Os Conspiradores - Atentado contra o Fuhrer [2]

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- Os conspiradores Roger Manvell

gientado contra o Fuhrer

EDIÇÃO ORIGINAL:

“Direção Editorial: Barrie Pitt

Coordenador: David Mason Consultor Militar: Sir Basil Liddell Hart Coordenador das Ilustrações: Robert Hunt Diagramação: David Allen Capa: Denis Piper Pesquisa Fotográfica: Benedict Shephard Desenhos Especiais: John Batchelor

EDIÇÃO BRASILEIRA: Diretor-Geral: Renaldo

A. Essinger

Diretor Editorial: Armando S. Campbell Tradução: N. Japour Coordenação Gráfica e Rediagramação: Miguel F. Cui nas Revisão: Rubem M. Jorge e Lilia P. Dias Capa: Valney de Almeida

As fotografias deste livro foram especialmente selecionadas dos seguintes arquivos: Ulis

Alemã;

Verlag;

tein;

Museu

Arquivo

Novosti;

Federal

Alemão;

Imperial de Guerra, Keystone;

Radio

Biblioteca

Londres; Sado Opera Mundi: Siiddeutscher

Times-Hulton;

cionais dos Estados Unidos; Rijkinstituut. Copyright (c) 1971

by Roger

de História Contemporânea

Central

Manvell

Copyright (c) 1974 by Editora Renes Ltda. Publicado originariamente por Ballantine Books Inc. 101

Fifth Avenue,

Nova

York

Todos os direitos da edição Editora Renes Ltda., Rio de Edifício De Paoli, Av. Nilo Peçanha, 50, grupo Tels.: 224-0826 — 221-4721 All rights reserved

brasileira reservados por Janeiro 1001

.

CGC

33.880.824/001

Printed in Brazil

A distribuição em bancas é exclusiva de

Fernando Chinaglia Distribuidora S.A. Rua Teodoro da Silva, 907, Rio de Janeiro

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INDÚSTRIAS GRÁFICAS S.A,

IO-RUA Luis CÂMARA, 535-TEL.: Z60.6722 Eca DARNILO MARTINS PEREIRA, d9 « TEL ; 63-1344

Press;

Arquivos

Na-

Indice

6 Uma novela de crime ... Introdução de Alan Wykes 8 Traidores ou heróis nacionais? 20 Resistência -. a primeira geração? 70 A Gestapo e a defesa de Hitler 94 20 de julho de 1944 130 Os resultados 156

Notas

156 Bibliografia

Uma novela "de crime Introdução por Alan Wykes

Por mais que se possa lamentar, há uma satisfação sombria no ato de acompanhar a conspiração de um crime, seja ele planejado por um individuo ou por um grupo de conspiradores. Na ficção ou na realidade, seus detalhes estimulam nossa fascinação. Por mais ignóbil que seja a causa, acompanhamos o efeito com prazer, admirando a engenhosidade dos assassinos ou afligindonos com

teatro sistivel quando versas

sua inépcia, conforme o caso. No

ou no cinema, há um impulso irrede exclamar “Olhe atrás de você!” somos inteirados das intenções perdos ruins contra os bons. Na vida

real, ficamos estarrecidos com o assassinato de um Kennedy ou de um Martin Lu-

ther King; mas se algum investigador posteriormente descobre os desígnios ardilosos

do assassino, mostra-nos sua mente ... ain-

da que doentia segundo os padrões morais aceitos -.. e a engenhosidade das suas maquinações, o preparativo do climax é irre-

sistivelmente emocionante. (Assim é, pelo menos se for bem apresentado.) Se seremos levados a sentir horror ou a aprovar, dependerá de inúmeros fatores, incluindo nossas simpatias para com a causa do assassino ou dos conspiradores; mas permanece o fascínio durante todo o desenrolar da historia. Adolfo Hitler era um homem por quem

poucos tinham qualquer afeto genuíno; muito menos ainda eram os que o amavam. Ele era idolatrado por milhões, mas idolatria não é afeto; é apenas uma fé pervertida expressada pela bajulação. Ajudado

“por lacaios maléficos, ele tentou abarcar o mundo como um Colosso, mas só conse-

guiu escanchá-lo

de suas

com

a ameaça

repulsiva

botas de montar e de sua

vil, Cérebro

mente

doente, corpo doente. Na

em-

briaguez do poder, a ameaça tomou corpo de gigante, e era inevitável que ele viesse a transformar-se em alvo de conspiração, ja

que se tornava cada vez mais evidente, para caracteres menos

violentos, que ele esta-

va conduzindo a nação alemã para rumo diferente da glória que prometera, mas pa-

ra um desastre colossal. Todos estivemos, e ainda estamos, envolvidos no resultado da

sua megalomania.

Na

verdade

houve

várias

conspirações

para assassinar Hitler e são todas contadas

nas primeiras páginas deste livro. As causas dos seus fracassos são interessantes em si, e levam-nos a pensar que a vida de

Hitler estava presa a algum encanto caprichoso. Todavia, a trama de que o mundo inteiro teve conhecimento foi planejada para ser realizada a 20 de julho de 1944 e o grande mérito do livro de Roger Manvell é que ele não só mostra as várias etapas que

os conspiradores estabeleceram para O curso da sua execução, como também as ilumina com uma clareza que desmente sua complexidade. A Conspiração de Julho tambem fracassou, não porque não houvesse explodido a bomba que deveria pôr fim a tudo; tampouco porque o plano contivesse qualquer

inconsistência, ou porque faltasse coragem ou atenção a detalhes por parte do Coronel Conde von Stauffenberg, o homem escolhi; do para colocar a bomba na sala do mapa, em Rastenburg. Só se pode dizer, sem muita originalidade, que ela fracassou porque 0

destino assim o quis. Hitler estava fadado a morrer pelas próprias mãos. Mas a conspiração, embora não tivesse de modo algum terminado quando Stauffenberg erroneamente supôs que fora bem sucedida, e deu esta informação a seus co-

legas de conspiração, que estavam aguardando para assumir o controle do governo e das forças militares. Os acontecimentos subsegiientes, tentavam

enquanto

Os

conspiradores

montar um golpe de Estado, têm

algo que lembra a natureza de uma farsa,

da mas de uma farsa perigosamente à beira

tragédia. Telefonemas misteriosos,

conver-

mesas de finalidades ambíguas e suicídios

lodramáticos, torturas e sentenças punitio da vas. tudo isso aconteceu como resultad

conspiração. Também havia os que “vieram de livre e espontânea vontade, na esperança de que, apresentando-se ostensivamente para ajudar nas investigações, pudessem fugir à acusação de estarem implicados na conspiração”. Embora o movimento de Resistência na Alemanha jamais fosse bastante poderoso, em termos práticos, para ser capaz de derrubar o regime nazista — sobretudo devido ao medo do poder ilimitado conferido a Polícia

Secreta,

organismo

sem

o qual ne-

nhuma ditadura pode viver — houve, durante o periodo de ascensão do nazismo forte oposição a Hitler e a seus métodos. Entre os oponentes incluiam-se os abertamente bravos e santos, como os pastores Niemóller e Bonhoeffer, cujo apelo, irremediavelmente, se dirigia aos valores morais; e os que conspiravam ativa mas secretamente para a queda do Fiihrer pelo assassinato. Os Conspiradores de Julho eram deste último tipo. Alguns estavam parcialmente motivados pelo egoismo; mas todos, sem

exceção, viam nos planos loucos de Hitler para dominar o mundo o fim da Alemanha. Seu heroismo ou traição — conforme o ponto de vista —. é uma história fascinante.

Traidores

ou heróis

nacionais?

São traidores da pátria aqueles que tentam contra a vida do chefe de Estado

eleito?

Adolfo Hitler tornou-se Chanceler “legitimo” da Alemanha em 1933. Como sempre pretendera, desde seu fracassado golpe

de Estado

caminhara

local em

rumo

que pelo menos

em

Munique,

1923, ele

ao poder por uma

trilha

a máscara

ostentava

da

legitimidade. Seu partido, que em 1928 só obtivera 810.000 votos na eleição para o Reichstag (o Parlamento Federal alemão), obteve quase 6,5 milhões em 1930, e mais de 17,7 milhões nas eleições de julho de 1932, o que representava 37 por cento dos votos lançados. O partido perdeu dois milhões desses votos nas últimas eleições realmente livres da Alemanha prê-Hitler, a de novembro de 1932, representando 33 por

cento da votação. É verdade que nas eleições de março de 1933, cinco semanas depois que Hitler foi nomeado Chanceler (cargo que na Alemanha equivale a Primeiro-Ministro), os votos para o Reichstag atingiram

17,27

milhões,

ou

43

por cento

dos eleitores. Mas essa eleição foi conside-

ravelmente “forçada”, devido ao número de prisões dos comunistas incêndio do Reichstag (pelo qual os tas têm sido responsabilizados) e a quente intimidação que os agentes e

grande após o nazisconseas tro-

pas de assalto (SA) nazistas haviam conseguido impor aos seguidores dos seus adver-

sários, incluindo os sociais-democratas. Ainda se discute se os nazistas foram ou Hitler e o velho Presidente Hindenburg em Berlim, maio 1933.

não responsáveis pelo sinistro. Alguns historiadores concordam que o jovem incendiario holandês, Marinus van der Lubbe. descoberto seminu no predio em chamas foi quem ateou o fogo. Quando da conquista do poder. em 1933, Hitler tinha 44 anos. Goebbels. 36 Himmler. ainda na obscuridade. apenas > anos. Talvez porque o golpe de Estado (Putsch) nazista na Alemanha

de cer-

to modo, um movimento revolucionario 10 vem,

eram,

ou

do

talvez

porque

ponto

os

lideres

nazistas

de vista social. simples

rivistas, as primeiras

ar-

tentativas de resistén

cia organizada partiram da direita politica. de homens que se consideravam. em pr meiro lugar. oficiais e cavalheiros. e que não gostavam de ver as forças armadas servindo de instrumento a um agitador que nunca passara de cabo no exército alemao. Isto não pretende diminuir a nobreza do descontentamento

nas de milhares

classe operária) trários ao fluxo gulamentos de ção da Lei de

de alemães

deze-

por

demonstrado

(a maioria

da

que eram abertamente conarbitrário de decretos e re Hitler, depois da promulzaPlenos Poderes (com a vi-

gência de 4 anos), de março de 1933. apro-

vada as pressas pelo Reichstag. de onde seus principais adversários haviam sido virtualmente excluidos. e que lhe deu poderes ditatoriais. A maioria dessas pessoas. re-

resistência

presentando

pura-

esporádica

mente individual, acabou em campos de concentração e. se sobreviveram, ficaram

completamente com

de

fora,

em

os jovens

1942,

estudantes

inofensivas; Hans

tentaram

assim

e Sophie

criar

universitários

ocorreu

Scholl

resistência

mas Que

que.

entre

(como

9

veremos) foram descobertos e execulados(”) Também não nos devemos esquecer

dos insurgentes famosos a quem os nazistas não se atreviam a prender — em part cular os clérigos mais corajosos. o Bispo Conde von Galen e o Cardeal-Arcebispo Michael Faulhaber. que pregava abertamente

contra

Hitler

e suas

O

obras.

que

nos interessa. porém. é o estudo da forma-

ção de que em neiras. bada e.

um grupo ativo de conspiradores vários momentos, e de varias mase reuniram para planejar a derrufinalmente, o assassinato do gover-

nante do seu pais.

Impunha-se. antes de mais nada, que se estabelecesse um ponto central. em circulos influentes, em torno do qual a resistência

pudesse reunir-se. Nenhum individuo pode dirigir sozinho um golpe de Estado. Não basta eliminar o lider, seja ele quem for;

Acima:

nas forças armadas e na administração civil, para a tomada do poder ser aceita pelo

Scholl, lider estudantil do “Movimento Rosa Branca”. Acima, à dir.: Rôhm,

deve-se

preparar

adequadamente

o terreno

pais inteiro como fato consumado. Um circulo interno de pessoas de confiança, cada qual com uma tarefa determinada, deve ser criado gradativamente,

todas

aceitas

secre-

morto

Hans, irmão de Sophie

pela

Gestapo. Abaixo:

Scholl,

Sophie

comandante das SA, a principal vítima da “Noite das Longas Facas”. Abaixo, à dir.: Exposição de propaganda nazista, 1934.

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Hitler.

Cardeal

Faulhaber,

que

pregava

contra

as políticas

nazistas.

PR

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Acima: O Exército presta o juramento de lealdade a Hitler, agosto de 1934. Abaixo: Artilharia

hipomóvel

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1934. A dir.: Seção

desfilando

de metralhadoras

ante

o General

pesadas

Fritsch,

em treinamento,

Potsdam,

1937.

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tamente e sob juramento. Deve-se preparar uma administração de emergência para assumir o controle dos serviços constituídos, militares e civis; a propaganda deve estar pronta para saturar os veículos de comunicação

de

massa

minutos

do ditador. A conspiração

depois

da

queda

não € tarefa de

amadores, embora estes muitas vezes estejam implicados nela, sendo esta a principal razão do fracasso de muitos golpes de Estado. O foco central da resistência na Alemanha permaneceria dentro do exército durante os 12 anos de regime nazista. A rapida infiltração do controle do partido nazista na administração civil, durante os anos de 1933-34, e particularmente a criação de uma polícia secreta politica ... a Gestapo — para destruir qualquer oposição ao regime, tornaram a resistência organizada e eficaz na população civil extremamente difícil, se não impossivel, embora, naturalmente, qualquer um pudesse sacrificar a li-

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berdade, talvez a vida, se decidisse opor-se abertamente a Hitler. O exército continuou sendo a única força inteiramente armada dentro do estado, e, se resolutamente dinigida, poderia ter derrubado o Fiihrer(C) Eis por que, estabelecido o controle sobre a Alemanha civil, ele voltou sua atenção, du-

rante o periodo importante de 1934-38. para a ascendência pessoal sobre o exército.

Hitler começava com certas vantagens: era contrário ao comunismo, posição que

coincidia com a do exército; subira ao po-

der com o apoio dos nacionalistas da direi-

ta —

e esta, de modo geral, representava O

ponto de vista do quadro de oficiais. Quan-

do, em 1934, Hitler expurgou num banho de sangue suas próprias milicias partidarias, as tropas de assalto (SA). com

seus 3

dante, seu velho amigo Ernst Rôhm,

a ma-

milhões de homens, e assassinou o coman-

quina nazista afirmou que assim agira porque Rôhm planejara dar seu próprio golpe de Estado e conquistar o comando do exer-

15

cito para st. Hitler completou

preventiva em julho de ros

tempos

do seu

ser uma operação trágica, com dois objeti. vos sucessivos: primeiro —.. prender o Fiih.

esta medida

1934. Nos primei-

dominio,

ele cuidou

de

alimentar boas relações com o exercito. tal como procedera para conquistar os industriais alemães. Por assim dizer. ele era o representante dos militares no campo politico —. pronto para restabelecer o recruta-

mento intensivo e o rearmamento alemão. desafiando o “Tratado de Versalhes”, e de-

volver ao exercito O seu antigo prestigio no

solos pátrio. Mas, se defensor,

fazer com

Hitler

ele estava

se dispusera igualmente

a ser

decidido

seu

a

que o exército o apoiasse. Ime-

diatamente apos a morte do Presidente Hindenburg, em agosto de 1934, ele se fez não so o Chefe de Estado como também Comandante-Chefe Supremo das forças armadas

sidente,

em

do Reich. Aboliu-se o cargo de Precomo

conjunto,

obsoleto.

para

civis

Hitler

seria

e militares.

tudo,

Sem

qualquer aviso prévio, todo homem de farda teve de fazer o seguinte juramento pessoal de fidelidade: “Por Deus. faço este juramento sagrado: Prestarei obediência incondicional ao Lider

(Fiuhrer)

do

Reich

e

do

povo

alemães,

Adolfo Hitler, o Comandante Supremo das forças armadas, e estarei pronto, como bravo

soldado,

a arriscar

a vida,

a qualquer

momento, em defesa deste juramento” (*) Os soldados são particularmente sensiveis a mistica da lealdade e este juramento

e sua magia seriam um repressor constante de qualquer movimento generalizado de resistência na unica area da nação onde ele poderia ter-se desenvolvido com mais eficiência —. as forças armadas. O juramento de fidelidade significava que qualquer homem

de farda que se envol-

vesse em conspiração para derrubar Hitler seria duplamente traidor —.. estaria traindo o Lider legitimo da sua pátria e traindo a pessoa de Hitler. Os que eventualmente ingressaram no circulo de conspiradores fizeram por se compenetrar de que Hitler con-

quistou ilegalmente o poder, o que constituia um ato de traição muito maior do que

qualquer coisa que aqueles que foram obrigados a jurar pudessem fazer no sentido de

h e

apeá-lo, fosse pela prisão, fosse pelo assassinato. A oposição organizada a Hitler viria a

16

rer

dor;

e submetê-lo

segundo

a Julgamento



quando

como

a guerra

trai.

prosse.

guia e a posição da Alemanha se tornava moralmente mais desesperada — removê.

lo, e a seus sequazes, pelo assassinato, e realizar um golpe de Estado. As muitas

razões por que esta oposição

teve

sucesso

constituem

a

ativa jamais

narrativa

que

nos propomos. Na verdade, ela esteve muito perto do êxito, tanto em março de 1943 como

em julho

de

1944, e fracassou, neste

ultimo caso, por puro azar, e também

que não

como

por-

o planejamento, sob certos aspectos, foi cem por cento adequado. Não ha deixar de reconhecer

a ocorrência de

falhas humanas, falhas devidas a diferenças de antecedentes, de grupos de idade, de

classe e de concepção politica, bem como certa inocência e falta de desumanidade to-

tal que conduz uma ação desse tipo até o sucesso final, a despeito de sua aparente impossibilidade. As cartas pareciam prever o sucesso, em julho de 1944, e vários homens heróicos estavam preparados para arriscar

a vida

nessa

aposta

decisiva,

e, as-

sim, pagaram o preço do fracasso. A seu modo, foi uma tragédia humana e política, de dimensão tal, que apresentava todos os matizes

Na

1944

capazes

verdade,

a

tem certas

de interessar Shakespeare,

conspiração

de julho

afinidades com

uma

de

peça

shakespeariana, Júlio Cesar, embora nesta o golpe falhasse depois que o ditador caira, ao passo

julho, assim

que,

o ditador póde

no caso

da conspiração

sobreviveu

impor

terrivel

por

de

milagre €

vingança

aos

seus adversários. Coube as Forças Aliadas levar Hitler ao suicidio, uns dez meses depois. Entrementes, grande

crianças guerra,

número

de homens,

mulheres e |

iria morrer —.. na devastação

nos

bombardeios

e nos

da |

massacres

.

dos campos de concentração .. seres hu- | manos que poderiam ter sobrevivido, se à | bomba de Stauffenberg não tivesse sido

inadvertidamente afastada dos pés de Hitler. Tais são os acidentes da história.

A

direita

e páginas

seguintes:

Hitler

dirige-se a contingentes da Juventude

Hitlerista em Nuremberg; Partido, 1934.

Reunião do

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Wilhelm Canaris, recém-promovido a Almirante, tornou-se chefe do Serviço de Inteligência Militar alemão (a Abwehr) em janeiro de 1935. Aos 47 anos, ele pensara estar a caminho da reforma, porém seu caráter extraordinário e a natureza peculiar das suas atividades anteriores tornavam-no bem adequado, aos olhos dos seus superiores, ao cumprimento de uma tarefa dificil e delicada que incluía o atendimento das neforças

das

cessidades

armadas,

ao mesmo

tempo que mantinha uma relação razoável com o serviço secreto do partido —. neste caso, a polícia secreta e a SD (Sicherheits-

dienst), o Departamento de Inteligência das

SS de Himmler. Este último era dirigido pelo jovem ex-oficial da marinha Reinhard Heydrich, a quem Canaris conhecera na ativa, no começo da década de 20.(*) Erika, a mulher de Canaris, gostava de tocar violino,

e Heydrich,

igualmente

da

amigo

música, quando tenente da marinha ficava feliz em ir, com seu violino, à casa de Canaris, para ajudar a formar o quarteto Goebbels,

o Almirante

com

Himmler

Canaris

(esquerda)

(direita).

e

de corda de Erika. Canaris possuia de natureza

certa cultura,

reservada:

durante

mas

era

a Primeira

viço Guerra Mundial ele trabalhara no Ser m de Inteligência da marinha. Era um home pecestranho —. volúvel, encantador, intros rotivo e dado à melancolia. Também era as mântico, e gostava de fazer com que grepessoas acreditassem ser ele de origem

ga.(º) Seus passeios favoritos eram à região

. Em do Mediterrâneo; o sol o acalmava m lnmuitos aspectos, ele era brilhante. Bo nte de giista, com mente ágil quando dia maridificuldades. Militar de carreira na Dresnha, servira com certa distinção no go das den, antes da famosa batalha ao lar Os bnIlhas Falkland, parlamentando com Glasgow tânicos quando os HMS Kent e O alemão finalmente encurralaram O cruzador o Dresao largo da costa chilena. Quando o interden foi posto a pique e a tripulaçã tornou a nada, Canaris conseguiu fugir e re na EspaEuropa, onde serviu como espião ara um nha e na Itália. Mais tarde, comand . Desubmarino em águas do Mediterrâneo várias auviem e -s eu lv vo en , rra gue da pois

pe dades políticas de direita, incluindo o gol

21

Alemã. do

de

mas.

Kapp.

contra

da

Republica

tornou-se

finalmente.

Estado-Maior

a

marinha,

com

oficial todos

os indícios de que as aventuras da sua vida

profissional haviam

acabado, só lhe restan

do as funções de gabinete.

Sentado à sua modesta mesa no escrito rio da Abwehr em 1935, em Berlim, ele

parecia, e realmente era, modesto, benevo lente e distinto. Tudo nele era delicado: sua estatura, seus pes e suas maos. Os que o conheciam melhor, achavam-no insaciavelmente curioso, excelente ouvinte e bom

avaliador de caráter. E precisava ser, pois ele viria a transformar o nucleo da sua Escritório organização, conhecida como

Central (Zentral Amt), ou, mais simplesmente, Departamento “Z”, num centro de descontentamento

antinazista.

Quem o encorajou a isto foi seu subcomandante, um oficial do exército chamado Hans

Oster.

Este,

com

40

anos

de idade.

era em tudo o oposto de Canaris —

palra-

dor, precipitado, homem de ação. Canaris. ao contrário, era taciturno, discreto e mais intelectual. Sob muitos aspectos, Oster era um típico homem de sociedade. Chegou a ser temporariamente afastado do exército devido a um caso de amor que tivera com a mulher de um oficial superior. Chamava Hitler de “Emil”, para poder falar dele o que quisesse sem correr o risco de ser denunciado pelos “ouvidos” do ditador. Mas Oster era um homem franco e honesto, esguio, pálido, simpático, elegante e, sobretudo, corajoso. Canaris gostava dele e desde o começo fizeram-se amigos. Ambos nacionalistas de direita, na política, concordavam entretanto em que, quaisquer que tivessem sido suas opiniões sobre Hitler no passado, não podiam mais sofrear a vontade de vê-lo fora do poder. Aliás, as opiniões de Oster sobre Hitler firmaram-se antes das de Canaris. Contudo, este último não tinha nada de

timido. Seu trabalho era proporcionar um

serviço de Inteligência a todas as forças armadas e, com o rápido crescimento do

exército enquanto os planos de agressão de Hitler amadureciam, a força do departa-

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Heydrich (esquerda) em exercícios com companheiros das SS. Ele era notável esgrimista.

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jamais viria a saber o que seus creies esta vam planejando. Ao mesmo temo. Cara amizass 512 ris renovou ostensivamente com Heydrich, que sabia ser 0 nomes mais perigoso, no que dizia respeiro a 22 Canaris. Em breve o violino ca Fieycricr era ouvido novamente nos aposentos 07 fortáveis da nova casa de Canaris. em Dahlem. um subúrbio seleto de Berim. O Almirante. como chefe do Serviço Militar de Inteligência. observava Heycricn q02. por sua vez, como chete da Inteligencia Cas SS (SD). observava Canaris. Tem-se dito que Canaris. como muitos cu tros. temia secretamente a Heydricn. cu.

cérebro frio e crueldade cinica contrasta vam fortemente com a timidez de Himm.zr quando se tratava de tomar atitude decis: va. Hevdrich viria ser o principal exzcuuvo de Himmler durante o desenrolar ca pr meira fase do programa de genocicio. aços 1940. Entrementes. ele estava empennace em tarefas mais humildes; deu a Werner Best. o advogado das SS que mais tarte bDinamarcaz seria encarregado de dingir a ocupada (com corajosa leniência). 2 TEs ponsabilidade de selecionar os varios campos de interesse entre a Abwehr e SD cas SS. Num memorando especial redizico para o autor deste livro, e seu colega, Feimrich Fraenkel. quando este escrevzu O Sstado biográfico de Himmler, publicado 1965 (a ser publicado no Brasil em Dr nesta História Ilustrada). Werner Best creveu O processo: “Canaris era muito metódico, unha mar to de organizador, construiné maquinaria que, no final, emp mais funcionários publicos do que aztnies ou espiões. Não era muito itici. separar as respectivas esferas de ação — como à ss pionagem auva para O exército e a investh gação criminal para à policia. Bem mais dificil —. aliás, praticamente impossivel — era a divisão de responsabildades no camns

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de

2.

po da contra-espionagem, muito embora tivessemos concordado, em principio, que a descoberta de espionagem estrangeira era trabalho para a 4bwehr (ainda que apenas porque o Serviço de Inteligência da policia não tinha agentes suficientes para isto)... Deveria ter havido uma colaboração constante e confiança mútua entre a Abwehr e o Serviço de Inteligência da policia, mas as

rivalidades pessoais e os problemas prestigio frequentemente levavam a lhor.” Na verdade, os dois departamentos ceram consideravelmente durante os anteriores à guerra. Canaris e Oster não demoraram a cobrir,

dentro

e fora

do

exército,

de me-

cresanos des-

homens

colocados em lugares influentes e em quem

poderiam confiar. Quem estava mais perto deles era um homem de quem todos gostavam e a quem muito respeitavam, o General Ludwig Beck, Chefe do Estado-MaiorGeral do exercito desde 1933. Quando Canaris assumiu a direção da Abwehr, Beck tinha 55 anos. Era um brilhante oficial de carreira da velha escola, estudioso da história militar,

inteligente,

cavalheiresco,

aten-

cioso e de coração bem formado, conhecido por sua elevada integridade e por suas opiniões anticomunistas. Mas, ainda com todos esses atributos, ele não era o homem

talhado para liderar qualquer tipo de ação; além do mais, sua saúde não era boa. Como o resto do exercito, ele viu-se repentinamente obrigado a prestar o juramento pessoal de fidelidade a Hitler. “Este foi o dia mais

negro

da

minha

vida”

..

disse

ele

depois. Em sua posição-chave no Alto-Comando,

ele

logo

descobriu

que

os

planos

ti-

nham uma única finalidade ... preparar a Alemanha para uma guerra agressiva. Para isto se introduzira a convocação de recru-

tas, para isto se acelerara o rearmamento, para isto restringia-se a economia do pais. Beck,

um

homem

quente, atreveu-se diante de Hitler.

contrário

pequeno,

fragil

mas

elo-

a combater esta política Beck era rigorosamente

ao comunismo,

mas

logo desco-

briu que não poderia tolerar os métodos de

Hitler de desafialo com um militarismo igualmente totalitário e inflexível. Na formação gradativa da corrente de oposição a Hitler nos escalões superiores

24

da sociedade alemã, os homens Sem unifor . me

viriam

quanto

a

ser

os fardados.

quase

tão

Importantes

Do corpo diplomático

veio outro aliado de elevados Principios Ulrich von Hassell, embaixador da Alema. nha em Roma e cunhado do famoso Grande-Almirante von Tirpitz. Em 1938, quando Ribbentrop se tornou Ministro do Exte. rior de Hitler, depois de servir como sey embaixador na Grã-Bretanha, Hassell aposentou-se repentinamente e abandonou Ber. lim, sem qualquer outro emprego. Como embaixador, ele tivera de participar das ne. gociações para a formação do Eixo RomaBerlim, firmadas em novembro de 1936. E via claramente que isto era mais um elo na cadeia que levaria à guerra na Europa.

Sua casa, como 1938 tornou-se um

a de Beck, a partir de centro onde homens de

rosto magro

um

igual espirito podiam falar livremente. Hassell, que naquele ano contava 57 anos de idade, tinha a aparência do aristocrata ... do.

e com

sido

ter

de

despeito

A

bigode bem

demitido,

seu status diplomático

conservara

apara-

ele

e, como

Beck, era uma pessoa a quem seus iguais na sociedade apreciavam. Ele tinha pouco a parte

fazer,

o que

manter

a sinecura

na

Junta da Conferência Econômica da Europa Central, na qual obteve muitas informa-

ções uteis. Hassell começou a escrever um diário secreto que, quando os tempos se tornaram cada vez mais sombrios, sua mulher teve de ocultar numa caixa de chá que enterrou em seu jardim. Este diário registra um relato quase diário, desde o outono de 1938,

de

ram,

com

Hassell

em

como

favor

seus

as

da

muitas

discussões

de

cheios

de

resistência

e

altos

baixos

progredi-

frustração. Ele era um homem de muita coragem, mas, como Beck, não era um conspirador de verdade. Logo se tornou evidente que a Resistência alemã precisava

de um aventureiro hábil, não de eruditos € diplomatas, como Beck e Hassell, ou gente

excessivamente cautelosa, como Canaris. O Dr. Carl Goerdeler talvez tenha iniciado o processo de introdução de aventureiros na Resistência. Este era outro nacionalista conservador, formado em direito e Hans

Oster, um

conspiradores

dos

primeiros

militares

contra

Hitler.

Sam

mad

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pes

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E

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PS

Ludwig

26

Beck, Chefe do Estado-Maior-Geral

do Exército até

1938.

com uma carreira na administração municipal. Vinha de distinta familia prussiana. Em 1933, o ano do triunfo de Hitler, ele cera burgomestre (prefeito) de Leipzig, cargo

que, na Alemanha, é de livre nomeação da

administração civil. A principio, ele aprovara a politica de Hitler, tal como a compreendia, o bastante para dar-lhe apoio ativo como consultor econômico. Goerdeler era um

homem

mestre

quando,

de extremos,

brilhante, vo-

lúvel, emocional e despido de circunspeção. Perdia as estribeiras por qualquer coisa que reprovasse — tendo sido uma atitude típica sua a de demitir-se do cargo de burgocontra

suas

ordens expres-

sas, autoridades do partido nazista tiraram a estatua de Mendelssohn do local em que se encontrava, em Leipzig, a cidade natal desse compositor judeu. Suas atitudes antinazistas agora transbordavam. Assumiu o cargo, apenas para mascarar suas atividades, de representante da firma de aparelhos

elétricos Bosch e, em 1938, começou sua vida de “embaixador ambulante autonomeado” da Resistência, viajando pela Ale-

manha e pelo exterior e fazendo com que seus companheiros tremessem ante as indiscrições francas dos seus comentarios sobre Hitler. Ele também, por certo, estava planejando o futuro da Alemanha depois da eliminação de Hitler ... sua administração e sua economia. Talvez fosse meio desequilibrado. Sem dúvida era tão insensato quanto corajoso. Em 1938 ele estava com 52 anos e, portanto, pertencia ao mesmo grupo etário dos outros, a quem velo a conhecer bem, sobretudo Hassell. Estes eram, portanto, os homens-chaves que trabalhavam para organizar a resistência a Hitler em

1938, e somente

um

deles

ocupava uma posição de verdadeira autoridade —. o General Beck. Mas este não demoraria a demitir-se (em agosto de 1938) depois dos notórios casos de Blomberg e Fritsch, nos quais as práticas inescrupulosas de Hitler e seus colegas se revelariam

abertamente

mente juntos

aos

que

à cúpula

estava acontecendo.

estavam

Com

para

suficiente-

saber o que

Beck reformado,

somente Canaris tinha posição

de influên-

cia, distinta da autoridade executiva real no

exército, e isto viria a enfraquecer conside-

ravelmente os poderes da Resistência. Mas foram os casos Blomberg e Fritsch

que provocaram a decisão dos que se opunham a Hitler de promover seu primeiro ato deliberado contra ele. O Feldmarechal Werner

von

Blomberg

era

Ministro

da

Guerra e Comandante-Chefe das forças armadas. Em janeiro de 1938, depois de bus-

car o conselho particular de Góring. ele casou-se com sua jovem secretária por quem se apaixonara. Góring aceitou essa situação um tanto degradante do ponto de vista social, porque, evidentemente, via nisso um ponto fraco na armadura de Blomberg. General da velha escola e fazendo parte do Alto-Comando, Blomberg era contrario aos métodos de Hitler de fazer a guerra as pressas, pois sabia ser impossivel levá-la a cabo com sucesso, e Góring viu nesse casamento um meio de livrar Hitler de resistência no Alto-Coman-

desse ponto

do, sem

chegar

a ofender

a hierarquia do

exército, demitindo-o por incompetência. Góring logo descobriu, atraves da Gestapo. que a jovem que tanto fascinara Blomberg aos 60 anos de idade tivera vida irregular — havendo fotos arrojadas, ou talvez mesmo obscenas em seu dossiê, O casamento do Ministro Blomberg tivera bastante pompa, e dele Hitler e Góring foram testemunhas.

dizer

Basta

que,

enquanto

Blomberg

passava a lua-de-mel com sua nova mulher em Capri, Oster foi enviado à Itália com os termos

de demissão

de seu

cargo,

nos

quais se alegava que ele desgraçara a si próprio, as forças armadas e ao Fuhrer. Afinal de contas, não se podia sequer pensar em convidar Hitler para testemunha do casamento de uma prostituta. Assim foi afastado

Blomberg

de maneira

veniente. No exato momento

em

que

muito

con-

Hitler se li-

vrava de Blomberg, o seu provável sucessor, General dante-Chefe

Werner von Fritsch, Comando exército alemão, estava

prestes a ser vitima de acusações forjadas de homossexualismo. Hitler tambem não queria os serviços do correto e cavalheiresco Fritsch; mas, acima de tudo, ele queria colocar o Alto-Comando em posição de inferioridade, e a melhor maneira de fazê-lo era aturdindo-o pela apresentação súbita de

“provas”, como as que esses dois casos deviam revelar de maneira tão melodramatica, da corrupção que grassava em seu

meio. Mas ele não contara com o extraor-

21

dio. cmda

Acima: Constrangidos companheiros: Canari s e Heydrich, chefes dos serviços de inteligência rivais. Abaixo: Dr. Werner Best (terceiro da direita). E

em

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E

nário ésprit de corps dos oficiais. Pouco

ntes de Fritsch ser chamado à presença de tler, para enfrentar a despudorada testeunha da Gestapo, Hans Schmidt, que ga-

hava a vida fazendo chantagem com hoossexuais, ele foi secretamente advertido or um dos ajudantes-de-ordens de Hitler ara que se preparasse para tal confronto. assim ele fez, com dignidade e desprezo. agindo

eck,

em

nome

do

Tribunal

de

completo

Anschluss (anexação) da Áustria e o exérci-

Investigação

Me

Walther

Schellenberg,

Góring sabia o que estava

Estado-Maior-

ara examinar a natureza da prova; todos acreditavam que Fritsch fosse inocente. Isto colocou Hitler e a Gestapo num dilema, porque era improvável que Hans Schmidt, a quem a Gestapo simplesmente intimidara, obrigando-o a dizer mentiras na presença de Hitler, pudesse resistir à reinquirição profissional e severa de um Tribunal de Investigação. Hitler precisava agir com presteza. O Tribunal de Investigação foi instalado a 10 de março. No decorrer do mês de fevereiro, Hitler arbitrariamente abolira o posto de Ministro da Guerra, demitira 16 generais do Estado-Maior e se nomeara Comandante-Chefe das forças armadas em substituição a Blomberg; isto lhe serviu para consolidar o dominio do exército, do qual já era Comandante Supremo. Fritsch, que fora Fafastado do cargo durante a investigação, Ftambém foi sumariamente substituido pelo General Walther von Brauchitsch, homem Ique, Hitler sabia, não tinha nem vontade |nem caráter suficientes para opor-se a ele. O Tribunal de Investigação reuniu-se a 10 de março, sob a presidência de Góring. O exército estava preparado para uma explicação definitiva com a Gestapo que, tecnicamente, não tinha qualquer jurisdição sobre os membros das forças armadas. Há indicações de que a Gestapo forjara o caso pressionada por Himmler e Heydrich. Saestava apreensivo bia-se que Himmler quanto ao resultado; segundo seu assistente,

Naturalmente

no ar e, nessa conformidade, nomeou a si mesmo presidente do tribunal. Também a data foi cuidadosamente escolhida: a 11 de

eral como um todo, insistiu na instalação

e um

diciário do Exército e, representando o Ministério da Justiça, o Conde von der Goltz, e um jovem e brilhante advogado, Dr. Hans von Dohnanyi, filho do compositor. Dohnanyi mais tarde desempenharia papel heróico na Resistência.

que

sucederia

Heydrich na chefia do Serviço de Inteligên-

cia das SS, ele chegou mesmo, ridiculamente, a procurar por telepatia influenciar

o tribunal durante a sessão.(*) Não era provável que isso tivesse êxito, já que os quatro assessores do tribunal eram Oster, o

Dr. Carl Sack, Chefe do Departamento Ju-

março,

o

dia

seguinte,

anunciou-se

o

to foi imediatamente envolvido na ocupação “pacífica” daquele pais. O julgamento foi apressadamente adiado, sendo reconvocado o tribunal a 17 de março, quando o prestigio de Hitler estava no apogeu. podendo Góring dar-se ao luxo de cancelar a audiência sem examinar a prova do exercito contra a Gestapo, já que Schmidt, o chantagista, fora levado a admitir que se confundira ao identificar o general. O homem a quem vinha fazendo chantagem era um capitão reformado chamado Frisch. Góring aproveitou-se dessa declaração, suficiente para limpar o nome de Fritsch, e dissolveu o tribunal. Mas Fritsch, com seu cargo no Alto-Comando já eliminado, Jjamais se recuperou dessa afronta à sua dignidade; não procurou ser reintegrado. No ano seguinte, quando a Polônia foi invadida, ele deliberadamente buscou

a morte no

serviço ativo, como simples major, no regi-

mento de artilharia em que ocupava O posto de coronel honorário. Mas o Tribunal de Investigação teve outro resultado: ele uniu Dohnanyi a Canaris e Oster, que, assim, conseguiram um colega tão capaz quanto leal à causa da Resistência alema. Em começos de janeiro de 1938 já se realizavam reuniões que ligavam Canaris, Oster e, mais tarde, Dohnanyi por um lado, com Goerdeler, Hassell e Beck do outro. Este último ainda era membro do AltoComando e sabia muito bem o que Hitler estava tentando incutir na cabeça dos seus om de generais. Foi nesse estágio que teve imicio uma série de missões na Grã-Bretanha .. todas elas tentativas individuais e modestas de advertir gente influente sobre o rumo dos planos de Hitler. Goerdeler, por exemplo, esteve na Grã-Bretanha em julho de 1938,

29

Esq.: Von

| em

Roma,

Hassell, embaixador

com

' e Ministro das Conde

von

(dir.).

o genro de Mussolini

Relações

Ciano. Acima:

Brauchitsch Beck

alemão

(frente),

(centro)

Exteriores,

Generais

Fromm

e von

von

(esa.),

Witzleben

e conseguiu reunir-se com Sir Robert Vansittart, Principal Consultor Diplomatico do governo britânico. Mas a maioria dessas missões teria lugar no ano seguinte, 1939, Outro dos altos funcionários que desertaram Hitler foi Hjalmar Schacht, ex-Presidente do Reichsbank (Banco Nacional) e Ministro dos Assuntos Econômicos. Ele fi-

nalmente deixou seu ministério em dezembro de 1937, porque Hitler nomeara Gôring, passando por cima de Schacht, Plenipotenciário para o Plano Econômico Quinquenal. Góring era a última pessoa a se incomodar

do

com

métodos

ortodoxos,

se tratava do planejamento

quan-

econômico

nacional. Schacht, pelo menos nominalmen-

te, passou-se para a Resistência pelas mãos de Beck, embora jamais viesse a ser muito

útil. Mas era mais um nome influente com o qual se podia

contar em

segundo

plano.

Depois de Schacht veio um jovem chamado Hans Bernd Givesius. que seria na Resistência um mensageiro extremamente útil,

ligando as várias alas dispares das quais o movimento finalmente se formou. Ele trabalhara na Gestapo durante seus primeiros tempos de vida. sob a direção de Góring. passando por vários departamentos no serviço público. Tinha um amigo, chamado Arthur

Nebe,

na Polícia

Criminal

Prussia-

na, que seria uma fonte útil de informações para a Resistência. Entrementes, Canaris ausentava-se cada vez mais do seu escritório em Berlim, deixando a parte mais rotineira a cargo de Oster. Quando em casa, Canaris sentia-se inquieto; ele chegava com seus dois fieis cães dachshunds, que ficavam o dia inteiro com ele no escritório. Mas evitava periodos prolongados em Berlim; seu conhecimento

do espanhol levou Hitler a confiar-lhe um

trabalho de ligação com Franco. E significativo que, embora Hitler tivesse ajudado Franco com armas, homens e aviões durante

a Guerra

Civil Espanhola,

o Caudi-

lho jamais viesse a oferecer-lhe ajuda equivalente, quando Hitler dela precisou, mais tarde. Isto sem dúvida foi resultado, pelo

3]

apoio. Quando Hitler soube classificou de pusilanimidade

daquilo

Antes de finalmente demitir-se do posto de Chefe do Estado-Maior. em agosto de

generais. a quem teria de confiar a de Seus Condy.

certa resistência à politica agressiva de Hitler em seus colegas do Alto-Comando. O objetivo do Fuúhrer, em 1938, era a Tcheco-Eslovaquia e. em particular. O território por ocupado basicamente dos Sudetos. uma minoria de origem alema que, liderada por Konrad Henlein, estava decidida a desertar para o lado de Hitler, trazendo consigo o território dos Sudetos, que seria en-

menda,

Beck

1938.

fez

o

que

instilar

para

pôde

tão anexado à Grande Alemanha.(”) No decorrer de 1938, o ano do “Acordo de Munique”, ecra intenção de Beck tentar inspirar Brauchitsch a emprestar pelo menos

|

seu que

certa

liderança

na

oposição

a

Hitler:

mas tudo o que Brauchitsch fez foi permiur que Beck convocasse uma conferência de generais do Alto-Comando, em agosto. Nessa

conferência,

com

Hitler

ausente.

no

Berghof, seu retiro montanhês na fronteira austro-bavara, em Berchtesgaden, os generais

sentiram-se

com

mais

liberdade

para

concordar com os termos da exposição de Beck, embora Branchitsch não lograsse dar

ção das suas futuras guerras, ele os

Convo.

cou ao Berghof e passou-lhes severa Fepr; fazendo-lhes

também

uma explan|

ção sobre o que considerava necessidade: da

Alemanha.

Nessas

circunstâncias.

Beck

foi obrigado a entregar sua demissão ali de agosto e, depois de dirigir-se aos seu:

colegas pela última vez, a 27 de agosto deixou sempre.

o

Ministério

da

Guerra

par:

O lugar de Beck foi ocupado pelo Gene ral Franz Halder, que não era avesso;

Resistência e que também viria a ser um diarista util aos historiadores. Mas Halde; era

cauteloso.

preciso

e

circunspecto,+

conservou seu posto no Estado-Maio Geral. Foi nesse momento que a primeira revol

Abaixo: Hitler em Leipzig, marco de 1934. O Burgomestre e figura da Resistência, Carl Goerdeler, está à sua

esquerda. À dir.: Dr. Carl Goerdeler, Burgomestre

de

Leipzig.

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menos até certo ponto. da influência negativa de Canaris sobre o nazismo.

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Feldmarechal

ta

ao

ativa

von

contra

exercito.

Walther

Brauchitsch

Hitler,

embora

com

limitada

sobretudo

importantes

elos

civis, foi planejada, durante os tensos me ses do verão de 1938, antes de se chepar ao “Acordo de Munique”. Givesius a des: creveu ao prestar testemunho no Tribunal Internacional Militar de Nuremberg, depois da puerra:

“Quando da sua demissão, Beck nos pa rantira — refiro-me à Gocrdeler, Schacht c

outros politicos —. que deixaria

um

suces:

sor mais energico que ele próprio, e que estava firmemente decidido a precipitar uma

revolução se Hitler escolhesse o cami-

nho da guerra.

Esse homem

em que Beck

confiava, e a quem nos apresentou, era o General Halder. Dias depois de assumir o

posto, ele chamou Oster e informou-o de que achava que estávamos caminhando pa ra a guerra € que tentaria derrubar o go

verno.

É perguntou

a Oster o que ele. de

sua parte, pretendia fazer para incluir os civis na conspiração ... Na epoca cramos apenas um circulo pequeno e Oster respondeu que, tanto quanto sabia, só conhecia dois civis importantes com quem Halder poderia ter conversações politicas preliminares;

um

deles era

Goerdeler,

e o outro.

Schacht. Halder recusou-se a falar pessoal mente com um homem tão suspeito quanto Gocrdeler, porque achava ser demasiado

perigoso

34

receber um homem

a quem

ainda

Schellenberg

não conhecia. Quanto a Schacht. ele pode: na encontrar uma razão para conferenciar. Halder pediu a Oster que servisse de inter: mediano na questão. Por meu intermédio, Oster procurou Schacht. que estava ja pre parado. Aconselheiro a luzer O seguinte: "Chame Halder ao seu apartamento para que você esteja bem certo da questão”. Hal der visitou Schacht pessoalmente em fins de julho de 1938, informando o de que as coisas chegaram a um ponto em que à guerra era

iminente

e que ele,

Halder, pro:

vocaria um golpe de Estado. A seguir per

guntou

a Schacht

se ele estava

preparado

para ajudálo politicamente. Foi isto que Schacht me disse na época ... Eu agi com

tinuamente como intermediário nessas dis E cussões.” O plano era simples, Os generais dissh

dentes formariam

um grupo para prender 0

ditador e o submeter imediatamente a jub gamento; as acusações seriam de que sum atividades constituiam grave perigo para à

Alemanha. Pretendia-se demonstrar, com uma declaração médica, que Hitler era um personalidade psicopática. Para obter essa declaração, Hans von Dohnanyi (a quem fora pedido que ajudasse na acusação) fo!

com seu amigo Otto John, outro membro do

circulo

interno

da

Resistência,

visita

seu sogro, Professor Karl Bonhoeffer, p% do conhecido Pastor Dietrich Bonhoeffer €

A medida que o choque entre Hitler e a

Tcheco-Eslováquia

se dirigia

para

o cli-

max, no verão de 1938, outras missões foram mandadas para Londres, sob a influência de Beck e seus associados. Seguindo os passos relativamente ineficazes de Goerdeler, o Major Ewald von Kleist-Schmensin, amigo de Beck e Canaris, foi a Londres,

com o terreno já preparado para ele por lan Colvin, o correspondente em Berlim do jornal londrino The News Chronicle, e por Sir George Ogilvie-Forbes, membro da Em-

Hans

von

Dohnanyi

famoso neurologista. para lhe solicitar endossasse a afirmação de que Hitler era insano. Eles deram ao professor um relatorio relacionando

todas

as doenças

conhecidas

de que Hitler sofrera e o professor admitiu que “segundo isto, é bem provável que O homem não seja muito são do juizo”. Mas o professor negou-se a fazer tal declaração, já que não podia examinar pessoalmente O paciente,

Dohnanyi era o elemento mais jovem do núcleo da Resistência alema. Em 1938 ti-

nha

apenas

36

anos.

Estava

ligado

pelo

casamento à famosa familia Bonhoetfler, tendo casado com Christine, filha do professor, em 1925, Em 1938 era assistente de Franz Gurtner, o Ministro da Justiça de

Hitler. Gúrtner, embora tivesse apoiado Hi-

Ler nos primeiros

momentos

de sua carrei-

ra, viria a agir, mais tarde, como freio as suas piores atitudes. Dohnanyi contava com a confiança de Giirtner, mas em 1938 ele foi mandado para Leipzig, onde seria Juiz do Tribunal da cidade, principalmente por se recusar a ingressar no partido nazista. Não obstante, cle estava constantemente em Berlim, mantendo-se em estreito contato com Oster e Beck. Entrementes, Canaris partira para a Hungria, a fim de tentar impedir que os húngaros fizessem reivindicações paralelas as da Alemanha sobre o território tcheco-eslovaco.

baixada Britânica em Berlim. Kleist partiu para Londres em agosto de 1938. avistando-se com Vansittart, Lorde Lloyd do Ministério do Exterior, e Winston Churchill. Kleist foi recebido com certa frieza nos circulos oficiais de Londres, reunindo-se com Vansittart em primeiro lugar; e. segundo este relatou, Kleist foi muito franco: “Herr von Kleist imediatamente abriu-se com a máxima franqueza e gravidade. Ele disse (e isto coincide com grande número de outras informações que lhe tenho dado, e vindas de fontes inteiramente diferentes) que

a guerra

agora

era uma

certeza,

a me-

nos que a detivéssemos. Eu disse: “O senhor quer dizer que há perigo extremo?” E ele respondeu-me: “Não, não me refiro a perigo extremo, refiro-me a uma certeza absoluta”. Eu lhe disse: “O senhor quer dizer que Os extremistas estão agora levando Hitler para o seu lado?” Retrucou-me ele: “Não, não me refiro a isto. Só hã um extremista de verdade, o próprio Hitler. Ele é o grande perigo e está fazendo isto inteiramente sozinho. Ele recebe grande estimulo de Herr von Ribbentrop, que não pára de dizer que, quando chegar o momento de uma demonstração de forças, a França e a Inglaterra nada farão.” O que Kleist estava ansioso para fazer reconhecer é que, a menos que Hitler fosse detido por alguma demonstração real de decisão por parte da Grã-Bretanha e da França, a Tcheco-Eslováquia (a começar

pelos Sudetos) seguiria o caminho da Áus-

tria. Kleist disse a Vansittart que Hitler mostrava todos os sinais de estar certo de que Grã-Bretanha e França jamais agiriam em favor da Tcheco-Eslováquia. Em seu relatório oficial, Vansittart repetiu as últimas palavras de Kleist sobre o

35

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: Ago

Esq.: General von da

Guerra. Acima:

Blomberg, Hitler,

Ministro

Blomberg

Fritsch, com o perito militar inglês J.F.C. Fuller.

assunto: “Grande com

o atual

parte

regime

do

pais

está

e mesmo

cassar:

e

revoltada

a parte

que

não está enojada dele esta terrivelmente alarmada ante a perspectiva de guerra e as

condições que esta criara, e se mostrara unanimemente contrária, se puder obter qualquer apoio. Gostaria que um dos seus principais estadistas fizesse um discurso que apelasse para esse elemento na Alemanha, salientando os horrores da guerra e a catástrofe geral a que ela inevitavelmente seria levada! ...” Concluindo, ele disse que sua saida da Alemanha fora facilitada por amigos seus do exército, sobre cuja unanimidade ele discorrera antes e que hã muito mantinha relações estreitas com eles. Todos estavam correndo risco de vida muito sério, sobretudo ele, por sair da Alemanha nesse momento critico. Não alimentava qualquer ilusão sobre o seu destino, se fra-

mas

deixou

bem

claro.

como

Cissz

antes, que sem ajuda externa. a ser presiada segundo as diretrizes que traçou. nada | podiam fazer. Tudo o que Chamberlain fez. depois cs ler esse relatório. foi convocar, para uma consulta em Londres, Sir Neville Hendarson, embaixador britânico em Berlim e notavel defensor da política da pacificação. Todavia, Kleist foi visitar Churchill em Chartwell. Churchill, que não era membro do gabinete de Chamberlain. provou ser muito mais direto do que o governo britanico e. a 19 de agosto de

Kleist, depois manha:

do

retorno

1938, escreveu 2

deste

a

Ale-

“Eu o acolhi aqui como uma pessoa pronta a correr riscos para preservar à Das na Europa e alcançar uma amizade duradoura entre os povos britânico, francês e alemão, para benefício mutuo. “Estou certo de que se os exercitos alemães ou a aviação cruzarem a fronteira da Tcheco-Eslováquia, isto ocasionara o reintcio da guerra mundial. Estou tão certo quanto estava em fins de julho de 1914 que

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À esg.: Vansittart apaixonado

esg.:

(centro), Conselheiro

adversário

Schacht,

que

cedo

do nazismo,

com

se dissociou

de

Diplomático

Sir Anthony

do governo Eden

Hitler. Acima,

britânico e

(esq.). Acima,

à dir.: Gisevius,

O

à

ex-oficial da Gestapo que cultivava superficialmente a Resistência. Abaixo, à esg.: Arthur Nebe, oficial da polícia e simpatizante da Resistência. Abaixo, à dir.: Karl Bonhoeffer.

a

marchara

Inelaterra

novamente

com

a

França e por certo os Estados Unidos são agora fortemente antinazistas. E dificil, pa-

ra as democracias. fazer declarações precisas antecipadamente e a sangue-frio. mas o espetáculo de um ataque armado pela Alemanha

a um vizinho pequeno, e a luta san-

grenta que se seguira, levantarao todo o Império Britânico e obrigarão a que se tomem as mais graves decisões. “Peço-lhe que não se engane sobre este ponto. Tal guerra, uma vez iniciada, sera combatida como a ultima, ate o amargo fim, e deve-se considerar não o que poderá acontecer nos primeiros meses, mas onde estaremos

no

todos

final

do

terceiro

ou

quarto ano. Seria um grande erro imaginar que o massacre da população civil, depois de incursões aereas, impediria o Império Britânico de desenvolver toda a sua potência

belica;

muito

embora

devamos

sofrer

mais no começo do que da última vez (1914-18). Mas a ameaça dos submarinos

esta praticamente dominada por métodos científicos; teremos a liberdade dos mares e o apoio da maior parte do mundo. Quanto plor o massacre aéreo no começo, mais imperdoável será a guerra. Evidentemente, todas as grandes nações empenhadas no conflito,

uma

vez iniciado, lutarão pela vi-

tória esmagadora ou até a morte. “Como julguei que o senhor deveria levar uma mensagem definida para seus amigos na Alemanha que desejam ver a paz preservada e que almejam uma grande Europa onde Inglaterra, França e Alemanha trabalhem Juntas pela prosperidade das massas assalariadas, comuniquei-me com Lorde Halifax. Sua excelência pediu-me para dizer-lhe em

seu nome que a posição do

Governo de Sua Majestade com relação à Tcheco-Eslovaquia estã definida no discurso do Primeiro-Ministro pronunciado na Câmara dos Comuns a 24 de março de 1938. O discurso deve ser lido na integra. Não estou autorizado a destacar qualquer frase especifica do seu contexto, mas devo

chamar-lhe a atenção para o trecho final, a

este respeito ... ““No que se refere à paz e à guerra, não

são apenas as obrigações legais que estão implicadas, e, se a guerra estourasse: não seria provável que ela ficasse limitada aos

que tenham assumido tais obrigações. Seria

42

impossivel dizer onde acabaria psd le | € vernos estariam impl icados. A pr

xoravel

poderosa .

mais

dos fatos

poderia

-

e, nesse caso,

fes

mostrar-se

do que os pronunciam ;

da

qu

ENtos

80 É À) Jor-

estaria dentro dos limi

probabilidade

que

Outros

paises

além dos participantes da disputa original fossem quase que imediatamente envolvidos

Isto e particularmente válido no cas o de dois países como a Grã-Bretanha e a França, com antigas associações de am izade com

Wileresses

dedicados

estreitamente

aos

mesmos

interligados.

ideais

de liberdade

dizer. falando

em meu pró-

democrática e decididos a defendê-los: “Permita-me

prio nome, que acredito que uma solução pacifica e amistosa do problema da Tche. co-Eslováquia abriria o caminho para a verdadeira reunião dos nossos países com base

na

bos.”

grandeza

Houve

outros

e na

liberdade

porta-vozes

de am-

alemães

que

se esforçaram por aumentar a resistência britânica às exigências de Hitler. Um deles,

Theodor

alema

em

Kordt,

conselheiro

Londres,

falou

da embaixada

realmente

com

Lorde Halifax, o Ministro do Exterior. Mas

já era setembro e Chamberlain começava a pensar em ir a Alemanha e negociar pes-

soalmente, o que não passava de uma entrega total da Tcheco-Eslovaquia, o que teria efeito catastrófico no moral já abalado dos generais que estavam à beira de uma

revolta real contra ram

mar

seus

Os

Hitler.

generais dissidentes

que sobrevive-

à guerra não deixariam nunca de afir-

que

Chamberlain

foi

canhões,

anunciando

quem

inutilizou

subitamente que

ele, o estadista mais antigo da Europa, iria |

à Alemanha para negociar com Hitler, cujo

periodo no poder então alcançava apenas cinco anos e meio. Afirma-se que Beck (recentemente

sor,

reformado),

o General

mandante

da

Erwin

área

de

Halder,

von

seu suces

Witzleben

Berlim),

o

(co-

Conde

Wolf Heinrich von Helldorf, Diretor da Po lícia de Berlim, o General Erich Hoepner, que comandava a 3º Panzerdivision, sediada ao sul de Berlim, sem falar de Canaris é

Oster, estavam prontos para desfechar um

golpe contra

Hitler e que daria aos outros

Halder, Chefe do

do

Exército,

Estado-Maior-Geral

1938-42,

Witzleben,

na casa de Oster, em

setembro.

para formar um pequeno grupo de “comandos”, composto de homens de confiança e ativos,

civis. para prender

incluindo

Hitler.

disposições tomaram-se Aparentemente. ainda mais detalhadas para se ter certeza de que Hitler seria morto durante a ação. Mas até que ponto esses planos para um ataque súbito, realizados numa conferência do Alto-Comando, teriam bom resultado é algo que ficará eternamente em dúvida. Todavia, não pode haver dúvida de que, nesse estágio da história do Reich de Hitler, um golpe de Estado antes do “Acordo de Munique” teria reunido maiores probabilidades de obter o apoio geral na Alemanha do que em qualquer outro momento depois da assinatura daquele acordo. Seja como for, a verdade é que a notícia de que Chamberlain estava preparado para ir ao encontro de Hitler em Berchtesgaden profundo

causou

choque

gência

austriaco,

nos

que

planeja-

vam agir contra o Fiúhrer. Para eles, isso parecia quase uma traição, depois dos esforços que tinham feito junto a Gra-Bretanha. Canaris soube da nova durante um jantar, e seu amigo de confiança, o Coronel Erwin Lahousen, do Serviço de Inteli44

informa

que

ele assim

Ewald von Kleist-Schmensin, que se encarregou de colocar a Resistência em contato com o Ministério do

Exterior britânico. 4 dir.: Ribbentrop (esq.), quando embaixador alemão em

Londres, com o adido militar britânico.

reagiu: “O que, ele — visitar aquele homem!” Chamberlain proporcionara o remêdio certo para abafar o já pequeno entusiasmo dos generais para tomar qualquer posição real contra Hitler, que os aterrori-

zava. Assim, o projeto foi adiado, deixan-

do-se aberto o caminho para o notório “Acordo de Munique”, no qual as exigências que Hitler fazia sobre a Tcheco-Eslovaquia foram plenamente satisfeitas. Ninguem, entre o público geral da Grã-Bretanha, parecia dar a minima importância a isso. Naturalmente, prosseguindo em seu trabalho de blefar, Hitler afirmaria que os Sudetos eram sua última exigência territorial na Europa —. mas essa região teria de ser sua, “Eu esmagarei os tchecos”, disse ele a Sir Horace Wilson, que viera a Berlim como

representante de Chamberlain.

O prazo era 1º de outubro de 1938, e os tchecos pareciam ter mobilizado um milhão de homens, enquanto a Grã-Bretanha e à França estavam mobilizando tantos quantos podiam. Roosevelt, falando em nome dos Estados Unidos, apresentou um frágil protesto a Hitler. Mas foi Mussolini quem

e

a guerra. Um jovem de espirito, pertencente aos quadros da Abwehr, Friedrich Wilhelm ordens particulares de Heintz,. recebeu

e

aos seus preparativos para

Acima, à esq.: Franz Gúrtner, Ministro da Justica nazista. Acima, à dir.:

o

caminho

Ee

para se oporem

um

=

Alto-Comando

o

do

="

membros

aa

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O

Acima: Sir Neville Henderson, embaixador britânico em Berlim (sent ado). Suas companheiras são Lady Londonderry e a Princesa Bibescu. Abaixo: Churchill, foto batida durante seus anos de “pregação no deserto”. À dir.: Neville Chamberlain, e seu famoso guarda-chuva.

PTE

ET

interveio como arbitro. a 28 de setembro. e Chamberlain e Daladier. o Primeiro-Minis-

tro francês. apressaram-se A

30

de

de

Hitler

setembro,

a ir a Munique.

assinou-se

o “Acordo

de Munique” e. a 1º de outubro, as forças

|

poderia

|

|

lhante

entraram

derrubar

como

nos

um

o Fiuhrer?

Sudetos.

estrategista

Como

tão

se

bri-

O povo alemão não podia deixar de celebrar vitorias como o Anschluss austriaco e a ocupação dos Sudetos. Em geral, o que ele combatia era a guerra aberta, e isto ficou demonstrado (para desagrado de Hitler) quando o Fuhrer deu ordens a Witzleben para fazer desfilar suas tropas nas ruas de Berlim, a 27 de setembro. só para mostrar O que estava reservado aos tchecos. Todos os componentes da Resistência alema tremeram ante o sucesso do blefe de Hitler, pois Beck e os outros sabiam que a Alemanha não estava, de modo algum, preparada para uma guerra total. “Paz em nossos dias”, bradou Chamberlain ao vol-

Acima:

Halifax,

Ministro

do

Exterior

de Chamberlain. 4 dir.: Feldmarechal

von

Wiitzleben.

tar a Londres. e o povo britânico fez eco a expressão alivio. Mas Goerdeler escreveu. então: “Se a Gra-Bretanha e a França ti-

um sistema capaz de perpetrar tais atos...

ra, Hitler jamais teria usado a força”. Se-

entre

vessem

corrido o risco da ameaça de guer-

Gente respeitável ficou chocada ao ver nomes como Giirtner (Ministro da Justiça) e Schwerin-Krosigk (Ministro das Finanças)

“capitula-

penalidades para os judeus. Aparentemente,

Goerdeler.

gundo

isto fora uma

ção total”. Que Hitler tambem pelos

denciado guinte.

| tendo

do

ano se-

ou, como

achava,

acontecimentos

fracassado

Tendo

pensava assim € evi-

—.

sido virtualmente

traido pela França

e Grã-Bretanha, a quem. segundo pensava, tinha advertido adequadamente quanto à gravidade da situação — o pequeno grupo de Resistência adotou tipo de tatica durante o ano de

1939: tentou evitar a guerra na

Passados

Europa.

menos

de

dois

meses

desde a assinatura do “Acordo de Munique”, a 25 de novembro de 1938, veio o notório pogrom de âmbito nacional (contra s judeus), chamado a Lei de Nuremberg, por ter sido sancionada durante a delirante

Reunião Anual do Partido, naquela cidade. assell, tendo-se afastado havia pouco de oma,

e

examinando

cautelosamente

a

posição em Berlim, escreveu em seu diário articular:

“Estou profundamente perturbado pelo feito sobre nossa vida nacional, que é doinada cada vez mais inexoravelmente por

8

os

autores

do

decreto

prescrevendo

esses homens não estão vendo como se estão degradando e deixando-se usar.” Ele soube, por exemplo, que Hjalmar Schacht, que (como vimos) acabara de demitir-se do seu duplo cargo de Presidente do Reichsbank e Ministro para Assuntos Econômicos, também era implacavelmente contrário a Hitler. Mas Schacht preferiu viajar para o exterior e manter-se em segundo plano. Pelo

final

do

evidente,

exceto

a

15 de

março

(que, então,

estava

era

ano,

para os que estavam completamente alheios ao que se passava fora da Alemanha, que a França e a Grã-Bretanha se rearmavam. Entrementes, Hitler aumentou seu prestígio entre os nacionais-socialistas e seus seguidores,

entrando

em

Praga

de 1939. Até mesmo Sir Nevile Henderson, o embaixador

britânico

sendo tratado de um câncer na boca), sen-

lia-se amargurado pela “quebra de palavra”

do Fiúhrer.

Mas Hitler estava obedecendo à sua intuição pessoal, não às regras tradicionais da negociação diplomática, que se equili-

Acima, à esq.: Hoepner, Comandante de Panzer e futura vítima da vingança de Hitler. Acima, à dir.: Conde von Helldorf, Chefe de Polícia de Berlim, que

fazia parte dos planos de resistência. 4 dir., acima: Mussolini, Hitler, seu

bram nos delicados movimentos de concessões mútuas. Quando sentiu que as muralhas da diplomacia estavam ruindo, ele tomou O que queria por meio da guerra-relâmpago que, por algum tempo, se revelou muito eficiente. As regras da diplomacia tradicional eram ou deixavam de ser observadas. Tudo se subordinava aos interesses de Hitler. A ocupação da Renânia desmilitarizada em 1936, o Anschluss austriaco em 1938, a tomada dos Sudetos neste mesmo ano, e, finalmente, a ocupação da Tcheco-Eslováquia em 1939, todos esses atos tinham sido cometidos sem a menor escaramuça. O povo alemão começou a pensar que Hitler era um mágico cheio de coelhos dentro da cartola. E o mesmo pensava o próprio Hitler que, a partir de 1938, começou a confiar cada vez mais na sua intuição, aparentemente infalível, e na “providência” que o protegia, sem a ajuda e sem o controle de relatórios sensatos vindos do exterior para o Serviço de Inteligência. Ele começou.a desprezar quaisquer informações que não lhe agradassem, enquanto seus ministros e os generais mais servis só lhe davam o que achavam que ele queria saber. E o que Hitler queria, na

primavera e verão de 1939, era a capitulação da Polônia.

=

.

.

=

Es

e

—=

ET



intérprete Paul Schmidt e Chamberlain em Munique, setembro de 1938. Â dir.. embaixo: Chamberlain exibe o “Acordo de Munique” no aeroporto de Croydon: a “Paz em nossos Dias”, como o chamou nesse exato momento.

50

Entrementes, Canaris estava concentran: do suas energias nas táticas necessárias pa ra impedir que a guerra explodisse na Eu ropa, como resultado da crescente megalo-

mania de Hitler. Ele conseguiu outro aliado

importante na pessoa do jovem advogado Fabian von Schlabrendorff, que em 193 tinha 32 anos de idade, fora contrário a nazismo desde os tempos de estudanteé cujas opiniões eram solidamente conserva e

doras

cristãs.

Ele

era

um

dos

poucos

homens que não temia o regime e chegará a publicar trabalhos contrários às política

de Hitler. Mas, muito afortunadamente, ek foi um dos poucos homens ativos da linh de frente da Resistência a sobreviver, em:

bora à custa de terrível sofrimento. Seu lt

vro Revolt Against Hitler (1948), publicado depois

da guerra

e, mais

tarde,

revistoé

reeditado sob o titulo de The Secret Wal Against Hitler, é um trabalho dos mais dif nos

de confiança e de maior volume d

informações

sobre

o movimento

da Resis

tência na Alemanha, especialmente durank

os anos da guerra. Seu comentário sobre 8

relações entre Canaris e Oster é revelado

“Embora Canaris odiasse Hitler e o né

cional-socialismo, ele próprio não se sent* capaz de liderar qualquer ação decisif contra o Fiihrer.

Em

vez disso,

protes”

1 É

|

À 70

í deli É Eu! de hufrs

qu” e E

ii e TT——oooo— — ue

SO

1

O cd

E

TT— a —-—

A EEE a

ERG

Oster e permitia-lhe usar os recursos da Contra-Inteligência de que pudesse dispor

para organizar, fortalecer e ampliar o movimento

de resistência alemão.”

Schlabrendorff tornou-se um critico muito severo dos britânicos e dos franceses.

por entender

que as duas potências com-

portaram-se de certo modo covardemente até setembro de 1939, no que dizia respeito

a Hitler. Ele achava que uma

atitude mais

ep

es E

vigorosa poderia ter refreado suas ambições com muito mais eficiência nesse periodo importante do que mais tarde, quando a guerra já havia estourado. O próprio Hitler tornou-se muito mais isolado, mais insensivel à razão, cercado, como estava, por homens

totalmente

empenhados

em

servi-lo,

alemães

saúdam

a

Wehrmacht. À dir.: Hitler e seus guarda-costas SS entre os sudetos, 3 de outubro de 1938.

um periodo em que sv .e7 potco mais48

que

mandar

avisos,

em

varios

niveis,4

Gra-Bretanhac aos países a oeste da Ak;

sobre o ódio que se desencadeant

manha,

sobre a Polônia e Danzig. Entre essas

vertências havia uma

que lan Colvin cof É

seguiu fazer pessoalmente ao Primeiro- M

nistro,

a

29

de

março,

com

a ajuda 0

embaixada britânica em Berlim e do Mins tério das Relações Exteriores. Colvin ho 1 informado das intenções de Hitler pafi

com a Polônia diretamente por Beck e é

ter. Essa entrevista, pelo menos, parece * alcançado seus objetivos: a 31 de mi

das forças armadas

(0KW).

França e a Grã-Bretanha estariam prepê

te, Georg

se mantinham

o circulo

interno do Alto-Comando Somente

Hal-

der e outro general parcialmente descontene

Sudetos

como Brauchitsch, Comandante-Chefe do Exército, Wilhelm Keitel, Alfred Jodl e Walther Warlimont. Esses serviçais consti-

tuiam

e

Acima:

Thomas,

mais

ou

menos em contato com Oster. Portanto, primavera e verão de 1939 foi

52

anunciou-se na Câmara dos Comuns qué

das para ajudar a Polônia se sua indep* dência fosse ameaçada. Mas Hitler, evide

| k

|

perguntas e respostas, impressionaram. profundamente. Sentia-me na presen E um

histórica. Ao

estadista

de estatura

as

personalidades;

trário

todas

monstrava

de Lloyd

Churchill

Lloyd,

Lorde

de

tampouco RE

alimentar quaisquer

sobre

Sta

de

das dúvidas

a força e a determinação

do seu pais. Ao contrário, Churchill pare. cia confiar em que a nação inglesa di basicamente firme e plenamente lutar com denodo ...

“Durante

nossa

conversa,

capaz de

ele demons.

trou grande interesse pela oposição alemã

Por fim, perguntou-me se podia garantir-lhe

uma ação bem sucedida por parte do nosso grupo. Não me era fácil responder e hesitej por instantes antes de responder-lhe negativamente. Achei mais importante manter-me realista e não me entregar a devaneios. Em

Coronel Warlimont,

de Operações Exército.

do

Chefe

da Seção

Estado-Maior

do

blefador. O Fúhrer foi franco em seus vociferantes ataques à Polônia, enquanto seus

planos de invasão desse vizinho recalcitrante do Leste eram discutidos cada vez mais francamente com seu Estado-Maior. Ao mesmo tempo, entre junho e agosto, ele procurou solapar quaisquer tentativas irresolutas da Grã-Bretanha e da França de formar uma aliança constrangida com - Moscou, fazendo ele próprio a mesma coisa. Stalin era tão cínico quanto Hitler nessas questões, e esses dois homens, rivais implacáveis nos sonhos de conquista da Europa, assinaram um tratado de não-agressão em agosto de 1949, para protelar um pouco o inevitável ajuste de contas entre ambos.

Entrementes,

os contatos entre Berlim e

Londres se multiplicavam. O próprio Goer-

deler tornou a avistar-se com Churchill, em maio, e disse-lhe da natureza da Resistên-

cia alemã. Mais tarde, no verão, Churchill também recebeu a visita de Schlabrendorff,

que foi à Grã-Bretanha a pretexto de fazer uma pesquisa, e também conseguiu encon-

trar-se com Lorde ainda não ocupava

verno, o seu “A dirigir

Lloyd. Churchill, que nenhum cargo no go-

impressionou a Schlabrendorff com vigor: aparência de Churchill, seu modo de a conversa, sua sequência rápida de

vista das dificuldades do viver sob uma tirania e, ao mesmo tempo, trabalhar para sua

um

derrubada,

impossivel

parecia

golpe de Estado

bem

|

garantir

sucedido. Alias,

acredito que Churchill compreendia plenae que sua pergunta

mente esses problemas

| visava a pôr minha reação à prova.” Entre os que foram à Grã-Bretanha nes: | sa época incluiam-se Adam von Trott zu Solz, um

e o Conde

erudito que estudara em Helmuth

von

Moltke,

Oxford,

que era

meio britânico e durante algum tempo fora membro da advocacia britânica. Ambos amavam a Grã-Bretanha e estavam entr os intelectuais alemães que desprezavam Hitler e detestavam o que ele estava fazem do ao seu país. Moltke viria a criar seu próprio centro de oposição, na forma do circulo de intelectuais que se reunia nor malmente em Kreisau, sua casa de campo.

Na maioria, eles eram partidários da não violência. Era esta a situação enquanto a Europi

se dirigia para um estado de guerra. “Pra

ga”, disse Henderson a Hassell, em particl

lar, “foi a gota de água que fez transborda! o copo. Agora seria impossível a Chamber” lain voltar lá com seu guarda-chuva”. 0

pacto alemão de não-agressão com a RUS

sia, assinado a 22 de agosto, incluía outro

acordo, secreto, no qual se definiam várias

esferas de interesse no Leste, incluindo à divisão da Polônia entre a Alemanha € º

União Soviética. Nada poderia deter Hitleh agora que, pelo menos

por enquanto, &

lan Colvin, o jornalista britânico quem a Resistência procurou.

a

Fabian

aristocrata

dentes da Rússia haviam sido arrancados. As tentativas de Beck e de outros de intervir no Alto-Comando foram simplesmente

repelidas. Os exércitos de Hitler cruzaram as fronteiras polonesas as 04:45 h da ma-

nhã de sexta-feira, 1º de setembro, e, passadas três semanas, tudo estava terminado

para esse altivo pais.

Contudo, para irritação de Hitler, a GrãBretanha e a França declararam guerra à Alemanha. Canaris mal teve tempo de avisar ao adido militar britânico em Berlim de que o ataque aéreo a Londres estava marcado para 3 de setembro, antes que os membros da embaixada partissem. Mas Halder conseguiu fazer com que se cancelasse esse ataque, tendo então início o inquieto periodo da “guerra falsa”. Durante esse periodo, Oster, com conhecimento de Canaris, viria a fazer o que pudesse, e com grandes riscos pessoais, para advertir antecipadamente aos países a oeste da Alemanha do que os estava aguardando. Canaris, em particular, tinha agora de desempenhar papel duplo -. controlar as verdadeiras atividades da Abwehr, ao mesmo tempo que

a

usava

para

frustrar,

tanto

von

quanto

possivel, as intenções de Hitler no Ocidente, a medida que via seu desenvolvimento. Ele ficou horrorizado com o que estava ocorrendo na Polônia. Goerdeler disse a

Schlabrendorff,

outro

alemão.

Hassell que Canaris “voltara da Polônia totalmente sucumbido”. Sua melancolia natural intensificou-se, passando ele a sofrer ataques de profunda depressão. Em

agosto,

a guerra já iminente,

ele se

apressou em recrutar Dohnanyi (com a patente de major) para o Escritório Central, Departamento “Z” da Abwehr. Canaris, Dohnanyi e Oster (agora major-general) viriam a trabalhar intimamente no planejamento da futura atividade de resistência. Dohnanyi, calmo, reservado e metódico,

era liberal-cristão, contrário a qualquer tipo

de radicalismo. Os chefes de vários dos departamentos da Abwehr tinham a mesma

mentalidade de Canaris —. por exemplo, o Coronel Hans Pieckenbrock, chefe da es-

pionagem externa; Coronel Georg Hanson, seu sucessor; Coronel Hans Grosscurth,

chefe

Erwin

ses

da

sabotagem

Lahousen,

legalistas

da

no

exterior;

e outros. Mas

Resistência

Coronel

mesmo es-

tinham

de

cumprir seus deveres normais como prote-

ção para o resto —. por exemplo, foi Pieckenbrock quem traçou com Quisling os

planos de invasão da Noruega, em Cope-

nhague.

Embora

Beck,

Canaris

e Oster revives-

sem, por algum tempo, a ideia de um golpe

realizado por um grupo de generais resolutos no Alto-Comando, o elemento de liga-

55

ção principal daqueles no OKW, General Halder. acabou por revelar-se inadequado. O dominio de Hitler sobre seus generais

alemã da Dinamarca e Noruega tornaram inuteis quaisquer discussões desse tipo, Mais importantes que a solitária es

ram a temêlo cada vez mais. com suas exigências repentinas, suas explosões de co-

ativas de um d agentes de maior confiança de Canaris Do

agora

praticamente

total e eles passa-

lera e suas ameaças de demissão. Eles estavam presos às patentes, salários, pensões e privilégios da profissão. Os planos para o golpe de Estado foram realmente esboçados

de novo mo

veio

por Oster (o “Estudo a

ser

chamado).

e

Oster”, co-

organizou-se

gradativamente uma pequena rede de oficiais em posição de deslocar homens. Paralelamente a esses planos, que viriam

a frustrar-se porque nenhum general bem situado podia ser induzido a liderar, houve várias tentativas de instituir negociações de paz com a Grã-Bretanha. Hassell, agindo

por conta própria, fez uma tentativa pessoal, atraves de um amigo de Lorde Halifax. chamado J. Lonsdale Bryans —.. com

quem de

se encontrou,

Halifax

e com

seu

com

o conhecimento

consentimento

relu-

tante, em fevereiro de 1940, na Suiça, e mais tarde, em abril, depois que a invasão

lação de Hassell para consegui o fo. paz à “eUIF ram as prolongadas tent Josef Muller,

um

advogado

de Muni

e

catolico praticante, de obter o consentimes” to do

Papa Pio

XII,

Eugenio

Pacell;,



agir como intermediário nas possiveis negociações de paz. Miiller, que foi a Roma em outubro de 1939, trabalhou principal. mente por intermédio do Padre Robert Lei. ber, jesuita alemão ligado ao Vaticano, em.

bora

mente

o Papa desde

conhecesse

os tempos

cio Apostolico

em

em

Miiller pessoal que fora Nú.

Berlim, na década dos

20. bem como a Beck e Canaris. Eles se haviam conhecido quando exercitavam seus

cavalos. O futuro Papa praticava hipismo durante sua estada na Alemanha. O Papa Paceli era germanófilo, bem como diplomata

preparado,

tendo

sido

Secretário

de

Estado de 1930 a 1939, antes da sua eleva-

ção ao papado. Múller não encontrou mui ta resistência

no

Vaticano

e suas

negocia

re

cra

À

=

PARE

E

r

a Meo

a

PR

à

so

ic.

A esqg.: Helmut

PA

Ur

E O

von

qr

Moltke. Acima:

Molotov assina o pacto de não-agressão de dez anos com Alemanha, agosto de 1939.

ções passaram

a

a ser conhecidas no corpo

interno da Resistência pelo codinome “Operação X”. A despeito de suas simpatias pela Alemanha, o Papa estava profundamente perturbado diante do comportamento das forças de Hitler na Polônia. O ministro britànico no Vaticano, Sir Francis D'Arcy Osborne, foi informado dessas iniciativas extra-oficiais de paz da Alemanha e as comunicou à Grã-Bretanha. Como Hassell, Miiller estava interessado em esboçar as condições básicas segundo as quais se poderia estabelecer a paz com a Grã-Bretanha e as

condições

propostas

receberam

a aprova-

ção tácita do Papa. Os termos estipulados receberam o nome de “Memorando X” e foram tiradas cópias, em Roma, para Berlim e Londres, sendo uma versão deste en-

tregue a Brauchitsch por Halder. “Isto é pura traição”, exclamou Brauchitsch, recusando-se a dar maior atenção ao documento. A cópia alema do documento foi conservada por um oficial de grande confiança

da Resistência, Coronel Werner Schrader. Mas essas tentativas para se chegar a négo-

ciações de paz, como as de Hassell, tornaram-se inúteis quando Hitler invadiu a Escandinavia.

Entrementes, Oster vinha fazendo o que podia para salvar a situação. Usando seu amigo Coronel Jacobus Sas, adido militar holandês em Berlim, como intermediãrio, ele enviou uma série de advertências a Dinamarca, Noruega e aos Paises Baixos, dando as datas verdadeiras das planejadas invasões daqueles paises, datas que, devido aos constantes adiamentos por parte de Hitler, de início pareciam invencionices. Miller também mandou seus avisos, atraves do Vaticano,

tendo-os

recebido

de Oster.

Por

estranho que pareça, o serviço alemão de monitores interceptou a mensagem cifrada

57

odo enviado belga e tanto a SD como (irde nicamente) à Abwehr foram informadas estava que um agente alemão no Vaticano as. passando informações altamente secret

Canaris, num

golpe de génio, incumbiu

o

próprio Miller de investigar a quebra de sigilo! Mas a história não acabou ai, pois

outro agente da Abwehr apresentou um relatório em que Miller era diretamente acusado da quebra de sigilo. Canaris teve de suprimir arbitrariamente essa prova. Finalmente, a 3 de maio, Oster deu a Sas a data definitiva para a invasão da Holanda, que Sas transmitiu, em mensagem cifrada, ao Ministério da Guerra holandês, em Haia, A invasão finalmente ocorreu, tal como prevista, a 10 de maio. Criou-se então um impasse nas atividades dos conspiradores. A queda da França, da Bélgica e dos

Países

Baixos,

em junho,

vindo logo em seguida a da Dinamarca e Noruega, em abril, deu a impressão de que Hitler era imbatível,

com

Em julho, a Romênia,

seus valiosos campos

petroliferos,

se

colocou sob a proteção da Alemanha, após

uma invasão parcial pela Rússia. Cercado pelos seus generais, e protegido pelo - seu

modo de vida cada vez mais isolado, Hitler

era para os conspiradores um alvo dificil. Entre junho de 1940 e junho de 1941, o

mês da ofensiva contra a Rússia (por cujo destino

Canaris

e seus

colegas

pouco

se

importavam), os planos dos conspiradores concentraram-se no assassinato do Fuhrer por um único agente ou por um grupo pequeno e decidido. Já então era obviamente impossivel o plano anterior, de um golpe de Estado militar seguido do julgamento público de Hitler. Grande parte da Alemanha cerraria fileiras em torno do Fúhrer, libertando-o. A ala mais velha da Resistência passou gradativamente a concordar com a opinião da mais jovem ... era preciso assassinar Hitler. Uma pequena minoria, inclundo Goerdeler, jamais conceberia a possibilidade de matá-lo, pois isto era contrario à crença cristã tradicional. Mas, de qualquer

modo,

os

civis

nada

poderiam

tentar; somente os do exercito, que de algum modo tinham contato com Hitler, estando, portanto, em condições de tomar À esq.: Adam von Trott zu Solz em seu julgamento.

medidas

violentas contra ele.

Quando,

durante

o verão

de

1940,

foi

adiada indefinidamente a invasão da GraBretanha, Hitler voltou-se todo para a cam-

panha

maciça

contra

a

União

Soviética.

Na frente oriental, as esperanças dos cons-

piradores começaram a centralizar-se na pessoa de outro jovem oficial do EstadoMaior, General-de-Divisão Henning von Tresckow, de quem Schlabrendorff, agora no

exercito,

fora

nomeado

ajudante-de-

campo. Tresckow tinha apenas 40 anos ds idade; era homem de grande sensibilidade e profundamente contrário a Hitler. Como

oficial

do

Estado-Maior,

ele mantinha

es-

treito contato com o Feldmarechal von Kluge, agora ja com 60 anos de idade.

comandante de um dos sete Corpos de Exércitos encarregados da próxima blitzkrieg contra a Russia. Apenas dois anos antes,

quando

da

crise

Blomberg-Fritsch,

Kluge fora um dos generais a quem Hitler demitira por serem contrários aos seus planos, embora o Fihrer não soubesse que O general estava prestes a entrar para a Resistência.

Entretanto,

ele fora readmitido

e

recebera a patente de Feldmarechal, para satisfação de seu orgulho. Assim como Hitler vacilara a seu respeito, também Kluge vacilaria quanto ao Fúhrer, pesando sua própria segurança e seu interesse pessoal na balança da conveniência. Mesmo assim, ele era o comandante mais graduado, na

frente

oriental,

em

contato

direto

com

os

sobre Moscou,

es-

membros da Resistência e Tresckow agia como aguilhão na sua consciência, enquanto Schlabrendorff se mantinha em contato com os homens em Berlim. Era esta a situação durante o transcurso do temível inverno de 1941-42, quando o Grupo de Exércitos de Kluge, na parte mais intensa do avanço

tava imobilizado a apenas 40km do seu objetivo. A despeito das ordens de Hitler,

que eram no sentido de não ceder terreno, Kluge foi obrigado a ordenar uma retirada parcial; o próprio Hitler assumira o comando executivo do exército quando Brauchitsch sofreu um ataque cardiaco. Entrementes, o destino da Alemanha estava sen-

do selado; Hitler praticamente pareceu não

perceber quando os Estados Unidos lhe declararam guerra, em dezembro, depois do ataque japonês a Pearl Harbor. Canaris

59

]

es

a

|

Acima:

Vanguardas

de assalto

farpado. Abaixo: Tropas

alemãs

alemãs destroem de

um

reconhecimento

ER

emaranhado

na

Franca,

de arame

maio

de

1940. 4 dir.: Hitler em seu passeio da vitória por Paris, julho de 1940. sua única visita à cidade que admirava.

Foi

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do

fazendo proselitismo com todos

cia, escrevendo

e dUE Conhe.

memorandos

cessar e preparando governos d cia para assumir o controle qua

da de Hitler. Os lideres da Resistência

mente

dos

diam

muito

sensiveis

acontecimentos,

ao

C eMergên,

eram nat

fluxo

e re

na medida em qu

Ural. luxo

a . avaliá-los do seu centro em B erlim, p

suplementados pelo ponto de vista relativo É mente mais amplo e mais internacional d Canaris e Goerdeler. Embora a Alemanha hitlerista parecesse estar no apogeu . com seu império estendendo-se agora desde a costa atlântica da França até O interior df Russia

e ao

pados

do

Caucaso,

trionais da Noruega

General

von Tresckow

Henning

concentrou-se,

com

êxito, em

manter

a Es-

panha de Franco fora da guerra; ele visitdria aquele pais muitas vezes entre 1940 e 1943, ostensivamente como representante especial de Hitler para negociar o envolvimento da Espanha ao lado do Fuhrer. Mas Canaris era perito em cavilações e sabia como persuadir a outros a fazer o mesmo. Alem disso, ele conservou suas relações o sucessor de Heydrich, Walther com Schellenberg, depois do assassinato do primeiro, em Praga, em maio de 1942. Conseguiu manter seu bom nome com a SS e a SD até o último momento possivel; sabia também como manter-se afastado de Berlim, onde Oster estava sempre pronto para assumir o posto. Canaris não parava de viajar, normalmente pela área do Mediterrâneo, aquecendo seu pequeno corpo ao sol. Mesmo no auge do verão, sempre usava casaco. Um dos seus assistentes o descreveu como “muito inteligente, e animado”. Mas conseguiu manter-se calmo a despeito dos mais perigosos jogos ambiguos que ele e seus colegas estavam jogando. Oster tinha enviado um aviso secreto a Belgrado, em abril de 1941, em antecipação ao ataque repentino de Hitler à Iugoslavia, bem como à Grécia, antes da invasão

da

Rússia.

Como

Canaris,

Goerdeler

não parava de viajar, mas era muito menos

discreto em

62

externar seus pontos de vista,

e dos

fiordes seten.

até os territórios ocu-

Mediterrâneo

e da África dl

Norte — os que tinham conhecimento es. É tavam cônscios de que Hitler estender seus recursos militares para além da capa: cidade de estes serem eficazmente agressi. vos. Às tentativas da Resistência de chegar a um acordo com a Gra-Bretanha foram parcialmente frustradas pela determinação de Churchill de que a Alemanha deveria render-se incondicionalmente (o que em muito difícil, segundo o tipo dos acordos originariamente pretendidos por Muller ou Hassell) e, em parte, pelo acordo aliado &

janeiro de 1942, de que nenhum deles assnaria uma paz em separado com a Alem:

nha.

Não

obstante,

em

maio

de

1942,0

Pastor Bonhoeffer, da 4Abwehr, representar

do a Resistência, reuniu-se com o Bis Bell, da Grã-Bretanha, na Suécia neutra,é

deu-lhe

os detalhes

da Alemanha,

nais

de

da

Resistência dent

implorando,

reconhecimento

em vão, por &

oficial

e público

por parte de Churchill ou do governo bri

nico, assim que Bell lhe transmitiu a info

mação recebida. u avo Por outro lado, a maré começo tar-se contra Hitler entre maio de 94 mês em que as incursões dos mil bombi! deiros da RAF começaram a cobrar &

tributo às indústrias e cidades alemas,

fins de janeiro de 1943, quando, conaE riando as ordens explícitas de Hitlef| €

Feldmarechal Paulus se rendeu em St"

grado.

Rommel

também

sofrera

seus

+

meiros contratempos sérios em El Alant8 na África do Norte. Também a Resist” experimentou seu primeiro golpe pes”

Acima:

Abaixo:

Soldados

Patrulha

das

alemã

Waffen-SS

mortos

na

neve

antiguerrilheiros na Rússia.

russa,

dezembro

de

1941.

Kluge,

Exército

Comandante

alemão.

O Pastor Bonhoeffer, grande teólogo,

executado por atividades resistência.

de

Wilhelm Schmidhuber, companheiro de Muller nas negociações no Vaticano, foi bastante insensato a ponto de cometer cer-

assassinato

interrogatório

quando necessário, com as pessoas vincula:

brir que

levaram

Miller

Sua prisão e

a Gestapo

e, pior ainda,

a desco-

Dohnanyi,

haviam estado implicados em questões que poderiam ser consideradas traição. Ás in-

vestigações

prosseguiram

lenta e angustio-

samente por todo o inverno de 1942-43, e, com Canaris bastante nervoso c Oster expressando sua ansiedade com bravatas ex-

cessivas, a Resistência decidiu haver chegado o momento mais propício para uma ação decisiva. O julgamento e a execução

de Hans e Sophie Scholl e seus colegas universitários, em fevereiro de 1943, contri-

buiriam para que se decidissem os conspiradores a agir, embora os Scholl não tivessem qualquer ligação direta com a Resistência “oficial”. Hitler tinha de ser morto. Mas como? Eles se voltaram para Tresckow e Schlabrendorff como sua esperança mais certa e

imediata. O esquema a ser adotado seria o do golpe de Estado, que foi predominante

no periodo-chave das atividades da Resis-

tência, em 1943 e 1944. Tresckow e Schlabrendorff assumiram a responsabilidade (se possivel, com o apoio de Kluge) pelo

64

numa das suas raras visitas à frente orien-

am

tal. Schlabrendorff continuou a atuar como! ligação entre Berlim e a frente oriental e, das à Resistência e que estavam no Q-G dê

Hitler em Em

Berlim,

te, situado

Rastenburg, na Prússia Oriental. outro

aliado

novo

e importan:

no Ministério da Guerra, era O

General Olbricht, Chefe do Abastecimento para o Exército de Reserva comandado pe

lo General Fromm, que do ponto de vista = da Resistência, infelizmente, era totalmente indigno de confiança. Todavia, com ho mens do calibre de Beck, Hassell, Schacht e Gocrdeler como os primeiros chefes d um governo curador, julgava-se que os 6º nerais, em todas as frentes, lhes dariam & bom grado apoio, assim que Hitler tivess sido eliminado. Mas a Resistência não plt nejou praticamente nada além disso durar te o ano de 1943.

CATE Rs

tos delitos serios na época.

de Hitler quando este estivesse

Tresckow (a quem Schlabrendorff chê

mava de relojoeiro, porque cle tinha de dar corda diariamente à vacilante oposição Kluge

a

Hitler)

reuniu-se

com

CanariS

Dohnanyi no começo de 1943, em Sm

lensk, onde o Grupo de Exércitos Cent de Kluge

estava estacionado.

Canaris di

farçou sua reunião organizando uma con

CESTA

do Segundo

von

“ETA

Feldmarechal

r porre ta! Em

ruas de Berlim, junho de Acima: Cortejo fúnebre de Heydrich percorrendo as s provocou

inato 1942. Abaixo: O funeral de Heydrich. Seu assass represálias, inclusive a destruição de Lidice. “=,

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ço

Os que objetivam assassinar um chefe de

Estado policial têm de, antes, resolver mui-

tos problemas. Alguns já foram aqui ventilados, como no caso específico da conspiração para matar Hitler: o juramento de lealdade pessoal, que fez com que mesmo os que mais criticavam seu regime hesitassem em tomar qualquer atitude direta contotal

tra ele, a quase

falta de acesso, por

parte dos elementos da conspiração, à pessoa do Fiihrer, e a presença constante de homens e mulheres que lhe eram inteiramente dedicados. Acrescente-se a esses fatores a natureza especial do próprio homem.

Hitler

Mudança

não



era

o

único

da guarda do SS

ditador

Leibstandarte Adolf Hitler no pátio ua nova

Chancelaria

do

Reich.

de

grande parte da Europa. como tambem, em muitos aspectos, um recluso excêntrico que criou seu próprio padrão de vida extraordinário e rigidamente fechado. Por natureza, ele era um pequeno burguês, conservando muitos dos seus hábitos urbanos dentro do esplendor das grandes residências que fa-

ziam parte da sua posição elevada —

a

chancelaria em Berlim e seu requintado retiro de montanha, em Berchtesgaden. Sem avisar seu Estado-Maior, ele passava de um local para outro, variando apenas quando nos periodos de permanência em seus aposentos no exército, sendo que O principal destes, na época, era Rastenbure, na Prússia Oriental, cerca de 460 km de Berlim. Onde quer que estivesse (e ele pas-

sava semanas, às vezes meses a fio, em Berchtesgaden), muitas vezes trocava a noite pelo dia — permanecendo acordado até altas horas

a conversar

interminavelmente

com o circulo intimo de jodes-ninguém que se prendiam às suas palavras. inclusive sua patética e desanimada amante, Eva Braun,

despertando

tarde,

na

manhã

seguinte.

c

descansando demoradamente depois do almoço. Ele se tornava mais e mais egocentrico. confiando cada vez menos nos conselhos de especialistas que estivessem em de-

sacordo com seus pontos de vista e. na verdade, desconfiando de todos os especia-

listas, ficando apenas com seu notório julgamento intuitivo, sem o apoio de informes realmente corretos enviados das frentes de

guerra. À medida que os destinos da guerra se voltavam

contra ele, em

1943,

Hitler

se ressentia das mas noticias, e muita coisa que ele deveria ter sabido e levado em conta era-lhe, por isso, ocultada por Keitel e

outros, que temiam tornar-se portadores de mãs novas. Portanto,

ele

tinha

de

ser

os odiosos

assassinado

pelos conspiradores na Chancelaria ou em Berchtesgaden, ou em um dos seus vários Q-G, ou no trajeto entre esses lugares. Co-

mo todas as suas viagens eram

empreendi-

das repentina e imprevisivelmente, de modo

que até mesmo a polícia só raramente era notificada do caminho

que ele tomaria, se-

rancar o poder das mãos do Fiihrer. Ela estava sempre preparada pa ra qual eventualidade. incluindo o tipo de mi

de comando introduzida de fora da Alea nha e que levara ao as sassinato de Hey. drich,

quando

num

carro

percorria as ruas de

aberto do Estado-Maior.

al Praga,

Quando um atirador solitário tent ou co htra a vida de Goebbels, em 1943, Hit ler a dvertiu vigorosamente ao seu Ministro da Propaganda e Esclarecimento Públ ico dos perigos de deixar-se servir de alvo e, depois, presenteou-o com um carro blin dado, no

Natal.

Talvez se fique imaginando como tanta

coisa podia ser dita, se não feita, por tantos indivíduos, alguns dos quais, como

Goerdeler, prio

para

Oster,

Stauffenberg não

si e seu

opiniões. Gestapo

Os

o pró-

amigos

as suas

guardavam

circulo

homens

estavam

e mesmo

de

inteiramente

mais inteligentes da

cônscios

de que um esta-

do de conspiração contra o regime era coisa que a qualquer momento poderiam ter que

enfrentar.

Portanto,

giar constantemente

eles tinham

de vi-

todos os tipos de sus-

peitos, importantes ou não. Mas isto não quer dizer que os suspeitos seriam presos tão logo os primeiros indícios de provas contra eles chegassem ao conhecimento da Gestapo. Longe disso; contanto que os conspiradores estivessem apenas conspiran-

ria bastante dificil surpreendê-lo. Suas visitas à frente de batalha eram igualmente imprevisíveis e cada vez mais raras. Naturaimente, ele estava ciente de que poderiam tentar contra sua vida e esta claro que estava decidido a proporcionar o minimo de oportunidade possivel a um assassino de penetrar suas defesas. Normalmente as datas de suas chegadas e partidas repentinas não eram anunciadas. Ele também era cuidadosamente protegido por homens escolhidos das SS, inclusive seus guarda-costas pessoais, quando es-

era famosa por fazer ataques rápidos em horas mortas. Ela também era notória pelo jogo-de-gato-e-rato com seus suspeitos mais

soas em geral. Nenhum visitante podia che-

Mas isso não era tudo. Havia rodas que

tava em viagem ou na companhia de pes-

gar armado

virtualmente

à sua presença; portanto, era

impossivel sacar de um

revól-

ver oculto, fazer pontaria e disparar, embo-

ra houvesse vários homens valentes que se

tivessem

oferecido

para tentar essa missão

suicida, ainda que necessária, A

Gestapo

estava

permanentemente

atenta a quaisquer prováveis assassinos fossem loucos, fanáticos, comunistas ou outros adversários políticos —. e não à qualquer conspiração generalizada para ar-

72

do, e não prontos para agir imediatamente, a Gestapo achava muito mais útil deixá-los a solta. Eles talvez fossem até mesmo enco-

rajados um pouquinho para que suas atividades pudessem ser observadas e descober-

tos seus contatos. Naturalmente, a Gestapo

valiosos.

giravam dentro de rodas. Num determinado estágio, a ala civil da Resistência pen-

sou seriamente até em trazer Himmler para a conspiração, caso em que gato e rato caçariam juntos. Os conspiradores compreendiam que os homens da cúpula — especialmente Goebbels, Góring e Himmler — Cada um considerando-se o verdadeiro sucessor de Hitler, caso a saúde ou a razao deste falhasse, caso ele morresse, ou fosse assassinado. Embora Góring fosse o her-

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deiro legal de Hitler, ele estava inteiramente desacreditado, devido ao seu fracasso, co-

mo lider da Luftwa/fe, em proteger a Alemanha durante os ataques aéreos e pela propensão para as drogas. Não havia duvida de que Himmler, sem dúvida o que mais fanaticamente se dedicava aos três principios nazistas essenciais, era também o melhor situado para tomar o poder. Ele tinha

toda a policia, secreta ou não, sob seu co-

mando,

viam

e os contingentes das SS que ser-

nas

também

Quanto

forças

armadas,

as

Wa/jen-S5S,

eram, tecnicamente, seus.

a Goebbels, ele não tinha forças

à sua disposição e somente o respeito à sua lingua viperina e à sua inteligência perigosa poderia dar-lhe qualquer posição junto aos outros

se Hitler

desaparecesse.

A

medida

que os conspiradores civis estudavam seus

inimigos para fazer deles um aliado, ainda que temporário, eles chegaram à conclusão de que talvez valesse a pena aproximar-se

de Himmler, por mais cautelosamente que

Berghof, a vila de Hitler no

Obersalzberg, perto de Berchtesgaden.

se tivesse de fazer tal coisa. Sabia-se que muitos oficiais das SS estavam céticos quanto ao desfecho da guerra, agora que muita coisa desfavorecia a Alemanha. Assim, a 26 de agosto de 1943, o Dr. Johan-

nes Popitz, Ministro das Finanças da Prússia e um dos homens menos preeminentes, mas ainda úteis, entre os civis hostis a Hitler, viu-se apresentado a Himmler. Quem fora Carl a apresentação possibilitara Langbehn, membro

da Resistência que, em

outro papel, fizera algum trabalho de Inteligência para Himmler. Relatos contraditórios sobre o que ocorreu nessa estranha reunião ainda sobrevivem, mas é de supor que Popitz, com efeito, instou com Himmler, como o homem mais “responsável” na hierarquia nazista,

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enforcados. enquanto Himmler se retirava cada vez mais para a utopia da brinca deira

de negociações de paz com os aliados, realmente

debates

Antiga foto de Eva

Braun,

amante

Hitler, que a desposou momentos antes de seu duplo suicídio.

de

em seu diário: “Ele fechou cuidadosamente

to eu o privasse da minha presença embaraçosa. Quando comecei a protestar, interrompeu-me com rispidez ... Toda vez que pedia

suma, foi pedido a Himm-

te, esse tipo de ação por conta própria, e Langbehn sabia disso; mas em questões asHimmler

sempre

recuava

mais do que avançava, detido pela agonia da indecisão. Na verdade, ele estava preo-

cupadissimo com o estado de saude de Hitler e (se atreveria ele a admitilo?) com

sua sanidade mental.

a

Talvez fossem os longos anos de frustra-

ção que levaram a esse contato fracassado com Himmler, ato este que tocava as raias

do desespero

e pelo qual Langbehn

e Po-

pitz mais tarde foram presos e finalmente

76

as portas e

comigo. Ele reagiu bruscamente a minha resposta jocosa: pediu-me que por enquan-

ocultas do Fiihrer. E verdade que Himmler vinha considerando, ainda que evasivamenperigosas

quaisquer

janelas e anunciou, com certa ênfase, que tinha uma questão muito seria a discutir

ler que estudasse, nos próprios interesses de Hitler e da nação alemã, o empreendimento de alguma forma de negociação de paz às

sim

com

transmitiu o aviso, e que Hassell descreveu

mente, a guerra não poderia prosseguir com sucesso porque a corrupção, de todos os lados, estava solapando os planôós do Fuhrer — por mais previdentes que estes naturalmente fossem. Popitz, ao que se diz, apresentou esses argumentos a um Himmler atento, cerimonioso, mas virtualmente calado -.. que, de qualquer modo, estava ciente de que Popitz era um dos suspeitos Em

serios.

comprometer

Contudo, o que Himmler estava decidido a fazer era destruir a Abwehr e tomar à si toda a tarefa de direção do Serviço de Inteligência. Nessas condições, era importante apertar o cerco aos homens diretamente vinculados à Abwehr, e cuja lealdade ao regime era de todo suspeita. Ja em abril de 1942, também Hassell fora oficialmente advertido por Ernst von Weiszacker, Secretário de Estado Graduado no Ministério das Relações Exteriores, de que estava sendo observado pela Gestapo. A atmosfera de medo é visivel na maneira agitada como esse alto funcionário

para que salvasse a Alemanha da guerra autodestrutiva. A despeito do indubitavel “gênio” de Hitler, disse Popitz cautelosa-

da Gestapo.

se

sem

esclarecimentos,

ele

me

interrom-

pia... À seguir passou a cumular-me de reprimendas, caminhando agitado para lá e para cá. Eu tinha sido incrivelmente indiscreto, o que era espantoso; aliás, “com O devido respeito”, minha mulher tambem o fora. Tudo isto era bastante sabido em certos lugares (a Gestapo) e eles afirmavam até mesmo terem documentos. Exigiu, vigorosamente,

que

eu corrigisse

meu

compor-

tamento... Não deu atenção à objeção que fiz, de que ele parecia associar-se à

essas acusações infundadas ... Eu não tinha idéia, disse-me ele, dos motivos por que as pessoas (a Gestapo) me procuravam. Tudo o que cu fazia era observado. Por

certo eu deveria queimar tudo que tinha em anotações que abrangiam conversas em que este ou aquele indivíduo dissera tal ou qual coisa. Claro que se referia a si próprio. Ele se opunha aos meus esforços de obter OS fatos subjacentes nisso tudo; isto interessava ao meu comportamento futuro, não ao

passado. Por fim, ele disse: “Agora, au/ Wiedersehen, mas, por favor, não volte

pro

uito cedo: sustava com as se o nã l el ss Ha E € chegou “

mas logo escondeu-se seu parar de escrever mente. uem

Outro

à Gestapo

o facilidade,

mesmo a temporaria-

diário r, suspeito era Goerdele agora

a

vigiava atentamente.

nta, que Suas indiscrições eram de tal mo ecê-lo do que nh co so go ri pe is ma era muito a Hassell.

staDurante o período de 1942-43,Seu à prGeimei-

O cerco. po começou à apertar a propria ra nt co foi o nã o ss ce su ro grande ntra O circulo comunista de

Abwehr, mas co ecido como espionagem que veio a ser conh o da Faixa Rote Kapelle, ou organizaçã

à guerra enVermelha. Assim que estourou Soviética, o obtre a Alemanha e a União o

ich nã jetivo dos agentes comunistas no Re e de golp era assassinar Hitler ou dar um l dos exeérna fi a ri to vi a ar ud aj s ma , do ta Es Rote citos russos. Ás varias “células” da riam Kapelle forneciam informes que pode isser úteis para a Russia, e usavam transm s a sores de ondas curtas para envia-la União Soviética. Na verdade, Canaris usou a Abwehr para ajudar a Gestapo de Himm-

ler a desentocar os agentes alemães da Rote Kapelle, finalmente presos em

agosto de

1942. Soube-se que um deles era um personagem boêmio interessante, chamado Harro Schulze-Boysen, que ocupara um cargo no Estado-Maior da Luftwafje de Góring.

O interrogador designado para investigar os mais preeminentes desses agentes comu-

nistas foi o Dr. Manfred Roeder, um inves-

tigador excepcionalmente arguto € implacável, o mesmo que mais tarde sondaria os

casos de Schmidhuber, de Dohnanyi e da Abwehr. A segunda exposição foi muito mais fao caso trágico de Hans e Sophie cil Scholl, de que já falamos.

Eles representa-

vam os mais dedicados opositores ao nazismo entre a juventude mais idealista da Alemanha. Em 1942, ano da sua prisão € execução,

Hans

tinha 25 anos

e sua irma,

apenas 22 anos; ambos divulgavam propaganda anti-hitlerista entre os estudantes na Universidade de Munique. A Gestapo ob-

servou-os por algum tempo e conhecia seus associados mais íntimos. À 22 de fevereiro de 1943, foram julgados pelo notório juiz nazista Roland Freisler, no chamado Tribunal

Popular.

Os julgamentos

de Freisler

não passavam de recriminações violentas, com as quais ele esperava levar suas vitimas a um estado de colapso culposo. Ele insultava e gritava com os que eram trazidos à sua presença e suas audiências não eram mais que atos de intimação. Os Scholl admitiram facilmente a culpa, para proteger seus companheiros ao maximo, mas seguiram-se cem prisões, e ainda haveria mais execuções. O movimento que dirigiu, conhecido como Rosa Branca, revelou uma oposição generalizada a Hitler nos circulos universitários e intelectuais e os Scholl tornaram-se mártires políticos, tal como muitos indivíduos que agiam espontaneamente contra o regime. Hassell, em particular, ficou profundamente comovido com sua morte, sobretudo porque ele se vinha esforçando ao máximo para ligar a velha geração, gente como ele, Canaris e Beck, com a geração mais jovem, entre Os que acreditavam na Resistência, especialmente Moltke, Trott e o Conde Peter Yorck, que era casado com uma colega de escola dos Bonhoeffers e Dohnanyi. Na verdade, Yorck foi enviado numa missão secreta à Suíça neutra em janeiro de 1943, para se encontrar com Allen Dulles, o representante de Roosevelt, e insistir para que os aliados fossem mais acessíveis e úteis em sua resposta aos esforços da Resistência. Mas sua missão, como a de Bonhoeffer,

na

Suécia,

no

ano

anterior,

fra-

cassou. A geração mais velha começava à sofrer de mais coisas do que a simples tensão nervosa. Beck, o homem a quem todos consideravam o líder do movimento de Resistência, foi operado de câncer do estômaa go em março de 1943. Segundo Hassell, Gestapo de tal forma suspeitava de Beck que, mesmo enquanto esteve no hospital, a ele foi secretamente vigiado. Na verdade, Gestapo interrogou o famoso cirurgião que o operara, Professor Ferdinand Sauerbruch, um dos amigos de Beck. Também Canaris cauteloso. ser extremamente de tinha tempo Himmler dissera-lhe que hã algum ais vinha acreditando que um grupo de ofici influentes planejava um golpe; e acresceno tou que julgava sensato esperar um pouc e ver como as coisas corriam. Ele acreditava que Beck e Goerdeler eram os seus mentores,

mas

ainda havia

tempo

(dissera

77 ECA >=»

nei

Himmler,

chefe

das SS,

prisioneiros de guerra

inspeciona

na frente russa.

ele) para aguardar a fim de descobrir todo o circulo. Canaris ficou profundamente perturbado não so com essas noticias, mas tambem com as investigações prolongadas do desagradável caso dos delitos de Schmidhuber.

Estes, como já vimos, estavam agora sendo sondados pela mente arguta de Roeder, que

atuara com sucesso no caso da Rote Kapelle. Também ele parecia estar preparado

para esperar; Schmidhuber também parecia

estar pronto

elo muito

mesmo

para falar e mostraria ser um

fraco na cadeia da Abwehr. Até

Oster começou a preocupar-se. Em

fevereiro de 1943, o próprio Canaris teve de enfrentar o interrogatório feito por Ernst Kaltenbrunner,

a

quem

Himmler

acabara

de nomear chefe da Segurança do Reich ...

em

em

substituição

a

Heydrich,

assassinado

Praga -. sobre a confiança politica de

alguns membros

da sua equipe. Ele conse-

guiu sair da encrenca alegando que era de-

ver dos seus agentes misturar-se com gente

78

duvidosa.

De que outra maneira poderiam

ser obtidos informes? Assim,

os meses

de inverno

de

1942-43

passaram-se numa atmosfera de tensão € ansiedade, intensificada pelo colapso da

saúde de Beck, pelo julgamento e execução dos Scholl e, finalmente, em março (o mês da operação de Beck) pelo fracasso da tentativa de Tresckow e Schlabrendorff contra a vida de Hitler. Desta ultima, a Gestapo

nada sabia - tampouco da missão suicida

do Barão Gersdorff que, como vimos, falhou pela falta de oportunidade de se aproximar da pessoa de Hitler. Então, de repen-

te, a 5 de abril, as investigações de Roeder tiveram seus resultados maléficos e a Gestapo decidiu atacar. Roeder, cujas suspeitas de uma conspl ração em pequena escala, baseada na Ab wehr, provavelmente só amadureceram em março, compreendeu que Schmidhuber nao passava de pequena engrenagem de uma grande

máquina.

A

Gestapo,

como

disse-

mos, achava mais provável originar-se umã insurreição em individuos do que em gru pos organizados. Mas

Schmidhuber,

aterro”

=

mma

o o

Megaua

encarceramento

na

dipresãssão o milcoitantrindeta Tegdosel, eminterrBeogrlatimorio,e s pelade

cizado

por

de

meses

crimes, comeos en qu pe s seu de sondagem mas (mas gu al te en am iv at ad gr r ela rev çou a em que Miller, s ade vid ati das as) tod não endo ta es am nh ti yi an hn Do Bonhoeffer e cio se ini de que , ão aç ig st ve in à volvidos. E cometidos

s interessara apenas pelos delito m inquérito na ocasião, transformou-se nu fons nte ere dif de os tid par os is Áv político. chegaram

cautelosamente,

tes, sussurrados

e Dohnanyji. aos ouvidos de Canaris, Oster ia para Beck, que era meticuloso, insist

cuque a Resistência guardasse todos os do o momento,

mentos para que, chegado

ela

a pudesse provar até que ponto se discutira eliminação de Hitler e a restauração da paz, bem como a seriedade com que se aproximara da tarefa de formar um governo

Os

curador.

arquivos

também

tinham

de incluir prova irrefutável contra os piores criminosos nazistas, para que eles pudessem ser rapidamente levados a julgamento. Somente os documentos referentes às discussões correntes eram normalmente guardados no cofre do escritório de Dohnanyi, na sede da Abwehr,

foi gradualmente

em

Berlim.

acumulado

num

O

restante

cofre es-

pecial existente no Q-G do Alto-Comando em Zossen, próximo de Berlim. Quando Dohnanyi começou a compreender, no inicio de 1942, que estava sendo vigiado, evitou ir a Zossen. Oster, como Canaris, não era favorável a que se guardassem muitos documentos incriminadores em qualquer lugar onde houvesse a mais remota possibilidade de serem descobertos; ele foi a Zossen, como que numa tarefa normal, e tirou do cofre tudo que podia ser retirado. Não obstante, parecia que era preciso guardar coisas demais.

“A 5 de abril, acompanhado de um ofi-

cial da Gestapo, Franz Xaver Sonderegger,

Roeder chegou inesperadamente

torios da Abwehr.

aos escri-

Pediram para ver Cana-

ris, que (segundo Roeder disse mais tarde) os recebeu muito cavalheirescamente. Apresentando um mandado de busca, Roeder pediu a Canaris que o levasse imediatamente

ao escritório de Dohnanyi.

O que se seguiu tem sido objeto de mui tas narrativas diferentes. Quando Heinrich Fraenkel

foi

investigar

esse

assunto

para

nosso livro The Canaris Conspiracy. checou cuidadosamente todas as diferentes versões com o próprio Roeder, e ficamos satisfeitos em saber que o que tinhamos publicado a respeito estava correto. Os detalhes aqui registrados são sem dúvida certos. Só se podia chegar a sala de Dohnanyi passando pelo escritório de Oster. Portanto. Canaris levou Roeder e Sonderegger primeiramente a Oster, que os acompanhou até a presença de Dohnanyi, que demonstrou surpresa ante a chegada do pessoal. Enquanto Sonderegger mantinha guarda, e Canaris e Oster só podiam agir como testemunhas sérias e silenciosas, Roeder aproximou-se, disse ter um mandado de busca para examinar seu escritório e pediu a Dohnanyi que abrisse as gavetas de sua mesa é a porta do cofre. Dohnanyi hesitou, fosse por nervosismo ou deliberadamente, talvez,

para

dar-se

tempo

de

pensar,

fez

que procurava o chaveiro, O qual finalmente tirou do bolso da calça. A seguir Roeder começou a tarefa de examinar os papeis encontrados na mesa e no cofre. Sondereg-

ger viu Dohnanyi tentar avisar a Oster, com seus olhos, para que tirasse determinado papel que estava na mesa. Num ato que se poderia,

pelo

menos,

chamar

de inábil,

Oster esforçou-se por se apoderar do documento enquanto Roeder examinava alguns arquivos. Sonderegger deu o aviso € Oster teve de entregar o documento.

Nele estava

um dos muitos planos, em esboço, da administração da Alemanha após a eliminação de Hitler. Ele estava assinalado com a letra “O” em lápis de cor. Roeder, vendo alguns lápis de cor na mesa de Oster, recolheu-os antes de partir, depois de uma busca que durou duas horas. No escritório de Dohnanyi havia documentos suficientes da Resistência para justificar sua prisão imediata. Ele foi levado para a prisão militar de Tegel. Roeder só não viu uma pista importante no escritório de Dohnanyi — a chave do seu cofre secreto em Zossen, que estava amarrada numa pasta que parecia conter apenas documentos de rotina. Oster pegou-a assim que Roeder e Sonderegger partiram. Mas os papéis que Roeder carregara tinham provas que levaram à prisão da mulher de Dohnanyi, Christine, seu irmão, Dietrich Bonhoeffer, e Josef Muller e mu-

79

O vagão

RS re

em

SR

e

que

antiaéreo do trem

o Fúhrer viajava

especial

pelo Reich.

Acima: Johannes Popitz, ex-Ministro das Finanç as prussiano, julgado em 1944. Abaixo, à esg.: Weizsácker, diplomata ale mão e colaborador da Resistência. Abaixo, à dir.: Roland Freisler, Presidente do Tribunal Popular que condenou os Scholl.

suspenso m si s ma o, es pr foi o nã r te her. Os eito grave. Dosp su o ad er id ns co € o rg ca do roximação ap er qu al qu sa go ri pe a ravante er e proibido de ir nt me sa es pr ex i Fo . e l com e em contato ar tr en ou hr we Ab da de à se mulheudo, as duas com seus oficiais. Cont rrogatorio rtadas, pois seu inte libe

res foram

. nada trouxe de util para O Cãso

que se seos iv ns te in s io or at og rr Os inte so que ca m nu to is m ra ma or sf guiram tran pelle, ou Ka z ar hw Sc de ou am Roeder ch e próprio El o. gr Ne o up Gr do ão investigaç investigações as am ir uz nd co r ge eg er e Sond de o

durante

periodo

abril

de

a

agosto

Otto John, um da conspiração,

1943. Depois da guerra, membro muito inteligente

ão abaixo, ofereceu-se para dar a declaraç ante para OS que deixa claro que O import pelos neiros era manterem-Se detidos prisio rem entrese o st cu do to a ar it ev e s re ta li mi eder (que gues à Gestapo. Não obstante, Ro rtamento na realidade representava O Depa Judiciário

da Luftwaffe,

mas

fora designa-

ercito. do para este caso, estritamente do ex Kadevido à sua experiência com a Rote pelle), mostrou-se um investigador mais o. cruel que Sonderegger, que era da Gestap Grande quantidade de informações sobre seus métodos foi revelada nos inqueritos oficiais instaurados depois da guerra, sobre suas atividades. Também os membros da Resistência que tiveram a felicidade de sobreviver — Christine Dohnanyi e Josef e

Maria Miller, também apresentaram provas. Otto John, que na época mantinha escontato

treito

com

todos

descreveu o acontecido:

“Em

gou

os

implicados,

suas investigações, Roeder empre-

métodos

que,

na epoca,

chamávamos

de “métodos da Gestapo”. Sabia disso não só pelo que Frau Dohnanyi e Frau Miller ão, me contaram, depois da sua libertaç mas também

pelo que um

amigo, O Capi-

ssetão Gehre, e o próprio Dohnanyi me di o ram... Ele os submetera a grande pressã es mental, ameaçando perseguir suas mulher mbém me se não fizessem declarações. Ta lembro

das notas mandadas

às escondidas

que o nd ma ir af , yi an hn Do r po ão da pris e quequ O r te ob de er ed Ro a ri di pe nada im ameaça cons a b so a vi vi yi an hn Do .. a. ri a Gestapo. tante de Roeder o entregar rque tal po o ss di te en am ar cl e -m ro Lemb yi. an hn Do de a ur rt to à do va le a ri te coisa

Nenhum

de

nós

tinha

qualquer

ilusão de

que, submetido a tão espantosa coação, ele não viesse a fazer declarações que poriam em

risco toda a conspiração contra Hitler.

“Entre as vitimas dessa ansiedade de que Dohnanyi pudesse ser entregue a Gestapo estavam não só sua mulher como também o General Oster, o Dr. Goerdeler e outros membros da conspiração. Lembrome tão bem disso porque jamais pude esquecer o que Dohnanyi certa feita me disse, pouco antes da sua prisão, quando estavamos a sós: “Nenhum de nós realmente sabe até onde resistirá à tortura quando eles começarem a fazer o pior. Portanto, não é de espantar que todos os amigos de Dohnanyi tivessem feito todo o possivel para arrancá-lo das garras de Roeder. O que este fez foi um martírio não só para suas vitimas como também para os amigos destas.” Todos. desde Canaris ao Dr. Karl Sack, presidente do Judiciario Militar, e até mesda mo o Coronel Otto Mass, Comandante prisão de Tegel, fizeram o que puderam para aliviar a pressão sobre Os prisioneiros. da Eles se ressentiam com a interferência como Gestapo, pois se supunha que esta, polícia de segurança, estava encarregada mesunicamente da investigação civil. Até mo Himmler não estava muito entusiasmado com o envolvimento da Gestapo e disse caso à a Canaris que não queria tomar O acusi. Mas Roeder tinha-os nas mãos e atimulara provas suficientes para manter va

investigação.

O

que

não

cessava

de

preocupar a Dohnanyi era a possibilidade Zosda descoberta do cofre clandestino em

sen. Mensagens contrabandeadas começamuram a circular entre Dohnanyi e sua lher, assim que esta foi libertada, para que Oster retirasse e destruísse os papéis nele lhe contidos. A despeito das garantias que deram, ostensivamente em nome de Oster tal (já que este nada podia fazer), de que coisa estava sendo ou seria feita, O cofre jamais foi inteiramente “expurgado”. Muitos dos arquivos pertencentes à Resistência, inclusive uma transcrição datilográfica do diário de Canaris, passaram à guarda do Coronel Werner Schrader, o membro de confiança da Resistência e que estava no Q-G do Alto-Comando, em Zossen. Schrader ocultou os documentos que tirara, em

83

netração de um agente da Gestapo em ou. tro circulo de dissidentes intelectuais e dj. plomatas — o grupo Solf, centralizado em torno da viúva do Dr. Wilhelm Solf, ex-em.

baixador von

alemão

Thadden,

no Japão, e de Elizabeth

distinta

diretora

de

escola,

Eram amigas de Moltke e a prisão delas, no outono de 1943, levou à do próprio Moltke, em janeiro de 1944,

No mês de outubro de 1943 reenceta. ram-se as atividades da Resistência. Beck se recuperara

um

do movimento Beck,

pouco

passou

Goerdeler,

e o corpo

central

a girar em torno de

Olbricht,

Tresckow

e um

ça

recem-chegado importante, o Coronel Conde Claus von Stauffenberg, um jovem de 36 anos, dotado de extraordinária capaci-

O Conde membro Kreisau.

dade de resistência e coragem. Seu antinazismo era muito antigo e, como Oster, frequentemente cometia indiscrições sobre Hiler na companhia de colegas de farda, quer compartilhassem dos seus pontos de

Peter Yorck von Wartenburg,

do

circulo

de

resistência

de

vista, quer

caixas que levou para uma granja próximo de Brunswick, pertencente ao seu cunhado. Esses papeis foram destruídos por Frau

Schrader depois do suicídio do marido apos o fracasso da tentativa contra a vida de Hitler em julho de 1944 e a prova dada a Heinrich Fraenkel sobre isto aparece no livro The Canaris Conspiracy, de nossa autoria. Contudo, os documentos guardados em Zossen ali ficariam garantidos, por algum tempo. Era esta a situação durante os quentes meses de verão em Berlim, quando Tresckow, em “licença por motivo de saúde”, preparou planos mais detalhados para o assassnato de Hitler e um polpe efetivo. Goerdeler tentou alcançar Churchill em nome da Resistência, enviando-lhe um memo-

rando

detalhado,

atraves

da

Suecia,

as intenções do governo pós-hitlerista. bora a guerra corresse cada vez mais tra Hitler (os pesados ataques aéreos gindo até Berlim, a invasão aliada da

lia e a queda

de

Mussolini,

em

sobre

julho

EmconatinSicide

1943, a invasão aliada da Itália e a rendi-

ção italiana em setembro), o periodo foi dificil para a Resistência, com Beck doente, Canaris e Oster virtualmente inativos e Dohnanyi preso. Outra derrota para a Resistência foram as prisões feitas após a pe-

84

kow, eram

não.

Ele era amigo

de Tresc-

a quem conhecera quando ambos oficiais do Estado-Maior do Q-G do

General Stilpnagel, em Paris, após a queda da França. Stauffenberg, simpático e aris-

tocrata, com um ponto de vista cristão intrepidamente idealista, vinha de uma familia que no passado dera homens famosos.

Ele não podia suportar a idéia de a Alemanha governada

por Hitler.

Os que estavam alinhados com a Resis-

tência não ignoravam

Stauffenberg.

kow

Kluge,

Tendo

servido nas frentes ocidental e oriental como oficial do Estado-Maior, seu conhecimento era excepcional. Assim como Tresctentara

trabalhar

Stauffenberg

tentara trabalhar o General Fritz Erich von

Manstein, o comandante na frente oriental na cpoca do colapso alemão em Stalingrado. Manstein recusara-se a agir contra Hitler, alegando que este era seu Comandante-Chefe. Finalmente, enquanto servia na Tunisia, no começo de 1943, Stauffenberg

foi seriamente ferido quando seu carro foi atacado por aviões em vôo rasante. Sofreu

varias operações delicadas que o deixaram com apenas três dedos na mão esquerda € sem o antebraço direito. Seus outros ferimentos

incluíram a perda do olho esquer-

do. Qualquer outro homem teria saido das

Forças Armadas como inválido. Durante 0 periodo de convalescença,

ele dissera à es-

inadequados para a frente oriental. Este não era o melhor material para se enfrentar as formidáveis unidades das SS, cujo trabalho era manter a segurança e a disciplina na Alemanha. Do ponto de vista da Resistência, a situação mudava constantemente, os oficiais-comandantes em Berlim, conhecidos como potencialmente úteis, corriam O risco de ser transferidos para outros lugares e substituídos por outros, que talvez fossem menos simpáticos a um estado de emergência. Mas estes eram riscos que Os responsáveis pelo planejamento de um golpe tinham de correr. Com a chegada de Stauffenberg e a partida subsegiiente,

Kaltenbrunner,

como

Chefe

da

sucessor

de

Segurança

Reich.

posa que sua unica ambição era livrar a Alemanha de Hitler e arranjou com OL bricht para ficar no Exército de Reserva, como oficial de estado-maior, sendo anexa-

do ao Estado-Maior bro de 1943, ficando nistério da Guerra, Berlim. Na verdade, how,

que

em

breve

de Olbricht em outunum escritório do Mina Bendlerstrasse, em ele juntou-se a Trescretornaria

a

frente

oriental para dar os retoques finais no plano para o golpe de Estado. Kluge ainda estava suficientemente intimo com a Resistência para visitar Olbricht e concordar com este sobre o assassinato como único meio de eliminar Hitler para que se pudesse negociar algum tipo de paz antes do

colapso inevitável

da

Alemanha

ante os

exercitos da União Soviética. Os planos para o golpe de Estado receberam o codinome de Valquíria. Aplicaram-lhe a máscara de operação necessária para enfrentar, na frente interna, qualquer revolta em massa, dos milhões de escravos, estrangeiros ou não, agora trabalhando em

Solo alemão. Em particular, ele incluía os movimentos de tropas por unidades do exército interno de reserva necessários à vas de BerOcupação das áreas administrati lim. Por volta de 1944, o Exército de Reserva era

composto

sobretudo

de

de Tresckow

para a frente oriental, já que ele “convalescera” o máximo que se atrevera, pode-se dizer que a geração mais nova assumiu O poder. Embora Stauffenberg recebesse de bom grado a liderança das mãos de Beck,

Heydrich

do

e relutante,

homens

cuja idade ou condição física os tornavam

de quem gostava e a quem respeitava, ele considerava Goerdeler o criador de uma “revolução de velhos”. Até mesmo Hassell

considerava Goerdeler “um tanto reacionário”. De qualquer modo, os homens da Resistência sabiam que ele era vigiado pela Gestapo. A reação de Goerdeler a Stauffenberg como recém-chegado é interessante. Ele escreveu que Stauffenberg: “mostrou ser um sujeito excêntrico e obstinado que queria brincar de política. Tive muitas discussões com ele, mas o estimava muito. Ele

queria seguir um rumo político dúbio em companhia até de socialistas, e me fez passar maus bocados com seu egoísmo avassalador”. Pela simples qualidade de personalidade e

liderança,

juntamente

com

sua

notável

capacidade de suportar as mais desalentadoras mutilações de guerra, Stauffenberg

tornou-se gradativamente

a figura central

da Resistência, à medida que esta passava a ser organizada sobretudo pela geração mais jovem. Ele era apoiado pelas habilidades executivas de Olbricht e orientado complacentemente pela figura paternal de Beck. Mas, indubitavelmente, queria ser independente. Gisevius fala dele como “um soldado apaixonado” que afirmava, “se não temos o direito à liderança política, pelo menos devemos ter a prerrogativa de compartilhar das decisões politicas”. Ele representava o “novo dinamismo”.

8

da

Resisà a ar lt fa e u q o cra E dinamismo te por puro r a p m e — então é t a ba de m o b da o ã ç a tência r i p oa cons em( o d u t e r b o s s a e 1943 falhara, m à falta da como de todo) devido ma comu , a l u p ú c da «ão dos homens u combii u g e s n o c g r e b n e ue Stauff uge conl K e s s e v i T . o m s i l seu idea pai provao it mu é . er tl Hi r de pren

tivesse surtido efeito.

o

O

para m ge ra co s le mp si e qu a Preciso mais como o os er od -p do to r do ta deslocar um di Por . ou lt fa a nc nu m ge ra co s Hitler. Ma 43, dois joexemplo, em novembro de 19 amente, para iv ss ce su , am er ec er of vens se inar Hitler. ss sa as ra pa as id ic su missões von dem Bussel Ax o rã Ba O foi es del Um um

ar” che, escolhido para “model

novo ti-

aprovação po de capote do exército. para . Ele colodo Fiihrer, no Arsenal de Berlim s no

bomba

cou uma

ma

do

capote,

o jovem

Ewald

von

sua

mis-

bolso

nar O io ec sp in a ri ve de ler Hit que vez toda o que novo modelo, surgia um impediment che adiava a cerimônia. Então, quando Buss em

foi ferido

ação,

Kleist ofereceu-se para substituí-lo, embora

tivesse apenas

20 anos.

Tambem

são deu em nada. Outros que se ofereceram para tentar matar Hitler, assim que ele visitasse a frente oriental novamente, incluiam

Schlabrendorft.

próprio

o

Fithrer não voltou la. 0 novo

Resistência

ano

trouxe

outro

a demissão

golpe

Mas

O

para

a

de Canaris

da

Abwehr. Esta foi absorvida pela SD, o Serviço de

Inteligência

de

Himmler,

chefiado

por Schellenberg, e Canaris, embora

ainda

não fosse suspeito de nada mais que incompetência e indiscrição, viu seus movimentos restritos, como os de Oster. O que a Resistência perdeu, como resultado disso, loi não só o apoio e os conselhos valiosos

de Canaris, como também as informações importantes que ele podia dar pela Abwehr.

Contudo, Dohnanyi teve uma trégua temporária na prisão: sua saúde estava piorando e ele fora ferido num ataque aéreo, no mês de novembro. Durante quase três meses ficou no hospital de La Charité, em

Berlim, onde contava com a proteção do Professor Sauerbruck. Podia receber visitas b o Combate a incêndios em Berlim so ataque

aéreo,

1943.

familia

amigos.

c de

Mas,

em

meados

de fevereiro de 1944, voltou a ser confinado no hospital militar de Buch. Pouparamno de interrogatórios e outros castigos. A impaciência de Stauffenberg expressou-se na procura de apoio da esquerda. Embora fosse monarquista por formação, cansou da falta de resposta dos aliados ocidentais. resposta que Trott estava tentando obter por intermédio de Allen Dulles, na s Suíça. e por Goerdeler, através de seu € contatos na Suécia. Como os britânicos ênamericanos preferiam ignorar a Resist era cia, por que não tentar OS russos? Ele ebom amigo de homens da esquerda mod rada. como Julius Lever e Wilhelm Leusch ro ner. e, na realidade, encorajou O primei ndeles a entrar em contato com O movime que, to comunista clandestino. Ele achava se fosse possível, se deveria agir espetacunente larmente contra Hitler antes da imi ociinvasão do sul da Europa pelos aliados taria dentais. Também achava que se evi se os muita destruição e perdas de vida quepróprios alemães pudessem garantir a ues da de Hitler antes que os desembarq ilidaaliados tornassem menores às possib os des de negociações da Alemanha. Arranj para uma paz negociada com Stalin talvez açapudessem destruir Os canhões que ame vam do Ocidente. Entrementes, os planos para O assassinaproto de Hitler tinham de prosseguir. O Oublema de sempre era chegar perto dele. otro voluntário na frente oriental foi o Cor para nel von Breitenbach, que se ofereceu ênatirar contra Hitler durante uma confer que cia do Estado-Maior, mas verificou ente não era possivel aproximar-se O sufici num do Fiihrer para uma boa pontaria, sião sacar repentino da arma. Nessa oca de Hitler estava protegido por um grupo homens das SS. Outro oficial do Estado Maior, o Major-General Stieff, O destinatàrio das garrafas de “Cointreau” de Tresckow e Schlabrendorff, e que conservava pequeno suprimento de bombas britânicas capturadas, em Rastenburg, para uso da Resistência, teve o azar de vê-las explodir sozinhas sob a torre de madeira onde estavam

como

ocultas.

Felizmente

sabemos,

foi Schrader,

era membro

que.

leal da Resis-

tência, o encarregado de investigar essa explosão misteriosa e conseguiu abafar o ca-

87

apenas

rer? v

*



três dedos

fazer

Stauffenberg

para

ferir

o Fiih.

foi estimulado

por uma

mensagem inspirada de Tresckow, no isolamento da frente oriental:

F

“Deve-se

R

preço.

apora

tentar o assassinato a qualquer

Mesmo

empreender

que

este

a tentativa

[racasse,

deve-se

de tomar

o poder

na capital. Devemos provar ao mundo e às gerações futuras que os homens da Resistência alemã se atreveram a tomar a medi.

da

decisiva,

mesmo

arriscando

a

Comparado

com

necessidade

de

agir

tornou-se

reunião

com

representantes

Beck

premente de

sua

isto, nada

e Olbricht estavam quando

Leber

vida,

mais importa,”

de acordo. A ainda

foi preso,

mais

depois

comu-

nistas clandestinos, da qual a Gestapo estava ciente. Os detalhes do noticiário sobre a morte de Hitler tambem foram discutidos com

o General

Julius Leber, socialista alemão, acusado no julgamento da

Serviço

so. Era preciso obter novo suprimento de explosivos, e estes foram arranjados a tem-

sões

de

A

3

Conspiração

da Bomba,

portanto,

1944.

po para a tentativa de julho de 1944, Por

fim

houve

um

golpe

de

sorte.

Em

junho, Stauffenberg foi promovido a Chefe do Estado-Maior do General Fromm, Co-

mandante-Chefe

do

Exército

de Reserva.

Isto queria dizer que. de quando em vez, ele teria de representá-lo nas conferências de Estado-Maior de Hitler, o que lhe dava

o cobiçado acesso ao Fihrer num momento em que o esquema de proteção se redu-

zia. Ele compareceu

à presença de Hitler

pela primeira vez a 7 de junho de 1944, no dia seguinte aos desembarques aliados na

Normandia. sentiu

Fitou

a mais

tantos homens,

leve

em

Hitler nos sombra

o que fazia com sua um

presença, dos seus

medo

e não

que

tão altas posições, in-

clusive Góring e Himmler Alto-Comando,

do

olhos

e os generais do

indubitavelmente

que temessem

sentiam.

chegar à

caso tivessem de enfrentar ataques de raiva. Quando

Stauffenberg retornou a Berlim, sabia que tinha de ser o homem a levar a bomba as proximidades do Fiihrer.

Devido às suas mutilações fisicas, os homens das SS não se incomodavam em revistá-lo em busca de armas ocultas. Afinal,

o que poderia alguém

88

com

um

só olho e

de

Erich

Fellgiebel, Chefe do

Comunicações

homem-chave

do

Exército e,

nesse

estágio

da

conspiração, ja que ele podia controlar o equipamento pelo qual todas as transmisde Hitler. com

mensagens

de

julho,

Stieff em

eram

emitidas

Stauffenberg

Berchtesgaden,

do Q-G

se

onde

reunira

Hitler

estava, sendo-lhe entregues duas bombas. . Ele recebeu ordens de comparecer a outra conferência do Estado-Maior, marcada para ll de julho, também em Berchtesgaden, e, em Berlim, ficou estabelecido que este seria o dia escolhido para a tentativa. Enquanto. Stauffenberg seria responsavel pela coloca-. ção da bomba, com espoleta de tempo preparada para explodir em minutos, sob a mesa de conferência de Hitler, Olbricht de-

veria assumir a responsabilidade

de pôr o

plano Valguíria em ação em Berlim, ao receber, por telefone, o aviso de Stauffen-. berg de que tudo correra bem. Mas, no dia

marcado, Stauffenberg apenas avisou do abandono da tentativa, porque nem Góring | nem Himmler estariam presentes. Os conspiradores esperavam matar os mais perigosos lideres nazistas num só grupo; Himmler, em particular, era perigoso por controlar a Gestapo e as SS. Então, a 14 de julho, ce sem qualquer aviso, Hitler foi com seu Estado-Maior

para

Rastenburg,

onde

Clau Sri as, 1935s. von Stauffenber g, em féri

seu

.— = mn

ETR

Q-G.

conhecido

como

estava situado no Prussia Oriental. Hitler

convocou

a “Toca

meio

das

outra

do Lobo”.

florestas

da

conferência

do

Estado-Maior para 15 de julho, o dia seguinte à sua chegada a Rastenburg, c Stauffenberg tornou a receber ordens de comparecer. Os conspiradores haviam deci-

dido que Olbricht não devia pór as forças do Exército de Reserva em Berlim num alerta do plano

Valquíria a ll de julho, por-

que não tinham certeza do sucesso na con-

ferência de Bergho/. Eles estavam mais tranquilos com as condições em Rastenburg. porque Hitler normalmente convocava suas conferências numa câmara à prova

de bombas ... isto é, de explosões externas. Nesse

caso,

decidiu-se

que

Olbricht

devia

correr o risco de pôr as tropas em alerta as 11:00 h, uma hora antes da conferência de Hitler, sem o conhecimento ou a ordem de Fromm.

caminho

Este,

de

qualquer

de Rastenburg.

modo,

estava

a

Fellgiebel, que já

estava la, avisaria Berlim se a tentativa ti-

vesse êxito. Beck, que desde sua operação

90

Acima:

À família von

Stauffenberg:

Conde e seus filhos (tda esq. para a dir.) Berthold, Claus e Alexander. A dir.: General

von

o

Manstein.

era vitima de esgotamento nervoso. ficou em isolamento em sua pequena casa em Lichterfeld. um suburbio de Berlim, €

Goerdeler

foi fazer-lhe

companhia

até se-

rem chamados, quando da noticia da morte

de Hitler, a se unirem a Olbricht e seus colegas no Ministério da Guerra, na Bendlerstrasse. Gisevius, que vinha trabalhando como

agente da Resistência na equipe con-

sular alemã

na Suiça, voltara à Alemanha

para unir-se aos conspiradores. Passou-se

uma

hora,

duas

horas



nada de notícias de Rastenburg. Soube-st depois que Staulfenberg uma vez mais fica



ra sem saber o que fazer, porque nem Gô ring nem Himmler estavam presentes. Ele saiu da sala de conferência para fazer um

chamado particular a Olbricht e concorda ram, em termos velados, que Stauffenberg

tentar

matar

Hitlcr

apenas.

Mas

esta estas a, ci ên er nf co à ou lt vo «ndo cle dificuldas de an gr ve te ht ic br im Ol a va no cicios, O er ex de os rm te em . des em explicar assual qu lo pe a, Valquiri alem alerta do plano l; oa ss pe de da li bi miu inteira responsa por Fromm. ido isso. foi repreend g e OIr e b n e f f u a t S . k c Be a 16 de julho, dificulAs . e t n e m a v o n m bricht Se reunira fracasso do z lu à as utid dades foram disc ria nao ui lq Va ão aç er op A . do dia anterior

devia

novamente

ativada,

a

menos

poderi a ser Isto € o, rt mo e nt me al re e ss que Hitler fo res mais tarde, do ra pi ns co OS ir ib in a a viri julho. Não obstante, de 20 a di o ic ít cr no morto na er devia ser concordou-Se q ue Hitl

próxima oportu nidade, co da cúpula nazista, quíria só seria posta aviso de Fellgiebel de exito.

se necessário, O úuni-

mas à operação Valem ação depois do que a tentativa tivera

O tempo estava cada vez mais contra os

conspiradores. Kluge fora transferido repentinamente para a frente ocidental e deixara Tresckow em seu lugar. A 17 de Julho, a Resistência perdeu Rommel, o mais popular dos generais, tanto para Hitler como para o público alemão: Rommel parece nunca ter sido francamente contra Hitler. mas era favorável a certas restrições aos poderes do Fuhrer. Agora, jazia num hospital entre a vida e a morte, com 0 cranio fraturado na capotagem de seu carro. atingido por aviões ingleses (ver nota no livro Spitire, desta série). Não obstante. Stulpnagel, Governador Militar da França. estava firme ao lado da Resistência e plenasuas para coordenar preparado mente ações em Paris com as dos conspiradores em Berlim. Kluge, Comandante-Chefe Oeste, continuava sendo uma incógnita. Na terça-feira, 18 de julho. Stauffenberg

ee 2

é:

ERR

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ten Bu E

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Ab

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a

dr. Ce

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pre

minas

a ima eres,

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FsvseyçEs

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ão era bloquear Os circuitos raç spi con na efa tar a cuj l, ebe lgi Fel Acima, esg.: à dir.: Rommel, vítima da ma, Aci o”. Lob do ca “To da o çã ca ni de comu de

ler passeia pelos bosques Hit .: esg À 4. 194 de ho jul , ler Hit de a áli repres 1942.

Rastenburg,

teve de avisar Goerdeler para que se €scon-

desse, pois corriam boatos de que sua prisão era iminente. A ameaça era agora o próprio

para

grande

Beck

e, alias, para

todos os que estavam sendo vigiados pela Gestapo. A tensão chegara ao ponto de ruptura quando Stauffenberg, por fim, rece-

beu ordem para comparecer à próxima conferência do Fiihrer, em Rastenburg. "A data desta conferência era 20 de

julho.

Como de costume, Stauffenberg estava em seu escritório no dia anterior, 19 de julho. A secretária, que ele compartilhava com

Olbricht,

Delia Ziegler,

uma

das

pou-

cas mulheres que conheciam os detalhes da

conspiração,

muito

compreendia

bem

os

perigos da sua missão. Pouco antes de deixar o escritório, Stauffenberg brincou com

ela enquanto colocava outra pasta na sua

culo

intimo

da

que

Resistência,

de-

agora

pendiam dele — Dohnanyi, Miller e Boseu nhoeffer, recolhidos à prisão, Beck em estado de esgotamento, mas ansioso por

tomar seu lugar à frente do novo governo, a Canaris, Goerdeler e Oster, vivendo dia dia nas densas sombras da suspeita, € nos milhares de homens que morriam diaria os mente nas frentes de batalha e nos camp ter de genocídio e concentração. Ele deve Nina, pensado em sua mulher, a Condessa sua que estava vivendo longe de Berlim, em macasa de campo, em Lautlingen, na Ale meses. nha Meridional, e grávida de três

paA caminho de sua residência, ele fez ca, rar o carro diante de uma igreja católi

em

Dahlem.

Rezou

pelo

sucesso

émpresa, da qual dependiam

da

sua

a restauração

da paz e certa dose de justiça na Europa.

emmaleta, já estufada pela bomba, que ia

brulhada numa velha camisa. Stauffenberg passara o dia preparando um relatório da situação para Hitler, que estava profundamente

preocupado

com

a

penetração

dos

exércitos russos nas antigas fronteiras polonesas de 1939.

Nesse

pensado

stauffenberg deve ter cirtodos os par ticipantes do

instante,

em

93

o

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PI

si

o

o

oO e

saiem

Stauffenberg acordou cedo, no quarto que lhe tinham cedido na casa pertencente a um parente, em Wannsee. O dia estava quente;

ele barbeou-se

e vestiu-se,

usando

seus três dedos com espantosa destreza. Desde sua recuperação, ele insistira em ser o mais independente possível de qualquer ajuda alheia. O carro do Estado-Maior que devia levá-lo e ao seu jovem ajudante, Tenente Werner von Haeften, ao aeroporto de

Rangsdorf, chegaria às seis horas. Haeften

estava tão ansioso quanto Stauffenberg pe-

lo sucesso da tentativa naquele dia. Levava

em outra maleta uma bomba extra, para, no caso de a primeira falhar, poder dar, se possivel, continuidade à operação. O carro chegou na hora e Haeften acomodou Stauffenberg e sua maleta. Dirigi-

ram-se para o aeroporto, onde Stieff, o ofi-

cial do Estado-Maior de Hitler, que fora encarregado pela Resistência de cuidar do Pequeno

estoque

de bombas,

os esperava

para voarem juntos para O norte. Antes de

no Hitler passa pela Casa da Guarda,

anel externo das defesas de Rastenburg.

Stauffenberg se oferecer, o próprio Stieff fora considerado o homem que poderia colocar a bomba. A Condessa Nina Stauffenberg ainda acreditava nisso, e seu marido não pensara em desiludi-la. Mas, segundo se supõe, Stieff perdera um pouco a tranquilidade durante o longo período de atraso e tensão. Stauffenberg enfrentava sua missão com um ar de calma e até mesmo de alegria. Ele não temia Hitler. O vôo a Rastenburg durou quase três horas, no lento avião do Estado-Maior, um Heinkel cedido a Stieff e Stauffenberg pelo General Wagner, de Zossen, que tambem

sabia o que se estava passando.

Eles ater-

rissaram por volta das nove horas e o piloto recebeu ordens de deixar o avião pronto

para uma decolagem imediata a qualquer

momento depois do meio-dia. O resto da jornada foi feito de automóvel, cerca de 12 km pela estrada que levava as florestas onde ficava a “Toca do Lobo”. O acesso ao recinto interno da “Toca” passava por três pontos sucessivos de verificação sob controle das SS. O Q-G de Hitler, oculto da luz do sol e ensombreado por altas árvores, era protegido por cam-

95

|

que

fosse,

o golpe

poderia

prosseguir

Tapi- :

damente em Berlim. As tropas se mov Criam para enfrentar qualquer dificuldade n O se. aa

tor administrativo

da cidade,

É

e Beck, assu

mindo o comando temporário em nome do novo governo, anunciaria a morte de Hj. tler. pelo radio, ao publico alemão e aos povos do mundo. Somente Stieff e Fellgiebel sabiam algo do

em

que

com

estava

planejado

Rastenburg.

para

Stauffenberg

aquele dia

encontrou-se

Fellgicbel depois de ter tomado o des.

Jejum com Haeften. A seguir foi fazer uma visita

formal

ao

cidira

realizar

sua

Feldmarechal

Keitel,

q

Chefe do Estado-Maior de Hitler. Ele en. controu Keitel ansioso por vê-lo. Hitler de.

Q-G

importante

alemão

na

conspirador

Franca,

no

1944,

pos minados e cercas de arame, algumas delas eletrificadas. Era al que Hitler, exa-

TT

TTE=OoÕ—Õ"Õ

—usts

is

Õ—

minando atentamente os mapas de larga escala, traçava os movimentos dos seus exércitos com uma estratégia determinada

por informações dadas, insinuadas ou retidas pelos oficiais do Estado-Maior. Os homens das SS, nos pontos de verificação, pediam para ver os passes especiais de Stauffenberg e Hacften, o que era normal no Q-G. Para ambos, entrar era facil -— eles tinham os documentos neces-

sários. Mas

sair depois da explosão seria,

como ambos sabiam, um teste de velocidade e nervos. Com Hitler morto, haveria necessidade urgente da presença de Stauffenberg em Berlim, para emprestar sua

energia e habilidade à realização do golpe de Estado.

A conferência

para

as

13:00

de Hitler fora convocada

h, de modo

tinha de esperar algum fenberg

que

tempo.

tinha de conversar

com

ainda

Mas

sc

Stauf-

Fellgiebel,

embora estivesse bem claro que sua missão do dia seria apenas passar a Olbricht em

Berlim a mensagem de que a tarefa estava cumprida. Então, como Chefe do Serviço

de Comunicações, ele interromperia todas as comunicações entre Rastenburg e O mundo exterior. Com Hitler morto e seu Q-G sem qualquer contato com quem quer

96

meia

hora

as 12:30h. pois Mussolini, o di

mais cedo.

Hofacker,

conferência

tador deposto da Itália. agora pouco mais que um dependente de Hitler, cra esperado para visitar Rastenburg as 14:30 h. Os re. latórios deveriam ser sucintos. Stauffenberg. ficou momentancamente ansioso; ate que

ponto esse novo arranjo afetaria as condi. Seria preciso abando:

ções da conferência?

nar a tentativa novamente?

Ele decidiu que

a mudança de tempo não precisava ter muito efeito; O assassinato teria lugar mciz hora antes, e isto era tudo. Em Berlim, Olbricht estava sentadoà sua mesa, tentando passar a manhã em tra: balho rotineiro. Ele esperava o aviso de Fellgicbel

às

guir, chamaria

13:30

Beck

h, o mais tardar. A se

imediatamente

para0 |

Ministério e poria a operação Valquiria em pleno funcionamento. Assim que as tropas chegassem, seriam feitas a ocupação dos ministérios, das estações de rádio e de ou tros centros e a imobilização das 55. Do Ministério da Guerra, que tinha comunica ção telegráfica com todos os comandantes | nas frentes de batalha, partiriam os avisos

julgados necessários, que seriam enviados

tão logo Beck autorizasse. Um fator favo: rável aos conspiradores era que Rastenburg sô podia entrar em

exército

através

contato com

do sistema

o resto do

de comunica

ções do Ministério, Entrementes, o Gener Hoepner

(a quem

Hitler demitira

por IM

competência) devia chegar mais tarde, nã quela manhã, para ajudar Olbricht, eM quanto que o General

Wagner, no Q-6 de

comando em Zossen, ficaria de prontidao para ajudar. O General Conde Wolf vor

Acima: Stieff (sorrindo, centro), o guardião Abaixo: em

Hitler, Brauchitsch

Rastenburg.

e Raeder

das bombas

debruçados

sobre

dos conspiradores.

a mesa

dos mapas,

Helldorf. Diretor da Policia de Berlim, ex-

seguidor de Hitler e que se voltara contra ele. tinha à mão uma força de reserva.

E

sm

=

o

e e

e

E



E

qem

=

O sucesso da operação Valquiria dependia muito do choque — o choque da morte de Hitler, que traria todos os comandantes do Exército e seus comandados para o lado dos conspiradores, de modo a ajuda-los a manter a ordem. Seria, com efeito, um golpe de Estado militar, estabelecendo um go-

verno curador no qual se incluiriam civis preeminentes. Esperava-se o retorno de Stauffenberg no final da tarde e pequeno número de oficiais mais jovens. que desfrutavam da confiança dos conspiradores, estava de prontidão para ajudar quando necessário. Certas secretarias, lideradas pela secretária principal de Olbricht e Stauffenberg, Delia Ziegler, tambem receberam instruções para ajudar administrativamente. Como vimos, as mulheres haviam sido excluidas do conhecimento dos detalhes do plano, devido ao perigo que envolvia, mas algumas, no Ministério da Guerra, tinham de ser informadas dos segredos dos conspiassim

radores,

como

as esposas

envolvidos no movimento.

dos

mais

Em Paris, o unico general-comandante diretamente implicado era Stilpnagel. Tambem ele estava cercado por um grupo de Jovens oficiais ansiosos por ajudar no golpe de Estado, especialmente Cãsar von Hofacprimo

ker,

Stauffenberg.

de

Q-G

de

Ministério

da

O

Stulpnagel estava situado no Hotel Majestic, na Avenida Kleber; este era equivalente,

no

centro

de

Paris,

ao

Guerra em Berlim, que normalmente era chamado pelo nome da rua em que ficava, ou seja, Bendlerstrasse. Mas, enquanto o General Fromm, Comandante de Olbricht e Stauffenberg, estava no mesmo prédio que estes e não era provável que lhes oferecesse apoio, a menos que o sucesso do golpe fosse muito visivel, Stiilpnagel sabia que seu Comandante, Kluge (Comandante do Grupo de Exercitos B, no Ocidente) se mostraria útil tão logo tivesse a certeza de que se havia completado a parte pior do trabalho.

tuado em

Mas

o Q-G

de

Kluge

La Roche-Guyon,

estava

si-

a alguma dis-

tância de Paris. Nessa cidade, Stilpnagel estava encarregado dos planos para o golpe. Mas, enquanto isso, tudo o que ele podia fazer era esperar pelo aguardado aviso

98

de Rerlim dizendo-lhe para prosseguir com sua ação cuidadosamente preparada contra

os principais oliciuis das SS e da Gestapo Durante a manhã, Gisevius foi ao escri. torio de Helldorf; como os outros, ele tinha dificuldades em matar o tempo. Já então q

dia era realmente opressivo, como

tenburg

e Berlim.

Havia

trovoada

Mas eles se divertiram quando

em Ras-

no ar.

um jovem e

nervoso oficial chegou do Ministério da Guerra com um mapa dos prédios a serem

ocupados. Helldorf estudou-o e então indagou ironicamente por que os militares que o prepararam tinham usado um mapa tão ultrapassado que não levava em conta os efeitos dos recentes bombardeios. Alguns

dos

nham

prédios

marcados

sido destruídos.

para

ocupação

ti-

Helldorf ficou irrita-

do, porque admitiu que o exército, fornecendo-lhe um mapa naquelas condições, es-

tivesse pensando que ele desejava agir por iniciativa própria. Para ele, os conspirado-

res do exército, como planificadores de toda a empresa, é que tinham de agir primeiro. A força que mantinha só entraria em

ação depois de cercada toda a área administrativa. Ai é que seriam lançados seus

homens. Antes disso, não. Assim, enquanto Stauffenberg, Stieff e Fellgiebel, juntamente com Haeften, esperavam pela conferência das 12:30 h, em Rastenburg, Olbricht aguardava no Ministério da Guerra, Beck em sua casa, nos

subúrbios de Berlim, e Stilpnagel no “Majestic”, em Paris. Por volta das 12:30 h (30 minutos antes da hora que os que estavam longe de Rastenburg pensavam ser a da conferência), o General

Hoepner chegou

ao Ministério da Guerra. Ele estava em trajes civis, mas seu uniforme ia na pequena maleta que levava. Deveria agir como Comandante do Exército de Reserva se

Fromm se mostrasse hostil à empresa. Ele se fez anunciar, dizendo que tinha audiência marcada com Olbricht; foi recebido na mesa de recepção e levado para o escrito rio deste. Para evitar suspeitas por não al-

moçar

como

de

costume,

Olbricht

convi-

dou Hoepner para uma refeição ligeira no clube dos oficiais, de onde esperava ser chamado, pelo telefone, por Frâulein Zie-

gler, sua secretária,

nal de Rastenburg.

quando

chegasse

Eles beberam

O si-

ao êxito

do golpe e ao assassinato que, segundo jul-

“3

“A

ABRIGO

À

gem ANTIBEREO

DE CHA

2

LOJAMENTOS DE > VISITANTES tas

COZINHA

PONTO DE id Mg 2 CONTROLE

EA

DEPOSITO Ra

ui

do

qa oi

é)

PONTO DE 4º o CONTROLE 3

Rastenburg:

a “Toca

do

Lobo.

gavam, ocorreria dentro em pouco. Mas sua refeição não foi interrompida.

Terminada

esta, apressaram-se em voltar

ao escritório. Seus olhos estavam pregados som no relógio e seus ouvidos atentos ao al-

do telefone. Mas não houve chamado

quanto erá gum. Talvez lhes ocorresse o tão compleiam end dep que de elo o frágil até que O

tamente. Mas nada podiam fazer so poncio sile fone tele Um sse. toca telefone inutilidade. de parecer singularmente uma Em

Paris, ja naquela

manha,

um

telefone

O Coronel Finckh. . nte ame ios ter mis a agir de Kluge e que ior -Ma ado Est do membro

estava

na

Rue

de

Surêésnes,

recebeu

um

chamado cuja origem exata jamais foi des-

coberta: ao levantar o fone, uma voz anun-

ciou que falava de Zossen, hesitou momen-

taneamente e então disse uma so palavra, “Exercício”. Finckh ouviu o aparelho desligar do outro lado da linha sem outra explicação. Finckh estava relativamente envolvido nos planos de Stilpnagel e, portanto, compreendia o provável significado da palavra. Na verdade, a 15 de julho, a mesma

palavra-código fora transmitida a vários lugares, pelo telefone. Preocupado com a falta de qualquer identificação desta vez,

99

A conferência

realizava-se num

grande

barracao de madeira, ligeiramente revestido

de concreto, conhecido como Sala do Ma. pa. ou, às vezes, apenas como Sala de Conferência. Isto fora deplorável: tivesse havido

um

alarma

antiaéreo,

a reunião te-

ria sido transferida para um dos abrigos de concreto

normalmente

reduziria.

Ele entrou

usados

para essa fi-

nalidade. Cercado de árvores, o lugar era muito umido e abafado, e, enquanto se di. rigia para o local da conferência, que sabia ja ter começado, Stauffenberg matutava sobre até que ponto a eficácia da bomba se no prédio, desceu seu

corredor, passando pela sala das telefonistas e entrou na Sala de Conferência, onde

havia poucos móveis. Na outra extremidade estava Hitler, com sua atenção presa a um mapa em grande escala da frente oriental e que cobria virtualmente toda a mesa à sua frente. Em

General Stúlpnagel, figura central da conspiração em Paris.

Finckh

comunicou

este “incidente”

a Ho-

facker que, como vimos, era um dos elementos mais intimos de Stilpnagel na conspiração. Certamente, nada havia ocor-

rido que os levasse a esperar qualquer ordem deste tipo tão cedo, ou transmitida de modo tão enigmático. Só podiam supor que ela pretendia colocá-los em alerta. A inquietação de Finckh era ainda mais forte por ser ele um dos oficiais um pouco “da conspiração o assassinato de Hitler. Eram quase 12:30 h. fim de ganhar tempo e a

um

momento

que se alhearam por não aprovar

Stauffenberg, a possibilidade de

a sós, deixara o quepe e o

cinto na ante-sala, Keitel irritou-se com esse

atraso;

Hitler

não

gostava

de

esperar.

abriu

a valise

e ativou

Stauffenberg apresentou suas desculpas, co-

locou

o

cinto,

a

bomba, como treinara para fazer, seus três dedos funcionando como pinças. A bomba tinha uma espoleta de dez minutos, o menor tempo possivel. Stauffenberg levaria

três minutos para atravessar o recinto e sete para chegar à presença de Hitler, colocar a valise o mais perto dele possivel, des-

culpar-se apressadamente, alegando um telefonema de Berlim, e escapar. Haeften estava esperando perto do carro e seu moto-

rista — e com a bomba de reserva pronta para uso, em caso de falha da primeira.

100

torno da grande mesa esta-

vam agrupados vinte oficiais do EstadoMaior, mas nem Góring nem Himmler estavam presentes. Stauffenberg entrou o mais despercebido possivel, aproximando-se de Hitler. Ele examinou todo o ambiente num segundo, com seu único olho. As janelas da parede

do outro lado da mesa estavam es-

cancaradas, pois a sala estava muito quente e abafada. O cômodo tinha 5,40 m por

12 m, com a mesa perto da fileira de janelas. Com estas abertas, o efeito da explosão diminuiria muito. A bomba tinha de ser

colocada o mais perto possível de Hitler.

Todos estavam ouvindo atentamente um

relatório pessimista sobre a situação na frente oriental, do General Heusinger, Chefe de Operações. Havia necessidade de

mais reservas. O momento era extremamente perigoso para Stauffenberg; ele tal-

vez fosse chamado a apresentar relatório sobre as reservas disponíveis enquanto O ácido corroia o resto dos filamentos na espoleta de tempo. Mas, felizmente, Hitler queria primeiro o relatório completo da situação. Stauffenberg colocou sua pesada valise no chão, quase aos pés de Hitler,

encostando-a num dos pés que sustentavam a mesa sobre a qual Hitler se debruçava.

Murmurando suas desculpas sobre um chamado de Berlim, ele ignorou qualquer ten-

tativa que Keitel, ou qualquer outro, pudesse fazer para mantê-lo na reunião, e saiu,

afastando-se

pas-

possivel,

rápido

o mais

descendo O , stas foni tele das sala pela o sand sou dor e saindo para o exterior. Pas elo ponto de verificação do controle

gorro

dirigindo-se

IR EO,

apressadamente

de Fellio itór escr do o xim pró , E o local do cargiebel, onde Haeften esperava junto obro. Fellgiebel estava com ele e ambos -se, conmar oxi apr berg ffen Stau servavam explodir.

tando os segundos para à bomba

fim. Os dez minutos deviam estar quase no vendo que Stauffenberg quase completara o, cujo o trajeto, Haeften entrou no carr estava já funcionando.

motor

Quando Stauffenberg chegou carro, deu-se a explosão, um

junto do estrondo

logo imenso é ensurdecedor. Stauffenberg soube, pela magnitude da explosão, que sua missão devia ter sido bem sucedida. Eram 12:42 h pelos seus relógios — o momento histórico (estava convencido) da morte de Hitler. Deixando Fellgiebel para entrar em contato com Berlim, Stauffenberg e Haeften não tinham um minuto a perder para fugir da “Toca do Lobo”. Havia os dois pontos de verificação restantes e os guardas deviam ter ouvido a explosão. O carro percorreu célere o percurso ate o primeiro ponto de verificação e parou. Stauffenberg saltou rápido, exigiu o uso do telefone, chamou o Oficial de Dia e exersua

ceu

autoridade

liberar

para

saida

sua

— sem que a própria sentinela falasse com

o Oficial de Dia. Seu tempc de partida foi anotado: 12:44 h. No últim » ponto de verificação ele tentou usar o mesmo processo, mas foi infeliz; o sargento das SS recusou-

arvores

e

arbustos

Coronel

Brandt,

por

onde

passavam,

Quem se importaria com isso, agora que Hitler se fora? O avião estava à sua espera. Embarcaram às pressas e partiram para Berlim as 13:15 h. O golpe de Estado começara! Assim que o carro de Stauffenberg partiu, Fellgiebel correu para a sala onde se dera a explosão. Todos pensavam que um avião russo, solitário, tivesse aparecido de surpresa e lançado uma bomba com grande precisão. Era nisto que Hitler acreditava ao sair cambaleante do prédio semidestruido, poiado por Keitel. Hitler foi a primeira pessoa que Fellgiebel viu, e ficou horrorizado com a aparição do Fúhrer vivo. Que diria ele a Berlim? Com as janelas escancaradas e o tampo da mesa funcionando como escudo, a maioria dos que ali se encontravam escapara sem ferimentos sérios. Cada um dos sobreviventes, mais tarde, faria sua própria narrativa aos investigadores das SS. Estas coincidiam nos detalhes principais, embora nalguns pontos diferissem. Alguém parecia lembrar-se de ter visto O Chefe do Estado-Maior de

Heusinger, bater com o pé numa valise ao aproximar-se do ponto em que Hitler se debruçava sobre um grande mapa. Viramno pegar a valise e colocá-la no outro lado do pé da mesa. Era a valise de Stauffenberg; a bomba, ao explodir, tinha entre ela e Hitler um pesado pé da mesa, constituido de uma prancha inteiriça de carvalho, que

funcionou como poderoso escudo, impedindo

a força

que

da

explosão

atingisse

O

se a aceitar o relato de Stauffenberg do que o Oficial de Dia dissera. Já então se haviam dado ordens para que ninguém saisse

Fiihrer. Brandt, o homem

correu novamente ao telefone e teve a extrema sorte de o Oficial de Dia instruir o Sargento da Guarda para deixá-lo passar. Afinal de contas, ele era um oficial supe-

Ajudante-Chefe das Forças Armadas, e um estenógrafo chamado Berger. Dois outros,

autorização

sem

ror

do

mentos cional.

Q-G

e

especial.

em

Berlim

Haeften

re-

seus

feri-

e ele estavam

fora

condecorações,

Finalmente,

Stauffenberg

e, com

um

herói

na-

da “Toca do Lobo”. O carro, a toda velocidade, percorreu a estrada até o aeroporto.

Haeften abriu sua valise, tirou a segunda bomba,

mente

desmontou-a

as peças, uma

toda

e jogou

a uma,

alegre-

no meio

das

que a tirara dah,

morreu em seu lugar, com três outros — O General Korten, Chefe do Estado-MaiorGeral

da Luftwaffe,

o General

Coronel

de-ordens

o General

Bodenschatz,

Bergmann,

um

Schmundt,

da Luftwaffe,

de Hitler, ficaram

dos

e o

ajudantes-

seriamente fe-

ridos; todos os outros escaparam ilesos ou sofreram apenas ferimentos leves, além de choque. O próprio Hitler escapara sem danos sérios. Quando da explosão, ele estava virtualmente deitado sobre a mesa, gxaminando um ponto distante do mapa — a área noroeste, que mostrava a Curlândia, A mesa, assim como o pé, haviam protegi-

101

Pao Ta

MANTS 12:42h de

A LATA ea NO

E

La LIM) RP

Valise com a bomba, empurrada

UE

CCC

ER TT

fer:

fE o

Pesadas

pranchas

formam

TO

os

pés da mesa, e protegem Hitler

do pior da explosão.

aiii

imo

>

Hitler

(OKW).

ba

ECTTTIDTTOTITDOT

7

Keitel,

Coronel-General

General

aaa BilIA

SS-Gruppenfúhrer

cunhado

Jodl, Chefe

Warlimont, dao,

de

Eva

Chefe

do

|

d

Alto-Comando

das

Forças

do Estado-Maior de Operações

Subchefe do Estado-Maior de Apae

Voss,

Representante

Fegelein,

Braun.

Armadas

do Grande

representante

das

Almirante

Waffen-SS

do

OKW.

ETA

Raeder

no

Alemãs

QG

no QG

de

General Schmundt, Ajudante-Chefe do OKW junto a Hitler. BS UCA CURAR LM CRI MIC TR ER ETTETTES

de

Hitler e

Serviço

que

Segurança

de

pôde, deu ordens das ss

romper todas as comunicações

do exterior

até

o

que

evento

para

com

ao

inter-

O mun-

tivesse

sido

totalmente investigado. Ninguém devia saber do atentado — quase bem sucedido à sua vida. Fellgiebel, sabedor de que

Stauffenberg

convencido

estava

da

a caminho

morte

de

de

Hitler,

Berlim,

voltou

ao seu escritorio para apressadamente mandar algum aviso aos seus amigos em Berlim, dizendo-lhes que tudo saira errado, mas expressando-se em termos que não despertassem suspeitas nesse momento dificil. Ele encontrou o Centro de Comunicações já sob controle das SS, sendo informado de que mensagem alguma podia ser enviada sem autorização expressa de Hiler.

Ele

estava

desorientado.

Soube

que

Stieff achava que se devia abandonar qual-

quer ideia de golpe imediatamente,

com

o

malogro do atentado. O momento exigia que cada qual se protegesse, e aos colegas. Entrementes,

Hitler

chamara

Himmler,

como chefe das SS, para encarregar-se das

investigações do acontecimento, anda pensava ter sido causado

que ele por um

dvVido que tivesse penetrado a proteção do serviço de segurança. Himmler, cujo Q-G estava a apenas 25 km do lago de MaruSee, dirigira-se apressadamente para Rastenburg, na companhia de seu guarda-cosla, Kiermaier; a viagem demorou apenas

meia hora, apesar das estradas irregulares.

Stauffenberg estava mais ou menos a meio caminho de Berlim, em seu lento avião, quando Himmler e os investigadores das

SS começaram

a fazer seus interrogatórios.

Himmler também mandou que certos espe-

rificação tadas.

haviam

sido

fora visto.

As

pelos pontos de ve-

devidamente

ano-

Hitler, com os instintos do bom propagandista ainda bem vivos, decidiu receber

Mussolini no fim da tarde, quando haveria uma recepção formal, marcada para depois que o ex-Duce tivesse chegado de trem. Um ramal ferroviário vinha diretamente até o centro do complexo de Rastenburg. O Fiihrer estava agora calmo, convencido, a sua maneira mística, de que sua vida era encantada. Ele dizia que, ao escapar miraa

culosamente,

Providência

se

io = O

Hitler, assim

traseiro

dizia, “um

horas da sua passagem

mais

E

do-lhe. como ele mesmo de babuino.

ec não

permitira

uma manifestação pública de estar a seu lado e de o haver escolhido para conduzir a Alemanha à vitória, ilusão que sempre manteria a despeito dos mais sérios reveses. O fato de o trem particular de Mussolini haver-se atrasado deu-lhe mais tempo para recuperar-se do choque da explosão e, assim, dar o exemplo aos outros em seu Q-G. Em

Berlim,

viesse

nenhum

foram

Himmler,

a tarde

sinal

de

avançava

sem

|

que

Rastenburg

para

e Ribbentrop.

No

orientar os conspiradores que aguardavam no prédio do ministério da Bendlerstrasse. A única pessoa na cidade a saber dos fatos mais gerais da ocorrência de uma explosão era Joseph Goebbels. Ele fora informado vagamente do ocorrido por volta das 13:00 h, no mesmo momento em que o Góring

dia 20 de julho, Goebbels era o único da hierarquia nazista que permanecia em Berlim. O resto estava em Rastenburg ou em

suas proximidades, como Himmler. Embora não soubesse que dos nazistas de cúpula

era o único

a encontrar-se

na cidade onde

se tramava o golpe, Goebbels não sabia tambem onde se originaria o golpe e nem mesmo sabia do envolvimento pessoal de

Hitler nem de que ele escapara, ate que outra mensagem lhe foi transmitida mais tarde.

103

Emas

nos danificados e as nádegas feridas, dan-

de conferência

e

timpa-

os

queimada,

seriamente



bomba não fora lançada do ar e que O homem que maior probabilidade tivera de coloca-la no prédio era o jovem coronel mutilado, que saira tão apressado da sala

O

bomba

estranho comportamento de Stauffenberg, não demorou muito a ficar claro que a

E

pé. levand o-o depois para se metros dali. particulares . a uns cem ros Quando OS dois sairam dos escomb que os viu el eb gi ll Fe a, ir de ma de io éd pr do uscados e cabelos de Hitler estavam cham me médico mostrou que fumegantes. O exa E o braço direito do Fihrer estava paralisado a da e sua perna direita — à mais próxim

cialistas viessem imediatamente de Berlim. Entrementes, com o que Keitel sabia do

e

do seu corpo. Keitel, ais vit os mt do as Pé equilibrar-se ra ui eg ns co a, er fr so que nada se de rpô a lo áud aj e os br om sc cobre OS € us aposentos

irei

4a régio: AP

*

E

aaa



t

or Abalado e agasalhado sob cal tórrido, Hitler retorna ao local da tentativa de assassinato. Himmler

“está

vêm

a seu lado, Mussolini e Góring, atrás MP uso cums

qa

ee go

|| a

|

Góring

inspeciona

da sala de

|

Quanto

o interior destruído

conferências.

aos conspiradores,

estavam

talmente as escuras e vivendo momentos

grande

be, que marcaram um encontro para que pudessem falar em particular, enganaram-se

ansiedade.

Gisevius recebeu

um

tode

bo-

cado de informação, cuja falta de detalhes

era torturante. Quando ele e Helldorf não puderam mais suportar a incerteza, corre| Tam o risco de telefonar ao amigo Arthur ' Nebe, Chefe do Departamento Alemão de

' Investigação Criminal e que, como Hell|! dorf, era um simpatizante da conspiração. | Nebe devia telefonar a Helldorf se por aca| SO tivesse recebido qualquer informação de Rastenburg.

Tudo

reunir no começo 14:00

h, era que

o que

Nebe

conseguiu

da tarde, por volta das

tinha havido

uma

explo-

são na “Toca do Lobo” e que Himmler dera ordens para que investigadores das SS partissem imediatamente de Berlim para examinar o caso no próprio local. Nebe nem sequer se atrevia a dizer isto pelo telefone; ele apenas murmurou

que “acontece-

ra algo de estranho na Prússia Oriental” e, com

1106

espantosa ineficiência, Gisevius e Ne-

no

ponto

de

encontro

precioso esperando

cais diferentes.

um

e perderam

tempo

pelo outro em

lo-

O telefone, com suas insinuações e meias-verdades, continuou sendo o veiculo basico de comunicação. Também em Paris, Finckh recebeu outro telefonema misterio-

so, por volta das

tro chamado

14:00h, na forma de ou-

pessoal de Zossen.

A mesma

voz anônima que falara antes, pronunciou outra palavra -— Abgelau/en, iniciado! A palavra foi repetida e, antes que Finckh pudesse dizer qualquer coisa, o telefone foi desligado do outro lado da linha. Finckh

obedeceu

com

exatidão

seu pla-

no de instruções dado este sinal para iniciar o golpe na França, ele devia ir imediatamente para o Q-G do Estado-Maior-

Geral do Comando Ocidental, situado fora de Paris, e informar ao Chefe do EstadoMaior de Kluge, General Blumentritt, de

que se “desfechara” um golpe de Estado. Como Blumentritt não estava envolvido na conspiração, só podia receber informação

à r a g e h c ao , m i s s A . dos fatos mais generaraisl, pouco depois das “mca do ge era O prie u q r e b a s m e s , h k c n on Fi alavras p s sa es r a i c n u n o ro homem a pr e Incorret n e m l a t o t e qu a oráveis, aind o diante da figus o v r e n o nt ta € as,o parou um Blumentritt de a volumosa e amistosa um putsch da Houve General. disse: “Herr r está morto. re uh Fi O . im rl Be em o Gestap ado pelos rm fo i fo io or is ov pr o rn ve Um go Goere pelo Dr. generais witzleben e Beck o. deler”. r a notila mi si as rá pa u ro pa t Blumentrit

estava e qu e ss di € o lm ca se cia. Manteveencarm re ta es ns me ho s te es r catisfeito po regados do governo,

porque procurariam

a

tinha l, ta en id Oc te en Fr na m, ué paz. Ning acontea nh vi e qu do te an di s, õe us il muitas mbarse de s do is po de s na ma se is cendo se Leste ques na Normandia. À situação no , Blumente en lm ra tu na s, Ma . or pi a nd ai a er ntes tritt perguntou a Finckh quanto as fo lhe dessa notícia. Finckh arriscou-se e deuor uma resposta preparada: “O Governad Militar”, isto é, Stilpnagel: ele tinha de supor que Stilpnagel, como chefe da conspiração em Paris, deveria ter sido informado ao mesmo tempo que ele, se não antes. Se pudessem evitar, ninguém, inclusive Stulpnagel, usaria o telefone, já que era preciso supor que todos os aparelhos deveriam estar censurados pela Gestapo. Blumentritt aceitou calmamente a declaração de Finckh sem outras perguntas. Fez um chamado prioritário ao Feldmarechal Kluge, seu oficial-comandante e o Comane Grupo de Exércitos B, na França. dantdo Ele só pôde falar com Speidel, o Chefe do Estado-Maior de Kluge, que lhe informou que o comandante estava percorrendo as frentes de batalha e só voltaria ao anoitecer. Como Blumentritt também temia os ouvidos da Gestapo, ficou nervoso pensando no que dizer quando Speidel começou à insistir. Diante disso, usou da sugestão defensiva e disse: “Estão acontecendo coisas scentar em Berlim”, e arriscou-se em acre ”. Isto outra palavra, num sussurro: “Morto nadesorientou Speidel ainda mais. Se Stiilp a teri gel tivesse recebido a mesma notícia,

rasido um pouco mais sensato. Os conspi o dores

em

Berlim

so entraram

em

contat

e que se com ele as 16:30 h, para dizer-lh € devia considerar que Hitler estava morto

que o golpe na Alemanha fora desfechado. Stilpnagel ficou encantado e pôs seus planos imediatamente em ação. Essa notícia lhe foi transmitida como resultado das decisões desesperadas tomadas no ministério, em Berlim, no meio da tarde. Somente às 15:30 h é que as comunicações com Rastenburg foram momentanea-

|

mente reiniciadas. O General Fritz Thiele, Oficial de Comunicações de Olbricht, con-

seguiu penetrar o silêncio da “Toca do Lobo” e receber uma resposta truncada e nervosa a sua pergunta. Disseram-lhe apenas ter havido um atentado contra a vida de Hitler. Nada mais que isso; nenhuma informação sobre se ele estava vivo ou morto. Thiele correu para o escritório de Olbricht com a notícia. Olbricht sabia que, para que fosse bem sucedido, o golpe teria de ser desfechado sem delongas. As forças que apoiavam Hitler não deviam ter a menor chance de se reunir em defesa do governo nazista do Terceiro Reich. Olbricht enfrentava um grave dilema. Teria Stauffenberg tido êxito? Agora pare-

cia que

sim —

se não, como

explicar o

estranho comportamento em Rastenburg? Segundo os cálculos de Oster, a bomba não podia ter explodido antes das 13:15 h devemos lembrar-nos de que ele não sabia da mudança da hora da conferência. Se Stauffenberg tivesse escapado, não che- | - | garia ao aeroporto de Rangsdorf, em Ber | lim, antes das 16:45 h ou das 17:00 h. Se

chegasse, pelo menos lhes traria a verdade. | Mas não iniciar a operação Valquíria até | então, provavelmente seria fatal para O êxi- | to do golpe, pois, tanto quanto

sabia, tal- |

vez já se tivessem dado ordens para O con- |

tragolpe. Na verdade, cabia a Olbricht a À principal responsabilidade pelo início e or- | ganização do golpe, assim como Stauffenberg fora responsável pelo assassinato. E | ele só tinha Hoepner a quem recorrer, mas | este estava claramente nervoso e cauteloso. | Por volta das 15:45 h, Olbricht achou que| devia tomar todas as vidas nas suas mãos|

Fromm, que estava no ministério, ha al-ll guns metros dele, Olbricht decidiu mandar

os sinais da operação Valquíria, que come- É çaram a ser emitidos para os vários co-|] mandos

do

Exército

de

Reserva

as

l

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e

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ee jitate E a MotaE

SeeLa TUDO

* == “leald primeiros a chegar para ade.

reafirmar

ES

to de Reserva, Mas Fromm

era

totalmente

tanta precipitação. Declarou permitir

a transmissão

confirmação

de

Keitel.

contrário

q

que, antes de

dos sinais, queria a

palavras de Stauffenberg nos ouvidos e acreditando

Olbricht,

com

as

ainda ecoando ser impossivel q

resposta telefônica de Rastenburg, fez um chamado prioritário para lá e ficou espantado quando Fromm entrou em contato

quase imediato com

Keitel.

“O que esta acontecendo no Q-G-Geral?” — perguntou Fromm. — “Ha boatos

estranhos

aqui em Berlim.”

“O que dizem eles?”

respondeu Kei-

tel. — “Tudo está normal por aqui.”

ai

SE

“Fui informado de que o Fiúhrer foi assassnado” —. declarou Fromm.

e

“Bobagem” .

Kluge, Comandante Exércitos

a E sa e —— o — —— — e o

E e o E im—

-



que

só chegaram

se Fromm.

teletipo.

volta

Mas

isso demorou

a Viena às 16:45 das

16:00

h,

e os sinais

h.

Stauffenberg

pousou em Rangsdorf. meia hora antes do esperado. Havia outra dificuldade, nenhum carro do Estado-Maior estava à sua espera, para levá-lo, e a Haeften, ao ministério.

Eles telefonaram ansiosos para a Bendlerstrasse, quando então souberam que os sinais da operação

Valquíria estavam sendo

emitidos naquele momento e que Fellgiebel

não telefonara. Stauffenberg ficou aflito e, esquecendo-se das necessidades de segurança, declarou: “Hitler estã morto!” Pediu

um carro para o aeroporto e partiu célere para unir-se aos seus colegas no ministério. Animado pelo som da voz de Stauffen-

berg e pela garantia que dava de que o Fuúhrer estava realmente morto, Olbricht

decidiu

apresentar

francamente

a situação

a Fromm, certo que este se uniria à conspi-

ração, se absolutamente seguro de que Hitler fora eliminado. Fromm ouviu sombriamente e desconfiado o que Olbricht tinha a dizer e depois perguntou-lhe quem lhe dera a notícia. Fellgiebel, respondeu Olbricht, Hitler

estava

acrescentou

morto.

Nas

Olbricht com

circunstâncias,

firmeza, ele pro-

punha mandar os sinais de código da Valquiria para todos os Comandos do Exérci-

HO

se tentou

contra

a sua vida,

Felizmente o atentado fracassou. O Fihrer estã vivo e só ficou levemente ferido. Onde está seu Chefe do Estado-Maior, Stauffen-

berg?”

Por

0

Normandia.

de

verdade

15:50 h. Por volta das 16:00 h, vários comandos ja os tinham recebido, por telefone

ou

mi

B na

do Grupo

respondeu Keitel. . “É

?

“Stauffenberg ainda não voltou” ... dis-

Terminado

Fromm

o

chamado

telefônico,

disse secamente a Olbricht que não

havia necessidade alguma de enviar os sinais da operação Valquiria. Olbricht estava aturdido pelo que ouvira. Ele só podia su-

por que Keitel estivesse mentindo. Retirouse da sala um tanto constrangido, deixando que Fromm descobrisse sozinho que as or-

dens para a operação

sido

dadas.

O

golpe

Valquíria já haviam

tinha

de prosseguir.

Acima de tudo, Olbricht precisava conferenciar com Stauffenberg assim que este chegasse. Também Beck e Witzleben deviam chegar a qualquer momento, e poderiam cuidar de Fromm. que

Assim que Olbricht voltou à sua sala —

por

momentos

se tornara

a sede do

golpe — todos os que estavam envolvidos na conspiração em Berlim pareceram chegar ao mesmo tempo - Beck, com ar ten-

so e ansioso,

embora

resoluto,

agora

que

finalmente chegara a hora da prova, e, so-

bretudo, Stauffenberg, entrando apressado

na companhia de Haeften, ambos excitados

e ansiosos ção

por agir. Os ventos da liberta-

sopravam

pelos

escritórios

bolorentos

da Bendlerstrasse, e o torpor provocado pe-

la umidade e a ansiedade das longas horas

aram s r e p s i d se e rd ta à a durante ovem de j is ma o çã ra ge A e. nt ediatame

“m

u para O escritorio gi er nv co m bé si ciais tam ajuda e ouvir à ofi olbricht, para oferecer do que



acontecera

narrada por Haeften — l

em

Ewald

Rastenburg,

von Kleist,

e von e n vo , he zc it Fr Hans resno a am ch o am ar rd oppen: eles agua , ali perto. a ad an pl Es el ot “H do taurante assumir O COlá e qu o, ud nt co witzleben, aria as

mando das forças

só cheg

armadas,

preocupado o it mu u co fi ck Be h; 19:30 rg telefonou be en ff au St . ia nc sê au a su com Paris, para em , el ag pn il St à te en lm oa ss pe

Hitler; ele dar-lhe a boa nova da morte de gel, Hofacfalou com o ajudante de Stiilpna

dia ter ker, e disse-lhe que Stilpnagel po res certeza de que devia agir contra Os lide l das SS e da Gestapo, sua tarefa principa nesse estágio. Helldorf e Gisevius chegaram: “Então já começamos!” — bradou Helldorf. Ele se sentia encorajado. Pelo menos Stauffenberg parecia irradiar energia. Beck estava inquieto quanto as afirmações de Keitel de que Hitler ainda estava

vivo,

e

passando

bem,

em

Rastenburg.

“Mas é evidente que ele está mentindo” insistia Olbricht, Mas Beck queria que es-

sas

dúvidas

fossem

consideradas,

e acen-

tuou que Helldorf devia, com Justiça, ser informado delas. Beck supunha que a linha General

Schmundt,

Ajudante-de-Ordens de Hitler, morto a seu

lado.

de Keitel

seria tomada

pelos lideres nazis-

tas quando se fizessem declarações, se houvesse alguma a ser feita. Ja então Rastenburg teria adotado medidas para contragolpear, agora que todos os comandos estavam vivendo o clima do golpe de Estado, inclusive Paris e Viena. Mas Stauffenberg se opunha a quaisquer dúvidas de que Hitler estivesse morto. Não ouvira Hitler morrer? Na verdade, não vira a fumaça subindo do local da explosão? “Eu mesmo vi tudo” . afirmou. — “Estava perto de Fellgiebel. Era como se

quartel.

mm

150

obus de

um

É impossível

tivesse

alguém

o

atingido

ter sobrevi-

vido.” Beck estava naturalmente preparado para aceitar a palavra de Stauffenberg; o que o deixava preocupado eram as tentativas que a oposição pudesse fazer para dar a impressão de que Hitler ainda estava vivo, e, assim,

confundir

as forças

e O

armadas

povo alemão. Isto poderia muito bem levar a dúvidas e dificuldades talvez críticas para o resultado do golpe. Ele tambem estava preocupado com o atraso do início da operação. A maioria das unidades militares das quais dependiam tinha de percorrer boa distância para chegar ao centro de Berlim: só depois de cinco ou seis horas é que elas poderiam ser realmente úteis aos objetivos do movimento. Entrementes, os vitais de controle,

ministérios e os centros

com vam

as estações de rádio, ainda não estaocupados pelos partidários da Resis-

tência. Gisevius, em particular, preocupavase com o fato de as emissoras não terem sido tomadas logo de começo. Na sua opinião, a primeira mensagem de Beck para O povo alemão já devia ter sido transmitida. E

também

havia

Fromm,

uma

evi-

fonte

dente de perigo no próprio Ministério da Guerra. Gisevius era de opinião de que ele devia ser morto se não se unisse a eles. Stauffenberg pôs essas sugestões de lado. Às 17:00 h, quando as ordens para a operação Valquiria já haviam sido despachadas e as unidades, segundo se esperava, ja se aproximavam de Berlim, Stauffenberg e Olbricht, apoiados por Kleist e Haeften, foram

desafiar

decidir.

Fromm,

Entrementes, uma verdadeira

em

sua

ocorria em peregrinação

sala,

a

se

Rastenburg dos lideres

11]

pro

Ar

Esq.:

Relíquia

tentativa

exposta

assassinato

Acima:

da

Speidel

Estado-Maior

nazistas para

de

para

a salvação

do

do Fuh-

rer — Himmler, Góring, Ribbentrop, Doenitz, todos os importantes, exceto Goebbels, que ficara em Berlim, embora mantivesse contato telefônico com Rastenbureg. As 16:00 h, Hitler encontrava-se na plataforma da estação ferroviária, dentro da Toca do Lobo”, para receber o trem par ticular de Mussolini, e decidido a tirar O maior partido da inacreditável benevolência do destino. Fez o Duce arregalar os olhos

com sua história da bomba e, por certo, sua aparência confirmava O relato que fazia. Pregada no rosto a lividez do susto, O braço na tipóia e chumaços de algodão lhe protegiam os ouvidos. Seu cabelo queimado fora cortado e ajeitado. Hitler, entretanà leto, estava entusiasmado e apressou-se da sala var seu hóspede a ver OS escombros condições de conferências € mostrar-lhe as em

que

ficou dl

O uniforme er

e,

que

trajava

Mussolini,

queda

cuja

fora

com-

pleta, teve de testemunhar a mágica sobrevivência do Fiihrer. “Os céus têm pousado sua mão proteto-

o fotógrafo.

Rommel.

celebrar

ocasião.

de

(à direita), Chefe

ao

na

você”,

ra

sobre

to,

ou

nel

Piffraeder,

disse

ele

solenemente.

A

a seguir, foram discutir a não tão miraculos As batalha. frentes de das situação ram 17:00 h, eles, e suas comitivas, toma o lugar à mesa para O chá, que foi servid por criados das SS, de luvas brancas. Já então as investigações de Himmler aclaravam um pouco a situação. Começa vam a chegar de Berlim os peritos solicitados; aliás, seu avião cruzou com O de Stauffenberg, que ia a caminho da capital. Até o fim da tarde, Himmler e os oficiais das SS que trabalhavam com ele no local se convenceram de que a tentativa não passara de um ato louco de um so oficial, identificado na pessoa do inválido Stauíffenberg. Himmler telefonou dando ordens para que se prendesse Stauflenberg no aeroporna

A

caminho

cruzou

com

Bendlerstrasse.

do

aeroporto de Rangsdorf, o carro do Corodas

SS,

o de

Stauffenberg, que ia para a Bendlerstrasse.

113

Ministério

da

Guerra

alemão,

na

mesa

Blenderstrasse.

Quando, no final da tarde, se descobriu o manancial de ordens da operação Valquiria, tornou-se evidente que o atentado

era

muito mais do que um simples ato de insa-

nidade de um homem. Antes de sentar-se para tomar o cha, Hitler disse a Himmler

que

deixasse

as investigações

em

Rasten-

central

sentava-se

Hitler

com

aa e b E)

DR

Ê

E

am

ToaE

ie

A

"e

eo? a “gs

e. “o

O

seus

principais convidados, competindo entre si

para prestar tributos ao seu grande lider e

amaldiçoar todos os oficiais que, “quando não tramavam ativamente para assassina-

lo, metiam-lhe nas costas um punhal, dobrando-se

ante

batalha”. Um

o

inimigo

nas

frentes

de

de cada vez, todos lhe asse-

guraram que seus corações, pelo menos, €stavam no lugar certo e que o partido e a nação permaneciam firmes com ele. Então,

burg a cargo dos seus subordinados. Sua presença era necessária em Berlim; ele devia encarregar-se da situação que parecia estar surgindo por lã. Desconfiado de que

no que deve ser considerado um alívio histórico do momento, esses homens, nenhum

Hitler nomeou Himmler Comandante-Chefe

explosão, passaram a se recriminar mutua-

Fromm estivesse, de certa forma, envolvido,

do Exército de Reserva, em substituição a Fromm —. cumprindo assim a velha ambi-

ção do Reichsfiihrer das SS de ter um comando de exercito. Himmler sempre quis ser soldado; agora, subitamente, na hora do chá do dia 20 de julho, ele se tornava

Comandante-Chefe sem um só dia de servi-

ço num campo de batalha a seu crédito ou

um só ano no exército, mesmo na sua desumana juventude.

O chá transformou-se num hospício. À

dos quais esteve presente no momento da mente -

Doenitz contra Goóring, este con-

tra Ribbentrop, Ribbentrop contra Góring. Ignorando a presença de Mussolini, vituperaram uns contra os outros até que Hitler,

com um berro, fez que se calassem as ofen-

sas, Seus olhos eram só raiva: “Destruirei Os criminosos que se atreveram a opor-se à Providência e a mim”, esbravejou. “Esses traidores

do próprio

povo

merecem

morte

ignominiosa e é isto que terão. Desta vez todos os envolvidos, suas famílias e os que

eço total. Este pr O o rã ga ndaram, pá sabotar a am ar nt te e qu viboras termiex rá se a nh ma le À randeza da minha ]

à dignier nt ma a o ic ún O i fo “ni o à perder. uc po o tã r te r po dade, talvez idas e Teed sp de as su u to en es Ergueu-se, Apr em. Não tornaria a tr u se o tirou-se pará ambos estas se me ve no em ver Hitler — | . s o t r o m riam , Fromm e t n a t s n i o m s e m Quase que no iar seus

ergueu-se da cadeira para denunc rg, seu subordinados — Stauffenbe

oficiais Chefe do

Estado-Maior,



Olbricht,

seu

berg recuen ff au St o. nt me ci te as Ab de Chefe Fromm que a e ss Di r. da mi ti in se a sou-se em Rasten-

tler testemunhara a morte de Hi ntindo. Enme va ta es el it Ke , to an rt po ; burg dizer que os ra pa u pe om rr te in ht ic br Ol tão nham sendo sinais da operação Valquiria vi s, e mais enviados nos últimos 60 minuto omm, os sinais-códigos, lembrou ele a Fr copara a inquietação nacional. Fromm en igiu lerizou-se. Com um murro na mesa, ex o nome do homem que se atrevera a enviar os sinais em seu nome e sem a sua autorização. “O Coronel Mertz von Quirnheim”, disseram-lhe. Chamado, Quirnheim admitiu a responsabilidade. Fromm estava prestes à prendê-lo quando Stauffenberg o interrompeu e lhe disse que fora ele quem cometera o atentado em Rastenburg. “Eu detonei a bomba durante a conferência no Q-G de disse. — “Ninguém naquela saHitler” la poderia ter sobrevivido.” Fromm o enfrentou. “O assassinato fa-

lhou” — rugiu. — “Você deve matar-se.” Mas, quando Fromm compreendeu estar diante de um

grupo organizado

de conspi-

radores, ameaçou-os a todos de prisão. Olbricht disse-lhe que não os podia prender

porque eram eles quem estavam nº poder. Somos nós que o estamos prendendo” — declarou. resisFromm fez uma demonstração de

ando tência mas logo foi dominado. Qust olas Haeften e Kleist lhe empurraram pi retia barriga, ele cedeu. Fromm foi

contra escritono , da ar gu b so o, ad ch fe e i dal rado o lavatório do an Us . te an ud aj u se do rio vestiu O r ne ep Ho , ht ic br Ol de ar ul ic part devidauniforme que trouxera consigo. Foi a O Coagora er e qu de o ad rm fo in e ment de Reserva. to ci ér Ex do mandante-Chefe

No mesmo instante, preparando-se para partir para Berlim de avião, Himmler pedia a Hitler uma autorização por escrito para assumir o mesmo comando, que o Fuhrer lhe tinha concedido pouco antes. Assim, naquela noite, havia três homens que se consideravam Comandante-Chefe do Exercito de Reserva. No Q-G de Hitler, ninguém parecia pensar na necessidade de informar o Ministério da Guerra da mudança de cargo feita pelo homem que ainda era O senhor da Alemanha, Contudo, sendo homem cauteloso como Himmler, Hoepner sabia o valor de ter as coisas por escrito. Quando Witzleben finalmente chegou ao

ministério, as 19:30 h, Hoepner recebeu idêntico documento do suposto Comandante Supremo designando-o para aquele cargo. Seu nome, como Os de Witzleben e Beck, estava agora sendo usado para dar ordens no Q-G dos conspiradores. Hoepner era tão meticuloso, que passou o resto da O conforto de com noite preocupado Fromm, seu predecessor, confinado na sala de um ajudante; providenciou alimento adequado e vinho para ele. Melhor teria feito se tivesse assegurado a períeita guarda de Fromm.

Fromm e seu ajudante, Heinz Ludwig que Bartram, outro mutilado da Reserva, sabiam sofrera amputação de uma perna, da sada existência de outra porta no fundo e, por la onde estavam detidos. Bartram pôd acesso ao isso, gozar de certa liberdade de eirou do resto do ministério, tão logo se int rda fahorário das verificações que O gua ério da zia. Gisevius, que ficou no Minist u, por Guerra depois que Helldorf se retiro sas se discordar da maneira como as coi tratamenestavam saindo, irritou-se com o Em to benevolente dispensado a Fromm. que certo momento, Beck chegou a sugerir to se deixasse Fromm ir para casa, contan que desse sua palavra de honra de não agir contra os participantes do golpe. A sugestão, porém, não foi aprovada. Por volta das 16:45 h foi proclamada a lei marcial, e entre 17:30 h e 18:00 h a avalancha de indagações que começava a chegar fez que Olbricht e Stauffenberg corressem de um telefone para outro para prestar informações e encorajar os que vacilavam e os que duvidavam, bem como os inclinados a opor-se ao novo regime mili-

115

tar. O “escritório” do golpe de Estado foi transferido para as salas de Fromm, que eram mais cômodas e mais bem equipadas para lidar com a emergência, já que muitos dos telefonemas eram dirigidos à pessoa de

Fromm. Beck falou com Stilpnagel o primeiro contato direto que o general teve com os conspiradores naquele dia, excetuando-se o chamado de Stauffenberg a

Hofacker, mais cedo. Stiilpnagel garantiu a Beck seu apoio e insistiu para que ele falasse diretamente com Kluge, em seu Q-G, em La Roche-Guyon, para onde Blumentritt ia naquele instante com a momentosa

notícia que Finckh lhe dera. Em

meio à azafama na Bendlerstrasse, o

Standartenfúhrer

(coronel)

Piffraeder,

das

SS, chegou acompanhado por dois homens daquela organização. Parece que ele não

teve qualquer dificuldade para entrar no Ministério da Guerra. Depois de bater os

calcanhares e fazer a saudação nazista, ele

disse que, por ordens do Chefe de Segurança

com

do

o

Reich,

tinha

Coronel

de falar em

Conde

von

particular

Stauffenberg.

Gisevius temia que isto prenunciasse uma

116

Hitler, em Rastenburg, na tarde da “Conspiração da Bomba”, (acima) recebendo Mussolini, (à dir.) mostrando-se

ao seu

Estado-Maior.

incursão da Gestapo. Ele era o único dos presentes que conhecia a perigosa reputação de Piffraeder e conseguiu avisar Stauffenberg, que estava muito bem preparado para enfrentar esses intrusos com a mesma

tranquilidade com que enfrentava toda a forma de oposição. Mas ele teve a sensatez de levar consigo

Fritzsche,

Kleist e Ham-

merstein e logo voltou para dizer que pren-

dera

os

homens

da

Gestapo.

Segundo

Fritzsche, Piffraeder praguejara e se comportara mal. “Por que não matá-los?” —

instara Gisevius. Mas Stauffenberg estava disposto a lidar com eles mais tarde.

Os

Onde

temores

de

Gisevius

se encontravam

aumentavam.

as unidades

que já

deviam ter cercado a área administrativa hã muito tempo? Quem estava ocupando as estações de rádio em nome do novo

governo militar? Quem fora preso, ou, melhor ainda, assassinado, Goebbels, Kalten-

|

stapo? e G da e f e h c O Miller.

Nin-

que estava o o rt ce ao r be sa a ada dos vem par cci da area encant

brunner

C

ra econtecendo foFromm escritórios de oderia

formar

uma



pequena

e

unidade

e

ali

lo menos pe , io ér st ni mi o ri op pr no : mo, a princir a m o t e s l e b b e o a cuidar de G berg e Oln e f f u a t S o? di rá de al estação dos com a p u c o s i a m e d r po m a i bricht parec

isas tão co à o ã ç n e t a r da seus telefones para hos O ar us m a i r e u q o c básicas. Tampou liciais e não po m a r e is po , rf do ll He mens de nto

r tanto qua se de a nh ti e lp go O . soldados

meio a toda m . E to ci ér Ex do a is co el possiv amado de ch um o sm me é at o, sã essa discus ignorado. momentaneamente

Keitel foi vano lo áam ch em u do mo co in se m ué Ning

mente.

von Outro intruso dificil foi o General Kortzfleisch, Comandante Distrital em Ber lim, que veio pessoalmente saber O que estava acontecendo. Ele se recusou a Ver

Hoepner quando lhe disseram que este agora ocupava o lugar de Fromm e se recusou a aceitar as tentativas de explicação de

Beck, com

quem

trocou

palavras um tanto

diam, € que começaram

a se manifestar na

ásperas, e também teve de juntar-se ao número crescente de detidos. “Não se atreva a tocar em mim” ... berrou ele a Hammerstein, que fora encarregado de cuidar dele. Isto era um mau presságio para a eficiência das» unidades da operação Valquíria e das quais os conspiradores depenas Bendlerstrasse da torno em area 18:00 h. Elas incluiam o Batalhão de Guardas (Wachtbataillon) comandado pelo Major Otto Ernst Remer (que por acaso era um nazista entusiástico), certas unidades do Serviço de Treinamento do Corpo de Bombeiros do Exército e da Escola de Material Bélico do Exército, bem como das Escolas de Treinamento de Infantaria, em Doeberitz, de Cavalaria, em Krampnitz, de Artilharia, em Júterborg, e dos Panzer, em Wansdorf. O superior de Remer era o General von Haase, Comandante da área de Berlim, que era simpatizante da conspiração. As ordens dadas a essas várias unidades eram bastante específicas. O problema

E

|

>mt mm3

“b -

da di

Almirante

Rastenburg para solidariedade.

pois para elas eram

tarefas singulares. Entrementes, os homens de Helldorf permaneciam ociosos e ninguém os chamava.

A responsabilidade basi-

ca de tomada das estações de rádio perma-

necia sem solução. Embora várias unidades realmente chegassem a Berlim e tomassem

as posições a elas destinadas, o trabalho de

ocupação da cidade foi realizado de modo errático e mal coordenado. Os conspirado-

res simplesmente

supunham

que

suas

or-

originaram-se

da

confusão

dens seriam cumpridas, mas isto não se vinha verificando. E medidas igualmente

mal

tomadas disse

ao

colega

do

Exército,

nessa quem

quem,

noite

deveria

amigo

de

verão,

incumbir-se

enquanto

tra-ordens.

seu, ficaram

a

chegavam

sabendo exatamente o que

fazer contra as SS e a Gestapo na França

e destacando o número certo de homens de confiança para isso. Mas os conspiradores,

em Berlim, iriam agora enfrentar o primeiro dos

seus

grandes

prio Goebbels. das

opositores —.

o pro-

Hitler lhe falara pelo telefone por volta 17:00

h, advertindo-o

de

que

algum

tipo de golpe militar parecia estar fermen-

tando em Berlim e que se impunha uma transmissão radiofônica geral para desfazer

os rumores de que ele fora morto. E encar-

diu

pilheriar

de prender,

ordens

sobre

e a

e con-

foi encarregado de prender Goebbels. Remer estava profundamente perturbado com a notícia da morte de Hitler. Ele era o

eficiente oficial de toda a operação

que se realizava fora da Bendlerstrasse, as-

118

tência ativa —

sentados,

Para dar um exemplo importante, Remer

mais

damente o membro mais eficiente da Resis-

Heinrich

autor,

Fraenkel, que ele e o Comandante Distrital

do

Stilpnagel, em Paris, era decidi-

regou Goebbels da redação e transmissão do aviso. Antes de fazer isso, Goebbels chamou Specr, o jovem Ministro dos Ar-

que nas províncias lavrava. Por exemplo, em Hamburgo, o Gauleiter, Karl Kaufmann,

hipotecar

a

mamentos de Hitler, a sua casa, onde deci-

ficar aquela

tarde.

Goebbels

precisar de seus conselhos crise, mas

realmente

Speer

acreditava

quisesse

vigiá-lo,

disse-lhe

e ajuda nessa que

Goebbels

crendo

que

Speer estivesse também envolvido na conspiração. Goebbels telefonou para o comandante do fiel Leibstandarte SS “Adolf Hr

tler”, a terrível unidade SS da guarda pessoal, militar e cerimonial do Fiihrer, sedia da em

Lichterfelde, a uns

Eri

de obedecê-las,

sim como

que logo chegou

-ee-s-ME |

estava mais na sua boa vontade ou capaci-

dade

Doenitz,

8 km do centro

de Berlim, insistindo para que o comandan



Coronel Quirnheim, importante conspirador, na Bendlerstrasse.

Acima, à esg.: Major Remer, Comandante do Batalhão de Guardas de Berlim. Acima, à dir.: General Falkenhausen. Abaixo: Goebbels testando opinião pública.

a

rante

a guerra, e agora constitua

a 1º Di-

visão Panzer SS. Mas seu quartel de Gross Lichterfelde, Prussiana,

mental.

a

antiga

ainda

servia

Speer chegou

Academia de

deposito

Militar

regi-

à casa de Goebbels, perto

da Porta de Brandemburgo, o mais depressa que pôde e foi ter com ele em seu escritório, no segundo

Hitler o avisara.

Pouco

depois

Valquíria. Na verdade,

foi Remer quem mandou Hagen avisar Goebbels, em parte porque Hagen conhecia bem o ministro, em parte porque queria

certificar-se da autenticidade da notícia de

que Hitler estava morto. Goebbels concordou em receber Remer imediatamente e

Hagen foi buscá-lo. Hagen disse a Heinrich Fraenkel que toda a situação mudaria para ele próprio e para Remer se ficasse provada a morte de Hitler. Eles então teriam de obedecer as ordens emitidas da Bendlerstrasse e prender Goebbels. Hagen podia ser agora considerado

contra-agente,

divulgando

a

notícia

um

que

E E TF = male

r= ee ct

== ati El cmi

E

E, a

e

E

jm

as

h e toda a Europa o ouviu através

das poderosas

ondas da emissora Oficial,

a

Deutschlandsender:

"Houve hoje um atentado contra a vida

rer sofreu escoriações e queimaduras leves,

pois da tentativa contra a vida do Fiihrer o Marechal ele,”

do Reich (Góring)

foi ter com

no exato momento

em que Beck implorava

para que ele se juntasse aos mentores do golpe de Estado. Enquanto ouvia Beck, lia

a transcrição.

A

interrompeu, perguntando: “Mas qual é a verdadeira

seguir,

ele o

situação no'

Q-G do Fiuhrer?” Beck era suficientemente honesto para negar que as coisas estavam incertas em Rastenburg. Isto foi demais para Kluge, que passara anos vacilando e que

não estava preparado para correr quaisquer riscos que fossem. “Primeiro, tenho

com

meus

o

discutir

de

assunto

oficiais” ... disse ele. —

“De-

pois, chamo-o de volta.” Ele prometeu à Beck que o informaria da sua decisão, mas

Beck sabia que, com um homem do tempe-

ramento cauteloso de Kluge, a perdê-lo.

Naturalmente,

Bendlerstrasse

os

tinham

isto equivalia

conspiradores

ouvido



a transmis-

são. Embora esperassem algo assim, ela aumentou neles a ansiedade. Imediatamente,

emitiram um desmentido à nota oficial, que foi enviado

aos vários comandos

com OS

Goebbels lhe dera de que Hitler estava vi-

quais estavam em contato: “O comunicado transmitido pelo rádio é

cleta emprestada, à procura de Remer. Pensando bem, Haase decidiu que não podia mais confiar em Remer e alterara a ordem

com a máxima presteza.”

vo, por onde quer que fosse, numa motoci-

Ta

transmitido

Kluge

alerta da operação

adam

foi

nacional-socialista do Batalhão de Guardas

chamado consultor

go Remer, com quem ele podia contar como leal seguidor de Hitler. Hagen estivera com Remer naquela mesma tarde e ambos tinham ficado chocados com a ordem de

cas

aviso

Uma transcrição deste texto foi colocada na mesa de Kluge, em La Roche-Guyon,

Goebbels para avisá-lo do movimento das tropas e aconselhãá-lo a falar com seu ami-

a

18:45

o

SO-

da chegada de Speer, as tropas começaram a alinhar-se nas ruas próximas; Speer chamou a atenção de Goebbels para o fato.

e era ajudante de Remer, chegou à casa de

mm

Finalmente,

Hitler

que

Ele reiniciou imediatamente os seus trabalhos e, como estava programado, recebeu q Duce para demorados debates. Pouco de-

Ao mesmo tempo, um escritor Hans Hagen, que atuava como

eo a

ao atentado.

rivalizado, em intensidade, com os que ocorriam, ao mesmo tempo, na Bendlerstrasse. Na verdade, a casa de Goebbels transformara-se no centro do contramovido de que

=

brevivera

a notícia de

do Fuhrer, a explosivos... O próprio Fiih-.

mento destinado a frustrar o golpe de Esta-

|

levaria a todos

andar, onde o encontrou

dando inúmeros telefonemas que devem ter

|

se momento, desculpava-se com Hitler por nao ter ainda transmitido o avi SO. Goeb. bels acelerou então a feitura do texto que

incorreto. O Fiúhrer está morto. As: medidas preconizadas devem ser executadas

g

da

Como aves de rapina, os telefones não cessavam de atacar os homens da Bendlers-

cidido a avistar-se com o ministro que, nes-

de que Hitler estava vivo. Beck, Stauffen-

de que ele seria o oficial encarregado

prisão de Goebbels. Mas Remer estava de-

120

trasse, depois da comunicação radiofônica

E

te pusesse seus homens em alerta. O Leibstandarte havia crescido enormemente du-

O!



berg

continuaram

bricht

Gi aparelho

correndo

para dar ordens

para outro,

aos feldma-

m muitos casos, implorar

ri

de

que, em vais ne ro co ou , is ra ne ge a tados de dúvida e incerteza, não saes que fazer ou no que acreditar. Ja Resisténda s re de lí OS , os ad ns ca e ucos -

cia estavam

“A transmis

agora acuados.

são é mentirosa

afirmavam



eles. —

Goebbels . do tu o ss di ás tr r po tá es l te «Kei ndo a verze di s mo ta es s nó as en Ap e. ment o

dade.”

ente do Mas era evidente que, independ r, a hierarque tivesse acontecido ao Fiihre os meios quia nazista permanecia intacta e em suas de transmissão estavam firmes tinham

Os conspiradores

mãos.

coisas de-

estes mais a explicar. Hoepner já estava pr coa perder a calma. Até mesmo Olbricht meçava a concordar com Beck, de que Hi tler, afinal, talvez estivesse vivo, a despeito das reafirmações continuas de Stauffen-

berg. As únicas mensagens animadoras vinham de Stilpnagel, em Paris. Quando

Witzleben chegara, portando seu bastão de

Feldmarechal,

tar suprema

de enfrentar

símbolo

da

autoridade

mili-

na conspiração, eles tiveram

sua

ira.

Todos

se ergueram,

inclusive Stauffenberg, e a atmosfera informal desapareceu momentaneamente. Calcanhares soaram. Witzleben recusou-se a dar atenção a qualquer um, exceto a Beck, O Regente titular da Alemanha e, portanto, superior a ele próprio no castelo de cartas

que

os

ro

de

Que

conspiradores

bela confusão,

Witzleben.

haviam

construido.

esta”, foi o comentá-

Beck

não

muita coisa para reanima-lo.

podia

dizer

Nas ruas, as

unidades que lhes dariam proteção começavam a desfazer-se e os conspiradores nada podiam fazer para detê-las. Alguns dos oficiais achavam que era hora do jantar. Para

reunir seguidores, Olbricht e Quirnheim realizaram uma breve reunião de oficiais no ministério, mas isto serviu apenas para

consolidar a oposição entre os oficiais leais a Hitler, de cuja salvação tinham agora certeza. Liderado pelos entusiastas nazistas,

n Coronel Franz Herber e Coronel Boode pavora

der Heyde, eles ficaram em serviç iniciar um contra-ataque. Chegaram

mes-

a Zieli De à e nt me ga ar am se rxa ei mo a qu mantê-los € os -l má al ac ou nt te e qu r, gle leais a Olbricht.

Chamado por Hagen, o Major Remer chegou a casa de Goebbels. Ele ainda não sabia se Hitler estava vivo ou não. O Ministro da Propaganda o recebeu imediatamente e quis saber se ele era absolutamente leal ao Fuhrer. Remer assegurou-lhe de que era irrestritamente leal. Goebbels insistia que o momento era histórico, Hitler estava vivo, mas o futuro do Reich, disse ele, dependia deste único oficial. Não era por nada que Goebbels era Ministro da Propaganda: ele sabia quando apelar para os sentimentos. Speer observou-o em ação, Remer em seu escravo. transformando “Apertamo-nos as mãos durante longo tempo” —. disse Remer depois — “e fitamo-nos nos olhos”. Como numa peça teatral, Remer era o substituto esperançoso que de repente ganha o papel principal com que sempre sonhara. Ele era o Major Remer, o Davi Nazista, o bravo jovem oficial com sua Cruz de Cavaleiro com as Folhas de Carvalho, num embate contra os horrendos Golias da subversão, Beck e Stauffenberg. Goebbels, para consolidar o efeito que criara, tomou o fone e pediu calmamente para falar com o Filhrer. Ele tinha uma linha direta com Rastenburg. Remer ficou ali, estarrecido. “Fale você mesmo com o Fiúhrer? — disse-lhe Goebbels entregando-lhe o fone. Remer tomou-o, tenso de emoção. A voz:rouca e áspera era inegavelmente a do Fuhrer. Hitler também sentia a importância do momento;

colocou

Remer

sob seu coman-

do pessoal e deu-lhe ordens para fazer O máximo para frustrar os pérfidos que procuravam destruir o Reich. A segurança de Berlim estava nas mãos de Remer, depen-

dendo da chegada de Himmler, o novo Co-

mandante-Chefe. Ele terminou promovendo Remer a coronel imediatamente. Hitler sa-

bia como fazer um telefone comunicar. Remer, excitado e completamente

subju-

gado, correu a reunir os homens que pudesse para contragolpear de imediato. Por volta das 20:00 h, a oposição nas ruas já se estava dissipando. Ao cair da noite, Goebbels fez uma de suas orações altamente profissionais para a pequena unidade que Remer formara no jardim dos fundos da casa do ministro. Remer não precisava fazer mais nada.

Entrementes, Kluge, cansado da sua via-

121

e

e

SS

A

E

e

e

e

e

A

a

ms E AS

ão

e se

pe

E e Ei

e

e

mi

,

|

|

| ]

|

|

||

gt

|

Hitler

mostra

a Mussolini,

recém-liberado da sua prisão no Gran

Sasso,

os

resultados

da

bomba.

Bendlerstrasse.

“Um

Ela dizia o seguinte:

grupo

partido,

homens

irresponsável que

jamais

de lideres do estiveram

na

frente, tem tentado valer-se da atual situa. ção para apunhalar o atribulado exército

pelas costas

e tomar

o poder.

Nesta hora

de perigo mortal, o Governo do Reich, pa-

ra que se mantenham

clamou

um

a lei e a ordem, pro-

estado

de

emergência

mili-

tar a Ela prosseguia exigindo que Kluge prendesse todos os principais oficiais das SS e

do partido no oeste. A menção do nome de Witzleben

Kluge.

Otto Skorzeny, o líder do commando SS, que arrancou Mussolini do cativeiro.

gem pelas frentes de batalha, repousava no belo castelo de La Roche-Guyon, a sede do

Duque de La Roche-Foucauld, cuja familia continuava residindo numa ala da sua mansão, sendo o resto requisitado pelos invasores. Anoitecera e a poeira e o calor do dia ja haviam desaparecido. Kluge era homem que sentia muito o peso da responsabilidade. Já com 62 anos, estava bastante preocupado e até ressentido com o que o envolvera nessa noite. Esses telefonemas incriminadores de Beck o alarmavam. Sem dúvida algo muito sério acontecera em Rastenburg, mas fosse o que fosse, devia ter saído tristemente errado. Alem da persistência dos telefonemas de Beck, ele recebera outro chamado, ansioso, do seu amigo, o General von Falkenhausen, que até recentemente comandara na Bélgica e era outro seguidor tácito de algum tipo de golpe. Falkenhausen queria saber a verdade sobre o que estava acontecendo. Com a Gestapo censurando os telefones de Paris, Kluge não estava gostando de toda essa atenção voltada para ele, nesse caso. Mas o pior estava por vir, para perturbar a tranqiiilidade da noite em que esperava repousar. Blumentritt chegara de carro, por volta das 19:00 h, e trouxera outra das ordens detalhadas enviadas em nome de Witzleben, antes da chegada deste último a

124

Esse

estimulou nome

o

ânimo

cansado

representava

mais

de

para

ele do que o de Beck. Homens como estes não podiam estar errados. Ele confiava muito mais neles do que jamais poderia confiar em Keitel. Talvez Hitler estivesse morto

mesmo,

como

diziam. Mas,

enquan-

to decidia se devia ou não dar ordens para as prisões, recebeu pelo telefone um aviso

de Keitel, em Rastenburg, garantindo que Hitler estava vivo, que Himmler era o novo

Comandante-Chefe do Exército de Reserva

e que quaisquer ordens

dadas

em nome de

Fromm, Witzleben ou Hoepner eram nulas, A autoridade estava agora nas mãos de Keitel

e

Himmler,

agindo

nome

em

do

Fithrer. Kluge sentiu quanto fora bom não

se ter precipitado a agir em apoio do golpe.

Ele compreendia também o quanto era necessário assegurar-se dos fatos e fazer inda-

gações minuciosas. Kluge disse a Blumen-

tritt para

telefonar

para

não havia ali nenhuma

Rastenburg,

mas

autoridade disponi-

vel, pois estava havendo uma conferência de oficiais. Finalmente, ele conseguiu falar

com

Stieff,

a quem

conhecia

muito

bem.

Mas Stieff há muito retirara seu apoio à

qualquer

ação

ulterior,

pois,

na

sua

opl-

nião, a tentativa fracassara antes mesmo de começar. Ele apenas assegurou a Kluge que Hitler estava vivo e que o informe transmitido pelo rádio era verdadeiro. Stieff tomou o cuidado de não incriminar de modo algum a si próprio ou qualquer outro no que acontecera. Kluge desligou, totalmente desanimado. “A coisa toda saiu er-

rada” — foi seu comentário particular. Co-

mo

Stieff, ele somente

agiria se Hitler esti-

vesse morto. Mas desejava que o golpe fos-

se um

sucesso, pois, melhor

que ninguém,

sabia que a guerra estava péssima para O

a odo algum terminou aceltara o nã e qu , el ag pn il St aris. a

e empenhara qu e el it Ke de as ordens guiria quer Hitler se os pr e qu ck Be palavra a caminho à va ta es o, nã estivesse vivo quer oficialu se o m o c e, ug Kl ara convencer & r as ma ir nf co a ri ve de e comandante, que el em s da ma to o nd se m va ta medidas que já es ra dar Pa . to en im ec nh co Paris, sem seu ilpnagel trazia St , os el ap s ao so pe mais is leais ação

colegas ma us se s do ns gu al o ig ns co . Na vern o y u G e h c o R La ra pa e intimos visitaria e qu ão ss mi co a um dade, era Kluge.

o CoEm companhia de Stilpnagel iam periente) e ronel Hofacker (um advogado ex General o Dr. Max Horst, cunhado do ssou Speidel. Anoitecia quando o carro pa pelos portões do castelo em que se encontrava Kluge.

Este os recebeu cortesmente na bela sala que usava para conferências de seu EstadoMaior, decorada com preciosas e floridas tapeçarias, que tinham sido guardadas pelos franceses para protegê-las dos azares da guerra. Tudo

parecia muito elegante e civi-

lizado para um momento tão desesperado da vida da Alemanha, embora a elegância fosse sombria e melancólica. Kluge convidou Blumentritt a participar da conferência, e todos sentaram-se para debater as questões

implicadas

nesse

incômodo

caso.

Hofacker, devido à sua profunda convicção

e sua eloquência de advogado brilhante, bem como ao fato de ser primo de Stauf-

fenberg, fora escolhido para reunir os fatos

e apresentar o caso a Kluge. Hofacker falou com honestidade sobre a necessidade

de se libertar a Alemanha

das mãos de

Hitler. Kluge ouviu com gravidade uma oração que deve ter durado um quarto de hora sem nada dizer. Ele estava agora certo de que Hitler vivia. Hofacker prosseguiu, salientando a importância da conspiração na França é seus reflexos em Berlim. Lembraram a Kluge anha que ele era o senhor no oeste. À Alem a voltava-se para ele em busca da mesm . liderança que Beck desenvolvia em Berlim esperas do to € ar fal de u ro pa er Hofack

ram

pela resposta de Kluge. Este levan-

tou-se:

“Senhores”



disse ele —

“a coisa fa-

Albert Speer, Ministro dos eto Armamentos de Hitler, seu arquit

particular e íntimo do seu círculo.

lhou”.

Stilpnagel indagou ansioso se Kluge por soubera de alguma coisa do que estava acontecer. “Claro que não” — disse Kluge. — “Não tinha nenhuma idéia.” Stilpnagel compreendeu, como acontecea-se ra antes com Beck, que Kluge demiti ava da causa e que ele proprio, portanto, est numa situação que poderia facilmente custar-lhe a vida. Em Paris, já seus homens estavam arrebanhando os principais oficiais das SS e da Gestapo e prendendo-os. Ele dependera da aceitação de Kluge desse fait

accompli;

afinal

de

contas,

contava

como

certo o golpe de Estado que estaria em andamento na Alemanha. Ele ergueu-se €, sem pensar no que estava fazendo, saiu para o terraço, imerso em seus pensamentos. Então, ouviu a voz de Kluge chama-lo. “Senhores” .. disse Kluge —. “convi do-os a jantar comigo”. Na Bendlerstrasse, eles só podiam, agora, ouvir a rádio que não tinham captura-

125

prisões já estavam sendo

do. Uma orquestra trombeteava música de Wagner. Vez por outra anunciavam que Hitler falaria à nação naquela noite. Ja então as forças do Terceiro Reich estavam to Skorzeny (o oficial que liderara a unidasalvara

Mussolini

e o trouxera

da

“Por

que

“Não

pude

Itália) do vagão-dormitório em que viajava para Viena, a fim de utilizar seus serviços de especialista no combate as forças minguantes da insurreição. Ele voltou ao quartel do Leibstandarte para encarregar-se da

perguntou,

ques que ainda pudessem estar à espreita em Berlim, às ordens dos conspiradores.

xarem

que ainda estava com cuidado

Comeu

Goebbels), tomou o

o ministério fosse tecnicamente o Q-G do

seu novo comando. Ele preferiu unir-se a Goebbels e montar um centro de investiga-

ções do fracassado golpe na própria casa do Ministro. Achava que as investigações seriam muito melhor dirigidas dali. Mas ele deixou Fromm livre para realizar sua prómal,

em

La

Roche-Guyon

papel de anfitrião com

dade. gum

gou-o ainda deria ambos

o

aparente equanimi-

Speidel, que esteve presente por al-

tempo,

questão inato

foi for-

a luz de velas. Kluge desempenhou

de

foi chamado

urgente.

a resolver

uma

Stilpnagel

obri-

Eventualmente,

honestidade

de

o senso

a dizer a verdade a Kluge. Quando estavam à mesa, perguntou-lhe se poconversar em particular com ele e se retiraram para uma sala próxima.

Minutos depois Kluge apareceu incomu-

mente e enraivecido, chamando Blumentritt em altos brados; este ainda estava à mesa. Estava encolerizado pela insubordinação de Stulpnagel, pelas prisões de oficiais das SS e da Gestapo. As piores coisas estavam sendo

feitas

no

desconhecimento

Comandante-Chefe.

Ordenou

dele,

o

a Blumentritt

que desfizesse o que Stiilpnagel tinha man-

dado fazer, imediatamente, antes que as coisas piorassem. “Do contrário, não me responsabilizarei por nada, nada, nada” — gritou ele, com voz irada. Blumentritt telefonou a Paris e voltou com a resposta que Kluge mais temia. As

126

SAS

me

telefonou?”

is

entrar em contato com o se-

e bebeu em silêncio. Depois, levan-

a sala de jantar,

Stulpnagel: | “Você tem

de evitar a Bendlerstrasse, embora

O jantar

não

tou-se e as velas foram apagadas. Ao dei.

de Rastenburg segundo Speer,

pria vendetta na Bendlerstrasse.

você

nhor” —. respondeu Stilpnagel, Kluge acalmou-se e sentou-se à mesa,

dispersão final de quaisquer tropas ou tanQuando Himmler chegou (so depois da meia-noite,

elas

haviam começado pouco depois das dez horas. Kluge estava estupefato; voltou-se para Stulpnagel, pessoa de quem sempre gostara:

agindo; as SS chegaram mesmo a tirar Otde que

feitas:

de

voltar

ele voltou-se

a Paris.

para

Tem

de

libertar esses homens. A responsabilidade é sua” — disse. “A sorte está lançada, Herr Feldmarscha" — respondeu Stiilpnagel. — “Não podemos

“Se

recuar agora.”

aquele

comentou

porco

Kluge,

estivesse

tristemente,

morto” ao

levar

Stulpnagel até o carro deste. ... “Você tem

de considerar-se suspenso da ativa. É me-

lhor desaparecer.” Stulpnagel fez-lhe continência. Kluge simplesmente inclinou-se, deu-lhe as costas e voltou para o castelo. Ele compreendia a

significação

noite. Em

dos

acontecimentos

daquela

Paris, como em Berlim, era grande a

confusão. Entrechocavam-se ordens e contra-ordens. Cerca de 1.200 oficiais impor-

tantes das SS e da Gestapo haviam sido arrebanhados com exemplar eficiência. Não se disparara um só tiro. O desespero instalou-se na própria Bendlerstrasse. Com a partida das unidades que

deviam

apoiar

a revolta,

os

conspiradores

ficaram sozinhos. Por volta das 22:30 h, Olbricht compreendeu que os participantes do golpe estavam completamente isolados € teriam de defender sua posição. No Ministério da Guerra, os oficiais leais a Hitler tinham formado sua própria linha de resistência, Herber duvidou abertamente da autoridade de Olbricht; seus colegas, entrementes, haviam conseguido trazer algumas armas de um arsenal das proximidades € estavam decididos a libertar Fromm. As

22:30

h,

Herber

von

der

Heyde



seus seguidores desfecharam um ataque ar-

mado à sede dos conspiradores. Invadiram

que conferen, ht ic br Ol de la sa primeiro a vis, amigos da conspici ns gu al ciava com a se tinham juntado a ele naquel

ter Yorck Pe , cr ai nm te rs Ge n ge Eu — te ld. (Otto ho rt Be , rg be en ff au St de o mã a «r o

raç ao,

q ue

gum temp al a ar ss pa e qu l vi ci o a outr titiveverra e el ra pa te en zm li fe | , se as ag Bendlerstr

ração pi ns co a m co do ga li o ci de sair a negó :00 h.) uco antes das 21 sua arma para Olbricht, apontando

e Heyde acusou-o de deslealdade ao Fuhrer Fromm. exigiu que os levasse ao General os inricht simplesmente encaminhou

Olb

o seu trusos a Hoepner, que declarou ser Delia Entrementes, Comandante-Chefe.

Ziegler descera o corredor correndo, para avisar Beck e Hoepner, que estavam isolados na sala de Fromm. No caminho, ela

encontrou

correram

Stauffenberg e Haeften, que logo

auxilio

em

de

Olbricht.

Foram

recebidos a tiros e tiveram de recuar para

o corredor. Stauffenberg ficou seriamente ferido no braço esquerdo (o que lhe restava).

Houve, no corredor, troca de tiros entre

os homens leais à conspiração e os fieis a Hitler. Beck, Hoepner, Olbricht, Stauffene Haeften

berg

foram

mas

do

pré-

menos importantes da

alguns dos membros

conspiração

arrebanhados,

conseguiram

escapar

dio. O resto foi confinado sob guarda. Fromm, libertado, viu chegar sua hora

final de vingança. Naturalmente, ele não sabia que fora substituido no comando. Instalou um conselho de guerra sumário por volta das 23:00 h, pois estava ansioso por provar que não participara da conspiração contra o Fuhrer. Confrontando os lideres do golpe, instou-os a depor as armas. Beck imediatamente exigiu que, como oficial, se lhe respeitassem o direito de manter a pistola (deduziu-se), para suicidar-se. Cansado e abatido, ele fracassou

=

em pou der ele

seu primeiro tiro, que apenas lhe rasa têmpora. Quando os homens de Hertentaram arrancar-lhe a pistola da mão, implorou que lhe permitissem tentar no-

vamente. Fromm concordou. Também concordou que Hoepner, que se recusara a matar-se,

deveria

ser

enviado

para

a prisão,

MT

para responder a inquérito e ao subsequente conselho de guerra. Aos

outros,

disse

bruscamente

que,



tivessem qualquer mensagem final a escre-

ver as suas mulheres, que o fizessem agora. Olbricht e Hoepner sentaram-se para escrever. Entrementes, Fromm preparara o pelotão de fuzilamento no pátio do ministério, recrutado entre os homens de Remer. Beck, sangrando e quase inanimado, preparava-se para tentar novamente contra a vida. Stauffenberg, seriamente ferido, deixara-se cair numa cadeira; sangrava profundamente e era atendido por Haeften. Fromm, olhando mais para o relógio do que para suas vítimas, sentenciou quatro dos conspiradores à execução imediata -— Stauffenberg, Olbricht, Quirnheim e Haeften. Dez homens esperavam no pátio interno, no pelotão de

fuzilamento,

para

executâ-los

à luz dos fa-

róis de carros e caminhões que haviam si-

do levados para lã para essa finalidade. Beck reanimou-se o suficiente para ten-

tar outro tiro. Pediu ajuda, caso fracassasse também dessa vez. Fromm concordou e

disse a um sargento da guarda para matãlo se o tiro falhasse. Beck finalmente foi morto com um tiro que o sargento lhe deu no pescoço. Os outros foram levados as pressas à presença do pelotão de fuzilamento. Haeften amparando Stauffenberg, que

ainda sangrava e estava quase inconsciente.

Ele reanimou-se momentaneamente ao enfrentar a linha de fuzis. Deu-se a ordem de disparar. “Viva nossa sagrada Alemanha”, bradou ele ao tombar com seus amigos, na salva

de tiros que ecoou pelo pátio, sob a janela

de Fromm. Como que em represália, as sereias soaram por toda Berlim, avisando de um ata-

que aéreo. No “Hotel Raphael”, aposentos dos oficiais em Paris, os associados imediatos de Stilpnagel aguardavam em desespero seu

retorno de La Roche-Guyon. O rádio estava ligado, anunciando repetidamente que Hitler falaria naquela noite. Eles sabiam que o golpe de Estado fracassara e que os homens cuja prisão tinha sido responsabilidade deles deviam ser libertados e, se possível, acalmados. A posição parecia desesperadora. Os “bastardos negros”, como o

exercito

chamava

as SS,

devido

aos

uniformes pretos, poderiam vingar-se logo fossem libertados. Os homens Stilpnagel afogavam suas dúvidas

seus

tão de em

champanha. Um deles, o Coronel Linstow.

127

depois

que sofria do coração, desmaiou

ter falado

telefone.

pelo

Stauffenberg

com

de

Este lhe dissera que as forças da oposição já se reuniam e não demorariam a atacalos na Bendlerstrasse.

Stilpnagel chegou depois da meia-noite. Não havia nada a fazer por ele, exceto

dar-lhe Hitler.

fala

a

e aguardar

champanha

de

E esta foi ouvida à uma hora da manhã de 21 de julho. A música marcial caiu para o fundo, e a voz rouca do Fuhrer. inidenti-

ficavel quase pelos efeitos secundarios do choque. remoia as expressões de vingança que todos os homens e mulheres simpati-

zantes do golpe de Estado mais temiam: “Uma sucia muito pequena de oficiais ambiciosos, desonrados e criminosamente estúpidos, preparou uma conspiração para eliminar-me e, ao mesmo tempo, derrubar o Alto-Comando das forças armadas alemas. Uma bomba colocada pelo Coronel Conde von Staufienberg explodiu a dois

metros à minha direita, ferindo seriamente vários membros fieis do meu EstadoMaior. Um deles morreu. Felizmente sai completamente

pequenas

ileso, salvo

riações e queimaduras

esco-

leves. Vejo isso co-

mo uma confirmação da Providência de que devo continuar buscando a meta da minha vida, como tenho feito até agoTA saio

Os

ravam seria

conspiradores

sobreviventes

conjetu-

que

ensaiara

sobre se era mesmo

a voz

de

algum

para imitar o morto?

ator

o Fuhrer.

Ou

“Os conspiradores se iludiram muito. A alegação desses usurpadores de que não es-

tou vivo cai no ridiculo no momento

em

que lhes falo, meus queridos camaradas. O

circulo de conspiradores é muito pequeno. Ele não tem nada em comum com o espirito das forças armadas alemãs e, sobretudo,

nada em comum

ta-se de uma

com o povo alemão. Tra-

quadrilha

pequena

muito

de

elementos criminosos que serão implacavelmente exterminados . . .”

Era indiscutivelmente a voz obsessiva de Hitler. “Portanto,

dou

agora

ordens

para

que

nenhuma autoridade civil obedeça as instruções de qualquer departamento que esses usurpadores procuram controlar; que nenhuma

128

autoridade

militar, oficial ou solda-

Si psa8]

do, obedeça a quaisquer ordens desses homens. Ão contrário, é dever de todos pren-

der

ou,

se

resistir,

contra qualquer

um

ordens ...

atirar

imediatamente

que dê ou execute tais

Ouvindo em Berlim, Goebbels irritou-se com o inepto desempenho de Hitler. Por que o Fuhrer, nesses momentos críticos faz

por ignorar

seus serviços profissionais

na hora de redigir e ensaiar a transmissão?

Evidentemente,

Rastenburg

podia

tempo.

estar

precisavam

como

em

em

dois

dele

Berlim,

lugares

mas

ao

tanto

em

ele não

mesmo

“Para restabelecer a ordem, nomeei Himmler, o Ministro do Reich, Comandan-

te do Exército de Reserva... Estou convencido de que, com o desaparecimento

dessa súcia

minúscula

de conspiradores, fi-

nalmente estaremos criando no solo pátrio a atmosfera que os combatentes na linha de frente precisam.”

O discurso de Hitler estava sendo acompanhado por todos os sistemas de escuta do mundo. Ele estaria nas primeiras pági-

nas dos jornais em fora do minguante

toda a parte, dentro e império alemão, asso-

berbado em todas as fronteiras pelos vitoriosos exércitos americano, britânico e so-

viético. “E inacreditável que, na frente de bata-

lha, centenas de milhares, não, milhões, de bons homens se esforcem ao máximo, enquanto uma pequena quadrilha de ambiciosos e miseráveis aqui em nossa pátria tente

sabotà-los eternamente. Desta vez ajustaremos contas com eles da maneira como nós, nacionais-socialistas, estamos acostumados

a fazer...” —

Os

conspiradores

foragidos

escutavam

Goerdeler oculto; Otto John, que estava

em casa com seu irmão e o irmão de Bonhoeffer, esperando a chegada da Gestapo a qualquer momento; Gisevius, com ami-

gos, em

suas salas, no subsolo, nos subúr-

bios de Berlim. Tresckow, na distante frente oriental, fora deitar-se em desespero. Schlabrendorff trouxe-lhe a notícia de que Hitler estava fulminando a todos pelo rádio. Tudo o que Tresckow pôde dizer foi: “Eu me matarei”. “Provavelmente apenas uns poucos podem imaginar qual teria sido o destino da Alemanha se a conspiração tivesse êxito.

= E

am

E sem

Hitler visita Scherff, historiógrafo das

Agradeço à Providência e ao Criador, não por ter Ele me conservado. Minha vida é dedicada unicamente ao interesse do meu povo, a trabalhar por ele. Antes, agradeçoLhe porque Ele me possibilitou continuar arcando com essas preocupações, a prosseguir em meu trabalho, segundo minha ca-

pacidade e minha

conferências de do atentado.

“substituira, Fromm

consciência .. .”

tros, os homens que haviam sido arrastados para a prisão havia pouco mais de entre

os

quais

Hoepner,

Gers-

tenmaier, Peter Yorck e o irmão de Stauf-

fenberg, Berthold. A maioria deles estava acorrentada, amontoada nas celas da Ges-

tapo, pronta para as horas intermináveis de interrogatório e tortura. Hitler concluiu: “Posso, uma vez mais, saudá-los alegremente, meus velhos companheiros de bata-

lha... Vejo nisso um augúrio da Providência para prosseguir em meu trabalho e,

portanto, assim farei.”

A Bendlerstrasse, às horas mortas de sexta-feira, 21 de julho, estava iluminada pelos holofotes, depois do ataque aéreo, € guardada pelas SS. Kaltenbrunner, chefe

Ao

da

meia-noite

e sua presençã n

E]

a

1

comu-

chegar

à casa

de Goebbels,

ele foi

novamente preso. “Você apressou-se um bocado em meter suas testemunhas debaixo terra”, foi tudo o que Goebbels lhe isse.

da Segurança do Reich de Himmler, chega-

ra ali antes

transmitira uma

mais não que do comando nicação ocupava: “O putsch tentado por generais irresponsáveis foi dominado implacavelmente. Todos os líderes foram fuzilados. As ordens dadas pelo Feldmarechal von Witzleben, Coronel-General Hoepner, General Beck e General Olbricht não devem ser obedecidas. Assumi novamente o comando, depois de minha prisão temporária pela força das armas.” Quando as SS montaram sua guarda na Bendlerstrasse, Fromm compreendeu que era hora de ir embora. Ele decidiu chamar Goebbels e explicar-se, já que não tinha certeza do quanto o consideravam implicado.

nados, Dohnanyi, Miiller, Bonhoeffer e ouhora,

Hitler, sobrevivente

impedira Fromm de prosseguir na execução dos que haviam tentado envolvê-lo na conspiração. Ainda ignorando que Hitler o

Os homens que estavam presos não podiam ouvir o discurso ... homens já confi-

uma

q

' md

Vo = po

5

129

Os resultados

Os telefones ainda funcionavam na casa de Goebbels nas primeiras horas de sextafeira, 21 de julho. Um por um, os suspeitos foram trazidos ou, como Fromm e Hell'dorf, vieram de livre e espontânea vontade, na esperança de que, apresentando-se para ajudar nas investigações, talvez fossem inocentados de qualquer envolvimento na conspiração. Entre os que foram presos durante a noite incluíia-se Haase, o Coman-

dante de Berlim. Speer vira Fromm tentar convencer Goebbels a deixar que ele falasse diretamente com Hitler, mas Goebbels ape-

nas o prendeu. Segundo Speer, Goebbels sempre odiara Fromm. Goebbels sentia-se triunfante. Jactava-se

de haver, como a todo instante afirmava, sozinho

superado

a

rebelião.

Quando

Himmler chegou de Rastenburg, Goebbels

não perdeu tempo em deixar isso bem claalcanro. Himmler cuidara de não ficar ao Freisler (centro), Presidente do

ento Tribunal Popular, inicia o julgam dos conspiradores.

ce do telefone durante a noite, voando para Berlim já bem tarde. Procurou mesmo não descer em Rangsdorf, desembarcando em aeroporto não especificado. Ouviu pacientemente enquanto Goebbels despejava seu desprezo sobre os métodos amadoristas dos conspiradores. Que tolos foram eles em deixá-lo, evidentemente o inimigo mais perigoso em Berlim, livre para comunicar-se com Hitler, para planejar os contragolpes sem ser molestado. Dentre os dissidentes, ape-

nas

Stauffenberg

merecia sua admiração.

Goebbels e Himmler separaram-se às 4 ho“ras da manhã, trocando um aperto de mãos. “O putsch terminou” — — disse Goebbels. “Foi como uma trovoada. O ar estã

limpo.” Nas primeiras horas de 21 de julho, em Paris, os oficiais das SS e da Gestapo que haviam sido confinados no “Hotel Continental” foram todos libertados. Stúlpnagel resistiu quanto pôde, mas acabou cedendo, pressionado inclusive pelo Almirante Krancke,

seguidor dos nazistas, que amea-

çou usar os fuzileiros navais

para libertar

131]

o o fizesse. nã to ci ér ex O colegas. Se que o Geo d a n u t r o f a a er -fLO modo. s SS

E

Deal SS

nte da a d n a m o C , g r e b O Karl exercito. do ex-militar fosse

is.

E

O

andou

von

Hans

General

stilpnagel m Comandante da Cidade e que s,

veis pelas prisõe á s n o p s e r s O e tr estivera en hael” para p a R “ ao r vi a g r convidar Obe neberg chei o B o. ad rt be li de beber depois u monocuse u o m r i , f ” l a t n e n i t n o C “ : gou ao estilo, de an gr em a st zi na ão aç lo. fez a saud Oberg, disse-

apresentou cumprimentos a idou a ir ao nv co O € e vr li va ta es e qu lhe “Raphael” para festejar. Obere, tendo uma para

complicada

situação

acel-

investigar,

exigisse UMa , te en lm ra tu na , ra bo em —. tou “Raphael”, explicação. AO chegarem ao

Stilpnagel

procurou

tasse nisso

ou

que as ameaça das SS ter sido

apazigua-lo

à prisões tinham sido feitas devido is do golpe do exército — Os oficia e da Gestapo poderiam muito bem assassinados. Quer Oberg acredio champa-

ele aceitou

não,

apertou-lhe

nha de Stilpnagel e ate mesmo

a

dizendo

Para

mão.

um

general

SS,

das

ele

se

revelou até relativamente atencioso. Por ordem de Kluge, Blumentritt veio de La Roche-Guyon, às três horas da manhã,

para substituir no comando a Stilpnagel, ficando no minimo surpreso ao ser convidado, assim que chegou, a participar da festa c ao descobrir Stiilpnagel e Oberg bebendo juntos. Tanto quanto possivel, os oficiais do Comando Oeste estavam decididos a disfarçar e a fazer esquecer os acontecimentos da noite o mais pacificamente possivel. Todos eram alemães, reunidos num

Portanto,

ocupado.

pais

deviam

pelo

menos mostrar uma frente unida. Stúlpnagel e Kluge decidiram tirar a propria vida, O primeiro deixou a festa para ir ao seu

escritório,

no “Majestic”, e destruir

quaisquer papéis que fossem incriminadlso-,

res. Sua secretária, a Condessa Podewi encontrou-o ali ao chegar às 08:00 h da manhã de sexta-feira. As 09:00 h, Keitel chamou-o depois de

viagem,

a Berlim. Ele partiu de carro, a um ligeiro almoço. Em meio

determinou

ao motorista que des-

bataviasse na direção de Verdun, local da o de lha medonha, de fevereiro a outubr Almirante

a Krancke, que forçou um

radores. pi ns co os m co o sã deci

1916. Ali, onde lutara como jovem tenente,

onde muitos oficiais e soldados do seu regimento haviam morrido, ele se afastou do carro

ec tentou

para

a

com

matar-se

um

==

tiro

embora, por algum tempo, se pensasse que ele fora ferido por tiros dos guerrilheiros que infestavam aquela região. Seu corpo foi tirado, quase sem vida, do rio próximo e foi levado às pressas para um hospital militar em Verdun. Um de seus olhos fora destruído pela bala que lhe penetrara a cabeça através da têmpora direita. Depois de uma operação de emergência e de uma transfusão de sangue, sobreviveu o tempo necessário para ser torturado e submetido a julgamento, com seus companheiros de conspiração, no fim daquele mês. A princípio Kluge tentou dissociar-se do golpe de Estado, mandando a Hitler um relatório completo e condenatório das ações de Stilpnagel no dia 20 de julho. Mas isto apenas serviu para torná-lo suspeito tanto aos olhos dos nazistas como aos dos simpatizantes do golpe. Angustiado, ele começou a achar que toda culpa do | que acontecera na França recaia sobre seus ombros. Três semanas depois, o seu sucessor no comando, o brutal Feldmarechal Walther Model, chegou da Alemanha com a comunicação de que fora demitido. Caracteristicamente, Hitler nem se dera ao trabalho de informar Kluge de sua dispensa e que devia ser interrogado na Alemanha. Com o som dos canhões inimigos aproximando-se de La Roche-Guyon, ele partiu carro.

sombra

um

Alemanha,

a

de

18

Envenenou-se enquanto de

uma

árvore,

após

agosto,

num |

almoçava

à |

ter redigido

apelo a Hitler para que fizesse a paz,

|

entre as expressões mais bajulatórias. Quando Tresckow, na distante frente oriental, enfrentou a luz do dia 21 de julho, também estava decidido a morrer. Schlabrendorff tentou demovê-lo, insistindo para

que pelo menos esperasse para ver se era

suspeito ou não. Mas para da não tinha mais qualquer diu um carro e dirigiu-se frente. Ali, deixou o carro

Tresckow a significado. para a linha e caminhou

vi-/l Pede até

a terra-de-ninguém, entre as linhas alema e

russa, e tentou fingir que fora morto por balas russas; disparou alguns tiros para O ar e depois

de mão.

destruiu-se

com

uma

granada

1331)

E pouco provável que Tresckow fosse poupado. Schlabrendorff permaneceu em seu posto em calma determinação, esperando a chamada inevitavel. Ela so veio a 17 de agosto.

Ele estava

a ponto

de seguir

o

exemplo do seu amigo, mas diz que poderoso impulso o impediu de matar-se. Foi o

único dos conspiradores diretamente envolvidos num dos dois principais atentados

contra a vida de Hitler a sobreviver a tormenta terrivel. Ele foi levado para o Q-G

da Gestapo em Berlim, a notória prisão na

Prinz Albrechtstrasse. Dos cabeças da conspiração, Fellgiebel e Stieff logo foram presos em Rastenbure, enquanto que, nos dias seguintes ao atentado. Hofacker e Finckh estiveram entre os primeiros a serem presos e levados para a Alemanha para serem julgados. Witzleben, que estava, com sua filha casada, na casa de um amigo, a uns 80 km de Berlim, passara pouco tempo no Ministério da Guerra,

como do do a sua julho. disse

vimos, deixando-o quando o resultagolpe parecia desesperado, chegando casa por volta das 22:00 h de 20 de “Amanha o carrasco estara aqui”, ele com amargura. Foi preso ao

| meio-dia

de

21

de julho.

Goerdeler,

por

outro lado, estava foragido, de inicio ficando na casa de um ou outro dos seus mui-

tos amigos, em Berlim. No dia 20 de julho, deixou a cidade temporariamente, regressando no dia 25. Como a Gestapo ja sabia | que ele seria o Chanceler da nova Alema' nha, depois do golpe, sua cabeça foi posta

| a prêmio

—.

um

milhão

de marcos.

Ele

compreendeu que só expunha a perigo os amigos que o abrigavam e que seria inevitável a sua prisão. Finalmente, deixou Berlim, a 8 de agosto, a pe, com uma mochila as costas, decidido a ir visitar seu lar na | Prússia Ocidental. Chegou a Marienburg no

dia

IO de

agosto,

passando

a noite na

sala de espera da estação ferroviária. Vaga-

va por uma das áreas onde mais facilmente seria reconhecido.

de agosto, por uma

E finalmente o foi, a 12 mulher

uniformizada e

que conhecia sua familia, que o prendeu . quando ele tentava fugir por um bosque. Mais tarde, essa mulher arrependeu-se do que

fizera

e mal

tocou

o dinheiro

da

re-

compensa que Hitler lhe entregara pessoal-

| jmente.

Muito

134

poucos

dos que estavam estreita-

mente

ligados

a conspiração

conseguiram

escapar. Dos oficiais mais jovens envolvidos num ou noutro momento na Bendlers-

trasse, Fritsche fugiu do local da tentativa do golpe e tomou o ultimo trem para sua casa, em Potsdam; Hammerstein também escapou, mas teve de se esconder. Infelizmente, Kleist foi preso, enquanto que Delia Ziegler foi submetida a rigoroso interrogatório. Gisevius, que a Gestapo queria, ficou oculto em Berlim mesmo, metido em rou-

pas de verão civis durante todo o inverno, sofrendo seriamente com o frio. Finalmente conseguiu

atravessar a fronteira para a Sui-

ça, em janeiro, com auxilio de documentos forjados. Otto John, que era consultor juridico da “Lufthansa”, calmamente tomou o avião para Madri no dia 24 de julho, deixando a Alemanha sem qualquer dificuldade. A 22 de setembro, os conspiradores sofreram outro rude golpe. O cofre secreto de Dohnanyi,

em

cheio

ainda

Zossen,

de do-

cumentos que incriminariam os conspirado-

res, foi aberto por um serralheiro na presença de Sonderegger, o agente da Gestapo que prendera Dohnanyi. Esses papéis elimi-

naram

quaisquer

Huppenkothen

dúvidas

sobre

a culpa

da

mente

do grupo

de

de

conspiradores da Abwehr, e os que ja não estavam presos - em particular Canaris e Oster —. logo se juntaram ao grupo distin-

to de homens em reclusão solitária na Prinz Albrechstrasse, grupo que finalmente incluiu Goerdeler, Miller,

Oster, Canaris e

Hassell, que foi preso pela Gestapo a 28 de julho. Outros homens íntimos do circulo da Abwehr, como Schrader, preferiram matar-se. Hitler havia decidido que o interrogatório implacável deveria ser seguido, o mais breve possivel, de uma série de julgamentos de demonstração. Kaltenbrunner foi encarregado de reunir provas, enquanto seu grande grupo de interrogadores e investiga-

dores (que, segundo se diz, em determinado momento chegou a 400) era dirigido por

Huppenkothen. A grande coleção de documentos em que se basearam os julgadores sobreviveu à guerra e passou a ser conheci-

General

Tribunal

Helmuth

Popular.

Stieff,

levado

ao

rh

gr

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18 e

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iba

Hitler esta-

va tão espantado com o volume da oposição ao seu governo, que haviam descoberto

que proibiu a apresentação de grande parte das provas no tribunal. Os interrogatórios eram feitos debaixo de diferentes formas de intimidação, segundo os métodos cuidadosamente estudados da Gestapo. De qualquer modo, não era normal a Gestapo cuidar de casos militares, de ordinário apreciados por conselhos de guerra. Mas participantes

os militares arrolados como da intentona foram privados

das patentes e compareceram

ao tribunal

em trajes civis que lhes arrumaram, roupas

em geral excessivamente folgadas, as calças sem

cinto,

tudo,

enfim,

preparado

para

realçar o ridículo e a humilhação. Os julgamentos, realizados sob iluminação intensa, foram filmados e gravados, de início para o regozijo particular de Hitler, fazendo-se

também filmes detalhados das execuções. A

Gestapo fazia o que entendia com os prisioneiros, embora aqueles confinados sob por supervisão militar, na prisão de Tegel, or. exemplo, recebessem tratamento melh

filiar ao nazismo,

antes

comunista,

em

1925.

de se

Era culto, em-

berrar, com a raiva fria e calculista de um sádico: como Goebbels, ele era mais um

sádico profissional do que natural. A maioria dos acusados deixou que “exames” passassem com o minimo de posta possível; os mais sensíveis dentre logo compreenderam, no primeiro dia,

seus reseles que

qualquer resposta além de “sim” ou “não” a Freisler uma

dava

oportunidade

de ata-

car. Witzleben e Hoepner, em particular, deram a Freisler oportunidades inumeráveis para escarnecer. A governanta de Beck foi obrigada a testemunhar que a cama do general muitas vezes ficara molhada de suor durante o período dos atentados, em julho. De um modo geral, os intelectuais foram os que se sairam melhor. A rudeza de

Yorck sobre a oposição ao nacional-socialismo provou ser ele um adversário a altura para a invectiva de Freisler, enquanto que

uma curiosa batalha de espirito, quase que

um debate intelectual, desenvolveu-se muito depois, entre Freisler e Moltke, no julga-

mento deste, realizado. após longa demora,

ir. Submecando fome e impedidos de dorm 7 dos e prolonga -nos a interrogatórios

quais revela haver experimentado certo pra-

pas-

tiam ra do dia ou da ho er qu al qu a , es nt ta cons

Os primeiros Sem

o gravata € algemad

policial,

cela.

à Juizo, a serem chamados a um

a à sua lt vo ff ie St l ra ne O Ge

para sua mulher uma do

julgamento,

em

descrição

cartas

detalhada

secretas,

zer em seu duelo com Freisler. A primeira fase dos julgamentos

nas

levou

às sentenças inevitáveis de execução. Os prisioneiros foram de fato expostos ao público e às câmaras cinematográficas para

receber os ataques selvagens de Freisler, e depois levados para a prisão de Plótzensee,

ainda sob as luzes intensas das câmaras de filmar,

para

serem

enforcados

com

finas

139 E

e

armas para intimidar, valendo-se de quaisquer respostas que pudesse arrancar das suas vítimas para despejar seu escarnio sobre elas. Repentinamente, ele se punha a

no mês de janeiro seguinte. Moltke deixou

nas suas celas,

e

bora de inteligência limitada. No tribunal, usava do sarcasmo e da invectiva como

notadamente prisioneiros, dos Alguns Schlabrendorff, foram torturados. A maioria ficou acorrentada

qem

fora

muitos,

Dodi

executadas.

como

oa

foram

desdobrou-se por fazer desses julgamentos a obra-prima da sua carreira. Como muitos nazistas, ele tinha, em seu passado, um pecado que o estimulava à crueldade, para tornar menos provável a sua descoberta:

LE

menos,

cujo envolvimento na conspiração claramente estabelecido. Freisler

-

pelo

outros estava

=

e interrogadas. Todas as pessoas, na Alemanha, com o nome de Stauffenberg, foram presas e torturadas, inclusive mulheres e crianças. Algumas das crianças foram escondidas por familias amigas sob falsos nomes. O intenso periodo de interrogatórios, realizados dia e noite, foi de fins de julho até setembro, enquanto que os julgamentos em si, presididos por Roland Freisler, o notório Presidente do Tribunal Popular, começaram a 7 de agosto, com atos punitivos e desdenhosos de vingança em nome do Fihrer. Sabe-se que cerca de 200 pessoas,

E

se que cerca de 7.000 pessoas foram presas

nos dias 7 e 8 de agosto, foram Witzleben, Hoepner, Stieff, Haase e Peter Yorck, entre

as

Diz-

o gm

Kaltenbrunner.

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Documentos

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cru!

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acontecia: “Imagine-se uma sala com um teto baixo

caiadas

e paredes

de branco. A pequena

distância do teto havia um trilho, de onde calam

seis grandes

desses que Os

ganchos,

açougueiros usam para pendurar carne. Num dos cantos ficava a câmara cinemato-

gráfica. Os refletores lançavam uma luz ce-

gante ... Junto da parede havia uma pequena mesa, com uma garrafa de conhaque e copos para as testemunhas da execução . .. O olhar do carrasco era permanentemente malévolo e ele não parava de pilhecar, A câmara filmava sem cessar, pois Hitler queria ver e ouvir como seus inimigos morriam ... Ele chamara o carrasco a sua presença

e providenciara

pessoalmente

os detalhes dos trabalhos. “Quero que eles sejam enforcados lentamente, pendurados como

carcaças de carne.”

Depois de idênticos julgamentos, muitos dos membros da Resistência foram submetidos à exibição pública e executados —

incluindo Trott zu Soltz e Helldorf, em agosto; Hassell, em setembro; Hofacker,

em dezembro e Nebe muito depois, ja em março de 1945. Rommel, sendo o mais €spetacular dos generais de Hitler e cuja cul-

pa o Fiihrer não ordens

recebeu

de

podia

trazer à público,

se suicidar

assim

que

sua

au-

suficientemente recuperado dos seus feria mentos. Ele morreu pelas próprias mãos, gene14 de outubro, na presença dos dois

rais enviados to-execução,

ganda,

para supervisionar

e então,

para

foi sepultado com

fins

honras

de

propa-

de Esta-

pertendo, a 18 de outubro. “Seu coração em cia ao Fiihrer”, proclamou Rundstedt

te sarcassua oração fúnebre, com evidennun ca oculmo, pois o velho Feldmarechal que chamava em hom pelo zo pre des seu tou o “cabo da Boêmia”. Mas a Gestapo não o. gostava de perder suas vitimas muito ced sioneiros conseguipri dos s uto ast s mai Os pertar a ram, de um modo ou de outro, des curiosidade dos seus interrogadores

o bas-

tante para se manterem vivos. Goerdeler deles; embora condenado à morte a ele desenvolveu sua própria Foi um

John, conspirador que Dr. Otto à vingança de Hitler.

escapou

técnica de resistência na prisão, fazendo declarações demoradas e complicadas para prolongar o período de interrogatório, e es-

crevendo memorandos interminaveis. Em certo momento, os “intelectuais” das 55 empregaram-no para prescrever certos me-

lhoramentos administrativos que pudessem beneficiar o estado, sob o regime nazista. Tudo isto ele fez, esperando prolongar a vida até que a guerra terminasse e ele pudesse ser libertado. Era incessante o fluxo de palavras que ele usava para proteger-se, até que seus interrogadores,

por fim, perce-

bendo o artifício, repentinamente o levaram à execução, em fevereiro, pouco depois de Julius Leber e do Conde Moltke, executados em janeiro. Ainda mais notável foi o caso de Doh-

nanyi. Seu método de ganhar tempo consistiu em providenciar, com sua mulher, preparos infeccionados com germes de difteria

e que lhe eram enviados. Ele esperava que,

provocando doença crônica, pelo menos seria preservado dos piores efeitos da prisão e. sobretudo, mantido em custódia militar e não entregue às garras da Gestapo. Depois dos acontecimentos de julho, fora levado para a enfermaria do campo de concentração de Sachsenhausen. Contudo, a descoberta dos documentos em Zossen significava que os fingimentos e disfarces de Dohnanyi, bem como suas próprias tentativas de obter clemência pela doença, não lhe serviriam mais. Em janeiro de 1945 ele foi removido para a prisão da Gestapo, onde ficou ainda mais esquecido do que no campo de concentração. Chegou a ficar parcialmente paralítico. Quando do atentado de julho, Dietrich Bonhoeffer estava confinado na prisão de Tegel. Em outubro, ele foi removido para a prisão da Gestapo. Durante seu longo confinamento,

Bonhoeffer

portou-se

de manei-

ra exemplar, irradiando alegria e fe em suas crenças cristãs. As qualidades de coração que revelava possuir recomendava-o até mesmo aos seus interrogadores e guardas, e, embora jamais o desejasse, ele passou a ser tratado com muito mais brandura que os demais prisioneiros. Curtiu tanta fome quanto os outros, sendo este o seu prin-

cipal sofrimento. O trabalho piedoso que desenvolvia levava grande conforto moral a seus companheiros, especialmente a Dohdl

das testemunhas descreveu o que

cordas de piano. Uma oculares das cxecuções

141

einer

ENE

Ino

segurança encontraram: fi “julgamento” ERES

CER

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Rice e

É?

É

e

e

ço

a

nanyi, seu cunhado, SchlabrendorfT.

fm ati

e Miller,

Canaris



Canaris também aprendeu a técnica da evasão parcial no interrogatório € sua presença se transformou em conforto para os outros presos, devido ao sentido arguto que ainda

tinha para

obter informações.

Como

Goerdeler, suas reações ao interrogatório viriam a confundir e cegar seus captores, com um excesso de provas conflitantes que não prejudicavam a ninguém, mas exigiam buscas intensas e reinquirições prolongadas, produzindo o que seus colegas chama-

vam de “distorção artistica da verdade”. SchlabrendoriT provavelmente foi o mais maltratado dos prisioneiros. entre os que

estavam mais intimamente ligados à conspiração. Encontrava-se completamente desprotegido na prisão da Prinz Albrechtstrasse e deixou escrito um relato de tudo o que

ocorreu.

Seu

Comissário

Criminal).

principal

Habecker,

interrogador

da

Schlabrendorff,

com

disciplinada e sua educação

144

Kripo

sua

ecra o

(Policia mente

de advogado,

Acima: Freisler (dir) e o General Reinecke no julgamento da

“Conspiração da Bomba”. À dir.: Freisler dirigiu

parte

da

pessoalmente

acusação.

a maior

bem como sua prolongada experiência em viver em estado de perigo, percebeu que Habecker sabia muito menos das suas atividades do que dizia saber quando exigia sua confissão imediata. Ele conhecia as técnicas da Gestapo, como o uso de documentos ou depoimentos forjados, destinados a obrigar um prisioneiro a assinar a confissão como eles quisessem. Ele negou tudo, aumentando a frustração dos seus

captores a cada recusa em implicar a si

mesmo ou aos outros.

Assim, a Gestapo O torturou. De qualquer modo, como os outros prisioneiros, cle passava fome e tinha pês e mãos acor-

rentados, dia e noite. Quando

levado a in-

terrogatório, ele era submetido a longos perodos de espera e então, repentinamente,

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tribunal.

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Sms

Acima: Conde Peter Yorck von Wartenburg. Abaixo: o Feldmarechal Witzleben, como os outros acusados, privado do cinto até mesmo no

| ||

pa ii

À

aa

|

o

Hitler estava

Acima:

decidido

a ridicularizar ao máximo

principal acusado do exército. Abaixo: general, enfrenta a justiça nazista. A Ro RO

As

'

sa

Re

e nm

aa

a

pa

Ear

o

e

4]

o:

Witzleben,

o

Hoepner, já sem o uniforme de

Hitler junto do leito de outra vitima da

explosão, General Buhle.. '

d

a

y

R

,

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ira

O

je “ui Sa

ao

E En

o

E

era confrontado

com varios interrogadores,

que tentavam romper-lhe a resistência alter-

nando conversas tranquilas e aparentemente sensatas com rompantes selvagens e súbitos de invectiva irracional. Habecker frequentemente o esbofeteava, quando ele estava

algemado,

e encorajava

uma, jovem,

que parecia ser sua secretária, a bater-lhe e tambem cuspir-lhe no rosto. Schlabrendorff não perdia

a calma,

como

se esperasse tal

tratamento de gente como essa, ao mesmo tempo que os advertia, tranquilamente, de

que suas ações eram ilegais. Aos

mento

olhos

da

Gestapo,

não era considerado

esse comporta-

tortura. Assim,

certa noite, Habecker ordenou que o torturassem, processo esse atentamente observado pela jovem. Seus braços foram acorrentados as costas e colocados parafusos de arrocho em seus dedos. Enterravam cravos,

também,

nas pontas dos seus dedos. Por-

que isto não surtiu efeito, ele foi amarrado num estrado, com a cabeça envolta num cobertor, enquanto outro er *--* ento de

150

:f

Ee a

:

tortura enterrava cravos em suas pernas € coxas. Ele conseguiu ânimo para resistir a isso

também.

A

seguir,

moda medieval, numa

esticar seu corpo, gradativamente.

pancado

com

foi

amarrado,

à

estrutura destinada a

a golpes repentinos ou

Afinal, foi amarrado

bastões,

de

modo

que

e essua

cabeça e rosto ficaram muito contusos. Quando desmaiava, era arrastado à sua ce-

la e jogado na cama, ensopado de seu próprio sangue. Depois de uma dessas sessões de tortura, sofreu um ataque cardiaco. E

não foi o único prisioneiro a ser tratado assim. Conforme ele mesmo diz: “Todos descobrimos que um homem pode suportar muito mais dor do que julgava possivel.

Aqueles, dentre nós, que jamais tinham re-

zado, aprenderam a rezar, e descobriram que a oração, somente a oração, pode confortar nessas terríveis dificuldades e que ela

da uma resistência sobre-humana. Também descobrimos

amigos

força”.

que

e parentes

as

orações

transmitiam

dos

nossos

correntes de

em

À prisão onde

foram

conspiradores

muitos

Plotzensee.

F

executados,

Hoepner e Haase

onde os generais Witzleben,

estrangulados. Abaixo:

de

Moltke, líder do círculo de resistência

E E

foram

Ganchos

von

ca

Kreisau. Acima:

Helmuth

ng iscas

Acima,

à esg.: Conde

-

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R:

“ame

Bai

+

a Roger SMA do Ea

Schlabrendorff pensou

fer conseguiu entrar despercebido na cela onde Dohnanyi se encontrava seriamente

seu falecido amigo,

Miller foram transferidos para o campo de

Somente quando ameaçado de tratamenpior é que

to ainda

em suicídio. Então ele teve a ideia de fazer uma confissão repentina e aparentemente

dramática, envolvendo

para

planos

Tresckow,

em

abandonar

a guerra.

uma

tentativa,

não de matar Hitler, mas de convencê-lo a A Gestapo

ficou con-

tente com essa informação, porque provava

que, afinal de contas, estava obtendo resul-

tados. Isto justificava todos os seus demorados esforços. Schlabrendorff não seria novamente torturado —. apenas formal-

mente

demitido

do exercito

e mantido

na

prisão, aguardando julgamento, o que só ocorreria em dezembro. Ele sentia que as provas que a Gestapo tinha contra si eram muito superficiais e que ele era mais útil como fonte de informações que seus captores pensavam. Mas a Gestapo ainda tinha outro truque macabro a tentar nele. Levaram-no de carro até o campo de concentração de Sachsenhausen e mostraram-lhe o local

de

execução

do

campo,

como

de-

monstração do que o esperava. Levaramno também ao crematório e puseram-no diante do caixão onde o corpo de Tresckow estava hã algum tempo. Ele fora exumado e abriram o caixão diante dele, Exigiram uma confissão completa antes que o corpo do seu amigo fosse cremado, mas Schlabrendorff recusou-se a falar. Em

fins

de

dezembro,

ele

compareceu

pela primeira vez perante o Tribunal Popular. Todavia, pôde sentir os métodos de

exame de Freisler. No dia 3 de fevereiro, sabado, foi novamente chamado; o caso de

e

pi

Ewald von Kleist precedeu o seu. Kleist declarou a Freisler que ele considerava a oposição a Hitler “a vontade de Deus”. Subitamente as sereias tocaram e os bombardeiros aliados chegaram em grandes levas para desfechar o ataque mais violento

que Berlim sofrera até então. A sessão foi suspensa imediatamente; Schlabrendorff foi algemado e levado para o abrigo antiaereo,

protegido por guardas. Uma bomba atingiu a sala do tribunal e pesada.viga caiu sobre Freisler no momento em que ele se dirigia para o abrigo, matando-o, e a pasta que trazia consigo, contendo os documentos contra

Schlabrendorff,

foi

destruida.

O

Q-G e a prisão da Gestapo também foram

atingidos. Durante o bombardeio, Bonhoef-

154

doente e cruelmente negligenciado. Alguns dias depois, 7 de fevereiro, Bonhoeffer e

concentração Canaris,

foram

Oster,

de

Buchenwald,

Schacht,

para c campo

enquanto

Halder

e outros

de concentração de

Flossenbireg.

O julgamento de Schlabrendorff, finalmente, teve lugar a 16 de março de 1945, Com Freisler morto e com a sombra da

derrota se estendendo sobre a Alemanha, Schlabrendorff decidiu defender-se vigorosamente, afirmando que havia duzentos anos que a tortura judiciária fora abolida

na Prussia. Extremamente enfraquecido, a lembrança dos seus sofrimentos quebroulhe o ânimo e ele chorou no tribunal. Foi absolvido,

bertado. Em

fins

mas

sabia

de

março,

demais

para

ser

li-

levaram-no

para o

a câmara

de exe-

campo em Flossenburg, onde acreditava que seria executado. Todas as manhãs, às 06:00 h, prisioneiros de ambos os sexos eram

levados,

nus, para

:

cução. Flossenbiirg viria a ser o ponto para onde seria levada a maioria dos olhos dos nazistas representavam

tência.

Os

amigos

da Abwher

que aos a Resis-

morreram

juntos ali, depois de um conselho de guerra sumário, realizado por Huppenkothen na

lavanderia

do

campo,

a

10

de

abril. À

guerra estava quase no fim e o troar dos canhões da libertação ja podia ser ouvido. | Bonhoeffer,

Canaris e Oster foram levados |

nus para serem enfgrcados antes de nascer | o dia.

Dohnanyi, que ficara no prédio da Prinz Albrechstrasse, em Berlim, passou mais um breve periodo sob cuidados médicos. En-

tão, subitamente, no começo de abril, ele foi levado numa padiola para Sachsenhausen, onde foi finalmente condenado à morte por Huppenkothen, num conselho de guerra, ainda deitado na padiola; foi enforcado

naquele campo de concentração a 9 de abril, na véspera da execução dos seus amigos mais intimos.

O Pastor Niemóller, adversário do nazismo. que sobreviveu à internação, depois da “Conspiração da Bomba”.

|

is =

foi Dois dias depois, Schlabrendorff m ferido para Dachau, junt. amente co

ram

Es

| qutros participantes do movimento, entre "os quais se encontravam Miiller, o Pastor | Niemôller e as familias de Stauffenbereg,

'Goerdeler, Tresckow

e Hofacker.

Depois de sucessivas transferências de |ym campo para outro, a medida que os libertadores se aproximavam, mércitos | Schlabrendortt, Miiller e outros foram finalmente libertados ' maio de 1945.

pelos

americanos,

a 4 de

" Somente Schlabrendorff e Miller sobre-

iveram, dos que originariamente integra'am a cúpula da resistência. Outros estreiaumente ligados a eles, ou aos que haviam 'morrido, compartilharam da sua boa sorte "* Schacht, Ewald von Kleist, Hans Fritzsche, Ludwig von Hammerstein, Otto John,

Eugen Gerstenmaier, Hans Bernd Gisevius,

Delia Ziegler e os oficiais que se ofereceram, certa feita, para, em missão suicida, matar Hitler: Axel von den Bussche e O Coronel von Gersdorff. Os demais estavam mortos — entre eles:

Beck, Canaris, Goerdeler, Hassell, Stulpna-

gel, Stauffenberg, Tresckow e Trott. Morreram, com cerca de 200 outros, por tentarem salvar a Europa e o mundo das garras de Hitler. Em

nome

de cada

um

deles, co-

nhecidos e desconhecidos, o Conde Peter Yorck escreveu, numa carta de despedida para sua esposa, antes de ser executado: “Espero que minha morte seja aceita como penitência por todos os meus pecados, como um sacrifício expiatório ... Por este sacrifício, talvez nossa distância de Deus diminua um pouco ... Queremos acender a tocha da vida; um mar de chamas nos cerca.”

Notas

por A. S. Campbell

1. O caso de Hans e Sophie Scholl e narrado no livro Juventude Hitlerista, desta Historia Ilustrada. 2. O exército, a marinha e a policia. Esta, apesar

de dirigida por Himmler, Reichs/ithrer das SS. e da criação da Gestapo, ainda mantinha tradições de

e independência,

cavalheirismo

a policia

mormente

ao ligada muito (Ordnungspolizei), uniformizada exercito. Ja a força atrea (Lultwafle) cra uma arma

recém-criada, comandada mada

por jovens

nazistas

ligados

tos e oficiais

ao

por Góring, totalmente forpor

e enquadrada

pilotos

Os

partido.

sargen-

cram,

Hitlerista.

praticamente todos, oriundos da Juventude

3. O juramento de fidelidade pessoal a Adolfo Hitler (€ não somente ao cargo de Chanceler) foi feito pelas altas patentes, suas mãos entre

na Chancelaria

as do Fúhrer. No mesmo momento, nos quartéis da Alemanha, juraram também, em impressionante solenidade, todos os oficiais e praças. 4.

Canaris

era

o

navio-escola

do

comandante

Deutschland, e Heydrich, um destacado guarda-marinha que trocou de namorada. A moça, filha de um

almirante,

exigiu

reparação;

necesse ficl à nova namorada casar — o Grande-Almirante

missão

tomado

da

marinha.

Canaris

o partido do jovem

a longa e intima amizade

o sensato

como

Heydrich

perma-

esposa

haviam

— com quem viria a Racder exigiu sua de-

c

sua

oficial —

dai iniciou-se

entre o terrivel Heydrich e

Canaris.

5. Canaris (1887-1945) alegava descender marujo, e heroi da independência grega, Kanaris (1790-1877), cujo retrato ornava te de trabalho, 6. Schellenberg narra a cena em suas Varios altos de Himmler

German

of the Resistance,

Brunswick,

Maine,

Conde

o pensamento para que os membros do tribunal, no Tiergarten, fossem influenciados. Poucos conseguiam sopitar o riso, e, segundo Gunther d'Alquen, foramse voltando para as paredes, alegando que assim se concentraram melhor. 7.

Sobre

os

Sudetos,

desta História Ilustrada.

ver

Nota

Helmuth

von

Moltke

15

do

(Four Wells,

Estados Unidos)

The Secret War against Hitler, Fabian von Schlabrendorff (Pitman, York) Goebbels: the Man

next to Hitler,

Rudolf Semmler

(Loescher,

Dulles (Macmillan, Nova York)

Germany's Underground, A. W.

E

t

= .

Nova

Londres)

The Von Hassell Diaries, Ulrich von Hassell (Hamilton, Londres) To the Bitter End, H. B. Gisevius (Jonathan Cape, Londres) Germans against Hitler: 20th July, 1944, Hans Royce (Berto Verlag,

156

memórias,

dirigentes das 55, reunidos no gabinete na Prinz-Albrechistrasse, concentraram

Bibliografia A

do grande Constantin seu gabine-

Bonn)

livro

Hitler,

!

|

História Ilustrada da Segunda Guerra Mundial

é Esta não é uma coleção de fascículos, de sequência obrigatória; uma biblioteca permanente, de livros independentes, onde é exami-

nado em profundidade o cataclisma que alterou nosso mundo, apresentando narrativas autênticas, dinamicamente ilustradas com fotos, inicialmente

Publicado

e diagramas.

mapas

na

e nos

Grã-Bretanha

Estados Unidos, a História Ilustrada da Segunda Guerra Mundial idaconstitui, por sua qualidade excepcional e por sua alta original se de, um grande êxito editorial em muitos países. A RENES orgulhade apresentá-la em nosso idioma. ou em

Os seguintes títulos estão já lançados + WVAFFEN-SS

+ FRANÇA, A CATASTROFE Verão de 1940 NORMANDIA Dia

Do

GUADALCANAL Ilha do

A

à

“D"

Derrecado

|

O Punho de Aço AFRIKA KORPS

|

COMANDOS

Prussioncs

|

Herror

Cs

ALEMÃES

KAMIKAZES

FINLÂNDIA

(banda

Batalhas:

roxa)

(banda

* MUSSOLINI PATTON DE GAULLE HIMMLER MOUNTBATTEN

* PEARL HARBCR Tora, tera, tora... * CASSINO Batalha de Nações STALINGRADO

Ponto de Lança Ga Invasão

.

O Principio

MacARTHUR

do

Humano;

(banda

Fim

omorela)

Ferrovia



Glorificação

1936

do Reich

de Hitler

Os números atrasados são vendidos co preço de capa poderão ser pedidos oo seu jornoleiro, cu diretamente

Fernando

Chinaglia

Distribuidora

S.A.,

Rua

Teodoro

e q

do

Silva, S07, Rio de Janeiro, enviando cheque no valor do preço de capa

do livro solicitado.

Os livros assinalados com asterisco foram publicados.



dom

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Triunfo e Morte de uma Arma

ARMAS

DA

INFANTARIA,

1539-45

As Jóias da Rainho dos Batalhas Me-1C9

BLINDADOS ALIADOS Couraças Heróicos BCEING B-29 A Super-Fertaleza

Política em Ação: ibando negro) * A JUVENTUDE HITLERISTA Mocidade Traida * (OS CONSPIRADORES

REUNIÕES DE NUREMBERG Os Espetáculos Delirantes O INCÊNDIO DO REICHSTAG O Primeiro Grande Drama A CONQUISTA DA ETIÓPIA Massacre de um Povo O LEVANTE DE VARSÓVIA

AS

da Morte

OLIMPÍADA

1939-45

Atentado contra o Fúhrer

* JULGAMENTO EM NUREMBERG Epilogo da Tragédia * AS PONTES DO RIO KWEI

É

CANHÕES,

Luta e Morte

O Coço Magistral PORTA-AVIÕES A Arma Majestoso

O Último Bloqueio

Conflito

A Esquodre de Alto-Mar ARMAS SECRETAS ALIADAS Reservos de Horror SUBMARINOS ALEMÃES A Arma Ceulta

MESSERSCHMITT

MIDINAY Holecousto Nipônico A BATALHA DA INGLATERRA Tanto... o tão poucos! BERLIM O Fim do 3.º Reich BASTOGNE

TITO GÓRING EISENHOWER SKCRZENY GOEBBELS BRADLEY

ALEMA

Nascimento,

vermelho!

* CHURCHILL

MARINHA

Implacável

LUFTVV/AFFE

Cs Aviadores Suicidos

+ O DIA "D”

* HITLER

* A

Seldados-Fantasmas

A Super-Árma

Inverno de Sangue

Lideres:

Caçador

no Deserto

PÁRA-QUEDISTAS

(bando azul)

* ARMAS SECRETAS ALEMAS Plataforma paro Morte * SPITFIRE

* AS DIVISÕES PANZER

O Castigo da Traição NA

Armas:

da Morte

Soldados

RARBAROSSA A Invasão da Russia INFERNO NO PACÍFICO GUERRA

(banda verde)

Tropas:

laranja!

(banda

Campanhas:

fase de elaboração:

a

(º)



Aniquilamento de uma Nação

A NOITE

DAS LONGAS

FACAS

Expurgo de Sangue do Nazismo

BLOQUEIO DE BERLIM Vitória na Guerra Fria SS E GESTAPO A Caveira Sinistra

O

)

-

A

|

E

PTE

a

O autor

OTA OA Monvell

Roger

é

pesquisador

estudos biográficos

e sociais

/

o |

|

|

editorial

PITT

à

Autor de 'Zeebrugpe”, "St George's Day 1918". "1918 E a ei The Edge cf Battle e “Revenge at Sea , é colaborader da Enciclopédia Britânica, escrevendo sobre guerra naval consultor de História do The Sunday Times:

|

d%

sobre o

nazismo. Por doze anos foi diretor da Academia de Cinema Britânica.

BARRIE

j

na

de Sussex, sendo co-autor, Fraenkel, de-umá série de

Universidade “com Heirich

diretor

;

|

Diretor

Segunda

Editorial

Guerra

da

Mundial”

"História

!

|

| |

da

publicada

pela Purnell e consultor da produção da' cêre

de

BBC

filmes The

Great

-

War,

para

a

|

diretor de arte



PETER DUNBAR

Hã dez anos é Diretor de Arte do prestigioso semanário londrino The Econo-

|

mist. É responsável pelos novos estilos

em formato e tipografia que têm revolucionado as publicações londrinas nos últimos anos: Diretor de Arte da "mis-

tória da Segunda Guerra Mundial . pu-

blicada pela Purnell, um dos mais notáveis

sucessos do

britânicos

editoriais

pós-guerra

e comerciais

Dag

)

consultor militar

Ter Tie IT

e [0 09) ABR TN A

Entre as duas guerras mundiais, o Capitão Sir Basil Liddell Mart influenciou

radicalmente o progresso da ciência militar. como principal defensor do poderio aéreo, das forças blindadas e da estratégia anfibia e analista da Grande Estratégia

Muitos

dos

principais

três dezenas

de

tratados.

coman-

dantes da Segunda Guerra Mundial foram seus discípulos, incluindo o General Guderian, o criador das divisões panzer alemãs Sir Basil escreveu mais

de

e ensaios

de alto

impacto

|

sobre

histórias o pen-

PF

4

4

-

gm

|

|

Quando EC

E ALTO TR RT

ei PR

" ocorreu a explosão medonha, ensurdecedora. Stauffenberg, pelo fragor do estrondo, 5 certificou-se de que sua missão tinha sido ECT RR O TUTO CRP CR TT acreditava assinalar o momento histórico da morte de Hitler. Mas este ainda estava vivo. -

SUS Ra oa ap IT

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