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Portuguese Pages 160 [159] Year 1974
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- Os conspiradores Roger Manvell
gientado contra o Fuhrer
EDIÇÃO ORIGINAL:
“Direção Editorial: Barrie Pitt
Coordenador: David Mason Consultor Militar: Sir Basil Liddell Hart Coordenador das Ilustrações: Robert Hunt Diagramação: David Allen Capa: Denis Piper Pesquisa Fotográfica: Benedict Shephard Desenhos Especiais: John Batchelor
EDIÇÃO BRASILEIRA: Diretor-Geral: Renaldo
A. Essinger
Diretor Editorial: Armando S. Campbell Tradução: N. Japour Coordenação Gráfica e Rediagramação: Miguel F. Cui nas Revisão: Rubem M. Jorge e Lilia P. Dias Capa: Valney de Almeida
As fotografias deste livro foram especialmente selecionadas dos seguintes arquivos: Ulis
Alemã;
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Federal
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Imperial de Guerra, Keystone;
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Londres; Sado Opera Mundi: Siiddeutscher
Times-Hulton;
cionais dos Estados Unidos; Rijkinstituut. Copyright (c) 1971
by Roger
de História Contemporânea
Central
Manvell
Copyright (c) 1974 by Editora Renes Ltda. Publicado originariamente por Ballantine Books Inc. 101
Fifth Avenue,
Nova
York
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Na-
Indice
6 Uma novela de crime ... Introdução de Alan Wykes 8 Traidores ou heróis nacionais? 20 Resistência -. a primeira geração? 70 A Gestapo e a defesa de Hitler 94 20 de julho de 1944 130 Os resultados 156
Notas
156 Bibliografia
Uma novela "de crime Introdução por Alan Wykes
Por mais que se possa lamentar, há uma satisfação sombria no ato de acompanhar a conspiração de um crime, seja ele planejado por um individuo ou por um grupo de conspiradores. Na ficção ou na realidade, seus detalhes estimulam nossa fascinação. Por mais ignóbil que seja a causa, acompanhamos o efeito com prazer, admirando a engenhosidade dos assassinos ou afligindonos com
teatro sistivel quando versas
sua inépcia, conforme o caso. No
ou no cinema, há um impulso irrede exclamar “Olhe atrás de você!” somos inteirados das intenções perdos ruins contra os bons. Na vida
real, ficamos estarrecidos com o assassinato de um Kennedy ou de um Martin Lu-
ther King; mas se algum investigador posteriormente descobre os desígnios ardilosos
do assassino, mostra-nos sua mente ... ain-
da que doentia segundo os padrões morais aceitos -.. e a engenhosidade das suas maquinações, o preparativo do climax é irre-
sistivelmente emocionante. (Assim é, pelo menos se for bem apresentado.) Se seremos levados a sentir horror ou a aprovar, dependerá de inúmeros fatores, incluindo nossas simpatias para com a causa do assassino ou dos conspiradores; mas permanece o fascínio durante todo o desenrolar da historia. Adolfo Hitler era um homem por quem
poucos tinham qualquer afeto genuíno; muito menos ainda eram os que o amavam. Ele era idolatrado por milhões, mas idolatria não é afeto; é apenas uma fé pervertida expressada pela bajulação. Ajudado
“por lacaios maléficos, ele tentou abarcar o mundo como um Colosso, mas só conse-
guiu escanchá-lo
de suas
com
a ameaça
repulsiva
botas de montar e de sua
vil, Cérebro
mente
doente, corpo doente. Na
em-
briaguez do poder, a ameaça tomou corpo de gigante, e era inevitável que ele viesse a transformar-se em alvo de conspiração, ja
que se tornava cada vez mais evidente, para caracteres menos
violentos, que ele esta-
va conduzindo a nação alemã para rumo diferente da glória que prometera, mas pa-
ra um desastre colossal. Todos estivemos, e ainda estamos, envolvidos no resultado da
sua megalomania.
Na
verdade
houve
várias
conspirações
para assassinar Hitler e são todas contadas
nas primeiras páginas deste livro. As causas dos seus fracassos são interessantes em si, e levam-nos a pensar que a vida de
Hitler estava presa a algum encanto caprichoso. Todavia, a trama de que o mundo inteiro teve conhecimento foi planejada para ser realizada a 20 de julho de 1944 e o grande mérito do livro de Roger Manvell é que ele não só mostra as várias etapas que
os conspiradores estabeleceram para O curso da sua execução, como também as ilumina com uma clareza que desmente sua complexidade. A Conspiração de Julho tambem fracassou, não porque não houvesse explodido a bomba que deveria pôr fim a tudo; tampouco porque o plano contivesse qualquer
inconsistência, ou porque faltasse coragem ou atenção a detalhes por parte do Coronel Conde von Stauffenberg, o homem escolhi; do para colocar a bomba na sala do mapa, em Rastenburg. Só se pode dizer, sem muita originalidade, que ela fracassou porque 0
destino assim o quis. Hitler estava fadado a morrer pelas próprias mãos. Mas a conspiração, embora não tivesse de modo algum terminado quando Stauffenberg erroneamente supôs que fora bem sucedida, e deu esta informação a seus co-
legas de conspiração, que estavam aguardando para assumir o controle do governo e das forças militares. Os acontecimentos subsegiientes, tentavam
enquanto
Os
conspiradores
montar um golpe de Estado, têm
algo que lembra a natureza de uma farsa,
da mas de uma farsa perigosamente à beira
tragédia. Telefonemas misteriosos,
conver-
mesas de finalidades ambíguas e suicídios
lodramáticos, torturas e sentenças punitio da vas. tudo isso aconteceu como resultad
conspiração. Também havia os que “vieram de livre e espontânea vontade, na esperança de que, apresentando-se ostensivamente para ajudar nas investigações, pudessem fugir à acusação de estarem implicados na conspiração”. Embora o movimento de Resistência na Alemanha jamais fosse bastante poderoso, em termos práticos, para ser capaz de derrubar o regime nazista — sobretudo devido ao medo do poder ilimitado conferido a Polícia
Secreta,
organismo
sem
o qual ne-
nhuma ditadura pode viver — houve, durante o periodo de ascensão do nazismo forte oposição a Hitler e a seus métodos. Entre os oponentes incluiam-se os abertamente bravos e santos, como os pastores Niemóller e Bonhoeffer, cujo apelo, irremediavelmente, se dirigia aos valores morais; e os que conspiravam ativa mas secretamente para a queda do Fiihrer pelo assassinato. Os Conspiradores de Julho eram deste último tipo. Alguns estavam parcialmente motivados pelo egoismo; mas todos, sem
exceção, viam nos planos loucos de Hitler para dominar o mundo o fim da Alemanha. Seu heroismo ou traição — conforme o ponto de vista —. é uma história fascinante.
Traidores
ou heróis
nacionais?
São traidores da pátria aqueles que tentam contra a vida do chefe de Estado
eleito?
Adolfo Hitler tornou-se Chanceler “legitimo” da Alemanha em 1933. Como sempre pretendera, desde seu fracassado golpe
de Estado
caminhara
local em
rumo
que pelo menos
em
Munique,
1923, ele
ao poder por uma
trilha
a máscara
ostentava
da
legitimidade. Seu partido, que em 1928 só obtivera 810.000 votos na eleição para o Reichstag (o Parlamento Federal alemão), obteve quase 6,5 milhões em 1930, e mais de 17,7 milhões nas eleições de julho de 1932, o que representava 37 por cento dos votos lançados. O partido perdeu dois milhões desses votos nas últimas eleições realmente livres da Alemanha prê-Hitler, a de novembro de 1932, representando 33 por
cento da votação. É verdade que nas eleições de março de 1933, cinco semanas depois que Hitler foi nomeado Chanceler (cargo que na Alemanha equivale a Primeiro-Ministro), os votos para o Reichstag atingiram
17,27
milhões,
ou
43
por cento
dos eleitores. Mas essa eleição foi conside-
ravelmente “forçada”, devido ao número de prisões dos comunistas incêndio do Reichstag (pelo qual os tas têm sido responsabilizados) e a quente intimidação que os agentes e
grande após o nazisconseas tro-
pas de assalto (SA) nazistas haviam conseguido impor aos seguidores dos seus adver-
sários, incluindo os sociais-democratas. Ainda se discute se os nazistas foram ou Hitler e o velho Presidente Hindenburg em Berlim, maio 1933.
não responsáveis pelo sinistro. Alguns historiadores concordam que o jovem incendiario holandês, Marinus van der Lubbe. descoberto seminu no predio em chamas foi quem ateou o fogo. Quando da conquista do poder. em 1933, Hitler tinha 44 anos. Goebbels. 36 Himmler. ainda na obscuridade. apenas > anos. Talvez porque o golpe de Estado (Putsch) nazista na Alemanha
de cer-
to modo, um movimento revolucionario 10 vem,
eram,
ou
do
talvez
porque
ponto
os
lideres
nazistas
de vista social. simples
rivistas, as primeiras
ar-
tentativas de resistén
cia organizada partiram da direita politica. de homens que se consideravam. em pr meiro lugar. oficiais e cavalheiros. e que não gostavam de ver as forças armadas servindo de instrumento a um agitador que nunca passara de cabo no exército alemao. Isto não pretende diminuir a nobreza do descontentamento
nas de milhares
classe operária) trários ao fluxo gulamentos de ção da Lei de
de alemães
deze-
por
demonstrado
(a maioria
da
que eram abertamente conarbitrário de decretos e re Hitler, depois da promulzaPlenos Poderes (com a vi-
gência de 4 anos), de março de 1933. apro-
vada as pressas pelo Reichstag. de onde seus principais adversários haviam sido virtualmente excluidos. e que lhe deu poderes ditatoriais. A maioria dessas pessoas. re-
resistência
presentando
pura-
esporádica
mente individual, acabou em campos de concentração e. se sobreviveram, ficaram
completamente com
de
fora,
em
os jovens
1942,
estudantes
inofensivas; Hans
tentaram
assim
e Sophie
criar
universitários
ocorreu
Scholl
resistência
mas Que
que.
entre
(como
9
veremos) foram descobertos e execulados(”) Também não nos devemos esquecer
dos insurgentes famosos a quem os nazistas não se atreviam a prender — em part cular os clérigos mais corajosos. o Bispo Conde von Galen e o Cardeal-Arcebispo Michael Faulhaber. que pregava abertamente
contra
Hitler
e suas
O
obras.
que
nos interessa. porém. é o estudo da forma-
ção de que em neiras. bada e.
um grupo ativo de conspiradores vários momentos, e de varias mase reuniram para planejar a derrufinalmente, o assassinato do gover-
nante do seu pais.
Impunha-se. antes de mais nada, que se estabelecesse um ponto central. em circulos influentes, em torno do qual a resistência
pudesse reunir-se. Nenhum individuo pode dirigir sozinho um golpe de Estado. Não basta eliminar o lider, seja ele quem for;
Acima:
nas forças armadas e na administração civil, para a tomada do poder ser aceita pelo
Scholl, lider estudantil do “Movimento Rosa Branca”. Acima, à dir.: Rôhm,
deve-se
preparar
adequadamente
o terreno
pais inteiro como fato consumado. Um circulo interno de pessoas de confiança, cada qual com uma tarefa determinada, deve ser criado gradativamente,
todas
aceitas
secre-
morto
Hans, irmão de Sophie
pela
Gestapo. Abaixo:
Scholl,
Sophie
comandante das SA, a principal vítima da “Noite das Longas Facas”. Abaixo, à dir.: Exposição de propaganda nazista, 1934.
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Cardeal von
Galen,
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Hitler.
Cardeal
Faulhaber,
que
pregava
contra
as políticas
nazistas.
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o
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Acima: O Exército presta o juramento de lealdade a Hitler, agosto de 1934. Abaixo: Artilharia
hipomóvel
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1934. A dir.: Seção
desfilando
de metralhadoras
ante
o General
pesadas
Fritsch,
em treinamento,
Potsdam,
1937.
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7
RE
tamente e sob juramento. Deve-se preparar uma administração de emergência para assumir o controle dos serviços constituídos, militares e civis; a propaganda deve estar pronta para saturar os veículos de comunicação
de
massa
minutos
do ditador. A conspiração
depois
da
queda
não € tarefa de
amadores, embora estes muitas vezes estejam implicados nela, sendo esta a principal razão do fracasso de muitos golpes de Estado. O foco central da resistência na Alemanha permaneceria dentro do exército durante os 12 anos de regime nazista. A rapida infiltração do controle do partido nazista na administração civil, durante os anos de 1933-34, e particularmente a criação de uma polícia secreta politica ... a Gestapo — para destruir qualquer oposição ao regime, tornaram a resistência organizada e eficaz na população civil extremamente difícil, se não impossivel, embora, naturalmente, qualquer um pudesse sacrificar a li-
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berdade, talvez a vida, se decidisse opor-se abertamente a Hitler. O exército continuou sendo a única força inteiramente armada dentro do estado, e, se resolutamente dinigida, poderia ter derrubado o Fiihrer(C) Eis por que, estabelecido o controle sobre a Alemanha civil, ele voltou sua atenção, du-
rante o periodo importante de 1934-38. para a ascendência pessoal sobre o exército.
Hitler começava com certas vantagens: era contrário ao comunismo, posição que
coincidia com a do exército; subira ao po-
der com o apoio dos nacionalistas da direi-
ta —
e esta, de modo geral, representava O
ponto de vista do quadro de oficiais. Quan-
do, em 1934, Hitler expurgou num banho de sangue suas próprias milicias partidarias, as tropas de assalto (SA). com
seus 3
dante, seu velho amigo Ernst Rôhm,
a ma-
milhões de homens, e assassinou o coman-
quina nazista afirmou que assim agira porque Rôhm planejara dar seu próprio golpe de Estado e conquistar o comando do exer-
15
cito para st. Hitler completou
preventiva em julho de ros
tempos
do seu
ser uma operação trágica, com dois objeti. vos sucessivos: primeiro —.. prender o Fiih.
esta medida
1934. Nos primei-
dominio,
ele cuidou
de
alimentar boas relações com o exercito. tal como procedera para conquistar os industriais alemães. Por assim dizer. ele era o representante dos militares no campo politico —. pronto para restabelecer o recruta-
mento intensivo e o rearmamento alemão. desafiando o “Tratado de Versalhes”, e de-
volver ao exercito O seu antigo prestigio no
solos pátrio. Mas, se defensor,
fazer com
Hitler
ele estava
se dispusera igualmente
a ser
decidido
seu
a
que o exército o apoiasse. Ime-
diatamente apos a morte do Presidente Hindenburg, em agosto de 1934, ele se fez não so o Chefe de Estado como também Comandante-Chefe Supremo das forças armadas
sidente,
em
do Reich. Aboliu-se o cargo de Precomo
conjunto,
obsoleto.
para
civis
Hitler
seria
e militares.
tudo,
Sem
qualquer aviso prévio, todo homem de farda teve de fazer o seguinte juramento pessoal de fidelidade: “Por Deus. faço este juramento sagrado: Prestarei obediência incondicional ao Lider
(Fiuhrer)
do
Reich
e
do
povo
alemães,
Adolfo Hitler, o Comandante Supremo das forças armadas, e estarei pronto, como bravo
soldado,
a arriscar
a vida,
a qualquer
momento, em defesa deste juramento” (*) Os soldados são particularmente sensiveis a mistica da lealdade e este juramento
e sua magia seriam um repressor constante de qualquer movimento generalizado de resistência na unica area da nação onde ele poderia ter-se desenvolvido com mais eficiência —. as forças armadas. O juramento de fidelidade significava que qualquer homem
de farda que se envol-
vesse em conspiração para derrubar Hitler seria duplamente traidor —.. estaria traindo o Lider legitimo da sua pátria e traindo a pessoa de Hitler. Os que eventualmente ingressaram no circulo de conspiradores fizeram por se compenetrar de que Hitler con-
quistou ilegalmente o poder, o que constituia um ato de traição muito maior do que
qualquer coisa que aqueles que foram obrigados a jurar pudessem fazer no sentido de
h e
apeá-lo, fosse pela prisão, fosse pelo assassinato. A oposição organizada a Hitler viria a
16
rer
dor;
e submetê-lo
segundo
a Julgamento
—
quando
como
a guerra
trai.
prosse.
guia e a posição da Alemanha se tornava moralmente mais desesperada — removê.
lo, e a seus sequazes, pelo assassinato, e realizar um golpe de Estado. As muitas
razões por que esta oposição
teve
sucesso
constituem
a
ativa jamais
narrativa
que
nos propomos. Na verdade, ela esteve muito perto do êxito, tanto em março de 1943 como
em julho
de
1944, e fracassou, neste
ultimo caso, por puro azar, e também
que não
como
por-
o planejamento, sob certos aspectos, foi cem por cento adequado. Não ha deixar de reconhecer
a ocorrência de
falhas humanas, falhas devidas a diferenças de antecedentes, de grupos de idade, de
classe e de concepção politica, bem como certa inocência e falta de desumanidade to-
tal que conduz uma ação desse tipo até o sucesso final, a despeito de sua aparente impossibilidade. As cartas pareciam prever o sucesso, em julho de 1944, e vários homens heróicos estavam preparados para arriscar
a vida
nessa
aposta
decisiva,
e, as-
sim, pagaram o preço do fracasso. A seu modo, foi uma tragédia humana e política, de dimensão tal, que apresentava todos os matizes
Na
1944
capazes
verdade,
a
tem certas
de interessar Shakespeare,
conspiração
de julho
afinidades com
uma
de
peça
shakespeariana, Júlio Cesar, embora nesta o golpe falhasse depois que o ditador caira, ao passo
julho, assim
que,
o ditador póde
no caso
da conspiração
sobreviveu
impor
terrivel
por
de
milagre €
vingança
aos
seus adversários. Coube as Forças Aliadas levar Hitler ao suicidio, uns dez meses depois. Entrementes, grande
crianças guerra,
número
de homens,
mulheres e |
iria morrer —.. na devastação
nos
bombardeios
e nos
da |
massacres
.
dos campos de concentração .. seres hu- | manos que poderiam ter sobrevivido, se à | bomba de Stauffenberg não tivesse sido
inadvertidamente afastada dos pés de Hitler. Tais são os acidentes da história.
A
direita
e páginas
seguintes:
Hitler
dirige-se a contingentes da Juventude
Hitlerista em Nuremberg; Partido, 1934.
Reunião do
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Resist encia
- (1 primeira geração? and
Wilhelm Canaris, recém-promovido a Almirante, tornou-se chefe do Serviço de Inteligência Militar alemão (a Abwehr) em janeiro de 1935. Aos 47 anos, ele pensara estar a caminho da reforma, porém seu caráter extraordinário e a natureza peculiar das suas atividades anteriores tornavam-no bem adequado, aos olhos dos seus superiores, ao cumprimento de uma tarefa dificil e delicada que incluía o atendimento das neforças
das
cessidades
armadas,
ao mesmo
tempo que mantinha uma relação razoável com o serviço secreto do partido —. neste caso, a polícia secreta e a SD (Sicherheits-
dienst), o Departamento de Inteligência das
SS de Himmler. Este último era dirigido pelo jovem ex-oficial da marinha Reinhard Heydrich, a quem Canaris conhecera na ativa, no começo da década de 20.(*) Erika, a mulher de Canaris, gostava de tocar violino,
e Heydrich,
igualmente
da
amigo
música, quando tenente da marinha ficava feliz em ir, com seu violino, à casa de Canaris, para ajudar a formar o quarteto Goebbels,
o Almirante
com
Himmler
Canaris
(esquerda)
(direita).
e
de corda de Erika. Canaris possuia de natureza
certa cultura,
reservada:
durante
mas
era
a Primeira
viço Guerra Mundial ele trabalhara no Ser m de Inteligência da marinha. Era um home pecestranho —. volúvel, encantador, intros rotivo e dado à melancolia. Também era as mântico, e gostava de fazer com que grepessoas acreditassem ser ele de origem
ga.(º) Seus passeios favoritos eram à região
. Em do Mediterrâneo; o sol o acalmava m lnmuitos aspectos, ele era brilhante. Bo nte de giista, com mente ágil quando dia maridificuldades. Militar de carreira na Dresnha, servira com certa distinção no go das den, antes da famosa batalha ao lar Os bnIlhas Falkland, parlamentando com Glasgow tânicos quando os HMS Kent e O alemão finalmente encurralaram O cruzador o Dresao largo da costa chilena. Quando o interden foi posto a pique e a tripulaçã tornou a nada, Canaris conseguiu fugir e re na EspaEuropa, onde serviu como espião ara um nha e na Itália. Mais tarde, comand . Desubmarino em águas do Mediterrâneo várias auviem e -s eu lv vo en , rra gue da pois
pe dades políticas de direita, incluindo o gol
21
Alemã. do
de
mas.
Kapp.
contra
da
Republica
tornou-se
finalmente.
Estado-Maior
a
marinha,
com
oficial todos
os indícios de que as aventuras da sua vida
profissional haviam
acabado, só lhe restan
do as funções de gabinete.
Sentado à sua modesta mesa no escrito rio da Abwehr em 1935, em Berlim, ele
parecia, e realmente era, modesto, benevo lente e distinto. Tudo nele era delicado: sua estatura, seus pes e suas maos. Os que o conheciam melhor, achavam-no insaciavelmente curioso, excelente ouvinte e bom
avaliador de caráter. E precisava ser, pois ele viria a transformar o nucleo da sua Escritório organização, conhecida como
Central (Zentral Amt), ou, mais simplesmente, Departamento “Z”, num centro de descontentamento
antinazista.
Quem o encorajou a isto foi seu subcomandante, um oficial do exército chamado Hans
Oster.
Este,
com
40
anos
de idade.
era em tudo o oposto de Canaris —
palra-
dor, precipitado, homem de ação. Canaris. ao contrário, era taciturno, discreto e mais intelectual. Sob muitos aspectos, Oster era um típico homem de sociedade. Chegou a ser temporariamente afastado do exército devido a um caso de amor que tivera com a mulher de um oficial superior. Chamava Hitler de “Emil”, para poder falar dele o que quisesse sem correr o risco de ser denunciado pelos “ouvidos” do ditador. Mas Oster era um homem franco e honesto, esguio, pálido, simpático, elegante e, sobretudo, corajoso. Canaris gostava dele e desde o começo fizeram-se amigos. Ambos nacionalistas de direita, na política, concordavam entretanto em que, quaisquer que tivessem sido suas opiniões sobre Hitler no passado, não podiam mais sofrear a vontade de vê-lo fora do poder. Aliás, as opiniões de Oster sobre Hitler firmaram-se antes das de Canaris. Contudo, este último não tinha nada de
timido. Seu trabalho era proporcionar um
serviço de Inteligência a todas as forças armadas e, com o rápido crescimento do
exército enquanto os planos de agressão de Hitler amadureciam, a força do departa-
E
Heydrich (esquerda) em exercícios com companheiros das SS. Ele era notável esgrimista.
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jamais viria a saber o que seus creies esta vam planejando. Ao mesmo temo. Cara amizass 512 ris renovou ostensivamente com Heydrich, que sabia ser 0 nomes mais perigoso, no que dizia respeiro a 22 Canaris. Em breve o violino ca Fieycricr era ouvido novamente nos aposentos 07 fortáveis da nova casa de Canaris. em Dahlem. um subúrbio seleto de Berim. O Almirante. como chefe do Serviço Militar de Inteligência. observava Heycricn q02. por sua vez, como chete da Inteligencia Cas SS (SD). observava Canaris. Tem-se dito que Canaris. como muitos cu tros. temia secretamente a Heydricn. cu.
cérebro frio e crueldade cinica contrasta vam fortemente com a timidez de Himm.zr quando se tratava de tomar atitude decis: va. Hevdrich viria ser o principal exzcuuvo de Himmler durante o desenrolar ca pr meira fase do programa de genocicio. aços 1940. Entrementes. ele estava empennace em tarefas mais humildes; deu a Werner Best. o advogado das SS que mais tarte bDinamarcaz seria encarregado de dingir a ocupada (com corajosa leniência). 2 TEs ponsabilidade de selecionar os varios campos de interesse entre a Abwehr e SD cas SS. Num memorando especial redizico para o autor deste livro, e seu colega, Feimrich Fraenkel. quando este escrevzu O Sstado biográfico de Himmler, publicado 1965 (a ser publicado no Brasil em Dr nesta História Ilustrada). Werner Best creveu O processo: “Canaris era muito metódico, unha mar to de organizador, construiné maquinaria que, no final, emp mais funcionários publicos do que aztnies ou espiões. Não era muito itici. separar as respectivas esferas de ação — como à ss pionagem auva para O exército e a investh gação criminal para à policia. Bem mais dificil —. aliás, praticamente impossivel — era a divisão de responsabildades no camns
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2.
po da contra-espionagem, muito embora tivessemos concordado, em principio, que a descoberta de espionagem estrangeira era trabalho para a 4bwehr (ainda que apenas porque o Serviço de Inteligência da policia não tinha agentes suficientes para isto)... Deveria ter havido uma colaboração constante e confiança mútua entre a Abwehr e o Serviço de Inteligência da policia, mas as
rivalidades pessoais e os problemas prestigio frequentemente levavam a lhor.” Na verdade, os dois departamentos ceram consideravelmente durante os anteriores à guerra. Canaris e Oster não demoraram a cobrir,
dentro
e fora
do
exército,
de me-
cresanos des-
homens
colocados em lugares influentes e em quem
poderiam confiar. Quem estava mais perto deles era um homem de quem todos gostavam e a quem muito respeitavam, o General Ludwig Beck, Chefe do Estado-MaiorGeral do exercito desde 1933. Quando Canaris assumiu a direção da Abwehr, Beck tinha 55 anos. Era um brilhante oficial de carreira da velha escola, estudioso da história militar,
inteligente,
cavalheiresco,
aten-
cioso e de coração bem formado, conhecido por sua elevada integridade e por suas opiniões anticomunistas. Mas, ainda com todos esses atributos, ele não era o homem
talhado para liderar qualquer tipo de ação; além do mais, sua saúde não era boa. Como o resto do exercito, ele viu-se repentinamente obrigado a prestar o juramento pessoal de fidelidade a Hitler. “Este foi o dia mais
negro
da
minha
vida”
..
disse
ele
depois. Em sua posição-chave no Alto-Comando,
ele
logo
descobriu
que
os
planos
ti-
nham uma única finalidade ... preparar a Alemanha para uma guerra agressiva. Para isto se introduzira a convocação de recru-
tas, para isto se acelerara o rearmamento, para isto restringia-se a economia do pais. Beck,
um
homem
quente, atreveu-se diante de Hitler.
contrário
pequeno,
fragil
mas
elo-
a combater esta política Beck era rigorosamente
ao comunismo,
mas
logo desco-
briu que não poderia tolerar os métodos de
Hitler de desafialo com um militarismo igualmente totalitário e inflexível. Na formação gradativa da corrente de oposição a Hitler nos escalões superiores
24
da sociedade alemã, os homens Sem unifor . me
viriam
quanto
a
ser
os fardados.
quase
tão
Importantes
Do corpo diplomático
veio outro aliado de elevados Principios Ulrich von Hassell, embaixador da Alema. nha em Roma e cunhado do famoso Grande-Almirante von Tirpitz. Em 1938, quando Ribbentrop se tornou Ministro do Exte. rior de Hitler, depois de servir como sey embaixador na Grã-Bretanha, Hassell aposentou-se repentinamente e abandonou Ber. lim, sem qualquer outro emprego. Como embaixador, ele tivera de participar das ne. gociações para a formação do Eixo RomaBerlim, firmadas em novembro de 1936. E via claramente que isto era mais um elo na cadeia que levaria à guerra na Europa.
Sua casa, como 1938 tornou-se um
a de Beck, a partir de centro onde homens de
rosto magro
um
igual espirito podiam falar livremente. Hassell, que naquele ano contava 57 anos de idade, tinha a aparência do aristocrata ... do.
e com
sido
ter
de
despeito
A
bigode bem
demitido,
seu status diplomático
conservara
apara-
ele
e, como
Beck, era uma pessoa a quem seus iguais na sociedade apreciavam. Ele tinha pouco a parte
fazer,
o que
manter
a sinecura
na
Junta da Conferência Econômica da Europa Central, na qual obteve muitas informa-
ções uteis. Hassell começou a escrever um diário secreto que, quando os tempos se tornaram cada vez mais sombrios, sua mulher teve de ocultar numa caixa de chá que enterrou em seu jardim. Este diário registra um relato quase diário, desde o outono de 1938,
de
ram,
com
Hassell
em
como
favor
seus
as
da
muitas
discussões
de
cheios
de
resistência
e
altos
baixos
progredi-
frustração. Ele era um homem de muita coragem, mas, como Beck, não era um conspirador de verdade. Logo se tornou evidente que a Resistência alemã precisava
de um aventureiro hábil, não de eruditos € diplomatas, como Beck e Hassell, ou gente
excessivamente cautelosa, como Canaris. O Dr. Carl Goerdeler talvez tenha iniciado o processo de introdução de aventureiros na Resistência. Este era outro nacionalista conservador, formado em direito e Hans
Oster, um
conspiradores
dos
primeiros
militares
contra
Hitler.
Sam
mad
o
pes
o Ra ' a
ny
E pr
ro
E
a
Wa À
à
a
o Ms
PS
Ludwig
26
Beck, Chefe do Estado-Maior-Geral
do Exército até
1938.
com uma carreira na administração municipal. Vinha de distinta familia prussiana. Em 1933, o ano do triunfo de Hitler, ele cera burgomestre (prefeito) de Leipzig, cargo
que, na Alemanha, é de livre nomeação da
administração civil. A principio, ele aprovara a politica de Hitler, tal como a compreendia, o bastante para dar-lhe apoio ativo como consultor econômico. Goerdeler era um
homem
mestre
quando,
de extremos,
brilhante, vo-
lúvel, emocional e despido de circunspeção. Perdia as estribeiras por qualquer coisa que reprovasse — tendo sido uma atitude típica sua a de demitir-se do cargo de burgocontra
suas
ordens expres-
sas, autoridades do partido nazista tiraram a estatua de Mendelssohn do local em que se encontrava, em Leipzig, a cidade natal desse compositor judeu. Suas atitudes antinazistas agora transbordavam. Assumiu o cargo, apenas para mascarar suas atividades, de representante da firma de aparelhos
elétricos Bosch e, em 1938, começou sua vida de “embaixador ambulante autonomeado” da Resistência, viajando pela Ale-
manha e pelo exterior e fazendo com que seus companheiros tremessem ante as indiscrições francas dos seus comentarios sobre Hitler. Ele também, por certo, estava planejando o futuro da Alemanha depois da eliminação de Hitler ... sua administração e sua economia. Talvez fosse meio desequilibrado. Sem dúvida era tão insensato quanto corajoso. Em 1938 ele estava com 52 anos e, portanto, pertencia ao mesmo grupo etário dos outros, a quem velo a conhecer bem, sobretudo Hassell. Estes eram, portanto, os homens-chaves que trabalhavam para organizar a resistência a Hitler em
1938, e somente
um
deles
ocupava uma posição de verdadeira autoridade —. o General Beck. Mas este não demoraria a demitir-se (em agosto de 1938) depois dos notórios casos de Blomberg e Fritsch, nos quais as práticas inescrupulosas de Hitler e seus colegas se revelariam
abertamente
mente juntos
aos
que
à cúpula
estava acontecendo.
estavam
Com
para
suficiente-
saber o que
Beck reformado,
somente Canaris tinha posição
de influên-
cia, distinta da autoridade executiva real no
exército, e isto viria a enfraquecer conside-
ravelmente os poderes da Resistência. Mas foram os casos Blomberg e Fritsch
que provocaram a decisão dos que se opunham a Hitler de promover seu primeiro ato deliberado contra ele. O Feldmarechal Werner
von
Blomberg
era
Ministro
da
Guerra e Comandante-Chefe das forças armadas. Em janeiro de 1938, depois de bus-
car o conselho particular de Góring. ele casou-se com sua jovem secretária por quem se apaixonara. Góring aceitou essa situação um tanto degradante do ponto de vista social, porque, evidentemente, via nisso um ponto fraco na armadura de Blomberg. General da velha escola e fazendo parte do Alto-Comando, Blomberg era contrario aos métodos de Hitler de fazer a guerra as pressas, pois sabia ser impossivel levá-la a cabo com sucesso, e Góring viu nesse casamento um meio de livrar Hitler de resistência no Alto-Coman-
desse ponto
do, sem
chegar
a ofender
a hierarquia do
exército, demitindo-o por incompetência. Góring logo descobriu, atraves da Gestapo. que a jovem que tanto fascinara Blomberg aos 60 anos de idade tivera vida irregular — havendo fotos arrojadas, ou talvez mesmo obscenas em seu dossiê, O casamento do Ministro Blomberg tivera bastante pompa, e dele Hitler e Góring foram testemunhas.
dizer
Basta
que,
enquanto
Blomberg
passava a lua-de-mel com sua nova mulher em Capri, Oster foi enviado à Itália com os termos
de demissão
de seu
cargo,
nos
quais se alegava que ele desgraçara a si próprio, as forças armadas e ao Fuhrer. Afinal de contas, não se podia sequer pensar em convidar Hitler para testemunha do casamento de uma prostituta. Assim foi afastado
Blomberg
de maneira
veniente. No exato momento
em
que
muito
con-
Hitler se li-
vrava de Blomberg, o seu provável sucessor, General dante-Chefe
Werner von Fritsch, Comando exército alemão, estava
prestes a ser vitima de acusações forjadas de homossexualismo. Hitler tambem não queria os serviços do correto e cavalheiresco Fritsch; mas, acima de tudo, ele queria colocar o Alto-Comando em posição de inferioridade, e a melhor maneira de fazê-lo era aturdindo-o pela apresentação súbita de
“provas”, como as que esses dois casos deviam revelar de maneira tão melodramatica, da corrupção que grassava em seu
meio. Mas ele não contara com o extraor-
21
dio. cmda
Acima: Constrangidos companheiros: Canari s e Heydrich, chefes dos serviços de inteligência rivais. Abaixo: Dr. Werner Best (terceiro da direita). E
em
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E
nário ésprit de corps dos oficiais. Pouco
ntes de Fritsch ser chamado à presença de tler, para enfrentar a despudorada testeunha da Gestapo, Hans Schmidt, que ga-
hava a vida fazendo chantagem com hoossexuais, ele foi secretamente advertido or um dos ajudantes-de-ordens de Hitler ara que se preparasse para tal confronto. assim ele fez, com dignidade e desprezo. agindo
eck,
em
nome
do
Tribunal
de
completo
Anschluss (anexação) da Áustria e o exérci-
Investigação
Me
Walther
Schellenberg,
Góring sabia o que estava
Estado-Maior-
ara examinar a natureza da prova; todos acreditavam que Fritsch fosse inocente. Isto colocou Hitler e a Gestapo num dilema, porque era improvável que Hans Schmidt, a quem a Gestapo simplesmente intimidara, obrigando-o a dizer mentiras na presença de Hitler, pudesse resistir à reinquirição profissional e severa de um Tribunal de Investigação. Hitler precisava agir com presteza. O Tribunal de Investigação foi instalado a 10 de março. No decorrer do mês de fevereiro, Hitler arbitrariamente abolira o posto de Ministro da Guerra, demitira 16 generais do Estado-Maior e se nomeara Comandante-Chefe das forças armadas em substituição a Blomberg; isto lhe serviu para consolidar o dominio do exército, do qual já era Comandante Supremo. Fritsch, que fora Fafastado do cargo durante a investigação, Ftambém foi sumariamente substituido pelo General Walther von Brauchitsch, homem Ique, Hitler sabia, não tinha nem vontade |nem caráter suficientes para opor-se a ele. O Tribunal de Investigação reuniu-se a 10 de março, sob a presidência de Góring. O exército estava preparado para uma explicação definitiva com a Gestapo que, tecnicamente, não tinha qualquer jurisdição sobre os membros das forças armadas. Há indicações de que a Gestapo forjara o caso pressionada por Himmler e Heydrich. Saestava apreensivo bia-se que Himmler quanto ao resultado; segundo seu assistente,
Naturalmente
no ar e, nessa conformidade, nomeou a si mesmo presidente do tribunal. Também a data foi cuidadosamente escolhida: a 11 de
eral como um todo, insistiu na instalação
e um
diciário do Exército e, representando o Ministério da Justiça, o Conde von der Goltz, e um jovem e brilhante advogado, Dr. Hans von Dohnanyi, filho do compositor. Dohnanyi mais tarde desempenharia papel heróico na Resistência.
que
sucederia
Heydrich na chefia do Serviço de Inteligên-
cia das SS, ele chegou mesmo, ridiculamente, a procurar por telepatia influenciar
o tribunal durante a sessão.(*) Não era provável que isso tivesse êxito, já que os quatro assessores do tribunal eram Oster, o
Dr. Carl Sack, Chefe do Departamento Ju-
março,
o
dia
seguinte,
anunciou-se
o
to foi imediatamente envolvido na ocupação “pacífica” daquele pais. O julgamento foi apressadamente adiado, sendo reconvocado o tribunal a 17 de março, quando o prestigio de Hitler estava no apogeu. podendo Góring dar-se ao luxo de cancelar a audiência sem examinar a prova do exercito contra a Gestapo, já que Schmidt, o chantagista, fora levado a admitir que se confundira ao identificar o general. O homem a quem vinha fazendo chantagem era um capitão reformado chamado Frisch. Góring aproveitou-se dessa declaração, suficiente para limpar o nome de Fritsch, e dissolveu o tribunal. Mas Fritsch, com seu cargo no Alto-Comando já eliminado, Jjamais se recuperou dessa afronta à sua dignidade; não procurou ser reintegrado. No ano seguinte, quando a Polônia foi invadida, ele deliberadamente buscou
a morte no
serviço ativo, como simples major, no regi-
mento de artilharia em que ocupava O posto de coronel honorário. Mas o Tribunal de Investigação teve outro resultado: ele uniu Dohnanyi a Canaris e Oster, que, assim, conseguiram um colega tão capaz quanto leal à causa da Resistência alema. Em começos de janeiro de 1938 já se realizavam reuniões que ligavam Canaris, Oster e, mais tarde, Dohnanyi por um lado, com Goerdeler, Hassell e Beck do outro. Este último ainda era membro do AltoComando e sabia muito bem o que Hitler estava tentando incutir na cabeça dos seus om de generais. Foi nesse estágio que teve imicio uma série de missões na Grã-Bretanha .. todas elas tentativas individuais e modestas de advertir gente influente sobre o rumo dos planos de Hitler. Goerdeler, por exemplo, esteve na Grã-Bretanha em julho de 1938,
29
Esq.: Von
| em
Roma,
Hassell, embaixador
com
' e Ministro das Conde
von
(dir.).
o genro de Mussolini
Relações
Ciano. Acima:
Brauchitsch Beck
alemão
(frente),
(centro)
Exteriores,
Generais
Fromm
e von
von
(esa.),
Witzleben
e conseguiu reunir-se com Sir Robert Vansittart, Principal Consultor Diplomatico do governo britânico. Mas a maioria dessas missões teria lugar no ano seguinte, 1939, Outro dos altos funcionários que desertaram Hitler foi Hjalmar Schacht, ex-Presidente do Reichsbank (Banco Nacional) e Ministro dos Assuntos Econômicos. Ele fi-
nalmente deixou seu ministério em dezembro de 1937, porque Hitler nomeara Gôring, passando por cima de Schacht, Plenipotenciário para o Plano Econômico Quinquenal. Góring era a última pessoa a se incomodar
do
com
métodos
ortodoxos,
se tratava do planejamento
quan-
econômico
nacional. Schacht, pelo menos nominalmen-
te, passou-se para a Resistência pelas mãos de Beck, embora jamais viesse a ser muito
útil. Mas era mais um nome influente com o qual se podia
contar em
segundo
plano.
Depois de Schacht veio um jovem chamado Hans Bernd Givesius. que seria na Resistência um mensageiro extremamente útil,
ligando as várias alas dispares das quais o movimento finalmente se formou. Ele trabalhara na Gestapo durante seus primeiros tempos de vida. sob a direção de Góring. passando por vários departamentos no serviço público. Tinha um amigo, chamado Arthur
Nebe,
na Polícia
Criminal
Prussia-
na, que seria uma fonte útil de informações para a Resistência. Entrementes, Canaris ausentava-se cada vez mais do seu escritório em Berlim, deixando a parte mais rotineira a cargo de Oster. Quando em casa, Canaris sentia-se inquieto; ele chegava com seus dois fieis cães dachshunds, que ficavam o dia inteiro com ele no escritório. Mas evitava periodos prolongados em Berlim; seu conhecimento
do espanhol levou Hitler a confiar-lhe um
trabalho de ligação com Franco. E significativo que, embora Hitler tivesse ajudado Franco com armas, homens e aviões durante
a Guerra
Civil Espanhola,
o Caudi-
lho jamais viesse a oferecer-lhe ajuda equivalente, quando Hitler dela precisou, mais tarde. Isto sem dúvida foi resultado, pelo
3]
apoio. Quando Hitler soube classificou de pusilanimidade
daquilo
Antes de finalmente demitir-se do posto de Chefe do Estado-Maior. em agosto de
generais. a quem teria de confiar a de Seus Condy.
certa resistência à politica agressiva de Hitler em seus colegas do Alto-Comando. O objetivo do Fuúhrer, em 1938, era a Tcheco-Eslovaquia e. em particular. O território por ocupado basicamente dos Sudetos. uma minoria de origem alema que, liderada por Konrad Henlein, estava decidida a desertar para o lado de Hitler, trazendo consigo o território dos Sudetos, que seria en-
menda,
Beck
1938.
fez
o
que
instilar
para
pôde
tão anexado à Grande Alemanha.(”) No decorrer de 1938, o ano do “Acordo de Munique”, ecra intenção de Beck tentar inspirar Brauchitsch a emprestar pelo menos
|
seu que
certa
liderança
na
oposição
a
Hitler:
mas tudo o que Brauchitsch fez foi permiur que Beck convocasse uma conferência de generais do Alto-Comando, em agosto. Nessa
conferência,
com
Hitler
ausente.
no
Berghof, seu retiro montanhês na fronteira austro-bavara, em Berchtesgaden, os generais
sentiram-se
com
mais
liberdade
para
concordar com os termos da exposição de Beck, embora Branchitsch não lograsse dar
ção das suas futuras guerras, ele os
Convo.
cou ao Berghof e passou-lhes severa Fepr; fazendo-lhes
também
uma explan|
ção sobre o que considerava necessidade: da
Alemanha.
Nessas
circunstâncias.
Beck
foi obrigado a entregar sua demissão ali de agosto e, depois de dirigir-se aos seu:
colegas pela última vez, a 27 de agosto deixou sempre.
o
Ministério
da
Guerra
par:
O lugar de Beck foi ocupado pelo Gene ral Franz Halder, que não era avesso;
Resistência e que também viria a ser um diarista util aos historiadores. Mas Halde; era
cauteloso.
preciso
e
circunspecto,+
conservou seu posto no Estado-Maio Geral. Foi nesse momento que a primeira revol
Abaixo: Hitler em Leipzig, marco de 1934. O Burgomestre e figura da Resistência, Carl Goerdeler, está à sua
esquerda. À dir.: Dr. Carl Goerdeler, Burgomestre
de
Leipzig.
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menos até certo ponto. da influência negativa de Canaris sobre o nazismo.
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Feldmarechal
ta
ao
ativa
von
contra
exercito.
Walther
Brauchitsch
Hitler,
embora
com
limitada
sobretudo
importantes
elos
civis, foi planejada, durante os tensos me ses do verão de 1938, antes de se chepar ao “Acordo de Munique”. Givesius a des: creveu ao prestar testemunho no Tribunal Internacional Militar de Nuremberg, depois da puerra:
“Quando da sua demissão, Beck nos pa rantira — refiro-me à Gocrdeler, Schacht c
outros politicos —. que deixaria
um
suces:
sor mais energico que ele próprio, e que estava firmemente decidido a precipitar uma
revolução se Hitler escolhesse o cami-
nho da guerra.
Esse homem
em que Beck
confiava, e a quem nos apresentou, era o General Halder. Dias depois de assumir o
posto, ele chamou Oster e informou-o de que achava que estávamos caminhando pa ra a guerra € que tentaria derrubar o go
verno.
É perguntou
a Oster o que ele. de
sua parte, pretendia fazer para incluir os civis na conspiração ... Na epoca cramos apenas um circulo pequeno e Oster respondeu que, tanto quanto sabia, só conhecia dois civis importantes com quem Halder poderia ter conversações politicas preliminares;
um
deles era
Goerdeler,
e o outro.
Schacht. Halder recusou-se a falar pessoal mente com um homem tão suspeito quanto Gocrdeler, porque achava ser demasiado
perigoso
34
receber um homem
a quem
ainda
Schellenberg
não conhecia. Quanto a Schacht. ele pode: na encontrar uma razão para conferenciar. Halder pediu a Oster que servisse de inter: mediano na questão. Por meu intermédio, Oster procurou Schacht. que estava ja pre parado. Aconselheiro a luzer O seguinte: "Chame Halder ao seu apartamento para que você esteja bem certo da questão”. Hal der visitou Schacht pessoalmente em fins de julho de 1938, informando o de que as coisas chegaram a um ponto em que à guerra era
iminente
e que ele,
Halder, pro:
vocaria um golpe de Estado. A seguir per
guntou
a Schacht
se ele estava
preparado
para ajudálo politicamente. Foi isto que Schacht me disse na época ... Eu agi com
tinuamente como intermediário nessas dis E cussões.” O plano era simples, Os generais dissh
dentes formariam
um grupo para prender 0
ditador e o submeter imediatamente a jub gamento; as acusações seriam de que sum atividades constituiam grave perigo para à
Alemanha. Pretendia-se demonstrar, com uma declaração médica, que Hitler era um personalidade psicopática. Para obter essa declaração, Hans von Dohnanyi (a quem fora pedido que ajudasse na acusação) fo!
com seu amigo Otto John, outro membro do
circulo
interno
da
Resistência,
visita
seu sogro, Professor Karl Bonhoeffer, p% do conhecido Pastor Dietrich Bonhoeffer €
A medida que o choque entre Hitler e a
Tcheco-Eslováquia
se dirigia
para
o cli-
max, no verão de 1938, outras missões foram mandadas para Londres, sob a influência de Beck e seus associados. Seguindo os passos relativamente ineficazes de Goerdeler, o Major Ewald von Kleist-Schmensin, amigo de Beck e Canaris, foi a Londres,
com o terreno já preparado para ele por lan Colvin, o correspondente em Berlim do jornal londrino The News Chronicle, e por Sir George Ogilvie-Forbes, membro da Em-
Hans
von
Dohnanyi
famoso neurologista. para lhe solicitar endossasse a afirmação de que Hitler era insano. Eles deram ao professor um relatorio relacionando
todas
as doenças
conhecidas
de que Hitler sofrera e o professor admitiu que “segundo isto, é bem provável que O homem não seja muito são do juizo”. Mas o professor negou-se a fazer tal declaração, já que não podia examinar pessoalmente O paciente,
Dohnanyi era o elemento mais jovem do núcleo da Resistência alema. Em 1938 ti-
nha
apenas
36
anos.
Estava
ligado
pelo
casamento à famosa familia Bonhoetfler, tendo casado com Christine, filha do professor, em 1925, Em 1938 era assistente de Franz Gurtner, o Ministro da Justiça de
Hitler. Gúrtner, embora tivesse apoiado Hi-
Ler nos primeiros
momentos
de sua carrei-
ra, viria a agir, mais tarde, como freio as suas piores atitudes. Dohnanyi contava com a confiança de Giirtner, mas em 1938 ele foi mandado para Leipzig, onde seria Juiz do Tribunal da cidade, principalmente por se recusar a ingressar no partido nazista. Não obstante, cle estava constantemente em Berlim, mantendo-se em estreito contato com Oster e Beck. Entrementes, Canaris partira para a Hungria, a fim de tentar impedir que os húngaros fizessem reivindicações paralelas as da Alemanha sobre o território tcheco-eslovaco.
baixada Britânica em Berlim. Kleist partiu para Londres em agosto de 1938. avistando-se com Vansittart, Lorde Lloyd do Ministério do Exterior, e Winston Churchill. Kleist foi recebido com certa frieza nos circulos oficiais de Londres, reunindo-se com Vansittart em primeiro lugar; e. segundo este relatou, Kleist foi muito franco: “Herr von Kleist imediatamente abriu-se com a máxima franqueza e gravidade. Ele disse (e isto coincide com grande número de outras informações que lhe tenho dado, e vindas de fontes inteiramente diferentes) que
a guerra
agora
era uma
certeza,
a me-
nos que a detivéssemos. Eu disse: “O senhor quer dizer que há perigo extremo?” E ele respondeu-me: “Não, não me refiro a perigo extremo, refiro-me a uma certeza absoluta”. Eu lhe disse: “O senhor quer dizer que Os extremistas estão agora levando Hitler para o seu lado?” Retrucou-me ele: “Não, não me refiro a isto. Só hã um extremista de verdade, o próprio Hitler. Ele é o grande perigo e está fazendo isto inteiramente sozinho. Ele recebe grande estimulo de Herr von Ribbentrop, que não pára de dizer que, quando chegar o momento de uma demonstração de forças, a França e a Inglaterra nada farão.” O que Kleist estava ansioso para fazer reconhecer é que, a menos que Hitler fosse detido por alguma demonstração real de decisão por parte da Grã-Bretanha e da França, a Tcheco-Eslováquia (a começar
pelos Sudetos) seguiria o caminho da Áus-
tria. Kleist disse a Vansittart que Hitler mostrava todos os sinais de estar certo de que Grã-Bretanha e França jamais agiriam em favor da Tcheco-Eslováquia. Em seu relatório oficial, Vansittart repetiu as últimas palavras de Kleist sobre o
35
es
5
Pa
DO '
A
à
a
ira
7 E
EC,
to
E
=
Í
A
=
2
R
RP
]
: Ago
Esq.: General von da
Guerra. Acima:
Blomberg, Hitler,
Ministro
Blomberg
Fritsch, com o perito militar inglês J.F.C. Fuller.
assunto: “Grande com
o atual
parte
regime
do
pais
está
e mesmo
cassar:
e
revoltada
a parte
que
não está enojada dele esta terrivelmente alarmada ante a perspectiva de guerra e as
condições que esta criara, e se mostrara unanimemente contrária, se puder obter qualquer apoio. Gostaria que um dos seus principais estadistas fizesse um discurso que apelasse para esse elemento na Alemanha, salientando os horrores da guerra e a catástrofe geral a que ela inevitavelmente seria levada! ...” Concluindo, ele disse que sua saida da Alemanha fora facilitada por amigos seus do exército, sobre cuja unanimidade ele discorrera antes e que hã muito mantinha relações estreitas com eles. Todos estavam correndo risco de vida muito sério, sobretudo ele, por sair da Alemanha nesse momento critico. Não alimentava qualquer ilusão sobre o seu destino, se fra-
mas
deixou
bem
claro.
como
Cissz
antes, que sem ajuda externa. a ser presiada segundo as diretrizes que traçou. nada | podiam fazer. Tudo o que Chamberlain fez. depois cs ler esse relatório. foi convocar, para uma consulta em Londres, Sir Neville Hendarson, embaixador britânico em Berlim e notavel defensor da política da pacificação. Todavia, Kleist foi visitar Churchill em Chartwell. Churchill, que não era membro do gabinete de Chamberlain. provou ser muito mais direto do que o governo britanico e. a 19 de agosto de
Kleist, depois manha:
do
retorno
1938, escreveu 2
deste
a
Ale-
“Eu o acolhi aqui como uma pessoa pronta a correr riscos para preservar à Das na Europa e alcançar uma amizade duradoura entre os povos britânico, francês e alemão, para benefício mutuo. “Estou certo de que se os exercitos alemães ou a aviação cruzarem a fronteira da Tcheco-Eslováquia, isto ocasionara o reintcio da guerra mundial. Estou tão certo quanto estava em fins de julho de 1914 que
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ads mo ss =
E
a
E
ess
= bd sd O a
À esg.: Vansittart apaixonado
esg.:
(centro), Conselheiro
adversário
Schacht,
que
cedo
do nazismo,
com
se dissociou
de
Diplomático
Sir Anthony
do governo Eden
Hitler. Acima,
britânico e
(esq.). Acima,
à dir.: Gisevius,
O
à
ex-oficial da Gestapo que cultivava superficialmente a Resistência. Abaixo, à esg.: Arthur Nebe, oficial da polícia e simpatizante da Resistência. Abaixo, à dir.: Karl Bonhoeffer.
a
marchara
Inelaterra
novamente
com
a
França e por certo os Estados Unidos são agora fortemente antinazistas. E dificil, pa-
ra as democracias. fazer declarações precisas antecipadamente e a sangue-frio. mas o espetáculo de um ataque armado pela Alemanha
a um vizinho pequeno, e a luta san-
grenta que se seguira, levantarao todo o Império Britânico e obrigarão a que se tomem as mais graves decisões. “Peço-lhe que não se engane sobre este ponto. Tal guerra, uma vez iniciada, sera combatida como a ultima, ate o amargo fim, e deve-se considerar não o que poderá acontecer nos primeiros meses, mas onde estaremos
no
todos
final
do
terceiro
ou
quarto ano. Seria um grande erro imaginar que o massacre da população civil, depois de incursões aereas, impediria o Império Britânico de desenvolver toda a sua potência
belica;
muito
embora
devamos
sofrer
mais no começo do que da última vez (1914-18). Mas a ameaça dos submarinos
esta praticamente dominada por métodos científicos; teremos a liberdade dos mares e o apoio da maior parte do mundo. Quanto plor o massacre aéreo no começo, mais imperdoável será a guerra. Evidentemente, todas as grandes nações empenhadas no conflito,
uma
vez iniciado, lutarão pela vi-
tória esmagadora ou até a morte. “Como julguei que o senhor deveria levar uma mensagem definida para seus amigos na Alemanha que desejam ver a paz preservada e que almejam uma grande Europa onde Inglaterra, França e Alemanha trabalhem Juntas pela prosperidade das massas assalariadas, comuniquei-me com Lorde Halifax. Sua excelência pediu-me para dizer-lhe em
seu nome que a posição do
Governo de Sua Majestade com relação à Tcheco-Eslovaquia estã definida no discurso do Primeiro-Ministro pronunciado na Câmara dos Comuns a 24 de março de 1938. O discurso deve ser lido na integra. Não estou autorizado a destacar qualquer frase especifica do seu contexto, mas devo
chamar-lhe a atenção para o trecho final, a
este respeito ... ““No que se refere à paz e à guerra, não
são apenas as obrigações legais que estão implicadas, e, se a guerra estourasse: não seria provável que ela ficasse limitada aos
que tenham assumido tais obrigações. Seria
42
impossivel dizer onde acabaria psd le | € vernos estariam impl icados. A pr
xoravel
poderosa .
mais
dos fatos
poderia
-
e, nesse caso,
fes
mostrar-se
do que os pronunciam ;
da
qu
ENtos
80 É À) Jor-
estaria dentro dos limi
probabilidade
que
Outros
paises
além dos participantes da disputa original fossem quase que imediatamente envolvidos
Isto e particularmente válido no cas o de dois países como a Grã-Bretanha e a França, com antigas associações de am izade com
Wileresses
dedicados
estreitamente
aos
mesmos
interligados.
ideais
de liberdade
dizer. falando
em meu pró-
democrática e decididos a defendê-los: “Permita-me
prio nome, que acredito que uma solução pacifica e amistosa do problema da Tche. co-Eslováquia abriria o caminho para a verdadeira reunião dos nossos países com base
na
bos.”
grandeza
Houve
outros
e na
liberdade
porta-vozes
de am-
alemães
que
se esforçaram por aumentar a resistência britânica às exigências de Hitler. Um deles,
Theodor
alema
em
Kordt,
conselheiro
Londres,
falou
da embaixada
realmente
com
Lorde Halifax, o Ministro do Exterior. Mas
já era setembro e Chamberlain começava a pensar em ir a Alemanha e negociar pes-
soalmente, o que não passava de uma entrega total da Tcheco-Eslovaquia, o que teria efeito catastrófico no moral já abalado dos generais que estavam à beira de uma
revolta real contra ram
mar
seus
Os
Hitler.
generais dissidentes
que sobrevive-
à guerra não deixariam nunca de afir-
que
Chamberlain
foi
canhões,
anunciando
quem
inutilizou
subitamente que
ele, o estadista mais antigo da Europa, iria |
à Alemanha para negociar com Hitler, cujo
periodo no poder então alcançava apenas cinco anos e meio. Afirma-se que Beck (recentemente
sor,
reformado),
o General
mandante
da
Erwin
área
de
Halder,
von
seu suces
Witzleben
Berlim),
o
(co-
Conde
Wolf Heinrich von Helldorf, Diretor da Po lícia de Berlim, o General Erich Hoepner, que comandava a 3º Panzerdivision, sediada ao sul de Berlim, sem falar de Canaris é
Oster, estavam prontos para desfechar um
golpe contra
Hitler e que daria aos outros
Halder, Chefe do
do
Exército,
Estado-Maior-Geral
1938-42,
Witzleben,
na casa de Oster, em
setembro.
para formar um pequeno grupo de “comandos”, composto de homens de confiança e ativos,
civis. para prender
incluindo
Hitler.
disposições tomaram-se Aparentemente. ainda mais detalhadas para se ter certeza de que Hitler seria morto durante a ação. Mas até que ponto esses planos para um ataque súbito, realizados numa conferência do Alto-Comando, teriam bom resultado é algo que ficará eternamente em dúvida. Todavia, não pode haver dúvida de que, nesse estágio da história do Reich de Hitler, um golpe de Estado antes do “Acordo de Munique” teria reunido maiores probabilidades de obter o apoio geral na Alemanha do que em qualquer outro momento depois da assinatura daquele acordo. Seja como for, a verdade é que a notícia de que Chamberlain estava preparado para ir ao encontro de Hitler em Berchtesgaden profundo
causou
choque
gência
austriaco,
nos
que
planeja-
vam agir contra o Fiúhrer. Para eles, isso parecia quase uma traição, depois dos esforços que tinham feito junto a Gra-Bretanha. Canaris soube da nova durante um jantar, e seu amigo de confiança, o Coronel Erwin Lahousen, do Serviço de Inteli44
informa
que
ele assim
Ewald von Kleist-Schmensin, que se encarregou de colocar a Resistência em contato com o Ministério do
Exterior britânico. 4 dir.: Ribbentrop (esq.), quando embaixador alemão em
Londres, com o adido militar britânico.
reagiu: “O que, ele — visitar aquele homem!” Chamberlain proporcionara o remêdio certo para abafar o já pequeno entusiasmo dos generais para tomar qualquer posição real contra Hitler, que os aterrori-
zava. Assim, o projeto foi adiado, deixan-
do-se aberto o caminho para o notório “Acordo de Munique”, no qual as exigências que Hitler fazia sobre a Tcheco-Eslovaquia foram plenamente satisfeitas. Ninguem, entre o público geral da Grã-Bretanha, parecia dar a minima importância a isso. Naturalmente, prosseguindo em seu trabalho de blefar, Hitler afirmaria que os Sudetos eram sua última exigência territorial na Europa —. mas essa região teria de ser sua, “Eu esmagarei os tchecos”, disse ele a Sir Horace Wilson, que viera a Berlim como
representante de Chamberlain.
O prazo era 1º de outubro de 1938, e os tchecos pareciam ter mobilizado um milhão de homens, enquanto a Grã-Bretanha e à França estavam mobilizando tantos quantos podiam. Roosevelt, falando em nome dos Estados Unidos, apresentou um frágil protesto a Hitler. Mas foi Mussolini quem
e
a guerra. Um jovem de espirito, pertencente aos quadros da Abwehr, Friedrich Wilhelm ordens particulares de Heintz,. recebeu
e
aos seus preparativos para
Acima, à esq.: Franz Gúrtner, Ministro da Justica nazista. Acima, à dir.:
o
caminho
Ee
para se oporem
um
=
Alto-Comando
o
do
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membros
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O
Acima: Sir Neville Henderson, embaixador britânico em Berlim (sent ado). Suas companheiras são Lady Londonderry e a Princesa Bibescu. Abaixo: Churchill, foto batida durante seus anos de “pregação no deserto”. À dir.: Neville Chamberlain, e seu famoso guarda-chuva.
PTE
ET
interveio como arbitro. a 28 de setembro. e Chamberlain e Daladier. o Primeiro-Minis-
tro francês. apressaram-se A
30
de
de
Hitler
setembro,
a ir a Munique.
assinou-se
o “Acordo
de Munique” e. a 1º de outubro, as forças
|
poderia
|
|
lhante
entraram
derrubar
como
nos
um
o Fiuhrer?
Sudetos.
estrategista
Como
tão
se
bri-
O povo alemão não podia deixar de celebrar vitorias como o Anschluss austriaco e a ocupação dos Sudetos. Em geral, o que ele combatia era a guerra aberta, e isto ficou demonstrado (para desagrado de Hitler) quando o Fuhrer deu ordens a Witzleben para fazer desfilar suas tropas nas ruas de Berlim, a 27 de setembro. só para mostrar O que estava reservado aos tchecos. Todos os componentes da Resistência alema tremeram ante o sucesso do blefe de Hitler, pois Beck e os outros sabiam que a Alemanha não estava, de modo algum, preparada para uma guerra total. “Paz em nossos dias”, bradou Chamberlain ao vol-
Acima:
Halifax,
Ministro
do
Exterior
de Chamberlain. 4 dir.: Feldmarechal
von
Wiitzleben.
tar a Londres. e o povo britânico fez eco a expressão alivio. Mas Goerdeler escreveu. então: “Se a Gra-Bretanha e a França ti-
um sistema capaz de perpetrar tais atos...
ra, Hitler jamais teria usado a força”. Se-
entre
vessem
corrido o risco da ameaça de guer-
Gente respeitável ficou chocada ao ver nomes como Giirtner (Ministro da Justiça) e Schwerin-Krosigk (Ministro das Finanças)
“capitula-
penalidades para os judeus. Aparentemente,
Goerdeler.
gundo
isto fora uma
ção total”. Que Hitler tambem pelos
denciado guinte.
| tendo
do
ano se-
ou, como
achava,
acontecimentos
fracassado
Tendo
pensava assim € evi-
—.
sido virtualmente
traido pela França
e Grã-Bretanha, a quem. segundo pensava, tinha advertido adequadamente quanto à gravidade da situação — o pequeno grupo de Resistência adotou tipo de tatica durante o ano de
1939: tentou evitar a guerra na
Passados
Europa.
menos
de
dois
meses
desde a assinatura do “Acordo de Munique”, a 25 de novembro de 1938, veio o notório pogrom de âmbito nacional (contra s judeus), chamado a Lei de Nuremberg, por ter sido sancionada durante a delirante
Reunião Anual do Partido, naquela cidade. assell, tendo-se afastado havia pouco de oma,
e
examinando
cautelosamente
a
posição em Berlim, escreveu em seu diário articular:
“Estou profundamente perturbado pelo feito sobre nossa vida nacional, que é doinada cada vez mais inexoravelmente por
8
os
autores
do
decreto
prescrevendo
esses homens não estão vendo como se estão degradando e deixando-se usar.” Ele soube, por exemplo, que Hjalmar Schacht, que (como vimos) acabara de demitir-se do seu duplo cargo de Presidente do Reichsbank e Ministro para Assuntos Econômicos, também era implacavelmente contrário a Hitler. Mas Schacht preferiu viajar para o exterior e manter-se em segundo plano. Pelo
final
do
evidente,
exceto
a
15 de
março
(que, então,
estava
era
ano,
para os que estavam completamente alheios ao que se passava fora da Alemanha, que a França e a Grã-Bretanha se rearmavam. Entrementes, Hitler aumentou seu prestígio entre os nacionais-socialistas e seus seguidores,
entrando
em
Praga
de 1939. Até mesmo Sir Nevile Henderson, o embaixador
britânico
sendo tratado de um câncer na boca), sen-
lia-se amargurado pela “quebra de palavra”
do Fiúhrer.
Mas Hitler estava obedecendo à sua intuição pessoal, não às regras tradicionais da negociação diplomática, que se equili-
Acima, à esq.: Hoepner, Comandante de Panzer e futura vítima da vingança de Hitler. Acima, à dir.: Conde von Helldorf, Chefe de Polícia de Berlim, que
fazia parte dos planos de resistência. 4 dir., acima: Mussolini, Hitler, seu
bram nos delicados movimentos de concessões mútuas. Quando sentiu que as muralhas da diplomacia estavam ruindo, ele tomou O que queria por meio da guerra-relâmpago que, por algum tempo, se revelou muito eficiente. As regras da diplomacia tradicional eram ou deixavam de ser observadas. Tudo se subordinava aos interesses de Hitler. A ocupação da Renânia desmilitarizada em 1936, o Anschluss austriaco em 1938, a tomada dos Sudetos neste mesmo ano, e, finalmente, a ocupação da Tcheco-Eslováquia em 1939, todos esses atos tinham sido cometidos sem a menor escaramuça. O povo alemão começou a pensar que Hitler era um mágico cheio de coelhos dentro da cartola. E o mesmo pensava o próprio Hitler que, a partir de 1938, começou a confiar cada vez mais na sua intuição, aparentemente infalível, e na “providência” que o protegia, sem a ajuda e sem o controle de relatórios sensatos vindos do exterior para o Serviço de Inteligência. Ele começou.a desprezar quaisquer informações que não lhe agradassem, enquanto seus ministros e os generais mais servis só lhe davam o que achavam que ele queria saber. E o que Hitler queria, na
primavera e verão de 1939, era a capitulação da Polônia.
=
.
.
=
Es
e
—=
ET
—
intérprete Paul Schmidt e Chamberlain em Munique, setembro de 1938. Â dir.. embaixo: Chamberlain exibe o “Acordo de Munique” no aeroporto de Croydon: a “Paz em nossos Dias”, como o chamou nesse exato momento.
50
Entrementes, Canaris estava concentran: do suas energias nas táticas necessárias pa ra impedir que a guerra explodisse na Eu ropa, como resultado da crescente megalo-
mania de Hitler. Ele conseguiu outro aliado
importante na pessoa do jovem advogado Fabian von Schlabrendorff, que em 193 tinha 32 anos de idade, fora contrário a nazismo desde os tempos de estudanteé cujas opiniões eram solidamente conserva e
doras
cristãs.
Ele
era
um
dos
poucos
homens que não temia o regime e chegará a publicar trabalhos contrários às política
de Hitler. Mas, muito afortunadamente, ek foi um dos poucos homens ativos da linh de frente da Resistência a sobreviver, em:
bora à custa de terrível sofrimento. Seu lt
vro Revolt Against Hitler (1948), publicado depois
da guerra
e, mais
tarde,
revistoé
reeditado sob o titulo de The Secret Wal Against Hitler, é um trabalho dos mais dif nos
de confiança e de maior volume d
informações
sobre
o movimento
da Resis
tência na Alemanha, especialmente durank
os anos da guerra. Seu comentário sobre 8
relações entre Canaris e Oster é revelado
“Embora Canaris odiasse Hitler e o né
cional-socialismo, ele próprio não se sent* capaz de liderar qualquer ação decisif contra o Fiihrer.
Em
vez disso,
protes”
1 É
|
À 70
í deli É Eu! de hufrs
qu” e E
ii e TT——oooo— — ue
SO
1
O cd
E
TT— a —-—
A EEE a
ERG
Oster e permitia-lhe usar os recursos da Contra-Inteligência de que pudesse dispor
para organizar, fortalecer e ampliar o movimento
de resistência alemão.”
Schlabrendorff tornou-se um critico muito severo dos britânicos e dos franceses.
por entender
que as duas potências com-
portaram-se de certo modo covardemente até setembro de 1939, no que dizia respeito
a Hitler. Ele achava que uma
atitude mais
ep
es E
vigorosa poderia ter refreado suas ambições com muito mais eficiência nesse periodo importante do que mais tarde, quando a guerra já havia estourado. O próprio Hitler tornou-se muito mais isolado, mais insensivel à razão, cercado, como estava, por homens
totalmente
empenhados
em
servi-lo,
alemães
saúdam
a
Wehrmacht. À dir.: Hitler e seus guarda-costas SS entre os sudetos, 3 de outubro de 1938.
um periodo em que sv .e7 potco mais48
que
mandar
avisos,
em
varios
niveis,4
Gra-Bretanhac aos países a oeste da Ak;
sobre o ódio que se desencadeant
manha,
sobre a Polônia e Danzig. Entre essas
vertências havia uma
que lan Colvin cof É
seguiu fazer pessoalmente ao Primeiro- M
nistro,
a
29
de
março,
com
a ajuda 0
embaixada britânica em Berlim e do Mins tério das Relações Exteriores. Colvin ho 1 informado das intenções de Hitler pafi
com a Polônia diretamente por Beck e é
ter. Essa entrevista, pelo menos, parece * alcançado seus objetivos: a 31 de mi
das forças armadas
(0KW).
França e a Grã-Bretanha estariam prepê
te, Georg
se mantinham
o circulo
interno do Alto-Comando Somente
Hal-
der e outro general parcialmente descontene
Sudetos
como Brauchitsch, Comandante-Chefe do Exército, Wilhelm Keitel, Alfred Jodl e Walther Warlimont. Esses serviçais consti-
tuiam
e
Acima:
Thomas,
mais
ou
menos em contato com Oster. Portanto, primavera e verão de 1939 foi
52
anunciou-se na Câmara dos Comuns qué
das para ajudar a Polônia se sua indep* dência fosse ameaçada. Mas Hitler, evide
| k
|
perguntas e respostas, impressionaram. profundamente. Sentia-me na presen E um
histórica. Ao
estadista
de estatura
as
personalidades;
trário
todas
monstrava
de Lloyd
Churchill
Lloyd,
Lorde
de
tampouco RE
alimentar quaisquer
sobre
Sta
de
das dúvidas
a força e a determinação
do seu pais. Ao contrário, Churchill pare. cia confiar em que a nação inglesa di basicamente firme e plenamente lutar com denodo ...
“Durante
nossa
conversa,
capaz de
ele demons.
trou grande interesse pela oposição alemã
Por fim, perguntou-me se podia garantir-lhe
uma ação bem sucedida por parte do nosso grupo. Não me era fácil responder e hesitej por instantes antes de responder-lhe negativamente. Achei mais importante manter-me realista e não me entregar a devaneios. Em
Coronel Warlimont,
de Operações Exército.
do
Chefe
da Seção
Estado-Maior
do
blefador. O Fúhrer foi franco em seus vociferantes ataques à Polônia, enquanto seus
planos de invasão desse vizinho recalcitrante do Leste eram discutidos cada vez mais francamente com seu Estado-Maior. Ao mesmo tempo, entre junho e agosto, ele procurou solapar quaisquer tentativas irresolutas da Grã-Bretanha e da França de formar uma aliança constrangida com - Moscou, fazendo ele próprio a mesma coisa. Stalin era tão cínico quanto Hitler nessas questões, e esses dois homens, rivais implacáveis nos sonhos de conquista da Europa, assinaram um tratado de não-agressão em agosto de 1949, para protelar um pouco o inevitável ajuste de contas entre ambos.
Entrementes,
os contatos entre Berlim e
Londres se multiplicavam. O próprio Goer-
deler tornou a avistar-se com Churchill, em maio, e disse-lhe da natureza da Resistên-
cia alemã. Mais tarde, no verão, Churchill também recebeu a visita de Schlabrendorff,
que foi à Grã-Bretanha a pretexto de fazer uma pesquisa, e também conseguiu encon-
trar-se com Lorde ainda não ocupava
verno, o seu “A dirigir
Lloyd. Churchill, que nenhum cargo no go-
impressionou a Schlabrendorff com vigor: aparência de Churchill, seu modo de a conversa, sua sequência rápida de
vista das dificuldades do viver sob uma tirania e, ao mesmo tempo, trabalhar para sua
um
derrubada,
impossivel
parecia
golpe de Estado
bem
|
garantir
sucedido. Alias,
acredito que Churchill compreendia plenae que sua pergunta
mente esses problemas
| visava a pôr minha reação à prova.” Entre os que foram à Grã-Bretanha nes: | sa época incluiam-se Adam von Trott zu Solz, um
e o Conde
erudito que estudara em Helmuth
von
Moltke,
Oxford,
que era
meio britânico e durante algum tempo fora membro da advocacia britânica. Ambos amavam a Grã-Bretanha e estavam entr os intelectuais alemães que desprezavam Hitler e detestavam o que ele estava fazem do ao seu país. Moltke viria a criar seu próprio centro de oposição, na forma do circulo de intelectuais que se reunia nor malmente em Kreisau, sua casa de campo.
Na maioria, eles eram partidários da não violência. Era esta a situação enquanto a Europi
se dirigia para um estado de guerra. “Pra
ga”, disse Henderson a Hassell, em particl
lar, “foi a gota de água que fez transborda! o copo. Agora seria impossível a Chamber” lain voltar lá com seu guarda-chuva”. 0
pacto alemão de não-agressão com a RUS
sia, assinado a 22 de agosto, incluía outro
acordo, secreto, no qual se definiam várias
esferas de interesse no Leste, incluindo à divisão da Polônia entre a Alemanha € º
União Soviética. Nada poderia deter Hitleh agora que, pelo menos
por enquanto, &
lan Colvin, o jornalista britânico quem a Resistência procurou.
a
Fabian
aristocrata
dentes da Rússia haviam sido arrancados. As tentativas de Beck e de outros de intervir no Alto-Comando foram simplesmente
repelidas. Os exércitos de Hitler cruzaram as fronteiras polonesas as 04:45 h da ma-
nhã de sexta-feira, 1º de setembro, e, passadas três semanas, tudo estava terminado
para esse altivo pais.
Contudo, para irritação de Hitler, a GrãBretanha e a França declararam guerra à Alemanha. Canaris mal teve tempo de avisar ao adido militar britânico em Berlim de que o ataque aéreo a Londres estava marcado para 3 de setembro, antes que os membros da embaixada partissem. Mas Halder conseguiu fazer com que se cancelasse esse ataque, tendo então início o inquieto periodo da “guerra falsa”. Durante esse periodo, Oster, com conhecimento de Canaris, viria a fazer o que pudesse, e com grandes riscos pessoais, para advertir antecipadamente aos países a oeste da Alemanha do que os estava aguardando. Canaris, em particular, tinha agora de desempenhar papel duplo -. controlar as verdadeiras atividades da Abwehr, ao mesmo tempo que
a
usava
para
frustrar,
tanto
von
quanto
possivel, as intenções de Hitler no Ocidente, a medida que via seu desenvolvimento. Ele ficou horrorizado com o que estava ocorrendo na Polônia. Goerdeler disse a
Schlabrendorff,
outro
alemão.
Hassell que Canaris “voltara da Polônia totalmente sucumbido”. Sua melancolia natural intensificou-se, passando ele a sofrer ataques de profunda depressão. Em
agosto,
a guerra já iminente,
ele se
apressou em recrutar Dohnanyi (com a patente de major) para o Escritório Central, Departamento “Z” da Abwehr. Canaris, Dohnanyi e Oster (agora major-general) viriam a trabalhar intimamente no planejamento da futura atividade de resistência. Dohnanyi, calmo, reservado e metódico,
era liberal-cristão, contrário a qualquer tipo
de radicalismo. Os chefes de vários dos departamentos da Abwehr tinham a mesma
mentalidade de Canaris —. por exemplo, o Coronel Hans Pieckenbrock, chefe da es-
pionagem externa; Coronel Georg Hanson, seu sucessor; Coronel Hans Grosscurth,
chefe
Erwin
ses
da
sabotagem
Lahousen,
legalistas
da
no
exterior;
e outros. Mas
Resistência
Coronel
mesmo es-
tinham
de
cumprir seus deveres normais como prote-
ção para o resto —. por exemplo, foi Pieckenbrock quem traçou com Quisling os
planos de invasão da Noruega, em Cope-
nhague.
Embora
Beck,
Canaris
e Oster revives-
sem, por algum tempo, a ideia de um golpe
realizado por um grupo de generais resolutos no Alto-Comando, o elemento de liga-
55
ção principal daqueles no OKW, General Halder. acabou por revelar-se inadequado. O dominio de Hitler sobre seus generais
alemã da Dinamarca e Noruega tornaram inuteis quaisquer discussões desse tipo, Mais importantes que a solitária es
ram a temêlo cada vez mais. com suas exigências repentinas, suas explosões de co-
ativas de um d agentes de maior confiança de Canaris Do
agora
praticamente
total e eles passa-
lera e suas ameaças de demissão. Eles estavam presos às patentes, salários, pensões e privilégios da profissão. Os planos para o golpe de Estado foram realmente esboçados
de novo mo
veio
por Oster (o “Estudo a
ser
chamado).
e
Oster”, co-
organizou-se
gradativamente uma pequena rede de oficiais em posição de deslocar homens. Paralelamente a esses planos, que viriam
a frustrar-se porque nenhum general bem situado podia ser induzido a liderar, houve várias tentativas de instituir negociações de paz com a Grã-Bretanha. Hassell, agindo
por conta própria, fez uma tentativa pessoal, atraves de um amigo de Lorde Halifax. chamado J. Lonsdale Bryans —.. com
quem de
se encontrou,
Halifax
e com
seu
com
o conhecimento
consentimento
relu-
tante, em fevereiro de 1940, na Suiça, e mais tarde, em abril, depois que a invasão
lação de Hassell para consegui o fo. paz à “eUIF ram as prolongadas tent Josef Muller,
um
advogado
de Muni
e
catolico praticante, de obter o consentimes” to do
Papa Pio
XII,
Eugenio
Pacell;,
Ná
agir como intermediário nas possiveis negociações de paz. Miiller, que foi a Roma em outubro de 1939, trabalhou principal. mente por intermédio do Padre Robert Lei. ber, jesuita alemão ligado ao Vaticano, em.
bora
mente
o Papa desde
conhecesse
os tempos
cio Apostolico
em
em
Miiller pessoal que fora Nú.
Berlim, na década dos
20. bem como a Beck e Canaris. Eles se haviam conhecido quando exercitavam seus
cavalos. O futuro Papa praticava hipismo durante sua estada na Alemanha. O Papa Paceli era germanófilo, bem como diplomata
preparado,
tendo
sido
Secretário
de
Estado de 1930 a 1939, antes da sua eleva-
ção ao papado. Múller não encontrou mui ta resistência
no
Vaticano
e suas
negocia
re
cra
À
=
PARE
E
r
a Meo
a
PR
à
so
ic.
A esqg.: Helmut
PA
Ur
E O
von
qr
Moltke. Acima:
Molotov assina o pacto de não-agressão de dez anos com Alemanha, agosto de 1939.
ções passaram
a
a ser conhecidas no corpo
interno da Resistência pelo codinome “Operação X”. A despeito de suas simpatias pela Alemanha, o Papa estava profundamente perturbado diante do comportamento das forças de Hitler na Polônia. O ministro britànico no Vaticano, Sir Francis D'Arcy Osborne, foi informado dessas iniciativas extra-oficiais de paz da Alemanha e as comunicou à Grã-Bretanha. Como Hassell, Miiller estava interessado em esboçar as condições básicas segundo as quais se poderia estabelecer a paz com a Grã-Bretanha e as
condições
propostas
receberam
a aprova-
ção tácita do Papa. Os termos estipulados receberam o nome de “Memorando X” e foram tiradas cópias, em Roma, para Berlim e Londres, sendo uma versão deste en-
tregue a Brauchitsch por Halder. “Isto é pura traição”, exclamou Brauchitsch, recusando-se a dar maior atenção ao documento. A cópia alema do documento foi conservada por um oficial de grande confiança
da Resistência, Coronel Werner Schrader. Mas essas tentativas para se chegar a négo-
ciações de paz, como as de Hassell, tornaram-se inúteis quando Hitler invadiu a Escandinavia.
Entrementes, Oster vinha fazendo o que podia para salvar a situação. Usando seu amigo Coronel Jacobus Sas, adido militar holandês em Berlim, como intermediãrio, ele enviou uma série de advertências a Dinamarca, Noruega e aos Paises Baixos, dando as datas verdadeiras das planejadas invasões daqueles paises, datas que, devido aos constantes adiamentos por parte de Hitler, de início pareciam invencionices. Miller também mandou seus avisos, atraves do Vaticano,
tendo-os
recebido
de Oster.
Por
estranho que pareça, o serviço alemão de monitores interceptou a mensagem cifrada
57
odo enviado belga e tanto a SD como (irde nicamente) à Abwehr foram informadas estava que um agente alemão no Vaticano as. passando informações altamente secret
Canaris, num
golpe de génio, incumbiu
o
próprio Miller de investigar a quebra de sigilo! Mas a história não acabou ai, pois
outro agente da Abwehr apresentou um relatório em que Miller era diretamente acusado da quebra de sigilo. Canaris teve de suprimir arbitrariamente essa prova. Finalmente, a 3 de maio, Oster deu a Sas a data definitiva para a invasão da Holanda, que Sas transmitiu, em mensagem cifrada, ao Ministério da Guerra holandês, em Haia, A invasão finalmente ocorreu, tal como prevista, a 10 de maio. Criou-se então um impasse nas atividades dos conspiradores. A queda da França, da Bélgica e dos
Países
Baixos,
em junho,
vindo logo em seguida a da Dinamarca e Noruega, em abril, deu a impressão de que Hitler era imbatível,
com
Em julho, a Romênia,
seus valiosos campos
petroliferos,
se
colocou sob a proteção da Alemanha, após
uma invasão parcial pela Rússia. Cercado pelos seus generais, e protegido pelo - seu
modo de vida cada vez mais isolado, Hitler
era para os conspiradores um alvo dificil. Entre junho de 1940 e junho de 1941, o
mês da ofensiva contra a Rússia (por cujo destino
Canaris
e seus
colegas
pouco
se
importavam), os planos dos conspiradores concentraram-se no assassinato do Fuhrer por um único agente ou por um grupo pequeno e decidido. Já então era obviamente impossivel o plano anterior, de um golpe de Estado militar seguido do julgamento público de Hitler. Grande parte da Alemanha cerraria fileiras em torno do Fúhrer, libertando-o. A ala mais velha da Resistência passou gradativamente a concordar com a opinião da mais jovem ... era preciso assassinar Hitler. Uma pequena minoria, inclundo Goerdeler, jamais conceberia a possibilidade de matá-lo, pois isto era contrario à crença cristã tradicional. Mas, de qualquer
modo,
os
civis
nada
poderiam
tentar; somente os do exercito, que de algum modo tinham contato com Hitler, estando, portanto, em condições de tomar À esq.: Adam von Trott zu Solz em seu julgamento.
medidas
violentas contra ele.
Quando,
durante
o verão
de
1940,
foi
adiada indefinidamente a invasão da GraBretanha, Hitler voltou-se todo para a cam-
panha
maciça
contra
a
União
Soviética.
Na frente oriental, as esperanças dos cons-
piradores começaram a centralizar-se na pessoa de outro jovem oficial do EstadoMaior, General-de-Divisão Henning von Tresckow, de quem Schlabrendorff, agora no
exercito,
fora
nomeado
ajudante-de-
campo. Tresckow tinha apenas 40 anos ds idade; era homem de grande sensibilidade e profundamente contrário a Hitler. Como
oficial
do
Estado-Maior,
ele mantinha
es-
treito contato com o Feldmarechal von Kluge, agora ja com 60 anos de idade.
comandante de um dos sete Corpos de Exércitos encarregados da próxima blitzkrieg contra a Russia. Apenas dois anos antes,
quando
da
crise
Blomberg-Fritsch,
Kluge fora um dos generais a quem Hitler demitira por serem contrários aos seus planos, embora o Fihrer não soubesse que O general estava prestes a entrar para a Resistência.
Entretanto,
ele fora readmitido
e
recebera a patente de Feldmarechal, para satisfação de seu orgulho. Assim como Hitler vacilara a seu respeito, também Kluge vacilaria quanto ao Fúhrer, pesando sua própria segurança e seu interesse pessoal na balança da conveniência. Mesmo assim, ele era o comandante mais graduado, na
frente
oriental,
em
contato
direto
com
os
sobre Moscou,
es-
membros da Resistência e Tresckow agia como aguilhão na sua consciência, enquanto Schlabrendorff se mantinha em contato com os homens em Berlim. Era esta a situação durante o transcurso do temível inverno de 1941-42, quando o Grupo de Exércitos de Kluge, na parte mais intensa do avanço
tava imobilizado a apenas 40km do seu objetivo. A despeito das ordens de Hitler,
que eram no sentido de não ceder terreno, Kluge foi obrigado a ordenar uma retirada parcial; o próprio Hitler assumira o comando executivo do exército quando Brauchitsch sofreu um ataque cardiaco. Entrementes, o destino da Alemanha estava sen-
do selado; Hitler praticamente pareceu não
perceber quando os Estados Unidos lhe declararam guerra, em dezembro, depois do ataque japonês a Pearl Harbor. Canaris
59
]
es
a
|
Acima:
Vanguardas
de assalto
farpado. Abaixo: Tropas
alemãs
alemãs destroem de
um
reconhecimento
ER
emaranhado
na
Franca,
de arame
maio
de
1940. 4 dir.: Hitler em seu passeio da vitória por Paris, julho de 1940. sua única visita à cidade que admirava.
Foi
Ra
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do
fazendo proselitismo com todos
cia, escrevendo
e dUE Conhe.
memorandos
cessar e preparando governos d cia para assumir o controle qua
da de Hitler. Os lideres da Resistência
mente
dos
diam
muito
sensiveis
acontecimentos,
ao
C eMergên,
eram nat
fluxo
e re
na medida em qu
Ural. luxo
a . avaliá-los do seu centro em B erlim, p
suplementados pelo ponto de vista relativo É mente mais amplo e mais internacional d Canaris e Goerdeler. Embora a Alemanha hitlerista parecesse estar no apogeu . com seu império estendendo-se agora desde a costa atlântica da França até O interior df Russia
e ao
pados
do
Caucaso,
trionais da Noruega
General
von Tresckow
Henning
concentrou-se,
com
êxito, em
manter
a Es-
panha de Franco fora da guerra; ele visitdria aquele pais muitas vezes entre 1940 e 1943, ostensivamente como representante especial de Hitler para negociar o envolvimento da Espanha ao lado do Fuhrer. Mas Canaris era perito em cavilações e sabia como persuadir a outros a fazer o mesmo. Alem disso, ele conservou suas relações o sucessor de Heydrich, Walther com Schellenberg, depois do assassinato do primeiro, em Praga, em maio de 1942. Conseguiu manter seu bom nome com a SS e a SD até o último momento possivel; sabia também como manter-se afastado de Berlim, onde Oster estava sempre pronto para assumir o posto. Canaris não parava de viajar, normalmente pela área do Mediterrâneo, aquecendo seu pequeno corpo ao sol. Mesmo no auge do verão, sempre usava casaco. Um dos seus assistentes o descreveu como “muito inteligente, e animado”. Mas conseguiu manter-se calmo a despeito dos mais perigosos jogos ambiguos que ele e seus colegas estavam jogando. Oster tinha enviado um aviso secreto a Belgrado, em abril de 1941, em antecipação ao ataque repentino de Hitler à Iugoslavia, bem como à Grécia, antes da invasão
da
Rússia.
Como
Canaris,
Goerdeler
não parava de viajar, mas era muito menos
discreto em
62
externar seus pontos de vista,
e dos
fiordes seten.
até os territórios ocu-
Mediterrâneo
e da África dl
Norte — os que tinham conhecimento es. É tavam cônscios de que Hitler estender seus recursos militares para além da capa: cidade de estes serem eficazmente agressi. vos. Às tentativas da Resistência de chegar a um acordo com a Gra-Bretanha foram parcialmente frustradas pela determinação de Churchill de que a Alemanha deveria render-se incondicionalmente (o que em muito difícil, segundo o tipo dos acordos originariamente pretendidos por Muller ou Hassell) e, em parte, pelo acordo aliado &
janeiro de 1942, de que nenhum deles assnaria uma paz em separado com a Alem:
nha.
Não
obstante,
em
maio
de
1942,0
Pastor Bonhoeffer, da 4Abwehr, representar
do a Resistência, reuniu-se com o Bis Bell, da Grã-Bretanha, na Suécia neutra,é
deu-lhe
os detalhes
da Alemanha,
nais
de
da
Resistência dent
implorando,
reconhecimento
em vão, por &
oficial
e público
por parte de Churchill ou do governo bri
nico, assim que Bell lhe transmitiu a info
mação recebida. u avo Por outro lado, a maré começo tar-se contra Hitler entre maio de 94 mês em que as incursões dos mil bombi! deiros da RAF começaram a cobrar &
tributo às indústrias e cidades alemas,
fins de janeiro de 1943, quando, conaE riando as ordens explícitas de Hitlef| €
Feldmarechal Paulus se rendeu em St"
grado.
Rommel
também
sofrera
seus
+
meiros contratempos sérios em El Alant8 na África do Norte. Também a Resist” experimentou seu primeiro golpe pes”
Acima:
Abaixo:
Soldados
Patrulha
das
alemã
Waffen-SS
mortos
na
neve
antiguerrilheiros na Rússia.
russa,
dezembro
de
1941.
Kluge,
Exército
Comandante
alemão.
O Pastor Bonhoeffer, grande teólogo,
executado por atividades resistência.
de
Wilhelm Schmidhuber, companheiro de Muller nas negociações no Vaticano, foi bastante insensato a ponto de cometer cer-
assassinato
interrogatório
quando necessário, com as pessoas vincula:
brir que
levaram
Miller
Sua prisão e
a Gestapo
e, pior ainda,
a desco-
Dohnanyi,
haviam estado implicados em questões que poderiam ser consideradas traição. Ás in-
vestigações
prosseguiram
lenta e angustio-
samente por todo o inverno de 1942-43, e, com Canaris bastante nervoso c Oster expressando sua ansiedade com bravatas ex-
cessivas, a Resistência decidiu haver chegado o momento mais propício para uma ação decisiva. O julgamento e a execução
de Hans e Sophie Scholl e seus colegas universitários, em fevereiro de 1943, contri-
buiriam para que se decidissem os conspiradores a agir, embora os Scholl não tivessem qualquer ligação direta com a Resistência “oficial”. Hitler tinha de ser morto. Mas como? Eles se voltaram para Tresckow e Schlabrendorff como sua esperança mais certa e
imediata. O esquema a ser adotado seria o do golpe de Estado, que foi predominante
no periodo-chave das atividades da Resis-
tência, em 1943 e 1944. Tresckow e Schlabrendorff assumiram a responsabilidade (se possivel, com o apoio de Kluge) pelo
64
numa das suas raras visitas à frente orien-
am
tal. Schlabrendorff continuou a atuar como! ligação entre Berlim e a frente oriental e, das à Resistência e que estavam no Q-G dê
Hitler em Em
Berlim,
te, situado
Rastenburg, na Prússia Oriental. outro
aliado
novo
e importan:
no Ministério da Guerra, era O
General Olbricht, Chefe do Abastecimento para o Exército de Reserva comandado pe
lo General Fromm, que do ponto de vista = da Resistência, infelizmente, era totalmente indigno de confiança. Todavia, com ho mens do calibre de Beck, Hassell, Schacht e Gocrdeler como os primeiros chefes d um governo curador, julgava-se que os 6º nerais, em todas as frentes, lhes dariam & bom grado apoio, assim que Hitler tivess sido eliminado. Mas a Resistência não plt nejou praticamente nada além disso durar te o ano de 1943.
CATE Rs
tos delitos serios na época.
de Hitler quando este estivesse
Tresckow (a quem Schlabrendorff chê
mava de relojoeiro, porque cle tinha de dar corda diariamente à vacilante oposição Kluge
a
Hitler)
reuniu-se
com
CanariS
Dohnanyi no começo de 1943, em Sm
lensk, onde o Grupo de Exércitos Cent de Kluge
estava estacionado.
Canaris di
farçou sua reunião organizando uma con
CESTA
do Segundo
von
“ETA
Feldmarechal
r porre ta! Em
ruas de Berlim, junho de Acima: Cortejo fúnebre de Heydrich percorrendo as s provocou
inato 1942. Abaixo: O funeral de Heydrich. Seu assass represálias, inclusive a destruição de Lidice. “=,
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ge
ço
Os que objetivam assassinar um chefe de
Estado policial têm de, antes, resolver mui-
tos problemas. Alguns já foram aqui ventilados, como no caso específico da conspiração para matar Hitler: o juramento de lealdade pessoal, que fez com que mesmo os que mais criticavam seu regime hesitassem em tomar qualquer atitude direta contotal
tra ele, a quase
falta de acesso, por
parte dos elementos da conspiração, à pessoa do Fiihrer, e a presença constante de homens e mulheres que lhe eram inteiramente dedicados. Acrescente-se a esses fatores a natureza especial do próprio homem.
Hitler
Mudança
não
só
era
o
único
da guarda do SS
ditador
Leibstandarte Adolf Hitler no pátio ua nova
Chancelaria
do
Reich.
de
grande parte da Europa. como tambem, em muitos aspectos, um recluso excêntrico que criou seu próprio padrão de vida extraordinário e rigidamente fechado. Por natureza, ele era um pequeno burguês, conservando muitos dos seus hábitos urbanos dentro do esplendor das grandes residências que fa-
ziam parte da sua posição elevada —
a
chancelaria em Berlim e seu requintado retiro de montanha, em Berchtesgaden. Sem avisar seu Estado-Maior, ele passava de um local para outro, variando apenas quando nos periodos de permanência em seus aposentos no exército, sendo que O principal destes, na época, era Rastenbure, na Prússia Oriental, cerca de 460 km de Berlim. Onde quer que estivesse (e ele pas-
sava semanas, às vezes meses a fio, em Berchtesgaden), muitas vezes trocava a noite pelo dia — permanecendo acordado até altas horas
a conversar
interminavelmente
com o circulo intimo de jodes-ninguém que se prendiam às suas palavras. inclusive sua patética e desanimada amante, Eva Braun,
despertando
tarde,
na
manhã
seguinte.
c
descansando demoradamente depois do almoço. Ele se tornava mais e mais egocentrico. confiando cada vez menos nos conselhos de especialistas que estivessem em de-
sacordo com seus pontos de vista e. na verdade, desconfiando de todos os especia-
listas, ficando apenas com seu notório julgamento intuitivo, sem o apoio de informes realmente corretos enviados das frentes de
guerra. À medida que os destinos da guerra se voltavam
contra ele, em
1943,
Hitler
se ressentia das mas noticias, e muita coisa que ele deveria ter sabido e levado em conta era-lhe, por isso, ocultada por Keitel e
outros, que temiam tornar-se portadores de mãs novas. Portanto,
ele
tinha
de
ser
os odiosos
assassinado
pelos conspiradores na Chancelaria ou em Berchtesgaden, ou em um dos seus vários Q-G, ou no trajeto entre esses lugares. Co-
mo todas as suas viagens eram
empreendi-
das repentina e imprevisivelmente, de modo
que até mesmo a polícia só raramente era notificada do caminho
que ele tomaria, se-
rancar o poder das mãos do Fiihrer. Ela estava sempre preparada pa ra qual eventualidade. incluindo o tipo de mi
de comando introduzida de fora da Alea nha e que levara ao as sassinato de Hey. drich,
quando
num
carro
percorria as ruas de
aberto do Estado-Maior.
al Praga,
Quando um atirador solitário tent ou co htra a vida de Goebbels, em 1943, Hit ler a dvertiu vigorosamente ao seu Ministro da Propaganda e Esclarecimento Públ ico dos perigos de deixar-se servir de alvo e, depois, presenteou-o com um carro blin dado, no
Natal.
Talvez se fique imaginando como tanta
coisa podia ser dita, se não feita, por tantos indivíduos, alguns dos quais, como
Goerdeler, prio
para
Oster,
Stauffenberg não
si e seu
opiniões. Gestapo
Os
o pró-
amigos
as suas
guardavam
circulo
homens
estavam
e mesmo
de
inteiramente
mais inteligentes da
cônscios
de que um esta-
do de conspiração contra o regime era coisa que a qualquer momento poderiam ter que
enfrentar.
Portanto,
giar constantemente
eles tinham
de vi-
todos os tipos de sus-
peitos, importantes ou não. Mas isto não quer dizer que os suspeitos seriam presos tão logo os primeiros indícios de provas contra eles chegassem ao conhecimento da Gestapo. Longe disso; contanto que os conspiradores estivessem apenas conspiran-
ria bastante dificil surpreendê-lo. Suas visitas à frente de batalha eram igualmente imprevisíveis e cada vez mais raras. Naturaimente, ele estava ciente de que poderiam tentar contra sua vida e esta claro que estava decidido a proporcionar o minimo de oportunidade possivel a um assassino de penetrar suas defesas. Normalmente as datas de suas chegadas e partidas repentinas não eram anunciadas. Ele também era cuidadosamente protegido por homens escolhidos das SS, inclusive seus guarda-costas pessoais, quando es-
era famosa por fazer ataques rápidos em horas mortas. Ela também era notória pelo jogo-de-gato-e-rato com seus suspeitos mais
soas em geral. Nenhum visitante podia che-
Mas isso não era tudo. Havia rodas que
tava em viagem ou na companhia de pes-
gar armado
virtualmente
à sua presença; portanto, era
impossivel sacar de um
revól-
ver oculto, fazer pontaria e disparar, embo-
ra houvesse vários homens valentes que se
tivessem
oferecido
para tentar essa missão
suicida, ainda que necessária, A
Gestapo
estava
permanentemente
atenta a quaisquer prováveis assassinos fossem loucos, fanáticos, comunistas ou outros adversários políticos —. e não à qualquer conspiração generalizada para ar-
72
do, e não prontos para agir imediatamente, a Gestapo achava muito mais útil deixá-los a solta. Eles talvez fossem até mesmo enco-
rajados um pouquinho para que suas atividades pudessem ser observadas e descober-
tos seus contatos. Naturalmente, a Gestapo
valiosos.
giravam dentro de rodas. Num determinado estágio, a ala civil da Resistência pen-
sou seriamente até em trazer Himmler para a conspiração, caso em que gato e rato caçariam juntos. Os conspiradores compreendiam que os homens da cúpula — especialmente Goebbels, Góring e Himmler — Cada um considerando-se o verdadeiro sucessor de Hitler, caso a saúde ou a razao deste falhasse, caso ele morresse, ou fosse assassinado. Embora Góring fosse o her-
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deiro legal de Hitler, ele estava inteiramente desacreditado, devido ao seu fracasso, co-
mo lider da Luftwa/fe, em proteger a Alemanha durante os ataques aéreos e pela propensão para as drogas. Não havia duvida de que Himmler, sem dúvida o que mais fanaticamente se dedicava aos três principios nazistas essenciais, era também o melhor situado para tomar o poder. Ele tinha
toda a policia, secreta ou não, sob seu co-
mando,
viam
e os contingentes das SS que ser-
nas
também
Quanto
forças
armadas,
as
Wa/jen-S5S,
eram, tecnicamente, seus.
a Goebbels, ele não tinha forças
à sua disposição e somente o respeito à sua lingua viperina e à sua inteligência perigosa poderia dar-lhe qualquer posição junto aos outros
se Hitler
desaparecesse.
A
medida
que os conspiradores civis estudavam seus
inimigos para fazer deles um aliado, ainda que temporário, eles chegaram à conclusão de que talvez valesse a pena aproximar-se
de Himmler, por mais cautelosamente que
Berghof, a vila de Hitler no
Obersalzberg, perto de Berchtesgaden.
se tivesse de fazer tal coisa. Sabia-se que muitos oficiais das SS estavam céticos quanto ao desfecho da guerra, agora que muita coisa desfavorecia a Alemanha. Assim, a 26 de agosto de 1943, o Dr. Johan-
nes Popitz, Ministro das Finanças da Prússia e um dos homens menos preeminentes, mas ainda úteis, entre os civis hostis a Hitler, viu-se apresentado a Himmler. Quem fora Carl a apresentação possibilitara Langbehn, membro
da Resistência que, em
outro papel, fizera algum trabalho de Inteligência para Himmler. Relatos contraditórios sobre o que ocorreu nessa estranha reunião ainda sobrevivem, mas é de supor que Popitz, com efeito, instou com Himmler, como o homem mais “responsável” na hierarquia nazista,
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enforcados. enquanto Himmler se retirava cada vez mais para a utopia da brinca deira
de negociações de paz com os aliados, realmente
debates
Antiga foto de Eva
Braun,
amante
Hitler, que a desposou momentos antes de seu duplo suicídio.
de
em seu diário: “Ele fechou cuidadosamente
to eu o privasse da minha presença embaraçosa. Quando comecei a protestar, interrompeu-me com rispidez ... Toda vez que pedia
suma, foi pedido a Himm-
te, esse tipo de ação por conta própria, e Langbehn sabia disso; mas em questões asHimmler
sempre
recuava
mais do que avançava, detido pela agonia da indecisão. Na verdade, ele estava preo-
cupadissimo com o estado de saude de Hitler e (se atreveria ele a admitilo?) com
sua sanidade mental.
a
Talvez fossem os longos anos de frustra-
ção que levaram a esse contato fracassado com Himmler, ato este que tocava as raias
do desespero
e pelo qual Langbehn
e Po-
pitz mais tarde foram presos e finalmente
76
as portas e
comigo. Ele reagiu bruscamente a minha resposta jocosa: pediu-me que por enquan-
ocultas do Fiihrer. E verdade que Himmler vinha considerando, ainda que evasivamenperigosas
quaisquer
janelas e anunciou, com certa ênfase, que tinha uma questão muito seria a discutir
ler que estudasse, nos próprios interesses de Hitler e da nação alemã, o empreendimento de alguma forma de negociação de paz às
sim
com
transmitiu o aviso, e que Hassell descreveu
mente, a guerra não poderia prosseguir com sucesso porque a corrupção, de todos os lados, estava solapando os planôós do Fuhrer — por mais previdentes que estes naturalmente fossem. Popitz, ao que se diz, apresentou esses argumentos a um Himmler atento, cerimonioso, mas virtualmente calado -.. que, de qualquer modo, estava ciente de que Popitz era um dos suspeitos Em
serios.
comprometer
Contudo, o que Himmler estava decidido a fazer era destruir a Abwehr e tomar à si toda a tarefa de direção do Serviço de Inteligência. Nessas condições, era importante apertar o cerco aos homens diretamente vinculados à Abwehr, e cuja lealdade ao regime era de todo suspeita. Ja em abril de 1942, também Hassell fora oficialmente advertido por Ernst von Weiszacker, Secretário de Estado Graduado no Ministério das Relações Exteriores, de que estava sendo observado pela Gestapo. A atmosfera de medo é visivel na maneira agitada como esse alto funcionário
para que salvasse a Alemanha da guerra autodestrutiva. A despeito do indubitavel “gênio” de Hitler, disse Popitz cautelosa-
da Gestapo.
se
sem
esclarecimentos,
ele
me
interrom-
pia... À seguir passou a cumular-me de reprimendas, caminhando agitado para lá e para cá. Eu tinha sido incrivelmente indiscreto, o que era espantoso; aliás, “com O devido respeito”, minha mulher tambem o fora. Tudo isto era bastante sabido em certos lugares (a Gestapo) e eles afirmavam até mesmo terem documentos. Exigiu, vigorosamente,
que
eu corrigisse
meu
compor-
tamento... Não deu atenção à objeção que fiz, de que ele parecia associar-se à
essas acusações infundadas ... Eu não tinha idéia, disse-me ele, dos motivos por que as pessoas (a Gestapo) me procuravam. Tudo o que cu fazia era observado. Por
certo eu deveria queimar tudo que tinha em anotações que abrangiam conversas em que este ou aquele indivíduo dissera tal ou qual coisa. Claro que se referia a si próprio. Ele se opunha aos meus esforços de obter OS fatos subjacentes nisso tudo; isto interessava ao meu comportamento futuro, não ao
passado. Por fim, ele disse: “Agora, au/ Wiedersehen, mas, por favor, não volte
pro
uito cedo: sustava com as se o nã l el ss Ha E € chegou “
mas logo escondeu-se seu parar de escrever mente. uem
Outro
à Gestapo
o facilidade,
mesmo a temporaria-
diário r, suspeito era Goerdele agora
a
vigiava atentamente.
nta, que Suas indiscrições eram de tal mo ecê-lo do que nh co so go ri pe is ma era muito a Hassell.
staDurante o período de 1942-43,Seu à prGeimei-
O cerco. po começou à apertar a propria ra nt co foi o nã o ss ce su ro grande ntra O circulo comunista de
Abwehr, mas co ecido como espionagem que veio a ser conh o da Faixa Rote Kapelle, ou organizaçã
à guerra enVermelha. Assim que estourou Soviética, o obtre a Alemanha e a União o
ich nã jetivo dos agentes comunistas no Re e de golp era assassinar Hitler ou dar um l dos exeérna fi a ri to vi a ar ud aj s ma , do ta Es Rote citos russos. Ás varias “células” da riam Kapelle forneciam informes que pode isser úteis para a Russia, e usavam transm s a sores de ondas curtas para envia-la União Soviética. Na verdade, Canaris usou a Abwehr para ajudar a Gestapo de Himm-
ler a desentocar os agentes alemães da Rote Kapelle, finalmente presos em
agosto de
1942. Soube-se que um deles era um personagem boêmio interessante, chamado Harro Schulze-Boysen, que ocupara um cargo no Estado-Maior da Luftwafje de Góring.
O interrogador designado para investigar os mais preeminentes desses agentes comu-
nistas foi o Dr. Manfred Roeder, um inves-
tigador excepcionalmente arguto € implacável, o mesmo que mais tarde sondaria os
casos de Schmidhuber, de Dohnanyi e da Abwehr. A segunda exposição foi muito mais fao caso trágico de Hans e Sophie cil Scholl, de que já falamos.
Eles representa-
vam os mais dedicados opositores ao nazismo entre a juventude mais idealista da Alemanha. Em 1942, ano da sua prisão € execução,
Hans
tinha 25 anos
e sua irma,
apenas 22 anos; ambos divulgavam propaganda anti-hitlerista entre os estudantes na Universidade de Munique. A Gestapo ob-
servou-os por algum tempo e conhecia seus associados mais íntimos. À 22 de fevereiro de 1943, foram julgados pelo notório juiz nazista Roland Freisler, no chamado Tribunal
Popular.
Os julgamentos
de Freisler
não passavam de recriminações violentas, com as quais ele esperava levar suas vitimas a um estado de colapso culposo. Ele insultava e gritava com os que eram trazidos à sua presença e suas audiências não eram mais que atos de intimação. Os Scholl admitiram facilmente a culpa, para proteger seus companheiros ao maximo, mas seguiram-se cem prisões, e ainda haveria mais execuções. O movimento que dirigiu, conhecido como Rosa Branca, revelou uma oposição generalizada a Hitler nos circulos universitários e intelectuais e os Scholl tornaram-se mártires políticos, tal como muitos indivíduos que agiam espontaneamente contra o regime. Hassell, em particular, ficou profundamente comovido com sua morte, sobretudo porque ele se vinha esforçando ao máximo para ligar a velha geração, gente como ele, Canaris e Beck, com a geração mais jovem, entre Os que acreditavam na Resistência, especialmente Moltke, Trott e o Conde Peter Yorck, que era casado com uma colega de escola dos Bonhoeffers e Dohnanyi. Na verdade, Yorck foi enviado numa missão secreta à Suíça neutra em janeiro de 1943, para se encontrar com Allen Dulles, o representante de Roosevelt, e insistir para que os aliados fossem mais acessíveis e úteis em sua resposta aos esforços da Resistência. Mas sua missão, como a de Bonhoeffer,
na
Suécia,
no
ano
anterior,
fra-
cassou. A geração mais velha começava à sofrer de mais coisas do que a simples tensão nervosa. Beck, o homem a quem todos consideravam o líder do movimento de Resistência, foi operado de câncer do estômaa go em março de 1943. Segundo Hassell, Gestapo de tal forma suspeitava de Beck que, mesmo enquanto esteve no hospital, a ele foi secretamente vigiado. Na verdade, Gestapo interrogou o famoso cirurgião que o operara, Professor Ferdinand Sauerbruch, um dos amigos de Beck. Também Canaris cauteloso. ser extremamente de tinha tempo Himmler dissera-lhe que hã algum ais vinha acreditando que um grupo de ofici influentes planejava um golpe; e acresceno tou que julgava sensato esperar um pouc e ver como as coisas corriam. Ele acreditava que Beck e Goerdeler eram os seus mentores,
mas
ainda havia
tempo
(dissera
77 ECA >=»
nei
Himmler,
chefe
das SS,
prisioneiros de guerra
inspeciona
na frente russa.
ele) para aguardar a fim de descobrir todo o circulo. Canaris ficou profundamente perturbado não so com essas noticias, mas tambem com as investigações prolongadas do desagradável caso dos delitos de Schmidhuber.
Estes, como já vimos, estavam agora sendo sondados pela mente arguta de Roeder, que
atuara com sucesso no caso da Rote Kapelle. Também ele parecia estar preparado
para esperar; Schmidhuber também parecia
estar pronto
elo muito
mesmo
para falar e mostraria ser um
fraco na cadeia da Abwehr. Até
Oster começou a preocupar-se. Em
fevereiro de 1943, o próprio Canaris teve de enfrentar o interrogatório feito por Ernst Kaltenbrunner,
a
quem
Himmler
acabara
de nomear chefe da Segurança do Reich ...
em
em
substituição
a
Heydrich,
assassinado
Praga -. sobre a confiança politica de
alguns membros
da sua equipe. Ele conse-
guiu sair da encrenca alegando que era de-
ver dos seus agentes misturar-se com gente
78
duvidosa.
De que outra maneira poderiam
ser obtidos informes? Assim,
os meses
de inverno
de
1942-43
passaram-se numa atmosfera de tensão € ansiedade, intensificada pelo colapso da
saúde de Beck, pelo julgamento e execução dos Scholl e, finalmente, em março (o mês da operação de Beck) pelo fracasso da tentativa de Tresckow e Schlabrendorff contra a vida de Hitler. Desta ultima, a Gestapo
nada sabia - tampouco da missão suicida
do Barão Gersdorff que, como vimos, falhou pela falta de oportunidade de se aproximar da pessoa de Hitler. Então, de repen-
te, a 5 de abril, as investigações de Roeder tiveram seus resultados maléficos e a Gestapo decidiu atacar. Roeder, cujas suspeitas de uma conspl ração em pequena escala, baseada na Ab wehr, provavelmente só amadureceram em março, compreendeu que Schmidhuber nao passava de pequena engrenagem de uma grande
máquina.
A
Gestapo,
como
disse-
mos, achava mais provável originar-se umã insurreição em individuos do que em gru pos organizados. Mas
Schmidhuber,
aterro”
=
mma
o o
Megaua
encarceramento
na
dipresãssão o milcoitantrindeta Tegdosel, eminterrBeogrlatimorio,e s pelade
cizado
por
de
meses
crimes, comeos en qu pe s seu de sondagem mas (mas gu al te en am iv at ad gr r ela rev çou a em que Miller, s ade vid ati das as) tod não endo ta es am nh ti yi an hn Do Bonhoeffer e cio se ini de que , ão aç ig st ve in à volvidos. E cometidos
s interessara apenas pelos delito m inquérito na ocasião, transformou-se nu fons nte ere dif de os tid par os is Áv político. chegaram
cautelosamente,
tes, sussurrados
e Dohnanyji. aos ouvidos de Canaris, Oster ia para Beck, que era meticuloso, insist
cuque a Resistência guardasse todos os do o momento,
mentos para que, chegado
ela
a pudesse provar até que ponto se discutira eliminação de Hitler e a restauração da paz, bem como a seriedade com que se aproximara da tarefa de formar um governo
Os
curador.
arquivos
também
tinham
de incluir prova irrefutável contra os piores criminosos nazistas, para que eles pudessem ser rapidamente levados a julgamento. Somente os documentos referentes às discussões correntes eram normalmente guardados no cofre do escritório de Dohnanyi, na sede da Abwehr,
foi gradualmente
em
Berlim.
acumulado
num
O
restante
cofre es-
pecial existente no Q-G do Alto-Comando em Zossen, próximo de Berlim. Quando Dohnanyi começou a compreender, no inicio de 1942, que estava sendo vigiado, evitou ir a Zossen. Oster, como Canaris, não era favorável a que se guardassem muitos documentos incriminadores em qualquer lugar onde houvesse a mais remota possibilidade de serem descobertos; ele foi a Zossen, como que numa tarefa normal, e tirou do cofre tudo que podia ser retirado. Não obstante, parecia que era preciso guardar coisas demais.
“A 5 de abril, acompanhado de um ofi-
cial da Gestapo, Franz Xaver Sonderegger,
Roeder chegou inesperadamente
torios da Abwehr.
aos escri-
Pediram para ver Cana-
ris, que (segundo Roeder disse mais tarde) os recebeu muito cavalheirescamente. Apresentando um mandado de busca, Roeder pediu a Canaris que o levasse imediatamente
ao escritório de Dohnanyi.
O que se seguiu tem sido objeto de mui tas narrativas diferentes. Quando Heinrich Fraenkel
foi
investigar
esse
assunto
para
nosso livro The Canaris Conspiracy. checou cuidadosamente todas as diferentes versões com o próprio Roeder, e ficamos satisfeitos em saber que o que tinhamos publicado a respeito estava correto. Os detalhes aqui registrados são sem dúvida certos. Só se podia chegar a sala de Dohnanyi passando pelo escritório de Oster. Portanto. Canaris levou Roeder e Sonderegger primeiramente a Oster, que os acompanhou até a presença de Dohnanyi, que demonstrou surpresa ante a chegada do pessoal. Enquanto Sonderegger mantinha guarda, e Canaris e Oster só podiam agir como testemunhas sérias e silenciosas, Roeder aproximou-se, disse ter um mandado de busca para examinar seu escritório e pediu a Dohnanyi que abrisse as gavetas de sua mesa é a porta do cofre. Dohnanyi hesitou, fosse por nervosismo ou deliberadamente, talvez,
para
dar-se
tempo
de
pensar,
fez
que procurava o chaveiro, O qual finalmente tirou do bolso da calça. A seguir Roeder começou a tarefa de examinar os papeis encontrados na mesa e no cofre. Sondereg-
ger viu Dohnanyi tentar avisar a Oster, com seus olhos, para que tirasse determinado papel que estava na mesa. Num ato que se poderia,
pelo
menos,
chamar
de inábil,
Oster esforçou-se por se apoderar do documento enquanto Roeder examinava alguns arquivos. Sonderegger deu o aviso € Oster teve de entregar o documento.
Nele estava
um dos muitos planos, em esboço, da administração da Alemanha após a eliminação de Hitler. Ele estava assinalado com a letra “O” em lápis de cor. Roeder, vendo alguns lápis de cor na mesa de Oster, recolheu-os antes de partir, depois de uma busca que durou duas horas. No escritório de Dohnanyi havia documentos suficientes da Resistência para justificar sua prisão imediata. Ele foi levado para a prisão militar de Tegel. Roeder só não viu uma pista importante no escritório de Dohnanyi — a chave do seu cofre secreto em Zossen, que estava amarrada numa pasta que parecia conter apenas documentos de rotina. Oster pegou-a assim que Roeder e Sonderegger partiram. Mas os papéis que Roeder carregara tinham provas que levaram à prisão da mulher de Dohnanyi, Christine, seu irmão, Dietrich Bonhoeffer, e Josef Muller e mu-
79
O vagão
RS re
em
SR
e
que
antiaéreo do trem
o Fúhrer viajava
especial
pelo Reich.
Acima: Johannes Popitz, ex-Ministro das Finanç as prussiano, julgado em 1944. Abaixo, à esg.: Weizsácker, diplomata ale mão e colaborador da Resistência. Abaixo, à dir.: Roland Freisler, Presidente do Tribunal Popular que condenou os Scholl.
suspenso m si s ma o, es pr foi o nã r te her. Os eito grave. Dosp su o ad er id ns co € o rg ca do roximação ap er qu al qu sa go ri pe a ravante er e proibido de ir nt me sa es pr ex i Fo . e l com e em contato ar tr en ou hr we Ab da de à se mulheudo, as duas com seus oficiais. Cont rrogatorio rtadas, pois seu inte libe
res foram
. nada trouxe de util para O Cãso
que se seos iv ns te in s io or at og rr Os inte so que ca m nu to is m ra ma or sf guiram tran pelle, ou Ka z ar hw Sc de ou am Roeder ch e próprio El o. gr Ne o up Gr do ão investigaç investigações as am ir uz nd co r ge eg er e Sond de o
durante
periodo
abril
de
a
agosto
Otto John, um da conspiração,
1943. Depois da guerra, membro muito inteligente
ão abaixo, ofereceu-se para dar a declaraç ante para OS que deixa claro que O import pelos neiros era manterem-Se detidos prisio rem entrese o st cu do to a ar it ev e s re ta li mi eder (que gues à Gestapo. Não obstante, Ro rtamento na realidade representava O Depa Judiciário
da Luftwaffe,
mas
fora designa-
ercito. do para este caso, estritamente do ex Kadevido à sua experiência com a Rote pelle), mostrou-se um investigador mais o. cruel que Sonderegger, que era da Gestap Grande quantidade de informações sobre seus métodos foi revelada nos inqueritos oficiais instaurados depois da guerra, sobre suas atividades. Também os membros da Resistência que tiveram a felicidade de sobreviver — Christine Dohnanyi e Josef e
Maria Miller, também apresentaram provas. Otto John, que na época mantinha escontato
treito
com
todos
descreveu o acontecido:
“Em
gou
os
implicados,
suas investigações, Roeder empre-
métodos
que,
na epoca,
chamávamos
de “métodos da Gestapo”. Sabia disso não só pelo que Frau Dohnanyi e Frau Miller ão, me contaram, depois da sua libertaç mas também
pelo que um
amigo, O Capi-
ssetão Gehre, e o próprio Dohnanyi me di o ram... Ele os submetera a grande pressã es mental, ameaçando perseguir suas mulher mbém me se não fizessem declarações. Ta lembro
das notas mandadas
às escondidas
que o nd ma ir af , yi an hn Do r po ão da pris e quequ O r te ob de er ed Ro a ri di pe nada im ameaça cons a b so a vi vi yi an hn Do .. a. ri a Gestapo. tante de Roeder o entregar rque tal po o ss di te en am ar cl e -m ro Lemb yi. an hn Do de a ur rt to à do va le a ri te coisa
Nenhum
de
nós
tinha
qualquer
ilusão de
que, submetido a tão espantosa coação, ele não viesse a fazer declarações que poriam em
risco toda a conspiração contra Hitler.
“Entre as vitimas dessa ansiedade de que Dohnanyi pudesse ser entregue a Gestapo estavam não só sua mulher como também o General Oster, o Dr. Goerdeler e outros membros da conspiração. Lembrome tão bem disso porque jamais pude esquecer o que Dohnanyi certa feita me disse, pouco antes da sua prisão, quando estavamos a sós: “Nenhum de nós realmente sabe até onde resistirá à tortura quando eles começarem a fazer o pior. Portanto, não é de espantar que todos os amigos de Dohnanyi tivessem feito todo o possivel para arrancá-lo das garras de Roeder. O que este fez foi um martírio não só para suas vitimas como também para os amigos destas.” Todos. desde Canaris ao Dr. Karl Sack, presidente do Judiciario Militar, e até mesda mo o Coronel Otto Mass, Comandante prisão de Tegel, fizeram o que puderam para aliviar a pressão sobre Os prisioneiros. da Eles se ressentiam com a interferência como Gestapo, pois se supunha que esta, polícia de segurança, estava encarregada mesunicamente da investigação civil. Até mo Himmler não estava muito entusiasmado com o envolvimento da Gestapo e disse caso à a Canaris que não queria tomar O acusi. Mas Roeder tinha-os nas mãos e atimulara provas suficientes para manter va
investigação.
O
que
não
cessava
de
preocupar a Dohnanyi era a possibilidade Zosda descoberta do cofre clandestino em
sen. Mensagens contrabandeadas começamuram a circular entre Dohnanyi e sua lher, assim que esta foi libertada, para que Oster retirasse e destruísse os papéis nele lhe contidos. A despeito das garantias que deram, ostensivamente em nome de Oster tal (já que este nada podia fazer), de que coisa estava sendo ou seria feita, O cofre jamais foi inteiramente “expurgado”. Muitos dos arquivos pertencentes à Resistência, inclusive uma transcrição datilográfica do diário de Canaris, passaram à guarda do Coronel Werner Schrader, o membro de confiança da Resistência e que estava no Q-G do Alto-Comando, em Zossen. Schrader ocultou os documentos que tirara, em
83
netração de um agente da Gestapo em ou. tro circulo de dissidentes intelectuais e dj. plomatas — o grupo Solf, centralizado em torno da viúva do Dr. Wilhelm Solf, ex-em.
baixador von
alemão
Thadden,
no Japão, e de Elizabeth
distinta
diretora
de
escola,
Eram amigas de Moltke e a prisão delas, no outono de 1943, levou à do próprio Moltke, em janeiro de 1944,
No mês de outubro de 1943 reenceta. ram-se as atividades da Resistência. Beck se recuperara
um
do movimento Beck,
pouco
passou
Goerdeler,
e o corpo
central
a girar em torno de
Olbricht,
Tresckow
e um
ça
recem-chegado importante, o Coronel Conde Claus von Stauffenberg, um jovem de 36 anos, dotado de extraordinária capaci-
O Conde membro Kreisau.
dade de resistência e coragem. Seu antinazismo era muito antigo e, como Oster, frequentemente cometia indiscrições sobre Hiler na companhia de colegas de farda, quer compartilhassem dos seus pontos de
Peter Yorck von Wartenburg,
do
circulo
de
resistência
de
vista, quer
caixas que levou para uma granja próximo de Brunswick, pertencente ao seu cunhado. Esses papeis foram destruídos por Frau
Schrader depois do suicídio do marido apos o fracasso da tentativa contra a vida de Hitler em julho de 1944 e a prova dada a Heinrich Fraenkel sobre isto aparece no livro The Canaris Conspiracy, de nossa autoria. Contudo, os documentos guardados em Zossen ali ficariam garantidos, por algum tempo. Era esta a situação durante os quentes meses de verão em Berlim, quando Tresckow, em “licença por motivo de saúde”, preparou planos mais detalhados para o assassnato de Hitler e um polpe efetivo. Goerdeler tentou alcançar Churchill em nome da Resistência, enviando-lhe um memo-
rando
detalhado,
atraves
da
Suecia,
as intenções do governo pós-hitlerista. bora a guerra corresse cada vez mais tra Hitler (os pesados ataques aéreos gindo até Berlim, a invasão aliada da
lia e a queda
de
Mussolini,
em
sobre
julho
EmconatinSicide
1943, a invasão aliada da Itália e a rendi-
ção italiana em setembro), o periodo foi dificil para a Resistência, com Beck doente, Canaris e Oster virtualmente inativos e Dohnanyi preso. Outra derrota para a Resistência foram as prisões feitas após a pe-
84
kow, eram
não.
Ele era amigo
de Tresc-
a quem conhecera quando ambos oficiais do Estado-Maior do Q-G do
General Stilpnagel, em Paris, após a queda da França. Stauffenberg, simpático e aris-
tocrata, com um ponto de vista cristão intrepidamente idealista, vinha de uma familia que no passado dera homens famosos.
Ele não podia suportar a idéia de a Alemanha governada
por Hitler.
Os que estavam alinhados com a Resis-
tência não ignoravam
Stauffenberg.
kow
Kluge,
Tendo
servido nas frentes ocidental e oriental como oficial do Estado-Maior, seu conhecimento era excepcional. Assim como Tresctentara
trabalhar
Stauffenberg
tentara trabalhar o General Fritz Erich von
Manstein, o comandante na frente oriental na cpoca do colapso alemão em Stalingrado. Manstein recusara-se a agir contra Hitler, alegando que este era seu Comandante-Chefe. Finalmente, enquanto servia na Tunisia, no começo de 1943, Stauffenberg
foi seriamente ferido quando seu carro foi atacado por aviões em vôo rasante. Sofreu
varias operações delicadas que o deixaram com apenas três dedos na mão esquerda € sem o antebraço direito. Seus outros ferimentos
incluíram a perda do olho esquer-
do. Qualquer outro homem teria saido das
Forças Armadas como inválido. Durante 0 periodo de convalescença,
ele dissera à es-
inadequados para a frente oriental. Este não era o melhor material para se enfrentar as formidáveis unidades das SS, cujo trabalho era manter a segurança e a disciplina na Alemanha. Do ponto de vista da Resistência, a situação mudava constantemente, os oficiais-comandantes em Berlim, conhecidos como potencialmente úteis, corriam O risco de ser transferidos para outros lugares e substituídos por outros, que talvez fossem menos simpáticos a um estado de emergência. Mas estes eram riscos que Os responsáveis pelo planejamento de um golpe tinham de correr. Com a chegada de Stauffenberg e a partida subsegiiente,
Kaltenbrunner,
como
Chefe
da
sucessor
de
Segurança
Reich.
posa que sua unica ambição era livrar a Alemanha de Hitler e arranjou com OL bricht para ficar no Exército de Reserva, como oficial de estado-maior, sendo anexa-
do ao Estado-Maior bro de 1943, ficando nistério da Guerra, Berlim. Na verdade, how,
que
em
breve
de Olbricht em outunum escritório do Mina Bendlerstrasse, em ele juntou-se a Trescretornaria
a
frente
oriental para dar os retoques finais no plano para o golpe de Estado. Kluge ainda estava suficientemente intimo com a Resistência para visitar Olbricht e concordar com este sobre o assassinato como único meio de eliminar Hitler para que se pudesse negociar algum tipo de paz antes do
colapso inevitável
da
Alemanha
ante os
exercitos da União Soviética. Os planos para o golpe de Estado receberam o codinome de Valquíria. Aplicaram-lhe a máscara de operação necessária para enfrentar, na frente interna, qualquer revolta em massa, dos milhões de escravos, estrangeiros ou não, agora trabalhando em
Solo alemão. Em particular, ele incluía os movimentos de tropas por unidades do exército interno de reserva necessários à vas de BerOcupação das áreas administrati lim. Por volta de 1944, o Exército de Reserva era
composto
sobretudo
de
de Tresckow
para a frente oriental, já que ele “convalescera” o máximo que se atrevera, pode-se dizer que a geração mais nova assumiu O poder. Embora Stauffenberg recebesse de bom grado a liderança das mãos de Beck,
Heydrich
do
e relutante,
homens
cuja idade ou condição física os tornavam
de quem gostava e a quem respeitava, ele considerava Goerdeler o criador de uma “revolução de velhos”. Até mesmo Hassell
considerava Goerdeler “um tanto reacionário”. De qualquer modo, os homens da Resistência sabiam que ele era vigiado pela Gestapo. A reação de Goerdeler a Stauffenberg como recém-chegado é interessante. Ele escreveu que Stauffenberg: “mostrou ser um sujeito excêntrico e obstinado que queria brincar de política. Tive muitas discussões com ele, mas o estimava muito. Ele
queria seguir um rumo político dúbio em companhia até de socialistas, e me fez passar maus bocados com seu egoísmo avassalador”. Pela simples qualidade de personalidade e
liderança,
juntamente
com
sua
notável
capacidade de suportar as mais desalentadoras mutilações de guerra, Stauffenberg
tornou-se gradativamente
a figura central
da Resistência, à medida que esta passava a ser organizada sobretudo pela geração mais jovem. Ele era apoiado pelas habilidades executivas de Olbricht e orientado complacentemente pela figura paternal de Beck. Mas, indubitavelmente, queria ser independente. Gisevius fala dele como “um soldado apaixonado” que afirmava, “se não temos o direito à liderança política, pelo menos devemos ter a prerrogativa de compartilhar das decisões politicas”. Ele representava o “novo dinamismo”.
8
da
Resisà a ar lt fa e u q o cra E dinamismo te por puro r a p m e — então é t a ba de m o b da o ã ç a tência r i p oa cons em( o d u t e r b o s s a e 1943 falhara, m à falta da como de todo) devido ma comu , a l u p ú c da «ão dos homens u combii u g e s n o c g r e b n e ue Stauff uge conl K e s s e v i T . o m s i l seu idea pai provao it mu é . er tl Hi r de pren
tivesse surtido efeito.
o
O
para m ge ra co s le mp si e qu a Preciso mais como o os er od -p do to r do ta deslocar um di Por . ou lt fa a nc nu m ge ra co s Hitler. Ma 43, dois joexemplo, em novembro de 19 amente, para iv ss ce su , am er ec er of vens se inar Hitler. ss sa as ra pa as id ic su missões von dem Bussel Ax o rã Ba O foi es del Um um
ar” che, escolhido para “model
novo ti-
aprovação po de capote do exército. para . Ele colodo Fiihrer, no Arsenal de Berlim s no
bomba
cou uma
ma
do
capote,
o jovem
Ewald
von
sua
mis-
bolso
nar O io ec sp in a ri ve de ler Hit que vez toda o que novo modelo, surgia um impediment che adiava a cerimônia. Então, quando Buss em
foi ferido
ação,
Kleist ofereceu-se para substituí-lo, embora
tivesse apenas
20 anos.
Tambem
são deu em nada. Outros que se ofereceram para tentar matar Hitler, assim que ele visitasse a frente oriental novamente, incluiam
Schlabrendorft.
próprio
o
Fithrer não voltou la. 0 novo
Resistência
ano
trouxe
outro
a demissão
golpe
Mas
O
para
a
de Canaris
da
Abwehr. Esta foi absorvida pela SD, o Serviço de
Inteligência
de
Himmler,
chefiado
por Schellenberg, e Canaris, embora
ainda
não fosse suspeito de nada mais que incompetência e indiscrição, viu seus movimentos restritos, como os de Oster. O que a Resistência perdeu, como resultado disso, loi não só o apoio e os conselhos valiosos
de Canaris, como também as informações importantes que ele podia dar pela Abwehr.
Contudo, Dohnanyi teve uma trégua temporária na prisão: sua saúde estava piorando e ele fora ferido num ataque aéreo, no mês de novembro. Durante quase três meses ficou no hospital de La Charité, em
Berlim, onde contava com a proteção do Professor Sauerbruck. Podia receber visitas b o Combate a incêndios em Berlim so ataque
aéreo,
1943.
familia
amigos.
c de
Mas,
em
meados
de fevereiro de 1944, voltou a ser confinado no hospital militar de Buch. Pouparamno de interrogatórios e outros castigos. A impaciência de Stauffenberg expressou-se na procura de apoio da esquerda. Embora fosse monarquista por formação, cansou da falta de resposta dos aliados ocidentais. resposta que Trott estava tentando obter por intermédio de Allen Dulles, na s Suíça. e por Goerdeler, através de seu € contatos na Suécia. Como os britânicos ênamericanos preferiam ignorar a Resist era cia, por que não tentar OS russos? Ele ebom amigo de homens da esquerda mod rada. como Julius Lever e Wilhelm Leusch ro ner. e, na realidade, encorajou O primei ndeles a entrar em contato com O movime que, to comunista clandestino. Ele achava se fosse possível, se deveria agir espetacunente larmente contra Hitler antes da imi ociinvasão do sul da Europa pelos aliados taria dentais. Também achava que se evi se os muita destruição e perdas de vida quepróprios alemães pudessem garantir a ues da de Hitler antes que os desembarq ilidaaliados tornassem menores às possib os des de negociações da Alemanha. Arranj para uma paz negociada com Stalin talvez açapudessem destruir Os canhões que ame vam do Ocidente. Entrementes, os planos para O assassinaproto de Hitler tinham de prosseguir. O Oublema de sempre era chegar perto dele. otro voluntário na frente oriental foi o Cor para nel von Breitenbach, que se ofereceu ênatirar contra Hitler durante uma confer que cia do Estado-Maior, mas verificou ente não era possivel aproximar-se O sufici num do Fiihrer para uma boa pontaria, sião sacar repentino da arma. Nessa oca de Hitler estava protegido por um grupo homens das SS. Outro oficial do Estado Maior, o Major-General Stieff, O destinatàrio das garrafas de “Cointreau” de Tresckow e Schlabrendorff, e que conservava pequeno suprimento de bombas britânicas capturadas, em Rastenburg, para uso da Resistência, teve o azar de vê-las explodir sozinhas sob a torre de madeira onde estavam
como
ocultas.
Felizmente
sabemos,
foi Schrader,
era membro
que.
leal da Resis-
tência, o encarregado de investigar essa explosão misteriosa e conseguiu abafar o ca-
87
apenas
rer? v
*
“
três dedos
fazer
Stauffenberg
para
ferir
o Fiih.
foi estimulado
por uma
mensagem inspirada de Tresckow, no isolamento da frente oriental:
F
“Deve-se
R
preço.
apora
tentar o assassinato a qualquer
Mesmo
empreender
que
este
a tentativa
[racasse,
deve-se
de tomar
o poder
na capital. Devemos provar ao mundo e às gerações futuras que os homens da Resistência alemã se atreveram a tomar a medi.
da
decisiva,
mesmo
arriscando
a
Comparado
com
necessidade
de
agir
tornou-se
reunião
com
representantes
Beck
premente de
sua
isto, nada
e Olbricht estavam quando
Leber
vida,
mais importa,”
de acordo. A ainda
foi preso,
mais
depois
comu-
nistas clandestinos, da qual a Gestapo estava ciente. Os detalhes do noticiário sobre a morte de Hitler tambem foram discutidos com
o General
Julius Leber, socialista alemão, acusado no julgamento da
Serviço
so. Era preciso obter novo suprimento de explosivos, e estes foram arranjados a tem-
sões
de
A
3
Conspiração
da Bomba,
portanto,
1944.
po para a tentativa de julho de 1944, Por
fim
houve
um
golpe
de
sorte.
Em
junho, Stauffenberg foi promovido a Chefe do Estado-Maior do General Fromm, Co-
mandante-Chefe
do
Exército
de Reserva.
Isto queria dizer que. de quando em vez, ele teria de representá-lo nas conferências de Estado-Maior de Hitler, o que lhe dava
o cobiçado acesso ao Fihrer num momento em que o esquema de proteção se redu-
zia. Ele compareceu
à presença de Hitler
pela primeira vez a 7 de junho de 1944, no dia seguinte aos desembarques aliados na
Normandia. sentiu
Fitou
a mais
tantos homens,
leve
em
Hitler nos sombra
o que fazia com sua um
presença, dos seus
medo
e não
que
tão altas posições, in-
clusive Góring e Himmler Alto-Comando,
do
olhos
e os generais do
indubitavelmente
que temessem
sentiam.
chegar à
caso tivessem de enfrentar ataques de raiva. Quando
Stauffenberg retornou a Berlim, sabia que tinha de ser o homem a levar a bomba as proximidades do Fiihrer.
Devido às suas mutilações fisicas, os homens das SS não se incomodavam em revistá-lo em busca de armas ocultas. Afinal,
o que poderia alguém
88
com
um
só olho e
de
Erich
Fellgiebel, Chefe do
Comunicações
homem-chave
do
Exército e,
nesse
estágio
da
conspiração, ja que ele podia controlar o equipamento pelo qual todas as transmisde Hitler. com
mensagens
de
julho,
Stieff em
eram
emitidas
Stauffenberg
Berchtesgaden,
do Q-G
se
onde
reunira
Hitler
estava, sendo-lhe entregues duas bombas. . Ele recebeu ordens de comparecer a outra conferência do Estado-Maior, marcada para ll de julho, também em Berchtesgaden, e, em Berlim, ficou estabelecido que este seria o dia escolhido para a tentativa. Enquanto. Stauffenberg seria responsavel pela coloca-. ção da bomba, com espoleta de tempo preparada para explodir em minutos, sob a mesa de conferência de Hitler, Olbricht de-
veria assumir a responsabilidade
de pôr o
plano Valguíria em ação em Berlim, ao receber, por telefone, o aviso de Stauffen-. berg de que tudo correra bem. Mas, no dia
marcado, Stauffenberg apenas avisou do abandono da tentativa, porque nem Góring | nem Himmler estariam presentes. Os conspiradores esperavam matar os mais perigosos lideres nazistas num só grupo; Himmler, em particular, era perigoso por controlar a Gestapo e as SS. Então, a 14 de julho, ce sem qualquer aviso, Hitler foi com seu Estado-Maior
para
Rastenburg,
onde
Clau Sri as, 1935s. von Stauffenber g, em féri
seu
.— = mn
ETR
Q-G.
conhecido
como
estava situado no Prussia Oriental. Hitler
convocou
a “Toca
meio
das
outra
do Lobo”.
florestas
da
conferência
do
Estado-Maior para 15 de julho, o dia seguinte à sua chegada a Rastenburg, c Stauffenberg tornou a receber ordens de comparecer. Os conspiradores haviam deci-
dido que Olbricht não devia pór as forças do Exército de Reserva em Berlim num alerta do plano
Valquíria a ll de julho, por-
que não tinham certeza do sucesso na con-
ferência de Bergho/. Eles estavam mais tranquilos com as condições em Rastenburg. porque Hitler normalmente convocava suas conferências numa câmara à prova
de bombas ... isto é, de explosões externas. Nesse
caso,
decidiu-se
que
Olbricht
devia
correr o risco de pôr as tropas em alerta as 11:00 h, uma hora antes da conferência de Hitler, sem o conhecimento ou a ordem de Fromm.
caminho
Este,
de
qualquer
de Rastenburg.
modo,
estava
a
Fellgiebel, que já
estava la, avisaria Berlim se a tentativa ti-
vesse êxito. Beck, que desde sua operação
90
Acima:
À família von
Stauffenberg:
Conde e seus filhos (tda esq. para a dir.) Berthold, Claus e Alexander. A dir.: General
von
o
Manstein.
era vitima de esgotamento nervoso. ficou em isolamento em sua pequena casa em Lichterfeld. um suburbio de Berlim, €
Goerdeler
foi fazer-lhe
companhia
até se-
rem chamados, quando da noticia da morte
de Hitler, a se unirem a Olbricht e seus colegas no Ministério da Guerra, na Bendlerstrasse. Gisevius, que vinha trabalhando como
agente da Resistência na equipe con-
sular alemã
na Suiça, voltara à Alemanha
para unir-se aos conspiradores. Passou-se
uma
hora,
duas
horas
—
nada de notícias de Rastenburg. Soube-st depois que Staulfenberg uma vez mais fica
€
ra sem saber o que fazer, porque nem Gô ring nem Himmler estavam presentes. Ele saiu da sala de conferência para fazer um
chamado particular a Olbricht e concorda ram, em termos velados, que Stauffenberg
tentar
matar
Hitlcr
apenas.
Mas
esta estas a, ci ên er nf co à ou lt vo «ndo cle dificuldas de an gr ve te ht ic br im Ol a va no cicios, O er ex de os rm te em . des em explicar assual qu lo pe a, Valquiri alem alerta do plano l; oa ss pe de da li bi miu inteira responsa por Fromm. ido isso. foi repreend g e OIr e b n e f f u a t S . k c Be a 16 de julho, dificulAs . e t n e m a v o n m bricht Se reunira fracasso do z lu à as utid dades foram disc ria nao ui lq Va ão aç er op A . do dia anterior
devia
novamente
ativada,
a
menos
poderi a ser Isto € o, rt mo e nt me al re e ss que Hitler fo res mais tarde, do ra pi ns co OS ir ib in a a viri julho. Não obstante, de 20 a di o ic ít cr no morto na er devia ser concordou-Se q ue Hitl
próxima oportu nidade, co da cúpula nazista, quíria só seria posta aviso de Fellgiebel de exito.
se necessário, O úuni-
mas à operação Valem ação depois do que a tentativa tivera
O tempo estava cada vez mais contra os
conspiradores. Kluge fora transferido repentinamente para a frente ocidental e deixara Tresckow em seu lugar. A 17 de Julho, a Resistência perdeu Rommel, o mais popular dos generais, tanto para Hitler como para o público alemão: Rommel parece nunca ter sido francamente contra Hitler. mas era favorável a certas restrições aos poderes do Fuhrer. Agora, jazia num hospital entre a vida e a morte, com 0 cranio fraturado na capotagem de seu carro. atingido por aviões ingleses (ver nota no livro Spitire, desta série). Não obstante. Stulpnagel, Governador Militar da França. estava firme ao lado da Resistência e plenasuas para coordenar preparado mente ações em Paris com as dos conspiradores em Berlim. Kluge, Comandante-Chefe Oeste, continuava sendo uma incógnita. Na terça-feira, 18 de julho. Stauffenberg
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dr. Ce
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minas
a ima eres,
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ão era bloquear Os circuitos raç spi con na efa tar a cuj l, ebe lgi Fel Acima, esg.: à dir.: Rommel, vítima da ma, Aci o”. Lob do ca “To da o çã ca ni de comu de
ler passeia pelos bosques Hit .: esg À 4. 194 de ho jul , ler Hit de a áli repres 1942.
Rastenburg,
teve de avisar Goerdeler para que se €scon-
desse, pois corriam boatos de que sua prisão era iminente. A ameaça era agora o próprio
para
grande
Beck
e, alias, para
todos os que estavam sendo vigiados pela Gestapo. A tensão chegara ao ponto de ruptura quando Stauffenberg, por fim, rece-
beu ordem para comparecer à próxima conferência do Fiihrer, em Rastenburg. "A data desta conferência era 20 de
julho.
Como de costume, Stauffenberg estava em seu escritório no dia anterior, 19 de julho. A secretária, que ele compartilhava com
Olbricht,
Delia Ziegler,
uma
das
pou-
cas mulheres que conheciam os detalhes da
conspiração,
muito
compreendia
bem
os
perigos da sua missão. Pouco antes de deixar o escritório, Stauffenberg brincou com
ela enquanto colocava outra pasta na sua
culo
intimo
da
que
Resistência,
de-
agora
pendiam dele — Dohnanyi, Miller e Boseu nhoeffer, recolhidos à prisão, Beck em estado de esgotamento, mas ansioso por
tomar seu lugar à frente do novo governo, a Canaris, Goerdeler e Oster, vivendo dia dia nas densas sombras da suspeita, € nos milhares de homens que morriam diaria os mente nas frentes de batalha e nos camp ter de genocídio e concentração. Ele deve Nina, pensado em sua mulher, a Condessa sua que estava vivendo longe de Berlim, em macasa de campo, em Lautlingen, na Ale meses. nha Meridional, e grávida de três
paA caminho de sua residência, ele fez ca, rar o carro diante de uma igreja católi
em
Dahlem.
Rezou
pelo
sucesso
émpresa, da qual dependiam
da
sua
a restauração
da paz e certa dose de justiça na Europa.
emmaleta, já estufada pela bomba, que ia
brulhada numa velha camisa. Stauffenberg passara o dia preparando um relatório da situação para Hitler, que estava profundamente
preocupado
com
a
penetração
dos
exércitos russos nas antigas fronteiras polonesas de 1939.
Nesse
pensado
stauffenberg deve ter cirtodos os par ticipantes do
instante,
em
93
o
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si
o
o
oO e
saiem
Stauffenberg acordou cedo, no quarto que lhe tinham cedido na casa pertencente a um parente, em Wannsee. O dia estava quente;
ele barbeou-se
e vestiu-se,
usando
seus três dedos com espantosa destreza. Desde sua recuperação, ele insistira em ser o mais independente possível de qualquer ajuda alheia. O carro do Estado-Maior que devia levá-lo e ao seu jovem ajudante, Tenente Werner von Haeften, ao aeroporto de
Rangsdorf, chegaria às seis horas. Haeften
estava tão ansioso quanto Stauffenberg pe-
lo sucesso da tentativa naquele dia. Levava
em outra maleta uma bomba extra, para, no caso de a primeira falhar, poder dar, se possivel, continuidade à operação. O carro chegou na hora e Haeften acomodou Stauffenberg e sua maleta. Dirigi-
ram-se para o aeroporto, onde Stieff, o ofi-
cial do Estado-Maior de Hitler, que fora encarregado pela Resistência de cuidar do Pequeno
estoque
de bombas,
os esperava
para voarem juntos para O norte. Antes de
no Hitler passa pela Casa da Guarda,
anel externo das defesas de Rastenburg.
Stauffenberg se oferecer, o próprio Stieff fora considerado o homem que poderia colocar a bomba. A Condessa Nina Stauffenberg ainda acreditava nisso, e seu marido não pensara em desiludi-la. Mas, segundo se supõe, Stieff perdera um pouco a tranquilidade durante o longo período de atraso e tensão. Stauffenberg enfrentava sua missão com um ar de calma e até mesmo de alegria. Ele não temia Hitler. O vôo a Rastenburg durou quase três horas, no lento avião do Estado-Maior, um Heinkel cedido a Stieff e Stauffenberg pelo General Wagner, de Zossen, que tambem
sabia o que se estava passando.
Eles ater-
rissaram por volta das nove horas e o piloto recebeu ordens de deixar o avião pronto
para uma decolagem imediata a qualquer
momento depois do meio-dia. O resto da jornada foi feito de automóvel, cerca de 12 km pela estrada que levava as florestas onde ficava a “Toca do Lobo”. O acesso ao recinto interno da “Toca” passava por três pontos sucessivos de verificação sob controle das SS. O Q-G de Hitler, oculto da luz do sol e ensombreado por altas árvores, era protegido por cam-
95
|
que
fosse,
o golpe
poderia
prosseguir
Tapi- :
damente em Berlim. As tropas se mov Criam para enfrentar qualquer dificuldade n O se. aa
tor administrativo
da cidade,
É
e Beck, assu
mindo o comando temporário em nome do novo governo, anunciaria a morte de Hj. tler. pelo radio, ao publico alemão e aos povos do mundo. Somente Stieff e Fellgiebel sabiam algo do
em
que
com
estava
planejado
Rastenburg.
para
Stauffenberg
aquele dia
encontrou-se
Fellgicbel depois de ter tomado o des.
Jejum com Haeften. A seguir foi fazer uma visita
formal
ao
cidira
realizar
sua
Feldmarechal
Keitel,
q
Chefe do Estado-Maior de Hitler. Ele en. controu Keitel ansioso por vê-lo. Hitler de.
Q-G
importante
alemão
na
conspirador
Franca,
no
1944,
pos minados e cercas de arame, algumas delas eletrificadas. Era al que Hitler, exa-
TT
TTE=OoÕ—Õ"Õ
—usts
is
Õ—
minando atentamente os mapas de larga escala, traçava os movimentos dos seus exércitos com uma estratégia determinada
por informações dadas, insinuadas ou retidas pelos oficiais do Estado-Maior. Os homens das SS, nos pontos de verificação, pediam para ver os passes especiais de Stauffenberg e Hacften, o que era normal no Q-G. Para ambos, entrar era facil -— eles tinham os documentos neces-
sários. Mas
sair depois da explosão seria,
como ambos sabiam, um teste de velocidade e nervos. Com Hitler morto, haveria necessidade urgente da presença de Stauffenberg em Berlim, para emprestar sua
energia e habilidade à realização do golpe de Estado.
A conferência
para
as
13:00
de Hitler fora convocada
h, de modo
tinha de esperar algum fenberg
que
tempo.
tinha de conversar
com
ainda
Mas
sc
Stauf-
Fellgiebel,
embora estivesse bem claro que sua missão do dia seria apenas passar a Olbricht em
Berlim a mensagem de que a tarefa estava cumprida. Então, como Chefe do Serviço
de Comunicações, ele interromperia todas as comunicações entre Rastenburg e O mundo exterior. Com Hitler morto e seu Q-G sem qualquer contato com quem quer
96
meia
hora
as 12:30h. pois Mussolini, o di
mais cedo.
Hofacker,
conferência
tador deposto da Itália. agora pouco mais que um dependente de Hitler, cra esperado para visitar Rastenburg as 14:30 h. Os re. latórios deveriam ser sucintos. Stauffenberg. ficou momentancamente ansioso; ate que
ponto esse novo arranjo afetaria as condi. Seria preciso abando:
ções da conferência?
nar a tentativa novamente?
Ele decidiu que
a mudança de tempo não precisava ter muito efeito; O assassinato teria lugar mciz hora antes, e isto era tudo. Em Berlim, Olbricht estava sentadoà sua mesa, tentando passar a manhã em tra: balho rotineiro. Ele esperava o aviso de Fellgicbel
às
guir, chamaria
13:30
Beck
h, o mais tardar. A se
imediatamente
para0 |
Ministério e poria a operação Valquiria em pleno funcionamento. Assim que as tropas chegassem, seriam feitas a ocupação dos ministérios, das estações de rádio e de ou tros centros e a imobilização das 55. Do Ministério da Guerra, que tinha comunica ção telegráfica com todos os comandantes | nas frentes de batalha, partiriam os avisos
julgados necessários, que seriam enviados
tão logo Beck autorizasse. Um fator favo: rável aos conspiradores era que Rastenburg sô podia entrar em
exército
através
contato com
do sistema
o resto do
de comunica
ções do Ministério, Entrementes, o Gener Hoepner
(a quem
Hitler demitira
por IM
competência) devia chegar mais tarde, nã quela manhã, para ajudar Olbricht, eM quanto que o General
Wagner, no Q-6 de
comando em Zossen, ficaria de prontidao para ajudar. O General Conde Wolf vor
Acima: Stieff (sorrindo, centro), o guardião Abaixo: em
Hitler, Brauchitsch
Rastenburg.
e Raeder
das bombas
debruçados
sobre
dos conspiradores.
a mesa
dos mapas,
Helldorf. Diretor da Policia de Berlim, ex-
seguidor de Hitler e que se voltara contra ele. tinha à mão uma força de reserva.
E
sm
=
o
e e
e
E
—
E
qem
=
O sucesso da operação Valquiria dependia muito do choque — o choque da morte de Hitler, que traria todos os comandantes do Exército e seus comandados para o lado dos conspiradores, de modo a ajuda-los a manter a ordem. Seria, com efeito, um golpe de Estado militar, estabelecendo um go-
verno curador no qual se incluiriam civis preeminentes. Esperava-se o retorno de Stauffenberg no final da tarde e pequeno número de oficiais mais jovens. que desfrutavam da confiança dos conspiradores, estava de prontidão para ajudar quando necessário. Certas secretarias, lideradas pela secretária principal de Olbricht e Stauffenberg, Delia Ziegler, tambem receberam instruções para ajudar administrativamente. Como vimos, as mulheres haviam sido excluidas do conhecimento dos detalhes do plano, devido ao perigo que envolvia, mas algumas, no Ministério da Guerra, tinham de ser informadas dos segredos dos conspiassim
radores,
como
as esposas
envolvidos no movimento.
dos
mais
Em Paris, o unico general-comandante diretamente implicado era Stilpnagel. Tambem ele estava cercado por um grupo de Jovens oficiais ansiosos por ajudar no golpe de Estado, especialmente Cãsar von Hofacprimo
ker,
Stauffenberg.
de
Q-G
de
Ministério
da
O
Stulpnagel estava situado no Hotel Majestic, na Avenida Kleber; este era equivalente,
no
centro
de
Paris,
ao
Guerra em Berlim, que normalmente era chamado pelo nome da rua em que ficava, ou seja, Bendlerstrasse. Mas, enquanto o General Fromm, Comandante de Olbricht e Stauffenberg, estava no mesmo prédio que estes e não era provável que lhes oferecesse apoio, a menos que o sucesso do golpe fosse muito visivel, Stiilpnagel sabia que seu Comandante, Kluge (Comandante do Grupo de Exercitos B, no Ocidente) se mostraria útil tão logo tivesse a certeza de que se havia completado a parte pior do trabalho.
tuado em
Mas
o Q-G
de
Kluge
La Roche-Guyon,
estava
si-
a alguma dis-
tância de Paris. Nessa cidade, Stilpnagel estava encarregado dos planos para o golpe. Mas, enquanto isso, tudo o que ele podia fazer era esperar pelo aguardado aviso
98
de Rerlim dizendo-lhe para prosseguir com sua ação cuidadosamente preparada contra
os principais oliciuis das SS e da Gestapo Durante a manhã, Gisevius foi ao escri. torio de Helldorf; como os outros, ele tinha dificuldades em matar o tempo. Já então q
dia era realmente opressivo, como
tenburg
e Berlim.
Havia
trovoada
Mas eles se divertiram quando
em Ras-
no ar.
um jovem e
nervoso oficial chegou do Ministério da Guerra com um mapa dos prédios a serem
ocupados. Helldorf estudou-o e então indagou ironicamente por que os militares que o prepararam tinham usado um mapa tão ultrapassado que não levava em conta os efeitos dos recentes bombardeios. Alguns
dos
nham
prédios
marcados
sido destruídos.
para
ocupação
ti-
Helldorf ficou irrita-
do, porque admitiu que o exército, fornecendo-lhe um mapa naquelas condições, es-
tivesse pensando que ele desejava agir por iniciativa própria. Para ele, os conspirado-
res do exército, como planificadores de toda a empresa, é que tinham de agir primeiro. A força que mantinha só entraria em
ação depois de cercada toda a área administrativa. Ai é que seriam lançados seus
homens. Antes disso, não. Assim, enquanto Stauffenberg, Stieff e Fellgiebel, juntamente com Haeften, esperavam pela conferência das 12:30 h, em Rastenburg, Olbricht aguardava no Ministério da Guerra, Beck em sua casa, nos
subúrbios de Berlim, e Stilpnagel no “Majestic”, em Paris. Por volta das 12:30 h (30 minutos antes da hora que os que estavam longe de Rastenburg pensavam ser a da conferência), o General
Hoepner chegou
ao Ministério da Guerra. Ele estava em trajes civis, mas seu uniforme ia na pequena maleta que levava. Deveria agir como Comandante do Exército de Reserva se
Fromm se mostrasse hostil à empresa. Ele se fez anunciar, dizendo que tinha audiência marcada com Olbricht; foi recebido na mesa de recepção e levado para o escrito rio deste. Para evitar suspeitas por não al-
moçar
como
de
costume,
Olbricht
convi-
dou Hoepner para uma refeição ligeira no clube dos oficiais, de onde esperava ser chamado, pelo telefone, por Frâulein Zie-
gler, sua secretária,
nal de Rastenburg.
quando
chegasse
Eles beberam
O si-
ao êxito
do golpe e ao assassinato que, segundo jul-
“3
“A
ABRIGO
À
gem ANTIBEREO
DE CHA
2
LOJAMENTOS DE > VISITANTES tas
COZINHA
PONTO DE id Mg 2 CONTROLE
EA
DEPOSITO Ra
ui
do
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é)
PONTO DE 4º o CONTROLE 3
Rastenburg:
a “Toca
do
Lobo.
gavam, ocorreria dentro em pouco. Mas sua refeição não foi interrompida.
Terminada
esta, apressaram-se em voltar
ao escritório. Seus olhos estavam pregados som no relógio e seus ouvidos atentos ao al-
do telefone. Mas não houve chamado
quanto erá gum. Talvez lhes ocorresse o tão compleiam end dep que de elo o frágil até que O
tamente. Mas nada podiam fazer so poncio sile fone tele Um sse. toca telefone inutilidade. de parecer singularmente uma Em
Paris, ja naquela
manha,
um
telefone
O Coronel Finckh. . nte ame ios ter mis a agir de Kluge e que ior -Ma ado Est do membro
estava
na
Rue
de
Surêésnes,
recebeu
um
chamado cuja origem exata jamais foi des-
coberta: ao levantar o fone, uma voz anun-
ciou que falava de Zossen, hesitou momen-
taneamente e então disse uma so palavra, “Exercício”. Finckh ouviu o aparelho desligar do outro lado da linha sem outra explicação. Finckh estava relativamente envolvido nos planos de Stilpnagel e, portanto, compreendia o provável significado da palavra. Na verdade, a 15 de julho, a mesma
palavra-código fora transmitida a vários lugares, pelo telefone. Preocupado com a falta de qualquer identificação desta vez,
99
A conferência
realizava-se num
grande
barracao de madeira, ligeiramente revestido
de concreto, conhecido como Sala do Ma. pa. ou, às vezes, apenas como Sala de Conferência. Isto fora deplorável: tivesse havido
um
alarma
antiaéreo,
a reunião te-
ria sido transferida para um dos abrigos de concreto
normalmente
reduziria.
Ele entrou
usados
para essa fi-
nalidade. Cercado de árvores, o lugar era muito umido e abafado, e, enquanto se di. rigia para o local da conferência, que sabia ja ter começado, Stauffenberg matutava sobre até que ponto a eficácia da bomba se no prédio, desceu seu
corredor, passando pela sala das telefonistas e entrou na Sala de Conferência, onde
havia poucos móveis. Na outra extremidade estava Hitler, com sua atenção presa a um mapa em grande escala da frente oriental e que cobria virtualmente toda a mesa à sua frente. Em
General Stúlpnagel, figura central da conspiração em Paris.
Finckh
comunicou
este “incidente”
a Ho-
facker que, como vimos, era um dos elementos mais intimos de Stilpnagel na conspiração. Certamente, nada havia ocor-
rido que os levasse a esperar qualquer ordem deste tipo tão cedo, ou transmitida de modo tão enigmático. Só podiam supor que ela pretendia colocá-los em alerta. A inquietação de Finckh era ainda mais forte por ser ele um dos oficiais um pouco “da conspiração o assassinato de Hitler. Eram quase 12:30 h. fim de ganhar tempo e a
um
momento
que se alhearam por não aprovar
Stauffenberg, a possibilidade de
a sós, deixara o quepe e o
cinto na ante-sala, Keitel irritou-se com esse
atraso;
Hitler
não
gostava
de
esperar.
abriu
a valise
e ativou
Stauffenberg apresentou suas desculpas, co-
locou
o
cinto,
a
bomba, como treinara para fazer, seus três dedos funcionando como pinças. A bomba tinha uma espoleta de dez minutos, o menor tempo possivel. Stauffenberg levaria
três minutos para atravessar o recinto e sete para chegar à presença de Hitler, colocar a valise o mais perto dele possivel, des-
culpar-se apressadamente, alegando um telefonema de Berlim, e escapar. Haeften estava esperando perto do carro e seu moto-
rista — e com a bomba de reserva pronta para uso, em caso de falha da primeira.
100
torno da grande mesa esta-
vam agrupados vinte oficiais do EstadoMaior, mas nem Góring nem Himmler estavam presentes. Stauffenberg entrou o mais despercebido possivel, aproximando-se de Hitler. Ele examinou todo o ambiente num segundo, com seu único olho. As janelas da parede
do outro lado da mesa estavam es-
cancaradas, pois a sala estava muito quente e abafada. O cômodo tinha 5,40 m por
12 m, com a mesa perto da fileira de janelas. Com estas abertas, o efeito da explosão diminuiria muito. A bomba tinha de ser
colocada o mais perto possível de Hitler.
Todos estavam ouvindo atentamente um
relatório pessimista sobre a situação na frente oriental, do General Heusinger, Chefe de Operações. Havia necessidade de
mais reservas. O momento era extremamente perigoso para Stauffenberg; ele tal-
vez fosse chamado a apresentar relatório sobre as reservas disponíveis enquanto O ácido corroia o resto dos filamentos na espoleta de tempo. Mas, felizmente, Hitler queria primeiro o relatório completo da situação. Stauffenberg colocou sua pesada valise no chão, quase aos pés de Hitler,
encostando-a num dos pés que sustentavam a mesa sobre a qual Hitler se debruçava.
Murmurando suas desculpas sobre um chamado de Berlim, ele ignorou qualquer ten-
tativa que Keitel, ou qualquer outro, pudesse fazer para mantê-lo na reunião, e saiu,
afastando-se
pas-
possivel,
rápido
o mais
descendo O , stas foni tele das sala pela o sand sou dor e saindo para o exterior. Pas elo ponto de verificação do controle
gorro
dirigindo-se
IR EO,
apressadamente
de Fellio itór escr do o xim pró , E o local do cargiebel, onde Haeften esperava junto obro. Fellgiebel estava com ele e ambos -se, conmar oxi apr berg ffen Stau servavam explodir.
tando os segundos para à bomba
fim. Os dez minutos deviam estar quase no vendo que Stauffenberg quase completara o, cujo o trajeto, Haeften entrou no carr estava já funcionando.
motor
Quando Stauffenberg chegou carro, deu-se a explosão, um
junto do estrondo
logo imenso é ensurdecedor. Stauffenberg soube, pela magnitude da explosão, que sua missão devia ter sido bem sucedida. Eram 12:42 h pelos seus relógios — o momento histórico (estava convencido) da morte de Hitler. Deixando Fellgiebel para entrar em contato com Berlim, Stauffenberg e Haeften não tinham um minuto a perder para fugir da “Toca do Lobo”. Havia os dois pontos de verificação restantes e os guardas deviam ter ouvido a explosão. O carro percorreu célere o percurso ate o primeiro ponto de verificação e parou. Stauffenberg saltou rápido, exigiu o uso do telefone, chamou o Oficial de Dia e exersua
ceu
autoridade
liberar
para
saida
sua
— sem que a própria sentinela falasse com
o Oficial de Dia. Seu tempc de partida foi anotado: 12:44 h. No últim » ponto de verificação ele tentou usar o mesmo processo, mas foi infeliz; o sargento das SS recusou-
arvores
e
arbustos
Coronel
Brandt,
por
onde
passavam,
Quem se importaria com isso, agora que Hitler se fora? O avião estava à sua espera. Embarcaram às pressas e partiram para Berlim as 13:15 h. O golpe de Estado começara! Assim que o carro de Stauffenberg partiu, Fellgiebel correu para a sala onde se dera a explosão. Todos pensavam que um avião russo, solitário, tivesse aparecido de surpresa e lançado uma bomba com grande precisão. Era nisto que Hitler acreditava ao sair cambaleante do prédio semidestruido, poiado por Keitel. Hitler foi a primeira pessoa que Fellgiebel viu, e ficou horrorizado com a aparição do Fúhrer vivo. Que diria ele a Berlim? Com as janelas escancaradas e o tampo da mesa funcionando como escudo, a maioria dos que ali se encontravam escapara sem ferimentos sérios. Cada um dos sobreviventes, mais tarde, faria sua própria narrativa aos investigadores das SS. Estas coincidiam nos detalhes principais, embora nalguns pontos diferissem. Alguém parecia lembrar-se de ter visto O Chefe do Estado-Maior de
Heusinger, bater com o pé numa valise ao aproximar-se do ponto em que Hitler se debruçava sobre um grande mapa. Viramno pegar a valise e colocá-la no outro lado do pé da mesa. Era a valise de Stauffenberg; a bomba, ao explodir, tinha entre ela e Hitler um pesado pé da mesa, constituido de uma prancha inteiriça de carvalho, que
funcionou como poderoso escudo, impedindo
a força
que
da
explosão
atingisse
O
se a aceitar o relato de Stauffenberg do que o Oficial de Dia dissera. Já então se haviam dado ordens para que ninguém saisse
Fiihrer. Brandt, o homem
correu novamente ao telefone e teve a extrema sorte de o Oficial de Dia instruir o Sargento da Guarda para deixá-lo passar. Afinal de contas, ele era um oficial supe-
Ajudante-Chefe das Forças Armadas, e um estenógrafo chamado Berger. Dois outros,
autorização
sem
ror
do
mentos cional.
Q-G
e
especial.
em
Berlim
Haeften
re-
seus
feri-
e ele estavam
fora
condecorações,
Finalmente,
Stauffenberg
e, com
um
herói
na-
da “Toca do Lobo”. O carro, a toda velocidade, percorreu a estrada até o aeroporto.
Haeften abriu sua valise, tirou a segunda bomba,
mente
desmontou-a
as peças, uma
toda
e jogou
a uma,
alegre-
no meio
das
que a tirara dah,
morreu em seu lugar, com três outros — O General Korten, Chefe do Estado-MaiorGeral
da Luftwaffe,
o General
Coronel
de-ordens
o General
Bodenschatz,
Bergmann,
um
Schmundt,
da Luftwaffe,
de Hitler, ficaram
dos
e o
ajudantes-
seriamente fe-
ridos; todos os outros escaparam ilesos ou sofreram apenas ferimentos leves, além de choque. O próprio Hitler escapara sem danos sérios. Quando da explosão, ele estava virtualmente deitado sobre a mesa, gxaminando um ponto distante do mapa — a área noroeste, que mostrava a Curlândia, A mesa, assim como o pé, haviam protegi-
101
Pao Ta
MANTS 12:42h de
A LATA ea NO
E
La LIM) RP
Valise com a bomba, empurrada
UE
CCC
ER TT
fer:
fE o
Pesadas
pranchas
formam
TO
os
pés da mesa, e protegem Hitler
do pior da explosão.
aiii
imo
>
Hitler
(OKW).
ba
ECTTTIDTTOTITDOT
7
Keitel,
Coronel-General
General
aaa BilIA
SS-Gruppenfúhrer
cunhado
Jodl, Chefe
Warlimont, dao,
de
Eva
Chefe
do
|
d
Alto-Comando
das
Forças
do Estado-Maior de Operações
Subchefe do Estado-Maior de Apae
Voss,
Representante
Fegelein,
Braun.
Armadas
do Grande
representante
das
Almirante
Waffen-SS
do
OKW.
ETA
Raeder
no
Alemãs
QG
no QG
de
General Schmundt, Ajudante-Chefe do OKW junto a Hitler. BS UCA CURAR LM CRI MIC TR ER ETTETTES
de
Hitler e
Serviço
que
Segurança
de
pôde, deu ordens das ss
romper todas as comunicações
do exterior
até
o
que
evento
para
com
ao
inter-
O mun-
tivesse
sido
totalmente investigado. Ninguém devia saber do atentado — quase bem sucedido à sua vida. Fellgiebel, sabedor de que
Stauffenberg
convencido
estava
da
a caminho
morte
de
de
Hitler,
Berlim,
voltou
ao seu escritorio para apressadamente mandar algum aviso aos seus amigos em Berlim, dizendo-lhes que tudo saira errado, mas expressando-se em termos que não despertassem suspeitas nesse momento dificil. Ele encontrou o Centro de Comunicações já sob controle das SS, sendo informado de que mensagem alguma podia ser enviada sem autorização expressa de Hiler.
Ele
estava
desorientado.
Soube
que
Stieff achava que se devia abandonar qual-
quer ideia de golpe imediatamente,
com
o
malogro do atentado. O momento exigia que cada qual se protegesse, e aos colegas. Entrementes,
Hitler
chamara
Himmler,
como chefe das SS, para encarregar-se das
investigações do acontecimento, anda pensava ter sido causado
que ele por um
dvVido que tivesse penetrado a proteção do serviço de segurança. Himmler, cujo Q-G estava a apenas 25 km do lago de MaruSee, dirigira-se apressadamente para Rastenburg, na companhia de seu guarda-cosla, Kiermaier; a viagem demorou apenas
meia hora, apesar das estradas irregulares.
Stauffenberg estava mais ou menos a meio caminho de Berlim, em seu lento avião, quando Himmler e os investigadores das
SS começaram
a fazer seus interrogatórios.
Himmler também mandou que certos espe-
rificação tadas.
haviam
sido
fora visto.
As
pelos pontos de ve-
devidamente
ano-
Hitler, com os instintos do bom propagandista ainda bem vivos, decidiu receber
Mussolini no fim da tarde, quando haveria uma recepção formal, marcada para depois que o ex-Duce tivesse chegado de trem. Um ramal ferroviário vinha diretamente até o centro do complexo de Rastenburg. O Fiihrer estava agora calmo, convencido, a sua maneira mística, de que sua vida era encantada. Ele dizia que, ao escapar miraa
culosamente,
Providência
se
io = O
Hitler, assim
traseiro
dizia, “um
horas da sua passagem
mais
E
do-lhe. como ele mesmo de babuino.
ec não
permitira
uma manifestação pública de estar a seu lado e de o haver escolhido para conduzir a Alemanha à vitória, ilusão que sempre manteria a despeito dos mais sérios reveses. O fato de o trem particular de Mussolini haver-se atrasado deu-lhe mais tempo para recuperar-se do choque da explosão e, assim, dar o exemplo aos outros em seu Q-G. Em
Berlim,
viesse
nenhum
foram
Himmler,
a tarde
sinal
de
avançava
sem
|
que
Rastenburg
para
e Ribbentrop.
No
orientar os conspiradores que aguardavam no prédio do ministério da Bendlerstrasse. A única pessoa na cidade a saber dos fatos mais gerais da ocorrência de uma explosão era Joseph Goebbels. Ele fora informado vagamente do ocorrido por volta das 13:00 h, no mesmo momento em que o Góring
dia 20 de julho, Goebbels era o único da hierarquia nazista que permanecia em Berlim. O resto estava em Rastenburg ou em
suas proximidades, como Himmler. Embora não soubesse que dos nazistas de cúpula
era o único
a encontrar-se
na cidade onde
se tramava o golpe, Goebbels não sabia tambem onde se originaria o golpe e nem mesmo sabia do envolvimento pessoal de
Hitler nem de que ele escapara, ate que outra mensagem lhe foi transmitida mais tarde.
103
Emas
nos danificados e as nádegas feridas, dan-
de conferência
e
timpa-
os
queimada,
seriamente
—
bomba não fora lançada do ar e que O homem que maior probabilidade tivera de coloca-la no prédio era o jovem coronel mutilado, que saira tão apressado da sala
O
bomba
estranho comportamento de Stauffenberg, não demorou muito a ficar claro que a
E
pé. levand o-o depois para se metros dali. particulares . a uns cem ros Quando OS dois sairam dos escomb que os viu el eb gi ll Fe a, ir de ma de io éd pr do uscados e cabelos de Hitler estavam cham me médico mostrou que fumegantes. O exa E o braço direito do Fihrer estava paralisado a da e sua perna direita — à mais próxim
cialistas viessem imediatamente de Berlim. Entrementes, com o que Keitel sabia do
e
do seu corpo. Keitel, ais vit os mt do as Pé equilibrar-se ra ui eg ns co a, er fr so que nada se de rpô a lo áud aj e os br om sc cobre OS € us aposentos
irei
4a régio: AP
*
E
aaa
AÊ
t
or Abalado e agasalhado sob cal tórrido, Hitler retorna ao local da tentativa de assassinato. Himmler
“está
vêm
a seu lado, Mussolini e Góring, atrás MP uso cums
qa
ee go
|| a
|
Góring
inspeciona
da sala de
|
Quanto
o interior destruído
conferências.
aos conspiradores,
estavam
talmente as escuras e vivendo momentos
grande
be, que marcaram um encontro para que pudessem falar em particular, enganaram-se
ansiedade.
Gisevius recebeu
um
tode
bo-
cado de informação, cuja falta de detalhes
era torturante. Quando ele e Helldorf não puderam mais suportar a incerteza, corre| Tam o risco de telefonar ao amigo Arthur ' Nebe, Chefe do Departamento Alemão de
' Investigação Criminal e que, como Hell|! dorf, era um simpatizante da conspiração. | Nebe devia telefonar a Helldorf se por aca| SO tivesse recebido qualquer informação de Rastenburg.
Tudo
reunir no começo 14:00
h, era que
o que
Nebe
conseguiu
da tarde, por volta das
tinha havido
uma
explo-
são na “Toca do Lobo” e que Himmler dera ordens para que investigadores das SS partissem imediatamente de Berlim para examinar o caso no próprio local. Nebe nem sequer se atrevia a dizer isto pelo telefone; ele apenas murmurou
que “acontece-
ra algo de estranho na Prússia Oriental” e, com
1106
espantosa ineficiência, Gisevius e Ne-
no
ponto
de
encontro
precioso esperando
cais diferentes.
um
e perderam
tempo
pelo outro em
lo-
O telefone, com suas insinuações e meias-verdades, continuou sendo o veiculo basico de comunicação. Também em Paris, Finckh recebeu outro telefonema misterio-
so, por volta das
tro chamado
14:00h, na forma de ou-
pessoal de Zossen.
A mesma
voz anônima que falara antes, pronunciou outra palavra -— Abgelau/en, iniciado! A palavra foi repetida e, antes que Finckh pudesse dizer qualquer coisa, o telefone foi desligado do outro lado da linha. Finckh
obedeceu
com
exatidão
seu pla-
no de instruções dado este sinal para iniciar o golpe na França, ele devia ir imediatamente para o Q-G do Estado-Maior-
Geral do Comando Ocidental, situado fora de Paris, e informar ao Chefe do EstadoMaior de Kluge, General Blumentritt, de
que se “desfechara” um golpe de Estado. Como Blumentritt não estava envolvido na conspiração, só podia receber informação
à r a g e h c ao , m i s s A . dos fatos mais generaraisl, pouco depois das “mca do ge era O prie u q r e b a s m e s , h k c n on Fi alavras p s sa es r a i c n u n o ro homem a pr e Incorret n e m l a t o t e qu a oráveis, aind o diante da figus o v r e n o nt ta € as,o parou um Blumentritt de a volumosa e amistosa um putsch da Houve General. disse: “Herr r está morto. re uh Fi O . im rl Be em o Gestap ado pelos rm fo i fo io or is ov pr o rn ve Um go Goere pelo Dr. generais witzleben e Beck o. deler”. r a notila mi si as rá pa u ro pa t Blumentrit
estava e qu e ss di € o lm ca se cia. Manteveencarm re ta es ns me ho s te es r catisfeito po regados do governo,
porque procurariam
a
tinha l, ta en id Oc te en Fr na m, ué paz. Ning acontea nh vi e qu do te an di s, õe us il muitas mbarse de s do is po de s na ma se is cendo se Leste ques na Normandia. À situação no , Blumente en lm ra tu na s, Ma . or pi a nd ai a er ntes tritt perguntou a Finckh quanto as fo lhe dessa notícia. Finckh arriscou-se e deuor uma resposta preparada: “O Governad Militar”, isto é, Stilpnagel: ele tinha de supor que Stilpnagel, como chefe da conspiração em Paris, deveria ter sido informado ao mesmo tempo que ele, se não antes. Se pudessem evitar, ninguém, inclusive Stulpnagel, usaria o telefone, já que era preciso supor que todos os aparelhos deveriam estar censurados pela Gestapo. Blumentritt aceitou calmamente a declaração de Finckh sem outras perguntas. Fez um chamado prioritário ao Feldmarechal Kluge, seu oficial-comandante e o Comane Grupo de Exércitos B, na França. dantdo Ele só pôde falar com Speidel, o Chefe do Estado-Maior de Kluge, que lhe informou que o comandante estava percorrendo as frentes de batalha e só voltaria ao anoitecer. Como Blumentritt também temia os ouvidos da Gestapo, ficou nervoso pensando no que dizer quando Speidel começou à insistir. Diante disso, usou da sugestão defensiva e disse: “Estão acontecendo coisas scentar em Berlim”, e arriscou-se em acre ”. Isto outra palavra, num sussurro: “Morto nadesorientou Speidel ainda mais. Se Stiilp a teri gel tivesse recebido a mesma notícia,
rasido um pouco mais sensato. Os conspi o dores
em
Berlim
so entraram
em
contat
e que se com ele as 16:30 h, para dizer-lh € devia considerar que Hitler estava morto
que o golpe na Alemanha fora desfechado. Stilpnagel ficou encantado e pôs seus planos imediatamente em ação. Essa notícia lhe foi transmitida como resultado das decisões desesperadas tomadas no ministério, em Berlim, no meio da tarde. Somente às 15:30 h é que as comunicações com Rastenburg foram momentanea-
|
mente reiniciadas. O General Fritz Thiele, Oficial de Comunicações de Olbricht, con-
seguiu penetrar o silêncio da “Toca do Lobo” e receber uma resposta truncada e nervosa a sua pergunta. Disseram-lhe apenas ter havido um atentado contra a vida de Hitler. Nada mais que isso; nenhuma informação sobre se ele estava vivo ou morto. Thiele correu para o escritório de Olbricht com a notícia. Olbricht sabia que, para que fosse bem sucedido, o golpe teria de ser desfechado sem delongas. As forças que apoiavam Hitler não deviam ter a menor chance de se reunir em defesa do governo nazista do Terceiro Reich. Olbricht enfrentava um grave dilema. Teria Stauffenberg tido êxito? Agora pare-
cia que
sim —
se não, como
explicar o
estranho comportamento em Rastenburg? Segundo os cálculos de Oster, a bomba não podia ter explodido antes das 13:15 h devemos lembrar-nos de que ele não sabia da mudança da hora da conferência. Se Stauffenberg tivesse escapado, não che- | - | garia ao aeroporto de Rangsdorf, em Ber | lim, antes das 16:45 h ou das 17:00 h. Se
chegasse, pelo menos lhes traria a verdade. | Mas não iniciar a operação Valquíria até | então, provavelmente seria fatal para O êxi- | to do golpe, pois, tanto quanto
sabia, tal- |
vez já se tivessem dado ordens para O con- |
tragolpe. Na verdade, cabia a Olbricht a À principal responsabilidade pelo início e or- | ganização do golpe, assim como Stauffenberg fora responsável pelo assassinato. E | ele só tinha Hoepner a quem recorrer, mas | este estava claramente nervoso e cauteloso. | Por volta das 15:45 h, Olbricht achou que| devia tomar todas as vidas nas suas mãos|
Fromm, que estava no ministério, ha al-ll guns metros dele, Olbricht decidiu mandar
os sinais da operação Valquíria, que come- É çaram a ser emitidos para os vários co-|] mandos
do
Exército
de
Reserva
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* == “leald primeiros a chegar para ade.
reafirmar
ES
to de Reserva, Mas Fromm
era
totalmente
tanta precipitação. Declarou permitir
a transmissão
confirmação
de
Keitel.
contrário
q
que, antes de
dos sinais, queria a
palavras de Stauffenberg nos ouvidos e acreditando
Olbricht,
com
as
ainda ecoando ser impossivel q
resposta telefônica de Rastenburg, fez um chamado prioritário para lá e ficou espantado quando Fromm entrou em contato
quase imediato com
Keitel.
“O que esta acontecendo no Q-G-Geral?” — perguntou Fromm. — “Ha boatos
estranhos
aqui em Berlim.”
“O que dizem eles?”
respondeu Kei-
tel. — “Tudo está normal por aqui.”
ai
SE
“Fui informado de que o Fiúhrer foi assassnado” —. declarou Fromm.
e
“Bobagem” .
Kluge, Comandante Exércitos
a E sa e —— o — —— — e o
E e o E im—
-
—
que
só chegaram
se Fromm.
teletipo.
volta
Mas
isso demorou
a Viena às 16:45 das
16:00
h,
e os sinais
h.
Stauffenberg
pousou em Rangsdorf. meia hora antes do esperado. Havia outra dificuldade, nenhum carro do Estado-Maior estava à sua espera, para levá-lo, e a Haeften, ao ministério.
Eles telefonaram ansiosos para a Bendlerstrasse, quando então souberam que os sinais da operação
Valquíria estavam sendo
emitidos naquele momento e que Fellgiebel
não telefonara. Stauffenberg ficou aflito e, esquecendo-se das necessidades de segurança, declarou: “Hitler estã morto!” Pediu
um carro para o aeroporto e partiu célere para unir-se aos seus colegas no ministério. Animado pelo som da voz de Stauffen-
berg e pela garantia que dava de que o Fuúhrer estava realmente morto, Olbricht
decidiu
apresentar
francamente
a situação
a Fromm, certo que este se uniria à conspi-
ração, se absolutamente seguro de que Hitler fora eliminado. Fromm ouviu sombriamente e desconfiado o que Olbricht tinha a dizer e depois perguntou-lhe quem lhe dera a notícia. Fellgiebel, respondeu Olbricht, Hitler
estava
acrescentou
morto.
Nas
Olbricht com
circunstâncias,
firmeza, ele pro-
punha mandar os sinais de código da Valquiria para todos os Comandos do Exérci-
HO
se tentou
contra
a sua vida,
Felizmente o atentado fracassou. O Fihrer estã vivo e só ficou levemente ferido. Onde está seu Chefe do Estado-Maior, Stauffen-
berg?”
Por
0
Normandia.
de
verdade
15:50 h. Por volta das 16:00 h, vários comandos ja os tinham recebido, por telefone
ou
mi
B na
do Grupo
respondeu Keitel. . “É
?
“Stauffenberg ainda não voltou” ... dis-
Terminado
Fromm
o
chamado
telefônico,
disse secamente a Olbricht que não
havia necessidade alguma de enviar os sinais da operação Valquiria. Olbricht estava aturdido pelo que ouvira. Ele só podia su-
por que Keitel estivesse mentindo. Retirouse da sala um tanto constrangido, deixando que Fromm descobrisse sozinho que as or-
dens para a operação
sido
dadas.
O
golpe
Valquíria já haviam
tinha
de prosseguir.
Acima de tudo, Olbricht precisava conferenciar com Stauffenberg assim que este chegasse. Também Beck e Witzleben deviam chegar a qualquer momento, e poderiam cuidar de Fromm. que
Assim que Olbricht voltou à sua sala —
por
momentos
se tornara
a sede do
golpe — todos os que estavam envolvidos na conspiração em Berlim pareceram chegar ao mesmo tempo - Beck, com ar ten-
so e ansioso,
embora
resoluto,
agora
que
finalmente chegara a hora da prova, e, so-
bretudo, Stauffenberg, entrando apressado
na companhia de Haeften, ambos excitados
e ansiosos ção
por agir. Os ventos da liberta-
sopravam
pelos
escritórios
bolorentos
da Bendlerstrasse, e o torpor provocado pe-
la umidade e a ansiedade das longas horas
aram s r e p s i d se e rd ta à a durante ovem de j is ma o çã ra ge A e. nt ediatame
“m
u para O escritorio gi er nv co m bé si ciais tam ajuda e ouvir à ofi olbricht, para oferecer do que
Gê
acontecera
narrada por Haeften — l
em
Ewald
Rastenburg,
von Kleist,
e von e n vo , he zc it Fr Hans resno a am ch o am ar rd oppen: eles agua , ali perto. a ad an pl Es el ot “H do taurante assumir O COlá e qu o, ud nt co witzleben, aria as
mando das forças
só cheg
armadas,
preocupado o it mu u co fi ck Be h; 19:30 rg telefonou be en ff au St . ia nc sê au a su com Paris, para em , el ag pn il St à te en lm oa ss pe
Hitler; ele dar-lhe a boa nova da morte de gel, Hofacfalou com o ajudante de Stiilpna
dia ter ker, e disse-lhe que Stilpnagel po res certeza de que devia agir contra Os lide l das SS e da Gestapo, sua tarefa principa nesse estágio. Helldorf e Gisevius chegaram: “Então já começamos!” — bradou Helldorf. Ele se sentia encorajado. Pelo menos Stauffenberg parecia irradiar energia. Beck estava inquieto quanto as afirmações de Keitel de que Hitler ainda estava
vivo,
e
passando
bem,
em
Rastenburg.
“Mas é evidente que ele está mentindo” insistia Olbricht, Mas Beck queria que es-
sas
dúvidas
fossem
consideradas,
e acen-
tuou que Helldorf devia, com Justiça, ser informado delas. Beck supunha que a linha General
Schmundt,
Ajudante-de-Ordens de Hitler, morto a seu
lado.
de Keitel
seria tomada
pelos lideres nazis-
tas quando se fizessem declarações, se houvesse alguma a ser feita. Ja então Rastenburg teria adotado medidas para contragolpear, agora que todos os comandos estavam vivendo o clima do golpe de Estado, inclusive Paris e Viena. Mas Stauffenberg se opunha a quaisquer dúvidas de que Hitler estivesse morto. Não ouvira Hitler morrer? Na verdade, não vira a fumaça subindo do local da explosão? “Eu mesmo vi tudo” . afirmou. — “Estava perto de Fellgiebel. Era como se
quartel.
mm
150
obus de
um
É impossível
tivesse
alguém
o
atingido
ter sobrevi-
vido.” Beck estava naturalmente preparado para aceitar a palavra de Stauffenberg; o que o deixava preocupado eram as tentativas que a oposição pudesse fazer para dar a impressão de que Hitler ainda estava vivo, e, assim,
confundir
as forças
e O
armadas
povo alemão. Isto poderia muito bem levar a dúvidas e dificuldades talvez críticas para o resultado do golpe. Ele tambem estava preocupado com o atraso do início da operação. A maioria das unidades militares das quais dependiam tinha de percorrer boa distância para chegar ao centro de Berlim: só depois de cinco ou seis horas é que elas poderiam ser realmente úteis aos objetivos do movimento. Entrementes, os vitais de controle,
ministérios e os centros
com vam
as estações de rádio, ainda não estaocupados pelos partidários da Resis-
tência. Gisevius, em particular, preocupavase com o fato de as emissoras não terem sido tomadas logo de começo. Na sua opinião, a primeira mensagem de Beck para O povo alemão já devia ter sido transmitida. E
também
havia
Fromm,
uma
evi-
fonte
dente de perigo no próprio Ministério da Guerra. Gisevius era de opinião de que ele devia ser morto se não se unisse a eles. Stauffenberg pôs essas sugestões de lado. Às 17:00 h, quando as ordens para a operação Valquiria já haviam sido despachadas e as unidades, segundo se esperava, ja se aproximavam de Berlim, Stauffenberg e Olbricht, apoiados por Kleist e Haeften, foram
desafiar
decidir.
Fromm,
Entrementes, uma verdadeira
em
sua
ocorria em peregrinação
sala,
a
se
Rastenburg dos lideres
11]
pro
Ar
Esq.:
Relíquia
tentativa
exposta
assassinato
Acima:
da
Speidel
Estado-Maior
nazistas para
de
para
a salvação
do
do Fuh-
rer — Himmler, Góring, Ribbentrop, Doenitz, todos os importantes, exceto Goebbels, que ficara em Berlim, embora mantivesse contato telefônico com Rastenbureg. As 16:00 h, Hitler encontrava-se na plataforma da estação ferroviária, dentro da Toca do Lobo”, para receber o trem par ticular de Mussolini, e decidido a tirar O maior partido da inacreditável benevolência do destino. Fez o Duce arregalar os olhos
com sua história da bomba e, por certo, sua aparência confirmava O relato que fazia. Pregada no rosto a lividez do susto, O braço na tipóia e chumaços de algodão lhe protegiam os ouvidos. Seu cabelo queimado fora cortado e ajeitado. Hitler, entretanà leto, estava entusiasmado e apressou-se da sala var seu hóspede a ver OS escombros condições de conferências € mostrar-lhe as em
que
ficou dl
O uniforme er
e,
que
trajava
Mussolini,
queda
cuja
fora
com-
pleta, teve de testemunhar a mágica sobrevivência do Fiihrer. “Os céus têm pousado sua mão proteto-
o fotógrafo.
Rommel.
celebrar
ocasião.
de
(à direita), Chefe
ao
na
você”,
ra
sobre
to,
ou
nel
Piffraeder,
disse
ele
solenemente.
A
a seguir, foram discutir a não tão miraculos As batalha. frentes de das situação ram 17:00 h, eles, e suas comitivas, toma o lugar à mesa para O chá, que foi servid por criados das SS, de luvas brancas. Já então as investigações de Himmler aclaravam um pouco a situação. Começa vam a chegar de Berlim os peritos solicitados; aliás, seu avião cruzou com O de Stauffenberg, que ia a caminho da capital. Até o fim da tarde, Himmler e os oficiais das SS que trabalhavam com ele no local se convenceram de que a tentativa não passara de um ato louco de um so oficial, identificado na pessoa do inválido Stauíffenberg. Himmler telefonou dando ordens para que se prendesse Stauflenberg no aeroporna
A
caminho
cruzou
com
Bendlerstrasse.
do
aeroporto de Rangsdorf, o carro do Corodas
SS,
o de
Stauffenberg, que ia para a Bendlerstrasse.
113
Ministério
da
Guerra
alemão,
na
mesa
Blenderstrasse.
Quando, no final da tarde, se descobriu o manancial de ordens da operação Valquiria, tornou-se evidente que o atentado
era
muito mais do que um simples ato de insa-
nidade de um homem. Antes de sentar-se para tomar o cha, Hitler disse a Himmler
que
deixasse
as investigações
em
Rasten-
central
sentava-se
Hitler
com
aa e b E)
DR
Ê
E
am
ToaE
ie
A
"e
eo? a “gs
e. “o
O
seus
principais convidados, competindo entre si
para prestar tributos ao seu grande lider e
amaldiçoar todos os oficiais que, “quando não tramavam ativamente para assassina-
lo, metiam-lhe nas costas um punhal, dobrando-se
ante
batalha”. Um
o
inimigo
nas
frentes
de
de cada vez, todos lhe asse-
guraram que seus corações, pelo menos, €stavam no lugar certo e que o partido e a nação permaneciam firmes com ele. Então,
burg a cargo dos seus subordinados. Sua presença era necessária em Berlim; ele devia encarregar-se da situação que parecia estar surgindo por lã. Desconfiado de que
no que deve ser considerado um alívio histórico do momento, esses homens, nenhum
Hitler nomeou Himmler Comandante-Chefe
explosão, passaram a se recriminar mutua-
Fromm estivesse, de certa forma, envolvido,
do Exército de Reserva, em substituição a Fromm —. cumprindo assim a velha ambi-
ção do Reichsfiihrer das SS de ter um comando de exercito. Himmler sempre quis ser soldado; agora, subitamente, na hora do chá do dia 20 de julho, ele se tornava
Comandante-Chefe sem um só dia de servi-
ço num campo de batalha a seu crédito ou
um só ano no exército, mesmo na sua desumana juventude.
O chá transformou-se num hospício. À
dos quais esteve presente no momento da mente -
Doenitz contra Goóring, este con-
tra Ribbentrop, Ribbentrop contra Góring. Ignorando a presença de Mussolini, vituperaram uns contra os outros até que Hitler,
com um berro, fez que se calassem as ofen-
sas, Seus olhos eram só raiva: “Destruirei Os criminosos que se atreveram a opor-se à Providência e a mim”, esbravejou. “Esses traidores
do próprio
povo
merecem
morte
ignominiosa e é isto que terão. Desta vez todos os envolvidos, suas famílias e os que
eço total. Este pr O o rã ga ndaram, pá sabotar a am ar nt te e qu viboras termiex rá se a nh ma le À randeza da minha ]
à dignier nt ma a o ic ún O i fo “ni o à perder. uc po o tã r te r po dade, talvez idas e Teed sp de as su u to en es Ergueu-se, Apr em. Não tornaria a tr u se o tirou-se pará ambos estas se me ve no em ver Hitler — | . s o t r o m riam , Fromm e t n a t s n i o m s e m Quase que no iar seus
ergueu-se da cadeira para denunc rg, seu subordinados — Stauffenbe
oficiais Chefe do
Estado-Maior,
€
Olbricht,
seu
berg recuen ff au St o. nt me ci te as Ab de Chefe Fromm que a e ss Di r. da mi ti in se a sou-se em Rasten-
tler testemunhara a morte de Hi ntindo. Enme va ta es el it Ke , to an rt po ; burg dizer que os ra pa u pe om rr te in ht ic br Ol tão nham sendo sinais da operação Valquiria vi s, e mais enviados nos últimos 60 minuto omm, os sinais-códigos, lembrou ele a Fr copara a inquietação nacional. Fromm en igiu lerizou-se. Com um murro na mesa, ex o nome do homem que se atrevera a enviar os sinais em seu nome e sem a sua autorização. “O Coronel Mertz von Quirnheim”, disseram-lhe. Chamado, Quirnheim admitiu a responsabilidade. Fromm estava prestes à prendê-lo quando Stauffenberg o interrompeu e lhe disse que fora ele quem cometera o atentado em Rastenburg. “Eu detonei a bomba durante a conferência no Q-G de disse. — “Ninguém naquela saHitler” la poderia ter sobrevivido.” Fromm o enfrentou. “O assassinato fa-
lhou” — rugiu. — “Você deve matar-se.” Mas, quando Fromm compreendeu estar diante de um
grupo organizado
de conspi-
radores, ameaçou-os a todos de prisão. Olbricht disse-lhe que não os podia prender
porque eram eles quem estavam nº poder. Somos nós que o estamos prendendo” — declarou. resisFromm fez uma demonstração de
ando tência mas logo foi dominado. Qust olas Haeften e Kleist lhe empurraram pi retia barriga, ele cedeu. Fromm foi
contra escritono , da ar gu b so o, ad ch fe e i dal rado o lavatório do an Us . te an ud aj u se do rio vestiu O r ne ep Ho , ht ic br Ol de ar ul ic part devidauniforme que trouxera consigo. Foi a O Coagora er e qu de o ad rm fo in e ment de Reserva. to ci ér Ex do mandante-Chefe
No mesmo instante, preparando-se para partir para Berlim de avião, Himmler pedia a Hitler uma autorização por escrito para assumir o mesmo comando, que o Fuhrer lhe tinha concedido pouco antes. Assim, naquela noite, havia três homens que se consideravam Comandante-Chefe do Exercito de Reserva. No Q-G de Hitler, ninguém parecia pensar na necessidade de informar o Ministério da Guerra da mudança de cargo feita pelo homem que ainda era O senhor da Alemanha, Contudo, sendo homem cauteloso como Himmler, Hoepner sabia o valor de ter as coisas por escrito. Quando Witzleben finalmente chegou ao
ministério, as 19:30 h, Hoepner recebeu idêntico documento do suposto Comandante Supremo designando-o para aquele cargo. Seu nome, como Os de Witzleben e Beck, estava agora sendo usado para dar ordens no Q-G dos conspiradores. Hoepner era tão meticuloso, que passou o resto da O conforto de com noite preocupado Fromm, seu predecessor, confinado na sala de um ajudante; providenciou alimento adequado e vinho para ele. Melhor teria feito se tivesse assegurado a períeita guarda de Fromm.
Fromm e seu ajudante, Heinz Ludwig que Bartram, outro mutilado da Reserva, sabiam sofrera amputação de uma perna, da sada existência de outra porta no fundo e, por la onde estavam detidos. Bartram pôd acesso ao isso, gozar de certa liberdade de eirou do resto do ministério, tão logo se int rda fahorário das verificações que O gua ério da zia. Gisevius, que ficou no Minist u, por Guerra depois que Helldorf se retiro sas se discordar da maneira como as coi tratamenestavam saindo, irritou-se com o Em to benevolente dispensado a Fromm. que certo momento, Beck chegou a sugerir to se deixasse Fromm ir para casa, contan que desse sua palavra de honra de não agir contra os participantes do golpe. A sugestão, porém, não foi aprovada. Por volta das 16:45 h foi proclamada a lei marcial, e entre 17:30 h e 18:00 h a avalancha de indagações que começava a chegar fez que Olbricht e Stauffenberg corressem de um telefone para outro para prestar informações e encorajar os que vacilavam e os que duvidavam, bem como os inclinados a opor-se ao novo regime mili-
115
tar. O “escritório” do golpe de Estado foi transferido para as salas de Fromm, que eram mais cômodas e mais bem equipadas para lidar com a emergência, já que muitos dos telefonemas eram dirigidos à pessoa de
Fromm. Beck falou com Stilpnagel o primeiro contato direto que o general teve com os conspiradores naquele dia, excetuando-se o chamado de Stauffenberg a
Hofacker, mais cedo. Stiilpnagel garantiu a Beck seu apoio e insistiu para que ele falasse diretamente com Kluge, em seu Q-G, em La Roche-Guyon, para onde Blumentritt ia naquele instante com a momentosa
notícia que Finckh lhe dera. Em
meio à azafama na Bendlerstrasse, o
Standartenfúhrer
(coronel)
Piffraeder,
das
SS, chegou acompanhado por dois homens daquela organização. Parece que ele não
teve qualquer dificuldade para entrar no Ministério da Guerra. Depois de bater os
calcanhares e fazer a saudação nazista, ele
disse que, por ordens do Chefe de Segurança
com
do
o
Reich,
tinha
Coronel
de falar em
Conde
von
particular
Stauffenberg.
Gisevius temia que isto prenunciasse uma
116
Hitler, em Rastenburg, na tarde da “Conspiração da Bomba”, (acima) recebendo Mussolini, (à dir.) mostrando-se
ao seu
Estado-Maior.
incursão da Gestapo. Ele era o único dos presentes que conhecia a perigosa reputação de Piffraeder e conseguiu avisar Stauffenberg, que estava muito bem preparado para enfrentar esses intrusos com a mesma
tranquilidade com que enfrentava toda a forma de oposição. Mas ele teve a sensatez de levar consigo
Fritzsche,
Kleist e Ham-
merstein e logo voltou para dizer que pren-
dera
os
homens
da
Gestapo.
Segundo
Fritzsche, Piffraeder praguejara e se comportara mal. “Por que não matá-los?” —
instara Gisevius. Mas Stauffenberg estava disposto a lidar com eles mais tarde.
Os
Onde
temores
de
Gisevius
se encontravam
aumentavam.
as unidades
que já
deviam ter cercado a área administrativa hã muito tempo? Quem estava ocupando as estações de rádio em nome do novo
governo militar? Quem fora preso, ou, melhor ainda, assassinado, Goebbels, Kalten-
|
stapo? e G da e f e h c O Miller.
Nin-
que estava o o rt ce ao r be sa a ada dos vem par cci da area encant
brunner
C
ra econtecendo foFromm escritórios de oderia
formar
uma
€
pequena
e
unidade
e
ali
lo menos pe , io ér st ni mi o ri op pr no : mo, a princir a m o t e s l e b b e o a cuidar de G berg e Oln e f f u a t S o? di rá de al estação dos com a p u c o s i a m e d r po m a i bricht parec
isas tão co à o ã ç n e t a r da seus telefones para hos O ar us m a i r e u q o c básicas. Tampou liciais e não po m a r e is po , rf do ll He mens de nto
r tanto qua se de a nh ti e lp go O . soldados
meio a toda m . E to ci ér Ex do a is co el possiv amado de ch um o sm me é at o, sã essa discus ignorado. momentaneamente
Keitel foi vano lo áam ch em u do mo co in se m ué Ning
mente.
von Outro intruso dificil foi o General Kortzfleisch, Comandante Distrital em Ber lim, que veio pessoalmente saber O que estava acontecendo. Ele se recusou a Ver
Hoepner quando lhe disseram que este agora ocupava o lugar de Fromm e se recusou a aceitar as tentativas de explicação de
Beck, com
quem
trocou
palavras um tanto
diam, € que começaram
a se manifestar na
ásperas, e também teve de juntar-se ao número crescente de detidos. “Não se atreva a tocar em mim” ... berrou ele a Hammerstein, que fora encarregado de cuidar dele. Isto era um mau presságio para a eficiência das» unidades da operação Valquíria e das quais os conspiradores depenas Bendlerstrasse da torno em area 18:00 h. Elas incluiam o Batalhão de Guardas (Wachtbataillon) comandado pelo Major Otto Ernst Remer (que por acaso era um nazista entusiástico), certas unidades do Serviço de Treinamento do Corpo de Bombeiros do Exército e da Escola de Material Bélico do Exército, bem como das Escolas de Treinamento de Infantaria, em Doeberitz, de Cavalaria, em Krampnitz, de Artilharia, em Júterborg, e dos Panzer, em Wansdorf. O superior de Remer era o General von Haase, Comandante da área de Berlim, que era simpatizante da conspiração. As ordens dadas a essas várias unidades eram bastante específicas. O problema
E
|
>mt mm3
“b -
da di
Almirante
Rastenburg para solidariedade.
pois para elas eram
tarefas singulares. Entrementes, os homens de Helldorf permaneciam ociosos e ninguém os chamava.
A responsabilidade basi-
ca de tomada das estações de rádio perma-
necia sem solução. Embora várias unidades realmente chegassem a Berlim e tomassem
as posições a elas destinadas, o trabalho de
ocupação da cidade foi realizado de modo errático e mal coordenado. Os conspirado-
res simplesmente
supunham
que
suas
or-
originaram-se
da
confusão
dens seriam cumpridas, mas isto não se vinha verificando. E medidas igualmente
mal
tomadas disse
ao
colega
do
Exército,
nessa quem
quem,
noite
deveria
amigo
de
verão,
incumbir-se
enquanto
tra-ordens.
seu, ficaram
a
chegavam
sabendo exatamente o que
fazer contra as SS e a Gestapo na França
e destacando o número certo de homens de confiança para isso. Mas os conspiradores,
em Berlim, iriam agora enfrentar o primeiro dos
seus
grandes
prio Goebbels. das
opositores —.
o pro-
Hitler lhe falara pelo telefone por volta 17:00
h, advertindo-o
de
que
algum
tipo de golpe militar parecia estar fermen-
tando em Berlim e que se impunha uma transmissão radiofônica geral para desfazer
os rumores de que ele fora morto. E encar-
diu
pilheriar
de prender,
ordens
sobre
e a
e con-
foi encarregado de prender Goebbels. Remer estava profundamente perturbado com a notícia da morte de Hitler. Ele era o
eficiente oficial de toda a operação
que se realizava fora da Bendlerstrasse, as-
118
tência ativa —
sentados,
Para dar um exemplo importante, Remer
mais
damente o membro mais eficiente da Resis-
Heinrich
autor,
Fraenkel, que ele e o Comandante Distrital
do
Stilpnagel, em Paris, era decidi-
regou Goebbels da redação e transmissão do aviso. Antes de fazer isso, Goebbels chamou Specr, o jovem Ministro dos Ar-
que nas províncias lavrava. Por exemplo, em Hamburgo, o Gauleiter, Karl Kaufmann,
hipotecar
a
mamentos de Hitler, a sua casa, onde deci-
ficar aquela
tarde.
Goebbels
precisar de seus conselhos crise, mas
realmente
Speer
acreditava
quisesse
vigiá-lo,
disse-lhe
e ajuda nessa que
Goebbels
crendo
que
Speer estivesse também envolvido na conspiração. Goebbels telefonou para o comandante do fiel Leibstandarte SS “Adolf Hr
tler”, a terrível unidade SS da guarda pessoal, militar e cerimonial do Fiihrer, sedia da em
Lichterfelde, a uns
Eri
de obedecê-las,
sim como
que logo chegou
-ee-s-ME |
estava mais na sua boa vontade ou capaci-
dade
Doenitz,
8 km do centro
de Berlim, insistindo para que o comandan
—
Coronel Quirnheim, importante conspirador, na Bendlerstrasse.
Acima, à esg.: Major Remer, Comandante do Batalhão de Guardas de Berlim. Acima, à dir.: General Falkenhausen. Abaixo: Goebbels testando opinião pública.
a
rante
a guerra, e agora constitua
a 1º Di-
visão Panzer SS. Mas seu quartel de Gross Lichterfelde, Prussiana,
mental.
a
antiga
ainda
servia
Speer chegou
Academia de
deposito
Militar
regi-
à casa de Goebbels, perto
da Porta de Brandemburgo, o mais depressa que pôde e foi ter com ele em seu escritório, no segundo
Hitler o avisara.
Pouco
depois
Valquíria. Na verdade,
foi Remer quem mandou Hagen avisar Goebbels, em parte porque Hagen conhecia bem o ministro, em parte porque queria
certificar-se da autenticidade da notícia de
que Hitler estava morto. Goebbels concordou em receber Remer imediatamente e
Hagen foi buscá-lo. Hagen disse a Heinrich Fraenkel que toda a situação mudaria para ele próprio e para Remer se ficasse provada a morte de Hitler. Eles então teriam de obedecer as ordens emitidas da Bendlerstrasse e prender Goebbels. Hagen podia ser agora considerado
contra-agente,
divulgando
a
notícia
um
que
E E TF = male
r= ee ct
== ati El cmi
E
E, a
e
E
jm
as
h e toda a Europa o ouviu através
das poderosas
ondas da emissora Oficial,
a
Deutschlandsender:
"Houve hoje um atentado contra a vida
rer sofreu escoriações e queimaduras leves,
pois da tentativa contra a vida do Fiihrer o Marechal ele,”
do Reich (Góring)
foi ter com
no exato momento
em que Beck implorava
para que ele se juntasse aos mentores do golpe de Estado. Enquanto ouvia Beck, lia
a transcrição.
A
interrompeu, perguntando: “Mas qual é a verdadeira
seguir,
ele o
situação no'
Q-G do Fiuhrer?” Beck era suficientemente honesto para negar que as coisas estavam incertas em Rastenburg. Isto foi demais para Kluge, que passara anos vacilando e que
não estava preparado para correr quaisquer riscos que fossem. “Primeiro, tenho
com
meus
o
discutir
de
assunto
oficiais” ... disse ele. —
“De-
pois, chamo-o de volta.” Ele prometeu à Beck que o informaria da sua decisão, mas
Beck sabia que, com um homem do tempe-
ramento cauteloso de Kluge, a perdê-lo.
Naturalmente,
Bendlerstrasse
os
tinham
isto equivalia
conspiradores
ouvido
nã
a transmis-
são. Embora esperassem algo assim, ela aumentou neles a ansiedade. Imediatamente,
emitiram um desmentido à nota oficial, que foi enviado
aos vários comandos
com OS
Goebbels lhe dera de que Hitler estava vi-
quais estavam em contato: “O comunicado transmitido pelo rádio é
cleta emprestada, à procura de Remer. Pensando bem, Haase decidiu que não podia mais confiar em Remer e alterara a ordem
com a máxima presteza.”
vo, por onde quer que fosse, numa motoci-
Ta
transmitido
Kluge
alerta da operação
adam
foi
nacional-socialista do Batalhão de Guardas
chamado consultor
go Remer, com quem ele podia contar como leal seguidor de Hitler. Hagen estivera com Remer naquela mesma tarde e ambos tinham ficado chocados com a ordem de
cas
aviso
Uma transcrição deste texto foi colocada na mesa de Kluge, em La Roche-Guyon,
Goebbels para avisá-lo do movimento das tropas e aconselhãá-lo a falar com seu ami-
a
18:45
o
SO-
da chegada de Speer, as tropas começaram a alinhar-se nas ruas próximas; Speer chamou a atenção de Goebbels para o fato.
e era ajudante de Remer, chegou à casa de
mm
Finalmente,
Hitler
que
Ele reiniciou imediatamente os seus trabalhos e, como estava programado, recebeu q Duce para demorados debates. Pouco de-
Ao mesmo tempo, um escritor Hans Hagen, que atuava como
eo a
ao atentado.
rivalizado, em intensidade, com os que ocorriam, ao mesmo tempo, na Bendlerstrasse. Na verdade, a casa de Goebbels transformara-se no centro do contramovido de que
=
brevivera
a notícia de
do Fuhrer, a explosivos... O próprio Fiih-.
mento destinado a frustrar o golpe de Esta-
|
levaria a todos
andar, onde o encontrou
dando inúmeros telefonemas que devem ter
|
se momento, desculpava-se com Hitler por nao ter ainda transmitido o avi SO. Goeb. bels acelerou então a feitura do texto que
incorreto. O Fiúhrer está morto. As: medidas preconizadas devem ser executadas
g
da
Como aves de rapina, os telefones não cessavam de atacar os homens da Bendlers-
cidido a avistar-se com o ministro que, nes-
de que Hitler estava vivo. Beck, Stauffen-
de que ele seria o oficial encarregado
prisão de Goebbels. Mas Remer estava de-
120
trasse, depois da comunicação radiofônica
E
te pusesse seus homens em alerta. O Leibstandarte havia crescido enormemente du-
O!
€
berg
continuaram
bricht
Gi aparelho
correndo
para dar ordens
para outro,
aos feldma-
m muitos casos, implorar
ri
de
que, em vais ne ro co ou , is ra ne ge a tados de dúvida e incerteza, não saes que fazer ou no que acreditar. Ja Resisténda s re de lí OS , os ad ns ca e ucos -
cia estavam
“A transmis
agora acuados.
são é mentirosa
afirmavam
—
eles. —
Goebbels . do tu o ss di ás tr r po tá es l te «Kei ndo a verze di s mo ta es s nó as en Ap e. ment o
dade.”
ente do Mas era evidente que, independ r, a hierarque tivesse acontecido ao Fiihre os meios quia nazista permanecia intacta e em suas de transmissão estavam firmes tinham
Os conspiradores
mãos.
coisas de-
estes mais a explicar. Hoepner já estava pr coa perder a calma. Até mesmo Olbricht meçava a concordar com Beck, de que Hi tler, afinal, talvez estivesse vivo, a despeito das reafirmações continuas de Stauffen-
berg. As únicas mensagens animadoras vinham de Stilpnagel, em Paris. Quando
Witzleben chegara, portando seu bastão de
Feldmarechal,
tar suprema
de enfrentar
símbolo
da
autoridade
mili-
na conspiração, eles tiveram
sua
ira.
Todos
se ergueram,
inclusive Stauffenberg, e a atmosfera informal desapareceu momentaneamente. Calcanhares soaram. Witzleben recusou-se a dar atenção a qualquer um, exceto a Beck, O Regente titular da Alemanha e, portanto, superior a ele próprio no castelo de cartas
que
os
ro
de
Que
conspiradores
bela confusão,
Witzleben.
haviam
construido.
esta”, foi o comentá-
Beck
não
muita coisa para reanima-lo.
podia
dizer
Nas ruas, as
unidades que lhes dariam proteção começavam a desfazer-se e os conspiradores nada podiam fazer para detê-las. Alguns dos oficiais achavam que era hora do jantar. Para
reunir seguidores, Olbricht e Quirnheim realizaram uma breve reunião de oficiais no ministério, mas isto serviu apenas para
consolidar a oposição entre os oficiais leais a Hitler, de cuja salvação tinham agora certeza. Liderado pelos entusiastas nazistas,
n Coronel Franz Herber e Coronel Boode pavora
der Heyde, eles ficaram em serviç iniciar um contra-ataque. Chegaram
mes-
a Zieli De à e nt me ga ar am se rxa ei mo a qu mantê-los € os -l má al ac ou nt te e qu r, gle leais a Olbricht.
Chamado por Hagen, o Major Remer chegou a casa de Goebbels. Ele ainda não sabia se Hitler estava vivo ou não. O Ministro da Propaganda o recebeu imediatamente e quis saber se ele era absolutamente leal ao Fuhrer. Remer assegurou-lhe de que era irrestritamente leal. Goebbels insistia que o momento era histórico, Hitler estava vivo, mas o futuro do Reich, disse ele, dependia deste único oficial. Não era por nada que Goebbels era Ministro da Propaganda: ele sabia quando apelar para os sentimentos. Speer observou-o em ação, Remer em seu escravo. transformando “Apertamo-nos as mãos durante longo tempo” —. disse Remer depois — “e fitamo-nos nos olhos”. Como numa peça teatral, Remer era o substituto esperançoso que de repente ganha o papel principal com que sempre sonhara. Ele era o Major Remer, o Davi Nazista, o bravo jovem oficial com sua Cruz de Cavaleiro com as Folhas de Carvalho, num embate contra os horrendos Golias da subversão, Beck e Stauffenberg. Goebbels, para consolidar o efeito que criara, tomou o fone e pediu calmamente para falar com o Filhrer. Ele tinha uma linha direta com Rastenburg. Remer ficou ali, estarrecido. “Fale você mesmo com o Fiúhrer? — disse-lhe Goebbels entregando-lhe o fone. Remer tomou-o, tenso de emoção. A voz:rouca e áspera era inegavelmente a do Fuhrer. Hitler também sentia a importância do momento;
colocou
Remer
sob seu coman-
do pessoal e deu-lhe ordens para fazer O máximo para frustrar os pérfidos que procuravam destruir o Reich. A segurança de Berlim estava nas mãos de Remer, depen-
dendo da chegada de Himmler, o novo Co-
mandante-Chefe. Ele terminou promovendo Remer a coronel imediatamente. Hitler sa-
bia como fazer um telefone comunicar. Remer, excitado e completamente
subju-
gado, correu a reunir os homens que pudesse para contragolpear de imediato. Por volta das 20:00 h, a oposição nas ruas já se estava dissipando. Ao cair da noite, Goebbels fez uma de suas orações altamente profissionais para a pequena unidade que Remer formara no jardim dos fundos da casa do ministro. Remer não precisava fazer mais nada.
Entrementes, Kluge, cansado da sua via-
121
e
e
SS
A
E
e
e
e
e
A
a
ms E AS
ão
e se
pe
E e Ei
e
e
mi
,
|
|
| ]
|
|
||
gt
|
Hitler
mostra
a Mussolini,
recém-liberado da sua prisão no Gran
Sasso,
os
resultados
da
bomba.
Bendlerstrasse.
“Um
Ela dizia o seguinte:
grupo
partido,
homens
irresponsável que
jamais
de lideres do estiveram
na
frente, tem tentado valer-se da atual situa. ção para apunhalar o atribulado exército
pelas costas
e tomar
o poder.
Nesta hora
de perigo mortal, o Governo do Reich, pa-
ra que se mantenham
clamou
um
a lei e a ordem, pro-
estado
de
emergência
mili-
tar a Ela prosseguia exigindo que Kluge prendesse todos os principais oficiais das SS e
do partido no oeste. A menção do nome de Witzleben
Kluge.
Otto Skorzeny, o líder do commando SS, que arrancou Mussolini do cativeiro.
gem pelas frentes de batalha, repousava no belo castelo de La Roche-Guyon, a sede do
Duque de La Roche-Foucauld, cuja familia continuava residindo numa ala da sua mansão, sendo o resto requisitado pelos invasores. Anoitecera e a poeira e o calor do dia ja haviam desaparecido. Kluge era homem que sentia muito o peso da responsabilidade. Já com 62 anos, estava bastante preocupado e até ressentido com o que o envolvera nessa noite. Esses telefonemas incriminadores de Beck o alarmavam. Sem dúvida algo muito sério acontecera em Rastenburg, mas fosse o que fosse, devia ter saído tristemente errado. Alem da persistência dos telefonemas de Beck, ele recebera outro chamado, ansioso, do seu amigo, o General von Falkenhausen, que até recentemente comandara na Bélgica e era outro seguidor tácito de algum tipo de golpe. Falkenhausen queria saber a verdade sobre o que estava acontecendo. Com a Gestapo censurando os telefones de Paris, Kluge não estava gostando de toda essa atenção voltada para ele, nesse caso. Mas o pior estava por vir, para perturbar a tranqiiilidade da noite em que esperava repousar. Blumentritt chegara de carro, por volta das 19:00 h, e trouxera outra das ordens detalhadas enviadas em nome de Witzleben, antes da chegada deste último a
124
Esse
estimulou nome
o
ânimo
cansado
representava
mais
de
para
ele do que o de Beck. Homens como estes não podiam estar errados. Ele confiava muito mais neles do que jamais poderia confiar em Keitel. Talvez Hitler estivesse morto
mesmo,
como
diziam. Mas,
enquan-
to decidia se devia ou não dar ordens para as prisões, recebeu pelo telefone um aviso
de Keitel, em Rastenburg, garantindo que Hitler estava vivo, que Himmler era o novo
Comandante-Chefe do Exército de Reserva
e que quaisquer ordens
dadas
em nome de
Fromm, Witzleben ou Hoepner eram nulas, A autoridade estava agora nas mãos de Keitel
e
Himmler,
agindo
nome
em
do
Fithrer. Kluge sentiu quanto fora bom não
se ter precipitado a agir em apoio do golpe.
Ele compreendia também o quanto era necessário assegurar-se dos fatos e fazer inda-
gações minuciosas. Kluge disse a Blumen-
tritt para
telefonar
para
não havia ali nenhuma
Rastenburg,
mas
autoridade disponi-
vel, pois estava havendo uma conferência de oficiais. Finalmente, ele conseguiu falar
com
Stieff,
a quem
conhecia
muito
bem.
Mas Stieff há muito retirara seu apoio à
qualquer
ação
ulterior,
pois,
na
sua
opl-
nião, a tentativa fracassara antes mesmo de começar. Ele apenas assegurou a Kluge que Hitler estava vivo e que o informe transmitido pelo rádio era verdadeiro. Stieff tomou o cuidado de não incriminar de modo algum a si próprio ou qualquer outro no que acontecera. Kluge desligou, totalmente desanimado. “A coisa toda saiu er-
rada” — foi seu comentário particular. Co-
mo
Stieff, ele somente
agiria se Hitler esti-
vesse morto. Mas desejava que o golpe fos-
se um
sucesso, pois, melhor
que ninguém,
sabia que a guerra estava péssima para O
a odo algum terminou aceltara o nã e qu , el ag pn il St aris. a
e empenhara qu e el it Ke de as ordens guiria quer Hitler se os pr e qu ck Be palavra a caminho à va ta es o, nã estivesse vivo quer oficialu se o m o c e, ug Kl ara convencer & r as ma ir nf co a ri ve de e comandante, que el em s da ma to o nd se m va ta medidas que já es ra dar Pa . to en im ec nh co Paris, sem seu ilpnagel trazia St , os el ap s ao so pe mais is leais ação
colegas ma us se s do ns gu al o ig ns co . Na vern o y u G e h c o R La ra pa e intimos visitaria e qu ão ss mi co a um dade, era Kluge.
o CoEm companhia de Stilpnagel iam periente) e ronel Hofacker (um advogado ex General o Dr. Max Horst, cunhado do ssou Speidel. Anoitecia quando o carro pa pelos portões do castelo em que se encontrava Kluge.
Este os recebeu cortesmente na bela sala que usava para conferências de seu EstadoMaior, decorada com preciosas e floridas tapeçarias, que tinham sido guardadas pelos franceses para protegê-las dos azares da guerra. Tudo
parecia muito elegante e civi-
lizado para um momento tão desesperado da vida da Alemanha, embora a elegância fosse sombria e melancólica. Kluge convidou Blumentritt a participar da conferência, e todos sentaram-se para debater as questões
implicadas
nesse
incômodo
caso.
Hofacker, devido à sua profunda convicção
e sua eloquência de advogado brilhante, bem como ao fato de ser primo de Stauf-
fenberg, fora escolhido para reunir os fatos
e apresentar o caso a Kluge. Hofacker falou com honestidade sobre a necessidade
de se libertar a Alemanha
das mãos de
Hitler. Kluge ouviu com gravidade uma oração que deve ter durado um quarto de hora sem nada dizer. Ele estava agora certo de que Hitler vivia. Hofacker prosseguiu, salientando a importância da conspiração na França é seus reflexos em Berlim. Lembraram a Kluge anha que ele era o senhor no oeste. À Alem a voltava-se para ele em busca da mesm . liderança que Beck desenvolvia em Berlim esperas do to € ar fal de u ro pa er Hofack
ram
pela resposta de Kluge. Este levan-
tou-se:
“Senhores”
—
disse ele —
“a coisa fa-
Albert Speer, Ministro dos eto Armamentos de Hitler, seu arquit
particular e íntimo do seu círculo.
lhou”.
Stilpnagel indagou ansioso se Kluge por soubera de alguma coisa do que estava acontecer. “Claro que não” — disse Kluge. — “Não tinha nenhuma idéia.” Stilpnagel compreendeu, como acontecea-se ra antes com Beck, que Kluge demiti ava da causa e que ele proprio, portanto, est numa situação que poderia facilmente custar-lhe a vida. Em Paris, já seus homens estavam arrebanhando os principais oficiais das SS e da Gestapo e prendendo-os. Ele dependera da aceitação de Kluge desse fait
accompli;
afinal
de
contas,
contava
como
certo o golpe de Estado que estaria em andamento na Alemanha. Ele ergueu-se €, sem pensar no que estava fazendo, saiu para o terraço, imerso em seus pensamentos. Então, ouviu a voz de Kluge chama-lo. “Senhores” .. disse Kluge —. “convi do-os a jantar comigo”. Na Bendlerstrasse, eles só podiam, agora, ouvir a rádio que não tinham captura-
125
prisões já estavam sendo
do. Uma orquestra trombeteava música de Wagner. Vez por outra anunciavam que Hitler falaria à nação naquela noite. Ja então as forças do Terceiro Reich estavam to Skorzeny (o oficial que liderara a unidasalvara
Mussolini
e o trouxera
da
“Por
que
“Não
pude
Itália) do vagão-dormitório em que viajava para Viena, a fim de utilizar seus serviços de especialista no combate as forças minguantes da insurreição. Ele voltou ao quartel do Leibstandarte para encarregar-se da
perguntou,
ques que ainda pudessem estar à espreita em Berlim, às ordens dos conspiradores.
xarem
que ainda estava com cuidado
Comeu
Goebbels), tomou o
o ministério fosse tecnicamente o Q-G do
seu novo comando. Ele preferiu unir-se a Goebbels e montar um centro de investiga-
ções do fracassado golpe na própria casa do Ministro. Achava que as investigações seriam muito melhor dirigidas dali. Mas ele deixou Fromm livre para realizar sua prómal,
em
La
Roche-Guyon
papel de anfitrião com
dade. gum
gou-o ainda deria ambos
o
aparente equanimi-
Speidel, que esteve presente por al-
tempo,
questão inato
foi for-
a luz de velas. Kluge desempenhou
de
foi chamado
urgente.
a resolver
uma
Stilpnagel
obri-
Eventualmente,
honestidade
de
o senso
a dizer a verdade a Kluge. Quando estavam à mesa, perguntou-lhe se poconversar em particular com ele e se retiraram para uma sala próxima.
Minutos depois Kluge apareceu incomu-
mente e enraivecido, chamando Blumentritt em altos brados; este ainda estava à mesa. Estava encolerizado pela insubordinação de Stulpnagel, pelas prisões de oficiais das SS e da Gestapo. As piores coisas estavam sendo
feitas
no
desconhecimento
Comandante-Chefe.
Ordenou
dele,
o
a Blumentritt
que desfizesse o que Stiilpnagel tinha man-
dado fazer, imediatamente, antes que as coisas piorassem. “Do contrário, não me responsabilizarei por nada, nada, nada” — gritou ele, com voz irada. Blumentritt telefonou a Paris e voltou com a resposta que Kluge mais temia. As
126
SAS
me
telefonou?”
is
entrar em contato com o se-
e bebeu em silêncio. Depois, levan-
a sala de jantar,
Stulpnagel: | “Você tem
de evitar a Bendlerstrasse, embora
O jantar
não
tou-se e as velas foram apagadas. Ao dei.
de Rastenburg segundo Speer,
pria vendetta na Bendlerstrasse.
você
nhor” —. respondeu Stilpnagel, Kluge acalmou-se e sentou-se à mesa,
dispersão final de quaisquer tropas ou tanQuando Himmler chegou (so depois da meia-noite,
elas
haviam começado pouco depois das dez horas. Kluge estava estupefato; voltou-se para Stulpnagel, pessoa de quem sempre gostara:
agindo; as SS chegaram mesmo a tirar Otde que
feitas:
de
voltar
ele voltou-se
a Paris.
para
Tem
de
libertar esses homens. A responsabilidade é sua” — disse. “A sorte está lançada, Herr Feldmarscha" — respondeu Stiilpnagel. — “Não podemos
“Se
recuar agora.”
aquele
comentou
porco
Kluge,
estivesse
tristemente,
morto” ao
levar
Stulpnagel até o carro deste. ... “Você tem
de considerar-se suspenso da ativa. É me-
lhor desaparecer.” Stulpnagel fez-lhe continência. Kluge simplesmente inclinou-se, deu-lhe as costas e voltou para o castelo. Ele compreendia a
significação
noite. Em
dos
acontecimentos
daquela
Paris, como em Berlim, era grande a
confusão. Entrechocavam-se ordens e contra-ordens. Cerca de 1.200 oficiais impor-
tantes das SS e da Gestapo haviam sido arrebanhados com exemplar eficiência. Não se disparara um só tiro. O desespero instalou-se na própria Bendlerstrasse. Com a partida das unidades que
deviam
apoiar
a revolta,
os
conspiradores
ficaram sozinhos. Por volta das 22:30 h, Olbricht compreendeu que os participantes do golpe estavam completamente isolados € teriam de defender sua posição. No Ministério da Guerra, os oficiais leais a Hitler tinham formado sua própria linha de resistência, Herber duvidou abertamente da autoridade de Olbricht; seus colegas, entrementes, haviam conseguido trazer algumas armas de um arsenal das proximidades € estavam decididos a libertar Fromm. As
22:30
h,
Herber
von
der
Heyde
€
seus seguidores desfecharam um ataque ar-
mado à sede dos conspiradores. Invadiram
que conferen, ht ic br Ol de la sa primeiro a vis, amigos da conspici ns gu al ciava com a se tinham juntado a ele naquel
ter Yorck Pe , cr ai nm te rs Ge n ge Eu — te ld. (Otto ho rt Be , rg be en ff au St de o mã a «r o
raç ao,
q ue
gum temp al a ar ss pa e qu l vi ci o a outr titiveverra e el ra pa te en zm li fe | , se as ag Bendlerstr
ração pi ns co a m co do ga li o ci de sair a negó :00 h.) uco antes das 21 sua arma para Olbricht, apontando
e Heyde acusou-o de deslealdade ao Fuhrer Fromm. exigiu que os levasse ao General os inricht simplesmente encaminhou
Olb
o seu trusos a Hoepner, que declarou ser Delia Entrementes, Comandante-Chefe.
Ziegler descera o corredor correndo, para avisar Beck e Hoepner, que estavam isolados na sala de Fromm. No caminho, ela
encontrou
correram
Stauffenberg e Haeften, que logo
auxilio
em
de
Olbricht.
Foram
recebidos a tiros e tiveram de recuar para
o corredor. Stauffenberg ficou seriamente ferido no braço esquerdo (o que lhe restava).
Houve, no corredor, troca de tiros entre
os homens leais à conspiração e os fieis a Hitler. Beck, Hoepner, Olbricht, Stauffene Haeften
berg
foram
mas
do
pré-
menos importantes da
alguns dos membros
conspiração
arrebanhados,
conseguiram
escapar
dio. O resto foi confinado sob guarda. Fromm, libertado, viu chegar sua hora
final de vingança. Naturalmente, ele não sabia que fora substituido no comando. Instalou um conselho de guerra sumário por volta das 23:00 h, pois estava ansioso por provar que não participara da conspiração contra o Fuhrer. Confrontando os lideres do golpe, instou-os a depor as armas. Beck imediatamente exigiu que, como oficial, se lhe respeitassem o direito de manter a pistola (deduziu-se), para suicidar-se. Cansado e abatido, ele fracassou
=
em pou der ele
seu primeiro tiro, que apenas lhe rasa têmpora. Quando os homens de Hertentaram arrancar-lhe a pistola da mão, implorou que lhe permitissem tentar no-
vamente. Fromm concordou. Também concordou que Hoepner, que se recusara a matar-se,
deveria
ser
enviado
para
a prisão,
MT
para responder a inquérito e ao subsequente conselho de guerra. Aos
outros,
disse
bruscamente
que,
Sé
tivessem qualquer mensagem final a escre-
ver as suas mulheres, que o fizessem agora. Olbricht e Hoepner sentaram-se para escrever. Entrementes, Fromm preparara o pelotão de fuzilamento no pátio do ministério, recrutado entre os homens de Remer. Beck, sangrando e quase inanimado, preparava-se para tentar novamente contra a vida. Stauffenberg, seriamente ferido, deixara-se cair numa cadeira; sangrava profundamente e era atendido por Haeften. Fromm, olhando mais para o relógio do que para suas vítimas, sentenciou quatro dos conspiradores à execução imediata -— Stauffenberg, Olbricht, Quirnheim e Haeften. Dez homens esperavam no pátio interno, no pelotão de
fuzilamento,
para
executâ-los
à luz dos fa-
róis de carros e caminhões que haviam si-
do levados para lã para essa finalidade. Beck reanimou-se o suficiente para ten-
tar outro tiro. Pediu ajuda, caso fracassasse também dessa vez. Fromm concordou e
disse a um sargento da guarda para matãlo se o tiro falhasse. Beck finalmente foi morto com um tiro que o sargento lhe deu no pescoço. Os outros foram levados as pressas à presença do pelotão de fuzilamento. Haeften amparando Stauffenberg, que
ainda sangrava e estava quase inconsciente.
Ele reanimou-se momentaneamente ao enfrentar a linha de fuzis. Deu-se a ordem de disparar. “Viva nossa sagrada Alemanha”, bradou ele ao tombar com seus amigos, na salva
de tiros que ecoou pelo pátio, sob a janela
de Fromm. Como que em represália, as sereias soaram por toda Berlim, avisando de um ata-
que aéreo. No “Hotel Raphael”, aposentos dos oficiais em Paris, os associados imediatos de Stilpnagel aguardavam em desespero seu
retorno de La Roche-Guyon. O rádio estava ligado, anunciando repetidamente que Hitler falaria naquela noite. Eles sabiam que o golpe de Estado fracassara e que os homens cuja prisão tinha sido responsabilidade deles deviam ser libertados e, se possível, acalmados. A posição parecia desesperadora. Os “bastardos negros”, como o
exercito
chamava
as SS,
devido
aos
uniformes pretos, poderiam vingar-se logo fossem libertados. Os homens Stilpnagel afogavam suas dúvidas
seus
tão de em
champanha. Um deles, o Coronel Linstow.
127
depois
que sofria do coração, desmaiou
ter falado
telefone.
pelo
Stauffenberg
com
de
Este lhe dissera que as forças da oposição já se reuniam e não demorariam a atacalos na Bendlerstrasse.
Stilpnagel chegou depois da meia-noite. Não havia nada a fazer por ele, exceto
dar-lhe Hitler.
fala
a
e aguardar
champanha
de
E esta foi ouvida à uma hora da manhã de 21 de julho. A música marcial caiu para o fundo, e a voz rouca do Fuhrer. inidenti-
ficavel quase pelos efeitos secundarios do choque. remoia as expressões de vingança que todos os homens e mulheres simpati-
zantes do golpe de Estado mais temiam: “Uma sucia muito pequena de oficiais ambiciosos, desonrados e criminosamente estúpidos, preparou uma conspiração para eliminar-me e, ao mesmo tempo, derrubar o Alto-Comando das forças armadas alemas. Uma bomba colocada pelo Coronel Conde von Staufienberg explodiu a dois
metros à minha direita, ferindo seriamente vários membros fieis do meu EstadoMaior. Um deles morreu. Felizmente sai completamente
pequenas
ileso, salvo
riações e queimaduras
esco-
leves. Vejo isso co-
mo uma confirmação da Providência de que devo continuar buscando a meta da minha vida, como tenho feito até agoTA saio
Os
ravam seria
conspiradores
sobreviventes
conjetu-
que
ensaiara
sobre se era mesmo
a voz
de
algum
para imitar o morto?
ator
o Fuhrer.
Ou
“Os conspiradores se iludiram muito. A alegação desses usurpadores de que não es-
tou vivo cai no ridiculo no momento
em
que lhes falo, meus queridos camaradas. O
circulo de conspiradores é muito pequeno. Ele não tem nada em comum com o espirito das forças armadas alemãs e, sobretudo,
nada em comum
ta-se de uma
com o povo alemão. Tra-
quadrilha
pequena
muito
de
elementos criminosos que serão implacavelmente exterminados . . .”
Era indiscutivelmente a voz obsessiva de Hitler. “Portanto,
dou
agora
ordens
para
que
nenhuma autoridade civil obedeça as instruções de qualquer departamento que esses usurpadores procuram controlar; que nenhuma
128
autoridade
militar, oficial ou solda-
Si psa8]
do, obedeça a quaisquer ordens desses homens. Ão contrário, é dever de todos pren-
der
ou,
se
resistir,
contra qualquer
um
ordens ...
atirar
imediatamente
que dê ou execute tais
Ouvindo em Berlim, Goebbels irritou-se com o inepto desempenho de Hitler. Por que o Fuhrer, nesses momentos críticos faz
por ignorar
seus serviços profissionais
na hora de redigir e ensaiar a transmissão?
Evidentemente,
Rastenburg
podia
tempo.
estar
precisavam
como
em
em
dois
dele
Berlim,
lugares
mas
ao
tanto
em
ele não
mesmo
“Para restabelecer a ordem, nomeei Himmler, o Ministro do Reich, Comandan-
te do Exército de Reserva... Estou convencido de que, com o desaparecimento
dessa súcia
minúscula
de conspiradores, fi-
nalmente estaremos criando no solo pátrio a atmosfera que os combatentes na linha de frente precisam.”
O discurso de Hitler estava sendo acompanhado por todos os sistemas de escuta do mundo. Ele estaria nas primeiras pági-
nas dos jornais em fora do minguante
toda a parte, dentro e império alemão, asso-
berbado em todas as fronteiras pelos vitoriosos exércitos americano, britânico e so-
viético. “E inacreditável que, na frente de bata-
lha, centenas de milhares, não, milhões, de bons homens se esforcem ao máximo, enquanto uma pequena quadrilha de ambiciosos e miseráveis aqui em nossa pátria tente
sabotà-los eternamente. Desta vez ajustaremos contas com eles da maneira como nós, nacionais-socialistas, estamos acostumados
a fazer...” —
Os
conspiradores
foragidos
escutavam
Goerdeler oculto; Otto John, que estava
em casa com seu irmão e o irmão de Bonhoeffer, esperando a chegada da Gestapo a qualquer momento; Gisevius, com ami-
gos, em
suas salas, no subsolo, nos subúr-
bios de Berlim. Tresckow, na distante frente oriental, fora deitar-se em desespero. Schlabrendorff trouxe-lhe a notícia de que Hitler estava fulminando a todos pelo rádio. Tudo o que Tresckow pôde dizer foi: “Eu me matarei”. “Provavelmente apenas uns poucos podem imaginar qual teria sido o destino da Alemanha se a conspiração tivesse êxito.
= E
am
E sem
Hitler visita Scherff, historiógrafo das
Agradeço à Providência e ao Criador, não por ter Ele me conservado. Minha vida é dedicada unicamente ao interesse do meu povo, a trabalhar por ele. Antes, agradeçoLhe porque Ele me possibilitou continuar arcando com essas preocupações, a prosseguir em meu trabalho, segundo minha ca-
pacidade e minha
conferências de do atentado.
“substituira, Fromm
consciência .. .”
tros, os homens que haviam sido arrastados para a prisão havia pouco mais de entre
os
quais
Hoepner,
Gers-
tenmaier, Peter Yorck e o irmão de Stauf-
fenberg, Berthold. A maioria deles estava acorrentada, amontoada nas celas da Ges-
tapo, pronta para as horas intermináveis de interrogatório e tortura. Hitler concluiu: “Posso, uma vez mais, saudá-los alegremente, meus velhos companheiros de bata-
lha... Vejo nisso um augúrio da Providência para prosseguir em meu trabalho e,
portanto, assim farei.”
A Bendlerstrasse, às horas mortas de sexta-feira, 21 de julho, estava iluminada pelos holofotes, depois do ataque aéreo, € guardada pelas SS. Kaltenbrunner, chefe
Ao
da
meia-noite
e sua presençã n
E]
a
1
comu-
chegar
à casa
de Goebbels,
ele foi
novamente preso. “Você apressou-se um bocado em meter suas testemunhas debaixo terra”, foi tudo o que Goebbels lhe isse.
da Segurança do Reich de Himmler, chega-
ra ali antes
transmitira uma
mais não que do comando nicação ocupava: “O putsch tentado por generais irresponsáveis foi dominado implacavelmente. Todos os líderes foram fuzilados. As ordens dadas pelo Feldmarechal von Witzleben, Coronel-General Hoepner, General Beck e General Olbricht não devem ser obedecidas. Assumi novamente o comando, depois de minha prisão temporária pela força das armas.” Quando as SS montaram sua guarda na Bendlerstrasse, Fromm compreendeu que era hora de ir embora. Ele decidiu chamar Goebbels e explicar-se, já que não tinha certeza do quanto o consideravam implicado.
nados, Dohnanyi, Miiller, Bonhoeffer e ouhora,
Hitler, sobrevivente
impedira Fromm de prosseguir na execução dos que haviam tentado envolvê-lo na conspiração. Ainda ignorando que Hitler o
Os homens que estavam presos não podiam ouvir o discurso ... homens já confi-
uma
q
' md
Vo = po
5
129
Os resultados
Os telefones ainda funcionavam na casa de Goebbels nas primeiras horas de sextafeira, 21 de julho. Um por um, os suspeitos foram trazidos ou, como Fromm e Hell'dorf, vieram de livre e espontânea vontade, na esperança de que, apresentando-se para ajudar nas investigações, talvez fossem inocentados de qualquer envolvimento na conspiração. Entre os que foram presos durante a noite incluíia-se Haase, o Coman-
dante de Berlim. Speer vira Fromm tentar convencer Goebbels a deixar que ele falasse diretamente com Hitler, mas Goebbels ape-
nas o prendeu. Segundo Speer, Goebbels sempre odiara Fromm. Goebbels sentia-se triunfante. Jactava-se
de haver, como a todo instante afirmava, sozinho
superado
a
rebelião.
Quando
Himmler chegou de Rastenburg, Goebbels
não perdeu tempo em deixar isso bem claalcanro. Himmler cuidara de não ficar ao Freisler (centro), Presidente do
ento Tribunal Popular, inicia o julgam dos conspiradores.
ce do telefone durante a noite, voando para Berlim já bem tarde. Procurou mesmo não descer em Rangsdorf, desembarcando em aeroporto não especificado. Ouviu pacientemente enquanto Goebbels despejava seu desprezo sobre os métodos amadoristas dos conspiradores. Que tolos foram eles em deixá-lo, evidentemente o inimigo mais perigoso em Berlim, livre para comunicar-se com Hitler, para planejar os contragolpes sem ser molestado. Dentre os dissidentes, ape-
nas
Stauffenberg
merecia sua admiração.
Goebbels e Himmler separaram-se às 4 ho“ras da manhã, trocando um aperto de mãos. “O putsch terminou” — — disse Goebbels. “Foi como uma trovoada. O ar estã
limpo.” Nas primeiras horas de 21 de julho, em Paris, os oficiais das SS e da Gestapo que haviam sido confinados no “Hotel Continental” foram todos libertados. Stúlpnagel resistiu quanto pôde, mas acabou cedendo, pressionado inclusive pelo Almirante Krancke,
seguidor dos nazistas, que amea-
çou usar os fuzileiros navais
para libertar
131]
o o fizesse. nã to ci ér ex O colegas. Se que o Geo d a n u t r o f a a er -fLO modo. s SS
E
Deal SS
nte da a d n a m o C , g r e b O Karl exercito. do ex-militar fosse
is.
E
O
andou
von
Hans
General
stilpnagel m Comandante da Cidade e que s,
veis pelas prisõe á s n o p s e r s O e tr estivera en hael” para p a R “ ao r vi a g r convidar Obe neberg chei o B o. ad rt be li de beber depois u monocuse u o m r i , f ” l a t n e n i t n o C “ : gou ao estilo, de an gr em a st zi na ão aç lo. fez a saud Oberg, disse-
apresentou cumprimentos a idou a ir ao nv co O € e vr li va ta es e qu lhe “Raphael” para festejar. Obere, tendo uma para
complicada
situação
acel-
investigar,
exigisse UMa , te en lm ra tu na , ra bo em —. tou “Raphael”, explicação. AO chegarem ao
Stilpnagel
procurou
tasse nisso
ou
que as ameaça das SS ter sido
apazigua-lo
à prisões tinham sido feitas devido is do golpe do exército — Os oficia e da Gestapo poderiam muito bem assassinados. Quer Oberg acredio champa-
ele aceitou
não,
apertou-lhe
nha de Stilpnagel e ate mesmo
a
dizendo
Para
mão.
um
general
SS,
das
ele
se
revelou até relativamente atencioso. Por ordem de Kluge, Blumentritt veio de La Roche-Guyon, às três horas da manhã,
para substituir no comando a Stilpnagel, ficando no minimo surpreso ao ser convidado, assim que chegou, a participar da festa c ao descobrir Stiilpnagel e Oberg bebendo juntos. Tanto quanto possivel, os oficiais do Comando Oeste estavam decididos a disfarçar e a fazer esquecer os acontecimentos da noite o mais pacificamente possivel. Todos eram alemães, reunidos num
Portanto,
ocupado.
pais
deviam
pelo
menos mostrar uma frente unida. Stúlpnagel e Kluge decidiram tirar a propria vida, O primeiro deixou a festa para ir ao seu
escritório,
no “Majestic”, e destruir
quaisquer papéis que fossem incriminadlso-,
res. Sua secretária, a Condessa Podewi encontrou-o ali ao chegar às 08:00 h da manhã de sexta-feira. As 09:00 h, Keitel chamou-o depois de
viagem,
a Berlim. Ele partiu de carro, a um ligeiro almoço. Em meio
determinou
ao motorista que des-
bataviasse na direção de Verdun, local da o de lha medonha, de fevereiro a outubr Almirante
a Krancke, que forçou um
radores. pi ns co os m co o sã deci
1916. Ali, onde lutara como jovem tenente,
onde muitos oficiais e soldados do seu regimento haviam morrido, ele se afastou do carro
ec tentou
para
a
com
matar-se
um
==
tiro
embora, por algum tempo, se pensasse que ele fora ferido por tiros dos guerrilheiros que infestavam aquela região. Seu corpo foi tirado, quase sem vida, do rio próximo e foi levado às pressas para um hospital militar em Verdun. Um de seus olhos fora destruído pela bala que lhe penetrara a cabeça através da têmpora direita. Depois de uma operação de emergência e de uma transfusão de sangue, sobreviveu o tempo necessário para ser torturado e submetido a julgamento, com seus companheiros de conspiração, no fim daquele mês. A princípio Kluge tentou dissociar-se do golpe de Estado, mandando a Hitler um relatório completo e condenatório das ações de Stilpnagel no dia 20 de julho. Mas isto apenas serviu para torná-lo suspeito tanto aos olhos dos nazistas como aos dos simpatizantes do golpe. Angustiado, ele começou a achar que toda culpa do | que acontecera na França recaia sobre seus ombros. Três semanas depois, o seu sucessor no comando, o brutal Feldmarechal Walther Model, chegou da Alemanha com a comunicação de que fora demitido. Caracteristicamente, Hitler nem se dera ao trabalho de informar Kluge de sua dispensa e que devia ser interrogado na Alemanha. Com o som dos canhões inimigos aproximando-se de La Roche-Guyon, ele partiu carro.
sombra
um
Alemanha,
a
de
18
Envenenou-se enquanto de
uma
árvore,
após
agosto,
num |
almoçava
à |
ter redigido
apelo a Hitler para que fizesse a paz,
|
entre as expressões mais bajulatórias. Quando Tresckow, na distante frente oriental, enfrentou a luz do dia 21 de julho, também estava decidido a morrer. Schlabrendorff tentou demovê-lo, insistindo para
que pelo menos esperasse para ver se era
suspeito ou não. Mas para da não tinha mais qualquer diu um carro e dirigiu-se frente. Ali, deixou o carro
Tresckow a significado. para a linha e caminhou
vi-/l Pede até
a terra-de-ninguém, entre as linhas alema e
russa, e tentou fingir que fora morto por balas russas; disparou alguns tiros para O ar e depois
de mão.
destruiu-se
com
uma
granada
1331)
E pouco provável que Tresckow fosse poupado. Schlabrendorff permaneceu em seu posto em calma determinação, esperando a chamada inevitavel. Ela so veio a 17 de agosto.
Ele estava
a ponto
de seguir
o
exemplo do seu amigo, mas diz que poderoso impulso o impediu de matar-se. Foi o
único dos conspiradores diretamente envolvidos num dos dois principais atentados
contra a vida de Hitler a sobreviver a tormenta terrivel. Ele foi levado para o Q-G
da Gestapo em Berlim, a notória prisão na
Prinz Albrechtstrasse. Dos cabeças da conspiração, Fellgiebel e Stieff logo foram presos em Rastenbure, enquanto que, nos dias seguintes ao atentado. Hofacker e Finckh estiveram entre os primeiros a serem presos e levados para a Alemanha para serem julgados. Witzleben, que estava, com sua filha casada, na casa de um amigo, a uns 80 km de Berlim, passara pouco tempo no Ministério da Guerra,
como do do a sua julho. disse
vimos, deixando-o quando o resultagolpe parecia desesperado, chegando casa por volta das 22:00 h de 20 de “Amanha o carrasco estara aqui”, ele com amargura. Foi preso ao
| meio-dia
de
21
de julho.
Goerdeler,
por
outro lado, estava foragido, de inicio ficando na casa de um ou outro dos seus mui-
tos amigos, em Berlim. No dia 20 de julho, deixou a cidade temporariamente, regressando no dia 25. Como a Gestapo ja sabia | que ele seria o Chanceler da nova Alema' nha, depois do golpe, sua cabeça foi posta
| a prêmio
—.
um
milhão
de marcos.
Ele
compreendeu que só expunha a perigo os amigos que o abrigavam e que seria inevitável a sua prisão. Finalmente, deixou Berlim, a 8 de agosto, a pe, com uma mochila as costas, decidido a ir visitar seu lar na | Prússia Ocidental. Chegou a Marienburg no
dia
IO de
agosto,
passando
a noite na
sala de espera da estação ferroviária. Vaga-
va por uma das áreas onde mais facilmente seria reconhecido.
de agosto, por uma
E finalmente o foi, a 12 mulher
uniformizada e
que conhecia sua familia, que o prendeu . quando ele tentava fugir por um bosque. Mais tarde, essa mulher arrependeu-se do que
fizera
e mal
tocou
o dinheiro
da
re-
compensa que Hitler lhe entregara pessoal-
| jmente.
Muito
134
poucos
dos que estavam estreita-
mente
ligados
a conspiração
conseguiram
escapar. Dos oficiais mais jovens envolvidos num ou noutro momento na Bendlers-
trasse, Fritsche fugiu do local da tentativa do golpe e tomou o ultimo trem para sua casa, em Potsdam; Hammerstein também escapou, mas teve de se esconder. Infelizmente, Kleist foi preso, enquanto que Delia Ziegler foi submetida a rigoroso interrogatório. Gisevius, que a Gestapo queria, ficou oculto em Berlim mesmo, metido em rou-
pas de verão civis durante todo o inverno, sofrendo seriamente com o frio. Finalmente conseguiu
atravessar a fronteira para a Sui-
ça, em janeiro, com auxilio de documentos forjados. Otto John, que era consultor juridico da “Lufthansa”, calmamente tomou o avião para Madri no dia 24 de julho, deixando a Alemanha sem qualquer dificuldade. A 22 de setembro, os conspiradores sofreram outro rude golpe. O cofre secreto de Dohnanyi,
em
cheio
ainda
Zossen,
de do-
cumentos que incriminariam os conspirado-
res, foi aberto por um serralheiro na presença de Sonderegger, o agente da Gestapo que prendera Dohnanyi. Esses papéis elimi-
naram
quaisquer
Huppenkothen
dúvidas
sobre
a culpa
da
mente
do grupo
de
de
conspiradores da Abwehr, e os que ja não estavam presos - em particular Canaris e Oster —. logo se juntaram ao grupo distin-
to de homens em reclusão solitária na Prinz Albrechstrasse, grupo que finalmente incluiu Goerdeler, Miller,
Oster, Canaris e
Hassell, que foi preso pela Gestapo a 28 de julho. Outros homens íntimos do circulo da Abwehr, como Schrader, preferiram matar-se. Hitler havia decidido que o interrogatório implacável deveria ser seguido, o mais breve possivel, de uma série de julgamentos de demonstração. Kaltenbrunner foi encarregado de reunir provas, enquanto seu grande grupo de interrogadores e investiga-
dores (que, segundo se diz, em determinado momento chegou a 400) era dirigido por
Huppenkothen. A grande coleção de documentos em que se basearam os julgadores sobreviveu à guerra e passou a ser conheci-
General
Tribunal
Helmuth
Popular.
Stieff,
levado
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Hitler esta-
va tão espantado com o volume da oposição ao seu governo, que haviam descoberto
que proibiu a apresentação de grande parte das provas no tribunal. Os interrogatórios eram feitos debaixo de diferentes formas de intimidação, segundo os métodos cuidadosamente estudados da Gestapo. De qualquer modo, não era normal a Gestapo cuidar de casos militares, de ordinário apreciados por conselhos de guerra. Mas participantes
os militares arrolados como da intentona foram privados
das patentes e compareceram
ao tribunal
em trajes civis que lhes arrumaram, roupas
em geral excessivamente folgadas, as calças sem
cinto,
tudo,
enfim,
preparado
para
realçar o ridículo e a humilhação. Os julgamentos, realizados sob iluminação intensa, foram filmados e gravados, de início para o regozijo particular de Hitler, fazendo-se
também filmes detalhados das execuções. A
Gestapo fazia o que entendia com os prisioneiros, embora aqueles confinados sob por supervisão militar, na prisão de Tegel, or. exemplo, recebessem tratamento melh
filiar ao nazismo,
antes
comunista,
em
1925.
de se
Era culto, em-
berrar, com a raiva fria e calculista de um sádico: como Goebbels, ele era mais um
sádico profissional do que natural. A maioria dos acusados deixou que “exames” passassem com o minimo de posta possível; os mais sensíveis dentre logo compreenderam, no primeiro dia,
seus reseles que
qualquer resposta além de “sim” ou “não” a Freisler uma
dava
oportunidade
de ata-
car. Witzleben e Hoepner, em particular, deram a Freisler oportunidades inumeráveis para escarnecer. A governanta de Beck foi obrigada a testemunhar que a cama do general muitas vezes ficara molhada de suor durante o período dos atentados, em julho. De um modo geral, os intelectuais foram os que se sairam melhor. A rudeza de
Yorck sobre a oposição ao nacional-socialismo provou ser ele um adversário a altura para a invectiva de Freisler, enquanto que
uma curiosa batalha de espirito, quase que
um debate intelectual, desenvolveu-se muito depois, entre Freisler e Moltke, no julga-
mento deste, realizado. após longa demora,
ir. Submecando fome e impedidos de dorm 7 dos e prolonga -nos a interrogatórios
quais revela haver experimentado certo pra-
pas-
tiam ra do dia ou da ho er qu al qu a , es nt ta cons
Os primeiros Sem
o gravata € algemad
policial,
cela.
à Juizo, a serem chamados a um
a à sua lt vo ff ie St l ra ne O Ge
para sua mulher uma do
julgamento,
em
descrição
cartas
detalhada
secretas,
zer em seu duelo com Freisler. A primeira fase dos julgamentos
nas
levou
às sentenças inevitáveis de execução. Os prisioneiros foram de fato expostos ao público e às câmaras cinematográficas para
receber os ataques selvagens de Freisler, e depois levados para a prisão de Plótzensee,
ainda sob as luzes intensas das câmaras de filmar,
para
serem
enforcados
com
finas
139 E
e
armas para intimidar, valendo-se de quaisquer respostas que pudesse arrancar das suas vítimas para despejar seu escarnio sobre elas. Repentinamente, ele se punha a
no mês de janeiro seguinte. Moltke deixou
nas suas celas,
e
bora de inteligência limitada. No tribunal, usava do sarcasmo e da invectiva como
notadamente prisioneiros, dos Alguns Schlabrendorff, foram torturados. A maioria ficou acorrentada
qem
fora
muitos,
Dodi
executadas.
como
oa
foram
desdobrou-se por fazer desses julgamentos a obra-prima da sua carreira. Como muitos nazistas, ele tinha, em seu passado, um pecado que o estimulava à crueldade, para tornar menos provável a sua descoberta:
LE
menos,
cujo envolvimento na conspiração claramente estabelecido. Freisler
-
pelo
outros estava
=
e interrogadas. Todas as pessoas, na Alemanha, com o nome de Stauffenberg, foram presas e torturadas, inclusive mulheres e crianças. Algumas das crianças foram escondidas por familias amigas sob falsos nomes. O intenso periodo de interrogatórios, realizados dia e noite, foi de fins de julho até setembro, enquanto que os julgamentos em si, presididos por Roland Freisler, o notório Presidente do Tribunal Popular, começaram a 7 de agosto, com atos punitivos e desdenhosos de vingança em nome do Fihrer. Sabe-se que cerca de 200 pessoas,
E
se que cerca de 7.000 pessoas foram presas
nos dias 7 e 8 de agosto, foram Witzleben, Hoepner, Stieff, Haase e Peter Yorck, entre
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Kaltenbrunner.
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cru!
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”
Ros Rota EEE ah
acontecia: “Imagine-se uma sala com um teto baixo
caiadas
e paredes
de branco. A pequena
distância do teto havia um trilho, de onde calam
seis grandes
desses que Os
ganchos,
açougueiros usam para pendurar carne. Num dos cantos ficava a câmara cinemato-
gráfica. Os refletores lançavam uma luz ce-
gante ... Junto da parede havia uma pequena mesa, com uma garrafa de conhaque e copos para as testemunhas da execução . .. O olhar do carrasco era permanentemente malévolo e ele não parava de pilhecar, A câmara filmava sem cessar, pois Hitler queria ver e ouvir como seus inimigos morriam ... Ele chamara o carrasco a sua presença
e providenciara
pessoalmente
os detalhes dos trabalhos. “Quero que eles sejam enforcados lentamente, pendurados como
carcaças de carne.”
Depois de idênticos julgamentos, muitos dos membros da Resistência foram submetidos à exibição pública e executados —
incluindo Trott zu Soltz e Helldorf, em agosto; Hassell, em setembro; Hofacker,
em dezembro e Nebe muito depois, ja em março de 1945. Rommel, sendo o mais €spetacular dos generais de Hitler e cuja cul-
pa o Fiihrer não ordens
recebeu
de
podia
trazer à público,
se suicidar
assim
que
sua
au-
suficientemente recuperado dos seus feria mentos. Ele morreu pelas próprias mãos, gene14 de outubro, na presença dos dois
rais enviados to-execução,
ganda,
para supervisionar
e então,
para
foi sepultado com
fins
honras
de
propa-
de Esta-
pertendo, a 18 de outubro. “Seu coração em cia ao Fiihrer”, proclamou Rundstedt
te sarcassua oração fúnebre, com evidennun ca oculmo, pois o velho Feldmarechal que chamava em hom pelo zo pre des seu tou o “cabo da Boêmia”. Mas a Gestapo não o. gostava de perder suas vitimas muito ced sioneiros conseguipri dos s uto ast s mai Os pertar a ram, de um modo ou de outro, des curiosidade dos seus interrogadores
o bas-
tante para se manterem vivos. Goerdeler deles; embora condenado à morte a ele desenvolveu sua própria Foi um
John, conspirador que Dr. Otto à vingança de Hitler.
escapou
técnica de resistência na prisão, fazendo declarações demoradas e complicadas para prolongar o período de interrogatório, e es-
crevendo memorandos interminaveis. Em certo momento, os “intelectuais” das 55 empregaram-no para prescrever certos me-
lhoramentos administrativos que pudessem beneficiar o estado, sob o regime nazista. Tudo isto ele fez, esperando prolongar a vida até que a guerra terminasse e ele pudesse ser libertado. Era incessante o fluxo de palavras que ele usava para proteger-se, até que seus interrogadores,
por fim, perce-
bendo o artifício, repentinamente o levaram à execução, em fevereiro, pouco depois de Julius Leber e do Conde Moltke, executados em janeiro. Ainda mais notável foi o caso de Doh-
nanyi. Seu método de ganhar tempo consistiu em providenciar, com sua mulher, preparos infeccionados com germes de difteria
e que lhe eram enviados. Ele esperava que,
provocando doença crônica, pelo menos seria preservado dos piores efeitos da prisão e. sobretudo, mantido em custódia militar e não entregue às garras da Gestapo. Depois dos acontecimentos de julho, fora levado para a enfermaria do campo de concentração de Sachsenhausen. Contudo, a descoberta dos documentos em Zossen significava que os fingimentos e disfarces de Dohnanyi, bem como suas próprias tentativas de obter clemência pela doença, não lhe serviriam mais. Em janeiro de 1945 ele foi removido para a prisão da Gestapo, onde ficou ainda mais esquecido do que no campo de concentração. Chegou a ficar parcialmente paralítico. Quando do atentado de julho, Dietrich Bonhoeffer estava confinado na prisão de Tegel. Em outubro, ele foi removido para a prisão da Gestapo. Durante seu longo confinamento,
Bonhoeffer
portou-se
de manei-
ra exemplar, irradiando alegria e fe em suas crenças cristãs. As qualidades de coração que revelava possuir recomendava-o até mesmo aos seus interrogadores e guardas, e, embora jamais o desejasse, ele passou a ser tratado com muito mais brandura que os demais prisioneiros. Curtiu tanta fome quanto os outros, sendo este o seu prin-
cipal sofrimento. O trabalho piedoso que desenvolvia levava grande conforto moral a seus companheiros, especialmente a Dohdl
das testemunhas descreveu o que
cordas de piano. Uma oculares das cxecuções
141
einer
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segurança encontraram: fi “julgamento” ERES
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ço
a
nanyi, seu cunhado, SchlabrendorfT.
fm ati
e Miller,
Canaris
€
Canaris também aprendeu a técnica da evasão parcial no interrogatório € sua presença se transformou em conforto para os outros presos, devido ao sentido arguto que ainda
tinha para
obter informações.
Como
Goerdeler, suas reações ao interrogatório viriam a confundir e cegar seus captores, com um excesso de provas conflitantes que não prejudicavam a ninguém, mas exigiam buscas intensas e reinquirições prolongadas, produzindo o que seus colegas chama-
vam de “distorção artistica da verdade”. SchlabrendoriT provavelmente foi o mais maltratado dos prisioneiros. entre os que
estavam mais intimamente ligados à conspiração. Encontrava-se completamente desprotegido na prisão da Prinz Albrechtstrasse e deixou escrito um relato de tudo o que
ocorreu.
Seu
Comissário
Criminal).
principal
Habecker,
interrogador
da
Schlabrendorff,
com
disciplinada e sua educação
144
Kripo
sua
ecra o
(Policia mente
de advogado,
Acima: Freisler (dir) e o General Reinecke no julgamento da
“Conspiração da Bomba”. À dir.: Freisler dirigiu
parte
da
pessoalmente
acusação.
a maior
bem como sua prolongada experiência em viver em estado de perigo, percebeu que Habecker sabia muito menos das suas atividades do que dizia saber quando exigia sua confissão imediata. Ele conhecia as técnicas da Gestapo, como o uso de documentos ou depoimentos forjados, destinados a obrigar um prisioneiro a assinar a confissão como eles quisessem. Ele negou tudo, aumentando a frustração dos seus
captores a cada recusa em implicar a si
mesmo ou aos outros.
Assim, a Gestapo O torturou. De qualquer modo, como os outros prisioneiros, cle passava fome e tinha pês e mãos acor-
rentados, dia e noite. Quando
levado a in-
terrogatório, ele era submetido a longos perodos de espera e então, repentinamente,
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tribunal.
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Acima: Conde Peter Yorck von Wartenburg. Abaixo: o Feldmarechal Witzleben, como os outros acusados, privado do cinto até mesmo no
| ||
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|
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Hitler estava
Acima:
decidido
a ridicularizar ao máximo
principal acusado do exército. Abaixo: general, enfrenta a justiça nazista. A Ro RO
As
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o
e
4]
o:
Witzleben,
o
Hoepner, já sem o uniforme de
Hitler junto do leito de outra vitima da
explosão, General Buhle.. '
d
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R
,
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ira
O
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ao
E En
o
E
era confrontado
com varios interrogadores,
que tentavam romper-lhe a resistência alter-
nando conversas tranquilas e aparentemente sensatas com rompantes selvagens e súbitos de invectiva irracional. Habecker frequentemente o esbofeteava, quando ele estava
algemado,
e encorajava
uma, jovem,
que parecia ser sua secretária, a bater-lhe e tambem cuspir-lhe no rosto. Schlabrendorff não perdia
a calma,
como
se esperasse tal
tratamento de gente como essa, ao mesmo tempo que os advertia, tranquilamente, de
que suas ações eram ilegais. Aos
mento
olhos
da
Gestapo,
não era considerado
esse comporta-
tortura. Assim,
certa noite, Habecker ordenou que o torturassem, processo esse atentamente observado pela jovem. Seus braços foram acorrentados as costas e colocados parafusos de arrocho em seus dedos. Enterravam cravos,
também,
nas pontas dos seus dedos. Por-
que isto não surtiu efeito, ele foi amarrado num estrado, com a cabeça envolta num cobertor, enquanto outro er *--* ento de
150
:f
Ee a
:
tortura enterrava cravos em suas pernas € coxas. Ele conseguiu ânimo para resistir a isso
também.
A
seguir,
moda medieval, numa
esticar seu corpo, gradativamente.
pancado
com
foi
amarrado,
à
estrutura destinada a
a golpes repentinos ou
Afinal, foi amarrado
bastões,
de
modo
que
e essua
cabeça e rosto ficaram muito contusos. Quando desmaiava, era arrastado à sua ce-
la e jogado na cama, ensopado de seu próprio sangue. Depois de uma dessas sessões de tortura, sofreu um ataque cardiaco. E
não foi o único prisioneiro a ser tratado assim. Conforme ele mesmo diz: “Todos descobrimos que um homem pode suportar muito mais dor do que julgava possivel.
Aqueles, dentre nós, que jamais tinham re-
zado, aprenderam a rezar, e descobriram que a oração, somente a oração, pode confortar nessas terríveis dificuldades e que ela
da uma resistência sobre-humana. Também descobrimos
amigos
força”.
que
e parentes
as
orações
transmitiam
dos
nossos
correntes de
em
À prisão onde
foram
conspiradores
muitos
Plotzensee.
F
executados,
Hoepner e Haase
onde os generais Witzleben,
estrangulados. Abaixo:
de
Moltke, líder do círculo de resistência
E E
foram
Ganchos
von
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Kreisau. Acima:
Helmuth
ng iscas
Acima,
à esg.: Conde
-
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R:
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Bai
+
a Roger SMA do Ea
Schlabrendorff pensou
fer conseguiu entrar despercebido na cela onde Dohnanyi se encontrava seriamente
seu falecido amigo,
Miller foram transferidos para o campo de
Somente quando ameaçado de tratamenpior é que
to ainda
em suicídio. Então ele teve a ideia de fazer uma confissão repentina e aparentemente
dramática, envolvendo
para
planos
Tresckow,
em
abandonar
a guerra.
uma
tentativa,
não de matar Hitler, mas de convencê-lo a A Gestapo
ficou con-
tente com essa informação, porque provava
que, afinal de contas, estava obtendo resul-
tados. Isto justificava todos os seus demorados esforços. Schlabrendorff não seria novamente torturado —. apenas formal-
mente
demitido
do exercito
e mantido
na
prisão, aguardando julgamento, o que só ocorreria em dezembro. Ele sentia que as provas que a Gestapo tinha contra si eram muito superficiais e que ele era mais útil como fonte de informações que seus captores pensavam. Mas a Gestapo ainda tinha outro truque macabro a tentar nele. Levaram-no de carro até o campo de concentração de Sachsenhausen e mostraram-lhe o local
de
execução
do
campo,
como
de-
monstração do que o esperava. Levaramno também ao crematório e puseram-no diante do caixão onde o corpo de Tresckow estava hã algum tempo. Ele fora exumado e abriram o caixão diante dele, Exigiram uma confissão completa antes que o corpo do seu amigo fosse cremado, mas Schlabrendorff recusou-se a falar. Em
fins
de
dezembro,
ele
compareceu
pela primeira vez perante o Tribunal Popular. Todavia, pôde sentir os métodos de
exame de Freisler. No dia 3 de fevereiro, sabado, foi novamente chamado; o caso de
e
pi
Ewald von Kleist precedeu o seu. Kleist declarou a Freisler que ele considerava a oposição a Hitler “a vontade de Deus”. Subitamente as sereias tocaram e os bombardeiros aliados chegaram em grandes levas para desfechar o ataque mais violento
que Berlim sofrera até então. A sessão foi suspensa imediatamente; Schlabrendorff foi algemado e levado para o abrigo antiaereo,
protegido por guardas. Uma bomba atingiu a sala do tribunal e pesada.viga caiu sobre Freisler no momento em que ele se dirigia para o abrigo, matando-o, e a pasta que trazia consigo, contendo os documentos contra
Schlabrendorff,
foi
destruida.
O
Q-G e a prisão da Gestapo também foram
atingidos. Durante o bombardeio, Bonhoef-
154
doente e cruelmente negligenciado. Alguns dias depois, 7 de fevereiro, Bonhoeffer e
concentração Canaris,
foram
Oster,
de
Buchenwald,
Schacht,
para c campo
enquanto
Halder
e outros
de concentração de
Flossenbireg.
O julgamento de Schlabrendorff, finalmente, teve lugar a 16 de março de 1945, Com Freisler morto e com a sombra da
derrota se estendendo sobre a Alemanha, Schlabrendorff decidiu defender-se vigorosamente, afirmando que havia duzentos anos que a tortura judiciária fora abolida
na Prussia. Extremamente enfraquecido, a lembrança dos seus sofrimentos quebroulhe o ânimo e ele chorou no tribunal. Foi absolvido,
bertado. Em
fins
mas
sabia
de
março,
demais
para
ser
li-
levaram-no
para o
a câmara
de exe-
campo em Flossenburg, onde acreditava que seria executado. Todas as manhãs, às 06:00 h, prisioneiros de ambos os sexos eram
levados,
nus, para
:
cução. Flossenbiirg viria a ser o ponto para onde seria levada a maioria dos olhos dos nazistas representavam
tência.
Os
amigos
da Abwher
que aos a Resis-
morreram
juntos ali, depois de um conselho de guerra sumário, realizado por Huppenkothen na
lavanderia
do
campo,
a
10
de
abril. À
guerra estava quase no fim e o troar dos canhões da libertação ja podia ser ouvido. | Bonhoeffer,
Canaris e Oster foram levados |
nus para serem enfgrcados antes de nascer | o dia.
Dohnanyi, que ficara no prédio da Prinz Albrechstrasse, em Berlim, passou mais um breve periodo sob cuidados médicos. En-
tão, subitamente, no começo de abril, ele foi levado numa padiola para Sachsenhausen, onde foi finalmente condenado à morte por Huppenkothen, num conselho de guerra, ainda deitado na padiola; foi enforcado
naquele campo de concentração a 9 de abril, na véspera da execução dos seus amigos mais intimos.
O Pastor Niemóller, adversário do nazismo. que sobreviveu à internação, depois da “Conspiração da Bomba”.
|
is =
foi Dois dias depois, Schlabrendorff m ferido para Dachau, junt. amente co
ram
Es
| qutros participantes do movimento, entre "os quais se encontravam Miiller, o Pastor | Niemôller e as familias de Stauffenbereg,
'Goerdeler, Tresckow
e Hofacker.
Depois de sucessivas transferências de |ym campo para outro, a medida que os libertadores se aproximavam, mércitos | Schlabrendortt, Miiller e outros foram finalmente libertados ' maio de 1945.
pelos
americanos,
a 4 de
" Somente Schlabrendorff e Miller sobre-
iveram, dos que originariamente integra'am a cúpula da resistência. Outros estreiaumente ligados a eles, ou aos que haviam 'morrido, compartilharam da sua boa sorte "* Schacht, Ewald von Kleist, Hans Fritzsche, Ludwig von Hammerstein, Otto John,
Eugen Gerstenmaier, Hans Bernd Gisevius,
Delia Ziegler e os oficiais que se ofereceram, certa feita, para, em missão suicida, matar Hitler: Axel von den Bussche e O Coronel von Gersdorff. Os demais estavam mortos — entre eles:
Beck, Canaris, Goerdeler, Hassell, Stulpna-
gel, Stauffenberg, Tresckow e Trott. Morreram, com cerca de 200 outros, por tentarem salvar a Europa e o mundo das garras de Hitler. Em
nome
de cada
um
deles, co-
nhecidos e desconhecidos, o Conde Peter Yorck escreveu, numa carta de despedida para sua esposa, antes de ser executado: “Espero que minha morte seja aceita como penitência por todos os meus pecados, como um sacrifício expiatório ... Por este sacrifício, talvez nossa distância de Deus diminua um pouco ... Queremos acender a tocha da vida; um mar de chamas nos cerca.”
Notas
por A. S. Campbell
1. O caso de Hans e Sophie Scholl e narrado no livro Juventude Hitlerista, desta Historia Ilustrada. 2. O exército, a marinha e a policia. Esta, apesar
de dirigida por Himmler, Reichs/ithrer das SS. e da criação da Gestapo, ainda mantinha tradições de
e independência,
cavalheirismo
a policia
mormente
ao ligada muito (Ordnungspolizei), uniformizada exercito. Ja a força atrea (Lultwafle) cra uma arma
recém-criada, comandada mada
por jovens
nazistas
ligados
tos e oficiais
ao
por Góring, totalmente forpor
e enquadrada
pilotos
Os
partido.
sargen-
cram,
Hitlerista.
praticamente todos, oriundos da Juventude
3. O juramento de fidelidade pessoal a Adolfo Hitler (€ não somente ao cargo de Chanceler) foi feito pelas altas patentes, suas mãos entre
na Chancelaria
as do Fúhrer. No mesmo momento, nos quartéis da Alemanha, juraram também, em impressionante solenidade, todos os oficiais e praças. 4.
Canaris
era
o
navio-escola
do
comandante
Deutschland, e Heydrich, um destacado guarda-marinha que trocou de namorada. A moça, filha de um
almirante,
exigiu
reparação;
necesse ficl à nova namorada casar — o Grande-Almirante
missão
tomado
da
marinha.
Canaris
o partido do jovem
a longa e intima amizade
o sensato
como
Heydrich
perma-
esposa
haviam
— com quem viria a Racder exigiu sua de-
c
sua
oficial —
dai iniciou-se
entre o terrivel Heydrich e
Canaris.
5. Canaris (1887-1945) alegava descender marujo, e heroi da independência grega, Kanaris (1790-1877), cujo retrato ornava te de trabalho, 6. Schellenberg narra a cena em suas Varios altos de Himmler
German
of the Resistance,
Brunswick,
Maine,
Conde
o pensamento para que os membros do tribunal, no Tiergarten, fossem influenciados. Poucos conseguiam sopitar o riso, e, segundo Gunther d'Alquen, foramse voltando para as paredes, alegando que assim se concentraram melhor. 7.
Sobre
os
Sudetos,
desta História Ilustrada.
ver
Nota
Helmuth
von
Moltke
15
do
(Four Wells,
Estados Unidos)
The Secret War against Hitler, Fabian von Schlabrendorff (Pitman, York) Goebbels: the Man
next to Hitler,
Rudolf Semmler
(Loescher,
Dulles (Macmillan, Nova York)
Germany's Underground, A. W.
E
t
= .
Nova
Londres)
The Von Hassell Diaries, Ulrich von Hassell (Hamilton, Londres) To the Bitter End, H. B. Gisevius (Jonathan Cape, Londres) Germans against Hitler: 20th July, 1944, Hans Royce (Berto Verlag,
156
memórias,
dirigentes das 55, reunidos no gabinete na Prinz-Albrechistrasse, concentraram
Bibliografia A
do grande Constantin seu gabine-
Bonn)
livro
Hitler,
!
|
História Ilustrada da Segunda Guerra Mundial
é Esta não é uma coleção de fascículos, de sequência obrigatória; uma biblioteca permanente, de livros independentes, onde é exami-
nado em profundidade o cataclisma que alterou nosso mundo, apresentando narrativas autênticas, dinamicamente ilustradas com fotos, inicialmente
Publicado
e diagramas.
mapas
na
e nos
Grã-Bretanha
Estados Unidos, a História Ilustrada da Segunda Guerra Mundial idaconstitui, por sua qualidade excepcional e por sua alta original se de, um grande êxito editorial em muitos países. A RENES orgulhade apresentá-la em nosso idioma. ou em
Os seguintes títulos estão já lançados + WVAFFEN-SS
+ FRANÇA, A CATASTROFE Verão de 1940 NORMANDIA Dia
Do
GUADALCANAL Ilha do
A
à
“D"
Derrecado
|
O Punho de Aço AFRIKA KORPS
|
COMANDOS
Prussioncs
|
Herror
Cs
ALEMÃES
KAMIKAZES
FINLÂNDIA
(banda
Batalhas:
roxa)
(banda
* MUSSOLINI PATTON DE GAULLE HIMMLER MOUNTBATTEN
* PEARL HARBCR Tora, tera, tora... * CASSINO Batalha de Nações STALINGRADO
Ponto de Lança Ga Invasão
.
O Principio
MacARTHUR
do
Humano;
(banda
Fim
omorela)
Ferrovia
—
Glorificação
1936
do Reich
de Hitler
Os números atrasados são vendidos co preço de capa poderão ser pedidos oo seu jornoleiro, cu diretamente
Fernando
Chinaglia
Distribuidora
S.A.,
Rua
Teodoro
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do
Silva, S07, Rio de Janeiro, enviando cheque no valor do preço de capa
do livro solicitado.
Os livros assinalados com asterisco foram publicados.
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Triunfo e Morte de uma Arma
ARMAS
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INFANTARIA,
1539-45
As Jóias da Rainho dos Batalhas Me-1C9
BLINDADOS ALIADOS Couraças Heróicos BCEING B-29 A Super-Fertaleza
Política em Ação: ibando negro) * A JUVENTUDE HITLERISTA Mocidade Traida * (OS CONSPIRADORES
REUNIÕES DE NUREMBERG Os Espetáculos Delirantes O INCÊNDIO DO REICHSTAG O Primeiro Grande Drama A CONQUISTA DA ETIÓPIA Massacre de um Povo O LEVANTE DE VARSÓVIA
AS
da Morte
OLIMPÍADA
1939-45
Atentado contra o Fúhrer
* JULGAMENTO EM NUREMBERG Epilogo da Tragédia * AS PONTES DO RIO KWEI
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CANHÕES,
Luta e Morte
O Coço Magistral PORTA-AVIÕES A Arma Majestoso
O Último Bloqueio
Conflito
A Esquodre de Alto-Mar ARMAS SECRETAS ALIADAS Reservos de Horror SUBMARINOS ALEMÃES A Arma Ceulta
MESSERSCHMITT
MIDINAY Holecousto Nipônico A BATALHA DA INGLATERRA Tanto... o tão poucos! BERLIM O Fim do 3.º Reich BASTOGNE
TITO GÓRING EISENHOWER SKCRZENY GOEBBELS BRADLEY
ALEMA
Nascimento,
vermelho!
* CHURCHILL
MARINHA
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* HITLER
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Seldados-Fantasmas
A Super-Árma
Inverno de Sangue
Lideres:
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* ARMAS SECRETAS ALEMAS Plataforma paro Morte * SPITFIRE
* AS DIVISÕES PANZER
O Castigo da Traição NA
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BLOQUEIO DE BERLIM Vitória na Guerra Fria SS E GESTAPO A Caveira Sinistra
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O autor
OTA OA Monvell
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pesquisador
estudos biográficos
e sociais
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|
editorial
PITT
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Autor de 'Zeebrugpe”, "St George's Day 1918". "1918 E a ei The Edge cf Battle e “Revenge at Sea , é colaborader da Enciclopédia Britânica, escrevendo sobre guerra naval consultor de História do The Sunday Times:
|
d%
sobre o
nazismo. Por doze anos foi diretor da Academia de Cinema Britânica.
BARRIE
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na
de Sussex, sendo co-autor, Fraenkel, de-umá série de
Universidade “com Heirich
diretor
;
|
Diretor
Segunda
Editorial
Guerra
da
Mundial”
"História
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|
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da
publicada
pela Purnell e consultor da produção da' cêre
de
BBC
filmes The
Great
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War,
para
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|
diretor de arte
aÃ
PETER DUNBAR
Hã dez anos é Diretor de Arte do prestigioso semanário londrino The Econo-
|
mist. É responsável pelos novos estilos
em formato e tipografia que têm revolucionado as publicações londrinas nos últimos anos: Diretor de Arte da "mis-
tória da Segunda Guerra Mundial . pu-
blicada pela Purnell, um dos mais notáveis
sucessos do
britânicos
editoriais
pós-guerra
e comerciais
Dag
)
consultor militar
Ter Tie IT
e [0 09) ABR TN A
Entre as duas guerras mundiais, o Capitão Sir Basil Liddell Mart influenciou
radicalmente o progresso da ciência militar. como principal defensor do poderio aéreo, das forças blindadas e da estratégia anfibia e analista da Grande Estratégia
Muitos
dos
principais
três dezenas
de
tratados.
coman-
dantes da Segunda Guerra Mundial foram seus discípulos, incluindo o General Guderian, o criador das divisões panzer alemãs Sir Basil escreveu mais
de
e ensaios
de alto
impacto
|
sobre
histórias o pen-
PF
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" ocorreu a explosão medonha, ensurdecedora. Stauffenberg, pelo fragor do estrondo, 5 certificou-se de que sua missão tinha sido ECT RR O TUTO CRP CR TT acreditava assinalar o momento histórico da morte de Hitler. Mas este ainda estava vivo. -
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