O Ar e os Sonhos

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Gaston Bachelard O Ar e os Sonhos Ensaio sobre a imaginacáo do movirnento

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ILn1 ron~ tÍMblr dt> real •• O objeto poéuco. dc:vidcutH·ntc.• c.Jina1uiiiulo por l.lln riou1r th· Jeto poéuco por scu no1nc, por ~·u vr)ho non1~. clando·l.he sru jush'> norn~ t0noro. '-c:rcando-o (Onl o~ rcssuadorc.·s que ele Vdl fu~.er faJ111\ com c111 .Mljc-tl\·("111'1~U1ccc~ rá ohluR;-L l)cvc1'1.:r1108, portan to, encontrar 11111,1 íilia~tio rcgulur do 1'cal au in1aginário. Bastará c1nssific scnlido de urna higiene do reerguimenro, do eres·

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cunemo, da cabeca aha.

. Rti~a higie11e, essa cura S tlocuintnto~jun~o aos poe· tas, qui.se1not volcar, c111 no3:tO último capítulo, ao ptoblcn1a da ins· pira~ao ~tica. Por isso dc1Xrunos de lado todos os prnblemas do sopro real, toda a psicologia da ttspi1a~ao c1ue urna 1»icologia do ar devcria, naturalmente,considerar. Pe1 nlanece111oli:, portan to, no do1nínio da irnagina~io. MesnlO no que concemc a prosódia, ~a.o tentanlOS fal1-..:uu.;i'i.o n.1· r.ional e ol~it'C iva. Naturaln1cntc, us cx11lira esquecer que cn.i ... ligou.lo tena. Ei·lo que vea, que plana."

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U SONHO DE VÓQ

ccnviccño formada na vida notnrna, na vida inconsciente esp("lnlo· sarnente homogénea do sonho, busca confirmacóes na vida luz do die. Para algumas almas, ébrias de onirismo, os dias sao fciros para explicar as noires. . . . . . . É o exame de rais alrnHS quf' a ps1cologu1 d11tA.m1ca (la 1mag1· nac;ao nos pode proporcionar. Propo1nos, 1.>0rtarHO, para fundar urna p$icologia da ilnaginac;fio. partir sistcmaticamcnte do son_ho e dcsrobrir al - o signo d.a su1c-C"r1dadt- (lo ion.hadar. Qu.tndo urn poeta, cm suas imagcns, sabe !iugcrir cssu d.U.l rn1nú.scuJa.s. podc-s« ter algumn g.. ranua de que scu poema está em rcla~io com UITid. i11tagttrt dindttu(a IJitJid(l. Eotáo, nao é raro reconheeer nc.ssa.i. itnagcns poéticas urna consisténcia partu ular que nio penenc e a hnagens reunidas pela fantasia Elas s5o dotadas da maior das realidades poéticas: a rca/UÍJUÍLonírú:a. lndu.tcm devaneios narurais. l'\io üdtniru que 0$ mito' e 011 comos rccncontrem, cm tudos os e-lunas. 3l> asas 11() calcanhar, Jufcs- Duhem. em sua tese $0bu a h1st6ria

do v6o. rcfáe que no Tibcte "santos l>udut.u viajam pelos ares com • ajud• de cenos cal~ados chamndo. pés l~ -



h~~~J~·se .reafn1.ente dizer que o movimenro vivido pela poesia Ber cytaua produz unagcns aéreas taJ corno o impulso vital segundo ergson, produz, a~ longo de sua rrajctéria, formas viv~s. Inversamente a q~1aJquer rmagem criada pelo poeta, é preciso acrescentar um movtmcnm para compteende:r~lhe a at;ao poética A , a agJorncra