Para onde vão os sonhos quando eles terminam? [1 ed.] 9786558542360

Ubi somnia ire desinunt? Temos uma relação problemática com os sonhos. Para uns são prenúncios do futuro ou a voz dos de

228 122 12MB

portuguese Pages 58 [29] Year 2021

Report DMCA / Copyright

DOWNLOAD PDF FILE

Table of contents :
Apresentação, p. 11
Fotos, p. 13
Recommend Papers

Para onde vão os sonhos quando eles terminam? [1 ed.]
 9786558542360

  • 0 0 0
  • Like this paper and download? You can publish your own PDF file online for free in a few minutes! Sign Up
File loading please wait...
Citation preview

Para onde vão os sonhos quando eles terminam?

marcus vinícius

1 ª Edi çã o Sã o Ca rlo s / S P Edi to ra De Ca s tro 2021

Copyright © 2021 de Marcus Vinícius Xavier de Oliveira.

Editor da Editora De Castro: Carlos Henrique C. Gonçalves Projeto gráfico: Carlos Henrique C. Gonçalves Arte capa: Carlos Henrique C. Gonçalves Fotos para arte capa e internas: Marcus Vinícius Xavier de Oliveira

Precisamos de poucas coisas para sermos felizes:

Todos os direitos desta edição reservados a Marcus Vinícius Xavier de Oliveira. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).

Editora De Castro [email protected] editoradecastro.com.br

o resto é luxo, ou lixo. Marcus Vinícius

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 11 fotos 13

APRESENTAÇÃO

Ubi somnia ire desinunt? Temos uma relação problemática com os sonhos. Para uns são prenúncios do futuro ou a voz dos deuses. Para outros uma alternativa ao presente. Penso, no entanto, que os sonhos são o modo pelo qual o nosso cérebro lida com a realidade, descarregando a memória imediata para um rincão do inconsciente que gestará, em futuros não sabidos, tanto os atos falhos como o déjà-vu. Em síntese, sonhos não se vão, ficam encarnados em algum lugar da subjetividade. E nunca, como nesses tempos pandêmicos, precisamos tanto dos sonhos. A realidade imediata que nos cerca, em particular a tanatopolítica que nos governa, exige um alívio do real. Assim, as imagens que compõem este livreto buscam criar esse alívio, na medida em que evocam, em graus variados, diversas imagéticas associadas aos sonhos. Contudo, além dos sonhos, há três grandes lições a se aprender: solidão não é ser-sozinho: In solis sis tibi turma locis (Tibullus e Montaigne); impossibilidade de mover-se não é inércia: Immotus nec iners (Horácio); “Ser feliz é poder perceber-se a si mesmo sem temor” (Walter Benjamim). Para onde vão os sonhos quando eles acabam? Eles não vão, ficam conosco, ensinando-nos, como o provam as fotografias, que o mundo não é feio, só mal frequentado.

11

fotos

16

17

18

19

Num átimo A culpa é do Brian Green Tempo, espaço, largura, profundidade... O Eu se situa, ou busca situar-se, nessa quadrilha que se formou junto com a consciência no exato momento em que o fluxo temporal do universo marcou 1010. Mas, de repente, aos 1020 deixamos de existir como espécie junto às demais e o sistema solar, e conosco o tempo, o espaço, a largura e a profundidade. Aos 1030 o universo (des)conhecido se esfuma, aos 1065, lá pela meia noite e meia, os átomos se dissolvem, e aos 101.000 sobra uma densa nuvem de restos sabe-se lá do que. Porém, aos 10100.000 algo coçará os olhos, tossirá e afastará a densa nuvem de restos. Será o meu pensamento que, num átimo, se acenderá para lembrar que ainda te amo. 20

21

As imagens são indiscerníveis, no começo. Poderiam tanto ser abelha como zabumba...

22

23

Escrever Escrever é escrever-se excretar-se exculpar-se por meio de palavras que não fazem sentido algum...

Ou morte que se insinua sem ser convida (salvo exceções, alguma vez ela realmente o foi?)

26

27

Vezes só de passagem,

28

29

Sonhamos para sabermos vivos, não meros sobreviventes,

30

31

.atsab son oãn laer o euqrop somahnoS

32

33

A distinção vergonha é o que sentimos pelos erros e vexames alheios. Quando eles nos tocam, temos pudor, pois sabemos que, finalmente, fomos pegos como realmente somos: nus, frágeis e erráticos.

34

35

39

Amor (ou: Uma réplica ao Vini) Se é para durar, que seja o tempo do gozo, aquela petite mort que, por segundos, nos faz lembrar da vida que gostaríamos de ter, aquela conexão entre baixo ventre e cérebro, entre colhões e sinapse. Porque o resto é Fatura Filhos Fraldas Férias Festas Faculdade Filhos dos filhos Fim E entre uns e outros Fraturas Firulas Frescuras Falcatruas Frutas verdes e maduras A eternidade, meu caro, é para os heróis. e eles já se foram há muito tempo.

42

43

44

Ou vida que decide continuar, apesar de tudo...

46

47

Como o Rio Madeira A vida – queira ou não – sempre segue o seu [próprio curso. Para onde? Quem saberá? Pode ser para qualquer lugar: esquerda direita para frente ou para trás A vida segue, sempre, o seu próprio curso até encontrar o seu fim: hoje amanhã daqui a dez anos ou mais, Mas a vida sempre segue o seu curso. E ele é caudaloso como o Madeira: leva consigo todos os planos sonhos ideais ideias e projetos, de pequenez ou grandeza. Tudo é levado para onde a vida segue o seu fluxo, e nada é como antes ou será como depois de [amanhã. Vocês poderiam dizer: leva, portanto, pouca [bagagem, quem sabe o que te espera na outra curva do rio? Pensamento vão: conosco a vida leva o que lhe [apraz, até que chegue a seu próprio fim. A foz do mar?

48

49

50

51

52

Sobre a felicidade Dá o ano que vem, mês que vem semana que vem, domingo, que é tempo perdido, dá sábado, mas não dá amanhã. A diferença entre este e os demais é que irei te encontrar, te apertar bem forte e te dizer aquela mentira que convencionamos ser verdade: - senti uma saudade enorme de você! Riremos disso, e você responderá: - idem. E não é a isso que chamamos de felicidade?

54

55

56

57

Atenção! Dor nas costas, pescoço tenso, rijo, respiração curta, entrecortada. Vou te encontrar hoje e a alegria voltará a me acenar do outro lado da estação do trem: tchau!! Não posso dizer que não tenha sido advertido...

Ou uma cópia degradê do que imaginamos que ele seja...

58