Auxiliar de Fundição 1

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g o v e r n o d o e s ta d o d e s ã o pa u l o

Auxiliar de fundição

1

emprego

m e t a l u r g i a

Au x ili a r d e fu nd i ç ão

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Geraldo Alckmin Governador

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Rodrigo Garcia Secretário Nelson Baeta Neves Filho Secretário-Adjunto Maria Cristina Lopes Victorino Chefe de Gabinete Ernesto Masselani Neto Coordenador de Ensino Técnico, Tecnológico e Profissionalizante

Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

Coordenação do Projeto CETTPro/SDECT Juan Carlos Dans Sanchez Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap José Lucas Cordeiro

FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA

Apoio Técnico à Coordenação Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap Laís Schalch

Diretoria de Projetos Educacionais Diretor Fernando José de Almeida Gerentes Monica Gardelli Franco Júlio Moreno Coordenação técnica Maria Helena Soares de Souza

Apoio à Produção Fundação do Desenvolvimento Administrativo – Fundap Ana Paula Alves de Lavos Emily Hozokawa Dias Isabel da Costa M. N. de Araújo José Lucas Cordeiro Karina Satomi Laís Schalch Maria Helena de Castro Lima Selma Venco CETTPro/SDECT Bianca Briguglio Cibele Rodrigues Silva Textos de referência Edison Marcelo Serbino Irineu de Souza Barros Luiz Cláudio Paula Marcos Antonio Batalha

Presidente João Sayad Vice-Presidentes Ronaldo Bianchi Fernando Vieira de Mello

Equipe Editorial Gerência editorial Rogério Eduardo Alves Produção editorial Janaina Chervezan da Costa Cardoso Edição de texto Lígia Marques Marcelo Alencar Revisão Conexão Editorial Identidade visual João Baptista da Costa Aguiar Arte e diagramação Paola Nogueira Pesquisa iconográfica Elisa Rojas Eveline Duarte Ilustrações Bira Dantas Luiz Fernando Martini Consultoria Marcos Antonio Batalha

Agradecemos aos seguintes profissionais e instituições que colaboraram na produção deste material: Carla Cruz Dos Santos, Empresa Servimig, Empresa Signo Arte, Empresa Starrett, Fundição TUPY S.A., Graziele da Silva Santos, Grupo Voith, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Neise Nogueira, Valdemar Carmelito dos Santos.

Caro(a) Trabalhador(a) Estamos felizes com a sua participação em um dos nossos cursos do Programa Via Rápida Emprego. Sabemos o quanto é importante a capacitação profissional para quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu próprio negócio. Hoje, a falta de qualificação é uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo desempregado. Até os que estão trabalhando precisam de capacitação para se manter atualizados ou quem sabe exercer novas profissões com salários mais atraentes. Foi pensando em você que o Governo do Estado criou o Via Rápida Emprego. O Programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, em parceria com instituições conceituadas na área da educação profissional. Os nossos cursos contam com um material didático especialmente criado para facilitar o aprendizado de maneira rápida e eficiente. Com a ajuda de educadores experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho e excelentes cidadãos para a sociedade. Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formação profissional de qualidade. O curso, sem dúvida, será o seu passaporte para a realização de sonhos ainda maiores. Boa sorte e um ótimo curso! Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia

Caro(a) Trabalhador(a)

Aqui começa seu caminho para um novo aprendizado. Um aprendizado que precisa ser ampliado. Sabe por quê? Porque no mundo de hoje não é suficiente conhecer as técnicas e os procedimentos necessários ao desempenho da função de auxiliar de fundição. Também é preciso, por exemplo, saber como você pode melhorar sua busca por um novo emprego e perceber que o campo de atuação de um profissional da área não se restringe ao ambiente industrial. Para isso, é necessário dominar muito mais do que os aspectos técnicos da ocupação. O ponto de vista do Via Rápida Emprego da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Governo de São Paulo é o de que o profissional, para iniciar sua carreira ou aperfeiçoar aquilo que já sabe, deve conhecer as técnicas, mas também precisa se diferenciar em alguns aspectos, para ter mais chances na obtenção de um emprego ou conseguir trabalhar por conta própria. Nesta publicação, você vai conhecer as várias facetas da ocupação de auxiliar de fundição. Onde ele atua? O que precisa conhecer para desempenhar melhor seu trabalho? Como este ofício surgiu? Questões assim serão discutidas ao longo do curso. Você vai, também, conhecer a evolução histórica da metalurgia e descobrir a importância do setor nas lutas pela Independência do Brasil no século 18 (XVIII) e, mais recentemente, pela redemocratização do país. Como você vê, nosso curso será cheio de novidades para que sua formação seja a mais completa possível. Vamos ao estudo!

Sumário Unidade 1 9 a história da metalurgia

Unidade 2 37 a profissão de auxiliar de fundição

Unidade 3 61 o setor metalúrgico

dados internacionais de catalogação na publicação (cip) (bibliotecária silvia marques crb 8/7377) P964 Programa de qualificação profissional: Metalurgia / Auxiliar de fundição. -. – São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 2011. v.1, il (série: arco ocupacional) Vários autores Programa de qualificação profissional da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho -- SERT ISBN 978-85-61143-96-1 1. Ensino profissionalizante 2. Metalurgia-técnico I. Título II. Série CDD 371.30281

Unidade 1

Shutterstock

A história da metalurgia

Os produtos da indústria metalúrgica estão em toda parte: no metrô, nos trilhos do metrô...

A indústria metalúrgica gera milhões de empregos no mundo inteiro. É muito fácil entender o que essa gigante faz. Basta dar uma olhadinha à sua volta para comprovar: a geladeira, a luminária, a moldura de muitas janelas, a torneira, a estrutura da cadeira, o fogão, a ponta da caneta esferográfica, os talheres, as panelas, as ferramentas, os pregos, o portão de casa, o carro, a grade de proteção do canteiro central da avenida, o metrô, os trilhos do metrô, o ônibus, o avião... E você já parou para pensar sobre a origem disso tudo? Escavações arqueológicas mostram que o homem já fabricava objetos metálicos na Pré-História (ou seja, desde antes da invenção da escrita). Vamos acompanhar, na linha do tempo a seguir, alguns dos fatos mais importantes ligados aos primórdios da metalurgia.

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PRÉ-HISTÓRIA + 5 milhões de anos atrás

ANTIGUIDADE 3,5 mil a.C. Surgimento da escrita

Você conhece a definição de Pré-História? E de História? A fim de facilitar o estudo e a compreensão da História, estudiosos a dividiram em grandes períodos de tempo. Vamos ver que períodos são esses e o que os separa: • Pré-História: da origem do homem, há cerca de 5 milhões de anos, até 3,5 mil a.C. (antes de Cristo), quando surgiu a escrita. • Antiguidade: do surgimento da escrita até a queda do Império Romano (no ano 476 d.C.). • Idade Média: da queda do Império Romano até 1453, quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos. • Idade Moderna: da tomada de Constantinopla até 1789, data da Revolução Francesa. • Idade Contemporânea: da Revolução Francesa até nossos dias.

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A rco O cupacio nal M e ta l u r g i a A u x ilia r d e F u n d i çã o 1

IDADE MÉDIA 476 d.C. Queda do Império Romano

6000 a.C.-3500 a.C. (antes de Cristo) Os primeiros instrumentos em cobre, moldados com pedradas, datam dessa época e foram localizados no Oriente Médio. Na mesma região, cientistas encontraram armas e ornamentos do mesmo metal, fundido e vazado, produzidos em 3500 a.C. Em metalurgia, o termo vazado significa que o metal em estado líquido foi despejado num molde para preenchê-lo. O cobre, a prata e o ouro foram os primeiros metais a serem descobertos, pois existem na natureza em seu estado nativo. O ouro, bem distribuído pela superfície do planeta, provavelmente atraiu o homem primitivo por causa do seu forte brilho.

IDADE MODERNA

IDADE CONTEMPORÂNEA

1453 d.C. Tomada de Constantinopla

1789 d.C. Revolução Francesa

Atual

3300 a.C. O bronze, que é uma liga (junção) de cobre e estanho, foi produzido pela primeira vez, possivelmente por acidente na Suméria. Mais dura e resistente do que o cobre puro, essa mistura revelou-se mais apropriada para ser vazada (despejada em estado líquido) em moldes.

2000 a.C. Os chineses conheceram o ferro nesse período. Pesquisadores acreditam que as primeiras formas desse metal usadas pelo homem eram provenientes de meteoritos, pois continham quantidades significativas de níquel. Mais duro que o ouro, a prata e o cobre, o ferro era caro devido à sua raridade. Muito mais tarde, quando nossos antepassados aprenderam a extraí-lo das rochas onde se encontra, passou a ser utilizado em abundância.

Você sabia? Meteoroides são pequenas rochas que giram em torno do Sol. Algumas vezes, são atraídos pela Terra ou por outro astro. Quando entram na atmosfera terrestre, pegam fogo por causa do atrito com o ar e passam a se chamar meteoros, também conhecidos, popularmente, como estrelas cadentes. Quando uma parte do meteoroide atravessa a atmosfera sem se desintegrar totalmente e atinge o solo, ele é chamado de meteorito.

1600 a 600 a.C. Chineses, persas e palestinos desenvolvem o latão, uma liga de cobre e zinco.



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PRÉ-HISTÓRIA

ANTIGUIDADE

+ 5 milhões de anos atrás

3,5 mil a.C. Surgimento da escrita

IDADE MÉDIA 476 d.C. Queda do Império Romano

1350 a.C. É dessa data o primeiro artigo fabricado com ferro de que se tem notícia: uma lâmina de punhal encontrada no sarcófago (túmulo) do faraó egípcio Tutancâmon. Esse punhal ficava no local de maior importância do túmulo. Ele resistiu durante tanto tempo sem ser corroído porque é um pedaço de ferro que contém pouco carbono, o que dificulta o aparecimento da ferrugem. Trocando em miúdos, o ferro com baixo teor de carbono apresenta grande resistência à corrosão, ou seja, é mais difícil de ser destruído. Guarde essa informação, pois ela lhe será útil mais tarde quando tiver de testar a resistência do ferro sob diferentes condições (uma das atividades que se faz em um laboratório de metalurgia).

A sociedade egípcia O Egito é famoso por suas pirâmides. Vamos ver também como era formada a “pirâmide social”, isto é, como era dividida a sociedade no antigo Egito. O faraó era a autoridade máxima do país, a pessoa mais importante, e sua vontade precisava ser sempre respeitada. Abaixo dele, vinham os nobres e os altos funcionários. Repare no formato da pirâmide: ela é maior na parte de baixo. Essa base representa quem estava em maior número naquela sociedade: os escravos, os camponeses e os artesãos. Os escravos eram obrigados a realizar serviços forçados – carregavam as pedras na construção das pirâmides, por exemplo. Eles também realizavam o trabalho agrícola, além de cuidar do gado. Ou seja, escravos, camponeses e artesãos eram a maioria da população e possuíam pouco ou nenhum direito. Aqueles que tinham algum conhecimento ou poder econômico estavam mais acima na escala social. As mulheres não aparecem nessa pirâmide, apesar de os egípcios terem sido governados por várias rainhas, como Cleópatra.

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IDADE MODERNA

IDADE CONTEMPORÂNEA

1453 d.C. Tomada de Constantinopla

1789 d.C. Revolução Francesa

Atual

Cerca de 400 a.C. Os gregos e os romanos desenvolveram uma forma de tratamento térmico do ferro chamada têmpera. Esse processo consiste no resfriamento rápido de uma peça cuja temperatura está superior à chamada temperatura crítica (a partir da qual o metal pode sofrer transformação): entre 780°C e 980°C. Sua finalidade é gerar um metal com alta dureza. Pouco tempo depois, esses mesmos povos criaram outro processo de tratamento térmico, hoje conhecido como revenido. Ele consiste em aquecer o ferro abaixo da zona (ou temperatura) crítica (que é de 723°C) e, depois, resfriá-lo lentamente. A finalidade é remover as tensões internas e a dureza excessiva proporcionadas pela têmpera.

Você sabia?

Cerca de 300 d.C. Ninguém sabe ao certo quando eles surgiram, mas, nesse período, um grupo de químicos/pesquisadores, de origem árabe, ficaram conhecidos como alquimistas. Entre outras coisas, eles tentavam criar ouro por meio da transformação de outros metais “menos nobres”. Tomavam como base as ideias de Aristóteles, um filósofo grego que afirmava que tudo que existia na natureza era formado por terra, água, fogo e ar em diferentes proporções. Hoje sabemos que isso não é verdade, e a alquimia nunca conseguiu produzir ouro. Mas resultou das experiências dos alquimistas a descoberta de diversas substâncias como o arsênico, o fósforo, o nitrato de prata, o acetato de chumbo, o bicarbonato de potássio, os ácidos sulfúrico, clorídrico, canfórico, benzoico e nítrico e os sulfatos de sódio e de amônia.

©Vulcan is forging Jupiter’s weapons.Peter Paul Rubens/Interfoto/Latinstock

Na Antiguidade (período que vai de 3,5 mil a.C. até o ano 476 d.C.), gregos e romanos acreditavam que existiam muitos deuses. A mitologia desses povos era riquíssima e seus deuses eram associados – entre outras coisas – a elementos e fenômenos da natureza. Uma dessas divindades era um ferreiro gigantesco cujas marretadas na bigorna originariam os raios das tempestades. Para os gregos, esse deus chamava-se Hefesto; para os romanos, Vulcano.

O homem deu um passo importante para a criação do aço (uma mistura de ferro e carbono): a produção do ferro esponja. Ela teve início na Índia, por meio de um processo de carbonização (inclusão de carbono) do ferro conhecido desde o tempo dos antigos egípcios. Depois de forjada com Cadinho. um martelo, uma esponja de ferro era colocada entre placas de madeira num cadinho (recipiente usado para fundir metais) que, por sua vez, era posto num forno e coberto de carvão vegetal para absorver o carbono. Mas o grande salto nesse sentido só ocorreu mesmo em 1856, quando a metalurgia finalmente conseguiu fabricar o aço – que é mais resistente que o ferro fundido e pode ser produzido em enormes quantidades.



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Photolibrary/Latinstock

Século 13 (XIII)

Vulcano forjando os raios de Júpiter, óleo sobre tela de Peter Paul Rubens, 1636-1638, Museu Nacional do Prado, Madri, Espanha.

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PRÉ-HISTÓRIA + 5 milhões de anos atrás

ANTIGUIDADE 3,5 mil a.C. Surgimento da escrita

IDADE MÉDIA 476 d.C. Queda do Império Romano

Idade Moderna Apesar de a Revolução Francesa ser um marco do final da Idade Moderna, vários acontecimentos já sinalizavam a transição que ocorria nesse período. Estava sendo gestado um novo modo de produção que prevalece até os dias de hoje: o capitalismo. E muitas mudanças ocorreram: • no campo da economia, com a expansão comercial e a conquista de novos mercados por meio da expansão marítima (as navegações que levaram à conquista da América, por exemplo);

Você sabia? Existem vários modos de produção (escravista, capitalista, socialista etc.). Cada um é formado por um conjunto de forças produtivas e pelas relações técnicas e sociais que determinam essas forças. O capitalismo, por exemplo, tem como protagonistas das forças produtivas os patrões e os empregados.

• no campo da cultura, com o Renascimento (cuja liberdade estética propiciou a criação de obras como a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, e a escultura Pietá, de Michelangelo); • na religião, com a Reforma Protestante (que pôs fim ao poder irrestrito e a muitos desmandos da Igreja Católica); e • na política, com o surgimento dos Estados Modernos (países com fronteiras bem definidas, idioma oficial, uma só legislação) e das monarquias absolutistas. O desenvolvimento desse novo modo de produção contou com a ajuda da metalurgia. À medida que o capitalismo – essa nova forma de fazer economia – evoluía, também evoluíam as técnicas utilizadas na metalurgia. Mais tarde, em uma outra Idade, a Contemporânea, essas técnicas fariam toda a diferença na conhecida Revolução Industrial.

Idade Contemporânea O homem conseguiu unir a evolução tecnológica às últimas descobertas da metalurgia para promover um desenvolvimento industrial tão grande a ponto de ser conhecido como uma revolução: a Revolução Industrial. Mas, sobre esse capítulo da história, falaremos mais tarde. Antes, é preciso entender melhor como, na história da metalurgia, aqueles instrumentos de cobre se transformaram em produtos sem os quais hoje não conseguimos viver. Das primeiras experiências, na Idade dos Metais, à criação do aço, há um longo caminho a percorrer!

Será que é importante saber tudo isso? Por quê? Quando analisamos a trajetória da humanidade, descobrimos muitas coisas e podemos perceber como os acontecimentos do passado moldam o mundo (incluindo as relações sociais e de trabalho) do presente. 14

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IDADE MODERNA

IDADE CONTEMPORÂNEA Atual

©Pietá(1499).Michelangelo di Lodovico Buonarroti/Wikimedia.org

1789 d.C. Revolução Francesa

©Mona lisa(1505).Leonardo da Vinci/Wikimedia.org

1453 d.C. Tomada de Constantinopla

Outro ícone renascentista: a Pietá (1499-1500), de Michelangelo Buonarroti, foi esculpida em mármore e representa Cristo morto nos braços da Virgem Maria. A obra fica exposta na Basílica de São Pedro, em Roma.

de Selva/CORBIS/Corbis (DC)/Latinstock

A pintura La Gioconda, óleo sobre tela (1503-1506): popularmente conhecida como Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é um dos principais símbolos do Renascimento. Hoje faz parte do acervo do Museu do Louvre, em Paris.

Prise de la Bastille, gravura de Francois-Hippolyte Lalaisse (1812-1884). A Bastilha era uma prisão onde ficavam confinados os inimigos políticos do rei Luís XVI. Sua tomada, liderada pelo povo parisiense em 14 de julho de 1789, marca o início da Revolução Francesa.



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Atividade 1

R esgate

histórico

O que você descobriu com este resgate histórico? Debata com os colegas, sob a orientação do monitor. Não é possível entender completamente a importância da metalurgia sem ter em mente o que é trabalho. Podemos dizer, de um modo bem simplificado, que trabalho é o ato de transformar a natureza. Ele acontece, por exemplo, quando usamos uma tora de madeira para fazer um banco ou algum metal para moldar um trinco de porta. Ao longo do tempo, o homem foi ampliando seus saberes e criando novas maneiras de aplicá-los. A Idade dos Metais, sobre a qual vamos falar a seguir, marca uma fase da capacidade humana de transformar a natureza e, portanto, do seu trabalho.

Foi o uso de materiais metálicos como o bronze e o ferro pelo homem pré-histórico que deu nome ao período hoje conhecido como Idade dos Metais. Considerada a última fase da Pré-História, ela marca o início do domínio das técnicas de trabalho com metais fundidos pelo Homo sapiens (em latim, homem inteligente). Nessa época nossos antepassados aprenderam a transformar, por meio de seu trabalho, um recurso natural até então pouco conhecido. Você pode imaginar qual a importância dessa conquista? Ela foi fundamental para as sociedades que surgiram depois. E isso muito se deve à profissão que você pretende seguir. A partir do momento em que o homem Ferramentas Pré-Históricas: produtos da Idade dos Metais. dominou as técnicas de fundição – processo pelo qual os metais são aquecidos e se tornam líquidos –, conseguiu criar ferramentas para facilitar sua vida. As práticas da agricultura e da caça foram bastante aperfeiçoadas na Idade dos Metais com a criação de instrumentos que as auxiliavam. Também a produção de armas foi uma das áreas que mais se desenvolveu e influenciou acontecimentos futuros. O domínio sobre os metais mudou as formas de disputa entre as comunidades: as primeiras guerras já contaram com o desenvolvimento de armas metálicas. A fundição ganhava, assim, um lugar na história! 16

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The Granger Collection, New York / The Granger Collection

A Idade dos Metais

Importante Os historiadores dividem a Pré-História em três períodos: o Paleolítico (que já foi popularmente conhecido como Idade da Pedra Lascada), o Neolítico (também chamado de Idade da Pedra Polida) e a Idade dos Metais. No Paleolítico, nossos antepassados não tinham moradia fixa, deslocando-se constantemente atrás de alimento. O chamado “homem nômade” não praticava a agricultura nem criava animais. Quando os alimentos se esgotavam, ele se mudava para outra região. Foi no Período Neolítico que teve início o sedentarismo humano, isto é, sua fixação em um lugar.

A

Atividade 2 revolução dos metais

Tente imaginar o impacto que o domínio das técnicas de fundição e o desenvolvimento de ferramentas e outros instrumentos metálicos provocou no cotidiano dos homens pré-históricos. Se possível, reforce essas noções com uma pesquisa orientada pelo monitor. Escreva abaixo as informações que apurar e, depois, compare-as com os resultados obtidos por seus colegas.



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Idade do Cobre (6000 a.C. a 3500 a.C.) A Idade do Cobre também poderia ser chamada de Era da Agricultura, pois, paralelamente ao domínio da extração (retirada da terra) e da manipulação desse metal, o cultivo de alimentos passou a ser fator determinante para a organização da sociedade. Canais de irrigação tornavam férteis as terras áridas e montanhosas; casas feitas de galhos e argila ganhavam a resistência de tijolos moldados; a escrita pictográfica, baseada em desenhos, evoluía. Esse fato marcou um novo momento na história da humanidade. As ideias passavam, assim, a ser mais bem expressas e articuladas. Os instrumentos feitos de pedra, ossos e madeira foram deixados de lado gradativamente enquanto o homem descobria as possibilidades oferecidas pelo cobre. Esse material tinha maleabilidade, flexibilidade. Podia ser fundido, moldado e remoldado até assumir novas formas que facilitavam, por exemplo, o trabalho com a terra e ajudaram no desenvolvimento da agricultura. O homem também passou a moldar, no metal endurecido após o resfriamento, um fio capaz de cortar.

Você sabia? Os metais puros têm pouca utilidade para nós. Em geral, eles são combinados com outros metais nas chamadas ligas. Veremos esse assunto com mais detalhes na Unidade 3.

Para a humanidade, antes limitada ao uso da pedra, o cobre representou um gigantesco salto tecnológico. Movidos pela curiosidade, nossos antepassados fizeram diversas experiências – e esse período foi fechado com a descoberta de que se podia misturar o cobre com outros metais, como o chumbo. A produção do bronze, uma liga formada por cobre e estanho, representou um novo passo nessa evolução.

Idade do Bronze (3500 a.C. a 2000 a.C.) A Idade do Bronze coincidiu com mais um conjunto de avanços e conquistas bastante significativos para a espécie humana. A escrita tornou-se mais simples e objetiva. Um sistema numérico foi desenvolvido para acompanhar a evolução nos mais variados setores. E a construção de 18

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grandes obras e templos (as pirâmides egípcias, por exemplo) exigiu a padronização de pesos e medidas. Antes da Idade do Bronze, os métodos de medição de grandezas eram bastante simples e pouco precisos: as pessoas usavam partes do próprio corpo, como as dimensões do pé, a largura da mão, a grossura do dedo, o tamanho do palmo e dos passos e até o comprimento do nariz! Com isso, cada indivíduo tinha uma medida diferente para a mesma coisa. E dá para imaginar como devia ser difícil chegar a um acordo...

Você sabia? Foi na Idade do Bronze que se criou a roda, uma das invenções de maior impacto sobre a humanidade.

Erich Lessing / Album/Album Art/Latinstock

Um grande progresso também ocorreu na metalurgia durante esse período. A partir do bronze, implementos feitos de metais se multiplicaram e o conhecimento das ligas – e de suas características – foi sendo aprimorado pelo homem. O bronze começou a ser utilizado para produzir diversos instrumentos, principalmente armas.

Arma fabricada durante a Idade do Bronze: na época, os instrumentos metálicos se multiplicaram.



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Idade do Ferro (1200 a.C. a + 1000 d.C.) Com os primeiros experimentos, o homem logo percebeu uma grande vantagem do ferro sobre o cobre e o bronze: sua abundância na natureza. Por esse motivo, desde mais ou menos a.C. (antes de Cristo), ele se tornou um dos materiais mais presentes na civilização. Naquele tempo, porém, as fornalhas não atingiam as temperaturas necessárias para a fundição do ferro. Por causa dessa limitação, surgiu o ferro forjado – que é aquecido e depois moldado a golpes de martelo.

Você sabia? Alguns povos do Oriente Médio, que viviam na região onde hoje fica a Turquia, já usavam técnicas de metalurgia do ferro em 1400 a.C. (antes de Cristo). Eles fabricavam armas que os transformaram em guerreiros poderosos.

Diferentemente do que ocorreu com o cobre e o bronze, reservados aos grupos mais abastados, o ferro era acessível às camadas pobres da sociedade. Isso porque tanto a obtenção do metal quanto sua moldagem envolviam custos baixos. Camponeses passaram a usar machados e arados de ferro, e os artesãos, as mais diversas ferramentas. As guerras entre os povos se deram com maior igualdade bélica, já que todos podiam, finalmente, forjar as próprias armas.

ivan carneiro

Ainda hoje é possível encontrar fábricas e institutos de pesquisa que utilizam a antiga técnica de fundição de metais com a ajuda de um cadinho. Esse conhecimento, que há muito tempo vem sendo aplicado, ainda tem lugar, mesmo nas fundições mais bem equipadas.

Fundição, em instituto de pesquisa, com a ajuda de um cadinho.

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O homem transforma a natureza e, ao mesmo tempo, se transforma. Transforma os seus instrumentos, os métodos e as relações de trabalho.

reprodução

Enquanto aprimoravam-se as técnicas que levaram os homens ao domínio dos metais, o trabalho era artesanal e o sistema de trocas foi organizado gradativamente. Com esse sistema, as pessoas trocavam mercadorias entre elas. Cada um produzia para sustento próprio e o que sobrava era trocado com os demais. Essa forma de troca, associada ao fato de alguns produtos passarem a ter mais procura que outros, abriu caminho para mais uma invenção que envolveu a transformação dos metais: a moeda. Isso aconteceu por volta dos anos 500 a.C. a 400 a.C. (antes de Cristo). Com o advento do dinheiro, os metais foram adquirindo um valor muito maior.

Moeda de Lesbos, Grécia, cerca de 500-450 a.C.

Moeda de Creta, Grécia, de 300 a 270 a.C.

Muito tempo depois, já na Idade Média, surgiram as “oficinas artesanais”, com algumas características da indústria – que só apareceria séculos mais tarde: havia o mestre (geralmente um pai de família), o artífice ou companheiro (o filho mais velho) e o aprendiz (o filho mais novo). Onde se trabalhava com metais, podemos imaginar que existia um espaço de testes e ensaios, que serviam para verificar se os produtos estavam bons para o uso. É possível que o homem da Idade dos Metais não tivesse grandes preocupações em testar previamente a qualidade de seus produtos. Tal cuidado, no entanto, ocupava a rotina dos artesãos medievais. Os pré-históricos experimentavam suas criações no dia a dia, contavam com a sorte e não aplicavam testes para verificar se seus artefatos estavam adequados. Diferentemente, os mestres das oficinas procuraram desenvolver técnicas e procedimentos para observar a qualidade do que produziam. E, assim, deram origem a preocupações com a qualidade do que estava sendo produzido, e que hoje devem fazer parte do trabalho de qualquer trabalhador, entre os quais o auxiliar de fundição.



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Soldado romano enfrentando guerreiro gaulês na Antiguidade: armas eram testadas no campo de batalha.

Você conhece o guerreiro Asterix, personagem de quadrinhos criado por René Goscinny e Albert Uderzo? Seus álbuns – que podem ser encontrados facilmente em bibliotecas públicas – narram as aventuras de um grupo de gauleses que, pouco antes do nascimento de Cristo, resiste ao domínio de Roma. As histórias, embora divertidas, são totalmente fictícias, pois o Império Romano conquistou toda a Gália (atual França) com um poderio militar que, entre outras coisas, incluía armas metálicas fabricadas por meio de técnicas ignoradas por outros povos.

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É importante saber que, nessas oficinas, todos conheciam o trabalho do princípio ao fim e participavam de cada etapa de produção até que a arma, a ferramenta, o utensílio ou o ornamento fosse finalizado. Porém, fatores variados – entre os quais a ampliação das relações mercantis, por exemplo – levaram a uma mudança nos processos de trabalho. A produção passou a ser dividida em etapas, dando origem ao trabalho especializado: se, no início, a equipe toda participava de todas as fases de fabricação de um produto, mais tarde, cada um passou a exercer uma só tarefa. Essa transformação foi um dos fatores que criaram condições para a Revolução Industrial.

A Revolução Industrial A palavra “revolução” tem, entre outros significados, o sentido de grande transformação, mudança expressiva. E o que foi a Revolução Industrial? Um conjunto de mudanças que aconteceram ao mesmo tempo na economia, no modo de vida das pessoas, na política e, também, nas artes. Mas vamos nos concentrar naquilo que é mais importante para este curso: as mudanças no modo de produção de bens e mercadorias.

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Album/akg-images/Akg-Images/Latinstock

Londres nos tempos da Primeira Revolução Industrial: muitos trocaram o campo pela cidade em busca de trabalho.

As primeiras máquinas a vapor, que usavam carvão como combustível, surgiram no século 18 (XVIII) na Inglaterra – país rico em carvão mineral e ferro. Essa conquista tecnológica marcou o início do que seria a chamada Primeira Revolução Industrial. As indústrias foram diretamente responsáveis pelo crescimento das cidades, pois, naquela época, muita gente do campo precisou deixar o local onde vivia e migrar para os centros urbanos em busca de trabalho. E o aparecimento das primeiras metrópoles gerou problemas (e agravou outros) como alcoolismo, prostituição, fome, desemprego etc. No entanto, as mudanças não pararam e, em 1860, veio uma Segunda Revolução Industrial. Se no século anterior a novidade foi o uso do carvão para movimentar as máquinas, agora era vez da descoberta da eletricidade e do uso do petróleo. Você pode se aprofundar no assunto

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Você sabia? Uma vez extraído da natureza, o minério de ferro tem endereço certo: a usina siderúrgica, onde é transformado em aço. Esse processo leva o nome de redução. Você saberá mais sobre as propriedades do aço na Unidade 3.

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Tempos Modernos – Nesta comédia de 1936, o ator Charles Chaplin (que também dirige a trama) interpreta um operário que tem como função apertar parafusos em uma grande indústria. Mas as peças avançam numa esteira rolante em alta velocidade, num ritmo que o personagem não consegue acompanhar. O filme mostra, de modo divertido, como todos trabalhavam de forma mecânica e sem descanso.

consultando o Caderno do Trabalhador 1 – Conteúdos Gerais, no tema “História do trabalho”. Neste nosso curso interessa, principalmente, saber que a transformação do ferro em aço permitiu aumentar e variar toda a forma de produção. Isso porque a nova liga metálica era mais resistente e durável, proporcionando, por exemplo, a criação de enormes estruturas industriais: as máquinas que ajudam a fazer novas máquinas. Vamos agora dar mais um salto no tempo e visitar uma montadora de automóveis norte-americana no início do século 20 (XX), a Ford, que pôs em prática um novo jeito de trabalhar. Para produzir um de seus carros, o célebre Modelo T, Henry Ford (nascido em 1863 e falecido em 1947), dono da fábrica, decidiu que as peças iriam até os operários (por meio de instalações móveis que compunham a chamada linha de montagem) e não o contrário, como era feito até então. Com isso, ganhava-se tempo, e cada trabalhador só poderia parar quando seu chefe permitisse.

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É fácil perceber como o dia a dia do profissional de metalurgia mudou após a invenção das linhas de montagem.

Henry Ford, criador da linha de produção, e seu Modelo T: na montagem dos carros, as peças iam até os operários.

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Atividade 3 1. A fundição de ontem e de hoje Vimos, de forma breve, que o processo de forja precedeu o de fundição. Tente imaginar e descrever como, em diferentes momentos da história, eram executados esses dois processos. Pense também na evolução dos processos de fundição. Será que sempre existiu um local específico para realização da fundição? Escreva abaixo as suas conclusões.

2. Vida de operário Sob a orientação de seu monitor, faça uma pesquisa na internet sobre as condições de vida dos operários na época da Primeira Revolução Industrial. As relações de trabalho mudaram dessa época para os dias de hoje? Em quais aspectos? O que mudou e o que permaneceu igual?



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3. Objetos metálicos Você conhece algum objeto que, no passado recente, era fabricado com um tipo de metal e que hoje é produzido com outra matéria-prima? O ferro de passar roupas é um bom exemplo disso: no tempo dos nossos bisavós, era mesmo feito de ferro. Mas, agora, apesar de manter o nome, ele tem o corpo de plástico e a base de aço inoxidável. Procure lembrar-se de outros casos e aponte as possíveis vantagens e desvantagens dessas mudanças.

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A metalurgia no Brasil

Você sabia? O Barroco é um estilo artístico surgido no século 16 (XVI) que se manifestou principalmente na arquitetura, na pintura e na escultura. Suas características mais marcantes são a valorização dos detalhes, dos ornamentos e das linhas curvas. Nas Vilas do Ouro, há belíssimas construções nesse estilo, especialmente igrejas, decoradas com painéis pintados por Manuel da Costa Ataíde e com esculturas moldadas por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

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Thomaz Vita Neto/pulsar imagens

Rico em recursos naturais, o Brasil passou quase 300 anos de sua história fornecendo metais para a Europa. Isso aconteceu durante todo o período em que foi colônia de Portugal, entre 1500 e 1822. A descoberta de grandes reservas de ouro em Minas Gerais, no final do século 17 (XVII) e no início do século 18 (XVIII), fez daquela região o centro da economia do país. Embora quase toda a produção desse metal fosse enviada para o Velho Mundo, retirando do Brasil a maior parte da riqueza gerada, as áreas que concentravam as minas mais ricas deram origem às chamadas Vilas do Ouro, entre as quais se destacam as atuais cidades de Ouro Preto, Mariana, São João del Rei, Sabará, Tiradentes e Diamantina. Nesses lugares, o ouro financiou a construção de belíssimas igrejas em estilo barroco.

À esquerda, interior da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto. Acima, escultura de Aleijadinho.



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A produção de ouro começou a diminuir na década de 1750. Para compensar a queda em seus lucros, Portugal passou a cobrar impostos ainda mais altos sobre a extração desse metal.

Entre outras medidas, os inconfidentes pretendiam criar uma universidade em Vila Rica (atual Ouro Preto), transferir a capital da colônia para São João del Rei e construir fornos siderúrgicos em Minas Gerais.

Em outras palavras, a Coroa não aceitava que as reservas das Minas Gerais estivessem diminuindo. E, em vez de tomar medidas que melhorassem a situação, instituiu a chamada “Derrama”, exigindo de cada região produtora o pagamento de 100 arrobas (1.500 quilos) do metal – além do “Quinto”, imposto de 20% sobre o ouro encontrado, que já era cobrado até então. Quando a região não conseguia cumprir a cota, soldados invadiam as casas dos moradores e retiravam seus pertences até completar o valor devido.

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Essa medida, associada à proibição de que a colônia desenvolvesse atividades produtivas – o que diminuiria sua dependência de Portugal –, causou revolta entre a elite mineira: fazendeiros, escritores, donos de minas e militares. Reunidos e organizados, eles começaram a discutir como tornar o Brasil um país independente. Esse movimento ficou conhecido como Inconfidência Mineira.

O longa-metragem Tiradentes, dirigido por Oswaldo Caldeira em 1999, mostra a Inconfidência Mineira por um ângulo diferente daquele que os livros escolares geralmente apresentam. O filme sugere que Joaquim José da Silva Xavier (interpretado nas telas por Humberto Martins) foi condenado à morte porque era o único entre os revoltosos que não tinha grandes posses.

Em 1789, a tentativa de rebelião foi abortada e suas lideranças, acusadas de infidelidade ao rei. Parte desses líderes foi exilada do país. Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi executado, sendo o dia 21 de abril – aniversário de sua morte – comemorado como uma data histórica no Brasil, um exemplo de luta contra a tirania.

Você sabia?

Joaquim José, “o Liberdade” Tiradentes (1746-1792), chamado de “o Liberdade” pelos colegas inconfidentes, aprendeu com o tio o ofício de dentista (daí seu apelido mais conhecido). Também tentou a vida como tropeiro e minerador. Cansado de ganhar mal, alistou-se no Regimento da Cavalaria e recebeu o posto de alferes (o equivalente, hoje, a subtenente). Chegou a pedir licença da tropa, mas depois retornou. Passou a conspirar lutar a Coroa ao conhecer as ideias de pensadores como Rousseau e Montesquieu, que influenciaram a Revolução Francesa.

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©Tiradentes Esquartejado(1893).Pedro Américo/Wikimedia.org

Pedro Américo de Figueiredo e Melo, autor da tela reproduzida ao lado, foi pintor, romancista e poeta. Nascido em 1843 na cidade paraibana de Areia, estudou na Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e aperfeiçoou-se em Paris. Admirado por Dom Pedro II, o artista se tornou conhecido por retratar cenas históricas como A Batalha do Avaí (1877), quadro exposto no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, e Independência ou Morte (1888), painel gigante que faz parte do acervo do Museu Paulista, em São Paulo. Pedro Américo morreu em 1905, em Florença, na Itália. Tiradentes esquartejado, óleo sobre tela de Pedro Américo, 1893, Museu Mariano Procópio, Juiz de Fora, MG.

Apesar da fase que envolveu a extração de ouro e da riqueza gerada por ela, não houve nenhum considerável progresso industrial no país até o século 19 (XIX). Até a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, era vetada a instalação de fábricas por aqui. Dessa maneira, os brasileiros consumiam apenas produtos portugueses.

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Mesmo com a chegada de D. João VI e sua corte, a indústria no Brasil não conseguiu se desenvolver imediatamente. Em 1o de abril daquele ano, a Coroa liberou o estabelecimento de indústrias e manufaturas, mas os produtos brasileiros já enfrentavam a concorrência das mercadorias inglesas, que entravam no país sem pagar nenhum imposto. Assim, depois de um período no qual criar indústrias no país era proibido, houve a fase na qual privilégios eram concedidos aos produtos fabricados na Inglaterra, fazendo com que a atividade industrial no Brasil tardasse a se desenvolver. Alguns historiadores chegam a afirmar que o capitalismo – modo de produção baseado na indústria e no trabalho assalariado – só se firmou no Brasil depois da década de 1930, mais de 100 anos após a Proclamação da Independência.

ARQUIVO EDGARD LEUENROTH/UNICAMP, COLEÇÃO HISTÓRIA DA INDUSTRIALIZAÇÃO

Se considerarmos a indústria metalúrgica, veremos que seu desenvolvimento no país é posterior a essa data e está fortemente associado às políticas de desenvolvimento implementadas por dois presidentes: Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.

Operários em frente a uma fábrica paulista fundada no século 19 (XIX): a indústria metalúrgica se desenvolveu bem depois.

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A Era Vargas Vargas ficou no poder por 15 anos (de 1930 a 1945), comandando o país de forma ditatorial – sem que ocorressem eleições e sem permitir manifestações políticas de oposição nem a expressão da população. Depois, voltou eleito ao poder, governando entre os anos de 1951 e 1954. Durante sua primeira passagem pela presidência da República, Vargas deparou-se com uma forte crise econômica – efeito da Depressão que se seguiu à quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929 – e a combateu promovendo o fortalecimento da indústria e investindo em infraestrutura.

folhapress

Indústrias de base são aquelas que produzem matérias-primas para outras empresas. Também conhecidas como indústrias de bens de produção ou indústrias pesadas, elas incluem principalmente os ramos siderúrgico, metalúrgico, petroquímico e de cimento.

folhapress

De acordo com sua política de desenvolvimento, o governo faria intervenções diretas na economia, com o Estado ficando responsável pela criação de indústrias de base, entre elas, a metalúrgica.

Você sabia?

Getúlio Vargas e uma antiga máquina de laminação da Companhia Vale do Rio Doce, criada por ele em 1942: investimento pesado em infraestrutura.



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Essas indústrias de base, por sua vez, dariam suporte para que os demais setores industriais se desenvolvessem. Várias indústrias e diversos institutos de pesquisa, todos estatais, foram criados nesse período.

Você sabia?

JK: 50 anos em 5 Juscelino Kubitschek assumiu a presidência da República em 1956, após um período de turbulências na política que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas em 1954, interrompendo seu segundo mandato. O vice de Vargas,

Acervo Iconographia

Substituição de importações é o nome do processo econômico que leva ao aumento da produção interna de um país e à diminuição de suas importações. Em outras palavras, o país passa a produzir aquilo que vai consumir para não precisar comprar os produtos de fora, valorizando, assim, a indústria nacional.

Entre as empresas públicas fundadas por Vargas podemos citar a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a Fábrica Nacional de Motores (1943-1985) e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Elas são do ramo de metalurgia e empregam auxiliares de fundição. A instalação dessas indústrias fez parte da política de substituição de importações adotada pelo então presidente.

Juscelino Kubitschek (em pé, acenando para o público): incentivo à instalação de empresas do setor automobilístico.

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Café Filho, chegou a comandar o governo, mas foi afastado pouco mais de um ano depois por problemas de saúde. JK, eleito em 1955, seguiu uma política considerada “desenvolvimentista” e dizia que sua meta de governo era fazer o Brasil avançar “50 anos em 5”. A promessa entusiasmou o país. Na economia, a proposta de Juscelino era dar continuidade ao desenvolvimento industrial (e acelerá-lo) e, para isso, tinha como um de seus focos as indústrias de base, o que, como já vimos, envolve a área metalúrgica.

A fundação de Brasília, que substituiu o Rio de Janeiro como capital federal, ocorreu em 21 de abril de 1960, durante a presidência de JK. A promessa de deslocar o núcleo do poder político para o Planalto Central era uma das metas do plano “50 anos em 5”.

Arquivo Público do Distrito Federal

Mas o governo também apostou na atração de investimentos estrangeiros, incentivando a instalação de empresas internacionais, principalmente do setor automobilístico. Isso levou o país a criar uma enorme dívida com consequências sérias para as décadas seguintes.

Você sabia?

O projeto urbanístico de Brasília, que lembra um avião, coube a Lúcio Costa. Já o arquiteto Oscar Niemeyer projetou os principais prédios públicos da nova capital, como o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a Catedral de Brasília.



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Trabalhadores da metalurgia na redemocratização do país

De 1964 a 1984, o Brasil mergulhou num dos capítulos mais sombrios de sua história: uma ditadura militar repleta de censura, violência e repressão. Você pode recordar o assunto consultando o Caderno do Trabalhador 5 – Conteúdos Gerais, no tema “Repassando a história”.

Você sabia? A região conhecida como ABC Paulista engloba os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul. Também há quem se refira ao ABCD, que inclui a cidade de Diadema.

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Em 1968, em represália contra os opositores, o governo baixou o Ato Institucional no 5 (ou AI-5), medida que suprimiu as liberdades políticas e de expressão dos brasileiros. Qualquer ação considerada subversiva pelos agentes do poder poderia resultar em prisão, tortura, extradição e até morte. Dez anos depois da publicação do AI-5, em 12 de maio de 1978, mais de 3.000 metalúrgicos de uma montadora de caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, desafiaram a truculência dos generais: eles entraram na fábrica, mas deixaram as máquinas desligadas. Tinha início, então, a primeira de uma série de greves organizadas pela categoria, que se estenderam

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Homero Sérgio/Folhapress

até o ano seguinte. Aumento salarial e melhores condições de trabalho estavam na pauta de reivindicações. Entretanto, mais do que as demandas relacionadas diretamente ao trabalho, as mobilizações dos grevistas das indústrias metalúrgicas em São Paulo (e depois em Minas Gerais) tornaram-se símbolos da luta pela redemocratização do país, já que, na época, o Estado vetava manifestações públicas. Entre outras lideranças, o movimento dos operários do ABC revelou o então torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva, que, anos mais tarde, chegaria à presidência da República por meio do voto.

Operários de São Bernardo do Campo em greve, no final da década de 1970: símbolo da luta contra a ditadura militar.

Atividade 4 R eflexão Com a supervisão do monitor, você e seus colegas vão debater a importância dos movimentos grevistas dos metalúrgicos durante a ditadura militar e as vitórias conquistadas pela categoria em consequência disso. E o país, o que ganhou a médio e longo prazo?



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Unidade 2

A profissão de auxiliar de fundição O Ministério do Trabalho e Emprego produz um documento que organiza as diversas categorias profissionais e ajuda o trabalhador a orientar-se no mercado. Esse documento – a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) – descreve 2.422 ocupações e diz o que é preciso para exercê-las: a escolaridade necessária, o que cada profissional deve fazer, onde pode atuar etc. Entre as informações que constam desse documento, existe uma que nos interessa definir neste momento: quem são os trabalhadores envolvidos nos processos de fundição.

A descrição de cada ocupação da CBO é feita pelos próprios trabalhadores. Dessa forma, temos a garantia de que as informações vêm de quem atua no ramo e, portanto, conhece bem a profissão. Você pode consultar esse documento na íntegra acessando o site: www.mtecbo.gov.br.

De forma resumida, a CBO indica o que faz o auxiliar de fundição. Agrupamos aqui suas atribuições por temas:

Formação/qualificação profissional • Apresentar Ensino Médio concluído. • Apresentar curso básico de qualificação profissional de 200 a 400 horas-aula. • Desempenhar atividades por um ou dois anos para conseguir experiência profissional.



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Atitudes pessoais • Trabalhar em equipe.

Atitudes profissionais Você sabia?

• Obedecer aos princípios de qualidade total. • Obedecer aos procedimentos internos. • Utilizar corretamente equipamento de proteção individual. • Trabalhar com atenção. • Respeitar os procedimentos operacionais.

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Existem empresas que fornecem capacitação para trabalhadores dessa área quando já estão contratados. Quando você estiver procurando emprego no setor, procure saber quem oferece oportunidades de formação.

A fundição é um processo metalúrgico que oferece muitos riscos ao trabalhador, por isso, todo o cuidado é pouco!

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Mas, afinal, o que é fundição? Para começar a entender o processo metalúrgico conhecido como fundição, observe o seguinte diagrama:

Diagrama da fundição 2. No processo metalúrgico de fundição, o metal atinge a temperatura de fusão.

Met

1. A fundição é um processo pelo qual um metal sólido passa ao estado líquido e, depois, transforma-se em peça fundida.

al só

lido do ingin fusão al at Met atura de per tem

Metal sólido Metal sólido

Metal atingindo Metal temperatura de atingindo fusão temperatura de fusão

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Metal sólido

Metal sendo 3. Logo após, já no estado líquido, o Metal sólido vazado em um molde metal é vazado em um molde que tem um Metal formatosendo aproximado ao da peça vazado em um que se quer produzir.molde

Metal atingindo temperatura de fusão

Peça fundida

Metal atingindo temperatura de fusão

Metal sen vazado em um

Metal sendo vazado em um molde

4. Após Peça desenformada, fundidaa peça fundida está pronta!

Você percebeu que algumas palavras do diagrama estão em destaque? Não é à toa! Ao aprender o significado dessas palavras (temperatura de fusão, vazado e molde), você poderá entender melhor o processo de fundição. No dicionário do auxiliar de fundição, elas certamente estão incluídas, porque fazem parte do dia a dia dessa ocupação. Além dessas, você verá outras duas palavras com muita frequência: areia e macho.

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Dicionário do Auxiliar de Fundição

Temperatura de fusão

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A temperatura de fusão é aquela na qual o metal passa do estado sólido para o estado líquido. Todo o metal possui uma temperatura de fusão, mas essa temperatura varia conforme o metal.

Metal no estado líquido após atingir temperatura de fusão.

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Vazado

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Metal vazado é um metal no estado líquido despejado em um molde.

Metal sendo vazado em um molde.

Molde ou Cavidade

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O molde, também conhecido como cavidade, é o espaço preparado para receber o metal no estado líquido. Ele pode ser feito de areia, de areia e cimento, de metal, ou de qualquer outro material, desde que seja capaz de suportar altas temperaturas.

Molde de areia.



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Areia É um material muito utilizado para fazer moldes. Isso acontece pelo fato de a areia ser um material refratário, ou seja, capaz de suportar altas temperaturas. Sua adequação não se dá apenas por conta dessa característica, mas, também, pela sua capacidade de resistir aos esforços quando o metal é vazado no molde.

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Além disso, a areia pode ser reutilizada, reduzindo desperdícios. Ponto para o meio ambiente!

Areia de fundição.

Macho

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A maioria das peças fundidas é planejada com furos ou reentrâncias. Mas, para conseguir fabricar uma peça com furos, o auxiliar de fundição precisa contar com a ajuda de um dispositivo – o macho – responsável por preencher as regiões vazias e obstruir a entrada do metal. É simples: no espaço que o macho ocupa, o metal não consegue penetrar.

Macho.

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Peça fundida.

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Depois de entender a sequência do processo de fundição (diagrama) e conhecer os principais termos utilizados (dicionário), podemos fazer mais uma comparação que nos ajudará a entender como se processa a fundição: o molde, no qual o metal no estado líquido é despejado, pode ser comparado a uma brincadeira de criança. Você conhece massinha de modelar? A massinha, assim como o metal no estado líquido, pode ser adaptada ao formato que você desejar. Para que isso aconteça, utilizamos forminhas, moldes especiais para dar forma às massinhas. Esses moldes são muito semelhantes, no que se refere aos seus objetivos, aos moldes (ou cavidades) utilizados nos processos de fundição.

Você sabia? É lógico que, na metalurgia, os moldes, em geral, não serão de corações ou ursinhos. A não ser no processo de fabricação de joias. Porém, a ideia é a mesma! O molde tem o formato aproximado ao da peça que queremos produzir. O processo de conformação do metal (fundição), portanto, ocorre da mesma maneira.



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O vazamento de metal no estado líquido em moldes de areia é uma das mais antigas práticas industriais. No Caderno 2 deste curso, você terá a oportunidade de conhecer esse método, que é o mais empregado atualmente e serve para todos os metais.

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O auxiliar de fundição Agora que você já sabe o que é fundição, vale voltar a se perguntar: o que faz o auxiliar? Por ora, é importante saber que cabe a ele ajudar cinco profissionais da fundição:

Segundo o Dicionário Houaiss, acabamento significa “operação que completa ou aperfeiçoa algo”. Essa é justamente a atividade de profissionais da fundição como o acabador de macho, o acabador de moldes e o acabador de fundição. A peça fundida só terá a qualidade desejada alcançada após passar pelas mãos desses três famosos acabadores!

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• o acabador de macho;

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• o acabador de moldes;

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• o acabador de fundição;

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• o analista de areias em fundição; e

DICA O Brasil possui, atualmente, uma vasta e diversificada lista de indústrias de fundição. São empresas que contam com um maquinário sofisticado e utilizam técnicas avançadas de produção. Elas conseguem produzir desde peças imensas, utilizadas em nossas hidrelétricas, até delicadas joias e peças artísticas. Oportunidade de trabalho para os profissionais da fundição é o que não falta!



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• o operador de fornos.

De acordo com a descrição da CBO, esses profissionais “preparam a areia para moldagem e macharia. Confeccionam machos e moldes em processos mecanizado e manual. Confeccionam, à mão e à máquina, moldes de areia para moldagem de metais e machos para fundição de peças ocas. Operam equipamentos de preparação da areia”. No Caderno 2, você aprenderá quais são essas etapas da fundição. Por enquanto, nos preocuparemos em saber que as atividades do auxiliar de fundição podem ser bastante diversificadas, dependendo da parte do processo produtivo em que ele atua, do profissional que assessora e, também, do tipo de produto fabricado ou do serviço prestado pela empresa. O processo metalúrgico de fundição oferece um leque de atividades muito grande. Ao acompanhar os cinco profissionais dessa área, o auxiliar terá a possibilidade de participar de todas as etapas do processo. É muito importante se esforçar para aprender o que ocorre em cada uma delas. Afinal, o auxiliar de fundição poderá ser chamado para ajudar em qualquer tarefa. Não se esqueça: o aprendizado também ocorre no próprio local de trabalho! 46

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O fato de sua função ser diversificada não diminui o grau de responsabilidade da atividade. O grau de dificuldade também pode variar. A preparação de um molde, por exemplo, parece um processo simples, mas pode ser complicado. Seguir o modelo das peças que serão fundidas apresenta alguma complexidade. E erros, nesse momento, podem gerar problemas futuros.

Atividade 1

F uncionamento

inadequado

Organizados em duplas, você e seus colegas vão imaginar uma fábrica que produz peças de automóveis: barras de direção, cabos de embreagem, discos de freio etc. Essas peças dependem do setor de fundição, mas, nessa fábrica imaginária, ele não funciona adequadamente. Listem as consequências da fabricação inadequada de peças com o grau de importância de uma barra de direção que, por exemplo, pode vir a romper enquanto uma pessoa estiver dirigindo.

Você sabia? Quando uma indústria – uma montadora de automóveis, por exemplo – descobre que colocou no mercado um lote de produtos com defeito de fabricação, ela faz uso de um expediente que é chamado de recall (uma palavra inglesa que pode ser traduzida por “rechamada”, “revogação”, “anulação”). Trata-se, enfim, da convocação dos consumidores que adquiriram essa mercadoria para que ela seja consertada gratuitamente (se for o caso, substituindo as peças defeituosas).



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Dia a dia O auxiliar de fundição trabalha com outros profissionais de uma indústria metalúrgica, lidando com diferentes equipamentos e realizando diversas tarefas. Ele é o profissional que auxilia na produção de peças que podem ser fundamentais e interferir na realização de todo um projeto. Uma boa base de conhecimento técnico, portanto, será necessária. São vários os saberes que você precisará usar no seu dia a dia. Veja este exemplo: a indústria em que você atua irá fabricar um certo produto e, para isso, pede para que você produza determinado molde. Como auxiliar de fundição, você irá até a linha de produção e ajudará o acabador de moldes nessa tarefa. No entanto, existe uma recomendação básica: para fazer o molde você precisa escolher um modelo – isto é, uma réplica da peça, que deve ser um pouco maior do que a própria peça, já que o metal sofre dilatação quando aquecido, exigindo uma cavidade maior. Parece simples, não é? Molde

Peça pronta

Mas vamos imaginar que você não deu muita importância ao tamanho do modelo e o fez menor do que deveria. A peça, ao resfriar, sofrerá uma contração e ficará menor do que o tamanho desejado. O seu deslize terá prejudicado todo o processo e o produto não poderá ser utilizado. É para evitar situações como essa que, neste curso, procuraremos passar a você algumas bases técnicas fundamentais até mesmo para realizar procedimentos que parecem simples. 48

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O setor destinado aos processos de fundição pode fazer parte das instalações de uma indústria ou ser terceirizado. Em qualquer dos casos, o operador de fundição e seus auxiliares deverão estar prontos para atender aos pedidos de várias áreas de uma empresa, que precisará de peças fundidas com a qualidade desejada para os produtos que fabrica. A fundição, portanto, tem papel essencial na produção.

Importante Quando uma empresa contrata os serviços de outra, falamos que esse trabalho é terceirizado, ou seja, realizado por um “terceiro”. A finalidade desse processo é reduzir os custos, uma vez que a empresa que contrata não precisa arcar com a estrutura necessária (instalações, equipamentos e contratação de trabalhadores) para realizar a tarefa encomendada. Agora reflita: você acha que a terceirização altera alguma coisa para os trabalhadores? Como ficam os contratos de trabalho? E os salários? Façam uma pesquisa sobre a questão e depois debatam sobre suas conclusões em sala de aula.



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O perfil do profissional Como em uma fundição são realizadas atividades diferenciadas – tanto simples, como complexas – nela trabalham profissionais de diversos níveis de escolaridade e com funções e cargos variados. Nesse sentido, ter disposição para trabalhar em equipe é importante. A cooperação no ambiente de trabalho possibilita que toda a equipe cresça junto, e você poderá aprender cada vez mais sobre sua profissão. Nessa ocupação, como em quase todas, também é imprescindível realizar as atividades sem perder a concentração. Ser cuidadoso na manipulação dos materiais evita riscos desnecessários. Mas lembre-se: a preocupação com os riscos no ambiente de trabalho é, antes de tudo, uma responsabilidade da empresa. É ela que deve – por lei – dispor das condições e dos equipamentos de proteção individuais e coletivos (sobre os quais falaremos detalhadamente mais adiante) para que os profissionais não atuem em condições que possam causar falhas de segurança e danos à sua saúde. Por fim, planejar o trabalho e as atividades do dia poderá ajudá-lo a organizar o que irá fazer e tornar a sua rotina mais fácil.

Atividade 2

C onhecendo

a profissão

P – Qual é o seu nome e o que você faz?  R. Meu nome é Carlos de Brito e sou auxiliar de fundição. P – Qual é a sua idade? R. 37 anos. P – Como iniciou sua carreira?  R. Eu comecei, quase que por acaso, em um ateliê de esmaltação em metal. Consegui me dar muito bem nesse trabalho, por isso nele permaneci por sete anos. Trabalhava com uma artista plástica que fazia objetos decorativos esmaltados em cobre. P – Como iniciou sua carreira em fundição? R. Nesse mesmo período, eu comecei a produzir joias. Na verdade, eu nem sabia que existiam escolas de joalheria. Quando

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ivan carneiro

1. Leia a entrevista a seguir. Ela traz o depoimento de um metalúrgico que atua como auxiliar de fundição.

eu descobri, me achei! Estudei em uma dessas escolas e continuei trabalhando no ateliê. Logo depois, conheci o Patrício, dono da joalheria na qual eu trabalho hoje. Quando desejei algo diferente, fui trabalhar com ele e consegui aumentar, e muito, os meus conhecimentos na fabricação de joias e nos processos de fundição. O Patrício tem um conhecimento indescritível das técnicas de fundição, tive sorte na vida. P – Há quanto tempo você exerce a profissão de auxiliar de fundição?  R. Eu exerço a profissão de auxiliar de fundição há 9 anos. P – Qual é a sua rotina de auxiliar de fundição? R. Minha função, na joalheria, é produzir peças utilizando o processo de fundição em cera perdida. Não sou o responsável pela criação, eu apenas produzo, sem me esquecer de que devo, em primeiro lugar, buscar a satisfação do cliente. Como toda semana cumpro essa rotina, já consigo analisar uma peça assim que acabo de fabricá-la. Ao perceber algum defeito, tenho que achar uma solução. Em algumas situações, discuto com o meu supervisor para que ele me ajude a entender o que é preciso fazer para que a peça atinja a qualidade desejada. P – Como é ser autônomo? R. Basicamente, se há muito trabalho, eu trabalho muito e, se não há, eu ganho menos! Na joalheria, por exemplo, eu comecei ganhando por modelo que fabricava. Com o tempo, o Patrício foi me ensinando a trabalhar em todas as etapas da fundição em cera perdida e, com isso, o meu serviço e, consequentemente, o meu rendimento, aumentaram. P – O que é preciso para ser um bom auxiliar de fundição? R. O mais importante para se tornar um bom auxiliar de fundição é ter uma boa visão técnica de todas as etapas do processo com o qual trabalha. Eu, como comentei, aprendi a trabalhar desde o projeto do modelo até o acabamento da peça.

2. Organizados em trios, você e seus colegas vão entrevistar um profissional da área. Se possível, escolham alguém que atue num bairro próximo à escola. Segue abaixo um roteiro com sugestões de perguntas. a) Quem é o entrevistado? Qual o seu nome? Onde trabalha? b) Qual sua escolaridade? c) Há quanto tempo está exercendo essa ocupação? d) Como é o trabalho que realiza no seu dia a dia? e) Como aprendeu a ocupação? f) Quais são as principais dificuldades para exercer o trabalho no dia a dia? 3. Investiguem as oportunidades de trabalho existentes para quem exerce essa ocupação. 4. Criem um cartaz com as principais informações levantadas na entrevista (item 2) e na pesquisa (item 3) e exponham os resultados do trabalho para a classe.



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Conhecer o que faz um auxiliar de fundição é importantíssimo para você entender esta ocupação.

A economia nacional cresceu em ritmo acelerado nos últimos anos, o que gerou, entre outros efeitos, um aumento significativo na quantidade de empregos na indústria, inclusive no setor metalúrgico. A boa notícia inclui a área de atuação do auxiliar de fundição. E o melhor: o campo de trabalho desse profissional vai além das indústrias. Ele pode se dedicar a atividades de ensino e pesquisa em escolas técnicas e universidades, por exemplo. Além disso, pode ocupar uma vaga numa fundição independente que presta serviços para uma ou mais empresas.

Identificando seus saberes Já vimos até aqui alguns aspectos da ocupação de auxiliar de fundição. Antes de continuarmos, convidamos você a olhar para seus saberes atuais. Afinal, você já tem conhecimentos, experiências e percepções que podem ser úteis no dia a dia de um auxiliar de fundição. Nossa proposta é identificar esses itens por duas razões. A primeira delas é que há muitas coisas que já fizemos (ou ainda fazemos) e não valorizamos. Certamente você possui saberes adquiridos durante a vida por meio de experiências e aprendizagens obtidas na escola ou fora dela. E nem sempre as percebemos; ou conseguimos relacioná-las com o que teremos que saber para exercer uma determinada ocupação.

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Artpose Adam Borkowski/Shutterstock

O mercado de trabalho

Veja este exemplo: uma das competências listadas na CBO é “trabalhar em equipe”. Vamos imaginar que você more ou já tenha morado com mais pessoas: mãe, pai, irmãos, filhos, esposa, marido etc. Juntos, os membros da família têm uma série de atividades a fazer: arrumar camas, lavar louça, por ordem na bagunça da casa, preparar almoço, fazer compras e guardá-las. Além disso, você ainda possui suas atividades individuais: revisar seu currículo, buscar informações sobre empresas de metalurgia que estão contratando auxiliares e reservar algum tempo para seu descanso e lazer. Tudo isso exige de você alguma capacidade de lidar com as pessoas da casa, dividir as obrigações coletivas, sem deixar de lado as individuais. Isso é, de certo modo, saber trabalhar em equipe. Ou seja, algo que você pode estar acostumado a fazer em seu cotidiano. A segunda razão para identificarmos nossos conhecimentos passados e experiências acumuladas é que isso vai permitir às pessoas da classe partilharem seus saberes uns com os outros. Um ajudará o outro a reconhecer e a extrair, das vivências individuais, saberes que podem ser úteis para a profissão que estão buscando. Aprender a ouvir é um grande começo. Essa é uma característica importante (e valorizada) quando buscamos uma profissão na qual precisamos lidar com pessoas diferentes o tempo todo.

S ua

Atividade 3 história de vida

1. Escolha alguém da classe – de preferência, uma pessoa que você ainda não conhece bem – para fazer uma dupla. Um de vocês começa a contar sua vida e o outro anota o que achar relevante. Depois, vocês vão trocar de posição. Não deixem nada de fora. Cada um deve falar sobre seus estudos, trabalhos e bicos; o que faz no dia a dia (seus hábitos cotidianos); o que gosta de fazer para se divertir e relaxar; o que sabe fazer em casa; o que aprendeu um dia, mas hoje não sabe mais fazer etc. Fale também sobre como você é: do que gosta e não gosta; se você é organizado, dorminhoco, falante etc. As duplas terão cerca de 40 minutos para essa atividade. Cada um pode falar durante 20 minutos, mais ou menos, sem ser interrompido pelo outro (a menos que seja para esclarecer dúvidas).



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2. Agora que os dois já contaram quem são, que tal organizar essas informações e listar seus saberes? Vocês devem fazer isso juntos, tendo como base a conversa e as anotações mencionadas no item anterior. Mas cada um vai escrever no próprio caderno o que descobriu (ou já sabia) sobre si mesmo.

Exemplo Até que série estudei

Minhas características

Estudei até a sexta série (parei em 1999).

Cursos de qualificação que fiz

Nenhum.

Saberes relacionados às minhas experiências de trabalho

Trabalhei no setor de estoque de uma pequena metalúrgica. Fui ajudante de um serralheiro do meu bairro.

Saberes relacionados ao meu jeito de ser e de agir

Gosto bastante de conversar. Tenho facilidade para aprender.

jogar bola e Outras coisas que Sei desenho bem. sei ou aprendi

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• de tipos diferentes – relacionados à comunicação (fala e escrita), aos números, aos esportes, às habilidades manuais etc. • que aprendemos em lugares diferentes – na escola, no trabalho, na vizinhança, na reunião da associação de bairro etc.

Acervo Iconographia

Lembre-se de que existem saberes:

• que aprendemos de maneiras diversas – olhando os outros fazendo (ou seja, pelo exemplo), lendo, exercitando etc. Assim como o compositor Noel Rosa cantava que “Batuque é um privilégio/Ninguém aprende samba no colégio”, há coisas que aprendemos depois de treinar bastante (futebol, por exemplo) e outras que aprendemos mais facilmente na escola quando alguém nos ensina passo a passo (como ler e escrever). Todos são saberes válidos. Mas, dependendo do que você faz, alguns podem ser mais úteis do que outros. Por isso, vamos agora dar mais um passo no reconhecimento dos seus saberes.

Noel Rosa nasceu no Rio de Janeiro em 1910. Foi compositor e cantor e é considerado um dos maiores sambistas brasileiros. Morreu em 1937, com apenas 26 anos. Mas, nesse curto tempo de vida, compôs mais de 250 músicas. Se possível, ouça – usando a internet – a canção Feitio de oração, que contém os versos transcritos abaixo.

Feitio de oração Oswaldo Gogliano (Vadico) e Noel Rosa

Quem acha vive se perdendo Por isso agora eu vou me defendendo Da dor tão cruel desta saudade Que, por infelicidade, Meu pobre peito invade Batuque é um privilégio Ninguém aprende samba no colégio Sambar é chorar de alegria É sorrir de nostalgia Dentro da melodia Por isso agora lá na Penha Vou mandar minha morena



Pra cantar com satisfação E com harmonia Esta triste melodia Que é meu samba em feitio de oração O samba na realidade não vem do morro Nem lá da cidade E quem suportar uma paixão Sentirá que o samba então Nasce do coração. Copyright © 1954 By IRMÃOS VITALE S/A IND. E COMÉRCIO Todos os direitos autorais reservados para todos os países. ALL RIGHTS RESERVED. INTERNATIONAL COPYRIGHT SECURED.

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Na tabela a seguir, você irá relacionar os seus saberes atuais com aqueles identificados como necessários à ocupação de auxiliar de fundição. O objetivo deste exercício é fazê-lo perceber e registrar tudo que precisa aprender ou aprimorar a fim de trabalhar como auxiliar de fundição. Faça um x na coluna que descreve sua situação em relação a esses saberes.

O que diz a CBO

Saberes que eu já tenho

O que eu preciso saber

(Inclua aqui tanto os saberes que você domina – cursos e atividades que já fez –, quanto os que você está adquirindo)

(Inclua aqui tanto os saberes que você precisa aprimorar, como os que você precisa aprender – aqueles que você “tem que começar do zero”)

OK

Em processo

Preciso aprimorar

Escolaridade Ensino Fundamental completo

Capacitação profissional Curso de qualificação Participação em eventos e palestras Estágio em metalúrgica Consultas em livros e publicações especializadas

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Preciso aprender

O que diz a CBO

Saberes que eu já tenho

O que eu preciso saber

(Inclua aqui tanto os saberes que você domina – cursos e atividades que já fez –, quanto os que você está adquirindo)

(Inclua aqui tanto os saberes que você precisa aprimorar, como os que você precisa aprender – aqueles que você “tem que começar do zero”)

OK

Em processo

Preciso aprimorar

Preciso aprender

Saberes relacionados à ocupação: atitudes profissionais Atuar com criatividade

Agir com iniciativa

Ler manuais técnicos Atuar com responsabilidade técnica Trabalhar em equipe Respeitar a opinião dos outros

Além dos saberes relacionados à escolaridade, atitudes pessoais e no ambiente de trabalho, a CBO apresenta tudo de que você precisa saber, em termos técnicos, para ser um auxiliar de fundição. Fique atento, ao longo do curso, para registrar os saberes que você está adquirindo. Tenha também em mente que certos detalhes das profissões nós só vamos descobrir depois de anos de trabalho. E há coisas que apenas aprendemos quando pesquisamos, ou seja, saímos em busca de novas fontes de informação sobre aquele assunto.



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A atualização sobre sua ocupação deve acontecer o tempo todo. É comum, às vezes, deixarmos coisas importantes para fazer mais tarde. Por isso, é importante traçar um plano, organizar as atividades que temos que fazer com certa antecedência. Isso se chama planejamento. Planejar parece complicado. Mas não é tanto assim. Basta seguir algumas etapas que fica mais fácil. 1. Pense sobre o que deve ser feito e registre tudo numa folha de papel, de forma organizada, de acordo com a ordem de importância. 2. A fim de conferir se uma ação é mesmo importante, procure registrar por que você pensou em praticá-la, ou seja, qual é o seu objetivo ao realizá-la. 3. Em seguida, indique como a atividade será feita. 4. E, finalmente, coloque um prazo para ela acontecer.

P laneje

Atividade 4 seus próximos passos

Liste abaixo algumas atividades que você pode fazer durante este curso e que podem ajudá-lo a se preparar para ser auxiliar de fundição. Por exemplo: ler apostilas e livros técnicos sobre diferentes processos de fundição. Não se esqueça de indicar o motivo que o levou a escolher esse passo e de definir de que forma você vai agir. Depois, é só colocar um prazo para isso acontecer. Construa agora o seu próprio roteiro. Coloque nele quantas ações quiser. Mas lembre-se: você não vai esgotar todas as atividades de uma só vez e, ao programá-las passo a passo, a chance de desanimar é menor. Além disso, você poderá voltar a esse roteiro quantas vezes achar necessário, durante o curso e depois de concluí-lo. Para que o planejamento dê certo, você deve rever o seu roteiro de tempos em tempos e modificar suas ações e prazos, adequando-os quando preciso.

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O que fazer? Ler livros e apostilas sobre os processos de fundição.



Por quê?

Como?

Para conhecer as normas e os procedimentos obrigatórios para o exercício da profissão.

Procurando textos na internet e, se possível, em bibliotecas especializadas (de escolas técnicas, por exemplo).

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Quando? Até o final deste mês.

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Unidade 3

O setor metalúrgico Como já vimos, a área da metalurgia pode ser dividida em: • metalurgia extrativa; • metalurgia de transformação ou conformação mecânica; • beneficiamento; • montagem ou aplicação; • serviços, ensino e pesquisa. Esses segmentos são também as etapas que estruturam o trabalho do setor metalúrgico, desde a extração do minério até a montagem do produto final.

1. A metalurgia extrativa A metalurgia extrativa é a área que trabalha com a obtenção (ou extração, retirada) de metais a partir de fontes minerais naturais e, eventualmente, de sucata. Os metais estão divididos em duas grandes categorias: ferrosos e não ferrosos. O primeiro passo da metalurgia extrativa é verificar se realmente existe minério no local em que se pretende explorar.

Minério e mineral são coisas diferentes. O minério é o mineral que pode ser explorado economicamente, isto é, pode ser comercializado.

Hoje, essa atividade ficou relativamente mais fácil graças à tecnologia, pois, para fazê-la, são usadas sondas que detectam minérios, dispensando as caras e demoradas escavações do passado.



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Os metais podem ser encontrados na crosta terrestre entranhados em rochas. As regiões rochosas em que há uma concentração de minerais com valor comercial recebem o nome de jazidas.

Você sabia? Conforme a sua formação, as rochas podem ser classificadas em ígneas (também conhecidas como magmáticas), sedimentares ou metamórficas.

rogerio reis/pulsar imagens

As jazidas podem ser superficiais ou profundas. No Brasil, as jazidas de ferro, por exemplo, são superficiais, formando morros. Já as de ouro e as de carvão são muito profundas. Essas necessitam de técnicas de extração que envolvem o uso de máquinas sofisticadas ou o trabalho manual de mineiros ou garimpeiros.

As rochas ígneas são formadas pelo resfriamento do magma, que é expelido em estado líquido pelos vulcões quando esses entram em erupção. As rochas sedimentares são formadas pelo acúmulo de sedimentos transportados pelo vento e pela água. Já as metamórficas, pela modificação de rochas existentes que ocorrem como resultado da pressão e do calor no interior da crosta terrestre.

Jazida de ferro: o metal entranhado nas rochas forma morros.

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mauricio simonetti/pulsar imagens Xinhua/Photoshot/Photoshot News/Latinstock

Extração de hematita na Mina de Timbopeba em Mariana (MG): a céu aberto.

A palavra jazida, na língua portuguesa, tem significados diferentes. Pode ter o sentido que nos interessa neste texto – ou seja, “camada de uma substância (como carvão, ferro etc.) que existe naturalmente nas rochas” – mas também pode significar “a ação de jazer”, isto é, deitar-se. Esse tipo de situação (formas linguísticas idênticas com significados diversos), na língua portuguesa, é chamado de homonímia.

Você sabia? Um exemplo de jazida profunda é a da mina de cobre de San José, no Deserto de Atacama, no Chile. Em 2010, 33 mineiros que trabalhavam na extração de cobre no local sofreram um acidente e ficaram soterrados durante 69 dias, 700 metros abaixo da superfície. O resgate dos mineiros, que ocorreu no dia 13 de outubro, durou 22 horas e foi considerado um sucesso, pois todos saíram com vida! Resgate dos mineiros de cobre, no Chile: operação de 22 horas foi um sucesso.



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Observe o gráfico abaixo. Ele contém uma estimativa da presença (em porcentagens) de metais que podem ser encontrados na natureza no mundo todo. Fica bastante destacada, nesse gráfico, a importância relativa do ferro frente aos demais metais. Vê-se que, apesar da diversidade de minérios existente, o mais popular é o ferro, o metal mais abundante no planeta. Presença de metais no mundo Zn 0,8% Cu 1,1% Al 1,7%

Pb 0,6% Ni 0,1% Mg, Sn, Ti 0,1%

Você sabia? Porcentagem ou porcentual é uma fração de uma centena. Para obtê-la, dividimos algo por 100 e contamos quantos centésimos vamos usar. Quando falamos em 25%, por exemplo, significa que estamos usando 25 partes do total de 100 partes em que algo foi dividido.

Fe 95,6%

Al Alumínio Cu Cobre Zn Zinco Pb Chumbo Ni Níquel Mg Magnésio Sn Estanho Ti Titânio Fe Ferro

O extrativismo, pelo qual o homem explora os minérios, é conhecido desde a Pré-História. No Brasil, antes mesmo da descoberta de ouro em Minas Gerais (do qual falamos na Unidade 1), a atividade fez parte de um capítulo importante da história.

Aluviões são camadas de areia, argila ou cascalho provenientes de erosão recente e que são transportados e depositados por correntes de água.

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Foi durante o século 16 (XVI), período em que o Brasil ainda era colônia de Portugal. Os chamados bandeirantes (homens contratados pelos colonizadores portugueses para desbravar terras brasileiras ainda desconhecidas, além de capturar índios e escravos) partiam das vilas de São Paulo e São Vicente em busca de riquezas. Ouro e diamantes eram encontrados na superfície da terra, nos aluviões dos rios ou no solo.

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joão bacelar ACERVO DO MUSEU PAULISTA DA universidade de são paulo / HÉLIO NOBRE

Monumento às Bandeiras, escultura em granito de Victor Brecheret, 1954, Praça Armando Salles de Oliveira, São Paulo.

Você sabia? A história dos bandeirantes foi tratada de diferentes maneiras pelos historiadores brasileiros. Houve quem considerasse que esses exploradores foram heróis nacionais. Um filme produzido em 1940 – Os Bandeirantes, de Humberto Mauro –, ajudou a propagar essa ideia. Outra vertente, mais atual, mostra um lado menos romantizado desses viajantes, retratando sua atuação na captura e escravização de índios e, mais tarde, na perseguição de escravos que fugiam das fazendas. Anhanguera, óleo sobre tela de Theodoro Braga, 1930, Museu Paulista da USP, São Paulo. A imagem mostra o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva acendendo fogo diante de índios goitacazes, que atribuíram poderes mágicos ao explorador e o apelidaram de Diabo Velho.



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O Brasil é bastante rico em recursos naturais, incluindo minérios. Ao lado de Canadá, Austrália, Rússia, China e Estados Unidos, nosso país dispõe de quase 60 tipos de minerais, sendo que algumas das maiores reservas do mundo estão aqui. A terceira maior jazida de bauxita (minério do qual se extrai o alumínio), por exemplo, localiza-se em território nacional. Entre os principais minérios encontrados no Brasil estão o ferro, a bauxita, o cobre, o cromo, o ouro, o estanho, o níquel e o manganês. Um exemplo dessa riqueza natural é o chamado Quadrilátero Ferrífero, região do estado de Minas Gerais, localizada a poucos quilômetros da capital, Belo Horizonte. A região já atraiu muita gente no século 17 (XVII) com a descoberta de grandes reservas de ouro (assunto tratado na Unidade 1). Atualmente, o Quadrilátero continua sendo a região mais populosa daquele estado e ainda é uma área de extrema importância para a economia do país, respondendo por 60% da produção brasileira de ferro e por 40% da produção de manganês. O Quadrilátero Ferrífero

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Diamantina

MINAS GERAIS

FA

FB

Sete Lagoas

Belo Horizonte

Quadrilátero Ferrífero Borda Oeste da Cordilheira do Espinhaço

20

Borda do Craton do São Francisco Supergrupo do São Francisco Supergrupo do Espinhaço Supergrupo Minas Supergrupo Rio das Velhas Gnaisses não retrabalhados no Brasiliano

FARG

FA Faixa Araçari FARG Faixa Alto Rio Grande

46

FB Faixa Brasília

Quadrilátero Ferrífero: localizado em uma área de aproximadamente 7 mil km2 na região central de Minas Gerais.

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Confidência do Itabirano

Reprodução Acervo Iconographia

Para você ter uma ideia da importância do ferro na vida dessa região, vale destacar que o poeta Carlos Drummond de Andrade dedicou ao tema um de seus textos mais célebres, a Confidência do Itabirano. Vamos conhecer esse poema?

Carlos Drummond de Andrade

Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

O poeta Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro, uma das cidades do Quadrilátero Ferrífero, em 31 de outubro de 1902, e morreu no Rio de Janeiro, em 17 de agosto de 1987. Entre suas obras mais conhecidas, merecem destaque Alguma Poesia (1930), Sentimento do Mundo (1940), José (1942) e A Rosa do Povo (1945). Você pode conhecer mais sobre ele e suas poesias pesquisando o site www. carlosdrummond.com.br.

A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil; este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede Mas como dói! Confidência do Itabirano, publicado no livro Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade, Editora Record, Rio de Janeiro Carlos Drummond de Andrade (c) Graña Drummond www.carlosdrummond.com.br



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O ferro, como vimos, é o metal mais presente no planeta. E aproximadamente 8% das reservas mundiais de ferro estão no Brasil. Por isso, ele se tornou o principal minério extraído no país. O Brasil é o segundo maior produtor de ferro do mundo. O papel desse metal, como já estudamos, é histórico. Sua participação na Revolução Industrial foi fundamental e até hoje sua utilização é relevante. Mas você deve ficar atento, pois, atualmente, quando alguém menciona o ferro, muito provavelmente, está falando do aço – resultado de uma liga de carbono com ferro. Ferro e aço são tão importantes que foi criada uma categoria de indústria só para eles: a siderurgia. Não é à toa que essa indústria é tão comentada na história do país. Veja, a seguir, um trecho da reportagem “AEB: Exportação de minério de ferro excede US$20bi” (O Estado de S. Paulo, 3 de janeiro de 2011): “Com o boom no mercado de minério de ferro, pela primeira vez um único produto ultrapassa a marca de US$ 20 bilhões exportados do Brasil para o exterior. A projeção é de que as exportações do minério tenham fechado 2010 em US$ 28,5 bilhões, afirma o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro”.

DICA No cenário internacional do mercado de minério, existe um ator principal: a China, o maior comprador de minério de ferro do mundo. Há uma razão para isso. Como você já sabe, o ferro é a principal matéria-prima para a obtenção do aço, metal muito necessário para a manutenção de um país de território tão vasto e economia crescente.

As reservas de minério de ferro que já foram identificadas e medidas no Brasil alcançam 33 bilhões de toneladas – o total mundial é de 370 bilhões de toneladas. O país ganha uma posição ainda mais destacada no cenário internacional se consideramos que, em nosso território, há minérios cuja composição contém grandes quantidades de ferro. É o caso da hematita, bastante presente no estado do Pará, que possui 60% de ferro em sua composição, e do itabirito, encontrado em Minas Gerais, com 50% de ferro. As principais empresas extratoras de ferro no Brasil são a Vale (responsável por 79% da produção nacional); a CSN (com 7,4% da produção) e a Anglo American/MMX (3%). Outras siderúrgicas respondem pelos 10,6% restantes. Os principais estados produtores são Minas Gerais (71%) e Pará (26%).

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Importante

Juca Varella/Folhapress

Segundo a Constituição Federal do Brasil, todas as jazidas localizadas em território brasileiro pertencem à União, que garante a uma empresa concessionária a propriedade dos minerais explorados. As regras para a concessão de áreas para extração mineral também são estabelecidas por lei. Entre as principais exigências, está a obrigatoriedade das concessionárias em compensar os prejuízos ambientais das áreas exploradas. Desde 1995, uma emenda constitucional permite concessões ou autorizações para exploração realizada com capital estrangeiro – o que era proibido até então.

Áreas de reflorestamento: uma das obrigações das concessionárias.

Embora a reserva de ferro de Minas Gerais seja grande, o minério está espalhado pelo Brasil inteiro. Não está concentrado como outros metais, como a bauxita e o nióbio, por exemplo. Este segundo, relativamente caro, é usado para fazer ligas, e a maior reserva mundial está aqui. A Companhia Brasileira de Mineração, sediada na cidade de Araxá, explora o nióbio em uma reserva que contém muito mais da metade da quantidade desse metal encontrada no planeta.

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Reservas de minérios no Brasil

Au Au Au

Au Au Au

Au Th

Au

Au

Au Au

Al Al Al

Al

Au

Au Au Au

Au

Cu

Au

Au Au Au Au Au Au Au

Au Au Au Th Au Au

Au Mn Fe Au Ni Al Al Al

Au

Mn Ni Cu Fe Mn Ni Pb Fe Fe

Ti Pb

Au Ni Ti

Ni Ni Th Ni Cu

Fe

Zn Zinco

Calcário

Sal Marinho

Al Alumínio

Pb Chumbo

Th Tório

Cu Cobre

Ti Titânio

Fe Ferro

Fo Fósforo

Mn Manganês

Prata

Ni Níquel

Nióbio

Au Ouro

Estanho

Mn

W Tungstênio

Pb Ti

Au

Cu Mn Cu Mn Au

Mn Cu Ti Th

Au Zn Mn Ti Au Au Mn Zn Mn Ti Mn Au Fe Ti Zn Th Pb Fe Fe Fe Au Fe Pb Fe Au Ni Ni Fe Mn Mn Zn Th Al Au Ni Ni

Ni

Au Au W

Pb Ti Au Cu Zn

Diamante

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WW Ti W W Fo

Ti

Fe

Cu

W

Ni

Fonte: http://rosvelytr.wikispaces.com/Geografia

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Ti

Pb Cu

Zn

Fe

Cu

Au W Ni

Pb Cu Ni Au Au

Ti

Al Al

Au Au

Au Au Au Au Au

Au Au Au Au

Au

Fo

Os metais não ferrosos Entre os metais não ferrosos (aqueles que não contêm ferro), o alumínio é o que mais cresce em importância no mundo todo. O alumínio não é encontrado na natureza. Ele é produzido a partir de um minério específico, a bauxita. Em 2008, mesmo sob efeito de uma crise econômica, a produção anual de alumínio no mundo aumentou cerca de 4%, alcançando 39,6 milhões de toneladas. Segundo a Associação Brasileira do Alumínio, em 2009, só o Brasil obteve um saldo de 25,5 bilhões de dólares com a exportação do metal. Depois do aço, o alumínio é o segundo metal mais comercializado no mundo. A partir da produção do chamado alumínio primário (obtido da bauxita), os caminhos tomados por esse produto são inúmeros. Há um leque imenso de aplicações para o alumínio, pois ele é um material flexível, leve e, ao mesmo tempo, forte.

Você sabia? Em 2008, grande destaque foi dado a uma crise econômica que, segundo se acreditou na época, provocaria um desaquecimento generalizado em todos os setores da economia. Na realidade, essa crise atingiu principalmente os bancos norte-americanos e teve reflexos em outros países. Porém, não chegou a abalar, de forma significativa, a economia brasileira.

Outra vantagem é que o alumínio contém uma espécie de antioxidante natural e, por isso, é resistente à corrosão e às intempéries – ideal, portanto, para compor desde móveis e esquadrias, que ficam nas áreas externas dos edifícios, até barcos e plataformas de petróleo. O alumínio é capaz de criar uma barreira contra a luz, a umidade e a formação de micro-organismos; além de preservar características como aroma, textura, sabor e integridade de alimentos, medicamentos e cosméticos. Isso o torna perfeito para a composição de embalagens. Pode-se dar ao alumínio diferentes tipos de acabamentos: ele pode ser polido, escovado, pintado etc. Também por essa razão, é bastante utilizado em arquitetura e decoração.

São chamadas de intempéries os extremos de condições climáticas como tempestades, ventanias etc.

Por fim, o alumínio é um material capaz de conduzir calor. Essa característica, aliada ao fato de ele ser durável e de fácil manutenção, o torna ideal para a obtenção de energia solar.



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Roman Sigaev/Shutterstock

Alumínio: o metal não perde suas características quando é reciclado.

jeff greenberg/alamy

Há mais um aspecto que faz do alumínio um metal especial: ele é 100% reciclável e pode passar infinitas vezes pelo processo de reciclagem sem perder suas características originais. Atualmente, 50% do alumínio usado na fabricação de automóveis, ônibus e caminhões é oriundo da reciclagem, processo que é mais econômico e consome menos energia do que sua produção primária a partir da bauxita.

Você sabia? Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria nacional investiu R$ 382 milhões em 2009 na coleta de latas de alumínio, empregando 216 mil trabalhadores naquele ano. Coleta de latinhas: 216 mil pessoas trabalharam no setor em 2009.

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2. A metalurgia de transformação ou conformação mecânica A metalurgia de transformação – ou conformação mecânica – inclui um conjunto de processos de fabricação que alteram a forma e/ou características de um metal por meio de sua submissão a esforços físicos. Para isso, são utilizados equipamentos adequados a cada um dos processos, que são muitos. Os metais podem ser, por exemplo, fundidos, forjados, laminados, extrudados, trefilados ou estampados. E essas mudanças podem ser efetuadas a frio ou a quente.

As indústrias de transformação não são exclusividade da área metalúrgica. Encaixam-se nessa definição todas as idústrias que transformam alguma matéria-prima obtida na natureza em produto final ou intermediário para outra indústria. Quer um exemplo? Pense nas refinarias que transformam petróleo em gasolina (produto final) ou em nafta (produto intermediário), que é o principal componente de certos plásticos.

RIA NOVOSTI/SCIENCE PHOTO LIBRARY/SPL DC/Latinstock

A indústria de transformação leva esse nome porque transforma o metal original em algo que pode ser usado em outras indústrias. Por exemplo, a partir do alumínio primário, ela produz um perfil de alumínio que, depois, poderá ser usado para montar esquadrias de janelas; ou, a partir do aço, essa indústria produz uma chapa que poderá, posteriormente, servir para montar uma porta de geladeira ou de carro. Ou seja, estamos falando de um tipo de indústria que pode produzir uma infinidade de peças e componentes para muitas e muitas aplicações.

Você sabia?

Indústria de transformação: aço vira chapa, que vira peça de geladeira.



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ivan carneiro

O processo de transformação oferece um conjunto de possibilidades de trabalho ao auxiliar de fundição. Ele poderá atuar no molde de peças ou na confecção de instrumentos que serão usados para os processos de conformação, ou seja, para a fabricação de outro produto. Mais detalhes sobre a atuação do auxiliar de fundição serão vistos no Caderno 2. Nesse momento, vamos nos concentrar no entendimento dos vários processos da metalurgia de transformação.

Auxiliar de fundição preparando o molde de uma peça.

Os processos de transformação mecânica Vamos conhecer agora alguns exemplos de processos de transformação mecânica e os equipamentos usados em cada um deles:

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• forjamento; • laminação; • extrusão; • trefilação; e • estampagem. Por enquanto, vamos apenas apresentar os processos para que você comece a ganhar familiaridade com eles. A participação do auxiliar de fundição em cada um será tratada mais adiante, no segundo caderno deste curso.

O forjamento O forjamento é a conformação (ou mudança de forma) dos metais por meio de uma prensa ou um martelo. Ele consiste em aplicar uma força de compressão sobre o metal, em temperatura adequada, até que se alcance o formato desejado.

Forjamento é o mesmo que forjadura – o ato ou efeito de forjar. A palavra deriva do substantivo forja, que tem dois significados importantes para o auxiliar de processos metalúrgicos: (1) oficina, estabelecimento onde se fundem e se modelam metais, especialmente o ferro, e se produzem objetos metálicos; fundição, ferraria, frágua; e (2) conjunto dos instrumentos de trabalho do ferreiro: fornalha, bigorna, fole, malho etc.

Desenho esquemático de uma forja industrial.

Forjamento



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Shcherbakov Ilya /Shutterstock

Essa é a mais antiga das formas de transformação de metais. Sua origem está ligada ao trabalho dos ferreiros da Idade Média. Talvez você já tenha visto em algum filme a imagem de trabalhadores fazendo ferraduras ou espadas, batendo com um martelo sobre um pedaço incandescente de ferro. Esse é o processo de forjamento do metal.

Filme Há muitos filmes ambientados no período medieval que mostram, em alguma cena, um ferreiro em ação forjando espadas ou fabricando ferraduras. Uma boa dica é Robin Hood, dirigido por Ridley Scott em 2010, disponível em DVD.

Forjamento de uma ferradura: trabalho ligado aos ferreiros medievais.

Mas, como vimos na Unidade 1, muitas mudanças ocorreram na história da metalurgia ao longo do tempo. E, durante a Revolução Industrial, os primeiros maquinários substituíram o braço dos ferreiros. Atualmente, existe uma variedade muito grande de máquinas de forja, capazes de fazer peças que se diferenciam no tamanho e em outras características. Uma máquina de forja pode fabricar desde pequenos parafusos até grandes componentes de aviação.

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Frithjof Hirdes/Corbis ivan carneiro

Forja industrial.

Peça forjada.



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A laminação

Laminação Lamin ãorolos de laminação. Desenho esquemático dos dois

Forjamento

A expressão laminação existe na língua portuguesa desde 1881 e, segundo o Dicionário Houaiss, significa “re­dução de um bloco de metal a lâminas”. Já a palavra lâmina (com o sentido de pedaço de metal delgado e chato, destinado a fins diversos) faz parte do nosso idioma desde o século 15 (XV).

Trefilação

Esse processo de mudança de forma (ou conformação) dos metais pode ser comparado ao procedimento de abrir uma massa de torta. O cozinheiro, para preparar a massa, usa um rolo e, assim, estica a massa até ela ficar da espessura desejada. Na metalurgia, a diferença é a quantidade de rolos. Em vez de ser amassado por um só, o metal passa entre vários rolos e, assim, ganha outra forma. A laminação é um dos processos de transformação mais utilizados na indústria metalúrgica, pois é rápido e possibilita controlar Embutimento Profundo com mais precisão a espessura do produto acabado. Extrusão

Matriz

Estiramento

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Dobramento Do to

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Cisalhamento

shutterstock ivan carneiro

Equipamento de laminação.

Peça estampada em aço laminado.



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Laminação Lamin ão

Forjamento

A extrusão

Desenho esquemático de uma matriz de extrusão.

Extrusão

Trefilação

Embut

Muito utilizada na produção de barras e tubos vazados (com furos, aberturas na parte interna), a extrusão pode ser comparada à fabricação de churros.

Estiramento

Leticia Moreira/Folhapress

Matriz

A massa que o vendedor coloca de um lado da máquina adquire um novo perfil (ou uma nova forma geométrica) no final do processo. A mesma coisa acontece com o metal que passa pela extrusão. Ele entra na máquina de um lado para escoar por um pequeno orifício, saindo do outro lado. A extrusão pode ser executada a quente ou a frio. Dobramento Do to

Você sabia? Geometria é a parte da Matemática que estuda o espaço e as figuras que podem ocupar esse espaço. Depois de submetido ao processo de extrusão, o metal muda completamente de forma, como a massa que origina um churro. Fabricação de churro: processo semelhante ao da extrusão.

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Cis

miração Mircea BEZERGHEANU /Shutterstock

Processo de extrusão: o metal adquire a geometria da matriz.

Peças extrudadas.



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Forjamento

A trefilação

Você sabia? Só é possível medir o diâmetro se tivermos uma circunferência, isto é, um círculo. O diâmetro é qualquer segmento de reta que passe pelo centro desse círculo e chegue às bordas da circunferência.

Album / akg-images / Werner Unfug/Akg-Images/Latinstock

diâmetro

Desenho esquemático de uma fieira.

Trefilação

Usada na fabricação de barras, arames e fios, a trefilação consiste em puxar o metal até que ele passe a ter o diâmetro desejado. Quanto mais se estica o metal, mais fino ele fica. Esse processo é feito, geralmente, em temperatura ambiente, sendo que, por causa do movimento de transformação, ocorre um aumento da temperatura.

Matriz

Estiramento

Trefiladores de arame: o metal é forçado a passar por fieiras até adquirir o diâmetro necessário.

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shutterstock

Arame trefilado: durante a transformação, a temperatura do metal aumenta.

Esse processo pode ser comparado a um carimbo. Uma matriz é produzida de acordo com o produto a ser fabricado. Essa matriz é, então, prensada sobre o metal (material bruto). Nessa ação, o metal assume a mesma forma geométrica da matriz, resultando, assim, no produto desejado. O procedimento é feito a frio e com a ajuda de ferramentas que fazem parte das prensas.

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© Scott Speakes/Corbis/Latinstock

A estampagem

Carimbo: seu funcionamento pode ser comparado ao processo de estampagem.

Atividade 1 e estampagem

Muitos artistas que trabalham com esculturas metálicas precisam recorrer a moldes para criar suas obras. Procure pesquisar, na internet, técnicas como o alto-relevo em bronze – usado, por exemplo, na Porta do Inferno, do francês Auguste Rodin.



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ivan carneiro jim west/easypix

Processo de estampagem: realizado a frio.

Etapa intermediária da montagem de automóveis: o metal, prensado, assume a forma da matriz.

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3. Indústrias metalúrgicas de beneficiamento Já vimos, nesta unidade, dois tipos de indústrias metalúrgicas: a de extração e a de transformação. Além dessas, um terceiro tipo são as indústrias que fazem beneficiamento dos metais, um processo que pode ocorrer antes, durante ou depois da transformação. Na língua portuguesa, o verbo beneficiar significa melhorar o estado de algo ou alguém. Na metalurgia, não é diferente. O beneficiamento é um procedimento que faz uma melhoria nos metais. Mas o que significa tornar um metal melhor? A depender do destino que vai se dar ao metal (ou seja, do que vai se fazer com ele), às vezes, é preciso aumentar a sua dureza ou, ao contrário, reduzi-la. Também pode ser necessário tornar um metal mais flexível ou mais resistente. São esses processos que são chamados de beneficiamento. Existem muitos tipos de beneficiamento que podem ser aplicados aos produtos metalúrgicos. Aqui, vamos tratar de um tipo específico de beneficiamento realizado pela alteração da temperatura do metal: o tratamento térmico. É muito comum a necessidade de submeter uma peça de metal a um tratamento térmico, e isso pode acontecer em qualquer etapa da produção.

DICA A expressão beneficiamento aplica-se a produtos variados e das mais diversas áreas. O beneficiamento dos grãos de arroz, por exemplo, inclui a separação da casca e a eliminação de outras impurezas. Caso tenha interesse, tente conhecer os processos de beneficiamento de tecidos, de madeira etc.

Por esse processo, pode-se modificar e ajustar características dos metais para obter condições que atendam às exigências de um determinado projeto.



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Tratamento térmico Quando um metal passa por um processo de conformação ou alteração de forma (forjamento, extrusão, trefilação etc.), ele sofre também transformações na sua estrutura interna, por causa das tensões que recebe. Por isso, em algum momento, ele precisará receber um tratamento térmico, que também é conhecido como “alívio de tensões”. Isso fará com que a estrutura interna volte a ser homogênea, uniforme.

Barra metálica comum, antes de ser submetida ao processo de forjamento.

Já forjada, a peça adquire novo formato e, por causa das tensões recebidas, sofre transformações em sua estrutura interna.

Depois de passar por um tratamento térmico – ou “alívio de tensões” –, o metal recupera a uniformidade estrutural. Esse tipo de tratamento também serve para aumentar ou reduzir a dureza do material, como veremos a seguir.

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Metais são estruturas cristalinas A estrutura interna dos metais é muito especial, pois possui cristais. É por isso que os metais são considerados materiais cristalinos. Isso quer dizer que, se olharmos um metal “por dentro”, com o auxílio de um microscópio, veremos pequenas formas geométricas que se repetem, tudo muito organizado. Se você cortar uma romã ou um kiwi ao meio, vai conseguir enxergar uma organização interna da polpa e das sementes. Está tudo organizado, ou ainda, arranjado. Com a estrutura cristalina ocorre a mesma coisa. Um cristal nada mais é do que um arranjo regular de átomos.

O nome átomo (partícula fundamental da matéria) foi dado pelo filósofo grego Demócrito, que viveu na Antiguidade. Ele acreditava que todos os ma­ teriais possuem uma menor parte, indivisível (em grego, a = não; tomos = divisão). Hoje, sabemos que os átomos não são as menores porções de uma matéria, nem as menores porções indivisíveis dela, como pensava Demócrito. Eles são compostos por outras partículas ainda menores, como prótons, nêutrons e elétrons. Album/akg-images/Akg-Images/Latinstock

Fica mais fácil se imaginarmos um cubo, ou melhor, um cristal em forma de cubo. Os átomos que fazem parte desse cristal têm os arranjos – a organização – nos vértices (cantos). Esses átomos, na verdade, não estão parados, mas vibram sem sair do lugar. Devido à forma de cubo que parece ter, esse cristal leva o nome de cristal cúbico.

Você sabia?

O filósofo grego Demócrito. Estrutura cristalina: os átomos dos metais são organizados em forma de cubo.



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dionisvera/Shutterstock

Kiwi: polpa organizada e fácil de morder.

Você sabia? Não são apenas os metais que sofrem mudanças no arranjo de seus átomos sob diferentes temperaturas. Pense na água: quando fervida, ela assume o estado gasoso (vapor) e, congelada, torna-se sólida (gelo). Isso tudo implica grandes alterações na organização de suas moléculas!

Na verdade, todo material tem uma estrutura própria (ou um arranjo atômico próprio). Em metalurgia, essas estruturas influenciam diretamente as propriedades mecânicas que cada material proporciona. Algumas estruturas propiciam um trabalho mecânico (uma conformação) que exige menos esforço do que outras. Para que esse conceito fique bem claro, vamos pensar em frutas novamente. O esforço que fazemos para mastigar (deformar) a polpa de uma maçã é maior do que aquele necessário para mastigar a polpa de um kiwi, certo? Nos metais, o esforço exigido para deformar um material de estrutura CCC (sigla que significa cúbica de corpo centrado) é maior do que aquele capaz de deformar um material de estrutura CFC (cúbica de faces centradas). Isso porque o arranjo atômico da estrutura CCC é mais compacto que o da estrutura CFC. Porém, quando é aquecida sob determinada temperatura, a estrutura CCC adquire o arranjo CFC, facilitando sua deformação. Imagine um queijo do tipo canastra, por exemplo. Em temperatura ambiente, ele é duro. Mas, aquecido em uma chapa, ele fica mole como manteiga – dá até para passar no pão! Para o comportamento das estruturas cristalinas, vale a mesma lógica.

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Existem metais que se arranjam de maneira diferente. Em vez de se organizarem como um cubo, eles formam outra figura geométrica. O importante é saber que cada um desses cubos, ou outras figuras imaginárias, são unidades. A estrutura cristalina, por fim, é justamente o arranjo dessas diversas unidades que compõem o “edifício” cristalino. Esse arranjo cristalino é chamado de célula unitária, por ser um único cristal. Em metalurgia, o cristal único também leva o nome de grão.

A

Atividade 2 ciência dos metais

1. Escreva, com suas próprias palavras, o que você aprendeu sobre a estrutura interna dos metais. Ao terminar, troque o seu texto com o colega ao lado e veja se vocês tiveram a mesma compreensão do assunto. Se ficarem dúvidas, procure resolvê-las com o monitor.



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Um jeito simples de entender o que é uma tensão é compará-la com as reações do nosso corpo. Imagine que seja um dia muito frio e você está andando desagasalhado. A tendência natural é que você contraia a sua musculatura e cruze ou feche os braços para tentar aquecer o corpo. Provavelmente você já passou por isso. O que talvez não saiba é que não é o clima que esfria o seu corpo, mas sim o fato de o seu corpo transferir o seu calor para o ambiente. Ou seja, mesmo sem querer, você cede seu calor para o ambiente, fazendo com que a temperatura do seu corpo abaixe. Chamamos esse fenômeno de transmissão de calor. Essa transferência sempre ocorre do corpo ou do objeto que estiver mais quente para o mais frio, nunca ao contrário. Mas o que as tensões têm a ver com a transmissão de calor? Bem, conforme a temperatura do seu corpo vai caindo, você se contrai e gera tensões internas na sua musculatura. Agora, vamos imaginar que você chega em casa e toma um banho quente. Desta vez, a temperatura da água está mais quente que a do seu organismo e, portanto, ela aquece o seu corpo. Com esse “tratamento térmico”, você consegue relaxar e diminuir a quantidade de tensões geradas pela contração da musculatura. Com o metal acontece, mais ou menos, o mesmo processo. Para que ele possa ser conformado e a peça possa ser moldada da maneira necessária, o metal precisa estar com um nível baixo de tensões (como se estivesse descontraído). Do contrário, ele vai quebrar em alguma etapa do processo. Pense, por exemplo, no capô de um carro ou na porta de uma geladeira: quanto prejuízo se eles trincarem ou se partirem! Vamos ver outro exemplo. Imagine que você está fazendo uma peça e, por meio de um processo de laminação, precisa reduzir a espessura desse metal o suficiente para poder enrolá-lo em forma de uma bobina. 90

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Mas, cada vez que o aço passa pela laminação e é reduzido, são geradas tensões no material e podem acontecer falhas. Se tais tensões não forem corrigidas podem provocar, por exemplo, o “efeito casca de laranja” – uma consequência típica do processo de conformação por laminação. Ou seja, a superfície do aço ficará irregular ou porosa, em vez de lisa.

ivan carneiro

Para evitar problemas como esse (ou outros tipos de falhas, como trincas, rachaduras etc.), existe o tratamento térmico, que distribui e alivia as tensões geradas, garantindo ao metal um comportamento mais uniforme. E é somente após esse tratamento que o metal poderá ser utilizado para o processo de fabricação definitiva de uma peça.

“Efeito casca de laranja”: em vez de lisa, a superfície do aço torna-se irregular.

O tratamento térmico e a ductibilidade Ductibilidade é a capacidade que uma determinada peça de metal tem de ser moldada. Quanto maior a sua possibilidade de ser moldada, maior será a sua ductibilidade. Há situações em que a maior ductibilidade do metal é extremamente necessária. Por exemplo, para fazer um capô, um para-lama ou uma porta de carro, a chapa tem que ter alta capacidade de conformação (ou elevada ductibilidade) porque os desenhos que são feitos para essas peças estão cada vez mais elaborados. No entanto, em geral, quanto maior for a facilidade de moldar (ou conformar) uma peça, menor será a sua resistência. Então, se uma grande força for colocada sobre ela, a peça poderá romper.

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Pode-se dizer que há uma relação inversa entre essas duas características. • Ductibilidade baixa, resistência alta. • Ductibilidade alta, resistência baixa.

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Os tratamentos térmicos (esquentamento ou resfriamento de uma peça) podem aumentar ou diminuir a flexibilidade e a ductibilidade de um metal.

Ductibilidade: peças mais fáceis de moldar têm resistência mecânica menor.

O arame é um bom exemplo de como os tratamentos térmicos podem agir, trazendo características distintas para um mesmo material.

Atividade 3 C aracterísticas do

arame

Você e seus colegas irão examinar diversos tipos de arames. Observem as características de cada um, procurando identificar: • um arame mais ou menos flexível; • um arame altamente flexível, capaz de ser dobrado o tempo todo sem quebrar; e • um arame tão duro e resistente que seja preciso fazer uma força enorme para dobrá-lo, correndo o risco, inclusive, de rompê-lo de uma vez só. 92

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As possibilidades são muitas, mas a escolha dependerá da aplicação que o metal terá, ou seja, do tipo de peça que será feita com ele. Por isso, os tratamentos térmicos devem ser definidos conforme o tipo de peça que se deseja produzir. Antes de sofrer um tratamento, o metal deve ter destino certo. A importância do tratamento térmico levou a indústria a desenvolver um conjunto de normas (também chamadas de protocolos) para o controle rigoroso das taxas de aquecimento e resfriamento das peças, do tempo de permanência de uma peça em dada temperatura (processo chamado de “encharque”) e do ambiente de aquecimento.

Tipos de tratamentos térmicos A função dos tratamentos térmicos, como vimos, pode ser a de aumentar ou reduzir a dureza do material e a de aliviar as tensões internas do metal. Porém, a escolha do tipo de tratamento dependerá, como também já falamos, dos objetivos desejados.

Encharque ainda não consta nos principais dicionários de português. Termo técnico razoavelmente recente e de uso restrito a certos grupos (os metalúrgicos, por exemplo), ainda é um neologismo, uma expressão nova. O que determina o surgimento e a “sobrevivência” de uma palavra é a necessidade do seu uso. Se um vocábulo vem ou não para ficar, só o tempo pode dizer.

Entre os tratamentos térmicos mais utilizados estão o recozimento, a normalização, a têmpera e o revenimento. Vamos ver, com mais detalhe, cada um deles.

O recozimento

Forno de bier: usado em fisioterapia, gera calor em seu interior tal qual a máquina de recozimento.



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Photoresearchers/Photoresearchers/Latinstock

Placas metálicas passando pelo forno de recozimento: processo melhora a “usinabilidade”.

O recozimento do metal é utilizado quando se deseja: • diminuir tensões que decorrem de tratamentos mecânicos, como o forjamento e a laminação; • diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade do aço, ou seja, a sua capacidade de ser talhado por uma máquina-ferramenta; • alterar outras propriedades mecânicas do metal; e • ajustar o tamanho do grão. No recozimento, o aquecimento do metal pode ser feito a temperaturas superiores à crítica (recozimento total ou pleno, que visa à alteração da dureza do material) ou inferiores a ela (recozimento para alívio de tensões internas). A velocidade desse aquecimento deve ser controlada, mantendo-se parâmetros previamente definidos para que o metal possa adquirir a estrutura de grãos desejada. A velocidade de resfriamento é sempre lenta e ocorre dentro do forno.

Importante O recozimento pode ser aplicado em aço, ferro fundido, alumínio e cobre. Os outros tipos de tratamento térmico são mais adequados apenas para o aço e para o ferro fundido.

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A normalização A normalização, assim como o recozimento, tem como objetivo aliviar as tensões internas criadas no metal por processos de conformação mecânica (laminação, forjamento etc.). Quando se analisa a estrutura dos metais, com o auxílio de um microscópio, é possível verificar que estes são formados por grãos. Além de aliviar as tensões internas do metal, a normalização proporciona, ainda, que o tamanho desses grãos do metal fique menor. Ou seja, ela possibilita que essa estrutura fique mais fina do que aquela que é obtida com o recozimento. Isso acontece porque, nesse caso, o resfriamento é realizado ao ar livre – e, portanto, é mais rápido que no recozimento. Uma estrutura mais fina propicia, por sua vez, um aumento da dureza do metal, maior resistência à tração e à compressão e diminuição de ductibilidade e tenacidade.

Tenacidade é a medida da força necessária para quebrar um material. Quando se diz que a tenacidade é baixa, significa que a força para romper a peça não precisa ser grande.

A normalização pode, ainda, ser utilizada como tratamento preliminar à têmpera e ao revenido (processos que veremos a seguir), visando a produzir uma estrutura mais uniforme e a reduzir empenamentos. Outra vantagem do processo de normalização é o seu custo, menor que o do tratamento térmico por recozimento. Independentemente disso, o tipo de tratamento térmico é definido em função das propriedades que se deseja obter em um material, e não em função do custo do tratamento.

Você sabia?

reprodução

Os metais com granulação grosseira tornam-se quebradiços porque apresentam uma grande concentração de impurezas em seus contornos, o que prejudica a coesão entre os grãos. O material também pode sofrer mais fissuras. Por isso, quando comparamos aços de mesma composição, percebemos que aqueles de grãos mais finos possuem melhores propriedades mecânicas. Peça metálica com granulação grosseira: grande concentração de impurezas prejudica a coesão, tonando o material quebradiço.



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A têmpera A têmpera é o processo de resfriamento rápido de uma peça cuja temperatura está superior à chamada crítica: entre 780°C e 980°C. Sua finalidade é gerar um metal com alta dureza denominado estrutura martensítica.

DICA Temperatura crítica é aquela a partir da qual o material pode sofrer transformações metalúrgicas no estado sólido – o que altera propriedades importantes dele e aumenta o risco de defeitos. Cada metal tem uma temperatura crítica diferente.

A velocidade de resfriamento dependerá da composição química do material (se são ligas de aço, ferro fundido etc.), da forma ou geometria da peça e de seu peso (ou massa).

Wikimedia.org

Embora esse processo leve a um aumento do limite de resistência do metal à tração (estiramento) e da sua dureza, há também uma redução da maleabilidade e o aparecimento de tensões internas. Para atenuar esses inconvenientes, há outro tipo de tratamento térmico: o revenimento.

Detalhe de uma estrutura martensítica: metal com alta dureza gerado pela têmpera.

O revenimento Esse tratamento térmico é usado, geralmente, depois da têmpera e tem como objetivo eliminar problemas ou falhas geradas pelo processo de resfriamento rápido. Para corrigir tais inconvenientes, o revenimento alivia ou remove tensões internas e diminui a excessiva dureza e fragilidade do metal, além de aumentar sua maleabilidade e sua resistência ao choque. 96

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Nesse processo, o metal é aquecido a uma temperatura inferior a 723°C (temperatura chamada de crítica). A depender da temperatura de aquecimento, a peça de metal poderá adquirir uma ou outra característica.

As ligas metálicas

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Como já vimos, antes de escolher um tipo de metal para fabricar um produto (ou seja, antes de aplicá-lo), é preciso conhecer as suas características. Em outras palavras, você irá escolher um determinado metal imaginando qual será o seu destino: a porta de uma geladeira, os componentes de um motor de caminhão, a estrutura de um móvel etc. Tendo isso decidido, você saberá quais os processos de transformação e beneficiamento a que o metal terá que ser submetido, a que temperatura ele será exposto e qual aparência ele deve tomar.

Instrumento musical: a escolha da matéria-prima para a sua fabricação depende das características do metal.

Vimos também como age o tratamento térmico, um dos processos que concorre para a melhoria ou beneficiamento dos metais. No entanto, essa não é a única opção de aprimoramento do metal para torná-lo adequado à fabricação de um ou outro tipo de produto. A criação das ligas metálicas, de que trataremos a seguir, é outra possibilidade de melhoria das propriedades do metal.

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Atividade 4

P rodutos

metálicos

1. Nosso mundo está rodeado de produtos metálicos. Você seria capaz de dizer de que metais ou ligas são feitos alguns objetos que fazem parte de seu cotidiano? Há uma pequena lista abaixo, mas você pode incluir outros objetos. a) Portão da minha garagem

Ferro fundido

b) Roda do meu carro

Aço

c) Latinha de cerveja

Alumínio

d) Anel de casamento

Ouro

Vejamos agora algumas dessas ligas.

O ferro e suas ligas: aço e ferro fundido Uma vez extraído da natureza, o minério de ferro segue para a usina siderúrgica, onde é transformado em aço, um processo chamado de redução. Pensando em uma receita de bolo, o aço é o ferro puro ao qual se acrescenta uma pequena quantidade (geralmente, 0,5% do volume total) de carbono. Quando o que se acresce de carbono é superior a 2,11%, o metal passa a ser ferro fundido. 98

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E quais são as melhorias resultantes dessa mistura? O ferro puro é maleável e facilmente trabalhável, mas tem baixa resistência. Quando acrescentamos o carbono, sua resistência tende a aumentar. Mas vale lembrar: há situações em que o que se quer é justamente o contrário, ou seja, um metal com pouca resistência mecânica para ser moldado. É o caso de uma chapa de carro, por exemplo. Já a barra de segurança lateral da porta do mesmo carro precisa ser muito resistente! O aço é constituído, principalmente, de ferro e carbono. Porém, também pode conter outros elementos, chamados de “microligantes”. A mistura do ferro apenas com carbono forma o aço-carbono. Quando pequenas quantidades de outros elementos são agregados a essa liga – manganês, nióbio, titânio, vanádio, alumínio etc. –, ela passa a ser chamada de aço-microligado.

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O aço possui excelentes propriedades mecânicas, o que justifica o seu uso e presença tão extensos (por exemplo, na construção civil, em embalagens, no setor automotivo, em tubos etc.). Ele pode ser tracionado, comprimido e flexionado com facilidade, processos que serão vistos em detalhes no segundo volume deste curso. Além disso, por ser um material homogêneo, responde bem quando é submetido aos processos da indústria de transformação. Pode ser laminado, forjado, estampado e até trefilado.

Aço trefilado.

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Aço forjado.

Aço laminado.



Aço estampado.

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Estrutura metálica de uma ponte: o uso do aço é comum na construção civil.

Tampa de bueiro: peça de ferro fundido.

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O alumínio e suas ligas O alumínio, como já vimos, é muito utilizado pela indústria por causa de sua versatilidade e sua capacidade de compor ligas com vários metais: magnésio, berílio, titânio, zinco, ferro, níquel, cobre, estanho e tungstênio – cada uma com características e vantagens diversas.

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Entre as principais ligas de alumínio podemos destacar o AlCu (alumínio e cobre), usado em peças que requerem alta resistência mecânica (bastante comuns nas indústrias de equipamentos de transportes), o AlMn (alumínio e manganês) e o AlMg (alumínio e magnésio), ambos com alta resistência à corrosão, e que, por essa razão, são utilizados em carrocerias de ônibus e outras estruturas que precisam ficar expostas a intempéries, como fortes chuvas.

Liga de alumínio e magnésio: resistência à corrosão.

O cobre e suas ligas O cobre é um metal maleável, fácil de moldar, de cor avermelhada e que pode ser reduzido a lâminas e fios extremamente finos. Quando entra em contato com o ar, o cobre ganha a cobertura de uma camada de óxido e carbonato que, embora seja prejudicial à saúde, protege o metal, dando-lhe duração quase indefinida.

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ivan carneiro

O cobre é muito empregado em instalações elétricas, pois é um bom condutor de eletricidade. Para a transmissão de energia elétrica, são usados fios e cabos de alumínio ou de cobre. Nas instalações hidráulicas domiciliares, praticamente, só se usa o cobre, por ser um metal mais flexível e excelente condutor de calor.

DICA

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Você sabe o que significa falar que uma peça de ouro tem 18 quilates? O quilate é uma medida de peso que equivale a 0,2 grama. Ouro 18 quilates significa que, em cada 24 quilates de metal a ser manuseado, dezoito partes são ouro puro (Au), três partes são prata (Ag) e três partes são cobre (Cu). Essas partes, fundidas, produzem o ouro próprio para a fabricação de joias. Esse produto também é conhecido como ouro 750, pois, em cada 1.000 gramas de peças trabalhadas, 75% é ouro puro e 25% são ligas metálicas. O ouro é misturado com prata e cobre porque, em seu estado puro, apesar de ser um metal nobre, raro e imune à corrosão e à oxidação, é muito macio e flexível e não resiste à manipulação no dia a dia.

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Fiação de cobre: bom condutor elétrico, o metal é muito utilizado em instalações domiciliares.

As ligas mais importantes do cobre são: • o bronze, mistura de cobre e estanho, comumente empregado em peças ornamentais, varetas de soldagem, buchas e tubos flexíveis; • o latão, uma liga de cobre e zinco, muito usado na confecção de moedas, bijuterias e conexões hidráulicas. A definição de sua aplicação está relacionada à proporção de zinco, que pode chegar a 45% da liga; e • o metal monel, mistura de cobre e níquel, que serve como matéria-prima para a fabricação de pás de turbinas a vapor. O bronze também marca presença na composição de peças de ouro, proporcionando mais resistência mecânica e conformabilidade (facilidade de moldar).

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Normas e especificações das ligas As propriedades e condições de entrega dos produtos metálicos estão definidas em normas. Você não precisará memorizar todas elas, mas, quando for consultar a composição química de um metal qualquer para fazer um teste, deverá consultá-las em um documento produzido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Nesse documento, você poderá verificar se o metal atende ou não à determinada especificação. Vale lembrar que as normas da ABNT foram criadas para que todos “falem a mesma língua”: usem o mesmo conjunto de regras e também o mesmo nome para identificar um determinado metal. Há um incontável número de ligas catalogadas e normalizadas. Isso não quer dizer que todo o conhecimento possível sobre ligas metálicas já tenha sido produzido. Existem muitos centros de pesquisa pelo mundo, e é possível que uma nova liga seja produzida em um desses centros ou mesmo por um trabalhador de uma pequena indústria. Boas ideias podem ser geradas em qualquer lugar.



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4. A indústria metalúrgica de montagem ou aplicação Já tratamos dos processos de extração, transformação e beneficiamento dos metais, não é mesmo? Só depois de tudo isso é que o metal pode se tornar um produto acabado. Nesse momento, a peça está apta a seguir para seu destino final, que pode ser uma montadora de carros, uma fábrica de eletrodomésticos, um estaleiro de barcos e navios e assim por diante. Pode ser a chapinha para a fabricação de uma luminária, o tubo para a montagem de uma cadeira, o perfil para uma porta, entre outros.

DICA

© Martyn Goddard/CORBIS/Corbis (DC)/Latinstock

Além de reduzir custos, o controle de qualidade por amostragem proporciona maior rapidez na apuração dos resultados e permite estudar características destrutivas – o que seria impensável se todas as peças fossem testadas.

Carro desmontado: entre as peças há vários produtos metalúrgicos. As indústrias de aplicação também empregam auxiliares de laboratório.

5. Serviços, ensino e pesquisa Você sabia? Existem ótimas escolas técnicas de metalurgia, gratuitas, em todo o estado de São Paulo. Procure informar-se, por exemplo, sobre a existência de unidades do Centro Paula Souza (www.centropaulasouza.sp.gov.br) e do Senai (www.sp.senai.br) próximas de sua casa.

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Finalmente, outra possibilidade de trabalho para auxiliar de fundição está no ramo de serviços prestados à sociedade e às próprias indústrias. As mesmas atividades de um auxiliar de fundição de uma indústria metalúrgica são exercidas em instituições de ensino e institutos de pesquisa. Embora o produto final dessas atividades seja outro, o universo é o mesmo. Você não poderá, por exemplo, fabricar um carro em uma escola, mas estará em contato com os equipamentos, com os procedimentos e com o mesmo perfil de técnicos que atuam nas indústrias metalúrgicas.

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Atividade 5

M ercado

de trabalho

1. Será que a metalurgia realmente emprega ou poderá empregar muitos trabalhadores? Vamos fazer uma pesquisa entre as pessoas das nossas relações. Na coluna da esquerda coloque o nome das quinze primeiras pessoas que você conhece e na coluna da direita indique as suas ocupações.



a) Tio Zeca

Mecânico

b) A vizinha Maria

Manicure

c) O amigo Claudião

Ajustador mecânico

d) O namorado da filha

Engenheiro civil

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2. Agora agrupe as pessoas de acordo com os setores em que elas trabalham.

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Setor metalúrgico

Setor de alimentos

Setor de saúde

Setor de construção civil

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3. O próximo passo é desenhar um gráfico em forma de pizza, usando os dados apurados no seu levantamento. Olhe o exemplo abaixo e, se for o caso, peça ajuda ao monitor para aprender a fazer este tipo de gráfico no computador, tendo como base algumas regras de cálculo. Distribuição da População Ocupada, segundo Setores de Atividade Econômica Estado de São Paulo 2009

11%

37%

5% 7%

19% 21% Serviços

Indústria

Comércio

Construção

Agrícola

Outras atividades

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD.

Faça uma tabela com os dados da sua pesquisa e, depois, desenhe o resultado em forma de gráfico. Tabela



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Gráfico

4. Finalmente, reflita sobre os resultados a que chegou e discuta com a classe sobre as ocupações mais presentes entre as pessoas com quem vocês se relacionam.

O

Atividade 7 mundo da metalurgia

Pense em alguns exemplos de peças de metal que você usa em seu dia a dia e tente imaginar quais foram os processos de fabricação utilizados. Depois, escolha uma das peças e pesquise na internet para verificar se o que você imaginou é o que acontece na realidade. Anote aqui suas conclusões.

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Referências bibliográficas Callister Jr, W. D. Fundamentals of Materials Science and Engineering. 7th ed. Nova York: John Wiley and Sons Inc, 2007. Dieter, E. G. Metalurgia Mecânica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1988.

Sites O Estado de S. Paulo. “AEB: Exportação de minério de ferro excede US$20bi”, 03 de janeiro de 2011. .



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via rápida emprego

A história da metalurgia A profissão de auxiliar de fundição O setor metalúrgico

www.viarapida.sp.gov.br