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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I
Trotskismo X Leninismo Lições da História
Harpal Brar Tradução – Pedro Castro
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I
Parte I Sobre o Partido de Vanguarda da Classe Operária e a Teoria de Lênin da Revolução versus a Teoria de Trotsky da 'Revolução Permanente' Capítulo 1 Introdução à Parte I..................................................................................................................................................2 Capítulo 2 Partido do Proletariado A Idéia de Lênin de um Partido Proletário de Novo Tipo e o Liquidacionismo de Trotsky.........................9
Capítulo 3 Teoria da Revolução Teoria da Revolução de Lênin versus Teoria da 'Revolução Permanente' de Trotsky................................. 27
Capítulo 4 Conclusão da Parte I O Trotskismo - Inimigo da Revolução Proletária e dos Movimentos de Libertação Nacional...................45
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I
Parte I Sobre o Partido de Vanguarda da Classe Operária e a Teoria de Lênin da Revolução versus a Teoria de Trotsky da 'Revolução Permanente' "Em sua luta pelo poder, o proletariado não tem outra arma senão a organização" "Sem uma teoria revolucionária não pode haver movimento revolucionário" Lênin Capítulo 1 Introdução à Parte I O trotskismo é uma ideologia burguesa dentro das fileiras da classe operária. A menos e até que o trotskismo seja sepultado ideologicamente, até que seja afastado do movimento da classe operária, ele continuará a causar grande confusão e dano e continuará, portanto, a desagregar a organização do proletariado para uma revolução proletária. Daí a necessidade de extirpar o trotskismo. Daí a necessidade de entender o trotskismo como uma tendência ideológica. No momento, na Inglaterra, o trotskismo é apenas uma tendência ideológica burguesa, errônea, antileninista e anticomunista no interior do movimento da classe operária, obtendo apoio à base de uma plataforma antileninista e anticomunista, mesmo quando seus antileninismo e anticomunismo são camuflados sob a máscara de luta contra o 'stalinismo' ou contra a 'burocracia stalinista'. É por causa da natureza antileninista de seu programa que a intelligentsia pequeno-burguesa e aqueles de orientação individualista, particularmente os jovens universitários, consideram o trotskismo muito atraente. Daí a esmagadora composição pequeno-burguesa da maioria das organizações trotskistas na Inglaterra. Contudo, a despeito da composição pequeno-burguesa da maioria das organizações trotskistas, é inegável que o trotskismo continua a desfrutar de apoio entre certos segmentos da classe operária. Por quê? Porque o trotskismo, em conseqüência da bancarrota do revisionista Partido Comunista da Grã-Bretanha (PCGB), tornou-se capaz de apresentar-se como uma alternativa da 'esquerda militante' ao revisionismo; porque o movimento marxistaleninista neste país é realmente muito fraco; e porque não há ainda um verdadeiro partido marxista-leninista revolucionário do proletariado. Quando o movimento marxista-leninista crescer, entretanto, e o trotskismo se tornar correspondentemente fraco, o trotskismo cessará de ser apenas outra tendência - antileninista, anticomunista, errônea, contudo uma tendência - e tenderá cada vez mais a se tornar, como Stalin previu, "uma gangue frenética e sem princípios de vândalos, diversionistas, espiões e assassinos, agindo sob as instruções dos serviços de inteligência... "-ou seja, um destacamento avançado da burguesia. O trotskismo Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I transformou-se precisamente em tal destacamento da burguesia na década de 1930. Fez uma aliança com o fascismo; tentou ao máximo provocar a derrubada do primeiro Estado da classe operária, ou seja, a URSS - e não há nenhuma dúvida em nossas mentes de que bastaria a necessidade surgir novamente para o trotskismo reverter à posição que ocupou nos anos 30. De tendência burguesa no movimento da classe operária, seria transformado em um destacamento avançado da burguesia. Esta é a razão pela qual devemos realizar um estudo do conteúdo do trotskismo e da razão de sua degeneração. Expor o trotskismo como uma ideologia contra-revolucionária, uma ideologia que é antileninista e que pode, se seguida pelos operários, apenas levar à sua própria escravização, é da maior importância, do ponto de vista do desenvolvimento do movimento revolucionário neste país. Alguns camaradas sinceros algumas vezes afirmam que 'o trotskismo é contra-revolucionário, não precisamos perder tempo com ele. Todo mundo sabe que ele é contrarevolucionário.' Esta visão é incorreta. Nem todo mundo sabe que o trotskismo é contra-revolucionário. O trotskismo exerce considerável influência. É, portanto, nosso dever, cientificamente, arrancar a máscara de ultra-esquerda' de sua face e expor sua real feição de direita. E devemos expor isso recorrendo à verdade e à documentação histórica, não a mexericos - o método favorito dos trotskistas. É nosso dever não tratar o trotskismo como uma piada (mesmo que corretamente tratemos certos trotskistas como tal), porém como uma ideologia que está causando sérios danos ao movimento da classe operária. Devemos refutar esta ideologia burguesa cientificamente e provar aos operários (não apenas a nós mesmos) que o trotskismo é uma ideologia burguesa contra-revolucionária que é anticomunista e antileninista, embora por motivos de conveniência e dissimulação prefira operar sob a bandeira do 'marxismo-leninismo'. Lênin encetou uma luta persistente e implacável contra o trotskismo, e o trotskismo foi derrotado e lançado ao monte de lixo, que era o seu lugar, pelos acontecimentos que levaram à Revolução de Outubro. O próprio fato de que, poucas semanas antes da Revolução de Outubro, Trotsky tenha sido forçado pelos acontecimentos - pela realidade - a abandonar sua posição anterior, juntando-se ao Partido Bolchevista, e aceitar o programa do Partido Bolchevista, basta para provar que o trotskismo foi completamente desacreditado e refutado. Após a morte de Lênin, o trotskismo fez outra tentativa de dar a volta por cima e substituir o leninismo. Sofreu um completo desastre, como será visto nos capítulos sobre os processos de Moscou. Foi derrotado. Desde a metade dos anos 50, o trotskismo fez outra tentativa de substituir o leninismo com algum grau moderado de sucesso. Isto porque o trotskismo foi ressuscitado e ganhou novo fôlego de vida graças à traição do marxismo-leninismo pelo grupo de renegados revisionistas dirigentes da União Soviética. No 20° Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) teve lugar um golpe de Estado que levou ao poder o grupo de renegados e pelegos chefiados por N. S. Kruchev, cujo principal objetivo era restaurar o capitalismo na União Soviética. Isto não poderia ser Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I realizado, entretanto, sem ao mesmo tempo desacreditar as conquistas da construção socialista durante os 30 anos anteriores ao 20° Congresso do Partido e desacreditar também o homem sob cuja liderança essas conquistas da construção socialista tinham sido alcançadas. É sob este prisma que o ataque ao camarada Stalin tem de ser entendido. Os revolucionários de todo o mundo tinham tremendo respeito e afeição pelo grande marxista-leninista que manteve alta a bandeira do marxismo-leninismo, a bandeira da revolução proletária. Stalin defendeu, o mais resoluta e corajosamente, a ditadura do proletariado na União Soviética contra os inimigos da classe operária dentro e fora do movimento da classe operária. Mao Tse-tung, o grande líder da revolução chinesa, disse o seguinte no 60° aniversário do nascimento de Stalin: "Stalin é o líder da revolução mundial. Isto é de suprema importância. É um grande acontecimento que a humanidade tenha sido abençoada com Stalin. Enquanto o tivermos, as coisas irão bem. Como todos sabem, Marx morreu e depois também Engels e Lênin. Se não houvesse Stalin, quem daria a orientação? Porém tê-lo - isto é realmente uma bênção. Agora existe no mundo uma União Soviética, um Partido Comunista e também um Stalin. Assim, os acontecimentos do mundo podem ir bem." Isto realmente resume os sentimentos do povo revolucionário em todo o mundo sobre a questão de Stalin. Precisamente por esta razão tornou-se uma necessidade suprema para os inimigos da classe operária atacarem o camarada Stalin antes que pudessem derrotar o leninismo na terra de Lênin, antes que eles pudessem capturar a fortaleza por dentro e pavimentar o caminho para a restauração capitalista. O ataque do grupo renegado revisionista não foi um ataque a Stalin como indivíduo. Foi um ataque ao Partido Bolchevique, um ataque a seus métodos e formas de organização, um ataque à construção socialista conduzida sob a liderança do Partido Bolchevique, dirigido pelo camarada Stalin, um ataque à vitória da União Soviética sob a liderança do Partido Bolchevique e de Stalin na guerra antifascista. Foi somente quando Stalin emergiu através da luta como o porta-voz mais representativo do Partido Bolchevique que ele atraiu para si o ódio de todos os reacionários. E é nesta oposição e em seu ataque ao Partido Bolchevique e à ditadura do proletariado que os dirigentes renegados revisionistas na União Soviética são indistinguíveis dos trotskistas. Seria de surpreender, então, que aquela "campanha frenética contra Stalin por dirigentes do PCUS capacitasse os trotskistas, que tinham se tornado fazia tempo cadáveres políticos, a se soerguerem outra vez e clamarem pela 'reabilitação' de Trotsky"? (Segundo Comentário sobre a Carta Aberta do Comitê Central do PCUS, pelo Partido Comunista da China, 13 de setembro de 1963]. Assim, como uma conseqüência do 20° Congresso do Partido, o trotskismo, longamente desacreditado e sepultado pela população mundial, foi exumado do seu túmulo para causar confusão no seio do proletariado.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Em um país como a Inglaterra, onde os trotskistas estão mais enraizados do que em qualquer outro país avançado da Europa ocidental, eles estão relativamente bem situados para iludir a classe operária e as massas militantes. Tendo em vista o que foi dito, torna-se dever de todo revolucionário marxistaleninista encetar uma feroz e implacável luta contra o trotskismo, que nada mais é do que uma influência ideológica da burguesia dentro das fileiras da classe operária. Porém, a fim de encetar uma luta contra o trotskismo, devemos antes de tudo saber a natureza do trotskismo, os métodos por ele adotados e as formas pelas quais ele faz seu aparecimento repulsivo de tempos em tempos. A essência do trotskismo repousa no fato de que há uma ideologia burguesa, não proletária, que é irremediavelmente oposta ao leninismo, ao bolchevismo revolucionário. Esta verdade deve ser plenamente compreendida pelos revolucionários e proletários de todas as partes. O trotskismo é oposto ao leninismo em questões tão importantes como a natureza e o papel do Partido, a teoria da revolução e o papel da direção. De 1903 até a Revolução de Outubro, o trotskismo como uma ideologia estava engajado em uma severa luta contra o leninismo e contra o bolchevismo. De fato, o trotskismo nunca cessou de se empenhar numa luta feroz contra o leninismo. Enquanto antes da Revolução de Outubro o trotskismo engajou-se em um ataque aberto, frontal, ao leninismo, durante e após a Revolução de Outubro ele adotou a política de sub-reptício solapamento do leninismo, sempre sob a camuflagem de 'louvar' Lênin e o leninismo, é claro. Isto porque o trotskismo tinha se tornado fraco e se mostrado inútil por três revoluções na Rússia - A Revolução de 1905, a Revolução de Fevereiro de 1917 e a Grande Revolução Socialista de Outubro, também de 1917. O leninismo, por outro lado, tinha emergido vitorioso e tinha comprovado sua correção, tendo resistido ao teste de três revoluções. Assim o camarada Stalin descreveu o fraco trotskismo, pós Revolução de Outubro: "O novo trotskismo não é uma mera repetição do velho trotskismo; suas plumas foram arrancadas e ele está um tanto murcho; é incomparavelmente mais brando no espírito e mais moderado na forma do que o velho trotskismo; porém, na essência, ele indubitavelmente mantém todos as características específicas do velho trotskismo. O novo trotskismo não se atreve a apresentar-se como uma força militante contra o leninismo; prefere operar sob a bandeira comum do leninismo, sob o slogan de interpretar e aprimorar o leninismo. Isto porque ele é débil. Não pode ser considerado um acidente que o aparecimento do novo trotskismo coincidiu com o desaparecimento de Lênin. No tempo de vida de Lênin, ele não teria se atrevido a dar este passo arriscado" (Problemas do leninismo). Agora se deve acrescentar algo a esta profunda observação do camarada Stalin sobre as características específicas do novo trotskismo, a saber, que o trotskismo não mais se atreveu a desfechar ataques diretos, abertos ou sub-reptícios, contra o leninismo. Ao contrário, agora perseguiu o mesmo objetivo de atacar o leninismo e tentar substituí-lo pelo trotskismo pelo método indireto e dissimulado, e por isso incomparavelmente mais perigoso e nocivo, de atacar todos os fundamentos do Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I leninismo ao atacar Stalin e o 'stalinismo', sempre, é claro, em nome de defender o leninismo. O caráter real do trotskismo é o uso de frases 'esquerdistas' com o propósito de encobrir uma falta de fé na classe operária e nas amplas massas do povo e uma capitulação ao capitalismo. A essência do trotskismo é revelada não por sua fraseologia ultra-'esquerdista', mas por suas atividades muito distantes da esquerda: fraseologia ultra-'esquerdista' para encobrir as ações ultracontrarevolucionárias -tal é a natureza do trotskismo. Há muitas pessoas que, tendo sido doutrinadas pelas lendas e mentiras burguês-trotskistas, tendem a dizer: 'Trotsky foi um camarada em armas junto a Lênin; Trotsky nunca disse qualquer coisa contra Lênin; Trotsky foi um bolchevique que esteve engajado na defesa do leninismo na luta deste contra o stalinismo' e assim por diante. Porém, tal visão é equivocada e mostra uma falta de consciência completa, assim como uma ignorância completa da verdade histórica. Que Trotsky lutou ferozmente contra o leninismo e o bolchevismo revolucionário e que Lênin desfechou uma luta sem tréguas contra o trotskismo contra-revolucionário durante um longo período (de 1903 a 1917 - antes da Revolução de Outubro e depois) são fatos históricos bem conhecidos que 'escaparam à atenção' dos trotskistas, porque eles não querem saber a verdade ou porque são, para usar a terminologia de Lênin, completamente ignorantes e jovens de calças curtas que nunca aprenderam ou leram qualquer história do bolchevismo revolucionário, mas simplesmente ocorreu irem aos círculos trotskistas "onde a moda é andar nu", no que se refere ao conhecimento do leninismo e de tudo que ele representa. Que Trotsky desfechou ataques perversos contra o leninismo e Lênin não é uma 'invenção' de Stalin, como os trotskistas usualmente afirmam, pode ser deduzido dos seguintes trechos de uma carta de Trotsky a Chkiedze, escrita em 1913: "O edifício inteiro do leninismo é construído sobre mentiras e falsificação e carrega dentro de si os elementos venenosos de sua própria decadência." Mais adiante, na mesma carta, Trotsky descreve Lênin como: "um explorador profissional de todo tipo de atraso no movimento da classe operária russa". Aqui, da boca do próprio Trotsky, tem-se em forma pura a verdadeira visão que Trotsky tinha do leninismo: ele considera "o edifício inteiro do leninismo" como tendo sido "construído sobre mentiras e falsificação" e considera Lênin como um "explorador profissional de todo tipo de atraso no movimento da classe operária russa ". E no entanto, isso não impediu que Trotsky, após a morte de Lênin, reivindicasse ser o maior lutador leninista contra a "burocracia stalinista". Nem impediu que os trotskistas de hoje, em sua incessante luta contra o leninismo, que igualmente apresentam-se incessantemente como defensores do leninismo contra a "burocracia stalinista", usem o nome do grande Lênin e afirmem falsidades tão completas como a de que Trotsky foi camarada em armas de Lênin e um grande leninista. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I A verdade é que o trotskismo está tão longe do leninismo como a terra está longe do céu. A verdade é que o trotskismo lutou contra o leninismo no passado e está lutando contra o leninismo agora. Antes da Revolução de Outubro ele lutou contra o leninismo abertamente; desde a Revolução de Outubro engajou-se numa luta não tão aberta contra o leninismo. Atualmente luta contra o leninismo indiretamente, desfechando ataques odiosos contra Stalin e o "stalinismo". Por quê? Porque denunciar Stalin é uma precondição necessária à denúncia do leninismo e do bolchevismo, da ditadura do proletariado e da construção do socialismo na URSS durante o tempo de Lênin e Stalin. Stalin foi um grande marxista-leninista que aplicou o leninismo com sucesso, nas condições prevalecentes na URSS e no mundo, por três décadas. Foi sob sua liderança leninista, e enfrentando a direta oposição trotskista, que o povo soviético construiu o socialismo na Rússia e levou os povos do mundo à guerra antifascista. Estas são realizações certamente gloriosas. Se são negadas, o que então resta do leninismo? Não está claro, então, para todo o mundo, que este ataque ao 'stalinismo' é certamente um ataque ao leninismo, que ele representa outra - ainda outra! - tentativa de Trotsky de substituir o leninismo pelo trotskismo? É assim que o Trotskismo usa o 'leninismo' para lutar contra o leninismo. Se o trotskismo luta contra o leninismo abertamente ou não tão abertamente é uma questão de detalhe técnico. Pertence ao reino da metodologia. Porém, a realidade crua permanece imutável, isto é, o trotskismo ocupa-se em atacar o leninismo (reconhecidamente, de maneira mais sofisticada do que antes de 1917, mas de qualquer forma atacando o leninismo). Em resumo, o trotskismo é antileninista, antibolchevique. É contrarevolucionário. O leninismo, por outro lado, é o bolchevismo revolucionário: "O bolchevismo é o marxismo da era do imperialismo e da revolução proletária. Para ser mais exato, o leninismo é a teoria e a tática da revolução proletária em geral, a teoria e a tática da ditadura do proletariado em particular" (Stalin, Fundamentos do Leninismo). Estas duas ideologias - o trotskismo de um lado e o leninismo do outro -são inconciliavelmente hostis uma à outra. Não se pode aceitar uma dessas ideologias sem ao mesmo tempo descartar a outra. Não se pode ser um leninista sem rejeitar o trotskismo. Nem se pode ser um trotskista sem rejeitar o leninismo. É uma coisa ou outra: trotskismo ou leninismo. Propomo-nos agora a fundamentar essas afirmações. Para fazê-lo, isto é, mostrar a natureza real do trotskismo, mostrá-lo em sua forma oportunista, contrarevolucionária, despindo-o de toda sua fraseologia ultra-esquerdista, será necessário recorrer, ainda que brevemente, à teoria e à prática de Trotsky e seus seguidores, isto é, ao ponto de vista teórico e prático do trotskismo sobre os acontecimentos e movimentos mais importantes de um período bem mais longo que meio século. Qual foi, por exemplo, a posição adotada por Trotsky a respeito do Partido Bolchevique, e Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I qual foi sua estratégia e tática para a revolução russa? Seria necessário investigar a posição de Trotsky e seus seguidores sobre a controvérsia em torno da questão da construção do socialismo em um só país e depois passar a revisar a reação de Trotsky e seus seguidores frente à derrota de sua política de oposição à construção do socialismo em um só pais: Trotsky e seus seguidores, por exemplo, recorreram às atividades anti-Partido, ao terror e ao assassinato, ao vandalismo e à sabotagem para realizar o que tinha sido derrotado pela esmagadora maioria do proletariado soviético? Eles deram ou não deram as mãos aos fascistas, para o propósito de atacar o Estado dos operários, pelos quais seu ódio era tão extremo que eles estavam dispostos a fazer aliança com os nazistas? Eles tentaram ou não tentaram sabotar os movimentos da Frente Popular ao redor do mundo, antes da Segunda Guerra Mundial? Eles sabotaram ou não, com sucesso, a Frente Popular na Espanha, com isso contribuindo para a vitória dos fascistas liderados por Franco naquele país? Também examinaremos o ponto de vista de Trotsky e do resto da oposição a respeito da revolução chinesa.
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Capítulo 2 Partido do Proletariado: A Idéia de Lênin de um Partido Proletário de Novo Tipo e o liquidacionismo de Trotsky Importância do Partido "Em sua luta pelo poder, o proletariado não tem outra arma senão sua organização. Desunido pelo regime da competição anárquica no mundo burguês, esmagado pelo trabalho forçado para o capital, constantemente empurrado para o fundo do poço da completa indigência, selvageria e degeneração, o proletariado somente pode tornar-se, e inevitavelmente tornar-se-á, uma força invencível, quando sua unificação ideológica, pelos princípios do marxismo, seja consolidada pela unidade material de uma organização que reunirá milhões de trabalhadores em um exército da classe operária" (Lênin:One Step Forward Two Steps Back). Devido à luta do leninismo contra o individualismo pequeno-burguês e o 'anarquismo aristocrático', é agora uma conclusão inescapável para nós, marxistasleninistas que, para haver uma revolução proletária deve haver um partido do proletariado para conduzir o proletariado e as amplas massas dos milhões de trabalhadores para fazerem tal revolução. Esta verdade, sobre a qual não é necessário insistir demais, está confirmada pela história das revoluções proletárias na Rússia, na China etc. Tomemos a Rússia, por exemplo. Com a grande Revolução socialista de Outubro, o total da humanidade deu um gigantesco passo adiante. A Revolução de Outubro conduziu a uma nova era - a era da revolução proletária e da queda do capitalismo. Após a Revolução de Outubro, dentro de muito pouco tempo, a Rússia atrasada, ignorante e bárbara tornou-se um Estado socialista altamente desenvolvido cultural e economicamente, cuja economia planejada e desenvolvimento econômico tornou-se tema de estudo nas mãos de economistas de todo o mundo. Os aplausos à Revolução de Outubro levaram o proletariado russo, inicialmente atrasado, à cabeça do movimento proletário mundial, transformaram a Rússia de uma 'prisão de povos' em uma livre fraternidade de povos. Como tal transformação, declarada absurda pela maioria dos próprios lideres 'socialistas', foi possível? Como, no curto espaço de 20 anos, sem qualquer ajuda de fora, enfrentando a mais furiosa hostilidade dos capitalistas e da oposição trotskista, a URSS foi capaz de avançar à base de seus próprios recursos e construir uma sociedade socialista? Trotskismo x Leninismo Foi possível graças a:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I (1) devoção e energias criativas das grandes massas nas fábricas, nas minas e nas terras. Sem a cooperação e a participação das massas, o tipo de transformação social bem sucedida realizada na URSS teria sido impossível. Foi por causa da cooperação e participação do povo soviético que a União Soviética fez tremendos avanços em todos os campos - econômico, militar, ideológico e cultural - a despeito do fato de que a revolução não tinha especialistas próprios e teve que se valer de especialistas que restaram do tzarismo e do capitalismo, muitos dos quais eram os maiores inimigos do bolchevismo e, conseqüentemente, da Revolução de Outubro. Sem o sincero apoio, cooperação, entusiasmo e trabalho heróico de milhões e milhões das massas russas, o tremendo avanço feito pela URSS não teria sido alcançado. (2) direção de um partido revolucionário. Não seria exagero dizer que o Estado soviético não teria sobrevivido, muito menos desenvolvido, nessas condições, se os operários russos não tivessem sido dirigidos por um partido revolucionário -um partido que à base da qualidade de seus líderes, do seu auto-sacrifício e heroísmo, ganhou sua confiança; um partido que eles estavam dispostos a seguir em todos os estágios da luta, antes, durante e depois da revolução. Sem o partido, o proletariado não poderia realizar a ditadura do proletariado nem manter, consolidar e expandir esta ditadura a fim de assegurar a criação das condições materiais e espirituais para a vitória completa do socialismo, a criação das condições para a transição da sociedade da fase mais baixa do comunismo (socialismo) para a fase mais elevada do comunismo, isto é, a criação das condições para o desaparecimento gradual do Estado, quando a humanidade será capaz de implementar a fórmula: "de cada um de acordo com sua capacidade, a cada um de acordo com suas necessidades" (Marx, Crítica do Programa de Gotha). Em 1920, Lênin teve oportunidade de enfatizar a importância de um Partido verdadeiramente revolucionário e disciplinado, inseparavelmente conectado com e desfrutando a confiança e apoio da classe operária: "Certamente, quase todo mundo agora entende que os bolcheviques não poderiam ter-se mantido no poder por dois meses e meio, muito menos dois anos e meio, sem a disciplina mais rigorosa, verdadeiramente férrea, em nosso Partido, e sem o apoio mais pleno e sem reservas a este pela massa total da classe operária, isto é, de todos os seus elementos pensantes, honestos, dispostos ao auto-sacrifício e influentes, capazes de arrastar consigo o estrato mais atrasado" (Lênin, CW, Vol 31, p. 23, 'Left Wing' Communism - An Infantile Disorder). A fim de realizar, manter e expandir a ditadura do proletariado, é necessário criar "entre as massas proletárias uma força cimentadora e um baluarte contra as influências corrosivas das forças elementares pequeno-burguesas e contra os hábitos pequeno-burgueses" (Stalin, Foundations of Leninism). É necessário imbuir o proletariado a compreender-se como uma força capaz de conduzir a humanidade a seu objetivo de uma sociedade comunista sem classes. Porém, a sociedade sem classes só pode ser alcançada através de uma era da mais obstinada luta de classe, durante a
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I qual o proletariado necessita de seu partido - um partido de ferro, que seja temperado na luta. "A ditadura do proletariado", diz Lênin, "é uma luta obstinada - sangrenta e sem sangue, violenta e pacífica, militar e econômica, educacional e administrativacontra as forças e tradições da velha sociedade. A força do hábito de milhões e dezenas de milhões é uma força muito terrível. Sem um partido de ferro temperado na luta, sem um partido que detenha a confiança de todos que são honestos na dada classe, sem um partido capaz de proteger e influenciar o ânimo das massas, é impossível conduzir tal luta com sucesso" (Lênin, ibid., p. 44). Quando falamos de disciplina de ferro em um partido de vanguarda do proletariado verdadeiramente revolucionário, isto significa uma 'cega' disciplina? Tal disciplina de ferro exclui todo debate e toda possibilidade de conflito de opiniões dentro do partido? Não, não é isso que significa. A disciplina verdadeiramente de ferro não apenas não exclui o debate, a crítica e a possibilidade de conflito de opinião dentro do partido, mas, ao contrário, pressupõe tal crítica, debate e conflito de opiniões. A disciplina de ferro em um partido verdadeiramente revolucionário está baseada na submissão consciente e voluntária de seus membros e em sua unidade de vontade e unidade de ação. Sem tal unidade de vontade e unidade de ação, sem submissão voluntária e consciente, a disciplina de ferro é impossível. Eis o que Lênin diz sobre a questão da manutenção da disciplina em um partido revolucionário: "E antes de tudo apresenta-se a questão: como manter a disciplina de um partido do proletariado? Como testá-la? Primeiro, pela consciência de classe da vanguarda proletária e por sua devoção à revolução, por sua perseverança, autosacrifício e heroísmo. Segundo, por sua capacidade de ligar-se com, manter-se em contato com e, até certo ponto, se necessário, unir-se com as massas mais amplas dos trabalhadores - primeiramente com o proletariado, porém também com as massas laboriosas não proletárias. Terceiro, pela correção da direção política exercida por esta vanguarda, pela correção de suas estratégia e tática políticas, desde que as amplas massas estejam convencidas, por sua própria experiência, de que elas estão corretas. Sem essas condições, a disciplina em um partido revolucionário, que seja realmente capaz de ser o partido da classe avançada, cuja missão é derrotar a burguesia e transformar o conjunto da sociedade, não pode ser realizada. Sem estas condições, toda tentativa de estabelecer a disciplina inevitavelmente cairá por terra e terminará em chavões e caretas. Por outro lado, estas condições não podem surgir todas de uma só vez. Elas são criadas somente pelo esforço prolongado e pela experiência duramente adquirida. Sua criação é facilitada pela teoria revolucionária correta que, por sua vez, não seja um dogma, mas assuma forma final somente em conexão íntima com a atividade prática de um movimento verdadeiramente de massa e verdadeiramente revolucionário" [ibid. p. 24-25). Para os marxistas-leninistas, para os revolucionários verdadeiramente proletários, o papel de um partido de vanguarda do proletariado e as conexões que tal partido deve manter com as massas mais amplas dos trabalhadores nunca devem ser superestimadas. Porém, para os intelectuais pequeno-burgueses é quase impossível Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I compreender a importância de um partido revolucionário do proletariado. Esses intelectuais pequeno-burgueses nunca foram e nunca serão (mesmo que se digam 'socialistas') capazes de compreender o grande papel desempenhado pelo Partido Bolchevique durante todos os estágios - antes, durante e depois - da revolução. A massa da intelligentsia pequeno-burguesa é somente capaz de ver os dirigentes e uma massa de seguidores: Lênin fez isto, ou Stalin fez aquilo. Eles se recusam, obstinadamente, à maneira da intelligentsia de inclinação individualista, a reconhecer a importância e o papel do Partido, o papel deste instrumento singular, criado sob a direção de Lênin, que conduziu o povo russo através de todas as dificuldades ao estabelecimento da ditadura do proletariado, a lutar contra a agressão armada imperialista estrangeira, em comunhão com os reacionários e traidores internos - os guardas brancos - e, finalmente, a construir o socialismo em um país atrasado. Foi precisamente esta incapacidade da intelligentsia pequeno-burguesa e mesmo de alguns "socialistas" que levou Lênin a salientar repetidamente o importante papel representado pelo Partido Bolchevique e suas ligações e relações com as massas. Isso provocou a seguinte observação de Lênin: "Não seria melhor se as saudações em honra do poder soviético e dos bolcheviques fossem freqüentemente acompanhadas por uma análise profunda das razões pelas quais os bolcheviques foram capazes de construir a necessária disciplina do proletariado revolucionário?" Mostramos antes a importância de uma vanguarda revolucionária - um partido do proletariado - que é inseparavelmente ligado às massas trabalhadoras, proletárias e não proletárias. E reiteramos que os intelectuais pequeno-burgueses (entre esses intelectuais pequeno-burgueses devem ser incluídos os trotskistas) não podem senão reduzir as questões organizacionais e políticas a um nível pessoal-individual. Eles são incapazes de ver a luta entre duas linhas sobre questões políticas, organizacionais e táticas como outra coisa que não seja uma luta entre dois indivíduos. É por isso que, a partir de 1923, os aristocratas citados viu apenas uma luta entre Trotsky e Stalin por domínio pessoal. Isto, esperamos provar recorrendo a fatos históricos e documentação (e não pelo método adotado pelos trotskistas, a saber, o de simples conversa fiada e mentiras), está errado e continua a ser assim. A luta entre Stalin e Trotsky não foi uma luta entre dois indivíduos mas uma luta entre duas linhas; foi uma luta entre o leninismo revolucionário e o trotskismo contra-revolucionário; foi uma continuação, após a morte de Lênin, da mesma luta entre o leninismo e o trotskismo que tinha ocorrido durante o tempo de vida de Lênin, cobrindo um período de 20 anos. A única diferença era que agora Lênin estava morto, o leninismo estava sendo mantido pelo Partido Bolchevique e na sua direção estava Stalin. Trotsky e seus seguidores, tendo em vista a fraca posição do trotskismo, consideraram necessário efetuar uma mudança em sua tática. Não era mais possível aos trotskistas atacarem o leninismo aberta e diretamente, como eles tinham sido capazes de fazer antes de 1917. Eles então adotaram a sutil e tortuosa - e daí mais nociva - tática de atacar as políticas leninistas do Partido Bolchevique à guisa de estarem atacando o 'stalinismo', a fim de, Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I naturalmente, atingir o leninismo. Assim foi que Trotsky e seus seguidores pensaram desacreditar as políticas leninistas do Partido Bolchevique dirigido por Stalin. Este foi de fato um exemplo clássico do uso do nome de Lênin para lutar contra o leninismo contra seu conteúdo interno completo - um exemplo óbvio de brandir a bandeira vermelha com o objetivo de opor-se a ela e um exemplo óbvio dos costumeiros embustes fraudulentos trotskistas. É neste contexto que o ataque de Trotsky a Stalin deve ser entendido. Não era um ataque dirigido contra Stalin como um indivíduo, porém contra alguém que durante o curso da luta tinha emergido como o porta-voz mais representativo do Partido Bolchevique que estava mantendo, defendendo e aplicando o leninismo. O alvo principal dos ataques de Trotsky, portanto, não era Stalin, porém o Partido Bolchevique. Era o bolchevismo-leninismo revolucionário que estava sob ataque. Era um ataque aos métodos e formas de organização do Partido Bolchevique - um ataque às políticas leninistas fundamentais perseguidas pelo Partido. Não Trotsky versus Stalin, mas trotskismo versus leninismo, esta é a formulação verdadeira das relações de Trotsky com a revolução russa; Trotsky versus o Partido Bolchevique com sua política leninista. É assim que a questão se coloca no que diz respeito às relações de Trotsky com o Partido Bolchevique, antes e depois da Revolução e antes, bem como depois, da morte de Lênin. Em praticamente todos os maiores acontecimentos, a linha de Trotsky estava em conflito com a linha adotada pelo Partido Bolchevique, e a prática provou que, m cada uma dessas ocasiões, sua linha estava inteiramente incorreta e totalmente fracassada. Todavia, isto não impediu Trotsky, após a morte do grande Lênin, de bradar, com sua usual imodéstia, que o Partido Bolchevique tinha estado errado e ele tinha estado certo todo o tempo. Pode-se entender que, quando os trotskistas atualmente dizem mentiras e são indulgentes com a vaidade pequeno burguesa, eles estão apenas emulando - ou melhor, tentando emular - o seu próprio líder, Trotsky. A luta de Lênin para construir um partido revolucionário do proletariado e a luta de Trotsky para obstruir a construção do partido Após a revolução bolchevique, Trotsky fingiu aprovar, naturalmente, o Partido Bolchevique - o Partido que, antes de 1917, ele tinha feito de tudo para impedir que se formasse. Durante o período em que Lênin estava ocupado desenvolvendo o Partido, Trotsky maliciosamente atacou Lênin e esgotou seu nada pequeno vocabulário de injúrias em opor-se a tudo que Lênin estava tentando fazer. Lênin estava tentando construir um partido revolucionário centralizado, capaz de conduzir seu trabalho em desafio à polícia tzarista. Sob as condições então prevalecentes na Rússia tzarista, era impossível construir tal partido de forma democrática aberta, sem, ao mesmo tempo, sujeitar os membros do partido a freqüentes prisões nas mãos da polícia secreta tzarista. Por isso, Lênin acreditava que a filiação ao Partido não deveria estar aberta a qualquer um que manifestasse desejo de ingressar no Partido1. Vários comitês urbanos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I do partido eram selecionados pelo Comitê Central, e todos os comitês tinham o direito de co-opção. No Segundo Congresso do Partido do Trabalho Social Democrático da Rússia (RSDLP), realizado em Londres em 1903, este conflito veio à baila e Trotsky, aliado da ala direita do Congresso, opôs-se violentamente ao ponto de vista de Lênin sobre as questões organizacionais. Lênin foi derrotado nesta questão por uma maioria de dois ou três votos. Camaradas, valerá a pena verificar em um pouco mais de detalhes os acontecimentos deste Congresso. Os três principais itens da agenda deste Congresso eram: 1. A adoção do programa do Partido; 2. A adoção dos estatutos do Partido (constituição), e 3. A eleição dos dirigentes. Embora os oportunistas no Congresso fossem totalmente contrários ao programa do Partido, e particularmente à inclusão no Programa do Partido da questão da ditadura do proletariado, das demandas sobre a questão camponesa e do direito das nações de autodeterminação, eles não deram prioridade à luta sobre a questão da adoção do programa. A principal luta entre as duas alas (a primeira sendo a ala revolucionária dirigida por Lênin e apoiada por Plekhanov2 e outros iskraístas estáveis; a outra sendo a ala oportunista dirigida por Martov e apoiada por Trotsky e outros iskraístas1 instáveis, o centro (isto é, o "pântano" - e os antiiskraístas, isto é, os economistas e os bundistas) que teve lugar no Segundo Congresso do Partido foi desenvolvida em torno da questão dos estatutos do Partido e da eleição dos dirigentes. As diferenças mais contundentes surgiram sobre a formulação do primeiro parágrafo dos estatutos, que tratava da filiação ao Partido - quem poderia ser um membro do Partido? Qual seria a natureza e a composição do Partido? Qual seria a natureza organizacional do Partido? Essas foram as questões que surgiram em conexão com o parágrafo Io dos estatutos do Partido. A formulação de Lênin versus a formulação de Martov das condições de filiação ao Partido De acordo com a formulação de Lênin, poder-se-ia ser membro do Partido somente se fossem satisfeitas as seguintes três condições: a) aceitação do programa do Partido; b) apoio financeiro ao Partido; e c) pertencer a uma das organizações do Partido, isto é, participar ativamente da organização.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I De acordo com a formulação de Martov, apoiado por Trotsky e outros oportunistas, somente as primeiras duas condições deveriam ser preenchidas para qualificar a filiação ao partido. A terceira era, em sua visão, inteiramente desnecessária e, portanto, poderia ser dispensada. Lênin considerava o Partido como um destacamento organizado de vanguarda da classe operária e considerava, portanto, que seus membros não poderiam simplesmente ingressar no Partido. Ao contrário, eles tinham de ser admitidos no Partido por uma de suas organizações e, conseqüentemente, teriam de se submeter à disciplina do Partido. Mas de acordo com a formulação de Martov, seria possível filiarse ao Partido, se não se pertencesse a uma de suas organizações, não se teria de submeter-se à disciplina do Partido. Assim, a formulação de Martov, diferente da Lênin, continha todos os prérequisitos para escancarar a porta do Partido a todos os tipos de oportunistas, elementos instáveis e não proletários, e assim converter o Partido, de organização disciplinada, monolítica e militante da classe trabalhadora, em organização heterogênea, amorfa e frouxa do tipo burguês, isto é, convertê-la de destacamento de vanguarda da classe operária em destacamento atrasado da classe operária. Tanto era assim que Martov e outros oportunistas exigiram até que a qualquer grevista fosse dado automaticamente o direito de filiar-se ao Partido. Do mesmo modo, afirmava-se que todo intelectual que simpatizasse com o Partido, todo professor simpatizante, todo estudante do curso secundário, assim como qualquer participante de uma manifestação, pudesse ter o direito de declarar-se membro do Partido. Com a adoção do programa, o Congresso assentava os fundamentos da unidade ideológica do Partido. Tinha também de adotar regras partidárias para garantir os fundamentos da unidade organizacional e colocar um fim no amadorismo e na perspectiva paroquiana dos círculos, na desunião organizacional e na ausência de estrita disciplina no Partido. A formulação de Martov era o oposto disso. Não somente deixava a porta do Partido aberta aos elementos instáveis, anarquistas, individualistas, mas também obliterava a linha divisória entre o Partido e a classe. A distinção entre o destacamento avançado e o resto da classe operária não poderia desaparecer até que as classes desaparecessem. Quem tivesse qualquer outra visão, sejam quais fossem as suas intenções, estaria tentando obliterar a distinção entre o Partido e a classe e, ao fazê-lo, privar o proletariado de seu 'estado-maior'. Como disse Stalin: "A classe operária sem um partido é um exército sem estado-maior. O Partido é o estado-maior do proletariado" (Fundamentos do leninismo). Comentando a formulação de Martov, Lênin disse: "Nós somos o Partido de uma classe, e, portanto, quase toda a classe (e nos tempos de guerra, no período de guerra civil, toda a classe) deve agir sob a liderança Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I de nosso partido, deve aderir a nosso partido tão estreitamente quanto possível. Porém, seria manilovismo e khvostism4 pensar que em qualquer época sob o capitalismo quase toda a classe, ou toda a classe, seria capaz de alcançar o nível de consciência e atividade de seu destacamento avançado ... esquecer esta distinção entre o destacamento avançado e o total das massas que gravitam em torno dele, esquecer o dever constante do destacamento avançado, de elevar estratos sempre mais amplos a esse nível avançado, significa simplesmente enganar a si próprio, fechar os olhos à imensidão de sua tarefa" (Um Passo Adiante, Dois Passos Atrás). Se a formulação de Martov tivesse se enraizado no Partido Bolchevique, teria levado o Partido a tornar-se "inundado de professores e estudantes ginasianos e à sua degeneração em uma 'formação' frouxa, amorfa, desorganizada, perdida em um mar de simpatizantes, que teriam obliterado a linha divisória entre o Partido e a classe e frustrado a tarefa partidária de elevar as massas desorganizadas ao nível do destacamento avançado"(Stalin). Trotsky desempenhou um papel oportunista de destaque nesta controvérsia5. Ele ombreou-se com Martov em lançar ataques destrutivos à formulação de Lênin. Opôs-se à concepção de Lênin do Partido como a soma total das organizações do Partido e cada membro do partido como um membro das organizações do partido. Ele se opôs à idéia do Partido como um todo único, com corpos dirigentes mais altos e mais baixos. Ele negou o princípio da minoria submetendo-se às decisões da maioria. Tal foi a posição oportunista assumida por Trotsky e Martov sobre a questão da organização. Sua posição não era senão uma expressão concentrada do espírito de círculo e individualismo pequeno-burguês, que se considera acima da disciplina e vê com maus olhos a idéia da minoria submetendo-se às decisões da maioria. Na verdade, a aplicação do principio da minoria submetendo-se à maioria e o princípio das instâncias dirigentes mais baixas sendo orientadas pelas decisões das instâncias mais altas, e o princípio do trabalho de direção do partido por um centro, levaram às acusações de "burocracia" "formalismo", "aparelhos e engrenagens", levantadas pelos senhores Trotsky, Martov e outros oportunistas. Eis como Lênin descreveu estes anarquistas em seu livro Um Passo Adiante, Dois Passos Atrás. "Este anarquismo aristocrático é particularmente característico do niilista russo. Ele vê a organização do Partido como uma 'fábrica' monstruosa; ele considera a subordinação da parte do partido ao todo e a minoria à maioria como 'sujeição' ..., a divisão do trabalho sob a direção de um centro evoca dele uma grita tragicômica contra o povo sendo transformado em 'engrenagem e rodas'... a menção à direção organizacional do partido provoca uma careta de desprezo e a observação desdenhosa ...de que bem se poderia dispensar por completo todas as regras. Está claro, penso, que os gritos sobre esta tão-falada burocracia são apenas um disfarce para a insatisfação com a composição pessoal dos órgãos centrais, uma folha de parreira ... você é um burocrata porque você foi nomeado pelo Congresso e não por minha vontade, mas contra ela; você é um formalista porque se apóia nas decisões formais do Congresso, e não em meu consentimento; você está agindo de forma grosseiramente mecânica porque apelou para a maioria 'mecânica' do Congresso do Partido e não prestou Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I atenção ao meu desejo de ser cooptado; você é um autocrata porque você recusou-se a entregar o poder à velha gangue." Notaremos que este era o tema recorrente de Trotsky e seus colaboradores em seus ataques ao Partido Bolchevique sob a direção do camarada Stalin. Porém, "estes gritos sobre esta tão-falada burocracia ", provaremos que não eram nada mais do que "um disfarce para a insatisfação" com a derrota de sua teoria falida, a saber, a de que era impossível construir o socialismo na URSS. Trotsky e Martov eram incapazes de entender o significado de uma organização proletária e sujeitar-se à sua disciplina. Para eles, a disciplina era para os 'muitos' e não para uns 'poucos escolhidos'. E, por certo, eles se incluíam entre os últimos. Quando os delegados ao Segundo Congresso elegeram o Comitê Central e o Corpo Editorial do Iskra, o Congresso recusou-se a endossar o velho Corpo Editorial, como queriam esses cavalheiros, e daí a zombaria de Lênin sobre a cooptação na passagem acima citada - eles pegavam em armas porque a composição pessoal desses dois corpos não era do seu agrado. Eles se recusavam a aceitar as decisões do Congresso, justificandose com o uso de frases como "não somos servos", minando assim as próprias bases da unidade das fileiras do Partido. Nenhum partido como este pode preservar a unidade de suas fileiras sem a imposição de uma disciplina proletária (quanto à natureza desta disciplina, veja acima), que é imposta igualmente a todos membros do partido, dirigentes e dirigidos; que é imposta aos "poucos escolhidos", tanto quanto aos "muitos". Sem isto, o partido não pode preservar sua integridade nem a unidade de suas fileiras. "A ausência completa de argumentos sensatos da parte de Martov e Cia. contra o Corpo Editorial nomeado pelo Congresso é revelada da maneira mais clara por sua própria palavra de ordem: 'nós não somos servos'... A mentalidade do intelectual burguês que se considera um dos 'poucos escolhidos' permanecendo acima da organização de massa e da disciplina de massa é expressa aqui com clareza notável... Parece ao individualismo da intelligentsia que toda organização e disciplina proletária é servidão." E mais adiante: "À medida que seguimos com a construção de um partido real, o operário com consciência de classe deve aprender a distinguir a mentalidade do soldado do exército proletário da mentalidade do intelectual burguês que ostenta sua conversa anarquista, deve aprender a insistir que os deveres de um membro do partido não são apenas da infantaria, mas da 'gente de cima' também" (Lênin: Um Passo Adiante, Dois Passos Atrás). Tal é a importância da disciplina proletária em um partido proletário. Fizemos um exame mais detalhado da controvérsia que envolveu a questão da participação no Segundo Congresso do RSDLP, com o propósito de mostrar:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I 1. que a posição de Martov, Trotsky e Cia. sobre as questões de organização era oportunista e, se tivesse prevalecido, certamente teria causado grande dano, confusão e desorganização ao Partido; Diz Lênin: "Do ponto de vista do camarada Martov, a fronteira do Partido permaneceria muito indefinida, pois 'qualquer grevista' poderia 'proclamar-se membro do Partido'. Qual era a utilidade dessa imprecisão? Uma ampla extensão do título. Seu perigo é que introduz uma idéia desorganizadora, a confusão entre classe e Partido" (Um Passo Adiante, Dois Passos Atrás). 2. que o individualismo pequeno-burguês e o "anarquismo aristocrático" de Martov e Trotsky tornaram impossível para eles retificarem sua posição oportunista em matéria de organização; 3. que a mentalidade pequeno-burguesa de Martov e Trotsky, com seu supremo desprezo e desconsideração pela disciplina e regras de organização proletária, tornava impossível para eles submeterem-se à disciplina e respeitarem as regras organizacionais proletárias; 4. que, conseqüentemente, Martov, Trotsky e Cia. eram contra qualquer forma de organização que fizesse da imposição de tal disciplina (proletária) tema de um de seus princípios organizacionais; 5. que, para intelectuais pequeno-burgueses, um Partido férreo, com uma disciplina férrea, não significa nada mais e nada menos que 'burocracia'; 6. que objetivamente (desejos subjetivos são irrelevantes aqui), Martov e Trotsky eram contra a revolução, pois sem um Partido disciplinado, revolucionário, não pode haver revolução alguma; e 7. que, em matéria de organização, Trotsky não era apenas um 'antistalinista' batalhando contra a 'burocracia stalinista' mas também um antileninista, que tinha batalhado contra a 'burocracia leninista'. O ódio de Trotsky à disciplina levou-o a assumir uma visão tão oportunista dos princípios organizacionais a ponto de opor-se a Lênin no Segundo Congresso. Este mesmo individualismo pequeno-burguês, equivalente ao 'anarquismo aristocrático', com seu ódio extremo à disciplina, levaria Trotsky várias vezes a opor-se ao Partido Bolchevique, formando uma aliança com os fascistas, com o propósito de derrubar o Estado soviético. Disto falaremos mais adiante. Trotsky mais tarde diria que a "Revolução foi traída" na União Soviética por Stalin. Apenas assinalaremos que, se as idéias oportunistas de Trotsky tivessem prevalecido, não teria havido o Partido Bolchevique e, portanto, nenhuma revolução que pudesse ser "traída ". Em seguida ao Segundo Congresso do RSDLP, Trotsky escreveu um texto polêmico intitulado Nossas Tarefas Políticas, no qual ele atacava a política total de Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Lênin da forma mais selvagem e mais abusiva. Porque Lênin tinha anteriormente falado sobre a divisão do trabalho no interior do partido, baseado no fato de que diferentes ramos de atividade revolucionária exigiam diferentes habilidades, Trotsky dirigiu um violento ataque a Lênin, denunciou a divisão do trabalho na fábrica moderna que reduz os operários a meras engrenagens da máquina. E este, ele assinalava, era o objeto real de Lênin - uns poucos dirigentes ditatoriais no topo com os operários do Partido reduzidos a meras "engrenagens" na máquina. Esta era uma queixa feita por Trotsky sempre que ele não conseguia o que queria. Se o Partido concordava com Trotsky, todas as coisas no Partido estavam bem; no momento em que as políticas de Trotsky eram rejeitadas pelo Partido, este imediatamente se transformava numa monstruosidade e uma 'burocracia' terrível, formidável, insuportável, a ser combatida e liquidada. Tal era a manifestação do individualismo pequeno-burguês exibido por Trotsky. Este concluiu a polêmica antes mencionada assim: "Esta suspeição perversa e moralmente repugnante de Lênin, esta caricatura superficial da intolerância trágica do jacobinismo... deve ser liquidada a todo custo, de outro modo o Partido estará ameaçado de decadência moral e teórica" (Trotsky, Our Political Tasks, 1906). Este parágrafo sozinho é suficiente para mostrar que Trotsky, que reivindicava ser um leninista quando queria liquidar o 'stalinismo' e remover Stalin, na época em que Lênin estava ocupado em construir o Partido Bolchevique, queria liquidar o leninismo e remover Lênin.. O partido centralizado revolucionário que Lênin estava tentando construir tinha alguma semelhança com os jacobinos, o partido revolucionário da pequena burguesia da revolução francesa. Porém, também tinha uma diferença muito importante em relação aos jacobinos, porque era um partido da classe operária; era a vanguarda não da pequena burguesia, porém da classe operária russa - a classe que tinha sido exortada a dirigir o povo russo contra a tirania e o despotismo. Como já se afirmou, era impossível, dentro dos confins da Rússia autocrática, construir um partido revolucionário capaz de dirigir a classe operária russa e as amplas massas do povo nas condições de uma democracia completa e aberta. Teria de ter, por força das condições prevalecentes na Rússia, alguma semelhança com os jacobinos, embora com a importante diferença já mencionada. Esta acusação de jacobinismo provocou o seguinte comentário de Lênin e conferiu a Trotsky o merecido título de oportunista: "Todos esses 'horríveis clichês' sobre jacobinismo expressam nada mais do que oportunismo. Um jacobino que está inseparavelmente ligado à organização do proletariado, que é consciente de seus interesses de classe, é um social-democrata revolucionário. Um girondino que se sente atraído por professores e ginasianos, que tem medo da ditadura do proletariado e que suspira sobre o valor absoluto das demandas democráticas é um oportunista" [Um Passo Adiante, Dois Passos Atrás).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Deixe-nos dar outro exemplo, camaradas, do mesmo livro, Our Political Tasks, de Trotsky, que constitui a maior prova do menchevismo de Trotsky e de seu ódio às políticas bolcheviques de Lênin. Trotsky neste livro aprova uma questão colocada pelo menchevique Axelrod, que argüia: "Por que não deveria esta história brincalhona dotar a democracia burguesa revolucionária de um líder da escola do marxismo revolucionário? Ora, não foi o marxismo "legal" que providenciou um líder para os liberais? De fato, por que não?" Em outras palavras, Lênin era o provável líder da classe burguesa russa! Camaradas, pergunto a vocês: para alguém que tenha tal visão de Lênin e sua política, será difícil ver porque mantém uma visão similar à de Stalin e sua política? É desnecessário provar, camaradas, que para alguém que chamou Lênin de futuro líder das classes médias russas, não era nada difícil acusar Stalin de ajudar o campesinato rico e dizer que o 'stalinismo' "deveria ser liquidado a todo custo, do contrário o Partido está ameaçado de decadência moral e teórica". O fato é que Trotsky fez este apelo contra o leninismo - contra "a suspeição maliciosa e moralmente repugnante de Lênin, esta caricatura da intolerância trágica do jacobinismo", em 1906. Ele repetiu este apelo muitas vezes, até a Revolução de Outubro. A Revolução de Outubro foi ao mesmo tempo uma contestação muito profunda do trotskismo, e enfraqueceu o trotskismo. O trotskismo foi "depenado" e tomou uma aparência um tanto "esfarrapada". Foi precisamente por essa razão que, após a morte de Lênin, o trotskismo adotou a tática de não atacar o leninismo abertamente, isto é, a tática de não lançar assaltos frontais ao leninismo. Em lugar disso, adotou a tática desonesta de atacar o leninismo em nome e à guisa de defender o leninismo. É neste contexto, camaradas, que o ataque ao camarada Stalin deve ser entendido. É uma continuação do ataque do trotskismo ao leninismo. O Bloco de Agosto de liquidacionistas e Trotsky Em seguida à derrota da Revolução de 1905 na Rússia, aflorou um grupo de "socialistas" da ala direita chamado de liquidacionistas, porque queriam liquidar o Partido centralizado que era capaz de dirigir as massas na revolução. Os liquidacionistas declaravam que a era das revoluções havia acabado e somente poderia haver progresso lento, dentro do ambiente da Constituição tzarista. Portanto, argüiam os liquidacionistas, o Partido centralizado do proletariado, com sua rede de organizações secretas, deveria ser desmontado, e eles apelaram pela criação de um Partido Liberal Trabalhista, operando legalmente para reformas dentro do contexto do tzarismo. Os bolcheviques, encabeçados por Lênin, empreenderam uma luta severa contra os liquidacionistas, cujas fileiras incluíam Trotsky. Este não advogava abertamente o liquidacionismo, mas por todas as formas prestou assistência ativa aos liquidacionistas, por sua 'submissão' e 'capitulação aos liquidacionistas'. Foi assim que Lênin descreveu a posição de Trotsky: "Gente como Trotsky, com suas frases cheias de entusiasmo sobre o Partido Operário Social-Democrata da Rússia, com sua reverência aos liquidacionistas, Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I que nada têm em comum com o Partido Social-Democrata. são o mal da nossa época... Em realidade são emissários da capitulação aos liquidacionistas. ansiosos para formar um Partido Operário na linha de Stolypin." "Os liquidacionistas reais escondem-se atrás de sua fraseologia e fazem todo esforço para frustrar o trabalho dos antiliquidacionistas, isto é, os bolcheviques. Trotsky e os trotskistas e oportunistas como ele são mais nocivos do que todos os liquidacionistas. pois os liquidacionistas convencidos expõem suas visões abertamente e é fácil para os trabalhadores reconhecerem os erros destas visões. Contudo, Trotsky e os semelhantes a ele enganam os operários, escondem o mal e tornam impossível expô-lo e remediá-lo" [ênfase minha]. Tal era a atitude de Trotsky para com o Partido Revolucionário durante os anos da reação seguinte à derrota da revolução de 1905, isto é, Trotsky ajudou os liquidacionistas que se levantaram pela liquidação do Partido. Ele foi "mais nocivo" do que os liquidacionistas durante este período e por esta razão Lênin empreendeu uma luta implacável contra o liquidacionismo oculto de Trotsky, que era "mais nocivo" do que o liquidacionismo aberto dos liquidacionistas. O ano de 1912 viu o começo de uma agitada atividade revolucionária em toda a Rússia. Em resposta a esta agitação, em janeiro de 1912, os bolcheviques convocaram uma conferência de todas as organizações clandestinas do Partido para discutir a política e as linhas de orientação a serem seguidas adiante na luta revolucionária. A conferência decidiu fortalecer as organizações clandestinas na Rússia, as organizações partidárias foram instruídas a aumentarem sua atividade na direção da educação socialista dos operários, no sentido de capacitar a classe operária a dirigir as massas em sua luta para a derrota da autocracia tzarista e para o estabelecimento de uma república democrática - uma ditadura democrática da classe operária e do campesinato. E qual foi a resposta de Trotsky à Conferência de Praga de 1912 dos bolcheviques? Sua resposta foi promover uma reunião em Viena, em agosto de 1912, de todos os grupos russos que viviam no exílio que se opunham aos bolcheviques, única coisa que unia esses grupos. Todos esses grupos eram favoráveis à liquidação das organizações partidárias clandestinas, à liquidação do Partido revolucionário do proletariado e sua substituição por um "Partido Operário da Linha Stolypin". Os grupos representados - a Organização Socialista Judaica (o 'Bund'), os SocialDemocratas Letões, o Partido Socialista Polonês pequeno-burguês, Trotsky e uns poucos seguidores dele - vieram a chamar-se o "Bloco de Agosto". O Bloco de Agosto notabilizou-se por ter, em sua conferência em Viena, aprovado resoluções antibolcheviques e contra-revolucionárias. Para todos os propósitos práticos, a Conferência de Viena do Bloco de Agosto revelou-se abortiva, pois nenhum dos grupos representados nesta conferência tinha qualquer conexão significativa com as organizações clandestinas dos trabalhadores na Rússia. Porém a conferência mostrouse de valor inestimável, por expor ao ridículo o menchevismo oportunista de Trotsky e outros participantes nessa conferência farsesca em Viena. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Em maio de 1914, Lênin escreveu um artigo intitulado Rompimento da Unidade sob a Camuflagem dos Clamores pela Unidade. Nesse artigo Lênin faz uma brilhante exposição das frases "altissonantes e vazias" de Trotsky, seu facciosismo, seu liquidacionismo e a derrota do Bloco de Agosto, de Trotsky. Lênin termina seu artigo com uma descrição inesquecível de Trotsky. Essa descrição é considerada muito importante para o entendimento do oportunismo de Trotsky. Citá-la-ei, portanto, na integra, e minha esperança é de que os camaradas não a verão como uma digressão desnecessária. Foi assim que Lênin descreveu Trotsky, em maio de 1914: "Os antigos participantes do movimento marxista conhecem muito bem a personalidade de Trotsky, e não vale a pena falar-lhes sobre isto. Porém, a geração mais jovem dos operários não a conhece, e é, portanto, necessário discuti-la, pois sua trajetória é típica de todos os cinco grupelhos no exterior, que de fato são também vacilantes entre os liquidacionistas e o Partido. Nos dias do velho Iskra (1901-3), esses vacilantes, que passam rapidamente dos economicistas para os iskraístas e retornam outra vez, foram apelidados de "viracasacas tushinos" (nomes dados nos tempos turbulentos da Rússia para pessoas que passavam sempre de um campo para outro). Quando falamos de liquidacionismo, falamos de uma tendência ideológica definida, que gerou, ao longo de vários anos, ramos do menchevismo e do economicismo, nos vinte anos de história do marxismo, e está conectada com a política e ideologia de uma classe definida - a burguesia liberal. "A única base que os 'renegados tushinos' têm para sustentar que estão acima dos grupos era que eles 'tomam emprestadas' suas idéias de um grupo um dia e de outro no dia seguinte. Trotsky foi um ardente iskraísta em 1901-3, e Ryazanov descreveu seu papel no Congresso de 1903 como o de um 'porrete de Lênin'.6 Ao final de 1903, Trotsky era um ardente menchevique, isto é, ele desertou dos iskraístas e foi para os economicistas. Ele disse que 'entre a velha e a nova Iskra há um abismo'. Em 1904-5, ele desertou dos mencheviques e ocupou uma posição vacilante, ora cooperando com Martynov (o economicista), ora proclamando sua teoria esquerdista absurda da 'Revolução Permanente'. Em 1906-7 ele se aproximou dos bolcheviques e, na primavera de 1907, declarou que estava de acordo com Rosa Luxemburgo. No período da desintegração, após longa vacilação 'não faccionista', ele outra vez foi para a direita e, em agosto de 1912, entrou em um bloco com os liquidacionistas. Agora ele desertou outra vez, embora na essência reitere suas idéias esfarrapadas. Tais tipos são característicos como fragmentos dos fundamentos históricos de ontem, quando o movimento operário de massa da Rússia estava ainda adormecido e qualquer grupelho estava 'livre' para apresentar-se como tendência, grupo, facção, em uma palavra, uma 'grande potência' falando, negociando em amálgama com outros.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I A geração mais jovem de operários deve saber exatamente com quem estão tratando, quando os indivíduos se apresentam a eles com propostas incrivelmente pretensiosas, relutando absolutamente a levar em conta as decisões do Partido, que desde 1908 tem definido e estabelecido nossa atitude frente ao liquidacionismo, ou com a experiência do movimento da classe operária atual na Rússia, que tem conseguido a unidade da maioria sobre a base do reconhecimento pleno das decisões acima citadas" (Lênin, CW Vol 20, pp. 346-47). Esta é uma descrição perfeita não só de Leon Trotsky, o maior "vira-casaca tushino" de sua época, mas também de seus seguidores dos nossos dias, isto é, os trotskistas da Internacional Socialista (IS), do Grupo Marxista Internacional (IMG), da Liga Operária Socialista (SLL) etc., que acreditam em uma coisa hoje e outra amanhã, que tomam emprestadas suas idéias de Trotsky hoje e do Partido Operário no dia seguinte, que denunciam a Frente de Libertação Nacional do Vietnã do Sul hoje e 'apóiam-na' no dia seguinte (ver o capitulo sobre a Revolução Chinesa). Trotsky continuou a se opor a Lênin, na tentativa deste de construir o partido da vanguarda revolucionária do proletariado, até 1917, e não foi senão apenas umas poucas semanas antes da Grande Revolução Socialista de Outubro que Trotsky juntouse ao Partido Bolchevique. Contudo, este fato histórico bem conhecido é convenientemente 'esquecido', desprezado e obscurecido pelos trotskistas mentirosos e pela inteligência radical burguesa que, fugindo de enfrentar a verdade histórica, quase diariamente afirma ad nauseam que Trotsky foi um bolchevique - um leninista. Podemos perguntar à inteligência burguesa radical e aos aristocratas trotskistas: como é que alguém que foi sempre um 'bolchevique', sempre um 'leninista', simplesmente sempre se opôs a Lênin? Este é um tipo estranho de 'bolchevismo-leninismo'! De acordo com esta formulação, tem-se de permanecer fora do Partido Bolchevique e opor-se perpetuamente a Lênin para ser chamado de um 'bolchevique leninista'. Não é estranho? Não, senhores trotskistas e intelectuais burgueses, isso não é possível. A resposta a nossa questão é: Trotsky nunca foi um bolchevique, nunca um leninista. Ele foi um antibolchevique, um antileninista. Trotsky nunca deixou sua posição menchevique sobre questões organizacionais, isto é, sobre o Partido, mesmo após juntar-se ao Partido Bolchevique. Em 1921, quando a proposta de Trotsky de que os sindicatos deveriam ser modificados e transformados em órgãos estatais foi rejeitada pelo Comitê Central do Partido, Trotsky dirigiu-se à casa onde o Comitê Central estava reunido e tentou ganhar uns poucos apoiadores ao seu propósito de luta contra o Comitê Central. Este incidente mostra a profunda discordância e aversão dos intelectuais burgueses pelo Partido e pela disciplina do Partido. O que Lênin pensava das pessoas, como Trotsky, que zombavam da disciplina do Partido? "Quem quer que enfraqueça ao mínimo que seja a disciplina de ferro do Partido do proletariado (especialmente durante a época de sua ditadura), realmente ajuda a burguesia contra o proletariado" (CW Vol. 31, p. 45). Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Sim, camaradas, Trotsky enfraquecia "a disciplina férrea do Partido", não ao mínimo, ao máximo grau, antes e depois da Revolução de Outubro. O incidente sindical e o comportamento de Trotsky levaram Lênin a dizer: "Pensem, simplesmente! Após dois plenos do Comitê Central (9 de novembro e 7 de dezembro) que foram devotados a uma discussão detalhada, longa e acalorada do projeto original do esboço das Teses do Camarada Trotsky e da política sindical inteira que ele advoga para o Partido, um membro do Comitê Central (isto é, Trotsky), um entre dezenove, elege um grupo de fora do Comitê Central e apresenta o 'trabalho' 'coletivo' deste grupo como uma 'plataforma', aconselhando o Congresso do Partido a 'escolher entre as duas tendências'! Lênin continuava: "Pode-se negar que, mesmo que as 'novas tarefas e métodos' fossem indicados por Trotsky tão corretamente quando ele de fato indicou incorretamente, o simples enfoque de Trotsky para a questão teria causado prejuízo a si próprio, ao Partido, ao movimento sindical, ao trabalho de treinamento de milhões de membros de sindicatos e à República?" (Lênin, CW Vol 32, p. 74, Outra Vez sobre os Sindicatos, a Situação Atual e os Erros de Trotsky e Bukharin). Este incidente alarmou tanto Lênin que ele tentou no 10° Congresso do PCUS(B) passar uma resolução especial contra a "formação de blocos separados, grupos e facções dentro do Partido. Lênin era de opinião de que os membros do Partido estavam autorizados a divergirem uns dos outros e resolverem suas diferenças através das discussões. Mas uma vez que se chegasse a uma decisão, após uma discussão exaustiva, e a crítica estivesse exaurida, a unidade de propósito e ação dos membros do Partido era necessária, pois sem esta unidade um Partido do proletariado e a disciplina proletária são inconcebíveis. Isto Trotsky nunca poderia entender. Quando estava em minoria, ele corria a formar uma facção dentro do Partido - assim pondo em risco o Partido e a República Soviética. Para resumir, camaradas, sobre a questão do Partido, o trotskismo não seguia a posição do leninismo, ele tinha uma posição antileninista. Sem uma organização de vanguarda (o Partido), o proletariado nunca chegaria ao poder. A organização é a arma mais potente que o proletariado tem para sua própria libertação. Sem organização, sem o Partido, não haverá revolução proletária. Sobre esta importante questão do Partido de vanguarda do proletariado, a posição do trotskismo é similar àquela dos políticos burgueses radicais e sindicais liberais. Sobre a matéria de organização, o trotskismo se posiciona pelo liberalismo, isto, é, a criação de tipos de organização do Partido Operário com a finalidade de serem máquinas eleitorais dentro do capitalismo, e pela destruição dos partidos do tipo bolchevique -os partidos comunistas revolucionários com disciplina férrea. Se se posicionam pela desorganização do Partido de vanguarda do proletariado, como o trotskismo faz na prática, onde está o bolchevismo de tais pessoas? De pessoas Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I como Trotsky, que trabalhavam pela destruição do Partido Bolchevique, pode-se dizer que objetivamente trabalharam pela continuação da autocracia tzarista e pelo imperialismo feudal-militarista tzarista. Mesmo que não tivéssemos nada contra o trotskismo, camaradas, a posição do trotskismo sobre a questão do Partido de vanguarda do proletariado por si só condená-lo-ia, confirmaria e provaria nossa acusação de que o trotskismo é uma tendência antileninista, antibolchevique, dentro do movimento da classe operária que, quando o movimento marxista-leninista se desenvolve, é conduzido, por sua lógica interna, cada vez mais, a terminar se tornando um destacamento avançado da burguesia. Mas não se aflijam, camaradas, a posição do trotskismo sobre a organização não é a única coisa que constitui seu antibolchevismo e antileninismo. E isto leva-me ao segundo tópico com que desejo terminar esta parte, a saber, a teoria de Lênin da revolução e a teoria 'absurdamente esquerdista' de Trotsky, da 'revolução permanente'. Notas 1. Este princípio é verdadeiro para todas as circunstâncias e é agora aceito universalmente pelos partidos marxistas-leninistas em todo o mundo. A experiência histórica e as necessidades da luta demandam que a filiação ao partido de vanguarda não deve ser aberta a qualquer um que queira filiar-se a ele - a pessoa deve ser admitida no partido pelo próprio partido. Somente os revisionistas, trotskistas e diversos outros elementos burgueses violam este principio de organização leninista. 2. Após este Congresso, Plekhanov, seguindo a política de "matar com bondade", afastou-se de Lênin e juntou-se a Martov e Cia. 3. Estas condições de filiação ao partido são violadas pelos revisionistas e trotskistas hoje tal como eram há 60 anos. 4. Manilovismo e khvostismo: manilovismo vem do nome de Manilov, em Almas Mortas, de Gogol, e significa acomodação complacente e devaneios sentimentais e vazios. Khvostismo significa reboquismo. 5. Comentando sobre as "concepções anarquistas" contidas na formulação de Martov e descrevendo as visões oportunistas de Martov, Trotsky e outros, Lênin disse isto, especificamente sobre os argumentos oportunistas de Trotsky: "A esta categoria de argumentos (argumentos oportunistas - acrescento) que surgem inevitavelmente quando se tenta justificar a formulação de Martov, pertence, em particular, a declaração do camarada Trotsky... de que 'o oportunismo é criado pelas mais complexas (ou: é determinado por mais profundas) causas do que por uma ou outra cláusula nas regras; é produzido pelo nível relativo de desenvolvimento da democracia burguesa e do proletariado...' A questão não é que cláusulas nas regras podem produzir oportunismo; a questão é forjar com a ajuda das regras uma arma mais ou menos contundente contra o oportunismo. Quanto mais profundas as causas, mais contundente deve ser a arma. Portanto, justificar Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I uma formulação que abre a porta ao oportunismo pelo fato de que o oportunismo tem 'causas profundas' é o mais puro khvostismo (reboquismo). Quando o camarada Trotsky opôs-se ao camarada Lieber, ele entendia que as regras constituíam a 'desconfiança organizada' do todo para a parte, da vanguarda para o destacamento atrasado; porém, quando o próprio camarada Trotsky colocou-se ao lado do camarada Lieber, ele esqueceu isto e começou mesmo a justificar a fraqueza e a instabilidade de nossa organização desta desconfiança (desconfiança do oportunismo) ao falar sobre 'causas complexas', o 'nível de desenvolvimento do proletariado' etc. Aqui está outro dos argumentos de Trotsky: 'E muito mais fácil para o jovem intelectual, organizado de uma forma ou de outra, ingressar nas fileiras do Partido'. Isso mesmo. Por isso a formulação pela qual mesmo elementos desorganizados podem proclamar-se filiados ao Partido sofre da vagueza típica do intelectual, e não a minha formulação, que remove o direito de 'ingressar por si' nas fileiras. O camarada Trotsky diz que se o Comitê Central 'não reconhecesse' uma organização de oportunistas seria somente por causa do caráter de certas pessoas e que, uma vez estas pessoas fossem conhecidas como indivíduos políticos, elas seriam perigosas e poderiam ser removidas por um boicote geral do Partido. Isto é apenas verdadeiro em casos em que a pessoa tem de ser removida do Partido (e somente meia verdade, porque um partido organizado remove membros por votação e não por boicote). É absolutamente inverídico diante dos casos mais freqüentes: quando a remoção seria absurda e quando tudo o que se precisa é de controle. Para os propósitos de controle, o Comitê Central pode, em certas condições, deliberadamente, admitir no Partido uma organização que não era muito confiável mas que era capaz de trabalhar: pode fazer isso com o objetivo de testá-la ou tentar dirigi-la para o caminho correto, de corrigir suas aberrações parciais para uma linha apropriada etc. Isto não seria perigoso se em geral o 'auto-ingresso' nas fileiras do Partido não fosse permitido. Seria muitas vezes útil para uma expressão (e discussão) aberta, responsável e controlada de visões e táticas erradas. 'Porém, se as definições legais têm de corresponder a relações reais, a formulação do camarada Lênin deve ser rejeitada', dizia o camarada Trotsky e outra vez ele falava como um oportunista. Relações reais não são uma coisa morta, elas vivem e se desenvolvem. Definições legais podem corresponder ao desenvolvimento progressivo dessas relações, porém elas podem também (se essas definições são más) 'corresponder' a retrocesso ou estagnação. O último caso é o do camarada Martov" (Um Passo Adiante, Dois Passos Atrás, ênfase inteiramente de Lênin). 6. Na realidade, a designação de Ryazanov era incorreta. Como a Nota 5 mostra, no Segundo Congresso, Trotsky desempenhou um papel oportunista sobre a questão importante do Partido e juntou-se a todos os outros oportunistas em oposição a Lênin. 1 Nota do tradutor: seguidores da linha editorial do jornal "Iskra" ("Centelha"), órgão oficial do RSDLP.
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Capítulo 3 Teoria da Revolução: Teoria da Revolução de Lênin versus Teoria da 'Revolução Permanente' de Trotsky "Sem uma teoria revolucionária não pode haver movimento revolucionário" (Lênin ) "O papel de vanguarda combatente só pode ser preenchido por um Partido que seja guiado pela teoria mais avançada" (Lênin) "...a prática tateia no escuro se seu caminho não é iluminado pela teoria revolucionária" (Stalin)
Divergências entre os bolcheviques, os mencheviques e Trotsky sobre o caráter da revolução russa A posição menchevique sobre o caráter da revolução russa Os mencheviques (os socialistas reformistas) defendiam que a revolução vindoura na Rússia era uma revolução burguesa e que, em razão de sua natureza democrático-burguesa, a revolução deveria ser conduzida pela burguesia liberal. O proletariado não deveria estabelecer relações estreitas com o campesinato, mas com a burguesia liberal. A tática do proletariado deveria ser ajudar a burguesia liberal a assumir o poder do Estado. O proletariado não deveria assumir a liderança da revolução, pois uma exibição vigorosa do ardor revolucionário pelo proletariado poderia jogar a burguesia liberal nos braços da autocracia. O proletariado não deveria tomar parte em qualquer governo revolucionário provisório, pois isso equivaleria a repetir o erro cometido pelos socialistas franceses ao juntarem-se ao governo burguês. Ao contrário, o proletariado deveria exercer pressão de fora, para compelir a burguesia liberal a levar a revolução burguesa-democrática até o fim. Para resumir, os mencheviques argüiam, o proletariado deveria desempenhar um papel subsidiário - o papel de um apêndice da burguesia liberal. Ele não deveria assumir um papel de dirigente e não deveria estabelecer relações estreitas com o campesinato, pois isto poderia "levar as classes burguesas a recuarem da revolução e assim diminuir sua abrangência". Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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A posição leninista-bolchevique Por outro lado, os bolcheviques, os socialistas revolucionários, defendiam que, a despeito do caráter burguês-democrático da revolução iminente, era principalmente o proletariado que estava interessado em sua vitória completa, pois a vitória desta revolução capacitaria o proletariado a organizar-se, a crescer politicamente e ganhar experiência na direção política das massas trabalhadoras e, portanto, passar do estágio da revolução burguesa para aquele da revolução socialista. O proletariado estava mais interessado na vitória completa da revolução democrática burguesa do que a burguesia, porque "em certo sentido, uma revolução burguesa é mais vantajosa para o proletariado do que para a burguesia" (Lênin, Duas Táticas da Social-Democracia na Revolução Democrática). Portanto, o proletariado deveria assumir a direção da revolução. Porém, o proletariado sozinho não poderia cumprir com sucesso sua tarefa de dirigir a revolução democrática burguesa e conduzi-la até o final sem a assistência e a participação ativa de um aliado confiável1. Este aliado confiável, sustentavam os bolcheviques, não poderia ser outro senão o campesinato. O campesinato estava interessado no sucesso da revolução, pois somente tal perspectiva poderia capacitá-lo a ajustar as contas com a classe latifundiária e obter a posse de suas terras. Lênin trata do papel do campesinato russo - o papel que tinha sido atribuído a ele por sua posição de classe na revolução vindoura - nos seguintes termos: "O campesinato inclui um grande número de semiproletários, assim como elementos pequeno-burgueses. Isto causa certa instabilidade e compele o proletariado a unir-se em um partido estritamente de classe. Porém a instabilidade do campesinato difere radicalmente da instabilidade da burguesia, pois no presente o campesinato não está tão interessado na preservação absoluta da propriedade privada quanto no confisco dos latifúndios, uma das principais formas de propriedade privada. Embora isto não leve o campesinato a tornar-se socialista ou cessar de ser pequeno-burguês, o campesinato é capaz de tornar-se um integral e muito radical adepto da revolução democrática. Tal se tornará o campesinato, inevitavelmente, somente se o progresso dos acontecimentos revolucionários do qual ele está sendo esclarecido não for interrompido pela traição da burguesia e derrota do proletariado. Sujeito a essas condições, o campesinato tornar-se-á inevitavelmente um baluarte da revolução e da república, pois apenas uma revolução completamente vitoriosa pode dar ao camponês todas as coisas na esfera da reforma agrária - tudo aquilo que o camponês deseja, com que ele sonha e de que ele se encontra verdadeiramente necessitado" (Duas Táticas da Social-Democracia na Revolução Democrática). Além disso, os bolcheviques defendiam que a burguesia liberal deveria ser isolada, pois sem o isolamento dessa classe traidora e instável não haveria uma revolução democrática burguesa com sucesso, sob a direção do proletariado. Tratando da objeção menchevique de que as táticas bolcheviques "levariam as classes Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I burguesas a se retraírem da revolução e com isso diminuírem seu entusiasmo" e rejeitando estas objeções como "táticas de traição à revolução" e como "táticas que converteriam o proletariado em apêndice infeliz das classes burguesas", Lênin escreveu: "Aqueles que realmente entendem o papel do campesinato em uma revolução russa vitoriosa sequer sonhariam em dizer que o alcance da revolução diminuiria se a burguesia se retraísse dela. Pois na verdade, a revolução russa começará a assumir seu alcance real, assumirá realmente o mais amplo alcance revolucionário possível na época da revolução democrática burguesa, apenas quando a burguesia se distanciar dela e quando as massas do campesinato se tornarem revolucionárias ativas, lado a lado com o proletariado. Para que ela possa ser consistente-mente conduzida a sua conclusão, nossa revolução democrática deve apoiar-se em forças que sejam capazes de paralisar a inevitável inconsistência da burguesia, isto é, capaz precisamente de 'causar-lhe a retirada da revolução'." (Duas Táticas...) De acordo com os bolcheviques, a vitória decisiva sobre o tzarismo resultaria no estabelecimento de um governo provisório que seria uma ditadura revolucionária do proletariado e do campesinato. Seria função de tal governo assegurar a vitória decisiva sobre o tzarismo, esmagar pela força a resistência da autocracia, neutralizar a instabilidade da burguesia, empreender as reformas agrária e outras democráticas e, assim, conduzir a revolução democrática burguesa até o fim. Citando a famosa tese de Marx que: "após uma revolução, toda organização provisória do Estado requer uma ditadura e por sinal uma ditadura enérgica", Lênin chega à conclusão de que: "Uma vitória decisiva da revolução sobre o tzarismo é a ditadura revolucionária do proletariado e do campesinato... E tal vitória será precisamente uma ditadura, isto é, deve inevitavelmente apoiar-se na força militar, em armar as massas, em uma insurreição e não em instituições de um tipo ou de outro, estabelecidas de modo legal ou pacífico. Somente pode ser uma ditadura, para a realização das mudanças que são urgentes e absolutamente indispensáveis, pois o proletariado e o campesinato enfrentarão a resistência desesperada dos latifundiários, da grande burguesia e do tzarismo. Sem uma ditadura, é impossível quebrar a resistência e repelir as tentativas contrarevolucionárias. Porém, certamente, será uma ditadura democrática, não uma ditadura socialista. Não será capaz (sem uma série de estágios intermediários do desenvolvimento revolucionário) de afetar os fundamentos do capitalismo" [Duas Táticas...). E, finalmente, os bolcheviques não tinham a intenção de clamar por um freio no momento de consumação da revolução democrática burguesa. Eles acreditavam que não haveria barreiras insuperáveis entre a revolução democrática burguesa e a socialista. Eles defendiam que, em conseqüência do cumprimento das tarefas democráticas, o proletariado e outras massas exploradas teriam de começar uma luta pela revolução socialista. Para os bolcheviques, a república democrática burguesa não era um fim em si, mas um meio para um fim, isto é, uma república socialista; a Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I república democrática burguesa era um passo necessário na direção de uma república socialista - um estágio intermediário no desenvolvimento do movimento revolucionário em sua marcha adiante inexorável para o estabelecimento da ditadura do proletariado. Contudo, isto seria realizado somente se o proletariado estivesse na chefia de todo o povo, particularmente o campesinato, na fase da revolução democrática, e na direção dos trabalhadores e explorados no período da luta pelo socialismo. Em seu livro Duas Táticas da Social-Democracia na Revolução Democrática, escrevendo sobre o escopo da revolução burguesa e as tarefas do partido proletário, Lênin brilhantemente resumiu a estratégia e a tática do partido do proletariado no período da revolução democrática burguesa e tratou de uma vez por todas, de modo mais claro, da questão da relação entre a revolução burguesa e a revolução socialista. Ele escreveu: "O proletariado deve levar até o fim a revolução democrática, aliando-se à massa do campesinato a fim de esmagar pela força a resistência da autocracia e paralisar a instabilidade da burguesia. O proletariado deve perseguir a revolução socialista, aliando-se à massa dos elementos semiproletários da população, no sentido de esmagar pela força a resistência da burguesia e paralisar a instabilidade do campesinato e da pequena burguesia. Tais são as tarefas do proletariado, que os novos iskraístas [isto é, os mencheviques - nota do autor] sempre apresentam de forma tão estreita em seus argumentos e resoluções sobre o escopo da revolução. E adiante: "Na direção de toda a população, e particularmente o campesinato - pela liberdade completa, por uma revolução democrática consistente, por uma república! Na direção de todos os trabalhadores e explorados - pelo socialismo! Tal deve ser, na prática, a política do proletariado revolucionário, tal é o slogan de classe que deve permear e determinar a solução de todos os problemas táticos, de todos os passos práticos do partido dos operários durante a revolução" [Duas Táticas...). Essa era a teoria da revolução continuada - a teoria da revolução democrática burguesa passando para a revolução socialista. A posição de Trotsky: sua teoria da 'revolução permanente' Trotsky ocupou uma posição 'intermediária', que era formalmente diferente tanto da dos bolcheviques quanto da dos mencheviques, porém, na essência e objetivamente, mais próxima da dos últimos, para todos os propósitos práticos. Ele concordava com os bolcheviques, em sua avaliação sobre a burguesia liberal russa (capitalistas), e não queria saber dela. Ao mesmo tempo, estava em completo acordo com os mencheviques, em sua avaliação sobre o campesinato. Portanto, não tinha nada a fazer também com o campesinato. O campesinato não poderia ser um aliado confiável, ele argüiu. O movimento espontâneo e a insurreição do campesinato podia ajudar a classe operária em sua luta contra o despotismo tzarista, porém não era o mesmo que o campesinato desempenhar o papel de um aliado revolucionário da classe operária revolucionária, em sua luta contra a autocracia. O tzarismo, de acordo com Trotsky, poderia apenas ser substituído por um governo dos operários. Em nenhuma hipótese poderia ser substituído por uma ditadura conjunta da classe Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I operária e do campesinato. E, ao ascender ao poder, deveria ser função deste governo dos operários atacar a propriedade privada, incluindo as posses dos camponeses. Com seu ataque sobre a propriedade privada, o governo dos operários alienaria e despertaria a hostilidade e a resistência (graças a Trotsky) da maioria da população, ou seja, do campesinato. A resistência do campesinato poria em risco a própria existência do governo dos operários. Porém, por outro lado, o governo dos operários estimularia a classe operária dos países europeus industrialmente avançados a desfechar uma luta implacável contra suas 'próprias' burguesias, a capturar o poder do Estado e estabelecer o socialismo. E, por sua vez, a classe operária vitoriosa dos países europeus ocidentais avançados viria em ajuda ao governo dos operários na Rússia e ajudaria estes a esmagar pela força a resistência do campesinato. Trotsky chamou esta teoria de teoria da 'revolução permanente', e ela foi causa e objeto de severas controvérsias entre Lênin e Trotsky. Uma coisa que deve ser ressaltada sobre Trotsky é que, a cada vez que ele assumia uma posição incorreta e oportunista, ele sempre a cobria com o uso de frases 'esquerdistas' e ultra-'revolucionárias'. Ele foi, por exemplo, a favor de se saltar arbitrariamente sobre o primeiro estágio da revolução russa. Ele foi contra o estabelecimento da ditadura do proletariado e do campesinato como pré-requisito necessário ao estabelecimento da ditadura do proletariado. Por quê? Porque, ele argüia, "estamos vivendo na era do imperialismo, e o imperialismo não opõe a nação burguesa ao velho regime, mas a nação proletária à burguesa" (Trotsky, Nossa Revolução, 1906). Em vista do que foi dito antes, as duas conclusões que emergem são: (1) A hostilidade de Trotsky e sua falta de fé no campesinato, sua incapacidade de apreciar o papel revolucionário que o campesinato é capaz de desempenhar em certo estágio do desenvolvimento da revolução. (2) Desta incapacidade de apreciar o papel revolucionário do campesinato seguia seu desejo subjetivo de saltar sobre o estágio democrata-burguês da revolução e estabelecer o socialismo diretamente. Daí a exortação a um governo dos operários, para substituir o tzarismo. O que isso significava, na prática, era que o primeiro estágio da revolução não deveria ser a maioria do povo russo, particularmente o campesinato, contra o tzar, mas apenas a classe operária (constituindo uma pequena minoria na população da Rússia) contra o tzar e a "nação burguesa", inclusive o campesinato. A aceitação desta teoria da 'revolução permanente' teria significado uma aceitação da contra-revolução permanente, pois teria significado uma negação do papel revolucionário que o campesinato era capaz de desempenhar e desempenhou; teria significado privar a classe operária russa de um aliado extremamente importante e confiável e tornar o campesinato um instrumento da burguesia liberal. Trotsky alegaria mais tarde que a revolução foi traída por Stalin. No momento, simplesmente diremos que não teria havido revolução alguma e, conseqüentemente, nenhuma 'traição', se Trotsky tivesse sido seguido, se sua teoria da 'revolução permanente' tivesse sido posta em prática, pois não teria havido nenhuma revolução na Rússia sem Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I o papel revolucionário desempenhado pelo campesinato russo. Lênin rejeitou a teoria da 'revolução permanente' em seu Duas Linhas da Revolução (1915), no qual ele escreveu: "Trotsky repete sua teoria 'original' de 1905 e se recusa a parar para pensar porque, por dez anos inteiros, a vida passou por esta bela teoria." E adiante: "Trotsky está de fato ajudando os políticos trabalhistas liberais na Rússia que, ao 'repudiarem' o papel do campesinato, pretendem recusar o despertar do campesinato." Foram precisos apenas dois anos para provar a correção da avaliação de Lênin do papel do campesinato. Tendo em vista esta avaliação de Trotsky e sua conseqüente rejeição do campesinato como uma força revolucionária e, finalmente, sua rejeição dos estágios no desenvolvimento de uma revolução, não é de forma alguma surpreendente que os trotskistas de hoje, na Inglaterra, bem como em outros lugares, ataquem a Frente de Libertação Nacional (FLN) do Vietnã do Sul e seu programa. Não é surpreendente que eles caracterizem e rejeitem o programa da FLN como um programa burguês e lancem injúrias sobre ele, ou que deixem de ver seu caráter revolucionário antiimperialista. Eles se recusam a aprender com a própria vida e 'se recusam a parar para pensar por quê', durante nada menos de 60 anos, 'a vida passou por esta bela teoria', a teoria da 'revolução permanente'. Mas disto falaremos mais adiante. A teoria da 'revolução permanente' levou Trotsky a chegar à seguinte conclusão em 1906, que ele repetiria em 1922: "Na ausência do apoio direto do Estado por parte do proletariado europeu, a classe operária russa não será capaz de ascender ao poder e transformar seu domínio temporário em uma ditadura socialista estável. Não há dúvida sobre isso" (Trotsky, Our Revolution, 1906). Trotsky chegou à conclusão acima em 1906. Desta posição ele nunca se afastou. De acordo com ele, a revolução russa não poderia sobreviver, muito menos construir o socialismo, sem a ajuda do movimento operário vitorioso dos países da Europa ocidental. Com este ponto de vista, o que se deveria fazer, se a classe operária européia não tivesse êxito em fazer uma revolução social? Veremos que, à medida que as chances de uma revolução socialista nos países europeus ocidentais se enfraqueceram (e não podemos aqui entrar nas razões de não ter ocorrido uma revolução européia), Trotsky começou a advogar uma política de aventureirismo desesperado, alternada, de tempos em tempos, com uma política de completa capitulação ao capitalismo monopolista internacional. Isto era conseqüência natural e lógica de sua posição incorreta e totalmente oportunista, ao considerar a estratégia e as táticas da revolução russa. Se se tomasse a posição, como Trotsky fez, de que a revolução russa não poderia sobreviver sem o apoio da revolução social européia, só
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I se poderia chegar às seguintes conclusões na hipótese de a classe operária européia não conseguir chegar ao poder: Uma - que por algum tipo de aventureirismo a revolução deveria ser 'exportada' para os países europeus ocidentais; Duas - rendição completa ao capitalismo monopolista internacional. Trotsky chegou a essas duas conclusões e advogou-as de vez em quando. Aventureirismo de mãos dadas com o capitulacionismo, ambos resultantes de uma falta de fé nas massas e de uma superestimação dos reacionários, é a essência do trotskismo. Por causa de sua teoria da 'revolução permanente' - com sua negação do papel do campesinato, com sua falta de fé na habilidade do proletariado em dirigir as amplas massas da classe trabalhadora para realizar a vitória do socialismo em um só país, com sua crença religiosa, acientífica e não marxista, de que a vitória do socialismo só seria possível no caso de uma revolução simultânea "nos mais importantes países da Europa" - Trotsky nunca foi capaz de compreender o contexto peculiar da Revolução de Outubro. É necessário para nós tratarmos deste contexto peculiar da Revolução de Outubro e à luz destes aspectos peculiares determinar as respectivas posições (irreconciliáveis) do leninismo e do trotskismo. Os aspectos peculiares da Revolução de Outubro Quais são os aspectos peculiares da Revolução de Outubro? A Revolução de Outubro tem dois aspectos peculiares cujo entendimento é uma precondição para compreender o significado nacional e internacional, desta revolução. Estes dois aspectos são: (1) a ditadura do proletariado aconteceu na Rússia com base numa aliança entre o proletariado e o campesinato trabalhador, o campesinato sendo liderado pela classe operária; (2) a ditadura do proletariado estabeleceu-se em um único país - e um país atrasado, do ponto de vista de seu desenvolvimento capitalista - enquanto o capitalismo era preservado em outros países, alguns dos quais capitalisticamente altamente desenvolvidos. Estes dois aspectos são da maior importância para nós, pois não apenas representam a essência da Revolução de Outubro e uma brilhante aplicação da teoria de Lênin da ditadura do proletariado e sua teoria da revolução proletária como também revelam a natureza altamente oportunista da teoria da 'revolução permanente' de Trotsky. Examinemos então estes aspectos, brevemente: (1) A aliança entre o proletariado e o campesinato, este sendo liderado pelo proletariado. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I A questão das alianças é de imensa importância. Quem as massas trabalhadoras da cidade e do campo apóiam; de quem elas se tornarão reserva reserva do proletariado ou da burguesia? Nisto reside a realidade, o resultado, da revolução. As revoluções francesas de 1848 e 1871 tiveram um fim ruim porque o campesinato tornou-se reserva da burguesia. A Revolução de Outubro foi vitoriosa porque o campesinato tornou-se reserva do proletariado, porque o proletariado foi capaz de evitar que o campesinato fosse reserva da burguesia. Como Stalin disse: "Aquele que não entende isso nunca entenderá o caráter da Revolução de Outubro, ou a natureza da ditadura do proletariado ou as características peculiares da política interna de nosso poder proletário" (Problemas do leninismo). Assim, pode-se ver que a ditadura do proletariado é uma aliança de classes do proletariado e do campesinato, este dirigido pelo proletariado, para a derrubada revolucionária do capitalismo e para realizar a vitória final do socialismo. Portanto, não é uma questão, como dizem alguns, de superestimar 'levemente' ou subestimar 'levemente' o papel do campesinato, é uma questão que diz respeito ao próprio caráter e aos fundamentos da ditadura do proletariado. Qual é, então, a teoria de Lênin da ditadura do proletariado? Assim Lênin a formulou: "A ditadura do proletariado é uma forma especial de aliança de classes entre o proletariado, a vanguarda dos trabalhadores e os numerosos estratos de trabalhadores não proletários (a pequena burguesia, os pequenos proprietários, o campesinato, a intelligentsia etc.) ou a maioria destes; é uma aliança contra o capital, uma aliança visando a completa derrubada do capital, a supressão completa da resistência da burguesia e de qualquer tentativa de sua parte de restauração, uma aliança visando o estabelecimento final e a consolidação do socialismo" (Lênin). E mais adiante: Se traduzirmos a expressão latina, científica, histórica e filosófica "ditadura do proletariado" para uma linguagem mais simples, ela significa simplesmente o seguinte: apenas uma classe definida, a saber, os operários urbanos e operários industriais em geral, é capaz de dirigir a massa total dos trabalhadores e explorados na luta pela derrubada do jugo do capital, no processo desta derrubada, na luta para manter e consolidar a vitória da luta total para a completa abolição das classes" (Lênin). Tal é a teoria de Lênin da ditadura do proletariado, e a Revolução de Outubro "representa a aplicação da teoria de Lênin da ditadura do proletariado" (Stalin). Estas, então, são as características do primeiro aspecto da Revolução de Outubro. Qual é a posição do trotskismo à luz do primeiro aspecto peculiar da Revolução de Outubro, isto é, como a questão é vista pela teoria da 'revolução permanente' de Trotsky? Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Não nos preocuparemos em enunciar detalhadamente a posição de Trotsky em 1905 quando ele expressou o slogan "Não tzar, mas governo dos operários", isto é, uma revolução sem o campesinato! Nem nos deteremos longamente sobre a posição de Trotsky em 1915, quando, a partir do fato de que "estamos vivendo na era do imperialismo" e que o imperialismo "estabelece não a nação burguesa em oposição ao velho regime, mas o proletariado em oposição à nação burguesa", ele chegou à conclusão, em seu artigo, A Luta pelo Poder, de que o papel do campesinato estava destinado a declinar, que o campesinato não estava mais destinado a desempenhar o papel importante que tinha até aí sido atribuído a ele. que o slogan do confisco de terra não tinha mais a importância do passado. Como é geralmente sabido, Lênin naquela época repreendeu Trotsky nos seguinte termos, por defender tal tese: "Trotsky está de fato ajudando os políticos trabalhistas liberais na Rússia, que ao 'negarem' o papel do campesinato pretendem assim recusar-se a despertar o campesinato para a revolução". Passemos, portanto, às ultimas obras de Trotsky sobre este tema - obras do período após o estabelecimento da ditadura do proletariado. Tomemos, por exemplo, o Prefácio de Trotsky ao seu livro O Ano de 1905, escrito em 1922. Eis o que diz Trotsky neste Prefácio à sua teoria da 'revolução permanente': "Foi precisamente durante o intervalo entre 9 de janeiro e a greve geral de outubro de 1905 que a visão do caráter do desenvolvimento revolucionário da Rússia, que veio a ser conhecida como a teoria da 'revolução permanente', cristalizou-se no pensamento do autor. Esta expressão complexa representava a idéia de que a Revolução Russa, cujos objetivos imediatos eram de natureza burguesa, não deveria, entretanto, parar quando estes objetivos tivessem sido conquistados. A revolução não seria capaz de resolver seus problemas burgueses imediatos exceto colocando o proletariado no poder. E este, assumindo o poder, não seria capaz de confinar-se aos limites burgueses da revolução. Ao contrário, precisamente a fim de assegurar sua vitória, a vanguarda proletária foi forçada no próprio estágio inicial de seu domínio a fazer incursões profundas não apenas na propriedade feudal porém da propriedade burguesa também. Com isto, entrou em colisão hostil não somente com todos os grupos burgueses que apoiaram o proletariado durante os primeiros estágios da luta revolucionária, porém também com as amplas massas do campesinato, que tinham sido vitais para a sua ascensão ao poder. As contradições na posição de um governo dos operários em um país atrasado, com esmagadora maioria de camponeses, só podem ser resolvidas numa escala internacional, na arena da revolução proletária mundial." Tal é a teoria de Trotsky da 'revolução permanente'. Tal é a posição do trotskismo sobre a ditadura do proletariado. Esta é a situação no que diz respeito à teoria da 'revolução permanente', à luz do primeiro aspecto peculiar da Revolução de Outubro, a saber, que a ditadura do proletariado foi estabelecida na Rússia com base numa aliança entre o proletariado e o campesinato, sendo o proletariado a força-guia desta aliança.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Camaradas, há alguma coisa em comum entre a teoria de Lênin da ditadura do proletariado e a teoria de Trotsky da 'revolução permanente'? Não é preciso provar que nada há em comum entre as duas. Basta comparar a citação anterior, do Prefácio de Trotsky, com as duas citações dos escritos de Lênin "para perceber o grande abismo que existe entre a teoria de Lênin da ditadura do proletariado e a teoria de Trotsky da 'revolução permanente'". Permita-me, camaradas, resumir este ponto, o da comparação entre a teoria de Lênin da ditadura do proletariado com a teoria de Trotsky da 'revolução permanente', com a linguagem imortal do camarada Stalin. O camarada Stalin disse: "Lênin falou da aliança entre o proletariado e o estrato trabalhador do campesinato como a base da ditadura do proletariado. Trotsky vê uma 'colisão hostil' entre a 'vanguarda do proletariado' e as 'amplas massas dos camponeses'. Lênin fala da direção das massas trabalhadoras e exploradas pelo proletariado. Trotsky vê 'contradições na posição de um governo dos operários em um país atrasado, com uma maioria esmagadora de camponeses'. De acordo com Lênin, a revolução retira sua força principalmente dentre os operários e camponeses da própria Rússia. De acordo com Trotsky, a força necessária pode ser encontrada somente 'na arena da revolução proletária mundial'. Mas e se a revolução mundial estiver fadada a chegar com algum atraso? Há alguma fagulha de esperança para nossa revolução? Trotsky não vê fagulha de esperança, pois 'as contradições na posição de um governo dos operários' ... podem ser resolvidas apenas ... na arena da revolução proletária mundial. De acordo com este plano, há porém uma proposta esquerdista para a nossa revolução: vegetar em suas próprias contradições e apodrecer enquanto espera pela revolução mundial. O que é a ditadura do proletariado, de acordo com Lênin? A ditadura do proletariado é um poder que se apóia em uma aliança entre o proletariado e as massas trabalhadoras do campesinato 'pela completa derrubada do capital' e pelo 'estabelecimento e consolidação final do socialismo'. O que é a ditadura do proletariado, de acordo com Trotsky? A ditadura do proletariado é um poder que entra em 'colisão hostil... com as amplas massas do campesinato' e busca a solução de suas 'contradições' somente 'na arena da revolução proletária mundial'. Que diferença há entre a 'teoria da revolução permanente' e a teoria bem conhecida do menchevismo, que repudia o conceito de ditadura do proletariado? Na substância, não há diferença. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Não há duvida sobre isso. A 'revolução permanente' não é uma mera subestimação das potencialidades revolucionárias do movimento camponês. A 'revolução permanente' é uma subestimação do movimento camponês que leva ao repúdio da teoria de Lênin da ditadura do proletariado. A 'revolução permanente' de Trotsky é uma variedade do menchevismo" [Problems of Leninism). É assim que se configura a questão, a respeito do primeiro aspecto peculiar da Revolução de Outubro. Passemos ao segundo aspecto peculiar daquela revolução: (2) A vitória da revolução em um único país - capitalisticamente pouco desenvolvido - enquanto o capitalismo é preservado em outros países capitalisticamente mais avançados. Lênin, com seus estudos do imperialismo, chegou à lei do desenvolvimento econômico e político desigual dos diversos países capitalistas. De acordo com esta lei, o desenvolvimento capitalista dos diversos países não acontece de acordo com um plano definido, com o que um país capitalista está sempre adiante de outros, enquanto outro permanece regularmente atrás dele. Ao contrário, o desenvolvimento de países capitalistas ocorre espasmodicamente - por saltos adiante no desenvolvimento de alguns e interrupções no desenvolvimento de outros. Esta situação conduz a esforços 'inteiramente legítimos', por parte daqueles países que costumavam estar à frente dos outros mas ficaram para trás, para recuperarem suas velhas posições e a esforços igualmente 'legítimos', por parte dos países que saltaram adiante, para efetuar uma mudança da situação e galgar novas posições. Estes dois esforços igualmente 'legítimos' e irreconciliáveis não podem senão levar a conflitos armados e a guerras inter-imperialistas. Foram estas contradições que geraram as Primeira e Segunda Guerras Mundiais. A Alemanha, de país atrasado com capitalismo pouco desenvolvido, saltou adiante da França e pressionou a Inglaterra no mercado mundial. Os esforços 'legítimos' da Inglaterra e da França para manterem-se nas velhas posições e os esforços 'legítimos' da Alemanha para alcançar novas posições levaram à Primeira Guerra Mundial inter-imperialista. A lei do desenvolvimento desigual origina-se do seguinte: (1) "O capitalismo transformou-se num sistema mundial de opressão colonial e de estrangulamento financeiro da maioria esmagadora da população do mundo por um punhado de 'países avançados'. (Lênin, Prefácio à edição francesa de Imperialism, the Highest Stage of Capitalism, SW Vol. 5, p. 9). (2) Este saque é repartido entre dois ou três saqueadores mundiais poderosos, armados até os dentes (América do Norte, Inglaterra e Japão), que envolvem todo o mundo em sua guerra pela repartição do seu saque" (ibid.); (3) Por causa da intensificação da contradição catastrófica dentro do sistema do imperialismo, resultando em guerras imperialistas e no crescimento dos movimentos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I revolucionários, a frente mundial do imperialismo torna-se facilmente vulnerável à revolução, e uma brecha nesta frente, em países individuais se torna provável; (4) Onde esta brecha tem lugar? No elo mais fraco da cadeia da frente mundial do imperialismo, onde o imperialismo é fraco e as forças revolucionárias exercem força suficiente para efetuar uma tal brecha; (5) Portanto, a vitória do socialismo em um país (mesmo um país onde o capitalismo é pouco desenvolvido), enquanto o capitalismo é preservado em outros países (mais desenvolvidos no sentido capitalista) torna-se provável. "O desenvolvimento econômico e político desigual", dizia Lênin, "é uma lei absoluta do capitalismo. Daí, a vitória do socialismo é possível primeiro em alguns ou mesmo em um único país capitalista, tomado isoladamente. O proletariado vitorioso daquele país, tendo expropríado os capitalistas e organizado sua própria produção socialista, deveria posicionar-se contra o resto do mundo, o mundo capitalista, atrair para sua causa as classes oprimidas de outros países, apoiando as revoltas naqueles países contra os capitalistas e, caso seja necessário, investir mesmo com força armada contra as classes exploradoras e seus Estados." Pois "a livre união das nações no socialismo é impossível sem uma luta mais ou menos prolongada e obstinada pelas repúblicas socialistas contra os Estados atrasados" (Lênin: SW Vol. 5, p. 141, The United States of Europe Slogan). E adiante: "O desenvolvimento do capitalismo ocorre de maneira extremamente desigual nos vários países. Não pode ser diferente sob o sistema de produção de mercadorias. Disto segue-se inevitavelmente que o socialismo não pode alcançar a vitória simultaneamente em todos os países. Alcançará vitória primeiro em um ou alguns países, enquanto outros permanecerão burgueses ou pré-burgueses por algum tempo" (Lênin, Military Programme of the Proletarian Revolution). Tais são os fundamentos da teoria de Lênin da revolução proletária. Os oportunistas (sejam eles trotskistas, revisionistas ou social-democratas) de todos os países afirmam que uma revolução proletária só pode começar em países altamente industrializados. Mais do que isto - de acordo com eles, a vitória do socialismo em um só país, particularmente um país onde o capitalismo não é altamente desenvolvido, está totalmente fora de questão. Lênin lutou contra esta teoria oportunista já no período da Primeira Guerra Mundial, e, apoiando-se na lei do desenvolvimento desigual do capitalismo, opôs aos oportunistas a sua teoria da revolução proletária. O que distingue a teoria de Lênin da revolução proletária das várias teorias oportunistas? A possibilidade e a probabilidade da vitória do socialismo em um só país mesmo se aquele país não é altamente desenvolvido no sentido capitalista - é o que distingue a teoria de Lênin da revolução proletária de todas as teorias oportunistas Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I que afirmam que o socialismo não pode ser vitorioso em um único país, e aliás um país atrasado. A Revolução de Outubro forneceu eloqüente prova da correção da teoria de Lênin da revolução proletária e prova igualmente eloqüente das incorreções e da natureza oportunista das varias teorias de acordo com as quais a vitória do socialismo não pode ser conquistada em um único país, particularmente em um país atrasado: "O segundo aspecto peculiar da Revolução de Outubro", dizia Stalin, repousa no fato de que esta revolução representa um modelo da aplicação prática da teoria de Lênin da revolução proletária. Aquele que não entender este aspecto peculiar da Revolução de Outubro nunca entenderá a natureza internacional da revolução, ou sua força internacional colossal, ou sua política externa peculiar" (Stalin, Problems of Leninism). Como a teoria da 'revolução permanente' de Trotsky se relaciona com a teoria da revolução proletária de Lênin? Em seu livro Nossa Revolução (1906), Trotsky escreveu: "Sem o apoio estatal direto do proletariado europeu, a classe operária da Rússia não será capaz de manter-se no poder e transformar seu domínio temporário em uma ditadura socialista sustentável. Disso não podemos duvidar um só instante." Qual o significado desta citação? Seu significado é que o socialismo não pode ser vitorioso em um só país -a Rússia, neste exemplo - "sem o apoio direto do proletariado europeu". Seu significado é que na Rússia o proletariado não podia"manter-se no poder", construir sozinho o socialismo, antes da tomada do poder pelo proletariado europeu. Há qualquer coisa em comum entre esta "teoria" e a teoria de Lênin da revolução proletária sobre a vitória do socialismo em um só país, mesmo que este país não seja altamente desenvolvido no sentido capitalista? É quase desnecessário dizer que não há nada em comum entre as duas. Pode-se argüir que o livro de Trotsky Nossa Revolução foi publicado em 1906, quando era difícil determinar precisamente o caráter da revolução russa, que ele contém alguns erros e que, portanto, não correspondia à visão de Trotsky mais tarde. Porém, examinemos a visão de Trotsky contida em outro dos seus panfletos, O Programa da Paz. Este panfleto foi publicado antes da Revolução de Outubro e reimpresso em 1924 no livro de Trotsky O Ano de 1917. Neste panfleto Trotsky ataca a teoria de Lênin da revolução proletária sobre a vitória do socialismo em um só país e opõe a ela sua teoria de um Estados Unidos da Europa. Trotsky argumenta que a vitória do socialismo só é possível se tal vitória for alcançada em vários dos principais estados europeus, que deve combiná-los, então, em um Estados Unidos da Europa. De Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I acordo com Trotsky, uma revolução na Rússia não poderia ser vitoriosa sem uma revolução proletária na Alemanha. Nem poderia haver revolução vitoriosa na Alemanha sem uma revolução em outros países europeus avançados. Trotsky disse: "O único argumento histórico mais ou menos concreto apresentado contra o slogan de um Estados Unidos da Europa foi formulado na Social-Democracia Suíça (nesta época o órgão central dos bolcheviques) na seguinte sentença: 'Desenvolvimento econômico e político desigual é uma lei absoluta do capitalismo'. Disto a Social-Democracia sacava a conclusão de que era possível a vitória do socialismo em um só país e que, portanto, não havia por que colocar a criação de um Estados Unidos da Europa como condição para a ditadura do proletariado em cada país separado. Que o desenvolvimento capitalista em diferentes países é desigual é um argumento absolutamente incontestável. Mas esta desigualdade é em si extremamente desigual. O nível capitalista da Inglaterra, Áustria, Alemanha ou França não é idêntico. Mas em comparação com a África e a Ásia, todos estes países representam a 'Europa' capitalista, que se tornou madura para a revolução social. Que nenhum país isolado deveria 'esperar' por outros em sua própria luta é uma idéia elementar, que é útil e necessário repetir, a fim de evitar a substituição da idéia da inação internacional expectante pela idéia de ação internacional simultânea. Sem esperar pelos outros, comecemos e continuemos nossa luta em nosso solo nacional, confiantes em que nossa iniciativa dará ímpeto ã luta em outros países; mas se isto não acontecer, é sem esperanças, à luz da experiência histórica e à luz do raciocínio teórico, pensar que uma Rússia revolucionária, por exemplo, poderia manter-se frente a uma Europa conservadora, ou que uma Alemanha socialista poderia permanecer isolada em um mundo capitalista". Assim, o que temos diante de nós é a velha teoria da "revolução permanente", que demanda uma vitória simultânea da revolução proletária nos mais importantes países da Europa. A teoria de Trotsky da 'revolução permanente' excluía a teoria de Lênin da revolução proletária; a teoria de Trotsky da desesperança 'permanente' nada tem em comum com a teoria de Lênin da revolução proletária após a vitória do socialismo em um só país. Talvez a citação anterior do livro de Trotsky O Ano de 1917 também não corresponda à visão mais madura de Trotsky. Examinemos, então, seus últimos trabalhos, aqueles escritos após a vitória da revolução proletária na Rússia, em um único país. Tomemos, por exemplo, o Posfácio de Trotsky à nova edição de seu panfleto A Programme of Peace, escrito em 1922. Eis o que diz Trotsky neste posfácio: "A afirmação, repetida várias vezes em 'Um Programa de Paz', de que uma revolução proletária não pode ser conduzida a uma conclusão vitoriosa dentro dos limites de um só país, pode parecer a alguns leitores ter sido refutada pela experiência de quase cinco anos de nossa república Soviética. Porém, tal conclusão seria infundada. O fato de que o Estado dos operários tem se mantido contra todo o mundo em um só país, e em um país atrasado, atesta a força colossal do proletariado que em outros países, mais avançados, mais civilizados, seria capaz de operar verdadeiros milagres. Porém, embora tenhamos resistido no sentido político e militar, como um Estado, não Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I empreendemos, nem chegamos perto, da tarefa de criar uma sociedade socialista... Enquanto a burguesia permanecer no poder nos outros países europeus, seremos compelidos, em nossa luta contra o isolamento econômico, a buscar um acordo com o mundo capitalista; ao mesmo tempo pode-se dizer que, certamente, acordos assim podem ajudar-nos a mitigar alguns de nossos males econômicos, dar um ou outro passo adiante, porém, um genuíno avanço da economia socialista na Rússia tornar-seá possível somente após a vitória do proletariado nos países mais importantes da Europa" (ênfase minha). Permitam-me, camaradas, concluir este argumento citando o que o camarada Stalin teve a dizer sobre a citação acima do posfácio de Trotsky a seu panfleto A Programme of Peace: "Assim fala Trotsky", diz Stalin, "claramente ignorando a realidade e teimosamente tentando salvar sua 'revolução permanente' do naufrágio final. Parece, então, que, por mais malabarismos que se façam, não temos somente 'não empreendemos' a tarefa de criar uma sociedade socialista como 'nem chegamos perto disso'. Parece que algumas pessoas tem estado esperando por 'acordos com o mundo capitalista', porém também parece que nada sairá destes acordos, pois, por mais que se queira, um 'avanço genuíno da economia socialista' não será possível até que o proletariado tenha sido vitorioso nos 'mais importantes países da Europa'. Bem, então, desde que não há ainda nenhuma vitória no Ocidente, a única 'escolha' que permanece para a revolução na Rússia é: apodrecer ou degenerar em um Estado burguês. Não é por acidente que Trotsky tenha estado falando já por dois anos sobre a 'degeneração' de nosso Partido. Não é por acidente que no último ano Trotsky tivesse previsto a ruína de nosso país. Como se pode conciliar esta 'proposta' estranha' com a visão de Lênin de que a Nova Política Econômica (NEP) nos capacitaria a 'lançar as fundações da economia Socialista' ? Como se pode conciliar esta desesperança 'permanente', por exemplo, com as seguintes palavras de Lênin: 'O socialismo não é mais uma questão do futuro distante, ou um quadro abstrato, ou um ícone. Nós ainda mantemos nossa velha má opinião sobre os ícones. Trouxemos o socialismo para a vida cotidiana, e aqui devemos ser capazes de manter nossas posições. Esta é a tarefa de nossos dias, a tarefa de nossa época. Permitamme concluir expressando a convicção de que. por difícil que seja esta tarefa, por nova que seja quando comparada com nossas tarefas anteriores, e por mais dificuldades que encerre, nós todos - não em um dia. porém no curso de vários anos - todos nós Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I juntos a cumpriremos a qualquer preço; e a Rússia da NEP será transformada na Rússia Socialista" (Lênin, SW Vol 9, p. 381).' Como se pode conciliar esta desesperança 'permanente', por exemplo, com as seguintes palavras de Lênin: 'Na realidade, o poder do Estado sobre todos os meios de produção de larga escala, o poder do Estado nas mãos do proletariado, a aliança deste proletariado com os muitos milhões de pequenos e muito pequenos camponeses, a direção do campesinato assegurada pelo proletariado etc. - não é isso tudo que é necessário no sentido de construir uma sociedade socialista completa a partir das cooperativas e apenas das cooperativas, que antigamente tratamos como ambulantes e que sob certo aspecto temos o direito de tratar como tal agora, sob a NEP? Não é isso tudo que ó necessário para o propósito de construirmos uma sociedade socialista completa? Isto não é ainda a construção da sociedade socialista, mas é tudo que é necessário para esta construção.' (SW Vol. 9, p. 403). E claro que estas duas visões não podem ser conciliadas. A 'revolução permanente' de Trotsky é a negação da teoria de Lênin da revolução proletária; e, inversamente, a teoria de Lênin da revolução proletária é a negação da teoria da 'revolução permanente'. Falta de fé na força e capacidades de nossa revolução, falta de fé na força e capacidades do proletariado russo - isto é o que está na raiz da teoria da 'revolução permanente'. Até aqui, só um aspecto da teoria da 'revolução permanente' tem sido geralmente notado - a falta de fé nas potencialidades revolucionárias do movimento camponês. Agora, para fazer justiça, isto deve ser acrescido de outro aspecto - a falta de fé na força e capacidades do proletariado na Rússia. Que diferença há entre a teoria de Trotsky e a teoria menchevique ordinária, de que a vitória do socialismo em um só pais, e por sinal um país atrasado, é impossível sem a vitória preliminar da revolução proletária 'nos principais países da Europa ocidental'? De fato, não há diferença. Não pode haver dúvida sobre isso. A teoria de Trotsky da 'revolução permanente' é uma variedade do menchevismo." Esta é a situação no que se refere ao segundo aspecto peculiar da Revolução de Outubro. Os trotskistas e a intelligentsia burguesa, em sua tentativa desesperada de fazer crer que a teoria da 'revolução permanente' é compatível com o leninismo, muitas vezes afirmam que a preocupação com Trotsky era que ele ia muito mais adiante; que, embora a teoria de Trotsky estivesse errada para o ano 1905, ela provara estar correta Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I em outubro de 1917. Afirmam, além disso, que, em abril de 1917, Lênin dera seu ponto de vista pela 'revolução permanente de Trotsky'. É necessário cuidado com esta afirmação, pois, se ela fosse verdadeira, seria correto dizer que Lênin foi um trotskista. Mais do que isso - não haveria algo como mar-xismo-leninismo, e sim marxismotrotskismo. Assim, pode-se ver claramente, camaradas, que os trotskistas não se contentam em tentar fazer o trotskismo parecer compatível com o leninismo - eles estão de fato tentando substituir o leninismo pelo trotskismo. Não é a primeira vez que o trotskismo faz tal tentativa, nem será a última. Contudo, podemos dizer com certeza que, como todas as anteriores, a tentativa atual do trotskismo de substituir o leninismo e afirmar-se como a única ideologia proletária (!) (tanto quanto as futuras), será esmagada. Uma tentativa de manipular o trotskismo para fazê-lo parecer compatível com o leninismo foi feita já em 1924, por Radek. Stalin, como resultado desta tentativa, chamou Radek de "diplomata podre".Eis o que Radek disse: "A guerra criou uma cisão entre o campesinato, que estava lutando para ganhar terra e paz, e os partidos pequeno-burgueses; a guerra colocou o campesinato sob a direção da classe operária e de sua vanguarda, o Partido Bolchevique. Isto tornou possível, não a ditadura da classe operária e do campesinato, mas a ditadura da classe operária, apoiando-se no campesinato. O que Rosa Luxemburgo e Trotsky defenderam contra Lênin em 1905 (isto é, a 'revolução permanente'], provou, na realidade, ser o segundo estágio do desenvolvimento histórico." Nenhuma refutação melhor das afirmações contidas na citação anterior pode ser encontrada em qualquer lugar senão nas seguintes linhas do camarada Stalin: "Aqui [isto é, na citação de Radek] todas as declarações são distorções. Não é verdade que a guerra "tornou possível, não a ditadura da classe operária e do campesinato, mas a ditadura da classe operária, apoiando-se no campesinato'. Na realidade,, a Revolução de Fevereiro de 1917 foi a materialização da ditadura do proletariado e do campesinato, entrelaçada de forma peculiar com a ditadura da burguesia. Não é verdade que a teoria da 'revolução permanente', que Radek modestamente evita mencionar, tenha sido defendida em 1905 por Rosa Luxemburgo e Trotsky. Na verdade, esta teoria foi defendida por Parvus e Trotsky. Agora, dez meses mais tarde, Radek corrige-se e considera necessário reprovar Parvus pela teoria da 'revolução permanente'. Porém, com toda a justiça, Radek deveria ter também reprovado o parceiro de Parvus, Trotsky. Não é verdade que a teoria da 'revolução permanente', que foi posta de lado pela Revolução de 1905, tenha provado estar correta no 'segundo estágio do desenvolvimento histórico', isto é, durante a Revolução de Outubro. O desenvolvimento total demonstrou e provou a bancarrota total da teoria da 'revolução permanente' e sua absoluta incompatibilidade com os fundamentos do leninismo. Discursos adocicados e diplomacia podre não podem ocultar o imensa abismo que existe entre a teoria da 'revolução permanente' e o leninismo." Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Notas 1. "O problema das massas trabalhadoras da pequena burguesia, tanto urbana quanto rural, o problema de atrair essas massas para o lado do proletariado, é de excepcional importância para a revolução proletária. A quem a população trabalhadora da cidade e do campo apoiará na luta pelo poder, a burguesia ou o proletariado; de quem se tornará reserva, reserva da burguesia ou reserva do proletariado - disto depende o destino da revolução e a estabilidade da ditadura do proletariado. A Revolução na França em 1848 e 1871 acabou fracassando principalmente porque as reservas camponesas provaram estar do lado da burguesia. A Revolução de Outubro foi vitoriosa porque foi capaz de privar a burguesia de suas reservas camponesas, porque foi capaz de conquistar estas reservas para o lado do proletariado e porque, nesta revolução, o proletariado provou ser a única força-guia para as vastas massas da população laboriosa da cidade e do campo. Quem não entender isto nunca compreenderá o caráter da Revolução de Outubro, ou a natureza da ditadura do proletariado, ou as características peculiares da política interna de nosso poder proletário" (Stalin, Problems of Leninism).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I
Capítulo 4 Conclusão da Parte I O Trotskismo - Inimigo da Revolução Proletária e dos Movimentos de Libertação Nacional À luz do que já foi dito, torna-se nosso dever imperativo, camaradas, rejeitar o trotskismo, denunciá-lo e opor-nos a ele como uma ideologia burguesa perniciosa. Isto é de especial importância para nós, vivendo como vivemos em um país imperialista, pois a aceitação do trotskismo pelos operários pode apenas levá-los a fazer uma aliança com sua 'própria' burguesia imperialista. Por que isso? Porque, de acordo com o trotskismo "um avanço genuíno da economia socialista ... tornar-se-á possível somente após a vitória do proletariado nos países mais importantes da Europa", e mais: "Sem o apoio de Estado direto do proletariado europeu, a classe operária ... não será capaz de manter-se no poder e transformar seu domínio temporário em uma ditadura socialista duradoura. Disto não podemos duvidar por um instante sequer." Assim, de acordo com o trotskismo, a revolução socialista não pode ter êxito em países capitalistas menos avançados; o socialismo não pode ser construído nesses países - não até depois da 'vitória do proletariado nos países mais importantes da Europa'. Porém, o que acontece se o proletariado de um país atrasado é vitorioso em fazer uma revolução, porém seu sucesso não é seguido pela "vitória do proletariado nos países mais importantes da Europa"?Resposta do trotskismo: "...porém, se isto não acontecer (isto é, se a vitória do proletariado em um país atrasado, tal como a Rússia era antes de 1917, não é seguida pela vitória do proletariado europeu) seria sem esperanças, à luz da experiência histórica e à luz do raciocínio teórico, pensar que uma Rússia revolucionária (ou, pela mesma razão, qualquer outro país atrasado), por exemplo, pudesse manter-se frente a uma Europa conservadora, ou que uma Alemanha socialista poderia permanecer isolada em um mundo capitalista". Em outras palavras, o conselho do trotskismo para o proletariado vitorioso de um país atrasado, nestas circunstâncias, seria: rendam-se incondicionalmente capitulem - façam sua paz com sua 'própria' burguesia e com o imperialismo, pois sua posição é "desesperadora"; desde que em seu país, à luz da experiência histórica e à luz do raciocínio teórico" vocês não podem manter-se "frente à Europa
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I conservadora"; visto que "a revolução proletária não pode ser levada a uma conclusão vitoriosa, dentro dos limites de um só país", e assim por diante. Esta posição do trotskismo, incorporada à teoria de Trotsky da 'revolução permanente', constitui sua real essência contra-revolucionária. Nenhuma quantidade de palavreado ultra-'esquerdista' pode ocultar a essência contra-revolucionária do trotskismo. É esta posição do Trotskismo que o torna o mais firme apoiador do imperialismo; se sua opinião fosse seguida pelo proletariado vitorioso de um país atrasado, ela levaria à restauração do capitalismo nesse país e assim fortaleceria o imperialismo. O efeito do fortalecimento do imperialismo, por sua vez, tornaria ainda mais difícil "a vitória do proletariado nos países mais importantes da Europa". Assim, nunca teremos a ditadura do proletariado em dado país, nem estaremos nunca mais próximos a uma Europa socialista, graças à recomendação do trotskismo. O resultado só poderia ser o fortalecimento do imperialismo e a sua capacitação a manter mais facilmente o proletariado sob seu domínio. O proletariado europeu estará mais próximo da vitória precisamente quando o imperialismo tiver se tornado fraco, e não em conseqüência de seu fortalecimento. A estrada do trotskismo, a estrada da teoria da 'revolução permanente', leva à reação permanente e à contra-revolução permanente - é a estrada da desesperança permanente. A teoria de Trotsky da 'revolução permanente', por causa de sua negação do papel revolucionário do campesinato, sustenta que naqueles países em que o feudalismo é ainda força predominante, o feudalismo só pode ser substituído por um governo dos operários; em outras palavras, o trotskismo nega os estágios da revolução - nega o estágio intermediário de uma revolução democrática do povo, isto é, uma revolução que põe fim ao feudalismo mas não institui ainda o socialismo, uma revolução que se torna socialista somente após ter cumprido suas tarefas democráticas, e no curso da qual tem lugar um realinhamento necessário das forças de classe. O trotskismo nega a teoria da revolução democrática nova, que é a teoria marxísta-leninista da revolução por estágios, assim como a teoria marxista-leninista da revolução continuada. O trotskismo acredita, e não poderia senão acreditar, por conta de sua negação do papel revolucionário do campesinato, em saltar subjetivamente os estágios1 da revolução. O resultado disso é duplo: (1) ele está se preparando para as tarefas futuras e negligenciando as tarefas do presente; e (2) deixa de dar apoio às lutas de libertação nacional, tais como a heróica luta do povo vietnamita pela libertação nacional, sob o pretexto de que o Programa da Frente de Libertação Nacional do Vietnã do Sul é 'burguês'. Ao fazê-lo, o trotskismo age como uma força desorganizadora dentro do movimento de solidariedade com os povos dos países oprimidos, coloca uma cunha entre o proletariado europeu e os povos oprimidos do mundo, em sua luta contra o imperialismo, e fornece um apoio todo-poderoso ao imperialismo. Tal, por exemplo, tem sido o caso com o movimento neste país pela solidariedade com o heróico povo vietnamita. Os trotskistas, ombreados com os revisionistas, têm feito tudo que podem para sabotar o movimento de solidariedade e têm tido algum sucesso. Não estou escrevendo uma história completa do movimento de solidariedade ao Vietnã. Isto deveria ser feito em outro lugar e em outra época. Porém, serão oportunos uns poucos exemplos, para demonstrar as posições contra-
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I revolucionárias a que a aceitação da teoria da 'revolução permanente' tem levado os trotskistas. Os trotskistas têm todo o tempo se recusado a apoiar o programa da FLN, sob o argumento de que seria um 'programa burguês'. Eles fazem isso porque, sendo seguidores da teoria da 'revolução permanente', que nega o papel revolucionário do campesinato, não reconhecem os estágios da revolução vietnamita. Eles subjetivamente querem saltar ou passar por cima do estágio de libertação nacional. Em outras palavras, querem o socialismo estabelecido na metade sul do Vietnã antes que o povo vietnamita tenha alcançado a libertação nacional, com a derrota dos agressores imperialistas dos EUA e antes que tenham completado as tarefas democráticas da revolução vietnamita. De acordo com os trotskistas, o domínio do feudalismo e do imperialismo no Vietnã do Sul só pode ser substituído por um governo dos operários. Tudo isso soa muito revolucionário, porém, em essência, é um contrasenso reacionário. O resultado de perseguir tal curso, como advogam os trotskistas, seria que não apenas o socialismo não pode ser estabelecido no Vietnã do Sul, como nem mesmo se pode conseguir a libertação nacional. A vasta maioria do povo do Vietnã do Sul, que tem lutado uma batalha gloriosa contra o imperialismo e pela salvação nacional, o tem feito porque estão todos de acordo e unidos em sua determinação de derrotar a agressão dos EUA, alcançar a libertação nacional e estabelecer uma república democrática popular. Neste estágio, um programa socialista poderia somente ter o efeito de causar uma cisão na frente única contra o imperialismo; neste estágio, um programa socialista prestaria a mais profunda ajuda ao imperialismo. Assim, pode-se ver que, quando os trotskistas condenam a FLN, estão prestando um precioso serviço ao imperialismo dos EUA. É a isto que eqüivale seu palavreado ultra-'esquerdista': a derrocada da luta de libertação, transformada em servilismo ao imperialismo. Os trotskistas têm a todo tempo injuriado o grande líder do povo indochinês, camarada Ho Chi Minh. O que fez o camarada Ho Chi Minh para merecer tal tratamento? A resposta é que ele agiu de uma forma altamente revolucionária, conduzindo o povo vietnamita de vitória em vitória, levou-o a estabelecer o socialismo na República Democrática do Vietnã e, assim, provou na prática a natureza falida e reacionária da teoria da 'revolução permanente', de acordo com a qual o socialismo não pode ser construído em um único país atrasado. Em outras palavras, ele fez o mesmo que já tinha sido feito na URSS, sob a liderança de Stalin. Será de admirar que os trotskistas chamem o camarada Ho Chi Minh de "burocrata stalinista"? Qualquer um que não siga a teoria derrotista e reacionária da 'revolução permanente' é um 'burocrata stalinista', no que diz respeito a esses degenerados, os trotskistas. Ao chamarem Ho Chi Minh de burocrata e lançarem injúrias à FLN, os trotskistas são capazes de apresentar à classe trabalhadora, aqui, a luta do povo vietnamita como uma luta reacionária que, portanto, não vale a pena apoiar. O resultado é que o movimento de solidariedade é subvertido e o proletariado britânico continua a acreditar nas mentiras expressas sobre essa questão pelo governo imperialista britânico e pela imprensa imperialista. Estes retratam o povo vietnamita em luta como assassinos sedentos de sangue que têm empreendido agressões contra Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I os EUA por anos, e os EUA como empreendendo apenas uma guerra defensiva! É fácil para o proletariado britânico acreditar nestas mentiras por duas razões: (a) porque vive em um país imperialista e (b) porque há 'comunistas' tais como os trotskistas, que dão eco às mentiras do imperialismo. Está claro então que os trotskistas são o principal impedimento ao proletariado britânico cumprir com seus deveres internacionais. O proletariado europeu, inclusive o britânico, nunca será capaz de fazer uma revolução a menos e até que se torne completamente imbuído do espírito do internacionalismo proletário, até que ligue sua própria luta com a luta dos povos oprimidos e proletários pela libertação nacional e revolução proletária e forneça a mais profunda assistência fraterna a tais lutas. Não se pode insistir nesta verdade com excessiva freqüência. E aquele que obste o proletariado britânico a cumprir seu dever está adiando o dia da revolução aqui e é um contra-revolucionário. Os trotskistas são precisamente tais contra-revolucionários. Não há como insistir nesta verdade muito freqüentemente. O que se aplica à luta do povo vietnamita também se aplica, por extensão lógica, às lutas dos povos oprimidos em todas as partes, e os trotskistas fazem aí o seu mesmo trabalho desprezível. Para demonstrar a profundidade desta total degeneração a que chegaram os trotskistas, gostaríamos de citar recente folheto lançado por uma das organizações trotskistas, o Solidariedade. Quando se lê esta passagem, não se pode senão ter sentimentos de repulsa por estes trotskistas. Estejam precavidos, camaradas. De acordo com este panfleto, a guerra do Vietnã não é uma guerra imperialista de agressão infligida pelo imperialismo dos USA contra o povo vietnamita amante da paz, mas "um conflito interimperialista". Portanto, exortam os degenerados autores trotskistas deste panfleto, a "esquerda bolchevique"não deveria tomar partido. Eles, então, seguem denunciando aqueles que apresentam a guerra como um "esforço unilateral, um produto do bicho-papão norte-americano". A seguir, o panfleto denuncia a teoria marxista-leninista da revolução por estágios: "a experiência do Vietnã... mostra o deplorável enfoque stalinista baseado em dois estágios". Passa então a difundir a calúnia maliciosa de que, em 1945, "operários sem conta foram assassinados pelo sanguinário Ho Chi Minh..." De acordo com os escritores trotskistas deste panfleto "a vitória de qualquer lado (na guerra do Vietnã) é prejudicial á luta pelo socialismo mundial". Para encobrir sua deslealdade odiosa, os agentes trotskistas da burguesia terminam seu panfleto clamando pelo "estabelecimento de um autogoverno de amplitude mundial". Para familiarizá-los com o trotskismo real, o trotskismo em forma contra-revolucionária sem disfarces, propomos citar este folheto na íntegra. Não temos dúvidas, camaradas, de que, quando vocês se informarem do conteúdo deste panfleto, entenderão completamente nossa posição e concordarão conosco quando dizemos que o trotskismo é contra-revolucionário e constitui um apoio confiável para o imperialismo. Eis, então, o que diz este panfleto:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I "VIETNÃ — Vitória para quem? A recente escalada da guerra do Vietnã ilustra plenamente as realidades de nossa época; a política das grandes potências contra o povo operário. A ofensiva de nove semanas atrás da DRVN/FLN, lançada com maciça ajuda russa e chinesa contra o regime de Saigon, alterou o quadro no Sudeste da Ásia. A guerra é um conflito interimperialista, cuja solução política está sendo decidida em Moscou, Washington, Pequim e Paris, em detrimento das massas no Vietnã, Camboja, Laos e Estados Unidos. Incapaz de ver isto, a esquerda bolchevique na Inglaterra nos conclama a tomar partido neste conflito bárbaro. "A guerra é apresentada por eles como um esforço imperialista unilateral. um produto do bicho-papão norte-americano. O lado DRVN/FLN é pintado com cores incandescentes: '... uma vitória vietnamita no sul seria um grande auxílio à revolução socialista em outras partes do mundo'. (Red Mole, 15 de maio de 1972). A IS, ansiosa para recrutar na base do oportunismo, grita: 'Vitória para a FLN! Derrota ao bloqueio de Nixon!' (Socialist Worker, 3 de junho de 1972). Outros, como o PC, clamam pela 'paz' e implementação do Acordo de Genebra de 1954. A premissa é que o povo operário não deveria dirigir suas próprias vidas e que as burocracias políticas deveriam negociar em seu nome. Outra premissa é que a luta pelo socialismo no Vietnã está fora de questão 'agora'. Os bolcheviques mais degenerados superam este problema identificando 'libertação nacional' com 'socialismo'. Em qualquer caso, uma falsificação monstruosa. Esses enfoques são exemplificados pelas seguintes pérolas: '...quando a questão do poder americano estiver resolvida, sabemos que tipo de regime e de políticas a FLN escolherá - e será forçada a escolher pela lógica de sua situação. Porém, isto é, no momento, outra luta, a luta real pelo socialismo' (IS 32, Neither Washington neither Moscow-But Vietnam?). "A experiência do Vietnã (como na Espanha de 1936) mostra o deplorável enfoque stalinista baseado nos 'dois estágios' (ambos dirigidos, por certo, pelo 'Partido'). Será necessário lembrar a comuna de Saigon de 1945, quando operários vietnamitas foram assassinados pelo sanguinário Ho Chi Minh em conluio com o imperialismo francês e britânico? Ali houve uma insurreição socialista incipiente, sufocada pelos próprios gangsters que a esquerda bolchevique apóia tão histericamente. O esmagamento da resistência camponesa à coletivização na província de Ngh Na por Hanói, em 1956, é também convenientemente esquecido. Os adolescentes camponeses recrutados que estão perecendo justamente agora em Hue, Kontum e Na Loc testemunharam a insensibilidade da nova ofensiva do regime de Hanói; a fuga da população e a falta óbvia de apoio civil fornecem prova adicional de que a população nada tem a ganhar com a vitória de qualquer lado. O que significam todas as mistificações bolcheviques? Elas simplesmente ocultam a essência do conflito: ambos os lados na guerra do Vietnã representam os interesses imperialistas. Embora o regime de Hanói tenha uma dependência ideológica e militar da Rússia e China diferente daquela de Thieu para com o regime dos EUA, a vitória de qualquer lado será em detrimento da luta pelo Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I socialismo mundial. A vitória da FLN e de Hanói fortalecerá os imperialismos russo e chinês contra o imperialismo dos EUA. Um 'acordo negociado' simplesmente estenderá a guerra por mais uma geração. Deixamos aos patriotas sociais do capitalismo de Estado escolherem o imperialismo de seu gosto. Assim como advogam 'Vitória ao IRA' na Inglaterra, eles advogam soluções reacionárias similares em outras partes do mundo. Seu raciocínio é de que tais 'vitórias' enfraquecem o imperialismo ocidental, porém os 50 anos passados de lutas de libertação nacional desmentem tais afirmações. Vitórias obtidas com base em nacionalismo ou raça não têm ligação com o socialismo e de fato fortalecem as ideologias burguesas e autoritárias, que desmoralizam mais o povo operário. Acreditamos que o principal inimigo está em casa. Somos a favor de uma campanha efetiva contra a colaboração do governo britânico com o imperialismo norte-americano no Vietnã. Isto não significa, entretanto, apoio ã FLN. Em lugar disto, que tal uma manifestação contra a Embaixada da Rússia no bairro chique? Finalmente, a única solução para este bárbaro conflito é una solução socialista: contra o imperialismo americano, contra a FLN e os burocratas de Hanói, pela confraternização das tropas estadunidenses e vietnamitas, pela derrota de ambos os lados em seus países de origem, pela irrupção de uma guerra civil de classe contra classe na retaguarda imperialista - isto é, pelo estabelecimento de um autogoverno de amplitude mundial". Este panfleto fala por si, e nenhum comentário é necessário sobre esta peça revoltante do trotskismo contra-revolucionário - ele corrobora tudo que já foi dito2. Há dois pontos, contudo, que gostaria de mencionar a título de esclarecimento, a fim de desembaraçar a trama de confusão traçada por este panfleto. (1) Os trotskistas do Solidariedade, os autores do panfleto acima, descrevem outras organizações trotskistas degeneradas e contra-revolucionárias tais como o Grupo Marxista Internacional (IMG), que são os editores do Red Mole e a Internacional Socialista (IS), que produz o Socialist Worker como a 'esquerda bolchevique'. Esta é uma tentativa de fazer passar as organizações burguesas trotskistas por organizações do tipo bolchevique e confundir o trotskismo contra-revolucionário com o bolchevismo revolucionário - o leninismo. A verdade é que as várias organizações trotskistas, em seu conjunto, constituem não a esquerda bolchevique, mas a direita menchevique. (2) Os autores deste panfleto produzem algumas citações do Red Mole e do Socialist Worker. no esforço de mostrarem que o IMG e a IS apoiam a luta do povo vietnamita contra a agressão imperialista dos EUA e pela libertação nacional. Isto não é verdade. O IMG e a IS não apoiam a luta do povo vietnamita pela libertação nacional. Como dito antes, eles têm por anos denunciado a FLN e acumulado ofensas contra o grande dirigente do povo vietnamita, o camarada Ho Chi Minh. Gente como Tariq Ali, do IMG, e escórias semelhantes da IS, da Liga Trabalhista Socialista etc., têm muitas vezes condenado o Camarada Ho Chi Minh como um 'burocrata stalimsta'. Eles racharam a grande manifestação de 27 de outubro de 1968 sobre o Vietnã, contra a agressão imperialista dos EUA e se recusaram a marchar até a Embaixada dos Estados Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Unidos. Em lugar disso, reuniram 50.000 pessoas em um piquenique diversionista no Hyde Rark Comer. Recusaram-se a aceitar os três slogans da Marcha, isto é, AGRESSORES DOS EUA FORA DO VIETNÃ AGORA!' 'VITÓRIA À FLN!' e 'LONGA VIDA A HO CHI MINH!'. Tariq Ali fez objeções aos segundo e terceiro slogans sob o argumento de que o programa da NLF era burguês e que Ho Chi Minh era um burocrata stalinista. Dissemos-lhe que, se era isso que ele achava, então que ele conduzisse um cartaz com slogans desta natureza. Ele não teve coragem, é desnecessário dizer. Tivesse ele conduzido tal cartaz, as milhares de pessoas reunidas na demonstração tê-lo-iam linchado. Em lugar disso, sob a pressão dos manifestantes, e em frente às câmeras de TV, Tariq Ali deu-nos um exemplo de sua hipocrisia, gritando slogans como 'Vitoria à FLN' e 'Longa Vida a Ho Chi Minh'. Tudo isso feito para iludir as massas e ser capaz de subverter o movimento de solidariedade. É inconcebível que esses mesmos trotskistas subitamente tivessem mudado sua linha. Se tinham mudado, então, deveriam dizê-lo. Se genuinamente mudassem de linha, então deixariam de ser trotskistas. Na verdade, entretanto, eles não tinham mudado em nada de linha. A IS 'apóia' a FLN, como a citação no panfleto da IS 32 mostra, porque ela pensa que a FLN está engajada em estabelecer o socialismo sem estágios. Este não é realmente um apoio para a FLN, mas uma tentativa desesperada de explicar sua própria conduta no passado e salvar a teoria da 'revolução permanente' do naufrágio final. Anos de luta provaram a correção absoluta do programa da FLN e a bancarrota total da linha dos trotskistas. Em lugar de agora admitir a bancarrota do trotskismo e alijá-lo, a bancarrota de sua própria linha por vários anos, os trotskistas da IS preferem distorcer a linha e o programa da FLN. Os próprios autores deste panfleto são capazes de perceber esta distorção e por isso descrevem-nos como "bolcheviques degenerados!", isto é, trotskistas degenerados. O socialismo será estabelecido no Vietnã do Sul somente após o povo vietnamita ter ultrapassado o estágio da libertação nacional e completado as tarefas democráticas da revolução vietnamita. Esta é a simples verdade, senhores trotskistas, que vocês nunca entenderam, nem entenderão no futuro, a menos que desistam de se ajoelhar em oração diante da 'absurdamente esquerdista teoria da revolução permanente'. Do mesmo modo, o IMG não apóia a VLF também. Ambos, a IS e o IMG, "apoiam" a FLN não pelo que ela sustenta agora atualmente, mas pelo que eles pensam que ela sustenta, e as duas situações são muito diferentes. Ultimamente eles tem publicado material que dá a impressão de que os trotskistas começaram a "apoiar' a FLN porque esta corrigiu sua posição inicial e adotou a linha trotskista. Nada pode estar mais longe da verdade do que esta absurda sugestão. Qual é, então, a razão para o 'apoio' aparente que os trotskistas do IMG e da IS estariam dando ultimamente à FLN? A razão é que a FLN está à beira da vitória: por perseguir seu programa correto, ela tem derrotado os agressores imperialistas dos EUA. Por isso, os trotskistas apressam-se a se associar com a iminente vitória total do povo vietnamita. Apressamse a apresentar a vitória do povo vietnamita, vitória que eles fizeram tudo que podiam para sabotar, como sua própria - como o resultado de suas ações de 'solidariedade'.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I Mais do que isso, a virada na linha trotskista sobre o Vietnã coincidiu com a viagem de Nixon à China. Os trotskistas tinham espalhado propaganda no sentido de que os chineses estavam se encontrando com Nixon para 'tratar' da questão do Vietnã, sem consulta ao povo vietnamita. Esta era parte integral de sua propaganda diária contra este bastião do socialismo. A verdade é que o governo, o Partido e o povo chinês tinham demonstrado na pratica que eram os mais confiáveis aliados do povo vietnamita e que nunca fariam um 'negócio' com o imperialismo dos EUA à custa do povo vietnamita. Nixon foi à China em reconhecimento da posição enfraquecida do imperialismo dos EUA. O imperialismo dos EUA não poderia por muito tempo recusarse a reconhecer a realidade da existência da China. Nixon pode ter esperado todo tipo de "negócios' (todos os reacionários fazem isso) porém certamente não conseguiria um na China. Os trotskistas, no intuito de difamar a China e difundir calúnias maliciosas, começaram a gritar que "os burocratas chineses estão traindo a luta do povo vietnamita". A fim de tornar convincente esta calúnia maliciosa, os trotskistas contra-revolucionários tinham de dar a impressão de que apoiavam a FLN. Esta, então, é a explicação. A verdade é que foram os burocratas trotskistas que o tempo todo fizeram o melhor que podiam para solapar a luta do povo vietnamita. Os camaradas chineses, por outro lado, tinham dado apoio total, tanto material quanto político, ao povo vietnamita. Em adição às razões dadas acima, também devemos rejeitar o trotskismo porque, de acordo com o trotskismo, uma vitória do socialismo não é possível em um só país, mesmo que este pais seja o mais avançado capitalisticamente, pois "seria sem esperanças ... pensar que uma Rússia revolucionária, por exemplo, poderia manter-se diante de uma Europa conservadora, ou que uma Alemanha socialista poderia permanecer isolada em um mundo capitalista" (Trotsky). Em outras palavras, se o proletariado britânico fosse vitorioso em derrubar o capitalismo e estabelecer a ditadura do proletariado, tudo estaria perdido, a menos que a vitória do proletariado britânico fosse seguida pela vitória do proletariado em outros 'países europeus importantes' e talvez nos EUA também. O que o trotskismo busca, portanto, é uma vitória mundial simultânea do socialismo. Isto é impossível um mero sonho. A revolução proletária não pode ter lugar em todo o mundo de uma só vez; será bem sucedida, diz o leninismo, primeiro em um ou uns poucos países e depois em outros e eventualmente em todos os países do mundo. De fato, podemos dizer "à luz da experiência histórica e à luz do raciocínio teórico" que a revolução mundial não terá lugar simultaneamente. Desde que o curso da revolução não se desenvolve de acordo com os esquemas preconcebidos do trotskismo, este, em lugar de admitir sua bancarrota, está advogando que nenhuma revolução deva ser defendida - que nenhum socialismo deveria ser construído em países individualmente. E se os revolucionários não aceitam este conselho deles, então, eles são 'traidores e burocratas stalinistas' que estão 'traindo a revolução'. Tal é a natureza reacionária do trotskismo. Em suma, camaradas, devemos denunciar e nos opor ao trotskismo, como uma ideologia burguesa que é contrária à construção do socialismo e da libertação nacional Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I - uma ideologia que constitui um apoio extremamente confiável ao imperialismo. Devemos orientar-nos para a consciência de classe do proletariado e ajudá-lo a educar-se no espírito da intolerância com a ideologia burguesa do trotskismo. É nossa tarefa enterrar esta ideologia. Se a atual série de palestras contribuir para isto, que é seu principal objetivo, nós, na Associação dos Trabalhadores Comunistas, consideraremos uma honra termos desempenhado algum papel.
Notas 1. "É muito nocivo confundir os dois estágios, isto é, as revoluções nacionaldemocrática e socialista. O Camarada Mao Tsé-tung criticou a idéia errada de cumprir ambas de um só golpe e observou que esta idéia utópica pode somente enfraquecer a luta contra o imperialismo e seus lacaios, a tarefa mais urgente nesta época. Os reacionários do Kuomintang e os trotskistas tentaram, durante a Guerra de Resistência, deliberadamente, confundir esses dois estágios da revolução chinesa, proclamando a "teoria de uma revolução única' e apregoando o 'socialismo' assim chamado, sem qualquer Partido Comunista. Com esta teoria absurda, eles tentaram engolir o Partido Comunista, eliminando qualquer revolução e evitando o avanço da revolução nacional-democrátíca, e usaram isso como pretexto para sua nãoresistência e capitulação ao imperialismo. A teoria reacionária foi varrida há longo tempo pela história da revolução chinesa" (Lin Piao, Long Live the Victorv of People's War). 2. Em seu número 557, o documento trotskista pouco conhecido Socialist Organizer veiculou com alegria maliciosa a seguinte peça revoltante a propósito de Chris Hani, um dos maiores de todos os lutadores pela libertação do povo negro da África do Sul, por ocasião de seu assassinato pelas mãos do fascismo da África do Sul: "Um lutador, porém um stalinista Chris Hani foi um lutador. Ele nasceu na pobreza no Transkel rural. Sua mãe era analfabeta e seu pai, um mineiro que trabalhava a centenas de milhas de distância, no Transvaal. Ele dedicou sua vida à derrubada do regime racista branco na África do Sul, e por esta dedicação ele foi assassinado. Porém, Hani não foi apenas um lutador. Ele foi também um stalinista perverso. Em 1984, Hani tornou-se comissário político e comandante do braço armado da ANC, Um khonto we Sizwe. Aquele foi o ano dos motins nos campos angolanos da ANC. A juventude da 'geração Soweto', que se tornou radical na revolta de 1976, rebelou-se quando foi rejeitada sua reivindicação de voltar à África do Sul para lutar. Hani foi responsável pela supressão dos motins e pelo encarceramento dos guerrilheiros dissidentes da ANC no notório campo de prisão Quatro em Angola, que Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte I era dirigida por pessoal treinado pela KGB e pela rancorosa polícia secreta da Alemanha Oriental, a Stasi. O fato de que a imprensa liberal está agora cheia de elogios a este 'homem supremamente honesto' mostra quão profundamente verdadeiro é o velho ditado de que 'quanto mais as coisas mudam, mais permanecem as mesmas'. Nos anos 30, as câmaras de tortura da URSS, seu Gulag e o governo de mentiras de Stalin foram defendidas e justificadas pelos liberais e stalinistas como 'mal menor'. Assim, hoje os liberais, os stalinistas e os terceiro-mundistas parecem estar preparados para esquecer que, se Hani tivesse subido ao poder, teria sido como uma peça da máquina do Estado impondo uma tirania de ferro sobre a classe operária. Mesmo após 1989 é ainda possível ser ambas as coisas, um lutador contra o capitalismo e um inimigo do socialismo da classe operária. Chris Hani o provou."
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II
Trotskismo X Leninismo Lições da História
Harpal Brar Tradução – Pedro Castro
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Parte II Socialismo em um Só País Capítulo 5 Socialismo em um Só País .......................................................................... ..............................3
Capítulo 6 Coletivização - A Construção do Socialismo no Campo.................................................... 24
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Parte II Socialismo em um Só País "O desenvolvimento econômico desigual é uma lei absoluta do capitalismo. Daí, a vitória do socialismo é possível primeiro em uns poucos ou mesmo em um só país capitalista" Lênin
Capítulo 5 Socialismo em um Só País
A posição de Trotsky Trotsky, atendo-se obstinadamente a sua 'teoria da revolução permanente', sustentava que o socialismo não poderia ser construído na Rússia, atrasada, sem a ajuda de uma revolução proletária vitoriosa nos países capitalistas avançados. "Os antagonismos", dizia Trotsky no Prefácio a seu livro sobre a revolução de 1905, "que surgem sob um governo dos operários em uma terra atrasada, onde a vasta maioria da população é composta de camponeses, só podem resolvidos na arena internacional da revolução mundial proletária. Na ausência do apoio estatal direto por parte do proletariado europeu, a classe operária russa não será capaz de manter-se no poder e transformar sua direção temporária em uma ditadura socialista estável. Não há como duvidar desta verdade" (Trotsky, Our Revolution, 1906). A afirmação, repetida várias vezes no Programa de Paz, de que a revolução proletária não pode ser conduzida ao êxito dentro do contexto nacional, parecerá a muitos leitores ter sido refutada pela experiência de nossa República Soviética por quase cinco anos. Qualquer conclusão desse tipo seria completamente sem fundamento... não será possível um progresso estável na economia socialista na Rússia senão após a vitória do proletariado nos principais países dirigentes da Europa" (Trotsky, Poscript to Programme of Peace, 1922). Esta é a posição assumida por Trotsky, consistentemente, por um longo período de tempo, e da qual de fato ele nunca se afastou, mesmo quando parecia tê-lo feito. Com seu ponto de vista teórico, que subestimava a capacidade das amplas massas do povo russo de construir o socialismo e superestimava as forças obscuras da reação, Trotsky não poderia senão opor-se à política de construção do socialismo na Rússia. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Assim, a posição de Trotsky não era mais que uma nova variante do menchevismo. Os mencheviques russos diziam: 'A Rússia é um país atrasado, e portanto a única possibilidade é uma revolução burguesa, que dará um ímpeto ao desenvolvimento do capitalismo na Rússia'. Trotsky dizia: 'Não. uma revolução proletária é possível porém, a menos que ela seja rapidamente seguida por uma revolução proletária na Europa, está condenada ao colapso.' Assim, pode-se ver que não há desacordo básico entre as visões menchevique e trotskista. Ambas acreditam ardentemente que era impossível para a Rússia construir o socialismo por si própria, devido ao seu atraso. O malogro da revolução na Europa e as alternativas abertas à classe operária soviética Agora, é perfeitamente verdadeiro que os bolcheviques pensavam e esperavam que a revolução na Rússia seria seguida pela revolução em muitos países europeus. Sua expectativa era baseada na situação revolucionária objetiva então prevalecendo na Europa. Porém, as esperanças e expectativas dos bolcheviques se frustraram, graças, entre outras coisas, à traição e ao oportunismo da social-democracia oficial. Em 1922, a burguesia européia tinha alcançado condições de relativa estabilidade, e estava claro que as chances de revolução proletária vitoriosa na Europa tinham sido adiadas por muitos anos. Assim, nessas condições - a saber, o proletariado russo estava ascendendo ao poder estatal porém sem revolução proletária na Europa - que deveria o proletariado russo fazer? Quais eram as alternativas abertas a ele? Havia dois rumos abertos ao proletariado russo: (1) Poderia seguir o conselho de Trotsky e declarar que, "na ausência do apoio estatal direto do proletariado europeu", o proletariado russo não poderia permanecer no poder, muito menos construir o socialismo, e deveria fazer a paz com a burguesia internacional e nacional e passar o poder do Estado para a mesma classe que dele tinha sido privada em outubro de 1917 e assim demonstrar que a classe operária era incapaz de dirigir e construir o socialismo; ou (2) Alternativamente, poderia resolver, a despeito das imensas dificuldades, construir o socialismo na URSS e assim demonstrar aos proletários e às amplas massas não apenas da URSS mas de todo o mundo "a convicção de que a classe operária podia seguir em frente sem a burguesia". Foi assim que o Camarada Stalin brilhantemente retratou o significado da construção do socialismo na URSS: "O que é necessário para que os proletários do Leste conquistem seu caminho para a vitoria'? Antes de tudo, eles necessitam de fé em seus próprios poderes; uma convicção de que a classe operária pode seguir em frente sem a burguesia; a convicção de que a classe operária é competente, não apenas para destruir o velho, porém igualmente para construir o novo, para construir o socialismo. O principal esforço dos socíal-democratas, os reformistas, é introduzir o ceticismo no pensa-mento dos operários, fazer com que eles duvidem de seus próprios poderes, duvidem de sua Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II opacidade de conquistar pela força uma vitória sobre a burguesia. O significado de todo nosso trabalho, de todo nosso trabalho construtivo, é que ele serve como uma demonstração para a classe operária nos países capitalistas de que ela é capaz de seguir sozinha sem a burguesia e será capaz, sem o auxílio desta, de construir uma nova sociedade... uma vez que os operários nos países capitalistas tenham adquirido fé em seus próprios poderes, podemos estar certos de que este é o começo do fim do capitalismo, e o sinal seguro de que a vitória da revolução proletária está ao alcance" (Discurso no 14° Congresso do Partido). Esta era a alternativa política revolucionária apresentada por Stalin e o Partido Bolchevique. Conseqüentemente, o 14° Congresso do PCUS(B) rejeitou os planos capitulaciomstas de Trotsky e seus sequazes e registrou em sua agora famosa resolução: Capítulo 5 - Socialismo em um Só País "Na esfera do desenvolvimento econômico, o Congresso sustenta que em nossa terra, a terra da ditadura do proletariado, há 'todos os requisitos para a construção de uma sociedade socialista completa' (Lênin). O Congresso considera que a principal tarefa de nosso partido é lutar pela vitória da construção socialista na URSS." Resumindo os resultados do 14° Congresso e seu significado histórico, o camarada Stalin escreveu: "O significado histórico do 14° Congresso do PCUS(B) reside no fato de que ele foi capaz de expor as próprias raízes dos erros da Nova Oposição [isto é. Zinoviev, Kamenev e Trotsky], que ele rejeitou seu ceticismo e suas lamúrias, que claramente e distintamente indicou o caminho da luta subseqüente pelo socialismo, abriu diante do partido a perspectiva de vitória e assim armou o proletariado com uma fé invencível na vitória da construção socialista" (Problems of Leninism). A classe operária da Rússia e as amplas massas do povo russo juntaram-se em apoio a esta alternativa revolucionária e decisivamente rejeitaram o desânimo pequeno-burguês de Trotsky e sua desesperança dissimulada com palavreado revolucionário'. Fizeram-no porque a política que estava sendo projetada pelo Partido Bolchevique e por Stalin era revolucionária e fazia sentido; enquanto a projetada por Trotsky era uma confusão contra-revolucionária que não fazia sentido algum. Stalin era contra a revolução mundial? Os mais ignorantes dos trotskistas muitas vezes afirmam que Stalin era um nacionalista limitado, enquanto Trotsky era um internacionalista, porque Stalin queria o socialismo na URSS, enquanto Trotsky queria o socialismo em toda parte, uma revolução mundial. Se fosse verdade que Stalin queria uma revolução apenas na Rússia, e não em toda parte, então esta acusação trotskista teria alguma substância. O fato verdadeiro é que esta acusação é uma mentira monstruosa e apenas um dos muitos exemplos que demonstram o abismo em que o trotskismo tinha caído, ao depreciar um dos grandes dirigentes do Partido Bolchevique, o camarada Stalin. Quem Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II quer que tenha algum respeito pela exatidão histórica e cuide de olhar os documentos que dizem respeito à controvérsia em questão verificará que não havia diferença alguma de opinião dentro do Partido em relação à desejabilidade e necessidade de seguir uma política internacionalista proletária -a política de fornecer ajuda fraterna aos proletários de outros países engajados em lutas decisivas. O Partido Bolchevique sob a direção de Stalin compreendeu plenamente a importância de seguir, e seguiu, uma política internacionalista proletária, porque reconhecia plenamente que a verdadeira consolidação do socialismo na URSS só poderia ter lugar após a vitória do proletariado em outros países. Todas as revoluções e lutas revolucionárias apóiam-se mutuamente entre si. Citemos, para beneficio dos trotskistas ignorantes, o conhecido pronunciamento sobre este assunto do camarada Stalin (o mesmo Stalin, cujo nome basta ser mencionado para que os trotskistas e outros reacionários comecem a espumar de raiva - embora espumar e mostrar sinais de delírio não sejam resposta para os duros fatos): "Após consolidar seu poder e dirigir o campesinato, o proletariado do país vitorioso pode e deve construir a sociedade socialista. Porém significa isto que, nesse caminho, o proletariado assegurará uma vitória completa e final pelo socialismo, isto é, significa que, com as forças de um só país, ele poderá finalmente consolidar o socialismo e garantir plenamente que este país não sofrerá intervenção, que representaria a restauração? Não, não significa. Para esta vitória é necessária a revolução em pelo menos vários outros países. Portanto, o desenvolvimento e apoio da revolução em outros países é tarefa essencial da revolução vitoriosa. Portanto, a revolução que foi vitoriosa em um país não deve considerar-se uma entidade autosuficiente, mas uma ajuda, um meio de acelerara vitória do proletariado em outros países" (Stalin, Foundations of Leninism, ênfase minha).1 Assim, está claro que não havia diferenças de princípio no PCUS(B) quanto à necessidade de seguir a política internacionalista. Havia, entretanto, diferenças quanto ao teor desta política internacionalista. Baseando-se em sua notória teoria da 'revolução permanente', de acordo com a qual o socialismo não poderia ser construído na Rússia sem ajuda de uma revolução proletária vitoriosa na Europa. Trotsky advogou varias vezes políticas aventureiristas, a fim de exportar a revolução socialista para a Europa. Essas políticas de aventureirismo, inspiradas numa falta de fé na capacidade da classe operária e do campesinato russos em construir o socialismo sem auxílio de fora, foram natural e duramente rejeitadas pelo Partido. Portanto, não há controvérsia sobre se o proletariado da URSS deveria dar assistência fraterna às lutas revolucionárias dos demais proletariados. A controvérsia era sobre se a URSS poderia construir o socialismo sem assistência de um proletariado vitorioso da Europa. Stalin e a maioria esmagadora do Partido Bolchevique respondiam a esta questão histórica mundial com a afirmativa. A história confirmou plenamente o Camarada Stalin e o Partido Bolchevique, porém sobre isso teremos mais a dizer adiante.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Stalin levantou a questão do 'socialismo em um só país' pela primeira vez? Outro mito espalhado pelos trotskistas é de que foi Stalin, em 1924, a primeira pessoa a levantar a questão do 'socialismo em um só país', e que antes ninguém tinha seriamente considerado a possibilidade de construção do 'socialismo em um só país'. Que isto é uma mentira mostra o fato de que, já em 1915, Lênin tenha dito: "O desenvolvimento econômico desigual3 é uma lei absoluta do capitalismo. Daí a vitória do socialismo ser possível, primeiro em uns poucos países ou mesmo em um único país capitalista. O proletariado vitorioso deste país, tendo expropriado os capitalistas e organizado sua própria produção socialista, deveria confrontar-se com o resto do mundo capitalista, atrair para si as classes oprimidas de outros países, induzir revoltas entre eles e, caso seja necessário, agir mesmo com força armada contra as classes exploradoras e seus Estados" (Lênin, The United States of Europe Slogan). E, outra vez, em 1916, Lênin formulou a mesma conclusão em seu artigo Military Programme of the Proletarian Revolution: "O desenvolvimento do capitalismo acontece de maneira extremamente desigual nos vários países. Não pode ser diferente sob o regime de produção de mercadorias. Disto segue-se irrefutavelmente que o socialismo não pode obter vitórias simultaneamente em todos os países. Ocorreria primeiro vitória em um ou vários países, enquanto os outros permanecerão burgueses ou pré-burgueses por algum tempo. Isto não deve criar apenas fricção mas um esforço direto por parte da burguesia de outros países para esmagar o proletariado vitorioso no Estado socialista. Em tais casos, uma guerra de nossa parte será uma guerra legítima e justa. Seria uma guerra pelo socialismo, para a libertação de outras nações da burguesia" (Lênin, Military Programme of the Proletarian Revolution). Lênin chegou a esta conclusão a partir de seu estudo do imperialismo, que descreveu como o 'estágio monopolista do capitalismo'. Lênin passou então a dar uma definição de imperialismo que inclui os seguintes cinco aspectos básicos: "(1) A concentração da produção e do capital tem-se desenvolvido em grau tão acentuado que tem criado monopólios que desempenham um papel decisivo na vida econômica; (2) a fusão do capital banqueiro com o capital industrial e a criação, com base neste 'capital financeiro', de uma oligarquia financeira; (3) a exportação de capital, distinta da exportação de mercadorias, adquire importância excepcional; 4) a formação de trustes capitalistas monopolistas internacionais que repartem o mundo entre si; e (5) completa-se a divisão territorial de todo o mundo entre os poderes capitalistas maiores". Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II O imperialismo, disse Lênin, intensifica todas as contradições, internas e externas, a um grau agudo. O crescimento do monopólio torna o jugo dos trustes e sindicatos capitalistas cada vez mais pesado e insuportável. Isto intensifica as contradições entre a burguesia e a classe operária nos países imperialistas, o que leva as massas à revolução proletária como sua única salvação. A escravização e exploração financeira e a opressão colonial dos povos que habitam a vasta maioria dos países do mundo por um punhado de países 'avançados', intensifica a contradição entre o imperialismo e a vasta maioria, que consiste de países coloniais e dependentes, que são compelidos a desenvolverem uma luta de libertação do jugo do imperialismo. O desenvolvimento desigual do capitalismo leva a uma luta frenética pela redivisão do mundo entre aqueles países que já se apoderaram de vastos territórios e aqueles que acabaram de entrar em campo, demandando sua partilha na pilhagem. O imperialismo alemão, por exemplo, devido ao desenvolvimento desigual do capitalismo, estava mais ou menos à margem da pilhagem colonial, enquanto os capitalistas anglo-franceses dominavam o mundo todo. O capitalismo alemão, entretanto, tendo aprendido com os capitalistas anglo-franceses, agora demandava sua parte; reivindicava uma redivisão baseada na força atual das partes. Queria deixar de lado a divisão do mundo baseada no desenvolvimento capitalista e portanto na força das partes à época da divisão existente. Os capitalistas anglo-franceses, naturalmente, consideravam esta demanda como 'totalmente injusta'. Assim, o imperialismo alemão foi à guerra contra o imperialismo anglo-francês. Desta forma, o desenvolvimento desigual do capitalismo conduz à intensificação da contradição interimperialista. Daí, desde que o imperialismo existe, a guerra é inevitável, e a coalizão entre a revolução proletária e o movimento de libertação nacional "em uma frente mundial única da revolução contra a frente mundial do imperialismo é inevitável" (Stalin, Fundamentos do Leninismo). Lênin resume todas estas conclusões em uma conclusão geral de que "o imperialismo é a véspera da revolução socialista". Lênin, portanto, chega às seguintes conclusões: (1) Porque o crescimento do imperialismo tem criado uma economia mundial e as economias nacionais dos países individuais eram como que um elo nesta cadeia da economia mundial a questão da revolução proletária não poderia mais ser considerada à maneira antiga, isto é, do ponto de vista do desenvolvimento capitalista de um dado país, nem do ponto de vista da classe operária constituindo uma 'maioria' da população etc. O sistema imperialista como um todo estava maduro para a revolução, e a cadeia da frente mundial imperialista se romperia em seu elo mais fraco, abrindo assim uma porta para a revolução proletária. O elo mais fraco poderia ser um país capitalista avançado ou um país onde o avanço capitalista não tenha ido muito longe. (2) O crescimento desigual do capitalismo dentro das condições do imperialismo e a intensificação, dentro do imperialismo, de contradições catastróficas, resultando em guerras imperialistas e crescimento dos movimentos revolucionários em todos os países, conduzem não somente à possibilidade, mas também à necessidade, da vitória do proletariado em países individuais. O socialismo pode ser vitorioso em países individuais porque o proletariado vitorioso pode tirar vantagem da Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II intensificação de todas as contradições - contradições interimperialistas, contradições entre a burguesia e a classe operária em países imperialistas, assim como entre o imperialismo e as nações oprimidas - para precaver-se da intervenção pelo imperialismo e construir o socialismo. Pouco antes de sua morte, Lênin retornou à questão da construção do socialismo na URSS: "De fato, o poder do Estado soviético sobre todos os meios de produção de larga escala, o poder do Estado nas mãos do proletariado, a aliança deste proletariado com os muitos milhões de pequenos e muito pequenos camponeses, a direção segura do campesinato pelo proletariado etc., ... não é isto tudo que é necessário para que a partir das cooperativas - das cooperativas isoladas, que formalmente tratamos como mercadoras, e que, em certo aspecto, temos o direito de tratar como tal agora, sob a Nova Política Econômica (NEP) - não é isto tudo que é necessário para que seja construída a sociedade socialista completa? Isto não é ainda a construção da sociedade socialista, mas é tudo que é necessário e suficiente para esta construção" (Lênin, On Co-operation). Esperamos que esteja agora claro que a questão que diz respeito à possibilidade de construção do socialismo com sucesso em um único país não foi abordada pela primeira vez por Stalin. Foi abordada por Lênin já em 1915, e novamente ainda pouco antes da sua morte. Assim, os ataques trotskistas a Stalin sobre a questão da construção do socialismo em um só país são de fato ataques a Lênin e ao leninismo4. Isto deve ser entendido por todo operário revolucionário. Ao partir da teoria da 'revolução permanente', o trotskismo não pode senão atacar o leninismo. O leninismo diz que o proletariado em um só país pode construir o socialismo, enquanto Trotsky diz que não pode. O leninismo sustenta que o campesinato é um aliado confiável e firme do proletariado, enquanto Trotsky diz que não. O leninismo diz que, sob as condições da ditadura do proletariado e da direção da classe operária, é possível mobilizar o campesinato pobre e médio na tarefa de construir o socialismo, enquanto de acordo com o trotskismo isto é uma impossibilidade. O que temos aqui não são só diferenças de opinião de natureza casual, ou dificuldades em matéria de detalhes. O que temos aqui são duas tendências fundamentalmente diferentes e mutuamente irreconciliáveis: (i) o leninismo revolucionário e (ii) o trotskismo contra-revolucionário. O trotskismo é incapaz de entender a teoria leninista da revolução proletária e de construção do socialismo, não somente porque sua perspectiva política está cerceada pela aceitação da perversa teoria da 'revolução permanente' porém, "também, porque nunca aceitou (aceitou na PRATICA, em oposição a aceitar em oalavras) as teses de Lênin sobre o imperialismo. Esses males gêmeos - a aceitação da teoria da 'revolução permanente' e a não-aceitação das teses de Lênin sobre o imperialismo - constituem a base teórica do Trotskismo e explicam em grande medida por que o trotskismo degenerou ao ponto de tornar-se um aliado do fascismo, como explanaremos mais adiante. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Foi o socialismo construído na URSS? Trotsky diz que foi A resposta que damos é que o socialismo foi construído na União Soviética, e em apoio desta nossa resposta afirmativa, citamos uma autoridade que não pode ser descrita como parcial a favor de Stalin e do Partido Bolchevique, ou mesmo a favor de construir o socialismo na URSS. Esta autoridade não é outra senão aquela do criador de frases feitas, o próprio Trotsky: "O socialismo demonstrou sua orientação para a vitória", dizia Trotsky, "não nas páginas de O Capital, porém em uma arena industrial que compreende um sexto da superfície da terra, não na linguagem da dialética mas na linguagem do aço, cimento e eletricidade. Mesmo se a União Soviética, como um resultado das dificuldades, golpes externos e os erros de sua direção, entrasse em colapso - o que nós firmemente esperamos que não aconteça [a natureza real das esperanças de Trotsky, entretanto, foi revelada pelos Julgamentos de Moscou] permaneceria como uma garantia do futuro o fato indestrutível de que, graças apenas a uma revolução proletária um país atrasado alcançou em menos de dez anos sucessos sem precedentes na história" (Trotsky, A Revolução Traída). E outra vez: "O vasto quadro da industrialização na União Soviética, em contraste com o panorama de estagnação e declínio em quase todo o mundo capitalista, aparece de maneira inquestionável nos seguintes índices brutos ... Avanços gigantescos na indústria, um princípio de transformação enormemente promissor na agricultura, um crescimento extraordinário das antigas cidades industriais e construção de novas, um rápido aumento no número de operários, uma elevação no nível cultural, nas demandas culturais - tais são os resultados indubitáveis da Revolução de Outubro ..." (Trotsky, A Revolução Traída). Não se poderia ter respondido com melhor contestação do trotskismo do que com a opinião apresentada pelo próprio Trotsky nas notas anteriormente citadas. Estamos altamente agradecidos e em dívida com Trotsky por estas francas afirmações. Trotsky estava certo quando admitiu que "o socialismo demonstrou sua orientação para a vitória, não nas páginas de O Capital, porém em uma arena industrial que compreende um sexto da superfície da terra"; que tinha havido um gigantesco avanço"; que "enormemente promissores" foram os resultados na esfera da agricultura; que se elevaram "o nível e as demandas culturais” do povo soviético. Ele estava absolutamente correto. Tais fatos foram "os resultados indubitáveis" da luta pela vitória da construção socialista na URSS - a luta lançada pelo Partido em conseqüência da decisão do 14° Congresso do Partido - uma decisão que encontrara a mais perniciosa oposição de Trotsky e da Nova Oposição, isto é, Zinoviev e Cia. O papel da política e da direção corretas Sob a bandeira do marxismo-leninismo e liderança correta do Partido Bolchevique, dirigida pelo grande leninista e o maior defensor resoluto do leninismo e da Ditadura do Proletariado, o camarada Stalin, o povo soviético, superando todas as Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II dificuldades, esmagando os inimigos do socialismo - internos e externos -, marchou de vitória em vitória. Realizou literalmente milagres, e não apenas por causa das condições da propriedade social dos meios de produção criadas pela Revolução de Outubro (a cujas condições Trotsky atribui exclusivamente todos e sucessos e logros da luta pela construção do socialismo na URSS), mas também por causa das políticas revolucionárias do Partido Bolchevique e da qualidade de sua direção. O papel do Partido e a qualidade da direção foram fatores muito importantes, sem os quais nada teria sido realizado. As 'condições da propriedade socializada' não podem por si construir o socialismo As "condições da propriedade socializada" não podem por si construir o socialismo. Pode alguém que não tenha rompido com seus sentidos ou - o que é a mesma coisa - aceitado a teoria da 'revolução permanente', seriamente, sugerir que, se durante o período de construção do socialismo, a direção da URSS tivesse nas mãos de pessoas como Trotsky, o povo soviético teria realizado exatamente os mesmos resultados na construção socialista como ele fez? Não seria uma sugestão absurda a afirmação de que a pessoa que dizia que "na ausência do apoio estatal direto por parte do proletariado europeu, o proletariado russo não seria capaz de manter-se no poder e transformar sua direção temporária em uma ditadura socialista estável" está tão capacitada (ou mais capacitada, como os trotskistas ignorantes geralmente asseguram) para dirigir a luta pela construção do socialismo quanto que aquelas que acreditam - e acreditam com base na realidade objetiva - que não é só possível construir o socialismo mas também que isso é necessário e é o único caminho revolucionário para o proletariado? Sim, em nossa visão, uma sugestão dessas seria de fato o cúmulo do absurdo e da estupidez. Como uma questão de verdade histórica, "a propriedade socializada" não triunfou e não poderia ter triunfado automaticamente sobre os elementos capitalistas. Poderia, e aconteceu, triunfar por ter a direção correta e planejada do Partido uma política definida. Porém, antes que a política do Partido pudesse ter sucesso e ser posta em ação, políticas errôneas e contra- revolucionárias teriam de ser e foram derrotadas. Mas, a despeito do que dissemos aqui, os trotskistas continuam a repetir a fórmula decorada de que "as condições da propriedade socializada criadas pela revolução", e não a qualidade da direção, foram responsáveis pela construção do socialismo. E no entanto eles culpam a direção por todo erro, real e imaginário, menor ou maior. Bem, não se pode querer tudo, prezados trotskistas! Vocês não podem continuar dizendo que o socialismo não pode ser construído em um só país e, todavia, assegurar que "as condições da propriedade socializada criadas pela revolução" podem por si próprias, automaticamente, construir o socialismo! Vocês não podem afirmar que a direção não tem papel a desempenhar na construção do socialismo e no entanto responsabilizar o "grupo de Stalin" por todos os infortúnios, reais e imaginários! Há uma patente contradição no que vocês dizem! Vocês realmente se tornaram incapazes de perceber esta discrepância? Seu sentido de percepção e sua posição política foram realmente distorcidos a tal grau por sua cega aceitação da deplorável teoria da 'revolução permanente'?
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II A história provou que a teoria de Trotsky da 'revolução permanente' é completamente inútil e errada. Trotsky poderia, neste caso, ter tomado a única posição correta para alguém que se pretendia marxista, isto é, renunciar à teoria que tinha sido refutada na prática e admitir francamente que estava errado. Trotsky não fez isso. A arrogância intelectualista do indivíduo pequeno-burguês (e no caso de Trotsky essa arrogância atingiu os mais altos estágios de desenvolvimento) tornava impossível para Trotsky engolir o que, aos olhos do intelectual pequeno-burguês, nada mais seria do que uma evidente humilhação. Assim, Trotsky tomou a posição de que sua teoria estava certa e que a história é que estava errada. Isto era uma posição idealista típica, equivalente a dizer: se a realidade não se conforma com a minha concepção dela, então há algo errado com a realidade, pois a realidade deveria ajustar-se a minha concepção dela. Esta posição idealista, digna do próprio Bispo Berkeley, faz Trotsky ir cada vez mais longe no rumo da degeneração. O que poderia ter sido um erro casual tornou-se uma monstruosidade, quando justificado, persistido e elevado ao nível de um sistema - uma teoria. A teoria errada levou a uma prática errada e, ao não ser retificada à luz da prática, cada erro subseqüente tornou-se um erro maior. A quantidade transformou-se em qualidade. Os erros transformaram-se em crimes. Somente este processo explica porque Trotsky degenerou ao ponto de tornar-se um aliado e um agente do fascismo, disposto a qualquer preço a derrotar o Estado soviético. Aquelas pessoas que estão seguindo o trotskismo estão sendo levadas pelo mesmo rumo de degeneração, como o próprio Trotsky. Apelamos a esses operários comuns, que se deixaram convencer pelo palavreado elegante e sedutor dos trotskistas para que considerem seriamente o que dissemos, abandonem o trotskismo, aceitem o marxismo-leninismo e dêem uma contribuição válida para a luta pela derrubada revolucionária da burguesia e pela construção do socialismo. Conquistas da industrialização socialista No começo de 1926, a indústria soviética, embora restaurada mais ou menos ao nível do pré-guerra, como resultado das medidas de restauração tomadas pelo governo soviético sob a Nova Política Econômica (NEP), sofria de três defeitos: (i) a maioria das fábricas era velha e equipada com maquinário gasto e antiquado; (ii) não havia fábricas de bens de capital; e (iii) não havia indústria pesada digna de nota. Tudo isso estava para ser retificado pela adoção da política de industrialização socialista. Além disso, era preciso criar uma indústria de munições nova, para a defesa do primeiro Estado da classe operária. Era também necessário construir fábricas para a produção de maquinário agrícola e prover a agricultura com este maquinário, a fim de capacitar milhões de pequenos fazendeiros individuais a passarem à fazenda coletiva de larga escala, e assim assegurar a vitória do socialismo no interior do país. Em resumo, tinham de ser criadas muitas indústrias que nunca tinham existido na Rússia. Deve-se dizer, para grande crédito e glória das massas soviéticas, que o Partido Bolchevique e seu tarimbado e experimentado dirigente, camarada Stalin, superando todas as dificuldades, técnicas e financeiras e derrotando os esquemas da intervenção imperialista, bem como esmagando os planos e conspirações dos reacionários internos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II - de dentro e de fora do Partido - e exibindo um heroísmo trabalhista exemplar - foram bem sucedidos na construção do socialismo na União Soviética. Tudo isso foi possível devido ao entusiasmo das massas, seu envolvimento na tarefa de construção do socialismo, e, mais importante, sua mudança de atitude frente ao trabalho. Da servidão involuntária e penal que tinha sido sob o capitalismo, o trabalho foi se tornando, como disse Stalin, "uma questão de honra, uma questão de glória, uma questão de coragem e heroísmo". Já em fins de 1930, estava em progresso em todo o país a construção industrial em escala gigantesca. "O esquema hidroelétrico do Dnieper estava operando a todo vapor. O trabalho de construção das Oficinas de Ferro e Aço de Kramatorsk e Gorlovska e a reconstrução da fábrica de Locomotiva de Lugansk tinham começado na Bacia do Donetz. Novas minas de carvão e altos-fornos foram surgindo. A Fábrica de Construção de Máquinas dos Urais e a Fábrica de Produtos Químicos de Berezniki e Slikansk estavam sendo construídas nos Urais. Tinha começado o trabalho de construção das Usinas de Ferro e Aço de Magnitogorsk. Estava em andamento a construção de grandes plantas de automóveis em Moscou e Gorki, assim como a construção de gigantescas plantas de tratores, plantas de colheitadeiras e uma gigantesca planta de maquinário agrícola em Rostov-sobre-o-Don. As minas de Kuznetsk, o segundo produtor de carvão da União Soviética, estavam sendo ampliadas. Imensas fábricas de tratores expandiram-se na estepe próxima a Stalingrado no espaço de 11 meses. Na construção da Estação Hidroelétrica do Dnieper e das fábricas de tratores de Stalingrado os operários bateram recordes mundiais em produtividade do trabalho. A história nunca conheceu construção industrial em tal escala gigantesca, com tal entusiasmo pelo novo desenvolvimento, com tal heroísmo de trabalho por parte de milhões da classe operária. Foi uma verdadeira exaltação de entusiasmo pelo trabalho, produzido e estimulado pela emulação socialista" (História do PCUS (B)). Em 1938, em comparação com o ano de 1913, a indústria soviética tinha crescido 9 vezes. Eis uma tabela que mostra o crescimento da indústria soviética, expresso em percentuais do nível pré-Primeira Guerra Mundial. Esta tabela também revela a taxa de crescimento da indústria em comparação com o crescimento da indústria nos principais países capitalistas durante o mesmo período. É reproduzida do Relatório de Stalin ao 18° Congresso do CPSU, em março de 1939, conforme consta em Problemas do Leninismo (p. 762).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA NA URSS E NOS PRINCIPAIS PAÍSES CAPITALISTAS (19131938) 1919 1933 1934 1935 1936 1937 1938 URSS
100,0 380,5 457,0 562,6 732,7 816,4 908,8
EUA
100,0 108,7 112,9 128,6 149,8 156,9 120,0
Inglaterra 100,0 87,0 97,1 104,0 114,2 121,9 113,3 Alemanha 100,0 75,4 90,4 105,9 118,1 129,3 131,6 França
100,0 107,0 99,0 94,0 98,0 101,0 93,2
As afirmações de Stalin a este respeito foram plenamente confirmadas por experts burgueses. Em seu livro Stalin's Industrial Revolution, Hiroaki Kuromiya, um professor da Universidade de Indiana, faz, entre outras, as seguintes observações: "A ruptura forjada pela revolução de 1928-31 lançou as bases da notável expansão industrial dos anos 1930, que sustentaria o país na Segunda Guerra Mundial. Ao final de 1932, quando se declarou ter sido o Plano Qüinqüenal concluído em quatro anos, a produção industrial bruta, de acordo com o relatório oficial, tinha mais do que dobrado desde 1928. Este relatório oficial é usualmente considerado no Ocidente como amplamente exagerado, mas quando os projetos da indústria de bens de capital do Primeiro Plano Qüinqüenal foram postos em operação um após o outro, em meados dos anos 30, a produção industrial expandiu-se enormemente. Durante 1934-36, ... o índice oficial mostrou uma elevação de 88% para a produção industrial bruta, com a produção das indústrias 'A' (indústrias de bens de capital) elevando-se em 107 por cento e a das indústrias 'B' (indústrias de bens de consumo) em 66 por cento. Na década de 1927-28 a 1937, de acordo com os dados soviéticos, a produção industrial bruta passou de 18,3 bilhões de rublos para 95,5 bilhões, a produção de lingotes de ferro, de 3,3 milhões de toneladas para 14,5; aço, de 35,4 milhões de toneladas métricas para 128; energia elétrica, de 5,1 bilhões de kW-hora para 36,2; máquinas-ferramenta, de 2.098 unidades para 36.120. Mesmo descontando os exageros, pode-se dizer tranqüilamente que os resultados foram estonteantes" (Kuromiya p. 287). De acordo com 40 Years of Soviet Power, uma resenha estatística publicada em 1958 em Moscou, durante os 11 anos de 1930-40, a URSS registrou um crescimento anual médio de 165% em produção industrial. Quanto ao crescimento do capital fixo, que reflete corretamente as notáveis façanhas industriais realizadas pelo povo soviético, tomando 100 como o índice para o ano 1913, encontramos que ele atingiu 136 em 1928 - o ano do lançamento do Primeiro Plano Qüinqüenal. Doze anos mais tarde, em 1940, às vésperas da Segunda Guerra Mundial, o índice tinha se elevado para 1.085 - um crescimento sem precedentes de 8 vezes. Os
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II números do incremento em capital fixo agrícola, para o mesmo período, foram de 100 (em 1931), 141 (1928) e 333 (em 1940) (ver págs. 26 e 30). Que país capitalista, atrasado ou avançado, poderia ostentar tão gigantesco sucesso no campo da industrialização? Não obstante os sacrifícios envolvidos, o povo soviético alegremente aceitou o desafio, com a firme determinação de construir um futuro socialista brilhante para si próprio e para seus filhos, ostentando grande orgulho no empreendimento, exibindo genuíno heroísmo no processo de trabalho. Hiroakl Kuromiya observa corretamente: "Por paradoxal que possa parecer, a acumulação forçada foi uma fonte não apenas de privação e de inquietude, mas também do heroísmo soviético... A juventude soviética, nos anos 1930, fundou o heroísmo no trabalho em fábricas e na construção de lugares como Magnitogosrk e os Kuznetsk..." (p. 305-6). "A rápida industrialização conduzida pelo Plano Qüinqüenal simbolizou o grandioso e dramático objetivo de construção de uma nova sociedade. Promovida contra o pano de fundo da Depressão e do desemprego em massa no Ocidente, o ímpeto da industrialização soviética conseguiu evocar esforços heróicos, românticos e 'sobre-humanos' entusiastas. 'A palavra entusiasmo, como muitas outras, tinha sido desvalorizada pela inflação’, escreveu Ilya Ehrenburg, 'contudo nenhuma outra palavra se ajustaria melhor aos dias do Primeiro Plano Qüinqüenal; era pura e simplesmente entusiasmo o que inspirou o povo jovem a realizar diariamente façanhas espetaculares.' De acordo com outro contemporâneo, aqueles dias foram 'um tempo romântico, intoxicante ... As pessoas estavam criando com suas próprias mãos o que antes parecia mero sonho, e estavam convencidas na prática de que aqueles planos sonhadores eram uma coisa inteiramente realista" (p. 316). Expressando sua convicção na capacidade do povo soviético de construir o socialismo, mesmo se à União Soviética não se juntassem revoluções proletárias vitoriosas na Europa ou América, Lênin declarara: "O comunismo é o poder soviético mais a eletrificação do todo o país." Abordando o problema desta perspectiva, Lênin tinha exposto em 1920 um plano para a eletrificação da Rússia que previa a construção de 30 estações de energia, com uma capacidade de 1,75 milhão de kW, ao longo de 15 anos. Realmente, ao chegar o ano de 1935, a URSS estava produzindo 4,07 milhões de kW de eletricidade, superando assim o sonho audacioso de Lênin em 233% - um tributo incrível ao heroísmo e auto-sacrifício do povo soviético e à determinação e sabedoria da direção leninista do PCUS, chefiada por Stalin (Ver 40 Years of Soviet Power). Tais realizações gigantescas só poderiam ter sido possíveis através de uma acumulação interna sem precedentes e, em certa medida, às custas do consumo imediato. Em 1928 os fundos de acumulação alcançaram 3,6 bilhões de rublos, representando 14% da renda nacional. O valor elevou-se a 17,7 bilhões de rublos (44% da renda nacional) em 1932.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Tudo isso teve lugar não por causa da sensibilidade do regime soviético para com o terrível infortúnio da classe operária; teve lugar para assegurar a sobrevivência da URSS e do socialismo na URSS. Sem dúvida, a União Soviética poderia ter facilmente melhorado o padrão de vida do povo soviético a um grau muito mais alto do que realmente aconteceu, dando grande ênfase ao desenvolvimento da indústria leve, produzindo mais bens de consumo, construindo mais casas e assim por diante. Teria isso assegurado sua sobrevivência na guerra então iminente? Ninguém deve esquecer que as bestas nazistas saquearam, puseram fogo e destruíram 1.710 cidades e mais de 70.000 vilas e aldeias, tornando 25 milhões de cidadãos soviéticos desabrigados e privados de proteção (ver 40 Years of Soviet Power). Somente a industrialização furiosa dos anos entre 1928 e 1940, com sua ênfase na indústria pesada, metalúrgica e de bens de capital, e o desenvolvimento de uma indústria de armamentos moderna, poderia ter salvo (e salvou) a URSS frente ao violento ataque dos nazistas. Somente tal industrialização, combinada com a coletivização, poderia ter permitido ao povo soviético ingressar no moderno mundo da maquinaria, arrancar milhões de camponeses iletrados de suas vidas medievais. Porém, não se conclua disso que as condições de vida da classe operária e do campesinato permaneceram tão miseráveis quanto sob o regime tzarista. Longe disso. A industrialização e a coletivização lançaram as bases para a prosperidade da classe operária e do campesinato soviéticos. Em 1934, enquanto havia depressão e desemprego em massa no mundo capitalista, a URSS tinha abolido o desemprego. Já em 1934, a face da cidade e do campo tinha mudado de forma irreconhecível como resultado do sucesso da industrialização e da coletivização. Em seu Relatório ao 17° Congresso do Partido, ocorrido em janeiro de 1934, estão os termos precisos em que Stalin descreve as mudanças feitas na esteira da industrialização e da coletivização: "Isto sem dizer que a vitória histórica sobre os exploradores não poderia senão levar a uma melhora radical no padrão material do povo trabalhador e em suas condições gerais de vida. A eliminação das classes parasitas levou ao desaparecimento da exploração do homem pelo homem. O trabalho do operário e do camponês está libertado da exploração. As rendas que os exploradores usavam para a opressão do trabalho do povo agora permanecem nas mãos do povo trabalhador e estão sendo usadas parcialmente para a expansão da produção e para o ingresso de novos contingentes de pessoas trabalhando na produção e parcialmente para o propósito de aumentar diretamente as rendas dos operários e dos camponeses. O desemprego, este flagelo da classe operária, desapareceu. Nos países burgueses, milhões de desempregados sofrem escassez e privação devido à falta de trabalho; porém, em nosso país, não existem mais trabalhadores que não tenham trabalho e educação.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Com o desaparecimento da escravidão kulak, a pobreza no campo desapareceu. Cada camponês, seja ele um fazendeiro coletivo ou individual, agora tem a oportunidade de gozar de uma existência humana, bastando que ele queira trabalhar conscientemente e não ser um vagabundo, um vadio, um despojado da propriedade da fazenda coletiva. A abolição da exploração, a abolição do desemprego nas cidades e a abolição da pobreza no interior são conquistas históricos na condição material do povo trabalhador que estão além mesmo dos sonhos dos trabalhadores e camponeses nos países burgueses, mesmo nos mais 'democráticos' deles. A própria aparência de nossas grandes cidades e nossos centros industriais mudou. Um ambiente inevitável das grandes cidades nos países burgueses são as favelas, os assim-chamados distritos da classe operária nos subúrbios das cidades -um amontoado de habitações escuras, úmidas e dilapidadas, a maioria do tipo porão, onde usualmente os pobres vivem na sujeira e maldizem sua sorte. A revolução na URSS varreu as favelas de nossas cidades. Elas foram substituídas por blocos de casas de trabalhadores claras e bem construídas; em muitos casos, os distritos da classe operária de nossas cidades apresentam melhor aparência que os distritos centrais. A aparência de nossos distritos rurais mudou ainda mais. O velho tipo de vila, com a igreja no lugar mais proeminente, com as melhores casas - aquelas do oficial da polícia, do padre e dos kulaks-no primeiro plano e os barracos dilapidados dos camponeses no segundo plano estão começando a desaparecer. Seu lugar está sendo tomado por um novo tipo de vila, com suas construções de fazendas públicas, com seus clubes, radio, cinemas, escolas, livrarias e creches. Com seus tratores, colheitadeíras, máquinas debulhadoras e automóveis. Os personagens mais importantes da vila, o explorador kulak, o usurário sanguessuga, o mercador extorsivo, o chefe de polícia 'paizinho' desapareceram. Agora, os personagens importantes da vila são os trabalhadores dirigentes nas fazendas coletivas, nas escolas e nos clubes; os motoristas de tratores e colheitadeíras seniores, os chefes de equipe dos trabalhos de campo e criação de gado e os melhores trabalhadores, homens e mulheres, nos campos das fazendas coletivas" (Problems of Leninism, pp. 612-619). "Ao fim de 1932, a força de trabalho industrial dobrou em relação a 1928, atingindo mais de 6 milhões" (Kuromiya, p. 290). No mesmo período de quatro anos, diz Kuromiya, em todos os setores, 12,5 milhões de pessoas encontraram novos empregos na cidade; 8,5 milhões delas eram antigos camponeses (p. 306). A essência do livro de Kuromiya pode ser resumida na seguinte sentença: Stalin teve sucesso em mobilizar os trabalhadores industriais e outros para a rápida industrialização, ao apresentar o problema como o de uma guerra da classe dos oprimidos contra os sabotadores que surgiram em suas fileiras. Comentando isso, Ludo Martens, Presidente do Partido da Bélgica (PTB), em seu livro recém-publicado Un Autre Regará sur Stalin, fez as seguintes corretas observações: Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II "Esta idéia está correta. Não obstante, por meio de obras literárias e históricas estamos constantemente sendo pressionados a identificar aqueles que foram reprimidos nas guerras de classes que ocorreram sob os nomes de industrialização e coletivização. Eles nos ensinam que a repressão é 'sempre desumana' e que não é permissível em um país civilizado fazer mal a qualquer grupo social particular, seja ele realmente explorador ou classificado como tal. Como se pode fazer objeção a este argumento supostamente humanista? Mas como foi alcançada a industrialização no mundo civilizado? Como nossos banqueiros e capitães da indústria de Londres e Paris criaram sua base industrial? Teria sua industrialização sido possível sem a pilhagem do ouro e da prata dos reis indianos - pilhagem que foi acompanhada pelo extermínio de 60 milhões de índios americanos? Teria sido possível sem o monstruoso banho de sangue levado a efeito na África, isto é, o negócio da escravidão? Os experts da UNESCO estimam as perdas africanas em 210 milhões de pessoas, incluindo aquelas assassinadas em incursões, aquelas mortas em rota e aquelas vendidas na escravatura. Teria nossa industrialização sido possível sem a colonização que transformou povos inteiros em prisioneiros em seu próprio país? Aqueles que industrializaram aquele pequeno canto da terra chamado Europa à base de milhões de mortes de 'nativos' estão agora dizendo-nos que a repressão bolchevique contra as classes proprietárias era uma coisa abominável! Aqueles que industrializaram seu país à base de retirada dos camponeses de suas terras à força de armas, que assassinaram mulheres e crianças subjugando-os a 14 horas diárias de trabalho, que forçaram as pessoas a trabalhar sob ameaça do desemprego e da fome estas pessoas ousam lançar ataques em sua literatura contra a industrialização 'forçada' na União Soviética! Se a industrialização soviética teve de ser feita por meio da repressão de 5% que tinham a felicidade de serem ricos e/ou reacionários, é também verdadeiro que a industrialização capitalista nasceu do terror exercido por aqueles mesmo bem sucedidos 5% contra o total das massas trabalhadoras de seus próprios países e dos países oprimidos" (op. cit., Bruxelas, 1993). Enquanto a URSS estava assim se transformando e avançando a passos de sete léguas, através da atividade criativa e do entusiasmo sem limites das dezenas de milhões de seu povo, que seguiam o PCUS e respondiam como uma só pessoa a seus apelos, este notório "escritório de informação da imprensa capitalista sobre matérias referentes ao PCUS(B)" (Stalin, CW Vol 12, p. 52), a saber, o trotskismo, estava ocupado fazendo alarde sobre a suposta degeneração e burocratização do Partido. Na realidade, o empreendimento fantasticamente ousado que foi a rápida industrialização e coletivização da Rússia não se teria realizado se o Partido não tivesse plantado raízes profundas entre as massas e sem o ativo e entusiástico envolvimento destas em suas dezenas de milhões. Mesmo um intelectual pequeno-burguês como Kuromiya tem pouca dificuldade em admitir aquilo que os intelectuais pequeno burgueses trotskistas Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II acham tão difícil reconhecer. De acordo com Kuromiya, a filiação ao Partido cresceu de 1,3 milhão em 1928 para 1, 6 milhão em 1930. Durante o mesmo período, a porcentagem de operários industriais foi de 5 7% para 65% - sendo 80% dos novos membros trabalhadores da brigada de choque. Em sua maior parte eram pessoas relativamente jovens que tinham educação técnica, ativistas do Konsomol que tinham se distinguido como operários modelo, que estavam ajudando a racionalizar a produção racional e estavam obtendo altos índices de produtividade (ver págs. 319 e 115). Entre 1930 e 1933, a renda nacional soviética passou de 35 bilhões para 50 bilhões de rublos. Durante o mesmo período, a população soviética aumentou de 160 milhões para 168 milhões, a força de trabalho industrial em quase 8 milhões (de 14,5 milhões para 21,8 milhões). A folha de pagamento de operários e outros empregados passou de 13.5 milhões para 34,2 milhões de rublos. Os salários médios anuais aumentaram de 991 rublos para 1.591. O fundo de seguro social para operários e outros empregados cresceu de 1,81 bilhão de rublos para 4,61 bilhões. O mesmo período viu a introdução da jornada de 7 horas em todas as indústrias de superfície; a introdução da educação elementar compulsória em toda a URSS - o que levou a um crescimento de alfabetizados na população de 67% em 1930 para 90% ao final de 1933. O número de alunos matriculados em escola de todos os graus passou de 14 milhões em 1929 para 26,4 milhões em 1933. O número de crianças recebendo educação pré-escolar cresceu de 838.000 para 5.917.000. O número de institutos de educação superior aumentou de 91 em 1914 para 600 em 1933 (todos estes números foram tomados do Relatório de Stalin ao 17° Congresso do PCUS, Problems of Leninism, pp. 620-621). Desafiamos qualquer país burguês a se igualar a estes desenvolvimentos em tudo tempestuosos na URSS daqueles dias. Passemos agora da indústria para a agricultura. Notas 1. Em outro escrito, analisando as contradições externas e internas, os obstáculos externos e internos à vitória do socialismo em um só país, Stalin corretamente afirmou que, enquanto as contradições internas poderiam ser resolvidas e o socialismo construído em um único país (a URSS, na época) isto em si não significava a vitória final do socialismo. Isto não garantia a URSS contra a intervenção imperialista e a restauração do capitalismo. Para tal vitória final era necessária a revolução em vários países. Eis aqui o que disse Stalin: "Enquanto a possibilidade da vitória do socialismo em um só país significa a possibilidade de resolver as contradições internas, que podem ser completamente superadas por um país (o que significa aqui, é claro, o nosso país) a possibilidade da vitória final do socialismo implica a possibilidade de resolver as contradições
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II externas entre o país do socialismo e os países capitalistas, contradições que só podem ser resolvidas como resultado da revolução proletária em vários países. Quem quer que confunda estas duas categorias de contradições é um tonto completo ou um oportunista incorrigfvel" (Social-Democratic Deviation in Our Party, Relatório apresentado na 15aConferencia do PCUS(B), a Io de novembro de 1926, Stalin CW Vol 8 p. 278). Completos tontos e oportunistas incorrigíveis, assim são os trotskistas. 2. Visto não ter o proletariado europeu tomado o poder, devido, entre outras coisas, à traição da social-democracia oficial, a posição do PCUS referente à construção exitosa do socialismo na URSS era o único caminho revolucionário. Enquanto o povo soviético, sob a bandeira do marxismo-leninismo e sob a direção correta do PCUS(B), chefiado pelo camarada Stalin, diligentemente cumpriu a tarefa de construção do socialismo, e com isso ajudou a desenvolver a revolução mundial, os tontos e oportunistas incorrigíveis trotskistas começavam sua longa espera, em vão, pela revolução mundial. A este respeito, deve-se dizer, que a posição do trotskismo era idêntica àquela do kautskismo, o tipo de oportunismo apregoado por aquele mesmo Kautsky cuja traição ao proletariado teve tão considerável papel na derrota do proletariado europeu, e cuja ideologia colocou-se a serviço da burguesia européia em oposição ao bolchevismo, à Grande Revolução de Outubro e à construção do socialismo na URSS. Vale à pena apresentar ao leitor uma amostra do kautskismo sobre o tema em discussão. Eis o que disse Kautsky, à maneira de um ataque aos bolcheviques, em 1918: "A revolução bolchevique baseou-se na premissa de que seria o ponto inicial de uma revolução européia geral ... De acordo com esta teoria, a revolução européia ... que produziria o socialismo na Europa seria também o meio de remover os obstáculos à efetivação do socialismo na Rússia que foram criados pelo atraso econômico daquele país. Isto foi logicamente muito bem pensado e muito bem fundamentado, desde que se admitisse a premissa de que a revolução russa inevitavelmente desencadearia a revolução européia. Porém, e se isto não acontecer? ... Nossos camaradas bolcheviques apostaram todas as fichas na revolução européia geral. Como esta não se confirmou, eles foram forçados a tomar um rumo que os levou a se defrontarem com problemas insolúveis" (Kautsky, The Dictatorship of the Proletariat). Uma comparação superficial da citação acima com a teoria da 'revolução permanente' de Trotsky é suficiente para tornar evidente que o trotskismo é uma variedade do kautskismo. 3. O trotskismo não aceita a tese de Lênin de que o desenvolvimento econômico desigual é uma lei absoluta do capitalismo. De acordo com Trotsky, o imperialismo abole todas as desigualdades no desenvolvimento econômico dos diversos países. A exploração imperialista, defendeu Trotsky, leva à obliteração de qualquer desigualdade nas condições econômicas dos países exploradores e explorados. Em Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II 1928, por exemplo, Trotsky escreveu sobre "a diminuição do fosso entre a índia e a Inglaterra"! Da posição de rejeição da lei de desenvolvimento desigual do capitalismo, Trotsky passa, em oposição direta ao leninismo, para a errônea - não, contrarevolucionária - conclusão de que uma revolução nacional não é possível, porque, dizia o trotskismo, o imperialismo aboliu a economia nacional e criou uma única economia mundial. Justamente, como não pode haver revolução socialista em uma só parte de um país (isto é, parte de uma economia nacional integrada), então, dizia o trotskismo. não pode haver uma revolução nacional, porque a economia nacional é parte de uma única economia mundial integrada. Assim, de acordo com o trotskismo, a revolução mundial - uma revolução em todos os países do mundo - deve ter lugar simultaneamente em todos os lugares. País após país deve alcançar a revolução socialista numa sucessão rápida, justamente como aconteceria em diferentes partes de um país em uma revolução nacional. Se a visão de Trotsky da realidade fosse correta, não teria havido a construção do socialismo na URSS. Porém, o sucesso da construção do socialismo na URSS forneceu a prova viva do abismo que havia entre a realidade e o trotskismo, da natureza completamente e incorrigivelmente oportunista do trotskismo, de seu conteúdo interno contra-revolucionário. 4. Na questão do socialismo, como de fato em outras questões, os ataques a Stalin e ao 'stalinismo' eram quase sempre ataques a Lênin e ao leninismo. Para mostrar a correção desta afirmação, seria útil recorrer a um livro chamado Let History Judge, escrito por um intelectal burguês soviético de nome Roy Medvedev. Medvedev ataca Stalin. porém 'elogia' Lênin. O ataque de Medvedev a Stalin não se baseia em quaisquer fatos ou documentação, mas em meras intrigas e na imaginação fértil de um cérebro burguês cujo produto em termos de invenção é ilimitado. Mesmo o colunista anticomunista reacionário Edward Crankshaw, um dos críticos deste livro no Observer de 26 de Março de 1972, teve que admitir que Medvedev teve "acesso negado a todos os arquivos oficiais". Isto, contudo, não evitou que Crankshaw concordasse com o ataque de Medvedev a Stalin e o admirasse, sendo o motivo para isso o fato de que seria "este livro o drama elevado de um indivíduo talentoso lutando em busca da verdade, guiado apenas por sua luz interior". É assim que a verdade é estabelecida pelo pensamento burguês, isto é, ignorando completamente os fatos e apoiando-se na "na luz interior" de alguém. Crankshaw segue dizendo: "Porém, além de ser história de uma época e um ato de homenagem às inúmeras vítimas e aos sofrimentos do povo soviético como um todo, sua narrativa tem acima de tudo o objetivo de estabelecer as bases necessárias não apenas para a rejeição absoluta das tentativa de atribuir grandeza a Stalin mas também, mais profundamente, para a abertura de uma discussão inteligente da natureza da revolução de Lênin e de sua perversão. Aqui é onde Laocoonte1 surge. Como o Professor Joravsky (cuja edição merece todo louvor) assinala em sua introdução, grande parte do impacto extraordinário do livro como um todo deriva da tensão constante criada pelas contradições inerentes à sua tese central. Como diagnosticar o "desastre" stalinista sem condenar o sistema
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II soviético e seu progenitor, Lênin? Nós caminhamos com o autor sobre um fio de navalha." Como está certo o Professor Joravsky ao detectar esta contradição inerente! Ele está muito certo ao destacar que a "doença stalinista" não pode ser diagnosticada "sem condenar o sistema soviético e seu progenitor, Lênin". Toda tentativa deste gênero fracassa, e todos os que condenam o 'Stalinismo' estão obrigados a acabar condenando o leninismo. Não é à toa que Crankshaw termina sua crítica expressando a esperança de que Medvedev "possa ainda um dia corrigir a fraqueza [a incapacidade de Medvedev de diagnosticar a "doença stalinista" pela condenação de Lênin], o que seria uma façanha muito notável. De forma parecida, Mervin Jones, em sua crítica do mesmo livro (New Statesman, 14 abril de 1972), comenta que "mesmo seus capítulos analíticos respondem a questão 'Como?' mais do que a questão 'Por quê?'. Ele adota sem objeção a doutrina das 'normas leninistas', assume que Lênin esteve sempre certo e diz-nos que Stalin 'liquidou quase completamente a democracia socialista que era um dos principais resultados da revolução de Outubro' - sem perguntar quanto esta democracia tinha sido erodida na época de Lênin, e ainda menos se ela realmente existiu. Ele até mesmo traça um contraste entre a polícia secreta Stalinista e a Cheka, escrupulosa, humana, que afinal de contas liquidou 6.000 pessoas sem julgamento em 1918 e foi autorizada por Lênin a embarcar em um 'terror vermelho maciço'. Diz-nos que a teoria da revolução permanente de Trotsky estava 'errada' e que a teoria da acumulação primitiva de Preobrazhensky estava 'incorreta', despachando sumariamente questões altamente complexas. O pior lapso surge quando Medvedev afirma solenemente que Beria era um agente antibolchevique em 1919 e que isso foi 'estabelecido' por seu julgamento em 1953 - um julgamento que foi certamente secreto e provavelmente não existiu. Infelizmente é difícil mesmo para o mais honesto produto do regime soviético livrar-se dessa camisa-de-força mental." Em outras palavras, Mervyn Jones diz que não se pode condenar Stalin sem condenar o sistema soviético e o leninismo. E ele está certo. Certamente, não é preciso dizer, Mr. Jones gostaria de ver condenado não apenas o 'stalinismo' mas também o leninismo e o sistema soviético. Os revolucionários, entretanto, extrairiam a lição oposta e não deveriam condenar Stalin, pois tal condenação conduz diretamente à condenação do leninismo e do sistema soviético. Stalin não fez mais nem menos do que aplicar o leninismo às condições da URSS na construção do socialismo. Pode-se assim ver que, quando os trotskistas, revisionistas e outros condenam Stalin, eles estão de fato condenando o leninismo, a despeito de alguns desejos subjetivos em contrário que alguns desses cavalheiros podem ter. Podemos também acrescentar que, mesmo antes da revolução de Outubro, o Partido Bolchevique, não propriamente Lênin como um indivíduo, estava comprometido com a construção do socialismo na Rússia, no caso de o Partido ascender ao poder. No 6o Congresso do Partido Bolchevique, em Agosto de 1917, foi apresentada uma moção no sentido de que os operários russos deveriam "desdobrar todos os esforços para conquistarem o poder do Estado ... e, em aliança com o Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II proletariado revolucionário dos países avançados, dirigi-lo para a paz e a reconstrução socialista da sociedade". Preobrazhensky, que mais tarde tornou-se membro da oposição trotskista, propôs que a moção fosse emendada para "dirigi-lo para a paz e, no caso de uma revolução proletária no Ocidente, para o socialismo". No Congresso, Stalin, representando Lênin, que permanecia clandestino na época, opôs-se à emenda de Preobrazhensky e disse: "Eu sou contra tal emenda. Não se exclui a possibilidade de que a Rússia será o país que desbravará a estrada para o socialismo. Nenhum país até aqui tem conjugado tal liberdade no tempo da guerra como a Rússia fez, ou tem tentado introduzir o controle da produção pelos operários. Em nosso país, os operários estão apoiados pelos estratos mais pobres do campesinato. Por último, na Alemanha o aparato estatal é incomparavelmente mais eficiente do que o aparato imperfeito de nossa burguesia ... Devemos descartar a idéia antiquada de que só a Europa pode mostrar-nos o caminho." A emenda de Preobrazhensky foi derrotada. Está claro que, mesmo antes da revolução de outubro, o Partido Bolchevique estava comprometido com a construção do socialismo na Rússia. Somente os oportunistas incorrigíveis querem esconder este fato dos operários. 1 Nota do tradutor: Laocoonte é o personagem mitológico que advertiu contra a aceitação do presente dos gregos - o cavalo - pelos troianos).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Capítulo 6 Coletivização -A Construção do Socialismo no Campo O papel da direção "A propriedade socializada ", esperamos já ter mostrado, não constrói a indústria socialista automaticamente. "A propriedade socializada" é igualmente incapaz de reorganizar a agricultura em bases socialistas. E aqui outra vez, como no caso da política de industrialização socialista, políticas errôneas sobre a questão da coletivização tiveram que ser enfrentadas e derrotadas. A política leninista, bolchevique, correta teve de batalhar por sua vitória contra as políticas antibolcheviques. Quais foram, então, estas políticas erradas? A política do grupo Bukharin-Ryov sobre a coletivização A primeira dessas políticas erradas foi perseguida por Bukharin, Rykov e Tomsky. Esta política era a favor do abandono do ataque socialista aos kulaks no campo, reduzindo a taxa de crescimento industrial e confiando mais nos indivíduos do que na fazenda coletiva. Esta política teria criado problemas insuperáveis no caso dos cereais, e os elementos capitalistas no campo - os kulaks - teriam sido capazes de ditar regras ao governo soviético. Bukharin tinha de fato lançado aos kulaks o slogan Fiquem Ricos. O Comitê Central do Partido imediatamente condenou este slogan (a despeito das manifestações em contrário de Trotsky), e Bukharin foi forçado a escrever um artigo retirando tal slogan.
A política de Trotsky e Zinoviev sobre a coletivização A segunda dessas políticas erradas foi aquela advogada por Trotsky e Zinoviev. Esta política era repleta de aventureirismo, porque propugnava um ataque aos kulaks prematuramente em 1925, antes que o proletariado tivesse feito uma aliança com o campesinato médio e antes que os fazendeiros ricos tivessem sido substituídos pela fazenda estatal soviética e pelas fazendas coletivas na esfera da produção de grãos. Os elementos capitalistas no campo - os kulaks - só poderiam ser eliminados por uma luta de classes implacável. Para esta luta de classes, o proletariado necessitava de uma aliança firme com o campesinato médio. Esta aliança só poderia ser consolidada pela conversão do campesinato médio à coletivização. Isto, por sua vez, só poderia ser alcançado quando a indústria estivesse suficientemente desenvolvida para dar apoio ativo, real, ao campesinato pelo fornecimento de tratores, outras máquinas agrícolas e fertilizantes e quando o Estado fosse capaz de adiantar créditos. Por último, mas não menos importante, o campesinato médio tinha de ser persuadido com base em sua própria experiência e pelo exemplo - não pela coerção ou pela força - a converter-se de fazendeiro individual em fazendeiro coletivo. E aí, como veremos adiante, um papel de inestimável importância foi desempenhado Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II pelas fazendas estatais e pelas estações de máquinas e tratores que se disseminaram pelo país. A fazenda estatal Shevshenko estabeleceu a primeira estação de máquinas e tratores e ajudou o campesinato circundante com o empréstimo do maquinário. O sucesso de medidas como essa, o desenvolvimento da indústria ao ponto de ser capaz ativamente de dar apoio ao campesinato e a capacidade do estado de fornecer créditos seriam todos responsáveis por levar o camponês médio à fazenda coletiva e, assim, fortalecer a aliança entre a classe operária e o campesinato médio. Este fortalecimento da aliança, por sua vez, causaria uma virada firme na política soviética a respeito dos kulaks - de uma política de mera restrição aos kulaks, o Partido adotou a política de eliminar os kulaks como classe. Isto, e apenas isto, explica porque não era possível atacar os kulaks em 1925, porém isso se tornou possível em 1930. A eliminação da classe dos kulaks não se realizaria por meros 'decretos', como foi proposto por Trotsky e Zinoviev em 1925. Só poderia ser realizada por uma luta de classes implacável no campo - uma luta de classes para a qual o proletariado necessitava da firme aliança com o campesinato pobre e médio - e para cuja luta o proletariado não estava preparado em 1925. Contudo, em 1930, todas as condições necessárias existiam para esta luta de classes implacável contra os kulaks. Por estas razões pode-se ver que a política advogada por Trotsky e Zinoviev era ainda mais perigosa do que a advogada pelo grupo Bukharin-Rykov. Se seguida em 1925, teria isolado o governo soviético e a classe operária do campesinato médio, que teria sido recrutado pelo campesinato rico. Esta política teria colocado o governo soviético em "colisão hostil", para usar a expressão favorita de Trotsky, com a maior parte do campesinato e, assim, anteciparia o cumprimento das profecias de morte, destruição e desespero de Trotsky. Ambos os tipos de política antes mencionados estavam extremamente erradas. Elas tinham uma coisa em comum: se seguidas, teriam levado à dominação dos elementos socialistas pelos elementos capitalistas e, ao final, à derrota da ditadura do proletariado. Assim, sua essência era a mesma, embora não a forma em que elas se expressavam. Em termos de forma, a política de Bukharin, Rykov e Tomsky era oportunista-direitista, enquanto a de Trotsky e Zinoviev era aventureirista-esquerdista. A forma é somente importante porque o aventureirismo esquerdista, disfarçado como é em frases ultra-revolucionárias, é mais difícil de detectar e combater. Porém, não há a mais leve dúvida de que ambos os tipos de oportunismo dentro da classe operária constituem um apoio real e poderoso à burguesia. Críticas de Stalin dessas políticas equivocadas Criticando os trotskistas e os bukharinistas por suas políticas errôneas sobre a questão da luta contra os kulaks e concentrando seu ataque sobre os trotskistas, o camarada Stalin disse: "Ambos os desvios [isto é, o que subestimava os kulaks e o que procurava destruí-los imediatamente] são perigosos; ambos são ruins; não devemos perder tempo discutindo se um deles é pior do que o outro. Porém, é uma necessidade prática Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II discutir com qual deles estamos mais preparados para lutar. Se vocês perguntarem se o Partido está melhor preparado para encetar uma luta implacável contra os kulaks ou (ignorando os kulaks, por enquanto) entrar em uma aliança com o campesinato médio, acredito que noventa e nove comunistas em cada cem diriam que o Partido está melhor preparado para agir em torno de um slogan: 'Vamos enfrentar os kulaks!' Se fôssemos deixar aqueles camaradas seguirem seu caminho, os kulaks reagiriam prontamente. A respeito da política rival, a política daqueles que, em lugar de tentarem destruir os kulaks de imediato, querem perseguir o plano mais complicado de isolá-los, entrando em aliança com o campesinato médio - isto é algo que os camaradas não estão prontos para aceitar. Daí porque acredito que o Partido, em sua luta contra esses dois desvios, deve concentrar seu fogo sobre o segundo desvio [procurando destruir os kulaks imediatamente]" ("Stalin, Discurso de Abertura no 14° Congresso do Partido). A este respeito também pode-se ver que o infortúnio de Trotsky decorre da teoria da 'revolução permanente', a essência da qual é uma desconfiança do campesinato, uma falta de confiança no fato de que, sob as condições da ditadura do proletariado - sob a liderança da classe operária - as massas básicas do campesinato podem ser recrutadas para o trabalho de construção socialista, e uma falta de entendimento do papel das diferentes frações do campesinato nos diferentes estágios da revolução e após a revolução socialista. Tudo isso - a necessidade de uma política e uma direção correta, além da "propriedade socialista"- está claro para qualquer um, mas não, ao que parece, para os trotskistas e a intelligentsia burguesa. Por isso é que nos foi necessário prefaciar o tópico da coletivização com uma reiteração das verdades elementares que já foram pronunciadas mil vezes antes; foi necessário não apenas contestar o Trotsky morto mas também enfrentar e colocar um basta nas distorções e na corrupção que os trotskistas contemporâneos estão praticando com os operários - especialmente nossa juventude, que tem a tendência de ser seduzida pelo palavreado pequeno-burguês; porque apareceram "marxistas" ["Pobre Marx!", disse Lênin uma vez) que negam o papel de uma política correta, de uma direção correta e de uma teoria correta. Voltemos à coletivização. 1927: A agricultura se atrasa em relação à indústria Em 1927, houve rápido crescimento da indústria socialista de larga escala. Porém, o quadro era muito diferente no caso da agricultura. Embora a produção agrícola como um todo tivesse alcançado o nível de antes da guerra, a produção de grãos foi apenas de 91% do nível pré-guerra. Para tornar a coisa pior, a parte comercializada da produção de grãos - a quantidade de grãos vendida para suprir as cidades - mal alcançou 37% do quadro do pré-guerra. O processo de divisão de grandes fazendas em pequenas fazendas e das pequenas fazendas em fazendas ainda menores tinha ido muito longe.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Se se deixasse continuar esse estado de coisas na esfera da agricultura, a população urbana e o exército teriam enfrentado fome crônica. O único caminho para resolver esta situação foi uma mudança no sentido da fazenda de grande escala, que permitiria o uso de tratores e de outras maquinas agrícolas modernas e com isso aumentar a produção de alimentos, bem como da parte comercializável. O Estado soviético tinha uma alternativa: poderia adotar a fazenda capitalista de grande escala, o que teria arruinado as massas do campesinato, destruído completamente a aliança entre a classe operária e o campesinato e fortalecido enormemente os kulaks, impedindo assim para sempre a possibilidade de construção do socialismo no campo; ou poderia adotar a alternativa socialista de amalgamento do campesinato pequeno, reunido em fazendas socialistas de grande escala, que não somente permitiria o uso dos tratores e maquinário para aumentar a produção agrícola, como também fortaleceria a aliança entre a classe operária e o campesinato e causaria um abalo nos kulaks e seus sonhos de restauração do capitalismo. O Estado soviético e o Partido Bolchevique poderiam somente, em vista do que tem sido dito, escolher, e de fato o fizeram, a segunda alternativa - o desenvolvimento da agricultura por meio das fazendas coletivas em grande escala. Ao fazer tal escolha, o Partido Bolchevique foi guiado pelos seguintes preceitos de Lênin com respeito à necessidade de passar da pequena fazenda camponesa para a fazenda coletiva cooperativa de grande escala: "Não há como escapar da pobreza pela pequena fazenda" (Selected Works, Vol. 8, p. 195). "Para que o fazendeiro camponês possa desenvolver-se mais, devemos firmemente assegurar também sua transição para o próximo estágio, e este próximo estágio deve inevitavelmente ser aquele em que as fazendas de camponeses isolados, as menos lucrativas e mais atrasadas formarão, por um processo de fusão gradual, as fazendas coletivas de grande escala" (Selected Works, Vol. 9, p. 151). "Se continuarmos como antigamente com nossas pequenas fazendas, ainda nos defrontaremos com a ruína inevitável" (Selected Works, Vol. 6, p. 198). "Somente se tivermos êxito em fornecer aos camponeses na prática as vantagens da fazenda comum, coletiva, cooperativa, a classe operária, que detém o poder do Estado, será realmente capaz de convencer os camponeses da correção de sua política e assegurar a fidelidade real e duradoura dos milhões de camponeses" (Selected Works, Vol. 8, p. 198). O 15° Congresso do Partido - a coletivização 0 15° Congresso do Partido foi aberto em 2 de dezembro de 1927. Em seu relatório em nome do Comitê Central, o camarada Stalin, enquanto se referia à expansão rápida da indústria socialista, estabeleceu para o Partido as seguintes tarefas: Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II "Estender e consolidar nossas posições socialistas chaves em todos os ramos econômicos, na cidade e no campo, e seguir o rumo da eliminação dos elementos capitalistas da economia nacional." Assinalando o atraso da agricultura, devido às pequenas fazendas individuais, que impediam o uso do maquinário e estavam pondo em perigo o Estado soviético, o camarada Stalin perguntava: "Qual é o caminho?" Ele próprio respondia: "O caminho é transformar as pequenas fazendas camponesas e dispersas em unidades fazendárias grandes, baseadas no cultivo comum do solo, introduzir o cultivo coletivo do solo sobre a base de uma técnica nova e mais elevada. O caminho é unir as fazendas camponesas pequenas e minúsculas gradual e seguramente, não pela pressão mas pelo exemplo e a persuasão, em fazendas grandes baseadas no cultivo comum, cooperativo, coletivo do solo, com o uso das máquinas e tratores agrícolas e os métodos científicos da agricultura intensiva. Não há outro caminho." O 15° Congresso aprovou uma resolução conclamando ao desenvolvimento mais pleno da coletivização da agricultura. O Congresso também deu diretivas para "Desenvolver uma ofensiva contra os kulaks e adotar uma série de medidas que restrinjam o desenvolvimento do capitalismo no campo e orientem o fazendeiro camponês no rumo do socialismo." (Resolução do PCUS(B)). Finalmente, confiando em que este planejamento econômico tinha deitado raízes firmes e com a ajuda da eliminação sistemática de todos os elementos capitalistas e pela construção do socialismo, o Congresso instruiu as agências apropriadas a executarem o Primeiro Plano Qüinqüenal para o desenvolvimento da economia soviética. A oposição do grupo Bukharin-Rykov à coletivização Quando, em seguida ao 15° Congresso do Partido, a coletivização teve curso e o Partido assumiu a ofensiva contra os kulaks, apareceu um grupo de oportunistas de direita, liderados por Bukharin e Rykov. O grupo Bukharin-Rykov opôs-se à política do Partido de coletivização; eles repeliam as medidas de emergência que o Partido tinha adotado contra os kulaks e apresentavam a decadência das fazendas kulaks como a decadência da agricultura. O grupo Bukharin-Rykov declarava que nada de bom sairia da coletivização, que o enriquecimento dos kulaks não representava nenhum perigo para o socialismo, se deixado que os kulaks 'crescessem' por si para o socialismo. A fim de fornecer uma justificativa teórica para esses argumentos, eles lançaram mão da teoria do 'apaziguamento da luta de classes' segundo a qual, com cada avanço do socialismo, a luta de classes será mais suave; que os kulaks 'cresceriam' pacificamente no socialismo e, conseqüentemente, não seria necessário conduzir uma luta vigorosa contra eles; que a luta de classes seria amenizada mesmo antes de o inimigo ter sido destruído. Através desta absurda e traiçoeira teoria, o grupo Bukharin-Rykov fez uma Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II tentativa decidida de lançar ao mar e substituir as famosas e corretas teses do leninismo, de que com cada avanço do socialismo a luta de classes se torna mais aguda - de que a classe inimiga multiplica por cem suas tentativas, recorrendo a todos e quaisquer meios à sua disposição para derrotar o socialismo e restaurar seu 'paraíso perdido', isto é, o capitalismo. A similaridade na essência entre as teorias trotskista e bukharinista Aprendendo com os pronunciamentos na imprensa, os kulaks confiavam que não estavam sozinhos em sua oposição à construção do socialismo na URSS e que tinham apoio também dentro do no Partido Bolchevique. Por um lado, havia o grupo liderado por Trotsky e Zinoviev, que entendia que o socialismo não podia ser construído em um único país atrasado como a Rússia. Eles iriam com toda força oporse à política do Partido, no 14° Congresso e daí em diante. Por outro lado, havia o grupo Bukharin-Rykov. Este grupo estava em oposição ao Partido na questão da coletivização e entendia que não havia necessidade de uma ofensiva contra os kulaks, e que eles deveriam 'crescer' até chegarem ao socialismo. Vê-se assim que, a despeito das diferenças de forma, não havia diferença em essência entre os capitulacionistas trotskistas e zinovievistas, que defendiam que o socialismo não podia ser construído na Rússia atrasada e o grupo Bukharin-Rykov, de oportunistas de direita. A única diferença era que os capitulacionistas trotskistas e zinovievistas foram capazes por algum tempo de esconder seu caráter capitulacionista, sob a máscara de vociferações 'revolucionárias' 'esquerdistas' acerca da 'revolução permanente', enquanto o grupo Bukharin-Rykov de oportunistas de direita não podia esconder sua natureza capitulacionista quando defendendo, como faziam, abertamente e sem máscara, as forças capitalistas na URSS, em particular os kulaks. Assim, está claro que estava lançada a base para o encontro das duas tendências oportunistas e reacionárias e sua transformação em uma única frente única contra o Partido. A teoria da 'revolução permanente' e a teoria do 'apaziguamento da luta de classes' levavam inexoravelmente as duas tendências oportunistas a um ponto de encontro comum. O inevitável aconteceu: as duas tendências oportunistas encontraram-se e uniram-se em sua oposição à política revolucionária do Partido Bolchevique e formaram uma oposição compacta e sólida ao Partido. A partir daí, então, os capitulacionistas trotskistas e zinovievistas e o grupo bukharinista de oportunistas de direita passaram a agir em conjunto. Falaremos mais sobre isso quando tratarmos dos julgamentos de Moscou. A resistência dos kulaks e as medidas tomadas pelo Partido para conter esta resistência Os kulaks compreenderam muito rapidamente que grande reserva de apoio e força para a sua posição eles tinham no ponto de vista da oposição. Sabiam que não estavam sozinhos; eles tinham defensores como Bukharin, Rykov, Trotsky, Zinoviev e outros. Esta percepção não podia senão endurecer a resistência dos kulaks à política do Partido e do governo soviético. Os kulaks se recusaram em massa a vender grãos excedentes ao Estado soviético. Recorreram a assassinatos e terrorismo contra os Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II operários do Partido, os funcionários do governo e os fazendeiros coletivos, e incendiaram fazendas coletivas e silos estatais. O Partido chegou à conclusão de que os kulaks tinham de ser derrotados em batalha abertamente, à plena vista do campesinato; que, a menos que a resistência dos kulaks fosse quebrada, a classe operária e o Exército Vermelho sofreriam fome crônica, o movimento pela coletivização seria paralisado e os kulaks seriam capazes de ditar os termos ao Estado soviético e finalmente derrotá-lo. O Partido, então, lançou uma ofensiva determinada contra os kulaks e, de acordo com as decisões do seu 15° Congresso, o Partido pôs em prática o slogan: Apoiar-se firmemente no campesinato pobre, fortalecer a aliança com o campesinato médio e empreender uma luta resoluta contra os kulaks. Os kulaks se recusavam a vender os grãos excedentes. O Partido e o governo responderam aplicando o artigo 107 do Código Penal, que dava competência às Cortes para confiscarem os grãos excedentes dos kulaks, no caso de sua recusa a vendê-los ao Estado a preços fixos. Ao camponês pobre foi garantida uma série de privilégios, e 25% do grão confiscado foram postos à sua disposição. As diversas outras medidas de emergência adotadas pelo Partido tiveram o efeito de levar o campesinato pobre e médio a juntar-se à luta resoluta contra os kulaks, isolando-os e fazendo avançar o movimento da fazenda coletiva, ao mesmo tempo que era eliminado o problema de escassez de grãos. O resultado foi que, ao final de 1928, o Estado soviético tinha estoque suficiente de grãos à sua disposição. A derrota dos bukharinistas na organização do Partido em Moscou À medida que a ofensiva do socialismo contra os kulaks se intensificou, também o grupo Bukharin-Rykov intensificou sua atividade anti-Partido. Este grupo foi capaz de ganhar o apoio de pessoas ocupando altos postos na organização do Partido em Moscou, como Uglanov, Kotov, Ukhanov, Ryutin, Yagoda, Polonsky e outros. Em reuniões da organização do Partido em Moscou e na imprensa alegou-se que a tributação pesada sobre os kulaks estava errada, que deveriam ser feitas concessões a eles e que o desenvolvimento da indústria pesada era prematuro. A construção do sistema hidroelétrico do Dnieper sofreu oposição de Uglanov, que propôs que o dinheiro a ele destinado fosse gasto na construção da indústria leve, e que nenhuma obra de engenharia de envergadura fosse construída em Moscou. Uglanov e outros foram contrariados pela organização do Partido em Moscou, que apoiou mais do que nunca o Comitê Central do Partido. A necessidade de uma luta determinada contra os desvios oportunistas no Partido, com o fogo concentrado no desvio de direita nesta época, foi apresentada pelo camarada Stalin em uma Plenária do Comitê de Moscou do PCUS(B), ocorrida em 1928: "O triunfo do desvio direitista em nosso Partido liberaria as forças do capitalismo, enfraqueceria as posições revolucionárias do proletariado e aumentaria as chances de restauração do capitalismo em nosso país" (Problems of Leninism).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II A despeito da oposição dos kulaks e dos trotskistas e bukharinistas, o movimento das fazendas coletivas continuou a se desenvolver. Superando todas as dificuldades - externas e internas - uma por uma, o Partido e o governo soviético continuaram o trabalho de construção com sucesso do socialismo na URSS, construindo a indústria pesada, desenvolvendo as fazendas estatais e as fazendas coletivas e lançando as bases para adoção e execução do primeiro Plano Qüinqüenal. A 16a Conferência do Partido O Partido realizou sua 16a Conferência em Abril de 1929 e adotou o primeiro Plano Qüinqüenal para a construção do socialismo. "A tarefa fundamental do Primeiro Plano Qüinqüenal", disse Stalin, "era criar em nosso país uma indústria que fosse capaz de reequipar e reorganizar, não apenas o conjunto da indústria, mas também o transporte e a agricultura - sobre a base do socialismo" (Stalin, Problemas of Leninismo). A Conferência também aprovou um apelo a toda a população operária, conclamando-a a prosseguir no desenvolvimento da emulação socialista. O rápido crescimento das fazendas coletivas Sem desanimar face à imensidão do Plano, as massas do povo soviético responderam a este chamado com uma nova onda de entusiasmo trabalhista e rapidamente assumiram a tarefa de pôr em prática o Primeiro Plano Qüinqüenal. Desta vez os camponeses não ficaram atrás. Os camponeses se voltaram cada vez mais a favor da fazenda coletiva, como um resultado do que viam nas fazendas estatais e nas estações de máquinas e tratores. Os camponeses visitavam as fazendas estatais e as estações de máquinas e tratores, observavam as operações dos tratores e outras maquinarias agrícolas, admiravam seu desempenho e a partir daí resolviam ingressar nas fazendas coletivas. Foi desta maneira que o movimento da fazenda coletiva se desenvolveu, isto é, os camponeses foram persuadidos pela natureza superior das fazendas estatais e do maquinário agrícola a ingressar nas fazendas coletivas - não pelo emprego das armas ou pelo uso da força, como afirmam os agentes pagos e não pagos da burguesia - os trotskistas, os professores burgueses eruditos e os intelectuais burgueses. Contudo, isto não significa que o Estado proletário não tenha usado de força contra os kulaks e seus agentes, os sabotadores e traidores que recorreram a assassinatos e sabotagem para se opor à construção do socialismo e que desejavam restaurar o capitalismo. A ditadura do proletariado exerceu sua ditadura sobre os kulaks, sobre a minoria dos exploradores, no interesse mais amplo da maioria do povo soviético - os trabalhadores e os camponeses - no sentido de assegurar que os capitalistas dominantes não assumissem o poder outra vez. O Estado proletário exerceu sua ditadura porque este era exatamente o propósito especifico para o qual ele existe. Não teríamos plena justificativa de reprová-lo se não agisse assim, cumprindo uma de suas funções principais? Para tornar mais clara a posição marxista Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II sobre o tema da ditadura do proletariado e refutar as mentiras e difamações dos trotskistas e outros reacionários contra a ditadura do proletariado na URSS e contra o camarada Stalin, citaremos Marx e Engels, para mostrar o que eles diziam sobre o tema da ditadura do proletariado, a propósito da Comuna de Paris: Marx: "Quando os operários substituem a ditadura da burguesia por sua ditadura revolucionária ... com o objetivo de quebrar a resistência da burguesia ... os operários revestem o Estado com uma forma revolucionária e transicional..." Engels: "... se o Partido vitorioso [em uma revolução] não quer ter lutado em vão, deve manter este domínio por meio do terror que suas armas inspiram aos reacionários. Teria a Comuna de Paris subsistido apenas um dia se não tivesse feito uso desta autoridade do povo armado contra a burguesia? Não se deveria, ao contrário, reprová-la se não a tivesse usado o bastante?..." (Sobre Autoridade). Engels: "Como, portanto, o Estado é apenas uma instituição transicional, que é usada na luta de classes, na revolução, a fim de manter o domínio sobre os adversários pela força, é puro contra-senso falar de um Estado popular liberal: na medida em que o proletariado ainda usa o Estado, não o usa nos interesses da liberdade, porém com a finalidade de subjugar seus adversários e, logo que for possível falar de liberdade, o Estado como tal cessa de existir..." (Carta a A. Bebel, Março 1875). Esta é a situação do que diz respeito à posição do marxismo sobre a ditadura do proletariado, e os trotskistas somente mostram quão distanciados estão do marxismo quando eles lançam injúrias sobre a ditadura do proletariado na URSS, por ter energicamente suprimido a burguesia; por ter quebrado sua resistência; por ter inspirado o terror nos reacionários; por ter firmemente subjugado seus adversários e assim por diante. Ao fazê-lo, os trotskistas apenas provam que estão tão distanciada do marxismo como a Terra está do Céu, como os liberais estão dos revolucionários proletários. A taxa de crescimento do movimento da fazenda coletiva foi veloz e sem precedentes; ultrapassou até a da indústria socialista. Referindo-se à taxa de crescimento das fazendas coletivas, o camarada Stalin disse em seu artigo A Year of Great Change (1929): "Deve-se admitir que tal velocidade impetuosa de desenvolvimento é sem igual mesmo em nossa indústria de grande escala socializada, que em geral é notável por sua extraordinária rapidez de desenvolvimento." A política de eliminação dos kulaks como uma classe e as razões para a adoção de tal política Com base no rápido desenvolvimento da indústria, o movimento da fazenda coletiva e o fortalecimento da aliança entre a classe operária e a massa básica do campesinato (campesinato pobre e médio), o poder soviético foi, em 1930, capaz de passar da mera política de restrição aos kulaks (isto é, a política adotada sob a Nova Economia Política (NEP) para recuperar a agricultura e restaurar a conexão entre a indústria e a agricultura) para a política de eliminar os kulaks como classe. A política de Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II restringir os kulaks foi essencial enquanto as fazendas estatais e as fazendas coletivas eram fracas e incapazes de substituir os kulaks na esfera da produção de alimentos. Ao fim de 1929, o crescimento sem precedentes das fazendas coletivas e estatais tornou possível ao poder soviético lançar mão da política de eliminar os kulaks. Sob essa política, os kulaks foram expropriados, justamente como os capitalistas tinham sido expropriados na esfera da indústria em 1918, a única diferença sendo que neste caso os meios de produção dos kulaks não passaram para o Estado mas para as mãos dos camponeses reunidos em fazendas coletivas. A posição de Trotsky sobre a deskulakização em 1930 Já sabemos que, em 1925, Trotsky e Zinoviev tinham proposto um ataque aos kulaks como uma classe e também sabemos as razões pelas quais o Partido tinha rejeitado decisivamente esta proposta naquela época. Porém, em janeiro de 1930, tendo preparado todos os pré-requisitos para tal ofensiva, o Partido lançou uma ofensiva contra os kulaks como uma classe. O Partido passou da política de mera restrição aos kulaks para a política de eliminá-los como uma classe. Quando isso aconteceu, Trotsky, que tinha até então insistido veementemente em que o Partido não deixasse que os camponeses ricos se saíssem bem, agora propunha que o Partido deveria "pôr as fazendas coletivas em linha com suas fontes reais de apoio", "abandonar a política de 'deskulakização' [isto é, de expropriação dos camponeses ricos] e "conter as tendências de exploração dos kulaks durante muitos anos". "O princípio diretor em relação aos kulaks deve ser um 'sistema de contrato' férreo [um sistema pelo qual os fazendeiros ricos iriam suprir o Estado com uma certa quantidade de seus produtos, a preços fixos]" [Trotsky, Carta Aberta aos Membros do Partido Comunista da União Soviética, 23 de março de 1930). Cabe agora a cada um formar seu próprio juízo sobre as políticas advogadas por Trotsky e Cia. em relação à questão da coletivização e da eliminação dos kulaks. O sucesso da política de coletivização e a eliminação dos kulaks Resumindo os resultados do movimento de massa dos camponeses pela coletivização sólida e dando as razões para a adoção da política de eliminação dos kulaks, o Camarada Stalin escreveu em 1929: "A última esperança dos capitalistas de todos os países, que estão sonhando em restaurar o capitalismo na URSS - 'o sagrado princípio da propriedade privada' - está em colapso e desaparecendo. Os camponeses, que eles consideravam como material adubador do solo para o capitalismo, estão abandonando em massa a celebrada bandeira da 'propriedade privada', estão tomando o caminho da coletivização, o caminho do socialismo. A última esperança para a restauração do capitalismo está se desmoronando (Stalin, Problems of Leninism)." A execução da política de eliminação dos kulaks resultou em uma revolução muito completa e profunda que, de um só golpe, resolveu três problemas fundamentais da construção socialista: Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II "(a) eliminou a mais numerosa classe de exploradores em nosso país, a classe dos kulaks, a viga-mestra da restauração do capitalismo; (b) reorientou a classe trabalhadora mais numerosa em nosso país, a classe camponesa, do caminho da fazenda individual, que cria o capitalismo, para o caminho da fazenda cooperativa, coletiva, socialista; (c) ensejou ao regime soviético uma base socialista na agricultura - o ramo mais extenso e vitalmente necessário, embora menos desenvolvido, da economia nacional. Isto destruiu os últimos impulsos de restauração do capitalismo dentro do país e ao mesmo tempo criou novas e decisivas condições para a construção de um sistema econômico socialista" (History ofthe CPSU (Bj). As instruções do Partido sobre o método de coletivização, violações dessas instruções e a retificação pelo Partido A política de eliminação dos kulaks como uma classe estava contida na resolução histórica adotada pelo Comitê Central do PCUS(B), de 5 de janeiro de 1930 sobre a Taxa de Coletivização e Medidas do Estado para Assistir o Desenvolvimento de Fazendas Coletivas. Esta resolução incorporava uma instrução muito importante, de que a peça principal do movimento da fazenda coletiva deveria ser a cooperativa agrícola, na qual os principais meios de produção eram coletivizados. O Comitê Central formulou as mais sérias advertências junto às organizações do Partido "contra todas as tentativas, quaisquer que fossem, de forçar o movimento de fazendas coletivas por 'decretos' de cima, que poderiam envolver o perigo de substituição da emulação socialista real pela coletivização simulada na organização das fazendas coletivas" (Resoluções do PCUS(B)). Em certas regiões, particularmente na região de Moscou e na Transcaucásia e Ásia Central, estas decisões do Comitê Central foram ignoradas. Empolgadas com os sucessos iniciais da coletivização, autoridades nessas regiões violaram as instruções do Partido a respeito dos limites de velocidade e tempo da coletivização. Esses erros e distorções cometidos por organizações do Partido locais causaram descontentamentos sérios entre o campesinato. Os kulaks tirando vantagem dessas distorções e erros, começaram a espalhar mais descontentamento entre o campesinato. O Comitê Central imediatamente agiu para remediar a situação. Em março de 1930, o Comitê Central decidiu publicar o artigo do camarada Stalin Embriagado com o Sucesso, no qual ele advertia os operários do Partido a não se deixarem levar pelo sucesso da coletivização a coagirem os camponeses para se integrarem às fazendas coletivas. Dirigia-se aos operários do Partido para dar-lhes conta da diversidade de condições nas várias regiões da URSS e para se guiarem pelo princípio de que a formação da fazenda coletiva deveria ser voluntária e que a forma principal do movimento da fazenda coletiva deveria ser a cooperativa agrícola, na qual apenas os Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II principais meios de produção são coletivizados e não a terra, as habitações, o conjunto de animais domésticos, as aves etc. O Comitê Central também mudou a direção de algumas organizações do Partido (região de Moscou, Transcaucásia), que tinham cometido erros políticos e não providenciaram sua correção. Em abril de 1930, foi publicado o artigo do camarada Stalin Resposta aos Camaradas da Fazenda Coletiva. Neste artigo, o camarada Stalin alinhou os erros principais a respeito da coletivização e a causa básica desses erros. Esses erros, o camarada Stalin assinalou, consistiam num enfoque equivocado sobre os camponeses médios, numa violação do princípio leninista de que a formação das fazendas coletivas devia ser voluntária, violação do princípio leninista de que a composição devia ter em vista a diversidade das condições prevalecentes nas várias regiões e distritos da União Soviética e tentativas de suprimir a etapa de cooperativas da coletivização e passar direto para as comunas. Vê-se assim que, não obstante as afirmações em contrário dos trotskistas e da intelligentsia burguesa, que são muito 'sábios' e, todavia estúpidos, eram Stalin e o Comitê Central que se opunham a qualquer forma de coerção na questão da coletivização. Demos provas documentais de nossas afirmações e não nos baseamos em mexericos, como os trotskistas, os intelectuais burgueses e vários reacionários freqüentemente tendem a fazer. Estas pessoas pertencem às escolas de pensamento cujo principal lema é: afirmar é provar. Outro de seus lemas é: ignorância é razão suficiente. Para suas afirmações, eles nunca oferecem qualquer prova além de suas próprias afirmações. Mas para as declarações dos marxistas-leninistas, exigem os padrões mais elevados de provas; e, se tais padrões de prova são devidamente apresentados, eles se recusam a aceitar a prova porque ela não se conforma com sua própria visão da realidade. Realmente, nenhuma prova jamais os satisfará. Não podemos nunca esperar convencê-los - nunca, isto é, até que eles tenham abandonado sua presunção pequeno-burguesa e sua arrogância intelectual. Porém, não são essas pessoas que estamos tentando convencer. Estamos tentando nos dirigir à classe operária e ao que há de melhor e mais honesto nela; temos o dever de desfazer a confusão causada pelos aristocratas antes mencionados no pensamento das pessoas. É com isto em mente que nos demos ao trabalho de enunciar os fatos que têm estado há tanto tempo encobertos ou distorcidos. Assim, adotando a linha correta firmemente, o Comitê Central, sob a direção do camarada Stalin, foi capaz de retificar todas as distorções e erros cometidos por organizações do Partido em certas regiões, a respeito da coletivização. Esta retificação, por sua vez, consolidou mais o movimento das fazendas coletivas e tornou possível novos avanços. O 16° Congresso do Partido
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Por ocasião do 16° Congresso do Partido concordou-se em que, devido à execução bem sucedida da política de eliminação dos kulaks e ao sucesso do movimento das fazendas coletivas, a ofensiva parcial contra os elementos capitalistas tinha assumido o caráter de uma ofensiva geral contra os elementos capitalistas. O 16° Congresso do Partido ocorreu em 26 de junho de 1930, e o camarada Stalin teve muito boas razões para orgulhosamente descrevê-lo como "o Congresso da vasta ofensiva do socialismo ao longo de ampla frente, para a eliminação dos kulaks como uma classe e para a realização de uma coletivização sólida". Neste Congresso, o camarada Stalin foi também capaz de anunciar, em meio a trovejantes aplausos: "Estamos às vésperas da transformação de nosso país de um país agrário em industrial." O 17° Congresso do Partido Por ocasião da realização do 17° Congresso do Partido, em janeiro de 1934, o povo soviético, sob a direção gloriosa do PCUS(B), liderado por Stalin, com oposição resoluta dos reacionários, registrou os seguintes logros sem precedentes: (a) a produção industrial na URSS agora tinha alcançado 70% da produção total, e o país tinha se transformado de agrário em industrial; (b) os elementos capitalistas na esfera da indústria tinham sido completamente eliminados, e o sistema econômico socialista tinha se tornado o único sistema econômico nesta esfera; (c) os kulaks tinham sido eliminados como uma classe e o sistema econômico socialista tinha se tornado predominante na esfera da agricultura; (d) o sistema de fazendas coletivas tinha colocado um fim à pobreza e miséria de milhões de pessoas no campo, que agora desfrutavam condições materiais desconhecidas até então; (e) como resultado do desenvolvimento da indústria socialista, o desemprego tinha sido abolido e, embora a jornada de 8 horas tivesse sido mantida em certas indústrias, na maioria das empresas uma jornada de 7 horas tinha sido instituída; no caso das indústrias que representavam perigo especial para a saúde, a jornada de trabalho fora reduzida para 6 horas; (f) a vitória do socialismo em todos os ramos da economia nacional tinha colocado um fim à exploração do homem pelo homem. Não é de admirar que o 17° Congresso do Partido seja conhecido como o Congresso dos Vitoriosos. Neste Congresso, reportando o trabalho do Comitê Central, o camarada Stalin apresentou as mudanças fundamentais que tinham acontecido na URSS durante o período em tela: Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II "Durante esse período, a URSS tinha se tornado radicalmente transformada e tinha expulsado o espectro do atraso e do medievalismo. De um país de pequena agricultura individual, tornou-se um país de agricultura mecanizada em grande escala, coletiva. De um país ignorante, iletrado e inculto, tornou-se - ou melhor, está se tornando - um país letrado e culto, coberto por uma vasta rede de escolas elementares, intermediárias e superiores, ensinando nas línguas das nacionalidades da URSS" (Problems of Leninism). O socialismo foi construído na URSS Agora, com base no material anterior, podemos enfaticamente responder afirmativamente à questão "Foi o socialismo construído na URSS?" A vitória do socialismo na URSS tornou-se possível não apenas pelas "relações de propriedade criadas pela Revolução de Outubro" mas também pela direção correta dada às populações da União Soviética pelo Partido Bolchevique e seu maior portavoz, o camarada Stalin. Antes de fechar esta discussão sobre a construção do socialismo na URSS, é apropriado fazer dois registros adicionais: (1) Trotsky e seus seguidores na URSS defenderam, por um lado, que o socialismo não podia ser construído na Rússia atrasada "na ausência do apoio estatal direto da parte do proletariado europeu",contudo, por outro lado, suas constantes alegações eram de que o "grupo de Stalin" (isto é, o Partido Bolchevique!) não estava construindo o socialismo de forma bastante firme. Aqui estava um grupo de pessoas que tinha consístentemente e por muito tempo defendido que o socialismo não podia ser construído na URSS, dizendo ao Partido Bolchevique 1 que defendeu a todo tempo que a vitória do socialismo era possível na URSS) que não estava construindo o socialismo bastante firmemente ou que estava restaurando o capitalismo. Vocês, camaradas, podem formar suas próprias opiniões sobre esta posição trotskista, porém, sugere-se que a única visão consistente com os fatos é que a posição de Trotsky eqüivalia a nada mais nada menos do que uma tentativa de sua parte de ocultar, mascarar, o caráter capitulacionista do trotskismo, da teoria da 'revolução permanente', com palavreado ultra-esquerdista. (2) Desde o 20° Congresso do PCUS, o poder estatal na União Soviética foi usurpado por uma quadrilha de renegados revisionistas, que não representam os interesses da classe operária, mas apenas de seu estrato privilegiado, e que estão tentando restaurar o capitalismo na URSS. Eles têm perseguido políticas reacionárias, internamente e na esfera das relações internacionais. Assim, o período pós-20° Congresso não deveria ser confundido com o período anterior a este Congresso. Porém, a fim de confundir a classe operária e corromper as massas, os trotskistas fizeram justamente isso. Por exemplo, eles descrevem a direção do PCUS e mesmo de todos os partidos revisionistas do mundo como 'stalinista'. Ora, é bem sabido que os revisionistas soviéticos denunciaram o camarada Stalin. Contudo, todo ato revisionista deles é descrito como 'stalinista'. É uma atitude ridícula quando os trotskistas Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II descrevem a KGB como 'Stalinista'. E nesta batalha da propaganda, cujo objetivo é confundir as massas, os trotskistas superam o recorde mundial anterior estabelecido pelo ministro de Hitler, Goebbels, quando eles (as diferentes seitas trotskistas - IS, IMG e SLL) acusam uns aos outros de comportamento 'stalinista'. O que devem os revolucionários fazer para pôr um fim a esta confusão? Devemos pôr um fim a esta confusão criada pelos trotskistas, camaradas, espalhando no seio da classe operária o entendimento da natureza real, contrarevolucionária, do trotskismo e aquela do 'stalinismo' revolucionário. O termo 'stalinismo' não é de nossa escolha; não foi cunhado por Stalin nem por seus seguidores. Antes, nos tem sido imposto pelos inimigos do leninismo, principalmente os trotskistas, mas também os revisionistas. Seja como for, entrou em uso corrente e devemos tirar o melhor proveito possível do que originalmente seria um termo injurioso. Quanto a Stalin, ele não reivindicou para si próprio outra coisa que não fosse a condição de fiel seguidor de Lênin e do leninismo. Devemos tornar nosso dever capacitar toda a classe operária consciente a saber que 'stalinismo' é bolchevismo e leninismo; que stalinismo significa a vitória do proletariado, a vitória do socialismo, a ditadura do proletariado; que significa todo o apoio fraternal às lutas dos proletariados de outros países e às lutas de libertação nacional; que significa uma luta resoluta e inflexível contra o imperialismo, o revisionismo e toda a reação. Devemos familiarizar os operários com a essência revolucionária da palavra 'stalinismo' e devemos ajudar e encorajá-los a repudiarem completamente aqueles que usam as palavras 'stalinista' e 'stalinismo' como termos ofensivos. Este é nosso dever sagrado. Devemos tornar conhecimento comum que os círculos dirigentes revisionistas da União Soviética não eram 'stalinistas', nem nessa classificação estão a KGB, a IS, o IMG ou o SLL. Todos esses pertencem à categoria de degenerados políticos contrarevolucionários, anti-Stalin, antibolcheviques. Stalin foi um grande revolucionário, um grande defensor do bolchevismo, um grande defensor do leninismo e da ditadura do proletariado, que marchou à frente do povo soviético e os povos do mundo, na luta pela vitória do socialismo na URSS e na luta contra o fascismo e o imperialismo mundial. Sob sua sábia direção, os povos da URSS e os povos do mundo deram passos gigantescos adiante e alcançaram vitórias importantes. É por isso que todos os revolucionários do mundo reverenciam a memória de Stalin e a própria menção de seu nome inspira sentimentos de amor, respeito e gratidão entre os revolucionários. E é exatamente por isso que o nome de Stalin evoca tanto ódio da parte dos trotskistas, revisionistas e outros reacionários. Quanto às razões para o surgimento do revisionismo no PCUS, após a morte de Stalin e as concomitantes reformas econômicas capitalistas, pertencem a outra parte e devem ser tratadas separadamente. Não podem ser tratadas neste momento. Assim, em conclusão, digamos apenas que, a despeito das profecias de ruína por parte de Trotsky, o socialismo foi construído na URSS. Não há dúvida a este respeito, e mesmo Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte II Trotsky não teve opção senão reconhecê-lo relutantemente, embora ao mesmo tempo tenha atribuído todo sucesso na construção socialista à "propriedade socializada". Que este sucesso não foi devido apenas à "propriedade socializada" mas também à qualidade da direção, esperamos já ter plenamente demonstrado. O próprio fato de que o socialismo foi construído com sucesso na URSS constitui a melhor refutação do trotskismo. A construção do socialismo na URSS mostrou a completa inutilidade da teoria de Trotsky da 'revolução permanente'; mostrou que o conceito de Trotsky da realidade não estava de acordo com a própria realidade. Trotsky poderia ter mudado suas idéias para que elas ficassem mais de acordo com a realidade. Em vez disso, preferiu distorcer a realidade, para fazê-la ajustar-se a suas idéias inteiramente falidas. Por isso ele adotou a posição de opor-se à construção do socialismo na URSS, quando a URSS estava, pela construção do socialismo, desenvolvendo e avançando a revolução mundial da única forma pratica na época. Ao adotar esta posição, de oposição à construção do socialismo, Trotsky se tornou um agente, ideológica e organizacionalmente, da burguesia e do imperialismo contra-revolucionários. Concluindo que a classe operária não estava preparada para apoiar suas teorias falidas, Trotsky e seus seguidores começaram a recorrer cada vez mais ao terrorismo. Finalmente, verificando que suas próprias forças eram inadequadas, eles escolheram fazer uma aliança com os Estados fascistas, a fim de derrubar o Estado soviético e restaurar o capitalismo na URSS. Suas ações contrarevolucionárias foram reveladas plenamente nos famosos Julgamentos de Moscou, que serão tratados a seguir. 155
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV
Trotskismo X Leninismo Lições da História
Harpal Brar Tradução – Pedro Castro
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Parte IV Duas Linhas sobre a Revolução Chinesa: A Linha do Comintern e a Linha da Oposição Trotskista Capítulo 13 O Trotskismo em Relação ao Movimento Comunista Internacional................03
Capítulo 14 Por que a Oposição Trotskista na União Soviética Cometeu o Tipo de Erros que Cometeu em Relação à Revolução Chinesa?..................................................21
Capítulo 15 A Concepção de Frente Única que o Comintern Transmitiu ao Partido Comunista Chinês.......................................................................................................35
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Parte IV Duas Linhas sobre a Revolução Chinesa: A Linha do Comintern e a Linha da Oposição Trotskista "Stalin é o verdadeiro amigo da causa da libertação do povo chinês. Nenhuma tentativa de semear dissensão, nenhuma mentira ou calúnia podem afetar o amor e o respeito de todo o povo chinês por Stalin e nossa genuína amizade pela União Soviética." Mao Tsé-tung Capítulo 13 O Trotskismo em Relação ao Movimento Comunista Internacional Há várias questões que podem ser consideradas sob este título - questões como, por exemplo, a Revolução Chinesa e a linha da oposição trotskista e a linha da Internacional Comunista (Comintern) a respeito dessa revolução; a questão da Guerra Civil Espanhola; o Pacto 'Hitler-Stalin', etc. Esses temas causaram disputas e confusões furiosas no passado e ainda são de tremenda importância e interesse no movimento da classe operária internacional. São temas de grande importância, pelo fato de que, a menos que o movimento da classe operária aprenda suas lições com o seu passado histórico, será incapaz de evitar e eliminar seus erros, e sem a eliminação desses erros será difícil, senão impossível, alcançar a realização de novos sucessos. Entretanto, não podemos, com justiça, tratar de todas essas importantes questões em apenas um capítulo. Decidimos, portanto, concentrar-nos neste capítulo em uma dessas questões, a saber, a questão da Revolução Chinesa e a linha da oposição trotskista (Trotsky, Zinoviev e Radek) e aquela do Comintern a esse respeito. Essa questão é da maior importância para o propósito de contestar os elementos trotskistas e outros elementos antileninistas que continuam a dizer que o Comintern e a "burocracia stalinista", isto é, o Partido Comunista da União Soviética (Bolcheviques), (CPUS(B), jogaram a Revolução Chinesa e os comunistas Chineses rio abaixo. É, portanto, de grande interesse para nós tratarmos da questão da Revolução Chinesa e desvendarmos quem realmente jogou os interesses da Revolução Chinesa rio abaixo. Pensamos que seria de muito interesse dos camaradas saberem que, no que se refere aos camaradas chineses (e os camaradas chineses fizeram uma revolução vitoriosa, o que é muito diferente dos trotskistas; os trotskistas nunca fizeram uma revolução vitoriosa nem seriam capazes de fazer uma revolução ao menos e até que eles deixassem de lado seu trotskismo, pois sem abandonar o trotskismo e sem adotar o marxismo-leninismo não pode haver revolução proletária), eles tinham um tremendo respeito pela linha da Internacional Comunista e pela linha de Stalin. No 60° aniversário de Stalin, eis o que Mao Tsé-tung disse: "Stalin é o dirigente da revolução mundial. Isso é de importância suprema. É um grande acontecimento que a humanidade está sendo abençoada com Stalin. Como nós Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV o temos, as coisas podem ir bem. Como vocês sabem, Marx está morto e também Engels e Lênin. Se não tivesse havido Stalin, quem teria dado as diretivas? Mas, tendoo, isto é realmente uma bênção. Agora existe no mundo uma União Soviética, um Partido Comunista e também um Stalin. Assim, as questões mundiais podem ir bem. Devemos saudá-lo, devemos apoiá-lo e devemos aprender com ele... Devemos aprender com ele sobre dois aspectos: sua teoria e sua prática" (Citado por Chen Po-Ta em Stalin on the Chinese Revolution). Essa declaração, ao que eu saiba, nunca foi repudiada pelo Camarada Mao Tsétung, o dirigente da revolução democrática popular, assim como o dirigente da revolução proletária na China, e portanto era a posição não apenas do camarada Mao Tsé-tung mas do Partido Comunista da China. Portanto, realmente, quando os trotskistas, que nada tinham a fazer com a Revolução Chinesa, exceto expor seus vários experimentos ultra-'esquerdistas' com o objetivo de objetivamente sabotar a luta do povo chinês, quando eles diziam que os comunistas chineses estavam sendo jogados rio abaixo pelo 'superburocrata' Stalin e pela 'panelinha burocrática' que dirigia a Rússia Soviética, então não devemos levar em conta suas palavras. Os pronunciamentos trotskistas não são senão mentiras, senão uma cobertura e camuflagem para suas próprias atividades que, como mostramos no último capítulo em referência à massa de evidências e às declarações dos 51 acusados nos julgamentos de Moscou, eram contra-revolucionárias. Os julgamentos de Moscou mostraram que o trotskismo tinha caído na prática contra revolucionária, porque seguiu uma política contra-revolucionária, e, quando descobriu que suas próprias forças eram insuficientes, fez aliança com Estados fascistas como Alemanha e Japão. Isso ficou provado fora de qualquer dúvida. E, portanto, quando os trotskistas afirmam hoje, como fez Trotsky e o resto da oposição no PCUS(B), durante os anos 20 e 30 do século XX, que os comunistas chineses foram jogados rio abaixo, não devemos acreditar neles. Ao contrário, é nosso dever supremo repudiá-los. A fim de fazer justiça, temos de estudar o trotskismo, estudar o marxismo-leninismo, estudar o desenvolvimento concreto dos acontecimentos na URSS e no mundo e, depois, com base nesses estudos e pesquisas, provar especificamente porque o trotskismo é contra-revolucionário. Provamos que o trotskismo era contra-revolucionário na União Soviética - agora, provemos que o trotskismo era também contra-revolucionário no que se refere, por exemplo, à questão da Revolução Chinesa. No que diz respeito à questão da Revolução Chinesa, Trotsky e Zinoviev e o resto da oposição no PCUS(B) nunca cessaram de atacar o Camarada Stalin, de atacar o Comitê Central do PCUS(B) e de atacar o Comitê Executivo da Internacional Comunista, por levarem adiante uma política que eles alegavam significar apoio à burguesia nacional na China. Na verdade, esta alegação da oposição na União Soviética nada mais era do que uma fabricação e um embuste completos. De fato, a política da Internacional Comunista, do PCUS(B) e de Stalin era utilizar a burguesia nacional na China para estender e ampliar o quadro da revolução. Era uma política de fazer uso da burguesia nacional na luta antiimperialista, que estava então sendo empreendida pelo povo chinês e que, naquela época particular, a burguesia nacional chinesa estava
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV realmente empreendendo uma luta contra o imperialismo. Esta era a política da Internacional Comunista e, como disse o camarada Stalin: "É um infortúnio da oposição que ela não consegue viver sem mexericos e distorções." Sim, de fato era um infortúnio não somente da oposição trotskista - era um infortúnio de todas as alianças e oposições desonestas. Era um infortúnio de todos os contra-revolucionários e oportunistas que eles não podiam viver sem mexericos. Vemos isso no movimento de esquerda hoje - não continuam nos dias atuais se empenhando em mexericos os trotskistas? Não estão os amigos dos trotskistas no próprio movimento anti-revisionista? As análises do Comintern sobre a Revolução Chinesa Qual era a análise do Comintern em relação à Revolução Chinesa? O Comintern apresentou a seguinte análise em relação à Revolução Chinesa, no que dizia respeito ao caráter e perspectivas da Revolução Chinesa. O Comintern entendia que o principal caráter da Revolução Chinesa era antifeudal, porque o feudalismo e os sobreviventes do feudalismo eram o fator mais predominante no interior chinês. A China, na época, por sua vez, tinha uma população de 450/450 milhões de pessoas, das quais 350 a 400 milhões de pessoas (dependendo de qual era a população) viviam no campo. Cerca de 90% da população era de camponeses que eram explorados ao extremo pelo feudalismo e, portanto, o aspecto mais predominante da Revolução Chinesa era a luta contra o feudalismo. Em outras palavras, a Revolução Chinesa, de acordo com a análise do Comintern, era uma revolução agrária ponta-de-lança contra o feudalismo e contra, certamente, a estrutura burocrática-militarista que restava em sua estrutura feudal. Este era o caráter da Revolução Chinesa. O que é uma revolução agrária? É um despropósito falar de uma revolução agrária, a menos que ela seja dirigida contra o feudalismo. Não se pode falar de uma revolução como sendo agrária a menos que a revolução em questão seja dirigida contra o feudalismo. Uma revolução agrária é a base e o conteúdo da revolução democrática burguesa. Uma revolução democrática burguesa, como se costumava dizer nos velhos tempos, é agora chamada uma revolução democrática popular. Nós a chamamos uma revolução democrática popular porque é dirigida mais pelo proletariado do que pela burguesia, porque somente o proletariado, em países coloniais e semi coloniais, está interessado em levar a cabo uma completa revolução democrática burguesa e, portanto, é a única força que pode dirigir uma revolução democrática burguesa. Mais do que isso, o proletariado é a única força que pode levar o povo do estágio democrático burguês para o estágio socialista da revolução, enquanto a burguesia, em um ou outro estágio, faz acordos com o imperialismo e também com o feudalismo. Como, em última análise, é o proletariado que dirige a luta por uma revolução democrática burguesa, chamamo-la de revolução democrática popular.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV A revolução na China era de natureza democrática burguesa, ou o que agora chamamos de natureza democrática popular, naquela época específica. A ponta-delança da luta era dirigida contra o feudalismo. Porém, a revolução democrática burguesa na China não era do velho tipo - não era uma revolução democrática burguesa como todas as revoluções democráticas burguesas prévias que já tinham acontecido, por exemplo, na Inglaterra. Na Inglaterra, a revolução democrática burguesa foi de um tipo inteiramente diferente da revolução democrática burguesa na China. Por quê? Porque na China e em outros países atrasados e semicoloniais, como a China era nessa época particular, a revolução democrática burguesa não pode deixar de ser também uma revolução antiimperialista. Por quê? Porque é o imperialismo que apóia toda a estrutura do feudalismo, todo o tecido do feudalismo. É o imperialismo que sustenta, inspira, apóia e preserva o feudalismo e luta ao lado do feudalismo. Isso é um fato - e, portanto, se os povos, em qualquer país colonial ou semicolonial (como a China era naquela época), querem lutar contra o feudalismo, eles não podem senão, ao mesmo tempo, estar envolvidos em uma luta revolucionária pela derrubada do imperialismo, porque os interesses do imperialismo estão intimamente entrelaçados com os interesses da classe dirigente feudal. Portanto, a revolução democrática burguesa na China, de acordo com a linha do Comintern, era também uma revolução antiimperialista. A análise de Trotsky da Revolução Chinesa Qual era o ponto de vista da oposição trotskista quanto ao caráter da Revolução Chinesa? Seria de interesse saber a posição de Trotsky e daí do resto da oposição. Trotsky subestimava e não dava importância decisiva à força do feudalismo. De acordo com ele, o feudalismo não tinha qualquer importância particular. Ele entendia que a principal razão para a Revolução Chinesa era a dependência aduaneira do Estado chinês dos países imperialistas e, isso, de acordo com Trotsky, era o que tornava a revolução Chinesa uma revolução antiimperialista. Assim, a posição de Trotsky era que a revolução chinesa era uma revolução pela autonomia dos direitos aduaneiros do Estado, uma revolução para abolir a dependência dos direitos aduaneiros do Estado do imperialismo. Houve vários tratados desiguais impostos à classe dirigente pelo imperialismo e, de acordo com Trotsky, a Revolução Chinesa era antiimperialista porque significava abolir esses tratados desiguais. Esta era a posição que Trotsky defendia sobre o caráter da Revolução Chinesa. Trotsky não dava qualquer importância à sobrevivência do feudalismo, ao fato de que a estrutura burocrática militar inteira - os senhores da guerra e tudo o mais estava assentada no topo do feudalismo. Trotsky e o resto da oposição não foram capazes de ver que o feudalismo e o que tinha restado do feudalismo eram o aspecto mais predominante no interior chinês. Permitam-nos referir-nos à tese que Trotsky submeteu, em maio de 1927, ao Comitê Central do PCUS(B) e ao Comitê Executivo do Comintern. Eis o que Trotsky disse em sua tese:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV "Fundamentalmente insustentável é a tentativa de Bukharin de justificar sua linha de compromisso oportunista com referência ao alegado papel predominante dos 'remanescentes feudais' na economia da China. Mesmo que a avaliação de Bukharin da economia chinesa fosse baseada em uma análise econômica e não apenas em definições escolásticas, em todo caso, os 'remanescentes feudais' não poderiam justificar a política que tão manifestamente facilitou o Golpe de Abril. A Revolução Chinesa apresenta um caráter burguês nacional pela razão básica de que o desenvolvimento das forças produtivas do capitalismo chinês está sendo bloqueado pela dependência dos direitos aduaneiros do Estado dos países imperialistas" (Trotsky, The Chinese Revolution and Stalin's Theses) (ênfase minha HBJ. Não se pode querer, muito menos conseguir, evidência mais clara do que Trotsky pensava da Revolução Chinesa. Ele caracterizava a Revolução Chinesa como uma revolução antidependência dos direitos alfandegários do Estado, uma revolução que era dirigida contra o imperialismo por um único propósito, abolir os tratados desiguais que tornavam a China dependente de vários países imperialistas no que diz respeito aos direitos aduaneiros do Estado. O que temos aqui nas teses de Trotsky é uma negação do papel predominante dos resquícios do feudalismo na China. De acordo com Trotsky, esses resquícios eram insignificantes, não tinham nenhuma conseqüência. Insistimos em reiterar isso, porque é o ponto central das questão, porque a menos e até que se seja capaz de definir o caráter de uma revolução, o conseqüente sucesso da revolução está simplesmente fora de questão. As teses de Trotsky são uma prova eloqüente de que ele se equivocou ao entender porque no campo chinês os senhores da guerra, os vários governantes militares, espoliavam o povo, exploravam ao máximo a população; que a venda de mulheres e moças era ainda praticada na China - e, todavia, para Trotsky os resquícios do feudalismo não eram importantes no campo chinês. Tal era o ponto de vista de Trotsky sobre o caráter da Revolução Chinesa. Stalin estava absolutamente certo em caracterizar este ponto de vista como "aquele de um conselheiro estatal de 'Sua Alteza' Chang Tso-lin". Isso era absolutamente correto, porque Trotsky tinha de fato migrado para o ponto de vista dos oficiais de 'Sua Alteza' Chang Tso-lin. Por quê? porque mesmo os mais raivosos reacionários, como Chang Tso-lin e Chiang Kai-shek, realmente apresentaram a exigência de que os tratados desiguais impostos pelo imperialismo na China fossem abolidos. Seguramente o proletariado seria capaz de ir mais longe do que isso. Aqui temos autor de frases ultra-'esquerdistas', o próprio Trotsky, dizendo que só o que importava na Revolução Chinesa era a abolição dos tratados aduaneiros estatais. Como Stalin colocou: "Se o ponto de vista de Trotsky estiver correto, então deve-se admitir que Chang Tso-lin e Chiang Kai-shek estavam certos em não quererem revolução agrária ou dos operários e em propugnarem apenas pela abolição dos tratados desiguais e o estabelecimento da autonomia de direitos aduaneiros para a China" (ênfase de Stalin). Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV E adiante, fazendo uma comparação e resumo das linhas do Comintern e de Trotsky, continua Stalin: "(a) a linha do Comintern, que leva em conta a existência dos remanescentes feudais na China, como a forma predominante de opressão, a importância decisiva do poderoso movimento agrário, a ligação entre os remanescentes feudais e o imperialismo e o caráter democrático burguês da revolução chinesa com sua luta dirigida contra o imperialismo; (b) a linha de Trotsky, que nega a importância predominante da opressão militarista feudal, deixa de apreciar a importância decisiva do movimento revolucionário agrário na China e atribui o caráter antiimperialista da revolução chinesa apenas aos interesses do capitalismo chinês, que estaria exigindo independência de direitos aduaneiros para a China. O erro básico de Trotsky (e daí da oposição) é que ele subestima a revolução agrária na China, não entende o caráter democrático burguês daquela revolução, nega a existência das pré-condições para um movimento agrário na China, envolvendo muitos milhões, e subestima o papel do campesinato na revolução chinesa" (Stalin: Revolution in China and the Tasks of the Comintern, discurso proferido no 10° Encontro do 8o pleno do Comitê Executivo da Internacional Comunista (ECCI), 24 de maio de 1927). Porém, a maioria de vocês saberá que este ponto de vista particular de Trotsky, seu desprezo pela influência do feudalismo na sociedade chinesa, seu desprezo pela influência dos remanescentes do feudalismo no campo chinês, não era novo para Trotsky. Toda a teoria da 'revolução permanente' é uma negação do papel do campesinato. De fato, um dos aspectos característicos do trotskismo, em sua luta contra o bolchevismo - contra o leninismo -, tem sido sua subestimação, sua negação do papel do campesinato. Essa subestimação, essa negação do papel do campesinato, está no âmago da teoria da 'revolução permanente'. É a teoria da 'revolução permanente', com sua subestimação, sua negação, do papel do campesinato, que por si só explica a degeneração do trotskismo, que terminou por fazer uma aliança com o fascismo. A teoria da 'revolução permanente' não poderia senão levar Trotsky a negar o papel do campesinato. Não foi a primeira vez que Trotsky negava o papel do campesinato, quando ele deixou de ver os remanescentes feudais na China. Trotsky fez o mesmo em 1905. Ele repetiu seu erro 'original' logo antes da revolução de fevereiro de 1917 na Rússia. Trotsky afirmava que, por causa da contínua diferenciação entre o campesinato, a dominação do imperialismo e porque o proletariado estava colocado contra a burguesia (desde que "o imperialismo põe em choque não a nação burguesa contra o velho regime, porém o proletariado contra a nação burguesa": Trotsky), o papel do campesinato russo tinha declinado, o campesinato russo não iria longe no papel importante a ele atribuído formalmente - e que, conseqüentemente, a revolução agrária não mais teria a importância até então atribuída a ela.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Permitam-nos, camaradas, citar a resposta de Lênin a essas afirmações 'esquerdistas' absurdas de Trotsky. Em um artigo escrito em 1915, eis o que Lênin disse sobre o papel do campesinato na revolução democrática burguesa na Rússia: "Essa teoria original de Trotsky [referindo-se à revolução permanente de Trotsky] toma emprestado dos bolcheviques seu apelo a uma luta revolucionária resoluta pelo proletariado e para a conquista do poder político por este, e dos mencheviques a 'negação' do papel do campesinato. O campesinato, ele diz, tem se desintegrado em estratos, tem se tornado diferenciado; seu papel revolucionário potencial tem declinado firmemente; uma revolução 'nacional' é impossível na Rússia; 'Nós estamos vivendo na era do imperialismo' e 'o imperialismo põe em choque não a nação burguesa contra o velho regime, mas o proletariado contra a nação burguesa'. Aqui temos um exemplo divertido de 'malabarismo com palavras': imperialismo! Se na Rússia o proletariado está já em posição antagônica à 'nação burguesa', então isso significa que a Rússia está encarando diretamente uma revolução socialista!! Então, o slogan 'confisco da terra dos proprietários de terra' (que Trotsky, após a Conferência de Janeiro de 1912, lançou de novo em 1915) é inverídico e não devemos falar de um 'governo revolucionário dos operários' mas de um governo 'socialista' dos operários!! Até que ponto vai a confusão de Trotsky pode-se ver em sua frase de que o proletariado deveria, por sua determinação, levar com ele as 'massas populares (!) não proletárias' (N° 217)!! Trotsky não parou para pensar que, se o proletariado leva com ele as massas não proletárias do campo para confiscar a terra dos proprietários de terra e para a derrubada da monarquia, isso levaria ã sua conclusão a 'revolução burguesa nacional' na Rússia, que seria a ditadura democrática revolucionária do proletariado e do campesinato. Toda a década- a grande década - de 1905-1915 demonstrou que há duas, e somente duas, linhas de classe para a revolução russa. A diferenciação do campesinato intensificou a luta de classes dentro dele, conscientizou muitos elementos politicamente adormecidos, trouxe o proletariado rural para mais perto do proletariado urbano (os bolcheviques têm insistido na organização separada dos primeiros desde 1906, e introduziram esta demanda na resolução do Congresso Menchevique, de Estocolmo). Mas o antagonismo entre o 'campesinato' e os MartovsRamonovs-Khvostovs tornou-se mais forte, mais desenvolvido, mais agudo. Essa verdade é tão óbvia que mesmo milhares de frases em dúzias de artigos de Paris de Trotsky não podem refutá-la. Trotsky está de fato ajudando os políticos trabalhistas liberais na Rússia que entendem que a negação do papel do campesinato significa recusa a despertar os camponeses para a revolução! E esse é agora justamente o centro da questão" (Lênin). Como Stalin disse: "É essa peculiaridade do esquema de Trotsky - o fato de que ele vê a burguesia e vê o proletariado, mas não vê o campesinato e não entende seu papel na revolução democrática burguesa - é precisamente essa sua peculiaridade que constitui o principal erro da oposição na questão chinesa. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV É justamente isto que constitui o 'semimenchevismo' de Trotsky e da oposição na questão do caráter da revolução chinesa. Deste erro principal decorrem todos os outros erros da oposição, toda a confusão em suas teses sobre a questão chinesa" (Stalin, A Revolução na China e as Tarefas do Comintern, discurso proferido em 24 de maio de 1927). A caracterização do camarada Stalin da posição da oposição trotskista sobre a questão do caráter da Revolução Chinesa é absolutamente correta. Em um país onde as massas camponesas constituíam, como ocorria na China em 1927, 90% da população, onde os remanescentes feudais eram o fator mais predominante, qualquer um que negasse o papel dos remanescentes feudais, qualquer um que negasse que a natureza da revolução na China era antifeudal, estaria realmente contribuindo para desmobilizar o campesinato, estaria ajudando (quer o desejasse ou não) Chiang Kai-shek e 'Sua Alteza' Chang Tso-lin e seus oficiais. Estaria na verdade dizendo que, visto que a Revolução Chinesa não era antifeudal, as massas do povo, os milhões de camponeses, não podiam ser despertados pela revolução, nessa revolução agrária que era diretamente contra o feudalismo e contra o imperialismo. O que significava então a afirmação de Trotsky de que o caráter antiimperialista da Revolução Chinesa era apenas atribuível aos interesses do capitalismo chinês, que estava então exigindo a abolição dos tratados desiguais, isso é, exigindo independência de direitos aduaneiros? Esta afirmação eqüivalia dizer que a revolução urguesa não poderia passar, e não passaria a uma revolução socialista. Por quê? Porque era apenas a burguesia chinesa, apenas os Chiang Kai-sheks e os Chang Tso-lins, que estavam realmente interessados na abolição dos tratados desiguais impostos pelo imperialismo e no estabelecimento da autonomia dos direitos aduaneiros. Por que deveriam o proletariado e as amplas massas do campesinato estarem particularmente interessadas em uma revolução cujo objetivo era o estabelecimento da autonomia dos direitos alfandegários para a China? Portanto, quem quer que afirmasse que o real propósito da revolução era alcançar a independência dos direitos alfandegários, que esta era a essência da Revolução Chinesa, que a Revolução Chinesa era antiimperialista apenas em razão da existência dos tratados desiguais impostos aos capitalistas chineses, então, seguramente, estaria dando apoio direto aos Chang Tso-lins chineses, aos Chiang Kai-sheks chineses, porque eles estavam desorganizando, desmobilizando, ou se recusando a mobilizar o campesinato para a revolução agrária e também assegurando que a direção da "evolução permanecia nas mãos da burguesia, já que somente esta estava interessada na autonomia dos direitos alfandegários. É exatamente este o estado de coisas, camaradas. Esse foi o erro principal da oposição trotskista na União Soviética sobre a questão da Revolução Chinesa. E desse erro principal, de sua análise equivocada da Revolução Chinesa, fluem os outros erros e confusões, todos os infortúnios da oposição. Outros erros da oposição trotskista Quais são os outros erros, os outros infortúnios da oposição? Quais são as outras conclusões erradas que daí advêm? Por causa de sua análise errada do caráter da Revolução Chinesa, a oposição sempre advogou uma política incorreta. Examinemos alguns dos erros importantes da oposição. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Erro 1: "Incongruência lógica" de Trotsky a respeito de Wuhan No período da frente única nacional (o período de Cantão), particularmente o período entre 1925 e 12 de abril de 1927, por algum tempo Trotsky e o resto da oposição defenderam que os comunistas deveriam retirar-se do Kuomintang. Primeiro, umas poucas palavras sobre o Kuomintang nesse período: era um bloco de várias classes oprimidas - era um bloco da burguesia nacional, dos pobres urbanos, do campesinato, da intelligentsia pequeno-burguesa e do proletariado. Era um bloco basicamente de quatro classes. Entre 1925 e 12 de abril de 1927, a burguesia nacional desempenhou um papel progressista (falaremos disso mais adiante). Trotsky exigia que o proletariado, o Partido Comunista da China (CPC) deveria retirar-se do Kuomintang. Por quê? Porque, de acordo com ele, a burguesia era sempre contra-revolucionária. Trotsky obviamente tinha a revolução russa como modelo (Trotsky já tinha se mostrado errado a respeito da revolução russa, mas, de qualquer modo, uma vez a Revolução Russa tendo sido vitoriosa, seguindo as teses de Lênin, Trotsky então tomou a Revolução Russa como modelo para todos os outros países) deixando de compreender que a Rússia era um país imperialista, enquanto a China era um pais oprimido naquela época específica; que a burguesia de um país imperialista, que é completamente contra-revolucionária, não poderia ser comparada com a burguesia de um país oprimido, que tinha seus próprios ódios e queixas do imperialismo. Ela também tinha motivos de sobra para lutar contra o imperialismo e, portanto, durante um certo período de tempo, sob condições específicas particulares, a burguesia podia realmente tornar-se aliada do proletariado. Ninguém está dizendo que uma aliança temporária entre o proletariado e a burguesia exige que o proletariado se funda com a burguesia. Não, camaradas, este não é o conceito comunista de tal aliança. Nosso conceito de uma aliança com a burguesia é que o proletariado em nenhuma época deve ser prejudicado em seu trabalho de organização independente, organizando o proletariado, organizando o campesinato, organizando as amplas massas do povo sob seu próprio programa independente. E, na medida em que o PCC estava no Kuomintang, não somente não foi prejudicado em seu trabalho de organização independente das grandes massas do povo pela revolução como, na verdade, pelo próprio fato de pertencer ao Kuomintang, sua capacidade real de organizar independentemente e dirigir as massas estaria aumentada (e voltaremos a isso mais adiante). Em abril de 1927, a burguesia nacional desertou da revolução quando, no dia 12, lançou seu golpe. A ala direitista do Kuomintang, dirigida por Chiang Kai-shek, começou a massacrar os comunistas. A burguesia nacional estabeleceu seu centro contra-revolucionário em Nanking. Assim, a burguesia nacional, desde 12 de abril de 1927, não continuaria ao lado da Revolução Chinesa - ela se ombreara com a contrarevolução e o imperialismo. O que foi que ocasionou a deserção da burguesia nacional? Foi o medo da revolução agrária, e, em segundo lugar, a pressão sobre a panelinha de Chiang Kai-shek aplicada pelo imperialismo em Xangai.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Após ter a burguesia nacional desertado da revolução, a ala esquerda do Kuomintang estabeleceu seu centro revolucionário em Wuhan. Wuhan tornou-se a base para o máximo desenvolvimento da revolução agrária, que era dirigida pelo partido Comunista. Como a oposição trotskista caracterizou Wuhan, e qual foi sua atitude em relação a Wuhan? Trotsky descreveu Wuhan como uma "ficção".Embora Trotsky descrevesse Wuhan como uma "ficção", ele não advogava a retirada dessa "ficção" do PCC, que era aliado na época da ala de esquerda do Kuomintang, em Wuhan. Permitam-me citar uma passagem do discurso de Stalin, que descreve corretamente a atitude de Trotsky - "essa incongruência 'lógica'"-em relação a Wuhan. Eis o que disse Stalin: "Suponhamos que Wuhan seja uma ficção. Mas se Wuhan é uma ficção, por que Trotsky não insiste numa luta determinada contra Wuhan? Desde quando os comunistas têm apoiado ficções, participado de ficções, permanecido na direção de ficções e assim por diante? Não é um fato que os comunistas têm o dever de lutar contra ficções? Não é um fato que, se os comunistas evitam lutar contra ficções, isso significa iludir o proletariado e o campesinato? Por que, então, Trotsky não propõe que os comunistas devam lutar contra esta ficção, ao menos pela retirada do Kuomintang de Wuhan e do governo de Wuhan? Por que Trotsky propõe que eles permaneçam nessa ficção e não se retirem dela? Onde está a lógica nisto? Não será esta incongruência explicada pelo fato de que Trotsky assume uma atitude arrogante em relação a Wuhan e chama-a de ficção, e depois fica com medo e evita extrair a conclusão apropriada de suas teses?" Tal era a posição de Trotsky sobre a questão de Wuhan. Examinemos a posição de Zinoviev, que era ainda mais peculiar. Zinoviev descreveu o governo de Wuhan como um governo kemalista; um governo do período de 1920 na Turquia, dirigido por Kemal. Esta descrição do governo de Wuhan como um governo kemalista surgiu diretamente do fato de que a oposição (Zinoviev, Radek e Trotsky) mais de uma vez confundiu a Revolução Chinesa com a revolução kemalista na Turquia. O que é uma revolução kemalista? É uma revolução do estrato superior, da burguesia mercantil, contra o imperialismo, que já de início é dirigida contra os operários e os camponeses. É uma revolução que fica presa em seu primeiro estágio e simplesmente não tem como passar para uma revolução socialista. Um governo kemalista, portanto, é um governo que não luta contra o feudalismo. Tal governo luta contra os operários e camponeses e, portanto, não há lugar para comunistas em tal governo. Se se acreditar realmente que o governo de Wuhan foi um governo kemalista, então, pode-se chegar apenas à conclusão de que seria absolutamente necessária uma luta determinada contra Wuhan - a derrubada do governo de Wuhan. Como Stalin disse:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV "Mas é isso que as pessoas comuns, com a lógica humana comum, podem pensar." Não era como Zinoviev pensava. Ele caracterizou o governo de Wuhan como um governo kemalista. A conclusão a ser sacada disso: uma luta determinada contra Wuhan, a derrubada do governo de Wuhan. Porém, Zinoviev não apenas não advogava a derrubada do governo de Wuhan. Ele realmente propunha que fosse dado um apoio mais enérgico a ele. Eis o que Zinoviev diz em sua tese, distribuída na plenária do Comitê Central do PCUS, em abril de 1927: "É necessário prestar a mais enérgica assistência e em todos os campos ao Hankow1 e organizar a resistência deste contra os Cavaignacs. O futuro imediato deveria ser concentrado precisamente em facilitar a organização e a consolidação em Hankow." O comentário de Stalin sobre esta posição peculiar de Zinoviev foi: "Entenda isso se você puder!" Sim, camaradas, entendam isso, se puderem! Trotsky disse que Wuhan era uma "ficção", que "até agora ele (Wuhan) não é nada, ou praticamente nada". A conclusão a ser sacada disso: uma luta determinada contra Wuhan, a derrubada do governo de Wuhan, uma luta determinada contra essa "ficção" e a derrubada pelos comunistas dessa "ficção". Mas Trotsky não advogava tal luta contra essa "ficção". Zinoviev caracterizou o governo de Wuhan como um governo kemalista. A conclusão a sacar disso: a derrubada imediata pelos comunistas do governo kemalista e uma luta "enérgica" contra esse governo, para que ele fosse derrubado. Porém, esta não era a conclusão, à qual somente poderia chegar " gente comum com lógica comum", a que Zinoviev chegou. Ele chegou à conclusão de que a esse governo deveria ser prestada "a mais enérgica assistência e em todos os campos". Entendam isso, camaradas, se puderem! Trotsky e Zinoviev, tendo descrito o governo de Wuhan como uma "ficção" e um governo kemalista, não advogaram uma luta determinada contra essa "ficção", contra o kemalismo estabelecido. Tendo descrito o governo de Wuhan nos termos antes descritos, Trotsky e Zinoviev começaram a ficar com receio e não sacaram a única conclusão possível de sua própria caracterização do governo de Wuhan como uma "ficção" e um governo kemalista; a saber, que era necessário empreender uma luta determinada contra essa "ficção" e contra o kemalismo estabelecido. Em lugar disso, eles queriam que os comunistas chineses participassem do governo de Wuhan e disseram que deveria ser prestada"a assistência mais enérgica e em todos os campos" a essa "ficção", este governo kemalista. Tal era a confusão em que a oposição trotskista se encontrava. Tal era o palavreado a que a oposição trotskista recorria, porque tinha feito uma análise errada do caráter e das perspectivas Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV da Revolução Chinesa, porque o ponto inicial da oposição era a teoria "absurdamente esquerdista" da 'revolução permanente', teoria da qual derivavam todos os infortúnios e todas as tragédias, todos os erros - grandes e pequenos - da oposição. Eis como Stalin resumiu a confusão da oposição no ponto ora em discussão: "O que tudo isso mostra? Mostra que a oposição enredou-se em suas contradições. Perdeu a capacidade de pensar logicamente, perdeu todo o sentido de perspectiva. “Confusão do pensamento e perda de todo o sentido de perspectiva sobre a questão de Wuhan — tal é a posição de Trotsky e da oposição, se é que confusão pode ser descrita como uma posição.” Passemos agora ao segundo erro da oposição, um erro que também resultou ia análise equivocada da oposição sobre a questão da Revolução Chinesa.
Erro 2: A exigência da oposição de estabelecimento dos sovietes enquanto os comunistas participavam do governo de Wuhan Ao mesmo tempo que a oposição eslava exigindo que o governo de Wuhan fosse "energicamente" apoiado (ver a tese de Zinoviev), exigia também o imediato estabelecimento dos sovietes dos deputados operários e camponeses na China. O que a criação dos sovietes significava? A tese especial do 2o Congresso :o Comintern a respeito da questão dos sovietes dizia muito categoricamente que: "Sem uma revolução proletária, inevitavelmente os sovietes se tornarão um travesti de sovietes" (Tese Especial do 2o Congresso da Internacional Comunista: Quando e em que circunstâncias os sovietes de operários e deputados podem ser formados). O que significava então a formação dos sovietes? Qual era o seu propósito? D propósito dos sovietes era passar da existência dos órgãos da luta revolucionária por uma luta determinada contra o governo para uma luta determinada pela derrubada do sistema de poder existente. Se os sovietes não existissem com esse propósito, se não fossem centros organizacionais para a revolução, se de fato (e este era aspecto mais importante dos sovietes) não fossem órgãos de uma insurreição contra o sistema estatal existente, então estariam destinados a degenerarem e se tornarem locais para conversas vazias, casas de brinquedos. Eis o que Lênin disse sobre a questão da formação dos sovietes de deputados operários: "Os sovietes dos deputados operários são órgãos de luta direta das massas ...Não foi algum tipo de teoria, nem apelos por parte de alguém, nem a Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV tática Lnventada por alguém, nem uma doutrina partidária, mas a lógica dos fatos que pôS ante esses órgãos de massa, não partidários, a necessidade de uma insurreição, e fez deles instrumentos de uma insurreição. E estabelecer tais órgãos na época atual significaria criar órgãos de uma insurreição, e clamar por seu estabelecimento é clamar por uma insurreição. Esquecer isso, ou escondê-lo das vistas da massa do povo, seria a miopia mais imperdoável e a pior das políticas." E adiante: "A experiência completa de ambas as revoluções, a de 1905 e a de 1917, e todas as decisões do Partido Bolchevique, todas suas declarações políticas por muitos anos no passado, concentra-se nisso - que um Soviete de Deputados Operários e Soldados somente é praticável como órgão da insurreição, somente como um órgão do poder revolucionário. Se este não é o seu propósito, os sovietes se tornam brinquedos sem sentido que se limitam a disseminar a apatia, a indiferença e a desilusão nas massas, que muito naturalmente se tornam fartas da repetição sem fim de resoluções e protestos." Sendo assim, a conclamação para a formação dos sovietes de deputados operários e camponeses, na primavera de 1927, na área do governo de Wuhan, significaria conclamação para uma insurreição contra o poder da esquerda do Kuomintang e que, nesta época, era revolucionário, e em cujas áreas o movimento estava se desenvolvendo rapidamente. Seria oportuna tal conclamação? Dificilmente se precisaria provar que não. Tal conclamação teria sido equivalente a 'passar por cima' da fase da revolução do Kuomintang. Guiada, como a oposição era, pela teoria da 'revolução permanente', com sua subestimação do papel do campesinato, estava destinada a saltar a fase da revolução do Kuomintang. O desejo de queimar etapas da revolução é um efeito necessário da crença de alguém na teoria da 'revolução permanente'. Sendo este o caso, é surpreendente que atualmente os trotskistas estejam sempre atribuindo abusos à Frente de Libertação Nacional (FLN) do Vietnã do Sul por não ter um "programa socialista", que estejam sempre acusando os palestinos de não alcançarem o socialismo antes de recuperarem seus lares perdidos e seu país, a Palestina? Não, não é. O segundo ponto sobre os sovietes é que não se pode conclamar pelo estabelecimento de sovietes de operários e camponeses e todavia defender que eles participarão no governo que esses sovietes estão buscando derrubar. Não podemos clamar por uma insurreição contra um governo e, contudo, participar desse governo. Seria equivalente a clamar pela nossa própria derrubada. Dificilmente será necessário dizer que tal esquema 'esperto' não poderia ser descrito senão como pura loucura. Contudo, foi essa pura loucura que a oposição trotskista advogou a respeito da formação dos sovietes na China. A oposição exigiu que os comunistas chineses apoiassem o governo de Wuhan, que o Partido Comunista não retirasse seu apoio ao governo de Wuhan e que os comunistas desenvolvessem seu trabalho dentro do governo de Wuhan. Mas a oposição também propunha ao PCC o imediato estabelecimento dos sovietes, o que criaria a dualidade de poder; criaria órgãos de insurreição contra o próprio governo do qual era membro. Entenda isso se você puder! Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV A criação dos sovietes significa a criação de um poder dual e, uma vez criado o dualismo do poder, a questão de quem possui de fato todo o poder, quem é que tem o poder do Estado, não pode senão ser levantada de forma contundente. Clamar pelo estabelecimento dos sovietes é clamar pelo estabelecimento dos órgãos insurrecionais "e clamar por seu estabelecimento significaria clamar por uma insurreição". Somente pessoas superficiais e levianas como Trotsky, pessoas que romperam com o marxismo-leninismo, poderiam dizer que os sovietes deveriam ser criados e, ao mesmo tempo, exigir que os comunistas participassem do próprio governo que esses sovietes tentariam derrubar. Quando foram criados os sovietes, na Rússia de 19172, não poderia entrar na cabeça dos bolcheviques advogar a participação bolchevique no governo provisório. Assim, a oposição trotskista no PCUS enredou-se desesperadamente numa contradição pela simples razão de que: Primeiro: ela confundiu a revolução democrática burguesa na China com uma revolução proletária. A questão da formação dos sovietes só podia ser levantada quando a vitória completa da revolução democrática popular (democrática burguesa, na velha terminologia) se aproximasse e os caminhos da transição para a revolução proletária se tornassem claros; Segundo: ela confundiu a revolução democrática burguesa na China com a revolução democrática burguesa de fevereiro de 1917 na Rússia, isto é, confundiu a revolução democrática burguesa em um país semicolonial, oprimido e explorado pelo imperialismo, com a revolução democrática burguesa em um país imperialista. Foi esta confusão que tornou a oposição cega à distinção entre a burguesia de um país oprimido, semicolonial, que pode, por um período limitado, desempenhar, e desempenhou, um papel antiimperialista progressista, e a burguesia de um país imperialista, como a Rússia (antes da revolução), que não podia, e não pôde, desempenhar um papel progressista. Foi por causa dessa confusão que a oposição mergulhou num tumulto desesperado. Resumindo: A linha do Comintern e a linha da oposição trotskista Para resumir as duas linhas, a linha do Comintern e a linha da oposição trotskista, sobre a Revolução Chinesa, permitam-nos citar algumas poucas passagens do discurso do camarada Stalin. Estas passagens são notáveis não somente por conterem, como contêm, um resumo perfeito das duas linhas sobre a Revolução Chinesa, mas também por uma caracterização brilhante da típica confusão e palavreado, tão característicos do trotskismo. Eis o que Stalin disse: "E assim, temos diante de nós duas linhas inteiramente diferentes sobre a questão chinesa - a linha do Comintern e a linha de Trotsky e Zinoviev. A linha do Comintern
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV As remanescentes sobrevivências feudais e a superestrutura burocrática militar sobre as quais elas repousam e que recebem todo o apoio dos imperialistas de todos os países são os fatos básicos da vida chinesa hoje. A China no momento está passando por uma revolução agrária dirigida tanto contra os remanescentes feudais quanto contra o imperialismo. A revolução agrária constitui a base e o conteúdo da revolução democrática burguesa na China. O Kuomintang em Wuhan e o governo de Wuhan são o centro do movimento revolucionário democrático burguês. Nanquim e o governo de Nanquim são o centro da contra-revolução nacional. A política de apoio a Wuhan é, ao mesmo tempo, uma política de desenvolvimento da revolução democrática burguesa, com todas as conseqüências resultantes disso. Daí a participação dos comunistas no Kuomintang de Wuhan e no governo revolucionário de Wuhan, uma participação que não exclui, mas pressupõe, críticas mais enérgicas pelos comunistas à tibieza e vacilação de seus aliados no Kuomintang. Os comunistas devem utilizar sua participação para facilitar o papel do proletariado de hegemonia na revolução democrática burguesa chinesa e apressarem o momento da transição para a revolução proletária. Quando o momento da vitória completa da revolução democrática burguesa se aproxima e quando, no decorrer da revolução burguesa, os caminhos da transição para a revolução proletária se tornem claros, terá chegado a época necessária ao estabelecimento dos sovietes dos deputados operários, camponeses e soldados, como elementos de um poder dual, como órgãos de luta por um novo poder, como órgãos de um novo poder, o poder soviético. Quando esta época chegar, os comunistas devem substituir o bloco dentro do Kuomintang por um bloco fora do Kuomintang, e o Partido Comunista deve tornar-se a única direção da nova revolução na China. Propor agora, como Trotsky e Zinoviev fazem, a formação imediata dos sovietes dos deputados operários e camponeses e o imediato estabelecimento do poder dual já, quando a revolução democrática burguesa está ainda em uma fase inicial de seu desenvolvimento e quando o Kuomintang representa a forma de organização da revolução democrática nacional mais adaptada e mais estreitamente correspondente aos aspectos específicos da China, seria desorganizar o movimento revolucionário, enfraquecer Wuhan, facilitar sua queda e prestar ajuda a Chang Tso-lin e Chiang Kaishek.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Os remanescentes feudais na China são uma ficção da imaginação de Bukharin Ou não existem em toda a China ou são tão insignificantes que não podem ter qualquer importância séria. Parece haver uma revolução agrária na China neste momento. Porém, de onde ela vem, somente o diabo sabe (risos). Porém, já que há essa revolução agrária, ela deve ser apoiada de alguma maneira. A principal coisa agora não é a revolução agrária, mas uma revolução pela independência dos direitos alfandegários da China, uma revolução antidireitos, por assim dizer. O Kuomintang de Wuhan e o governo de Wuhan são uma 'ficção' (Trotsky) ou um kemalismo (Zinoviev). Por um lado, o poder dual deve ser estabelecido pela derrubada do governo de Wuhan através da formação imediata dos sovietes (Trotsky). Por outro lado, o governo de Wuhan deve ser fortalecido, deve ser-lhe dada assistência enérgica e em todos os campos, também, parece, através da formação imediata dos sovietes (Zinoviev). O certo é que os Comunistas deveriam retirar-se imediatamente dessa 'ficção', isto é, do governo de Wuhan e do Kuomintang de Wuhan. Por que eles deveriam permanecer em Wuhan, se Wuhan é uma 'ficção'? Isto, parece, só Deus sabe. E quem não concordar com isso é um desleal e um traidor [ênfase minha - HB], Tal é a assim-chamada linha de Trotsky e Zinoviev. É difícil imaginar algo mais grotesco e confuso do que essa chamada linha. "Têm-se a impressão de que não se está tratando com marxistas mas com alguns tipos de burocratas que estão completamente divorciados da vida real - ou, ainda mais, com turistas 'revolucionários'. que têm estado ocupados com turismo em Sukhum e Kislovodsk e lugares parecidos, não tomaram conhecimento do Sétimo Pleno Ampliado do Comitê Executivo do Comintern, que definiu a atitude básica para com a revolução chinesa e depois, tendo aprendido com os jornais que algum tipo de revolução - agrária ou antidireitos alfandegários, eles não entenderam bem - estava tendo lugar na China, decidem que era necessário compilar um montão de teses - uma estabelecida em abril, outra em parte do início de maio, uma terceira nos últimos dias de maio - tendo feito assim, bombardeiam o Comitê Executivo do Comintern com elas, aparentemente acreditando que uma pletora de teses confusas e contraditórias é o melhor meio de salvar a revolução chinesa [ênfase minha - HB]. Tais, camaradas, são as linhas sobre a questão da revolução chinesa. Vocês terão de escolher entre elas." Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Tais eram as duas linhas sobre a Revolução Chinesa. Seria difícil encontrar uma descrição melhor dos burocratas e "turistas 'revolucionários"' trotskistas do que esta dada pelo camarada Stalin. Basta ter um mínimo de conhecimento da Linha política e das atitudes dos trotskistas contemporâneos para perceber que não se está tratando com marxistas-leninistas, mas com burocratas que estão divorciados da vida real, para perceber que se está tratando com pessoas levianas - turistas "revolucionários'; que decidiram bombardear o movimento marxista-leninista com uma pletora de teses contra-revolucionárias anticomunistas, plenas de calúnias e mentiras, acreditando ser este o melhor meio de 'salvar' a 'revolução mundial (!)'. O trotskismo escolhe 'momentos inapropriados' para lançar ataques contra o movimento comunista O camarada Stalin terminou seu discurso com as seguintes palavras: "Devo dizer, camaradas, que Trotsky escolheu um momento inapropriado para seus ataques ao Partido e ao Comintern. Acabei de receber informações de que o governo conservador britânico decidiu cortar relações com a URSS. Não é necessário provar que isto será seguido por uma campanha universal contra os comunistas. Esta campanha já começou. Alguns estão ameaçando o PCUS(B) com guerra e intervenção. Outros ameaçam com cortes. Algo como uma frente única de Chanberlain à Trotsky está sendo formada (Enfase minha – HB) É possível que eles queiram amedrontar-nos. Porém, dificilmente será necessário provar que os bolcheviques não são do tipo que se amedronta. A história do bolchevismo está repleta de tais 'frentes'. A história do bolchevismo mostra que tais 'frentes' invariavelmente foram esmagadas pela determinação revolucionária e a coragem suprema dos bolcheviques. "Vocês não devem ter dúvida nenhuma de que teremos êxito em esmagar essas novas 'frentes' também" (Aplausos). Isto é típico do trotskismo. O trotskismo sempre consegue escolher um "momento inapropriado" para lançar ataques ao movimento comunista. Ataques contra o Leninismo: Ele lançou seus mais violentos ataques contra o leninismo, contra o bolchevismo, subseqüentes à derrota da revolução russa de 1905, quando o movimento estava passando pelas provas mais difíceis. O trotskismo fez tudo que podia para ajudar os liquidacionistas. Durante o período de Brest Litovsk, quando de fato o destino da revolução estava de fato um tanto precário, o trotskismo resolveu lançar uma campanha violenta contra o leninismo. Fez o mesmo durante o período da Nova Política Econômica (NEP). Nos anos 1920 e 1930, quando havia perigo de intervenção imperialista, o trotskismo não somente lançou ataques ao Partido e ao Comintern, mas realmente recorreu à destruição, ao diversionismo, à sabotagem, ao assassinato e ao terror e, finalmente, fez uma aliança com o fascismo. Ataques contra o Movimento de Libertação do Vietnã - Em dias mais recentes, os trotskistas têm feito o mesmo. Durante o período do governo Johnson, quando o Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV imperialismo dos EUA estava numa escalada da guerra de agressão contra o povo vietnamita e contra outros povos indochineses, precisamente naquela época, os burocratas trotskistas, nossos turistas 'revolucionários', decidiram lançar uma campanha de mentiras e calúnias contra a Republica Democrática do Vietnã, contra o Programa da FLN do Vietnã do Sul e contra o grande dirigente do povo vietnamita, o camarada Ho Chi Minh. "Ho Chi Minh é um burocrata stalinista. O Programa da FLN é burguês", bradou o turista super-'revolucionário' Tariq Ali (agora do Grupo Marxista Internacional Trotskista, anticomunista, anti-China). "Quando a vitória for alcançada (não está claro por quem) no Vietnã, a primeira tarefa da revolução será a derrubada da burocracia de Hanói", berrou outro contra-revolucionário trotskista. Foi precisamente por esses seus ataques e por sua saída bem sucedida da grande mobilização do Vietnã de outubro de 1968, sua recusa a participar da demonstração contra a Embaixada do Imperialismo dos EUA, em lugar disso levando 60 mil pessoas a um piquenique no Hyde Park, que eles foram capazes de desorganizar o movimento antiguerra do Vietnã na Inglaterra, prestando assim a ajuda mais oportuna e mais necessária ao imperialismo dos EUA. Nenhum palavreado ultra-'esquerdista' pode ocultar esta verdade, senhores trotskistas! Ataques contra o povo indochinês - Agora, outra vez, quando a luta do povo vietnamita tinha alcançado uma conjuntura crítica, quando o imperialismo norteamericano, enquanto fingia retirar-se do Vietnã, tinha mais do que escalado sua guerra de agressão contra o povo do Vietnã e todos os povos da Indochina, tinha mais do que intensificado sua política fascista de destruição gratuita, os trotskistas decidiram criar um diversionismo, com o lançamento de uma campanha de mentiras e calúnias contra a República Popular da China. Os trotskistas decidiram prestar ajuda muito necessária ao imperialismo norte-americano, ao lançarem ataques sobre a República Popular da China, desviando assim a atenção da juventude, que estava justamente se indignando com a bárbara agressão do imperialismo norte-americano contra os povos da Indochina, além dos atos criminosos e de bandidagem do imperialismo norteamericano. Tal é a essência de todo o 'apoio' trotskista à 'revolução vietnamita'. Tal é a essência de todo o seu palavreado ultra-'esquerdista'. Palavreado ultra-'esquerdista' para cobrir uma prática ultra-reacionária, contra-revolucionária - tal é a essência do trotskismo. Parece que se formou algo como uma frente única entre o trotskismo e o imperialismo norte-americano. Porém, "vocês não devem ter dúvida nenhuma de que teremos sucesso em esmagar essa nova 'frente' também". Notas 1. Wuhan: a tríplice cidade Wuchang-Hankow-Haniang. 2. Os sovietes também surgiram em 1905, mas desapareceram com a derrota daquela revolução.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Capítulo 14 Por que a Oposição Trotskista na União Soviética Cometeu o Tipo de Erros que Cometeu em Relação à Revolução Chinesa? Já forneci a vocês uma razão importante - uma razão de natureza programática, isto é, a análise errônea da oposição sobre o caráter da Revolução Chinesa. Já mostramos que Trotsky não podia entender a natureza antifeudal e anti imperialista da Revolução Chinesa; que a oposição dirigida por Trotsky não atribuía significado e importância suficientes à natureza antifeudal da Revolução Chinesa, precisamente por causa de sua adesão à teoria da 'revolução permanente', pois esta adesão levou-a a não perceber o papel significativo que o campesinato estava destinado a desempenhar na Revolução Chinesa. Porém, não é apenas no âmbito do programa, no âmbito da teoria, que o trotskismo provou estar completamente equivocado. Também no plano tático o trotskismo provou estar igualmente falido.
Três princípios táticos do leninismo: a adesão a esses princípios pelo Comintern e a violação desses princípios pela oposição trotskista Permitam-nos referir-nos aos três princípios do leninismo em matéria de táticas. Sem levar em conta esses três princípios táticos do leninismo, a tarefa de dirigir uma revolução é impossível. Esses três princípios são: UM: Que os aspectos nacionalmente peculiares, nacionalmente específicos em cada país devem ser levados fielmente em conta pelos revolucionários nesse país e por quem (incluindo um corpo como a Internacional Comunista) esteja encarregado da tarefa de traçar diretivas para o movimento da classe operária do país em questão. Agora, se a Internacional Comunista ou os comunistas chineses deixaram de levar em conta os aspectos nacionalmente peculiares da China, uma revolução bem sucedida na China simplesmente estaria fora de questão; DOIS: Que o Partido Comunista de cada país deve infalivelmente aproveitar-se da menor oportunidade possível que lhe seja apresentada para conquistar uma massa aliada ao proletariado, mesmo que esta massa aliada seja vacilante, fraca, temporária e pouco confiável. Este é o segundo princípio. O proletariado necessita de aliados: a questão dos aliados é muito importante, tendo influência direta no resultado da revolução. Para o proletariado, é absolutamente necessário em diferentes estágios encontrar aliados que sejam indispensáveis para ampliar a extensão e o desenvolvimento da revolução. TRÊS: Que os comunistas devem infalivelmente prestar atenção à verdade de que propaganda e agitação apenas não são suficientes (disso, não se conclui, como os Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV revisionistas fazem, que a propaganda é de nenhuma conseqüência e, portanto, não prestam atenção à ciência revolucionária do marxismo-leninismo: o que não deve ser feito também); infalivelmente prestar atenção à verdade de que para a educação política das massas o que se precisa é que esta agitação deve ser acompanhada pela experiência das próprias massas. Quem quer que se afaste dessas regras não é um dirigente proletário real, mas um pseudo-dirigente. Pseudo-dirigentes assim eram os oposicionistas, os membros da oposição no PCUS(B), gente como Trotsky, Zinoviev e Radek. Como Stalin disse, os membros da oposição eram do tipo de dirigentes que pensavam que podiam dirigir a Revolução Chinesa "pelo telégrafo". Eles chamavam Stalin de "burocrata", mas eram os trotskistas que queriam conduzir a Revolução Chinesa pelos métodos de correios e telégrafos. E para citar Stalin outra vez: "O que, de fato, distingue esses 'dirigentes' dos dirigentes reais é que eles sempre têm em seus bolsos duas ou três fórmulas prontas, 'apropriadas' para todos os países e, 'obrigatoriamente', sob todas as condições ... Eles não entendem que a tarefa principal do dirigente ... é descobrir, compreender, os aspectos nacionalmente peculiares do movimento em cada país e habilmente coordená-los com os princípios do Comintern, a fim de facilitar e tornar factíveis os objetivos básicos do movimento comunista" (ênfase minha - HB). Tais tipos de pseudo-dirigentes de fato eram os membros da oposição trotskista. A maioria dos erros e confusão sem saída desses pseudo-dirigentes, que sempre têm duas ou três fórmulas prontas em seus bolsos, deriva de seu completo distanciamento dos três princípios táticos do leninismo. Tratemos agora dos erros da oposição na Revolução Chinesa à luz de cada um destes três princípios táticos.
O primeiro princípio tático do leninismo: considerar os aspectos nacionalmente peculiares de um dado país O primeiro princípio tático do leninismo é tomar os aspectos nacionalmente peculiares e específicos de um dado país - a China, neste caso - para o qual a Internacional Comunista estava esboçando diretivas. A Internacional Comunista fez justamente isso, tomou em conta os aspectos nacionalmente peculiares da sociedade chinesa, seus hábitos, seus costumes, o lado econômico da sociedade chinesa, os remanescentes do feudalismo e assim por diante. Tudo isso tinha de ser levado em conta e a Internacional Comunista levou em conta e, precisamente por essa razão, sua linha estava correta. Mas, o que fez a oposição? A oposição tinha de algum modo ouvido dizer que a revolução que teve lugar na China era de natureza democrática burguesa. A oposição também recordou que uma revolução democrática burguesa tinha ocorrido na Rússia, em fevereiro de 1917. A oposição sabia que na Rússia a revolução democrática burguesa tinha tido lugar sem a aliança entre o proletariado e a burguesia. Então, a Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV oposição saiu-se com a fórmula pronta - nenhuma aliança com a burguesia nacional chinesa, abaixo a burguesia. Essa foi a posição da oposição. Essa foi a bandeira que a oposição levantou em abril de 1926. Porém, a oposição esqueceu e deixou de entender que a burguesia de um país oprimido por um período específico de tempo, por um período limitado de tempo, sob certas condições, pode ser capaz de desempenhar um papel revolucionário. E foi isso exatamente o que aconteceu. No período de Cantão, a burguesia nacional da China desempenhou um papel revolucionário, e o resultado foi que o exército nacional conquistou Yang Tse, estendendo assim enormemente a área revolucionária. O resultado dessas vitórias foi um recuo da oposição, sua renúncia à velha fórmula e a adoção de uma 'nova', isto é, que os comunistas não deveriam retirar-se do Kuomintang. Daí a tentativa da oposição de apegar-se à linha do Comintern. Como Stalin disse: "Essa foi a primeira punição aplicada à oposição, por deixar de levar em conta as peculiaridades nacionais da Revolução Chinesa." Tomemos outro exemplo. A oposição na União Soviética soubera que o governo de Pequim estava realmente em litígio com os Estados imperialistas pela autonomia quanto aos direitos alfandegários da China. Portanto, a oposição apressou-se a chegar a uma conclusão e saiu-se com uma fórmula pronta, de que a Revolução Chinesa era antiimperialista, porque seu objetivo era abolir aqueles tratados desiguais. Esta era uma revolução pela independência de direitos alfandegários estatais da China. Porém, a oposição não soube compreender que a força do imperialismo na China repousava não nas restrições de direitos alfandegários à China, mas no fato de que o imperialismo se apropriava e controlava os maiores setores da economia chinesa bancos, minas, ferrovias, fábricas, etc. A oposição não entendia que a Revolução Chinesa era antiimperialista devido, primeiro e principalmente, ao fato de que o imperialismo era a força que inspirou, que preservava, que apoiava os exploradores imediatos do povo chinês, isto é, os senhores feudais; que o povo chinês não podia senão lutar contra o imperialismo, se queria livrar-se da exploração deles pelo feudalismo, que o povo chinês não poderia realmente colocar um fim ao feudalismo na China sem ao mesmo tempo empreender uma guerra revolucionária contra o imperialismo. A oposição não conseguiu entender que eram precisamente estas circunstâncias que tornavam possível a transição da revolução democrática burguesa na China para uma revolução socialista. E quando milhões de camponeses, dezenas de milhões de camponeses, envolveram-se no movimento agrário de massa que era dirigido contra o feudalismo e o imperialismo, a oposição mais uma vez foi forçada a admitir que se tinha enganado. Daí o recuo da oposição de sua velha fórmula a respeito da autonomia dos direitos alfandegários e suas tentativas de adotar a linha do Comintern. Como Stalin disse: "Essa foi a segunda punição que a oposição sofreu por recusar-se a fazer um estudo sério das peculiaridades nacionais da Revolução Chinesa." Tomemos todavia outro exemplo. A oposição na União Soviética soube que, no campo chinês, a burguesia mercantil tinha penetrado e estava comprando terra e arrendando ao campesinato chinês. A oposição soube que os comerciantes não eram Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV senhores feudais. Ela, então, saiu-se com a fórmula pronta de que o feudalismo e os remanescentes feudais não tinham nenhuma importância, que a Revolução Chinesa não era uma revolução agrária dirigida, primeira e principalmente, contra o feudalismo, mas uma revolução pela autonomia dos direitos alfandegários. Porém, a oposição esqueceu que era o feudalismo que explorava a população chinesa, que a estrutura burocrática militar inteira se apoiava na dominação pelos remanescentes feudais. Outra vez, quando dezenas de milhões de camponeses juntaram-se a um movimento agrário de massas dirigido contra o feudalismo e contra o imperialismo, não podia deixar de estar claro para todos que a Revolução Chinesa era de caráter antifeudal e, portanto, de natureza antiimperialista, porque o imperialismo era a força que realmente apoiava o feudalismo na China. Daí, outra vez, o recuo da oposição de sua velha fórmula de que os remanescentes feudais não tinham qualquer significado e as tentativas sub-reptícias de se alinhar à política da Internacional Comunista. Como Stalin disse: "Essa foi a terceira punição" que a oposição sofreu "por sua incapacidade de levar em conta as peculiaridades nacionais da economia da China." Continuava Stalin: "A desarmonia entre as fórmulas e a realidade - tal é a sorte dos pseudodirigentes oposicionistas" (ênfase minha - HB). Essa foi exatamente a posição da oposição trotskista no PCUS(B), e esta é exatamente a posição do trotskismo em toda a parte atualmente. E por que há tal desarmonia entre as fórmulas do trotskismo e a realidade? Exatamente porque o trotskismo, porque a oposição na União Soviética descartou e não deu atenção ao primeiro principio tático do leninismo que especifiquei antes, isto é, levar em conta os aspectos nacionalmente peculiares de algum dado país, ao estabelecer diretivas para a revolução naquele país. Eis como Lênin formulou o primeiro princípio tático: "Topa a questão agora é que os comunistas de todos os países devem conscientemente levar em conta ambas as tarefas fundamentais da luta contra o oportunismo e o doutrinarísmo 'esquerdista' e os aspectos específicos que esta luta assume em cada país separado, em conformidade com os aspectos peculiares de sua economia, política, cultura, composição nacional (Irlanda, etc.), suas colônias, divisões religiosas e assim por diante. Em toda parte sente-se que a insatisfação com a Segunda Internacional está se ampliando e crescendo, por causa de seu oportunismo e por causa de sua inabilidade, ou incapacidade, de criar um centro realmente centralizado, realmente dirigente, capaz de dirigir as táticas internacionais do proletariado revolucionário em sua luta por um mundo de repúblicas soviéticas. Devemos claramente entender que um tal centro dirigente não pode, sob quaisquer circunstâncias, ser construído em torno de regras táticas de luta estereotipadas, mecanicamente igualadas e idênticas. Enquanto existirem diferenças nacionais e estatais entre os povos e os países - e essas diferenças continuarão a existir por longo tempo, mesmo após a ditadura do proletariado ter-se estabelecida em escala mundial a unidade das táticas internacionais do movimento operário comunista de todos os Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV países exige não a abolição das diferenças nacionais (isto é um sonho tolo, no atual momento), mas uma aplicação de tal forma dos princípios fundamentais do comunismo (o poder soviético e a ditadura do proletariado) que possa modificar corretamente esses princípios em certos aspectos particulares, adaptá-los e aplicá-los corretamente às diferenças nacionais e estatais-nacionais. Pesquisar, estudar, buscar, conecturar, captar o que é nacionalmente peculiar, nacionalmente específico na maneira concreta pela qual cada país aborda o cumprimento da única tarefa internacional, pela qual aborda a vitória sobre o oportunismo e o doutrínarísmo esquerdista dentro do movimento da classe operária, a derrota da burguesia e o estabelecimento de uma república soviética e uma ditadura do proletariado - tal é a tarefa principal do período histórico através do qual os países avançados (e não apenas os países avançados) estão agora passando"(Lênin: 'Left-lVing' Communism, an Infantile Disorder) (ênfase minha - HB). Na realidade, o camarada Mao Tsé-tung resumiu em uma única sentença esse primeiro princípio tático do leninismo, ao escrever uma inscrição para uma delegação japonesa visitante. A inscrição diz: "A revolução japonesa seguramente será vitoriosa quando as verdades universais do marxismo-leninismo estiverem integradas com a prática concreta da revolução japonesa." Em outras palavras, não é bastante conhecer duas ou três formulas prontas, não é bastante distribuí-las por todo o mundo e dizer que elas são obrigatórias para todos os tempos. As táticas têm que ser dependentes das circunstâncias específicas vigentes, dos aspectos e circunstâncias nacionais específicas vigentes em cada país. Portanto, esperar que o que aconteceu na China seja obrigatório para a Pérsia; que o que aconteceu na Rússia seja obrigatório para a China, não é nada senão uma indicação de que aqueles que o exigem na verdade romperam de maneira decisiva com o marxismo-leninismo. Assim são as coisas no que se refere ao primeiro princípio tático do leninismo, camaradas. O segundo princípio tático do leninismo: a questão das alianças Agora, consideremos o segundo princípio do leninismo, a saber, a questão das alianças. O proletariado não pode ficar sem aliados. O proletariado deve ter seus aliados; sem aliados, o proletariado não pode ter sucesso. Mas uma coisa a que se deve atentar ao considerar as alianças é que essas alianças devem ser alianças de massa, devem ser alianças de tal natureza que não impeça o proletariado de organizarse independentemente, que não impeça o Partido Comunista de organizar o proletariado e as amplas massas do campesinato e conduzi-los à revolução, que de nenhuma maneira restrinja sua propaganda. Desde que estejam satisfeitas as condições acima, o proletariado deve aproveitar toda oportunidade que se lhe apresente de conquistar um aliado de massa, mesmo que este aliado de massa seja um aliado temporário, fraco, vacilante, instável ou inseguro. Tal é a essência do segundo princípio tático do leninismo.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV O proletariado chinês teve aliados? A resposta é - SIM - teve aliados. No primeiro estágio da revolução, os aliados do proletariado chinês foram a burguesia nacional (este foi o primeiro período, o período de Cantão, quando a revolução estava num estágio de uma Frente Única de toda a nação), a pobreza urbana, a intelligentsia pequeno-burguesa e o campesinato. Era o Kuomintang naquela época uma organização de massa, era uma força revolucionária? Pensamos que era, e somente os cegos negariam que o Cantão naquela época era um centro de luta revolucionária; que o Cantão naquela época particular estava conduzindo o movimento revolucionário contra o imperialismo. Quais foram os ganhos desse período? Os ganhos foram: (1) A extensão do território da revolução: as tropas revolucionarias avançaram até o Yangtsé; (2) O proletariado chinês conseguiu a chance de organizar-se abertamente. O PCC ganhou a possibilidade de organizar abertamente o proletariado em sindicatos, comitês de greve, etc.; (3) Os comunistas chineses foram capazes de constituir-se, de diferentes grupos, em um partido de massa de 5 ou seis mil pessoas; (4) O proletariado chinês foi capaz de criar o primeiro núcleo de organizações dos camponeses, as associações de camponeses; e (5) O PCC foi capaz de penetrar no Exército. Pode-se negar que esses foram ganhos significativos naquela época particular, quando os comunistas e o proletariado eram uma 'força insignificante'? Não, não se pode. Esses ganhos só puderam ser realizados pelos operários com o Kuomintang, primeiro, porque o Kuomintang era uma força revolucionária no período do Cantão e, secundariamente, porque não impediu os comunistas de organizarem o proletariado como uma força independente. Depois, em 12 de abril de 1927, a burguesia nacional desertou da revolução e estabeleceu um centro contra-revolucionário em Nanking. Naquela época, a inteligência pequeno-burguesa ombreou-se com a revolução e um centro-revolucionário foi estabelecido em Wuhan. Wuhan nessa época tornou-se o centro do movimento revolucionário. No primeiro estágio da revolução teria sido um erro para os comunistas terem saído do Kuomintang, porque o Kuomintang naquela época estava dirigindo a luta do povo e, secundariamente, não tinha ainda se desiludido e desacreditado aos olhos das massas do povo chinês. Isto era muito importante, porque para nós, comunistas, é muito fácil perceber e entender a natureza reacionária de pessoas como Chiang Kai-shek, a natureza basicamente reacionária e comprometida da burguesia. Não é difícil para um operário politicamente competente perceber que fulano é reacionário, que a burguesia está fadada a abandonar o proletariado. Mas isso não é bastante. As massas do povo têm de aprender por sua própria experiência, têm de saber qual é a intenção da burguesia e que trapaças ela vai fazer. E as massas chinesas ganharam essa experiência quando Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Chiang Kai-shek ensaiou seu golpe e a burguesia nacional desertou da revolução, estabeleceu um centro da contra-revolução ao lado do imperialismo e começou a reprimir e massacrar os operários e camponeses militantes. No segundo estágio da revolução, quando a burguesia nacional tinha já desertado da revolução e quando o centro da revolução tinha se transferido de Cantão para Wuhan, quem, nesse período, eram os aliados do proletariado? Os aliados do proletariado nesse período eram o campesinato, os pobres urbanos e a inteligência pequeno-burguesa. Foi correto para os comunistas na China, no segundo estágio da revolução, participarem no Kuomintang de Wuhan, e foi correto para a Internacional Comunista aconselhar o Partido Comunista da China (PCC) a ombrear-se com o centro revolucionário em Wuhan? Certamente foi. Na época teria sido errado o Partido Comunista ter saído do Kuomintang de Wuhan, porque Wuhan na época era o centro da revolução, e porque o Kuomintang de Wuhan era uma organização de massa. Somente lunáticos e cegos poderiam negar que Wuhan era o centro da revolução naquela época particular e que o Kuomintang de Wuhan era uma organização de massa revolucionária. E, o que é mais importante, o Partido Comunista podia ter entendido que a inteligência pequeno-burguesa estava caminhando para desertar da revolução, o povo chinês não, porque naquela época essa gente, a ala esquerda do Kuomintang - os esquerdistas do Kuomintang - não unha ainda se desgraçado, nem estava suficientemente desacreditada. Qual foi, então o ganho desse segundo estágio da revolução? Quais foram os ganhos do período Wuhan? (1) O Partido Comunista, de partido insignificante de 5.000 a 6.000 memores, tornou-se um partido constituído por 50.000 ou 60.000 membros; (2) Os sindicatos cresceram, tornando-se uma força tremenda, e chegaram a incluir 3 milhões de membros; (3) As organizações camponesas expandiram-se, passando a incluir dezenas de milhões de camponeses nelas; (4) O Partido Comunista ganhou a possibilidade de organizar abertamente a revolução; (5) O Partido Comunista e o proletariado começaram a mudar, de um fator insignificante para o domínio hegemônico da Revolução Chinesa. Tornou-se o fator mais importante da revolução, reunindo em torno de si as massas do povo chinês. Tais foram as conquistas desse período. Uma política correta não pode por si garantir a vitória Quando o Kuomintang de Wuhan, o Kuomintang de esquerda, desertou da revolução, a oposição trotskista começou a dizer que isso aconteceu porque a Internacional Comunista tinha seguido uma política errada. Mas, camaradas, uma Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV política correta não poderia por si própria garantir a vitória. O que é necessário para alcançar o sucesso não é apenas uma política correta, mas também uma correlação de forças favorável. Se as forças da reação são mais fortes, a revolução pode ser derrotada, mesmo que esteja guiada por uma política correta. Uma coisa, entretanto, é certa: para a vitória ser alcançada, além de um balanço de forças favorável, são necessários uma política correta, um programa e táticas corretos. Porém, uma política correta, por si só, não pode levar à vitória da revolução, a menos que haja também uma correlação de forças de classes favorável. Assim, seria correto dizer que embora o sucesso seja alcançável sem uma política correta, o fracasso, por si só, não é indicativo de uma política errada, pois mesmo uma política correta, a menos que a correlação de forças esteja do lado da revolução, pode levar a uma derrota. Tomemos, por exemplo, a Revolução Russa de 1905. É um fato que em 1905 a Revolução fracassou na Rússia? Sim, é. Devemos concluir disso que as táticas dos bolcheviques estavam erradas? De fato, nesta época particular os mencheviques atribuíram a derrota da revolução burguesa de 1905 às táticas 'extremistas' dos bolcheviques em geral e de Lênin em particular. Estavam as táticas dos bolcheviques corretas? Sim, estavam. Por que, então, a Revolução de 1905 fracassou? Porque os remanescentes feudais e a autocracia provaram estar mais fortes do que as forças revolucionárias. Após a Revolução de Fevereiro, durante os dias de julho em 1917, os bolcheviques foram derrotados e caíram na clandestinidade. Devemos dizer que as táticas bolcheviques estavam erradas? Não, as táticas dos bolcheviques não estavam erradas. O que, então, explica a derrota dos bolcheviques em julho de 1917? A derrota dos bolcheviques é explicada por um único fato, a saber, o imperialismo russo mostrou-se mais forte do que o movimento revolucionário do proletariado. Como o camarada Stalin disse: "A oposição atribui a derrota temporária da revolução [na China -HB] à política do Comintern. Mas "apenas as pessoas que romperam com o marxismo podem dizer isso. “Somente as pessoas que romperam com o marxismo podem afirmar que uma política correta deve sempre e necessariamente levar à vitória imediata sobre o inimigo” (Stalin: Notes on Contemporary Themes - China, Pravda, 28 de julho de 1927). E adiante: "Uma política correta não levará obrigatoriamente, de forma alguma, à vitória direta sobre o inimigo. A vitória direta sobre o inimigo não é determinada somente pela política correta: é determinada primeiro e principalmente pela correlação de forças de classe, por uma preponderância marcante da força do lado da revolução, pela desintegração do campo inimigo, por uma situação internacional favorável. Somente dadas essas condições pode uma política correta do proletariado levar à vitória direta.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Mas há um requisito obrigatório que uma política correta deve satisfazer sempre e em todas as condições. Este requisito é que a política do partido deve acentuar a capacidade de luta do proletariado, multiplicar seus laços com as massas trabalhadoras, aumentar seu prestígio entre essas massas e converter o proletariado na chefia hegemônica da revolução. Pode-se afirmar que esse período passado tem apresentado o máximo de condições favoráveis para a vitória direta da revolução na China? Claramente, não se pode. Somente os cegos podem deixar de ver que o proletariado chinês foi vitorioso, nesse período, em separar as amplas massas do campesinato da burguesia nacional e da inteligência pequeno-burguesa, de modo a congregá-las ao redor de sua própria bandeira" (Stalin, ibid.; ênfase minha - HB). A capacidade de luta do proletariado chinês, seus laços com as amplas massas e seu prestígio entre essas massas cresceu proporcionalmente à sua adoção da política correta do Comintern. Foi somente por ter seguido uma política que estava correta que o proletariado chinês foi capaz de alcançar o tipo de resultado que apontamos antes. Mesmo a oposição, durante o segundo estágio da Revolução Chinesa (abril de 1927), declarou que estava correto perseguir a política em um bloco revolucionário com o Kuomintang de Wuhan. Porém, logo que o Kuomintang desertou da revolução, e por causa desta deserção, a oposição começou a afirmar que a política do bloco com o Kuomintang de Wuhan estava incorreta e procurou atribuir a derrota temporária da Revolução Chinesa à política do Comintern. As tentativas da oposição trotskista no PCUS de atribuir a derrota temporária da Revolução Chinesa à política do Comintern eram indicativas da falta de força moral da oposição, do fato de que a oposição tinha rompido com o marxismo, que tinha perdido os últimos remanescentes do marxismo e, acima de tudo, que tinha se separado do segundo princípio tático do leninismo, a saber, a necessidade do proletariado de assegurar-se de suas alianças de massas. Assim Lênin formulou esse segundo princípio tático: "O inimigo mais poderoso somente pode ser vencido exercitando-se o máximo de esforço e fazendo, infalivelmente. o mais seguro, cuidadoso, atento e competente uso de todas, mesmo as menores, 'divisões' entre os inimigos, todos os antagonismos de interesses entre a burguesia dos diversos países e entre os vários grupos ou tipos de burguesia dentro dos países individuais, assim como de toda, mesmo a menor, oportunidade de ganhar um aliado de massa, mesmo um aliado temporário, vacilante instável, inseguro e condicional. Aquele que não entender isso não entenderá mesmo uma partícula do marxismo ou do socialismo científico, em geral. Aquele que não provou, por feitos durante um período considerável de tempo e em situações políticas bastante variadas, sua habilidade para aplicar esta verdade não aprendeu a ajudar a classe revolucionária em sua luta para emancipar todo a humanidade trabalhadora dos exploradores. E isto se aplica igualmente ao período anterior e após o proletariado
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV ter conquistado o poder político" (Lênin, 'Left-Wing' Communism, an Infantile Disorder). Assim estão as coisas no que diz respeito ao segundo princípio tático do leninismo. O terceiro princípio tático: a questão de educar as massas Passemos ao terceiro e último princípio tático do leninismo, isto é, a questão de educar as massas. A questão é como um slogan do Partido pode se tornar um slogan para as massas. Como devem os comunistas levar as massas a posições revolucionárias, de tal modo que elas (as massas) se tornem convencidas, por sua própria experiência, da correção do slogan do Partido? Como deve o Partido Comunista liderar as massas a fim de tornar uma fórmula, uma perspectiva para o futuro imediato, em uma fórmula como o slogan do dia? Como devem os comunistas realmente agir? Isso é de importância particular. Os trotskistas sempre disseram a vocês "nós fomos os primeiros a dizer-lhes que a burguesia nacional desertaria". Camaradas, a questão não é de forma alguma saber quem foi o primeiro a dizer que a burguesia nacional desertaria. Isto é absolutamente estúpido. A questão é que política você advoga em uma dada época particular - uma política que é adequada para a situação e que nem está muito adiante das massas, nem ficou para trás dela. Se você está lançando um slogan muito antes que as massas o aceitem, então, não basta que você mais tarde diga que foi o primeiro a lançar aquele slogan particular. Suponhamos que amanhã os trotskistas na Inglaterra levantem a palavra de ordem de uma insurreição imediata. Três trotskistas, em resposta a esta bandeira , tomam parte em uma 'insurreição' que é imediatamente subjugada por um único policial. Para os trotskistas que fizeram este chamado a uma insurreição, seria absurdo em uma data posterior, quando já tenha sido conduzida uma insurreição vitoriosa pelo proletariado inglês, afirmar que eles estavam corretos porque foram os primeiros a levantarem a bandeira da insurreição contra a burguesia inglesa. O mais importante não é ser o primeiro a lançar a palavra de ordem. O mais importante é levantar a palavra de ordem na época apropriada. Havia um grupo de bolcheviques em Petrogrado (como Leningrado então costumava ser chamada), chefiado por um bolchevique chamado Bagdatayev. Em abril de 1917, este grupo lançou prematuramente a palavra de ordem "Abaixo o governo provisório e todo poder aos sovietes". Na época particular, o governo provisório era ainda apoiado pelos operários. Era ainda apoiado pela maioria esmagadora do povo na Rússia. Não tinha ainda se desacreditado, o que aconteceria durante os dias de julho, com o banho de sangue com que reprimiu as manifestações dos operários, o que aconteceria mais tarde, com sua desavergonhada ofensiva imperialista no front. Porém, naquela época, ele não estava ainda desacreditado. Portanto, quando Bagdatayev, seguido por uns poucos bolcheviques em Petrogrado, lançou o slogan 'Abaixo o governo provisório, todo o poder aos sovietes", Lênin surgiu com uma Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV denúncia muito severa de Bagdatayev e chamou as táticas dos bolcheviques de Petrogrado, chefiados por Bagdatayev, de aventureiristas. Por que Lênin fez assim? Será que Lênin se opunha à revolução proletária? Se era assim, e se os trotskistas acreditavam nisso, por que não disseram isso? Por que, então, Lênin denunciou Bagdatayev? Porque naquela época particular Bagdatayev estava lançando um slogan prematuramente, porque estava indo perigosamente longe demais, muito adiante das massas, porque estava caindo no aventureirismo. Não poderiam Bagdatayev e seus seguidores ter afirmado, quando seis meses mais tarde a revolução proletária já tinha ocorrido, que eles foram mais espertos do que Lênin, porque foram os primeiros a lançar a bandeira da ditadura do proletariado, porque tinham levantado a questão de "todo o poder aos sovietes", em abril de 1917? Não está claro que os trotskistas, ao argüirem dessa maneira, estão seguindo no caminho de Bagdatayev e não naquele de Lênin? Porque os trotskistas fizeram isso? Os trotskistas o fizeram porque eles tinham realmente esquecido o terceiro princípio tático do leninismo, do qual estamos falando até agora: o princípio de como fazer de uma forma que é uma perspectiva para um futuro imediato uma bandeira do dia. Não é difícil para um operário político competente, para um comunista, saber que caminho deveria seguir. É correto e apropriado que o Partido Comunista esteja à cabeça das massas. Esta é exatamente a função do Partido Comunista. Se ele fica no mesmo nível das massas, a cada partido comunista em cada país só restaria uma alternativa, que é passar uma resolução declarando-se redundante. Não adianta ter um Partido Comunista se o Partido Comunista não consegue ver mais longe que as massas. Se o Partido Comunista segue a tática, como Stalin costumava dizer, de perpetuamente ficar além e aquém do ponto certo, então uma tática assim não pode ser chamada de tática de longo alcance. A oposição trotskista na URSS chamou sua tática de tática de longo alcance. Stalin disse: "Vocês estão errados, meus caros senhores, absolutamente errados! Isso não é tática de longo alcance: é tática aleatória, tática de perpetuamente ficar além e aquém do alvo correto" (Notes on Contemporary Themes. Pravda, 28 de julho, de 1927). Foi tática de ficar aquém quando a oposição descreveu a Revolução Chinesa como sendo apenas uma revolução de direitos alfandegários estatais e não uma revolução antifeudal, antiimperialista. Foi uma tática de ficar além quando, em abril de 1927, a oposição reclamava a formação imediata dos sovietes, quando os comunistas estavam realmente participando do governo de Wuhan. Tais, de fato, foram as táticas aleatórias da oposição trotskista na URSS. Essas eram as táticas de ficar sempre além e aquém, nunca acertando o alvo. Não podem ser chamadas de táticas de 'longo alcance'. Conquanto o Partido Comunista deva ser capaz de ver adiante das massas, nunca deve, em tempo algum, substituir a consciência das massas pela consciência de um operário político competente - um comunista. Fazê-lo seria obliterar a diferença entre os comunistas e as massas e entre o Partido Comunista e as massas; e levaria à avaliação subjetiva da situação, levaria a erros subjetivistas, idealistas e 'esquerdistas' e a experimentos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV 'esquerdistas' aventureiristas, que não podem deixar de causar sérios danos ao Partido, assim como ao movimento revolucionário. A oposição trotskista advogou, na questão chinesa, como de fato em qualquer outra questão, uma política aventureirista baseada em uma avaliação subjetivista, não realista, da situação. Tivesse essa política aventureirista sido seguida pelo PCC, não teria havido revolução na China. Por que a oposição advogou essa política aventureirista? Porque esqueceu e se afastou do terceiro princípio tático do leninismo. Eis como Lênin formulou esse terceiro princípio tático: "A vitória não pode ser alcançada apenas com a vanguarda. Lançar só a vanguarda na batalha decisiva, antes de toda a classe, antes das amplas massas terem tomado uma posição, ou de apoio direto da vanguarda ou ao menos de neutralidade benevolente com ela, ou tal que elas não possam senão apoiar o inimigo, não seria meramente uma tolice, mas um crime. E. para que realmente a classe como um todo, para que realmente as amplas massas do povo trabalhador e daqueles oprimidos pelo capital possam tomar uma posição, propaganda e agitação sozinhas não são suficientes. Para isso, as massas, devem ter sua própria experiência política. Tal é a lei fundamental de toda grande revolução, agora confirmada com extraordinária força e nitidez não somente na Rússia, mas também na Alemanha. Não somente as massas incultas,muitas vezes iletradas da Rússia, mas as massas cultas, inteiramente letradas da Alemanha, têm de compreender, através de sua própria experiência dolorosa, a impotência absoluta e a falta de força moral, a desesperança absoluta e o servilismo à burguesia, a vilania maior, do governo dos aristocratas da Segunda Internacional, a absoluta inevitabilidade de uma ditadura dos reacionários extremos (Konilov na Rússia, Kapp e Cia. na Alemanha) como a única alternativa a uma ditadura do proletariado, a fim de orientar-se resolutamente no rumo do comunismo. A tarefa imediata com que se defronta a vanguarda com consciência de classe do movimento operário internacional, isto é, os partidos, grupos e tendências comunistas, é de serem capazes de conduzir as amplas massas (ainda, em sua maior parte, tão dominadas, apáticas, limitadas pela rotina, inertes e adormecidas) a sua nova posição, ou melhor, ser capaz de conduzir não som ente seu próprio partido, mas também essas massas, em sua aproximação, sua transição para a nova posição" ('Left-Wing' Communism, an Infantile Disorder; ênfase minha - HB). À luz da formulação acima do terceiro princípio tático (feita por Lênin) está claro que a oposição trotskista não entendeu a importância desse princípio, que foi insistentemente violado em relação à Revolução Chinesa. A oposição violou esse princípio quando, em abril de 1926, reclamou a imediata retirada do Partido Comunista do Kuomintang, violou esse princípio quando, em abril de 1927 (quando os comunistas estavam ainda participando do Kuomintang de Wuhan e quando a fase da revolução do Kuomintang ainda não tinha sido exaurida), reclamou a imediata formação dos sovietes. Antes de passar para a próxima e ultima parte do tema sob discussão, eu gostaria de dar apenas mais um exemplo da explicação brilhante do terceiro principio
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV tático do leninismo, a saber, a necessidade de que as massas, por sua própria experiência, se convençam da correção das bandeiras do Partido. É bem conhecido que o leninismo se opôs ao parlamentarismo burguês. Contudo, os bolcheviques, sob a direção de Lênin, não boicotaram a Assembléia Constituinte, eles tomaram parte nas eleições antes que o proletariado conquistasse o poder e após sua vitória. Por que, então, pode-se perguntar, os bolcheviques tomaram parte nas eleições para a Assembléia Constituinte, já que tal Assembléia era incompatível com o poder soviético? Os bolcheviques tomaram parte nas eleições da Assembléia Constituinte a fim de capacitarem as massas do povo russo a compreenderem, por sua própria experiência, a natureza reacionária dessa Assembléia, convencê-las a deixarem este corpo reacionário e migrarem para o lado do poder soviético e assim criarem as condições necessárias para a dispersão vitoriosa desse parlamento burguês contra-revolucionário. Somente por adotarem tais táticas, por darem pleno vigor ao terceiro princípio tático do leninismo, foram os bolcheviques capazes de 'tornar o parlamentarismo burguês 'politicamente obsoleto'". Eis o que Lênin disse sobre a participação dos bolcheviques nas eleições para a Assembléia Constituinte: "Nós tomamos parte nas eleições para o parlamento burguês russo, a Assembléia Constituinte, em setembro-novembro de 1917. Estava nossa tática correta ou não?... Não teríamos, os bolcheviques russos, mais direito em setembro-novembro de 1917 do que alguns comunistas ocidentais de considerar que o parlamentarismo estava politicamente obsoleto na Rússia? ´R claro que sim, pois a questão não era se o parlamento burguês tinha existido por longo tempo ou por curto tempo, mas quanto as massas do povo operário estavam preparadas (ideológica, política e praticamente) para aceitar o sistema soviético e dispersar o parlamento democrático burguês (ou deixar que ele se dispersasse). Que na Rússia, em setembro-novembro de 1917, devido a uma série de condições especiais, a classe operária urbana e os soldados e camponeses estavam excepcionalmente bem preparados para aceitar o sistema soviético e dispersar o mais democrático dos parlamentos burgueses, é um fato histórico absolutamente incontestável e plenamente estabelecido. Não obstante, os bolcheviques não boicotaram a Assembléia Constituinte, mas tomaram parte nas eleições antes de o proletariado conquistar o poder político e depois ... A conclusão que se segue disso é absolutamente incontrovertivel: ficou provado que a participação no parlamento democrático burguês, mesmo poucas semanas antes da vitória de uma República Soviética, e mesmo após tal vitória, não somente não prejudicou o proletariado revolucionário, mas realmente ajudou-o a provar para as massas atrasadas por que tais parlamentos merecem ser dispersados; a sua dispersão bem sucedida ajuda a tornar o parlamento burguês 'politicamente obsoleto"' ['LeftWing' Communism. an Infantile Disorder). Tal foi a brilhante aplicação pelos bolcheviques do terceiro princípio tático do leninismo.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV A luz da discussão dos três princípios táticos do leninismo, podemos agora dizer que a oposição trotskista meteu-se em tal confusão precisamente porque violou esses três princípios, porque se afastou desses princípios. Esta é a situação da oposição trotskista à luz dos três princípios táticos do leninismo.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Capítulo 15 A Concepção de Frente Única que o Comintern Transmitiu ao Partido Comunista Chinês Agora devo apresentar a parte final de minhas considerações sobre essa questão, a saber, a concepção de Frente Única que o Comintern transmitiu ao Partido Chinês. Como assinalei, uma frente única do proletariado com a burguesia e com a pequena burguesia pode ser útil apenas se ao partido do proletariado é realmente dada a oportunidade de organizar o proletariado como uma força independe e dada a oportunidade de organizar as amplas massas do campesinato e ele é capaz de despertar as massas do povo para a revolução. A despeito das acusações em contrário da oposição trotskista, os documentos universalmente conhecidos provam plenamente que foi essa concepção de uma frente única que a Internacional Comunista transmitiu ao Partido Comunista Chinês (PCC). Trotsky, Kamenev, Zinoviev e Radek nunca cessaram de fazer referência , um único telegrama que foi mandado pela Internacional Comunista, em outubro de 1926. Este telegrama recomendava ao PCC: "Até que Xangai seja capturada, o movimento agrário não deve ser intensificado." Esse telegrama estava errado e Stalin admitiu que esse telegrama estava errado. Cinco semanas depois que este telegrama foi enviado, a Internacional Comunista cancelou o telegrama, por meio de uma série de documentos que revisaram a linha anterior do Comintern para o que era realmente a característica da direção do Comintern. Deixando de lado os trotskistas e outros da inteligência burguesa 'radical', que tendem a se referir com alegria maliciosa ao telegrama mencionado (e errado), notem os seguintes dois fatos a respeito deste telegrama. UM: A Internacional Comunista e o camarada Stalin é que foram os responsáveis pelo cancelamento desse telegrama, e não a oposição; DOIS: A primeira vez que a oposição levantou o assunto desse telegrama foi em novembro, meses após o telegrama ter sido realmente cancelado. Esse telegrama foi na realidade um telegrama episódico, isolado, que era completamente não-característico da linha que foi transmitida ao PCC pela Internacional Comunista. A linha que foi transmitida ao PCC pela Internacional Comunista está contida em uma série de documentos bem conhecidos que foram convenientemente ignorados pelos trotskistas. Precisamente por esta razão, não temos opção senão assinalar a força desses documentos, para refutar as calúnias trotskistas. Eis um extrato da resolução (um documento que realmente define a linha do Comintern) da 7a Plenária do Comintern, em novembro de 1926, ou seja, um mês após o telegrama já mencionado:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV "O aspecto peculiar da situação atual é seu caráter transicional, o fato de que o proletariado deve escolher entre a perspectiva de um bloco com seções consideráveis da burguesia e a perspectiva de consolidar sua aliança com o campesinato. Se o proletariado deixar de levar adiante um programa agrário radical, será incapaz de engajar o campesinato na luta revolucionária e perderá sua hegemonia no movimento de libertação nacional" (Resolução da 7a Plenária do Comitê Executivo da Internacional Comunista) (ênfase minha - HB). E adiante: "O governo popular de Cantão não será capaz de manter o poder na revolução, não será capaz de garantir a vitória completa sobre o imperialismo estrangeiro e sobre a reação nativa até que a causa da libertação nacional esteja identificada com a revolução agrária" (ênfase minha - HB). Pode-se ver claramente no documento anterior que o Comintern não apenas deixou clara a escolha com que se defrontava o proletariado Chinês, ou seja, a escolha de um bloco com a burguesia ou "a consolidação de sua aliança com o campesinato", mas também recomendou ao proletariado chinês "levar adiante um programa agrário radical" e identificar-se "com a revolução agrária". Permitam-nos citar algumas passagens do discurso que Stalin fez em novembro do mesmo ano, 1926. O discurso de Stalin foi publicado sob o título "As perspectivas da revolução na China". Era esse discurso, e não o telegrama antes citado, que era característico da linha de Stalin e aquela do Comintern sobre a Revolução Chinesa. Eis o que Stalin disse em seu discurso: "Eu sei que há kuomintanguistas e mesmo comunistas chineses que não consideram possível lançar a revolução no campo, porque eles temem que, se o campesinato for arrastado para a revolução, se romperia a frente única antiimperialista. Isso é um erro profundo, camaradas. Quanto mais rápida e radicalmente o campesinato chinês for levado à revolução, mais forte e mais poderosa antiimperialista na China." E adiante: "Eu sei que entre os comunistas chineses há camaradas que não aprovam que os operários entrem em greve por uma melhoria de suas condições materiais e seu status legal e que tentam dissuadi-los de entrar em greve. (Uma voz: 'Isso aconteceu em Cantão e Xangai'.) Isto é um grande erro, camaradas. Há uma subestimação muito séria do papel e da importância do proletariado Chinês. Este fato será assinalado nas teses como algo decididamente objetável. Seria um grande erro dos comunistas chineses deixar de tirar vantagem da situação atual favorável para ajudar os operários a melhorarem suas condições materiais e seu status legal, inclusive por meio de greves. De outra forma, a que propósito serve a revolução na China?" (Stalin: The Prospects of the Revolution in China).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Aqui está outro documento de dezembro de 1926, que foi enviado ao PCC pela Internacional Comunista: "Uma política geral de recuo nas cidades e de conter a luta dos operários pela melhoria de suas condições estaria errada. A luta no campo deve ser ampliada, mas ao mesmo tempo deve-se tirar vantagem da situação favorável para melhorar as condições materiais e o status legal dos operários, ao mesmo tempo lutando por todas as formas para dar á luta dos operários um caráter organizado, que evite excessos ou um avanço rápido demais. Devem-se exercer esforços especiais para direcionar a luta nas cidades contra a grande burguesia e, acima de tudo, contra os imperialistas, de maneira a manter as pequena e média burguesias, tanto quanto possível, dentro da linha da frente única contra o inimigo comum. Consideramos os sistemas de comitês de conciliação, cortes de arbitragem, etc., como vantajosos, desde que se assegure uma política correta para as classes trabalhadoras nessas instituições. Ao mesmo tempo, pensamos ser necessário advertir que os decretos dirigidos contra o direito de greve, contra a liberdade de assembléias operárias, etc., são absolutamente inadmissíveis." Eis um quarto documento, elaborado seis semanas antes do golpe de Chiang Kai-shek: "O trabalho do Kuomintang e das unidades comunistas no exército deve ser intensificado; eles devem ser organizados em todas as partes onde não existam e seja possível organizá-los; onde não for possível organizar unidades comunistas, o trabalho deve ser conduzido com a ajuda de comunistas clandestinos. É necessário adotar o curso de armar os operários e camponeses e converter os comitês de camponeses nas localidades em órgãos reais de autoridade governamental, equipadas com autodefesa armada, etc. O Partido Comunista deve em toda parte seguir adiante como tal; uma política de semilegalidade voluntária é inadmissível; o Partido Comunista não deve assumir a posição de um freio ao movimento de massa; o Partido Comunista não deveria acobertar a política traidora e reacionária dos direitistas do Kuomintang. deveria mobilizar as massas em torno do Kuomintang e do Partido Comunista Chinês por meio da denuncia dos direitistas. A atenção de todos os operários políticos que são leais à revolução deve-se dirigir para o fato de que, na época atual, em relação ao reagrupamento das forças de classe e concentração dos exércitos imperialistas, a revolução chinesa está passando por um período crítico e ela só pode alcançar vitórias completas adotando resolutamente o curso do desenvolvimento do movimento de massa. Por outro lado, um perigo tremendo ameaça a revolução. O cumprimento de diretivas é portanto mais necessário do que antes" (Stalin: About China, the International Situation and the Defence of the USSR", 1927, CW Vol X). De fato, já no início de abril de 1926, um ano antes do golpe de Estado desferido pelos direitistas do Kuomintang e Chiang Kai-shek, o Comintern tinha
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV advertido o Partido Comunista Chinês e observado que seria necessário trabalhar para a "renúncia ou expulsão dos direitistas do Kuomintang". Os documentos acima são prova suficiente de como o Comintern entendia as táticas de uma frente única contra o imperialismo no primeiro estágio da Revolução Chinesa - aquele de uma frente única de toda a nação, o período de Cantão -quando a revolução estava desferindo seus golpes principalmente contra o imperialismo estrangeiro, e quando a burguesia nacional encontrava-se no campo revolucionário e apoiava o movimento revolucionário. Esses documentos provam plenamente que o telegrama isolado (já mencionado) que foi enviado pelo Comintern e que foi cancelado pelo Comintern, e não pela oposição, dentro de quatro semanas depois de ter sido enviado, foi apenas episódico, não-característico da linha que a Internacional Comunista transmitiu ao Partido Comunista Chinês. Aquele foi um telegrama isolado; não foi característico da linha da Internacional Comunista. Por outro lado, esses documentos provavam que a linha advogada pelo Comintern requeria que o Partido Comunista Chinês não se tornasse um obstáculo à ampliação da revolução, mas promovesse a revolução por meio da intensificação de seu trabalho no exército, por isolar os direitistas no Kuomintang e trabalhar por sua renúncia ou expulsão. Todos esses documentos eram conhecidos da oposição, porém esta, cuidadosamente, evitava mencioná-los. Como disse o camarada Stalin: "Por que ela [a oposição] não diz nada sobre eles [os documentos acima]? Por que seu objetivo é fazer uma arruaça, não revelar a verdade." Continua o camarada Stalin: "E, todavia, houve uma época em que os dirigentes atuais da oposição, especialmente Zinoviev e Kamenev, entendiam algo sobre o leninismo e, no principal, advogavam a mesma política para o movimento revolucionário chinês que era perseguida pelo Comintern e que o camarada Lênin nos apresentou em suas teses1. Tenho em mente a Sexta Plenária da Internacional Comunista, ocorrida em fevereiro-março de 1926, quando Zinoviev era presidente do Comintern, quando ele ainda era um leninista e não tinha migrado para o campo de Trotsky. Menciono a Sexta Plenária da Internacional Comunista porque há uma resolução adotada unanimemente, em fevereiro-março de 1926, que fornece aproximadamente a mesma avaliação do primeiro estágio da revolução chinesa, do Kuomintang de Cantão e do governo de Cantão, como foi também avaliado pelo Comintern e pelo PCUS(B), mas que a oposição agora está repudiando. Menciono essa resolução porque Zinoviev votou a favor dela naquela época, e nenhum membro do Comitê Central, nem mesmo Trotsky, Kamenev e outros dirigentes da atual oposição, fizeram objeções a ela. Permitam-me citar umas poucas passagens desta resolução. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Eis o que está dito na resolução sobre o Kuomintang: As greves políticas de Xangai e Hong Kong dos trabalhadores chineses (junhosetembro de 1925) marcaram um momento de virada na luta do povo chinês por se libertar dos imperialistas estrangeiros... A ação política do proletariado deu um ímpeto poderoso ao pleno desenvolvimento e consolidação de todas as organizações democráticas revolucionárias no país. especialmente do partido revolucionário popular, do Kuomintang e do governo revolucionário de Cantão. O Partido do Kuomintang, cujo corpo principal agiu em aliança com os comunistas chineses, é um bloco revolucionário de operários, camponeses, intelectuais e da democracia urbana, baseado no interesse de classe comum desses estratos, na luta contra os impenalistas estrangeiros e contra toda a forma de vida militar-feudal. pela independência do país e por um único governo democrático revolucionário' (Resolução da Sexta Plenária do Comitê Executivo da Internacional Comunista) (ênfases de Stalin). Assim, o Kuomintang de Cantão é uma aliança de quatro 'classes'. Como vocês vêem, isto é quase ' martvnovismo'2, santificado por ninguém menos que o então presidente do Comintern, Zinoviev. Sobre o governo do Kuomintang de Cantão: O governo revolucionário criado pelo partidodo Kuomitang em Cantão já tinha tido sucesso em estabelecer contato com as mais amplas massas de operários, camponeses e a democracia urbana, e, baseando-se nelas, tinha esmagado os bandos contra-revolucionários apoiados pelo imperialismo (e está trabalhando para a democratização radical da vida política total da Província de Kwangtung). Assim, sendo a vanguarda na luta do povo chinês pela independência, o governo de Cantão serve de modelo para o futuro desenvolvimento democrático revolucionário do país' (ibid.) (ênfases de Stalin). Verifica-se que o governo do Kuomintang de Cantão, sendo um governo de quatro 'classes',era um governo revolucionário. e não apenas revolucionário até mesmo um modelo para o futuro governo revolucionário-democrático da China Quanto à frente unida de operários, camponeses e a burguesia: 'Face aos novos perigos, o Partido Comunista Chinês e o Kuomintang devem desenvolver a mais ampla atividade política, organizando ação de massa em apoio à luta dos exércitos populares, tirando vantagem das contradições dentro do campo dos imperialistas e opondo a eles uma frente revolucionária nacional unida dos estratos mais amplos da população (operários, camponeses e a burguesia), sob a liderança das organizações revolucionário-democráticas' (ibid.) (ênfases de Stalin). Segue-se que blocos e acordos temporários com a burguesia em países coloniais, em certo estágio da revolução colonial, não são apenas permissíveis, mas positivamente essenciais.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Não é verdade que isso é muito similar ao que Lênin nos disse em suas diretivas bem conhecidas para as táticas dos comunistas em países coloniais e dependentes? É pena, entretanto, que Zinoviev já tenha conseguido se esquecer disso. A questão da retirada do Kuomintang: 'Certas seções da grande burguesia chinesa, que tinha temporariamente se agrupado ao redor do Partido do Kuomintang, retiraram-se dele no ano passado, o que resultou na formação da ala direita do Kuomintang, um pequeno grupo que se opôs abertamente a uma aliança estreita entre o Kuomintang e as massas do povo trabalhador, reclamando a expulsão dos comunistas do Kuomintang, e se opôs à política revolucionária do governo de Cantão. A condenação desta ala direita no Segundo Congresso do Kuomintang (janeiro de1926) e o endosso da necessidade de uma aliança militante entre o Kuomintang e os comunistas confirmam a tendência revolucionária das atividades do Kuomintang e do governo de Cantão e asseguram ao Kuomintang o apoio revolucionário do proletariado (ibid.) (ênfases de Stalin). Vê-se que a retirada dos comunistas do Kuomintang, no primeiro estágio da revolução chinesa, teria sido um erro sério. É pena, entretanto, que Zinoviev, que votou a favor desta resolução, tenha já se esquecido dela em cerca de um mês; pois foi ainda em abril de 1926 (dentro de um mês), que Zinoviev reclamou a imediata retirada dos comunistas do Kuomintang. Acerca dos desvios dentro do Partido Comunista Chinês e da inadmissibilidade de ignorar a fase da revolução do Kuomintang: 'A autodeterminação política dos comunistas chineses se desenvolverá na luta contra dois desvios igualmente nocivos: contra o liquidacionismo de direita, que ignora as tarefas'de classe independentes do proletariado chinês e conduz a uma união informe com o movimento nacional democrático geral; e contra os sentimentos de extrema esquerda a favor de ignorar o estágio democrático revolucionário do movimento, passando imediatamente para as tarefas da ditadura do proletariado e do poder soviético, esquecendo do campesinato. este fator básico e decisivo no movimento chinês pela emancipação nacional" (ibid.) (ênfases de Stalin). Como vocês vêem, aqui estão todas as bases para se condenar a oposição, agora, de querer deixar de lado a fase Kuomintang do desenvolvimento na China, de subestimar o movimento camponês e de apressadamente correr no sentido dos Sovietes. Seria acertar o tiro na mosca. Zinoviev, Kamenev e Trotsky sabiam dessa resolução? Devemos presumir que eles sabiam. Em alguma medida Zinoviev sabia sobre ela, pois foi sob sua presidência que essa resolução foi adotada, na Sexta Plenária do Comintern. e ele próprio votou a seu favor. Por que estão os dirigentes da oposição agora evitando essa resolução do órgão móis alto do movimento comunista mundial? Por que estão guardando silêncio sobre isso? Porque isso se volta contra eles em todas as questões que dizem respeito à revolução chinesa. Porque isso refuta todo o ponto de Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV vista trotskista atual da oposição. Porque eles desertaram do Comintern, desertaram do leninismo e agora, temendo seu passado, temendo suas próprias sombras, são obrigados a evitar covardemente a resolução da Sexta Plenária do Comintern" (Stalin: About China, the International Situation and the Defence of the USSR, discurso proferido no pleno conjunto do Comitê Central e da Comissão de Controle Central do PCUS , Io de agosto de 1927) (ênfases de Stalin). Esta era a situação no que se refere ao primeiro estágio da Revolução Chinesa e da linha do Comintern. Passemos agora ao segundo estágio da Revolução Chinesa. O segundo estágio da Revolução Chinesa A respeito do segundo estágio da Revolução Chinesa, quando o centro da revolução tinha se transferido para Wuhan, em oposição ao centro da contrarevolução de Nanking, a oposição, à sua maneira difamadora habitual, afirmou que o Comintern tinha deixado de advertir o Partido Comunista da China do possível colapso do Kuomintang de Wuhan, isto é, da deserção do Kuomintang de esquerda para o lado da contra-revolução. Essa calúnia maliciosa é repetida no presente não apenas pelos trotskistas, mas também por alguns 'anti-revisionistas' na Inglaterra. Para refutar essa calúnia, permitam-nos citar alguns documentos relativos ao segundo período da Revolução Chinesa. Documento 1: maio de 1927 "A coisa mais importante agora, na política interna do Kuomintang, é desenvolver a revolução agrária sistematicamente, em todas as províncias, particularmente em Kuangtung. sob o lema 'Todo o poder às associações e comitês camponeses no campo'. Está é a base para o sucesso da revolução e do Kuomitang. Está é a base para se criar na China um grande e poderoso exército político e militar contra o imperialismo e seus agentes. Na prática, o slogan do confisco das terras é muito oportuno para as províncias nas quais há um forte movimento agrário, tais como Hunan, Kwangtung, etc. Sem isto, a ampliação da revolução agrária é impossível... É necessário começar de uma vez a organizar oito ou dez divisões de camponeses revolucionários e operários com dirigentes absolutamente confiáveis. Isto será uma força de guardas de Wuhan no front e na retaguarda para desarmar as unidades não confiáveis. Isto não deve ser retardado. Atividades desintegradoras devem ser intensificadas na retaguarda e nas unidades de Chiang Kai-shek, e assistência deve ser prestada aos camponeses insurgentes em Kwangtung, onde o domínio dos senhores de terra é intolerável" (Discurso de Stalin de Io de agosto de 1927) (ênfases de Stalin).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Documento 2: maio de 1927 "Sem uma revolução agrária, a vitória é impossível. Sem ela, o comitê central do Kuomintang será convertido em um deplorável joguete de generais não confiáveis. Os excessos devem ser combatidos, entretanto, não por meio de tropas, mas através das associações camponesas. Nós estamos decididamente a favor do confisco real da terra pelas massas. Apreensões relativas à missão de Tang Pingshan não são despidas de fundamento. Vocês não devem manter-se à parte do movimento da classe operária e camponês, e sim ajudá-lo de todo modo. Alguns dos velhos dirigentes do Comitê Central do Kuomintang estão memorizados pelos acontecimentos, estão vacilantes e comprometidos. Um número crescente de novos dirigentes camponeses e da classe operária deve ser extraído das massas para o Comitê Central do Kuomintang. Estas vozes bravas fortalecerão a espinha dos velhos dirigentes, ou ocorrerá sua remoção. A estrutura atual do Kuomintang deve ser mudada. A direção principal do Kuomintang deve certamente ser renovada e reforçada com novos dirigentes, que tenham despontado na revolução agrária. Enquanto isso, as organizações locais devem ser ampliadas em milhões de membros em associações de operários e de camponeses. Se isso não for feito, o Kuomintang correrá o risco de tornar-se divorciado da vida real e perder todo os prestigio. A dependência de generais não confiáveis deve ser eliminada. Mobilizem cerca de 20.000 comunistas e cerca de 50.000 operários e camponeses revolucionários de Hunan e Hupeh, formem vários novos corpos armados, usem os estudantes nas escolas oficiais como comandantes e organizem seu próprio exército confiável, antes que seja muito tarde. Se isso não for feito, não há garantia contra o fracasso. É uma questão difícil, mas não há alternativa. Organizem um Tribunal Militar Revolucionário, chefiado por kuomintanguistas comunistas preeminentes. Punam os oficiais que mantiverem contanto com Chiang Kaishek ou que incitem os soldados contra o povo, os operários e os camponeses. A persuasão não é bastante. E hora de agir. Os patifes devem ser punidos. Se os kuomintanguistas não aprenderem a ser jacobinos revolucionários, perecerão, na medida em que o povo e a revolução estão ansiosos" (ibid.) (ênfases de Stalin). Assim, pode-se ver claramente que o Comintern não apenas anteviu os acontecimentos, mas também fez antecipadamente uma oportuna advertência sobre os perigos à frente para o PCC. O Comintern assinalou que o desenvolvimento sistemático da "revolução agrária" (ira "a base para o sucesso da revolução e do Kuomintang"; que uma luta devia ser desenvolvida contra "alguns dos velhos dirigentes do Comitê Central do Kuomintang", que estavam "amedrontados com os acontecimentos ... estavam vacilantes"; e, acima de tudo, o Comintern chamou a atenção do PCC para a seguinte tarefa importante: "organizar seu exército confiável antes que fosse muito tarde" e, à guisa de advertência, o Comintern acrescentou: "se isto não for feito, não há garantia contra o fracasso". Assim, está claro como a luz do dia que as alegações trotskistas a respeito da "falha" do Comintern e de Stalin em Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV advertir os comunistas chineses acerca de um possível colapso do Kuomintang nunca foram mais do que calúnias burguesas puras e simples. Está claro que o Comintern, assim como Stalin, fez advertências oportunas aos comunistas chineses de que o Kuomintang ia "perecer", a menos que as medidas do tipo sugerido nos documentos já citados fossem imediatamente tomadas.
Algumas conclusões Do que já foi dito, não é difícil perceber que a política advogada pelo Comintern e por Stalin era uma política revolucionária correta que, de maneira eficaz e verdadeiramente científica, integrava as verdades universais do marxismo-leninismo com a prática concreta da Revolução Chinesa; enquanto a política advogada pela oposição trotskista era uma política antileninista, baseada não em uma análise cientifica dos problemas concretos da Revolução Chinesa, mas em algumas fórmulas prontas, que a oposição entendia serem obrigatórias para todos os tempos e lugares. A política advogada pela oposição era baseada em uma 'análise' que não levava em conta o fato de que a Revolução Chinesa era uma revolução simultaneamente de caráter antiimperialista e antifeudal. Por isso, a oposição trotskista, ignorando a realidade e em oposição à realidade, perseguiu, na questão da Revolução Chinesa, uma política que era subjetivista e contra-revolucionária, que agradava aos ânimos dos inimigos da Revolução Chinesa, os Chiang Kai-sheks e as varias potências imperialistas. A esta altura, seria extremamente útil resumir os erros da oposição trotskista sobre a questão da Revolução Chinesa, nas palavras do camarada Stalin: "Os principais erros da oposição são: (í)A oposição não entende o caráter e as perspectivas da Revolução Chinesa; (2) A oposição não vê diferença entre a revolução na China e a revolução na Rússia, entre a revolução em países coloniais e a revolução em países imperialistas; (3) A oposição está se afastando das táticas leninistas quanto à atitude para com a burguesia nacional em países coloniais no primeiro estágio da revolução; (4) A oposição não compreende a questão da participação dos comunistas no Kuomintang; (5) A oposição está violando os princípios da tática leninista na questão da relação entre a vanguarda (o Partido) e a retaguarda (as vastas massas do povo trabalhador); (6) A oposição está se afastando das resoluções das Sexta e Sétima Plenárias do Comitê Executivo da Internacional Comunista." Continua Stalin: Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV "A oposição faz um escarcéu sobre sua política para a questão chinesa e afirma que, se essa política tivesse sido adotada, a situação na China hoje [isto é, Io de agosto de 1927 - HB] estaria melhor do que está. É desnecessário provar que, considerando os erros grosseiros cometidos pela oposição, o Partido Comunista Chinês teria caído em um impasse completo se tivesse adotado a política antileninista e aventureirista da oposição [ênfase minha - HB]. O fato de que o Partido Comunista da China cresceu em um curto período de um pequeno grupo de cinco ou seis mil para um partido de massa de 60.000 membros; o fato de que o PCC conseguiu organizar aproximadamente 3.000.000 de proletários em sindicatos durante o período; o fato de que o PCC conseguiu despertar muitos milhões de camponeses do seu torpor e juntar dezenas de milhões de camponeses em associações camponesas revolucionárias; o fato de que o PCC conseguiu durante esse período atrair regimentos e divisões inteiras de tropas nacionais; o fato de que o PCC conseguiu durante esse período converter a idéia da hegemonia do proletariado de uma aspiração em uma realidade - o fato de que o PCC conseguiu em um curto período realizar todas essas conquistas deve-se, entre outras coisas, a ele ter seguido rumo apontado por Lênin, o rumo apontado pelo Comintern. É desnecessário dizer que, se a política da oposição, com seus erros e linha antileninista sobre a questão da revolução colonial, tivesse sido seguida. esses ganhos da revolução chinesa ou não teriam acontecido no seu todo, ou teriam sido extremamente insignificante. Apenas os renegados e aventureiristas duvidar disso" (ibid) (ênfase minha - HB).
'ultra-esquerdistas' podem
O camarada Stalin estava absolutamente correto em dizer que as conquistas do Partido Comunista Chinês (PCC) eram atribuíveis, entre outras coisas, "a ele ter seguido o rumo apontado por Lênin, o rumo apontado pelo Comintern Ele estava também certo em dizer que, se a política antileninista da oposição na Revolução Chinesa tivesse sido seguida pelo PCC, as citadas conquistas não teriam sido alcançadas de todo. As derrotas de 1927 deveram-se principalmente ao oportunismo da panelinha de Chen Tu-hsiu De fato, um estudo da Revolução Chinesa (tanto até o fim de 1927 quanto posteriormente) mostra que os sucessos e os fracassos da revolução estão estreitamente relacionados a se o PCC seguiu com sucesso ou não a política leninista indicada pelo Comintern. No período quando o PCC seguiu a política do Comintern. os ganhos da revolução foram enormes. Mas, à proporção que o PCC deixou de seguir a política indicada pelo Comintern e por Stalin, ele sofreu derrotas. De fato, as derrotas de 1927 da Revolução Chinesa foram devidas, em medida nada pequena, ao fato de que o PCC deixou de aderir à linha do Comintern e de Stalin. Não é de todo surpreendente que nessa época o PCC estivesse sob a direção do oportunista notório Chen Tu-hsiu. Sob sua direção, o PCC deixou de aprofundar a revolução agrária e Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV proceder a uma completa denúncia dos direitistas do Kuomintang. Logo após as derrotas de 1927, Chen Tu-hsiu foi derrotado no Partido. Após esta derrota ele fez uma tentativa fracassada de lançar um movimento trotskista na China e, em dezembro de 1929, fez uma declaração de que era necessário "trabalhar invariavelmente do lado da oposição internacional conduzida pelo camarada Trotsky". Quanto à derrota de 1927, que se deveu, em medida nada pequena, ao PCC, sob a direção de Chen Tu-hsiu, não ter implementado a política advogada pelo Comintern e por Stalin, Chen Tu-hsiu tentou reabilitar seu próprio papel oportunista e responsabilizar Stalin por seu oportunismo com a seguinte declaração, que está repleta de calúnias e mentiras maliciosas: "Eu [Chen Tu-hsiu - HB], cuja compreensão não era suficientemente clara, cuja opinião não era suficientemente resoluta, profundamente mergulhado na atmosfera do oportunismo, apoiei sinceramente a política oportunista da Terceira Internacional. Eu conscientemente tornei-me um instrumento da facção estreita de Stalin; não tive uma oportunidade de me desenvolver; não pude salvar o Partido; não pude salvar a revolução..." Que esta declaração de Chen Tu-hsiu está repleta de mentiras maliciosas é evidenciado não somente pela linha subseqüente vitoriosa da revolução chinesa sob a brilhante, correta e leninista direção de Mão Tsé-tung, mas também pela seguinte declaração do Comitê Executivo do PCC, divulgado em 7 de agosto de 1927, à guisa de autocrítica: "A Internacional Comunista tem repetidamente instruído o PCC a lutar pela melhoria das condições materiais das massas trabalhadoras ...Ao mesmo tempo, a Internacional Comunista registrou que é necessário armar os trabalhadores rápida. corajosa e resolutamente, especialmente aqueles elementos que têm mais consciência de classe e estão mais organizados... Mas o órgão dirigente de nosso Partido tem seguido um curso diferente. Tem simplesmente retardado e minimizado a luta de classes e as ações revolucionárias dos operários. Em lugar de disseminar e promover movimentos grevistas, o Comitê Central, junto com os dirigentes do Kuomintang, optou por um método arbitrário de mediação e determinou que a autoridade final pertencia ao governo. Sob o governo de uma coalizão de classes, dirigido nesse primeiro estágio pela burguesia, esse tipo de política realmente serviu meramente para proteger os interesses da burguesia e obstruiu grandemente o movimento operário... A revolução agrária é o cerne da revolução democrática burguesa na China. A Internacional Comunista tem repetidamente explicado a respeito desta questão. A relação entre o Partido e a Internacional Comunista também não estava de acordo com os procedimentos organizacionais aceitos. Nunca houve um caso na história da Internacional Comunista em que as instruções e resoluções fossem realmente rejeitadas em tal situação crítica. Isso já não era meramente uma simples quebra de disciplina, mas um ato criminoso contra os movimentos chinês e da Internacional Comunista... O Partido Comunista Chinês não somente conduziu uma política errada, uma política que levou a revolução à derrota, que liquidou Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV voluntariamente a revolução e capitulou diante do inimigo, mas também não admitiu seus erros e desobediência às instruções da Internacional Comunista ..." (ênfase minha - HB). A verdade contida na declaração acima do PCC é totalmente corroborada pelo seguinte extrato retirado do panfleto "Stalin and the Chinese Revolution", por Chen Pota: "O oportunismo de Chen Tu-hsiu de 1927 era precisamente oposto a essa análise dialética [do caráter da Revolução Chinesa, de acordo com a qual a Revolução Chinesa era de natureza tanto antifeudal como antiimperialista - HB] por Stalin. O oportunismo de Chen Tu-hsiu mais adiante fundiu-se com o trotskismo contrarevolucionário. Isto é bem conhecido e não nos alongaremos sobre tal." Assim, pode-se ver que as derrotas sofridas pela Revolução Chinesa em 1927 foram devidas, principalmente ao oportunismo da panelinha de Chen Tu-hsiu que, rejeitando a política advogada por Stalin e o Comintern, deixou de aprofundar a revolução agrária. A rejeição da política do Comintern pela panelinha de Chen Tu-hsiu foi inteiramente devida ao fato de que esta panelinha não aceitava e "se opunha à análise dialética de Stalin". Os oportunistas no PCC chegaram ao ponto de suprimir os escritos de Stalin sobre a Revolução Chinesa. "Tanto em 1927, quando Chen Tu-hsiu estava no poder, quanto depois, os oportunistas, intencionalmente ou não, obstruíram a disseminação no interior do Partido de muitos trabalhos de Stalin sobre a questão chinesa" (Chen Po-ta, ibid.). Os acontecimentos subseqüentes às derrotas de 1927, conduzindo à vitória da Revolução Chinesa em 1949, provaram amplamente as violações da análise dialética e marxista-leninista da Revolução Chinesa feita por Stalin, provocando infalivelmente problemas para a Revolução Chinesa, para a causa da libertação do povo chinês. A adesão firme aos ensinamentos dialéticos de Stalin, de maneira igualmente infalível, levaram a Revolução Chinesa a fazer gigantescos progressos adiante. O camarada Mao Tsé tung ressaltou esta verdade muitas vezes. Citemos Chen Po-ta: "A este respeito, deve-se observar que, durante os 20 anos desde 19273, os erros do oportunismo de esquerda e de direita que ocorreram dentro de nosso partido foram usualmente, em primeiro lugar, violações dessas análises dialéticas de Stalin relativas à natureza da revolução, por negligenciarem os aspectos antiimperialistas ou antifeudais" (ibid.). Por isso, durante o período da guerra civil de dez anos, os oportunistas 'esquerdistas', ignorando o aspecto antiimperialista da Revolução Chinesa, esquecendo que "a revolução democrática burguesa na China é caracterizada pela agudização da luta contra o imperialismo "", opunham-se à política de formar uma frente antiimperialista. Eles também prematuramente adotaram a política de promover "a transformação em uma revolução socialista". Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Entretanto, durante a Guerra de Resistência à agressão japonesa, esses oportunistas 'esquerdistas' transformaram-se, como era esperado, em oportunistas de direita. Ignorando o aspecto antifeudal da Revolução Chinesa, passaram a defender posições similares àquelas defendidas pelo oportunista Chen Tu-hsiu. Eles não foram capazes de compreender o significado decisivo do aprofundamento do movimento agrário. Encaixaram-se perfeitamente na categoria daqueles comunistas chineses que Stalin tinha em mente quando disse: "Eu sei que há ... mesmo comunistas chineses que não consideram possível deflagrar a revolução no campo, pois temem que envolver o campesinato na revolução destruiria a unidade da frente antiimperialista." Os oportunistas de direita esqueceram o ensinamento leninista de Stalin de que "a frente antiimperialista na China tornar-se-á mais forte e mais poderosa quanto mais rápida e mais solidamente o campesinato chinês integrar-se á Revolução". Do seu ponto de vista de ignorar o aspecto antifeudal da Revolução Chinesa, os oportunistas de direita, no período da Guerra de Resistência à agressão japonesa, passaram a advogar, justamente como tinha sido feito pela panelinha de Chen Tu-hsiu, a desistência de deixar a direção com o proletariado. Eles "viram apenas a burguesia" e deixaram de ver um futuro para a vitória da revolução democrática popular e para o socialismo. Eles esqueceram os ensinamentos leninistas de Stalin e do Comintern na Revolução Chinesa, de que "o papel do iniciador e dirigente da Revolução Chinesa, o papel de dirigente do campesinato chinês, deve inevitavelmente caber ao proletariado e seu Partido". Mao Tsé-tung aplicou a linha do Comintern à China É de fato o grande mérito do camarada Mao Tsé-tung que ele tenha lutado corajosamente contra os desvios 'esquerdistas' e de direita dentro do PCC; que ele tenha lutado pela implementação da política leninista advogada pelo Comintern e por Stalin; que ele tenha aplicado golpes arrasadores aos dogmáticos e direitistas no Partido Chinês; e acima de tudo, que ele, da maneira mais criativa, tenha aplicado a linha do Comintern à situação na China e, assim fazendo, tenha-a desenvolvido para um estágio ainda mais avançado. Foi esta integração plena, pelo PCC, sob a brilhante direção de Mao Tsé-tung, da linha do Comintern com a prática concreta da Revolução Chinesa que, entre outras coisas, conduziu ao sucesso da Revolução Chinesa. Sob a brilhante direção do camarada Mao Tsé-tung, o PCC nunca, por um momento sequer, ignorou o aspecto antiimperialista ou antifeudal da Revolução Chinesa. Enquanto seguia sua tarefa de dirigir o campesinato na revolução agrária, ele nunca perdeu uma oportunidade de ampliar a frente antiimperialista da Revolução Chinesa, formando uma frente única nacional, portanto, evitando também o isolamento da revolução agrária. A formação, em 1937, da frente antiimperialista, por insistência do PCC, foi uma culminação da brilhante tática do PCC sob a sabia direção do camarada Mao Tsé-tung.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV O fato de que os bandidos de Chiang Kai-shek fossem obrigados a concordar com uma frente única com o Partido Comunista, a fim de empreender a Guerra de Resistência do povo chinês contra a agressão japonesa, foi uma vitória brilhante para a linha de Mao Tsé-tung, para a linha de Stalin e aquela do Comintern. Foi, ao mesmo tempo, uma refutação do contra-senso contra-revolucionário dos trotskistas. É também um grande mérito de Mao Tsé-tung que, sob sua direção, o PCC evitou os erros do período de 1927 e firmemente sustentou o princípio de independência do Partido Comunista dentro da Frente Única Antijaponesa, assim como o princípio de conduzir o campesinato à revolução. O PCC, sob a direção de Mao Tsé-tung, lutou contra os dogmáticos quando eles se opuseram à formação da Frente Única e advogaram "derrubar todos". O camarada Mao Tsé-tung dirigiu-se aos dogmáticos assim: "Vocês não podem derrubar aqueles que estão no poder, assim vocês querem derrubar aqueles que não estão no poder. Eles já estão fora do poder, e no entanto vocês desejam derrubá-los." O PCC também lutou contra os dogmáticos quando, durante a Guerra de Resistência contra o Japão, eles passaram a advogar "a unidade com todos". Assim, foi por seguir a linha marxista-leninista correta a respeito da natureza da Revolução Chinesa e no campo das táticas que o PCC, sob a correta direção do camarada Mao Tsé-tung, foi capaz de levar o povo chinês a realizar com sucesso a Revolução Democrática Popular e depois passar a realizar o socialismo na China Tivesse a desordem contra-revolucionária, advogada pela oposição trotskista, sido seguida pelo PCC, isso certamente teria significado a vitória d: imperialismo ou o estabelecimento da ditadura da burguesia na China. Não poderia de forma alguma resultar no estabelecimento da ditadura democrática revolucionária do proletariado e do campesinato sob a direção do proletariado, levando no decorrer do tempo ao estabelecimento da ditadura do proletariado. Talvez Trotsky desejasse o estabelecimento da ditadura da burguesia? Esse parece ter sido o caso, pois, em seu 'Prospects and Tasks in the East", de 1924, Trotsky disse: "Não há qualquer dúvida de que, se o Kuomintang na China conseguir unir a China sob um regime democrático nacional, o desenvolvimento capitalista na china dará enormes passos à frente. E tudo isso leva à mobilização de massas proletárias sem conta que emergirão imediatamente de um estado pré-histórico, semibárbaro..." Tal é a essência de todo o palavreado ultra-esquerdista do autor da "revolução permanente'! Tivesse o PCC seguido a linha da oposição trotskista, hoje não teríamos a República Popular da China.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Os que semeiam a dissensão entre as linhas de Mao Tsé-tung e de Stalin Há muitos trotskistas, bem como outros que não são trotskistas. que asseguram que há diferenças fundamentais entre o camarada Stalin e o camarada Mao Tsé-tung; que Stalin não prestou nenhuma ajuda à Revolução Chinesa e que tentou como pôde trair a causa da libertação do povo chinês. Em vista dessas calúnias e embustes persistentes, achamos necessário concluir nossa exposição sobre esse assunto com umas poucas anotações que o camarada Mao Tsé-tung fez em um discurso proferido por ele em 20 de dezembro de 1939, por ocasião do aniversário de 60 anos de Stalin. O camarada Mao Tsé-tung disse: "Entretanto, há amigos de outro tipo, amigos que têm simpatia real conosco e consideram-nos como irmãos. Quem são eles? Eles são o povo soviético e Stalin Nenhum outro país renunciou a seus privilégios na China; somente a União Soviética o fez. Todos os imperialistas se opuseram a nós durante nossa Primeira Grande Revolução; somente a União Soviética nos ajudou. Nenhum governo de qualquer país imperialista nos deu real ajuda desde a eclosão da Guerra de Resistência contra o Japão; somente a União Soviética ajudou a China com sua aviação e suprimentos. A questão não ficou suficientemente clara? Somente a terra do socialismo, seus dirigentes e seu povo e os pensadores socialistas, estadistas e operários podem dar real ajuda à causa de libertação da nação chinesa e do povo chinês, e sem sua ajuda nossa causa não alcançaria a vitória final. Stalin é o verdadeiro amigo da causa de libertação do povo chinês. Nenhuma tentativa de semear dissensão, nem mentiras e calúnias, podem afetar o amor e respeito sincero do povo chinês por Stalin e nossa amizade genuína pela União Soviética" (Mao Tsétung: Selected Works). Nenhum comentário é necessário. Essas notas do camarada Mao Tsé-tung, o dirigente da Revolução Chinesa vitoriosa, são mais do que suficientes para refutar a campanha de mentiras, abertas e ocultas, trotskistas, que têm feito o máximo para "semear a dissensão" e causar confusão, que têm feito o máximo para apresentar a linha revolucionária de Mao Tsé-tung como sendo diferente da linha revolucionária de Stalin; essas notas são mais do que suficientes para refutar a propaganda caluniosa, dos 'amigos' e dos inimigos também, contra Stalin. Reproduzimos a citação acima de Mao Tsé-tung para refutar não somente os trotskistas, mas também organizações como a Federação Comunista da Inglaterra (Marxista-Leninista) que, seguindo na esteira do trotskismo, acusa Stalin de nacionalismo estreito5 e usa o nome de Mao Tsé-tung.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte IV Assim como é necessário combater essas tendências no movimento que, sob a pretensão de louvar Mao Tsé-tung, está atacando Stalin, é também necessário combater a tendência oposta, que usa Stalin como um escudo por trás do qual ataca Mao Tsé-tung e a República Popular da China. É pura perda de tempo discutir qual dessas duas tendências (a que usa o nome de Mao Tsé-tung para atacar Stalin e a outra que se esconde atrás de Stalin para atacar Mao Tsé-tung e o PCC) é mais nociva. Elas são ambas perigosas. É, portanto, nosso sagrado dever comunista lutar contra ambas. Finalmente O que afirmamos é apenas uma breve introdução ao tema sob discussão. É nossa esperança que isto despertará interesse suficiente no movimento comunista e conduzirá a maiores estudos e pesquisa, esclarecimentos das questões envolvidas e uma refutação das mentiras burguesas. Podemos acrescentar que não há melhor forma de estudar a questão da Revolução Chinesa do que um estudo inteligente dos escritos de Mao Tsé-tung e daqueles de Stalin sobre a Revolução Chinesa. Notas 1. Lênin: Esboço Preliminar das Teses sobre Questões Nacionais e Coloniais. 2. Em um artigo sobre o desenvolvimento da revolução chinesa de 1925-27, A. Martynov (um antigo menchevique, que foi admitido como membro do PCR(B) pelo 12° Congresso do Partido) expôs a tese de que a revolução na China podia evoluir pacificamente de uma revolução democrática burguesa para uma revolução proletária. O bloco anti-soviético de Trotsky-Zinoviev tentou imputar responsabilidade pelas teses equivocadas de Martynov à direção do Comintern e do PCUS. 3. Esta parte do panfleto de Chen Po-ta foi escrita em 1949. 4. Stalin: A Revolução Chinesa e as Tarefas da Internacional Comunista. 5. Ver A Origem e o Desenvolvimento do Revisionismo na União Soviética, no Marxist-Leninist Quarterlv, n° 2. verão de 1972.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V
Trotskismo X Leninismo Lições da História
Harpal Brar Tradução – Pedro Castro
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Parte V A Guerra Civil Espanhola
Capítulo 16 O Pano de Fundo da Guerra Civil Espanhola......................................................................................................03
Capítulo 17 A Formação da Frente Popular e o Curso da Guerra...........................................................................................15
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V
Parte V A Guerra Civil Espanhola "Os trabalhadores da União Soviética somente cumprirão seu dever quando prestarem ajuda às massas revolucionárias espanholas. Eles estão conscientes de que libertar a Espanha da perseguição dos reacionários fascistas não é uma causa privada dos espanhóis, mas uma causa universal de toda a humanidade avançada e progressista.' Stalin
Capítulo 16 O Pano de Fundo da Guerra Civil Espanhola Condição dos operários e camponeses espanhóis Por cerca de dois séculos o povo espanhol tinha se debatido contra o domínio do latifundismo feudal, visando trazer a Espanha para o mundo moderno mas, de uma forma ou de outra, os senhores feudais tinham sido capazes de retardar o surgimento da burguesia, o desenvolvimento do capitalismo e daí o desenvolvimento da classe operária. Desse modo, a economia espanhola ficou cada vez mais atrasada em relação ao mundo moderno e permaneceu cada vez mais desamparada frente à competição dos países onde a revolução burguesa tinha sido completada. Como resultado, a condição deteriorada do povo espanhol estabilizou-se relativa e absolutamente. Assim foi que Frank Jellinek descreveu a situação em 1930: "A Espanha é um país de fome: principalmente da pura fome física, mas também da fome por terra. Uma população da qual aproximadamente 70% vive quase sem qualquer posse da terra. 65% da população detêm 6,3% da terra, enquanto 4% da população detêm 60%... ...O Duque de Medinaceli era proprietário de 79.146 hectares, dois e meio milhões de camponeses galicianos eram proprietários de 2,9 milhões" (p. 33). "Nessa terra, que os mouros consideravam o paraíso na Terra e trataram com o máximo cuidado ... o total de superfície cultivada é de 22 milhões de hectares, e o de não cultivada, 24 milhões... As causas desse monstruoso domínio podem ser encontradas na história política e econômica das classes dominantes espanholas. O desflorestamento, a conversão da terra arável em estepe e de solo agricultável em campos de pasto extensões fechadas, latifundismo absenteísta e a falta de um mercado interno forte devido aos salários Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V incrivelmente baixos, a luta primeiro entre os interesses agrícolas e dos criadores de gado, depois entre o agrarismo e a indústria, combinaram -se para arruinar o país" (ibid. p. 34). Nos anos 1930, a questão da revolução burguesa espanhola era prioridade quase universal para o povo espanhol, porém tinha poderosos inimigos. Os primeiros, certamente, eram os grandes e poderosos aristocratas proprietários de terra, entre os quais se incluía a Igreja Católica - especialmente os jesuítas. A aristocracia podia assegurar qualquer resultado de eleições que desejasse, por meio do poder que mantinha sobre o campesinato (influência que era conhecida como caciquismo) e podia, portanto, assegurar o firme controle da máquina do Estado, e a Igreja controlava virtualmente toda a educação das crianças e exercia uma influência ideológica poderosa sobre o povo espanhol. "A luta entre a agropecuária e as indústrias de aço e têxteis teve profundos efeitos sociais e políticos. Um decréscimo nos preços da agricultura e uma elevação de salários favoreceria a indústria, por fortalecer o mercado interno. Simultaneamente, fortaleceria os movimentos pequeno-burgueses e proletários que surgiam dentro do impulso industrial rumo ao poder e usavam as vitórias da grande burguesia para abrir para si próprios novas possibilidades de expansão. Assim, era necessário para os senhores feudais manterem o país tão empobrecido quanto possível, e nisso eles foram inteiramente vitoriosos" (ibid. p. 35). "Com o controle quase inteiro da política espanhola, os agricultores podiam enfrentar a ameaça da indústria quase tão facilmente como tinham esmagado o comércio no século XVI" (ibid. p. 36). Vários países ímpenalistas estrangeiros tinham adquirido participação em empreendimentos espanhóis, tais como a mineração, e até mesmo no serviço nacional de telefones, e tinham muito interesse em manter a Espanha em estado relativamente atrasado, de tal forma que não fossem ameaçados seus investimentos. Frank Jellinek assinala (p. 278): "O desenvolvimento da indústria espanhola nativa deve necessariamente ter produzido não somente competição com os interesses estrangeiros, mas também, como se queixou repetidamente a seus acionistas o Conselho de Administração da Rio Tinto (uma companhia inglesa), uma atmosfera revolucionária. Era essencial, portanto, entender que a mais-valia seria neutralizada pela exportação de capital." Basta dizer que era exatamente o que acontecia. Para aqueles que desesperadamente almejavam o progresso - antes de tudo a classe operária e as massas camponesas, que pagavam a conta em termos do atraso e pobreza da Espanha característicos de suas vidas cotidianas, mas também os elementos mais enérgicos e audaciosos da burguesia e pequena burguesia nacional, especialmente aqueles concentrados nas regiões desenvolvidas industrialmente do País Basco e da Catalunha - parecia haver pouca esperança de se libertar daqueles Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V grilhões de ferro. Muitos tinham tentado e fracassaram. Mas, no início do século XX, finalmente começaram a aparecer alguns sinais de que as coisas poderiam mudar. Claramente, os operários e camponeses espanhóis não podiam senão lutar contra aqueles que eles sabiam serem responsáveis pela dureza de suas vidas. A burguesia nacional espanhola, de maneira tipicamente indecisa, também procurava criar as condições para o seu próprio desenvolvimento maior. Ideologicamente, contudo, até os anos 1930, a classe operária era numericamente débil e tendia a absorver conceitos anarquistas pequeno-burgueses que eram então prevalecentes na Espanha, como descrito e explicado por Engels, em Os Bakuninistas em Ação. Nos anos 1920 e 1930, entretanto, sob a influência do movimento comunista mundial, cujo impacto fora tão acentuado pela Revolução de Outubro da União Soviética, a classe operária espanhola começou de maneira modesta a desenvolver seu partido da classe operária independente e sua linha de classe operária independente. A partir desses modestos começos, o comunismo espanhol, à época da eclosão da Guerra Civil Espanhola, tinha se tornado uma força a ser levada em conta e durante toda a guerra, seu poderio cresceu até tornar-se a força dominante na política republicana. Daí o crescimento e o amadurecimento político da classe operária espanhola ter-se tornado um impulso importante pela mudança social. Capítulo 16 - O Pano de Fundo da Guerra Civil Espanhola Na mesma época, a decadência econômica sem esperanças e a corrupção ia sociedade espanhola asseguravam que a classe operária tivesse recebido uma boa escola para a revolução, como está claro na seguinte descrição de Raymond Carr da situação posterior à Primeira Guerra Mundial: "Enquanto a Segunda Guerra Mundial implicava uma privação que encobria os defeitos na estrutura social em meio a uma miséria comum, a guerra de 1914-1918 produziu uma prosperidade que os expôs. Como potência neutra a Espanha, de 1915 a 1918, experimentou um boom de lucros e uma espetacular subida de preços. As fábricas da Catalunha (têxteis) supriam os soldados franceses. o desaparecimento do carvão galês barato estimulava uma atividade efervescente aos campos de carvão asturianos... Certamente muito desta atividade representava mais lucros rápidos do que uma expansão sadia... O segredo real da prosperidade do tempo de guerra da Espanha era a reversão dos termos de comércio de produtos primários e a alta dos preços que seus têxteis podiam impor... refletia-se, portanto, no preço em pesetas mais do que em uma explosão industrial. Essas condições tornaram possível uma repatriação do débito nacional e ferroviário e favoreceu o crescimento do poder dos grandes bancos. O boom da guerra e a elevação drástica dos preços tumultuaram todas as relações trabalhistas. Os salários subiram rapidamente, especialmente nas minas asturianas e entre os operários especializados na Catalunha e no Norte industrial, mas alguns operários não experimentaram ganhos em salários reais ... e isso numa época em que os empregadores, supunha-se, estavam fazendo vastos lucros especulativos'. Essas condições favoreceram um rápido crescimento do trabalho organizado, no momento Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V em que a guerra estava tornando a Espanha ingovernável pelos métodos parlamentares" (p. 497-499). Se a guerra e a elevação dos preços tinham levado ao desassossego, o fim da guerra intensificou mil vezes as contradições: "A contração do pós-guerra do mercado europeu trouxe crises para a Espanha. As minas asturianas marginais foram fechadas. O fim de uma guerra que tinha sustentado um enorme crescimento no embarque produziu correspondentemente enormes perdas quando as taxas de fretes caíram. Muitas companhias encontraram-se sufocadas pelas despesas das embarcações construídas no período do boom; os navios foram desmantelados e os pátios de Bilbao estavam ociosos; as novas usinas siderúrgicas não encontravam demandas para seus produtos. Os proprietários de terra, que tinham utilizado terras marginais para o cultivo, deixaram que elas voltassem a servir para o pastoreio. O subemprego agrícola agravou o desemprego nas cidades. Os preços caindo e o desemprego, portanto, foram o fator das greves revolucionárias de 1919-23 ... Os empregadores argumentavam que a menos que eles dobrassem os sindicatos, esses os dobrariam com demandas que, se satisfeitas, os fariam abandonar os negócios" (p. 509). Tropas foram enviadas para reprimir greves sangrenta e impiedosamente. A partir de 1915-1925 seguiu-se o que Carr chamou de Guerra Trabalhista, que se Caracterizou não apenas por grandes greves e pelas lutas de rua em Barcelona, entre os operários e a polícia, mas também pelo assassinato de dirigentes políticos de ambos os lados. Quando os eleitores estavam cada vez mais zangados pela situação em que se encontravam, a habilidade do caciquismo de garantir um resultado eleitoral 'idôneo' parecia duvidosa. As classes dirigentes sentiam que a democracia parlamentar tinha de ser suspensa e ela foi suspensa em 1923, por meio de um golpe militar (com o qual o monarca 'constitucional' da Espanha, Alfonso XIII, esteve conivente) que instalou uma ditadura militar sob a chefia do General Antonio Primo de Rivera. A instalação de um regime militar, é desnecessário dizer, não melhorou as coisas. Os militares estavam inteiramente nas mãos da aristocracia feudal, cuja ideologia permeava todos os poros do corpo de oficiais. O general Primo de Rivera não era mais esclarecido do que se podia, naquelas circunstâncias, esperar de um militar nomeado para o cargo. Ele tomou medidas para reprimir as massas que foram muito estúpidas e desnecessariamente reacionárias: medidas que incluíam a repressão do movimento nacionalista pequeno-burguês catalão, a supressão de todos os direitos democráticos, tais como o direito de julgamento por júri e a liberdade de imprensa, e a perseguição, o aprisionamento e o exílio de dirigentes dos operários e camponeses, por atacado. À medida que o conflito tornou-se ainda mais agudo, as classes dirigentes viram que a ditadura militar estava tornando as coisas ainda pior, e não melhor, e decidiram fazer de Primo de Rivera um bode expiatório, enquanto eles tentavam pensar em alguma outra forma de salvar seus privilégios e poderes. Por isso, o exército e o rei voltaram-se contra Primo de Rivera, basicamente num esforço para se livrarem da responsabilidade e, a 29 de janeiro de Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V 1930, o general foi forçado a renunciar. Ele morreu em Paris mais tarde, naquele ano. Sua renúncia veio tarde demais para salvar a monarquia, que seguiu Primo Rivera para o exílio quinze meses mais tarde, em abril de 1931. Foi após as eleições municipais de 12 de abril, que mostraram que o povo estava completamente hostil à monarquia, por causa de seu apoio à ditadura militar. As classes dirigentes viram o sacrifício da monarquia como a única forma de ganhar tempo para tentar dissipar ou desviar a hostilidade das massas para com o edifício feudal em ruínas.
A República As massas estavam nesta época tendo sua atenção desviada. De fato, elas estavam eufóricas. Então, uma eleição geral plena foi realizada em 28 de junho de 1931, que confirmou os resultados das eleições municipais de abril: 117 socialistas, 93 radicais, 59 socialistas radicais republicanos, 27 da Ação Republicana, 27 republicanos de direita, 33 nacionalistas catalões, 16 nacionalistas galicianos e outros 28 antimonarquistas. Os monarquistas só conseguiram obter ao todo 85 assentos. Mas, a despeito do fato de que o governo passou a ser composto, como resultado dessas eleições, de elementos relativamente progressistas, ele se mostrou muito incompetente quando se tratava de fazer alguma mudança fundamental na natureza de classes do Estado espanhol. David Mitchell escreve que, depois que o primeiro-ministro Alcalá Zamora foi substituído por Manuel Azana em outubro de 1931, "este foi declarado um inimigo do militarismo e da Igreja. Ao se concentrar nesses dois acontecimentos e fazer apenas esforços tímidos para enfrentar o problema mais urgente - a reforma agrária a mal-formada coalizão só conseguiu nos dois anos seguintes exasperar quase todas as facções. Talvez apenas os nacionalistas catalões, que ganharam autonomia em setembro de 1932, estivessem satisfeitos com sua performance" (p. 36). Embora o que Mitchell disse sobre a reforma agrária fosse verdade e tenha sido a razão pela qual as massas eventualmente se tornaram desiludidas - e certamente foi assim - com seu governo, era também verdade que este tomou uma série de medidas progressistas, que puseram em pânico as classes dirigentes reacionárias: ele retirou da Igreja católica seu status de religião oficial e produziu uma Constituição que, entre outras coisas, proclamava liberdade total da religião, foram concedidos direitos às mulheres - em particular o direito de voto, porém também o direito ao divórcio. Ironicamente, a concessão do voto à mulher foi parcialmente responsável pela eventual queda de Azaña, quando muitas mulheres na Espanha como se esperaria em uma sociedade feudal) tinham sido mantidas politicamente muito atrasadas e foram, no devido tempo, dedicar seus novos votos ganhos a favor de candidatos aprovados por seus Padres Confessores e respeitáveis Senhoras do Lar. Pensando em salvar a Espanha da "ditadura anticlerical" de Azaña, o General Sanjurjo chefiou um golpe para derrubar o governo. O atentado em agosto de 1932, entretanto, foi facilmente sufocado, pois na época as classes dirigentes sabiam que Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V seria um suicídio apoiá-lo. Elas queriam dar mais corda aos republicanos pequenoburgueses para se enforcarem, de tal modo que nas eleições futuras as massas voltassem a votar como seus senhores lhes indicavam pois de cometerem a loucura de exercer sua independência. Assim, os dirigentes da insurreição de Sanjurjo, inclusive este, foram presos e atirados em jaulas bastante te confortáveis. Em alguma medida, a estratégia da classe dirigente teve sucesso. O principal problema com Azaña era que ele não tinha programa econômico digno do nome salvo algumas reformas agrárias muito brandas, que a ninguém satisfizeram. O desemprego se elevava à medida que o mundo capitalista mergulhava na crise econômica dos anos 1930 e, naturalmente, também crescia a ira das massas. "Após uma série de levantes camponeses e greves industriais, um governo assustado foi forçado a chamar o Exército, a Guarda Civil e uma força paramilitar republicana recentemente criada, os Guardas de Assalto, para manter uma aparência de ordem. Ironicamente, a Espanha tornou-se um Estado policial mais do que tinha sido sob Primo de Rivera" (ibid. p. 16). Daí o controle do Exército sobre o governo foi consolidado, enquanto o próprio governo, inevitavelmente, cindia-se, quando as minorias se recusavam a se curvar à pressão de seus apoiadores. "Quando camponeses rebeldes eram fuzilados, enquanto rebeldes militares como Sanjurjo eram simplesmente exilados ou presos em condições confortáveis, as piores suspeitas da FAl [anarquistas] se confirmaram; e sob a pressão de seus apoiadores, Largo Caballero começou a redirecionar o partido socialista e a UGT de um reformismo moderado para uma posição mais revolucionária" (ibid. p. 1617). Nesse meio tempo, a Falange fascista (fundada por Jose Antonio Primo de Rivera, um filho do antigo ditador militar) e a ala da extrema direita da CEDA1 organizaram-se com o propósito de tirar proveito dos operários descontentes com as organizações operárias tradicionais. Esses descontentes conseguiram levar uma considerável abstenção por parte dos operários nas eleições havidas em 1933. O resultado foi que o partido que ganhou o maior número de cadeiras foi a CEDA. As classes dirigentes ainda sabiam que seria um problema deixar que a CEDA subisse ao poder, de forma que não se permitiu que a organização fosse de imediato admitida no governo. De fato, o governo era formado pelo oportunista Partido Radical, dirigido pelo arqui-oportunista Alejandro Lerroux. Foi, entretanto, a CEDA, segurando o equilíbrio do poder, que apelou para os tiros. Mitchell continua: "Embora fosse o maior partido nas Cortes, a CEDA não tinha maioria absoluta. Mas, sob a pressão de seus deputados, o governo, chefiado por Alejandro Lerroux, repetiu ou ignorou a legislação 'subversiva' de seu predecessor. As propriedades da nobreza lhes foram devolvidas, os camponeses expropriados, os salários cortados. Todos os envolvidos no levante de Sanjurjo foram anistiados... Em fevereiro de 1934, Largo Caballero estava dizendo que 'a única esperança das massas agora está na revolução social. Só ela pode salvar a Espanha do fascismo'" (p. 21). Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V Outros aspectos do regime de Lerroux que enfureceram os operários e camponeses foram: 1. uma marcada melhoria de relações entre o Estado e a hierarquia da Igreja. O regime de Lerroux não se atreveu a chegar ao ponto de permitir que os Jesuítas voltassem para retomar sua velha tirania ideológica e financeira, mas muitas das reformas desestabilizadoras da Constituição foram atenuadas, e os esforços para substituir a educação da Igreja pela educação secular foram abandonados; 2. a indicação para o alto comando militar de um grande número de monarquistas; 3. a revogação da autonomia da Catalunha em outubro de 1934 e a suspensão dos planos de dar autonomia à Galícia e ao País Basco; 4. a anistia dada em abril de 1934 ao monarquista ex-membro do governo de Primo de Rivera, Calvo Sotelo, permitindo-lhe voltar à Espanha, e em geral, as relações de amizade que existiam entre o governo e os dirigentes militares e políticos antirepublicanos. Durante todo esse tempo a CEDA estava exigindo entrar no governo, mas insistia em fazer isso sem prometer apoio à República. Para levar o assunto até o máximo, a CEDA convocou uma Conferência dos partidos da ala direita da cidade completamente proletária de Covadonga, no coração da região de mineração das Astúrias, para discutir suas reivindicações. Isso era equivalente, em termos de provocação, à Frente Nacional promover um encontro em Southall. Foi insultuoso e deu origem a manifestações durante o setembro de 1934. A Io de outubro, quando o Parlamento retornava, a CEDA votou contra o governo, sob o argumento de que o governo foi derrotado e tinha de renunciar. O Presidente da República procurou Lerroux a 4 de outubro para formar um novo governo, que incluísse 3 pessoas da CEDA em ministérios-chave. Ele fez isso e assim o CEDA obteve o Ministério do Trabalho, o Ministério da Justiça e o Ministério da Agricultura.
Astúrias Prevendo o tipo de tratamento que poderiam esperar se aqueles fascistas continuassem no governo e recordando as experiências da classe operária asturiana sob Dollfuss, a resposta imediata dos operários espanhóis foi irem à greve. O sindicato dominado pelos comunistas e socialistas, a UGT, convocou uma greve geral para 5 de outubro, e Lerroux declarou um estado de guerra! Por várias razões, o movimento grevista só ocorreu de fato significativamente em Astúrias. Em outros lugares, os operários foram exauridos pela greve ou aram incertos do que fazer, por causa da falta de entusiasmo para a luta demonstrada por 'dirigentes' como o socialista Largo Caballero e certos anarquistas. Mas em Astúrias, a Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V CNT, o sindicato dominado pelos anarquistas, e a UGT uniram-se sob o nome de União dos Irmãos Proletários. Os operários da sólida classe operária das cidades asturianas estiveram unidos e determinados. Não satisfeitos em irem à greve, os operários assumiram o controle da área por vários dias, para forçarem o governo a conceder suas reivindicações. Em seguida, o governo mobilizou o general Franco e suas tropas motorizadas para abafarem a rebelião. Com o colapso, no resto da Espanha, do movimento da greve geral, a derrota da rebelião asturiana era inevitável. Os piores medos dos operários, acerca da brutalidade de um governo dominado pela CEDA, estavam próximos a se confirmar. Realmente, mesmo na Espanha, onde a selvageria sanguinária na repressão dos trabalhadores e camponeses era uma norma, o tratamento dos operários asturianos pelo governo Lerroux-CEDA foi inesperado no seu grau de horror. David Mitchell escreve: "De cerca de 2.000 mortos ou feridos antes da rendição de 19 de outubro, todos menos dez por cento eram rebeldes: quase tantos outros rebeldes foram mortos na repressão sem piedade que se seguiu. Manuel Montequin recorda que 'em alguns lugares, mouros, legionários e guardas civis não pouparam sequer cachorros, cães, leitões ou vacas. Eles massacravam tudo que viam. Eu vi com meus próprios olhos quando lutei na aldeia de Villafria. Eles cortavam até as cabeças das bonecas das crianças" (p. 24). Trinta mil operários asturianos foram feitos prisioneiros e tiveram de ser confinados em campos de concentração, porque não havia mais lugar nas prisões. Por mais horríveis que tenham sido esses acontecimentos, é preciso entender que eles lançaram a base para o crescimento da força do movimento da classe operária. Eles fortaleceram a classe operária: "O uso das tropas marroquinas e os horrores da repressão forçaram a esquerda, muito dividida, a se voltar para a solidariedade como nada mais poderia ter feito ... Os comunistas, que tinham advogado continuar a luta sem esperança (entre eles Dolores Ibarruri, esposa de um mineiro asturiano, mais tarde conhecida como La Pasionaria [flor da paixão], colheram a recompensa numa onda de popularidade e filiações" (p. 24). José Díaz, o Secretário Geral do Partido Comunista Espanhol, em um discurso feito a 2 de junho de 1935 sobre a importância da rebelião de Astúrias, falou em nome do movimento da classe operária quando disse: "Vocês todos sabem o que aconteceu em outubro. Vocês sabem que nós crescemos em todo o país; que os operários espanhóis, operários catalães, bascos, galicianos, em resumo, operários de toda a Espanha tomaram as ruas para sustar o avanço do fascismo por meio de uma greve geral e de uma luta insurrecional. E vocês também sabem que as massas lutaram com admirável coragem para derrotar a grande burguesia e os senhores de terra e seu governo reacionário e fascista e também a fim de tomar o poder. Esse ultimo objetivo foi alcançado apenas em
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V Astúrias. Em Astúrias foi alcançado graças ao posicionamento heróico do proletariado. Em Astúrias foi alcançado porque eles souberam como marchar em unidade e como conquistar armas. A bandeira do poder dos operários e dos camponeses tremulou triunfantemente em Astúrias por 15 dias. As Alianças dos Operários e Camponeses tomaram o poder através da luta armada. Essa ação gloriosa dos camaradas asturianos viverá para sempre na memória de todo o povo explorado. Além disso, devemos não esquecer que ali nossos irmãos e irmãs, nossos heróis, lutaram em unidade e foi por isso que eles triunfaram: comunistas, socialistas e anarquistas lutaram como um só, ombro a ombro. Por esta mesma razão, se queremos triunfar no país como um todo, é essencial que a Frente Única seja uma realidade, que a unidade na ação seja imposta, que as Alianças dos Operários e Camponeses sejam criadas e desenvolvidas em toda parte do país, de tal modo que elas possam dirigir a luta das vastas massas para esmagar a reação e o fascismo. Se fizermos isso, digo-lhes que não estaremos longe de ver este governo, Gil Robles e todos aqueles que o defendem, correrem, fugirem, justamente como o fizeram ignominiosamente a burguesia e os guardas civis de Astúrias, quando se defrontaram com as fileiras cerradas e o poderio armado dos mineiros e operários de Astúrias" (p. 11-12).
De Astúrias para a vitória nas eleições de fevereiro de 1936 Astúrias forçou muitos dos principais partidos pequeno-burgueses a participarem da Frente Popular promovida pelos comunistas. Tornou-se claro para todos que não haveria democracia sem uma frente popular. Isso foi finalmente acordado entre os republicanos, os comunistas e os socialistas, em 15 de janeiro de 1936. As reivindicações propostas ao eleitorado eram: 1. Anistia para todos aqueles condenados por crimes políticos após novembro de 1933; 2. Reintegração dos empregados do governo que tinham perdido seus cargos por motivos políticos; 3. Compensação para as famílias dos membros das forças revolucionárias e do governo que foram mortos; 4. Restauração da soberania da Constituição; 5. Implementação da Constituição; 6. Melhoria da segurança pública; 7. Reorganização da justiça criminal; 8. Redistribuição de responsabilidades dentro do exército e da polícia e revisão das regras disciplinares; 9. Menos impostos e mais crédito para os camponeses; Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V 10. Adoção de políticas para conter a depressão econômica na indústria; 11. Adoção de um programa de obras públicas; 12. O Banco e o Tesouro serão colocados a serviço da reconstrução nacional; 13. Aperfeiçoamento da legislação social, incluindo a fixação de um salário mínimo; 14. Maior investimento no ensino laico. A frente popular diferia das frentes únicas dos anos 1920 porque a primeira incluía os partidos social-democratas, ao contrário da última. Por isso, os programas tinham de ser amplos o suficiente para serem aceitos pelos partidos social-democratas, o que levou a acusações dos trotskistas e outros de que os programas eram burgueses. Mas a razão para incluir os partidos social-democratas nas frentes populares tinha sido bem explicada por Campbell: "As lições da revolução de 1917, e do período revolucionário subseqüente na Europa, pertencem ao capital básico da classe operária, e negligenciá-las é cometer suicídio político. Mas aquelas lições não podem ser aplicadas nos presentes dias, a menos que se levem em conta as diferenças da situação de hoje quando comparada com aquela de 1917-20..." (p. 316). "Em 1917-20, o capitalismo estava defendendo a democracia parlamentar contra o impulso da revolução socialista, procurando estabelecer a democracia soviética. Hoje, o capitalismo, para manter-se. está buscando subverter e destruir a democracia parlamentar e dissolver os órgãos da classe operária. Defender a democracia em 191720 era defender o capitalismo contra a revolução." A análise de J. R. Campbell desse período não é original, mas coincide com a linha do movimento comunista internacional, expressa pelo camarada Stalin, em 1930, em O Desvio Direitista no PCUS(B). onde ele ressaltou "a tarefa de intensificar a luta contra a democracia social e. acima de tudo, a ala 'esquerdista', por ser suporte do capitalismo". E, outra vez. em seu Relatório do Comitê Central ao XVI Congresso do PCUS(B), Stalin disse: "Ao desenvolver uma luta sem tréguas contra a Social-Democracia, que é agência do capital na classe operária, e ao reduzir a poeira todo e qualquer desvios do leninismo, que só podem favorecer a Social Democracia, os partidos comunistas têm mostrado estar no caminho certo. Eles devem definitivamente fortalecer-se nesse caminho; pois somente se o fizerem poderão contar com a vitória para a maioria ia classe operária e preparar com sucesso o proletariado para as futuras batalhas de classes. Somente se eles fizerem isso poderemos contar com um aumento maior no prestígio da Internacional Comunista Porém, em 1934, em muitos casos a questão não era preparar o proletariado para as batalhas que viriam. Era o caso de organizar o proletariado para ganhar as batalhas que a burguesia já estava lhe impondo. Por isso é que Campbell continuava a dizer Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V que: "Defender a democracia em 1938 é frustrar o ataque capitalista à classe operária e é o ponto de partida de qualquer avanço da classe operária para o poder" (íbid. p. 318). Outra vez, sua análise estava na linha daquela do camarada Stalin e do movimento comunista internacional, como mostra o relatório do camarada Stalin ao 17° Congresso do Partido, em 1934, onde ele assinalou: "As massas do povo não alcançaram ainda o estágio em que estão prontas para atacar o capital, porém a idéia do ataque está amadurecendo nas mentes das massas - disso dificilmente pode haver alguma dúvida. Isso é testemunhado eloqüentemente pelos fatos, como, digamos, a revolução espanhola que derrubou o regime fascista ... Isso, de fato, explica por que as classes dirigentes nos países capitalistas estão tão zelosamente destruindo ou anulando os últimos vestígios do parlamentarismo e da democracia burguesa, que poderiam ser usados pela classe operária em sua luta contra os opressores ... Neste contexto, a vitória do fascismo na Alemanha deve ser considerada não somente como um sintoma do enfraquecimento da classe operária e um resultado da traição da classe operária pela Social-Democracia, que abriu caminho para o fascismo; deve também ser considerada como um sinal da fraqueza da burguesia, um sinal de que a burguesia não está indo muito longe em sua capacidade de orientar-se pelos velhos métodos do parlamento e da democracia burguesa e, em conseqüência, está compelida ... a recorrer aos métodos terroristas de domínio" (p. 299-300). Foi por isso que, em agosto de 1935, o 7o Congresso da Internacional Comunista resolveu: "Sob as condições de uma crise política, quando as classes dominantes não podem mais dominar o poderoso desenvolvimento do movimento das massas, os comunistas devem enfatizar as bandeiras revolucionárias centrais, (tais como o controle da produção e dos bancos, a dissolução da polícia, sua substituição por uma milícia armada, etc.), calculada para abalar ainda mais o poder econômico e político da burguesia, fortalecer as forças da classe operária, isolar os partidos conciliadores e conduzir as massas para a tomada revolucionária do poder. Se, em face de tal elevação do movimento de massas, for possível e necessário, no interesse do proletariado, formar um governo de frente proletária única ou de frente antifascista popular, que não será ainda um governo da ditadura do proletariado, mas tratará de tomar medidas decisivas contra o fascismo e a reação, o Partido Comunista deve buscar a formação de tal governo. A premissa essencial para a formação de um governo de frente única constitui uma situação com os seguintes fatores: (a) quando o aparato do Estado burguês está tão paralisado que a burguesia não está em posição de evitar a formação de tal governo; b) quando as massas operárias mais amplas estão se lançando maciçamente contra o fascismo e a reação, sem todavia estarem prontas para lutar pelo Poder Soviético; c) quando uma considerável parte da organização da social-democracia e outros partidos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V que fazem parte da frente única está exigindo a aplicação de medidas implacáveis contra os fascistas e outros elementos reacionários e está pronta para lutar em conjunção com os comunistas, afim de tomar essas medidas. Na medida em que o governo de frente única realmente toma providências-decididas contra os magnatas financeiros contra-revolucionários e seus agentes fascistas e de nenhum modo restringe as atividades do Partido Comunista, nem as lutas da classe operária, o Partido Comunista apoiará este governo de todas formas. Quanto ao problema da participação dos comunistas em um governo de frente única, isso será resolvido de acordo com a situação concreta em cada caso' (Resolutions, Cap. II. 8). E, como Jellinek corretamente assinala (p. 208): "A situação concreta na Espanha do começo de 1936 continha todos os três fatores que eram 'a premissa essencial para a formação de um governo de frente única'."
Notas 1 Nota do tradutor: CEDA = Confederação dos Direitos Autônomos, de José Mana Robles, organização política direitista que venceu as eleições espanholas de 1933, graças sobretudo à "greve do voto" dos anarquistas, ao recusarem apoio aos partidos de esquerda naquelas eleições.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V Capítulo 17 A Formação da Frente Popular e o Curso da Guerra A Frente Popular As táticas da Frente Popular foram adotadas pelo movimento internacional ia classe operária nas novas condições do início dos anos 1930, produzidas pela vitória do fascismo na Alemanha e na Itália - nas condições em que o capitalismo de monopólio estava se orientando para o fascismo como o único meio de preservar o capitalismo, ao abolir a democracia burguesa. Nessas circunstâncias, as táticas da Frente Popular tinham dupla face. Primeiro procurava-se construir uma aliança da classe trabalhadora e dos estratos intermediários da população, a fim de defender a democracia, preservar a paz e realizar um governo democrático trabalhista como meio para tal fim. Secundariamente, procurava capacitar o proletariado revolucionário a conquistar seções inteiras da classe operária e uma seção considerável do estrato médio para o programa do socialismo completo. Porém, por mais sensata que essa tática pudesse parecer, ela foi tema de virulenta denúncia por parte de certas seções da 'esquerda'; e, em particular, por parte de Trotsky e seus seguidores. Tal linha de luta difícil e complicada não estava de acordo com o gosto do trotskismo, que procurava soluções fáceis para problemas difíceis, no conforto das fórmulas prontas e dos dogmas vazios. Para o trotskismo, era uma colaboração de classes evitar que o estrato médio da população caísse sob a influência do capitalismo monopolista, era colaboração de classes procurar isolar os capitalistas monopolistas, quando estes tentavam encaminhar-se para o fascismo a todo vapor; e a Guerra Civil Espanhola, de acordo com o trotskismo contra-revolucionário, não foi senão um exemplo perverso de colaboração de classes. No curso deste texto ficará demonstrado, além de qualquer dúvida, que os trotskistas sabotaram a luta da República Espanhola contra o fascismo, porém cada vez esta sabotagem era mais acompanhada pela elocução de slogans ultra-esquerdistas tais como: "A burguesia não pode ser um aliado contra o fascismo", "somente a revolução proletária pode ser uma força mobilizadora suficiente para levantar a população na retaguarda de Franco", "o proletariado é irreconciliavelmente oposto à democracia burguesa" e assim por diante. Essa gente abominável não prestou a mínima atenção à resolução dos problemas reais de uma luta revolucionária particular sobre a base das circunstâncias concretas e a correlação das forças de classe envolvidas em tal luta. Em vez disso, todo problema concreto da luta era escondido embaixo de uma catarata de frases pomposas, buscando-se o que só pode ser chamado de auto-isolamento 'revolucionário' e de uma posição política em que o cretinismo da ala direita mescla-se com o contra-senso aventureirista de esquerda e os dois se tornam inextricavelmente entrelaçados. Embora deva ser dito que se o trotskismo falhou ao apreciar a natureza revolucionária da Frente Popular, os jesuítas (que eram a grande burguesia e os proprietários de terra da Igreja Católica Espanhola), não. Seu órgão O Debate declarou, a 4 de Agosto de 1935, após o 7o Congresso da ECCI (que tinha adotado as táticas da frente popular):
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V "O comunismo agora parece-nos infinitamente mais perigoso, quando se disfarça com a máscara de colaboração governamental e oferece essa colaboração para algo mais do que mera revolta" (citado em Jellinek, p. 189). Circunstâncias da formação da Frente Popular Seguindo-se à derrota da Greve Geral e do levante de Astúrias ao final de 1934, o movimento da classe operária espanhola orientou-se para a clandestinidade, e 30.000 operários estiveram sofrendo nas prisões espanholas. Nessas circunstâncias, sob a iniciativa do Partido Comunista da Espanha, a frente dos operários foi ampliada para uma Frente Popular por um acordo entre o Partido Comunista, o Partido Socialista e os republicanos de esquerda. Os anarquistas não se uniram à Frente Popular, mas ao final instaram seus apoiadores a votarem por ela, por causa da promessa de libertar os presos políticos. O resultado foi que, quando a crise crescente nas fileiras da reação levou a uma eleição geral em fevereiro de 1936, o resultado foi uma vitória da Frente Popular, levando a uma transformação nas oportunidades para o movimento da classe operária. Na época, os trotskistas espanhóis estavam organizados em um aparelho sectário contra-revolucionário que teve a audácia de se autodenominar 'Partido dos Operários da Unidade Marxista' (POUM), que era dirigido por Joaquim Maurin (que tinha antes deixado o Partido Comunista sob uma argumentação nacionalista direitista) e Andréas Nin, um dos colegas mais íntimos de Trotsky na URSS, entre 19261927. Embora os trotskistas tenham sempre negado a natureza trotskista do POUM, porque ele estava filiado ao Birô Internacional de Fenner Brockway para o Socialismo Revolucionário, e não à assim chamada Quarta Internacional de Trotsky, em sua essência era trotskista - por exemplo, em sua atitude para com a URSS, para com a Frente Popular e para com os problemas da Revolução Espanhola. Dentro do POUM havia um grupo que se autodenominava 'bolcheviques-leninistas', que defendia todos os pontos e vírgulas da Revelação de Trotsky. O POUM primeiro denunciou a Frente Popular, fortalecendo assim os anarquistas e os anarco-sindicalistas. Mas, como a idéia da Frente Popular "varreu tudo à sua frente", para tomar emprestada a expressão do então Mr. (mais tarde Lord) Brockway, que não poderia de forma alguma ser descrito como advogado da Frente Popular, o POUM entrou na aliança com propósitos eleitorais e, tendo-se beneficiado, voltou posteriormente à sua 'liberdade de ação', denunciando a Frente Popular. Tarefas após as eleições de fevereiro Após as eleições de fevereiro, a classe operária espanhola enfrentou as tarefas de construir suas organizações dentro e fora da Frente Popular e lutar por um governo mais à esquerda do que o governo republicano que tinha emergido das eleições de fevereiro. A esse respeito, por iniciativa do Partido Comunista, alguns avanços reais foram feitos. Sindicatos vermelhos sob influência comunista entraram na UGT, a Federação Sindical Socialista; a juventude socialista e comunista formou uma única organização; as relações entre os anarquistas e as federações sindicais melhoraram; negociações foram abertas para a unificação dos partidos socialista e comunista. Daí tornou-se possível frustrar a estratégia da classe dirigente, que tinha esperado que as Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V massas se voltariam para a direita, uma vez tivessem experimentado as trapalhadas da democracia pequeno-burguesa ao tentar governar o país. O que estava realmente acontecendo estava tornando as classes dirigentes cada vez mais furiosas, porque elas começaram a ver que a desilusão com a democracia pequeno-burguesa estava levando as massas para a esquerda, e não para a direita, e começaram a criar as condições para a hegemonia da classe operária sobre o movimento republicano. Foi por isso que os remanescentes feudais e a grande burguesia entreguista usaram todos os embustes para estrangular esse desenvolvimento. E, como sempre, elas foram ajudadas em seus esforços pelos trotskistas, que levaram sua visão reacionária para o coração do movimento operário e camponês, sob o disfarce dos slogans mais revolucionários. Os trotskistas do POUM, por exemplo, fizeram o melhor que podiam, de todas as formas, para prejudicar o processo de unificação das forças progressistas. Eles estimularam todos os excessos por parte de operários e camponeses zangados. As tentativas de organizar e disciplinar esses movimentos espontâneos eram rotuladas de contrarevolucionárias. Eis como Felix Morrow, o trotskista norte-americano, expressou a aprovação de atividades como incendiar igrejas: "O clero odiado, administrador dos 'dois anos negros', também foi tratado à venerável maneira dos camponeses oprimidos. Especialmente depois que ficou claro que o governo não tocaria no clero, as massas decidiram fazer justiça por suas próprias mãos. Isso consistia não apenas em incendiar igrejas, mas em ordenar os padres a deixarem as aldeias, sob pena de morte se eles retornassem. Devido a uma lealdade abjeta para com o governo, os stalinistas aviltaram a luta contra o clero: 'Lembrem-se que atear fogo às igrejas e mosteiros dá apoio à contra-revolução' (Correspondência da Imprensa Internacional, Io de agosto de 1936). Eles não eram ouvidos mais do que Azaria. Na província de Valência, onde os operários agora esmagaram a contrarevolução tão decisivamente, mal havia uma só igreja funcionando em junho" (Felix Morrow, Revolution and Counter-Revolution in Spain, p. 40). Os esforços do Partido Comunista para explicar que tais atividades nada tinham em comum com as táticas revolucionárias eram tratados com desprezo. Todavia, um dos problemas mais urgentes enfrentados pelos operários espanhóis foi o de conquistar os camponeses de pensamento religioso para a Frente Popular. Queimar igrejas dificultava esta tarefa. De fato, tão nociva era esta atividade para a causa da revolução espanhola que, antes da rebelião, grupos fascistas foram pegos incendiando igrejas com o propósito de culpar os comunistas. Outro método de provocação fascista e burguesa era tornar exaustos os operários, por meio de greves que se prolongavam depois que todos os ganhos possíveis tinham sido alcançados. Os trotskistas participaram alegremente de tais ações, que visavam exaurir os grevistas, e no decorrer delas atacar o governo, numa tentativa de criar divisões entre as duas federações de sindicatos, assim como entre os socialistas e os comunistas. A classe empregadora tentou reagir à onda de greves e agitações camponesas encorajando as organizações fascistas a promoverem uma campanha de assassinatos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V de dirigentes operários, similar à que foi promovida pelos fascistas italianos em 192122. Mas as quadrilhas fascistas levaram a pior nesse confronto com os operários. O governo suprimiu as organizações fascistas e procedeu a uma limpeza na polícia. Nesse ínterim, os fascistas, tendo perdido sua chance de tomar o controle do Estado pela via da vitória eleitoral, vigorosamente planejaram tomar o poder pela via do golpe militar, um golpe militar que nessa época teria o pleno apoio dos círculos dirigentes espanhóis e do imperialismo estrangeiro. Planos foram tramados assim que a vitória da Frente Popular foi anunciada. Os generais Franco, Varela e Mola encontraram-se em Madri para combinar uma estratégia. Em cada capital provincial o comando militar estava para declarar estado de sítio e, isso feito, seria apoiado, caso necessário, pelo exército africano. Embora Franco e Varela estivessem servindo fora da Espanha (precisamente porque o governo não confiava neles), Mola permaneceu no continente, em Pamplona, de onde era capaz de reunir e organizar os conspiradores militares. O governo foi logo informado do que estava acontecendo, mas simplesmente não acreditou nisso. Uma delegação da direção do Partido Comunista foi a Casares Quiroga, o primeiro-ministro, com a evidência incontrovertida do complô. Casares Quiroga descartou a idéia de imediato, declarando que os comunistas viam fascistas em todos os cantos. Como os generais tinham adotado uma política de hipocrisia covarde para com o governo, o governo caiu inteiramente em sua armadilha: "Quando Manuel Azaria foi eleito presidente da República, em maio de 1936, os primeiros a apresentarem seus respeitos a ele e oferecerem-lhe apoio foram os generais Franco, Goded, Cabanells e Quiepo de Llano, coronel Aranda e outros, todos eles envolvidos no golpe contra a República. A carta que Franco enviou ao ministro da Guerra no governo republicano poucos dias antes da insurreição é um modelo de dubiedade e dissimulação: Aqueles que dizem que o exército se opõe à República estão mentindo', escreveu o general traidor. 'Vocês estão sendo enganados por gente que inventa conspirações levados por suas próprias paixões obsessivas...' Na mesma época em que escreveu isso, Franco estava recebendo e transmitindo instruções a outros generais envolvidos na trama; ele estava metido até o pescoço em intriga e conspiração" (Sandóval e Azcárate, p. 24). Subterfúgios similares foram adotados pelos generais Mola, Capaz, Cabanellas e coronel Aranda: "Em 16 de julho, Mola deu ao general Batet sua palavra de honra de que ele não se rebelaria. Dois dias mais tarde ele se rebelou ... e prendeu Batet"(ibid.). Mais tarde, ele também fez com que Batet fosse executado. A guerra O começo da insurreição em si foi planejado para ser executado em toda a Espanha às 5 horas de 18 de julho de 1936. Como aconteceu, a primeira ação foi deflagrada prematuramente, quando os planos fascistas vazaram para um comandante militar em Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V Melilla (a cidade mais oriental do Marrocos espanhol), a saber, o general Romerales. Ele despachou tropas e polícia para os quartéis-generais onde os oficiais rebeldes já tinham distribuído armas. Após algumas idas e vindas, foi o general Romerales que foi preso pelos rebeldes, e não o contrário. Os rebeldes declararam estado de guerra, ocuparam os edifícios públicos em Melilla, em nome do General Franco, como comandante-em-chefe em Marrocos - e prenderam os dirigentes dos grupos republicanos ou da ala esquerda. Como Melilla tinha se antecipado, as outras duas cidades principais do Marrocos espanhol, Tetuan e Ceuta, tinham de fazer isso também. A insurreição no continente começou às 5 horas da manhã do dia 18 de julho, como planejado. Havia apenas uma resposta possível à insurreição militar - como Astúrias tinha mostrado - a saber, a força armada. A única força disponível para os republicanos, à parte o terço do Terceiro Exército e a Guarda Civil que tinha permanecido leal, era o povo. O governo da Frente Popular, entretanto, era um governo pequeno-burguês que hesitou de maneira verdadeiramente criminosa, antes de tomar aquele passo necessário. De acordo com Sandoval e Azcárate (p. 27), "Diz-se que um oficial dirigente da cidade em Coruña estava lamentando desta forma quando os rebeldes estavam para atacar os escritórios do governo local: 'se armarmos o povo agora, quem o controlará mais tarde? E se não o fizermos, o que será da República?' ..." Como se poderia esperar, o primeiro-ministro, Casares Quiroga e o presidente, Azaña, objetaram à distribuição de armas ao povo, e se passaram três dias antes que manifestações de massa conduzidas pelos comunistas e socialistas fossem capazes de forçar o governo a ceder nesse ponto. Mas, então, as guarnições militares tinham se levantado em toda a Espanha e não encontraram nenhuma oposição efetiva, já que os governos provinciais não distribuiriam armas sem permissão do Centro para fazê-lo. Nesses três dias não menos do que as 25 maiores cidades foram tomadas pelos fascistas, incluindo Sevilla, Cádiz, Algeciras e Jerez a 18 de julho; Oviedo, Burgos, Zaragoza, Huesca, Jaca, Pamplona, Ternel, Valladolid, Segovia, Salamanca, Ávila, Zamora, Palencia, Cáceres, Albacete, Majorca e Ibiza a 19 de julho; Coruña, Vigo, Pontevedra, Leon e Córdoba, a 20 de julho. Quantas dessas cidades poderiam ter sido salvas se o povo tivesse sido armado! De fato, onde as cidades foram salvas (Barcelona, Valencia, Madri, etc.) foi onde as armas foram confiadas ao povo, porque soldados simpatizantes as tinham distribuído ou porque milícias locais armadas tinham sido organizadas anteriormente. Significativamente, essas cidades incluíam toda a grande Espanha e os centros industriais densamente povoados, onde o movimento operário era forte. A defesa de Madri Eis como Sandóval e Azcárate descrevem a situação em Madri (p. 28-29): "O ponto de maior perigo fascista reconhecido em Madri eram os quartéis de montanha. No domingo 19 de julho, as tropas notaram com ansiedade que os quartéis estavam cheios de estranhos, jovens civis fascistas que imediatamente receberam uniformes e armas. Ao meio-dia, chegou o general fascista Fanjul, também à paisana. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V Após fazer um discurso medíocre, Fanjul lançou uma proclamação, declarando estado de guerra em Madri. Todavia, ele não cuidou de enviar tropas para as ruas, onde os operários de Madri estavam cuidadosamente acompanhando toda a mobilização que os militares faziam. Grupos de operários... foram postados nas esquinas, nas árvores e atrás de muros baixos. Os quartéis estavam sitiados. A presença de multidões furiosas levou Fanjul a adotar a tática prudente de confinar sua rebelião ao interior dos quartéis... Entrementes, o povo partiu para a ofensiva. Destacamentos de civis armados, Guardas de Assalto, Guardas Civis e tropas leais, com audácia e heroísmo magníficos, foram capturando os quartéis em Getafe, Campamento e Vicalvaro. Na alvorada do dia seguinte o ataque aos quartéis da montanha começou. ...Por volta de meio-dia, os portões das fortalezas dos fascistas foram arrombados. Madri tinha conquistado sua Bastilha." Então, veio a necessidade de evitar que os fascistas viessem de fora para marchar sobre Madri. Eis como Jellinek descreve como isso aconteceu (p. 313-314): "Com 10.000 homens, a artilharia pesada de Segovia e Median e os esquadrões aéreos de León e Logroño, o general Mola marchou da Serra de Gaudarrama sobre Madri. Os batalhões se mobilizaram rapidamente para o Alto de León, a passagem que comanda a estrada de Segovia para Madri. O resto da coluna espalhou-se pela área, para as trincheiras de cimento construídas quando Gil Robles era Ministro da Guerra. Então, ocorreu um dos acontecimentos mais importantes daquela Guerra Civil. Sem oficiais, quase sem nenhuma munição, sem nenhuma comunicação e sem ordens, operários se deslocaram em táxis, carros confiscados, ônibus, qualquer meio, para a Serra, para enfrentar um exército moderno. Os anarquistas avançaram nas montanhas armados apenas com bastões de dinamite enrolados em pacotes de jornais. Mais tarde receberiam parte dos rifles encontrados nos quartéis da Montanha. A juventude socialista avançou para o Alto do León. Quase todos os seus dirigentes tinham saído para suas férias. A organização da primeira coluna foi conduzida inteiramente pelo único membro do Comitê Executivo em Madri, uma jovem de 22 anos, Aurora Amaiz. Com louco entusiasmo - e quase nada mais - as primeiras colunas se apoderaram das passagens e dominaram todas, exceto a do Alto de León. Mesmo ali, o inimigo foi bloqueado..." O Quinto Regimento Naturalmente, era agora necessário organizar-se em uma base permanente para resistir aos avanços fascistas e retomar as áreas que os fascistas tinham tomado. Isso era uma tarefa temerária, quando o governo tinha apenas um terço de seu exército à Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V disposição. Foram os comunistas que tomaram a iniciativa de preparar um regimento o "Quinto" Regimento, que iria tornar-se o modelo sobre o qual o Exército Republicano Popular foi baseado. O Quinto Regimento foi formado em julho de 1936, no pátio de um Mosteiro de Madri, o convento salesiano de Francos Rodriguez. O povo de Madri observou por si próprio, no curso da luta espontânea que teve lugar em defesa de Madri, como muito mais efetivos e eficientes seus esforços teriam sido, se organizados e disciplinados apropriadamente. Como resultado, eles seguiram para os quartéis a juntar-se com o Quinto Regimento. Eles viram que eram os comunistas que estavam preparados e prontos para se organizarem militarmente de uma forma profissional e para treinarem e armarem seus soldados apropriadamente. Toda unidade do Quinto Regimento tinha, como o Exército Soviético, um comissário político. Sua função era forjar um novo tipo de disciplina - consciente e voluntária, mais do que imposta e, portanto, em tudo mais efetiva. Gradualmente, os métodos organizacionais aplicados ao Quinto Regimento mostraram-se tão obviamente bem-sucedidos que foram estendidos para novas unidades (Brigadas Mistas) e depois para o total do Exército Popular. O sucesso doS métodos comunistas de organizar o exército foi testemunhado pelos elogios do historiador burguês E.H. Carr, que nunca foi um grande amigo dos comunistas. "O primeiro e mais importante campo da atividade soviética foi a reorganização do exército. Desde a eclosão da guerra, o PCE fez campanha para a fusão das unidades sobreviventes do velho exército regalar com a milícia operária, para formar um 'exército popular' unificado. Contudo, pouco foi realizado antes da chegada dos conselheiros soviéticos e a formação das brigadas internacionais, no final de 1936. A fórmula da unificação foi encontrada na criação, em analogia com as brigadas internacionais, das 'brigadas mistas' compreendendo batalhões do exército e Ias milícias. A instituição dos comissários políticos, introduzida na brigada internacional, foi estendida para as brigadas mistas e depois para o total do novo exército popular. Como a instituição era baseada em um modelo soviético, era natural que os comunistas predominassem nela. O corpo de comissários tornou-se um grupo poderoso, cuja influência nos assuntos militares foi dirigida para o gerenciamento do exército e o estabelecimento do controle soviético total. O objetivo único da eficiência militar foi perseguido; isso também coincidia com a política soviética e do Comintern nessa época. Se alguma ideologia era invocada, era a do patriotismo e não a da revolução. O efeito salutar dessas medidas sobre a capacidade de luta da república estava fora de questão." Tal era a força e a moral do exército popular republicano que, sem o sangue vital despejado pelos governos fascistas alemães e italianos em apoio a Franco, os republicanos teriam tido uma vitória fácil. Tamames escreveu (p. 263-264): "...as batalhas da Sierra demonstraram que as forças populares republicanas, organizadas em milícias, eram suficientes para conter o exército regular e seus apoiadores auxiliares, tais como os falangistas e as milícias carlistas. Porém, quando as mesmas forças eram apoiadas pela artilharia mais pesada e também pelos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V marroquinos, alemães e italianos, a história era diferente." Como veremos, as tropas e o equipamento de Franco estiveram constantemente sendo repostos pelo fascismo internacional, enquanto o esforço republicano esteve constantemente sendo solapado pelo imperialismo britânico, francês e dos EUA, em perseguição, entre outras coisas, à sua política de conciliação com Hitler. Avanços fascistas O primeiro maior objetivo dos fascistas era levar tropas africanas a atacarem Madri. Sua estratégia global era capturar Madri logo que possível, porque eles pensavam que, uma vez Madri caída, a guerra estaria decidida. Levar as tropas africanas para a área de Madri era um problema, entretanto. Elas não poderiam vir por mar, já que os navios costeiros espanhóis guardando os estreitos tinham permanecido leais. Hugh Thomas descreve os meios pelos quais a lealdade dos navios foi assegurada (p. 242-243): "Na memorável madrugada de 19 de julho, os cruzadores Libertad e Miguel de Cervantes estavam navegando de El Ferrol para o sul. Eles tinham sido despachados pelo governo para evitarem que o Exército da África cruzasse o Estreito de Gibraltar. Mais tarde, o único navio de guerra em boas condições de navegação, o Jaime I (o Espanha estava em reparo em El Ferrol), também deixou Vigo, indo para o sul. Em todos esses navios, no destróier Churruca, que já tinha atracado com um carregamento em Cadiz, em todos os navios de guerra em Cartagena, os mesmos acontecimentos revolucionários ocorreram, como nos três destróieres que tinham sido enviados no dia anterior de Melilla; isto é, os homens, estimulados pelas mensagens de rádio do almirantado em Madri, endereçadas a eles e não aos seus comandantes, subjugaram, aprisionaram e, em muitos casos, alvejaram aqueles oficiais que pareciam desleais. As batalhas mais violentas ocorreram no Miguel de Cervantes, onde os oficiais, no meio do oceano, resistiram à tripulação do navio até o último homem (à questão lacônica do que seria feito com os cadáveres - perguntada pelo comitê da tripulação do navio que assumiu o comando - o almirantado respondeu: "Lançar os corpos ao mar com respeitosa solenidade"). No 22 dia de julho de 1936, os fascistas espanhóis pediram ajuda a Hitler e Mussolini. Ambos estavam mais do que dispostos a apoiar Franco, com todo o necessário. Em 27 de julho, 11 aviões de transporte Savoia-81 chegaram a Marrocos vindos da Itália, e a 29 daquele mês 20 aviões de transporte Junker chegaram da Alemanha, sob o disfarce de aeronaves civis encomendadas por uma companhia de transporte espanholamarroquina, apressadamente constituída. Essas aeronaves foram usadas para transportar 14.000 homens, com todo seu equipamento, através dos estreitos e dentro da Espanha. Em um ato deliberado de sabotagem do esforço de guerra republicano, as companhias de petróleo dos EUA negaram-se a suprir os navios republicanos, que não tiveram permissão para reabastecer. Ao solaparem a frota espanhola dessa maneira, os estreitos passaram a estar muito prontamente abertos aos fascistas, capacitando-os a transportarem o resto das tropas africanas por mar, durante os primeiros dias de Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V agosto de 1936, em comboios guardados pelo cruzador Germânico Deutschland. O desembarque dessas tropas, em Algeciras, foi facilitado, por sua vez, pelos britânicos, cujos navios de guerra de Gibraltar obstruíram o bombardeio do desembarque das tropas pela Força Aérea Espanhola. Uma vez em terra, as tropas africanas foram dirigidas às pressas para o Norte. A fim de ter passagem desimpedida pelo resto da guerra, eles tinham que capturar o território mantido pelos republicanos entre a costa e Madri. Eles avançaram muito rapidamente, tomando Almendralejo a 7 de agosto, Mérida no dia 8 e Badajoz no dia 15. Em Badajoz, enfrentaram feroz resistência e sofreram baixas pesadas antes de serem capazes de capturá-la e tirarem sua desforra, ao colocarem cerca de 2.000 pessoas numa arena e massacrarem-nas - uma das atrocidades mais sangrentas de toda a guerra. O exército fascista continuou seu caminho para o norte a 20 de agosto. Thomas assinala (p. 375) que "Todos os coletivos revolucionários formados após a ocupação das fazendas, em março, caíram sem muita luta, embora a queda fosse seguido por muita matança." Isso vale a pena destacar, tendo em vista a crença encorajada pelos trotskistas de que, cuidando-se da revolução, a guerra cuidaria de si própria. Qual no entanto, é o sentido de fazer ganhos da revolução se você não tem meios à sua disposição para defendê-los? Protegido pelas esquadrilhas de aviões italianos que davam aos fascistas o controle aéreo local, o exército africano tomou Talavera de la Reina, a 3 de setembro, ficando bem posicionado para desfechar um ataque sobre Toledo e daí sobre Madri. Toledo tinha estado sob cerco republicano, mas as forças africanas fizeram com que o cerco fosse levantado, a 27 de setembro, quando os fascistas tomaram o controle de Toledo. Em setembro de 1936, os republicanos foram à ofensiva em Aragón. As forças envolvidas estavam numa maré de sucesso, depois da consolidação do total da Catalunha no lado republicano, quando tinham conquistado uma série impressionante de vitórias. Pareciam irresistíveis. Da Catalunha avançaram sobre Aragon e foram capazes de recapturar metade de seu território, antes de serem forçadas a estancar. Na visão de Tamames, a razão para a perda do ímpeto repousava na retaguarda "que não correspondeu aos esforços esperados dela. Em Barcelona, enquanto Madri sofria escassez de alimentos, as pessoas estavam vivendo como se não houvesse uma guerra. A produção estava declinando por causa da coletivização anarquista. A CNT-FAL, em lugar de facilitar o avanço sobre o território aragonês, para o qual tinham dado uma contribuição extremamente importante, dedicou-se a fazer uma revolução e enfraquecer o poder republicano, ao criar entidades como o Conselho de Aragón. A lição a ser tirada do colapso do avanço em Aragón era clara: ganhar a guerra e conduzir uma revolução libertária ao mesmo tempo era simplesmente impossível." Mas isso os anarquistas, encorajados pelos trotskistas do POUM, não foram capazes de entender. Esse fato colocou o Partido Comunista em colisão com os anarquistas e os trotskistas, desde que estava claro para o Partido Comunista que a guerra contra o fascismo tinha de ser ganha primeiro, como pré-condição para qualquer outro avanço. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V Por isso, os comunistas clamaram por: - Pleno poder ao governo da Frente Popular; - A formação de um Exército Regular do Povo, sob um comando unificado e único, composto por aqueles oficiais que tinham sido aprovados na Guerra Civil; Ao mesmo tempo, o Partido Comunista foi adiante com a construção do Quinto Regimento como um núcleo do exército modelo. Esse programa foi recebido com furiosa oposição por parte do POUM, dos anarquistas e mesmo de alguns socialistas de esquerda. Contudo, um dos aspectos mais deploráveis da luta antifascista na Espanha, foi a criminosa perda de vidas devido à divisão das forças armadas do governo em milícias de Partido, cujas rivalidades e invejas resultaram diretamente em muitas debacles militares desnecessárias. Foi assim que um observador alemão descreveu a situação em torno de Huesca, nos primeiros estágios da Guerra Civil: "Fora de Huesca há a milícia catalã, alguns grupos de cem retirados da Guarda Civil e outros do POUM, batalhões da FAI e próximos a eles os Socialistas Unidos. Em todos estes grupos há lutadores bravos. Porém, os vários dirigentes tinham noções diametralmente opostas de táticas corretas. Agindo conjugadamente, a milícia teria varrido Huesca. Cada grupo individual operava separadamente e foi derrotado separadamente. O grupo socialista levou adiante um plano conjugado de operações, mas os batalhões vizinhos diziam que aquilo era supérfluo. Nos próximos dias vocês acordarão e encontrarão bandeiras negras e vermelhas tremulando sobre Huesca" (Peter Martin, Spain between Death and Birth, citado em Campbell p. 352). Os socialistas de esquerda, que na época estavam no controle do Claridad, saudaram o apelo por um Exército Popular com um comando unificado com a seguinte declaração: "Pensar que outro tipo de exército pode ser substituído por aquele que estava realmente lutando e que em certa medida controla sua própria ação revolucionária, é pensar em termos contra-revolucionários (ibid. p. 353)." Após certo tempo, o POUM esteve a favor de um exército unido e um comando unificado. Tal exército, entretanto, seria em sua visão não um Exército Popular, mas apenas um Exército dos Operários! Não deveria estar sujeito ao governo da República, nem àquele da Catalunha, mas a um conselho militar eleito pela organizações dos operários. Entrementes, o POUM prosseguia com a mais perniciosa propaganda contra os governos de Madri e Barcelona (em ambas, após setembro de 1936, os representantes dos operários eram maioria) por permitirem a construção de um Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V Exército Popular, declarando que os soldados de tal exército seriam como os "autômatos sem cabeça que tão eficientemente juntavam seus calcanhares e faziam ou seriam capazes de morrer por Hitler ou por Mussolini" e que a proposta comunista de um comando unificado, compreendendo "os soldados mais hábeis e os mais representativos dos partidos e sindicatos que contavam com a confiança das massas" era equivalente a "entregar o controle absoluto do Exército dos Operários a militaristas profissionais". Enquanto esse debate tinha lugar, Franco estava ganhando batalha após batalha; enquanto todo tipo de experimento anarquista estava sendo conduzido na indústria da Catalunha, estavam sendo negligenciados os dois fatores essenciais vitalmente importantes para a vitória sobre os fascistas, a saber, a criação do Exército Popular e o desenvolvimento de uma poderosa indústria de guerra. Na frente econômica, o Partido Comunista advogava que as principais indústrias estivessem sob controle do Estado, mas que nenhuma tentativa deveria ser feita de tomar posse das pequenas lojas ou oficinas. Ademais, que tal controle estatal fosse usado para transformar as principais indústrias para a produção de guerra. A situação real era que a maioria das fábricas estava nas mãos dos comitês de sindicatos; não havia coordenação entre as fábricas; os lucros adquiridos nessas empresas controladas por sindicatos iam para fundos sindicais; as fábricas em muitos casos continuavam a produzir itens como banheiras e carrinhos de criança, porque era mais lucrativo fazer isso, quando elas podiam estar produzindo munições para a guerra contra o fascismo. Enquanto continuava esse escandaloso estado de coisas, o POUM estava gritando que o governo estava deliberadamente retendo as armas da Frente de Aragón. Na realidade, o POUM estava apoiando aqueles que estavam evitando a transformação das indústrias catalãs para suprirem as necessidades da Frente de Aragón. Cada tentativa do Estado de controlar a indústria de larga escala era rotulada de tentativa de liquidar o controle dos operários, desfazer os ganhos da revolução e restaurar a classe capitalista. A exigência do Partido Comunista, de um Governo Popular, representando todas as organizações da classe operária, com plenos poderes para funcionar sem ter de submeter cada decisão às diversas para confirmação, era recebida pelo POUM como: "Objetivando estabelecer um governo com poderes ditatoriais, no qual os ministros não seriam responsáveis por suas respectivas organizações, em resumo, um governo forte, que dirigiria todos seus esforços para massacrar o instinto revolucionário criativo do proletariado" [La Batalla, 16 de dezembro, citado ibid., p. 356). Em matéria de ordem pública, o Partido Comunista propunha uma força policial organizada sob controle do governo, dissolvendo as patrulhas dos operários que, tendo cumprido sua tarefa original de lidar com os fascistas durante a rebelião de julho, tinham começado a comportar-se de forma mais arbitrária, como mostrado no massacre de La Fatarella. Os camponeses dessa aldeia, durante o curso da resistência à coletivização forçada da agricultura, atiraram em dois anarquistas. Uma patrulha composta principalmente de anarquistas chegou de Barcelona e matou a metade dos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V homens da aldeia, numa terrível vingança. Surgiu a exigência de que acabassem tais ultrajes, e o POUM declarou: "Essa ofensiva dos stalinistas não pode ser vitoriosa e não o será..." Assim, pode-se ver qual era a posição do POUM: (1) um exército independente do governo; e (2) uma força policial independente do governo, como um primeiro passo para a derrubada do governo pela guerra civil. Na frente camponesa, o POUM, contrário às propostas dos comunistas e aos interesses da luta da República contra os fascistas, advogava uma política de coletivização forçada - pondo em perigo assim o suprimento de alimentos. Exclusão do POUM do governo Em vista do precedente, a menos que a sabotagem pelo POUM da política necessária à unidade do povo espanhol fosse sustada, a organização da luta contra Franco teria sido completamente desorganizada. E o primeiro requisito para pôr fim a essa sabotagem do POUM era excluí-lo do governo, pois como se poderia permitir que participasse de tal governo um partido que denunciava dia após dia toda decisão do governo? Essa situação, por seu turno trágica e farsesca, foi encerrada pelo Partido Unido SocialistaComunista da Catalunha, que precipitou uma crise com a proposta de expulsão do POUM do governo; e, após dura luta interna, isso foi aprovado. Essa decisão dos comunistas foi denunciada pelos trotskistas e seus amigos como destruidora da unidade da classe operária. Ao contrário, ela marcou o começo da adoção de uma política unitária na Espanha Republicana, em lugar da unidade simulada que apenas impedia a ação resoluta na defesa da República contra o fascismo. O segundo ataque fascista a Madri O segundo ataque fascista a Madri tinha começado, então, na primeira semana de novembro de 1936. Tropas de 25.000 homens foram reunidas a 15 milhas de Madri, e tropas comandadas por Mola capturaram o Aeroporto de Getafe no dia 4. Todos pensavam que a queda de Madri era apenas uma formalidade. A 8 de novembro, de fato, o embaixador soviético, Ivan Maiski, encontrou-se com Churchill em Londres. Churchill apoiava Franco, e ele e Maiski tiveram uma discussão acalorada, já que Maiski, naturalmente, apoiava a República. "Por que discutir?", disse Churchill. "Em uma semana este problema desagradável terá saído de cena... Franco estará em Madri em dois ou três dias. Quem mais se lembrará depois da República espanhola?" A principal ofensiva fascista contra Madri foi comandada pelo general Varela, que tinha recentemente assumido o comando do Exército Africano, em substituição ao general Yague. A leve demora em atacar Madri foi ocasionada por um desejo dos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V fascistas de tomarem Madri a 7 de novembro, como um gesto de desafio reacionário à Grande Revolução de Outubro. Como veremos, porém, foi a Grande Revolução de Outubro que triunfou outra vez. O governo republicano, pequeno-burguês como era, decidiu que poderia conduzir a guerra mais efetivamente a partir de Valencia, para onde se retirou. Assim, coube aos militantes - comunistas e Juventude Socialista Unida em particular - organizarem a defesa de Madri. Livres da necessidade de agradar aos social-democratas, eles deram cabo excelentemente da missão. Na noite de 6/7 de novembro, eles formaram uma Junta de Defesa sob o comando do general Miaja. Embora reunida às pressas, sob sua liderança a população de Madri "ombro a ombro, formou uma imensa barreira e marchou e assumiu seus lugares nas trincheiras ao redor da cidade". '"Madri será o Verdun da Espanha!' 'Não passarão', proclamou o Partido Comunista, e essa bandeira foi levantada por homens e mulheres de todos os níveis sociais, que ofereceram sua vida para salvar a cidade. E os fascistas não passaram" (Sandóval e Azcárate, p. 72-73). Chocados e desalentados com sua inabilidade de tomar Madri, a despeito do intenso bombardeio aéreo alemão, os fascistas decidiram deixar aquele problema particular para depois. Para começar, decidiram que necessitavam de mais homens e materiais e recorreram outra vez a seus mestres quarteleiros italianos e alemães, pedindo suprimentos. O embaixador alemão informou seu governo nessa época de que"A situação militar está longe de ser satisfatória. As operações militares levadas a efeito agora têm-se limitado a tropas de choque marroquinas e legionárias. Essas tropas estão em perigo de serem extenuadas por Madri, mesmo se conseguirem tomar a capital." Ambos os governos, alemão e italiano, concluíram que eles precisavam dar um passo a mais em seu apoio militar a Franco. Entre dezembro de 1936 e março de 1937, os italianos desembarcaram tropas com 100.000 homens na Espanha (70.000 italianos e 30.000 marroquinos); a Alemanha enviou a Legião Condor especializada, formada por 6.000 homens e 279 aviões de combate. 180 tanques e massas de artilharia de apoio. Málaga As novas tropas italianas foram primeiro empregadas no ataque fascista sobre Málaga (escolhida pelos fascistas porque o aventureirismo anarquista tinha causado tal caos na administração da cidade que não havia ninguém para defendê-la). Málaga caiu a 9 de fevereiro de 1937 para um exército formado de 15.000 italianos, 10.000 alemães, 5.000 mouros e 5.000 legionários estrangeiros na Espanha. Contudo, a queda de Málaga ilustrava o argumento que o Partido Comunista defendia, de que os exércitos republicanos eram ineficientes e que era necessário um comando único e um exército unificado. Uma vasta manifestação de apoio a essa proposta teve lugar em Valencia, a 14 de fevereiro, e o governo foi obrigado a responder a essa proposta do povo e das necessidades da guerra, a despeito dos temores dos Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V 'respeitáveis' republicanos pequeno-burgueses no governo, de que o Partido Comunista estivesse indo longe demais em sua influência. Jarama Os fascistas, entretanto, decidiram abandonar qualquer assalto direto a Madri por aquela época. Em lugar disso, decidiram dirigir-se a Valencia, com o objetivo de cortar as linhas de suprimento entre as duas cidades. Tropas com 40.000 homens, principalmente africanos, apoiadas por tanques, canhões e aviões de combate da Legião Condor, receberam a ordem, a 5 de fevereiro de 1937, de atravessar o rio Jarama para bloquear a estrada entre Madri e Valencia. A 15 de fevereiro, entretanto, elas foram forçados a se retirar pelo novo Exército Republicano reorganizado (Brigadas Mistas de exército regular e milícias populares), as 14a e 15a Brigadas Internacionais e o apoio de 40 aviões de combate soviéticos - Moscas e Chatos - que tinham chegado recentemente na Espanha: não tantos como os aviões alemães, mas tecnicamente superiores. Na batalha de Jarama, ambos os lados sofreram pesadas perdas (estimadas em 10.000 homens em cada lado), mas a vitória dos republicanos mostrou como um Exército Popular renovado, mesmo pobremente treinado e equipado, podia não obstante triunfar em batalha aberta contra um exército profissional experimentado: tudo que foi necessário foi organização e disciplina apropriadas que, graças à influência comunista, foram conseguidas. Guadalajara A vitória de Jarama foi logo seguida por outra esplêndida vitória em Guadalajara, contra os 'voluntários' de Mussolini - uma força de 50.000 homens, 222 canhões, 108 tanques, 32 carros de combate e 80 aviões de guerra. Os italianos pensavam que Jarama tinha sido perdida pelos franquistas por causa da incompetência típica dos espanhóis e decidiram "dar à Espanha e ao resto do mundo uma exibição de sua força e sabedoria estratégica. Em março de 1937, a Força Expedicionária Italiana ... iniciou o quarto ataque a Madri, desta vez através de Guadalajara. Apoiados por seus generosos recursos em homens e armas, os fascistas italianos anunciaram que tomariam Madri e derrotariam a República em questão de dias" (Sandóval e Azcárate, p. 78). Mas o que aconteceu foi que os italianos é que foram derrotados. A batalha travou-se de 8 a 21 de março, e nesse período as divisões italianas foram devastadas. Os italianos perderam 8.000 homens (3.000 mortos, 1.000 capturados e 4.000 feridos), bem como vasta quantidade de armas e equipamentos. O norte Batidos severamente em suas tentativas de cercar e derrotar Madri, os fascistas voltaram-se para o norte e lançaram, a Io de abril de 1937, uma ofensiva para capturálo. Os bascos tinham finalmente recebido sua autonomia fazia tempo, após o começo Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V da Guerra Civil, e eram republicanos leais. Mas numerosos fatores enfraqueceram a frente norte: 1. O acesso à fronteira francesa (e assim aos suprimentos através da França) tinha sido fechado pelos fascistas, quando estes tomaram Irún (em setembro de 1936) e San Sebastián (13 de setembro de 1936). 2. A Zona Norte operava como três estados semi-autônomos distintos - o País Basco, Astúrias e a área de Santander. Virtualmente não havia coordenação entre eles, que não conseguiram tirar vantagem das defesas naturais ao redor da área. 3. Não havia exército republicano efetivo na área. Os bascos recusavam-se a lutar, exceto no território basco. 4. De acordo com Sandóval e Azcárate (p. 107), "Infelizmente a política da direção do Partido Nacionalista não reconhecia os esforços, o sacrifício e o heroísmo dos lutadores. O Partido Nacionalista tinha controle completo do governo basco, e seu desejo primordial era evitar a introdução no país basco das mudanças democráticas que já tinham tido lugar no resto do território republicano. Ele se recusou a formar o Exército Popular. Os trabalhadores não obtiveram benefícios sociais nem políticos. O governo basco nada fez para preparar o potencial industrial do país para atender às necessidades da guerra, mesmo quando a existência continuada da liberdade basca estava em risco." 5. Os fascistas foram capazes de impor um bloqueio marítimo, evitando que chegassem suprimentos pelo mar. A despeito de todas as dificuldades enfrentadas pelos republicanos, a captura do Norte não foi rápida, e a 20 de abril de 1937 decidiu-se empregar um bombardeio de saturação, num esforço por quebrar a moral da população civil. O bem conhecido bombardeio de Guernica foi efetuado pelos aviões alemães. Morreram 1.654 pessoas e 889 ficaram feridas quando essa cidade de 7.000 habitantes foi bombardeada num movimentado dia de mercado. Dois dias mais tarde, Guernica caía nas mãos das forças fascistas, assim como Durango. A 30 de abril, as tropas? italianas entraram em Bermeo. O resto da Espanha republicana, em si sob constante ameaça, não apenas» dos fascistas mas também (em Catalunha) do POUM, pouco podia fazer para ajudar. A despeito das forças avassaladoras lançadas pelos fascistas contra elas, as populações do Norte realizaram uma defesa corajosa. Afundaram o cruzador franquista Espanha e chegaram a retomar Bermeo. Contudo, os fascistas avançaram inexoravelmente, através de uma luta feroz, em direção a Bilbao. Em Bilbao tornou-se impossível organizar uma Junta de Defesa como a que tinha defendido Madri, parcialmente por falta de entusiasmo por parte do governo basco e parcialmente por causa de um êxodo em massa de bilbaienses para Santander. Nada foi organizado, nem mesmo a dinamitação de pontes para sustar o avanço fascista. Nem os bascos quiseram sabotar Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V as minas de ferro ou as fábricas de aço para evitar que caíssem nas mãos do inimigo. Os erros de Málaga foram sendo repetidos. Na metade de junho, Bilbao caiu e os alemães acorreram a tomar as fábricas de ferro. A 26 de agosto, Santander caiu. Finalmente, a despeito dos valentes esforços do lado republicano para criar diversões em outras partes da Espanha, Gijón caiu, a El de outubro, desse modo levando ao fim da Zona Norte Republicana. Deve-se dizer, contudo, que muitos lutadores fugiram para as montanhas, onde mantiveram uma ofensiva guerrilheira que persistiu por muitos anos contra o regime de Franco. O 'putsch' do POUM Enquanto os fascistas estavam destruindo os bastiães republicanos no norte, o POUM estava redobrando seus esforços de sabotagem da retaguarda republicana. A resposta do POUM à sua exclusão do governo da Catalunha (a generalitat) foi começar a preparação de um golpe cujo único objetivo era, e não poderia ser outro, desorganizar a retaguarda da resistência das forças populares antifascistas. O Comitê Central ampliado do POUM, numa longa resolução publicada subseqüentemente, a 16 de dezembro de 1936, em seu órgão La Batalla, clamava pela criação de órgãos de poder dual paralelos ao governo existente, com o propósito de derrubar o último. Em outras palavras, o POUM advogou a criação de condições de guerra civil no campo das forças populares, justamente na época em que Franco avançava e ganhava as batalhas! Em sua resolução, o POUM fazia uso indulgente das frases "revolucionárias" e ultraesquerdistas, como camuflagem para uma política de oposição a cada tentativa de se criar um Exército Popular e uma força policial sob o governo republicano e de resistir, em nome do socialismo (naturalmente), ao controle da economia da Catalunha pelo governo. E, quando o governo avançou na direção de realizar tais objetivos, tão necessários para uma luta vitoriosa contra o fascismo, o POUM denunciou dia após dia, em tons cada vez mais agudos, essas medidas como sendo destinadas a retirar "os ganhos da revolução" e trazer de volta os capitalistas e senhores de terra, que tinham fugido para o exterior na tentativa de chegarem a um entendimento com Franco. As exortações do POUM a uma insurreição contra o governo tornaram-se mais freqüentes e insistentes. A 22 de março de 1937, La Batalla dizia: "Por causa disso, nosso Partido incessantemente mostra o caminho: uma frente dos operários revolucionários que nos capacite a alcançar o fim do estágio atual e instalar um governo dos operários e dos camponeses através da conquista do poder..." Em abril, Andréas Nin escreveu: "Não podemos perder tempo. Se reagirmos passivamente à reconstrução do aparato burguês do poder, a classe operária espanhola terá perdido a oportunidade mais extraordinária que já foi dada para sua emancipação ... Depois, será tarde demais. Devemos malhar o ferro enquanto está quente." Em Io de Maio, Nin declarou, em um artigo em La Batalla: Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V "A classe operária deve cortar os laços que a amarram à democracia burguesa e decisivamente tomar posição pela conquista do poder. Ainda há tempo. Amanhã será tarde demais. Andrade, no mesmo veículo La Batalla, declarou: "As organizações operárias revolucionárias devem adquirir sua completa independência econômica e política; devem abandonar todo tipo de cooperação confusa com as frações da pequena burguesia e do reformismo no campo político." Outro apelo em La Batalla, em Io de maio de 1937, dizia: "Por dois dias a classe operária tem estado montando guarda. Os homens nas fábricas e oficinas estão cuidando noite e dia do estado da Revolução, que tem sido posta em risco pela política débil e distorcida dos reformistas. Eles não são incontroláveis e provocadores. São as sentinelas conscientes que estão vigiando a retaguarda. Estão esperando com seus rifles prontos, para quando a classe operária tiver exaurida sua paciência. Estão cansados de tanta fraqueza por parte dos governos de papelão formados sobre a base de concessões impotentes ... continuaremos em guarda daqui por diante, pois não podemos tolerar a política manca dos governos de Valência e Catalunha. Uma política contra a classe operária. Uma política de colocar freios à revolução. Uma política dirigida a um novo levante da burguesia, que foi derrotada em 19 de julho." Em Io de maio também encontramos este anúncio de último instante: "Todos os membros de nosso partido pertencentes à Escola Militar Popular que têm sido indicados para diferentes lugares na Catalunha ou para as frentes, estão penhoradamente sendo requisitados para se apresentarem ao Comitê Militar Executivo, aos Estádios Rambla, aos quartéis-generais do Comitê Executivo." A 2 de maio, La Batalla dizia: "Não se trata de uma questão de conquistar demandas imediatas. Hoje, a tarefa é diferente. É a tomada do poder por todos os operários." Também a 2 de maio, La Batalla imprimiu uma declaração da Executiva do POUM que dizia: "Estamos de acordo com um dos grupos anarquistas, que está no presente em conflito com os dirigentes governamentais da CNT e têm levantado a seguinte bandeira: "Todo o poder aos operários. Todo poder econômico aos sindicatos." O grupo anarquista referido na nota precedente era o denominado Amigo de Durruti', que estava infiltrado de agentes fascistas e foi mais tarde repudiado pela próprio CNT. Tendo fracassado em conquistar os sindicatos anarquistas para uma política de levante, o POUM movia-se na direção de dividi-los.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V E, no dia seguinte, 3 de maio de 1937, teve lugar a insurreição que o POUM tinha estado convocando. A situação, entre 25 de abril e Io de maio, era tão tensa que o governo da Catalunha proibiu todas as manifestações do Io de Maio. O POUM respondeu assim a essa proibição, através de seu porta-voz Nin: "A classe operária deve cortar os laços que a ligam à democracia burguesa e decisivamente tomar o caminho da conquista do poder. AINDA HÁ TEMPO. AMANHÃ SERÁ TARDE DEMAIS." Não admira, então, que o governo, vendo as incitações à insurreição que ocorriam em torno dele, decidisse agir. A crítica ao governo não era que ele tivesse agido para esmagar a insurreição, mas que não tivesse agido há bastante tempo para contê-la por completo. Os fascistas provocadores obtiveram o conflito pelo qual tinham trabalhado. Embora o fracasso do POUM em assegurar o apoio da sindical anarquista, a CNT, condenasse a insurreição a uma derrota desde o início, o POUM continuou com ela assim como com duas organizações anarquistas extremistas, os 'Amigos de Durruti' e a 'Juventude Anarquista', prolongando assim o despropositado banho de sangue. E, assim, os fascistas provocadores de dentro e de fora do POUM e as organizações anarquistas extremistas encenaram seus maiores e mais espetaculares atos de sabotagem. Mas eles foram esmagados. Como, com o propósito de sustentar o seu levante, o POUM trotskista e os anarquistas extremistas tinham retirado suas tropas da Frente de Aragón, esta foi enfraquecida numa época de pressão fascista. Desobstruindo a retaguarda O povo espanhol agora ficou convencido da necessidade de desobstruir a retaguarda a qualquer custo. O governo central de Largo Caballero, que tinha por longo tempo tolerado o POUM e os anarquistas incontroláveis, foi desmembrado e substituído por um governo capaz e desejoso de concentrar as forças populares para a vitória na guerra. O novo governo começou seu trabalho decisivamente. Desarmou as 'patrulhas' anarquistas e substituiu-as por uma polícia responsável, sob controle dos comunistas e socialistas confiáveis. A coletivização compulsória e as exigências ao campesinato, a interferência com o pequeno comércio - contrabando de moeda, importação de armas para grupos políticos distintos da Frente, foram sustadas. Os excessos insensatos e insanos, que tinham por longo tempo desfigurado a revolução e minado sua unidade e propósito, terminaram. Mas a situação era tal que esses excessos não podiam ser terminados sem suplementar a persuasão com a força. Aqueles que eram provocadores ou tinham interesse na persistência da anarquia tinham de ser tratados com dureza. Foi esse processo de assegurar uma retaguarda sob uma autoridade, em lugar de sob grupos de comitês rivais conflitantes, de assegurar a organização de todos os recursos disponíveis sob um controle para a vitória da guerra contra o fascismo esta mais nobre das tarefas com que se defrontava então a Revolução Espanhola - que foi retratado pelos trotskistas e outros agentes da burguesia como o 'terror na Espanha'. Esta gentalha esquecia' de mencionar o terror e o fascismo desencadeados pela vitória de Franco, ao qual os trotskistas do POUM e os anarquistas incontroláveis Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V prestaram muito grandes e vergonhosas contribuições, por sua política errônea, destruição, sabotagem e pura provocação. Espiões e agentes provocadores No curso de suas operações de desobstrução, a polícia espanhola contatou a embaixada peruana em Madri. Ali descobriu os detalhes de um grupo de espionagem fascista bem organizado em contato com agentes nos quartéis-generais do EstadoMaior, no serviço médico militar, nos serviços de informação do ministro da Guerra, no Birô de Defesa do Ministro da Marinha e da Aeronáutica e em numerosas outras organizações governamentais. Em um dos documentos descobertos no curso do desmascaramento dessa organização, lê-se o seguinte: "Por outro lado, o agrupamento de nossas forças para um movimento de retaguarda prossegue com certa lentidão. Não obstante, confiamos nos quatrocentos homens que estão prontos para agir. Eles estão bem armados e em posições favoráveis na frente de Madri; a infiltração de nossos homens nos anarquistas extremistas e nas fileiras do POUM está ocorrendo com sucesso. Necessitamos de um bom chefe de propaganda que se encarregue desse trabalho, independentemente de nós, para que possamos agir com maior segurança. ...No cumprimento de sua ordem, eu próprio fui a Barcelona entrevistar um membro dirigente do POUM. Comuniquei a ele tudo que você havia recomendado. A falta de comunicação entre você e ele é explicada pelo defeito da estação de radiotransmissão, que começou a funcionar de novo enquanto eu estava ainda lá. Você certamente terá recebido uma resposta com respeito ao problema fundamental. N, particularmente, pede a você e aos amigos estrangeiros que a pessoa indicada para comunicar-se com ele seja eu próprio, única e exclusivamente. Ele me prometeu mandar novas pessoas a Madri para agilizar o trabalho do POUM. Com este reforço, o POUM se tornará, como em Barcelona, um apoio firme e efetivo ao nosso movimento." O 'N' referido no documento citado não era outro senão Andréas Nin, dirigente do POUM. Por isso ele foi preso, mas foi mais tarde resgatado pelos fascistas disfarçados com uniformes militares, que recorreram a essa medida na esperança de evitar que as autoridades obtivessem novas e mais completas provas de seus crimes. A 23 de outubro, o chefe da Polícia de Barcelona, tenente-coronel Burillo. deu a representantes da imprensa um relato detalhado da descoberta de um complô similar do POUM na Catalunha. Trotskistas fora da Espanha As atividades das organizações trotskistas e próximas dos trotskistas de fora da Espanha eram conduzidas no mesmo espírito e pelos mesmos objetivos daquelas que operavam dentro da Espanha. Era, portanto, dificilmente coincidência que, nos meses entre outubro e dezembro de 1937, quando todos esperavam uma ofensiva fascista determinada contra o governo republicano, os trotskistas redobrassem seus ataques Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V contra o governo popular. O próprio Trotsky saiu-se com uma denúncia severa contra a União Soviética, que recebeu a mais ampla cobertura na imprensa imperialista próFranco e nos jornais socialistas da ala direita. Disse Trotsky: "É necessário passar a uma ofensiva internacional contra o stalinismo." E um dos centros do stalinismo contra o qual era necessário desenvolver uma ofensiva internacional era, certamente, o Governo Popular na Espanha! "Os acontecimentos dos meses recentes na Espanha demonstraram de que crimes é capaz a burocracia de Moscou, agora completamente degenerada, ligada com seus mercenários internacionais. Na Espanha, onde o chamado Governo Republicano serve de biombo para os bandos criminosos do stalinismo, o GPU encontrou o cenário mais favorável para executar as diretivas do Pleno." (It is time to pass to an international offensive against Stalinismo, novembro de 1937). Uma ofensiva internacional dos ludibriados pelo trotskismo contra a república espanhola, para coincidir com a ofensiva de Franco - tal foi a contribuição do trotskismo no período mais crítico da luta do povo espanhol contra o fascismo local e internacional. A experiência da Espanha simplesmente confirmou a experiência da União Soviética, em relação ao caráter contra-revolucionário pró-fascista do trotskismo. Brunete As forças republicanas, entre 6 e 26 de julho de 1937, montaram uma ofensiva contra os fascistas em Brunete, a leste de Madri. O objetivo da ofensiva era em parte reduzir a pressão da frente setentrional e em parte cercar e sitiar as forças de Varela fora de Madri. Nesse ataque, os republicanos foram de início capazes de capturar Brunete mas, a 25 de julho, os franquistas tomaram-na de volta, após receberem reforço pesado da frente setentrional, de onde a Legião Condor foi deslocada com o propósito de retomar Brunete. A batalha terminou com 23.000 baixas entre os republicanos e cerca de 13.000 do lado fascista. A ofensiva teve sucesso em romper a frente fascista, mas os ganhos não foram aproveitados nem repetidos. Os bascos foram incapazes de se aproveitar do alívio que tinham ganho. Uma ofensiva similar foi lançada em setembro de 1937, em Belchite, na frente Aragón, com resultados similares. Belchite, entretanto, caiu para as forças republicanas a 6 de setembro, e foi mantido por elas durante vários meses. Teruel Os republicanos esperaram até dezembro para lançar sua próxima ofensiva - em Teruel. Tropas com 100.000 homens foram lançadas para recapturar Teruel, com o propósito de abalar a aglomeração de forças fascistas em Guadalajara, que estavam se preparando para atacar Madri. A 15 de dezembro de 1937, os republicanos sitiaram outra vez Teruel. Enfrentando condições de um inverno de congelar e açoitados por um contra-ataque dos franquistas (que estavam sucessivamente desviados de seu propósito de atacar Madri) os republicanos, com grande dose de dificuldades, foram Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V capazes de tomar Teruel a 8 de janeiro. Mas, outra vez, os alemães e italianos vieram socorrer Franco: "...O embaixador alemão em Salamanca. Von Stohrer. passou um telegrama a Hitler para dizer que Franco era incapaz de continuar a guerra sem um grande aumento da ajuda estrangeira. E, assim, enquanto as potências do Ocidente apertaram a corda da Não-Intervenção, com a qual o povo espanhol estava sendo estrangulado, a Alemanha e a Itália outra vez aumentaram seu fornecimento de material de guerra e o despacho de unidades militares inteiras para Franco. Isso permitiu-lhe organizar uma grande ofensiva ... A 22 de fevereiro, ele recapturou Teruel. A 9 de março, graças a sua avassaladora superioridade em aviões, artilharia e outros equipamentos, ele teve sucesso em abrir caminho na frente oriental e começou a avançar para o Mediterrâneo." A 15 de abril, o inimigo alcançou Viñaroz, no Mediterrâneo, cortando o território republicano em dois. Mas o rio Ebro estava entre os fascistas e a Catalunha, e o rio Segre entre eles e Valência, de forma que os republicanos ainda tinham esperança de forçar os fascistas a se retirarem. Infelizmente, entretanto, a derrota de Teruel quebrou a moral de algumas seções dos pequeno-burgueses que apoiavam a Republica. Por exemplo, o ministro socialista da Guerra, Indalecio Prieto, que tinha sempre sido cético (ou nervoso?) em relação às habilidades do Exército Popular, tornou-se abertamente um derrotista e teve de ser removido do cargo. O povo da Espanha, no entanto, não estava disposto a render-se. Para começar, os acontecimentos da guerra tinham mostrado a ele como podiam esperar que Franco os trataria se se rendessem, e o sentimento era de que era melhor morrer lutando. A 20 de abril de 1938, o governo republicano apresentou ao outro lado um acordo de paz - um programa com 13 pontos, como uma maneira de terminar a guerra sem represálias. Mas, para tornar a oferta aceitável, o governo necessitava fazer mais pressão sobre Franco, para convencê-lo da futilidade de continuar a luta. Por isso, a 25 de julho de 1938, os republicanos outra vez foram à ofensiva, cruzando o Ebro no silêncio da noite, para recapturar o território perdido ao sul da Catalunha. Os fascistas tinham forças muito superiores, superando os republicanos na proporção de 12-1 com respeito à artilharia pesada, 15-1 em aviões de combate e 10-1 em porta-aviões. A despeito disso, os republicanos alcançaram uma magnífica vitória e foram capazes de manter suas conquistas por 3 meses. Enquanto isso, Hitler e Chamberlain estiveram conversando em Munique (29-30 de setembro de 1938) e, como é bem sabido, Chamberlain fez saber a Hitler que ele não corria perigo imediato com seus rivais imperialistas. Daí, Hitler foi encorajado a dar outro passo em sua agressão. Ele sabia que na Espanha, por exemplo, ele poderia pôr a bota e que a França e a Inglaterra não levantariam um dedo para pará-lo. Assim, a 30 de outubro, os fascistas espanhóis lançaram um contra-ataque contra o Exército Republicano do Ebro que, a 18 de novembro, foi forçado a retroceder através do Ebro. De acordo com Hugh Thomas, os republicanos perderam 70.000 homens na luta 30.000 mortos, 20.000 prisioneiros - inclusive três quartos dos membros Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V remanescentes das Brigadas Internacionais. Os fascistas perderam também muitos, em torno de 33.000. A queda da Catalunha Seguindo a derrota em Ebro e o vigor renovado dos fascistas alemães em fazer valer suas vantagens na Espanha, era apenas uma questão de tempo a tomada da Catalunha. Os franceses tinham fechado suas fronteiras a 12 de junho de 1938 de tal modo que a Catalunha poderia ficar sem suprimentos. Aeroplanos fornecidos pelo governo soviético, 500 peças de artilharia e 10.000 canhões ficaram retidos na França. Franco tinha 340.000 homens à sua disposição e armas abundantes sendo continuamente supridas por seus aliados. "Durante novembro e dezembro de 1938, comboios de navios italianos e alemães constantemente chegavam aos portos na zona de Franco, trazendo milhares de soldados e técnicos militares e milhares de toneladas de material de guerra" (Sandóval e Azcárate p. 127). Os aliados tinham apenas 120.000 homens mal equipados, dos quais apenas 30.000 tinham rifles. O ataque fascista à Catalunha começou a 23 de dezembro. Graças à luta heróica do Exército Republicano, o avanço foi retardado, porém não podia ser contido. Tarragona caiu a 14 de janeiro de 1939. O governo mudou-se de Barcelona para Gerona. Barcelona caiu a 26 de janeiro. A Catalunha tendo caído, o governo britânico decidiu reconhecer o regime de Franco como o governo legítimo da Espanha: o propósito era cair nas boas graças de Franco, a fim de ter alguma influência sobre a Espanha quando a guerra terminasse. Após a queda da Catalunha, a resistência da República se desfez. Os não-comunistas no governo tentaram salvar-se concordando em se render, enquanto os comunistas ainda viam mérito em resistir, com não menos de 700.000 soldados republicanos disponíveis nas áreas republicanas remanescentes e uma situação internacional altamente volátil, que a qualquer momento poderia tornar-se vantajosa. Os socialistas, entretanto, que tinham por muito tempo estado arrastando seus pés - em parte pelo derrotismo, mas também porque estavam começando a temer que a vitória na guerra poderia significar comunismo, tal era o prestígio que os comunistas tinham ganho através de sua conduta na guerra, e pelos comunistas eles não sentiam que valia a pena lutar - voltaram-se contra os comunistas. A luta A luta começou entre os antigos aliados da Frente Popular. Casado, o dirigente socialista, que tinha estado em contato com Franco por algumas vezes para discutir os termos da rendição, removeu todos os comunistas de seus postos militares. Doze mil comunistas foram levados à prisão, muitos para serem entregues, na época oportuna, a Franco. Nesse ponto, a guerra estava perdida. Na terça-feira 28 de março de 1939, os fascistas entraram em Madri e, em 30 de março, toda a Espanha tinha caído. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V "A guerra estava terminada. Mas para a Espanha chegava a terrível paz do cadafalso, os pelotões ferozes nas madrugadas, as torturas inquisitoríais, o cruel extermínio dos comunistas - sim, e socialistas, anarquistas e republicanos também. Torrentes de sangue extinguiram o farol do heroísmo que tinha brilhado por dois anos e oito meses, iluminando o mundo e forjando o espírito de resistência entre os povos" (Sandóval e Azcárate, p. 347). A não-intervenção Finalmente, umas poucas palavras sobre a não-intervenção. A Guerra Civil espanhola, deve-se registrar, foi a ante-sala da Segunda Guerra Mundial. Alemanha e Itália tinham interesse na Espanha, parcialmente por causa de sua posição estratégica do ponto de vista do controle do Mediterrâneo e parcialmente por causa de seus recursos minerais, que constituem um ativo atraente para uma potência ímperialista com ambições militares. Além disso, a riqueza mineral espanhola era praticamente toda de propriedade britânica e, desde que os britânicos eram os rivais imperialistas que a Alemanha necessitava despojar, era desejável privá-los de sua influência na Espanha. A intervenção alemã e italiana na Guerra Civil espanhola, por isso, foi um dos primeiros passos tomados pelos regimes fascistas daqueles países para atacarem os interesses imperialistas dos britânicos e franceses, relativamente debilitados. Estando estes enfraquecidos, no entanto, não estavam dispostos a enfrentar o poder frenético dos seus desafiadores. A política britânica e francesa, portanto, tomou a forma de tentar persuadir Hitler a tornar prioridade o ataque à União Soviética, portanto enfraquecendo ambos os seus inimigos de uma só vez e deixando — lhes muito no controle da situação. Stalin e o PCUS, compreendendo plenamente onde estavam os interesses imperialistas britânicos e franceses, ocuparam-se acima de tudo em frustrar esses planos e, na medida em que isso fosse possível, resguardar a União Soviética em relação à guerra. Para lutar em qualquer guerra total, entretanto, certamente contra um inimigo poderoso como a União Soviética, ou mesmo o imperialismo britânico ou francês, Hitler e Mussolini tinham de se assegurar de tantas fontes de suprimentos de homens e materiais quanto fosse possível, antes da irrupção de hostilidades maiores. Nesse contexto, a Espanha parecia muito apetitosa, tendo ambos, uma população grande e valiosos recursos, que poderiam ser mobilizados para a guerra. Eis por que, desde o começo da rebelião dos oficiais fascistas, Hitler e Mussolini apoiaram-nos integralmente. Mas, paralisados pelas esperanças de que Hitler poderia ser persuadido por bondade e compreensão a atacar a União Soviética primeiro, os ingleses e franceses deixaram de tomar o passo óbvio de apoiar os opositores dos fascistas. Chegaram a fazer um esforço extra para sabotar os opositores dos fascistas, o que deve ter sido uma fonte de grande diversão em Berlim e em Roma. Na medida em que a União Soviética estava envolvida, estava muito consciente de que cada uma das hienas fascistas era seu inimigo, e aliás um forte inimigo. Seus aliados eram as classes operárias e as massas camponesas amantes da paz na Europa, que não tinham interesse maior na forma pela qual os bandidos imperialistas compartilhavam da pilhagem ou em morrer numa guerra de redivisão daquela pilhagem. Era por isso que a União Soviética apoiava totalmente a causa do povo espanhol, a despeito do Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V perigo que isso podia de fato arrastá-la a uma guerra com a Alemanha, que ela estava ansiosa para adiar enquanto fosse possível. O povo espanhol tinha uma amizade leal pela União Soviética, em que podia confiar que faria tudo que estivesse a seu alcance para promover sua causa e frustrar os desígnios de todas as potências imperialistas. Como Stalin disse, em um telegrama enviado a Jose Díaz a 15 de outubro de 1936: "Os trabalhadores da União Soviética apenas cumprem seu dever quando dão ajuda às massas revolucionárias espanholas. Eles estão conscientes de que a libertação da Espanha da perseguição dos reacionários fascistas não é uma causa privada dos espanhóis, mas uma causa universal de toda a humanidade avançada e progressista. Saudações Fraternas." Como vimos, se os fascistas ganharam na Espanha, foi apenas por causa da ajuda maciça recebida da Itália e da Alemanha, acrescida e fortalecida pela sabotagem dos esforços republicanos pelos ingleses, franceses e americanos. Essa sabotagem foi coordenada através de uma fachada fraudulenta de um "Comitê de Não-Intervenção" que, ao apelar pela paz, procurava mobilizar o povo simples para aceitar sem reagir a agressão que estava sendo cometida contra sem irmãos e irmãs de classe na Espanha. Como o historiador norte-americano F. J. Taylor assinalou, os Estados Unidos, a França e a Inglaterra foram "colaboradores com o Eixo" e assim cometeram "um dos crimes mais odiosos contra a liberdade nos tempos modernos". De acordo com a lei internacional, quando irrompe guerra civil, todos os países não combatentes têm a obrigação de suprir o governo legal do país em questão. Através da guisa de 'não-intervenção', a Inglaterra e a França asseguraram um EMBARGO ao suprimento de materiais ao governo legal da Espanha, enquanto os alemães e italianos obviamente supriram os rebeldes com tudo que eles desejavam Na teoria, a não-intervenção foi organizada por iniciativa do governo da Frente Popular Social-Democrata Francesa (dirigida pelo arqui-oportunista Leon Blum), formada a 6 de agosto de 1936, para propor um acordo de não-intervenção. Esse acordo foi, na época, assinado por 27 Estados europeus, que concordaram era não mandar armas direta ou indiretamente para qualquer das partes no conflito da Espanha. Entre os signatários estavam Alemanha e Itália, que, como vimos e mais tarde se tornou óbvio, não tinham qualquer intenção de obedecer. Foi também assinado pela União Soviética, um fato que provocou um previsível coro de gritos de Traição dos trotskistas e outros contrarevolucionários. Mas a União Soviética assinou na esperança de que seria possível, através deste acordo, pressionar Alemanha e Itália a pararem sua intervenção na Espanha ou mobilizarem os outros países a reagirem ao rompimento do acordo pelos alemães e italianos. No caso, nenhuma dessas possibilidades se materializou, desde que, dentro de 3 meses, tornou-se claro que o acordo total era uma fraude, do começo ao fim, quanto então a União Soviética, após varias advertências ao Comitê de Londres, retirou-se dele. Esses fatos estão evidenciados pelas cartas oficiais enviadas pela União Soviética ao Comitê de Londres, de 7 a 23 de outubro de 1936. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte V Na primeira destas se lê: "O governo soviético não pode, de nenhum modo, consentir que o Acordo de Não-intervenção esteja sendo transformado por certas partes em um biombo para esconder a ajuda militar dada aos rebeldes contra o governo espanhol legal. Conseqüentemente, o governo soviético vê-se obrigado a declarar que, se essas violações não cessarem imediatamente, a URSS considerar-se-á livre de qualquer obrigação em decorrência do acordo de "Não-intervenção". Na segunda se lê: "O governo soviético não pode sentir-se limitado pelo acordo de Nãointervenção em nenhum grau maior do que qualquer das outras partes do acordo. E daí em diante, o governo soviético fez tudo que podia para suprir os republicanos de todas as coisas de que eles necessitavam, desde homens (através das Brigadas Internacionais, que enviaram cerca de 35.000 homens para a Espanha) e conselheiros militares de seu próprio exército, até armamentos e alimentos. E, a longo prazo, o povo soviético beneficiou-se da ajuda irrestrita que deu ao povo espanhol. Pois seguramente o heroísmo do povo espanhol, quando organizado pelos métodos comunistas, para enfrentar os exércitos fascistas e vencer quando em enorme inferioridade, deve ter sido instrumental para convencer Hitler de que não seria um bom plano atacar um Estado comunista, como os ingleses e franceses gostariam que ele fizesse. Por isso, o heroísmo do povo espanhol foi um importante fator na derrota final do fascismo na Europa.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI
Trotskismo X Leninismo Lições da História Parte VI
Sobre a Coletivização
Harpal Brar Tradução – Pedro Castro
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Parte VI Sobre a Coletivização Capítulo 18 A Coletivização......................................................................................................................................................... 4
Capítulo 19 Crítica do Grupo de Estudos da Política Chinesa............................................................................................. 41
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Parte VI Sobre a Coletivização "Apenas se conseguirmos na prática mostrar aos camponeses as vantagens do cultivo do solo comum, coletivo, cooperativo, a classe operária, que detém o poder do Estado em suas mãos, realmente provará aos camponeses a correção da política e realmente assegurará a adesão real e durável das vastas massas do campesinato." Lênin
"...a proclamação de uma bandeira não é bastante para levar o campesinato a voltarse em massa para o socialismo. Ao menos uma circunstância a mais é necessária para isso, a saber, que as massas do próprio campesinato estejam convencidas de que a bandeira proclamada está correta e que elas devem aceitá-la como sua própria."
"As fazendas coletivas não devem ser estabelecidas à força. Isso seria insensato e reacionário." Stalin
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Capítulo 18 A Coletivização A questão da coletivização na União Soviética foi sempre um tema controvertido dentro e fora da URSS. E não poderia ser de outro modo, por causa da importância da coletivização, em relação à questão da construção do socialismo no interior do país. Portanto, começaremos fazendo algumas observações sobre a importância da coletivização em gerai: depois, aproveitaremos esta oportunidade para comentar sobre dois desvios - o desvio de direita e o desvio 'esquerdista' - da linha leninista do Partido sobre a coletivização, contra os quais a linha do Partido teve de combater em uma luta feroz para ser vitoriosa; e, finalmente, mostraremos que a gritaria da burguesia de todos os países e de seus agentes no movimento da classe operária, os trotskistas, os revisionistas, os social-democratas e reformistas e reacionários de todas as cores e tonalidades, contra a coletivização na URSS, não era senão uma defesa disfarçada - e em alguns casos aberta - do capitalismo ou, mais corretamente, de sua restauração. A. A importância geral da coletivização (1) Primeiramente, a coletivização é de tremenda significação do ponto de vista do campesinato, pois a fazenda camponesa de pequena escala inevitavelmente leva à ruína, destituição e pauperização da maioria esmagadora da população camponesa. Eis alguns pronunciamentos de Lênin sobre esse ponto: "Não há escapatória da pobreza para a pequena fazenda" (Lênin, SW Vol. 8, p. 195). "O sistema de pequenas fazendas, na produção de commodities, não pode salvar a humanidade da pobreza e da opressão das massas" (Lênin, SW Vol. 6, p. 60). "Se continuarmos com as nossas velhas fazendas pequenas, mesmo como cidadãos livres em terras livres, nós ainda enfrentaremos a ruína inevitável" (Lênin, SWVol. 6, p. 370). "Somente com a ajuda do trabalho comum, cooperativo, poderemos escapar do impasse a que a guerra imperialista nos levou " (Lênin, SWVol. 8, p. 193). "Devemos passar ao cultivo comum, em grandes fazendas-modelo. Do contrário, não haverá escapatória do deslocamento, da situação verdadeiramente desesperadora em que a Rússia se encontra" (Lênin, SW, Vol. 6, p. 371). (2) Em segundo lugar, somente através da coletivização poderia a classe operária, que detinha o poder do Estado, assegurar a adesão duradoura das vastas massas do campesinato; somente através da coletivização poderia a classe operária efetivamente manter sua direção da principal massa do campesinato, no sistema da ditadura do proletariado.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI "Somente se conseguirmos na prática mostrar ao campesinato as vantagens do cultivo do solo comum, coletivo, cooperativo, de 'artel', somente se tivermos êxito em ajudar o camponês por meio da fazenda cooperativa, de 'artel'1, a classe operária, que detém o poder do Estado em suas mãos, provará ao camponês a correção de sua política e realmente assegurará o prosseguimento real e duradouro das vastas massas do campesinato" (Lênin, SW, Vol. 8, p. 198). (3) Enquanto durou o sistema da fazenda camponesa de pequena escala, o perigo da restauração do capitalismo apresentava-se como o mais real de todos os perigos, pois "o regime soviético não podia continuar por longo prazo a manter dois fundamentos opostos: a indústria socialista em larga escala, que destruía os elementos capitalistas, e as fazendas pequenas do camponês individual, que engendravam os elementos capitalistas" (Stalin, Works, Vol. 13 p. 176). Eis o que Lênin teve a dizer sobre esse ponto: "Enquanto vivermos em um país de pequenos camponeses, há uma base mais segura para o capitalismo na Rússia do que para o comunismo. Deve-se ter isso em mente. Qualquer um que tiver cuidadosamente observado a vida no campo, quando comparada com a vida nas cidades, sabe que não rompemos com as raízes do capitalismo e não minamos os fundamentos, as bases do inimigo interno. Este depende da produção em pequena escala e só há uma forma de miná-lo, a saber, colocar a economia do país, inclusive a agricultura, em novas bases técnicas, as bases técnicas da produção moderna em larga escala. E é apenas a eletricidade que constitui tal base. O comunismo é o poder soviético mais a eletrificação de todo o país. De outro modo, o país continuará sendo um país de pequenos camponeses, e tomos que entender isso claramente. Nós somos mais débeis do que o capitalismo não apenas na escala mundial, mas também dentro do país. Todo mundo sabe disso. Estamos conscientes disso e cuidaremos que nossa base econômica seja transformada de uma base do pequeno camponês para uma base industrial em larga escala. Somente quando o país tiver sido eletrificado, somente quando nossa indústria, nossa agricultura, nosso sistema de transporte tiver sido colocado em bases técnicas da indústria de larga escala, alcançaremos a vitória final." E adiante: "A produção em pequena escala engendra o capitalismo e a burguesia continuamente, diariamente, a cada hora, espontaneamente e em uma escala de massa." (4) Finalmente, as fazendas coletivas são o meio mais conveniente para remodelar o camponês individualista no espírito do coletivismo, no espírito do socialismo, desse modo aproximando-o mais estreitamente da classe operária; elas são o único meio através do qual o vínculo entre a classe operária e o campesinato pode ser fortalecido de tal modo a tornar o campesinato mais estreitamente ligado à classe operária e assim pavimentar o caminho para a eliminação e abolição das classes. Como disse Stalin:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI "Quem quer que não compreenda isso, ou se recuse a reconhecê-lo, não é um marxista nem um leninista, mas um 'filósofo camponês', que olha para trás em lugar de para adiante" (Obras Vol. 9, p. 222). E por que as fazendas coletivas são o meio mais conveniente de remodelar o campesinato no espírito coletivista? Por que elas são o meio que pavimenta o caminho para a abolição das classes? A resposta repousa no fato de que elas estabelecem entre a classe operária e o campesinato um vínculo que é baseado no metal, no novo equipamento técnico e no trabalho coletivo; e é precisamente tal vínculo que é exigido para remodelar o pequeno agricultor. Eis o que o camarada Lênin teve a dizer sobre isso: "A transformação do pequeno agricultor, a remodelação total de sua mentalidade e de seus hábitos, é um trabalho de gerações. Quando considerado o pequeno agricultor, esse problema pode ser resolvido, sua mentalidade total pode ser posta em linhas saudáveis, por assim dizer, somente pela base material, pelos meios técnicos, pela introdução de tratores e máquinas na agricultura em escala de massa, pela eletrificação em uma escala de massa. Isso é o que modificaria o pequeno agricultor fundamentalmente e com imensa rapidez." Tal era o plano de Lênin para transformar o campesinato, para tomá-lo mais próximo da classe operária e para criar as condições necessárias para a eliminação de todas as classes. Este plano leninista era completamente oposto às simplórias utopiazinhas reacionárias de que se ouve falar tanto, acerca dos 'socialistas' que gostariam de construir o 'socialismo' no pensamento das pessoas, sem construir uma base material para isso. O Plano de Lênin, por outro lado, mostra a única forma de remodelar o campesinato, a saber, criando as condições materiais necessárias para tal remodelação. De acordo com Lênin, o socialismo não pode ser construído apenas no pensamento das pessoas: ele tem uma base material. E somente por ignorar os ensinamentos revolucionários de Lênin que alguns 'socialistas' são capazes de criticar a coletivização e a industrialização na URSS. O anterior, então, brevemente, é o significado da coletivização. Pode-se ver agora claramente que aqueles que se opõem à coletivização da agricultura são inimigos do campesinato, inimigos da classe operária e inimigos do socialismo comunismo. B. O primeiro desvio da linha leninista do Partido sobre a coletivização - o desvio 'esquerdista' (trotskista) Brevemente, o desvio 'esquerdista' (trotskista) pode ser resumido nas seguintes palavras: ele considera todo o campesinato apenas um instrumento para a restauração do capitalismo; ele considera a massa básica do campesinato uma massa reacionária na qual não se podia confiar e, portanto, advoga não uma aliança com a massa básica do campesinato, mas uma 'discordância' com ela: acima de tudo, acredita na impossibilidade de sucesso na construção do socialismo em um único país, isoladamente. Tudo isso explica o aventureirismo característico das políticas advogadas pelos trotskistas. Esse aventureirismo sozinho explica porque Trotsky e Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Zinoviev tentaram ao extremo forçar o Partido à coletivização em larga escala, no 14° Congresso do Partido, em dezembro de 1925. Naturalmente, o Partido rejeitou essa política aventureirista, pelas razões que logo deixaremos claro. Desde a rejeição pelo Partido do aventureirismo trotskista (que tinha atração especial para a pequena burguesia, que está sempre em busca de algo excitante para preencher sua vida de outra forma vazia, inútil e insignificante) em matéria de coletivização, os trotskistas espalharam a lenda de que a política de coletivização foi adotada tarde demais, que o Partido Bolchevique e Stalin não perceberam a natureza bestial dos kulaks até que estes tentaram em 1928 ameaçar a própria existência do regime soviético, ao se recusarem a vender grãos ao Estado soviético, ameaçando assim as cidades e o Exército Vermelho com o espetáculo da inanição e da fome. Essa crítica está associada com a oposição trotskista na URSS. Essa crítica, no entanto, é totalmente infundada e baseada na usual substituição trotskista da realidade pela ilusão. O trotskismo cessaria de ser trotskista se tomasse a realidade concreta como seu ponto de partida. Que os kulaks eram "os exploradores mais bestiais, brutais e selvagens" e tinham portanto de ser eliminados estava longe de ser uma descoberta do trotskismo. Eis como Lênin retratou os kulaks: "Os kulaks são os exploradores mais bestiais, brutais e selvagens, que na história de outros países mais de uma vez restauraram o poder dos senhores de terra, tzares, sacerdotes e capitalistas. Todavia, os kulaks são uma minoria na população ... Esses sanguessugas enriqueceram às custas das carências sofridas pelo povo durante a guerra; amealharam milhares e centenas de milhares de rublos com a elevação dos preços dos cereais e de outros produtos. Essas aranhas engordaram às custas dos camponeses que foram arruinados pela guerra e às custas dos operários famintos. Esses parasitas sugaram o sangue dos trabalhadores e enriqueceram tanto mais quanto mais os operários nas cidades e fábricas passavam fome. Esses vampiros reuniram e estão se apoderando de terras que alugam aos camponeses pobres, que têm de pagar para ali trabalhar, sendo assim mantidos na escravidão." Que a eliminação dos kulaks como uma classe e a coletivização do campesinato era a única forma de salvaguardar o socialismo não era também uma descoberta do trotskismo; a passagem já citada dos escritos do camarada Lênin é a prova disso. A questão, portanto, era: em vista do enorme significado da coletivização e da necessidade de eliminar os kulaks como classe, porque não se embarcou na coletivização mais cedo e porque os kulaks não foram eliminados mais cedo do que efetivamente foram? Porque o Partido Bolchevique, quando voltou atrás no 8o Congresso do Partido, proclamou a política de restringir as tendências exploradoras dos kulaks, em lugar de proclamar uma política de eliminação dos kulaks como uma classe? Por que o Partido rejeitou a proposta trotskista de eliminação dos kulaks em 1926?
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI A resposta repousa no fato de que, tivesse o Partido empreendido uma ofensiva contra os kulaks sem preparar as necessárias condições para o êxito desta ofensiva, a ofensiva provaria ter sido o mais precipitado aventureirismo e certamente teria fracassado. E o fracasso significaria o fortalecimento dos kulaks. Uma ofensiva contra os kulaks em uma época prematura, digamos 1926, certamente teria fracassado, porque naquela época não havia no interior soviético uma rede ampla de fazendas do Estado e fazendas coletivas que pudessem constituir base para uma luta determinada contra os kulaks, porque naquela época o Estado soviético era incapaz de substituir a produção kulak capitalista pela produção socialista de fazendas estatais e fazendas coletivas. Eis o que o camarada Stalin disse sobre o ponto em consideração: "Em 1926-27, a oposição de Zinoviev-Trotsky fez o máximo para impor ao Partido a política de uma ofensiva imediata contra os kulaks. O Partido não embarcou nessa aventura perigosa, pois sabia que pessoas sérias não podem se dar ao luxo de brincar de uma ofensiva. Uma ofensiva contra os kulaks é uma questão séria. Não deve ser confundida com manifestações contra os kulaks. Não deve ser confundida com uma política de espetadelas contra os kulaks, que a oposição de Zinoviev-Trotsky tenta a todo custo impor ao Partido. Lançar uma ofensiva contra os kulaks significa que devemos esmagar os kulaks, eliminá-los como classe. Ao menos que estabeleçamos esses objetivos, uma ofensiva seria mera declamação, espetadelas, palavreado, qualquer coisa menos uma ofensiva bolchevique real. Lançar uma ofensiva contra os kulaks significa que devemos nos preparar para ela e depois golpear os kulaks, golpear tão duro que impeça que eles se levantem outra vez. E isso que nós bolcheviques chamamos de uma ofensiva real. Poderíamos ter empreendido tal ofensiva há uns cinco ou três anos com alguma perspectiva de sucesso? Não, não poderíamos. De fato, em 1927 os kulaks produziram 600 milhões de puds de grãos, cerca de 130 milhões dos quais eles comercializaram fora dos distritos rurais. Isso era um poder muito sério, que tinha de ser levado em conta. Quanto nossas fazendas coletivas e fazendas estatais produziam naquela época? Cerca de 80 milhões de puds, dos quais 35 milhões foram enviados ao mercado (grãos comercializáveis). Julguem por si próprios, poderíamos na época ter substituído a produção dos kulaks e os grãos comercializáveis dos kulaKS pela produção e grãos comercializáveis de nossas fazendas coletivas e fazendas estatais? Obviamente, não poderíamos. O que significaria lançar uma ofensiva determinada contra os kulaks, sob tais condições? Significaria fracasso certo, fortalecendo a posição dos kulaks e ficando sem grãos. Por isso é que na > poderíamos e não deveríamos ter empreendido uma ofensiva determinada contra - kulaks naquela época, a despeito das declarações aventureiristas da oposição de Zinoviev-Trotsky" (Works, Vol. 12 pp. 174-5). Isso então explica por que os kulaks, porque esses sanguessugas, esses aranhas, esses parasitas e esses vampiros eram tolerados e porque o Partido perseguiu a política de restringir suas tendências exploradoras em lugar de sua eliminação completa. Isso, então, explica porque o Partido, nesse 8o Congresso, adotou a política de restringir as tendências exploradoras dos kulaks, porque essa política foi anunciada outra vez no 11o Congresso do Partido, na época da introdução da Nova Política Econômica (NEP), Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI porque essa política foi confirmada no 15° Congresso do Partido e porque o Partido perseguiu essa linha correta até o verão de 1929. Como o camarada Stalin corretamente assinalou, "a proclamação de uma bandeira não é bastante para levar o campesinato a se voltar em massa para o socialismo". C. A receita trotskista para o desastre através da 'divergência' com o campesinato versus a fórmula leninista para construir o socialismo através de uma 'aliança estável' com a principal massa do campesinato Se o desvio "esquerdista" (trotskista) tivesse ganho ascendência no Partido, o resultado teria sido a restauração do capitalismo na URSS. Pois o que os trotskistas estavam advogando equivalia a nada menos do que uma declaração de guerra civil contra a principal massa do campesinato, o campesinato médio, isto é, 60% do campesinato. A declaração de tal guerra civil contra o campesinato médio teria significado a entrada do regime soviético em uma 'colisão hostil' com a principal massa do campesinato. E tal 'colisão hostil' não poderia senão representar um perigo muito sério para a própria existência do regime soviético. Não é de espantar que o Partido tenha rejeitado tal política 'aventureirista' advogada pelo trotskismo. Quem quer que tenha um mínimo de familiaridade com o trotskismo não se surpreenderia por ter o trotskismo advogado esta política aventureirista para com a principal massa do campesinato. Tal política era resultado direto da notória teoria de Trotsky da 'revolução permanente', que negava o papel revolucionário do campesinato e afirmava que era impossível construir o socialismo em um único país. De acordo com essa teoria da 'revolução permanente', é impossível para a classe operária conduzir a principal massa do campesinato para o rumo da construção socialista. Eis uns poucos pronunciamentos dos trotskistas sobre essa questão: "As contradições na posição de um governo dos operários em um país atrasado com esmagadora população camponesa podem ser resolvidas apenas em uma escala internacional, na arena da revolução proletária mundial" (Trotsky, The Year 1905 (prefácio)). E: "Sem apoio estatal direto do proletariado europeu, a classe operária da Rússia não será capaz de manter-se no poder e transformar sua direção temporária em uma ditadura socialista duradoura. Disto não podemos duvidar em nenhum instante" (Trotsky, Nossa Revolução). E: "Seria sem esperanças pensar... que, por exemplo, uma Rússia revolucionária poderia manter-se frente a uma Europa conservadora" [Works, Vol. III parte I, p. 90). Seria de surpreender então que Trotsky, que negando-se a enfrentar a realidade, tão obstinadamente mantinha a posição reacionária anterior, tivesse advogado uma política que, se posta em prática, teria transformado suas fantasias reacionárias em realidade? Tivesse sido seguida a linha de Trotsky, a classe operária da Rússia indubitavelmente não teria sido capaz de manter-se no poder. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Zinoviev, aliado de Trotsky na oposição à linha leninista do Partido sobre a questão camponesa, também não acreditava em uma aliança entre a classe operária e o campesinato médio. Em lugar disso, afastando-se do leninismo, ele advogava a neutralização do campesinato médio sob as condições da ditadura do proletariado. Eis o que Zinoviev, que na época era presidente do Comintern, escreveu sobre esse assunto no Pravda, a 18 de janeiro de 1925: "Há uma série de tarefas que é ABSOLUTAMENTE COMUM A TODOS OS PARTIDOS DO COMINTERN. Tais, por exemplo, são ... a abordagem apropriada do campesinato. Há três estratos entre a população agrícola de todo o mundo, que podem e devem ser conquistados por nós e tornar-se aliados do proletariado (o proletariado agrícola, os semiproletários - os camponeses pequenos proprietários -e o pequeno campesinato que não contrata mão-de-obra). Há outro estrato do campesinato (o camponês médio), que deve ser ao menos NEUTRALIZADO POR NÓS" (Citado de acordo com Stalin, CW Vol. 7, pp. 381-2). O principal economista da oposição trotskista, Preobrazhensky, chegou ao ponto de declarar o campesinato uma 'colônia' para a indústria socialista, como um objeto a ser explorado ao máximo. Smirnov, outro dirigente da oposição, abertamente defendeu a "discrepância" com os camponeses médios: "Nós dizemos que nosso orçamento estatal deve ser revisado de tal modo que a maior parte deste orçamento de cinco bilhões deveria fluir para a indústria, pois SERIA MELHOR PARA NÓS TOLERARA DIVERGÊNCIA COM OS CAMPONESES MÉDIOS DO QUE NOS SUJEITARMOS A RUÍNA CERTA" (Smirnov, discurso proferido na Conferência Distrital do Partido em Rogzhsko-Simonovsky, 1927, citado de acordo com Stalin, CW, Vol. 10 p. 262). Têm-se apenas de comparar os pronunciamentos antes citados da oposição trotskista com as seguintes passagens dos escritos do camarada Lênin para compreender que fosso profundo separa o trotskismo do leninismo. Enquanto o trotskismo advogava "a divergência com o campesinato médio", como o melhor método de evitar "a ruína certa" o leninismo, ao contrário, defendia uma aliança com a massa básica do campesinato, como o único meio de assegurar o papel dirigente do proletariado e a consolidação da ditadura do proletariado. "...o supremo princípio" .dizia Lênin, "da ditadura do proletariado é a manutenção da aliança entre o proletariado e o campesinato, afim de que o proletariado possa reter seu papel dirigente e o poder do Estado" (Report on the Tactics of the RCP(B)), pronunciado no 3o Congresso do Comintern, em 5 de julho de 1921, CW, Vol. 32 p. 466). Assim, está claro que. de acordo com o leninismo, é impossível construir o socialismo exitosamente sem "uma aliança estável com os camponeses médios" (ver Lênin, Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI discurso proferido no 8 Congresso do RCP(B), a 18 de março de 1919, CW, Vol. 29 p. 125). De acordo com o trotskismo, entretanto, "divergir dos camponeses médios" era o único meio de evitar "a ruína certa" (ver Smirnov, citação anterior). Além disso, não se deve esquecer que, em 1927, o campesinato médio constituía 60% do campesinato inteiro. Uma divergência com o campesinato médio, portanto, teria significado dirigi-I: para os braços dos kulaks, fortalecer os kulaks e isolar os camponeses pobres: em outras palavras, uma divergência da natureza da advogada pelo trotskismo teria significado começar uma guerra civil no interior do país e enfraquecer a direção soviética no interior de forma muito perigosa. Tal era a lógica do trotskismo, não obstante suas intenções. Eis como o camarada Stalin descreveu a discrepância entre os desejos da oposição (suas boas intenções) e os inevitáveis resultados desastrosos de sua política de divergência com o campesinato médio. "Longe de mim acusar a oposição de buscar deliberadamente todos esses infortúnios. Não é, entretanto, uma questão do que a oposição deseja e está se esforçando por obter, mas dos resultados que devem inevitavelmente seguir-se da política da oposição de divergir do campesinato médio. A mesma coisa que está acontecendo com a oposição aqui aconteceu com o urso na fábula de Krylov 'O Ermitão e o Urso' (risos). Não é preciso dizer que a intenção do urso, ao esmagar a cabeça do seu amigo ermitão com uma pedra, era livrá-lo da mosca impertinente. O urso estava induzido pelos motivos mais amistosos. Todavia, os motivos amistosos do urso levavam-no a uma ação que estava longe de amistosa e pela qual o ermitão pagaria com sua vida. Certamente a oposição só quer o bem da revolução. Mas para tal, propõe um meio que resultaria na completa derrota da revolução, na completa derrota da classe operária e do campesinato, na destruição de todo o nosso trabalho de construção. A plataforma da oposição é uma plataforma para a ruptura da aliança entre a classe operária e o campesinato, uma plataforma para a destruição de nosso trabalho de construção, uma plataforma para a destruição da obra de industrialização" (Vol. 10, p. 265). D. O ano de 1929 e a passagem do campesinato para a coletivização Pela segunda metade de 1929, entretanto, o quadro tinha mudado drasticamente, e fizeram-se presentes todos os pré-requisitos para uma ofensiva determinada contra os kulaks e por sua eliminação como classe. Quais eram esses pré-requisitos? Eles eram: PRIMEIRO: as fazendas estatais e as fazendas coletivas tinham se desenvolvido a um grau em que eram capazes de substituir a agricultura dos kulaks, no que diz respeito à produção comercializável. Em 1929, as fazendas coletivas sozinhas produziam 29.100.000 centners2 de grãos, dos quais 12.700.000 eram grãos comercializáveis. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Explicando por que não era possível golpear os kulaks em 1927 e por que uma ofensiva contra os kulaks tinha se tornado uma realidade praticável em 1929, assim o camarada Stalin caracterizou as mudanças que tinham tido lugar desde 1927, que tornavam possível para o Partido empreender uma verdadeira ofensiva leninista contra os kulaks, em oposição às declamações e palavreado trotskistas contra os kulaks: "Porém, hoje? Qual é a posição agora? Hoje, temos uma base material adequada para golpearmos os kulaks, quebrarmos sua resistência, eliminá-los como uma classe e SUBSTITUIR seu produto pelo produto das fazendas coletivas e das fazendas estatais. Vocês sabem que em 1929 os grãos produzidos nas fazendas coletivas e nas fazendas estatais alcançaram não menos do que 400 milhões de puds (200 mil a menos do que a produção bruta das fazendas dos kulaks em 1927). Vocês também sabem que em 1929 as fazendas coletivas e as fazendas estatais supriram mais de 130 milhões de puds de grãos comercializáveis (isto é, mais do que os kulaks em 1927). Por último, vocês sabem que, em 1930, o produto bruto das fazendas coletivas e das fazendas estatais alcançarão não menos do que 900 milhões de puds de grãos (isto é, mais do que a produção bruta dos kulaks em 1927) e sua produção de grãos comercializáveis não será menos de 400 milhões de puds (isto é. incomparavelmente maior do que os kulaks supriram em 1927). E esta a situação para nós agora, camaradas. Aí vocês têm a mudança que teve lugar na economia de nosso país. Agora, como vocês vêem, temos a base material que nos capacita a SUBSTITUIR a produção dos kulaks pela produção das fazendas coletivas e fazendas estatais. E por essa razão que nossa ofensiva determinada contra os kulaks agora está tendo um inegável sucesso. E assim que uma ofensiva contra os kulaks deve ser conduzida, se pretendemos uma ofensiva genuína e determinada e não meras declamações contra os kulaks. É por isso que passamos da política de RESTRIÇÃO às tendências exploradoras dos kulaks para a política de ELIMINAR OS KULAKS COMO UMA CIASSE" [Works, Vol. 12 pp. 125-6). SEGUNDO: o Estado e a indústria soviéticos estavam agora em posição de ajudar o movimento das fazendas coletivas por meio das facilidades de crédito e do suprimento de máquinas e tratores. Em 1927-28, o governo soviético destinou 76 milhões de rublos para o financiamento das fazendas coletivas; em 1928-29, 170 milhões; e em 1929-30, 473 milhões. Além disso, 65 milhões de rublos foram destinados durante o mesmo período ao fundo de coletivização. Prerrogativas foram concedidas para as fazendas coletivas que fizeram crescer seus recursos em 200 milhões de rublos. Para uso nos campos das fazendas coletivas, o Estado forneceu não menos de 30.000 tratores com uma potência total de 400.000 cavalos, não levando em conta os 7.000 tratores do Centro de Tratores que servia às fazendas coletivas e a assistência sob a forma de tratores fornecidos pelas fazendas estatais às fazendas coletivas. Em 1929Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI 30. as fazendas coletivas receberam empréstimos de sementes e assistência para as sementes num total de 10 milhões de centners de grãos (61 milhões de puds\. Per último, as fazendas coletivas foram enormemente ajudadas pela assistência organizacional dada a elas sob a forma de mais de 7.000 estações de máquinas e tratores. O resultado de todas essas medidas foi a multiplicação por 40 da área de colheita das fazendas coletivas em três anos, por 50 da produção de grãos das fazendas coletivas (com um crescimento em sua parte comercializável de mais de quarenta vezes) durante os mesmos três anos, isto é, 1927-1929. TERCEIRO: a passagem do campesinato para o socialismo, para a coletivização. Isso tudo não surgiu.de repente, de forma acidental ou espontânea; teve de ser preparado de maneira científica e através de luta dura durante anos, quando o Partido levou o povo a superar um obstáculo após outro, no caminho levando à coletivização. Eis como o camarada Stalin descreveu o processo de desenvolvimento com base no qual surgiu, na última metade de 1929, o poderoso movimento coletivo de massa de milhões de camponeses pobres e médios. "A passagem do campesinato para a coletivização não começou toda de uma vez. Ademais, não poderia começar toda de uma vez. Na verdade, o Partido proclamou a bandeira da coletivização já no 15° Congresso; mas a proclamação de uma bandeira não é o bastante para levar o campesinato a voltar-se em massa para o socialismo. Ao menos uma circunstância a mais era necessária para isso, a saber, que as próprias massas do campesinato estivessem convencidas de que a bandeira proclamada estava correta E que eles deveriam aceitá-la como sua. Portanto, essa passagem foi preparada gradualmente. Foi preparada por todo o decorrer do nosso desenvolvimento, pelo decorrer do desenvolvimento de nossa indústria e acima de tudo pelo desenvolvimento da indústria que fornece máquinas e tratores para a agricultura. Foi preparada pela política de enfrentar resolutamente os kulaks e pelo curso de nossas compras de grãos nas novas formas que assumiram em 1928 e 1929, que colocavam as fazendas dos kulaks sob o controle das massas de camponeses pobres e médios. Foi preparada pelo desenvolvimento das cooperativas agrícolas, que treinam o camponês individualista nos métodos coletivos. Foi preparada pela rede de fazendas coletivas, nas quais o campesinato verificava as vantagens das formas coletivas de fazenda sobre a fazenda individual. Por último, foi preparada pela rede de fazendas estatais, espalhadas por toda a URSS, e equipadas com máquinas modernas, que capacitavam os camponeses a se convencerem da potência e superioridade das máquinas modernas. Seria um erro considerar nossas fazendas estatais apenas como fontes de fornecimento de grãos. Realmente, as fazendas estatais, com suas máquinas modernas, com a assistência que prestam aos camponeses em sua vizinhança, e o escopo sem precedentes dessas fazendas, foi a força condutora que facilitou a passagem das massas camponesas e as levou ao caminho da coletivização.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Ai vocês têm a base sobre a qual surgiu o movimento de fazendas coletivas em massa, de milhões de camponeses pobres e médios, que começou na última metade de 1929, e que inaugurou um período de grande mudança na vida de nosso país" (Works, Vol. 12, pp. 288-289, Relatório ao 16° Congresso). O precedente deixa perfeitamente claro que a política do Partido Bolchevique sobre a coletivização era uma política leninista e a única política correta. Está igualmente claro que a política advogada pelo trotskismo estava repleta do aventureirismo mais perigoso e desesperado e, tivesse esta política sido colocada em prática, o resultado teria sido certamente ruinoso. Podemos agora dizer que o Partido Bolchevique esteve mil vezes certo em rejeitar as propostas trotskistas de golpear os kulaks em 1926-27; também o Partido esteve mil vezes certo em 1929, tendo já preparado a base necessária, em lançar uma ofensiva contra os kulaks; o Partido estava perfeitamente justificado em 1929, passando da política que tinha sido seguida até então de RESTRINGIR as tendências exploradoras dos kulaks para a política de ELIMINAR OS KULAKS COMO UMA CLASSE. A eliminação dos kulaks como uma classe não era simplesmente uma questão de administração, como pensavam os trotskistas; era um assunto de suprema importância econômica. A classe dos kulaks não podia ser descartada com um decreto trotskista. Ela podia apenas ser eliminada com a tomada de medidas econômicas concretas (do tipo das enunciadas antes) e com a preparação das necessárias condições econômicas e políticas. Como disse o camarada Stalin: "Estão errados os camaradas que pensam que é possível e necessário dar um fim aos kulaks por meio de medidas administrativas, através do GPU: dar uma ordem, afixar um cartaz e está acabado. E uma solução fácil, mas está longe de ser eficaz. Os kulaks devem ser derrotados por meio de medidas econômicas e em conformidade com a lei soviética. A lei Soviética, entretanto, não é uma mera frase. Isso não exclui, é claro, a tomada de certas medidas administrativas contra os kulaks. Mas as medidas administrativas não devem tomar o lugar das medidas econômicas" (Works, Vol. 10, p. 319). Além disso, a oportunidade para lançar uma ofensiva total contra os kulaks tinha de estar correta; qualquer erro nessa área significava brincar de uma ofensiva contra os kulaks, significava arriscar a própria existência da ditadura do proletariado. Uma das principais características da direção leninista, das táticas bolcheviques, é escolher o momento certo e o terreno apropriado para lançar uma ofensiva contra os inimigos do socialismo. Para colocar isso na linguagem apropriada do camarada Stalin: "A arte da política bolchevique consiste em não descarregar indiscriminadamente todas as armas em todas as frentes, sem considerar as condições de tempo e lugar e sem considerar se as massas estão prontas para apoiar esse ou aquele passo da direção. A arte da política bolchevique consiste em ser capaz de escolher o tempo e o lugar e levar em conta todas as circunstâncias, no sentido de concentrar fogo na frente se pretende alcançar mais rapidamente os máximos resultados" (Works, Vol. 11, p. 55).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Quando, entretanto, o Partido já tinha passado da política de restringir as tendências exploradoras dos kulaks para a política de eliminar os kulaks como uma classe, Trotsky que, como vimos, tinha advogado a deskulakização já no período imediatamente posterior ao 14° Congresso (1926-7), exigiu o abandono da política do Partido de eliminar os kulaks como uma classe. Em sua Carta Aberta aos Membros do PCUS, de 23 de março de 1930, Trotsky propunha que o Partido fizesse o seguinte: "Colocar as fazendas coletivas em linha com seus recursos reais de apoio"; "...abandonar a política da deskulakização" "...manter sob controle as tendências exploradoras dos kulaks durante um longo número de anos" e que "O principio guiador em relação aos kulaks deve ser um férreo 'sistema de contrato' [sob os quais os kulaks iriam suprir o Estado com certa quantidade de seus produtos e preços fixados - HB]". Esse é o trotskismo característico, o trotskismo com seu conteúdo verdadeiramente absurdo, antidialético e reacionário: deskulakização em 1926 e abandono da política de deskulakização em 1930! Como se esse absurdo não fosse bastante, Trotsky suplementou-o com uma nova edição, por assim dizer, em 1933. Em 1933, quando a coletivização tinha no principal sido realizada, Trotsky propunha, nas edições de seu Boletim, a dissolução das fazendas do Estado sob a alegação de que elas não compensavam; a dissolução da maioria das fazendas coletivas nos campos, sob a alegação de que eram fictícias; o abandono da política de eliminar os kulaks. No campo da indústria, Trotsky propunha uma reversão para a política de concessões e o leasing para concessionárias de uma série de empresas industriais soviéticas no campo, sob a alegação de que elas não compensavam. O camarada Stalin estava perfeitamente justificado em caracterizar os programas trotskistas como contra-revolucionários e de restauração do capitalismo: "Aí vocês têm o programa desses desprezíveis covardes e capitulacionistas -seu programa contra-revolucionário de restaurar o capitalismo na URSS" (Works, vol. 13, p. 370). Assim era como o 'esquerdista' Trotsky se desmascarava e revelava seu verdadeiro direitismo, para todos verem. Tendo abordado o desvio oportunista 'esquerdista' deixe-nos agora passar ao desvio oportunista de direita da linha leninista do Partido. E. O segundo desvio da linha leninista do Partido sobre a coletivização - o desvio oportunista de direita (bukharinista) Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Enquanto os oportunistas 'esquerdistas' (trotskistas) superestimavam a força do capitalismo, não acreditando na possibilidade de a URSS construir o socialismo exitosamente por seus próprios esforços, sem a ajuda da revolução vitoriosa na Europa Ocidental e, portanto, não era a favor mesmo da idéia da aliança com a E tal 'colisão hostil' não poderia senão representar um perigo muito sério para a própria existência do regime soviético. Não é de espantar que o Partido tenha rejeitado tal política 'aventureirista' advogada pelo trotskismo. Quem quer que tenha um mínimo de familiaridade com o trotskismo não se surpreenderia por ter o trotskismo advogado esta política aventureirista para com a principal massa do campesinato. Tal política era resultado direto da notória teoria de Trotsky da 'revolução permanente', que negava o papel revolucionário do campesinato e afirmava que era impossível construir o socialismo em um único país. De acordo com essa teoria da 'revolução permanente', é impossível para a classe operária conduzir a principal massa do campesinato para o rumo da construção socialista. Eis uns poucos pronunciamentos dos trotskistas sobre essa questão: "As contradições na posição de um governo dos operários em um país atrasado com esmagadora população camponesa podem ser resolvidas apenas em uma escala internacional, na arena da revolução proletária mundial" (Trotsky, The Year 1905 (prefácio)). E: "Sem apoio estatal direto do proletariado europeu, a classe operária da Rússia não será capaz de manter-se no poder e transformar sua direção temporária em uma ditadura socialista duradoura. Disto não podemos duvidar em nenhum instante" (Trotsky, Nossa Revolução). E: "Serias em esperanças pensar... que, por exemplo, uma Rússia revolucionária poderia manter-se frente a uma Europa conservadora" [Works, Vol. III parte I, p. 90). Seria de surpreender então que Trotsky, que negando-se a enfrentar a realidade, tão obstinadamente mantinha a posição reacionária anterior, tivesse advogado uma política que, se posta em prática, teria transformado suas fantasias reacionárias em realidade? Tivesse sido seguida a linha de Trotsky, a classe operária da Rússia indubitavelmente não teria sido capaz de manter-se no poder. Zinoviev, aliado de Trotsky na oposição à linha leninista do Partido sobre a questão camponesa, também não acreditava em uma aliança entre a classe operária e o campesinato médio. Em lugar disso, afastando-se do leninismo, ele advogava a neutralização do campesinato médio sob as condições da ditadura do proletariado. Eis o que Zinoviev, que na época era presidente do Comintern, escreveu sobre esse assunto no Pravda, a 18 de janeiro de 1925: "Há uma série de tarefas que é ABSOLUTAMENTE COMUM A TODOS OS PARTIDOS DO COMINTERN. Tais, por exemplo, são... a abordagem apropriada do campesinato. Há três estratos entre a população agrícola de todo o mundo, que podem e devem ser conquistados por nós e tornar-se aliados do proletariado (o proletariado agrícola, os Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI semiproletários — os camponeses pequenos proprietários -e o pequeno campesinato que não contrata mão-de-obra). Há outro estrato do campesinato (o camponês médio), que deve ser ao menos NEUTRALIZADO POR NÓS" (Citado de acordo com Stalin, CWVo\. 7, pp. 381-2). O principal economista da oposição trotskista, Preobrazhensky, chegou ao ponto de declarar o campesinato uma 'colônia' para a indústria socialista, como um objeto a ser explorado ao máximo. Smirnov, outro dirigente da oposição, abertamente defendeu a "discrepância" com os camponeses médios: "Nós dizemos que nosso orçamento estatal deve ser revisado de tal modo que a maior parte deste orçamento de cinco bilhões deveria fluir para a indústria, pois SERIA MELHOR PARA NÓS TOLERARA DIVERGÊNCIA COM OS CAMPONESES MÉDIOS DO QUE NOS SUJEITARMOS A RUÍNA CERTA" (Smirnov, discurso proferido na Conferência Distrital do Partido em Rogzhsko-Simonovsky, 1927, citado de acordo com Stalin, CW, Vol. 10 p. 262). Têm-se apenas de comparar os pronunciamentos antes citados da oposição trotskista com as seguintes passagens dos escritos do camarada Lênin para compreender que fosso profundo separa o trotskismo do leninismo. Enquanto o trotskismo advogava "a divergência com o campesinato médio", como o melhor método de evitar "a ruína certa" o leninismo, ao contrário, defendia uma aliança com a massa básica do campesinato, como o único meio de assegurar o papel dirigente do proletariado e a consolidação da ditadura do proletariado. "...o supremo princípio",dizia Lênin, "da ditadura do proletariado é a manutenção da aliança entre o proletariado e o campesinato, afim de que o proletariado possa reter seu papel dirigente e o poder do Estado" (Report on the Tactics ofthe RCP(B)), pronunciado no 3o Congresso do Comintern, em 5 de julho de 1921, CW, Vol. 32 p. 466). Assim, está claro que, de acordo com o leninismo, é impossível construir o socialismo exitosamente sem "uma aliança estável com os camponeses médios" (ver Lênin, discurso proferido no 8o Congresso do RCP(B), a 18 de março de 1919, CW, Vol. 29 p. 125). De acordo com o trotskismo, entretanto, "divergir dos camponeses médios" era o único meio de evitar "a ruína certa" (ver Smirnov, citação anterior). Além disso, não se deve esquecer que, em 1927, o campesinato médio constituía 60% do campesinato inteiro. Uma divergência com o campesinato médio, portanto, teria significado dirigi-lo para os braços dos kulaks, fortalecer os kulaks e isolar os camponeses pobres; em outras palavras, uma divergência da natureza da advogada pelo trotskismo teria significado começar uma guerra civil no interior do país e enfraquecer a direção soviética no interior de forma muito perigosa. Tal era a lógica do Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI trotskismo, não obstante suas intenções. Eis como o camarada Stalin descreveu a discrepância entre os desejos da oposição (suas boas intenções) e os inevitáveis resultados desastrosos de sua política de divergência com o campesinato médio. "Longe de mim acusar a oposição de buscar deliberadamente todos esses infortúnios. Não é, entretanto, uma questão do que a oposição deseja e está se esforçando por obter, mas dos resultados que devem inevitavelmente seguir-se da política da oposição de divergir do campesinato médio. A mesma coisa que está acontecendo com a oposição aqui aconteceu com o urso na fábula de Krylov 'O Ermitão e o Urso' (risos). Não é preciso dizer que a intenção do urso, ao esmagar a cabeça do seu amigo ermitão com uma pedra, era livrá-lo da mosca impertinente. O urso estava induzido pelos motivos mais amistosos. Todavia, os motivos amistosos do urso levavam-no a uma ação que estava longe de amistosa e pela qual o ermitão pagaria com sua vida. Certamente a oposição só quer o bem da revolução. Mas para tal, propõe um meio que resultaria na completa derrota da revolução, na completa derrota da classe operária e do campesinato, na destruição de todo o nosso trabalho de construção. A plataforma da oposição é uma plataforma para a ruptura da aliança entre a classe operária e o campesinato, uma plataforma para a destruição de nosso trabalho de construção, uma plataforma para a destruição da obra de industrialização" (Vol. 10, p. 265). D. O ano de 1929 e a passagem do campesinato para a coletivização Pela segunda metade de 1929, entretanto, o quadro tinha mudado drasticamente, e fizeram-se presentes todos os pré-requisitos para uma ofensiva determinada contra os kulaks e por sua eliminação como classe. Quais eram esses pré-requisitos? Eles eram: PRIMEIRO: as fazendas estatais e as fazendas coletivas tinham se desenvolvido a um grau em que eram capazes de substituir a agricultura dos kulaks, no que diz respeito à produção comercializável. Em 1929, as fazendas coletivas sozinhas produziam 29.100.000 centners3 de grãos, dos quais 12.700.000 eram grãos comercializáveis. Explicando por que não era possível golpear os kulaks em 1927 e por que uma ofensiva contra os kulaks tinha se tornado uma realidade praticável em 1929, assim o camarada Stalin caracterizou as mudanças que tinham tido lugar desde 1927, que tornavam possível para o Partido empreender uma verdadeira ofensiva leninista contra os kulaks, em oposição às declamações e palavreado trotskistas contra os kulaks: "Porém, hoje? Qual é a posição agora? Hoje, temos uma base material adequada para golpearmos os kulaks, quebrarmos sua resistência, eliminá-los como uma classe e SUBSTITUIR seu produto pelo produto das fazendas coletivas e das fazendas estatais. Vocês sabem que em 1929 os grãos produzidos nas fazendas coletivas e nas fazendas estatais alcançaram não menos do que 400 milhões de puds (200 mil a menos do que a produção bruta das fazendas dos kulaks em 1927). Vocês também sabem que em 1929 Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI as fazendas coletivas e as fazendas estatais supriram mais de 130 milhões de puds de grãos comercializáveis (isto é, mais do que os kulaks em 1927). Por último, vocês sabem que, em 1930, o produto bruto das fazendas coletivas e das fazendas estatais alcançarão não menos do que 900 milhões de puds de grãos (isto ê, mais do que a produção bruta dos kulaks em 1927) e sua produção de grãos comercializáveis não será menos de 400 milhões de puds (isto é, incomparavelmente maior do que os kulaks supriram em 1927). E esta a situação para nós agora, camaradas. Aí vocês têm a mudança que teve lugar na economia de nosso país. Agora, como vocês vêem, temos a base material que nos capacita a SUBSTITUIR a produção dos kulaks pela produção das fazendas coletivas e fazendas estatais. E por essa razão que nossa ofensiva determinada contra os kulaks agora está tendo um inegável sucesso. E assim que uma ofensiva contra os kulaks deve ser conduzida, se pretendemos uma ofensiva genuína e determinada e não meras declamações contra os kulaks. É por isso que passamos da política de RESTRIÇÃO às tendências exploradoras dos kulaks para a política de ELIMINAR OS KULAKS COMO UMA CIASSE" [Works, Vol. 12 pp. 125-6). SEGUNDO: o Estado e a indústria soviéticos estavam agora em posição de ajudar o movimento das fazendas coletivas por meio das facilidades de crédito e do suprimento de máquinas e tratores. Em 1927-28, o governo soviético destinou 76 milhões de rublos para o financiamento das fazendas coletivas; em 1928-29, 170 milhões; e em 1929-30, 473 milhões. Além disso, 65 milhões de rublos foram destinados durante o mesmo período ao fundo de coletivização. Prerrogativas foram concedidas para as fazendas coletivas que fizeram crescer seus recursos em 200 milhões de rublos. Para uso nos campos das fazendas coletivas, o Estado forneceu não menos de 30.000 tratores com uma potência total de 400.000 cavalos, não levando em conta os 7.000 tratores do Centro de Tratores que servia às fazendas coletivas e a assistência sob a forma de tratores fornecidos pelas fazendas estatais às fazendas coletivas. Em 192930, as fazendas coletivas receberam empréstimos de sementes e assistência para as sementes num total de 10 milhões de centners de grãos (61 milhões de puds). Por último, as fazendas coletivas foram enormemente ajudadas pela assistência organizacional dada a elas sob a forma de mais de 7.000 estações de máquinas e tratores. O resultado de todas essas medidas foi a multiplicação por 40 da área de colheita das fazendas coletivas em três anos, por 50 da produção de grãos das fazendas coletivas (com um crescimento em sua parte comercializável de mais de quarenta vezes) durante os mesmos três anos, isto é, 1927-1929. TERCEIRO: a passagem do campesinato para o socialismo, para a coletivização. Isso tudo não surgiu de repente, de forma acidental ou espontânea; teve de ser preparado Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI de maneira científica e através de luta dura durante anos, quando o Partido levou o povo a superar um obstáculo após outro, no caminho levando à coletivização. Eis como o camarada Stalin descreveu o processo de desenvolvimento com base no qual surgiu, na última metade de 1929, o poderoso movimento coletivo de massa de milhões de camponeses pobres e médios. "A passagem do campesinato para a coletivização não começou toda de uma vez. Ademais, não poderia começar toda de uma vez. Na verdade, o Partido proclamou a bandeira da coletivização já no 15° Congresso; mas a proclamação de uma bandeira não é o bastante para levar o campesinato a voltar-se em massa para o socialismo. Ao menos uma circunstância a mais era necessária para isso, a saber, que as próprias massas do campesinato estivessem convencidas de que a bandeira proclamada estava correta E que eles deveriam aceitá-la como sua. Portanto, essa passagem foi preparada gradualmente. Foi preparada por todo o decorrer do nosso desenvolvimento, pelo decorrer do desenvolvimento de nossa indústria e acima de tudo pelo desenvolvimento da indústria que fornece máquinas e tratores para a agricultura. Foi preparada pela política de enfrentar resolutamente os kulaks e pelo curso de nossas compras de grãos nas novas formas que assumiram em 1928 e 1929, que colocavam as fazendas dos kulaks sob o controle das massas de camponeses pobres e médios. Foi preparada pelo desenvolvimento das cooperativas agrícolas, que treinam o camponês individualista nos métodos coletivos. Foi preparada pela rede de fazendas coletivas, nas quais o campesinato verificava as vantagens das formas coletivas de fazenda sobre a fazenda individual. Por último, foi preparada pela rede de fazendas estatais, espalhadas por toda a URSS, e equipadas com máquinas modernas, que capacitavam os camponeses a se convencerem da potência e superioridade das máquinas modernas. Seria um erro considerar nossas fazendas estatais apenas como fontes de fornecimento de grãos. Realmente, as fazendas estatais, com suas máquinas modernas, com a assistência que prestam aos camponeses em sua vizinhança, e o escopo sem precedentes dessas fazendas, foi a força condutora que facilitou a passagem das massas camponesas e as levou ao caminho da coletivização. Aí vocês têm a base sobre a qual surgiu o movimento de fazendas coletivas em massa, de milhões de camponeses pobres e médios, que começou na última metade de 1929, e que inaugurou um período de grande mudança na vida de nosso país" (Works, Vol. 12, pp. 288-289, Relatório ao 16° Congresso). O precedente deixa perfeitamente claro que a política do Partido Bolchevique sobre a coletivização era uma política leninista e a única política correta. Está igualmente claro que a política advogada pelo trotskismo estava repleta do aventureirismo mais perigoso e desesperado e, tivesse esta política sido colocada em prática, o resultado teria sido certamente ruinoso. Podemos agora dizer que o Partido Bolchevique esteve mil vezes certo em rejeitar as propostas trotskistas de golpear os kulaks em 1926-27; também o Partido esteve mil vezes certo em 1929, tendo já preparado a base necessária, em lançar uma ofensiva contra os kulaks; o Partido estava perfeitamente Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI justificado em 1929, passando da política que tinha sido seguida até então de RESTRINGIR as tendências exploradoras dos kulaks para a política de ELIMINAR OS KULAKS COMO UMA CLASSE. A eliminação dos kulaks como uma classe não era simplesmente uma questão de administração, como pensavam os trotskistas; era um assunto de suprema importância econômica. A classe dos kulaks não podia ser descartada com um decreto trotskista. Ela podia apenas ser eliminada com a tomada de medidas econômicas concretas (do tipo das enunciadas antes) e com a preparação das necessárias condições econômicas e políticas. Como disse o camarada Stalin: "Estão errados os camaradas que pensam que é possível e necessário dar um fim aos kulaks por meio de medidas administrativas, através do GPU: dar uma ordem, afixar um cartaz e está acabado. E uma solução fácil, mas está longe de ser eficaz. Os kulaks devem ser derrotados por meio de medidas econômicas e em conformidade com a lei soviética. A lei Soviética, entretanto, não é uma mera frase. Isso não exclui, é claro, a tomada de certas medidas administrativas contra os kulaks. Mas as medidas administrativas não devem tomar o lugar das medidas econômicas" (Works, Vol. 10, p. 319). Além disso, a oportunidade para lançar uma ofensiva total contra os kulaks tinha de estar correta; qualquer erro nessa área significava brincar de uma ofensiva contra os kulaks, significava arriscar a própria existência da ditadura do proletariado. Uma das principais características da direção leninista, das táticas bolcheviques, é escolher o momento certo e o terreno apropriado para lançar uma ofensiva contra os inimigos do socialismo. Para colocar isso na linguagem apropriada do camarada Stalin: "A arte da política bolchevique consiste em não descarregar indiscriminadamente todas as armas em todas as frentes, sem considerar as condições de tempo e lugar e sem considerar se as massas estão prontas para apoiar esse ou aquele passo da direção. A arte da política bolchevique consiste em ser capaz de escolher o tempo e o lugar e levar em conta todas as circunstâncias, no sentido de concentrar fogo na frente se pretende alcançar mais rapidamente os máximos resultados" [Works, Vol. 11, p. 55). Quando, entretanto, o Partido já tinha passado da política de restringir as tendências exploradoras dos kulaks para a política de eliminar os kulaks como uma classe, Trotsky que, como vimos, tinha advogado a deskulakização já no período imediatamente posterior ao 14° Congresso (1926-7), exigiu o abandono da política do Partido de eliminar os kulaks como uma classe. Em sua Carta Aberta aos Membros do PCUS, de 23 de março de 1930, Trotsky propunha que o Partido fizesse o seguinte: "Colocar as fazendas coletivas em linha com seus recursos reais de apoio"; "...abandonar a política da deskulakização" "...manter sob controle as tendências exploradoras dos kulaks durante um longo número de anos" e que Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI "O principio guiador em relação aos kulaks deve ser um férreo 'sistema de contrato' [sob os quais os kulaks iriam suprir o Estado com certa quantidade de seus produtos e preços fixados - HB]". Esse é o trotskismo característico, o trotskismo com seu conteúdo verdadeiramente absurdo, antidialético e reacionário: deskulakização em 1926 e abandono da política de deskulakização em 1930! Como se esse absurdo não fosse bastante, Trotsky suplementou-o com uma nova edição, por assim dizer, em 1933. Em 1933, quando a coletivização tinha no principal sido realizada, Trotsky propunha, nas edições de seu Boletim, a dissolução das fazendas do Estado sob a alegação de que elas não compensavam; a dissolução da maioria das fazendas coletivas nos campos, sob a alegação de que eram fictícias; o abandono da política de eliminar os kulaks. No campo da indústria, Trotsky propunha uma reversão para a política de concessões e o leasing para concessionárias de uma série de empresas industriais soviéticas no campo, sob a alegação de que elas não compensavam. O camarada Stalin estava perfeitamente justificado em caracterizar os programas trotskistas como contra-revolucionários e de restauração do capitalismo: "Aí vocês têm o programa desses desprezíveis covardes e capitulacionistas -seu programa contra-revolucionário de restaurar o capitalismo na URSS" (Works, vol. 13, p. 370). Assim era como o 'esquerdista' Trotsky se desmascarava e revelava seu verdadeiro direitismo, para todos verem. Tendo abordado o desvio oportunista 'esquerdista' deixe-nos agora passar ao. desvio oportunista de direita da linha leninista do Partido. E. O segundo desvio da linha leninista do Partido sobre a coletivização - o desvio oportunista de direita (bukharinista) Enquanto os oportunistas 'esquerdistas' (trotskistas) superestimavam a força do capitalismo, não acreditando na possibilidade de a URSS construir o socialismo exitosamente por seus próprios esforços, sem a ajuda da revolução vitoriosa na Europa Ocidental e, portanto, não era a favor mesmo da idéia da aliança com a massa básica do campesinato, os oportunistas de direita iam para o outro extremo, por subestimar a força do capitalismo, declarar-se a favor de qualquer forma de aliança com todo o campesinato, inclusive os kulaks e, desconsiderando os mecanismos da luta de classes nas condições da ditadura do proletariado, proclamar que os kulaks automaticamente "se convertessem ao socialismo" (Bukharin, The Path to Socialism (citado em Stalin, Collected Works, Vol. 12 p. 41). O grupo de Bukharin sustentava que, com o avanço do socialismo e o desenvolvimento das formas socialistas da economia, a luta de classes se abrandaria. Essa teoria oportunista de direita, advogada pelo grupo de Bukharin, representava um perigo muito sério para a ditadura do proletariado. Seu mal estava "...no fato de que embala a classe operária para dormir, mina o estado de preparação Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI mobilizada das forças revolucionárias de nosso país, desmobiliza a classe operária e facilita o ataque dos elementos capitalistas contra o governo soviético" (Stalin, Works, Vol. 12 p. 41). E foi o que fez. No começo de 1928, os kulaks, percebendo que a NEP, longe de restaurar o capitalismo na URSS, como eles tinham acreditado e esperado, estava, ao contrário, levando ao enfraquecimento e aniquilamento dos elementos capitalistas no interior e à consolidação do socialismo, deram início à resistência organizada ao regime soviético. Desde 1928, essa resistência assumiu formas mais agudas. A resistência dos kulaks foi a prova mais eloqüente de: (a) o fato de que a ofensiva socialista contra os elementos capitalistas estava avançando a todo o vapor e, de acordo com o planejado, que os kulaks estavam, portanto, sentindo o aperto e tinham de decidir resistir desesperadamente ou sair de cena voluntariamente; e (b) o fato de que os elementos capitalistas não desejavam sair de cena voluntariamente. O camarada Stalin, contrariando o conto de fadas oportunista de direita de Bukharin, a respeito do abrandamento da luta de classes, expressou-se nas seguintes palavras inesquecíveis: "Não se deve imaginar que as formas socialistas se desenvolverão, esmagando os inimigos da classe operária, enquanto nossos inimigos se retirarão em silêncio e abrindo caminho para o nosso avanço, que então outra vez avançaremos e eles outra vez se retirarão, até que 'inesperadamente' todos os grupos sociais, sem exceção, kulaks e camponeses pobres, operários e capitalistas, encontrar-se-ão 'repentinamente' e 'imperceptivelmente', sem luta ou comoção, no regaço de uma sociedade socialista. Tais contos de fadas não acontecem nem podem acontecer em geral, e nas condições da ditadura do proletariado em particular. Nunca aconteceu e nunca acontecerá que a classe operária avançará para o socialismo em uma sociedade de classes sem luta ou comoção. Ao contrário, o avanço para o socialismo não pode senão levar os elementos exploradores a resistirem a esse avanço, e a resistência dos exploradores não pode senão levar ã agudização da luta de classes. Eis por que a classe trabalhadora não deve se iludir com a conversa de a luta de classes desempenhar um papel secundário" (Stalin, Works, Vol. 11 p. 180). Apesar das simplórias fabulazinhas de Bukharin a respeito do abrandamento da luta de classes e o milagre de os kulaks "se converterem ao socialismo", os kulaks começaram a formar uma séria resistência organizada ao governo soviético. Quem, senão Bukharin e seu grupo, iria no Partido defender os interesses dos kulaks? Os bukharinistas representavam a decadência da fazenda dos kulaks como uma decadência da agricultura na URSS. Eles exigiam que a taxa de crescimento industrial fosse reduzida, que o monopólio do comércio estrangeiro fosse relaxado, que a coletivização fosse relegada a segundo plano e que os elementos capitalistas recebessem amplas concessões. O primeiro sério ataque dos kulaks veio na época da crise de aquisição de grãos de janeiro de 1928. Os kulaks se recusaram a vender grãos para o Estado soviético; o Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI governo soviético defrontou-se com um déficit de grãos de 130 milhões de puds. Na ausência de reservas, o governo soviético não podia senão recorrer a medidas de emergência, tais como a aplicação do Artigo 107 do Código Criminal, que previa, caso os kulaks se recusassem a vender grãos, o confisco dos seus grãos. A aplicação das medidas emergenciais, que, a despeito das distorções individuais aqui e ali, foram um grande sucesso e tiveram o efeito desejado de obterem dos kulaks o necessário suprimento de grãos requerido pelo Estado, enfureceram os bukharinistas. Sob a alegação de combater 'excessos', os bukharinistas engajaram-se de fato no combate à política correta do Partido e na defesa dos kulaks. Eis como o camarada Stalin expôs essa trapaça oportunista fraudulenta dos bukharinistas: "A palavra mais em moda neste momento, entre o grupo dos bukharinistas é a palavra 'excessos" na aquisição de grãos. Essa palavra é a mercadoria mais corrente entre eles, visto que os ajuda a mascarar sua linha oportunista. Quando eles querem mascarar sua própria linha, usualmente dizem: é claro que não nos opomos à pressão que está sendo exercida sobre os kulaks, mas nos opomos aos excessos que estão sendo cometidos nessa esfera e que atingem o camponês médio. Eles então passam a relatar estórias de 'horrores' desses excessos; eles lêem cartas de 'camponeses', cartas de completo pânico de camaradas como Markov e, então, extraem a conclusão: a política de fazer pressão sobre os kulaks deve ser abandonada. Que tal isso? PORQUE excessos são cometidos na condução de uma política correta, AQUELA POLÍTICA CORRETA, parece-lhes, DEVE SER ABANDONADA. Esse é o truque usual do oportunista: sob o pretexto de que excessos são cometidos na condução de uma linha correta, abolir a linha e substituí-la por uma linha oportunista. Além disso, os seguidores do grupo de Bukharin muito cuidadosamente silenciam sobre o fato de que há outro tipo de excessos, mais perigoso e mais danoso - a saber, excessos na direção de uma união com os kulaks, na direção de adaptação ao estrato mais próspero da população rural, na direção do abandono da política revolucionária do Partido em troca da política oportunista dos que se desviam para a direita. E claro que todos nos opomos àqueles excessos. Nenhum de nós deseja que os golpes dirigidos contra os kulaks atinjam os camponeses médios. Isso é óbvio e não pode haver nenhuma dúvida sobre isso. Mas nos opomos muito enfaticamente à conversa sobre excessos em que insiste tão zelosamente o grupo de Bukharin, que é usada para escamotear a política revolucionária de nosso Partido e substituí-la pela política oportunista do grupo de Bukharin. Não, esse truque deles não vai funcionar. Apontemos ao menos uma medida política tomada pelo Partido que não tenha sido acompanhada por excessos de um tipo ou de outro. A conclusão a ser extraída disso é que devemos combater os excessos. Mas se pode, A ESTE PRETEXTO, criticar a própria linha, que é a única linha correta? Tomemos uma medida como a introdução da jornada de sete horas. Não pode haver dúvida de que esta é uma das medidas mais revolucionárias conduzidas pelo nosso Partido no período recente. Quem não sabe que essa medida, que por sua natureza é profundamente revolucionária, é freqüentemente acompanhada por excessos, algumas
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI vezes de um tipo muito criticável? Isso significa que devemos abandonar a política de introduzir a jornada de sete horas? Os seguidores da oposição bukharinista entendem em que confusão estão se metendo ao enfatizar os excessos cometidos durante a aquisição de grãos?" (Works, Vol. 12, pp. 96-97). Na defesa dos interesses dos kulaks, o grupo de Bukharin chegou ao ponto de acusar o Partido de perseguir uma política de exploração militar-feudal para com o campesinato. Mal se precisa provar que o grupo de Bukharin tomou emprestada essa arma contra o Partido do arsenal da burguesia contra-revolucionária. "Na história de nosso Partido, não posso encontrar qualquer caso de o Partido ser acusado de perseguir uma política de exploração militar-feudal. Essa arma contra o Partido não foi tomada de empréstimo do arsenal dos marxistas. De onde, então, ela foi tomada de empréstimo? Do arsenal de Milyukov, o líder dos Cadetes. Quando os Cadetes desejavam semear a dissensão entre a classe operária e o campesinato, usualmente diziam: Vocês, senhores bolcheviques, estão construindo o socialismo sobre os cadáveres dos camponeses. Quando Bukharin levanta uma grita acerca do 'tributo', ele está dançando conforme a música dos senhores Milyukovs, e está seguindo na esteira dos inimigos do povo" (Vol. 12 p. 59). O grupo de Bukharin opunha-se à luta contra os kulaks; ele era a favor de uma aliança da classe operária com o campesinato INTEIRO, inclusive os kulaks. O Partido, entretanto, se opunha muito enfaticamente a tal aliança. "Não, camaradas, tal aliança não advogamos e não podemos advogar. Sob a ditadura do proletariado, quando o poder da classe operária está firmemente estabelecido, a aliança da classe operária com o campesinato significa apoiar-se nos camponeses pobres, aliar-se aos camponeses médios e lutar contra os kulaks. Quem quer que pense que sob nossas condições a aliança com o campesinato significa aliança com os kulaks nada tem em comum com o leninismo. Quem quer que pense em conduzir uma política no interior que agrade a todos, ricos e pobres igualmente, não é um marxista, mas um imbecil, porque tal política não existe na natureza, camaradas (risos e aplausos). Nossa política é uma política de classe" (Stalin, Works,Vol. 11 p. 52). O leninismo certamente defende uma aliança estável com a principal massa do campesinato, porém, de acordo com o leninismo, o propósito maior da aliança da classe operária com a massa básica do campesinato é assegurar o papel dirigente da classe operária, consolidar a ditadura do proletariado e criar as condições necessárias materiais e espirituais (culturais) - que facilitem a abolição das classes. Em síntese, o leninismo defende uma aliança estável com a massa principal do campesinato (EXCLUÍDOS os kulaks), com o objetivo final de abolir as classes. O leninismo não defende qualquer tipo de aliança. Eis como o camarada Lênin expressou-se sobre esse assunto:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI "O acordo entre a classe operária e o campesinato pode ser visto como significando qualquer coisa. Se não temos em mente que, do ponto de vista da classe operária, o acordo é permissível, correto e possível em princípio somente se sustenta a ditadura da classe operária e é uma das medidas visando a abolição das classes, então a fórmula de acordo entre a classe operária e o campesinato torna-se, é claro, uma formula que todos os inimigos do regime soviético e todos os inimigos da ditadura do proletariado subscrevem." E adiante: "No momento", diz Lênin. "o proletariado detém o poder e dirige o Estado. Dirige o campesinato. O que significa dirigir o campesinato? Significa, em primeiro lugar, perseguir um rumo para a abolição das classes e não do pequeno produtor. Se nos desviarmos desse rumo radical e principal, cessaremos de ser socialistas e nos encontraremos no campo da pequena burguesia, no campo dos revolucionários socialistas e mencheviques, que são agora os mais ferozes inimigos do proletariado." A aliança com o campesinato, defendida por Bukharin, entretanto, significava uma aliança não apenas com o campesinato médio mas também com os kulaks. E desnecessário provar que tal aliança, longe de assegurar o papel dirigente do proletariado, fortalecer a ditadura do proletariado e facilitar a abolição das classes, teria levado à negação do papel dirigente do proletariado, ao enfraquecimento de sua ditadura, à perpetuação das classes, pois somente uma aliança com o campesinato médio, que é ao mesmo tempo uma aliança contra os kulaks, pode abrir caminho na direção da abolição das classes. As classes só podem ser abolidas por meio da luta de classes contra os exploradores - contra os kulaks e outros elementos capitalistas - e não por meio da aliança com eles. É desnecessário provar que o grupo oportunista de direita de Bukharin, com suas políticas oportunistas, tinha de ser derrotado. Sem sua derrota teria havido uma restauração segura do capitalismo na URSS no início dos anos 30. Deve ser dito, para crédito, glória e honra do Partido Bolchevique e de seu dirigente na época, o camarada Stalin, que os oportunistas de direita do grupo de Bukharin foram tão seguramente derrotados como aqueles do grupo Trotskv-Zinoviev oportunista 'esquerdista'. Os grupos derrotados juntaram suas forças subseqüentemente (da mesma forma que tinham feito anteriormente) na oposição ao Partido, demonstrando assim sua essência antileninista e reacionária de direita. Não havia diferença entre os dois, exceto na forma de suas plataformas. A verdade é que o programa dos 'esquerdistas' levava tanto quanto o dos direitistas na direção da restauração do capitalismo. K nesse sentido, e por causa disso, que os marxistas-leninistas têm sempre sustentado que os 'esquerdistas' também são de fato direitistas. Eis como o camarada Stalin caracterizou os oportunistas da direita (bukharinistas) e da 'esquerda' l trotskistas), mostrando o que era comum a ambos, a saber, suas respectivas plataformas para a restauração do capitalismo, embora seguindo rumos distintos: "Onde está o perigo do desvio de DIREITA, francamente oportunista, em nosso Partido? No fato de que ele SUBESTIMA a força de nossos inimigos, a força do capitalismo: não Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI vê o perigo da restauração do capitalismo; não entende o mecanismo da luta de classes sob a ditadura do proletariado e, portanto, tão prontamente concorda em fazer concessões ao capitalismo, exigindo uma redução do ritmo de desenvolvimento de nossa indústria, exigindo concessões aos elementos capitalistas na cidade e no campo, exigindo que a questão das fazendas coletivas e fazendas estatais seja relegada ao segundo plano, exigindo que o monopólio do comércio exterior seja relaxado, etc., etc. Não há duvida de que o triunfo do desvio de direita em nosso Partido liberaria as forças do capitalismo, minando as posições revolucionárias do proletariado e aumentando as chances da restauração do capitalismo em nosso país. Onde está o perigo do desvio de ESQUERDA' (trotskista) em nosso Partido? No fato de que ele SUPERESTIMA a força de nossos inimigos, a força do capitalismo; vê apenas a possibilidade de restauração do capitalismo, porém não pode ver a possibilidade de construção do socialismo pelos esforços de nosso país; dá lugar ao desespero e é obrigado a consolar-se com o palavreado sobre as tendências de Termidor em nosso Partido. A partir das palavras de Lênin de que 'enquanto vivermos em um país de pequenos camponeses, há uma base mais segura para o capitalismo na Rússia do que para o comunismo', o desvio 'esquerdista' extrai a conclusão de que é impossível construir o capitalismo em toda a Rússia; que não podemos marchar juntos com o campesinato; que a idéia de uma aliança entre a classe operária e o campesinato é uma idéia obsoleta; a menos que uma revolução vitoriosa no Ocidente venha em nossa ajuda, a ditadura do proletariado na Rússia deve fracassar ou degenerar; que, a menos que adotemos o plano fantástico da superindustrialização, mesmo à custa de uma cisão com o campesinato, a causa do socialismo na URSS deve ser considerada como perdida Daí o aventureirismo na política do desvio de 'esquerda'. Daí seus saltos 'sobrehumanos' na esfera da política. Não há dúvida de que o triunfo do desvio 'esquerdista' em nosso Partido levaria a classe operária a separar-se do resto das massas da classe trabalhadora e, conseqüentemente, á derrota do proletariado e a facilitar as condições de restauração do capitalismo. Vocês vêem, portanto, que ambos os perigos, o de 'esquerda' e o de direita, ambos esses desvios da linha leninista, o direitista e o 'esquerdista', levam ao mesmo resultado, embora por caminhos diferentes" (CW, Vol. 11 pp. 240-1). A única diferença é que os 'esquerdistas" (trotskistas) usam frases de ultra-'esquerda', o que incidentalmente explica: "...porque os 'esquerdistas' algumas vezes conseguem atrair parte dos operários para o seu lado, com a ajuda de frases 'esquerdistas' altissonantes e por se posarem de oponentes mais determinados dos direitistas, embora todo mundo saiba que eles, os 'esquerdistas', têm as mesmas raízes sociais que os direitistas e que não raro entram Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI em acordo, em um bloco, com os direitistas, afim de enfrentarem a linha leninista" (Stalin, Works, Vol. 11 p. 291). Antes de prosseguir, pode-se dizer de passagem que a maioria das criticas dirigidas pela burguesia ordinária à linha leninista do Partido Bolchevique sobre a coletivização era baseada nas plataformas e linha de argumentação dos socialistas burgueses dentro do Partido Bolchevique, a saber, os oportunistas de 'esquerda' (trotskistas) e os desviados de direita (Bukharinistas). Não poderia ser de outro modo, pois as plataformas dos oportunistas de esquerda e de direita eram plataformas de restauração capitalista, embora em forma dissimulada e mesmo envolta em terminologia marxista. Daí a concorrência nas visões da burguesia ordinária, por um lado, e os oportunistas 'socialistas', como os trotskistas e bukharinistas, por outro lado; daí a simpatia da burguesia ordinária pelos representantes dos interesses de sua classe (a classe burguesa) no movimento comunista, a saber, o oportunista socialista; daí o antistalinismo e o pró-trotskismo da burguesia ordinária. A burguesia não se importa com a terminologia usada; ela não faz objeções mesmo ao uso da terminologia marxista, na medida em que é usada na defesa e preservação do capitalismo mais do que para sua derrubada revolucionária. De fato, sob certas circunstâncias, a única forma de servir ao capitalismo é através do uso de frases marxistas, pois somente tais frases podem iludir os trabalhadores. Como poderiam os trotskistas, por exemplo, abertamente, propor a restauração do capitalismo na URSS quando a classe operária estava no poder? Mal teriam proferido uma sentença abertamente e seriam lançados para fora de toda organização dos operários, especialmente o Partido de vanguarda do proletariado, e completamente desprezados por todo operário com consciência de classe. Assim, eles eram obrigados a apresentarem seu programa pela restauração capitalista em nome da classe operária e do marxismo. Nisto está o serviço que prestaram à burguesia; e também assim sua traição à classe operária e ao movimento comunista. F. O uso da força e a coletivização Há mais uma questão que desejamos comentar, a saber, aquela do uso da força na coletivização. Os ideólogos burgueses fizeram a alegação de que a coletivização na URSS foi uma coletivização forçada - contra a vontade da maioria do campesinato. Essa alegação adquiriu, através de pura repetição e ignorância, a força de um preconceito público no qual, deve-se admitir com grande vergonha, acreditam não apenas pessoas comuns mas também algumas pessoas que se autodenominam marxistas-lenmistas. Em vista disso, é natural que desejemos dizer algumas palavras sobre essa questão. Somente os burocratas incorrigíveis - da burguesia ordinária, bem como do tipo trotskista - podem acreditar que a coletivização na União Soviética foi, ou poderia ter sido, realizada pela força: somente pessoas que consideram a coletivização como um assunto burocrático administrativo, mais do que uma medida econômica da maior importância, podem considerar a coletivização com esta visão. Se a coletivização pudesse ser realizada por um 'sargento Prishibeyev", armado com um decreto departamental trotskista para coletivizar, então, de fato. haveria razão para coletivizar não em 1929. mas em 1926 (como queriam Trotsky e Zinoviev) e até muito mais cedo, isto é. enquanto Lênin estava vivo. Nesse caso. seríamos obrigados a admitir que o Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI trotskismo estava certo em propor a coletivização em 1926, enquanto os leninistas estariam errados em rejeitar essa proposta. Os trotskistas propuseram a coletivização em 1926 precisamente porque eram eles que, acostumados com as piores tradições burocráticas burguesas, acreditavam (e ainda acreditam) que a coletivização pode ser alcançada com um pedaço de papel e o bastão de um sargento prussiano. Se o Partido tivesse sido tolo o bastante para considerar a coletivização dessa forma e colocado este método em ação, o resultado teria sido, como já explicado, uma colisão hostil' entre a classe operária, que estava no poder e a massa básica do campesinato, sem cuja aliança a classe operária não podia esperar manter-se no poder por longo tempo; o efeito teria sido uma guerra civil e ruína certa para a ditadura do proletariado. O Partido, entretanto, considerou a coletivização como uma medida econômica que não poderia ser realizada sem que estivessem criados os pré-requisitos econômicos necessários. E, para repetir, esses pré-requisitos eram: *Nota do tradutor: O "sargento Prishibeyev" é um personagem caricaturalmente autoritário de um conto de Tchekhov. (a) o desenvolvimento da indústria em tal grau que pudesse suprir a agricultura com tratores, máquinas e conhecimento técnico; (b) a capacidade do Estado de garantir créditos e outras facilidades e assistência financeiras; (c) o desenvolvimento das fazendas coletivas e estatais ao ponto em que elas pudessem substituir a produção dos kulaks; (d) a orientação dada pelos operários avançados (na forma de brigadas de trabalhadores e propagandistas trabalhadores) aos camponeses soviéticos na questão do desenvolvimento da fazenda coletiva; (e) a implementação pelo Partido da política de Lênin de educação das massas, através da implantação de uma vida comunal cooperativa entre elas através de cooperativas de suprimento e de mercado e cooperativas de produtores. Todas as medidas acima não poderiam senão fortalecer o vínculo entre a classe operária e o campesinato, sem o qual todas as tentativas de coletivização teriam terminado como a "Marcha sobre Varsóvia", sem o qual a coletivização teria perdido seu caráter voluntário que, por sua vez, faria soar o dobre de finados da coletivização. Os sucessos na coletivização foram realizados precisamente por causa da natureza voluntária da coletivização. No momento em que a compulsão entrou em cena (sobre o qual mais será comentado adiante), fazendas coletivas começaram a se desfazer e uma seção dos camponeses que, para citar Stalin, "apenas ontem tinham a maior confiança nas fazendas coletivas, começaram a dar as costas a elas" (Resposta aos Camaradas das Fazendas Coletivas). De fato, o movimento em favor da coletivização tinha sido recebido tão entusiasticamente pela maioria esmagadora do campesinato e tinha adquirido tal Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI ímpeto que, ao fim de 1929, estava evidente que qualquer insatisfação que houvesse entre a principal massa do campesinato "não era por causa da política das fazendas coletivas do governo soviético, mas por ter sido o governo soviético incapaz de acompanhar o ritmo do crescimento do movimento das fazendas coletivas, no que diz respeito a suprir os camponeses com máquinas e tratores" (Stalin, Works. vol. 12, p. 137). Embora o movimento das fazendas coletivas no todo fosse de caráter voluntário, isso não implicava que não houvesse distorção da política do Partido em casos individuais, por funcionários do Partido excessivamente zelosos e todo tipo de distorcedores "esquerdistas". Essas distorções foram da seguinte natureza: (a) Violação do princípio referente ao caráter voluntário do movimento de fazendas coletivas, uma violação que teve como efeito fazer com que fazendas coletivas se desfizessem. Não tivesse essa violação sido removida, não tivesse essa distorção sido corrigida, não teria havido sucesso na coletivização na URSS. Isso apenas serve para mostrar quanto estão errados os críticos burgueses ao afirmarem que a coletivização na URSS foi obtida à força. Foi justamente o contrário. (b) Violação do princípio que determinava fosse levada em conta a diversidade de condições na URSS (a URSS tinha sido dividida em três grupos de distritos, para cada um dos quais tinham sido fixadas datas aproximadas para que se implantasse, no principal, a coletivização). (c) Violação da regra que definia a FORMA ARTEL do movimento de fazendas coletivas como O PRINCIPAL ELO NO SISTEMA DE FAZENDAS COLETIVAS naquela época. Fizeram-se tentativas de saltar o estágio do sistema artel agrícola e passar logo para o estágio comunal. Cada uma dessas três distorções teve lugar em violação da decisão do Birô Político do Comitê Central, adotada em 5 de janeiro de 1930, sob o título O ritmo da coletivização e as medidas estatais para assistir o desenvolvimento das fazendas coletivas. É desnecessário dizer que essas violações foram muito do desagrado e da aversão do Birô Político, do Comitê Central e de Stalin. Conseqüentemente, foram o Comitê Central e Stalin que tomaram as medidas para corrigir essas distorções da política do Partido, desde o momento que elas vieram à tona. Têm-se apenas que ler os artigos do camarada Stalin Embriagados de Sucesso (2 de março de 1930) e Resposta aos camaradas das fazendas coletivas (25 de abril de 1930), para se convencer disso - não obstante os trotskistas e outros burgueses afirmarem o contrário. Eis, por exemplo, o que o camarada Stalin escreveu em relação a essas distorções da política do Partido sobre a coletivização e em sua condenação: "O que pode haver em comum entre essa 'política' do sargento Prishibeyev e a política do Partido de apoiar-se no princípio da voluntariedade e de tomar as peculiaridades locais em conta no desenvolvimento das fazendas coletivas? Claramente, não há enem pode haver nada em comum entre elas" ("Dizzy with Success").
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI E adiante: "Quem se beneficia com essas distorções, esse decretismo burocrático do movimento das fazendas coletivas, essas ameaças inconvenientes contra os camponeses? Ninguém, exceto nossos inimigos" (ibid.). Stalin denunciou as tentativas de substituir o trabalho preparatório para a organização das fazendas coletivas pelo "decretismo burocrático do movimento de fazendas coletivas, resoluções de papel sobre o crescimento das fazendas coletivas, organizações de fazendas coletivas no papel - fazendas coletivas que não existiam ainda na realidade, mas cuja existência era proclamada num montão de resoluções fanfarronas" (ibid.) Mas, somente porque tiveram lugar algumas distorções locais - distorções que foram rapidamente eliminadas pelo Partido -, isso significa, então, que a linha do Partido sobre a coletivização estava errada? Não, certamente não significa isso. Nunca foi posta em prática uma política correta que não fosse acompanhada por algumas distorções. Somente trapaceiros oportunistas podem querer o abandono de uma política correta apenas por terem ocorrido algumas distorções dela no curso de sua execução. A conclusão correta a ser sacada das distorções é que devemos combatê-las, devemos jogá-las fora. não que devamos abandonar a política correta. Outra vez devese afirmar que a política do Partido sobre a coletivização era uma política leninista e correta; era uma política baseada na fórmula leninista correta: Apoiar-se no camponês pobre, construir uma aliança estável com o camponês médio, nunca, em nenhum momento, cessar a luta contra os kulaks'. Somente aplicando essa fórmula poderia a principal massa do campesinato ser conduzida, como de fato foi, para o canal da construção socialista. A política do Partido triunfou porque desenvolveu uma luta consistente e fundamentada contra os desvios 'esquerdista' (trotskista) e direitista (bukharinista), porque o Partido desenvolveu uma luta sem tréguas contra aqueles que tentaram antecipar-se (trotskistas), bem como aqueles que arrastavam os pés (bukharinistas). Nisso estava o segredo do sucesso da política do Partido sobre a coletivização, como sobre outros temas. Excetuando umas poucas distorções dos tipos mencionados, a coletivização foi realizada através da cooperação ativa e do entusiasmo da massa básica do campesinato. Isso, entretanto, não significa que o Estado da classe operária não tenha feito uso da violência revolucionária contra os kulaks e exploradores que se engajaram no uso da violência contra-revolucionária e que recorreram ao terrorismo e assassinato de funcionários do governo e do Partido, em suas tentativas desesperadas para conter o avanço do socialismo. Podemos reprovar o Estado soviético por ter usado a violência revolucionária para conter a violência reacionária dos kulaks e de outros elementos capitalistas? Ao contrário, não teríamos maior justificativa para reprová-lo, se ele tivesse deixado de fazer isso, tuna de suas tarefas principais? O que pode haver de errado no uso da violência revolucionária contra nosso inimigo de classe, os kulaks? Que isso devia evocar uma grita cômica dos trotskistas, revisionistas e social-democratas é apenas mais comprovação do fato de que eles eram agentes da burguesia nas fileiras do movimento da classe operária. Eis, por exemplo, o que Engels escreveu sobre a questão em consideração, a saber, o uso da violência revolucionária pelo Partido revolucionário vitorioso contra os reacionários: Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI "...se o partido vitorioso (em uma revolução) não quer ter lutado em vão, deve manter seu domínio por meio do terror que suas armas inspiram aos reacionários. Teria a Comuna de Paris sobrevivido um único dia se ela não tivesse feito uso dessa autoridade do povo armado contra a burguesia? Não se deveria tê-la reprovado, ao contrário, se ela não tivesse usado isso de sobejo?" (Engels, On Authority, citado por Lênin em State and Revolution, p. 74). Terão esses senhores (trotskistas e outros socialistas burgueses) esses antistalinistas (que devem portanto ser também antileninistas, pois Stalin foi apenas um aluno muito fiel de Lênin), ponderado sobre a profundidade do significado da citação anterior de um gênio revolucionário - citação da qual cada palavra está plena do mais profundo significado? G. Os sucessos da coletivização Quando a coletivização foi iniciada pelo Partido, enfrentou uma recepção hostil não apenas dos kulaks e de toda a burguesia mundial, mas também dos elementos oportunistas no Partido: enfrentou a crítica dos homens de 'ciência'; todos esses elementos afirmavam que o dinheiro gasto nas fazendas estatais e nas fazendas coletivas era dinheiro 'jogado fora'". Entretanto, o sucesso subseqüente da política de coletivização do Partido tornou evidente que "as pessoas que ridicularizaram as decisões do Birô Político do Comitê Central [que diziam respeito à organização das fazendas estatais e coletivas na preparação para a ofensiva de larga escala contra os kulaks] ridicularizaram-se a si mesmas ferozmente" (Stalin). ]á em fevereiro de 1930, 50% das fazendas camponesas tinham sido coletivizadas, superando assim o plano qüinqüenal de coletivização em 100%. No decorrer de cerca de três anos, entre 1929 e 1931, o Partido resolveu organizar 200.000 fazendas coletivas e cerca de 5.000 fazendas estatais dedicadas ao aumento de grãos e à criação de gado. No curso dos cinco anos, o Partido resolveu ao mesmo tempo expandir a área de colheita em 21 milhões de hectares. Ao final do primeiro plano qüinqüenal, o Partido tinha conseguido fazer com que mais de 60% das fazendas camponesas se reunissem em fazendas coletivas, cobrindo mais de 70% da terra total cultivada pelos camponeses - superando assim o plano qüinqüenal em três vezes (ver tabelas 1 e 2). Ao final do primeiro plano qüinqüenal, o Partido tinha também conseguido tornar possível a aquisição de 1,2 bilhão a 1,4 bilhão de puds de grão comercializável anualmente, em comparação anualmente com os 500 milhões a 600 milhões de puds que foram conseguidos no período de predominância da fazenda camponesa individual (ver tabelas).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Tabela 1 - Progresso na Coletivização 1929 1930 1931
1932 1933 1934 1938
Porcentagem de domicílios coletivizados (em proporção ao número total de unidades) 3,9 23,6 52,7
61,5
65,0 71.4 93,5
Porcentagem de área plantada coletivizada 87.4 99,3 (em relação à área plantada total) 4,9 33,6 Tabela 2
- Áreas de Colheita de Grãos, por setores
Setores
1929 1930 1931 1932 1933 Percentagem da área 1938 em milhões de hectares) total em 1933
1. Fazendas estatais 1.5 2.9 8,1 9,3 10,8 3.4 29.7 2. Fazendas coletivas 92,0 61,0 69,1 75,0 0,6 3. Fazendas camponesas 91.1 69.2 35,3 21,3 15,7 individuais Total de área plantada 96.0 101.8 104,4 99,7 101,5 com grãos na URSS
10.6 73,9 15,5 100.0
(Na época do 17° Congresso do Partido, em janeiro de 1934, as fazendas estatais e as fazendas coletivas juntas controlavam 84,5% da área total do cultivo de grãos da URSS, tornando-se assim uma força determinante de fato no total da agricultura de todos os ramos na URSS: enquanto todas as fazendas camponesas individuais que ainda permaneciam, representando 35% da população camponesa total, controlavam apenas 15,5% da área de cultivo de grãos.) A política do Partido para a coletivização foi bem sucedida em destruir os kulaks como uma classe, em emancipar o campesinato trabalhador da exploração e dominação kulak e em dotar o regime soviético de uma firme base econômica no interior, a base da fazenda coletiva em larga escala. "O Partido teve êxito em converter a URSS de um país de pequenas fazendas camponesas em um país com a agricultura de maior escala do mundo" (Stalin, Works, Vol. 13, p. 194). Esses sucessos alcançados pelo Partido foram reconhecidos mesmo por alguns capitalistas e reformistas, isto é, aqueles que eram minimamente honestos e capazes de reconhecer a verdade. Eis, por exemplo, o que o capitalista inglês Mr. Gibson Jarvis, presidente do United Dominion Trust, escreveu em outubro de 1932:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI "Agora desejo que fique claro que não sou comunista nem bolchevique. Sou definitivamente capitalista e individualista ...A Rússia está arrancando para a frente enquanto muitas de nossas fábricas e lojas estão ociosas e aproximadamente 3 milhões de nossa população desesperadamente buscam trabalho. Fizeram piadas acerca do plano qüinqüenal e previram seu fracasso. Vocês podem acreditar que, fora de dúvida, sob o plano qüinqüenal, muito mais tem sido cumprido do que jamais foi antecipado ... Em todas essas cidades industriais que eu visitei, uma nova cidade está surgindo, com um plano definido, com amplas ruas, no processo de serem embelezadas por árvores e canteiros cobertos de grama, casas do tipo mais moderno, escolas, hospitais, clubes operários e a inevitável creche ou berçário, onde as crianças das mães operárias são cuidadas ... Não menosprezem os russos ou seus planos e não cometam o erro de acreditar que o governo soviético pode cair ...A Rússia hoje é um país com uma alma e um ideal. A Rússia é um país de atividade surpreendente. Eu acredito que o objetivo russo é sadio ... E talvez o mais importante de tudo, toda essa juventude e todos esses operários na Rússia têm uma coisa que muito lamentavelmente falta nos países capitalistas hoje, e que é a esperança! O marco de orientação no interior soviético não é mais a cúpula de uma igreja, mas o elevador de transportar grãos e o silo. As coletivas estão construindo chiqueiros, celeiros e casas. A eletricidade está penetrando na aldeia e o rádio e o jornal a conquistaram. Os operários estão aprendendo a operar as máquinas mais modernas do mundo; os jovens camponeses fazem e usam maquinário agrícola maior e mais complicado do que a América jamais viu. A Rússia está adquirindo uma mentalidade de máquinas, a Rússia está passando rapidamente da idade da madeira para a idade do ferro, do aço, do concreto e dos motores." (Novembro de 1932, da revista burguesa do Estados Unidos The Nation, citada por Stalin, Works. Vol. 13 pp. 169-70). Agora, a opinião de um reformista. O que segue é a opinião expressa em setembro de 1932 por uma revista da 'esquerda' reformista britânica, Forward: "Ninguém pode deixar de notar a enorme quantidade de trabalho de construção que está acontecendo. Novas fábricas, novas casas pintadas, novas escolas, novos clubes, novos grandes blocos de moradias, em toda parte novas construções, muitas completadas, outras com andaimes. E difícil transmitir para a mente do leitor britânico exatamente o que tem sido e está sendo feito. Tem de ser visto para se acreditar. Nossos próprios esforços do tempo de guerra são ninharia em relação ao que está sendo feito na Rússia. Os norte-americanos admitem que mesmo nos maiores dias de 'rush' que o Ocidente pode ter experimentado, nada ocorreu como a efervescente atividade construtiva que está ocorrendo na Rússia hoje. Vêem-se tantas mudanças na cena russa, após dois anos, que se desiste de imaginar o que será a Rússia daqui a outros dez anos ... Desse modo, tirem de suas cabeças as estórias fantásticas da imprensa britânica, que mente tão persistentemente, tão vergonhosamente sobre a Rússia, e todas as meias verdades e distorções que têm circulado pela intelligentsia diletante que olha para a Rússia de modo condescendente, através de óculos da classe média, sem ter o mais leve entendimento do que está acontecendo ... A Rússia está construindo uma nova sociedade em linhas que são, falando genericamente, fundamentalmente sadias. Para fazê-lo está assumindo riscos, está trabalhando entusiasticamente, com uma energia que nunca foi vista no mundo antes, tem Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI tremendas dificuldades inseparáveis desta tentativa de construir o socialismo em um país vasto, subdesenvolvido, isolado do resto do mundo. Mas a impressão que tenho, após vê-la outra vez depois de dois anos, é de uma nação fazendo um progresso sólido, planejando, criando, construindo de uma forma que é um notável desafio ao mundo capitalista hostil." As citações acima apenas servem para mostrar que os trotskistas e outros 'socialistas', que atacam a coletivização e a construção do socialismo na URSS, que se recusam a reconhecer os ganhos do socialismo alcançados então, são de fato piores do que os reformistas honestos e os capitalistas honestos e francos como Mr. Jarvis. Servem simplesmente para mostrar que os trotskistas e outros socialistas burgueses e críticos da coletivização são "cabeças-duras" que "pertencem às espécies de fósseis medievais para os quais os fatos nada significam e que persistem em suas opiniões...", não importa quão bem-sucedido seja o plano de coletivização. Tais foram os sucessos da construção socialista (industrialização e coletivização socialistas) e as melhoras conseqüentes nas condições materiais e culturais dos operários e camponeses, que Stalin foi capaz de dizer 110 17° Congresso do Partido: "...tudo isso cria condições de trabalho e de vida para a classe operária que nos capacita a criar uma nova geração de trabalhadores sadios e vigorosos, capazes de elevar o poderio do pais soviético ao seu nível apropriado e de protegê-lo com suas vidas dos ataques de seus inimigos" (Works, Vol. 12 p. 307). Sem dúvida, as condições materiais dos operários tinham melhorado de maneira irreconhecível. Contudo, como seria de esperar, os teimosos burgueses (inclusive trotskistas e 'socialistas' semelhantes), esses "fósseis medievais", continuavam e ainda continuam a negar que qualquer melhoria tenha tido lugar nas condições materiais e culturais dos operários e camponeses. Como Stalin colocou: "Os únicos que podem ter dúvida sobre esse ponto [isto é, que as condições materiais e culturais do povo estavam melhorando rapidamente] são os inimigos jurados do regime soviético, ou talvez certos representantes da imprensa burguesa, que dificilmente sabem qualquer coisa a mais sobre a economia das nações e sobre a condição do povo trabalhador do que, digamos, o imperador da Abissínia sabe sobre matemática superior" (Works. Vol. 13, p. 204). Em vista do que já foi dito antes, e à guisa de resumo, pode-se dizer que a política do Partido sobre a coletivização obteve os seguintes sucessos históricos: (a) ajudou a massa dos camponeses pobres a juntar-se em fazendas coletivas, elevando-os assim ao nível de camponeses médios e pondo um fim na sua insegurança material e sua fome (não menos de 20 milhões de camponeses foram salvos da miséria e da ruína); (b) pôs um fim na diferenciação do campesinato em campesinato pobre e kulaks (em 1928, a diferenciação entre o campesinato era crescente, mas a coletivização pôs um fim na diferenciação); Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI (c) eliminou a classe dos kulaks, e o sistema econômico socialista tornou-se predominante na agricultura; (d) criou as bases, através da fazenda coletiva mecanizada em grande escala, para a remodelação do campesinato no espírito do coletivismo - do socialismo; (e) pôs um fim na fazenda de pequena escala (que engendra o capitalismo), reduzindo assim o perigo da restauração capitalista; (f) mais adiante, consolidou a direção do campesinato pela classe operária, fortalecendo assim a ditadura do proletariado; (g) tornou possível atender à grande demanda de grãos alimentícios do Estado soviético (pois somente a fazenda socialista de grande escala podia produzir este grande suprimento comercializável), protegendo assim a classe operária nas cidades e o Exercito Vermelho contra o espectro da fome e da inanição; (h) transformou a URSS de país agrário com produção camponesa pequena em país industrial com indústria socialista de grande escala e agricultura socialista de grande escala; e, finalmente, (i) de modo geral pôs um fim na pobreza e miséria de milhões de pessoas no interior, que agora desfrutavam de condições até então desconhecidas. Não foi sem justificativa que, em seu Relatório ao 17° Congresso do Partido (janeiro de 1934), o camarada Stalin, revivendo o período desde o 16° Congresso (junho de 1930) e sublinhando as mudanças que tinham tido lugar, foi capaz de dizer o seguinte: "Durante este período a URSS se transformou radicalmente e libertou-se do manto do atraso e do medievalismo. De um país de pequena agricultura individual, tornou-se um país de agricultura mecanizada, coletiva, de grande escala. De um país ignorante, iletrado e inculto, tornou-se - ou melhor, está se tornando - um país letrado e culto, coberto por vasta rede de escolas superiores, intermediárias e elementares, ensinando nas linguagens das nacionalidades da URSS" (Relatório ao 17° Congresso do Partido). No total, os sucessos da URSS no campo da coletivização socialista (assim como da industrialização socialista) abalou de uma vez por todas a tese trotskista socialdemocrata contra-revolucionária de que era impossível construir o socialismo em um único país, tomado separadamente; fizeram em pedaços as teses burguesas trotskistas de que o campesinato é contra-revolucíonário por natureza, que sua missão era restaurar o capitalismo na URSS e que, portanto, não poderia ser um aliado estável da classe operária na construção socialista. Os sucessos da URSS são prova eloqüente da correção do leninismo, do fato de que o socialismo podia ser exitosamente construído em um único país, tomado separadamente, do caráter revolucionário da massa básica do campesinato e do fato de que este pode ser, com sucesso, mobilizado para a construção de um sistema socialista, soviético, da economia.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Depois de tudo que foi dito acima, será possível para alguém, é desnecessário dizer, que não pertença a uma espécie de fóssil medieval para quem os fatos não significam nada, duvidar da correção da política do Partido Bolchevique durante o período sob consideração? Não, é impossível duvidar da sua correção. Mas de que forma é comprovada a correção da linha geral do Partido? "Ela é comprovada por nossos sucessos e conquistas no campo da construção socialista. Não foi e não pode ser o caso de que a vitória decisiva alcançada pelo Partido na frente da construção socialista na cidade e no campo durante o período passado fosse o resultado de uma política incorreta. Somente uma linha geral correta podia ensejar tal vitória. É comprovada pela grita frenética contra a política de nosso partido, levantada ultimamente pelos nossos inimigos de classe, os capitalistas e sua imprensa, o Papa e os bispos de todos os tipos, os social-democratas e os mencheviques russos do tipo dos Abramovich e Dan. Os capitalistas e seus lacaios estão injuriando nosso Partido - isto é um sinal de que a linha geral de nosso Partido está correta [aplausos]. E comprovada pelo destino do trotskismo, com o qual todo o mundo está agora familiarizado. Os senhores do campo de Trotsky tagarelaram sobre a 'degeneração' do regime soviético, sobre o 'Termidor', sobre a 'vitória inevitável' do trotskismo e assim por diante. Porém, realmente, o que aconteceu? O que aconteceu foi o colapso, o fim do trotskismo. Uma seção dos trotskistas, como é sabido, separou-se do trotskismo e em numerosas declarações de seus representantes admitiu que o Partido estava certo e reconheceu o caráter contra-revolucionário do trotskismo. Outra seção dos trotskistas realmente degenerou em contra-revolucionários pequeno-burgueses típicos e na realidade tornou-se um birô da imprensa capitalista sobre assuntos que dizem respeito ao PCUS(B). Porém, o regime soviético, que era para ter 'degenerado' (ou 'tinha já degenerado'), continua a prosperar e construir o socialismo com sucesso, quebrando a espinha dorsal dos elementos capitalistas em nosso país e seus bajuladores pequeno-burgueses. E comprovada pelo destino dos desviados de direita, com os quais todo o mundo está agora familiarizado. Eles tagarelaram e berraram sobre a linha do Partido como sendo 'fatal', acerca da 'catástrofe provável' da URSS, sobre a necessidade de 'salvar' o país do Partido e sua direção e assim por diante. Porém, o que realmente aconteceu? O que realmente aconteceu foi que o Partido realizou sucessos gigantescos em todas as frentes da construção socialista, enquanto o grupo dos desviados de direita, que esperava 'salvar' o país mais tarde, admitiu que ele estava errado, ficou agora abandonado. E comprovada pela atividade revolucionária crescente da classe operária e do campesinato, pelo apoio ativo ã política do Partido pelas vastas massas dos operários e das fazendas coletivas campesinas, a imensidão dos quais deixa atônitos os amigos e os inimigos de nosso país. Isto dá sinais do crescimento da confiança no Partido como afiliação dos operários ao Partido em todas as lojas e fábricas, o crescimento do número de membros do Partido entre os 16° e 17° Congressos acima de 600.000, e os Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI 200.000 novos membros que se juntaram ao Partido só no primeiro trimestre deste ano. O que tudo isso mostra senão que as vastas massas do povo trabalhador confiam que a política do nosso Partido está correta e estão prontas a apoiá-la? Deve-se admitir que esses fatos não teriam existido se a linha geral de nosso Partido não tivesse sido a única correta" (Vol.12, pp. 352-4). O que foi dito acima, então, é um breve esboço da importância da coletivização e do significado histórico mundial de seu sucesso na URSS; dos desvios de 'esquerda' (trotskista) e de direita (bukharinista) da linha leninista sobre a coletivização. O significado internacional da questão da coletivização na URSS tornou uma questão de necessidade prática para nós escrever as notas acima, à guisa de prefácio às contribuições mais brilhantes do camarada Stalin, publicadas pela primeira vez na Inglaterra na atual coleção2, sobre a questão da coletivização. A importância da publicação do volume atual, contendo quase todos os escritos e discursos do camarada Stalin sobre a coletivização, repousa, antes de tudo, no fato de que ela contém os pronunciamentos da maior autoridade marxista-leninista sobre a questão da coletivização e, portanto, não pode senão ajudar na erradicação de todas as várias teorias burguesas e difamações que muitas vezes - para nossa vergonha - são divulgadas não somente pelos burgueses ordinários, mas também por pessoas que se autodenominam anti-revisionistas e comunistas e que enchem de asneiras as cabeças de nossos jovens camaradas inexperientes e muitas vezes mal informados. Essas teorias, que deveriam ter sido erradicadas e descartadas há longo tempo, são ainda correntes. Daí a importância de uma luta sem tréguas contra elas, pois somente com uma luta sem tréguas contra essas teorias e calúnias burguesas pode se desenvolver e elevar o pensamento teórico entre os estudantes marxistas-leninistas da questão agrária3. Daí a importância dá presente publicação.
Notas 1. Precisamente porque a oposição trotskista na URSS refletia o sentimento das classes não proletárias, que estavam insatisfeitas com a ditadura do proletariado, os inimigos da ditadura do proletariado perdiam-se em elogios à oposição, dos quais os seguintes não são senão alguns exemplos. Eis o que Dan, o dirigente dos social-democratas 'russos', o dirigente dos mencheviques 'russos' que advogou a restauração do capitalismo na URSS, tinha a dizer sobre a oposição. "Por sua crítica do sistema existente, que repete a crítica social-democrata quase palavra por palavra, a oposição bolchevique está preparando as mentes ... para a aceitação da plataforma positiva da social-democracia. ...Não somente entre a massa de operários, mas entre os operários comunistas também, a oposição está plantando sementes de idéias e sentimentos que, se habilmente cultivados, podem facilmente produzir frutos social-democratas" (Sotsialistichesky Vestnik, n° 17-18).
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Eis o que Posledniye Novosti, o orgão central do partido burguês contrarevolucionário de Milyukov, disse das oposições: "Hoje, a oposição está minando a ditadura, cada nova publicação da oposição expressa palavras cada vez mais 'terríveis', a própria oposição está evoluindo na direção de ataques crescentemente violentos ao sistema prevalecente; e isso, por ora, é bastante para que a aceitemos com gratidão, como porta-voz de amplas seções da população politicamente insatisfeita" (Posledniye Novosti, n° 1990, citado em Stalin, Obras, Vol. 9, pp. 56-7) E adiante: "O inimigo mais formidável do poder soviético hoje é aquele que o ataca insidiosamente, agarra-o com seus tentáculos por todos os lados e o destrói antes que ele perceba que foi destruído. E precisamente este papel - inevitável e necessário no período preparatório do qual ainda não emergimos - que a oposição soviética está desempenhando" (Posledniye Novosti, n°. 1983, citado em Stalin, ibid.) Qualquer comentário seria supérfluo. 2. A coleção dos escritos de Stalin sobre a coletivização não está reproduzida aqui. Quem quiser uma cópia dela deve conseguir obtê-la com F.J. Rule c/o 14 Featherstone Road. Southall, Middx UB2 5AA. 3. Alguns camaradas podem dizer: nas condições da Europa, cheia como é de fazendas capitalistas em grande escala, qual é o significado e a necessidade de viver preocupado com questões que digam respeito à coletivização? Por que gastar tempo com tais questões? Tal enfoque está errado, primeiro porque o processo de eliminação da fazenda camponesa individual de pequena escala não foi tão longe, mesmo na Europa Ocidental, que chegue a tornar questões de coletivização sem importância e irrelevantes para nós. Em segundo lugar, do ponto de vista da estratégia global do proletariado mundial, as questões da coletivização e das atitudes para com o campesinato são de significado vital. Quase dois terços da população mundial vive em países que são predominantemente agrários. Para alcançar a vitória nesses países, o proletariado desses países tem de ter um programa definido para atrair o campesinato para o caminho da revolução, sua consolidação, a construção do socialismo e o avanço para o comunismo. Nesse sentido, a questão da coletivização, que não é senão uma parte do problema geral da construção do socialismo, torna-se muito importante. Para nós, na Inglaterra, é nosso dever estender nossa solidariedade a nossos camaradas em outros países, que aplicaram com sucesso, ou estão aplicando com sucesso, o marxismo-leninismo em matéria de coletivização, pois seus sucessos tomarão nossos sucessos mais próximos. Por isso é que nós damos o melhor de nós para combater a doutrina inteiramente contra-revolucionária do trotskismo em todas as questões, das quais não é a menor a questão da coletivização. 1 Nota do tradutor: Artel = organização produtiva no campo, da forma cooperativa. 2 Nota do tradutor: Centner = unidade de peso equivalente a 100 kg. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI 3 Nota do tradutor: Centner = unidade de peso equivalente a 100 kg.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Capítulo 19 Crítica do Grupo de Estudos da Política Chinesa As tentativas dos liberais burgueses do Grupo de estudos da Política Chinesa de solapar o leninismo Neste contexto, seria equivocado concluir sem referência a algumas notas sobre as calúnias disseminadas contra Stalin e contra a linha marxista — leninista do partido Bolchevique sobre o campesinato e sobre a coletivização por um círculo professoral que distribui sua mercadoria burguesa sob o nome comercial de Grupos de Estudos da Política Chinesa (GSPC). Esse grupo publica um boletim mensal chamado Broadsheet. A fisionomia política desse grupo pode ser julgada pelo fato de seus luminares dirigentes incluem os seguintes professores burgueses: Dr. Joseph Needham FRS, Professor Cyril Offord FRS, Professora Joan Robinson e o professor George Thomson. Esse grupo está também estreitamente relacionado com a sociedade para [deveria ser contra] o Entendimento Anglo-Chinês (SACU), uma sociedade burguesa, antichinesa e anticomunista, pretensamente tendo amizade com a República Popular da China e com a causa do comunismo. No número de novembro de 1974 do Broadsheet (Vol. 11 n° 11), os cavalheiros professorais do GSPC apresentaram-nos um artigo intitulado Os Caminhos de Duas Revoluções, que pretendia ser uma comparação analítica entre a Revolução de Outubro na Rússia e a revolução Chinesa. Este artigo, à maneira típica dos círculos professorais burgueses está pleno de ousadas mas ignorantes afirmações, ao lado de ataques grosseiros a Stalin e o PCUS(B), que ele dirigiu. Não contém nenhuma análise marxista. É, ao contrário, um escárnio de uma análise. Os cento e um ataques que ele contem sobre o camarada Stalin e o PCUS de seus dias não nos interessam aqui1. A única questão que estamos interessados em apresentar nesta ocasião é a que diz respeito à política do PCUS e de Stalin para o campesinato. Esperamos que o leitor seja tolerante conosco e não tome como uma digressão se citamos completa a seção nesse artigo que trata do papel do campesinato. Essa longa citação é necessária: (a) para capacitar o leitor a entender em profundidade o conteúdo completamente anticomunista, burguês degenerado, desse artigo e em alguma medida a política de seus autores; (b) para familiarizar o leitor com os métodos dissimulados desses embusteiros fraudulentos, os truques de prestidigitação com os quais eles tentam obliterar as fronteiras entre o marxismo-leninismo e o oportunismo; a facilidade com a qual, através do método burguês bem experimentado da insinuação, eles inventam 'novos' mitos que nada têm a ver com os fatos históricos e nada em comum com o marxismo-leninismo; (c) ajudar o leitor a tornar-se plenamente consciente das tentativas desesperadas que estão sendo feitas por esses escribas burgueses para colocarem uma cunha entre o camarada Stalin e o camarada Mao, entre a Revolução Russa e a Revolução Chinesa; e, finalmente, (d) para evitar as acusações de distorção e de citações fora de contexto. Eis a citação:
Desde o início, sob um aspecto relevante as duas revoluções divergem. Em ambos os países, o campesinato representava a maioria do povo - na China, mais de 80%. O Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI tratamento da questão campesina mostrar-se-ia o elemento político decisivo em ambos os países. Na Rússia tzarista, os camponeses, oprimidos como eram, formavam uma força de reserva da burguesia. Dominados pelo feudalismo, anestesiados pela poderosa Igreja Ortodoxa Russa, eles forneciam apoio ao Partido Camponês, que repetidamente se alinhava com os mencheviques e seus aliados da pequena burguesia no desafio e contestação às iniciativas dos bolcheviques dirigidos por Lênin. Durante anos após 1917, nas lutas em torno da linha e da política, os dirigentes do Partido Camponês mantiveram seu apoio aos antimarxistas e revisionistas. Na China, desde sua emergência inicial na direção do Partido, Mao Tsé-tung fez da conquista do campesinato o ponto focal de sua política. Por anos ele dirigiu uma minoria que se opôs à direção do Partido, à época seguindo a linha 'de esquerda' de se concentrar sobre as cidades. Não foi senão em 1935, durante a Longa Marcha, que sua direção foi reconhecida. Na União Soviética, durante os anos duros, difíceis que se seguiram às guerras de Intervenção pelas potências imperialistas, os dirigentes soviéticos, agora privados da mão-guia de Lênin, viram-se às voltas com o problema de construir o poderio econômico do país. Circundados por um mundo hostil, eles escolheram a prioridade de criar a indústria pesada, à qual tudo o mais tinha de ser sacrificado. Foram os camponeses que tiveram de carregar o fardo nos ombros, porque eles eram vistos como o único elemento capaz de produzir a acumulação necessária para financiar a imensa base industrial que precisava ser criada depressa praticamente do nada. Essa decisão política, diriam alguns, foi a fonte dos conflitos políticos, econômicos e sociais que nunca foram abrandados — os camponeses nunca foram conquistados sem reservas pela revolução. A indústria leve, o meio principal de elevar os padrões de vida, nunca pôde avançar, nunca teve condições de fazer sua contribuição adequada para aliviar a carga do campesinato e da classe operária. Na China pós-1949, Mao Tsé-tung levou seu partido por um caminho inteiramente diferente, a despeito de muita oposição dos dirigentes soviéticos e seus apoiadores no interior da direção chinesa. 'A agricultura', ele declarou, 'é o fundamento, a indústria o fator dirigente.' Assim, enquanto o desenvolvimento agrícola tornou-se prioridade, a indústria leve era expandida rapidamente para fornecer os bens de consumo, para elevar os padrões de vida de todo o povo e acumulação de fundos para financiar a indústria pesada. Assim, na União Soviética, o campesinato - a maioria da população - tinha permanecido uma força silenciosa desencantada, enquanto na China seu impulso revolucionário tinha sido aumentado, encorajado e transformado numa poderosa força ideológica.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI A história pode julgar que o fracasso da direção soviética, após Lênin, em produzir um novo 'Homem Soviético ', provém de dois erros fatais: a política errada para com o campesinato e a ausência de uma linha de massa." Um livro inteiro poderia (e deveria) ser devotado à refutação dessas distorções, fabricações e afirmações mentirosas. É muito mais fácil para os professores empregados pela burguesia dizerem mentiras em seu favor, espalhar falsidades de uma milha de profundidade sem a menor base na realidade, do que para nós refutálas. Como pode ser visto na citação anterior, os charlatães burgueses conseguiram numa única página enfiar tantas mentiras e semear tanta confusão que seria preciso um volume inteiro para refutá-las. Porém, nem o tempo nem o espaço permitem um tratamento exaustivo e completo do assunto. No momento limitar-nos-emos, portanto, a uns poucos breves comentários sobre essas citações particulares: 1. Nos próprios primeiros dois parágrafos citados antes, cria-se a impressão distinta de que, enquanto o Partido Comunista Chinês dirigido pelo camarada Mao Tsé-tung fez "da conquista do campesinato o ponto focal" de sua política, os bolcheviques na Rússia simplesmente ignoraram o campesinato. Qualquer leitor que não conheça a história do bolchevismo e nunca tenha tido acesso aos magníficos e brilhantemente ricos escritos do camarada Lênin, bem como do camarada Stalin, seria levado a acreditar que os bolcheviques não tinham programa, nem política, para a conquista do campesinato, e que os bolcheviques não fizeram da "conquista do campesinato o ponto focal" de sua política. Se isso fosse verdadeiro, qual era então, tem-se o direito de perguntar aos doutos professores, a diferença entre o leninismo, de um lado, e o trotskismo, de outro? Como, então, se os bolcheviques não tinham programa para conquistar os camponeses, foram capazes com sucesso não só de dirigir a Grande Revolução Socialista de Outubro mas também de mantê-la, consolidá-la e construir o socialismo em um só país, com uma população predominantemente camponesa? Como então os sucessos da Revolução de Outubro podem ser explicados? Aí pode haver apenas 'duas' explicações: ou a Revolução Russa foi um milagre que teve lugar como um resultado da providencia divina, ou a Revolução Russa alcançou o sucesso que teve porque, entre outros fatores, os bolcheviques tiveram um programa correto sobre a questão do campesinato - um plano correto para ganhar o campesinato. A primeira explicação não é certamente uma explicação em tudo, senão um escárnio disso; ela só pode ser aceita por aqueles que acreditam em milagres, em curas pela fé, pela providência divina e pelas concepções de virgens etc. Se nossos autores burgueses querem subscrever tal "explicação' da revolução Russa (e tudo indica que eles fazem isso) então podemos parar de seguir adiante. Eles não devem, entretanto, convidar qualquer Marxista-leninista que se respeite para aceitar esses pratos de feitiçaria como uma explicação da revolução Russa. A segunda explicação é a única a que os marxistas-leninistas podem aderir. A verdade é que os bolcheviques tinham uma política correta para conquistar o campesinato. A verdade é que eles fizeram da "conquista do campesinato o ponto focal" de sua política. Isso ficará absolutamente claro para qualquer que leia a seção Agrária do Programa do POSDR2 (Partido Operário Social-Democrata Russo), ou Duas Táticas da Social-Democracia na Revolução Democrática, texto que foi publicado Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI inicialmente em 1905, ou um registro de outros escritos do camarada Lênin e mais tarde do camarada Stalin. Ficará claro que o programa dos bolcheviques para o campesinato era o único correto; que era um tal programa modelo que os Partidos Comunista e de Operários em todos os países com populações predominantemente camponesas vêm desde então adotando-o como seu próprio, com algumas modificações pequenas. O Partido Chinês não foi exceção3. Sendo assim, porque então nossos escribas burgueses tentam distorcer o assunto e põem os fatos de cabeça para baixo? A resposta só pode ser que eles ou estão engajados na distorção deliberada dos fatos, ou são completos ignorantes. Em qualquer caso, estão fazendo muito mal ao movimento comunista. 2. Tendo nos dois primeiros parágrafos antes citados cometido a distorção, embora implícita, de que os bolcheviques não tinham uma política para conquistar o campesinato, nossos autores burgueses seguem admitindo, no parágrafo seguinte, que, a despeito desta falta de política, o Partido Bolchevique foi capaz de alguma forma de seguir adiante enquanto existiu a "mão-guia de Lênin". Assim, a "mão-guia de Lênin" tornou-se um substituto para uma estratégia bem definida de conquista do campesinato. Isto é um louvor de fato para Lênin! Na prática, tal elogio de Lênin prova não ser menos para o leninismo do que o notório beijo de Judas em Cristo. Não, valorosos professores burgueses. Nós não aceitamos seu 'elogio' a Lênin como sendo honesto. Nós o reconhecemos pelo que ele realmente é, uma tentativa de degradar e diminuir o leninismo. Lênin foi o maior marxista que já existiu; ele, no verdadeiro espírito do marxismo, acreditava em analisar a realidade concreta e em aplicar o marxismo à realidade concreta; acreditava em ter uma estratégia concreta para questões importantes que afetavam o destino da revolução como a questão camponesa. Atribuir ao gigante Lênin uma posição segundo a qual sua "mão-guia" se tornou um substituto para um programa claro sobre qualquer questão, inclusive a questão camponesa, não é apenas um absurdo burlesco e vulgar, mas também uma mentira repugnante e indecente. Os bolcheviques tinham algo mais do que a "mãoguia de Lênin", a saber, o próprio leninismo. Mesmo após a partida de Lênin, mesmo após a "mão-guia de Lênin" já não estar mais ali, o Partido Bolchevique, agora sob a direção de Stalin, continuou a aderir firmemente ao leninismo em todas as questões, inclusive a questão camponesa. Seguindo o leninismo, o Partido alcançou sucessos verdadeiramente estonteantes e monumentais. É, portanto, uma mentira evidente de nossos autores burgueses, pretensamente marxistas, dizerem que (a) os Bolcheviques não tinham um programa para a questão camponesa; que tudo de que eles dispunham era a "mão-guia de Lênin" e (b) uma vez que a "mão-guia de Lênin" não estava mais ali, os bolcheviques ficaram sem nenhum programa nem uma "mão-guia" para guiá-los na questão camponesa. Adiante, no sexto parágrafo, os burgueses 'marxistas' aplicam o golpe 'aniquilador' final em Stalin e no PCUS quando dizem: "A História pode julgar que o fracasso da direção soviética, após Lênin, em produzir um novo "Homem Soviético" provém de dois erros fatais: a política errada para o campesinato e a ausência de uma linha de massa."
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI A respeito da acusação da "ausência de uma linha de massa", não trataremos disso aqui, pois não apenas não é DIRETAMENTE relevante para os propósitos atuais, mas também porque tratamos disso em nosso Prefácio para uma coleção dos discursos de Stalin intitulado Sobre a Mecânica da Luta de Classes na Ditadura do Proletariado'"1. Nesse Prefácio, refutamos, entre outros, o Professor G. Thomson, um dos luminares dirigentes do Grupo de Estudos da Política Chinesa, que tinha também dado expressão a essa mesma acusação absurda em seu livro De Marx a Mao Tsé-tung. Quanto à acusação de "política errada para o campesinato", já demonstramos, além de qualquer dúvida, que a política do Partido Bolchevique para a questão camponesa estava correta. Para reiterar, o programa bolchevique para o campesinato pode ser resumido nas seguintes três bandeiras, que correspondem aos diferentes períodos no desenvolvimento da Revolução Russa. Quando o povo russo estava se aproximando da revolução democrática burguesa, no período em que a tarefa imediata era a destruição da autocracia tzarista e o estabelecimento de um governo revolucionário provisório, que iria ser a ditadura democrática do proletariado e do campesinato, a bandeira bolchevique era aquela de uma aliança com todo o campesinato. No segundo período, quando o proletariado estava se aproximando da revolução socialista de outubro, a bandeira bolchevique era uma aliança com o campesinato pobre, neutralizar campesinato médio e lutar contra os kulaks. No terceiro período, ao final da Guerra Civil e da Guerra de Intervenção, no período quando a ditadura do proletariado tinha sido consolidada e a tarefa com a qual defrontava o Partido era construir socialismo - nesse período, a bandeira não era mais apenas a que visava neutralizar o campesinato médio. Agora, a bandeira era chegar a um acordo com o campesinato médio, enquanto isso em nenhum momento renunciar à luta contra o kulak e firmemente confiar exclusivamente no campesinato pobre. Foi por colocar esta bandeira em ação que o socialismo foi construído na URSS; foi por tais meios, foi por seguir um programa tão complicado mas científico e claramente elaborado, que o Partido Bolchevique conseguiu tais conquistas históricas. A despeito desses fatos patentes, e em completa desconsideração desses fatos, nossos críticos 'Marxistas' dizem que o Partido Bolchevique tinha uma "política errada para com o campesinato" Muito bem, senhores: o que significa para vocês, quando afirmam que o Partido Bolchevique tinha uma "política errada para com o campesinato?" Vocês devem ser muito obtusos para acreditar que a política bukharinista (de uma aliança com o campesinato inteiro, inclusive os kulaks), ou a política trotskista (de nenhuma aliança com o campesinato, mesmo o campesinato pobre e médio) estavam corretas. Se isso é o que vocês acreditam que está correto (e todas as indicações é de que vocês aderem a tal ponto de vista), então tenham a coragem de emitir sua opinião abertamente. Não se 'amotinem de joelhos', se realmente querem se amotinar. E quando, tendo expressado tal entulho reacionário, vocês prosseguem comparando a China com a URSS e fazem chover elogios à primeira, vocês estão apenas admitindo (e outra vez vocês devem ser muito obtusos para acreditar nisso) que o PCC alcançou sucessos sobre a questão camponesa por seguir uma linha que era fundamentalmente Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI hostil àquela seguida na URSS. O que isso pode significar? Poderia somente significar que o PCC seguiu os bukharinistas ou os trotskistas na questão camponesa! Tal é o absurdo lógico de suas afirmações, que os senhores, em seu zelo para denunciarem o Partido Bolchevique e Stalin, estão de fato denunciando, ao atribuírem falsamente a eles posições bukharinistas e trotskistas, antibolcheviques e antistalinistas, à grande República Popular da China, ao PCC e ao camarada Mao Tsé-tung, todos aqueles que devem e reconhecem um grande dever de gratidão ao Partido Bolchevique e ao camarada Stalin. Pode haver algumas pessoas ingênuas no movimento a quem vocês sejam capazes de enganar por algum tempo. Mas recordem, senhores, que os marxistas-leninistas revolucionários no movimento já estão bem equipados para descosturarem suas mentiras burguesas. Fiquem certos, trapaceiros burgueses, que vocês serão expostos. 3. Em relação à acusação de que o Partido Bolchevique não tinha política (ou tinha uma política errada) para o campesinato, nossos autores pseudo-marxistas acrescentam outra acusação a suas condenações ao Partido Bolchevique, a saber, que a indústria pesada foi desenvolvida às custas da agricultura; que o Partido Bolchevique "escolheu5 a prioridade de criar a indústria pesada, à qual tudo mais teve que ser sacrificado; que "o campesinato... teve de carregar nos ombros o fardo, porque ele era VISTO como o único elemento capaz de produzir a acumulação necessária para financiar a base industrial...", implicando assim que o campesinato soviético era explorado sob a direção bolchevique. O leitor notará a similaridade dessa acusação com a acusação bukharinista de que o Partido estava sujeitando o campesinato à exploração "militar feudal". Afirma-se ademais que a política do Partido de industrialização foi a causa dos "conflitos políticos, econômicos e sociais" que resultaram em afastar o campesinato da revolução. Vale a pena repetir a formulação completamente covarde, ao mesmo tempo que completamente oportunista, dessa acusação. Diz-se: "Essa decisão política [a respeito da indústria de base], diriam ALGUNS [esse 'alguns' é sua forma oportunista de dizer que eles subscrevem essa visão mas não têm coragem de dizer isso], foi a fonte dos conflitos políticos, econômicos e sociais que nunca foram abrandados- os camponeses NUNCA foram conquistados sem reservas pela revolução." E para cobrir as acusações anteriores contra o Partido Bolchevique - acusações que deviam sua origem às ideologias da burguesia imperialista e dos "Cadetes"1 nossos embusteiros burgueses usam seu embuste fraudulento característico de contrapor a China à URSS e o camarada Mao Tsé-tung ao camarada Lênin e ao camarada Stalin. "Na China pós-1949", eles alegam, "Mao Tsé-tung levou seu partido por um caminho INTEIRAMENTE DIFERENTE, a despeito de muita oposição dos dirigentes soviéticos e seus apoiadores dentro da direção chinesa. A agricultura', ele declarou, 'é o fundamento, a indústria o fator dirigente'..." Eis algumas poucas anotações a respeito dessas acusações contra-revolucionárias:
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Foi incorreto o Partido Bolchevique ter enfatizado o significado do desenvolvimento da indústria pesada? Não, certamente não foi. A primeira razão porque não foi incorreto é que, sem a ênfase no desenvolvimento da indústria pesada, em particular a indústria de construção de máquinas, teria sido impossível arrancar a URSS de seu passado medieval para entrar no mundo moderno do século XX. A segunda razão é que, sem o desenvolvimento da indústria pesada, a URSS não emergiria como um país plenamente independente, pois estaria sempre sujeita à chantagem econômica do imperialismo. A terceira razão é que, sem a base da indústria pesada, a URSS nunca teria tido êxito em construir sua indústria de defesa e de salvaguarda das fronteiras do primeiro Estado socialista contra o ataque militar do imperialismo internacional. Pode alguém negar a enorme contribuição da indústria pesada soviética, das forças armadas soviéticas e do povo soviético para a derrota das forças obscuras do fascismo? A quarta razão é que, sem o desenvolvimento da indústria pesada soviética, mesmo a agricultura soviética não teria sido capaz de se desenvolver muito6. Antes que as fazendas coletivas pudessem ser desenvolvidas em uma base sólida, a indústria soviética, entre outros fatores, tinha de estar em uma posição de poder prover as fazendas estatais e coletivas com o maquinário necessário e com assistência técnica e científica. A razão final é que, sem o desenvolvimento da indústria pesada, teria sido impossível estabelecer entre a classe operária e o campesinato aquele vínculo que é baseado na substância material, o único vínculo que lança as bases e facilita a remodelação do ponto de vista do campesinato individualista para o padrão coletivista - o padrão do socialismo e do comunismo. Nossos autores incidem não apenas no contra-senso completo, mas nas calúnias deliberadas e maliciosas, ao dizer que "após 1949 Mao Tsé-tung levou seu partido por um caminho inteiramente diferente, a despeito de muita oposição dos dirigentes soviéticos ... 'A Agricultura . ele declarou, 'é o fundamento, a indústria pesada o fator dirigente'..." Antes de tudo, não é verdade que tivesse havido uma oposição dos "dirigentes soviéticos" à linha do Partido Chinês; não há a menor evidência disso, salvo as afirmações que de quando em quando emanam dos setores burgueses do tipo representado pelo Grupo de Estudos da Política Chinesa. Em segundo lugar, o PCC não seguiu uma estrada diferente, muito menos "inteiramente diferente", daquela seguida pelo Partido Bolchevique, na questão sob consideração. Isso é admitido até mesmo por nossos obtusos autores burgueses, quando eles citam as palavras de Mao Tsé-tung de que "a Agricultura é o fundamento, a indústria o fator dirigente". O que significa isso? Significa dar prioridade à construção da indústria, em particular a indústria pesada, com sua ênfase na indústria de construção de máquinas. Somente tal tipo de indústria pode ser um "fator dirigente"; somente tal tipo de indústria pode "dirigir" o desenvolvimento da indústria e da agricultura e colocar o país na estrada do desenvolvimento e prosperidade, somente tal tipo de indústria pode libertar o país da dependência do imperialismo estrangeiro; e somente tal tipo de indústria pode ser a base de um vínculo - uma aliança - entre a classe operária e o campesinato, o único que pode remodelar a perspectiva do campesinato no sentido das linhas do coletivismo e do comunismo e conduzido na direção da abolição das classes. Quaisquer outras idéias sobre mudar a perspectiva dos camponeses e de conquistá-los não são senão tentativas de filosofar e teorizar sobre o camponês e que nada têm em comum com o marxismo-leninismo. Assim, quando nossos autores citam Mao Tsé-tung Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI com aplauso, eles, sem se darem conta, estão citando-o contra si próprios e não contra o Partido Bolchevique ou contra o amarada Stalin! Nossos críticos burgueses tentaram atacar o camarada Stalin. Eles terminaram por atacar a si próprios. Já registramos antes o espetáculo dos oportunistas sendo esbofeteados pelos revolucionários. Nunca antes registramos o espetáculo verdadeiramente maravilhoso dos oportunistas publicamente esbofeteando a si próprios, e por isso nossos autores merecem elogios e congratulações. O antes citado deixa igualmente claro que o que nossos autores gostariam que a URSS tivesse feito não é de nenhum modo diferente do que o capitalismo monopolista internacional gostaria que a URSS fizesse, a saber, não desenvolvesse sua indústria pesada, permanecesse economicamente atrasada e dependente, militarmente fraca e no curso to tempo subjugada pela força combinada da burguesia 'soviética' (isto é, os kulaks) e o capitalismo internacional. Pois o processo de retorno ao capitalismo teria começado muito antes do 20° Congresso do Partido se a URSS não tivesse dado prioridade à construção do socialismo na URSS, pela derrota das forças capitalistas internas, e sem o que teria sido incapaz de realizar a gloriosa vitória na guerra antifascista. Está agora perfeitamente claro de que lado nossos autores realmente estão.
Nossos autores se queixam de que "foram os camponeses que tiveram de carregar o fardo nos ombros, porque eles eram VISTOS como o único elemento capaz de produzir a acumulação necessária para financiar a imensa base industrial que precisava ser criada depressa praticamente do nada. Essa decisão política, diriam alguns [o notório 'alguns' implica que os próprios autores mantinham essa opinião], foi a fonte dos conflitos políticos, econômicos e sociais que nunca foram abrandados- os camponeses nunca foram conquistados sem reservas pela revolução. * Comentários: Primeiro, é incorreto dizer que os camponeses eram "VISTOS" como o único elemento capaz de produzir a acumulação necessária. A verdade é que havia duas fontes principais que poderiam produzir, e de fato produziram, a acumulação necessária, isto é, a classe operária e o campesinato. Como Stalin colocou: "Nos países capitalistas, a industrialização foi usualmente efetivada, no principal, pela pilhagem de outros países, pela pilhagem de colônias ou de países, derrotados ou com a ajuda de empréstimos de fora, mais ou menos escravizantes' {(Obras, Vol. ll, p. 165). E adiante: "Um aspecto no qual nosso país difere dos países capitalistas é que ele não pode e não deve engajar-se em pilhagem colonial ou roubo de outros países em geral. Esse caminho, portanto, está barrado para nós. Tampouco, entretanto, nosso país tem ou quer ter empréstimos externos* escravizantes. Conseqüentemente, esse caminho também está fechado para nós. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI O que resta, então? Somente uma coisa, que é o desenvolvimento da indústria ... com a ajuda da acumulação INTERNA" (Ibid., p. 166). Porém, quais são as fontes principais do sucesso dessa acumulação?... há duas fontes principais: primeiramente, a classe operária, que cria valores e faz avançar a nossa indústria; secundariamente, o campesinato" (Ibid., p.167). O campesinato contribuiu para a acumulação interna não apenas pagando ao Estado os impostos de costume, mas também pagando preços relativamente altos por bens manufaturados e sendo subpago nos preços para os produtos agrícolas. Isso, nas circunstâncias da URSS, na época, era inevitável. Surge, entretanto, a questão de estar ou não o campesinato soviético em condições de suportar esse fardo, ou se o fardo era insuportável e o campesinato estava sendo explorado pela classe operária. É indubitavelmente verdadeiro que o campesinato soviético era perfeitamente capaz de suportar esse fardo. Eis como o camarada Stalin respondeu a essa questão: "São os camponeses capazes de suportar esse fardo? Eles indubitavelmente são; primeiro, porque esse fardo se tornará mais leve de ano para ano e, segundo, porque essa taxa adicional está sendo cobrada não sob as condições do desenvolvimento capitalista, onde as massas do campesinato estão condenadas à pobreza e à exploração, mas sob condições soviéticas, onde a exploração do campesinato pelo Estado socialista está fora de questão, e onde essa taxa adicional está sendo paga em uma situação em que o padrão de vida do campesinato está se elevando firmemente" (Ibid., pp. 168-9). (c) A relação entre a indústria leve e a indústria pesada "A indústria leve", afirmam nossos autores reacionários e ignorantes, "nunca pôde avançar, nunca lhe foi permitido fazer sua contribuição apropriada para facilitar o fardo do campesinato e da classe operária." Mesmo um exame superficial, que dirá um estudo sustentado, da história real da União Soviética, mostra claramente a qualquer um que não esteja inventando sua própria historia, como substituto para a real, que a URSS começou por estabelecer entre a classe operária e o campesinato um vínculo baseado em satisfazer as necessidades pessoais do campesinato. O estágio inicial da NEP foi caracterizado pela ênfase nesse aspecto do vínculo, pois essa era a única forma de reativar o comércio entre a cidade e o campo, de reerguer a agricultura individual dos camponeses e fortalecê-la, de assegurar que as cidades obtivessem o produto agrícola necessário. Todas essas coisas foram necessárias NA ÉPOCA, quando a necessidade era de um lado reabilitar a indústria e de outro fortalecer a agricultura individual, a fim de reavivar o comércio entre a cidade e o campo. Isso não poderia, como foi assinalado muitas vezes, continuar eternamente. O vínculo entre a classe operária e o campesinato não poderia ser baseado EXCLUSIVAMENTE em satisfazer as reivindicações pessoais do campesinato. Em última instância, tinha de ser baseado no material, para que a União Soviética pudesse remodelar a perspectiva do campesinato e construir o socialismo. Naturalmente, os oportunistas bukharinistas advogavam, como fez o Grupo de Estudos da Política Chinesa, que a indústria leve fosse usada EXCLUSIVAMENTE como um meio de estabelecer j vínculo entre a classe operária e o Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI campesinato. Eis como o camarada Stalin respondeu aos bukharinistas - uma resposta que é mais do que suficiente para refutar o contra-senso bukharinista do Grupo de Estudos da Política Chinesa: "A segunda questão diz respeito ao problema do VINCULO COM O CAMPESINATO MÉDIO - o problema dos objetivos do vínculo e dos meios para efetivá-lo. Segue-se do que alguns dizem que o vínculo entre a cidade e o campo, entre a classe operária e a principal massa do campesinato é baseado EXCLUSIVAMENTE em têxteis, satisfazendo-se as reivindicações PESSOAIS do campesinato? Isso é verdade? Isso é uma inverdade, camaradas. Por certo, é de imensa importância satisfazer as reivindicações pessoais dos camponeses em relação aos têxteis. Foi assim que começamos a estabelecer o vínculo com o campesinato nas novas condições. Mas afirmar, com base nisto, que o vínculo baseado nos têxteis é o começo e o fim da questão, que o vínculo baseado em satisfazer as reivindicações pessoais dos camponeses é o fundamento completo, ou principal, da aliança econômica entre a classe operária e o campesinato, é cometer um erro muito sério. Na realidade, o vinculo entre a cidade e o campo está baseado não apenas em satisfazer as reivindicações PESSOAIS, não apenas em têxteis, mas também em satisfazer as reivindicações ECONÔMICAS dos camponeses como PRODUTORES de produtos agrícolas. Não são apenas máquinas de fábricas de algodão que damos aos camponeses. Nós também lhes damos máquinas de todos os tipos, sementes, arados, fertilizantes, etc., que são de enorme importância para o avanço e transformação socialista da agricultura camponesa. Daí o vínculo estar baseado não somente nos têxteis, mas também em outros materiais. Sem isso, o vínculo com o campesinato seria inseguro. De que forma o vínculo baseado nos têxteis difere do vínculo baseado em materiais? Primeiramente, no fato de que o vínculo baseado nos tecidos principalmente diz respeito às reivindicações pessoais do camponês, sem afetar ou afetando numa extensão comparativamente pequena o lado da produção da agricultura camponesa, melhorando-a, mecanizando-a, tornando-a mais remunerativa e pavimentando o caminho para transformar as fazendas camponesas dispersas e pequenas em fazendas conduzidas socialmente em larga escala. Seria um erro pensar que o propósito do vínculo é preservar as classes, a classe camponesa em particular. Não é isso, camaradas. Esse não é o propósito do vínculo, de forma alguma. O propósito do vínculo é unir o camponês mais estreitamente à classe operária, a dirigente de nosso desenvolvimento em geral, fortalecer a aliança do campesinato com a classe operária, a força dirigente na aliança, para REMODELAR gradualmente o campesinato, sua mentalidade e sua produção, NO CAMINHO DA LINHA COLETIVISTA, e assim produzir as condições para a abolição das classes.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI O propósito do vínculo não é preservar as classes, mas aboli-las. Enquanto o vínculo baseado nos têxteis afeta muito pouco o lado produtivo da fazenda camponesa e, portanto, geralmente falando, não pode resultar no remodelamento do campesinato no sentido da linha coletivista e da abolição das classes, o vinculo baseado em materiais, ao contrário, afeta primariamente o lado produtivo da fazenda camponesa, sua mecanização e sua coletivização e por esta própria razão resulta no remodelamento gradual do campesinato, na eliminação gradual das classes, inclusive a classe camponesa. Como, em geral, pode o camponês, sua mentalidade, sua produção - ser remodelada, refeita, ao longo da linha de tornar sua mentalidade mais próxima da classe operária, da linha do princípio da produção socialista? O que isso exige? Exige, primeiramente, a mobilização mais ampla em prol do coletivismo entre as massas camponesas. Requer, em segundo lugar, a implantação de uma vida comunal cooperativa e a extensão mais ampla de nossos suprimentos cooperativos e organização comercial para os milhões de fazendeiros camponeses. Não pode haver dúvida de que, se não tivesse havido o desenvolvimento amplo de nossas cooperativas, não teríamos tido o impulso para diante do movimento de fazendas coletivas que observamos entre os camponeses atualmente, pois o desenvolvimento das cooperativas de suprimento e comercialização é, em nossas condições, um meio de preparar o campesinato para o caminho da fazenda coletiva. Mas tudo isso está longe ainda de remodelar o campesinato. A principal força de remodelar o campesinato ao longo das linhas socialistas repousa nos novos meios técnicos na agricultura, na mecanização da agricultura, no trabalho camponês coletivo e na eletrificação do país. Sobre isso remetemos a Lênin, de cujas obras citamos uma passagem sobre o vínculo com a agricultura camponesa. Mas tomar Lênin em parte, sem desejar tomá-lo como um todo, é subestimá-lo . Lênin tinha plena consciência de que o vínculo com o campesinato baseado nas mercadorias têxteis era uma questão importante. Mas ele não parava aí, pois. lado a lado com isso, insistia em que o vínculo com o campesinato deveria ser baseado também nos materiais, em suprir o camponês com máquinas, na eletrificação do país, isto é, em todas aquelas coisas que promoviam a transformação e o remodelamento da AGRICULTURA camponesa na linha coletivista. Por favor, ouçam, por exemplo, as seguintes citações de Lênin: A transformação do pequeno agricultor, o remodelamento de sua mentalidade e de seus hábitos em geral, é um trabalho de gerações. Quando consideramos o pequeno agricultor, este problema pode ser resolvido, sua mentalidade geral pode ser colocada numa linha sadia, por assim dizer, somente pela base material, pelos meios técnicos, por introduzir tratores e máquinas na agricultura em grande escala, pela eletrificação
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI em grande escala. Isso é o que transformaria o pequeno agricultor fundamentalmente e com imensa rapidez' (Vol. XXVI, p. 239). Muito claramente, a aliança entre a classe operária e o campesinato não pode ser estável e duradoura, o vínculo não pode ser estável e duradouro e não pode alcançar seus propósitos de remodelar gradativamente o campesinato, aproximando-o da classe operária e colocando-o na linha coletiva, se o vínculo baseado em têxteis não for suplementado pelo vínculo baseado nos materiais. Era assim que o camarada Lênin entendia o vínculo." Esperamos que o leitor nos releve essas prolongadas citações. Elas foram necessárias para expor os entulhos reacionários com que varias organizações burguesas, tais como o Grupo de Estudos da Política Chinesa, sob várias roupagens de 'esquerda', procuram encher as cabeças das pessoas no movimento da classe operária. É de todo necessário expor esse entulho reacionário, já que o movimento da classe operária na Inglaterra não é apenas mais ou menos teoricamente ignorante, mas é mesmo ignorante de quais devem ser as verdades geralmente bem conhecidas de qualquer um no movimento proletário. Uma coisa é certa das citações anteriores do camarada Stalin, a saber, que não era uma questão de se a URSS deveria desenvolver a indústria leve, se deveria permitir a indústria leve "seguir adiante"; era mais uma questão de se a URSS deveria desenvolver a indústria leve EXCLUSIVAMENTE ou mesmo desenvolver sua indústria com ÊNFASE na indústria leve. Certamente a União Soviética desenvolveu amplamente uma indústria leve7, pois esse era o único modo de satisfazer as necessidades da classe operária e do campesinato. Seguramente, o Grupo de Estudos da Política Chinesa não está sugerindo que durante mais de 30 anos o povo soviético vivesse de aço e comesse metais, estações de energia hidrelétricas, etc.! Não, o fato é que o padrão de vida da classe operária e camponesa elevou-se firmemente durante aqueles anos: e isso só poderia ter acontecido se, além da indústria pesada, a indústria leve fosse também desenvolvida em larga escala. Além do desenvolvimento da indústria leve. entretanto, a União Soviética não só construiu a indústria pesada, mas também teve esta como prioritária, em particular a sua seção de construção de máquinas. Sem isso, a URSS nunca teria realizado seu êxito verdadeiramente gigantesco e quase miraculoso na construção do socialismo, defendendo a terra pátria contra a força combinada da burguesia imperialista internacional e derrotando o fascismo, libertando a humanidade das hordas fascistas. Essas realizações gloriosas da parte da União Soviética - que são ao mesmo tempo as realizações gloriosas do movimento da classe operária internacional - não são do agrado da burguesia ordinária, inclusive a burguesia ordinária do Grupo de Estudos da Política Chinesa. Essas realizações são muito odiadas por tais pessoas. Porém, apesar de seus desgostos, as gloriosas vitórias da União Soviética nas frentes econômica, política, ideológica, cultural e militar fizeram inestimável contribuição para o avanço do movimento proletário mundial, para a derrota final da burguesia mundial; deixaram marcas indeléveis no movimento comunista e nunca serão erodidas pelo sarcasmo dos escribas e hipócritas burgueses do tipo representado pelo Grupo de Estudos da Política Chinesa.
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Freqüentemente acusam-se Stalin e o PCUS(B) de que a taxa de desenvolvimento da indústria, em particular da produção dos meios de produção, foi alta demais na URSS. Essa acusação também está implícita nas citações antes referidas do Grupo de Estudos da Política Chinesa, em sua usual maneira covarde, evasiva e amorfa. Portanto, tratase de verificar a validade dessa acusação. Poderia a União Soviética ter conduzido o trabalho de industrialização a um ritmo mais baixo ou como perguntado por Stalin, "em uma atmosfera mais 'tranqüila'? Não foi a alta taxa do desenvolvimento industrial devida ao caráter impaciente dos membros do Birô Político e do Conselho dos Comissários do Povo?" Stalin respondeu a esta questão assim: "É claro que não! Os membros do Birô Político e do Conselho dos Comissários do Povo são pessoas calmas e sóbrias. Abstratamente falando, isto é, se nós desconsiderássemos a situação externa e interna, poderíamos certamente conduzir o trabalho a uma velocidade menor, mas a questão é que, primeiramente, não podemos desconsiderar a situação externa e interna e, em segundo lugar, se tomamos a situação circundante como nosso ponto de partida, tem de ser admitido que é precisamente essa situação que DITA (ênfase minha) uma alta taxa de desenvolvimento de nossa indústria" (Stalin, Works, Vol. 11, Industrialization of the Country and the Right Deviation in the PCUS(B)). Stalin então passa a um exame das condições externas e internas que ditaram a alta taxa de desenvolvimento da indústria soviética. Ele lista as seguintes como as condições principais que ditaram essa alta taxa: CONDIÇÕES EXTERNAS (i) Os bolcheviques tinham assumido o poder em um país que era técnica e industrialmente atrasado, quando comparado aos países capitalistas avançados da época, como a Alemanha, a Inglaterra e a América, etc. Mas o sistema política: na URSS - o sistema soviético - era o sistema mais avançado do mundo. Assim havia uma contradição entre o sistema político avançado, por um lado, e a indústria e a técnica atrasadas, por outro. Enquanto essas contradições existissem, era impossível realizar a vitória do socialismo na URSS. Assim, o que se tinha de fazer para pôr um fim a essa contradição? "Para concluir, devemos alcançar e ultrapassar a tecnologia dos países capitalistas desenvolvidos. Alcançamos e superamos os países capitalistas avançados no sentido do estabelecimento de um sistema político novo. Isso é bom. Mas não é bastante. Para assegurar a vitória final do socialismo em nosso país, devemos também alcançar e ultrapassar esses paises técnica e economicamente. Ou conseguimos isso, ou ficaremos com as costas contra a parede." Para dizer a mesma coisa nas palavras do camarada Lênin: "O resultado da revolução tem sido que o sistema político da Rússia em poucos meses alcançou aqueles dos paises avançados. Mas isso não é bastante. A guerra é inexorável: ela coloca a alternativa com cruel severidade: perecer ou alcançar e superar Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI os países avançados também economicamente ... Perecer ou seguir em frente a pleno vapor. Essa é a alternativa com a qual nos defrontamos." (ii) Sem uma alta taxa de desenvolvimento industrial, não se poderia criar uma adequada base para a defesa e. portanto, a independência da URSS não poderia ser sustentada. (iii) A questão de uma alta taxa de desenvolvimento da indústria não se colocaria para a União Soviética na forma aguda em que ela se colocava, se a União Soviética tivesse tido uma indústria uma tecnologia altamente desenvolvida como tinha a Alemanha, por exemplo, e se a importância relativa da indústria na economia nacional da URSS tivesse sido tão alta quanto a da Alemanha, para tomar o mesmo exemplo. (iv) A União Soviética era o único Estado socialista no mundo, existindo nas condições de cerco capitalista: "A questão da alta taxa de desenvolvimento da indústria não nos afetaria tão agudamente se não fôssemos o único país mas um dos países da ditadura do proletariado, se houvesse ditadura do proletariado não somente em nosso país mas em outros países mais avançados. Alemanha e França, digamos" (Stalin, ibid.). Adiante: "Algumas vezes se pergunta se não seria possível abrandar um pouco o ritmo, dar um freio no movimento. Não, camaradas, não é possível! O ritmo não deve ser reduzido! Ao contrário, devemos apressá-lo na medida de nossas energias e possibilidades. Isso nos é ditado por nossas obrigações com os operários e camponeses da URSS. Isso nos é ditado por nossa obrigação com a classe operária de todo o mundo. Abrandar o ritmo significaria voltar atrás. E aqueles que voltam atrás são vencidos. Mas nós não queremos ser vencidos. Não, nós nos recusamos a ser vencidos! Uma característica da história da Rússia foram os baques que ela sofreu por seu atraso. Ela foi vencida pelos khans mongóis. Foi vencida pela pilhagem turca. Foi vencida pelos senhores feudais suecos. Foi vencida pelos poloneses e lituanos. Foi vencida pelos capitalistas britânicos e franceses. Foi vencida pelos barões japoneses. Todos a venceram - por causa de seu atraso, por causa de seu atraso militar, atraso cultural, atraso político, atraso industrial, atraso agrícola. Venceram-na porque fazê-lo era proveitoso e podiam fazê-lo com impunidade. Vocês se lembram das palavras do poeta pré-revolucionário: 'Você é pobre e abundante, potente e impotente, Mãe Rússia.' Aqueles senhores eram muito familiares com os versos do velho poeta. Eles venciam-na dizendo: 'Você é abundante.' Assim se pode enriquecer às suas custas. Venciam-na dizendo: 'Você é pobre e impotente", assim você pode ser vencida e pilhada com impunidade. Tal é a lei dos exploradores - vencer os atrasados e os fracos. É a lei da selva do capitalismo. Você é atrasada, você é fraca -portanto você está errada; daí, você pode ser vencida e escravizada. Você é poderosa - portanto você está certa; daí, temos de nos precaver contra você. É por isso que não devemos de modo nenhum ficar para trás8
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI No passado não tínhamos pátria, nem podíamos ter. Mas agora, que derrotamos o capitalismo e temos o poder em nossas mãos, nas mãos do povo, temos uma pátriamãe e devemos sustentar sua independência.Vocês querem que nossa pátria-mãe socialista seja vencida e perca sua independência? Se você não quer isso, você deve pôr fim ao seu atraso no mais curto espaço de tempo possível e desenvolver um ritmo bolchevique genuíno na construção da economia socialista. Não há outro caminho. Foi por isso que Lênin disse às vésperas da Revolução de Outubro: 'Pereceremos ou alcançaremos e superaremos os países capitalistas avançados'. Estamos cinqüenta ou cem anos atrás dos países avançados. Devemos tirar essa diferença em dez anos. Faremos isso ou cairemos. Isso é o que nos ditam nossas obrigações com os operários e camponeses. Mas nós temos ainda outras obrigações, mais sérias e mais importantes. São nossas obrigações para com o proletariado. Elas coincidem com nossas obrigações com os operários e camponeses da URSS; Mas nós as colocamos mais alto. A classe operária da URSS é parte da classe operária do mundo. Nós alcançamos a vitória não apenas através dos esforços da classe operária da URSS, mas também somos gratos ao apoio da classe operária do mundo. Sem esse apoio, teríamos sido feitos em pedaços há longo tempo. Diz-se que o nosso país é a tropa de choque do proletariado de todos os países. Isso é verdade. Mas nos impõe obrigações muito sérias. Porque o proletariado internacional nos apóia? Como chegamos a merecer esse apoio? Pelo fato de que nós fomos os primeiros a nos lançarmos na batalha contra o capitalismo, fomos os primeiros a estabelecer o poder estatal da classe operária, fomos os primeiros a começar a construir o socialismo. Pelo fato de estarmos engajados em uma causa que, se vitoriosa, transformará todo o mundo e libertará toda a classe operária. Porém, o que é necessário para o sucesso? A eliminação de nosso atraso, o desenvolvimento de um ritmo de construção bolchevique. Devemos marchar para a frente de tal modo que a classe operária de todo o mundo olhe para nós e possa dizer: Ali estão o meu destacamento avançado, minha tropa de choque, meu poder estatal da classe operária, minha pátria-mãe; eles estão engajados em sua causa, NOSSA causa, e eles estão trabalhando bem; vamos apoiá-los contra os capitalistas e promover a causa da revolução mundial. Não devemos corresponder às esperanças da classe operária do mundo, não devemos cumprir nossas obrigações com ela? Sim, devemos, se não queremos desgraçar-nos completamente" (Works, Vol. 13 pp. 40-42). Completamente preconceituoso como é contra Stalin, Isaac Deutscher, em sua biografia de Stalin, é obrigado a fazer a seguinte afirmação quanto aos fatores subjacentes à vitória soviética na Segunda Guerra Mundial: "A verdade é que a guerra não poderia ter sido ganha sem a industrialização intensiva da Rússia e de suas províncias orientais em particular. Nem poderia ter sido ganha sem a coletivização de grande número de fazendas. O mujique de 1930, que nunca manobrou um trator ou qualquer outra máquina, teria sido de muito pouca utilidade numa guerra moderna. A fazenda coletivizada, com suas estações de máquinas e tratores espalhadas por todo o país, tinha sido a escola preparatória dos camponeses Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI para a guerra mecanizada. A rápida elevação do padrão médio de educação tinha também capacitado o Exército Vermelho a contar com considerável reserva de oficiais e homens inteligentes. 'Nós estamos cinqüenta ou cem anos atrás dos países avançados. Devemos tirar esta diferença em dez anos. Faremos isso ou cairemos' assim Stalin falou exatamente dez anos antes de Hitler decidir conquistar a Rússia. Suas palavras, quando são lembradas agora, não podem senão dar às pessoas a impressão de uma profecia brilhantemente cumprida, um apelo à ação mais do que oportuno. E, de fato, uma demora de poucos anos na modernização da Rússia poderia ter feito toda a diferença entre a vitória e a derrota" (Deutscher, Stalin: A Political Biography, London, Pelican, 1966, p. 535). CONDIÇÕES INTERNAS (i) O atraso da agricultura soviética ditou uma taxa alta de desenvolvimento industrial, sem o que seria impossível levar a agricultura soviética a uma nova base técnica, a base da produção em larga escala; (ii) Sem uma alta taxa de desenvolvimento da indústria, seria impossível abolir a pequena economia de mercadoria dos camponeses, seria impossível "cortar a raiz do capitalismo" e minar o fundamento, a base, do inimigo interno". "Enquanto vivermos em um país de pequenos camponeses, haverá uma base mais segura para o capitalismo na Rússia do que para o comunismo ... Nós não arrancamos as raízes do capitalismo e não minamos o fundamento, a base do inimigo interno. Este depende da produção em pequena escala, e só há uma forma de miná-la, a saber, colocar a economia do país, inclusive a agricultura, em nova base, a base da produção moderna de larga escala. E é somente a eletricidade que está em tal base. O comunismo é o poder soviético mais a eletrificação de todo o país." Adiante: "Se tivermos eletrificação em 10-20 anos, então o individualismo do pequeno agricultor e a liberdade para que ele negocie localmente não serão nada terríveis. Se não tivermos a eletrificação, um retorno ao capitalismo será inevitável de qualquer maneira " (Lênm. The Tax in Kind). E adiante ainda: "Dez ou vinte anos de relações corretas com o campesinato e a vitória numa escala mundial será assegurada (mesmo que as revoluções proletárias que estão crescendo sejam adiadas): de outro modo, 20-40 anos de tormentas do terrorismo dos guardas brancos." (iii) A taxa alta de desenvolvimento industrial, com sua capacidade de colocar a agricultura sobre uma nova base técnica, a base da produção em larga escala, fornecerá a única base material para remodelar a perspectiva do campesinato ao longo de linhas coletivistas. Pois, como disse Lênin: "A transformação do pequeno agricultor, a remodelação de sua mentalidade e seus hábitos totais, é um trabalho de gerações ... essa mentalidade geral pode ser colocada em linhas sadias, por assim dizer, somente pela base material, por meios técnicos, pela introdução de tratores e máquinas na agricultura em larga escala, pela eletrificação Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI em larga escala. Isso é o que transforma o pequeno agricultor fundamentalmente e com imensa rapidez." Assim Lênin entendia a questão das "relações corretas com o campesinato". Colocar "a economia do país sobre uma nova base técnica, a base técnica da produção moderna em larga escala" ou o retorno ao capitalismo seria inevitável. Mas, para o Grupo de Estudos da Política Chinesa, a adoção da política leninista para com o campesinato significava a adoção de uma "política errada para com o campesinato", que eles alegam ser um dos "erros cardinais responsáveis pela prostituição da revolução bolchevique que o mundo está testemunhando até hoje"! Em outras palavras, a aderência do Partido Bolchevique ao programa bolchevique, leninista, na questão do campesinato e da industrialização da Rússia, levou à "prostituição da revolução bolchevique!" De acordo com essa 'nova' teoria, o leninismo e os bolcheviques são como o capitalismo, na medida em que a maior barreira ao seu maior desenvolvimento são os próprios leninismo e bolchevismo! Estranho, não é, camaradas? Essa teoria estranha nos permite julgar a fisionomia política e a filiação da gentalha professoral do Grupo de Estudos da Política Chinesa. Quando nossos professores "marxistas" declaram impertinentemente que "na União Soviética o campesinato - a maioria da população - tem permanecido uma força silenciosamente desencantada", eles se revelam verdadeiramente como os impulsionadores burgueses de terceira classe mais detestáveis e fanáticos anticomunistas que são e como pessoas que, em termos de honestidade, não alcançam os padrões de um capitalista honesto como Mr. Gibson Jarvis. O senhor Jarvis, que foi presidente do United Dominium Trusts em 1932, pôde então escrever: "A Rússia hoje é um país com uma alma e um ideal... de atividade espantosa ... E talvez o mais importante de tudo, todos esses jovens e esses operários na Rússia têm uma coisa que falta muito aos países capitalistas hoje e que é - a esperança!" Dificilmente será o quadro de um país cuja "maioria" do povo "tem permanecido uma força silenciosamente desencantada". O anticomunismo do Grupo de Estudos da Política Chinesa, a despeito de seus truques de prestidigitação e subterfúgios fraudulentos, não consegue se esconder atrás dos 'louvores' que despejam sobre a China na mesma sentença: "...enquanto na China seu [dos camponeses] impulso revolucionário tem sido aproveitado, organizado e transformado em uma força ideológica poderosa ". Ouvindo estes professores burgueses que nada entendem de comunismo, pode-se pensar que tudo isso é necessário, para conduzir o campesinato na direção do comunismo e do coletivismo, combinar o "impulso revolucionário" do campesinato com doses extrapotentes de ideologia, isto é, tudo que é necessário é transformar o camponês, é mudar o pensamento do camponês. Em outras palavras, não há relação entre o pensamento do camponês e as condições materiais que o cercam. Esse tipo de asneira é conhecida nos círculos burgueses modernos pelo nome de 'harekrishnaísmo', mas em filosofia é conhecido pelo nome de 'idealismo'. É pura asneira idealista que os críticos burgueses de Stalin e do bolchevismo do Grupo de Estudos da Política Chinesa estão servindo em sua forma mais pura, embora disfarçada. Não há dúvida de que o campesinato chinês continua a ser transformado. Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Mas isto está sendo conseguido pela transformação da base material, por meios técnicos - e não a despeito da transformação material. Quem quer que pense que o campesinato soviético permaneceu "uma força silenciosamente desencantada", que nunca foi conquistado totalmente para a revolução, que pergunte: Como foi possível aos bolcheviques, sem conquistar totalmente o campesinato, ascender ao poder? Como foi possível para eles derrotar a força combinada dos Guardas Brancos Russos e os 14 países imperialistas e não imperialistas que, armados até os dentes, atacaram a jovem República Soviética no período da Guerra Civil e da Guerra de Intervenção? Como foi possível para a URSS, possuída de tal "força silenciosamente desencantada", a saber, o campesinato, ter alcançado resultados tão sensacionais na tarefa de construir o socialismo e colocar toda a economia do país. inclusive a agricultura, em uma nova base técnica, a base técnica da produção moderna de larga escala? Como foi que essa "força silenciosamente desencantada' juntou-se ao movimento pela coletivização com tal entusiasmo? Como foi possível para esse povo"silencioso", "desencantado" e supostamente miserável derrotar a máquina de guerra dos nazistas? Basta fazer essas perguntas para confirmar a natureza absurdamente contra-revolucionária da acusação. Somente aderentes do trotskismo podem subscrever a idéia de que a União Soviética poderia ter alcançado as vitórias que alcançou sem ao mesmo tempo conquistar o campesinato totalmente, enquanto este permanecia "uma força silenciosamente desencantada Quem quer que pense por si e que seja ao menos honesto9, não acreditará nas asneiras escritas por nossos professores burgueses, após defrontar-se com os escritos e discursos do camarada Stalin sobre a questão em discussão. Do anterior, pode-se concluir que os senhores do Grupo de Estudos da Política Chinesa nada sabem acerca do ponto de vista do leninismo sobre a questão camponesa, ou sobre a industrialização na União Soviética; que tratam da questão do campesinato de modo idealista que ignora a base material; que tratam da questão da industrialização de forma abstrata, que ignora as condições externas e internas da industrialização na União Soviética; que não são comunistas mas "filósofos do campesinato"; que não entendem coisa alguma do que constituem "relações corretas com o campesinato": que reduzem a questão das "relações corretas com o campesinato" a simplesmente "afagar" o camponês, em lugar de considerá-lo como questão de ajudar o campesinato a tocar sua lavoura "em uma nova base técnica da produção moderna em larga escala": em resumo, que nada sabem acerca do marxismo-leninismo e do comunismo. Após não ter feito nada senão espalhar confusão, nossos críticos do bolchevismo e de Stalin em particular seguem escrevendo a seguinte sentença que é não apenas uma das mais hilariantes mas também uma das raras declarações verdadeiras de todo o artigo. Ei-la: "O papel de Stalin" eles escreveram "necessita de esclarecimento e avaliação - muito continua oculto sob dissimulação, inverdade e conjetura. Nenhum marxista-leninista pode sentir que a verdade plena tenha ainda sido dita." Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Em vista do que o Grupo de Estudos da Política Chinesa disse sobre Stalin nesse artigo, assim como em outras partes, dificilmente seria surpresa para eles ao menos que "muito (acerca do papel de Stalin) continua oculto sob dissimulação, inverdade e conjetura". Longe de fazer qualquer contribuição para o "esclarecimento e avaliação" do papel de Stalin. eles se perderam em uma orgia de difamações contra o bolchevismo e Stalin. o PCUS(B), as realizações do socialismo na URSS - em resumo, a Grande Revolução Socialista de Outubro - por meio de métodos burgueses bem testados e consagrados de esconder tudo ainda mais, sob "dissimulação, inverdade e conjetura". "Nenhum marxista-leninista pode sentir que" uma única verdade "tenha ainda sido dita" pelo Grupo de Estudos da Política Chinesa acerca do bolchevismo e de Stalin. muito menos a "plena verdade". Eles simplesmente acrescentaram a maior confusão ao que já existia e ampliaram o manto de "dissimulação, inverdade e conjetura" que cerca o papel de Stalin nos círculos burgueses-trotskistas- revisionistas, manto este que provém diretamente desses círculos. Mas, como o camarada Mao Tsétung disse: "coisas más podem ser transformadas em coisas boas". O artigo completamente trotskista do Grupo de Estudos da Política Chinesa pode e deve ser usado utilmente como um meio de expor a natureza burguesa-trotskista-revisionista dessa organização: Esses senhores, verdadeiramente, não disseram uma única verdade sobre o papel de Stalin mas, pelos escritos deste artigo e de outros similares, eles nos disseram a "plena verdade" sobre si próprios, a saber, que eles são os mercadores das lendas burguesas-trotskistas-revisionistas no movimento da classe operária. Pois são apenas a burguesia imperialista (e não imperialista), os trotskistas e os revisionistas que têm escondido o papel de Stalin "em dissimulação, inverdade e conjetura". Para os marxistas-leninistas de todo o mundo, o papel de Stalin, longe de ser um mistério, está tão claro quanto claro pode estar, a saber, que após a morte de Lênin, ele assumiu o comando que era de Lênin; que ele dirigiu a construção do socialismo na URSS, defendeu a ditadura do proletariado na URSS contra seus inimigos internos (capitalistas-trotskistas-bukharinistas) e externos (a burguesia imperialista), que cumpriu todas essas tarefas com honra. São apenas os hipócritas burgueses, como os do Grupo de Estudos da Política Chinesa, que ocultaram o papel de Stalin "em dissimulação, inverdade e conjetura", e também, com grande entusiasmo, ampliaram o amontoado de "dissimulações, inverdades e conjeturas" burgueses. Se o Grupo de Estudos da Política Chinesa for sincero em seu desejo de esclarecer o papel de Stalin, então, deve aproximar-se da história real da União Soviética, do papel real de Joseph Stalin, não do mito de Stalin. Somente quando tiverem feito isso devem fazer qualquer tentativa de escrever sobre Stalin. Se, entretanto, sentem que essa tarefa está fora de seu alcance, devem ficar calados sobre o tema. Isso ao menos teria a vantagem de reduzir aquela parcela de confusão a respeito do papel de Stalin que existe somente por causa de sua "dissimulação, inverdade e conjetura". O leitor deve, entretanto, estar precavido quanto ao aspecto peculiar do antibolchevismo e antimarxismo-leninismo dos senhores do Grupo de Estudos da Política Chinesa, a saber, que o antibolchevismo desses senhores é invariavelmente acompanhado por suas sonoras manifestações de 'apoio' e 'elogio' à China, ao PCC e ao camarada Mao Tsé-tung. Por que isso é assim? Por que esses burgueses adotam essa posição?
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Eles adotam essa posição porque assim esperam matar dois coelhos com uma só cajadada. Primeiramente, sob a camuflagem fraudulenta do interesse pelo campesinato soviético, estão interessados em denunciar e desacreditar a linha leninista do PCUS(B) sobre a questão agrária - a questão do campesinato e da coletivização; e, em segundo lugar, convencer os simplórios entre os revolucionários com narrativas das supostas diferenças entre a China e a URSS, entre o camarada Mao Tsé-tung e o camarada Stalin e para confundi-los completamente, atraindo-os para fora do leninismo. Como alguns de nossos camaradas do movimento reagem a esses truques fraudulentos? Em lugar de arrancar a máscara dos embusteiros burgueses, em lugar de condená-los por praticar fraudes, eles mordem a isca, caem na armadilha e são levados a adotar uma posição antistalinista e, portanto, antileninista. Esses camaradas deixam de perceber que os fatos são tais que é impossível atacar Stalin sem ao mesmo tempo atacar Lênin, pois Stalin, o mais fiel a ele, firmemente praticou o leninismo por toda sua vida. Eles não entendem que é impossível alguém atacar Stalin e ao mesmo tempo ser um verdadeiro amigo da Grande República Popular da China, ou do camarada Mao Tsé-tung. Eles não compreendem que nem todos que 'elogiam' a China são marxistas. Ao contrário, algumas das pessoas que professam 'louvar' a China são no fundo antimarxistas e daí inteiramente antichineses. Eis, por exemplo, um ramalhete, escolhido ao azar, das notas maravilhosamente elogiosas que a professora Joan Robinson, um dos luminares dirigentes do Grupo de Estudos da Política Chinesa, fez sobre Karl Marx, o gênio fundador do socialismo científico. No Prefácio à segunda edição de seu livro Um Ensaio sobre a Economia Marxista (que seria mais apropriadamente intitulado Um Ensaio CONTRA a Economia Marxista/. Mrs. Robinson acusa Marx de "hábitos metafísicos de pensar". Ela escreve: "Os acadêmicos nem mesmo fingem entender Marx. Parece-me que, aparte o preconceito, uma barreira foi criada para eles por seus hábitos metafísicos de pensar do século XIX, que são estranhos para uma geração educada para perguntar o significado do significado. Eu. portanto, tento traduzir os conceitos de Marx em uma linguagem que um acadêmico possa entender. Isso confundiu e irritou os marxistas declarados, para os quais a metafísica é preciosa em si própria" (p. vii). Da teoria do valor do trabalho de Marx, que é a pedra fundamental de toda a ciência econômica marxista e que revolucionou o mundo, nossa erudita professora da região de Fenland, do leste da Inglaterra [isto é, a Universidade de Cambridge] tem isto a dizer: "O conceito de VALOR parece-me um exemplo marcante de como uma noção metafísica pode inspirar pensamento original, embora em si seja completamente despida de significado operacional" (ibid. p. xi). "A teoria do valor de Marx tem causado muita confusão e gerado muita controvérsia. Parece certamente causar perplexidade quando seguimos o penoso trajeto do próprio pensamento de Marx do simples dogmatismo do primeiro volume de O Capital para a
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI intrincada formulação do Volume III. Porém, se começamos do ponto favorável do Volume III. a jornada é muito menos árdua" (ibid. p. 17). Em sua obstinada tentativa, mas ainda assim fútil, de substituir o marxismo pelo malthusianismo, ela diz o seguinte: "EMPREGO E SALÁRIOS. É geralmente reconhecido hoje em dia que o desemprego devido à deficiência de demanda efetiva (muitas vezes chamado 'keynesiano') deve ser distinguido do não-emprego (muitas vezes chamado 'marxiano') que ocorre quando o suprimento disponível de mão-de-obra está crescendo mais do que o número de postos ofertados pela economia capitalista. Marx pensa do suprimento de mão-de-obra como sendo alimentado pela ruína da economia camponesa e artesã. Em sua ansiedade para combater a visão reacionária de Malthus, ele se recusa a admitir que um rápido crescimento da população é deletério aos interesses da classe operária. Isso parece ser uma aberração, inconsistente com sua teoria" (ibid. p. xiv). O capitalismo, ela diz mais adiante, já não é causa da miséria, é a superpopulação contra a qual, de agora em diante, deveremos lutar, e não contra o capitalismo: "...a exploração não pode ser mais longamente representada como uma causa da miséria crescente. Em lugar disso, oferece uma posição privilegiada no mundo que faz da classe operária industrial uma força mais conservadora do que revolucionária. A miséria está certamente crescendo, mas está crescendo tanto fora da órbita do socialismo quanto do capitalismo, onde a força de trabalho disponível cresce mais do que a exploração pode acompanhar." E assim por diante. São comuns a todas as páginas desse livro as distorções de Joan Robinson sobre a ciência econômica marxista e as mentiras em torno dela - em resumo, os ataques ao marxismo. E, no entanto, a professora Robinson é uma 'marxista'! Com amigos assim, Marx certamente não necessitava de inimigos. As pessoas que são capazes de acusar Marx - este maior mestre do materialismo dialético e histórico - de "hábitos de pensamento metafísicos" e de "simples dogmatismo", que denunciam a teoria marxista do valor do trabalho como "completamente despida de significado operacional", que acusações não seriam capazes de lançar ao pobre velho Stalin? Podem tais pessoas ser tidas como verdadeiras amigas da China? Não é preciso dizer que não podem. E, todavia, há camaradas no movimento que, seguindo a posição dos professores burgueses ordinários do tipo de Joan Robinson, começam impensadamente, por assim dizer, a atacar Stalin. Nossos camaradas no movimento também não conseguem entender isso justamente porque os professores burgueses, em seus esforços para rebaixarem e menosprezarem o marxismo-leninismo e Stalin, freqüentemente usam o nome do camarada Mao Tsétung, sem que isso signifique que eles representam a visão do camarada Mao Tsé-tung. Muito pelo contrário. Se alguém quer saber o que o camarada Mao Tsé-tung pensava do bolchevismo, de Stalin e da União Soviética, durante o período de Stalin, que leia as Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI Obras Escolhidas de Mao Tsé-tung, em vez de confiar em colunas burguesas de fofocas, como o Broadsheet, produzido pelo Grupo de Estudos da Política Chinesa. Eis umas poucas citações do camarada Mao Tsé-tung: "Para estudar o marxismo, devemos usar a História do Partido Comunista da União Soviética (bolcheviques), Curso Resumido10 como o material principal. É a melhor síntese e resumo do movimento comunista mundial dos últimos cem anos, um modelo de integração da teoria e prática e até agora o único modelo abrangente em todo o mundo. Quando vemos como Lênin e Stalin integraram a verdade universal do Marxismo com a prática concreta da revolução soviética e portanto desenvolveram o marxismo, sabemos como deveremos trabalhar na China" (Reform Our Study, 1941, SW Vol. 3 p. 24). Enquanto o camarada Mao Tsé-tung aqui fala de Lênin e Stalin integrando "a verdade universal do marxismo com a prática concreta da revolução soviética" e, portanto, desenvolvendo o marxismo, nossos ilustres professores burgueses do Grupo de Estudos da Política Chinesa falam do PCUS(B) como não tendo uma política correta sobre o campesinato; enquanto o camarada Mao Tsé-tung adota o exemplo da União Soviética, do PCUS(B) e de Stalin como apontando o caminho para os camaradas chineses, considerando como eles deveriam trabalhar na China, o circulo social professoral, por outro lado, fala de Mao Tsé-tung seguindo uma política completamente diferente na questão do campesinato daquela seguida na União Soviética e supostamente enfrentando grande oposição da União Soviética. É assim que a história é escrita. É assim que a 'análise crítica' do desenvolvimento do revisionismo na União Soviética é conduzida nos círculos burgueses. A origem e o crescimento do revisionismo na União Soviética já foi explicado. Uma coisa, entretanto, é certa: isto é, que a forma de conduzir tal análise não é a forma que os professores burgueses estão adotando! Mao Tsé-tung disse em outra parte: "Essa teoria (isto é, do materialismo dialético e histórico) foi mais desenvolvida por Lênin e Stalin" (Sobre a Contradição - Ênfase minha). E adiante: "A análise de Stalin nos fornece um modelo para entender a particularidade e a universalidade da contradição e sua interconexão" (ibid.). Tudo isso não impediu Professor George Thomson, outro luminar dirigente do Grupo de Estudos da Política Chinesa, de acusar Stalin, em nome de Mao Tsé-tung, de não entender a dialética e as diferenças entre as contradições antagônicas e não antagônicas! "Mesmo nas condições sociais existentes na União Soviética, há uma diferença entre os operários e camponeses, e essa própria diferença é uma contradição, embora, diferentemente da c contradição entre trabalho e capital, não se intensificará até o antagonismo ou assumirá a forma de luta de classes; os operários e os camponeses Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI estabeleceram uma firme aliança no curso da construção socialista e estão gradualmente resolvendo essa contradição no curso do avanço do socialismo para o comunismo" (Mao Tsé-tung. ibid.). Enquanto o camarada Mao Tsé-tung fala da "firme aliança" entre a classe operária e o campesinato soviético nossos professores burgueses do Grupo de Estudos da Política Chinesa falam nas notas antes citadas de seu artigo, do campesinato soviético como uma força silenciosamente desencantada" que "nunca" teria sido "conquistada totalmente pela revolução". Enquanto o camarada Mao Tsé-tung fala da "construção socialista" e do "avanço do socialismo para o comunismo" na URSS, nossos críticos burgueses falam dessa "decisão política" (isto é, a industrialização) como "a fonte da disputa política, econômica e social que nunca se abrandou". Enquanto o camarada Mao Tsé-tung fala favoravelmente da política soviética para o campesinato - aquela de uma "firme aliança" com ele - nossos burgueses 'aniquiladores' de Stalin falam como se Mao Tsé-tung e a linha do PCC para o campesinato fossem completamente diferentes do que foi seguido na União Soviética.11 E, finalmente: "Stalin é o amigo verdadeiro da causa da libertação do povo chinês. Nenhuma tentativa de disseminar dissensão, nenhuma mentira e calúnia, podem afetar o amor e respeito sinceros do povo chinês por Stalin e nossa genuína amizade pela União Soviética" (De um discurso proferido pelo camarada Mao Tsé-tung em ' 20 de dezembro de 1939, por ocasião do 60° aniversário de Stalin, reproduzido nas Obras Escolhidas de Mao Tsé-tung. Vol. II). Os camaradas no movimento deveriam prestar particular atenção a esta última citação de Mao Tsé-tung, em uma época em que se fazem tentativas em vários setores burgueses, inclusive no Grupo de Estudos da Política Chinesa, por meio de calúnias e mentiras, de construir uma Muralha da China entre Stalin e Mao Tsé-tung, entre a Revolução de Outubro e a Revolução Chinesa. Agora, em vista das citações acima do camarada Mao Tsé-tung, podemos maravilharnos com a estupidez das afirmações feitas pelos senhores do Grupo de Estudos da Política Chinesa que, parece-nos, não só não sabem nada sobre Stalin, como não sabem qualquer coisa acerca dos escritos e da posição política do camarada Mao Tsétung e também do PCC. Finalmente, para fortalecer a importância da publicação da atual coleção dos escritos de Stalin, desejamos registrar as seguintes linhas de Karl Marx: "Uma nação pode e deve aprender com as outras. E, mesmo quando uma sociedade segue no caminho certo para a descoberta das leis naturais de seu desenvolvimento - e é o objetivo ultimo deste trabalho desvendar a lei econômica do movimento da sociedade moderna -, ela não pode tampouco transpor por saltos audaciosos, nem remover por decreto os obstáculos oferecidos pelas sucessivas fases de seu
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI desenvolvimento normal. Mas ela pode encurtar e diminuir as dores do parto" (Marx, Prefácio do autor à primeira edição de O Capital, vol. 1). É muito positivo aprender com a experiência da União Soviética. Nosso propósito ao publicar esse volume é "desvendar" a natureza trotskista-bukharinista dos ataques do tipo feito pelo Grupo de Estudos da Política Chinesa e de outros "marxistas" do mesmo gênero sobre Stalin e o PCUS, para levar ao conhecimento do movimento da classe operária a linha leninista do PCUS, sob a direção do camarada Stalin, sobre a questão agrária, e fortalecer a luta contra várias formas da ideologia burguesa, tais como o trotskismo, o revisionismo e o reformismo. Não há dúvida de que cada nação, em sua luta para e pelo avanço do socialismo, terá de enfrentar seus próprios problemas. "Mas ela pode encurtar e diminuir as dores do parto" ao aprender com a experiência positiva da Revolução de Outubro, da coletivização na URSS e da construção do socialismo na URSS.
Notas 1. A maioria desses ataques foi tratada em meu Prefácio à coleção de discursos de Stalin. publicado sob o título Sobre o Mecanismo da Luta de Classes na Ditadura do Proletariado. Este Prefácio, publicado em outra parte deste volume, contém uma seção especial sobre os ataques similares do Professor Thomson a Stalin e ao PCUS. 2. A seção agrária foi esboçada por Lênin. 3. Ver, por exemplo, Peking Review, 1975, N° 22, Ideological Weapon or Restricting Bourgeois Right. 4. Este Prefácio está publicado em outra parte deste volume. 5. O Partido Bolchevique não 'escolheu'. Essa 'escolha' foi imposta pelas condições externas e internas da Revolução de Outubro. "A salvação da Rússia repousa não apenas em uma boa colheita das fazendas camponesas - isso não é bastante; e não somente nas boas condições da indústria leve, que fornece ao campesinato bens de consumo - o que, também, não é bastante. Nós também necessitamos de indústria PESADA. E, para colocá-la em boas condições, serão necessários muitos anos de trabalho". E adiante: A menos que salvemos a indústria pesada, a menos que nós a restauremos, não seremos capazes de construir qualquer indústria; e, sem isso, nós nos arruinaremos como país independente" (Lênin). 6. "Nós temos o hábito de dizer que a indústria é o principal fundamento de nossa economia nacional como um todo, inclusive a agricultura, que é a chave para a reconstrução de nosso sistema de agricultura atrasado e disperso em uma base coletivista. Isso é perfeitamente verdadeiro. Desta posição não devemos nos afastar sequer por um momento. Mas deve também ser relembrado que. enquanto a indústria é o principal fundamento, a agricultura constitui a base para o desenvolvimento industrial, tanto como um mercado que absorve os produtos da Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI indústria e como fornecedor de matérias-primas e gêneros alimentícios, quanto como uma fonte de exportação de reservas, essencial para importar o maquinário para as necessidades de nossa economia nacional. Podemos fazer avançar a indústria enquanto deixamos a agricultura em um estado de completo atraso, sem prover uma base agrícola para a indústria, sem reconstruir a agricultura e conduzi-la ao nível da indústria? Não. não podemos. Daí a tarefa de suprir a agricultura com a máxima quantidade de instrumentos e meios essenciais de produção, afim de acelerar e promover sua reconstrução sobre uma nova base técnica. Mas, para o cumprimento dessa tarefa, é necessária uma taxa rápida de desenvolvimento de nossa indústria" Stalin. Industrialization of the Country and the Right Deviation in the CPSU(B), discurso proferido na Plenária do CC, PCUS(B), 19 de novembro de 1928, Works, Vol. 11) 7. Seguem-se os números da produção da indústria de larga escala, entre 1913-1937, em bilhões de rublos, a preços invariáveis de 1926/27. Ano 1913 1917 1920 1928 1932 1937
Bens de Produção 4.7 3.7 0.9 7.8 21.7 53.3
Bens de Consumo 6,3 3,2 0,8 9,0 17,2 36,9
8. Os escritores burgueses usualmente interrompem essa citação neste ponto, retirando-a assim de seu contexto, com o exclusivo propósito de fortalecer o alegado nacionalismo e falta de internacionalismo proletário de Stalin. Para expor esta crítica fraudulenta, não muito esperta, preferimos reproduzir a citação na íntegra. 9. Pode ser uma descoberta para nossos "marxistas" do Grupo de Estudos da Política Chinesa mas, não obstante, é um fato que mesmo a Children's Encyclopaedia, declaradamente burguesa, publicada por volta de 1948 em um país imperialista como a Inglaterra, contém verdades acerca da vida soviética tais como se segue: "O segundo plano era anda mais impressionante do que o primeiro, mas tinha um objetivo menos austero. O bem-estar do povo iria ser dobrado e as fazendas coletivas prosperariam ... gêneros alimentícios e outras 'coisas' seriam acrescidas para suprir as necessidades dos operários. Grosso modo. a Rússia projetava dobrar seu produto interno em 1932 ... Novos hospitais, casas de repouso, escolas, berçários, lavanderias, gabinetes de leitura, clubes, campos de esportes e assim por diante, aumentaram em número. O consumo de carne, leite, ovos, banha, açúcar, roupas e sapatos mais do que dobrou ... Hoje, os operários encaram a máquina não como causadora de desemprego, mas como libertadora da humanidade, pois quando as máquinas substituem cada vez mais o trabalho do homem, a população obtém o Comunidade Josef Stálin - http://comunidadestalin.blogspot.com/
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Trotskismo x Leninismo - Lições Da história – Parte VI retorno em mais mercadorias para consumir, maiores salários, melhores condições de trabalho. uma jornada de trabalho mais curta. Mas a liberdade política absoluta, no sentido da palavra, é ainda desconhecida para os russos. Presumivelmente eles não sentem muita falta de algo que eles nunca tiveram. Mas eles têm liberdades sociais e econômicas que significam muito. Eles têm a liberdade de considerarem-se iguais a quaisquer outros homens. Apenas o serviço para a comunidade determina a posição social. Se eles estão muito velhos para trabalhar, tornam-se pensionistas; se estão doentes, são cuidados. Seus filhos são educados pelo Estado até os 17 anos ... Este amor sincero por seu país mostrou-se congênito em todo russo, tanto homem da cidade quanto do campo, quando as hordas nazistas invadiram seu país ... em 1941. Suas forças armadas lutaram até a morte, os operários de fábrica trabalharam sem repouso e os camponeses não hesitaram em destruir tudo que tivesse valor para os nazistas que avançavam". Deixando de lado as calúnias usuais sobre a falta de liberdade sob a ditadura do proletariado em geral e o 'amor' do povo pela falta de liberdade em particular, os parágrafos anteriores indubitavelmente descrevem a verdade acerca do bem-estar material e espiritual do povo soviético durante a época em discussão; refletem verdadeiramente o entusiasmo e a alegria do povo soviético e o seu amor pela terra do socialismo e pelo Partido de Lênin e Stalin, o que contradiz totalmente a afirmação de nossos 'marxistas' sobre o campesinato soviético sendo "uma força silenciosa e desencantada". 10. A História do Partido Comunista da União Soviética (Bolcheviques) - Curso Resumido foi escrito pelo camarada Stalin e é um volume de suas Obras Escolhidas. 11. A maior prova do fato de que as calúnias do Grupo de Estudos da Política Chinesa e do seu gênero espalhadas contra Stalin e o PCUS(B) que ele dirigia não eram senão realmente calúnias, foi a publicação, em meados dos anos 1970, pela Foreign Languages Publishing House (Pequim) dos escritos do camarada Stalin Sobre a Oposição, todos os quais são extremamente relevantes para os argumentos contra o Grupo de Estudos da Política Chinesa. 1 Nota do tradutor: K.D. (Cadetes), principal partido da burguesia monárquica liberal e em seguida da burguesia imperialista russa, formado em 1905 e constituído por burgueses, latifundiários e intelectuais burgueses.
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Harpal Brar
Harpal Brar
Trotskismo x Leninismo Lições da História
Tradução de Pedro Castro
Parte VII Sobre a Mecânica da Luta de Classes na Ditadura do Proletariado Capítulo 2 0 Sobre a Mecânica da Luta de Classes na Ditadura do Proletariado
411
Capítulo 2 1 Classes e Luta de Classes
413
Capítulo 22 Intensificação da Luta de Classes sob o Socialismo
423
Capítulo 2 3 O Comunismo em um Só País
437
Capítulo 2 4 'Degeneração Nacionalista'
443
Capítulo 2 5 Ausência de uma Linha de Massa
469
Capítulo 2 6 Stalin e a Intelligentsia
479
Capítulo 27 Conclusão
483
Parte VII Sobre a Mecânica da Luta de Classes na Ditadura do Proletariado "É necessário desbaratar e descartar a detestável teoria de que, a cada passo do progresso que alcançamos, a luta de classes aqui está destinada a desaparacer cada vez mais..." Stalin, 1937
Capítulo 20 Sobre a Mecânica da Luta de Classes na Ditadura do Proletariado (A maneira de prefácio aos escritos de Stalin sobre a mecânica da luta de classes na ditadura do proletariado) Desde o 20° Congresso do PCUS(B), em 1956, o revisionismo tem triunfado na União Soviética. Muitos assim-chamados anti-revisionistas consideram Stalin responsável pela vitória do revisionismo na URSS. "Embora seja verdade que a plataforma anti-Stalin tenha sido vital para a adoção de uma abrangente plataforma revisionista, não se pode dizer que o revisionismo só ganhou ascendência após a morte de Stalin..." Assim disse MF no Marxist-Leninist Quarterly n° 2, p. 8. Eles acusam-no, primeiro e principalmente, de manter uma visão "errônea" sobre a questão das classes e da luta de classes np socialismo e sobre a questão do Estado. Para ser mais específico, eles acusam-no de dizer, em 1936, que as classes, em todos os sentidos da expressão, tinham sido eliminadas na União Soviética; da "suposição de que a restauração poderia ocorrer apenas através de uma intervenção de fora", já que, supostamente de acordo com Stalin, "a luta de classes interna estava no fim na União Soviética em 1937"; acusam-no também de difundir uma visão sobre a questão do Estado que "se afastava radicalmente do marxismo-leninismo". Isso, então, em resumo, é a primeira e principal acusação levantada contra Stalin. Por muito tempo esta acusação tem sido disseminada, ainda que vagamente e geralmente e só pelo mexerico, no movimento anti-revisionista. E enquanto isso acontecia apenas sob a forma de rumores, era muito difícil combater a disseminação, pois ninguém sabia quem tinha dito o quê, ou onde e quando tinha sido dito. Agora, entretanto, uma organização autodenominada anti-revisionista, mas consistentemente manifestando a ideologia do revisionismo, tem posto em letra de forma a maioria das acusações que até então tinham circulado apenas privadamente, pela intriga, à maneira de mexericos. Essa organização é chamada Federação Comunista da Inglaterra (Marxista-Leninista) (CFB). No número 2 de seu jornal teórico, o Marxist-Leninist Quarterly, publicou um artigo de um certo ME O artigo contém a maioria - quase todas - das acusações acima citadas, assim como outras acusações contra o camarada Stalin. Trataremos das acusações acima, bem como 411
Trotskismo x Leninismo
de outras; ao fazê-lo, necessariamente seremos forçados a mencionar este senhor MF, bem como a organização a que ele pertence, não porque valha a pena perder tempo com eles, como indivíduo e como organização, respectivamente, mas porque representam uma das mais perigosas tendências semimencheviques 1 , semitrotskistas no movimento anti-revisionista, mascarado como marxista-leninista e iludindo e enganando as pessoas no movimento da classe operária com o uso da fraseologia marxista. As segunda e terceira acusações também vêm de MF, do CFB. A segunda acusação é que, durante a direção de Stalin na URSS, teve lugar "a degeneração nacionalista"; que Stalin e o Partido tinham perdido a perspectiva internacionalista; que eles consideravam a construção do socialismo na URSS como um fim em si mesmo; que, não considerando a revolução soviética como parte integral da revolução proletária mundial, eles subordinavam os interesses da última à primeira. A terceira acusação era que, durante o período de Stalin, o Partido tinha se tornado "crescentemente divorciado das massas"; que estava ausente "uma linha de massas", resultando na "degeneração do Partido e do Estado", no mau tratamento das contradições sociais e no "controle completo" da burguesia. De acordo com MF, esse terceiro erro de Stalin foi responsável pelos dois primeiros. A quarta acusação contra Stalin vem dos anti-revisionistas da Finsbury Commmunist Association fFCA). De acordo com a FCA, foi "a atitude de Stalin e de Zhdanovpara com a intelligentsia soviética, expressa no 18° Congresso do Partido e subseqüentemente escrita nas Normas Partidárias", responsável pelo fato de que "a União Soviética degenerou". Tendo especificado acima as várias acusações contra Stalin, elas agora serão tratadas uma a uma. O fato de essas notas terem sido publicadas como um Prefácio à coleção de escritos do camarada Stalin não permitiu um tratamento exaustivo das questões levantadas e poderemos, portanto, ser obrigados em algum tempo no futuro próximo a retornar a esse tema. Nesse meio tempo, algo deve ser dito para contrariar os ataques burgueses anteriores, para contrariar os inventores dos 'erros' de Stalin.
Notas 1. Os mencheviques eram uma tendência pequeno-burguesa no movimento da classe operária na Rússia,que se opunha ao bolchevismo-leninismo revolucionário. Eles se opunham e revisavam o marxismo, expurgando-o de sua essência revolucionária. 2. O fato de que ocasionalmente pessoas da CFB empreenderam uma batalha de palavras contra o trotskismo não as exime de serem trotskistas. Como este prefácio mostrou, todos os ataques da CFB a Stalin foram tomados de empréstimo do arsenal trotskista.
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Capítulo 21 Classes e Luta .de Classes Stalin disse em 1936, em seu discurso sobre o Projeto de Constituição da URSS, que as classes, em todos os sentidos da expressão, tinham já chegado ao fim na URSS? Não, ele não disse. O camarada Stalin estava falando das mudanças na vida da URSS no período de 1924 a 1936. Ele contrasta o atraso de 1924 com o avanço socialista realizado entre então e 1936. Tendo tratado do avanço registrado durante aqueles anos pela indústria socialista, a coletivização da agricultura, o monopólio estatal do comércio, a eliminação dos kulaks e dos capitalistas, Stalin disse: "Assim, a vitória completa do sistema socialista em todas as esferas da economia nacional é agora um fato. E o que isso significa? Significa que a exploração do homem pelo homem foi abolida, eliminada, enquanto a propriedade socialista dos implementos e meios de produção foi estabelecida como fundamento inabalável de nossa sociedade soviética. Como resultado de todas essas mudanças na esfera da economia nacional da URSS, agora temos uma nova, economia socialista, que não conhece crises nem desemprego, que não conhece pobreza nem ruína, e que provê nossos cidadãos com toda oportunidade para levarem uma vida próspera e culta. Tais, no principal, são as mudanças que tiveram lugar na esfera da nossa economia durante o período de 1924 a 1936. Em conformidade com essas mudanças na vida econômica da URSS, a es_trutura de classes de nossa sociedade também mudou. , A classe dos proprietários de terra, como vocês sabem, já foi eliminada como resultado da conclusão vitoriosa da Guerra Civil. Quanto a outras classes exploradoras, elas compartilharam do destino da classe dos proprietários de terra. A classe capitalista na esfera da indústria cessou de existir. A classe dos kulaks na esfera da agricultura cessou de existir. E os comerciantes e exploradores na esfera do comércio cessaram de existir. Assim, todas as classes EXPLORADORAS foram agora eliminadas. Permanece a classe operária. Permanece a classe camponesa. 413
Trotskismo x Leninismo
Permanece a intelligentsia" [maiúsculas minhas]. A citação anterior deixa perfeitamente claro que, quando fala da eliminação de classes, o camarada Staün não está falando da eliminação das classes em geral, mas da eliminação das "classes exploradoras". E perfeitamente verdadeiro que, a 25 de novembro de 1936, a data em que o camarada Stalin fez seu discurso sobre o Projeto da Constituição da URSS, as classes - no sentido estritamente eco' nômico de serem classes exploradoras e classes exploradas - tinham sido eliminadas na URSS. Uma vez que as classes capitalistas, dos proprietários de terra e dos kulaks tinham sido eliminadas, era muito legítimo falar, como fez o camarada Stalin, acerca das classes que tinham tido um fim. Porém, justamente porque o camarada Stalin sustentava, corretamente ao nosso ver, que as classes, no sentido anterior de classes exploradoras e'exploradas, tinham sido eliminadas, isso significava que. ele sustentava que as classes em todos os outros sentidos da expressão tivessem sido eliminadas também? Não, não significava isso. Ao contrári®, o camarada Stalin declarou muito claramente que haviam permanecido na União Soviética duas classes. Para repetir, ele disse: "Permanece a classe
operária.
Permanece a classe camponesa." E, adiante, esboçando o significado das mudanças na estrutura de classes da União Soviética no período de 1924 para 1936, o camarada Stalin continuava: "E o que significam essas mudanças
(na estrutura de classe da URSS)?
Primeiro, elas significam que a linha divisória entre a classe operária e o campesinato e entre estas classes e a intelligentsia ESTA SENDO OBLITERADA e que os velhos privilégios de classes estão desaparecendo. Isso significa que A DISTÂNCIA ENTRE ESSES GRUPOS SOCIAIS ESTÁ DIMINUINDO FIRMEMENTE. Em segundo lugar, significam que AS CONTRADIÇÕES ECONÔMICAS ENTRE ESSES GRUPOS SOCIAIS ESTÃO DECLINANDO, ESTÃO SE OBLITERANDO. E, por último, significam que AS CONTRADIÇÕES POLÍTICAS ENTRE ELAS ESTÃO DECLINANDO E SE OBLITERANDO" (Ênfase minha). Como pode ser visto muito claramente, o camarada Stalin não estava dizendo que as classes, em todos os sentidos da expressão, tinham sido eliminadas; muito menos sustentava que todas as contradições econômicas e políticas estavam caminhando para um fim na URSS. Longe disso: O camarada Stalin disse que as classes exploradoras tinham sido eliminadas, mas ainda permaneciam na URSS duas classes, a classe operária e o campesinato, "cujos interesses - longe de serem hostis - são, ao contrário, amistosos". A linha divisória entre a classe operária e o campesinato e entre as duas classes e a intelligentsia, NÃO tinha sido ainda obliterada, mas estava a caminho de sê-lo; a contradição econômica entre as classes e estratos remanescentes NÃO tinha sido abolido, porém estava sendo abolido; as contradições políticas entre esses grupos sociais NÃO tinham sido abolidas, mas estavam caminhando rumo à abolição dessas contradições. Pode-se negar algo das declarações anteriores? Não, não se pode. Em outras palavras, o que o camarada Stalin disse foi que, em 1936, não havia classes ANTAGÔNICAS na União Soviética, havia somente duas classes, a classe operária e o campesinato, cujos interesses, longe de serem hostis, eram ao contrário amistosos. 414
Capítulo 21 - Classes e Luta de Classes
Tratando dos aspectos específicos principais do Projeto de Constituição, o camarada Stalin teve a dizer o seguinte, que tem referência direta à questão das classes ora em discussão: "Ao contrário das Constituições burguesas, o projeto da nova Constituição da URSS procede do fato de que não existem classes ANTAGÔNICAS na sociedade; essa sociedade consiste de DUAS classes amistosas, de operários e camponeses; que são essas classes as classes trabalhadoras que estão no poder; que a direção da sociedade pelo ESTADO (A DITADURA) está nas mãos da classe operária, a classe mais avançada na sociedade; que uma Constituição é necessária para o propósito de consolidar a ordem social desejada pela classe operária e benéfica a ela. Tal é o aspecto específico do projeto da nova Constituição" (Ênfase minha). Assim, de acordo com Stalin, a sociedade soviética NÃO era sem classes; era apenas SEM CLASSES ANTAGÔNICAS; ela consistia de DUAS classes amistosas, a classe operária e o campesinato. Existia também o Estado (ditadura), que estava nas mãos da classe operária, a classe mais avançada na sociedade. Tudo isso mostra a falsidade da afirmação de que, de acordo com Stalin, as classes, em todos os sentidos da expressão, tinham sido eliminadas na União Soviética. Se Stalin tivesse dito algo assim, não faria muito sentido que ele falasse acerca da preservação do Estado (a ditadura) e da direção da sociedade por esse Estado nas mãos da classe operária, a classe mais avançada, pois não faz sentido falar acerca da classe mais avançada a menos que exista também uma classe atrasada, comparada com a qual essa classe pode ser chamada de classe avançada. O projeto de Constituição Soviética e Stalin partiam da premissa de que havia duas classes. Se o que foi dito acima ainda for considerado insuficiente por aqueles que fazem a alegação caluniosa contra o camarada Stalin de que ele acreditava que as classes, em todos os sentidos da expressão, tinham sido abolidas, que não haveria mais classes na União Soviética, fazemos uma tentativa final para ajudar essas pessoas a verem como estão equivocadas e ajudá-las a aceitarem a razão - se isso é possível. É bem conhecido que o Artigo I o do Projeto de Constituição tratava da composição de classes da sociedade soviética; falava do Estado como o "Estado dos operários e camponeses". Quatro emendas foram propostas para esse artigo. Uma emenda propunha que as palavras "Estado dos operários e camponeses" fossem substituídas pelas palavras "Estado do povo trabalhador". De acordo com a segunda emenda, as palavras "Estado dos operários e camponeses" deveriam ser seguidas pelas palavras "e intelligentsia operária". A terceira emenda propunha que o Artigo I o , em lugar de referir-se ao "Estado dos operários e camponeses" deveria falar do "Estado de todas as raças e nacionalidades habitando o território da URSS". E a quarta emenda propunha que as palavras "fazendeiros coletivos" ou "trabblhadores da agricultura socialista" substituíssem a palavra "camponeses". O camarada Stalin se opôs à adoção de todas essas emendas. Alguns de seus argumentos em oposição às quatro emendas acima, que eram relevantes para o tema em discussão, são reproduzidos a seguir. Aqui está parte do que o camarada Stalin teve a dizer em oposição àquelas emendas: "De que fala o Artigo Io do Projeto de Constituição? Ele fala da composição de classes da sociedade soviética. Podemos nós marxistas ignorar a questão da composição de classes dê nossa sociedade na Constituição?NÃO, NAO PODEMOS. COMO SABEMOS, A SOCIEDADE SOVIÉTICA CONSISTE EM DUAS CLASSES, OPE415
Trotskismo x Leninismo
fíÁRIOS E CAMPONESES. E é disto que o Artigo Io do Projeto de Constituição feda. Conseqüentemente, o Artigo Io do Projeto de Constituição reflete apropriadamente a composição de classes de nossa sociedade ..." E adiante: "Seria errado também substituir a palavra 'camponês' pelas palavras 'fazendeiro coletivo' ou 'trabalhador da agricultura socialista'. Em primeiro lugar, ao ' lado dos fazendeiros coletivos, há ainda cerca de um milhão de domicílios de fazendeiros não coletivos entre o campesinato. O que se deve fazer deles? Os autores dessa emenda propõem que os risquemos dos livros? Isso seria tolice. Em segundo lugar, o fato de que na sua maioria os camponeses começaram a ser fazendeiros coletivos não significa que eles já tenham cessado de ser camponeses, que eles não mantenham sua economia pessoal, sua própria casa, etc. Em terceiro lugat, teríamos de substituir pela palavra 'operário' as palavras 'trabalhador da indústria socialista', o que, entretanto, os autores da emenda por alguma razão não propuseram. Finalmente, a classe operária e a classe camponesa já desapareceram de nosso país? E se elas não tiverem desaparecido, vale a pena riscar de nosso vocabulário os nomes estabelecidos para elas? Evidentemente, o que os autores da emenda têm em mente não é a sociedade atual mas a sociedade futura, quando as classes não existirão mais e quando os operários e camponeses terão sido transformados em trabalhadores de uma sociedade comunista homogênea. Conseqüentemente, eles estão obviamente se adiantando. Mas em um projeto de uma Constituição não se deve partir do futuro, mas do presente, do que já existe. Uma Constituição não deveria e não deve correr à frente." Em outras palavras, as classes não tinham sido eliminadas, embora as classes exploradoras tivessem sido descartadas; conseqüentemente, a sociedade soviética estava ainda na fase mais baixa do comunismo, que é caracterizada pela nãoexistência de classes exploradoras, a não-existência da exploração do homem pelo homem; ela tinha ainda de alcançar a fase mais elevada do comunismo, "quando as classes sociais não mais existirão e quando os operários e camponeses terão sido transformados em trabalhadores da sociedade comunista homogênea", em cuja sociedade prevalecerá a fórmula: "De cada um de acordo com sua capacidade, a cada um de acordo com sua necessidade." Está claro, seria de se pensar. Se, após tudo que foi dito acima, os caluniadores dessa questão ainda persistem contra o camarada Stalin, se os caluniadores se recusam a tomar nota dos fatos inescapáveis acima, simplesmente teremos de respondê-los nas palavras do famoso provérbio russo: "As leis não são feitas para os tolos".
Stalin disse que o comunismo completo tinha sido construído na URSS? Alguns críticos com uma imaginação fértil (imaginação adubada seria uma expressão melhor) - e daí uma grande habilidade para produzir asneiras sem sentido - passam a afirmar que desde que, de acordo com Stalin, as classes exploradoras tinham sido eliminadas e não havia mais classes a suprimir, isso significava, portanto, que o comunismo completo tinha sido construído e, conseqüentemente, não havia necessidade da existência do Estado na URSS. Mas o Estado na URSS 416
Capítulo 21 - Classes e Luta de Classes
ainda existia. O resultado líquido de tudo isso, de acordo com esses 'críticos' escribas burgueses, seria mais correto - é que Stalin teria cometido um 'erro'; ele não teria compreendido que a sociedade soviética estava longe do objetivo final de uma sociedade comunista sem classes. Ao fazerem essa afirmação, os vulgares escribas burgueses mostram não somente sua paixão pela calúnia e distorção mas também sua ignorância completa. No próprio discurso sobre o Projeto de Constituição no qual supostamente, de acordo com esses 'críticos', ele cometeu o citado erro ilusório, o camarada Stalin teve o que se segue a dizer sobre o nível do desenvolvimento da sociedade soviética: "Nossa sociedade soviética já, de modo geral, realizou com sucesso o socialismo; ela criou um sistema socialista, isto é, produziu aquilo que os marxistas, em outras palavras, chamam de primeira ou mais baixa fase do comunismo. Assim, de modo geral, realizamos a primeira fase do comunismo, o socialismo. O princípio fundamental dessa fase do comunismo é, como vocês sabem, a fórmula: 'De cada um de acordo com sua capacidade, a cada um de acordo com seu trabalho". Deveria nossa Constituição refletir esse fato, o fato de que o socialismo foi realizado? Inquestionavelmente, deveria. Deveria, porque para a URSS o socialismo é algo já realizado e conquistado. Mas a sociedade soviética não alcançou ainda a fase mais elevada do comunismo, na qual o principio dominante será a fórmula: "De cada um de acordo com sua capacidade, a cada um de acordo com sua necessidade", embora se estabeleça o objetivo de realizar a fase mais elevada do comunismo no futuro. Pode nossa Constituição basear-se na fase mais elevada do comunismo, que não existe ainda e que ainda tem de ser realizada? Não, não pode, porque para a URSS afase mais elevada do comunismo é algo que não foi ainda realizado e que tem de ser realizado no futuro. Não o será se não for convertido em um programa ou declaração de realizações futuras. Tais são os limites de nossa Constituição no atual momento histórico." Está claro, pensamos."
Pode-se, sem deixar de ser um marxista-leninista, falar de classes exploradoras tendo sido abolidas enquanto o Estado ainda existe? Agora, surge a questão: uma vez as classes exploradoras tendo sido eliminadas, os kulaks derrotados no campo de batalha aberto e alcançada a fase mais baixa do comunismo, isto é, o socialismo, com sua fórmula 'de cada um de açordo com sua capacidade e a cada um de acordo com seu trabalho', nessas circunstâncias seria legitimo para Stalin dizer, como ele realmente disse, acerca das classes caminhando para um fim e não restando nenhuma classe a suprimir? Acreditamos que era muito legítimo para o camarada Stalin falar de classes tendo chegado a um fim. As classes tinham chegado a um fim na URSS no sentido econômico da expressão, em que não haveria mais exploradores e explorados; em que a classe operária, tendo ascendido ao poder, tinha já usado sua "supremacia política" para "arrancar... todo o capital da burguesia" e aumentado "o total das forças produtivas" muito rapidamente, de fato. Assim, tínhamos um Estado proletário que era sem classes, que não tinha classes no sentido de essas serem classes exploradoras 417
Trotskismo x Leninismo
e exploradas. Mas se podia falar, como um marxista-leninista, de um Estado que é sem classes no sentido que temos falado antes? Sim, certamente se podia. Porém, os 'críticos' burgueses, tais como MF do CFB, professor George Thomson 1 , e outros dizem: Não, certamente não se pode falar de um Estado em que não há classes no sentido aqui referido. Eles nos informam que não se pode falar de um Estado no qual não há classes exploradoras. Eles juram pelo marxismo-leninismo (pobre Marx! pobre Lênin!) que estão certos, e estão plenos de alegria maliciosa por terem 'provado' o que se dispuseram a provar com zelo digno de umã causa maior, a saber, que Stalin estava afirmando contra-sensos antimarxistas, antileninistas quando, em seu discurso sobre o Projeto de Constituição em 1936, bem como em seu discurso no 18° Congresso, disse que as classes exploradoras tinham sido elipiinadas na URSS. Há um pequeno problema, aqui, entretanto. Nossos 'críticos', MFbem como o ilustre professor Thomson, negligenciaram um pequeno detalhe - a saber, o pensamento de Lênin, diferente do desses 'leninistas', os MFs, os Thomsons e outros cretinos burgueses (com süa licença, 'marxistas') deste mundo. Que Vladimir Ilich certamente reconheceu que o Estado deveria existir por um período considerável de tempo SEM CLASSES, fica perfeitamente claro no seguinte tratamento que ele deu ao tema. No Capítulo V de seu Livro O Estado e a Revolução, Lênin discute "As Bases Econômicas do Definhamento do Estado". Tendo tratado da "Apresentação da Questão por Marx" e da "Transição do Capitalismo para o Comunismo", Lênin segue tratando da questão da "Primeira Fase da Sociedade Comunista". Nessa primeira fase da sociedade comunista, diz Lênin: "Os meios de produção não são mais de propriedade privada dos indivíduos. Os meios de produção pertencem a toda a sociedade. Cada membro da sociedade realiza uma certa parte do trabalho socialmente necessário, recebe um certificado da sociedade no sentido de que fez tal e tal quantidade de trabalho. E com este certificado ele recebe do armazém publico de artigos de consumo uma quantidade correspondente de produtos. Depois de feita uma dedução da quantidade de trabalho que vai para o fundo público, cada trabalhador, portanto, recebe da sociedade tanto quanto deu a ela. A 'igualdade', aparentemente, prevalece de maneira absoluta."Mas "direito igual" aqui é ainda um "direito burguês", que ainda não foi abolido em sua inteireza; assim, a desigualdade ainda prevalece. Continua Lênin: "O 'direito igual', diz Marx, de fato temos aqui; mas é aindn um 'direito burguês', que, como todo direito, pressupõe a desigualdade. Todo direito é uma aplicação de uma medida igual para diferentes pessoas que, de fato, não são semelhantes, não são iguais umas às outras; por isso é que o " direito igual" é uma violação da igualdade e uma injustiça. De fato, todo homem, tendo realizado tanto de trabalho social quanto um outro, recebe uma parte igual do produto social (após as deduções acima mencionadas). Mas as pessoas não são semelhantes: uma é forte, outra é fraca; uma é casada, outra não é; uma tem muitos filhos, outra tem menos; e assim por diante. E a conclusão a que Marx chega é: '...com uma realização de trabalho igual e dai uma parte igual do fundo de consumo social, um receberá de fato mais do que outro, um será mais rico do que outro e assim por diante. Para evitar todos estes problemas, o direito, para ser igual, deveria ser desigual'. 418
Capítulo 21 - Classes e Luta de Classes
Daí a primeira fase do comunismo não poder ainda produzir justiça e igualdade: diferenças e diferenças injustas, em riqueza, ainda existirão, porém a exploragão do homem pelo homem terá se tomado impossível, porque será impossível apoderar-se dos meios de produçãor as fábricas, as máquinas, a terra, etc., como propriedade privada. Ao mesmo tempo que esmaga as frases confusas pequenoburguesas de Lassalle, sobre 'igualdade' e 'justiça' em geral. Marx mostra o curso do desenvolvimento da sociedade comunista, que é compelida a abolir primeiro apenas a 'injustiça' dos meios de produção que tinham sido apoderados pelos indivíduos; equeé incapaz de eliminar de uma vez as outras injustiças, que consistem na distribuição dos artigos de consumo de acordo com a quantidade da realização de trabalho" (e não de acordo com as necessidades). Os economistas vulgares, incluindo os professores burgueses e o 'nosso' Tugan entre eles, constantemente acusam os socialistas de terem esquecido a desigualdade das pessoas e de 'sonharem' em eliminar essa desigualdade. Tal enfoque, como vimos, só prova a extrema ignorância dos senhores ideólogos burgueses. Marx não apenas leva em conta, da maneira mais escrupulosa, a desigualdade inevitável dos homens, mas também leva em conta o fato de que a mera conversão dos meios de produção em propriedade comum do total da sociedade (comumente chamada 'socialismo') não remove os defeitos da distribuição e a desigualdade do 'direito burguês' que continua a prevalecer, enquanto os produtos são divididos 'de acordo com a quantidade de trabalho realizado'. Continuando, Marx diz: 'Mas esses defeitos são inevitáveis na primeira fase da sociedade comunista, como ela é assim que emerge, depois de prolongadas dores do parto, da sociedade capitalista. O direito nunca pode ser maior do que a estrutura econômica da sociedade e o desenvolvimento cultural que desse modo é condicionado.' E assim, na primeira fase da sociedade comunista (usualmente chamada socialismo), o 'direito burguês' não é abolido em sua inteireza, mas apenas em parte, somente em proporção à revolução econômica até então alcançada, isto é, somente a respeito dos meios de produção. O 'direito burguês' reconhece-os como propriedade privada dos indivíduos. O socialismo converte-os em propriedade comum. Nessa medida — e apenas nessa medida - o 'direito burguês' desaparece. Entretanto, continua a existir na medida em que há outras partes aí envolvidas; continua a existir na capacidade de regulador (fator determinante) na distribuição dos produtos eno loteamento do trabalho entre os membros da sociedade. O princípio socialista: 'Aquele que não trabalha não comerá' está já realizado; o outro princípio socialista: 'Uma quantidade igual de produtos para uma quantidade igual de trabalho' está também Já realizada. Mas isso nãoé ainda o comunismo e não abole ainda o 'direito burguês', que dá a indivíduos desigifais, em retorno 'por quantidades desiguais (realmente desiguais) de trabalho, quantidades iguais de produto. Esse é um defeito, diz Marx, porém é inevitável na primeira fase do comunismo; pois se não queremos recair no utopismo, não devemos pensar que, tendo derrubado o capitalismo, o povo instantaneamente aprenderá a trabalhar para a sociedade sem qualquer padrão de direito: e, de fato, a abolição do capitalismo não cria imediatamente a premissa econômica para tal mudança. 419
Trotskismo x Leninismo
E não há outro padrão senão aquele do 'direito burguês'. Nessa medida, portanto, ainda permanece a necessidade de um Estado, que, enquanto salvaguarda a propriedade pública dos meios de produção, deveria salvaguardar igualmente o trabalho e a igualdade na distribuição dos produtos." Após a análise acima notavelmente profunda, esse gigante, Lênin, pfocede a estabelecer as seguintes conclusões, que fluem das análises precedentes. O professor Thomson, MF e diletantes burgueses semelhantes no movimento da classe operária deveriam anotar bem cuidadosamente tais conclusões e compreender (isto é, se eles são capazes de tal coisa) o real significado dessas conclusões profundas. Eis as conclusões de Lênin: "O Estado definhará na medida em que não houver mais nenhum capitalista, nenhuma classe e, conseqüentemente, nenhuma classãpossa ser suprimida. Mas o Estado não definhará completamente, enquanto permanecer a salvaguarda do 'direito burguês', que santifica a desigualdade real. Para o Estado definhar completamente, o comunismo completo é necessário." Assim, está perfeitamente clarç que Lênin tinha firmemente a visão de que o Estado continuará a existir após a primeira fase do Comunismo ter sido realizada, mesmo não havendo "nenhum capitalista, nenhuma classe e, conseqüentemente, nenhuma classe" que "possa ser suprimida". Vejamos o professor Thomson e outros que concordam com ele agora dizerem: "Aqui as classes exploradoras têm de ser eliminadas; a luta de classes, pareceria, está no fim." Devemos supor que MF e o professor Thomson estão bem conscientes do conteúdo de O Estado e a Revolução,em particular das conclusões acima citadas, que aparecem na página 113. O próprio MF cita O Estado e a Revolução de Lênin, e uma das citações que usa em seu artigo está separada das conclusões acima por não mais do que um par de páginas; deve-se presumir que ele foi realmente capaz de ler até a página 113. E, como o professor Thomson, cujo livró From Marx to Mao Tse-tung consiste de nada mais que uma coleção de citações de Marx, Engels, Lênin, Stalin e Mao, intercaladas com algumas distorções, estas distorções sendo sua única contribuição ao estudo da 'dialética revolucionária', devemos presumir que ele, Thomson, o leninista, também tenha lido a página 113 de O Estado e a Revolução, de Lênin. Contudo, ambos atacam Stalin por afastar-se do leninismo quando, de fato, Stalin estava apenas seguindo os passos de Lênin. Realmente, se esses companheiros corajosos devem atacar alguém poí ter uma visão antimarxista na questão das classes e da luta de classes sob o socialismo, eles devem atacar o camarada Lênin também, cujas pegadas o camarada Stalin seguiu. Estamos esperando tal demonstração de coragem de vocês, senhores 'críticos'! Pode-se ver assim que ou nossos 'críticos' - que são críticos meramente por causa da quantidade de cavalos-vapor que usam, mais do que pela profundidade de suas análises - não leram a página 113 de O Estado e a Revolução, de Lênin, ou leram mas não entenderam, ou leram e entenderam o que aparecia nessa página mas estavam guardando silêncio e dirigindo seus golpes contra Stalin, enquanto realmente queriam atingir Lênin. Pois, se sua "crítica' de Stalin está correta, então, como mostrado acima, essa mesma 'crítica' se torna igualmente verdadeira de Lênin. Pode-se ver agora claramente que essas pessoas não são apenas inimigas de Stalin, são inimigas também de Lênin; não são propriamente antistalinistas, são de fato antileninistas. Esta é a verdade, e nenhuma quantidade de cavalos-vapor pode descartar esta verdade. 420
Capítulo 21 - Classes e Luta de Classes
Assim, revela-se que quando Stalin dizia que as classes exploradoras tinham sido eliminadas, ele se encontrava em muito boa companhia, a do camarada Lênin. Assim está claro que Stalin não estava dizendo nada de novo; estava apenas repetindo o que Lênin tinha dito no começo de 1917. Stalin estava apenas registrando o estabelecimento na União Soviética de um fato do qual Lênin tinha falado à maneira de antecipação. Se os Thomsons e os MFs deste mundo pensam que Stalin estava sendo antimarxista na questão das classes, com toda a justiça eles devem dirigir suas alegações contra o camarada Lênin. Com toda a justiça, devem dizer que, sobre a questão das classes na sociedade socialista, Lênin era justamente tão antimarxista quanto Stalin. Com toda a justiça, eles devem estender a lógica de seu argumento em sua aplicação de Stalin para Lênin, de tal modo que todos possam claramente ver o absurdo 'lógico' desses 'aniquiladores' antileninistas de Stalin. Quem sabe, ao atacarem Stalin, os Thomsons, MFs e outros 'comunistas' cheios de conversa fiada deste mundo estejam indiretamente mas intencionalmente dirigindo seus golpes contra Lênin? Nesse caso, por que não têm a coragem de dizê-lo? O que lhes impede de fazer uma afirmação aberta? Só podemos supor que é seu desejo de não serem detectados como inimigos do leninismo que os impede de atacar Lênin abertamente. Eles querem fazer o trabalho sujo de 'aniquilar' o leninismo, enquanto ritualmente prestam seus respeitos ao nome do camarada Lênin. Eles até chamam a si mesmos de leninistas. Isto é realmente 'amotinação de joelhos', para usar uma expressão de Lênin, Assim, está claro que ou essas pessoas estão inconscientes da completa coincidência, do completo acordo, entre a visão de Lênin e a de Stalin sobre a questão das classes em uma sociedade socialista, ou estão conscientes disso mas não têm a coragem e a honestidade para lançar contra Lênin as mesmas acusações que lançam contra Stalin, ou, pior ainda, estão fazendo uma tentativa malconcebida de atacar o leninismo sobre uma questão teórica importante - uma questão que é de significado prático de longo alcance para o movimento proletário mundial. Com isso estão apenas seguindo o rastro aberto pelos trotskistas que, sempre que querem atacar o leninismo (e isso eles fazem todos os dias), em parte por covardia e em parte por considerações diplomáticas, isto é, um desejo de não serem detectados como os trotskistas contra-revolucionários antileninistas que eles são, atacam o 'stalinismo' - e invariavelmente em nome de Lênin.
Nota 1. Os ataques do professor George Thomson foram tratados com mais detalhes no prefácio aos trabalhos de Stalin sobre a coletivização, que está reproduzido mais acima no presente volume.
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Capítulo 22 Intensificação da Luta de Classes sòb o Socialismo Stalin aderiu à teoria da cessação da luta de classes no socialismo? Ele fez a "suposição de que a restauração só poderia ocorrer através de intervenção estrangeira"? Justamente porque Stalin disse que as classes antagônicas não existiam na URSS, isso significa que deste modo ele afirmava que a luta de classes em si teria chegado ao fim e que daí em diante o povo da União Soviética poderia deitar-se sobre os louros da vitória? Não, não significa isso. De acordo com os críticos burgueses, entretanto, Stalin acreditava que a luta de classes tinha chegado ao fim na União Soviética. Portanto, eles afirmam, Stalin acreditava que a restauração do capitalismo na União Soviética poderia ter lugar SOMENTE através da intervenção externa. O professor Thomson, por exemplo, cita os seguintes extratos do discurso de Stalin sobre o Projeto de Constituição: "A classe dos proprietários de terra, como vocês sabem, tinha já sido eliminada como um resultado da conclusão vitoriosa da guerra civil. Quanto às outras classes exploradoras, elas compartilharam do declínio da classe dos proprietários de terra. A classe capitalista na esfera da indústria cessou de existir. A classe dos kulaks na esfera da agricultura cessou de existir. Assim, todas as classes exploradoras foram agora eliminadas." E: "O projeto da nova Constituição da URSS parte do fato de que não há mais quaisquer classes antagonísticas na sociedade." Thomson passou então a fazer o seguinte estranho comentário, à guisa de crítica a Stalin: ' t "Aqui as classes exploradoras foram eliminadas; a luta de classe, pareceria, está no fim." (p. 131). Estaria mesmo? Desde quando a eliminação das classes exploradoras, no sentido mencionado acima, é equivalente à eliminação da luta de classes? Se é considerada equivalente, isso é inteiramente arte dos professores burgueses tais como o professor Thomson, e não dos marxistas-leninistas como Stalin. Nunca o camarada Stalin disse que a luta de classes na União Soviética tinha chegado ao fim; tudo que ele disse foi que as classes exploradoras tinham sido eliminadas. 423
Trotskismo x Leninismo
Porém, a eliminação das classes exploradoras, por um lado e a eliminação da luta de classes, por outro, são duas coisas diferentes. Em relação à primeira, já se mostrou acima que elas tinham sido eliminadas; no que diz respeito à ultima, será resumidamente mostrado que, longe de ser eliminada, a luta de classes não apenas continuou mas se tornou mais feroz. Que essa era a visão de Stalin, ficará plenamente depionstrado nas páginas que se seguem. Para retornar a outro 'crítico', a saber, MF. Escrevendo no MLQ, o jornal teórico do CFB, MF assinala a seguinte passagem de Fundamentoâ do Leninismo, do camarada Stalin: "Porém, derrubar o poder da burguesia e estabelecer o poder do proletariado não garante a vitória completa do socialismo. Após consolidar seu poder e tomar a frente do campesinato, o proletariado do país avançado pode e deve construir uma sociedade socialista. Mas isso significa que dessa fôrma o proletariado assegu-• rará uma vitória completa e uma vitória final para o socialismo, isto é, significa que com as forças de um país isolado é possível finalmente consolidar e garantir plenamente esse país contra a intervenção, o que significa contra a restauração? Certamente não. Isso requer a revolução ao menos em vários países. E portanto tarefa essencial da revolução vitoriosa em um país desenvolver e apoiar a revolução em outros. Assim, a revolução em um pois vitorioso não deve se considerar uma unidade em si própria, mas como um auxiliar e meio de apressar a vitória do proletariado em outros países." Tendo citado o parágrafo anterior, MF comenta: "Consideraremos mais adiante qual é o significado da vitória 'final' do socialismo e vincularemos isso à SUPOSIÇÃO DE STALIN DE QUE A RESTAURAÇÃO PODERIA OCORRER SOMENTE ATRAVÉS DA INTERVENÇÃO ESTRANGEIRA" (ênfase minha). Somente as pessoas que perderam todo o sentido de vergonha e honestidade podem interpretar as notas anteriores do camarada Stalin da forma como MF as interpretou. Somente pessoas que romperam com o marxismo-leninismo, que perderam os últimos vestígios da lógica humana ordinária, para não falar no pensamento marxista-leninista, podem dar às notas anteriores do camarada Stalin o significado dado a elas por MF. Para voltar às notas do camarada Stalin, qual é exatamente o significado contido na passagem anterior? O que está dizendo exatamente o camarada Stalin? O camarada Stalin estava enfatizando, primeiro, a necessidade de construir o socialismo na URSS, o único país socialista naquela época. Em segundo lugar, ele estava enfatizando que o socialismo na URSS não poderia ser consolidado, nem poderia o território do socialismo ser plenamente garantido contra a intervenção, a menos que a revolução em um único país (a URSS) fosse conjugada com a revolução vitoriosa "em ao menos vários países". O camarada Stalin estava enfatizando, em terceiro lugar, que uma intervenção vitoriosa contra a URSS poderia significar apenas uma coisa, a saber, a restauração do capitalismo, pois a intervenção dos estados burgueses não abrigaria outro interesse. E, finalmente, ele estava enfatizando que, por todas as razões anteriores, se não por outras razões, a revolução na URSS deveria considerar-se parte integral da revolução em outros países, "como um auxiliar e um meio de apressar-a vitória do proletariado em outros países" e não "como uma unidade em si própria". 424
Capítulo 22 - Intensificação da Luta de Classes sob o Socialismo
Em resumo, era necessário construir o socialismo na URSS; por si, a União Soviética podia construir o socialismo com sucesso; era improvável que a URSS fosse deixada sozinha; uma intervenção vitoriosa significaria a restauração do capitalismo; e a única garantia contra a intervenção e para a consolidação do socialismo na URSS seria "a vitória da revolução ao menos em vários países". Onde, então, estava a alegada "suposição de que a restauração poderia ocorrer somente através da intervenção estrangeira", de Stalin? Em lugar nenhum. Está claro que essa 'suposição' é pura fabricação da imaginação de ME Stalin disse que uma intervenção, se vitoriosa, inevitavelmente significaria a restauração do capitalismo - o que estava correto. MF distorce esse registro e acusa Stalin da "suposição de que a restauração SOMENTE poderia ocorrer através de uma intervenção estrangeira", o que estava incorreto e era algo que Stalin nunca disse. Contudo, tudo isso nos é apresentado como uma análise da "origem e desenvolvimento do revisionismo na União Soviética"! O tipo de embuste burguês perfeito empregado por MF em sua 'análise' está claro para qualquer um ver. Antes de seguir adiante, é necessário enfatizar um ponto, a saber, que a distorção de MF acerca da "suposição de Stalin de que a restauração poderia ocorrer somente através de uma intervenção estrangeira" está baseada, como se mostrou acima, em uma má interpretação deliberada de uma nota dos Fundamentos do Leninismo, de Stalin, que é uma coleção de leituras proferidas por Stalin na Universidade de Sverdlov, no começo de abril de 1924. Esta data é muito importante. Dizer com base do discurso de 1924 de Stalin, como fez MF, que de acordo com Stalin a "a restauração poderia ocorrer somente através da intervenção estrangeira" é dizer que de acordo com Stalin a luta de classes interna tinha chegado ao fim em 1924. Isso é precisamente o que MF está de fato dizendo. Esta acusação corre como uma linha carmesim.por todo seu artigo. Tendo atribuído a Stalin, com base numa passagem dos Fundamentos do Leninismo, a "suposição de que a restauração poderia ocorrer somente através da intervenção estrangeira", MF segue dizendo que "a posição de Stalin estava em acordo com as visões expressas por Lênin já em 1915". Somente uma conclusão pode ser extraída desse comentário de MF, a saber, que desde 1915 era de Lênin a "suposição de que a restauração poderia ocorrer somente através da intervenção estrangeira"! Que estranho! MF continua repetindo na página 16 de seu artigo essa acusação contra o camarada Stalin, nos seguintes termos: "Emerge disso (a sessão do discurso do camarada Stalin ao 18° Congresso do PCUS(B).citada por MF) que a luta de classes interna estava no fim na União Soviética em 1939". O ano de 1939 é acrescentado para reforçar, como forma de astúcia militar, o propósito de fazer o leitor acreditar que MF está acusando Stalin da "suposição de que a restauração poderia ocorrer somente através da intervenção estrangeira" apenas a partir de 1939. Quando de fato, como mostramos acima, a acusação de MF data do ano de 1924. A acusação é sem base em qualquer caso, mas é muito importante considerar o período de 1924 a 1939. Eis alguns fatos desse período relacionados à questão da luta de classes (e sua intensificação) no socialismo. Se Stalin tivesse acreditado em 1924, como alegam MF e criaturas como esta, que a "a luta de classes interna estava no fim na União Soviética" e que a 425
Trotskismo x Leninismo
"restauração poderia ocorrer somente através da intervenção estrangeira", então, sua luta contra as tendências burguesas - tendências que, se se permitisse ganhar ascendência, teriam levado à restauração do capitalismo contra o bukharinismo e o trotskismo seriam completamente inexplicáveis.
A luta de Stalin contra o trotskismo e o bukharinismo é explicável apenas com base em ter Stalin aderido à teoria da intensificação da luta de classes no socialismo Quais são os fatos? Os fatos são que Stalin empreendeu uma luta será tréguas contra a tendência oportunista de 'esquerda', do trotskismo. Tivesse sido o trotskismo vitorioso na luta contra a política do Partido Bolchevique, o resultado inevitavelmente teria sido a restauração do capitalismo. Mostramos isso em nossos panfletos sobre o trotskismo1. »
Stalin também levou o Partido a empreender uma luta feroz e impiedosa contra a tendência oportunista de direita do bukharinismo. Tivesse o bukharinismo sido vitorioso em sua luta contra a política do Partido Bolchevique, o resultado também inevitavelmente teria sido a restauração do capitalismo. O bukharinismo, que defendia que a luta de classes no socialismo estava destinada a se extinguir, sustentava a teoria dos capitalistas da "conversão pacífica ao socialismo". A teoria de Bukharin era uma forma disfarçada e sofisticada de advogar a restauração do capitalismo na URSS. Stalin empreendeu luta feroz contra a teoria dos kulaks de Bukharin. Eis algumas citações - citações que mostram não somente que Stalin não defendeu a visão de que "a restauração do capitalismo poderia ocorrer somente através de uma intervenção estrangeira", como também que ele aderiu firmemente à teoria marxista-leninista de intensificação da luta de classes no socialismo - de discursos do camarada Stalin em sua luta árdua, feroz, consistente e inclemente contra o bukharinismo: "Uma vitória do desvio de direita em nosso Partido significaria um fortalecimento enorme dos elementos capitalistas em nosso país. E o que significaria o fortalecimento dos elementos capitalistas em nosso país? Significaria enfraquecimento da ditadura do proletariado e aumento das chances de restauração do capitalismo. Conseqüentemente, uma vitória do desvio de direita em nosso Partido significaria um desenvolvimento das condições necessárias PARA A RESTAURAÇÃO do capitalismo em nosso país" (Collected Works, Vol. 11, p. 235 - ênfase minha). Pode alguém que não tenha ainda perdido o senso encarar as citações acima como significando que Stalin defendia a visão de que a "restauração poderia ocorrer somente através da intervenção estrangeira"? Não, tal conclusão não pode ser derivada por alguma pessoa sadia. Se MF extraiu essas conclusões, ele dificilmente necessitará dizer que sua cabeça precisa ser examinada. A única conclusão que se pode extrair das afirmações acima de Stalin é que a restauração poderia também ter lugar através dos elementos capitalistas na URSS, que seria ao que uma vitória do desvio de direita inevitavelmente teria levado. . 426
Capítulo 22 - Intensificação da Luta de Classes sob o Socialismo
Além disso, comparando o desvio de direita com o desvio de 'esquerda" (trotskista) no PCUS(B) e enfatizando que ambos conduziam, embora por direções diferentes, ao mesmo resultado, a saber, a restauração do capitalismo, o camarada Stalin disse isto: "Em que repousa o perigo do desvio de direita, francamente oportunista, em nosso Partido? No fato de que ele subestima a força de nossos inimigos, a força do capitalismo; ele não vê o perigo da restauração do capitalismo; ele não entende o mecanismo da luta de classes na ditadura do proletariado. E, portanto, concorda tão radicalmente em fazer concessões ao capitalismo, propondo uma redução da taxa de desenvolvimento de nossa indústria, propondo concessões aos elementos capitalistas na cidade e no campo, propondo que a questão das fazendas coletivas e fazendas estatais seja relegada ao atraso, propondo que o monopólio do comércio exterior seja relaxado, etc., etc. Não há duvida de que o triunfo do desvio de direita em nosso Partido abriria caminho às forças do capitalismo, minaria as posições revolucionárias do proletariado e aumentaria as chances da restauração do capitalismo em nosso país. Em que repousa o perigo do desvio de 'esquerda' (trotskista) em nosso Partido? No fato de que ele superestima a força de nossos inimigos, a força do capitalismo, mas não consegue ver a possibilidade de construção do socialismo pelos esforços de nosso país; abre caminho para o desespero e é obrigado a se consolar com o falatório sobre tendências de Termidor em nosso Partido. Das palavras de Lênin de que 'enquanto vivermos em um país de pequenos camponeses, há uma base econômica mais segura na Rússia para o capitalismo do que para o comunismo', o desvio de 'esquerda' extrai a falsa conclusão de que é totalmente impossível construir o socialismo na URSS; que não chegaremos a lugar algum com o campesinato; que a idéia de uma aliança entre a classe operária e o campesinato é uma idéia obsoleta; que, a menos que uma revolução vitoriosa no Ocidente venha em nosso auxilio, a ditadura do proletariado deve cair ou degenerar; que, a menos que adotemos o fantástico plano de superindustrialização, mesmo ao custo de uma ruptura com, o campesinato, a causa do socialismo na URSS deve ser considerada perdida. Daí o aventurèirismo na política 'super-humanos' na esfera da política.
do desvio de 'esquerda'. Daí seus
saltos
Não há duvida de que o triunfo do desvio de 'esquerda' em nosso Partido levaria a classe operária a separar-se de sua base camponesa, a vanguarda da classe operária a separar-se do resto das massas operárias e, conseqüentemente, à derrota do proletariado e a facilitar as condições para restauração do capitalismo. Vocês vêem, portanto, que ambos os perigos, o de 'esquerda' e o de direita, ambos os desvios da linha leninista, o de direita eode 'esquerda', levam ao mesmo resultado, embora por caminhos diferentes" (Collected Works, Vol. 11, pp. 240-241). Não fica claro no texto acima que Stalin era firmemente da visão de que a restauração do capitalismo poderia também ter lugar através da vitória do bukharinismo ou do trotskismo, isto é, sem intervenção estrangeira? Está perfeitamente claro. Onde, então, apoiar-se a "suposição de Stalin de que a restauração poderia ocorrer somente através da intervenção estrangeira"? Além disso: 427
Trotskismo x Leninismo
Stalin: "Até agora, nós, marxistas-leninistas, éramos da opinião de que entre os capitalistas da cidade e do campo, por um lado, e a classe operária, por outro, há um antagonismo de interesses inconciliável. Isso é o que sustenta a teoria marxista da luta de classes. Mas agora, de acordo com a teoria de Bukharin da conversão pacífica dos capitalistas ao socialismo, tudo isto é virado de ponta-cabeça,, o antagonismo irreconciliável dos interesses de classes entre os exploradores e os explorados desaparece, os exploradores se convertem ao socialismo". Rosit: "Isso não é verdadeiro, a premissa é a ditadura do proletariado." Stalin: MAS A DITADURA DO PROLETARIADO ÉA FORMA MÀIS AGUDA DA LUTA DE CLASSES" (Collected Works, Vol. 12, p. 32 - ênfase em maiúsculas minha). Continuando, o camarada Stalin perguntava: "Podem os capitalistas ser expropriados e as raízes do capitalismo ser destruídas sem uma luta de classes feroz?" Ele respondia: "Não, não podem"(Ibid. p. 34). "Podem as classes ser abolidas se a teoria e a prática da conversão dos capitalistas ao socialismo prevalecer? Não, não podem. Tais teoria e prática podem apenas cultivar e perpetuar as classes, pois e$sas teorias contradizem a teoria marxista da luta de classes" (Ibid., pp. 34-35). "O que pode haver em comum entre a teoria de Bukharin do conversão dos kulaks ao socialismo e a teoria de Lênin da ditadura como uma luta de classes feroz? Obviamente, não há e nem pode haver nada em comum entre elas. Bukharin pensa que na ditadura do proletariado a luta de classes deve ser abrandada e chegar no fim de tal forma que a abolição das classes possa ser levada a cabo. Lênin, ao contrário, ensinou-nos que as classes só podem ser abolidas por meio de uma luta de classes obstinada, que na ditadura do proletariado se topia maisffím7. do que era antes da ditadura do proletariado" (Ibid., p. 35). Mesmo antes da luta contra o desvio de direita - Bukharinismo - começar para valer, o camarada Stalin tinha tido ocasião de assinalar que o avanço total do socialismo ocorria através da luta de classes feroz. Pois o socialismo em desenvolvimento, que estava imprensando os inimigos capitalistas da classe operária, não podia senão trazer à tona a resistência das classes moribundas. Eis o que o camarada Stalin teve a dizer em seu discurso de 9 de julho de 1928 na Plenária do Comitê Central do PCUS(B): "Nós muitas vezes dizemos que estamos promovendo formas socialistas da economia na esfera da indústria. Mas o que isso implica? Implica que, pelo nosso avanço do socialismo, estamos imprensando e arruinando, talvez sem que percebamos, milhares e milhares de produtores capitalistas pequenos e médios. E de se esperar que essas pessoas arruinadas guardem silêncio e não tentem organizar resistência? Certamente não. Nós muitas vezes dizemos que é necessário restringir a propensão exploradora dos kulaks no campo, que eles devem ser duramente taxados e o direito ao arrendamento da terra limitado, que aos kulaks não deve ser permitido o direito de voto na eleição dos sovietes e assim por diante. Porém, o que isso implica? Implica que nós estamos gradualmente pressionando e imprensando os elementos capitalistas no campo, algumas vezes levando-os à ruína. E de se presumir que os kulaks serão gratos a nós por isso e não se esforçarão para organizarem parte dos camponeses pobres ou camponeses médios contra a política do governo soviético? Certamente não. 428
Capítulo 22 - Intensificação da Luta de Classes sob o Socialismo
Não é óbvio que todo nosso movimento adiante, todo nosso sucesso de alguma importância na esfera da construção socialista, é uma expressão e resultado da luta de classes em nosso país? Contudo, segue-se de tudo isso que, quanto mais avançarmos, maior será a resistência dos elementos capitalistas e mais dura a luta de classes, enquanto o governo soviético, cuja força aumentará firmemente, perseguirá uma política de isolar esses elementos, uma política de desmorcdizar os inimigos da classe operária, uma política, finalmente, de quebrar a resistência dos exploradores, portanto criando uma base para o avanço maior da classe operária e da principal massa do campesinato. Não se deve imaginar que aç formas socialistas se desenvolverão, imprensando os inimigos da classe operária, enquanto nossos inimigos se retirarão em silêncio e abrirão caminho para o nosso avanço, que então nós avançaremos outra vez e eles outra vez se retirarão até que, 'inesperadamente', todos os grupos sociais sem exceção, kulaks e camponeses pobres, trabalhadores e capitalistas, encontrar-se-ão 'repentinamente' e 'imperceptivelmente', sem luta ou comoção, no seio de uma sociedade socialista. Tais contos de fadas não acontecem e não podem acontecer em geral e nas condições da ditadura do proletariado em particular. Nunca aconteceu e nunca acontecerá que as classes agonizantes rendamse de suas posições voluntariamente, sem tentarem organizar a resistência. Nunca aconteceu e nunca acontecerá que a classe operária possa avançar para o socialismo em uma sociedade de classes sem luta ou comoção. Ao contrário, a avanço para o socialismo não se dá senão fazendo com que os elementos exploradores rejsistam ao avanço, e a resistência dos exploradores não se dá sem levar ao inevitável endurecimento da luta de classes. Daí que a classe operária não deve iludir-se com a conversa fiada da luta de classes desempenhando um papel secundário" (Collected Works, Vol. 11 pp. 179-180). Não contente com a distorçãp já aqui comentada, MF segue (página 15) citando a seguinte passagem do Relatório de Stalin ao 18° Congresso do PCUS(B), como 'prova' de sua afirmação de que Stalin acreditava "que a luta de classes interna chegara ao fim na União Soviética em 1939". "A segunda fase foi o período da eliminação dos elementos capitalistas na cidade e no campo, para completar a vitória do sistema econômico socialista e a adoção da nova Constituição. A tarefa principal nesse período era estabelecer o sistema econômico socialista em todo o país e eliminar os últimos elementos capitalistas remanescentes, realizar uma revolução cultural e formar um exérçito completamente moderno para a defesa do país. E as funções de nosso Estado soviético alteradas adequadamente. A função da supressão militar dentro do país cessara, morrera; a exploração tinha sido abolida, não restaram mais exploradores, e assim, não havia mais o que suprimir. Em lugar dessa função de supressão o Estado adquiria a função de proteger a propriedade socialista de ladrões e saqueadores da propriedade do povo. A função de defender o país dos ataques estrangeiros permaneceu plenamente; conseqüentemente, o Exército Vermelho e a Marinha também permaneceram plenamente, assim como os órgãos punitivos e o serviço de inteligência, que são indispensáveis para a detecção e punição dos espiões, assassinos e traidores mandados ao nosso país por serviços de espionagem estrangeiros. A fun429
Trotskismo x Leninismo
ção da organização econômica e da educação cultural pelos órgãos do Estado também permaneceram e foram desenvolvidos em sua plenitude. Agora, a principal tarefa de nosso Estado dentro do país é o trabalho da organização econômica pacífica e a educação cultural. Quanto ao nosso Exército, órgãos punitivos e serviço de inteligência, suas finalidades não estão mais voltadas para o interior do país mas para o exterior, contra os inimigos externos. Como vocês vêem, temos um Estado inteiramente novo, socialista, sem precedentes na história e consideravelmente diferente em forma e funções do Estado socialista da primeira fase." Das citações anteriores do discurso de Stalin, MF conclui: "Emerge disso que a luta de classe interna tinha chegado ao fim na União Soviética em 1939." Em nossa visão, nenhuma conclusão como a extraída por MF é legítima. Os seguintes pontos são relevantes para entender o significado contido nas citações anteriores do camarada Stalin: Primeiro, é essencial entender o contexto no qual o camarada Stalin fez tais observações. Havia certas pessoas no Partido que estavam propondo que o Estado soviético fosse relegado "ao museu das antiguidades", visto que as classes exploradoras já tinham sido abolidas. Stalin, em sua exposição, estava PRINCIPALMENTE interessado em mostrar a natureza equivocada de tais propostas, enfatizando a necessidade de manter a ditadura do proletariado. E "a ditadura do proletariado é a forma mais aguda da luta de classes". - ® "A ditadura do proletariado é a continuação da luta de classes em novas condições. A ditadura do proletariado é uma luta obstinada - sangrenta e sem sangue, violenta epacífica, militar e econômica, educacional e administrativa - contra as forças e tradições da velha sociedade, contra os inimigos capitalistas externos, contra os remanescentes das classes exploradoras no país, contra os rebentos de uma nova burguesia que surgem no solo da produção de mercadorias que ainda não foi eliminada" (do Programa do Comintern). Como, então, podemos dizer, como faz MF, que "conclui-se disso que a luta de classes interna tinha chegado av fim na União Soviética em 1939?" Stalin afirmou que a ditadura do proletariado - esta "forma mais aguda da luta de classes - já tinha se tornado em 1939 desnecessária e antiquada? Ele disse que o terreno da produção de mercadorias tinha já em 1939 sido eliminado na União Soviética? Não, ele nunca disse. Ao contrário, ele enfatizou a necessidade de manter a ditadura do proletariado em 1939, em seu discurso ao 18° Congresso do PCUS(B). E a respeito da eliminação da produção de mercadorias - isto estava longe de ser realizado mesmo em 1952, nunca pensado em 1939. Têm-se apenas de ler o panfleto Problemas Econômicos do Socialismo na URSS, do camarada Stalin, para fazer esta 'descoberta' que se mostrou tão difícil para MF e criaturas como ele. Stalin, contrariando as distorções oportunistas sobre os escritos de Lênin, certa vez disse: "Mas tomar Lênin em parte, sem desejar tomar Lênin como um todo, é deturpar Lênin" (Collected Works, Vol. 11, p. 171). Deve-se agora acrescentar: Mas tomar Stalin em parte, sem desejar tomá-lo como um todo, é deturpar Stalin. 430
Capítulo 22 - Intensificação da Luta de Classes sob o Socialismo
Isso é precisamente o que fazem MF e pessoas como ele, cuja profissão é encontrar trechos dos escritos de Stalin, citá-los fora de contexto, ligar fragmentos que não admitem ligações e chegar a asneiras ecléticas. Eles tomam Stalin em parte, sem desejarem tomá-lo como um todo, precisamente porque querem distorcê-lo - deturpá-lo. E todas essas deturpações fraudulentas eles apresentam ao movimento em nome de 'análise' da Origem e Desenvolvimento do Revisionismo na União Soviética! Segundo, ao enfatizar a necessidade de manter o Estado soviético, o camarada Stalin caracterizou as fases do seu desenvolvimento, caracterizou as mudanças na FORMA da luta de classes na URSS. É nesse contexto que as passagens citadas antes do discurso de Stalin no 18° Congresso do PCUS(B) aparecem; e são essas passagens que nosso deturpador, MF, tem feito tudo o que pode para distorcer. Nessas passagens, o camarada Stalin nã'o estava fazendo mais do que dar expressão à mudança real nas posições externa e interna da URSS; estava enfatizando que NAQUELA ÉPOCA o principal perigo para a União Soviética vinha do exterior, isto é, da Alemanha fascista, enquanto internamente a classe operária soviética tinha temporariamente emergido vitoriosa em sua luta contra os remanescentes das antigas classes exploradoras, o que levava de fato a um abrandamento TEMPORÁRIO, não obstante real, da luta de classes INTERNAMENTE, isto é, na URSS. O mesmo, entretanto, não era Verdadeiro da situação externa - a internacional - da URSS, que de fato apresentava um quadro de efervescente intensificação da luta de classes. Conseqüentemente, Stalin estava absolutamente justificado em enfatizar a luta de classes EXTERNAMENTE, cuja ênfase, nas circunstâncias, estava destinada a dar a impressão de ter sido feita às expensas da luta de classes internamente. Mas ela não era feita às expensas da luta de classes internamente. Stalin estava absolutamente certo em sustentar que, NAS CONDIÇÕES QUE PREVALECIAM NAQUELA ÉPOCA, o caminho para tratar-da luta de classes EXTERNAMENTE era preparação militar por parte da União Soviética, enquanto INTERNAMENTE o melhor método de tratar dela era a prisão, julgamento e punição dos inimigos do regime soviético - espiões, assassinos, destruidores, etc. Stalin de fato teria cometido um erro se tivesse deixado de mudar a ênfase da luta de classes internamente para a luta de classes externamente. • Justamente porque Stalin enfatizou as mudanças que tiveram lugar na FORMA da luta de classes, isso significava que ele, portanto, esposou a teoria do abrandamento da luta de classes no socialismo? Não, certamente não significava isso. Nem uma vez o camarada Stalin, durante todo o seu discurso no 18° Congresso, ou em qualquer oportunidade em que tratou do assunto, sustentou que nas condições do socialismo, isto é, nas condições da ditadura do proletariado, a luta de classes" estava caminhando para se abrandar. Era justamente o oposto. Stalin todas as vezes enfatizava a teoria marxista-leninista da intensificação da luta de classes nas condições da ditadura do proletariado. As formas de luta podem mudar, mas a luta como tal permanece pela época histórica inteira dessa ditadura. Eis, por exemplo, o que o camarada Stalin dizia em 1937 - apenas poucos meses após a adoção da Constituição de 1936, isto é, o período sob exame do discurso de Stalin no 18° Congresso: "É necessário desbaratar e descartar a teoria podre que diz que a cada passo do progresso que fazemos a luta de classes está destinada a se abrandar cada vez mais, que em proporção ao crescimento de nossos sucessos o inimigo da classe ficará cada vez mais dócil. 431
Trotskismo x Leninismo
Isso não é apenas uma teoria podre, é também uma teoria perigosa, pois apazigua o nosso povo, conduz-no a uma armadilha, enquanto permite ao inimigo da classe a possibilidade de unir-se contra o poder soviético. Ao contrário, quanto maior o nosso progresso, quanto maiores os nossos sucessosj mais angustiados os remanescentes das esmagadas classes exploradoras se ^tornarão e mais rapidamente eles recorrerão às formas mais agudas de luta, mais eles tentarão prejudicar o Estado Soviético, mais eles recorrerão a meios desesperados de luta como o último recurso dos condenados. Devemos ter em mente que os remanescentes das classes derrotadas na URSS não estão sozinhos. Eles têm apoio direto de nossos inimigos além das fronteiras da URSS. Seria um erro supor que a esfera da luta de classes está limitada às fronteiras da URSS. Enquanto uma extremidade da luta de classes opera dentro da URSS, a outra extremidade se estende aos Estados burgueses que nos circundam. Os remanescentes das classes derrotadas não podem estar inconscientes disso. E justamente porque estão conscientes disso, seguirão com suas investidas desesperadas. E isso que a história nos ensina. É isso que o leninismo nos ensina. Devemos recordar tudo isso e estarmos em guarda" (Sobre os Defeitos no Trabalho do Partido e as Medidas para Liquidar os Trotskistas e Outros Charlatões). E adiante: "Ê necessário desbaratar e descartar uma quinta teoria podre, que alega que os traidores trotskistas não têm mais reservas, que alega que eles estão reunindo seus últimos quadros. u Isso não é verdade, camaradas. Esta teoria pode ser inventada apenas por pessoas ingênuas. Pois os traidores trotskistas têm suas reservas. Elas consistem ACIMA DE TUDO DOS REMANESCENTES DAS CLASSES EXPLORADORAS DERROTADAS NA URSS. Elas consistem de grupos e organizações além dos limites da URSS que são hostis à União Soviética" (Ibid. - ênfase minha). Agora, mesmo os cegos podem ver que Stalin manteve firmemente a teoria da continuação e intensificação da luta de classes no socialismo. Essa teoria foi colocada na prática pelo PCUS no período de Stalin, que foi anterior e posterior a 1937. Em 1937-38 foi adotada contra o Bloco dos Direitistas e Trotskistas. Foi restabelecida muitas vezes nos períodos apropriados em 1920,1930 e 1940, e continuou a ser a posição básica do PCUS(B) até após a morte de Stalin. Somente no 20° Congresso do Partido foram os modernos revisionistas kruchevistas capazes de pôr em prática a "teoria podre ... de que a cada passo do progresso ... a luta de classes está destinada a se abrandar ...", Eles necessitavam de sua teoria podre e perigosa a fim de apaziguar o povo soviético, a fim de levá-lo a uma armadilha, enquanto seguem na sua tarefa de restaurar o capitalismo na URSS. Assim, está perfeitamente claro que Stalin não defendeu a visão de que a luta de classes DENTRO da URSS estava no fim; ao contrário, ele aderiu firmemente à teoria marxista-leninista da intensificação da luta de classes no socialismo. O que é mais, ele tinha profundo entendimento da relação da luta de classes dentro da URSS e da "extensão desta luta nos Estados burgueses circundantes" da URSS; da luta de classes interna e externa. Ele entendeu muito bem que a esfera da luta de classes não tinha limites; "seria um erro", ele disse, "supor que a esfera da luta de classes está limitada às fronteiras da URSS". E os remanescentes das classes exploradoras não podiam senão estar conscientes disso. 432
Capítulo 22 - Intensificação da Luta de Classes sob o Socialismo
Embora os remanescentes das classes exploradoras mostrassem uma consciência da grande verdade de que a luta de classes não tem limites, parece que um certo marxista sem caráter, a saber, MF, está completamente inconsciente disso. Por que, de outra forma, ele atacaria Stalin por mudar de ênfase, de acordo com as mudanças reais na situação interna e externamente, da luta de classes interna para a externa? Os MFs deste mundo não têm idéia de que "fenômeno desagradável", não apenas uma frase vazia, é o cerco capitalista. Talvez MF pensasse que, a despeito do real, se temporário, abrandamento da luta de classes em 1939 na URSS, Stalin e o governo soviético e o Partido deveriam estimular a luta de classes - incitar a luta de classes. Bem! Nem o Partido soviético, nem o governo soviético nem Stalin eram estúpidos o bastante para perseguirem tal política. Não seria sua política incitar a luta de classes. "Por certo nossa política não deve de forma alguma ser considerada uma política de incitar a luta de classes. Por quê? Porque incitar a luta de classes leva à guerra civil. Porque, na medida em que estamos no poder, na medida em que consolidamos nosso poder e as posições-chave estão nas mãos da classe operária, não é de nosso interesse que a luta de classes assuma as formas de uma guerra civil. Porém, isso não implica em que a luta de classes tenha sido abolida ou que ela não tenda a endurecer. Ainda menos implica que a luta de classes não é o fator decisivo em nosso avanço. Não, nãó é isso." (Collected Works, Vol. 11, p. 178). A luta de classes no socialismo se intensifica não por ser incitada pelo Partido e pelo governo, mas por causa da lei objetiva de desenvolvimento do socialismo; cada avanço do socialismo é realizado às expensas das classes exploradoras - interna e externa - e estas não podem senão recorrer a uma resistência desesperada. Mas é igualmente verdadeiro que, após a derrota das classes exploradoras em batalhas abertas, um alívio TEMPORÁRIO pode ser ganho; a luta de classe internamente e externamente pode TEMPORARIAMENTE abrandar. Após a derrota das forças intervencionistas, a União Soviética ganhou um alívio temporário em matéria da luta de classes externa. Porém, a luta de classes interna se tornou cada vez mais feroz até 1939, quando uma vez mais a ênfase teve de ser deslocada por causa das mudanças reais na luta de classes no país e no exterior, para a luta de classe externa. Nada disso implica "que a luta de classe interna estava no fim na União Soviética em 1939", ainda menos que a derrota dos intervencionistas tivesse implicado o fim da luta de classes externa. MF deve ter imaginado que suas calúnias não seriam respondidas. Os escritos de Stalin, para não falar da história do período em consideração, seriam mais do que suficientes para refutar as calúnias de ME Assim, guiado por considerações desse tipo, deve-se presumir, MF declarou em um trabalho subseqüente do MLQ (n° 4): "Entender o revisionismo na União Soviética é entender'como e por que o poder dos operários estabelecido em 1917 veio a ser derrotado. Nenhum entendimento é possível a menos que seja reconhecido que o período de transição para a sociedade sem classes é. no sentido histórico mundial e no caso de cada país particular, um período de intensa luta de classes. A natureza da ditadura do proletariado como um período de transição envolvendo agudo conflito de classes foi enfatizada por Lênin - particularmente em sua polêmica com Kautsky. A idéia de um 'establishment socialista' - do socialismo como um sistema completo, como distinto 433
Trotskismo x Leninismo
de uma sociedade transitional - tornou-se amplamente aceita no começo de 19302, e, embora não houvesse disjuntura3 explícita entre os dois conceitos, a realidade objetiva da sociedade soviética foi teorizada por Stalin de uma forma confusa e contraditória [sic]. Nosso principal interesse não é determinar se ele reconheceu a existência das classes e das contrações [sic] de classed entre as classes (às vezes ele escreveu como se tivesse reconhecido; outras vezes, como se não tivesse reconhecido), mas se as políticas perseguidas por Stalin e a direção soviética eram consistentemente políticas proletárias perseguidas por direções proletárias.em luta contra a classe inimiga. Não podemos nos ocupar de questões de política desligadas das realidades do poder de classe. Quão real era o poder político da classe operária na União Soviética entre a morte de Lênin e a morte de Stalin ?"5 Aqui se tem uma formulação completamente oportunista da questão - uma formulação que, em todos os aspectos, é 'perfeita' no sentido de que fala sobre tudp e ainda tem a 'vantagem' de não comprometer seu autor com nenhum ponto de vista específico, de deixá-lo com espaço para manobras de forma a esquivar-se de quaisquer dificuldades possíveis. MF é um homem que fala muito e, todavia, não diz nada. Por um lado, ele diz, no parágrafo acilna, que é impossível entender o triunfo do revisionismo na União Soviética "a menos que seja reconhecido que o período de transição para a sociedade de classes... é um período de intensa luta de classes"; por outro lado, um par de.sentenças mais adiante no mesmo parágrafo, o mesmo MF diz: "nosso principal interesse não é determinar se ele [Stalin] reconheceu a existência das classes e das contradições entre as classes [notemos como MF desesperadamente está tentando aqui evitar o uso da expressão 'luta de classes']...",, Não estamos mesmo interessados na questão das classes e das "contradições entre as classes", Mr. MF? Como, então, é possível entender "revisionismo na União Soviética" quando, de acordo com a sua própria receita, "Nenhum entendimento [do revisionismo] é possível a menos que seja reconhecido que o período de transição para a sociedade sem classes é ... um período de intensa luta de classes"? Por que, então, tanto espalhafato acerca das classes e da luta de classes? Tendo espalhado suas calúnias no número 2 do MLQ, MF, trotskista que é, trota à maneira típica dos trots*, para mudar a ênfase no numero 4 do MLQ das classes e da luta de classes para se as políticas de Stalin e do PCUS(B) foram ou não "consistentemente políticas revolucionárias proletárias". Isso é o que se chama 'dialética'! E esta é a única aplicação da 'dialética' com que MF e outros oportunistas estão familiarizados, na qual, com suas necessárias mudanças oportunistas, são forçados a irem sempre mudando em suas alegações e posições que adotam. O espetáculo dessas acrobacias 'dialéticas' desses oportunistas é muito divertido de fato. E a confusão completa na qual MF se mete não impede de forma alguma que MF afirme, com a audaciosa ignorância característica dele, que "a realidade objetiva da sociedade soviética foi teorizada por Stalin de uma forma confusa e contraditória". Não é engraçado? Deixemos ao leitor julgar sobre quem está teorizando "arealidade objetiva" de uma "forma confusa e contraditória"-MF ou Stalin? A maneira completamente ilusória, difusa - e completamente oportunista - das formulações acima de MF traz à memória a caracterização de Lênin dos oportunistas em geral. Esta caracterização é importante para nós não somente por causa de seu significado geral, mas também porque se ajusta perfeitamente a MF. Eis o *Nota do tradutor: Os seguidores de Trotsky desde então eram apelidados de "trots" 434
Capítulo 22 - Intensificação da Luta de Classes sob o Socialismo que o camarada Lênin disse sobre os aspectos específicos do oportunismo e dos oportunistas: "Quando falamos de oportunismo na luta, não devemos esquecer os aspectos característicos de todo o oportunismo dos dias atuais [e é igualmente muito verdadeiro em nosso tempo] em todas as esferas, a saber, indefinidamente, difusamente, ilusoriamente. Um oportunista, por sua própria natureza, sempre foge de formular um acontecimento decisivamente, ele busca um curso médio, ele se move como uma serpente entre dois pontos de vista mutuamente excludentes, tentando 'concordar' com ambos e reduzir suas diferenças de opinião a emendas triviais, dúvidas, sugestões virtuosas e inocentes e assim por diante." (One Step Forward, Two Steps Back). Aqui se tem a caracterização do oportunista que teme uma formulação clara e definida dos acontecimentos, pois clareza e definição significam a derrota para os oportunistas e para o seu oportunismo. Indefinições, difusão e ilusionismo, por outro lado, fornecem precisamente o terreno e o clima para o crescimento luxuriante do oportunismo. É dever dos revolucionários proletários lutarem não somente contra o oportunismo do presente, mas também contra a forma que esse oportunismo assume em sua aparência, nominalmente, em sua difusão, ilusionismo e indefinição. Devemos continuar a insistir em uma formulação clara e definida de desacordos, temas e questões de princípio. Somente tal insistência pode vir em ajuda do movimento na tarefa de erradicar a confusão e esclarecer os acontecimentos.
Notas 1. Ver a série Algumas Questões Relativas à Luta do Trotskismo Contra-Revolucionário Contra o Leninismo Revolucionário, que aparece neste livro imediatamente após o Prefácio. 2. Esta calúnia"não impediu MF de dizer em MLQ 2 que Stalin "acreditava que era possível construir o comunismo em um só país". O que é isso, Mr. MF? Ou Stalin acreditava que a sociedade soviética estava caminhando na direção do comunismo, em cujo caso era uma sociedade transicional - estava em um estado de transição - ou ele acreditava que ela não estava caminhando nêssa direção, isto é, era um "establishment socialista" - "um sistema completo, em contraste com uma sociedade transicional"? 3. O dicionário não contém esta palavra*. Isto apenas mostra que Mr. MF não está apenas enriquecendo e .desenvolvendo o marxismo, ele está também enriquecendo e desenvolvendo a língua inglesa. 4. Como MF, não estamos de todo seguros se Stalin reconheceu 'contrações' de classe em todos os sentidos da expressão. Se, entretanto, MF pretende dizer contradições de classe, isso o camarada Stalin certamente reconheceria, como se viu acima. 5. Quanto ao poder político da classe operária ser menos real na União Soviética entre a morte de Lênin e a morte de Stalin, por um lado, e entre a Revolução de Outubro e a morte de Lênin, por outro, deixamos ao leitor, que não pode ser, por mais longe que alcance a imaginação, mais ignorante do que MF com respeito à história do período sob consideração, julgar por si. De nossa parte, apenas dizemos isto: nosso entendimento é que o poder político da classe operária é maior após a eliminação das classes exploradoras do que antes; e esta eliminação teve lugar "entre a morte de Lênin e a morte de Stalin". Agora mesmo, MF deve, com toda a justiça, ser capaz de juntar 2 e 2 e encontrar 4, isto é, que o poder político da classe operária era mais real entre a morte de Lênin e a morte de Stalin.
*Nota do tradutor: em inglês, "disjuncture". 435
Capítulo 23 O Comunismo em um Só País MF elevou o nível da controvérsia em torno do socialismo para "o comunismo em um só país". Eis o que ele tem a dizer sobre isso na continuação: "E, voltando-se
para o futuro, Stalin
declarou:
'Mas o desenvolvimento não pode parar aí. Estamos seguindo adiante, para o comunismo. Nosso Estado permanecerá também no período do comunismo?' E
respondeu:
'Sim, a menos que o cerco capitalista seja liquidado e a menos que o perigo do ataque militar estrangeiro tenha desaparecido.'" Eis o comentário de MF sobre as citações acima dp camarada Stalin: "Depreende-se dessa parte do relatório de Stalin, acima citada, que ele acreditava ser possível construir o comunismo em um só país. Tal proposição diverge radicalmente de toda a discussão sobre o 'socialismo em um só país' que tinha sido conduzida pelos trotskistas nos anos 1920. Também diverge do marxismo-leninismo. Falar de um Estado perdurando em uma sociedade comunista é um absurdo, tornado ainda mais absurdo pelas condições a respeito da possibilidade do cerco hostil. A sociedade comunista pressupõe o fim das classes e o definhamento do Estado e é, como disse Mao, dependente da 'abolição do sistema de exploração do homem pelo homem em todo o niundo'. Só é possível falar da vitória final uma vez que se tenha realizado o comunismo" (p. 16). Não se pode senão rir do espetáculo absurdo de um dos 'teóricos' - um dos luminares dirigentes - da CFB semimenshevique, semitrotskista (não se deve esquecer de acrescentar - MF) presumivelmente para ensinar ao camarada Stalin que "a sociedade comunista pressupõe o fim das classes e o definhamento do Estado". Esta fórmula não é descoberta da CFB. Marx foi o único a fazer esta descoberta.. E Stalin, há longo tempo, mesmo sem o cuidado paternalísticoda CFB, tinha se orientado pela essência dessa fórmula - não simplesmente decorada como fez a CFB, o que não a impediu de fazer um esforço para converter Stalin ao seu método de decorar frases e fórmulas. O que dizia exatamente Stalin nas citações acima? Stalin estava ali levantando a questão puramente abstrata, teórica, da POSSIBILIDADE da construção do comunismo na URSS, enquanto o cerco capitalista não tivesse sido ainda liquidado. Em abstrato, tal formulação da questão era muito possível e legítima. Em 1939, conforme mencionado acima, as classes exploradoras tinham sido abolidas, mas o 437
Trotskismo x Leninismo
desenvolvimento não tinha parado aí. A sociedade soviética estava seguindo adiante para o comunismo, como de fato deve fazer qualquer sociedade socialista desde o dia da revolução. E se o desenvolvimento fosse continuar sem que os países capitalistas atacassem militarmente a URSS? E se a URSS fosse continuar sozinha por décadas - talvez por séculos - no caminho para o comunismo sem ter sido seguida pela revolução vitoriosa em outros países? E se no curso de seu desenvolvimento fossem alcançadas as condições materiais e culturais cuja realizarão a capacitaria a levar a efeito a fórmula: 'de cada um de acordo com sua capacidade e para cada um de acordo com suas necessidades'? Em tal caso, a sociedade soviética teria se tornado uma sociedade comunista, mas o Estado não poderia ainda ser abolido, por causa do cerco capitalista. E não seria útil tentar aplicar à única situação anterior, que temos descrito como correta, senão nessa situação inaplicável, a fórmula "a sociedade comunista pressupõe o fim das classes e o definhamento do Estado", pois esta fórmula não considera a situação que acabara de ser postulada. Simplesmente por que Stalin levantou a questão abstrata, puramente teórica, da possibilidade de construir o comunismo na URSS enquanto ainda existia o cerco capitalista, isso significa que era assim que ele pensava que aconteceria? Não, certamente não. O reino da possibilidade é muito mais amplo do que o da realidade. A possibilidade não é .nem probabilidade, que dizer da realidade. Enquanto é possível pensar no abstrato, e isso foi o que o camarada Stalin fez, de uma situação em que um país alcançasse o estágio comunista enquanto o cerco capitalista ainda estava em volta, na prática as coisas são diferentes. Muito antes que qualquer país alcance a fase mais elevada da sociedade comunista, o mais provável é que a revolução se espalhe para outros países ou, EVENTUALMENTE, não havendo revolução em outras partes, o socialismo será destruído naquele dado país também pelo cerco dos Estados capitalistas, pois "com as forças isoladas de um só país" é muito difícil de fato para o proletariado "assegurar uma vitória final e completa para o socialismo", para "finalmente consolidar o socialismo e garantir plenamente este país contra a intervenção, o que significa contra a restauração", como Stalin assinalou nos Fundamentos do Leninismo, muito antes de se ter pensado na CFB; pois "seria insensato pensar que o capital internacional nos deixaria em paz" (Collected Works, vol. 11, p. 58). Não há dúvida de que, numa-dada sociedade socialista, o desenvolvimento segue na direção de uma sociedade completamente comunista, mas o desenvolvimento segue nessa direção através de tais contradições - externas e internas - que, ANTES que se realize o comunismo completo, haverá a revolução mundial ou o avanço da sociedade na direção do comunismo se estancará. Portanto, embora não se negue no abstrato, embora se admita no abstrato e se pense de tal situação como concebida pelo camarada Stalin, não se deve contar que aconteça, não se deve rejeitar as tarefas da luta de classes enfrentada pela sociedade socialista, não se deve abstrair-se - desligar-se - da vida real em nome dos sonhos. Não há nenhuma sombra de evidência para sugerir que o camarada Stalin tenha rejeitado as tarefas da luta de classes com que se defrontava então a sociedade soviética, em nome de sonhos. Ao contrário, não se deve esquecer que suas citações foram tomadas daquela parte do seu discurso ao 18° Congresso no qual ele censurava alguns camaradas do Partido, que estavam então propondo que o Estado soviético fosse relegado ao "museu de antiguidades"; não se deve esque436
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Capítulo 23 - O Comunismo em um Só País
cer que, nessa parte do seu discurso, como mostrado acima, ele estava PRINCIPALMENTE interessado em enfatizar a necessidade da manutenção do Estado. As citações sobre as quais MF fez tanto espalhafato tiveram a forma de uma formulação abstrata, teórica, da questão, e não a forma de rejeição dos problemas da luta de classes. Ele estava simplesmente dizendo aos camaradas que erroneamente propunham a abolição do Estado: camaradas, de uma forma ou de outra, o Estado soviético está destinado a permanecer por um período considerável; a tarefa de abolição do Estado pertence ao futuro; continuemos mais com os problemas da luta de classes e o combate aos inimigos externos e internos da sociedade soviética e menos com o da abolição do Estado, por agora. Antes de deixar a questão do 'comunismo em um único país', pensamos que seria frutífero aqui fazer referência à visão de Lênin sobre a teoria de Kautsky do 'ultra-imperialismo', pois ela tem alguma relação com a questão que estamos tratando, a saber, a relação entre a possibilidade e a probabilidade. Rara que não sejamos incompreendidos, repetimos que é apenas para revelar a relação da possibilidade com a probabilidade que comparamos a teoria contra-revolucionária de Kautsky do ultra-imperialismo com as referências do camarada Stalin à possibilidade do comunismo na URSS. Afora isso, não há similaridade entre as duas coisas. A hostilidade implacável de Lênin à teoria de Kautsky do ultra-imperialismo 'pacífico' é bem conhecida. Lênin defendia, de forma absolutamente correta, que somente 'o rompimento aberto com o marxismo' de Kautsky podia ter levado este a "sonhar com um 'capitalismopacífico'". Lênin atribuiu o ultra-imperialismo de Kautsky ao desejo pequeno-burguês deste de recusar-se a enfrentar - de fugir dos "conflitos políticos, convulsões e transformações que caracterizavam a época imperialista" e procurar refugiar-se em sonhos essencialmente pequeno-burgueses e "contemplações inocentes a respeito do ultra-imperialismo 'pacífico'". Em outras palavras, a base da teoria de Kautsky do ultra-imperialismo 'pacífico' nada era senão o desejo reacionário de um filisteu de eliminar os conflitos que são mais desagradáveis, mais perturbadores e ofensivos aos pequeno-burgueses, tais como as guerras, as convulsões políticas, etc., "um desejo de dar as costas à época imperialista já presente — uma época plena de conflitos, catástrofes, convulsões, guerras e revoluções—e voltar-se para "sonhos inocentes de um ultra-imperialismo comparativamente pacífico, comparativamente sem conflitos, comparativamente não catastrófico". Na prática, a teoria do "ultra-imperialismopacífico" significava o abandono das cansativas tarefas revolucionárias impostas pela época do imperialismo e a colocação em seu lugar de ilusões sonhadoras acerca da morte da época atual, imperialista, e sua substituição por uma "época comparativamente 'pacífica' do ultraimperialismo que não propunha tais táticas 'duras'" por parte do proletariado. Assim, pode-se ver que o leninismo é irreconciliavelmente oposto à teoria inconseqüente de Kautsky do "ultra-imperialismopacífico", porque esSa teoria embalava as massas proletárias para o sono, com sonhos essencialmente pequenoburgueses em torno do enfoque do "ultra-imperialismo" que, alega-se, é comparativamente pacífico, comparativamente livre de conflitos, comparativamente livre de convulsões e dos levantes característicos da época atual - precisamente uma época em que é necessário preparar as massas para enfrentar as tarefas impostas pelo presente imperialista, época que está longe de ser pacífica. Da incompatibilidade do leninismo com o entulho contido na teoria de Kautsky do "ultra-imperialismo", não obstante, encontramos o seguinte parágrafo no mesmo artigo do cama439
Trotskismo x Leninismo
rada Lênin, denominado Prefácio a O Imperialismo e a Economia Mundial (NI) de Bukharin, do qual as frases e expressões que aparecem nas citações no parágrafo imediatamente precedente são extraídas: "Pode-se negar, entretanto, que uma nova fase abstrata do capitalismo segue-se ao imperialismo, a saber, uma fase do ultra-imperialismo é 'imaginável'? Não. No abstrato, pode-se pensar uma tal fase. Na prática, aquele que rejeita as , tarefas duras do presente em nome dos sonhos acerca de tarefas fáceis do futuro se torna um oportunista. Teoricamente, significa deixar de basear-se nos acontecimentos que têm lugar hoje, na vida real, distanciar-se deles em nome dos sonhos. Não há dúvida de que os acontecimentos estão seguindo na direção de um único monopólio mundial, que absorverá todas as empresas e todos os Estados sem exceção. Mas o desenvolvimento nessa direção ocorre sob tal tensão, em tal ritmo, com tais contradições, conflitos e convulsões - não apenas econômicas, mas também políticas, nacionais, etc., etc.- que antes que se chegue a um único truste internacional, antes que os respectivos capitais financeiros nacionais tenham formado uma união mundial do 'ultra-imperialismo', o imperialismo inevitavelmente explodirá, o capitalismo gerará o seu oposto." Em outras palavras, NO ABSTRATO, Lênin não estava preparado para negar MESMO uma nova fase do capitalismo a seguir-se ao imperialismo, a saber, uma fase do ultra-imperialismo. Tal fase, disse Lênin, era concebível, pois o desenvolvimento procedia "na direção de um único truste mundial que absorveria todas as empresas e todos os Estados, sem exceção". Se tal fase era pensável, como Lênin defendeu corretamente, porque seria então impensável NO ABSTRATO que o comunismo em um só país (a URSS) era possível de acontecer (sem a abolição do Estado, por causa do cerco capitalista), quando o desenvolvimento naquele país estava se desenvolvendo "na direção do comunismo? Na prática real, entretanto, com toda a PROBABILIDADE, nem o estágio do ultra-imperialismo nem aquele do "comunismo em um só país" era alcançável. Muito antes, o capitalismo em todas as partes chegaria ao seu oposto, o socialismo. A questão do ultra-imperialismo foi assim resgatada para mostrar a relação entre a possibilidade e a probabilidade; para mostrar que a relação entre a possibilidade e a probabilidade é a mesma nos dois casos, isto é, o ultra-imperialismo e o comunismo em um só país. A nogso ver, o ultra-imperialismo, embora imaginável no abstrato, é impossível na PRÁTICA de realizar-se, como é 'o comunismo em um único país', que é também imaginável no abstrato. Há, entretanto, um aspecto significativo em que o abstrato da formulação de Stalin da possibilidade do 'comunismo em um único país' difere da formulação de Kautsky do ultra-imperialismo, a saber, enquanto Kautsky estava levando adiante sua teoria no sentido de embalar o proletariado para o sono com sonhos essencialmente pequeno-buigueses sobre o vindouro ultra-imperialismo pacífico, a fim de escapar às tarefas da luta de classes, Stalin, por seu turno, ao enfatizar a necessidade de não somente manter, senão fortalecer a ditadura do proletariado, estava preparando o proletariado da URSS, assim como de todo o mundo, para a luta de classes de hoje, enquanto, ao mesmo tempo, permitia-se pensar e, portanto, não negar NO ABSTRATO a possibilidade do comunismo na URSS. Além disso, Stalin, ao levantar a possibilidade teórica de construção do comunismo na URSS, estava ajudando a marcha adiante do povo soviético para o comunismo. Na situação em que a União Soviética se encontrava, quando ela tinha eliminado as classes 436
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Capítulo 23 - O Comunismo em um Só País
exploradoras e a ela não tinha ainda se juntado a revolução vitoriosa em outros países, apenas a POSSIBILIDADE de construir uma sociedade comunista, de marchar na direção de uma sociedade comunista com passos de sete léguas, poderia ser a base para os desenvolvimentos adiante da sociedade soviética. A única alternativa teria sido negar esta POSSIBILIDADE e assim vegetar e estagnar, enquanto se esperava a revolução mundial antes de avançar mais naquela direção, pois não se pode avançar naquela direção se se nega ATÉ MESMO A POSSIBILIDADE DE fazê-lo. Assim, pode-se ver que o contexto no qual Stalin levantou sua possibilidade (isto é, a possibilidade de construir o comunismo completo na URSS) é diametralmente oposta ao contexto em que Kautsky levantou sua possibilidade (a possibilidade do ultra-imperialismo pacífico). Enquanto o efeito de Stalin levantar a POSSIBILIDADE de construir o comunismo (enquanto ao mesmo tempo se preparando para uma gigantesca luta de* classes externa e interna e a enfrentando, enquanto fortalecendo a ditadura do proletariado - esta forma mais aguda da luta de classes) era ajudar a consolidar e seguir adiante com a construção do socialismo e o movimento em direção ao comunismo; portanto, nenhuma crítica a Stalin por levantar tal possibilidade é justificável. Kautsky, por outro lado, ao levantar a possibilidade de um ultra-imperialismo pacífico, estava espalhando o oportunismo, embalando as massas para o sono, ocultando os aspectos da época imperialista - nada pacífica - e escapando às tarefas enfrentadas pelo proletariado na época. Daí Lênin estar perfeitamente justificado em atacar Kautsky por levantar a possibilidade (uma possibilidade que o próprio Lênin não negava no abstrato), pois essa possibilidade tinha sido levantada por Kautsky como uma forma de diversionismo, como uma forma de repúdio às tarefas revolucionárias com que se defrontava a revolução.
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Capítulo 24 'Degeneração Nacionalista' #
A segunda alegação é a da 'degeneração nacionalista' na União Soviética. Há alguma evidência para provar que a degeneração nacionalista tinha subjugado a União Soviética durante o tempo de Stalin? Não há tal evidência sequer para apoiar, sem falar de provar, que a União Soviética durante aquele período foi guiada por normas do nacionalismo burguês mais do que por aquelas do proletariado internacionalista. Quais são, então, os fatos sobre os quais MF baseia suas alegações? Os fatos de MF (que são literalmente os fatos de MF, pois ele é o único fabricante deles) são os seguintes: Na página 18 de seu artigo ele escreve: "Aproximadamente desde o tempo do lançamento do movimento da Frente Popular, pode-se dizer que o interesse com a posição nacional da URSS teve precedência na política sobre os interesses do movimento comunista e operário internacional." Pode-se mesmo? Ao ligar-se essa alegação geral não substantiva com algo anterior (nas páginas 10, 12 e 13) sobre "a relação enviesada que veio a prevalecer no Comintern" entre o Partido Bolchevique "e os partidos mais fracos no exterior, que passaram a existir basicamente por iniciativa dos bolcheviques", não se pode senão chegar à conclusão de que, de acordo com MF, durante todo o período sob consideração, o Partido Bolchevique USOU (no pior sentido da expressão) o Comintern e abusou da confiança e responsabilidade dos partidos irmãos fraternos, no interesse nacional da URSS e às expensas da revolução em toda a parte. Como MF prova esta alegação? Por afirmá-la. Que prova ele forneceu para a sua alegação? Nenhuma, pois nenhuma existe. MF não apresentou um fato isolado - um único caso - para provar que o Comintern era um mero instrumento, uma marionete, para a perseguição dos interesses nacionais da URSS; ele não apresentou evidência alguma para mostrar que as delegações de outros partidos simplesmente aceitavam "acriticamente" as "diretivas" baixadas pelo PCUS. Ele não apresentou prova alguma, nem poderia ter fornecido, pois tais provas eram inexistentes. Provas do contrário, entretanto, existem em abundância, mostrando que as questões no Comintern eram decididas após debate livre e completo. As provas mostram que o Comintern não era um ajuntamento pacífico e tedioso de fanáticos que se juntavam de tempos em tempos para receber as ordens (diretivas, se quiserem) dos bolcheviques (que MF sarcasticamente caracteriza como "repositórios de toda a sabedoria") e sair para defender os interesses nacionais soviéticos à custa 443
Trotskismo x Leninismo *
do abandono da revolução em todas as outras partes. As provas mostram que as polêmicas nos debates do Comintern, longe de estarem ausentes, eram muito comuns e, o que é mais, que essas polêmicas não se limitavam de modo algum àquelas entre a delegação soviética de um lado e alguns outros delegados do outro. As provas mostram que havia vezes em que a delegação soviética encontrava-se na posição nada invejável de ter de introduzir emendas às teses assinadas e distribuídas por um membro altamente posicionado do PCUS(B). t
Certamente houve várias ocasiões em que as teses expostas pelo PCUS(B) eram aceitas por outros partidos, aceitas não por outras razões, mas porque eram teses corretas. O que havia de errado nisso? Talvez MF pense que nos interesses da 'democracia' e a fim de não parecer estarem simplesmente recebendo "diretivas do Partido Bolchevique", as delegações dos outros partidos no Comintern às vezes rejeitavam teses corretas propostas pelo PCUS(B)? Uma 'democracia' desse tipo,, entretanto, seria contra-revolucionáría na essência e oposta aos interesses do proletariado internacional. Na medida superficial em que MF examinq as políticas do Comintern, ele é incapaz de encontrar qualquer erro nelas; mas isso não o impede de afirmar que seria uma "suposição precipitada" que as políticas do Comintern eram geralmente corretas. Toda vez que ele examina as políticas do Comintern, acautela-se, entendendo que as políticas do Comintern estavam corretas e que, acima de tudo, era impossível atacar essas políticas, exceto de forma muito geral e não substantiva por exemplo, entoando que "seria uma suposição precipitada admitir que as políticas do Comintern estavam geralmente corretas". Toda vez que MF é forçado a deixar a esfera das acusações gerais e entrar em uma discussão de políticas reais do Comintern, ele é forçado também a bater em retirada. Volta e meia ele foge, admitindo que as políticas do Comintern eram "ditadaspor considerações reais. As condições da luta internacional tinham mudado, e em muitos países os social-democratas tinham se revelado a cada hora da crise capitalista como defensores firmes do status quo cambaleante" (p. 12); e que "o conceito de Rente Única, como definido por Dimitrov, estava, de modo geral, correto" (p. 13); que "Dimitrov tinha ressaltado que a defesa da democracia burguesa contra o fascismo era apenas parte da luta de longo prazo para pôr fim à democracia burguesa e estabelecer o poder operário e a democracia operária" (p. 14) e assim por diante. Conclui-se, então, que as políticas perseguidas pelo Comintern estavam corretas. Contudo, seria uma "suposição precipitada" admitir que as políticas do Comintern estavam corretas! No entanto, outros partidos que não o PCUS(B) não teriam aceitado essas políticas, pois ao fazerem isso implicariam estar aceitando "diretivas" do PCUS(B). Conclui-se, então, que o Comintern estava perseguindo uma política baseada "nas condições da luta internacional". Contudo, estava errado perseguir tal política, pois à parte ajudar a luta do proletariado em outros países, podia também ajudar a posição da URSS e isto de fato seria um crime, o que seria equivalente a usar o Comintern para servir aos interesses da URSS. Conclui-se... Basta! MF não foi capaz de apresentar um único fato para provar sua afirmação. Quando, onde e em que a União Soviética, durante o período sob consideração, usou o Comintern para promover seus interesses nacionalistas? Quando, onde 444
•Capítulo 24 - 'Degeneração Nacionalista'
e em que a União Soviética, durante o período sob consideração, traiu o "movimento comunista e operário internacional a fim de salvaguardar seus interesses nacionalistas"? Se não há fatos - e como se viu acima, não há fato algum - para provar a alegação de MF, qual então a base disso? Sondando a fundo os artigos superficiais de MF, o que fica claro é que a base de suas acusações maliciosas, caluniosas e sem fundamento não é seu suposto interesse pela revolução mundial, mas seu desinteresse real pela revolução soviética. Está perfeitamente visível em seu artigo que ele não podia dar importância a se a União Soviética deveria ou não ter sua existência em perigo se não tivesse seguido a política complicada, mas totalmente científica, totalmente revolucionária que ela realmente seguiu. Está perfeitamente claro que MF não entendeu a relação da revolução soviética com a revolução mundial. Está perfeitamente claro, apesar das acusações caluniosas de MF contra Stalin, no sentido de que ele não considerava a revolução soviética como uma auxiliar - uma parte - da revolução mundial, que foi MF, e outros como ele, que sempre consideraram a revolução mundial isolada da URSS revolucionária daqueles dias, como se a revolução mundial nada tivesse a ver com o único Estado (naquela época) da classe operária. Eles continuavam a contrapor os interesses da revolução mundial aos interesses revolucionários da União Soviética. Eles exigiam tudo da União Soviética, até que ela deveria ter feito as revoluções de outros povos, mas consideravam que o proletariado dos outros países nada deviam à revolução soviética. Nunca houve qualquer carência de 'internacionalismo' do tipo pregado pelos MFs deste mundo, que nunca entenderam e nunca entenderão a relação entre a revolução soviética e a revolução mundial e que, portanto, na forma trotskista, seguirão denunciando a União Soviética por perseguir uma política 'nacionalista', sem entender que a luta do proletariado mundial em defesa da URSS socialista não era menos ajuda ao "movimento comunista e operário internacional" do que era para a revolução soviética. Do mesmo modo, a ajuda dada pela URSS (e houve muita) aos movimentos revolucionários estrangeiros não foi menor do que a assistência à revolução soviética dada por aqueles movimentos. De fato, o que seria do "movimento comunista e operário internacional" daqueles dias se não fosse a revolução soviética, se abstraíssemos, de forma arbitrária, os interesses da revolução soviética? MF não é a primeira pessoa, nem será a última, a levantar essa questão. Nos dias de Stalin também havia muitos, em alguns círculos em torno do Comintem, 'internacionalistas' do tipo de MF, que consideravam que o programa do Comintem em seu âmago não era muito internacional — que era de caráter 'russo demais'. E extremamente útil ser capaz de reproduzir aqui a contestação de Stalin a esse falso internacionalismo dessas pessoas. Eis o que o camarada Stalin disse: "O que poderia ter fornecido do Comintem era 'russo demais']?
terreno para tal opinião (de que o programa
Terá sido talvez o fato de que o projeto do programa contém um capítulo especial sobre a URSS? Porém, em que isso pode ser mau? Será nossa revolução, em seu caráterr uma revolução nacional e apenas uma revolução nacional, e não uma revolução eminentemente internacional? Se é assim, porque nós a chamamos de uma base do movimento revolucionário mundial, um instrumento para o desenvolvimento revolucionário de todos os países, a pátria do proletariado mundial? 445
Trotskismo x Leninismo *
Há pessoas entre nós - nossos oposicionistas, por exemplo - que consideram que a revolução na URSS era exclusivamente ou principalmente uma revolução nacional. E nesse ponto que eles se enganam. E estranho que haja pessoas em volta do Comintern, parece, que estão preparadas para seguir as pegadas dos oposicionistas. Talvez nossa revolução seja, no tipo, uma revolução nacional e apenas nacional? Mas nossa revolução é uma revolução soviética, a forma soviética do Estado proletário ê mais ou menos obrigatória para a ditadura do proletariado em outros países. Não foi sem motivo que Lênin disse que a revolução na URSS inaugurou uma nova era na história do desenvolvimento, a era dos sovietes. Não se segue disso que, não apenas quando considerado seu caráter mas também quando considerado seu tipo, nossa revolução é uma revolução eminentemente internacional, que apresenta um modelo que, no principal, uma revolução proletária deveria seguir em qualquer país? Indubitavelmente, o caráter internacional de nossa revolução impõe à ditadura do proletariado, na URSS, certos 'deveres para com as massas proletárias e oprimidas de todo o mundo. Era isso que Lênin tinfra em mente quando disse que a ditadura do proletariado na URSS existe para fazer todo o possível para o desenvolvimento e a vitória da revolução proletária em outros países. Mas o que se segue disso? Segue-se, no mínimo, que nossa revolução é parte da revolução mundial, uma base e um instrumento do movimento revolucionário mundial. Indubitavelmente, também, não apenas a revolução na URSS tem deveres para com os proletários de todos os países, deveres dos quais está se desincumbindo, mas os proletários de todos os países têm certos deveres bastante importantes para com a ditadura do proletariado na URSS. Esses deveres consistem em apoiar o proletariado da URSS em sua luta contra inimigos internos e externos, na guerra contra os que pretendem sufocar a ditadura do proletariado na URSS, em advogar que os exércitos imperialistas deveriam imediatamente tomar o lado da ditadura do proletariado na URSS no caso de um ataque à URSS. Mas não se segue disto que a revolução na URSS é inseparável do movimento revolucionário em outros países, que o triunfo da revolução na URSS ê um triunfo da revolução em todo o mundo? É possível, após tudo isso, falar da revolução na URSS como sendo unicamente uma revolução nacional, isolada e não tendo conexão com o movimento revolucionário em todo o mundo? E, por outro lado, é possível, após tudo isso, entender qualquer coisa a respeito do movimento revolucionário mundial, se ele for considerado desvinculado da revolução proletária na URSS? Qual seria o valor do programa do Comintern, que trata da revolução proletária mundial, se ele ignorasse a questão fundamental do caráter e das tarefas da revolução proletária na URSS, seus deveres para com os proletários de todos os países e os deveres dos proletários de todos os países para com a ditadura proletária da URSS?" (The Programme ofthe Comintern, discurso proferido em 5 de julho de 1928, Collected Works, Vol. 11 pp. 157-159). Assim, está perfeitamente claro que MF não entendeu coisa alguma do movimento revolucionário mundial do período em consideração, pois ele o considera desligado da revolução proletária da URSS. 446
•Capítulo 24 - 'Degeneração Nacionalista'
Está também perfeitamente claro para aqueles que, ao contrário do nosso pobre mas pomposo MF, têm conhecimento real da história daquele tempo, em particular da história do Comintem, que o programa, assim como as políticas, do Comintern não eram o programa e a as políticas de qualquer partido nacional. Não eram programas e políticas apenas de nações 'civilizadas', para usar uma expressão do camarada Stalin. Ao contrário, cobriam todos os Partidos Comunistas do mundo, de todas as nações, de todas as populações, negras e brancas. Tendo expressado um amontoado de distorções sobre o Comintern, MF trota, à maneira típica dos trots, para expressar umas poucas distorções, que não são menos do que distorções trotskistas contra-revolucionárias, acerca do Pacto Germano-Soviético de Não-Agressão. Ele diz na página 18 de seu artigo: "Enquanto, nas circunstâncias prevalecentes, o governo soviético não teve alternativa senão assinar tal pacto, a condução da política soviética e do Comintem, entre novembro de 1939 e junho de 1941, pode ser considerada como nada mais do que o abandono do internacionalismo proletário." Como MF prova a alegação acima? Por afirmá-la. Não há literalmente uma palavra em seu artigo em prova dessa alegação. Na realidade, as únicas pessoas que tinham até então atacado Stalin pelo Pacto Germano-Soviético de-Não-Agressão e pela condução da política soviética durante o período mencionado por MF tinham sido os trotskistas e os imperialistas. Que essas pessoas atacassem a política soviética é perfeitamente compreensível. A política soviética derrotou o imperialismo, quando este esperava esmagar o bolchevismo, mas agora encontrava-se travando uma guerra severa contra si próprio. Os imperialistas da Inglaterra, que tinham ajudado a Alemanha nazista contra a Rússia soviética, eram agora obrigados a lutar contra a Alemanha nazista. A condução da política soviética e do Comintern contribuiu em medida nada pequena para produzir a situação na qual os imperialistas dos diferentes países eram forçados a empreender uma guerra de destruição de uns contra os outros, em lugar de se unirem em uma guerra de extermínio contra a URSS SOCIALISTA. À luz disso, será surpreendente que os imperialistas tenham atacado o camarada Stalin, o PCUS(B) e o Comintern? Podemos "esperar que os imperialistas sejam gratos ao PCUS(B), ao Comintern e a Stalin pelo enfraquecimento do imperialismo? Quanto aos trotskistas, mostramos em nossas publicações anteriores2 que, nos anos 1930, eles tinham se tomado uma agência do fascismo e trabalhado pela derrota da URSS. Não seria, portanto, surpreendente que os trotskistas atacassem a "burocracia stalinista" por esta frustrar os planos dos agentes trotskistas do fascismo. Até então, entretanto, os marxistas-leninistas e os progressistas de todo o mundo tinham considerado a condução da política soviética e do Comintern, durante o período em discussão, como um modelo para a aplicação das táticas do leninismo a uma situação internacional extremamente complicada e perigosa, que levou à derrota do fascismo e ao enfraquecimento do imperialismo internacional. Agora, parece terem surgido marxistas-leninistas no movimento anti-revisionista na Inglaterra que consideram "a condução da política soviética e do Comintern entre novembro de 1939 e junho de 1941... como nada mais do que o abandono do internacionalismo proletário". Pode-se apenas concluir que esses marxistas-leninistas não são realmente marxistas-leninistas de forma alguma, mas trotskistas camuflados e agentes 447
Trotskismo x Leninismo *
do imperialismo no movimento anti-revisionista, que estão ainda furiosos e que ainda não esqueceram o camarada Stalin por ter dirigido a luta contra o imperialismo e pelo enfraquecimento do imperialismo.
Resumo dos fatos sobre o Pacto Germano-Soviético de Nao-Agressão Aqui estão os fatos incontroversos, num resumo muito breve, sobre a posição da URSS na questão da guerra com o imperialismo. Primeiro, a União Soviética esforçou-se por não se enredar em uma guerra com o imperialismo.
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Segundo, desde que fosse inteiramente impossível para ela evitar tal guerra, então, se o imperialismo se inclinasse a empreender uma guerra contra a União Soviética, esta NAO deveria se encontrar na posição de ter de lutar sozinha, muito menos enfrentar sozinha o furioso assalto combinado dos principais países imperialistas - Alemanha, Inglaterra, França, EUA, Idália e Japão. Terceiro, para esse fim, as divisões entre os Estados imperialistas fascistas por um lado e os Estados imperialistas democráticos, por outro, deveriam ser exploradas ao máximo. Essas divisões entre os dois grupos de imperialismo não foram criações da imaginação de Stalin. Elas eram reais, baseadas nos interesses materiais dos dois grupos de Estados em consideração. O desenvolvimento desi' gual do capitalismo leva alguns estados a dispararem na frente e outros a ficarem para trás. A velha divisão do mundo não correspondia mais ao equilíbrio das forças, tornando assim necessária uma nova divisão do mundo. Era precisamente disso que se tratava na Primeira Guerra Mundial; e era precisamente por isso que Alemanha, Itália e Japão, que tinham saído à frejrte no desenvolvimento capitalista de suas economias, estavam bradando; enquanto os velhos países imperialistas, notadamente a Inglaterra e a França, tendo ficado para trás no desenvolvimento capitalista de suas economias em comparação com os recém-chegados, notadamente a Alemanha, estavam muito felizes com a velha divisão do mundo. Exigindo uma nova divisão, os Estados fascistas estavam usurpando os interesses materiais dos Estados imperialistas democráticos. Havia assim nesses conflitos de interesses vim campo a ser explorado pela URSS. , Quarto, para esse fim, a URSS, perseguindo uma política exterior muito complicada, fez o que pôde para concluir vim pacto de segurança coletivo com os Estados imperialistas democráticos para deter a agressão pelos Estados fascistas, prevendo, na hipótese de tal agressão, ação coletiva contra os agressores. Quinto, quando os Estados imperialistas democráticos, dominados por seu ódio ao comunismo, recusaram-se a assinar um pacto de segurança coletiva com a URSS e continuaram sua política de conciliação com os Estados fascistas, em particular com a Alemanha nazista, em um esforço para dirigir sua agressão em direção ao leste, contra a União Soviética, esta foi forçada a tentar algum outro método de proteger os interesses da pátria socialista do proletariado internacional. A URSS deu um golpe na política estrangeira dos Estados imperialistas democráticos, assinando a 23 de agosto de 1939 o Pacto Germano-Soviético de Não-Agressão. Sexto, ao assinar esse pacto, a URSS, não somente assegurou que não lutaria com a Alemanha sozinha, mas também que esta estaria lutando contra as pró448
•Capítulo 24 - 'Degeneração Nacionalista'
prias potências que tinham estado tentando, por sua recusa em concordar com a segurança coletiva, enredar a URSS em uma guerra com a Alemanha. A I o de Setembro de 1939, Hitler invadiu a Polônia. Dois dias mais tarde, o ultimato anglo-francês expirou, e a Inglaterra e a Ftança encontraram-se em guerra contra a Alemanha. Sétimo, as previsões do protocolo secreto adicional foram longe o bastante para salvaguardar as 'esferas de interesse' soviético, que, como se verá, foram vitais para as defesas soviéticas quando a guerra realmente alcançou-a. Finalmente, o Pacto Germano-Soviético de Não-Agressão ensejou à União Soviética um período extremamente valioso de dois anos para fortalecer sua preparação de defesa antes de entrar numa guerra da qual ela sabia que não poderia permanecer de fora para sempre. Quando a guerra foi finalmente'forçada sobre a União Soviética, ela deu a mais heróica contribuição na vitória triunfal e gloriosa dos aliados contra a Alemanha nazista e seus aliados. O Exército Vermelho e o povo soviético mostraram sua tenacidade e a tenacidade e superioridade do sistema socialista, ao derrotarem os nazistas na URSS e perseguirem-nos por todo o caminho até Berlim, liberando no processo país após país da ocupação das botas nazistas e levando o socialismo ao leste europeu. Todos os historiadores burgueses revolucionários e honestos concordam com esse resumo. Somente os anticomunistas mais teimosos, particularmente os trotskistas, ousam discordar disso. O que se segue é uma comprovação do resumo acima.
A União Soviética bem consciente da guerra vindoura Certamente, é o maior contra-senso dizer que Stalin e o PCUS não acreditavam que a União Soviética poderia ter de lutar contra a Alemanha e que ela confiava na boa vontade nazista. O fato era que "a União Soviética estava ameaçada ao leste e ao oeste e a conduta das relações exteriores tornou-se mais complexa e exigente quando ele [Staliú] buscou desviar-se ou, ao menos, adiar a guerra inevitável. Ele tinha enormes responsabilidades, e somente um homem de resistência física excepcional, inteligência firme e disciplinada e autocontrole férreo poderia ter atendido a tais exigências." (Ian Grey, op. cit., p. 293). "Fundamental para as políticas de Stalin, interna e externa, era a convicção de que a guerra era iminente e podia devastar a Rússia Soviética antes que ela fosse capaz de reunir forças. Foi este pensamento que reclamou a coletivização imediata e a industrialização pesada. Não havia tempo a perder..." (Ibid. pp. 295-296). Já em janeiro de 1925, dirigindo-se ao Comitê Central, Stalin tinha*dito que "Aspré-condições da guerra estão amadurecendo..." e admitindo a seguir: "Nossa bandeira é ainda a bandeira da paz. Mas se a guerra começa, não ficaremos de braços cruzados. Teremos de entrar nela, mas devemos ser os últimos a entrar nela. E devemos entrar para lançar o peso decisivo na balança, o peso que fará a balança pender para um lado (Stalin, Collected Works, Vol. 7, p. 13-14). Todos, certamente, estão conscientes de seu discurso de 1931, contendo a seguinte declaração, que mesmo Deutscher chamou de "uma profecia brilhantemente cumprida": 449
Trotskismo x Leninismo
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"Estamos cinqüenta ou cem anos atrás dos países avançados. Devemos cobrir essa distância em dez anos. Faremos isso ou cairemos." (Stalin, The Tasks of Business Executives, Collected Works, Vol. 13, p. 41). Em sua autobiografia, Minha Luta, Hitler clara e francamente formulou a política exterior dos nazistas: "Nós, Nacional-Socialistas, conscientemente pomos um fim à tendência da .política exterior de nosso período pré-guerra... Detemos o interminável movimento alemão para o sul e voltamos nossos olhos para a terra do leste... Se falamos de solo na Europa de hoje, só podemos primordialmente ter em mente a Rússia" (Adolf Hitler, Mein Kampf, London, 1984, pp. 598 e 604).
Os esforços soviéticos para alcançar a segurança coletiva e a política de conciliação dos Estados imperialistas não agressivos «
A União Soviética dificilmente apreciou o espetáculo da ascensão nazista ao poder, em janeiro de 1933, que criava para a URSS uma situação perigosa sem precedentes. Daí a ênfase da política exterior soviética nesse período na preservação da paz mundial e os esforços para concluir um pacto de segurança coletiva com os países imperialistas democráticos que tinham, como já mencionado, um interesse objetivo na manutenção da divisão do mundo então existente. "Na condução da política externa, Stalin mostrou grande precaução, limitação e realismo. Ele necessitava de tempo para construir a indústria da Rússia e a força militar. Ele era constantemente provocado no leste e no oeste, e de maneira que deve ter-lhe injuriado, mas ele nunca perdeu de vista a necessidade dominante de adiar o mais possível a deflagração da guerra. Foi por essa razão que ele pôs a maior ênfase na paz e no desarmamento nas questões mundiais. Ao mesmo tempo, ele perseguiu uma política de segurança coletiva..." (Ian Grey, op. cit, p. 296). A política de segurança coletiva foi perseguida porque a União Soviética socialista tinha todo interesse em evitar a guerra e seguir com a tarefa de construção socialista, que requeria paz, e porque os países imperialistas não agressivos tinham interesse em evitar uma guerra com os Estados agressivos ou em assegurar sua derrota inicial. Dirigindo-se ao 18° Congresso do PCUS, em março de 1939, e argüindo que a guerra já tinha começado, Stalin disse: "A guerra está sendo empreendida por Estados agressivos que de todas as formas infringem os interesses dos Estados não agressivos, basicamente a Inglaterra, a França e os EUA. Enquanto o último retrocede e recua, fazendo concessão após concessão aos agressores. Assim, estamos testemunhando uma redivisão aberta do mundo e das esferas de influência às custas dos Estados não agressivos, sem a menor tentativa de resistência, e mesmo com certa conivência de sua parte" (Stalin, Problems of Leninism, Moscou, 1953, p. 753). 450
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Embora tendo um interesse objetivo em chegar a um acordo coletivo de segurança com a URSS, contudo, dominados por seu ódio ao comunismo, a Alemanha e a Ftança, dirigidos pelos governos de Neville Chamberlain e Edouard Baladier, respectivamente, recusaram-se a concluir tal aliança. "Deve-se atribuir [a política de apaziguamento pelos Estados não agressivos] à fraqueza dos estados não agressivos?", perguntou Stalin. Ele próprio respondeu assim: "Certamente, não! Os Estados democráticos não agressivos, combinados, são inquestionavelmente mais fortes do que os Estados fascistas, econômica e militarmente. ...A principal razão é que a maioria dos países não agressivos, particularmente Inglaterra e França, tem rejeitados política da segurança coletiva, da resistência coletiva aos agressores, e assumiram uma posição de não-intervenção, uma posição de neutralidade. A política de não-intervenção revela uma avidez, um desejo ... de não impedir a Alemanha, digamos,... de envolvesse em uma guerra com a União Soviética, para permitir a todos os beligerantes afundarem no pantanal da guerra, para encorajá-los sub-repticiamente a isso; permitir-lhes que se enfraqueçam e esgotem um ao outro; e, então, quando eles se tornarem suficientemente fracos, entrarem em cena revigorados, entrarem, é claro, 'no interesse da paz', e ditarem as condições aos beligerantes debilitados. Simples e fácil!" (Ibid. p. 754). Mais adiante, referindo-se ao acordo de Munique, que submeteu a Checoslováquia aos nazistas, Stalin continuava: "Pode-se pensar que os distritos dd Checoslováquia foram cedidos à Alemanha como o preço de um empreendimento para lançar a guerra contra a União Soviética..." (Ibid. p. 756). Esboçando as tarefas da política externa soviética, Stalin enfatizou a necessidade de "ser cauteloso e não perçiitir que nosso país seja lançado no conflito por provocadores que estão acostumados a deixar que outros se arrisquem por eles" (Ibid. p. 759). O governo soviético não foi sequer consultado, muito menos incluído na Conferência de Munique que, reunida de 28 a 30 de setembro de 1928, submeteu a Checoslováquia à mercê da Alemanha fascista. Ao mesmo tempo, os poderes ocidentais recusavam-se a responder às propostas soviéticas para uma grande segurança coletiva sob a égide da Liga das Nações. Eis o que Churchill teve a dizer a esse respeito: "A oferta soviética foi com efeito ignorada. Eles não foram postos na balança contra Hitler e foram tratados com uma indiferença - para não dizer desdém que deixou uma marca no pensamento de Stalin. Os acontecimentos decorreram como se a União Soviética não existisse. Por isso nós depois pagamos caro" (W. S. Churchill, The Second World War, Vol. 1, p. 104). No mesmo volume, Churchill admite que o plano soviético teria evitado, ou ao menos adiado, a guerra por um tempo considerável e era com o tempo que a União Soviética estava jogando (ver págs. 234-251). 451
Trotskismo x Leninismo *
Mas o anticomunismo dos Estados não agressivos teve uma vitória temporária. Lord Halifax, o secretário do Exterior britânico, disse a Hitler em novembro de 1937 que "...ele e outros membros do governo britânico estavam bem conscientes de que o Fuehrer tinha alcançado um grande feito... Tendo destruído o comunismo em seu país, ele tinha barrado o caminho dele para a Europa Ocidental, e a Alemanha estava portanto capacitada a ser considerada como um baluarte do Ocidente contra o bolchevismo... ' Quando o terreno tiver sido preparado para uma aproximação anglogermânica, as quatro grandes potências da Europa Ocidental devem em conjunto estabelecer o fundamento de uma paz duradoura na Europa" (Documents on German Foreign Policy: 1918-45, Vol. 1, London 1954, p. 55).
A União Soviética persiste em sua política Sabendo, como a direção do PCUS sabia, que a política de conciliação, que estava em conflito com os interesses do imperialismo inglês e francês, mais cedo ou mais tarde seria contestada pelos representantes poderosos do imperialismo nesses países, ela persistiu em seus esforços para concluir uma aliança de segurança coletiva. A 15 de março de 1939, Hitler marchou contra a Checoslováquia. A opinião pública no Ocidente ficou ultrajada com a invasão da Checoslováquia. Chamberlain ficou visivelmente abalado pela irada reação pública e parlamentar. Sob instruções do governo britânico, o embaixador da Inglaterra em Moscou chamou o ministro do Exterior soviético para perguntar qual seria a reação da União Soviética se a Alemanha atacasse a Romênia. Litvinov respondeu a essa iniciativa com a proposta de que os representantes da Inglaterra, Ftança, URSS, Polônia e Romênia se encontrassem ingentemente para evitar aquele perigo. O governo britânico rejeitou essa proposta e em lugar dela propôs vima declaração de que, na hipótese de mais uma agressão, os quatro países se consultariam uns aos outros. Embora aborrecido com esta resposta, o governo soviético concordou com ela, desde que a Polônia fosse também signatária. O ministro do Exterior da Polônia, Col Beck, tão anti-soviético quanto Chamberlain, recusou-se a assinar, propondo em vez disso um pacto de assistência mutua Polonês-Britânico. Em 31 de março de 1939, sem consulta prévia à União Soviética, foi anunciado o Pacto Polonês-Britânico, dando uma garantia unilateral Britânica à defesa da Polônia contra agressão. A 13 de abril foi estendido para incluir a Grécia e a Romênia. Como Ian Grey corretamente observou: "Se a Alemanha atacasse a Polônia ou a Romênia, a Inglaterra não poderia fazer nada sem o apoio da União Soviética, e de tal forma que foi gratuitamente insultuosa, ambos os governos cuidadosamente ignoraram o governo soviético. Churchill, Eden e outros prontamente apontaram a estupidez da política de Chamberlain" (Ian Grey, op. cit. p. 306). Sob extrema pressão doméstica, o governo britânico» a 15 de Abril, propôs à União Soviética que esta desse garantias unilaterais. O governo soviético rejeitou essa proposta, já que ela não previa nenhuma assistência à URSS na hipótese de um ataque alemão. A 17 de abril, o governo soviético propôs vim pacto britânicofrancês-soviético de assistência mútua, que deveria incluir uma convenção militar e uma garantia da independência de todos os Estados fronteiriços à União Sovié452
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tica, do Mar Báltico ao Mar Negro. Chamberlain e Halifax rejeitaram-no, sob o espúrio argumento de que poderia ofender a Polônia e a Alemanha e porque comprometeria a Inglaterra com a defesa da Finlândia e dos Estados bálticos. "Para Stalin,. a inescapável conclusão era que os dirigentes do governo britânico estavam tão cegos pela hostilidade para com o regime soviético que nem mesmo diante dos horrores da guerra consideraram uma aliança com a Rússia soviética contra a Alemanha" (Ian Grey, p. 307). "E estava evidente que, para os círculos dirigentes britânicos e franceses, o pensamento de uma coalizão com os soviéticos era ainda repugnante ...; que alguns estadistas de destaque no Ocidente encaravam o nazismo como uma barreira confiável contra o bolchevismo; que uns poucos entre eles especulavam com a idéia de transformar esta barreira em um aríete; e que, finalmente, mesmo entre aqueles que viam a necessidade inescapável de uma aliança com a Rússia, alguns se perguntavam senão seria uma boa política deixar que a Alemanha encarasse primeiro a Rússia" (Deutscher, op. cit., pp. 413-414). A 3 de Maio, Litvinov foi substituído como Comissário para Assuntos Exteriores por Molotov. Isso deveria ter servido como um aviso prévio claro para a Inglaterra e a Ftança, pois o nome de Litvinov estava muito estreitamente associado aos esforços da segurança coletiva. Mesmo assim, a URSS persistiu em sua política de trabalhar por uma aliança de segurança coletiva. O governo britânico estava sob crescente pressão pública para negociar com a União Soviética. Em 2 de junho, o governo soviético submeteu uma nova proposta de acordo, especificando os países a serem protegidos e a extensão do compromisso dos três signatários. Expressando interesse na proposta soviética, o governo britânico decidiu enviar um representante a Moscou para apressar as negociações. Embora Chamberlain e Halifax tivessem pessoalmente ido a Berlim, eles enviaram um oficial subalterno do Ministério do Exterior a Moscou, uma afronta deliberada que causou uma "verdadeira ofensa" (Churchill, ibid., p. 304)3. A17 de julho, Molotov anunciou que de pouco valia prosseguir na discussão sobre o tratado político ,'na ausência de uma convenção militar a ser concluída. O governo britânico respondeu ao anúncio de Molotov concordando em enviar uma missão militar a Moscou. Em lugar de enviarem Lord Gort, chefe do staff imperial, como o governo soviético esperava, Chamberlain indicou um velho almirante aposentado, Reginald Plunkett-Emie-Erle-Drax, que partiu a 23 de julho fazendo uso dos meios mais demorados de transporte e a rota mais lenta (e para piorar, tendo sido instruído "para ir muito lentamente com as conversações"), chegando a Moscou a 11 de agosto. O que é mais, o lado soviético descobriu, para sua surpresa, que a delegação britânica tinha ido meramente para 'manter conversas', sem autoridade para negociar. "O certo é que, se os governos ocidentais tinham desejado lançá-lo [a Stalin] nos braços de Hitler, eles não podiam ter feito isso mais efetivamente do que fizeram. A missão militar anglo-francesa adiou sua partida por onze preciosos dias. Gastou cinco dias mais em trânsito, viajando pelo meio mais lento, denavio. Quando chegou em Moscou, suas credenciais e poderes não eram claros. Os governos, cujos primeiros-ministros não tinham considerado indigno voarem a Munique quase a um aceno de Hitler, recusaram-se a enviar algum oficial de posição ministerial para negociar a aliança com a Rússia. Os oficiais enviados para as tarefas militares 453
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eram de patente inferior à daqueles que foram enviados, por exemplo, à Polônia e à Turquia. Se Stalin pretendia fazer uma aliança, a forma com que ele foi tratado parecia calculada para fazê-lo abandonar sua intenção" (Deutscher, ibid., p. 425). Assim mesmo, a 12 de agosto começaram as conversações para uma convenção militar. O marechal Voroshilov, chefe da delegação soviética, informou aos delegados que, se as tropas soviéticas não pudessem entrar na Polônia, seria impossível para eles defendê-la. Os poloneses declararam que não necessitavam e não aceitavam a ajuda soviética. "Se Stalin tiver de ser julgado por sua conduta na época [por volta de setembro de 1938] não há nada por que ele possa ser reprovado" (Ibid. p. 419). . E adiante: "A máxima não escrita de Munique era manter a Rússia fora da Europa. Não apenas as potências grandes e aparentemente grandes do Ocidente desejavam excluir a Rússia. Também os governos das pequenas nações, gritaram para o grande urso: 'Fique onde estái fique em sua toca.' Algum tempo antes de Munique, quando os franceses e russos estavam discutindo ações conjuntas na defesa da Checoslováquia, os governos polonês e romeno categoricamente se recusaram a concordar com a passagem das tropas russas para a Checoslováquia. Eles negaram ao Exército Vermelho - e mesmo à Força Aérea Vermelha - o direito de passagem, não simplesmente porque tinham medo do comunismo; eles cortejavam Hitler. Deve ter sido logo após Munique que a idéia de uma nova tentativa de aproximação com a Alemanha tomou forma no pensamento de Stalin..." (Ibid. p. 419). Os governos francês e britânico também rejeitaram essa cláusula. Nas circunstâncias, não fazia sentido continuar nas discussões, que foram suspensas indefinidamente em 21 de agosto. Depois disso, o governo soviético, percebendo a persistência obstinada dos governos britânico e francês em sua recusa a concluir uma aliança com a URSS, resolveu assinar o pacto de não-agressão com a Alemanha. "Seu [de Stalin] interesse principal era ainda ganhar tempo, para que a indústria e as forças armadas soviéticas pudessem reunir forças. Relutantemente, ele voltou-se agora para a possibilidade de um acordo com Hitler" (Ian Grey, op. cit. p. 309 e Churchill, op. cit. p. 306). Quanto a por que Stalin concordou com o pacto de não-agressão com a Alemanha, Deutscher disse: "Que ele [Stalin] tinha pouca confiança na vitória de Hitler, é igualmente certo. Seu propósito agora era ganhar tempo, tempo e cada vez mais tempo, para seguir com seus planos econômicos, para construir o poderio da Rússia e então lançar esse poderio na balança quando os outros beligerantes estivessem exauridos" (Ibid., p. 430).
Assinado o Pacto de Não-Agressão Soviético-Alemáo Embora a Alemanha tivesse se aproximado da União Soviética já em 17 de abril de 1939, para uma normalização das relações Germano-Soviéticas e subseqüentemente se aproximado de novo do governo soviético através da embaixada alemã em Moscou, o embaixador alemão, conde Fritz von der Schulenburg, relatou ainda em 4 de agosto: 454
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"Minha impressão geral é de que o governo soviético está no momento determinado a assinar com a Inglaterra e a França, se eles atenderem a todos os desejos soviéticos... Exigirá um considerável esforço de nossa parte fazer com que o governo soviético, mude de idéia" (Churchill, op. cit., p. 305). A 14 de agosto, Joachin von Ribbentrop, o ministro do Exterior Alemão, instruiu Schulenbuig, por telegrama, a chamar Molotov e ler para ele o seguinte comunicado: "Não há questão referente ao Mar Báltico e o Mar Negro que não possa ser resolvida de modo inteiramente satisfatório para ambos os países... Eu estou preparado para fazer uma rápida visita a Moscou ... para transmitir a visão do Fuehrer ao marechal Stalin ... somente através de tal discussão pode-se conseguir uma mudança..." (Documents on German ForeignPolicy 1918-45, Série D, Vol. 7, Londres, 1956, p. 63). A 16 de agosto, Schulenburg avistou-se com Molotov e leu para ele a comunicação de Ribbentrop. Na mesma noite ele relatou para Berlim o "grande interesse" de Molotov com a comunicação, acrescentando que Molotov "estava interessado na questão de como o governo alemão encarava a idéia de concluir um pacto de não-agressão com a União Soviética" (Ibid., p. 77). Ribbentrop respondeu no mesmo dia, instruindo Schulenburg a ver Molotov outra vez e transmitir-lhe que: "A Alemanha está preparada para concluir um pacto de não-agressão com a União Soviética. Eu estou preparado para ir de avião a Moscou em qualquer época após sexta-feira, 18 de agosto, para tratar, à base de plenos poderes do Fuehrer, de todas as complexas relações germano-soviéticas e, se surgir a oportunidade, assinar os tratados apropriados" (Ibid., p. 84). A 17 de agosto, Molotov transmitiu uma resposta escrita a Schulenburg propondo um acordo de comércio para começar, a ser seguido "logo depois" pela conclusão de um pacto dfe não-agressão. A 18 de agosto, Ribbentrop informou a Schulenburg telegraficamente que o "primeiro estágio", o da assinatura de um acordo de comércio, tinha sido completado e requeria que lhe fosse permitido fazer uma viagem "imediata" a Moscou. A 19 de agosto, Schulenburg respondeu que Molotov tinha concordado em que:
p. 134).
"...o ministro do Exterior do Reich chegasse em Moscou a 16 ou 17 de agosto. Molotov transmitiu-me um rascunho de um pacto de não-agressão" (Ibid,
A 20 de agosto, Hitler enviou um telegrama pessoal urgente a Stalin, aceitando a proposta do pacto de não-agressão, com o pedido de que Ribbentrop fosse recebido em Moscou a 22 de agosto ou o mais tardar a 23 de agosto. Stalin respondeu em 21 de agosto, concordando com a visita: "O governo soviético instruiu-me a informar-lhe que concorda em que Herr Von Ribbentrop chegue a Moscou a 23 de agosto" (Ibid. p. 168). Ribbentrop chegou a Moscou, chefiando uma delegação, a 23 de agosto. Na mesma noite foi recebido por Stalin. De acordo com um registro confiável, o en455
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contro foi frio e longe de ser amigável. Gausse, assessor-chefe de Ribbentrop, que o acompanhou, relatou: "O próprio Ribbentrop tinha inserido no preâmbulo uma frase de alcance bastante longo no tocante às relações amistosas germano-soviéticas. A isso Stalin objetou, dizendo que o governo soviético não podia repentinamente apresentar a seu público uma declaração germano-soviética de amizade depois de ter sido objeto de opróbrio por parte do governo nazista por seis anos. Por isso, aquela frase foi retirada do preâmbulo" (Churchill, op.cit., p. 306). O pacto foi assinado. Sob o protocolo secreto, foi acordado que no Báltico "a fronteira do nordeste da Lituânia representaria a fronteira das esferas de interesse da Alemanha e da URSS..." e no caso da Polônia, "...as esferas de interesse da Alemanha e da URSS seriam limitadas aproximadamente pela linha dos rios Narew, Vístula e Sau". (Documents on German Foreign Policy, op. cit., p. 164). Em outras palavras, a linha Curzon seria esse limite e, na área leste dele, que tinha sido capturada da União Soviética pela Polônia, após a Revolução de Outubro, a Alemanha concordava que a URSS tomasse a ação que desejasse.
Por que a União Soviética assinou o pacto de 23 de agosto Dirigindo-se ao Soviete Supremo a 31 de agosto, Molotov refutou a "ficção de que a conclusão do tratado de Não-Agressão Germano-Soviético tivesse perturbado as negociações Anglo-Irancesa-Soviéticas: "Estão sendo feitas tentativas de propagar a ficção de que a conclusão do pacto soviético-alemão rompeu as negociações com a Inglaterra e a França para um pacto de assistência mútua ... Em realidade, como vocês sabem, a verdade é o completo oposto ... A União Soviética assinou o-pacto de não-agressão com a Alemanha, entre outras coisas, porque as negociações com a França e a Grã-Bretanha tinham ... terminado em fracasso, por culpa dos círculos dirigentes da Inglaterra e da França" (Molotov, Soviet Peace Policy, Lawrence & Wishart, Londres, p. 20). Mesmo o historiador Edward Carr, decididamente um escritor anti-soviético, é obrigado a admitir que a decisão da União Soviética de assinar o pacto de nãoagressão com a Alemanha foi uma segunda escolha muito relutante e forçada: "O aspecto surpreendente das negociações soviético-germânicas... é a extrema precaução com a qual elas foram conduzidas do lado soviético e a prolongada resistência soviética para fechar as portas às negociações com o Ocidente" (E. H. Carr, From Munich to Moscow: II, in Soviet Studies, Vol. I, October 1949, p. 104). O mesmo Edward Carr, notando que o governo Chamberlain "como defensor do capitalismo" rejeitou uma aliança com a URSS contra a Alemanha, fez a seguinte estimativa dos ganhos obtidos pela União Soviética como resultado da assinatura do tratado de não-agressão com a Alemanha: "No pacto de 23 de agosto de 1939, eles (o govemò soviético) asseguraram: a) um espaço de proteção contra um ataque; b) assistência alemã para mitigar a pressão japonesa no lado leste; c) concordância da Alemanha no estabelecimento de uma fortaleza avançada além das fronteiras existentes na Europa Oriental; era significativo que essa fortaleza era, e só poderia ser, uma linha de defesa contra um ataque alemão potencial, perspectiva eventual do que nunca esteve longe dos cál456
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culos soviéticos. Mas o principal de tudo que foi conseguido com o pacto foi a segurança de que, se a URSS tivesse eventualmente de lutar contra Hitler, as potências ocidentais já estariam envolvidas" (Ibid., p. 103). Após as vantagens obtidas pela União Soviética acima resumidas correta, sucinta e brilhantemente, conseqüentes da assinatura do pacto de 23 de agosto, é difícil imaginar que ainda existem pessoas que assegurem que, ao assinar esse pacto de não-agressão com a Alemanha, a União Soviética foi culpada de "abandonar o internacionalismo proletário". Infelizmente, ainda existem pessoas assim. É difícil dizer se é ignorância ou malícia que as fazem pensar e formular tais pensamentos perversos. Tudo que podemos dizer é que não há pior surdo do que quem não quer ouvir. Hostil como é, mesmo Deutscher é obrigado a admitir outra vantagem, isto é, a vantagem moral conquistada pelá União Soviética com a assinatura do pacto de 23 de agosto com a Alemanha Hitlerista: "Seu [da URSS] ganho moral consistiu na consciência clara de sua população de que a Alemanha era a agressora e que seu próprio governo tinha perseguido a paz até o fim." De nossa parte, sempre olharemos para trás com admiração e gratidão para essa proeza máxima da política externa soviética, que contribuiu significativamente para a libertação da humanidade dos horrores da Alemanha nazista. Os resultados foram justamente o que a União Soviética esperava. Apenas uma semana após a assinatura do pacto, isto é, a I o de setembro, os nazistas invadiram a Polônia. Dois dias mais tarde, seu ultimato tendo expirado, a Inglaterra e a França declararam guerra à Alemanha. Enquanto os imperialistas, todos os que tinham planejado estrangular a União Soviética, lutavam uns contra os outros, ela se assegurou dois anos valiosos para se preparar para a eventual guerra, que veio em 22 de junho de 1941, com a invasão alemã na forma da Operação Barbarossa, lançada por Hitler com 162 divisões, 3.400 tanques e 7.000 canhões. A heróica defesa soviética, as titânicas batalhas que eía enfrentou, suas lendárias vitórias, passaram a integrar o folclore e não requerem maiores comentários aqui. Uma observação final: os círculos hostis à União Soviética sempre equipararam a marcha soviética na Polônia, a leste da linha Curzon, com a invasão nazista e a ocupação do resto da Polônia. As duas são qualitativamente diferentes. Primeiro, as forças soviéticas avançaram sobre um território que fora seu antes de ter sido capturado pela Polônia, após a Revolução de Outubro. Segundo, e muito mais importante, a União Soviética esperou 16 dias após a invasão nazista da Polônia. "Quando, em setembro (1939), Ribbentrop começou a pressionar os russos a marcharem sobre sua parte da Polônia, Stalin ainda não estava pronto para dar as ordens de marcha ... Ele não ...levantaria uma mão em defesa da Polônia e recusou-se a mexer-se antes que o colapso da Polônia estivesse completo além de qualquer dúvida" (Deutscher, op. cif., p. 432). Quando se tornou absolutamente claro que o Estado polonês tinha entrado em colapso, então as forças soviéticas entraram na Polônia (a 17 de setembro), a fim de salvaguardar suas defesas, assim como as populações dos territórios invadidos pelas forças soviéticas. A verdade é que o exército soviético foi saudado pela população local como libertadores e heróis. 457
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Em seu discurso ao Soviete Supremo a 31 de outubro de 1939, Molotov disse: "Nossas tropas entraram no território da Polônia somente após o Estado polonês ter entrado em colapso e realmente cessado de exibir. Naturalmente, não poderíamos permanecer neutros em relação a esses fatos, visto que, em resultado desses acontecimentos nos encontramos confrontados com problemas urgentes de segurança de nosso Estado. Além disso, o governo soviético não podia senão contar com a situação excepcional criada por nossos irmãos da Ucrânia Ocidental e da Bielo-Rússia Ocidental, que foram abandonados à sua sorte como um resultado do colapso da Polônia" (Molotov, op. cit., pp. 31-32). E adiante: "Quando o Exército Vermelho entrou nessas regiões, foi saudado com simpatia geral pela população ucraniana e bielo-russa, que deram as boas-vindas a. nossas tropas como libertadoras do jugo das elites, do jugo dos senhores de terra e dos capitalistas poloneses" (Ibid. p. 33). A marcha soviética nessas áreas teve o efeito de libertar 13 milhões de pessoas, incluindo um milhão de judeus, dos horrores da ocupação e do extermínio nazistas. Só se pode inferir que, aqueles que se opõem à entrada dos soviéticos nos territórios a leste da linha de Curzon deveriam antes ter visto estas áreas devastadas pelos nazistas! Um 'internacionalismo' muito estranho, de fato! Tais pessoas estão realmente à direita mesmo de alguns conservadores. Que as seguintes pálavras, proferidas na Casa dos Comuns, em 20 de setembro de 1939, pelo membro do Parlamento conservador Robert Boothby, lancem veigonha eterna sobre tais 'socialistas' e 'internacionalistas': "Penso que é legítimo supor que essa ação da parte do governo soviético foi tomada ... do ponto de vista da autopreservaçãq e autodefesa... A ação tomada pelas tropas russas empurrou a fronteira alemã consideravelmente para o oeste... Dou graças por estarem as tropas russas agora na fronteira polonesa-romena. Antes as tropas russas do que as tropas alemãs" (Citado por Bill Bland em seu The German-Soviet Non-Agression Pact of 1939, um excelente artigo apresentado na Sociedade Stalin, em 1992).
Stalin acusado de nacionalismo burguês Mas MF, como em todas as outras questões, encontra-se atraído por uma linha semitrotskista de hostilidade a Stalin, cujos cálculos ele provavelmente não poderia nem ter começado a entender, mesmo que tivesse tentado. Na página 19 de seu artigo ele continua a fulminar Stalin: "Durante a guerra, havia, compreensivelmente, uma onda de sentimento nacional contra os agressores nazistas, mas Stalin a encorajou até um ponto além do compatível com os princípios internacionalistas proletários sobre os quais o Estado soviético era baseado. Ele invocou o espírito do passado imperial da Rússia nos dias iniciais da guerra: 'Que as imagens másculas de nossos grandes antepassados - Alexander Nevsky, Dimitry Bonskoy, Kazuma Minin, Dimitry Pozharsky, Alexander Suvorov e Mikhail Kutzov - os inspirem nesta guerra! Que a bandeira vitoriosa do grande Lênin seja sua estrela guia!'" 458
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Essas frases que MF cita foram tomadas do discurso de Stalin na Parada do Exército Vermelho, na Praga Vermelha, em Moscou, a 7 de Novembro de 1941. O contexto em que essas citações foram feitas era este: que a União Soviética estava destinada a ganhar por causa de sua força material e pela justiça de sua causa, porque ela estava empreendendo uma guerra de libertação não apenas do povo soviético mas também dos povos escravizados da Europa, que tinham caído sob o jugo dos opressores fascistas. Aqui está o contexto no qual o camarada Stalin fez essas citações: "Camaradas, homens do Exército Vermelho e da Marinha Vermelha, comandantes e instrutores políticos, homens e mulheres das guerrilhas, o mundo todo os encara como as forças capazes de destruir as hordas saqueadoras dos invasores alemães. OS POVOS ESCRAVIZADOS DA EUROPA QUE CAÍRAM SOB O JUGO DOS INVASORES ALEMÃES, OS CONSIDERAM SEUS LIBERTADORES. Uma grande missão libertadora tornou-se seu destino. Sejam merecedores dessa missão! A GUERRA QUE VOCÊS ESTÃO EMPREENDENDO É UMA GUERRA DE LIBERTAÇÃO, UMA GUERRA JUSTA. Que as imagens másculas de nossos grandes antepassados, Alexander Nevsky, Dimitry Donskoy, Kazuma Minin, Dimitry Pozharsky, Alexander Suvorov e Mikhail Kutzov - os inspirem nessa guerra! Que a bandeira vitoriosa do grande Lênin seja sua estrela guia!" (Ênfase minha). As citações de Stalin acima permitem concluir que ele encorajou um surto de sentimentos nacionais "além de um ponto compatível com os princípios internacionalistas proletários"? Não, não é assim. O primeiro item que deve ser lembrado - e esse é um item que todos os 'socialistas' do tipo de MF esquecem - é que a nação a ser defendida era uma nação socialista. Segundo, Stalin está falando aí acerca da União Soviética empreendendo uma guerra justa, uma guerra de libertação contra a agressão estrangeira. Foi nesse contexto que os nomes dos grandes patriotas russos ("os espíritos do passado imperial da Rússia", MF prefere chamálos) foram mencionados. Pois esses "grandes antepassados" tinham também em seu tempo lutado na defesa da Rússia, contra a agressão externa. No contexto da grande guerra patriótica do povo da URSS, era perfeitamente legítimo invocar os nomes dos "grandes antepassados" que tinham em sua época mostrado seu patriotismo em defesa de seu país. O Partido Trabalhista da Albânia e todo o povo albanês continuam a "invocar o espírito" de Scanderberg, um senhor feudal que lutou pela independência da Albânia. Isso faz MF considerar que o Partido Trabalhista da Albânia encoraja o nacionalismo albanês "além de um ponto compatível com os princípios internacionalistas proletários"? Terceiro, o camarada Stalin estava fazendo um apelo aos homens e mulheres das forças armadas soviéticas e das unidades guerrilheiras para lutarem pela libertação não só do povo soviético isoladamente, mas também pela libertação dos "povos escravizados da Europa" - um nacionalismo muito estranho, este! E, quarto, MF 'esquece' de comentar o fato de que Stalin nesse discurso não somente invocou o "espírito do passado imperial da Rússia "; ele também invocou o espírito do grande Lênin: "O espírito do grande Lênin e sua bandeira vitoriosa nos animam agora, nesta guerra patriótica, justamente como ele fez há vinte e três anos [isto é, durante a Guerra Civil e a Guerra de Intervenção de 1918], Que a bandeira vitoriosa do grande Lênin seja sua estrela guia! Sob a bandeira de Lênin, avante para a vitória!" 459
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Sobre a invocação do espírito de Lênin, MF não diz uma palavra. Ele evita esta parte do discurso do camarada Stalin como o demônio evita a água benta5. Ou talvez MF considere o espírito de Lênin como um dos espíritos do "passado imperial russo"? Finalmente, ao ler-se esse discurso do camarada Stalin no contexto de todos os seus discursos sobre a grande guerra patriótica, pode-se chegar a uma, e somente uma, conclusão, a saber, que se os discursos de Stalin contêm algum apelo ao sentimento nacional, tal apelo nunca vai "além de um ponto compatível com os princípios internacionalistas proletários". O patriotismo proletário'genuíno, o amor por uma pátria socialista, nunca foi e nunca será incompatível com o internacionalismo proletário. Os MFs deste mundo, entretanto, estão habituados a aprender frases e fórmulas de cor. Eles nunca ponderam por um momento sobre seu significado. Evidentemente, devem ter escutado que, durante*a primeira guerra imperialista, Lênin denunciou a bandeira de defesa da pátria como uma desgraçada traição ao socialismo. Pensam, portanto, que Lênin se opunha todo o tempo, e sob todas as condições, à defesa da pátria, independente de ser a pátria socialista ou imperialista, uma pátria opressora ou oprimida. Eles são incapazes de diferenciar guerras justas de guerras injustas, guerras interimperialistas de guerras contra o imperialismo. Daí suas denúncias histéricas de Stalin, por encorajar a defesa da pátria socialista. Se a defesa da pátria em todas as circunstâncias deva ser considerada um mal, como é para certos 'marxistas' de meia tigela como MF, então as guerras de libertação nacional (por exemplo, como a luta do povo vietnamita) contra o imperialismo e as guerras de defesa da revolução proletária contra a intervenção imperialista (tais como a guerra da URSS contra a intervenção e agressão) deveriam ser denunciadas como traidoras do socialismo. Esta é precisamente a conclusão a que os MFs explicitamente, intencionalmente ou não, chegam - e chegando a tal conclusão, eles rompem com o marxismo-leninismo, total, absoluta e irrevogavelmente. Ao se ler os discursos do camarada Stalin e a história da época, torna-se perfeitamente claro que o povo soviético foi mobilizado com bandeiras de luta contra o fascismo para a defesa e'a Uberdade da pátria socialista e para a defesa do jugo dos agressores fascistas. A acusação de nacionalismo levantada por MF, portanto, não passa na prova da confirmação. Em apoio a sua alegação a respeito da "degeneraçãonacionalista" da União Soviética, MF, à página 20, recorre ainda a outro item de 'prova'. Essa 'prova' consiste em MF citar Ilya Ehrenburg, que dizia não ter esperança de um levante popular na Alemanha porque: "Para um levante popular você necessita de povo. Mas o que temos na Alemanha são milhões de Fritzes e Gretchens, uma massa gananciosa e estúpida, alguns impudentes, outros temerosos, mas ainda incapazes de pensar ou sentir." Tem isso algo a ver com a política do PCUS(B), do governo soviético ou aquela de Stalin? Nada tem a ver com nenhuma delas. Ehrenburg pertencia a uma organização judaica russa e reagiu de uma forma muito emocional à perseguição dos judeus pelos fascistas alemães. Ehrenburg não era membro do PCUS(B). No que se refere ao PCUS(B) e a Stalin, o povo alemão, longe de ser considerado como "uma massa gananciosa e estúpida ... incapaz de pensar ou sentir", era, ao contrário, considerado tuna força revolucionária que estava destinada a 460
•Capítulo 24 - 'Degeneração Nacionalista'
romper e "arrasar" a retaguarda dos fascistas hitleristas. A propaganda oficial soviética durante a guerra refletiu essa posição correta do PCUS e de Stalin. Eis um exemplo - de muitos a que se pode aludir sobre isso - das referências de Stalin ao papel revolucionário do proletariado alemão: "Somente os tolos hitleristas não entendem que não apenas a retaguarda européia MAS TAMBÉM A RETAGUARDA ALEMÃ DAS TROPAS ALEMÃS REPRESENTAM UM VULCÃO QUE ESTÁ PRONTO A ENTRAR EM ERUPÇÃO E ARRASAR COM OS AVENTUREIROS HITLERISTAS" (Discurso proferido em 6 de novembro de 1941 - Ênfase minha). Há inúmeros exemplos em discursos de Stalin sobre a Grande Guerra Patriótica, assim como na propaganda ( soviética, em que o sentimento anterior está repetido várias vezes. Quem, senão os mais descarados professores mentirosos e caluniadores (tais como MF), poderia, à luz de tudo isso, afirmar que a "repetição constante" da "linha de propaganda soviética que encara todos os alemães como sádicos brutais não podia senão evitar qualquer entendimento real do fascismo"? O truque de MF de criticar Stalin pelos pecados de Ilya Ehrenburg pode agora ser claramente visto pelo que é, isto é, um truque burguês e por sinal um truque desonesto. Isso nãa funciona, Mr. MF - certamente não fora dos círculos semitrotskistas e semi-revisionistas do CFB e de organizações "marxistas" similares! A próxima 'prova' produzida por MF: "Presumivelmente afim de proporcionar alguma dignidade ao nacionalismo burguês, Stalin expressou a opinião peculiar de que os nazistas não eram regimenta nacionalistas: 'Podem os hitleristas ser considerados nacionalistas?Não, não podem. Realmente, os hitleristas não são agora nacionalistas, mas imperialistas'." Mais uma vez, caindo tãobaixb que faz parecer decentes os padrões e práticas do pior jornalismo marrom, MF tira a citação acima de Stalin do seu contexto. Os fascistas hitleristas estavam invadindo país após país, sujeitando os povos a saques, assassinatos, espoliações, pilhagens e pogroms - tudo no interesse do imperialismo alemão, a fim de criar um 'grande império alemão'. Piara ocultar sua essência "Black hundreds"* imperialista, reacionária dos povos alemães e outros, os fascistas continuavam a cometer seus crimes hediondos - a subjugação dos povos estrangeiros e do povo alemão em casa - chamando a si próprios de 'nacional-socialistas'. Stalin, em seu discurso, rechaça a reivindicação desses fascistas de serem chamados de socialistas ou nacionalistas. Os fascistas, disse ele, não eram socialistas, pois eram os mais perniciosos inimigos da classe operária da Alemanha e de outros países. Nem eram nacionalistas, pois não estavam engajados na defesa da Alemanha, mas, ao contrário, em subjugar outros povos no interesse do imperialismo alemão. Os hitleristas, ele disse, deveriam ser chamados, portanto, por seVi nome certo, isto é, imperialistas. O espaço não permite reproduzir uma seção inteira do discurso do camarada Stalin, do qual MF retirou a citação anterior, mas o seguinte parágrafo importante será suficiente para restaurá-la em seu próprio e legítimo contexto: "Quem são os 'nacional-socialistas'? Em nosso pais, os invasores alemães, isto é, os hitieristas, são usualmente chamados fascistas. Os hitleristas, parece, consideram isso errado e obstinadamente continuam a chamar-se de 'nacional-socialistas'. Dai, os alemães querem asse*Nota do tradutor: Movimento anti-semita do início do século XX. 461
Trotskismo x Leninismo *
gurar-nos que o Partido Hitlerista dos invasores alemães, que está espoliando a Europa e tem organizado ataques vis ao nosso Estado socialista, é um partido socialista. É possível? O que pode haver de comum entre o socialismo e os bestiais invasores hitleristas que estão saqueando e oprimindo as nações da Europa? Podem os Hitleristas ser considerados como nacionalistas? Não, não podem. Realmente, os hitleristas não são agora nacionalistas, mas imperialistas. Enquanto os hitleristas estavam engajados em reunir as terras alemãs e reunir o distrito do Reno, a Áustria, etc., era POSSÍVEL com algum fundamento chamá-los de nacionalistas. Mas depois que eles capturaram territórios e escravizaram as nações européias - checos, eslovacos, poloneses, noruegueses, dinamarqueses, holandeses, belgas, franceses, sérvios, gregos, ucranianos, bielo-russos, os habitantes dos países bálticos, etc. - e começaram a buscar a dominação mundial, o Partido Hitlerista cessou de ser um partido nacionalista, porque a partir daquele momentoele se tornou um partido imperialista, um partido de anexação e opressão. O Partido Hitlerista é um partido de imperialistasr e os imperialistas vorazes e predatórios entre todos ns imperialistas cjn mundo.
mais
Podem os hitleristas ser considerados socialistas? Não, não podem. Na realidade, os hitleristas são os inimigos jurados do socialismo, reacionários velhacos e anti-semitas que retiraram da classe operária e dos povos da Europa as liberdades democráticas mais elementares. ...Na realidade, o regime de Hitler é uma cópia do regime reacionário que existia na Rússia sob o tzarismo. É bem sabido que os hitleristas suprimem os direitos dos operários, os direitos dos intelectuais e os direitos das nações tão duramente como os regimes tzaristas os suprimiam, e que eles organizam pogroms medievais contra os judeus tão duramente como o regime tzarista6 o fazia. O Partido Hitlerista é um partido de inimigos das liberdades democráticas. um partido de mação medieva] e de pogroms anti-semitas" (Ênfase minha). O que, então, está errado no contexto anterior, com Stalin negando aos fascistas o título de 'nacional-socialistas'? Talvez MF não gostasse de contestar o direito dos hitleristas bestiais de serem chamados de 'nacional-socialistas'? Se for assim, MF deveria ter tido a coragem abertamente de proclamar esse direito dos fascistas, mais do que admitir esse direito apenas dissimuladamente, imperceptivelmente e implicitamente sob a cobertura de uma barragem de injúrias lançadas contra o camarada Stalin. Se essa é a posição de MF - e parece ser - então deveria ser perguntado a ele: Mr. MF: de que lado você está? Está do lado das forças do fascismo e da reação obscura, ou está do lado das forças da revolução proletária e de libertação nacional? Em vista do que foi estabelecido antes, pode-se, sem sombra de dúvida, concluir que a alegação de MF a respeito da 'degeneração nacionalista' da URSS durante o período em consideração é totalmente infundada.
Notas 1. No Sexto Congresso do Comintern (17 de julho a I o de setembro de 1928), Bukharin distribuiu as suas teses sobre a situação internacional. Essas teses, ao contrário da regra geral, não tinham sido examinadas pela delegação do PCUS(B). Na ocasião essas teses mostraram-se insatisfatórias em numerosos pontos, e a delegação do PCUS(B) foi obrigada a introduzir cerca de 20 emendas a elas. 462
•Capítulo 24 - 'Degeneração Nacionalista'
2. Ver a série A Respeito da Luta do Trotskismo Contra-Revolucionário contra o Leninismo Revolucionário, publicada em outra parte desta coleção. 3. Na época em que fez sua acusação absurda contra Stalin, MF e a organização a qu* ele pertencia, a RCL, vangloriavam-se de serem os principais maoístas na Inglaterra. Está. entretanto, claro que sua ignorância do marxismo-leninismo é apenas igualada por sua ignorância dos escritos do camarada Mao Tsé-tung. Tivessem eles tido a preocupação dler o artigo de Mao Tsé-tung 'A Identidade de Interesses entre a União Soviética e Toda a Humanidade', datado de 28 de setembro de 1939, isto é, apenas um mês após a assinatura do Pacto de Não-Agressão Soviético-Germânico, eles teriam percebido a absoluta falsidade de suas acusações. Ao mesmo tempo que convidamos todos a lerem esse excelente artigo que se encontra no Vol. 2 das 'Selected Works', de Mao Tsé-tung, reproduzimos aqui alguns parágrafos significativos dele: "Algumas pessoas dizem que a União Soviética não quer que o mundo permaneça em paz porque a deflagração de uma guerra mundial seria favorável a ela, e que a presente guerra foi precipitada pela conclusão da União Soviética de um tratado de não-agressão com a Alemanha, em lugar de um tratado de assistência mútua com a Inglaterra e a França. Considero essa visão incorreta. A política externa da União Soviética, por um longo período de tempo, tem sido consistentemente de paz, uma política baseada nos laços estreitos entre seus próprios interesses e aqueles da esmagadora maioria da humanidade. Para sua própria construção socialista, a União Soviética sempre precisou da paz, sempre precisou fortalecer suas relações pacíficas com outros países e evitar uma guerra anti-soviética; em prol da paz numa escala mundial, ela também precisou deter a agressão dos países fascistas, conter as provocações belicosas dos chamados países democráticos e adiar o mais possível a deflagração de uma guerra mundial imperialista. A União Soviética tem há muito devotado grande energia à causa da paz mundial. Por exemplo, ingressou na Liga das Nações, assinou tratados de assistência mútua com a Rrança e a Checoslováquia e tentou firmemente concluir pactos de segurança com a Inglaterra e outros países qua poderiam estar dispostos a ter a paz. Depois que a Alemanha e a Itália juntas invadiram a Espanha, e quando a Inglaterra, os EUA e a França adotaram uma política de 'não-intervenção' nominal, mas de conivência real com sua agressão, a União Soviética se opôs à política de 'nãointervenção' e deu ajuda ativa às forças republicanas espanholas em sua resistência à Alemanha e à Itália. Após o Japão invadir a China e as mesmas três potências adotarem a mesma política de 'não-intervenção', a União Soviética não apenas concluiu um tratado de não-agressão com a China como deu.à China ajuda ativa em sua resistência. Quando a Inglaterra e a França foram coniventes com a agressão de Hitler e sacrificaram a Áustria e a Checoslováquia, a Ujiião Soviética não mediu esforços em se expor aos sinistros objetivos que estavam por trás da política de Munique e fez propostas aos ingleses e franceses para que evitassem mais agressões. Quando a Polônia se tomou a questão candente na primavera e no verão deste ano e era incerto se a guerra mundial seria deflagrada, a União Soviética negociou com a Inglaterra e a França durante quatro meses, a despeito da completa falta de sinceridade de Chamberlain e Daladier, em um esforço para concluir um tratado de assistência mútua que evitasse a deflagração da guerra. Porém, todos esses esforços foram bloqueados pela política imperialista dos governos da Inglaterra e da Rança, uma política de conluios para a guerra, instigação e disseminação da guerra, de tal modo que, finalmente, a causa da paz mundial foi frustrada e a guerra mundial imperialista deflagrada. Os governos da Inglaterra, dos Estados Unidos e da França não tinham o desejo genuíno de evitar a guerra; ao contrário, ajudaram a deflagrá-la. Sua recusa em chegar a um acerto com a União Soviética e concluir um tratado realmente efetivo de assistência mútua, baseado na igualdade e reciprocidade, provou que eles não queriam a paz mas a guerra. Todos sabem que no mundo contemporâneo a rejeição da União Soviética significa a rejeição da paz. Mesmo Lloyd George, esse representante típico da burguesia britânica, sabe disso. Foi nessas circunstâncias, e quando a Alemanha concordou em suspender suas atividades anti-soviéticas, abandonando o Acordo contra a Internacional Comunista e reconhecendo a invio463
Trotskismo x Leninismo * labilidade das fronteiras soviéticas, que o tratado de não-agressão soviético-alemão foi concluído. O plano da Inglaterra, dos Estados Unidos e da França era incitar a Alemanha a atacar a União Soviética, de tal modo que eles próprios, 'sentando-se no topo da montanha para assistir aos tigres lutarem', pudessem descer e tomai tudo, depois que a União Soviética e a Alemanha estivessem extenuadas. O tratado de não-agressão soviético-alemão esmagou essa conspiração. Ao observar esta conspiração e as tramas dos imperialistas anglofranceses que foram coniventes, instigaram e precipitaram uma guerra mundial, alguns de nossbs compatriotas foram realmente influenciados pela propaganda açucarada desses conspiradores. Esses políticos ardilosos não estavam em nada interessados em checar a agressão contra a Espanha, contra a China ou contra a Áustria e a Checoslováquia; ao contrário, foram coniventes com a agressão e instigaram a guerra, jogando o papel proverbial do pescador que faz a narceja brigar com o mexilhão para tirar vantagem de ambos. Eles eufemisticamente descreviam sua ação como de 'não-intervenção', mas o que realmente faziam era sentar-se no topo da montanha para observar os tigres lutarem'. Um bom número de pessoas no mundo foi enganado pelas palavras adocicadas de Chamberlain e de seus parceiros, deixando de ver as intenções assassinas por trás de seus sorrisos, ou de entender que o tratado de não-agressão soviético-alemão foi concluído somente após Chamberlain e Daladier terem decidido rejeitar a União«Soviética e provocar a guerra imperialista. Está na hora de essas pessoas acordarem. O fato de que a União Soviética trabalhou firme para preservar a paz mundial até o último minuto prova que os interesses da União Soviética são idênticos àqueles da maioria esmagadora da humanidade." 4. O professor austríaco Topitsch, cujas credenciais anticomunistas e simpatias próimperialistas são impecáveis, e que não pode portanto ser acusado de abrigar qualquer leve inclinação por Stalin ou pela URSS que este dirigiu, teve isto a dizer sobre os acontecimentos em consideração: "...A análise completa do entrejogo dos principais «ventos levou-me à convicção de que ... Stalin não foi somente o vencedor real, mas também a figura-chave na guerra; ele foi, de fato, o único estadista que teve na época uma idéia clara e com base ampla de seus objetivos" (Ernest Topitsch, Stalin's War, Londres, Fourth Estate, 1987, p. 4). Adiante: "Os acontecimentos do verão de 1939 mostram as conseqãências decisivas da falta de qualidades e de visão política orientada para o mundo de Hitler, que faziamno ter uma visão muito inferior à de seu colega russo. A respeito da inteligência politica e do estilo politico, sua relação era como aquela de um jogador de roleta para um grandeme stra do xadrez, e a afirmação de que o Fuehrer caiu como um ginasiano na armadilha preparada para ele por Moscou dificilmente pode ser chamada de exagerada. O diabólico georgiano claramente precisava aplicar cem vezes mais astúcia nas lutas internas do Partido Comunista Soviético do que precisou para enganar Hitler, para não falar nos dirigentes das potências ocidentais" (Ibid., p. 7). Sobre o Pacto Hitler-Stalin, o mesmo autor escreveu: "Após a conclusão desse tratado, Hitler e Ribbentrop podem ter se considerado estadistas do mais alto calibre; em lugar disso, suas ações revelaram uma assustadora falta de inteligência política. Enquanto Stalin tinha ponderado cuidadosamente o conteúdo e a fraseologia dos acordos, a outra parte foi obviamente incapaz de prever as conseqüências que podiam resultar para a Alemanha daqueles documentos decisivos. Na realidade, os dois tratados se ajustavam perfeitamente à estratégia de longo prazo soviética para envolver a Alemanha numa guerra com a Inglaterra e a França, tornava-a dependente da Rússia e, se a oportunidade surgisse, levaria à sua extinção como um poder independente. De longa visão como ele era, Stalin já pensava naquele estágio inicial em obter um ponto de partida favorável para a realização de tais planos" (p. 4). Contrariando a lenda, bastante disseminada nos círculos trotskistas e burgueses, de que a URSS não estava preparada para a guerra e foi pega de surpresa, e referindo-se ao sentimento soviético de superioridade, Topitsch diz: "...isso não era de forma alguma completamente injustificado, e em alguma medida derivava da força real do Exército 464
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Vermelho e da eficiência da indústria de armamentos. O potencial real de ambos foi provado na guerra, quando os russos mostraram-se capazes de recuperar-se com extraordinária rapidez das pesadas perdas dos primeiros meses, lançando então contra o inimigo massas sempre crescentes de homens e material. Esses logros são tão mais surpreendentes porque na época as áreas industriais importantes e de matérias-primas tinham sido perdidas e não podiam ser substituídas pela transferência de fábricas de armamentos numerosas para e além dos Urais ... Numericamente, essa superioridade só pode ser definida aproximadamente, mas em muitas áreas era bem nítida, como mostra uma comparação da força do agressor com as perdas russas no primeiro ano da guerra. No começo da campanha, o exército alemão tinha no leste um total de mais de 3.030.000 homens, 7.184 peças de artilharia, 3.580 tanques e 2.740 aviões de combate. Por outro lado, de acordo com os quadros alemães relacionados apenas às ações em tomo de'Bialystok-Minsk e Smolensk até a metade de julho, foram feitos não menos de 642.000 prisioneiros, enquanto 4.929 peças de artilharia e 6.537 tanques foram capturados ou destruídos. Se esses números admitem incerteza ou exagero, eles no entanto parecem críveis, à vista da evidências das fontes soviéticas, já que o Escritório de Informação Soviética dava as seguintes perdas no primeiro ano da guerra: 4.500.000 homens mortos, feridos ou feitos prisioneiros. 22.000 canhões pesados, 15.000 tanques e 9.000 aviões. Esse é também o veredicto do expert militar britânico John Erickson: 'Ao se aplicar os números de Stalin, baseado nas fontes soviéticas, a superioridade soviética alcançava sete para um em tanques, ao menos; em aviões, os alemães eram inferiores à razão de quatro ou cinco para um'. Embora um grande número de aviões e tanques fosse antigo, havia também um considerável número de novos tipos disponíveis na deflagração da guerra. Somente nos primeiros seis meses de 1941,2.653 aviões de combate e caça foram construídos com projetos modernos; em meados de junho, o exército tinha recebido 1.861 tanques dos tipos KW e T34. O lendário T34 era definitivamente superior ao seu equivalente alemão e quase invulnerável às armas antitanque correntes "de seus contendores. De janeiro de 1939 a 22 de junho de 1941, mais de 7.000 veículos blindados foram fornecidos, e no ano de 1941 cerca de 5.500 tanques de todos os tipos. Para equipar as unidades motorizadas - aquelas no estágio de planejamento, assim como aquelas já operacionais - 1 6 . 0 0 0 dos novos tanques estavam disponíveis, com cerca de 32.000 projetados - um número enorme. Parece muito improvável que essa avalanche de tanques tinha apenas propósitos de defesa. O único tipo de tanque alemão em alguma medida comparável com os novos projetos soviéticos era o Panzer IV, mas destes apenas 618 estavam operacionais no começo da campanha no Leste; por outro lado, os motorizados estavam equipados principalmente com Kampfwagen II e III (carros blindados). No começo de 1941, a produção mensal alcançava apenas 250 tanques e canhões pesados de campo. A superioridade soviética em artilharia era a mais marcante. Documentos de arquivo revelam que, de 1° de janeiro de 1939 a 22 de junho de 1941, o Exército «Vermelho recebeu um total de 29.637 canhões de campo e 52.407 morteiros de trincheira, perfazendo, junto com os canhões tanque, um total de 92.578 canhões grandes e morteiros. Desses, os lança-foguetes ('órgãos de Stalin') foram uma surpresa particularmente desagradável para o agressor. Estes e outros números mostram claramente que a crença soviética na força militar e industrial da pátria era mais do que uma mera 'fata morgana'. A União Soviética desse período já continha o núcleo de uma superpotência futura" (pp. 73-74). Topitsch corretamente registra que a Operação Barbarossa foi baseada na superestimação do poder militar alemão e na subestimação do soviético, assim como outras premissas que começaram a ruir no momento em que o exército alemão cruzou a fronteira soviética. 465
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"Quando os alemães cruzaram a fronteira no leste, o sentimento que muitas vezes tomou conta deles - do Fuehrer ao soldado comum - era de que eles estavam abrindo uma porta para o desconhecido, atrás da qual Stalin tinha surpresas preparadas para eles e que no fim a ruína poderia estar espreitando nas estepes sem fim" (ibid. p. 103). Após seus sucessos iniciais, obtidos através da vantagem tática de seu ataque de surpresa à URSS, os nazistas começaram a acreditar que a vitória já era sua e perderam-se em fantásticos planos para o futuro. "Mas, gradualmente, tornava-se claro que a União Soviética estava longe de ser um 'colosso com pés de barro'. A despeito de enormes perdas, o vasto império podia lançar novas massas de homens e materiais contra o invasor, e logo números crescentes de novos tipos de tanques e dos temidos lança-foguetes apareceram nos campos de batalha. A vitória de 14 dias tornou-se uma guerra que duraria pelo menos quatro anos, combatida da maneira mais acirrada por ambos os lados, e as vitórias dramáticas das primeiras semanas acabaram se mostrando o começo do fim do Terceiro Reich" (p. 113). "...A energia implacável de Stalin assegurava que todas as reservas no interior profundo do país estivessem mobilizadas. De fato, no decorrer dessa luta fratricida, a União Soviética ampliou-se e deu um passo decisivo para se tornar uma superpotência. Em contraste, a Alemanha foi efetivamente se exaurindo com todos os passos em sua exaustiva campanha em direção ao Leste" (p. 115). Topitsch também comentou o Tratado de Neutralidade de abril de 1941 com o Japão. Ao assiná-lo, a União Soviética teve êxito em alcançar no leste o que tinha alcançado no oeste através do Pacto de Não-Agressão de 1939 com a Alemanha. Que fale sobre o assunto o Professor Topitsch: "Vale a pena notar que a formulação desse pacto era tal que - de acordo uma possível interpretação - os japoneses eram obrigados a observar a neutralidade mesmo no caso de um ataque soviético contra a Alemanha, como fariam os russos no caso de uma ação japonesa no Pacífico. Stalin estava, por certo, procurando proteger sua retaguarda antes da colisão com a Alemanha, mas ele talvez também estivesse perseguindo outros objetivos mais importantes. A jogada hábil de Stalin logo levou ao resultado desejado. Imediatamente após a assinatura do pacto, e encorajado pelo fato de que um acordo tinha sido alcançado, o exército e os navios japoneses começaram a intensificar sua expansão para o sul, a fim de melhorar a posição estratégica da nação e seu suprimento de matérias-primas e também para colocar pressão sobre os chineses desse lado. Eles estavam preparados para enfrentar as conseqüências se esta ação resultasse em um choque com a Inglaterra e os Estados Unidos. Os planos de Stalin iam além, entretanto, como Grigore Gafencu assinalou com particular clareza: a penetração Japonesa no sul livraria a Sibéria oriental da ameaça japonesa, aliviaria a China, para a qual era difícil respirar com o estrangulamento exercido por Tóquio, e envolveria o Japão numa guerra com os EUA. A longo prazo, isto significaria o desastre para o Japão, mas também revelaria a fraqueza do Império Britânico, fortaleceria o sentimento nacionalista de amplas massas do povo da Ásia Central e fomentaria a luta da Ásia pela liberdade. Assim como o pacto com Hitler deflagrou a 'guerra imperialista' no Oeste, o pacto de neutralidade com o Japão serviria ao mesmo propósito na Ásia. O Kremlin esperava que as lutas ferozes entre a Inglaterra, os EUA e o Japão incitariam e levantariam as massas na Ásia e assim as deixariam prontas para uma revolução sob a direção soviética. O pacto de neutralidade, portanto, fazia parte integral da ampla estratégia de Stalin de desviar as políticas expansionistas das potências capitalistas agressivas para longe da União Soviética e na direção das potências 'não agressivas' ... Tendo já êxito em deixar Hitler envolvido em um tipo de guerra por procuração com as democracias ocidentais, 466
•Capítulo 24 - 'Degeneração Nacionalista'
ao concordar em não enfrentá-lo no Leste, o objetivo agora era oferecer proteção semelhante aos japoneses, a fim de atraí-los para uma confrontação com os ingleses e americanos. Desse modo, outra vez usando um pacto de neutralidade, outro agressor potencial foi transformado em instrumento dos interesses soviéticos e usado contra os Estados capitalistas ..." (p. 95-96). "Até que ponto o novo acordo com a União Soviética encorajou Tóquio em suas decisões é discutível. Mas naquela época o Japão não tinha nada a temer vindo dessa direção, especialmente visto que as forças soviéticas estavam ocupadas no conflito com a Alemanha. Em qualquer caso - justamente como Stalin tinha imaginado com o pacto de neutralidade - os japoneses se envolveram em uma guerra com as potencias ocidentais" (p. 124). "Fearl Harbour", continua Topitsch, "foi um triunfo especialmente grande para Stalin. Finalmente os soviéticos estavam livres do perigo de uma guerra em duas frentes; em vez disso, os britânicos e os americanos estavam agora envolvidos em uma" (p. 125). "De acordo com os planos de Stalin, o Japão - uma fonte contínua de tensão e transtornos para a União Soviética - daria meia-volta e seria empregado contra os britânicos e americanos. Esse objetivo foi alcançado pelo tratado de neutralidade de 13 de abril de 1941, pelo qual Moscou teve garantida a cobertura no Leste que era necessária para a guerra com a Alemanha e ao mesmo tempo dava segurança similar ao Japão, liberando assim este país para um confronto armado com os britânicos e americanos. A política áspera de Roosevelt para com o Japão embarcava completamente na linha das intenções do Kremlin e eventualmente levou ao ataque a Pearl Harbour - que marcou a deflagração da 'guerra imperialista' no Extremo Oriente e confirmou que o conceito manipulativo inventado por Lênin e desenvolvido por Stalin tinha sido plenamente exitoso" (p. 135). Topitsch, que é um completo direitista e anticomunista, ficou apropriadamente indignado com os sucessos da diplomacia leninista da União Soviética e se queixa pungentemente, nos seguintes termos: "Dessa forma, a União Soviética foi capaz de infligir uma pesada derrota às potências ocidentais na Segunda Guerra Mundial, usando puramente meios políticos e estratégicos. O Exército Vermelho nunca necessitou enfrentar militares com as forças britânicas ou americanas: isso foi feito por eles pelos alemães e japoneses. A Inglaterra e a América, de fato, forneceram abundantes suprimentos à União Soviética - muito mais do que o necessário para evitar uma*vitória alemã no Leste. Sob a influência das emoções engendradas pela guerra contra Hitler e os truques psico-estratégicos de Stalin - o mito do ataque fascista não provocado e as continuas exigências de uma segunda frente - nem os políticos nem o público nas grandes democracias perceberam que o inimigo mais perigoso não era necessariamente o diretamente envolvido no conflito militar. Por meio dessa arte de avanços indiretos, dissimulados e discretos, que Stalin desenvolvia de modo magistral, o astuto georgiano conseguiu seu maior sucesso. A fraqueza das potências ocidentais não se devia à falta de instrumentos de força, mas a uma deficiência na inteligência política." Somente os contra-revolucionários trotskistas e alguns ingênuos 'anti-revisionistas' têm dificuldade de ver o Pacto de Não-Agressão com a Alemanha e o Tratado de Neutralidade com o Japão em seu contexto histórico apropriado. 5. Usamos esta expressão com alguma apreensão, porque uma conseqüência provável parece ser que estamos invocando espíritos religiosos. 6. Não há dúvida de que MF encontraria alguma forma de considerar esta sentença do camarada Stalin como outra invocação dos "espíritos do passado imperial russo nos dias iniciais da guerra".
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Capítulo 25 Ausência de uma Linha de Massa A terceira acusação vem, entre outros, de dois indivíduos, a saber, MF e o professor G. Thomson. Eis o que MF teve a dizer: "Em poucas palavras, estava faltando uma verdadeira 'linha de massa'" (p. 20). "Não há evidência de que o aparato do Estado soviético realmente tenha começado a se 'fundir com as massas' ou 'envolver os milhões de pessoas trabalhadoras'. Na ausência de uma linha de massa, a degeneração do Partido era inevitável, mais cedo ou mais tarde..." Na ausência de uma linha de massa, "o partido se torna crescentemente divorciado das massas e as contradições sociais são inevitavelmente mal tratadas..." E assim por diante. Qual é a evidência de MF para essa grave alegação? A evidência de MF outra vez consiste em sua própria afirmação: "Não há evidência de que o aparato do Estado soviético realmente tenha começado a se 'fundir com as massas' ou 'envolver os milhões de pessoas trabalhadoras'". Se esse estranho método de 'prova' pela afirmação fosse aceite como válido, então nada haveria de estranho em responder à alegação de MF dizendo simplesmente: "Não há evidência" de que a alegação de MF tenha algum fundamento. Espera-se fazer bem melhor do que isso no presente artigo, mas antes de tratar de MF, também se deve ouvir sobre essa questão o confuso professor Thomson. Em seu livro De Marx a Mao Tsé-tung - Um Estudo da [deveria ser CONTRA A] Dialética Revolucionária, o professor apresenta os seguintes ramalhetes: "A propriedade capitalista foi substituída [na URSS] pela propriedade socialista, a produção em pequena escala pela produção em larga escala. Mas a transformação socialista da superestrutura política e ideológica ainda estava,para ser empreendida. Um novo aparato estatal tinha sido criado, controlado através do Partido pelo proletariado, mas as massas não estavam ainda plenamente envolvidas nele. Ao contrário, ele tinha se tornado em alguma medida alienado das massas ... Tendências burocráticas foram também crescendo no próprio Partido. As velhas classes exploradoras tinham sido expropriadas, mas não, de forma alguma, eliminadas" (p. 134). Esta última sentença - deixando de lado por enquanto tudo o mais no parágrafo anterior - é uma jóia, cujo significado só pode ser do conhecimento do próprio professor dos Clássicos, isto é, o professor Thomson. Para esclarecer alguns de nós que, ao contrário do professor, não podem se gabar de terem sido 469
Trotskismo x Leninismo
finamente educados, o professor deveria ter a bondade de iluminar-nos com o significado desta sentença: "As classes exploradoras tinham sido expropriadas, mas não, de forma alguma, eliminadas. " Até agora os marxistas, inclusive Lênin por exemplo, tinham considerado a expropriação das classes exploradoras como o mesmo que a eliminação dessas classes. O professor, parece, pensa de modo diferente. Ele faz assim precisamente porque, como se mostrou acima, ele confunde a eliminação das classes exploradoras com a eliminação da luta de classes. Já que a lut.a de classes no socialismo continua (e isto mesmo o nosso professor sabe), ele « chega, por um processo de raciocínio retrógrado, à conclusão de que as classes exploradoras não tinham sido eliminadas, pois, de acordo com ele, a luta de classes deveria ter chegado ao fim se as classes exploradoras tivessem sido eliminadas (ver pág. 131 de seu livro). Talvez pela eliminação das classes exploradoras o professor entenda o extermínio físico de todos os membros das antigas classes exploradoras? Se ele tem isso em mente, deveria dizê-lo. Talvez ele tivesse gostado de ver seu extermínio físico. Tivesse tal extermínio tido lugar - o que realmente não aconteceu - nós ainda não estaríamos livres do professor, pois ele nos defrontaria ainda com outro desvio 'esquerdista' da parte de Stalin. É assim que agem os Thomsons deste mundo. Prosseguindo, o professor Thomson, à página 135 de seu livro, continua como se segue: "Se as massas tinham sido despertadas para tomar a luta de classe em suas mãos e conduzi-la até o fim, tomando o cuidado de distinguir entre amigos e inimigos, elas teriam sido capazes de isolar os contra-revolucionários em seu meio e, ao mesmo tempo, cuidar de pôr um freio nas atividades da polícia de segurança. " E adiante: "... Os inimigos eram tratados como amigos e os amigos inimigos. "
como
Que evidências o professor forneceu como prova dessas afirmações? Umas poucas afirmações. Ele toma como pacífico que suas afirmações são verdades eternas e imutáveis; com base na sua premissa, continua a fazer mais afirmações, que supõe fornecerem uma explicação quanto aos 'erros' atribuídos a Stalin nas afirmações acima citadas. Stalin estava divorciado das massas, afirma o professor. Por quê? "...talvez porque ele se inclinava a confiar muito na 'para administração"', responde nosso rato de arquivo, Thomson. Por qije era Stalin "inclinado a confiar muito na 'pura administração'?" perguntamos. A resposta fornecida pelo professor dos Clássicos é: porque Stalin tinha cometido o "erro" de acreditar que em 1936 a luta de classes na URSS estava no fim; ele não entendeu, no entanto, que "longe de desaparecer, a resistência das classes expropriadas estava continuando e assumindo novas formas, que eram mais insidiosas do que as velhas e, portanto, ainda mais perigosas. Nessas circunstâncias, era vitalmente necessário manter e fortalecer a ditadura do proletariado, como Lênin tinha antevisto" (p. 135). A mentira deslavada contida no parágrafo acima já foi refutada neste livro. Tinha sido claramente mostrado que Stalin, longe de acreditar no apaziguamento da luta de classes no socialismo, mantinha a visão contrária, de que a luta de classes crescia ferozmente na ditadura do proletariado; que ele conduziu uma impiedosa luta contra aqueles que expunham a "detestável" e "perigosa" teoria do apaziguamento da luta de classes. E o sempre tão esperto e no entanto sempre tão estúpido 470
Capítulo 25 - Ausência de uma Linha de Massa
professor que comete o erro e que, em sua confusão e presunção, apresenta o seu próprio erro como "erro de Stalin". E o professor que está, como se mostrou acima, confundindo a eliminação das classes exploradoras com a eliminação da luta de classes. Quanto à implicação de que a Constituição de 1936 enfraquecia a ditadura do proletariado, isso é uma inverdade. Longe de enfraquecê-la, a nova Constituição fortaleceu a ditadura do proletariado por ampliar suas bases, de acordo com as mudanças na estrutura de classes da sociedade soviética. Stalin trata desta crítica em seu discurso sobre a Constituição: "O quarto grupo de críticos, ao atacar o projeto da nova Constituição, caracteriza-o como um 'desvio para a direita', como o 'abandono da ditadura do proletariado', como a liquidação do regime bolchevique'. 'Os bolcheviques tinham se inclinado para a direita, isto é fato", declaram em um coro de diferentes vozes. Particularmente zelosos a esse respeito são certos jornais poloneses bém alguns jornais americanos.
e tam-
O que se pode dizer acerca dessas assim-chamadas críticas? Se a ampliação da base da ditadura da classe operária e a transformação da ditadura num sistema mais flexível e, conseqüentemente, mais poderoso de orientação da sociedade pelo Estado é interpretada por eles não como um fortalecimento da ditadura da classe operária, mas como um enfraquecimento dela, ou mesmo seu abandono, então é legítimo perguntar: Esses senhores realmente sabem o que significa a ditadura da classe operária? "Se a forma legislativa dada às vitórias do socialismo, a forma legislativa dada aos sucessos da industrialização, da coletivização e da democratização são apresentadas por eles como um 'desvio para a direita', então é legítimo perguntar: Esses senhores sabem realmente a diferença entre esquerda e direita?" Como registrado antes, o professor disse: Durante os anos 1930 e depois, os inimigos "eram tratados como amigos e os amigos como inimigos". Por quê? Porque Stalin não entendia a distinção entre contradições antagônicas e não antagônicas. Assim disse o professor. Qual é a prova de sua afirmação? Eis o que é proferido pelo pomposo professor, na esperança de que seus leitores serão tão crédulos quanto os estudantes universitários a que o professor está acostumado, e aceitarão isso como 'prova': (1938) nicas, podem podem
"Nessa relação, é notável que em seu 'Materialismo Dialético e Histórico' Stalin não tenha distinguido entre contradições antagônicas e não antagônem observado que, conforme sejam tratadas, as contradições antagônicas se tornar contradições não antagônicas, e as contradições não antagônicas se tornar antagônicas. "
Se fôssemos nos dar ao trabalho de listar tudo que não for encontrado no Materialismo Dialético e Histórico, de Stalin, então se tornaria particularmente 'notável' que tal tarefa não apenas requereria toda uma vida de milhares de professores, mas seria também fútil. Não temos a intenção de contratar eruditos professores - apenas para mantê-los em empregos lucrativos - para fazer tal tarefa com tão alto custo para a classe operária britânica, já altamente tributada, para não falar das pessoas superexploradas da Ásia, África e América Latina. 471
Trotskismo x Leninismo
O fato é que no Materialismo Dialético e Histórico Stalin não trata das contradições antagônicas e não antagônicas, o que não prova nada, muito menos que ele não entendia a distinção entre os dois tipos de contradição. Somente cavalheiros mentalmente inválidos, das cátedras do 'ensino superior', que estão acostumados a ser alimentados com fórmulas prontas, podem chegar a tal conclusão. Uma vez alguém como nosso professor perguntou a Lênin: "Em que livro Marx e Engels escreveram sobre o materialismo dialético e histórico?" A essa pergunta Lênin respondeu: "Em que livro eles não escreveram sobre o materialismo dialético e histórico?" Compreensão do materialismo dialético e histórico e das contradições de diferentes tipos não é algo que se consegue escrevendo acerca deles. Consegue-se aplicando-os realmente ao estudo da sociedade, à solução de problemas. Se se aplica isso - o único teste legítimo - a Stalin, não se pode senão concluir, não apenas que ele tivesse ouvido falar dos vários tipos de contradição (que é tudo que nossos professores sabem acerca das contradições), mas que as compreendeu e entendeu plenamente e, o mais importante, aplicou,esse entendimento para resolver problemas de importância histórica mundial durante os 30 anos de sua vida, após a morte de Lênin. Foi apenas por entender corretamente os diferentes tipos de contradição que Stalin e o PCUS(B) foram capazes com sucesso de dirigir a luta pela industrialização da URSS, a coletivização de sua agricultura e a defesa do socialismo. O professor Thomson pensa que teria sido possível coletivizar a agricultura, por exemplo, na URSS, sem que o governo soviético, o PCUS(B) e Stalin fossem capazes de distinguir a contradição entre a ditadura do proletariado e os kulaks (uma contradição antagônica) da contradição entre a ditadura do proletariado e o campesinato médio (uma contradição não antagônica)? Não há nenhuma dúvida, qualquer que seja, em nossa mente, de que juntar na prática esses dois tipos diferentes de contradição teria levado não à coletivização da agricultura, mas à derrota da ditadura do proletariado e à restauração do capitalismo. E sobre isto que girava toda a controvérsia entre os trotskistas e bukharinistas. O que se aplica à coletivização se aplica igualmente, se não ainda mais, a outras esferas - industrialização, política exterior etc. Se, entretanto, um entendimento correto de diferentes tipos de contradição e uma aplicação correta desse entendimento à realidade não satisfaz o professor, se nada menos do que uma afirmação textual sobre o tema da contradição o pacificaria, a seguinte afirmação da segunda carta do camarada Stalin ao camarada Ch. pode talvez ajudar. "Neste contexto, é notável" que essa carta seja datada de 7 de dezembro de 1930, isto é, cerca de oito anos antes do aparecimento de Materialismo Dialético e Histórico, de Stalin. Eis o que o camarada Stalin escreveu em sua carta a Ch.: "Camarada CH.: Em sua primeira carta você joga com a palavra 'contradições' e mistura as contradições de fora do vínculo (que são as contradições entre a ditadura do proletariado e os elementos capitalistas do país) e aquelas dentro do vínculo (que são as contradições entre o proletariado e a principal massa do campesinato). Você poderia ter evitado esse jogo, para um marxista inadmissível, se tivesse tido a preocupação de entender as causas básicas das disputas entre o Partido e os trotskistas" (Collected Works, Vol. 13 p. 22). 472
Capítulo 25 - Ausência de uma Linha de Massa
Está perfeitamente claro, então, que Stalin não só entendia plenamente a distinção entre os diferentes tipos de contradição como repreendeu asperamente aqueles que, como Ch., também misturavam as contradições de fora do vínculo (contradições antagônicas) e as contradições dentro do vínculo (contradições não antagônicas). O professor Thomson "poderia ter evitado esse jogo, para um marxista inadmissível" de fazer falsas alegações, se tivesse tido a preocupação de checar seus fatos, "a preocupação de entender as causas básicas das disputas entre o Partido (o PCUS(B)) e os trotskistas MF, assim como o professor Thomson, enfaticamente afirma que "o que estava faltando era uma linha de massa" na URSS; que o Partido estava "divorciado das massas"; que os laços do Partido com as massas estavam "corroídos pela doença burocrática"; que havia muito de "pura administração" - "administração demais". A luz deste ramalhete agradável lançado contra o camarada Stalin e o PCUS que ele dirigia, era auto-evidente que os nossos 'críticos notáveis' atribuíam os sucessos da União Soviética em todos os campos à "pura administração", à "administração demais", à "doença burocrática", à alienação das massas e ao inevitável "mau trato das contradições"; em resumo, à "ausência de uma linha de massa" e à "degeneração do Partido e do Estado". Estranho, não é, camaradas? Ambos os nossos críticos têm por tais acusações se tornado indistinguíveis dos trotskistas que, enquanto bradando sobre a "degeneração burocrática " do Partido e do Estado, atribuem todos os sucessos da URSS às "relações de propriedade socialistas criadas pela Revolução de Outubro". E como aquela gente devotamente religiosa que atribui toda falha à natureza imperfeita e pecaminosa do homem, enquanto atribui todo sucesso à grandeza de Deus. O que quer que MF e o professor Thomson possam pensar, é impossível construir o socialismo baixando decretos e medidas administrativas.; a construção do socialismo é atividade vivente de milhões e milhões de pessoas. Foi somente com a luta contra a burocracia, o constante expurgo do Partido e do aparato soviético dessas escórias e pela mobilização das massas nessa luta, que a resistência da classe dos kulaks e de outras classes inimigas do proletariado foi quebrada, o socialismo foi construído: "Seria leviano pensar que o plano deprodução é uma mera enumeração de cifras e assinaturas. Na verdade, o plano de produção é a vida e a atividade prática de milhões de pessoas. A realidade de nosso plano de produção apóia-se nos milhões de pessoas trabalhadoras que estão criando uma nova vida. A realidade de nosso programa repousa na pessoa vivente, você e eu, nossa vontade de trabalho, nossa presteza para trabalhar de nova forma, nossa determinação para cumprir o plano. Nós temos esta determinação? Sim, temos. Bem, então, nosso programa pode e deverá ser cumprido" (Stalin, Collected Works, Vol.13, p. 82). , O fato de que o povo soviético construiu o socialismo, de que ele derrotou o fascismo, é prova bastante de que as massas estavam mobilizadas, de que o Partido e o aparato soviético, longe de estarem divorciados das massas, estavam, ao contrário, inseparavelmente ligados com as massas. Deixemos os trotskistas e os choramingas revisionistas (os agentes do imperialismo no movimento da classe operária) e seus seguidores no movimento anti-revisionista - os Thomsons e MFs clamarem idiotices acerca da "ausência das massas" e da "degeneração do Partido e do Estado" durante o período em discussão. Isso não pode afetar a verdade da situação. 473
Trotskismo x Leninismo
Como NR 'defende' Stalin Antes de passar para a próxima e última alegação contra o camarada Stalin, é necessário, para que fique tudo completo, fazer breve menção a um artigo no MLQ, n° 3, intitulado Discussion: the Origins of Revisionism in the URSS. Esse artigo foi escrito por vun cavalheiro com a inicial NR, que é ainda estrela da galáxia CFB e é luminar dirigente da Associação dos Operários Comunistas de Manchester •e Stockport. O artigo de NR contém tais jóias e profundidades que literalmente um volume poderia ser escrito sobre ele. A despeito da tentativa, a falta de espaço impõe o adiamento de qualquer tratamento exaustivo do artigo de NR. Espera-se assim que ele possa ser tratado em outra oportunidade. O artigo de NR supostamente foi escrito em defesa de Stalin e em forma de uma resposta ao artigo d'e MF, The Origin and Development of Revisionism in the Soviet Union, no n° 2 do MLQ (ver acima). Agora veremos como NR defende Stalin e 'refuta' MF. Eis alguns poucos exemplos da defesa de Stalin por NR: A sentença de abertura do artigo de NR diz: "O artigo do Camarada MF 'On the origins and development of revisionism in the Soviet Union', EMBORA FAÇA MUITAS CRÍTICAS VÁLIDAS E PERTINENTES de certas políticas e idéias incorretas de Stalin ... no período 1935-52, não obstante não ... contribui para um entendimento de por que a União Soviética degenerou em um Estado imperialista" (p. 51 ênfase minha). "Embora faça a critica válida e pertinente" de que o artigo de MF não contribui para um entendimento do crescimento do revisionismo2 na União Soviética e sua subseqüente degeneração, nas palavras de NR, "em um Estado imperialista", a sentença de abertura do artigo de NR, acima, é um exemplo típico de sua rebelião de joelhos contra MF. E rendição e submissão às alegações contra-revolucionárias de MF em toda a linha. Como se a sentença anterior não tornasse sua rendição perfeitamente clara, NR diz no segundo parágrafo de seu artigo: "MUITAS DAS TESES APRESENTADAS NÃO SÃO POSTAS SERIAMENTE EM DÚVIDA PELA MAIORIA DOS MARXISTAS-LENINISTAS, mas essas teses em si não indicam uma direção revisionista do PCUS(B), porém mais [por favor não riam] os erros cometidos por bons marxistas-Ieninistas ... De fato, todo o artigo consiste em críticas, EM SUA MAIORIA VÁLIDAS, mas por vezes errôneas,de Stalin e do PCUS..." [ênfase minha]. Lembremos que as críticas de MF a Stalin e ao PCUS incluem, entre outras coisas, a crença no apaziguamento da luta de classes no socialismo, visão incorreta do Estado, degeneração nacionalista, falta de uma linha de massa e alienação das massas. Se essas críticas são "em sua maioria válidas", como NR diz que são, então como é possível que a direção que comete tais erros seja descrita como uma direção de "bons marxistas-Ieninistas"? Se tal direção é uma direção de "bons marxistas-Ieninistas" o que é então uma direção burguesa detestável? Rara ser uma direção de "bonsmarxistas-Ieninistas", deve tal direção acreditar no apaziguamento da luta de classes no socialismo? Deve errar sobre a questão do Estado? Deve ser nacionalista burguesa e alienada das massas? Isso é precisamente o que NR está afirmando. Não, Mr. NR! Ou as críticas de MF são "em sua maioria válidas", e nesse caso Stalin e o PCUS não constituíam "bons marxistas-Ieninistas", ou as 474
Capítulo 25 - Ausência de uma Linha de Massa
alegações de MF estão erradas (e já foi demonstrado antes que elas estão erradas), e nesse caso Stalin e o PCUS de fato constituíam uma "direção de bons marxistasleninistas". Ou uma coisa ou outra. Adiante, no terceiro parágrafo: "Certamente, as relações entre o PCUS, o Comintern e os partidos fraternos DEIXAVAM MUITO A DESEJAR, mas o mesmoocorria com as relações partidárias internas no PCUS a partir de 1921..." (ênfase minha). Vêem como NR 'defende' Stalin? Ele pensa que, se acrescenta um pouco de seus próprios ataques ao PCUS àqueles de MF, isso se metamorfoseará em uma defesa de Stalin. Parágrafo quarto: "MFmenciona também as mudanças na política em 1928, 1935 e 1939 para com os partidos social-democratas e diz que essas mudanças políticas podem ter sido incorretas. ISSO PODE SER VERDADE, mas por que tais mudanças levariam ao revisionismo?" (Ênfase minha). Todas as maravilhosas jóias acima estão contidas exatamente na primeira página de um artigo escrito supostamente em defesa de Stalin!! Na página seguinte (52), NR diz: "...MF declara que,Stalin considerava as contradições externas, e não as internas, como sendo decisivas na luta pelo socialismo. Há certamente alguma evidência de que STALIN ESTAVA SOFRENDO DE ALGUMA CONFUSÃO IDEOLÓGICA SOBRE ESSA QUESTÃO..." (Ênfase minha). Olhem quem está falando!!! Página 54: "Algumas das questões levantadas por MF SÃO CERTAMENTE fatores contribuintes para o surgimento do revisionismo na União Soviética, particularmente as concessões aos nacionalistas e à nova burguesia [???] durante a guerra, as tremendas diferenças salariais no exército e a INTRODUÇÃO DE COSTUMES BURGUESES no exército, os desvios NACIONALISTAS - EA FALTA DE UMA UNHA DE MASSA... Entretanto, embota os argumentos de MF sejam válidos, deve-se dizer que MFoslevanta de maneira idealista e metafísica... NÃO SE PODE NEGAR que essas tendências indicavam uma EROSÃO SÉRIA DA DITADURA DO PROLETARIADO..." (Ênfase minha). Se os argumentos 'válidos' de MF, em lugar de serem levantados "de uma forma idealista e metafísica", tivessem sido levantados de maneira materialista e dialética, qual teria sido então o resultado? O resultado teria sido tornar os pontos 'válidos' de MF ainda mais 'válidos' e vigorosos. A queixa de NR, então, como defensor de Stalin, é que os ataques de MF a Stalin não são bastante vigorosos? De fato, uma estranha defesa de Stalin! • Em seu zelo para 'defender' Stalin, à página 55 NR chega à ridícula conclusão de que a Grande Revolução Socialista de Outubro na Rússia, em 1917, não esmagou a ditadura da burguesia: "Embora o proletariado russo alcançasse o poder do Estado por meio dos bolcheviques em 1917, eles não esmagaram a máquina estatal..." Se o proletariado russo "não esmagou a máquina estatal [burguesa]" o que foi a Revolução de Outubro, afinal? De onde veio o socialismo? Somente Deus e NR podem saber a resposta para isso. 475
Trotskismo x Leninismo
A página 56 registra sua maravilhosa 'defesa' de Stalin: "...Parece-me que a nova Constituição de 1936, vista por muitos como revisionista, foi de fato uma tentativa da direção do Partido de envolver as massas cada vez mais. Entretanto [os agora famosos 'entretantos' de NR], POR CAUSA DA CONFUSÃO IDEOLÓGICA DE STALIN sobre a questão das contradições internas, a nova Constituição também capacitou muitos elementos dúbios, a nova burguesia [???], os guardas brancos, os kuiaks etc., a se infiltrarem nos meandros dasposições de poder..." (Ênfase minha). NR então cita as seguintes Unhas do artigo de MF: "Embora o próprio Stalin não tivesse se deixado arrastar para a corrente nacionalista, ele não tentou contê-la, ele até encorajou-a. Talvez não houvesse alternativa, mas isso requeria a questão acerca da natureza das políticas prioritárias para a guerra." Eis o comentário de NR sobre as citações anteriores de MF: "Essa declaração [de MF] É BASICAMENTE VERDADEIRA. Não havia alternativa, mas MF prossegue para concluir que políticas errôneas foram seguidas antes da guerra, enquanto eu tenho tentado mostrar [ele não está brincando] que, embora alguns erros tivessem sido cometidos, a linha geral estava correta." A última sentença mostra que NR pode ser privado de marxismo-leninismo mas certamente não de um senso dê humor. Assim como não podemos acusá-lo de ser um marxista-leninista em grau algum, não podemos acusá-lo de não ter senso de humor. Ele pode ser um pobre carente no que se refere ao marxismo-leninismo, mas certamente tem um rico repertório de piadas. Após ler seu artigo, que não somente admite todos os ataques burgueses de MF a Stalin mas também acrescenta mais alguns, quase se começa a ter um saudável respeito até pela imundície que provém da pena de MF - o que não é pouco. Após ler a 'defesa' de Stalin por NR, não pode ser "posto em dúvida seriamente pela maioria dos marxistas-leninistas" que com pessoas como NR como 'amigos', Stalin não necessita de inimigos; não pode ser também "posto seriamente em dúvida pela maioria dos marxistas-leninistas" que com pessoas como NR para 'refutá-lo', MF não necessita de amigos. NR desfralda sua verdadeira bandeira trotskista quando, ao final, chega fatalisticamente à conclusão de que o triunfo do revisionismo, da contra-revolução, na URSS era inevitável: "...dadas as circunstâncias objetivas da construção socialista, tal contra-revolução era inevitável", e ironicamente acrescenta "o que não significa, de forma alguma, aceitar o conceito de Trotsky de que o socialismo não pode ser construído em um único país". Realmente? Parece que isso é precisamente o que significa, caro NR!
Notas 1. Mas talvez o professor Thomson acredite, como os trotskistas e bukharinistas, que Stalin estava errado em sua categorização dos elementos kulaks como estando em contradição antagônica à ditadura do proletariado durante o período da coletivização? Talvez o professor Thomson acredite, como os bukharinistas, que a contradição com os elementos kulaks era fundamentalmente não antagônica e apenas se tornou antagônica por causa dos 'erros' de Stalin ao lidar com esta situação? Alternativamente, talvez o professor Thomson acredite que a contradição entre o campesinato pobre e o médio e a ditadura do proletariado era antagônica - como acreditavam os trotskistas? Se o professor Thomson está de 476
Capítulo 25 - Ausência de uma Linha de Massa acordo com Bukharin ou Trotsky, por que ele não diz isso? Qualquer operário honesto, lendo os vários discursos de Stalin reproduzidos nesse panfleto, estará convencido de que era Stalin que entendia a diferença entre contradições antagônicas e não antagônicas, não Bukharin ou o professor Thomson, não Trotsky ou o professor Thomson. 2. Nem o artigo de MF nem o de NR contribuem para um entendimento do crescimento do revisionismo na URSS. Revisionismo significa restauração do capitalismo. Nenhum desses dois artigos sequer menciona, muito menos analisa, a questão de se isso de fato teve lugar na URSS na época. Tudo que tornam disponíveis são uns poucos petiscos retirados do seu contexto.
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Capítulo 26 Stalin e a Intelligentsia Agora, a ultima alegação contra o Camarada Stalin. Essa alegação foi levantada pela Associação Comunista de Finsbury (ACF) em uma carta datada de julho de 1973, endereçada à Associação de Operários Comunistas. A parte em questão dessa carta diz assim: "Gostaríamos de saber sua opinião sobre a atitude de Stalin e Zhdanov para com a intelligentsia soviética, expressa no 18° Congresso e subseqüentemente inscrita nas regras do Partido. As páginas relevantes do livro [isto é, The Land of Socialism Today and Tomorrow] são 51-53, 180-183, Seção 1, 457, Seção 1. Uns poucos extratos indicam a natureza do assunto. Stalin disse: "É, portanto, tanto mais espantoso e estranho que, após todas essas mudanças fundamentais no status da intelligentsia, haja pessoas dentro de nosso Partido que tentam aplicar a velha teoria, que era dirigida contra a intelligentsia burguesa, à nossa nova, intelligentsia soviética, que é basicamente uma intelligentsia socialista. Essas pessoas, parece, afirmam que os operários e camponeses, que até recentemente estavam trabalhando à maneira de Stakhanov nas fóbricas e fazendas coletivas e que foram então enviadas às universidades para serem educadas, cessaram então de ser pessoas reais e se tornaram pessoas de segunda classe. Assim, nós devemos concluir que a educação é uma coisa perniciosa e perigosa'. A resolução adotada sobre o relatório de Zhdanov declara: 'Essa nova situação torna necessário alterar as condições de admissão ao Partido contidas nas Normas do PCUS(B). O sistema existente, como escrito nas normas partidárias, de admissão de novos membros ao Partido de acordo com quatro categorias diferentes, dependendo da posição social do candidato, é obviamente incompatível com as mudanças na estrutura de classes da sociedade soviética resultante da vitória do socialismo na URSS. A necessidade de diferentes categorias de admissão dos novos membros e de períodos probatórios variáveis desapareceu. Em conformidade, deveriam ser estabelecidas condições uniformes de admissão e um período uniforme probatório para todos os novos membros, independentemente de se eles pertencem à classe operária, ao campesinato ou à intelligentsia'. Assim, o Partido da classe operária se tornou um 'Partido de todo o povo'. A intelligentsia, que já detinha posições privilegiadas na sociedade, em virtude da posição e educação, era admitida no Partido em termos iguais com os operários. Não admira que a União Soviética tenha degenerado. Os últimos números sobre a composição dos membros do PCUS(B) (que vocês podem confirmar recorrendo a Soviet News in Marx House) revelam 40% de operários, 15% de camponeses e 45% da intelligentsia. 479
Trotskismo x Leninismo
Vocês não concordariam que isso, de alguma forma, foi um erro de Stalin?" Para responder a ACF é preciso fazer as seguintes observações. Um estudo das idéias publicadas do camarada Stalin, em particular as seções relevantes de seu discurso sobre o Projeto de Constituição e o discurso ao 18° Congresso do PCUS, em relação à intelligentsia, mostram convincentemente que sua posição sobre o tema era uma posição marxista-leninista. Ele defendia corretamente, de acordo com a ciência marxista-leninista, que a intelligentsia é um estrato social especial; que a intelligentsia historicamente tem cumprido um papel importante no desenvolvimento da cultura, da ciência e da tecnologia; que tem principalmente servido aos interesses das classes no poder; que nenhuma classe dirigente em qualquer ordem social pode existir sem sua própria intelligentsia, isto porque toda classe que ascende ao poder devota especial atenção em criar runa intelligentsia que a sirva; que, enquanto no capitalismo a intelligentsia, como um estrato especial, é recrutada em várias classes, principalmente nas classes exploradoras, e serve aos interesses das classes exploradoras, no socialismo a intelligentsia é recrutada principalmente na classe operária e nas massas trabalhadoras; que na sociedade socialista o papel e a composição dalntelligentsia como um estrato social são diferentes daquelas do capitalismo; que, dirigida pela classe operária e seu Partido Marxista-Leninista, a intelligentsia socialista desempenha um grande papel na criação dos valores materiais e culturais na sociedade socialista; que, sendo principalmente recrutada na classe operária e no campesinato trabalhador, a intelligentsia socialista está intimamente ligada a essas duas classes por interesses comuns econômicos, políticos e ideológicos, pelo objetivo comum da construção do socialismo e do comunismo. Nunca Stalin negou, como fizeram os revisionistas kruchevistas na URSS mais recente, a existência da intelligentsia como um estrato social especial; ele nunca a mesclou com as classes fundamentais da sociedade socialista; nunca considerou a intelligentsia inteira como parte componente da classe operária e do campesinato trabalhador. Em qualquer sociedade socialista genuína - o que a URSS foi durante o tempo de Stalin - como um resultado do crescimento sem precedentes das forças produtivas, da eliminação das classes exploradoras, do estreitamento das distinções essenciais entre a classe operária e o campesinato, a intelligentsia cresce em número. Seu papel no desenvolvimento da sociedade cresce e há elevação contínua do nível ideológico, político, educacional, cultural e técnico da classe operária e do campesinato. Isso não significa, entretanto, que nas condições do socialismo todas as distinções desaparecem e que não podemos falar mais da intelligentsia como um estrato especial. A intelligentsia, escreveu Lênin, "... permanecerá um estrato especial até que se alcance o nível mais alto de desenvolvimento da sociedade comunista..." Que essa também foi a posição de Stalin pode ser visto em seu discurso sobre o Projeto de Constituição, seu discurso ao 18° Congresso do PCUS e seu Problemas Econômicos do Socialismo na URSS. Stalin nunca se afastou da posição correta marxista-leninista com respeito à intelligentsia como um estrato social especial. De acordo com a ciência do marxismo-leninismo, o papel desempenhado por esse estrato especial - a intelligentsia socialista - é diretamente dependente do papel de direção, vanguarda, desempenhado pela classe operária. Portanto, embo480
Capítulo 26 - Stalin e a Intelligentsia
ra o papel da intelligentsia no processo de construção socialista cresça, nunca substitui o papel dirigente da classe operária. Refletindo essa posição correta, Stalin lutou toda sua vida contra os males gêmeos - dos conceitos e manifestações de intelectualismo e da pretensão e arrogância intelectual, de um lado, e dos conceitos vulgares que negam e subestimam o trabalho e o papel da intelligentsia, por outro lado. Não foi senão após os revisionistas kruchevistas usurparem o poder na URSS que o papel da intelligentsia mudou. Os revisionistas apresentaram desde então teses detestáveis como a do "Estado de todo o povo" e "o Partido de todo o povo" como camuflagem para a restauração do capitalismo. Foi somente após os revisionistas terem conseguido mudar a cor do PCUS(B), transformando-o de um partido revolucionário em um partido revisionista podre, que eles conseguiram também mudar o papel da intelligentsia Aa URSS, que eles conseguiram absolutizar o papel da intelligentsia. As tentativas dos teóricos revisionistas de obliterar, apagar, todas as distinções entre a intelligentsia e a classe operária visavam precisamente a negar o papel dirigente da classe operária. Pois, uma vez garantido que não havia distinções entre a classe operária, por um lado, e a intelligentsia inteira por outro, uma fórmula conveniente tinha já sido encontrada para negar o papel dirigente da classe operária, para colocá-la cada vez mais em segundo plano e para colocar a intelligentsia cada Vez mais em primeiro plano. Tal política de obliterar, de apagar todas as distinções entre a classe operária e a intelligentsia, entretanto, nunca teve lugar durante a época de Stalin. Naquela época, a intelligentsia continuou a ser considerada um estrato especial, do mesmo modo que a classe operária continuou mais definitivamente a ser considerada a classe dirigente. A 'lógica' da ACF é incorrigivelmente ilógica quando, a partir das notas de Stalin acima citadas e da resolução adotada no relatório de Zhdanov, ela conclui: "Assim, o Partido da classe operária tornou-se, com efeito, um 'partido de todo o povo'. A intelligentsia, que já mantinha posições privilegiadas na sociedade, graças à sua posição e educação, foi admitida no Partido em condições iguais às dos operários. Não admira que a União Soviética tenha degenerado. Os últimos números sobre a composição dos membros do PCUS(B) ... mostram 40% de operários, 15% de camponeses, 45% da intelligentsia." Primeiro, no parágrafo citado pela ACF, Stalin estava simplesmente explicando a diferença entre a intelligentsia socialista soviética e a intelligentsia burguesa. Ele estava enfatizando que não se pode ter a mesma atitude para a intelligentsia socialista, recrutada principalmente na classe operária e no campesinato trabalhador e imbuída, como era, dos ideais do socialismo e do comunismo, que se tinha em relação à intelligentsia burguesa, que era recrutada principalmente nas classes exploradoras e servia aos interesses dessas classes. Elé estava longe de dizer que todas as distinções entre a classe operária e a intelligentsia deveriam ser eliminadas; ele estava longe de negar o papel dirigente da classe operária. Como se pode, então, chegar à conclusão, como fez a ACF, de que "Assim, o Partido da classe operária se tornou, com efeito, um 'partido de todo o povo"'? Condições uniformes de admissão, postas em prática para atender à nova situação, não poderiam por si levar - e não levaram - o partido do proletariado a se tornar um 'partido de todo o povo'. Nada assim poderia ter lugar enquanto o papel dirigente do proletariado não fosse negado. Essa negação do papel dirigente do proletariado teve lugar após a usurpação do poder pelos revisionistas kruchevistas, e não antes. 481
Trotskismo x Leninismo
Uniformidade de condições de admissão não concede direito automático de admissão aos membros do Partido; as pessoas têm de se submeter à aceitação pelo Partido; não podem simplesmente admitir-se por si próprias. Enquanto o Partido continuou a ser um Partido revolucionário, assegurou-se de que apenas aqueles da intelligentsia eram admitidos no Partido quando satisfizessem os requisitos do Partido revolucionário. Mas com a vitória do revisionismo kruchevista, as coisas mudaram; e aqueles da intelligentsia que mais tinham a pretensão do intelectualismo ingressaram em uma escala crescente. Os revisionistas, enquanto na prática real revertiam a construção do socialismo, pondo em vigor normas econômicas cada vez mais burguesas, com vistas à restauração do capitalismo, hipocritamente defendiam a teoria de que todas as distinções entre a intelligentsia e a classe operária tinham sido obliteradas. O Partido, afirmavam, tornou-se um 'Partido de todo p povo', e o Estado soviético, 'um Estado de todo o povo'. E interessante notar que a ACF, em apoio à sua alegação, apresenta apenas os "últimos números da composição dos membros do PCUS(B)". O que têm a ver esses últimos números com Stalin e o PCUS(B) que ele dirigiu? Se a ACF está argumentando que o PCUS(B) tornou-se um Partido revisionista desde a morte de Stalin - desde a vitória do revisionismo moderno kruchevista - então esse argumento é irretorquível. Se, entretanto, está afirmando que o PCUS(B) tornou-se revisionista, que a União Soviética degenerou antes da morte de Stalin, então, cabe à ACF provar isso. Ela não fez isso. Tudo que fez foi apresentar "os últimos números da composição dos membros do PCUS(B)", o que apenas confirma o fato de que a degeneração da União Soviética teve lugar após a morte de Stalin. Que a ACF cite os números sobre a composição dos membros do PCUS(B) no período que foi até a morte de Stalin. Na ausência de qualquer corroboração pela ACF, não há o que responder, particularmente tendo em vista o que foi dito acima acerca do ponto de vista de Stalin a respeito da intelligentsia como um estrato especial e o papel dirigente da classe operária.
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Capítulo 27 Conclusão Em vista do precedente, pode-se agora concluir que todas as quatro alegações levantadas contra Stalin são inverídicas. Os 'críticos', com suas 'críticas' de Stalin, apenas ajudaram a expor sua própria confusão sem esperanças. Em seu artigo no MLQ n° 2, MF diz: "O movimento revolucionário está no presente sofrendo de uma séria falta de clareza teórica" (p. 3). O resto de seu artigo parece ter sido escrito (o autor não poderia ter confessado isso) justamente para fornecer prova desta declaração. Para sermos justos, o autor, MF, deve receber parabéns por seu brilhante sucesso em revelar, de forma tão notável, tal "séria falta de clareza teórica" da qual ele está sofrendo. Nesse aspecto, congratulações são também devidas ao professor Thomson e a NR. Nossos 'críticos' começaram com o desejo de explicar a Origem e "o desenvolvimento do revisionismo na União Soviética. Eles não conseguiram, nem de longe, fazê-lo. Terminaram formulando umas poucas afirmações anticomunistas, antisoviéticas e antistalinistas. Esses cavalheiros esperam que o movimento anticomunista aceite essas afirmações revisionistas como uma análise da origem e do desenvolvimento do revisionismo na URSS! Em vista do que foi dito acima para refutar esses 'críticos', temos o direjto (e podemos nos dar ao luxo) de rir com a grosseira invectiva levantada contra o camarada Stalin por esses cavalheiros, que despejam sua ignorância no tom oracular da infalibilidade científica. A resposta à questão de quais foram precisamente as razões para o triunfo do revisionismo kruchevista ainda não é conhecida. Contudo, é necessário pôr um ponto final nas pretensiosas afirmações burguesas e explicações pseudocientíficas que se fazem passar por análises da "origem e desenvolvimento do revisionismo na União Soviética". A usurpação do poder pelos revisionistas, em 1956, no 20° Congresso do Partido, não pode de forma alguma ser citado como prova de que os 'críticos' de Stalin estão certos nas críticas que fazem a ele. Tal método de argüir seria uma desgraça para o método dialético de Marx e sua teoria materialista, e inadmissível aos marxistas. Não obstante, é precisamente desta forma que os MFs argumentam. Isso apenas serve para mostrar que, ao tratar com eles, nós estamos frente a frente com os caçadores de fortuna pequeno-burgueses, e não com materialistas consumados, isto é, marxistas. Que tipo de pessoa é o MF com que estamos tratando, a seguinte profundidade deixa claro: "Se ao morrer Stalin deixou uma ditadura do proletariado, ela certamente sofreu um bocado de erosão. Já se disse que a maior crítica que se pode fazer a Stalin é que ele foi seguido por Kruchev. E isso fala volumes." 483
Trotskismo x Leninismo
Em outras palavras, a usurpação do poder na União Soviética pelos revisionistas kruchevistas significa que Stalin é responsável por essa vitória revisionista; significa que 30 longos anos da luta do camarada Stalin contra o revisionismo devem portanto ser desacreditados; significa que o revisionismo se tornou triunfante na União Soviética não a despeito de Stalin mas por causa dele. Por quê? Porque o revisionismo teve sucesso no fim, dizem os MFs deste mundo. O que seria se o revisionismo não tivesse tido sucesso? Tudo estaria bem com Stalin, de acordo com essa 'lógica'. Esse é o tipo de asneira que é apresentado pelos MFs deste mundo ao movimento, em nome da análise histórica! Não seria mais adequado descrever as diatribes de MF contra o camarada Stalin como análises histéricas, mais do que como análises históricas? Esses senhores simplesmente raciocinam, para trás a partir de certos acontecimentos. "A maior crítica que se pode fazer de Stalin é que ele foi seguido por Kruchev. E isso fala volumes." Se se estende a lógica de seu argumento, o que se tem todo o direito de fazer, alcança-se a seguinte conclusão: "A maior crítica que se pode fazer- de Lênin é que ele foi seguido por Stalin, que por sua vez foi seguido por Kruchev. E isso fala volumes." E quando você fizer isso, os pobres velhos Marx e Engels deverão começar a estremecer em seus túmulos, a pensar: Quem será o próximo? De acordo com a 'lógica' acima - se se pode chamar assim se em alguma data futura o revisionismo ganhar ascendência na China, o que se espera que nunca aconteça, então a culpa terá sido de Mao Tsé-tung. Em tal caso, todas as lutas empreendidas pelo camarada Mao Tsé-tung contra o revisionismo terão de ser descartadas como não sendo dignas de nota por parte de marxistas como MF1. Terminemos anotando uns poucos extratos de um editorial do Zeri I Popoullit do 20° Aniversário da morte do camarada Stalin: "}. V. STALIN - GRANDE REVOLUCIONÁRIO E MARXISTA LENINISTA J. V. STALIN, ESTE GLORIOSO DISCÍPULO DE V. I. LÊNIN, QUE SE MANTEVE POR TRINTA ANOS NA DIREÇÃO DO PARTIDO COMUNISTA E DO ESTADO SOVIÉTICOS, MORREU HÁ VINTE ANOS. TODOS OS POVOS REVOLUCIONÁRIOS E AMANTES DA LIBERDADE lembram de Stalin como um grande revolucionário e um destacado marxista-leninista que devotou toda a sua vida à defesa das vitórias da revolução e da construção do socialismo na União Soviética, à causa da libertação do proletariado e de todos os povos oprimidos. Intimamente ligadas ao nome de Stalin estão as brilhantes vitórias do povo soviético após a Revolução Socialista de Outubro, a construção da sociedade socialista na União Soviética, a vitória gloriosa na Segunda Guerra Mundial contra as hordas fascistas, o desenvolvimento dos movimentos comunistas e operários, de libertação nacional e democráticos do mundo. J. V Stalin desenvolveu e enriqueceu o leninismo, a teoria da construção do socialismo, da luta contra o oportunismo, o revisionismo e o imperialismo. Após a morte de Lênin, ele defendeu o leninismo com firme determinação contra os inimigos da classe operária - trotskystas, bukharinistas, nacionalistas burgueses, revisionistas modernos; ele desenvolveu mais os ensinamentos de Marx, Engels e Lênin acerca do Partido, da revolução e do Estado e aplicou-os com persistência e sagacidade. Tornou-se um camarada, professor e grande defensor de todos os oprimidos, de todos aqueles que estavam lutando pela libertação social e nacional. 484
Capítulo 27 - Conclusão
PORQUE STALIN FOI ASSIM, OS IMPERIALISTAS, OS REVISIONISTAS MODERNOS E TODOS OS INIMIGOS DO COMUNISMO E DA URERDADE DOS POVOS TÊM PROCURADO COM TODAS AS SUAS FORÇAS MANCHAR SUA IMAGEM COMO UM DESTEMIDO REVOLUCIONÁRIO E OBSCURECER SUA PERFORMANCE GLORIOSA."
Nota 1. De fato, os desenvolvimentos na China, desde a morte de Mao Tsé-tung, têm levado alguns desses 'anti-revisionistas' a darem meia-volta e fazerem exatamente tais acusações.
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H
arpai Brar nasceu em Muktsar, Punjab, índia, em 1939. Desde 1 9 6 2 tem vivido e t r a b a l h a d o no Reino Unido. Tem
tido
trabalhadora
participação
ativa
e anti-imperialista
no
da
movimento
Inglaterra.
da
classe
Por ocasião
da
publicação do original deste livro, em inglês, mantinha o escritório da Secretaria de Relações Fraternas na Grã-Bretanha e editava o jornal
Lalkar. Além disso, era professor d a área de direito na Universidade de Westminster, e m Londres. Em 1 9 9 2 , publicou seu livro mais célebre, sobre as razões da queda do socialismo na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), intitulado Perestroika Colapso
Completo
do
Revisionismo.
Atualménte
é
Partido Comunista d a Grã-Bretanha.
ISBN 978-85-89862-39-4
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