Simbolismo religioso
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SIMBOLISMO

RELIGIOSO

LOUIS DUPRÉ

SIMBOLISMO RELIGIOSO

Herder

Versión castellana de MAGDALENA HOLGUÍN

Diseño de la cubierta: RIPOLL ARIAS

© 1999, Louis Dupré © 1999, Empresa Editorial Herder, S.A., Barcelona

Imprenta: HUROPE, S.L. Depósito legal: B - 45.880-1998 Printed in Spain

ISBN: 84-254-2088-1 Herder Código catálogo: RES2088 Provenza, 388. 08025 Barcelona - Teléfono 93 457 77 00 - Fax 93 207 34 48 E-mail: [email protected] - http://www.herder-sa.com

índice

El e s p e j o r o t o 9

D e los s i g n o s s a g r a d o s 37

I m á g e n e s d e la t r a s c e n d e n c i a 103

El s i m b o l i s m o d e la p a l a b r a 131

L a s u p e r v i v e n c i a del m i t o 163

Capítulo

I

EL ESPEJO R O T O La fragmentación del m u n d o simbólico

La desconstrucción

de lo

natural

E n el e x t r e m o n o r t e d e la c i u d a d d e N u e v a York, s o b r e la a l t i p l a n i c i e q u e d o m i n a el río H u d s o n , se e n c u e n t r a m i m u s e o p r e d i l e c t o , Los Claustros.

Los famosos tapices del

u n i c o r n i o , e l a b o r a d o s e n la t a r d í a E d a d M e d i a , o c u p a n u n m i s t e r i o s o s a l ó n . V i s i t a r l o es u n a e x p e r i e n c i a a la vez e n r i q u e c e d o r a y d e s c o n c e r t a n t e . A s e m e j a n z a d e u n t e x t o lite­ r a r i o , los s i g n i f i c a d o s literales se h a l l a n i n d i s o l u b l e m e n t e l i g a d o s e n ellos c o n los significados s i m b ó l i c o s . L a r e a l i d a d m i s m a se p r e s e n t a c o m o u n a E s c r i t u r a , s u s c e p t i b l e d e c o m e n t a r i o s sin fin; d o t a d a d e u n s e n t i d o i n a g o t a b l e , p a s a sin cesar d e u n a s i g n i f i c a c i ó n a o t r a . T o d o s s u s e l e m e n t o s h a c e n referencia a los d e m á s e n u n j u e g o d e a n a l o g í a s y afi­ nidades e n c o n t i n u o m o v i m i e n t o . La descripción q u e hace F o u c a u l t d e la a c t i t u d e s p r o p i a s del siglo XVI se a p l i c a asi­ m i s m o , y q u i z á s c o n m a y o r p r o p i e d a d , a la v i s i ó n m e d i e ­ val t a r d í a :

El c o n o c i m i e n t o c o n s i s t í a e n r e l a c i o n a r u n a f o r m a d e l e n g u a j e c o n o t r a ; e n r e c o b r a r la a s o m b r o s a c o n t i ­ n u i d a d d e las p a l a b r a s y las c o s a s ; e n h a c e r h a b l a r a 9

t o d o . G e n e r a r , e n u n n i v e l s u p e r i o r al d e t o d a i n s c r i p ­ c i ó n , el d i s c u r s o s e c u n d a r i o d e l c o m e n t a r i o .

1

L o s s i g n i f i c a d o s se dan, n o se i n v e n t a n , p e r o n i n g u n o se d a s e n c i l l a m e n t e . A d i f e r e n c i a d e lo q u e s u c e d e c o n los p r o c e s o s s i m b ó l i c o s d e la m e n t e , r e s u l t a i m p o s i b l e p r e d e ­ c i r las d i v e r s o s m o d o s d e s i m b o l i z a c i ó n d e la r e a l i d a d . P a r e c i e r a q u e la n a t u r a l e z a m i s m a fuese e s e n c i a l m e n t e s i m ­ b ó l i c a y n o q u e la m e n t e la c o n v i r t i e r a e n s í m b o l o . N o s h e m o s h a b i t u a d o a a t r i b u i r t o d a d a c i ó n d e s e n t i d o a la refle­ x i ó n h u m a n a . Q u i z á s tales s e n t i d o s c o n t i n ú e n s i e n d o o s c u ­ ros, i n c l u s o i m p e n e t r a b l e s . S i n e m b a r g o , rara v e z p o n e m o s en d u d a su origen h u m a n o y m e n o s a ú n c u a n d o confron­ t a m o s el s i g n i f i c a d o « s i m b ó l i c o » . N o q u e la c o n c e p c i ó n m e d i e v a l d e la r e a l i d a d e x c l u y a la literalidad. H a c e t i e m p o , el e m i n e n t e h i s t o r i a d o r del arte, E m i l e M a l e , a d v e r t í a y a los p e l i g r o s i n h e r e n t e s a u n a i n t e r ­ p r e t a c i ó n p u r a m e n t e s i m b ó l i c a d e las i m á g e n e s d e las c a t e ­ drales francesas. El a u t o r m e d i e v a l se deleita h a c i e n d o m o f a d e lo q u e venera p r o f u n d a m e n t e , y aprovecha t o d a o p o r ­ t u n i d a d p a r a c o l o c a r u n a firma i n c o n s p i c u a . E l « s i m b o l i s ­ m o » se h a l l a e n t r e l a z a d o c o n la r e a l i d a d d e tal m a n e r a q u e el t é r m i n o m i s m o , tal c o m o lo e m p l e a m o s , a p e n a s se a p l i ­ caría a u n m u n d o p e r c i b i d o e n s u t o t a l i d a d c o m o espejo d e la c o m p l e j a r e a l i d a d d i v i n a . L o s c o n o c i d o s v e r s o s d e A l a i n d e Lille e x p r e s a n c o n c l a r i d a d lo a n t e r i o r :

Omnis

mundi

Quasi líber Nobis est et

creatura etpictura speculum

1. Michel Foucault, The Order ofThings (Nueva York: Vintage Books, 1973; 1966) 40. 10

C i e r t a m e n t e , la n a t u r a l e z a f u n c i o n a b a « c o m o u n libro» (quasi liber) e n el q u e i n c l u s o los a n a l f a b e t o s p o d í a n leer la p a l a b r a d e D i o s . E n la E d a d M e d i a , el a p r e n d i z a j e d e p e n ­ d í a e n g r a n m e d i d a d e la exégesis y el c o n o c i m i e n t o c o n ­ sistía p r i n c i p a l m e n t e e n « c o m e n t a r i o s » d e los d o s l i b r o s , la n a t u r a l e z a y la E s c r i t u r a . C o m o lo o b s e r v a F o u c a u l t , este «comentario» universal p r e s u m e q u e t o d a palabra y t o d a cosa posee más de u n sentido; q u e a m b a s están d o t a d a s d e s i g n i f i c a d o s i n a g o t a b l e s , l o q u e les p e r m i t e h a c e r refe­ 2

r e n c i a u n a s a o t r a s p o r a n a l o g í a y a f i n i d a d . A l i g u a l q u e la E s c r i t u r a , d o n d e se o c u l t a t a n t o c o m o se revela, la r e a l i d a d n o s ofrece la tarea d e decodificar u n texto revelador m e d i a n ­ t e la i n t e r p r e t a c i ó n lingüística, «el l i b r o a través del cual b r i ­ lla la T r i n i d a d c r e a d o r a , d o n d e la p e n s a m o s y la l e e m o s » .

3

P a r a c o m p r e n d e r a c a b a l i d a d el l i b r o d e la n a t u r a l e z a , p r e ­ c i s a m o s d e la clave d e la E s c r i t u r a . S i n e m b a r g o , la n a t u r a ­ leza t i e n e s u m a n e r a p r o p i a d e t r a n s m i t i r s i g n i f i c a d o s . L a E s c r i t u r a confiere s e n t i d o a la n a t u r a l e z a , la n a t u r a l e z a c o n ­ t e n i d o a la E s c r i t u r a . E n la c u l t u r a m e d i e v a l , n o m e n o s q u e e n la m o d e r n a , el l e n g u a j e a p a r e c e c o m o p r i v i l e g i o exclusivo d e l h o m b r e ; sin él, la n a t u r a l e z a estaría c o n d e n a d a a p e r m a n e c e r e n silen­ cio. N o o b s t a n t e , el p r o p i o l e n g u a j e se p r e s e n t a c o m o p a r ­ t e i n t e g r a l d e la c r e a c i ó n , n o c o m o u n u n i v e r s o a p a r t e , c r e a d o p o r el h o m b r e , q u e p e r m i t i e r a al i n t é r p r e t e h u m a ­ n o c o n f i g u r a r a l e a t o r i a m e n t e el s i g n i f i c a d o d e la n a t u r a l e ­ za. L e n g u a j e y n a t u r a l e z a c o n s t i t u y e n d o s a s p e c t o s c o m ­ p l e m e n t a r i o s d e u n a creación d i v i n a ú n i c a , u n o d e los cuales a r t i c u l a los m ú l t i p l e s significados i n h e r e n t e s al o t r o . Es p r e c i s a m e n t e este v í n c u l o e n t r e n a t u r a l e z a y len­ guaje, esto es, e n t r e la r e a l i d a d y la s i m b o l i z a c i ó n h u m a n a ,

2. Foucault 28-29. 3. San Buenaventura, In Hexaemeron 12:14. 11

lo q u e d e s a p a r e c e a fines d e la E d a d M e d i a . P o r lo g e n e r a l , c u l p a m o s a la filosofía n o m i n a l i s t a d e tal d i s o l u c i ó n . U n a vez r e d u c i d a la n a t u r a l e z a al efecto d e u n a i n e s c r u t a b l e d e c i s i ó n d i v i n a , n o p u e d e e s p e r a r s e q u e c o i n c i d a c o n la e s t r u c t u r a lógica del l e n g u a j e . T a n t o los c o n c e p t o s universales c o m o la lógica i m p l í c i t a e n ellos p i e r d e n su e s t a t u t o d e realidad.

Las « p r o p o r c i o n e s » s i g n i f i c a t i v a s e n t r e las c o s a s

q u e a n t e s c o n f e r í a n a la n a t u r a l e z a s u c a r á c t e r m e t a f ó r i c o , e x i s t e n s ó l o e n el p e n s a m i e n t o , p e n s a m i e n t o q u e e n ú l t i m a i n s t a n c i a c o i n c i d e c o n el l e n g u a j e c r e a d o p o r el h o m b r e . E n lo s u c e s i v o , el l e n g u a j e se c o n v i e r t e e n u n i n s t r u m e n t o p a r a d e s i g n a r c o n c e p t o s operacionales.

Para reclutarlas

al s e r v i c i o d e la n u e v a o b s e r v a c i ó n d e la n a t u r a l e z a , q u e p r o n t o h a b r á d e l l a m a r s e «ciencia», las p a l a b r a s d e b e n ser despojadas de toda ambigüedad metafórica y reducidas a á t o m o s de significado universal. E v e n t u a l m e n t e , gran part e d e ellas se t r a n s f o r m a r á e n u n c o n j u n t o d e s í m b o l o s p u r a m e n t e formal y abstracto, q u e n o guarda relación alguna c o n u n a e x p e r i e n c i a d i r e c t a d e la r e a l i d a d . E n la m e d i d a e n q u e la m e n t a l i d a d t é c n i c a se e x t i e n d e a t o d o s los á m b i t o s d e la v i d a , el l e n g u a j e se a s e m e j a c a d a vez m á s a u n a t a q u i grafía i n t e r n a c i o n a l , q u e a p e n a s varía d e u n a c u l t u r a a o t r a . Tal discurso multinacional requiere p o c o aprendizaje, pues está c o n f o r m a d o p r i m o r d i a l m e n t e d e a c r ó n i m o s , a b r e v i a ciones, ecuaciones y fórmulas. L a i n d e p e n d e n c i a relativa d e l l e n g u a j e r e s p e c t o d e u n a realidad d a d a crea posibilidades inéditas para su desarrollo a u t ó n o m o . E n lo sucesivo, el lenguaje d e s e m p e ñ a r á c a d a v e z m á s el p a p e l d e mediador

e n t r e la m e n t e y la n a t u r a l e -

za tal c o m o se d a e n la e x p e r i e n c i a . A l d i v o r c i a r d i s c u r s o y n a t u r a l e z a , el n o m i n a l i s m o a v a n z a e n la m i s m a d i r e c c i ó n d e l o q u e a p r i m e r a v i s t a p a r e c i e r a ser s u p r i n c i p a l a d v e r s a r i o : el h u m a n i s m o i t a l i a n o . T a m b i é n p a r a los h u m a n i s tas, el lenguaje o c u p a u n a p o s i c i ó n i n t e r m e d i a e n t r e el h o m 12

b r e y la n a t u r a l e z a . E n l u g a r d e r e c u r r i r d i r e c t a m e n t e a esta ú l t i m a , o p t a r o n p o r i n v e s t i g a r p r i m e r o la i n t e r p r e t a c i ó n s i m b ó l i c a q u e o f r e c í a n d e ella los e s c r i t o r e s c l á s i c o s . F u e p r e c i s a m e n t e esta a c t i t u d la q u e p r o n t o d e s a t ó las críticas d e l o s n u e v o s e s t u d i o s o s d e la n a t u r a l e z a , d e B a c o n a D e s c a r t e s . D e n u e v o e n c o n t r a m o s allí el s i m b o l i s m o d e l l i b r o y la n e c e s i d a d d e la e x é g e s i s , p e r o c o n u n a i m p o r ­ t a n t e diferencia. M i e n t r a s q u e el s i m b o l i s m o m e d i e v a l n u n ­ ca s e p a r ó lenguaje y n a t u r a l e z a (los «dos libros»), el lenguaje aparece ahora c o m o una entidad aparte, ennoblecida y h u m a n i z a d a , el espejo humano

de la

naturales.

El p e n s a m i e n t o d e D a n t e , a p e s a r d e s u o r i g i n a l i d a d , continúa

firmemente

a r r a i g a d o e n la p e r c e p c i ó n d e la rea­

l i d a d c o m o algo i n t r í n s e c a m e n t e m e t a f ó r i c o . N o o b s t a n t e , la i m p o r t a n c i a sin p r e c e d e n t e s q u e a t r i b u y e al l e n g u a j e e n su forrna p o é t i c a i n a u g u r a u n a n u e v a t r a d i c i ó n r e s p e c t o d e la realidad «dada». Para D a n t e , el lenguaje c l a r a m e n t e sobre­ pasa a la n a t u r a l e z a , m i e n t r a s q u e la filosofía n o m i n a l i s t a , e n cierto s e n t i d o , sólo lo s e p a r a d e ella. E n a m b o s casos, sin e m b a r g o , el lenguaje se h a c o n v e r t i d o e n u n a e n t i d a d i n d e ­ p e n d i e n t e u t i l i z a d a p a r a la c r e a c i ó n d e la n u e v a r e a l i d a d d e la

cultura. C o n excesiva f r e c u e n c i a i d e n t i f i c a m o s el m o v i m i e n t o

h u m a n i s t a c o n el regreso a la a n t i g ü e d a d clásica. N o o b s ­ t a n t e , u n a d e s u s c a r a c t e r í s t i c a s m á s f u n d a m e n t a l e s es s u n u e v a v a l o r a c i ó n d e l l e n g u a j e , e n especial del l e n g u a j e ver­ n á c u l o . Si b i e n el h u m a n i s m o i t a l i a n o , a ú n e n s u s o r í g e n e s m e d i e v a l e s , se volvió h a c i a la A n t i g ü e d a d , lo h i z o e n p r i m e r l u g a r p o r q u e h a l l a b a e n ella u n a s e n s i b i l i d a d a n á l o g a p o r la i m p o r t a n c i a ú n i c a q u e a t r i b u í a a la e x p r e s i ó n l i n g ü í s t i c a . L a r e v o l u c i ó n r e t ó r i c a d e l s i g l o XIV refleja, e n t r e o t r a s cosas, a q u e l l o q u e M a r i o Praz l l a m a r í a u n a «revo­ l u c i ó n d e la s e n s i b i l i d a d » . F r i t z Saxl s o s t i e n e q u e l o s 13

h o m b r e s d e l R e n a c i m i e n t o h a b í a n r e g r e s a d o al p a g a n i s m o p o r q u e habían descubierto en su literatura y en su arte tipos q u e manifestaban sentimientos similares a los q u e ellos d e s e a b a n expresar. El s e n t i m i e n t o d e s c u b i e r t o p o r p r i m e r a v e z e n la e x p e r i e n c i a p o é t i c a fue e n t o n c e s lo q u e d i o u n n u e v o s e n t i d o a la r e t ó r i c a clásica. El h a l l a z g o d e n u e v o s t e x t o s n o es i n n o v a d o r s i n o s i n t o m á t i c o ; la n u e v a l e c t u r a d e los t e x t o s , la q u e h a c e B r u n e t t o L a t i n i d e De inventione, h a c e P e t r a r c a d e s u s Cartas,

d e C i c e r ó n , o la q u e

m á s b i e n q u e el d e s c u b r i -

m i e n t o d e n u e v o s t e x t o s , es lo q u e i m p o r t a . . .

4

El m a e s t r o d e D a n t e , B r u n e t t o Latini, a q u i e n tristem e n t e e n c u e n t r a e n el i n f i e r n o , h a b í a d e f e n d i d o y a el dulce stil nuovo, el n u e v o u s o p o é t i c o del lenguaje v e r n á c u l o , c o m o m a n i f e s t a c i ó n d e l p o d e r c r e a t i v o d e la p a l a b r a h u m a n a . A c c i ó n y p a l a b r a se c o n j u g a n p a r a e s t a b l e c e r la c u l t u r a . E l p o e t a c r e a a través d e la p a l a b r a . E l p r o p i o D a n t e fue m á s allá e n De Vulgari Eloquentia,

al s o s t e n e r q u e el l e n g u a j e

es la r e s p u e s t a c r e a t i v a d e l h o m b r e a s u s n e c e s i d a d e s físicas y espirituales. E n el u s o m e t a f ó r i c o del l e n g u a j e p o é t i c o , el h o m b r e e x h i b e a q u e l l o q u e D a n t e d e n o m i n a s u s facult a d e s d i v i n a s . M e d i a n t e el p o d e r d e la m e t á f o r a , el h o m b r e construye u n universo espiritual p r o p i o . El p a p e l p r i m o r d i a l d e la p a l a b r a c r e a t i v a e n el p r o c e s o d e la c u l t u r a es r e a f i r m a d o c i e n a ñ o s m á s t a r d e , y c o n mayor intensidad, por otro h u m a n i s t a italiano, Coluccio S a l u t a t i , e n De Laboribus

Herculis.

E n e f e c t o , H é r c u l e s , el

l e g e n d a r i o h é r o e d e la c u l t u r a , se t r a n s f o r m a e n el p r o t a g o n i s t a d e la p o e s í a . L a m e t á f o r a p e r m i t e al h o m b r e e l e v a r la e x p e r i e n c i a p a r t i c u l a r a la u n i v e r s a l i d a d r e q u e r i d a

4 Nancy Struever, The Language of History in the Renaissance (Princeton: Princeton University Press, 1970) 47. 14

para construir u n m u n d o verdaderamente h u m a n o de cul­ t u r a . E n el siglo XV C h r i s t o f o r o L a n d i n o d e c l a r a a la p o e ­ sía c o m o q u i n t a e s c e n c i a d e la c r e a t i v i d a d h u m a n a , la s í n ­ tesis d e t o d a s las a r t e s liberales. L a r e t ó r i c a e r a c o n s i d e r a d a e n t o n c e s c a d a v e z m á s c o m o la b a s e d e t o d o p e n s a m i e n ­ t o . S ó l o a t r a v é s d e la palabra

a c c e d e el h o m b r e a la reali­

dad; e n m u c h o s casos, llega i n c l u s o a c o n s t i t u i r l a c o m o tal. Ernesto Grassi m e n c i o n a a Angelo Poliziano para quien ú n i c a m e n t e las p a l a b r a s c o n f o r m a n la res d e la c o m u n i d a d , y a G i a n Francesco Pico della M i r á n d o l a , q u i e n enfatiza la c a p a c i d a d h u m a n a d e f o r m a r i m á g e n e s al v i n c u l a r la rea­ 5

l i d a d c o n la p a l a b r a . E s t a t r a d i c i ó n h u m a n i s t a c o n c l u y e e n el siglo XVIII c o n la t e o r í a d e V i c o acerca del l e n g u a j e m e t a ­ fórico c o m o el m e d i o q u e p e r m i t e q u e las cosas se p r e s e n ­ t e n d e m a n e r a h u m a n a . M á s q u e el p e n s a m i e n t o d i s c u r s i ­ v o , el l e n g u a j e m e t a f ó r i c o d e la p o e s í a p e r m i t e al h o m b r e v e r el m u n d o c o m o u n espejo, p e r o c o m o u n espejo q u e lo refleja. P a r a el h u m a n i s m o , el p a p e l ú n i c o d e l h o m b r e , m e d i a n t e el c u a l c o n f i e r e s i g n i f i c a d o y v a l o r a t o d a la rea­ l i d a d , la d i f e r e n c i a d i s t i n t i v a d e la c u l t u r a m o d e r n a , resi­ d e e n el p o d e r creativo del l e n g u a j e . L o q u e escribe P i c o e n Oratio de dignitate

hominis

acerca d e la p o s i c i ó n c e n t r a l del

h o m b r e , tiene su origen en u n legado q u e enfatiza conti­ n u a m e n t e los p o d e r e s d i v i n o s d e l l e n g u a j e . L a p r i m e r a e x p r e s i ó n filosófica d e l m i s m o p r i n c i p i o e n N i c o l á s d e C u s a fue i n f l u e n c i a d a a s i m i s m o p o r las a c t i t u ­ d e s h u m a n i s t a s . P a r a el C u s a n o , la m e n t e o p e r a p o r m e d i o d e s í m b o l o s : c o m p a r a v a r i a s «ideas» y, al h a c e r l o , se c o n ­ v i e r t e e n la « m e d i d a » d e t o d a s las c o s a s . «Mens etiam symbolice,

comparationis

6

modo».

mensurat

P a r a C u s a , la f u n -

5 Ernesto Grassi, Rhetoric as Phibsophy (Philadelphia: Pennsylvania State University Press, 1980) 60. 6. De Mente en Opera (Baur) 5:48; también 89,90. 15

c i ó n p r i m o r d i a l d e la m e n t e c o n s i s t e e n e s t a b l e c e r r e l a c i o ­ nes p o r c o m p a r a c i ó n , y n o en descubrir universales dados, e n los c u a l e s la i d e n t i d a d d e p a l a b r a s y c o s a s se h a l l e p r e ­ e s t a b l e c i d a . Tal c o n o c i m i e n t o p o r c o m p a r a c i ó n d e r e l a c i o ­ n e s s i e m p r e c a m b i a n t e s se a p r o x i m a m á s a la n u e v a r e t ó ­ rica d e los h u m a n i s t a s q u e a la metafísica t r a d i c i o n a l . C o m o lo d i c e N a n c y S t r u e v e r : E m p l e a r categorías retóricas q u e s o n fabricadas, n o p r e e x i s t e n t e s , e q u i v a l e a n e g a r ciertas p r e s u p o s i c i o n e s metafísicas, r e c h a z a r las m e t á f o r a s e p i s t e m o l ó g i c a s q u e a f i r m a n a l g o c o m o u n nivel más profundo, subyacente

una verdad

a los f e n ó m e n o s y, al m i s m o t i e m p o , h a c e r

d e la o p c i ó n é t i c a algo m á s real e i n m e d i a t o .

7

C u s a , sin e m b a r g o , i n t e g r a la i n f l u e n c i a h u m a n i s t a c o n la t r a d i c i ó n c r i s t i a n a m á s a n t i g u a d e la i m a g e n d e D i o s . P r e c i s a m e n t e por ser la i m a g e n viva d e D i o s , p u e d e el h o m ­ bre crear su p r o p i o m u n d o simbólico. P u e s así c o m o D i o s es el c r e a d o r d e las e n t i d a d e s reales y d e las f o r m a s n a t u r a l e s , el h o m b r e es el c r e a d o r d e las e n t i d a d e s racionales y f o r m a s artificiales, q u e s o n s ó l o s e m e j a n z a s d e s u i n t e l e c t o , tal c o m o las c r i a t u r a s son semejanzas del intelecto divino.

8

I m á g e n e s y s í m b o l o s s o n c r e a c i o n e s propias

de la men­

te: n o e s t á n « d a d o s » e n la n a t u r a l e z a . E n l o s s u c e s i v o , la m e n t e se c o n v i e r t e e n el o b j e t o p r i m o r d i a l d e i n v e s t i g a ­ c i ó n . Sin e m b a r g o , a diferencia d e D e s c a r t e s , los h u m a ­ n i s t a s a d v i e r t e n q u e el y o s ó l o p u e d e ser a p r e h e n d i d o e n

7. Nancy Struever 188. 8. DeBerylb en Opera omnia (ed. Baur, 1973) 2:7. 16

s u s m a n i f e s t a c i o n e s m e t a f í s i c a s . E n la c é l e b r e Fábula homine

de

d e l h u m a n i s t a e s p a ñ o l J u a n L u i s V i v e s , los h o m -

bres r e p r e s e n t a n u n d r a m a o c u l t o s d e t r á s d e m á s c a r a s . A n t e la f o r m a t a n i m p r e s i o n a n t e c o m o s u g i e r e n el p o t e n c i a l d e la n a t u r a l e z a h u m a n a , los d i o s e s q u e a s i s t e n a la r e p r e s e n t a c i ó n se p r e g u n t a n si l o s a c t o r e s n o s e r á n d i o s e s también.

La representación:

el espejo de la

realidad

D e m a n e r a s o r p r e n d e n t e , m a s n o coincidencial, N i c o l á s d e C u s a y los h u m a n i s t a s d e l siglo XV c o l o c a n al h o m b r e e n el c e n t r o e s p i r i t u a l d e l u n i v e r s o p o c o a n t e s d e q u e la t e o r í a c o p e r n i c a n a d e s p l a c e a la t i e r r a d e su p o s i c i ó n c e n tral e n el c o s m o s . E s t e n u e v o énfasis s o b r e la p o s i c i ó n espiritual m á s b i e n q u e física es p r e c i s a m e n t e l o q u e p e r m i t e concebir y aceptar eventualmente u n a posición heliocén9

t r i c a . C o m o lo a f i r m a P i c o , la g r a n d e z a d e l h o m b r e n o se d e b e a s u p o s i c i ó n física, s i n o al p o d e r q u e t i e n e d e defin i r s u p r o p i o p a p e l y f u n c i ó n e n el m u n d o . E n la d e d i c a t o r i a d e sus Revolutiones

al p a p a P a b l o I I I , C o p é r n i c o , d e n -

t r o d e l m i s m o e s p í r i t u , s o s t i e n e q u e el m u n d o fue h e c h o p a r a el h o m b r e , n o t a n t o c o m o s o s t é n físico, s i n o c o m o objeto de c o m p r e n s i ó n intelectual. ¿No había c o m p a r a d o y a P l a t ó n , el filósofo p r e f e r i d o d e l P a p a , a la m e n t e c o n el sol del u n i v e r s o ? D e m a n e r a a n á l o g a , el sol d e la m e n t e se d e c l a r a a h o r a c o m o c e n t r o d e este n u e v o u n i v e r s o e s p i r i t u a l . I n c l u s o c u a n d o la t e o r í a h e l i o c é n t r i c a se v i o e n dific u l t a d e s , prevaleció s u significado e s p i r i t u a l . El c a r d e n a l d e B é r u l l e , p o r e j e m p l o , escribía: «Esta n u e v a i d e a , p o c o a d e -

9. Hans Blumenberg, Die Génesis der kopernikanischen (Frankfurt: Suhrkamp, 1975) 238-240. 17

Welt

c u a d a p a r a el c o n o c i m i e n t o d e los astros, d e b e r í a serlo p a r a el c o n o c i m i e n t o d e la s a l v a c i ó n » .

10

La revolución cosmológica c o n t i n u ó recibiendo u n a c o m p l e t a a p r o b a c i ó n p o r p a r t e d e las a u t o r i d a d e s espirituales h a s t a q u e lo celestial llegó a i n c l u i r los astros fijos y los p l a ­ n e t a s . L a a p a r e n t e i n m o v i l i d a d d e estos astros i n d i c a b a t a n sólo la i n m e n s i d a d d e u n universo e n el cual los m o v i m i e n t o s c ó s m i c o s n o s o n p e r c e p t i b l e s . D e esta i n c o n m e n s u r a b l e d i s ­ tancia, G i o r d a n o B r u n o concluyó q u e habría u n universo infinito y eterno, c o n f o r m a d o p o r incontables sistemas, del c u a l el sol y los p l a n t e a s o c u p a b a n u n a p a r t e i n f i n i t e s i m a l . Para B r u n o , el espectáculo d e esta i n f i n i t u d p r o d u c e u n a l b o ­ rozado vértigo. Creía que u n universo semejante, infinito y e n p e r p e t u o m o v i m i e n t o , ofrecía p o s i b i l i d a d e s sin l í m i t e . Si n a d a es fijo e n él, el h o m b r e , s u c e n t r o e s p i r i t u a l , p u e d e a d o p t a r c u a l q u i e r p e r s p e c t i v a q u e elija. E n u n o d e sus d i á ­ l o g o s m í t i c o s , B r u n o d e s c r i b e c ó m o los d i o s e s h a n d a d o al h o m b r e las m a n o s y el i n t e l e c t o p a r a p e r m i t i r l e q u e p r o ­ d u z c a p o r sí m i s m o o t r a n a t u r a l e z a y se a s e m e j e a ellos.

11

«Ir

m á s allá d e la n a t u r a l e z a c o m p r e n d i d a c o m o lo q u e y a exis­ te, se c o n v i e r t e e n el s e n t i d o existencial q u e confiere al h o m ­ b r e la n a t u r a l e z a » .

12

El u n i v e r s o i n f i n i t o , p o r c o n s i g u i e n t e ,

n o g e n e r a y a el h o r r o r a lo i n d e f i n i d o q u e s u s c i t a b a e n t r e los g r i e g o s ; el apeiron,

t é r m i n o q u e d e n o t a a la vez «infini­

to» e « i n d e f i n i d o » . P a r a G i o r d a n o B r u n o , la i n f i n i t u d n o significa u n a m e r a n e g a c i ó n o l i m i t a c i ó n , s i n o u n e s p a c i o i l i m i t a d o p a r a la c r e a t i v i d a d h u m a n a . E n u n u n i v e r s o infi-

10. J. Dagens, Bérulle et les origines de la restauration catholique 22. Cf. EH. Michel, The Cosmobgy of Giordano Bruno, tr. de R.E.W. Madison (Ithaca: Cornell University Press, 1973) 226. 11. Spaccio de la bestia trionfante en Diabghi italiani, ed. G. Gentile (Florencia: Sansoni, s.f.) 547-831. 12. Hans Blumenberg, The Legitimacy of the Modern Age, tr. de Roben M. Wallace (Boston: M I T Press, 1983). 18

n i t o , el i n t e l e c t o h u m a n o se h a c e c o n s c i e n t e d e s u p r o p i a i n f i n i t u d . U n a vez d e s a p a r e c i d o el m u n d o

finito,

comple­

t o , e s t a b l e c i d o p o r D i o s , el sujeto i n t e l i g e n t e , el h o m b r e , se v e o b l i g a d o a i n f o r m a r el e s p a c i o v a c í o a través d e s u p r o ­ p i o o r d e n m e n t a l . L a p r i m a c í a del sujeto h u m a n o e n la c o n s ­ t i t u c i ó n d e l significado se h a b í a t o r n a d o a c e p t a b l e . L a n u e ­ v a c o s m o l o g í a s u m i n i s t r a las c o n d i c i o n e s q u e le p e r m i t i r á n e x p a n d i r s e y establecerse c o n

firmeza.

H a s t a el m o m e n t o s ó l o h e m o s d i r i g i d o n u e s t r a a t e n ­ c i ó n al l e n g u a j e y a la i m a g e n a n t r o p o c é n t r i c a d e l m u n d o c r e a d a p o r él. N o o b s t a n t e , los a r q u i t e c t o s , escultores y p i n ­ t o r e s d i e r o n u n a e x p r e s i ó n i g u a l m e n t e r e v o l u c i o n a r i a al n u e v o c o n c e p t o d e c r e a t i v i d a d s i m b ó l i c a . E n el R e n a ­ c i m i e n t o i t a l i a n o , la i d e a d e q u e el a r t i s t a c o m u n i c a f o r ­ m a y figura a las p r o y e c c i o n e s h u m a n a s d e t e r m i n a t o d o el p r o c e s o e s t é t i c o : el s u j e t o h u m a n o e s t r u c t u r a el u n i v e r s o al i m p o n e r l e u n a f o r m a d a d a p o r él m i s m o . Este sujeto o c u ­ p a el c e n t r o d e l n u e v o m u n d o s i m b ó l i c o . L a p e r s p e c t i v a m o d e r n a se i n i c i a e n el o j o d e q u i e n c o n t e m p l a , el o r i g e n c r e a t i v o d e u n u n i v e r s o a r t í s t i c o i n é d i t o . El h o m b r e y a n o precisa d e u n p l a n e t a c o l o c a d o e n el c e n t r o del u n i v e r s o ; él m i s m o p u e d e c e n t r a r u n u n i v e r s o i n f i n i t o d e s d e el l u g a r q u e elija. H a s t a d o n d e y o sé, la p e r s p e c t i v a c e n t r a l fue a p l i ­ c a d a p o r p r i m e r a vez d e m a n e r a c o n s i s t e n t e e n el siglo XIV p o r el p i n t o r d e S i e n a , A m b r o g i o L o r e n z e t t i . N o o b s t a n t e , se i n i c i a c o n las m i n i a t u r a s r e a l i z a d a s p a r a las H e u r e s d e l d u q u e d e Berry, m a g n í f i c a m e n t e ilustradas p o r los h e r ­ m a n o s V a n L i m b u r c h . A s u m e u n a clara c o n s c i e n c i a , t o m a ­ d a p o s i b l e m e n t e d e la Perspectiva

Communis

de J o h n

P e c k h a m , d e la d i s t i n c i ó n e n t r e lo q u e se p e r c i b e r e a l m e n ­ t e (luz y c o l o r ) , y lo q u e s a b e la m e n t e a c e r c a d e lo p e r c i ­ b i d o . L a p r e g u n t a a c e r c a d e las c o s a s en sí mismas,

acerca

d e lo e s e n c i a l e n ellas p a r a u n a v i s i ó n d i v i n a , o m n i c o m p r e n s i v a , h a b í a g u i a d o el d e s a r r o l l o d e la i c o n o g r a f í a o c c i -

19

d e n t a l t e m p r a n a . E n las p i n t u r a s b i z a n t i n a s y e n l o s p r i mitivos italianos, habían sido deliberadamente omitidos t o d o s l o s d e t a l l e s d e la o b s e r v a c i ó n h u m a n a , tales c o m o la f o r m a y c o l o r d e l a m b i e n t e , la e x p r e s i ó n y p o s t u r a p a r t i c u l a r d e la figura r e p r e s e n t a d a e i n c l u s o s u i d e n t i d a d p e r s o n a l . C o n t e m p l a m o s figuras i m p e r s o n a l e s , p r e s e n t a d a s e n h i e r á t i c a frontalidad, c o n t r a u n t r a s f o n d o d o r a d o — el color m á s i n m a t e r i a l , el q u e refleja la l u z c o n m a y o r p u r e z a , la refracción m i s m a del espíritu e n la materia. El R e n a c i m i e n t o , p o r el c o n t r a r i o , s ó l o se p r o p o n e crear representaciones,

esto

es, i m á g e n e s y p e r c e p c i o n e s c e n t r a d a s e n el h o m b r e .

Saber

y a n o c o n s i s t e e n u n s e r - c o n , s i n o e n el reflejo d e la realid a d s o b r e la o b s e r v a c i ó n h u m a n a . E n lo s u c e s i v o , el c r i t e r i o d e l a r t e r e s i d e e n la v e r a c i d a d d e la o b s e r v a c i ó n , n o e n las c o s a s m i s m a s . El p r o p i o p e n s a m i e n t o se c o n v i e r t e e n e s p e j o , la « e s e n c i a v i t r e a » d e S h a k e s p e a r e , d o n d e el h o m b r e r e h a c e la r e a l i d a d a s u m e d i d a . ¿ H a s t a q u é p u n t o refleja la i m a g e n e s p e c u l a r u n a realidad p r i m a r i a , dada? Esta p r e g u n t a i n t r o d u c e la n u e v a invest i g a c i ó n , l l a m a d a « c r í t i c a » , c o m o e x i g e n c i a d e la a c t i t u d m o d e r n a . G a l i l e o fue el p r i m e r o e n d i s t i n g u i r e n t r e c u a l i d a d e s secundarias,

q u e d e p e n d e n d e la e s t r u c t u r a d e l c u e r -

p o q u e observa, y cualidades primarias, q u e subsisten desp u é s d e la r e f l e x i ó n c r í t i c a d e l p e n s a m i e n t o

puro

y

p e r t e n e c e n a la n a t u r a l e z a m i s m a d e la r e a l i d a d . G a l i l e o y D e s c a r t e s i d e n t i f i c a n a estas ú l t i m a s c o n c u a l i d a d e s g e o m é t r i c a s , m e n s u r a b l e s . E s e v i d e n t e q u e tal d i s t i n c i ó n n o s o l u c i o n a el p r o b l e m a . ¿ Q u i é n e s t a r í a d i s p u e s t o a r e d u c i r la r e a l i d a d a las a b s t r a c c i o n e s d e las m a t e m á t i c a s ? I n c l u s o las c i e n c i a s n a t u r a l e s , p a r a c u y o b e n e f i c i o fue d i s e ñ a d a esta simplificación, evidenciaron pocos progresos hasta c u a n d o N e w t o n m o s t r ó las l i m i t a c i o n e s i n h e r e n t e s a u n a d i v i s i ó n d e la r e a l i d a d b a s a d a e x c l u s i v a m e n t e e n el c o n o c i m i e n t o m a t e m á t i c o y la a b a n d o n ó al m e n o s e n p a r t e . 20

N o o b s t a n t e , a p e s a r d e esta p e s a d a r e c o n s t r u c c i ó n , los científicos e i n c l u s o los artistas c o n t i n u a r o n r e f i r i é n d o s e a la naturaleza

c o m o m o d e l o y criterio ú l t i m o . T o d o s los p i n -

t o r e s y e s c u l t o r e s del R e n a c i m i e n t o a f i r m a b a n «imitar» a la n a t u r a l e z a . L e ó n B a t t i s t a A l b e r t i justifica lo a n t e r i o r al d e s c r i b i r la p i n t u r a c o m o u n a a c t i v i d a d q u e i m i t a el proceso creativo

q u e o p e r a e n la n a t u r a l e z a . L a p i n t u r a d e b e i m i -

tarla, p e r o p r i n c i p a l m e n t e en su papel creativo. La n a t u raleza invita al artista a h a c e r lo q u e ella h a c e , esto es, a crear. P o r e s t a r a z ó n , i m i t a m o s v e r d a d e r a m e n t e a la n a t u r a l e z a s ó l o e n c u a n t o la s o b r e p a s a m o s y m e j o r a m o s . L a t a r e a m á s i m p o r t a n t e d e l a r t i s t a r e s i d e e n t o n c e s e n la c o m p o s i c i ó n , en disponer varios objetos d e n t r o de u n o r d e n unificado. Para asegurar gracia y belleza, d e b e r e c o r d a r c ó m o h a config u r a d o la n a t u r a l e z a las p a r t e s d e los c u e r p o s a r m o n i o s o s . E s t o i m p l i c a dejar d e l a d o t o d o , e x c e p t o lo q u e resulta significativo p a r a el artista. L a m e j o r i m i t a c i ó n d e la n a t u raleza es esta a c t i v i d a d c o n f i g u r a d o ra, es recrearla. C u a n d o el p i n t o r t r a t a a u n a figura b i d i m e n s i o n a l c o m o si fuese u n a v e n t a n a e n la q u e a p a r e c e u n a e s c e n a t r i d i m e n s i o n a l , c o m o A l b e r t i le i n v i t a a h a c e r l o , el p i n t o r c o n f i e r e e n efecto u n a n u e v a f o r m a a la r e a l i d a d y la define e n t é r m i n o s d e su p r o pia representación visual. N o nos s o r p r e n d e e n t o n c e s q u e el m i s m o A l b e r t i a t r i b u a y a a N a r c i s o la i n v e n c i ó n d e la p i n t u r a . « ¿ Q u é o t r a c o s a p o d r í a m o s l l a m a r p i n t u r a , a n o ser enlazar lo q u e aparece s o b r e la superficie del a g u a e n la fuente?» L a i m p o r t a n c i a d e la c o m p a r a c i ó n c o n la p e r s o n a q u e a b r a z a s u p r o p i a i m a g e n es s u f i c i e n t e m e n t e e x p l í c i t a . El énfasis s o b r e el p r o c e s o c o n s c i e n t e d e d a r f o r m a y d e definir la realidad se p r o l o n g a d e s p u é s del R e n a c i m i e n t o y c u l m i n a c o n el a r t e R o m á n t i c o . V í c t o r H u g o , e n el c o n o c i d o p r e f a c i o d e s u o b r a d e t e a t r o Cromwell,

argumenta en

c o n t r a d e la i m i t a c i ó n d e la n a t u r a l e z a , p e r o al h a c e r l o elim i n a p o r c o m p l e t o el n a t u r a l i s m o : «La vérité de l'art 21

ne

saurait

étre, ainsi que l'ont ditplusieurs,

L'art nepeut

la réalité

absolue.

donner la chose méme». L a m o d e s t i a d e este p r o ­

n u n c i a m i e n t o sólo sirve d e i n t r o d u c c i ó n a a q u e l m á s a m b i ­ c i o s o s e g ú n el c u a l el a r t e sería «un mirroir qui, loin de les affdiblir, rants, quifasse flamme».

ramasse et condense

d'une lueur une lumiere,

de

concentration

les rayons

colo-

d'une lumiere

une

El objetivo del arte literario, c o n c l u y e V í c t o r H u g o ,

es c a s i d i v i n o : r e s u c i t a r a t r a v é s d e la h i s t o r i a , c r e a r p o r m e d i o d e la poesía. Balzac a r t i c u l a la m i s m a idea. L a m i s i ó n d e l a r t e n o c o n s i s t e e n c o p i a r la n a t u r a l e z a , s i n o e n e x p r e ­ sarla; al h a c e r l o , se la o b l i g a a revelar sus m i s t e r i o s . El a r t i s ­ t a d e s e a « r o b a r el s e c r e t o d e D i o s » . L a imitatio

naturae, c o m p r e n d i d a c o m o a l g o q u e p e n e ­

t r a h a s t a el n ú c l e o d e l o s p r o c e s o s n a t u r a l e s , d e s p u é s d e i m p o r t a n t e s desvíos históricos, c o n d u c e e v e n t u a l m e n t e a u n a c o n c e p c i ó n d e l a r t e c o m o p r o y e c c i ó n d e la v i d a . Las proporciones matemáticas del cosmos habían causado u n a fuerte i m p r e s i ó n s o b r e los p o e t a s , artistas y p e n s a d o r e s d e l R e n a c i m i e n t o . E s t a c o n c e p c i ó n v i n c u l a el m é t o d o car­ t e s i a n o c o n la p e r s p e c t i v a m a t e m á t i c a d e los p i n t o r e s flo­ r e n t i n o s . E n ú l t i m a instancia, sin e m b a r g o , u n a c o n c e p ­ ción

meramente

matemática

de

la r e a l i d a d

resultó

i n s u f i c i e n t e p a r a la c i e n c i a , p u e s el v e r d a d e r o s u r g i m i e n t o d e la física m e c á n i c a se d i o u n a vez q u e N e w t o n la s e p a r ó d e la d e d u c c i ó n m a t e m á t i c a e i n s a t i s f a c t o r i a p a r a el a r t e . P a r a fines d e l siglo XVII, el o r d e n g e o m é t r i c o c o n s i d e r a d o p o r la g e n e r a c i ó n p r e c e d e n t e c o m o la e s t r u c t u r a esencial d e la naturaleza c o m e n z ó a p e r d e r crédito. L a c o n c e p c i ó n m e c a n i c i s t a h a b í a d e j a d o d e l a d o t o d o el á m b i t o o r g á n i c o . E l m o d e l o m a t e m á t i c o c a r t e s i a n o h a b í a e m p o b r e c i d o la n a t u ­ raleza e n s u esfuerzo p o r d o m i n a r l a .

22

El símbolo

como desarrollo

orgánico

L e i b n i z , a q u i e n a m e n u d o se p r e s e n t a c o m o el p a r a d i g m a d e l r a c i o n a l i s m o , fue sin e m b a r g o el p r i m e r

filóso-

fo q u e i n t e n t ó r e s t a b l e c e r el p r i n c i p i o t e l e o l ó g i c o , p r i n c i p i o q u e h a b í a d e s e m p e ñ a d o u n p a p e l f u n d a m e n t a l e n la c o n c e p c i ó n b i o l ó g i c a d e la n a t u r a l e z a i n t r o d u c i d a p o r A r i s t ó t e l e s . C a d a s u s t a n c i a , a f i r m a b a , es u n a m ó n a d a , u n a u n i d a d a u t ó n o m a q u e c o n t i e n e e n sí m i s m a su p r o p i o p r i n c i p i o d e finalidad y d e a c t i v i d a d . L e i b n i z p a r t e d e la e x p e r i e n c i a d e la s i m p l i c i d a d d i n á m i c a q u e la m e n t e t i e n e d e sí m i s m a y la u n i v e r s a l i z a e n u n a n u e v a i d e a g e n e r a l d e s u s t a n c i a . E n c o n t r a d e la c o n c e p c i ó n m a t e m á t i c a d e la n a t u raleza p r o p u e s t a p o r D e s c a r t e s y p o r S p i n o z a , t o d a s las s u s t a n c i a s finitas difieren u n a s d e o t r a s a u n q u e sus e s t r u c t u r a s sean s i m i l a r e s .

T a m p o c o h a y m o d o d e explicar c ó m o p u e d e u n a m ó n a d a ser a l t e r a d a o m o d i f i c a d a e n s u i n t e r i o r p o r a l g u n a o t r a c r i a t u r a , p u e s t o q u e n o se les p o d r í a t r a s p a s a r n a d a . . . Las m ó n a d a s n o t i e n e n v e n t a n a s p o r las q u e algo p u e d a e n t r a r o salir... C o n t i e n e n e n sí m i s m a s c i e r t a p e r f e c c i ó n y u n a suficiencia q u e las c o n v i e r t e e n fuente d e sus acciones internas y p o r así decirlo, e n a u t ó matas incorpóreos.

13

¿ Q u é le c o m u n i c a u n i d a d a este u n i v e r s o pluralista? El h e c h o d e ser u n a a r m o n í a t o t a l , d e s d e lo s u p e r i o r h a s t a lo inferior, s i n v a c í o s e n t r e sus diversas p a r t e s . L a i d e a d e u n a t r a n s i c i ó n c o n t i n u a d e u n a f o r m a d e ser a o t r a h a c e q u e los

13. Monadobgía, § 7, § 18, tr. de Ezequiel de Olaso, en Leibniz Escritos Filosóficos, ed. Ezequiel de Olaso (Buenos Aires: Charcas, 1982) 608-610. 23

c i e n t í f i c o s b u s q u e n los e s l a b o n e s p e r d i d o s ¡Y los e n c u e n tren! E l d e s c u b r i m i e n t o d e u n p e q u e ñ o p ó l i p o a c u á t i c o q u e se a s e m e j a b a a u n a p l a n t a y sin e m b a r g o t e n í a m o v i m i e n t o p r o p i o y era capaz d e atrapar y digerir u n a presa fue a c o m p a ñ a d o d e u n g r a n d e s p l i e g u e . L a e x i s t e n c i a d e tales z o ó f i t o s , h a b í a p r e d i c h o L e i b n i z , es u n a n e c e s i d a d , n o u n a monstruosidad.

1 4

L o s z o ó l o g o s f u e r o n l o s p i o n e r o s d e la

f o r m u l a c i ó n d e u n c o n c e p t o d e n a t u r a l e z a i n é d i t o , m á s fluido y orgánico. C u a n d o la i d e a d e t r a n s i c i ó n se c o n j u g a c o n la d e desarrollo — l a t e o r í a s e n s u a l i s t a d e la c o n c i e n c i a d e L o c k e se e x t i e n d e d e l i n d i v i d u o a la especie— m o d e l o «vivo» d e la n a t u r a l e z a ,

15

se c o m p l e t a el n u e v o

y se g e n e r a así u n a r e v o -

l u c i ó n e n la c o n c e p c i ó n s i m b ó l i c a d e la é p o c a m o d e r n a . L o s s i s t e m a s s i m b ó l i c o s , e n l u g a r d e serenas c o m p o s i c i o n e s d e a r m o n í a s m a t e m á t i c a s , d e b e r í a n e x p r e s a r la v i d a e n s u a s o m b r o s a v a r i e d a d y conflictiva d i n á m i c a . E l p r o p i o K a n t , el filósofo d e l p e n s a m i e n t o i l u s t r a d o , v i n c u l ó la d i s c u s i ó n d e l a r t e c o n la d e la t e l e o l o g í a d e la n a t u r a l e z a . L o s j u i c i o s estéticos y los teleológicos se c o m p l e m e n t a n . L a v i d a es arte, el a r t e es v i d a . A m b o s t r a s c i e n d e n el á m b i t o i n m u t a b l e d e la física m a t e m á t i c a . F u e H e r d e r , u n o d e los discípulos descarriados d e K a n t , q u i e n d e s a r r o l l ó el c a r á c t e r o r g á n i c o d e las e s t r u c t u r a s s i m bólicas en u n sistema

filosófico

q u e a b a r c a la h i s t o r i a , el

l e n g u a j e y el a r t e . S u t e o r í a o r g á n i c a d e las c i v i l i z a c i o n e s f o r m a p a r t e d e u n a t e o r í a m á s a m p l i a d e la e x p r e s i ó n s i m bólica. El lenguaje p e r m i t e c o n s o l i d a r u n a s o c i e d a d dispersa e n la s ó l i d a u n i d a d c u l t u r a l d e u n a n a c i ó n . Sus e x p r e s i o n e s artísticas, científicas y

filosóficas

l l e v a n t o d a s el sello d e l

14. Carta a Hermán (Leiden, 1752). 15. Cf. Georges Gusdorf, Dieu, la nature, l'homme au siécle des lamieres (París: Payot, 1972) 270-298. 24

mismo genio nacional.

16

C a d a n a c i ó n p r e s e n t a la u n i v e r s a ­

l i d a d o r g á n i c a del e s p í r i t u h u m a n o d e u n a m a n e r a ú n i c a y peculiar. L a t e n s i ó n y el d e s a r r o l l o característicos d e la v i d a i m p e r a n t a m b i é n e n el á m b i t o del a r t e . Se inicia así el p e r í ­ o d o d e Stunn

und Drang,

tempestad y apremio.

G o e t h e e n c o n t r ó e n la filosofía d e la v i d a d e H e r d e r la i n s p i r a c i ó n p a r a s u p r o p i a t e o r í a d e l s í m b o l o a r t í s t i c o . A s í c o m o el t i p o b i o l ó g i c o d o m i n a las v a r i a c i o n e s i n d i v i ­ d u a l e s c o m o s u i d e a l n o r m a t i v o , la i d e a u n i v e r s a l a p a r e c e en u n a diversidad de formas sensibles. Manifestar lo eter­ n o e n las f o r m a s t r a n s i t o r i a s es la t a r e a d e l a r t e . L o e t e r n o , s i n e m b a r g o , n o h a b i t a p a s i v a m e n t e e n s u s e f í m e r a s for­ m a s : a c t ú a c o m o la fuerza m o t r i z d e sus v a r i a c i o n e s i n d i ­ viduales.

Es solí sich regen, schaffend Erst sich gestalten, Nur scheinbar

dann

handeln, verwandeln;

steht's Móntente

Das Ewige regt sich fort in

still 17

alien.

16. La idea de un genio nacional ya era conocida por Horacio, quien usa el término en referencia a los griegos. Aparece de nuevo en el si­ glo XVI y eventualmente se centra de manera especial en la expresión lingüística, por cuanto el lenguaje era considerado cada vez con mayor frecuencia como un don divino. Erasmo dice: «Siquidem ut singulis hominibus, ita singulis etiam nationibus suus quídam genius est» (Apophtegmata, Prefacio). Cf. Edward Stankiewicz, «The Genius of Language in I6th-Century Linguistics», en Logos Semantikos: Studia lingüistica in honorem Eugenio Coseriu (Berlín-Nueva York-Madrid, 1981)181-84. 17.Goethe, Gedichte, Eins und Alies en Goethes Werke (Weimar, 1980) 3:81. Debe moverse y creando actuar, formarse primero y luego cambiar; sólo en apariencia se detiene un rato. Lo eterno en todo se mueve [Versión castellana de Adán Kovacsics.] 25

C o l e r i d g e expresa u n a i d e a s i m i l a r c u a n d o s o s t i e n e q u e u n s í m b o l o , «si b i e n e n u n c i a el t o d o , p e r d u r a c o m o p a r t e viva d e a q u e l l a u n i d a d q u e r e p r e s e n t a » .

18

D e b i d o al énfasis

sobre el desarrollo, la narrativa y e n especial el

Bildungsroman,

el t r á n s i t o e d u c a t i v o p o r la v i d a , a s u m e u n a i m p o r t a n c i a sin p r e c e d e n t e s . S u p r o t o t i p o , Wilhelm Meister, s e g u i d o p o r Heinrich von Oefierdingen

d e G o e t h e , fue

d e Novalis y p o r

Titán

d e J e a n - P a u l . I n c l u s o e n el P r e l u d i o d e W o r d s w o r t h y e n el Don Juan d e B y r o n , el viaje se c o n v i e r t e e n u n a e x p r e s i ó n s i m b ó l i c a del desarrollo espiritual d e la p r o p i a v i d a . L a n o v e ­ la h i s t ó r i c a t r a s p o n e el d e s a r r o l l o i n d i v i d u a l a g r a n escala, a una nación, tribu o ciudad. A n á l o g a m e n t e , la p i n t u r a o p t a p o r el d e s a r r o l l o d r a ­ m á t i c o . L a historia, escribe J o s h u a R e y n o l d s e n sus Discursos, es el ú n i c o t e m a a d e c u a d o a las e x i g e n c i a s e s t é t i c a s d e la o b r a d e a r t e . U n a a f i r m a c i ó n i n u s i t a d a , si t e n e m o s e n c u e n ­ t a q u e R e y n o l d s , al i g u a l q u e la m a y o r í a d e s u s c o n t e m ­ p o r á n e o s ingleses, d i b u j ó e n lo esencial paisajes y r e t r a t o s . N o o b s t a n t e , p a r a a q u e l l a é p o c a , el p a i s a j i s m o h a b í a a s u ­ m i d o u n c a r á c t e r h i s t ó r i c o . Bajo t o d o s los á r b o l e s h a l l a m o s r u i n a s , restos d e l p a s a d o . L a i m a g i n a c i ó n , a q u e l l a f a c u l t a d e n la q u e la m e n t e se e n c u e n t r a m e n o s s u j e t a a la c o h e r e n c i a l ó g i c a y la q u e m á s se a s e m e j a a la i m p r e d e c i b l e e s p o n t a n e i d a d d e la v i d a m i s m a — « l a folie du logis», c o m o la l l a m a b a n c o n d e s d é n los e s c r i t o r e s franceses d e l siglo c l á s i c o — se c o n v i r t i ó e n la función creativa p o r excelencia. Fichte y Schelling h a c e n d e la Einbildungskra.fi

el n ú c l e o d e t o d a la a c t i v i d a d m e n ­

tal. E l p o d e r d e la i m a g i n a c i ó n a l c a n z a s u m á s a l t a realiza­ c i ó n e n la c r e a c i ó n artística, p e r o el a r t e m i s m o se c o n v i e r t e en algo m á s q u e u n a m e r a actividad espiritual entre otras.

18. Stateman's Manual, Apéndice C, citado en LA. Richards, The Philosophy ofRhetoric (1936, Oxford: Oxford University Press, 1971) 109. 26

L a i m a g i n a c i ó n n o es y a esa especial a c t i v i d a d h u m a n a q u e c o n s t r u y e el m u n d o h u m a n o d e l a r t e ; p o s e e ahora u n valor metafísico universal. La imaginación p o é t i c a es la ú n i c a clave d e la r e a l i d a d . . . E n la n a t u r a leza, e n la m o r a l , e n la h i s t o r i a , s e g u i m o s v i v i e n d o e n los p r o p i l e o s d e la s a b i d u r í a filosófica, m i e n t r a s q u e , c o n el arte, e n t r a m o s e n el s a n t u a r i o m i s m o . . . C o n esta c o n c e p c i ó n la p o e s í a y el a r t e p a r e c e n elevarse a u n r a n g o q u e j a m á s h a b í a n g o z a d o a n t e s ; se c o n v i r t i e r o n e n u n novum

organum

p a r a d e s c u b r i r la r i q u e z a y p r o -

f u n d i d a d del universo.

La fragmentación

19

de las estructuras

simbólicas

D e t o d o s los g é n e r o s literarios, es la n o v e l a el q u e sigue m á s d e cerca los m o v i m i e n t o s d e la m e n t e m o d e r n a . G i o r g y L u k á c s señala c ó m o la d e s a p a r i c i ó n d e u n significado i n m a n e n t e a la e x i s t e n c i a p r o m u e v e s u d i f u s i ó n . E n la n a r r a t i v a i n t e n t a m o s r e c o b r a r u n s i g n i f i c a d o p e r d i d o e n la v i d a m i s m a . L a p r o p i a c o h e r e n c i a d e s u e s t r u c t u r a , el p a s o d e u n p r i n c i p i o a u n final a t r a v é s d e u n a serie d e c o m p l i c a c i o n e s , h a c e d e la n o v e l a u n a isla d e s e n t i d o e n m e d i o d e u n o c é a n o d e s i n s e n t i d o s . C o m o lo d i c e M i c h e l F o u c a u l t : El Quijote

es la p r i m e r a o b r a d e l i t e r a t u r a m o d e r -

na... p u e s e n su lenguaje, r o m p e la a n t i g u a a f i n i d a d c o n las c o s a s y e n t r a e n a q u e l l a s o b e r a n a s o l e d a d d e d o n d e s u r g i r á d e n u e v o , e n su e s t a d o s e p a r a d o , ú n i c a m e n t e c o m o literatura.

20

19. Ernst Cassirer, Antropología filosófica (México: Fondo de Cultura Económica, 1945) tr. de Eugenio Imaz, 231-232. 20. Michel Foucault, The Order ofThings, 48-49. 27

Sin e m b a r g o , antes de que llegáramos a reconocerla « ú n i c a m e n t e c o m o literatura», la novela t u v o u n a c o r t a p e r o p r o m i s o r i a carrera c o m o n u e v a fuente de significado y de orden: su estructura m i s m a garantizaba alguna protección c o n t r a a q u e l l a l i b e r t a d q u e el h o m b r e se a t r i b u í a ; s u f o r m a exige c o h e r e n c i a e n la t r a m a y e n los p e r s o n a j e s . Si b i e n es p o s i b l e q u e n o exista e n el m u n d o a l g o c o m o el p e r s o n a j e , p u e s t o q u e u n h o m b r e es l o q u e h a c e y elige l i b r e m e n t e lo q u e h a c e . . . , la n o v e l a n o p u e ­ d e r e p r e s e n t a r a d e c u a d a m e n t e tal cosa; si el p e r s o n a j e fuese e n t e r a m e n t e l i b r e , p o d r í a s e n c i l l a m e n t e a b a n d o ­ n a r el r e l a t o .

21

E n efecto, en lugar d e avanzar hacia u n a libertad cada vez m a y o r d e la i m a g i n a c i ó n e n u n «universo abierto» c o m o p r o m e t í a la n o v e l a e n s u s c o m i e n z o s , p r o m e s a q u e e n el t r a n s c u r s o d e l siglo XVIII c u m p l i ó a c a b a l i d a d , los g r a n d e s n o v e l i s t a s d e l siglo XIX, e n v e z d e c o n t i n u a r al s e r v i c i o d e significados s u s t i t u t o s , se p r o p u s i e r o n c o m o objetivo la tarea m u c h o m á s ambiciosa de otorgar u n significado ú l t i m o a la realidad

humana

m i s m a . I n s a t i s f e c h o s c o n el e s c a p i s m o

d e l v u e l o d e la i m a g i n a c i ó n é p i c a , i n t e n t a r o n c o n f e r i r s e n ­ t i d o al c o n d e n s a r y e s e n c i a l i z a r u n a h i s t o r i a s o c i a l m e n t e determinada. D e manera extraordinaria, parecían haber c o n j u g a d o lenguaje y realidad, pero sólo p o r q u e h a b í a n c o l o c a d o t o d o el p e s o d e l s i g n i f i c a d o d e l l a d o d e l l e n g u a j e . L a n o v e l a se e l e v ó a s u m a y o r a l t u r a s o b r e las alas d e e s t a noble presunción. N o o b s t a n t e , la m e t a final p r o n t o se m o s t r ó e l u s i v a . C u a n d o comprendieron que una narrativa de

ficción

no

21. Frank Kermode, El sentido del final - Estudios en la teoría de la ficción (Barcelona: Gedisa, 1981). 28

p o d r í a l l e n a r sus a s p i r a c i o n e s metafísicas, el g é n e r o d e c a y ó c o n r a p i d e z . L o s m á s a m b i c i o s o s g i g a n t e s d e la n o v e l a d e l siglo XDC, e s p e c i a l m e n t e los d e l e n g u a a l e m a n a , Kafka, M u s i l , B r o c h , M a n n , i n t e n t a r o n r e c u p e r a r el s i g n i f i c a d o e x i s t e n cial s a c r i f i c a n d o a q u e l l a n a r r a c i ó n d i r e c t a y o b j e t i v a q u e d u r a n t e siglos h a b í a e s t a b l e c i d o u n nivel s e c u n d a r i o d e sig­ nificado puramente

imaginario.

El novelista c o n t e m p o r á n e o

s a b e q u e las p a u t a s d e significado d e t o d a ficción d i v e r g e n d e la realidad, y sabe q u e el lector lo sabe. P o r ello, c o n v i e r t e la n o v e l a e n u n a b ú s q u e d a e s t r i c t a m e n t e p r i v a d a q u e , p o r s u i n t e r é s i n t r í n s e c o , i n v i t a al l e c t o r a s e g u i r l a s i n p r o m e ­ ter las s o l u c i o n e s universales d e l a n t i g u o d r a m a y d e la é p i ­ ca m o d e r n a . Es el escritor y n o el h é r o e q u i e n a p a r e c e c o m o la figura p r i n c i p a l d e esta e m p r e s a e s e n c i a l m e n t e f r a g m e n ­ t a r i a . «Al n a r r a r la h i s t o r i a d e l fracaso, el n o v e l i s t a c o n s i ­ g u e u n a r e c o n c i l i a c i ó n m o m e n t á n e a e n t r e la m a t e r i a y el e s p í r i t u q u e el h é r o e se esfuerza e n v a n o p o r a l c a n z a r . »

22

C u a n d o el e s c r i t o r y el l e c t o r se alejan d e m a n e r a t a n d e l i b e r a d a d e l h é r o e m í t i c o , el e s c e p t i c i s m o se t r a n s f o r m a p r o n t o e n i r o n í a . L a i r o n í a , es c i e r t o , c i e r r a la b r e c h a e n t r e d o s p u n t o s p e r o , c u a n d o es c o n s c i e n t e , a m p l í a t a m b i é n la d i s t a n c i a e n t r e e l l o s . E v e n t u a l m e n t e , se v u e l v e e n c o n t r a d e l e s c r i t o r m i s m o y d e l p r o y e c t o l i t e r a r i o c o m o tal. E s t e m o v i m i e n t o de inversión ha d a d o lugar a complejas obras q u e a p e n a s m e r e c e n el t í t u l o d e ficciones: escritura q u e refle­ x i o n a s o b r e la e s c r i t u r a , c r í t i c a l i t e r a r i a p r e s e n t a d a c o m o ficción,

a n t i n o v e l a s q u e fingen ser n o v e l a s . L a c r í t i c a l i t e ­

raria e i n c l u s i v e la filosofía p a r e c e n c o n v e r g e r e n la n o v e l a c o n t e m p o r á n e a e n d e t r i m e n t o d e la n a r r a t i v a .

23

22. Frederick Jameson, Marxism and Form (Princeton: Princeton University Press, 1971) 173. 23. El mejor ejemplo de una «novela» cargada de metafísica, teoría estética, teología y algunas otras formas del conocimiento sigue siendo 29

A l g u n o s escritores c o n t e m p o r á n e o s h a n l l e g a d o a c o n cluir q u e , e n ú l t i m a i n s t a n c i a , la n o v e l a n o es m á s q u e p a l a b r a s q u e refieren a o t r a s p a l a b r a s , y n o a la v i d a n i al m u n d o . E n c u a n t o el l e n g u a j e l i t e r a r i o se d e s p r e n d e d e t o d o o r d e n d a d o e i n c l u s o d e la r e p r e s e n t a c i ó n m i s m a , sus e s t r u c t u r a s v e r b a l e s se t o r n a n a u t o r e f e r e n c i a l e s . E l s í m b o l o ú n i c a m e n t e refiere a o t r o s í m b o l o d e la m i s m a n a r r a t i v a , p r e s c i n d i e n d o casi e n t e r a m e n t e d e l t r a n s c u r s o d e los h e c h o s e n el m u n d o e x t e r i o r .

24

E s t a a f i r m a c i ó n decisiva y r a d i c a l d e la

s u p r e m a c í a d e l l e n g u a j e p o r s o b r e la n a t u r a l e z a fue a n t i c i p a d a e n la p o e s í a d e l siglo XIX. N a d i e h a s e p a r a d o la p o e s í a d e la r e a l i d a d d e m a n e r a m á s d e l i b e r a d a q u e B a u d e l a i r e y t o d o el m o v i m i e n t o literario francés i n f l u i d o p o r él. E l p o e t a n o s ó l o se r e h u s a a «seguir» o a « i m i t a r » a la n a t u r a l e z a ; s u i n t e n c i ó n es e r i g i r u n a v e r d a d e r a a n t i n a t u r a l e z a . P a r a B a u d e l a i r e , t a n t o el p o e m a c o m o la o b r a d e a r t e e n g e n e ral d e b e n ser u n a c r e a c i ó n p u r a , a j e n a a t o d o lo q u e le sea e x t e r n o . L o artificial se c o n v i e r t e e n la g u a r i d a n a t u r a l d e la p o e s í a . L a n a t u r a l e z a , e n c u a n t o e n t r a a f o r m a r p a r t e d e la c r e a c i ó n a r t í s t i c a , d e b e s e r t r a n s f o r m a d a h a s t a q u e h a y a d e s a p a r e c i d o d e ella t o d o c a r á c t e r d e r e a l i d a d . E n ese s e n t i d o , o b s e r v a H e n r i L e f e b v r e , la p o e s í a fue a ú n m á s lejos q u e la n o v e l a .

El hombre sin atributos de Robert Musil. No debe sorprendernos entonces que el autor de este intento deliberado e importante de reunir en forma literaria aquello que se hallaba disperso en diversos modos de reflexión, nunca haya podido encontrar un final para su relato. 24. Uno de los maestros de este tipo de literatura contenida en sí misma (¡que con cuánta facilidad se torna tediosa!) fue, por supuesto, Nabokov. Para leer Palé Fire sólo se requiere, más allá de un somero conocimiento del universo cultural de lengua inglesa, un diccionario que contenga los diversos elementos de la propia novela, pues todos se refieren exclusivamente entre sí. 30

L a n a r r a t i v a d e la n o v e l a a c e p t a la v i d a c o t i d i a n a : la d e s c r i b e . L a t o m a c o m o o b j e t o , o al m e n o s c o m o u n o d e sus objetos. El lenguaje p o é t i c o persigue la m e t a ­ m o r f o s i s d e lo c o t i d i a n o . S u o p e r a c i ó n t i e n e u n d o b l e c a r á c t e r . L o c o t i d i a n o , al s e r r e c h a z a d o , es e l e v a d o m e d i a n t e tal r e c h a z o al nivel d e l l e n g u a j e , y el l e n g u a ­ je m i s m o es e l e v a d o a lo a b s o l u t o . P r o n t o , s i n e m b a r ­ go, tal p r o c e d i m i e n t o evoca d u d a s e i n c e r t i d u m b r e s a c e r c a d e u n lenguaje c o n v e r t i d o e n fetiche. El silencio e t e r n o e s t á s u s p e n d i d o s o b r e la p a l a b r a , la r o d e a , la amenaza.

25

El lenguaje, alienado d e la naturaleza, establece su estruc­ tura verbal c o m o u n m u n d o independiente, en guerra con­ t r a las e s t r u c t u r a s d e r e a l i d a d e s t a b l e c i d a s p o r el h o m b r e . El p o e t a se c o n v i e r t e e n u n p a r i a d e la s o c i e d a d , e n u n bohémien,

e n u n d e m o n í a c o poete

maudit

(Rimbaud, Lau-

t r é a m o n t ) . S u e x i s t e n c i a , al i g u a l q u e la d e los o t r o s a r t i s ­ tas, gira e n t o r n o a los bares n o c t u r n o s , los t e a t r o s , los bulevares, los salones. Es el m u n d o d e las bailarinas d e D e g a s , d e las r a m e r a s d e T o u l o u s e - L a u t r e c . A u n así, el l e n g u a j e n u n c a h a a c e p t a d o u n a d i s t a n c i a c o m p l e t a d e lo dado e n la n a t u r a l e z a o la c u l t u r a , p u e s está o r i e n t a d o e s e n c i a l m e n t e a los o b j e t o s ; se dirige a la r e a l i d a d y la nombra.

Se refiere i n e v i t a b l e m e n t e al m u n d o i n c l u s o

c u a n d o t r a t a d e h a b l a r ú n i c a m e n t e acerca d e sí m i s m o . N o o b s t a n t e , e n c u a n t o la o b r a literaria t i e n d e a e n c e r r a r s e c a d a vez m á s e n sí m i s m a , s u significado se t o r n a e s o t é r i c o y exi­ ge m a y o r i n t e r p r e t a c i ó n . E s p o r ello q u e e n n u e s t r a é p o c a la c r í t i c a h a l l e g a d o a o c u p a r u n l u g a r p r e d o m i n a n t e e n la l i t e r a t u r a , c o m o si estuviese d e s t i n a d a a c o n v e r t i r s e e n el

25. Henri Lefebvre, Introduction a la modernité (París, 1962) 175-176. 31

g é n e r o literario d e la a c t u a l i d a d . Las p r e d i c c i o n e s d e R e n á n parecen hacerse realidad: E n c i e r t o s e n t i d o , la c r í t i c a es s u p e r i o r a la c o m p o s i c i ó n . H a s t a a h o r a , la crítica h a a d o p t a d o el h u m i l d e p a p e l d e s i r v i e n t a y pedis

sequa-, q u i z á s h a l l e g a d o el

m o m e n t o d e q u e la c r í t i c a h a g a u n a n u e v a v a l o r a c i ó n d e sí m i s m a y se eleve p o r sobre aquellos a q u i e n e s uzga.

26

L a i n t e r p r e t a c i ó n literaria y a n o p r e c i s a d e o b r a s «literarias»; al p a r e c e r h a c o n s e g u i d o darse su p r o p i o o b j e t o . U n a r t í c u l o p e r i o d í s t i c o p u e d e d e s e m p e ñ a r la m i s m a f u n c i ó n q u e u n p o e m a , p u e s la c r í t i c a h a e m p r e n d i d o t a m b i é n el c a m i n o i n t e r i o r : al c o n v e r t i r s e e n i n t e r p r e t a c i ó n d e i n t e r p r e t a c i o n e s , h a e x t r a í d o las ú l t i m a s c o n s e c u e n c i a s d e l p r i n c i p i o d e la s u b j e t i v i d a d . E n m u c h o s a s p e c t o s , la i n f a t u a c i ó n d e l s u j e t o c o n s u s p r o p i a s p r o y e c c i o n e s h a t o c a d o a s u fin. L a sensación d e q u e el h o m b r e n o c o n s i g u e elevarse a la a l t u r a del p a p e l d e sujet o « t r a s c e n d e n t a l » q u e h a b í a e l e g i d o p a r a sí es c a d a vez m á s difundida. La estructura simbólica proyectada h a revelado ser

finalmente

t a n sólo la e x p r e s i ó n c o n t i n g e n t e d e u n suje-

t o c o n t i n g e n t e . N a d a m á s lógico e n t o n c e s q u e i n t e n t a r exorcizar a q u e l s u j e t o d e s u p r o p i a o b r a u n a vez d e m o s t r a d a s u i n c a p a c i d a d p a r a d a r l e c o n t e n i d o . A s í c o m i e n z a la p a r a d ó jica b ú s q u e d a d e u n m u n d o s i m b ó l i c o q u e sea a la vez u n a c r e a c i ó n h u m a n a y se h a l l e c o m p l e t a m e n t e i n c o n t a m i n a d o p o r la subjetividad. I n a u g u r a la b ú s q u e d a d e u n a n u e v a i n m e d i a t e z , d e u n a realidad-en-st-misma,

i m p a s i b l e a n t e las e m o -

c i o n e s h u m a n a s p e r o c r e a d a p o r el h o m b r e . C o n este p r o p ó s i t o , los artistas i n t e n t a n t r a n s m i t i r el i m p a c t o d e lo real a n t e s d e q u e la c o n c i e n c i a lo t r a n s f o r m e e n c l a r i d a d reflexi-

26. Ernest Renán, Cahiers dejeunesse (1845-46) (París, 1906) 105. 32

va. I n c l u s o m o v i m i e n t o s t a n c o n s c i e n t e s d e sí m i s m o s c o m o el s u r r e a l i s m o y el e x p r e s i o n i s m o a b s t r a c t o m a n i f i e s t a n la t e n d e n c i a a r e c u p e r a r la i n m e d i a t e z d e l p r i m e r c o n t a c t o d e la r e a l i d a d c o n el s u b c o n s c i e n t e , a n t e s d e ser d e c a n t a d a —y subjetivizada p o r c o m p l e t o — e n el p r o c e s o d e reflexión. Sin d u d a , el s u b c o n s c i e n t e h a s i d o s i e m p r e la f u e n t e o c u l t a d e la c r e a t i v i d a d artística, p e r o utilizarlo c o m o el p r i n c i p i o q u e rige el p r o c e s o creativo n o c o n s e g u i r á e l u d i r el sujet o c o n s c i e n t e , sino sólo h a c e r d e sus creaciones algo a ú n m á s p r i v a d o o al m e n o s a l t a m e n t e e s o t é r i c o . O t r o s artistas, e n su i n t e n t o p o r evitar la t r a m p a d e sust i t u i r u n a s u b j e t i v i d a d explícita p o r u n a s u b j e t i v i d a d e n c u b i e r t a , se p r o p o n e n p r e s c i n d i r del filtro d e la p s i q u i s y h a n r e d u c i d o el a r t e a u n p u r o o b j e t o d e s n u d o . E n el l l a m a d o «arte m i n i m a l i s t a » , la e x p r e s i ó n h a s i d o r e e m p l a z a d a p o r la p u r a p r e s e n c i a . S ó l o s o b r e v i v e la f o r m a física. D e s d e l u e g o , la i n c ó m o d a p r e g u n t a d e si la f o r m a p u e d e ser «pura» e n sí m i s m a , si el o b j e t o a b s o l u t o es a l c a n z a b l e , c o n t i n ú a p e r s i g u i e n d o al artista. ¿ N o es s i e m p r e la f o r m a m i s m a u n a c o n s t r u c c i ó n m e n t a l ? ¿ N o a c c e d e m o s al o b j e t o s i e m p r e a través d e u n a a c t i v i d a d «objetivante»? C u a n d o el c r í t i c o d e a r t e c o n t e m p o r á n e o Fried escribe, «la p r e s e n c i a l i d a d es gracia», ¿no c o l o c a d e n u e v o este a r t e o b j e t i v o e n a q u e l á m b i t o m á s s u b j e t i v o d e l q u e el a r t i s t a i n t e n t a b a r e s c a t a r l o ?

27

C u a l q u i e r a q u e sea la r e s p u e s t a a estas p r e g u n t a s , p a r e c e r í a q u e el a r t e h a l l e g a d o a u n p u n t o a v a n z a d o d e a q u e l l o q u e O r t e g a y G a s s e t , e n el e n s a y o d e 1 9 2 5 q u e lleva este n o m b r e , h a l l a m a d o la « d e s h u m a n i z a c i ó n d e l a r t e » .

28

El « t e m a »

m i s m o , e n el s e n t i d o t r a d i c i o n a l del t é r m i n o , h a d e s a p a r e -

27. Michael Fried, en Minimal Art, ed. Gregory Battock (Nueva York, 1968) 116-47. 28. La desaparición del sujeto conduce, desde luego, a la decadencia del punto de vista subjetivo. Una multiplicidad de centros y pers33

c i d o . Las p i n t u r a s se t i t u l a n a h o r a « E s t u d i o 1, 2 , 3,...»; las e s c u l t u r a s « E s t r u c t u r a 1, 2 , 3,...». El t í t u l o d e l c é l e b r e c u a d r o d e F r a n k Stella s i n t e t i z a esta t e n d e n c i a : Lo que ve es lo que ve. L a o b r a d e a r t e y a n o h a c e referencia a la m e n t e d e su creador, c o m o t a m p o c o al m u n d o e x t e r n o . Tal logro p a r e ce m a r c a r el final d e la estética d e la s u b j e t i v i d a d p r o p i a d e la é p o c a m o d e r n a . ¿Pero q u é h a b r á d e r e e m p l a z a r l a ? H e m o s p r e s e n c i a d o u n a p r o f u s i ó n sin p r e c e d e n t e s d e la c r e a t i v i d a d s i m b ó l i c a . T a n t o p o r s u n o v e d a d c o m o p o r s u p r o l i f e r a c i ó n , el e s c e n a r i o c u l t u r a l d e l p r e s e n t e siglo se a s e m e j a al big bang d e la c r e a c i ó n . H a l i b e r a d o a t o d a s las estructuras simbólicas del o r d e n establecido y h a a s u m i d o la t r a n s m i s i ó n d e l o r d e n y d e l s i g n i f i c a d o m e d i a n t e u n a p r o d u c c i ó n simbólica autogenerada. Sin e m b a r g o , h a perd i d o la u n i d a d y c o h e r e n c i a d e é p o c a s a n t e r i o r e s . C u a n d o se d e b i l i t a la c r e e n c i a e n u n a n o r m a t r a s c e n d e n t e y d e f i n i t i v a , las c r e a c i o n e s s i m b ó l i c a s se t o r n a n a u t ó n o m a s , p e r o también inevitablemente fragmentarias. D u r a n t e algún t i e m p o , el c a r á c t e r d i v i s o r i o d e la n u e v a t e n d e n c i a p e r m a n e c i ó o c u l t o p o r la h e r o i c a p o s t u r a d e u n s u j e t o q u e , b a j o la a p a r i e n c i a del g e n i o , se h a b í a p r o c l a m a d o a b s o l u t o ( u n o d e los í d o l o s s u s t i t u t o s q u e t r a n s i t o r i a m e n t e o c u l t a r o n la m u e r t e d e D i o s e n n u e s t r a c u l t u r a ) . E n la a c t u a l i d a d , este s u j e t o t r a s c e n d e n t e h a p e r d i d o c o n f i a n z a e n la eficacia c u l t u r a l d e s u s p r o p i a s p r o y e c c i o n e s y h a c o m e n z a d o a verlas c o m o i m á g e n e s vacías, i n c a p a c e s d e i n f u n d i r n u e v a v i d a a u n a a g o t a d a civilización. N o nos q u e d a m á s q u e u n u n i v e r s o f r a g m e n t a d o . C a d a u n a d e las e s t r u c t u r a s s i m b ó l i c a s , literarias, artísticas, sociales o p o l í t i c a s , t i e n d e a c o n v e r t i r -

pectivas han sustituido el centro único del Renacimiento. A menudo y de manera especial en la arquitectura, el espectador se encuentra desorientado, incapaz de sintetizar la complejidad de su experiencia. 34

se e n u n p e q u e ñ o u n i v e r s o p r o p i o , q u e l u c h a d e n o d a d a mente por adquirir u n máximo de independencia. T a m p o c o p o d e m o s «compartir» de m a n e r a a u t é n t i c a estos « m i n i u niversos» c o m o u n a p o s e s i ó n c o m ú n . A l lector, al e s p e c t a d o r , al o y e n t e , se le i n v i t a a r e c r e a r el m u n d o p r i v a d o d e l artista e n u n m u n d o p r i v a d o p r o p i o , o b i e n se le exige hacerlo. L a c r í t i c a estética n o c o n s i d e r a c o m o u n a d e sus tareas c e r r a r la b r e c h a e n t r e el e s p e c t a d o r y el a r t i s t a , s i n o m á s b i e n i n c r e m e n t a r el n ú m e r o d e p o s i b i l i d a d e s p r i v a d a s ; a m e n u d o , eclipsa las posibilidades originales e n favor d e otras m á s n o v e d o s a s e i n v e n t a d a s p o r ella. La tardía c u l t u r a m o d e r n a c i e r t a m e n t e c o n s t i t u y e u n espectáculo interesante, a u n q u e su ilimitada creatividad c o b r a u n a l t o p r e c i o . L o s s í m b o l o s y las e s t r u c t u r a s s i m b ó licas q u e o p e r a b a n t r a d i c i o n a l m e n t e c o m o faros d e s e n t i d o e n n u e s t r o t r á n s i t o p o r la v i d a y a n o s o n s u s c e p t i b l e s d e c u m p l i r c o n esta f u n c i ó n . U n a vez a s u m i d a la t a r e a d e crear e s t r u c t u r a s s e m e j a n t e s d e m a n e r a a l e a t o r i a , d e j a n d e ofrecer u n a o r i e n t a c i ó n . Se c o n v i e r t e n e n j u e g o s , d e p a l a b r a s o d e f o r m a s , q u e p o s e e n t o d o s el brillo d e los a b a l o r i o s , p e r o q u e n o dejan huella alguna detrás de su m o m e n t á n e a apariencia. El «haz d e i m á g e n e s rotas» d e E l i o t . S i n e m b a r g o , el d e s i e r t o d e significado p r o d u c i d o p o r este r e s p l a n d o r n o c o n s i g u e p r e s c i n d i r d e sus vacilantes faros. P u e s i n c l u s o estos s í m b o l o s estéticos, a pesar d e sus c a m b i a n t e s persp e c t i v a s e n u n u n i v e r s o i n e s t a b l e , n o s ofrecen al m e n o s u n e f í m e r o reflejo d e la e t e r n i d a d . A ú n d e b e m o s a t e s o r a r l o s c o m o « f r a g m e n t o s c o n t r a la r u i n a s » .

29

29. T.S. Eliot, The Waste Land [Tierra baldía]. 35

Capítulo

II

D E LOS SIGNOS SAGRADOS

Los símbolos y el proceso de

representación

T o d o s los s í m b o l o s s o n s i g n o s y los s i g n o s s o n f o r m a s q u e refieren a algo q u e n o está d a d o d i r e c t a m e n t e . Sin e m b a r g o , l o s s i g n o s p u e d e n señalar

hacia lo q u e signifi-

c a n , o b i e n r e p r e s e n t a r l o . E n el p r i m e r c a s o , h a b l a m o s d e s i g n o s e n el s e n t i d o e s t r i c t o , l l a m a d o s t a m b i é n señales; e n el s e g u n d o , d e s í m b o l o s . Los s í m b o l o s s o n p r o p i e d a d exclusiva d e l h o m b r e . E n sí m i s m o s , s o n p o r t a d o r e s d e s e n t i d o (en r e a l i d a d , s o n los ú n i c o s p o r t a d o r e s d e s e n t i d o ) , lo c u a l les p e r m i t e articular

lo s i g n i f i c a d o e n l u g a r d e l i m i t a r s e a

1

a n u n c i a r l o . L o s s í m b o l o s , e n t o n c e s , n o r e m i t e n al p e r c e p t o r d i r e c t a m e n t e al o b j e t o s i g n i f i c a d o . M á s b i e n representan,

e n el d o b l e s e n t i d o d e hacer presente

y de tomar

el

lugar de. S u f u n c i ó n m e d i a d o r a confiere al s í m b o l o u n a i n d e p e n d e n c i a d e la q u e c a r e c e n los s i g n o s . E n v e z d e la r í g i d a r e l a c i ó n u n í v o c a e n t r e s i g n o y significado, p e r c i b i m o s a h o ra u n a r i q u e z a significativa q u e revela sin cesar a s p e c t o s i n é -

1. La clásica exposición de Susanne K. Langer acerca de la diferencia entre símbolos y signos en Philosophy in a New Key (Nueva York: New American Library, 1951). [Una nueva clave de la filosofía, Buenos Aires: Sur, 1958, tr. de Jaime Rest y Virginia Erhart], continúa siendo un modelo de claridad y precisión en un ámbito reconocidamente confuso. 37

d i t o s d e l o s i g n i f i c a d o . E s t o c o m u n i c a al s í m b o l o c i e r t a a m b i g ü e d a d r e s p e c t o d e su o b j e t o q u e está a u s e n t e e n el sign o . N o o b s t a n t e , la u n i v o c i d a d d e l s i g n o n o es el r e s u l t a d o de u n a m a y o r precisión mental, c o m o pensaba Hegel,

2

sino de su pobreza cognoscitiva: u n signo n o p u e d e p e r m i tirse ser a m b i g u o p o r q u e n o se explica a sí m i s m o . El s í m b o l o muestra lo significado e n su p r o p i a estructura. P o r esta razón, a pesar d e su i n d e p e n d e n c i a , g u a r d a u n a relación m á s íntim a c o n lo s i g n i f i c a d o . P r e s e n t a r e a l m e n t e lo q u e r e p r e s e n ta y, p o r ello, a d i f e r e n c i a del s i g n o , t i e n e d e r e c h o a recibir el r e s p e t o d e b i d o p r o p i a m e n t e a lo s i g n i f i c a d o .

3

Signos y símbolos son claramente diferenciables. Sin e m b a r g o , n o están s e p a r a d o s p o r c o m p l e t o . U n tráfico c o n s t a n t e e n a m b a s d i r e c c i o n e s t i e n e l u g a r e n t r e ellos. C u a n d o a p r e n d o u n n u e v o i d i o m a , r e c i b o y utilizo i n i c i a l m e n t e las expresiones c o m o meros signos. C o n t i n ú o p e n s a n d o en m i i d i o m a m a t e r n o y e m p l e o las n u e v a s p a l a b r a s p a r a s e ñ a l a r significados simples a m i c o m p a ñ e r o d e l e n g u a extranjera. N o o b s t a n t e , c u a n d o e m p i e z o a estructurar

el significado e n

la e x p r e s i ó n , los s i g n o s l i n g ü í s t i c o s se t r a n s f o r m a n p o c o a p o c o e n s í m b o l o s . S e m e j a n t e p r o c e s o difiere p o r c o m p l e t o d e a q u é l m e d i a n t e el c u a l los n i ñ o s « a p r e n d e n » s u p r o p i o i d i o m a e n la escuela; d e s d e u n p r i n c i p i o u t i l i z a n s í m b o l o s e i n t e n t a n e x t e n d e r s u f u n c i ó n e s t r u c t u r a d o ra p o r m e d i o d e la g r a m á t i c a , la a m p l i a c i ó n d e l v o c a b u l a r i o y el u s o d e las m e t á f o r a s . L o c o n t r a r i o d e la s i m b o l i z a c i ó n , u n a p r o g r e s i v a « d e s i m b o l i z a c i ó n » , p u e d e o b s e r v a r s e e n c a s o s tales c o m o el d e los n ú m e r o s , d o n d e los s í m b o l o s h a n p e r d i d o el sign i f i c a d o religioso y m á g i c o q u e o r i g i n a l m e n t e p o s e í a n .

2 Encyclopadie derphilosophischen Wissenschafien 1830, # 4 5 8 . [Enciclopedia de las cienciasfilosóficas,México: Porrúa, 1975]. 3 Hans-George Gadamer, Wahrheit undMethode (Tubinga, 1965) 146-147. [Verdad y Método, Salamanca: Sigúeme, 1977]. 38

T o d o s los s í m b o l o s revelan u n a r e a l i d a d más allá d e s u apariencia sensible. U n a interpretación corriente restringe la «realidad» d e esta d e f i n i c i ó n a lo q u e p r e c e d e al p r o c e s o d e simbolización, la m a t e r i a p r i m a a la q u e el s í m b o l o c o m u n i c a f o r m a y e s t r u c t u r a . E s t a c o n c e p c i ó n es e x c e s i v a m e n te simplista. D e h e c h o , el s í m b o l o refiere a a q u e l l o q u e c o n s tituye en su propia articulación, n o a algún c o n t e n i d o que lo p r e c e d a . U n s í m b o l o n u n c a refiere a u n a r e a l i d a d p r e e x i s t e n t e : p o r el c o n t r a r i o , a c c e d e a u n a n u e v a r e a l i d a d . L a d e f i n i c i ó n h a b i t u a l d e s i g n o c o n la q u e se i n t r o d u j o e s t a s e c c i ó n , c o m o f o r m a o b j e t i v a q u e refiere a o t r a cosa, d e b e ser i n t e r p r e t a d a e n t o n c e s d e m a n e r a d i f e r e n t e p a r a el s í m b o l o y p a r a u n s i g n o c o r r i e n t e . U n s i g n o n o m o d i f i c a el referente q u e lo p r e c e d e . E n el s í m b o l o , p o r el c o n t r a r i o , la r e a l i d a d o r i g i n a l está sujeta a u n a p r o f u n d a t r a n s m u t a c i ó n . E s u n m o v i m i e n t o d i a l é c t i c o e n el q u e la m e n t e n i e g a l o real y lo eleva a u n n i v e l s u p e r i o r . El s í m b o l o a p u n t a h a c i a adelante m á s bien que hacia atrás. Sin e m b a r g o , incluso c o m o s i g n o o r d i n a r i o , s e ñ a l a m á s allá d e sí. L o e s c r i t o p o r J u a n d e S a n t o T o m á s e n s u c é l e b r e t r a t a d o s o b r e el s i g n o es v e r d a d e r o p a r a t o d o s í m b o l o , a u n c u a n d o n o d e la m i s m a m a n e r a n i e n la m i s m a m e d i d a . L a e s e n c i a del s i g n o n o c o n s i s t e m e r a m e n t e e n la p r o p i e d a d d e r e p r e s e n t a r y m a n i f e s t a r algo d i f e r e n t e d e sí, s i n o t a m b i é n e n u n m o d o p a r t i c u l a r d e m a n i f e s t a r l o , c a r a c t e r i z a d o p o r la i n f e r i o r i d a d d e lo q u e r e p r e s e n t a r e s p e c t o d e lo q u e es r e p r e s e n t a d o , d o n d e lo p r i m e r o se r e l a c i o n a c o n el s e g u n d o c o m o lo m e n o s a lo más importante.

4

4. Cursus Philosophicus, Lógica, Parte II, Pr. 2 1 , r. 1. Traducido al inglés como The Material Logic ofjohn ofSt. Thomas. Basic Treatises, por Yves Simón, John Glanville, G. Donald Holllenhorst (Chicago: University of Chicago Press, 1955), p. 392. 39

D e a l g u n a m a n e r a , el c o n t e n i d o t r a s c i e n d e la a p a r i e n cia a u n c u a n d o alcanza u n n u e v o nivel d e realidad en y m e d i a n t e la a p a r i e n c i a . P o d r í a m o s p r e g u n t a r n o s e n t o n c e s c u á l es e x a c t a m e n t e la f u n c i ó n d e la a p a r i e n c i a . ¿ P o r q u é n o p o d r í a la m e n t e p e r c i b i r d i r e c t a m e n t e a q u e l l o q u e la a p a r i e n c i a o c u l t a y revela a la vez? ¿Por q u é p r e c i s a el c o n t e n i d o d e la m e d i a c i ó n d e u n s í m b o l o ? L a m e n t e d e p e n d e i n t r í n s e c a m e n t e d e las f o r m a s s e n s i b l e s d e b i d o a s u existencia encarnada. Los símbolos n o son recursos arbitrarios q u e la m e n t e p u e d a e m p l e a r o i g n o r a r . S o n t a n e s e n c i a l e s p a r a s u e x p r e s i ó n c o m o l o es el c u e r p o p a r a s u existencia. E n su p r o p i o d u a l i s m o entre apariencia y c o n t e n i d o , el s í m b o l o manifiesta la o p o s i c i ó n i n t e r n a d e la m e n t e q u e el p r o p i o s í m b o l o e x p r e s a . El r e a l i z a r s e e n y a t r a v é s d e o t r o es c o n s t i t u t i v o d e la m e n t e e n c a r n a d a .

5

La

f u n c i ó n f u n d a m e n t a l d e l s í m b o l o es, p o r e n d e , p e r m i t i r a la m e n t e e x p r e s a r s e . L a p l u r a l i d a d d e e s t r u c t u r a s s i m b ó l i cas se d e b e a la n a t u r a l e z a p r o t e i c a d e la m e n t e q u e exige m u l t i f o r m e expresión. N a d a p o d r í a ser m á s e r r a d o q u e r e d u cir tal v a r i e d a d d e a s p e c t o s a u n d e n o m i n a d o r c o m ú n . El t é r m i n o «expresión» se utiliza a m e n u d o p a r a d e n o t a r u n a s p e c t o p a r t i c u l a r d e la f u n c i ó n s i m b ó l i c a : la t e n s i ó n d i n á m i c a e n t r e la a p a r i e n c i a finita y el c o n t e n i d o i n f i n i t o q u e c o m u n i c a al s í m b o l o s u p o d e r s u g e s t i v o . E l s í m b o l o p a r e c e c o n t e n e r s i e m p r e u n s i g n i f i c a d o a d i c i o n a l a lo q u e d i r e c t a m e n t e revela. E s t e a s p e c t o es visible c o n m a y o r clar i d a d e n los s í m b o l o s estéticos. I n f o r t u n a d a m e n t e , la e x p r e s i ó n e s t é t i c a se h a l l a c o n f r e c u e n c i a a s o c i a d a a u n a t e o r í a R o m á n t i c a , s e g ú n la c u a l el a r t i s t a e x p e r i m e n t a las e m o ciones q u e expresa a c o n t i n u a c i ó n . Semejante interpretac i ó n d e los s í m b o l o s es s i e m p r e e q u i v o c a d a p e r o lo es m á s

5. Karl Rahner, «The Theology of the Symbol» en Theological Investigations (Baltimore: Helicón Press, 1966), IV, p. 234. 40

a ú n e n el caso d e l a r t e , p u e s es d e m a n e r a p r i m o r d i a l e n la i m a g e n e s t é t i c a d o n d e la c o n e x i ó n e n t r e f o r m a y c o n t e ­ n i d o r e s u l t a m á s e s t r e c h a . El a r t e significa l o q u e es y los s e n t i m i e n t o s expresados e n él se c o n s t i t u y e n e n (y n o antes) d e la a r t i c u l a c i ó n e x p r e s i v a . E s u n e r r o r c o n s i d e r a r u n a o b r a d e a r t e c o m o si «expresara» los s e n t i m i e n t o s d e a m o r o d e o d i o q u e la p r e c e d i e r o n y m o t i v a r o n . El s e n t i m i e n t o estético s ó l o se d e s a r r o l l a e n la e x p r e s i ó n m i s m a . El t é r m i ­ n o « e x p r e s i ó n » , tal c o m o se u s a a q u í , n o i m p l i c a e n t o n c e s s e p a r a c i ó n a l g u n a e n t r e f o r m a y c o n t e n i d o s i n o , p o r el c o n ­ t r a r i o , s u g i e r e q u e la f o r m a s e n s i b l e d e u n

símbolo

es a u t o t r a s c e n d e n t e p o r n a t u r a l e z a . El c a m i n o q u e lleva la m e n t e a la e x p r e s i ó n s i m b ó l i c a es l a r g o y a r d u o . A l final h a l l a m o s t e o r í a s c i e n t í f i c a s , sis­ t e m a s filosóficos, o b r a s d e a r t e , m i t o s y ritos religiosos. S i n e m b a r g o , p a r a a l c a n z a r s u o b j e t i v o , es p r e c i s o q u e la m e n ­ t e se l i b e r e l e n t a y p e n o s a m e n t e d e la o p r e s i ó n d e u n

flujo

i n t e r m i n a b l e d e sensaciones. La p r i m e r a c o n d i c i ó n p a r a ello es q u e el flujo se d e t e n g a y se a t r i b u y a a c i e r t o s d a t o s u n a f u n c i ó n r e p r e s e n t a t i v a . E s n e c e s a r i o q u e las i m p r e s i o n e s p e r d u r e n m á s allá d e s u e f í m e r a a p a r i e n c i a p a r a r e p r e s e n ­ t a r u n c o n j u n t o d e i m p r e s i o n e s . A n t e s d e q u e la m e n t e rea­ lice u n a s í n t e s i s d e las i m p r e s i o n e s e n u n i d a d e s n o existe m á s q u e u n a t o t a l i d a d i n a g o t a b l e . U n a vez q u e el p r o c e s o d e r e p r e s e n t a c i ó n h a t e r m i n a d o , h a b r á u n a r e d d e relacio­ n e s e n la c u a l c a d a i m p r e s i ó n p u e d e r e p r e s e n t a r m u c h a s o t r a s . L a e s t r u c t u r a c i ó n del i n t e r m i n a b l e flujo d e la e x p e ­ riencia sensible a l r e d e d o r d e u n o s p o c o s d a t o s p r i m a r i o s n o es el r e s u l t a d o d e u n p r o c e s o p a s i v o d e a s o c i a c i ó n , c o m o lo 6

s o s t e n í a n los e m p i r i s t a s . E s u n a a p r e h e n s i ó n a c t i v a q u e

6. Para una refutación, véase Cari Hamburg, Symbol and Reality, Studies in the Philosophy ofErnst Cassirer (The Hague, Martinus NijhofF, 1956), p. 67. 41

e s t a b i l i z a e i n t e r r e l a c i o n a las s e n s a c i o n e s , lo c u a l p e r m i t e a la m e n t e p e r c i b i r r e p r e s e n t a c i o n e s e n l u g a r d e i m p r e s i o n e s . L a n a t u r a l e z a d e este p r o c e s o fue a n a l i z a d a p o r p r i ­ m e r a vez e n la Crítica de la razón pura de Kant. K a n t se refie­ 7

re a él c o m o la síntesis d e la i m a g i n a c i ó n . L a s a p a r i e n c i a s sensoriales se s i n t e t i z a n e n r e p r e s e n t a c i o n e s a n t e s d e q u e se e s t a b l e z c a n las c o n d i c i o n e s q u e les p e r m i t e n h a l l a r u n l u g a r e n el m u n d o o b j e t i v o . P a r a s a t i s f a c e r t a l e s c o n d i c i o n e s , las r e p r e s e n t a c i o n e s d e b e n ser c o n c e p t u a l i z a d a s , o t r a f u n ­ c i ó n s i m b ó l i c a d e la m e n t e q u e d i s c u t i r e m o s b r e v e m e n t e m á s a d e l a n t e . N o o b s t a n t e , si la m e n t e e n l u g a r d e d e s t i ­ narlas al p r o c e s o objetivante del e n t e n d i m i e n t o q u e las inser­ t a e n la t o t a l i d a d c o h e r e n t e d e l m u n d o r e a l , se d e t i e n e a c o n s i d e r a r sus r e p r e s e n t a c i o n e s c o m o u n i d a d e s a u t ó n o m a s , el efecto d e ello es lo q u e K a n t , d e m a n e r a exclusiva, d e n o ­ m i n a s í m b o l o ( p o r o p o s i c i ó n a c o n c e p t o ) y lo q u e d e h e c h o revela la f u n c i ó n c e n t r a l d e la a c t i v i d a d s i m b ó l i c a .

8

7. Crítica de la razón pura A101, (Madrid: Alfaguara, 1978, Tr. de Pedro Ribas) pp. 132-133. 8. El texto más importante de Kant se halla en la Crítica del jui­ cio # 59, B 248-49, (Buenos Aires: Ateneo, 1951, tr. de M. García Morente), donde opone símbolos a esquemas. Los símbolos son pre­ sentaciones indirectas de conceptos; a diferencia de los esquemas, no pueden ser transformados directamente en conceptos pero mantienen una relación analógica con ellos. «Todas las intuiciones que suminis­ tramos apriori a los conceptos... son esquemas o bien símbolos; los pri­ meros contienen presentaciones directas del concepto, los segundos representaciones indirectas. Los primeros lo hacen demostrativamente, los segundos por medio de una analogía (para lo cual nos valemos inclu­ so de intuiciones empíricas), en la cual el juicio ejerce una doble función: primero, aplica el concepto al objeto de una intuición sensi­ ble y luego aplica la mera regla de reflexión elaborada sobre tal intui­ ción a un objeto diferente respecto del cual el primero es sólo un sím­ bolo.» Cf. Francois Marty, «La notion de symbole chez Kant», en Le Langage. Actes du 13eme Congres des Societés de Philosophie de Langue Francaise (Neuchatel, 1966), pp. 153-156. 42

L a síntesis d e la i m a g i n a c i ó n exige r e c o n s t r u i r la s u c e ­ sión original de sensaciones en u n a nueva temporalidad. F u e e s t o , c r e o , lo q u e i n s p i r ó a K a n t c u a n d o d e f i n i ó el p a p e l d e la i m a g i n a c i ó n c o m o u n a síntesis según el

tiempo.

S ó l o u n a n u e v a s í n t e s i s t e m p o r a l p u e d e s e p a r a r las p e r ­ c e p c i o n e s d e l flujo c o n t i n u o d e la s e n s a c i ó n y c o n v e r t i r l a s en representaciones i n d e p e n d i e n t e s . La revolucionaria t e o ­ ría k a n t i a n a d e la i m a g i n a c i ó n p e r m a n e c i ó l a t e n t e h a s t a H e g e l , q u i e n la d e s a r r o l l ó e n su t e o r í a d e la r e p r e s e n t a c i ó n , e n la s e c c i ó n d e la Enciclopedia

d e d i c a d a a la p s i c o l o g í a ,

el e s t a d i o final d e l e s p í r i t u s u b j e t i v o . E n la r e p r e s e n t a c i ó n , la m e n t e l i b e r a el c o n t e n i d o d e la i n t u i c i ó n s e n s i b l e d e s u s restricciones espacio-temporales. Al re-presentarlo, inte­ r i o r i z a el c o n t e n i d o d e tal m a n e r a q u e y a n o se e n c u e n t r e l i g a d o al a q u í y a h o r a d e la i n t u i c i ó n s e n s i b l e . Las r e p r e ­ sentaciones continúan siendo esencialmente temporales, p e r o s u t e m p o r a l i d a d n o es y a la d e la s u c e s i ó n p r e d e t e r ­ m i n a d a d e s e n s a c i o n e s ; es la t e m p o r a l i d a d i n t e r n a y l i b r e d e l s u j e t o . C ó m o i n t e r i o r i z a e s t a n u e v a t e m p o r a l i d a d el c o n t e n i d o i n t u i t i v o a p a r e c e c o n c l a r i d a d e n el r e c u e r d o (Erinnerung),

la p r i m e r a f o r m a d e r e p r e s e n t a c i ó n q u e c o m ­

bina etimológicamente una denotación temporal con una connotación de interioridad.

A l r e c o r d a r i n i c i a l m e n t e la i n t u i c i ó n , el i n t e l e c t o a f i r m a el c o n t e n i d o d e s e n t i m i e n t o e n s u i n t e r i o r i d a d , e n s u p r o p i o e s p a c i o y e n s u p r o p i o t i e m p o . P o r ello, se t r a t a d e u n a i m a g e n l i b e r a d a d e s u p r i m e r a i n m e ­ d i a t e z y d e s u a b s t r a c t o a i s l a m i e n t o d e las d e m á s , a s u ­ m i d a e n la u n i v e r s a l i d a d del ego c o m o tal. L a i m a g e n y a n o está c o m p l e t a m e n t e d e t e r m i n a d a c o m o lo está la intui­ c i ó n ; d e l i b e r a d a o a c c i d e n t a l m e n t e , es aislada d e lugar, t i e m p o y c o n e x i ó n i n m e d i a t a e x t e r n o s e n q u e se d a la i n t u i c i ó n . L a i m a g e n e n sí m i s m a c o n s i d e r a d a es t r a n 43

s i c i o n a l y el i n t e l e c t o , e n la f o r m a d e la a t e n c i ó n , es su t i e m p o y espacio, su c u á n d o y su d ó n d e .

9

El t i e m p o r e c o r d a d o difiere del t i e m p o p e r c i b i d o . Al ser t e m p o r a l i z a d a d e n u e v o , la r e p r e s e n t a c i ó n r e c o r d a d a se s e p a r a d e s u c o n t e x t o o r i g i n a l . E s t o le p e r m i t e r e p r e s e n t a r u n c o n j u n t o d e e x p e r i e n c i a s similares y a d q u i r i r c i e r t o g r a ­ d o d e u n i v e r s a l i d a d . E l r e c u e r d o , sin e m b a r g o , n o a l c a n z a la e s t r u c t u r a lógica del p e n s a m i e n t o . Su c o h e r e n c i a es t o d a ­ vía u n a c o h e r e n c i a d e sucesión y y u x t a p o s i c i ó n . L a c o h e r e n c i a d e las d e t e r m i n a c i o n e s a p a r e c e a la r e p r e s e n t a c i ó n c o m o sucesiva, n o n e c e s a r i a ( c o m o s ó l o lo es e n la n o c i ó n ) . L a n e c e s a r i a i n t e r c o n e x i ó n d e las d e t e r m i n a c i o n e s del c o n t e n i d o a b s o l u t o s ó l o p u e d e ser a p r e h e n d i d a p o r la n o c i ó n i n t e m p o r a l , n o s e n s i b l e . L a r e p r e s e n t a c i ó n r e t i e n e tales d e t e r m i n a c i o n e s c o m o u n a s u c e s i ó n e n el t i e m p o .

1 0

E n el r e c u e r d o , la i n t u i c i ó n s i n g u l a r se i n c o r p o r a a u n a representación de c o n t e n i d o universal." La forma c o n t i n ú a s i e n d o singular. S i n e m b a r g o , al o m i t i r u n a serie d e p a r t i c u ­ l a r i d a d e s , el r e c u e r d o a c c e d e a u n p o t e n c i a l significativo q u e s u p e r a p o r m u c h o el d e c u a l q u i e r i n t u i c i ó n p a r t i c u l a r . L a u n i v e r s a l i d a d d e la r e p r e s e n t a c i ó n c o n s i s t e e n t o n c e s e n la t r a s c e n d e n c i a del c o n t e n i d o r e s p e c t o d e la f o r m a singular. R e p r o d u c i r u n a percepción equivale a liberarla de su m o d o de dación original y colocarla en u n contexto t e m ­ p o r a l q u e la t r a n s f o r m a e s e n c i a l m e n t e . E l r e s u l t a d o d e ello 9. Enciclopedia, § 452-453. 10. Vorlesungen in der Philosophie der Religión, Vol. I, p. 297. [Lecciones sobre la fibsofla de la religión, Madrid: Alianza, 1987, tr. de R. Ferrara]. 11. Enciclopedia, § 454. 44

n o es u n a m e r a r e p r o d u c c i ó n s i n o , c o m o y a lo s a b í a K a n t , u n a p r o d u c c i ó n i n é d i t a . L i b e r a d o d e la a c t u a l i d a d d e la p e r c e p c i ó n , el f u t u r o n o se e n c u e n t r a y a l i g a d o al p a s a d o e n u n a d e t e r m i n a c i ó n r e c t i l í n e a . C o m o r e s u l t a d o d e la e v a s i ó n d e la m e n t e del p r e s e n t e i n m e d i a t o , el f u t u r o se c o n vierte e n a u t é n t i c a p o s i b i l i d a d . E s t o explica p o r q u é la c o n c i e n c i a q u e t i e n e la m e n t e d e la l i b e r t a d se a c r e c i e n t a c o n la c o n f i a n z a e n sus p o d e r e s i m a g i n a t i v o s . El énfasis d e K a n t s o b r e el c a r á c t e r productivo

(y n o m e r a m e n t e

reproductivo)

d e la síntesis d e la i m a g i n a c i ó n , c o n d u j o a F i c h t e a c o n c e b i r la i m a g i n a c i ó n c o m o el p o d e r q u e m u e v e la m e n t e . S e g ú n F i c h t e , la i m a g i n a c i ó n p r o d u c t i v a le p e r m i t e c o m p l e t a a u t o n o m í a , p u e s es a la vez d e t e r m i n a n t e ( c o m o i m a ginación p r o d u c t i v a ) y d e t e r m i n a d a ( c o m o c o n c i e n c i a real).

12

E n F i c h t e , la i m a g i n a c i ó n p r o d u c t i v a n o se h a l l a r e s t r i n g i d a al o r d e n c o g n o s c i t i v o , p u e s los p r o p i o s ideales d e libert a d a t r a v é s d e los c u a l e s la m e n t e s o b r e p a s a s i n cesar s u s d e t e r m i n a c i o n e s finitas, s o n c r e a c i o n e s s u y a s al i g u a l q u e las p r o p i a s d e t e r m i n a c i o n e s l i m i t a n t e s . H e g e l i d e n t i f i c a la i m a g i n a c i ó n p r o d u c t i v a c o n la fantasía. L a f a n t a s í a a b a n d o n a el o r d e n d e la p e r c e p c i ó n real e n favor d e u n a s u c e s i ó n d e i m á g e n e s p u r a m e n t e s u b j e t i va. U n a r e p r e s e n t a c i ó n p r e d o m i n a n t e c o n j u g a u n a serie d e percepciones diversas en u n a estructura c o m p l e t a m e n t e n u e v a . Si la p e r c e p c i ó n d o m i n a n t e c o n f i e r e a las i m á g e -

12. Grundlagen der gesammten Wissenschaftslehre en Sammtliche Werke, Vol I, ed. por J.H. Fichte (Berlín, 1845), p. 227- Véase también Grundriss des Eigentenlichen der Wissenschaftslehre en Sammtliche Werke I, pp. 376-387, [Principios generales de la ciencia del conocimiento, Madrid: Sociedad General Española de Librerías, 1955, tr. de A. Zozaga], donde Fichte postula la imaginación como origen de todas las determinaciones de lo real, incluyendo las complejas articulaciones de la apariencia objetiva que Kant atribuía a las categorías del entendimiento. 45

n e s u n p o d e r significativo q u e s o b r e p a s a las a p a r i e n c i a s , s u e f e c t o es l o q u e d e n o m i n a H e g e l u n s í m b o l o ( c u a n d o la r e p r e s e n t a c i ó n es c o n c r e t a ) o u n s i g n o ( c u a n d o es a b s t r a c ta).

13

Por extraño q u e parezca, Hegel da u n valor superior

a los s i g n o s s o b r e los s í m b o l o s . P a r a él, el s í m b o l o p r e s e r v a d e m a s i a d o d e la a u t o n o m í a o r i g i n a l d e la i m a g e n y e s t o le i m p i d e u n a completa claridad de significado.

14

El signo n o

g o z a d e u n a a u t o n o m í a s e m e j a n t e . P o s t u l a r u n s i g n o es h a c e r r e f e r e n c i a d i r e c t a a l o s i g n i f i c a d o , p u e s el s i g n o n o tiene otra significación.

15

L o q u e i m p o r t a e n el s i g n o es q u e

h a y a u n a f o r m a i n t u i t i v a ; cuál sea c a r e c e d e i m p o r t a n c i a . «El s i g n o n o preserva n a d a d e sí m i s m o ; se sacrifica a s u sentido.»

16

P a r a H e g e l , las r e p r e s e n t a c i o n e s s i m b ó l i c a s p r e p a r a n la o b j e t i v i d a d d e l p e n s a m i e n t o e n c u a n t o s u s c i t a n el p r o b l e m a d e s u p r o p i a o b j e t i v i d a d . A l representar

algo s o y c r í -

t i c a m e n t e c o n s c i e n t e d e q u e p u e d e s u r g i r la p r e g u n t a acerc a d e s u r e a l i d a d o b j e t i v a , a u n q u e n o la f o r m u l e . E s t o i n d i c a q u e la r e p r e s e n t a c i ó n s e ñ a l a m á s a l l á d e la i n t u i c i ó n m e r a m e n t e a c e p t a d a h a c i a el o b j e t o en sí mismo.

La

r e p r e s e n t a c i ó n se s a b e s ó l o r e p r e s e n t a c i ó n . L a c o n c i e n c i a representativa de Hegel ha sido descrita c o m o «pensamiento

figurativo

e n el q u e las figuras s o n r e c o n o c i d a s

13. El uso que hace Hegel del término símbolo es más restringido que el nuestro; con Kant, opone símbolo a concepto. 14. Esto explica por qué el arte «simbólico» de Egipto y del Oriente se encuentra en el nivel inferior en las Lecciones sobre estética. 15. «En la determinación según la esencia y noción de la intuición misma, el contenido se expresa simbólicamente en mayor o menor grado. En el signo, por el contrario, el contenido de la intuición y el contenido de lo significado no guardan relación.» Enciclopedia, § 458 Zusatz. 16. Malcolm Clark, Logic and System: A Study ofthe Transition from Vorstellung to Thought in the Philosophy of Hegel (La Haya, 1971), p. 63. 46

c o m o tales».

17

N o obstante, saber q u e u n a representación

es s o l a m e n t e u n a r e p r e s e n t a c i ó n e q u i v a l e a r e l a c i o n a r l a c o n el s e r o b j e t i v o , n o p u r a m e n t e r e p r e s e n t a t i v o y p o r e n d e , s u s c i t a r el p r o b l e m a d e la o b j e t i v i d a d . Qué c o n s t i ­ t u y a la o b j e t i v i d a d n o se r e v e l a e n la r e p r e s e n t a c i ó n , la c u a l p e r m a n e c e d e m a s i a d o a t r a p a d a e n la s u b j e t i v i d a d c o m o p a r a d i s t i n g u i r e n t r e lo real y lo i r r e a l ; s ó l o a f i r m a s u c o n t e n i d o c o m o problemático

respecto de su objetivi­

d a d . Ir m á s a l l á e x i g i r í a q u e la m e n t e f u e s e c o n s c i e n t e d e s u p r o p i o p o d e r d e c o n s t i t u i r lo real c o m o real. L a c o n ­ c i e n c i a r e p r e s e n t a t i v a se l i m i t a a p r o p o n e r el p r o b l e m a e invita a u n a reflexión m á s p r o f u n d a , q u e e v e n t u a l m e n t e r e s u l t a r á e n p l e n a o b j e t i v i d a d . Conocer c o n s i s t i r á e n a d v e r ­ t i r q u e la r e p r e s e n t a c i ó n r e p r e s e n t a a l g o . L a r e p r e s e n t a ­ c i ó n r e p r e s e n t a la r e a l i d a d o b j e t i v a al p e r m i t i r q u e u n a i n t u i c i ó n p a r t i c u l a r t o m e s u l u g a r . E l pensamiento

pre­

s e n t a r á la r e a l i d a d m i s m a y al h a c e r l o r e v e l a r á el s e n t i d o c o m p l e t o d e la r e p r e s e n t a c i ó n . E n s u s Lecciones

sobre la filosofía de la religión,

Hegel

h a c e u n f u e r t e énfasis s o b r e el c a r á c t e r o b j e t i v o d e la r e p r e ­ s e n t a c i ó n . Es p r e c i s a m e n t e la r e p r e s e n t a c i ó n lo q u e i m p i ­ d e a la s u b j e t i v i d a d del s e n t i m i e n t o religioso d e g e n e r a r e n la p r o p i a d e i f i c a c i ó n , el f a n a t i s m o y la i n t o l e r a n c i a .

18

L a s u b o r d i n a c i ó n h e g e l i a n a d e l s í m b o l o a la f o r m a d e l p e n s a m i e n t o p u r o fue u n a d e c i s i ó n

filosófica

controverti­

b l e . N i n g ú n s í m b o l o a u t é n t i c o p u e d e ser « t r a d u c i d o » a d e ­ c u a d a m e n t e d e la r e p r e s e n t a c i ó n al p e n s a m i e n t o p u r o ( a u n c u a n d o c o n s i d e r e m o s la p r o p i a e x p r e s i ó n l i n g ü í s t i c a d e l p e n s a m i e n t o p u r o c o m o s i m b ó l i c a ) . Sin e m b a r g o , bajo estas

17. Clark, op. cit., p. 22. 18. Vorlesungen über die Philosophie der Religión, I, p. 286. [Lec­ ciones sobre la fibsofia de la religión, México: Fondo de Cultura Económica, 1987]. 47

d u d o s a s f o r m u l a c i o n e s , d e t e c t a m o s la p r o f u n d a idea d e q u e los s í m b o l o s s i e m p r e c o n d u c e n a la reflexión. I n v i t a n a p e n sar p o r q u e e x i g e n i n t e r p r e t a c i ó n . A l s e ñ a l a r m á s allá d e s u a p a r i e n c i a , los s í m b o l o s a t r a e n la a t e n c i ó n h a c i a a l g o q u e d e s e a ser d e s c u b i e r t o p e r o se h a l l a al m e n o s p a r c i a l m e n t e o c u l t o . A h o r a b i e n , es t í p i c o del r a c i o n a l i s m o c o m p r e n d e r e s t o c o m o si el p e n s a m i e n t o r a c i o n a l , e n c i e r t o e s t a d i o d e la reflexión, d e b i e r a s u p e r a r y s u s t i t u i r al s í m b o l o .

1 9

P o r el

c o n t r a r i o , el p e n s a m i e n t o p e r m a n e c e s u b o r d i n a d o al s í m b o l o : p o r ello lo l l a m a m o s « i n t e r p r e t a c i ó n » .

Lenguaje

e

interpretación

El l e n g u a j e es

s í m b o l o p o r e x c e l e n c i a . Las p a l a -

b r a s , p o r e j e m p l o , p u e d e n h a c e r m u c h o m á s q u e las

figu-

ras p u e s éstas r e p r e s e n t a n u n o b j e t o al p r e s e n t a r u n a c o n figuración

d e las p a r t e s a n á l o g a a la del o b j e t o

figurado.

Las

p a l a b r a s n o m b r a n r e l a c i o n e s y, al h a c e r l o , p u e d e n « e n c a r n a r c o n c e p t o s n o s ó l o d e cosas, s i n o d e cosas e n c o m b i n a ción o situaciones».

20

D e s d e l u e g o , t o d o esto q u i e r e q u e las

p a l a b r a s s e a n u t i l i z a d a s d e n t r o d e u n c o n t e x t o . P o r sí m i s m a s s e r í a n m e r o s s i g n o s i n d i c a t i v o s d e s p r o v i s t o s d e u n significado intrínseco.

21

P o r esta r a z ó n , el l e n g u a j e se c o n v i e r -

t e e n u n s í m b o l o ideal p a r a la a d q u i s i c i ó n y c o m u n i c a c i ó n del c o n o c i m i e n t o . Sería e r r a d o , sin e m b a r g o , restringir t o d o s i m b o l i s m o a la f o r m a d e u n lenguaje. L a m e r a a r t i c u l a c i ó n d e e x p e r i e n c i a s v i s u a l e s o a u d i t i v a s es t a m b i é n s i m b ó l i c a ,

19. Obviamente, el símbolo del pensamiento (concepto) está excluido de este comentario, pues suscita siempre una racionalización ulterior. 20. Susanne K. Langer, op. cit., p. 73. 21. Cf. Wilbur M. Urban, Language and Reality (Londres: George Alien & Unwin, 1939), p. 412 [Lenguajey realidad, México: Fondo de Cultura Económica, 1952, tr. de C. Villegas y J. Portilla]. 48

a u n q u e n o sea d i s c u r s i v a n i l i n g ü í s t i c a . N o o b s t a n t e , los s í m b o l o s p u r a m e n t e visuales o a u d i t i v o s n o significan

d e la

m i s m a m a n e r a c o m o lo h a c e n las p a l a b r a s , i n c l u s o c u a n d o éstas se e m p l e a n e n u n l e n g u a j e n o d i s c u r s i v o . T o d a s i m b o l i z a c i ó n t i e n e p o r o b j e t o r e l a c i o n a r e n t r e sí u n a serie d e i m p r e s i o n e s . Los s í m b o l o s del lenguaje q u e c o n ceptualizan c o n s i g u e n su objetivo c u a n d o t r a s p o n e n las rela­ c i o n e s a u n s i s t e m a d e s i g n i f i c a d o e n el q u e c a d a u n i d a d p u e d e transmitir u n c o n t e n i d o i n d e p e n d i e n t e . La posibili­ d a d d e c o m b i n a r estas u n i d a d e s e n significados, c o m p l e j o s y a la vez c l a r a m e n t e definidos, p e r m i t e al lenguaje c o n s t r u i r e s t r u c t u r a s d e v a r i e d a d m u c h o m a y o r q u e los s í m b o l o s n o v e r b a l e s . E n u n pasaje m e m o r a b l e , E r n s t C a s s i r e r h a d e s ­ c r i t o la c a p a c i d a d ú n i c a del lenguaje p a r a aclarar relaciones.

T o d a la l a b o r i n t e l e c t u a l p o r m e d i o d e la c u a l la m e n t e forma conceptos generales a partir d e impresio­ n e s c o n c r e t a s está d i r i g i d a a r o m p e r el a i s l a m i e n t o del d a t o ; lo s u s t r a e al « a q u í y a h o r a » d e s u o c u r r e n c i a p r e ­ s e n t e , lo r e l a c i o n a c o n o t r a s cosas y lo r e ú n e c o n ellas e n a l g ú n o r d e n a m i e n t o i n c l u y e n t e , e n la u n i d a d d e «un s i s t e m a » . L a f o r m a l ó g i c a d e la c o n c e p c i ó n , d e s d e la p e r s p e c t i v a del c o n o c i m i e n t o t e ó r i c o , es s ó l o u n a p r e ­ p a r a c i ó n p a r a la f o r m a lógica del j u i c i o ; t o d o j u i c i o , sin e m b a r g o , está d i r i g i d o a s u p e r a r la i l u s i ó n d e s i n g u l a ­ ridad inherente a todo contenido particular de con­ ciencia.

22

U n t é r m i n o l i n g ü í s t i c o se t r a n s f o r m a e n u n s í m b o l o c o m p l e t o sólo d e s p u é s d e ser i n t e r p r e t a d o e n u n a p r o p o s i 22. Ernst Cassirer, Language and Myth (Nueva York: Dover Publications, 1953), pp. 25-26. [«Lenguaje y mito» en Esencia y efecto del concepto de símbolo, México: Fondo de Cultura Económica, 1956, tr. de Carlos Gerhard]. 49

c i ó n . E n el análisis l i n g ü í s t i c o , e s t o fue e n u n c i a d o p o r p r i ­ m e r a v e z e n la tesis s e g ú n la c u a l los t é r m i n o s se c o n v i e r ­ t e n e n c o n c e p t o s s ó l o si s o n s u s c e p t i b l e s d e f o r m u l a c i ó n proposicional. El l e n g u a j e n o está r e s t r i n g i d o a la f u n c i ó n d e «figurar» el m u n d o , c o m o lo e s t á n las i m á g e n e s . T a m p o c o se l i m i t a a u n a articulación rítmica y melodiosa de sentimientos y e m o c i o n e s c o m o lo es la m ú s i c a y h a s t a h a c e p o c o , e x c l u ­ s i v a m e n t e lo era. P u e d e h a c e r t o d o lo q u e h a c e n los d e m á s s í m b o l o s , a u n q u e d e m a n e r a diferente y e n ocasiones m e n o s p e r f e c t a . L o s s í m b o l o s v e r b a l e s conceptualizan

las r e l a c i o ­

n e s , las s i m b o l i z a n d e n t r o d e u n s i s t e m a c l a r a m e n t e d e f i ­ n i d o d e significados. La significatividad i n d e p e n d i e n t e del s i s t e m a l i n g ü í s t i c o es l o q u e p e r m i t e a las p a l a b r a s a v e n ­ turarse a g r a n distancia de t o d a s sus bases e m p í r i c a s . S e m e j a n t e a u t o n o m í a d e la e x p e r i e n c i a d i r e c t a a u m e n t a c o n el a s p e c t o d i s c u r s i v o . E l l e n g u a j e c i e n t í f i c o c o r t a p o c o a p o c o sus v í n c u l o s c o n los c o n c e p t o s del l e n g u a j e o r d i ­ n a r i o o r i e n t a d o s a la e x p e r i e n c i a , y c o n s t r u y e e n s u l u g a r u n s i s t e m a s i m b ó l i c o s o b r e el q u e d e t e n t a u n c o n t r o l t o t a l . E l l e n g u a j e o r d i n a r i o es s ó l o el p r i m e r i n t e n t o p o r c o n ceptualizar relaciones. La ciencia c o m p l e t a y supera d i c h o i n t e n t o . S i n e m b a r g o , la c o n f i a d a a u t o s u f i c i e n c i a d e l d i s ­ c u r s o c i e n t í f i c o se a d q u i e r e a u n g r a n c o s t e . E n c u a n t o a u m e n t a s u a u t o n o m í a , el l e n g u a j e p i e r d e el c o n t a c t o v i t a l c o n la e x p e r i e n c i a p l e n a m e n t e p r e s e n t a d a e n los s í m b o l o s n o d i s c u r s i v o s . El l e n g u a j e d i s c u r s i v o e s q u e m a t i z a y a b s t r a e lo real c o n el fin d e e x t e n d e r s u c o n t r o l r a c i o n a l s o b r e él.

Las f o r m a s d e las c o s a s tal c o m o s o n d e s c r i t a s e n los c o n c e p t o s científicos t i e n d e n a c o n v e r t i r s e c a d a vez m á s e n m e r a s f ó r m u l a s . Estas f ó r m u l a s s o n d e u n a s o r ­ p r e n d e n t e s e n c i l l e z . U n a f ó r m u l a p a r t i c u l a r , c o m o la l e y d e la g r a v e d a d d e N e w t o n , p a r e c e c o m p r e n d e r y 50

explicar la e s t r u c t u r a t o t a l d e n u e s t r o u n i v e r s o m a t e r i a l . Pareciera q u e la r e a l i d a d n o s ó l o fuese accesible a n u e s ­ t r a s a b s t r a c c i o n e s c i e n t í f i c a s , s i n o a g o t a b l e p o r ellas. N o o b s t a n t e , e n c u a n t o n o s a c e r c a m o s al á m b i t o d e l a r t e , e s t o se r e v e l a c o m o u n a i l u s i ó n , p u e s l o s a s p e c ­ t o s d e las c o s a s s o n i n n u m e r a b l e s y v a r í a n d e u n m o m e n t o a otro.

2 3

C l a r o e s t á , n o t o d o l e n g u a j e es d i s c u r s i v o ; e n el l e n ­ guaje c i e n t í f i c o , p r e d o m i n a la c o n c e p t u a l i z a c i ó n s i m b ó l i ­ ca. E n la poesía, la o r a c i ó n , el lenguaje infantil, e t c . , la c o n ­ ceptualización permanece subordinada a otras funciones. E n l u g a r d e s i m b o l i z a r a través d e a b s t r a c c i o n e s , el l e n g u a ­ je n o d i s c u r s i v o , al i g u a l q u e los o t r o s s í m b o l o s , muestra c o n t e n i d o simbólico y c o n d u c e a él.

24

su

Accede a nuevas

d i m e n s i o n e s o n t o l ó g i c a s al h a c e r m á s p r e s e n t e , m á s a u t é n ­ t i c o , m á s s e m e j a n t e a lo real, a q u e l l o q u e r e p r e s e n t a .

25

P o r lo g e n e r a l , el t é r m i n o « s í m b o l o » se e n c u e n t r a res­ t r i n g i d o a los s í m b o l o s n o c o n c e p t u a l e s o b i e n , e n el c a s o del l e n g u a j e , a a q u e l l o s q u e n o s o n p r i m o r d i a l m e n t e c o n ­ c e p t u a l e s . K a n t y G o e t h e , los p r i n c i p a l e s r e s p o n s a b l e s d e n u e s t r o i n t e r é s a c t u a l p o r el s í m b o l o , o p o n e n s i e m p r e s í m ­ bolo a concepto.

2 6

S e g u i r e m o s el u s o h a b i t u a l , a u n c u a n d o

23. Ernst Cassirer, An Essay on Man (New Haven: Yale University Press, 1968), p. 144. [Antropologíafilosófica-,México: Fondo de Cultura Económica, 1951, tr. de Eugenio Imaz]. También, Langer, op. cit., p. 89. 24. Como lo dice Wilbur Urban, «[Los símbolos no conceptuales] no sólo representan, mediante una coincidencia parcial, caracteres y rela­ ciones; son, al menos presuntamente, un vehículo o medio de com­ prensión.» Op. cit., p. 415. 25. Es así como describe Gadamer el papel de la imagen estética. Creo que estas palabras se aplican a todos los símbolos no discursivos, en particular a los símbolos estéticos. Wahrheit undMethode, p. 147. 26. Esto resulta claro, por ejemplo, de la descripción que hace Goethe del funcionamiento de los símbolos: «El simbolismo convierte 51

d e b e m o s r e c o r d a r s i e m p r e q u e c o n c e p t u a l i z a r es u n a f u n ción i m p o r t a n t e del proceso de simbolización y esencial p a r a t o d o s los s í m b o l o s l i n g ü í s t i c o s . A l h a c e r l o , a f i r m a m o s n u e s t r o r e c h a z o d e la c o n c e p c i ó n d e l o s p r i m e r o s a n a l i s tas l i n g ü í s t i c o s , q u i e n e s r e s t r i n g i e r o n el á m b i t o d e las s i m b o l i z a c i o n e s v e r b a l e s s i g n i f i c a t i v a s al l e n g u a j e d i s c u r s i v o . P a r a R u s s e l l y C a r n a p , el s í m b o l o l i n g ü í s t i c o n o c o n c e p t u a l es s ó l o u n a e x p r e s i ó n « s i n t o m á t i c a » , u n g r i t o e m o cional. Langer, acertadamente, objeta:

¿Por q u é h a b r í a m o s d e g r i t a r n u e s t r o s s e n t i m i e n tos e n t a n altos niveles q u e c u a l q u i e r a p e n s a r í a q u e estam o s h a b l a n d o ? L a p o e s í a c i e r t a m e n t e es m á s q u e u n g r i t o : t i e n e r a z o n e s p a r a ser a r t i c u l a d a .

27

L a s i n t e r p r e t a c i o n e s l i n g ü í s t i c a s e s t r e c h a s se e n c u e n t r a n i n s p i r a d a s p o r el d e s e o d e r e d u c i r los d i v e r s o s t i p o s d e simbolización unos a otros. U n a

filosofía

d e las f o r m a s

s i m b ó l i c a s , sin e m b a r g o , n o d e b e sacrificar n i n g ú n c o n j u n t o d e s í m b o l o s e n aras d e la s i m p l i c i d a d . D e b e r í a m á s b i e n d i s t i n g u i r l o s s í m b o l o s s e g ú n las d i v e r s a s f u n c i o n e s q u e d e s e m p e ñ a n . El p r i n c i p i o b á s i c o d e la h e r m e n é u t i c a a f i r m a q u e la i n t e r p r e t a c i ó n d e b e respetar la n a t u r a l e z a p r o p i a d e l s í m b o l o y el «lenguaje» s i m b ó l i c o específico al q u e p e r t e n e c e . L o s filósofos p o s i t i v i s t a s h a n m o s t r a d o especial

la apariencia en idea, la idea en imagen, de tal manera que la idea continúa siendo siempre infinitamente operativa y sin embargo inalcanzable en la imagen; incluso cuando se pronuncia en todas las lenguas, sigue siendo inefable.» {Maximen und Reflexionen en Werke [Weimar, 18871930], Vol. I., p. 4.) [Máximasy reflexiones en Obras completas, Madrid: Aguilar, 1957, Tomo I, tr. de Rafael Cansinos Asséns]. 27. Susanne K. Langer, op. cit., p. 81. Véase también, Problems of Art (Nueva York: Charles Scribner's Sons, 1957), p. 24. [Problemas del arte, Buenos Aires: Infinito, 1966, tr. de Enrique Luis Revol]. 52

n e g l i g e n c i a e n la o b s e r v a c i ó n d e tal p r i n c i p i o . S u s « i n t e r pretaciones» parecen consistir p r i n c i p a l m e n t e en «desenm a s c a r a r » t o d o s los s í m b o l o s n o c i e n t í f i c o s y s u s t i t u i r l o s p o r e x p r e s i o n e s científicas. P a r e c e n s u p o n e r q u e la realidad, c u a n d o es a d e c u a d a m e n t e c o m p r e n d i d a , s ó l o p e r m i t e u n conjunto único de símbolos. A d e m á s d e la filosofía (y r e c i e n t e m e n t e t a m b i é n la t e o logía), las t e o r í a s r e d u c c i o n i s t a s se h a l l a n p r i m o r d i a l m e n t e e n el c a m p o d e la p s i c o l o g í a . I l u s t r e e j e m p l o d e ellas es la e x p l i c a c i ó n q u e o f r e c e F r e u d d e l a r t e y d e la r e l i g i ó n . A la raíz d e e s t e e q u í v o c o se e n c u e n t r a la i n t e r p r e t a c i ó n f r e u d i a n a d e l s i m b o l i s m o d e los s u e ñ o s , q u e c o n v i e r t e los símbolos e n signos, en formas q u e n o revelan ni transform a n sus c o n t e n i d o s . L a r e l a c i ó n e n t r e el s i m b o l i s m o d e l s u e ñ o y la r e a l i d a d p s í q u i c a q u e o s c u r a m e n t e e x p r e s a es c o n c e b i d a c o m o u n a r e f e r e n c i a r í g i d a y fija, e n la c u a l el s i g n o n o a ñ a d e n i n g ú n significado n u e v o a lo s i g n i f i c a d o .

28

«El s í m b o l o i n t e r v i e n e e n el s u e ñ o a la m a n e r a d e u n c ó d i go e s t e n o g r á f i c o q u e h a a d q u i r i d o d e u n a vez p o r t o d a s su s i g n i f i c a d o p r e c i s o » .

29

Ningún símbolo auténtico puede

ser c o n d e n s a d o e n u n ú n i c o significado c o n c r e t o . Si el s í m b o l o significa la realidad d e m a n e r a ú n i c a , resulta i m p o s i b l e sustituirlo p o r o t r o s s í m b o l o s . L o q u e escribe M i r c e a E l i a d e a c e r c a d e las i m á g e n e s es c i e r t o d e t o d o s los s í m b o l o s :

Las i m á g e n e s s o n p o r s u p r o p i a e s t r u c t u r a

multi-

valentes. Si la m e n t e h a c e u s o d e las i m á g e n e s p a r a a p r e h e n d e r la r e a l i d a d ú l t i m a d e las c o s a s , es s ó l o p o r q u e la r e a l i d a d se m a n i f i e s t a d e m a n e r a s c o n t r a d i c t o r i a s y 28. Sigmund Freud, Vorlesungen zur Einführung in die Psychoanalyse, en Gesammelte Werke (Londres: Image Publishing Co., 1940), Vol. XI, p. 152. La totalidad de la décima lección trata del simbolismo de los sueños. 29. Paul Ricoeur, De l'interprétation (París, 1965), p. 480. 53

p o r ello n o p u e d e ser e x p r e s a d a e n c o n c e p t o s . . . L o verdadero

es e n t o n c e s la i m a g e n c o m o tal, c o m o c o n j u n -

t o d e s i g n i f i c a d o s , y n o alguno d e s u s s i g n i f i c a d o s p a r ticulares, c o m o t a m p o c o a l g u n o d e sus m u c h o s m a r c o s de referencia. Traducir u n a i m a g e n en t e r m i n o l o g í a c o n c r e t a al r e s t r i n g i r l a a a l g u n o d e s u s m a r c o s d e refer e n c i a es a l g o p e o r q u e m u t i l a r l a ; es a n i q u i l a r l a , a n u larla c o m o i n s t r u m e n t o d e c o n o c i m i e n t o .

3 0

L a u n i v o c i d a d d e significado e n la i n t e r p r e t a c i ó n d e los s í m b o l o s c o n s t i t u y e el e r r o r f u n d a m e n t a l d e F r e u d . N o es, s i n e m b a r g o , el ú n i c o . Q u i z á s m á s g r a v e a ú n s e a el q u e los s í m b o l o s f r e u d i a n o s b á s i c o s s o n s í m b o l o s m u e r t o s . E n l u g a r d e c r e a r el f u t u r o , c o m o lo h a c e n e n s u m a y o r í a , los símbolos considerados por Freud son remanentes de u n pasado q u e n o h a sido aceptado por completo. N o obstant e , los s í m b o l o s revelan m á s a m e n u d o el n a c i m i e n t o d e u n n u e v o s i g n i f i c a d o q u e la m u e r t e d e u n s i g n i f i c a d o a n t i g u o . A l g u n o s s í m b o l o s — la m a y o r p a r t e d e los s u e ñ o s , la leyendas, los c u e n t o s d e h a d a s — h a n p e r d i d o c i e r t a m e n t e su. creatividad y n o generan ya nuevos procesos simbólicos. Paul R i c o e u r , e n s u i m p o r t a n t e e s t u d i o s o b r e la i n t e r p r e t a c i ó n , fue q u i e n p r i m e r o s e ñ a l ó la e q u i v o c a c i ó n f u n d a m e n t a l d e F r e u d al c o n s i d e r a r e s t o s s í m b o l o s m u e r t o s c o m o f o r m a s básicas d e t o d o s los d e m á s :

El s u e ñ o t í p i c o a l r e d e d o r d e l c u a l d e s a r r o l l a F r e u d su t e o r í a d e los s í m b o l o s , lejos d e revelar la f o r m a c a n ó n i c a d e l s í m b o l o , revela t a n s ó l o l o r e c h a z a d o al n i v e l d e la e x p r e s i ó n s e d i m e n t a d a . L a v e r d a d e r a t a r e a sería

30. Images and Symbols, tr. de Philip Mairet (Nueva York: Sheed & Ward, 1961), p. 15 [Imágenes y símbolos: ensayo sobre el simbolismo mágico-religioso, Madrid: Taurus, 1979, tr. de Carmen Castro]. 54

c o n s i d e r a r el s í m b o l o e n s u s o r í g e n e s c r e a t i v o s , m á s b i e n q u e al final, d o n d e a p a r e c e c o m o u n s i g n o e s t e n o g r á f i c o « p r o v i s t o d e u n a vez p o r t o d a s d e u n signifi3

cado preciso». ' I n c l u s o e n s í m b o l o s a ú n activos y creativos, F r e u d elige ú n i c a m e n t e el e l e m e n t o del p a s a d o c o m o p a s a d o . E n el m i t o d e E d i p o v e la v i o l e n c i a d e los i m p u l s o s i n c e s t u o s o s reprimidos del h o m b r e . N a d i e negará q u e esto hace parte d e l s í m b o l o . ¿Pero es t o d o ? ¿Sería s i q u i e r a s u a s p e c t o m á s i m p o r t a n t e ? S ó l o si e s t a m o s d i s p u e s t o s a a d m i t i r q u e la t r a g e d i a griega se h a e q u i v o c a d o r e s p e c t o al n ú c l e o d e l s í m b o lo y lo h a r e l e g a d o a u n l u g a r s e c u n d a r i o . P a r a Sófocles, n o es la « s i t u a c i ó n edípica» lo q u e c o n s t i t u y e el c e n t r o d r a m á t i c o , s i n o la i n s o l e n t e p r e t e n s i ó n d e i n o c e n c i a d e E d i p o , la f o r m a t e m e r a r i a c o m o m a l d i c e al «extranjero» r e s p o n s a b l e y el t r á g i c o r e c o n o c i m i e n t o final. Lejos d e estar i n t r í n s e c a m e n t e asociado c o n oscuras tendencias subconscientes, c o m o lo c r e í a F r e u d , el s e g u n d o s i g n i f i c a d o revela la v e r d a d d e l p r i m e r o . U n a i n t e r p r e t a c i ó n s e m e j a n t e c o n d u c e a u n a relac i ó n m u c h o m á s c o m p l e j a e n t r e la o b r a d e a r t e , «la p e r d u rable y m e m o r a b l e p r o d u c c i ó n del día», y el s u e ñ o , «el fugaz y e s t é r i l p r o d u c t o d e la n o c h e » : «El m i s m o c o n t e n i d o , el m i s m o objeto d e deseo los u n e , p e r o la p r o m o c i ó n d e la figuras del e s p í r i t u g e n e r a a q u e l l o q u e el m i s m o F r e u d l l a m a u n "objetivo d e c o n v e r s i ó n " , u n a " s u b l i m a c i ó n " » .

32

S i n e m b a r g o , a u n q u e u n s í m b o l o n o p u e d a ser t r a d u c i d o , sí p u e d e ser i n t e r p r e t a d o . P u e d e ubicarse d e n t r o d e u n contexto m á s a m p l i o q u e p e r m i t a su manifestación. Karl Jaspers, q u i e n h a d e d i c a d o c o n s i d e r a b l e esfuerzo a esta tarea, 31. Op. cit.,p. 486. 32. Ricoeur, op. cit, p. 500. La teoría de Jung acerca de los símbolos, que será discutida a continuación, es a este respecto lo contrario de la teoría freudiana. Para él, los símbolos son primordialmente pro55

la d e s c r i b e c o m o «rodear» el s í m b o l o . S u efecto es p r o f u n ­ d i z a r y e x p a n d i r el s í m b o l o , n o e l i m i n a r l o .

33

P u e s t o q u e el

s í m b o l o c o n t i e n e y e s t r u c t u r a la r e a l i d a d m i s m a a la q u e refiere, n i n g u n a i n t e r p r e t a c i ó n p o d r í a ser e x h a u s t i v a . C a d a é p o c a h a l l a significados i n é d i t o s e n las g r a n d e s e s t r u c t u r a s s i m b ó l i c a s estéticas, religiosas y c o n c e p t u a l e s del p a s a d o . A ú n m á s i m p o r t a n t e q u e el c o n t e n i d o d e r e a l i d a d del s í m b o l o es s u i n t e n c i o n a l i d a d t r a s c e n d e n t e . El s í m b o l o es el ú n i c o m e d i o d e q u e d i s p o n e m o s p a r a s o b r e p a s a r lo m e r a ­ m e n t e e m p í r i c o . L a n a t u r a l e z a d e la t r a s c e n d e n c i a varía c o n el c a r á c t e r d e l s í m b o l o : los s í m b o l o s e s t é t i c o s s u p e r a n las a p a r i e n c i a s d e m a n e r a d i f e r e n t e a c o m o lo h a c e n los s í m ­ b o l o s religiosos y científicos. S i n e m b a r g o , d a d o q u e la tras­ c e n d e n c i a d e c a d a s í m b o l o es ú n i c a , u n a i n t e r p r e t a c i ó n g e n u i n a n o p u e d e dejar d e p a r t i c i p a r del s í m b o l o ; es preciso q u e ella m i s m a a d o p t e u n a a c t i t u d s i m b ó l i c a : u n a f o r m u ­ lación m á s del resbaloso círculo h e r m e n é u t i c o . D e s d e lue­ g o , s i e m p r e p o d e m o s i n t e n t a r r e p e t i r e n el d i s c u r s o o r d i ­ n a r i o a q u e l l o q u e se m a n i f i e s t a

en otras

estructuras

s i m b ó l i c a s , p e r o al h a c e r l o n o s c o n t e n t a m o s c o n u n a s p e c ­ t o m u y r e s t r i n g i d o d e la e x p r e s i ó n s i m b ó l i c a . U n a e s t r u c ­ t u r a s i m b ó l i c a es p o r s u p r o p i a n a t u r a l e z a i n s u s t i t u i b l e . Las d e f i n i c i o n e s d e los s í m b o l o s n o d i s c u r s i v o s s o n i m p o s i b l e s p e r se, p u e s la d e f i n i c i ó n o m i t e el e l e m e n t o i n e f a b l e p o r m e d i o del cual u n s í m b o l o se t r a s c i e n d e a sí m i s m o y a t o d o o t r o d i s c u r s o . D e f i n i r la c r u z c o m o u n a e x p r e s i ó n del a m o r d i v i n o a través d e la p a s i ó n d e C r i s t o es c o n v e r t i r s u s i g n i ­ ficado

e n u n c o n c e p t o m á s claro, p e r o se p i e r d e e n este p r o ­

ceso la t r a s c e n d e n c i a p r o p i a d e este s í m b o l o e n p a r t i c u l a r .

34

yectivos: es la manera que tiene el hombre de representarse el futuro. Ernst Bloch comparte esta idea, a pesar de su profunda aversión a las teorías de Jung. 33. Karl Jaspers, Von der Wahrheit, Munich, 1947, p. 1039. 34. Cari Gustav Jung, de quien tomamos este ejemplo, era muy 56

La negatividad

de los símbolos

religiosos

¿ Q u é d i s t i n g u e a u n s í m b o l o religioso d e t o d o o t r o s í m b o l o : la e x p e r i e n c i a a r t i c u l a d a e n él o la a r t i c u l a c i ó n m i s m a ? L a m a y o r í a d e las p e r s o n a s a q u i e n e s se f o r m u l a esta p r e g u n t a n o v a c i l a r í a n e n r e s p o n d e r q u e es la e x p e r i e n c i a . E n r e l i g i ó n c o m o e n estética, sin e m b a r g o , s ó l o la s i m b o l i z a c i ó n c o m u n i c a s u c a r á c t e r e s p e c í f i c o a la e x p e r i e n c i a . N o h a y u n a e x p e r i e n c i a religiosa p r e v i a a la s i m b o l i z a c i ó n religiosa. E x i s t e c i e r t a m e n t e el s e n t i m i e n t o i n m e d i a t o d e lo n u m i n o s o descrito p o r O t t o ; n o o b s t a n t e , tal s e n t i m i e n t o n o c o n s t i t u y e e n sí m i s m o u n a e x p e r i e n c i a r e l i g i o s a y n i s i q u i e r a es i n d i s p e n s a b l e p a r a ella c o m o lo m u e s t r a la fe del h o m b r e m o d e r n o . La fe n o es n u n c a u n s e n t i m i e n t o o e m o c i ó n i n m e d i a t o s . Es la c o n c i e n c i a d e u n a d i m e n s i ó n t r a s c e n d e n t e e n t o d a s las e x p e r i e n c i a s d e la v i d a , la a f i r m a c i ó n d e u n a realidad m á s p r o f u n d a q u e subyace a t o d a apariencia. T o d o s los s í m b o l o s n o s h a c e n c o n t e m p l a r u n n o e m a t r a s c e n d e n t e , p e r o n o t o d o s n o s lo h a c e n ver d e igual m a n e ra. E n el s í m b o l o e s t é t i c o , p o r e j e m p l o , la t r a s c e n d e n c i a c o n s i s t e e n la i n a g o t a b l e r i q u e z a d e s i g n i f i c a d o e s p i r i t u a l a r t i c u l a d a e n la f o r m a s e n s i b l e . S i n e m b a r g o , el s í m b o l o presenta

p o r c o m p l e t o su n o e m a y e n f a t i z a la u n i d a d esta-

consciente de la trascendencia única de cada símbolo. Consideraba el reconocimiento de ella como la característica que diferencia una interpretación verdaderamente simbólica de una interpretación semiótica, que reduce el símbolo a un signo. «Toda concepción que interpreta la expresión simbólica como análoga a una cosa conocida o como su expresión abreviada, es semiótica. Una concepción que interpreta la expresión simbólica como la mejor formulación posible de una cosa relativamente desconocida que no podría ser representada con mayor claridad o de manera más característica, es simbólica.» Psychological Types (Nueva York: Harcourt, Brace, 1923), p. 6 0 1 . [Tipospsicológicos, Buenos Aires: Sudamericana, 1960, tr. de Ramón de la Serna]. 57

M e c i d a e n t r e lo q u e a p a r e c e y lo s i g n i f i c a d o . E n el s í m b o ­ l o r e l i g i o s o , p o r el c o n t r a r i o , el n o e m a p e r m a n e c e s i e m ­ p r e m á s allá d e n u e s t r o a l c a n c e y el a c t o s i m b ó l i c o m i s m o a c e n t ú a la d i s c r e p a n c i a e n t r e f o r m a y c o n t e n i d o . Si los s í m ­ b o l o s religiosos presentan

s u n o e m a , m u e s t r a n e n lo e s e n ­

c i a l l o q u e é s t e n o es; o c u l t a n m á s d e l o q u e r e v e l a n . P r e s e r v a n s u i n t e n c i o n a l i d a d religiosa sólo e n c u a n t o t r a n s ­ m i t e n , j u n t o c o n s u s i g n i f i c a d o , la c o n c i e n c i a d e s u c a r á c ­ ter p u r a m e n t e analógico. A través d e f o r m u l a c i o n e s para­ dójicas, formas distorsionadas, escenarios inhabituales, nos a d v i e r t e n q u e d e b e m o s s u p e r a r p o r c o m p l e t o la a p a r i e n c i a e m p í r i c a p a r a a c c e d e r a s u i n e x p r e s a b l e c o n t e n i d o . El ele­ m e n t o n e g a t i v o , p r e s e n t e e n t o d o s í m b o l o , es p r e p o n d e ­ r a n t e e n los s í m b o l o s r e l i g i o s o s . E n este c a s o , la i n t e r p r e ­ t a c i ó n r e s u l t a n e c e s a r i a d e m a n e r a d i f e r e n t e q u e p a r a el s í m b o l o e s t é t i c o , al c u a l es i n h e r e n t e la r e v e l a c i ó n d e sí. Los a u t é n t i c o s s í m b o l o s religiosos s o n d e naturaleza o n t o l ó g i c a y lo s o n p r e v i a m e n t e a c u a l q u i e r reflexión r a c i o ­ n a l . E n e f e c t o , los q u e a h o r a l l a m a m o s s í m b o l o s «religio­ sos», s u r g i e r o n d e los p r i m e r o s i n t e n t o s p o r a r t i c u l a r la rea­ l i d a d . O r i g i n a l m e n t e , t o d o s l o s s í m b o l o s p e r t e n e c í a n al m i s m o á m b i t o d e e x i s t e n c i a . I n c l u s o e n la a c t u a l i d a d , p a r a la m a y o r í a d e los h o m b r e s , los s í m b o l o s r e l i g i o s o s e s t r u c ­ t u r a n y diferencian, n o sólo p o r yuxtaposición, dos á m b i ­ t o s r e l a t i v a m e n t e i n d e p e n d i e n t e s d e lo real — el religioso y el s e c u l a r — c o m o s u c e d e e n el caso del h o m b r e occidental, s i n o q u e d i f e r e n c i a n dentro q u e es c o m p l e t a m e n t e — lo sagrado,

d e u n á m b i t o d e lo real lo

real, p o d e r o s o y

significativo

d e l o q u e n o p o s e e i g u a l r e a l i d a d , lo i n m e ­

d i a t o y s u p e r f i c i a l — l o profano.

La t r a s c e n d e n c i a d e lo

s a g r a d o r e s p e c t o d e lo p r o f a n o , s u n e g a c i ó n f u n d a m e n t a l , n o r e l e g a a c a d a u n o a d i f e r e n t e s u n i v e r s o s . L o s a g r a d o se e n c u e n t r a en lo p r o f a n o . Prevalece s o b r e él, p e r o p e r t e n e c e al m i s m o u n i v e r s o c o m o s u o t r a d i m e n s i ó n . L o s s í m b o l o s 58

se o r i g i n a n e n t o n c e s e n u n a r e f l e x i ó n i n i c i a l y p r o f u n d a s o b r e la e x p e r i e n c i a del m u n d o . U n a reflexión u l t e r i o r s o b r e tal e x p e r i e n c i a exigirá c o n c e p t o s racionales, p e r o éstos n u n ca p o d r á n s u s t i t u i r la e x p r e s i ó n p r i m a r i a . P e n s a r a c e r c a d e la d i s t i n c i ó n original e n t r e lo s a g r a d o y lo p r o f a n o será s i e m p r e u n a r e f l e x i ó n sobre s í m b o l o s . P o d e m o s a ñ a d i r q u e los s í m b o l o s «religiosos» i n t e g r a n a s i m i s m o los niveles d e realidad q u e o p o n e n y en dicha tarea t a m b i é n son insuperad o s p o r los c o n c e p t o s r a c i o n a l e s . Los s í m b o l o s r e c o n c i l i a n el m u n d o d e s p u é s d e h a b e r l o s e p a r a d o e n n i v e l e s d i f e r e n c i a b l e s . R e c i e n t e m e n t e , t a n t o la p s i c o l o g í a c o m o la s o c i o l o g í a h a n p r e s t a d o m u c h a a t e n c i ó n al p o d e r ú n i c o d e los s í m b o l o s p a r a i n t e g r a r v a l o r e s y r e a l i d a d e s e n u n i d a d e s e x i s t e n c i a l e s , p e r o a ú n m á s p r i m i t i v o q u e esta f u n c i ó n i n t e g r a d o r a es el p o d e r n e g a t i v o d e s e p a r a c i ó n . E s t e a s p e c t o se e n c u e n t r a p r e s e n t e c o n c l a r i d a d e n a q u e l l o s s í m bolos particulares q u e a h o r a l l a m a m o s «religiosos», p e r o q u e d e h e c h o s o n los d e s c e n d i e n t e s d i r e c t o s d e los s í m b o los p r i m i t i v o s . D e b i d o a s u n a t u r a l e z a n e g a t i v a , los filósofos h a n relac i o n a d o t r a d i c i o n a l m e n t e los s í m b o l o s religiosos c o n la i m a g i n a c i ó n , a q u e l l a f a a c u l t a d m e d i a n t e la c u a l la m e n t e p u e d e n e g a r lo d a d o d i r e c t a m e n t e . El i m p u l s o u n i v e r s a l n e g a t i v o d e la i m a g i n a c i ó n a c t i v a es la d e s c o n f i a n z a f r e n t e a l o « d a d o » , la d u d a d e q u e los o b j e t o s d e la s a c i a d a p e r c e p c i ó n y d e l c o n c e p t o d e t e n i d o p r e s e n t e n lo q u e e s .

35

L a e x p r e s i ó n « c o n c e p t o d e t e n i d o » q u e aparece e n la cita de Ray H a r t merece ulterior elaboración, pues también

35. Ray Hart, UnfinisbedMan and the Imagination (Nueva York: Herder and Herder, 1969), p. 247. 59

e n el p r o c e s o d e c o n c e p t u a l i z a c i ó n n e g a m o s l o i n m e d i a ­ t a m e n t e d a d o , p e r o sólo p a r a regresar a u n a a f i r m a c i ó n m á s c o n f i a d a d e este. L o s s í m b o l o s religiosos, p o r el c o n t r a r i o , p e r m a n e c e n elusivos. C o m o t o d o s í m b o l o , s o n tan

poliva­

lentes q u e n i n g u n a i n t e r p r e t a c i ó n racional ú n i c a p o d r í a a g o ­ t a r s u s i g n i f i c a d o . E n efecto, e n t r e m e n o s específico sea u n s í m b o l o , m á s r i c o será s u s i g n i f i c a d o s i m b ó l i c o . E l i a d e h a o b s e r v a d o q u e los d i v e r s o s s i g n i f i c a d o s d e u n s í m b o l o n o s o n c o n t i n u o s u n o s c o n o t r o s e n el p l a n o d e la e x p e r i e n c i a i n m e d i a t a . L a l u n a , p o r e j e m p l o , revela a la v e z t e m p o r a ­ l i d a d , el p r i n c i p i o f e m e n i n o , la m u e r t e y la r e s u r r e c c i ó n .

36

I n c l u s o la e x i s t e n c i a d e e s t r u c t u r a s a r q u e t í p i c a s e n la v a r i e ­ d a d i n f i n i t a d e los s i g n i f i c a d o s s i m b ó l i c o s es d u d o s a . L a naturaleza c o n t i e n e infinidad de significados potenciales y c u a l q u i e r cosa es s u s c e p t i b l e d e s i m b o l i z a r . A ú n d e s p u é s d e q u e la c o n c i e n c i a religiosa h a c o n f e r i d o u n a e s t r u c t u r a d e f i n i t i v a al p r o c e s o d e s i m b o l i z a c i ó n , s u s s í m b o l o s c o n ­ t i n ú a n siendo polivalentes. U n símbolo auténtico n u n c a p u e d e c o n c r e t a r s e e n u n significado b i v a l e n t e c o m o lo h a c e u n c o n c e p t o d i s c u r s i v o . T a m p o c o se r e l a c i o n a el s í m b o l o c o n su referente m e d i a n t e u n vínculo ú n i c o d e propósito o d e causalidad. D e f i n i r u n a c o n t e c i m i e n t o d e m a n e r a e x h a u s ­ tiva c o m o clara a n t i c i p a c i ó n d e o t r o d i s p u e s t o p o r D i o s p a r a ese efecto, c o m o lo h a c í a a m e n u d o la exégesis d e los siglos XVII y XVIII c o n la t i p o l o g í a d e l A n t i g u o T e s t a m e n t o , e m p o b r e c e el s í m b o l o . L a p o l i v a l e n c i a d e sus s í m b o l o s p e r ­ m i t e a la i m a g i n a c i ó n s o b r e p a s a r n o s ó l o lo d a d o d i r e c t a ­ m e n t e d a d o s i n o i n c l u s o t o d o lo q u e p u e d e e x p r e s a r s e e n forma racional.

36. «Methodological Remarles on the Study of Symbolism», en The History of Religions, p. 99. [Tratado de historia de las religiones, México: Era, 1972]. 60

Sin e m b a r g o , a pesar d e sus f u n c i o n e s negativas, la i m a g i n a c i ó n a p o r t a i m á g e n e s p o s i t i v a s al p r o c e s o s i m b ó l i c o religioso. S o n éstas las q u e s u s c i t a n m a y o r e s p r o b l e m a s . Si el «objeto» d e l s í m b o l o se e n c u e n t r a e n t e r a m e n t e fuera d e su a l c a n c e , ¿ p o r q u é u n a r e p r e s e n t a c i ó n h a b r í a d e ser m á s a p r o p i a d a q u e otra? N o h a y t o d a v í a u n a r e s p u e s t a satisfactoria a esta difícil p r e g u n t a . Sin d u d a , J u n g estaba e n lo ciert o al a t r i b u i r g r a n p a r t e d e la c r e a t i v i d a d religiosa a la i m a g i n a c i ó n y al s u b c o n s c i e n t e . L a n a t u r a l e z a i n e x p r e s a b l e d e la t r a s c e n d e n c i a l l e n a la m e n t e d e p e r p l e j i d a d e n s u b ú s q u e d a d e s í m b o l o s a d e c u a d o s . E n e s t e m o m e n t o , el s u b c o n s c i e n t e ofrece s u r i q u e z a a u n a á v i d a m e n t e religiosa. L o s s í m b o l o s del s u b c o n s c i e n t e , tal c o m o J u n g los p r e senta, c u m p l e n u n p r o p ó s i t o q u e se asemeja d e m a n e r a sorp r e n d e n t e al q u e p e r s i g u e la a c t i v i d a d religiosa y J u n g llega i n c l u s o a i d e n t i f i c a r a m b a s a c t i v i d a d e s . El s í m b o l o a r m o n i z a t e n d e n c i a s o p u e s t a s del i n c o n s c i e n t e y h a c e q u e c o n c u e r d e n c o n el c o n t e n i d o d e la conciencia. D e esta m a n e ra, se c o n s t i t u y e u n p u e n t e e n t r e el c o n s c i e n t e y el s u b c o n s c i e n t e q u e ofrece a la m e n t e u n d i a g r a m a d e u n i d a d psíquica, m u c h o más complejo del q u e p u d i e r a obtenerse a través procesos racionales. La representación simbólica i n c l u y e e l e m e n t o s i r r a c i o n a l e s q u e se r e h u s a n a o b e d e c e r a las leyes d e l p e n s a m i e n t o l ó g i c o . S u f u n c i ó n , sin e m b a r g o , es a l t a m e n t e r a c i o n a l , p u e s e s t a b l e c e f o r m a s a r q u e t í p i cas m e d i a n t e las cuales es posible i n t e r p r e t a r y resolver e v e n t u a l m e n t e los conflictos conscientes. P u e s t o q u e u n a solución s e m e j a n t e es d e p r i m o r d i a l i m p o r t a n c i a p a r a la a c t u a l i z a c i ó n del y o , el s í m b o l o d e t e n t a u n e n o r m e p o d e r e n el desarrollo p s í q u i c o del i n d i v i d u o . D e r i v a su p o d e r del e x c e d e n t e d e e n e r g í a n e c e s a r i o p a r a el m a n t e n i m i e n t o d e las f u n c i o n e s n a t u r a l e s . U n a v e z c o n s t i t u i d o s , los s í m b o l o s e x t r a e n a ú n m a y o r e n e r g í a y la d i r i g e n h a c i a o b j e t i v o s t r a n s i n d i v i d u a l e s . El p o d e r d e l s í m b o l o e n la t r a n s f o r m a c i ó n d e la

61

libido revela s u v a l o r prospectivo.

E l s í m b o l o i n d i c a a la c o n -

ciencia l o q u e ésta d e b e r í a ser. Las experiencias n u e v a s e i n é d i t a s d e la c o n c i e n c i a e n u n m u n d o c a m b i a n t e e x i g e n s í m b o l o s i n u s i t a d o s e i r r e p e t i b l e s . Tales s í m b o l o s s e ñ a l a n a s u vez el c a m i n o q u e d e b e seguir la a c c i ó n c o n s c i e n t e . L a s i m b o l i z a c i ó n a n t i c i p a el f u t u r o ; el s í m b o l o d i r i g e al i n d i v i d u o h a c i a n u e v a s actividades y o r i e n t a al g r u p o h a c i a n u e v a s formulaciones culturales.

37

L a a c t i v i d a d i n c o n s c i e n t e d e la i m a g i n a c i ó n a m e r i t a a m p l i a m e n t e el i n t e n s o e s t u d i o d e q u e es o b j e t o e n la a c t u a l i d a d . N o o b s t a n t e , sería u n a i l u s i ó n p e n s a r , c o m o lo h i z o J u n g , q u e c o n t i e n e la clave d e la t o t a l i d a d del p r o c e s o s i m b ó l i c o r e l i g i o s o , p u e s las i m á g e n e s s u b c o n s c i e n t e s n o s o n s í m b o l o s religiosos p l e n a m e n t e c o n s t i t u i d o s ; s o n a p e n a s el m a t e r i a l c o n q u e la m e n t e religiosa c o n s t r u y e sus s í m b o l o s . Poseen desde u n c o m i e n z o u n significado simbólico en c u a n t o articulan y expresan estructuras mentales complejas. E s t e s i m b o l i s m o o r i g i n a l , sin e m b a r g o , n o es religioso. P a r a llegar a s e r l o , d e b e ser a s u m i d o p o r u n a i n t e n c i o n a l i d a d religiosa explícita y c o n s c i e n t e q u e n o se e n c u e n t r a rest r i n g i d a n i al s u b c o n s c i e n t e n i a la i m a g i n a c i ó n . U n o d e los e j e m p l o s p r e s e n t a d o s p o r J u n g i l u s t r a lo a n t e r i o r . E l s í m b o l o d e la c r u z ejerce u n a t r a c t i v o e s p e c i a l p a r a la i m a g i n a c i ó n , p e r o esta a t r a c c i ó n s u b c o n s c i e n t e n o e x p l i c a el q u e h a y a s i d o a d o p t a d o c o m o s í m b o l o c e n t r a l d e la fe cristian a , p u e s el s i g n i f i c a d o particular

d e la c r u z p a r a l o s c r i s -

t i a n o s r e s i d e e n s u r e f e r e n c i a al sacrificio d e la m u e r t e d e Jesús. Es preciso tener u n « f u n d a m e n t o » religioso consc i e n t e d e l s í m b o l o y, e n la fe h i s t ó r i c a , éste se e n c u e n t r a e n

37. Cari Gustav Jung, Símbolos de transformación (Buenos Aires: Paidós, 1982). Véase también Psyche and Symbol: A Selection from the Writings ofC.G. Jung, ed. por Violet de Laszlo (Garden City, N.Y.: Doubleday, 1958.) 62

u n a c o n t e c i m i e n t o específico q u e t u v o l u g a r e n el p a s a d o . D e s d e l u e g o , el f u n d a m e n t o c o n s c i e n t e n o explica el p o d e r s u b c o n s c i e n t e del s í m b o l o : sólo lo resalta y p e r m i t e q u e ejerza t o d o su p o d e r . E s t o n o s c o n d u c e a la p r e g u n t a u l t e r i o r a c e r c a d e si los s í m b o l o s r e l i g i o s o s e s t á n c o n s t i t u i d o s ú n i c a m e n t e p o r la i m a g i n a c i ó n . D e n u e v o , la r e s p u e s t a h a b r á d e ser n e g a t i v a . M e r e c e ser f o r m u l a d a d e m a n e r a explícita, p u e s d e b i d o al p a p e l c e n t r a l d e las i m á g e n e s e n la s i m b o l i z a c i ó n r e l i g i o sa, n o s v e m o s i n c l i n a d o s c o n s t a n t e m e n t e a a t r i b u i r t o d o este p r o c e s o a la i m a g i n a c i ó n . El a c t o religioso a f i r m a p o r s o b r e t o d o u n a realidad

s u p r e m a , f u n c i ó n q u e la i m a g i -

n a c i ó n es la m e n o s i n d i c a d a p a r a d e s e m p e ñ a r . Las i m á g e n e s s o n t a n o m n i p r e s e n t e s e n la s i m b o l i z a c i ó n r e l i g i o s a c o m o e n la artística, p e r o c u m p l e n u n p r o p ó s i t o p o r c o m p l e t o d i f e r e n t e . M i e n t r a s e n el a r t e la i m a g e n es la r e a l i d a d a r t í s t i c a , e n la e x p e r i e n c i a r e l i g i o s a c u m p l e u n a f u n ción s u b o r d i n a d a y en g r a n p a r t e negativa. El h o m b r e religioso recurre a las i m á g e n e s p o r q u e n o p u e d e d e c i r directamente

lo q u e d e s e a d e c i r y las i m á g e n e s le p e r m i t e n esca-

p a r a u n a r e a l i d a d dada; n o o b s t a n t e , se m u e s t r a r e t i c e n t e a a t r i b u i r u n a r e a l i d a d d e f i n i t i v a a las i m á g e n e s . E n efecto, la m i s m a m e n t a l i d a d r e l i g i o s a q u e c r e a las i m á g e n e s p r e serva u n a a c t i t u d i c o n o c l a s t a h a c i a ellas. H o y r e c h a z a c o m o í d o l o s lo q u e a n t a ñ o a d o r a b a c o m o i c o n o s . H e g e l , q u i e n relega t o d o s los s í m b o l o s religiosos al nivel d e la r e p r e s e n t a c i ó n , t e n í a sin e m b a r g o clara c o n c i e n c i a d e a q u e l i m p u l s o n e g a t i v o q u e m u e v e a la r e l i g i ó n e n c o n t r a d e s u s p r o p i a s imágenes.

L a religión p r e s e n t a u n a s p e c t o p o l é m i c o e n c u a n t o su c o n t e n i d o n o p u e d e ser p e r c i b i d o i n m e d i a t a m e n t e e n la i n t u i c i ó n sensible ni e n la i m a g e n , s i n o sólo m e d i a t a m e n t e e n la a b s t r a c c i ó n , q u e eleva lo i m a g i n a r i o y lo 63

s e n s i b l e a u n nivel u n i v e r s a l . Tal e l e v a c i ó n i m p l i c a u n r e c h a z o d e la i m a g e n .

3 8

T a m p o c o d e b e i d e n t i f i c a r s e e n H e g e l la r e p r e s e n t a c i ó n religiosa c o n la i m a g e n , p u e s las i m á g e n e s d e s e m p e ñ a n s o l a m e n t e u n p a p e l s u b o r d i n a d o ( a u n c u a n d o necesario) e n la r e p r e s e n t a c i ó n . H e g e l c o n s i d e r a a la f a n t a s í a c o m o u n a f u n c i ó n i n f e r i o r i m p l i c a d a e n el a c t o d e s i m b o l i z a c i ó n religiosa. La i n n u m e r a b l e m u l t i t u d d e extrañas deidades q u e p u e b l a n el m u n d o d e los V e d a s c o n s t i t u y e la d e b i l i d a d del h i n d u i s m o t e m p r a n o , n o s u f o r t a l e z a . H e g e l a d v i r t i ó asim i s m o q u e u n a concordancia demasiado estrecha entre u n a religión y las i m á g e n e s q u e ella m i s m a g e n e r a p u e d e acarrear s u e x t i n c i ó n . L a r e l i g i ó n m i t o l ó g i c a d e los g r i e g o s se c o n t e n t ó c o n trasladar los p o d e r e s n a t u r a l e s y m o r a l e s d e la v i d a e n s u c o n t e x t o o r d i n a r i o a f o r m a s e s t é t i c a m e n t e idealizadas: e n l u g a r d e n e g a r la existencia c o t i d i a n a , la e m b e l l e c í a . E n otras formas religiosas, sacrificio significa r e n u n cia, ofrenda, d e s p o j a m i e n t o ; a q u í sin e m b a r g o . . . el sacrificio

c o n s i s t e e n b e b e r el v i n o y c o m e r la c a r n e . . . Se

c o n f i e r e así p l a c e r y u n s i g n i f i c a d o s u p e r i o r a t o d a s las a c t i v i d a d e s d e la v i d a . A q u í n o h a l l a m o s n e g a c i ó n d e sí, j u s t i f i c a c i ó n p a r a c o m e r y b e b e r , p e r o t o d a o c u p a c i ó n y p l a c e r d e la e x i s t e n c i a c o t i d i a n a se c o n v i e r t e e n sacrificio.

39

E n este c a s o , la r e l i g i ó n p e r m a n e c e c a u t i v a d e sus p r o p i a s i m á g e n e s e s t é t i c a s . L o s d i o s e s g r i e g o s , al m e n o s t a l c o m o los c o n o c e m o s p o r H o m e r o y H e s í o d o , e r a n c o n c e b i d o s c o m o ideales h u m a n o s . El a c r e c e n t a m i e n t o e n su p e r -

38. Vorlesungen über die Phibsophie der Religión, I, p. 285. [Lecciones sobre filosofía de la religión]. 39. Ibid, II, p. 170. 64

fección c o n d u c í a a u n a p é r d i d a d e significado c o m o s í m ­ b o l o s religiosos, c o m o a p a r i e n c i a s finitas q u e r e v e l a n u n a trascendencia

infinita.

F i n a l m e n t e , al estar p e r f e c t a m e n t e c o n t e n i d o s d e n t r o de formas

finitas,

su p o t e n c i a l estético m a t ó a los dioses

g r i e g o s . S u p r o p i a c o n c e p c i ó n exigía u n t r a t a m i e n t o e s t é ­ t i c o , m u c h o a n t e s d e q u e los p o e t a s y e s c u l t o r e s los c o n ­ v i r t i e r a n e n o b r a s d e a r t e . C u a n d o e s t o s u c e d i ó , los d i o s e s se t r a n s f o r m a r o n e n e s c u l t u r a y l i t e r a t u r a y m u r i e r o n p o r c o m p l e t o p a r a la r e l i g i ó n .

Ritos El a n t r o p ó l o g o b r i t á n i c o R . R . M a r r e t e s c r i b i ó a l g u n a v e z : «La r e l i g i ó n p r i m i t i v a n o se p i e n s a ; se d a n z a » .

4 0

En

m i c o n c e p t o , la p r i m a c í a d e a c t o s o b r e la p a l a b r a se p r e ­ serva m u c h o t i e m p o d e s p u é s d e q u e la r e l i g i ó n h a d e j a d o d e ser p r i m i t i v a . I n c l u s o e n las iglesias cristianas o r i e n t a d a s h a c i a la p a l a b r a , la a c c i ó n m o r a l p r e c e d e al c a m b i o t e o l ó ­ gico. L o s a c t o s c e r e m o n i a l e s del c u l t o a los q u e n o s referi­ m o s c o n el t é r m i n o g e n e r a l d e rito o c u p a n e n t o n c e s el p r i ­ m e r l u g a r e n t r e los s í m b o l o s religiosos. A l i g u a l q u e t o d o s í m b o l o , el r i t o e s t r u c t u r a , a r t i c u l a y s o s t i e n e la e x p e r i e n c i a v i t a l .

41

C u a n d o se s i t ú a n d e n t r o d e

u n m a r c o s i m b ó l i c o , a l g u n a s f u n c i o n e s vitales c o n f i e r e n u n significado ú n i c o a la v i d a . H a n s i d o c o n c e b i d a s p a r a deter­ minar la e x p e r i e n c i a c o t i d i a n a y p a r a i n t e r p r e t a r l a . Los c h i ­ n o s , c u y a c u l t u r a se e n c u e n t r a q u i z á s m á s c o m p l e t a m e n t e r i t u a l i z a d a q u e la d e c u a l q u i e r o t r a civilización, h a n e s t a d o

40. The Thresholdof Religión (Londres, 1914), p. XXXI. 41. Roger Caillois, L'Homme et le sacre(París, 1950), pp. 22-23. G. van der Leeuw, Religión in Essence and Manifestation, p. 341. 65

f a m i l i a r i z a d o s c o n la c u a l i d a d n o r m a t i v a d e l c o m p o r t a m i e n t o ritual d e s d e h a c e t i e m p o . U n o d e sus filósofos escrib i ó e n el siglo III a . C : L o s r i t o s s i r v e n p a r a a c o r t a r lo q u e es d e m a s i a d o l a r g o y a l a r g a r lo q u e es d e m a s i a d o c o r t o , p a r a r e d u c i r lo e x c e s i v o y a u m e n t a r lo e s c a s o , p a r a e x p r e s a r la b e l l e z a d e l a m o r , p a r a r e v e r e n c i a r y c u l t i v a r la e l e g a n c i a d e l c o m p o r t a m i e n t o v i r t u o s o . P o r e l l o , los b e l l o s o r n a m e n t o s y las r u d a s t ú n i c a s , la m ú s i c a y el l l a n t o , el g o z o y la tristeza, si b i e n s o n parejas d e o p u e s t o s , se u t i l i z a n p o r i g u a l e n los r i t o s y d e s e m p e ñ a n a l t e r n a t i v a m e n t e su p a p e l .

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L o s r i t o s simbolizan

ocasiones alegres y tristes, p e r o

n u n c a s o n ellos m i s m o s alegres o tristes. E x p r e s a n a m o r sin p a s i ó n , a u s t e r i d a d sin privaciones, tristeza sin dolor. Los r i t o s a r t i c u l a n la v i d a real, la m o l d e a n e n f o r m a s r e s t r i c t i vas, p e r o j a m á s se c o n f u n d e n c o n ella. U n e r r o r c o m ú n e n la i n t e r p r e t a c i ó n d e los r i t o s c o n siste e n i d e n t i f i c a r l o s c o n las f u n c i o n e s q u e s i m b o l i z a n . E n r e c i e n t e s i n t e n t o s d e r e n o v a c i ó n l i t ú r g i c a d e las iglesias crist i a n a s , p o r e j e m p l o , se e s c u c h a a m e n u d o e x p r e s a r el d e s e o d e r e g r e s a r el c u l t o «a la t i e r r a » . E n la o p i n i ó n d e los m á s r a d i c a l e s r e f o r m a d o r e s , u n a e u c a r i s t í a c r i s t i a n a d e b i e r a ser u n a s u n t o d e p a n e c i l l o s y café, s a l p i c a d o d e c á l i d o s s e n t i m i e n t o s d e a m o r p o r los d e m á s y v a g a m e n t e r e l a c i o n a d o c o n C r i s t o , c o m o «iniciador» d e tales m e r i e n d a s . Sin e m b a r g o , el p r o p ó s i t o d e u n a c t o ritual n o es repetir la a c c i ó n c o t i d i a n a q u e s i m b o l i z a , s i n o c o n f e r i r l e s i g n i f i c a d o al c o l o -

42. «Hsun Tzu», Cap. 19, en Sources of Chínese Tradition, ed. Theodore de Bary, tr. de Y.P. Mei (Nueva York: Columbia University Press, 1960), p. 123. 66

caria e n u n a p e r s p e c t i v a s u p e r i o r .

43

L a r e d u c c i ó n d e los ges-

tos rituales a actividades c o m u n e s d e s t r u y e el p r o p ó s i t o m i s m o d e l r i t o , q u e n o es i m i t a r la v i d a , s i n o t r a n s f o r m a r l a . G e r a r d u s V a n d e r L e e u w d e f i n e el r i t o c o m o u n j u e 44

g o sujeto a reglas. Los ritos están r e l a c i o n a d o s c o n la a c t u a c i ó n . Las reglas, sin e m b a r g o , n o s u m i n i s t r a n s u d i f e r e n c i a específica, p u e s t o d o s los j u e g o s s i g u e n reglas. A n t e s d e o c u p a r n o s d e s u d i s t i n c i ó n , p o d r í a m o s d e s a r r o l l a r la c o m p a r a c i ó n c o n el j u e g o . E n s u bello e n s a y o , Man at Play,

Hugo

R a h n e r sugiere v a g a m e n t e u n significado m á s p r o f u n d o , religioso, d e l j u e g o : H a y u n s e c r e t o s a g r a d o e n la raíz y

florecimiento

d e t o d o j u e g o : es la e s p e r a n z a del h o m b r e e n o t r a v i d a q u e a s u m e la f o r m a visible del gesto. J u g a r es e n t r e g a r s e a u n t i p o d e m a g i a , representar p a r a sí lo a b s o l u t a m e n t e a j e n o , a p r o p i a r s e d e l f u t u r o , n e g a r el i n c o n v e n i e n t e m u n d o d e los h e c h o s .

4 5

43. Nuestra presentación no se opone al hecho, señalado por Eliade, de que el impulso ritual tiende a transformar todas las actividades en actos rituales. «El ideal del hombre religioso es, desde luego, que todos sus actos sean realizados según un rito... Por esta razón, cualquier acto es susceptible de convertirse en un acto religioso y todo objeto en una hierofanía.» {Patterns in Comparative Religión, p. 460.) Incluso en la actualidad, esta tendencia se ilustra con claridad en las costumbres de la vida monacal: no sólo se ritualizan los actos litúrgicos y sacramentales, sino todas las demás actividades de la comunidad, tales como cenar (en silencio, precedido y seguido de oraciones, acompañado por lecturas recto tono), caminar hacia los lugares de reunión de la comunidad e incluso la división y ejecución de las tareas domésticas. Esta tendencia, sin embargo, es lo contrario de la tendencia niveladora de los seglares: es un intento por conferir una mayor estructuración a la existencia. La forma ritual es un constante recordatorio de la naturaleza «diferente» de los ritos, aún cuando abarquen la totalidad de la vida. 44. Op. cit., p. 340. 45. Man atPlay, tr. inglesa de Brian Battershaw y Edward Quinn (Nueva York: Herder and Herder, 1967), p. 65. 67

H u i z i n g a v a m á s allá y a f i r m a q u e la f o r m a y f u n c i ó n del j u e g o s o n la p r i m e r a , m á s a l t a y m á s s a g r a d a e x p r e s i ó n d e la c o n c i e n c i a q u e t i e n e el h o m b r e d e u n o r d e n s a g r a d o 46

d e las c o s a s . A c t u a r sería e n t o n c e s la e x p r e s i ó n m á s s e n c i l l a d e u n a t e n d e n c i a m a n i f i e s t a e n la n e c e s i d a d e x p e r i m e n t a d a p o r el h o m b r e d e ritualizar la vida, i n c l u s o e n a q u e l l o q u e el h o m b r e m o d e r n o c o n s i d e r a c o m o a c t i v i d a d religiosa. A l igual q u e los ritos, los j u e g o s se m u e v e n e n u n á m b i t o d i f e r e n t e , d i s t a n t e d e la v i d a c o t i d i a n a . C r e a n u n m u n d o d e f a n t a s í a e n o p o s i c i ó n al d u r o m u n d o d e los h e c h o s . E l j u g a d o r , s i n e m b a r g o , t o m a m u y e n serio este u n i v e r s o del juego. Para convencernos de esto, basta observar c ó m o u n juego de m o n o p o l i o p u e d e conducir a irritadas discusiones a ú n a las p e r s o n a s m á s serenas. M i e n t r a s q u e la infracc i ó n d e las reglas d e b i d a a la i n e x p e r i e n c i a es r e c i b i d a c o n i n d u l g e n c i a p o r parte d e c o m p a ñ e r o s civilizados, provoca i r r e p r i m i b l e e n o j o e n la s i t u a c i ó n d e j u e g o c o m o lo d e s c u brí c u a n d o m e u n í a u n club de bridge. El j u g a d o r p e r m a n e c e c o n s c i e n t e d e la n a t u r a l e z a d i f e r e n t e d e l j u e g o ; s i n e m b a r g o , se aplica a s u realización c o n u n a e n e r g í a q u e rara vez d e d i c a a las e x i g e n c i a s d e la v i d a «real». E l u n i v e r s o del j u e g o se t o r n a t a n real q u e el j u g a d o r i g n o r a el m u n d o c o t i d i a n o , y este c o m p o r t a m i e n t o n o está r e s t r i n g i d o a los casos p a t o l ó g i c o s . El o d o n t ó l o g o j u g a d o r d e g o l f d e W . C . Fields y el j u g a d o r d e D o s t o i e v s k i c o n m u e v e n i n c l u s o al h o m b r e m á s c o n s c i e n t e d e s u d e b e r . L a « s i m u l a c i ó n » d e la a c t u a c i ó n , p o r c o n s i g u i e n t e , n o i n c i d e s o b r e la s e r i e d a d c o n q u e se i n v o l u c r a la p e r s o n a e n ella. A l a b a n d o n a r t e m p o r a l m e n t e el m u n d o c o t i d i a n o , el j u g a d o r n o d e s c a r t a l o real c o m o tal. A f i r m a u n a realidad diferente, i r r e d u c t i b l e a la realidad o r d i -

46. Johan Huizinga, Homo Ludens (México: Fondo de Cultura Económica, 1943 tr. de Eugenio Imaz), p. 27. 68

n a r i a . L a s i m i l i t u d c o n la a f i r m a c i ó n y n e g a c i ó n c a r a c t e r í s ticas d e l a c t o religioso r e s u l t a e v i d e n t e . P e r o h a y m á s . El u n i v e r s o del j u e g o o c u p a u n e s p a c i o y t i e m p o p r o p i o s , a l e j a d o s d e las p r e o c u p a c i o n e s c o t i d i a n a s . El c a m p o d e j u e g o o el e s c e n a r i o e s t á n t a n « d e m a r c a dos» c o m o el locus sacer del t e m p l o . Se d e m a r c a , material o i d e a l m e n t e , u n espacio cerrad o , s e p a r a d o del a m b i e n t e c o t i d i a n o . E n este e s p a c i o se d e s a r r o l l a el j u e g o y e n él v a l e n las reglas. T a m b i é n la d e m a r c a c i ó n d e u n l u g a r s a g r a d o es el d i s t i n t i v o p r i m e r o d e t o d a a c c i ó n sacra... Casi t o d o s los ritos d e c o n s a g r a c i ó n e i n i c i a c i ó n s u u p o n e n , p a r a los e j e c u t a n t e s y p a r a los i n i c i a d o s , s i t u a c i o n e s artificiales d e s e c l u s i ó n .

47

L a s i m i l i t u d e n t r e el t i e m p o d e j u e g o y la c e l e b r a c i ó n religiosa es a ú n m á s e v i d e n t e . El v e r b o c e l e b r a r q u e a p l i c a m o s a los a c t o s d e l c u l t o es t a m b i é n el t é r m i n o a p r o p i a d o p a r a « d i s f r u t a r » . D e b i d o a s u n a t u r a l e z a festiva, los r i t o s religiosos e s t á n e m p a r e n t a d o s c o n la e x u b e r a n t e a c t i v i d a d de jugar.

48

L a l i t u r g i a p r e s e n t a la m i s m a c o m b i n a c i ó n ú n i -

ca d e c a r e n c i a d e p r o p ó s i t o f u n c i o n a l y m e t i c u l o s a d i s c i p l i n a q u e p o s e e n los j u e g o s . D e s d e u n p u n t o d e vista p r a g m á t i c o , la a c c i ó n l i t ú r g i c a sería la m a n e r a m e n o s efic i e n t e d e realizar algo o i n c l u s o d e d e s p l a z a r s e d e u n sitio a o t r o . E n Spirit of the Liturgy,

G u a r d i n i muestra con per-

s u a s i v i d a d c ó m o c i e r t o c a r á c t e r l ú d i c o es i n h e r e n t e a t o d o culto ceremonial.

49

El j u e g o y la c e l e b r a c i ó n r i t u a l s i e m p r e

47. Huizinga, op.cit., p. 4 1 . 48. Sobre la íntima relación entre fiesta y juego, véase Karl Kerényi, «Vom Wesen des Festes», en Paideuma, I, Heft 2 (1938), pp. 59-74. 49. The Spirit of the Liturgy, tr. de Ada Lañe (Nueva York: Sheed & Ward, 1935), pp. 171-184 [El espíritu de la liturgia, Barcelona: Araluce, 1933]. 69

h a n e s t a d o u n i d o s . L o s j u e g o s o l í m p i c o s , c o m o t o d o s los juegos helénicos, hacían parte de u n a celebración ritual. C u a n d o y o e r a n i ñ o e n F l a n d e s , la c e l e b r a c i ó n a n u a l d e la fiesta d e l s a n t o p a t r o n o c o n m i s a y p r o c e s i ó n , i n a u g u r a b a tres días d e fiestas d o n d e a b u n d a b a n t o d o s los placeres t e r r e nales d e Brueghel, q u e e x t e n d í a n sus tangibles recuerdos h a s t a n u e v e m e s e s d e s p u é s del aniversario d e l s a n t o . La a p a g a d a e x p r e s i ó n r e l i g i o s a d e las i g l e s i a s e s t a b l e c i d a s e n N o r t e a m é r i c a a p e n a s m e r e c e el n o m b r e d e « c e l e b r a c i ó n » . S i n e m b a r g o , i n c l u s o allí se c o m i e n z a a s e n t i r el d e s e o d e s u s t i t u i r el t i p o d e p r é d i c a m o r a l d e la r e l i g i ó n p o r f o r m a s más desenfadadas de culto.

5 0

E n t o d o c a s o , las d i v i s i o n e s

t r a z a d a s p o r l o s j u e g o s e n el e s p a c i o y el t i e m p o p u e d e n h a b e r c o n t r i b u i d o a e s t a b l e c e r la d i s t i n c i ó n b á s i c a e n t r e l o s a g r a d o y lo p r o f a n o . O t r o a s p e c t o q u e p a r e c e v i n c u l a r el c e r e m o n i a l religioso c o n a l g u n a s f o r m a s d e la a c t u a c i ó n es la d r a m a t i z a c i ó n q u e s e p a r a a c o n t e c i m i e n t o s e s t a c i o n a l e s e h i s t ó r i c o s d e la i n d i f e r e n t e s u c e s i ó n del t i e m p o y les c o n f i e r e u n a e s t r u c t u ra p e r m a n e n t e . L a d e s c r i p c i ó n q u e ofrece H u i z i n g a d e l j u e g o se a p l i c a i g u a l m e n t e al r i t o . « C o n f i e r e al m u n d o i m p e r fecto y a la vida confusa u n a perfección provisional y limitada. E l j u e g o exige u n o r d e n a b s o l u t o . »

51

E n a m b o s c a s o s , este

o r d e n es b u s c a d o p o r sí m i s m o . P u e d e t e n e r efectos p r á c t i c o s , p e r o c u a n d o éstos se c o n v i e r t e n e n s u o b j e t i v o real, el j u e g o se t o r n a «profesional» y el r i t o d e g e n e r a e n m a g i a . ¿ Q u é p o d r í a m o s c o n c l u i r d e t o d o esto? ¿ I n d i c a r í a la similitud entre juego y rito u n origen c o m ú n ? N o s inclinaríamos a responder afirmativamente. Los antropólogos c o n t e m p o r á n e o s sin e m b a r g o , c o n m a y o r cautela q u e

50. Véase Harvey Cox, Las fiestas de los locos (Madrid: Taurus, 1983). 51. Huizinga, op. cit., p. 27. 70

s u s p r e d e c e s o r e s , se m u e s t r a n r e t i c e n t e s a r e d u c i r lo s i m i ­ lar a lo i d é n t i c o y t i e n d e n a i n t e r p r e t a r u n a d i s t i n c i ó n bási­ ca e n la a c t u a l i d a d c o m o s i g n o d e u n a d i f e r e n c i a o r i g i n a l . C l a u d e L é v i - S t r a u s s , p o r e j e m p l o , d i s t i n g u e los r i t o s y los j u e g o s r i t u a l e s d e l o s j u e g o s c o r r i e n t e s e n las s o c i e d a d e s a r c a i c a s . E l r e s u l t a d o d e u n a a c c i ó n r i t u a l d e b e ser s i e m ­ p r e u n e s t a d o d e e q u i l i b r i o . E n los j u e g o s l i b r e s , el t a l e n ­ t o o la s u e r t e s e p a r a n a los j u g a d o r e s y t i e n e n c o m o r e s u l ­ t a d o u n e f e c t o d i s y u n t i v o . E n el r i t o , p o r el c o n t r a r i o , los a c o n t e c i m i e n t o s e s t á n e s t r u c t u r a d o s d e tal m a n e r a q u e al f i n a l el r i t o c o n g r e g a a l o s p a r t i c i p a n t e s y e l i m i n a las d i s t i n c i o n e s iniciales e n u n a a r m o n í a u n i v e r s a l .

52

Esta teo­

ría n o s p e r m i t e t r a z a r u n a clara d i s t i n c i ó n e n t r e los j u e g o s o r d i n a r i o s y los j u e g o s rituales, tales c o m o el j u e g o d e p e l o ­ t a d e l o s M a y a s e n C h i c h é n I t z á o a q u e l q u e r e a l i z a n el o b i s p o y el c l e r o a l r e d e d o r d e la c a t e d r a l d e A u x e r r e el D o m i n g o d e P a s c u a . S u r g e e n t o n c e s la p r e g u n t a u l t e r i o r d e c ó m o difieren los j u e g o s rituales d e los ritos c e r e m o ­ n i a l e s . L é v i - S t r a u s s n o la r e s p o n d e , p e r o m e a t r e v e r í a a a f i r m a r q u e t o d o j u e g o , i n c l u y e n d o los j u e g o s r i t u a l e s , evi­ dencia u n a estructura simbólica m e n o s rígida, q u e per­ m i t e al e l e m e n t o l ú d i c o s e g u i r s u p r o p i o e i m p r e d e c i b l e c a m i n o . El m e r o j u e g o sería el j u e g o - r i t o d e s p o j a d o d e s u potencial simbólico.

5 3

I n d e p e n d i e n t e m e n t e d e c ó m o se c o n c i b a la r e l a c i ó n o r i g i n a l e n t r e j u e g o y r i t o , h a b r í a u n a f o r m a e n q u e la d i s ­ t i n c i ó n n o d e b e ser f o r m u l a d a . L l a m a r al r i t o «religioso» p o r o p o s i c i ó n al j u e g o , sería a t r i b u i r a la m e n t a l i d a d a r c a i -

52. The Savage Mind, pp. 31-32. [Elpensamiento salvaje, México: Fondo de Cultura Económica, 1964, tr. de Francisco González Aramburo]. 53. Recordemos que el término «simbólico» no debe ser com­ prendido como si el juego-rito original ni ningún otro rito hubiera sido creado con el propósito de expresar una verdad abstracta, preexistente. 71

ca u n a d i s t i n c i ó n d e la q u e c i e r t a m e n t e n o e r a c o n s c i e n t e . Si c o m p r e n d e m o s p o r «religioso» aquella c u a l i d a d q u e separa u n á m b i t o d e la r e a l i d a d d e o t r o (lo s e c u l a r ) , n i el r i t o n i el j u e g o s e r í a n e n t o n c e s o r i g i n a l m e n t e r e l i g i o s o s , p u e s el h o m b r e p r i m i t i v o s ó l o c o n o c e u n a esfera d e la e x i s t e n c i a q u e a d m i t e d e n t r o d e sí la d i s t i n c i ó n e n t r e lo s a g r a d o y lo p r o f a n o , m a s n o e n t r e lo religioso y lo secular. P o r ello, decir d e las d a n z a s a r c a i c a s q u e s o n «religiosas» c a r e c e d e s e n t i d o t a n t o c o m o d e c i r q u e s o n seculares e n el s e n t i d o e n q u e u n ballet m o d e r n o o u n a c e r e m o n i a j a p o n e s a lo serían. N i n g u n o d e los d o s t é r m i n o s es a p r o p i a d o . L a p r e g u n t a sería m á s b i e n : ¿difiere la f u n c i ó n original d e j u e g o , e n c u a n t o c o n f i e r e u n a e s t r u c t u r a b á s i c a a la e x i s t e n c i a , d e a q u e lla d e l rito? S i n d u d a , a m b a s c o n t r i b u y e n al d e s c u b r i m i e n t o d e d i s t i n c i o n e s t a n e l e m e n t a l e s c o m o la e s t a b l e c i d a e n t r e lo s a g r a d o y lo p r o f a n o . L a ú n i c a p r e g u n t a sería: ¿ c o n t r i b u y e n a h a c e r l o d e la m i s m a o d e d i f e r e n t e m a n e r a ? C u a l q u i e r a q u e sea la r e s p u e s t a , u n a v e z q u e el h o m b r e se h a c e r e f l e x i v a m e n t e c o n s c i e n t e d e la n a t u r a l e z a d e lo s a g r a d o , s u a c t i t u d r e s p e c t o d e l r i t o ( i n c l u y e n d o los j u e g o s r i t u a l e s ) , difiere c l a r a m e n t e d e s u a c t i t u d h a c i a el j u e g o . E l h o m b r e se c o n s i d e r a a sí m i s m o c o m o i n v e n t o r y c r e a d o r d e l j u e g o : e s t a b l e c e las reglas y h a c e las a p u e s t a s .

El significado no precede el símbolo: es descubierto en y a través del símbolo mismo. La interpretación ofrecida aquí es paralela en algunos aspectos a la de Emile Benveniste, para quien el juego resulta de la separación entre mito y rito: una vez que el rito pierde su simbolismo mítico, se convierte en «mero» juego. No obstante, Benveniste afirma que el mito precede al juego. En mi concepto, la tendencia al juego puede ser más arcaica que el mito, al menos que el mito completamente desarrollado, pero si añadimos a la palabra «mito» el calificativo «o la posibilidad de desarrollarse como mito», la afirmación de Benveniste podría aplicarse de manera universal. «Le jeu comme structure» en Deucalion 2 (1947), pp. 165-166. 72

E n el u n i v e r s o r e l i g i o s o , p o r el c o n t r a r i o , el h o m b r e s i e n t e q u e se h a l l a a m e r c e d d e p o d e r e s q u e lo s o b r e p a s a n p o r c o m p l e t o . T a m p o c o p u e d e relajarse e n el r i t o d e la m a n e r a c o m o lo h a c e e n el j u e g o . Si b i e n la r e a l i d a d s a g r a d a lo fascina, la e x p e r i m e n t a c o m o u n a f u e r z a p e l i g r o s a q u e d e b e ser m a n t e n i d a a r a y a . E l t e m o r a lo s a g r a d o p r e s e r va u n a angustiosa tensión ausente de u n auténtico juego.

54

P o r ú l t i m o , la a c t i t u d r e s p e c t o d e la r e a l i d a d o r d i n a r i a es t a m b i é n d i f e r e n t e . M i e n t r a s q u e el j u g a d o r se d e s p r e o c u p a d e ella h a s t a el p u n t o d e o l v i d a r l a , el h o m b r e religioso está consciente d e su existencia c o n s t a n t e m e n t e . E x p e r i m e n t a su presencia n o sólo c o m o algo q u e d e b e a b a n d o n a r , sino c o m o a l g o d e lo q u e es r e s p o n s a b l e y d e b e i n t e g r a r e v e n t u a l m e n t e c o n lo s a g r a d o . El r i t o d r a m a t i z a m o m e n t o s i m p o r t a n t e s d e la e x i s t e n c i a y al h a c e r l o c o n f i e r e e s t r u c t u r a a la v i d a c o m o t o t a l i d a d . C i e r t o s a c o n t e c i m i e n t o s c o b r a n relieve y f u n c i o n a n c o m o s í m b o l o s q u e o r g a n i z a n la existencia e n u n t o d o c o m p r e n s i b l e y o r d e n a d o . E n el p u r o flujo d e la s u c e s i ó n t e m p o r a l , los a c o n t e c i m i e n t o s d e s a p a r e c e n e n c u a n t o a p a r e c e n . C o n el fin d e i m p e d i r esta s e p a r a c i ó n t o t a l e n t r e p a s a d o y p r e s e n t e , el h o m b r e los re-presenta

y los a c t u a l i z a d e n u e -

v o e n el c o m p o r t a m i e n t o r i t u a l . A m e n u d o , el h o m b r e m o d e r n o i n t e r p r e t a la c e l e b r a c i ó n r i t u a l d e h e c h o s p a s a d o s c o m o c o n m e m o r a c i o n e s , p e r o la f u n c i ó n q u e d e s e m p e ñ a n es p r e c i s a m e n t e la c o n t r a r i a : h a c e r presente

el p a s a d o .

5 5

El

54. R. Caillois, «Jeu et sacre» en L'Homme et le sacre-, pp. 207-211. 55. Ciertamente, el término 'representar' no deja de ser ambiguo, como lo señala Huizinga: «Lo que se ofrece es un drama, es decir, una acción, ya tenga lugar en forma de representación o de competencia. Representa un suceso cósmico pero no como mera representación, sino como identificación; repite lo acaecido... Su función no es imitar si-no dar participación o participar. Es hacer que se produzca la acción.» Op. cit., p. 34. 73

v e r d a d e r o s i g n i f i c a d o d e l a ñ o l i t ú r g i c o , p o r e j e m p l o , se h a p e r d i d o e n g r a n p a r t e p a r a los c r i s t i a n o s o c c i d e n t a l e s , q u i e n e s c o n s i d e r a n la N a v i d a d , la P a s c u a y el P e n t e c o s t é s s o l a m e n t e c o m o fechas c o n m e m o r a t i v a s .

5 6

U n rito preser-

va su significado religioso sólo c u a n d o p o r su i n t e r m e d i o p u e d e el h o m b r e revivir el p a s a d o y restablecer el c o m i e n z o . H a y o t r a s f u n c i o n e s del rito q u e d e b e r í a n ser m e n c i o n a d a s . E n p r i m e r lugar, s u a c t i v i d a d e s t r u c t u r a d o r a está s i e m p r e d i r i g i d a al g r u p o y n u n c a al i n d i v i d u o a i s l a d o . C u a n d o u n i n d i v i d u o empieza a desarrollar ritos estrictam e n t e p r i v a d o s , p o r lo g e n e r a l i n t e r p r e t a m o s s u c o m p o r t a m i e n t o c o m o n e u r ó t i c o . L a a c t i v i d a d del «ritualista» aisla e n l u g a r d e i n t e g r a r , m i e n t r a s q u e los r i t o s n o r m a l m e n t e c o n s t i t u y e n la c i m e n t a c i ó n d e la v i d a social. A través d e la p a r t i c i p a c i ó n e n i d é n t i c a s a c t i v i d a d e s d e e s t r u c t u r a c i ó n , los h o m b r e s se h a c e n c o n s c i e n t e s d e s u e s e n c i a l u n i d a d . M á s a ú n , los ritos q u e r o d e a n el n a c i m i e n t o , la m a d u r e z , el m a t r i m o n i o y la m u e r t e , i n c o r p o r a n el i n d i v i d u o al g r u p o , p u e s confieren a los a c o n t e c i m i e n t o s privados d e su v i d a u n caráct e r p ú b l i c o . L a o t r a f u n c i ó n d e l r i t o c o n s i s t e e n d e f i n i r la r e l a c i ó n d e l h o m b r e c o n la n a t u r a l e z a d e la q u e s u r g e y d e la q u e c o n t i n ú a d e p e n d i e n d o . L o s ritos le p e r m i t e n revivir s u u n i ó n c o n la n a t u r a l e z a y p r e s e r v a r a la v e z la d i s t a n c i a n e c e s a r i a p a r a la c o n s t r u c c i ó n d e la c u l t u r a . L o s l í m i t e s d e l p r e s e n t e e s t u d i o n o s o b l i g a n a d e j a r la u l t e r i o r i n v e s t i g a -

56. Durante el siglo XIX y en la primera parte del siglo XX, una serie de monjes franceses y alemanes reintrodujeron en la iglesia católica la idea de que la celebración litúrgica se refería a un acontecimiento presente. Dom Odo Casel, el más importante de ellos, fue duramente criticado porque su interpretación parecía revivir los actos históricos de Cristo en su realidad física. Sus críticos objetaban acertadamente que el tiempo es irreversible y que lo histórico como tal no puede hacerse presente. Los actos históricos del Hombre-Dios, sin embargo, no son meramente históricos; es su poder trascendente lo que se re-presenta en los símbolos. 74

c i ó n d e estas d o s f u n c i o n e s a sociólogos y a n t r o p ó l o g o s , p a r a c e n t r a r n o s e n lo q u e a h o r a d e n o m i n a m o s s u f u n c i ó n «religiosa». El s i g n i f i c a d o r e l i g i o s o d e los r i t o s o r d i n a r i o s h a s i d o a c e r t a d a m e n t e d e s c r i t o p o r M i r c e a E l i a d e c o m o el d e f u n d a m e n t a r d e n u e v o la e x i s t e n c i a al revivir sus a c t o s i n i c i a les. La i n m e r s i ó n e n los ritos b a u t i s m a l e s , p o r e j e m p l o , s i m boliza la regresión al ser i n d i f e r e n c i a d o del q u e s u r g e n t o d a s las f o r m a s , m i e n t r a s q u e la e m e r s i ó n i t e r a el a r t e c o s m o g ó n i c o d e la a p a r i e n c i a f o r m a l .

57

N o obstante, debemos

e v i t a r i n t e r p r e t a r los r i t o s c o m o si d r a m a t i z a r a n u n m i t o q u e existe c o n a n t e r i o r i d a d p u e s , c o m o v e r e m o s m á s a d e l a n t e , es p o r lo g e n e r a l el s i m b o l i s m o del p r o p i o r i t o lo q u e c o n d u c e al m i t o . Las r e l i g i o n e s «históricas» tales c o m o el j u d a i s m o , el c r i s t i a n i s m o y el i s l a m i s m o s o n ú n i c a s p o r c u a n t o e n ellas u n a c o n t e c i m i e n t o h i s t ó r i c o p r e c e d e al r i t o y d e t e r m i n a d e a n t e m a n o s u s i g n i f i c a d o . I n c l u s o e n ellas, sin e m b a r g o , el r i t o n o es u n a m e r a r e p r o d u c c i ó n del a c o n t e c i m i e n t o h i s t ó r i c o , c o m o lo sería u n a c o n m e m o r a c i ó n , p u e s el r i t o lo r e - c r e a m á s allá d e s u s l í m i t e s h i s t ó r i c o s y le c o n f i e r e u n s i g n i f i c a d o p e r m a n e n t e y u n i v e r s a l .

58

La co-

57. The Sacredandthe Profane: The Nature of Religión (Nueva York: Harper & Brothers, 1959), p. 130 [Lo sagrado y lo profano, Barcelona: Labor, 1981, tr. de Luis Gil]. 58. En la religión cristiana, la relación del rito con los acontecimientos originales es descrita de la siguiente manera por Eliade: «Para los cristianos, el bautismo es un sacramento porque Cristo lo instituyó. No obstante, repite el ritual de iniciación de la ordalía (la lucha contra el monstruo), de la muerte y de la resurrección simbólica (el nacimiento de un nuevo hombre)... La revelación transmitida por la fe no disipa los significados primarios de las imágenes; sencillamente, les añade un nuevo valor. En efecto, para el creyente, este nuevo significado eclipsa a todos los demás; sólo este significado valoriza la imagen, transfigurándola en una Revelación». Images and Symbols, tr. de Philip Maigret (Nueva York: Sheed & Ward, 1961), pp. 158-161 [Imágenesy símbolos, Madrid: Taurus, 1979, tr. de Carmen Castro]. 75

n e x i ó n e n t r e el rito y u n a c o n t e c i m i e n t o h i s t ó r i c o v a r í a e n c a d a caso. El c r i s t i a n i s m o y el j u d a i s m o , a p e s a r d e s u o r i e n t a c i ó n h i s t ó r i c a c o m ú n , d i f i e r e n c o n s i d e r a b l e m e n t e a este r e s p e c t o p u e s los c r i s t i a n o s e n g e n e r a l se m o s t r a r o n m e n o s r e t i c e n t e s a a d o p t a r el s i m b o l i s m o d e la a n t i g ü e d a d clásica o r i e n t a d o h a c i a la n a t u r a l e z a . L o s r i t o s d e p a s o a t r a v é s d e los c u a l e s u n a p e r s o n a se desplaza d e u n g r u p o a o t r o (iniciación, m a t r i m o n i o , m u e r t e ) , s o n d e e s p e c i a l i n t e r é s , p o r q u e e n ellos a s i s t i m o s a la sacralización del c a m b i o c o m o tal.

5 9

Revelan quizás con

m a y o r c l a r i d a d el s i g n i f i c a d o r e l i g i o s o d e t o d o r i t o : e s t a b l e c e r l o real a t r a v é s d e la t r a n s f o r m a c i ó n . L a t e o r í a k a n t i a n a d e las c a t e g o r í a s n o s h a h e c h o a d v e r t i r la í n t i m a relac i ó n q u e existe e n t r e c o n c e p t u a l i z a r y c o n s t i t u i r lo real. N o s h a h a b i t u a d o , s i n e m b a r g o , a c o n s i d e r a r esta c o n s t i t u c i ó n c o m o el r e s u l t a d o d e u n p r o c e s o r e a l i z a d o s ó l o p o r el i n t e l e c t o , m i e n t r a s q u e la c o n c i e n c i a existencial d e la r e a l i d a d resulta m á s b i e n d e a c t o s d e c o n s t i t u c i ó n d e significado q u e n o son en m a n e r a alguna p u r a m e n t e intelectuales. Incluso el h o m b r e m o d e r n o e x p e r i m e n t a p l e n a m e n t e lo real s ó l o después de haberse involucrado por completo. U n acont e c i m i e n t o i m p o r t a n t e n o se c o n s i d e r a p l e n a m e n t e real h a s ta c u a n d o lo c e l e b r a m o s d e b i d a m e n t e . Las festividades q u e a c o m p a ñ a n u n a b o d a o u n aniversario son ritos deliberad o s q u e n o s a y u d a n a h a c e r n o s conscientes

d e la t e m p o r a -

l i d a d d e la e x i s t e n c i a , m á s b i e n q u e e x p r e s i o n e s e s p o n t á n e a s d e alegría ( n o e n t i e n d o p o r q u é h a b r í a d e a l e g r a r n o s u n m a t r i m o n i o q u e envejece o el a p r o x i m a r n o s u n a ñ o a la m u e r t e ) . A ú n e n s u v e r s i ó n s e c u l a r i z a d a , el r i t o a f i r m a u n a f u e n t e ú l t i m a d e r e a l i d a d . S u c o n s t i t u c i ó n es a la v e z u n n u e v o a c o n t e c i m i e n t o y u n regreso a los f u n d a m e n t o s .

59. El estudio clásico sobre los ritos de paso continúa siendo el de Arnold Van Gennep, Les rites de passage (París, 1909). 76

P u e s t o q u e lo v e r d a d e r a m e n t e real es lo q u e h a existido d e s d e u n c o m i e n z o , los r i t o s g e n e r a n l o s m i t o s d e l o r i g e n y están a c o m p a ñ a d o s p o r ellos.

60

Sacramentos C o n s i d e r e m o s a h o r a a q u e l l o s r i t o s p a r t i c u l a r e s a los que d e n o m i n a m o s habitualmente misterios o sacramentos. Mysterion,

e n la c u l t u r a d e h a b l a g r i e g a , e r a la c o n s a g r a -

c i ó n a u n d i o s p o r m e d i o d e u n a i n i c i a c i ó n e n el t r a n s c u r s o d e la c u a l e r a r e v e l a d o el s i g n i f i c a d o s e c r e t o d e ciert o s s í m b o l o s . E n los c u l t o s m i s t é r i c o s d e G r e c i a (Eleusis) o e n los d e E g i p t o (Isis) y el O r i e n t e M e d i o ( A t i s , M i t h r a ) q u e florecieron e n los m u n d o s helenístico y r o m a n o , la c o n s a g r a c i ó n g i r a b a e n t o r n o a la i m i t a c i ó n r i t u a l d e l s u f r i m i e n t o y la m u e r t e del d i o s . El i n i c i a d o e s t a b l e c í a u n c o n t a c t o d i r e c t o c o n la d i v i n i d a d y p a r t i c i p a b a d e e n s u i n m o r t a l i d a d . El m o n j e a l e m á n O d o C a s e l , q u i e n d e d i c ó t o d a su v i d a al e s t u d i o d e la i n f l u e n c i a d e los a n t i g u o s m i s terios s o b r e el culto cristiano, los define c o m o « u n a c t o ritual s a g r a d o e n el c u a l u n a a c c i ó n salvífica se h a c e p r e s e n t e a través d e l r i t o » .

61

T o d o s los m i s t e r i o s a b o l í a n p r o v i s i o n a l -

m e n t e la d i s t i n c i ó n e n t r e lo d i v i n o y lo h u m a n o .

60. Esta combinación única de lo nuevo y lo antiguo se encuentra bellamente ilustrada en los ritos de matrimonio de una tribu de Borneo del Sur. La ceremonia del matrimonio se presenta como un nuevo acontecimiento que permite al hombre reunirse con su origen mítico. El matrimonio reproduce la creación de la primera pareja humana del árbol de la vida. Al contraer matrimonio, la novia y el novio re-crean el mundo en su estado primigenio y lo unen con Dios. Hans Scharer, Ngaju Religión: The Conception of God among a South Borneo People, tr. de Rodney Needham (La Haya, 1963), pp. 84-85. 6 1 . Casel, The Mystery of Christian Worship, ed. por Burkhard Neuheuser (Westminster, Md: Newman Press, 1963), p. 54. Para una 77

E l c r i s t i a n i s m o t o m ó a l g u n o s c o n c e p t o s d e los c u l t o s mistéricos,

62

p e r o c o m b i n ó c o n la i d e a j u d í a d e u n d e s i g ­

n i o salvífico, e s c a t o l ó g i c a m e n t e o r i e n t a d o , q u e D i o s h a b r í a r e v e l a d o e n la h i s t o r i a . M i e n t r a s el énfasis d e los a n t i g u o s m i s t e r i o s se h a c í a s o b r e el s e c r e t o , los m i s t e r i o s c r i s t i a n o s manifiestan

lo q u e se h a l l a b a o c u l t o . P a r a s a n P a b l o , q u i e n

a m e n u d o e m p l e a el t é r m i n o , m i s t e r i o significa p r i n c i p a l ­ m e n t e la r e v e l a c i ó n d e la v i d a í n t i m a d e D i o s y d e s u p l a n d e salvación e n J e s u c r i s t o , e n p a r t i c u l a r la u n i ó n d e los g e n ­ tiles c o n los j u d í o s . A u n c u a n d o e n el c o n c e p t o d e m i s t e r i o d e l N u e v o T e s t a m e n t o el e l e m e n t o r i t u a l p a r e c e h a b e r p e r d i d o la p o s i c i ó n p r i n c i p a l q u e o c u p a b a e n los m i s t e r i o s a n t i g u o s , el t é r m i n o sacramentum

p o r el q u e se t r a d u c e e n la V u l -

descripción más elaborada véase p. 98. [El misterio del culto cristiano, San Sebastián: Diner, 1953]. Sobre Eleusis, consulté Eleusis de Karl Kerényi, tr. de Ralph Manheim (Nueva York: Bollingen Series 65, Pantheon Books, 1967). Thassilo De Scheffer, Mystéres et órneles helleniques (París, 1943), pp. 29-77. Ulrich von Willamowitz-Moellendorff, Der Glaube der Hellenen (Basilea, 1956) Vol. II, pp. 42-49. Martin P. Nilsson, A History of Greek Religión, 2 ed., tr. de F.J. Fielden (Nueva York: Oxford University Press, 1949), pp. 210-213 [Historia de la religión griega, Madrid: Gredos, 1953]. Sobre los misterios helenísticos, Franz Cumont, The Mysteries of Mithra, tr. deT. J. McCormack (Nueva York: Dover Publications, 1956). Oriental Religions in Román Paganism (Nueva York: Dover Publications, 1956), pp. 46-161. a

62. Si el uso que hace san Pablo de mysterion fue influenciado directamente por los misterios paganos es un asunto muy controverti­ do. Odo Casel lo afirmó constantemente e intentó demostrarlo en su obra postuma, Zur Kultsprache des Heiligen Paulus en Archiv für Liturgiewissenschaft, I (1950), pp. 1-64. Otros (Schillebeeckx, De Sacraméntele Heilseconomie, pp. 38-39, K. Prümm, «Mystéres» en Dictionnaire de la Bible, Supplément, Vol. VI, pp. 2-225) niegan toda influencia directa y sostienen que la palabra fue tomada del lenguaje reli­ gioso corriente de la Diáspora. En todo caso, las connotaciones del ju­ daismo prevalecen sobre la alusión a los misterios. 78

g a t a , a d q u i e r e c o n el t i e m p o u n a d e n o t a c i ó n e x c l u s i v a ­ m e n t e r i t u a l . T a l d e s a r r o l l o n o es t a n i l ó g i c o c o m o p a r e ­ c e , p u e s d e s d e u n c o m i e n z o el m i s t e r i o d e la r e d e n c i ó n d e b í a ser r e a l i z a d o a t r a v é s d e a c c i o n e s p a r t i c i p a t i v a s . L a p a l a b r a sacramentum

tenía originalmente u n significado

m u c h o m á s r e s t r i n g i d o q u e m i s t e r i o : se r e f e r í a al j u r a ­ m e n t o m i l i t a r m e d i a n t e el c u a l se c o n s a g r a b a n q u i e n e s p r o m e t í a n lealtad. F u e quizás a través del c o n c e p t o d e c o n ­ s a g r a c i ó n q u e el t é r m i n o h a l l ó s u c a m i n o h a c i a el l e n g u a j e d e la s a l v a c i ó n . E l s i g n i f i c a d o o r i g i n a l fue a p l i c a d o al b a u ­ t i s m o y e j e r c i ó c i e r t a i n f l u e n c i a s o b r e el d e s a r r o l l o d e la teología s a c r a m e n t a l en O c c i d e n t e a través de T e r t u l i a n o , C i p r i a n o , A r n o b i o et alii.

N o o b s t a n t e , el t é r m i n o p r e ­

s e r v ó d u r a n t e l a r g o t i e m p o t o d a la r i q u e z a d e l « m i s t e r i o » cristiano.

63

A l r e s t r i n g i r la d i s c u s i ó n a los l í m i t e s d e l s i g n i f i c a d o ritual del s a c r a m e n t o , o b s e r v a m o s q u e n o t o d o r i t o es sacra­ m e n t a l . U n s a c r a m e n t o difiere d e o t r o s r i t o s e n c u a n t o se c r e e q u e la a c c i ó n r i t u a l m i s m a p r o d u c e u n a i n f l u e n c i a n u m i n o s a . Si b i e n el u s o p r e s e n t e d e l t é r m i n o s a c r a m e n t o es cristiano, la idea d e u n rito q u e t r a n s m i t e u n p o d e r s o b r e ­ n a t u r a l se e n c u e n t r a m u y d i f u n d i d a i n c l u s o e n t r e los p u e -

63. Así, Paschasius Radbertus en el siglo IX define como sacramento toda celebración religiosa que presente un signo visible de una salvación invisible. La encarnación de Cristo y la totalidad de la economía de la salvación es «un gran sacramento» o «misterio». Líber de Corpore et Sanguine Domini, Migne, Patres Latini, 120, 1275. Schillebeeckx en su estudio fundamental De Sacraméntele Heilseconomie (pp. 158-160) muestra cómo Santo Tomás todavía utiliza los términos sacramentum y mysterium indistintamente al referirse al poder redentor de los actos de Cristo. Tampoco limita Santo Tomás su uso del término a aquellos ritos bien definidos a los que lo restringe el Concilio de Trento. Llama «sacramentos naturales» a aquellos ritos desarrollados por el hombre para establecer contacto con la divinidad sin ayuda de la revelación. Véase, por ejemplo, In IVSent, c. 2 r. 6. 79

blos p r i m i t i v o s .

6 4

C o m o q u i e r a q u e se c o n c i b a la n a t u r a ­

leza d e e s t e p o d e r , s u efecto es a l g u n a f o r m a d e s a l v a c i ó n . E n el c a s o d e l s a c r a m e n t o c r i s t i a n o es e v i d e n t e : e n el r i t o s a c r a m e n t a l , u n a f u n c i ó n c o t i d i a n a o b t i e n e u n efecto salvífico q u e n o p o s e í a e n u n a s i t u a c i ó n o r d i n a r i a , n o s i m b ó ­ lica, y q u e d e a l g u n a m a n e r a se e n c u e n t r a e n relación d i r e c ­ ta c o n la acción efectuada. Los p r i m e r o s teólogos escolásticos i n t e n t a r o n e x p r e s a r lo a n t e r i o r al utilizar el t é r m i n o ex ope­ re operato,

c o n l o c u a l q u e r í a n d e c i r q u e el e f e c t o d e p e n ­

d í a e x c l u s i v a m e n t e d e la v á l i d a e j e c u c i ó n del r i t o . L a e x p r e ­ sión es p o c o a p r o p i a d a p u e s parece d e s c o n o c e r p o r c o m p l e t o la i n t e n c i ó n d e l m i n i s t r o y la d i s p o s i c i ó n del r e c e p t o r , t e o ­ ría q u e a p e s a r d e a l g u n a s e x p r e s i o n e s d e s a f o r t u n a d a s e n la f o r m u l a c i ó n inicial d e la d o c t r i n a s a c r a m e n t a l , n i n g ú n t e ó ­ l o g o s o s t u v o j a m á s . S u s c i t a e n el h o m b r e m o d e r n o la sos­ p e c h a d e magia. Los s a c r a m e n t o s , sin e m b a r g o , h a n sido s i e m p r e d i f e r e n t e s d e los r i t o s m á g i c o s , p u e s la i n f l u e n c i a salvífica d e l a c t o ritual n o se o r i g i n a e n la n a t u r a l e z a del rito e n sí m i s m o c o n s i d e r a d o , c o m o s u c e d e e n la m a g i a . E l r i t o p a r t i c i p a m á s b i e n d e u n a r e a l i d a d t r a s c e n d e n t e d e la q u e d e r i v a u n a eficacia q u e s u p e r a su p o d e r h a b i t u a l . L o s c r e ­ y e n t e s n o s i e m p r e a t i e n d e n a esta d i s t i n c i ó n y p o r ello la m a g i a s i e m p r e e s t á al a c e c h o ; la c o n c i e n c i a r e l i g i o s a , s i n e m b a r g o , n u n c a los h a c o n f u n d i d o . L a eficacia s a c r a m e n t a l n o es u n c o n c e p t o u n í v o c o a ú n e n t r e los c r i s t i a n o s . L a m a y o r í a d e los c r e y e n t e s a t r i b u y e n s u f i c i e n t e eficacia al r i t o c o m o p a r a h a c e r d e él m á s q u e u n m e r o s i g n o figurativo d e salvación. El p r i n c i p i o f u n d a m e n ­ t a l e n la d i s c u s i ó n d e e s t e t e m a d e b e ser q u e toda

acción

s i m b ó l i c a h a c e algo m á s q u e significar: e n a l g ú n g r a d o , rea­ liza l o q u e s i g n i f i c a . A b r a z a r s e , e s t r e c h a r s e las m a n o s n o 64. Véase Jane Harrison, Themis en Epilegomena to the Study ofGreek Religión y Themis (Nueva York: University Books, 1962), p. 138; G. Van der Leeuw, Religión in its Essence and Manifestation, p. 365. 80

«representan» o «expresan» m e t a f ó r i c a m e n t e m i a m i s t a d sino q u e , c u a n d o n o s i m u l o u n a f e c t o i n e x i s t e n t e , t a m b i é n la «sellan» y efectúan su cabal realización. T é r m i n o s tales c o m o expresar y signo r e s u l t a n i n a d e c u a d o s p a r a t r a n s m i t i r el p l e n o s e n t i d o d e lo q u e s u c e d e e n la a c t i v i d a d s i m b ó l i c a , p u e s los s i g n o s y e x p r e s i o n e s s i m b ó l i c o s r e a l m e n t e producen

la

r e a l i d a d significada y e x p r e s a d a . L a f u n c i ó n e p i s t é m i c a (el p u r o s i g n o ) , a la q u e a m e n u d o r e d u c i m o s la t o t a l i d a d d e la a c t i v i d a d s i m b ó l i c a , sería t a n s ó l o u n o d e sus a s p e c t o s . E l s í m b o l o significa, e x p r e s a y realiza.

U n a manera de pensar

o r i e n t a d a e x c l u s i v a m e n t e h a c i a los c o n c e p t o s n o s h a a c o s t u m b r a d o a c o n c e b i r el s í m b o l o c o m o algo q u e c o n e c t a e n f o r m a e x t e r n a d o s cosas e n esencia diferentes, a la m a n e r a d e u n a alegoría o de u n símil. U n verdadero s í m b o l o unifica i n t r í n s e c a m e n t e los e l e m e n t o s q u e lo c o n f o r m a n . Su significado

d e b e ser a p r e h e n d i d o p o r m e d i o d e u n a v i s i ó n s i n -

tética q u e los c o m p r e n d a d e m a n e r a s i m u l t á n e a y n o al a ñ a dir d i s c u r s i v a m e n t e u n e l e m e n t o a o t r o . E s t o es d e particular i m p o r t a n c i a p a r a la c o m p r e n s i ó n d e los s a c r a m e n t o s , p u e s éstos s i m b o l i z a n u n a r e a l i d a d q u e e n m o d o a l g u n o p u e d e ser a b o r d a d a d i r e c t a m e n t e . S u i n f l u e n c i a s o b r e la e x i s t e n cia h u m a n a d e b e ser c a n a l i z a d a a través d e los a c t o s y f u n c i o n e s d e la v i d a c o t i d i a n a tales c o m o c o m e r , beber, lavarse. P a s a r p o r a l t o la u n i d a d i n t r í n s e c a d e l s í m b o l o y lo simbolizado conduce ineludiblemente a una interpretac i ó n d e la eficacia s a c r a m e n t a l e n t e n d i d a c o m o u n a m e r a adición a la eficacia o r d i n a r i a , q u e resultaría d e a l g ú n d e c r e t o d i v i n o e x t e r i o r . L o s s a c r a m e n t o s s o n s i m b ó l i c o s en su esencia misma

y p o r ello difieren i n t r í n s e c a m e n t e d e los

actos q u e ritualizan. El exclusivo énfasis q u e solía h a c e r g r a n p a r t e d e la t e o l o g í a s o b r e el a s p e c t o i n s t i t u c i o n a l d e los s a c r a m e n t o s , s e g ú n el c u a l se i n s i n ú a n p r u e b a s , e n s u m a y o r í a p o c o convincentes, del papel «instaurador» de C r i s t o , revela c o n claridad u n a i n a d e c u a d a c o m p r e n s i ó n 81

d e la s a c r a m e n t a l i d a d inherente

a los s í m b o l o s d e salva­

c i ó n . E n c o n t r a m o s el m i s m o e r r o r e n los i n t e n t o s a c t u a ­ les, e n a p a r i e n c i a o p u e s t o s a los a n t e r i o r e s , p o r r e s t a u r a r el significado «natural» d e los s a c r a m e n t o s . La ú n i c a dife­ r e n c i a es q u e los a n t i g u o s t e ó l o g o s a c e p t a b a n el s u p l e m e n t o «sobrenatural», m i e n t r a s q u e los m o d e r n o s secularizadores lo r e c h a z a n . A m b o s c o n s i d e r a n el c a r á c t e r s a c r a m e n t a l c o m o a l g o s u p e r p u e s t o a la a c t i v i d a d o r d i n a r i a . D e b e r í a r e c o n o c e r s e m á s b i e n q u e p a r a c o m p r e n d e r la n a t u r a l e z a específica d e l s i m b o l i s m o d e lavar, c o m e r , e t c . , es p r e c i s o c o n s i d e r a r q u e l o s s a c r a m e n t o s se e n c u e n t r a n i n t r í n s e c a ­ m e n t e v i n c u l a d o s c o n lo s a g r a d o . D e b e m o s s o s t e n e r q u e l a v a r el c u e r p o e n el b a u ­ t i s m o , c o m o realización simbólica del p r o p i o acto de C r i s t o , es m á s q u e l a v a r el c u e r p o e n el p l a n o m e r a ­ m e n t e h u m a n o ; es c i e r t a m e n t e el d o n d e la g r a c i a e n t a n g i b l e v i s i b i l i d a d , el s i g n o e x t e r n o d e a l g o i n t e r i o r . El s a c r a m e n t o es en primer

lugar y primordialmente

65

el

g e s t o s i m b ó l i c o d e u n a r e a l i d a d t r a s c e n d e n t e . E n el s i g n i ­ ficado

sacramental, dicha realidad precede, n o sucede, a

la f o r m a v i s i b l e , o r d i n a r i a . E s t a ú l t i m a es el r e s u l t a d o d e la n a t u r a l e z a e n c a r n a d a d e la t o t a l i d a d d e la existencia h u m a ­ n a , q u e i n c l u y e s u r e l a c i ó n c o n la t r a s c e n d e n c i a . El c o r r e c ­ t o o r d e n d e s u c e s i ó n es i n d i c a d o p o r K a r l R a h n e r d e la m a n e r a siguiente: C u a n d o se realiza el t r a b a j o d e la g r a c i a d e D i o s s o b r e el h o m b r e (se e n c a r n a ) , e n t r a e n la h i s t o r i c i -

65. Edward Schillebeeckx, Christ the Sacrament ofthe Encounter with God (Nueva York: Sheed & Ward, 1963), p. 75 [Cristo, sacramen­ to del encuentro con Dios, tr. de Víctor Bazterrica, San Sebastián: Dinor, 1960.] 82

d a d espacio-temporal del h o m b r e c o m o s a c r a m e n t o y en cuanto

l o h a c e , se t r a n s f o r m a e n a l g o a c t i v o r e s ­

p e c t o d e l h o m b r e , se c o n s t i t u y e a sí m i s m o . . . E n n i n g ú n m o m e n t o d e b e c o n s i d e r a r s e el s i g n o a p a r t e d e l o s i g n i f i c a d o , p u e s t o q u e es c o m p r e n d i d o a

priori

c o m o r e a l i d a d s i m b ó l i c a g e n e r a d a p o r el s i g n i f i c a d o m i s m o para p o d e r hallarse realmente presente... E n u n a p a l a b r a , la g r a c i a d e D i o s se c o n s t i t u y e a sí m i s ­ m a c o m o a c t i v a m e n t e p r e s e n t e e n los s a c r a m e n t o s al crear su expresión, su tangibilidad histórica espaciot e m p o r a l , q u e es su p r o p i o s í m b o l o .

6 6

U n r e c o n o c i m i e n t o m á s claro d e la n a t u r a l e z a i n t r í n s e ­ ca del s i m b o l i s m o religioso h u b i e r a e v i t a d o fuertes c o n t r o ­ versias e n t r e los cristianos a p r o p ó s i t o del n ú m e r o d e los sacra­ m e n t o s . El e l e m e n t o positivo, i n s t i t u c i o n a l , p e c u l i a r d e c a d a r e l i g i ó n , es sin d u d a m á s i m p o r t a n t e d e lo q u e el m o d e r ­ n i s m o y el p r o t e s t a n t i s m o liberal a d m i t e n ; sin e m b a r g o , n o d e b e o c u l t a r la v e r d a d p r i m a r i a d e q u e la s a c r a m e n t a l i d a d es u n a f o r m a universal del s i m b o l i s m o . N o d e b i e r a restringir­ se e n t o n c e s a a q u e l l a s f o r m a s p a r t i c u l a r e s c u y a i n s t i t u c i ó n histórica c o n o c e m o s . La p r o p i a tradición cristiana aceptó la d i f u n d i d a naturaleza del s i m b o l i s m o s a c r a m e n t a l e n su res­ p e t o p o r los «sacramentales», p r á c t i c a m e n t e a b o l i d o s h o y e n d í a p o r el l e g a l i s m o i n s t i t u c i o n a l d e los ú l t i m o s siglos. O t r o caso d e simbolización sacramental es la veneración d e las i m á ­ genes, d e g r a n i m p o r t a n c i a e n el c u l t o d e las iglesias o r i e n ­ tales cristianas. Lejos d e ser idólatra, c o m o lo p e n s a r o n algu-

66. Theobgical Investigations, Vol, IV, p. 242. Rahner escribe como teólogo; el método empleado aquí es filosófico. Por esta razón, debemos interpretar la parte dogmática de su aserción («El trabajo de la gracia de Dios se realiza», «la gracia de Dios se constituye como activamente presente») de manera puramente descriptiva y hacer abstracción del com­ promiso existencial implícito. 83

n o s d e los e m p e r a d o r e s b i z a n t i n o s , el c a r á c t e r s a c r a m e n t a l d e l c o s m o s c r i s t i a n o e s t á d i r e c t a m e n t e i m p l i c a d o e n la Encarnación.

67

Si D i o s se c o m u n i c a e n C r i s t o , la i m a g e n d e

D i o s , se c o m u n i c a t a m b i é n e n las i m á g e n e s d e esta i m a g e n . U n testigo i n s o s p e c h a d o , L u d w i g Feuerbach, sostuvo la c o h e r e n c i a lógica d e la v e n e r a c i ó n a los i c o n o s : L a s a n c i ó n d e l a r q u e t i p o es la s a n c i ó n d e s u s e m b l a n z a . Si D i o s t i e n e u n a I m a g e n d e sí m i s m o , ¿por q u é n o h a b r í a y o d e t e n e r u n a i m a g e n d e D i o s ? Si D i o s a m a a s u I m a g e n c o m o a sí m i s m o , ¿ p o r q u é n o h a b r í a y o d e a m a r la i m a g e n d e D i o s c o m o a m o a D i o s m i s m o ?

6 8

D e b e m o s r e c o n o c e r , s i n e m b a r g o , q u e la n a t u r a l e z a peculiar del s a c r a m e n t o invita a u n a interpretación d u a lista d e s u s i m b o l i s m o . E n e f e c t o , p o d e m o s p r e g u n t a r n o s c ó m o c o n s i g u e el h o m b r e r e l i g i o s o c o n j u g a r a m b o s e l e m e n t o s e n u n ú n i c o s í m b o l o : p o r u n a p a r t e , u n «significad o » t r a s c e n d e n t e q u e n o p u e d e ser e x p r e s a d o c o n p r o p i e d a d en forma tangible; p o r otra, u n a función h u m a n a que, fuera d e s u c o n t e x t o s a c r a m e n t a l , p o s e e u n a i n t e n c i o n a l i d a d p r o p i a c o m p l e t a . ¿ C ó m o p u e d e lo p r i m e r o i n t e g r a r s e a lo s e g u n d o sin q u e aparezca c o m o algo s u p e r p u e s t o ? 67. Esta última afirmación no dirime la controversia entre la iglesia católica y la Reforma a propósito de los sacramentos. Nuestro método de reflexión crítica se limita al descubrimiento de estructuras lógicas de la fe tal como realmente existe. No nos califica para pronunciarnos acerca de lo que debiera ser. Sólo cuando lo religioso manifiestamente degenera en algo no religioso (como sucede cuando los sacramentos se utilizan como instrumentos mágicos), o cuando las interpretaciones teológicas de las realidades religiosas traicionan la intuición original, puede el crítico rechazar lo dado. Parte de la teoría puramente jurídica de los sacramentos que aparece en los manuales católicos de los dos siglos anteriores exigiría al parecer tal repudio filosófico. 68. Das Wesen des Christentums, Samtliche Werke, VI, p. 94 [La esencia del cristianismo, Buenos Aires: Claridad, 1941.] 84

L a r e s p u e s t a r a d i c a e n la p a l a b r a s a c r a m e n t a l . S ó l o las p a l a b r a s p u e d e n d i r i g i r la i n t e n c i o n a l i d a d d e l o s a c t o s i n m a n e n t e s hacia u n a realidad t r a s c e n d e n t e sin afirmar primero su n o e m a ordinario. La

flexibilidad

ú n i c a del l e n ­

g u a j e le p e r m i t e e s t a b l e c e r u n s i g n i f i c a d o s i m b ó l i c o q u e d i r e c t a , y n o s u c e s i v a m e n t e , s u p e r a e i n c l u y e el significa­ d o c o r r i e n t e . E n a u s e n c i a d e la i n t e r p r e t a c i ó n l i n g ü í s t i c a , u n acto estaría d e t e r m i n a d o p a r a s i e m p r e p o r su signifi­ c a d o n a t u r a l . P o r ello la «revelación», a u n c u a n d o c o m i e n ­ za p o r el a c t o , n o p u e d e c o m p l e t a r s e s i n la p a l a b r a . S ó l o el lenguaje está e q u i p a d o c o n el a p a r a t o s i m b ó l i c o q u e p o s i ­ b i l i t a d e c i r lo i n d e c i b l e y e s t r u c t u r a r lo i n v i s i b l e . U n a vez p r o n u n c i a d a la p a l a b r a , t o d o s los a c t o s h u m a n o s p u e d e n participar de su significado trascendente. El h o m b r e , claro está, es «religioso» m u c h o a n t e s d e ar­ t i c u l a r l i n g ü í s t i c a m e n t e s u a c t i t u d religiosa. N o o b s t a n t e , tal a r t i c u l a c i ó n se e v i d e n c i a p r o n t o c o m o r e q u i s i t o i n e l u d i ­ b l e p a r a d e s a r r o l l a r esta a c t i t u d , p u e s la d i f e r e n c i a e n t r e lo s a g r a d o y lo p r o f a n o s ó l o p u e d e ser e x p r e s a d a d e m a n e r a adecuada e n el discurso. P o d e m o s f o r m u l a r e n t o n c e s la regla d e q u e t o d o s los s í m b o l o s religiosos s o n v e r b a l e s o r e q u i e ­ ren interpretación verbal. Los teólogos escolásticos reco­ n o c i e r o n la n e c e s i d a d d e la d e t e r m i n a c i ó n l i n g ü í s t i c a e n los s a c r a m e n t o s al referirse, d e m a n e r a algo s i m p l i s t a , a la p a l a ­ b r a c o m o f o r m a d e u n s a c r a m e n t o ( p o r o p o s i c i ó n a la mate­ ria o e l e m e n t o ) .

69

La i n t e n c i o n a l i d a d t r a s c e n d e n t e d e la pala­

b r a es p o r t a d o r a del a c t o y t r a n s f o r m a d e m a n e r a d i r e c t a s u s i g n i f i c a d o o r i g i n a l « i n m a n e n t e » . U n a vez p r o n u n c i a d a la palabra, la t o t a l i d a d d e la acción p a r t i c i p a d e la n u e v a i n t e n ­ c i o n a l i d a d y se «verbaliza.» S e g ú n K a r l R a h n e r , p o r e j e m ­ p l o , el p r o p i o a c t o s a c r a m e n t a l se c o n v i e r t e e n p a l a b r a .

69. «In sacramentis verba se habentper modum formae, res autem per modum materiae.» Santo Tomás, Summa Theologica, III, c. 60, r. 7. 85

L a a c c i ó n s a c r a m e n t a l t i e n e t a m b i é n el c a r á c t e r d e u n a p a l a b r a . D e s i g n a algo, expresa algo, revela algo q u e d e p o r sí se h a l l a o c u l t o . . . ( L o s s i g n o s s a c r a m e n t a l e s ) s o n t o d o s s i g n o s l i b r e m e n t e c r e a d o s , e n el m i s m o s e n ­ t i d o e n q u e lo s o n las «palabras», las cuales n o s o n m e r o s s i g n o s d e la cosa s i n o s i e m p r e , a n á l o g a m e n t e , signos d e la l i b r e a p e r t u r a d e sí d e la p e r s o n a , p o r o p o s i c i ó n a las c o s a s q u e s i e m p r e se h a n d a d o a c o n o c e r e n f o r m a a u t o m á t i c a y n o p u e d e n c e r r a r s e s o b r e sí m i s m a s . E n o t r a s p a l a b r a s : p u e s t o q u e la g r a c i a es s i e m p r e l i b r e y p e r s o n a l c o m u n i c a c i ó n d e sí p o r p a r t e d e D i o s , su divul­ g a c i ó n es s i e m p r e l i b r e y p e r s o n a l y p o r e n d e , e s e n ­ cialmente palabra.

70

L a c o n c l u s i ó n d e la p r e s e n t e s e c c i ó n d e b e ser e n t o n c e s q u e la p a l a b r a es p r i m o r d i a l e n el s i m b o l i s m o r e l i g i o s o , si b i e n s i e m p r e la p r e c e d e el a c t o .

Sacrificio:

comunión,

ofrenda y

expiación

A n t e s d e p r o s e g u i r c o n el s i m b o l i s m o d e la p a l a b r a , es p r e c i s o c o n s i d e r a r o t r o r i t o casi t a n c o m ú n c o m o l o s s a c r a m e n t o s , al q u e a l g u n o s c o n s i d e r a n c o m o u n a especie d e r i v a d a d e ellos: el sacrificio. L o s sacrificios h a n o c u p a d o s i e m p r e u n l u g a r p r i v i l e g i a d o e n t r e las c e r e m o n i a s r i t u a l e s . E n el clásico c h i n o , Li K i , l e e m o s : D e t o d o s los m é t o d o s p a r a el b u e n o r d e n a m i e n t o d e l o s h o m b r e s , n i n g u n o es m á s u r g e n t e q u e el u s o d e las c e r e m o n i a s . Las c e r e m o n i a s s o n d e c i n c o t i p o s y e n t r e ellas las m á s i m p o r t a n t e s s o n l o s s a c r i f i c i o s . E l

70. Karl Rahner, Op. cit., Vol, IV, pp. 266-267. 86

sacrificio n o es algo q u e s o b r e v e n g a al h o m b r e d e fue­ ra; s u r g e d e su i n t e r i o r y n a c e e n s u c o r a z ó n .

71

S e g ú n el s a b i o c h i n o , la d i s p o s i c i ó n i n t e r i o r e n la c u a l se o r i g i n a el sacrificio e l i m i n a r á e v e n t u a l m e n t e el a c t o m i s ­ m o , p e r o sólo al final d e u n largo p r o c e s o . R e s u l t a e n e x t r e ­ m o d i f í c i l , s i n e m b a r g o , d e f i n i r la n a t u r a l e z a d e l sacrifi­ c i o . A p a r t e d e la i d e a d e c o n s a g r a c i ó n s u g e r i d a p o r s u e t i m o l o g í a — s a c r u m faceré—

n i n g u n a descripción general

p a r e c e r í a a b a r c a r t o d a s sus f o r m a s . N o o b s t a n t e , sería p o s i ­ ble r e u n i r suficientes significados c o m u n e s a la v a r i e d a d d e sus f e n ó m e n o s p a r a justificar u n ú n i c o t é r m i n o . T o d o s los a c t o s r i t u a l e s se o r i g i n a n e n el s e n t i m i e n t o d e i n s a t i s f a c c i ó n q u e e x p e r i m e n t a el h o m b r e f r e n t e a s u e s t a d o a c t u a l . El o b j e t i v o p r i n c i p a l d e l sacrificio es el p a s o a u n á m b i t o d i f e r e n t e d e e x i s t e n c i a . E n s u clásico e s t u d i o , Essai sur la nature et la fonction

du sacrifice,

Henry Hubert

y M a r c e l M a u s s d e f i n e n el sacrificio c o m o « u n a c t o reli­ gioso q u e , m e d i a n t e la c o n s a g r a c i ó n d e u n a v í c t i m a , m o d i ­ fica el estado m o r a l del sacrificante o d e ciertos objetos m a t e ­ r i a l e s d e l o s q u e se o c u p a » .

7 2

S e g ú n e s t o s a u t o r e s , la

71. Li Ki, The Book of Rites, tr. de James Legge, en The Sacred Books of the East (Oxford, 1885), 22, 13. 72. «Essai sur la nature et la fonction du sacrifice» en Mélanges d'histoire des religions (París, 1909), p. 15. El ensayo fue publicado inicialmente en L'année sociologique, II (1898). La expresión neutral «modi­ fica el estado moral» se prefiere a la expresión más especifica «santifica», pues los sacrificios se utilizan asimismo para desacralizar en aras de usos profanos algo originalmente sagrado, como sucede cuando se ofrecen los primeros frutos de la cosecha. Me pregunto, sin embargo, si los lla­ mados ritos de desacralización no serían más bien sacrificios expiatorios, cuyo efecto es en última instancia santificante. W. Robertson Smith con­ sidera la ofrenda de los primeros frutos exclusivamente como una consagración. Lectures on the Religión of the Semites (1890). Publicado a partir de la tercera edición (1927) por KTAV Publishing House, 1969, en The Library ofBiblical Studies, p. 241. 87

c o n s a g r a c i ó n se realiza m e d i a n t e u n a d e s t r u c c i ó n q u e s e p a ­ ra d e f i n i t i v a m e n t e a la v í c t i m a d e la esfera d e lo p r o f a n o .

7 3

A u n q u e n o s i e m p r e o c u r r a u n a d e s t r u c c i ó n real, la v í c t i m a (y h a s t a c i e r t o p u n t o los p a r t i c i p a n t e s ) , p i e r d e n s i e m p r e s u estado anterior. U n a r e v i s i ó n d e las d i f e r e n t e s t e o r í a s i n d i c a q u e l o s sacrificios s o n c o n s i d e r a d o s b á s i c a m e n t e c o m o ofrendas o c o m o ritos d e c o m u n i ó n . F u e E d w a r d B . T y l o r q u i e n p r i ­ m e r o i n t e n t ó elaborar u n a interpretación c o h e r e n t e del sacrificio c o m o o f r e n d a .

74

S e g ú n s u s a f i r m a c i o n e s , el p r o ­

p ó s i t o o r i g i n a l d e las o f r e n d a s sacrificiales p u e d e h a b e r s i d o el d e a l i m e n t a r los e s p í r i t u s d e los d i o s e s . T a l p r o p ó s i t o se c o n v i r t i ó p o c o a p o c o e n la i d e a m e n o s p r i m i t i v a d e a g r a ­ d a r al d i o s c o n la fragancia del h u m o , el p e r f u m e o el incien­ so d e l s a c r i f i c i o , h a s t a q u e l l e g ó a ser p u r a m e n t e h o n o r í ­ fico. E n u n a clase a p a r t e se e n c u e n t r a el sacrificio e x p i a t o r i o d e s t i n a d o a r e s t a u r a r la r e l a c i ó n c o n el d i o s d e s p u é s d e q u e ésta h a s i d o r o t a p o r u n a c t o p r o f a n a t o r i o . A l i g u a l q u e la m a y o r p a r t e d e sus teorías, la i n t e r p r e t a c i ó n q u e ofrece T y l o r d e los sacrificios fue a t a c a d a p o r su i n h e r e n t e a n t r o p o ­ m o r f i s m o . L o s c r í t i c o s o b j e t a b a n q u e l o s sacrificios exis­ t í a n m u c h o a n t e s d e q u e el h o m b r e t u v i e r a u n c o n c e p t o «espiritual» d e los p o d e r e s s a g r a d o s . M á s a ú n , el d e s e o d e l h o m b r e p r i m i t i v o d e c o m u n i c a r s e c o n la fuerza m i s t e r i o ­ sa e i m p e r s o n a l q u e e n c o n t r a b a e n el a n i m a l o p l a n t a t o t é m i c o s , n o p o d r í a ser c a r a c t e r i z a d o c o m o u n a r e l a c i ó n dout-des. L o s t o t e m i s t a s e x p l i c a n los o r í g e n e s del sacrificio refi­ r i é n d o l o s a la c o n c i e n c i a q u e t i e n e el g r u p o d e s u p r o p i a u n i d a d y de su u n i d a d con otro g r u p o n o h u m a n o . Según W . R o b e r t s o n S m i t h , el p r i n c i p a l a b o g a d o d e la t e o r í a t o t é -

73. Op. cit, pp. 13, 50, 124. 74. Edward B. Tylor, Primitive Culture, capítulo 18. 88

m i c a d e l s a c r i f i c i o , el n ú c l e o o r i g i n a l d e l s a c r i f i c i o s e r í a u n acto de c o m u n i ó n . L a f u n c i ó n s a g r a d a es el a c t o d e t o d a la c o m u n i ­ dad, concebida c o m o u n círculo de h e r m a n o s unidos u n o s a o t r o s y c o n su dios p o r p a r t i c i p a c i ó n e n u n a v i d a o s a n g r e v i t a l . P r e s u n t a m e n t e , la m i s m a s a n g r e c o r r e p o r las v e n a s d e la v í c t i m a , d e tal m a n e r a q u e c o n s u m u e r t e se vierte la sangre tribal y a la vez se viola la s a n ­ t i d a d d e la v i d a d i v i n a t r a n s m i t i d a a t r a v é s d e c a d a m i e m b r o , h u m a n o o i r r a c i o n a l , del c í r c u l o s a g r a d o . El sacrificio d e tal v í c t i m a , sin e m b a r g o , es p e r m i t i d o o r e q u e r i d o e n ocasiones s o l e m n e s , y t o d o s los m i e m b r o s d e la t r i b u c o m p a r t e n s u c a r n e p a r a p o d e r c i m e n t a r y sellar d e esta m a n e r a s u u n i ó n m í s t i c a c o n los d e m á s y c o n su dios.

75

L a u n i ó n es e n t o n c e s c o n s i d e r a d a c o m o o b j e t i v o o r i ­ g i n a l d e l sacrificio. L a n o c i ó n d e p r o p i e d a d se i n t r o d u c e e v e n t u a l m e n t e e n la relación c o n los dioses y h a c e del sacri­ ficio u n a o f r e n d a . E s t o sin e m b a r g o , s e g ú n S m i t h , c o n s t i ­ t u y e u n a d e las m á s fatales a b e r r a c i o n e s d e l d e s a r r o l l o d e la r e l i g i ó n a n t i g u a .

7 6

A ú n después de haber sido aceptada

75. Smith, op. cit., pp. 311-312. La existencia de tales sacrificios, específicamente de los sacrificios propiciatorios, donde la víctima es com­ pletamente destruida y no tiene lugar una cena de comunión, se expli­ ca como resultado de un desarrollo socio-económico en el cual la pro­ longada familiaridad con los animales domésticos ha disipado la creencia en el carácter sagrado del animal como tal, mientras que al mismo tiempo el respeto debido al sacrificio del animal reservado a los dioses aumenta hasta el punto en que compartir su carne es considerado sacrilego (p. 353). No obstante, las cenas sacrificiales coexisten con los holocaustos. 76. Su fatalidad resulta evidente en aquello a lo que se refiere Smith como el repugnante absurdo de los sacrificios humanos. «Absurdo, pues de que el primogénito de un hombre le sea más preciado que toda su 89

la t e o r í a d e la o f r e n d a , la i d e a o r i g i n a l d e la c o m u n i ó n fue p r e s e r v a d a e n las c e r e m o n i a s d e sacrificio. T o d o s los s a c r i ficios e x p i a t o r i o s e r a n i n t e n t o s d i r i g i d o s a restituir el v í n c u lo g e n e r a d o r d e p o d e r c o n lo s a g r a d o l u e g o d e q u e éste había sido i n t e r r u m p i d o por transgresiones rituales o m o r a l e s . E s allí y n o e n las teorías d e la o f r e n d a o d e la s u s t i t u c i ó n d o n d e h a l l a m o s el s i g n i f i c a d o ú l t i m o d e los sacrificios

propiciatorios.

J a n e H a r r i s o n , la e r u d i t a e n clásicos q u e se c o n v i r t i ó e n la m á s f e r v i e n t e s e g u i d o r a d e S m i t h , m o d i f i c ó la t e o r í a d e l sacrificio p r o p u e s t a p o r s u m a e s t r o al e n f a t i z a r la p r i m a c í a d e l a c t o c o m u n i t a r i o s o b r e la t e o r í a . O r i g i n a l m e n t e , n o h a y n i n g u n a diferencia e n t r e la v í c t i m a sacrificial y q u i e n la c o m e : el m i s t e r i o s o m a n á r e s i d e e n el p r o p i o a c t o d e c o m u n i ó n y n o e n la n a t u r a l e z a d e los c o m u l g a n t e s . N o h a y u n d i o s q u e p r e s i d a el b a n q u e t e o sea d e v o r a d o . L a d i v i n i d a d d e la v í c t i m a es el r e s u l t a d o d e l a c t o d e s a c r i f i c i o . E l r i t o d e c o m e r es p r i m a r i o ; la t e o l o g í a v i e n e d e s p u é s .

7 7

Q u e el sacrificio p r e c e d e al d i o s del sacrificio es algo q u e h a s i d o a d m i t i d o p o r u n a s e r i e d e e s t u d i o s o s d e la r e l i g i ó n a r c a i c a , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e la t e o r í a d e la c o m u n i ó n (en especial en su f o r m a t o t é m i c a ) . La naturaleza sagrada d e l a c t o sacrificial c o n s a g r a y e n o c a s i o n e s d i v i n i z a a la víct i m a . E s p r o b a b l e q u e t o d a s las r e f e r e n c i a s m í t i c a s a la m u e r t e d e u n dios se o r i g i n e n e n u n rito sacrificial. Incluso e n el c r i s t i a n i s m o , la « g l o r i f i c a c i ó n » d e J e s ú s , la m a n i f e s t a c i ó n d e s u d i v i n i d a d , fue resultado del sacrifio d e su m u e r t e y d e la a c e p t a c i ó n d e ella p o r p a r t e d e l P a d r e .

riqueza, no se sigue que la vida de aquel hijo sea la ofrenda más valiosa que pueda presentar a su dios; repugnante, cuando se llegó a suponer que el sacrificio de niños, como ofrendas de fuego, era una oferta de alimento a una deidad que se deleitaba con la carne humana». Op. cit., p. 394. 77. Jane Harrison, Themis, p. 136. 90

A u n q u e la t e o r í a t o t é m i c a c o l o c ó v a r i o s a s p e c t o s d e l sacrificio bajo u n a n u e v a luz, c o m o explicación t o t a l resultó ser insuficiente. S e g ú n M a l i n o w s k i , el rito d e u n a c e n a sacra­ m e n t a l sólo está c o m p r o b a d o e n las pocas t r i b u s d e Australia y A m é r i c a d o n d e h a s i d o e s t a b l e c i d a la e x i s t e n c i a d e u n auténtico tótem.

7 8

Recientemente, algunos antropólogos

h a n n e g a d o i n c l u s o t o d a r e l a c i ó n e n t r e t ó t e m y sacrificio. R e c o r d e m o s q u e , p a r a L é v i - S t r a u s s , el t ó t e m es exclusiva­ m e n t e u n a m a n e r a primitiva de establecer algún tipo de h o m o l o g í a r a c i o n a l e n t r e series p a r a l e l a s , m i e n t r a s q u e los sacrificios, p o r el c o n t r a r i o , s o n realizados p a r a m e d i a r e n t r e t é r m i n o s p a r a los cuales n o h a y h o m o l o g í a p r e v i a a l g u n a , tales c o m o el h o m b r e y d i o s .

79

La interpretación p u r a m e n ­

t e lógica d e l t ó t e m q u e ofrece Lévi-Strauss q u i z á s sea i n j u s ­ tificada, p e r o sus o b j e c i o n e s e n c o n t r a d e la s i m p l e i d e n t i ­ ficación

del sacrificio original c o n u n a c o m i d a t o t é m i c a s o n

b a s t a n t e p e r s u a s i v a s . A p e s a r d e sus d e f e c t o s , la t e o r í a t o t é ­ mica ha contribuido sustancialmente a nuestra compren­ s i ó n d e l sacrificio. H a e s t a b l e c i d o d e m a n e r a d e f i n i t i v a el i n t e n t o d e u n i r s e c o n el m u n d o s a g r a d o p o r m e d i o d e u n a c o m u n i ó n r i t u a l c o m o u n o d e los a s p e c t o s e s e n c i a l e s d e l sacrificio. A través d e la p a r t i c i p a c i ó n e n la s u s t a n c i a d e la v í c t i m a m e d i a n t e la c o n s u n c i ó n , el c o n t a c t o físico o la b e n ­ d i c i ó n , el p o d e r p r i m i g e n i o q u e f u n d a m e n t a el u n i v e r s o regresa a los c o m u l g a n t e s .

8 0

Al p a r t i c i p a r d e este p o d e r

78. Science, Magic and Religión (Garden City, N.Y.: Doubleday, 1954), p. 43 [Ciencia, magia y religión, Barcelona: Ariel, 1974, tr. de Antonio Pérez Ramos.] 79. Op. cit., pp. 225-28. Ver también El totemismo en la actualidad (México: Fondo de Cultura Económica, 1965, tr. de Francisco González Aramburo). 80. Hubert y Mauss, op. cit., p. 57. Véanse las observaciones de Mircea Eliade acerca de la concepción bramanista del sacrificio en The Two and the One, tr. de J.M. Cohén (Nueva York: Harper & Row, 1969), p. 97. 91

c o m ú n , los a s i s t e n t e s al sacrificio se u n e n t a n t o h o r i z o n tal c o m o v e r t i c a l m e n t e .

81

A c e p t a r q u e a l g ú n r i t o d e c o m u n i ó n sea e s e n c i a l p a r a la n a t u r a l e z a d e l sacrificio n o e q u i v a l e sin e m b a r g o a d e c i r q u e la c o m u n i ó n c o n s t i t u y a la esencia t o t a l del sacrificio. L a d i f i c u l t a d q u e se p r e s e n t a al d i s c u t i r la «esencia» d e l sacrificio d e m a n e r a u n i v e r s a l r a d i c a e n q u e la e s e n c i a m i s m a se h a m o d i f i c a d o d e s d e los sacrificios arcaicos h a s t a los m á s r e c i e n t e s t i p o s d e sacrificio. L a r e l a c i ó n del h o m b r e c o n lo s a g r a d o h a s u f r i d o c a m b i o s s u s t a n c i a l e s q u e se reflejan e n s u c o n c e p c i ó n del sacrificio. R o b e r t s o n S m i t h escribió algun a v e z q u e e n t r e m á s p r i m i t i v o es u n h o m b r e , m á s feliz se s i e n t e e n la p r á c t i c a d e s u r e l i g i ó n .

82

Esta afirmación p u e d e

ser e x c e s i v a m e n t e s i m p l i s t a , p e r o s u g i e r e a c e r t a d a m e n t e la facilidad c o n q u e el h o m b r e arcaico se c o m u n i c a c o n el m á s allá. U n a c e n a s a g r a d a n u n c a h a c o n s i s t i d o e n el s i m p l e a c t o d e t o m a r los a l i m e n t o s , p e r o c u a n t o m á s n o s a c e r c a m o s a l o s a l b o r e s d e la c u l t u r a , la c o m i d a se a p r o x i m a m á s a lo s a g r a d o y es susceptible d e convertirse e n u n c o m p l e t o a c o n t e c i m i e n t o religioso. L a d i s t i n c i ó n e n t r e lo s a g r a d o y lo p r o f a n o es c o n s t i t u t i v a d e lo s a g r a d o c o m o tal, p e r o e n la c u l t u r a a r c a i c a lo s a g r a d o se h a l l a m á s c e r c a d e l o c o t i d i a n o .

81. En palabras de W. Robertson Smith: «Lo que se expresa directamente en la cena sacrificial es que el dios y sus adoradores son comensales, pero todos los otros aspectos de sus mutuas relaciones están incluidos en lo que esto implica. Quienes se sientan a comer juntos están unidos para todo efecto social.» Op. cit., p. 269. En el siglo XVII, el escolástico Guillermo de París expresó una idea similar en su notable tratado De Legibus: «No hay nada más conducente para reunir a todos los niños con su familia como compartir los alimentos; así también la comunión de la comida y la bebida espirituales contribuyen más que cualquier otra cosa a la unidad de la familia espiritual». Opera Omnia (París, 1674), Vol. I, p. 30. 82. Op. a>.,pp. 254-263. 92

U n acto ritual d e c o m e r n o s parece significativo p o r q u e difiere e n g r a n m e d i d a d e n u e s t r a p r o p i a a p r o x i m a c i ó n a lo sagrad o . N o o b s t a n t e ¿reside e n esta d i f e r e n c i a s u s i g n i f i c a t i v i dad? La idea d e ofrecer, m e n o s c o n s p i c u a p o r q u e se e n c u e n t r a alejada e n m e n o r g r a d o d e n u e s t r o p r o p i o s a c t o s d e c u l t o , p u e d e ser i g u a l m e n t e i m p o r t a n t e p a r a el significado del sacrificio; c i e r t a m e n t e n o e n la f o r m a a n a c r ó n i c a c o m o e n t i e n d e T y l o r la o f r e n d a sacrificial, s i n o c o m o o f r e n d a s i m b ó l i ca. A l g u n o s a u t o r e s h a n a f i r m a d o q u e la o f r e n d a es la ú n i c a característica q u e c o m p a r t e n t o d o s los sacrificios, c r u e n t o s e incruentos.

83

E n efecto, la m i s m a c o m u n i ó n exige a l g u n a

n o c i ó n d e o f r e n d a . E n sí m i s m a , u n a c e n a n o es s a g r a d a ; p a r a serlo, d e b e hacerse sagrada (el s e n t i d o o r i g i n a l d e sacrificium)

a t r a v é s d e la s e p a r a c i ó n del c o m u l g a n t e d e s u ser

o r d i n a r i o y d e lo q u e a él p e r t e n e c e .

84

L a i d e a d e ofrecer es

m á s básica q u e las relaciones d e p r o p i e d a d b i e n d e f i n i d a s a 85

las q u e S m i t h p a r e c e r e d u c i r l a . I n t e r c a m b i a r d o n e s es u n a f o r m a d e c o m u n i ó n t a n t o c o m o lo es c o m e r . R e s u l t a difícil

83. M.J. Lagrange, O.P., Études sur les religions sémitiques (París, 1905), pp. 266-270. No debemos olvidar, sin embargo, que no toda ofrenda es sacrificio: una ofrenda votiva no lo es. 84. Esto se encuentra bellamente ilustrado en la misa, donde el pan y el vino se convierten en el sacrificio de Cristo por el acto mismo de ser ofrendados. La consagración completa el acto ofertorio de la congregación con un rito de aceptación que transforma los dones en sustancia divina. El acto de transformación permite decir al creyente que hay sólo un ofertorio en la misa, aun cuando claramente hay dos actos de presentación: el pan y el vino durante el ofertorio, el cuerpo y la sangre de Cristo durante la consagración. 85. Malinowski, después de haberse familiarizado durante largos años con la cultura arcaica de las islas Trobriand, continuaba considerándola como la noción principal del sacrificio. «Que la idea de ofrecer en todas las fases del contacto social desempeña un papel central en el sacrificio parece indiscutible, a pesar de la actual impopularidad de esta teoría, a la luz de los nuevos conocimientos acerca de la psicología económica primitiva». Op. cit. pp. 42-43. 93

p a r a n o s o t r o s a p r e c i a r el c a b a l s e n t i d o d e u n g e s t o q u e rea­ l i z a m o s c o n frecuencia. D a r c o n s i s t e a h o r a p r i n c i p a l m e n t e e n a d q u i r i r lo q u e c o n s i d e r a m o s q u e p r o d u c i r á placer, a u n c o s t e q u e refleja t a n t o la r i q u e z a d e l o f e r e n t e c o m o s u esti­ m a d e l b e n e f i c i a r i o . R a r a vez se e n t r e g a la p e r s o n a a sí m i s ­ m a e n las o f r e n d a s . Pero daré n o significa ú n i c a m e n t e d i s p o n e r d e a l g ú n o b j e t o a r b i t r a r i o c o n u n a i n t e n c i ó n i n d e f i n i d a ; la p a l a ­ b r a daré s i g n i f i c a m á s b i e n c o l o c a r s e e n r e l a c i ó n c o n o t r a p e r s o n a y p a r t i c i p a r e n ella m e d i a n t e u n o b j e t o , el cual, sin e m b a r g o , n o es r e a l m e n t e u n «objeto» e n a b s o ­ luto, sino parte de u n o m i s m o .

8 6

A d e m á s d e la c o m u n i ó n , la o f r e n d a s i m b o l i z a

separa­

ción, u n a s p e c t o t a n esencial p a r a el a c t o religioso d e sacrum faceré c o m o la u n i d a d q u e t a n f u e r t e m e n t e e n f a t i z a la t e o ­ ría d e la c o m u n i ó n .

8 7

C u a n d o se c o m p r e n d e n c o n p r o p i e ­

d a d , las t e o r í a s d e la c o m u n i ó n y d e la o f r e n d a n o s o n m u t u a m e n t e excluyentes. La c o m u n i ó n c o n lo sagrado i m p l i c a la s e p a r a c i ó n d e l p r o p i o ser o r d i n a r i o , u n a e x t r a ­ o r d i n a r i a f o r m a d e dar, m i e n t r a s q u e d a r es v e r d a d e r a m e n t e sacrificial s ó l o si se c o n v i e r t e e n c o m u n i ó n , si se c o m p a r t e el p r o p i o ser c o n l o s a g r a d o . H a y u n aspecto adicional que debemos considerar a p r o p ó s i t o d e los sacrificios e x p i a t o r i o s : la s u s t i t u c i ó n . E n

86. Gerardus Van der Leeuw, Op. cit., p. 351. 87. El elemento de separación está ausente de las teorías decimo­ nónicas del sacrificio como ofrenda, y por esta razón resultan tan ina­ decuadas. Observamos con sorpresa que, por el contrario, se halla pre­ sente en la definición de Guillermo de París: «El sacrificio es un don que se torna sagrado en la ofrenda, y ofrecer el sacrificio consiste esencial­ mente en esto, en sacralizar el don mediante la ofrenda». Opera Omnia, Vol. I, p. 72. 94

c i e r t o s e n t i d o , t o d o sacrificio es s u s t i t u t i v o , p u e s e x c e p t o e n el caso a n ó m a l o d e u n a v í c t i m a h u m a n a v o l u n t a r i a , el h o m b r e n u n c a se e n t r e g a p o r c o m p l e t o a lo s a g r a d o . E n t r e m á s p u r o se t o r n a s u c o n c e p t o d e D i o s , m a y o r c o n s c i e n cia p o s e e d e l c a r á c t e r s u s t i t u t i v o d e s u o f r e n d a . C u a n d o c o m p r e n d e q u e Dios n o precisa de ofrendas, adquiere u n a n u e v a c o m p r e n s i ó n del carácter s i m b ó l i c o d e su gesto. Es este u n m o m e n t o crítico, p u e s esta n u e v a c o m p r e n s i ó n p u e d e c o n d u c i r c o n facilidad a u n a s u s t i t u c i ó n s i m b ó l i c a e n la c u a l y a n o está c o m p r o m e t i d o p e r s o n a l m e n t e . D e s d e esta p e r s p e c t i v a , los d i o s e s p i e r d e n s u a v i d e z , p e r o se c o n ­ v i e r t e n e n t i r a n o s q u e i n s i s t e n e n los f o r m a l i s m o s legales. F u e así c o m o se o r i g i n ó la n o c i ó n d e q u e el p e c a d o p u e ­ d e ser « r e d i m i d o » a t r a v é s d e la e j e c u c i ó n d e o t r o , p o r lo g e n e r a l d e u n a v í c t i m a i n o c e n t e . S i n e m b a r g o , el sacrifi­ cio expiatorio n o era ofrecido para saldar u n a d e u d a p o r las t r a n s g r e s i o n e s m o r a l e s o r i t u a l e s , s i n o p a r a r e i n t e g r a r al h o m b r e al á m b i t o d e lo s a g r a d o .

88

L a e x p i a c i ó n n o es u n

m a l q u e d e b a sufrirse p o r q u e h a y a s i d o c o m e t i d o o t r o m a l . E s s í m b o l o d e q u e n o se d e s e a a f i r m a r la p r o p i a

finitud

s i n o m á s b i e n r e t o r n a r la e x i s t e n c i a p r i v a d a a la r e a l i d a d s a g r a d a . C o m o s í m b o l o d e e s t a d e v o l u c i ó n , se i n m o l a o a b a n d o n a a l g u n a p a r t e d e la e x i s t e n c i a p r o f a n a . E l p r o p ó ­ s i t o d e l sacrificio e x p i a t o r i o es e n t o n c e s , c o m o l o f o r m u ­ la H e g e l , d a r s e «la c o n c i e n c i a d e u n a s e p a r a c i ó n s u p e r a d a » (Das Bewusztsein

der aufgehobenen

89

Trennung).

H e reservado la crítica d e la teoría d e la s u s t i t u c i ó n j u r í ­ d i c a p a r a o t r o m o m e n t o , p e r o i n c l u s o si n o se p u d i e r a d e m o s t r a r q u e tal t e o r í a es u n a i n t e r p r e t a c i ó n e s p ú r e a d e la i d e a d e e x p i a c i ó n y q u e la s a n g r e es u n s í m b o l o d e v i d a y n o d e m u e r t e , a p l i c a r la n o c i ó n d e sacrificio a la m u e r t e

88. Véanse por ejemplo, los textos del Levítico, Cap. 4-5. 89. Philosophie der Religión, I, pp. 267-269. 95

de Cristo presenta considerables dificultades. M a t a r a u n ser h u m a n o p a r a o f r e n d a r u n d o n d e v i d a q u i z á s sea a d m i ­ s i b l e p a r a u n a m e n t a l i d a d m á s a r c a i c a ; p a r a n o s o t r o s , es s e n c i l l a m e n t e r e p u l s i v o y la c r u e l d a d m i s m a d e l r i t o d e s ­ truye cualquier valor simbólico q u e haya p o d i d o tener para el h o m b r e p r i m i t i v o . T a m p o c o resulta m á s a c e p t a b l e el r i t o c u a n d o se a t r i b u y e el a c t o h o m i c i d a a los e n e m i g o s d e Jesús, p u e s m i e n t r a s el a s e s i n a t o r i t u a l siga s i e n d o u n a c o n d i c i ó n d e s a l v a c i ó n , p o c o i m p o r t a q u i é n e s g r i m a el c u c h i l l o . L a responsabilidad última debe atribuirse a u n a religión q u e exige sacrificios s e m e j a n t e s . L a p a s i ó n y m u e r t e d e C r i s t o d e b e n h a b e r t e n i d o u n a j u s t i f i c a c i ó n d i f e r e n t e d e la n e c e ­ s i d a d d i v i n a d e u n a s e s i n a t o r i t u a l ; d e lo c o n t r a r i o , h a c e m u c h o h a b r í a n d e j a d o d e ser m o t i v o d e i n s p i r a c i ó n p a r a sus s e g u i d o r e s .

90

A p e s a r d e las m e t o n i m i a s sacrificiales u t i l i z a d a s p o r los a u t o r e s d e l A n t i g u o T e s t a m e n t o p a r a e n f a t i z a r la c o n ­ t i n u i d a d c o n la A n t i g u a A l i a n z a y la s u p e r a c i ó n d e la m i s ­ m a , el s a c r i f i c i o d e C r i s t o g u a r d a p o c a r e l a c i ó n c o n l o s c r u e n t o s sacrificios del A n t i g u o T e s t a m e n t o .

9 1

N o había

u n a e x i g e n c i a d e s a n g r e n i u n a g e n t e d e s i g n a d o p a r a el s a c r i f i c i o . E l sacrificio d e C r i s t o c o n s i s t i ó e n u n a a c t i t u d d e o b e d i e n c i a i n c o n d i c i o n a l a D i o s y la v o l u n t a d d e a c e p ­ t a r el s u f r i m i e n t o y la m u e r t e a la q u e s u i n q u e b r a n t a b l e

90. Adelanto brevemente esta discusión de las interpretaciones teo­ lógicas del sacrificio de Cristo con gran vacilación y escrúpulos meto­ dológicos. Como siempre, la investigación está limitada al análisis de las estructuras y no implica compromisos teológicos. 91. El distinguido teólogo D.M. Baillie nos advierte que no debe­ mos tomar estas expresiones en su sentido literal. «Como quiera que tra­ duzcamos estos término tomados de los sacrificios judíos, es evidente que en el Nuevo Testamento sufren una transformación de significado debido al extraordinario contexto en que ahora se sitúan» God was in Christ (Nueva York: Charles Scribner's Sons, 1948), p. 188. 96

d e d i c a c i ó n p o d r í a c o n d u c i r . E l p r o t o t i p o d e tales sacrificios e n el A n t i g u o T e s t a m e n t o n o es el d e Isaac e n el m o n t e M o r i a n i las c r u e n t a s o f r e n d a s d e l Levitico, sufrido sirviente del Libro de Isaías.

92

s i n o el d e l

E l é n f a s i s s o b r e la

n a t u r a l e z a v o l u n t a r i a del s u f r i m i e n t o excluye la i d e a d e u n a j u s t i c i a i m p e r s o n a l q u e e x i g e la i n m o l a c i ó n d e l i n o c e n t e p o r los p e c a d o s d e los m a l h e c h o r e s . Yahvé a p l a s t a a s u sierv o b a j o los p e c a d o s d e t o d o s p e r o , a ñ a d e el s a g r a d o e s c r i tor, « h a c i e n d o d e s u v i d a u n sacrificio d e e x p i a c i ó n t e n d r á d e s c e n d e n c i a , p r o l o n g a r á sus d í a s y la v o l u n t a d d e Y a h v é se realizará p o r s u m e d i o » ( 5 3 , 1 0 ) .

9 3

Las d e s c r i p c i o n e s del E v a n g e l i o n o d e j a n d u d a d e q u e la m u e r t e d e J e s ú s fue v o l u n t a r i a . E l la p r e d i j o , v i s i t ó los lugares y e j e c u t ó las a c c i o n e s q u e la h a r í a n i n e v i t a b l e y, lleg a d o el m o m e n t o , la a c e p t ó . Se d i r i g i ó a J e r u s a l é n d o n d e m o r i r í a y a b a n d o n ó el c e n á c u l o p a r a ser a r r e s t a d o e n el valle d e C e d r ó n . L o s relatos d e la p a s i ó n i m p l i c a n q u e , a ú n d e s p u é s d e ser a p r e s a d o , h u b i e r a p o d i d o conseguir q u e las a u t o r i d a d e s lo d e j a r a n e n l i b e r t a d y q u e h a b r í a p o d i d o h a c e r l o

92 Los principales pasajes son: «Todos nosotros errábamos como ovejas siguiendo cada uno su camino y Yahvé ha hecho caer sobre él la iniquidad de todos nosotros... »Por sus sufrimientos el justo, mi siervo, justificará las multitudes y cargará sobre sí las iniquidades de ellas. »Por eso pondré su parte entre los grandes, hará botín de los poderosos, porque se ha despojado de la vida hasta la muerte y ha sido contado entre los impíos cuando llevaba sobre sí los pecados de muchos e intercedía por los malhechores.» (Is. 53,6,11-12). 93. San Gregorio Nacianceno formuló el asunto con gran claridad en uno de sus sermones pascuales: «¿Cómo es posible que el Padre se complaciera en la muerte de su Unigénito y al mismo tiempo se hubiera rehusado a aceptar la ofrenda de Isaac presentada por su padre, al ofrecer el carnero en lugar de la víctima racional? Es claro que el Padre aceptó el sacrificio, pero fue un sacrificio que él no exigió». Oratio 45 in Pascha, Migne, P.G. 36, 653. 97

sin n e g a r d i r e c t a m e n t e s u s e n s e ñ a n z a s . S i n e m b a r g o , J e s ú s n o se propuso

padecer u n a muerte violenta c o m o t a m p o c o

la p r o p i c i ó . E n las p r i m e r a s e t a p a s d e s u v i d a p ú b l i c a , escap ó varias veces d e sus e n e m i g o s e i n c l u s o al final o r ó p o r la liberación. N o o b s t a n t e , sabía desde u n c o m i e n z o q u e su m e n s a j e l o llevaría d e f o r m a i n e x o r a b l e a la m u e r t e y q u e s u s i g n i f i c a d o n o sería c o m p l e t a m e n t e r e v e l a d o h a s t a q u e m u r i e r a . P o r lo t a n t o , c o n s i d e r ó s u m u e r t e c o m o la p a r t e esencial d e su m e n s a j e .

94

¿ C o n s i d e r ó Jesús su m u e r t e c o m o u n sacrificio? M u c h a s p e r s o n a s religiosas h a n m u e r t o e n t e s t i m o n i o d e s u m e n saje s i n c o n s i d e r a r s u m u e r t e c o m o u n s a c r i f i c i o . P a r a la Iglesia p r i m i t i v a , la m u e r t e d e Jesús c o n s t i t u y ó sin d u d a u n sacrificio. P e r o ¿lo fue t a m b i é n p a r a el p r o p i o Jesús? El c u a r t o E v a n g e l i o le a t r i b u y e las s i g u i e n t e s p a l a b r a s : «Por ellos y o m e c o n s a g r o a m í m i s m o » ( J n 1 7 , 1 9 ) . T a m b i é n el relat o d e la ú l t i m a c e n a , e s t a b l e c i d o e n los S i n ó p t i c o s , c o n t i e n e p a l a b r a s q u e se refieren e x p l í c i t a m e n t e a la i n m o l a c i ó n e n sacrificio: «Pues esta es m i s a n g r e d e la A l i a n z a q u e será p o r t o d o s d e r r a m a d a » ( M t 2 6 , 2 8 ; M e 1 4 , 2 4 ; L e 2 2 , 2 0 ) . El N u e v o T e s t a m e n t o n o deja n i n g u n a d u d a acerca d e la i n t e r 94. Tampoco puede sostenerse que Jesús no era moralmente libre puesto que el Padre exigía el sacrificio de su vida. San Anselmo basó toda su teoría de la satisfacción sobre la libertad moral de la acción de Cristo. «Pues el Padre no le obligó a padecer la muerte y ni siquiera permitió que fuese muerto contra su voluntad, sino que por su propia decisión sufrió la muerte para la salvación de los hombres... Creo que no se comprende bien la diferencia entre lo que hizo y sufrió en razón de la obediencia y lo que sufrió, no exigido por la obediencia, sino infligido por haber conservado perfecta su obediencia... Dios no obligó a Cristo a morir; pero él sufrió la muerte por su propia voluntad, no cuando entregó su vida como un acto de obediencia para preservar su santidad, sino porque permaneció tan firme en su obediencia que enfrentó la muerte a causa de ella.» Cur Deus Homo, en Opera Omnia, ed. por G.S. Schmitt, Vol. II, pp. 60-62 {Cur Deus Homo, Obras completas, Madrid: B.A.C., ed. bilingüe, 1952]. 98

prefación q u e h a c e la Iglesia p r i m i t i v a d e la m u e r t e d e C r i s t o . A l u d e a a s p e r s i o n e s sacrificiales («Para creer e n J e s u c r i s t o y ser p u r i f i c a d o s p o r s u s a n g r e » 1 Pe 1,2); al c o r d e r o sacrifi­ c a d o («El c o r d e r o i n m o l a d o » A p 5 , 1 2 ; t a m b i é n 5 , 6 ; 1 3 , 8 ; I P e 1,19) y a t o d o el s a c r i f i c i o r i t u a l d e l o s h e b r e o s ( H e 4 , 1 4 - 1 0 , 3 9 ) . Sin e m b a r g o , el sacrificio d e C r i s t o es p r e ­ s e n t a d o c o m o ú n i c o y s i n p r e c e d e n t e s . C r i s t o es a la v e z la v í c t i m a y el s a c e r d o t e . E s t o significa q u e n i n g ú n sacer­ d o t e h u b i e r a p o d i d o realizar los ritos d e i n m o l a c i ó n y q u e la o f r e n d a e r a p u r a m e n t e i n t e r i o r . S ó l o si c o n s i d e r a m o s la n a t u r a l e z a i n t e r i o r y v o l u n t a ­ ria d e la i n m o l a c i ó n d e C r i s t o p o d e m o s c o m p r e n d e r la idea d e u n sacrificio h u m a n o d e n t r o d e u n a t r a d i c i ó n e s t r i c t a ­ m e n t e m o n o t e í s t a e n u n m o m e n t o e n q u e las t e n d e n c i a s civilizadoras e s t a b a n e n a s c e n s o . U n regreso a los r i t o s p r i ­ m i t i v o s ( d e lo q u e n o h a y m e m o r i a e n la c u l t u r a h e b r e a ) , n o b a s t a r í a p a r a explicar el p e r d u r a b l e i m p a c t o religioso d e la fe c r i s t i a n a . L a c o n c e p c i ó n d e u n c r e y e n t e o r d i n a r i o a este r e s p e c t o r e s u l t a m á s i n t e l i g i b l e q u e la d e la p o s t e r i o r teología. C r i s t o atrajo la m u e r t e s o b r e sí p o r u n a revelación d e la n a t u r a l e z a d e Dios"" q u e a m e n a z a b a los f u n d a m e n t o s religiosos d e la s o c i e d a d , d e la m i s m a m a n e r a c o m o la filo­ sofía d e S ó c r a t e s h a b í a m i n a d o las t r a d i c i o n e s c u l t u r a l e s d e A t e n a s . El d r a m a d e C r i s t o n o consiste e n q u e la j u s t i c i a d e D i o s h u b i e r a t o m a d o v e n g a n z a , s i n o e n la b o n d a d d e D i o s revelada a u n m u n d o hostil. El sacrificio d e su m u e r t e recuer­ d a l o s g i g a n t e s c o s agons e n t r e u n r e d e n t o r y l o s p o d e r e s d e la o s c u r i d a d d e las m i t o l o g í a s c l á s i c a s y d e l C e r c a n o Oriente.

9 5

O r i g i n a l m e n t e , la j u s t i c i a d e D i o s y la m i s e r i -

95. Aulén opone esta concepción «dramática» de la expiación, que aparece no sólo en el Nuevo Testamento sino también entre los Padres (especialmente en san Ireneo y san Agustín), a la concepción «latina» ela­ borada por San Anselmo que prevaleció durante todo el medioevo. 99

cordia divina n o constituyen estadios sucesivos del dram a . L a i d e a p r i m i t i v a d e u n d i o s v e n g a t i v o q u e exige satisf a c c i ó n i n c l u s o si s u p r o p i o h i j o h a d e m o r i r p o r ella fue i n v e n t a d a p o r los t e ó l o g o s c o n el ú n i c o p r o p ó s i t o d e c o m pletar u n a construcción lógica.

96

E l h e c h o m á s e n i g m á t i c o d e la n o c i ó n d e sacrificio es q u e c o n t i n ú a o c u p a n d o u n l u g a r c e n t r a l e n el p e n s a m i e n t o d e la m a y o r í a d e las r e l i g i o n e s , a u n c u a n d o el a c t o m i s m o r a r a v e z se r e a l i c e f u e r a d e l o s c u l t o s p r i m i t i v o s . T a m p o c o p o d r í a m o s c o n c e b i r c o n c l a r i d a d c ó m o se r e a lizaría e n la v i d a m o d e r n a . L o s sacrificios h u m a n o s p a s a r o n d e m o d a e n u n a é p o c a t e m p r a n a d e la civilización. L o s sacrificios a n i m a l e s se h a n t o r n a d o i g u a l m e n t e r e p u l s i v o s . I n c l u s o f r u n c i r í a m o s el c e ñ o a n t e la d e s t r u c c i ó n d e a l i -

Según la primera, Dios mismo actúa como el único agente efectivo de la obra de redención, al superar en Cristo aquellos poderes hostiles que mantenían al hombre cautivo. Dios se reconcilia por su propia acción al reconciliarse con el mundo. No existe una antítesis entre Encarnación y expiación. La concepción latina, por el contrario, supone que el hombre debe expiar su transgresión. Esto lo hace Cristo, el único hombre sin mancha. Encarnación y expiación están disociadas. Christus Víctor, tr. de A.G. Herbert (Londres, S.P.C.K. 1937), pp. 50-51, 94, 102-103. 96. En unas pocas frases, D.M. Baillie elimina lo que resta de la teoría de la expiación en la teología contemporánea. «En todo el material del Nuevo Testamento, no hay huella de contraste alguno entre la ira de Dios y el amor de Cristo, como tampoco de la idea de que la actitud de Dios de ira y justicia hacia los pecadores hubiera de ser transformada por el sacrificio de Cristo en amor y misericordia... No hay en el Nuevo Testamento una concepción uniforme de cómo habría de generar este sacrificio la reconciliación; en efecto, algunas de las interpretaciones del significado de la cruz se expresan en términos tomados de ámbitos muy diferentes de aquel del sistema de sacrificios. No obstante, con independencia de cómo se conciba el proceso de salvación por la cruz, la misericordia de Dios hacia los pecadores no es considerada nunca como un resultado de este proceso, sino como su causa y fuente.» GodWas in Christ, pp. 186, 188. 100

m e n t o s y d e o f r e n d a s i n a n i m a d a s p a r a efectos d e l c u l t o . El j u d a i s m o i l u s t r a e s t e p u n t o d e la m a n e r a m á s i n t e r e s a n t e . A u n c u a n d o el sacrificio o c u p a u n l u g a r p r i n c i p a l e n la Ley, los j u d í o s r e f o r m i s t a s y c o n s e r v a d o r e s l o h a n e l i m i n a d o p o r c o m p l e t o . S u r g e e n t o n c e s la p r e g u n t a : ¿ P o d r í a u n a d i s p o s i c i ó n ú n i c a m e n t e i n t e r n a s u s t i t u i r la t o t a l i d a d del acto?

97

U n a v e z q u e el h o m b r e se t o r n a r e f l e x i v a m e n -

te c o n s c i e n t e del significado s i m b ó l i c o del sacrificio, res u l t a i n e l u d i b l e q u e i n t e r n a l i c e s u a c t i t u d h a c i a él. ¿ P e r o d e b e r á t a m b i é n a b a n d o n a r e n ese m o m e n t o el a c t o e x t e r n o ? C u a n d o el a c t o r i t u a l o f e n d e s u s e n s i b i l i d a d , se e x p e r i m e n t a c o m o u n s í m b o l o i n a d e c u a d o y p i e r d e su valor s i m b ó l i c o . L a a c t i t u d m i s m a sin e m b a r g o p a r e c e r í a exigir algún símbolo externo. El c r i s t i a n i s m o s o l u c i o n ó este p r o b l e m a a través d e u n a c o n m e m o r a c i ó n del sacrificio d e C r i s t o , s o l u c i ó n q u e c r e ó a s u v e z n u m e r o s o s p r o b l e m a s . M á s a ú n , la r e l i g i ó n c r i s t i a n a a p a r e c i ó c u a n d o la t e n d e n c i a e r a i n t e r i o r i z a r el c u l t o del sacrificio.

98

L o s c r i s t i a n o s se v i e r o n o b l i g a d o s a d e c i -

97. Richard L. Rubenstein critica esto en «Atonement and Sacrifice in Contemporary Jewish Liturgy» en After Auschwitz (Indianápolis: Bobbs-Merrill, 1966), pp. 92-111. Las razones de Rubenstein para reinstaurar los sacrificios rituales no son en manera alguna «ortodoxas»: para él, sólo el sacrificio libera al hombre de los peligrosos sentimientos de culpa pues le permite representar sus dilemas psíquicos. 98 Esta nueva actitud es descrita con claridad en la Epístola a los Hebreos: «Pues es imposible que la sangre de toros y machos cabríos quite los pecados. Por lo cual al entrar en el mundo dice: Víctimas y oblaciones no quisiste, pero me dispusiste un cuerpo. Holocaustos y sacrificios por el pecado no te agradaron. Entonces dije: He aquí que vengo, según está escrito en el volumen del libro, para hacer, oh Dios, tu voluntad» (He 10,4-7). La tendencia hacia la interiorización fue continuada por los Padres de la Iglesia y por los teólogos medievales. San Agustín escribe: «El sacrificio es el sacramento visible o signo sagrado de un sacrificio invisible... Por ello, cuando está escrito, «deseo misericordia en lugar de sacrifi101

d i r e n q u é m e d i d a la m u e r t e d e C r i s t o p o d í a h a c e r s e p r e s e n t e e n u n r i t o s i m b ó l i o . S a b e m o s q u e la r e s p u e s t a a esta p r e g u n t a h a d i v i d i d o la c r i s t i a n d a d . T o d o s a d m i t e n u n r i t o c o n m e m o r a t i v o . P e r o ¿es e s t e r i t o t a n s ó l o u n a c o n m e m o r a c i ó n s i m b ó l i c a ( a ú n c o n la p r e s e n c i a física d e la v í c t i m a ) , o b i e n es u n v e r d a d e r o sacrificio e n sí m i s m o ? S e g ú n la t r a d i c i ó n c a t ó l i c a , lo es. S u s t e ó l o g o s c i t a n t e x t o s d e s d e s a n A g u s t í n h a s t a el C o n c i l i o d e T r e n t o p a r a a p o y a r la tesis d e q u e la m i s a es m á s q u e u n a c o n m e m o r a c i ó n e x e n t a d e s a c r i f i c i o . " P o r lo g e n e r a l , se justifica la r e a l i d a d d e l s a c r i -

cio», lo único que significa es que un sacrificio es preferible a otro, pues lo que en el lenguaje corriente se llama sacrificio es sólo el símbolo del verdadero sacrificio. Ahora bien, la misericordia es el verdadero sacrific i o . . . » ^ ciudad de Dios, Madrid: Biblioteca de Autores Cristianos, 1964, Tomo XVI]. Sin embargo, precisamente la conciencia de este carácter simbólico exige una expresión visible {Op. cit., Libro 10, cap. 19). Santo Tomás, para quien el sacrificio es un «recordatorio de las cosas divinas aún en el orden de las cosas sensibles» {Suma contra las gentiles, Libro 3, cap. 119, 1) coloca también todo el énfasis de la pasión de Cristo sobre su carácter interno {Summa Theologica, II, 48, 3, ad. 3). En su comentario a la Summa, Cayetano transforma este énfasis en una distinción radical entre los sacrificios externos e internos. «Pues en todos los sacrificios que consisten en un acto el rito del sacrificio es externo, como en los sacrificios de los animales y del altar. Pero en aquellos sacrificios que consisten en un sufrimiento, el rito del sacrificio debe hallarse en el acto interior por medio del cual la persona ofrece su sufrimiento por su propia voluntad. De esta manera, Cristo ofreció su sacrificio a través de un acto interior, mientras que el acto externo de sus verdugos no es sagrado; por el contrario, constituye un horrendo sacrilegio.» Tomadas literalmente, las palabras de Cayetano eliminarían por completo el aspecto externo, exactamente lo contrario de la intención de santo Tomás. 99. Sin embargo, no debemos exagerar tampoco la tesis del sacrificio. Por lo general se admite entre los católicos que en el altar no se da una inmolación verdadera y que la totalidad de la relación con el acto de inmolación es puramente simbólica. Asimismo, quienes defienden la naturaleza sacrificial del rito no sostienen que un nuevo sacrificio ocurra cada vez, sino más bien que se reproduce el sacrificio original. Un pasaje bien conocido de san Juan Crisóstomo enfatiza la identidad del 102

ficio al d i s t i n g u i r el sacrificio m i s m o , i d é n t i c o c o n el d e l Calvario, del m o d o de ofrecerlo, r e n o v a d o en cada misa. L o s p r o t e s t a n t e s n i e g a n la n a t u r a l e z a sacrificial d e la c o n m e m o r a c i ó n p r e s e n t e d e la c e n a y m u e r t e d e J e s ú s : a c e p t a n u n a c o m u n i ó n real, p e r o n o u n sacrificio real. A u n q u e t a l d i f e r e n c i a p u e d a p a r e c e r f u n d a m e n t a l , la d i s t i n c i ó n depende únicamente, en última instancia, de u n a interp r e t a c i ó n d e la r e p r o d u c c i ó n s i m b ó l i c a . Q u i e n e s d e f i e n d e n la r e a l i d a d d e l sacrificio e s t á n d i s p u e s t o s a ir m á s allá e n s u i n t e r p r e t a c i ó n q u e a q u e l l o s p a r a q u i e n e s s ó l o se r e p r o d u c e la p r e s e n c i a d e la v í c t i m a . A m b o s s i n e m b a r g o a c e p t a n i n c u e s t i o n a b l e m e n t e el p r i n c i p i o d e la r e p r e s e n t a c i ó n .

100

Es

i m p o s i b l e p a r a la filosofía d i r i m i r e s t a s c u e s t i o n e s , p u e s e s t á n r e l a c i o n a d a s c o n la f o r m a c i ó n m i s m a d e los s í m b o los religiosos m á s b i e n q u e c o n la reflexión s o b r e ella. N o o b s t a n t e , p a r e c e r í a seguirse d e la t e o r í a d e l sacrificio a n t e r i o r m e n t e e x p u e s t a q u e , si se acepta el rito como sacrificio

verdadero,

conmemorativo

es e s e n c i a l p a r a él a l g ú n t i p o d e

comunión.

sacrificio eucarístico con el acontecimiento original: «¿No ofrendamos todos los días? Sí, ciertamente lo hacemos, pero realizando un memorial de su muerte: la víctima es una, no varias. ¿Cómo es una y no varias? Porque fue ofrecida una vez, como la del Santo de los Santos... No ofrendamos otro sacrificio como lo hizo el sumo sacerdote, sino que siempre ofrecemos el mismo, o más bien, conmemoramos el sacrificio». En Hebreos, Hom. 17, 3. p. 63, 131. 100. En qué medida lo aceptan es también un asunto que divide a católicos y los protestantes. Entre los protestantes, existe una gran variedad de interpretaciones acerca de la «presencia» de Cristo en la comunión, que van desde lo completamente «real» hasta lo puramente «simbólico». De manera análoga, en la iglesia católica hay opiniones divergentes acerca del modo como se reproduce simbólicamente la inmolación y sobre todo, acerca de si la comunión constituye un elemento esencial del sacrificio. 103

Capítulo

III

I M Á G E N E S D E LA T R A S C E N D E N C I A

El arte es y continúa siendo para nosotros, respecto de su destino superior, algo del pasado HEGEL

C u a n d o la c o n c i e n c i a d e la t r a s c e n d e n c i a se aleja y la p e r c e p c i ó n d e lo s a g r a d o d e s a p a r e c e , los s i g n o s i n d i r e c t o s de u n a presencia sagrada cobran renovada importancia. E n 1

anteriores escritos m e h e referido a aquellas experiencias n e g a t i v a s q u e , si b i e n e n sí m i s m a s n o s o n e n a b s o l u t o religiosas, i m p o n e n a los h o m b r e s y m u j e r e s d e n u e s t r a é p o ca u n s e n t i d o d e su p r o p i a c o n t i n g e n c i a y los o b l i g a n a c o n frontar p r e g u n t a s ú l t i m a s ; sin e m b a r g o , n o t o d a s estas e x p e r i e n c i a s a m b i g u a s s o n n e g a t i v a s . L a e x p r e s i ó n estética h a d e s e m p e ñ a d o s i e m p r e u n p a p e l i m p o r t a n t e e n la c o n s c i e n c i a d e la t r a s c e n d e n c i a religiosa. P o r esta r a z ó n , s u r g e n a t u r a l m e n t e la p r e g u n t a d e e n q u é m e d i d a d e s e m p e ñ a t o d a v í a ese p a p e l e n n u e s t r a p r o p i a c u l t u r a secular. H e señal a d o q u e el a r t e , c o m o la m a y o r p a r t e d e las a c t i v i d a d e s , se h a e m a n c i p a d o d e la s o b e r a n í a religiosa. E s t e p u n t o es p e r t i n e n t e p a r a la d i s c u s i ó n q u e a d e l a n t a r e m o s , p e r o n o d i r i m e e n m a n e r a a l g u n a la c u e s t i ó n , p u e s a h o r a n o s refer i m o s t a m b i é n a las f o r m a s i n d i r e c t a s d e s i m b o l i z a c i ó n . N a d a per se i m p i d e al a r t e a b r i r h o r i z o n t e s t r a s c e n d e n t e s

1. Louis Dupré, Transcendent Selfhood (Nueva York: The Seabury Press, 1976), capítulos 3 y 4. 105

m u c h o d e s p u é s d e a b a n d o n a r el l e n g u a j e d e l o s d i o s e s . E n efecto, es esta p r e c i s a m e n t e la s i t u a c i ó n e n la cual, s e g ú n Heidegger, el artista se convierte e n el ú l t i m o testigo. N i n g ú n filósofo

h a s i d o m á s d o l o r o s a m e n t e c o n s c i e n t e d e la p é r d i -

d a de trascendencia en nuestra cultura q u e Heidegger. Para él, «la a u s e n c i a d e D i o s » significa n o s ó l o q u e los d i o s e s y el d i o s h a n h u i d o , s i n o q u e e n este t i e m p o d e i n d i g e n c i a y a n o p o d e m o s i d e n t i f i c a r la a u s e n c i a c o m o a u s e n c i a . E n lo s u c e s i v o , s ó l o el p o e t a «sigue la h u e l l a d e los d i o s e s fugiti2

v o s » . C u a n d o faltan los « n o m b r e s s a g r a d o s » , ú n i c a m e n t e el p o e t a c o n t i n ú a c a n t a n d o sin p a l a b r a s lo s a g r a d o . A h o r a b i e n , p a r a H e i d e g g e r , el p o e t a n o es t a n s ó l o el a r t i s t a l i t e r a r i o ; é s t e n o es m á s q u e el p o r t a v o z y a r t i c u l a c i ó n ú l t i m a d e l a r t e c o m o t o t a l i d a d . « T o d o a r t e . . . es, c o m o t a l , esencialmente

3

poesía.»

P a r a e x p l i c a r estas p r o f u n d a s p e r o o s c u -

ras p a l a b r a s se p r e c i s a d e u n a c o m p r e n s i ó n p r e l i m i n a r d e la r e l a c i ó n t r a d i c i o n a l e n t r e el a r t e y lo s a g r a d o . D u r a n t e la m a y o r p a r t e del d e s e n v o l v i m i e n t o h u m a n o q u e a h o r a , d e m a n e r a restringida, d e n o m i n a m o s «arte», éste s u m i n i s t r ó la s i m b o l i z a c i ó n d e lo q u e a h o r a , c o n i d é n t i c o a n a c r o n i s m o , d e n o m i n a m o s «religión». El u n o n o p u e d e ser c o m p r e n d i d o sin el o t r o : el a r t e era el a r t e religioso. U n e l a b o r a d o s e n t i d o d e la t r a s c e n d e n c i a y u n a c r e c i e n t e s e c u l a r i z a c i ó n los s e p a r a r o n e n u n p u n t o e n q u e el a r t e p o d í a p r e s c i n d i r d e lo sagrado; la religión desarrolló e n t o n c e s algun o s d e sus s í m b o l o s fuera del á m b i t o d e lo estético. N o o b s t a n t e , p e r m a n e c i e r o n í n t i m a m e n t e ligados m i e n t r a s la c o m u n i d a d religiosa c o n t i n u ó o r a n d o e n c a n c i o n e s , m o v i é n d o s e

2. Martín Heidegger, «¿Wozu Dichter?» en Holzwege [«¿Para qué ser poeta?» en Sendas perdidas. Buenos Aires: Losada, 1960, tr. de Rovira Armengol]. Véase también M. Heidegger, «Semblanza del poeta» en Interpretaciones sobre la poesía de Holderlin (Barcelona: Ariel, 1983, tr. de José María Valverde). 3. «El origen de la obra de arte», en Sendas perdidas, pp. 11-64. 106

e n d a n z a s litúrgicas y a c t u a n d o e n d r a m a s s a g r a d o s . El artist a t a m b i é n p e r m a n e c i ó fiel a u n a a l i a n z a q u e le o t o r g a b a i n s p i r a c i ó n y a m e n u d o , los m e d i o s p a r a s u s u b s i s t e n c i a . El v í n c u l o d i r e c t o e n t r e a r t e y fe s ó l o se d i s u e l v e e n n u e s t r a p r o p i a c u l t u r a secular. ¿ C ó m o p o d r í a e n t o n c e s el a r t e seguir evocando u n a trascendencia q u e ya n o pertenece a su p r o p i a esencia? D e s d e l u e g o , la Iglesia e n c a r g a t o d a v í a o b r a s d e a r t e y t o d a v í a n o s r e f e r i m o s a ellas c o m o «arte s a g r a d o » . ¿ P e r o se t r a n s m i t e u n a u t é n t i c o s e n t i m i e n t o d e t r a s c e n d e n c i a a t r a v é s d e s u c a l i d a d estética? ¿ O b i e n , a p e s a r d e ella, p o r s u o c a s i o n a l a s o c i a c i ó n c o n el c u l t o ? P a r a r e s p o n d e r a estas p r e g u n t a s , d e b e m o s c o n s i d e r a r e n p r i m e r l u g a r q u é h i z o o h a c e a h o r a d e estas f o r m a s p a r t i c u l a r e s d e a r t e o b r a s e x p l í c i t a m e n t e religiosas y l u e g o , si el a r t e p o d r í a , al e s t a r d e s p r o v i s t o d e t a l c u a l i d a d , ser implícitamente

reli-

gioso y c o n t i n u a r siéndolo incluso en u n a c u l t u r a c o m p l e t a m e n t e secular.

El arte sagrado y la cualidad

sagrada del arte

E n presencia d e obras d e arte, así c o m o e n la experiencia religiosa, el h o m b r e c o n f r o n t a a q u e l l o q u e c o n s i d e r a f u n d a m e n t a l m e n t e real. E s u n a r e a l i d a d d e la q u e p u e d e p a r t i c i p a r s ó l o c u a n d o s u p e r a los m o d o s o p o s i c i o n a l e s d e la c o n c i e n c i a , el c o n o c i m i e n t o o b j e t i v o y el d e s e o s u b j e t i v o . A s í c o m o la e x p e r i e n c i a religiosa t i e n e c o m o r e s u l t a d o u n a e l e v a d a c o n s c i e n c i a d e lo q u e v e r d a d e r a m e n t e es y la d i s p o s i c i ó n a d e j a r l o ser, la e x p e r i e n c i a estética c o n d u c e a u n a nueva perceptividad ontológica. R David Martin, quien d e d i c a u n s e r i o e s t u d i o a este t e m a , d e s c r i b e d i c h a s i m i l i t u d e n estos t é r m i n o s : A m b o s son íntimos y fundamentales, a m b o s armon i z a n c o n el l l a m a d o del Ser, a m b o s a d o p t a n u n a acti107

t u d reverencial h a c i a las cosas;... a m b o s c o n f i e r e n v a l o r y s e r e n i d a d p e r d u r a b l e s a la e x i s t e n c i a y p o r e n d e s o n p r o f u n d a m e n t e regeneradores. La experiencia particip a t i v a p o s e e u n a c u a l i d a d religiosa, p u e s la e x p e r i e n c i a p a r t i c i p a t i v a p e n e t r a s i e m p r e e n la d i m e n s i ó n religiosa.

4

Si c o i n c i d i e r a n p o r c o m p l e t o , c o m o i n d u d a b l e m e n t e lo h i c i e r o n p a r a el h o m b r e a r c a i c o , s u r e l a c i ó n n o c r e a r í a n i n g ú n p r o b l e m a y n o s d a r í a m o s p o r s a t i s f e c h o s c o n la m á x i m a d e G o e t h e : «Wer Wissenschafi hat auch Religión».

undKunst

besitzt,

N o o b s t a n t e , es e v i d e n t e q u e y a n o s o n

i d é n t i c o s y q u e se h a n d i f e r e n c i a d o , si n o s e p a r a d o , siglos a t r á s . ¿Se d i f e r e n c i a r í a n , c o m o s o s t i e n e C o l l i n g w o o d , e n q u e el a r t e n o a f i r m a n a d a ? S i n d u d a , e n c u a n t o el a r t i s t a se esfuerza p o r lograr la v e r a c i d a d d e la p e r c e p c i ó n , al m e n o s e n c i e r t o s e n t i d o , la realidad

como tal n o le p r e o c u p a . P o c o

i m p o r t a si el M o n t S a i n t - V i c t o i r e es r e a l m e n t e c o m o l o p i n t ó C é z a n n e (¿sería ésta s i q u i e r a u n a p r e g u n t a c o n s e n t i d o ? ) , o b i e n si a l g u i e n q u e se asemeje e x a c t a m e n t e al Viejo marinero

d e C o l e r i d g e a l g u n a v e z existió. A ú n e n los r e t r a -

t o s , la e x p r e s i v i d a d e s t é t i c a p r e d o m i n a s o b r e la s e m e j a n z a física. L a ú n i c a r e a l i d a d q u e p r e o c u p a al a r t i s t a y al a m a n t e d e l a r t e es la r e a l i d a d d e la a p a r i e n c i a . . . , q u e n o es la d e 5

lo real c o m o t a l . P o d e m o s , p o r c o n s i g u i e n t e , i n c l i n a r n o s

4. F. David Martin, Art and Religious Experience (Lewisburg, Pa.: Bucknell University Press, 1972), p. 69. 5. Al escribir «apariencia», soy perfectamente consciente de aquella tendencia iniciada por Cézanne en la pintura, según la cual se representan los objetos, no como «aparecen» desde la perspectiva geométrica del Renacimiento, sino como «son» en sí mismos. Una silla podría entonces enseñar cuatro patas aunque quien la mira desde ese ángulo vería sólo dos; el rostro de una mujer puede aparecer a la vez de frente y de perfil. No obstante, la importancia de tal innovación reside, no en que el artista se dirija a lo real como tal, sino en que se centra en las cosas que aparecen más bien que en la perspectiva espacial determinada en que lo hacen. 108

a c o n s i d e r a r la a c t i t u d e s t é t i c a c o m o evasiva r e s p e c t o d e lo real. S i n e m b a r g o , el h a c e r l o p r e s c i n d i e n d o d e i m p o r t a n t e s s a l v e d a d e s sería a b a n d o n a r p o r c o m p l e t o el signific a d o o n t o l ó g i c o del arte y afirmar d e m a n e r a a b s o l u t a a q u e llo q u e d e b e c o n s i d e r a r s e c o m o la m a y o r h e r e j í a esteticista 6

d e n u e s t r a é p o c a . Las g r a n d e s o b r a s d e a r t e h a n s i d o s i e m p r e o n t o l ó g i c a m e n t e significativas. D e s d e q u e el a r t e d e j ó d e c o i n c i d i r c o n la r e l i g i ó n y m u c h o a n t e s d e q u e el a r t e p o r el a r t e se c o n v i r t i e r a e n su p r i n c i p i o o r i e n t a d o r , su p r o p i a visión o n t o l ó g i c a h a b í a dejad o d e ser a p r o p i a d a p a r a la e x p r e s i ó n d e la t r a s c e n d e n c i a del Ser. C i e r t a m e n t e , la c o n s c i e n c i a estética p o s e e u n a trasc e n d e n c i a p r o p i a . P r o p o n e ideales q u e p e r m i t e n al h o m b r e s u p e r a r la i n m e d i a t e z del p r e s e n t e . A b r e u n á m b i t o d e p o s i b i l i d a d d o n d e la l i b e r t a d e n c u e n t r a s u e s p a c i o v i t a l . U n a t r a s c e n d e n c i a s e m e j a n t e , sin e m b a r g o , p e r m a n e c e e n u n p l a n o p u r a m e n t e i d e a l . E r n s t B l o c h , el r a p s o d a d e la u t o p í a estética, se refiere a ella c o m o Vorschein, p r e s a g i o o anticipación.

A pesar d e q u e trasciende el presagio, c o n t i n ú a siend o i n m a n e n t e p o r o p o s i c i ó n a la r e l i g i ó n . S c h i l l e r , s i g u i e n d o a G o e t h e , d e f i n e el r e a l i s m o e s t é t i c o c o m o a l g o q u e e x p a n d e la n a t u r a l e z a sin ir m á s allá d e ella. L a belleza, la n o b l e z a , p r e s e n t a n la e x i s t e n c i a d e realid a d e s venideras, u n m u n d o del q u e los accidentes extern o s , las cosas inesenciales, la i n c o m p l e t i t u d , se e n c u e n t r a n a u s e n t e s . A s í se e s c u c h a e n t o n c e s el m e n s a j e d e l p r e s a g i o estético: ¿ C ó m o p o d r í a existir u n m u n d o acab a d o sin q u e estallara y desapareciera a p o c a l í p t i c a m e n t e ,

6. G.W.F. Hegel, Vorlesungen über die Asthetik en Jubilaumsausgabe, Vol. 12, p. 32. Comentarios en Karsten Harries, «Hegel on the Future of Art», The Review ofMetaphysics 27 (1974); 677-699. 109

c o m o s u c e d e e n la a n t i c i p a c i ó n r e l i g i o s a c r i s t i a n a ? E l arte persigue tal p l e n i t u d ú n i c a m e n t e e n formas q u e s o n s i e m p r e c o n c r e t a s e i n d i v i d u a l e s y c o n c i b e la t o t a lidad c o m o algo particular en expansión, en t a n t o q u e la r e l i g i ó n b u s c a u n a c o m p l e t i t u d , al m e n o s u t ó p i c a , e n la t o t a l i d a d y p o s t u l a el b i e n e s t a r d e la c a u s a i n d i v i d u a l e n el t o t u m , e n el « R e h a g o t o d a s las cosas ».

7

A l e x p r e s a r la e n t e l e q u i a i n t e r n a d e l p r e s e n t e , el a r t e a n t i c i p a su desarrollo futuro y e x p e r i m e n t a c o n sus posib i l i d a d e s . D e esta m a n e r a , a v a n z a m á s allá d e lo e x i s t e n t e y crea la n a d a d e la l i b e r t a d , ú n i c o á m b i t o d o n d e el Ser p u e d e revelarse; el a r t e , sin e m b a r g o , n o m a n i f i e s t a m á s q u e la p r e s e n c i a i n m a n e n t e d e l Ser. P a r a a f i r m a r s u t r a s c e n d e n cia, es p r e c i s o e s p e r a r a l g o u l t e r i o r . A l g o u l t e r i o r p o r q u e el p o d e r d e e m i t i r tal a s e r c i ó n n o r e s i d e e n la c o n c i e n c i a estética m i s m a y p o r q u e , c o m o lo v e r e m o s a c o n t i n u a c i ó n , ésta s ó l o p u e d e ser t r a n s m i t i d a v e r b a l m e n t e . C o n s i d e r a r la e x i s t e n c i a c o m o i n t r í n s e c a m e n t e dependiente

d e l Ser exige

u n a actitud p o r c o m p l e t o diferente. ¿ C ó m o p o d r í a e n t o n c e s el a r t i s t a a d o p t a r esta a c t i t u d y c r e a r o b r a s q u e s e a n a u t é n t i c a m e n t e religiosas, que fiesten

de manera

explícita

la trascendencia?.

mani-

E n otro lugar

h e m o s t r a d o q u e la r e p r e s e n t a c i ó n d e u n « t e m a » r e l i g i o s o n o b a s t a e n m a n e r a a l g u n a p a r a l o g r a r tal p r o p ó s i t o .

8

Las

p r e t e n s i o n e s religiosas a t r i b u i d a s a las m a d o n a s d e p i n t o res tales c o m o Rafael y el P a r m i g i a n o r e s u l t a n a v e n t u r a d a s . Si b i e n n o e x c l u y e n u n a i n t e r p r e t a c i ó n t r a s c e n d e n t e , s u o b r a n o la r e q u i e r e : se b a s t a a sí m i s m a d e s d e el p u n t o d e vista estétio. L o i n a d e c u a d o de u n criterio tópico hace a ú n

7. Emst Bloch, Das Prinzip Hoffnung (Frankfurt: Suhrkamp, 1959), p. 248. [Elprincipio de esperanza, Madrid: Aguilar, 1979]. 8. Louis Dupré, The Other Dimensión (Nueva York: Doubleday, 1972), p. 238. 110

m á s u r g e n t e la p r e g u n t a : ¿ Q u é d i s t i n g u i r í a al a r t e a u t é n t i c a m e n t e religioso, las p i n t u r a s d e F r a A n g é l i c o o los o r a t o r i o s d e B a c h , p o r e j e m p l o , d e o t r a s o b r a s d e a r t e q u e se o c u p a n d e t e m a s similares y a las q u e sin e m b a r g o n o p o d r í a calificarse d e religiosas sin a m b i g ü e d a d ? A n t e s de presentar mis propias ideas, d e b o descartar u n a respuesta h a b i t u a l a d i c h a p r e g u n t a . El arte religioso n o p u e d e ser d e f i n i d o c o m o expresión del c o m p r o m i s o relig i o s o d e l a r t i s t a . E n p r i m e r lugar, c u a l q u i e r t e o r í a d e l a r t e q u e lo c o n c i b a c o m o « e x p r e s i ó n » d e u n s e n t i m i e n t o p r e v i a m e n t e e l a b o r a d o n o p u e d e e x p l i c a r la c u a l i d a d i n t r í n s e ca d e la c r e a c i ó n m i s m a ; e n este caso, a d e m á s , la t e o r í a c o n t r a d i c e h e c h o s b i e n c o n o c i d o s . A l g u n o s a r t i s t a s religiosos e r a n p e r s o n a s a u t é n t i c a m e n t e religiosas. E s e v i d e n t e q u e Fra A n g é l i c o y B a c h lo eran. N o o b s t a n t e , o t r o s artistas c o m o P e r u g i n o n o e r a n , q u e se sepa, d e v o t o s . N o es la calid a d d e los s e n t i m i e n t o s p r e v i o s del a r t i s t a lo q u e d e t e r m i n a la n a t u r a l e z a religiosa d e s u o b r a , s i n o s u c a p a c i d a d d e e x a m i n a r y a r t i c u l a r la a c t i t u d religiosa e n el p r o c e s o c r e a t i v o m i s m o . U n a e x p l o r a c i ó n s e m e j a n t e r e q u i e r e sin d u d a a l g ú n c o n o c i m i e n t o p r e v i o d e esta a c t i t u d , p e r o n o es p r e c i s o q u e el p r o p i o a r t i s t a h a y a r e a l i z a d o u n c o m p r o m i s o religioso c u a n d o t o m a el p i n c e l , la p l u m a o e n c i n c e l . L o s s e n t i m i e n t o s e s p e c í f i c o s e x p r e s a d o s e n la o b r a d e a r t e se a r t i c u l a n y constituyen

e n el p r o c e s o d e c r e a c i ó n . P o r o t r a

p a r t e , n i n g u n a p e r s o n a religiosa a c e p t a r í a la i d e n t i f i c a c i ó n e n t r e religión y s e n t i m i e n t o , sea éste p i a d o s o o d e o t r o t i p o . P o r lo g e n e r a l , d e s c o n f í a d e l o s s e n t i m i e n t o s , a p e s a r d e cuan edificantes, cultivados y explorados sean, pues sabe q u e los s e n t i m i e n t o s le p e r t e n e c e n y, e n c u a n t o lo h a c e n , se d i f e r e n c i a n c o n c l a r i d a d d e lo q u e o c u p a s u m e n t e d e m a n e r a p r i m o r d i a l , la t r a s c e n d e n c i a . Sólo u n a s p o c a s a l m a s d e v o t a s , c o m o F r a A n g é l i c o , s u p i e r o n t r a d u c i r la t o t a l i d a d d e su p r e o c u p a c i ó n estética en u n acto d e culto. El g r a n o d e v e r d a d q u e p u e d e c o n c e d e r s e a la t e o r í a d e la «expresión

111

religiosa» es q u e n i n g ú n a r t i s t a p u e d e c r e a r a u t é n t i c o a r t e religioso a m e n o s d e hallarse s e r i a m e n t e familiarizado c o n u n a v i s i ó n t r a s c e n d e n t e y t r a b a j e a p a r t i r d e ella. N o o b s t a n t e , u n a familiaridad d e esta naturaleza, c o n i n d e p e n d e n c i a d e c u a n i n t e n s a sea, n o es suficiente p a r a la c r e a c i ó n d e u n arte religioso. M u c h a s almas devotas escriben, cant a n o d i b u j a n lo q u e n o p u e d e n c o n t e n e r d e n t r o d e sí, p e r o s ó l o la s e n s i b i l i d a d e s t é t i c a c o n s i g u e c o n v e r t i r estas e x p r e s i o n e s p i a d o s a s e n c r e a c i o n e s artísticas. C a s i s o b r a d e c i r q u e la d e f i n i c i ó n d e l a r t e r e l i g i o s o a p a r t i r d e s u e f e c t o , la c a p a c i d a d d e p r o d u c i r s e n t i m i e n t o s p i a d o s o s , sería a ú n m á s i n a d e c u a d a . A d e m á s d e la d i f i c u l t a d p r á c t i c a d e d i s t i n g u i r tales s e n t i m i e n t o s d e o t r o s s i m i lares, c o m o el s e n t i m i e n t o d e lo s u b l i m e , lo n o b l e , lo m o r a l m e n t e e d i f i c a n t e , e t c . , n o s v e m o s e n f r e n t a d o s al h e c h o p e r t u r b a d o r d e q u e lo q u e i n s p i r a a u n a p e r s o n a d e s d e el p u n t o d e vista religioso p u e d e p r o v o c a r indiferencia e n o t r a . ¿ B a s t a r í a el e f e c t o p a r a h a c e r d e u n o b j e t o u n o b j e t o religioso? El g r a d o e n q u e el efecto d e p e n d e del c o n t e x t o d e b e ría h a c e r n o s vacilar. L a m a y o r í a d e las p e r s o n a s se v e afect a d a p o r el a r t e a s o c i a d o c o n el c u l t o . P u e d e n , p o r e j e m p l o , s e n t i r s e c o n m o v i d a s p o r la letra m o d i f i c a d a d e u n a c a n c i ó n p o p u l a r a l e m a n a c o n o c i d a e n s u v e r s i ó n s a g r a d a c o m o «A M i g h t y Fortress is O u r G o d » . L a m i s m a c o m p o s i c i ó n p a r e ce «sagrada» c u a n d o se e s c u c h a e n el ó r g a n o d e u n a iglesia y « p r o f a n a » c u a n d o se e s c u c h a e n el p i a n o d e u n bar. L a d e f i n i c i ó n p o r asociación fracasa i n e v i t a b l e m e n t e , p u e s diferentes culturas e m p l e a n diversos sonidos e imágenes para r e p r e s e n t a r lo s a g r a d o .

112

Símbolos

de la

trascendencia

A n t e s d e arriesgar u n a d e f i n i c i ó n p r o p i a , d e b o r e i t e r a r el h e c h o c r u c i a l e i n s u f i c i e n t e m e n t e r e c o n o c i d o d e q u e el a r t e n o p u e d e ser igual e n u n a c u l t u r a h i s t ó r i c a a c o m o lo era e n u n a c u l t u r a arcaica. La diferencia n o reside e n los n u e v o s p a t r o n e s artísticos exigidos p o r diversas e x p r e s i o n e s c u l t u r a l e s , s i n o q u e i n c i d e s o b r e la e s e n c i a m i s m a del a r t e . P a r a la m e n t a l i d a d a r c a i c a , el a r t e p e r t e n e c e al á m b i t o d e lo q u e es m á s real y p o d e r o s o d e lo c o m ú n , p e r o este á m b i t o n o se e n c u e n t r a s e p a r a d o d e l r e s t o d e la v i d a ; la n o c i ó n de trascendencia que tan importantes funciones d e s e m p e ñ a e n la r e l i g i ó n p o s t e r i o r , n o se a p l i c a allí. I n t e r r o g a r s e acerca d e si l o s d i b u j o s d e la c u e v a d e A l t a m i r a s o n m á g i c o s , religiosos o artísticos es u n a p r e g u n t a ociosa, p u e s tales d i s tinciones n o habían sido formuladas a ú n . Sólo más tarde, las d i s t i n c i o n e s e n t r e lo m á s y lo m e n o s i m p o r t a n t e exigir á n u n a esfera diferente

d e ser, el á m b i t o d e lo s a g r a d o . E n

este m o m e n t o se o r i g i n a la religión p r o p i a m e n t e d i c h a , p a r a la c u a l el h o m b r e a r c a i c o n o d i s p o n e d e p a l a b r a n i d e c o n c e p t o . L o s s í m b o l o s religiosos a d q u i e r e n g r a d u a l m e n t e u n a c u a l i d a d específica q u e los d i s t i n g u e d e otras f o r m a s s i m b ó licas. La t o t a l i d a d del arte c o n t i n ú a s i e n d o d e t e r m i n a d a p o r u n a c o n c e p c i ó n religiosa del m u n d o . P o r o t r a p a r t e , el artista e x p e r i m e n t a la n e c e s i d a d d e crear u n a r t e religioso c o n s ciente para articular en forma estética aquello q u e ya n o p e r t e n e c e exclusivamente

a la p r o v i n c i a d e l a r t e . D a d o q u e

esto lo obliga a expresar lo q u e h a llegado a reconocerse c o m o f u n d a m e n t a l m e n t e inefable, el artista d e b e d e p e n d e r en gran m e d i d a de aquella visión particular q u e p e r m i t e a s u p r o p i a c u l t u r a c o n c e b i r la t r a s c e n d e n c i a . E n ú l t i m a i n s t a n c i a , p a r a c o n s e g u i r l o , s i e m p r e será p r e c i s o u t i l i z a r p a l a b r a s , p u e s s ó l o las p a l a b r a s p u e d e n d e n o t a r

explícitamente

lo q u e s o b r e p a s a los s i g n o s visibles y a u d i t i v o s o r d i n a r i o s . P o r e s t a r a z ó n , la o b r a d e a r t e r e l i g i o s a d e p e n d e c a d a v e z

113

e n m a y o r m e d i d a d e la i n i c i a c i ó n v e r b a l . A d o p t a a s i m i s m o u n c a r á c t e r m á s e s o t é r i c o , p o r c u a n t o se r e h u s a a revelar s u s i g n i f i c a d o a q u i e n e s n o h a y a n s i d o i n i c i a d o s e n la d o c t r i ­ n a . P o r o t r a p a r t e , p a r a los m i e m b r o s d e u n a t r a d i c i ó n reli­ giosa, este significado p u e d e transmitirse d i r e c t a m e n t e a través d e los s í m b o l o s estéticos. Las i m á g e n e s visuales e i n c l u s o las a u d i t i v a s p u e d e n e v o c a r u n m e n s a j e b i e n c o n o ­ c i d o p r e s c i n d i e n d o d e las p a l a b r a s . L o s c r i s t i a n o s p r i m i t i ­ v o s r e c o n o c í a n el e m b l e m a del p e z c o m o s í m b o l o d e C r i s t o c o n t a n t a facilidad c o m o los e r u d i t o s r e c o n o c e n e n la a c t u a ­ l i d a d a s a n J e r ó n i m o c o m o el a n c i a n o s e m i d e s n u d o c o n el l i b r o y el l e ó n . N o o b s t a n t e , p a r a q u i e n n o p e r t e n e c e a esta c o m u n i d a d , los r e c o r d a t o r i o s s i m b ó l i c o s d e la i n i c i a ­ ción verbal c o n t i n ú a n siendo crípticos. Sólo u n budista o u n e s t u d i o s o d e esta c u l t u r a p e r c i b e al B u d a e n la p o s i c i ó n d e la m a n o d e u n a e s c u l t u r a o el B o d i s a t v a e n la l l a m a e n 9

f o r m a d e ó v a l o q u e r o d e a s u c u e r p o . A ú n así, d e b e m o s r e c o r d a r q u e los s í m b o l o s c o n v e n c i o n a l e s n o b a s t a n p o r sí m i s m o s p a r a h a c e r d e u n a o b r a d e a r t e algo a u t é n t i c a m e n ­ te religioso. U n vaso de alabastro p u e d e h a b e r salvado a m u c h o s d e s n u d o s f e m e n i n o s d e la c e n s u r a d i r e c t a . P e r o se n e c e s i t a a l g o m á s p a r a c o n v e r t i r l o s e n u n a p i n t u r a reli­ g i o s a d e M a r í a M a g d a l e n a ; los s í m b o l o s o las p a l a b r a s , el título de u n a composición para música instrumental, por e j e m p l o , a u n q u e insuficientes, s o n indispensables p a r a lograr la t r a n s i c i ó n d e lo i m p l í c i t o a lo e x p l í c i t a m e n t e s a g r a d o . Si las c o n s i d e r a c i o n e s a n t e r i o r e s p a r e c e n r a z o n a b l e s , n o p o d r í a h a b e r e n t o n c e s u n a c a r a c t e r í s t i c a ú n i c a d e la e x p r e ­ s i ó n religiosa, p u e s el a r t e a p a r e c e c o m o a r t e r e l i g i o s o s ó l o d e n t r o d e u n c o n t e x t o c u l t u r a l específico q u e posea d o c ­ t r i n a s religiosas d e t e r m i n a d a s . N o existen s í m b o l o s q u e sean por naturaleza

religiosos, a u n c u a n d o b u e n a p a r t e d e la c r í -

9. Asia Society, The Evolution ofthe Buddha Image, selección de Benjamín Rowland (Nueva York: The Asia Society, 1963). 114

tica de arte haya p r e s u p u e s t o su existencia. C i e r t a m e n t e , a l g u n o s s í m b o l o s p u e d e n a c u d i r a la m e n t e r e l i g i o s a c o n m a y o r frecuencia q u e o t r o s . L a luz, el espacio e n e x p a n s i ó n , el silencio, s o n e x p r e s i o n e s r e c u r r e n t e s d e u n a r e a l i d a d t r a s ­ c e n d e n t e , p e r o n o s o n indispensables, c o m o t a m p o c o exclu­ s i v a m e n t e religiosos. M á s a ú n , n i n g ú n s í m b o l o lo es. I n c l u s o a q u e l l o s q u e h a n s i d o i n t r o d u c i d o s p o r s u p o d e r religioso p u e d e n perder su expresividad y congelarse en meras c o n ­ v e n c i o n e s a r t í s t i c a s , t a n p o c o significativas c o m o los s í m ­ b o l o s a l e g ó r i c o s (el v a s o d e a l a b a s t r o , el l i b r o , el l e ó n ) d e los q u e está a t i b o r r a d a la iconografía religiosa. P o r lo d e m á s , el u s o r e p e t i d o d e u n s í m b o l o e n p a r t i c u l a r p u e d e refor­ zar s u e x p r e s i v i d a d r e l i g i o s a . L o q u e h a s i d o t r a n s m i t i d o d u r a n t e siglos es m á s i d ó n e o p a r a s u g e r i r u n o r i g e n revela­ d o p o r la d i v i n i d a d . S i n e m b a r g o , la t r a d i c i ó n n o p u e d e h a c e r m á s q u e p r e d i s p o n e r u n r e c u r s o al q u e p o d r í a e m p l e ­ arse c o m o s í m b o l o religioso. Su e x p r e s i v i d a d real d e p e n d e del t a l e n t o d e c a d a a r t i s t a . D e s d e l u e g o , las a c t i t u d e s religiosas m a n i f i e s t a n a l g u ­ n o s rasgos c o m u n e s , p e r o c o m o tales rasgos n o s o n i n t r í n ­ s e c a m e n t e estéticos y p u e d e n ser t r a d u c i d o s a u n a v a r i e d a d d e f o r m a s estéticas, n o d e b e r í a n ser c o n s i d e r a d o s c o m o dis­ t i n t i v o s d e l arte religioso como tal. P o d e m o s a f i r m a r e n t o n ­ ces q u e el a r t e religioso t i e n d e a d e s p l e g a r lo i n a d e c u a d o d e la f o r m a estética respecto d e su c o n t e n i d o t r a s c e n d e n t e ; esta i n a d e c u a c i ó n , sin e m b a r g o , p u e d e t r a n s m i t i r s e d e m u c h a s m a n e r a s . U n a d e las f o r m a s m á s s e n c i l l a s y a n t i g u a s d e e x p r e s a r la t r a s c e n d e n c i a d e l r e f e r e n t e r e s p e c t o d e la i m a ­ gen consiste en adoptar proporciones desmesuradas.

1 0

Las

m a s a s colosales d e las p i r á m i d e s egipcias e v o c a n u n m u n ­ d o d i f e r e n t e , s o b r e n a t u r a l . L o m i s m o s u c e d e c o n los t e m ­ i ó . Gerardus Van der>Leeuw, Sacred and Profane Beauty: The Holy in Art, tr. de David E. Green (Nueva York: Holt, Rinehart and Winston, 1963), pp. 206-207. 115

p í o s m e x i c a n o s , los relieves b a b i l ó n i c o s y g r a n p a r t e d e la estatuaria budista. L a p r e s e n c i a d e lo i n e f a b l e p u e d e ser e v o c a d a a s i m i s ­ m o p o r el c a r á c t e r f r a g m e n t a r i o d e la o b r a . L o i n a c a b a d o s u g i e r e q u e el t e m a e x c e d e f i n a l m e n t e el p o d e r c r e a t i v o d e l artista. E r n s t B l o c h a t r i b u y e el c a r á c t e r i n c o n c l u s o d e o b r a s d e a r t e c o m o los ú l t i m o s c u a r t e t o s d e B e e t h o v e n , el F a u s t o d e G o e t h e y v a r i a s d e las e s c u l t u r a s d e M i g u e l Á n g e l y d e las p i n t u r a s d e L e o n a r d o , a u n a c o n c i e n c i a e x t r a o r d i n a r i a d e la t r a s c e n d e n c i a e s c a t o l ó g i c a p o r p a r t e d e s u s a u t o r e s . E n la fe del É x o d o y del R e i n o , la t o t a l i d a d n o p u e ­ d e ser t o t a l m e n t e t r a n s f o r m a d o r a y p e r t u r b a d o r a , u t ó ­ p i c a . F r e n t e a esta t o t a l i d a d , t o d o ser, tal c o m o h a d e v e ­ nido, debe parecer fragmentario.

11

I n c l u s o las o b r a s religiosas t é c n i c a m e n t e a c a b a d a s d e s ­ pliegan a m e n u d o sugerencias de i n c o m p l e t i t u d . Al m e n o s e n O c c i d e n t e , c o n s u f u e r t e énfasis s o b r e la t r a s c e n d e n c i a , las e x p r e s i o n e s a r t í s t i c a s d e lo s a g r a d o t i e n d e n a p e r m a n e ­ c e r a b i e r t a s . E s e s t a u n a d e las r a z o n e s p o r las c u a l e s la arquitectura del R e n a c i m i e n t o , tan c o m p l e t a en su a u t o c o n t e n i d a perfección, p u e d e parecer m e n o s religiosa q u e la g ó t i c a . C o r r e c t a m e n t e o n o , j u z g a m o s t a m b i é n el a r t e n o c r i s t i a n o c o n los m i s m o s criterios. Así, c o n s i d e r a m o s el estilo m á s e l e m e n t a l d e la e s c u l t u r a griega «arcaica» c o m o a l g o d e m a y o r i n s p i r a c i ó n religiosa q u e la p u r a belleza clá­ sica d e l siglo V. A n á l o g a m e n t e , el e s p a c i o v a c í o d e u n p a i ­ saje c h i n o i r r a d i a i n f i n i t u d al m i n i m i z a r la f o r m a . E n las f a m o s a s p i n t u r a s j a p o n e s a s O x c a r d , la f o r m a d e s a p a r e c e p r o g r e s i v a m e n t e , d e j a n d o al final a q u i e n e s las c o n t e m ­ p l a n c o n u n a m e d i t a c i ó n s o b r e el N i r v a n a e n la ú l t i m a car­ t a . E n la a r q u i t e c t u r a s i m i l a r e f e c t o d e v a c í o t r a s c e n d e n t e

11. Op. cit.,p. 254. 116

h a s i d o b u s c a d o y o b t e n i d o . C u a n d o el v i s i t a n t e d e l t e m plo d e B o r o b b u d u r en Java, después d e h a b e r a s c e n d i d o p o r u n a repetición i n t e r m i n a b l e d e estatuas d e Buda, accede

finalmente

a la t e r r a z a s u p e r i o r , ú n i c a m e n t e lo e s p e r a

el e s p a c i o a b i e r t o . L a e v o c a c i ó n d e l e s p a c i o a b i e r t o h a s i d o t a m b i é n u n o d e los s í m b o l o s p r e d i l e c t o s d e a l g u n o s d e los p i n t o r e s religiosos d e O c c i d e n t e . La bella M a d o n n a del P r a t o d e G i o v a n n i B e l l i n i se e n c u e n t r a s o l a e n u n e s p a c i o p r o p i o , s e p a r a d a d e l o q u e la r o d e a . L a e s p a c i a l i d a d m e d i t a t i v a d e P e r u g i n o aisla a las figuras s a g r a d a s u n a s de otras, volviéndolas hacia su interior sobre u n a presencia i n t e r n a . L a i n a d e c u a c i ó n se t r a n s m i t e t a m b i é n e n las figuras dist o r s i o n a d a s d e la Crucifixión

d e G r ü n e w a l d y e n el

Viacrucis

d e S e r v a e , o e n los c u e r p o s a l a r g a d o s d e V a n d e r W e y d e n y del Greco, d o n d e tiende a convertirse en u n principio p u r a m e n t e f o r m a l . L a falta d e d e t e r m i n a c i ó n y la a m b i g ü e d a d p u e d e n ser a s i m i s m o e x p r e s i o n e s religiosas. L o s m o s a i cos d e v i ñ a s e n las b ó v e d a s d e S a n t a C o n s t a n z a e n R o m a p o d r í a n ser m e r o s d i s e ñ o s d e c o r a t i v o s o d e v a l u a d o s s í m b o l o s p a g a n o s . P e r o p a r a q u i e n los c o n s i d e r a c r i s t i a n o s ,

12

s u c a r á c t e r i n d e t e r m i n a d o ofrece u n a fuerza y r i q u e z a religiosas q u e rara vez se e n c u e n t r a n e n s í m b o l o s m á s d e f i n i d o s . L o s s í m b o l o s p o l i m o r f o s , a b i e r t o s , revelan varios n i v e les d e significado d e los q u e lenta y casi n a t u r a l m e n t e e m e r g e la t r a s c e n d e n c i a . ¿ N o será s u p r o p i a s e n c i l l e z l o q u e c o n fiere m a y o r i n s p i r a c i ó n d e s d e el p u n t o d e v i s t a r e l i g i o s o a los p a s t o r e s , p e c e s y v i ñ a s d e l a r t e c r i s t i a n o p r i m i t i v o q u e las alegorías r í g i d a m e n t e d e f i n i d a s o los s í m b o l o s c o n v e n cionales posteriores? A n á l o g o e f e c t o d e i n s u f i c i e n c i a se o b t i e n e a m e n u d o m e d i a n t e el u s o d e l m a t e r i a l a r t í s t i c o . É s t e , p r e s u m o , fue

12. Véase Walter Oakeshott, The Mosaics ofRome (Greenwich, Ct.: New York Graphic Society, 1967), p. 6 1 . 117

el o b j e t i v o d e los e s c u l t o r e s y a r q u i t e c t o s b a r r o c o s e n c u y a s m a n o s el m á r m o l d e j a d e ser m á r m o l y, e n f o r m a s y

figu­

ras e n e x p a n s i ó n c o n s t a n t e , a v a n z a h a c i a el i n f i n i t o . E n las f a m o s a s i g l e s i a s b á v a r a s d e B a n z y V i e r z e h n h e i l i g e n , la m a t e r i a se t o r n a e v a n e s c e n t e y casi e s p i r i t u a l al s u c e d e r s e e n c o n t i n u o s p l a n o s recesivos. L a b ó v e d a b a r r o c a t r a s c i e n d e p o r c o m p l e t o s u l u g a r a r q u i t e c t ó n i c o y, a lo l a r g o d e fres­ cos d e a p o t e o s i s religiosa (los m á s e s p e c t a c u l a r e s se e n c u e n ­ t r a n e n el G e s u y S a n I g n a z i o ) , se r e m o n t a h a c i a u n m á s allá d e s p r o v i s t o d e f u n d a m e n t o . L a p r o p i a f o r m a e l í p t i c a d e estas iglesias sugiere u n c í r c u l o q u e r o m p e su p r o p i a c l a u s u r a . D e s d e l u e g o , m u y a m e n u d o , la i n s p i r a c i ó n o r i ­ ginal degenera en u n despliegue de osadía. N o obstante, la i d e a m i s m a d e f o r z a r el e s p a c i o r i g u r o s a m e n t e c o n t e ­ n i d o d e l a r t e r e n a c e n t i s t a e n u n a b ó v e d a c e l e s t i a l q u e se e x p a n d e h a c i a el i n f i n i t o n o d e j a d u d a s a c e r c a d e s u o r i ­ gen religioso. T o d a s las f o r m a s p r e c e d e n t e s e v o c a n la t r a s c e n d e n c i a d e m a n e r a n e g a t i v a , h a c i e n d o énfasis s o b r e la i n a d e c u a c i ó n d e la f o r m a . S i n e m b a r g o , h a y t a m b i é n s í m b o l o s p o s i t i ­ v o s d e la d i v i n i d a d . U n o d e ellos, t a n u m v e r s a l m e n t e c o n o ­ c i d o q u e p a r e c i e r a ser casi u n s í m b o l o n a t u r a l d e lo d i v i n o , es la l u z . L a h a l l a m o s e n los relieves d e l r e v o l u c i o n a r i o rey e g i p c i o A k e n a t ó n , e n la e s t a t u a r i a d e las r e l i g i ó n i r a n í d e A h u r a - M a z d a , e n las p i r á m i d e s d e l s o l y d e la l u n a e n T e o t i h u a c á n , e n los m o s a i c o s b i z a n t i n o s y e n las p i n t u r a s d e l chiaroscuro

b a r r o c o . Si b i e n la o p o s i c i ó n e n t r e la l u z

d i v i n a y la o s c u r i d a d p r o f a n a a b u n d a c o n e x c e s o e n las Escrituras hebreas y cristianas,

13

s u u s o específico e n n u e s ­

t r a t r a d i c i ó n a r t í s t i c a h a s i d o d e t e r m i n a d o e n lo e s e n c i a l

13. La misma palabra para la gloria de Dios, kavod, significa luz refulgente. Para san Juan, «Dios es luz» (1 Jn. 1,5) y Cristo «la luz del mundo» (Jn. 1,9), mientras que san Pablo se dirige a los cristianos como «hijos de la luz y del día». 118

p o r f u e n t e s n e o p l a t ó n i c a s . P a r a P l o t i n o , la l u z refracta lo e s p i r i t u a l e n el m u n d o m a t e r i a l . D e s p u é s d e h a b e r s i d o a d a p t a d o a la t e o l o g í a c r i s t i a n a p o r P s e u d o - D i o n i s i o , el m o t i v o d e la l u z llegó a o c u p a r u n l u g a r c e n t r a l e n el d e s a ­ rrollo del a r t e o c c i d e n t a l . Los m o s a i c o s q u e reflejaban la l u z en trozos de piedra fueron considerados c o m o u n m e d i o p a r t i c u l a r m e n t e a p r o p i a d o p a r a celebrar la majestad d e D i o s . L o s p r i m i t i v o s i t a l i a n o s i n t r o d u j e r o n e n s u p i n t u r a el t r a s f o n d o d o r a d o d e los m o s a i c o s b i z a n t i n o s . A p e n a s h a b í a d e s a p a r e c i d o el o r o c u a n d o el d r a m á t i c o c o n t r a s t e d e l u z y s o m b r a , m á s a d e c u a d o p a r a e x p r e s a r la a g i t a c i ó n religiosa d e la é p o c a m o d e r n a , r e i n t r o d u j o el s i m b o l i s m o r e l i g i o s o d e la l u z . L o s artistas b a r r o c o s i n u n d a b a n d e l u z las

figuras

s a g r a d a s e n m e d i o d e la o s c u r i d a d . P a r a m u c h o s , e s t o se convirtió p r o n t o en un m e r o principio formal; n o obs­ t a n t e , e n m a e s t r o s p r o f u n d a m e n t e religiosos c o m o R i v e r a y R e m b r a n d t , la n u e v a t é c n i c a p r o d u j o e f e c t o s r e l i g i o s o s sin p r e c e d e n t e s . A l i g u a l q u e el m á r m o l e n m a n o s d e los e s c u l t o r e s b a r r o c o s , la l u z deja d e ser u n a e n t i d a d m a t e r i a l : se t o r n a p o r c o m p l e t o e s p i r i t u a l . L a filosofía n e o p l a t ó n i c a i n s p i r ó o t r a serie d e r e c u r s o s , tales c o m o la p o s i c i ó n f r o n t a l d e las figuras, la i n m o v i l i d a d y la c a r e n c i a d e p e r s p e c t i v a , la a u s e n c i a d e s e m e j a n z a s i n d i ­ viduales, p o r m e d i o d e los cuales los artistas religiosos i n t e n ­ t a b a n s u p e r a r el m u n d o t r a n s i t o r i o , a c c i d e n t a l , y c a p t u r a r la e s e n c i a i n m u t a b l e d e u n u n i v e r s o e s p i r i t u a l o c u l t o . P o r esta r a z ó n , las i m á g e n e s b i z a n t i n a s se a s e m e j a n m á s a s í m ­ bolos abstractos q u e a representaciones c o n c r e t a s .

14

Mediante

la sencillez d e sus t i p o s , la p u r e z a d e s u s l í n e a s y la s e r e n i ­ d a d d e sus a r m o n í a s , el arte cristiano del I m p e r i o d e O r i e n t e e v o c a la m a j e s t a d d e l c o s m o s e t e r n o . T e n d e n c i a s s i m i l a -

14. André Grabar, The Art ofthe Byzantine Empire (Nueva York: Greystone Press, 1967), p. 28 [Madrid: Aguilar, 1966]. 119

res p u e d e n a d v e r t i r s e e n la r e p r e s e n t a c i ó n e s t á t i c a y d e s ­ p e r s o n a l i z a d a d e las e s t a t u a s d e B u d a . B i e n sea a la m a n e ­ ra h i e r á t i c a d e S i a m , o a la m a n e r a m á s sencilla d e C e y l á n , el I l u m i n a d o a p a r e c e s i e m p r e c o m o si h u b i e r a s u p e r a d o la p e r s o n a l i d a d i n d i v i d u a l .

1 5

El m i s m o arte o c c i d e n t a l ,

m u c h o m á s h o s p i t a l a r i o p a r a c o n lo h i s t ó r i c o e i r r e p e t i b l e , i n t e n t a s u s p e n d e r el t i e m p o p a r a c o m u n i c a r la t r a s c e n ­ d e n c i a . E n las p r i m e r a s e s c e n a s d e la N a v i d a d , las

figuras

a p a r e c e n c o n g e l a d a s e n s u i n m o v i l i d a d e n el m o m e n t o e n q u e lo e t e r n o e n t r a e n el t i e m p o . L o s gestos d e los p a s t o r e s y d e los ángeles p a s m a d o s e n u n efecto s i m i l a r al d e la Bella D u r m i e n t e , t r a n s m i t e n a q u i e n e s los c o n t e m p l a n la idea d e q u e el t i e m p o se h a d e t e n i d o .

1 6

D e s d e l u e g o , la n o c i ó n m i s m a d e t r a s c e n d e n c i a a b s o ­ l u t a c r e a u n a t e n s i ó n c o n s t a n t e e n el d e s e n v o l v i m i e n t o d e l a r t e r e l i g i o s o , q u e estalla p e r i ó d i c a m e n t e e n m o v i m i e n t o s i c o n o c l á s t i c o s , los c u a l e s h a n d e j a d o p e r m a n e n t e h u e l l a e n las estéticas religiosas del j u d a i s m o y el i s l a m i s m o . T e m e r o s o s d e e x p r e s a r lo i n v i s i b l e e n f o r m a s visibles, l o s c r e d o s p a r ­ tidarios de u n m o n o t e í s m o radical prefirieron renunciar a t o d a i c o n o g r a f í a y c e n t r a r s e m á s b i e n e n la p a l a b r a y e n las f o r m a s m á s a b s t r a c t a s c o m o la m ú s i c a y la a r q u i t e c t u r a . E n el c r i s t i a n i s m o , la fe e n la E n c a r n a c i ó n p r e v a l e c i ó s i e m p r e s o b r e la d e s c o n f i a n z a f r e n t e a las f o r m a s

finitas.

Después

d e l a s e s i n a t o d e los e m p e r a d o r e s I s a u r o s e n el s i g l o IX, el C u a r t o C o n c e j o d e C o n s t a n t i n o p l a d e c r e t ó : «Es c o n f o r m e a la r a z ó n y a las m á s a n t i g u a s t r a d i c i o n e s q u e los i c o n o s , p u e s t o q u e refieren a los p e r s o n a j e s p r i n c i p a l e s , s e a n h o n ­ r a d o s y a d o r a d o s d e m a n e r a d e r i v a d a , así c o m o lo es el l i b r o s a g r a d o d e los s a n t o s E v a n g e l i o s y se v e n e r a la i m a g e n d e

15. Dietrich Seckel, The Art of Buddhism (Nueva York: Greystone Press, 1968), pp. 186-7, 204-5. 16. Cario Ossola, «Sospensione del tempo» en II simbolismo deltempo,tá. Enrico Castelli (Padua: Cedám, 1973), pp. 35-37. 120

la p r e c i o s a c r u z » .

17

E n e s t e c a s o , la v i c t o r i a p r o d u j o u n a

c o m p l e t a r e s t a u r a c i ó n . L a iconoclasia del c a l v i n i s m o d u r a n t e el siglo XVII c o n d u j o a d i f e r e n t e s r e s u l t a d o s y m o t i v ó el desarrollo d e u n arte p u r a m e n t e secular, p e r o n i siquiera e s t a r e v o l u c i ó n r a d i c a l s e ñ a l ó el final d e u n a i c o n o g r a f í a cristiana e n los países calvinistas, s i n o q u e e s t i m u l ó a la i m a g i n a c i ó n religiosa h a c i a la e x p l o r a c i ó n d e n u e v a s p o s i b i l i d a d e s . A l ser e x p u l s a d o d e las iglesias, el a r t e i c ó n i c o se trasl a d ó a los l i b r o s y a l o s g r a b a d o s , m e n o s s u s c e p t i b l e s d e c o n v e r t i r s e e n o b j e t o d e v e n e r a c i ó n «idólatra» y m á s sujet o s a la c e r c a n a s u p e r v i s i ó n d e la p a l a b r a escrita. U n a exégesis l i t e r a l g u i a d a p o r el p r i n c i p i o d e sola scriptura r e c i ó la i n f o r m a c i ó n

filológica

favo-

p o r s o b r e la i n s p i r a c i ó n

m í s t i c a y s u s t i t u y ó el m a n i e r i s m o p o r el n a t u r a l i s m o e n la i c o n o g r a f í a religiosa. E n g r a n d e s m a e s t r o s r e l i g i o s o s tales c o m o R e m b r a n d t , inspiró u n a b ú s q u e d a sin p r e c e d e n t e s p o r la v e r d a d i n t e r i o r . E n o t r o s , esta b ú s q u e d a p e r m i t i ó la s e c u l a r i z a r i z a c i ó n y d e h e c h o la l o g r ó e n la p s i c o l o g í a . E n R e m b r a n d t , sin e m b a r g o , la v e r d a d p s i c o l ó g i c a m i s m a se c o n v i r t i ó e n u n h e c h o q u e e x p r e s a b a la i n t e r i o r i d a d religiosa m á s p r o f u n d a .

1 8

D u r a n t e sus ú l t i m o s a ñ o s , el m a e s -

t r o h o l a n d é s se h a b í a f a m i l i a r i z a d o t a n í n t i m a m e n t e c o n las e s c e n a s b í b l i c a s d e su d i a r i a m e d i t a c i ó n , q u e r e n u n c i ó p o r c o m p l e t o a los relatos y p i n t a b a d i r e c t a m e n t e s u i m p a c to interior.

17. Enchiridion Symbobrum, ed. de Denzinger-Bannwart (Bar-celona: Herder, 1957), p. 337. 18. Al dibujar temas religiosos, Rembrandt elegía a menudo el momento del drama interior, Abraham cuando responde a las preguntas de Isaac sobre la víctima para el sacrificio, en lugar de acontecimientos externos. 121

El nuevo significado

del arte

religioso

Los principios que h e m o s venido desarrollando n o p u e d e n «aplicarse» sin m á s al a r t e m o d e r n o . L a p r o f u n d a s e c u l a r i z a c i ó n d e n u e s t r a é p o c a h a c e d u d a r d e si el a r t e t o d a v í a p u e d e ser calificado d e religioso, a ú n e n el s e n t i d o m í n i m o e n q u e t o d o a u t é n t i c o a r t e d e l p a s a d o p o d r í a ser c o n s i d e r a d o « p o t e n c i a l m e n t e religioso». K a r s t e n H a r r i e s d e s c r i b e esta t r a n s f o r m a c i ó n d e la s i g u i e n t e m a n e r a : El a r t e m o d e r n o a p a r e c e e n t o n c e s c o m o u n i n t e n t o p o r r e c o b r a r p a r a el h o m b r e la i n m e d i a t e z p e r d i d a , o bien c o m o una búsqueda de libertad absoluta. En a m b o s casos, el h o m b r e h a r e n u n c i a d o al esfuerzo p o r d e s c u b r i r s e n t i d o e n el m u n d o d e los o b j e t o s ; si h a d e h a b e r u n s e n t i d o , éste d e b e f u n d a m e n t a r s e m á s allá d e este m u n d o . S i n e m b a r g o , y a n o es p o s i b l e d a r u n c o n t e n i d o d e f i n i d o a esta t r a s c e n d e n c i a .

19

A u n q u e t e n g o ciertas reservas frente a s u p e s i m i s t a c o n c l u s i ó n , las p r e m i s a s básicas d e H a r r i e s e s t á n a v a l a d a s p o r u n s i n n ú m e r o d e e v i d e n c i a s . ¿ Q u é es e n t o n c e s lo q u e difiere d e m a n e r a t a n r a d i c a l e n esta n u e v a é p o c a ? Q u i z á s n a d a ilustra m e j o r la n a t u r a l e z a d e la r e v o l u c i ó n e s t é t i c a q u e la i n n o v a c i ó n d e C é z a n n e e n la p e r s p e c t i v a y e n la r e p r e s e n t a c i ó n p i c t ó r i c a . Su c a r a c t e r í s t i c a es la a u s e n cia d e t o d a r e f e r e n c i a u l t e r i o r d e la i m a g e n a r t í s t i c a : d e e s a p a r e c e la c o n e x i ó n e n t r e la o b r a d e a r t e y el m u n d o e x t e rior. El espacio deja d e c u m p l i r su f u n c i ó n t r a d i c i o n a l : r e l a c i o n a r las diversas f o r m a s e n t r e sí y p a r a q u i e n las c o n t e m p l a . L o q u e p r e s e n c i a m o s a h o r a es e x a c t a m e n t e lo c o n t r a r i o d e l a r t e b a r r o c o , d o n d e el a s p e c t o e x p a n s i v o , la c a p a -

19. TheMeaningofModemArt Press, 1968), p. 154. 122

(Evanston: Northwestern University

ciclad d e la f o r m a d e s e ñ a l a r m á s allá d e sí, j u e g a u n p a p e l m á s i m p o r t a n t e q u e la c o h e r e n c i a i n t e r n a . El m á s p e s a d o d e los m á r m o l e s y el c o l o r m á s o s c u r o se t o r n a n t r a n s p a r e n t e s e n s u p o d e r d e e x c e d e r la r e p r e s e n t a c i ó n r e a l . L o s o b j e t o s b a r r o c o s se e x p a n d e n e n el t i e m p o y e n el e s p a c i o : n a r r a n u n r e l a t o . Si b i e n g r a n p a r t e d e este a s p e c t o n a r r a t i v o se p i e r d e e n el n e o c l a s i c i s m o , r e a l i s m o e i m p r e s i o n i s m o s u b s i g u i e n t e s , se p r e s e r v a s u a s p e c t o r e f e r e n c i a l . L o s objetos r e p r e s e n t a d o s siguen s i e n d o unificados d e s d e la p e r s pectiva ú n i c a d e t e r m i n a d a p o r el ojo d e q u i e n los c o n t e m p l a . C é z a n n e i n v i e r t e este p r i n c i p i o e n la p i n t u r a . C a m b i o s s i m i l a r e s a u n q u e m e n o s c o n s p i c u o s t r a n s f o r m a n la e s c u l t u r a , la m ú s i c a , la l i t e r a t u r a y la a r q u i t e c t u r a . L a r e p r e s e n t a c i ó n a r t í s t i c a d e la n u e v a era se d e s p r e n d e d e l e s p e c t a d o r y d e l o y e n t e y se e n c i e r r a e n s u p r o p i o e s p a c i o y significad o i n d e p e n d i e n t e s . La creación artística ya n o está determ i n a d a p o r la f o r m a c o m o a p a r e c e n las cosas al

espectador

o al oyente, s i n o p o r la m a n e r a c o m o las f o r m a s y c o m b i n a c i o n e s t o n a l e s a p a r e c e n en sí mismas.

D e s d e l u e g o , la

e x p r e s i ó n « a p a r e c e n e n sí m i s m a s » es c o n t r a d i c t o r i a , p u e s to q u e forma y tonalidad aparecen siempre a u n sujeto perceptivo. N o e n c u e n t r o , sin e m b a r g o , u n a expresión m á s a p r o p i a d a p a r a c o m u n i c a r el d e s d é n d e l a r t i s t a m o d e r n o p o r las p r e d i s p o s i c i o n e s d e l e s p e c t a d o r o d e l o y e n t e . N a t u r a l m e n t e , los o b j e t o s p i c t ó r i c o s s i g u e n a p a r e c i e n d o e n u n a perspectiva determinada, pero n o en u n a perpectiva accesible d e i n m e d i a t o al espectador. Las t o n a l i d a d e s t o d a v í a s o n r e c i b i d a s c o n e x p e c t a t i v a s específicas d e a r m o n í a , p e r o el c o m p o s i t o r n o h a c e esfuerzo a l g u n o p o r satisfacerlas. L a a b o l i c i ó n d e u n p u n t o d e vista s u b j e t i v o fue el r e s u l t a d o d e la d e s a p a r i c i ó n d e u n a c o n e x i ó n u n i f i c a d a e n t r e las d i v e r sas p a r t e s d e la p i n t u r a , la c o m p o s i c i ó n o la n a r r a t i v a . Las u n i d a d e s p a r c i a l e s se d e s t a c a n p o r sí m i s m a s , a m e n u d o superpuestas en su p r o p i a perspectiva particular, o bien c o n e c t a d a s e n t r e sí p o r p e r s p e c t i v a s f r a g m e n t a r i a s .

123

C u a n d o C é z a n n e s u s t i t u y e los c o n t o r n o s p o r m a n c h a s d e c o l o r , la i m a g e n v i s u a l , q u e p r o n t o h a b r á d e c o n v e r t i r s e e n u n a m e r a c o m b i n a c i ó n d e c o l o r e s , se s o l i d i f i c a e n u n a r e a l i d a d a j e n a y o p a c a . E v e n t u a l m e n t e llega a d e s t a c a r s e p o r sí m i s m a , c o n i n d e p e n d e n c i a d e l e s p e c t a d o r y d e las i m á g e n e s r e l a c i o n a d a s c o n ella, y d e j a d e referir m á s allá d e sí e n el e s p a c i o y e n el t i e m p o . N o s h a l l a m o s a n t e u n a presencia

sin h i s t o r i a , sin m u n d o . D e b e r í a m o s a ñ a d i r :

y sin t r a s c e n d e n c i a . El a r t e c o n t e m p o r á n e o s o l a m e n t e a r t i c u l a el s e n t i m i e n t o d e l h o m b r e m o d e r n o h a c i a el m u n d o . L a s c o s a s s e n c i l l a m e n t e son, i n d i f e r e n t e s al o b s e r v a d o r h u m a n o , autocontenidas en u n a soledad i n h u m a n a . Tan s ó l o r e c i e n t e m e n t e h a i n t e n t a d o la l i t e r a t u r a u n a n e g a c i ó n i g u a l m e n t e r a d i c a l d e la h u m a n i d a d y c o h e r e n c i a e n la llam a d a a n t i n o v e l a q u e sería, d e h e c h o , u n a a n t i n a r r a t i v a . E n la a r q u i t e c t u r a , la a u t o s u f i c i e n c i a n o r e f e r e n c i a l a s u m i ó p r i n c i p a l m e n t e la f o r m a d e u n énfasis sin p r e c e d e n t e s s o b r e el m a t e r i a l d e la c o n s t r u c c i ó n , las c u a l i d a d e s específicas d e l l a d r i l l o , la p i e d r a o la m a d e r a , a e x p e n s a s d e la a p t i t u d p a r a r e c i b i r y o r i e n t a r al v i s i t a n t e s e g ú n s u s n e c e s i d a d e s . L o a n t e r i o r a p a r e c e c o n m a y o r c l a r i d a d e n las e d i f i c a c i o n e s religiosas. L o s fieles se e n c u e n t r a n a h o r a e n iglesias q u e n o poseen frente ni centro, d o n d e u n a m u l t i t u d de vectores intersectan en diversos lugares. E n u n espacio tan p o c o hospitalario, cada p e r s o n a d e b e hallar su p r o p i o n o r t e , crear su p r o p i a perspectiva y explorar sus propios sentimientos. E n o c a s i o n e s se a f i r m a q u e este n u e v o c o n c e p t o d e la c o n s t r u c c i ó n e s p a c i a l p e r m i t e al h o m b r e e n c o n t r a r s e a sí mismo,

en lugar de recibir u n a d e t e r m i n a d a perspectiva

i m p u e s t a . E s t o es p a r t i c u l a r m e n t e c i e r t o , p u e s n a d a e n este e s p a c i o a j e n o refiere m á s allá d e l o a c t u a l m e n t e d a d o . L a ú n i c a t r a s c e n d e n c i a p r e s e n t e es la d e la m a t e r i a m i s m a . V e m o s c ó m o se c o m b i n a n a q u í d o s d e las t e n d e n c i a s d e l a r t e m o d e r n o d e s c r i t a s p o r H a r r i e s : el i n t e n t o p o r r e c o b r a r 124

la i n m e d i a t e z p e r d i d a y u n a b ú s q u e d a d e la l i b e r t a d a b s o ­ luta. Lo p u r a m e n t e i n m e d i a t o n o i m p o n e restricción algu­ n a a la p u r a e l e c c i ó n . E n a u s e n c i a d e t o d a t r a s c e n d e n c i a e x c e p t o la d e la p r o p i a m a t e r i a , el h o m b r e n o t i e n e m á s alternativa q u e convertirse en su p r o p i a trascendencia. El o b j e t i v i s m o t o t a l c o i n c i d e e n t o n c e s c o n el s u b j e t i v i s m o p u r o . «El i n t e n t o p o r s u s t i t u i r el m u n d o p o r c o n s t r u c c i o ­ n e s f u n d a m e n t a d a s e x c l u s i v a m e n t e e n la l i b e r t a d , r e s u l t a e n ú l t i m a i n s t a n c i a i n d i f e r e n c i a b l e d e la t e n d e n c i a o p u e s ­ t a a o b t e n e r c r e a c i o n e s a r t í s t i c a s a t r a v é s d e la s o l a e x p r e ­ sión espontánea».

2 0

La total ausencia de ubicación atrapa

a la p e r s o n a d e n t r o d e u n m u n d o c e r r a d o d e m e r a s p o s i ­ b i l i d a d e s . S i n e m b a r g o , c o m o la l i b e r t a d h a d e e s t a r f u n ­ d a m e n t a d a e n u n a r e a l i d a d c o n s i s t e n t e y ser l i m i t a d a p o r e l l a , la mera p o s i b i l i d a d n o p e r m i t e a u t é n t i c a l i b e r t a d . K i e r k e g a a r d , q u i e n d e f i n e la d e s e s p e r a c i ó n c o m o a u s e n c i a d e p o s i b i l i d a d , e s t a b a e n lo cierto c u a n d o a f i r m a b a q u e u n a p e r s o n a q u e es sólo p o s i b i l i d a d es u n ser d e s e s p e r a d o , p u e s la s o l a p o s i b i l i d a d n o es u n a p o s i b i l i d a d r e a l . P o d e m o s aprender asimismo de Kierkegaard por q u é u n a desespera­ c i ó n s e m e j a n t e es e s e n c i a l m e n t e religiosa: la n e g a c i ó n d e u n a realidad coherente i m p i d e aceptar u n a f u n d a m e n t a ción trascendente unificadora.

21

E n n i n g u n a p a r t e a p a r e c e c o n m a y o r c l a r i d a d el a s p e c ­ t o nihilista d e la l i b e r t a d a b s o l u t a c o m o e n la l i t e r a t u r a c o n ­ t e m p o r á n e a . A q u í la p é r d i d a d e t r a s c e n d e n c i a socava la c o n ­ t i n u i d a d d e la e s t r u c t u r a m i s m a d e l t i e m p o y p o r ello, la e s e n c i a m i s m a d e la n a r r a t i v a . El m u n d o se r e d u c e a u n a s u p e r p o s i c i ó n d e o b j e t o s d e s p r o v i s t o s d e r e l a c i ó n y la exis­ tencia a u n a sucesión de episodios incoherentes. Frank

20. Karsten Harries, op. cit, p. 107. 21. Soren Kierkegaard, La enfermedad mortal(Madrid: Guadarrama, 1969). 125

K e r m o d e h a m o s t r a d o c ó m o la a u s e n c i a d e c o n e x i ó n i n t e r n a e n t r e los p e r í o d o s d e la existencia se s i m b o l i z a e n la i n c a p a c i d a d d e los n a r r a d o r e s m o d e r n o s d e h a l l a r u n final a p r o piado.

2 2

N o o b s t a n t e , c o m o lo señaló a l g u n a vez V i r g i n i a

W o o l f , c u a n d o n o h a y c o m i e n z o n i final, n o h a y relato. L a v i d a se c o n v i e r t e e n t o n c e s e n u n c í r c u l o q u e g i r a s o b r e sí m i s m o . L o s escritores franceses m o d e r n o s h a n p r o s e g u i d o este e s t a d o m e n t a l h a s t a sus ú l t i m a s c o n s e c u e n c i a s . E n R o b b e - G r i l l e t , el t i e m p o m i s m o h a sido r e d u c i d o a u n a m e r a secuencia d e m o m e n t o s i n d e p e n d i e n t e s desprovistos d e c o h e r e n c i a i n t e r n a , m i e n t r a s q u e t o d a la o b r a d e B e c k e t t p u e d e leerse c o m o u n a e x p r e s i ó n d e la p e r s o n a l i d a d d i s c o n t i n u a , e n la c u a l la i d e n t i d a d p e r s o n a l se d e s i n t e g r a e n u n a serie d e e s t a d o s aislados. L a m o d a a c t u a l d e f o r m a l i s m o l i t e r a r i o revela u n estad o s i m i l a r d e finalidad n o t r a s c e n d e n t e . A l d e s e s p e r a r d e la c a p a c i d a d del h o m b r e m o d e r n o para alcanzar significados ú l t i m o s , los e s c r i t o r e s se v u e l v e n c a d a v e z c o n m a y o r frec u e n c i a h a c i a la f o r m a c o m o fin e n sí m i s m o . D e s p o j a d a d e c o n t e n i d o , la f o r m a se c o n v i e r t e e n la ú l t i m a b a r r e r a c o n t r a el c a o s e n u n u n i v e r s o d e s c e n t r a d o . N o o b s t a n t e , la literatura n o p u e d e prescindir del c o n t e n i d o . Por esta razón, el e s c r i t o r se v e o b l i g a d o a e s c r i b i r a c e r c a d e la f o r m a m á s bien q u e c o n ella.

23

L o s s i g n o s v e r b a l e s se s u p e r p o n e n d e

22. Frank Kermode, El sentido del final (Barcelona: Gedisa, 1966). 23. El crítico británico Tony Tanner analiza esta búsqueda desesperada de la forma en un universo que, en su acelerada entropía espiritual, cada vez se desintegra más en la pura ausencia de estructura. «Las palabras deben ser organizadas para poder transmitir cualquier tipo de información, y tal organización es en sí misma un gesto contra la entropía. Para contrarrestar la entropía, deben ser organizadas de tal manera que desafíen la probabilidad; idealmente, esto significaría utilizar las palabras de manera inédita. Pero aquí encontramos el peligro de ir más allá de toda organización, que a largo plazo es idéntico al peligro de someternos a la probabilidad. De ambas formas, el escritor puede encontrar 126

tal m a n e r a q u e e x c l u y e n u n m o d e l o c o h e r e n t e d e r e a l i d a d . El l e n g u a j e a p a r e c e e n el a c t o m i s m o d e r e l a t a r y d e s a r r o lla s u s p r o p i o s p a t r o n e s d e s i g n i f i c a d o . A u n q u e n o p o d a m o s e l i m i n a r s u a s p e c t o referencial, los a u t o r e s m o d e r n o s h a n l l e g a d o a d e b i l i t a r t a n t o c o m o es p o s i b l e s u c o n e x i ó n c o n u n m u n d o real c o h e r e n t e . M i e n t r a s el h o m b r e c o n t i n ú e d e f i n i é n d o s e c o m o a u t o t r a s c e n d e n t e — y h a y serios i n d i c i o s d e q u e lo h a c e , si b i e n a la m a n e r a n e g a t i v a d e q u i e n n o c o n s i g u e a c c e d e r a la trasc e n d e n c i a — la a u s e n c i a d e t o d o m á s allá g e n e r a d e h e c h o u n a desorientación fundamental. Sin e m b a r g o , ¿no podría la o p a c a o b j e t i v i d a d d e l a r t e m o d e r n o ofrecer u n d e s c a n so d e la l u c h a d e s e s p e r a d a e n b u s c a d e o r i e n t a c i ó n ? ¿ N o ofrecería s u p r o p i o carácter i n m e d i a t o u n a t r e g u a a la libertad? El a r t e n o

figurativo

revive el a n t i g u o s u e ñ o d e u n a

nueva inmediatez. L a i n m e d i a t e z es c i e r t a m e n t e real, p e r o d u d o q u e sea suficiente p a r a h a c e r del arte algo r e l i g i o s a m e n t e signific a t i v o . L a a n s i o s a a p e r t u r a e x i g i d a p o r el a r t e m o d e r n o h a sido c o m p a r a d a a la «inmovilización a n t e la v i d a «, a la «atenc i ó n p r o l o n g a d a » c a r a c t e r í s t i c a d e la a c t i t u d r e l i g i o s a .

24

A q u e l l o s p o c a s p e r s o n a s q u e h a n s u f r i d o el i m p a c t o t o t a l de abstraccionistas tan poderosos c o m o R o t h k o , Kline y Kandiski n o a d m i t i r í a n u n a interpretación semejante. Sin

que el poder de sus palabras para transmitir cualquier clase de mensaje o de información elocuente declina sin cesar. Algunas veces pienso que podemos detectar una especie de desesperación frente al lenguaje incluso en los más prolíficos autores norteamericanos (y quizás especialmente en ellos), el sentimiento de la inevitabilidad de la entropía tal como la sugiere T.S. Eliot en el verso donde habla de "shabby equipment always deteriorating" [instrumentos gastados en permanente deterioro]». City of Words (Nueva York: Harper & Row, 1971), p. 146. 24. Michael Seuphor, The Spiritual Mission ofArt (Nuev York: Galerie Chalette, 1960), p. 26. 127

e m b a r g o , sería e n g a ñ o s o calificar d e religiosas a s u s o b r a s e n el m i s m o s e n t i d o q u e las d e D u c c i o y V a n d e r W e y d e n . Si b i e n es p o s i b l e u n a l e c t u r a religiosa d e las p r i m e r a s , e n las s e g u n d a s se t r a t a d e u n a n e c e s i d a d . El g r a n a r t e a b s t r a c t o e n la p i n t u r a , la m ú s i c a y la e s c u l t u r a ofrece u n a a p e r t u r a d o n d e p o d e m o s d e s c u b r i r d e n u e v o la t r a s c e n d e n c i a , p e r o n o m u e s t r a lo t r a s c e n d e n t e . Análogas pretensiones p u e d e n adelantarse con mayor f u n d a m e n t o respecto d e algunas obras expresionistas y postexpresionistas. M a e s t r o s d e la a g o n í a m o d e r n a c o m o Arshile Gorky, Francis Bacon, W i l l e m de K o o n i n g y G e r m a i n e R i c h i e r s u s c i t a n sin d u d a p r e g u n t a s d e significado esencial. D i b u j a r el h o r r o r d e u n u n i v e r s o d e s c e n t r a d o e q u i v a l e a p r e g u n t a r s e a c e r c a d e la v i a b i l i d a d d e u n m u n d o s i n t r a s c e n d e n c i a . D e n u e v o , tales v i s i o n e s d e d e s t r u c c i ó n

pueden

ser i n t e r p r e t a d a s d e m a n e r a r e l i g i o s a , p e r o n o n e c e s a r i a m e n t e lo s o n ; d e h e c h o , f u e r o n i n s p i r a d a s e n lo esencial p o r la desesperación del artista frente a la i m p o s i b i l i d a d d e alcanzar u n a i n t e g r a c i ó n religiosa. P r e s e n t a n i m á g e n e s d e i n s u ficiencia

s u s c e p t i b l e s d e i n v i t a r a q u i e n las c o n t e m p l a a u n a

v i s i ó n i n t e r n a p r o p i a , p e r o n o a p o r t a n p o r sí m i s m a s c o n t e n i d o a l g u n o a d i c h a v i s i ó n . E n e s t o d i f i e r e n d e los g r a n d e s a r t i s t a s religiosos d e l p a s a d o , q u i e n e s h i c i e r o n m á s q u e suscitar p r e g u n t a s : ofrecieron u n a visión positiva d e lo sagrad o . S ó l o al i m p o n e r su p r o p i a a c t i t u d religiosa s o b r e la o b r a d e l a r t i s t a p u e d e el e s p e c t a d o r p e r c i b i r el a r t e e x p r e s i o n i s ta c o n t e m p o r á n e o c o m o religioso. El a r t e religioso del pasad o n o p e r m i t í a tal l i b e r t a d d e i n t e r p r e t a c i ó n . P a r a p e n e t r a r e n los Oratorios

d e B a c h o e n las Deposiciones

de Van der

W e y d e n , a ú n alguien p o r c o m p l e t o secularizado n o tiene m á s a l t e r n a t i v a q u e a d o p t a r t r a n s i t o r i a m e n t e la v i s i ó n t r a s c e n d e n t e d e l a r t i s t a . P o r u n o s b r e v e s i n s t a n t e , el a r t i s t a l o o b l i g a a c o m p a r t i r s u p r o p i a c o n c e p c i ó n religiosa d e l m u n d o . El a r t i s t a c o n t e m p o r á n e o , p o r el c o n t r a r i o , d e j a la i n i ciativa al e s p e c t a d o r .

128

L a a m b i g ü e d a d del a r t e m o d e r n o r e s p e c t o d e lo sagrad o resulta significativa p a r a u n a s i t u a c i ó n e n la c u a l el h o m b r e h a p e r d i d o e n g r a n p a r t e la e x p e r i e n c i a d i r e c t a d e lo sagrado. R a r a vez alcanza algo m á s q u e u n s e n t i d o d e a u s e n cia, s i l e n c i o o , e n el m e j o r d e los c a s o s , u n e s p a c i o i n t e r i o r d o n d e p o d r í a m a n i f e s t a r s e d e n u e v o la t r a s c e n d e n c i a . R e c o r d a m o s las p a l a b r a s d e H e i d e g g e r , s e g ú n las c u a l e s e n t i e m p o s d e p e n u r i a c o m o el n u e s t r o , los p o e t a s n o h a b l a n d e lo s a g r a d o , n i d e los dioses, s i n o d e las huellas q u e h a b r í an dejado.

25

L a f u n c i ó n s a g r a d a del a r t e q u i z á s n o sea o t r a

q u e la d e c r e a r u n v a c í o e n el c u a l el h o m b r e p u e d a p e r c i bir la t r a s c e n d e n c i a . La p o s i c i ó n del a r t e m o d e r n o es e n t o n ces e s e n c i a l m e n t e a m b i g u a r e s p e c t o d e lo s a g r a d o . ¿Significa lo a n t e r i o r q u e e n n u e s t r a é p o c a n o e x i s t e el a r t e s a g r a d o ? L o a b s u r d o d e tal c o n c l u s i ó n r e s u l t a e v i d e n t e c u a n d o p e n s a m o s e n la capilla d e M a t i s s e e n V e n c e , e n a l g u n a s d e las e s c u l t u r a s d e M a n z ü , e n la m a y o r í a d e las p i n t u r a s d e R o u a u l t y, a n t e t o d o , e n las c o m p o s i c i o n e s sagradas d e M e s s i a e n y P e n d e r e c k i . Tales o b r a s exigen u n a i n t e r p r e t a c i ó n i n e q u í v o c a m e n t e religiosa, si se h a d e p e n e t r a r d e a l g u n a f o r m a e n su s i g n i f i c a d o . T a m p o c o p u e d e n ser i g n o radas c o m o rezagos culturales d e u n a é p o c a a n t e r i o r : sus creadores fueron t o d o s p i o n e r o s en su p r o p i o c a m p o . N o o b s t a n t e , si b i e n el s i g n i f i c a d o m o d e r n o d e s u s o b r a s es i n d u d a b l e , a p e n a s p o d r í a n ser c o n s i d e r a d o s c o m o los artistas m á s r e p r e s e n t a t i v o s d e n u e s t r o t i e m p o . M á s e n c o n c o r d a n c i a c o n el c l i m a r e l i g i o s o d e n u e s t r a é p o c a e s t a r í a n a q u e l l o s artistas a b s t r a c t o s y expresionistas a q u i e n e s h e m o s h e c h o referencia. U n p r o b l e m a d e p a r t i c u l a r i n t e r é s es el d e los a b s t r a c cionistas p u r o s q u e i n t e n t a n crear u n arte explícitamente religioso, c o m o lo h i z o B a r n e t t N e w m a n c o n s u V i a c r u c i s o R o t h k o e n la c a p i l l a d e H o u s t o n . A q u í la a m b i g ü e d a d

25. Martin Heidegger, «¿Para qué ser poetas?» en Sendas perdidas. 129

religiosa d e l a r t e m o d e r n o a p a r e c e c o n c l a r i d a d , y c o n ella la n e c e s i d a d d e regresar a la d e t e r m i n a c i ó n o r i g i n a l del l e n guaje. A l o m i t i r el t í t u l o , n a d i e p o d r í a r e c o n o c e r tales o b r a s c o m o o b r a s religiosas e x p l í c i t a s . E n u n a t r a d i c i ó n c u l t u r a l d o n d e los s í m b o l o s d e la fe s o n b i e n c o n o c i d o s , los a r t i s t a s figurativos

r a r a v e z e x p e r i m e n t a n la n e c e s i d a d d e d e c l a r a -

c i o n e s verbales s e m e j a n t e s . C o n e x c e p c i ó n d e la m ú s i c a , u n arte esencialmente n o

figurativo,

el t í t u l o n o d e s e m p e ñ a u n

p a p e l d e c i s i v o e n la d e t e r m i n a c i ó n d e la n a t u r a l e z a religiosa d e u n a o b r a i c ó n i c a . L o s largos cabellos, el v a s o y la a p a riencia algo desgreñada de u n a atractiva mujer, a n u n c i a de i n m e d i a t o al e s p e c t a d o r q u e se e n c u e n t r a e n p r e s e n c i a d e s a n t a M a r í a M a g d a l e n a . T o d o s c o n o c e n el r e l a t o . D e s d e l u e g o , el t í t u l o c o l o c a d o b a j o u n a p i n t u r a a b s t r a c t a p u e d e ser a r b i t r a r i o o d e l i b e r a d a m e n t e e n g a ñ o s o , p e r o n o lo es m á s q u e los s í m b o l o s d e l c u l t o o i n c l u s o t o d o el t e m a d e u n a obra tradicional desprovista de auténtica inspiración religiosa. D e b e m o s r e c o r d a r u n a vez m á s q u e el l e n g u a j e , o los s í m b o l o s i c ó n i c o s q u e r e q u i e r e n e n ú l t i m a i n s t a n c i a d e u n a i n t e r p r e t a c i ó n v e r b a l , es i n d i s p e n s a b l e p e r o n o s u f i c i e n t e p a r a la c r e a c i ó n del a r t e religioso. C u a n d o u n a f o r m a artística r o m p e sus v í n c u l o s c o n la t r a d i c i ó n icónica, la i n v o c a c i ó n a la p a l a b r a a p a r e c e d e n u e v o c o n p r í s t i n a u r g e n c i a . A t e n d e r a este l l a m a d o h o y e n d í a n o es m á s a r b i t r a r i o d e l o q u e l o fue p a r a l o s f a b r i c a n t e s o r i g i n a l e s d e i m á g e n e s d e u n a t r a d i c i ó n r e l i g i o s a , n i p a r a los c o m p o s i t o r e s r e l i g i o s o s d e t o d o s los t i e m p o s . I l u s t r a u n a v e z m á s el h e c h o d e q u e , p a r a la m e n t e religiosa, la r e l a c i ó n p r i m i g e n i a c o n la t r a s c e n d e n c i a se e s t a b l e c e e n la r e v e l a c i ó n d e la p a l a b r a .

130

Capítulo

IV

EL S I M B O L I S M O D E LA PALABRA

Los lenguajes

religiosos

El t é r m i n o ' l e n g u a j e r e l i g i o s o ' p r e c i s a c i e r t a j u s t i f i c a c i ó n . N o es e n m a n e r a a l g u n a e v i d e n t e q u e los diversos usos religiosos d e l l e n g u a j e s e a n r e d u c t i b l e s a u n c o m ú n d e n o m i n a d o r . ¿ T e n d r í a n t a n t o e n c o m ú n el l e n g u a j e d e l c u l t o y d e los s a c r a m e n t o s c o n el l e n g u a j e d e la t e o l o g í a d o g m á tica y d e las n a r r a t i v a s bíblicas c o m o p a r a a m e r i t a r el m i s m o n o m b r e ? U n a r e s p u e s t a c o m p l e t a a esta p r e g u n t a exige u n a familiaridad m á s í n t i m a y c o m p l e t a c o n los diversos t i p o s d e l i t e r a t u r a religiosa d e la a n t i g ü e d a d d e la q u e c r e o poseer. N o o b s t a n t e , si restringimos el a r g u m e n t o a las diversas f o r m a s d e d i s c u r s o r e l i g i o s o u t i l i z a d o p o r el h o m b r e m o d e r n o d e n t r o d e la t r a d i c i ó n j u d e o - c r i s t i a n a , c r e o q u e el t é r m i n o c o m ú n d e l e n g u a j e r e l i g i o s o p u e d e justificarse c o n b a s e e n u n m o d e l o g e n e r a l d e i n t e r p r e t a c i ó n . L a fe es i n d i s p p e n s a b l e p a r a c o m p r e n d e r c u a l q u i e r d i s c u r s o relig i o s o ; i n v i t a a q u i e n lo e s c u c h a a s o b r e p a s a r el m u n d o f e n o m é n i c o d e u n a m a n e r a q u e difiere e s e n c i a l m e n t e d e las e x i g e n c i a s d e la p o e s í a , el l e n g u a j e c i e n t í f i c o , el d i s c u r s o filosófico

o el l e n g u a j e o r d i n a r i o y f u n c i o n a l q u e e m p l e a -

m o s e n la v i d a c o t i d i a n a .

1

1. Cf. Joseph Bochenski, O.P., The Logic of Religión (Nueva York: 131

L o s s í m b o l o s p u e d e n ser religiosos d e m u c h a s m a n e ras, p e r o ú n i c a m e n t e las p a l a b r a s n o m b r a n d i r e c t a m e n t e 2

lo s a g r a d o . S ó l o el l e n g u a j e p o s e e la

flexibilidad

necesaria

para designar de forma explícita u n a realidad diferente d e a q u e l l a a la q u e r e f i e r e n s u s s í m b o l o s e n u n c o n t e x t o n o r e l i g i o s o . H a b r í a d o s e l e m e n t o s i m p o r t a n t e s e n la afirm a c i ó n a n t e r i o r . (1) E l l e n g u a j e refiere a la realidad.

(2)

S ó l o el l e n g u a j e p u e d e referir d e m a n e r a e x p l í c i t a y d i r e c t a a u n a r e a l i d a d metaempírica.

El p r i m e r e n u n c i a d o n o

requiere m a y o r justificación. Es p r o p i e d a d exclusiva del l e n g u a j e el h a c e r n o s c o n s c i e n t e s d e lo real c o m o tal, p u e s s ó l o el l e n g u a j e c o n c e p t u a l i z a ; la m e n t e c o m p r e n d e s ó l o a t r a v é s d e c o n c e p t o s s u p r o p i a a c t i v i d a d e s t r u c t u r a d o r a y, p o r lo t a n t o , lo real como tal. N o m b r a r lo real n o es s i e m p r e s u ú n i c o p r o p ó s i t o , p u e s las p a l a b r a s p u e d e n d e s e m p e ñ a r u n a serie d e f u n c i o n e s : expresar e m o c i o n e s , s i m bolizar s e n t i m i e n t o s , articular apariencias estéticas. Sin e m b a r g o , a ú n e n estos c a s o s , el l e n g u a j e refiere i m p l í c i t a m e n t e a l o r e a l . A h o r a b i e n , e n el a c t o r e l i g i o s o , la afirm a c i ó n d e r e a l i d a d es p r i m o r d i a l . E n a n t e r i o r e s escritos h e m o s t r a d o la c u a l i d a d ó n t i c a d e t o d o a c t o religioso: e n efect o , el d e s c u b r i m i e n t o d e u n a n u e v a r e a l i d a d es la p r i m e r a y m á s f u n d a m e n t a l c a r a c t e r í s t i c a d e la e x p e r i e n c i a r e l i g i o sa. L a r e f e r e n c i a a u n a r e a l i d a d t r a s c e n d e n t e h a c e q u e los s í m b o l o s r e l i g i o s o s d e p e n d a n d e l l e n g u a j e . N o t o d o s los s í m b o l o s se b a s a n e n el l e n g u a j e ; e n los s í m b o l o s e s t é t i c o s n o v e r b a l e s , p o r e j e m p l o , n o se p r e c i s a d e l l e n g u a j e p a r a c o m p r e n d e r l o s sino sólo para su ulterior i n t e r p r e t a c i ó n .

3

New York University Press, 1965), p. 94. [La lógica de la religión, Buenos Aires: Paidós, 1967]. 2. Karl Rahner «The Word and the Eucharist» en Op. cit., IV, pp. 266-267. 3. En esto disiento de Paul Ricoeur, De l'interprétation (París, 1965), pp. 23-24. 132

L o s s í m b o l o s r e l i g i o s o s , s i n e m b a r g o , e x i g e n el l e n g u a j e p a r a ser e x p l í c i t a m e n t e r e l i g i o s o s , e s t o es, c o n s c i e n t e s d e lo s a g r a d o c o m o tal. N u e s t r a s e g u n d a t e s i s , q u e el l e n g u a j e p u e d e referir directamente a u n a realidad metaempírica, requiere u n a m a y o r justificación. M u c h a s p e r s o n a s o b j e t a r í a n q u e el l e n ­ g u a j e n o es a p r o p i a d o p a r a a f i r m a r r e a l i d a d e s q u e s o b r e ­ p a s a n el m u n d o e m p í r i c o . P a r a h a c e r l o , t e n d r í a q u e u t i l i ­ zar idénticas palabras c o n u n s e n t i d o

completamente

d i f e r e n t e . M á s a ú n , a q u e l l o a lo q u e refiere el l e n g u a j e reli­ g i o s o n o es o b j e t i v a m e n t e verificable; n u n c a p o d r í a s u s c i ­ t a r el c o n s e n s o u n i v e r s a l q u e t a n t o el l e n g u a j e o r d i n a r i o c o m o el lenguaje científico e s p e r a n y o b t i e n e n . A q u e l l o q u e el c r e y e n t e c o n s i d e r a c o m o e m i n e n t e m e n t e real, p a r a el n o c r e y e n t e es t a n solo u n a p r o y e c c i ó n d e u n a e x p e r i e n c i a s u b ­ jetiva. L o s filósofos n e o p o s i t i v i s t a s h a n c o n c l u i d o e n t o n c e s q u e el lenguaje religioso es asignificativo y, p u e s t o q u e t a m ­ b i é n d e s o r i e n t a d e b i d o a sus p r e t e n s i o n e s d e r e a l i d a d , q u e su e x i s t e n c i a n o p o d r í a justificarse. El c r i t e r i o d e v e r i f i c a c i ó n e m p í r i c a o b v i a m e n t e n o es aplicable a u n lenguaje q u e p r e t e n d e ir m á s allá d e lo e m p í ­ r i c o . Satisfacer tal p r i n c i p i o s ó l o p u e d e significar la d e r r o ­ ta d e s u p r e t e n s i ó n t r a s c e n d e n t e . L a tesis l i n g ü í s t i c a f u n ­ d a m e n t a l d e l n e o p o s i t i v i s m o es q u e t o d o l e n g u a j e q u e refiera a la r e a l i d a d d e b e estar e s t r u c t u r a d o s o b r e el m o d e ­ l o d e las c i e n c i a s físicas; d e b e r e f e r i r a u n a c o s a si h a d e 4

referir a lo real. S i n e m b a r g o , c u a n d o el h o m b r e religioso habla de lo trascendente, n u n c a habla de u n a realidad q u e exista al l a d o d e los o b j e t o s a los q u e refieren la c i e n c i a y el l e n g u a j e o r d i n a r i o , o al m e n o s n o d e b i e r a h a c e r l o . E l lenguaje religioso n o «está dirigido» h a c i a su referente c o m o h a c i a u n o b j e t o . E s t o significa q u e la a p r e h e n s i ó n o b j e t i -

4. Wilfred C. Smith, The Meaning andEnd of Religión (Nueva York: New American Library, 1964), pp. 164-167. 133

v a d e la c i e n c i a o d e la o b s e r v a c i ó n c o m ú n n o es s u m o d o d e referir. E n l u g a r d e s e ñ a l a r h a c i a afuera, el l e n g u a j e religioso d e b e volverse hacia a d e n t r o . A p e s a r d e a d m i t i r las r e s t r i c c i o n e s d e l n e o p o s i t i v i s m o , a l g u n o s a n a l i s t a s i n t e n t a n s i n e m b a r g o j u s t i f i c a r el l e n g u a j e r e l i g i o s o . U n i n s ó l i t o e j e m p l o d e ello es la d i s c u s i ó n q u e ofrece el p r o f e s o r J . J . C . S m a r t d e la e x i s t e n c i a d e D i o s . S m a r t c o m i e n z a c o n la p r e s u p o s i c i ó n d e W i t t g e n s t e i n e n el Tractatus

s e g ú n la c u a l t o d a s las p r e g u n t a s m e t a f í s i -

cas c a r e c e n d e s e n t i d o . P o r c o n s i g u i e n t e , «¿Existe D i o s ? » n o sería u n a p r e g u n t a a p r o p i a d a . N o o b s t a n t e , e n su esfuerz o p o r i m p e d i r q u e la p o s i c i ó n r e l i g i o s a r e s u l t e a b s u r d a , S m a r t h a c e q u e el c r e y e n t e e v i t e f o r m u l a r la p r e g u n t a :

L a p r e g u n t a «¿Existe D i o s ? » n o t i e n e u n s e n t i d o c l a r o p a r a q u i e n e s n o se h a y a n c o n v e r t i d o . P e r o p a r a l o s c o n v e r s o s , la p r e g u n t a y a n o se p l a n t e a . L a p a l a b r a D i o s deriva su significado d e la f u n c i ó n q u e d e s e m p e ñ a e n el d i s c u r s o y la l i t e r a t u r a r e l i g i o s o s ; allí n o se s u s c i t a el p r o b l e m a d e la e x i s t e n c i a .

5

T a l a f i r m a c i ó n es falsa d e h e c h o y e n p r i n c i p i o . D e h e c h o , la fe n o c o n s t i t u y e u n a a d q u i s i c i ó n d e f i n i t i v a y la m a y o r í a d e los c r e y e n t e s e n f r e n t a n d e m a n e r a i n t e r m i t e n t e el p r o b l e m a d e la e x i s t e n c i a d e D i o s . C i e r t a m e n t e , u n a v e z e l i m i n a d o el p r o b l e m a d e D i o s , la p o s i b i l i d a d d e u n a existencia p a r a la cual la p a l a b r a d e D i o s t e n g a s e n t i d o desap a r e c e t a m b i é n . E l p r i n c i p i o i m p l i c a d o e n la p o s i c i ó n d e S m a r t s u s c i t a p r o b l e m a s a ú n m á s g r a v e s . El p r o p ó s i t o d e l l e n g u a j e religioso es a f i r m a r lo t r a s c e n d e n t e c o m o real. E s esta la r a z ó n p r i n c i p a l p o r la q u e el h o m b r e r e l i g i o s o r e c u -

5- J-J-C. Smart, «The Existence of God» en Anthony Flew and Alasdair Maclntyre eds., New Essays in Philosophical Theology (Nueva York: Macmillan, 1964), p. 4 1 . 134

r r e al l e n g u a j e . S m a r t , s i n e m b a r g o , p a r e c e c o n s i d e r a r el lenguaje c o m o u n juego p u r a m e n t e formal, desprovisto de t o d a r e l a c i ó n c o n la r e a l i d a d y q u e n o p e r m i t e p r e g u n t a s d i f e r e n t e s d e si u n c o n c e p t o p a r t i c u l a r se e n m a r c a e n u n lenguaje d e t e r m i n a d o . T o d a referencia a u n a r e a l i d a d extralingüística, i n c l u y e n d o la p r o p i a e x p e r i e n c i a q u e el lenguaje i n t e n t a a r t i c u l a r , d e b e ser t r a t a d a c o m o m e t a f í s i c a , c o m o carente de sentido. El p r o f e s o r d e O x f o r d , R . M . H a r é , a f i r m a q u e las p r o ­ p o s i c i o n e s religiosas n o c o n t i e n e n i n f o r m a c i ó n a l g u n a acer­ c a d e l m u n d o o b j e t i v o , p e r o revelan e n c a m b i o la p e r s p e c ­ t i v a d e l h a b l a n t e , s u a c t i t u d g e n e r a l a n t e la v i d a . H a r é d e n o m i n a tales p e r s p e c t i v a s bliks. Las diferencias e n t r e ellas n o p u e d e n ser d i r i m i d a s m e d i a n t e la o b s e r v a c i ó n d e lo q u e 6

o c u r r e e n el m u n d o . P u e s t o q u e t o d a aserción d e b e ser veri­ ficada

e n ú l t i m a i n s t a n c i a p o r la o b s e r v a c i ó n e m p í r i c a , las

p r o p o s i c i o n e s religiosas n o s o n v e r d a d e r a s n i falsas. P a r a H a r é , sin e m b a r g o , a l g u n o s bliks s e r í a n r a z o n a b l e s y o t r o s l o c u r a s . T a l a d m i s i ó n r e s u l t a significativa p u e s el h o m b r e r e l i g i o s o n o c o n s i d e r a a r b i t r a r i a s u « p e r s p e c t i v a » d e s d e el p u n t o d e v i s t a l ó g i c o . L a a d o p t a p o r q u e la c o n s i d e r a v e r ­ d a d e r a y falso lo c o n t r a r i o . D e m a n e r a a n á l o g a , las p r o p o ­ siciones religiosas c o n t i e n e n p a r a él n o sólo significado s i n o también verdad. El profesor Braithwaite, d e la Universidad d e C a m b r i d g e , r e d u c e a ú n m á s el c o n t e n i d o i n t e l e c t u a l d e l l e n g u a j e reli­ g i o s o . C o n s i d e r a las a f i r m a c i o n e s r e l i g i o s a s c o m o m e r a s expresiones de intención: A s í c o m o el significado d e u n a a s e r c i ó n m o r a l está d a d o p o r s u u s o , p u e s e x p r e s a las i n t e n c i o n e s d e a c t u a r d e q u i e n la a f i r m a , e n c u a n t o e l l o e s t é e n s u p o d e r , s e g ú n el p r i n c i p i o m o r a l i m p l i c a d o , el s i g n i f i c a d o d e

6. «Theology and Falsification» en Ibid., p. 101. 135

u n a a s e r c i ó n religiosa está d a d o p o r s u u s o , p u e s e x p r e ­ sa la i n t e n c i ó n d e q u i e n la a f i r m a d e s e g u i r u n a l í n e a de conducta determinada.

7

B r a i t h w a i t e a d m i t e q u e u n a a s e r c i ó n religiosa, a dife­ r e n c i a d e u n a a s e r c i ó n m o r a l , refiere s i e m p r e a u n «relato». E x p l i c a , s i n e m b a r g o , q u e la c o n e x i ó n e n t r e e l e g i r c i e r t a f o r m a d e v i d a y a c e p t a r t a l e s r e l a t o s es p u r a m e n t e a c c i ­ d e n t a l . L a g e n t e e n c u e n t r a m á s s e n c i l l o s u p e r a r los o b s ­ t á c u l o s q u e le i m p i d e n seguir s u o p c i ó n f u n d a m e n t a l c u a n ­ d o esta se e n c u e n t r a s i m b o l i z a d a e n u n r e l a t o . L a v e r d a d o f a l s e d a d d e l m i s m o n o es p e r t i n e n t e p a r a s u s p r o p ó s i t o s b á s i c o s : r e l a t o s d e ficción tales c o m o Pilgrim's Progress s o n t a n i n s p i r a d o r e s c o m o los i n f o r m e s r e l a t i v a m e n t e fácticos d e l E v a n g e l i o . Las a f i r m a c i o n e s religiosas se c o n v i e r t e n así e n u n a clase s u b o r d i n a d a d e la a s e r c i ó n m o r a l . E s t e a u t o r s o s t i e n e a s i m i s m o q u e el l e n g u a j e r e l i g i o s o es s i g n i f i c a t i ­ vo a u n q u e n o p e r m i t a pretensiones de verdad y ni siquie­ r a las h a g a . E n e f e c t o , l o s c r e y e n t e s se o p o n d r í a n a u n a i n t e r p r e t a c i ó n s e m e j a n t e , q u e d e m a n e r a t a n e v i d e n t e invier­ t e s u escala d e p r i o r i d a d e s . P a r a ellos, los «relatos», t é r m i ­ n o p o c o a p r o p i a d o p a r a d e s c r i b i r el c o n t e n i d o d e s u fe, s o n v e r d a d e r o s y d e t e r m i n a n u n a c o n d u c t a q u e , s e g ú n ellos m i s m o s lo a d m i t e n , a m e n u d o n o se a d e c ú a a l o e x i g i d o p o r s u fe. Las p o s i c i o n e s p r e c e d e n t e s y o t r a s s i m i l a r e s t i e n e n s u o r i g e n e n las ú l t i m a s p á g i n a s d e l Tractatus sophicus

Logico-Philo-

d e W i t t g e n s t e i n , d o n d e se d e s c r i b e n las l i m i t a ­

c i o n e s del lenguaje. El lenguaje sólo p u e d e o c u p a r s e del p r o b l e m a d e cómo f u n c i o n a el m u n d o , p e r o e s t o n o a b a r ­ ca la t o t a l i d a d d e la r e a l i d a d . «Cómo sea el m u n d o es c o m ­ p l e t a m e n t e i n d i f e r e n t e p a r a lo q u e está m á s a l t o . D i o s n o

7. R.B. Braithwaite, An Empiricist View ofthe Nature of Religión (Cambridge: Cambridge University Press, 1955), p. 10. 136

8

se revela e n el m u n d o . » «El s e n t i d o del m u n d o d e b e q u e ­ 9

d a r fuera del m u n d o . » U n a vez q u e se h a n r e s p o n d i d o t o d a s las p r e g u n t a s acerca del cómo, t o d a v í a p u e d e el h o m b r e p r e ­ g u n t a r s e a c e r c a d e l m u n d o c o m o t o t a l i d a d . E s t e s e r í a el á m b i t o d e lo « m í s t i c o » q u e i n c l u y e , al m e n o s p o t e n c i a l m e n t e , lo religioso. «Sentir el m u n d o c o m o l i m i t a d o es lo místico.»

10

« N o es lo m í s t i c o c ó m o sea el m u n d o , s i n o qué

sea el m u n d o . »

1 1

W i t t g e n s t e i n a d m i t e q u e t o d o s los p r o ­

b l e m a s d e la v i d a p e r m a n e c e r í a n i n t a c t o s d e s p u é s d e h a b e r r e s p o n d i d o a t o d a s las p r e g u n t a s d e la c i e n c i a . t a n t e , tales p r o b l e m a s c a r e c e n d e s e n t i d o c o m o

12

N o obs­ preguntas:

« H a y , c i e r t a m e n t e , lo i n e x p r e s a b l e , lo q u e se muestra m i s m o ; e s t o es lo m í s t i c o » .

13

a sí

Tal cosa es lo q u e M c P h e r s o n

d e n o m i n a realidad inefable. T o d o s s a b e m o s q u e e n su o b r a posterior,

Investigaciones

filosóficas, W i t t g e n s t e i n m o d i f i c a c o n s i d e r a b l e m e n t e su p o s i ­ c i ó n al a d m i t i r u n a serie d e l e n g u a j e s , c a d a u n o d e los c u a ­ les s e g u i r í a sus p r o p i a s reglas q u e n o p u e d e n ser d e t e r m i ­ n a d a s p o r o t r o . S i n e m b a r g o , la v e r s i ó n m e n o s i c o n o c l a s t a d e l análisis l i n g ü í s t i c o n o n e c e s a r i a m e n t e se m u e s t r a m á s favorable r e s p e c t o d e las p r e t e n s i o n e s del l e n g u a j e religio­ so.

14

El p r o b l e m a f u n d a m e n t a l n o r e s i d e e n d e t e r m i n a r si

u n l e n g u a j e r e l i g i o s o c o h e r e n t e es p o s i b l e , s i n o si tal l e n ­ guaje p u e d e o c u p a r s e d e la r e a l i d a d y, a ú n m á s i m p o r t a n ­ t e , d e u n a r e a l i d a d q u e t r a s c i e n d e el m u n d o e m p í r i c o .

8. Ludwig Wittgenstein, Tractatus, 6.432. Tr. de E. Tierno Galván (Madrid: Alianza Editorial, 1973). 9. Tractatus, 6.41. 10. Tractatus, 6.45. 11. Tractatus, 6.44. 12. Tractatus, 6.52. 13. Tractatus, 6.522. 14. John Macquarrie, God-Talk (Nueva York: Harper & Row, 1967), p. 61 [El análisis del lenguaje y la lógica de la teología, Salamanca: Sigúeme, 1976]. 137

M i e n t r a s n o se a d m i t a t a l p o s i b i l i d a d , p o c o se g a n a c o n a c e p t a r s u c o n s i s t e n c i a . E n t r e t a n t o , u n o d e los m á s p r o ­ m e t e d o r e s c a m p o s d e l análisis l i n g ü í s t i c o h a p e r m a n e c i d o sin explorar d e b i d o a prejuicios metafísicos. Los n e o p o s i t i v i s t a s n o s o n los ú n i c o s q u e p o n e n en d u d a la s i g n i f i c a t i v i d a d d e l l e n g u a j e r e l i g i o s o . L o s n a t u r a ­ listas, e n c u a n t o se o c u p a n d e p r o b l e m a s l i n g ü í s t i c o s , h a n sostenido posiciones similares. J o h n H e r m á n Randall, p o r e j e m p l o , c r e e q u e el l e n g u a j e r e l i g i o s o n o n o s c o m u n i c a i n f o r m a c i ó n a l g u n a s o b r e el m u n d o q u e n o p u d i e r a o b t e ­ nerse a través d e m é t o d o s empíricos. T a m p o c o nos infor­ m a a c e r c a d e «objetos» d i f e r e n t e s d e los e s t u d i a d o s p o r las ciencias e m p í r i c a s . El lenguaje religioso sin e m b a r g o , es m á s q u e u n a r e s p u e s t a e m o t i v a o u n a experiencia; al m e n o s p a r a el h o m b r e religioso, revela algo. R a n d a l l d e n o m i n a esto u n a « a p r e h e n s i ó n » o «visión» p u e s , a u n c u a n d o n o ofrece infor­ m a c i ó n a l g u n a a c e r c a d e u n a r e a l i d a d verificable, i l u m i n a la e x p e r i e n c i a e n c u a n t o a n t i c i p a s i m b ó l i c a m e n t e e x p e ­ r i e n c i a s f u t u r a s . L o s s í m b o l o s r e l i g i o s o s se c o n v i e r t e n así e n faros p a r a la a c c i ó n , e n i m á g e n e s d e l p o t e n c i a l c r e a t i v o del h o m b r e . Los s í m b o l o s religiosos sirven, n o c o m o instru­ m e n t o s de «conocimiento» basados en u n a experiencia d e l o q u e a c a e c e e n el m u n d o , n i d e c ó m o h a o p e r a d o y a c t u a d o e n el p a s a d o , d e los r e c u r s o s q u e h a o f r e c i d o a los h o m b r e s , sino m á s b i e n c o m o i n s t r u m e n t o s d e « a p r e h e n s i ó n » o «visión» d e lo q u e p o d r í a h a c e r , d e lo q u e p o d r í a ofrecer, d e lo q u e p o d r í a llegar a ser y será. Los s í m b o l o s religiosos s o n e n t o n c e s c o m o las ideas pla­ tónicas, desarrolladas a su vez c o m o u n refinamiento d e los s í m b o l o s religiosos p i t a g ó r i c o s : n o n o s d i c e n q u e a l g o sea así, n o s h a c e n v e r a l g o . N o s p e r m i t e n d i s c e r ­ n i r p o s i b i l i d a d e s m á s allá d e l p r e s e n t e , p o t e n c i a l i d a d e s q u e a ú n n o h a n s i d o realizadas p o r c o m p l e t o ; al h a c e r 138

l o , r e v e l a n lo q u e «es r e a l m e n t e » la n a t u r a l e z a d e l las cosas.

15

P e r o ¿es t o d o ? ¿Se l i m i t a el l e n g u a j e r e l i g i o s o a t r a n s m i t i r lo q u e p o d e m o s esperar? E n m i c o n c e p t o , el h o m b r e religioso a f i r m a p r i m o r d i a l m e n t e lo q u e n o p u e d e e s p e r a r e n este m u n d o , lo q u e p e r m a n e c e fuera del a l c a n c e d e sus p o s i b i l i d a d e s . P a r a R a n d a l l , D i o s n o es m á s q u e « u n s í m b o l o i n t e l e c t u a l d e la d i m e n s i ó n religiosa d e l m u n d . . » L a t r a s c e n d e n c i a n o es a b s o l u t a s i n o relativa; el h o m b r e la s u p e ra sin cesar c u a n d o realiza sus s u e ñ o s . La p o s i c i ó n d e R a n d a l l n o es l i n g ü í s t i c a e n l o e s e n c i a l . L a s o b j e c i o n e s q u e p u e d e n formulársele n o d e b i e r a n estar dirigidas a su c o n c e p c i ó n del l e n g u a j e religioso s i n o m á s b i e n a la i n t e r p r e t a c i ó n n a t u r a l i s t a q u e h a c e d e la religión, c o m p a r t i d a p o r m u c h o s escritores n o r t e a m e r i c a n o s , c u y a s p r e s u p o s i c i o n e s i m p l í c i tas h a e x p u e s t o a c e r t a d a m e n t e el filósofo inglés J o h n H i c k : L a t e o r í a d e R a n d a l l a c e r c a d e la r e l i g i ó n y d e la f u n c i ó n del l e n g u a j e religioso expresa c o n c l a r i d a d u n a m a n e r a d e p e n s a r q u e d e f o r m a m e n o s e x p l í c i t a se e n c u e n t r a m u y d i f u n d i d a e n la a c t u a l i d a d y c o n s t i t u ye c i e r t a m e n t e u n rasgo c a r a c t e r í s t i c o d e n u e s t r a c u l t u r a . E s t a f o r m a d e p e n s a r se s i n t e t i z a e n la m a n e r a c o m o la p a l a b r a « r e l i g i ó n » (o «fe» e m p l e a d a v i r t u a l m e n t e c o m o s i n ó n i m o ) , h a llegado a s u s t i t u i r a la p a l a b r a « D i o s » . E n el c o n t e x t o e n q u e f u e r o n f o r m u l a d a s y d e b a t i d a s p o r p a r t e d e a n t e r i o r e s g e n e r a c i o n e s las objeciones acerca de D i o s , su existencia, atributos, p r o p ó s i t o s y actos, tales o b j e c i o n e s refieren h o y en d í a m á s b i e n a la r e l i g i ó n , s u n a t u r a l e z a , f u n c i ó n , form a s y v a l o r p r a g m á t i c o . Se h a s u s t i t u i d o el t é r m i n o

15. John Hermán Randall, The Role of Knowledge in Western Religión (Boston: Starr King Press, 1958), p. 117-118. 139

«Dios» c o m o t é r m i n o p r i n c i p a l d e cierto g r u p o d e pala­ b r a s y e x p r e s i o n e s p o r el t é r m i n o «religión» c o m o n u e ­ v o t é r m i n o p r i n c i p a l d e la m i s m a f a m i l i a l i n g ü í s t i c a .

16

E s e v i d e n t e q u e e n tales i n t e r p r e t a c i o n e s , la « v e r d a d » r e l i g i o s a n o c o r r e s p o n d e a la c r e e n c i a d e la p e r s o n a r e l i ­ g i o s a . D i o s es u n m e r o s í m b o l o d e a s p i r a c i o n e s c u y a v e r ­ d a d e r a n a t u r a l e z a n o r e c o n o c e el h o m b r e religioso. L a i n c a ­ p a c i d a d del creyente de c o m p r e n d e r su p r o p i a «verdad» d i f e r e n c i a la p o s i c i ó n d e R a n d a l l d e a q u e l l a d e S m a r t y a ú n m á s c l a r a m e n t e d e las d e H a r é y B r a i t h w a i t e . P a r a e l l o s , el d i s c u r s o religioso n o h a c e n i n g u n a p r e t e n s i ó n d e v e r d a d y el h o m b r e religioso n o n e c e s i t a e n a b s o l u t o q u e el

filóso­

fo le «aclare las cosas», p u e s d e s d e u n c o m i e n z o e s t a b a e n lo c i e r t o . E n c o n t r a p o s i c i ó n c o n las i n t e r p r e t a c i o n e s p r e c e d e n ­ tes, c o n s i d e r o q u e el l e n g u a j e religioso es b á s i c a m e n t e

téti-

co: a f i r m a u n a r e a l i d a d m á s allá d e la e x p e r i e n c i a s u b j e t i v a del h a b l a n t e y d e la r e a l i d a d o b j e t i v a del m u n d o . S i n d u d a , el l e n g u a j e religioso a m e n u d o a d o p t a la f o r m a d e la e x p r e ­ s i ó n p o é t i c a ( c o m o e n los S a l m o s ) , d e u n j u i c i o d e v a l o r ( c o m o e n las B i e n a v e n t u r a n z a s ) o b i e n la f o r m a i m p e r a t i ­ v a ( c o m o e n el D e c á l o g o ) . N o o b s t a n t e , tales p r o p o s i c i o ­ n e s n o t é t i c a s p r e s e r v a n s u c a r á c t e r religioso s ó l o p o r i n t e r ­ m e d i o d e l l e n g u a j e religioso e n el c u a l el c r e y e n t e p r e t e n d e e x p r e s a r lo que es. L o a n t e r i o r es p a r t i c u l a r m e n t e c i e r t o d e l l e n g u a j e religioso p o r e x c e l e n c i a , la o r a c i ó n , q u e c o n s t i t u ­ y e s i e m p r e y d e m a n e r a p r i m o r d i a l u n a c o n f e s i ó n d e la rea­ lidad d e Dios, u n a exclamación de sorpresa ante su pre­ sencia. A h o r a b i e n , e n c u a n t o tal lenguaje religioso es tético, los t é r m i n o s v e r d a d y falsedad c i e r t a m e n t e se a p l i c a n . A u n c u a n d o p u e d e ser u n l e n g u a j e d e c o m p r o m i s o , el c o m p r ó ­ l o . Philosophy of Religión (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, 1963), p. 87-88. 140

miso m i s m o presupone u n acto intelectual e intencional q u e a c e p t a c o m o v e r d a d e r o , esto es, c o m o r e a l m e n t e exis­ t e n t e , a q u e l l o c o n lo q u e se c o m p r o m e t e .

Características

del lenguaje

religioso

U n a d e las características del l e n g u a j e religioso r e s u l t a e v i d e n t e d e i n m e d i a t o . El lenguaje religioso refleja u n a c o n e ­ x i ó n m á s í n t i m a e n t r e el h a b l a n t e y lo q u e d i c e p o r o p o s i ­ c i ó n al l e n g u a j e o r d i n a r i o . A d i f e r e n c i a d e é s t e y d e l l e n ­ guaje c i e n t í f i c o , el l e n g u a j e religioso n o refiere a u n o b j e t o s i n o a u n a r e a l i d a d m á s f u n d a m e n t a l d o n d e lo s u b j e t i v o y lo o b j e t i v o c o n f o r m a n u n a u n i d a d . M á s a ú n , refiere a esta r e a l i d a d c o m o t r a s c e n d e n t e y e n ello se d i f e r e n c i a del l e n ­ guaje estético, q u e afirma u n a u n i d a d similar interior al suje­ t o . I n f o r t u n a d a m e n t e , c o n excesiva frecuencia, las p e r s o n a s religiosas se e s f u e r z a n p o r a f i r m a r la t r a s c e n d e n c i a a t r a ­ vés d e a l g ú n t i p o d e h i p e r o b j e t i v i d a d . R e c h a z a n a q u i e n e s r e d u c e n t o d o l e n g u a j e significativo a u n l e n g u a j e d e o b j e ­ tos, p e r o describen a su p r o p i o D i o s en t é r m i n o s exclusi­ v a m e n t e o b j e t i v o s , b i e n sea e n la lejanía o e n lo p r o f u n d o d e la i n t e r i o r i d a d . E l h o m b r e r e l i g i o s o o c c i d e n t a l c o m ­ p a r t e m u c h o s d e los p r e j u i c i o s d e sus c r í t i c o s o b j e t i v i s t a s , e n e s p e c i a l a q u e l s e g ú n el c u a l el l e n g u a j e s ó l o p u e d e ser significativo c u a n d o refiere a u n o b j e t o . M i e n t r a s p e r s i s t a e n d i s c u r r i r a c e r c a d e D i o s « o b j e t i v a m e n t e » , se e x p o n e a la crítica d e sus adversarios, p u e s n o p u e d e h a b e r o b j e t o a l g u ­ no denominado Dios. I a n R a m s e y , e n el b r e v e y p e r c e p t i v o e s t u d i o t i t u l a d o Religious Language,

se m u e s t r a m u y c o n s c i e n t e d e la n a t u ­

raleza s u b j e t i v a del l e n g u a j e religioso. L e a t r i b u y e el c o m ­ p r o m i s o t o t a l q u e , e n s u o p i n i ó n , c a r a c t e r i z a a la a c t i t u d religiosa. E l t é r m i n o es algo a m b i g u o . Si c o m p r o m i s o sig­ nifica q u e el s u j e t o se h a l l a i n v o l u c r a d o e x i s t e n c i a l m e n t e 141

e n a q u e l l o d e lo q u e h a b l a , el lenguaje religioso p u e d e caracterizarse sin d u d a d e c o m p r o m e t i d o . El t é r m i n o p o s e e , sin e m b a r g o , o t r o s s e n t i d o s q u e i n t e r f i e r e n c o n éste y q u e lo h a c e n e x c e s i v a m e n t e r e s t r i n g i d o y, e n c i e r t o s c a s o s , i n a d e c u a d o p o r c o m p l e t o . P a r a R a m s e y , la p r o p o s i c i ó n « D i o s es a m o r » es u n a t a u t o l o g í a e n la q u e a m b o s t é r m i n o s r e v e l a n la f u e n t e d e l c o m p r o m i s o f u n d a m e n t a l . Si el r e l a t o del a m o r d e D i o s fuese c o m p r e n d i d o

correctamente,

deberíamos responder: «Un a m o r tan maravillo, tan divin o , exige m i a l m a , m i v i d a , m i t o d o » .

17

Quizás debiéramos

hacerlo, ¿pero es esto r e a l m e n t e lo q u e q u e r e m o s decir c u a n d o a f i r m a m o s q u e D i o s es a m o r ? ¿ N o e s t a r á c o n f u n d i e n d o R a m s e y u n a m a n e r a específica, i d e a l , d e ser r e l i g i o s o c o n a q u e l c o m p r o m i s o esencial p a r a la a c t i t u d religiosa? P i e n s o q u e es p o s i b l e h a c e r a f i r m a c i o n e s religiosas d e s p r o v i s t a s d e t o d o c o m p r o m i s o . ¿ N o es e s t o lo q u e h a c e el p e c a d o r ? O b i e n , ¿dejaría d e ser religioso c u a n d o peca? El t e ó l o g o m i s m o , c u a n d o e s c r i b e a c e r c a d e c u e s t i o n e s r e l i g i o s a s , n o se está d i r e c t a m e n t e c o m p r o m e t i d o m á s q u e c o n s u t r a b a j o .

18

C r e o , p o r esta r a z ó n , q u e la m a n e r a c o m o se i n v o l u c r a el s u j e t o e n las a f i r m a c i o n e s r e l i g i o s a s es d e n a t u r a l e z a m á s g e n e r a l . I d e a l m e n t e , tal i m p l i c a c i ó n llevaría a u n c o m p r o m i s o t o t a l , p e r o p u e d e ser q u e p e r m a n e z c a e n a q u e l n i v e l q u e los t e ó l o g o s d e n o m i n a n «fe sin o b r a s . » E l l e n g u a j e d e l « c o m p r o m i s o » es u n a f o r m a p a r t i c u l a r d e l l e n g u a j e r e l i g i o s o , p e r o n o es e n m a n e r a a l g u n a la ú n i c a y n i s i q u i e r a la m á s c o m ú n . E n las E s c r i t u r a s , p o r e j e m p l o , h a l l a m o s q u e p r e d o m i n a u n lenguaje de revelación p r i n c i p a l m e n t e ins-

17. Religious Language: An Empirical Placing ofTheological Phrases (Nueva York: Macmillan, 1967), p. 52. 18. Donald D. Evans considera el uso puramente descriptivo del lenguaje religioso como secundario y dependiente de un uso «comprometido» primario. Cf. The Logic of Self-Involvement (Londres: S.C.M. Press, 1963), p. 50-51. 142

t r u c t i v o , q u e t o m a la f o r m a d e p a r á b o l a s , n a r r a t i v a s h i s tóricas, preceptos morales, etc. U n s e g u n d o p e l i g r o q u e d e b e m o s e v i t a r es la o p i n i ó n s e g ú n la c u a l el c o m p r o m i s o s u b j e t i v o h a c e d e las p r o p o s i c i o n e s religiosas a l g o puramente

subjetivo. Tal interpreta-

c i ó n n o s c o n d u c i r í a d e r e g r e s o a la p o s i c i ó n c r i t i c a d a e n la sección a n t e r i o r . El a c t o religioso a f i r m a s i e m p r e u n a real i d a d que no puede

ser identificada

con el sujeto,

aunque

éste d e b a e s t a r i n c l u i d o e n ella. L a n a t u r a l e z a t r a s c e n d e n t e del noema religioso r e q u i e r e q u e este sea p r o p u e s t o s i e m p r e c o m o t é r m i n o d e u n a c t o intencional, mera experiencia.

19

no como una

E s t o i m p o n e a l g u n a s c o n d i c i o n e s difí-

ciles al l e n g u a j e religioso, p u e s el ú n i c o l e n g u a j e t é t i c o q u e p o s e e el h o m b r e es el l e n g u a j e d e o b j e t o s . ¿ C ó m o p o d r í a el d i s c u r s o r e l i g i o s o e v i t a r ser o b j e t i v o y a la vez h a c e r j u s t i cia a la t r a s c e n d e n c i a d e D i o s ? El m é t o d o m á s a n t i g u o e m p l e a d o p a r a s o l u c i o n a r este p r o b l e m a es la p r e d i c a c i ó n p o r a n a l o g í a . L o s e s c o l á s t i c o s a p l i c a r o n esta n o c i ó n aristotélica al lenguaje s o b r e D i o s c o n el fin d e evitar, p o r u n a p a r t e , el d i s c u r s o u n í v o c o a c e r c a d e D i o s q u e , a ú n s i e n d o s u p e r l a t i v o , n o d e j a r í a d e ser u n d i s c u r s o d e c r i a t u r a s y, p o r o t r a p a r t e , el d i s c u r s o e q u í v o c o q u e , a p e s a r d e s u o r i g e n t e r r e n a l , se v e r í a o b l i g a d o a a b a n d o n a r t o d a esperanza d e decir algo c o n sentido. Los p r i n c i p a l e s t e x t o s d e s a n t o T o m á s d e A q u i n o s o b r e la a n a l o g í a se e n c o n t r a n e n la Summa e n la Summa

contra gentiles

Theologica

1, 1 3 , 5 y 6 y

I, 3 4 . C o n b a s e e n e s t o s t e x 2 0

t o s su c o m e n t a r i s t a , C a y e t a n o , t r a z ó la d i s t i n c i ó n clásica

19. Entiendo esta distinción en el sentido en que la propone Edmund Husserl en Investigaciones lógicas, en especial en la primera sección crítica, los «Prolegómenos» (Madrid: Revista de Oc-cidente, 1967, tr. de M. García Morente). 20. Scripta Philosophica, ed. por P.N. Zammit, O.P., revisado por P.M. Hering, O.P. (Roma, 1952). Para determinar en qué medida la dis143

entre analogía de atribución y analogía de proporcionalid a d e n De Nominum

Analogía.

La analogía d e atribución

predica u n a cualidad p r o p i a y f o r m a l m e n t e d e u n sujeto y a n á l o g a m e n t e d e o t r o s sujetos s e g ú n s u r e l a c i ó n c o n el p r i m e r o . E l e j e m p l o , q u e y a se e n c u e n t r a e n A r i s t ó t e l e s , d e u n a a n a l o g í a s e m e j a n t e , es la c u a l i d a d d e la s a l u d , q u e p u e d e s e r a t r i b u i d a a la m e d i c i n a ( q u e p u e d e r e s t a b l e c e r la s a l u d ) , la o r i n a ( u n s i g n o d e s a l u d ) , y u n o r g a n i s m o c o r poral ( q u e p r o p i a m e n t e posee salud). D e esta m a n e r a , C a y e t a n o a t r i b u y e a D i o s b o n d a d e n el s e n t i d o f o r m a l y a las c r i a t u r a s p o r « n o m i n a c i ó n e x t r í n s e c a » .

21

L a p r e g u n t a sería: ¿ n o s p e r m i t e r e a l m e n t e la a n a l o g í a d e c i r a l g o significativo a c e r c a d e D i o s ? S ó l o si y a s a b e m o s c ó m o h a b l a r c o n s e n t i d o a c e r c a d e D i o s , p e r o este e r a p r e c i s a m e n t e el p r o b l e m a .

2 2

Para a p r e n d e r p o r analogía algo

a c e r c a d e D i o s , es p r e c i s o q u e c o n o z c a m o s d e a n t e m a n o algo a c e r c a d e él l i t e r a l m e n t e . M á s a ú n , la a n a l o g í a d e a t r i b u c i ó n n o s i m p o n e la t a r e a d e s e l e c c i o n a r q u é c u a l i d a d e s p u e d e n ser p r e d i c a d a s d e D i o s , p u e s D i o s es el c r e a d o r d e t o d o s los seres finitos y sin e m b a r g o , es e v i d e n t e q u e a l g u n a s p e r f e c c i o n e s n o le a p l i c a r í a n . R e g r e s a n d o a la a n a l o g í a d e p r o p o r c i o n a l i d a d , h a l l a m o s

tinción de Cayetano se ciñe al texto de Santo Tomás, véase Ralph Mclnerny, The Logic ofAnalogy (La Haya, 1961), pp. 1-23. 21. De Nominum Analogia, a. 11. 22. Frederick Ferré lo formula con claridad. «La analogía de atribución nos permite permanecer en la ignorancia de la naturaleza formal de uno de los análogos; nuestro propósito, por el contrario, era hablar precisamente de estas características formales de Dios y justificar de alguna manera nuestro lenguaje acerca de ellas. La analogía de atribución no nos dice nada que no sepamos de antemano: se limita a decirnos que a cualquier cosa capaz de producir un efecto puede aplicarse ("virtualmente") el término que propiamente significa tal efecto gracias al hecho de que es capaz de producir tal efecto.» (Language, Logic and God, Nueva York: Harper & Row, 1969, pp. 73-74.) 144

u n a a n a l o g í a e n t r e d o s relaciones

más bien que entre dos

t é r m i n o s . L a r e l a c i ó n e n t r e la b o n d a d d i v i n a y D i o s p u e d e calificarse d e a n á l o g a a la r e l a c i ó n e n t r e la b o n d a d h u m a n a y el h o m b r e .

2 3

D e n u e v o , sin e m b a r g o , p a r a q u e u n a p r o ­

p o s i c i ó n a n a l ó g i c a sea v e r d a d e r a m e n t e i n f o r m a t i v a , d e b e c o n t e n e r al m e n o s tres t é r m i n o s c o n o c i d o s . E n el c a s o d e D i o s , sin e m b a r g o , n i el a t r i b u t o , n i la esencia, n i la relación e n t r e a m b o s es c o n o c i d a . P o r c o n s i g u i e n t e , n o s a b e m o s real­ m e n t e si p o d e m o s evitar el e q u í v o c o y c u a l q u i e r a t r i b u c i ó n d e u n t é r m i n o c o n o c i d o resulta asignificativa. N o s a b e m o s t a m p o c o si u n t é r m i n o es m á s significativo q u e o t r o . H a y u n a d i f i c u l t a d a d i c i o n a l q u e afecta la a n a l o g í a d e p r o p o r ­ c i o n a l i d a d : la i g n o r a n c i a d e d o s d e los t é r m i n o s h a c e p r o ­ b l e m á t i c a la r e l a c i ó n m i s m a . A l a f i r m a r q u e la n o c i ó n d e b o n d a d d e b e estar p r e s e n t e e n D i o s d e u n a m a n e r a q u e se asemeja a la d e su p r e s e n c i a e n el h o m b r e p o r q u e D i o s es el origen de toda b o n d a d , d e b e m o s tener en cuenta que n o sólo la b o n d a d d e b e ser a n á l o g a s i n o t a m b i é n la

semejanza

de la relación. E s t o p a r e c e r í a g e n e r a r u n a r e g r e s i ó n i n f i n i t a d e explicaciones analógicas. L a m a y o r í a d e los filósofos p r e ­ fieren u n p r i n c i p i o m e n o s elusivo d e i n t e r p r e t a c i ó n . N o o b s t a n t e , el c a r á c t e r e v i d e n t e d e las o b j e c i o n e s d e b e r í a a l e r t a r n o s a la p o s i b i l i d a d d e q u e la f u n c i ó n d e la a n a l o g í a n o sea la d e s u m i n i s t r a r n u e v a i n f o r m a c i ó n acerca d e D i o s c o m o t a m p o c o constituirse e n u n a g r a m á t i c a y voca­ b u l a r i o c o m p l e t o s p a r a la p r o d u c c i ó n d e u n l e n g u a j e r e ­ l i g i o s o s i g n i f i c a t i v o . M á s b i e n , la a n a l o g í a s e r í a u n a regla d e la l ó g i c a q u e n o s a y u d a a d e f i n i r los l í m i t e s d e l d i s c u r ­ so a c e r c a d e D i o s , en caso de que tal discurso partir

de otras fuentes.

sea posible

a

R a l p h M c l n e r n y a r g u m e n t a precisa­

m e n t e q u e la a n a l o g í a d e los n o m b r e s e n S a n t o T o m á s n o es u n a d o c t r i n a metafísica, s i n o u n a d o c t r i n a e x c l u s i v a m e n t e

23. Para una excelente exposición y algunos de los problemas, véase E.L. Mascall, Existence andAnalogy, pp. 102 ss. 145

lógica.

24

E l a u t o r d e f i n e las r e l a c i o n e s l ó g i c a s c o m o «rela-

c i o n e s a t r i b u i d a s a cosas c o n o c i d a s precisamente nos son conocidas».

en

cuanto

L a a n a l o g í a d e los n o m b r e s n o es, e n t o n -

c e s , u n i n s t r u m e n t o d e i n v e n c i ó n ; es u n

instrumento

d i s c i p l i n a r i o , u n m é t o d o p a r a p r e s e r v a r el o r d e n del p e n s a m i e n t o . E n la a n a l o g í a n o s l i m i t a m o s a c o m p a r a r d o s c o n j u n t o s l i n g ü í s t i c o s : n o c o m p a r a m o s a D i o s tal c o m o es e n sí m i s m o c o n las c r i a t u r a s . L a a n a l o g í a n o n o s e n s e ñ a n a d a n u e v o acerca d e D i o s n i acerca d e n u e s t r a m a n e r a d e h a b l a r d e él. M á s q u e u n m é t o d o p a r a h a b l a r c o n D i o s d i r e c t a m e n t e , sería la b a s e d e l d i s c u r s o religioso. Se l i m i t a a r e c o r d a r n o s q u e t o d a s las e x p r e s i o n e s a c e r c a d e D i o s c o n t i n ú a n s i e n d o e x p r e s i o n e s a c e r c a del h o m b r e .

El lenguaje

de la

2 5

paradoja

L a t e o r í a d e m o d e l o s y c a l i f i c a d o r e s p r o p u e s t a p o r el o b i s p o R a m s e y se r e l a c i o n a c o n el c o n c e p t o d e a n a l o g í a , p e r o s i n e m b a r g o s u p r o p ó s i t o difiere p o r c o m p l e t o d e los a n t e r i o r e s . C o n s t i t u y e u n i n t e n t o p o r c o m p r e n d e r c ó m o se crea el l e n g u a j e r e l i g i o s o e n l u g a r d e c ó m o p u e d e ser controlado l ó g i c a m e n t e . El l e n g u a j e acerca d e D i o s t o m a c o m o m o d e l o s i t u a c i o n e s c o n las q u e e s t a m o s familiarizados, p e r o las califica d e tal m a n e r a q u e el a c o n t e c i m i e n t o religioso a p a -

24. Ralph Mclnerny, The Logic ofAnalogy (Notre Dame: University of Notre Dame Press, 1961), p. 4 1 , subrayado mío. 25. Esta interpretación no es nueva. Etienne Gilson escribió hace largo tiempo que atribuir a Dios el nombre de una perfección que corresponde a determinada cualidad en sus criaturas no equivale a afirmar que Dios se asemeja a su criatura; es partir de la certeza según la cual, puesto que todo efecto se asemeja a su causa, la criatura de quien partimos debe asemejarse a Dios. El tomismo (Buenos Aires: Desclée de Brouwer 1950). Por mi parte, no describiría la relación entre creador y criatura como una relación de causalidad. 146

rece c o m o a l g o i n h a b i t u a l . R a m s e y i l u s t r a lo a n t e r i o r p o r m e d i o d e la s i g u i e n t e p r o p o s i c i ó n : D i o s es la c a u s a p r i m e ra. C o n s i d e r o esta e x p r e s i ó n i n f o r t u n a d a , p u e s n o se arraig a e n el l e n g u a j e religioso c o m o tal, s i n o e n u n a reflexión filosófica

i n d e p e n d i e n t e y d e carácter p r o b l e m á t i c o , puesto

q u e el t é r m i n o «causa» n o se a p l i c a e s t r i c t a m e n t e a D i o s e n a b s o l u t o . Sin e m b a r g o , la i l u s t r a c i ó n e v i d e n c i a el a r g u m e n t o p r o p u e s t o : el l e n g u a j e d e la c a u s a l i d a d se d e s a r r o l l a h a s t a q u e llega a u n p u n t o e n q u e r e s u l t a i n s u f i c i e n t e . El calificativo «primera» se u s a e n t o n c e s p a r a i n d i c a r a q u e l elem e n t o r e s p e c t o d e l c u a l el l e n g u a j e o r d i n a r i o s e r í a i n a d e c u a d o . Esta «causa p r i m e r a » , sin e m b a r g o , n o es l ó g i c a m e n t e paralela a las otras: es ú n i c a , d e m a n e r a q u e el t é r m i n o «causa» a d o p t a u n n u e v o significado a c u y a c o m p r e n s i ó n las c a u sas o r d i n a r i a s sólo c o n t r i b u y e n i n d i r e c t a m e n t e . L o a n t e r i o r sería c i e r t o d e t o d o s los a t r i b u t o s d e D i o s ; s o n i n t e n t o s l i n g ü í s t i c o s p o r e s c a p a r al l e n g u a j e o r d i n a r i o . L a t e o r í a d e los m o d e l o s y calificadores p r o p u e s t a p o r R a m s e y n o es m á s q u e u n a a p l i c a c i ó n d e u n p r i n c i p i o m á s general: el l e n g u a j e religioso es u n lenguaje e x t r a ñ o . Al d e s cribir e n p a l a b r a s u n a s i t u a c i ó n q u e d e s c o n c i e r t a sus e x p e c tativas h a b i t u a l e s , el l e c t o r o el o y e n t e se v e o b l i g a d o a p e r c i b i r l a c o m o d i f e r e n t e d e la s i t u a c i ó n e m p í r i c a c o n la q u e e s t á v i n c u l a d a . E s t o r e s u l t a e v i d e n t e , p o r e j e m p l o , e n el pasaje d e É x o d o , 3 , e n el q u e D i o s r e v e l a s u n o m b r e . L a s i t u a c i ó n c o n t i e n e a l g u n o s e l e m e n t o s c o n los q u e e s t a m o s f a m i l i a r i z a d o s : el d e s i e r t o , la zarza, u n a v o z , la r e v e l a c i ó n d e u n n o m b r e . E n este c a s o , s i n e m b a r g o , lo c o n o c i d o se e n c u e n t r a t a n p r o f u n d a m e n t e c o m b i n a d o c o n lo i n h a b i tual q u e nadie podría confundirlo con u n acontecimient o o r d i n a r i o . L a z a r z a a r d e p e r o n o se c o n s u m e . L a v o z n o p e r t e n e c e a u n c u e r p o . E l n o m b r e n o es u n n o m b r e , s i n o u n a a f i r m a c i ó n p o r m e d i o d e la cual el h a b l a n t e declara estar p o r e n c i m a d e t o d o n o m b r e . Los a c o n t e c i m i e n tos e n a p a r i e n c i a o r d i n a r i o s a s u m e n e x t r a ñ o s giros. C u a n d o 147

J e s ú s , e n J u a n 4 , p i d e a la s a m a r i t a n a a l g o d e b e b e r , h a c e algo p e r f e c t a m e n t e n o r m a l q u e causa sólo u n a leve p e r plejidad. N o obstante, c u a n d o comienza a hablarle de su p a s a d o , la s i t u a c i ó n a s u m e c i e r t a e x t r a ñ e z a q u e a l c a n z a s u a p o g e o c u a n d o él se le revela c o m o el M e s í a s . E n e v e n t o s tales c o m o la c r u c i f i x i ó n , la r e s u r r e c c i ó n y la i n m a c u l a d a c o n c e p c i ó n , la n a t u r a l e z a d e l acontecimiento

se t r a n s f o r m a

a tal p u n t o q u e el t é r m i n o a p e n a s sería a p r o p i a d o . El h e c h o y s u i n t e r p r e t a c i ó n religiosa se e n c u e n t r a n t a n í n t i m a m e n t e ligados q u e excluyen cualquier explicación científica ordinaria. J o h a n n G e o r g H a m a n n ( 1 7 3 0 - 1 7 8 8 ) fue el p r i m e r filósofo q u e l l a m ó la a t e n c i ó n s o b r e el c a r á c t e r e x t r a ñ o del d i s c u r s o a c e r c a d e D i o s . P a r a él, la v e r d a d d i v i n a a p a r e c e t a n s ó l o a t r a v é s d e «las m e n t i r a s i n t e r n a s o c o n t r a d i c c i o n e s d e la r a z ó n » .

26

D e s d e u n a p e r s p e c t i v a cristiana, tal c o n t r a s t e es

i n e v i t a b l e p u e s t o q u e D i o s a s u m i ó la h u m i l d e a p a r i e n c i a d e u n s i r v i e n t e . H a m a n n , sin e m b a r g o , o b s e r v a q u e el l e n guaje d e c o n t r a s t e se u t i l i z a b a t a m b i é n e n t r e los griegos. E n Memorabilia

Socrática,

a n t i c i p a e n los m i t o s griegos la p a r a -

doja j u d e o - c r i s t i a n a s e g ú n la cual u n h o m b r e q u e sufre h a b r á d e ser el r e d e n t o r . A través d e los i n g e n i o s o s m i t o s d e sus p o e t a s , los p a g a n o s e s t a b a n h a b i t u a d o s a tales c o n t r a d i c c i o n e s h a s -

26 Konxompax, Samtliche Werke, ed. Josef Nadler (Viena, 1950), Vol. 3, p. 277. Vale la pena observar que Hamann utiliza también un procedimiento estilístico, el metaesquematismo, relacionado con la analogía de proporcionalidad, con la diferencia de que en este caso se trata de un recurso creativo y no meramente interpretativo. Sustituye un conjunto de relaciones existenciales (que no pueden expresarse directamente en lenguaje objetivo), por un conjunto análogo de relaciones objetivas. De esta manera, los acontencimientos objetivos de la vida de Sócrates se utilizan para comunicar en forma indirecta el compromiso personal de Hamann y para motivar al lector a asumir compromisos similares. 148

ta q u e s u s sofistas, al i g u a l q u e los n u e s t r o s , c o n d e n a r o n tales cosas c o m o p a r r i c i d i o s c o m e t i d o s c o n t r a los p r i m e r o s p r i n c i p i o s del c o n o c i m i e n t o h u m a n o .

2 7

¿ N o p r o c l a m ó el o r á c u l o d e D e l f o s q u e el h o m b r e m á s c o n s c i e n t e d e s u p r o p i a i g n o r a n c i a sería el m a y o r s a b i o d e la tierra? El m á s famoso seguidor d e H a m a n n , S ó r e n Kierkegaard, d e s a r r o l l ó la t e o r í a d e la p a r a d o j a c o m o base d e t o d a e x p r e s i ó n religiosa. L a r e f i n o h a s t a el p u n t o d e i n c l u i r l e n g u a jes q u e a p r i m e r a v i s t a n o p a r e c e r í a n p a r a d ó j i c o s . P a r a K i e r k e g a a r d , t o d a v e r d a d existencial es p a r a d ó j i c a : u n a verd a d e t e r n a n u n c a p o d r í a ser a s i m i l a d a d e m a n e r a d i r e c t a p o r u n i n d i v i d u o «existente», p o r u n s u j e t o q u e v i v e en el tiempo.

U n a s u n t o d e vital i m p o r t a n c i a p a r a u n s u j e t o n o

p u e d e ser e x p r e s a d o a d e c u a d a m e n t e e n l e n g u a j e o b j e t i v o y, n o o b s t a n t e , t o d o l e n g u a j e es o b j e t i v o . U n a a u t é n t i c a c o n f r o n t a c i ó n c o n la v e r d a d existencial exige e n t o n c e s q u e s u e x p r e s i ó n r e p u g n e d e tal m a n e r a q u e v u e l q u e al sujeto a s u i n t e r i o r y lo o b l i g e a a s i m i l a r la v e r d a d d e s d e d e n t r o . K i e r k e g a a r d d e n o m i n a e s t o la p a r a d o j a s o c r á t i c a . D e s d e el p u n t o d e v i s t a s o c r á t i c o , la v e r d a d n o es p a r a d ó j i c a p o r n a t u r a l e z a : se t o r n a p a r a d ó j i c a d e b i d o a la e x i s t e n c i a d e l i n d i v i d u o e n el t i e m p o . « C u a n d o la s u b j e t i v i d a d , la i n t e r i o r i d a d , es la v e r d a d , la v e r d a d se t o r n a o b j e t i v a m e n t e p a r a d ó j i c a y el h e c h o d e q u e la v e r d a d sea o b j e t i v a m e n t e u n a p a r a d o j a m u e s t r a a s u vez q u e la s u b j e t i v i d a d es la v e r d a d . »

28

C o n u n a r e v e l a c i ó n religiosa, la s i t u a c i ó n es d i f e r e n t e . Allí la p a r a d o j a y a n o se o r i g i n a e n u n a d i f i c u l t a d e s e n c i a l p a r a

27. Johann Georg Hamann, Sokratische Denkwürdigkeiten, en Samtliche Werke, Vol. I, p. 68. 28 Samlede Vderker, ed. por A.B. Drachmann, J.L. Heiberg, H . O . Lange (Copenhague, 1964), XII, p. 144. Concluding Unscientific Postcript, tr. de David Swenson y Walter Lowrie (Princeton: Princeton University Press, 1944), p. 183. 149

asimilar u n a verdad eterna p o r parte del sujeto existente, s i n o m á s b i e n e n la e s e n c i a l d e s p r o p o r c i ó n e n t r e el s u j e t o i n f i n i t o y el finito. U n n o e m a t r a s c e n d e n t e n o p u e d e ser c o m u n i c a d o de n i n g u n a m a n e r a p o r m e d i o del lenguaje o b j e t i v o . E n este c a s o , t o d o el p r o p ó s i t o d e l l e n g u a j e r a d i ­ c a e n d e s v i a r p o r c o m p l e t o al s u j e t o d e l m u n d o o b j e t i v o d o n d e se aplica p o r lo g e n e r a l el lenguaje y c o n d u c i r l o h a c i a s u p r o p i a i n t e r i o r i d a d . El l e n g u a j e d e la r e v e l a c i ó n d e b e ser c o m p r e n d i d o entonces c o m o u n lenguaje c o m p l e t a m e n t e paradójico incluso c u a n d o pareciera conformarse a su uso h a b i t u a l . K i e r k e g a a r d se r e f i e r e al l e n g u a j e d e la r e v e l a ­ c i ó n c r i s t i a n a c o m o la p a r a d o j a a b s o l u t a o el « a b s u r d o » . M u c h o s h a n c o m p r e n d i d o m a l la e x p r e s i ó n « a b s u r d o » por considerarla equivalente a sinsentido. N o obstante, K i e r k e g a a r d los d i s t i n g u e e x p l í c i t a m e n t e .

29

P a r a él, la p a r a ­

d o j a r e l i g i o s a n o se o p o n e a la r a z ó n ; u t i l i z a e x p r e s i o n e s c o n t r a d i c t o r i a s p a r a l l a m a r la a t e n c i ó n a s u esfuerzo p o r ir más allá d e la e x p r e s i ó n r a c i o n a l , n o p o r d e s t r u i r las leyes d e la r a z ó n . L a a n t i p a t í a d e m u c h o s l i n g ü i s t a s p o r el l e n 29. Samlede Vaeker, X, p. 236; Concluding Unscientific Postcript, p. 504. Véase también Samlede Vaeker, VI, p. 9 1 , Philosophical Fragments, p. 127. En fragmentos de un artículo inédito escrito a principios de la década de 1850, Kierkegaard advierte de manera explícita que el término «absurdo», tal como él lo utiliza, «no es el absurdo en el senti­ do ordinario del término», sino más bien «el criterio negativo de aque­ llo que es superior a la razón y al conocimiento humanos». {Papirer, ed. por RA. Heiberg, V. Kuhr, E. Torsting, Copenhague, 1909-48, X6, B79). La distinción se traza aún con mayor claridad en una entrada del Diario íntimo [Buenos Aires: Santiago Rueda, 1955], fechada en 1850: «Lo absurdo, la paradoja, está compuesta de tal manera que la razón por sí misma no puede convertirla en sinsentido y mostrar que es un sinsentido; es un signo, un enigma, un enigma complejo acerca del cual la razón se ve obligada a decir: No puedo resolver esto, no puede ser comprendido, pero esto no significa que sea un sinsentido. Desde luego, si descartamos la fe e ignoramos este ámbito en su totali­ dad, la razón se torna presuntuosa y quizás llegue a concluir: ergo, la para­ doja es un sinsentido» (Papirer X2 A354). 150

guaje p a r a d ó j i c o d e la r e l i g i ó n es d e b i d a e n p a r t e al h e c h o d e q u e g r a n p a r t e d e él n o es m á s q u e u n l e n g u a j e c o n f u so.

30

N o o b s t a n t e , u n a vez a c l a r a d a s las c o n f u s i o n e s , el l e n -

guaje religioso c o n t i n ú a s i e n d o p a r a d ó j i c o . S u r g e e n t o n c e s d e n u e v o la p r e g u n t a : ¿ p u e d e u n l e n g u a j e p a r a d ó j i c o ser significativo? A l g u n o s

filósofos,

incluso algunos analistas

del lenguaje, c o n s i d e r a r í a n el lenguaje p a r a d ó j i c o falso p e r o significativo. J o h n W i s d o m , p o r e j e m p l o , escribe lo siguiente a p r o p ó s i t o d e las afirmaciones c o n t r a d i c t o r i a s e n u n c o n texto u n p o c o diferente: L o c u r i o s o es q u e su u t i l i d a d filosófica d e p e n d e d e s u c a r á c t e r p a r a d ó j i c o y, p o r c o n s i g u i e n t e , d e s u falsed a d . S o n falsas p o r q u e se n e c e s i t a n c u a n d o falla el l e n guaje o r d i n a r i o .

31

L o a n t e r i o r c o n s t i t u y e u n a c u r i o s a r e f o r m u l a c i ó n d e la t e o r í a d e las cifras d e J a s p e r s . N o es p r e c i s o c a l i f i c a r a la paradoja religiosa c o m o u n a afirmación necesaria p e r o «autoc o n t r a d i c t o r i a » p a r a p r e g u n t a r s e si la e x t r a ñ e z a l i n g ü í s t i c a del d i s c u r s o religioso a l c a n z a el p r o p ó s i t o f u n d a m e n t a l del lenguaje t é t i c o , el d e dirigirse e n su i n t e n c i o n a l i d a d a lo real c o m o tal. E s t a p r e g u n t a d e b e ser r e s p o n d i d a c o n b a s e e n la relac i ó n e n t r e el lenguaje religioso p a r a d ó j i c o y el lenguaje o r d i n a r i o . Es o b v i o q u e lo p a r a d ó j i c o sólo p u e d e ser c o m p r e n d i d o a t r a v é s d e l o q u e n o es p a r a d ó j i c o , p u e s t o d o s u p r o p ó s i t o r e s i d e e n l l a m a r la a t e n c i ó n s o b r e s u d i f e r e n c i a .

30. Véase Ronald Hepburn, Christianity and Paradox (Lodres: C.A. Watts, 1958), p. 17. 31. «Philosophical Perplexity» en Philosophy and Psychoanalysis (Oxford: Blackwell, 1953), p. 50. Fue a través del libro arriba citado de Ferré (p. 46), donde advertí por primera vez este texto. Cf. también D.M. Baillie, op. cit., p. 110. 151

N o o b s t a n t e , la p r e g u n t a sería: ¿ p u e d e el l e n g u a j e p a r a d ó j i c o coexistir s i g n i f i c a t i v a m e n t e c o n el l e n g u a j e o r d i n a r i o del q u e d e p e n d e , sin q u e u n o d e ellos c o n t a m i n e al otro? A l g u n o s a u t o r e s r e s p o n d e n a esta p r e g u n t a a f i r m a t i v a m e n t e e i n t e n t a n m o s t r a r q u e lo p a r a d ó j i c o es r e d u c t i b l e a lo n o p a r a d ó jico. Q u e las p r o p o s i c i o n e s religiosas sean r e d u c t i b l e s a p r o p o s i c i o n e s n o r e l i g i o s a s p u e d e ser v e r d a d e r o p a r a las q u e d e s e m p e ñ a n u n a f u n c i ó n auxiliar; si t o d a s las p r o p o s i c i o n e s r e l i g i o s a s se r e d u j e r a n d e e s t a m a n e r a , la fe c o n s i s t i r í a e n u n a s p o c a s a f i r m a c i o n e s fácticas. P o r esta r a z ó n , s o s t e n g o q u e las p r o p o s i c i o n e s religiosas básicas s o n i r r e d u c t i b l e s al l e n g u a j e o r d i n a r i o ( n o p a r a d ó j i c o ) , a u n q u e n o p u e d a n ser c o m p r e n d i d a s p r e s c i n d i e n d o d e s u referencia a él. S u r g e e n t o n c e s o t r o d i l e m a . L a p a r a d o j a c o n t i n ú a siend o u n a p a r a d o j a s ó l o d e n t r o d e u n c o n t e x t o religioso. N o o b s t a n t e , la p a r a d o j a r e l i g i o s a , p o r s u p r o p i a n a t u r a l e z a , i n c l u y e la t o t a l i d a d d e la r e a l i d a d : la fe d e s c u b r e u n a n u e v a d i m e n s i ó n e n t o d o s los a s p e c t o s d e la v i d a . P o r ello, la c o n f r o n t a c i ó n e n t r e lo e s t r i c t a m e n t e r e l i g i o s o y t o d o s los o t r o s a s p e c t o s r e s u l t a i n e v i t a b l e . Si los d o s se h a l l a n c o r r e l a c i o n a d o s e n el l e n g u a j e o b j e t i v o , las p r o p o s i c i o n e s religiosas p i e r d e n su significado específico. P o r o t r a p a r t e , si u t i l i z a m o s el d i s c u r s o r e l i g i o s o , el l e n g u a j e d e la p a r a d o j a es t r a s l a d a d o a u n á m b i t o d o n d e sólo p u e d e c a u s a r c o n f u s i ó n . ¿ H a b r í a a l g u n a s o l u c i ó n p a r a tal p r e d i c a m e n t o ? C r e o q u e la h a y ; p u e d e hallarse e n el h e c h o d e q u e lo p a r a d ó j i c o d e p e n d e del l e n g u a j e o r d i n a r i o . El lenguaje religioso se p r e s e n t a a m e n u d o c o m o u n discurso críptico acerca d e u n a realidad separada,

o c u l t a p a r a el n o c r e y e n t e . E s t a c o n c e p c i ó n

es e q u i v o c a d a p o r d o s r a z o n e s . E n p r i m e r lugar, el h o m b r e religioso n o c o n o c e u n a r e a l i d a d «separada», s i n o m á s b i e n u n a d i m e n s i ó n t r a s c e n d e n t e d e la ú n i c a r e a l i d a d a la q u e p u e d e a c c e d e r . E n s e g u n d o l u g a r , el l e n g u a j e r e l i g i o s o n o es c r í p t i c o e n a b s o l u t o . Su significado está a b i e r t o , a u n c u a n d o sea d e s c o n c e r t a n t e , a las p e r s o n a s n o religiosas. S u rela152

c i ó n c o n el d i s c u r s o o r d i n a r i o es p r i m o r d i a l m e n t e negativa: t r a s t o r n a la v i s i ó n a c e p t a d a q u e t i e n e el h o m b r e d e la realid a d , c o n t r o v i e r t e la a u t o s u f i c i e n c i a d e lo finito y p o n e e n d u d a s u c a r á c t e r d e f i n i t i v o y sus l í m i t e s . A f i r m a a s i m i s m o q u e la n u e v a d i m e n s i ó n d e s c u b i e r t a n o p u e d e ser e x p r e s a d a d i r e c t a m e n t e e n p a l a b r a s . E s t o significa q u e el lenguaje religioso g u a r d a u n a relación dialéctica c o n el l e n g u a j e o r d i n a rio, p u e s es a la vez su n e g a c i ó n y s u t r a s c e n d e n c i a . A n o ser p o r el lenguaje o r d i n a r i o , carecería d e c o n t e n i d o . N o ofrece n u e v a i n f o r m a c i ó n acerca del m u n d o . La E s c r i t u r a y los cred o s n o c o n t i e n e n u n sólo t é r m i n o q u e n o h a y a s i d o t o m a d o del lenguaje c o m ú n o esté definido en sus t é r m i n o s . D e s d e l u e g o , esto n o i m p l i c a q u e la c o m p r e n s i ó n d e tales signific a d o s exija u n c o n o c i m i e n t o preciso d e lo q u e significan los t é r m i n o s e n el l e n g u a j e o r d i n a r i o . L a r e l a c i ó n e n t r e el l e n guaje r e l i g i o s o y el l e n g u a j e o r d i n a r i o es u n i l a t e r a l : el p r i m e r o d e p e n d e del s e g u n d o , p e r o n o al c o n t r a r i o . L a p a r a d o j a religiosa p r e s u p o n e lo q u e c o n t r o v i e r t e : lo p a r a d ó j i c o precisa d e lo n o p a r a d ó j i c o , m a s n o c o n v e r s a m e n t e . El l e n guaje o r d i n a r i o y el l e n g u a j e científico s o n i n d e p e n d i e n t e s del e x t r a ñ o l e n g u a j e d e la r e l i g i ó n . C o n i n d e p e n d e n c i a d e cuál sea la c o b e r t u r a d e las p r o p o s i c i o n e s religiosas, éstas n o interfieren n u n c a c o n la e x p r e s i ó n o r d i n a r i a o científica d e lo o b j e t i v a m e n t e real. El l e n g u a j e p a r a d ó j i c o d e la religión p u e d e e n t o n c e s coexistir c o n el l e n g u a j e n o p a r a d ó j i c o sin c o n t a m i n a r l o . C o m o el a g u a y el aceite, n u n c a se m e z c l a n . C o n e s t o n o q u e r e m o s d e c i r q u e el l e n g u a j e r e l i g i o s o sea apropiado en cualquier situación. Introducir afirmaciones religiosas c u a n d o se r e q u i e r e u n análisis d e lo o b j e t i v a m e n te real c o n f u n d e el p r o b l e m a , n o el lenguaje. D e la a n t e r i o r d e s c r i p c i ó n d e la r e l a c i ó n e n t r e el l e n guaje religioso y el lenguaje o r d i n a r i o d e b e resultar e v i d e n t e p o r q u é v a c i l o e n s e p a r a r l o s . A u n q u e el d i s c u r s o religioso sea característico e n su e m p l e o d e expresiones extrañas, parad o j a s y s i g n i f i c a d o s « m á s p r o f u n d o s » , es o b j e t o d e c o n 153

t r o v e r s i a d e t e r m i n a r si u n a d i f e r e n c i a q u e presupone dependencia

absoluta

una

a m e r i t a q u e se la a s i g n e a u n u n i v e r -

s o d e d i s c u r s o d i f e r e n t e . P r e f e r i r í a c o n s i d e r a r el l e n g u a j e r e l i g i o s o c o m o u n a especie s u b o r d i n a d a d e l l e n g u a j e o r d i n a r i o , e n la c u a l los m o d i f i c a d o r e s n i e g a n y s u p e r a n los sign i f i c a d o s d i r e c t o s . E s ú n i c o p o r c u a n t o n u n c a se a s i m i l a c o n la e x p r e s i ó n o r d i n a r i a , p e r o p e r m a n e c e s i e m p r e i n t r í n s e c a m e n t e d e p e n d i e n t e d e ella. C o m o q u i e r a q u e lo clasifiquemos,

el l e n g u a j e religioso n o es «diferente» a la m a n e -

r a c o m o d o s s i s t e m a s c e r r a d o s , el f r a n c é s y el i n g l é s p o r e j e m p l o , d i f i e r e n e n t r e sí. El l e n g u a j e r e l i g i o s o se i n t r o d u ce s i n c e s a r e n el l e n g u a j e o r d i n a r i o . A l m i s m o t i e m p o , la d i f e r e n c i a e n t r e a m b o s es m á s s u s t a n c i a l d e la q u e e x i s t e entre dos lenguas. Este p u n t o p u e d e parecer m e r a m e n t e t é c n i c o , p e r o la n e g a c i ó n y la r e l a c i ó n d i a l é c t i c a e n t r e el l e n g u a j e r e l i g i o s o y el l e n g u a j e o r d i n a r i o es e s e n c i a l .

La naturaleza

simbólica

del lenguaje

religioso

T a n básico c o m o su extrañeza o su carácter paradójic o es u n rasgo q u e c o m p a r t e el lenguaje religioso c o n la p o e sía: es s i m b ó l i c o . E s t e h e c h o (si b i e n n o el t é r m i n o ) , e r a b i e n c o n o c i d o e n t r e los g r i e g o s así c o m o e n t r e los h e b r e o s y los p r i m e r o s c r i s t i a n o s . L a reflexión t e m p r a n a lo r e d u j o a l o q u e a h o r a l l a m a r í a m o s la i n t e r p r e t a c i ó n tipológica

de

u n t e x t o , m e d i a n t e la c u a l u n a c o n t e c i m i e n t o llegar a a s u m i r u n s i g n i f i c a d o m á s a m p l i o d e l q u e su o c u r r e n c i a efectiva i m p l i c a d i r e c t a m e n t e . E l o c u e n t e s e j e m p l o s d e tal i n t e r p r e t a c i ó n p u e d e n hallarse e n la n u e v a l e c t u r a q u e h a c e Israel d e s u p r o p i a h i s t o r i a e n S a l m o s , 1 0 4 y 1 0 5 (el é x o d o d e E g i p t o ) , E c l e s i á s t i c o , 4 4 - 4 8 (las g r a n d e s h a z a ñ a s d e l o s a n c e s t r o s d e Israel), S a b i d u r í a 1 1 - 1 2 ( é x o d o y la g u e r r a c o n t r a los c a n a n e o s ) . E n e f e c t o , la h i s t o r i o g r a f í a d e Israel c o n sistió e n g r a n p a r t e e n u n a r e i n t e r p r e t a c i ó n d e l o s h e c h o s 154

d e l p a s a d o a la l u z d e n u e v o s a c o n t e c i m i e n t o s i n t e r p r e t a ­ dos desde u n p u n t o d e vista religioso,

32

y los c o m e n t a r i o s

m i d r á s i c o s d e las Escrituras s a c a b a n a la luz c o n s t a n t e m e n t e n u e v o s s e n t i d o s «ocultos» d e los t e x t o s s a g r a d o s . E n el c e n t r o h e l e n í s t i c o d e A l e j a n d r í a , la t e n d e n c i a d e los h e b r e o s h a c i a el s i m b o l i s m o se c o n j u g ó c o n las t e o r í a s griegas d e la i n t e r p r e t a c i ó n alegórica. C o n j u n t a m e n t e d i e ­ r o n l u g a r a la c o n s c i e n c i a c r i s t i a n a h e r m e n é u t i c a . M u c h o antes d e q u e hicieran d e la i n t e r p r e t a c i ó n u n arte y u n a cien­ cia, los c r i s t i a n o s se h a b í a n o c u p a d o y a d e la r e i n t e r p r e t a ­ c i ó n d e los a c o n t e c i m i e n t o s y d e las E s c r i t u r a s . P a r a los p r i ­ m e r o s c r i s t i a n o s , t o d a la h i s t o r i a d e I s r a e l y s u s e s c r i t o s s a g r a d o s p o s e í a n u n significado tipológico. Jesús d e c l a r ó q u e él m i s m o e r a la r e a l i z a c i ó n d e la L e y y d e las E s c r i t u r a s .

33

L a iglesia p r i m i t i v a e x t e n d i ó tal i n t e r p r e t a c i ó n t i p o l ó g i c a d e m a n e r a q u e t o d o s los a c o n t e c i m i e n t o s d e la v i d a d e C r i s t o r e c i b i e r o n u n significado m á s p r o f u n d o , p o r m e d i o del cual esclarecían el p a s a d o y r e s u l t a b a n salvíficos p a r a el f u t u r o .

34

E n el c u a r t o E v a n g e l i o , i n c l u s o los d e t a l l e s m a t e r i a l e s c o m o el p a n y el p e z , el v i n o y el a g u a , r e c i b e n u n signifi­ c a d o « s i m b ó l i c o » m á s p r o f u n d o q u e a n t i c i p a el s i g n i f i c a d o d e la eucaristía y del b a u t i s m o . E n las epístolas d e san P a b l o , A d á n p r e f i g u r a a C r i s t o , A g a r y Sara el A n t i g u o y el N u e v o T e s t a m e n t o r e s p e c t i v a m e n t e . U n o d e los pasajes m á s p r i ­ m i t i v o s d e l N u e v o T e s t a m e n t o , el d i s c u r s o p e n t e c o s t a l d e san P e d r o e n los A c t o s d e los A p ó s t o l e s , c o n s i s t e e n lo e s e n ­ cial e n u n a r e i n t e r p r e t a c i ó n s i m b ó l i c a d e la h i s t o r i a . Al afir­ m a r q u e el v e r d a d e r o s e n t i d o d e la E s c r i t u r a es s u s e n t i d o

32. Gerhard von Rad, Oíd Testament Theobgy, tr. de D.M.G. Stalker (Nueva York: Harper & Row, 1962), Vol. I, pp. 306-354. 33. Véanse, entre muchos otros pasajes, Mt. 5,17-19; Le. 24, 25-27. 34. Esto aparece con claridad en los sinópticos, por ejemplo en la organización que hace Lucas de la mayor parte de su narrativa como un viaje hacia Jerusalén. 155

«espiritual», los t e ó l o g o s a l e j a n d r i n o s , C l e m e n t e y O r í g e n e s , se l i m i t a n a sistematizar a q u e l l o q u e j u d í o s y cristianos h a b í an hecho desde tiempo inmemorial.

3 5

S a n A m b r o s i o y s a n A g u s t í n h i c i e r o n e n O c c i d e n t e lo q u e s a n C l e m e n t e , O r í g e n e s , san Basilio y s a n G r e g o r i o h a b í a n h e c h o e n O r i e n t e . I n c l u s o la escuela d e A n t i o q u í a , m á s c o n s e r v a d o r a y t r a d i c i o n a l m e n t e o p u e s t a a la a v e n t u r a d a exégesis a l e j a n d r i n a , i n t e r p r e t a b a las E s c r i t u r a s « r e l i g i o s a m e n te», e s t o es, d e m a n e r a s i m b ó l i c a . L a b ú s q u e d a d e u n significado

e s p i r i t u a l d e l o s t e x t o s d e las E s c r i t u r a s p r o s i g u i ó

d u r a n t e t o d o el m e d i o e v o , h a s t a q u e fue t r a n s i t o r i a m e n t e s u s p e n d i d a d e b i d o a la n u e v a c o n c i e n c i a

filosófica

d e los

h u m a n i s t a s d e l R e n a c i m i e n t o y a las c o n t r o v e r s i a s t e o l ó g i cas e n t r e católicos y p r o t e s t a n t e s acerca del significado literal d e los t e x t o s d e las E s c r i t u r a s . L a t e n d e n c i a a la i n t e r p r e t a c i ó n literal p r o p i a del siglo XVI n o h a b r í a d e c o n s t i t u i r s e , sin e m b a r g o , e n f u n d a m e n t o d e la m o d e r n a h e r m e n é u t i c a d e las E s c r i t u r a s , p u e s s u r g i ó p a u l a t i n a m e n t e la i d e a d e q u e la p r o p i a «letra» d e la E s c r i t u r a era s i m b ó l i c a .

36

H a s t a el s i g l o XVIII, el s i m b o l i s m o c o n s i s t i ó p r i m o r dialmente en un principio de interpretación de u n lenguaj e r e v e l a d o d a d o , a u n q u e los escritores m e d i e v a l e s lo u t i l i z a r o n d e m a n e r a c r e a t i v a a p a r t e d e la e x é g e s i s d e las Escrituras. A través d e los estudios acerca del o r i g e n y e s t r u c t u r a d e l l e n g u a j e a d e l a n t a d o s p o r los p r i m e r o s r o m á n t i c o s a l e m a n e s , se llegó a d e s c u b r i r el s i m b o l i s m o c o m o pio

creativo

princi-

de t o d o discurso religioso. A este respecto

H a m a n n desempeñó también un papel preponderante. I n s p i r a d o e n la i n t e r p r e t a c i ó n t i p o l ó g i c a d e l A n t i g u o 35. Sobre el concepto de hermenéutica en Orígenes, véase Henri de Lubac, L'intelligence des Ecritures d'apres Origene (París, 1950). También Jean Daniélou, Orígenes (Buenos Aires: Sudamericana, 1958, tr. de G. Parpagnoli). 36. Veéase la magistral obra de Henri de Lubac, Exegese médiévale (París, 1959), Vols. I-II; 1961, Vol. III. 156

T e s t a m e n t o , H a m a n n intenta u n a lectura cristiana análog a a la c u l t u r a griega. E n Memorabilia,

por ejemplo, con-

s i d e r a a S ó c r a t e s c o m o el p r o t o t i p o d e C r i s t o . T a m b i é n P e d r o el G r a n d e , N o é y v a r i a s o t r a s

figuras

desempeñan

papeles simbólicos, pues H a m a n n estaba c o n v e n c i d o de q u e t o d a i n t e r p r e t a c i ó n religiosa d e la h i s t o r i a d e b e ser s i m bólica. Las referencias n o e s t á n l i m i t a d a s t a m p o c o a C r i s t o ; el E s p í r i t u S a n t o y el v e r d a d e r o c r e y e n t e se e n c u e n t r a n asimismo prefigurados.

37

H a m a n n creaba sus tipos c o n u n a

l i b e r t a d d e s c o n c e r t a n t e . S i n e m b a r g o , s u s i m b o l i s m o se e n c u e n t r a r e s t r i n g i d o e n lo f u n d a m e n t a l a la t i p o l o g í a y ésta n o p u e d e ser c o n s i d e r a d a c o m o la categoría esencial del l e n guaje religioso. L a t i p o l o g í a es u n a f o r m a p a r t i c u l a r d e l s i m b o l i s m o religioso, aquella d e la q u e los cristianos son m á s conscientes, p e r o n o es u n i v e r s a l n i e s e n c i a l . I n c l u s o e n las E s c r i t u r a s , la m a y o r p a r t e del s i m b o l i s m o n o es d e c a r á c t e r t i p o l ó g i c o . U n e j e m p l o , c a r a c t e r í s t i c o del c u a r t o e v a n g e l i o es el e p i s o d i o del c i e g o . El s i m b o l i s m o r e c u r r e n t e d e l u z y o s c u r i d a d u t i l i z a d o p o r s a n J u a n c o l o r e a t o d a la n a r r a c i ó n . C o m i e n z a c o n la r e s p u e s t a q u e ofrece Jesús a sus d i s c í p u l o s d e p o r q u é el h o m b r e era ciego d e n a c i m i e n t o : N i p o r c u l p a d e él n i p o r la d e sus p a d r e s ; s i n o q u e así se m a n i f i e s t a n e n él las o b r a s d e D i o s . M i e n t r a s es d e d í a , es m e n e s t e r q u e y o realice las o b r a s d e l q u e m e h a e n v i a d o . V i e n e la n o c h e , c u a n d o n a d i e p u e d e t r a bajar. M i e n t r a s esté e n el m u n d o , l u z soy d e l m u n d o . (Jn 9,3-5) Jesús c u r a al h o m b r e y el pasaje t e r m i n a c o n la s i g u i e n t e c o n f r o n t a c i ó n e n t r e ellos:

37. Véase Memorabilia, passim. 157

¿ C r e e s t ú e n el H i j o d e l h o m b r e ? R e s p o n d i ó l e : ¿Y q u i é n es, S e ñ o r , p a r a q u e c r e a e n él? D í c e l e J e s ú s : L e h a s v i s t o y a . E s el m i s m o q u e t e h a b l a . E l c o n t e s t ó : C r e o , S e ñ o r . Y le a d o r ó . P r o s i g u i ó J e s ú s : Yo h e v e n i d o a este m u n d o p a r a d i s c r i m i n a c i ó n : p a r a q u e los cieg o s v e a n y los q u e v e n se t o r n e n c i e g o s . ( J n 9, 3 5 - 3 9 ) . E n estos a c o n t e c i m i e n t o s , C r i s t o es p r e s e n t a d o c o m o la l u z d e l m u n d o y la c u r a c i ó n del c i e g o es s ó l o u n s í m b o lo d e la m a n e r a c ó m o el S a l v a d o r d e s t i e r r a l o s p o d e r e s d e la o s c u r i d a d . S ó l o los s í m b o l o s , e n el s e n t i d o e s t r i c t o , p u e d e n s u m i n i s t r a r al l e n g u a j e r e l i g i o s o las d o s c o n d i c i o n e s e s e n c i a l e s p o s t u l a d a s al c o m i e n z o d e la p r e s e n t e s e c c i ó n : el c o m p r o m i s o s u b j e t i v o d e l h a b l a n t e y la t r a s c e n d e n c i a d e l r e f e r e n t e . D e b i d o a q u e n o h a n p a s a d o p o r el p r o c e s o c o m p l e t o d e o b j e t i v a c i ó n , las r e p r e s e n t a c i o n e s s i m b ó l i c a s s o n m á s a p r o p i a d a s q u e el d i s c u r s o r a c i o n a l p a r a c o m u n i c a r el c o m p r o m i s o subjetivo. D e s d e luego, t o d a expresión lingüística objetiva hasta cierto p u n t o .

3 8

Sin e m b a r g o , u n a expresión

s i m b ó l i c a p r e s e r v a m e j o r el e s t a d o s u b j e t i v o d e l h a b l a n t e q u e u n a expresión p u r a m e n t e conceptual. Todos sabemos q u e la p o e s í a y las n o v e l a s t r a n s m i t e n s e n t i m i e n t o s m e j o r d e c o m o lo h a c e el l e n g u a j e d i s c u r s i v o . P o r esta r a z ó n , los e s t u d i o s o s d e la r e l i g i ó n , c o n i n d e p e n d e n c i a d e s u d e s a c u e r d o e n o t r o s a s p e c t o s , c o n c u e r d a n e n a f i r m a r q u e el l e n guaje d e la fe es u n lenguaje d e s í m b o l o s .

39

M a x M ü l l e r escri-

38 Esta observación es la que conduce a Kierkegaard a desarrollar la teoría según la cual en la fe sólo es posible la comunicación indirecta. 39. Para mencionar sólo unos pocos: Peter Munz, Problems of Religious Knowledge (Londres: S.M.C. Press, 1959), pp. 53-55; Paul Tillich, Dynamic ofFaith (Nueva York: Harper & Brothers, 1958), p. 45; Auguste Sabatier, Outlines of the Philosophy of Religión (Nueva York: Harper & Brothers, 1957), p.321 [Ensayo de una filosofía de la religión, Madrid: Daniel Jorro, 1912]. 158

b i ó a l g u n a v e z q u e t o d o el d i c c i o n a r i o d e la r e l i g i ó n e s t á c o n f o r m a d o p o r m e t á f o r a s , si b i e n h e m o s d e j a d o d e e x p e ­ r i m e n t a r l a s c o m o tales d e s d e h a c e l a r g o t i e m p o . P o r d e s ­ g r a c i a , la c u a l i d a d s i m b ó l i c a d e los s í m b o l o s h a l l e v a d o a a l g u n o s i n t é r p r e t e s a c o n c l u i r q u e los s í m b o l o s religiosos n o t i e n e n referencia real d i f e r e n t e d e l e s t a d o s u b j e t i v o p a r ­ ticular q u e s i m b o l i z a n . L e e m o s , p o r e j e m p l o , e n u n recien­ te e s t u d i o a c e r c a del c o n o c i m i e n t o religioso: U n s í m b o l o n o r e p r e s e n t a el o b j e t o i n v i s i b l e d e la r e - l i g i ó n , s i n o q u e significa u n s e n t i m i e n t o . . . El v e r d a ­ d e r o c a r á c t e r y f u n c i ó n d e la figura s i m b ó l i c a n o p u e d e c o m p r e n d e r s e a m e n o s q u e r e c o r d e m o s s i e m p r e q u e su f u n c i ó n r a d i c a e n conferir s e n t i d o a los s e n t i m i e n t o s y, p o r ello, se e n c u e n t r a e n u n a r e l a c i ó n significativa c o n los e s t a d o s s e n t i m e n t a l e s . Si c o n s i d e r a a la figura s i m ­ bólica per se, el t e ó l o g o t r a d i c i o n a l se v e c o n s t a n t e m e n t e i n c l i n a d o , c o m o lo h e m o s v i s t o , a c o n s i d e r a r l a c o m o s í m b o l o d e lo i n v i s i b l e .

40

Para la p e r s o n a religiosa, la n a t u r a l e z a subjetiva del s í m ­ b o l o religioso significa lo c o n t r a r i o : el l e n g u a j e religioso es simbólico p o r su referencia a u n a realidad transobjetiva y n o p o r a u s e n c i a d e t o d o r e f e r e n t e . E n efecto, la c a p a c i d a d q u e t i e n e n los s í m b o l o s d e e x p r e s a r u n a r e a l i d a d t r a s c e n ­ d e n t e es la r a z ó n f u n d a m e n t a l p o r la q u e el h o m b r e reli­ g i o s o n o p u e d e p r e s c i n d i r d e ellos. E l l e n g u a j e d i s c u r s i v o p u e d e m o s t r a r d e m a n e r a c o n v i n c e n t e la i n s u f i c i e n c i a d e lo o b j e t i v a m e n t e real. I n c l u s o p u e d e c o n c e p t u a l i z a r e n cier­ t a m e d i d a las e x p r e s i o n e s s i m b ó l i c a s d e lo t r a s c e n d e n t e , si d i s p o n e d e ellas. N o o b s t a n t e , el l e n g u a j e d i s c u r s i v o p o r sí m i s m o es i n c a p a z d e a r t i c u l a r e n ú l t i m a i n s t a n c i a la rela­ c i ó n del h o m b r e c o n la t r a s c e n d e n c i a . Sus c o n c e p t o s e s t á n

40. Peter Munz, Op. cit., p. 62. 159

d e m a s i a d o v i n c u l a d o s a la realidad objetiva p a r a c u y a e x p r e s i ó n f u e r o n c r e a d o s e n p r i m e r lugar. S u m i s m a a d e c u a c i ó n a este r e s p e c t o c o n s t i t u y e s u m a y o r d e s v e n t a j a p a r a la s i m b o l i z a c i ó n religiosa, p u e s n o le p e r m i t e e x p r e s a r c o n p r o p i e d a d la t r a s c e n d e n c i a . L a s r e p r e s e n t a c i o n e s s i m b ó l i c a s confunden en m e n o r grado precisamente porque son menos d e t e r m i n a d a s en su significado, a pesar de su carácter c o n creto. U n a r e p r e s e n t a c i ó n n o p o s e e significado real, sólo potencial.

U t i l i z a r i m á g e n e s p a r a t r a n s m i t i r s i g n i f i c a d o s es

e n t o n c e s ser c o n c i e n t e d e s u i n a d e c u a c i ó n . E s t r i c t a m e n t e h a b l a n d o , u n a r e p r e s e n t a c i ó n n o significa

n a d a o b i e n , si

e x t e n d e m o s el t é r m i n o s i g n i f i c a d o m á s allá d e s u u s o c o n c e p t u a l , se significa a sí misma,

n o algo ulterior. Al m i s m o

t i e m p o , p o d e m o s c o n f e r i r d i v e r s o s significados a las r e p r e s e n t a c i o n e s . P u e s t o q u e s a b e m o s q u e tal significado se halla superpuesto y por consiguiente n o tiene pretensiones de e x a c t i t u d , los s í m b o l o s s o n m á s flexibles p a r a la e x p r e s i ó n r e l i g i o s a q u e los c o n c e p t o s . C i e r t a m e n t e , a n á l o g a s u p e r p o s i c i ó n p u e d e darse e n los c o n c e p t o s ; e n tal caso, sin e m b a r g o , el c o n c e p t o m i s m o se c o n v i e r t e e n s í m b o l o y e n r e p r e s e n t a c i ó n . E s t o s u c e d e c o n f r e c u e n c i a c u a n d o la r e l i g i ó n a c c e d e al n i v e l d e la reflexión t e o l ó g i c a . T o d a s las e s p e c u l a c i o n e s a c e r c a d e la S a n t í s i m a T r i n i d a d s o n d e esta n a t u raleza, c o n i n d e p e n d e n c i a d e s u c a r á c t e r t e ó r i c o y a b s t r a c t o . P o d r í a m o s p r e g u n t a r n o s i n c l u s o si c u a l q u i e r c o n c e p t o r e l i g i o s o p u e d e ser c o n s i d e r a d o m á s q u e s i m b ó l i c o . L a p r e g u n t a es i m p o r t a n t e , p u e s si b i e n el h o m b r e arcaic o p o d í a a f i r m a r y e s t r u c t u r a r lo real a t r a v é s d e s í m b o l o s , e n el s e n t i d o e s t r e c h o del t é r m i n o , el h o m b r e m o d e r n o u t i liza p r i m o r d i a l m e n t e c o n c e p t o s r a c i o n a l e s p a r a este efecto. E l l e n g u a j e s i m b ó l i c o p u e d e ser n e c e s a r i o , ¿ p e r o es s u f i c i e n t e p a r a la a f i r m a c i ó n religiosa? ¿ D e b e ser la a f i r m a c i ó n religiosa básica n o simbólica? D u r a n t e a ñ o s , Paul Tillich d e l i b e r ó a c e r c a d e este p r o b l e m a , esencial p a r a s u t e o r í a d e los d o s e s t a d i o s d e la c u l t u r a . S u r e s p u e s t a es q u e la refe160

r e n c i a p r i m a r i a a lo t r a s c e n d e n t e d e b e ser n o s i m b ó l i c a si h a d e satisfacer las exigencias d e la m e n t e r a c i o n a l . L a p r i m e r a e x p r e s i ó n n o s i m b ó l i c a es la a f i r m a c i ó n d e D i o s c o m o f u n d a m e n t o d e lo real. T i l l i c h lo f o r m u l a e n la p r o p o s i c i ó n : D i o s es el Ser S u p r e m o .

4 1

P a r a T i l l i c h , esta a s e r c i ó n p r i m a -

ria sólo a f i r m a q u e D i o s es «el f u n d a m e n t o d e la e s t r u c t u ra o n t o l ó g i c a , sin e s t a r s u j e t o él m i s m o a tal e s t r u c t u r a » .

42

Toda a f i r m a c i ó n u l t e r i o r a c e r c a d e D i o s d e b e ser s i m b ó l i ca, p u e s d e s c r i b e u n a realidad p a r a la c u a l el l e n g u a j e estrict a m e n t e c o n c e p t u a l resulta i n a p r o p i a d o . E s t o i n c l u y e t o d o d i s c u r s o d e v o c i o n a l , t e o l ó g i c o e i n c l u s o filosófico acerca d e los a t r i b u t o s d e tal Ser S u p r e m o . A la a s e r c i ó n n o s i m b ó lica inicial, D i o s es Ser, el s e g u n d o v o l u m e n d e Teología sistemática

a ñ a d e u n a s e g u n d a a s e r c i ó n : la tesis d e q u e t o d o

lo q u e d e c i m o s a c e r c a d e D i o s es s i m b ó l i c o es e n sí m i s m a u n a aserción n o simbólica.

43

P o r m i p a r t e , c o n s i d e r o q u e la n a t u r a l e z a d i a l é c t i c a d e la a f i r m a c i ó n religiosa n o p e r m i t e n i n g u n a a f i r m a c i ó n v e r d a d e r a acerca d e D i o s q u e p u e d a estar c o n t e n i d a e n u n a ú n i c a p r o p o s i c i ó n . L a realidad divina, p o r e j e m p l o , n o p u e d e a f i r m a r s e al d e c i r : D i o s es el ser s u p r e m o . L a a s e r c i ó n c o m p l e t a i n c l u y e , c o m o l o v e r e m o s , la n e g a c i ó n d e q u e D i o s sea u n ser e n el s e n t i d o e n q u e l o es la c r i a t u r a , así c o m o la reintegración del ser c r e a d o e n el ser d i v i n o . ¿ D e b e n c o n s i d e r a r s e estas p r o p o s i c i o n e s u l t e r i o r e s c o m o n o s i m bólicas? M i r e s p u e s t a es q u e lo s o n , p e r o e n c u a n t o a f i r m a n la e x i s t e n c i a d i v i n a , n o e n c u a n t o la d e f i n e n m á s allá d e lo e s t r i c t a m e n t e n e c e s a r i o p a r a u n a a f i r m a c i ó n existencial significativa. L o a n t e r i o r i m p l i c a , d e h e c h o , q u e n i n g u n a p r o -

41 «The Religious Symbol», en Religious Experience and Truth, ed. por Sidney Hook (Londres: Oliver &C Boyd, 1962), pp. 314-15. También, Systematic Theology, I, pp. 235-241. 42 Systematic Theology, I, P. 239. 43 Ibid, II, p. 9. 161

p o s i c i ó n a c e r c a d e D i o s sería completamente

n o simbólica,

n i s i q u i e r a las aserciones p r i m a r i a s , p u e s t o d o d i s c u r s o acerc a d e D i o s contiene

u n a afirmación dialéctica primaria, n o

s i m b ó l i c a . Si p r e s c i n d e d e ella, el h o m b r e n o p u e d e v i n c u l a r la t r a s c e n d e n c i a d i v i n a c o n la a f i r m a c i ó n d e l m u n d o , y e n este c a s o le sería i m p o s i b l e a f i r m a r a D i o s e n g e n e r a l . N o o b s t a n t e , sería u n a i l u s i ó n c r e e r q u e el m e r o p o d e r d e la n e g a c i ó n p e r m i t e e l u d i r la n a t u r a l e z a s i m b ó l i c a d e l l e n guaje sobre D i o s . El lenguaje d e la teología negativa es t a n s i m b ó l i c o c o m o el d e la t e o l o g í a p o s i t i v a . A l d e c l a r a r i n a d e c u a d o s los n o m bres d i v i n o s , la t e o l o g í a n e g a t i v a t r a n s m i t e u n m e n s a j e s i m b ó l i c o . ¿ N o es el m e n s a j e d e la i n a d e c u a c i ó n , t r a n s m i t i d o con la r e p r e s e n t a c i ó n (o el c o n c e p t o ) , la e s e n c i a m i s m a d e l s í m b o l o religioso? L a d e s t r u c c i ó n t o t a l del c o n c e p t o o i m a gen q u e diferencia u n a teología apofántica de u n a teología d e los n o m b r e s d i v i n o s t i e n e u n carácter e m i n e n t e m e n t e p o s i t i v o . E l p r o p i o T i l l i c h s o s t i e n e q u e la a c t i t u d i n t e r i o r o r i e n t a d a al s í m b o l o n o está d i r i g i d a al s í m b o l o m i s m o s i n o a lo q u e e s .

44

44 «The Religious Symbol» en Religious Experience and Truth, p. 301. Mi interpretación parece confirmada por la afirmación de Johannes Hessen: «Detrás de las negaciones de esta teología apofántica encontramos un sentimiento muy positivo. El expresarse en estas negaciones le permite participar hasta cierto punto de su propia positividad. Todas las negaciones asumen así un giro hacia lo positivo: se convierten en signos para las intenciones del sentimiento religioso y adquieren de esta manera un carácter simbólico» Religionsphilosophie, Vol. II (Munich, 1955), p. 187. 162

Capítulo

V

LA S U P E R V I V E N C I A D E L M I T O

El mito y su

verdad

L a r e l a c i ó n e n t r e el s í m b o l o religioso y el m i t o n o p u e ­ d e ser d e f i n i d a e n u n a p r o p o s i c i ó n única. Sin e m b a r g o , p a r a i n t r o d u c i r la d i s c u s i ó n , p o d r í a m o s d e c i r q u e los m i t o s s o n símbolos v e r b a l m e n t e desarrollados o bien, c o m o escribió a l g u n a vez B a c h o f e n , q u e el m i t o es la exégesis d e l s í m b o ­ 1

l o . O r i g i n a l m e n t e t o d o s los s í m b o l o s , y h o y e n d í a t o d o s los s í m b o l o s religiosos, p r e c i s a n d e la i n t e r p r e t a c i ó n v e r b a l d e l m i t o . «El m i t o , o m á s p r o p i a m e n t e el r i t u a l m í t i c o , i n t r o d u c e o r d e n , s i g n i f i c a d o y e s t r u c t u r a e n el m u n d o d e l 2

s í m b o l o religioso.» S i n esta i n t e r p r e t a c i ó n , el s í m b o l o p r i ­ m i t i v o j a m á s se h a b r í a desarrollado e n la claridad d e las i m á ­ g e n e s e s t é t i c a s , los s í m b o l o s r e l i g i o s o s y las i d e a s

filosófi­

cas, p u e s el m i t o es el l e n g u a j e del s í m b o l o y o r i g i n a l m e n t e 3

fue s u ú n i c o l e n g u a j e . A s u v e z , el s í m b o l o es la exégesis

1. Johan Jacob Bachofen, Versuch über die Grabersymbolik der Alten (Basilea, 1895), p. 46. 2. Thomas Altizer, «The Religious Meaning of Myth and Symbol» . en Truth, Myth and Symbol, Thomas Altizer, William A. Beardslee y J. Harvey Young eds. (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice Hall, 1962), p. 90. 3. La relación entre mito y lenguaje ha sido tema de controversia permanente. En su famoso ensayo sobre el origen del lenguaje, Herder 163

d e l m i t o . L o q u e se e n c o n t r a b a t o d a v í a i n d i f e r e n c i a d o e n el m i t o se d e s a r r o l l a e n u n a serie d e s í m b o l o s p a r t i c u l a r e s q u e e s t r u c t u r a n los diversos á m b i t o s d e la existencia. H a b r í a e n t o n c e s u n a r e l a c i ó n d i a l é c t i c a e n t r e m i t o y s í m b o l o . El a c t o s i m b ó l i c o p r e c e d e al m i t o ; el m i t o m i s m o , sin e m b a r g o , se c o n c r e t a e n s í m b o l o s específicos, s u p e r a n d o d e esta m a n e r a la i n d e t e r m i n a c i ó n r i t u a l . C o n s i d e r e m o s a h o r a c ó m o el m i t o a c o m p a ñ a o r i g i n a l m e n t e al r i t o . E s s u clásico e s t u d i o acerca d e los o r í g e n e s sociales d e la r e l i g i ó n griega, J a n e H a r r i s o n a f i r m a sin m á s : E l mythos

e r a p a r a los g r i e g o s s ó l o la c o s a h a b l a -

d a , lo e m i t i d o p o r la b o c a . S u a n t í t e s i s o m e j o r c o r r e l a t o sería la cosa h e c h a , realizada, el e r g o n o a c t i v i d a d .

4

L a c o n e x i ó n o r i g i n a l e n t r e p a l a b r a y a c t o se p r e s e r v a e n la religión: el m i t o es el a c o m p a ñ a m i e n t o oral del rito a c t u a d o . E s t o n o s lleva a u n s e g u n d o p u n t o : el m i t o p e r t e n e c e

sostuvo que el mito genera el lenguaje, o al menos determina su función. Esta tesis fue adoptada por Schelling quien, en Filosofía de la mitología, afirma que el lenguaje es una «mitología empalidecida». Einleitung in die Philosophie der Mythologie, Werke, Manfred Schroter ed. (Munich, 1959), Vol. 6, p. 59. Para Max Müller, por el contrario, la mitología nace de las incorrectas interpretaciones del lenguaje en un momento en el cual ya no era comprendido correctamente. «The Philosophy of Mythology» en Introduction to the Science of Religión (Oxford, 1873), pp. 353-355. Cassirer dirime la disputa al observar que el lenguaje y la mitología son mutuamente determinantes. «Son dos brotes diferentes del mismo tallo, el mismo impulso de formulación simbólica, que surgen de la misma actividad mental básica.» (Language andMyth, tr. de Susanne K. Langer, Nueva York: Dover Publications, 1953, p. 88) [Lenguajey mito]. Sólo a través del lenguaje puede el mito desarrollarse como tal pero, al mismo tiempo, el desarrollo del mito es condición del desenvolvimiento del lenguaje objetivo. 4. Themis, p. 328. 164

al n ú c l e o d e la a c c i ó n religiosa. Su f u n c i ó n n o es «explicar», c o m o p o d r í a concluirse de su carácter interpretativo, sino s u m i n i s t r a r la t r a m a d e l dromenon,

la a c c i ó n r i t u a l . U n

e j e m p l o d e e l l o es el m i t o d e l o s T i t a n e s q u e d e v o r a n a Z a g r e o , i n v e n t a d o p a r a e x p l i c a r el r i t o c e n t r a l d e las orgías d i o n i s í a c a s : el d e s m e m b r a m i e n t o d e u n a n i m a l d o t a d o d e 3

p o d e r e s s a g r a d o s . S ó l o m á s t a r d e se c o n v i e r t e e n la justifi­ cación del rito. La estrecha c o n e x i ó n entre m i t o y acción 6

r i t u a l h a s i d o c o n f i r m a d a p o r v a r i o s o t r o s a c a d é m i c o s . El m i t o m e d i a p a r a la c o n c i e n c i a a q u e l l o q u e reside e n f o r m a i n m e d i a t a e n la a c t i v i d a d r i t u a l , i n i c i a n d o así el p r o c e s o d e reflexión.

E l c u l t o es la r e l a c i ó n a c t i v a d e l h o m b r e c o n s u s dioses. E n el c u l t o , lo d i v i n o n o es r e p r e s e n t a d o y figu­ r a d o d e m a n e r a i n d i r e c t a ; m á s b i e n , se e j e r c e u n a i n f l u e n c i a d i r e c t a s o b r e él. Bajo tal i n f l u e n c i a , e n las f o r m a s d e l r i t u a l , las o r a c i o n e s i n m a n e n t e s d e la c o n s c i e n c i a religiosa se e x p r e s a n , p o r lo g e n e r a l , c o n m a y o r c l a r i d a d . E n g r a n p a r t e , el relato m í t i c o e n sí m i s m o es sólo u n a reflexión d e la r e l a c i ó n i n m e d i a t a .

7

Las f o r m a s s i m b ó l i c a s d e l r i t u a l d e las q u e se d e s p r e n ­ d e el m i t o se e n c u e n t r a n m u c h o m e n o s d e s a r r o l l a d a s q u e los s í m b o l o s q u e el p r o p i o m i t o p r o d u c e , a u n c u a n d o s e a n

5- Martin P. Nilsson, op. cit., p. 217. Véase también del mismo autor, TheMinoan-Mycenean Religión (Lund, 1950), p. 581. 6. Por ejemplo, K. Th. Preuss, Der religióse Gehalt der Mythen (Tubinga, 1933); G. Van der Leeuw, Religión in Essence andManifestation, p. 413. 7. Ernst Cassirer, Philosophy ofSymbolic Forms, tr. de Ralph Manheim (New Haven: Yale University Press, 1953) II, p. 219. Véase también 3839, 157 [La filosofía de las formas simbólicas, México: Fondo de Cultura Económica, 1971-1976, tr. de Armando Morones.] 165

a u t é n t i c a m e n t e simbólicas. Los s í m b o l o s s u r g e n d e los m i t o s así c o m o los m i t o s s u r g e n d e los s í m b o l o s . E l m i t o es el fact o r q u e m e d i a e n la d i a l é c t i c a d e s d e los s í m b o l o s p r i m a r i o s h a s t a el s i m b o l i s m o p l e n a m e n t e c o n s c i e n t e . El m i t o i n t r o d u c e u n n u e v o e s t a d i o d e c o n c i e n c i a : t o r n a reflexivo a q u e l l o q u e a n t e s e r a s ó l o « v i v i d o » . E s t a p r i m e r a y m á s b á s i c a c o n c i e n c i a d e la v i d a i n t e r i o r n o es s i n e m b a r g o el reflejo d e la c i e n c i a o d e la filosofía, n i s i q u i e r a d e lo q u e a h o r a l l a m a m o s l e n g u a j e o r d i n a r i o . E l m i t o n o o b j e t i v a p o r c o m p l e t o ; p a r t i c i p a t o d a v í a e n tal m e d i d a d e la r e a l i d a d v i v i d a q u e s u s i g n i f i c a d o d e b e ser e x p e r i m e n t a d o m á s b i e n q u e c o m p r e n d i d o r a c i o n a l m e n t e . A u n q u e sus f o r m a s s e a n e n t e r a m e n t e c o n s c i e n t e s , las raíces d e d i c h a s f o r m a s se h a l l a n s e p u l t a d a s e n l o p r o f u n d o d e l i n c o n s c i e n t e . E l i n t e r é s q u e h a m o s t r a d o d e s d e h a c e l a r g o t i e m p o el p s i c o a n á l i s i s p o r estas raíces s u b t e r r á n e a s c o m i e n z a a a r r o j a r r e s u l t a d o s l e n t a m e n t e . F r e u d c o n s i d e r ó s i e m p r e q u e los m i t o s reflejaban c o n d i c i o n e s sociales p r i m a r i a s o quizás 8

a c o n t e c i m i e n t o s p r e h i s t ó r i c o s . N o o b s t a n t e , p a r a efectos p r á c t i c o s , r e s t r i n g i ó s u i m p o r t a n c i a a la d e los s u e ñ o s q u e 9

r e v e l a n d e s e o s i n c o n s c i e n t e s r e p r i m i d o s . J u n g , p o r el c o n t r a r i o , a t r i b u y e a los m i t o s u n p a p e l p r e p o n d e r a n t e e n la revelación del s u b c o n s c i e n t e colectivo, las p r o v i s i o n e s d e las e x t r a e n s u s u s t a n c i a l o s p r o p i o s s u e ñ o s . P a r a él l o s m i t o s s o n claras articulaciones d e los a r q u e t i p o s q u e d i r i g e n el p r o c e s o d e i n d i v i d u a c i ó n . F u e J u n g q u i e n p r i m e r o l l a m ó la a t e n c i ó n s o b r e el i n c o m p a r a b l e p o d e r p s í q u i c o d e l m i t o . T a n t o los analistas q u e a c e p t a n la t e o r í a d e l s u b c o n s c i e n t e colectivo c o m o q u i e n e s n o lo h a c e n , c o n s i d e r a n e n su

8. Especialmente en Tótem y tabú. 9. Véase La interpretación de los sueños en Obras completas de Sigmund Freud, (Madrid: Biblioteca Nueva, 1948, tr. de Luis López Ballesteros y de Torres). 166

m a y o r í a el m i t o c o m o el i n s t r u m e n t o m á s p o d e r o s o q u e p o s e e la c o m u n i d a d p a r a a d a p t a r al i n d i v i d u o a la v i d a d e u n determinado grupo en u n a cultura dada. D e s e m p e ñ a u n p a p e l p r i m o r d i a l e n el p r o c e s o d e i n t e g r a c i ó n p s í q u i c a . U n r e c i e n t e e s t u d i o n e o f r e u d i a n o a c e r c a del p a p e l d e l m i t o e n la p s i c o l o g í a del e g o d e s c r i b e así s u i m p a c t o f o r m a t i v o : ... c a d a s o c i e d a d i n t e n t a m o l d e a r a la g e n e r a c i ó n s i g u i e n t e e n c o n c o r d a n c i a c o n los i d e a l e s y o b j e t i v o s d e esta s o c i e d a d e n p a r t i c u l a r . A t r a v é s d e s u m i t o l o gía, la s o c i e d a d t i e n d e a i n d u c i r u n c l i m a favorable p a r a la realización d e identificaciones a p r o p i a d a s . T o d a socied a d i n t e r p r e t a y r e i n t e r p r e t a s u h i s t o r i a y sus h é r o e s d e a c u e r d o c o n sus n e c e s i d a d e s . L o q u e h a c e t a n efectiva esta t é c n i c a es la p o d e r o s a m o t i v a c i ó n del d e s e o i n f a n til i n s t i n t i v o , a través d e la gratificación vicaria ( i n c o n s c i e n t e ) q u e p r o v i e n e d e la i d e n t i f i c a c i ó n c o n el h é r o e y c o n el m i t o .

1 0

Las p e r c e p c i o n e s p s i c o a n a l í t i c a s h a n c o n d u c i d o a i n t e r e s a n t e s i n t e r p r e t a c i o n e s d e los a n t i g u o s m i t o s . Se c o n s i d e r a , p o r e j e m p l o , q u e la l e y e n d a del e n c u e n t r o d e Perseo c o n la M e d u s a refleja la p r e o c u p a c i ó n d e u n a s o c i e d a d , a d e l a n t a d a e n el c a m i n o del p a t r i a r c a l i s m o , p o r el e n o r m e r e t o q u e o f r e c e n los p o d e r e s m a t r i a r c a l e s ; el ciclo e d í p i c o , p o r s u p a r t e , d e s c r i b i r í a u n m u n d o d o m i n a d o p o r la m a d r e (la E s f i n g e , las E r i n i a s ) d o n d e se h a n s e m b r a d o las p r i m e r a s semillas d e la r e b e l i ó n .

11

10. Jacob Arlow, «Ego Psychology and the Study of Mythology» en Journal ofthe American Psychiatric Association 9, (1961), p. 388. 11. Véase León Balter, «The Mother as Source of Power. A Psychoanalytic Study of Three Greek Myths» en The Psychoanalytic Quarterly 38 (1969), pp. 217-274. Tengo serias reservas acerca de la primera parte de este artículo donde se identifican cada uno de los mitos discutidos con un determinado estadio ontogenético del desarrollo indi167

Las i n t e r p r e t a c i o n e s psicoanalíticas h a n e n f a t i z a d o p r i n c i p a l m e n t e la r e f e r e n c i a d e l m i t o al p a s a d o , el s e d i m e n t o a c u m u l a d o d e la p r e h i s t o r i a d e u n g r u p o . L a c o n e x i ó n d e l m i t o c o n el f u t u r o es, s i n e m b a r g o , d e i g u a l i m p o r t a n c i a . P o d r í a m o s h a l l a r u n a i n s i n u a c i ó n d e ello e n la tesis f r e u d i a n a s e g ú n la c u a l el m i t o e x p r e s a d e s e o s r e p r i m i d o s . N o o b s t a n t e , m á s q u e u n d e s e o , el m i t o s e r í a u n a v i s i ó n d e l p o r v e n i r . P a r a E r n s t B l o c h , los m i t o s r e v e l a n p r i m o r d i a l m e n t e los i d e a l e s d e l h o m b r e : e n ellos f o r m u l a s u s e s p e r a n z a s . M á s q u e r e c o b r a r el p a s a d o , p e r m i t e n el a c c e s o al futuro;

12

p e r o el t i p o d e f u t u r o c o n el q u e s u e ñ a el h o m b r e

e n los m i t o s d i f i e r e c o n s i d e r a b l e m e n t e d e la u t o p í a m a r xista d e B l o c h , c o m o v e r e m o s a c o n t i n u a c i ó n . A n t e s d e proseguir, d e b e m o s referirnos a otra t e n d e n cia c o n t e m p o r á n e a q u e h a i l u m i n a d o u n aspecto ú n i c o d e la c o n c i e n c i a m í t i c a . Bajo la i n f l u e n c i a d e s u f u n d a d o r , A u g u s t e C o m t e , l o s s o c i ó l o g o s y e t n ó l o g o s d e l s i g l o XIX c o n s i d e r a n el m i t o c o m o u n a m a n e r a d e p e n s a r p r e c i e n t í fica, d i f e r e n t e d e la filosofía y d e la c i e n c i a s ó l o e n c u a n t o carece de precisión lógica y de m é t o d o científico. Tal tesis fue a b a n d o n a d a h a c e l a r g o t i e m p o y y a n o m e r e c e la p e n a refutarla; n o o b s t a n t e , pervive s o t e r r a d a m e n t e e n t r e los científicos y filósofos d e i n c l i n a c i ó n positivista, e n especial e n F r a n c i a . E m i l e B r é h i e r , p o r e j e m p l o , e n u n f a m o s o a r t í c u l o e s c r i t o e n 1 9 1 4 , o p o n e el m i t o a la filosofía c o m o lo i l ó g i c o , c o n t i n g e n t e , a r b i t r a r i o , acrítico a lo l ó g i c o , n e c e 13

s a r i o , c o h e r e n t e y c r í t i c o . T o d a s estas t e o r í a s h a n r e c i b i d o

vidual. La génesis de una sociedad y de sus ideales difiere esencialmente del desarrollo individual: cualquier similitud entre ambos debe considerarse como algo accidental. 12. DasPrinzip Hoflhung (Frankfort, 1967), pp. 61-62, 70, 110 [Elprincipio de esperanza, Madrid: Aguilar, 1979). 13. «Philosophie et mythe» en Revue de métaphysique et de morale, 22 (1914), pp. 361-381. 168

u n g o l p e m o r t a l p o r p a r t e del a n t r o p ó l o g o francés C l a u d e L é v i - S t r a u s s , q u i e n i n i c i a l m e n t e a d o p t ó el s u p u e s t o r a c i o ­ n a l i s t a b á s i c o s e g ú n el c u a l el m i t o es u n a m a n e r a d e p e n ­ sar, p e r o l u e g o p r o c e d i ó a d e m o s t r a r q u e es t a n lógica y p r e - . cisa c o m o la d e la c i e n c i a , si b i e n s i g u e leyes e n t e r a m e n t e d i f e r e n t e s . E n Antropología

estructural,

a n u n c i a su princi­

p i o b á s i c o c o n la d e s a f i a n t e c l a r i d a d d e u n m a n i f i e s t o : El t i p o d e lógica e m p l e a d a p o r el p e n s a m i e n t o m í t i ­ c o es t a n r i g u r o s o c o m o el d e la c i e n c i a m o d e r n a . . . A n á l o g a m e n t e , p o d e m o s llegar a m o s t r a r q u e los m i s ­ m o s p r o c e s o s lógicos se u t i l i z a n e n el m i t o y e n la cien­ cia y q u e el h o m b r e s i e m p r e h a p e n s a d o i g u a l m e n t e b i e n ; el a d e l a n t o n o reside e n u n p r e s u n t o p r o g r e s o d e la c o n c i e n c i a h u m a n a , s i n o e n el d e s c u b r i m i e n t o d e nuevas cosas a las q u e p u e d a aplicar sus invariantes capa­ cidades.

14

El m o d o d e p e n s a r m í t i c o n u n c a h a s i d o « s u p e r a d o » p o r la l ó g i c a c i e n t í f i c a , p o r la s e n c i l l a r a z ó n d e q u e es u n m é t o d o d i s t i n t o y p e r m a n e n t e d e e s t r u c t u r a r la e x p e r i e n ­ cia. E s t a e s t r u c t u r a es t a n r i g u r o s a c o m o la científica: sigue i d é n t i c a s leyes e n u n a d i v e r s i d a d d e c o n t e x t o s y se p r e o ­ c u p a p o r el p r o b l e m a l ó g i c o , n o e m o c i o n a l o s o c i o - i n s t i ­ t u c i o n a l , d e c o n c e b i r r e l a c i o n e s . El p r o p ó s i t o d e esta l ó g i ­ ca sería e m i n e n t e m e n t e p r á c t i c o : resolver las c o n t r a d i c c i o n e s

14. «The Structural Study of Myth» en Structural Anthropology, tr. de Claire Jacobson yBrooke G. Schoepf (Nueva York: Basic Books, 1963), p. 230 [Antropología estructural, Buenos Aires: Eudeba, 1968, tr. de Eliseo Verón]. Desde entonces, el autor parece haber advertido la difi­ cultad de realizar esta tarea. Según lo que aparece en The Raw and the Cooked, tr. de John y Doreen Weightman (Nueva York: Harper &C Row, 1969), pp. 3, 5, 12, podría concluirse que no hallaremos aquel mítico raciocinator universalis. 169

d e la v i d a s o c i a l al f o r m u l a r l a s c o n c l a r i d a d y o f r e c e r u n m o d e l o l ó g i c o e n el q u e p u e d a n ser s u p e r a d a s .

15

Podemos

r e c o n o c e r la t e o r í a d i a l é c t i c a m a r x i s t a d e la c o n c i e n c i a g r a b a d a e n el r o b u s t o á r b o l d e l r a c i o n a l i s m o f r a n c é s . P e r o ¿revela la e s e n c i a d e l m i t o ? D o s o b j e c i o n e s p r i n c i p a l e s se h a n h e c h o a la t e o r í a d e Lévi-Strauss; u n a d e ellas se refiere a la n a t u r a l e z a lógica del m i t o , la o t r a a s u p r o p ó s i t o social. N o h a y d u d a d e q u e algun a e s t r u c t u r a s u b y a c e a la a p a r i e n c i a f a n t á s t i c a d e l m i t o . ¿Pero es la lógica la m e j o r f o r m a d e describirla? H a b r í a t a n tos otros elementos implicados (emocionales, rituales, p o é ticos), q u e u n a interpretación exclusivamente epistémica e m p o b r e c e n e c e s a r i a m e n t e el m i t o h a s t a d e s f i g u r a r l o . I n t e r p r e t a r el s i g n i f i c a d o d e l c i c l o e d í p i c o c o m o la i n c a p a c i d a d d e u n a c u l t u r a q u e c r e e e n la n a t u r a l e z a a u t ó c t o n a d e la r a z a h u m a n a , p a r a e x p l i c a r q u e l o s seres h u m a n o s n a c e n d e la u n i ó n d e l h o m b r e y la m u j e r , r e s u l t a a l g o poco plausible.

1 6

A u n q u e nadie p u e d e refutar u n a inter-

pretación semejante, deja u n a sensación de c o m p l e t a artificialidad.

El i n t e n t o m i s m o d e d e s c u b r i r u n a e s t r u c t u r a d e

p e n s a m i e n t o q u e p u e d a ser a p l i c a d a u n í v o c a m e n t e a u n a v a r i e d a d infinita d e casos, c o n i n d e p e n d e n c i a de su c o n t e n i d o y diferencias lingüísticas, parece originarse en u n d u d o s o f o r m a l i s m o . U n c r í t i c o a n g l o s a j ó n a c u s a al a n t r o p ó l o g o francés d e i n g e n u i d a d e n lo q u e r e s p e c t a a la lógica:

\5.Ibid.,p. 229. 16. Ibid., pp. 213-218. Véase también Lévi-Strauss «The Story of Asdiwal» en The Structural Study ofMyth and Totemism, Edmund Leach ed. (Londres: Tavistock Publications, 1967), pp. 1-43, donde se reduce un complejo mito timisiano (Pacífico norte), a la expresión de los problemas implícitos en los matrimonios matrilaterales entre primos. Para una crítica de esta ingeniosa pieza de descodificación, véase Mary Douglas «The Meaning ofMyth» en esta misma compilación, p. 63. 170

El m é t o d o d e Lévi-Strauss parece i m p o n e r u n a form a e s p ú r e a d e u n i f o r m i d a d s o b r e el m a t e r i a l , p u e s el o r d e n s u r g e , n o del e n c u e n t r o del i n v e s t i g a d o r c o n los d a t o s , s i n o d e las categorías d e u n s i s t e m a c e r r a d o i n c a paz d e admitir ulteriores posibilidades.

17

¿ C ó m o p o d r í a m o s estar seguros de q u e algún princip i o e s t r u c t u r a l aislado t i e n e a p l i c a c i ó n u n i v e r s a l , c u a n d o la f o r m a y el c o n t e n i d o se h a l l a n t a n í n t i m a m e n t e u n i d o s c o m o lo e s t á n e n el m i t o ? Las o b j e c i o n e s e n c o n t r a d e u n a i n t e r p r e t a c i ó n e x c l u s i v a m e n t e social del m i t o s o n igualm e n t e d e v a s t a d o r a s . T o d a s las f u n c i o n e s d e la m e n t e se h a l l a n u n i d a s e n esta p r i m e r a reflexión a r t i c u l a d a : lo l ó g i c o y lo p r á c t i c o , p e r o t a m b i é n lo r e l i g i o s o y l o a r t í s t i c o . C e n t r a r s e c o n e x c l u s i v i d a d e n la f u n c i ó n s o c i a l d e l m i t o sería d e s c o n o c e r la diversidad d e tareas q u e realiza. U n aspect o q u e p e r m a n e c e c o n s p i c u a m e n t e p o c o d e s a r r o l l a d o e n la t e o r í a d e L é v i - S t r a u s s es el d e la c o n e x i ó n o r i g i n a l e n t r e m i t o y r i t o . S u a u t o r h a e n f r e n t a d o el r a c i o n a l i s m o e n s u p r o p i o t e r r e n o al a c e p t a r su p r e m i s a básica, el esfuerzo h a c i a la r a c i o n a l i d a d , p a r a m o s t r a r e n s e g u i d a q u e la m i t o p o i e sis, lejos d e ser u n a a n t i c i p a c i ó n i m p e r f e c t a del p e n s a m i e n t o c i e n t í f i c o , sería u n a a c t i v i d a d e s p e c i a l y p e r d u r a b l e d e la m e n t e . El p r i n c i p a l d e f e c t o d e la t e o r í a reside e n a d m i t i r la l i m i t a c i ó n r a c i o n a l i s t a s e g ú n la c u a l el m i t o s e r í a

única-

mente u n m o d o d e p e n s a r , a ñ a d i d a al p r e j u i c i o s o c i o l ó g i c o d e q u e n o t i e n e otro p r o p ó s i t o d i f e r e n t e d e l d e s u p e r a r c o n t r a d i c c i o n e s sociales. L o s d e t a l l a d o s a n á l i s i s p r e s e n t a d o s p o r L é v i - S t r a u s s h a n c o n f i r m a d o la tesis f u n d a m e n t a l

17. K.O.L. Burridge, «Lévi-Strauss and Myth» en The Structural Study ofMyth and Totemism, p. 113. Véase también, en la misma edición, Nur Yalman, «The Raw:The Cooked :: Nature:Culture», pp. 82-84. 171

enunciada en u n comienzo por Schelling y a m p l i a m e n t e d e s a r r o l l a d a p o r C a s s i r e r : el m i t o es u n a f o r m a especial d e r e f l e x i ó n . S i n e m b a r g o , es e s p e c i a l n o s ó l o p o r q u e d e s ­ pliegue estructuras irreductibles de pensamiento, sino ante t o d o p o r q u e a r t i c u l a u n a reflexión especial. E s u n a m a n e ­ ra d i f e r e n t e d e pfensar porque

es u n e s t a d i o d i f e r e n t e d e la

c o n c i e n c i a r e f l e x i v a . E n la b e l l a e x p r e s i ó n d e G e o r g e s G u s d o r f , el m i t o es « u n p e n s a m i e n t o a n t e r i o r a la reflexión, a n t e r i o r a la m e d i a c i ó n , i n h e r e n t e a la a c c i ó n i n s t i n t i v a » .

18

H a b r í a c i e r t a v e r d a d e n el m i t o q u e n u n c a p u e d e ser s u s t i ­ t u i d a p o r la reflexión crítica, p u e s p o s e e u n v a l o r específi­ c o e n sí m i s m a . Si esta «verdad» será c a p a z d e s o b r e v i v i r a la r e f l e x i ó n c r í t i c a es o t r o p r o b l e m a , p e r o c i e r t a m e n t e n o son m u t u a m e n t e intercambiables. L a m e n t a l i d a d m í t i c a n o d i s t i n g u e a la p e r s o n a del m u n ­ d o e n u n a o p o s i c i ó n sujeto-objeto; los c o n j u g a e n u n a visión altamente personalizada. El h o m b r e p r i m i t i v o posee sólo u n m o d o d e p e n ­ s a m i e n t o , u n m o d o de expresión, u n a p a r t e del dis­ c u r s o , el p e r s o n a l . E s t o n o significa, c o m o se p i e n s a a m e n u d o , q u e el h o m b r e p r i m i t i v o , p a r a e x p l i c a r los f e n ó m e n o s naturales, i m p a r t a características h u m a ­ n a s a u n m u n d o i n a n i m a d o . . . El m u n d o n o se p r e s e n ­ t a al h o m b r e p r i m i t i v o c o m o i n a n i m a d o n i v a c í o , s i n o r e b o s a n t e d e v i d a ; la v i d a p o s e e u n a i n d i v i d u a l i d a d e n el h o m b r e , la b e s t i a , la p l a n t a y e n t o d o f e n ó m e n o q u e c o n f r o n t a al h o m b r e .

1 9

18. «Mythe et Philosophie» en Révue de métaphysique et de morale 52 (1951), p. 177. 19. Henri Frankfort, Before Philosophy (Baltimore: Penguin Books, 1966), p. 14 [Elpensamiento prefilosófico, México: Fondo de Cultura Económica, 1958, tr. de Elí de Gortari]. 172

Los f e n ó m e n o s naturales son utilizados para explicar c o n d i c i o n e s p e r s o n a l e s y las r e l a c i o n e s s o c i a l e s , a s u v e z , explican el m u n d o d e los f e n ó m e n o s d e la n a t u r a l e z a .

20

Una

explicación m í t i c a s i e m p r e está llena d e respuestas e m o cionales a u n p r o b l e m a q u e n u n c a es c o n s i d e r a d o d e m a n e ra e x c l u s i v a m e n t e t e ó r i c a . L o q u e se e s c r i b i ó a c e r c a d e los m i t o s griegos p o d r í a aplicarse a t o d o m i t o : L a explicación mítica... es m á s e m o c i o n a l q u e racion a l y n o o p e r a m e d i a n t e la d e s c r i p c i ó n d e c a u s a y efect o , s i n o q u e asocia u n t i p o d e experiencia a o t r o y sugiere u n a c o n e x i ó n o s e m e j a n z a e n t r e e l l o s .

21

D e h e c h o , la m e n t a l i d a d m í t i c a se e n c u e n t r a f a m i l i a rizada c o n el p r i n c i p i o d e causalidad. Sin e m b a r g o , n o i n t e n t a aislar u n f a c t o r ú n i c o c o m o c o n d i c i ó n d e t o d o el p r o ceso, sino q u e relaciona t o d o s los d a t o s e m p í r i c o s en a s o c i a c i o n e s e n g r a n p a r t e e m o c i o n a l e s . C o m o lo a f i r m a Cassirer, c u a l q u i e r cosa p u e d e surgir d e c u a l q u i e r o t r a «porq u e c u a l q u i e r cosa p u e d e estar e n c o n t a c t o espacial o t e m poral con cualquiera otra».

22

El t é r m i n o c a u s a l i d a d , c o n sus

c o n n o t a c i o n e s p u r a m e n t e teóricas, resulta e n g a ñ o s o , pues los p r o b l e m a s a los q u e r e s p o n d e el m i t o s o n p r i n c i p a l m e n t e s i t u a c i o n e s e x i s t e n c i a l e s q u e i n t e r r u m p e n el s e r e n o c u r s o d e l i n t e r c a m b i o d e l h o m b r e a r c a i c o c o n la n a t u r a l e z a . El n a c i m i e n t o , la a d o l e s c e n c i a , el m a t r i m o n i o y la m u e r t e lo e n f r e n t a n a r e a l i d a d e s q u e d e b e j u s t i f i c a r p a r a sí d e a l g u -

20. Ernst Cassirer, The Philosophy of Symbolic Forms, II, p. 95 [La filosofía de las formas simbólicas-, México: Fondo de Cultura Económica. 1971-1976, tr. de Armando Morones.] 2 1 . Maurice Bowra, The Greek Experience (Nueva York: New American Library, 1959), p. 115 [La aventura griega, Madrid: Guadarrama, 1960, tr. de Luis Gil.] 22. The Philosophy of Symbolic Forms, II, p. 46. 173

n a m a n e r a . E x i g e n u n a r e s p u e s t a a c t i v a la c u a l , a s u v e z , exige reflexión. Tal c o n t e x t o difiere e s e n c i a l m e n t e del d e u n p r o b l e m a científico o filosófico. P o r o p o s i c i ó n a la m e n t a l i d a d científica, p a r a la m e n t a l i d a d m í t i c a la v i d a d e s p u é s d e la m u e r t e n o c o n s t i t u y e u n p r o b l e m a t a n g r a n d e c o m o el d e la p r o p i a m u e r t e .

2 3

El q u e u n a p e r s o n a c o n t i n ú e c o n

vida u n a vez q u e h a c o m e n z a d o a vivir parece algo bast a n t e n a t u r a l . Q u e la v i d a llegue a s u fin es lo q u e exige j u s tificación. L o s r e t o s existenciales a los q u e r e s p o n d e el m i t o s o n a u t é n t i c o s y el h o m b r e m o d e r n o se e n g a ñ a a sí m i s m o si c r e e h a b e r l o s s u p e r a d o c o n r e s p u e s t a s c i e n t í f i c a s . L a i d e a científica d e q u e los c u e r p o s o r g á n i c o s d e c a e n e v e n t u a l m e n t e n o ofrece r e s p u e s t a a la p r e g u n t a d e p o r q u é la v i d a d e b a d e c a e r . E l q u e sea o r g á n i c a s e r í a s ó l o o t r o e l e m e n t o d e l p r o b l e m a . E n el m i t o n o s m o v e m o s d e n t r o d e los l í m i t e s d e los m á s p r o f u n d o s p r o b l e m a s metafísicos. S i n e m b a r g o , el m i t o n o es metafíisico, p u e s s u o r i e n t a c i ó n p r e d o m i n a n t e n o es el á m b i t o t e ó r i c o s i n o el p r á c t i c o - e x i s tencial. E n c o n t r a p o s i c i ó n a las i n t e r p r e t a c i o n e s - p r e c i e n t í f i c a s del p a s a d o , los a n t r o p ó l o g o s sociales, d e s d e M a l i n o w s k i h a s t a L é v i - S t r a u s s , h a n e n f a t i z a d o a c e r t a d a m e n t e la n a t u raleza p r á c t i c a d e l m i t o : E l p u n t o d o n d e el m i t o e n t r a e n e s t o s t e m a s n o d e b e ser e x p l i c a d o p o r u n a m a y o r c u r i o s i d a d o p o r s u carácter más problemático, sino más bien p o r su colorido e m o c i o n a l y p o r su i m p o r t a n c i a pragmática... Los t e m a s desarrollados en estos m i t o s son lo suficientem e n t e claros p o r sí m i s m o s : n o h a y n e c e s i d a d d e «explicarlos»; el m i t o n o d e s e m p e ñ a tal f u n c i ó n n i s i q u i e r a e n p a r t e . L o q u e h a c e r e a l m e n t e es t r a n s f o r m a r u n p r e -

23. Véase Cassirer, The Philosophy ofSymbolic Forms, II, p. 37. 174

sagio e m o c i o n a l a b r u m a d o r , d e t r á s d e l c u a l , a ú n p a r a u n n a t i v o , a c e c h a la i d e a d e u n s i n o i n e l u d i b l e y d e s ­ piadado.

2 4

Por desgracia, tanto Malinowski c o m o Lévi-Strauss l i m i t a n el i m p a c t o p r á c t i c o d e l m i t o e x c l u s i v a o p r i n c i ­ p a l m e n t e a las r e l a c i o n e s sociales. S u v e r d a d e r a c o b e r t u r a es m u c h o m á s a m p l i a . El m i t o establece u n m o d e l o d e exis­ t e n c i a e n s u t o t a l i d a d . Se d i r i g e e n lo f u n d a m e n t a l a la res­ t a u r a c i ó n d e la u n i d a d p r i m i g e n i a q u e h a p e r d i d o el h o m ­ b r e a t r a v é s d e la r e f l e x i ó n . N o o b s t a n t e , tal r e s t a u r a c i ó n exige q u e el h o m b r e f o r m u l e p r i m e r o c o n c l a r i d a d la d i s ­ y u n c i ó n q u e d e b e s u p e r a r . E l m o d e l o m í t i c o sería e n t o n ­ ces es m o d e l o d e s e p a r a c i ó n t a n t o c o m o d e u n i d a d . El m i t o s e p a r a p a r a r e u n i r : crea u n a t e n s i ó n d r a m á t i c a e n las p a l a ­ b r a s p a r a d e s c u b r i r u n a s o l u c i ó n e j e m p l a r p a r a la v i d a . El m i t o n o es la p r i m e r a d r a m a t i z a c i ó n s i m b ó l i c a d e la e x i s t e n c i a . C o m o lo v i m o s a n t e s , el r i t o l o p r e c e d e c o m o e x p r e s i ó n d i a l é c t i c a d e la r e a l i d a d . L o s m i t o s m á s a n t i g u o s t r a d u c e n la a c c i ó n ritual a u n a n a r r a c i ó n d r a m á t i c a . A l d e s ­ c r i b i r la s u c e s i ó n d e los a c o n t e c i m i e n t o s p r i m i g e n i o s , el relato m í t i c o i n t e r i o r i z a los e s t a d i o s d e la a c c i ó n r i t u a l y les c o n f i e r e u n c a r á c t e r d r a m á t i c o . L a t e m p o r a l i d a d es e n t o n ­ ces u n a d e las características esenciales d e m i t o . E n efecto, el m i t o es la p r i m e r a c o n c i e n c i a reflexiva d e l t i e m p o .

2 5

El

h a b e r c o m p r e n d i d o e s t o sería el g r a n o d e v e r d a d q u e r e d i ­ m e el e s t u d i o r a c i o n a l i s t a d e B r é h i e r :

24. Bronislaw Malinowski, Magic, Science and Religión (Garden City, N.Y.: Doubleday, 1954), p. 137 [Magia, ciencia y religión, Barcelona: Ariel, 1974, tr. de Antonio Pérez Ramos]. 25. Si consideramos la temporalidad como esencia de la concien­ cia, como lo hace Husserl en sus Conferencias sobre la temporalidad inter­ na de la conciencia, comprenderemos mejor la importancia del mito en el desarrollo de la conciencia como tal. 175

E s e n c i a l p a r a el m i t o es q u e sea el r e l a t o d e u n d e s ­ tino, q u e narre u n a sucesión de acontecimientos. U n c o n c e p t o a n i m i s t a d e l u n i v e r s o n o es n e c e s a r i a m e n t e m í t i c o . N o l o es c u a n d o se l i m i t a a a t r i b u i r u n a f u n ­ c i ó n d e t e r m i n a d a y p e r m a n e n t e a c a d a espíritu; se t r a n s ­ f o r m a en m i t o sólo c u a n d o c a d a u n o d e los espíritus t i e n e u n a h i s t o r i a . E l m i t o g u a r d a e n t o n c e s u n a rela­ c i ó n e s e n c i a l c o n el t i e m p o .

2 6

P a r a C a s s i r e r , E l i a d e y L é v i - S t r a u s s este t i e m p o m í t i ­ c o s e r í a d e n a t u r a l e z a d i a l é c t i c a . El m i t o p o s t u l a el t i e m ­ p o sólo para abolirlo de i n m e d i a t o .

2 7

R e l a c i o n a el p r e s e n ­

t e c o n u n p a s a d o m í t i c o ; s i n e m b a r g o , el p r o p ó s i t o ú l t i m o d e t a l r e l a c i ó n n o es i n s e r t a r l o e n la s u c e s i ó n d e l t i e m p o s i n o m á s b i e n s u p e r a r p o r c o m p l e t o el flujo d e la t e m p o ­ r a l i d a d . El p a s a d o m í t i c o n o es u n m o m e n t o o r d i n a r i o d e la s u c e s i ó n : es la t o t a l i d a d m i s m a , la u n i d a d d e la q u e se h a s e p a r a d o el p r e s e n t e . I n t r o d u c e e s t a b i l i d a d al r e d u c i r u n a situación problemática a otra q u e n o suscita ulteriores dudas.

2 8

E l c o m i e n z o m i s m o n o p r e c i s a d e f u n d a m e n t o : es

c r e a t i v o m i e n t r a s q u e t o d o lo q u e s i g u e sería i m i t a t i v o . El p a s a d o m í t i c o e l i m i n a el p r e s e n t e así y t o d o s l o s o t r o s m o m e n t o s t e m p o r a l e s . N o o b s t a n t e , e n o t r o s e n t i d o , ofre­ ce s u j u s t i f i c a c i ó n ú l t i m a , p u e s v a l i d a las e s t r u c t u r a s p r e ­ s e n t e s d e la r e a l i d a d al c o n f e r i r l e s u n a p e r m a n e n c i a a t e m p o r a l . A l c o n e c t a r las a c c i o n e s y a c o n t e c i m i e n t o s c o n los a c t o s a t e m p o r a l e s d e l i n i c i o , el h o m b r e r e c o b r a la c r e a t i -

26. «Philosophie et mythe» en Révue de métaphysique et de morale, 22(1914), p. 365. 27. Claude Lévi-Strauss, The Raw andthe Cooked, p. 16. 28. «Para el tiempo mítico hay un pasado absoluto que no requie­ re ulterior explicación ni es susceptible de ella... Una vez obtenido este pasado, el mito reside en él como en algo permanente e incuestionable.» Cassirer, The Philosophy of Symbolic Forms, II, p. 106. 176

viciad o r i g i n a l d e la q u e s u r g i e r o n . E n el g e s t o p a r a d i g m á tico y e n el m i t o , se u n e a los a c o n t e c i m i e n t o s p r i m i g e n i o s . M i r c e a E l i a d e e n f a t i z a u n a y o t r a vez el h e c h o d e q u e los gestos rituales n o s o n n u n c a c o n m e m o r a t i v o s s i n o s i e m p r e fundacionales.

29

L o m i s m o p u e d e decirse del m i t o q u e a c o m -

p a ñ a al g e s t o ; d a d o q u e t o d o m i t o r e v i v e el c o m i e n z o , M a l i n o w s k i a c e r t a d a m e n t e lo l l a m a «la r e s u r r e c c i ó n n a r r a tiva d e u n a r e a l i d a d p r i m i g e n i a » .

30

El r e g r e s o a los o r í g e n e s r e g e n e r a el p a s a d o m í t i c o o m e j o r , f u n d a el p r e s e n t e e n u n c o m i e n z o a r q u e t í p i c o . P o r esta r a z ó n , sería u n e r r o r i n t e r p r e t a r el m i t o d e los o r í g e n e s c o m o el s u s t i t u t o p r i m i t i v o d e u n a t e o r í a d e la c a u s a l i d a d . Parte del p r o c e s o d e f u n d a m e n t a c i ó n consiste sin d u d a e n la j u s t i f i c a c i ó n t e ó r i c a d e l p r e s e n t e y este a s p e c t o s e r á r e e m p l a z a d o m á s t a r d e p o r e x p l i c a c i o n e s causales. N o o b s t a n t e , tal e l e m e n t o « g n ó s t i c o » , q u e p i e r d e i m p o r t a n c i a e n u n a época postmítica, permanece subordinado a u n a neces i d a d e x i s t e n c i a l d e e s t r u c t u r a s a ú n m á s básica. L l e g a m o s a h o r a al p r o b l e m a m á s i m p o r t a n t e d e e s t a s e c c i ó n : ¿ C ó m o e s t a b l e c e el m i t o lo s a g r a d o ? L a e x p e r i e n cia d e lo s a g r a d o p r e c e d e al m i t o , p u e s t i e n e l u g a r i n i c i a l m e n t e e n los r i t o s p r i m i g e n i o s d e los q u e s u r g e el p r o p i o m i t o . S i n e m b a r g o , tal e x p e r i e n c i a se t o r n a reflexiva s ó l o c u a n d o el h o m b r e c o m i e n z a a d i s t i n g u i r v e r b a l m e n t e lo s a g r a d o d e lo p r o f a n o . E s t o lo h a c e e n el m i t o . L a m a y o r p a r t e d e los m i t o s p r i m i t i v o s n o m e n c i o n a n s i q u i e r a lo

29. Una muestra representativa de ello: «Un sacrificio, por ejemplo, no sólo reproduce exactamente el sacrificio inicial revelado por un dios, ab origine, en el comienzo del tiempo; también tiene lugar en aquel mismo momento mítico primigenio... Los sacrificios se realizan en el mismo instante mítico del inicio: a través de la paradoja del rito, se suspenden el tiempo profano y la duración». Cosmos and History (Nueva York: Harper &C Brothers, 1959), p. 35. 30. Op. cit., p. 101. 177

s a g r a d o ; al o p o n e r la e s t r u c t u r a a r q u e t í p i c a d e l c o m i e n z o a la p u r a t e m p o r a l i d a d d e l p r e s e n t e , el m i t o d e h e c h o d i v i d e lo real e n u n á m b i t o s a g r a d o y u n o p r o f a n o . A q u e l l o q u e l l a m a m o s s a g r a d o o r i g i n a l m e n t e es s ó l o a l g o q u e se c o n s i ­ d e r a m á s v e r d a d e r a m e n t e real p o r q u e es u n o y e s t á fundamentado,

auto-

m i e n t r a s q u e lo p r o f a n o es lo q u e s u c e d e

s ó l o a h o r a y, p o r l o t a n t o , es p u r a m e n t e c o n t i n g e n t e . E l r a s g o d e a i s l a m i e n t o , el c a r á c t e r d e l o e g r e g i o , es esencial p a r a t o d o c o n t e n i d o d e la c o n c i e n c i a m í t i ­ c a c o m o tal... Es esta trascendencia

c a r a c t e r í s t i c a la q u e

v i n c u l a los c o n t e n i d o s m í t i c o s c o n la c o n c i e n c i a reli­ giosa.

31

L o s a g r a d o se c o n s t i t u y e c u a n d o el h o m b r e c o n s i d e r a u n t i p o d e realidad a tal g r a d o superior, q u e t o d a s las d e m á s se t o r n a n reales sólo e n la m e d i d a e n q u e p a r t i c i p a n e n ella. E s t a r e a l i d a d s a g r a d a r e c o n c i l i a los e l e m e n t o s c o n f l i c t i v o s d e la r e a l i d a d o r d i n a r i a al i n t e g r a r l o s t o d o s e n u n a u n i d a d o r g á n i c a m á s a l t a . E l m i t o es el p r i m e r o y m á s p o d e r o s o i n s t r u m e n t o d e i n t e g r a c i ó n existencial q u e p o s e e la m e n t e . E s e n el m i t o d o n d e n o s h a c e m o s c o n s c i e n t e s d e l t r e m e n ­ d o p o d e r d e lo s a g r a d o p a r a u n i r los c o n t r a r i o s .

32

31. Cassirer, op. cit., II, p. 74. 32. A la raíz de las atrevidas especulaciones de Pseudo-Dionisio, Eckhart y Cusa, Eliade encuentra la mítica coincidentia oppositorum. Patterns in Comparative Religión (Nueva York: Shed & Ward, 1958), pp. 419-20. Uno de los temas míticos que supera las contradicciones de lo real es el del andrógino, una verbalización omnipresente del intento del hombre por superar la separación sexual y regresar a la unidad primigenia, expresado inicialmente a través del rito. Eliade, The Two and the One (Nueva York: Harper & Row, 1965); también Thomas J.J. Altizer, Mircea Eliade and the Dialectic of the Sacred (Filadelfia: Westminster Press, 1963), pp. 81-104. 178

La diferenciación mítica del t i e m p o genera a s i m i s m o u n a d i s t i n c i ó n e n t r e el e s p a c i o s a g r a d o y el p r o f a n o . E s evi­ d e n t e q u e el h o m b r e p o s e e c o n c i e n c i a d e l e s p a c i o m u c h o a n t e s d e c o m e n z a r a r e l a t a r m i t o s : n o p o d r í a o b r a r sin ser c o n s c i e n t e d e las r e l a c i o n e s espaciales. N o o b s t a n t e , es e n el m i t o , e n í n t i m a c o n e x i ó n c o n el d e s c u b r i m i e n t o del t i e m ­ p o s a g r a d o , d o n d e se t o r n a c o n s c i e n t e del espacio c o m o tal. El regreso d e l caos d e u n m u n d o d i s p e r s o a la a r m o n í a p r i ­ m i g e n i a es t a m b i é n u n a e x p l o r a c i ó n c o n s c i e n t e d e l e s p a ­ c i o , p u e s los a c o n t e c i m i e n t o s o r i g i n a l e s se c o n c i b e n c o m o u b i c a d o s e n el c e n t r o r e s p e c t o d e t o d o lo s u b s e c u e n t e . D e esta m a n e r a , el m u n d o a d q u i e r e u n c e n t r o y u n c o m i e n z o . Si el m u n d o h a d e ser h a b i t a d o , d e b e ser f u n d a d o ; n i n g ú n m u n d o p u e d e n a c e r e n el c a o s d e la h o m o g e ­ n e i d a d y r e l a t i v i d a d d e l e s p a c i o p r o f a n o . El d e s c u b r i ­ m i e n t o o p r o y e c c i ó n d e u n p u n t o fijo — e l c e n t r o — es el e q u i v a l e n t e d e la c r e a c i ó n del m u n d o .

3 3

El regreso al a c o n t e c i m i e n t o creativo ofrece t a m b i é n la n e c e s a r i a o r i e n t a c i ó n e n el e s p a c i o . El e s p a c i o m í t i c o n o g u a r d a r e l a c i ó n a l g u n a c o n el e s p a c i o g e o m é t r i c o e n el q u e c a d a p u n t o es i d é n t i c o a o t r o . E n e f e c t o , es e x a c t a m e n t e su c o n t r a r i o , p u e s la f u n c i ó n p r i n c i p a l d e la d i v i s i ó n m í t i c a del espacio consiste e n d e s t r u i r la h o m o g e n e i d a d . E s t e espa­ cio m í t i c o n i e g a la i n m e d i a t e z d e la p e r c e p c i ó n s e n s i b l e d e m a n e r a t a n r a d i c a l c o m o p o d r í a h a c e r l o el c o n c e p t o m a ­ temático de espacio. L o a n t e r i o r a p a r e c e c o n c l a r i d a d c u a n d o se c o n s i d e r a la r e l a t i v i d a d d e l c e n t r o m í t i c o . L a f u n d a c i ó n d e l m u n d o es la f u n d a c i ó n d e l u n i v e r s o o r d e n a d o , h a b i t a d o — e l ú n i -

33. Mircea Eliade, The Sacred and the Profane, p. 22 [Lo sagrado y lo profano]. 179

c o q u e i m p o r t a — n o d e t o d o el u n i v e r s o físico; p e r o se t r a ta de u n acontecimiento en constante expansión: c u a n d o se o c u p a u n n u e v o t e r r i t o r i o , el m u n d o se f u n d a d e n u e v o . El c e n t r o del m u n d o se c o n v i e r t e e n u n c o n c e p t o m ó v i l : la e p i f a n í a p u e d e h a c e r d e l l u g a r d o n d e o c u r r e el c e n t r o d e l mundo.

3 4

S e g ú n H e n r i F r a n k f o r t , el t e m p l o e g i p c i o d e

H e l i ó p o l i s s e ñ a l a la c o l i n a p r i m i g e n i a d e s d e la c u a l el d i o s sol c r e ó el m u n d o . E n l o s u c e s i v o , el s a n t u a r i o i n t e r i o r d e t o d o o t r o t e m p l o del sol será identificado c o n la m i s m a colina. Tal cosa d e b i ó hacerse c o n c o m p l e t a conciencia de su s i g n i f i c a d o s i m b ó l i c o , p u e s a ú n d e los t e m p l o s m á s r e c i e n tes se dice q u e n a c i e r o n a n t e s d e q u e t o d a o t r a cosa existiera.

P a r a n o s o t r o s tal i d e a es i n a d m i s i b l e . E n n u e s t r o e s p a c i o c o n t i n u o y h o m o g é n e o , el l u g a r d e c a d a u b i c a c i ó n se e n c u e n t r a fijado sin a m b i g ü e d a d . Insistiríamos e n q u e d e b e h a b e r u n l u g a r ú n i c o d o n d e e m e r g i ó el p r i m e r m o n t í c u l o d e t i e r r a seca d e las c a ó t i c a s a g u a s , p e r o los e g i p c i o s c o n s i d e r a r í a n tales o b j e c i o n e s m e r a s sutilezas. P u e s t o q u e los t e m p l o s y las t u m b a s reales s o n t a n s a g r a d o s c o m o la c o l i n a p r i m i g e n i a y m u e s t r a n form a s a r q u i t e c t ó n i c a s q u e se le a s e m e j a n , c o m p a r t e n lo e s e n c i a l . S e r í a f a t u o d e b a t i r si a l g u n o d e e s t o s m o n u m e n t o s d e b i e r a l l a m a r s e la c o l i n a p r i m i g e n i a c o n m á s j u s t i f i c a c i ó n q u e los d e m á s .

3 5

34. Ibid., p. 20-65. 35. «Myth and Reality» en Before Philosophy, p. 31. 180

La supervivencia

del

mito

¿ P u e d e el h o m b r e c o n t i n u a r c r e y e n d o e n el m i t o u n a v e z q u e se h a c e c o n s c i e n t e d e s u e x i s t e n c i a c o m o m i t o ? ¿Puede sobrevivir la c o n c i e n c i a m í t i c a a la reflexión racional? L a p r e g u n t a n o es n u e v a y sus respuestas h a n p r e c e d i d o p o r m u c h o a n u e s t r a é p o c a . E n el p a s a d o , el m i t o e r a p r á c t i c a m e n t e i g n o r a d o c o m o u n j u e g o c a p r i c h o s o d e la i m a g i n a c i ó n q u e , al s e r t o c a d o p o r el a r t i s t a ,

florecía

en poesía.

C u a l q u i e r a q u e fuese la v e r d a d c o n t e n i d a e n él, se c o n s i deraba tan p o b r e m e n t e expresada q u e sólo u n a t r a d u c c i ó n a o t r o l e n g u a j e p o d r í a h a c e r l a a p a r e c e r . El m i t o e r a i n t e r pretado «alegóricamente» c o m o u n a fabulación acerca de g r a n d e s figuras h i s t ó r i c a s , o b i e n c o m o la p e r s o n i f i c a c i ó n de poderes naturales o de principios morales.

36

Su crisis lle-

g ó a finales d e l siglo XVIII c o n el filósofo a l e m á n J o h a n n G o t t f r i e d H e r d e r , el

filólogo

Christian Gottlob Heyne

y G o t t f r i e d H e r m a n n , q u i e n e s c o n s i d e r a r o n el m i t o c o m o u n m o d o esencial d e p e n s a m i e n t o p a r a la i n f a n c i a d e u n a cultura. H e r d e r incluso fue m á s allá; p a r a él, el m i t o es c o m o u n f a c t o r i n d i s p e n s a b l e e n la c r e a c i ó n y p r e s e r v a c i ó n d e l e s p í r i t u n a c i o n a l . Bajo s u i n f l u e n c i a , el j o v e n H e g e l i n v o ca « u n a n u e v a m i t o l o g í a » .

37

Sin e m b a r g o , fue Schelling, a u n

c u a n d o o r i g i n a l m e n t e c o m p a r t í a la p o s i c i ó n e v o l u c i o n i s -

36. La primera teoría se atribuye habitualmente al escritor griego del siglo III Euhemero. Cuánto tiempo persistió su influencia a través de las épocas puede apreciarse en Frank E. Manuel, The Eighteenth Century Confronts the Gods (Nueva York: Atheneum Publishers, 1967), pp. 85125. 37- En un temprano programa para un sistema (1796 o 1797). La información de que dispongo sobre estos confusos inicios de la erudición alemana sobre la mitología proviene principalmente de Otto Poeggeler, «Hegel der Verfasser des altesten Systemprogramms des Deutschen Idealismus» en Hegel-Studien (Beiheft 4, 1966), pp. 17-32. 181

t a d e H e y n e y d e H e r m a n n , q u i e n e s t a b l e c i ó la i d e a d e q u e el m i t o es a l g o m á s q u e u n a r e l i q u i a d e u n a é p o c a d e i n o cencia e ignorancia.

38

Las c o n t r o v e r s i a s históricas e n t o r n o a la i n t e r p r e t a c i ó n del m i t o n o h a n t e r m i n a d o . B u l t m a n n , c o n su teoría de la d e s m i t o l o g i z a c i ó n , h a a ñ a d i d o l e ñ a al f u e g o . D e n u e v o v e m o s d o s b a n d o s e n f r e n t a d o s : u n o d e ellos s o s t i e n e q u e el m i t o pertenece a u n estadio anterior, actualidad de su presencia.

40

39

el o t r o d e f i e n d e la

I n c l u s o si e l e g i m o s esta ú l t i m a

a l t e r n a t i v a , es p r e c i s o h a c e r u n a serie d e d i s t i n c i o n e s p a r a h a c e r v e r o s í m i l la s u p e r v i v e n c i a d e l m i t o e n la c u l t u r a m o d e r n a . L a m e n t a l i d a d arcaica, e n la cual la reflexión m í t i c a d e t e r m i n a t o d a s las esferas d e la c o n c i e n c i a y n o d e j a lugar para otros m o d o s de p e n s a m i e n t o , pertenece definit i v a m e n t e al p a s a d o . E n s u s o r í g e n e s , el m i t o e r a a la v e z religión,

filosofía,

ciencia y poesía, desde luego, n o c o m o

las c o n o c e m o s h o y e n d í a . P a u l T i l l i c h , q u i e n c o n m a y o r c l a r i d a d h a p e r c i b i d o la d i f e r e n c i a e n t r e a m b a s e t a p a s d e l m i t o , d e s c r i b e esta p r i m e r a e t a p a «totalizante» c o m o sigue:

E n el m i t o u n i t a r i o se h a l l a n r e u n i d o s tres e l e m e n tos: lo religioso, lo científico y los e l e m e n t o s v e r d a d e r a m e n t e m í t i c o s : el e l e m e n t o religioso c o m o v í n c u l o

38. Schelling sostuvo básicamente dos teorías maduras del mito: durante su período de Jena, consideró el mito principalmente como el contenido del arte, mientras que en un período posterior (en Munich y Berlín), defendió una interpretación religiosa del mito. Tendremos oportunidad de discutirlas ambas. Sobre la segunda, cf. K.-H. VolkmannSchluck Mythos undLogos (Berlín, 1969). 39. La mayoría de los seguidores de Bultmann se encuentran en este bando. Véase por ejemplo el importante estudio de Chr. Hartlich y W. Sachs, Der Ursprung des Mythosbegrifs in der modernen Bibelwissenschaft (Tubinga, 1952). 40. «The Religious Symbol» en Religious Experience and Truth, Sidney Hook, ed., pp. 311-312. 182

c o n lo t r a s c e n d e n t e i n c o n d i c i o n a d o , lo científico c o m o v í n c u l o c o n la r e a l i d a d o b j e t i v a y lo v e r d a d e r a m e n t e m í t i c o c o m o o b j e t i v a c i ó n d e lo t r a s c e n d e n t e a través d e i n t u i c i o n e s y c o n c e p c i o n e s d e la r e a l i d a d .

41

H e c i t a d o el t e x t o e n su t o t a l i d a d a p e s a r d e m i s reser­ vas acerca d e la e x p r e s i ó n «lo v e r d a d e r a m e n t e m í t i c o » ( t o d o e n el m i t o es m í t i c o ) , p o r q u e d e s c r i b e a c e r t a d a m e n t e la naturaleza u n i t a r i a del m i t o arcaico. E s t a n a t u r a l e z a se t r a n s ­ f o r m a e s e n c i a l m e n t e c u a n d o a p a r e c e n o t r a s a c t i t u d e s refle­ xivas. E n a q u e l m o m e n t o , el m i t o o r i g i n a l se f r a g m e n t a e n u n a serie d e á m b i t o s s e p a r a d o s . U n a p a r t e d e él se p r e s e r ­ v a e n t o d a s ellas, p e r o e n f o r m a m o d i f i c a d a . El p e n s a m i e n t o m í t i c o a p a r e c e a la r a í z d e t o d a s las g r a n d e s c o n s t r u c c i o n e s d e la m e n t e . L a i n t u i c i ó n s p i n o z i s ta d e lo real c o m o s u s t a n c i a , el c o n c e p t o d i a l é c t i c o d e l ser e n H e g e l , la n o c i ó n d a r w i n i a n a d e la e v o l u c i ó n , la v i s i ó n m a r x i s t a d e l p r o g r e s o d e l h o m b r e d e la a l i e n a c i ó n h a c i a la l i b e r t a d , la r e p r e s e n t a c i ó n f r e u d i a n a del s u b c o n s c i e n t e , fue­ ron todas intuiciones míticas antes de convertirse en teorí­ as filosóficas o científicas. N o q u i e r o d e c i r c o n e s t o q u e las g r a n d e s t e o r í a s científicas y filosóficas d e p e n d a n i n t r í n s e ­ c a m e n t e del m i t o respecto d e su v e r d a d , p u e s h a n s i d o desa­ r r o l l a d a s e n e s t r u c t u r a s a u t ó n o m a s . S i n e m b a r g o , la p r e ­ sencia d e e l e m e n t o s m í t i c o s e n ellas es i n n e g a b l e . H a n s i d o l l a m a d a s modelos

trascendentes

p o r q u e , al i g u a l q u e l o s

m i t o s , t r a s c i e n d e n t o d a e v i d e n c i a d i s p o n i b l e , p r o y e c t a n el f u t u r o y e s c a p a n al p r e s e n t e .

42

41. «The Religious Symbol» en Ibid., pp. 311-312. 42. John F. Hayward, «The Uses of Myth in an Age of Science» en New Theology, N° 7, Martin E. Marty y Dean G. Peerman eds. (Nueva York: Macmillan, 1970), p. 62. 183

H a b i t u a l m e n t e , el h o m b r e r a c i o n a l se m u e s t r a r e t i c e n t e a a d m i t i r la p r e s e n c i a d e e l e m e n t o s m í t i c o s e n s u p e n s a m i e n t o . C o m o el a d o l e s c e n t e q u e a c a b a d e a b a n d o n a r la n i ñ e z , está a n s i o s o p o r r e c h a z a r s u p a s a d o i n m e d i a t o y calificar d e falso lo q u e a l g u n a s g e n e r a c i o n e s a n t e s e r a s u ú n i ca v e r d a d . S i n e m b a r g o , c u a n t o m á s se e m p e ñ a e n i g n o rar el m i t o , m á s p r o f u n d a m e n t e lo s e p u l t a allí d o n d e o b r a r á d e m a n e r a i n c o n s c i e n t e . C u a n d o n o es d e t e c t a d o se t o r n a m á s p o d e r o s o y, d e n o e s t a r s u j e t o al c o n t r o l d e la r a z ó n , aún más peligroso.

43

L o a n t e r i o r aparece c o n m a y o r clari-

d a d e n las i n t e r p r e t a c i o n e s d e la h i s t o r i a , las p r e s u p o s i c i o n e s sociales y los ideales i n d i v i d u a l e s .

44

Los norteamerica-

n o s d e r a z a b l a n c a t i e n d e n a i n t e r p r e t a r la h i s t o r i a d e s u país c o m o la r e a l i z a c i ó n p a u l a t i n a d e u n s u e ñ o d e i g u a l d a d social y d e l i b e r t a d i n t e l e c t u a l . T a l i n t e r p r e t a c i ó n les p e r m i t e v i v i r c o n el p a s a d o y c o n f i a r e n el f u t u r o . N o o b s t a n t e , se t r a t a d e u n m o d e l o m í t i c o q u e e l i m i n a selectivam e n t e i n c o n v e n i e n t e s c o m p l e j i d a d e s , tales c o m o las t r i b u s i n d í g e n a s , los esclavos i m p o r t a d o s y los i n m i g r a n t e s i n d e seables.

45

El m i t o p u e d e d e s e m p e ñ a r u n a f u n c i ó n útil c o m o

m o d e l o , pero c o m p r e n d i d o c o m o historia c o n d u c e inevit a b l e m e n t e al p r e j u i c i o y a la r e p r e s i ó n . O t r o m i t o , m á s

43. Como ejemplo de un mito que inicialmente no fue reconocido y luego eclipsó por completo la razón, podríamos mencionar el concepto de Estado nacional tal como se desarrolló en Alemania durante los últimos ciento cincuenta años. Véase Ernst Cassirer, El mito del Estado (México: Fondo de Cultura Económica, 1947) tr. de Eduardo Nicol. 44. Mircea Eliade ha escrito bellamente acerca de la manera como operan en la vida moderna los mitos olvidados a medias y las máscaras detrás de las cuales se ocultan. Para uno de estos casos, véase Images and Symbols, p. 16. 45. Para un análisis de los elementos míticos en las interpretaciones históricas, cf. Gregor Sebba, «Symbol and Myth in Modern Rationalistic Societies» en Truth, Myth and Symbol, pp. 157-160. 184

i n o c e n t e p e r o i g u a l m e n t e p o d e r o s o , es el d e la f r o n t e r a . El e s p a c i o s a g r a d o d e O c c i d e n t e lo es t o d o p a r a t o d o s : la t i e r r a d e la l i b e r t a d , la p r u e b a d e la v i r t u d , la r e c o m p e n s a d e l v i c i o . D e p a r t i c u l a r i n t e r é s es s u r e p r e s e n t a c i ó n r i t u a l i z a d a e n las p e l í c u l a s d e l O e s t e . L o s a d m i r a d o r e s d e e s t e g é n e r o c i n e m a t o g r á f i c o d e s c u b r e n c o n facilidad el n ú c l e o m í t i c o e t e r n o bajo la i m a g i n e r í a m o d e r n a .

D i o s e s y s e m i d i o s e s , p a s i o n e s e ideales, la fatalidad d e los a c o n t e c i m i e n t o s , la tristeza y la gloria d e la m u e r ­ te, la l u c h a e n t r e el b i e n y el m a l , t o d o s estos t e m a s del m i t o o c c i d e n t a l c o n s t i t u y e n u n t e r r e n o ideal p a r a u n a v i n c u l a c i ó n c o n el m u n d o del O l i m p o y p a r a u n a n u e ­ va elaboración del m i s m o , u n a refrescante simbiosis e n t r e el p e n s a m i e n t o h e l é n i c o y el d i n a m i s m o y a n q u i . El v a q u e r o s o b r e s u c a b a l l o se c o n v i e r t e e n el f a b u l o ­ so c e n t a u r o , g u a r d i á n d e la r e c i é n a d q u i r i d a l e y e n d a ; la m u j e r , c u y a p r e s e n c i a se b u s c a b i o l ó g i c a m e n t e e n el p u e b l o f r o n t e r i z o , se t r a n s f o r m a e n u n a e s p e c i e d e M i n e r v a q u e e m a n a s a b i d u r í a , p r i n c i p i o s m o r a l e s , cali­ d e z , i n c e s a n t e e x c i t a c i ó n e i n c i t a c i ó n . . . S o b r e esta é p i ­ ca a p a r e c e el pathos

d e la l u c h a e n t r e el b i e n y el m a l

t a n cara a los c o r a z o n e s anglosajones, t e m a q u e e n c u e n ­ t r a s u m á s a l t a e x p r e s i ó n l i t e r a r i a e n Moby H e r m á n Melville.

Dick

de

46

El m i t o m á s i n f l u y e n t e d e t o d o s y, al m e n o s s e g ú n s u s s e g u i d o r e s o r t o d o x o s , el m e n o s r e c o n o c i d o , s e r í a la v i s i ó n d e la h i s t o r i a d e M a r x , e n p a r t e p r o m e t e i c a y e n p a r ­ t e m e s i á n i c a . Allí e n c o n t r a m o s u n m o d e l o (el p r o l e t a r i a d o v i c t o r i o s o ) , u n a i n t e r p r e t a c i ó n t o t a l d e la e x i s t e n c i a (el

46. George Fenin y William K. Everson, The Western (Nueva York: Bonanza Books, 1962), pp. 6-7. 185

c o m u n i s m o es u n a c i e n c i a y a la vez u n a filosofía y u n sistem a d e a r t e y d e m o r a l i d a d ) , la t r a s c e n d e n c i a d e u n a realid a d s u p e r i o r (el h o m b r e del f u t u r o ) y la coincidentia torum

opposi-

( t o d a s las d e s i g u a l d a d e s s e r á n e l i m i n a d a s d e n t r o d e

u n a c o m p l e t a a r m o n í a ) . La descripción q u e hace M a r x del e s t a d i o final d e la h i s t o r i a se lee c o m o la v i s i ó n d e Isaías, e n la c u a l el l o b o h a b i t a r á c o n el c o r d e r o y la p a n t e r a se t e n 47

d e r á c o n el c a b r i t o . E s s u n ú c l e o m í t i c o m á s q u e su carácter c i e n t í f i c o lo q u e h a c o n f e r i d o al m a r x i s m o t a n i n i g u a l a d o poder. S ó l o e n u n a á r e a d e la c u l t u r a m o d e r n a se r e c o n o c e y a c o g e a b i e r t a m e n t e el m i t o : e n las a r t e s y e n p a r t i c u l a r las a r t e s l i t e r a r i a s . L a r a z ó n es o b v i a . E n c u a n t o n a r r a t i v a , el m i t o e n c o n t r ó u n l u g a r p r o p i c i o e n el l e n g u a j e l i t e r a r i o y l u e g o e n el c i n e , a través del m e d i o d i f e r e n t e d e la s u c e s i ó n de imágenes.

4 8

U n m i t o literario, sin e m b a r g o , c o n i n d e -

p e n d e n c i a d e la fidelidad q u e g u a r d e a s u a n t i g u o m o d e l o , difiere del o r i g i n a l . M i e n t r a s q u e el m i t o u n i t a r i o era n a r r a d o c o n el p r o p ó s i t o e m i n e n t e m e n t e p r á c t i c o d e p e r m i t i r al h o m b r e vivir s u v i d a c o n e s p e r a n z a y d i g n i d a d , el m i t o p o é t i c o , i n c l u s o c u a n d o p r e s e r v a s u s e n t i d o o r i g i n a l , está d i s e ñ a d o e n lo e s e n c i a l p a r a el g o c e e s t é t i c o . E l m i t o p o é t i c o n o está r e s t r i n g i d o p o r la p r e o c u p a c i ó n existencial b i e n defin i d a d e su m o d e l o arcaico y p o r c o n s i g u i e n t e goza d e m u c h a m a y o r l i b e r t a d d e i m a g i n a c i ó n . Es p o s i b l e q u e s u a u t o r n o a d m i t a s i q u i e r a s u s e n t i d o o r i g i n a l , c o m o s u c e d e e n el t r a t a m i e n t o d r a m á t i c o d e los a n t i g u o s m i t o s q u e h a c e n Sartre,

47. Isaías, 11,6. 48. Cómo han influido los recursos literarios sobre el desarrollo de las primeras películas puede apreciarse en las instructivas páginas del director soviético Sergei Eisenstein, según las cuales D.W. Griffith, el padre de este arte, aprendió la mayor parte de su técnica (cortes, ediciones, retrospectivas) en las novelas de Charles Dickens. Film Form (Nueva York: Meridian Books, 1959), p. 201. 186

C o c t e a u , A n o u i l h , o b i e n p u e d e r i d i c u l i z a r l o c o m o lo h i z o L u c i a n o . L a p i a d o s a a c t i t u d d e E s q u i l o h a c i a las a n t i g u a s t r a d i c i o n e s n o le i m p i d i ó e m b e l l e c e r sus t e m a s o r i g i n a l e s y h a c e r d e la e x p r e s i ó n e s t é t i c a s u p r e o c u p a c i ó n c e n t r a l . L a c u l t u r a c o n s c i e n t e del artista difiere e n f o r m a s u s t a n c i a l d e la q u e d a l u g a r a los m i t o s . P o r e v i d e n t e q u e e s t o p u e d a ser para nosotros, parece haber escapado a nuestros ancestros literarios, c u y a falta d e p e r s p e c t i v a h i s t ó r i c a y d e c o m p r e n s i ó n d e l m i t o c o n d u j e r o n a las m á s e x t r a ñ a s r e i n t e r pretaciones.

49

L a p r e s e n c i a ú n i c a del m i t o e n el a r t e literario exige u n t r a t a m i e n t o m á s e x t e n s o d e l q u e p e r m i t e el a l c a n c e d e este e s t u d i o . N o o b s t a n t e , a l g u n a s sugerencias p o d r í a n al m e n o s ilustrar la n a t u r a l e z a d e d i c h a t r a n s f o r m a c i ó n . A l g u n o s p o e m a s y t r a g e d i a s i n t e n t a n c a p t u r a r d e n u e v o la esfera d e u n i d a d del t e m a m í t i c o o r i g i n a l . E s t e h a b r í a s i d o , s e g ú n c r e o , a pesar d e los m u c h o s ajustes q u e h i z o a las s i t u a c i o n e s c o n t e m p o r á n e a s , el p r o p ó s i t o esencial d e V i r g i l i o e n la E n e i d a , c o m o t a m b i é n la m a y o r p a r t e d e las t r a g e d i a s clásicas g r i e g a s , q u e p r e s e r v a n a ú n la s e c u e n c i a d e l o s a n t i g u o s r i t o s dionisíacos.

50

Inclusive varias d e las t r a g e d i a s m o d e r n a s q u e

49. La manera como fue tratada la mitología clásica durante el Renacimiento está documentada en el interesante estudio de Jean Seznec, The Survival ofthe Pagan Gods. The Mythological Tradition andlts Place in Renaissance Humanism, (Nueva York: Harper & Row, 1961). Las extrañas errancias de un tema mítico a través de siglos de artes plásticas son narradas con encanto y erudición en Erwin y Dora Panofsky, Pandoras Box. The Changing Aspects ofa Mythical Symbol (Nueva York: Harper & Row, 1965.) 50. Gilbert Murray, «Excursus on thé Ritual Forms Preserved in Greek Tragedy» en Themis por Jane Harrison, pp. 341-344. Gerard F. Else, en The Origin and Early Form of Greek Tragedy (Cambridge: Harvard University Press, 1965), rechaza la afirmación aristotélica que asocia el comienzo de la tragedia con el culto ritual de Dionisio. Es muy crítico de la interpretación dionisíaco-religiosa de la tragedia griega pre187

n o reflejan e n s u e s t r u c t u r a sus o r í g e n e s m í t i c o s , p r e s e r v a n t o d a v í a el c o n t e n i d o m í t i c o d e l d r a m a g r i e g o . E l m í t i c o Euménides

es r e c r e a d o e n La reunión familiar

de T.S. Eliot,

d o n d e u n m o d e r n o O r e s t e s , p e r s e g u i d o p o r las F u r i a s tras la m u e r t e d e s u e s p o s a , llega a casa e n b u s c a d e s a l v a c i ó n y es r e d i m i d o d e s p u é s d e h a b e r p a s a d o p o r las p u r i f i c a ­ c i o n e s r i t u a l e s d e l s u f r i m i e n t o y la c o n f e s i ó n . T o d a la Orestiada

r e g r e s a e n A Electra

le sienta

el luto d e E u g e n e

O ' N e i l l , c o n la m i s m a s u c e s i ó n f a t í d i c a d e c a s t i g o y v e n ­ g a n z a q u e a l g u n a v e z a s o l ó la casa d e A t r e o .

51

La transfor­

m a c i ó n b á s i c a c o m i e n z a e n c u a n t o la t r a g e d i a g r i e g a d e j a d e ser el d r a m a c e r e m o n i a l d e D i o n i s i o y se c o n v i e r t e e n «teatro»; e n a q u e l m o m e n t o , el d r a m a m í t i c o p i e r d e s u rea­ lidad más profunda.

E l m i t o es u t i l i z a d o p a r a e n n o b l e c e r la r e a l i d a d d e l m o m e n t o , p a r a r e v e l a r el p r o f u n d o s e n t i d o q u e

sentada por Murray. Albin Lesky, en Historia de la literatura griega (Madrid: Gredos, 1969), acepta las afirmaciones hechas por Aristóteles en la Poética como evidencias históricas fiables. Admite la influencia dionisíaca en lo que llama la «subestructura» y la «prehistoria» del dra­ ma. «Por más elementos dionisíacos que contenga la tragedia, hay uno que casi nunca lo es, su tema. "Esto nada tiene que ver con Dionisio" era un giro proverbial entre los antiguos y los diversos intentos por expli­ carlo muestran cuan vivo estaba en ellos nuestro problema. Ocasional­ mente encontramos como tema el relato del nacimiento del dios o los mitos de adversarios como Licurgo y Penteo, pero no basta para reco­ nocer un período de desarrollo en el que la tragedia era una obra de con­ tenido puramente dionisíaco. Es decir que, aun sin ignorar el valor de los datos de Aristóteles, éstos no son suficientes y debemos completarlos con reflexiones que expliquen el carácter no dionisíaco de la tragedia desarrollada.» p. 254. 5 1 . Doris V. Falk, Eugene O'Neill and the Tragic Tensión (New Brunswick, N.J.: Rutgers University Press, 1958); Hugh Dickenson, Myth in the Modern Stage (Urbana: University of Illinois Press, 1969). 188

c o n t i e n e , y e s t o es p o s i b l e s ó l o p o r q u e el m i t o es c o n ­ s i d e r a d o t o d a v í a t a n «real» c o m o e n los d í a s d e la é p i ­ ca, a p e s a r d e s u c r e c i e n t e t e n d e n c i a a a s u m i r el c a r á c ­ t e r d e u n a r e a l i d a d e s p e c i a l , s u p e r i o r . E l d r a m a . . . se a p a r t a d e l c o n t a c t o i n m e d i a t o c o n la r e a l i d a d p r e s e n ­ t e y r o m p e s u s a t a d u r a s c o n la s i t u a c i ó n r i t u a l . P o r o t r a p a r t e , c u a n d o se lo c o n v i e r t e e n t e a t r o e i l u s i ó n , se d e s p o j a al m i t o d e s u c a r á c t e r d e e l e m e n t o d e la rea­ lidad.

52

U n a transformación m á s drástica p u e d e apreciarse en los m o d e r n o s t r a t a m i e n t o s d e los m i t o s a n t i g u o s , tales c o m o el Prometeo

d e G o e t h e , Las moscas d e S a r t r e o Moby

Dick

d e M e l v i l l e , d o n d e u n e s t u d i a d o esfuerzo p o r i n s t i l a r n u e ­ v o s significados r e d u c e el a n t i g u o m i t o a u n a alegoría. S ó l o g r a n d e s artistas c o m o G o e t h e y M e l v i l l e r e a l i z a n c o n é x i t o tal t r a n s f u s i ó n d e s a n g r e . El caso d e M e l v i l l e es d e p a r t i c u ­ lar i n t e r é s , p u e s seculariza a n t i g u o s m i t o s e g i p c i o s , h e b r e o s y c r i s t i a n o s al i n t e r i o r d e u n a n u e v a m i t o l o g i z a c i ó n . Moby Dick,

5 3

En

p o r e j e m p l o , A h a b es d e s m e m b r a d o , m u e r e y

d e s c i e n d e al m u n d o i n f e r i o r c o m o lo h a c e O s i r i s ; p e r o a d i f e r e n c i a d e él, n o r e s u c i t a c o m o r e d e n t o r d e l h o m b r e . R e v i v e la r e b e l i ó n y c a í d a d e J o n á s , p e r o n o s u s a l v a c i ó n . T a m p o c o prefigura la m u e r t e y resurrección d e C r i s t o , c o m o sí la d e J o n á s , p u e s la b a l l e n a d e A h a b n o regresa a sus v í c ­ t i m a s . Moby Dick c o n t i n ú a s i e n d o u n m i t o , p e r o y a n o es religioso c o m o l o e r a s u m a t e r i a l o r i g i n a l , e x c e p t o q u i z á s

52. Bruno Snell, The Discovery of the Mind, tr. deT.G. Rosenmeyer (Nueva York: Harper and Brothers, 1960), p. 97. Es pertinente todo el pasaje, pp. 93-98. 53. Bruce Franklin, The Wake of the Gods (Standford, Calif.: Standford University Press, 1966), pp. 50-57. Daniel Hoffman, Form and Fable in American Fiction (Nueva York: Oxford University Press, 1961), p. 272. 189

en u n sentido negativo.

5 4

M á s f r e c u e n t e e n la l i t e r a t u r a

m o d e r n a es el d e s a r r o l l o d e u n t e m a q u e h a p e r m a n e c i d o o s c u r o o a m b i g u o e n el m i t o o r i g i n a l , c o m o la d e s i n t e g r a c i ó n e s c a t o l ó g i c a e n La segunda venida d e Yeats, el p a r a íso p e r d i d o d e El gran Meaulnes

d e A l a i n F o u r n i e r , o la e d a d

d e o r o e n los p o e m a s d e V i r g i l i o , O v i d i o , D a n t e , A r i o s t o y Tasso.

55

¿ P o d r í a m o s ir m á s allá y a f i r m a r q u e t o d o a r t e es m i t o l ó g i c o e n c u a n t o t r a s c i e n d e el o r d e n e s p a c i o - t e m p o r a l ? A l g u n o s críticos responderían afirmativamente.

5 6

Pueden

a p o y a r s e e n la a f i r m a c i ó n d e S c h e l l i n g s e g ú n la cual los d i o ses m í t i c o s r e p r e s e n t a n el a b s o l u t o e n f o r m a visible, el o b j e to propio de todo arte.

5 7

P a r a S c h e l l i n g el m i t o es p o e s í a

a n t e r i o r a la poesía, el faro e n la o s c u r a s u c e s i ó n d e los ciclos n a t u r a l e s . Si b i e n el m i t o c a r e c e d e la l i b e r t a d d e la i m a g i n a c i ó n e s t é t i c a , o f r e c e al a r t i s t a u n t e m a d e t e r m i n a d o d e a n t e m a n o p o r u n a necesidad i n t e r n a característica de t o d o gran arte. Tal c o n c e p c i ó n c o n d u c e a u n a interpretación e x c e s i v a m e n t e e s t é t i c a d e l m i t o . Es c i e r t o q u e el a r t e h u n d e s u s r a í c e s e n el m i t o y q u e la i n t u i c i ó n e s t é t i c a se a l i m e n t a e n las m i s m a s f u e n t e s d e la i m a g i n a c i ó n . N o o b s t a n t e , S c h e l l i n g simplifica e n exceso el p r o b l e m a al restringir

54. Acerca del sentido religioso negativo de Moby Dick, véase Gabriel Vahanian, «Fugitive from God» en Wait Without Idols (Nueva York: George Braziller, 1964), pp. 72-92. También, Lawrence Thompson, MelvilU's Quarrelwith God (Princeton: Princeton University Press, 1952), pp. 147-243. 55. Harry Levin, TheMyth ofthe GoldenAge (Bloomington: Indiana University Press, 1970). 56. Uno de ellos es Richard Volney Chase, Quest for Myth (Baton Rouge: Luisiana State University Press, 1949), pp. 105 ss. 57. Phibsophie der Kunst en Werke, Vol. 3, p. 425. Estas ideas y esta obra datan del período intermedio de Schelling, que difiere considerablemente de su período final. 190

la d i s c u s i ó n a la m i t o l o g í a griega y al a r t e clásico. L o s m i t o s griegos, tal c o m o h a n llegado h a s t a n o s o t r o s , p o s e e n u n p o t e n c i a l e s t é t i c o ú n i c o . El p r o p i o S c h e l l i n g c o n s i d e r a la b e l l e z a c o m o la c u a l i d a d p r i n c i p a l d e l o s d i o s e s g r i e g o s ; c u a n d o n o s o n m o r a l e s o s a b i o s , al m e n o s s i g u e n s i e n d o estéticos.

58

E s t e c a r á c t e r p o é t i c o d e los d i o s e s es t í p i c o d e

u n a m i t o l o g í a e n p a r t i c u l a r , e n la c u a l se realiza la a r m o n í a estética e n t r e lo finito y lo i n f i n i t o . C o m o lo a d m i t e el m i s ­ m o Schelling, esto n o sería aplicable a o t r a s m i t o l o g í a s , tales c o m o la h i n d ú .

La supervivencia

5 9

religiosa del

mito

M a l i n o w s k i s o s t u v o a l g u n a vez q u e t o d o d e s a r r o l l o del d o g m a religioso se e f e c t ú a p o r i n t e r m e d i o d e l m i t o ,

6 0

pues

el m i t o e s t a b l e c e d e f i n i t i v a m e n t e c r e e n c i a s , r i t o s e i n c l u s o p r á c t i c a s m o r a l e s . P a r a el h o m b r e r e l i g i o s o q u e y a n o es c o n s c i e n t e d e los e l e m e n t o s m í t i c o s i m p l í c i t o s e n sus c r e e n ­ cias y p r á c t i c a s , tal p o s i c i ó n p a r e c e r í a e x a g e r a d a . N o o b s ­ t a n t e , u n o s m o m e n t o s d e reflexión b a s t a n p a r a m o s t r a r q u e t o d o d o g m a religioso h u n d e sus raíces e n el p r o c e s o d e s i m ­ b o l i z a c i ó n m e d i a n t e el cual a s u m e su f o r m a o r i g i n a l u n cre­ d o d e t e r m i n a d o y éste c o n t i e n e i n v a r i a b l e m e n t e e l e m e n t o s m í t i c o s . D e s d e l u e g o , sería u n a s i m p l i f i c a c i ó n c o n s i d e r a r c o m o equivalentes teorías teológicas a l t a m e n t e racionali­ z a d a s y m i t o s p r i m i t i v o s . S i n e m b a r g o , el e l e m e n t o m í t i ­ c o se p r e s e r v a e n t o d o el d e s a r r o l l o .

61

Los mitos p u e d e n

58. Philosophie der Kunst, p. 418. 59. Philosophie der Kunst, p. 443-445. 60. «Myth as a Dramatic Development of Dogma» en Sex, Culture and Myth (Nueva York: Harcourt, Brace & World, 1962), pp. 245-255. 61. Cf. Anselm Atkins, «If Theology Were Hypothetical», Cross Currents, 18 (1968), p. 337. 191

sufrir p r o f u n d a s t r a n s f o r m a c i o n e s e n s u p r o c e s o e v o l u t i v o . C u a n d o el c r i s t i a n i s m o h e r e d ó y creó sus s í m b o l o s , la m e n t a l i d a d m í t i c a y a h a b í a d e j a d o d e existir. M á s a ú n , el m i s m o j u d a i s m o , e n el t r a n s c u r s o d e su largo d e s e n v o l v i m i e n t o , h a b í a e x p u r g a d o d e m a n e r a sustancial sus p r o p i o s m i t o s . N o o b s t a n t e , los m i t o s s o b r e v i v e n y, al p a s a r d e u n c r e d o a o t r o , se i n c o r p o r a n e n n u e v a s e s t r u c t u r a s d e s i g n i f i c a d o .

62

T o d o lo a n t e r i o r crea serios p r o b l e m a s p a r a el c r e y e n t e m o d e r n o , i n c a p a z d e a d m i t i r los e l e m e n t o s m í t i c o s sin h a b e r l o s t r a n s f o r m a d o p r e v i a m e n t e a través de su p r o p i a a c t i t u d reflexiva. M u c h o s d e los i n t e r r o g a n t e s q u e p a r a él s o n d e p r i m o r d i a l i m p o r t a n c i a n o p u e d e n ser r e s p o n d i d o s d e n t r o d e l m i t o . P r e g u n t a r s e si la c a í d a fue u n h e c h o h i s t ó r i c o , c ó m o p o d r í a afectar a o t r a s p e r s o n a s y si el v e r e d i c t o d i v i n o s u b s i g u i e n t e fue e q u i t a t i v o , n o es s ó l o c o l o carse p o r fuera d e l c o n t e x t o m í t i c o s i n o a l t e r a r la p e r s p e c t i v a o r i g i n a l , p u e s el m i t o n o p e r m i t e la f o r m u l a c i ó n d e p r e g u n t a s críticas s e m e j a n t e s . El m i t o y la reflexión t e o l ó gica se e x c l u y e n m u t u a m e n t e .

6 3

«Traducir» el m i t o es a b a n -

d o n a r u n a p a r t e s u s t a n c i a l d e s u m e n s a j e y r e p e t i r el a n t i g u o e r r o r d e p e n s a r q u e el m i t o « p r e f i g u r a » la c i e n c i a , la m o r a l i d a d y la r e l i g i ó n . P o r o t r a p a r t e , e x c e p t u a r al m i t o d e las p r e g u n t a s críticas e q u i v a l e a n e g a r q u e p u e d a t e n e r u n s i g n i f i c a d o p e r t i n e n t e p a r a el c r e y e n t e c o n t e m p o r á n e o . ¿ Q u é p o d r í a significar el r e l a t o d e la c a í d a p a r a u n cristian o m o d e r n o , u n a vez q u e h a l l e g a d o a c o m p r e n d e r l o c o m o algo q u e expresa u n a visión p a r t i c u l a r del m u n d o , d e la cual le es i m p o s i b l e p a r t i c i p a r ? L a c r e e n c i a a b s o l u t a e n el m i t o n o p u e d e s o b r e v i v i r a la c o n c i e n c i a d e q u e es u n m i t o . L a

62. Henry Duméry, Philosophie de la religión (París, 1957), II, pp. 161-166. 63. Gerhard Ebeling, Word and Faith (Filadelfia: Fortress Press, 1963), p. 353. 192

a c t i t u d d e l c r e y e n t e es p o r lo g e n e r a l a m b i g u a : s i e n t e q u e el m i t o le c o m u n i c a algo i m p o r t a n t e y, s i n e m b a r g o , r a r a vez cree p o d e r dar a su mensaje u n significado preciso. Las t e o r í a s t e o l ó g i c a s del m i t o i n t e n t a n aclarar este signifi­ c a d o p a r a la fe c o n t e m p o r á n e a . L a v a r i e d a d d e r e s p u e s t a s i n d i c a la c o m p l e j i d a d del p r o b l e m a . El p r i m e r h e c h o q u e d e b e m o s r e c o n o c e r es q u e el m i t o c o m o tal n o p u e d e ser c o n s i d e r a d o c o m o la p r i m e r a e x p r e ­ sión d e la «religión». Cassirer está e n lo cierto: el m i t o c o m o tal n o es r e l i g i o s o e n a b s o l u t o . P a r a t o r n a r s e r e l i g i o s o , es p r e c i s o q u e sufra p r o f u n d a s t r a n s f o r m a c i o n e s ; la c o n c i e n ­ cia m í t i c a se c o n v i e r t e e n c o n c i e n c i a r e l i g i o s a a t r a v é s d e u n a d i a l é c t i c a i n t e r n a . El m i t o es el l u g a r d e n a c i m i e n t o d e los dioses: allí se i n i c i a a q u e l m o v i m i e n t o h a c i a la t r a s c e n ­ d e n c i a q u e se c o m p l e m e n t a y aclara e n la r e l i g i ó n f o r m a l .

64

L a n e g a t i v i d a d q u e d i f e r e n c i a la r e a l i d a d s a g r a d a d e la rea­ lidad o r d i n a r i a se origina e n el m i t o , p e r o la c o n c i e n c i a refle­ xiva d e lo s a g r a d o s ó l o s o b r e v i e n e u n a v e z q u e el h o m b r e h a a b a n d o n a d o la m e n t a l i d a d m í t i c a . L a « o t r a » r e a l i d a d d e l m i t o c o n t i n ú a s i e n d o e s e n c i a l m e n t e p a r t e d e la n a t u ­ raleza, sin acceder a u n a v e r d a d e r a t r a s c e n d e n c i a . Sólo u n desarrollo ulterior p u e d e convertirla en aquel á m b i t o d i s t i n t o d e l ser al q u e el h o m b r e a t r i b u y e el n o m b r e d e sagrado. N o o b s t a n t e , es el p r o p i o m i t o el q u e inicia el d i n a ­ m i s m o q u e c o n d u c e a la m e n t e m á s a l l á d e l o m í t i c o . Ú n i c a m e n t e e n la c o n c i e n c i a r e l i g i o s a se e n c u e n t r a n l o s dioses s e p a r a d o s p o r c o m p l e t o d e los h o m b r e s .

L a c o n c i e n c i a reflexiva e l a b o r a la e x p e r i e n c i a p r i ­ m i t i v a d e l o s s a g r a d o y d e e s t a m a n e r a h a c e s u r g i r la religión... Para la c o n c i e n c i a p r i m i t i v a , la relación e n t r e

64. Schelling, Einleitung in die Philosophie der Mythologie, en Werke, Vol 6, p. 209 [Introducción a la filosofía de la mitología]. 193

el h o m b r e y la d i v i n i d a d es d e i m p l i c a c i ó n , d e p a r t i ­ c i p a c i ó n . L a c o n c i e n c i a reflexiva i n t e r p o n e u n a d i s ­ t a n c i a : d i v i n i z a a l o s d i o s e s y h u m a n i z a al h o m b r e . E n lo sucesivo, el h o m b r e a f i r m a s u p r e s e n c i a ante D i o s y e s t a r e l a c i ó n d e e x t e r i o r i d a d c o r r e s p o n d e a u n a afir­ m a c i ó n d e la t r a s c e n d e n c i a d i v i n a .

65

E n la fe d e Israel p o d e m o s apreciar c ó m o se efectúa este p r o c e s o d e d e s m i t o l o g i z a c i ó n e n la f o r m a radical c o m o reint e r p r e t a los m i t o s e g i p c i o s y m e s o p o t á m i c o s , c u y o p r o p ó ­ s i t o es llegar a u n a a f i r m a c i ó n m á s clara d e la t r a s c e n d e n ­ c i a d i v i n a . L o s f e n ó m e n o s n a t u r a l e s y las r e a l i z a c i o n e s c u l t u r a l e s a los q u e las f u e n t e s o r i g i n a l e s a t r i b u y e n p r o p i e ­ d a d e s divinas, s o n c o n s i d e r a d o s a q u í c o m o devaluadas expre­ s i o n e s d e l p o d e r d i v i n o . Se h a l l e g a d o a a f i r m a r i n c l u s o q u e la fe d e Israel e x c l u y e p o r c o m p l e t o los m i t o s e n el s e n t i ­ d o e s t r i c t o ( a u n q u e n o los e l e m e n t o s m í t i c o s ) .

66

E n efecto,

a d v e r t i m o s allí u n a c o n c i e n c i a d e s a c o s t u m b r a d a m e n t e fuer­ t e d e la t r a s c e n d e n c i a . El p r o f e s o r F r a n k f o r t se la a t r i b u y e a la c o n s t a n t e e x p o s i c i ó n d e l o s h e b r e o s al p a i s a j e d e l desierto.

D o n d e q u i e r a q u e e n c o n t r a m o s r e v e r e n c i a a n t e los f e n ó m e n o s d e la v i d a y el c r e c i m i e n t o , e x i s t e la p r e o ­ c u p a c i ó n p o r la i n m a n e n c i a d e lo d i v i n o y p o r s u s for­ m a s d e m a n i f e s t a c i ó n . S i n e m b a r g o , e n la á r i d a s o l e ­ d a d d e l d e s i e r t o , d o n d e n a d a c a m b i a , n a d a se m u e v e

65. Georges Gusdorf, Mythe et métaphysique (París, 1953), p. 148. 66. Hermann Gunkel, «Mythus und Mythologie im Alten Testament» en Die Religión in Geschichte und Gegenwart; HandwórterbuchfiirTheologie und Religionswissenschaft, H. Gunkel y L. Zsharnack, eds. (Tubinga, 4, 1930), s.v. John L. McKenzie, «Myth and the Oíd Testament» en Myths and Realities: Studies in Biblical Theology (Milwaukee: Bruce Publishing Co., 1963), pp. 198-199. 194

c o n excepción del h o m b r e a su libre albedrío, d o n d e los rasgos del paisaje n o s o n m á s q u e señales, m o j o n e s d e s p r o v i s t o s d e significado e n sí m i s m o s , p o d e m o s e s p e r a r q u e la i m a g e n d e D i o s t r a s c i e n d a p o r c o m p l e to todo fenómeno concreto.

67

D e s d e l u e g o , los t e ó l o g o s j u d í o s y c r i s t i a n o s se refieren s i e m p r e a la experiencia religiosa privilegiada d e Israel. A u n q u e estaría e x c l u i d a p o r n a t u r a l e z a d e l á m b i t o d e u n a discusión filosófica u n a causalidad «sobrenatural», s o r p r e n d e q u e e n la t r a d i c i ó n h e b r e a el m i t o se h a y a d e s a r r o l l a d o e n u n a d i r e c c i ó n r e l i g i o s a m á s b i e n q u e h a c i a la c i e n c i a y la filosofía,

c o m o lo h i z o , p o r e j e m p l o , e n t r e los g r i e g o s . S i n

d u d a , u n a reflexión a c e r c a d e las d i s t i n c i o n e s iniciales d e l m i t o t a r d e o t e m p r a n o d e t e r m i n a r á lo s a g r a d o c o m o t r a s c e n d e n t e . P o r o t r a p a r t e , el m i t o p o s e e n u m e r o s a s i m p l i c a c i o n e s s u s c e p t i b l e s d e desarrollarse e n c u a l q u i e r o r d e n d e s u c e s i ó n . P a r a l o s g r i e g o s la n o c i ó n d e u n D i o s t r a s c e n d e n t e s u r g i r á m u c h o d e s p u é s d e q u e los a s p e c t o s m á s g n ó s t i c o s d e l m i t o , la c i e n c i a y filosofía i m p l í c i t a s e n él, h a y a n avanzado c o n éxito. Lo anterior explica p o r q u é u n filósofo t a n religioso c o m o P l a t ó n n u n c a se p r e o c u p ó d e m a s i a d o p o r el p r o b l e m a d e la t r a s c e n d e n c i a o d e la s i n g u l a ridad divinas. L a c r e c i e n t e c o n s c i e n c i a d e la t r a s c e n d e n c i a d i v i n a e n Israel se v i o a c o m p a ñ a d a p o r la o r i e n t a c i ó n h a c i a el t i e m p o h i s t ó r i c o . D e n u e v o p o d e m o s destacar u n estilo n ó m a d a d e v i d a , d o n d e el énfasis s o b r e el g r u p o e n l u g a r d e la t i e r r a favorece u n a religión d e a c o n t e c i m i e n t o s p o r s o b r e u n a d e r e t o r n o s cíclicos. L a h i s t o r i a s a g r a d a significa p r o g r e s i ó n e n el t i e m p o y tal c o s a es i n c o m p a t i b l e c o n l o s m o d e l o s incesantes y r e c u r r e n t e s d e los c o m i e n z o s s a g r a d o s . Sin

67. Op. cit., p. 247. 195

e m b a r g o , la p e r s p e c t i v a t r a s c e n d e n t e e h i s t ó r i c a d e Israel n o e x c l u y e la c o n s c i e n c i a m í t i c a , p u e s la p r o p i a h i s t o r i a s a g r a d a d e I s r a e l se e n c u e n t r a e n c a p s u l a d a d e n t r o d e u n m a r c o t e m p o r a l m í t i c o . L o s a c o n t e c i m i e n t o s h i s t ó r i c o s del l l a m a d o d e A b r a h a m y d e la l i b e r a c i ó n d e Israel se i n t r o d u c e n c o n la d e s c r i p c i ó n d e u n c o m i e n z o m í t i c o c u a n d o t o d a s las c r i a t u r a s v i v í a n e n a r m o n í a u n a s c o n o t r a s y el h o m b r e g o z a b a d e la i n t i m i d a d d e J a h v é . El c u l t o n o h a c í a p r e s e n t e esta s i t u a c i ó n p a r a d i g m á t i c a , c o m o s u c e d í a e n t r e los b a b i l o n i o s , p e r o p r o y e c t a b a s u regreso al f u t u r o m e s i á n i c o , c o m o a p a r e c e e n las d e s c r i p c i o n e s d e Isaías. L a b r e c h a d e la h i s t o r i a s a g r a d a m a n t i e n e s e p a r a d a la e d a d d e o r o del f u t u r o d e aquella del p a s a d o , a ñ a d i e n d o así n u e v o p o d e r a la a n t i g u a v i s i ó n m í t i c a . E s e v i d e n t e q u e la h i s t o r i a n o h a « s u s t i t u i d o » al m i t o , s i n o i n t e n s i f i c a d o s u c a r á c t e r d r a m á t i c o . Israel h a c o n v e r t i d o la h i s t o r i a e n

mitohistoria.

E l c a s o d e l c r i s t i a n i s m o es a ú n m á s c o m p l e j o . Si b i e n c o l o c a u n énfasis m u c h o m a y o r s o b r e el c a r á c t e r ú n i c o d e la h i s t o r i a , d e s p l i e g a al m i s m o t i e m p o el r e n o v a d o i m p a c t o d e la m e n t a l i d a d m í t i c a . S i n d u d a , está f u n d a m e n t a d o en u n a persona histórica, u n o s cuantos hechos históricos y u n a c o m u n i d a d h i s t ó r i c a . P o d r í a d e b a t i r s e la p r e c i s i ó n d e m u c h a s d e las n a r r a c i o n e s d e los E v a n g e l i o s . N o o b s t a n t e , su i n t e n c i ó n y c o n t e n i d o s o n c l a r a m e n t e h i s t ó r i c o s . Las i n t e r p r e t a c i o n e s p u r a m e n t e «míticas» del siglo a n t e r i o r fuer o n t o d a s r e f u t a d a s e n v i d a d e sus a u t o r e s . E l g r a n i n i c i a d o r d e la exégesis m í t i c a fue el h e g e l i a n o D a v i d F r i e d r i c h S t r a u s s , p a r a q u i e n los r e l a t o s del E v a n g e l i o s ó l o e x p r e s a n las aspiraciones d e la c o m u n i d a d cristiana original. L a n o c i ó n d e m i t o d e Strauss es i n t e r e s a n t e p o r c u a n t o le a t r i b u y e u n a v e r d a d peculiar, i r r e d u c t i b l e a c o n c e p t o s filosóficos y a h e c h o s físicos. Sin e m b a r g o , la v a g u e d a d d e la teoría la e x p u so a f u e r t e s críticas. M á s específicos f u e r o n los a u t o r e s d e la e s c u e l a d e la religionsgeschichte, 196

tales c o m o W i l h e l m

B o u s s e t y R i c h a r d R e i t z e n s t e i n , q u i e n e s c o n s i d e r a r o n los Evangelios c o m o n u e v a s e l a b o r a c i o n e s d e los m i t o s griegos. N o obstante, p r o n t o surgieron evidencias q u e d e m o s t r a r o n q u e los e l e m e n t o s m í t i c o s d e l N u e v o T e s t a m e n t o n o e r a n p r e d o m i n a n t e m e n t e griegos. L a escuela d e la

formgeschich-

te r a s t r e ó v a r i o s d e ellos a la l i t e r a t u r a a p o c a l í p t i c a j u d í a y a escritos g n ó s t i c o s d e diversos orígenes. A u n q u e las a m p l i a s tesis d e l t i e m p o d e S t r a u s s h a n d e s a p a r e c i d o , la m a n e r a d e c e n t r a r s e e n el m i t o e n la a c t u a l i d a d , e s p e c i a l m e n t e e n lo q u e c o n c i e r n e a la i n t e r p r e t a c i ó n del c u a r t o E v a n g e l i o , t i e n d e t o d a v í a a d i s t o r s i o n a r la p e r s p e c t i v a f u n d a m e n t a l d e la r e l i g i ó n c r i s t i a n a . Las c r e e n c i a s d e los p r i m e r o s s e g u i d o res d e J e s ú s e s t u v i e r o n m o t i v a d a s p o r hechos, s u m e n s a j e c o n s i s t í a e s e n c i a l m e n t e e n t r a n s m i t i r lo q u e c o n s i d e r a b a n hechos y n o v a c i l a r o n e n cifrar t o d a s u fe e n la n a t u r a l e z a h i s t ó r i c a d e tales hechos. P o d e m o s d e b a t i r c u a n s ó l i d a e r a la b a s e fáctica d e sus c r e e n c i a s , p e r o es i m p o s i b l e i n t e r p r e tarlas c o m o si h u b i e s e n t e n i d o u n a o r i e n t a c i ó n m í t i c a . P o r o t r a p a r t e , el c r i s t i a n i s m o a b u n d a e n e l e m e n t o s m í t i c o s , q u i z á s m á s a ú n q u e el j u d a i s m o . El ciclo l i t ú r g i c o , e n e s p e c i a l tal c o m o se lo c e l e b r a e n t r e l o s c a t ó l i c o s , h a i n c o r p o r a d o g r a n p a r t e d e la m i t o l o g í a d e la n a t u r a l e z a p e r t e n e c i e n t e a la civilización clásica. El r i t o d e la c o m u n i ó n revive la r e a l i d a d d e l a c t o o r i g i n a l e n la m i s m a c o m b i n a c i ó n í n t i m a d e r i t o y « m i t o » , d o n d e el r e l a t o q u e a c o m p a ñ a al m i t o d e t e r m i n a su s i g n i f i c a d o . A l g u n a s d e las n a r r a c i o n e s e v a n g é l i c a s , e n p a r t i c u l a r los r e l a t o s d e i n f a n c i a e n san M a t e o , están atiborrados d e ingredientes míticos. Estos e l e m e n t o s , sin e m b a r g o , se e n c u e n t r a n s i e m p r e i n t e g r a d o s a u n c o n t e x t o h i s t ó r i c o h a s t a tal p u n t o q u e r e s u l t a i m p o sible d i s c e r n i r u n o s d e o t r o s . El esfuerzo d e la crítica de la forma

p o r s e p a r a r los h e c h o s del m i t o h a r e s u l t a d o e n ú l t i -

m a i n s t a n c i a i n f r u c t u o s o . T a m p o c o es u n a d i s t i n c i ó n s e m e j a n t e a l g o e s e n c i a l p a r a el c r e y e n t e , p u e s los m i t o s se v e n 197

t r a n s f o r m a d o s p o r la i n t e n c i o n a l i d a d h i s t ó r i c a q u e s u p r o p i o f u n d a d o r c o n f i r i ó al n u e v o c r e d o .

68

El e l e m e n t o m í t i -

co del cristianismo consistió p r i m o r d i a l m e n t e en u n cont e x t o a d o p t a d o y c r e a d o c o n el p r o p ó s i t o d e recibir el h e c h o de Jesús.

69

E l m i t o se m o d i f i c a d e m a n e r a s u s t a n c i a l c u a n d o se e n c u e n t r a al s e r v i c i o d e u n p r o p ó s i t o e x c l u s i v a m e n t e relig i o s o . D e n t r o d e la m e n t a l i d a d a r c a i c a , el t é r m i n o « m i t o religioso» n o t i e n e u n s e n t i d o definible; sin e m b a r g o , c u a n d o el m i t o se a s u m e d e s d e u n a p e r s p e c t i v a religiosa, se v e r e s t r i n g i d o a una d e las m u c h a s f u n c i o n e s q u e d e s e m p e ñ a b a p a r a la c o n c i e n c i a m í t i c a : d i s t i n g u i r lo s a g r a d o d e lo p r o f a n o . S u r g i r í a e n t o n c e s la p r e g u n t a d e si el m i t o c o n t i n ú a s i e n d o necesario d e s p u é s d e q u e lo s a g r a d o h a s i d o defin i d o r a c i o n a l m e n t e . ¿Por q u é h a b r í a la fe religiosa d e c o n servar el m i t o u n a vez q u e h a s u p e r a d o la m e n t a l i d a d m í t i c a y se m u e s t r a i n c a p a z d e c a p t a r s u s e n t i d o o r i g i n a l ? A q u e l l o q u e e n u n a e t a p a t e m p r a n a d e la religión p u e d e c o n s t i t u i r s e e n u n v e h í c u l o d e significado, e n s u e s t a d i o m a d u r o se c o n vierte m á s bien en u n obstáculo. Estos hechos h a n llewad o a R u d o l f B u l t m a n n a f o r m u l a r e n n u e s t r a é p o c a sus célebres p r e g u n t a s .

7 0

S e g ú n s u s p r e m i s a s , la m a y o r p a r t e d e

los m i t o s del N u e v o T e s t a m e n t o h a n p e r d i d o s u significado, p u e s d e p e n d e n i n t r í n s e c a m e n t e d e u n a c o n c e p c i ó n del m u n d o e x c l u i d a p o r la m o d e r n a a c t i t u d c i e n t í f i c a . N o s e r í a n

68. Más aún, los mitos heredados del legado hebreo habían sufrido ya una transformación fundamental y ya habían dejado de ser puros mitos cuando fueron adoptados por los cristianos. 69. Henri Duméry ha descrito acertadamente la relación entre hecho y mito en el cristianismo en Philosophie de la religión, II, p. 147-179. 70. Bultmann formula con claridad el problema en su famoso ensayo «New Testament and Mythology,» reeditado en Kerygma and Myth, por Rudolf Bultmann y cinco críticos, H.W. Bartsch, ed., tr. de Reginald Fuller (Nueva York: Harper & Row, 1961), p. 1-44. 198

falsos s i n o m á s b i e n o b s o l e t o s . B u l t m a n n n o d e s c a r t a el i m p a c t o d e l m i t o s o b r e el h o m b r e c o n t e m p o r á n e o , p e r o a f i r m a q u e el m i t o ejerce s u p o d e r ú n i c a m e n t e c u a n d o n o e n t r a e n c o n f l i c t o c o n la v i s i ó n g e n e r a l q u e t i e n e el h o m b r e del u n i v e r s o . ¿ C u á l sería la solución? A l g u n a s veces, B u l t m a n n sugiere q u e s e p a r e m o s la f o r m a m í t i c a d e s u c o n t e n i d o v e r d a d e r o ; e n o t r a s o c a s i o n e s , q u e u t i l i c e m o s la c r í t i c a l i t e r a r i a p a r a comprender

el m i t o . A m b a s a f i r m a c i o n e s s o n c o m -

p l e m e n t a r i a s , p u e s i n t e r p r e t a r el m i t o consiste p r e c i s a m e n t e e n e n t e n d e r l o c o m o «la c o m p r e n s i ó n d e sí q u e t i e n e el h o m b r e e n el m u n d o e n q u e h a b i t a » .

71

El m i t o exige s u p r o p i a

s u p r e s i ó n p u e s su v e r d a d e r o p r o p ó s i t o , «hablar d e u n p o d e r t r a s c e n d e n t e q u e c o n t r o l a al h o m b r e y al m u n d o » , se h a l l a « o b s t a c u l i z a d o y o s c u r e c i d o p o r los t é r m i n o s e n los q u e se expresa».

72

U n a c o m p r e n s i ó n «desmitificada» del E v a n g e l i o

liberaría s u m e n s a j e c o n t e m p o r á n e o , s e g ú n el c u a l el h o m bre sólo a c c e d e a u n a existencia a u t é n t i c a e n el c o m p r o m i s o t o t a l . E s t e m e n s a j e n o es p u r a m e n t e

filosófico,

pues una

verdadera c o m p r e n s i ó n d e la existencia m u e s t r a q u e el estado p r e s e n t e d e l h o m b r e n o p e r m i t e la a u t e n t i c i d a d y q u e ésta d e b e ser r e v e l a d a p o r u n a c t o d i v i n o . N o o b s t a n t e , s u r g i r í a d e n u e v o la p r e g u n t a : ¿Es a q u e l a c t o d i v i n o q u e n o s p e r m i t e llevar u n a e x i s t e n c i a a u t é n t i c a u n a c o n t e c i m i e n t o mítico? B u l t m a n n responde: Es m í t i co sólo p a r a q u i e n e s c o n s i d e r a n m í t i c o t o d o d i s c u r s o acerca d e D i o s . V a r i o s c r í t i c o s se p r e g u n t a n , e m p e r o , si u n m e n saje q u e d e b i ó ser e x p r e s a d o p r i m e r o e n u n lenguaje m í t i c o , c o m o el p r o p i o B u l t m a n n l o a d m i t e , p o d r í a ser c o r r e c t a -

71. Op. cit., p. 10. 72. Op. cit, p. 11. Tal «propósito» ciertamente no se aplicaría al mito dentro de la mentalidad arcaica, pero podría ser verdadero del mito que «sobrevive» dentro de la religión. 199

m e n t e reformulado en otro lenguaje. U n teólogo norteam e r i c a n o e s c r i b e e n d e f e n s a d e B u l t m a n n : Si n o t o d o l e n guaje religioso es m í t i c o , se sigue d e allí q u e el c a r á c t e r religioso del lenguaje p u e d e preservarse en su reformulación. E n a l g ú n m o m e n t o , lo m í t i c o d e b e i n s e r t a r s e d e n t r o d e lo literal. Tales observaciones s o n b a s t a n t e c o n v i n c e n t e s , ¿pero ofrecen u n a justificación suficiente p a r a u n a c o m p l e t a d e s m i t o l o g i z a c i ó n ? S i n d u d a , l o l i t e r a l es e s e n c i a l p a r a la a f i r m a c i ó n religiosa p r i m a r i a , i n c l u s o e n u n e s t a d i o p r i m i t i v o y a l t a m e n t e m í t i c o . U n a v e z q u e la reflexión se t o r n a religiosa, deja d e ser p u r a m e n t e m í t i c a y p o r lo t a n t o , si el m i t o le s o b r e v i v e d e a l g u n a m a n e r a , d e b e s u b o r d i n a r s e a esta n u e v a a c t i t u d m e n t a l ; p e r o el p r o b l e m a sería el m i s m o p a r a la c o m u n i d a d c r i s t i a n a p r i m i t i v a y p a r a n o s o t r o s . N o c r e o t a m p o c o q u e p u e d a ser r e s u e l t o p o r la t r a d u c c i ó n d e l m i t o a algún lenguaje metafísico. E l h e c h o d e q u e el m i t o s o b r e v i v a d e n t r o d e la a c t i t u d religiosa d e b e s u g e r i r n o s la p o s i b i l i d a d d e q u e sea i n d i s p e n s a b l e . Su s u p e r v i v e n c i a m i s m a es s o r p r e n d e n t e , p u e s la c o n c i e n c i a m í t i c a c o m i e n z a a alejarse e n c u a n t o aparece la c o n s c i e n c i a reflexiva d e lo s a g r a d o c o m o t r a s c e n d e n c i a . E l p r o c e s o c o n t i n ú a , a c t i v a d o p o r las d i s t i n c i o n e s d i n á m i c a s establecidas i n i c i a l m e n t e p o r el p r o p i o m i t o . El i m p u l so n e g a t i v o d e la d i a l é c t i c a religiosa c o n d u c i r á i n e x o r a b l e m e n t e a la c o n c i e n c i a m á s allá d e lo m í t i c o . Cassirer, q u i e n s u b r a y a c o n c l a r i d a d la d i s t i n c i ó n e n t r e religión y m i t o , d e s c r i b e a q u e l m o m e n t o decisivo e n el q u e el m i t o «se r o m p e » y e m e r g e la a c t i t u d religiosa. C u a n d o el b a i l a r í n c o m p r e n d e q u e él n o es el d i o s c u y a n a t u r a l e z a a s u m e , s i n o s ó l o lo r e p r e s e n t a , h e m o s a b a n d o n a d o la m e n t a l i d a d p u r a m e n t e mítica.

E s e s t a s e p a r a c i ó n l o q u e c o n s t i t u y e el v e r d a d e r o c o m i e n z o d e la c o n s c i e n c i a e s p e c í f i c a m e n t e religiosa... 200

L a religión d a a q u e l p a s o decisivo e s e n c i a l m e n t e a j e n o al m i t o : e n su u s o d e las i m á g e n e s sensibles y d e los sign o s , los r e c o n o c e c o m o tales, c o m o m e d i o s d e expresión q u e , si b i e n revelan u n significado d e t e r m i n a d o , s i e m p r e serán n e c e s a r i a m e n t e i n a d e c u a d o s ; « a p u n t a n » h a c i a este significado, p e r o n u n c a lo a g o t a n p o r c o m p l e t o .

7 3

La d i s t i n c i ó n original e n t r e lo sagrado y lo p r o f a n o d e b e resultar i n e l u d i b l e m e n t e e n u n a d i s t i n c i ó n e n t r e d o s á m b i t o s d e l ser q u e el m i t o n o c o n s i g u e e x p r e s a r a c a b a l i d a d . T o d o esto es h a r i n a p a r a el m o l i n o d e la d e s m i t o l o g i z a c i ó n . El p r o b l e m a , sin e m b a r g o , es m u c h o m á s c o m p l e j o . Si la t e n d e n c i a a n t i m í t i c a h u b i e r a d e realizarse p l e n a m e n te, esto afectaría d e m a n e r a negativa a la m i s m a religión. Sin d u d a , a l g u n o s aspectos del m i t o n o p u e d e n sobrevivir c u a n d o s o n r e c o n o c i d o s p o r la m e n t a l i d a d religiosa, científica o filosófica.

L o s c o n c e p t o s d e e s p a c i o y t i e m p o e n los m i t o s

arcaicos, p o r e j e m p l o , así c o m o su i m p r e c i s a n o c i ó n d e c a u salidad, s o n i n c o m p a t i b l e s c o n la m e n t a l i d a d científica. L a m e n t e religiosa e n c u e n t r a q u e el m i t o está d e s p r o v i s t o d e la radical n e g a t i v i d a d e x i g i d a p o r la t r a s c e n d e n c i a . E n lo q u e se refiere a t o d o s estos a s p e c t o s , d e b e m o s c o n c e d e r la r a z ó n a B u l t m a n n . Pero ¿ p u e d e r e d u c i r s e el m i t o a estos aspectos? ¿Serían incluso sus rasgos m á s esenciales? N o lo creo. El m i t o p o s e e d o s c u a l i d a d e s q u e lo h a c e n i n s u s t i t u i b l e e n el p r o ceso d e s i m b o l i z a c i ó n religiosa. L a p r i m e r a es s u c a p a c i d a d d e reflejar la r e a l i d a d s i n o b j e t i v a r l a . H e m o s v i s t o c ó m o t o d o s los s í m b o l o s religiosos s o n a la vez reflexivos y n o objetivos. P o d e m o s a ñ a d i r a h o r a q u e tales s í m b o l o s n o p u e d e n c o n f i g u r a r s e al e x t e r i o r d e l m i t o y q u e , u n a v e z g e n e r a d o s , n o p u e d e n c o m p r e n d e r s e fuera d e él. E s t a c u a l i d a d

73. The Philosophy ofSymbolic Fortns, II, pp. 238-239. 201

d e l m i t o es el r e s u l t a d o d e s u c a p a c i d a d ú n i c a p a r a r e c o n ciliar e i n t e g r a r facetas o p u e s t a s d e la e x i s t e n c i a . L a m e n t e religiosa h a c e lo m i s m o , p e r o d e m a n e r a difer e n t e . E n c i e r t o s e n t i d o , s u a l c a n c e es m e n o s a m b i c i o s o q u e el d e la m e n t a l i d a d m í t i c a , p u e s c o n c e d e a las i n t e g r a c i o n e s p a r c i a l e s d e la c i e n c i a , el a r t e y la filosofía u n a a u t o n o m í a relativa, r e s e r v a n d o p a r a sí s ó l o la i n t e g r a c i ó n 74

ma.

últi-

N o o b s t a n t e , e n o t r o s e n t i d o , la i n t e g r a c i ó n religiosa

s o b r e p a s a la m í t i c a , p u e s a f i r m a u n a r e a l i d a d m á s allá d e l á m b i t o o r d i n a r i o d e la v i d a y c o n s i g u e a b a r c a r la t o t a l i d a d d e la e x i s t e n c i a d e l h o m b r e m e d i a n t e el c u l t o , la o r a c i ó n y la r e f l e x i ó n religiosa. E l ú n i c o l e n g u a j e d i s p o n i b l e p a r a e x p r e s a r este t i p o d e i n t e g r a c i ó n t o t a l es el d e l m i t o y la p o e s í a . A ñ a d o la p o e s í a p o r q u e t a m b i é n el l e n g u a j e p o é t i c o p u e d e s u p e r a r la o p o s i c i ó n s u j e t o - o b j e t o q u e s e p a r a el m u n d o i n t e r n o d e l e x t e r n o y r e c o n c i l i a r los a s p e c t o s c o n f l i c t i v o s d e la existencia d e n t r o d e u n a v i s i ó n d r a m á t i c a . El p o e t a per se, sin e m b a r g o , n o se p r e o c u p a p o r lo real c o m o tal. T o d o p o e m a i l u m i n a la r e a l i d a d , a p e s a r d e

cuan

lúdico o

f a n t á s t i c o sea, p e r o g u a r d a s i e m p r e u n a d i s t a n c i a e s t é t i c a f r e n t e a ella. D e a h í s u i n a d e c u a c i ó n c o m o p o r t a d o r p r i n c i p a l d e l s i g n i f i c a d o r e l i g i o s o : el i n t e r é s d e la m e n t e r e l i g i o s a p o r l o real es t a n g r a n d e c o m o s u d e s p r e o c u p a c i ó n p o r la c a l i d a d d e la f o r m a d e s u e x p r e s i ó n . E n efecto, la d i s t i n c i ó n e n t r e lo real y lo i m a g i n a r i o c o n c e b i d a c o n c l a r i d a d es d e o r i g e n r e c i e n t e . L a p o e s í a a r c a i c a l o s c o m p r e n d e a a m b o s e n u n a u n i d a d i n d i v i s i b l e , p e r o es p r e c i s a m e n t e e n ese a s p e c t o d o n d e la p o e s í a d e s p l i e g a c a r a c t e r í s t i c a s m í t i cas. P o r ello c o n s i d e r a S c h e l l i n g el m i t o c o m o la m á s a n t i -

74. Debe comprenderse que las otras son parciales sólo si se acepta la integración religiosa. Para quien no la admite, la ciencia, la filosofía o incluso el arte pueden ofrecer una integración última. 202

g u a p o e s í a d e la h u m a n i d a d . E n t o d o c a s o , e n u n e s t a d i o c u l t u r a l m e n t e a v a n z a d o , es i n d u d a b l e q u e la p o e s í a y a n o c o i n c i d e c o n el m i t o y p u e d e n o ser m í t i c a e n a b s o l u t o . L a r e l i g i ó n , p o r s u p a r t e , n e c e s i t a s i e m p r e la e x p r e s i ó n s i m b ó l i c a q u e sólo el m i t o le ofrece. A p e s a r d e t o d o , lo a n t e r i o r n o r e s u e l v e el p r o b l e m a , p u e s i n c l u s o si se c o n c e d e q u e s u s s í m b o l o s se o r i g i n a n e x c l u s i v a m e n t e e n los m i t o s , p o d r í a m o s p r e g u n t a r n o s si la fe, u n a v e z e s t a b l e c i d a , n e c e s i t a t o d a v í a d e los m i t o s . M i r e s p u e s t a sería a f i r m a t i v a , al m e n o s e n el caso d e u n a relig i ó n h i s t ó r i c a , p o r q u e el m i t o i n t r o d u c e u n a c o n c i e n c i a i n d i s p e n s a b l e del t i e m p o q u e la c o n c i e n c i a h i s t ó r i c a n o p u e d e s u m i n i s t r a r . La fe t i e n d e h a c i a u n c o m i e n z o y u n fin q u e s o b r e p a s a n p o r c o m p l e t o el a l c a n c e d e la h i s t o r i a . T o d o i n t e n t o p o r i n t e g r a r el p r i n c i p i o y el final c o n el r e s t o d e la h i s t o r i a está d e s t i n a d o a ser m í t i c o . M á s a ú n , s í m b o l o s tales c o m o el d e la caída y la r e d e n c i ó n s o n i n h e r e n t e m e n t e t e m p o r a l e s y s i n e m b a r g o i n a c c e s i b l e s p a r a la h i s t o r i a , e n t e n d i d a c o m o r e g i s t r o y a n á l i s i s d e fenómenos

humanos. En

t o d o s estos casos a lo ú n i c o q u e p u e d e apelar el h o m b r e relig i o s o es al m i t o . E s t a r e s p u e s t a n o s o l u c i o n a p o r c o m p l e t o el p r o b l e m a p l a n t e a d o p o r B u l t m a n n , e n c u a n t o éste n o residiría t a n t o e n la p r e s e n c i a d e l m i t o c o m o e n la naturaleza

obsoleta

d e las e x p r e s i o n e s m í t i c a s p a r t i c u l a r e s . ¿ N o s e r í a p o s i b l e m i t o l o g i z a r d e n u e v o la fe religiosa y o b t e n e r m i t o s q u e s u s tituyan aquellos mitos anacrónicos? La renovación mítica es u n p r o c e s o e n c o n s t a n t e d e s a r r o l l o , a u n c u a n d o el h o m b r e religioso n o sea c o n s c i e n t e d e él. S i e m p r e a p a r e c e n n u e vos m i t o s y los a n t i g u o s se e l a b o r a n d e n u e v o , p e r o la r e n o v a c i ó n m í t i c a n o p u e d e ser o r d e n a d a o c o n t r o l a d a . U n m i t o n o t i e n e a u t o r : s u r g e d e la v i d a d e la c o m u n i d a d . N i n g ú n t e ó l o g o o filósofo t i e n e el d e r e c h o o la c a p a c i d a d d e r e m o d e l a r m i t o s p r o p i o s , a p a r t e d e la c o m u n i d a d religiosa. M á s

203

a ú n , l a n u e v a m i t o l o g i z a c i ó n es p a r t i c u l a r m e n t e a z a r o s a c u a n d o el a n t i g u o m i t o f o r m a p a r t e d e u n a t r a d i c i ó n p r i vilegiada, «revelada». N o s p r e g u n t a r í a m o s , c o n H e l m u t T h i e l e c k e : ¿ q u é h o m b r e se a v e n t u r a r í a a ofrecer u n a r e i n t e r p r e t a c i ó n a u t o r i z a d a d e la t o t a l i d a d d e la B i b l i a ?

73

Si

los m i t o s a n t i c u a d o s p e r t e n e c e n a la e x p r e s i ó n a u t o r i z a d a o r i g i n a l , d e b e n ser p r e s e r v a d o s . E l i m i n a r l o s o m o d i f i c a r l o s e q u i v a l e a c o r t a r el v í n c u l o c o n la t r a d i c i ó n .

Los f u n d a m e n t o s e s t á n d a d o s d e u n a vez p o r t o d a s ; n o p u e d e n ser r e m p l a z a d o s s u s t i t u i d o s . El c r i s t i a n i s m o , c o m o revelación histórica, d e b e r e c o r d a r s i e m p r e sus o r í g e n e s y d e s a r r o l l a r s e e n c o n f o r m i d a d c o n ellos. Las Escrituras, i n c l u s o e n su i m a g i n e r í a , p e r t e n e c e n al p a t r i m o n i o que Dios ha confiado de manera permanente a la I g l e s i a . . .

76

Se t r a t a d e u n l e n g u a j e t e o l ó g i c o , p e r o b a s a d o e n ciert a s a b i d u r í a filosófica. ¿ C ó m o p o d r í a el h o m b r e c o n t i n u a r c r e y e n d o e n a n t i g u o s m i t o s u n a vez q u e h a a b a n d o n a d o la m e n t a l i d a d m í t i c a ? Se a d m i t e q u e n o p u e d e c o n t i n u a r crey e n d o e n el m i t o c u a n d o lo h a r e c o n o c i d o c o m o tal y p o r c o n s i g u i e n t e , h a r e l a t i v i z a d o s u eficacia. N o o b s t a n t e , p u e d e c o n t i n u a r c r e y e n d o a través d e l m i t o . E n efecto, el m i t o sufre u n a t r a n s f o r m a c i ó n s u s t a n c i a ; e n e s t o c o i n c i d o e n t e r a m e n t e c o n B u l t m a n n , C a s s i r e r y T i l l i c h . Ya n o se t r a t a d e u n a b s o l u t o i n c u e s t i o n a b l e , p e r o se c o n v i e r t e e n u n medio i n d i s p e n s a b l e p a r a la reflexión religiosa. P a u l R i c o e u r a f i r m a q u e p a r a el h o m b r e m o d e r n o , el m i t o suscita

elpen-

75. «The Restatement of NewTestament Mythology» en Kerygma and Myth, p. 163. 76. Avery Dulles, S.J., «Symbol, Myth and the Biblical Revelation» en Theological Studies, 27 (1966), pp. 24-25. 204

Sarniento: a p e l a c o n s t a n t e m e n t e a u n a h e r m e n é u t i c a q u e lo «explica» s i n llegar a a g o t a r l o j a m á s .

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D e e s t a m a n e r a , el

m i t o i n v i t a la exégesis r a c i o n a l a u n q u e p r e s e r v a s u t r a s c e n ­ d e n c i a s o b r e t o d a s y c a d a u n a d e las «interpretaciones» c o m ­ b i n a d a s ; s u p o l i v a l e n t e r i q u e z a c o n t i n ú a a l i m e n t a n d o la reflexión religiosa. E n la m e n t a l i d a d religiosa, el h o m b r e t o m a c o n c i e n c i a r e f l e x i v a m e n t e del s i g n i f i c a d o s i m b ó l i c o d e l m i t o : y a n o lo e n t i e n d e c o m o u n a realidad e n sí m i s m a sino c o m o s u repre­ s e n t a c i ó n . P o r esta r a z ó n , la d i c o t o m í a e n t r e s i g n i f i c a d o y r e a l i d a d e n la i n t e r p r e t a c i ó n n o es u n f e n ó m e n o r e c i e n t e . S i g u i ó d e i n m e d i a t o a la s e p a r a c i ó n e s t a b l e c i d a p o r la c o n s ciencia religiosa e n t r e lo t r a s c e n d e n t e y su expresión f e n o m é ­ nica. E n el m i t o , a m b o s se h a l l a b a n f u n d a m e n t a l m e n t e u n i ­ d o s . U n a vez q u e la d i s t i n c i ó n e n t r e lo s a g r a d o y lo p r o f a n o i n t r o d u c i d a i n i c i a l m e n t e p o r el m i t o se c o n v i e r t e e n c o n ­ c i e n c i a d e la t r a s c e n d e n c i a a b s o l u t a , t o d a s sus e x p r e s i o n e s se t o r n a n relativas. E n ese m o m e n t o , la c o n c i e n c i a m í t i c a d a l u g a r a la c o n c i e n c i a religiosa y el s i g n i f i c a d o m e t a f ó r i ­ c o s u s t i t u y e el significado literal. D e esta m a n e r a , la dialéc­ tica i n i c i a d a p o r el m i t o e l i m i n a p o c o a p o c o la e x i s t e n c i a i n m e d i a t a d e l m i t o y la i n t e g r a a u n e s t a d o d e c o n c i e n c i a d i f e r e n t e . E l p r o b l e m a d e l h o m b r e m o d e r n o es e n t o n c e s u n p r o b l e m a antiguo. N o comienza c o n B u l t m a n n sino con el n a c i m i e n t o d e la r e l i g i ó n c o m o u n a esfera d e c o n s c i e n cia reflexiva y p o r lo t a n t o , d i f e r e n t e . N o s o t r o s l o e x p e r i ­ m e n t a m o s e n f o r m a m á s a g u d a d e b i d o a la c r e e n c i a e n la v e r d a d b á s i c a d e la c o n c e p c i ó n c i e n t í f i c a d e l m u n d o ; n o o b s t a n t e , la d i f i c u l t a d d e a d a p t a r el m u n d o c e r r a d o p e r o u n i f i c a d o del m i t o al u n i v e r s o a b i e r t o d e la religión, h a p r e ­ c e d i d o d u r a n t e m i l e n i o s a la m e n t a l i d a d m o d e r n a .

77. The Symbolism ofEvil, tr. de Emerson Buchanan (Boston: Beacon Press, 1967), pp. 349-350 [Elsimbolismo del mal}. 205

D e b e m o s , sin e m b a r g o , hacer u n a ú l t i m a concesión a B u l t m a n n , p u e s h a y u n caso e n el c u a l la e x p l i c a c i ó n r a c i o nal definitivamente d e b e reemplazar, y n o sólo reinterpretar, el m i t o . E n t r e o t r a s f u n c i o n e s , el m i t o satisfacía t a m b i é n la c u r i o s i d a d i n t e l e c t u a l d e l h o m b r e . L a m a y o r í a d e los m i t o s c o n t i e n e n u n e l e m e n t o g n ó s t i c o , el ú n i c o al q u e C o m t e y los posteriores racionalistas p r e s t a r o n a t e n c i ó n , q u e e n c i e r t a é p o c a d e s e m p e ñ ó la i m p o r t a n t e t a r e a d e alert a r i n t e l e c t u a l m e n t e al h o m b r e . Tal f u n c i ó n c o n d u j o al d e s c u b r i m i e n t o d e la c i e n c i a y d e la filosofía, las c u a l e s s u s t i t u y e r o n l u e g o el a r c a i c o c o n o c i m i e n t o q u e se p o s e í a . T o d o i n t e n t o p o r p a r t e d e l h o m b r e m o d e r n o d e r e v i v i r la c o s m o l o g í a o la física d e l m i t o c o n t r a d i c e la p r o p i a d i r e c c i ó n d e l p e n s a m i e n t o . Las i n t e r p r e t a c i o n e s f u n d a m e n t a l i s t a s d e los m i t o s religiosos sólo p u e d e n c o n d u c i r a u n a b s o l u t o r e c h a z o d e l m i t o e n s u t o t a l i d a d , p u e s el e s p í r i t u es i n c a p a z d e p a d e c e r el o s c u r a n t i s m o d u r a n t e largos p e r í o d o s d e t i e m p o . L a desmitologización,

q u e s e g ú n la i n g e n i o s a i n t e r p r e -

t a c i ó n d e R i c o e u r , c o n s i s t e e n la e l i m i n a c i ó n d e l a n t i g u o logos, el e l e m e n t o c o g n o s c t i v o d e l m i t o , r e s u l t a e n t o n c e s i n d i s p e n s a b l e p a r a la p r o p i a p r e s e r v a c i ó n d e l s i g n i f i c a d o m á s p r o f u n d o d e l s í m b o l o m í t i c o . D e s m i t i f i c a r la fe es u n proceso p e r m a n e n t e y necesario, mientras q u e desmitologizarla e q u i v a l d r í a e n ú l t i m a i n s t a n c i a a d e s t r u i r la n a t u r a leza e s p e c i a l d e los s í m b o l o s religiosos.

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A semejanza de un texto literario, los signifi­ cados literales se hallan indisolublemente li­ gados con los significados simbólicos. La realidad misma se presenta como una Es­ critura, susceptible de comentarios sin fin y dotada de un sentido inagotable, que pasa sin cesar de una significación a otra. Todos sus elementos hacen referencia a los demás en un juego de analogías y afinidades en con­ tinuo movimiento. A través de una reflexión sobre la función del símbolo y de las estructuras simbólicas a lo largo de nuestra historia artística, filosófica, literaria y religiosa, esta obra analiza la na­ turaleza y el origen del proceso simbólico, cuya dimensión ritual y mítica estructura, ar­ ticula y sostiene toda experiencia vital.

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