Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns : a história de uma família e uma comunidade no Nordeste do Brasil, 1700-1930


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Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns : a história de uma família e uma comunidade no Nordeste do Brasil, 1700-1930

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Billy Jaynes Chandler

Coleção RETRATOS DO BRASIL Volume 152



Os Feitosas eoSertão dos Inhamuns A História de uma Família e uma Comunidade no Nordeste do Brasil - 1700 - 1930

Tradução de Alexander F. Caskey IgnáciO R. P. Montenegro C455f Chandler, Bi1ly Jaynes Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns; a história de uma família e uma comunidade no Nordeste do Brasil - 1700-1930, Tradução de Alexander F. Caskey e IgnácIo R. P. Montenegro. Fortaleza, Ediçóes UFC; Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980. 213 P. (Monografias si a América Latina, 2)

1-

Sociologia Política - História família Feitosa - Nordeste - Brasil

1 - CASKEY, Alexander F. - trad. II - MONTENEGRO, Ignácio R. P. lU - Título (Série)

cnu

trad.

304:929.2 Feitosa I História da família Feitosa (81-18)

o EdiçõeS

UFC

civilização brasileira

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ REITOR Prof. Paulo Elpídio de Menezes Neto CONSELHO EDITORIAL Pedro Paulo Montenegro - Presidente Vianney Mesquita - Secretário CONSELHEIROS Adísia Sá Afrânio Aragão Cra ve.iro Fran Martins Francisco Nélson Chaves José Carlos Ribeiro José Denizard Macedo de Alcântara Maria Antonieta Figueiredo Bezerra Capa e Planejamento Gráfico

Geraldo Jesuíno da Costa Normalização

Olga Maria Ribeiro G. Soares Helena Fátima M. Dias Composição / Impressão

IMPRENSA UNIVERSITARIA - UFC Fortaleza - Ce. Diteitos desta edição reservados à Edições UFC

1981 Impresso no Brasil Printect in Brazil

A minha mãe e à memória de meu pai

Prefácio Meu interesse pelo Brasil começou em 1963, num curso de Introdução à Língua Portuguesa na Universidade da Flórida. Havia me matriculado na turma do Professor Alfred Hower com a finalidade única de aprender o suficiente para ser aprovado num exame de leitura para estudantes pós-graduados, pré-requisito para o doutorado. No ano seguinte, tomei parte do Seminário de Sociologia ministrado pelo Dr. José Arthur Rios, eminente estudioso brasileiro, naquela época professor visitante na Universidade da Flórida. Tal experiência motivou-me ainda mais, e já em 1965 eu havia posto de lado o meu antigo interesse pelo México e queria escrever minha dissertação sobre o Brasil. Foi assim que cheguei aos Inhamuns. Ao leitor, talvez deva uma explicação dos motivos aue me levaram a fazer esta escolha, uma vez que o Brãsil oferece outros tópicos de maior relevo. Em primeiro lugar, ao invés de seguir os passos trilhados por tantos outros historiadores estrangeiros, isto é, consultas a estudiosos brasileiros, visitas a bibliotecas e arquivos das principais cidades do País, queria familiarizar-me com um aspecto mais amplo ou pelo menos diferente da vida brasileira. Desejava, por assim dizer, penetrar no interior e conhecer o povo. Não sou sociólogo nem tampouco antropólogo, mas historiador, e por maior que fosse o meu desejo de pesquisar no campo, queria um tópico relevante à minha disciplina. Examinando cuidadosamente os trabalhos publicados sobre o Brasil, fiquei convencido de que a este acervo poderiam ser acrescentadas, com grande efeito, obras de cunho histórico sobre comunidades rurais. Tais obras poderiam apresentar o funcionamento da comunidade em sua totalidade. O local mais indicado para o estudo, achava eu, seria uma comunidade 9

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fiel às tradições, isolada e isenta dos avanços deste século, onde tudo fosse como antigamente. Tal fidelidade e preservação do passado forneceriam ao historiador cemdições de conhecê-lo, com mais clareza, através do presente. O Professor Rios encorajou-me a escolher o Ceará, o coração do sertão nordestino. Era, dizia ele, dentre as regiões menos afetadas pelas mudanças, uma das mais importantes; ao mesmo tempo, era uma área suficientemente representativa de vários aspectos da vida brasileira, e por isso mesmo merecedora da atenção de um especialista. Leituras adicionais, sobre o Ceará, conduziram-me aos Inhamuns. Area ruraL isolada e tradicional, era, conforme tomei conhecimento, a terra de uma numerosa família que mais de uma vez atraíra a atenção local e até do País inteiro. Os Inhamuns pareciam ser, portanto, uma ótima escolha. Desde a minha primeira visita de contato àquela região, em novembro de 1965, não tive até hoje motivo para arrepender-me da escolha. A experiência foi excelente, e a mais preciosa contribuição foi dada pelo povo Que lá tive a fortuna de conhecer. Entretanto, antes de manifestar minha gratidão para com aquelas pessoas, permitam-me registrar outros agradecimentos. Além dos Professores Hower e Rios, outros professores da Universidade da Flórida merecem o reconhecimento pelo valor que este trabalho possa ter, especialmente o Professor L. N. McAlister, meu colaborador por várias ocasiões, e o Professor David Bushnell, cuja orientação sábia e cordial norteou a primeira versão deste estudo, apresentado como tese de doutorado. Sou profundamente grato, também, à fundação assistencial "Henry L. and Grace Doherty Charitable Foundation, Inc" e ao programa de intercdmbio educacional cultural "MutuaI EdUlCation and Cultural Exchange", mantido pelo Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos, patrocinadores da minha pesquisa no Brasil em 1965-66, e aos professsores do Comitê de Pesquisa da Universidade do Texas, em Arlington e Irving, que me concederam uma bolsa para retornar ao Brasil no verão de 1969. Seria impossível mencionar todas as pessoas e instituições que no Brasil me prestaram assistência, portanto mencionarei apenas algumas. A comissão Fulbright no Rio de Janeiro, na ocasião sob a direção do DI'. Arthur Hehl Neiva, de saudosa memória, forneceu-me inestimável cooperação. O Professor Rios, que regres~ara ao Rio

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de Janeiro, pôs à minha disposição as fontes de c~nsulta de seu grupo de pesquisa, à sem~lhança do que flzeram os diretores do Instituto do Ceara e do InstItuto de Antropologia da Universidade Federal d