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Portuguese Pages 591 [578] Year 2010
JOSÉ M. RESSANO GARCIA LAMAS
MORFOLOGIA URBANA EDESENHO DA CIDADE
5.ª Edição
FUNDAÇAO CALOUSTE GULBENKIAN Serviço de Educação e Bolsas
José Manuel Ressano Garcia Lamas ( 1948-2003) Nasceu em Lisboa, e licenciou-se em Arquitectura pela ESBAL em 19n. Doutorou-se em Urbani smo pelo lnstitut Régional d'Aix en Provence em 1975. Foi Docente das cadeiras de Planeamento Urbano e Projecto de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, onde se doutorou em Planeamento Urbanístico, em ·1990, e onde era Professor Catedrático desde 1998. Foi Director das Revistas Arquitectura (1978 a 1984) e Arquitectura Portuguesa (1986 a 1988), e membro da Associação Internacional de Críticos de Arte, da Associação de Urbanistas Portugueses e da Ordem dos Arquitectos. Publicou vasta bibliografia sob re assuntos da sua especialidade, nomeadamente Manuais de Restauro e Recuperação para cidades em que interveio, Tavira, Moura e Horta. Foi Autor de numerosos pro jectos de edifícios, equipamentos e planos de urbanismo. Realizou vários trabalhos de investigação, tendo deixado praticamente terminado o estudo sobre a " Praça em Portugal ", posteriormente publicado pela DGOTDU. Em 1998, com os seus trabalhos (Plano de Urbanização, Plano de Salvaguarda e ValorizaçãodaZonaHistóricaeprojectodeRecuperação do Teatro Faialense) a Câmara Municipal da Horta recebeu um Prémio Especial de Mérito - no Concurso Europeu de Urbanismo da C.E. Conselho Europeu de Urbanistas. Em 2003 recebeu o Prémio A Pedra na Arquitectura atribuído ao Projecto de valorização da cerca do Castelo de Óbidos, e M enção do Prémio Nacional de Arquitectura Alexandre Herculano da Associação Portuguesa de Municípios com Centro Histórico, atribuída ao conjunto de projectos das Piscinas Mu nicipais de Ponte da Barca.
JOSÉ M. RESSANO GARCIA LAMAS
MORFOLOGIA URBANA EDESENHO DA CIDADE 5.ª Edição
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN Serviço de Educação e Bo lsas
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IH 1 210002780
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2-5. Plano Geral de Urbanização do Trofario - Vila Novo - Costa de Caparica, 1980. Anõlise dos formos urbanos na órea do plano: A - número de fogos e número de prédios. B - Tipologias habitacionais. C - Evolução dos aglomerados. D - Coeficientes de ocupação do solo nos quarteirões da Trafaria
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O contexto das formas arquitectónicas, ou urba nas, pode eng lo bar tanto critérios funcionais como económicos, tecnológicos, jurídico · a dministrativos (por exemplo, os relações entre o parcelamento e as formas urbanas) o u critérios de natureza estético, arquitect6nica. A multiplicidade de critérios e a suo natureza heterogénea desaconselha m uma sistematiza ção, o qual pouco adiantaria às q uestões aqui abordadas. A cformo urbano• deve constituir uma solução para o co njunto de problemas que o planeamento urbanístico pretende organizar e contro lar. É a ma teria lização no espaço do resposta o um contexto preciso. Desde sempre o de senho da cida de teve de equacionar o contexto o que deveria respo nde r, e a través da a rq uitedura. Ao longo do história do urbanismo, o va riação dos contextos originou diferentes propostas de desenho urba no, mesmo utiliza ndo elementos morfológicos idênticos. Entre as formos urbanas renascentista e barroca existe m diferenças fu ndamentais que resultam de diferentes contextos histórico s e culturais e das respostas fornecidas. Entre a perspectiva central, estática, da Renascença e a perspectiva dinâmica - do efeito cénico teatral - do Barroco, existem dois mundos profu ndamente diferentes. Toda vio os elementos morfológicos são semelhantes: ruo e praça , edifícios, fachada s e planos marginais, monumentos isolados. As diferenças resultam do modo como esses elementos se posicionam, se organizam e se articulam e ntre si poro constituir o espaço urbano. Neste coso preciso, as diferenças são ditadas antes do mais por diferentes atitudes culturais. Esta será porte do explicação das formas . A mudança do contexto va i mudando os formas pelo necessidade de resposta a situações diferentes.
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FORMA E FUNÇÃO
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Entre os critérios do contexto, as funções têm um relevo particula r. Não seria senso· to negar os relações entre formo e função (1 9) que existem em toda o concepção orqui· tectónica e que se podem observar na arquitectura e na 'c idade. A forma terá de se re· !acionar com o função de modo a permitir o desenvolvimento eficaz dos octividodes que nela se processam. Neste sentido se percebe facilmente que uma fábrica seja diferente de uma habitação, ou um copo de uma garrafa. A discussão dos relações entre o formo e o função é muito a ntiga e tem acompanhado o teoria do concepção o rquitectónica . Ao longo da história, o importância e o grou de determinismo dessa relação tiveram va ria ções profundos. Alberti t201, ao formular os princípios do orquitecturo, enuncia: o commoditas, relacionando o função liga do o um progra ma ; afirmitas, o estrutura que depende do técnico; o voluptas, ou a q ualidade forma l, o u seja, o intenção estética. Posteriormente,
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2-6. Antigos fo rmos usados poro novos funções. OM. Ungers -
Museu de Arquitecturo
Frankfurt. Fachada e oxonométrico/corte. O temo do edifício dentro do edifício
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Mies Von der Rohe define o especificidade da orquitecturo pelo «que é possível con'strutivamente, o que é necessário à utilização e o que é significativo como a rte• (211. Mas se os três princípios básicos do orquitecturo - a função, a construção e a arte - estão sempre presentes no orquitecturo e· no cidade, já o peso que cada um deles assume no processo criativo pode sofrer variações entre duas posições extremas: Uma posição «funcionolista», segundo a qual uma formo física que correspondo logicamente aos problemas funcionais do contexto é belo, uma vez que o beleza é umo qualidade inerente a todo o sistema bem resolvido. No prática, o significado expressivo encontra-se na adequa ção do forma à função: FORM FOLLOWS FUNCTION m1 a célebre expressão de Sullivan - resume com ênfase esta posição. O «antifuncionalismo» aceita que a concepção da forma seja d itada de modo independente .por outros objectivos (nomeadamente estéticos), para criar a emoção ou o embelezamento do estrutura . Para o antifuncionalismo, as funções têm menor ou igual importância que outros critérios do contexto. Exacerbando esta posição, Peter Bloke escreveria FUNCTION FOLLOWS FORM (23), ou seja, a próprio função também se adapta à forma - ou o mesmo fu nção pode coexistir e processar-se em formas diferentes. Em boa verdade, ambas as atitudes não são de sprovidas de intenção estética. Muito pelo contrário, significam processos diversos de atingir o perfeição arquitectónico. As atitudes do funcionalismo e do antifuncionalismo poderiam parecer bizantinos, se se esquecesse que têm dominado de modo explícito ou implícito o debate arquitectónico e urbanístico nos últimos cinquenta anos. Até há cinquenta anos, a arquitectura e o urban ismo tinham sabido encontrar um equilíbrio sensato entre o utilitário e o artístico no relacionamento entre os formas e as funções. Todavia o Movimento Moderno contava no seu seio com muitos orquitectos funciona listas, para quem a função deveria assumir uma «feroz ditadura» sobre a forma. Uma tal atitude adaptava-se bem à estruturo intelectual racionalista. Fu ncionalismo e racionalismo combinavam no reacção contra os Beaux-Arts. Arte Novo e Artes Decorativas. Estes três períodos estéticos, admitiam não só o ornato e o decoração, mas também que a organização do edifício e da cidade fosse determinada por regras estéticas como a simetria, o equilíbrio, métricas, ritmos e proporções, os efeitos cénicos e visuais - todo um conjunto de manipulações que profanavam o despojamento ideológico e formal defendido pelos racionalistas e funcionalistas. Na cidade antigo, existia a mistura e a promiscuidade funcional. Haussmon, em Paris, organiza os edifícios com utilizações diferentes por pisos - comércio no rés-dochão, o casa do comerciante na sobreloja, a fam ília burguesa nos primeiro e segundo andores, e assim por diante, até aos empregados nas óguas-furtadas. O quarteirão ai-
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2-7. Adaptação de antigas formas a novas funções. Restauro e adaptação do Colégio dos Jesuítas a Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada. Axonométrica do novo conjunto
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bergovo habitações, pequenos indústria s, artesanato, ateliers e comércio, etc. Ea com. plexidode fu ncional do cidade traduzia-se també m pelo suo complexidade formal. t contra esta o rgon1zoçõo urbonistica e arquitectónica que se erguem os arquiteclos fu nciona listas que vão inHuir o Movimento Moderno. Um texto de Bruno Tout sobre os caracteres do Movimento Moderno esclarece estas posicõ es ,7, .. Diz Tout:
...... ...... ... ... .. ... ... ..... ... . ... ... .. . ... ..... . .... ... .. ......... .. . ... ...... ......... « 1.
A primeiro exigência de cedo e d ifício é conseguir a melhor utilização possível. Os materia is e sistema construtivos utilizados devem estar completamente subordinados o esta exigência primária. «3. A beleza consiste na relação directa entre o edifício e o finalidade, nos caracteristicos adequadas dos materiais e no elegêncio do sistema construtivo. c4. A estético do nova orquitectura não reconhece qualquer separação entre fechado e planto, entre ruo e pátio, entre frente e traseiros. Nenhum pormenor vale por si mesmo, senão que forma parte integrante do conjunto. O que funciona bem tem uma apresentação assim mesmo boa. Já não cremos que algo tenha um aspecto fe io, quando funcione bem. c5. Também o caso, no seu conjunto, tal como os seus elementos, perde o isolamen· to e o separação. Assim como as partes vivem na unidade dos relações recíprocos, o casa vive em relação com os edifícios que a rodeiam. A coso é o produto de uma disposição colectiva e social. A repetição não deve já considerar-se como um inconveniente que se deve evitar, mas, pelo contrário, constitui o meio mais importante de expressão artística. Para exigências uniformes, edifícios uniformes, enquanto o anomalia fica reservada paro os casos de exigências singulares quer d izer, sobretudo para os edifícios de importância geral e social.• Ma is tarde, o Carta de Atenas adepto idênticas posições. (25). O funcionalismo generaliza-se até ser facilmente adaptado, acabando numa verdadeiro obsessão que penetrou no linguagem e nas noções do quotidiano, determinando o gosto e o sentido estético o vários níveis. Os móveis são funcionais, e o vestuário, também. Qualquer equ ipamento, como os cinemas ou os teatros, etc., deve antes do mais, funcionar. Os critérios de avaliação dos projectos centram-se no funcion.omento do programa. A es· tético funcion alista estende-se ao desenho de interiores, à decoração, ao desenho industrial, à modo e ao vestuário, e impregno a cultura pela e facilidade com que os seus conceitos e princípios puderam ser apreendidos e aplicados. O que antes foro estética de vanguarda, detentora da forço da mensagem inovadora, universaliza-se, torno·se acessível ao homem comum e como tal banaliza-se e é subvertido. O bom funcionamento torna-se por si só um item de qualidade. No vocabulário do «2.
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quotidiano, «moderno• é sinónimo de funcional - nada é verdadeiramente «moderno• que não seja funcional. E «funcional» é sinónimo de qualidade. Cinquenta anos depois dos palavras de B. Tout, o estética funcional isto, embora já abastardado, ainda é universalmente aceite pelo consumidor comum . Qualquer dono de obro pretenderá apenas, ainda hoje, que um edifício funcione bem (seja funcional), o que poro ele é suficiente, prescindindo da expressão de outros valores culturais do orquitecturo. No entonto, assimilo sempre a beleza à boa resolução de um programo ou de um problema. A organização funcionalisto dos cidades anulou as considerações morfológicos. As relações quantitativas e distributivos, o zonomento e a atribuição de uma função exclusiva o cada parcelo do território tornaram-se métodos universais do urbanismo, produzindo cidades monótonas e pouco estimulantes - eventualmente com tudo arrumado no seu lugar, mas sem lugar para a surpresa, a complexidade e a emoção. As teorias funcionalistas encontraram no urbanismo um campo de aplicação facilitado. Para tal, muito contribuiu o simplismo das técnicos do zonamento, reduzindo a organização do cidade a uma distribuição lógico de zonas com programas específicos, facilitando a realização de edifícios, de preferência monofuncionais, repetitivos, fáceis de projectar e de executar. Se na cidade a aplicação e o utilização dos princípios funcionalistos parece ter tido forte incidência, já na arquitectura de edifícios as coisos se passaram de modo diferente. Como Peter Blake observo em FORM FOLLOWS FUNCTION (26l, no orquitecturo moderna o forma nem sequer segue verdadeiramente a função, na medida em que muitos arquitectos continuaram a dar autonomia o outros valores, relações espaciais, caracteres construtivos e estruturais. Em boa verdade, raro foi o orquitecto que praticou o funcionalismo em sentido estrito. A concepção serio dominada - e mais nos seus aspectos teóricos do que na prático do desenho - pelas preocupações de funcionamento. Todavia, em cada arquitecto, o formo foi tendo outros grous de autonomia. O funcionalismo foi, sem dúvida, uma teoria urbanística e arquitectónica, mas foi, antes do mais, uma estratégia do representação desenhado e construído. No prática, traduziu-se mais pela imagem estética, gráfica e espacial do que por uma correlação exceto da forma com a função. A observação da arquitectura e da cidade permite, de resto, comprovar a fragilida de do funcionalismo dogmático, desmentindo as relações lineares de causa-efeito na relação forma-função. No seu conjunto, a cidade e a orquitectura apresentam uma diversidade de significações e de espaços que traduzem outros critérios, mais do que uma simples organização funcional. Por outro lodo, uma mesma função pode existir convenientemente em formos distintos, A reutilização de antigos edifícios tem permitido obter excelentes resultados no grou de utilização, significação estética e quantidade ambiental, tontas vezes maior do
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que em edifícios projectodos de r aiz para o mesmo programa 127J. De resto, a reutilizo. çõo de edifícios é jo por si urna atitude não funcionalisto. Os espaços em que tudo se encontro programado para cada função têm-se revelado extremamente limitador es e pouco versáteis no utilização, e tontas vezes de grande pobreza formal. Nos cidades, o fragilidade do funcionalismo é mais evidente. A.s funções dos centros urbanos evoluíram, passando de lugares de defesa e de poder o lugares de comércio, services e trocas culturais . O s seus espaços foram recebendo essas d iferentes funções, sobrepondo-se com complexidade e d inâmico, bem permitida pelo capacidade deres· posto de troçados e formos urbanas à modificação funcional. O entendimento destas questões possa certamente por um equilíbrio de bom-senso. A função é um dos critérios do contexto, entre tantos o utros, com o importância e o hierarquia própria dado pela visão cultural subiacente à concepção a rquitectónico e urbanística. Tem certamente um estatuto de necessidade, mos não de suficiência, dado que também pode ser manipulada com maior ou menor liberdade. A concepção da forma não se esgota na correspondência o uma ou mais funções. Tem também motivações mais complexas e profundos - culturais e estéticas. Como Scrutton, diria que ao ideia de função de um edifício está longe de ser claro, nem está claro como é que determinada função deve ser transferido paro uma forma orquitectural. O que podemos dizer - declinando alguma teoria estética mais adequado - é que os edifícios têm usos e não deviam entender·se como se os não tivessem» 1781• A cidade e o espaço urbano têm usos e não deviam entender-se como se os não h· vessem - acrescento eu.
FORMA E FIGURA
(.,\.,f)fftos t'htético'I do urbanismo)
11.A forma orquitectónico de um fenómeno é, por um lado, a maneira como os portes ou estratos se encontram dispostos no objecto, e também o poder de explicitar e evidenciares· sa disposição. Estes dois aspectos sempre coexistira m. Todavia, se não existe objecto sem formo, esta tem poderes de comunicação estética dispostos em níveis muito diferentes. Chamaremos formo ao primeiro aspecto, e figura, ao segundo; o vOlor da figura nunca é nulo, pois que podemos reconhecê-la mesmo em níveis extremamente degradados. É unicamente através da figura que podemos descobrir o sentido do fenómeno e re· construir o totalidade, o pluralidade dos seus elementos construtivos e dos suas propos1·
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Construcões clandestinos no perife ria de Lisboa
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ções. A estrutura do concepção projectuol {o que caracterizo a obro orquitecturol) é de notureza eminentemente figurativo.» 129J G REGOm, VmoR10 li Territorio dell'architeffuro
A intenção estética é inerente à humanidade, foz parte do nosso dia-o-dia, em todos os nossas acções. Do escolho do vestuá rio, em que o casaco combinoró com os sa patos, à disposição dos móveis numa habitação, à cor do automóvel, um sem-número de exemplos demonstro que a emoção e o prazer estéticos são inerentes ao quotidia no. É uma necessidade, que também se educo e se desenvolve e que tem manifestações primitivas, «selvogenS», eruditos e sofi.sticodas, ou completamente deturpadas. A estético do caso clandestina ou do e migrante, o u de edifícios projectados por desenhadores, engenheiros, topógrafos ou simple s curiosos, é exemplificativo. A amostragem de formos importados o u inventados pela s colagens dos mais desojustodos inspirações revelo uma imaginação delira nte de construção civil, sem informação cultural arquitectónica. ~Sem aceitar essas manifestações pelo que significam de destruição do património orquitectónico e urbanístico, não poderei negar que procura m um sentido estético próprio, com regras que nodo têm que ver com a cultura orquitectónico, popula r ou erudita. t uma estética (ou antiestética) própria, fechada, e certamente explicável por nume. rosos fenómenos sociais, culturais, económicos, todos os que se quiser e muitos mais, excepto os arquitectónicosl Vulgarmente designadas por Kitsch, estas manifestações estética s significa m no fundo um outro gosto, ou ausência de gosto, diferente do cultura erudita e cortado de um relacionamento com a História, a sedimentação cultural e a civilização. A análise desta questão conduziria a estabelecer uma fronteira, ou zona de transição, entre «construção civil» e carquitecturm>. Esta só existindo q uando é ultrapassado a fase primário de simples ligação de elementos construtivos e técnicos, com vista a obter também efeitos estéticos de acordo com a cultura a rquitectónica . Chegado a este ponto, interessa-me definir os aspectos fig urativos da s formas urbonos. Entendo por «aspectos figurativos» os aspectos da forma que são comunicáveis atra vés dos sentidos. E «fig ura», ao pode r de comunicação estética da forma, ou seja, ao modo como se orga niza m as difere ntes partes que constitue m a forma, com objectivos de comunicação. Nesta definição sigo de perto o texto de Vittorio Gregotti citado anteriormente. Esse texto retomo a diferença entre construção civil e arquitectura , ou entre cocupo·
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2-9. Planto do Alhombro, Granado
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çõo do solo» e «arte urbana». É pela o:figura• , ou através do mensagem figurativa, que a arquitectura e o arte urbano se revelam . Toda a acção que humaniza a paisage m pode conter objectivos e va lores estéticos que se comunicam através dos sentidos ou da percepção. Apesar da Forma não se resumir aos aspectos sensoriais - portanto perceptíveis-, estes são determinantes na suo compreensão. Sem querer abordar o teoria da percepção, citaria Aristóteles: e Nada existe no espírito que não tenho passado pelos sentidos.» O homem urbano está sujeito a sons, cheiros, calor, luz, estímulos visuais, climáticos, e outros, que actuam sobre os seus sistemas perceptivos, através dos quais passam paro mensagens organizados e trotados pelo cérebro, produzindo o conhecimento do meio urbano. Não é objectivo aqui desenvolver a teoria da informação (30) nem discutir as acções entre o transmissor (meio urbano) e o receptor (o homem), através de mensagens. Bosta registar o importância dos sentidos e da cultura na leitura fazer do cidade. Resumindo, direi que os valores estético5 só são comunicóveis através dos sentidos e que, apesar de as características do Forma não se resumirem aos aspectos sensoriais (portanto perceptíveis), estes são determinantes na suo compreensão. Um breve enunciado dos sistemas sensoriais permitirá clarificá-los (3 1).
Sistema de orientação A sua importância é grande no conhecimento do cidade, embora tenha sido cesquecido» por .tratadistas e geógrafos urbanos. Respeita, em primeiro lugar, ao equilíbrio vertical e também a noções de acima/abaixo, esquerda/direita, horizontal/vertical, alto/baixo, longe/perto, etc., que permitem ao homem orientar-se na cidade. Será como que um «sexto sentido», e numa cidade dependerá fundamentalmente dos sistemas de referência: marcos ou monumentos, zonas ou bairros, traçados, nós. As análises de K. linch (31) sobre o imagem da cidade constituem um importa nte contributo poro o esclarecimento deste problema. lynch distingue o categoria a que chamo de «irnogibilidade», relacionando-a com a possibilidade de orientação. Atrevo-me a dizer que, nas civilizações ocidentais, o sistema de orientação está de um modo geral ligado aos sistemas de referência da cidade tradicional. A cultura ocidental sedimentou o conhecimento das cidades através dos eixos dos ruas e dos cruzamento e nós. A analogia é evidente com a formação matemático dos eixos que permite localizar um ponto num plano. O jogo da «batalha naval» será uma dos mais singelas aplicações, que qualquer criança aprende com facilidade; assim como qualquer criança aprende a orientar-se na cidade se tornar os sistemas viários orto· gonois, os quarteirões, os monumentos e outros sinais de referência .
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Sistema visual
É sem dúvida o sistema que foi mais estudado no conhecimento do meio urbano, porque sem dúvida é através do visão que se constrói o parte mais importante da imagem do cidade (33l . No entanto, o sistema visual de observação do espaço urbano, pressupõe o movimento e a apreensão do espaço em sequê ncia visual. A este temo voltarei mais tarde. Sistema táctil Pode parecer menos importante, se não se considerar que no sistema táctil se incluem todos os percepções térmicos e de fricção com o atmosfera : o vento, os correntes de ar, o calor, o sol e o frio , que também são importantes no vivência, compreensão e caracterização do cidade. Sistema olfactivo Em certas cidades norte-africanas ou asiáticos, os cheiros são muito mais intensos e profundos do que no Ocidente e são pertenço indissociável do espaço urbano: odores de suor humano, excrementos, especiarias, comidas e esgotos pertencem ao espaço e ao conhecimento desses lugares, como de resto o cheiro o forno de pão e o lenha queimado evoco o mundo rural português. Não imagino os ruas dos cidades da Índio ou certos bairros de Macau sem os seus cheiros característicos. Os cheiros e odores caracterizam os lugares e são partes do meio urbano. O sistema olfactivo pertence à experiência da cidade, embora seja um foctor de menor controlo e incidência no desenho do forma urbana, tal como tem sido analisado. Do enunciado dos sistemas de percepção, verifico-se, grosso modo, que ·a cada sistema vai corresponder uma característica da forma, que poderá ser perceptível. Todavio as condições em que se realiza o comunicação com o ambiente são essencialmente visuais e constituem um momento determinante na experiência de estérica urbana, porque os aspectos figurativos se manifestam predominantemente pelo comunicação visual. Paro estudar a imagem urbana, não se podem ignorar os trabalhos de Kevin lynch, de Kepesh e dos seus colaboradores do MIT (3• ), trabalhos que incidem sobre uma análise do formo urbano e que desenvolvem contributos fundamentais para a actividade do arquitecto urbanista como criador de formas e de imagens. 11.A imagem da cidade» é um meio de comunicar a suo forma físico. Cito o tese de Lynch - «Seremos agora copa-
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2-1O. Kevin Lynch - Os sistemas d e orientação no formo cão do imagem de Los An9e/es. 1 . A .imagem de Los AngeIes extraíd o das e ntrevistas orais. 2. A . image m extrai'd o d os esbocas · feitos pelos entrevistados
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zes de desenvolver o imagem do nosso ambiente, agindo sobre a suo formo físico exterior e também desenvolvendo um processo interno de aprendizagem .» O grande interesse do trabalho de Lynch repouso sobretudo no regresso à leitura ou experiência colectivo . Ao estabelecer a «médio» das imagens apercebidas por cada indivíduo, obter-se-á a imagem colectivo . E é justamente essa imagem colectivo que Lynch propõe que seja procurado na composição urbano . Lynch demonstrou também o importância do ambiente visual para o bem-estar do cidadão e paro o seu comportamento sociopsicológico. Por exemplo, num percurso, é fundamentalmente o visão que determino o orientação e as sequências visuais que são essenciais poro o conhecimento do formo urbana (35l . ,. Do que acabo de ser dito, sobressai que os elementos visuais serão deter minantes em todo o concepção e produção do espaço. Poro que existo imagem (como em todo o fenómeno correlacionado com o percepção), é necessário uma relação entre objecto e observador. A forma urbana poderá ter uma multiplicidade de «imagens» que correspondam a outros tantos observadores. No entonto, apesar de o i!11ogem depender do observador, depende primeiramente dos características do formo. Se o problemático do imagem visual é muito importante para o arquitecto urbanista, mais ainda é o conhecimento dos elementos morfológicos, que são mais significativos visualmente, pois é através desses elementos que se processo no essencial o comunicação figurativa . Recorro de novo a Gregotti quando adianta o possibilidade de «qualquer formo conter níveis de comunicação estética ainda que degradados», (36) ou seja, desde que tenha existido a intenção estética, ainda que culturalmente alienada, a forma terá certamente níveis de comunicação estética. 't O objectivo do desenho urbano e, por extensão, do urbanismo não será apenas organizar o território poro acolher octividades, mas também actuar na forma paro que exista comunicação estética e significação. O que equivale a negar os modelos e xclusi-"' vamente funcionolistas - ainda que se possam encontrar estratos de comunicação estético na correcta correspondência da forma à função . A próprio forma, ou a imagem urbano, pode ser organizada com relativa independência para ati 1gir o comunicaçã o visual; no fundo, troto-se de retomar os problemas do arte urbano e de embelezamento da cidade com o objectivo de contribuir poro um ambiente mais estimulante.
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2-11 . O território como suporte d
vist~ do mor. Porto Pim _ H
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os ~rmos urbanos . Horto orlo - visto do proio
Foiol - o cidade e o paisogem
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2.3 PRODUÇÃO E FORMA DA CIDADE E PRODUÇÃO E FORMA DO TERRITÓRIO O TERRITÓRlO COMO SUPORTE DA ARQUITECTURA
A expressão «território» designo «a extensão da superfície terrestre na qual vive um grupo humano» (37l, ou melhor, o espaço construído pelo homem, em oposição ao que poderíamos designar por «espaço natural» !3Bl e que não terá sido humanizado. É o espaço onde o homem exerce o sua acção, transformando-lhe as condições físicas, impondo-lhe a csua ordem» (39). A actual paisagem da Europa , e de certo modo por todo o mundo, é já o resu ltado da acção do homem sobre um suporte físico preexistente. As estruturas rurais, tal como as urbanos, decorrem de uma acção humano que tende o dominar os elementos físicos e o clima de modo a permitir e os octividodes,quer estas sejam urbanos, agrícolas ou florestais. Canais e valas, plantações, desaterros aterros, socalcos e caminhos testemunham essa acção transformadora. Nos nossas regiões, quase todo o espaço já sofreu a acção do homem. Muitos paisagens que se consideram «naturais» são apenas paisagens «construídas», com meios e objedivos diferentes dos urbanos. A diferenço entre os espaços rurais e os espaços urbanos refere-se essencialmente ao seu modo de utilização: em ambos os casos o homem actua sobre o território, poro nele viver, exercer octividades, e também de acordo com um sentido estético. Trato-se de saber se as considerações anteriores sobre o forma urbana podem ser extensíveis a todo o território, ou seja, se se pode considerar a construção do território humanizado como fenómeno orquitectural. Questão que encontra também o seu lugar no planeamento regional e urbanístico como disciplina de organização espacial. ALARGAMENTO DA NOÇÃO DE FORMA URBANA
O sítio e o suporte geográfico A formo urbano não poderá ser desligado do seu suporte geográfico - e este é um elemento tão importante como os factos construídos . O sítio contém já em muitos casos o génese e o potencial gerador dos formos construídos, pelo apontar de um troçado, pelo expressão de um lugar.
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Rossi refere-se ao csítio» designando-o pelo locus. Mas o locus não é propriamente o sítio geográfico. É o «relação singular que existe entre certa situação local e os construções que estão nesse lugar• . A escolha do lugar, tanto para uma construção como poro uma cidade, tinha um valor proeminente no mundo clássico; a situação, o sítio, estava governado pelo genius loci, pela divindade local que presidia a tudo o que se desenvolvia nesse mesmo lugar. «Ü conceito de locus sempre esteve presente na tratodístico classica, embora já em Pai/adio e depois em Milizia, o seu tratamento adquirisse cada vez mais um aspecto de tipo topográfico e funcional.» 14 01 Pode-se verificar que o território preexistente - o lugar - constitui sempre um elemento determinante na criação arquitectónica. Quando se utilizam modelos idênticos em s1tios distintos, a diversidade dos lugares conferirá identidade própria a cada um. O templo grego repete um tipo arquitectónico, mas de santuário para santuário o diferente situação geográfica faz va riar o seu aspecto. Noutros casos é o lugar que, pelo seu potencial sugestivo, gera a própria arquitectura. Efrequente, em determinadas metodologias de projecto, o recurso sistemático o qualquer preexistência como suporte da forma a criar. Recordo a obsessão das preexistências, evidente no discurso de alguns arquitectos do Porto e Lisboa. Recordo ainda alguém dizer que nada há de mais difícil do que projectar num terreno plano e nu. O processo criativo utiliza sempre, a preexistência como apoio, e elemento e condiciono· dor da forma arquitectónica. Por outras palavras, e como nos exemplos apresentados por Rossi, o sítio é um cgénio» determinante e inseparável da arqu itectura que o ocupo· ró - no fundo, é já a génese da arquitectura. Concluindo, não se pode falar de forma urbana sem lhe associar o suporte geográ· fico, porque o forma urbana é indissociável do seu sítio e do território.
ili limites da cidade Actualmente é difícil ou quase impossível determinar os limites espaciais da «cidade>. A distinção entre cidade e território considera o território como envolvente do su· perfície terrestre onde o homem exerce a sua acção transformadora, e a cidade como o meio geográfico e social formado por um conjunto de construções e cujos habitantes trabalham em maioria no seu interior (41 ). A antiga cidade era geralmente pequena (4 11. A sua forma ligava-se estreitamente o um sítio e a limites (defensivos, administrativos e de fiscalização) que estabeleciam uma barreira entre espaço «construído» e não construído (espaço rural). Com a evolução das técnicas militares e com a industrialização, a cidade transbor· dou esses perímetros, diluindo-se a separação entre construído e não construído. Os consumos de áreas para novos hábitos e necessidades das populações produziram o
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con1unto d A cidod . e u troposnu mSousa . Fovo. esart1culodo d e osde~:nevoJolve-se sé Bento
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sucessivo co lo nizo çào de espaços livres, torna ndo -os p orte d e um todo ma is complexo. Cita ria , por e xemplo, os espa ços livres o u de rec reio paro o la ze r de fim-de-semano, p a ro próticm despo rtivo s ou d e vida ao a r livre. A cidade q ue antig amente tinha jard im tem ho je também g rande s p arques, á re a s ve rdes, e d e protecçà o no seu interior e e xterio r . As praia s d a Caparica o u a Serro d e Sintra , as suas mata s, falésia s e zonas «notvra is-. faze m porte d e Lisboa como cidade -metrópo le e inte ressam aos seus habitante s, ta l co mo o Po rque Ed ua rd o VII o u o parq ue de Monsa nto . A formo urbano q ue a ntigame nte se ligava a u m sítio lig a-se octua lmente a um territó rio . A cidade d eixa de ter uma formo defin ida e marcada, e volu indo poro um con1unto d e formos inter-relacionadas entre si e com o território-suporte. Por outro lodo, os meios de transporte - do automóvel ao avião - origina m novos •forma s• de crescimento e modos d iferentes de compreensão d o e spaço . A mobilidade tornou-se uma quarto dimensão que já não pode ser ignorada quer no le itura quer no composição espacial. Se a ntigamente a intervenção do orquitecto se concentrava em limite s precisos no interio r de um perímetro urbano, hoje a sua intervenção alargou-se, nã o só em dimensão, mos também no campo do octuação, pelo escalo dos problemas q ue tem de enfrenta r. A concepção do forma urbana mudou claramente de escalo. E, logicamente, o es{:olo do concepção arquitectural também mudou: do espa ço urbano be m delimitado e bem definido passou a todo o território como lugar de arquitectura. A arquitecturo teró necessariamente de se orientar poro uma concepçã o do paisagem como conjunto total construído - o paisagem como orquitectura - , e este alargar do campo de octuoçõo acarreta níveis diferenciados de actuação.
A PAISAGEM COMO OBJECTO ESTÉTICO, A PAISAGEM ·coMO ARQUITECTCRA E A ESTÉTICA DA PAISAGEM NATURAL Um terceiro ponto consiste em considerar a morfologia urbano como uma parte do morfologia do território, ou seja, considerar o construção de todo o paisagem humanizado como acção orquitectural. Relembro que o paisagem humanizada e o paisagem natural adqui riram ao longo dos dois últimos séculos qualidades figurativos através de vários fen ó menos culturais e sociais: pelo valor simbólico ou mágico de certos sítios; pela exaltação iconográfico feito pelas artes como a pintura, o fotogrofio e a literatura; e também por reacção à de· gradação qualitativo e baixo teor estético dos urbanizações. Através destes processos, os paisagens foram sendo carregados com os atributos da beleza, capazes de provocar o emoção estético . A emoção estética no contemplação da paisagem tõrnou-se um
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-' 1, no qua l existem o texto e os palavras. Estes ortículom-se e posiciona m-se pa ro fo rma r frases e ideias. Para tra nsmitir uma ideia num texto, exi,tem vórios possibilidades linguísticos, literórios, de estilo e de fo rmo, tal como o mesmo ed1f1cio ou programa pode ser organizado e constru ído com formos e «linguagens• orqvt· tec tónicas diversos. Pode-se também verificar que, sendo os elementos morfológicos relativamente constantes na arquitectura, é através do modo como se estruturam e se organizam qu~ provém o comunicação estética do objecto arquitectónico. Esta constatação é também extensivo ao espaço urbano. Na cidade, o sentido hgu rotivo, como obra de arte colectiva, provém dos objectos - edifícios (ou construções) - e do suo articulação com o espaço por eles definido. O que disse sobre os edifícios é extrapolóvel poro o espaço urbano. Todavia, deide logo, existe a necessidade de estabelecer uma «escala de leitura•, ou seja, estabelecer qua is os elementos mínimos na forma urbana! e:Sub-repticiamente» já o havia feito, quando, ao falar de portas, não mencionei os dobradiças, as fechaduras e batentes, ou, ao folar de escadas, não referi o degrau, o cobertor, o espelho, ou, ao folar do espaço urbano, não falei dos postes de iluminoçõo ou dos fios eléctricos, que também são importantes, mas certamente já em outro nível de leitura. O SOLO - O PAVIMENTO É o partir do território existente e do sua topografia que se desenha ou constrói o e~ dade, e começaria no «chão que se pisa» a identificar os elementos morfológicos does· poço urbano. ~ a topografia e modelação do terreno, mas são também os revestimen· tos e pavimentos, os degraus e passeios empedrados, os lancis, os faixas asfaltados, os carris dos eléctricos e tantos outros aspectos. O solo-pavimento é um elemento de grande importância no espaço urbano, mos elemento também de grande fragilidade e sujeito a contínuas mudanças. Bosto relem· brar as evoluções dos pavimentos, ao longo dos tempos. Mos, em contrapartida, relembraria a enorme diferença de aspecto e comodidade que o correcto tratamento do solo e a pavimentação conferem o cidade. Registo os conflitos dos interesses que disputam o solo público - o tráfego rodovió· rio e o uso pedonal, pelo menos, e o evolução negativa deste conflito em cidades como Lisboa, em que de ano poro o ano o solo disponível poro o peão vai inexoravelmente diminuindo.
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2-20. O ed1hc10 como elemento do formo urbano. O con1unto •Amoreiro~· - Arq ve1ro
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OS EDIFÍCIOS - O ELEMENTO MÍNIMO Poro d efi nir q ual o mínimo e lemento morfológico identificável na cidade, há quees. tobelecer uma hierarquia de valores e fazer uma selecção entre as colecções de objec. tos que povoam o espaço urba no . Em primeiro luga r, há q ue mencionar os objectos cpa rasitórios•, 1s' tão profuso. mente ilustrados na s cid a des capitalistas: néons, anúncios, escaparates, montras, etc., sucedem-se em profusã o, com va riações que a lteram o imagem da cidade. A outro escalão, o mobiliá rio urba no: o banco, a b ica , o quio sque e ainda a árvore, o canteiro ou os pla ntas caracteriza m a imagem do e spaço urbano. Esta s colecçõ es de objectos são , celeme ntos móveis», afectando diferentemente 0 forma do cidade. Distinguiria , no e nto nto, a árvore , pela sua importância e papelquase idênticos aos dos edifíc ios. A e sta qu estã o voltarei mais ta rde. É atra vés dos edifícios que se constitui o e spaço urbano e se o rga nizam os diferentes e spaços identificáveis e com cformo própria»: a ruo, o p raça , o beco, a avenida ouo1r tros espaços mais complexos e historicamente dete rmina d os como os invenções dos ur· banistes ingleses do século XVIII: crescents, squares, circus, etc., ou, de outro modo, se identificam os espaços urbanos mode rnos. A Rue de Rivoli ou a Praça do Comércio se riam bem d ife rentes se os seus edifícios não tivessem as arcadas e expressão arquitectónica que as ca ra cterizam. Os «telhados de tesouro», em Tavira, sendo apenas partes dos edifícios, contam de modo determinante no formo do cidade. As varandas de «pato bravo» {com balanços de cerca de 1,50 metros) constituem particularidades agressivas em cidades antigas. Romperam a lógica do espaço urbonei, constitu ída por edifícios de fachada plana o u com ligeira s saliências, destruindo os en· fiamentos visuais de ruas e perspectivas. Todos estes elementos são determinantes ro formo do espaço urbano, embora ao tratar de certa s q uestões os tenha de secundo11zor. É uma necessidade interpretativo, como quando se semicerram os olhos poro me· lhor captar os traços essenciais do objecto. · Não seria possível continuar a a bordar esto questão sem referir os estudos de Aymo nino, Rossi e outros, da Faculdade de Arquitecturo de Veneza, sobre os relações entre o «morfolog ia urbano e a tipologia edificada » 1ss1. Nesses trabalhos, os elementos primário s d o fo rma urba na são identificados com os tipos construtivos. Os edifícios agrupam-se e m d iferentes tipos, decorre nte s d a suo fu nção e formo , estabelecendo re· loções biu nívocas e dia lécticos com as fo rmas urbanas. A questão d os tipos ed ifica dos, te m sido abordada po r vários autores: desde Polia· dio, em que os tipos se identificam com as vi/las residenciais, às propostas clossificotivos de Quatremêre de Quincy ou de Durond. Para este último, co tipo é um esquemo que
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, ••••M•iA• •' a.»ntsubstituem as expressões «edifício» e «urbanização». O lote é um princípio essencial do relação dos edifícios com o terreno. A urbanização implica parcelamento, quer subdividindo os parcelamentos rurais quer impondo nova divisão cadastral. Desde as mais antigos cidades até ao período moderno, a edificação urbano foi interdependente da divisão cadastral. Construir uma cidade foi também separar o domí· nio público do domínio privado. A forma do lote é condicionante da formo do edifício e , consequentemente, do forma do cidade. Até aos anos vinte-trinta, o lote foi o lugar do edifício e um meio e instru· mento de planificação e separação entre o espaço público e o privado. A colectivização do espaço urbano veio conferir ao lote o estrito papel de assento dos edificações, retirando-lhe uma das suas principais característicos . No unidade de habitação de le Corbusier, o lote deixa, por assim dizer, de existir, uma vez que o edifício não ocupo o solo definido pelo sua projecçõo vertical. Assento em pilares que saem de um terreno público, como público é todo o espaço circundante.
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2-22. loteamentos clondestinos no concelho de Almodo. Planta Codostrol, 1. G. C., 1977, e Levantomento Urbanístico do Plano do Trafario - Vilo Novo - Costa do Ca pa rica , de Carlos Duorte-José Lomos
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Esta é, de resto, uma importante ruptura provocada pela cidade moderna, num quadro de relações diferentes dos elementos morfológicos com o espaço urbano. Os estudos do Laboratório de Urba nismo de Ba rcelona sistematizam três etapas no crescimento urbano: o Parcelamento (crescimento), a Urban ização (infra-estruturação) e o Edificação (construção de edifícios), eJ verificam que nem sempre os três existem ou se encadeiam igualmente. Mas, na expansão urbana da cidade tradicional o parcelamento precede o urbanização, enqua nto no conjunto moderno a ênfase é dado na ur· bonizoçõo e edificação, já que o loteamento não existe, embora se possa sempre identificar como lote o terreno debaixo do edifício (57l .
O QUARTEIRÃO
A definição do quarteirão tanto pode basear-se no sua forma construído como no processo de traçado e divisão fundiário . O quarteirão é um contínuo de edifícios agrupados entre si em anel, ou sistema fe· chado e separado dos demais; é o espaço delimitado pelo cruzamento de três ou mais vias e subdivisível em parcelas de cadastro (lotes) paro construção de edifícios. Étem· bém um modelo de distribuição de terra por proprietários fundiários . Como é também o modo de agrupar edifícios no espaço delimitado pelo cruzamento de troçados. O sistema do quarteirão é muito antigo. É um processo geométrico elementar, ecomo tol começou o sua existência. A partir desse processo elementa r, foi adquirindo estatuto na produção do cidade, como unidade morfológica . Agrupa subunidades, mas pode também constituir a porte mínima identificável no estrutura urbano. Em muitas situações, o quarteirão subdivide-se num conjunto de edifícios e é delimitado por quatro vias. Os edifícios delimitados pelo lote constituem partes do quartei· rão, partes essas por vezes diferenciados em altura, em profundidade, em programo. Noutros casos, como no Baixa Pombalino, o quarteirão confunde-se com um grande edifício ou grande parcela. No Plano do Martim Moniz, (58) as unidades-base do forma urbana são quarteirões identificados com lotes ou os próprios edifícios, fornecendo unidades de edificação operativas no parcelamento do solo em «direito de superfície•. Todavio, se a marcação do lote se identifico com o delimita ção do edifício, o marca· ção do quarteirão pressupõe uma hierarquia superior, identificando-se com a definição do espaço urbano. O quarteirão não é autónomo dos restantes elementos do espaço urbano - os traçados, ou os vias, os espaços públicos, os lotes e os edifícios. Ésimulta· neomente o resultado de regras geométricos de divisão fund iário do solo e de ordena· mente do espaço urbano, e um instrumento operativo de produção da cidade tradicio· nal. Esta dualidade confere-lhe um lugar determinante na cidade tradicional como
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3 .s DESENHO E FORMAS URBANAS NO SÉCULO XIX O século XIX é bastante co mplexo. É um século d e charneira, caracterizado pela continuidade da cidade clássica e barroca e pelo aparecimento de novas tipologias urbanas que vão preparando o cidade moderna. É um período de embate na industrialização e de forte crescimento demográfico. Modificações sociais importantes determinam profundas transformações nas cidades e a sua adaptação a necessidades de infraestruturas, equipamentos, habitaç.'.ío, e novas exigências espaciais. O primeiro quartel do século XIX é ainda de nítida continuidade com o urbanismo clássico-barroco. É o período napoleónico, em que a utilização do «arsenal» da composição barroca é colocada ao serviço do poder imperial e dos monarcas europeus. Por esta razão, quando se estabelecem as referências ao século XIX, tende-se a focar essencialmente a metade posterior a 1850. Todavia verifico que, no século XIX, o desenho urbano vai continuar as regras tradicionais de composição do espaço e de relacionamento das suas partes, ou «elementos morfológicos». A rua, a praça, a avenida, as relações entre edifício fachada-espaço urbano, a utilização de quadrículas e traçados , etc. A ruptura morfológica que se processa no século XIX é de dimensão, escalo e forma geral da cidade. No século XIX, acidade deixa de ser uma entidade física delimitada para alastrar pelo território, dando início ao aparecimento de ocupações dispersas e à indefinição dos perímetros urbanos. É esta a primeira grande ruptura na morfologia tradicional, que será seguido mais tarde pela ruptura produzida pela cidade moderna. Em contrapartida, no século XIX serão produzidas as complexas estruturas e morfologias urbanos que marcam o apogeu da cidade tradicional e tordo-barroco. Seleccionei para um estudo mais aprofundado três exemplos que afirmam no suo complexidade a urbanística oitocentista - Paris, Barcelona, e as avenidas de Lisboa desenhados por Ressano Garcia. Com a apresentação dessas intervenções, penso completar uma panorâmica da produção urbana oitocentista dentro dos objectivos desta investigação. Começo pelos principais vectores da morfologia urbano do século XIX.
A CONTINUIDADE DO BARROCO E O APERFEIÇOAMENTO DA CIDADE BURGUESA Um vector do produção urbana oitocenti~ta erudita continua as tendências doperíodo clássico, utilizando os sistemas de traçados, quadrículas, quarteirões, ruas, avenidas e praças, e refinando a morfologia do século XVIII, com inovações espaciais que
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tornam as cidades mais complexas e enriquecem o estruturo u rbano : jardins e parques; a lamedas e passeios públicos !33J, a venida s e boulevards. Em Inglaterra, os delicados desenhos de J. Nash 3,·, no Regent's Street e no Regent's Park, testemunham grande requinte e subtileza, pesquisando novos espaços . Em França , os troçados napoleónicos {de Napoleão 1) preferem a grandiosidade e monumentalidade: arcos do triunfo, grandes perspectivas, os foros imperiais (351. Esta tendência prolongo-se por todo a segundo metade do século XIX nos expansões e realizações desse período. A introdução de órgãos d e e q uipa mento e serviços va i gerar grandes composições por renovação de áreas degradadas e a suo reestruturação ou por enca ixe acumulativo das novos estruturas: gores de cominho-de -ferro, hospita is, escolas, grandes armazéns comerciais, locais d e diversão e lazer, etc. A quadrícu lo , o geometria, o troçado regular e a perspectiva barroco são abundantemente utilizados, sistematizados e melhorados, produzindo o apogeu da morfologia tradicional. O século XIX marca quase todas os cidades europeias, pelos grandes transformações e forte crescimento: Paris, Barcelona, Madrid, Lisboa, Viena, Berlim, Milão, Turim, Washington e mais cidades americanas, e tantas outros. Emb ora com d iferenças sensíveis de caso para coso, existem princípios comuns de desenho e d e formo que, repito, prolongam e aperfeiçoam o urbanismo clássico barroco. O quartei rão torna-se um processo sistemático e elaborado, com aperfeiçoamentos e melhorias. Serve para organizar o loteamento e o crescimento rápido, em que se torna necessário construir depressa e em grande quantidade. Serve também como elemento de composição e de arte urbana em que a repetição exaustivo é justificada por uma estética já influ enciada pela produção em série e pela mecanização.
A DESTRU IÇÃO DAS M URALHAS E DOS LIMITES DA CIDADE
Coincidindo com os fenómenos de industrialização, a evolução das estratégias militares e o aparecimento de novos armas determinaram, a pedir do início do século XIX, alterações na organização das cidades e ocupação do território. O s novos canhões e a deslocação do teatro da guerra dos cercos para a s batalhas de cam po, bem como outros sistemas de conquisto, tornam os mu ra lhas pouco úteis. A compressão dos construções no interior dos perímetros fortificados torno -se d esnecessário e permite alterar o entendimento do cidade. Devido às necessidades de consumo de solo pela industrialização e ao aume nto demográfico, a cidade invade o ca mpo e alastra indiscriminadamente paro foro das muralhas e fortificações . Uma segunda etapa consiste no d estruição das muralhas e ap roveitamento da área desocupado paro o construção de anéis viários envolventes. O boulevard nasce destas
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4-6. Sir Edwin Lutyens. O plano de Nova Deli - 1911 . Vistos aéreos do zona do Polócio dos Vice-Reis e grande avenida, e do Conoughth Cicus - onos trinta. A grande avenida com os Ministérios e o Polócio dos Vice-Reis ao fundo.
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4-7. Albert Speer e o GSI. Plano de Berlim 1934-1945. 1. Desenho de Speer paro a Gronde Ave· rvdo, 1936. 2. Plano definitivo da Grande Avenida, ligando (de cimo poro baixo) o Estação. Nor· te, Cómoro Municipal, Reidutog (com o gronde cúpula), o Choncelorio, OKH. o Memorial do Soldado, AEG, Ópera, e Ministérios, o proço octogonal, o Arco do Triunfo e o Estação Sul. 3. Moquetos dos zonas residenciais de expansão. Sectores norte e sul de Sudsstadt
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4-8. Albert Speer e o Plano de 8orlim. Moquoto do Grande Avenida com o Arco do Triunfo o a cúpula do Reichstog, 1940.
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t11dril11 JlMA.sF1snEI dam desfasadas: o crítica exerce-se sobre os realizações Artigo em Progressive Architecture, n. 0 3.88 recém-construídos e sobre o urbanístico moderno, referenciando e elogiando os cidades antigos; a prático profissional tento reinventar e imaginar espaços e formos que contivessem o equivalente dos qualidades e atributos dos espaços tradicionais. O utro série de acontecimentos iria evidenciar, nos.anos sessenta, o necessidade de estratég ias d iferentes para o desenho do cidade: o crítico multidisciplinar contra o construção em altura; a realização de conjuntos habita cionais de baixo a ltura, como o Sledlung Hallen (3l; e, finalmente, a constatação do impossibil idade de se organizar acidade como objecto finito, culturalmente significante, onde o orquitecturo interviesse o uma escola global. · A crítico à construção em altura fez ressoltar inconvenientes vários, desde o segura~1ço aos prejuízos psicológicos e sociais no população, nomeadamente no formação intelectual das crianças que habitavam longe do solo. Outros investigações demons revem que, aumentando o perímetro dos construções, se atingiam densidades elevadas
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sem quebra dos pressupostos económicos e da mais-valia fundiária. Por outro lado, os edifícios excessivamente altos introduziam nas cidades e nas paisagens transformações nem sempre desejáveis. A impossibilidade de intervenção arquitectónica à escala global da cidade criaria o descrédito nos grandes plonos-directores e faria ressaltar a importância dos ambientes e espaços onde realmente vive o cidadão, remetendo progressivamente poro o trabalho de pormenor sobre a «forma urbana» e o desenho do espaço público. Simultaneamente, arquitectos, sociólogos, outros profissionais, e a popula ção em geral constatavam a probreza espacial, funcional e qualitativa das periferias organizadas pelo urbanismo operacional, sempre pouco criativo, e descobriam o desperdício do território e da paisagem e do seu potencial para fazer cidade. Ligando-se o esta questão, estará a redescoberto, em meados dos anos sessenta, dos valores visuais e da imagem do espaço urbano em estudos de grande impacte: Gordon Cullen valoriza os sequências espaciais, a pequeno escola e seus pormenores, desde os pavimentos ao mobiliário urbano, enquanto Kevin Lynch e outros do M. /. T. apelam para o desenho do cidade, o fim de melhorarem a sua imagem visual. A cimagem da cidade», arredada dos preocupações do urbanismo, reaparece no debate como um objectivo determinante para o bem-estar intelectual e social dos cidadãos. Esta atenção ao pormenor urbano e à imagem da cidade interligo-se com o interesse que será consagrado à cidade histórica, cujos centros comprovavam um potencial inequívoco para a utilização social e o vida colectiva. A cidade antiga deixa de ser encarada como um território insalubre de «ruas-corredor», mero campo de renovação urbana e imobiliária, passando a ser um bem precioso, insubstituível e de grande valor. Este processo teve um marco importante no destruição do Maison du Peuple de Victor Horto, em Bruxelas, e dos pavilhões Baltard, nas Halles, em Paris, que em g rande polémica demonstrariam os equívocos e o selvajaria das renovações urbanas gratuitas. Também na década de sessenta surge um importante contributo provindo da investigação italiana nos escolas de Milão e Veneza, envolvidas com o movimento q ue se denominaria de Tendenza. Refiro-me a Rossi e outros arquitectos, como Aymonino, Cerasi, Grassi e Gregotti e o próprio Tafuri {~),em trabalhos como a Arquitectura do Cidade, os famosos Rapporti tra la Morfologia Urbana e Tipologia Edilizia, O Terrifório do Arquitectura e numerosas investigações sobre cidades italianas (cujas conclusões eram facilmente extensíveis às cidades europeias), sobre as políticos de conservação e restauro como em Bolonha (5) e sobre a integração formal entre as periferi.as e os centros urbanos. No seu conjunto, a produção italiano desse período contribuiria fortemente para chamar a atenção para a cidade histórica, para o presença da arquitectura no desenho da cidade e a reabilitação das formas urbanas tradicionais. Contribuiria também para a redescoberta de autores da urbanístico formal e da geografia urbano, como
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Poete, Lovedon e Tricort; paro o demonstração dos contradições do funcionalismo ingénuo e primório e, finalmente, poro a abertura de um campo estruturado poro o desenho do cidade onde se recolocasse o integração do orquitecturo e do urbanístico . Um pouco posteriormente aos movimentos italia nos, os trabalhos da escola de Bruxe las, com andados por Mourice Culot, ou a produção dos ir mãos Krier, atingem um revivalismo obcecado pelo cidade antigo. Robert Krier (61 inicio, no princípio dos anos setenta, o cruzado p elo cidade tradicio nal europeia «tal como se ia formando no século XIX», com o qual se propõe reatar a continuidade morfológica. O seu irmão Léon e o escola de Bruxela s, com Mourice Culot, exarcebom o regresso ao passado, repropondo os materiais tradicionais no construção, rep udi'àndo o automóvel, luxo desnecessário face ao equilíbrio funciona l do cidade, numa utopia social que renuncia à industrialização e imagino o população feliz no seu bairro, entregue a tarefas artesana is... A escola d e Bruxelas organiza um intenso debate, realiza controprojectos, envolve-se em lutos urbanos nas zonas mais ameaçados do capital belga, defendendo com misticismo as suas ideias e divulgando-os nos Archives d'Architecture Moderne. Num dos congressos, é declarado por Fernando Montes o frase polémico : «A único maneira de
permanecermos modernos é aplicarmos à arquitectura moderno o mesmo trotamento que esta aplicou à orquitecturo académica» m, ou seja, a sua supressão puro e simples! t este o período mais vivo de contestação à cidade moderna, que culminará em 1980, na Bienal de Veneza, que integrava pelo primeira vez uma secção de orquitecturo . Sob o signo da Presença do Passado, o grande atracção seria a Strada Novíssima, uma rua em que os fachadas eram projectodos pelos orquitectos convidados . Esta crua » simbolizava o conteúdo programático e ideológico da mostro, enquanto os fachadas pretendiam, no traço e fantasia dos seus autores, afirmar a libertação estético face à pureza moderno, e ao estilo internacional e a abertura ao contextualismo e ao reencontro com a História. N o mesmo período, o crítico Charles Jencks descrevia a morte do arquitecturo moderno com a aparatoso demolição do bairro de Pruitt lgoe, de M inoru Yomosaki, «ocorrido às quinze horas e trinta e dois minutos de tarde de 15 de Julho de 1972-. 1s1, após o acusação comprovado de o desenho do bairro ser responsável pelos problemas sociais e morais da sua população. Ultrapassando o anedota bem humorado de Jencks, este acontecimento paradigmático reconhecia as incidências da forma urbano no ambiente social e moral dos cidadãos . De facto é no início do década de setenta que a urbanística moderna, já gravemente ferido, começaria mesmo o «morrer». N essa mesma d écada, surgia o designação de «arquitecturo pós-moderno•, interligando -se aos movimentos filosóficos e estéticos em outros áreas do pensamento, como o posição à cu ltura moderno. Tal designação foi rapidamente absorvida pelos
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meios críticos e profissionais para abranger um co njunto de manifestações diferentes na orquitecturo, mos com um pólo comum: a recuso do cidade moderno . As arquitecturas «pós-modernas», que se desenvolveram a partir dos anos setenta, acabariam na utilização esclerosado de feitios clássicos - arcos, frontões, colunas, janelos, quadrados, etc. -, pervertendo e banalizando os manifestos iniciais. Aquilo que num primeiro tempo fora uma revigorante oposição ir ia cair em fórmulas de utilização fácil ou de «pronto o vestir» que se traduziriam no desenho urbano, pelo utilização indiscrim inada de ruas, quarteirões e praças, por vezes com inconsistente avaliação dos pressupostos culturais e funcionais, tomando o «feitio» pelo forma, sem o seu conteúdo! Hoje, fazendo o balanço ao que se designou de «pós-modernismo:., verifico-se o sedimentação de alguns vectores no projecto orquitectónico, como a recuperocõo do prazer sensorial da arquitecturo e do espaço urbano, o reintrodução da figurocõo e a utilização de valores que haviam sido banidos, como o simetria, a cor, a ccomplexidode e o contradição» (91. O «pós-modernismo» permitiu, sobretudo aos orquitectos mais jovens, afirmarem-se no campo projectual e superarem o contradição e antagonismo entre a tradição e o contemporâneo. Neste ambiente de crítico ,à cidade moderno, a recuperação do passado parece ter sido o tónico dominante. É assim que arquitectos proeminentes, estudantes de arquitecturo e tontos outros profissionais voltaram a projectar ruas, quarteirões, praças e contínuos construídos. Esta questão leva-me o pensar que o principal denominador comum das vários tendências que têm cruzado o panorama arquitectónico nos últimos vinte anos sera justamente a mudança radical de atitude nos relações entre arquitectura e cidade, e no modo como os programas e edificações se inserem no tecido urbano. Tai aspecto é, sem dúvida, muito mais importante do que questões superficiais, como feitios, linguagens ou estilos (101, que se têm sucedido de ano para ano ou de autor paro autor. Tera sido nesta área que o pensamento e o teoria orquitectónica mais evoluíram e em bases culturalmente mais sólidas, sendo mais promissores o s resultados obtidos. Este entendimento do urbanismo vai de par com os aberturas contextualistos, historicistas, revivalistas, ou pela recuso dos relações primárias entre o forma e funcõo (com o subalternização da primeira), conferindo grande importância às preexistências, ao património e à História no gestação do projecto. Estas linhos de forço significam uma «maneiro diferente de pensar a arquitecturo e o urbanismo», que rotularia de «Novo Urbanismo» (11 1, em antítese com a designação de «Urbanismo Moderno», e que paradoxalmente retomo o percurso do «Urbanístico Formal», interrompido vai poro cinquenta anos. Ter6 sido o generalização até à banalidade do «urbanístico operacional» e o obser-
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voçõo dos seus resultados que constituiu (como tentarei derno nstror) o m lhor caldo cultural para a crítica ao «Urbanismo Moderno• e a gestação do 11 Novo Urbonismoii . O s postula dos do Movimento Moderno, que produziram os piores porvorsõ s do urbanístico operacio nal, foram denunciados e a ba ndonados; o orientação solar, no disposição dos edifícios; a livre disposição de torres blocos segu ndo abstrocto1 piam mosse; a sepa ra ção funciona l dos progra mas e o zonomento do cidade; o hi rorqu1za · çõo do trófego e a separa ção po r níveis e ntre o peão e os automóveis, e a ssim por diante, atingindo toda o vulgata da urbanístico dos a nos cinquento-seuonto . Todavio, a ssim como o Movimento Moderno havia conde nado o crua -corredor• e o quarte irão se m uma análise profundo das suas particularida des e rela ções com o cidade, os primeiros repúdios da Cidade Moderno proviera m també m d uma reacção emotivo e de um ree ncontro també m e motivo com o cida de a ntigo e a História. As referê ncias à cidade barroca-oitocentista a ssumida s nos a nos sete nta deveriam ser questionados, no medida e m que induziram à pe rda de valores, como o insola ção dos alojamentos, a ge nerosidade dos espaços livres e outros contributos modemos. E verifico-se, em contrapartida, o banal repetição do no vo vulgata morfol6gico, em qualquer situaçãc., se ja habitação social, complexo turístico ou centro cultura l, modelos de ruas, quarteirõE s e pra ças para «todo o te rreno• . Muitas pro postas de desenho urbano dos anos setenta-oitenta parecem te r saído dos carvões de Nash ou de Eugénio dos Santos. Parecem os orquitectos vestir roupagens dos seus antecessores barrocos ou do barão Haussmann, ao seguire m sem reflexã o os mode los dessa s é pocas. Estas reacções foram mais apaixonadas que racionais e por vezes faltou-lhes um suporte cultural mais sólido. Com o tempo, viriam a sofrer ine vitóvel desgoste. Tiveram, apesar de tudo, um papel importante nos no vos a titudes poro com a cidade, o urbanismo e o desenho urbano. Neste debate, sinto a necessidade de retomar o percurso da «urba nístico fo rmal• no ponto em que esta havia sido interrompida e atrevo-me a pensar que o nosso formação pode enfermar de lacunas e omissões semelhantes à s de monstra das pelos orq uitectos modernos. Estaremos o seguir docilmente a boutade de Fe rnando Mo ntes 1 1 21~ ••• Não me parece tão necessório recuar no tempo a té à cidade do século XVIII ou XIX, quando dispomos de modelos mais recentes que, e m tontos ca sos, darão melhores respostas. E seró necessário promover os debates sobre a Urbanística Formal, que lhe possibilite servir de reflexão poro o dese nho urbano conte mporõneol O «Novo Urbanismo• significo, antes do mois, a contestação à urbanística operacional burocrática e às suas formos, procurando novos cominhos no desenho do cidade. Esta procuro atingiu hoje um patamar rico de ideias e propostas, o que não faltam também algumas contradições. O Novo Urbanismo encaminho-se paro uma posição ma is ecléctico e com maior
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abertura aos contributos do História, mesmo os mai·s recentes, aí incluindo o reavaliação do moderno. Muito haverá a esperar de experimentações realizadas desde os modelos de qualifica ção da cidade no IBA, em Berlim, a planos como em Madrid, Barcelona e outros aglomerados, algumas realizações francesas, como a ZAC Guilleminot-Vercingetorix , ou experiências nacionais, e, finalmente , a prático de concursos poro conjuntos urbanos, que têm estimulado a criofr.1idade e a inovação. Neste leque de soluções, tem sido evidente a influência das relações morfológicos presentes na cidade tradicional - o que distingue claramente o Novo Urbanismo do Urbanismo Moderno, e mais ainda do urbanismo burocrático e operacional. Não se pode conceber do nada e não se pode desenhar a cidade só a partir do imaginação fervilhante. A cultura urbana e o conhecimento dos modelos e tipologias disponíveis são também muito importantes. Chegado a este ponto, e antecedendo as conclusões que preferiria remeter poro o última parte, ocorre-me questionar quais os materiais, instrumentos e métodos culturais hoje presentes no estirador para o exercício do desenho urbano. Em primeiro lugar, há que reconhecer que o entendimento actual da cidade é diferente das crenças e das atitudes modernas. Nos países e meios em que a cultura urbano e arquitectónica tem evoluído com mais vitalidade e sensibilidade, existe de novo a convicção de que a urbanística e o desenho urbano poderão (e deverão) ser os disciplinas de reconciliação do homem com a cidade, capazes de produzir ambientes de grande qualidade, esteticamente estimulantes e acolhedores das actividades humanos. Nesta · óptico, a urbanística e o desenho urbano readquirem o papel que tiveram no passado. Por outros palavras, parece existir de novo a fé e capacidade de a FORMA URBANA contribuir o vários níveis paro a qualidade de vida dos cidadãos, recuperando as relações morfológicos que haviam caracterizado a cidade tradicional. No seu conjunto, os programas que têm alimentado o debate teórico, o ensino e a prático profissional mais evidente podem agrupar-se em dois vectores principais: • o interesse pelo cidade antiga, sua preservação, conservação, restauro e revitalização, entendendo-o e recuperando-a na sua integridade física, funcional e social; • o reavaliação das relações morfológicas existentes na cidade tradicional poro o desenho do crescimento e expansão ou para as intervenções no seu interior.
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6-25. IBA. Berlim. Algumas propostos dos concursos paro zonas de reconstrução. Reformulação dos quarteirões, ruas e praças. Reconstrução da cidade tradicional
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A experiência de Berlim mostrado em 1987 - no celebração dos quinhentos anos da cidade - foi um marco do «novo urbanismo» e permitirá a reflexão sobre os modos de intervir na cidade. Lição importante para casos como Lisboa, onde as políticos urbanas têm sido radicalmente contrórias à formulação teórico dos últimos a nos. UMA EXPERIÊNCIA FRANCESA: A ZAC GUILLEMINOT
A história de ZAC Guilleminot-Vercingectorix, na zona de renovação de Montpornasse em Paris é outro exemplo da involução dos sistemas de intervenção urbano. A história do décimo quarto arrondissement começa na Paris de Haussmann em 1860, com a sua anexação ao perímetro administrativo da capital, em rápido desenvolvimento de habitação e pequena indústria. Depois da segunda guerra, a zona entro em decadência, até que em 1961 o Plan d ' Urbanisme Directeur (PUD), no espírito do urbanismo operacional, propõe a renovação urbana por um complexo de escritórios e apartamentos na contiguidade da célebre operação do Maine-Montparnosse. O primeiro estudo para a ZAC de P. Novarina é concluído em 1974 e consubstancia os princípios do urbanismo moderno operacional e da construção industrializado. Como em tantas outras operações dessa época, apontava uma laje contínua elevada o 4 metros do solo, que separaria os peões dos automóveis, demolindo os edifícios existentes, reconstruindo blocos e torres assentes em pódio sobre a laje. Antes do plano acabado, é concluída a «famosa» torre Maine-Montparnasse, que de imediato levanta protestos públicos. A municipalidade de Paris decide então rever o sua política urbana, questionando as desastrosas rupturas com a cidade tradicional. O plano de ocupação dos solos (POS), de 1974, escorraça as torres sobre pódios e restabelece, de certo mod.o , a rua e o lote como unidades de planeamento. Novos planos feitos em 1975 e 1977, abandonam as vias rápidas, mas mantêm a estruturo projectada. Mas, de 1974 a 1979, nenhuma construção é iniciada,~ degradação do bairro acelera-se e um novo plano é estudado pelo APUR (Atelier Porisien-d'Urbanisme}, o qual respeita a continuidade histórica na sua diversidade e consagra a tradição. Quase todas as ruas são conservadas, vários edifícios antigos são preservados e recuperados, e as novas construções são realinhadas com as ruas, com cérceas uniformizadas a sete pisos. Novos espaços públicos são criados ao longo dos eixos viários. A realização dos edifícios é confiada a uma dúzia de arquitectos, de modo a recriar a diversidade de linguagens. O bairro seria mais reconstruído do que renovado. Comparado este plano com os planos dos anos sessenta, vei:;ifica-se que existe um grande esforço de controlo sobre o desenho dos edifícios: altu'ra, alinhamentos, im-
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plantações, volumes, materiais, fachadas e cores, numa tónica contextualista, não sem tensões e contradições entre orientações urbanísticas e os projectos de orquitedura. Paro os responsáveis do plano, o estruturo fundiária e as funções são mais importantes do que a estético orquitectónica. Este «Novo Urbanismo» apela ainda para benefícios sociais e psicológicos na procura de uma «vida de bairro» favorecida pela permanência de habitações, comércios, pequenas indústrias e serviços, e também pela disponibilidade de espaços de convívio. O modelo cultural aproximar-se-ia da vie de quarlier do Paris de antes da guerra, onde a vida privada e o convívio social se entrecruzavam com os espaços privados e públicos, onde as crianças ainda brincavam na rua {a Sr. 0 Jane Jacobs também desejava isto) e as mães se encontravam no mercado ... Ainda para os responsáveis do plano, a morfologia influenciará positivamente a vida social, evitando a alienação provocada pelos blocos modernos. Provar-se-á no tempo se o retorno à estrutura tradicional conseguirá recriar verdadeiras comunidades no interior de um processo de renovação urbana. A ZAC Guilleminot-Vercingectorix é um exemplo do «Novo Urbanismo• pelas suas propostas e pela ligação a uma das operações mais discutidas na história do urbanismo (Maine-Montparnasse), pela participação de arquitectos proeminentes - Boffil, Portzampac, Grumbach, Novarina, Bernard, Zubleno e outros - e também pelo significado preciso na involução dos políticos urbanísticos francesas. Um pouco por toda a parte o «Novo Urbanismo» implanta-se e a morfologia tradicional substitui o morfologia moderna. Por vezes, é certo, tomando mais o feitio e a aparência do que a forma, outras vezes indo ao fundo dos questões, como no programa Banlieues 89 168), que se propôs intervir nos periferias, redesenhando-as e reequipando-as, pretendendo dotá-los de vida urbana através de nova morfologia e dinâmica funcional. Tanto em Berlim como na ZAC Guílleminot, trato-se, em última análise, do processo de «desenhar» sobre o desenhado, de construir sobre o construído, aceitando a organização do território por acumulação de intervençQes e sobreposição de contributos, mantendo a procura da forma como objectivo qualificador.
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,____ __, 300:i'90rll 1974 PLAN, ZN:. GUILLEMINOT
6-26. ZAC Guilleminot, Vercingectorix. Paris. Plano do Zoe em 197 4 (oindo com volumes soltos e espaços publicas residuoi.s). Imagens dos intervenções recentes. 1. R. Boffil: reconstituiç6o do praça circular. 2. A. Grumbach: reformulação do ruo tradicional. 3. J. C. Bernard (idem)
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6-27. ZAC Guilleminot, Vercingectorix. Paris. Maqueta do intervenção do recente reconstrução do ruo e praça e projectos de vários arquitectos
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. 1 6-28. O . M. Ungers: proposto vencedoro do concurso paro o complexo res1'dencio Forellenweg, em Solisbúrio, 1983. Plano e perspectivas
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O NOVO URBANISMO EM PORTUGAL
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Faze r um bala nço do novo urbanismo exig iria talvez colocar uma série de questões a montante, tais como a situação ca ótica da urba nística em Portugal, o desinteresse generalizado q ue a Ad ministração central e a municipal votam ao plane ame nto urbano, a debilida de do debate disciplinar nos meios profissionais e, finalmente, a ausência de escolas de urbanismo a fu ncio narem continuadamente e com orientação definida . Deste conjunto de questões, depreende-se, logicamente, que a prática urbanística portuguesa não é animadora, nem nos processos nem nos resultados. Para a Administração a execuçã o de planos é o preço para cumprir formalidades legais, viabilizar iniciativas o u obter dividendos pol íticos. Os planos são «males necessários», mas que se alteram facilmente e se abandonam sempre que não convêm a interesses menos claros. Para os arqu itectos, o planeamento urbano é uma tentativa frustrante de controlo do te rritório, um meio de subsistência e trabalho, ou um processo de conquista de posições no mercado de trabalho como veículo de outros projectos. Em vinte anos de actividade profissiona l, pude acabar e ver construída uma dezena de edifícios, enquanto dos numerosos planos executados quase nem uma só rua ou espaço urbano vi construídos. Tanto assim é que as realizações citadas mais adiante enquadram-se quase sempre ma is na área do projecto a grande escala do que no plano urbanístico, como os Planos Integrados e outras realizações que só envolvem um único promotor - Estado ou Município - , e em condições de total domínio fundiário. Outra questão se coloca: a dificuldade de obter documentação, pela falta de registo sistemático em arquivos e publicações, apesar da acção das poucas publicações ex istentes, como as revistas Arquitectura e Arquitecfura Portuguesa, ou outras menos arquitectónicas como Sociedade e Território e Cadernos Municipais . Neste contexto desmotivador, têm sido os profissinais mais envolvidos e inquietos quem tem acompanhado a evolução das ideias, e as poucas realizações efectuadas obrigam-me a reconhecer que com melhores oportunidades de trabalho, a urbanístico portuguesa andaria de par com as suas congéneres europeias .. . Em Portugal, não existiram condições como no resto da Europa para a obsessivo implantação das doutrinas modernas; nem Portugal teve os grandes programas públicos de renovação e reconstrução das cidades provocados pela devastação de uma guerra em que não entrou. Nestes últimos quarenta anos, os problemas tiveram natureza diversa, como também diverso foi o ambiente cultural e social. Afirmar esta diferenciação pode ser um lugar-comum, mas a juda a compreender muita coisa. Os ideais e estética do Movimento Moderno entraram com atraso em Portugal e só conseguiram impor-se a partir de 1950, com o progressivo enfraquecimento doutrinário do regime salazarista. As orientações estéticas do regime filiavam-se, não sem polé-
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6-30. Joõo Paciência: Plano Integrado do Monte da Caparica, Almada. Célula do plano. Projedo, 1975
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micos e contradições (veja-se Duarte Pacheco, António Ferro), nos modelos da Alemanha e da Itália. Um bairro como Alvalade, propunha morfologias habitacionais aceitáveis pelos poderes públicos, embora contivesse inúmeros inovações (6 9l . Já no complemento da Avenida Estados Unidos do América, os arquitectos conseguiram (apesar dos oposições municipais) dispor os blocos em ângulo com a avenida; o Bairro das Estocas marcava também uma orientação claramente racionalista e moderna . Nos anos sessenta, os Olivais (orq. C. Duarte) receberiam influências, sem dúvida, dos modelos nórdicos, o «moderno humanizado» 17 oi, e em algumas zonas surgem ruas e praças, enquanto uma escalo humana predominará em todo o conjunto. Em Cheias, outra urbanização que se sucederia aos Olivais, é nítido o influência de Toulouse-le-Mirail, através do organização de percu rsos e do volumetria construída, embora sem o ruo comercial e sem abandonar o zonomento e separação de funções. Os resultados visíveis redundam num conjunto de megoestruturos e volumes descontínuos, e disléxicos, cujo efeito é agravado pelo segregação social do bairro. Até meados de setenta, os planos e realizações públicos são largamente influenciados pelos correntes que vão surgindo pela Europa. São dessa época os Planos Integrados, seguindo os modelos dos grands ensembles e enfermando dos mesmos problemas. Em Sines (1970-1972) o modelo de planeamento decorre das «grelhas neutras» experimentadas em Milton Keynes e nessa mesma época nota-se a influência britânica em alguns sectores profissionais. No Monte da Caparica, surgem conjuntos mais articulados e contínuos, ainda sem o sentido de rua, aproximando-se de congéneres anglosaxónicos e nórdicos nas vias serpenteantes e implantação das construções. Já nos urbanizações privadas o «urbanística operacional» frutificou largamente. A implantação solta e desconexa de blocos, torres e bandas resolvia bem os objectivos dos promotores em construir na sua parcela sem preocupações de conjunto, densificando sucessivamente, vendendo fogos, antes dos espaços livres e arruamentos concluídos, etc. É na iniciativa privada que o pior «moderno operacional» vai existir. Bairros como Carnaxide exemplificam os resultados desse modelo de composição, apesar da abundante arborização, vegetação e até cuidadoso tratamento dos espaços exteriores. O declínio do regime, marcado pela guerra colonial, e o Governo de Marcelo Caetano, de abertura neocopitolisto, trará o perda do autoridade do Estado, o enfraquecimento do intervenção público e o aumento da suo incapacidade em ordenar o território. Os arquitectos são progressivamente remetidos poro um papel secundário e a urbanística operacional e burocrático instala-se, sendo incapaz de controlar não só a forma do território, mas também as infra-estruturas e os programas. Neste contexto, planos de pormenor e planos de loteamento, uns de iniciativa pública-municipal, outros de iniciativa privada, não serão mais do que abstroctas disposições no solo de ~Íocnom contidos no q~orteiroo dofimdo pelos Av. Antonio Augusto de Aguaor o Sidonio Pois Ao os poço publico da pro ao do •errtoro . vonando desde a implantoçóo e ro o a smo fT'OO ate ao quarteirão em continuo construido e
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Paralelamente , outros sectores do planeament o urbano eram objecto de trabalho, como a s questões do ci rculação e est acionamento e o dotação do cidade antigo de regras que permiti ssem o circulação pedonal num tecido urbano de ruas demasiado estreitas . Algumas propostos permitirão marcar a cidade do i n ício do próxi mo m ilénio, como o grande alameda ou campo fron te i ro ao hosp i tal , vasto espaço livre aco mpa nhado por arruamentos e const ru ções que configuram um parque rectongular alongado e organizarão o s actividodes do terciário e um novo pólo direccional e de serviços. No termo opo sto, a qualificação da A ve nida Marginal, construído há 50 anos pelo " Plano Aguiar", preten de resolver um dos problemas criados nos anos quarento e reaproximar a população, a vida u r bano e o cidade do seu porto. Propõe - se o construção de um percurso com equipamentos à coto do água e a ampliação do marino devolvendo a s docas de recreio poro o saco do porto e voltando o colocar os embarcações junto ao tecido urbano. Poro as zonas mais imediatas do crescimento urbano, os Planos de Pormenor de S. Gonçalo - Papote rro e da área o nascente do Hospital do D ivino Espírito Sant-0 concretizam no desenho de pormenor as intenções do Plano de Urbanização - reforçados pelo possibilidade de se concretizar um troço da cidade em projecto de e xecução. Esses planos de pormenor organizam uma vasto área - faixa nascente - poente - desenhando os espaços, fixando a geometria e o i mplantação do sistema vió ri o e dos espaços públicos, e a porte mais complexa e menos garantida, a volumetria e formo das edificações. Nos planos de pormenor projectoram -se com rigor e minúcia as formas urbanos e o desenho dos espaços p ú blicos, definindo-se os modelos poro o desenvolvim ento da cidade . Uma dos oportuni dades de concretização do Plano de Urbanização e dos Planos de Pormenor paro o desenho do crescimento do cidade - o construção de n ovos espaços públicos significantes, novos praças articulados com os grandes t raçados vió rios e o assentamento de equipamentos - tomou formo com o realização do projecto da Esco la EB 2 ,3 e Ensino Artístico em Ponta Delgada. O projecto confirmou e aprofundou a s ideias do Plano de Urbanização e dos Planos de Pormenor, concretizando no espaço fronteiro do nova escola uma grande praça pública que enquadrasse e dign ificasse o equipamento, lhe acentuasse o cará cter utilitá ri o e significativo po r o o cidade e interligasse o equipamento com os áreas urbanas o sul. A novo praça é desenhada como local de permanência e estada e tombem de
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6-61. Plano do Pormenor do Salvaguarda o Volorizaç6o do Contro Histórico de Ponte da Barca. Planta geral do conjunto dos Piscinas Municipais e Centro de Venda de Produtos Regionais - Rostouro do antiga Cooperativo - sobre o rio lima, 1997
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6-62 Ponte do Barco - moquette do conjunto dos Piscinas Municipais e Centro de Venda de Produtos Regionais - Restauro da antigo Cooperativo, restabelecendo o relação entre o centro histórico e o rio Lima. Pro1ecto 199-4-97. Obra 1998-2000
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Os planos de salvaguardo e volorizaçao destes centros historicos constiturram também uma oportunidade unice de reflexão sobre as metodologias da salvaguardo e reabilitação , de análise do cidade tradicional e do seu desenho. Contribuíram para consolidar o ideia de que o cidade é um todo, desde o suo formo geral aos pormenores dos seus edifícios, dos técnicas construtivos utilizadas ó expressão da suo orquitectura . Que entre a forma geral do cidade e o pormenor das fachadas e coberturas e os tipologias edificados há um todo coerente e contínuo que se tem de entender sob pena da perda de coerência, identidade e qualidade. Intervir hoje no cidade histórica deve ser antes de mais valorizar o que existe, discretamente, com humildade e respeito , aceitando que o que se possa fazer agora não pode ser nem será superior ao que foi produzido em séculos de trabalho e acumulação. Mas dos planos dos centros históricos realizados nem todos tiveram a mesmo eficácia . Aprovados e eficazes, os de Moura e Ponte da Barca (este já objecto de revisão em 1996/ 98) têm permitido evitar os moles maiores, enquanto o de Tavira , nunca aprovado, foi servindo de contraponto quando necessário e "refeito" quando também "necessário". O da Horto, inscrito numa acção mais vasta , e face ao ritmo de construção local menos agressiva e dinâmico, tem tido uma acção largamente positiva na consciencialização do poder local e na disciplina introduzida nas regras da construção , de resto gratamente reconhecido pelo Conselho Europeu de Urbanismo em 1997/ 98 . Em Tavira, o Plano permitiu, apesar de tudo , alguma contenção na destruição que a cidade certamente teria tido sem Plano . Pelo menos evitou as grandes renovações urbanas. Talvez uma dos acções mais positivas na continuidade do Plano constitua a realização da recuperação do Palácio da Galeria e Adaptação a Centro Cultural, início de uma transformação qualificadora da colina genética da cidade. Com este conjunto de planos aprenderam-se as lições da cidade tradicional, da suo arquitectura e dos seus valores espaciais, e configurou-se um escalão próprio e específico do desenho urbano no trabalho de salvaguardo e valorização . Foram lições e aprendizagem da cidade tradicional , certamente influenciadoros dos reflexões deste trabalho .
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Termino este trabalho, fatigado pelo exten'lÕO atingida, mais lo nga e exaustiva do que iniciolment~ previro, e com o suspeito de te r repetido orgumento5, repisado teSim, CAMILLO mas, recalcado ide ias, no difícil tarefo de destrinçar o e maranhado d e questões que se prendem com o desenho A Arte de De senhar os Cidades urbano. Sem que fosse meu objcctivo, também me aproximei involuntariamente de uma «história do desenho urbano», embora reconheça o necessidade do experiê ncia histórica no quotid ia no do exercício da arqurtectura. Uma série de conclusões parciais foi sendo estabe lecida nos capítulos anteriores e neste final pouco mais terei a dizer, senão relembrar a spectos essenciais e a crescentar conclusões que só agora têm razão de ser apresentados. Verifico, em primeiro lugar, que, desde h6 séculos, a arquitectura, em diferentes contextos e situações, retomo incansavelmente o mesmo questão de fundo, a inda hoje em aberto : como colocar os edifícios no terreno, articulando-os, dando-lhes significação e resolvendo as organizações funcionais e distributivas necessória s às adividodes humanas. Por outras palavras, como formar espaço urbano ou construir o cidade e o território. Certo é que a simples existência de duas construções e m proximidade é suficiente poro que se estabeleçam relações visuais, estéticos e ambie ntais que são do domínio do arquitectura. Como conclusão fundamental, devo afirmar que a pro dução do cidade e do território são do domínio arquitectónico, num processo que deveria ser liderado pelo desenho, desde as fases de programação e planeame nto até 6 realização dos construções. O desenho significo a unidad e do mé todo orquitectónico, sem o qual não poderá existir verdadeira criação de espaços urbanos ou transformações qualitativos d o território. Para além do seu contributo específico como disciplina criativo , a arquitecturo assegurará a continuidade entre os vários escalões de organização do território e níveis de produção do espaço. A questão reside e m reco locar o DESENHO e a MORFOLOGIA URBANA no centro da produção da cidad e. Trata-se de inverter o te ndência do planifica ção o pe racio nal de apenas gerir e administrar o consumo d e espaço indife re nte à forma físico, e contrariar o ideia de que
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a a rq uitectura já não pode pretender intervir numa esca la territorial. Troto-se de recolocar a a rquitectura como fio condutor da organização territorial, contrapondo os seus modelos a mbie ntais aos modelos essencialmente funcionais, económicos e administra tivos, cuja fa lência tem sido demonstrada ao assegurare m o crescimento do produto à custa do destruição do ambiente e da cidade histórica . Não é mais possível a ceitar a intervenção da arquitectura só no fi nal do processo de produção da cidade, esquece ndo o momento fundamental que é o desenho urbano e as suas implicações a monta nte e jusante desse mesmo processo. Mas a revalorização do desenho urbano impl ica também, corno se viu, a preocupação pelo morfologia urbana, ou seja, que se co nsidere os edifícios como partes funda mentais da cidade, onde assumem o seu pleno significado, e que o pro jecto do edifício comece no «desenho da cidade». A arquitectura deverá estar presente e intervir, qualquer que seja a escala ou o tempo de intervenção, desde a vasta região à mais pequena habitação; desde o plano de largo horizonte temporal ao projecto de rápida execução; desde uma via rápida ou infra-estrutura ao bairro habitacional, ao equipamento, a o mo biliário urbano ou ao desenho de pavimentos. Todavia é preciso que exista um entendimento mais unive rsa l dos métodos, objectivos e conteúdos disciplinares para que a urbanística actue em ordem aos pressupostos anteriores. Questão tanto mais difícil e complexa porquanto esses métodos, objectivos e conteúdos resultam de processos estéticos, ideológicos e culturais que são mutáveis, evolutivos e susceptíveis de controvérsia. É necessário atingir um consenso, ainda que alargado, sobre o modo de entender a cidade, a sua morfologia e os processos de intervenção, tanto nos estruturas existentes como nas novas áreas urbanas e expansões. O urbanismo deve reconstituir, com a a rquitectura, um conteúdo disciplinar de base cultural, técnica e metodológica comum sobre a qual possa assentar em bases sólidas o exercício do desenho urbano. Aesta questão deverá o NOVO URBANISMO responder superando o dualismo entre planos e projectos e assumindo a arquitectura como a chave de leitura e organização do território. A esta questão tentei dar um contributo evitando a receita de urna único via método ou processo como ready made ou pronto a vestir, receituários de morfologios, ou tipologias urbanas que se possam aplicar a qualquer situação. Como tal, pretendi afastar este trabalho de tentações dogmáticas, preferindo manter o discurso corno estímulo à discussão e à a valiaçã o das ideias. Creio que o amadurecimento e consolidação do «Novo Urbanismo» deverá abordar alguns vectores a lançar no debate disciplinar: o pri meiro, será a redescoberta e continuidade com a urbanística fo rmal da primeira metade do século XX, que permitirá numerosas achegas à reflexão a ctual, ta nto ma is qu e já nesse período se defrontavam
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qu stões pró pria s do século XX; o segundo, ser6 o aprofundamento do reflexão crítica sobre o cidade moderna, como atitude cultural inteligente, banindo o recuso simplista. Este vector sai agora favorecido pelas celebrações dos centenórios de alguns orquitectos modernos, como o de Mies, Van der Rohe {l 986) ou Le Corbusier (1987), que permitiram de novo aos profissionais reconciliar-se com esses defuntos colegas e os suas ideias. De resto, no cam po orquitectónico, sente-se de novo a reinterpretação artístico e cultural do estético moderna. O terceiro, decorre dos resultados do experimentação do Novo Urbanismo, quando a lguns anos de vida e de aprendizagem das obras permitirem aos arquitectos reflectir sobre os resultados das suas propostos. Neste contexto se insere a morfologia urbana e o interesse pela FORMA FÍSICA DA CIDADE e os diversos alternativos que hoje se colocam ao desenho urbano, desde a cidade tradicional à cidade moderno . Com efeito, a estratégia de reconstituição da formo urbana, como o contexto possível para uma civiliza ção e cidade significativas, dispõe hoje de um conjunto diversificado de morfologios. Entre essas possibilidades contam-se também os tipologias dos torres, bandos e blocos, isolados e livremente dispostos no terreno, tal como foram inventados pelos CIAM e pelo Movimento Moderno, e que não podem ser banidos do vocobulório do desenho urbano, sob peno de um empobrecimento formal e projectuol do próprio cidade. No mais, certos combinações entre quarteirões, blocos e até torres poderão revelar-se extremamente ricos e significativos poro a organização do cidade. A reconstituição da forma urbana tradicional, proposta nestes últimos anos, também não se pode tornar o vulgata do desenho para qualquer parte do cidade, como se se trotasse de pronto a vestir de utilização em todo o terreno. Correr-se-ia o risco de cmatar o doente com o abuso da terapêutico» e serio insensato esquecer os contribuições da urbanística moderna, que constituiram esforço consideróvel do pensamento criativo na equação dos problemas urbanos e habitacionais e nas condições de vida dos habitantes. Umo vez reabilitados as formos urbanas tradicionais no suo capacidade de dar significação à cidade e apaziguado o primeira fase apaixonado e sectório dessa reabilitação, o cultura urbanística encontro-se em condições de proceder o uma profundo reflexão sobre os seus materiais, instrumentos e processos de trabalho, pesquisando novos formas e tipologias urbanos e ponderando os condições de utilização e de transformação da cidade existente - tanto o cidade tradicional como a cidade moderno. Quero com isto dizer que o morfologia urbana moderna constitui hoje também parte integrante da cultura urbanística; e m boa verdade, parte também da experiência histórica do urbanismo que não seria honesto ignorar. OS CIAM e o Movimento Moderno têm jó mais de cinquenta anos de idade, o que permite a sedimentação cultural e a entrada na História. De fasto, em alguns países, a
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tradição moderna tem permanecido viva, sabendo evoluir, e, por outro lado, no cansa ço que a repetição monótona dos «feitios» da cidade clássica irá provocar, não se poderá evitar a prazo o «revivalismo moderno». A reflexão crítica e até a pró pria experimentação das formas tradicionais permitirão concluir que o que deve rá ser procurado não são os «feitios » ou imagens exteriores, mas a relação dialéctica entre os diferentes elementos morfológicos, ~ntre as estruturas formais e a s organizações distributivos. Essencial será também o reencontro com a Histó ria {incluindo nesta os seus períodos mais recentes) na mais alargada reflexão sobre a cidade contemporânea e futura, e dela extrair metodologias para o urbanismo e o desenho urbano. Continuo a ser necessário pensar a cidade, investigando os formas disponíveis, as quais deverão cobrir um leque muito vasto, desde o clássico, o barroco, o tradicional ao moderno, e - por que não? - novas formas, a serem inventados. Assim corno Unwin dissecava sem complexos as vantagens e inconvenientes dos traçados regulares e irregulares, apontando a escolha dessas alternativas, assim hoje se trata de reflectir sobre as formas urbanas da cidade tradicional e da cidade moderna. Neste contexto, assume particular relevância a consideração da urbanística formal, académica, que, corno se viu, se relaciona inequivocamente com a problemática da forma urbana e do «novo urbanismo». Esta questão deverá encontrar local de ancoragem nas Escolas de Arquitectura, nas quais existem condições para o debate crítico, ultrapassando a simples adopção gráfica de geometrias e feitios. Ainda aqui, a informação estrangeira que circula abundantemente não é suficiente para permitir urna formação completa neste domínio, deixando a lacuna sobre as realizações nacionais como o bairro de Alvalade, os planos de Faria da Costa, os Olivais e outras interessantes áreas urbanas construídas nos últimos cinquenta anos, que será forçoso reestudar, dando-lhes o devido valor e significado. O urbanismo tem de continuar a interrogar-se sobre como se viverá amanhã no cidade, como enquadrar a vida de uma população crescentemente urbanizada no interior de áreas crescentemente construídas e como recuperar, manter e desenvolver o reconciliação do homem com a cidade e com o espaço urbano. A este conjunto de questões e a tantas outras poderá o desenho dar uma resposta determinante com os seus modelos próprios, certamente mais capazes de entenderem as necessidades humanos e culturais que os determinantes económicos e administrativos. Nesta ordem de ideias, torno-se difícil adivinhar como será a forma dos cidades no futuro, o qual certamente resultará de trabalhos experimentais, de concursos e de experiências da prático profissional. Como antevisão do futuro, parece-me de reter algumas linhas de orientação que resultam dos temas aqui abordados: a negação da cidade sem forma determinada pelo urbanística operacional; a revalorização da cidade tradicional e das suas tipologias ur-
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banas, a por da reconsideração com os contributos do Movime n1o Moderno; o crescente interesse pelo significação dos vórias portes do cidade conseguido pelo desenho como etapa e processo privilegiado de organiz.or o cidade; o crescente interesse pelo cidade como umeio natural» do homem. Nesta ordem de ideias, será de recusar a tradiciona l separação entre o urbanista organizador dos usos, quantidades, fiuxos, troçados e outros parâmetros mensuráveis na cidade, e o arquitecto fazedor de edifícios. Ambos entrincheirados nos suas posições e prejudicando-se mutuamente: o arquitecto, espartilhado e castrado pelos regulamentos do urbanismo; o urbanista , vendo o seu plano ultrapassado pdo liberdade conceptual do arquitecto. No limite desta tensão, a anedota de « O urbanista que é o arqvi ecto que não sabe desenhar»... Ora, entre plano (de urbanismo) e projecto (de arquitectura ) deve existir uma unidade de métodos, de linguagem e de objectivos. Isto implica que o pla no de desenho urbano defina com o máximo de rigor os formos urbanas e os tipologim edificados, com clara marcação e definição das cérceas, planos marginais e tipos de fochodas, limitações construtivas, utilização de materiais, cores, etc., e de todas as regras necessárias à correcto integração da arquitecturo. Parece-me claro que, ao defender o rigor do plano e a sua ligação à orquited\Jro, estou a li nhando pelo necessidade de planos com definição de desenho e de regras, e me estou afastando claramente dos planos flexíveis, adaptáveis, evolutivos e de todo uma série de odjectivos inventados paro tranquilizar as consciências, satisfazendo os apetites dos especuladores imobiliários e executivos municipais ao seu serviço. Certamente que outro tipo de planos, ou melhor dizendo, outro tipo de proposto.s de cidade também poderão admitir grande variedade de formos edificados e de diferentes arquitecturos, tendo como critério a «riqueza> do diversidade, a constante vo rioçõo das construções, fachadas, cérceas, planos marginais, materiais e cores. Mos, e este é um problema crucial, a permissividade pode conduzir à dislexia forma l e orquitectónica em que os edifícios se justapõem sem que qualquer relação inteligível os relacione. Com efeito, não se trata de violentar ou cercear a intervenção orquitectónico no desenho dos edifícios, mas de estabelecer as regras de composição e do projecto. Es e problema é tanto mais importante quanto os possibilidades octuais de expressão esté ·_ co e de linguagem arquitectónica são diversificadas, e a crença no exibicionismo arquitectónico torna difícil, se não impossível, conseguir a unidade arquitedónico por um processo «natural» e espontâneo. Neste contexto ocorre o abandono das ideologias de planeamento flexível e metodologias do plan mosse, com todos a s implicações que acarretam para a a usência de forma da cidade. Pelo contrário, a recuperação do troçado e da inter-relação entre to-
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dos os elementos morfológicos parece-me se r a conquista do «novo urbanismo» como instrumento paro dar forma à cidade, face à indiferença e insensibilidade com que as administrações, com os seus métodos burocróticos e «operacionais», trotam a cidade. Não é mais desejável que, por um lado, se desenhe o cidade e, posteriormente, se desenhem os edifícios em dois momentos distintos e separados no tempo. É necessário que o plano ultrapasse o objectivo de divisão cadastral do solo - de loteamento - para se constituir como um verdadeiro instrumento arquitectónico de produção da cidade. O próprio plano morfológico contém no metodolo gia do desenho a sua melhor defesa e eficácia. Não pode ser substituído aos poucos e continuamente. Tem de formar um todo claro, legível e coerente, de fácil leitura e compreensão, permitindo o controlo do crescimento urbano e a cloro definição dos regras de integração de cada edifício. No mais, os espaços identificáveis e figurativos como o praça, a rua, o jardim, o impasse, etc., têm não só virtudes arquitectónicos e a capacidade de gerarem vida urbana, como de serem identificáveis e compreendidos por quem habito a cidade. Estou em crer que a generalização deste tipo de planos permitiria articular o definição da arquitectura, pelo menos em determinadas áreas, num processo semelhante ao da Baixa Pombalina, a Rue de Rivoli ou os crescents de Bath, cujas propostas são ainda hoje ricas de ensinamentos. O controlo de implementação do plano é tanto mais bem conseguido quanto as suas características e propostas estabelecem unidade e interligação entre os vários componentes: sistemas viários, espaços urbanos (vazios} e edificações; quando cada edifício com o seu volume, cota, cobertura, fachada e materiais tem um posicionamento único e bem definido; quando a quebra dessa posição não é possível. O plano morfológico não permite (sob pena de destruição total) o constante alteração e modificação físico . As hipóteses de correspondência do realidade ao plano são bastante maiores na medida em que os grous de liberdade diminuem, num quadro em que as hipóteses de modificação não deixam tão grandes margens para o jogo de forças económico-sociais e político-administrativas a que qualquer plano está sujeito no período da sua implementação e concretização. Significa isto um primado do URBANO com forte compromisso co m as propostas de FORMA FÍSICA DA CIDADE, na medida em que este será um dos elementos mais capazes de interpretar os processos sociais e de os vincular a uma instância operativa. A arquitectura será nestes planos a chave de leitura do território, tornando-se importante a combinação simultânea de várias escalas de trabalho: o estudo pormenorizado do território, da paisagem, das comunicações e dos seus sistemas de dependências, oferecendo uma nova base de conhecimento territorial. Noutro escalão, torno-se necessário grande minuciosidade na interpretação da cidade existente, elaborando novas bases
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tOÇJI ofi1 o:i. que superem os deficiências dos existentes e com ê n 'ose nos es'1.Jdos ao pn1 LftlomAnto nas alterações de topografia e nos áreas homogé neos. A inltlrprntoção historico estara presente, incidindo no estudo cuidoooso dos po~ cmtor 101th ft no 'ilia influência sobre o formo do cidade e nos proble mas geraaos pe o q1inntídarlt dr solo anteriormente comprometido. Ü\ ~'iludas Sf'Ctoriais, desde O mobiliario à hobitocão e ao trá fego, Ov OS Pem olt."ntcjana é apenas a aparência visual de uma região, e não a realidade alentejana. t3) CERAS/ Mauriz10 - Letturo dei Ambiente, póg. 26 . Trod. do autor. Poro Ceros1, uma leitura objectívo St>rio nt' t> oriomente •topológico», mos impossível, porque eliminaria as relações entre o objedo e o observod oi (.$} A t>ste propósito, ve r ZEVI, Bruno. - Soper Vedere I' Architettruro. A arquitectura revela uma complexidodt> de significocões que correspondem às forças morais e o utras que o produziram e que podem ser t'n dt'nc1ados segundo o modo como se interpreto o objecto arquitectónico. Poro uma total compreensão do arquitecturo, levi utiliza instrumentos de leitura evidenciando o complexidade dos significocões: políticos, filosóficos, religiosos, científicos, económicos, sociais, materiais, p 1 ológicos etc. Esta questão permanece vólido poro o espaço urbano ou orquifecluro urbano. (5) A YMONINO Cario, e vórios. - Ropporti Iro la Morfologia Urbana e la Tipologia Edilizio: Aymonino demonstro qut> o formo urbano se constitui mediante relações precisas entre os elementos morfológicos {edifrcios) e o espoco que definem . Estos reloções são dial~cticas e evolvem ao longo do História, não sendo id§nticos do Idade Médio até ao perfodo barroco. t através de tais diferenças q ue se diferenciam os formos urbanos em épocas diferentes. Poro os tecidos urbanos habitacionais o formo urbano é definido pelo tipologia dos habitações. (o) A YA10NINO Cario, e vorios. - Rapporti Ira lo Morfologia Urbano e lo Tipologia Edilizio. Op. cit.; DEVILLIERS, C. - Typologie de l' Habitot et Mo rphologi e Urboine; PANERAI, Philippe; - Typologies, in
Elements d ' Analyse Urboine.
(J) ROSSI, A/do - L' Architettura dello Cittó . A Arquitecturo do Cidade de Rossi prolongo o tradição interpretativo do geogra fia urbano de Poete, Lovedan e Tricort, estabelecendo os ligações entre os diferenttos realizações orquitecturois e o cidade . Rossi valorizo o obro singular e o monumento como um dos elementos fundomen tois do história e evolução do cidade.
(8) l?OSSI Aldo - L' Architetturo dello Cittó . Op . cit., póg. 59.' Trod. do autor. (9) ALEXANDER, Christopher - N otes on th e Synthesis of the Form. Embora não se ocupando direcfomenle do nocõo de formo, esta obro contém definições que se aplicam quer ao meio urbano quer o todo o espo o humanizado. Alexander define o formo como «uma porte do mundo sobre o qual temos o controlo e decidimos modelar, deixando tal qual o resto do mundo», pág. 15, tradução do autor. ( 10) ALEXANDER Chns tophttr. Op . c1t. ( 1 1) Considero que os contributos das diferentes disciplinas se reencontram na produção do forma do meio urbano, porque a organização formal do espaço não é gratuito e corresponde ó ordenação dos diferentes obwctivos do urbanismo.
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( 12) Os mais recentes debates sobre o 01 quitecturo consagram o carácter essencrolmente formo/ do u:;nrt:p cão orquitectonico. Citei Rossi, e poderio ter re fendo também Robert Kner {L'E~ poce de lo / 1llej, ov º'" tros. Poro Le Corbusier, 1rl'orchitecture esl le ,eu merveilleux des fo rm es ou solei/,., in Le Corbuw!r l'!r~ Une Arch1tecture. Poro Gregottr, ir{. .. ) A natureza do concepcoo orqurtectomco é eHenoolmenle for mal. Todos os outros aspectos (estilisl1rr1s rdeologicos, técnicos, econó micos) soo umcoment me os o.J materiais, embora como motenor• pc.,,,um ser particularmente decmvos11. GREGOT11. V11tono li T'!' ritorio deli' Arch itetturo, póg. 31, tradução do autor Sobre este assunto, ver também Alexonder: No te s on the Synthem of The Form Op cri ( 13) ALEXANDER, Christopher. Op . cit. , pág. 12. Para Alexander, o «contexto» e o con1unto de alféno~ e exigências que a forma deve satisfazer. Ver capítulo Formo e Função. ( 14) «Desenho•, aqui utilizado no sentido do lermo anglo-saxónico design, p ortanto, progr·ama e pro1ec'o {desenho). { 15) Um ambiente comodo não é necessariamente um ambiente esteticamente válido. A os cnténos que def1 nem o qualidade do meio urbano {comodidades} ter-se-ão de acrescentar (dino eu} os valores estét1Cos, como significações capazes de criar uma emoção intelectual. A este propósito, ver o trabalho de Collm Buchonon Traffic in Towns, ou o suo tradução francesa, L' Automobile dons lo Vitle, Paris, 1963, em a:Je se indico, segundo a óptico do adaptação do cidade ao automóvel, um con1unto de critérios que permitem definir um ambiente de qualidade. Por exemplo, o acessibilidade dos veículos às entrodm dos edtf1cios, os ruídos da circuloção, o conflito físico entre peões e veículos, etc. (1 6) Ver o capítulo sobre Formo e Figuro {aspectos estéticos do urbanismo). {17) Ver o capítulo Elementos Morfológicos do Espaço Urbano. FORMA E CONTEXHJ
(18) ALEXANDER, Christopher - Notes on the Synthesis of the Fo rm . Op. cit. Utiliz o a terminologia de Alexonder, cujo definição de contexto é bostante cloro. O contexto está sempre presente no concepção ar· quitectónica. FOR.1\.fA E f'UNÇÃO
(19) A palavra «função» pode aqui equivaler-se o octividade ou utilização. Paro os objectos, a função é sobretudo o utilidade. Um copo tem a utilidade {função} de permitir beber. É por isso diferente de uma garrafa, cuja utilidade é conter ou guardar um líquido e de o despejar com precisão. Terõo por isto
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duos formos diferentes. Pela mesmo razão, um bairro habitacional teria uma formo diferente do de um bairro industrio/. ALBERT/, Leone Baffista - De Re Aedificotorio. Alberti, orquitecto, humanista florentino do século XV - 1404- 1472 - , continuo, nos seus escritos sobre orquitecturo e urbanismo, os textos de V1truvio. VAN DER ROHE, Mies, citado em MOULIN, Roymonde - Avons-Nous Besoin d' Architect es? Ver a este propósito BENEVOLO, Leonardo - Histó ria de lo Arquitecturo Moderno. BLAKE, Peter - Form Follows Fiasco . Boston - Toronto, 1975, citado por,PORTOGHESE, Paolo in Depois do Arquitecturo Moderno.
(24) TAUT, Bruno - Die Neue Boukunst in Europa und Amerika, Stuttgort, 1929. Citado por Benevolo in História do Arquitectura Moderna. (25) Corto de Atenas, tradução publicado no revisto Arquitecturo.
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Cito também a este propósito algumas passagens da Carta de Atenas . • 15. Esta repartição parcial da habitação está sancionada pelo uso e por disposições camarárias cons1· deradas como iustificadas: o zooning é a operação feita sobre um plano de cidade com o fim de atribuir a cada função e a cada indivíduo o seu iusto lugar. • Tem por base a discriminação necessária entre as diversas actividades humanas, reclamando cada uma o seu espaço privado: locais de habitação, centros industriais ou comerciais, salas ou terrenos des· finados aos divertimentos. •Mas se a força das circunstâncias diferencia a habitação rica da habitação modesta, não se tem o direito de transgredir regras que deveriam ser sagradas, não reservando senão aos favorecidos da fortuna, somente, o benefício dos condições necessárias para uma vida sã e ordenada. É urgente modificar certos usos: tornar, atovés de uma legislação implacável, uma certa qualidade de bem-estar acessível a qualquer, aparte qualquer questão de dinheiro; e proibir, por uma estreita regulamentação urbano e para sempre, que familias inteiras seiam privadas de luz, de ar e de espaço. • 16. As construções erigidas ao longo das vias de comunicação e das proximidades das encruzilhadas são prejudiciais à habitação: ruídos, poeiras e gases nocivos. crSe se quiser ter em boa conta esta interdição, deverão atribuir-se, de hoie em diante, zonas independentes à habitação e às circulações. A casa, a partir de então, não está jamais soldado à rua pelo seu passado. •A habitação er. -;ir-se-á no próprio meio onde desfrutará de sol, de ar puro e de silêncio. «A circulação desc obrar-se-á por meio de vias de percurso lento para uso dos peões e de vias de per· curso rápido para !lso das viaturas. Estas vias cumprirão a sua função, não se aproximando nunca da habitação, senão JCasionalmente. «61 . Os cruzamentos de grande movimento serão construídos permitindo uma circulação conlínua por meio de mudanças de nível. •Os veículos em trânsito não deveriam ser constrangidos ao regime das paragens obrigatória s em cada cruzamento, retardando o seu percurso. «Mudanças de nível, em cada via a cruzar, são o melhor meio de lhes assegurar uma marcha contínua. Sobre os grandes vias de trânsito e o distâncias calculadas para obter o melhor rendimento, serão estabelecidas concordâncias unindo-as às vias destinadas ô circulação secundária. «62. .. .que o peão possa seguir caminhos diferentes dos do automóvel. • Esta medida constituiria uma reforma fundamental da circulação nas .cidades. Nenhuma outra seria mais judicioso nem susceptível de abrir uma era de urbanismo mais novo e mais fértil. Esta exigência, no que diz respeito à circulação, pode ser considerado tão rigorosa como a que, no domínio da habitação, condena toda a orientação do alojamento o norte.• · Ver os capítulos do Parte V - 5.6 - A Cidade dos CIAM e do Corto de Atenas; 5.1 - l e Corbusier, o cidade radioso e o unidade de habitação. (26) BLAKE, Peter - Form Follows Fiasco, Boston Depois do Arquitecturo Moderno.
Toronto, 1975. Citado por PORTOGHESE, Paolo, in
(27) A prática de recuperação e reutilização de edifícios tem produzido projectos e obras de grande complexidade e ambiguidade, no medido em que os mesmos formas vão permitir funções diferentes, tendo-se tornado octualmente uma área particular do proiecfo orquitecfónico. (28) SCRUTTON, Roger, Estético do Arquitecturo. Edições 10. Citando Scruffon, "º funcionalismo tem muitos formos . A formo mais po· pular é a teoria estético de que a verdadeiro beleza no orquitecturo consiste no adaptação da formo à função(. . .). Portanto, o valor de um edifício é determinado pela extensão com que cumpre a função, e não por quaisquer teorias 'estéticos ' (. .. )•.
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O texto de Scruffon é de grande importância para esta e outras questões estéticas, já pelo rigor com que a discussão é sustentada e os argumentos invocados, já pelo facto de o autor, sendo filósofo e professor de filosofia, e não arquifecto, contribuir com um enfoque exterior à disciplina da arquitecturo. FORMA E FIGURA (ASPECTOS ESTÉTICOS DO URBA NISMO) (29) GREGOTTI, Vittorio - li Territorio deli' Architectura, pág. 30. Trod. do autor. (30) Não se troto aqui de fazer um estudo sobre o teoria do percepção. Todavia é útil relembrar que a escala ghestaltica {ghestalthéorie) se diferencio do escola clássico, admitindo o separação entre sensação e percepção. A noção de forma pressupõe a existência de comunicação estética entre o obro {objecto) e o observador, e essa comunicação é do ordem da percepção. (3 7) Sobre esta matéria, poder-se-ó consultor o estudo de PERLOFF, Horvey S. , The Quality of the Urban En- . vironnment, ou tradução castelhano La Calidad dei Media Ambiente Urbano, Col. de Urbanismo. OIKOS-TAU, e também RAPPORT, Amos, Human Aspects of Urban Form, ou a tradução castelhano
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Aspectos Humanos de la Formo Urbana. Ed. G . Gili.
(32) LYNCH, Kevin - The lmoge of the City. Sobre os problemas visuais do formo urbano, ver também, do mesmo autor, Site Planning, The city os an Environnment, Quality in City Design, The View From the Road, City Design and City Appearence, também KEPESH, G., The New Landscape in Art and Science; TUNNARD, C. e PUSHKAREV, B., Man Mede Americo; VENTURI L., SCOTT BROWN, D., Leorning From Los Vegas; CESARI, M., Lettura dei Ambiente, e FORTE, M ., Anolisi dei Valori Ambientoli. (33) HAROLD, W . Himes - Space as a Component of Environnment. University of Michigan. (34) Os estudos são os referidos no nota 31 . (35) Ver, a este propósito, LYNCH, Kevin; APPLEYARD, Dono/d; MEIER, Richard, The View From the Rood. Ver, sobre este mesmo assunto, CULEN, Gordon, Townscope. (36) GREGOTTI, Vittorio - li Territorio deli' Architetturo . Op. cit. PRODUÇÃO E FORMA DA CIDADE - PRODUÇÃO E FOR.MA 00 TERRITÓRIO
(37) ROBERT - Dictionnoire de Langue Françoise. (38) « Espaço natural» será o espaço que nunca foi transformado pelo homem. Em cada vez mais vastos regiões do globo terrestre, o espaço natural já não existe, porque tende o ser humanizado, mesmo se os transformações que suporta não têm o aparência de construções. Poro se encontrarem verdadeiros «espaços naturais», será necessário caminhar até regiões como o Amazónia, os Pólos, ou outros. (39) Sublinho o noção de formo de Alexonder: «A formo é essa parte do mundo de que temos o controlo {...)». Alexander, Christopher - Notes on the Sinthesys of the Form. - Op . cit. (40) ROSSI, A/do - L' Architettura dello Cittá. - Op. cit. (41) Noção também utilizada por Tricart no seu Cours d e Géographie Humaine. Op. cit. (42) Exceptuando casos como a Roma Imperial, que contava mais de um milhão de habitantes, o «metrópole» era antigamente um facto excepcional. (43) Conservar também é octuor sobre o objecto-território. Neste sentido, o defeso e conservação de espaços é também uma acção físico sobre o território. (44) A noção de «formo do território• apareceu pelo primeiro vez nos n. º' 81e88 do revisto italiano Edilizio Moderno num artigo de Vittorio Gregofti intitulado Lo Formo dei Territorio e em outros artigos sobre o mesmo assunto e mais tarde numa obra do mesmo autor - li Territorio deli' Architecturo.
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Sobre a forma d o lemlorio ver lambem CORBOZ Andre, li Territorio comme Palinsesto , 1n Casabella, n. 0 516.
DIME.' \'SÔES ESPACIM.~ DO 1'f.'RR11'ÓRIO (45) Quero designar os espocos p ublicas cons1d~1ondo que o urbanismo e o desenho urbano se devem inle · ressor por todo s os lugares p ub l1cos quer e~ teriores quer inferiores o ed1ficios. O olrio de um edifício público (gore , se rviço, etc.) ou de um metropolitano pode ter o mesmo significado no vida colectivo que uma praça ou porque urbo110 !
(46) CULEN, G .,· NAIRN, Y. · BROWN. Ken11e th - O utrage e Counter Attock - numera s espec101s de Architectural Review (Junho 1955 - Dezembro 1950): CULLEN . G ordon - Townsco pe. O townsco pe (pai· sogem urbana} p ode ser entendido como porcào de paisagem urbano que a cidade o ferece à visão do observador. (47) WOLFE, lvor - ltalion Townscape. {48) As perspectivas aereas fo togro f1cm etc. sõo elemento s de trabalho e compreensão quer na leitura do espoco quer no seu pro1ecto mo s não sõo obiect1vos do producào ou analise espacial. Do mesmo mo do, o ca rto grafia corresponde a uma forma de abstraccào que permite representar parte dos dados ou dos coracterist1cas espaciais do cidade ou do edif100. to representação de uma porte do realidade que necessito de um «instrumento de le itura» paro se r entendido.
(49) Ver TRICART, J. - Cours de Geographie Humoine - w~m~ Partie - L' Habitot Urbain. Paris, 1963. Ver lambem ROSSI, A/do - L' Arch itettura della Citta . Op . cit. (50) ROSSI, A/do - Op . cit. As relacões entre o parcelo cadoslrol e o edifício serão abordados mais odiante. (51} Ver a legislação correspondente: decreto-lei 69190 OOS ELEMENTOS MORJULÓGICOS DO ESPAÇO l "RB•.\SO
(52) A semiologio orquitectonico teve um g rande desen volvimento dos finais dos anos sessenta olé meados dos anos setento, apos o que parece ter desencontado os teoricos e os profissionais. Deixou pelo menos um vasto campo de ensaio poro o leitura do cidade, relacionando-se com o estruturo/ismo. A este propósito, citaria os trabalhos de Françoise Chooy e Roland Borthes, enquadrados pela semiologio estrutura/isto. CHOA Y, Françoise - Remarques à Propos de Sérnio logie Urboine e Sémiologie et Urbonisme, Janeiro de 1917, in Architecture d ' Aujourd ' hui, n. 0 153. (53) Sobre os relações entre o «linguagem» orquitectonico e a «linguagem• da fofo, citaria os trabalhos de Roland Borthes Elément de Sémiologie e a teoria linguístico de Chomsky Aspects of the Theorie of Syntax. A questão da linguogem do orquitectura vem também abordado com bostante clareza em SCRUTTON, Roger - Estético do Arquitectura , cap. 0 1 - A Linguagem da Arquitectura. Mas Scrutton diz que •se o orquitectura fosse uma verdadeiro linguagem {ou to/vez uma série de linguagens), então saber/amos como compreender cada edifício e o significado humano do orquitectura iá não estaria em questão». Outro teórico importante do semiologio orquitectonica e Umberto Eco, de quem o Obro Aberta terá sido um dos textos mais polémicos e in fluentes dos anos sessenta. (54) KRIER, Robert, - L' Espoce de lo Ville. Bruxe/os, 1910. Archives d ' Architecture Moderne. Uso o designação que Krier adapta nesse trabalho. (55) A YMONINO, Cario; ROSSI, A/do; CR/STOFOL LI, C.. - Ropporti Trolo Morfologia Urbano e lo Tipologia Edilizio. Edil. Leonardo do Vinci, Bari, 1961. Op. cit. Sobre esta matéria, ver também: DEVILL/ERS, C., - Typologie de !' Habitat e Morphalogie Urboine. No
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'•aoo.i'-c E'eme'l's d Ana ly se Urbaine de Panero. Deooule Oerrorgo"' e i,,e.-re.,c~e, puDi·coao ;:;ecs A.A lv\. DUl?AND '-' -L - Recue•' e• Poroie !le des Ed !ices de Tou• Ge:"'~e A...,,c e"s e' N.ooe·nes. Re~c·o ... coles po• ;e u r Becu·e por e u r S ngulcn~e et Dess "es si.,r J'1e Vê~e E::l--e e Pc··s '80' :J1.,í?A "1,..) J \J L - Prec s des lecons o Architec•vre Dar>nees o ºEcole Po.V'ec.,., oue Per s ' 802 LEWIS O - El Crec mren•o de os C uocdes Os estLJdos ao lUB laoora•or•o de Ur-oor>·s"'o ~e 8,::r•efo,,o sobre esta ,.,a•er•o pubf1cooos neste •vro e ef1" ou•rcs ed c6es oropr1os ao Escola -ecnica S~per,:;· oe 4ro~ 1e.:::·iJrO de Borceiono aero-n Jm rrpor-on•e con·r•ov•o o s s•efTla' zacõo aos coeracôes ~ ·can st>cos co c•esc•men~o urt:>ano ovonco.,do cori o gre·nc c 'oss :,ca• "ª: ?or::e:oc O'" u':>C"•Soc.o., E~ '·coc1on a•roves do ouo. os diversos bc1r•os e formos oe crescrmen•o r..rbano ooae..., ser :::gr.,ocdcs e c1oss. ficados CARLOS DtJARTE e JOSE LAMAS - Pleno de Renovocão lJrocnc ao 1-rec oo 'l·o" rr 'Aor- z oroocrc se.ecoonada no concurso oe 1de1os promowdo pe.c Câmara lriunic.pa• de L sooc e,_, '980- 198- e Ou bliccaa na re' sra Arqu1tecluro. n. 0 /46 . Moro, 1982. Ver- tamberr '10 Por'e \1 O"'º"'º l.Jroc'" s....,o os refer-ênc1as ao Plano do Morl1m Monrz cap 0 6. 12 - Experiências Pessoais_ ZEVI Bruno - Sapere Vedere I' Arch11ettvro Citado por- BENEVOLO Leonardo - H1stonc do Arqu11ec1urc Moder...,o Eo G G 11 ·rca1.Jzdo do 1:cl1ano - S•ono dello Arch1tetturo Moderno} POÊTE Marcel - lntroduct1on o l'Urbon1sme Edil ons An·rooos Per s 1967 LA VEOAN P1ef're - H1stoire de 'Urbonisme . Editions Wenr Lourens 0 cr·s ·950 TRICAl?T - Cours de Geagroph1e rlumoine foscicvle Por·s '962 295 po L ~00 1:0: LJ·oc..., Cer>tre de Documentot1on Univers1toire ROSSI. A/ao - L' Arch1tetturo dellc C1rra, Podovo 1967. Ed · 'Aors.' o KR/ER Rooer' - l'Espace de lo Vlle, Théor·e e· Pror ,que. Br-vxercs 1 980 Ed A A V . POÊTE Mar-cel. - Op. c1t. ROSSI, A /ao. - Op. c1t. J
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El OLL ç..io lXJ TERR/1 ÓRJO (67) QUARONI, Ludovico -
La Torre de Babel Trod. castelhana ae Lo Tom d Booeie b · G G . (68) ALEXANDER, Christopher - Notes on 1he Synthes1s oí ·he Form p 2~ . (69) A noção de contexto oqu1 utilizado segue o que 10 foi d •ro quonoo def;n, o :Ort'T'a urbano (70, POETE Marcel - obras /O c1tocios. ln1roduct1on o Uroonisme 'lO'a S E , 0 ur1o" des \. lles· Lc ~econ de I' Antiquite; Comment s est Forme Paris, Paris son Evolu11on Crecmce (71) LA VEOAN, Pierre - obras citados: noto 8 e ourros: h isroire de
Uroonisme Geogroph e oes \r11 es L' Arch1tetturo dello C1tto Rorn considero que o c1mposs1b1/1dode oe comparar 0 conr nuidade dos factos urbanos resulta do focro de os modolrdodes de permanência pooerem ser por0Jog1cas ' ou 'propulsoros '•.
(72) ROSSI, Aida -
(73) ROSSI, A/do -
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CH.f;.SCIMEN1'0 OR(J Df:SL\HO l llBA..\ -O
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v'e r as edlcões em cm"elhcno e francês referenciados no nofo 1. uNWIN ~~ - lo Proctico deli Urbanismo , Uno lntro duccion ai Arte de Pro 1octor Cívdodt'ls e Scmos . G GU. Barcelona, 1984, op. cit, ou o edição francesa no Dunod. SITTE CaT "'lo - Com-truccion de Ciudades Segun Principias Artist1cos. G . Gili 1unfomonfe com Con1ks Gi/Ch C Carr:;lo Sitte y el Urbanismo Moderno e também o edicão francesa do Dunod STLB!JEN, Joseph - Der Stodtebau, Hondbuc.h der Architectur. Berlim, 1880. CULlE , Gon:Jon - Townscope . Architectural Press, 1911 . Trad. portuguesa: Poisogom Urbano. f:d1 f.ôes 70. lisboa, 1983. SfTTE, C.amº o . Op. cit. A es:e propósito, ver o importante texto de Broolcs, H. Allen - Jeonnerel e Sitte - lo Primo ldée d1 le Corous.lef" sulo Construrione dello Gttó. Casobello, n. 0 514. Junho, 1985. Com introdução de Píerre Alain Croset.. Neste texto o inflvéncia de Sitte é revelado através dos primeiros esquisses dt1 Lo Corbu sie e onáJises de cidades, em documentos de viagem que atttsfom o suo ligação inicial ao urbanismo
'ormcl. ( 15) SfTTE, C.amiUc. Op.. cit ... EcftÇões espanholo de G . Gili, e francesa de Dunod. (16) UNWIN, Raymond.. Op. cit. J7} Unwin tem sido considerado par muitos autores como um dos pioneiros do urbanismo moderno. Todavia, e pelos razões que se expõem, o urbanística dos CIAM, moderno, daria um corltJ radical no linha de in~ de Unwin. O aproveitamento do seu trabalho será realizado preforcnciolmtmttJ pt1los urbonistcn formois-«ccadémicoSJ do século XX. (18) Refiro-me às ecfu;ões francesa e castelhano iã citados nas notas 7 e 10. (1 9) LYNCH, Kevin - The lmoge of the City. Massachusetts lnstitule of Technology. 1960. Trad. porfufJUtJSO em Lynch, Kevin: A Imagem do Cidade. Edições 10. Porto, 1982. 4J A ESCOL4 FRA.;tl{CES.4.. URBANISMO FORMAL E TRADIÇÃO PARISIENSE (10) S. F. U . - Société Françoise des Urbonistes. A Socié~é Françoise d~ Urbonistes ter6 sido uma dos primeiras, senão a primeiro associação profiss10 nal de urbonístos e demonstro o interesse que à época despertava em França o urbanismo, como ci~n cio e pa'" ~,.... "=· n e grua cc1-mtroiHe o maior número de prédios. ! ..E CCi'-BJSIEf - / en U!'1e 1-rchADI-~ MOIJKH.NA
{13) PARK, Burgess - l he City. Op. cit. STEIN, Clarence, Towords new Towns for Americo. Op. c1t. ( 14) Ver noto 3.
( 15) BOUDON, Philippe - Pessoc dele Corbusier. Coll ospects de l' urbonismo . Dvnod. Paris, 1910 Boudon, analiso os transformações introduzidos p8los hobitonlos nos edifícios do colebre bairro dtJ Pes soe, próximo de Bordéus, projectodo por Le Corbusier em 1925 e construído em 1926- 1930. ( 16) FRANCASTEL, Pierre - Art. et Technique. tditions de Minuit. Paris, 1956, p . 34. ( 17) «A posição de base é de não agir comple tamente, seguindo apenas os tendências o corrigindo oqu1 8 ali, fazendo o melhor com ludo o que acontece . N ttnhuma outro solução deve ser escolhido, se não assegurar melhores resultados que a 'intervenção nulo'. t preciso saber determinar aonde conduzem os forças existenl'8s, sem esquecer que 6 mais fócil nadar a favor da correnftt, que contra esta, seraJe ó lo llecherche Scientilique. A. 11. E. A. Paris, 19 72. 201 pp. til.
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