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Portuguese Pages 4218 Year 1962
COSTA LIMA
INSETOS DO BRASIL 1.° TOMO
ESCOLA
NACIONAL
DE
AGRONOMIA
SÉRIE DIDÁTICA N.º 2 - 1938
INSETOS DO BRASIL 1.º TOMO
DA COSTA LIMA Catedrático de Entomologia Agrícola da Escola Nacional de Agronomia Ex-Chefe de Laboratório do Instituto Oswaldo Cruz
INSETOS DO BRASIL 1.º TOMO
CAPÍTULO I - XXI
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE DIDÁTICA N.º 2 - 1938
No p r e s e n t e tomo a c h a m - s e r e u n i d o s os artigos p u b l i c a d o s , c o m o m e s m o titulo, nos n u m e r o s d e Agosto d e 1935 a Julho d e 1937 d e "O C a m p o " . Os He m i pt e r os , cujo e s t u d o já foi i n i c i a d o no n u m e r o d e S e t e m b r o d e 1937 d a c i t a d a revista, os Homopteros, os N e u r o p t e r o s e os Tricopteros constituirão o a s s u n t o dos c a p í t u l o s d o 2 ° tomo. Este, s e g u n do espero, d e v e r á ser p u b l i c a d o o m a i s b r e v e possivel, isto é, logo q u e s e j a m f a c u l t a d o s , n ã o s ó m e n t e a o Diretor da Escola, Prof. H. Grillo - que muito se tem interessado pela edição desta obra - como tambem ao seu autor, os recursos de que ambos puderam dispôr para a publicação deste tomo. Rio de Janeiro, Dezembro de 1938.
CONTEÚDO PAGINA PREFACIO ....................................................................................................................................................
IX
CAPÍTULO
I.
Classificação
dos
seres
II.
Classificação
dos
insetos
e
nomenclatura
....
2
entomologica
15
III.
Ordem THYSANURA .....................................................................
37
IV.
Ordem COLLEMBOLA ...................................................................
45
V.
Ordem EPHEMERIDA .....................................................................
55
71
e
bibliografia
zoológica
VI.
Ordem ODONATA ...........................................................................
VII.
Ordem PERLARIAE ........................................................................
99
VIII.
Ordem EMBIIDINA ..........................................................................
109
IX.
Ordem ORTHOPTERA .....................................................................
115
X.
Ordem GRYLLOBLATTOIDEA .....................................................
187
XI.
Ordem PHASMIDA ..........................................................................
189
XII.
Ordem DERMAPTERA ....................................................................
205
XIII.
Ordem DIPLOGLOSSATA ....................................................................
215
XIV.
Ordem BLATTARIAE ........................................................................
217
Ordem MANTODEA
.............................................................................
251
XVI.
Ordem ISOPTERA ...........................................................................
263
XV.
XVII.
Ordem ZOROPTERA ........................................................................
329
XVIII.
Ordem CORRODENTIA ...................................................................
335
XIX.
Ordem MALLOPHAGA ........................................................................
351
XX.
Ordem ANOPLURA .........................................................................
379
XXI.
Ordem THYSANOPTERA ...............................................................
405
Indice ................................................................................................
453
PREFÁCIO Esta obra destina-se áqueles que, tendo conhecimentos basicos de morfologia e de fisiologia dos insetos, desejam ampliá-los, procurando adquirir, no estudo de cada ordem de insetos, os dados mais importantes relativos á biologia das especies mais interessantes encontradas no Brasil, especialmen te em suas relações com a economia humana. Pareceu-me conveniente, antes de desenvolver o plano do trabalho, em que serão estudados todos as ordens de insetos consoante o criterio acima exposto, escrever dois capítulos preliminares, um sobre classificação dos seres e nomenclatura zoologica e outro sobre classificação dos insetos e bibliografia entomologica. Sendo riquissima a literatura sobre entomologia em geral, procurei fazer uma seleção cuidadosa das obras que mais de perto nos interessam. Aliás, identico criterio adotei na escolha dos trabalhos que indico no fim de cada capítulo. Verificar-se-á, entretanto, que muitos dêles não se referem especialmente a insetos existentes no Brasil. Contudo, não podaria omitir-lhes a citação, ou porque são valiosas contribuições á biologia do grupo a que se referem, ou porque apresentam indicações bibliograficas, senão completas, pelo menos suficientes para que, rapidamente, se fique ao par do que até então foi escrito sôbre o assunto. Era meu desejo dar a esta obra uma feição mais atraente, apresentando, no estudo de cada grupo entomologico, uma serie de figuras artísticas, representando fielmente as especies mais comumente encontradas no Brasil. Todavia, como motivos independentes da minha vontade impedem-me realisar esse intuito, farei o possível para ilustrar o exposto no texto com desenhos e estampas fotograficas, que me pareçam indispensaveis para sua melhor compreensão.
X
Nestas condições, não sendo um trabalho completo, julgo-o entretanto suficiente, atendendo ao fim principal a que êle se destina, qual o de auxiliar áquêles que desejam iniciar-se no estudo da entomologia brasileira, sob qualquer dos seus aspetos. Aos que se utilisarem desta obra em seus estudos, peço me apontem os erros que tenha cometido. Não poderia concluir êste prefacio sem nêle deixar consignada a minha gratidão ás pessoas citadas nas linhas seguintes. Ao prof. Cesar Pinto, pelo muito que se interessou para que não mais adiasse a publicação deste trabalho. Ao saudoso prof. Castro Silva, o incomparavel mestre do desenho científico no Brasil, por se ter, bondosamente, prontificado a fazer algumas figuras que ilustram o texto. Ao eximio desenhista C. Lacerda pela confeção de alguns dos desenhos originais. Ao Snr. J. Pinto, fotomicrografo do Instituto Oswaldo Cruz, pelas fotografias estampadas neste volume.
CAPÍTULO I Classificação dos seres e nomenclatura zoologica CLASSIFICAÇÃO DOS SERES Os seres que povoam a Natureza são tão numerosos que, para serem estudados, devem ser grupados convenientemente e denominados, isto é, classificados. Classificá-los, é, pois, distribuí-los metodica ou sistematicamente em grupos formados segundo as afinidades mais ou menos intimas que nos pareçam evidentes entre esses seres. É na biologia que a arte das classificações se acha bem desenvolvida. A parte da biotaxia referente ás classificações e ás regras que determinam o estabelecimento dos metodos e sistemas denomina-se taxionomia ou taxinomia e não taxonomia.
1. Classificações naturais e artificiais - Os taxinomistas, baseando-se em dados fornecidos pela filogenia, pela ontogenia e pela corologia (dados biostratigraficos e biogeograficos), têm-se esforçado em organizar a arvore genealogica dos seres vivos, procurando evidenciar, não sómente as diferenças, como as relações de parentesco entre os pontos extremos dessa arvore, que representam as especies atuais conhecidas, contribuindo, dest'arte, para a resolução de uma das questões
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mais interessantes da biologia, qual seja a da historia da evolução de tais seres. Torna-se, entretanto, extremamente dificil determinar as afinidades em todos esses pontos extremos, porquanto muitos dos ramos dessa arvore, representando os seres que deram origem áquelas especies, ainda não foram convenientemente estudados. Todavia, tem sido possível organizar-se parcialmente a representação dessa arvore, quasi que exclusivamente pela apreciação dos caracteres de organização dos seres conhecidos, isto é, seriando-os ordenadamente segundo a homologia, de modo a ficarem perto do tronco comum os tipos mais generalizados ou simples; os mais especializados ou complexos nos pontos extremos, e, entre êles, os de caracteres intermediarios. E assim se procede, porque semelhanças morfologicas ou estruturais, ou melhor, orgãos homologos nos seres atuais, indicam relações de afinidade ou parentesco e, por consequencia, descendencia de uma forma ancestral comum. Estabelecem-se deste modo as classificações ou metodos naturais. Destas diferem sensivelmente as chamadas classificações ou sistemas artificiais, fundados em caracteres de certos orgãos, escolhidos arbitrariamente por quem as propõe. 2. Especie - De todos os tipos de organização existentes descendem sempre individuos que lhes são muito parecidos. E não obstante tais descendentes nunca serem absolutamente semelhantes, nem mesmo em se tratando de individuos de uma mesma geração, o grau de variação que nêles se observa é, via de regra, imperceptível. Há, assim, na Natureza um grande numero de grupos de seres vivos, cada qual constituido por esses indivíduos que se parecem muito uns com os outros. Para cada um desses grupos, representantes da unidade zoologica, propoz-se o nome vulgar - especie, correspondente á denominação cientifica -
species. Desde CUVIER, costuma-se definir especie como sendo uma coleção de individuos que se assemelham tanto entre si como os d a d e s c e n d e n c i a de u m só i n d i v i d u o .
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES
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Tal definição é geralmente aceita, sem inconveniencia, considerando-se o estado c o n t e m p o r a n e o dos seres vivos. A especie é caracterisada pelos traços comuns a todos os individuos que ela encerra. Esses traços comuns constituem os c h a m a d o s caracteres específicos . O valor dos caracteres específicos é, porém, todo êle relativo, porque, á medida que novas especies vão sendo descritas e classificadas entre as já estudadas, as transições relativamente grandes que pareciam existir entre estas, tornam-se, ás vezes, tão subtis, que fazem desaparecer os limites de especies consideradas perfeitamente distintas. Por isto, enquanto alguns naturalistas multiplicam o numero de especies, criando-as á custa de diferenças morfologicas insignificantes, outros reunem, sob o mesmo nome específico, formas aparentemente diferentes, porém, ou ligadas entre si por tipos intermediarios bem definidos, ou por simples variações dependentes de condições ecologicas ( 1). O criterio da fecundidade dos cruzamentos, somente possivel em indivíduos da mesma espécie, perdeu muito de valor, graças ás observações e experiências realisadas por gene ticistas. Entretanto, na pratica, o taxionomista especializado no estudo de um determinado grupo de sêres organizados, via de regra, raramente se vê embaraçado no firmar o valor específico de uma forma ainda não descrita desse grupo, mesmo que não tenha em mãos uma série de indivíduos, apresentando todos o mesmo conjunto de caracteres específicos não observado nas especies aparentemente mais proximas. A proposito do conceito atual de especie, devo transcrever o seguinte trecho traduzido da admiravel obra de HURST The mechanism of creative evolution, Cambridge, 1933: "Multas dificuldades, que pareciam quasi insuperaveis mediante, exclusivamente, a analise taxonomica, são facil-
( 1) Deve empregar-se os termos ecologia e etologia nas suas verdadeiras acepções. A ecologia é a ciencia das condíções de existencia; é o estudo do meio ambiente e da ação do mesmo sobre os organismos e não das reações por ele produzidas nos orgãos. A etologia é a ciencia dos costumes; é o estudo do modo de vida, dos costumes, dos movimentos dos organismos.
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INSETOS DO BRASIL
mento elucidadas, quando investigadas genetica e citologicamente. O estudo de grandes gêneros e famílias, pela combinação dos tres metodos técnicos, conquanto um tanto lento, é, todavia, o unico meio seguro de investigar as relações de parentesco e valores evolucionais. Muito se tem feito com varios gêneros, e apezar do assunto ter sido apenas explorado, é possível ter-se hoje uma ideia mais precisa do que é realmente a especie. Uma especie é um grupo de indivíduos de descendência comum, com certos caracteres específicos constantes e comuns, representados no nucleo de cada celula por grupos de cromosomios constantes e característicos, contendo genes espefíficos e homozigos, que ocasionam geralmente intra-fertilidade e inter-esterilidade. Encarada sob este ponto de vista, uma especie deixa de ser uma concepção arbitraria, conveniente ao sistematico, um simples nome ou rotulo, para se tornar uma entidade específica real, que pode ser demonstrada experimentalmente, genetica ou citologicamente. Verificada e reconhecida, em termos de genes e de cromosomios, a verdadeira natureza de uma especie, "acha-se aberta a estrada para o estudo da sua evolução e da sua origem, e a especie genetica se nos apresenta como uma unidade mensuravel e experimental da evolução. Em muitos casos a especie genetica coincide mais com a velha especie lineana que com as novas micro-especies de JORDAN. Em alguns casos, porém, como no gênero Rosa, a especie genetica mostra-se maior que a especie lineana, correspondendo mais á seção generica do taxonomista nas cinco especies diploides basicas do gênero, enquanto que as suas sub-especies e especies poliploides, delas derivadas por híbridação nos Períodos Plioceno e Pleistoceno, mais se aproximam da especie lineana". 3. Variedade e raça - Muitas vezes, em indivíduos de uma mesma especie, destaca-se um ou mais grupos que apresentam, singularmente, um caráter excepcional, ou um conjunto de pequenas diferenças se perpetuam na geração. o
Ao nome 4.
pecie
da
fórma
grupo ou grupos de indivíduos de raça ou variedade.
Sub-especie sinonimo de
- Em geral, variedade. Em
específica nestas
típica,
condições
considera-se o termo rigor, porém, deve-se
que dá-se
sub-esaplicá-
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES
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lo para um grupo sistematico de grau intermedio entre - especie e variedade. Daí resulta, ao designar-se uma variedade, ter de se lhe aplicar, ás vezes, cinco termos: o generico, o subgenerico, o espefífico, o sub-específico e o da variedade propriamente dita. 5. Gênero - Si bem que as especies se diferenciem entre si pelos chamados caracteres específicos, podemos frequentemente distribuí-las em grupos constituidos por duas ou mais especies, consideradas vizinhas pela comunidade de certos caracteres (caracteres genericos). A cada um desses grupos de especies dá-se o nome de gênero, que corresponde á denominação científica genus. Considerações idênticas ás que foram feitas para a especie podem ser aplicadas ao gênero. Assim, enquanto uns estabelecem novos grupos genericos, exclusivamente baseados num ou mais caracteres, possivelmente variaveis até nas proprias especies que os constituem, outros, procurando interpretar o valor desses caracteres em combinação com alguns não tomados em consideração pelos primeiros, reunem tais gêneros, até então julgados perfeitamente distintos, exclusivamente por falta de conhecimento dos grupos intermediarios que os ligam. Compreender-se-á, pois, como é arriscado, quando se examina uma pequena série de especies, o estabelecimento de divisões genericas perfeitamente definidas. Quando, porém, o numero de especies que se encadeiam fôr consideravel, sendo possível distribuí-las em grupos mais ou menos distintos por diferenças estruturais, senão muito conspicuas, pelo menos decisivas, só podem advir vantagens da criação de novos gêneros. É obvio que os grupos genericos assim constituidos, exclusivamente formados segundo a interpretação de quem os propôz, terão valor, tanto maior, quanto mais especializados forem os conhecimentos de quem os estudou. 6. Grupos superiores - Os gêneros, que oferecem um certo numero de traços comuns, são grupados em familias. A fa-
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milia é, pois, um conjunto de gêneros que mantêm entre si grandes afinidades. As familias afins são reunidas em ordens, estas em grupos de categoria superior chamados classes, por sua vez grupados em ramos, tipos ou phyla. A palavra grupo, em geral, é empregada em um sentido pouco preciso, e tanto pode servir para designar uma classe, como uma especie ou uma variedade. Além dos termos até aqui mencionados, nem sempre suficientes para designar todas as categorias taxionomicas, há outros, que apresento linhas abaixo, inscritos entre os já citados. A sequência dos diferentes grupos taxionomicos vai do de categoria mais elevada, o reino, á unidade zoologica, a especie. Para que se possa avaliar a sua importancia, figurei-os em tres tipos de letra. Tomando, para exemplo, uma determinada formiga, mostro como a mesma se acha classificada nesses diferentes grupos: REINO ........................................................................................................ SUB-REINO, PHYLUM ......................................................................... Sub-phylum ................................................................................ CLASSE ............................................................................................. Sub-classe ...................................................................... ORDEM ............................................................................. SUB-ORDEM ......................................................... SUPER-FAMILIA ............................................. FAMILIA .................................................. SUB-FAMILIA ..................................... TRIBU ................................................. GENERO ......................................... SUB-GÊNERO ........................... ESPECIE ................................ Sub-especie .................. Variedade ..............
Animal Arthropoda Hexapoda Pterygota Hymenoptera Clistogastra Formicoidea Formicidae Ponerinae Ectatommini Ectatomma Ectatomma edentatum muticum densestriatum
NOMENCLATURA ZOOLOGICA 7. Regras de nomenclatura - Para não haver confusão na designação científica dos animais, são hoje universalmente adotadas regras de nomenclatura promulgadas pelos Congres-
NOMENCLATURA ZOOLÓGICA
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sos Internacionais de Zoologia. O primeiro Codigo, proposto por BLANCHARD e adotado no 1.º Congresso reunido em Paris em 1889, foi novamente adotado no 2.º Congresso reunido em Moscou em 1892. Nos Congressos subsequentes foram definitivamente aprovadas as chamadas Regras Internacionais de Nomenclatura Zoologica, hoje acrescidas de varias decisões suplementares. Não transcreverei para aqui todas essas regras; limitar-me-ei apenas a expôr as principais, que devem ser bem conhecidas por todos aqueles que estudam a entomologia. Além das Regras Internacionais de Nomenclatura Zoologica os entomologos, em sua maioria, na resolução de questões de sistematica, mal esclarecidas ou totalmente omissas nas referidas regras, orientam-se segundo o Codigo Entomologico proposto em 1912 por N. BANKS e A. N. CAUDELL. Não tendo êle, porém, caráter oficial, é claro que se não o poderá seguir senão nos casos em que não colidir com as Regras Internacionais de Nomenclatura. Escolheram os zoologos a decima edição do Systema Naturae de CARL VON LINNÉ. (LINNAEUS), publicada em 1758, para servir de base e ponto de partida da nomenclatura binaria. A nomenclatura das especies é latina e binominal, isto é, cada especie é designada por duas palavras: a primeira que representa o nome do gênero a que pertence e a segunda propriamente o da especie considerada. Exemplo: a formiga de fogo - Solenopsis saevissima gênero Solenopsis, especie saevissima. A nomenclatura das sub-especies e variedades é trinominal, sendo o nome da sub-especie ou variedade acrescentado ao da especie, "sem interposição de qualquer sinal de pontuação". Exemplo: Atta sexdens rubropilosa ou Atta sexdens var. rubropilosa . A nomenclatura dos sub-gêneros, gêneros e demais grupos superiores (familias, ordens, etc. ) é uninominal.
8. - Dos nomes de categorias superiores a gêneros O nome de familia é formado acrescentando-se ao radical do
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gênero que serve de tipo a desinencia idae e o de sub-familia, acrescentando-se êsse mesmo radical a desinencia inae (artigo 4). O nome de familia ou de sub-familia deve ser mudado quando fôr mudado o nome do gênero que serve de tipo ( a r t . 5). No que se refere aos nomes de familia e de sub-familia, o Codigo Internacional não é bastante claro. O Codigo de BANKS e CAUDELL, entretanto, estabelece o seguinte (art. 108): o nome de familia deve ser formado substituindo-se a ultima sílaba do nome generico (de preferência o mais antigo), no genitivo, pela terminação idae. O mesmo se fará com relação ás sub-familias. O Codigo Internacional é, tambem omisso quanto á formação dos nomes de super-familia e de tribu. Eis, em resumo, o que estatue o referido codigo norte-americano: o nome de uma super-familia deve ser formado substituindo-se o idae de um dos nomes das familias inclusas pela terminação oidea. O nome de tribu (a primeira divisão abaixo de sub-familia) deve ser baseado num dos gêneros inclusos e deve terminar em ini. Uma das tribus de uma sub-familia deve ter por base o mesmo gênero da tribu. 9. Dos nomes de gênero e de sub-gênero - Os nomes de gênero e de sub-gênero devem consistir em uma, palavra simples, unica, latina ou latinisada, ou tratada como tal, si ela não deriva do latim. Devem tambem ser empregados como substantivos no nominativo singular e "escritos com a primeira letra maiuscula" (art. 8). O nome generico passa para a categoria de sub-gênero quando o gênero passa a categoria de sub-gênero e reciprocamente (art. 7). Quando um gênero é dividido em sub-gêneros o nome do sub-gênero típico é igual ao do gênero correspondente (art. 9). O nome do sub-gênero, quando citado na especie, deve ser colocado entre parentesis entre os nomes generico e específico (art. 10).
NOMENCLATURA ZOOLÓGICA
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Exemplo: Piazurus (Pseudopiazurus) obesus. 10. Do nome específico - Os nomes específicos, quer sejam substantivos no nominativo ou no genitivo, quer adjetivos concordando em gênero com o nome generico, devem igualmente ser univocos. Todavia, por excepção, serão admitidas denominações específicas de vocabulo duplo, que tenham por fim ou a dedicatoria a uma pessoa cujo nome é duplo, ou o estabelecimento de uma comparação com um objeto simples. Neste caso as duas palavras que compõem o nome específico ou são reunidas por um traço de união ou escritas em uma só palavra (art. 15). Exemplo: Sanctae-Catharinae ou sanctaecatharinae, cornu-pastoris ou cornupastoris. Sómente os nomes de pessôas, empregados como nomes específicos, podem ser representados com a primeira letra maiúscula; todos os outros nomes específicos deverão ser escritos com a primeira letra minúscula (art. 13). Exemplos: Cruzi ou cruzi, viridis, lateralis. Quando se dedica uma especie a uma pessôa um nome moderno, o genitivo, ao envés de seguir da declinação latina, será formado pela adição de nome completo da pessôa se fôr homem, e de ae se (art. 14, c).
que tenha as regras. um i ao fôr mulher
Exemplos: Cruzi, Mariae. 11. Do nome do autor - Deve ser considerado autor de um nome científico o que o publicou em primeiro lugar, acompanhando-o de uma indicação, uma definição ou de uma descrição, a menos que seja evidente, pelo conteúdo da publicação, que uma outra pessoa é a responsavel pelo dito nome, sua indicação, definição ou descrição (art. 21). Quando se tiver de citar o nome do autor com o respectivo nome científico, aquele deve ser colocado logo após o nome científico, sem interposição de qualquer sinal de pontuação. Quaisquer outras indicações (data, sp. n., emend., sensu stricto, etc.), devem seguir o nome do autor, porém dêle separadas por uma vírgula (art. 22).
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Exemplo: o nome científico da mosca domestica, descrita em 1758 por LINNEU, é Musca domestica Linnaeus, 1758. Quando uma especie fôr transferida para um outro gênero, diferente daquele em que ela foi incluída pelo autor, conserva-se na anotação o nome do autor que descreveu a especie entre parentesis, podendo colocar-se, logo em seguida, sem interposição de qualquer sinal de pontuação, o nome do autor que fez essa nova combinação (art. 23). Exemplo: LINNEU, em 1758, deu o nome de Formica sexdens a uma formiga que, em 1804, foi considerada por FABRICIUS como pertencente ao gênero Atta, por êle creado. Se quizermos, pois, escrever o nome desse inseto com todas as notações, assim faremos: Atta sexdens (Linné, 1758) Fabricius, 1804, ou, abreviando: Atta sexdens (L., 1758) F., 1804. As abreviações dos nomes de autores antigos devem ser feitas segundo a lista de abreviações publicada pelo "Museu Zoologico de Berlim" ( 2 ). Em alguns casos, autores antigos designaram, sob uma denominação específica unica, formas que constituem duas especies distintas. Neste caso, a especie restricta a qual fôr atribuído o nome específico, pode receber uma notação indicando ao mesmo tempo o nome do autor que estabeleceu a especie primitiva e o nome do que efetuou a divisão dessa especie, seguido áquele de uma das expressões: pro parte ou partim (art. 24). 12. Lei da prioridade - Adota-se sempre, para cada gênero e cada especie, o nome mais antigo pelo qual foram designados, quando êsse nome foi divulgado numa publicação em que veiu acompanhado de uma indicação, de uma definição ou de uma descrição e quando o autor aplicou os princípios da nomenclatura binaria (art. 25, a e b). Todavia, qualquer nome generico ou específico, publicado depois de 31 de Dezembro de 1930, não será valido se o autor, ao apresentá-lo, não o fizer acompanhar: de um sumario dos
(2) Liste der Autoren zoologischer Art-und Gattungsnamen zusamengestelt von den Zoologen des Museum fur Naturkund in Berlin, Berlin, 2. vermehrte Auflage, 8º, 1896.
NOMENCLATURA ZOOLÓGICA
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caracteres (diagnose, definição ou descrição resumida), que diferencie o gênero ou a especie dos outros gêneros ou especies; ou de uma referência bibliografica precisa de tal sumario de caracteres (diagnose, definição ou descrição condensada). No caso de um nome generico êste deverá ser acompanhado de uma designação precisa da especie típica (genotipo; autogenotipo ou ortotipo) (art. 25, c). As aplicações da lei da prioridade devem vigorar da data da publicação da 10.ª edição do "Systema Naturae" de LINNEU, isto é, de 1758 em d i a n t e (art. 26). A lei da proridade deve ser aplicada ou o nome mais antigo deve ser conservado: 1.º, quando uma parte qualquer de um animal foi denominada antes do proprio animal; 2.º, quando uma fase qualquer do ciclo evolutivo foi denominada antes da fase adulta; 3.º, quando os dois sexos de uma mesma especie foram considerados como pertencentes a especies ou mesmo gêneros distintos; 4.º, quando o animal apresenta uma sucessão regular de gerações desemelhantes, que foram consideradas como pertencentes a especies ou mesmo a gêneros distintos (art. 27). Quando dois ou mais gêneros forem reunidos em um só, êste toma o nome do gênero mais antigo, e, se ambos foram publicados num mesmo trabalho, prevalecerá naturalmente o nome que estiver em primeiro lugar nesse trabalho (art. 28). A mesma regra deve ser aplicada quando duas ou mais especies ou sub-especies forem reunidas em uma só. Uma vez publicado um nome científico, generico ou específico, pão poderá mais ser regeitado, nem mesmo pelo autor, por impropriedade ou tautonomia (arts. 32 e 33). Diz-se que há tautonomia quando o nome específico e, eventualmente, o nome sub-especie são idênticos ao nome genérico. Um nome generico preocupado) quando já (art. 34).
é rejeitado como homonimo (nome foi empregado para outro gênero
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Um nome específico é rejeitado como homonimo quando já foi empregado para designar outra especie ou sub-especie do mesmo gênero (art. 35). Os diferentes nomes aplicados para um mesmo gênero ou para uma mesma especie são os sinonimos desse gênero ou dessa especie. Para se verificar se um nome que se propõe para um gênero ou sub-gênero está ou não preocupado, deve consultar-se as obras de SCUDDER, WATERHOUSE, SHERBORN e o Zoological Record, citados na bibliografia deste capítulo. 13. Tipos - Segundo determinação dos congressos de nomenclatura zoologica, convem que qualquer proposta de um novo grupo sistematico seja acompanhada de uma diagnose individual e diferencial, escrita de preferência em alemão, inglês, francês, italiano ou latim. Nas descrições de especies, sub-especies e variedades, é indispensavel assinalar: a) a localidade e a data referentes ao material típico; b) o que constitue o material típico, isto é, numero de especimens, informações sôbre o sexo desses especimens, nome do colecionador; c) em que coleção se acha guardado o material típico e qual o numero de ordem que apresenta. Quando o autor de uma especie ou de uma sub-especie fundamenta a sua descrição em um especimen unico, êste é considerado o tipo, ou melhor, o holotipo da especie. Si, além do tipo, o autor da especie, no momento de descrevê-la, possue outros exemplares, êstes são os paratipos. Dá-se, pois, o nome de paratipo a cada um dos especimens da série examinada dentre a qual foi escolhido o tipo. Si, porém, o autor não escolher um especimen da série típica para servir especialmente de tipo e basear a sua descrição no resultado do exame de todos os especimens da série, êstes serão os cotipos da especie. Quando, depois de feita a descrição original, um cotipo fôr escolhido para tipo, a êste se dá o nome de lectotipo, dando-se aos demais cotipos o nome de paralectotipo. Dá-se o nome de alotipo a um paratipo do sexo oposto ao
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do holotipo, ou, como o define FERRIS, a qualquer indivíduo que servir de base á descrição do sexo oposto ao do holotipo, em qualquer época ou por qualquer autor. Topotipo é um especimen coligido no mesmo lugar em que foi encontrado o tipo e com o qual foi comparado por outro especialista, que não o autor da especie. Metatipo é um especimen comparado pelo autor da especie com o tipo e por êle determinado como sendo da mesma especie, ou melhor, um topotipo, porém comparado pelo autor da especie. Homotipo, ou melhor homeotipo, é um especimen comparado com o tipo-por outrem que não o autor da especie, e por êle determinado como sendo da mesma especie, porém, não procedente da localidade em que foi encontrado o tipo. Ideotipo é um homoetipo, porém comparado pelo autor da especie. Neotipo é um especimen oriundo da mesma região geografica, de preferência da localidade em que foi encontrado o tipo, escolhido por um especialista ou pelo autor da especie, para substituir o holotipo que se tenha estragado ou perdido ou que se ache em máu estado de conservação. Para o estudo dos principios gerais de entomologia sistematica recomendo a leitura das obras de FERRIS (1928) e de SCHENK e Mc MASTERS (1936) e para a compreensão dos termos varios, empregados por diferentes autores, na designação dos tipos indico os trabalhos de HORN (1920) e de FRIZELL (1933).
14. Bibliografia. AGASSIZ, L. 1842-1846 CUENOT, L. 1936 FERRIS, G. F. 1928 -
FRIZZEL, D. L. 1933 -
N o m e n c l a t o r z o o l o g i c u s. 2 v o l s . e t I n d e x U n i v e r sa l i s. L' e sp è c e . 3 1 0 p ., 4 2 f i g s . Paris: Doin & Cie.
Th e p r i n c i p l e s o f s y s t e m a t i c en t o m o l o g y . Stanford University Publications, University Series - Biol. Sc., rol. 5, n. 3, 169 pp., 11 figs. Stanford Univ. Press, California. Terminology of types. Am e r . M i d l . Na t . 1 4 : 6 3 9 - 6 6 8 .
14 HORN, W. 1920
INSETOS DO BRASIL
Ueber der musealen Minrauch mit Insekten "Typen". Xe. Congrès International de Zoologie, 1022-1042. Budapest. International Rules of Zoological Nomenclature. x C ongrès International de Zoologie, tenu a Budapest du 4 au 10 Septembre 1927. II. Annexe: 1583-1609. Anteriormente publicadas nos Proa. Biol. Soc. Washington (1926) 39 : 75-194. V. Amar, M, A. do, 1930 - Regras internacionais de nomenclatura zoologica. Tradução para o português. Mem. Inst. Butatan. São Paulo. MARSCHALL, A. 1873 - Nomenclator zoologicus. Continens nomina systematlca generum animalium taro viventium quam fossilium secundam ordinem alphabeticum disposita. Nomes de 1846 a 1868. 1 vol. Vindobonae. SCHENK, E. T. & MC MASTERS, J. H. 1936 - Procedure in taxonomy. Including a reprint of the International Rules of Zoological Nomenclature with summaries of opinions rendered to the present date. 72 pp. Stanford Univ. Press. SCHULZE, F. E., KUKENTHAL, W. & HELDER, K. 1926-1935 - Nomenclator animalium generum et subgenerum. Verlage der Preussiachen Akademie d. Wissenschaften. Bd., 1, A-B, 1926; Bd. II, C-E, 1929; Bd. III, F-M, 1932; Bd. IV, N, 1935. -
SCUDDER, S. H. 1882 - Nomenclator zoologicus. An alphabetical list of all generic names that have been employed by naturalists for recent and fossil animals from the earliest rimes to the close of the year 1879. In 2 parts: I Supplemental List. II Universal Index. Washington, 8º. SHERBORN, C. D. 1902 - Index animalium sive índex nominum quae ab A. D. 1758 generibus et speciebus animalium imposita sunt. Societatibus eruditorum adjuvantibus a Carolo Davies Sherborn confectus. Sectio prima Kalendis januariis MDCCLVIII, usque ad finem decembris MDCCC, Cantabrigiae, MDCCCII, 8º. Sectio secunda a Kalendis januariis MDCCCLVIII, usque ad finem decembris MDCCC, London, vols. ja publicados: A-B, C, D-G, H-L, M-N, O-P, Q-R-S, T-Z e partes XXIX a XXXIII. WATERHOUSE, C. D. 1902 - Index zoologicus. An alphabetical list of names of genera and subgenera proposed for use in zoology as recorded in the Zoological Record 1880-1900, together with other names not included in the "Nomenclator zoologicus" of S. H. Scudder. Edit. by David Sharp. 1912 - Index zoologicus, n. II. An alphabetical list of names of genera and sub-genera proposed for use in zoology as recorded in the Zoological Record, vols. 38-47 inclusive (1901-1910) and the zoology volumes of the "International Catalogues of Scientific Litterature", annual issues 1-10, together with names not inciuded in previous nomenclature. Zoological Record. London, 1864-1937 - Lista de novos generos no fim de cada volume.
CAPÍTULO II
Classificação dos insetos e bibliografia entomologica CLASSIFICAÇÃO
DOS
INSETOS
15. Posição sistematica dos insetos. - Antes de tratar do assunto principal do presente capítulo, convem dizer sobre a posição sistematica dos insetos em relação com os grupos que lhes são afins. Como se sabe, os insetos pertencem ao grande phylum Arthropoda, ou dos Artropodos, isto é, dos animais de apendices locomotores articulados e um esqueleto externo quitinisado. Compreende esse phylum cerca de 675.000 cspecies descritas (aproximadamente 4/5 do numero de animais conhecidos num total de 840.000 especies), distribuidas em varias classes. Dentre elas a dos Hexapodos ou Insetos é a que compreende exclusivamente os Artropodos eutraqueados, com o corpo dividido em 3 regiões (cabeça, torax e abdomen), um
par de antenas, 3 pares de pernas toraxicas e, geralmente, dois pares de azas (3). A parte da zoologia que trata dos insetos é a entomologia. A palavra inseto (insectum), oriunda de intersectum,
(3) Neste trabalho não trato da ordem Protura (Classe Myrientomata), cujas especies, desprovidas de antenas, são incluidas por varios autores na subclasse Apterygogenea de Hexapoda.
16
INSETOS DO BRASIL
corresponde á denominação grega , dada por ARISTOTELES a todos os animais de corpo entrecortado ou segmentado. Assim, a Entomologia, ou ciencia dos insetos, deveria abranger todos os animais articulados ou Artropodos. Aliás, durante muitos anos, foi este o conceito que prevaleceu entre os zoologos. Todavia, desde LATREILLE, a palavra entomologia é empregada para designar exclusivamente a ciencia dos Artropodos Hexapodos. 16. Classificações entomologicas. - A classe dos insetos, sob o ponto de vista da quantidade de especies que a constitue, é o grupo dominante em toda a escala zoologica. Segundo um computo apresentado por METCALF e FLINT (1928), O numero de insetos conhecidos atinge a um total de 625.000 especies. E como calcularam haver, em todo reino animal, cerca de 840.000 especies descritas, poder-se-á, portanto, concluir que perto de tres quartas partes desse numero pertencem á classe dos insetos. Depois da primeira classificação dos insetos em 7 ordens, feita por LINNAEUS em 1735, foram apresentados sucessivamente outros sistemas compreendendo as novas formas que iam sendo estudadas e que não podiam ser incluidas nas ordens anteriormente estabelecidas. Dentre as classificações propostas, com maior aceitação, devem ser citadas as de: PACKARD (1883 e 1885), BRAUER (1885), SHARP (1895-1899), COMSTOCK (1895), HANDLIRSCH (1904 e 1908), SHIPLEY (1904), BöRNER (1904), BRUES & MELANDER (1915), KRAUSSE & WOLFF (1919), CRAMPTON (1924), HANDLIHSCH (1930, in SCHRÖDER) e de BRUES & MELANDER (1932). Os entomologistas atuais ou adotam uma dessas classificações integralmente ou um sistema nas mesmas baseado. Seria de toda a vantagem que a questão da classificação geral dos insetos fosse discutida nos congressos internacionais de zoologia e especialmente de entomologia, de modo a ficar definitivamente estabelecida uma classificação que fosse aceita por todos os entomologistas. Enquanto isso não se realizar, continuarei a adotar, nos cursos de entomologia a meu
17
CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS
cargo, o seguinte sistema, ficação de HANDLIRSCH.
baseado
Classe:
INSECTA
HEXAPODA
Sub-classe:
Latreille;
APTERYGOGENEA
principalmente
Linné,
partim
Brauer, 1885.
Apterygota Lang, 1888. 1.ª Ord.
THYSANURA (Latreille, 1796) Grassi, 1888.
2. ª Ord.
COLLEMBOLA Lubbock, 1869.
Sub-classe:
PTERYGOGENEA
Aptera Shipley, 1904. Apantoptera Shipley, 1904.
3.ª Ord.
Brauer, 1685.
Pterygota Lang, 1888. EPHEMERIDA Leach, 1817.
Agnatha Meinert, 1883. Plectoptera Packard, 1886. Ephemeroptera Haeckel, 1896. Ephemeroptera Shipley, 1904.
4. ª Ord.
ODONATA Fabricius, 1792.
5. ª Ord.
PERLARIAE Latreille, 1802.
6. ª Ord.
Paraneuroptera Shipley, 1904. Plecoptera Burmeister, 1839. Perlaria Handlirsclh, 1903. Perloptera Krausse & Wolff, 1919. EMBIIDINA (Hagen, 1861) Enderlein, 1903.
Embiodea Kusnezov, 1903. Embiaria Handlirsch, 1903. Embioidea Handlirsch, 1903. Embioptera Shipley, 1904. Adenopa Verhoeff, 1904. Oligoneura Börner, 1904. Netica Navas, 1913.
7.ª Ord.
ORTHOPTERA (Olivier, 1811).
8. ª Ord. 9. ª Ord.
GRYLLOBLATOIDEA Brues & Melander, 1915. PHASMIDA Leach, 1815.
Saltatoria Latr., 1817.
10.ª Ord.
Phasmodea B u r m . , 1838. Ambulatoria Westwood, 1859. Phasmoidea H a n d l . , 1903. Gressoria Börner, 1904. Phasmatodea Jacobson e Bianchi, 1905. DERMAPTERA (De Geer ,1773) Kirby, 1815.
Euplekoptera Westwood, 1831. Euplecoptera Westw., 1938. Euplexoptera Westw., 1839.
na
et
classi-
actorum.
18 11. ª Ord. 12.ª Ord.
13.ª Ord. 14. ª Ord. 15. ª Ord. 16. ª Ord. 17. ª Ord. 18. ª Ord.
19. ª Ord.
20.ª Ord.
21. ª Ord. 22. ª O r d . 23. ª O r d . 24. ª Ord. 25. ª Ord.
INSETOS DO BRASIL DIPLOGLOSSATA Saussure, 1879. Dermodermaptera Verhoef, 1902. Hemimerina Burr, 1911. BLATTARIAE Latr., 1810. B la tt a r i a B u r m . , 1829. O o t h e c a r i a V e r h . , 1902, p a r t i m . Blattoidea H a n d l . , 1903. MANTODEA Burm., 1838. Oothecaria V e r h . , 1902, p a r t i m . Mantoidea H a n d l . , 1903. ISOPTERA (Brullé, 1832) Comstock, 1895. Socialia Börner, 1904. ZORAPTERA Silvestri, 1913. CORRODENTIA (Burm., 1839) H a n d l . , 1903. Copeognatha E n d e r l e i n , 1903. Psocoptera Shipley, 1904. MALLOPHAGA Nitzsch, 1818. Anoplura L e a c h . Lipoptera Shipley, 1904. ANOPLURA Leach, 1815. Siphunculata L a t r . , 1825. Parasita C o m s t . , 1895. Phthiraptera Haeckel, 1896. Pseudorhynchota Cholodkowsky, 1903. Ellipoptera Shipley, 1904. Lipognatha Börner, 1904. THYSANOPTERA Haliday, 1836. Physapodes Dumeril, 1806. Physopoda B u r m . , 1836, 1838. HEMIPTERA (L., 1758) Leach, 1817. Heteroptera L a t r . , 1810. Frontirostria Z e t t . , 1828. Rhynchota B u r m . , 1835, p a r t i m . HOMOPTERA (Latr., 1817) Westw., 1840. Gulaerostria Z e t t . , 1828. Rhynchota B u r m . , 1835, p a r t i m . N'EUROPTERA L., 1758. (Incluindo MEGALOPTERA Latr., 1802 e RHAPHIDIDES Leach, 1815). PANORPATAE (Latr., 1802) Brauer, 1885. Mecaptera Packard, 1886. Mecoptera C o m s t . , 1895. TRICHOPTERA Kirby, 1813. Phryganoidea H a n d l . , 1903. LEPIDOPTERA L., 1758. Glossata F a b r . , 1775.
19
CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS 26. ª O r d .
DIPTERA L . , 1758. Halterata Scopoli, 1763. A n t l i a t a F a b r . , 1775, p a r t i m . Halteriptera C l a i r v . , 1798. SIPHONAPTERA L a t r . , 1825. Suctoria De G e e r , 1778. A p h a n i p t e r a K i r b y , 1826. COLEOPTERA (L., 1758) L a t r . , 1796. Eleuterata F a b r . , 1795. STREPSIPTERA K i r b y , 1813. R h i p i p t e r a L a t r . , 1825. HYMENOPTERA L . , 1758. L a m b e n t i a H a e c k e l , 1896.
27.ª O r d .
28. ª O r d . 29.ª O r d . 30. ª O r d .
17.
Chave
para
determinação das Hexapoda (4)
sub-classes
e
ordens
de
(Para as formas adultas) 1
1'
Insetos ametabolicos, apteros, cujo abdomen apresenta apendices locomotores rudimentares .................................................... ........................................................................ Sub-classe Apterygogenea. Insetos pauro, hemi ou holometabolicos, apteros ou alados, cujo abdomen é totalmente desprovido de apendices locomotores .......................................................... Sub-classe Pterygogenea. Sub-classe
1
1'
Aparelho bucal constituído por peças livres (ectognato) ou retraídas na cavidade bucal (entognato), abdomen alongado, de 11 segmentos, apresentando de 2 a 8 pares de pernas rudimentares e de 2 a 3 cércos anais, desprovido, porém, de tubo ventral no primeiro esternito Thysanura. Aparelho bucal entognato; abdomen curto, de 6 segmentos, apresentando um tubo ventral no primeiro esternito, um pequeno apendice bifurcado (tenaculum) no terceiro esternito e, muitas vezes, no quarto ou quinto esternito, um grande apendice bifido (furcula) ..................................... Collembola. Sub-classe
1 1'
APTERYGOGENEA.
Insetos Insetos
PTERYGOGENEA.
apteros ..................................................................... 2 . alados ..................................................................... 26.
(4) Na confecção das chaves adotei o metodo numerico preconisado por WILLIAMSON (Keys in systematic work - Science, June 30, 1922, p. 703).
20 2(1)
INSETOS DO BRASIL
2"
Insetos pequenos, de aspéto anormal, quasi sempre fixos ás partes epigeas ou hipogeas das plantas, com o tegumento nú ou protegido por uma escama ou por uma carapaça, ou simplesmente revestido de secreção cerea, sobre êle disposta com aspéto pulverulento ou de filamentos ou fitas Em todos os casos, porém, o aparelho bucal é do tipo sugador e constituído por um rostrum filamentar (piolhos dos vegetais) .............................................................. Homoptera. Insetos larviformes, de corpo cilindroide, sem secreção cerea ....................................................................................................................... 3. Insetos diferentes dos incluidos nos grupos anteriores 5.
3(2')
Providos de pernas (algumas femeas de besouros) ............................
3'
............................................................................................... Coleoptera. Sem pernas ................................................................................................ 4.
2'
4(3') 4'
5(2")
5'
Insetos muito pequenos, que vivem parasitariamente no corpo de outros insetos adultos.....................Strepsiptera. Insetos não muito pequenos, de corpo saciforme, incluído em um casulo formado por fragmentos de galhos ligados por fios de seda (femeas de Psychidae) ............................... Lepidoptera. Tarsos aparentemente uniarticulados, apresentando um orgão vesiculiforme, semelhante a um casco, entre duas garras rudimentares. Insetos, em geral, com menos de um centímetro de comprimento (Trips) ................................ Thysanoptera. Ultimo articulo dos tarsos normal, com 1 ou 2 garras visiveis ............................................................................................................... 6.
6(5') 6'
Aparelho bucal mastigador ........................................................................... 7. Aparelho bucal sugador .............................................................................. 21.
7(6)
Cabeça prolongada inferiormente em uma tromba ou rostrum um pouco mais longo que a cabeça Panorpatae. Cabeça não prolongada inferiormente ....................................... 8.
7' 8(7')
8'
Abdomen provido de um par de cércos unisegmentados, em geral, fortemente chitinisados e em forma de pinça ou forceps; tarsos trimeros (5) ................................................................... ................. Dermaptera (incl. ord. Diploglossata). Abdomen desprovido de cércos ou, quando provido, não com a forma referida em (8) .................... 9.
(5) Nas especies da sub-ordem Arixenina e da ordem Diploglossata os cércos, comquanto unisegmentados, são de aspeto diferente e bem menos robustos que nos demais Dermapteros. Tais especies são ectoparasitas de mamiferos.
CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS
21
9(8') 9'
Abdomen sem cércos ................................................................................ 10. Abdomen provido de cércos ........................................................................... 13.
10(9) 10'
Insetos pediculoides; tarsos de 1 a 3 artículos ....................................... 11. Insetos formicoides; tarsos de 4 a 5 artículos ........................................ 12.
11(10)
Corpo deprimido; antenas de 5 segmentos no maximo (piolhos de aves e mamíferos) ............................................... Mallophaga. Corpo não deprimido; antenas filiformes, multi-segmentadas ....................................................................................................... Corrodentia.
11'
12 (10') 12'
Abdomen (cupins) Abdomen tarsos de
aderente, tarsos de 4 artículos, raramente de 5 .......................................................................................... Isoptera. separado do torax por uma constrição na base; 5 articulos (formigas) ................................................. Hymenoptera.
13(9') 13'
Cércos Cércos
14(13) 14'
Tarsos de 5 artículos (bichos-páo) .................................................. Phasmida. Tarsos de 2 articulos ............................................................ Zoraptera.
15(13')
Pernas do par posterior saltatoriais, ou, quando não distintamente deste tipo, as do par anterior fossoriais (gafanhotos) .......................................................................................... Orthoptera. Pernas posteriores não saltatoriais, isto é, femures do par posterior não mais dilatados que os das outras pernas; se, porém, são mais dilatados, o primeiro articulo dos tarsos das pernas anteriores é mais volumoso que nas demais pernas ............................................................................................... 16.
15'
unisegmentados multisegmentados
..................................................................... ........................................................................
14. 15.
16(15') 16'
Pernas do par anterior raptoriais (louva-Deus) Mantodea. Pernas do par anterior, não raptoriais ......................................................... 17.
17(16') 17'
Tarsos de 3 artículos ............................................................................. 18. Tarsos de 4 a 5 artículos ............................................................................... 19.
18(17)
Primeiro articulo dos tarsos do par anterior muito mais dilatado que nas demais pernas .............................................. Embiidina. Primeiro artículo dos tarsos do par anterior normal .......................... ........................................................................................................ Perlariae.
18' 19(17') 19' 20 (19')
Tarsos de 4 articulos; cércos muito curtos (cupins) ............................. ........................................................................................................... Isoptera. Tarsos de 5 articulos; cércos mais ou menos alongados 20. Corpo achatado e oval; femeas sem ovipositor (baratas) .................................................................................................... Blattariae.
22
INSETOS DO BRASIL Corpo alongado; fêmeas com ovipositor bem desenvolvido ........................................................................................... Grylloblattoidea.
21(6')
21'
22(21') 22' 23(22) 23'
24(22') 24'
Corpo mais ou menos revestido de escamas e longos pêlos; proboscida enrolada sob a cabeça (espiro- tromba) ............................................................................................... Lepidoptera. Corpo sem escamas; proboscida não enrolada sob a cabeça ............................................................................................................. 22. Proboscida com labio segmentado ................................................................... 23. Peças bucais, quando visiveis, sem labio segmentado 24. ..................................................................................................... Homoptera. Fronte tocando os quadris das pernas anteriores. Fronte não tocando os quadris das pernas anteriores .......................................................................................................... Hemiptera. Tarsos de 1 articulo (piolhos hematofagos, de mamiferos) .................................................................................................... Anoplura. Tarsos de 5 articulos ....................................................................................... 25.
25(24') 25'
Corpo fortemente comprimido (pulgas) ...................................... Siphonaptera. Corpo não comprimido ...................................................................... Diptera.
26(1') 26'
Duas asas ............................................................................................... 27. Quatro asas ................................................................................................... 34.
27 (26) 27'
Asas coriaceas ou pergaminhosas ........................................................ 28. Asas membranosas .................................................................................... 32.
28(27)
Aparelho bucal sugador, com labio segmentado (percevejos) .................................................................................................. Hemiptera. Aparelho bucal mastigador ............................................................................... 29.
28' 29(28') 29' 30 (29')
30' 31(30') 31'
Asas coriaceas, sem nervuras (elitros) (bezouros) .......................................... ....................................................................................................... Coleoptera. Asas pergaminhosas, com nervuras ........................................................ 30. Pernas do par posterior saltatoriais ou, quando não deste tipo, as do par anterior fossoriais (gafanhotos, grilos e grilos-toupeira) ................................................................... Orthoptera. Pernas posteriores normais; anteriores não fossoriais. 31. Céscos unisegmentados (bichos-páo) .................................................... Phasmida. Cércos multi-segmentados (baratas) ............................................ Blattariae.
CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS
23
32(27') 32'
Aparelho bucal sugador (moscas e mosquitos) ............................ Diptera. Aparelho bucal rudimentar ou ausente .......................................... 33.
33(32') 33'
Asas com uma nervura apenas, halteres presentes, (machos da fam. Coccidae) ........................................................ Homoptera. Asas com multas nervuras; sem halteres .......................................... Ephemerida.
34(26') 34'
Os dois pares de asas de estrutura diferente .......................................... 35. Asas da mesma estrutura, membranosas .......................................... 43.
35 (34)
Asas anteriores com a parte basal coriacea e a apical membranosa (hemelitros) (percevejos do mato) Hemiptera. Asas anteriores da mesma estrutura em toda a extensão ................................................................................................................ 36.
35'
36(35') 36'
37(36) 37' 38(37') 38'
39(36')
39'
40(39')
40'
Asas anteriores corneas ou coriaceas, sem nervuras (elitros), desenvolvidas ou encurtadas ........................................................ 37. Asas anteriores pergaminhosas (tegminas), apresentando nervuras ......................................................................................................... 39.
Ab d om en pr ovi do de cér cos em forma de pi nç a ou forceps ........................................................................................ Dermaptera. Abdomen sem cércos .................................................................................... 38.
Asas posteriores com nervuras longitudinais e transversais; tarsos providos de garras (bezouros) .......................................... Coleoptera. Asas posteriores consideravelmente mais desenvolvidas que as anteriores e sem nervuras transversais; tarsos sem garras .................................................................................... Strepsiptera. Asas posteriores não dobradas; aparelho bucal sugador (rostrum) com labio segmentado (cigarras e cigarrinhas) .................................................................................................. Homoptera. Asas posteriores dobradas longitudinalmente em leque; aparelho bucal mastigador .................................................................................... 40. Pernas do par posterior saltatoriais ou, quando não desse tipo, as do par anterior fossoriais (gafanhotos, grilos, grilos-toupeira) .................................................................................... Orthoptera. Pernas do par posterior normais; as anteriores não fossoriais ................................................................................................... 41.
41(40') 41'
Pernas anteriores raptoriais (louva-Deus) .......................................... Mantodea. Pernas anteriores normais ...................................................................... 42.
42(41') 42'
Cércos uni-segmentados (bichos-páo) ............................................. Phasmida. Cércos multi-segmentados (baratas) ........................................... Blattariae.
24 43(34')
43'
44 (43')
44'
45(44') 45'
46(45) 46'
47 (45') 47' 48 (47')
48'
49 (48)
49' 50 (49') 50'
INSETOS DO BRASIL Tarsos aparentemente uniarticulados, apresentando no apice um orgão vesiculiforme, semelhante a um casco, entre duas unhas rudimentares; asas muito estreitas com longos pêlos marginais (peniformes) (Trips) Thysanoptera. Ultimo artículo dos tarsos normal; asas de aspecto diferente ........................................................................................................ 44.
Asas completamente ou em grande parte revestidas de escamas; aparelho bucal, quando visível, representado por uma proboscida enroscada sob a cabeça (espiro-tromba) (borboletas e mariposas) ................................................................... Lepidoptera. Asas transparentes, núas ou revestidas de pêlos; aparelho bucal de tipo diferente do dos lepidopteros .............................................. 45. Aparelho bucal representado por um rostrum com labio segmentado ............................................................................................ 46. Aparelho bucal mastigador, mandibulado, ás vezes atrofiado; quando de outro tipo, não constituído por um rostrum com labio segmentado ..................................................................... 47. Fronte tocando os quadris das pernas anteriores (cigarras) ............................................................................................ IIomoptera. Fronte não tocando os quadris das pernas anteriores ................................................................................................................ Hemiptera. Cabeça prolongada em uma tromba ou rostrum, mais longo que a cabeça, com as peças bucais no apice Panorpatae. Cabeça com aspecto diferente .............................................................. 48. Asas anteriores e posteriores aparentemente iguais, ou as posteriores com a área anal muito saliente, tornando-as muito mais largas na base que as anteriores; tarsos com menos de 5 artículos ............................................................................ 49. Asas posteriores geralmente menores que as anteriores, quando, porém, aparentemente iguais ou mais desenvolvidas que as anteriores, os tarsos são pentameros (5 artículos) .......................................................................................................... 52. Asas anteriores com uma sutura transversal na base, permitindo o destacamento facil da maior parte da asa (cupins, formigas de Natal) ........................................................ Isoptera. Asas anteriores sem tal sutura ........................................................ 50.
Tarsos das pernas anteriores com o articulo basal (1º) bem mais dilatado que nas outras pernas ............................... Embiidina. Tarsos das pernas anteriores normais ................ 51.
25
CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS
51'
Antenas setiformes, quasi invisíveis a olho nú (lavadeiras) .......................................................................................................... Odonata. Antenas filiformes, alongadas ........................................................ Perlariae.
52 (48') 52'
Abdome com cércos .................................................................................... 53. Abdome sem cércos .................................................................................... 54.
53(52) 53'
Cércos muito curtos, unisegmentados ........................................................ Zoraptera Cércos muito longos, com aspecto de filamentos caudais (Efemeras) ................................................................................................. Ephemerida.
54 (52') 54'
Tarsos de 2 a 3 articulos .......................................................... Corrodentia. Tarsos pentameros .................................................................................... 55.
51(50')
Asas núas, apresentando nervuras longitudinais e varias nervuras transversais formando um reticulo mais ou menos complicado ............................................................................ Neuroptera. Asas núas ou mais ou menos revestidas de pêlos, com poucas nervuras transversais, não formando reticulo ........................................................ 56.
55(54')
55'
Insetos cujo aspecto lembra o de pequenas mariposas, com as asas mais ou menos revestidas de pêlos; tagumento pouco esclerosado, mandíbulas atrofiadas ou ausentes ................................................................................................................ Trichoptera. Asas inteiramente núas ou com pêlos microscopicos; tegumento fortemente esclerosado; mandibulas desenvolvidas (vespas, abelhas, formigas) ................................................. Hymenoptera.
56(55')
56'
BIBLIOGRAFIA Citarei rais
mais
grupo
de
respetiva
aqui,
por
interessantes. insetos,
ordem
cronologica,
Quando
mencionarei,
ENTOMOLOGICA
tratar no
fim
apenas
as
especialmente de
cada
obras
ge-
de
cada
capítulo,
a
bibliografia.
18. Manuais de entomologia.
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No estudo de cada ordem darei as indicações bibliograficas dos grupos monografados nestas duas obras monumentais.
22. Entomologia economica (agraria, medica e veterinaria). Sobre entomologia agraria a literatura estrangeira, especialmente a norte-americana, é relativamente rica de obras notaveis. Ultimamente têm sido publicados valiosissimos compendios que, para nós, infelizmente não têm grande aplicação, visto como as especies estudadas, em sua maioria, não existem no Brasil. Citarei, todavia, os mais interessantes, nos quais ha dados importantes para o estudo da entomologia agraria brasileira. BOURCART, E. 1910 - Les maladies des plantes, leur traitement raisonné et efficace en agriculture et en horticulture. 6 + 655 p. Paris: Octave Dorin et Fils.
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INSETOS DO BRASIL
Ehtomological News - Philadelphia. Revista de Entomologia - Rio de Janeiro (COnvento de Sto. Antonio, Largo da Carioca). Redator e Editor: Thomas Borgmeier, O.F.M. Zeitschrift für wissenschaftiliche Insektenbiologie- Berlin. Zoologisches Zentralblatt - 18 volumes - Publicado de 1895 a 1911: continuado na publicação seguinte. Zentralblatt für Zoologie - Algemein und experimentelle Biologie - 6 volumes - Publicado de 1912 a 1918; Zoologischer Bericht - Jena: G. Fischer - Publlcado desde 1922. Zoologischer Jahresbericht , da Estação Zoologica de Napoles (1879-1913).
26.
Literatura
corrente
de
entomologia
economica.
The Review of Applied EntomoIogy - Publicada desde 1912. Series A: Agricultural - Series B: Medical and Veterinary. Experiment Station Record - U. S. Dept. of Agriculture. - Washington.
CAPÍTULO III Ordem
THYSANURA
1
27. Caracteres. - As especies desta ordem são os mais primitivos Hexapodos atualmente existentes. Insetos apteros, em geral pequenos (o maior tem cerca de 5 centímetros de comprimento), de corpo muito delicado, estreito, deprimido ou mais ou menos convexo no dorso, distintamente segmentado, nú ou revestido de escamas. Cabeça pro ou hipognata. Olhos facetados bem desenvolvidos, reduzidos ou ausentes. Ocelos geralmente ausentes (presentes em Machilidae). Antenas longas, filiformes ou moniliformes, multisegmentadas. Aparelho bucal mandibulado ou mastigador, ecto ou entognato, isto é, com as peças salientes ou escondidas dentro da cabeça. Pernas moderadamente longas; tarsos uni, bi, tri ou quadriarticulados; o ultimo articulo com 2 garras. Abdomen de 11 segmentos, quasi do mesmo comprimento, com um par de cércos multisegmentados, sob a forma de apendices filiformes caudais, ou unisegmentados, com o aspecto de pinça ou forceps. Em varios urosternitos, ou sómente nos ultimos (posteriores), um par de apendices curtos (styli). Em muitos Tisanuros, além destes apendices e para dentro deles, ha 1 ou 2 pares de pequenos orgãos vesiculiformes retrateis, de aspecto variavel nas especies. Outros Tisanuros apresentam, entre os dois cércos filiformes, um filamento
1
Gr.
thysanos,
franja;
o u r a,
cauda.
38
INSETOS DO BRASIL
cerciforme, tão ou mais longo longamento do 11º esternito.
Fig.
são
1
-
que
eles,
considerado
um
pro-
Acrotelsa collaris (F.) (aumentada). (De E s c h e r i c h , 1905)
28. Desenvolvimento insetos ametabolicos.
post-embrionario. Os tisanuros A forma que apresentam ao nascer
39
THYSANURA
mantem-se essencialmente a mesma durante o correr do desenvolvimento até a fase adulta ou de imago, diferindo esta das formas jovens apenas pela formação completa do aparelho genital.
Fig.
2
-
Ctenolepisma ciliata (Duf.) (De E s c h e r i c h , 1905)
(aument.)
29. Habitos. - Os insetos desta ordem vivem em lugares úmidos em que haja materia organica de natureza vegetal,
40
da do
INSETOS DO BRASIL
qual se alimentam. Encontra-se-os tronco e dos galhos das plantas,
sob sob
pedras, sob a casca a bainha das folhas,
Fig. 3 - Machilis sp.
c Fig. 4 - Perna metatoracica de Machilidae, c, coxa; s, stylus; sc, subcoxa, (De Imms, 1934, fig. 225)
em madeira podre acumulam no sólo.
e
entre
as
Fig. 5 - Abdomen de Machilidae, face ventral (foi retirada a metade esquerda da 8ª placa ventral). bs styl coxais; c, cércos; cb, vesiculas lr, ovipositor. coxais; (De Packard, 1909, fig. 179).
folhas
em
decomposição
que
se
THYSANURA
41
No Brasil, como em outros paizes, ha especies mirmecofilas e termitofilas, a saber: Atelura praestans (Silvestri, 1901), em formigueiros de Solenopsis geminata; Atelura termitobia (Silv., 1901), em termiteiros de Anoplotermes tenebrosus e Hamitermes hamifer; Atelura sinoiketa (Silv., 1901), em termiteiros de Eutermes microsoma.
Fig. 6 - Esternitos de Machilidae, com os apendices ancestrais e respetiva musculatura, m, musculos; pr, prosegps, post-segmento; s, styli; mento; v, vesículas coxais retraidas; v, vesiculas coxais protraidas. (De Comstock, 1924, fig. 225, segundo Oudemans).
B, C,
Fig. 7 - Extremidade do abdomen de c, cércos; t, telson. Projapygidae,
Fig. 8 - Projapyx stylifer Cook, Brasil. extremidade do abdomen; c, cércos; gl, glandulas dos cércos; t, telson. parte apical de um cérco perfurado, emitindo a creção das glandulas, (De Silvestri, 1901, figs. 1, 12 e 15).
Os Tisanuros mais conhecidos em nosso meio são as "lepismas", impropriamente chamadas "traças dos livros". São
42
INSETOS DO BRASIL
insetos de corpo mole, côr cinzenta e brilho prateado, devido ás escamas que revestem o tegumento na parte dorsal, que, aliás, se destacam facilmente. Encontra-se-os nos domicílios, entre papeis velhos, principalmente nas bibliotecas. No Rio
Fig. 9 - Aparelho de Berlese para colheita de Thysanura e Collembola. A, reciplente contendo agua; B, funil interior; C, prateleira com fundo de tela metalica; D, material a examinar; E, funil para entrada de agua; G, suporte do aparelho; L, bico de gaz; M, tubo condutor; N, torneira de descarga; a, cano de borracha ligando o funil interno ao tubo de vidro com alcool; f, que recebe os insetos. (De Berlese, 1905, fig. i).
de Janeiro as especies mais frequentemente observadas são: Acrotelsa collaris (Fabr., 1793) e Ctenolepisma ciliata (Dufour, 1831), ambas da família Lepismatidae. Provavelmente devem existir no Brasil Lepisma saccharina L., 1758 e Thermobia domestica (Packard, 1973), ambas encontradas em rodas as regiões do globo e tambem pertencentes á familia Lepismatidae. Sob o ponto de vista agrícola, a importancia dos Tisanuros é nula.
43
THYSANURA
30. Classificação A ordem Thysanura compreende cerca de 500 especies, distribuídas nos grupos indicados na seguinte chave: 1
Peças bucais salientes. Abdomen provido de um par de cércos e de um filamento caudal mediano. Subord. Ectotropha (Ectognatha)2 ........................................................... 2 Peças bucais escondidas dentro da cabeça. Abdomen provido de um par de cércos ou forceps, sem filamento caudal mediano. Subord. Entotropha (Entognatha)3 ............................ 3 Corpo mais ou menos deprimido. Olhos pequenos ou ausentes, compostos de poucos omatidios separados e relativamente grandes; ocelos, ausentes; styli sómente nos urosternitos 7-9 ou 8-9. Não podem saltar ............................... ................................................................................... Lepismatidae 4 Corpo fortemente convexo no dorso. Olhos grandes, facetados; ocelos presentes; styli nos quadris meso e metatoraxicos e nos urosternitos 2-9. Podem saltar ....................................... ....................................................................................... Machilidae 5 Cércos unisegmentados com aspecto de praça ou forceps ............... ................................................................................................ Japygidae6 Cércos segmentados mais ou menos longos ...................... 4 Cércos curtos, relativamente robustos, perfurados no apice do ultimo segmento; l0 urosternito com styli; 3 pares de estigmas toraxicos e 9 a 10 pares de estigmas abdominais ........................................................................ Projapygidae. Cércos longos, filiformes, não perfurados no apice do ultimo segmento; 1º urosternito sem styli; sómente 3 pares de estigmas toraxicos ............................................ Campodeidae7
1'
2(1)
2'
3(1') 3' 4(3')
4'
Autores recentes (SILVESTRI e outros) consideram as especies da subordem Entotropha (Entognatha ou Diplura) em ordem aparte, ficando Thysanura restricta á Ectotropha (Ectognatha) e ás duas familias que a constituem como superfamilias: Lepismoidea (Lepismatoidea) e Machiloidea. A bibliografia será apresentada com a da ordem seguinte.
2 3 4 5 6 7
Gr. Gr. Gr. Gr. Gr. Gr.
ectos, enthos, lepis, mache, japyg, came,
fóra; trophe, alimento; gnathos, dentro. escama. mole, corpo. Japix, filho de Daedalus. lagarta.
maxila.
CAPÍTULO IV Ordem
COLLEMBOLA8
31. Caracteres. - Insetos muito pequenos (as maiores especies teem cerca de 5 mm.), de corpo sub-cilindrico ou globoso, muito delicado, branco ou de côr mais ou menos escura, apresentando, ás vezes, desenhos de côres brilhantes, ora pigmentares, ora exclusivamente estruturais ou fisicas. Quasi todos são densamente pilosos e muitos são revestidos de escamas. Não apresentam olhos facetados. Ocelos laterais, de estrutura semelhante á dos omatidios dos olhos compostos. Antenas de poucos segmentos. Aparelho bucal mastigador, semelhante ao dos Thysanura Entotropha. Em muitas especies, entre a base da antena e os ocelos, ha uma serie de manchas escuras, dispostas circularmente, constituindo o chamado orgão post-antenal (LUBBOCK), formado por sensilios especiais, provavelmente com função olfativa. Pernas moderadamente longas, tarsos uniarticulados, providos de uma ou duas garras, de aspecto variavel nas especies. Abdomen de 6 segmentos no maximo. No primeiro urosternito ha um orgão especial, o tubo ventral ou coloforo, mais ou menos conspícuo, em algumas especies, porém, representado por um simples tuberculo dividido ao meio.
8
Gr.
colla,
cola;
embole,
inserção.
46
INSETOS DO BRASIL
O referido, orgão, funcionando como estrutura adesiva ou ventosa, permite o prendimento do inseto ao plano em que re-
Fig.
10
-
Drepanocyrtus relchenspergeri Handschin A , Brasil (especie termitofila) B , g a r r a t a r s a l ; C, m u c r o d a f u r c u l a . (De H a n d s c h i n , 1924, f i g . 3 ) .
(Entomobryidae)
pousa. Muitos Colembolos apresentam, no terceiro urosternito, um apendice bifurcado, ás vezes biarticulado, o tenaculum (retinaculum ou hamula), o qual retem, quando o inseto repousa, um grande apendice saltatorio, bifido, que emerge do 4° ou 5° uromero (furca ou furcula). A peça basal da furcula ou manubrium, apresenta um par de ramos distais (dentes), tendo cada um, no apice, um processo em forma de garra (mucro). 32. Habitos. - Os Colembolos habitam, de preferencia, lugares muito úmidos, no solo, em folhas, bainhas de folhas de plantas e detritos vegetais em decomposição. Ha especies que habitam a superficie das aguas paradas. Ha mesma uma, na Europa, que vive sobre a agua do mar, retida nas depressões dos rochedos á beira-mar. Algumas es-
47
COLLEMBOLA
pecies podem viver sobre a neve ou gelo. Ha ainda a assinalar especies cavernicolas e outras que são mirmecofilas ou termitofilas.
Fig.
11
-
Hypogastruridae.
B,
antena;
C,
orgão
post-antenal
e
olhos
adjacentes.
Para o estudo das especies termitofilas deve ser consultado o trabalho de HANDSCHIN (1924). As unicas especies co-
Fig.
12
-
Onychiurus
(L.). A, orgão post-antenal; rial antenal. (De Folsom, 1917. figs. 9, 83 e 84). fimetarius
B,
orgão
senso-
48
INSETOS DO BRASIL
nhecidas como mirmecofilas são: Mastigoceras camponoti Handschin, 1924, em ninhos de Camponotus rufipes (Sul de Minas) e Pseudosira eidmanni Stach, 1935, em formigueiros de saúva (Mendes, Estado do Rio).
Fig.
13
-
Lepidocampa
zeteki Folsom (Poduridae). mente aumentada). (De Folsom, 1927, fig. 1).
Panamá
(consideravel-
33. Desenvolvimento post-embrionario. - Como os Tisanuros, os Colembolos são insetos ametabolicos, isto é, desenvolvem-se mediante simples transformações, sendo as formas jovens semelhantes aos adultos. Estes diferem daquelas
COLLEMBOLA
49
por serem maiores, por terem as antenas e a furcula um tanto modificadas e o aparelho genital completamente desenvolvido.
F i g . 14 Sminthuridae (consideravelmente aumentada). c, coloforo; d, d e n t e s ; f , f u r c u l a ; h, h a m u l a ; m , m u c r o n e s .
34. Importancia agricola. A importancia economica dos insetos desta ordem é bem maior que a dos Tisanuros, pois as especies que vivem no solo humoso ou em plantas herbaceas, podem, ás vezes, causar danos apreciaveis ás sementeiras e ás plantas vivas, ou exclusivamente pelas lesões que produzem, ou porque estas permitam a penetração de fungos ou outros agentes patogenicos. Para combater as especies que, nos viveiros, atacam sementes, bulbos, etc., SILVESTRI aconselha cobrir o terreno com uma camada de cinza de cerca de um centimetro de altura. As especies que atacam as partes epigeas das plantas são destruidas mediante a aplicação da calda de arseniato de chumbo, ou da solução de extrato de fumo a 2%. 35. Classificação. - Ha na ordem Collembola cerca de 2.000 especies, distribuidas nos grupos referidos na seguinte chave de BÖRNER (1913), segundo SCHÖBOTHAM (1917). 1
Corpo
alongado, subcilindrico, via de regra distintamente segmentado; ás vezes os uromeros 5 e 6 ou 4-6 fundidos. Subord. Arthropleona9 ..................................................... 2.
9 Gr. arthron, articulação; pleon, abdomen de crustaceo.
50
INSETOS DO BRASIL
1'
Corpo piriforme, abdomen sub-globoso, segmentação do torax e dos 4 primeiros uromeros obsoleta. Subord. Symphypleona10 ............................................................................................7.
2(1)
Tergum do protorax semelhante ao dos outros segmentos do corpo; sempre piloso. Furcula presente ou ausente; quando presente, disposta sob o 4° uromero. Tegumento geralmente granuloso, fino, raramente com escleritos fortemente quitinisados. Tubo ventral sempre curto, em forma de bolsa de paredes lisas. Manubrium sem pêlos na parte ventral (Secção Poduromorpha)11 ....................... 3. Tergum do protorax sempre membranoso e sem pêlos. Furcula geralmente presente e, nas formas mais recentes do grupo, dirigida para a região anal. Tegumento geralmente liso e provido de escleritos. Tubo ventral curto ou alongado, algumas vezes com um saco lateral. Manubrium geralmente apresentando pêlos ou escamas na parte ven12 tral, raramente nú (Secçâo Entomobryomorpha) ...............5.
2'
3(2)
3'
4(3)
4'
10 11 12 13
Gr. Gr. Gr. Gr.
Sem pseudocelos. Com ou sem olhos. Orgão sensorial do 3° segmento antena1 com discos sensoriais, porém sem cones sensoriais e sem papilas externas; 4° segmento antenal sem depressão sensorial subapical, sempre com saliencia sensorial retratil ......................................................................4. Com pseudocelos. Sem olhos. Orgão sensorial do 3° segmento antenal apresentando de 2 a 3 cones sensoriais e, multas vezes, além dos discos sensoriais, papilas externas e cércos salientes. Orgão post-antenal geralmente bem desenvolvido; 4° segmento antenal apresentando geralmente uma depressão sensorial subapical .............................................. Onychiuridae13 ..............................................................................Fam.
Cabeça hipognata. Olhos situados perto do bordo posterior da cabeça. Dentes recurvados no plano horizontal, anelados para a extremidade, excedendo o tubo ventral. Manubrium de aspecto semelhante ao que se observa em Symphypleona, com uma peça suporte medial para os Poduridae. dentes ...................................................... Fam. Cabeça obliquamente prognata. Com ou sem olhos; estes, quando presentes, situados adiante do meio da cabeça. Dentes não anelados, perfeitamente retos, raramente excedendo o tubo ventral, ou a furcula mais ou menos completamente reduzida, porém, quando presente, o manu-
symphyesthain, crescer juntamente. pous, pé; oura, cauda; morphe, forma. entomon, inseto; bryon, musgo. onyx, unha; garra; oura, calda
COLLEMBOLA
51
brium é simples, sem peça suporte medial para os den14 tes .................................................... Faro. Hypogastruridae.
5(2') 5'
6(5)
6'
Orgão trocanteriano ausente; bordo ventral das garras simples, sem sulco .......................................................................... 6. Orgão trocanteriano presente (nos trocanteres das pernas posteriores); bordo ventral das garras, via de regra, com um sulco basal. Cerdas e escamas (parcialmente, pelo menos) ciliadas. 4° urotergito quasi sempre consideravelmente mais longo que o 3º. Cerdas sensoriais ciliadas sempre presentes. Furcula sempre presente ..................................... .......................................................................... Fam. Entomobryidae. 3°
e 4° urotergitos aproximadamente do mesmo comprimento ou o 4° mais comprido; algumas vezes este (o 4º) fundido com o 5° e o 6º. Escamas quasi sempre ausentes, porém, quando presentes, sem costelas longitudinais. Cerdas sensoriais, lisas ou ciliadas, presentes ou ausentes. 15 .......................................................................... Fam. Isotomidae. 3° urotergito consideravelmente mais longo que o 4o; todos os uromeros livres. Escamas longitudinalmente estriadas. Orgão post-antenal ausente. Cerdas sensoriais presentes, ciliadas. Furcula sempre presente .......................................... 16 .......................................................................... Fam. Tomoceridae.
7(1') sempre consideravelmente mais curtas que a diagonal da cabeça, de 4 segmentos. Cabeça sem vertex elevado. Corpus tenaculi sem cerdas. Quadris alongados, do lado externo distintamente mais compridos que o segmento trocanteriano respectivo. Segmento anogenital, visto de cima, escondido sob o segmento furcal. Cerdas sensoriais abdominais ausentes ............................................... Fam. Neelidae. Antenas inseridas atrás do meio da cabeça, em geral consideravelmente mais longas que a diagonal da cabeça, não raro com segmentos subdivididos. Cabeça com vertex distintamente elevado acima do pescoço. Corpus tenaculi geralmente com cerdas. Quadris não alongados, com o lado externo consideravelmente mais curto que o interno e que o segmento trocanteriano correspondente. Segmento ano-genital não escondido sob o segmento furcal. Cerdas abdominais sensoriais presentes ................................... 17 .................................................................. Fam. Sminthuridae.
7'
14 15 16 17
Gr. hypo, sob; gaster, ventre. Gr. isos, igual; tome, secção. Gr. tome, corte; keras, corno (antena). Gr. sminthos, rato; oura, cauda.
52
INSETOS DO BRASIL
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COLLEMBOLA
53
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CAPÍTULO V Ordem EPHEMERIDA18 37. Caracteres. - Insetos anfibioticos 19 de alguns milimetros a cerca de 4 cms. de comprimento, os adultos, de corpo muito delicado 20, são alados ou com 4 asas membranosas, reticuladas e de tamanho desigual, sendo as anteriores em triangulo escaleno, maiores que as posteriores, ou diptetos. Abdomen provido de 2 ou 3 filamentos caudais, mais ou 21 menos alongados. Hemitabolicos . 38. Anatomia externa - Cabeça. - O aparelho bucal, conquanto seja do tipo mandibulado, é rudimentar, consti22 , tuido por peças mais ou menos atrofiadas, não esclerosadas o que é natural, pois os Efemerideos, na fase adulta, não se alimentam. Antenas curtas, de 2 a 3 segmentos, sendo o ultimo (flagelo) setiforme e indistintamente segmentado. Olhos facetados bem desenvolvidos, especialmente no macho. Neste sexo, em multas especies, o olho se apresenta dividido em duas partes inteiramente separadas, havendo assim 4 olhos facetados: 2 laterais, relativamente pequenos, de forma normal, e dois dorsais volumosos (olhos em turbante), em algumas especies no apice de prolongamentos cela-
18 Gr. ephemeros, de um dia. 19 Insetos cujas formas jovens ou larvas são aquaticas e as adultos terrestres. 20 Convem guarda-los na» coleções em liquido conservador, alcool a 70° ou solução de formaldeido a 5 %. 21 Oe metamorfose incompleta, porém com formas jovens bem diferentes do- i n d e t o a d u l t o . 22 D a i o n o m e A g n a t h e s , q u e l h e s f o i a p l i c a d o p o r CUVIER.
56
INSETOS DO BRASIL
licos colunares (fig. 15). Tais olhos, profundamente diferenciados dos laterais, parecem especialmente adaptados á visão ao crepusculo.
Fig.
15
-
Cabeça
de Pseudocloeon binocularis Needham & N e e d h a m & M u r p h y , 1924, f i g . 1 5 6 ) .
Murphy,
1924
(De
Fig. 16 - Campsurus sp.; pernas medias e posteriores rudimentares; os cércos, não representados completamente na figura, têm cerca de 3 vezes e meia o comp r i m e n t o do c o r p o . (De M o r g a n , 1913, f i g . 2 ) .
Ocelos, 3, dois posteriores entre os olhos e um anterior e n t r e as a n t e n a s . Torax. - Representado principalmente pelo mesotorax, que é o segmento mais desenvolvido. Pernas dianteiras dos machos longas, ás vezes com a tibia e tarso extraordinaria-
57
EPHEMERIDA
mente alongados. Pernas medias e atrofiadas (fig. 16). Tarsos de 4 a sais ás vezes m o d i f i c a d a s .
Fig.
17
-
Hexagenia
albivittata
posteriores normais ou 5 articulos. Garras tar-
(Walker, 1853); notações Tillyard (aumentada).
das
nervuras
segundo
Asas de aspecto caracteristico, especialmente as anteriores; as posteriores sempre menores que as anteriores, rudimentares (fig. 18) ou ausentes. O tipo de nervação é o mais primitivo que se observa nos insetos atuais.
Fig.
18
-
Callibaetis
sp.;
mesmo
aumento
para
as
duas
asas
(aumentada).
58
INSETOS DO BRASIL
Dos varios sistemas propostos para notação das nervuras o de TILLYARD (Insects of Australia, 1926) é o mais racional, pois resultou de um estudo combinado das asas de Efemerideos fosseis e das asas nas técas alares em ninfas de especies arcaicas da família Siphlonuridae na Nova Zelandia. O sistema de TILLYARD pode ser apreciado na figura 17. No quadro abaixo, ver-se-á a correspondencia das notações deste sistema comparadamente com as dos sistemas de Moro GAN (1921) e de EATON (1933). TILLYARD (1922 e 1926)
C Sc R1 R2 IR 2 R3a IR3a R3b IR3b R4+5
MA1 IMA MA 2
M1+2 IM M3+4 Cu 1 Cu 2 1A
2A 3A
CONVEXA
(+)
MORGAN
CONCAVA (-)
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+ + +
EATON
(1912)
ou
C. C3 R1 M1 IM1
(1933)
costa (1) Subcosta (2) Radius (3)
(Costa) (Subcosta) (Radius 1) (Media 1) (Intercalar M1)
Radius (4)
(omitida)
(omitida) RS (Sector radial) IRs Intercalar Rs) M2 ( M e d i a 2) M 3 (Media 3) IM 3 ( I n t e r c a l a r M 4 ( M e d i a 4)
M3)
Cu 1 (Cubitus 1) ICu1 (Intercalar Cu1) Cu 2 ( C u b i t u s 2) 1aA (1ª Anal) 2aA (2ª Anal) 3 a A (3ª Anal)
Cubitus (5)
{ {
Prébraquial
Postbraquial
(6)
(7)
A n a l (8) Anal (9 1 ) Anal (9 2 )
Abdomen. - Cilindro-conico, de 10 uromeros. Decimo uromero terminando geralmente em 3 filamentos caudais multisegmentados: dois laterais (cerci ou cércos) mais ou menos alongados, ás vezes com mais de 3 vezes o comprimento do corpo (Campsurus), e um medio (appendix dorsalis) ou 11º tergito prolongado, tão longo ou mais curto que os cércos, ou mesmo ausente, raramente mais longo.
EPHEMERIDA
59
E m amb o s os sexos o a p a r e l h o g e n i t a l é duplo, isto é, os canais vetores ( c o n d u t o s s e m i nai s e ovidutos) n ã o se r e u n e m n a l i n h a m e d i a n a do corpo f o r m a n d o u m c a n a l c o m u m . Cada c o n d u t o s e m i n a l t e r m i n a , n a e x t r e m i d a d e do a b d o m e n , no respectivo penis e c a d a ovi dut o n u m póro g e n i t a l s i t u a d o no a n g u l o a n t e r i o r do 8 ° u r o s t e r n i t o ( f i g u r a 19).
Fig. 19 - Hexagenia sp., á esquerda: extremidade do abdomen do macho, p, penis, a.c.s., abertura do canal seminal, 9, 10, urotergitos; á direita: face ventral da extremidade do abdomen da femea, em linhas pontilhadas o contorno dos oviductos, a.ov., abertura do oviducto, v.o., valva ovular. (De Morgan, 1913, fig. 3).
39. Habitos. - As efemeras são frequentemente encontradas, quasi sempre ao crepusculo, voando nas proximidades de rios, riachos, lagôas e p a n t a n o s , ond e se c r i a m . H á épocas em que a p a r e c e m em g r a n d e n u m e r o e s v o a ç a n d o ao r e d o r das l a m p a d a s e c a i n d o aos m i r i a d e s sobre as coleções de a g u a e m que se d e s e n v o l v e r a m . É nesse vôo que os machos copulam as femeas. A cop u l a realiza-se r a p i d a m e n t e , f i cando o m a c h o sob o corpo da
60
INSETOS DO BRASIL
femea. Logo depois de fecundadas, as femeas se dirigem para os criadouros afim de realizar as posturas, escolhendo sempre cada especie a situação ecologica á qual se adaptaram as respectivas formas jovens. Assim ha especies cujas formas jovens (jovens propriamente ditas e ninfas, ou jovens providas de técas alares) só podem viver em agua bem arejada, como a dos riachos e rios encachoeirados, ou, pelo menos, com alguma correnteza; outras cujos jovens habitam a agua pouco agitada dos lagos, pantanos ou pequenas coleções. 40. Postura. - O numero de ovos que as femeas podem pôr depende da especie a que pertencem. Umas põem cerca de 500 ovos, outras podem pôr até 5.000 ovos. As posturas ou se efetuam de uma massas de ovos que se separam na agua, ladamente. Os ovos ou são lançados na ou postos sobre pedras ou quaisquer
só vez, em grandes ou são feitas parcesuperficie da agua, suportes submersos.
O aspeto desses ovos varia nas diferentes especies. Ora são normalmente constituidos, diferindo apenas pela escultura superficial do corio, ora este apresenta filamentos mais ou menos alongados, quasi sempre terminados por uma estrutura de aspeto curioso (fig. 20).
Fig. 20 - a, locia ampla (De
Campsurus Needham Needham
corumbanus Needham & Murphy, 1924, ovo; b, Campy& Murphy, 1924, ovo (fortemente aumentados). & Murphy, 1924, figs. 19 e 31).
Realisada a unica ou a ultima postura, as femeas morrem. Os machos morrem pouco tempo depois da copula. A partenogenese só foi observada por MORGAN numa especie norte-americana.
EPHEMERIDA
61
41. Desenvolvimento post-embrionario. - Formas jovens. - A eclosão das formas jovens, ou se realiza imediatamente após a postura nas especies ovoviviparas, ou algum tempo depois, variavel segundo as especies, podendo mesmo prolongar-se até 5 ou 6 mezes. A larviparidade ou viviparidade rida é extremamente rara.
sensu stricto em Efeme-
As formas jovens são campodeiformes e, como as adultas, geralmente providas de longos cércos e um filamento caudal mediano . Cada um desses filamentos é, conforme foi perfeitamente verificado por ZIMMERMANN (1880), longitudinalmente percorrido por um verdadeiro vaso sanguineo, em relação com o vaso dorsal, apresentando pertuitos ou ostiolos em toda a sua extensão. BOWERBANK, estudando a circulação nas formas jovens de uma especie de Ephemera, já em 1832 havia notado a dupla corrente circulatoria, centrífuga e centropeta, em tais filamentos. É interessante ver como os amebocitos da corrente sanguínea centrifuga, exterior ao refefido vaso, se deformam ao atravessar os ostiolos ha pouco mencionados, readquirindo rapidamente a forma normal, logo que entram na corrente centripeta do vaso. As formas jovens das efemeras movem-se na agua mais ou menos ativamente, executando o corpo, via de regra, movimentos serpentiformes. Alimentam-se principalmente de Diatomaceas. Muitas formas jovens de efemeras são fossoriais, vivendo em galerias que cavarn no fundo lodoso ou arenoso da agua (fig. 21). Outras nadam livremente á procura do alimento (fig. 22). Mais raras são as que vivem agarradas á pedras submersas. A tais variedades de habitos correspondem tipos morfologicos de adaptação perfeitamente distintos. Um dos mais curiosos, observado em Prosopistoma, foi descrito por GEOFFROY como sendo um crustaceo. As formas jovens das efemeras têm uma respiração puramente aquatica, isto é, respiram o oxigenio do ar dissolvido nagua. A principio as trocas gazosas se fazem atravez do tegumento, porquanto, no primeiro estadio, tais formas ainda
62
INSETOS DO BRASIL
não apresentam as branquias traqueais, depois da primeira ecdise. Provavelmente,
Fig. 21 - Campsurus sp., ninfa fossorial. (De Needham & Murphy, 1924, fig. 39).
que só aparecem nessa fase, os fi-
Fig. 22 - Ninfa nadadora aumentada).
lamentos caudais, que nas formas mais desenvolvidas funcionam como verdadeiros branquias sanguíneas, devem tambem desempenhar papel saliente nos fenomenos respiratorios. As formas jovens mais desenvoividas e as ninfas (jovens com técas alares) respiram principalmente por traqueo-branquias, foliaceas ou filamentares, de aspecto variavel nas especies, na maioria apensas aos angulos postero-laterais dos 7 primeiros urotergitos. Estas branquias estão quasi sempre em continua vibração no meio liquido. Para o estudo das larvas e das branquias dos Efemerideos v. LESTAGE (1930) e SPIETH (1933).
EPHEMERIDA
63
Segundo EATON, nas formas jovens de algumas efemeras ha branquias traqueais internas ou retais, cujo funcionamento ficou demonstrado, graças ás experiencias de DEWITZ (1880). O desenvolvimento post-embrionario, até a fase de ninfa completamente desenvolvida, dura longo tempo. Em especies já estudadas da Europa, realisa-se em 2 ou 3 anos com mais de 20 ecdises. Terminado esse desenvolvimento, a ninfa vem á superfície da agua, ou sáe, quando vive em agua mais ou menos agitada. Rompe-se, então o tegumento do dorso do torax e da ninfa emerge uma forma alada semelhante á forma adulta, porém mais robusta e mais escura. A esta forma, intermediaria entre a ninfa e a forma adulta, dá-se o nome de sub-imago ou, impropriamente, pseudo-imago. Passados alguns minutos, horas, ou mesmo um ou dois dias conforme a especie, a sub-imago, repousando num suporte qualquer, sofre uma ecdise, nascendo então a forma adulta ou verdadeira
imago . Ao tipo de desevolvimento que acaba de ser exposto, unico em toda a classe dos insetos, deu-se o nome - hemimetabolia. Alguns Efemerideos dos generos Campsurus e Palingenia não sofrem aquela ultima acdise, permanecendo na fase de subimago. A duração da vida do inseto na fase adulta é de minutos, horas ou alguns dias, dependendo naturalmente da especie, porém, ás vezes, de condições exclusivamente individuais. Resumindo o ciclo evolutivo dos Efemerideos, poder-se-á dizer que estes insetos biologicamente se caracterisam pela longa duração do periodo de desenvolvimento post-embrionario, em contraste singular com a vida abreviada ou praticamente efemera da fase adulta, exclusivamente destinada á reprodução, ou, como elegantemente foi definido por LINNEU na seguinte frase: "Larvae natant in aquis; volatiles factae, brevissimo fruuntur gaudio, uno soepe eodemque die nuptias, puerperia et exsequias celebrantes".
agricola
os
42. Importancia economica - Sob o ponto de vista Efemerideos não têm a menor importancia. En-
64
INSETOS DO BRASIL
tretanto, sob o ponto de vista hidrobiologico, são de grande interesse, pois constituem um dos principais alimentos dos pequenos peixes. 43. Classificação. - Ha na ordem Ephemerida cerca de 900 especies descritas, das quais, segundo NEEDHAM e MURPHY (1924), 127 São da região neotropica. Das especies que se encontram no Brasil, uma das mais conhecidas é a Hexagenia albivittata (Walker, 1853), cuja area de distribuição se estende das Guianas á Republica Argentina. Esta especie, em certas épocas, aparece na Lagôa dos Patos (Rio Grande do Sul) em quantidades colossais, invadindo os navios na travessia (observação do Prof. CESAR PINTO, segundo exemplares que me trouxe para determinação). Para a determinação das sub-ordens, famílias, sub-familias e generos deve recorrer-se á chave de ULMER, publicada originalmente em 1920 e recentemente revista e traduzida para o inglês (1933). Linhas a seguir transcrevo a parte dessa chave referente á determinação das familias. Todavia, para a determinação dos generos e especies (adultos e ninfas) da região netropica, é indispensavel consultar-se o trabalho de NEEDHAM e MURPHY (1924). Cu 1 e 1A da asa anterior fortemente divergindo na base; tarso posterior com 4 (ás vezes menos) artículos livres ou moveis; 5° articulo, quando aparentemente presente inteiramente soldado á tíbia. Subord. Ephemeroidea 2. Cu 1 e 1A da asa anterior paralelas na base, raramente divergindo ligeiramente .................................................................................... 5.
1
1´
2(1)
Sc da asa anterior oculta em uma dobra da membrana sob R, invisível no apice, porém perfeitamente visível na base; ramos de R e de M aproximando-se, aos pares, uns dos outros; ambas as asas translucidas; pernas das femeas curtas e fracas, dos machos robustas; apenas 2 filamentos caudais nos dois sexos; apendices genitais de 3 segmentos (excepcionalmente com mais de 2 segmentos terminais), segmento basal longo .............................. Palingeniidae 23
23
palin,
Gr.
duas
vezes;
genea,
nascimento.
EPHEMERIDA 2´
65
Sc
da asa anterior visível em toda a extensão, completamente desenvolvida ................................. 3. Ambas as asas translucidas, no macho escuras e brilhantes, na femea escuras; sem nervuras intercalares livres na margem posterior da asa; pernas fracas, pernas anteriores do macho ás vezes longas, pernas posteriores sempre curtas e fracas (exceto em Eucyplocia) ........ .................................................................................. Polymitarcidae 24
3(2')
3'
Ambas as asas transparentes e brilhantes, numerosas intercalares livres e curtas na margem posterior, especialmente das asas posteriores; pernas robustas, sempre funcionais ............................................................................................ 4.
4(3')
1A da asa anterior não bifurcada porém unida á margem da asa mediante varias ou numerosas nervuras transversas; na asa posterior a forquilha sectoral interna (R 2 + R 4 ) muito mais longa que o respectivo tronco; apendices genitais (forceps) com segmento basal curto segundo segmento o mais comprido ........................ Ephemeridae 25 1A da asa anterior em forquilha; não ha nervuras transversais na margem da asa; na asa posterior (R 2 +R 4 ) mais curta que ou tão comprida quanto o respectivo tronco; apendices genitais (forceps) sem articulo basal curto, primeiro segmento o mais comprido .................... Potamanthidae 26
4'
5(1')
Tarso posterior apenas com 4 artículos livres e moveis; 5 o articulo, quando presente, inteiramente soldado á tíbia Subord. Baetoidea .................................................................... 6. Tarso posterior com 5 artículos livres e moveis. Subord. Heptagenioidea .................................................................................. 10.
5'
Sc da asa anterior completamente visível, bem desenvolvida, inteiramente separada de R ................... 7. Sc da asa anterior indistinta (quando muito, distinta na base), unida com R ou inteiramente ausente; asas de côr leitosa ou acinzentadas, de nervação muito simples; asa anterior com 4 a 7 nervuras longitudinais, com nervuras transversais apenas nas 2 a 5 primeiras areas anteriores, asas posteriores sem ou com muito poucas nervuras transversas na parte basal; especies grandes ou de porte medio .................................................................................. Oligoneuriidae 27
6'
24 25 26 27
Gr. Gr. Gr. Gr.
polymitos, muitos fios; arcys, rêde. ephemeros, de um dia. potamos, rio; anthos, flôr. oligos, poucas; neuron, nervo, nervura.
66
INSETOS DO BRASIL
7(6) 7'
M da asa anterior distintamente em forquilha ....... 8. M da asa anterior não bifurcada; M1 simples; 2 intercalares livres atraz de M1, a segunda correspondendo a M2 porém não partindo de M1; asa anterior geralmente com poucas nervuras transversas; asa posterior muito pequena e estreita; apenas com 2 a 3 nervuras longitudinais e geralmente poucas nervuras transversas, estas, ás vezes, ausentes; asas claras ...................................................... Baetidae 28
8(7)
Asas claras; asas posteriores presentes, mui raramente ausentes; asas com numerosas nervuras transversas ............................ 9. Asas leitosas ou escuras, franjadas na margem posterior, asas posteriores ausentes (algumas vezes presentes na fase de subimago), sem nervuras intercalares livres, multas vezes apenas com algumas nervuras transversas; especies pequenas ................................................................................ .................................................... Caenidae 29 (Prosopistomatidae) 30
8'
9(8)
9'
10(5')
1A da asa anterior geralmente separada de 2A na base; 2A aproximada de 3A; quando muito, 2A no meio, entre 1A e 3A; sem intercalares livres entre Cu 2 , e 1A, entre a longa intercalar e Cu 2 apendices genitais (quasi sem exceção) com dois segmentos terminais curtos, o primeiro sendo o maior .................................................... Leptophlebiidae 31 1A da asa anterior aproximada de 2A, 2A afastada de 3A; varias (geralmente 2) intercalares entre Cu 2 e 1A e entre a longa intercalar e Cu 2 (isto é, dentro da forquilha subital); apendices genitais apenas com 1 segmento terminal curto, o antepenultimo sendo o mais longo .......... .................................................................................... Ephemerellidae 32 Região 1A apice, 1A, de igual S, porém vuras em do-se de
da asa anterior muito estreita, não alargada no 2A e 3A mais ou menos paralelas entre si e comprimento; região 1A sem intercalares em com nervuras transversais entre 1A e 2A; nerS ou retas, algumas vezes divididas, esbenden3A para a margem da asa; asa posterior quasi
28 Etimologia duvidosa; provavelmente de Baetis, nome latino dalquevir. 29 Gr. cainos, branco. 30 G r . p r o s o p o n , m a s c a r a ; stoma, boca. 31 Gr. leptos, fino; phlebos, veia, nervura. 32 Combinação híbrida de Ephemera, de origem grega, com o latino ella.
de
Gua-
diminutivo
67
EPHEMERIDA
circular, com intercalares longas mui numerosas nas areas cubital e anal; pronoto muito pequeno ............................................... .............................................................................................................................. Baetiscidae 33 Região 1A da asa anterior sómente estreita na base, alargando-se distintamente para o apice, 2A muito mais curta e mais visivelmente encurvada que 1A; sórnente 2A e 3A paralelas; asa posterior não circular, mais ou menos oval ............................................................................................................ 11.
10'
11(10')
11'
12(11')
12'
Região 1A da asa anterior com varias ou muitas intercalares curvas em S, estendendo-se de 1A para a margem da asa, algumas bifurcadas, ás vezes, com intercalares livres mais curtas entre as presas; pronoto bem desenvolvido ........................................................................................... Siphlonuridae 34 Região 1A da asa anterior sem intercalares em S, com 2 a 4 intercalares livres retas, dispostas aos pares; protorax bem desenvolvido .............................................................................................. 12. Região lA da asa anterior apenas com um par de intercalares; algumas vezes com indicação de um segundo par de intercalares, aliás muito curtas e mais proximas de 2A 35 .............................................................................................. Ametropidae Região 1A da asa anterior com 2 pares de intercalares longas, o mais longo sempre mais proximo de 2A: com 2 filamentos caudais .......................................................................... Ecdyonuridae 36
44. Bibliografia. DEWTTZ, H .
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33 Diminutivo de Baetis. 34 G r . siphlos, a u s e n t e ; oura, c a u d a . 35 G r . a, p r i v a t i v o ; me tron, m e d i d a ; p o u s , p é . 36 Gr. ecdyo, despojar-se; oura, cauda, do filamento caudal mediano.
em
alusão
ao
desaparecimento
68
INSETOS DO BRASIL -
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G. 1920
Ephemeropteren
nebst
Be-
16-29
69
EPHEMERIDA 1932 - Bemerkugen über die der Ephemeropteren. Stet. ent. Zeit. 93:
seit
1920
neu
aufgestellten
Gattungen
294-219.
1933 - Aquatic insects of China, nera of Ephemeroptera.
Article
VI.
ZIMMERMANN, O. 1880 - Ueber eine eIgenthümLIiche Bildung nigen Ephemeridenlarven. Z e i t s . f . w i s s . Z o o l . , 34, 4 0 4 - 4 0 6 .
Revised
des
key
to
the ge-
Ruckenfässes
bei ei-
CAPÍTULO VI
Ordem ODONATA37
45. Caracteres. - Os Odonatos são os insetos vulgarmente conhecidos pelos nomes: "lavadeira" ou "lavandeira", "lava bunda" e "cavalo de judeu". Na fase adulta apresentam cabeça grande, olhos e peças bucais mastigadoras bem desenvolvidos, antenas muito curtas e setiformes, quatro asas grandes e reticuladas e abdomen cilindroide, cilindrico ou deprimido, mais ou menos alongado. São insetos anfibioticos, hemimetabolicos e predadores. As menores especies medem cerca de 2 centimetros de comprimento. Na região neotropica encontram-se as lavadeiras de abdomen mais alongado, a saber: Mecistogaster lucretia (Drury, 1732), do Brasil, com 15,5 cm. de comprimento e 13,5 cm. de envergadura, e MegaIoprepus coerulatus (Drury, 1782), da America Central, com 14,5 cru. de comprimento e 16 cm. de envergadura. Todavia estes dois grandes insetos ainda são bem pequenos quando comparados com o Protodonato fossil - Meganeura monyi Brongniart, 1893, do Carbonifero Superior de Commentry (França), que tinha mais de meio metro de envergadura!
37
Gr.
odous, d e n t e ;
gnathos, m a x i l a .
72
INSETOS DO BRASIL
46. Anatomia externa. - Cabeça em geral, muito grande, livre, bastante movel e mais ou menos escavada na região ocipital. Olhos facetados mui salientes; nas especies da
Fig.
23
-
taerina
sp.);
marcada labrum;
Fr,
1,
pela
Cabeça
de
Ant,
antena;
linha fronte;
Lm,
(Orthemis sp.); 2, cabeça de Zigoptero (Heclipeo com as suas duas partes: post-clipeo, a
Anisoptero
Clp,
pontilhada, e anteclipeo, a labro; O, olho; Oc,
Vx,
que fica imediatamente atraz do ocelos; Oc tr, triangulo ocipital;
vertex.
subordem Anisoptera (fig. 23-1) são aproximados ou contíguos; nas da subordem Zygoptera (fig. 23-2), sempre bem afastados um do outro. O numero de facetas, e portanto de omatidios que apresentam, é sempre grande; nos menores Zigopteros ha cerca de I0.000, nos maiores Anisopteros perto de 30.000. Ocelos, 3, situados na região post-frontal (vertex, de varios autores). Antenas muito curtas, setiformes, apresentando 3 segmentos distintos, o basal ou proximal (escapo), o intermediario (pedicelo) e o apical ou distal, podendo ser subdividido em 4 ou 5 artículos (distalia). Aparelho bucal de tipo mastigador, provido de mandibulas curtas, denteadas e robustas.
ODONATA
73
Torax. - Protorax pequeno, livre. Mesotorax e metatorax solidamente unidos (synthorax), apresentando pleuritos e esternitos bem desenvolvidos e dirigidos para diante.
Fig. 24 - Mecistogaster sp. (Zygoptera, Coenagriidae, Pseudostigmatinae); a 1 e a 2 1º e 2° pares de asas; epm 2 eepm 3 epimeros do mesotorax e do metatorax eps 2 e eps 3 episternos do mesatorax e do metatorax st 3 , metasternum; ur 1 , ur 2 ur 3, 1º, 2º e 3° uromeros; x, mesinfraepisternum.
Fig. 25 - Asas de Aeshnidae (notações de Tillyard): A (=Rs + M), arco A', segunda nervura anal; 1A, 1ª nervura anal; Ax (An), antenodais; Br (bridge), ponte; C, costa; Cu 2 , 2ª cubital; Cn (Cux). cubitais ou cubito-anais; Cs(Cu); espaço cubital; De(t), celula discoidal (triangulo); Df(d), campo discoidal; MA, mediana anterior; Ms (m), espaço mediano; N, nó; O, nervura obliqua; Pn(Px), postnoidais; Pt(pt), pterostigma; R + M, radio-mediana; R 1, radius; R 2 , 1R 2 , R 3 , 1R 3 , R 4 + 5 , ramos do radius; Rs, sector radial; Sc(sc), subcosta; sn, subnoidal; St (s ou ht), supratriangulo.
74
INSETOS DO BRASIL
Pernas tambem dirigidas para a frente e de tal modo dispostas que, visto o inseto de perfil (fig. 24), se articulam no torax bem adiante da inserção das azas dianteiras. Tal dis-
Fig. 26 - Asas de Libellulidae.
posição não sómente facilita a pousagem do inseto em suportes verticais, ficando o corpo ás vezes em posição quasi horizontal, como permite, no vôo, que se disponham formando uma especie de cêsta, na qual ficam presos os insetos que
Fíg.
27
-
Asas
de
Coenagriidae.
caçam. Femures e tíbias espinhosos. Tarsos de 3 artículos. Azas bem desenvolvidas, relativamente longas e estreitas, membranosas e com as nervuras formando um reticulo mais ou menos complicado. Ora são hialinas, ora com maculas ou
ODONATA
75
t o t a l m e n t e coradas. Nas especies da s u b o r d e m Z y g o p t e r a as asas posteriores são do m e s m o t a m a n h o das anteriores (figs. 27 e 28). Nas da s u b o r d e m Anisoptera as posteriores são mais largas n a base (figuras 25 e 26). As lavadeiras que apresent a m azas deste tipo, q u a n d o p o u s a m , e s t e n d e m - n a s horizontalmente, como as asas de u m aeroplano. As que possuem asas do primeiro tipo, em repouso, dispõem-nas l o n g i t u d i n a l m e n t e sobre o a b d o m e n , quasi tocando-se, o u u m pouco m a i s a f a s t a d a s e dirigidas o b l i q u a m e n t e p a r a fóra (especies de Lestes).
Fig.
28 -
Asas de Agriidae
(Hetaerina s p . ) .
Em ambas as asas ha nervuras longitudinais e transversais, mui numerosas, formando o conjunto um sistema de nerração peculiar a estes insetos. Partindo do meio do bordo costal, no ponto em que termina a subcostal, ha numa nervura transversa, mais notavel que as demais, chamada nó (nodus) e entre o nó e o apice da asa ha, em relação com o bordo costal, uma area pigmentada, mais ou menos extensa. chamada estigma da asa, ou melhor - pterostigma. A extensão do pterostigma varia nos diferentes grupos, havendo Zygopteros que não o apresentam. No quadro que aqui apresento, organisado por FRASER (1929, Mero. Ind. Mus. 9 (3)), ver-se-á a correspondencia das notações das nervuras no sistema de TILLYARD (v. fig. 25)
76
INSETOS DO BRASIL
com as dos sistemas de COMSTOCK-NEEDHAM e de SELYS LONGCHAMPS.
N o t a ç ã o de Tillyard Costa
Subcosta Radio-mediana Radius Arco Sector radial
Ramos do radius
C SC R+M R1 Rs+M Rs R2 1R 2 R3 1R3
(A)
Notação de ComstockNeedham C SC R+M R1 M M1- 3
M 1a M2 Rs M3 M4
Mediana anterior Primeiro cubitus Segundo cubitus
MA Cu 1 Cu 2
Primeira anal
1A
Cu2
Cubito-anal Anal secundaria Pterostigma Membrana Nó Subnó Antenodais Postnodais Veia oblíqua Nervuras cubitais cubitoanais
C u 2 + 1A A' pt
Cu A st mb N Sn Anq
Ponte Celula discoidal
mb
Nervura costal Nervura subcostal Nervura mediana Nervura mediana Arculus S e c t o r s u p e r i o r do a r c o Sector principal Sector postnodal Sector nodal Sector subnodal. Sector mediano Sector inferior do arco
-
-
Cu1
Sector superior do triangulo Sector inferior do triangulo Nervura submediana Nervura subcostal Pterostigma Membranula Nodus Subnodus Nervuras antecubitais Nervuras postcubitais
N sn Ax ( A n ) Px ( P n ) O
pn o
Cux
Cuq
Br (De) t
B
Nervuras submedianas Sector subnodal na origem Triangulo ou trigono
t
(Aqui usada para dignar somente o triangulo, embora propriamente represente o supratriangulo St e o triangulo Dc) Campo Espaço Espaço
discoidal costal subcostal
d
(Df)
-
cs sc
c
Espaço mediano Espaço cubital Campo anal Alça anal Supratriangulo
m (Ms) c u (Cs) a al (Al) s ou ht
m cu
Triangulo
at
-
anal
sc
(At)
-
s
ou
ht
Campo discoidal Espaço costal Espaço subcostal Espaço mediano ou basal Espaço submediano Base da aza posterior Alça a n a l Supratriangulo ou hipertriangulo Triangulo anal
ODONATA
77
Abdomen alongado, ora cilindrico ou cilindroide, ora mais ou menos deprimido. As especies de Mecistogaster e generos afins apresentam-no extraordinariamente alongado. Constituído por 10 uromeros distintos. Na extremidade do ultimo ha um par de cércos uniarticulados em forma de forceps. Nas femeas as gonapofizes oriundas do 8° e 9° esternitos são mais ou menos desenvolvidas e, em algumas especies, formam uma terebra ou ovipositor, capaz de perfurar galhos e folhas das plantas (Zygopteros em geral e Anisopteros das subfamilias Aeshninae e Petalurinae) (fig. 29).
Fig. 29 - Parte apical do abdomen da (femea) de Mecistogaster sp. (Zygoptera, Coenagriidae), vista de perfil e consideravelmente aumentada; As, apendices anais superiores (cércos); Sp, espermatéca vista atravéz do tegumento diafanisado; Ter, terebra; Val, valva; 9 t, 10 t, 9º e 10º tergitos.
Nos machos observa-se uma disposição curiosa do aparelho genital. Enquanto que o orificio do canal ejaculador (póro genital ou genopóro), protegido por 2 valvulas, está situado no 9° esternito (fig. 30), o aparelho copulador achase alojado numa fenda longitudinal aberta no 2° e 3° esternitos (fig. 31). Antes da copula o esperma é depositado nesse aparelho pela aplicação, sobre ele, do póro genital. Devido a essa singular disposição anatomica, o macho, p a r a copular, prende, em vôo, a f e m e a pelo pescoço, m e d i a n te as peças da terminalia, e aquela, uma vez agarrada, recur-
78
INSETOS DO BRASIL
va a extremidade do abdomen ao aparelho copulador (fig. 32).
para
Fig. 30 Parte apical do abdomen do (Fabr., 1755) (Anisoptera. Libellulidae), vista apendice anal inferior mente aumentada; Ai,
dices
anais
superiores
(céreos);
Gp,
genoporo;
9
diante,
aplicando
Orthemis
(macho) de pela face
e
mediano
st,
10
st,
ventral
e
(epiprocto); 11
st,
9º,
10º
a
vulva
ferruginea consideravel-
As, e
apen-
11º
es-
ternitos; 9 t, 9º tergito.
47. velmente
Fig.
31
Habitos. e é no
- Parte pela face
- Os Odonatos Anisopteros vôam vôo que caçam outros insetos. Ha
admiraespecies
basal do abdomen do (macho) de Mecistogaster sp., ventral e consideravelmente aumentada; pen, p e n i s .
vista,
79
ODONATA
extremamente velozes que podem tros á hora (TILLYARD, 1917).
Fig.
32
-
Varios
tempos
da
copula
fazer
em
mais
Zygoptera
(De
de
80
May,
quilome-
1928).
Os Odonatos Zygopteros, embora tambem capturem as suas presas voando, não se deslocam tão rapidamente como os Anisopteros, daí se os poder apanhar com relativa facilidade. É nas horas de sol á pino que os Odonatos aparecem em maior numero, voando perto das coleções de agua em que se criaram. É tambem essa a melhor ocasião para se ver, voando ou pousados, casais em copula. Todavia os Odonatos, principalmente os da subordem Anisoptera, podem ser encontrados a qualquer hora do dia e em locais mais ou menos distantes dos criadouros. Os grandes Zygopteros do genero Mecis-
togaster têm sido vistos voando em plena mata, a muitos quilometros das coleções de habitos noturnos.
de
agua
mais
proximas.
Ha
Odonatos
80
INSETOS DO BRASIL
As lavadeiras são mui vorazes. BEUTENMÜLLER, nos Est a d o s Unidos, vio u m g r a n d e Anisoptero, d e v o r a r 40 moscas e m m e n o s de 2 h o r a s . Além de m os cas e m os qui t os , a l i m e n t a m - s e t a m b e m de H i m e n o p t e r o s e Coleopteros. D e v o r a m a i n d a o u t r o s O d o n a t o s m e n o r e s , inclusive e x e m p l a r e s m e n o s r o b u s t o s da p r o p r i a especie.
Fig. duas
33 ainda
Femeas de Zygoptera em postura num pedunculo floral de estão presas ao macho (De Wesenberg-Lund, 1913-1914,
Nymphaea; fig. 14).
48. Postura. - As femeas, como as dos Efemerideos, procuram aguas em que melhor possam viver as formas jovens e aí põem os ovos. A postura varia consideravelmente nos diversos g r u p o s de insetos d e s t a o r d e m . Os Zygopteros e muitos Anisopteros (das subfamilias Aeshninae e Petalurinae), isto é, todos os Odonatos que possuem uma terebra ou ovipositor mais ou menos desenvolvido, perfuram em varios pontos as partes não submersas ou imer-
81
ODONATA
sas das plantas aquaticas e nelas depositam os ovos (posturas endofiticas) (fig. 34). Para efetuar tais posturas a femea, ás
de folha de Hedychium coronarium (Zygoptera, Coenagriidae) (pouco mais
Fig. 34 - Fragmento tieas de Lestes sp.
com posturas endofido tamanho natural).
vezes, é forçada a mergulhar todo o corpo nagua e o faz só, ou ainda com a cabeça presa ao abdomen do macho (fig. 33). Os ovos das especies que fazem posturas endofiticas são alon-
Fig.
35
-
Ovos
de
zygoptero
das
posturas
da
figura
34
gados e mais ou menos encurvados (fig. 35). Quando mui numerosas, tais posturas podem causar a morte das partes atacadas. Muitos Anisopteros, mergulhando seguidamente a ponta do abdomen nagua, soltam os ovos, que se espalham na superficie ou vão para o fundo 38 Outros porém, incluem os ovos 38
Iibelulas
Talvez os nomes lavadeira e lava-bunda, pelos quais são conhecidas as em nosso país, se tenham originado deste habito de muitos Odonatos.
82
INSETOS DO BRASIL
em massas gelatinosas, que se prendem a um suporte qualquer á superfície dagua (posturas exofiticas). Os ovos de tais posturas são arredondados (fig. 36).
Fig. 36 - Ovo de Anizoptero (Posturas exofiticas).
49. Desenvolvimento post-embrionario. - Do ovo, no fim de algum tempo, sáe o embrião (proninfa) completamen-
Fig.
37
-
A,
ninfa de Anisoptero; B, Parte anterior do corpo de baixo, mostrando a mascara (aumentadas).
da
mesma,
vista
83
ODONATA
te envolvido por uma fina membrana, que, segundos nutos depois, se rompe deixando sair a forma joven.
Fig.
38
-
Ninfa
de o
do
Anisoptero em repouso no fundo de um vaso, dorso uma odonaiade de Zygoptero (aumentada).
ou
mi-
tendo
sobre
As formas jovens dos Odonatos, em qualquer dos estadios seu desenvolvimento (odonaiades, ou simplesmente haja-
Flg.
39
-
Ninfa
de
Anisoptero
(aumentada).
84
INSETOS DO BRASIL
des), são do tipo campodeiforme e de aspeto bem caracteristico (figs. 37, 38, 39 e 40), não só pela forma geral o corpo,
Fig.
40
-
Ninfa
de
Anisoptero
(Progomphus
sp.),
tipo
fossorial
(aumentada).
mas principalmente pela conformação singular do labio (fig. 41). Esta peça do aparelho bucal das odonaiades apresentase extraordinariamente alongada e com duas articulações principais, do mento com o submento e deste com a cabeça, que permitem a flexão sobre si mesma e sobre a face inferior da cabeça. A este tipo especial de labio REAUMUR deu o nome de máscara. A larva, ao capturar uma presa qualquer, distende bruscamente o labio, prende-a entre as peças terminais, em forma de garras de torquês apensas ao mento, flexiona o mento sobre o submento e este sobre o torax. A vitima, aprisionada entre a face interna das duas garras e posta ao alcance das demais peças bucais, é facilmente devorada. As odonaiades são facilmente encontradas em quaisquer aguas. Na maioria das especies, habitam as aguas pouco agi-
85
ODONATA
tadas dos pantanos, lagôas, etc., vivendo condidas no fundo ou vása, ou no meio
Fig.
41
Cabeça
de m
mais ou menos esda vegetação submer-
odonaiade, vista de baixo e com o labium st, mento + estirpe; sm, submento (x4)
distendido
sa. Muitas vivem entre as plantas aquaticas que crescem nas margens dos rios e riachos. Outras, finalmente, podem ser encontradas sob ou sobre pedras, no meio da correnteza. Todas respiram o ar dissolvido nagua. Quando, porém, se acham completamente desenvolvidas, saindo da agua, passam a respirar o ar livre, mediante estigmas que se abrem entre o protorax e o mesotorax. Nas odonaiades dos Anisopteros a respiração do ar dissolvido nagua é feita por traqueo-branquias retais. Nas dos Zygopteros, que não possuem tais branquias, ha 3 grandes foliolos caudais, que funcionam como traqueo-branquias. Todavia, nestas larvas, deve haver um outro processo de respiração aquatica subsidiario ou talvez mesmo principal, que as mantem vivas após a ablação acidental ou experimental dos foliolos caudais. Possivelmente nelas a respiração cutanea ou
86
INSETOS DO BRASIL
tegumentar deve ser mais importante que a mantida pelos foliolos caudais, m e s m o nos estadios de m a i o r desenvolvimento. As t r a q u e o - b r a n q u i a s i n t e r n a s das odonaiades dos Anisopteros dispõem-se em g r a n d e n u m e r o n a c a m a r a respiratoria ou retal (figs. 42 e 43), v a r i a n d o os foliolos que nela se
Fig. 42 - Proctodaeum (intestino posterior) de uma ninfa de Aeshna com a empola fetal recebendo as ramificações dos 2 grossos troncos traqueais dorsais, que se distribuem nas traqueo-branquias internas: A, anus; E, mesenteron (intestino medio); M, tubos de Malpighi; R, réto; td, troncos traquiais dorsais; tv, troncos traquiais ventrais (De Oustalet, 1869).
encontram, não só na forma, como na disposição das ramificações traqueais em cada foliolo. A agua que os banha é aspirada pela dilatação passiva do abdomen, consecutiva a uma contração dos musculos abdominais, que determina a diminuição da cavidade da camara respiratoria, expelindo deste modo a agua nela contida. Tais movimentos respiratorios são perfeitamente apreciaveis quando a odonaiade se acha parada.
87
ODONATA
As contrações do a b d o m e n , sendo mais violentas, determ i n a m o deslocamento do inseto, de u m a p a r a o u t r a parte, sem fazer uso das p e r n a s .
Fig.
43
-
Secção
transversal,
esquematica, do réto (De Tillyard, 1917).
de
uma
ninfa
de
libelula
Para se avaliar a força destas contrações, basta retirar-se rapidamente dagua a odonaiade de um Anisoptero. Quasi sempre ela expele a agua contida na camara retal em um jato, que cáe mais ou menos longe. As odonaiades, como os adultos, são essencialmente carnivoras. Alimentam-se de larvas e ninfas de outras especies de insetos; as de Anisopteros mais robustos podem mesmo atacar pequenos peixes. FROST (Ent. News. 29) teve o ensejo de ver uma odonaiade atacar uma pequena cobra dagua, deixando-a tão lesada que a mesma veio a morrer pouco tempo depois. Todavia, as odonaiades têm tambem os seus inimigos naturais, representados por peixes e Hemipteros da família Belostomatidae. O desenvolvimento das odonaiades processa-se mais ou menos lentamente, durando, em especies estudadas em outros países, de 1 até 5 anos. Tal desenvolvimento se processa mediante uma serie de ecdises, cujo numero varia, não só nas diferentes especies, como, ás vezes, numa mesma especie. A ultima alares, quando
odonaiade (ninfa), apresentando grandes tecas completamente desenvolvida, sáe da agua an-
88
INSETOS DO BRASIL
dando pela margem ou se agarrando a um suporte qualquer (fig. 44).
Fig.
44
-
Enxuvia
ninfal
de Anisoptero, presa (pouco aumentada).
a
um
suporte,
fóra
d'gua
Depois de um periodo de repouso, em geral de algumas horas nas nossas especies, o tegumento da ninfa rompe-se no dorso e dela emerge o inseto adulto.
Fig.
45 -
L e p t e m i s vesiculosa
(Fabr.,
1775)
(Libellulidae)
89
ODONATA
A este processo de desenvolvimento post-embrionario, em g r a n d e parte identico ao que se opera nos Efemerideos, dá-se o nome de metamorfose incompleta ou hemimetabolia (HENNEGUY).
Fig.
46 -
Erythrodiplax umbrata
(L.,
1758).
(Libellulidae).
50. Parasitos. - Não obstante as posturas endofiticas dos Zygopteros ficarem bem escondidas, ha microhimenoptetos da superfamilia Chalcidoidea, especialmente das familias Mymaridae e Trichogrammatidae, cujas femeas mergulham e põem um ovo em cada ovo de Odonata.
Fig.
47
-
Heteragrion
aurantiacum
Selys,
1886
(Coenagriidae)
Ha t e m p o s tive o ensejo de t r a t a r do c o m p o r t a m e n t o de a l g u n s destes i n t e r e s s a n t e s m i c r o h i m e n o p t e r o s aquaticos em nosso país, p a r a s i t a n d o ovos de Agrionidae.
90
INSETOS DO BRASIL
No Rio de Janeiro não raro se encontram Anisopteros com mosquitos agarrados ao corpo. Tratam-se de exemplares de Pterobosca macfiei Costa Lima, 1937 (fam. Ceratopogonidae), que lhes sugam a hemolinfa. 51. Importancia economica. - Se os Odonatos, na fase adulta, destróem grande numero de insetos prejudiciais á agricultura, é tambem certo que especies uteis ou auxiliares na defesa contra pragas, isto é, predadoras e parasitas, são por eles devoradas.
Fig. 48 - Mecistogaster, sp. (Coenagriidae) (pouco mais de 1/2 do tamanho natural).
Alguns autores os consideram uteis, por serem grandes destruidores de mosquitos. Tal julgamento, porém, não me parece bem fundamentado, pois os mosquitos mais perigosos, ou têm habitos domiciliares e raramente poderão ser destrui-
ODONATA
91
dos pelas lavadeiras, ou, sendo especies silvestres, voam geralmente ao crepusculo ou á noite, quando não ha lavadeiras em atividade. As odonaiades, igualmente predadoras, têm sido tambem consideradas grandes devoradoras de larvas de mosquitos. A minha convicção, como a de outros adquirida na pratica de serviços de combate á febre amarela e á malaria, é de que tais larvas, na profixalia anti-culicidiana, têm um papel insignificante, seguramente inferior ao dos peixes larvivoros. Entretanto, como bem disse TILLYARD, até certo ponto as lavadeiras, inconscientemente, prestaram um relevante serviço á humanidade, pois serviram de modelo natural para o traçado do aeroplano. A idéa de se fazer uma maquina de voar modelada nesses insetos foi primeiramente sugerida por AMANS em 1883. Mais tarde, foi essa mesma idéa que orientou o nosso patrício SANTOS-DUMONT na confecção do seu primeiro aeroplano, por ele cognominado "Demoiselle", aliás o nome popular dos Zygopteros na França, onde realisou as suas memoraveis experiencias.
52. Classificação. - Ha na ordem Odonata cerca de 3.000 especies descritas. Das regiões faunisticas, a neotropica é a mais rica, não sómente em especies, como em generos entogenicos ou que lhe são peculiares. Compreende 2 subordens principais: Anisoptera e Zygoptera além da pequena subordem Anisozygoptera, constituida por uma especie do Japão e uma forma joven da região do Himalaia. A seguir apresento a chave para a determinação das subordens e famílias segundo NEEDHAM (1929) e TILLYARD (1917). Formas adultas 1
Azas semelhantes; em repouso aproximadas e dispostas sobre o abdomen .............. Subord. Zygoptera 39. 2 Azas posteriores com a parte basal mais larga que nas anteriores; em repouso dispostas horizontalmente, como as azas de um aeroplano ...... Subord. Anisoptera 40. 3
1´
39 40
Gr. Gr.
zygos, união, copula; a, não; isos, igual;
pteron, pteron,
asa. asa.
92
INSETOS DO BRASIL
2(1) 2'
3(1')
3'
Varias antenodais; azas, em geral, não pecioladas ......... ............................................. Agriidae (Agrionidae, Calopterygidae) 41. Apenas 2 antenodais; asas pecioladas ................................................ .......................................................... Coenagriidae (Coenagrionidae) 42. Triangulos semelhantes e igualmente distantes do arco: o das asas anteriores nunca transversalmente disposto em relação ao eixo da asa .............................. Aeshnidae (Aeschnidae) 43. Triangulos diferentes: o das asas posteriores proximo do arco e alongado em relação ao eixo da asa; o das anteriores bem afastado do arculus e transversalmente alongado na direção do eixo ................................................ Libellulidae 44.
Formas jovens 1
Abdomen cilindrico, apresentando na traqueo-branquiais ....................................... Abdomen de contorno oval ou oboval, branquiais no apice .......................................
1'
2(1) 2'
3(1') 3'
extremidade foliolos Subord. Zygoptera. 2 sem foliolos traqueoSubord. Anisoptera. 3
Segmento basal da antena muito longo; labio com uma fenda mediana profunda e larga ....................................... Agriidae. Segmento basal da antena curto; labio inteiro ou quasi inteiro ........................................................................................ Coenagriidae. Labium chato ou quasi chato, sem cerdas raptorias (excepto em Cordulegaster) ....................................... Aeshnidae (Aeschnidae) Labium em forma de colher; quando fechado, cobrindo a face até a base das antenas, internamente munido de cerdas raptorias .................................................................. Libellulidae.
Autores modernos elevam as familias citadas a categoria de superfamilias, passando para familias as respectivas subfamilias. Assim, dividem a subordem Anisoptera em 2 superfamilias: Aeshnoidea e Llbelluloidea, a primeira com as familias Petaluridae, Gomphidae, Aeshnidae e Cordulegasteridae; a segunda com Corduliidae e Libellulidae. Na subordem Zygoptera consideram 2 superfamilias: Coenagrioidea e Agrioidea, a primeira com as familias Synlestidae, Hemiphlebii-
41 42 43 44
Gr. agrion, agreste. Gr. koinos, comum. Talvez corruptela de aichune, vergonha. Lat. libella, nivel, balança.
93
ODONATA
dae, Coenagriidae, Protoneuridae, Lestidae, Megapodagriidae e Pseudostigmatidae; a segunda com Amphipterygidae, Poly. thoridae, Agriidae, Epallagidae e Libellaginidae.
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ODONATA
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Para o estudo das formas jovens dos Odonatos e de outros insetos cujas primeiras fases de desenvolvimento se passam na agua, ha toda a vantagem em se consultar tambem os seguintes livros: NEEDHAM, J.G., MAC GILLIVRAY, A.D., JOHANNSEN, O.A., & DAVIS, K.C. 1903 Aquatic insects in New York State. Bull. n. 68 (Entomology 18). N. Y. State Museum. NEEDHAM, J. G. & LLOYD, J. F. 1918 - The life of inland waters. Ah elementary text-book of fresh water biology for American Students. Ithaca, N. Y.: The Comstock Publishing Co. R O U S S E A U , E. 1921 - Les larves et nymphes aquatiques ales insectes d'Europe (Morphologie, biologie et systématique). Vol. I, 967 pp., 344 figs. Bruxelles: Offic. de Publicité. SISTEMATICA B A R T E N E F , A. N . 1929 Die Bestimungstabelle der Gattungen der Unterfamilie Libellulinae (Odonata, faro. Libellulidae). Zool. Jahrb., Jena, Abt. Syst.; 56: 357-424. BRAUER, F. 1866 - Novara Expedition Zool. Teil. Bd. 1. Neuropteren - 104 p., 2 ests. B Y E R S , C. F. 1930 A contribution to the knowledge of Florida Odonata. Unir. Florida Pub. Biol. Scl. Ser. 1 (1), 327 p., 11 ests., 19 figs.
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-
Synopsis xelles.
des
Agrionines;
ó
partes
extr.
Bull.
Acad.
Belg.
Bru-
CAPÍTULO VII Ordem PERLARIAE 45 54. Caracteres. - Insetos de 0,5 a 3 cms. de comprimento. Têm o corpo deprimido, o tegumento pouco esclerosado, geralmente de côr parda mais ou menos escura, ou esverdeada; apresentam dois pares de asas membranosas, as posteriores, na maioria das especies, com a região anal formando um lobulo mais ou menos saliente, que se dobra sob o resto da asa, quando o inseto repousa, e o abdomen provido de 2 cércos, na maioria das especies multisegmentados e mais ou menos alongados. São insetos anfibioticos e hemimetabolicos. 55. Anatomia externa. - Cabeça, em geral chata, trapezoide, apresentando pequenos olhos facetados e 2 ou 3 ocelos. Antenas longas, setaceas, de 30 a 80 segmentos. Aparelho bucal de tipo mandibulado, rudimentar, em algumas especies, porém, desenvolvido e funcional (Gripopteryx, Taeniopteryx). Tórax
-
Segmentos
toracicos
distintamente
separados,
sub-iguais. Protorax livre, sobretangular ou eliptico. Pernas normais, ambutalorias, com os quadris bem afastados; em varias especies, porém, os quadris são aproximados. Tarsos de
45 grandes dadeiros
De perla, nome dado por ALDROVANDI e brilhantes que apresentam. GEOFFROY Perlideos.
em 1638 ás libelulas, em 1764 restringiu-o
pelos aos
olhos ver-
100
INSETOS DO BRASIL
3 artículos, apresentando o ultimo (pretarso), que é o maior, um par de garras e entre elas um empodio em forma de cresou
triangulo
chanfrado.
Fig. 49 -
Anacroneuria s p. (cerca de X 2,5).
cente
Asas desiguais com a membrana hialina, mais ou menos escura, ou com manchas. As anteriores, em repouso, cobrem o abdomen. As posteriores, que são as mais curtas na maioria das especies, apresentam o campo anal muito mais desenvol-
PERLARIAE
101
vido que nas anteriores. Pousado o inseto, esta parte fica dobrada sob o resto da asa, daí o nome Plecoptera 46 dado a esta ordem por varios autores. Tal disposição das asas posteriores, o aspecto das peças bucais em algumas especies de tipo mais generalisado e a constituição do intestino, geralmente provido de cégos gastricos, evidenciam uma estreita afinidade destes insetos com os Ortopteros. Ha varios Perlideos cujos machos se apresentam micropteros, observando-se ás vezes, numa mesma especie, diferentes gráus de micropteria. Abdomen apresentando 10 uromeros distintos (o 11° reduzido), desprovido de gonapofises. Daí a copula realisar-se quando a femea se acha pousada. O ultimo uromero apresenta, na maioria das especies, 2 cércos alongados e pluriarticulados, excepto nas especies de Nemouridae cujos cércos são muito curtos e têm de 1 a 3 segmentos. A fórma do penultimo urosternito (placa subgenital) da femea oferece bons caracteres para a separação das especies.
56. Habitos. - Como os Perlideos voam mal, raramente se os vê longe dos criadouros naturais. Daí serem mais facilmente encontrados quando pousados sobre pedras nas margens dos rios e riachos encachoeirados dos lugares montanhosos. Ao anoitecer, porém, mostram-se mais ativos, podendo então ser apanhados ao redor das lampadas de iluminação. o
dia
Ha, entretanto, algumas especies que voam bem durante entre as plantas situadas á margem das corredeiras.
Os Perlideos adultos, como as Efemeras, vivem pouco tempo, e, excetuando as raras especies que possuem peças bucais funcionais, não se alimentam. 57. Postura. - As femeas, depois de fecundadas, põem de 1.500 a 6.000 ovos, segundo a especie. A viviparidade parece ocorrer raramente nos perlideos. NEEDHAM observou-a numa especie norte-americana do genero Capnia. Em muitas 46
Gr.
plecos,
dobrado
e
pteron,
asa.
102
INSETOS DO BRASIL
especies os ovos, ao serem postos, vão se acumulando em uma massa arredondada, que fica presa sob a extremidade posterior do abdomen da femea. Esta, finda a postura, mergulha o apice do abdomen na correnteza, para destacar a referida
massa, e os ovos que a constituiam ou vão para o fundo ou se prendem a qualquer suporte, geralmente por um filamento que se desenrola do polo micropilar do ovo.
PERLARIAE
103
58. Desenvelvimento post-embrionario. - Dos ovos nascem as primeiras fórmas jovens, ou larvas, como tambem são designadas. O seu aspecto é bem semelhante ao das fórmas adultas. Encontra-se-as, quasi sempre, sob ou sobre pedras e outros suportes submersos. Nelas, porém, as peças bucais são relativamente robustas e funcionais. As pernas, nas fórmas jovens mais desenvolvidas, são providas de franjas de longos pêlos natatorios. As larvas e ninfas dos Perlideos, em geral, movem-se lentamente e, como são predadoras, conseguem capturar as presas mais pelo habito de se ocultarem que pela agilidade.
Alimentam-se de outros insetos anfibiotieos, principalmente fórmas jovens de Efemerideos, larvas de Dipteros das famílias Simuliidae e Chironomidae e de Trichopteros. As fórmas mais robustas podem atacar as mais jovens, de especies diferentes ou da mesma especie. As larvas e ninfas dos Perlideos são apneusticas, respirando oxigenio do ar dissolvido nagua principalmente atravez do tegumento. Na maioria das especies as fórmas jovens mais desenvolvidas apresentam traqueobranquias externas cuja posição varia segundo a especie. Ora elas se inserem na região pleural (branquias pleurais) ora na extremidade do abdomen (Leptoperlidae), entre a inserção dos céreos (branquias anais), formando a roseta anal (fig. 51), ora na base dos quadris (branquias coxais), finalmente, na prosterno (branquias prosternais). As fórmas jovens dos Perlideos mais arcaicos da familia Eustheniidae, do Chile, Australia e Nova Zelandia, apresentam traqueo-branquias de cada lado dos primeiros uromeros. Na maioria das especies as traqueo-branquias são filamentares ou tubulares, formando, geralmente, pequenos tufos. Muito se tem escrito sobre a persisteneia no adulto das traqueo-branquias larvais, depois da famosa descoberta de NEWPORT (1844) da existencia de tais orgãos em Pteronarcys
regalis, do Canadá.
104
INSETOS DO BRASIL
Parece, porém, que a razão está com LESTAGE (1923), que, em criteriosa critica dos trabalhos publicados sobre o assunto, concluiu dizendo o seguinte:
Fig.
51
-
Larva
de
Gripoptcryx
sp.
(1918)
(cerca
de
x2).
"La thèse qui veut que les Perlides conservent à l'état adulte les organes respiratoires larvaires n'est donc qu'une hypothèse, et cecas de néotenie rest à prouver".
As fórmas jovens dos Perlideos, em aguas muito arejadas. Daí habitarem rios tes em que a correnteza é mais rapida. cies europeias de Nemoura que vivem nas agitadas ou mesmo estagnadas dos pantanos.
geral, só vivem em e riachos, nas parHa, entretanto, espeaguas calmas, pouco
As ninfas, depois de completarem o desenvolvimento, sofrem a ultima ecdise fóra dagua, quasi sempre sobre uma pedra, saindo da exuvia ninfal o inseto adulto.
PERLARIAE
105
Quasi nada se sabe em relação ao ciclo evolutivo dos nossos Perlideos. 59. Importancia economica. - NEWCOMER (1918), nos Estados Unidos, assinalou os estragos produzidos por Rhabdiopteryx pacifica (BANKS), que ataca botões florais, folhas tenras e pequenos frutos de varias fruteiras, em pomares localizados nas proximidades de rios encachoeirados. O referido inseto, que ataca de preferencia Rosaceas, causa em alguns sítios danos apreciaveis. No combate a esse inimigo, empregam, com algum resultado, caldas arsenicais. NEWCOMER verificou que as fruteiras tratadas pela emulsão de petroleo e sulfato de nicotina contra o ataque dos pulgões, são pouco atacados pelo referido Perlideo. 60. Classificação. - Ha cerca de 700 especies descritas da ordem Perlariae, distribuidas em 7 famílias. Quasi rodas as especies da região neotropica pertencem á familia Perlidae, e, na maioria, ao genero Anacroneuria Klapálek, 1909. Dentre as especies deste genero, mais frequentemente encontradas no Brasil, citarei: Anacroneuria annulicauda (Pictet, 1842), A. nigrocincta (Pictet, 1842) e A. dilaticollis (Burmeister, 1839). Ha tambem algumas outras especies da familia Leptoperlidae, dos generos Gripopteryx Pictet, 1841 e Paragripopteryx Enderlein, 1909. Dou, em seguida, a chave para a determinação das famílias de Perlariae, segundo TILLYARD (1921). 1
1'
Lobulo anal da asa posterior com archedictyon 47 , margem externa inteira, sem reintrancia na terminação da Cu 2 ((Regiões australiana e neotropica) ........................ Eustheniidae48. Lobulo anal da asa posterior sem arehedietyon; margem externa com um angulo reintrante na terminação de Cu2 ................................................................................................................. 2
47 Gr. Nas asas destes insetos, de tipo mais generalisado, ha, entre as principais nervuras longitudinais, uma trama de nervnras mais finas, formando um reticulo irregular, ao qual TILLYARD deu o nome da archedictyon. 48 Gr. eusthenes, forte.
106
INSETOS DO BRASIL Quadris anteriores aproximados; archedictyon presente, exceto no angulo anal, mandíbulas vestigiais ................................. ........................................................................................... Pteronarcidae 49 Quadris anteriores bem separados ............................................ 3
2(1')
2' 3(2')
Mandíbulas vestigiais; clipeo e labro escondidos sob uma pala frontal; ultimo artículo dos tarsos muito mais comprido que 1 + 2 (Inclus. Perlodidae) ................................. Perlidae. Mandíbulas, clipeo e labro normais; ultimo artículo dos tarsos não mais comprido que 1 + 2 ............................................ 4
3'
Asas
4( 3 ' )
de
anterior Cu2
com
(Inclus.
3
nervuras
Gripopterygidae)
anais; (Reg.
IA
muito
australiana)
aproximada
.................................
................................................................................................................ Austroperlidae. Asa anterior com 2 nervuras anais (2A e 3A) ............................................ 5
4 5(4')
Em ambas as asas não ha uma verdadeira anastomose ligando as nervuras principais de R para Cu 1 perto do meio da asa; nervuras transversais sempre presentes na porção distal das asas (Inclus. Gripopterygidae) (Reg. australiana e neotropica) ....................................................... Leptoperlidae 50 Uma verdadeira anastomose ou corda transversal sempre presente, ligando as nervuras principais de ambas as asas, de R a Cu 1 perto do meio da asa; nervuras transversais nem sempre presentes para fóra (distad) da anastomose .............................................................................................................. 6
5'
Na asa anterior 3A em forquilha; cércos vestigiais, uniarticulados (Inel. Taeniopterygidae e Leuctridae) ................................. ................................................................................................... Nemouridae 51 Na asa anterior 3A simples; cércos longos, pluriarticulados (Reg. holoartica) ............................................................................ Capniidae
6(5')
6'
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Gattung
Diam-
Perlaria. Perlaria),
with
descriptions.
Catalogue of the species of Neuropterous insects in the collection of the British Museum. Part. I: Phryganides-Perlides.
CAPÍTULO VIII Ordem
EMBIIDINA 53
62. Caracteres. - Os Embiideos são insetos de 0,5 a 2 centimetros de comprimento, de corpo alongado, escuro ou negro, deprimido e mais ou menos da mesma largura em toda a extensão. Pernas dianteiras com o 1º artículo tarsal extraordinariamente dilatado. Os machos, que lembram cupins alados, apresentam 4 asas subiguais, em geral escuras e com estrias longitudinais claras entre as nervuras. Femeas apteras. Cércos, na maioria das especies, assimetricos. São insetos terrestres e paurometabolicos.
Fig. 52 deravelmente
53
Gr.
Embia
brasiliensis
aumentada,
embios,
vivo.
a
(Gray, 1832), ; (cerca de x3); ao perna anterior, para se ver o aspecto do 1º articulo tarsal.
lado, consicaracterístico
110
INSETOS DO BRASIL
63. Anatomia externa. - Cabeça relativamente grande, oval, deprimida. Olhos ovais, granulosos. Ocelos ausentes. Antenas filiformes, de 15 a 32 segmentos. Aparelho bucal mastigador, bem desenvolvido, semelhante ao dos insetos ortopteroides.
Torax apresentando o protorax livre e o mesonotum e metanotum com aspecto diferente nos dois sexos. Nas femeas o meso e o metascutum são subretangulares, cobrindo quasi toda a area notal, no macho ba, em cada um desses segmentos, um scutum triangular, um pequeno scutellum e 2 escleritos laterais. Pernas curtas; femures posteriores, em geral bem mais robustos que os outros; tarsos de 3 articulos, sendo o lº (proximal) das pernas protoracicas (metatarso) bolbiforme ou escutiforme, internamente cheio de glandulas (gl. tarsais). Asas planas, subiguais, as anteriores um pouco maiores que as posteriores. Em repouso ficam horizontalmente dispostas sobre o abdomen, como as asas dos cupins alados. Em geral são escuras e apresentam estreitas faixas claras longitudinais entre as nervuras.
Fig.
53
Asas
de
Embla
brasiliensis, ; notação, das tock-Needmam ( x 13).
nervuras
segundo
Coms-
Abdomen de 10 segmentos distintos, providos de cércos curtos, quasi sempre bisegmentados. Estes, nos machos, em geral, são assimetricos. Ora o segmento basal do cérco esquer-
111
EMBIIDINA
do (basipodito) apresenta um lobulo interno mais ou menos saliente (Embiidae), ora se apresenta um tanto claviforme (Oligotomidae), ora é normal, isto é, cilindrico, como o do lado oposto (Oligotomidae e generos Antipaluria End. e Clothoda End. da faro. Embiidae). O 10º urotergito ou se apresenta assimetricamente dividido em 2 hemitergitos, ou é inteiro (Teratembia Krauss e Clothoda Krauss).
Fig. 54 - Extremidade do abdomen do de Embia brasiliensis (falta o segmento apical do cérco direito); cd, cérco direito; ce, cérco esquerdo, ha no segmento basal um robusto processo copulatorio que não se vê no segmento correspondente do cerco direito; htd, hemitergito direito (10º); hte, hemitergito esquerdo; 9t, 9º urotergito.
64. Habitos. - Os Embiideos habitam de preferencia os climas quentes e vivem abrigados sob tuneis ou galerias de seda, no solo, em pedras, sob a casca ou sobre o tronco de plantas; aí se deslocam com vivacidade. Ha especies que vivem em tais tuneis isoladamente, outras, porém, habitamnos gregariamente, formando pequenas colonias constituidas por algumas dezenas de indivíduos (machos, femeas e formas jovens). Os machos, alados, uma ou outra vez, vêm aos fócos de iluminação e assim podem ser apanhados dentro de casa.
A seda que forma a parede dos tuneis é, segundo GRASSI (1893-94),
MELANDER
(1902),
RIIVISKY-KORSAKOW
(1905)
e
MILLS (1932), secretada e tecida pelas pernas anteriores destes insetos. ENDERLEIN, porém, revalidando a opinião antiga de
112
INSETOS DO BRASIL
HAGEN, acha que são as peças do aparelho bucal (glossae) que tecem a seda secretada por glandulas cefalicas. Quanto ao fluido secretado pelas glandulas metatarsais, acredita que sirva para lubrificar a seda, impedindo-a de aderir ás pernas.
Fig.
55
-
Tronco,
de
arvore
com
um
ninho de Janeiro).
Embia
sp
Manguinhos
(Rio
de
A proposito das pernas dos Embiideos devem ser referidos os casos de regenração total da perna anterior, após amputação, observados por RIMSKY-KORSAKOW (1912).
113
EMBIIDINA
Os Embiideos alimentam-se de materia organica de natureza vegetal. Após a ecdise, a exuvia é comida pela nova forma que dela surgiu. Ha algumas especies que são fitofagas; todavia, seja qual fôr a natureza dos danos que produzero, estes nunca podem ser de grande importancia, porquanto estes insetos são pouco prolíficos. O desenvolvimento post-embrionario se processa por paurometabolia. 65. Classificação. - Não chega a 100 o pecies de Embiidina descritas em todo o intertropical é a que possue o maior numero America do Sul conhecem-se poucos mais
numero das esmundo. A zona de especies. Da de 20 especies.
A maior especie descrita é Embia major Imms, da região do Himalaia, que apresenta 19 milímetros de comprimento. No Brasil a maior especie conhecida é a Embia brasiliensis (Gray, 1832) com 15,5 mm. de comprimento. A ordem compreende apenas os insetos incluidos por NAVAS (1918) na sua subordem Netica. O genero Cylindracheta Kirby, 1906, representante da sub-ordem Orythica de Navas, não é, um Embiideo e sim um Ortoptero Tridactilideo. De acôrdo com ENDERLEIN e TILLYARD a ordem Embiidina compreende apenas 2 familias que se distinguem pelos seguintes caracteres: 1
R 1 + 5 em forquilha, em ambas as asas ou pelo menos na asa posterior (exceto em Teratembia Krauss, que apresenta R 1 + 5 simples, e R 2 + 3 em forquilha); 10 urosternito da femea normal ....................................................................................... Embiidae. em ambas as asas; 1º urosternito da femea R 1 + 5 simples muito reduzido .............................................................................. Oligotomidae 54
1'
66.
Bibliografia.
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54
Gr.
oligos,
poucos;
tome,
segmento.
und der-
114
INSETOS DO BRASIL
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CAPÍTULO IX Ordem ORTHOPTERA55 66. Caracteres. - Conquanto ainda haja autores modernos que, estudando esta ordem, nela incluem as baratas, os louva-Deus e os bichos-páu, prefiro seguir o adotado pela maioria dos especialistas atuais, que consideram estes insetos em ordens autonomas, deixando, como grupos exclusivos de Orthoptera, os acridios ou verdadeiros gafanhotos, as "esperanças", ou gafanhotos de longas antenas filiformes, os grilos e os grilos-toupeira. Estes insetos, como as demais especies ortopteroides (baratas, louva-Deus e bichos-páu), têm o aparelho bucal mastigador e, em sua maioria, apresentam 2 pares de asas, sendo as anteriores de consistencia pergaminhosa (tegminas, ou elitros como tambem são designadas por alguns autores) e as posteriores, que, em repouso, se dispõem longitudinalmente sob as anteriores, como as dobras de um leque. Os verdadeiros Ortopteros distinguem-se dos outros insetos ortopteroides por terem as pernas posteriores de tipo saltador, isto é, distintamente alongadas e com os femures mais robustos que nas outras pernas. Daí o nome Saltatoria dado por LATREILLE a este grupo de ortopteroides. Além deste caracter diferencial, mais notavel e mais constante, devem ser tambem mencionados, como orgãos característicos, por serem encontrados em quasi todos os Ortopteros, os timpanos (orgãos auditivos), situados, nos acridios, de cada lado do uro55 Gr. orthos, recta; pteron, asa.
116
INSETOS DO BRASIL
mero basal e, nos demais Ortopteros, nas tíbias anteriores, pouco abaixo da articulação femur-tibial ou do joelho. Tratando-se de uma ordem que, pela sua importancia, deve ser considerada com mais detalhe que as estudadas até agora neste trabalho, exporei, separadamente, o que ha de mais interessante relativamente á morfologia, á fisilogia e á etologia dos insetos que a constituem, segundo os grupos sistematicos em que geralmente se a divide. Em sua maioria os Ortopteros são insetos terrestres, fitolagos e paurometabolicos, isto é, cujo desenvolvimento postembrionario se processa mediante simples transformações, sem verdadeiras metamorfoses. De fato, a forma joven de um Ortoptero, ao nascer do ovo; é semelhante á adulta que lhe deu origem, dela, porém, diferindo por ser menor, por não ter asas e por apresentar os orgãos reprodutores em estado rudimentar. As transformações graduais que, á seguir, se vão operando, consecutivas á ecdises ou mudas, tornam o inseto cada vez mais semelhante á forma adulta, que surgirá, finalmente, após a ultima muda. Não ha, pois, no desenvolvimento destes insetos, como aliás ocorre em todas as especies que se desenvolvem pelo mesmo processo (paurometabolia), uma fase de pupa ou ninfa imovel, que bem caracterisa o desenvolvimento post-embrionario dos insetos holo-metabolicos, tambem chamados de metamorfoses completas. Todavia, por convenção, ou por analogia com o que se passa nestes ultimos insetos, é habitual dar-se o nome de ninfas aos ultimos instars do desenvolvimento postembrionario dos insetos paurometabolicos, isto é, ás formas providas de asas rudimentares cada vez mais desenvolvidas. Estas pseudo-ninfas, porém, como diz HENNEGUY (1904), não cessam de se mover e de se alimentar; têm exatamente o mesmo genero de vida das formas apteras que as precederam e das adultas que as sucederão; nelas tambem não se processaro os fenomenos de histolise, que se passam nas verdadeiras ninfas dos insetos holometabolicos. 67. Classificação. - A ordem Orthoptera compreende cerca de 10.000 especies descritas, incluidas em 2 subordens: Acridodea e Tettigoniodea, assim caracterisadas:
ORTHOPTERA 1
117
Antenas muito mais curtas que o corpo, com menos de 30 segmentos, geralmente filiformes; em muitas especies, porém, comprimidas, ensiformes, ou mesmo claviformes; timpanos, quando presentes, um de cada lado do 1º segmento abdominal; ovipositor inconspicuo, constituido por quatro peças corneas de apices divergentes; tarsos geralmente de 3 articulos ................................................................... ............................... Acridodea 56 (Acrydioidea; Locustoidea)57 Antenas geralmente longas, multisegmentadas, raramente muito curtas, com 12 segmentos ou menos, neste caso, porém, as pernas anteriores são do tipo fossorial; timpanos, quando presentes, situados nas tibias anteriores, perto da articulação do joelho; ovipositor mais ou menos conspicuo, em forma de sabre reto ou encurvado, ou estiliforme; quando invisivel, as pernas anteriores são do tipo Tettigoniodea 58 (Ensifera; Locustoidea; Phasgonuroidea)59
1´
68. Bibliografia. - Quasi todos os trabalhos da lista bibliografica que se segue tratam tambem de outros insetos ortopteroides (baratas, louva-Deus e bichos-páu). GERAL BORDAS, L. 1897 1900
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des +
Orthopteres 121
p.;
3
des-
(1875):
Representation exactement coloree d'apres nature des spectres ou phasmes, des mantes, des sauterelles, des grillons, des criquets et des blattes, qui se trouvent dans les quatres parties du rnonde, l'Europe, l'Asie, l'Afrique et l'Amerique. Arnsterdam, 2 vols. Orthopteren. Geradflügler; 2 a ed. 4: 150-237.
SUBORDEM
in
Sorauer,
Handb.
Pflanzenkr.
ACRIDODEA
(Acrydioidea; Locustoidea) 69. Caracteres. - Os Ortopteros desta subordem são os acrideos, vulgarmente conhecidos pelo nome gafanhotos. Distinguem-se facilmente das "esperanças" e grilos por terem as antenas, em quasi todas as especies, muito mais curtas que o corpo, e dos grilos-toupeira, por apresentarem as pernas anteriores semelhantes ás do par medio, isto é, não fossoriais. Nos acrideos ou verdadeiros gafanhotos os orgãos auditivos (tímpanos) estão situados, um de cada lado, no segmen-
120
INSETOS DO BRASIL
to basal do abdomen (fig. 60). Nos demais Ortopteros tais orgãos, quando presentes, acham-se nas tibias anteriores. 70. Anatomia externa. - Ca beça. - O aspeto geral da cabeça nos Ortopteros desta subordem acha-se representado na fig. 56. Todavia na familia Proscopiidae (fig. 67) e em muitas especies da familia Acrididae, especialmente das subfamilias Acridinae, Pyrgomorphinae e Cyrtacanthacrinae, a cabeça apresenta-se consideravelmente prolongada entre os olhos, de modo que a fronte, ao envez de ser normalmente de-
Fig. 56 - Cabeça de Schistocerca paranensis vista de perfil e de face: CFr, costa frontal; cRr, carenas frontais; Clp, clypeus; Fr, fronte; G, genae; Lm, labrum; Md, mandíbulas; Mx, maxilas; O, olhos; Oc, ocelos; PlpLb, palpos labiais; PlpMx, palpos maxilares; Vx, vertex.
flectida, é inflectida, formando com o plano do vertex um angulo mais ou menos agudo. Á porção apical do vertex assim prolongado dá-se o nome de fastigium, e ás bordas que o limitam lateralmente, carenas laterais. Para fóra e um pouco abaixo da metade anterior de cada carena lateral do vertex ha em varios acrideos uma pequena area ou depressão limitada por bordos salientes. Tais areas são as foveolas laterais, cujo
121
ACRIDODEA
aspeto tem grande tos (fig. 58).
importancia
na
classificação
desses
inse-
Fig. 57 - Peças bucais de um gafanhoto, vistas com a boca aberta: Ephy, epifaringe; Ga, galea; Hphy, hipofaringe; La, lacinia; Lb, labium; Lig, ligula; Lm, labrum; Mdd, mandibula direita; Mde, mandibula esquerda; PlpLb, palpo palpo maxiliar. labial; PlpMx,
Os olhos facetados nada de particular apresentam; ha 3 ocelos sendo o mediano situado na costa frontal (fig. 56, Cfr.), saliencia longitudinal e mediana da face, que se estende do clipeus ao vertex.
Fig. 58 - Vertex com foveolas laterais: fas, fastigium; fov, do vertex (De Blatchley, 1920, fig. 4, segundo Lugger).
foveolas;
dis, disco.
Antenas relativamente curtas, de 30 segmentos no maximo, geralmente filiformes, em muitas especies, porém, comprimidas, ensiformes (em lamina de espada), triquetras (com 3 faces) ou mesmo claviformes.
122
INSETOS DO BRASIL
Aparelho bucal tipico dos insetos mandibulados ou mastigadores. Torax. - Representado principalmente pelo protorax cujo notum se prolonga, em cada lado, até a altura da base dos quadris anteriores e, para traz, até á base dos tegminas, cobrindo-as em extensão mais ou menos consideravel, ou mesmo excedendo-as, como nas especies de Tetrigidae. Devido ao consideravel desenvolvimento do pronotum, só aparecem as pleuras do mesotorax e do metatorax. Na maioria das especies o pronotum é transversalmente convexo e sulcado no dorso (sulci), em muitas, porém, apresenta uma crista longitudinal e mediana, mais ou menos saliente. Em algumas especies ele se apresenta com expansões laterais. O prosternum pode ser plano ou apresentar uma saliencia media. Em Cyrtacanthacridae tal saliencia tem a forma de um espinho ou tuberculo espiniforme relativamente robusto. As pernas posteriores, como nos demais Ortopteros, são do tipo saltador, isto é, apresentam os femures consideravelmente alongados e dilatados na parte basal, geralmente providos de cristas longitudinais e de arestas transversais, terminando, em muitas especies, em 2 lobulos laterais (lobulos geniculares), que protegem a articulação femur-tibial. As tibias, geralmente tão alongadas quanto os femures, são relativamente tinas, roliças e armadas de uma dupla carreira de espinhos agudos, ao longo do bordo superior, e de apendices terminais moveis ou articulados (esporões tibiais). Nas especies semiaquaticas, especialmente do genero Paulinia (fam. Acrididae, subfam. Oedipodinae), elas se apresentam remiformes, isto é, achatadas ou expandidas para o apice. Tarsos geralmente trimeros, apresentando o articulo terminal, entre as duas garras curvas (ungues), um disco plantar ou arolium (tambem chamado empodium ou pulvillus), mais ou menos saliente em quasi todas as especies, exceto em Tetrigidae cujas especies são desprovidas de arolium.
Os femures dos machos de muitos acrideos apresentam, ao longo da face interna, uma serie linear de 80 a 90 denticulos, de aspeto caracteristico, constituindo um verdadeiro orgão estridulatorio, que determina a produção de um ruido
123
ACRIDODEA
F ig .
59 Asas de Schistocerca paranensis: A, anais; C, costaI; Cu, c u b i t a i s ; M, mediais; R, radiais; Rs, setor radial; Sc, subcostal (cerca de x1,5).
especial quando o inseto, pousado, esfrega os femures contra as nervuras esclerosadas das tegminas. As femeas, em geral desprovidas de tal orgão estridulatorio, não produzem ruídos. Além desta estridulação, os gafanhotos tambem produzem, em vôo, a que resulta do atrito da superficie superior da margem costal das asas contra a face inferior das tegminas. Tegminas ou asas anteriores relativamente estreitas (figura 59) tão ou mais longas que o abdomen; em muitas especies, porém, lobiformes ou reduzidas, num ou em ambos os
124
INSETOS DO BRASIL
sexos, ou mesmo, como as asas, totalmente atrofiadas ou ausentes (Proscopiidae e muitas especies de Pamphagidae). As asas, mesmo quando as tegminas não se apresentam atrofiadas, podem ser rudimentares ou totalmente abortadas. Geralmente são as femeas que se apresentam micropteras ou apteras. Ha, todavia, especies em que a redução dos orgãos do vôa se observa em ambos os sexos. É interessante mencionar que, em especies habitualmente representadas por formas braquipteras, podem, eventualmente, surgir formas macropteras. Ha 2 pares de espiraculos ou estigmas toraxicos. Abdomen constituido por 10 segmentos distinctos, encaixados uns nos outros, com os tergitos bem mais desenvolvidos que os esternitos. Ha 8 pares de estigmas abdominais.
Em relação com o 10° tergito ba um esclerito dorsal, chamado placa supra-anal ou anal, que é o 12° tergito; o 9° esternito forma a chamada placa sub-genital ou genital (figs. 61 e 62). Ambos estes escleritos têm grande importancia na classificação dos acridios. De cada lado da placa anal ha, geralmente, um cérco curto e unisegmentado.
Fig. 60 - Parte do torax e do abdomen de um acrideo (vista lateral): Fm 2. femur mesotoraxico; Fm 3, femur metatoraxico; MesEpm, mesoepimeron; MetEps, metaepisternum; Stg 1, lº estigma abdominal; StgMes, estigma mesotoraxico; Tymp, tímpano; 1t-5t, 1º-5° urotergitos.
Na femea, o abdomen termina, na maioria das especies, em um duplo par de gonapofises curtas, corneas e de apices divergentes, chamadas valvas do ovipositor. Movendo estas peças, fortemente esclerosadas, a femea escava o solo, fazendo penetrar o abdomen para efetuar a postura. Nas raras especies que fazem as posturas no caule das plantas, as valvas se apresentam com outro aspeto.
ACRIDODEA
125
71. Anatomia interna. - Tubo digestivo reto; papo extraordinariamente desenvolvido, continuando-se com um pro-
Fig. 61 Extremidade do abdomen do macho de Schistocerca: Eppt, placa supranal ou epiprocto (12º tergiPapt, paraprocto; 8st, 8º esterto); 9st, placa subgenital, infranal, níto; ou hypandrium (9º esternito).
Fig. do
Fig. 62 - Extremidade do abdomen da femea de Schistocerca: Eppt, placa supranal ou epiprocto (12º tergito); Cer, cerco; Ovp, oviposltor; Papt, paraprocto; Vi, valva inferior do ovipositor; Vs, valva superior do ovipositor; 8st, pisco infranal ou subgenital (8° esternito).
63 - A p a r e l h o r e p r o d u t o r macho
de
Locusta
migrato-
ria: A, glandulas acessorias; D, vasos (De
deferentes; culador;
T,
Uvarov,
1928,
gundo
E,
canal
eja-
testiculos. fig.
12,
se-
Iwanowa).
ventriculo externamente dele nem internamente, porém, bem distinto
sempre bem diferenciado, por apresentar uma série
126
INSETOS DO BRASIL
de dobras ou pregas, grupadas em linhas longitudinais, providas de dentes mais ou menos robustos. O papo apresenta rugas transversais. Mesenteron (intestino rnedio, estomago ou ventriculo chilifico) longitudinalmente plissado, porém não chitinisado, tendo apensos á região cardiaca 6 cegos gastricos, cada um representado por uma porção anterior alongada e outra posterior curta ou muito curta. Nos Tetrigideos não ha a porção posterior. Na região pilorica inserem-se numerosos tubos de Malpighi. Aparelho respiratorio provido de numerosos sacos aereos, notavelmente desenvolvidos nas especies migratorias. Aparelho reprodutor do macho e da femea representados nas figuras 63 e 64. Testiculos muitas vezes reunidos sob um
Fig. 64 - Aparelho r e p r o d u t o r da ria:
femea D,
de
Locusta
oviduto;
G,
acessorias; mateca;
O,
migrato-
glandulas
ovarios;
SV.
vesicula
V,
vagina
S,
sper-
seminal;
(De Uvarov, 1928, fig. 14. segundo Pospelov).
127
ACRIDODEA
involucro comum. A copula se processo geralmente corno na. fig. 65. Conforme a especie, o macho pode permanecer sobre, a femea horas ou mesmo mais de um dia.
Fig.
-
65
-
Casal
de
72. Postura, As femeas, na
Fig.
66 -
Schistocerca
em
copula (De KünckeI).
Uvarov,
1928,
fig.
39,
segundo
desenvolvimento post-embrionario e habitos. maioria das especies, depois de fecundadas,
Gafanhoto
em
postura
(De
Gibson,
1918).
põem os ovos no solo (fig. 66). Estes ficam reunidos e envolvidos por uma substancia secretada pelas glandulas sebificas ou coletericas, que forma uma camada protetora á qual se
128
INSETOS DO BRASIL
colam partículas de terra. A tais grupos de ovos, assim protegidos, dá-se o nome de cartuchos. Deles sáem as formas jovens que, depois de uma serie de transformações ou mudas, atingem á fase adulta. Quando estudar a biologia do Schistocerca paranensis, descreverei, com algum detalhe, o processo de desenvolvimento post-embrionario nesta especie, o qual, em linhas gerais, não difere essencialmente do que se processa nos demais gafanhotos. A partenogenese facultativa, com produção de femeas, ocorre frequentemente numa especie norte americana da familia Tetrigidae (NABOURS, 1925). 73. Divisão etologica. - Sob o ponto de vista etologico os acridios podem ser divididos em 2 grupos: especies emigrantes, gafanhotos de habitos gregarios e migratorios ("locusts", de UVAROV) e especies locais, gafanhotos de habitos solitarios, não migratorios ("grass-hoppers", de UVAROV). O primeiro grupo é representado apenas por algumas especies da familia Acrididae. Como mais importantes citarei as seguintes: Locusta migratoria (L., 1758) (= Locusta danica (L., 1767), a especie de maior distribuição geografica; causa depredações na Europa, na Asia, na Africa e na Oceania. Dociostaurus maroccanus (Thunberg, 1815), cuja area de distribuição compreende principalmente as regiões secas e montanhosas dos paizes do Mediterraneo. Schistocerca gregaria Forsk (= Schistocerca peregrina (Olivier, 1804)), o afamado gafanhoto citado na Bíblia, como uma das pragas do Egito. Schistocerca paranensis emigrante da America.
(Burmeister,
1861),
gafanhoto
O segundo grupo compreende as demais especies de gafanhotos. A subordem Acridodea é a mais importante da ordem Orthoptera, não só sob o ponto de vista agricola, como pelo numero das especies que compreende. De fato, ha nesta subordom cerca de 4500 especies, das quais perto de 1500 pertencem a região neotropica.
ACRIDODEA
129
74. Classificação. - Dou, linhas abaixo, uma chave para a determinação das familias e subfamilias de Acridodea da região neotropica, segundo BRUNER (1906). 1
1'
Sem arolium entre as garras tarsais; pronotum extraordinariamente prolongado para traz, cobrindo totalmente o abdomen; tegminas lobiformes ..................................................................... .............................................................. Tetrigidae (Tettigidae; Acrydiidae) Com arolium entre as garras tarsais; pronotum, no maximo, cobrindo a parte basal do abdomen .......................................2
2(1') 2'
Antenas mais curtas que os femures anteriores .......................................3 Antenas tão ou mais longas que os femures anteriores ........4
3(2)
Cabeça extraordinariamente alongada; corpo aptero ou sub-aptero ................................................................. Proscopiidae Cabeça curta comprimida na fronte .................................................... .............................................................................. Acrididae, Eumastacinae
3' 4(2')
4'
5(4)
5'
6(4')
6'
Prosternum, entre os quadris, plano ....................................................5 Prosternum, entre os quadris, com elevação adiante, tuberculo ou espinho .....................................................................6 Fastigium do vertex pouco declive, formando, com a face, um angulo mais ou menos bem perceptivel; face geraimente muito obliqua .............................................................................. ..................................... Acrididae, Acridinae (Tryxalinae; Truxalinae) Fastigium do vertex arredondado na junção com a face, esta vertical ou quasi vertical .......................... Acrididae, Oedipodinae Foveolas do vertex largas e razas, contíguas em cima, formando o apice do fastigium; especie geralmente apteras ou braquipteras, ás vezes, porém, mocropteras .......................... ................................................................. Acrididae, Pyrgomorphinae Foveolas do vertex laterais ou inferiores, nunca formando o apice do vertex, geralmente fechadas atraz ou inteiramente ausentes; prosternum com espinho ou tuberculo
bem
saliente
Acrididae,
Cyrtacanthacrinae
(Acridiinae)
A família Tetrigidae é constituida por especies, em geral, bem pequenas, que se caracterisam principalmente pelo seguinte: pronotum extraordinariamente prolongado para traz, cobrindo totalmente o abdomen ou mesmo excedendo-o, ausencia ou presença de tegminas rudimentares cobrindo só.
130
INSETOS DO BRASIL
Fig.
67
-
Corynorhynchus
radula
Klug,
1820
(Fam.
proscopidae).
mente a base das asas, ausencia completa de arolium entre as garras tarsais. Na região neotropica ba perto de 200 especies descritas, nenhuma, porém, de grande importancia economica. Extremamente curiosas são as especies da família Proscopiidae que lembram, pelo seu aspeto, os bichos-páu (fig. 67). Ha, desta familia, umas 80 especies descritas, todas da America do Sul. São relativamente raras e se encontram isoladamente sobre as plantas.
Fig 68 - Chromacris
miles (Drury, 1773) (Fam. Acrididae subfam. Cyrtacanthacrinae).
ACRIDODEA 131
132
Fig. 69 tacanthacrinae);
INSETOS DO BRASIL
Elaeochlora trilineata (Serville, 1839) (Fam. Acrididae, subfam. o macho é o exemplar menor e macroptero, a femea é o e braquiptero.
Cyrmaior
133
ACRIDODEA
A grande familia Acrididae compreende perto de 4000 especies, distribuidas em 9 subfamilias das quais apenas as que se acham na chave têm especies na região neotropica. De todas, porém, a mais importante em nosso territorio é a subfam. Cyrtacanthacrinae pois nela se acham, além do Schistocerca paranensis, quasi todas as especies locais que causam danos mais ou menos notaveis ás plantações. Dentre estas devo citar: as grandes especies de Tropidacris e de Eutropidacris ( Tropidacris grandis (Thunberg, 1824), Tropidacris dux (Drury, 1773), Eutropidacris cristata (Linne, 1755), varias esA família Pneumoridae é representada exclusivamente por um pequeno numero de especies do Sul da Africa. Na seção seguinte direi o que ha de mais interessante sobre o Schistocerca paranensis, a especie migratoria da America do Sul.
Fig.
70
-
Callonotacris
(?)
Cyrtacanthacrinae)
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GAFANHOTO SUL-AMERICANO
76. Caracteres e distribuição. - O gafanhoto que invade o nosso territorio, causando prejuizos mais ou menos vultuosos, pode ser considerado, por enquanto, como pertencente á especie, Schistocerca paranensis (Burmeister, 1861), Lataste, 1892. É um acridio que, no estado adulto ou de inseto alado (fig. 71), méde de 45 a 66 mm. de comprimento. As femeas são mais longas que os machos. A côr dominante, aliás variavel nos exemplares velhos e novos, é parda avermelhada. As tegminas são tambem pardo-avermelhadas, salpicadas de manchas castanhas. As asas são transparentes, amareloclaras ou roseas. Anualmente a Republica Argentina é invadida por nuvens deste gafanhoto (nuvens ou mangas invasoras). Todavia, periodicamente, registram-se invasões muito mais calamitosas que as que ocorrem habitualmente. Nessas ocasiões, a quantidade de gafanhotos voando é tal que a nuvem por eles constituída pode obscurecer a luz solar e, quando pousam, ocupam leguas quadradas de área. No Brasil, que se acha na região habitat temporaria do Schistocerca, os Estados mais sujeitos ás invasões da praga são: Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Para-
137
SCHISTOCERCA PARANENSIS
há, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espirito Santo. De todos porém o mais assolado é o Rio Grande do Sul.
Fig.
71
-
Schistocerca
paranensis
(Burm, 1861) Cyrtacanthacrinae).
(Farn.
Acrididae,
subfam.
Excepcionalmente, Estados mais para o Norte podem tambem ser invadidos. Em Junho de 1910, em pleno inverno, surgiu em Campina Grande (Paraíba do Norte) uma nuvem de gafanhotos. 77. Postura. - As femeas, depois de fecundadas, pousando no solo, efetuam as posturas. Na Republica Argentina as posturas se realizam, em maior abundancia, da segunda quinzena de Outubro á primeira de Novembro. Todavia podem iniciar-se em fins de Agosto e prolongar-se até o começo do verão (Dezembro). Observa-se tambem um segundo periodo de posturas da segunda quinzena de Janeiro até a primeira de Abril. As posturas são feitas em terrenos de consistencia média e relativamente limpos de vegetação. Para isso a femea, acionando as gonapofises, enterra progressivamente o abdomen no solo, fazendo um furo que, ás vezes, atinge a 75 mm. de profundidade. Na parte superficial o furo tem 6 mm. e no fundo 9 rum. de diametro. Nessa penetração, o abdomen, que méde normalmente 34 a 40 mm., distende-se consideravelmente pelo afastamento dos escleritos, podendo ficar com 120 a 140 mm. de comprimento. Feita a escavação, quasi sempre obliquamente dirigida para trás (fig. 66), a fe-
138
INSETOS DO BRASIL
mea depõe no fundo de 50 a 120 ovos, muito semelhantes aos grãos de trigo numa espiga (fig. 72).
Fig. 72 - Postura de gafanhoto (aumentada).
Realizada a postura, á medida que o inseto retira o abdomen, vai tambem obliterando a perfuração com a secreção espumosa ou glutinosa das glandulas coletericas, a qual, secando, forma um tampão protetor e impermeavel. É a este conjunto de ovos e respetiva camada protetora que se dá o nome - cartucho . Nos lugares em que ha posturas de gafanhotos vê-se frequentemente femeas morras, provavelmente depois da derradeira postura, pois, normalmente, uma femea pode pôr de 3 a 5 vezes. A duração do desenvolvimento embrionario varia de 16 a 75 dias, dependendo da época e lugar em que se efetuam as posturas. Assim, de 45, 50, 75 dias, no inverno e meiados de Setembro; de 30 a 40 dias, de meiados de Setembro a melados de Novembro e de 16 a 25 dias, desde meiados de Novembro e no verão. 78. Desenvolvimento post-embrionario. Realizando-se a eclosão, as formas jovens, depois de terem atravessado a camada superior do cartucho, chegam a superfície do solo ainda envoltas pelo amnios. Libertam-se então deste envoltorio embrionario e, após curto repouso, procuram abrigo e alimento.
SCHISTOCERCA PARANENSIS
139
A este primeiro instar, como ás demais formas jovens do gaf a n h o t o , dá-se o n o m e de saltão . Todo o desenvolvimento post-embrionario se processa em cerca de 50 dias, com 5 mudas ou ecdises. A primeira se efetua 5 dias depois do nascimento do saltão e as demais, pouco mais ou menos, de 10 em 10 dias. As formas jovens que surgem depois da segunda ecdise, 15 dias portanto depois do nascimento, já apresentam técas alares, que aparecem cada vez mais desenvolvidas nas mudas seguintes, surgindo finalmente as asas após a ultima muda. Quando esta se vai processar, a ultima ninfa ou forma jovem pendura-se pelas pernas trazeiras a um galho e assim fica, de cabeça para baixo, durante algum tempo, ás vezes até 3 horas. Rompe-se então o tegumento no dorso da parte anterior do corpo e realiza-se a eclosão da i m a g e m . 79. Habitos. - Nos 10 primeiros dias os saltões pouco se movem e mal se alimentam. Quasi sempre vivem gregariamente, formando pequenas aglomerações (manchas) faceis de se destruir. Depois deste estadio já se mostram mais ativos, principalmente nas horas de sol pela manhã. Dispersamse então á procura de alimento, reunindo-se novamente á tarde nos galhos das plantas, ou em quaisquer outros suportes, onde passam a noite. A partir do vigesimo dia de vida começam a se formar bandos de saltões, cada vez mais compactos e de movimento continuo, aumentando-lhes a voracidade á medida que crescem. Assim as ultimas ninfas e os gafanhotos adultos são extremamente ativos e vorazes e bem pouco se pode fazer para conte-los em sua marcha invasora. Como uma onda destruidora deixam tudo raso por onde passam. Obstaculos aparentemente intransponíveis, como um largo curso dagua, são por eles facilmente vencidos. Estes gafanhotos, descendentes dos que constituem as nuvens ou mangas invasoras (voadores estivais), poucos dias depois de terem adquirido asas, começam a esvoaçar e por fim levantam vôo definitivo penetrando em regiões mais ou menos distantes. São eles os voadores outonais ou invernais, que ficam cerca de 6 ou 7 mezes na região permanente. Acre-
140
INSETOS DO BRASIL
ditava-se, até pouco tempo, que tais voadores, viajando á noite e a grande altura, formassem nuvens ou mangas de retorno ou retrocesso, que estacionariam na região permanente. Ao findar esse longo período em que os gafanhotos se mantêm sexualmente imaturos, acha-se tambem concluida a maturidade dos orgãos reprodutores, a qual se denuncia externamente pela mudança da coloração. Inicia-se então a formação das nuvens ou mangas que invadem novos territorios. Aí tais gafanhotos copulam e, 10 ou 15 dias depois, fazem as posturas, recomeçando assim o ciclo das gerações. 80. Refugios invernais. - Acreditava-se que os gafanhotos que invadem a Republica Argentina e outras republicas Sul-Americanas, viessem de um centro de irradiação (refugio invernal, de FRERS), verdadeira região permanente do Schistocerca paranensis. Tal região foi mesmo limitada por ENRIQUE LYNCH ARRIBÁLZAGA entre determinados gráus de latitude e de longitude. Autoridades paraguaias, porém, logo discordaram do parecer de ARRIBÁLZAGA, por terem verificado, em quasi toda a região por ele demarcada, condições mesologicas e edaficas desfavoraveis á manutenção da vida do gafanhoto. Tarobem LAHILLE ha muito ponderára que ninguem, até então, havia observado as citadas nuvens ou mangas de retrocesso e, confirmando uma opinião de STUART PENNINGTON, concluira que não deve haver para o Schistocerca paranensis uma região de criação natural e permanente, ou zona invernal, tal como a que se conhece para o gafanhoto das Montanhas Rochosas (Melanoplus spretus), dizendo: "La opinion opuesta se basa únicamente sobre unas hipotesis poco fundadas por no decir gratuitas y una classificación artificial de las áreas ocupadas de um modo más o menos permanente o simplesmente transitorio."
LIZER Y TRELLES, que tambem acreditava na existencia de tal zona, assim se manifestou recentemente (1934): "EI sabio acridiólogo UVAROV, en su conocido libro, opina lo que transcribiré a continuación, respecto de estas supuestas zonas permanentes.
SCHISTOCERCA PARANENSIS
141
"En Sud América está firmemente arraigada la idea de refugios especiales de invierno de la langosta, en los cuales permanecen las mangas en estado inmaturo hasta la primavera subsiguinte, y varias veces se ha intentado localizar estas áreas misteriosas. Una de estas expediciones, la de 1917, dedujo de informaciones recogidas de los habitantes locales, que existe una zona muy importante de invernación en los límites de la Argentina, Paraguay y Bolivia, alo largo del Pilcomayo; a esta zona llegam mangas de langosta desde rodas las direcciones en el otoño y desde ella salen hacia los cuatros cuadrantes en la primavera. Es prueba notable del deseo intenso de encontrar a toda costa una "zona permanente de invernación", la conclusión antedicha de la expedición, a la que llegó sin haber encontrado una sola langosta en toda la región atravesada; las informaciones de los nativos, contradictorias en sumo grado, fué considerado suficiente para elaborar hasta los límites exactos de la zona".
Declaro paladinamente que la precedente crítica de UVARov, es perfectamente justificada y razonable, y que las zonas trazidos por LYNCH ARRIBÁLZAGA primero y por mí después, son un soberano mito".
Referindo-se aos conhecimentos atuais relativos observadas em outras especies migratorias LIZER Y conclue o seu trabalho com os seguintes conceitos:
ás fases TRELLES
"Para nuestra langosta voladora nos hallamos en la más completa ignorancia en lo atanedero aestos conocimientos; solo conocemos a hora, merced a los entomólogos que el ano último efectuaron las expediciones referidas anteriormente, los primeros balbuceos acerca de la ecología, etología, clima y movimientos de las mangas en invierno. Si queremos llegar a conocer a ciencia cierta el régimen o comportamiento de nuestra langosta, en los que suportemos "focos invernales", es necesario proseguir las investigaciones en forma sistemática y continuada, com ya lo dijo el doctor LAHILLE en 1920: "Es imprescindible determinar durante algunos años y con la mayor exactitud posible las zonas del país en las cuales las langostas permanecen en invierno".
81. Fenomeno das fases. - Uma vez que abordei a questão das fases nos gafanhotos, julgo util transcrever o interessante artigo de CHOPARD (1935) - Une idée nouvelle sur le
142 polymorphisme
INSETOS DO BRASIL spécifique:
les
phases
chez
les
insectes
Or-
thoptères (Rev. Fr. Ent., 2: 57-61)" "On sait combien les idées sur la notion d'espèce ont évolué au cours du siècle dernier. L'espèce, autrefois considérée comme une entité immuable, a été reconnue variable sous l'influence de nombreux facteurs et 1es biologistes seraient tout à fait d'accord s'il ne subsistait des divergences de vues sur la façon dont s'effectue cette évolution. Qu'on admette qu'elle est le résultat de l'influence des conditions ambiantes ou qu'elle se produit par des variations brusques ou mutations, le fait par lui-même n'est plus guère discuté. Aussi, la variation spécifique a été étudiée sous toutes ses formes et une place importante a été accordée dans les recherches biologiques aux conditions de formation des espèces nouvelles. On a ainsi constaté que nombre d'espèces animales, et d'insectes en particulier, présentent des formes différentes suivant certaines conditions de sexe, de milieu, et on a ainsi distingué un polymorphisme sexuel, saisonnier, géographique, etc. On doit à la sagacité d'un excellent entomologiste russe, actuellement au British Museum, le Dr. B. P. UVAROV, la découverte ri'une forme de polymorphisme qui ne peut être rattaché à aucun des groupes actuellement reconnus, car il dépend avant tout d'une tendance spécifique à former des bandes grégaires. Les recherches premières d'UVAROV ont porté sur une grande espèce d'Acridien fort nuisible dans le SudEst de l'Europe, le Criquet migrateur (Locusta migratoria L.) . Non seulement elles ont eu comme résultat de modifier entièrement les méthodes d'attaque des invasions d'Acridiens, mais elles ne manqueront pas d'avoir une répercussion sérieuse sur les études de biologie générale. Et il n'est pas sans intérêt de souligner que ces résultats importants ont été obtenus grâce à des travaux de morphologie estrêmement soignés, minutieux, qui ont permis à UVAROV d'échafauder une hypothèse qui s'est trouvée largement vérifiée par la suite. La genèse d'une grande invasion de Sauterelles et les modifications biologiques qui en résultent chez l'espèce considérée peuvent être schématisées comme suit. Pendant une période d'accalmie, qui peut durer de longues années, l'espèce se rencontre seulement sous une forme menant une vie solitaire et sédentaire; c'est, suivant le terme créé par UVAROV, la phase solitaria. Cette phase est un insecte plus ou moins commun, non nuisible, présentant, en général, une large distribution géographique. Si certaines conditions viennent a se
SCHISTOCERCA PARANENSIS
143
réaliser, cette phase solitaire va montrer des modifications qui meneront, au bout de quelques générations, à de telles transformations qu'elles aboutiront à une forme assez differente de la première pour avoir été longtemps considérée comme une espèce tout à fait distincte. Ces conditions sont encore assez mal connues, mais semblent surtout des facteurs climatiques; on a pu vérifier, par exemple, que de grandes pluies .survenant après de longues périodes de sécheresse étaient un des facteurs favorables à la pullulation des Sauterelles. Cette pullulation ne s'effectue d'ailleurs pas sur tout levaste habitar de la phase solitaire; certaines conditions de végétation, de climat doivent se trouver réunis, et elles ne le sont qu'en des régions assez restreintes, variables suivant les espèces, qu'on a appelé des zones grégarigènes. On voit tout de suite l'intérêt que la connaissance de telles zones peut avoir ou point de vue de la destruction des Sautereles. Quoi qu'il en soit, supposons les conditions favorables réaLocusta migratoria par lisées pour une espèce donnée, le exemple, dans une zone grégarigène de l'espèce. Les individus solitaires vont se trouver plus nombreux qu'à l'accoutumée; ils rechercheront les lieux de ponte favorables et celles-ci se trouveront rapprochées sur des terrains relativement peu étendus. A l'éclosion de la génération suivante, les jeunes Criquets seront très nombreux dans ces terrains, et alors interviendront à la fois les influences climatiques favorables du début et une sensibilité spéciale de l'espèce à la densité accrue de cette population. Parmi ces jeunes Criquets vont apparaitre de nombreux individus différant de leurs parents, à la fois par certains caractères morphologiques tels que la coloration, les proportions des différentes parties du corps, et par leur comportement. En effet, au lieu de se disperser, ces Criquets montreront une tendance très marquée à se réunir en bandes de plus en plus serrées; leurs mouvements deviendront coordonnées; ils obéiront en même temps aux mêmes influences externes, température, lumière, humidité et, surtout, montreront par leur nouvel instinct grégaire que de profondes modifications se sont produites dans leur métabolisme. Ces Criquets ne sont déjà plus des solitaria typiques; ils appartienent à une forme intermédiaire qu'on a appelée transiens congregans, le second terme indiquant leur tendance à former des bandes grégaires. Les conditions qui ont joué pour la première génération vont maintenant précipiter les choses avec une rapidité extraordinaire; les pontes, de plus en plus serrées, donneront naissance à d'innombrables Criquets dont les caractères ne feront que s'accentuer; les nouvelles bandes montreront non plus un grand nombre de
144
INSETOS DO BRASIL
transiens, mais une totalité d'insectes complètement différents cette fois de la forme initiale; la phase gregaria est constituée. A ce moment, moins pour la recherche de leur nourriture que poussés par un instinct impérieux, résultant surtout des modifications physiologiques dues au développement des produits sexuels, ]es Criquets vont entreprendre leurs migrations. Les vols ne se déclenchent pas brusquement; quelques Criquets commencent à prendre leur vol, puis reviennent; ils sont bientôt imités par leurs voisins qui répondent par une sorte de réflexe à l'envol de l'individu qui se trouve auprès d'eux; enfin toute la blande xe trouve entrainée etva former les immenses nuages de Sauterelles dont la description a été si souvent donnée. Quel va être le sort de ces Sauterelles parvenues à la phase gregaria? Plusieurs générations peuvent se produire sans changements notables; puis les conditions climatiques peuvent devenir différentes, les terrains où s'abattent les essaims peuvent être peu favorables à la ponte, ou encore de nombreux parasites xe développent aux dépens des coques ovigères. Pour toutes ces raisons, les conditions vont se trouver moins favorables qu'au début de l'invasion et que va-t-il se passer? Or, c'est là peut-être le point le plus intéressant de l'histoire des Criquets, car nous allons assister à une transformation inverse de celle qui avait abouti à formation de gregaria. Les pontes vont être moins nombreuses, la phase les éclosions vont se montrer clairsemées, et de nouveau, des transiens, de plus en plus nombreux, vont appaindividus dissocians, car, bien que raître; mais, nous les appellerons leurs caractères morphologiques soient très comparables á ceux dez congregans, ils présentent avec ces derniers une différence considérable, car leur instinct vales porter à s'éloigner ]es uns des autres. Par suite de cette nouvelle modification, au bout de peu de temps, l'espèce va redevenir peu commune et se rencontrera seulement sous la phase solitaria; une nouvelle période d'accalmie va commencer. Telles sont les grandes lignes du cycle biologique des Criquets migrateurs qui peut être résumé par le schéma cidessous: transiens
dissocians
solitaria
gregaria transiens dissocians
Pour de
transiens
fixer les idées, il faut bien spécifier que les termes ne s'appliquent pas à une forme bien définie,
SCHISTOCERCA PARANENSIS
145
mais à une série de formes transitoires entre les extrêmes. Quant à ceux-ci, ils sont souvent assez différents et, en général, on peut dire que la phase gregaria exige des conditions de milieu plus étroites, plus spéciales, que la phase solitaria. Aussi, cerre dernière est-elle plus répandue et il semble légirime de la considérer eomme une sorte de forme de résistance de l'espèce. Comine je l'ai dit au début de cet article, la découverte des phases a été falte sur le Locusta migratoria, grand Criquer de la Russie méridionale, et ce n'est pas diminuer le mérite d'UVAROV de dire que c'est sur cette espèce que le phénomène est le plus net et le plus facile à constater. Par la suite, les entomologistes, orientés par les faits découverts chez le Criquet migrateur, ont cherché à retrouver les phases chez d'autres espèces de grands Acridiens; vu l'importance de ces Insectes au point de vue économique, c'est sur les formes nuisibles que les recherches ont porté et elles n'ont pas tardé à être couronnées de succès. Ce fut d'abord sur une espèce de l'Afrique du Sub, le Locusta pardalina Walk., que Faure reconnut en 1923 deux formes entièrement analogues aux phaLocusta. Peu après des phénomènes parallèles furent ses riu observés chez le grand Criquet pélerin de l'Afrique du Nord (Schistocerea gregaria Forsk.), sur celui de l'Amérique du (Schistocerca paranensis Burm.) et enfin sur le CriSud (Nomadacris septemfasciata Serv.) d'Afrique quer nomade australe et centrale. Dans tous ces cas, il s'agit de grandes espèces migratrices et les différences entre la phase solitaire et la phase grégaire sont de même ordre, quoique plus au moins marquées suivant les espèces. Outre le comportement caractéristique des deux phases, il s'agit toujours chez les adultes de différences dans la coloration et dans les proportions des différentes parties du corps, en particulier des ailes, qui sont toujours plus longues chez les grégaires. En ce qui concerne les larves non encore ailées, elles montrent naturellement toujours les mêmes différences typiques dans le comportement et, au point de vue morphologique, se distinguent dans la forme grégaire par une coloration beaucoup plus foncée que dans la forme solitaire. Dans toutes les espèces, le pigment noir est bien plus abondant, ce qui résulte sans doute de changements chimiques dus aux oxydations plus actives par suite des mouvements plus rapides et plus nombreux chez les Criquets grégaires, cerre question de la pigmentation semble avoir une importance capitale dans le comportement des Acridiens; en effet, si les pigments sont des produits d'oxydations particulièrement actives, la couleur foncée qui en résulte est, d'autre part, une raison d'accroissement de la
146
INSETOS DO BRASIL
susceptibilité des sauterelles aux variations de température; toute élévation de celle-ci occasionne des mouvements plus énergiques dont le résultat est l'activation des oxydations et il se constitue ainsi un véritable cercle vicieux. On peut se demander ,au point de vue de la biologie générale, si les phases constituent un caractére absolument spécial aux quelques espèces de grands Acridiens migrateurs ou s'il s'agit d'un phénomène d'une portée plus générale. Bien que la question ait été peu étudiée encore, certaines observations permettent de penser que le phènomène est plus répandu qu'on ne croit chez les Orthoptères. On a tout d'abord trouvé des formes très analogues aux phases chez divers Acridiens parmi ceux qu'on a appelés des petits migrateurs, le Criquet marocain (Dociostaurus maroccanus Thunb.) dans la région méditerranéenne, le Melanoplus spretus Thomas, en Amérique. Il s'agit toujours là d'espèces nuisibles qui ont été étudiées avec plus de soin que les espèces sans importance économique. Chez une de ces dernières cependant (Aiolopus
tergestinus
Charp.)
ales
recherehes
précises,
appuyées
sur
des
données biométriques rigoureuses, ont montré que, dans des conditions d'élevage en milieu confiné, cerre espèce normalement solitaire peut montrer, des modifications légères, mais, néanmoins, assez eomparables aux phases. Pour compléter cet exposé de la question, je rappellerai enfin des observations qui ont été faltes sur deux espèces d'Orthoptères appartenant cette fois à une familie différente des Acridiens. Dans les deux cas, il s'agissait de Tettigoniides de la sous-famille des Phaneropterinae. Le premier est un Barbitistes qui fut signalé en 1888 par VALÉRY MAYET comine extraordinairement Orphania denticauda abondant dans le Var; le second est Charp., dont MANEVAL a rencontré des quantités énormes dans la Haute-Loire. Or, dans ces deux cas, ces insectes anormalement abondants différaient des formes habituelles par une pigmentation noire extremement remarquable. Nous avons vu l'importance que l'on dor attacher à la pigmentation dans les transformations des Acridiens grégaires et on ne peut vraiment manquer d'être frappé de constater que des conditions biologiques analogues ont amené l'apparition d'un pigment noir chez les insectes crés plus haut. En résumé, le phénomène des phases semble un phénomène complexe, dépendant à la fois de conditions inhérentes à la nature de l'insecte lui-même et des excitations extérieurs et, parmi celles-ci, une influence prédominente dor être accordée à la densité de la population. Ce phénomène, très marqué chez certaines espèces d'Acridiens, est plus ou moins net chez d'autres espèces du même groupe; il semble l'autre
147
SCHISTOCERCA PARANENSIS
pari qu'on puísse en trouver des manifestations rudimentaires chez quelques autres Orthoptères. I1 n'est donc pas exagere fie dire qu'il s'agit d'un fait biologique très important et dont la recherche dans d'autres groupes d'insectes pourrait peut-être apporter de très intéressants résultats". 82. Classificação. o que se segue:
-
Tratando
desta
questão,
UVAROV
diz
"At present, it is sufficient for our purpose to state everything points to the existence in South and Central America of only one species of migratory locust, which may be tentatively called S. paranensis Burro. If S. americana proves to be really only a phase of the same species, the latter name should be applied to ir, and paranensis would be used for the swarming phase only".
LAHILLE (1935) no seu mais recente trabalho sobre o Schistocerca opina o seguinte: "De todos modos, para satisfazer vuestra curiosidad os diré, que, en la nomenclatura zológica, nuestra langosta, según mi opinión, tiene que llamarse hoy quién sabe mañana: Schfstocerca americana (Drury, l770) Brun., 1885, forma representada en el país por dos variedades: pallens Thunb., 1815 y cancellata Serv., 1833, y sobre todo por una fase gregaria e invasora la esquistocera del Paraná, Schistocerca paranensis (Burmeister, 1861) Lataste, 1892, que se llama en Mejico: langosta mexicana o chapulin de peste".
83. Meios de combate. - Sendo praticamente impossivel combater-se eficientemente os gafanhotos invasores e impedir-se que as femeas desovem, quando uma nuvem destes insetos se abate em uma localidade qualquer, devem ser marcados os lugares em que ha posturas. Sem perda de tempo proceder-se-á em seguida á destruição dos cartuchos, ou desenterrando-os de modo a ficarem expostos na superficie do solo, ou soterrando-os ainda mais profundamente. Nos terrenos crivados pelas posturas, dias depois deve ser iniciada a destruição das primeiras formas jovens ou mosquitos, pelo esmagamento, ou mediante o emprego das "vassouras de fogo", que, pela ação do ar comprimido,
148
INSETOS DO BRASIL
projectem um forte jato de petroleo, gazolina, ou alcool inflamado. Tais "vassouras" são tambem usadas na destruição dos saltões de qualquer idade. No combate ás primeiras formas jovens empregam-se tambem pulverizações de liquidos inseticidas. Estes ou atuam externamente, quando applicados sobre o corpo dos insetos, como a soluçâo de sabão (1 quilo para 40 litros de agua) e a emulsão sabonosa de querozene, ou internamente, intoxicando-os, como os arsenicais. Dentre estes, o mais empregado no combate aos gafanhotos é o arsenito de sodio, que se dissolve facilmente em agua quente, juntando-se a solução 1 quilo de açucar para cada quilo de arsenito. Contra as ninfas ou formas jovens quasi completamente desenvolvidas usa-se uma solução de 1 quilo de arsenito para 90 litros de agua. Para as formas jovens nos primeiros estadios a quantidade de agua pode ser dobrada. As pulverizações devem ser feitas sobre as plantas situadas ao redor ou adiante dos saltões em marcha. No Canadá empregam, com sucesso, no combate ao gafanhoto, a chamada mistura de CRIDDLE, constituida pelo verde Paris misturado ao esterco de cavalo, de preferencia fresco, e á agua salgada, nas seguintes quantidades: esterco - 60 lb. (27 quilos, pouco mais ou menos), verde Faris - 1 lb. (0,453) e sal - 2 lb. (0,906), tudo dissolvido em meio balde dagua. Preparada a mistura, transportam-na para o local infestado e aí, com uma espatula de madeira, distribuem-na em pequenas quantidades. Devido á extrema toxidês dos produtos arsenicais, as pessôas que fizerem as pulverizações devem ter todo o cuidado em não aspirar o liquido pulverizado, evitando tambem molhar as mãos. Deve-se tambem impedir a permanencia do gado nos campos recentemente pulverizados. Na captura dos saltões e dos gafanhotos em bandos esparsos podem ser empregados, ou simples panos ao redor e por baixo das plantas em que se acham pousados, tangendoos de modo a aí cairem e serem destruidos, ou aparelhos colerores especiais. Estes são arrastados de encontro ao movimen-
149
SCHISTOCERCA PARANENSIS
to dos bandos por duas pessôas, ou, quando mais pesados, por muares atrelados ás extremidades. A figura 73 representa um desses aparelhos comumente usado nos Estados Unidos e ao qual dão os americanos o nome de "hopperdozer".
Fig.
73
-
Aparelho coletor de gafanhotos usado pelos perdozer) (De Walton. 1916. Farm. Bull. 747,
norte-americanos fig. 18).
(hop-
Todavia o melhor meio de capturar e destruir os gafanhotos quando se mostram mais nocivos, isto é, quando já adultos ou sob a forma de ninfas ou de saltões bem desenvolvidos, é o que consiste no emprego de barreiras metalicas e de fossos. As barreiras são constituidas por chapas de folha de Flandres ou de zinco, de 50 centímetros de altura e 2 m. de comprimento, articuladas umas ás outras e fixadas ao solo verticalmente por meio de hastes de ferro. As barreiras são dispostas de modo a encaminhar os gafanhotos para um cercado, ou para um fosso adrede preparado, cujas bordas devem ser revestidas de placas, das que constituem as barreiras, de modo a impedir a saída dos insetos que nêle caírem. Os gafanhotos aí capturados podem ser destruidos enterrando-os ou queimando-os. Melhor será, porém, aproveitar como adubo os corpos destes insetos depois de desecados. 84. Inimigos naturais. - Os principais inimigos naturais do Schistocerca paranensis são algumas moscas da familia Sarcophagidae, especialmente do genero Sarcophaga, estuda-
150
INSETOS DO BRASIL
das por LAHILLE (1907) e BRÈTHES (1920) (V. trabalho de ALDRICH (1927): The dipterous parasites of the migratory locust of tropical America, Schistocerca paranensis Burmeister. Jour. Econ. Ent. 20: 588-593). Além de fungos entomofitos, praticamente ineficientes, ha a assinalar, como agentes destruidores do gafanhoto, as bacterias e dentre estas o famoso Coccobacillus acridiorum D'Herelle, descoberto por este pesquizador em 1910, em Yucatan (Mexico), quando causava uma epidemia natural em bandos de Schistocerca paranensis. Todas as tentativas feitas no sentido de empregar na pratica este germen em larga escala fracassaram por completo. UVAROV
sobre
tais
germens
diz
o
seguinte:
"I think, therefore, that the view expressed by Pospelov is more acceptable, namely, that the coccobacilli are normal symbionts into the blood and normaly play useful pari in the physiology of the host, bur under certain conditions (notably at a low temperature and high humidity) they increase in number to such an extent as to become dangerous parasites and produce a disease of the kind observed by d'Herelle". 86. Bibliografia. - Dou apenas uma relação dos principais trabalhos sobre o Schistocerca paranensis. O livro de UVAROV já foi citado na bibliografia de Acridodea. 1916 -
1937 -
La lutte contre les sauterelles dans les divers pays. Imprimerie de l'Institut International d'Agriculture, Roma, 196 p. Memoria de la Comision Central de investigaciones sobre 1a langosta correspondiente a1 ano 1935. Ministerio Agricultura, Buenos Aires, 126 p., 10 ests.
BLANCHARD, E. E. 1933 - Parasitos BRUCH, C. 1936 -
1936 -
animales de la langosta. Bol. Mens. Minist. Agric. Buenos Aires, 34: 247-266, 5 ests.
Informe preliminar sobre seltonas y langostas de Bowen (Mendoza) y algunas langostas de otras procedencias. Mero. Com. Contr. Invest. Langosta, 1934. Minist. Agric. Buenos Aires: 159-171, 3 ests. Investigaciones sobre la langosta en 1« región serrana de Alta Gracia (Provincia de Condoba). Mero. Com. Centr. Invest. Langosta, 1934. Minist. Agric. Buenos Aires: 175-202, 17 ests.
151
SCHISTOCERCA PARANENSIS BRUZZONE,
R.
1936
BRUNER,
-
M. Informe de la prirnera cornision exploradora. Mero. Com. Centr. Invest. Langosta, 1934. Buenos Aires: 11-52, 63-68, 2 mapas, 4
Minist. Agric. ests., 12 tab.
L.
1898
-
Primer informe de la Comissión para la investigación de la
del Comércio langosta.
de
Buchos
Aires
HOFFMANN, C. C., DAMPF, A. & VARELLA 1925 - Informe de la Comissión cientifica exploradora de h plaga de la langosta en el Estado de Veracruz. Monogr. Instit. Hig. Mexico, 3:140 p., 46 csts. LAHILLE, F. 1907
-
La langosta y sus moscas parasitarias. An. Min. Agric. Argent. 3 nº 4, 136 p., 29 figs. ests.
1920
-
La langosta en la Republica Argentina. Min. Agric. Argentina, 172 p., 16 figs. ests e map.
1935
-
1934
-
El domínio de las langostas, visto desde un avion. An. Acad. Nec. Agr. Veter. 1: 195-240, 12 figs. diagr. LIZER Y TRELLES, C. A. La
biologia de la langosta. Los refugios Estr. da publícação do Ministerio de gentina, intitulado: Lucha Nacional 90 p.
SUBORDEM
invernales. Agricultura da Rep. Arcontra la "Langosta",
TETTIGONIODEA
(Locustoidea; Phasgonuroidea) 87. Classificação. familias: Tettigonioidea, longas antenas setiformes, poidea, dos grilos-toupeira pelos caracteres referidos na
Constituem esta subordem 3 superdas "esperanças" ou gafanhotos de Grylloidea, dos grilos e Gryllotale especies afins, que se distinguem seguinte chave:
1
Antenas setaceas, geralmente muito mais longas que o corpo; pernas anteriores de tipo semelhante ao das medias, ambulatorias; ovipositor quasi sempre conspícuo, ensiforme ou acicular (estiliforme) ............................................................ 2
1´
Antenas filiformes, mais curtas que o corpo ou mesmo muito mais curtas; pernas anteriores de tipo fossorial, completamente diferente do das medias, que são ambulatorias; ovipositor nulo ......................................... Gryllotalpoidea
152 2(1)
INSETOS DO BRASIL Ocelos geralmente ausentes ou atrofiados; tarsos quasi sempre de 4 artículos, pelo menos nas pernas medias e pos-
Fig.
2'
74
-
Cerberodon
viridis
Perty,
1932.
teriores, de estrutura muito semelhante em rodas elas; porção horizontal das tegminas muito pouco extensa em relação com a vertical, quasi sempre abrangendo apenas o campo anal; ovipositor ensiforme, isto é, com aspeto de lamina de espada ou de foice ................................... Tettigonioidea Ocelos variareis; tarsos de 3 artículos, os das pernas anteriores ou posteriores de estrutura diferente da dos outros; tegminas divididas em duas porções planas em angulo diedro: uma mais extensa, horizontal, abrangendo os campos anal e discoidal, e outra vertical; ovipositor quasi sempre acicular, isto é, com aspecto de 2 estiletes dilatados no apice, excepcionalmnete ensiforme (Trigonidiidae) ................................................................................... Grylloidea
SUPERFAMILIA TETTIGONIOIDEA
88. Caracteres. - A esta superfamilia, cujos principais caracteres já foram citados na chave precedente, pertencem os Ortopteros vulgarmente conhecidos pelo nome "esperanças", talvez pela côr verde que apresentam muitos dos seus representantes. De fato, na maioria das especies, é o verde a côr dominante, não somente nas tegminas, como no resto do
153
TETTIGONIOIDEA
corpo, exceto as asas posteriores, que mente hialinas ou com desenhos coloridos.
se
apresentam
total-
89. Anatomia externa. - Cabeça. - Apresenta aspetos até certo ponto semelhantes aos que foram referidos para Acridodea, havendo tambem muitas especies que têm a fronte fortemente flectida e o fastigium do vertex projetado para diante, frequentemente sob a forma de um cone, mais ou menos alongado, tendo em baixo um dente basal (Copiphoridae) (fig. 75). Ocelos geralmente rudimentares ou ausentes; em algumas especies, porém, o ocelo mediano se apresenta bem desenvolvido. Antenas quasi sempre muito longas, setaceas, com mais de 30 segmentos; ha especies de outras regiões que as têm, como em Acridodea, muito mais curtas que o corpo. Aparelho bucal semelhante ao dos Acrideos, tendo, porém, os palpos maxilares muito longos. Certas especies predadoras possuem mandibulas assimetricas, extraordinariamente robustas ou mesmo disformes (fig. 74). Torax. - Na parte dorsal representado principalmente pelo pronotum, que cobre os outros tergitos, plano e com bordos laterais mais ou menos salientes, ou sob a forma de escudo mais ou menos convexo. Meso e metatorax menos intimamente fundidos que em Acridodea. Tegminas e asas geralmente bem desenvolvidas, em muitas especies, porém, mais ou menos atrofiadas ou ausentes.
Excetuando algumas especies de outras regiões (como por exemplo Schizodactylus monstruosus (Drury, 1773), da região Indiana), cujas tegminas têm uma conformação muito parecida com a dos grilos, nos demais Tetigonideos, quando em repouso, os campos marginal e discoidal das tegminas se aplicam sobre os lados do corpo, ficando somente o campo anal, em triangulo mais ou menos alongado, cobrindo horizontalmente o dorso, o da tegmina esquerda sobre o da direita. Nas especies macropteras ou as asas ficam completamente escondidas, quando mais curtas que as tegminas, ou aparecem, em maior ou menor extensão, além do apice das tegminas (Phaneropteridae).
154
INSETOS DO BRASIL
As tegminas apresentam aspetos os mais variados alguns dos quais serão apreciados na seção n° 95. As asas, geralmente hialinas, podem ter desenhos de côr violacea ou purpurea, amarelados ou avermelhados, de conformação orbicular ou semilunar, lembrando os que se encontram nas asas posteriores dos Fulgorideos do genero Laternaria (jequiranaboias).
Fig. 75 - Fam. Copiphoridae,
.
Pernas tambem com aspetos os mais diversos especialmente no que se refere á disposição dos espinhos femurais e tibiais. As posteriores, quasi sempre, são mais alongadas e mais delicadas que nos Acrideos, especialmente nas especies macropteras. Tibias geralmente apresentando, de cada lado e pouco abaixo da articulação do joelho, uma membrana timpanica de contorno eliptico, ás vezes escondida no fundo de uma cavidade, em relação com o exterior por uma fenda longitudinal. Tarsos, na maioria das especies, tetrameros, deprimidos e com pelotas em baixo dos articulos. Em Stenopelmatidae e Raphidophoridae os articulos tarsais são comprimidos. Abdomen com um par de cércos unisegmentados, rudimentares ou um tanto desenvolvidos. Nas femeas, um ovipositor ou terebra em forma de sabre ou foice, ás vezes extraordinariamente alongado (fig. 75), constituído por 3 pares de gonapofises. Nos machos apendices homologos menos conspícuos constituem a genitalia ou terminalia, cujas peças funcionam como orgãos de fixação durante a copula, tendo tambem grande importancia na distinção das especies. 90. Anatomia interna. - O estudo da anatomia interna destes insetos revela uma afinidade mais estreita com os grilos que com os verdadeiros gafanhotos.
155
TETTIGONIOIDEA
Anexas á porção anterior do tubo digestivo ha duas dulas salivares em cacho bem desenvolvidas, cada uma o respctivo reservatorio, localizadas nos dois primeiros mentos toraxicos. Ao papo segue-se um proventriculo (moela) globoso, espessa tunica muscular e intima armada de fortes dentes tinosos.
Fig.
76
-
Tanusia
signata
Vignon,
glancom segcom qui-
1923.
Na maioria das especies ha apenas 2 cégos gastricos. Os tubos de Malpighi, sob a forma de filamentos flexuosos, ou se inserem isoladamente em torno da região pilorica, ou formam feixes que desembocam em evaginações ou papilas do intestino. O proctodaeum (intestino posterior), depois de uma ou duas circunvoluções, termina numa empola retal bem desenvolvida. As bainhas ovaricas (ovariolos) acham-se dispostas em series paralelas em relação com o calice do respetivo oviduto. Os testículos são isolados e compactos. Anexos ao canal ejaculador ha, além de duas glandulas prostaticas, duas vesículas anteriores e duas posteriores, menores, ambas em relação com numerosos tubos flexuosos, de natureza glandular, que secretam o involucro ou capsula dos espermatoforos.
156
INSETOS DO BRASIL
91. Reprodução. - Como nos demais Ortopteros, a reprodução sexuada ou anfigonica é a regra. Ha, entretanto, especies, cujos machos são muito raros, que se reproduzem por partenogenese. Na copula o macho, insinuando-se sob a femea, eleva o apite do abdomen até atingir e prender o da femea e implanta na vagina o espermatoforo. Pouco tempo depois da copula, a femea, levantando o corpo pela distensão das pernas, recurva o abdomen para diante e devora a capsula do espermatoforo. Para um estudo detalhado da copula nestes insetos e do que se refere aos respetivos erpermatoforos (estrutura, função e modo de implantação na base do ovipositor), recomendo a leitura dos trabalhos de GERHARDT (1913) e de BOLDYREV (1915).
Fig.
77
-
Lutosa
brasiliensis
(Brunner,
1888).
92. Postura. - Os Tetigonideos põem os ovos nas plantas ou no solo. Nas plantas as posturas ou são feitas superficialmente, na margem das folhas ou ao longo dos galhos, ou profundamente, no parenquima foliar, dentro dos galhos ou mesmo em cecidias ou galhas. Tais ovos, conquanto não fiquem aglutinados como os do Acrideos, são dispostos em séries lineares, parcialmente uns sobre os outros (figs. 78 e 79), ou uns ao lado dos outros. mento
93. Desenvolvimento post-embrionario. - O desenvolvipost-embrionário destes insetos, como nos outros Or-
157
TETTIGONIOIDEA
Fig.
78
-
Folhas
Phaneropteridae; da
um,
da
dos
ros
que
o
perfam. Eulophidae,
Fig. furo
pequeno varios o
com
ve-se,
ovos
de
em
ca-
furo
parasitaram
Chalcidoidea, gen.
de
sai-
microimenopte(Sufam. Entendon).
79 - Galho com ovos de Phaneropteridae; vê-se, em cada um, o grande de saída do microimenoptero que o parasitou (Superfam. Chalcidoidea,, fam. Encyrtidae, gen. Anastatus).
158
INSETOS DO BRASIL
topteros, faz-se quasi sempre por paurometabolia. Ha, todavia, uma especie do Sudão que apresenta um tipo de desenvolvimento semelhante a hemimetabolia. Quero referir-me á Eurycorypha fallax (Brunner, 1883), que será especialmente citada quando tratar do mimetismo nestes insetos. Na maioria das especies, depois da 5 a ecdise, surge o inseto adulto. Nada se sabe relativamente á duração do ciclo evolutivo das especies existentes no Brasil. 94. Habitos. - As esperanças, em sua maioria, mostramse ativas durante a noite, podendo penetrar nos lugares mais iluminados das habitações. Pode-se, então, observar o habito que têm de lamber os tarsos anteriores e de, repetida e lentamente, passar as antenas pelas maxilas, como que proeurando limpa-las. Ha, todavia, multas especies que exibem toda a sua atividade durante o dia. Geralmente os Tetigonideos são arboricolas. Muitas especies, porém, vivem no meio da vegetação rasteira dos campos ou sobre o solo; outras ha de habitos subterraneos ou semiaquatieos. As especies de Raphidophoridae são cavernicolas ou habitam lugares escuros e úmidos. Estas especies são apteras, têm antenas excessivamente longas e são destitui: das de timpanos. Relativamente ao regime alimentar, pode dizer-se, de um modo geral, que os Tetigonideos são insetos onivoros. Mesmo as especies estritamente fitofagas podem acomodar-se a um regime mixto de alimentação: por outro lado, especies habitualmente carnivoras ou predadoras, acidentalmente podem mostrar-se fitofagas. Dentre as especies entomofagas ha algumas de habitos singulares. Refiro-me especialmente ás especies apteras da familia Gryllacridae, tambem providas de antenas extraordinariamente longas e sem tímpanos nas tíbias anteriores que vivem solitariamente em ninhos feitos em folhas por elas cortadas e depois dobradas ou enroladas á custa de uma secreção salivar especial. Nos Estados Unidos os habitos de uma destas especies (Camptonotus carolinensis (Gerstaecker, 1860) foram relativamente bem estudados por CAUDELL (1904) e por METCALF (1908). Segundo a observação destes
TETTIGONIOIDEA
159
autores, o inseto, que se mantem quieto durante o dia no seu esconderijo, á noite dele sae á procura de alimento, que parece ser constituído principalmente por pulgões (Afideos). Ha tempos, em Niteroi, encontrei uma planta com as folhas cortadas e dobradas, como nas descrições e figuras apresentadas por aqueles autores. De um desses ninhos, ao descolar os bordos, saiu um Grilacrideo braquiptero que me parece ser Neanias brasiliensis Bruner, 1915. 95. Homocromia. Mimetismo. Hipertelia. - Belissimos exemplos de homocromia e de mimetismo são observados em varias especies desta superfamilia. Numas as tegminas simulam simplesmente folhas clorofiladas ou secas das plantas em que vivem. Noutras, porém, a semelhança com folhas vae ao ponto de parecerem copiadas, em seus minimos detalhes, lesões que as mesmas possam apresentar, quer determinadas por insetos predadores ou parasitos (partes aparentemente roídas ou minadas), quer por fungos patogenicos. É na região neotropica que se encontram tais especies dentre as que constituem o grupo Pterochrozae (fam. Pseudophyllidae) representado, no Brasil, principalmente, pelos generos Pterochroza, Mimetica, Tanusia e Typophyllum. Alguinas delas, especialmente dos generos Mimetica e Typophyllum, apresentam as tegminas com entalhes ou recortes nos bordos, como se tivessem sido roidas por insetos. É, entretanto, curioso que tais entalhes - aliás bem caracteristicos para cada especie - fiquem exclusivamente, ou sejam mais pronunciados, no bordo da tegmina voltado para o lado ventral do inseto, quando este repousa num suporte qualquer. Nestas condições, a simulação de folha tolda deixa de ser perceptivel justamente quando o inseto dela mais necessita para se confundir com as folhas que o cercam - ase admitir que tal aspeto seja realmente uma simulação, com alguma utilidade para a conservação do individuo na luta pela vida. Em varias especies deste interessante grupo de esperanças, especialmente em Tanusia, vê-se tambem, contrastando com o fundo verde das tegminas, áreas pardacentas ou denegridas, tambem de extensão constante para cada especie, que
160
INSETOS DO BRASIL
ás vezes atingem outras regiões do corpo, numa imitação perfeita de partes lesadas por infestação criptogamica (fig. 76). Não menos curiosas são pequenas áreas descoradas ou translucidas das tegminas, observadas em outras especies, que lembram as lesões produzidas por lagartas de microlepidopteros da superfam. Tineoidea, minadoras do parenquima foliar, ou por bezouros Crisomelideos, quando o roem deixando intactas as nervuras. Em algumas das "esperanças" assim ornadas, o excesso de minucias nessa simulação chega ao ponto de haver, dentro da área descorada, partes denegridas parecendo os escrementos que se acumulam nas galerias feitas por tais larvas mineiras. Em Pycnopalpa bicordata (Serville, 1825), especie relativamente comum em nosso territorio, observa-se, como foi notado por VIGNON, um aspeto verdadeiramente assombroso. Quando o inseto pousa, o femur posterior cruza uma área pardacenta, pseudo-necrosada, sobre o bordo da tegmina. Ora, precisamente a parte do femur que a cobre, apresenta-se i g u a l m e n t e corada de p a r d o . Varias especies desta superfamilia mimetizam outros insetos. Assim as especies de Phasmodes (fam. Phasmodidae, exclusivamente da região Australiana), como o nome está indicando, têm o aspecto de verdadeiros Fasmideos (bichos-páu). BRUNNER VON WATTENWYL (1883), com O nome de Myrmecophana fallax, descreveu uma pequena especie aptera do Sudão, da familia Phaneropteridae, extraordinariamente semelhante á uma formiga, principalmente pela aparencia pedunculada do abdomen. Na realidade este é séssil, como em todos os Ortopteros, porém, como apresenta uma parte clara na face ventral, que se alarga para a base, a côr escura da parte restante, destaca-se bem, dando ao abdomen aquela aparencia. Sabe-se hoje que o inseto estudado por BRUNNER é a forma joven de Eurycorypha fallax (fam. Phaneropteridae), que, na fase adulta, apresenta aspecto completamente diferente, aliás muito semelhante ao de uma barata. Em nosso territorio as especies mais interessantes, sob o ponto de vista do mimetismo, são as do genero Scaphura (S. nigra (Thunberg, 1824), S. nítida Perty, 1834), que imitam
TETTIGONIOIDEA
161
Himenopteros do genero Pepsis (fam. Pompilidae), não somente pela coloração que apresentam, como pelas atitudes que exibem, identicas ás dessas vespas caçadoras. Para os requintes de simulação ha pouco referidos para as especies de Fterochrozae, que excedem tudo o que se havia observado em outros casos de homocromia e de mimetismo, BRUNNER V0N WATTENWYL (1883) propoz o termo hipertelia, que corresponde exatamente ao hipermorfismo de BERLESE. 96. Estridulação. - Creio nâo haver quem desconheça o ruido estridulatorio carateristico destes insetos. O aparelho estridulante, limitado á parte basal das tegminas, é constituido por uma nervura transversal na face inferior ou interna da tegmina esquerda, fortemente esclerosada e transversalmente sulcada, com o aspecto de lima, e por algumas nervuras salientes na face superior da tegmina direita, em relação com uma área transparente de forma e dimensões variareis (espelho, speculum). O inseto, para estridular, afasta um pouco as tegminas e la-las mover rapidamente, a esquerda sobre a direita, de modo a atritar a lima, como um arco de violino, sobre as nervuras salientes, fazendo o espelho entrar em vibração. Em geral só os machos é que possuem tal aparelho estridulatorio; ha, porém, especies cujas femeas tambem o apresentam. O ruido produzido, que parece ser um apêlo sexual, é caracteristico para cada especie. E assim como para um ouvido educado é facil distinguir as aves pelo canto, assim tambem é possivel reconhecer as "esperanças" pela respetiva estridulação. Não ha nesta minha afirmação exagêro, pois, ainda ha bem pouco tempo, FABER (1928, Zeit. wiss. Insektbiol. 23: 209) publicou uma chave para a determinação das especies que vivem na Alemanha, segundo o tipo de estridulação que produzem. BATES, em seu livro: A naturalist on the River Amazons (1863), refere o fato interessante de indios da Amazonia, na época em que êle a percorreu, apreciarem tanto a estridulação produzida pelas "esperanças" de nome "tanáná" (Chlorocoelus tanana Bates, 1862, fam. Pseudophyllidae), que as
162
INSETOS DO BRASIL
aprisionavam em pequenas gaiolas, como se fossem passaros: cantores. Possue a coleção do Instituto Oswaldo Cruz um belo exemplar desta especie, apanhado no Pará, no qual se pode apreciar o aspeto curioso descrito por BATES, isto é, quando as asas estão fechadas, o inseto exibe a forma vesicular, por ter as tegminas fortemente abauladas. BATES, após descrever o aparelho estridulatorio do "tanáná" e seu funcionamento, acrecenta: " t h e p a r c h e m e n t w i n g - c a s e a n d t h e hollow d r u m like space wh i ch t h e y encolse assisting to gire r e s o n a n c e to t h e t o n e s " .
97. Audição. - Excetuando as especies das familias Gryllacridae, Raphidophoridae e Phasmodidae, quasi todos os Ortopteros desta superfamilia apresentam, em ambos os sexos, pouco abaixo da articulação do joelho, 2 orgãos considerados pela maioria dos autores como verdadeiros orgãos auditivos ou timpanicos. Tais orgãos, geralmente com o aspecto de placas membranosas, em muitas especies ficam escondidos por uma prega mais ou menos saliente do tegumento, no fundo de uma cavidade, que comunica com o exterior por uma fenda longitudinal. Internamente os tímpanos se acham em relação com um complicado orgão cordotonal - cuja estrutura foi muito bem estudada em algumas especies europeias por GRABER (1876) e por SCHWABE (1906) - e com duas camaras aereas, ramos de um tronco traqueal, completamente independente do sistema respiratorio, que se abre no estigma mesotoraxico. Assim, nestes insetos, o estigma mesotoraxico apresenta-se dividido em 2 orificios, um anterior, com peritrema relacionado com um tronco traqueal do aparelho respiratorio, outro posterior, mais aberto, em relação com o tronco ou canal traqueal, que termina no orgão timpanico. Provavelmente a função deste canal é identica á da trompa de Eustachio dos animais superiores, servindo para igualar a pressão atmosferica nas duas faces das membranas timpanicas. Geralmente a ausencia de timpanos, observada nas especies cujos machos são apteros, coincide com a do aparelho estridulatorio. Entretanto, nas especies de Lutosa (Stenopel-
TETTIGONIOIDEA
matidae) (fig. 77), apteras são bem desenvolvidos.
em
ambos
163
os
sexos,
os
tímpanos
98. Parasitos. - Os ovos dos Tetigonideos, principalmente da familia Phaneropteridae, encontrados no bordo das folhas e sobre os galhos, parcialmente embrieados uns sobre os outros, frequentemente apresentam um pequeno furo ou um orificio relativamente grande, o que indica terem sido parasitados por microimenopteros (figs. 78 e 79). De tais ovos obtem-se Calcidideos, no primeiro caso de um genero proximo de Entedon (fam. Eulophidae) e no segundo de Anastatus (fam. Encyrtidae). 99. Importancia economica. - Nos Estados Unidos algumas especies dos generos Microcentrum e Scudderia, ambos da familia Phaneropteridae, causam notaveis estragos, roendo frutos, brotos e folhas de laranjeira. No Brasil as esperanças dos generos Phylloptera, Steirodon e Cnemidophyllum pertencentes ao mesmo grupo daqueles generos, poderão tambem danificar as nossas laranjeiras. Até agora, porém, não ha noticia de terem causado grandes danos. Entretanto, na Baía, o Meroneidius intermedius Brunner, 1895 (Pseudophyllidae), segundo BONDAR (1925, Molestias e inimigos dos cacaueiro), é um inimigo do cacaueiro de certa importancia. As formas jovens produzem estragos insignificantes nas folhas e na casca dessa planta. As femeas, porém, com o ovipositor, fendem longitudinalmente os galhos, de 5 a 8 vezes, e depositam no fundo de cada uma dessas fendas ou incisões, feitas paralelamente e bem aproximadas, cerca de 20 a 40 ovos. A casca, na porção ferida, em pouco tempo se altera e cáe, ficando uma área cancerosa, de 6 a 8 centimetros de comprimento, que frequentemente determina a necrose dos tecidos s u b j a c e n t e s e a m o r t e da p o r ç ã o distal do gal ho. BONDAR obteve dos ovos desta especie um microimenoptero que parece ser uma especie nova de um novo genero, proximo de A n a s t a t u s . 100. Classificação. - Ha descritas na superfamilia Tettigonoidea cerca de 4.500 especies, das quais perto de 1.500 pertencem a região neotropica, distribuidas em 11 familias,
164
INSETOS DO BRASIL
que se distinguem segundo a chave organizada por BRUNER (1915).
que
darei
linhas
abaixo,
Alguns autores modernos ainda consideram esta superfamilia constituida pelas seguintes familias: Tetigoniidae (com as seguintes subfamilias, com especies na região neotropica: Phaneropterinae, Mecopodinae, Pseudophyllinae, Listroscelinae, Conocephalinae, Agreecinae, Copiphorinae e Tettigoniinae; Gryllaeridae; Stenopelmatidae (com as subfamilias: Anostostomatinae, Rhaphidophorinae, Mimnerminae e Stenopelmatinae); Phasmodidae (com especies da região Australiana) e Gryllidae. Seguindo, porém, o criterio de BRUNER, considero Gryllidae como uma superfamilia á parte, e na chave que se segue quasi todas as subfamilias ba pouco citadas são consideradas como famílias distintas.
1'
Tarsos mais ou menos deprimidos; especies geralmente aladas .......................................................................2 Tarsos d i s t i n t a m e n t e c o m p r i m i d o s ; especies g e r a l m e n t e apteras ............................................................................................. 10
2(1) 2'
Tibias anteriores com tímpanos ............................................................. 3 Tibias anteriores sem tímpanos ................................... Gryllaeridae 60
3 (2)
1o e 2° articulos t a r s a is n ã o sulcados l a t e r a l m e n t e ; tibias posteriores com u m espinho apical, em c i m a e de cada lado ...................................................................... Phaneropteridae 61 1o e 2 ° articulos tarsais l o n g i t u d i n a l m e n t e sulcados de c a d a lado ............................................................................................................. 4
1
3' 4(3')
F o r a m i n a ou t i m p a n o s das tibias a n t e r i o r e s expostos; prosternum com um par de espinhos ou tuberculos ............ ....................................................................................... Mecopodidae 62 F o r a m i n a das tibias a n t e r i o r e s com a a b e r t u r a l i n e a r ou em forma de concha .................................................................................................. 5
4' 5(4') 5'
60 61 62 63
Tíbias anteriores sem espinhos terminais em cima ......................................... 6 Tíbias anteriores com um espinho terminal em cima e de cada lado; 1o articulo do tarso posterior tendo, em baixo, uma conspicua plantula livre ...................................... .................................................................... Tettigoniidae (Decticinae) 63 Gr. Gr. Gr. Gr.
gryllos, grilo; akris, gafanhoto phaneros, notavel; pteron asa. mecos, comprimento, longo; pous, pé. dekticos, mordaz.
TETTIGONIOIDEA 6(5) 6' 7(6')
7'
165
Margens dos escrobos 64 antenais proeminentes ............................ ............................................................................................... Pseudophyllidae 65 Margens dos escrobos antenais pouco salientes .......................................... 7 Tíbias anteriores, ou anteriores e medias, armadas de longos espinhos, de tamanho decrescente para o apice ................ ................................................................................................ Listroscelidae 66 Tíbias anteriores e medias armadas de espinhos curtos ou moderadamente longos .................................................................................. 8
8(7')
Todos os femures inermes em baixo; os posteriores tendo, raramente, espinhos na face externa ou, algumas vezes, em ambas as faces (especies de menor porte) ............................................. ............................................................. Conocephalidae 67 (Xiphidiidae) 68
8'
Todos os femures geralmente espinhosos em baixo, raramente os posteriores armados sómente na face externa, neste caso o fastigium do vertex ou é bifurcado ou consideravelmente prolongado além do segmento basal da antena (especies de maior porte) ............................................................. 9
9(8')
Fastigium do vertex, em geral, evidentemente mais estreito que o segmento basal da antena; algumas vezes dorsalmente sulcado ................................................................................ Agraeccidae 69
9'
Fastigium do vertex, em geral, distintamente mais largo que o segmento basal da antena, nunca sulcado ................................ ........................................................... Copiphoridae 70 (Conocephalinae)
10(1')
Tarsos providos de pulvilios, os do metatarso duplos; angulo de inserção dos femures posteriores situados na parte anterior ou externa .................................................. Stenopelmatidae 71
10'
Tarsos sem pulvilios em baixo; angulo de inserção dos femures posteriores situado na face interna ........................................... .................................................................................... Rhaphidophoridae 72
64 65 66 67 68 69 70 71 72
Depressões nas quais se inserem as antenas. Gr. pseudes, falsa; phyllon, folha. Gr. listron, pecten, pente; scelis, perna. Gr. conos, cone; cephale, cabeça. Gr. xiphidion, espada. Gr. agros, campo; oikeo, habito. Gr. copis, espada; pherein, trazer. Gr. stenos, estreito; pelma, planta do pé. Gr. raphis, agulha; pherein, trazer.
166
INSETOS DO BRASIL
SUPERFAMÍLIA
GRYLLOIDEA
( Gryllodea, Achetoidea) 101. Caracteres. - Constituem esta superfamilia os grilos. Estes Ortopteros, que têm grandes afinidades com os da superfamilia precedente, apresentam tambem longas antenas filiformes, orgãos estridulantes nas tegminas dos machos e um ovipositor mais ou menos saliente. Distinguem-se, porém, dos Tetigonideos, principalmente pelo aspecto das tegminas e dos tarsos. O tamanho dos grilos varia de alguns milímetros (Myrmecophilidae) a alguns centimetros. Em geral são pardos, mais ou menos escuros. Entretanto, os chamados "grilos das arvores" (Oecanthidae) apresentam a côr amarela ou verde palida. Os grilos da familia Mogoplistidae têm o corpo mais ou menos revestido de escamas.
Fig.
80
-
Gryllus
assimilis
Fabr.,
1775,
(Fam.
Gryllidae)
(X
2).
102. Anatomia externa. - Cabeça. - Grande, globulosa, geralmente convexa no vertex, ás vezes, porém, alongada e plana no vertex (Oecanthidae). Ocelos presentes (2 ou 3) ou ausentes. Antenas muito longas e multiarticuladas. Torax. - Pronotum subcilindrico e, no dorso, subquadrado; em Oecanthidae um tanto alongado. Tegminas, em repouso, com os campos discoidal (mediano) e anal (dorsal) horizontalmente dispostos sobre o corpo, formando um an-
TETTIGONIOIDEA
167
gulo diedro com o campo marginal (costal), o qual, exclusivamente, cobre os flancos. Geralmente é a tegmina direita que se sobrepõe á esquerda, o inverso, pois, do que ocorre em Tettigonioidea. As tegminas podem ser mais ou menos reduzidas ou mesmo desaparecer por completo (Mogoplistidae, Myrmecophilidae). Em alguns grilos da faro. Trigonidiidae são corneas, como os elitros dos coleopteros e apresentam a côr negra, azul, verde ou amarela, com ou sem desenhos. As asas, em repouso, dobram-se em leque como nos demais insetos ortopteroides e, quando bem desenvolvidas, excedem o apice das tegminas, ficando mais ou menos enroladas, como um par de cércos adicionais, acima dos verdadeiros cércos. Como as tegminas, as asas podem ser mais ou menos abreviadas, ás vezes na mesma especie, ou ausentes, mesmo em especies de tegminas desenvolvidas (Trigonidiidae). Nos machos dos grilos ha um aparelho de estridulação, tambem chamado timpano, situado, na maioria das especies, perto da base das tegminas e ocupando as areas anal e discoidal; ha uma crista estridulante na face inferior de cada tegmina. Assim, nestes insetos, o aparelho estridulatorio é simetrico, a tegmina superior, geralmente a direita, atuando sobre a inferior e esta sobre as asas. Tarsos trimeros. Em algumas especies de Trigonidiidae os tarsos do par posterior apresentam 4 segmentos, sendo o 2° muito curto, e o 3° cordiforme um pouco mais longo. Tíbias anteriores tendo, pouco abaixo do joelho, um timpano no lado externo, no lado interno, ou, como em Tetigonoidea, em ambos os lados, porém, quasi sempre desiguais. As especies cujos machos não estridulam não possuem estes orgãos. Femures posteriores geralmente bastante robustos; em Oecanthidae, porém, conquanto alongados, são relativamente finos. Ultimo articulo tarsal provido de 2 garras, porém sem arolium ou plantula. Abdomen. - Cércos notavelmente longos, pilosos, não segmentados; por exceção podem apresentar-se confusamente divididos (Myrmecophilidae). Ovipositor longo, cilindrico, formado por 2 gonaspofises tinas, em forma de lanceta; em Trigonidiidae, porém, é comprimido, e recurvado para cima, em forma de sabre ou cutelo, como em Tettigonioidea.
168
INSETOS DO BRASIL
103. deos, têm 2 cégos (papo), a ventriculo
Fig. 81 No campo
- Anatomia interna. - Os grilos, com os Tetigonoas glandulas salivares bem desenvolvidas e possuem gastricos (apendices quilificos). Além da ingluvia parte mais desenvolvida do stomodaeum é o pro(moéla) com tunica muscular bastante espessa e
Paragryllus martinii dorsal da tegmina vê-se
Guér.-Menev., 1844, o speculum dividido
por
(Fam. Phalangopsitidae) 6 nervuras arqueadas.
intima provida de dentes quitinosos mais numerosos e conspicuos que nos demais Ortopteros. Tubos de Malpighi desembocando n u m coletor unico. Aparelho genital do macho, até certo ponto, semelhante ao dos Tetigonideos, principalmente quanto ao aspecto dos anexos do canal ejaculador. Estes, porém, são mais simples.
TETTIGONIOIDEA
169
e formam espermatoforos tambem menos complicados que os das "esperanças". Para o estudo do aparelho genital do macho e da femea e da formação dos espermatoforos devem ser consultados os trabalhos de BOLDYREV, GEEHARDT e FULTON.
Fig.
davia
82
-
Oecanthus
tenuis Walker, 1860, (cerca de X 3)
(Fam.
Oecanthidae)
Os grilos geralmente se reproduzem por via sexuada; toem Myrmecophilidae, cujos machos são muito raros ou
170
INSETOS DO BRASIL
d e s c o n h e c i d o s , a p a r t e n o g e n e s e é a r e g r a . Nos grilos, c o m o nas " e s p e r a n ç a s " , n ã o h a u m a v e r d a d e i r a c o p u l a ; i n s i n u a d o o m a c h o sob a f e m e a , os e s p e r m a t o z o i d e s são i n t r o d u z i d o s n a s vias g e n i t a i s , m e d i a n t e a a p l i c a ç ã o de u m e s p e r m a t o f o r o n a vulva. 104. Habitos. Importancia economica. Meios de combate. - Os grilos, em geral, têm habitos norturnos, encontrandose-os f r e q u e n t e m e n t e no solo e n o i n t e r i o r d a s h a b i t a ç õ e s . Algumas especies, porém, são semi-aquaticas e outras arboricolas. As especies domesticas escondem-se nas frestas dos muros e são onivoras. As que vivem no solo escavam camaras rasas sob pedras ou perfuram galerias de alguns centimetros de extensão. Alimentam-se de materia organica de origem animal e de animaculos que vivem no solo. As vezes, p o r é m , m u d a m de r e g í m e n e se t o r n a m f i t o f a g a s , a t a c a n d o n ã o s ó m e n t e as raízes, c o m o as p a r t e s e p i g e a s d a s p l a n t a s . As especies semi-aquaticas são encontradas sobre as folhas de p l a n t a s a q u a t i c a s , n a s m a r g e n s dos rios, l a g ô a s e p a n t a n o s e se a l i m e n t a m de p e q u e n o s i n s e t o s q u e t a m b e m aí v i v e m . Nadam bem e, quando perseguidas, mergulham escondendose n a v e g e t a ç ã o s u b m e r s a . Para combater os grilos, ou autores, em sua maioria, a c o n s e l h a m o e m p r e g o de iscas e n v e n e n a d a s , t a i s c o m o : f r a g m e n t o s de alface, de couve, p r e v i a m e n t e t r a t a d o s p o r u m a solução de fluosilicato de bario a 5 % ou arsenito de sodio ou potassio a 3 % massa de farelo ou de farinha de trigo adocicada a qual se junta um arsenical ou composto de fosforo. Em alguns casos, contra os grilos campestres, é muito mais economico e eficiente o revolvimento do solo, de modo a expôr os ovos e formas jovens á ação dos agentes destruidores do meio exterior. As especies arboricolas, quasi todas da familia Oecanthidae (grilos das arvores), vivem no meio da folhagem. Nos primeiros estadios do desenvolvimento são insetivoras, alimentando-se de pulgões, cochonilhas e outros pequenos insetos que habitam as folhas e galhos das plantas. Nos ultimos, porém, mudam de regimen e são principalmente fungivoras. As femeas destes grilos podem, ás vezes, causar danos pelas
TETTIGONIOIDEA
171
lesões resultantes das posturas que fazem nos galhos. Tais lesões, analogas ás produzidas pelo Meroncidius intermedius, quando mui abundantes, podem determinar a morte do galho ou diretamente, ou porque expôem os tecidos da planta á penetração de bacterias ou fungos patogenicos. Contudo, na opiniäo de alguns autores, esses danos seriam até. certo ponto compensados pelos beneficios que os grilos das arvores acarretam, devorando Afideos e Coccideos em grande quantidade. Todavia, se avultarem os estragos por êle produzidos, é recomendavel a amputação e queima dos galhos carregados de posturas. BONDAR, na Baía, obteve de ovos de uma especie de Oecanthus, incluidos em galhos de cacaueiro, um mierohimenoptero parasito do genero Baryconus (superfam. Serphoidea, fam. Scelionidae). Assim, verificando-se que os ovos se acham parasitados, é melhor guardar os galhos amputados numa camara fechada á tel metalica fina, cujas malhas permitam a saída dos parasitos e retenham os jovens grilos que emergirem dos ovos não parasitados. Aliás é este o metodo que ARNDT e DOZIER (1931) preconizaram, no Haiti, para se combater o grilo Cremon repentinus Rehn 1930 (fam. Eneopteridae), que danifica o cacaueiro e outras plantas, pelas posturas endofiticas que nelas faz, sendo os ovos tambem parasitados por um Scelionideo do genero Leptoteleia, proximo de Baryconus. 105. Classificação. - Esta superfamilia compreende cerca de 1.200 especies descritas, das quais perto de 400 sâo da região n e o t r o p i c a , d i s t r i b u i d a s p o r BRUNER e m 12 f a m í l i a s , caracterizadas na chave que apresento linhas abaixo. O grilo mais conhecido em toda a região neotropica é o Gryllus assimilis Fabricius, 1775 (fam. Gryllidae). Além desta especie, encontra-se, tambem, em quasi todo o Brasil, a Eneoptera surinamensis (De Geer, 1773) (fam. Eneopteridae). 1
Tarsos Tarsos
2(1) 2'
Tibias posteriores moderadamente robustas ................................ Tibias posteriores finas, armadas nas margens laterais finos espinhos; entre estes os canthi são serrilhados.
comprimidos, segundo artículo pequeno com o 2° artículo deprimido, cordifo:me
....................... ..........................
2 9 3 de
172
INSETOS DO BRASIL T e g m i n a s do m a c h o c o m o s p e c u l u m d i v i d i d o p o r u m a , duas ou mais nervuras .............................................................................. 7
3(2) 3'
Tibias posteriores com duas series de espinhos ................................... 4 Tíbias posteriores com 2 series de serrilhas, sem espinhos nas margens laterais, ás vezes, porém, apresentando-os no meio perto do apice ............................................................................ 6
4(3)
Tíbias posteriores armadas de espinhos em ambos os lados, as carenas não serrilhadas ...................................................................................... 5 Tibias posteriores serradas em ambos os lados da parte basal e espinhosas em ambos os lados da parte apical. Tegminas abreviadas ou ausentes ............................... Gryllomorphidae
4'
5(4)
Tibias posteriores armadas de cerdas espinhosas longas e moveis. Metatarsos posteriores em baixo inermes ou providos de uma fileira ou serrilha de denticulos .......... ......................................................................................................... Nemobiidae 73 T i b i a s p o s t e r i o r e s a r m a d a s d e r o b u s t o s e s p i n h o s fixos, á s vezes porém parcialmente moveis. Cabeça globosa ou ligeiramente deprimida; face vertical. Fronte, entre as antenas, não dilatada nem saliente. Garra superior das tib i a s p o s t e r i o r e s m a i s c u r t a q u e a m e d i a ou t ã o l o n g a quanto ela; Ocelos em triangulo. Femures posteriores. mais curtos que a tibia e tarso reunidos ............................................ ................................................................................................ Gryllidae (Achetidae)
6(3')
Corpo subesferico, aptero. Antenas robustas, subfiliformes Femures posteriores enormes, dilatados, ovais. Olhos subobsoletos, pequenos. Tibias anteriores sem tímpanos; tibias posteriores sem serrilha e apresentando em cima, p e r t o do m e i o , v a r i o s e s p i n h o s m o v e i s ; a p i c e t e n d o a p e nas 3 ou 4 garras ............................................................... Myrmecophilidae 74
6'
Corpo alongado. Antenas finas, setaceas. Olhos distintos. Femures posteriores mais finos, clavados. Tíbias posteriores finas, providas no apice de 6 garras. Corpo coberto de escamas, aptero nas femeas, com tegminas membranosas nos machos. Tíbias anteriores ás vezes com timpanos. Tíbias posteriores serrilhadas, não espinhosas, providas de garras alongadas ............................................... Mogoplistidae 75
73 74 75
Gr. Gr. Gr.
nemos boasque?, bacelo?; bion vivo. myrmex, formiga; phileo, eu amo. mogis, mal; oplistes, armado
TETTIGONIOIDEA 7(2') 7'
8(7')
8'
9(1')
9'
10(9')
10'
76 77
Gr. Gr. pecies desta 74 G r . 78 G r . 80 G r .
173
Apice das tíbias posteriores apresentando 5 garras, 2 no lado interno e 3 no externo ................................................. Pentacentridae 76 Apice das tibias posteriores apresentando 6 garras, 3 no lado interno e 3 no externo ........................................................................ 8 Cabeça vertical, hipognata (peças bucais para baixo), vertex curto. Todas as tíbias armadas de espinhos moveis (esporões). Speculum nas tegminas dos machos, quando desenvolvido, dividido por duas nervuras .............................. ........................................................................................... Phalangopsitidae 77 Cabeça alongada, horizontal, prognata. Pronotum fino, mais longo que largo, com os lobos laterais anteriormente estreitados. Tíbias anteriores e medias sem esporões. Speculum da tegmina do macho dividido por uma nervura apenas ................................................................................... Oecanthidae 78 Tibias posteriores não serrilhadas, com duas series de espinhos e tendo de cada lado 3 espinhos moveis; apite algumas vezes apresentando 2 garras no lado interno. Ovipositor curto e recurvado; speculum da tegmina do macho não dividido. Grilos pequenos .................................... Trigonidiidae 79 Tibias posteriores geralmente serradas, espinhosas em ambos os lados; apice tendo 3 esporões de cada lado. Ovipositor feto ou ligeiramente curvo; speculum da tegmina do macho dividido por 1 ou 2 nervuras. Grilos grandes ou de tamanho medio .................................................................................. 10 Garras das tibias posteriores alongadas, a intermediaria, em cada lado, muito mais longa que a superior. Metatarsos alongados. Pronotum anteriormente coarctado, com os angulos um tanto agudos, lobos laterais oblíquos, ang u l o s o s a d i a n t e . C a b e ç a r o b u s t a , ou g r a n d e , o l h o s l a t e r a l mente proeminentes; tegminas moderadas e de forma comum, tendo o campo lateral dobrado para baixo em angulo diedro reto; nos machos o timpano da tegmina apresentando duas nervuras obliquas e paralelas. Apice do ovipositor com valvas lanceoladas, agudas, não denteadas .......................................................................................... Eneopteridae 80 Garras das tibias posteriores pequenas no lado externo, no
pente, cinco centron, aculeo. phalags, falange; opsis, aspecto. familia em Oecanthidae. oikeo, habito; anthos, flor. trigonon, triangulo. enos, mudo; pteron, asa.
Autores
modernos
incluem
as
es-
174
INSETOS DO BRASIL lado interno um tanto longas, sendo a superior a mais longa e a inferior a mais curta. Metatarsos geralmente curtos, esparsamente denteados na base. Ovipositor var i a v e l , c i l i n d r i c o , c o m v a l v a s d e n t e a d a s , ou a c h a t a d o 11
11(10')
11'
Tibias posteriores não s e r r i l h a d a s , p o r é m a r m a d a s , em a m b a s as m a r g e n s , de e s p i n h o s de dois t a m a n h o s . I n s e tos g r a n d e s , de c o r p o e p e r n a s r o b u s t a s . O v i p o s i t o r r o b u s t o , t e n d o as v a l v a s a p i c a i s d e p r i m i d a s e o a p i c e t r u n cado ................................................................................................ Stenogryllidae 81 T i b i a s p o s t e r i o r e s s e r r i l h a d a s e e s p i n h o s a s . I n s e t o s de t a m a n h o v a r i a v e I , de c o r p o g e r a l m e n t e f i n o e p e r n a s v a r i a v e i s . O v i p o s i t o r d e l i c a d o , t e n d o as v a l v a s a p i c a i s n ã o a c h a t a d a s , a c u m i n a d a s , ou r o m b a s e as m a r g e n s d e n t e a das ou crenuladas ........................................................................... Podoseirtidae 82 SUPERFAMÍLIA GRYLLOTALPOIDEA
106. gundo
Classificação. BRUNER,
as
-
e Cylindraehetidae, daetylidae cteres citados na seguinte chave: 1'
Constituem
famílias
superfamilia,
se-
Gryllotalpidae (Curtillidae), que se distinguem pelos
esta
Tricara-
Antenas setaceas, multiarticuladas, atenuando-se para o apice; 2 grandes ocelos; tarsos trimeros; abdomen terminando num par de cércos longos; especies com mais de 15 rum. de comprimento ................................................. Gryllotalpidae Antenas filiformes ou moniliformes, muito curtas, com 12 segmentos ou menos; 3 ocelos ou sem ocelos; tarsos com menos de 3 articulos; abdomen terminado por 4 apendices alongados ou sem apendices ................................................................ 2
1'
2(1')
2'
81 82 83
Pernas posteriores distintamente saltadores, tendo os femures extraordinariamente desenvolvidos e as tíbias com o aspecto característico representado na figura 86; 3 ocelos; tarsos anteriores e medios dimeros, posteriores com 1 artículo ou ausentes; abdomen terminado por 4 apendices com menos de 15 mm ......................................... Tridaetylidae 83 Pernas posteriores muito curtas, identicas ás medias; sem ocelos; tarsos dimeros; abdomen sem apendices; especies de corpo linear, cilindrico, aptero Cylindraehetidae Gr. stenos, estreito; gryllos, grilo. especies desta familia e da seguinte em G r . p o u s , p é ; s c i r t a o, eu salto. Gr. tridactylos, tridigitado.
Autores modernos Eneopteridae.
incluem
as
es-
TETTIGONIOIDEA
175
FAMÍLIA GRYLLOTALPIDAE 107. Caracteres. - Os grilos-toupeira, assim designados pela f o r m a c a r a c t e r i s t i c a das p e r n a s a n t e r i o r e s , que l e m b r a m as pernas dianteiras de uma toupeira, têm em nosso país os seguintes apelidos: "frades", "macacos", "cachorrinhos dagua" e "paquinhas". Além dos caracteres mencionados na chave, devem ser citados os s e g u i n t e s : olhos m u i t o pequenos, p r o n o t u m g r a n de, mais ou m e n o s p r o l o n g a d o p a r a t r a z e a r r e d o n d a d o em cima, t e g m i n a s m e m b r a n o s a s , subpelucidas, c o b r i n d o a p e n a s m e t a d e do a b d o m e n , asas a m p l a s e, em repouso, dispostas como nos grilos, isto é, aparentemente enroladas, como caudas, que excedem o apice do abdomen; aparelho estridulatorio presente nos machos, porém não tão desenvolvido como em T e t t i g o n i o i d e a ; p e r n a s a n t e r i o r e s fossoriais, com q u a d r i s robustos, m u i t o a p r o x i m a d o s , t r a c h a n t e r e s com a p e n d i c e ou processo mais ou m e n o s conspícuo, f e m u r e s robustos, curt os, dilatad o s e c o m p r i m i d o s , tibias f o r t e m e n t e di l at adas, c o m g r a n d e s d e n t e s apicais (dactilos, digitos ou digitulos) e u m timpano na face externa, exposto (Scapteriscus) ou no fun-
Fig.
83
-
Gryllotalpa
hexadactyla
Perty,
1832
(Fam.
Gryllotalpidae)
(X
2).
do de uma fenda (Gryllotalpa), tarsos de 3 artículos que se alojam num sulco no bordo externo da tibia. Graças a esta disposição das pernas anteriores, estes insetos não só escavam com facilidade galerias no solo, como tambem podem nadar bem. Pernas medias normais, ambulatorias; posteriores um pouco mais desenvolvidas que as medias, porém com os femures relativamente curtos, quando comparados com os de-
176
mais êles.
INSETOS DO BRASIL
insetos Ortopteros; daí não Abdomen bem desenvolvido,
Fig.
84
-
Tibia
e
tarso
anteriores
de
saltarem tão principalmente
Gryllotalpa
hexadactyla
bem nas
(x
quanto femeas
10)
cheias de ovos, com 9 uromeros na femea e 7 ou 8 no macho. O v i p o s i t o r invisivel. 108. Habitos. I m p o r t a n c i a e c o n o m i c a . Meios de combate. - Ha cerca de 30 especies desta familia na região neotropica, pertencentes aos generos Gryllotalpa (= Curtilla, Neocurtilla) e Scapteriscus, que se distinguem facilmente porque as tíbias anteriores no primeiro têm 4 digitos e no segundo apenas 2. Ao primeiro genero pertence a GrylIotalpa hexadactyla Perty, 1832, comumente encontrada em toda a America, com 2 a 3 cm. de comprimento; ao segundo o Scapteriscus oxydactylus (Perty, 1832), com 4,5 a 5 cm. de comprimento, o S. didactylus (Latreille, 1804) e o S. tetradactylus (Perty, 1832), um pouco menores, tambem da região neotropica, além de outras especies destes generos. Estas especies escavam no solo proximo de rios, lagôas e pantanos, ou menos alongadas, apresentando onde geralmente são depostos os ovos em massa, quasi sempre aderentes ás
mais ou menos úmido, galerias irregulares, mais partes mais alargadas ás centenas e reunidos raízes das plantas.
As formas adultas e jovens são onivoras, roendo e alimentando-se das raizes que encontram no seu trajeto subterraneo e devorando os animaculos que vivem no solo. Parece que estes insetos são mais ativos durante a noite. Daí, nos lugares em que se os encontra em abundancia, aparecerem em vôo pesado nas imediações dos focos luminosos, abatendo-se depois no solo, onde correm com facilidade.
TETTIGONIOIDEA
Quando muito podem prejudicar
Fig. 85 didactylus
-
177
abundantes, é necessario combate-los, consideravelmente a horticultura.
Larra americana Saussure, 1867, inimigo natural (Latreille, 1804) (Fam. Gryllotalpidae) (X 3) (De f i g . 23).
pois Para
de Scapteriscus Williams, 1728,
isso a c o n s e l h a - s e , de p r e f e r e n c i a , o e m p r e g o de i s c a s de c a r n e c r ú a o u s e m e n t e s e n v e n e n a d a s c o m f l u o s i l i c a t o de b a r i o a 5 % ( e m p e s o ) ou, n a f a l t a d e s t e i n s e t i c i d a , c o m u m a r s e n i cal q u a l q u e r . T a i s i s c a s s ã o d i s t r i b u i d a s pelo t e r r e n o i n f e s t a d o . A a p l i c a ç ã o de f o r m i c i d a n o s orificios d a s g a l e r i a s , o m e t o d o de e n t e r r a r v a s o s c o m a g u a n o s l u g a r e s i n f e s t a d o s e o u t r o s m e i o s de c o m b a t e m e c a n i c o s e q u í m i c o s t a m b e m a c o n s e l h a d o s , s e g u n d o SILVESTRI p o d e m ser c o n s i d e r a d o s p a l i a t i vos o u p o u c o e c o n o m i c o s e p o r t a n t o , n ã o d e v e m s e r r e c o m e n dados na pratica. W i l l i a m s (1928 - S t u d i e s in t r o p i c a l w a s p s - Bull. E x p . Sta. H a w a i i a n S u g a r P l a n t . Assoc., E n t . Ser., n. 19), o b s e r vou no Brasil 2 especies de vespas da fam. Larridae - Larra americana Saussure, 1867 e Larra scapteriscica Williams, 1928, cujas larvas se criam respectivamente, em Scapteriscus didactylus e em Scapteriscus tenuis Scudder, 1869, outro grilo toupeira frequentemente encontrado no Brasil e, ás vezes, em companhia de didactylus. O comportamento das femeas de Larra, ao fazerem as posturas nos grilos toupeira, é identico. Ambas põem um ovo ao lado da linha mediana do sternum. entre o 1° e o 2° segmentos toraxicos.
178
INSETOS DO BRASIL
FAMÍLIA TRIDACTYLIDAE 109. Caracteres. - Além dos c a r a c t e r e s m e n c i o n a d o s n a chave, devo citar mais os seguintes: antenas curtas, filiformes, de 11 s e g m e n t o s m o n i l i f o r m e s ; olhos r e l a t i v a m e n t e
Fig.
86
-
Tridactylus lado
politus Bruner, 1916 (Fam. a tibia posterior, fortemente
Tridactylidae) aumentada.
(X
14):
ao
grandes, ocelos muito pequenos, dispostos numa linha transversa (Tridactylus e Ellipes) ou arqueada (Rhipipteryx); pronotum relativamente curto, não prolongado posteriormente, tegminas curtas, cobrindo apenas a base do abdomen, asas mais ou menos alongadas, ás vezes abreviadas e pouco mais alongadas que as tegminas; em Rhipipteryx, porém (fig. 87), longas e projetando-se além das tegminas de tal modo que p a r e c e m o a b d o m e n ; a b d o m e n t e r m i n a d o por 4 apendi ces u m tanto alongados, sendo 2 cércos superiores e 2 gonapodos inferiores. Os machos, em geral, não têm aparelho estridulatorio nas tegminas; daí não haver tímpanos nas tibias anteriores.
TETTIGONIOIDEA
179
Estes insetos, principalmente as especies de Rhipipteryx, t ê m g r a n d e s a f i n i d a d e s c o m os g a f a n h o t o s d a s u b o r d e m Acridodea, e s p e c i a l m e n t e c o m os d a f a m i l i a T e t r i g i d a e . Ha pouco mais de 50 Tridactylideos em todo o mundo e c e r c a de 30 especies n a A m e r i c a do Sul, d i s t r i b u i d a s n o s g e n e r o s T r i d a c t y l u s , Ellipes e R h i p i p t e r y x , este u l t i m o c o m os m a i o r e s r e p r e s e n t a n t e s d a f a m i l i a , e x c l u s i v a m e n t e d a região n e o t r o p i c a .
Fig
87
-
Rhipipteryx
sp.
da
Amazonia
(De
Sharp,
1910,
fig.
210).
110. H a b i t o s . I m p o r t a n c i a e c o n o m i c a . - Os T r i d a c t y l i deos t ê m , corno os G r y l l o t a l p i d e o s , h a b i t o s fossoriais, escav a n d o g a l e r i a s n a l a m a o u n a a r e i a ú m i d a d a s m a r g e n s aren o s a s dos rios, l a g ô a s e p a n t a n o s . P o d e m c o r r e r e s a l t a r c o m g r a n d e a g i l i d a d e n a s u p e r f i c i e d a a g u a e, q u a n d o m e r g u l h a dos, n a d a m t a m b e m c o m f a c i l i d a d e . S ã o e s s e n c i a l m e n t e fitol a g o s . No Brasil, a t é a g o r a , a u n i c a especie a s s i n a l a d a c o m o p r e j u d i c i a l é o T r i d a c t y l u s p o l i t u s B r u n e r , 1916, q u e observei h a a n o s n o H o r t o B o t a n i c o do Rio de J a n e i r o ( G a v e a ) , causando damnos apreciaveis em sementeiras de Eucalyptus. T r a t a - s e de u m a p e q u e n a especie (fig. 86) c o m c e r c a de 5 mm. de comprimento, de côr de terra, palida, e com maculas mais escuras por todo o corpo. Quando a encontrei, a d u l t o s e j o v e n s s o l a p a v a m o solo dos c a n t e i r o s , a b r i n d o , e m t o d a s as direções, g a l e r i a s q u a s i s u p e r f i c i a i s e, a s s i m , r o i a m as raizes das plantas mais tentas determinando-lhes a morte. O i n s e t o foi c o m b a t i d o e f i c a z m e n t e a p l i c a n d o - s e u m a tenue camada de anidrido arsenioso (arsenico branco) sobre o
180
INSETOS DO BRASIL
solo e i n c o r p o r a n d o - o , pelo r e v o l v i m e n t o , á c a m a d a de t e r r a superficial. As especies de R h i p i p t e r y x , e m b o r a t a m b e m e n c o n t r a d a s n o s m e s m o s l u g a r e s f r e q u e n t a d o s p o r T r y d a c t y l u s e ElIipes, n ã o t ê m h a b i t o s fossoriais; v i v e m s o b r e a t e r r a , c o m o os gaf a n h o t o s d a f a m i l i a T e t r i g i d a e , dos q u a i s r e a l m e n t e m u i t o se a p r o x i m a m p o r q u a s i t o d o s os c a r a c t e r e s a n a t o m i c o s . E n t r e t a n t o WILLIAMS (loc. cit.), n o P a r á , c a v a n d o o solo n a s p r o x i m i d a d e s de u m a m a t a , e x p o z u m a c e l u l a q u e c o n t i n h a u m e x e m p l a r d e R h i p i p t e r y x m a r g i n a t a N e w m a n n , 1834, ao l a d o da respectiva exuvia.
FAMÍLIA CYLINDRACHETIDAE
( Cylindrodidae ) 111. C a r a c t e r e s . - As e s p e c i e s d e s t a f a m í l i a , 5 d a A u s t r a lia e Nova Guiné do genero Cylindracheta e 1 da Patagonia do g e n e r o Cylindroryctes, v i v e m n o solo e b r o q u e i a m o c a u l e de plantas herbaceas. O estudo da anatomia destes insetos revela haver, de fato, uma estreita afinidade entre êles e os insetos da familia precedente (v. a respeito os trabalhos de CARPENTIER (1933) e de ANDER ( 1 9 3 4 ) ) .
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A
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184
INSETOS DO BRASIL
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TETTIGONIOIDEA
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CAPÍTULO
X
Ordem GRYLLOBLATTOIDEA
113. Caracteres. - Insetos de pequeno porte e corpo deprimido, apteros nos dois sexos, de 15 a 30 mm. Cabeça relativamente grande, livre e quasi prognata. Olhos pequenos ou ausentes; sem ocelos; antenas comprimidas, filiformes, multi-segmentadas e semelhantes ás dos Embiideos; aparelho bucal semelhante ao dos Ortopteros. Protorax, o mais desenvolvido dos segmentos toraxicos, quadrado, livre, com rebordo lateral; pernas cursoriais; tarsos de 5 artículos, o ultimo com 2 garras, porém, sem pulvilios. Cércos compridos, filiformes, de 8 ou 9 segmentos; ovipositor ensiforme, bem desenvolvido. 114. Habitos. Importancia economica. - Esta ordem é representada por uma só família - Grynoblattidae - com algumas especies, da America do Norte e do Japão, pertencentes aos g en er os Grylloblatta, Galloisiana e I s h i a n a . Vivem no solo e se alimentam têm importancia economica; todavia, logenetico, são insetos bastantes sentam estreitas afinidades com os Ortopteros.
de outros artropodos. Não sob o ponto de vista fiinteressantes porque apreprogenitores das baratas e
188
INSETOS DO BRASIL
Fig.
115.
88 -
G r y l l o b l a t t a c a m p o d e i f o r m i s W a l k e r , 1914 Walker) (cerca de x 3)
(segundo
Bibliografia.
C R A M P T O N , G. C. 1933The affinities of the archaic orthopteroid family Grylloblattld a e a n d its p o s i t i o n I n t h e g e n e r a l p h y l o g e n e t i c s e h e m e . J o u r . N e w Y o r k . E n t . Soc. 41: 127-166. FORD, N. 1926 - O n t h e b e h a v i o u r of G r y l l o b l a t t a . C a n a d . E n t . 58: 66-70, 1 f i g . SILVESTRI, F. 1927 - Contribuzione alla conoscenza dei Grylloblattidae (I-IV). Bol. Zool. G e n . A g r a r . P o r t i c i , 20: 107-121. 1931 - Notes on Gryllotalpa campodeiformis and a description of a new variety (Grylloblattidae). T r a n s . A m e r . E n t . Soc. 57: 291-295, 1 e s t . , 3 f i g s . WALKER, E. M. 1931 - On the anatomy of Grylloblatta campodeiformis Walker. Ann. Ent. Soc. Amer. 24: 519-532, 4 ests. 1933 - Idem, ibid. 26: 309-337, 7 ests.
CAPÍTULO XI
Ordem
PHASMIDA
116. Caracteres. - I n s e t o s , e m s u a m a i o r i a , de f o r m a b a cilar, a p t e r o s o u a l a d o s , q u e se c o n f u n d e m , n u m a p e r f e i t a h o m o c r o m i a , c o m g a l h o s v e r d e s o u s e c o s . D a í a d e s i g n a ç ã o de bichos-páu pela qual são vulgarmente conhecidos em nosso p a í s . No B r a s i l n ã o h a a s c u r i o s a s f o r m a s d a f a m í l i a P h y l l i dae, o b s e r v a d a s n a s r e g i õ e s I n d o - M a l a i a e E t i o p i c a , de c o r p o deprimido e alargado, que se parecem extraordinariamente c o m f o l h a s . H a , t o d a v i a , a s e s p e c i e s d e Prisopus, que, p e l o asp e c t o e c o l o r a ç ã o , p o d e m s e r c o n f u n d i d a s c o m os l i q u e n s q u e vegetam sobre o tronco das arvores. É a e s t a o r d e m q u e p e r t e n c e m os i n s e t o s m a i s l o n g o s q u e se c o n h e c e . As n o s s a s m a i o r e s e s p e c i e s s ã o : B a c t r i d i u m grande R e h n , 1920, c u j o t i p o ( f e m e a ) t e m 265 rum., Otocrania aurita (Bruto., 1839), cuja femea pode apresentar até 245 mm., e P h i b a l o s o m a p h y l l i n u m ( G r a y , 1835) c o m f e m e a s q u e a t i n g e m a 220 r u m . de c o m p r i m e n t o . T o d a v i a , é n a r e g i ã o O r i e n t a l q u e v i v e m os v e r d a d e i r o s g i g a n t e s d e s t a o r d e m e a l i á s de t o d a a c l a s s e de i n s e t o s , c o m o s e j a m P h o b a e t i c u s kirbyi B r u n n e r & R e d t e n b a c h e r , 1907, e P h a r n a c i a serratipes ( G r a y , 1835) ambos de Borneo, que podem apresentar até 330 mm. de c o m p r i m e n t o . Se ha nesta ordem insetos tão grandes, encontram algumas especies relativamente
nela tambem se pequenas, com
190
F i g . 89 -
INSETOS DO BRASIL
P h i b a l o s o m a p h y l l i n u m ( G r a y , 1835) ( s u b - f a m . P h i b a l o s o m i n a e ) , (foto J. Pinto).
.
PHASMIDA
pouco mais de 1 cm. de comprimento, tambem da região Oriental.
191
do
genero
Abrosoma,
117. Anatomia externa. - Cabeça livre, obliquamente dirigida para baixo. Olhos ,em geral, bem desenvolvidos. Ocelos, quando presentes, em numero de 2 ou 3, Antenas filiformes ou setiformes, de 8 a 100 segmentos. Aparelho bucal de tipo mandibulado e conformado como nos demais insetos ortopteroides. Torax cilindrico, de superfície lisa, granulosa ou espinhosa. Protorax, em geral, pequeno, mais curto que a cabeça. Mesotorax, pelo menos 3 ou 4 vezes mais comprido que o protorax; em Anisomorpha e generos afins relativamente curto. Metatorax semelhante ao mesotorax, geralmente mais curto que este, em algumas especies, porém, mais longo. Tegminas atrofiadas ou ausentes na maioria das especies, mesmo nas que tem asas bem desenvolvidas. Entretanto, nas femeas de Phyllium tais orgãos são bem mais desenvolvidos que as asas e se apresentam com o aspecto de verdadeiras folhas. Nas especies de Prisopus, conquanto as tegminas não sejam tão desenvolvidas como em Phyllium, são relativamente alongadas e cobrem quasi completamente as asas, quando estas se acham dobradas. As asas dos Fasmideos, em repouso e como nos demais insetos ortopteroides, dobram-se radialmente e se dispõem sobre o abdomen, ficando apenas exposta a parte anterior, em relação com o bordo costal, aliás de estructura mais consistente que a do resto da asa. Geralmente as asas são hialinas; algumas especies, porém, apresentam-nas com areas ou maculas escuras, ou mesmo brilhantemente coloridas, como as asas das borboletas e mariposas. Quando numa especie um dos sexos é aptero e o outro alado, este é sempre o macho. P e r n a s do t i p o a m b u l a t o r i o , g e r a l m e n t e l o n g a s e r e l a t i v a m e n t e d e l g a d a s , p r i s m a t i c a s o u s u b - c i l i n d r i c a s , p r o v i d a s de dentes ou saliencias foliaceas, que mais contribuem para aumentar a semelhança destes insetos com galhos. Pernas post e r i o r e s do m e s m o t i p o d a s m e d i a s ; e x c e p c i o n a l m e n t e p o d e m apresentar os femures consideravelmente dilatados. Pernas anteriores tão ou mais longas que as outras, com os femures
192
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Fig. 1906)
90 Acanthoderus 20-spinosus (Redtenbacher, (Subfam. Pygirhynchinae) (um pouco aumentado; tamanho natural: cerca de 70 mm.).
PHASMIDA
193
fortemente arqueados na base, de tal modo que, estando o inseto em repouso, com as pernas estiradas para diante, podem esconder parcial ou totalmente a cabeça. Tarsos, em quasi todas as especies, de 5 artículos, o ultimo com 2 garras, e, e n t r e elas, u m a r o l i u m . Abdomen de 19 uromeros, geralmente cilindrico, com o primeiro tergito confundindo-se com o metanotum, formando o segmento mediano. Cércos geralmente curtos nas femeas, mais desenvolvidos e com a forma de forceps nos machos. Estes sem gonapodos. Femeas com o 8° esternito geralmente muito alo n g ad o e gonapofises c u r t a s . 118. Anatomia interna, - Tubo digestivo sem circonvoluções; glandulas salivares e ingluvia desenvolvidas; proventriculo rudimentar ou ausente, sem apendices quilificos (cégos gastricos); tubos de Malpighi numerosos e curtos. Sistema nervoso central com 3 ganglios toracicos e 5 a 7 abdominais. Testiculos alongados. Ovarios com numerosas bainhas ovaricas. Varios Fasmideos têm o habito de emitir, por orificios situados no protorax, um fluido leitoso e fetido (Anisomorphinae). 119. Reprodução. - O macho, em geral bemmenor que a femea, na copula fica sobre ela. A quem se interessar em saber como se processa, em seus minimos detalhes, a copula nestes insetos, recomendo a leitura das observações feitas pelo Abade FOUCHER (1916). Ha muito tempo que a atenção dos biologistas fôra despertada pelo que SINÉTY chama: "a aptidão dos Fasmideos para a reprodução partenogenetica". De fato, em varias especies, cujos machos são excessivamente raros, a reprodução agamica ocorre frequentemente e dos ovos partenogeneticos quasi sempre se originam femeas (parthenogenese telitoca). Os pesquizadores que estudaram tais especies observaram a reprodução virginal em duas, três ou mesmo quatro gerações sucessivas, com a produção de individuos do sexo feminino. Todavia, de quando em vez, apareciam alguns hermafroditas, monstruosos e incapazes de procrear, e um ou outro macho em perfeitas condições constitucionais. Assim, o ovo parte-
194
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nogenetico dos Fasmideos tem a aptidão mesmo no sentido de uma ou de outra
de evoluir sexualidade.
por
si
120. Postura. - Ensinam os manuais de entomologia que os Fasmideos são pouco prolificos. Entretanto LING ROTH (1916) verificou que o Carausius morosus, num periodo de postura de 225 dias, poz, em media, 480 ovos, tendo tambem o b s e r v a d o u m m a x i m o de 712 o v o s . No Rio de Janeiro o Sr. CARLOS ALBERTO SEABRA , tendo apanhado a 27 de Setembro, em postura, uma femea de Phi-
Fig. 91 - Ovos de Fasmideos: 1, de Phibalosoma phyllinum, X 5; 2, de Pseudolcyphides tithonus (Gray, 1835) (sub-fab. Pseudophasminae), X 10; 3, de Prisopus ohrtmanni (Lichtenstein 1802), X 3,5 (subfam. Pseudophasminae).
balosoma phyllinum e alimentando-a com folhas de Ficus, obteve
da
mesma
152
ovos.
As
primeiras
formas
jovens
nasce-
PHASMIDA
rama 18 de Janeiro do ano seguinte. Por esta observação, rifica-se quão lento é o desenvolvimento embrionario nesta pecie (103 dias para os primeiros ovos colhidos).
195
vees-
As femeas, em geral, não escolhem um lugar especial para a postura; como se acham quasi sempre pousadas sobre as plantas, deixam cair os ovos no solo. Ha mesmo algumas. especies que os projetam a alguns metros de distancia. Os ovos dos Fasmideos são os que me parecem mais curiosos, lembrando sempre uma produção vegetal. Assim os ovos de Phyllium bioculatum Gray, 1832, da região O r i e n t a l , s e g u n d o HENNEGUY, t ê m a f o r m a d e u m a q u e nio de Umbelifera. Em geral, porém, sâo muito semelhantes a sementes, apresentando, além do operculo num dos pólos, por onde sae a forma joven, uma depressão lateral analoga a uma micropila. O interessante é que, em alguns desses ovos, a estructura do corium, observada ao microscopio, tambem o f e r e c e g r a n d e s e m e l h a n ç a c o m a de u m t e c i d o v e g e t a l , " d e t e l l e s o r t e q u e le m i m e t i s m e si i n t e r e s s a n t de l ' i n s e c t a d u l t e e t de s o n o e u f se r e t r o u v e d a n s l a s t r u c t u r e m ê m e de l ' e n v e l o p p e de c e t o e u f " (HENNEGUY, 1904).
As formas singulares de alguns desses ovos podem ser apreciadas no trabalho de KAUP (1871). Das especies brasileiras este autor apenas descreveu os ovos de Phibalosoma p h y l l i n u m , de H e r p u n a n e p t u n u s ( K a u p , 1871) e de P r i s o p u s s p i n i c e p s B u r m , 1839. M a i s t a r d e GOELDI (1886) d e s c r e v e u e figurou os ovos de Phibalosoma phyllinum e de Ceroys perfoliatus ( G r a y , 1835). H a t e m p o s t i v e o e n s e j o de a p r e s e n t a r os d e s e n h o s q u e a q u i r e p r o d u z o , f e i t o s p o r C. LACERDA, d e ovos de P h i b a l o s o m a p h y l l i n u m , de P s e u d o l c y p h i d e s t i t h o n u s ( G r a y , 1835) e d e Prisopus o h r t m a n n i ( L i c h t e n s t e i n , 1802). Os o v o s d e s t a u l t i m a especie s ã o i n t e r e s s a n t i s s i m o s , pois, a o c o n t r a r i o do q u e s u c e d e c o m os d e m a i s F a s m i d e o s , s ã o colados, e m serie l i n e a r , num suporte qualquer. 121. ginam-se
Desenvolvimento post-embrionario. - Dos ovos oriformas jovens semelhantes ás adultas, realisando-
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se o desenvolvimento por paurometabolia. Ao sairem do ovo, os jovens Fasmideos distendem consideravelmente o corpo. Daí apresentarem, quando observados pouco tempo depois do nascimento, um porte que não está em relação com a capacidade do ovo de onde sairam. Vê-se isto muito bem com as formas jovens de P. phyllinum. O fato já fôra observado em 1843 por GOUDOT, numa especie de Autolyca da Colombia, cujos jovens, logo após o nascimento, apresentam 11 mm. de comprimento, isto é, cerca de 4 vezes o diametro do ovo. Os jovens de P. phyllinum e de outros Fasmideos no l° estadio andam com o abdomen voltado para cima. Bem pouco se sabe relativamente á duração do ciclo evolutivo das nossas especies. Conheço, apenas a seguinte observação, feita pelo Eng. Agr. Aristoteles Silva, referente a um Prisopus que determinei como P. ohrtmanni. "A 5 de Julho do ano passado recebi do Sr. Clarindo Alves Lage, um Fasmideo, apanhado sobre Eucalyptus citriodora do Horto Florestal (Rio de Janeiro). O referido inseto, denominado vulgarmente bicho-páu, tem a coloração identica á dum liquem, mimetisando assim os galhos sobre os quais seu corpo, que é concavo na parte ventral, se adapta perfeitamente. Os femures dos 3 pares de patas são muito dilatados e apresentam-se achatados, justamente para melhor se adaptarem e confundirem com o tronco ou ramo. O dito Fasmideo foi colocado numa de nossas caixas de criação do Serviço Florestal, tendo diariamente dado folhas novas da especie de Eucalyptus sobre o qual foi encontrado. Seis dias depois de capturado, nosso Fasmideo, que era uma femea, fez sobre a tela de arame da caixa uma postura de 6 ovos, colocados em fila, um ao lado do outro, presos á tela e entre si. No dia 23 de Julho realizou nova postura de 7 ovos, tarobem presa á tela da caixa e disposta como a primeira postura. Um dia depois poz 3 ovos, reunidos uns aos outros pelas partes anterior e posterior, como os das 2 posturas anteriores. Quando faltavam 2 dias sómente, para completar um mês que mantínhamos este Fasmideo em cativeiro, isto é, a 3 de Agosto, encontrei-o morto. No dia 1º de Novembro notei que os ovos haviam-se tornado mais escuros, o que antes não se verificara. Finalmente, a 19 de Novembro saíram
PHASMIDA
197
as 3 primeiras formas jovens. No dia seguinte saíram outras, bem como 2 dias depois. As formas jovens conservaram-se vivas por alguns dias, porém, depois, foram sucessivamente morrendo, até ficar uma só, que continúa a se alimentar e c r e s c e r a t é a p r e s e n t e d a t a (7 de M a r ç o de 1 9 3 2 ) "
122. Habitos. - Os Fasmideos vivem sobre as plantas e se alimentam exclusivamente de folhas e brotos. As formas apteras deslocam-se lentamente; as aladas voam mal, funcionando as asas principalmente como para-quédas. É interessante ver as atitudes cas, que alguns Fasmideos apteros ou prestes a se mover.
curiosas exibem,
e ás vezes grotesquando em repouso
Habitualmente ficam, horas a fio, completamente imoveis, com as pernas dianteiras projetadas para diante, cobrindo a cabeça e as antenas, e as outras pernas distendidas para trás. E mesmo quando elevam o corpo sobre as pernas, podem fazer movimentos, ou assumir atitudes, que ás vezes os tornam irreconhecíveis no meio em que se acham. Ainda como especies que se confundem perfeitamente com o local em que se assestam, devo citar especialmente os nossos Prisopi, dificilmente descobertos quando pousam num tronco revestido de liquens. Estes insetos, dizem alguns tratadistas, são aquaticos, pelo menos em parte. Esta noção se originou da informação contida num trabalho de MURRAY (Ann. Mag. Nat. Hist., 1866) sobre os habitos aquaticos de Prisopus flabelliformis (Stoll, 1815). A informação foi comunicada a MURRAY por FRY, que, por sua vez, a colhera de uma pessoa que observara o inseto, durante o dia, mergulhado e agarrado á pedras de um riacho, numa montanha do Brasil. Bem que tal observação nunca mais fosse confirmada, pois os Prisopi apanhados desde então têm sido sempre encontrados sobre o tronco das arvores, adquiriu, entretanto, fóros de verdade cientifica. GAHAN (1912), porém, demonstrou não haver o menor fundamento cientifico para se acreditar em habitos tão extranhos desses Fasmideos. Convem ler-se a respeito o recente trabalho de UVAROV (1935).
198
INSETOS DO BRASIL
Ainda co m o f e n o m e n o s curiosos a assi nal ar, relativos á biologia dos Fasmideos, d e v e m ser r e f e r i d a s a a u t o t o m i a e a a u t o f a g i a e c o n s e q u e n t e r e g e n e r a ç ã o h i p o t i p i c a dos segmentos ou a p e n d i c e s a m p u t a d o s , f e n o m e n o s estes b e m e s t u d a d o s p o r BORDAGE (1910). Deve ser t a m b e m l e m b r a d a a c a t a l e p s i a observada em algumas especies por PIÉRON (1913), SCHMIDT (1913), e o u t r o s . 123. Importancia economica. - Sendo os Fasmideos g r a n d e s d ev or a dor es de folhas, t o r n a r - s e - i a m p r a g a s se proliferassem em m a i o r a b u n d a n c i a . F e l i z m e n t e , porém , r a r a m e n t e a p a r e c e m nas a r eas cultivadas, e n c o n t r a n d o - s e - o s e m m a i o r q u a n t i d a d e n a s m a t a s de v e g e t a ç ã o l u x u r i a n t e . Talvez s e j a m os m i c r o i m e n o p t e r o s p a r a s i t o s dos ovos que mais contribuam para reduzir consideravelmente a proliferação destes insetos. Ha tempos descrevi um CrysidideoDuckeia cyanea, n. g., n. sp., que se cria em ovos de Prisopus ohrtmanni. 124. Classificação. - Ha nesta ordem cerca de 2.300 especies descritas, das quais perto de 800 pertencem á região neotropica. De acôrdo com o sistema proposto por KARNY (1923) com as devidas modificações feitas por HEBARD, a ordem Phasmida compreende 2 grandes familias (elevadas por alguns autores a categoria de superfamilias): Phyniidae (Areolatae Redt., superfam. Phasmatoidea Brues & Melander) e Phasmidae (AnareoIatae Redt., superfam. Bacterioidea). família Phyniidae compreende as seguintes subfamiBacillinae, Therameninae (Obriminae), Pygirhynchinae, (Aschiphasmatinae), Anisomorphinae, PseuAschiphasminae (Phasminae, Phasmatinae, Prisopinae), Hetedophasminae ropteryginae e Phylliinae. A familia Phasmidae compreende as seguintes subfamilias: Pachymorphinae (Clitumninae), Prisomerinae (Lonchodinae), H eteroneminae (Diapheromerinae, Bacunculinae), Phibalosominae ( Bacteriinae, Cladoxerinae ), Phasminae (Acrophyllinae) e Necrosciinae. A
lias:
PHASMIDA
199
Na chave seguinte serão consideradas exclusivamente as subfamilias que t ê m representantes na região neotropica.
Fig. 92 - O inseto alado da esquerda é o Prisopus ohrtmanni (Licht., 1802), o aptero da direita é a Paradoxomorpha crassa (Blanchard, 1852) (subfam. Anisomorphinae) e o do meio o Pseudolcyphides tithonus (Gray, 1835) (foto J. Pinto).
200
INSETOS DO BRASIL As
4 tibias posteriores com uma area triangular no apice, (lado inferior) ............................................................................... Phylliidae 84 2 As 4 tibias posteriores sem area triangular no apice (lado, inferior) .......................................................................................... Phasmidae 85 4
1 1'
2(1)
Segmento mediano distinto do metanotum, geralmente mais curto que este; especies sempre apteras ............................... ............................................................................................... Pygirhynchinae 86
2'
Segmento mediano tão ou mais longo que o metanotum; especies frequentemente aladas, com as tegminas reduzidas .................................................................................................................... 3
3 (2')
6º
segmento abdominal quadrado (macho) ou transverso (femea), raramente alongado; pernas inermes, femures nem comprimidos, nem com dilatações foliaceas; especies apteras .............................................................................. Anisomorphinae 87 6° segmento abdominal mais alongado, muito mais longo que (macho) ou quadrado (femea); femures anteriores comprimidos ou com dilatações foliaceas ..................................................... .................................................................................................. Pseudophasminae
3'
Segmento mediano curto, transverso ou apenas um pouco mais longo que largo, muito mais curto que o metanotum; especies apteras ................................................................... Heteroneminae 88 Segmento mediano tão ou mais longo que o metanotum, pelo menos muito mais longo que largo; especies frequentemente aladas .............................................................. Phibalosominae 89
4(1')
4'
Na figura 92, á direita, vê-se a Paradoxomorpha crassa (Blanchard, 1852), da subfamilia Anisomorphinae, que não se encontra no Brasil. O exemplar foi-me enviado de Jujuy, para determinação pelo Prof. SALVADOR MAZZA, Rep. Argent i n a . S e g u n d o PORTER ( 1 9 2 8 ) , e s t e i n s e t o s e c r e t a u m f l u i d o que, mesmo a uma certa distancia, produz forte ardor na vista, semelhante ao que se experimenta com emanações de f o r m o l ( v e r á r e s p e i t o o t r a b a l h o d e SCHNEIDER ( 1 9 3 4 ) ) .
84 85 86 87 88 89
Gr. Gr. Gr. Gr. Gr. Gr
phyllon, folha. phasma, espectro. pyge, podice, parte posterior do anisos, desigual; morphe, forma. heteros, outro; hema, fio. phibalos, figo; soma, corpo.
corpo,
rhyneos,
tromba.
PHASMIDA 125.
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the
2:
CAPÍTULO
XII
Ordem DERMAPTERA
90
126. Caracteres. - Os insetos desta ordem são facilmente reconhecidos pela presença de uma pinça cornea na extrem i d a d e do a b d o m e n . Em geral são de pequeno porte, variando o comprimento, nas especies, de 2,5 a pouco mais de 40 mm. Corpo estreito, atenuando-se ou dilatando-se para a parte posterior, mais ou menos deprimido na maioria das especies e, quasi sempre, de tegumento fortemente esclerosado e brilhante, de côr parda mais ou menos escura, apresentando, em algumas especies, partes amareladas ou, mais raramente, de outras côres. 127. Anatomia externa. - Cabeça, em geral, cordiforme, horizontal, prognata, livre. Olhos compostos bem desenvolvidos; ocelos ausentes. Aparelho bucal mastigador, semelhante ao dos Ortopteros. Antenas filiformes ou quasi moniliformes, de 10 a 50 segmentos, variando este numero, numa mesma especie, á proporção que o inseto se desenvolve. Torax com os tergitos mais desenvolvidos que os esternitos; protorax livre, pronotum, o mais desenvolvido dos tergitos dorsais, com bordos laterais cortantes; mesonotum, em algumas especies (Pygidicrana) com um scutellum triangular ou semi-orbicular, saliente como nos coleopteros e perfeita-
90 Gr.
derma,
pele;
pteron,
asa.
206
INSETOS DO BRASIL
mente visivel na base dos elitros. Asas, quando presentes, recurtos, subquadrados, truncados posteriormente e, quando reunidos na linha mediana do corpo, formando uma sutura reta, como nos Coleopteros (elytros) e por um par de vedapresentadas por um par de apendices anteriores coriaceos;
Fig. 93 - Pygidicrana v-nigrum Serville, 1839 (tamanho natural: cerca de 40 milimetros).
deiras asas, grandes, semi-circulares, membranosas em sua maior extensão, porém, tendo, na região costal, duas partes esclerosadas uma distal e outra proximal; esta, mais quitinizada que a outra, quando as asas se dobram sob os elitros, fica sempre exposta atrás do elitro correspondente. O dobramento das asas nestes insetos faz-se de modo singular. Além de se dobrarem em pregas de leque, isto é, no sentido radial, como nos d e m a i s insetos ortopteroides, dobram-se, tambem, duas vezes, transversalmente, como nos Coleopteros. Graças a esta arrumação, as asas destes insetos,
DERMAPTERA
207
bastante grandes em relação com os elitros, quando não distendidas, ficam quasi inteiramente por êles protegidas. Daí os nomes Euplecoptera e Euplexoptera, aplicados para esta ordem de insetos. Os elitros e as asas variam consideravelmente, havendo muitas especies completamente apteras. Pernas do tipo cursorio, apresentando, pouco mais ou menos, as mesmas dimensões em todos os pares. Tarsos trim e r o s e g e r a l m e n t e desprovidos de e m p o d i u m ou a r o l i u m . Abdomen alongado, aderente, deprimido, exceto em algumas especies (Diplatys, - Cylindrogaster) com os tergitos e esternitos obliquamente imbricados ou cavalgando uns sobre os outros, o que permite uma grande flexibilidade desta parte do corpo. Ha 11 uromeros, sendo o 1º fundido como o metatorax e o 11° representado por um pequeno pygidium. O 1º esternito é sempre invisivel. Nos machos ha 8 esternitos. visiveis (2-9) e na femea apenas 6 (2-7). Abaixo do 10° tergito e em relação com o anus, ha, de cima para baixo, o 11° tergito (pygidium ou placa supra anal), o metapygidium, que representa o vestigio do 12° tergito e o telson, constituindo estas peças os chamados opisthomeros, cujo aspecto tem grande importancia na classificação destes insetos. Femeas com ou sem vestigios das gonapofises dos e s t e r n i t o s 8 e 9. No 10° de pinça ou envolvidos e são bastante ao do resto mais longos, mais curtos,
ou ultimo tergito inserem-se os cércos, em forma forceps, chamados caliperos, mais ou menos desquitinizados. Em algumas especies os caliperos grandes, podendo mesmo ter comprimento igual do corpo. Em geral, nos machos, têm os ramos incurvados e fortemente denteados e, nas femeas, paralelos e inermes.
Em algumas especies a pinça dos machos oferece variações consideraveis no tamanho e na forma, observando-se, assim, além do dimorfismo sexual, um polimorfismo unisexual. Os caliperos, além de serem armas de defesa e de ataque, facilitam a arrumação das asas sob os elitros e a aproximação dos sexos na copula.
208
INSETOS DO BRASIL
Muitos Dermapteros apresentam, de cada lado do 3° urotergitos, um pequeno tuberculo no qual se abre o excretor de glandulas que secretam um fluido fetido.
Fig.
94
-
Dermaptero
com
as
asas
abertas
(X
e 4° canal
7,5).
128. Anatomia interna. - Stomodaeum com ingluvia e proventriculo desenvolvidos; mesenteron sem cégos gastricos. Tubos de Malpighi mais ou menos numerosos, delgados, alongados e grupados em feixes. Sistema traqueal comunicando com o exterior mediante 2 pares de espiraculos toracicos e 8 abdominais. Testículos constituidos por um par de foliculos alongados; vesícula seminal relativamente grande, recebendo os 2 vasos deferentes e dela partindo um ou 2 canais ejaculadores, que terminam num penis simples ou duplo. Ovarios de aspecto variavel nas duas principais familias. 129. Reproducção. Postura. Desenvolvimento post-embrionario. - Na copula o macho, recuando o corpo, procura levantar, com os caliperos fechados, o abdomen da femea de modo a aproximar os orificios genitais; quando estes ficam em contacto, os 2 individuos se dispõem em linha reta, ou formam um angulo obtuso ou agudo. Ora é a femea que se desloca arrastando o macho, ora. ocorre o inverso.
DERMAPTERA
209
Os ovos são postos no solo ou sob algum abrigo, em lugar úmido. Deles se originam formas jovens muito semelhante ás adultas, tambem providas de céreos unisegmentados (excepto em Diplatys, cujos jovens têm os cércos articulados), porém, desprovidos de quaisquer apendices alares. Mais tarde, depois de algumas transformações, surgem as ninfas, providas de técas alares, e finalmente as formas adultas. Realisa-se, assim, o desenvolvimento por paurometabolia. Nada se sabe respeito ao ciclo evolutivo das especies que vivem no Brasil. 130. Habitos. Importancia economica. - Desde DE GEER (1773) que se conhece os habitos da Forficula auricularia L. um dos mais famosos Forficulideos do mundo.
Fig.
95
-
Forficula
auricularia
L.,
1758,
no
ninho
(De
Fulton,
1924).
Foi esse autor que, pela primeira vez, referiu o cuidado com que a Forficula femea trata os ovos e o verdadeiro carinho materno que dispensa para os jovens que deles saem. As observações DE GEER foram recentemente confirmadas e ampliadas por FULTON (1924) e KERVILLE (1931). Os Dermapteros são insetos de habitos terrestres. Raramente são vistos em atividade durante o dia, e como têm, como as baratas, um tigmotropismo positivo, ficam então es-
210
INSETOS DO BRASIL
condidos sob a casca dos troncos, em fendas muito estreitas, entre pedras ou no solo. Á noite, porém, mostram-se muito ativos e geralmente vêm aos focos de iluminação. Pousando no solo, deslocam-se agilmente, quasi sempre com a extremidade do abdomen voltada para cima e com os caliperos bem afastados, em atitude ameaçadora, porém, para nós inteiramente inofensiva. Conquanto os Dermapteros apresentem, ás vezes, habitos predadores e canibais, habitualmente se nutrem de substancias vegetais, p r i n c i p a l m e n t e de polen e da pol pa de f r u t a s já abertas e em decomposição. Frequentemente atacam petalos e o u t r a s p a r t e s das flores, t o r n a n d o - s e e n t ã o p r e j u d i c i a i s . Assim é que a F o r f i c u l a aricularia, especie européa, i n t r o d u zida nos E s t a d o s Unidos, t e m aí c a u s a d o g r a n d e s danos a p l a n t a s h o r t i c o l a s e de j a r d i m . Os N o r t e - A m e r i c a n o s combatem as formas jovens e ninfas espalhando no solo infestado fragmentos de massa de farinha de trigo envenenada pelo verde P ar is ou o u t r o a r s e n i c a l . Q u a n d o as n i n f a s p a s s a m p a r a as flores estas são pulverizadas com uma solução sabonosa de sulfato de n i c o t i n a a 40 %. 131. Classificação. - Ha na ordem Dermaptera mais de 900 especies descritas, das quais, perto de 200 são da regiâo neotropica. Algumas especies, transportadas de um país para outro, são hoje cosmopolitas. É o que se verifica com Anisolabis annulipes (Lucas, 1847), Anisolabis marítima (Gené, 1832) e Labidura riparia (Pallas, 1773). Encontrei-as em material colhido na Ilha da Trindade pelo P r o f . B. BRUNO LOBO. A ordem, segundo BURR, compreende 3 grandes subordens: Forficulina, Hemimerina e Arixenina. Esta tem apenas a família Arixeniidae, representada pelo genero unico Arixenia, com 2 especies A. esau Jordan, 1909, de Sarawak e A. jacobsoni Burr, de Java, ambas apteras, de olhos vestigiais e cércos arqueados e pilosos, porém não corneos como nos demais D e r m a p t e r o s . A primeira especie citada foi encontrada no saco peitoral de um morcego e a segunda em guano, numa gruta cheia de morcegos.
DERMAPTERA
211
A subordem Hemimerina, que na chave geral das ordens de insetos (secçâo 17) está incluida na ordem Dermaptera, é estudada no capítulo seguinte como u m a ordem á parte. A subordem Forficulina compreende as familias Pygidicranidae, Labiduridae, Labiidae e Forficulidae. 1
Metapygidium (11º tergito) e telson presentes, sob a forma de duas pêquenas placas atrás do pygidium; pygidium (10° tergitol simples, nunca com processos complicados; aedoegus (penis) duplo ...................................................................................... 2 Metapygidium (11º tergito) e telson ausentes ou rudimentares; pygidium bem desenvolvido, frequentemente com processos complicados; aedoegus simples ................................................................ 3
1'
2(1)
Metapygidium (11º tergito) e telson não reduzidos, quasi tão grandes quanto o pygidium, que é relativamente peq u e n o ; c a b e ç a d e p r i m i d a , t r u n c a d a ou c o n c a v a , p o r é m não emarginada atrás; femures comprimidos e geralmente carinados .................................................. Fam. Pygidicranidae 91 .......... (superfam. Pygidieranoidea; Pygidicraniales) M e t a p y g i d i u m e telson muito reduzidos, muito m e n o r e s que o p y g i d i u m que é r e l a t i v a m e n t e m u i t o g r a n d e ; f e m u r e s não comprimidos ou carinados ........................ Fam. Labiduridae 92 ........................................................ (superfam. Labiduroidea; Labidurales)
2
3(1')
Segundo artículo dos tarsos simples, nem lobulado nem dilatado ....................................................................................... Fam. Labiidae 93 ............................................................................... (superfam. Labioidea; Labiales) Segundo articulo dos tarsos lobulado ou dilatado ............................................. .......................................................................................... Fam. Forfieulidae 94 .......................................................... (superfam. Forficuloidea; Forficulales
Com especies da região neotropica ha as seguintes subfamílias: Diplatyinae, Pygidieraninae, Pyragrinae (da famíPygidicranidae), Esphalmeninae, Psallidinae, Labidurilia nae, Parisolabinae, Brachylabinae (da família Labiduridae), Pericominae, Strongylopsalidinae, Sparattinae, Spongiphorinae (da família Labiidae), Anechurinae, Forficulinae, Neolo91 92 93 94
Gr. pyge. a parte posterior do corpo Gr. labe, pínça; oura, cauda. Gr. labe, presilha, pinça. Lat. forficula, tesoura pequena.
(podex);
dicranos,
biceps
forca.
212
INSETOS DO BRASIL
bophorinae,
Ancistrogastrinae
e
Opisthocosminae
(da
famí-
lia Forficulidae). 132.
Bibliografia. G E R A L
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2
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DERMAPTERA
213
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CAPÍTULO
Ordem
XIII
DIPLOGLOSSATA
133. Caracteres, etc.Insetos pequenos, achatados, apteros, com aspecto de pequenas baratas. Cabeça horizontal, livre, sem olhos. Antenas curtas. Aparelho bucal mandibulado, hipognato; hipofaringe consideravelmente desenvolvido, daí o terem considerado como um 2° labium e o nome que foi aplicado a esta ordem. Protorax livre, relativamente grande; pernas semelhantes entre si; tarsos trimeros. Abdomen provido de cércos longos, flexíveis e unisegmentados. A ordem, ainda por alguns autores considerada como uma subordem de Dermaptera (Hemimerina), compreende a familia Hemimeridae, com o unico genero Hemimerus, representado por 3 ou 4 especies da Africa equatorial que vivem como ectoparasitos em ratos do genero Cricetomys. Segundo alguns autores estes insetos aproveitam-se dos ratos mais como um meio de transporte, não se alimentando de qualquer substancia tirada do hospedador; para outros, porém, êles se nutrem de produtos epidermicos, vivendo, pois, como as especies do genero Amblyopinus (Coleoptera-Staphylinidae), ectoparasitas dos roedores e Didelfideos, com as quais, aliás, muito se parecem, talvez por um fenomeno de convergencia.
INSETOS DO BRASIL
216
Os Hemimerideos são viviparos, realizando-se a maior parte do desenvolvimento post-embrionario dentro dos orgãos genitais maternos.
Fig.
96
-
Hemimerus
talpoides
Walker, 1877, figura 1).
x
4
(De
Hansen,
1894,
Na parede desses orgãos forma-se uma placenta, que em relação com um diverticulo da cavidade cefalica do brião ou feto.
est.
2,
fica em-
134. Bibliografia. HANSEN 1894
-
On the structure and habits of Hemimerus E n t . T i d s k r . 15: 65-93, e s t s . 2 e 3.
talpoides.
HEYMONS 1909 - -
E i n e P l a z e n t a bei e i n e m I n s e k t ( H e m i m e r u s ) . V e r h . D . Zool. G e s . L e i p z i g : 97-107. 1912 - - Ueber den Genitalapparat und die Entwicklung talpoides Walk. Z o o l . J a h r b . S u p p I . 15, 2: 141-184, 5 e s t s . JORDAN 1909 - -
Notes o n t h e a n a t o m y of H e m i m e r u s Nov. Zool. 16: 327-330, est. 18. K R A U S S , H. & B O R M A N S , A. DE 1900 - V. Bibliogr. Dermaptera (secção n° 132).
talpoides.
von
Hemimerus
CAPÍTULO XlV Ordem
BLATTARIAE
135. Caracteres. - Não ha quem não conheça os representantes desta ordem, vulgarmente chamados "baratas". São insetos ortopteroides, de corpo ovalar e deprimido, ás vezes, porém, fortemente convexo no dorso. A cabeça, que se pode mover facilmente por estar presa a um pescoço membranoso e extensivel, na maioria das especies fica coberta pelo pronotum e é tão inflectida que se dispõe, oblíqua ou horizontalmente, com afronte voltada para baixo e as peças bucais dirigidas para traz, quasi tocando o prosternum. O tamanho das baratas adultas varia de alguns milimetros (Attaphila) a quasi um decimetro (Megaloblatta). Em geral elas são de côr parda ou negra, com ou sem maculas coloridas. Muitas especies, porém, são de côr alaranjada, amaDesenvolvem-se relada ou mesmo esverdeada (Panchlora). por paurometabolia. 136. Anatomia externa. Cabeça curta, subtriangular. Olhos geralmente grandes, reniformes ou emarginados no ponto de inserção da antena. Ocelos, em quasi todas as especies, representados por duas pequenas manchas ou placas (manchas oceliformes ou fenestrae), de côr amarelada, situadas perto da base das antenas; nos machos de algumas especies de outras regiões ba ocelos normalmente desenvolvidos. Antenas, na maioria das especies, setaceas, inseridas entre os olhos, de comprimento que varia da metade ao dobro do com-
218
INSETOS DO BRASIL
primento do corpo, quasi sempre com uma centena de segmentos cilindricos ou moniformes. Aparelho bucal mandibulado, s e m e l h a n t e ao dos d e m a i s insetos o r t o p t e r o i d e s , com m a n d í bulas curtas e robustas, palpos maxilares, labiais e hipofaringe bem desenvolvidos (v. fig. 97). Torax representado principalmente pelo pronotum, eliptico ou sub-orbicular, de angulos posteriores arredondados, excéto em formas imaturas e algumas especies apteras, que os apresentam rétos ou agudos e prolongados para traz. Quasi sempre o pronotum encobre a cabeça em repouso como um escudo chato ou convexo. Nas especies dos generos Monachoda, Monastria e Petasodes êle se apresenta com o bordo anterior mais ou menos fortemente reflectido. Mesonotum e metanotum moderadamente desenvolvidos.
F i g . 97 - C a b e ç a s de P e r i p l a n e t a a m e r i c a n a (1) e de P. australasiae (2); galea, Hphy, hipofaringe, la, lacinia (em P. americana ponteaguda, em P. truncada no apite), Lb, labium (só aparecem as paraglossas), tralasiae labrum (de bordo reintrante no meio), Md, mandibula (com dentes mais dos em P. americana), O, olho, Oc, jenestrae, PlpMx, palpo maxilar, PlpLb, labial ( x 56).
em
Esternitos grande parte
toraxicos protegidos
rudimentares, pelos quadris,
Ga, ausLm, agupalpo
semi-membranosos, que são grandes,
BLATTARIAE
219
achatados e livres. Pernas de tipo cursorial, permitindo que estes insetos se movam rapidamente; daí o nome Cursoria aplicado a este grupo de ortopteroides pelos antigos autores. Femures e tíbias mais ou menos espinhosos. Tarsos pentameros, sendo os 4 primeiros articulos comprimidos; ha especies tetrameras e outras heteromeras. No genero australiano Geoscapheus as pernas anteriores são nitidamente fossoriais, lembrando o aspecto das pernas de Gryllotalpa. O 5° articulo (pretarso) apresenta 2 garras moveis e entre elas um arolium circular ou ovalar. Muitas especies, porém, ou não possuem empodium ou o apresentam quasi imperceptivel. Tegminas de forma e consistencia variaveis; muito grandes em algumas especies, em outras se apresentam reduzidas, esquamiformes ou não existem. O mesmo se verifica com relação ás asas, que, sendo bem desenvolvidas, apresentam a area ou campo anal lobiforme, tão ou mais extenso que o resto da asa. Tegminas e asas, nos dois sexos de uma mesma especie, podem apresentar-se diferentes. Em repouso as asas ficam dobradas como nos Ortopteros. Todavia em especies de Ectobiinae (especialmente em Anaplecta) e de Areolariinae (Plectoptera), quando se dobram, dispõem-se sob as tegminas de modo um tanto semelhante ao que se observa nos Dermapteros, isso porque a zona apical da area é mais ou menos alongada e separada da zona mediana por uma prega, permitindo o dobramento daquela parte sobre esta. Abdomen geralmente alargado no meio e deprimido, com 10 segmentos, variando, porém, este numero segundo a especie, sexo e conforme se examina o abdomen pela face dorsal ou ventral. O 1º urotergito, em relação com o metanotum, é mais curto que os demais tergitos. O 8° e o 9° são extremamente curtos e ficam escondidos sob o 7º. O 10º, sempre bem desenvolvido, é a chamada placa ou lamina supra-anal (lamicuja conformação tem grande importancia na supra-analis), na classificação destes insetos. Ha 9 esternitos visiveis nos machos e apenas 7 nas femeas. Nestas o 7° ou ultimo esternito (lamina subgenitalis) pode apresentar-se fendido ou bivalvular; o 8º e 9° esternitos ficam retraídos ou telescopados para dentro do 7º formando, respetivamente, o assoalho e o této da bolsa, cripta ou cavidade genital, tambem chamada
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220
Fig.
98
-
Asas
de
Blaberus
podiscoidaI;
4,
coidal);
6,
campo
posterior;
sutura
analis;
M,
ou
campo
anal;
sp.
1,
5,
campo
Cu 1 ,
medial
campo cubital
(ulnaris radio
marginal;
anterior (ulnaris anterior, (radialis).
2,
campo
(campo
posterior); na
asa
escapular;
marginal
+
3,
cam-
campo
dis-
Cu 2 , V e n a d í v i d e n s
posterior:
spuria);
R,
BLATTARIAE
221
cavidade anal, que funciona como camara copuladora e incubadora. Em ambos os sexos ha, inseridos no 10° tergito, cércos multisegmentados, mais ou menos visiveis e de forma
Fig 99 - Eselerites terminais do abdomen em Periplaneta americana (1) e em Periplaneta australasiae (2) ( e m a m b a s as p r e p a r a ç õ e s os t e r g i t o s f o r a m afastados dos esternitos, de modo a ficarem expostos os escleritos que se acham internamente, especialmente os que constituem a genitalia da macho e o ovipositor da femea); Cer, cércos; Ovp, valvas ou valvulas do ovipositor, expostas na cavidade ou cripta genital; Pen, lóbos falicos que rodeiam o gonoporo; Sty, styli; 7st, 9st, 10 t , 7° esternito, 9° esternito e 10 tergito (X 4,2).
variavel, que funcionam como orgãos olfativos. Os machos, além dos cércos possuem um par de gonapodos inarticulados (styli), inseridos no 9º esternito ou placa sub-genital, e um complicado aparelho copulador. Em geral êles são menores que as respetivas retocas, e, quando os sexos diferem pelo aspecto das asas, é sempre o macho que as possue mais desenvolvidas. Em algurnas baratas, senda o macho alado e a femea aptera, os dois sexos são tão diferentes que podem ser tomados por especies diversas. 137. Anatomia interna. - Tubo digestivo longo e sinuoso; papo amplo; proventriculo, em geral pequeno, obconico, com a intima elevada em 6 dobras fortemente esclerosadas,
222
INSETOS DO BRASIL
formando dentes robustos, que se encontram no meio do lumen. Glandulas salivares acinosas, bem desenvolvidas e providas de amplos receptaculos. Geralmente 8 cégos gastricos; em algumas especies, porém, 9 a 10; aliás este ultimo numero nem sempre é constante, pois, como verificou BORDAS em Epilampra gracilis, que normalmente apresenta 10 cégos gastricos, ha exemplares que têm 8 ou 9 diverticulos quiliricos. Tubos de Malpighi (60 a 70) distribuídos em 6 grupos. Sistema traqueal em relação com o exterior mediante 2 pares de espiraculos toraxicos e 6 abdominais. O cheiro característico das baratas emana da secreção de glandulas repugnatorias cutaneas, em geral mais desenvolvidas nos machos que nas remotas, situadas entre o 5° e o 6° tergitos abdominais. Testículos formados por 30 a 40 foliculos curtos em relação com longos vasos deferentes, que desembocam em grandes vesiculas seminais situadas na extremidade interna ou proximal do canal ejaculator. No inseto adulto, cujos testículos, via de regra, já perderam a atividade, as vesiculas seminais são bem desenvolvidas, ficando, porém, escondidas por uma massa volumosa de glandulas acessorias, tubulosas ("the mushroom-shaped gland" de HUXLEY), cujos tubulos se acham em relação com as vesículas seminais e com o canal ejaculador. Ha ainda, por baixo deste canal, uma glandula compacta, relativamente grande, que se abre no paramero esquerdo do penis ("conglobate gland" de MIALL e DENNY). Ovarios geralmente constituidos por 8 ovariolos, em relação com largos oviductos reunidos numa vagina curta, que se abre na cripta ou bolsa genital, num póro situado no 8° esternito. A espermatéca é constituida por 2 vesiculas ou pares de vesiculas que se abrem no této da bolsa genital (9° esternito). Ha, finalmente, um par de glandulas coletericas, em relação com a vagina, que secretam o envoltorio ou capsula da ootéca. 138. Reprodução. Postura. - A copula nas baratas realisa-se ficando os 2 sexos com o corpo em oposição. Normalmente a reprodução é sexuada. Ha, porém, especies, como Pycnoscelus surinamensis, que talvez se reproduzam norma-
BLATTARIAE
223
mente por partenogenese, tal o numero consideravel meas que se encontra, comparado com o de machos.
Fig.
100 -
Asas
anteríor e posterior Hypercompsa fieberi
de Anaplecta (2) (X 6).
sp.
(1)
de
fe-
e de
As baratas, em sua maioria, diferem consideravelmente dos demais insetos relativamente ás posturas. Nelas os ovos são ao mesmo tempo depestos e arrumados na cripta genital, dentro de uma capsula de conformação peculiar, chamada ootéca, um tanto variavel nas diferentes especies. Os ovos se alojam em celulas ou compartimentos como numa cartucheira, f o r m a n d o d u a s series r e g u l a r e s s e p a r a d a s p o r u m s e p t o m e m b r a n o s o . O n u m e r o de ovos v a r i a c o m as especies, m e s m o sendo muito proximas, como por exemplo, Periplaneta americana e P. austratasiae, que produzem ootécas bem diferentes, t e n d o as d a p r i m e i r a 16 ovos e as d a s e g u n d a 26. As v e z e s o c o r r e m v a r i a ç õ e s n u m e r i c a s n a m e s m a especie; a s s i m a Blatella germanica põe ootécas com 19 a 24 ovos. Geralmente a barata, antes de depôr a ootéca numa superficie qualquer, carrega-a durante horas, ou mesmo dias, conforme a especie, presa p a r c i a l m e n t e ao a b d o m e n . A B l a t e l l a g e r m a n i c a , p o r exemplo, só a desprende quando está quasi terminado o desenvolvimento embrionario. Exposta, assim, sob as tegminas,
224
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Fig. 101 - 1, Blaberus giganteus (L., 1758) 2, Rhabdoblatta yersiniana (Sauss., 1864); 3, Phoraspis picta (Drury, 1732); 4, Phoraspis convexa (Thunb., 1826); 5 (a esquerda). Pycnoscelus surinamensis (L., 1753), (em baixo) Petasodes dominicana (Burm., 1838); 6, Brachychola lubereulata (Dalm., 1823); 7, Parahormetica monticollis (Burm., 1838); 8. Monastria (?) biguttata (Thunb., 1826) ; 9, Monastria biguttata .
BLATTARIAE
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a ootéca é á princípio esbranquiçada, porém depois, á proporção que fica mais saliente, adquire a côr testacea e finalmente parda escura. A consistencia da capsula tambem se modifica com o tempo; de inicio mole, torna-se por fim quasi coriacea. Dizem os autores que uma femea pode produzir tantas ootécas quantas vezes fôr fecundada. Na Europa a Blatella germanica, segundo WILLE (1920), põe, durante toda a vida, 4 ootécas e a Blatta orientalis, em 3 mezes de existencia, segundo informa SILVESTRI, põe em media, cerca de 45 ootécas. Em Formosa a Periplaneta americana põe, em media, 51 ootécas, numa vida de 13 a 25 mezes (TAKAHASHI, 1934). Em geral as baratas soltam as ootécas sem o menor cuidado. Algumas especies domesticas entretanto, especialmente a Periplaneta americana, a P. australasiae e a Blatta orientalis, não somente escolhem reintrancias bem escondidas nos muros e moveis das habitações e aí deixam as ootécas, como tambem as cobrem com particulas de substancias que encontram nesses esconderijos, tais como terra, papel, etc., que colam a ootéca, provavelmente com saliva. Geralmente as formas jovens saem da ootéca sem o auxilio da barata mãe. As vezes, porém, esta facilita a emergencia das baratinhas abrindo, com as mandíbulas, uma fenda de uma extremidade a outra da ootéca. É o que se observa frequentemente com as especies de Periplaneta e com a Blatella germanica. Relativamente a esta ultima especie deve ser referida a seguinte observação de HUMMEL, feita em 1821 e citada por BOUVIER (Les communisme chez les insectes, 1924). Aquele pesquizador poz uma femea de Blatella, portadora de uma ootéca, em presença de uma ootéca recentemente expelida por outra Blatella. Depois de ter virado esta ootéca de um para outro lado, tocando-a repetidamente com as antenas, a citada femea, prendendo-a entre as pernas anteriores, abriu-a longitudinalmente com as mandibulas e, em seguida, não só facilitou a saída das baratinhas como as auxiliou a se libertarem lima das outras, batendo-lhes delicadamente o corpo com as antenas e com os palpos.
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INSETOS DO BRASIL
O episodio de uma barata, portadora de uma ootéca, ajudar o nascimento da prole de outra femea, com o ser interessante sob o ponto de vista puramente etologico, não será tam-
Fig. 102 - Á esquerda, tubo digestivo de Periplaneta americana; á direita, idem, de Blaberus atropos (Stoll, 1812); Ai, cégos gastricos; ci, cégos gastrieos; Ge, moela ou proventriculo; Gr, espessamentos longitudinais do feto; Gs, glandulas salivares; Im, intestino medio (mesenteron); Ip, intestino posterior (proctodaeum); Ja, ingluvia (trapo); Oe, esofago; Ph, faringe; R, reto; Tm, tubos de Malpighi (na figura da esquerda eles são dispostos em varios tufos, na da direira se dispõem em 3 tufos equidistantes) (De Bordas, 1898).
BLATTARIAE
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bem, como sugere SCOTT, uma demonstração do que WHEELER (in The social insects) classifica de "vague approach (das baratas) to the social habits of the termites"?
F i g . 103 Glandulas salivares de Periplaneta americana: a, canais eferentes; cd, idem; ce, canal excretor comum; Gs, c o r p o g l a n d u l a r , formado pela aglomeração de varios cachos; Rs, reservatorios salivares (De Bordas, 1898).
Não obstante observar-se, na maioria das especies, a formação de u m a ootéca, h a muitas especies, especialmente da região neotropica, que são ovoviviparas. Em tais especies ou a ootéca não se forma, como ocorre em Epilamprinae e Panchlorinae, ou se constitue, porém de modo imperfeito, como se verifica em Blaberus. Nessas especies as formas jovens emergem, pois, diretamente da cripta genital, consideravel-
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mente ampliada, na qual se processa todo o desenvolvimento embrionario.
Fig.
104
-
Blatella germanica (De Sambon, Jl. Trop. Med. 28, 1, 1925, desenho de Terzi), x 4.
&
Hyg.
139. Desenvolvimento post-embrionario. Ciclo evolutivo. - Faz-se por paurometabolia, isto é, exclusivamente mediante simples t r a n s f o r m a ç õ e s . E x c e t u a n d o a l g u m a s especies, cujos jovens diferem consideravelmente dos adultos, as baratas, nos varios estadios do seu desenvolvimento, c a d a vez mais se p a r e c e m com as i m a g e n s . A principio apteras, a p r e s e n t a m se nas ultimas fases do desenvolvimento, chamadas ninfas, com técas alares cada vez m a i s conspícuas. E m outros países o desenvolvimento post-embrionario das b a r a t a s mais c o m u n s se processa m e d i a n t e 6 ou 7 ecdises. A d u r a ç ã o do ciclo evolutivo depende n a t u r a l m e n t e da especie e das influencias eco-
BLATTARIAE
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logicas. Em Formosa, o desenvolvimento da Periplaneta americana, de ovo a adulto, segundo TAKAHASHI, se processa em 9 a 19 meses. O desenvolvimento da Blatella germanica é mais rapido, realisando-se em cerca de 6 meses. No Brasil quasi nada se sabe relativamente ao ciclo evolutivo das principais especies, mesmo das que foram bem estudadas em outros territorios. A unica observação interessante que conheço é a seguinte, de PESSÔA e CORRÊA, referente á Leucophaea maderae:
"A copula se processa principalmente na estação quente e chuvosa. Frequentemente, nesta epoca, se veem as femeas abrirem as azas, agitá-las, arrastando-as pelo chão em vi-
Fig.
105 -
Leucophaea maderae.
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brações continuas, produzindo um leve ruído. O macho, então, se approxima quieto e a uma certa distancia da femea gira o seu corpo em sentido inverso ao daquella, collocando a extremidade posterior do seu abdomen contra a extremidade posterior do abdomen da femea, de modo a ficarem os corpos em sentido inverso. Observámos, com pequenas variantes, processo semelhante numa barata do campo, Parahormetica bilobata Sauss. Uma vez a união do macho e da femea estabelecida, a copula se processa lentamente, durando em media, de 20 a 30 minutos, não ficando os insectos quietos, durante o acto, porem se locomovem vagarosamente, devido ao constante deslocar da femea. Assistimos a uma copula da Parahormetica que durou mais de uma hora. Não temos observação exacta do tempo que medeia entre a copula e a postura da ootheca. Constatámos que, em media, 20 dias após a postura, saem da ootheca as primeiras larvas, em numero de 25. O ootheca não fica appensa ás vias genitaes da femea por muito tempo, como, por exemplo, no caso da Phyllodromia, mas antes é collocada no recanto mais escuro da caixa, adherente á sua parede. Não observámos outra postura pela mesma femea sem outra copula, apezar de a termos conservado por espaço de 18 mezes." ....................................................................................................................................
"Algumas larvas apresentam a primeira muda, tres mezes após o nascimento, e no maximo quatro mezes as restantes. Depois se estabelecem mudas em numero de quatro, com intervallos de tres a tres mezes e meio, de modo a obtermos o insecto adulto no fim de 12 a 13 mezes. Outras larvas, porém, apresentam metamorphoses tambem em numero de quatro, com intervallos maiores de 4 a 4 mezes e ½, sendo necessario neste caso 16 a 18 mezes para a transformação de uma larva em imago. Foi este o tempo maximo que observamos para a evolução completa do insecto. Na ultima muda passam-se tambem os phenomenos da nymphose, transformando-se então a nympha aptera em insecto alado. Morphologicamente as nymphas não differem muito das larvas senão, quanto ao tamanho, coloração mais escura, e presença de rudimentos de azas.
BLATTARIAE
231
Como em outros blattideos as azas apparecem primeiro b r a n c a s , e s o m e n t e m a i s t a r d e d e p o i s de e x p o s i ç ã o á luz t o mam a sua colaração normal, castanho escura".
Fig.
106 -
Periplaneta Insects,
americana etc.,
1931).
(De P a t t o n ,
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INSETOS DO BRASIL
Fig.
107
- Periplaneta australasiae Insects etc., 1931).
(De P a t t o n ,
140. Habitos. - Quasi sempre as formas jovens, ao se libertarem da ootéca ou quando saem da cripta genital, se a femea é vivipara, dispersam-se no meio em que se encontram. Entretanto SHELFORD (apud SCOTT), menciona duas baratas da subfamilia Epilamprinae cujos jovens, após o nascimento, permanecem, numa delas, de Java e Borneo (Pseudophoraspis nebulosa (Burm., 1838), sob o corpo materno e noutra, do (Phlebonotus pallens (Serv., 1831), confortavelmente Ceilão alojadas numa especie de camara entre o dorso escavado do abdomen da femea e a face inferior das tegminas, que são largas e abauladas (as asas nesta especie são atrofiadas).
BLATTARIAE
233
Em nosso país as formas jovens de Leucophaea maderae quando nascem, exibem habitos semelhantes, segundo se depreende do seguinte trecho de PESSÔA e CORRÊA "Nos primeiros dias, as larvas livres collocam-se debaixo da femea adulta a qual torna-se esperta e agitada, contrastando com a sua lerdeza natural. É esta a unica especie em que observamos uma certa protecção do adulto em relacão ás larvas; com a Periplaneta, Parahormetica, Phyllodromia as larvas, uma vez sahidas dos ovos, ficam perfeitamente independentes." As baratas, quanto aos habitos, podem ser divididas em silvestres ou do mato e domesticas. As especies silvestres, aliás mui numerosas nas regiões neotropica e etiopica, são frequentemente encontradas no solo, sob pedras, entre folhas secas e sobre as plantas. Eventualmente podem penetrar nas habitações. Pertencem tambem a este grupo algumas especies que têm habitos especiais, como sejam as de habitos aquaticos ou
Fig.
108 Blatta orientalis (De S a m b o n , J l . T r o p . M e d . & H y g , 28, 1, 1925)
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semi-aquaticos, as que vivem e m n i n h o s de f o r m i g a s dos generos Atta (Attaphila, Atticola) e de outros generos (Myrmec o b l a t t a ) , as que h a b i t a m n i n h o s de vespas do genero Polybia (Sphecophila polybiarum Shelford, 1907), as especies cavernicolas do genero Nocticola, da região Indo-Malaia, e finalm e n t e as que vivem em p á u s podr es . As especies domesticas, que tambem infestam as embarcações, foram por estas levadas a toda a parte e hoje são cosmopolitas. Mais adiante citarei as principais, dando uma chave para a sua determinação. As baratas, em sua maioria, mostram-se ativas á noite, repousando de dia em esconderijos mais ou menos protegidos da luz solar, frequentemente representados por espaços muito estreitos, nos quais se acomodam quasi sempre gregariamente e o n d e t a m b e m f a z e m as p o s t u r a s . E m geral são o m n i v o r a s , alimentando-se de materia organica de qualquer natureza. As vezes são tambem predadoras e atacam outros insetos. GULATI (1930), confirmando uma observação de MARLATT, verificou que a Periplaneta americana come percevejos de cama. As que habitam os ninhos de formigas do genero Atta alimentam-se do fungo cultivado por essas formigas.
F i g . 109 á direita
o
Pycnoscelus surinamensis: á esquerda a ninfa e inseto adulto aumentado c e r c a d e x 2,5 ( D e W i l l i a m s , 1931)
D e n t r e as que vivem em m a d e i r a , i n c o n t e s t a v e l m e n t e as mais i n t e r e s s a n t e s são as que se a l i m e n t a m e x c l u s i v a m e n t e
BLATTARIAE
235
de celulose - Panesthia javanica Serv., 1831 (subfam. Panesthiinae) e Cryptocercus punctulatus Scudder, 1862 (subfam. Cryptocercinae), esta dos E. Unidos - não somente por apresentarem um esboço de vida social, como porque o alimento é digerido á custa de microorganismos simbioticos, representados por bacterias na primeira especie e por protozoarios na segunda.
x 2
x 4,8
F i g . 110 O o t é c a s de P e r i p l a n e t a a u s t r a l a s i a e (C. L a c e r d a d e l . ) , ( a d a e s q u e r d a ) e de B l a t e l l a g e r m a n i c a ( s e g u n d o P a t t o n , i n s e c t s , 1931, etc. )
Recentemente CLEVELAND e seus collaboradores HALL, SANDERS e COLLIER, após cinco anos de estudos, conseguiram estender ao Cryptocercus punctulatus a condição simbiotiea que aquele autor já havia observado nos cupins inferiores. De fato, CLEVELAND, submetendo ao oxigeneo sob pressão termitas da família Kalotermitidae e alguns Rhinotermitidae (Reticulitermes), que possuem uma bizarra fauna de Flagelados altamente complexos, poude verificar a ação letal do gaz exclusivamente sobre os Flagelados. A possibilidade da obtenção de cupins desfaunados sem violencia, permitiu a verificação de que tais animais são absolutamente incapazes de operar na digestão da celulose, capacidade privativa dos habitantes do seu tubo intestinal. CLEVELAND fez-nos assim conhecer um dos mais perfeitos tipos de simbiose que ocorre na natureza. Identicas experiencias realisadas com a barata xilofaga Cryptocercus punctulatus vieram provar que ela tambem pos-
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INSETOS DO BRASIL
sue no p r o c t o d a e u m u m a f a u n a de Flagel ados e s t r e i t a m e n t e r e l a c i o n a d a com a dos cupins, Fl agel ados esses i g u a l m e n t e responsaveis pela digestão da celulose. No seu mais r e c e n t e t r a b a l h o , c o m e ç a o n o t a v e l protozoologista da H a r v a r d pelo e s t udo da a n a t o m i a e x t e r n a do hospedeiro. Passa em seguida ao estudo da ecdise e suas consequeneias sobre o estado simbiotico. Neste capí t ul o u m fat o extremamente interessante deve ser salientado. Enquanto que os cupins pouco antes de sofrerem a ecdise, expulsam seus Flagelados, o Cryptocercus os retem durante esta fase, sob a f o r m a cistica. Foi deste m o d o possivel a d e s c o b e r t a dos cistos de T r i c h o n y m p h a , genero de Fl agel ados H i p e r m a s t i g o tos, h a b i t a n t e s exclusivos dos cupins, cujos cistos e r a m até en tão desconhecidos. Silenciando sobre a parte puramente protozoologica, verd a d e i r a m e n t e not a ve i n a opinião dos críticos, t r o u x e r a m os autores deste t r a b a l h o t a m b e m a pr ova b i o q u i m i c a da condição simbiotica. Consistiu essa p r o v a no i s o l a m e n t o de u m ferm e n t o capaz de d e s d o b r a r a celulose, de u m a celulase, que experiencias b em o r i e n t a d a s p r o v a r a m ser e l a b o r a d a pelos Flagelados. Ou tr o p o nt o da m a i o r i m p o r t a n c i a no t r a b a l h o de CLEVELAND é o das relações filogeneticas entre baratas e cupins. É facil c o m p r e e n d e r a i m p o r t a n c i a da d e s c o b e r t a de u m a bar a t a ap ter a, p r i m i t i v a n a sua m o r f o l o g i a e a p r e s e n t a n d o u m a condição de vida que até e n t ã o era a p a n a g i o dos c u p i n s . T ão estreitas são as relações e n t r e Cryptocercus e K a l o t e r m i t i d a e , que foi possivel obter u m a infecção c r u z a d a e n t r e os Flagelados de Cryptocercus e os de Zootermopsis angusticollis, apezar da rigorosa especificidade p a r a s i t a r i a destes p r o t o z o a r i o s . Tais verificações v i e r a m consolidar a opinião a n t e r i o r m e n t e expressa por varios a u t o r e s de que os c u p i n s n ã o pass am de b a r a t a s socializadas. Q u a n d o t r a t a r desses insetos, terei o ensejo de referir as ideias de CRAMPTON relativas ao assunto, citando, principalmente, um dado palcontologico, recentemente descoberto e publicado por TILLYARD, segundo o
BLATTARIAE
237
qual parece que os insetos da ordem Isoptera var am d i r e t a m e n t e da o r d e m das b a r a t a s .
Fig.
111
-
Euthyrrapha pacifica W i l l i a m s , 1931)
(cupins)
deri-
(De
141. I m p o r t a n c i a d o m e s t i c a e agrícola. - Nas h a b i t a ções pouco asseiadas h a b a r a t a s por t o d a a p a r t e , a b u n d a n d o p o r ém n a c o z i n h a ou onde b a generos alimenticios ou restos de co mid a. Não t a n t o pelo que comem, m as pelo cheiro n a u s eab u n d o que de i xa m , i m p r e g n a d o nos a l i m e n t o s e utensilios que sujam, t o r n a m - s e v e r d a d e i r a s p r a g a s d o m e s t i c a s . As vezes, porém, c a u s a m estragos consideraveis r o e n d o capas de livros e o u tr o s objetos de valor. C o n t r a as especies dom est i cas os melhores inseticidas são a m a s s a fosforica, o b o r a x m i st uf ad o com a f a r i n h a de trigo e f l u o r e t o de sodio, al ém de produtos comerciais mais ou m e n o s c o n h e c i d o s . O e x p u r g o (pelo gaz cianidrico, pelo gaz sulfuroso ou pelo gaz Cl ayt on) é indicado nos casos de g r a n d e i n f e s t a ç ã o ( b a r a t a s em a r m a z e n s , em porões de navios, e t c . ) . Sob o p o n t o de vista agrícola a i m p o r t a n c i a das b a r a t a s é r e l a t i v a m e n t e i n s i g n i f i c a n t e . E m o u t r o s países t ê m sitio assinalados estragos nas p l a n t a s pr oduz i d os pelas b a r a t a s . Py-
238
INSETOS DO BRASIL
cnoscelus surinamensis 6 talvez a barata mais citada como c a u s a d o r a de t a i s e s t r a g o s . F o r t e r h a b i t o s f o s s o r i a i s róe r a í zes de p l a n t a s de j a r d i m , t u b e r c u l o s de b a t a t i n h a , r a i z e s de fumo, de cana de açucar, etc. Em Sâo Paulo, segundo PINTO DA FONSECA, a H o r m e t i c a l a e v i g a t a a r r a n h a a c a s c a d a s b a nanas depreciando-as. 142. lmportancia medica. As vezes a Periplaneta a m e r i c a n a , v i n d o a o r o s t o de u m a p e s s o a a d o r m e c i d a p a r a c o m e r a l g u m d e t r i t o a l i m e n t a r d e i x a d o n o s labios, róe a m u cosa labial produzindo erosões mais ou menos extensas. Da irritação da mucosa, resulta uma erupçâo vesiculosa (herpes blattae). V i v e n d o as b a r a t a s e m c o n t a c t o c o m os n o s s o s a l i m e n t o s é de a c r e d i t a r q u e d e s e m p e n h e m p a p e l s a l i e n t e n a t r a n s m i s são de d o e n ç a s c a u s a d a s p o r b a c t e r i a s e p r o t o z o a r i o s , realiz a n d o - s e a c o n t a m i n a ç ã o dos a l i m e n t o s , o u pelo c o n t a c t o d a s p e ç a s b u c a i s o u de o u t r a s p a r t e s do c o r p o , o u p e l a s fezes de b a r a t a s p o r t a d o r a s de t a i s g e r m e n s p a t o g e n i c o s . H a s o b r e o a s s u n t o t r a b a l h o s de v a r i o s p e s q u i z a d o r e s q u e m o s t r a m a p o s sibilidade das baratas, que ingerirem escarros com o bacilo da t u b e r c u l o s e , c o n t a m i n a r e m os a l i m e n t o s (v. t r a b a l h o s r e c e n tes de AKKERMAN (1933) e de JETTMAR ( 1 9 3 5 ) . T o d a v i a , c o m o p o n d e r a PATTON : "não ha até agora prova alguma de que, em condições naturais, a barata se infecte e contamine o alimento humano, e enquanto não se isolar organismos patogenicos das fezes de baratas vivendo em condições naturais, nos domicilios, restaurantes, padarias, hoteis, cosinhas de hospitais, etc., a barata, como outros insetos domesticos, pode ser considerada apenas com suspeita". Importante é o papel que as baratas desempenham como hospedeiros intermediarios de varios Helmintos, que infestam habitualmente alguns mamiferos e eventualmente o homem. Assim o Acantocefalo Moniliformis moniliformis, parasito de roedores e eventualmente do homem, no estadio larval, foi observado pela primeira vez no Brasil, por SEVERIANO DE MAGALHÃES, em musculos de Periplaneta americana.
239
BLATTARIAE
As baratas tambem são hospedeiras intermediarias de varios Nematodios da superfamilia Oxyuroidea, fam. Thelastomidae. Assim a Blatella germanica pode hospedar Protospirufa columbiana, Gongylonema neoplasticum, que produz um carcinoma no estomago do rato, Gongylonema pulchrum, Nematodio do porco e Gongylonema scutatum, parasito do gado. A Blatta orientalis pode hospedar não somente M. moniliformis e G. neoplasticum, como Spirura gastrophila, parasito do tubo digestivo do ouriço cacheiro e S. sanguinolenta que produz tumores no estomago, esofago e em outras partes do organismo do cão e de outros carnívoros. Finalmente Pyenoscelus surinamensis é hospedador intermediario de Oxyspirura parvorum e de O. mansoni. Sobre o assunto devem ser consultados os trabalhos de HALL e de CHITWOOD. Neste ultimo sâo citados, na bibliografia, os principais trabalhos de autores nacionais que se ocuparam do a s s u n t o .
Fig.
112 -
Podium flavipenne Williams, 1928)
X 2
(De
143. Parasitos. I n i m i g o s n a t u r a i s . - P a r a s i t a m freq u e n t e m e n t e as b a r a t a s , a l é m dos h e l m i n t o s a n t e r i o r m e n t e referidos, varias especies de p r o t o z o a r i o s dos generos Nyctotherus, Lophomonas, Blastocystis e Entamoeba, que h a b i t a m
240
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o tubo digestivo. Não raro, as ootécas de Blatta orientatzs e de Periplaneta são parasitadas por Evania appendigaster (L.) (fam. Evaniidae), criando-se, em cada ootéca, um exemplar deste Himenoptero. Segundo observou no Rio de Janeiro o Eng. Agr. CINCINNATO GONÇALVES, O desenvolvimento de Evania, de ovo a adulto, em ootéca de Periplaneta americana, efetua-se em 34 dias, nos meses de Fevereiro e Março. Das ootécas de Periplaneta, no Rio de Janeiro, costumam sair microhimenopteros da especie Blattotetrastichus hagenowi (Ratzburgh, 1852) (= Tetrastichodes floridanus Ashmead, 1387) (fam. Eulophidae). Nos Estados Unidos GIRAULT em 1910 descreveu Tetrastichus periplanetae, obtido de uma ootéca que deu tambem exemplares daquela especie, e GAHAN, em 1913, descreveu uma outra especie, Tetrastichus australasiae, de exemplares criados em ootécas de Periplaneta australasiae de Sumatra. É possivel que todos estes Chalcidideos sejam parasitos de Evania, sendo, portanto, hiperparasitos e não parasitos primarios de ootécas.
F i g . 113 - P o d i u m h a e m a t o g a s t r u m p o n d o o ovo n u m a b a r a t a s e m i p a r a l i s a d a do genero Epilampra. A cena passa-se sobre u m termiteiro, no qual se vê o orifício do ninho da vespa (X 0,83) (De W i l l i a m s , 1928
F i g . 114 Epilampra sp. parasitada por Podium haematogastrum (E G G , o v o d o p a r a s i t o ) x 3,3 (De W i l l i a m s , 1928)
BLATTARIAE NO se
Brasil
na
família
os
principais
Sphecidae,
aprovisionam
os
ros,
da
Epilampridae,
com se
família
uma o
ferroada.
interessante
Classificação.
144. critas, As
das
quais
subfamilias
reconhecidos FORD
e
1
ninhos
Sobre
trabalho
de
com
pela
com
Ha
representantes
chave
seguinte,
de
encontram-
Trigonopsis,
e
geralmente as
imatu-
terem
paralisado
deve
consultar-
Himenopteros (1928).
cerca terço
baratas
baratas,
depois estes
um
de
Podium
generos
WILLIAMS
-
quasi
predadores
nos
que
241
de pertence desta
3.000 á
especies região
região
organizada
des-
neotropica. podem
segundo
ser SHEL-
HANDLIRSCH.
1'
Femures medios e posteriores, ou pelo menos os posteriores, com muitos espinhos marginais em baixo ........................... 2 Femures medios e posteriores inermes, apenas com pêlos e cerdas, ou com 1 ou 2 espinhos apicais ou subapicais 7
2(1)
7°
2'
urosternito posteriormente fendido, formando um aparelho valvar .............................................................. Blattinae (Periplanetinae) 95 7° urosternito arredondado, sem valvas ............................................................ 3
3(2')
Especies
mirmecofilas,
muito
pequenos
(de
2
a
5
mm.
de
comprimento), apteras ou subapteras, com os segmentos antenais muito mais longos que largos; pernas robustos e fortemente espinhosos; cércos muito curtos ............................................. ................................................................................................................ Attaphilinae Especies com outra combinação de caracteres ............................................... 4 4(3')
10 ° u r o t e r g i t o (placa supra-anal), em ambos os s e x o s , t r a n s v e r s o e e s t r e i t o ; t e g m i n a s c o m os r a m o s d e M e C u quasi sempre dirigidos para a margem posterior; asas com arca triangular, a p i c a l , e n t r e Cu e A; f e m u r e s p o s teriores geralmente com espinhos esparsos em baixo ... ................................................................................................................... Ectobiinae 96 10 ° u r o t e r g i t o , e m a m b o s o s s e x o s , m a i s o u m e n o s s a l i e n t e , triangular ou emarginado; tegminas com os ramos de M e Cu dirigidos para a margem apical; asas sem area t r i a n g u l a r , a p i c a l , e n t r e Cu e A; f e m u r e s p o s t e r i o r e s f o r temente espinhosos em baixo .............................................................................. 5
4'
95 96
Gr. Gr.
periplanes, v a g a b u n d o . ectos, f ó r a ; bioein, v i v e r .
INSETOS DO BRASIL
242
10º urotergito saliente ou triangular, com ou sem reintrancia no apice; cércos salientes ................................................. 6 10 o u r o t e r g i t o , n o m a c h o m a i s o u m e n o s q u a d r a n g u l a r , com angulos obtusos, na femea largamente arredondado ou lobado, ás vezes um tanto fendido; tarsos providos de arolium distinto; cércos não mui salientes; pronotum e
5(4') 5'
tegminas não tomentosos ....................................................................................... ............................................................................... Epilamprinae (Phoraspidinae) 97 Pronotum e tegminas lisos; asas com a radial emitindo varias nervuras costais paralelas; tarsos sem arolium .... ....................................................................... Pseudomopinae (Phyllodromiinae) 98 Pronotum e tegminas tomentosos; asas com a radial emitindo nervuras costais irregulares; tarsos com arolium .. ............................................................................................................. Nyctiborinae 99
6(5)
6'
7(1')
Asas com area triangular, apical, entre Cu e A e com grande arca anal; especies pequenas ................................................................... 8
7'
Asas sem area triangular, apical, entre ximo, com indicação de tal area, ou asas
8(7)
A s a s c o m os r a m o s d e M e C u d i r i g i d o s posterior; area costal curta .......................................
8'
A s a s c o m os r a m o s d e M e C u d i r i g i d o s p a r a a m a r g e m apical; arca costal geralmente longa e estreita .................................... ............................................................................................................ Areolariinae 101
9(7')
Especies mirmecofilas muito pequenas (de 5 a 7 mm. de comprimento) ........................................................................................................... 10
9'
Especies não mirmecofilas, maiores .................................................................... 11
10(9 )
Baratas estreitas, achatadas, aladas: tegminas bem desenvolvidas, com nervação fraca, pubescentes, ramos de M e Cu paralelos; tibias com cerdas longas; tarsos longos e denteados; cércos longos e articulados ..................... ................................................................................................. Nothoblattinae 102
97
Gr.
ept,
em
cima;
lampros,
claro,
brilhante;
gr.
Cu e A ou, no mareduzidas ................ 9 para a margem 100 Chorisoneurinae
pherein,
trazer;
escudo. 98 99 100 101 102
Gr. pseudomai, engano; ops, facies. Gr. phyllon, folha; dramo, eu corro. Gr. nyctios, noturno, á noite; bora, alimento. Gr. chorizo, separo; neuron, nervo, nervura. Lat. areola, espaço pequeno. Gr. nothos, espurio.
aspis,
BLATTARIAE
243
10'
Baratas convexas, sem asas; tegminas encurtadas; tibias com cerdas fracas; cercos curtos e largos ............................................ ........................................................................................................... Atticolinae 103
11(9') 11'
7° urosternito da femea dividido em duas valvas ........................ 12 7° urosternito da femea não formando um par de valvas 14
12(11)
Especies pequenas, de torax pubescente; asas com espessamento notavel (nodus) abrangendo a extremidade da subcostal encurtada ...................................................... Euthyrrhaphinae 104 Asas sem espessamento nodal na extremidade da subcostal ............................................................................................................ 13
12'
13(12')
13'
14(11') 14´ 15(14) 15'
16(14 )
16´
17(16)
17'
103 104 105 106 107 108 109 110 111
Especies pequenas, delicadas, achatadas; cerdas tibiais fracas; nervuras simples ou pouco ramificadas; cércos longos ...................................................................................................... Latindiinae 105 Especies grandes, com tegminas convexas; cerdas tibiais robustas; nervuras mui ramificadas; cércos muito curtos .................................................................................................. Homoeogamiinae 106 Sem ou com um arolium muito pequeno; 10° urotergito do macho mais ou menos profundamente fendido .............................. 15 Com arolium ................................................................................................. 16 Pronotum liso; campo anal da asa grande, dobrando-se em leque ................................................................................................... Blaberinae 107 Pronotum piloso; campo anal menos desenvolvido, dobrando-se apenas uma ou duas vezes ........................................................... Corydiinae 108 Urotergitos com angulos laterais salientes; 10º urotergito quasi quadrangular, com ou sem entalhe no bordo posterior .................................................................................................. Panchlorinae 109 Urotergitos sem angulos laterais salientes; 10° urotergito transverso, com margem posterior recta ou arrendondada ......................................................................................................................... 17 Asas mais ou menos ponteagudas ou com area anal mui saliente, não invadidas pelos ramos da cubital ................................... .................................................................................................................... Oxyhaloinae 110 Asas com o apice arredondado, sem arca apical especializada ......................................................................................... Perisphaerinae 111 Lat. colo, h a b i t o . Gr. e u t h u s , reto; raphe, s u t u r a . ? Gr. homoios, semelhante; gamos, c a s a m e n t o . Gr. blaberos, pernicioso. Gr. corys, elmo, capacete. Gr. pas, todo; chloros, verde. Gr. oxys, agudo; haloa, area. Gr. peri, ao redor; sphaira, esfera.
244
INSETOS DO BRASIL
Á subfamilia Ectobiinae pertencem os generos Ectobia e Anaplecta, de vasta distribuição geografica, com varias especies n a região n e o t r o p i c a . As subfamilias Attaphilinae e Nothoblattinae compreendem algumas especies mirmecofilas, na primeira, dos generos Attaphila e Phorticolea e, na segunda, do genero Nothoblatta. A subfamilia Pseudomopinae (Phyllodrominae) tem, como representante mais conhecido, a cosmopolita Blatella germanica ( L . , 1767). Á subfamilia Nyctiborinae pertencem as grandes baratas do genero Megaloblatta, representado no Brasil pela M. regina (Saussure, 1870). A subfamilia Epilamprinae compreende um grande numero de especies, dentre as quais merecem uma menção especial as do genero Phoraspis, de côres vivas e corpo convexo, que muito se parecem com coleopteros da familia Cassididae. A especie tipo deste genero é Phoraspis picta (Drury, 1782), frequentemente encontrada nas coleções, de côr negra e tegminas de côr parda muito escura, com uma faixa humetal vermelha. Na figura 100 acha-se tambem representada Phoraspis convexa (Thunberg, 1826). Uma bela barata desta subfamilia é a Rhabdoblatta yersiniana (Saussure, 1864) (v. mesma figura). A subfamilia Blattinae, além de generos peculiares á região neotropica, abrange os dois generos cosmopolitas Blatta e Periplaneta, com as baratas mais conhecidas em todo o mundo Blatta orientalis L., 1758, PeripIaneta americana (L., 1758), P. australasiae (Fabr., 1775) e P. brunnea Burmeister, 1838. A subfamilia Panchlorinac possue tambem algumas especies cosmopolitas assaz conhecidas, como sejam, a barata cascuda, Leucophaea maderae (Fabr., 1781) e Pycnoscelus surinamensis (L., 1758). É a esta subfamilia que tambem pertencem as baratas verdes ou esverdeadas do genero Panchlora (P. prasina Burmeister, 1838 e outras), frequentemente e n c o n t r a d a s em nossas m a t a s . Na subfamilia Blaberinae ha a considerar, como generos principais: Blaberus com B. giganteus (L., 1758) e outras es-
BLATTARIAE pecies, Blaptica com B. dubia encontrada no Rio Grande do Petasodes, e outros. A subfamilia pecies mirmecofilas
245
Serville, 1839, frequentemente Sul, Monachoda, Monastria,
Atticolinae é representada por pequenas dos generos AtticoIa e Myrmecoblatta.
es-
Á subfamilia Euthyrrhaphinae pertencem duas especies cosmopolitas, frequentemente encontradas no Brasil. A primeira Euthyrrhapha pacífica (Coquebert, 1804), que lembra um pequeno coleoptero, de côr parda escura com as margens do pronotum e uma macula redonda em cada tegmina de côr alaranjada. A segunda é a Hypercompsa fieberi Brunner, 1865, cujas tegminas e asas apresentam um aspecto singular e bem caracteristico, como pode ser apreciado na figura 100,2.
Chave ticas
1'
2(1')
2'
3(2')
3'
para
a
determinação
das
principais
baratas
domes-
(CALVERT): B a r a t a p e q u e n a , c o m p r i m e n t o t o t a l de 13 a 14 m m . ; p r o notum com 2 faixas longitudinais pardo-escuras; ultimo esternito abdominal, em ambos os sexos, inteiro ........ ............................................................................................ Blatella germanica Baratas de tamanho medio, com mais de 2 cm. de comp r i m e n t o ; p r o n o t u m m a r c a d o d i f e r e n t e m e n t e ; u l t i m o est e r n i t o a b d o m i n a l do m a c h o i n t e i r o , d a f e m e a d i v i d i d o longitudinalmente ................................................................................. 2 Comprimento de 18 a 25 mm.; côr geral negra ou parda muito escura; pronotum de côr uniforme; tegminas e asas abreviadas, no macho cobrindo quasi metade do abdomen, na femea as tegminas são muito curtas e as asas quasi completamente atrofiadas .................................... Blatta orientalis Comprimento de 28 a 35 mm.; cor geral parda avermelhada; pronotum distintamente marginado de a m a r e l o ; tegminas e asas bem desenvolvidas em ambos os sexos 3 Tegmina com uma faixa amarela submarginal, contrastando com a côr do resto da superficie; area central do pronotum com 2 grandes manchas negras; cércos lanceolados (fig. 99); macho 23,5-25,5 - femea 24,5-29 mm .............................. ................................................................................. Periplaneta australasiae Tegminas sem a faixa acima referida; area central do pronotum não denegrida; cércos alongados (fig. 99); macho 30-34 mm. - femea 28-34 ................................ Periplaneta americana
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Dermaptera.
-
Recherches sur le Systeme ales Blattaires. Bihang. till k. svenska Vet. Akad. WATTENWYL. C. BRUNNER VON 1865 - - N o u v e a u x s y s t è m e des B l a t t a i r e s . V i e n n e , 426 p . . 13 e s t s .
2 (13).
CAPÍTULO XV
Ordem MANTODEA
112
146. Caracteres. - Os Mantideos são bem conhecidos pelo nome de "louva-deus", devido a atitude característica que tomam quando pousados e que lembra a de uma pessoa ajoelhada em oração. Pernas anteriores raptorias. Corpo, na maioria das especies, alongado e um tanto achatado; em alguinas, porém, linear ou bacilar, como nos Phasmideos (Ahgela, Brunneria, etc.). No Brasil as maiores especies dos generos Stagmatoptera e Zoolea, quasi atingem a 1 decimetro e as menores, dos generos Chaeteessa e Mantoidea, pouco excedem de 1 centímetro de comprimento. Desenvolvem-se por paurometabolia. 147. Anatomia externa. - Cabeça, vista de perfil, comprimida; vista de face, triangular ou subpentagonal; em geral bem descoberta, articulando-se livremente com o protorax, daí se apresentar extraordinariamente movel. Em repouso com a face verticalmente disposta. Acima do labrum um escudo facial mais ou menos saliente. Olhos grandes, hemisfericos; em algumas especies prolongados para cima e para fóra em saliencia cornea mais ou menos pontuda (fig. 116). Ocelos (3) bem desenvolvidos, situados numa elevação entre os olhos, acima da inserção das antenas; em algumas especies ficam assestados em protuberancias ou processos mais ou me-
112
Gr.
mantis.
profeta.
252
INSETOS DO BRASIL
nos salientes. Antenas inseridas na fronte, setaceas ou filiform e s , m u l t i s e g m e n t a d a s ; n o s m a c h o s de v a r i a s e s p e c i e s c u r t a s e serradas ou pectinadas. Em geral elas são mais curtas que o corpo nas femeas e tão ou mais longas nos machos. Aparelho bucal mandibulado hipognato, semelhante ao dos demais insectos ortopteroides.
F i g . 115 S t a g m a t o p t e r a precaria (Linne, reduzido do tamanho natural (De P a l i s o t . t . 12, fig. 1)
1758), um Ins. Afr.
pouco Amér.,
Torax - Protorax, em quasi todas as especies, muito mais longo que largo, emarginado e lateralmente dilatado adiante, na parte correspondente á inserção das pernas anteriores. Excecionalmente, nas especies mais primitivas das subfamilias Chaeteessinae e Mantoidinae, êle se apresenta extremamente
MANTODEA
253
c u r t o . E m D e r o p l a t i n a e e C h o e r a d o d i n a e a p r e s e n t a lateralm e n t e expansões foliaceas. M e s o t o r a x e m e t a t o r a x rel at i vam e n t e curtos, invisíveis s u p e r i o r m e n t e q u a n d o as t e g m i n a s e asas se dispõem sobre o cor po.
Fig.
116
-
acanthops
jalcataria (Goeze, 1765) x 2.
254
INSETOS DO BRASIL
P e r n a s m e d i a s e p o s t e r i o r e s a m b u l a t o r i a s ; as a n t e r i o r e s r a p t o r i a s , m a i s o u m e n o s r o b u s t a s . Os M a n t i d e o s s ã o os u n i cos i n s e t o s o r t o p t e r o i d e s q u e a p r e s e n t a m p e r n a s a n t e r i o r e s d e s t e tipo, a s s i m c o n s t i t u í d a s : a r t i c u l a n d o - s e c o m a p a r t e a n terior do protorax ha os quadris (coxae), angulosos ou triquet r o s , de c o m p r i m e n t o q u a s i i g u a l a o dos f e m u r e s , e m v a r i a s
Fig. 117 (Serville,
Eumusonia livida 1839), aptera
e s p e c i e s a r m a d o s n o s b o r d o s de d e n t e s o u e s p i n h o s ; f e m u r e s robustos, mais ou menos alongados, com fortes dentes em b a i x o , n a s m a r g e n s e x t e r n a e i n t e r n a e e n t r e elas, p e r t o d a base (espinhos discoidaes); tíbias mais curtas que os femures, g e r a l m e n t e p r o v i d a s de e s p i n h o s e x t e r n o s e i n t e r n o s n o b o r d o inferior e terminando numa robusta garra (garra interna). Em repouso a tíbia adapta-se perfeitamente ao femur, entrecruzando-se os dentes destes 2 segmentos. Tarsos quasi sem-
MANTODEA
255
pre de 5 articulos em rodas as pernas, sem arolium. Por exceção, n o s M a n t i d e o s d o s g e n e r o s C h a e t e e s s a e M a n t o i d a a s pernas anteriores são relativamente curtas. Asas anteriores tegminosas, em geral grandes, foliaceas, excedendo o abdomen em ambos os sexos; não raro se apresentam membranosas e parcialmente tegminosas. Asas geralmente mais amplas que as t e g m i n a s , e m r e p o u s o d o b r a n d o - s e sob e s t a s c o m o n o s demais ortopteroides. Nas especies com tegminas curtas ou a t r o f i a d a s , as a s a s se a p r e s e n t a m t a m b e m r e d u z i d a s o u a b o r t a d a s . E m v a r i o s M a n t i d e o s as t e g m i n a s e a s a s só s ã o b e m desenvolvidas nos machos; nas femeas são mais ou menos atrofiadas.
Fig.
118
-
Acanthops falcataria (Goeze, 1765), e pela parte posterior
,
vista
de
lado
As asas, com arca anal mais ou menos larga, ou são totalmente hialinas ou apresentam desenhos coloridos ás vezes
256
INSETOS DO BRASIL
bem vistosos. O sistema de nervação das tegminas e das asas lembra o que se vê nos outros insetos ortopteroides, especialmente nas baratas. Abdomen, geralmente mais largo nas femeas que nos machos, apresenta nestes 8 esternitos e naquelas apenas 6. Em ambos os sexos ha um par de cércos segmentados inseridos na placa supra-anal. Nas femeas ha, como nas baratas, uma cripta genital, vendo-se, no fundo, as valvas de um ovipositor muito curto. Nos Mantideos, porém, a cripta é muito medos profunda e não funciona como camara incubadora, porque a o o teca se f o r m a f ór a do cor po. Nos machos ha um par de estiletes (styli) muito mais curtos que os cércos, inseridos perto do apice da placa subgenital. 143. Homeocromia. - Alguns Mantideos oferecem-nos belos exemplos de homeocromia ou de mimetismo, isto é, de adaptação ao meio em que vivem, pela côr ou forma que com êle se confunde, ou pela semelhança mais ou menos perfeita com especies de outros grupos que nêle habitam. Em geral as tegminas imitam folhas verdes ou secas de plantas, ás vezes mesmo exibindo, como nos Tetigonideos, recortes nos bordos. Em Zoolea Iobipes (Olivier, 1792), as pernas apresentam expansões lobiformes, que simulam aculeos dos galhos. Varias especies, de corpo linear ou baciliforme como o dos Fasmidcos, podem ser confundidas com pequenos galhos. Todavia, os mais belos Mantideos, sob o ponto de vista da homeocromia, vivem na India e no Ceilão e são as especies do genero Gongylus (G. traehelophyllus (Burm. 1838) e G. gongylodes (L., 1758)). Estes insetos, pela atitude singular que assumem e sobretudo pelo aspecto e coloração das expansões femurais e laterais do pronotum são tipicos simuladores florais. 149. Anatomia interna. - Tubo digestivo muito semelhante ao das baratas, apresentando glandulas salivares e um papo bem desenvolvidos, o proventriculo, porém, é rudimentar, funcionando como orgão tamisador das particulas alimentares; ha 8 cégos gastricos relativamente finos e alongados e numerosos tubos de Malpighi.
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MANTODEA
Sistema minais.
respiratorio
com
2
estigmas
toraxicos
e
8
abdo-
Fig. 119 - Ootéca de Stagmatoptera Sistema minais.
nervoso
com
3 ganglios
toraxicos
e 7 abdo-
150. R e p r o d u ç ã o . P o s t u r a . N o r m a l m e n t e os M a n t i deos se r e p r o d u z e m p o r a n f i g o n i a . N a s p o s t u r a s , os ovos, c o m o n a s b a r a t a s , s ã o a r r u m a d o s n u m a o o t é c a , p o r é m , diferentemente e em maior numero. A femea, depois de fecundada, procura confeccionar a o o t é c a . P a r a isso, p o u s a d a n u m g a l h o , i n i c i a a f o r m a ç ã o d a base da ootéca, expelindo pelo orifício genital uma certa quant i d a d e de s u b s t a n c i a v i s c o s a , s e c r e t a d a p e l a s g l a n d u l a s colet e r i c a s , q u e se v a e a c u m u l a n d o s o b r e o g a l h o . U m a vez c o n solidada essa parte fixadora, começa a postura. A proporção q u e os ovos v ã o s e n d o d e p o s i t a d o s e m c a m a d a s s u p e r p o s t a s , c o n t i n u a a ser e x p e l i d a a q u e l a s u b s t a n c i a , q u e n ã o s o m e n t e s e p a r a s i m e t r i c a m e n t e os o v o s de c a d a c a m a d a u n s dos o u -
258
INSETOS DO BRASIL
tros, como t a m b e m c o n s t i t u e os septos de divisão e n t r e as varias c a m a d a s . C ada ovo fica, assim, al oj ado n u m a p e q u e n a c a m a r a , que c o m u n i c a com o e x t e r i o r m e d i a n t e u m c o n d u c t o , por onde passam as formas jovens logo depois do nascimento.
Fig.
120
-
Ootéca
de
Mantideo
Na f o r m a ç ã o da oot éca é o u l t i m o s e g m e n t o a b d o m i n a l que d e s e m p e n h a o pa pe l p r i n c i p a l n a m o d e l a ç ã o da s u b s t a n cia s e c r e t a d a pelas g l a n d u l a s coletericas. A ootéca, logo após a confecção, é mole; pouco t e m p o depois, porém, a d q u i r e a n e c e s s a r i a c o n s i s t e n c i a e fica perfeit a m e n t e i m p e r m e a v e l . A f ó r m a das ootécas dos M a n t i d e o s v ar ia s e g u n d o as especies, sendo c a r a c t e r i s t i c a p a r a c a d a u m a delas (v. figs. 119, 120 e 121). 151. D e s e n v o l v i m e n t o . Ciclo evolutivo. - O desenvolvim e n t o e m b r i o n a r i o efetua-se, nos países tropicais, em cerca de 24 dias. Os a u t o r e s que o b s e r v a r a m a eclosão das f ó r m a s jovens dizem que estas, c om o as pe c t o de p e q u e n i n a s pupas, ao cheg a r e m ao e x t e r i o r da ootéca, de i xa m -se cair, f i c a n d o e n t r e t a n t o s u s p e n s a s por dois fios de seda s e c r e t a d o s por papilas situadas na face ventral do 10° urosternito. Realiza-se então a p r i m e i r a ecdise, da qual r e s u l t a m f ó r m a s jovens com as-
MANTODEA
259
pecto formicoide, aliás já bem semelhantes ás adultas, principalmente nas atitudes que exibem. E m g e r a l , d e p o i s d a s e t i m a m u d a e n o f i m de 3 a 4 m e z e s , e s t e s i n s e t o s a t i n g e m o c o m p l e t o d e s e n v o l v i m e n t o . Os ocelos só a p a r e c e m n a s n i n f a s o u f ó r m a s j o v e n s p r o v i d a s d a s t é c a s a l a r e s e o n u m e r o de s e g m e n t o s d a s a n t e n a s v a e p r o g r e s s i v a mente aumentando nas diferentes mudas. 152. H a b i t o s . Os M a n t i d e o s s ã o s e m p r e p r e d a d o r e s , daí serem frequentemente encontrados nas folhas e nos gal h o s d a s p l a n t a s a e s p e r a de v i t i m a s q u e l h e s c a i a m n a s g a r ras; ha todavia, nas regiões secas e arenosas, especies que per a m b u l a m n o solo p a r a c a p t u r a r os p e q u e n o s i n s e t o s q u e aí possam encontrar. Quando percebem a aproximação de qualquer ser vivo, imediatamente tomam a atitude que lhes é tão característica. N ã o r a r o se os vê, n e s s a a t i t u d e , o s c i l a r o t o r a x , o u e n t ã o v i r a r a cabeça para qualquer lado. Tambem, com certa habilidade, p a s s a m os t a r s o s a n t e r i o r e s p e l a b o c a , p r o v a v e l m e n t e p a r a limpa-los ou umedece-los com saliva. Quando estes insetos capturam uma presa, uma das pern a s a n t e r i o r e s , a t é e n t ã o n a a t i t u d e p e c u l i a r de r e p o u s o , b r u s c a m e n t e se d i s t e n d e e, p r e n d e n d o a v i t i m a c o m a g a r r a t i b i a l , i m e d i a t a m e n t e a t r a n s p a s s a c o m os e s p i n h o s f e m u r a i s e tibiais d e v o r a n d o - a i m e d i a t a m e n t e . Quando querem passar de u m g a l h o p a r a o u t r o e m p r e g a m t a m b e m as p e r n a s a n t e r i o res, a g a r r a n d o - s e p r i n c i p a l m e n t e c o m a g a r r a t i b i a l . Quaisquer insetos em vôo podem ser apanhados pelos Mantideos. T o d a v i a t ê m predileção pelos p e q u e n o s insetos alados, e s p e c i a l m e n t e D i p t e r o s , q u e s ã o t o t a l m e n t e d e v o t a d o s , i n c l u s i v e as a s a s . Os M a n t i d e o s s ã o t a m b e m c a n i b a i s , pois se a t i r a m c o n t r a o u t r o s i n d i v i d u o s d a m e s m a especie, o b s e r v a n d o - s e isto, n ã o somente nas formas adultas, como tambem, e com certa freq u e n c i a , n a s f o r m a s j o v e n s . E m a t i t u d e p r o p r i a m e n t e de defesa e de ataque, o torax ainda fica mais erecto, as pernas anteriores se distendem um pouco, de modo a ficarem perfeitamente visíveis os espinhos dos femures e das tíbias, pelo afastamento destes segmentos, as tegminas se levantam e as asas
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INSETOS DO BRASIL
se distendem de modo a aterrorísar o inimigo. A combatividade e ferocidade que então os Mantideos exibem contrastam s i n g u l a r m e n t e c om a a t i t u d e beatica, a p a r e n t e m e n t e suplic a n t e do h i p o c r i t a " l ouva- D eus " , e n q u a n t o , p a c i e n t e m e n t e , a g u a r d a a a p r o x i m a ç ã o de u m a v i t i m a . A p r o p o s i t o da e x t r e m a f e r o c i d a d e dos Mantideos, deve ser referido o fato das femeas, h a b i t u a l m e n t e , s a c r i f i c a r e m os m a c h o s depois da copul a. E m u m a n o t a i n t e r e s s a n t e p u b l i c a d a em 1784 o abade POIRET c o n t a que u m M a n t i d e o m a c h o , a p e s a r de já decapit a d o pela femea, p o u d e a i n d a e f e t u a r a copula, f i n d a a qual, foi i m e d i a t a m e n t e por ela d e v o r a d o . BEUTELS, em seu livro "Belausehtes Leben", mostra seis belissimos instantaneos dessa tragedia sexual em Mantis religiosa L., 1758 (v. tamb e m ar tig o de RABAUD ( 1 9 1 6 ) ) .
Fig. 121 - Ootéca de Mantideo P o r estas observações e por varias experi enci as realizadas por o u t r o s au t or es , ficou d e m o n s t r a d a a e x t r a o r d i n a r i a resist e n c i a que a p r e s e n t a m os M a n t i d e o s após a decapi t ação, pois, em s e m e l h a n t e estado, a i n d a p o d e m e x e c u t a r m o v i m e n t o s coordenados, que, assim, se r e a l i z a m i n d e p e n d e n t e m e n t e da i n f l u e n c i a da m a s s a g a n g l i o n a r n e r v o s a cefalica. 153. I m p o r t a n c i a e c o n o m i c a . Inimigos naturais. - E m b o r a os M a n t i d e o s s e j a m v e r d a d e i r o s insetos p r e d a d o r e s , a imp o r t a n c i a que têm, sob o p o n t o de vista economico, é secundaria, p o r q u e n ã o t ê m predileção especial p a r a as especies d a n i n h a s . T a n t o as d e s t r o e m como a t a c a m e d e v o r a m as que lhes são in im i ga s e, p o r t a n t o , nossas a u x i l i a r e s .
MANTODEA
261
As ootécas dos Mantideos, c om o as das b a r a t a s , t a m b e m se a p r e s e n t a m f r e q u e n t e m e n t e p e r f u r a d a s , q u a n d o os ovos for a m p a r a s i t a d o s por m i c r o i m e n o p t e r o s da s u p e r f a m i l i a Chalcidoidea dos generos Podagrion (fam. Callimomidae) e Anastatus (fam. E u p e l m i d a e ) . Ainda b a pouco t e m p o tive o ensejo de observar, saindo de uma ostéca, apanhada em Manguinhos, exemplares de Podagrion c y a n e u m A s hm e a d, 1904. 154. - Classificação. - Ha na ordem Mantodea cerca de 1500 especies descritas, das quais p e r t o de 400 p e r t e n c e m á região n e o t r o p i c a . Todas as especies estão incluidas n u m a g r a n d e f a m i l i a - M a n t i d a e - subdividida por GIGLIO-TOS (1927) em 32 subfamílias. Destas, porém, 16 n ã o t ê m r e p r e s e n t a n t e s da região neotropica. Den tr e as especies m ai s i n t e r e s s a n t e s do Brasil, pelo tam a n h o ou pelo aspecto curioso que a p r e s e n t a m , devo citar" S t a g m a t o p t e r a precaria ( L . , 1758), o g r a n d e l ouva-deus verde, Zoolea lobipes (Oliv., 1792), e s p e c i e bem c o n h e c i d a pelas expansões i m i t a n d o aculeos na s per na s , a m b a s da s u b f a m i l i a Vatinae e A c a n t h o p s falcataria (Goeze, 1765), o l ouva-deus folha m o r t a , da s u b f a m i l i a E p a p h r o d i t i n a e . 155. B i b l i o g r a f i a . BEIER,
MAX VON 1930 - Ergabniss einer zoologischen Sammelraise nach Brasilien insbesondere in das Amazonas Gebiat, ausgeführt von Dr. H. Zerny. IV TaiI. Mantodea. Ann. naturh. Mus., 44: 27-32, 1 fig. 1930 New anal tare Mantodea (Orthoptera) in the British Museum. Ann. Mag. Nar. Hist. (10) 6: 432-460, 5 figs. 1934 Mantodea. Fam. Mantidae - Subfam. Hymenopodinae. G e n . I n s . , f a s c . 196, 36 p . , 2 e s t s . c o l . 1935 Mantodea. Fam. Mantidae Subfam. Thespinae. G e n . I n s . , 200, 32 p . , 2 e s t s . c o l . 1935 Mantodea. Faro. Mantidae. Subfam. Orthoderinae, Choeradodinae, Deroplatynae. G e n . I n s . , 201, 4 p . , I e s t . c o l . 1935 - Mantodea. Fam. Mantidae. Subfam. Mantinae. G e n . I n s . , 203, 146 p . , 8 e s t s . c o l . 1935 Neus und seltene Mantoden aus dem Zoologischen Staatsinstitut und Zoologischen Museum In Hamburg. Mitt. Zool. Staatsinst. Hamburg, 45: 1-21.
262 CHOPARD, L. 1911 -
INSETOS DO BRASIL
Contribution á la faune ales Orthoptères de la Guyane française, Mantidae et Phasmidae. Ann. Soc. Ent. Fr. : 315-350. 1913 Descriptons de Mantides Americains. Ann. Soc. Ent. Fr.: 762-764, figs. 1-6. 1916 Etude des Mantides américains de la collection I. Bolivar. A n n . S o c . E n t . F r . 8 5 : 1 6 1 - 1 8 7 , 13 f i g s , GIGLIO-TOS, E. 1911-17 Mantidi esotici. I-XII. Boll. Soc. Ent. Ital., Firenze. 1919 Saggio di una nuova classificazione dei Mantidi. Boll. Soc. Ent. Ital., 49: 50-87. 1921 - Faro. Mantidae. Subfam. Eremiaphilinae. G e n . I n s . , 177, 36 p . , 2 e s t s . c o l . 1927 Mantidae. Das Tierreich. Berlin. L i e f . 50, 707 p . KIEFFER, J. J. 1919 Sur les hyménoptères parasites des oothèques de Mantides. Bull. Soc. Ent. Fr.: 357-359. KIRBY, W. F. 1904 A synonymic catalogue of Orthoptera. Vol. I, p. 207-316. RABAUD, E. 1916 - Accouplement d'un male décapite de Mantis religiosa. Bull. Soc. Ent. Fr.: 57-59. REHN, J. A. G. 1911 Fam. Mantidae. Subfam. Vatinae. Gen. Ins. Fasc. 119. 1935 The Orthoptera of Costa Rica - Parte I. Mantidae. Proc. Acad. Nat. Sci. 87: 167-455, ests. 9-10. SAUSSURE, H. 1869-79 Essai d'un systeme de Mantides. Mittheil. schweiz, ent. Ges., III, p. 49-73; (1870) 221-244. 1870 Melanges orthopterologiques. Fasc. III. Mantides. Mém. Soc. Phys. et Hist. Nar. de Genève, XXI, p. 1-124. Auth. sep. 149-362, ests. 4-6. 1871 Idem, suppl. au fasc. III. Mantides. Ibid. XXI, p. 239-336. Auth. s e p . 3 6 3 - 4 6 0 , e s t . 7. 1872 V. bibliogr. Blattarie. SJOESTEDT, Y. 1930 Orthopterentypen in Naturhistorischen Reichsmuseum zu Stockholm I Mantidae. A r k . Z o o l . 21 A, 3 2 : 4 3 p . , 18 e s t s . , 1 f o t . STAL, C. 1877 Systema Mantodeorum. Bihang. Svenska Akad. Stockholm, I V , n° 10, p . 1 - 9 8 , 1 e s t . WERNER, F. 1925 - Zur Kenntnis amerikanischer Mantoden (Orthoptera: Ootecaria). Konowia, 4: 100-108. WESTWOOD, J. O. 1889 Revisio insectorum familiae Mantidarum, speciabus novis aut minus cognitis descriptis et delineatis. London.
CAPÍTULO XVI Ordem ISOPTERA113
156. Caracteres. - Constituem esta ordem os termitas ou cupins, insetos assás conhecidos em todo o mundo pelos g r a n d e s prejuízos que c a u s a m . Todas as especies descritas são sociais, vivendo em comunidades mais ou menos populosas, representadas por castas de individuos apteros e alados. Estes ultimos, de ambos os sexos como aqueles, têm quatro asas membranosas, sub-iguais, que apresentam, perto da base, uma sutura ou linha de ruptura transversal, ao nivel da qual se processa o destacamento da asa. Desenvolvem-se por paurometabolia. 157. Anatomia externa. - Cabeça livre, de forma e tamanho variaveis, não só nas varias especies, como nas formas de uma mesma especie. Olhos facetados geralmente presentes nos individuos alados; nas formas apteras, quando presentes, mais ou menos atrofiados. Ocelos (2) sempre presentes nas formas providas de olhos. Nos termitas superiores, ha, no lugar do ocelo mediano, uma depressão, a fontanela ou fenestra, apresentando um pequeno orifício (poro frontal) em relação com uma glandula cefalica que secreta um fluido espesso e viscoso. Antenas simples, moniliformes, de 9 a 32 segmentos subiguais, i n s e r i d a s aos l a d o s d a c a b e ç a n u m a d e p r e s s ã o p o u c o
113
Gr.
isos,
igual;
pteron,
asa.
264
INSETOS DO BRASIL
p r o f u n d a a c i m a d a b a s e d a m a n d i b u l a . O n u m e r o de s e g m e n tos é v a r i a v e l n a s d i f e r e n t e s f o r m a s . Aparelho bucal mastigador; mandibulas geralmente bem desenvolvidas, em algumas formas (soldados) robustas, consp i c u a s o u m e s m o d i s f o r m e s ; p a l p o s m a x i l a r e s longos, de 5 s e g m e n t o s , labiais de 3. Torax geralmente u m t a n t o a c h a t a d o ; p r o t o r a x distinto, livre; m e s o t o r a x e m e t a t o r a x m a i s o u m e n o s r e u n i d o s . T o d a s as p e r n a s s e m e l h a n t e s , c u r s o r i a i s , t a r s o s p e q u e n o s de 4 articulos (pentameros no genero Mastotermes), arolium ou o n y c h i u m somente presente nos tipos mais primitivos. As tibias anteriores, segundo verificação de FRITZ MÜLLER (1875), apresentam, pouco abaixo do joelho, um orgão provavelmente auditivo. Daí se acreditar que estes insetos possam comunicar-se mediante vibrações sonoras. Asas (4), somente presentes nos individuos reprodutores adultos, subiguais e membranosas (desiguais em Mastotermitidae), apresentando um sistema de nervação relativamente simples, por é m v a r i a v e l n o s d i v e r s o s g e n e r o s ; e m r e p o u s o elas se dispõem sobre o abdomen, como na figura 122 (lado esquerdo), s u p e r p o n d o - s e h o r i z o n t a l m e n t e os 2 p a r e s e a m b o s e x c e d e n d o o a p i c e do a b d o m e n . P e r t o d a b a s e d a s a s a s b a u m a s u t u r a um tanto curvada (sutura basal ou humeral), ao nivel da qual a asa se rompe ao se destacar do corpo do inseto. Após a q u e d a d a s asas, r e s t a m p r e s o s ao c o r p o 4 m a n g u i t o s c o r i a ceos chamados escamas.
Abdomen volumoso, aderente ao torax, de 10 segmentos. apresentando o ultimo um par de cercos curtos, de 1 a 8 segmentos, e, não raro, no bordo posterior do 9º esternito, um par de pequenos estiletes (estiletes subanais), geralmente pres e n t e s e m r o d a s as f o r m a s , e x c e t o n a s f e m e a s a l a d a s . N a s f e m e a s de M a s t o t e r m i t i d a e b a u m o v i p o s i t o r r u d i m e n t a r u m t a n t o s e m e l h a n t e ao dos B l a t i d e o s . 158. Anatomia interna. - Esofago alongado e fino, seguido de um papo mais ou menos do mesmo comprimento; proventriculo relativamente simples, com a intima quasi sempre provida de dentes (em Anoplotermes (Anoplotermes) pa-
265
ISOPTERA
cificus F r i t z M ü l l e r , 1873, s e m r u g a s t r i t u r a d o r a s ) . Mesenteron longo e incurvado. Proctodaeum tendo a primeira porção (post-ventriculo) relativamente curta e estreita, a segunda (vestíbulo) mais ou menos dilatada e bulbosa, a terceira (grosso intestino), de comprimento variavel e consideravelmente dilatada na porção anterior, a quarta muito curta (colon) e finalmente a quinta ou terminal (empola retal). É no vestibulo e no grosso intestino que se acumulam os protozoarios, que serão especialmente referidos quando tratar da alimentação destes insetos. Glandulas salivares conformadas como nas baratas. Sistema nervoso apresentando 3 ganglios toracicos e 6 abdominais.
Fig.
122 de
-
Reprodutor
Syntermes
alado
dirus.
266
INSETOS DO BRASIL
P o s s u e m os c u p i n s u m a g l a n d u l a q u e lhes é p e c u l i a r , a g l a n d u l a f r o n t a l , s i t u a d a n a c a b e ç a e s e m p r e m a i s desenvolvida n o s s o l d a d o s , n o s quais, p o d e a t i n g i r d i m e n s õ e s e x t r a o r dinarias (Coptotermes), apresentando-se então, como um saco que se e s t e n d e a t é o a p i c e do a b d o m e n . O c a n a l e x c r e t o r d e s t a g l a n d u l a t e r m i n a n u m p o r o f r o n t a l , s i t u a d o ao nível d a font a n e l a o u n o a p i c e de u m p r o c e s s o f r o n t a l , m a i s o u m e n o s saliente (tuberculo frontal ou nasus). No primeiro caso, med i a n t e u m s u l c o m e d i a n o , a s e c r e ç ã o e s c o r r e a t é as m a n d i b u l a s e p e l a s d e n t a d a s é i n o c u l a d a n o i n i m i g o . É o q u e se observa em Heterotermes (= Leucotermes) e outros generos. E m R h i n o t e r m e s o citado sulco c o n t i n ú a sobre o l a b r u m , que se a p r e s e n t a c o m o u m p r o c e s s o m a i s o u m e n o s a l o n g a d o . No 2 ° caso, o u a f o n t a n e l a fica n u m t u b o , e m t r o n c o de cone, situado acima das peças bucais, como se vê em Coptotermes. ou o processo frontal é relativamente longo, dando a cabeça o aspecto de seringa ou retorta, como em Nasutitermes.
F i g . 122 - C a b e ç a de r e p r o d u t o r a l a d o d e C o r n i t e r m e s similis; Aclp, anteclypeus; font, fontanela; hphy, hipofaringe; md, mandibula; oc, ocelo.
Os orgãos sexuais, bem desenvolvidos nas castas reprodutoras, são mais ou menos atrofiadas nos obreiros e soldados.
ISOPTERA
267
Os testiculos apresentam de 8 a 10 foliculos curtos. Anexas ao canal ejaculador ha vesiculas seminais multiplas, como nas baratas. Ovarios constituídos por ovariolos em numero variavel segundo as especies. Ovidutos desembocando na bolsa genital, que está tambem diretamente em relação com a esperm a t e c a e c o m o c a n a l e x c r e t o r das g l a n d u l a s c o l e t e r i c a s . 159. Desenvolvimento post-embrionario. Os termitas d e s e n v o l v e m - s e p o r p a u r o m e t a b o l i a . Os ovos, e m g e r a i ren i f o r m e s , sâo d e p o s t o s soltos e se a p r e s e n t a m t a n t o m a i o r e s q u a n t o m a i s p r i m i t i v a é a especie. E m Mastotermes darwiniensis Froggatt, 1896, da Australia - a especie de termita mais primitiva que se conhece - a femea põe 16 a 24 ovos em duas series, reunidos em massa, cujo aspecto lembra o das ootécas de a l g u m a s b a r a t a s . As formas jovens do 1º estadio são aparentemente iguais. No 2º estadio, porém, elas já se diferenciam em 2 tipos principais; as f o r m a s j o v e n s o u l a r v a s ( c o m o se as c h a m a i m p r o p r i a m e n t e ) de c a b e ç a p e q u e n a e as f o r m a s j o v e n s de c a b e ç a g r a n d e . E s t a s d a r ã o os i n d i v i d u o s e s t e r e i s o u n e u t r o s , a q u e las os i n d i v í d u o s r e p r o d u t o r e s . O desenvolvimento de todas estas formas se processa inediante transformações, sem metamorfoses portanto. Reproduzo aqui (fig. 136) o quadro esquematico feito por ESCHERICH (1909) representando o desenvolvimento post-embrionario e a diferenciação das castas no Termitideo Reticulitermes lucifugus (Rossi, 1792). FRITZ MÜLLER (1873) e s t u d a n d o K a lotermes rugosus H a g e n , 1858, c h a m o u a a t e n ç ã o p a r a o aspecto p e c u l i a r d a p r i m e i r a f o r m a j o v e n n e s t a especie e p a r a as m o d i f i c a ç õ e s u l t e r i o r e s , s e m e l h a n t e s a j o v e n s de o u t r a s especies do g e n e r o . 160. Castas. - V i v e m os t e r m i t a s e m s o c i e d a d e s o u colonias, c o n s t i t u i d a s p o r u m n u m e r o m a i o r o u m e n o r de individuos, a l o j a d o s e m n i n h o s c h a m a d o s termiteiros o u cupinzeiros. E m t a i s c o l o n i a s , a l é m d a s f o r m a s j o v e n s h a p o u c o m e n c i o n a d a s , nos v a r i o s e s t a d i o s de d e s e n v o l v i m e n t o , h a sem-
268
INSETOS DO BRASIL
pre 2 c a t e g o r i a s de individuos adultos, f o r m a d a s por castas bem d i s t i n t a s .
Fig. 124 - Cabeça de soldado (grande) ele Hererotermes tenuis.
A primeira é constituida pelos individuos reprodutores aos quais cabe a p r o p a g a ç ã o da especie. Desta c a t e g o r i a h a a considerar os individuos sexuados alados, machos e femeas (formas macropteras, de IMMS; adultos da 1ª forma, de THOMPSON (1917)), que propagarão a especie fóra do termiteiro em que nasceram e o casal real primario, representado pelo rei e pela rainha da colonia, incumbidos da proliferação
ISOPTERA
d e n t r o do t e r m i t e i r o . M a i s a d i a n t e t r a t a r e i de r e p r o d u t o r e s , b r a q u i p t e r o s e a p t e r o s .
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de o u t r o s t i p o s
A s e g u n d a c a t e g o r i a c o m p r e e n d e f o r m a s a p t e r a s de a m bos os sexos, p o r é m estereis, p o r q u e os o r g ã o s r e p r o d u t o r e s n ã o se d e s e n v o l v e m c o m p l e t a m e n t e . S ã o elas q u e e x e c u t a m todos os outros misteres da colonia. Desta categoria ha indivíduos neutros de 2 castas: a dos obreiros ou operarios e a dos soldados. Os i n d i v i d u o s s e x u a d o s a l a d o s s ã o os q u e a p a r e c e m a n u a l mente, por ocasiâo da enxamagem, voando, em grande quant i d a d e , ao r e d o r d a s l a m p a d a s . A p r e s e n t a m o t e g u m e n t o b e m mais esclerozado que nos indivíduos das outras castas, poss u e m g r a n d e s o l h o s f a c e t a d o s , ocelos b e m d e s e n v o l v i d o s e a n t e n a s c o m o n u m e r o m a x i m o de s e g m e n t o s , a l i á s c a r a c t e r í s tico p a r a c a d a e s p e c i e . T a i s i n d i v i d u o s a l a d o s , d e p o i s de v o a t e m a l g u m t e m p o , p o u s a m , p e r d e m as a s a s e p r o c u r a m f u n d a r novas colonias. Estes individuos sexuados encontrados, no termiteiro, magem.
adultos, já providos de asas, são pouco tempo antes da enxa-
O rei e a r a i n h a s ã o i n d i v i d u o s s e x u a d o s q u e p e r d e r a m as a s a s ao f u n d a r e m a c o l o n i a e f i c a m s e m p r e e s c o n d i d o s n a s p r o f u n d e z a s do t e r m i t e i r o . Via de r e g r a h a u m só c a s a i r e a l n o t e r m i t e i r o . SILVESTRI, e n t r e t a n t o , a c h o u n u m a c a m a r a r e a l de Nasutitermes (Nasutitermes) rippertii, dois casais reais verdadeiros. HOLMGREN (1906), em outras especies, observou 2 o u m a i s r a i n h a s e u m só rei. Os obreiros e os soldados são as formas conhecidas pelo nome de cupins e vistas sempre em atividade em qualquer termiteiro. De um modo geral pode dizer-se que os soldados nos termitas primitivos são monomorficos, nos intermediarios dimorficos, nos mais adiantados trimorficos, sendo novamente m o n o m o r f i c o s n o s m a i s e s p e c i a l i z a d o s . Os o p e r a r i o s , a p e n a s nos termitas mais adiantados, apresentam dois tipos: maior e m e n o r . E s t e s f a t o s i n d i c a m , c o m o diz SNYDER (1926), u m a maior especialização na casta dos soldados e que, provavelmente, ela evoluio antes da dos obreiros.
270
INSETOS DO BRASIL
Os obreiros, em geral, são de cór b r a n c a ou a m a r e l a palida, a p t e r o s e g e r a l m e n t e desprovidos de olhos e ocelos. São êles que constituem o grosso da população do termiteiro e
Fig.
125
-
Mandibula de Coptotermes (Foto J. Pinto)
vastator.
desempenham todos os misteres da comunidade, menos o da procreação. Em algumas especies os obreiros cooperam eficientemente com os soldados na defesa da comunidade. São êles, todavia, que causam os estragos que bem se conhece. Como geralmente não possuem olhos e são negativamente fototropicos, operam sempre na obscuridade. Daí, ao atacarem um objeto mais ou menos distante do ninho, estabelecerem comunicações mediante galerias ou tuneis, bem protegidos da luz, geralmente construidos de partículas de terra e dejeções, cimentadas pela saliva. Os soldados, embora um tanto semelhantes aos obreiros, por serem, na maioria das especies, apteros e cegos, deles diferem essencialmente por apresentarem a cabeça muito mais volumosa e esclerozada (portanto, de côr amarela-parda) e as mandíbulas quasi sempre muito mais desenvolvidas, porém incapazes de servir na mastigação, apresentando, ás vezes, formas verdadeiramente grotescas. Nas especies de Capritermes, por exemplo, elas são torcidas e notavelmente assimetricas (fig. 131). CUNHA (1935) tratando dos soldados de Capritermes e Mirotermes, diz o seguinte:
ISOPTERA
271
" T e m m a n d i b u l a s l o n g a s e e m f o r m a de f l o r e t e t o r t o e p r o v i d o de d i s p o s i t i v o s a p r o p r i a d o s a d a r c u t i l a d a s , f e r i n d o o inimigo violentamente. As p e ç a s m a n d i b u l a r e s se e n c o n t r a m m a i s ou m e n o s e m p o s i ç ã o p a r a l e l a , h o r i z o n t a l , e m b o r a algo s i n u o s a . U m a d e l a s ,
Fig.
127 - A s a s d e K a l o t e r m e s . (Foto J. Finto)
pontuda, termina com ligeira distorsão para fora, geralmente p a r a a d i r e i t a . A outra, em sua ponta, trás uma protuberancia, uma saliencia, propria p a r a p r e n d e r a similar, j u n t o á p a r t e recurva e ponteaguda. O conjunto, quando preso pelas extremidades, quando eng a n c h a d o u m n o o u t r o , s o f r e p e l a b a s e u m e s f o r ç o de a b e r t u r a , g r a ç a s a a ç ã o de m u s c u l o s c e f a l i c o s , c o m o que v e r g a , r e c u r v a , t a l c o m o l a m i n a de aço f l e x i o n a d a . Se r o m p e , se d e s a p a r e c e a b r u p t a m e n t e o p o n t o de s u s t e n t a ç ã o d a p o n t a , a m a n d i b u l a , c o m o q u e a c i o n a d a p o r u m a m o l a , a b r e , veloz, e fere o agressor, numa verdadeira cutilada. Se o alvo t e m c o r p o m o l e , n ã o q u i t i n i z a d o , u m a g r a n d e e f u n d a c h a g a logo se m o s t r a , a b e r t a p o r e s t a a r m a t e r r í v e l . E s t á a s s i m a p a r e l h a d o o s o l d a d o d e s t a e s p e c i e e de o u t r a s s u b o r d i n a d a s ao g r u p o M i r o - c a p r i t e r m e s Como o soldado é inteiramente cego, desprovido de olhos, muitas vezes, presentindo perigo e não conhecendo bem a posição do possivel agressor, êle atira estocadas a torto e a direito. Se coincide uma delas encontrar obstaculo compacto
INSETOS DO BRASIL
272
e firme, o c o n t r a choque é tal que joga o inseto a g r a n d e dist a n c i a ou a l t u r a . Daí o n a t u r a l e n g a n o r e f e r i d o . C e n t e n a s de vezes, exibiume este g u e r r e ir o suas proezas. U m e x a m e no proprio inseto l e v a - n o s a concluir não estar êle a d a p t a d o ao salto, por f a l ta r , em seu corpo, vestigios de u m a f i n a l i d a d e f u n c i o n a l . Depois, de vida i n t e i r a m e n t e subt e r r a n e a , m e t i d o em galerias estreitas, r a r a m e n t e saindo em excursões t e m e r a r i a s , á superfície do solo, deve s e m p r e lhe ter escasseado o p o r t u n i d a d e s de fuga, pelo salto, e, conseq u e n t e m e n t e , m o m e n t o s de treino capazes de m o d i f i c a r seu corpo, d a n d o - l h e essa p a r t i c u l a r i d a d e . Cada c u t i l a d a é a c o m p a n h a d a de um estalido seco, estridente, c a r a c t e r i s t i c o " .
Fig.
126 Asas (Foto J.
de Coptotermes. Pinto)
São os soldados que defendem a comunidade contra a agressão de qualquer inimigo, e quando possuem robustas mandíbulas de bordo cortante agarram-se aos pés descalços de quem tenta desmoronar o ninho, golpeando-lhes a pele mais ou menos profundamente. Possivelmente colonia, dirigindo
os e
soldados tambem mantêm a estimulando a atividade dos
ordem na operarios.
Em Rhinotermes o labrum é prolongado num processo mais ou menos alongado, sobre o qual escorre a secreçâo da glandula frontal, que é toxica para as formigas. Em R. latilabrum Snyder, 1926, da Amazonia, ha dois tipos destes sol-
273
ISOPTERA
dados: um de cabeça maior e mandibulas robustas e outro de cabeça menor e mandibulas atrofiadas (v. fig. 132). Ocasionalmente os obreiros ou os soldados podem apresentar orgãos reprodutores funcionais, podendo, excepcionalmente, pôr ovos. Em certas especies só ha tres castas de neutros: a dos grandes e pequenos soldados e um só tipo de obreiros ou então g r a n d e s e p e q u e n o s o b r e i r o s e u m só t i p o de s o l d a d o s . U m a m e s m a especie p o d e t e r s o l d a d o s s o m e n t e g r a n d e s o u s o m e n t e p e q u e n o s . E m o u t r a s e s p e c i e s h a a p e n a s d u a s c a s t a s de ind i v í d u o s e s t e r e i s : a dos s o l d a d o s e a dos o p e r a r i o s , a m b o s m o nomorficos. Nos t e r m i t a s do g e n e r o N a s u t i t e r m e s (s. s t r . ) os s o l d a dos, de u m t i p o e s p e c i a l , s ã o c h a m a d o s n a s u t i f o r m e s o u n a Fig.
128 -
mopsis
d i g e s t i v o de Z o o t e r -
Tubo
nevadensis;
negros
maiores
e
principalmente zoarios;
na
a parte
menores ocupada
porção
com pontes
é
a
terminal,
cinhos negros, acumulam-se de
madeira
br., duct.
não
sal.
res.,
gast.
livar; moela
digerida.
crop,
cerebro;
caec.,
ou
do
cégos
intestinal;
long.
rect.
l.
int.,
musc.,
feixe
tub.,
mid.
int.,
intestino
gI.,
phar.,
faringe;
salivar;
glandula
torio
salivar;
symp.
gang.,
simpatico;
s.
sa-
gastricos;
giz.,
int.
vest.,
vestíbulo
rectal Mal-
médio;
oes.,
rectum;
res.,
delgado;
sistema (De
sal.
reserva-
intestino do
caec., intestino;
de
rect.,
int.,
ganglio
ingluvia;
tubos
sal.
tra-
reservatorio
muscular
Mal.
esofago;
ou
grasso
longitudínal; pighi;
com
as b o l i n h a s
pro-ventriculo;
cégo
fica
proto-
Abreviações:
papo
canal
que
pelos
nervoso
Child,
in
Kofoid, 1934, fig. 15).
suti por apresentarem a cabeça em forma de retorta ou seringa, prolongada numa saliencia (nasus ou rostrum), mais
274
INSETOS DO BRASIL
ou m e n o s a l o n g a d a , d i r i g i d a p a r a d i a n t e e t e n d o n o a p i c e u m p e q u e n o orifício e m r e l a ç ã o c o m a g l a n d u l a f r o n t a l . Os individuos desta casta, que atacam o inimigo lançando-lhe a sec r e ç ã o p e g a j o s a d a g l a n d u l a f r o n t a l , e m g e r a l são m e n o r e s q u e os o p e r a r i o s e t ê m m a n d i b u l a s p e q u e n a s o u a t r o f i a d a s . E m A r m i f e r m e s , p o r é m , os s o l d a d o s n a s u t i f o r m e s são de u m tipo i n t e r m e d i a r i o , a p r e s e n t a n d o n ã o só u m n a s u s , c o m o m a n díbulas bem desenvolvidas. Aliás, em algumas especies deste g e n e r o , as m a n d í b u l a s são m a i s d e s e n v o l v i d a s q u e o n a s u s , e n q u a n t o que em outras ocorre o inverso. Geralmente os nasuti são monomorficos; em algumas especies, porém, ha dois tipos: um maior e outro menor. Nas especies de Spinitermes a cabeça do soldado apresenta um
Fig.
130
-
Soldado de mes dirus.
Synter-
processo frontal, formando um corno mediano, com uma pequena saliencia de cada lado, que nâo deve ser confundido com o nasus ou tubo frontal, nulo neste genero (v. fig. 133). Nas especies primitivas de Archotermopsis, Zootermopsis, Kalotermes e Porotermes, que possuem apenas a casta de sexuados e soldados, são as formas jovens dos individuos sexuados que funcionam corno obreiros. Em KaIotermes os soldados apresentam quasi sempre olhos reduzidos e pouco pigmentados e, frequentemente, rudimentos de asas. Isto porque, como diz SILVESTRI, se trata de um genero filogeneticamente antigo, no qual os soldados ainda mantêm alguns caracteres da sua origem, que são as formas aladas.
ISOPTERA
275
Nos cupins dos mais especializados que existem, do genero Anoplotermes, que vivem ordinariamente associados a especies de outros generos, nâo ba a casta de soldados. Nestes termitas os operarios e os adultos alados frequentemente possuem longas mandíbulas.
Fig.
129
gião
postventricular
de a
-
Seção
Zootermopsis parte
ron
e
a
anterior chit.,
mesenteron; lum ventriculus;
post.
tub.,
valv.,
Trichon.,
do
re-
incluindo
do m e s e n t e -
vestibulo.
Abre-
quintinosa;
epith.,
midgut.,
vest.,
lumen
lumen
tubo
valvula
de
do
do
ves-
Malpighi;
postventricular;
Trichonympha, do
da
digestívo
p o s t v . , l u m e n do p o s t -
lum.
Mal.
tibulo;
tubo
posterior
intima
lum.
epithelium;
do
nevadensis,
extrema
viações:
longitudinal
no
vestibulo
proctodaeum.
161. Reprodutores de substituição. Quando num termiteiro falta o casal real, a proliferação da colonia é mantida á custa de individuos que, embora se apresentem corno formas jovens providas de técas alares (formas braquipteras, de IMMS; adultos da 2ª forma, de THOMPSON) OU mais raramente, desprovidas de tais orgãos (formas apteras, de IMMS; adultas da 3ª forma) são sexualmente bem desenvolvidos. São, pois, formas neotenicas, que constituem uma outra casta de individuos reprodutores, a dos reis e rainhas de reserva, de substituição, de complemento ou complementares (GRASSI). Originam-se estes individuos de um tipo especial de jovens, diferentes dos que dão origem ás formas aladas. Distinguem-se tais indivíduos das ninfas que darão os reprodutores alados por apresentarem o tegumento menos esclerozado e pigmentado e por terem técas alares mais curtas.
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Além dos reis e das rainhas de substituição deste tipo, ocasionalmente podem ser encontrados num termiteiro indivíduos reprodutores complementares considerados oriundos de jovens de obreiros e até mesmo de soldados. Dos que se originam de larvas de obreiros ba, segundo SILVESTRI, 2 tipos de individuos: ergatoides e ginecoldes, estes apteros e aqueles braquipteros. Como as reprodutoras braquipteras ou apteras nunca atingem o desenvolvimento das verdadeiras rainhas, é natural que tambem não possam produzir uma quantidade igual de ovos. Daí se encontrar algumas ou muitas rainhas de substituição numa só colonia, sempre acompanhadas de um menor numero de machos. As vezes o numero de tais individuos complementares é relativamente grande. SILVESTRI encontrou em Mato Grosso, num ninho de Hamitermes hamifer Silv., 1901, com individuos de outras castas, 126 femeas e 113 machos braquipteros. Quando num termiteiro desaparece tão somente a rainha verdadeira, o rei continuará a desempenhar o seu papel per a n t e as varias r a i n h a s de s u b s t i t u i ç ã o . FRITZ MÜLLER encontrou num ninho de uma especie de E u t e r m e s , u m v e r d a d e i r o rei c om 31 r a i n h a s da 2 ª f o r m a . Se em multas especies a existencia de indivíduos de substituição só ocorre após o desaparecimento de um ou de ambos os representantes do par real, estes, em algumas especies, normalmente são substituídos por individuos sexuados complementares. É o que se observa com o Reticulitermes lucifugus (Rossi), da Europa, segundo verificou GRASSI, e com o A r m i t e r m e s neotenicus H o l m g r e n , 1906, da A m e r i c a do Sul, estudado por HOLMGREN. Em ninhos desta especie este autor encontrou até 100 rainhas de substituição e um só rei verdadeiro. De um modo geral pode dizer-se que os reprodutores de substituição, braquipteros ou apteros, são frequentemente encontrados nos termitas mais primitivos da fam. Kalotermitidae. Reprodutores apteros, habitualmente encontrados em Mastotermes, são mais raros em Kalotermes, porém relativamente comuns em Zootermopsis e em cupins mais adiantados
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da família Rhinotermitidae. É interessante consignar que em Mastotermes não se observam reprodutores braquipteros. Nos termitas mais adiantados (da familia Termitidae) habitualmente ocorrem, em alguns generos (Armitermes, Nasutitermes e Microcerotermes), as formas braquipteras ou reprodutoras da 2ª forma Entretanto SILVESTRI, num ninho de Microcerotermes struncki (Sörensen, 1880) encontrou 48 operarios (ginecoides), dos quais 40 femeas e 8 machos (apteros) com os orgãos genitais tão desenvolvidos como nas formas aladas.
F i g . 131 Á e s q u e r d a c a b e ç a e t o r a x d e s o l d a d o de Syntermes brasiliensis Holmgren; á direita, cabeça e protorax de soldado de Capritermes (Neocapritermes) brasiliensis Snyder, 1926 (De Snyder, 1926, est. 2, fig. 9 e fig. 3c, no texto).
162. Enxamagem. - A propagação da especie nos termitas normalmente se realiza mediante a enxamagem. Os reprodutores alados, impropriamente conhecidos pela denominação, "formigas de asas", machos e femeas, produzidos em grande numero e aproximadamente em igual quantidade,
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permanecem no termiteiro, antes da enxamagem, durante algum tempo, ás vezes, até 3 meses, prontos, porém, para sair. Em dado momento, tais formas tornam-se positivamente fototropicas e procuram abandonar o termiteiro. Nessa ocasião os obreiros, após um trabalho ativo de desobstruçâo das galerias, fazem-nas comunicar com o exterior mediante aberturas ao réz do chão, ou situadas no apice de pequenas chaminés por eles construidas. Surgem, então, nessas aberturas, as formas aladas, que imediatamente levantam vôo e abandonam o termiteiro em que se criaram para fundar novas colonias. Durante a saída dos cupins alados, obreiros e soldados ficam de guarda nas citadas aberturas. Terminada a enxareagem, os operarios fecham-nas e retiram-se para o interior da colonia, voltando esta a ter exteriormente a aparencia de inatividade que a caracteriza, não obstante a vida criptica intensa que se mantem em suas entranhas. A epoca da enxamagem varia mita e conforme a região em que especies as formas aladas ficam taneamente, em outras o seu epocas diversas e, daí, saírem em
segundo a especie de terse a encontra. Se em muitas adultas e enxameiam simuldesenvolvimento termina em varios enxames.
Tambem, segundo as especies, é variavel o momento do dia em que saem os reprodutores alados. Se na maioria é com bom tempo e ao pôr do sol ou no crepusculo que se realiza a enxamagem, em outras a saída dos cupins alados se verifica, ainda com bom tempo, porém pela manhã, nas horas mais quentes do dia, ou durante a noite. Ha, mesmo, algumas especies que enxameiam com tempo chuvoso. Provavelmente o estimulo que impele todos os termitas alados, de uma dada especie e numa mesma região, a realizar simultaneamente esse exodo, no mesmo dia e á mesma hora, é uma combinação de condições mesotogicas ou atmosfericas favoraveis, especialmente de temperatura e sobretudo de umidade. As formas aladas de um dos termitas mais comuns no Rio de Janeiro, o cupim das casas, que me parece identico a Coptotermes vastator Light, 1930, surgem quasi sempre, em quantidades colossais, de Agosto a principio de Setembro, depois do pôr do sol. Nesta ocasião e durante o começo da noite,
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veem-se miríades de formas aladas desse termita esvoaçando ao r e d o r d a s l a m p a d a s , n a s h a b i t a ç ô e s e n a s r u a s . Em Mato Grosso, segundo SILVESTRI, parece que quasi todas as especies enxameiam de Agosto a Outubro.
Fig. 132 - Cabeças de 2 tipos de soldados encontrados na mesma colonia de Rhinotermes latilabrum Snyder, 1926 da bacia do Amazonas; em ambas o labrum é consideravelmente alongado e sobre ele escorre a secreção emitida pela fontanela, toxica para as formigas; no soldado de cabeça grande (a) as mandibulas são bem desenvolvidas; no de cabeça pequena (b) eles são vestigiais, X 20 (De Snyder, in Kofoid, 1934, fig. 2).
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Em geral são os termitas menos elevados, encontrados em madeira, que têm reprodutores alados bons voadores, capazes de se manter no ar por mais tempo e de percorrer maiores dis-
F i g . 133 (á esquerda)
C a b a ç a s d e s o l d a d o s d e C o r n i t e r m e s sp. e de Spinitermes brevicornis Silvestri (a direita). (Foto J. Pinto).
tancias, mesmo sem o auxilio do vento. Os cupins da terra, filogeneticamente intermediarios e superiores, via de regra, têm alados máos voadores. Depois de ferem voado durante algum tempo os reprodutores alados, pousam ao chão ou sobre os moveis e começam a andar de um para outro lado. As asas pouco tempo permanecem presas ao corpo. Nos termitas superiores elas facilmente se destacam logo depois do inseto pousar; não raro, porém, um dos pares ou ambos caem durante o vôo. Nas especies primitivas frequentemente o inseto é obrigado a arrancar as asas após te-las prendido a um ponto qualquer, e isto porque nelas não ha uma verdadeira sutura humeral como nas demais especies.
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por
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Durante a enxamagem os cupins alados são dizimados um grande numero de animais insetivoros, especialmente
Fig.
135
dutora
-
Rainha
femea
adulto
ou
fisogastrica
alado
ou
forma
repro-
(oriunda
do
macroptero).
por aves e morcegos, que,atraidos pela abundancia de alimento, os devoram em quantidades colossais. Nessa ocasião o homem tambem muito contribue para a destruição das formas sexuadas. A enxamagem não é, como se poderia supor, por analogia com a que ocorre em outros insetos sociais (abelhas e formigas), um vôo nupcial, pois os cupins alados, ao saírem do termiteiro, ainda se acham sexualmente imaturos. Daí a 1ª copula, normalmente, só se efetuar depois de terem perdido as asas e estabelecido uma morada. Os reprodutores que sobrevivem á hecatombe da enxamagem, depois de desalados, tornam-se negativamente fototropicos e fortemente tigmotropicos, isto é, precisam de estar em contacto com a madeira ou com o solo. Assim, reunidos aos pares, isto é, cada femea com o seu macho, formando um casal real, procuram um lugar adequado e iniciam imediatamente a excavação de uma galeria, terminando-a por uma cavidade mais ampla chamada camara nupcial. Nenhum adulto
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c o l o n i z a d o r v o l t a a o n i n h o de o n d e s a i u . D i a s d e p o i s d a p r i m e i r a c o p u l a , q u e se p r o c e s s a c o m o n a s b a r a t a s , isto é, u n i n do-se os dois s e x o s c o m o c o r p o e m o p o s i ç ã o , a f e m e a d e p õ e os p r i m e i r o s ovos n a c a m a r a n u p c i a l . U m m e z depois, p o u c o m a i s o u m e n o s , deles s a e m as p r i m e i r a s f o r m a s j o v e n s , q u e s ã o c r i a d a s pelo c a s a l r e a l . Ulteriormente, o macho, coabitando com a femea na mesm a c e l u l a r e a l , f e c u n d a - a de q u a n d o e m v e z . 163. Formação do termiteiro. - Não obstante FRITZ MÜLLER (1873) t e r n e g a d o a p o s s i b i l i d a d e d a s f o r m a s s e x u a d a s , pelo menos das especies por êle estudadas, fundarem novas colonias, ha uma serie de observações e experiencias de varios autors (PEREZ (1894), J. FEYTAUD (1908-1909), B. FLETCHER (1910-1911) e principalmente G. FULLER (1915-1921)), com termitas de outros territorios, que demonstram exatamente o contrario. No fim de algum tempo, variavel com a especie e com as condições do meio em que vivem, estão mais ou menos desen-
F i g . 134 Rainha ou forma reprodutora femes fisogastrica (oriunda do adulto alado ou macroptero).
volvidas essas primeiras formas jovens de obreiros e soldados, aliás um tanto anãs, quando comparadas com os indivíduos normais das mesmas castas, provavelmente porque estes foram fartamente nutridos por obreiros durante o seu desenvolvimento, enquanto que aquelas são deficientemente alimentadas pelo casal real.
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Logo que as primeiras formas podem caminhar, o casal real passa a desempenhar exclusivamente o papel que lhe está destinado na sociedade dos termitas, o da procreação. A rainha, tendo ao lado o rei que a fecunda e estimula, permanece na celuIa real, a primitiva camara nupcial, progressivamente alargada pelos obreiros para acomodar o corpo da femea, cujo abdomen cresce á proporçâo que ela se vai desenvolvendo e se tornando mais prolífica. Nas especies primitivas as rainhas podem mover-se livremente no termiteiro, pois nelas o abdomen nunca s e distende extraordinariamente. Nos termitas de organização social intermediaria (Rhinotermitidae) ou mais elevada (Termitidae), a femea e o macho ficam aprisionados, emparedados vivos na celula real pelos obreiros, não podendo mais dela sair; pelas pequenas entradas dessa camara, podem apenas passar os obreiros e os soldados. O alimento lhes é trazido pelos operarios, que se incumbem tambem da remoção dos ovos á proporção que vão sendo expelidos e distribuição dos mesmos em pontos favoraveis. Aumentando cada vez mais o numero de individuos da progenitura do casal real, aumentam tambem o numero e as dimensões das cavidades dispostas ao redor da celula-real e assim o termiteiro, a princípio imperceptivel, vae se estendendo ou crescendo, adquirindo em algumas especies dimensões colossais. A fundação de novas colonJas por pares reais, oriundos de uma enxamagem, é o processo normal de propagação da especie em quasi todos os termitas. Todavia, por exceção, uma parte dos operarios de uma colonia pode transportar para outro ponto, mais ou menos distante, ovos e formas ainda muito jovens e aí formar um ninho secundario. Este, a principio fica ligado ao ninho principal mediante galerias subterraneas ou tuneis exteriores; mais tarde, porém, interrompemse as comunicações entre as duas colonias e o ninho secundario se desenvolve independentemente do principal. O termiteiro assim constituido não possue, imediatamente após a sua formaçâo, indivíduos reprodutores; pouco tempo depois,
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porém, os ou adoram
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obreiros ou criam reis pares reais oriundos de
e rainhas de substituição, uma enxamagem.
Algumas vezes é o homem que, inconscientemente, estabelece essa cisâo do ninho primitivo, transportando, de um lugar para outro, material infestado por uma parte de uma antiga colonia, que se desenvolve no novo habitat, como ninho secundario, geralmente á custa de pares reais de substituição. 164. Fisogastria e capacidade reprodutora das rainhas - A rainha do verdadeiro par real, quando completamente desenvolvida, apresenta quasi sempre o abdomen bastante volumoso (fisogastria). Em algumas especies de Termitidae o desenvolvimento atinge a proporções tão avantajadas que o aspeto da rainha fisogastrica lembra o de um chouriço (v. f i g s . 134 e 135). No termita africano Bellicositermes bellicosus (Smeathman, 1781), segundo SMEATHMAN, O abdomen da rainha, que no fim de 2 anos apresenta 80 mm. de comprimento, pode, nos especimens mais desenvolvidos, atingir até 15 centimetros, cerca de 1500 a 2000 vezes o volume do resto do corpo e de 2000 a 20000 vezes o de um obreiro. Provavelmente o mesmo deve ocorrer nas nossas grandes especies do genero Syntermes. Para que o abdomen adquira esse enorme desenvolvimento o tegumento sofre uma distensão extraordinaria pela pressão progressiva e crescente das bainhas ovarianas, cada vez mais cheias de ovos em varios estados de desenvolvimento Todavia, não é somente a elasticidade das partes membranosas do abdomen que permite essa distensão; ocorre tambem, simultaneamente, um desenvolvimento post-metamorfico da femea, que aliás só atinge essas partes, sem afetar os escleritos abdominais, os quais conservam as mesmas dimensões, aparecendo como 2 séries de placas esclerosadas, umas dorsais, outras ventrais, insuladas no resto do tegumento distendido. Compreende-se que a rainha, nestas condições, não mais possa deslocar-se.
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Nas especies que formam colonias com um numero relativamente pequeno de indivíduos, as rainhas, com o abdomen pouco mais volumoso que o dos machos, não ficam enclausuradas numa celula real e andam livremente pelo termiteiro. Os machos, em geral, nâo apresentam maiores dimensões que no inicio da fundação da colonia. Entretanto neles tambem se processa um desenvolvimento post-metamorfico, se bem que insignificante, quando comparado com o da femea. Além da rainha e do rei, ha na celula real grande numero de operarios e muitos soldados de um ou dos dois tipos assinalados. Os operarios, como já disse, incumbem-se da alimentação da rainha e do rei e removem os ovos para outras celulas, á proporção que väo sendo deposto. Todos, porém, tambem a secreção exsudada atravez do tegumento da femea e, aglomerados ao redor dos orifícios intestinal e genital, ingerem avidamente os excreta por ela expelidos. São eles tambem que transportam a rainha por ocasião da mudança de camara real. Os soldados pequenos parecem dirigir o trabalho dos operarios e os grandes cuidam da proteção da rainha. A femea expele, cie quando em vez, um ovo, após contraçöes peristalt i c a s do a b d o m e n . O numero de ovos depostos diariamente pela rainha, indicativo da sua fecundidade, depende naturalmente da especie a que ela pertence da idade e de influencias intrinsecas e mesologicas. Uma rainha, atingida a maturidade, não deve depôr o m e s m o n u m e r o de ovos e m t o d a s as o c a s i õ e s . P o r c e r t o t a m b e m u m a r a i n h a i d o s a n ã o p o d e r á ser t ã o p r o l i f i e a c o m o q u a n d o se a c h a v a e m p l e n a m a t u r i d a d e . Nas especies que f o r m a m p e q u e n a s c o m u n i d a d e s , de a l g u n s m i l h a r e s de m e m bros, a r a i n h a põe d i a r i a m e n t e u m p e q u e n o n u m e r o de ovos, u n s 12 a p r o x i m a d a m e n t e . Todavia, nas que constroem grandes cupinzeiros (Termes, Syntermes, Anoplotermes, etc.), a rainha, durante toda a sua vida (uns 10 anos pouco mais ou menos), produz uma enorme quantidade de ovos, que ex-
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cede consideravelmente a produção dos animais mais proliticos. Assim em Anoplotermes silvestrii Emerson (especie sulamericana), segundo observação de EMERSON, uma rainha põe
Fig. 136 Quadro esquematico represantando o desenvolvimento postembrionario (nos diversos estadios) e a d i f e r e n c i a ç ã o d a s c a s t a s n u m a e s p e c i e d e t e r m i t a (De E s c h e r i c h , 1909, f i g . I 0 ) .
7.000 ovos por dia. e generos afins que
Todavia se tem
é nas especies de Bellicositermes observado as rainhas mais proli-
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ficas. A g i g a n t e s c a r a i n h a de B . bellicosus, s e g u n d o observação de SMEATHMAN, pode expelir u m ovo por segundo, ou mais de 80.000 por dia; habitualmente, porém, segundo esse autor e ESCHERICH, põe, no mínimo, 30.000 ovos diariamente ou sejam 10.000.000 por a no e 100.000.000 em t o d a a sua existencia.
Fig. mita
187 - Nodulos encontrados no ninho de um ternasutiforme, constituindo possivelmente reservas nutritivas (De Snyder, 1935, fig. 40).
As femeas suplementares são ás vezes extremamente prolificas e geralmente põem ovos mais rapidamente, pelo menos de inicio, que as r a i n h a s v e r d a d e i r a s . Segundo LIGHT (in KOFOID, 1934), em Retieulitermes hesperus Banks, 1928, dos Estados Unidos, por exemplo, a r a i n h a s u p l e m e n t a r é capaz de pôr m ai s ovos n u m dia que a r a i n h a p r i m a r i a nos 2 p r i m e i r o s anos do d e s e n v o l v i m e n t o da colonia. Segundo SNYDER (1935), reis e rainhas de complem en to , pelo m e n o s em colonias artificiais, p o d e m viver até 25 anos. 165. População de um termiteiro. - A populaçâo de um termiteiro varia de acôrdo com a especie e, numa mesma es-
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pecie, conforme a idade da colonia e segundo a estação do a n o . Nos ninhos das especies de Kalotermes raramente excede de 1000 individuos, i n c l u i n d o as f o r m a s jovens. Nas velhas colonias de Heterotermes (= Leucotermes) n o r t e - a m e r i c a n o s , SNYDER c o n t o u a l g u m a s dezenas de m i l h a res de individuos. N u m a colonia de N a s u t i t e r m e s s u r i n a m e n sis Holmgren, ha aproximadamente 3.000.000 de indivíduos segundo c o n t a g e m f e i t a por EMERSON ( s e g u n d o LIGHT: in KOFOID, 1934). É porém nos Termitideos da faro. Termitidae, que erigem m o n t i c u l o s ou c o m o r o s no solo, que as colonias, e m pleno desenvolvimento, a p r e s e n t a m u m a p o p u l a ç ã o colossal, prat i camente incalculavel. Alguns autores acreditam que o numero de individuos de u m a colonia vá p r o g r e s s i v a m e n t e a u m e n t a n d o de ano p a r a ano até atingir um maximo, para depois ir tambem progressivamente diminuindo até o aniquilamento do termiteiro. É desta opinião KALSHOVEN (1930), que, baseado em seus estudos com o termitideo de Java, Kalotermes (Neotermes) tectonae Dammerman, chegou á conclusão de que uma colonia, apesar de possuir reprodutores suplementares, entra em decadencia e se aniquila em menos de 20 anos. Os especialistas americanos, entretanto, acreditam numa imortalidade potencial da colonia, que se m a n t e m , depois da m o r t e do casal real, á c u s t a dos r e p r o d u t o r e s s u p l e m e n t a r e s . 166. Origem das castas. - Para explicar a diferenciação das castas nos t e r m i t a s varias hi pot es e s t ê m sido a v e n t a d a s . O sexo nada influo nessa diferenciação pois as primeiras f o r m a s jovens são, i n d i f e r e n t e m e n t e , m a c h o s e f e m e a s . De acôrdo com a teoria proposta por GRASSI e SANDIAS (1897) e ainda aceita por varios autores, a diferenciação das castas estabelece-se nas primeiras fases do desenvolvimento das formas jovens, sob a influencia de estimulos externos, tais como: um regimen alimentar apropriado e a presença ou ausencia de protozoarios no saco intestinal posterior, determinando estes uma especie de castração parasitaria. Nas larvas
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de operarios e soldados o saco intestinal, pejado de protozoarios, comprimindo o aparelho genital, impediria o seu desenvolvimento. As larvas dos reprodutores de substituição receberiam uma alimentação especial (saliva), que expeliria os protozoarios do intestino, permitindo assim um desenvolvimento rapido do a p a r e l h o g e n i t a l . Nos r e p r o d u t o r e s alados o desenvolvimento deste a p a r e l h o seria m a i s moroso, devido á presença de u m a p e q u e n a q u a n t i d a d e de protozoarios no intestino. Entretanto as observações de BUGNION (1912), THOMPSON (1917, 1919) e outros tendem a demonstrar que, embora as primeiras formas jovens sejam aparentemente iguais, já se a c h a m diferenciadas por caracteres e s t r u t u r a i s i n t e r n o s . A diferenciação das castas, s e g u n d o esta teoria, seria, pois, hereditaria, de natureza blastogenetica, e não trofogenica, resultando de fenomenos comparaveis aos que ocorrem na diferenciação dos sexos; e assim como a determinação do sexo depende dos heterocromozomios, assim tambem as castas dependeriam dos cromozomios somaticos ou pelo menos do seu funcionamento. Entretanto, até agora, não foram observadas diferenças notaveis nos cromosomios das celulas germ i n a t i v a s n a s varias c a s t a s . Assim, a analise das teorias propostas, leva-nos a concluir que o problema da origem das castas nos termitas ainda não foi satisfatoriamente elucidado, não se sabendo exatamente se elas são determinadas genericamente, se são devidas a estímulos externos, ou se ambas as causas entram em jogo na sua p r o d u ç ã o . 167. Alimentação. - Os cupins são vegetarianos, podendo, e n t r e t a n t o , a l i m e n t a r - s e de quaisquer p r o d u t o s de origem vegetal, inclusive os m a n u f a t u r a d o s , como o papel, ou de origem animal, como o couro e a lã. As especies das familias M a s t o t e r m i t i d a e , K a l o t e r m i t i d a e e R h i n o t e r m i t i d a e são e s s e n c i a l m e n t e xilofagas e a p r e s e n t a m o intestino posterior repleto de protozoarios que digerem a celulose; estes r a r a m e n t e h a b i t a m o i n t e s t i n o das especies de Termitidae. Apenas algumas especies de Mirotermes hospe-
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dam amebas que ingerem a celulose. Na seção seguinte (168) o Dr. GILBERTO DE FREITAS dissertará, resumidamente, sobre tais protozoarios.
F i g . 138 - P r o t o z o a r i o s d e C o p t o t e r m e s v a s t a t o r L i g h t : maior Holomastigotoides sp.; menor Spirotrichon y m p h a s p . ( p r e p . e f o t m i c r o g r a t . de F . L a f a y e t t e d e Freitas).
Segundo GRASSI e SANDIAS (1897), que estudaram especialmente a especie europeia KaIotermes flavicolis ( F a b r . , 1793), os cupins a l i m e n t a m - s e de dois modos: ou pela regurgitação ou por defecação. No primeiro caso (alimento estomodeico) a substancia alimentar esteve apenas em contacto com a primeira porção do intestino ou intestino anterior, a menos que não tenha já passado pelo tubo digestivo de outro individuo. No segundo caso (alimento proctodeico) a substancia alimentar, que perdeu parte dos seus elementos nutritivos absorvidos no intestino, apresenta-se ainda mais modificada sob a ação das secreções do tubo digestivo e dos agentes animados que aí se encontram. Essas duas especies de alimentos, fornecidos pelos ope-
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rarios, r e p r e s e n t a m u m papel i m p o r t a n t i s s i m o n a n u t r i ç ã o das f o r m a s jovens. A saliva, segundo aqueles pesquizadores, é o a l i m e n t o unico das primeiras f o r m a s jovens e é ela t a m b e m que determ i n a a t r a n s f o r m a ç ã o destas em individuos sexuados de substituição. Os obreiros das especies xilofagas, além das s u b s t a n c i a s retiradas do meio em que vivem, a l i m e n t a m - s e das fézes ou excreta de outros individuos. Estes, q u a n d o já n ã o possuem mais propriedades n u t r i t i v a s , após sucessivas passagens a t r a vez o tubo digestivo de varios individuos, são expelidos p a r a o exterior, sob o aspecto de pequenos grãos de aspecto caracteristico. Muitas especies empregam os excreta na construção e r e v e s t i m e n t o dos n i n h o s . WHEELER creou, p a r a a t r o c a m u t u a de a l i m e n t o e n t r e formas adultas e jovens, o termo trofolaxia, que abrange tarobem a alimentação com substancias exsudadas atravez do abd o m e n de todas as f o r m a s . Segundo HOLMGREN, são as rainhas fisogastricos as formas que emitem exsudato mais copioso e mais apreciado. Os obreiros, para obte-lo em maior abundancia, ás vezes, chegam a escarificar o abdomen da femea. Daí se poder reconhecer u m a r a i n h a já velha pelo a b d o m e n cheio de cicatrizes. Do aproveitamento completo de todos os resíduos alimentares resulta a excessiva limpeza que se observa no interior dos termiteiros. Até mesmo as exuvias ou peles abandonadas nas mudas são tambem devoradas. O mesmo sucede com os individuos doentes ou enfraquecidos, que são quasi sempre despedaçados e devorados pelos soldados. Aliás o canibalismo ocorre f r e q u e n t e m e n t e em quasi todos os t e r m i t a s . É provavel, como pondera HEGH, que os obreiros das especies que habitam termiteiros argilosos e que ingerem humus, não se alimentem de substancia proctodeica, porque o conteudo do intestino posterior nesses insetos é em grande parte constituído por terra. Varias são as especies africanas e do Oriente, dos generos Bellicositermes, Termes, Odontotermes, Microtermes, Acan-
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thotermes, Synacanthotermes, Protermes e Sphaerotermes que vivem em ninhos construidos no solo, cujas celulas se apresentam cheias de verdadeiros jardins de cogumelos (Basidiomicetos do genero Volvaria), vegetando sobre uma massa constituida por detritos de folhas secas ou, mais raramente, de sementes de gramineas. Esses cogumelos, na opinião da maioria dos autores, seriam cultivados pelos termitas e por eles utilisados como alimento. Para BUGNION (1914) tal alimento serviria exclusivamente para as formas jovens do casal real. Entretanto GRASSE (1937), confirmando observações anteriormente feitas por BATHELLIER, declara o seguinte: "Selon nous, les Termitinae n'utflisent ni le velours mycélien, ni les mycotêtes pour l'alimentation de leur couvain. Les adultes en consomment, au moins dans las espèces observees par nous (Termes minutus, Bellicositermes natalensis, B. bellicosus, Ancistrotermes, Microtermes), de petites quantités. Les mycotêtes ne sont pas un aliment de base mais tout du plus un adjuvant." Ainda do mesmo autor são as seguintes conclusões: "Nous ne croyons pas à la culture intentionelle du Champignon par le Termite. Le mycélium se développe naturellemente parce que la termitière et la matière même des meules lui sont un milieu favorable." ................................................................................................................. "En effet, la constance des mycotêtes sur les meules n'implique ni un ensemencement intentionnel par le Termite, ni une association symbiotique riu champignon avec l'Insecte. Les Xylaria nous en fournissent la preuve, puisque n'etant ni utflisés, ni "cultivés" par le Termite, tis n'en sont pas moins constants dans les meules. Tout semble se résumer en une action du milieu. Tout se passe en dehors de l'intervention intentionnelle de l'Insecte, Il est donc inexact ou au moins abusif de dite qu'il y a des Termites CULTIVATEURS de champignous." Dentre os Termitidae nasutiformes ha a mencionar as especies que, comportando-se diferentemente dos demais termitas, saem durante o dia do termiteiro, á procura do alimento, em colunas constituidas por milhares de operarios,
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protegidos, de cada lado, por uma linha tam-se tais especies, especialmente de posição.
de nasuti. Alimenfolhas em decom-
Outras especies nasutiformes, que fazem cupinzeiros chamados cabeças de negro, aprovisionam o ninho com grandes massas ou nodulos de madeira excretada, com o aspecto de p e q u e n a s b a t a t a s (v. fig. 137). A s d e m a i s e s p e c i e s d e T e r m i t i d a e c o n s t r o e m , c o m o os R h i notermitidae, tuneis de terra ou de substancia proctodeica a t é a t i n g i r e m a m a d e i r a , m a i s o u m e n o s a f a s t a d a d o solo, q u e l h e s s e r v e d e a l i m e n t o , o u se a l i m e n t a m d e h u m u s , o u , e x c l u s i v a m e n t e , d e d e t r i t o s v e g e t a i s secos, q u e s ã o a r m a z e n a d o s . 168.
Protozoarios
nos
termitas
(pelo
Dr.
G.
DE
FREITAS).
"Poucas vezes a descoberta de fatos novos apresentou u m a sequencia tão perfeita de aquisições p r e l i m i n a r e s , como a que culminou com o conhecimento da simbiose entre os termitas xilofagos e os protozoarios h a b i t a n t e s do seu tubo digestivo. É verdade que a xilofagia não é geral, apresentando os t e r m i t a s variações q u a n t o aos seus h a b i t o s n u t r i c i a i s . Assim, vamos encontrar entre os mais evoluídos - os da fam. Termitidae - uma alimentação de humus, materia organica em decomposição, ou mesmo habitos micofagos, em nada diferentes dos de certas formigas. De modo diverso se comportam os representantes das 3 famílias (Mastotermitidae, Kalotermitidae e Rhinotermitidae, mais primitivas que a faro. Termitidae. Esses animais vivem exclusivamente sob um regímen xilofago, o que os coloca numa posição característica em materia de nutrição. Fato que desde logo deixou antever uma intensa peculiaridade biologica ligada á nutrição dos termitas inferiores, foi a descoberta, nestes insetos, de uma bizarra fauna de protozoarios. Assim, logo após ás descobertas iniciais de BESPÈS (1856), LEIDY (1877), GRASSl e outros, BUSCALONI e COMES (1910) emitiram a hipotese de que tais organismos eram simbiotos responsaveis pela nutrição dos termitas ás custas da madeira; eles seriam capazes de transformar a celulose em açucares assimilaveis pelo inseto. Esta hipotese c o n f i r m a d a por uns (IMMS, 1919), atacada por outros (GRASSI e FOÁ teve a sua confirmação definitiva, após as cuidadosas observações e experieneias do grande protozoologista L. R. CLEVELAND.
294
INSETOS DO BRASIL Os estudos que foram realizados em Zootermopsis angusticollis (Hagen) (Kalotermitidae) e Reticulitermes flavipes (Kollar) (Rhinotermitidae), visavam destruir as possiveis rel a ç õ e s e x i s t e n t e s , p e l a m o r t e dos p r o t o z o a r i o s . I n i c i a l m e n t e , este autor constatou que a exposição á temperatura de 36° C. matava em horas os flagelados de Reticulitermes flavipes, sem que, aparentemente, nada sofressem os insetos. Tais termitas assim defaunados, morriam ao cabo de 3 a 4 semanas, q u a n d o s u b m e t i d o s a u m a d i e t a de c e l u l o s e , a l i a s n e c e s s a r i a e s u f i c i e n t e p a r a m a n t e r a v i d a de t e r m i t a s d a m e s m a e s p e cie, desde que exibissem a sua fauna protozoica integra. Em c o m p e n s a ç ã o , estes t e r m i t a s , livres dos seus flagelados, m o s traram-se aptos a viver sob um regímen de celulose parcialmente digerida; isto prova que a permanencia á temperatura de 36° C. lhes foi inocua e que a morte era devida a uma i n c a p a c i d a d e de d i g e r i r a c e l u l o s e , u m a vez m o r t o s os p r o t o zoarios. Posteriormente, foi por esse mesmo autor demonstrado, que a promiseuidade com indivíduos portadores de sua fauna de f l a g e l a d o s , p e r m i t i a a o s t e r m i t a s d e f a u n a d o s a p o s s i b i l i d a d e d e r e a d q u i r i r e m os f l a g e l a d o s que h a v i a m sido d e s t r u i dos p e l o a q u e c i m e n t o a 36 °C. Com a aquisição desses voltava a capacidade de digerir a celulose. Essas experiencias de defaunação e sequente refaunação, provam, de modo claro, que a possibilidade de uma nutrição celulosica está intimamente ligada á presença dos flagelados intestinais. Outras experiencias visando a defaunação sem violencia d o s t e r m i t a s f o r a m r e a l i z a d a s p o r CLEVELAND, e d e l a s v i e r a m os metodos de oxigenação sob pressão, jejum prolongado, etc. O e s t u d o d a b i o l o g i a dos t e r m i t a s e m r e l a ç ã o aos s e u s f l a g e l a d o s , t r o u x e á luz n u m e r o s o s f a t o s i n t e r e s s a n t e s , c o m p r o b a t o r i o s t o d o s eles d a i n t e r p r e t a ç ã o s i m b i o t i c a d a s r e l a ç õ e s entre termitas e seus flagelados. Assim nas diversas castas de u m a c o l o n i a , s ã o p o r t a d o r e s d e f l a g e l a d o s a p e n a s a q u e l a s que i n g e r e m m a d e i r a . Q u a n d o u m indivíduo recebe o a l i m e n to d e u m o u t r o sob a f o r m a de s e c r e ç ã o s a l i v a r , ele n ã o p o s sue f l a g e l a d o s . Isto ocorre nos p r i m e i r o s t e m p o s de vida e m todas as castas e, posteriormente, na 2ª e 3ª formas gerador a s ; n e s t a s a p a s s a g e m p a r a d i e t a l i q u i d a , á s c u s t a s de o u t r o s i n d i v i d u o s , c o i n c i d e c o m o d e s a p a r e c i m e n t o dos p r o t o z o a r i o s . D u r a n t e t o d o o t e m p o e m q u e se p r o c e s s a m os f e n o m e n o s de e c d i s e , os t e r m i t a s n ã o se n u t r e m ; p o i s b e m , a e s t e j e j u m c o r r e s p o n d e o d e s a p a r e c i m e n t o dos flagelados. T e r m i -
ISOPTERA
295
nada a ecdise, o inseto se refauna por coprofagia, como demonstraram ANDREW e LIGHT (1929). Esse modo especial de transmissão, explica a inexisteneia de formas cisticas entre os flagelados dos termitas, como aliás acontece com os ciliados da pança dos ruminantes, que são transmitidos pelo regorgitamento. Se os protozoarios dos termitas, em suas relações com o inseto hospedeiro, foram capazes de oferecer ao biologo os fatos mais interessantes, de modo identico procederam elas para com os protozoologistas. É suficiente que se disseque um Kalotermitideo qualquer, como p. ex. este Cryptotermes que ataca a madeira protegida aqui no Distrito Federal, para que se tenha uma antevisão da beleza do estudo dos flagelados simbioticos dos termitas. Assim que se rompe o intestino, vê-se escapar, já a olho nú, como que uma nuvem constituída por milhões de flagelados de rara beleza. Já pelo seu numero prodigioso, já pela morfologia fantastica destes organismos, eles constituíram para os protozoologistas um campo vastissimo de pesquizas, extremamente rico em fatos novos. Todos os países, onde as ciencias biologicas são eultivadas, têm trazido contribuições para o conhecimento da fauna protozoica dos termitas xilofagos. Salienta-se, entretanto, a escola norte-americana, pelos magníficos trabalhos de KOFOID, SWEZY, KIRBY JR., LIGHT, CONNELL e outros da Universidade da California. O impulso inicial foi, contudo, dado por GIOVANNI BATTISTA GRASSl, O imortal descobridor do Plasmodium vivaz, um dos agentes produtores da malaria humana. Todos os protozoarios simbioticos dos termitas, pertencem á classe Mastigophora (Flagelados). Estão distribuidos em numerosas familias, algumas das quais, como as familias Oxymonadidae e Calonymphidae, são exelusivas dos termitas. Apropria ordem Hypermastigida, com exceção do genero Lophomonas, com duas especies de Blattideos, era tida como composta de flagelados exclusivamente de termitas. Hoje, após os estudos de CLEVELAND no Blattideo primitivo Cryptocercus punctulatus, aliás já referidos por COSTA LIMA em Blattariae, sabe-se da existencia de numerosos outros flagelados Hipermastigotos em insetos desta ordem. Uma das principais caracteristicas dos flagelados dos termitas, é a sua notavel complexidade estructural. Basta que se compare Trichomonas (Trichomonas) muris parasita do rato, que é considerado um dos Trichomonades mais evoluidos, com Trichomonas termopsidis, p. ex., para que se tenha uma noção clara desta complexidade. O estudo dos flage-
296
INSETOS DO BRASIL lados dos t e r m i t a s , t r o u x e a i n d a i n t e r e s s a n t e s e n s i n a m e n t o s e m relação ao s e n ti d o da evolução f i l o g e n e t i c a nos p r o t o z o a rios. Assim p. ex. v a m o s e n c o n t r a r n a f a m . C a l o n y m p h i d a e , flagelados dotados de n u m e r o s o s nucleos, a c a d a u m dos quais c o r r e s p o n d e n d o u m c o m p l e x o cinetico co n st i t u í d o de b l e f a roplastos donde partem flagelos, um corpusculo parabasal e u m axostilo. C a d a individuo é u m c o n j u n t o desses sistemas e l e m e n t a r e s que JANICKI d e n o m i n o u c a r i o m a s t i g o n t e . Pois bem, p a r t i n d o do gênero C o r o n y m p h a Kirby, o mais p r i m i tivo dos Calonymphideos, e m que esses nucleos estão i n t i m a m e n t e ligados aos complexos cineticos, v a m o s o b s e r v a r u m a i n d e p e n d e n c i a progressiva dos nucleos no genero Calon y m p h a , i n d e p e n d e n c i a que se t o r n a i n t e g r a l no genero S n y derella Kirby. 0 u r r a s vezes se observa u m a v e r d a d e i r a polimerisação, como n a f a m . O x y m o n a d i d a e . Nos generos Microrhopalodina Grassi & F o á e Proboscidiella Kofoid & Swezy, constituídos por indivíduos p r o t a d o r e s de n u m e r o s o s c a r i o mastigontes, t e m - s e a im p r e s s ã o de que c a d a individuo é o r e sultado de um g r u p a m e n t o de O x y m o n a s, que só possuem u m c a r i o m a s t i g o n t e ; houve como que u m a " r e p e t i ç ã o " dos generos mais simples nos mais complexos. De v al o r i n e s t i m a v e l são as contribuçiões que os F l a g e l a d o s dos t e r m i t a s t r o u x e r a m á citologia geral dos protozoarios. R e s u l t a r i a , porém, este t r a balho d e m a s i a d o extenso, se outros aspectos fossem e x a m i nados. J u l g a r e m o s a t i n g i d a a nossa f i n a l i d a d e , se c o n s e g u i r mos dar u m a idéa de c o n j u n t o desses curiosos o r g a n i s m o s . Aqui, no Brasil, com a excepção do trabalho de HARTMANN (1910) sobre os flagelados de C o p t o t e r m e s sp., aliãs de todo errado, a b s o l u t a m e n t e n a d a h a feito. O estudo da f a u n a de Flagelados dos t e r m i t a s brasileiros p a r e c e ser b e m promissor, porquanto, excepção f e i t a das f a m i l i a s S t r e b l o m a s t i g i d a e , Staurojoeninidae, Cyclonymphidae e Dinenymphidae, foram por nós observados r e p r e s e n t a n t e s de todas as o u t r a s descritas de t e r m i t a s . "
169. Tipos de habitat. Termiteiros. O a s p e c t o e a estrutura dos ninhos dos termitas (termiteiros ou cupinzeiros) variam consideravelmente nas diferentes especies Estas, sob o ponto de vista do habitat ou lugar em que formam o ninho, podem ser grupadas em 2 tipos principais: 1° - termitas que habitam exclusivamente a madeira; 2° termitas que habit a m o s o l o , c o m p r e e n d e n d o e s t e 2 ° g r u p o : a) t e r m i t a s s u b t e r r a n e o s ; b) t e r m i t a s q u e c o n s t r ó e m n i n h o s a r b o r i c o l a s o u sem i a r b o r i c o l a s ; c) t e r m i t a s q u e c o n s t r ó e m m o n t i c u l o s o u c o -
ISOPTERA
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móros de terra; d) termitas cujos ninhos são constituidos por simples camaras e galerias, escavadas no solo, sob pedras, troncos de arvores, ou em cupinzeiros de outras especies.
F i g . 139 Ninho subterraneo d e Cornite r m e s s t r i a t u s ( d a col. do Instituto de Biologia Vegetal); á direita, secção mediana longitudinal, para mostrar a estrutura interna (3/4 do tamanho natural).
Convem ponderar que esta classificação geral, nem sempre corresponde a determinados grupos taxionomicos, pois n u m m e s m o g e n e r o de t e r m i t a s , p o d e h a v e r e s p e c i e s classificaveis e m d u a s o u m a i s d a s divisões i n d i c a d a s . H a j a a v i s t a o q u e o c o r r e n o g e n e r o Coptotermes, c o m e s p e c i e s d a A u s t r a lia, q u e c o n s t r ó e m m o n t í c u l o s de t e r r a , c o m o u t r a s d a A f r i c a , q u e f a z e m n i n h o s e x p o s t o s de c a r t ã o e m t r o n c o s d e s s e c a d o s , e, f i n a l m e n t e , c o m v a r i a s e s p e c i e s do O r i e n t e e d a s A m e r i c a s , c u j o s n i n h o s s ã o t a m b e m de c a r t ã o , p o r é m s u b t e r r a n e o s . F e i t a e s t a r e s s a l v a , p a s s o a c o n s i d e r a r , s u m a r i a m e n t e , os p r i n c i p a i s g r u p o s de h a b i t a t s h a p o u c o r e f e r i d o s .
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Cupins de m adei r a. - A e s t e g r u p o p e r t e n c e m a s e s p e cies de K a l o t e r m i t i d a e , c o m c o l o n i a s d i f u s a s , e m g e r a l p e q u e n a s , q u e se a b r i g a m e m c a m a r a s e g a l e r i a s e s c a v a d a s n a m a deita seca ou úmida.
Fig. 140 - Corte esquematico de um ninho arboricola (cabeça de negro) de Nasutitermes rippertii. I, involucro exterior; II, camada quebradiça, constituída por camaras arredondadas; III, camada de consistencia variavel de 2 a 5 cm. de espessura, constituída por celulas menores que as da camada precendente, p o r é m d e p a r e d e s e s p e s s a s e d u r a s ; IV, c a m a d a e m q u e se a c h a a n i n h a d a , c o n s t i t u i d a p o r c e l u l a s g r a n d e s e c h a t a s ; V, n u c l e o central, em cartão muito duro; no meio a celula real, chata e h o r i z o n t a l (De H o l m g r e n , 1906, f i g . Q 2 ) .
Raramente estas especies atacam plantas vivas. Citamse, e n t r e t a n t o , c a s o s de d a n o s c a u s a d o s e m t e c i d o s de p l a n t a s vivas, em varios países tropicais, por especies de Neotermes, genero (para alguns autores subgenero de Kalotermes) com algumas especies neotropicas. Cupins subterraneos. - Enquadram-se nesta sub-divisão os termitas com ninhos enterrados, pertencentes aos tres geCoptotermes, Reticuliterneros da familia Rhinotermitidae: mes e Heterotermes (= Leucotermes), formados por especies que causam, em todo o mundo, as maiores depredações.
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O g e n e r o R e t i c u l i t e r m e s , d a s regiões h o l a r t i c a e n e a r t i c a , não tem representantes no Brasil.
Fig. 141 - Raizes de Ficus sobre um tronco de arvore, com galerias de Nasutitermes, que comunicam a parte subterranea da comunidade com o termiterio (cabeça de negro) assestado na parte superior do tronco (De Massart, Miss. Biol. Belg. Brésil, 1929, 1, f i g . 3 9 ) .
Neste grupo de termitas, parte da colonia, ou praticamente toda ela, fica situada no solo, geralmente em ninho cartonado. Ha todavia colonias de Coptotermes cuja atividade se p r o c e s s a quasi, o u m e s m o e x c l u s i v a m e n t e , n a m a d e i r a a t a c a da, a c i m a do solo. No p r i m e i r o c a s o a c o l o n i a a i n d a se m a n t e m , c o m o h a b i t u a l m e n t e ocorre, e m c o n e x ã o c o m o solo; n o segundo, porém, ela fica completamente separada do solo. Como exemplo deste caso extremo, citam-se as colonias de Coptotermes encontradas nos navios. No g r u p o dos c u p i n s s u b t e r r a n e o s p o d e m ser i n c l u í d o s o Cornitermes (Cornitermes) striatus (Hagen, 1858) e o Corni-
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termes (Cornitermes) lespesii Fritz Müller (1872) (familia Termitidae)114, cujos ninhos, descritos e figurados por FRITZ
Fig. 142 -
T e r m i t e i r o arboricola de Microcerotermes bouvieri (De P i c k e l , 1928, fig. 9 ) .
MÜLLEE, SILVESTRI e ESCHERICH, SãO, sem duvida, os m a i s curiosos de todos os termiteiros sulamericanos. São cupinzeiros de terra vegetal, concentrados e inteiramente enterrados, de forma cilindrica ou subcilindrica, com cerca de 10 cm. de altura por 6 de diametro, completamente fechados (exceto nas 2 extremidades) e nitidamente isolados da terra que os envolve. Internamente apresentam-se dividido em camaras sup er p o s tas , de a s p e c t o e disposição c a r a c t e r i s t i c o s (fig. 139). Cada colonia de Cornitermes striatus compreende cerca de 6 ninhos, que se comunicam por meio de galerias. Os
114
DER
Estas (1926),
duas porém,
especies foram consideradas considera-as diferentes.
identicas
por
SILVESTRI,
SNY-
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301
c u p i n s q u e os c o n s t r ó e m a l i m e n t a m - s e p r i n c i p a l m e n t e h u m u s e de e s t e r c o de m a m i f e r o s h e r b i v o r o s .
de
F i g . 143 G r a n d e t e r m i t e i r o t e n d o o eixo f o r m a d o p o r u m tronco morto, em Santarem (Pará) (De M a s s a r t , Miss. Biol. Belg. Brésil, 1930, 2, fig. 6 2 2 ) .
Cupins que constróem termiteiros arboricolas boricolas. - São principalmente as especies de s. s t r . , q u e f a z e m n i n h o s d e s t e t i p o . T o d a v i a b a Microcerotermes, Amitermes e Mirotermes que constróem.
ou semi-arNasutitermes e s p e c i e s de tambem os
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C o m o n o s t e r m i t a s do g r u p o p r e c e d e n t e , a c o l o n i a a q u i a i n d a se m a n t e m e m c o m u n i c a ç ã o c o m o solo, m e d i a n t e t u neis ou galerias cobertas mais ou menos extensas e ramificadas, p o r é m h a s e m p r e u m c u p i n z e i r o c o n c e n t r a d o , g e r a l m e n t e a r b o r i c o l a , q u a s i s e m p r e b e m a f a s t a d o do solo ( N a s u t i t e r -
F i g . 144 mostrando
Corte do termiteiro representado na figura precedente, a s l o j a s , a s g a l e r i a s e o t r o n c o e i x o (De M a s s a r t , idem, fig. 623).
mes (Nasutitermes) rippertii (Ramb., 1842)) ou dele um (Nasutitermes (Constrictotermes) cyphertanto aproximado, gaster (Silvestri, 1901)).
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303
É interessante que as especies que fazem ninhos arboricolas, ás vezes, c o n s t r ó e m o c u p i n z e i r o s o b r e o solo o u m e s m o s e m i - e n t e r r a d o . É o q u e se o b s e r v a c o m o N . r i p p e r t i i .
F i g . 145 G r a n d e t e r m i t e i r o c u j o eixo é c o n s t i t u i d o p o r u m a a r v o r e m o r t a ; a l t u r a , 5m,60; e m S a n t a r e m ( P a r á ) (De M a s s a r t , i d e m , fig. 6 2 4 ) .
Pela côr escura e forma arredondada que apresentam, estes cupinzeiros são vulgarmente conhecidos pelo nome de " c a b e ç a s de n e g r o " . Apresentam ordinariamente involucro relativamente fino e e s t r u t u r a i n t e r n a a l v e o l a r . M u i t o se p a r e c e m c o m os f o r m i -
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gueiros arboricolas de certas formigas (Cremastogaster, Azteca), deles porém se distinguindo por terem camara real no centro e não apresentarem entradas no involucro. A substancia que lhes dá o aspecto cartonado característico (cartão de m a d e i r a ) é de n a t u r e z a proctodeica, a qual se m i s t u r a m particulas de m a d e i r a ou de t e r r a . Ha porém cupinzeiros arboricolas que são de t e r r a pura, como se verifica com Nasutitermes cyphergaster, com Microcerotermes bouvieri Desneux, 1904 e o u t r a s especies. Neste grupo de cupins, podem t a m b e m
F i g . 146 -
Termiteiro em estrobilo; altura, 2m,50; em Santarem ( P a r á ) (De M a s s a r t , i d e m , f i g . 6 2 5 ) .
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ser incluidas as especies (? Hamitermes) que constróem ninhos em "chapéo", " t e n h a d o " ou escrobilo, ao redor dos troncos das arvores, n a s florestas d a A m a z o n i a e d a Africa (figuras 143-147). Cupins que constróem comoros ou montículos de terra. - Como especies desta divisão devem ser citadas, em primeiro lugar, as especies de Acanthotermes, BeIlicositermes e outros generos, das regiões O r i e n t a l e Africana, cujos n i n h o s a p r e s e n t a m lojas com m a s s a s de cogumelos. A l g u m a s destas especies fazem, de t e r r a c i m e n t a d a com saliva, construções verdadeiramente monumentais, que podem, às vezes, atingir a altura de 12 metros, numa base de 20 metros de diametro. Na região neotropica, c o n q u a n t o n ã o h a j a a r q u i t e t o s desses generos, nem monumentos tão grandiosos, ha especies de Syntermes, Cornitermes, Anoplotermes e Armitermes que tambem constróem m o n t i c u l o s m a i s ou m e n o s conspicuos. Assim os cupinzeiros de Anoplotermes (Anoplotermes) turricola Silvestri, 1901, com 60 a 70 centimetros de diametro na base, podem elevar-se até 3 metros de altura. Os monticulos de Cornitermes similis (Hagen, 1858), tão abundantes em certas regiões do sul do Brasil, podem tambem atingir a 2 metros de altura sobre uma base de um metro de diametro. Os cupinzeiros de Syntermes dirus (Klug, 1839) e especies proximas, ao contrario, são simples monticulos, de aspecto um tanto variavel segundo o tempo de formação, relativamente baixos e largos, ás vezes cobertos de vegetação e, não raro, situados na base de u m a arvore (fig. 148). Bem interessantes, pelo aspecto singular que apresentam, são os termiteiros de Cornitermes cumulans Kollar e de C. (C.) pilosus Holmgren, 1906. Tanto os primeiros, estudados por SILVESTRI, como os segundos, referidos por HOLMGREN, além de uma estrutura interna sui-generis, ficam em relação com o exterior mediante 2 ou mais chaminés, de 4 a 5 centímetros de diametro interno, disposição esta que não se observa nas demais especies de Cornitermes. Na figura 150, apresento a fotografia de um dos cupinzeiros mais frequentemente encontrados em Tremembé (São Paulo), segundo observação do Eng. Agr. ARISTOTELES SILVA,
306
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que o fotografou, trazendo-me tambem bom material de operarios e soldados.
Fig. 147 - Termiteiro em strobilo; começo da formação das galerias; em Santarem (Pará) (De Massart, idem, fig. 626).
Como se pode ver, trata-se de um ninho do tipo dos cupinzeiros de Cornitermes cumulans do Brasil, e de C. pilosus do Perú. Entretanto, examinando o material que me foi entregue, verifiquei tratar-se de uma especie de Cornitermes, extremamente proxima de pilosus, porém diferente de cumulans. Penso tratar-se de uma nova especie de Cornitermes, que será descrita numa nota que pretendo publicar sobre as especies deste genero.
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307
WILLIAMS, em seu trabalho sobre vespas tropicais (1928, citado na seção n° 145), apresentou uma fotografia (est. XXI) de u m c u p i n z e i r o que teve o ensejo de o bservar e m U t i n g a , nos a r r e d o r e s de Belém ( F a r á ) , c om p e q u e n o s furos n a p a r e d e feitos p o r M o n t e z u m i a br unea ( H y m . , E u m e n i d a e ) e por Pod i u m h e a m a t o g a s t r u m ( H y m . , S p h e g i d a e ) , que aprovision a m os n i n h o s c om b a r a t a s do genero E p i l a m p r a (v. figuras 113 e 114).
F i g . 148 -
Termiteiro de Syntermes mais de 1 metro
dirus, em Manguinhos de
(pouco
altura).
Como WILLIAMS diz ser Cornitermes (Cornitermes) pilosus Holmgren (det. de SNYDER) O construtor do cupinzeiro, e como este não tem o aspecto mencionado por HOLMGREN para o ninho desta especie, é o caso de se averiguar se este termita faz 2 tipos de ninhos ou se ha uma epoca em que o cupinzeiro se apresenta sem as tais chaminées.
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INSETOS DO BRASIL
É interessante referir que nos cupinzeiros desta subdivisão, além do construtor e legitimo proprietario, encontram-
F i g . 149 -
F i g . 150 -
Um
termiteiro nos arredores H e g h , 1922, f i g . 4 6 ) .
de Queluz
Termiteiro de Cornitermes sp. mostrando, mediano longitudinal, a estrutura interna.
(De
em corte
se, como inquilinos, varios outros cupins. Assim HOLMGREN, num ninho de Syntermes dirus achou: Anoplotermes reconditus Silvestri, 1901, Heterotermes tenuis Hagen, 1858, Miroter-
ISOPTERA
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mes m a c r o c e p h a l u s H o l m g r e n , 1906, Capritermes opacus H a gen, 1858 e Nasutitermes microsoma Silv., 1901 e num cupinzeiro de Syntermes chaquimayensis: 1 Capritermes, 3 Nasuti. termes, 1 A r m i t e r m e s e 2 A n o p l o t e r m e s .
F i g . 151 -
T e r m i t e i r o d e C o r n i t e r m e s sp. O c o l m o de b a m b ú ao lado mede 1 metro.
Cupins cujos ninhos são constituídos por simples camatas e galerias excavadas no solo, sob pedras, em troncos de arvores, n a p a r t e periferica basal de cupinzeiros de outras especies, ou m e s m o na par t e central, q u a n d o f o r a m a b a n d o n a d o s pela especie que os construio. - É nos generos de termitas m a i s a d i a n t a d o s , c o m o A n o p l o t e r m e s , A r m i t e r m e s , Mirotermes, e t c . , q u e se e n c o n t r a m v a r i a s e s p e c i e s c o m t a i s t i p o s de habitat. Alguns destes cupins, não sómente habitam o ninho de uma outra especie, como roubam o alimento. É o que se verifica (segundo SILVESTRI) com Mirotermes fur (Silv., 1901) cyphergaster. Mereusurpador dos ninhos de Nasutitermes cem tambem uma menção especial os ninhos de Anoploter-
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INSETOS DO BRASIL
mes pacilicus F. Müller, 1873, de forma conica, de 40 a 50 cm. de a l t u r a sobre u m a b a s e de 30 a 4 0 c m . E s t e s n i n h o s , de, pois de d e s a p a r e c e r e m os seus c o n s t r u t o r e s , são h a b i t a d o s p o r u m a especie de N a s u t i t e r m e s , d e s i g n a d o p o r F . MÜLLER c o m O n o m e de i n q u i l i n u s . E s t a especie é t ã o p a r e c i d a c o m a que l h e c o n s t r u i o a m o r a d a , que p o d e ser c o m ela f a c i l m e n t e confundida. 170. Importancia economica. - Abstenho-me de referir os d a n o s c a u s a d o s pelos t e r m i t a s ás c o n s t r u ç õ e s e d e m a i s p r o -
F i g . 152 T e r m i t e i r o d e C o r n i t e r m e s s p . O m e s m o d a f i g . 151, em corte mediano logitudinal para mostrar a estrutura interna. Vê-se ao lado o mesmo colmo, de bambú da figura anterior.
ISOPTERA
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dutos da i n d u s t r i a h u m a n a . Nas regiões por êles povoadas, especialmente no Brasil e em grande parte da Africa e da Australia, que me conste, n ã o b a q u e m n ã o os c o n h e ç a . Nos Estados Unidos, dado o vulto dos prejuizos,, r e s u l t a n t e s do cupim, organizou-se recentemente o "Termite Investigations C o m m i t t e e " no qual a t u a r a m as maiores a u t o r i d a d e s em todos os assuntos relativos á vida e aos d a n o s produzidos pelo cupim. O relatorio dessa Comissão acha-se condensado n u m a admiravel contribuição e d i t a d a pelo professor KOFOID com a colaboração de LIGHT, HORNER, RANDALL, HERMS e BOWE, na qual são estudadas, pelos respectivos especialistas, todas as questões concernentes á biologia dos t e r m i t a s e dos metodos de os combater.
F i g . 153 - S p i r a c h t h a e u r y m e d u s a , b e s o u r o E s t a f i l i n i d e o t e r m i tofilo do Brasil (com fisogastria excessiva); á direita, vista lateral do lnseto; á esquerda, vista dorsal do a b d o m e n c o m os 3 p a r e s de a p e n d i c e s e x u d a t o r i o s (De S c h i ö d t e , 1856, est. 1, figs. 19 e 2 5 ) .
Embora os cupins, em sua maioria, a t a q u e m a m a d e i r a morta, ha algumas especies que prejudicam plantas vivas, roendo-lhe as raizes ou excavando galerias no caule e eventualmente determinando a morte destas plantas. Quando isso ocorre, frequentemente êles iniciam o ataque em tecidos mortos, p a s s a n d o depois p a r a as p a r t e s vivas.
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INSETOS DO BRASIL
Algumas especies de Cornitermes p r e j u d i c a m consideravelmente as sementeiras, d e s t r u i n d o s e m e n t e s ou p l a n t a s novas. Não raro t a m b e m roem toleres de cana, cereais, tuberculos, etc. Segundo F. F. GREEN o Coptotermes marabitanas (Hag., 1858) ataca as seringueiras em exploração. Na Amazonia, segundo se lê no trabalho de BEQUAERT, o Kalotermes (Neotermes) castaneus (Burm., 1839) causa estragos consideraveis no tronco das goiabeiras. OCTAVIO R. CUNHA (1935-1936), autor de uma serie de interessantes artigos sobre os nossos cupins, observou em Minas Gerais o Mirotermes saltans Wasmann, 1897, devorando u m a o l h a d u r a ( m u d a ) de c a n a que p l a n t a r a . No mesmo Estado O. MONTE (1931) teve O ensejo de notar os danos causados pelo Cornitermes striatus, assim se manifestando: "Esta especie é muito commum em raizes de café, soccas de canna e em abacaxiz. Multas vezes temos visto o cafeeiro definhar, conforme constatamos em Matheus Leme e Mirahy, e que, os examinando, encontramos as suas raizes carcomidas e brocadas por esta especie. Outrosim, no Horto Florestal de Burity, em Uberlandia, o cultivo da canna foi enormemente damnificado, pois que multas soccas deixaràm de nascer. Quando as desenterramos, encontramos no interior grande quantidade de cupins e a princípio extranhamos porquanto não existia ninho em montículos ou arboricola por perto e sómente depois que constatamos a especie é que podemos encontrar seus ninhos".
Se os cupins constituem um dos maiores flagelos nas regiões tropicais e subtropicais, desempenham, entretanto, um papel saliente e até certo ponto util na economia da natureza. Quero referir-me á ação agrologica destes insetos, retirando da superficie do solo os detritos vegetais, desagregandoos e decompondo a materia organica para a construção dos ninhos. Todavia, para certos autores, mesmo sob este ponto de vista os cupins são prejudiciais, principalmente porque impedem a decomposição daqueles detritos, fixando-os em com-
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ISOPTERA
binações não suscetiveis organismos do solo.
de
serem
transformadas
pelos
micro-
Fig. 154 - 1) Pycnoblattina sp., asa posterior (metade basal); Permiano inferior de Kansas; 2) Mastotermes darwiniensis Frog. Especie recente, Australia septentrional; af, dobra anal; su, sutura humeral (De Tillyard, 1936).
171. Inimigos naturais. - Além do homem, os cupins têm muitos outros inimigos. Entre os mamiferos, uns, como os tamanduás (Myrmecophaga tridactyla e Tamandua tetradactyla), vivem quasi que exclusivamente de cupins e formigas, outros, como os morcegos, só os atacam por ocasião da enxamagem. Frequentemente observa-se, nos cupinzeiros em monticulo, uma larga abertura na base. São buracos feitos por tatú s , que neles p e n e t r a m p a r a se a l i m e n t a r dos c u p i n s .
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INSETOS DO BRASIL
As aves são g r a n d e s p r e d a d o r a s de cupins, p r i n c i p a l m e n t e quando voam os reprodutores. Nesta ocasião, tambem repteis e sapos do genero Bufo aguardam, perto dos olheiros dos c u p i n z e i r o s , a s a í d a dessas f o r m a s a l a d a s . HAGMANN, n a A m a z o n i a , v e r i f i c o u que os p a p a g a i o s Aratinga aurea e Tirica virescens fazem os ninhos em termiteiros arboricolas. No g r u p o dos A r t r o p o d o s h a a a s s i n a l a r , c o m o g r a n d e s predadoras de cupins, as formigas, especialmente das subfam i l i a s D o r y l i n a e e P o n e r i n a e . T o d a v i a h a especies que v i v e m e m n i n h o s de c u p i n s s e m s e r e m p a r a estes i n c o m o d o s e s e m t a m b e m molesta-los, a m e n o s que, devido á u m a r u p t u r a ou e s b o r o a m e n t o do cupinzeiro, os dois i n i m i g o s se e n c o n t r e m n a s m e s m a s galerias, sendo e n t ã o , os c u p i n s m a s s a c r a d o s p e l a s f o r m i g a s que os h o s p e d a v a m . O Eng. Agr. ARISTOTELES SILVA encontrou em S. Paulo, e m n i n h o s de Cornitermes, f o r m a s j o v e n s e a d u l t a s de u m R e duviideo ( H e m i p t e r a ) , que verifiquei ser o Spi ni ger steini S t a l . Excepcionalmente cupins e formigas podem coabitar no mesmo ninho em verdadeira simbiose protetora. É o que ocorre especialmente com a chamada "formiga de cupim" Camponotus termitarius Emery, frequentemente encontrada em cupinzeiros de Nasutitermes e AnopIotermes, do Sul do Brasil. Á este tipo de simbiose WASMANN (1902, 1934) deu o guarda e ação de viver). nome phylakobiose (de Nessa região do Brasil a vespa social Polybia scutellaris (White, 1841), segundo WASMANN (1897, 1934), aprovisiona os seus ninhos, exclusivamente, com reprodutores desalados de Anoplotermes morio (Hagen, 1858) e Anoplotermes ater (Hag., 1858). SILVESTRI observou tambem interessante relação simbiotica entre Nasutitermes rippertii e certas abelhas sem ferrão do genero Trigona (T. kohli Friese, 1900, T. Iatitarsis Friese, 1900 e T. fuscipennis Friese, 1900), que fazem o ninho na parte central ou inferior dos cupinzeiros arboricolas daquela especie, isolando-o, porém, do resto do termiteiro por uma camada de propolis mais ou menos espessa e dura. O ninho da
ISOPTERA
315
abelha comunica-se com o exterior mediante uma entrada separada em forma de funil. Além destas observações de SILVESTRI ha outras de VON IHERING e DUCKE, relativas a outras especies de Trigona nidificando em Termiteiros aliás todas referidas no trabalho de SALT (1929). O mesmo se tem observado com outras abelhas, dos generos Megachile, Euglossa e Centris. PICKEL (1928), em interessante artigo, descrevendo como a Centris (MeIanocentris) sponsa Sm. vive em cupinzeiros de Microcerotermes bouvieri Desneux, assim conclue: "A simbiose entre o cupim e Centris se limita á ocupação por meios violentos de uma parte do cupinzeiro pela abelha, sem que esta entre nos canais e sem viver á custa do primeiro. Vivem juntos em compartimentos separados e sem comunicações entre, si. A Centris é apenas invasora, apoderando-se de um lugar pequeno para a cria e abandona o cupinzeiro". Os parasitos dos cupins ou são ectoparasitos, como os Acaros, ou endoparasitos, como os Nematodios. Nenhum deles, porém, representa um fator importante a ser considerado no combate ao cupim. O mesmo pode dizer-se com relação á bacterias e fungos entomofitos, isolados de cupins mortos por tais germens. Si, na natureza, são, além do homem, os principais agentes destruidores dos cupins, teem-se mostrado ineficientes quando experimentalmente empregados no combate a estes insetos. 172. Termitofilos. - Quando se explora um termiteiro, encontra-se sempre, além do termita legitimo proprietario, varios insetos: uns, que penetraram acidentalmente, outros, que se estabeleceram definitivamente na sociedade. São estes os chamados termitofilos, de aspecto quasi sempre bem interessante, devido á uma adaptação mais ou menos perfeita ás condições particulares do meio em que vivem, que os tornam, não raro, incapazes de viver independentemente, isto é, de se manter por si sós. Daí tambem adquirirem formas e estruturas especializadas, que, por convergencia de adaptação, são
316
INSETOS DO BRASIL
mais ou menos semelhantes em representantes de varias ordens, ás vezes bem diferentes das que se observam no grupo s i s t e m a t i c o a que p e r t e n c e m (fig. 153). O conhecimento dos termitofilos sul-americanos, deve-se, sobretudo, aos varios trabalhos do falecido Padre WASMANN e á n o t a v e l c o n t r i b u i ç ã o do P r o f e s s o r SILVESTRI (1903). Dos termitofilos, uns são verdadeiramente hospedes e são (sinfilos, de com; bem tratados pelos cupins amigo), outros são apenas tolerados (sinoequetos, de com; casa), outros, os intrusos, ou são predadores (sinectros, de com; inimigo), sendo frequentemente perseguidos, ou parasitos (classificação de WASMANN). Na associação intima de benefícios mutuos entre cupins e seus hospedes ou inquilinos (simbiose), observa-se quasi sempre uma permuta de substancia alimenticia (trofolaxia): os cupins alimentam os termitofilos e estes, atravez do tegumento ou por apendices ou cerdas (tricomas), exsudam um liquido, que é avidamente ingerido pelos cupins. Possivelmente a alimentação especial, que faz crescer monstruosamente o abdomen das rainhas dos cupins, deve ser a mesma que determina tambem a fisogastria de alguns termitofilos. Segundo WARREN (1919) O numero de termitofilos conhecidos em 1919 atingia a 496 especies, das quais 348 pertenc e n t e s á o r d e m C ol eopt er a . Na America do Sul, segundo o computo feito por HEGH (1922) havia, num total de 119 especies termitofilas, 80 Coleopteros, sendo 47 exclusivamente da familia Staphylinidae. As especies restantes são insetos de outras ordens e alguns outros Artropodos. No estudo das varias ordens terei o ensejo de mencionar os principais termitofilos encontrados no Brasil. 173. Origem. - Os dados relativos á origem dos Isopteros mostravam que êles só podiam ter descendido de baratas com habitos identicos aos de Cryptocercus e não de Problattoidea, como acreditavam alguns autores.
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Sobre o estado atual da questão limito-me a transcrever, um interessante artigo de TILLYARD, publicado no Nature (18 de Abril de 1936; p. 55), com o titulo "Os termitas descenderam de verdadeiras baratas?" "Muitos auotres têm opinado que os termitas não são senão baratas socializadas, mas, até agora, ninguem conseguiu demonstra-lo definitivamente. CRAMPTON (1913) apresentou uma teoria cientifica da descendencia dos termitas, na qual êle conclue que estes insetos - pela sua morfologia os mais proximos das baratas - conquanto sejam oriundos de antepassados mui remotos, não descendem de verdadeiras baratas. Admite-se universalmente que Mastotermes, o termita gigante da Australia septentrional, é o tipo mais arcaico que se conhece, na ordem Isoptera. Como nesse termita o dobramento da asa anterior faz-se de modo singular, havia uma grande dificuldade em derivar os Isopteros de qualquer outro tipo de insetos. Somente neste genero de termitas, é que ha um distinto lobo anal, aliás não homologo á area anal dos outros insetos Ortopteroides, por que não representa essa area completa, dobrada ao longo de uma prega convexa entre Cu 2 , e 1A, e sim apenas uma area incluindo a nervura 2A e seus ramos, dobrada ao longo de uma prega (af, situada entre 1A e 2A. As baratas têm uma area anal que se dobra como nos Ortopteroides; além disto, a parte que abrange a nervura 2A fica dobrada contra 1A sob o resto da asa. Sendo este aspecto observado em baratas evidentemente mais especializadas que Mostotermes, parecia impossivel terem os termitas descendido de baratas. Uma feliz descoberta, numa fauna relativamente pequena de baratas do Permiano Inferior de Kansas, permitiu-me resolver o problema. No material estudado, encontrei uma de asa posterior do genero Pycnoblattina (uma verdadeira barata da família Spiloblattinae), cuja area anal se acha completamente conservada (fig. 154). Ver-se-á, comparando-se, 1 e 2 (fig. 154), não só o lobo anal desenvolvido e dobrado exatamente como em Mastotermes, como tambem uma perfeita correspondencia em muitos outros detalhes de nervação. Por esta simples comparação chego a concluir que não só Mastotermes, mas toda a ordem Isoptera, devem ter evoluido de uma forma que devia diferir muito pouco de Pycnoblattina.
318
INSETOS
DO
BRASIL
As principais linhas de especialização observadas na evolução de Isoptera, foram: redução do pronotum, alongamento das asas, redução da area anal da asa anterior, estreitamento das partes basais da asa e desenvolvimento da sutura humeral (fig. 2 su) ao longo da qual as asas se destacam. Podemos assim compreender que foram as baratas que progrediram, desde os tempos Permianos, no desenvolvimento do modo de dobrar a asa posterior, enquanto que os termitas, a principio permaneceram como Mastotermes, eliminando ulteriormente o lobo anal completamente". 174. Meios de combate. - No combate ao cupim deve-se, antes de tudo, determinar qual o tipo de termita causador dos danos observados. Feita esta determinação, que importa, em ultima analise, numa verificação das condições do reduto em que o inseto prolifera, poder-se-á então agir contra êle com todas as possibilidades de exito. Nas regiões mui infestadas pelos cupins que se criam em madeira, as casas deveriam ter as portas, janelas e outras aberturas protegidas por tela de arame de 2 mm. de malha, afim de impedir a entrada de sexuados alados, por ocasião da enxamagem. Quando não se possa construir em cimento armado, deve empregar-se, exclusivamente, madeiras de lei, das quais o Brasil é rico. MEUR, numa pequena nota (1923, "Chacaras e Quintais", 17: 410) citou, como principais madeiras brasileiras resistentes aos cupins, as seguintes: Astronium, diversas especies conhecidas pelos seguintes nomes "aroeira", em Minas Gerais, "gonçalo alves", no Nordeste e no Pará, "muiraquatiara", no Pará e "ubatan", no Rio de Janeiro; Aspidosperma polyneuron, peroba; Carapa guianensis, andiroba; CedreIla (todas as especies), cedro; Centrolobium (diversas especies); Andira (muitas especies), angelim; Hymenolobium, angelim (no Pará); Mimusops (varias especies), massaranduba; Silvia itauba, itaúba e Voucapoua americana, acapú. Na Amazonia, aliás uma das grandes regiões mais infestadas pelos cupins, usa-se frequentemente, em rodas as construções, além da itaúba e do acapú, o páo amarelo (Euxylophora paraensis).
ISOPTERA
319
Na falta de madeira de lei, empregar-se-á qualquer outra previamente tratada ou impregnada por uma substancia que impeça, durante longo tempo, o ataque do cupim. As peças de madeira que ficam em contacto com o solo devem ser integralmente impregnadas pelo creosoto ou carbolineum e as que ficam expostas serão, de preferencia, tratadas por uma solução de cloreto de zinco e depois envernizadas ou revestidas de espessa camada de tinta. Para destruir os cupins que proliferam na madeira, não podendo ser totalmente substituida a parte infestada, deve injetar-se sob pressão, inseticida em pó, mediante furos que atinjam a colonia em varios pontos. A eficiencia deste metodo resulta do habito que têm os cupins de comerem dejeções e de se lamberem mutuamente. Os melhores inseticidas a serem usados, segundo demonstraram experiencias realizadas nos Estados Unidos (vide livro de KOFOID, etc., 1934), são os seguintes: em primeira linha, alguns arsenicais (arsenico branco e arsenito de sodio) e, em seguida, os fluosilicatos. A toxidez do verde Paris é inferior a qualquer destes sais. São principalmente recomendados os fluosilicatos de sodio e de bario, que, altamente toxicos para o cupim, são praticamente inocuos para o homem. Tais substancias são tambem usadas com exito no combate aos cupins cujos ninhos se apresentam sob a forma de montículos. Em alguns lugares atacam estes cupinzeiros abrindo um tunel horizontal na base e ligando-o á uma chaminé, perfurada de alto a baixo. Queimando lenha no tunel, o calor que se desprende é suficiente para aniquilar toda a colonia. Quando a madeira a ser tratada não é muito espessa, obtem-se bons resultados tratando-se-a simplesmente pelo carbolineum ou pelo ortodiclorobenzeno. Os objetos atacados devem ser expurgados, em camaras fechadas, por gases inseticidas (sulfureto de carbono, gaz Clayton, etc. ). Em Hawaii expurgam moveis, vagões de estrada de ferro, etc., em camaras de cimento armado, pelo vapor dagua, cuja
320
INSETOS DO BRASIL
temperatura, sob uma pressão de 90 libras, é elevada a 83º. A o p e r a ç ã o d u r a de u m a a u m a e m e i a h o r a s . C o n t r a os c u p i n s q u e a t a c a m a m a d e i r a , c u j o s n i n h o s , p o r é m , se a c h a m n o solo, e v i d e n t e m e n t e n a d a se c o n s e g u i r á s e m q u e estes s e j a m d e s t r u í d o s pelo s u l f u r e t o de c a r b o n o , c i a n e t o de p o t a s s i o o u de sodio, o u p o r q u a l q u e r o u t r a s u b s t a n c i a u s u a l m e n t e e m p r e g a d a n a d e s t r u i ç ã o dos f o r m i gueiros. CUNHA (1936) recomenda cupinzeiros dos campos:
o
metodo
seguinte,
contra
os
"Um simples regador, preferivelmente de cobre, um pouco de verde Paris, e agua. Uma colher rasa desse sal para cada litro dagua. Cada cupinzeiro requer, mais ou menos, essa dosagem. Se muito grande, pôr-se-á mais, até dois litros. Agitar no momento da aplicação. O sal não é dissolvido, decanta-se com facilidade. É preciso tê-lo em suspensão, ao passá-lo nas galerias. Com um simples enxadão arranca-se um pedaço da parte superior do ninho. Tira-se um "tampo". Descobertas as galerias, deita-se o liquido. Este arrasta o veneno, que vai, á medida que desce, pregando às paredes dos canais. E o cupim vem, depois, comê-lo. E está fatalmente perdido". 175. Classificação. - A ordem Isoptera, segundo um computo feito recentemente por SNYDER (1935), compreendia, até junho de 1935, 1915 especies descritas, que habitam princ i p a l m e n t e c e r t a s p a r t e s d a s r e g i õ e s t r o p i c a i s , o n d e se t o r n a m seres dominantes pela quantidade de indivíduos que as representam. Na America do Sul é o Brasil o país que possue o maior n u m e r o de especies. Dou, em seguida, uma chave para a determinação mílias, b a s e a d a e m LIGHT (1935, i n KOFOID). 1
1'
das
fa-
Tarsos pentameros em todas as castas; asa posterior com um lobolo anal bem desenvolvido; genitalia bem desenvolvida; fontanela ausente em rodas as castas; ocelos presentes ............................................................. Mastotermitidae Tarsos tetrameros, por exceção imperfeitamente divididos
ISOPTERA
321
em 5 artículos, em rodas as castas; asa posterior sem lobulo anal; genitalia ausente ou vestigial ............................................... 2
2(1') 2'
Fontanela ausente em todas as castas .......................................................... 3 Fontanela presente em rodas as castas ............................................... 4
3(2)
Ocelos ausentes; pronotum mais estreito que a cabeça em rodas as castas; escamas das asas anteriores curtas, não cobrindo as das asas posteriores ........................................................ .......................................................... Hodotermitidae (Protermitidae part.) Ocelos geralmente presentes; pronotum geralmente mais longo que a cabeça em todas as castas; escamas das asas anteriores grandes, cobrindo a base das posteriores ....................
3'
........................... Kalotermitidae (Calotermitidae; Protermitidae part.) Mandibulas do chamado tipo Leucotermes ou Serritermes (ver Holmgren, 1910); escama da asa a n t e r i o r g r a n d e ; asa geralmente reticulada e sem pêlos; pronotum, no operario e no soldado, chato, sem lobo anterior .................................... ......................................................... Rhinotermitidae (Mesotermitidae) Mandibulas nunca do chamado tipo Leucotermes ou Serritermes; escama da asa anterior pequena; asas, quando muito, brevemente reticuladas, membrana e margem da asa mais ou menos pilosas; pronotum, no soldado e no operario, estreito, com um lobo anterior levantado ........................ ..................................................................... Termitidae (Metatermitidae)
4(2')
4'
Mastotermitidae Mastotermes com uma Froggatt,
1896,
Hodotermitidae
da
-
Ha nesta familia 1 genero apenas, unica especie viva, M. darwiniensis Australia (10 especies fosseis). Compreende 29 especies asiaticas e
africanas.
Kalotermitidae Segundo o computo de SNYDER, ha 240 especies conhecidas, distribuidas em cerca de 20 generos, dentre os quais se acham os mais primitivos da ordem (além de Mastotermes), como Archotermopsis, Zootermopsis, Porotermes e outros, além do grande genero Kalotermes, subdividido em 14 subgeneros, alguns dos quais terão de ser elevados á categoria generica. Rhinotermitidae - A esta familia pertencem 174 especies distribuídas em cerca de 12 generos. Como já tive o ensejo de dizer, dela fazem parte os termitas reputados os mais daninhos em todo o mundo, representa-
INSETOS DO BRASIL
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dos no Brasil por especies dos generos Coptotermes e Heterotermes (= Leucotermes) 115. A especie do primeiro genero mais abundante no Rio de Janeiro, é, segundo me parece, o Coptotermes vastator, descrita por LIGHT (1929) de exemplares colhidos nas Filipinas, onde é tambem uma praga terrível nas habitações. Outras especies, de habitat identico, abundantes em outras partes do Brasil, são o Coptotermes marabitanas (Hagen, 1858), que se encontra tambem na America Central e A n t i l h a s . Es t a especie, i n t r o d u z i d a n a I l h a de S a n t a Helena, c a u s o u prejuizos avaliados em cer c a de 60.000 libras esterlinas (v. DIETZ e SNYDER, 1923). 116 Termitidae - SNYDER calcula em 1392 especies desta familia, distribuídas e m c e r c a de 100 generos, t odas h a b i t a n d o as regiões tropicais e c o n s t r u i n d o os n i n h o s no solo. Para LIGHT a diferença fundamental entre os cupins desta família e os dem a i s reside p r i n c i p a l m e n t e n a ausencia, em T e r m i t i d a e , dos P r o t o z o a r i o s digeridores de celulose, que enc h e m o i n t e s t i n o p o s t e r i o r das o u t r a s especies. Por o u t r o lado c o n q u a n t o os T e r m i t i d a e v i v a m sob os m a i s diversos regimens, n a t u r a l m e n t e v a r i a n d o c o m a especie a que p e r t e n c e m , r a r a m e n t e se a l i m e n t a m de m a d e i r a sã.
Bibliografia.
176.
AHRENS, W. 1935 -
B A N K S , N. 1918
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1919
-
115
116 perfidus
A
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proposito
deste
genero
eis
o
que
disse
SILVESTRI
51.
recentemente
(1936):
"MM. HILL, LIGHT et EMERSON admettent actuellement Leucotermes Silv. comine synonyme d'Heterotermes Froggatt, mais j'estime qu'il ser a i t n e c e s s a i r e de p r o c e d e r a u n n o u v e l e x a m e n de l ' e s p e c e t y p e H e terotermes platycephalus Froggatt avant d'adopter definitivement une telle décision". Haverá mesmo esta especie em Santa Helena, ou será o Leucotermes descrito ultimamente por SILVESTRI (1936) ?
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Termitidi
du
which 71:
e
gente
are
131-192,
Termitofili
Leucotermes
found
in
dei-
Silv.
Africa
and
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Sol-
der
CAPÍTULO XVII ZORAPTERA117
Ordem
177. Caracteres. - Insetos pequenos (2 a 3 mm. de comprimento), com indivíduos, de ambos os sexos, apteros e alados, estes de 4 asas desiguais, as anteriores maiores que as posteriores; providos de cércos curtos, não segmentados, com. cerda apical mais ou menos alongada. Desenvolvem-se por paurometabolia. 178. Anatomia externa. - Cabeça grande, ortognata. Olhos e ocelos somente presentes nas formas aladas. Antenas longas, moniliformes, com 9 segmentos. Aparelho bucal de tipo mandibulado, generalizado. Torax em geral tão longo quanto o abdomen; nas formas apteras com o protorax mais desenvolvido que o mesotorax, nas aladas porém, observando-se o inverso. Pernas ambulatorias ou cursores, tarsos dimeros, com o segmento apical (pretarso) provido de um par de garras e um empodium setiforme. Asas membranosas, em repouso dispostas sobre o abdomen, as anterioeres, que são as maiores, cobrindo as posteriores. Sistema de nervação, em ambas, muito simples, como se pode ver na fig. 156. Abdomen de 10 sementos, que aumentam de tamanho do 1° ao 8°; uromeros 9° e 10 muito pequenos. Cércos muito 117
Gr.
zoros,
puro;
apteros,
sem
asa.
330
INSETOS DO
curtos, menos
não segmentados, alongada. Penis
Fig
um
179. vasto
Anatomia papo, que
BRASIL
tendo no apice uma membranoso. Femeas
155
-
cerda mais ou sem ovipositor.
Zorotypus sp.
interna. Tubo digestivo se estende até o 5° uromero;
apresentando proventriculo
ZORAPTERA
331
reduzido; mesenteron, sem cégos gastricos, em forma de saco e obliquamente disposto; proctodaeum enrolado, com 6 longos tubos de Malpighi. Sistema traqueal com o numero normal de estigmas (2 toraxicos e 8 abdominais). Vaso dorsal bem desenvolvido. Sistema nervoso especializado, apresentando 3 ganglios toraxicos e apenas 2 massas ganglionares abdominais. Testículos ovoides, em relação com os respectivos vasos deferentes e estes com o canal ejaculador. Ovo, muito dade abdominal.
Fig.
156
grande,
-
ocupando
mais
da
Asas. de Zorotypus hubbardi (De Entom. Appl., 1935, Fig. 116)
180. Formas. - Numa mesma colonia de foram observados os seguintes tipos
bardi
metade
da
cavi-
Zorotypus
hub-
Silvestri,
de
individuos:
1) - Adultos alados ou de asas cortadas, como nos termitas, de tegumento esclerosado, com olhos e ocelos. 2) - Ninfa de tegumento fracamente ou não esclerosado, com técas alares mais ou menos desenvolvidas, tendo antenas de 9 segmentos, olhos sub-cutaneos, ocelos e técas alares parcialmente desenvolvidos. 3) - Formas jovens apteras, sem olhos ou ocelos e com antenas de 8 segmentos.
332
INSETOS DO BRASIL
4) - Adultos de tegumento esclerosado, ocelos, p o r é m com a n t e n a s de 9 s e g m e n t o s .
sem
olhos
ou
181. Habitos e importancia economica. - Os Zorapteros t ê m h a b i t o s t e r r e s t r e s e gregarios; vivem em t e r r a h u m o s a , em p a u s podres e em c u p i n z e i r o s de t e r m i t a s lignivoros. As f o r m a s a p t e r a s , as m a i s f r e q u e n t e m e n t e e n c o n t r a d a s , aliás mui parecidas com Psocideos, são ageis e predadoras de acar o s . Os Zorapteros, segundo TILLYARD, constituem a ordem que estabeleceu a ligação entre os Isopteros e os insetos da ordem seguinte. 182. Classificação. - Ha nesta ordem 8 especies descritas, rodas pertencentes a familia Zorotypidae, encontradas na Guiné, no Ceilão, na Malasia, nas ilhas Hawaii, em Florida (U.S.A.) e na America Central. Na America do Sul não devem ser raras as especies desta ordem, porém até agora só foi assinalado por WHEELER (1923, Social life among the insects, p. 346), um exemplar de uma especie não descrita, encontrado por EMEHSON em 1920, em um termiteiro da Guiana Inglesa. Na figura represento um exemplar de uma especie de Zo-
rotypus, encontrado no Rio de Janeiro pelo Dr. H. Souza LOPES, em pau podre brocado por larvas de Passalidae. Remetido um exemplar ao Prof. SILVESTRI, este comunicou ao Dr. Souza LOPES tratar-se de uma nova especie, que será por êle descrita oportunamente. 183. Bibliografia. CAUDELL, A. N. 1920 - Zoraptera not an apterous order. P r o c . E n t . Soc. W a s h . 22: 84-97, 1 e s t . , 5 f i g s . 1923 - Zorotypus swezeyi, a new species of the order Zoraptera from Hawaii. T r a n s . A m e r . E n t . Soc. 48: 133-135. 1927 - Zorotypus longiceratus, a new species of Zoraptera from Jamaica. P r o c . E n t . S o c . W a s h . 29: 144-145, 2 Figs.
ZORAPTERA
333
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CAPÍTULO XVIII Ordem CORRODENTIA118 184. Caracteres. - Insetos, em geral, pequenos, tendo, no maximo, 15 mm. de comprimento, de côr esbranquiçada, acinzentada ou parda-olivacea; algumas especies das regiões tropicais apresentam côres vivas e maculas ou desenhos característicos, principalmente na cabeça e nas asas; apteros ou alados, neste caso com 4 asas desiguais, as anteriores maiores que as posteriores; cabeça com uma bossa frontal mais ou menos saliente. Desenvolvem-se por p a u r o m e t a b o l i a . 185. Anatomia externa. - Cabeça relativamente grande, hipognata, apresentando a prefonte (post-clypeus, de alguns autores) notavelmente saliente. Olhos, em geral, grandes, mais desenvolvidos nos machos que nas femeas; ás vezes, porém, reduzidos a alguns omatidios (Troctes). Ocelos (3) presentes nas formas aladas. Antenas filiformes ou moniliformes, de 13 a 50 segmentos. Aparelho bucal mandibulado, de tipo altamente especializado e caracteristico. Mandibulas denteadas, assimetricas, tendo, perto da base, uma area mastigadora corrugada. Maxilas com a galea normal, palpo grande, de 4 segmentos e palpifero bem saliente no estipe; na parte interna de cada galea ha um sulco longitudinal, no qual deslisa uma peça esclerosada, geralmente dilatada e denteada no apice, em forma de cinzel, com a base repousando no faringe.
118
Lat.
corrodens,
que
corroe.
336
INSETOS DO BRASIL
Tais peças (apendices estiliformes), caracteristicas da ordem Corrodentia 119 pois não são encontradas no aparelho bucal de mais nenhum inseto, são consideradas pela maioria dos autores como lacinias altamente especializadas; podem projetar-se fora da boca numa extensão consideravel, funcionando mais como peças perfurantes. Labium muito curto, provido de glossa e paraglossas completas, porém reduzidas; palpos labiais vestigiais ou muito pequenos com um ou dois segmentos; hipofaringe bem desenvolvido, provido de um par de lobos esclerosados (superlinguae, maxillulae ou paragnathas). No assoalho do faringe ha o esclerito post-oral do hipofaringe, de BADONNEL (esclerito esofagiano, de SNODGRAS), homologo a uma estrutura semelhante que se observa em Mallophaga.
Fig. 157 - Psocus
sp. (× 6).
Torax com protorax pequeno, nas formas aladas escondido por uma projeção do mesotorax; metatorax pequeno, quasi sempre fundido com o mesotorax, formando um verdadeiro
119
Dai
thos, maxilas.
o
nome
Copeognatha,
dado
a
estes
insetos,
de
kopeus, cinzel e gna-
CORRODENTIA
337
Fig. 158 - Cabeça de Psocus sp.; á esquarda, vista de face. á direita, vista de perfil; Aclp, ante-clypeus; Ant, antena; Fr, fronte; Ge, genae; Md, mandibula; Oc, oceIo; Pclp, post-clypeus; Plp, palpo maxilar (por baixo vêm-se os apendices estiliformes); Vx, vertex.
pterothorax. Pernas subiguais, ambulatorias, ás vezes, porém, as posteriores com os femures notavelmente dilatados na parte proximal (Troctes). Tarsos de 3 ou 2 articulos nas formas
adultas; nas formas jovens, porém, sempre dimeros; pretarso com um par de garras e, entre elas, geralmente um empo-
338
INSETOS DO BRASIL
dium de forma variavel nas especies. Asas (4) membranosas, desiguais, as anteriores sempre maiores que as posteriores, em repouso dispostas em telhado sobre o abdomen, ás vezes revestidas de escamas; tais escamas, longitudinalmente estriadas, podem cobrir outras partes do corpo, e, como nos Lepidopteros, d a r origem a belas côres e s t r u t u r a i s . As asas p o d e m f a l t a r c o m p l e t a m e n t e ou serem mais ou m e n o s reduzidas. E m algumas especies as anteriores são desenvolvidas sendo, porém, as posteriores atrofiadas ou representadas por espansões do tegumento, quasi invisiveis (Psoquilla). Asas anteriores, f r e q u e n t e m e n t e com p t e r o s t i g m a esclerosado.
Fig. 169 - Cabeça de Psocus sp., vista de trás; o labium (Pgl + Pll) acha-se voltado para o buraco ou foramen ocipital, afim de se poder vêr as superlinguae; Ga, galea; Hphy, hipofaringe; Le, lacinia; Lm, labrum; Md, mandibula; Pgl, paraglosa; Pll, palpo labial; Plm, palpo maxilar; Slin, superlinguae.
O sistema de nervação, em ambas as asas, é caracteristico. Todavia, como observou ENDERLEIN (1908) e como tambem verifiquei em Psoquilla, notam-se variações considerareis,
CORRODENTIA
339
não somente nas asas de 2 indivíduos da mesma especie, como nas de um mesmo indivíduo. Multas especies, providas de asas bem desenvolvidas, quasi nunca delas se utilizam; geralmente correm ou saltam, mesmo quando perseguidas. Abdomen de 9 a 10 segmentos, desprovido de cércos distintos. Genitalia do macho apenas desenvolvida. Femeas sem ovipositor. 186. Anatomia interna. - Tubo digestivo com longo esolago terminando, no começo do abdomen, numa dilatação formada pelo papo e proventriculo; mesenteron fortemente curvado em U, que se continua num curto proctodaeum; com 4 tubos de Malpighi. Sistema glandular representado principalmente por 2 pares de glandulas tubulosas, de estrutura diferente, que se estendem até a cavidade abdominal; a glandula mais longa, ventral, segundo RIBAGA, secreta a saliva e a mais curta o fio de seda com que estes insetos tecem a cobertura dos ninhos. Sistema traqueal, segundo RIBAGA, com 3 pares de estigmas toracicos e um par em cada um dos 6 primeiros uromeros. Sistema nervoso altamente concentrado; além da massa ganglionar cefalica (ganglios cerebroides e infra-esofagianos), ba apenas os seguintes centros ganglionares: um protoracico, um meso-toracico e um abdominal, este parcialmente situado no metatorax. Testículos simples ou lobulados; em relação com o canal ejaculador ha um par de grandes vesículas seminais e outro de glandulas de mucus que secretam o envoltorio dos espermatoforos. Ovarios representados por 3 a 5 ovariolos; ovidutos muito curtos; em relação com a vagina, uma pequena espermateca globulosa. 187. Desenvolvimento. - Os ovos são dispostos isoladamente ou em massas de alguns ou muitos ovos (80 a 90). Em varias especies, a femea, depois de pôr uns 10 ovos, cobre-os com substancia escrementicial, que, depois de seca, fica com
340
INSETOS DO BRASIL
o aspecto de um minusculo salpico de lama. Em quasi todos os casos, porém, feita a postura, ela protege os ovos com uma teia de fios de seda. O d e s e n v o l v i m e n t o realiza-se r a p i d a m e n te ( n u m mez a p r o x i m a d a m e n t e ) , por p a u r o m e t a b o l i a , h a v e n do de 4 a 6 estadios de f o r m a s jovens. As técas alares s u r g e m depois da 2ª muda. 188. Habitos e importancia economica. - Quasi nada se sabe respeito á biologia das especies que vivem em nosso territorio. As especies desta ordem alimentam-se de materia organica de origem-vegetal ou animal. Muitas são fungivoras. As especies da subordem Parapsocida, em geral apteras, com um pouco mais de 1 mm. de comprimento e de aspecto pediculoide, são frequentemente encontradas em papeis e livros velhos, nestes elas roem a goma do lombo. Não raro tambem se as encontra nas coleções de insetos mal cuidados, que podem ser por elas totalmente arruinadas. Algumas especies da citada subordem, como Troctes divinatorius (Müller) e Trogiurn pulsatorium (L.) vulgarmente conhecidas na Europa, pela designação - "relogio da morte", foram introduzidas pelo homem nas demais regiões da terra. Aliás, a primeira especie recebeu o nome cientifico divinatorius, correspondente áquele nome vulgar, por se acreditar que, á noite, produzisse ruídos ritmados, como o tic-tac de um relogio, interpretados pelos supersticiosos como aviso de morte proxima de qualquer pessoa da casa. Tais ruídos, provavelmente apêlos sexuais da femea, foram verificados por SOLOWIOW (1924) e PEARMAN (1928), somente em Trogium pulsatorium e são produzidos quando o inseto bate a parte saliente do esternito pregenital de encontro a superfície em que repousa. As especies de Troctidae são tambem encontradiças em péles de mamiferos e entre as penas das aves. Possivelmente aí se criam e se alimentam, como os Malophagos, de peliculas do tegumento e de outras produções epiteliais. Ha tempos enviaram-me para determinar exemplares de um Psocideo, apanhados, no Rio de Janeiro, "em um muro caiado". Tendo verificado tratar-se de uma especie de Pso-
CORRODENTIA
341
quilla (=Psocinella Banks, 1900 Axinopsocus Enderlein, 1904), p u d e t a m b e m o b s e r v a r n e s s e s e x e m p l a r e s t o d o s os c a racteres de Vulturops termitorum Townsend, 1912, especie tipo do genero Vulturops, por sua vez tipo da subfamilia VuIturopinae. Tambem Vulturops floridensis Corbett & Hargreaves, 1915, me parece identico a especie descrita por TOWNSEND. Os nossos exemplares, apanhados no mesmo local e na mesma ocasião, exibem nas asas as variações notaveis que se pode ver na fig. 161, aliás já assinaladas por ENDERLEIN (1908) para a Psoquilla microps.
Fig.
160
-
Asas
de
Psocus sp. (Fam. Psocidae); P t, p t e r o s t i g m a .
Ap,
areola
postica;
As especies da subordem Eupsocida são habitualmente vistas na face inferior das folhas das plantas ou sobre o tronco d a s a r v o r e s , e m n i n h o s m a i s o u m e n o s p o p u l o s o s , c o b e r t o s p o r u m véo o u t e l a de fios de s e d a . Ás v e z e s t a i s n i n h o s s ã o bastante grandes e deles emigram, como numa enxamagem, as f o r m a s a l a d a s , q u e p o u s a m g r e g a r i a m e n t e n o s t r o n c o s d a s
342
INSETOS DO BRASIL
arvores,
cobrindo-os
numa
grande
extensão
ENDERLEIN
des-
creveu os habitos de Archipsocus brasilianus End., 1907, observado no Pará pelo Dr. HAGMANN, e BORGMEIER (1928) O ninho de Epipsocus borgmeieri Karny, 1926. As
especies
que
se
encontram
sobre
plantas
ou
são
sa-
profagas ou micofagas, aí vivendo sem prejudica-las. Eventualmente, dizem os autores, podem transportar esporos de fungos parasitos, sendo portanto prejudiciais. Porém, como tambem eventualmente podem devorar Coccideos, em ultima analise não se as deve considerar como insetos realmente daninhos. Têm sido, todavia, observados danos de alguma importancia, em milho e outras sementes, causadas por especies de Corrodentia. Assim, na Baía, segundo BONDAR, O Archipsocus brasilianus prejudica as plantas que êle escreveu respeito a e s t a especie:
do
genero
Citrus.
Eis
o
"Os ovos de côr amarella luzidia, são alongados, de um terço de millimetro de comprimento. São depositados em grupos de algumas dezenas ou centenas, um perto de outro, nas folhas verdes ou mortas, envolvidos na teia. As larvas ecloem poucos dias depois da desova, e logo apparecem activas, correndo com ligeireza entre as teias e nas folhas. O insecto alimenta-se principalmente das partes mortas da planta, que elle carcome. Verifica-se frequentemente que os brotos envoltos em teia, não se desenvolvem, por serem tambem carmomidos pelo insecto, pelo menos, parcialmente. É preciso dizer-se que as lesões causadas pelas mandibulas do insecto em caso algum justificam a morte rapida das folhas e dos galhos envoltos na teia. A influencia do insecto é, antes mecanica, indirecta. A folhas presas pelas teias, retorcidas em posições forçadas, apertadas umas contra as outras, morrem asphyxiadas, ou antes queimadas pelo calor, pois recebendo a luz solar, condensam a temperatura nas bolas entre as teias, que impedem a circulação do ar. A doença manifesta-se em todas as aurantiaceas, com maior intensidade nos limoeiros e nas cidreiras. No Estado da Bahia observamos esta enfermidade nos laranjaes da capital, no vale do rio Iguape como tambem no Sul do Estado. Além das aurantiaceas o insecto é encontrado frequentemente nos troncos de oitizeiros, não acarretando entretanto damnos visíveis, pois não envolve as folhas, limitando-se a fazer suas teias nos troncos.
CORRODENTIA
343
Tratamento - O modo de combater este insecto consiste em passar a vassoura de piassava nos troncos e ramos grossos, envolvidos em teia. A vassoura é melhor embebel-a com carbolineum Kaukmann a 3% na agua, ou emulsão de kerozene, ou solução de Nosprasit. Os ramos finos limpam-se, retirando-se as folhas mortas e emboladas e os galhos seccos.
Fig. 161 Variações no sistema de nervação de Psoquilla sp. (Fam. Psoquillidae); as 2 asas da esquerda são de um mesmo exempIar; a da direita, de outro exemplar apanhado no mesmo local e na mesma ocasião, tem o aspecto observado em Vulturops.
Feita esta limpesa, pulveriza-se abundantemente a arvore, com jacto forte de pulverisador, applicando-se uma solução de emulsão de kerozene e sabão, ou Nosprasit, em agua a dois por cento. Este ultimo insecticida, além de matar os insectinhos pelo contacto directo, actuará tambem, envenenando-lhes o alimento". 189. desta
Classificação.
ordem, A
das
ordem,
irdens
Parapsocida
guintes
caracteres:
-
quais segundo e
Ha
perto
cerca de
200
TILLYARD
Eupsocida,
que
de são (1923), se
400 da
especies região
compreende distinguem
descritas neotropica. 2 pelos
subse-
344
INSETOS DO BRASIL Asas anteriores com Cu 2 e 1A divergentes; antenas com 15 a 47 segmentos, raramente com outro numero; tarsos sempre de 3 segmentos .................................................................. Parapsocida.
Fig.
162
-
Asa
anterior
de
Caeciliidae.
Asas anteriores com Cu 2 e 1A convergentes ou encontrando-se no apice; antenas com 13 artículos raramente com outro numero; tarsos dimeros ou trimeros ................. Eupsocida
Fig.
A
-
Asa
subordem
lipsoeidae,
giidae, Á
163
Troctidae, subordem
ide
Parapsocida
Perientomidae,
Thyrsophoridae
compreende
Parapsocida
Caeciliidae, familias
e
a
11).
familias:
Phyl-
Psoquillidae, as
familias:
Psocidae,
Perientomidae
arcaica
(x
as
Lepidopsocidae,
Archipsocidae. Eupsocida pertencem
cidae, Myopsocidae, Thyrsophoridae. Excetuando as
subordem
anteror
família
e
TroMesopso-
Amphientomidae
e
Archipsocidae,
da
Amphientomidae
da
CORRODENTIA subordem
Eupsocida,
na
neotropica.
região
sophoridae, conspicuos atingir 15
as Peculiar
demais a
345
familias esta
altamente especializada, representantes da ordem, mm. de comprimento, com
região
têm é
a
representantes familia
Thyr-
com os mais belos e alguns dos quais podem 22 a 25 mm. de enverga-
dura de asas. Apresento a seguir a chave para distinção famílias como se acha no livro de BRUES & MELANDER (1932).
das
1 1'
Tarso de tres artículos (Trimera) .......................................................................... 2 Tarso de dois artículos (Dimera) ..................................................................... 10
2(1)
Torax composto de 3 partes distintas; mesotorax separado do metatorax por uma sutura; geralmente alados, raramente com as asas reduzidas ou ausentes ............................... 3 Torax composto de 2 partes; mesotorax e metatorax fundidos e sem sutura entre si; asas geralmente ausentes, quando presentes, sem nervuras em forquilha; segundo segmento dos palpos sem orgãos sensoriais claviformes ..................................................................... Troctidae 120 (Liposcelidae)
2'
3(2) 3'
Asas presentes protorax muito menor que o mesotorax 4 Asas anteriores ausentes ou muito pequenas e sem nervuras; asas posteriores ausentes; protorax maior que o mesotorax ........................................... Trogiidae (Atropidae 121; Lepidillidae)
4(3) 4'
Asas bem desenvolvidas, com nervação completa .............................. 5 Nervação das asas incompleta, asas anteriores ovais ou arrendondadas e muito espessadas; nervuras geralmente muito largas; asas posteriores reduzidas ou ausentes; sem escamas ............................................................................. Psoquillidae 122
5(4)
Segundo ramo de Cu e lA da asa anterior encontrando-se ou aproximando-se uma da outra no apice ........................................ 7
5'
Segundo ramo de Cu e lA da asa anterior divergindo para o apice ou pelo menos não se aproximando uma da outra; corpo e asas revestidos de pêlos ou escamas; asas mais ou menos ponteagudas; antenas com mais de 13 segmentos ................................................................................................... 6
120 Gr. troctes, comedor, roedor. 121 De Atropos, nome de uma das Parcas (Mitologia). 122 Gr. psoco, ou trituro, roo.
346
INSETOS DO BRASIL
Fig. 164 - Pedaços de folhas com pequenas colonias de Psocideos da familia Caeciliidae, protegidos por fios de seda.; numa das folhas vê-se urna postura no ponto indicado pela seta, (fortemente aumentado).
CORRODENTIA
347
6(5')
Asas posteriores com uma celula muito estreita, fechada na base entre M e Cu; escamas das asas simetricas, igualmente curvadas nos 2 lados; antenas de 20 a 25 artículos ............................................................................................ Perientomidae
6'
Asas posteriores sem uma celula fechada; escamas das asas geralmente asimetricas; antenas com 26 a 47 segmentos ......................................................................... Lepidopsocidae (Empheriidae)
7(5) 7'
Antenas de 13 segmentos ........................................................................ 8 Antenas de 22 a 25 segmentos; corpo e asas sem escamas; M Phyllipsocidae bi ou trifurcada; protorax visível de cima
8(7)
Corpo e asas sem escamas; apenas uma nervura anal na asa anterior ............................................................................................... 9 Corpo e asas escamosos; 2 nervuras anais na asa anterior ........................................................................................ Amphientomidae
8'
Parte apical de Cu na asa anterior curvando-se fortemente para diante em direção a M, porém sem toca-la; especies muito pequenas ........................................................................... Mesopsocidae Curvatura de Cu na asa anterior tangenciando M ou fundindo-se com ela numa pequena distancia; especies maiores .......................................................................................... Myopsocidae
9(8)
9
Protorax bem desenvolvido, visível de cima, asas reduzidas na femea; bem desenvolvidas no macho, porém com a nervação incompleta .......................................................................... Archipsocidae Protorax muito pequeno, invisivel de cima ...................................................... 11
10(1')
10'
Fig.
123
Lt.
caecus,
165
Troctes divinatorius (Müller) (Fam. Troctidae) (De O s b o r n , A g r i c . E n t o m . 1916, Fig. 4 4 ) .
cego
INSETOS DO BRASIL
348
12(11')
Porção apical de Cu da asa anterior não se curvando fortemente para diante ou, no caso de se curvar, não tangenciando M .......................................................................................... Caeciliidae 123 Porção apical de Cu curvando-se para diante, tocando ou fundindo-se com M numa pequena distancia ........................................................ 12 fundindo-se com M Segundo ramo do sector radial (R 4+5 )
12'
ou a ela ligado por uma nervura transversa; 3° e 4° segmentos antenais alongados, mais espessos e mais densamente pilosos que os articulos seguintes; especies grandes ......................................................................................................... Thyrsophoridae 124 Segundo ramo do sector radial (R 4+5 ) livre de M; 3º e 4°
11(10')
11'
segmentos antenais semelhantes aos apicais .......................................... Psocidae
190. Bibliografia. BADONNEL, A. 1932 1934
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-
1936
-
BANKS, N. 1929
-
A
BOERNER, C. 1929 -
BORGMEIER, 1928
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Mandibeln und Rhynchoten. Zeits. wiss.
T. -
1900
-
1903
-
1903
-
1905
-
1906 1908
124
Gr.
-
ín-
Psocidae.
Maxillen Insektenbiol.
bei 34:
Psociden, 108-116,
Ein interessantes Copeognathen-Gespinst Ent. Mitt. 17: 155-161, 2 figs. (Publ. em portuguez no Bol. Mus. 4 (3): 59-65, 2 figs.).
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(grande
of the head Soc. H. N.
and structure 19: 291-306.
3
Thysanopteren figs.
aus
Brasilien.
Nac.
of
und
Rio
maxillae
de
in
Janeiro,
Psocidae.
Die Psocidenfauna Perus. Z o o l . J a h r b . S y s t . 14: 133-160, e s t e . 8, 9 e 4 f i g s . Über die Morphologie, Gruppierung und systematische Stellung der Corrodentien. ZoIl. Anz. 26: 423-437. Zur Kenntniss amerikanischer Psociden. Zool. Jahrb. Syst. 18: 351-364, este. 17 e 18. Die Copeognathen ales indo-australischen Faunengebietes. A n n . M u s . H i s t . N a t . H u n g a r : 1: 179-344, e s t a . 3 - 1 4 . Aussereuropäische Copeognathen aus alem Stettiner Museum. Z o o l . J a h r b . S y s t . 24: 81-91, e s t . 6. Über die Variabilität der Flügelgeäders der Copeognathen. Z o o l . A n z . , 33: 779-782, 12 f i g s .
thyrsus,
haste,
talo;
fereo,
eu
trago.
CORRODENTIA
349
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CAPÍTULO
XIX
Ordem MALLOPHAGA125 191. Caracteres. - Ordem constituida por pequenos insetos, com menos de um centímetro de comprimento, apteros, de corpo deprimido, pediculoide, com tegumento geralmente bem esclerosado e aparelho bucal mastigador. São ectoparasitos de aves ou mamiferos (piolhos das penas das aves e dos pêlos dos m a m i f e r o s ) . Desenvolvem-se por a p o m e t a b o l i a .
Fig. 166 - Cabeça de Trichodectes subrostratus Nitzsch; Ant, antena; Md, mandibula; O, olho; Phy, esclerito esofagiano ou faringeo; Pll, palpo labial; Slin, s u p e r l i n g u a ; Trb, t r a b e c u l a .
125
Gr.
mallos,
pêlo;
phagos,
comedor.
352
INSETOS DO BRASIL
192. Anatomia externa. - Cabeça geralmente grande, livre, horizontal e hipognata. Olhos, quando presentes, mais ou menos rudimentares, constituídos por um pequeno numero de omatidios isolados, situados atrás da inserção antenal. Ocelos ausentes. Antenas com aspecto diferente nas duas subordens: em Amblycera clavadas ou capitosas, geralmente de 4 segmentos, semelhantes nos dois sexos e escondidas numa fosseta sob a cabeça (fosseta antenal); em Ischnocera cilindricas, de 3 a 5 segmentos, em muitas especies consideravelmente diferentes nos dois sexos, porém sempre bem visiveis aos lados da cabeça. Aparelho bucal de tipo mandibulado, situado numa escavação na face inferior da cabeça; labrum grande; mandibulas com grandes dentes; em Amblycera horizontais, isto é, paralelamente dispostas a superficie da cabeça, com o condilo ventral e o ginglimo dorsal; em Ischnocera, ambas inseridas em angulo reto com a cabeça, com o condilo posterior e o ginglimo anterior. Maxilas constituídas por um só lobulo denteado, desprovidas de palpos em Ischnocera, com palpos de 4, 3 ou 2 segmentos em Amblycera. Labium curto; ligula não dividida ou representada por um par de processos, provavelmente homologos ás paraglossas; palpos labiais r u d i m e n t a r e s . Torax apresentando um protorax livre; mesotorax frequentemente pequeno; mesotorax e metatorax geralmente fundidos em Ischnocera, formando o pterotorax; em Amblycera separados por uma sutura. Excepcionalmente o mesotorax apresenta-se reunido ao protorax. Pernas curtas, achatadas, de tipo ambulatorio ou imperfeitamente escansorial; as anteriores, mais curtas que as outras, são dirigidas para diante e servem para levar o alimento á boca; em alguns generos (Gyropidae) um ou mais pares de pernas modificam-se num tipo especial, com femures e tibias transversalmente sulcadas na face interna, o que facilita o agarramento do inseto aos pêlos. Tarsos de 1 a 2 articulos, com o pretarso geralmente provido de uma ou duas garras; garras tarsais ausentes em Gliricolinae (Fam. Gyropidae). Os Mallophagos que têm apenas 1 garra tarsal parasitam mamíferos e os de 2 em todas as pernas, na sua maioria, parasitam aves (excep. Boopidae e
MALLOPHAGA
353
Trimenoponidae da subord. Amblycera e Trichophilopteridae da subord. Ischnocera). Nos generos Macrogyropus e Heterogyropus, ambos de EWING (subord. Amblycera, fam. Gyropidae), os tarsos do par anterior têm 2 garras. Abdomen geralmente de 9 segmentos nos adultos, com os 2 primeiros fundidos (subord. Ischnocera) ou separados (subord. Amblycera); ás vezes, porém, de 8 ou mesmo de 7 (com os 2 primeiros completamente fundidos) como se observa em Heptapsogastridae. Tergitos e esternitos geralmente esclerosados e distintamente separados por areas de tegumento membranoso. Femeas sem genitalia; machos com gonapofizes de estrutura mais ou menos complicada. 193. Anatomia interna. - Esclerito esofagiano ou faringeo e hipofaringe (com as superlinguae) bem desenvolvidos, semelhantes ás mesmas partes em Corrodentia. Tubo digestivo apresentando um papo representado por uma simples expansão do esofago (Amblycera) ou constituída por um diverticulo mais ou menos desenvolvido (Ischnocera); mesenteron grande com um par de cégos gastricos, geralmente curtos e largos; proctodeum curto, com 4 tubos de Malpighi. Ha 2 pares de glandulas salivares ou somente um par com os respectivos reservatorios. Sistema traqueal representado por 2 principais troncos e respectivas anastomoses, comunicando-se com o exterior por meio de 7 pares de, estigmas; 1 mesotoracico (protoracico, segundo HARRISON (1916) e 6 abdominais, situados nos segmentos 3-8 ou nos segmentos 2-7. Em Heptapsogastridàe os es: tigmas abdominais ficam nos segmentos 1-6. Em Trimenoponidae e Gliricolinae (faro. Gyropidae) ba somente 5 pares de estigmas abdominais nos segmentos 3-7 e 2-6, respectivamente. Testículos constituidos por 2-3 foliculos piriformes, que se abrem, separadamente, em canais deferentes tortuosos e de comprimento variavel, que desembocam, um ao lado do outro, na parte anterior do canal ejaculador, onde tambem termina um canal relativamente alongado, em relação com uma ve-
354
sicula riolos como pode
INSETOS DO BRASIL
seminal bicapsular. Ovarios constituidos por 5 a 3 ovacurtos; vagina abrindo-se atrás do 7º urosternito, tendo, anexos, glandulas coletericas e uma espermateca, que faltar e m varias especies.
Fig. 167 - T r i c h o d e c t e s c o r d i c e p s (Mjoeberg, 1910), em Copula; o macho com as antenas prende a femea pela base do abdomen (De Werneck, 1936).
além
Sistema nervoso central, altamente especializado, tendo, dos ganglios cefaIicos, apenas 3 ganglios toracicos.
194. Micetoma. - Relativamente à presença de pseudovitelus ou micetoma nos Malofagos da subordem Ischnocera,
MALLOPHAGA
355
LAMEERE (Précis de Zoologie (1935)), resumindo o resultado das observações de RIES (1930), escreve o seguinte: "Os Malofagos desta categoria vivem em simbiose com B a c t e r i a s cujo papel é desconhecido; est es microbios o c u p a m celulas, os micetocitos, cujo conjunto constitue um micetoma. Os m i ce t o c it o s l o c a l i z a m - s e e n t r e o e p i d e r m a e o corpo a d i peso, ou no proprio corpo a d i p o s o No m a c h o estas celulas a í
Fig. 168 - Ovos de Mallophaga na base de penas (De Reis & Nobrega, 1936, fig. 305). permanecem até o estado adulto; na femea, porém, antes da ultima muda, elas emigram e penetram, isoladamente ou em bloco, nos orgãos genitais em formação e se alojam no calice dos oviductos, ordinariamente enchendo a ampola. Dai as Bacterias penetram nos ovos e, sem se dispersar, passam para o vitelus; durante a ontogenese, vitelofagos envolvem tais
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INSETOS DO BRASIL
massas, constituindo-se então os micetocitos. Por ocasião do desenvolvimento do vitelus, na formação do enteron, o micetoma fica neste aprisionado, porém os micetocitos atravessam a parede e se localizam onde mais tarde são encontrados".
Fig. 169 - Ovos de Mallophaga ao longo do canhão de uma
pena (De Reis & Nobrega, 1936, fig. 307)
195. Reprodução, postura e desenvolvimento post-embrionario. - Os Malofagos reproduzem-se por anfiogonia, realizando-se a copula segundo se vê na figura 167.
Os ovos são postos nos animais hospedadores, nas regiões em que habitualmente se encontram os piolhos, nos pêlos ou nas penas, nestas, "seja na base, em grandes massas, seja ao longo do canhão, em cadeias, seja nas barbulas, esparsos, variando isto de acôrdo com o parasita, porém sempre colados ao substrato" (REIS e NOBREGA, 1936). O desenvolvimento embrionario dura de 4 a 7 dias, geralmente após tres ecdises, de 15 a 20 dias, pouco mais ou menos.
MALLOPHAGA
357
Os Malofagos desenvolvem-se por apometabolia (pseudoametabolia ou ametabolia adquirida em consequencia do parasitismo).
Fig.
170 - Ovos de Mallophaga aderentes ás bargulas u m a p e n a (De Reis & Nobrega, 1936, fig. 308)
de
196. Habitos. - Os Malofagos são ectoparasitos de mamíferos ou de aves. Os primeiros alimentam-se de escamas epidermicas e de pêlos (especies pilivoras) os segundos de produtos equivalentes retirados das penas (especies penivoras). Algumas especies, porém, eventualmente ingerem o sangue que aflora no tegumento ferido do hospedeiro. Deslocam-se mais ou menos rapidamente sobre as penas ou sobre os pêlos,
358
INSETOS DO BRASIL
sendo, porém, mais ativos os da subordem Amblycera. Os Malofagos habitualmente nascem e morrem num mesmo hospedador; ás vezes porém, quando 2 animais ficam em contacto, passam de um para outro. Não raro os Malofagos das aves podem tambem emigrar para um hospedador mais ou menos afastado daquele em que viviam, sendo, então, transportados por moscas da familia Hippoboscidae. É interessante consignar, como observou THOMPSON (1936), que todas as especies que se transportam por este meio, pertencem sempre a subordem Ischnocera, via de regra as menos ativas, que raramente passam de um para outro animal hospedador e, quando este morre, ficam agarradas ao corpo do mesmo. Daí estes Malofagos serem muito mais valiosos quando, por eles, se procura estudar as afinidades dos hospedadores.
Fig.
171
- Ovos de Mallophaga na base, de uma (De R e i s & N o b r e g a , 1936, f i g . 3 0 9 ) .
pena
Após a morte do hospedador; os Malofagos não se conservam vivos por longo tempo, morrendo no fim de horas ou
MALLOPHAGA
359
de alguns dias. PETERS (1928) teve o ensejo de apanhar Malofagos a i n d a vivos em peles de aves m o r t a s h a 6 ou 7 dias. BISHOPP (em Sanitary Entomology, de PIERCE, 1921), citando a observação do Prof. THEOBALD, que conservou o Menopon gallinae fora do corpo do hospedador durante 9 meses, diz não ter observado, com esta especie, uma longividade superior a 3 semanas. A morte dos parasitos é principalmente devida á falta do calor que irradia do animal parasitado. E tanto isto é verdade que WILSON (1934) conseguio cultivar artificialmente Lipeurus heterographus fora do corpo, sobre penas colocadas em vidros, em estufa a 33º. Num mesmo hospedador podem viver varias especies pertencentes a grupos taxionomicos bem diversos, aliás frequentando determinadas regiões do corpo do hospedador; assim, as mais lerdas habitualmente são encontradas na cabeça e no pescoço e as mais ativas nas regiões do peito, das costas e perianal. Ha um Malofago, o Tetrophthalmus bursaepelecanae (Perry, 1876), que se encontra exclusivamente na bolsa de um pelicano norteamericano (Pelecanus fuscus L.). Por outro lado, uma mesma especie de Malofago pode ser encontrada em diversos hospedadores, via de regra apresentando entre si afinidades mais ou menos estreitas, quer habitando o mesmo territorio, quer vivendo em territorios mais ou menos distantes e isolados. Esta ultima ocorrencia é bem interessante porque envolve o problema das relações geneticas desses hospedadores. A proposito julgo util transcrever as ideas de KELLOGG sobre o assunto, expostas num trabalho especial (1913) ou condensados em seu livro - American Insects. Depois de citar casos de uma mesma especie de Malofago ser encontrada em 2 hospedadores de especies proximas, do mesmo genero, uma da Europa e outra da America, e não se podendo explicar o fato pela emigração do p a r a s i t o de u m p a r a o u t r o a n i m a l , KELLOGG assim se manifesta: "Primitivamente f o r m a r a m - s e raças geograficas dentro dos limites do hospedador ancestral; estas raças ou variedades são hoje especies distintas, diferenciadas na côr, nas mar-
360
INSETOS DO BRASIL
Fig. 172 - Esquema do ciclo simbiotico de Columbicola columbae: a, femea b, uma ampola ovariana, com ampolas ovarianas cheias de micetocitos; c, emfortemente aumentada; penetração das bacterias no vitelus dos ovos; d, nesta fase os brião, com vitelofagos envolvendo as massas bacterianas; e, micetocitos atramicetocitos ainda se acham aprisionados no mesenteron; vessando a parede do mesenteron e dirigindo-se para os lugares definitivos (De Ries, 1932, est. 34).
MALLOPHAGA
361
cas da plumagem, etc. Todavia, os parasitos dos antigos hospedadores permaneceram inalterados; a plumagem como aumento, a temperatura do corpo do hospedador, praticamente todo o ambiente dos parasitos não se alteraram, nenhum fator externo atuou no sentido de modificar a especie do parasita, daí ela existir ainda hoje na sua forma primitiva, comum aos novos descendentes do antigo hospedador".
197.
Importancia
economica.
Meios
de
combate.
-
Os
Malofagos, quando muito abundantes, pela irritação continua que produzem, principalmente com as garras tarsais, podem determinar intenso prurido que obriga o animal infestado a se coçar frequentemente, até ferir a pele. Os Malofagos avícolas, em geral, são os mais prejudiciais, especialmente os que vivem nos galinaceos domesticos. As galinhas, quando muito empiolhadas, mostram-se inquietas e, alimentando-se mal, perdení peso, ficando sempre mais ou menos depauperadas. Daí tambem baixar consideravelmente a produção de ovos. Além do damno direto causado pelos Malofagos, devo referir a possibilidade de Trichodectes canis servir de hospedeiro intermediario da tenia Dipylidium caninum (L.), que infesta cães e gatos e ocasionalmente o homem, particularmente a criança. O fato foi pela primeira vez observado por MELNIKOW (1896), que, ao estudar a embriologia daquele Trichodectes, encontrou, na cavidade geral do inseto, alguns corpos de aspecto peculiar, identificados por LEUCKART como sendo larvas da referida tenia. Estas, todavia, frequentemente se desenvolvem em pulgas. As aves mais atacadas procuram livrar-se da bicharia, catando-se ou esponjando-se na terra, ato que, empoeirando as penas, determina a asfixia dos Malofagos que nelas se acham. Os Maiofagos que vivem em animais domesticos só podem proliferar abundantemente quando estes se acham em estado de miseria organica ou quando maltratados. Assim, o primeiro cuidado ase observar no combate aos Malofagos é ter os animais sadios e limpos, conservando-os sempre em viveiros expurgados da praga. O outro cuidado é evitar a promiscuidade de animais praticamente não infestados, ou pouco infestados, com animais mais atacados.
362
INSETOS DO BRASIL
Dentre os varios inseticidas usados, por via sêca ou úmida, para" destruir os Malofagos, o melhor, incontestavelmente, é o fluoreto de sodio, que substitue vantajosamente o pó de
Fig. 173 - Menopon gallinae (Linne); o pequeno piolho da galinha; á esquerda, aspecto dorsal; á direita, ventral; A, femea; B, antena; bp, placa basal; C, genitalia do macho; D, margem lateral da cabeça, aspecto dorsal; E, idem, aspecto ventral; par, paramero (De Ferris, 1924, fig. 1)
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363
piretro, geralmente empregado em nosso país. O tratamento deve ser feito de preferencia durante o dia e, quando realisado por via úmida (3 colheres de sopa ou 28 grs. para 4 litros de agua), deve escolher-se um dia quente e fazer a aplicação c o m o liquido tepido.
Fig. 174
Trimenopon jenningsi (Kellogg & P a i n e ) (Foto J. P i n t o ) .
198. Classificação. Ha na ordem Mallophaga, cerca de 1800 especies d e s c r i t a s , distribuidas em 3 subordens, das quais uma, Rhynchophthirina Ferris 1931, compreende exclusivamente a especie unica da faro. Haematomyzidae, Haematomyzus elephantis Piaget, c o n h e c i d a como piolho da o r d e m Anoplura, até 1931, q u a n d o F e r r i s verificou t r a t a r - s e de u m
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INSETOS
DO
BRASIL
Fig. 175 - Goniocotes gigas Taschenberg; o grande piolho da galinha; á esquerda, aspecto dorsal; á direita, ventral (desenho de Ferris em "Insects of W. N. America", de Essig, fig. 78).
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Malofago, aliás facilmente distinguivel dos demais por apresentar a cabeça prolongada num rostro estreito, com as mandibulas no apice, as antenas de 5 segmentos e os tarsos providos de uma garra. As duas outras subordens Amblycera e Ischnocera e respectivas famílias são caracterizadas na chave seguinte, baseada na de EWING (1925) com a modificação de CARRIKER (1936). 1
Com palpos maxilares; antenas clavadas ou capitosas e, em repouso, escondidas em fossetas ................................................................. .................................................................................. Subordem Amblycera 126 2 Sem palpos maxilares; antenas geralmente filiformes e sempre expostas ........................................................ Subordem Ischnocera 127 6
1'
2(1)
Tarsos de todas as pernas com 2 garras: palpos labiais de 1 ou 2 segmentos............................................................................................... 3 Tarsos das pernas medias e posteriores com 1 garra, ou sem garras; palpos labiais de 1 segmento. Infestam mamíferos .................................................................................... Gyropidae 128
2'
3(2)
3'
Antenas men rais, Antenas torax tornos mando,
4(3)
6
alojando-se em sulcos aos lados da cabeça; abdogeralmente largo e sempre com reintrancias latena articulação dos diferentes segmentos ........... 4 situadas em capsulas abertas ventralmente; pterode tal modo fundido como o abdomen que os conlaterais deste se continuam com os daquele, forportanto, um unico segmento ....................... 5
pares de estigmas abdominais; palpos labiais de 1 segmento; pro e mesotorax nunca fundidos. Em aves e marsuPiais australianos .................................................................... Menoponidae 129 5 pares de estigmas abdominais; palpos labiais de 2 segmentos; mesotorax consideravelmente reduzido ou fundido com o protorax. Em roedores e marsupiais americanos ..........
4'
................................................................................................... 5(3')
126 127
128 129
Capsulas laterais
Gr. Gr. Gr. Gr.
Trimenoponidae
antenais não bulbosas e não formando dilatações na cabeça; labium frequentemente provido de or-
amblys, obtuso; ceras, corno, antena. ischnos, fino; ceras, corno, antena. gyros, curvo; pous, pé. menos, robusto; ops, aspecto.
366
INSETOS DO BRASIL
gãos com ventosas protraebeis; abdomen as vezes apresentando fracas reintrancias laterais na articulação dos segmentos; abertura bucal moderada ............................... Ricinidae
Fig.
176
-
Goniodes meleagridis (Linne), (De Zunker, 1930, fig. 9).
vista
130
dorsal
Capsulas antenais bulbosas, formando conspícuas dilata-
5'
ções laterais na cabeça; abdomen sem quaisquer reintran130
De Ricinus, nome proprio.
MALLOPHAGA
367
c i a s i n t e r s e g m e n t a i s ; a b e r t u r a bucal m u i t o g r a n d e , e x t e n d e n d o - s e p a r a trás, além d a inserção das a n t e n a s . . . . . . .................................................................. Laemobothriidae 131 6(1') 6'
7(6)
Tarsos com 2 g a r r a s ; a n t e n a s de 5 segmentos em ambos os sexos ....................................................................................... 7 Tarsos c o m 1 g a r r a ; a n t e n a s sempre de 3 s e g m e n t o s n o macho e geralmente na femea. Em mamíferos . . . . . . . . . . .................................................................... Trichodectidae 132 Ultimo s e g m e n t o da a n t e n a d i l a t a d o ou clavado; p a r t e a n terior d a cabeça com robustos g a n c h o s curvos. E m m a míferos................................................. Trichophilopteridae 133 Ultimo s e g m e n t o da a n t e n a n ã o clavado; p a r t e a n t e r i o r da cabeça sem ganchos curvos em aves ....................................... 8
7'
8(7')
A b d o m e n t e n d o pelo m e n o s 8 s e g m e n t o s e m ambos os sexos ( á s vezes 9); e s t i g m a s presentes nos Segmentos 2-7; meso e metatorax fundidos num perfeito pterotorax ................................. ........................................................................ Philopteridae 134 Abdomen a p e n a s com 7 s e g m e n t o s e m a m b o s os sexos; est i g m a s pres entes nos s e g m e n t o s 1-6; meso e m e t a t o r a x n e m sempre f u n d i d o s . E x c l u s i v a m e n t e e m aves da f a m í lia Tinamidae ........................................... Heptapsogastridae 135
8'
As especies m a i s i n t e r e s s a n t e s sob o p o n t o de v i s t a economico, que vivem em animais domesticos são, em sua maioria, cosmopolitas. Citarei aqui as mais frequentemente encontradas nas principais aves e mamiferos domesticos. Na
galinha (Gallus domesticus) Subordem Amblycera: Família Menoponidae: Menopon gallinae (Linnaeus, 1758) (= M, Nitzsch, in Burmeister, 1838). Eomenacanthus stramineus (Nitzsch, in Giebel, 1874). (= Menopon biseriatum Piaget, 1880).
131 132 133 134 135
Gr. laimus, garganta; bothrion, foveolo. Gr. thrix, cabelo, crina; dectes, mordedor, comedor. Gr. thrix, cabelo, crina; philos, amigo; pteron, asa. Gr. philos, amigo; pteron, asa. Gr. hepta, sete; (?) psoo, eu coço (sarna); gaster, ventre.
pallidum
368
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Neumannia pallidula (Neumann, 1912). Subordem Ischnocera: Familia Philopteridae: Goniodes dissimilis Nitzsch, in Denny, 1842.
F i g . 177 L i p e u r u s gallipavonis (Geoffroy), femea vista dorsal (De Z u n k e r , 1930, f i g . 1 1 ) .
Goniocotes gigas Taschenberg, 1879. Denny, 1842 nec Nitzsch, 1839).
(=G.
hologaster
MALLOPHAGA
369
Goniocotes hologaster (Nitzsch, in Burmeister, 1839). Lipeurus caponis (Linnaeus, 1758) ( = L. variabilis, Nitzsch, in Burmeister, 1838). Lipeurus heterographus Nitzsch, in Giebel, 1874.
No perú (Meleagris gallopavo). Subordem Amblycera: Familia Menoponidae: Eomenacanthus stramineus (Nitzsch, in Giebel, 1874). Subordem Ischnocera: Familia Philopteridae: Goniodes meleagridis (L. 1758) ( = G . stylifer Nitzsch, in Burmeister, 1838). Lipeurus gallipavonis (Geoffroy, 1762) ( = L . polytrapezius Nitzsch, in Burmeister, 1839). No pombo (Columba domestica). Subordem Amblycera: Familia Menoponidae: Menacanthus giganteus (Denny, 1842) (=Menopon lat um Piaget, 1880). Colpocephalum turbinatum Denny, 1842 (=Colpocephalum longicaudum Nitzsch, in Giebel, 1866). Subordem Ischnocera: Familia Philopteridae: Goniodes piageti Johnston & Harrison, 1912. Goniocotes bidentatus (Scopoli, 1763) ( = G . compar Nitzsch, in Burmeister, 1838). Goniocotes hologaster Nitzsch, in Burmeister, 1839. Columbicola columbae (Linnaeus, 1758) ( = L i p e u r u s baculus Nitzsch, in Giebel, 1866; =Esthiopterum columbae (Linnaeus, 1758). Quasi todas as especies que infestam mamiferos domesticos pertencem à familia Trichodectidae. Dentre as mais importantes citarei os seguintes: No boi (Bos taurus): Trichodectes bovis (Linnaeus, 1758) (=T. scataris
370
INSETOS DO BRASIL
Nitzsch, 1818), Ewing, 1929.
especie
tipo
do
genero
Bovicola
Fig 178 - Trichodectes bovis (Linne); Mallophago do boi; à esquerda, aspecto dorsal; à direita, ventral (desenho de Ferris em "Insects of N. W. America", de Essig, fig. 77).
MALLOPHAGA
Na cabra (Capra Trichodectes 1818) e incluidas
Fig.
371
hircus): caprae Gurlt, 1843 (= T. climax Nitzsch, Trichodectes limbatus Gervais, 1844, ambas no genero Bovicola.
179
-
Trichodectes
equi
(L.)
(X
60).
No carneiro (Ovis aries): Trichodectes ovis (Linnaeus, 1758) (=T. sphaerocephalus Nitzsch, 1818, outra especie incluida no genero Bovicola por EWING e BEDFORD.
372
INSETOS DO BRASIL
No
cavalo (Equus caballus): Trichodectes equi (Linnaeus, 1758) (=T. parumpillosus Piaget, 1880), tambem incluída no genero Bovicola por EWING e BEDFORD.
No
cão (Canis familiaris): Trichodectes canis (De Geer, 1778) (=T. latus Nitzsch, 1818). Heterodoxus longitarsus (Piaget, 1880) (família Boopidae). Esta especie, que normalmente parasita kangurús, encontra-se frequentemente em varias localidades dos E. Unidos (EWING), do Brasil e da Republica Argentina (WERNECK).
No
gato (Felis cati): Trichodectes subrostratus (Nitzsch, 1818), genero Felicola Ewing, 1929.
Na
especie
cobaia (Cavia sp.): Família Gyropidae: Gyropus ovalis Nitzsch, 1818; Gliricola porcelli (Linnaeus, 1758). Família Trimenoponidae: Trimenopon jenningsi (Kellogg & Paine,
199.
tipo
do
1910).
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MALLOPHAGA
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CAPÍTULO XX
Ordem
ANOPLURA136
200 Caracteres. - Constituem esta ordem os piolhos sugadores de sangue dos mamiferos. Os Anopluros, como os Malofagos, são insetos pequenos, apteros, tendo no maximo 6 mm. de comprimento, de corpo mais ou menos deprimido e pernas tipicamente escansoriais. Todavia, enquanto que os Malofagos possuem um aparelho bucal mastigador, com mandíbulas trituradoras, mais ou menos robustas, assestadas na parte inferior da cabeça, os Anopluros têm um aparelho bucal de tipo sugador especial, sem mandíbulas, sempre situado na parte anterior da cabeça, que aí se apresenta mais ou menos proeminente. O tegumento nestes insetos é relativamente espesso, daí a dificuldade em se os dissecar ou cortar. Desenvolvem-se por apometabolia. 201 Anatomia externa, - Cabeça horizontal, distinta do torax, menos desenvolvida que nos Malofagos e apresentando a porção adiante das antenas geralmente prolongada em saliencia c onica, de apice arredondado ou acuminado, na ponta do qual ha uma pequena area esclerosada, provida de cerdas, considerada o labio superior (labrum). Em relação
136
Gr.
anoplos,
inerme;
oura,
cauda.
380
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Com essa area e ás vezes projetando-se para diante vê-se uma (haustellum), estrutura membranosa circular ou tubuliforme provida de ganchos ou denticulos (denticulos prestomais).
Fig. 180 - Pediculus humanus Linneaus macho, aspecto dorsal; a, clypeus; b, linha correspondente a sutura epicraneana; c, protorax; d, mesotorax; e, metatorax; f, anus; g, dilator; h, tarso; i, polex; j, tibia; k, femur; l, trochanter; n, coxa; m, estigma; o, costela; p, cova esternal; q, faixas transversais; r, placa pleural; 1-6 estigmas abdominais (De Keilin & Nuttall, 1930, est. 3).
ANOPLURA
381
Olhos, quando presentes, relativamente grandes, proeminentes e pigmentados, reduzidos, porém, a um omatidio. Ocelos ausentes. Antenas geralmente de 5 segmentos distintos, ás vezes, porém, aparentemente com 3 segmentos (Pedicinus). Aparelho bucal. - As mandíbulas são atrofiadas. A abertura bucal (prestomum) acha-se em relação com 2 canais superpostos: o superior, constituido pela porção anterior, tubulosa, do faringe, a qual PEACOCK (1918) deu o nome de funil bucal; o inferior, longa invaginação tubuliforme, que se abre adiante no assoalho da boca ou funil bucal e termina atrás em fundo de saco, quasi ao nível da base da cabeça, é o chamado saco dos estiletes, porque neste diverticulo se alojam as peças bucais ou estiletes, um dorsal, um mediano e outro ventral, adatados á perfuração e á sucção. O estilete dorsal, com aspecto de crescente em seção transversa (tubo sugador), é constituído por duas peças, que se justapõem, em sua maior extensão, divergindo atrás, porém, para se inserirem no fundo do saco. O estilete medio (hipofaringe) é a parte distal do conduto salivar. O estilete ventral, em forma de calha e onde se alojam os outros estiletes, segundo PEACOCK, é formado por 2 elementos superpostos, cada um tambem preso atrás ao fundo do saco, mediante um par de ramos divergentes. FERNANDO (1933), baseando-se em dados embriologicos, demonstrou que o estilete dorsal resultou da fusão das maxilas, que o ventral é o labium, sendo o labrum o elemento que forma o této do funil bucal. Quando o inseto procura sugar, o haustellum (porção tubulosa ou vestibular da cavidade bucal), acionado por musculos protratores especiais, projeta-se para adiante, forçando os dentes prestomais, em prolapso, a se ancorarem na pele do animal atacado. São então nela introduzidos os estiletes, perfurando-a os estiletes ventrais e penetrando tambem, nessa ocasião, a secreção salivar, que possue, como demonstrou NUTTALL (1917), um anti-coaguleno. O sangue é em seguida aspirado pela bomba faringêa, durando 3 a 10 minutos cada repasto. Torax, relativamente pequeno, com os segmentos fundidos, apresentando apenas um esternito (placa esternal), ge-
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ralmente indiviso. Pernas curtas, robustas, de tipo escansorial, principalmente caracterizado pelo aspecto da tibia e da garra tarsal, articulada no articulo tarsal unico. A garra tarsal apresenta-se alongada, achatada e recurvada, ás vezes consideravelmente robusta, podendo aproximar-se de um processo no apice da tibia, de modo a ambos formarem uma especie de pinça. Em muitas especies as pernas do par anterior são notavelmente menos robustas que as outras.
Fig. vista
181 - Cabeça de Haematopinus eurysternus (Nitzch), de cima; 1, denticulos prestomais; 2, haustellum; 3, fronte; 4, lobulo post-antenal; 5, antena.
Abdomen, nos generos mais primitivos, de 9 segmentos, nos demais, porém, geralmente com os 2 primieros fundidos. Em Phthirus os 5 primeiros uromeros se reunem num só segmento basal. Em geral ha pleuritos esclerosados e pigmentados (placas pleurais); os tergitos e esternitos, porém, são pouco esclerosados. Cércos ausentes. Genitalia do macho bem desenvolvida. Femea apresentando no lado ventral da região
ANOPLURA
383
caudal um par de gonapodos, que, na postura, prendendo o pêlo suporte, d i r i g e m o a l i n h a m e n t o dos ovos.
Fig. 182 - Cabeça de Pediculus h u m a n u s Linnaeus; m e t a d e direita de u m córte l o n g i t u d i n a l e mediano, vista, em a, com os estiletes retraídos e, e m b, c o m os m e s m o s salientes. ChS, festões bucais; dSt, estilete dorsal; EpS, orgão sensorial epifaringeo; FrG, g a n g l i o frontal; Hau, h a u s t e l l u m ; KSp, g l a n d u l a de Pawlowsky; MH, f u n i l bucal; MHD: m e t a d e do t u b o faringeo sugador; MK, denticulos preorais; Mu, m u s c u l o s dos estiletes; P h l , faringe a n t e r i o r (sugador) ; Ph2, faringe posterior; Po, orificio preoral; Protr, musculos protractores do saco dos estiletes; Retr, musculos retractores do saco dos estiletes; RM, esfincter faringeo; Sch, saco dos estiletes; Spe, c a n a l excretor d a s glandulas salivares toraxicas (labiais); StDr, g l a n d u l a dos estiletes; Sub, ganglio infra-esofagiano; Sup, ganglio s u p r a - e s o f a g l a n o ( c e r e b r o ) ; vSt, estilete c e n t r a l . (De Sikora, e m Weber, 1933, Lehrb. Entom., fig. 73).
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202 Anatomia interna. - O stomodaeum não tem ingluvia nem proventriculo. Depois do faringe, constituido por 2 partes, anterior (faringe sugador) e posterior, separadas por uma valvula, segue-se um esofago curto. O mesenteron é simples ou representado por duas porções, sendo a anterior bem mais dilatada que a posterior. Esta, em Pediculus, apresenta um par de cégos gastricos. Proctodaeum quasi reto, com 4 tubos de Malpighi e 6 papilas retais. Anexas ao stomodaeum e situadas no torax ha 4 glandulas salivares: 2 anteriores, compactas, reniformes e duas posteriores bitubulosas. Aquelas, segundo PAWLOWSKY e STEIN (1924), secretam o principio irritante da saliva. Os canais escretores destas glandulas reunem-se formando o conduto salivar que se insinua sob o estilete dorsal do aparelho bucal. Na cabeça ha 2 glandulas menores (glandulas de Pawlowsky), cujo canal excretor se abre no saco dos estiletes. Acredita-se que a secreção destas glandulas sirva para lubrificar os estiletes. O sistema traqueal é semelhante ao dos Malofagos. Ha geralmente um par de estigmas mesotoraxicos, localizados na parte dorsal, e estigmas abdominais situados nas placas pleurais dos uromeros 3-8 ou 2-8. Os testiculos são constituídos, pelo menos, por 2 foliculos. Os ovarios são formados por 5 ovariolos. Não ha espermatecas; daí a copula realizar-se frequentemente. Sistema nervoso central altamente concentrado; ganglios toraxicos e abdominais fundidos numa só massa ganglionar. Como nos Malofagos da subordem Ischnocera, que se nutrem de keratina das penas, ha nos Anopluros um micetoma da mesma natureza (v. bibliografia sobre o assunto no trabalho de PIERANTONI (bibl. Mallophaga), além dos artigos citados no fim deste capítulo). 203 Reprodução, postura e desenvolvimento post-embrionario. - A copula realisa-se como nos Malofagos. As femeas, depois de fecundadas, fazem as posturas nos pêlos dos mamiferos, ficando os ovos (lendeas) grudados ao suporte mediante um cimento especial secretado pelas glandulas coletericas. Sempre se os encontra com o eixo longitudinal disposto
ANOPLURA
385
quasi paralelamente ao fio suporte e com o polo portador do operculo livremente exposto.
Fig. 183 - P e r n a de Haematopinus suis ( L i n n a e u s ) ; 1, garra tarsal ( u n c u s ) ; 2, goteira de deslisamento da placa estriada ( " G l e i t r i n n e " dos a u t o r e s a l e m ã e s ) ; 3, disco protractil; 4, polex; 5, tendão do a d u c t o r (flexor) tibial; 6, m u s c u l o a d u c t o r (flexor) da garra; 7, t e n d ã o do l o n g o a d u c t o r (femoral) da garra; 8, m u s culo a d u c t o r (flexor) d a tibia; 9, t e n d ã o do a b d u c t o r (extensor) da garra; 10, placa estriada ( " S t r e c k p l a t t e " , dos a u t o r e s alemães (ou p l a c a u n g u i t r a c t o r a dos a u t o r e s ingleses e a m e r i c a n o s ) ; 11, tarso; 12, t e n d ã o d o a d u c t o r (flexor) da garra; 13, tibia; 14, m u s culo a b d u c t o r (extensor) da garra; 15, m u s c u l o a b d u c t o r (ext e n s o r ) d a tibia; 16, f e m u r .
A capacidade de proliferação varia nas diferentes especies. Assim, enquanto que o piolho do boi, num período de
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postura de 10 a 15 dias, põe de 35 a 50 ovos, a "muquirana" ou piolho do corpo do homem, num período de postura de 25 dias e em ótimas condições de existencia, segundo NUTTALL, pode pôr de 250 a 300 ovos. Dos ovos emergem, geralmente 4 a 8 dias depois da postura, as primeiras formas jovens, quiçá mui semelhantes aos adultos, porém de tegumento muito mais delicado, realizando-se o desenvolvimento post-embrionario (aproximadamente num quinzena) exclusivamente por simples transformações, mediante um processo ametabolico identico ao que ocorre nos Malofagos (apometabolia).
Fig. 184 - Pediculus humanus Linnaeus genitalia do macho; A, aspecto dorsal; B , em prolapso; C, aspecto ventral; bp, placa basal; p, penis; par, parameros; pp, pseudapenis; sp, statumen peanis; vp, vesicula do penis. (Desenho e terminologia de Ferris, 1935, fig. 325).
204 Classificação. - Ha cerca de 200 Anopluros descritos, distribuidos em 3 familias: Echinophthiriidae, compreen-
ANOPLURA
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dendo especies que vivem exclusivamente em mamiferos marinhos; Pediculidae, constituida pelos piolhos dos Primates (homem e macacos) e Haematopinidae, formada pelas especies que sugam o sangue dos demais mamiferos, Eis, segundo FERRIS (1916), a chave para a determinação das famílias:
Fig. 185 - Pedicinus longiceps Piaget, aspecto dorsal da genitalia do macho; 1, placa basal; 2, mesosoma; 3, paramero; 4, endomero anterior; 5, penis; 6, endomero posterior. (Desenho e terminologia de Ewing, 1932, fig. 9).
1
Corpo densamente guarnecido de espinhos mais ou menos curtos, robustos, ou com espinhos e escamas, Exclusivamente em mamíferos marinhos ........ Echinephthiriidae137 Corpo com espinhos ou cerdas sempre em fileiras definidas, jamais possuindo escamas, Exclusivamente em mamife: ros terrestres .......................................................................................... 2
1'
137
Gr. echinos, ouriço; phtheir, piolho.
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Olhos ausentes ................................................ Haematopinidae138 Olhos presentes, bem pigmentados. Exclusivamente em Primates ............................................................................. Pediculidae139
2(1') 2'
205. Especies de maior importancia. - Da primeira família não h a especies no Brasil. Como representantes da família Haematopinidae de maior interesse economico devo citar algumas especies dos generos Haematopinus e Linognathus. Assim, de Haematopinus, o H. asini (Linnaeus, 1758), do cavalo e outros equideos, o H. eurysternus (Nitzsch, 1818), do boi e o H. suis (L., 1758), do porco. Do genero Linognathus merecem menção especial: o Linognathus pedalis (Osborn, 1896), do carneiro e o L. setosus (Olfers, 1816) (= pililerus Burm., 1838), do cão. Todos estes piolhos sugadores de animais domesticos, além dos danos que causam diretamente, resultantes das picadas, podem, eventualmente, transmitir germens que vivem no sangue desses mesmos hospedadores. Assim VON PROWAZEK (1913) demonstrou que Polyplax spinulosa (Burmeister, 1839), piolho do rato, pode servir de hospedador intermediario do Trypanosoma lewisi (Kent, 1879), parasito de tais roedores, normalmente transmissível por varias especies de pulgas. Neste caso os ratos adquirem a tripanosomiase lambendo dejeções de piolhos. Recentemente MOOSER, CASTANEDA e ZINSSER (1931), depois de terem demonstrado a ocurrencia do tifo mexicano ("trabardillo") em ratos silvestres, apanhados nas localidades em que se observa tal doença, verificaram que o Polyplax spinulosa facilmente se infecta com o agente causador da doença (? Rickettsia prowazeki), podendo transmiti-lo, na natureza, de rato a rato; daí concluírem que, sendo tais roedores um reservatorio importante do tifo endemico, o Polyplax spinulosa é o fator importante na manutenção da epizootia. A familia Pediculidae é dividida em 2 subfamilias: Pediculinae e Pedicininae, a primeira constituída por especies su-
138 139
Gr. haima, sangue; pino, Lat. pediculus, piolho.
bebo.
ANOPLURA
Fig. 186 - Pediculus humanus Linnaeus, macho, dissecado; 1, esofago; 2, aorta; 3, diverticulos anteriores; 4, mesenteron; 5, disco ventral do mesenteron; 6, tubo de Malpighi; 7 e 8, testiculos; 9, tubo de Malpighi; 10, aorta; 11, coração; 12, recto; 13, anus; 14, canal excretor da glandula salivar; 15, ganglios nervosos; 16, glandulas salivares anteriores; 17, glandulas salivares posteriores; 18, canais deferentes; 19, tubo de Malpighi; 20, canal ejaculador; 21, canais deferentes; 22, ampola rectal; 23, placa basal, vesicula do penis; 24, dilator. (De Keilin & Nuttall, 1930, est. 11).
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gadoras de sangue do homem e de macacos da região neotropica. A subfamilia Pedicininae é representada por um genero apenas (Pedicinus) de ectoparasitos de macacos do grupo Cynomorpha (Asia, Africa e Oceania). No Rio de Janeiro, em macacos rhesus (Macaca mulata), importados para experiencias de febre amarela, era frequente encontrar o Pedicinus longiceps Piaget, 1880 (=P. rhesi Fahrenholz, 1916). A subfamilia Pediculinae é constituida pelos generos Pediculus e Phthirus (= Phthirius dos autores). A este genero pertence o "chato" do homem - Phthirus pubis (Linnaeus, 1758) (=Pediculus inguinalis Reichard, 1759, Phthirus inguinalis Leach, 1815), que vive habitualmente na região pubiana, podendo, porém, ser tambem encontrado nas axilas, sobrancelhas e outras partes do corpo. Do genero Pediculus ha conhecidos, segundo FERRIS (1935), apenas 3 especies que se pode considerar validas. Pediculus humanus Linnaeus, 1758, do homem; P. schäffi Fahrenholz, 1910, do chimpanzé e P. mjöbergi Ferris, 1916, de macacos do Novo Mundo da fam. Cebidae, generos Ateles (coatás), Alouatta (guaribas) e Cebus (micos, macacos prego). 206. Biologia do Pediculus humanus. - Até bem pouco tempo admitia-se perfeitamente distintas, além do Phthirus, mais duas especies de piolho do homem: o piolho da cabeça - Pediculus capitis De Geer, 1778 (= P. cervicalis Latreille, 1803) e o piolho do corpo - Pediculus corporis De Geer, 1778 (=P. vestimenti Nitzsch, 1838). Todavia as pesquizas de BACOT, NUTTALL, KEILIN e NUTTALL, e as investigações de FERRIS e outros autores, relativas a morfologia dos Pediculi, levam-nos a concluir que tais piolhos não são senão formas de uma mesma especie, tal como foram considerados por LINNAEUS (1758), que, para ambas, aplicou a designação especifica unica - Pediculus humanus. De fato BACOT (1917) empreendeu, com capitis e corporis, experiencias de hibridação, até 3 gerações, sem observar qualquer redução na fertilidade.
ANOPLURA
Fig. 187 - Pediculus humanus Linnaeus, orgãos genitais da femea; a.g, glandulas acessorias do utero; ap, apofises quitinosas das inserções musculares; gn, gonapodos; od, oviducto; ov, ovo; ovl, pares de ovariolos; ovr, ovario; r.s, receptaculum seminis; sp, estigma respiratorio (espiraculo); t.f., filamento terminal de um ovariolo; ut, utero; vg.a, porção anterior da vagina; vg.p, porção posterior da vagina; v.m, musculos vaginais. (De Keilin & Nuttall, 1930, est. 15).
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Por outro lado KEILIN & NUTTALL (1919) verificaram que capitis, criado experimentalmente sobre a pele e em condições especiais que favoreçam a proliferação de corporis, adquirem todos os caracteres morfologicos desta forma, que se conservam além da 4ª geração. Alguns autores, entretanto, considerando ainda as 2 formas como variedades ou raças, dão - como o fez DE GEER em 1778 - ao piolho da cabeça o nome Pediculus humanus humanus e ao do corpo Pediculus humanus corporis. O piolho da cabeça, que vive habitualmente na cabeça, pode entretanto estabelecer-se em outras regiões pilosas do corpo, como a pubiana, e aí proliferar. O piolho do corpo, raramente encontrado na cabeça, habitualmente se encontra nas dobras da roupa em contacto com o corpo, passando para a pele quando está para sugar. Todavia, como demonstrou NUTTALL (1917), não raro se observam piolhos e ovos da forma corporis em pêlos do corpo, especialmente nas axilas, no peito, na região pubiana ou em outra parte. Daí, no combate a muquirana, não bastar o expurgo de toda a roupa dos individuos infestados, devendo-se tambem banha-los, tratando-os com um sabão inseticida (sabão de cresol ou querosene). O Pediculus humanus, em condições normais, isto é, vivendo perto da pele do homem e alimentando-se regularmente, tem uma existencia de 30 dias, durante a qual pode pôr atè 300 ovos. HUTCHINSON (in PIERCE, Sanit. Entom.), criando-o experimentalmente sobre o homem pelo metodo da pulseira, obteve 14 ovos por dia, com uma media de cerca de 11 por dia num período de 25 dias. Uma vez fecundadas, as femeas começam a fazer a postura, geralmente de 24 a 36 horas depois de emergirem da ultima exuvia. Neste ato a femea, agarrada ao fio ou pêlo suporte, prende-o tambem com os gonapodos e lobulos posteriores do abdomen, emite uma goticula do cimento secretado pelas glandulas coletericas e sobre ela põe o ovo, realizandose toda a operação em cerca de 17 segundos. A 37º (centigrados) as posturas se realizam rapidamente; todavia a 30° já se efetuam em ótimas condições, cessando, porém, a 20º.
ANOPLURA
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O desenvolvimento embrionario, com a temperatura do corpo (37º) e em condições normais de umidade, pode fazerse em 4 a 8 dias. Numa temperatura de 45° todos os embriões morrem. O desenvolvimento post-embrionario, mediante 3
Fig. 188 - Linognathus pedalis (Osborn). Eclosão da forma joven. (De Lahille, 1920, est. 3).
ecdises, realizadas de 2 em 2 dias, pode, pois, considerar-se completo, no fim de uma semana. Assim sob as mais favo-
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raveis condições, o ciclo, de ovo a ovo, pode completar-se em 3 ou mesmo 2 semanas apenas.
Fig.
189
-
Pediculus humanus Linnaeus, femea. & N u t t a l l , 1930 est. 2).
(De
Keilin
ANOPLURA
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NUTTALL dá 16 dias para o ciclo em piolhos continuamente mantidos sobre o corpo humano, assim divididos: ovo (incubação), 8 dias; 1ª forma joven, 2 dias; 2ª forma joven, 2 dias; 3ª forma joven, 3 dias; periodo pre-ovipositorio, 1 dia; total: 16 dias. Aumentando a temperatura do portador dos piolhos, estes se mostram inquietos e, espalhando-se pela roupa, tentam passar para outros individuos. O mesmo sucede com o abaixamento progressivo da temperatura. Daí abandonarem os cadaveres logo que começam a esfriar. Acima de 44º os piolhos morrem. Em operações profilaticas, 54° durante meia hora ou 60°C. durante um quarto de hora, bastam para destruir o inseto em quaisquer das suas fases de desenvolvimento.
Fig. 190 - Metodo d a " p u l s e i r a " , de Nuttall, p a r a a criação d o piolho h u m a n o . ( D e H u t c h i n s o n , e m P i e r c e Sanit. E n t o m . , fig. 61).
Ha um fato interessante na biologia do Pediculus humanus que deve ser aqui mencionado: se o inseto agarrado aos
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fios da roupa pode deslocar-se, em poucos minutos, numa distancia igual ao comprimento do corpo de um homem (NUTTALL), é entretanto incapaz de se locomover numa superfície
Fig. 191 - Face dorsal da femca de Phthirus pubis (L., 1758). 1, clipeo; 2, olho; I-V, segmentos antenais; 3, coxa; 4, trocanter; 5, femur; 6, tibia; 7, tarso com um só articulo; 8, garra ou unha; 9, estigma respiratorio; 10, traqueia; 11, metapodio; 12, espermateca; 13, ovo preso ao cabelo; 14, cabelo; 15, gonapofise ou gonopodio. (De Cesar Pinto. 1930, Arthr. Paras. e Transm. de Doenças. I:152, fig. 43).
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lisa não horizontal, mesmo pouco inclinada. Daí o poder protetor dos uniformes, luvas e botas de borracha usadas por aqueles que lidam com portadores de piolhos em epidemia de tifo exantematico. 207. Importancia medica do Pediculus humanus - Efeito direto das picadas. - O efeito direto do ataque dos piolhos manifesta-se, de inicio e durante algum tempo, pelo prurido, quer se trate do ataque pelo piolho da cabeça (pedicutosis capitis), quer pela "muquirana" (pediculosis corporis), quer pelo "chato" (phthiriasis). Aumentando a infestação, observam-se pequenas placas hemorragicas, ás vezes acompanhadas de urticaria e de dermatite por infecções secundarias. Nos indivíduos por longo tempo portadores de piolhos a pele das regiões do corpo em que eles abundam, principalmente atrás do pescoço e entre as espaduas, fica espessada e caracteristicamente pigmentada (melanodermia), adquirindo um tom bronzeado, que lembra o que se observa na molestia de ADDISON. Transmissão de doenças. - Se o Pediculus humanus, exclusivamente pelas picadas, tem alguma importancia sob o ponto de vista medico, essa é praticamente insignificante quando se encara o papel que ele desempenha na transmissão do tifo exantematico, da febre recurrente e da febre das trincheiras. Basta lembrar que durante a Grande Guerra mais de 10.000.000 de russos contrairam o tifo exantematico, tendo morrido mais de 2.000.000. Tambem, no auge da epidemia ocorrida na Servia em 1915, houve uma media de 9.000 obitos diarios. São principalmente as fezes dos piolhos infectados que, depostas sobre as picadas e escoriações da pele, permitem a penetração dos germens de tais doenças no organismo humano.
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De fato, até agora, não se sabe de outro transmissor do vírus do tifo exantematico, considerado pela maioria dos autores como sendo Rickettsia prowazecki Rocha Lima, 1916. O mesmo pode dizer-se com relação a febre das trincheiras, conhecida nos primeiros dias da Grande Guerra, pelas iniciais P.U.O. ("pyrexia of unknown origin") e atribuída pelos autores a um organismo do grupo Rickettsia, talvez a R. quintana Topfer, transmitido tambem pelos excreta do P. humanus.
Fig. 192 - Haematopinus suis (Linnaeus). Aspectos dorsal e ventral (Desenho de Ferris, em Essig, Ins. West. N. Amer., fig. 100).
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O Treponema recurrentis (Lebert), causador da febre recurrente, normalmente transportado por carrapatos da fam. Argasidae, pode tambem ser transmitido pelo Pediculus humanus. Neste caso, porém, a infecção não se processa nem pela picada, nem pelos excreta. Realisa-se a contaminação através de uma solução de continuidade na pele, pelo conteúdo da cavidade geral do corpo do piolho extravasado quando o inseto é esmagado entre as unhas.
Fig. 193 - Haematopinus eurysternus (Nitzsch), m a c h o (á esquerda) e f e m e a (á direita) (Foto J . P i n t o ) .
208. Bibliografia. - Ver tambem na bibliografia de Malophaga os trabalhos de: CUMMINGS (1916, part. 1), DENNY, EWZNG (1929), GIEBEL, GROSS, KELLOGG & FERRIS (1915), MJÖBERG, OSBORN, PIAGET, PIERANTONI e TASCHENBERG.
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CAPÍTULO XXI Ordem THYSANOPTERA 209. Caracteres. - Insetos conhecidos pelo nome "trips", geralmente compouco mais de 1 mm. de comprimento (as menores especies têm cerca de 0,5 mm. e as maiores, no maximo, 13 mm.), na fase adulta de côr negra ou parda mais ou menos escura, alados ou apteros, com 2 pares de asas membranosas, muito estreitas e com franja de longas cerdas marginais. Desenvolvem-se por remetabolia (variedade de neometabolia) ou por paurometabolia. 210. Anatomia externa. - Cabeça, vista de cima, de contorno quadrangular, hipognata, com as peças bucais numa saliencia conica inferior de apice voltado para trás. Olhos desenvolvidos, porém com um numero de omatidios relativamente reduzido, providos de corneas de contorno circular. Ocelos, 3 ou 2, situados entre os olhos, sempre presentes nas formas aladas e quasi sempre ausentes nas formas apteras. Antenas filiformes ou moniliformes, inseridas entre os olhos, de 6 a 10 segmentos, tendo, além de cerdas comuns, sensilios, cujo aspecto enumero nos diversos segmentos têm grande importancia na classificação. Aparelho bucal de constituição peculiar, porém seguramente picador e sugador, formado por peças asimetricas. Entre o labrum, articulado com clypeus, e o labium, dispõem-se lateralmente as maxilas, formando o
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Gr.
thysanos,
fimbria,
pteron,
asa.
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conjunto o cone bucal dentro do qual se deslocam 3 estiletes, cuja significação morfologica tem sido muito discutida pelos autores.
Fig. 195 - Cabeça de Hercothrips ( s u b o r d e m T e r e b r a n t i a ) , vista pela face inferior. 1, estilete maxilar; 2, area membranosa; 3, labrum; 4, labium; 5, palpo labial; 6, palpo maxilar; 7, esclerito ou placa maxilar; 8, estilete maxilar; 9, mandibula.
Para alguns (HINDS (1903), BORDEN (1915), PETERSON (1915), REIJNE (1927), WARDLE & SIMPSON (1927), MOULTON (1932)), OS estiletes pares são peças da maxila, sendo o ímpar, encostado á maxila esquerda, a mandibula deste lado; a do outro lado é muito menos desenvolvida, ou mesmo atrofiada. Para outros (MUIR & KERSHAW (1911), SILVESTRI, MELIS (1935)), os estiletes pares é que são as mandibulas, sendo a peça estiliforme do lado esquerdo o lobo interno da maxila desse lado (lacinia).
THYSANOPTERA
407
As maxilas são as 2 placas triangulares, uma de cada lado do cone bucal, com o respectivo palpo de 2 a 8 segmentos. O labium tem o mento bilobado e apresenta um par de palpos labiais de 1 a 4 segmentos. O trips, para se alimentar, aplica o apice do cone bucal á superficie da planta, com os estiletes punciona-lhe os tecidos e aspira a selva que extravasa mediante o hipofaringe, acionado pelos respectivos musculos faringêos. Torax. Protorax livre, com tergum relativamente grande, escutiforme; meso e metatorax reunidos.
Fig. 196 - Cabeça de Holopothips ananasi (subordem Tubulifera, fam. Phloeothripidae, subfam. Phloeothripinae), vista pela face inferior. 1, area membranosa; 2, esclerito ou placa maxilar; 3, palpo maxilar; 4, palpo labial; 5, labium; 6, labrum; 7, esclerito ou placa maxilar; 8, mandibula esquerda; 9, estiletes maxilares (filiformes e sem estriações).
408
INSETOS DO BRASIL
Pernas ambulatorias; medias e posteriores, em geral, semelhantes; as anteriores, em muitas especies, muito mais robustas que as outras. Quasi sempre é o macho que apresenta
Fig. 197 - Cabeça de Holothrips ingens Karny, 1911 (subordem Tubulifera, fam. Phloeothripidae, subfam. Megathripinae), vista pela face inferior. 1, area membranosa; 2, labrum; 3, labium; 4, palpo labial; 5, palpo maxilar; 6, labium; 7, esclerito maxilar; 8, mandibula; 9, estiletes maxilares (tenioides e estriados).
os femures anteriores gancho tarsal.
consideravelmente
dilatados
e
um
forte
THYSANOPTERA
409
Tarsos de 1 ou 2 articulos, sendo o articulo apical terminado por um arolium vesiculiforme, retractil, que funciona como orgão adesivo, entre duas garras rudimentares. Foi devido a esta disposição peculiar do pretarso que DUMERIL, em 1806, deu aos Tisanopteros o nome de Physapodes141 Asas (4) semelhantes entre si, muito estreitas, lanceoladas ou em lingueta, membranosas, totalmente hialinas ou com faixas enfuscadas, sempre, porém, com franja de longas cerdas numa ou em ambas as margens, daí o nome atual da ordem. Como em repouso ficam longitudinalmente dispostas, umas sobre as outras, ao longo do dorso escuro do abdomen, tem-se a impressão, quando se examina um trips alado, de se tratar de um inseto aptero, mal se distinguindo, sobre os bordos do abdomen, as pontas das cerdas das franjas. Ha, no maximo (em Aeolothripoidea), 4 nervuras longitudinais nas asas anteriores (inclusive as duas que percorrem os bordos anterior e posterior), providas ou não de cerdas curtas. Em muitas especies ha 1 nervura apenas, ás vezes representada somente na parte proximal da asa. As asas posteriores não têm nervuras desenvolvidas. As asas podem apresentar-se consideravelmente reduzidas ou mesmo totalmente abortadas, num dos sexos ou em ambos. Quando, numa mesma especie, existem indivíduos alados e apteros, estes geralmente são machos. Observa-se tambem, com especies normalmente macropteras, a ocurrencia de formas braquipteras em certas epocas do ano. Abdomen de 11 segmentos, tendo o ultimo, que é muito reduzido, 2 pequeninos escleritos, talvez os remanescentes de cércos atrofiados. Nas especies da subordem Terebrantia o 10° uromero é conico, vendo-se nas femeas, distintamente, um ovipositor (terebra), ora curvada para cima (Aelothripoidea), ora para baixo (Thripoidea), constituído por 2 pares de gonapofises, que fazem saliencia numa fenda longitudinal, no meio do 8° e 90 esternitos; a vulva fica na base das gonapofises. Nas especies da subordem Tubulifera o 10 o uromero, em ambos os sexos, é tubuliforme (tubus), não havendo, portan-
141
Gr.
physa,
tumor,
empola;
pous,
pé.
410
INSETOS DO BRASIL
to, uma terebra como nos Tisanopteros da subordem brantia e a vulva fica atrás do 8° urosternito.
Tere-
211. Anatomia interna. - Stomodaeum com faringe sugador; mesenteron desprovido de cegos gastricos e proctodaeum provido de 4 tubos de Malpighi dispostos em 2 feixes; ha 2 ou 3 pares de glandulas salivares. Sistema traqueal normal, havendo porém 1 ou 2 pares de estigmas toraxicos e 2 abdominais, no 10 e no 8° uromeros. Coração muito curto, com um par de ostiolos, situado ao nível do 7° e 8° uromeros e continuado numa longa aorta. Sistema nervoso concentrado, com os ganglios abdominais reunidos num unico corpo ganglionar, localizado no 1º uromero. Testiculos compactos, fusiformes, comunicando-se, mediante curtos vasos deferentes, com um canal ejaculador; este, dilatado em sua origem numa vesicula seminal, recebe os canais escretores de um ou 2 pares de glandulas acessorias, consideravelmente mais volumosas que os testiculos. Ovarios constituidos, cada um, por 4 ovariolos panoisticos, isto é, sem celulas nutridoras; vagina em relação com uma espermateca e com os canais escretores de pequenas glandulas acessorias. 212. Reprodução. Postura. - Reprodução. - Os Tisanopteros, em geral, reproduzem-se por via sexuada. Ha, entretanto, especies nas quais ocorrem gerações partenogeneticas, alternando com gerações anfigonicas (partenogenese ciclica irregular), e outras que normal e exclusivamente proliferam por partenogenese, desconhecendo-se assim os machos (Heliothrips haemorrhoidalis). Normalmente se observa a partenogenese telitoca, isto é, os indivíduos resultantes da partenogenese são do sexo feminimo. SHULL (1927), entretanto, observando a Neoheegeria verbasci (Osborn), verificou que as femeas partenogeneticas só dão machos, enquanto que das femeas fecundadas se originam femeas e machos, estes provavelmente de ovos não fertilisados. Possivelmente o mesmo deve ocorrer com outras especies.
THYSANOPTERA
411
A copula realisa-se com o m a c h o superposto a f e m e a . Postura. - Os ovos, relativamente volumosos, são sempre postos nas plantas. Os das especies da subordem Tubulifera têm a forma oval alongada e são fixados ás folhas, isoladamente ou em grupos, ou escondidos em quaisquer fendas ou orificios nas partes epigeas da planta. Os das especies da subordem Terebrantia têm aspecto mais ou menos reniforme
Fig. 198 - Antena de Hercothrips phaseoli (Hood) (X 361) (subordem Terebrantia) (De Hood, 1912).
e são depositados, isoladamente, no interior dos tecidos das plantas, mediante fendas abertas com a terebra, sendo imediatamente cobertos com substancia excrementicial. O desenvolvimento embrionario se processa em alguns dias.
412
INSETOS DO BRASIL
213. Desenvolvimento post-embrionario. - As formas jovens-que emergem dos ovos tambem chamadas larvas ou ninfas por alguns autores, conquanto de côr diferente dos in-
Fig. 199 - Asas anteriores de especies da subordem Terebrantia; em cima, de Hercothrips phaseoli (Hood) (X 361) (De Hood, 1912); em baixo, de Frankliniella insularis (Franklin) (De Franklin, 1908, est. 65, fig. 19).
seios adultos, pois são brancas ou amareladas, com ou sem maculas ou faixas vermelhas, ou mesmo totalmente vermelhas, a eles muito se assemelham e têm identico regimen alimentar. Tais formas costumam andar com o abdomen voltado para cima, tendo sempre no apice uma goticula de liquido. No 3° estadio, depois da 2ª ecdise em Terebrantia, ou no 4°, após a 3ª muda em Tubulifera, as formas jovens ou ninfas já apresentam técas alares e antenas semelhantes ás da forma adulta. Nesse estadio, de prepupa, o inseto, conquanto ainda seja relativamente ativo e apresente as antenas livres,
THYSANOPTERA
413
não mais se alimenta. Igual comportamento se observa no estadlo seguinte, de pupa, no qual, entretanto, o inseto permanece imovel, em repouso mais ou menos prolongado, até a emergencia da forma adulta, como nas verdadeiras pupas dos insetos holometabolicos. Neste ultimo periodo do desenvolvimento post-embrionario as técas alares são bem mais desenvolvidas que no estadio que o precede e as antenas ficam reflectidas sobre a cabeça e pronotum. Ocorre, pois, nos Tisanopteros um processo original de desenvolvimento post-embrionario, para o qual alguns autores aplicam a denominação especial de remetabolia. Nas formas paurometabolia.
apteras
o
desenvolvimento
HATHAWAY (1938), recentemente, de numa especie de Eupatithrips.
se
observou
processa a
por
viviparida-
214. Habitos e importancia economica. - Os Tisanopteros, habitualmente encontrados sobre as folhas ou nas flores alimentam-se de selva. Ha algumas especies que vivem entre a bainha das folhas e o caule ou em outros lugares mais ou menos protegidos. Muitos Tubuliferos (subfam. Megathripinae) vivem sob cascas e se alimentam de esporos de fungos e principalmente de celulas de algas. Varias especies habitam cecidias produzidas por microimenopteros ou outros insetos produtores de galhas e ha mesmo outras que são cecidogenas (v. principais trabalhos sobre o assunto em meu artigo sobre Tisanopterocecídias do Brasil (1935)). Além das especies fitofagas, que constituem a maioria, ha na ordem Thysanoptera, varias predadoras, aliás representando as formas mais primitivas, que atacam Acaros, Aleirodideos, Afidideos, Coccideos e até mesmo outros Tisanopteros, ou que sugam o conteúdo dos ovos de outros insetos e de Acaros. Assim, na Baía, BONDAR observou, como especies predadoras, além de Franklinothrips vespilormis (Crawford, 1909), Scolothrips sexmaculatus (Pergande, 1894).
414
INSETOS DO BRASIL
Ha a observação unica de WILLIAMS (1912), de um thrips que sugou sangue h u m a n o .
Fig.
200
-
Asa anterior de Priesner (subordem
Phrasterothrips Tubulifera).
conducens
Muitos são os Tisanopteros que atacam as plantas cultivadas produzindo estragos de maior ou menor importancia. Em geral, tais estragos são determinados pelas picadas, bem que as perfurações feitas com o oviscapto tambem produzam lesões apreciaveis. Em Thysanoptera, como em outros grupos de insetos fitofagos, ba especies polifagas, que sugam a selva de varias
THYSANOPTERA
415
plantas, e outras oligofagas ou mesmo monofagas, que só vivem em certas plantas ou somente numa determinada especie.
Fig. 201 - Ultimos segmentos abdominais do macho de Phrasterothrips conducens (subordem Tubulifera).
São sempre as partes aereas das plantas, folhas, galhos, brotos, botões florais, flores e frutos, que sofrem o ataque dos Tisanopteros, tendo cada especie, nesse ataque, preferencia para esta ou aquela parte. Nas folhas os insetos se localisam na face inferior, determinando quasi sempre, em consequencia da extração de selva e de granulos de clorofila, a formação de areas descoradas, mais ou menos extensas, e o aparecimento, nos lugares por
416
INSETOS DO BRASIL
eles atacados, de pontinhos ferrugineos, pela necrose dos tecidos lesados, ou de côr parda ou negra, dos excrementos depois de secos.
Fig. 202 1-2, Frankliniella insularis (Franklin) (subordem Terebrantia); 1, aspecto dorsal do 9° uromero do macho (10° e 11° tergitos retirados); 2, genitalia do macho; 3-4, Leptothirips mali Fitch; 5, Trichothrips americanus Hood (ambos da subordem Tubulifera); 3, aspecto dorsal dos uromeros terminais; 4-5, aspecto dorsal da genitalia do macho. a, orificio anal; ex, coxito; exl, lobo coxal; eph, epiphallus; ha, hypandrium; hph, hypophallus (parameros de Verhoeff); p, phallus; pa, periandrium; IXs-XIs, 9°, 10° e 11° esternitos; IXt-XIt, 9°. 10° e 11° tergitos. Figuras e terminologia de De Gryse & Treherne, 1924).
THYSANOPTERA
417
Quando o ataque se manifesta intensamente, as folhas são muito prejudicadas em sua função, ficando como se fossem queimadas e por fim caem. O mesmo sucede em outras
Fig. 203 - Thrips tabaci Lindeman. 1, ovo; 2, lª forma joven; 3, s e g u n d a f o r m a Joven; 4, p r o n i n f a ; 5, ninfa; 6, adulto; 7, a, antena da 1, forma joven, b, idem da segunda, c, idem do adulto. (De Fedorow, 1930).
partes do vegetal, especialmente nos frutos novos, que em geral não se desenvolvem. Conquanto a presença dos trips nas flores possa até certo ponto ser util para o vegetal, pois, devem intervir eficiente-
418
INSETOS DO BRASIL
mente na polinisação, não raro as danificam, determinando a esterilidade e impedindo a formação dos frutos. Além da ação direta das picadas há ainda a considerar a possibilidade da penetração de bacterias e fungos patogenicos através das partes lesadas e o papel dos Tisanopteros na transmissão de viros ultramicroscopicos.
Fig.
thrips
204
-
Tubo
digestívo
haemorrhoidalis;
er,
de
Helio-
proventri-
culo; f.i, intestino anterior (stomodaeum); f.m.i, porção anterior do mesenteron; g, parte glandular; h.m.i, porção posterior d mesenteron; h.i, intestino posterior; i, ilium; l.sg, canais escretores das longas glandulas salivares; m.i, mesenteron; m.t, tubo de Malpighi; oe, esofago, r, rectum; rg, glandula rectal; h.g, parte post-glandular; pr.g, parte pre-glandular. (De Sharga, 1933, est. X, fig. 4).
215. Meios de combate. - Contra os Tisanopteros podem ser usados quaisquer inseticidas externos, isto é, que atuem principalmente sobre o tegumento. De preferencia, devem ser empregadas caldas que contenham nicotina. Esta se emprega ou em simples decocto de folhas de tabaco, á razão de 500 gramasde folhas para 20 litros de agua, ou uma diluição a 1/500, em agua do extrato comercial de nicotina a 40%.
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419
Empregam-se tambem o "Solbar" a 2% e a solução de Carbolineum a 2%. 216. Inimigos naturais. - Como principais inimigos naturais do Tisanopteras ha a referir, dentre os predadores, as larvas de Coleopteros da familia Coccinellidae ("joaninhas") e de Neuropteros da fam. Chrysopidae ("lixeiros"), Hemipteros da fam. Anthrocoridae, do genero Triphleps, e alguns Tisanopteros predadores, representados principalmente pelo Franklinothrips vespiformis (Crawford, 1909). Os principais parasitos são microimenopteros da superfamilia Chalcidoidea, dos generos Tetrastichus, Tripoctenus e Dasyscapus. Ha tambem Nematodeos e alguns fungos, como a Beauveria (Sporotrichum) globulifera (Speg.) Vuill., que parasitam os "trips". 217. Classificação. - Ha cerca de 1.500 Tisanopteros descritos, dos quais mais de 200 da America do Sul foram recentemente revistos no trabalho de MOULTON (1932-1933). Eis a chave das subordens, superfamilias e familias segundo este autor: 1
Femea apresentando um ovipositor em forma de sabre, constituído por 2 pares de gonapofizes apendiculadas aos 7° e 8° segmentos abdominais. Ultimo segmento abdominal raramente tubuliforme nas femeas, quasi sempre conico e fendido Iongitudinalmente na face ventral, no macho, em geral, de extremidade arredondada, porém, nunca tubular. Asas com pêlos microscopicos, as anteriores com uma nervura marginal e, pelo menos, uma nervura longitudinal atingindo o bordo anterior. Costa e nervuras langitudinais com cerdas espiniformes. Palpos maxilares de 2-8 segmentos; palpo labial de 2-5 segmentos ........ ........................................................................... Subordem Terebrantia 142 2 Femea sem ovipositor. Ultimo segmento abdominal, em ambos os sexos, fechado em baixo, geralmente tubuliforme. Asas sem pëlos microscopicos; as anteriores apresentam apenas uma nervura mediana rudimentar tendo, no ma-
1´
142
Lat.. terebro, eu furo.
420
INSETOS DO BRASIL ximo, 3 de 1 a
2(1)
2`
3(2)
3'
4(3)
4' 5(4)
5' 6(5')
6'
143 144 145
cerdas espiniformes. Palpos maxilares e labiais 2 segmentos ....... Subordem Tubulifera 143 10
Antena normal, sempre de 9 segmentos. Tarso anterior ger a l m e n t e a p r e s e n t a n d o u m d e n t e e m f o r m a de g a n c h o (ausente em Hemitripotdea) ............................................................ 3 Antena geralmente de 7-8 segmentos, ás vezes, porém, de 6 ou 8 segmentos. Tarso anterior sem dente em forma de gancho. Palpo maxilar de 2-3 segmentos; palpo labíal de 2 segmentos, ovipositor curvado para baixo .............................. 9 Ovipositor curvado para cima. Asas geralmente largas e arredondadas no apice. Palpo maxilar de 3-8 segmentos; palpo labial de 3-5 segmentos ........................................................ 4 Ovipositor curvado para baixo. Asas geralmente estreitadas e ponteagudas no apice. Palpo maxilar de 3 segmentos; palpo labial de 2 segmentos .................................................. 8 Antena com os segmentos 3 e 4 alongados e cilindricos. Palpo maxilar geniculado, de 5-8 segmentos ou de 3 segmentos, com o 2° segmento muito mais longo que o 3º. Palpo labial de 3-5 segmentos. Tíbias do par anterior ou os segmentos basais, da antena nunca armados ..................... .................................................. Superfam. Aeolothripeidea144 5 Antena e palpos com outro aspecto ................................................. 7 Palpo maxilar de 5-8 segmentos; palpo labial de 3-5 segmentos ................................... Fam. Orothripidae145 (representada pelo genero Stomatothrips) Palpo maxilar de 3 segmentos; palpo labial de 3-4 segmentos ........................................................................................... 6 3° segmento antenal cilindrico-alongado; a area sensorial nos segmentos 3 e 4 não excedendo 1/2 ou 2/3 do comprimento destes segmentos. Abdomen não consideravelmente estreitado na base ...................................... Fam. Aeolothripidae (representanda pelo genero AeoIothrips). 3° segmento antenal muito longo, tubular; area sensorial nos segmentos 3 e 4 tendo o comprimento destes segznentos. Abdomen muito estreitado nos 3 primeiros segmentos .............................................................. Fam. Franklinothripidae (representada pelo genero Franklinothrips). Lat. tubus, tubo; fero, Gr. aiolos, variegado. Gr. oros, monte.
eu
trago.
THYSANOPTERA 7(4')
Antena com os segmentos chatos, apresentando cada
421
intermediarios curtos, largos e uma, pelo menos, 3 verticilos
F i g . 205 O r g ã o s genitatis d o m a c h o de u m T i s a n o p t e r o (Liothrips); a, ampola ejaculadora; d, canal deferente; e, can a l e j a c u l a d o r ; g e g', g l a n d u l a s e c e s s o r i a s ; t, t e s t i c u l o ; v , v e s i c u l a s e m i n a l d e c a d a u m t e s t i c u l o ; v ' , c a m a r a de c o l e c t a . (De Melis, 1935, fig. XXVII, 1).
422
INSETOS DO BRASIL de espinhos; estilo de 2 segmentos. Palpo maxilar com um longo segmento basal e uma serie de 7 segmentos menores; palpo labial de 4 segmentos. Asas estreitas para a base, alargando-se e arredondando-se na parte distal; serie costal de cerdas espinhosas continuando ao longo da margem inferior, não propriamente ciliada .............................. ......................................................................... Superfamilia Mymarothripoidea 145 (não conhecida na America do Sul).
Fig. 206 - orgãos genitais da femea de um Tisanoptero (Liothrips); f, filamento terminal; gs, glandula espermofila; i, o, ovariolos; ov, oviducto; v, vagina; sp, espermateca. (De Melis, 1935, fig. XXVI, 2).
7'
Antena com os segmentos 3 e 4 não cilindricos; todos os segmentos perfeitamente moveis. Palpo maxilar de 3 segmentos (o 3° não é notavelmente menor que o 2°); palpo labial de 2 segmentos. Asas largas, varias vezes mais longas que largas, de apice arredondado, as anteriores apresentando 2 nervuras longitudinais; costa espinho-
THYSANOPTERA
423
sa e geralmente provida de franja, especialmente no meio; margem posterior com longa franja ................................... ...................................................................... Superfam. Melanothripoidea (representanda por uma família - Melanothripidae 146 com o genero Dorythrips).
Fig. 207 1, Heliothrips haemorrhoidalis (Bouché), com a rebra introduzida no parenquima de uma folha (X 50); a, pessura da folha; c, terebra. 2, Seção longitudinal mediana um ovo de H. haemorrhoidalis introduzido no parenquima uma folha: a, espessura da folha; c, orificio de entrada do no parenquima; e, massa de substancia excrementicial. Buffa, 1911, est. 1).
Tarso anterior com garra em forma de gancho. Antena com todos os segmentos perfeitamente moveis .............................. .......................................................... Superfam. Heterothripoidea147
8(3')
146 147
teesde de ovo (De
Gr. Gr.
mymar, melas,
censura. negro.
424
INSETOS DO BRASIL (representada por uma familia .......................................... Heterothripidae com o genero Heterothrips).
Fig. 208 - Diagrama da cabeça de um trips sugando uma folha (para mostrar o tamanho da mesma em relação com os tecidos da folha e até onde penetram as maxilas e a mandibula). (De Wardle & Simpson, 1927,
fig. 8).
8
Garra tarsal anterior ausente. Antena com todos os segmentos moveis, ou os segmentos 7-9 mais ou menos conados ou largamente estiliformes ................................................................. .......................................................................... Superfam. Hemithripoidea148 (não conhecida na America do Sul).
9(2')
Antena de 6-9 segmentos, geralmente com 6 segmentos principais e um estilo de 1 a 2 segmentos; segmentos 3 e 4 providos de cones sensoriais. Superfam. Thripeidea 149 (representada pela fam. Thripidae, que compreende as subfamilias Corynothripinae, Heliothripinae, Panehaetothripinae, Chirethripinae, Sericothripinae, Thripinae e Mycertethripinae). Antena de 8 segmentos, todos moveis; segmentos 3 e 4 providos, no apice, de sensilios com o aspecto de area tim-
9'
148 149
Gr. heteros, outro. Gr. hemi, semi.
THYSANOPTERA
425
panica, em vez de cones sensoriais. Pronoto com suturas dorsais longitudinais; femures anteriores e posteriores dilatados; abdomen rombo, ovipositor muito fraco, prova150 velmente não funcional. Superfam. Merothripoidea (representanda pela familia Merothripidae, com o genero Merothrips). unico 10(1')
Asas geralmente desenvolvidas, ás vezes, porém ausentes. Antenas geralmente de 8 ou 7 segmentos, apresentando cones sensoriais nos segmentos 3 e 4. Palpos bem desenvolvidos. Quetotaxia normal; 9 o uromero raramente mais longo que o 8°; cerdas abdominais terminais raramente mais longas que o tubo. Superfam. Phloeothripoidea 151 .................................................................................................... 11
10'
Formas verdadeiramente apteras. Antena de 4 a 7 segmentos, sem areas ou cones sensoriais. Palpos maxilares e labiais de 1 segmento apenas. Olhos pequenos e apresentando poucas facetas irregulares. Quetotaxia limitada e especial; 9 o uromero mais longo que o 8°; cerdas abdominais terminais distintamente mais longos que o tubo. 152 Urothripoidea (representanda pela família Urothripidae).
11(10)
10° uromero fino ................................................................................... 12
11'
10° uromero consideravelmente dilatado, não cilindrico, visto de cima, de contorno parabolico. Urotergitos 2-9 transversalmente lineares, tendo, de largura, cinco vezes o comprimento do segmento no meio. Fam. Pygothripidae 153 (representada pelo genero Pygothrips).
12(11)
10° uromero cilindrico ou tubular; urotergitos 2-9 versalmente lineares; 8 ° uromero sem apendice margem posterior. Fam. Phloeothripidae (com famílias Phloeothripinae e Megathripinae).
12'
10° uromero tubular; urotergitos 2-9 não transversalmente lineares; 8 ° uromero com apendices corneos dirigidos para trás, ao longo da margem posterior. Antenas e tubo ge1 54 ralmente curtos e grossos. Fam. Chirothripoidiidae (representada pelo genero Chirothripoides).
150 151 152 153 154 155
Gr. Gr. Gr. Gr. Gr. Gr.
thrips, thrips. meros, parte. phloios, cortex. oura, cauda. pyge, anus. cheir, mão.
não transcorneo na as subfa-
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INSETOS DO BRASIL
ESPECIES DE MAIOR IMPORTANCIA Subordem TEREBRANTIA Superfamilia AEOLOTHRIPOIDEA Familia Franklinothripidae 218.
F r a n k l i n o t h r i p s vespiformis ( C r a w f o r d ,
Eis o que escreveu BONDAR (1925), mento deste inseto em nosso país:
respeito
1909). ao
comporta-
"Este insecto mede 2,2 mm. de comprimento, é de cor preta, as antennas braneas na metade basal. O segmento primeiro do abdomen vermelho escuro, o segundo e o terceiro brancos, com faixa preta na juntura; o segmento abdominal amarellado. As asas escuras com a base, uma faixa transversal e um ponto perto da extremidade claros. As larvas vermelhas, primeiro e quatro ultimos vermelha.
com segmentos ultimo thoracico, abdominaes brancos, com a faixa
As larvas e os adultos têm movimentos rapidos, proprios aos animaes depredadores. Elles alimentam-se de pequenos insectos, de preferencia molles e pouco moveis, ou dos ovos delles. Encontramo-los nos acarideos das folhas do feijão, nos Tingitideos do algodoeiro, nos Aleyrodideos. Destróe tambem
ovos e larvas de Psyllideos. Nos thrips Selenothrips rubrocinctus e Heliothrips haemorrhoidalis, alimenta-se dos ovos, das larvas e nymphas. Os adultos não parecem ser molestados, e se encontram ao lado do seu perseguidor, entretanto que as larvas e nymphas, desapparecem devoradas por este auxiliar do cacaoculror. Observamos casos nos pés de cacao, onde o Franklinothrips dominava a situação. Nas folhas e fructas enferrujadas ficaram apenas traços da presença do SeIenothrips e alguns adultos isolados. As larvas e as nymphas foram devoradas. É possível que o Franklinothrips vespiformis desempenhe um papel importante no apparecimento e desapparecimento da ferrugem no cacao. Multiplicando-se as pragas, multiplicam-se tambem á custa dellas seus parasitas, chegando ao ponto dos inimigos naturaes dominarem a prapagação do insecto phytophago,
THYSANOPTERA
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restabelecendo-se o equilibrio biologico, sem intervenção guina do lavrador em defesa das suas plantações".
al-
F a m i l i a Thripidae S u b f a m i l i a Heliothripinae 219. Heliothrips haemorrhoidalis
(Bouché, 1833).
Especie polifaga, cosmopolita, que se reproduz exclusivam e n t e por p a r t e n o g e n e s e . A f e m e a põe, de cada vez, u m ovo no p a r e n q u i m a foliar, cobrindo-o com u m a goticula de e x c r e m e n t o . No fim de 10 dias nasce a larva que, 10 dias depois, se transforma em ninfa, a qual, no fim de outros tantos dias, dá o inseto a d u l t o s . Na l a r a n j e i r a o inseto vive n a p a g i n a inferior das folhas e nos frutos. Naquelas os pontos atacados amarelecem, apresentando pequeninas manchas devidas aos excrementos dos insetos. Nos frutos produz alterações epidermicas, que se denunciam como maculas e cicatrizes irregulares, depreciandoos c o n s i d e r a v e l m e n t e . 220. Hercothrips fasciatus (Pergande, 1895). BONDAR, em 1924 (Thrips da alfafa e ervilha. Cor. Agr., 2: 112-113), assinala a existencia desta especie na Baía. Todavia, mais tarde (1930), estuda seguramente o mesmo inseto com o nome especifico phaseoli Pergande. Assim, parece-me que
BONDAR,
no
seu
primeiro
artigo,
quiz
referir-se
a
phaseoli
(Hood). Aliás o cotejo das descrições das especies de Hereothrips dá-me a impressão de que ba algumas que se referem a uma mesma especie. Assim, por exemplo, não vejo como distinguir, pelas respectivas descrições, Heliothrips apicalis Bondar, 1931 de Hercothrips femoralis (Reuter, 1893). O mesmo devo dizer relativamente a Hercothrips ipomoeae Moulton, 1932 e a Hercothrips brasiliensis Morgan, 1929. Seria, pois, muito util que um especialista fizesse a revisão do genero Hercothrips, acompanhando-a de boas figuras,
428
INSETOS DO BRASIL
de modo ase poder perfeitamente avaliar quais as diferenças entre especies exclusivamente proximas, como phaseoli (Hood: 1912), striatus Hood, 1913, brasiliensis (Morgan, 1929) e ipomoeae Moulton, 1930. Devo dizer que a especie citada em meu Catalogo (1936) com o nome Heliothrips cinctipennis Hood, 1929 (hoje incluida no genero Hercothrips), aliás muito proxima de Hercothrips fasciatus e das que acabo de mencionar, deve ser refefida a H. ipomoeae Moulton, conforme pude agora verificar, comparando novo material colhido em Dahlia pelo Eng. Agr. J. DESLANDES com OS especimens anteriores, apanhados em arroz pelo Eng. Agr. H. GRILLO. 221. Hercothrips phaseoli (Hood, 1912). Outra especie polifaga, tambem do Norte e em outras regiões.
encontrada
na
America
Observada na Baía por BONDAR (1930) em Apocinaceas, Convolvulaceas e principalmente em Leguminosas, especialmente amendoim, feijões, ervilhas, soja, alfafa e muitas Leguminosas espontaneas. "As plantas atacadas se reconhecem pelas folhas cobertas de minusculas manchinhas chloroticas, pallidas, que encobrem as folhas desenvolvidas. Observando-se com a lente a pagina inferior da folha doente, notam-se as manchas pallidas das folhas despigmentadas e outras escuras, de excrementos de insectos, que dão á folha um aspecto sujo. Entre os pellos da folha observam-se as larvas, minusculos bichinhos amarellado-claros, de menos de um millimetro de comprimento. Os movimentos da larva são vagarosos. Em cada folha pode-se observar algumas dezenas destes bichinhos. Em numero menor acham-se os adultos. Estes têm movimentos mais rapidos, e quando incommodados dão saltos ou fogem. Encontram-se indistinctamente na pagina superior e inferior.
THYSANOPTERA
429
São insectinhos pretos, que observados com a lente most r a m duas f a i x a s b r a n c a s n a s asas. No microscopio o insecto mostra a natureza reticulada da cabeça e do t h o r a x . As antennas são de 8 segmentos, delles o 3°, o 4° e o 5° a m a r e l l a d o s , os r e s t a n t e s escuros. As paras são escuras com a extremidade das tíbias claras. O comprimento do insecto é de cerca de um millimetro. Das plantas atacadas, a ervilha soffre mais, e, entre nós, nos mezes seccos do verão, é impossível, cultivar esta planta devido a este insecto; a cultura da alfafa fica tambem muito preju d i c a d a . Seria interessante verificar se o insecto se acha propagado em todo o Brasil ou só a Bahia o possue importado do estrangeiro. Neste caso seria util tomar providencias para evitar a propagação nos outros Estados, para preservar os alfafaes da praga. Suspeitamos, porém, que a especie é nossa, americana, e se acha propagada em todo o Brasil. Tratamento - É muito difficil. A larva estando escondida na pagina inferior, pode ser difficilmente attingida pelos i n s e c ti c i d a s . Como se trata de plantas herbaceas annuaes, será mais facil tomar medidas preventivas: desinfectar as sementes com sulfureto de carbono, evitar que os pés isolados de leguminosas atacadas com o thrips possam servir como fóco de infecção. No tempo chuvoso o insecto é pouco prejudicial". 222. Retithrips aegyptiacus Marchal, 1910. Esta especie, na Baía, segundo BONDAR (1924 a 1928, 1929), ataca de preferencia a roseira, a amendoeira (Terminalia catappa). Encontra-se-a tambem em cajueiro (Anacardium occidentale) em cafeeiro (Coffea robusta), em Eucalyptus, em maniçoba (Manihot dichotoma), em pinhão do Paraguai (Jatropha curcas) e em Vitis. No
Rio
de
Janeiro,
segundo
observação
do
Eng.
Agr.
MA-
RIO MARQUES, danifica folhas de roseira. Nos artigos contra-se-a com
em que BONDAR se refere a esta especie, o nome Stylothrips bondari Morgan.
De fato BONDAR, diz o seguinte:
no
primeiro
artigo
sobre
o
inseto
en-
(1924a),
430
INSETOS
DO
BRASIL
"Remettido por nós aos especialistas da America do Norte, ella foi baptizada por MORGAN, de Chicago, com o nome Stylothrips bondari Morg., formando um novo genero e uma nova especie".
Conquanto MORGAN, até hoje, não os tenha descrito (genero e especie), não se pode deixar de admitir, tanto para o genero Stylothrips, como para a especie bondari, apesar de sumariamente descritos por SONDAR, a caracterisação deste autor, tanto mais quanto ele apresentou uma figura do inseto. BONDAR, entretanto, remetendo depois material tipico de Stylothrips bondari a MOULTON, este autor verificou tratar-se de Retithrips aegyptiacus Marchal, 1910. Assim, o nome Stylothrips bondari comunicado por MORGAN a SONDAR e por este dado á publicidade, cae em sinonimia, prevalecendo pois Retithrips (= Stylothrips Sondar, 1924) e aegyptiacus Marchal, 1910 (= bondari Sondar, 1924).
Como em 1926 KARNY creou um novo genero - Stylothrips para a nova especie brevipalpis, da India (cuja descrição não pude consultar!, deve ser dado um novo nome a este genero, por ser homonimo de Stylothrips, publicado em 1924 p o r SONDAR. 223.
Selenothrips
rubrocinctus (Giard,
1901).
Especie encontrada em varios países. O nome especifico deriva do aspeto das f ó r m a s jovens, que são de u m a m a r e l a d o claro, com uma cinta ou faixa vermelha, ocupando, princip a l m e n t e , o 2° e 3° u r o m e r o s . Fóra do Brasil, foi muito bem estudada por RUSSELL (1912) e, r e c e n t e m e n t e , por R u s s o (1936). Transcrevo o que, em nosso meio, ZEHNTNER e SONDAR esc r e v e r a m sobre es t a especie. ZEHNTNER (1917), diz o s e g u i n t e : "Em consequeneia das feridas produzidas pelo thrips, apparece sobre os fructos uma côr ferruginosa, pela morte dos tecidos lesados a que se juntam os excrementos líquidos dos insectos que se derramam sobre a casca. Como os insectos são muitos e as feridas numerosissimas, esta côr estende-se
THYSANOPTERA
431
cada vez mais, até cobrir toda a superficie dos fructos. A praga passa para outro e, com o tempo, toma uma extensão tal, que se encontram plantações inteiras com todos os fructos "ferruginosos", salvo os mais novos, formados depois do ataque. Felizmente a côr de ferrugem é muito superficial; pode facilmente ser removida passando-se a unha do dedo sobre o fructo. Assim se tira a fina camada morta pelo thrips e em baixo apparece a côr da casca sã. Por si mesmo, o ataque pelo thrips não parece prejudicar muito os fructos, mas a côr de ferrugem faz com que seja difficil comprehender-se si os fructos grandes são maduros ou não. Desta circumstancia derivavam já prejuízos para os lavradores, porque o pessoal da colheita corta muitos fructos que, depois, provam não ser maduros ainda. Com alguma pratica porém e mais cuidado torna-se possivel evitar, em grande parte, este mal; porque, nos fructos não maduros, a côr de ferrugem é mais escura, fusca, parecida com a de chocolate, emquanto que, nos fructos maduros ella tira mais para o amarello, pela transparencia das camadas mis profunds e sãs da casca. Dos fructos, a praga passa para os brotos ladrões, e quando as arvores se "renovam", para os renóvos, onde é extremamente prejudicial. Contra o que se observa com a mosquilla, o thrips não ataca as pontas verdes dos galhos novos, mas as suas folhas, mul especialmente as que já têm attingindo o tamanho definitivo e uma certa rigidez. Nas folhas muito novas, tenras e sem rigidez, não encontrei os thrips, mas são atacadas logo que chegam os desenvolvimento indicedo. Nas folhas de edade media, encontram-se ás vezes os thrips, sendo neste caso o ataque menos nocivo, graças á maior resistencia daquellas folhas. As folhas velhas são isentas de ataque. Devido a esta escolha das folhas pelos thrips são as plantações novas as mais "queimadas", as quaes em pleno crescimento, renovam-se mais frequentemente, tendo as respectivas arvores relativamente maior numero de folhas novas do que as velhas. De accordo com isso encontrei plantações novas, de 4 a 8 annos, quasi completamente despidas de folhas, pela acção do thrips. Sendo as pontas dos galhos expostos ao sol e ao vento, morrem depressa na sua parte mais tenra. Em alguns casos, taes roças foram-se renovando outra vez e já os thrips se acham nas folhas desses renovos, de modo que é provavel que venham egualmente a cahir. Si assim acontecer e este jogo se repetir, as arvores vão perder os
432
INSETOS DO BRASIL galhos maiores e podem até morrer, por um exgottamento a n a l o g o ao que vimos no caso da mosqufila. São principalmente os thrips adultos, com azas, encontrados nas folhas; mas em muitos casos, observei ahi numerosas larvas. Tambem nas folhas o ataque se manifesta pelo apparec i m e n t o de u m côr f e r r u g i n o s a , m e n o s e s c u r a e m e n o s u n i d a , s u r g i n d o os e x c r e m e n t o s c o m o u m a p o n t u a ç ã o f i n a , d e p o i s d e s e c c o s . As f o l h a s s ã o a t a c a d a s n a f a c e i n f e r i o r e e m b o r a o a t a q u e s e j a m u i t o s u p e r f i c i a l e n ã o se e s t e n d a s o b r e t o d a a superficie, ellas s o f f r e m muito, m u r c h a m e cabem, em grande numero, em estado meio-verde. P o r e m q u a n t o a p r a g a do t h r i p s t e m c o n t r i b u í d o m u i t o m a i s p a r a o " q u e i m a " d o q u e a m o s q u i l l a ; e, c o m o n o c a s o d e s t a u l t i m a , a f a l t a de s o m b r a , a e x p o s i ç ã o ao v e n t o , e t c . , aggravam o mal. As duas pragas parecem excluir-se mutuamente, visto como, neste sentido, as arvores e fructos occupados pela mosquilla não mostram o ataque pelo thrips e viceversa. Por outro lado ellas se encontram simultaneamente quasi em toda a plantação de maior extensão e estão, portanto, muito espalhadas." Eis o que
d i z BONDAR ( 1 9 2 5 ) :
"Descripção do insecto - O adulto mede 1,4 millimetros de c o m p r i m e n t o ; a côr g e r a l é p r e t a ou c a s t a n h o - e s c u r a ; n o m i c r o s c o p i o , a c a b e ç a e o t h o r a x são t r a n s l u c i d o s ; a n t e n n a s de 8 s e g m e n t o s , d e l l e s o u l t i m o é c o m p r i d o e f i n o , m u i t o m a i s l o n g o do que o s e t i m o ; a côr é p r e t a , c o m e x c e p ç ã o dos s e g m e n t o s t e r c e i r o , q u a r t o e m e t a d e do q u i n t o , q u e s ã o c l a ros, p i g m e n t a d o s só n a p a r t e g r o s s a . O corpo reticulado em cellulas transversalmente allongadas, d a n d o um a s p e c t o estriado; p a r a s pretas, com tarsos e a s e x t r e m i d a d e s d a s t i b i a s c l a r a s ; a z a s e s f u m a d a s . Nos i n d i v í d u o s r e c e m - n a s c i d o s os p r i m e i r o s d o i s a r m e i s a b d o m i n a e s são v e r m e l h o s . A larva é, em geral, de côr amarello pallida, com uma cinta vermelho-vivo nos dois primeiros segmentos abdominaes. O ultimo segmento coroado de 6 pellos longos, escuros e arqueados. A n y m p h a com r u d i m e n t o s de azas, t a m b e m é a m a r e l l a do-pallida com cinta vermelha no abdomen. O i n s e c t o é q u a s i m i c r o s c o p i c o e só se e n x e r g a p r e s t a n d o m u i t a a t t e n ç ã o á s f o l h a s ou a o s f r u c t o s d o e n t e s . N o t a m - s e
THYSANOPTERA
433
então minusculos insectinhos amarellos com cinta vermelha (larvas) ou pretos (adultos) que passeiam na fructa com o abdomen levantado.
Fig. 209 - Selenothrips r u b r o c i n t u s ( G i a r d ) . A, a d u l t o , fernea; B, antena; C, parte distal da perna anterior; pr, pretarso; ta, tarso; ti, tibia. (De Russo 1936, fig. 2).
As larvas carregam, entre bolinha de excremento liquido.
os
pellos
terminaes,
pequena
Os ovos são postos sob a cuticula da planta, e encobertos com uma secreção que torna preta. Plantas atacadas - O insecto entre nós é muito commum amendoeira (Terminalia catappa), abacateiro (Persea gratíssima), goiabeira (Psidium gayava), cajueiro (Anacardium occidentale), roseira, videira, mangueira, cajaseira, algodoeiro, etc. São sujeitas, principalmente, as amendoeiras e
na
434
INSETOS DO BRASIL goiabeiras. Os estragos se manifestam nas folhas que ficam descoloridas e um tanto sujas. Examinadas attentamente nota-se que a pagina inferior é coberta com numerosos pontinhos pretos - excrementos do insecto e pequenas feridi-
Fig. 210 - Dinurothrips hookeri Hood. 1 , cabeça e protorax, femea; 2, segmentos 6-8 da antena direita, femea; 3, apice do abdomen, femea; 4, asa anterior direita, femea. (De Hood, 1913).
THYSANOPTERA
435
nhas que deixam no tecido deteriorado. Perto das nervuras principaes, nos caritos e outros abrigos, acham-se colonias de larvas e nymphas amarellas, com cinta vermelha e adultos, pretos, que passeiam na folha e encontram-se frequentemente na pagina superior da mesma. As videiras e amendoeiras doentes, percebem-se logo pela coloração escura, um tanto côr de tijolo, desnatural das folhas. Estragos no cacaoeiro - Entre nós o insecto se encontra na Capital da Bahia em diversas plantas, e está propagado em toda a zona cacaoeira do Sul. Observamo-lo nos cacaoeiros dos Municipios de Jequiá, Ilhéos, Itabuna, Camamú, Cannavieiras, Belmonte e Mucuri. Os estragos commumente se notam nos fructos que tomam uma coloração de ferrugem, ou antes, uma côr de tijolo.
Fig. 211 - Sericothrips portoricensis Morgan. (De Bondar, 1930, b, fig. 3).
As f r u c t a s v e r d e s n ã o se d i s t i n g u e m d a s m a d u r a s e n a occasião da colheita é preciso que o camarada raspe o cacao p a r a r e c o n h e c e r se e s t á m a d u r o . P a r a e s t e f i m é de u s o g e r a l ferir o fructo com facão ou podão, o que acarreta frequente-
436
INSETOS DO BRASIL mente a podridão, servindo a ferida de porta de Lasiodiplodia theobromae e Phytophtora faberi, agentes communs da podridão do cacao entre nós.
entrada á cogumelos
O mecanismo do estrago é o seguinte: o insectinho, para se alimentar, fura a cutícula da fructa com as peças buccaes picadoras. A selva que sae pela feridinha coagula e oxyda-se, tomando uma côr castanha.
Fig.
212
-
Scirtothrips manihoti (Bondar) 1926, fig. 29).
(De
Bondar,
As vezes a selva fica coagulada em crostinhas pequenas, pretas, na superficie da fructa. Estas cellulas escuras em conjuncto com os excrementos do insecto na superfície da fructa, dão a esta ultima um aspecto ferrugineo, a fructa perde o lustro, tornando-se, finalmente, aspera, com aspecto farinhoso ligeiramente esbranquiçado. Quando são atacadas as fructas já crescidas, a doença não repercute sensivelmente na qualidade da amendoa, offerecendo, apenas, o inconveniente de difficultar a colheita e depreciar o producto. Nem todos os operarios procuram, conscienciosamente, certificar-se si a fructa está ou não madura e colhem o cacao verde.
THYSANOPTERA
437
Atacando as fructas novas, o insecto prejudica o seu desenvolvimento. Multas fructinhas murcham e morrem. Outras ficam incompletamente desenvolvidas com amendoas pequenas. Na folha, o insecto se installa na pagina inferior, geralmente perto das nervuras principaes, formando as larvas e as nymphas colonias, e os adultos passeando e explorando área maior. São atacadas as folhas novas que já attingiram crescimento completo. O logar parasitado torna-se amarellado chlorotico, sujo no lado inferior, pelos excrementos do bichinho. A folha do cacaoeiro é muito sensível e a area atacada em pouco amortece e sécca; as folhas tomam um aspecto queimado, de onde a denominação da enfermidade de "queima". As folhas pouco prejudicadas, ficam manchadas, porém permanecem na arvore. Outras, mais esgotadas, morrem e caem, ficando as arvores despidas da sua vestimenta. Repetindo-se o ataque, os ramos finos ficam esgotados e morrem tambem. O viço e architectura do cacaoeiro, em consequencia disto, sofrem muito. Parcialmente as p!antações são atacadas de tal modo que as arvores morrem,, em parte, pela copa, ou completamente. Nos annos communs, com as chuvas abundantes e regulares o cacaoeiro soffre pouco. Notamse aqui e acolá, fructos enferrujados, numas roças mais, em outras menos ou nada. As folhas pouco soffrem, notando-se uma ou outra atacada, mas o mal não se generaliza. Nos annos, porém, de sêcca prolongada o thrips não lavado pela chuva, e provavelmente favorecido por outras condições, multiplica-se prodigiosamente e coloniza os fructos e as folhas, causando o mal generalizado - o queima das folhas. Os estragos são maiores, nos logares onde a planta soffre mais - nas cabeceiras dos outeiros, beiras das plantações, etc. As primeiras chuvas que caem destroem muitos desses insectinhos; os que restam, porém, bastam para continuar os estragos até o fim da saíra. Em diversos paizes (S. Thomé, etc.), como tambem entre nós, notou-se que as chuvas excessivas produzem o mesmo effeito, favorecem o desenvolvimento da doença do queima. Como se vê, condições completamente oppostas, produzero o mesmo effeito; é provavel que em dois extremos, a planta, egualmente, soffre e cede mais facilmente aos inimigos. É possível, tambem, que existam outras condições ainda não estudadas (parasitismo do insecto, etc.), que contribuem para o seu desenvolvimento ou sua reducção.
438
INSETOS DO BRASIL O facto é que, depois de grandes estragos, quando o insecto se multiplicou prodigiosamente, elle poderá desapparecor no anno seguinte, enferrujando apenas, uma ou outra fructa. Assim, entre nós, o mal se manifestou com violencia no anho de 1917, para ficar muito reduzido no anho seguinte. Ha mesmo casos interessantes; os fazendeiros do Mucuri affirmam que a ferrugem da fructa era muito commum nas suas fazendas, no anno de 1922; porém, no anno seguinte, só encontramos as fructas enferrujadas; numa fazenda no alto do rio e nas outras num percurso de cerca de 25 leguas, visitando dezenas de roças, não se encontrou fructa nenhuma com a ferrugem! O mal desappareceu de vez.
Fig.
213
-
Dendrothripoides 1930,
ipomoeae Bagnall b, fig. 2).
(De
Bondar,
Isto não quer dizer que elle não reapparecerá com condições favoraveis ao insecto. As suas colonias, em numero reduzido, provavelmente, vegetam nas folhas de diversas plantas, esperando occasião propícia para sua expansão.
THYSANOPTERA
439
Tratamento - O curativo, visto as extensões de nossas p l a n t a ç õ e s e escassez da m ã o de obra, é m u i t o p r o b l e m a t i c o . Na A m e r i c a Central, das m u l t a s d r o g a s e x p e r i m e n t a d a s , deu m e l h o r r e s u l t a d o a p u l v e r i z a ç ã o das p l a n t a ç õ e s com su l f at o de nicotina, empregando-se á razão de um quarto de kilo (250 grms.) para 200 litros de calda bordaleza. O tratamento preventivo será pouco economico; é difficil p r e v e r a e x p a n s ã o da p r a g a . Os insecticidas applicados ficarão lavados com as primeiras chuvas e chegando o momento proprio, o insecto poderá multiplicar-se livremente,
Fig. 214 - Cabeça e torax: a, Taeniothrips simplex (= gladioli); b, Taeniothrips inconsequens (De Blanchard, 1936, fig. 1). pois é impossivel para o lavrador vigiar sempre, com o pulverizador nas costas, o apparecimento da praga. Tratando as plantações no anho, quando o mal grassou, a planta já pouco lucrará para a safra do mesmo anno, e para o anno seguinte, o lavrador que tratou sua roça, bem como aquelle que não o fez, se acharão nas mesmas condições - o insecto, conforme as condições do clima, ou vae se multiplicar de novo ou desapparecerá sem intervenção do homem, como temos exemplos no Mucuri e como verificou-se em outros paizes; por conseguinte, o lavrador diligente pouco lucrará com os saerificios que fez para combater o mal. Só nas plantações isofadas, onde o mal ainda não está propagado, é que o pulverizador poderá dar bom resultado, porém, nas plantações extensas e antigas, duvidamos muito do resultado economico da applicação dos insecticidas. Inimigos naturaes - Os thrips do cacao são perseguidos por diversos insectos carnívoros, como as joaninhas, larvas dos Chrysopideos e o Franlinothrips vespilormis."
440
INSETOS DO BRASIL
Referindo-se a microímenopteros Russo (1936) diz o seguinte:
parasitos
desta
especie:
"Seria de grande utilidade a introdução, no territorio da Republica Dominicana, do hímenoptero Calcidideo Dasyscapus parvipennis Gahan, que é um bom parasito do thrips da
Fig. 215 Antenas: a, Taeniothrips simplex (= gladioli); b, Taeniothrips inconsequens. (De Blanchard, 1936, fig. 2).
faixa rubra na Costa do Ouro (introduzido em 1935, na ilha da Trindade) e do Thrips tabaci, em J a v a . " S u b f a m i l i a Panchaetothripinae. 224. Dinurothrips hookeri H o o d , 1913. HOOD descreveu a especie de exemplares colhidos em Porto Rico sobre Ipomoea sp. SONDAR, na Baía (1930 e 1931),
THYSANOPTERA
encontrou-a tambem em Ipomoea batatas, em trum sp.) e lingua de vaca (Talinum patens).
441
coerana
(Ces-
Subfamilia Sericothripinae. 225. Scricothrips portoricensis Morgan, 1925. Scirtothrips batatae Bondar, 1930. Larvas e a d u l t o s n a Bahia, s e g u n d o BONDAR (1930b), 131) alimentam-se de folhas de Ipomoea batatas, vivendo tanto no lado inferior como no superior, p r i n c i p a l m e n t e j u n t o ás veias. 226. Scirtothrips manihoti (Bondar, 1926). Euthrips manihoti Bondar, 1924 e 1926.
Fig. 216 - Asas: a, Taeniothrips simplex ( = gladioli); b, Taeniothrips inconsequens. (De Blanchard, 1936, fig. 3).
Este inseto, figurado por BONDAR em 1924, sem descrição, na revista Chacaras e Quintaes (2(6):174-175), foi por ele descrito pela p r i m e i r a vez, em 1926.
INSETOS
442 Eis bate-lo
a
relação
segundo
dos
danos
DO
causados
BRASIL pelo
inseto
e
como
com-
BONDAR:
"DOENÇAS MOSAICA NAS FOLHAS DA MANDIOCA No E s t a d o da B a h i a é f r e q u e n t e vêr, n a s p l a n t a ç õ e s da m a n d i o c a e aipim, a n o m a l i a s singulares e c a r a c t e r í s t i c a s n as f o l h a s . Estas f i c a m m a l desenvolvidas, diversos foliolos e n tortecidos, ás vezes e m b r i o n a r i o s ou a b o r t a d o s . Os foliolos mastram umas manchas chloroticas, amarellas, irregulares allongadas, em comprimento do foliolo, e que se destacam b e m no c o n j u n c t o v e r d e do limbo do foliolo. Estas manchas representam um tecido do limbo da folha, i m p e r f e i t a m e n t e desenvolvido, c o n t r a h i d o e desprovido de chlorophylla. Visto a tensão da folha crescente, estas areas de tecido c o n t r a h i d o f r e q u e n t e m e n t e r o m p e m , f o r m a n d o orifícios a l l o n g a d o s no limbo da folha, situados j u s t a m e n t e no l o g ar da m a n c h a c h l o r o t i c a . Na m a i o r i a dos casos, porém, a m a n c h a a m a r e l l a , pelo seu a t r a z o no c r e s c i m e n t o , deixa o limbo da f o l h a contorcido, e q u a n d o está s i t u a d a p er t o da n e r v u r a p r i n c i p a l do foliolo, esta se c o n t r a h e do lado da m a n c h a , o foliolo fica r e c u r v a d o , a n o r m a l , possuindo o limbo de u m lado só. E m outros casos o foliolo f i c a e m b r i o n a r i o ou a b o r t a d o pelo m e s m o m o t i v o dos tecidos c o n t r a h i d o s . E s t u d a n d o a c a u s a destas a n o m a l i a s , v e r i f i c a m o s que existe e n t r e nós, u m insecto microscopico, novo p a r a a sciencia entomologica, que vive, larva e adulto, no olho da mandioca, de p r e f e r e n c i a n a s f o l h a s n a s c e n t e s e t e n r a s . P a r a se a l i m e n t a r , o insecto faz f e r i d i n h a s no tecido da f o l h a e absorve a seiva. Q u a n d o a f o l h a cresce, as p o n t a s o f f e n d i d a s a l a r g a m - s e , pelo a u g m e n t o n a t u r a l do limbo, e f o r m a m as t a e s m a n c h a s chloroticas, de c r e s c i m e n t o p ar ad o , que j á pela sua presença, c a u s a m , m e c a n i c a m e n t e , as contorsões da f o lha crescente. O insecto pertence á ordem dos Thysanoptetos, e, sendo uma especie nova, denominamo-lo Euthrips manihoti, sp. n. Não tinhamos occasião de verificar se a presença desta doença nas plantações diminue, e quanto o rendimento em fecula, porém, é facil de presumir que os effeitos della não são em beneficio do lavrador. A planta forma as reservas da fecula pelas folhas, e qualquer entrave ao desenvolvimento do systema foliaceo, prejudica a quantidade das substancias amilaceas elaboradas. No caso presente, as folhas, devido ao
THYSANOPTERA
443
effeito do insecto, f i c a m m u i t o p r e j u d i c a d a s no seu d e s e n volvimento, e mesmo o limbo crescido n e m todo é a p r o v e i tado p a r a a assimilação c h l o r o p h y l i a n a , pois o espaço da folha, occupado pelas m a n c h a s amarellas, em que f a l t a a chlorophylla, não presta á planta serviço algum, sinão consumir a selva. Além da mandioca e aipim, verificamos a presença do mesmo insecto em maniçobas, produzindo o mesmo effeito. A doença se propaga e toma proporções maiores nos mezes seccos. As chuvas reduzem a quantidade do insecto e as plantações da mandioca melhoram. Ha, porém, sempre abrigo para o insecto na parte inferior das folhas novas, e com o novo período secco o insecto volta a multiplicar-se.
Tratamento
-
Os
lavradores,
entre
nós,
costumam
que-
brar as pontas das hastes da mandioca com crescimento atrazado, para obrigar a planta a dar novos rebentos, mais viçosos. Esta pratica é razoavel no tempo da chuva. No tempo secco, quando o insecto se multiplica e se propaga livremente, os brotos nascidos, geralmente, terão a mesma sorte do que os quebrados. Seria muito mais pratico tomar medidas preventivas. Plantando a mandioca, é preciso destruir a vegetação espontanea, e, principalmente, maniçobas proximas e pés de mandioca que, por acaso, crescem. Escolhendo as manivas, recorrer só ás de plantações sadias, e assim mesmo, por precaução, seria bom lava-las numa solução de extrato de fumo, que existe no commercio (agora, a casa Matarazzo, de São Paulo, fabrica este insecticida), ou feita em casa, do seguinte modo: fervem-se dois kilos de resíduos de fumo, em cinco litros d'agua, e dilue-se, depois, a infusão, com quatro partes d'agua, juntando-se 100 grammas de sabão. Para desinfectar as manivas solução antes de plantarem."
227.
basta
mergulha-las
nesta
Dendrothripoides ipomoeae B agnall, 1923. Heliothrips ipomoeae Bondar, 1930.
"O insecto se desenvolve nas folhas moea batatas), de diversas variedades, cipaes nervuras que ficam ledeadas de se, assim, muito facilmente dos estragos insectos." (BONDAR).
da batata doce (Ipomarginando as prinbranco, distinguindocausados por outros
444
INSETOS DO BRASIL
Subfamilia 228.
Frankliniella
Thripinae.
insularis
(Franklin,
1908).
Especie polifaga, encontrada no Mexico, nas Antilhas, na America Central e na America do Sul. Ha pouco tempo te-
- Cecidias em folhas de Eugenia sp. habitadas por EugyPriesnori (Costa Lima) (= Gynaikothrips eugeniae Costa Lima, 1935, nec Priesner, 1930). (De Costa Lima, 1935, a, fig. 1).
Fig.
217
nothrips
cebi do Instituto Agronomico plares colhidos em f u m o .
de
Campinas
(S.
Paulo),
exem-
THYSANOPTERA
445
Com este material vieram alguns especimens de um Chirothrips, muito proximo de C. mexicanus, que me parece uma nova especie.
Fig. 218 - Cecidias em folhas terminais de Myrcia sp.; produzidas por Phrasterothrips conducens Priesner, 1921. (De Costa Lima, 1935, a, fig. 3).
229. Taeniothrips inconsequens
(Uzel, 1895).
Trips das flores da pereira; apanhado por RONNA, no Rio Grande do Sul.
446
INSETOS DO BRASIL
229a. Taeniothrips simplex (Morison, 1930). Taeniothrips 1931.
gladioli
Moulton
&
Steinwenden,
Trips da palma de Santa Rita (Gladiolus sp.). 230. Thrips minuta puttemansi Costa Lima, 1926. Este trips foi considerado por PUTTEMANS (1926) como O agente causador do mosaico da cana de açucar. Vive entre as folhas da cana de açucar, mesmo ainda não abertas. Descrevi-o como um variedade de Trips minuta Deventer, 1906. Suspeito, porém, que se trate de especie distinta de minuta; todavia, sem se vêr o material típico desta especie, não é possível ir além de se considerar o inseto corno uma variedade do que foi descrito em Java. 231. Thrips tabaci Lindeman, 1888. Mais uma especie polifaga e cosmopolita. No Brasil já foi observada em alfafa, alho, cebola, ervilha e feijões cultivados. Subordem TUBULIFERA. Superfamilia PHLOEOTHRIPOIDEA. Familia Phloeothripidae. 232. Phrasterothrips conducens Priesner, 1921. É este o agente causador das cecidias em folhas de Myrcia sp. (fig. 218). PRIESNER, examinando recentemente exemplares que lhe enviei desta especie, confirmou a minha verificação anterior (1937 a ) . 233. Eugynothrips Priesneri (C. Lima, 1937).
o
Outro Tisanoptero cecidogeno, que descrevi (1935 a) com nome de Gynaikothrips eugeniae, dando-lhe depois (O Cam-
THYSANOPTERA po, 1937 (8) ser homonimo pecie que, em (fig. 217).
me
447
91) outro nome - Gynaikothrips Priesneri, por de Gynaikothrips eugeniae Priesner, 1930, esMalaca, tambem vive em galhas de Eugenia sp.
Tendo enviado exemplares escreveu o seguinte:
desta
especie
a
PRIESNER,
ele
"eugeniae (= priesneri) fits quite well into - Eugynothrips P r . , a genus w h i c h is n o t sorted out definetely, b u r w h i c h comprises all those G y n a i k o t h r i p s forros h a v i n g s l e n d e r a n t e n n a e w i t h long t h i n sensecones a n d ar the same time e n larged fore f e m o r a (with tooth o n t a r s u s i n male or b o t h sexes); thus the name eugeniae can remain all right."
2 3 4 . Holopothrips ananasi C o s t a L i m a , 1 9 3 5 . Trips que ataca
as especies de ananaz.
Transcrevo sobre esta especie, E n g . A g r . CINCINATO GONÇALVES.
a
observação
seguinte
do
"Observei esta especie occasionando serios damnos num abacaxisal em Deodoro (Districto Federal), em Julho de 1933. Localisa-se, em grande quantidade, na superticie inferior das folhas, causando a necrose do parenchyma em redor do furo produzido pelo rostrum. Estas lesões são numerosas, pouco visíveis na superfície, mas, por transparencia, nota-se manchas pardas claras com 2 a 3 mm. de diametro com o centro mais escuro. Algumas vezes apparecem intumescencias mais ou menos extensas, cheias de mucilagem, salientes em ambas os paginas da folha, que coincidem com o ajuntamento das manchas. Resulta do ataque deste thrips, a murcha gradual das folhas, o depauperamento da planta, e, muitas vezes, a sua morte. Visitei, recentemente, diversos abacaxisaes em São Gonçalo, Estado do Rio, inclusive alguns abandonados, sem ter encontrado um só exemplar de Holopothrips ananasi. Felizmente, esta praga não existe mais em Deodoro, nem tive mais noticias de sua presença em nenhum outro local. Os seus ovos são brancos, cylindricos, e medem 0,4 mm. de comprimento por pouco mais de 0,1 mm. de largura; são postos ligeiramente collados á superficie inferior das folhas.
INSETOS
448
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BRASIL
Para o conhecimento das outras especies, cujas plantas hospedeiras já são conhecidas, v. meu 3° catalogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil.
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INDICE Abacateiro, 433 Abacaxi, 312, 447 ABBOT, 246 ABDERHALDEN, 33 Abrosoma, 191
Acanthoderus 20-spinosus, 192 Acanthops falcataria, 253, 255, 261 Acanthotermes, 292, 305 Acapú, 318
Achetidae, 172 Achetoidea, 166 Acrididae, 129 Acridiinae 129 Acridinae, 129 Acridodea, 116, 119-151 Acrophyllinae, 198
Acrotelsa collaris, 38, 42 Acrydiidae, 129 Acrydioidea, 117, 119
ADDISON, 397 Adenopa, 17 Aeolothripoidea, 420, 426 Aeolothrips, 420 Aeschnidae, 92 Aeshnidae, 92 Aeshnoidea, 92 AGASSIZ, 13 Agnatha, 17 Agnathes, 17, 55 Agraeciidae, 165 Agriidae, 92, 93 Agrioidea, 92 Agrionidae, 92 AHRENS, 322
Aiolopus tergestinus, 146
AKKERMANN, 238, 246 ALDRICH, 150 Alfafa, 427, 428, 446 Algodoeiro, 433 Alho, 446
Allium cepa, 446 sativum, 446 ALMEIDA, 212 Alotípo, 12 Alouatta, 390 AMANS, 91 Amblycera, 365 Amblyopinus, 215 Ambulatoria, 17 Amendoeira, 429, 433 Amendoim, 428 Ametropidae, 67 Amitermes, 301 A m p h i e n t o m i d a e , 344, 347 A m p h i p t e r y g i d a e , 93
Anacardium occidentale, 429, 433 Anacroneuria, 100, 102, 105 annulicauda, 105 dilaticollis, 105 nigrocincta, 105 Ananas sativus, 312, 447 Anaplecta, 219, 223, 244 A n a r e o l a t a e , 198
Anastatus, 157, 163, 261 A n c i s t r o g a s t r i n a e , 212 Ancistrotermes, 292 ANCONA, 372
ANDER, 180, 182
ANDERSON, 31 Andira, 318 Andiroba, 318 ANDREW, 295 A n e c h u r i n a e , 211 Angela, 251 Angelim, 318
Anisolabis annulipes, 210 marítima, 210 Anisomorpha, 191 A n i s o m o r p h i n a e , 198, 200 Anisoptera, 91, 92
454
INSETOS DO BRASIL
Anoplotermes, 264, 275, 285, 305, 309, 314 ater, 314 morio, 314 pacificus, 265, 310 reconditus, 308 silvestri, 286 tenebrosus, 4 1 turricola, 305 Anoplura, 18, 22, 379-404 A n o s t o s t o m a t i n a e , 164 Antipaluria, 111 Antliata, 19 Apantoptera, 17 Aphaniptera, 19 Apocinaceae, 428 Aptera, 17 Apterygogenea, 17, 19 Apterygota, 17
Arachis hypogea, 428 Aratinga aurea, 314
Archipsocidae, 344, 347
Archipsocus brasilianus, 342 Archotermopsis, 274, 321 Areolariinae, 242 Areolatae, 198 ARISTOTELES, 16
Arixenia esau, 210 jacobsoni, 210
A r i x e n i n a , 20, 210 Armitermes, 274, 277, 305, 309 neotenicus, 276 ARNDT, 171 ARRIBALZAGA, 140, 141 Arthropleona, 49 Aschiphasmatinae, 198 Aschiphasminae, 198 ASCHNER, 400
Aspidosperma polyneuron, 318 Astronium, 318 Ateles, 390 Atelura praestans, 41 sinoiketa, 41 termitobia, 41 Atropidae, 345 Atta, 234 Attaphila, 217, 234, 244 A t t a p h i l i n a e , 241, 244 Atticola, 234, 245 Atticolinae, 243, 245 AUDOIN, 30 Austroperlidae, 106
Autolyca, 196 Axinopsocus, 341 Azteca, 304 Bacillinae, 198 BACKOFF, 93 BACOT, 390, 4{)0 Bacteriinae, 198 Bacterioidea, 198
Bactridium, grande, 189 Bacunculiae, 198 BADONNEL, 336, 348 Baetidae, 66 Baetiscidae, 67 Baetoidea, 67 BAGNALL, 448 BAILEY, 448 BALAKOWSKY, 33 BALD, 449 BALFOUR-BROWNE, 27, BANKS, 7, 33, 322 ,323, 348 Baratas, 217-250 BARBAROSSA, 180 BARRADAS, 180 BARROS NETTO, 372 BARTENEF, 95 Baryconus, 171 B a t a t a doce, 443 BATES, 161, 162 BATHELLIER, 292
29
Beauveria globulifera, 419 BECKER, E., 52 BECKER, E. R., 34 BEDFORD, 371, 372 BEIER, 261 BELLECROIX, 181 Bellicositermes, 286, 291, 305 bellicosus, 284, 287, 292 natalensis, 292 BEQUAERT, 312, 323 BERLAND, 246 BERLESE, 27, 31, 42, 52 BEUTELS, 260 BEUTENMUELLER, 80 Bibliografia entomologica, 25-36 "Bichos-páo", 189-204 BISHOPP, 359 Blaberinae, 243, 244 Blaberus, 220, 227, 244 atropos, 226 giganteus, 224 BLANCHARD, E., 4, 30, 118 BLANCHARD, E. E., 150, 439, 440, 441, 448 Blaptica, 245 dubia, 245 Blastocystis, 239
INDICE BLATCHLEY, 118, 121
Blatella germanica, 223, 225, 228, 229, 235, 239, 244, 245
Blatta, 244 crientalis, 225, 233, 239, 240, 244, 245
Blattaria, 18
Blattariae, 18, 21, 22, 23, 217-250 Blattinae, 241, 244 Blattoidea, 18
Blattotetrastichus hagenowi, 240
BODINE, 133 BOELITZ, 52 BOERNER, 16, 29, 47, 52, 348, 449 BOLDYREV, 156, 169, 180 BOLIVAR, 134, 246 BONDAR, 163, 171, 342, 413, 426, 427, 428, 429, 430, 432, 435, 436, 438, 440, 441, 442, 443, 448 BONET, 52, 201 BONPLAND, 29 BORDAGE, 198, 201 BORDAS, 117, 181, 201, 212, 222, 226, 227 BORDEN, 406, 449 BORGMEIER, 342, 348 BORMANS, 212, 216
BOS
taurus, 369 BOURCART, 30 BOUVIER, 225 Bovicola, 370, 371, 372 BOWE, 311,325 BOWERBANK, 61 Brachycola tuberculata, 224
Brachylabinae, 211 BRAUER, 16, 28, 95 BRÈTHES, 150 BROCHER, 93 BROUGHTON, 108 BROWMAN, 323 BRUCH, 150 BRUES, 16, 29, 345 BRUNER, 118, 129, 134, 151, 164, 174, 182 BRUNNER, 134, 160, 161, 182, 203, 250 Brunneria, 251 BRUZZONE, 151 BUCKLE, 31 BUFFA, 423, 449 Bufo, 314 BUGNION, 27, 246, 289, 292, 323 BURMEISTER, 25
455
BURGESS, 348 BURR, 134, 210, 212, 213 BUSCALONI, 293 BUXTON, 401
BYERS, 95 Cacaoeiro, 435 "Cachorrinhos-dagua", 175-180 Caecilliidae, 344, 348 Caenidae, 66 Cafeeiro, 312, 429 Cajaseiro, 433 Cajueiro, 429, 433 Callibaetis, 57
Callonotacris lophophora, 133 Calopterygidae, 92 Calotermitidae, 321 CALVERT, 93, 96, 245 CAMERLENGO, 181 CAMERON, 201 CAMPBELL, 246 Campodeidae, 43
Camponotus carolinensis, 158 rufipes, 48 termitarius, 314 Campsurus, 56, 58, 62, 63 corumbanus, 60 Cana de açucar, 312, 446
Canis familiaris, 372
CAPE DE BAILL ON, 181, 201 Capniidae, 106
Capta hircus, 371 Capritermes, 270 opacus, 309
Caracteres especificos, 5 Caracteres genericos, 5
Carapa guianensis, 318 Carausius morosus, 194
CARL,, 203, 323 CARPENTER, 27 CARPENTIER, 117, 180, 181 CARRIKER, 365, 373 CARTER, 451 CASTANEDA, 388, 403 CASTELNAU, 30 CAUDELL, 7, 158, 183, 246, 332 Cavia, 372 Cebola, 446 Cebus, 390 Cedrella, 318 Cedro, 318 Centris, 315 sponsa, 315
456
INSETOS DO BRASIL
Centrolobium, 318 Cereais, 312
Ceroys perfoliatus, 195 Cestrum, 441 Chaeteessa, 251, 255 CHAPMAN, 28, 374 "Chato", 390, 397 CHILD, 273, 275 C h i r o t h r i p i n a e , 424 Chirothripoides, 425 Chirothripoidiidae, 425 Chirothrips, 445 mexicanus, 445 CHITWOOD, 234, 246 CHIU, 18
Chlorocoelus tanana, 161
CHOPARD, 141, 181, 183, 203, 246, 262 C h o r i s o n e u r i n a e , 242
Chromacris miles, 131 Citrus, 342 aurantium, 163, 428 CLAASSEN, 106
Cladoxerinae, 198 CLARK, 106
Classificação dos insetos, 15-25 dos seres, 1-6 Classificações artificiais, 1 naturais, 1 CLAY, 373 Cleveland, 235, 246, 293, 294, 295, 323 Clitumninae, 198 Clothoda, 111 Cnemidophyllum, 163 Coccidae, 23
Coccobacillus acridiorum, 150
Coenagriidae, 92, 93 Coenagrioidea, 92 Coenagrionidae, 92 Coerana, 441
Coffea arabica, 312 robusta, 429 Coleoptera, 19, 20, 22, 23 Collembola, 17, 19, 45-54 COLLIER, 235 COLLINGE, 52
Colpocephalum Tongicaudum, 369 turbinatum, 369
Columba domestica, 369 Columbicola columbae, 360, 369 COMES, 293 COMSTOCK, 16, 26, 41, 76 CONNELL, 295 Conocephalidae, 165 Constrictotermes, 302 Convolvulaceae, 428 Copeognatha, 18, 336 Coptotermes, 266, 272, 297, 298, 299, 322 marabitanas, 312, 322 vastator, 270, 278, 290 322 Cordulegaster, 92 Cordulegasteridae, 92 Corduliidae, 92 Cornitermes, 280, 305, 308, 309, 310, 312, 314 cumulans, 305, 306 lespesi, 300 pilosus, 305, 306, 307 similis, 266, 305 striatus, 297, 299, 300, 312 Coronympha, 296 C o r y n o t h r i p i n a e , 424 CORRÊ.A, 229, 233, 247 Corrodentia, 18, 21, 25, 335-349 Corydiinae, 243
Corynorhynchus radula, 130
COSTA, 117 Cotípos, 12 CRAMPTON, 16, 29, 188, 201, 236, 246, 323, 333 Cremastogaster, 304 CREMER, 93
Cremon repentinus, 171 Cricetomys, 215 CRIDDLE, 148
Cryptocercus punctulatus, 235, 236, 295 Cryptotermes, 295 Ctenolepisma ciliata, 39, 42 CUÉNOT, 13, 117 CUMMINGS, 373, 399 CUNHA, 270, 312, 320, 323 Cupins, 263-327 Cursoria, 219 Curtilla, 176 Curtillidae, 174 CUVIER, 2, 30, 55 Cylindracheta, 113, 180 C y l i n d r a c h e t i d a e , 174, 180 Cylindrodidae, 180
INDICE
Cylindrogaster, 207 Cylindroryetes, 113, 180 Cyrtacanthacrinae, 129, 133
Dahlia, 428
DALLA TORRE, 401 DAMPF, 151
Dasyscapus, 419 parvipennis, 440
DAVIDSON, 449 DAVlES, 52 DAVlS, 95 DAWYDOFF, 27 Decticinae, 164 DE GEER, 209, 392
Dendrothripoides ipomoeae, 438, 443
DENIS, 52
DENNY, A., 222, 247
DENNY, H., 373, 399 Dermaptera, 17, 20, 23, 205-213 Dermodermaptera, 18
DESNEUX, 323
DEWITZ, 63, 67 D'HERELLE, 150
Diapheromerinae, 198
DICKMAN, 323 DIETZ, 322, 323 Dimera, 345
Dinurothrips hookeri, 434, 440 Diplatynae, 211
Diplatys, 207, 209
Diploglossata, 18, 20, 215-216 Diplura, 43 Diptera, 19, 22, 23
Dipylidiurn caninum, 361 Dociostaurus maroccanus, 128, 146
DOFLEIN, 323 DOHRN, 213 DONER, 29
D'ORBIGNY, 30, 118 Dorythrips, 423 DOZIER, 17
Drepanocyrtus reichenspergeri, 46
457
Echinophthriidae, 387 Ectobia, 244 Ectobiinae, 241, 244 Ectognatha, 43 Ectotropha, 43
EIDMANN, 247
Elaeochlora trilineata, 132 Eleuterata, 19 Ellipes, 178, 179, 180 Ellipoptera, 18
ELTON, 28 ELTRINGHAM, 28, 33
Embia brasiliensis, 109, 110, 111, 113 major, 113 Embiaria,. 17
Embiidae, 113 Embiidina, 17, 21, 24, 109-114 Embiodea, 17 Embioptera, 17 EMERSON, 286, 288, 322, 323, 324 Empheriidae, 347 ENDERLEIN, 107, 111, 113, 338, 341, 342, 348, 349, 373, 401
Eneoptera surinamensis, 171
Eneopteridae, 173 Ensifera, 117 Entamoeba, 239 Entedon, 157, 163 Entognatha, 43 Entomobryidae, 51 Entomobryomorpha, 50 Entotropha, 43
Eomenacanthus stramineus, 367, 369
Epallagidae, 93 Ephemerellidae, 66 Ephemerida, 17, 23, 25, 55-69 Ephemeridae, 65 Ephemeroidea, 64 Ephemeroptera, 17 Epilampra, 240 gracilis, 222 Epilamprinae, 242, 244
DRURY, 29 DUBOSQ, 182 DUCKE, 315
Epipsocus borgmeieri, 342 Equus caballus, 372
DUMERIL, 409 DUMONT, 91 Du PORTE, 181 DURHAM, 246 EATON, 58, 63, 67 Ecdyonuridae, 67
Ervilha, 427, 428, 446 ESCHERICH, 38, 39, 52, 267, 286, 287, 300, 324 ESCOMEL, 401 Especie, 2 "Esperanças", 152-165 Esphalmeninae, 211 ESSIG, 31, 34, 364, 370, 398, 400
Duekeia cyanea, 198
458
INSETOS DO BRASIL
Esthiopterum columbae, 369 Eucalyptus, 179, 429 citriodora, 196 Eucyplocia, 65 Eugenia, 444, 447 Euglossa, 315 Eugynothrips priesneri, 444, 446, 447 E u m a s t a c i d a e , 129
Eumusonia livida, 254 Eupatithrips, 413 Euplecoptera, 17, 207 Euplekoptera, 17, 207 Euplexoptera, 17, 207 Euposocida, 341, 343, 344
Eurycorypha fallax, 158, 160
E u s t h e n i i d a e , 105 Eutermes, 276 microsoma, 41
Euthrips manihoti, 441, 442 Euthyrrhapha pacifica, 237, 245
E u t h y r r h a p h i n a e , 243, 245 Eutropidacris, 133 cristata, 133
Euxylophora paraensis, 318 Evania appendigaster, 240
EVANS, A. M., 32 EVANS, J. W., 449 EWING, 371, 372, 373, 387, 399, 401 FABER, 161 FAHRENHOLZ, 410 FAVRELLE, 201 FEDOROV, 417, 449 Feijões, 428, 446 Felicola, 372
F elis eati, 372
FERNALD, 33 FERNANDO, 381, 401 FERRIS, 13, 362, 363, 364, 370, 373, 375, 386, 387, 390, 398, 399, 400, 401 FEYTAUD, 282, 324 Ficus, 194, 299 FLETCHER, 282 FLINT, 16, 32 FLORENCE, 401 FOÁ, 293 FOLSOM, 28, 47, 48, 52 FONSECA, 33, 238
FORD, 118, 188
F orficula auricularia, 209, 210
Forficulales, 211 F o r f i c u l i d a e , 211 F o r f i c u l i n a , 210, 211 F o r f i c u l i n a e , 211 Forficuloidea, 211 " F o r m i g a de c u p i m " , 314 FOUCHER, 193, 201 FOX, 31 "Frades", 175-180 FRANKLIN, 214, 449
Frankliniella insularis, 412, 416, 444
F r a n k l i n o t h r i p i d a e , 420, 426 Franklinothrips, 420 vespiformis, 413, 419, 426, 439 FRASER, 75, 96 FREITAS, 290, 293 FRERS, 140 FRESCA, 374 FRIEDERICHS, 114 FRIEDRICH, 181 FRISON, 107 FRIZZEL, 13 Frontirostria, 18 FROST, 87 FRY, 197 FULLER, 282, 324 FULMEK, 374 FULTON, 169, 181, 209, 212 F u m o , 444 Gafanhoto (praga), 136 Gafanhotos, 119-151 GAHAN, A. B., 240 GAHAN, C. J., 197, 201 Galloisiana, 187
Gallus domesticus, 367
GARMAN, 96 Genero, 5 GEOFFROY, 61
Geoscapheus, 219
GERHARDT, 156, 169, 181 GERICKE, 93 GIBSON, 127 GIEBEL, 374, 399 GIGLIO-TOS, 203, 261, 262 GIBARD, 25 GIRAULT, 240 Gladiolus, 446
Gliricola porcelli, 372 Glossata, I8 Glycine max, 428
GODMAN, 30
INDICE GOELDI, 27, 195, 201 G a i a b e i r a , 312, 433 C o m p h i d a e , 92 GONÇALVES, 240, 447
Gongylonema neoplasticum, 239 pulchrum, 239 scutatum, 239 Gongylus, 256 gongylodes, 256 trachelophyllus, 256 Goniocotes bidentatus, 369 compar, 3 6 9 gigas, 364, 368 hologaster, 368, 369 Goniodes dissimilis, 368 meleagridis, 366, 369 piageti, 369 stylifer, 369 Gossypium, 433
GOUDOT, 196 GRABER, 162, 181, 402 GRASSÉ, 292, 324 GRASSl, 53, 114, 275, 276, 288, 290, 293, 295, 324 GRAY, 203 GREEN, 312 Gressoria, 17 GRILLO, 428 Grilos, 166-174 Gripopterygidae, 106 Gripopteryx, 99, 104, 105 GROSS, 374, 399 GROSSE, 374 Gryllacridae, 164 Cryllidae, 164, 172 Grylloblatía, 187 campodeiformis, 188 G r y l l o b l a t t i d a e , 187 G r y l l o b l a t o i d e a , 17, 22, 187-188 Gryllodea, 166 G r y l l o m o r p h i d a e , 172 Gryllotalpa, 175, 176, 219 hexadactyla, 175, 176 G r y l l o t a l p i d a e , 174, 175-177 G r y l l o t a l p o i d e a , 151, 174-180 Grylloidea, 51, 152, 166-174
Gryllus, assimilis, 166, 171
GRYSE, 416, 449 GUÉRIN, 30 GUIMIARÃES, 374, 376 Gulaerostria, 18 GULATI, 234 GUNTHER , 201 GURNEY, 333
459
Gynaikothrips eugeniae, 444, 446, 447 priesneri, 447 G y r o p i d a e , 365
Gyropus ovalis, 372
H a e m a t o m y z i d a e , 363
Haematomyzus elephantis, 363
H a e m a t o p i n i d a e , 387, 388 Haematopinus, 388 asini, 388
eurysternus, 382, 38 8 suis, 385, 388, 398
HAGEN, 35, 96, 97, 112, 114, 324, 349 HAGMANN, 314, 324, 342 HALL, 234, 235, 247 Halterata, 19 Halteriptera, 19 Hamitermes, 301, 305 hamifer, 41, 276 HANCOCK, 134 HANDLIRSCH, 16, 29, 241 HANDSCHIN, 27, 46, 47, 53 HANSEN, 212, 216 HARE, 324 HARRISON, 374, 402 HARTMANN, 296 HASE, 402 HASSAL, 32 HATCHINGS, 202 HATHAWAY, 413, 449 HEATH, 324 HEBARD, 118, 134, 183, 184, 198, 203, 213, 249
Hedychium coronarium, 81
HEGH, 291, 308, 316, 324 HEIDER, 28 HELDER, 14 HELDMANN, 202 H e l i o t h r i p i n a e , 424
Heliothrips apicalis, 427 cinctipennis, 428 haemorrhoidalis, 410,, 418, 423, 426, 427
ipomoeae, 443
H e m i m e r i d a e , 215 H e m i m e r i n a , 18, 210, 211, 215 Hemimerus, 215 talpoides, 216 H e m i p h l e b i i d a e , 92 H e m i p t e r a , 8, 22, 23, 24 H e m i t h r i p o i d e a , 424 HENDRICKSON, 249 HENNEGUY, 27, 89, 116, 195
460
INSETOS DO BRASIL
Heptagenioidea, 65 Heptapsogastridae, 367 Hercothrips, 406 brasiliensis, 427, 428 cinctipennis, 428 fasciatus, 427, 428 femoralis, 427 ipomoeae, 427, 428 phaseoli, 411, 412, 427, 428 striatus, 428 HERMS, 311, 325 Herpes blattae, 238 Herpuna neptunus, 195 HERRICH, 374 HERRICK, 31 Hetaerina, 72, 75 Heteragrion aurantiaeum, 47 Heterodoxus longitarsus, 372 Heteroneminae, 198, 200 Heteroptera, 18 Heteropteryginae, 198 Heterotermes, 266, 288, 298, 322 platycephalus, 322 tenuis, 308 Heterothripidae, 424 Heterothripoidea, 423 Heterothrips, 424 Hevea, 312 Hexagenia, 59 albivittata, 57, 64 Hexapoda, 17 HEYMONS, 93, 202, 212, 216 HEYWOOD, 94 HINDLE, 402 HINDS, 406, 449 Hipermorfismo, 161 Hipertelia, 161 HODGE, 134 Hodotermitidae, 421 HOEPPLI, 35 HOFFMAN, 151 HOKE, 107 HOLMGREN, 269, 276, 291, 298, 305, 308, 324, 325 Holomastigoides, 290 Holopothrips ananasi, 407, 447 ingeris, 407 Holotípo, 12 Homeotípo, 13 Homoeogamiinae, 243 Homonimia, 11 Homoptera, 18, 20, 22, 23, 24 HOOD, 411, 412, 434, 440, 449, 450
Hormetiea laevigata, 238 HORN, 13, 14, 34, 35 HORNER, 311, 325 HOUARD, 32 HOULBERT, 27 HOWARD, 26, 34 HOWLETT, 26 HUMBOLDT, 29 HUMMEL, 225 HURST, 3 HUTCHINSON, 329, 395, 402 HUXLEY, 222 Hymenolobium, 318 Hymenoptera, 19, 21, 25 Hypercompsa fieberi, 223, 245 Hypogastruridae, 51 Ideotípo, 13 IGLESWORTI-I,404 IHERING, 315 ILLINGWORTH 247 IMMs, 26, 28, 40, 268, 275, 293 INGENITSKY, 93 Insecta, 17 Insetos Classificação geral, 15-25 Chave de ordens, 19 Ipomoea, 440 batatas, 440, 441, 443 Ischnocera, 365 Ishiana, 187 Isoptera, 18, 21, 24, 263-327 Isotomidae, 51 Itauba, 318 ITO, 118 IWANOWA, 125 JACKSON, 53 JAEGER, 34 JANICKI, 296 Japygidae, 3 Jatropha curcas, 429 JETTMAR, 234 JOHANNSEN, 32, 33, 95 JOHNSTON, 374 JORDAN, H., 450 JORDAN, K., 216 JUCCI, 325 JUNCKE, 402 JUNKER, 107 KAHLE, 35 Kalotermes, 271, 321, 274, 276, 288, 298 castaneus, 312 flavicollis, 290 rugosus, 267 tectonae, 288
INDICE K a l o t e r m i t i d a e , 321 KALSHOVEN, 228, 325 KARNY, 118, 183, 198, 203, 349 KAUP, 195, 202 KEILLIN, 380, 389, 390, 391, 392, 394, 402 KELLOGG, 26, 359, 374, 375, 399 KENNEDY, 93 KERSHAW, 406, 450 KERVILLE, 209, 212 KIEFFER, 262 KINGSBURY, 33 KIRBY, 96, 119, 203, 214, 249, 262 KIRBY, Jr., 295 KLAPALEK, 107, 108 KLEIN, 247 KLINCKSIECK, 34 KLOCKE, 450 KLOTS, 96 KNOWER, 325 KOCH, 33 KOFOID, 273, 275, 279, 287, 288, 295, 311, 319, 320, 325 KOLBE, 26 KONCEKS, 247 KOROTNEFF, 181 KORSCHELT, 28 KRAUSS, 114, 213, 216 KRAUSSE, 16, 29 KUENCKEL, 127 KUHL, 212 KUKENTHAL, 14 Labiales, 211
Labidura riparia, 210
L a b i d u r a l e s , 211 L a b i d u r i d a e ; 211 L a b i d u r i n a e , 211 L a b i d u r o i d e a , 211 Labiidae, 211 Labicidea, 211 L a e m o b o t h r i d a e , 367 LAHILLE, 140, 141, 147, 150, 151, 375, 393, 402 LAING, 247 Lambentia, 19 LAMEERE, 134, 355 LANBOIS, 402 LANGERON, 33
L a r a n j e i r a , 163, 427 Larra, 177 americana, 177 scapteriscica, 177
Lasiodiplodia theobromae, 436 Laternaria, 154 Lathyrus sativus, 427, 428, 446
461
Latindiinae, 243 LATREILLE, 16, 29, 115 "Lava-bunda", 71, 81 "Lavadeira", 71, 81 "Lavandeira", 71 Lectotípo, 12 LEE, 118 LEGER, 182 L e g u m i n o s a e , 428 LEHMANN, 202 LEIDY, 293 LEITÃO, 184 Lepidillidae, 345
Lepidocampa zeteki, 48
Lepidopsocidae, 344, 347 L e p i d o p t e r a , 18, 20, 22, 24
Lepisma saccharina, 42 L e p i s m a t i d a e , 43 Lepismatoidea, 43
Leptemis vesiculosa, 88
L e p t o p e r l i d a e , 106 L e p t o p h l e b i i d a e , 66 Leptoteleia, 171
Leptothrips mali, 416
LESPÈS, 293 LESTAGE, 62, 67, 104, 107 Lestes, 81 Lestidae, 93
Leucophaea maderae, 229, 244 Leucotermes, 266, 288, 298, 231, 322
perfidus, 322 Leuctridae, 106
LEUZlNGER, 202 LEW, 93 Libellaginae, 93 Libellulidae, 92 Libelluloidea, 92 LIEBERMANN, 134 LIGHT, 287, 288, 295, 311, 320, 322, 325 LIMA, COSTA, 32, 33, 90, 93, 184, 202, 295, 325, 402, 444, 445, 450 LIMA, ROCHA, 402 "Lingua de vaca", 441 LINNÉ, 4, 10, 11, 16, 63, 390 Linognathus, 388 pedalis, 388, 393 piliferus, 388 setosus, 388 Liothrips, 421, 422
462
INSETOS DO BRASIL
Lipeurus baculus, 369 caponis, 369 gallipavonis, 368, 369 heterographus, 359, 369 polytrapezius, 369 variabilis, 369 Lipognatha, 18 Lipoptera, 18 Liposcelidae, 345 Listroscelidae, 165 L i s t r o s c e l i n a e , 164 LIZER Y TRELLES, 140, 141, 151 LLOYD, 95 LOBO, 210
Locusta danica, 128 migratoria, 125, 126, 128, 142 pardalina, 145 Lecustoidea, 117, 119, 151 Lonchoclinae, 198 LONGFIELD, 96 LOPES, 332
Lophomonas, 239, 295 " L o u v a - d e u s " , 251-262
LUBBOCK, 45, 53 LUCAS, M. H., 30
LUCAS, W. J., 94 LUTAS, W. T., 119 LUGGER, 121
LUNDBLAD, 349 Lutosa, 162 brasiliensis, 156 Macaca mulata, 390 "Macacos", 175-180 MAC GILL, 450 MAC GILLIVRAY, 27, 95 M a c h i l i d a e , 43 Machilis, 40 M a c h i l o i d e a , 43 MAGALHÃES, 238, 247 MAIDL, 28 M a l l o p h a g a , 18, 21, 351-378 MALOUEF, 94 M a n d i o c a , 442
Mangifera indica, 433 M a n g u e i r a , 433 M a n i ç o b a , 429 Manihot, 442
dichotoma, 429
MANN, 375 M a n t i d a e , 261
Mantoidea, 18, 251, 255 MARLATT, 234 MARQUES, 429 MARSCHALL, 14 MARTIN, H., 33 MARTIN M. , 375 MARTIN, R., 96 MARTIUS, 30 M a s s a r a n d u b a , 318 MASSART, 299, 301, 302, 303, 304, 306
Mastigoceras camponoti, 48 Mastotermes, 264, 276, 277, 318, 321
darwiniwnsis, 267, 313, 317,
321 M a s t o t e r m i t i d a e , 320, 321 MATHESON, 32 MAXWELL-LEFORY, 26 MAY, 79, 94 MAYET, 146 MAZZA, 200 Mc CLUNG, 33 Mc CLURE, 349 Mc INDOO, 118 Mc MASTERS, 13, 14 Mecaptera, 18
Mecistogaster, 73, 77, 78, 79, 90 lucretia, 71
Mecopodidae, 164 Mecopodinae, 164 Mecoptera, 18
Meclicago sativa, 427, 428, 446 Megachile, 315 Megaloblatta, 217, 244 regina, 244 M egaloprepus coerulatus, 71 M e g a l o p t e r a , 18
Meganeura monyi, 71 M e g a p o d a g r i i d a e , 93 M e g a t h r i p i n a e , 425 MELANDER, 16, 29, 35, 111,, 114, 345 Melanocentris, 315
Melanoplus spretus, 140, 146
M e l a n o t h r i p i d a e , 423 M e l a n o t h r i p o i d e a , 423 MELIS, 406, 421, 422, 450 MENEVAL, 146
Mantis religiosa, 260
Melleagris gallopavo, 369
M a n t o d e a , 18, 21, 23
MELNIKOW, 361
INDICE
Menacanthus giganteus, 369 MENEVILLE, 30
Menopon biseriatum, 367 gallinae, 359, 362, 367 latum, 369 pallidum, 367 Menoponidae, 365 MENOZZI, 213 MERIAN, 29
Meroncidius intermedius, 163, 171 M e r o t h r i p i d a e , 425 M e r o t h r i p o i d e a , 425 Merothrips, 425 MESNIL, 33 Mesopsocidae, 344, 347 Mesotermitidae, 321 M e t a t í p o , 13 METCALF, 16, 32, 158 MEUR, 318 MIALL, 222, 247 MICKEL, 96 Microcentrum, 163 Microcerotermes, 277, 301 bouvieri, 300, 304, 315 struncki, 277 Microrhopalodina, 296 Microtermes, 291, 292 MILLS, 53, 111, 114 Mimetica, 159 M i m n e r m i n a e , 164 Mimusops, 318 Mirotermes, 289, 301, 309 fur, 309 macrocephalus, 308 saltans, 312 MJOEBERG, 375, 399 Mogoplistidae, 172 MOHAN, 247 Monachoda, 218, 245 Mcnastria, 218, 245 biguttata, 224
Moniliformis moniliformis, 238, 239
MONTALENTI, 325 MONTE, 34, 182, 247, 312, 326 MONTEIRO, 372 MOOSER, 388, 403 MOREIRA, 31, 213 MORGAN, A. C., 430 MORGAN, A. H., 56, 59, 68 MORGAN, W. D., 212 MORSE, 134 MOULTON, 406, 419, 430, 450 MUELLER, F., 264, 267, 276, 282,
300, 326
463
MUELLER, J. F., 34 MUELLER, K., 450 MUIR, 406, 450 M u i r a q u a t i a r a , 318 MUNCHBERG, 94 MUNSCHEID, 94 M u q u i r a n a , 390, 397 MURPHY, 56, 60, 62, 64, 68 MURRAY, 197 M y c e r t o t h r i p i n a e , 424 M y m a r o t h r i p o i d e a , 422 Myopsocidae, 344, 347 Myrcia, 445, 446 Myrmecoblatta, 234, 245 Myrmecophaga, 313 tridactyla, 313
Myrmecophana fallax, 160
M y r m e c o p h i l i d a e , 172 NABOURS, 128, 135 Nasutitermes, 266, 273, 277, 299, 301, 309, 310, 314 cyphergaster, 302, 304, 309 inquilinus, 301 microsoma, 309 rippertii, 269, 298, 302, 303, 314 surinamensis, 288 NATH, 247 NAVAS, 108, 113, 114, 349
Neanias brasiliensis, 159
Necrosciinae, 198 NEEDHAM, 56, 60, 62, 64, 68, 76, 91, 94, 95, 101, 108 Neelidae, 51 NEL, 212 Nemobiidae, 172 Nemoura, 104 N e m o u r i d a e , 106 Neocurtilla, 176
Neoheegeria verbasei, 410
N e o l o b o p h o r i n a e , 211
Neotermes, 288, 298, 312 Neotípo, 13
Netica, 17, 113 NEUMANN, L. G., 375, 403 NEUMANN, M. G., 3 75
Neumannia pallidula, 368
N e u r o p t e r a , 18, 25 NEWCOMER, 105, 107 NEWPORT, 103
Nicotiana tabacum, 447
NIGAM, 247 NOBREGA, 355, 356, 357, 358, 376:
464
INSETOS DO BRASIL
Nocticola, 234 NOLAND, 349
Nomadacris septemfasciata, 145 N o m e n c l a t u r a zoologica, 6-14 Regras de, 6 Nothoblatta, 244 Nothoblattinae, 242, 244 NOYES, 326 NUTTALL, 380, 381, 389, 390, 391, 392, 394, 395, 396, 402, 403 Nyctiborinae, 242, 244 Nyctotherus, 239 Nymphaea, 80 Obriminae, 198 Odonata, 17, 25, 71-97 Odontotermes, 291 Oecanthidae, 173 Oecanthus, 171 tenuis, 169 Oedipodinae, 129 OHMACHI, 184 Oligoneura, 17 Oligoneuridae, 65 Oligotomidae, 113 OLIVEIRA, 249 Onychiuridae, 50
Onychiurus fimetarius, 47 Oothecaria, 18
Opisthocosminae, 212 Orothripidae, 420
Orphania denticauda, 146 Orthemis, 72 ferruginea, 78
Orthoptera, 17, 21, 22, 23, 115185 Orythica, 113 OSBORN, 35, 347, 375, 399
Otocrania aurita, 189
OUDEMANS, 41 OUSTALET, 86, 94 Oxyhaloinae, 243
Oxymonas, 296 Oxyspirura mansoni, 239 parvorum, 239 P a c h y m o r p h i n a e , 198 PACKARD, 16, 26, 28, 29, 40 PAILLOT, 28 PAINE, 375 PALADINO, 182 Palingenia, 63 Palingeniidae, 64 PALISOT DE BEAUVOIS, 29, 252
Palma de Santa Rita, 446 Panchaetothripinae, 424, 440
Panchlora, 217, 244 prasina, 244
P a n c h l o r i n a e , 243, 244
Panesthia javanica, 235 P a n o r p a t a e , 18, 20, 24 PANTEL,
202 "Pão amarelo", 318 "Paquinhas", 175-180
Paradoxomorpha crassa, 199, 200 Paragripopteryx, 105 Paragryllus martinii, 168 Parahormetica, 233 bilobata, 230 monticollis, 224 Paralectotípo, 12
Paraneuroptera, 17 Parapsocida, 343, 344 Parasita, 18 Paratípo, 12 Parisolabinae, 211 PATTON, 32, 231, 232, 233, 235, 238 PAWLOWSKY, 384, 403 PEACOCK, 381, 403 PEARMAN, 340, 349 PEARSE, 31 Paulinia, 122 P e d i c i n i n a e , 388, 390 Pedicinus, 390 longiceps, 387 rhesi, 390 Pediculidae, 387, 388 Pedieulinae, 388, 390 Pediculus, 390 capitis, 390 cervicolis, 390 corporis, 390 humanus, 380, 383, 386, 389, 390, 391, 392, 394, 395, 397, 398, 339 mjöbergi, 390 schäffi, 390 vestimenti, 390 PEHANI, 202
Pelecanus fuscus, 359 PENNINGTON, 140 Pentacentridae, 173 Pepsis, 161 PEREIRA, 445 PEREZ, 282 Perieominae, 211 P e r i e n t o m i d a e , 344, 347
465
INDICE
Periplaneta, 233, 240 americana, 218, 221, 223, 225, 226, 229, 231, 234, 235, 238, 240, 244, 245 australasiae, 218, 221, 223, 225, 232, 240, 244, 245 brunnea, 244 P e r i p l a n e t i n a e , 241 P e r i s p h a e r i n a e , 243 Perlaria, 12 P e r l a r i a e , 17, 21, 25, 99-108 Perlidae, 106 P e r l o d i d a e , 106 Perloptera, 17 Peroba, 318
PERROT, 375 Persea gratíssima, 433
PERTY, 30 PESSÔA, 229, 233, 247, 376 P e t a l u r i d a e , 92 Petasodes, 218, 245
dominicana, 224
PETERS, 359, 376 PETERSON, 34, 406, 450 P h a l a n g o p s i t i d a e , 173 P h a n e r o p t e r i n a e , 164
Pharnacia serratipes, 189 Phaseolus, 428, 446 Phasgonuroidea, 117, 151 Phasmatinae, 198 Phasmatodea, 198
P h a s m a t o i d e a , 198 P h a s m i d a , 17, 21, 22, 23, 189-204 P h a s m i d a e , 198, 200 P h a s m i n a e , 198 Phasmodea, 17 Phasmodes, 160 P h a s m o d i d a e , 164 Phasmoidea, 17
Phibalosoma phyllinum, 189, 190, 194, 195,
196 P h i b a l o s o m i n a e , 198, 200 PHILIPTSCHENKO, 53 Philopteridae, 367
Phlebonotus palens, 232
P h l o e o t h r i p i d a e , 425, 446 P h l o e o t h r i p i n a e , 425 Phloeothripoidea, 425, 446
Phobaeticus kirbyi, 189 Phorospidinae, 242 Phoraspis, 244 convexa, 224, 244
picta, 224, 244
Phorticolea. 244 PhrasterotKrips conducens, 414, 415, 445, 446 Phryganoidea, 18 Phthiraptera, 18 Phthirius, 390 Phthirus, 382, 390 inguinalis, 390 pubis, 390, 396 Plectoptera, 17, 101 Phylliidae, 198, 200 P h y l l i i n a e , 198 P h y l l i p s o c i d a e , 344, 347 Phyllium, 191 bioculatum, 195 Phyllodromia, 230, 233 Phyllodrominae, 242, 244 Phylloptera, 163 Physapoda, 18 Physapodes, 18, 409
Phytophthora faberi, 436
PIAGET, 376, 399 PICKEL, 300, 315, 326 PICKLES, 68 PICTET, 68, 108, 184 PIERANTONI, 376, 384, 399 PIERCE, 31, 359, 392, 395 PZÉRON, 198, 202 P i n h ã o do P a r a g u í , 429 PINTO, 32, 33, 64, 396, 403 Piolhos, 379-384. PIZZA, Jr., 204, 247, 403 PLATEAU, 247 Plecoptera, 17, 101 Plectoptera, 17, 219 Podagrion, 261 cyaneum, 261
Podium haematogastrum,
240,
P o d o s c i r t i d a e , 174 P o d u r i d a e , 50 P o d u r o m o r p h a , 50 Polybia, 234 scutellaris, 314 P o l y m i t a r c i d a e , 65
Polyplax spinulosa, 388, 400 P o l y t o r i d a e , 93
Porotermes, 274, 321 PORTER, 135, 200, 202, 451 POSPELOV, 126 P o t a m a n t i d a e , 65 PRIESNER, 446, 447, 451 P r i o r i d a d e , 10 P r i s o m e r i n a e , 198 Prisopinae, 198
241
INSETOS DO BRASIL
466
Prisopus, 189, 191 flabelliformis, 197 ohrtmanni, 194, 195, 196, 198, 199
spiniceps, 195 Proboscidiella, 296 Progomphus, 84 Projapygidae, 43
Projapyx stylifer, 41
Proscopiidae, 129, 130 Prosopistoma, 61 Prosopistomatidae, 66 Protermes, 292 Protermitidae, 321 Protoneuridae, 93
Protospirura columbiana, 239 PROWAZEK, 388 Psallidinae, 211
Pseudocloeon binoeularis, 56 Pseudolcyphides tithonus, 194, 195, 199 Pseudomopinae, 242, 244 P s e u d o p h a s m i n a e , 198, 200
Pseudophoraspis nebulosa. 232
Pseudophyllidae, 165 Pseudophyllinae, 164 Pseudorhynchota, 18
Pseudosira eidmanni, 48 P s e u d o s t i g m a t i d a e , 93
Psidium guajava, 312, 433 Psocidae, 344, 348 Psocinella, 341 Psocoptera, 18 Psocus, 337, 338, 341 Psoquilla, 338, 340, 343 microps, 341 Psoquillidae, 344, 345 Psychidae, 20
Pterobosca macfiei, 90 Pterochroza, 159 Pteronarcidae, 106
Pteronarcys regalis, 103 Pterygogenea, 17, 19 Pterygota, 17 PUTTEMANS, 446, 451 Pycnoblattina, 313, 317
Pycnopalpa bicordata, 160
Pycnoscelus surinamensis, 222, 224, 234, 238, 239, 244
Pygidicrana v-nigrum, 206
P y g i d i c r a n i n a e , 211 Pygidicraniales, 211 Pygidicranidae, 211 Pygidicranoidea, 211 P y g i r h y n c h i n a e , 198, 200 Pygothripidae, 425 Pygothrips, 425 P y r a g r i n a e , 211 Pyrgomorphinae, 129
Pyrus communis, 444 RABAUD, 260, 262 Raça, 4 RADULESCO, 451 RAMBUR, 68, 96 RANDALL, 311, 325 RAU, 247 REAUMUR, 84 REDTENBACHER, 184, 203 REH, 31 REHN, 119, 135, 184, 213, 248, 249, 262 REIJNE, 406, 451 REIS, 355, 356, 357, 358, 376 Reticulitermes, 235, 298, 299 flavipes, 294 hesperus, 287 lucifugus, 267, 276 Retithrips, 430 aegyptiacus, 429, 430
Rhabdiopteryx pacifica, 105 Rhabdblatta yersiniana, 224, 244
Rhaphidides, 18 R h a p h i d o p h o r i d a e , 165 R h a p h i d o p h o r i n a e , 164 Rhinotermes, 272 latilabrum, 272, 279 Rhinotermitidae, 321 Rhipiptera, 19 Rhipipteryx, 178, 179, 180 marginata, 180 R h y n c h o p h t h i r i n a , 363 Rhynchota, 18 RIBAGA, 339, 349 RIBEIRO, 213, 250 RICH, 94 Ricinidae, 366
Rickettsia prowazeki, 388, 398 quintana, 398 RIDGWAY, 34
INDICE
RIES, 355, 360, 376, 400 RILEY, 32 RIMSKY-KORSAKOVv', 111, 112, 114 Ris, 96 ROGOSINA, 94 RONNA, 445 Rosa, 429, 433 Rosaceae, 105 Roseira, 429, 433 Ross, 248 ROTH, F. C., 31 ROTH, H. L. ,194, 202 ROUDABUSH, 34 ROUSSEAU, 95 RUSSEL, 430, 451 RUSSO, 430, 433, 451 Saccharum of]icinarum, 312, 446 SAEZ, 118 SALT, 315, 326 Saltatoria, 17, 115 SALVIN, 30 SAMAL, 108 SAMBON, 228 SANDERS, 235 SANDIAS, 114, 288, 290, 324 SANFORD, 248 Sarcophaga, 149 SAUPE; 248 SAUSSURE, 184, 250, 262 SAYCE, 182 Scaphura nigra, 160 nitida, 160 Scapteriscus, 175, 176 didactylus, 176, 177 oxydactyIus, 176 tenuis, 177 tetradactylus, 176 SCHAEFFER, a SCHENK, 13, 14 SCHENKLING, 35 SCHIOEDTE, 311, 326 Schistocerca, 125 americana, 147 cancellata, 147 gregaria, 128 pallens, 147 paranensis, 120, 123, 128, 133, 136-151 Sehizodactylus monstruosus, 153 SCHMIDT, E., 94 SCHMIDT, P. J., 198, 202 SCHMUTZ, 451 SCHNEIDER, 200, 203 SCHOEBOTHOM, 49, 53 SCHOENEMUND, 107
467
SCHOENICHEN, 28 SCHROEDER, 16, 26 SCHULZE, F. E., 14 SCHULZE, K., 94 SCHWABE, 118, 162, 182 Scirtothrips batatae, 441 manihoti, 436, 441 Scolothrips sexmaculatus, 413 SCOTT, 232, 248 SCUDDER, 12, 14 Scudderia, 163 SEABRA, 194 SEGUY, 31, 35, 376, 403 SEKIMURA, 451 Selenothrips rubroeinctus, 426, 430, 433 SELYS-LONGCHAMPS, 76, 97 S e r i c o t h r i p i n a e , 424, 441 Serieothrips portoricensis, 435, 441 Seringueira, 312 Serritermes, 321 SERVILLE, 119 SHARGA, 418, 451 SHARP, 16, 26 SHELFORD, R., 204, 232, 241, 248, 250 SHELFORD, V. E., 27 SHERBORN, 12, 14 SHIPLEY, 16, 29 SHULL, 410 SIKES, 404 SIKORA, 402, 404 SILVA, 34, 305, 314 SILVESTRI, 32, 41, 43, 49, 53, 188, 225, 269, 274, 276, 277, 279, 300, 305, 314, 315, 316, 322, 326, 331, 332, 333, 406 Silvia itauba, 318 SIMPSON, 406, 424, 451 SINETY, 193, 202, 203 Sinonimia, 12 S i p h l o n u r i d a e , 67 S i p h o n a p t e r a , 19, 22 Siphunculata, 18 SJOESTEDT, 135, 185, 250, 262 SMEATHMAN, 284, 287, 326 S m i n t h u r i d a e , 51 SMITH, 34 SNADECOR, 35 SNIPES, 243 SNODGRASS, 28, 118, 135, 336, 349, 374 SNYDER, 269, 277, 279, 287, 288, 307, 320, 322, 323, 326
468
INSETOS DO BRASIL
Snyderella, 296 Socialia, 18 Soja, 428 Solenopsis geminata, 41 SOLOWIOW, 340, 349 SORAUER, 31 S p a r a t t i n a e , 211 Sphaerotermes, 292 Sphecophila polybiarum, 234 SPIETH, 62, 68 Spiniger steini, 314 Spinitermes brevieornis, 280 Spirachtha eurymedusa, 311 Spirotrichonympha, 290 Spirura gastrophila, 239 sanguinolenta, 239 SPIX, 39 Spondias, 433 Spongiphorinae, 211 Sporotrichum, 419 Stagmatoptera, 251, 257 precaria, 252, 261 STAHN, 203 STAL, 119, 135, 204, 250, 262 STEIN, 384, 403 Steirodon, 163 Stenogryllidae, 174 Stenopelmatidae, 165 S t e n o p e l m a t i n a e , 164 STERNBERG, 68 STILES, 32 STOBE, 376 STOLL, 119 Stomatothrips, 420 STREBEL, 53 STRELNIKOW, 327 Strepsiptera, 19, 20, 23 Strongylopsalidinae, 211 STUART, 135
STRINDBERG, 376 Stylothrips, 430 bondari, 429, 430 brevipalpis, 430 Sub-especie, 4 Suctoria, 19 SWEETMAN, 33 SWEZY, 295 Symphypleona, 50 Synacanthotermes, 292 Synlestidae, 92
Syntermes, 284, 285 chaquimayensis, 309 dirus, 265, 274, 308 Taeniopterygidae, 106 Taeniopteryx, 99 Taeniothrips gladioli, 439, 440, 446 inconsequens, 439, 440, 445 simplex, 439, 440, 446 TAKAHASHI, 225, 229, 248
Talinum patens, 441 Tamandua tetradactyla, 313 Tanusia, 159 signata, 155 TASCHENBERG, 35, 376, 399 TAUBER, 248 T a u t o n o m i a , 11 Taxionomia, 1 Teratembia, 111, 113 T e r e b r a n t i a , 419, 426 Termes, 285, 291 minutus, 292 Terminalia catappa, 429, 433 Termitas, 263-327 Tetrastichodes floridanus, 240 Tetrastichus, 419 australasiae, 240 hagenowi, 240 periplanetae, 240 Tetrigidae, 129 TetrophthaImus bursaepelecanae, 359 Tettigidae, 129 Tettigoniidae, 164 Tettigoniodea, 116, 151-185 Tettigonioidea, 151, 152-165 THEOBALD, 359 Theobroma cacao, 435 T h e r a m i n a e , 198 Thermobia domestica, 42 THOMPSON, 268, 275, 289, 327, 358, 377 THOMSON, 94 Thripidae, 424, 427 Thripinae, 424, 444 Thripoidea, 424 Thrips, 405-452 minuta, 446 puttemansi, 446 tabaci, 417, 440, 446 Thyrsophoridae, 344, 348 Thysanoptera, 18, 20, 24, 405-452
INDICE
T h y s a n u r a , 17, 37-43 TIETZ, 135 TILLYARD, 26, 58, 75, 79, 87, 91, 94, 105, 108, 113, 236, 313, 317, 327, 332, 343 Típos, 12 Tirita virescens, 314 TODA, 248 Tomoceridae, 51 Topotípo, 13 TORRE-BUENO, 35 TORREND, 452 TOWNSEND, 349 TRAVER, 68 TREHERNE, 416, 449 TRELEASE, 35 Treponema, recurrentis, 399 Trichodectes bovis, 369, 370 canis, 361, 372 cordiceps, 354 equi, 371, 372 latus, 372 evis, 371 parumpillosus, 372 scalaris, 369 sphaerocephalus, 371 subrostratus, 351, 372 Trichodectidae, 367 Trichomonas muris, 295 termopsidis, 295 Trichonympha, 275 Trichophilopteridae, 367 Trichoptera, 18, 25 Trichothrips americanus, 416 Tridactylidae, 174, 178-180 Tridactylus, 178, 179, 180 politus, 178, 179 Trigona, 314 fuscipennis, 314 kohli, 314 latitarsis, 314 Trigonidiidae, 173 Trigonopsis, 241 Trimenopon jenningsi, 363, 372 Trimenoponidae, 365 Trimera, 345 Triphleps, 419 Tripoctenus, 419 Troctes divinatorius, 340, 347 Troctidae, 344, 345 Trogiidae, 344, 345
469
Trogium pulsatorium, 340 Tropidacris, 133 dux, 133 grandis, 133 Truxalinae, 129 Trypanosoma lewisi, 388 Tryxalinae, 129 Tubulifera, 420, 446 Typophyllum, 159 Ubatan, 318 UCHIDA, 377 ULMER, 64, 68 Urothripidae, 425 Urothripoidea, 425 UVAROV, 125, 126, 127, 128, 136, 140, 142, 145, 147, 150, 197, 203 UZEL, 451 VALETTE, 34 VARELLA, 151 Variedade, 4 VELANDO, 401 VERHOEFF, 53, 114 VICHET, 201 Videira, 433 VIGNON, 28, 160, 185 VINAL, 136 Vitis, 429, 433 VOGEL, 404 Volcaria, 292 Voucapoua, americana. 318 Vulturopinae, 341 Vulturops, 341, 343 floridensis, 341 termitorum, 341 WALCOTT, 32 WALKER, E. M., 107, 118, 136, 188 WALKER, F., 108 WALLENGREN, 95 WALTON, 149 WARDLE, 28, 31, 32, 406, 424, 451 WARREN, 316, 327 WASMANN, 314, 327 WATERHOUSE, 12, 14 WATSON, 452 WEBER, 28, 349, 383, 404 WERNECK, 354, 372, 377, 378, 404 WERNER, 262 WESENBERG-LUND, 80, 95 WESTWOOD, 204, 262 WEYER, 327 WHEDON, 95 WHEELER, 27, 227, 291, 332 WlESMANN, 202 WlGGLESWORTH, 248, 378
470
INSETOS DO BRASIL
WILLE, 248 WILLIAMS, C. B., 414, 452 WILLIAMS, F. X., 177, 180, 234, 237, 239, 240, 241, 248, 307 WILLIAMSON, 19 WILSON, F. H., 359, 378 WILSON, H. F., 29 WOLF, H., 95 WOLFF, M., 16, 29 WOODRUFF, 136 WU, 107 WUNDRIG, 378 WYTSMAN, 30 Xiphididae, 165 Xylaria, 292 YEAGER, 249 YIN-CHI Hsu, 68 YUASA, 118
YULE, 35 ZACHER, 119, 213 ZAWARZIN, 95 ZEHNTNER, 250, 430, 452 ZEUNER, 182, 185 ZIMMERMANN, 61, 68 ZINSSEN, 388, 403 Zoolea, 251 lobipes, 256, 261 Zootermopsis, 274, 276, 321 angusticollis, 236, 294 nevadensis, 273, 275 Zoraptera, 18, .21, 25, 329-333 Zorotypidae, 332 Zorotypus, 330, 332 hubardi, 331 ZUNKER, 366, 368, 378 Zygoptera, 91, 92
FIM DO 1° TOMO
COSTA LIMA
INSETOS DO BRASIL 2.º TOMO
HEMÍPTEROS
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE DIDÁTICA N.º 3 - 1940
INSETOS DO BRASIL 2.º TOMO
HEMÍPTEROS
A. DA COSTA LIMA P r o f e s s o r Catedrático de E n t o m o l o g i a Agrícola da Escola Nacional de A g r o n o m i a Ex-Chefe de Laboratório do I n s t i t u t o Oswaldo Cruz
INSETOS DO BRASIL 2.º TOMO CAPÍTULO XXII
HEMÍPTEROS
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE DIDÁTICA N.º 3 - 1940
CONTEUDO CAPÍTULO
XXII PÁGINA
Ordem HEMÍPTERA ................................................................................................................................................
3
Superfamília SCUTELLEROIDEA ............................................................................................................
42
Superfamília COREOIDEA ...............................................................................................................................
79
Super família LYGAEOIDEA .................................................................................................................................
97
Superfamília THAUMASTOTHERIOIDEA ...............................................................................................
124
Superfamília ARADOIDEA ...................................................................................................................................
125
Superfamília TINGITOIDEA ....................................................................................................................................
132
Superfamília REDUVIOIDEA ............................................................................................................................
142
Superfamília POLYCTENOIDEA ................................................................................................................
239
Superfamília CIMICOIDEA ...........................................................................................................................
242
Superfamília CRYPTOSTEMMATOIDEA .................................................................................................
293
Superfamília HYDROMETROIDEA ............................................................................................................
294
Superfamília GERROIDEA ........................................................................................................................
297
Superfamília LEPTOPODOIDEA .................................................................................................................
308
Superfamília OCHTEROIDEA ...................................................................................................................
310
Superfamília NEPOIDEA .................................................................................................................................
314
Superfamília NOTONECTOIDEA ................................................................................................................
327
Superfamília PLEOIDEA .............................................................................................................................
330
Superfamília CORIXOIDEA ....................................................................................................................
331
Índice ....................................................................................................................
337
CAPÍTULO
Ordem
XXII
HEMIPTERA1
236. Caracteres - Os insetos das ordens Hemiptera e Homoptera caracterizam-se essencialmente pela conformação do aparelho bucal, que é representado por um rostro (haustellum), consti t uído por um lábio segmentado, no qual se alojam as demais peças bucais. Os antigos autores reuniam tais insetos numa só ordem - Hemiptera ou Rhynchota - dividindo-a em duas subordens: Heteroptera e Homoptera. Pertencem à ordem Hemiptera todos os insetos vulgarmente chamados percevejos, da antiga subordem Heteroptera, portadores de um rostrum reclinado sobre o sternum, mais ou menos alongado, retilíneo ou curvilíneo, porem sempre articulado com a cabeça anteriormente aos olhos (Frontirostria), apresentando, portanto uma gula. Constituem a ordem Homoptera os Rincotos da antiga subordem do mesmo nome, cujo rostro, curto ou muito curto, se articula com a cabeça inferior e posteriormente aos olhos, parecendo em muitos deles emergir da região esternal; não ha região gular nestes insetos. - Alem da conform ação do rostrum, os Hemipteros se caracterizam pelo aspecto das antenas, que apresentam, quasi sempre, um número reduzido de segmentos (3 a 5), pela segmentação dos tarsos (geralmente trimeros) e, sobretudo, pela configuração e estrutura características das asas anteriores, conhecidas pelo nome hemelitros. 1
Gr. hemi, meia; pteron, asa.
4
INSETOS DO BRASIL
Em geral os Hemipteros são insetos de pequenas dimensões; ha, porem, alguns bem grandes, como as baratas dágua (Lethocerus
spp.),
que
têm
mais
de
100
mm .
Fig. 219 - Pachycoris torridus (Scopoli, 1772), fêmea (Scutelleridae), face ventral; das pernas foram representadas apenas as ancas (quadris). 1, buccula; 2, gula; 3, propleura; 4, Dropleura; 5, mesosternum; 6, mesoepisternun; 7, mesoepimeron; 8, orifício (ostiolo) e canal da glândula odorífera; 9, metaepisternum; 10, luetaepimeron; 11, estigmas respiratórios dos urosternitos 2-6; 12, áreas estridulatórias; 13 e 14, segmentou da genitália; 15, 7º urosternito; 16, 6° urosternito; 17, 2º urosternito; 18, 4° segmento do labium; 19, 3° segmento do labium; 20, 2º segmento do labium; 21, metasternum; 22, prothorax; 23, 1º segmento do labium; 24, labrum; 25, tylus (clipeo).
HEMIPTERA
Alem
das
espécies
terrestres,
5
que
constituem
a
maioria,
ha as aquáticas e semi-aquáticas. Desenvolvem-se p o r p a u r o m e t a b o l i a . 237. Anatomia externa. - Cabeça.- Em geral pequena, livre, porem pouco movel, de aspecto variavel nos diversos gêneros, apresentando-se quasi sempre dividida em regiões bem distintas, algumas sob a forma de lobos, limitadas por sulcos longitudinais ou pregas mais ou menos aparentes, que podem ser apreciadas nas figuras que aquí apresento. Vê-se, assim, a região frontal, compreendendo toda a parte superior da cabeça (anterior em Corixidae e Notoneetidae), apresentando adiante 2 sulcos longitudinais divergentes (ramos anteriores da sutura epicraneana), limitando entre si uma região considerada como o epistoma ou clypeus, sob a forma de lobo estreito e alongado, tambem chamado tilus ou lobo central da fronte, mais ou menos distintamente separado dos lobos laterais (processsos frontais) ou jugae (impropriamente, genae de alguns autores). Em relação com estas partes, adiante ou inferiormente e de cada lado do segmento basal do rostro, por vezes mesmo ocultando-o lateralmente, ha expansões mais ou menos salientes (bucculae), cujo aspecto e extensão têm certa importância na classificação de alguns grupos de Hemipteros. Geralmente a região post-ocular da cabeça é relativamente curta, ficando encaixada na escavação protoráxica anterior. Ha, porem, Hemipteros que a apresentam prolongada, formando um colo mais ou menos alongado, como se vê em alguns Ligeideos e Reduviideos, ou consideravelmente dilatada como nos Enicocefalideos. Olhos, Em
algumas
dunculados.
em
geral,
espécies, Ausentes
bem porem, em
desenvolvidos, muito
inteiros
salientes
Termitaphididae
ou e
e
sesseis.
mesmo
pe-
Polyctenidae.
Ocelos (2) presentes na maioria das espécies e situados entre os olhos ou para trás.
6
INSETOS DO BRASIL
Antenas de 3 a 5 segmentos, em geral filiformes ou subfiliformes, inseridas aos lados da cabeça em tubérculos
Fig. 220 - Diactor bilineatus (Fabr., 1803) (Coreidae). Tipo de rostro de Hemiptero sugador de seiva: 1, buccula; 2, labrum; 3, estiletes bucais fora do labium, que é dividido em 4 segmentos; 4, tylus; 5, juga; 6, tubérculo antenífero.
anteníferos
mais
abaixo
uma
de
ou linha
menos
salientes,
imaginária
tirada
situados do
centro
acima do
ou olho
HEMIPTERA
7
ao ápice do clypeus. Nos Hemipteros terrestres e em muitos aquáticos as antenas são perfeitamente visíveis por serem mais longas que a cabeça (subordem Gymnocerata); na maioria dos Hemipteros aquáticos ficam escondidas em fossetas situadas sob a cabeça (subordem Cryptocerata). Aparelho bucal picador e sugador, representado por um rostrum ou haustellum, de labium segmentado, mais ou menos alongado nas espécies fitófagas, porem, curto, atingindo apenas as ancas ou quadris anteriores, nas espécies predadoras ou hematófagas.
Fig. 221 - Zelus leucogrammus (Perty, 1834) (Reduviidae). Tipo de rostro de Hemiptero predador. Em linhas pontilhadas vêm-se os estiletes bucais e adiante do olho a bomba salivar (seringa).
Nos Hemipteros predadores o rostro não raro se apresenta curvado em forma de gancho, formando-se entre a gula e ele, em repouso, um ângulo curvilíneo de abertura relativamente larga (fig. 221).
8
INSETOS DO BRASIL
Nos Hemipteros fitófagos e nas espécies hematófagas o rostro é reto e, em repouso, fica mais ou menos paralelo ou encostado à região gular (figs. 220 e 222). O rostro é constituido pelo labium dividido em 3 a 4 segmentos, transversalmente enrolados em forma de goteira ou bainha, e com os bordos laterais superiormente aproxi-
Fig. 222 - Triatoma sordida (Stal, 1809) (Reduviidae, Triatominae). Tipo de rostro de Hemiptero hematófago
mados, exceto no segmento basal, onde cada vez mais se afastam para a articulação com a cabeça, deixando um espaço triangular que é ocupado pelo labrum. Este, no extremo basal, como em todos os insetos, está em relação com o clypeus, que, nos Hemipteros, é, chamado tylus. A ponta do labrum geralmente não excede ou pouco excede o primeiro segmento do labium; às vezes, porem (Corixidae), estende-se até a ponta deste. Na bainha, formada pelo lábio, alojam-se as outras peças do aparelho bucal (trophi), que são estiliformes, duas externas, as mandíbulas, serradas no ápice e duas internas, as maxilas, reduzidas à peça intermaxilar ou lacínia, de ponta simples. As maxilas apresentam duas escavações ou sulcos longitudinais nas faces que se tocam, resultando, do seu encaixamento, a formação de dois canais paralelos, um superior
HEMIPTERA
9
(ou anterior) por onde passa o alimento líquido aspirado pela faringe e outro inferior (ou posterior), por onde se escoa a saliva. Em quasi todos os Hemipteros não ha palpos, nem maxilares, nem labiais. Dentro da cabeça, como em Thysanoptera, os estiletes bucais divergem e se alargam para as respectivas bases, as quais se acham em relação com músculos protratores e retratores, cujas contrações rápidas e sucessivas determinam, respectivamente, a penetração e a retirada dos estiletes. No ato de picar e de sugar o labium não penetra nos tecidos perfurados pelos estiletes mandibulares e maxilares. De início fica verticalmente disposto, porem, à proporção que os estiletes vão entrando, dobra-se ao nivel das articulações inter-segmentares, formando uma linha quebrada. Em geral tais lancetas são pouco mais longas que o rostrum, de modo que não podem ir muito alem da ponta do mesmo; nos Hemipteros micetófagos, porem, elas se apresentam consideravelmente alongadas, podendo, mesmo ter 5 a 6 vezes o comprimento do corpo. Neste caso, a parte proximal do feixe de estiletes, que excede a que se acha no rostrum, ou fica alojada na cabeça como uma mola de relógio (Aradidae), ou se dispõe num grande diverticulo membranoso na base do segundo segmento labial (Bozius e Coplosomoides) (Plataspididae), ou num longo saco (crumena), que se estende, internamente, da cabeça até a base do abdomen (Tropidotylus) (Plataspididae) (CHINA, 1931). Em Prolobodes (Cydnidae), segundo verifiquei (figura 276), observa-se t a m b e m a q u e l a disposição dos estiletes. Relativamente aos tipos de aparelho bucal e de tubo digestivo nos Hemipteros, conforme o regime alimentar que apresentam, ha toda a conveniência em se ler o interessante estudo de ELSON (1937). Quando tratar da ordem Homoptera, apresentarei a explicação dada por WEBER (1928, 1930, 1933), para o me-
10
INSETOS DO BRASIL
canismo da penetração e retração do feixe de estiletes quando estes são extremamente alongados. Torax. - Visto de cima e com as asas em repouso, é quasi que exclusivamente representado pelo pronotum, geralmente trapezoidal, subtrapezoidal ou hexagonal, em relação imediata com um mesoscutellum triangular, às vezes extraordinariamente desenvolvido (Scutelleroidea). O pronotum pode ser simples ou provido de expansões laterais ou de espinhos. Em algumas espécies de pronotum hexagonal os ângulos laterais são consideravelmente desenvolvidos, apresentando-se prolongados em espinho ou corno. Tambem os ângulos anteriores e os posteriores podem ser mais ou menos salientes, em tubérculo ou espinho. No disco do pronotum, como no scutellum, pode haver tambem espinhos mais ou menos alongados. Esternitos bem desenvolvidos, em geral reunidos com os respectivos pleuritos; estes com o episternum e o epimeron distintos ou fundidos. Pernas, em geral, de tipo ambulatório ou gressório, às vezes, porem, as anteriores ou as posteriores modificadas em tipos especiais de adaptação (pernas anteriores fossórias ou raptórias, posteriores saltatórias ou natatórias). Em algumas espécies as tíbias do par posterior apresentam conspícuas expansões foliáceas, como por exemplo no Coreideo Diactor bilineatus (Fabr., 1803), do maracujá. Tarsos geralmente de tres artículos, com o pretarso provido de duas garras curtas e recurvadas; entre elas pode haver ou não um pulvilo ou arólio. Ha Hemípteros dímeros e alguns monomeros, isto é; com um artículo tarsal apenas, em forma de garra simples. Asas (4), como as pernas, de aspecto variavel. As posteriores são membranosas com poucas nervuras. As anteriores (hemielitros ou hemelitros), na maioria das espécies, apresentam aspecto peculiar. Nelas se vêm duas partes bem distintas: uma coriácea, basal, chamada corium, e outra membranosa, apical, a membrana. O corium apresenta, ou não, nervuras mais ou menos salientes e uma peça
HEMIPTERA
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do lado interno, separada do resto ou campo principal do corium, por uma sutura ou sulco (sutura clavi), do ângulo humeral ao ângulo basilar interno da membrana (angulus internus). A esta espécie de apêndice do corium dá-se o nome de clavus (figs. 223-225). Em muitas espécies a parte externa do corium, em sua maior extensão, pode ser nitidamente separada do resto, por uma sutura longitudinal. A tal parte assim diferenciada dá-se o nome de embolium (fig. 225). Finalmente chama-se cuneus a uma porção triangular, inferior, nitidamente separada do resto do corium, que,
Fig. 223 - Hemelitro de um Mirideo (X 15) (Desenho de Toledo, oferecido por Cesar Pinto).
como uma membrana.
cunha,
penetra
no
ângulo
basilar
externo
da
A membrana ou não tem nervuras ou estas são mais ou menos numerosas, formando ou não células. A forma e as dimensões dos hemelitros, a disposição, das nervuras e células na membrana, têm grande importância na sistemática dos Hemipteros. cteres
As asas inferiores, taxionômicos.
em
geral,
não
oferecem
bons
cara-
Em repouso os hemelitros se entrecruzam, com as membranas superpostas e o bordo, interno do clavo formando um ângulo de abertura anterior, na qual se vê o escutelo.
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INSETOS DO BRASIL
Em
asas,
muitas
pode
espécies,
haver
tipos
conforme
o
desenvolvimento
diferentes
de
adultos:
das
macroptero,
Fig. 224 - Hemelitro de Pachylis pharaonis (Herbst, 1784) (Coreidae) (X4). 1, clavus; 2, cubitus; 3, sutura clavi (prega anal); 4, nerv. mediana; 5, angulus clavi; 6, angulus internus; 7, nerv. r-m; 8, membrana; 9, sutura membranae; 10, corium: 11 e 12, ramos de radius; 13, embolium; 14, costa. (Desenho oferecido por Cesar Pinto).
HEMIPTERA
intermediário ou é quasi sempre
braquíptero e a fêmea que
13
áptero. Quando tal sucede apresenta esse polimorfismo.
Abdomen. - De 9 segm en tos no macho e 10 na fêmea (1º segmento muito reduzido), geralmente plano ou côncavo na face tergal, mais ou menos convexo na face esternal. Os Hemipteros não possuem cercas e quasi sempre são desprovidos de outros apêndices abdominais; apenas algumas espécies aquáticas apresentam apêndices respiratórios caudais.
Fig. 225 - Hemelitro de um Antocorídeo (X 25) 1, clavus; 2, membrana; 3, embolium (Desenho de Toledo, oferecido por Cesar Pinto).
Apesar dos orgãos genitais externos, em ambos os sexos, não serem tão conspícuos como em outros insetos, é facil distinguir o macho da fêmea pela configuração dos segmentos terminais do abdomen. Vários Hemipteros apresentam um ovipositor bem desenvolvido, constituido por tres pares de gonapofises. Em muitos Hemipteros as margens laterais do abdomen apresentam-se achatadas e mais ou menos salientes. A essa parte do abdomen dá-se o nome de connexivum.
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238. Anatomia interna. - Tubo digestivo. - O canal sugador do rostrum, na parte proximal, continua-se com o canal faringeo e este com o esôfago, em geral, curto. Na região dorsal do faringe sugador, sempre bem desenvolvido, inserem-se os músculos dilatadores, que se fixam à parede do epicrâneo. Proventrículo ausente. Mesentério (enteron) dividido em tres a quatro regiões distintas, as vezes nitidamente separadas por um estrangulamento.
Fig. 226 - Anasa tristis (De Geer, 1773) (Coreidae). Corte longitudinal mediano da cabeça. Br, cérebro; CMcl, músculos circulares da faringe; DICb, dilatadores do cibarium (bomba sugadora) Hphy, ipofaringe; Oes, esôfago; Phy, faringe; Pmp, bomba sugadora (ou cibarium); SID, canal salivar; SoeGng, ganglioinfraesofagiano; Syr, seringa salivar; Tnt, tentorium (De Breakey, 1936).
As espécies fitófagas geralmente apresentam, na metade posterior da região posterior do mesentério, cegos gástricos, ora sob a forma de tubos mais ou menos alongados, em número variavel segundo as espécies ou mesmo peculiar a cada sexo, ora em grande número, com o aspecto de curtas criptas. Dentro dos cegos gástricos ha sempre grande quantidade de bactérias simbióticas, que passam de uma para outra geração, como demonstrou GLASGOW (1914), a quem
HEMIPTERA
15
se deve um estudo notavel destes divertículos gástricos nos Hemipteros. Proctodaeum (intestino posterior) relativamente curto, representado por uma pequena vesícula anterior, que recebe quatro tubos de Malpighi (às vezes dois), e por uma grande câmara rectal posterior. Em alguns Hemipteros cada tubo de Malpighi é diferenciado em duas ou tres partes. WIGGLESWORTH (1931), estudando os tubos de Malpighi de Rhodnius prolixus, verificou que cada um é constituído por uma ampola basal, em relação com o intestino, e pela parte tabulosa, cuja estrutura bruscamente se modifica entre o terço proximal e os dois terços distais. Alem desta diferença histológica ha tambem diferenças notáveis no conteudo do lumen em cada uma dessas porções. Tambem é interessante consignar, ainda segundo aquele autor, que as células da parede de cada ampola se prolongam em finos processos, que se projetam dentro da cavidade do proctodaeum. Glândulas salivares ordinariamente bem desenvolvidas, constituídas, de cada lado, pela glândula principal, geralmente acinosa e lobulada e por uma glândula acessória tubulosa, muito alongada nas espécies fitófagas, mais curta e espaçosa nas predadoras e hematófagas, cujo canal excretor, geralmente longo e sinuoso, se reune ao da glândula principal num canal excretor único. Da reunião dos dois canais excretores, da glândula direita e da esquerda, resulta o canal excretor comum, que se abre na chamada bomba salivar ou seringa (v. fig. 221) situada no hipofaringe. A cavidade deste orgão está em comunicação com o canal salivar das maxilas mediante um tubo de escoamento (canal da bomba ou meato salivar) que se abre no ápice do hipofaringe. A parte da seringa, em relação com o canal excretor das glândulas salivares, é fortemente invaginada (diafrágma) e suporta um curto apodema (pistilo), no qual se inserem dois músculos retratores, que se fixam nas partes laterais do hipofaringe. Pela contração destes músculos e consequente retração do pistilo a cavidade da seringa torna-se mais
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INSETOS DO BRASIL
ampla; inversamente, pelo seu relaxamento, a parede da seringa se invagina, determinando a penetração do pistilo e estreitamento da cavidade da seringa. No primeiro tempo a saliva é aspirada do canal excretor das glândulas salivares e, no segundo, é expelida, através do canal da bomba, para o canal salivar das maxilas. Em alguns Hemipteros, segundo WEBER (1930), os orifícios de entrada e de saida da bomba apresentam dispositivos valvulares que impedem o refluxo da saliva. A saliva, nas espécies fitófagas, hidroliza os hidratos de carbono, sendo capaz de dissolver a celulose e de plasmolizar as células vegetais, facilitando a penetração dos estiletes do rostrum. Nas espécies hematófagas, alem da ação irritante ou tóxica, apresenta uma anticoagulina, estudada por CORNWALL & PATTOX (1914). Aparelho respiratório ordinariamente em relação com 10 pares de estígmas: dois toráxicos e oito abdominais (do 1º ao 8º urômero). A posição dos estígmas ou espiráculos abdominais, em relação com os bordos de cada segmento, interessa particularmente na determinação dos vários grupos de Hemipteros. Nos Hemipteros aquáticos observam-se modificações notáveis para o lado desses orgãos respiratórios, que se apresentam fechados, atrofiados ou mesmo modificados em estruturas especiais (falsos espiráculos), considerados ora como orgãos respiratórios especiais (BUENO, 1916), ora como orgãos sensoriais de função estática, sensíveis à variação de pressão (BAUNACKE, 1912). Todavia, nos insetos que os apresentam, ha tambem estígmas funcionais e abertos. Assim, em Nepidae, cujas espécies têm falsos espiráculos no 3º, 4º e 5º urômetros, o 7º urosternito apresenta-se prolongado em dois longos processos, que, reunidos, formam um tubo alongado em relação na base com o último par de estígmas. O sistema circulatório dos Hemípteros tem sido pouco investigado pelos autores. No velho trabalho de LOGY (1884) sobre anatomia e fisiologia dos Nepideos, encontram-se in-
HEMIPTERA
dicações sobre o vaso dorsal da família Belostomatidae).
em
17
Lethocerus
(barata
dágua
BROGHER (1909) fez um estudo interessante sobre os orgãos ou membranas musculares pulsáteis nas pernas de alguns hemipteros aquáticos, situados na base do 1º articulo tarsal das pernas anteriores e na base tias tíbias das demais pernas. Glândulas odoríferas. Os Hemipteros, em sua maioria, apresentam glândulas odoríferas cuja secreção geralmente tem cheiro repugnante, aliás caracteristico de um grande grupo de espécies ("cheiro de percevejo"). Entretanto ha Hemipteros (Pachycoris) cuja secreção tem odor peculiar, sinão, agradavel, pelo menos suportavel. Nas formas jovens as glândulas odoríferas estão situadas no abdomen e os respectivos canais excretores terminam em saliências ou tubérculos situados nos urotergitos (bordo, anterior) 4-6, 4-5, 5-6 ou somente no urotergito 4. Nos adultos ha uma glândula metatoráxica, geralmente volumosa, com dois canais excretores, cada um terminando na superfície do tegumento, numa fenda (canal ostiolar) ou orifício (ostiolo) bem visível adiante ou ao lado da anca posterior (v. fig. 219). O aspecto destas fendas é aproveitado na classificação, de vários grupos de Hemipteros. Contrastando com o aspecto do resto do tegumento, em geral mais ou menos polido, a superfície da metapleura, em relação com o orifício secretor, apresenta-se fosca, rugosa ou granulada, de modo a facilitar a evaporação rápida do líquido secretado. Sistema nervoso muito concentrado. Não raro os gânglios meso e metatoráxicos e abdominais se reunem num só gânglio; em casos extremos, porem, observa-se maior concentração, dela resultando um só gânglio formado pela coalescência de todos os gânglios ventrais. (Sobre o sistema nervoso não só dos Hemipteros, como dos Homopteros, convem ler o trabalho de BRANDT).
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INSETOS DO BRASIL
Testículos constituidos por um feixe de folículos, cujo número é variavel segundo as espécies, em relação com vasos deferentes, dilatados em vesículas seminais na parte proximal. Glândulas anexas sempre bem desenvolvidas, em relação com o canal ejaculador. Ovários compostos por alguns ovaríolos (4 a 7) de tipo acrotrófico (telotrófico), isto é, providos de células nutridoras situadas na câmara terminal do ápice do ovaríolo, que se mantêm ligadas aos oocytos em desenvolvimento, mediante conexões protoplásmicas. Anexas à vagina, que se abre no 8º urosternito, ha uma espermateca e duas ou tres glândulas coletéricas. 239. Reprodução. - Os Hemipteros, em geral, reproduzem-se por anfigonia e são ovíparos. Ha, entretanto, espécies vivíparas (Polyctenidae). Os ovos podem diferir no aspecto e no tipo de estrutura do chorion. Pode dizer-se, entretanto, e de um modo geral, que possuem um chorion resistente, provido ou não de canalículos ou de saliências de arejamento, e que são ou não distintamente operculados. Ora são postos separadamente, ora colados, um ao lado do outro, formando grupos, tendo um número de ovos mais ou menos constante. As espécies fitófagas fazem as posturas sobre as folhas. Muitas, porem, providas de ovipositor, fendem os tecidos das plantas, depositando os ovos no fundo das incisões (posturas endofíticas). 240. Desenvolvimento post-embrionário. - Os Hemipteros são paurometabólicos. Observam-se, geralmente, cinco ecdises, até o inseto atingir a fase adulta, que é assim precedida de cinco estádios de formas jovens, sendo as duas primeiras apteras e as tres seguintes providas de tecas alares. Estas, por alguns autores, são designadas ninfas e aquelas larvas. Excepcionalmente pode observar-se um número, maior de ecdises.
HEMIPTERA
19
É após a quinta ou última muda, quando o inseto fica adulto, que os tarsos, até então de dois artículos, passam a ter tres; é lambem nessa ocasião que desaparecem as glândulas odoríferas abdominais, sendo substituidas pela glândula metatoráxica. 241. Hábitos e importância econômica. - Os He mipteros, em sua maioria, são insetos terrestres. Ha, porem, muitas espécies aquáticas ou semiaquáticas. Estas são predadoras, como lambem o são algumas famílias de Hemipleros terrestres c mesmo várias espécies pertencentes a famílias de Hemipteros filófagos. Dentre os. Hemipteros fitófagos encontram-se algumas que causam grandes danos às plantas cultivadas. Tais danos resultam: das picadas feitas com as mandíbulas e maxilas, que permitem a penetração de microorganismos saprogênicos ou patogênicos; da sucção da seiva ou de cloroleucitos; da ação irritante, tóxica ou infectante da saliva quando contenha toxinas ou esteja contaminada por agentes patogênicos (v. CARTER (1939) e STOREY (1930). Os Hemipteros predadores, em sua maioria, atacam outros insetos para sugar o hemolinfa. Conhecem-se tarobem espécies fitófagas das familias Pentatomidae (subfam. Asopinae), Coreidae, Lygaeidae, Pyrrhocoridae e Miridae, que podem representar papel saliente no combate a insetos inimigos das plantas. Vários percevejos da subfam. Triatominae (Reduviidae) e todos os da família Cimicidae, são hematófagos, alimentando-se do sangue de mamíferos ou de aves. Daí a importância médica de alguns destes Hemipteros, que podem ser os exclusivos transmissores de germes patogênicos, como, por exemplo, os barbeiros (Triatoma spp.), que transmitem o Trypanosoma da doença de CHAGAS. 242. Meios de combate . - No comb ate aos Hemipteros, evidentemente, devem ser empregados os seguintes processos: aplicação de insecticidas que atinjam o corpo dos in-
20
INSETOS DO BRASIL
setos jovens (insecticidas externos), meios mecânicos, isto é, colheita e destruição dos ovos, jovens e adultos, em certos casos precedidos de processo destinado a reunir os insetos (armadilhas), meios físicos, ou o emprego do fogo, meios culturais e meios biológicos pelo aproveitamento de predadores e de parasitos. Os principais parasitos dos Hemipteros são, microimenopteros das superfamílias Chalcidoidea e sobretudo Serphoidea (Proctotrypoidea). De Chalcidoidea ha várias espécies parasitas de ovos da família Mymaridae. De Serphoidea ha muitas espécies da família Scelionidae que infestam ovos de vários Hemipteros, algumas de grande importância econômica. Citarei tambem moscas da família Gymnosomatidae que parasitam principalmente Hemipteros das famílias Pentatomidae, Scutelleridae e Pyrrhocoridae. 243. Classificação. - Na ordem Hemiptera ha cerca de 22.000 espécies descritas, que habitam principalmente as regiões tropicais, distribuidas em duas subordens: Gymnocerata e Cryptocerata, que se distinguem, como já vimos, pelo aspecto das antenas. Em Gynmocerata, com a maioria das espécies (cerca de 21.000), as antenas são perfeitamente visíveis, por serem mais longas que a cabeça. Quasi todos os Hemipteros desta subordem são terrestres e, quando aquáticos, vivem sobre a água ou em local encharcado. Em Cryptocerata as antenas raramente são expostas, por ficarem escondidas sob a cabeça ou alojadas em uma escavação perto dos olhos. Todos estes Hemipteros são aquáticos. Cada uma destas subordens compreende várias famílias, que se distinguem pelos caracteres mencionados nas chaves seguintes.
HEMIPTERA Suordem 1
GYMNOCERATA
21
(Geocorizae)2
Cabeça mais curta que o torax em toda a sua extensão. 2 Cabeça tão ou mais comprida que o torax em toda a sua extensão; corpo linear; pernas finas e muito longas; espécies semi-aquáticas .........................................................................
1'
............................................................... Hydrometridae (Limnobatidae) Unhas, pelo menos as dos tarsos do par anterior, distintamente preapieais; ápice do último artículo tarsal mais ou menos dendido; espécies semi-aquáticas ........................................ 3 Todas as unhas apicais; último artículo tarsal inteiro. ................................ 4
2(1)
2' 3(2)
Pernas médias e posteriores muito compridas, aproximadas entre si, porem mui distantes das anteriores; ocelos presentes, às vezes quasi invisíveis; rostro de 4 segmentos, sendo o 1º muito curto ...................................................... ..................................................................... Gerridae (Hydrobatidae; Pernas médias e posteriores não muito compridas; equidistantes entre si (exceto em Rhagovelia): ocelos obsoletos ou ausentes: rostro de 3 segmentos ............................ Veliidae
4(2')
Olhos ausentes; scutellum invisivel .................................... 5 Olhos presentes; scutellum sempre visivel ....................................... 6 Cabeça
provida
de
etenídeos;
rostro
de
3
segmentos.
hemelitros esquamiformes, sem membrana; tarso do 3 artículos, embora aparentemente quadriarticulados; .................... ectoparasitos de morcegos ...................................................... Polyctenidae Cabeça sem etenídeos. rostro de 4 segmentos; totalmente apteros; tarsos de 2 artículos; espécies termitófilas ...................... .................................................... Termitaphididae (Termitocoridae)
5'
6(4')
Hemipteros muito pequenos, os dois primeiros segmentos antenais muito curtos, os 2 últimos longos, finos e pilosos, o 3° dilatado na base; rostrum de 3 segmentos; nervuras dos hemielitros formando células; arólios (pulvilios; ausentes .................................................................................. .............................. Cryptostemmatidae (Ceratocombidae; Dipsocoridae) Hemipteros apresentando outra combinação de caracteres ...................................................................................................... 7
6'
2
Gr. Gr.
gimnos, nú; ceras, corno. gea, terra; coris, percevejo.
22 7(6)
7' 8(7)
8' 9(8)
9'
INSETOS DO BRASIL Rostro do 4 segmentos, às vezes o basal muito curto; neste caso, ver tambem 7' ........................................................... 8 Rostro de 3 segmentos .................................................................. 32 Hemelitros reticulados ou areclados ................................................ 9 Hemelitros não reticulados ou areolados .................................... 10 Pronoto prolongado atrás em um processo que cobre o (Tingidae; Tingididae) escutelo Tingitidae Pronoto não prolongado atrás; esculeto livre. Piesmidae
10(8) 10
Ocelos
ausentes
....................................................................
11
Ocelos
presentes
..................................................................
17
11 (10)
11
Arólios Arólios
ausentes presentes
..................................................................... ....................................................................
12 15
12(11) 12'
Hemelitros Hemelitros
13(12) 13'
Embolium Embolium
14(12')
Corpo chato; tarsos geralmente de 2 artículos ........................ ............................. Aradidae incl. Isodermidae e Disodiidae) Gorpo não deprimido; larsos de 3 artículos .............. Nabidae
14,
15' 16(15') 16'
com sem
cuneus cuneus
distinto indistinto
......................................................... ..........................................................
13 14
.............................................. Termatophylidae ..................................... Miridae (Capsidae)
Membrana apresentando algumas nervuras longitudionais .................................................. Lygaeidae (algumas espécies) Membrana com as nervuras conspícuas formando células basais ................................................................................. 16
Membrana apresentando 2 ou 3 grandes células basais, das quais se originam várias nervuras que, em geral, se anastomosam perto das células ................ Pyrrhocoridae Membrana, na base, com 1 ou 2 células fechadas, sem nervuras longitudinais, ou raramente, emitindo algumas nervuras que não se anastomosam ........................... ................................................................. Miridae (Capsidae)
17(10) 17'
Arólios Arólios
ausentes presentes
..................................................................... ....................................................................
18 20
18(17) 18'
Cabeça vertical; hemelitros com cuneus; membrana com 1 ou 2 células ou uma nervura apenas ....... Isometopidae Cabeça horizontal; hemelitros sem cuneus; membrana com
19(18') 19'
várias nervuras ................................................................. 19 Tarsos de 3 artículos .................................................. Nabidae Tarsos de 2 artículos ............................................. Joppeicidae
HEMIPTERA 20(17')
20'
21(20) 21'
22(21)
22' 23(21') 23'
24 (23')
24'
25 (24')
25'
26(20')
26'
27 (26') 27'
23
Articulação das antenas com a cabeça invisivel, quando se examina o inseto pelo lado dorsal; eseutelo sempre grande, às vezes cobrindo todo o abdomen; no mínimo de c o m p r i m e n t o i g u a l à m e t a d e d o c o m p r i m e n t o d o abdomen .............................................................................. 21 A r t i c u l a ç ã o das a n t e n a s c o m a e a b e ç a p e r f e i t a m e n t e v i sivel quando se examina o i nseto pelo lado dorsal; escutelo geralmente pequeno ou mesmo invisivel ................................... 26 T í b i a s p r o v i d a s de f i l e i r a s de e s p i n h o s , m a i s ou m e n o s r o bustos; pernas anteriores fossórias .................................. 22 Tíbias desprovidas de espinhos robustos, embora às vezes se apresentem densamente pilosas ................................... 23 Scutellum convexo cobrindo quasi todo o abdomen e os hemelitros Thyreocoridae (Coriraelaenidae) Seuteilum plano, deixando bem visíveis os hemelitros e, sob estes, o abdomen .......................................... Cydnidae Escutelo plano, deixando bem visíveis o abdomen e os hemelitros ........................................................ Pentatomidae Eseutelo convexo, cobrindo quasi todo o abdomen e os hemelitros ........................................................................... 24 Tarsos de 2 atículos ................................................................... Plataspididae (Coptosomidae; Coplosomatidae; Plataspidae ) Tarsos de 3 artículos ............................................................ 25 Lobos do protorax com um dente ou lobo saliente adiante dos ângulos humerais e anteriores; olhos protuberantes; asas posteriores sem hamus ........................................... .......................................... Podopidae (Graphosomatidae) Lobos de prolorax sem dente ou lobo saliente adiante tios ângulos humerais e anteriores; asas posteriores com hamus ............................................................... Scutelleridae Corpo muito estreito cabeça apresentando uma incisão transversal adiante dos ocelos; primeiro segmento das antenas e fêmures dilatados na extremidade distal; membrana com 4 ou 5 nervuras longitudinais simples (Berytidae) ............................................................ Neididae Insetos que não apresentam a combinação de caraeberes acima mencionada ............................................................ 27 Tarsos de 2 artículos; espécies pequenas, semi-aquáticas. ....................................................................................Hebridae Tarsos de 3 artículos ........................................................... 28
24 28(27')
INSETOS DO BRASIL Membrana
com
paralelas transversa
28'
Membrana
multas
bifurcadas basal com
nervuras e
salientes,
originando-se
em do
goral uma
quasi nervura
........................................................
poucas
nervuras,
dispostas
de
modo
29 dife-
rente ao assinalado em 28, ou sem nervuras ............ 31 4º
urotergito dulas
estrangulado
metatorácicas
no
meio;
obsoleta;
atrás das cavidades sulcos divergentes
aberturas
quando
das
visíveis,
coxais posteriores e ......................................
glânsituadas
emitindo 2 Corizidae
29'
A margem basal do 4 ° e do 5º urotergitos sinuada; aberturas das glândulas metatorácicas sempre visíveis. 30
30(29')
Cabeça muito mais estreita e mais curta que o buculae extendendo-se para trás da inserção tenas ...........................................................
30'
Cabeça quasi tão larga e tão comprida quanto o protorax; buculas pequenas, situadas adiante da inserção das antenas ............................... Coryscidae (Alydidae;
31 (28')
Membrana sem nervuras Colobathristidae Membrana com 4 ou 5 nervuras longitudionais simples, partindo da base; às vezes as 2 internas formam uma célula perto da base ......................................................................... ...................... Lygaeidae (Geocoridae; Myodochidae)
31'
31'
Membrana se
apresentando
originam
região
várias
Australiana)
3
grandes
nervuras
células que
se
..............................
basais
protorax; das anCoreidae
das
anastomosam
quais (da
Hyocophalidae
32(7')
Cabeça globosa atrás dos olhos; pronoto dividido em 3 lóbulos; hemelitros totalmente membranosos, com nervuras longitudinais e poucas nervuras transversais; tarsos anteriores de um artículo, posteriores de 3 ................. .......................... Enicocephalidae (Henicocephalidae)
32'
Hemipteros que não apresentam a combinação de caracteres assinalada em 32 ...................................................... 33
33(32')
Pernas do par anterior curtas, robustas, raptatórias, de conformação peculiar, anca muito alongada, femur curto, consideravelmente dilatado e inferiormente canaliculado, para alojar a tíbia tarso reduzido ou ausente ............................... Phymatidae (Macrocephalidae)
33'
Pernas do par anterior não do tipo descrito em 33 ................... 34
HEMIPTERA
25
Corpo mais ou menos oval e achatado; ocelos ausentes. 35
34'
Corpo de forma diferente; ocelos geralmente presentes (em algumas espécies de Saldidae ha um ocelo apenas e nas formas apteras de Mesoveliidae os ocelos são obsolescentes) ......................................................................... 36
35 ( 34)
Hemelitros de aspecto normal, embora deixando o abdomen descoberto aos lados e atrás; tarsos raramente com mais de 2 artículos. ................................................ Aradoidea
35'
Hemelitros representados por 2 escamas muito curtas, sem membrana, deixando (3 abdomen todo descoberto; tarsos de 3 artículos (percevejos do homem, dos morcegos e das aves) ........................................................................... .......................... Gimicidae (Acanthiidae auel.; Clinocoridae)
36(34) 36
Hemelitros Hemelitros
37, 36 37'
Embolium distinto ..................................................................... 38 Embolium indistinto .......................................................... Velocipedidae
38(37) 38'
Tarsos de 3 artículos ...................................................... Anthocoridae Tarsos de 2 artículos .................................................... Microphysidae
com sem
cuneus cuneus
.......................................................... ..........................................................
37 39
Tarsos de 3 artículos .......................................................... 40 Tarsos, de todas as pernas, de 2 artículos .............................. 45 40 (39)
Hemelitros muito curtos; asas ausentes; ocelos ausentes. .................................................................................. Aepophilidae Outros caracteces ........................................................................... 41
41(40')
41'
Membrana com 4 ou 5 células basais alongadas, uma ao lado da outra (espécies com menos de 10 mm. de comprimento). Saldidae (Acanthiidae de alguns autores) Membrana de tipo diferente, ou insetos apteros .......... 42
42 (41')
Hemelitros
ausentes
semi-aquáticas
ou
membrana
sem
nervuras;
.......................................
espécies
Mesoveliidae
42'
Hemelitros tintas
presentes e membrana com nervuras ................................................................................
43 (42')
Prosternum gmentos
sem sulco estridulatório; rostrum de ........................................................................
43'
Prosternum em quasi todas dulatório; rostrum de 3
dis43
4 seNabidae
as espécies com sulco estrisegmentos .............................. 44
26
INSETOS DO BRASIL
44 (43')
Pernas anteriores com ancas ou quadris muito mais longos que a cabeça, lembrando o aspecto das pernas raptórias dos louva-deus; as demais muito finas e alongadas; corpo linear, mais ou menos alongado; ocelos ausentes. ........................................................... Ploiariidae (Emesidae)
44'
Pernas anteriores com as ancas não mais longos que a cabeça, apenas com os fêmures um pouco mais dilalados que nas outras pernas, que em geral são mais ou
menos
robustas;
presentes
corpo
não
linear;
ocelos
geralmente
...............................................................
Reduviidae
Prosternum com sulco estridulatório .............................................
45 (39')
.......................................... sem
Reduviidae
sulco
estridulatório
(gen.
Aradomorpha)
45'
Prosgernum
46(45')
Arólios
ausentes;
antenas
46'
Arólios
presentes
..............................................................
47(46')
Antenas de 4 segmentes ............................................................................... .............................. Thaumastotheriidae (Thaumastoeoridae)
47'
Antenas de 5 segmentes
de
4
........................... segmentes..
46
Joppeicidao 47
Hebridae ....................... (Nacogeidae)
Subordem CRYPTOCERATA (Hydrocorizae) 3 1
Ocelos
presentes
.................................................................
2
1'
Ocelos
ausentes
..................................................................
3
2(1)
Antenas expostas, olhos proeminentes; pernas anteriores e médias semelhantes ......... Ochteridae (Pelogonidae) Antenas escondidas, olhos mui protuberantes; pernas an-
2'
teriores raptórias ....................................................................................
Pernas
3(1')
das
anteriores médias,
artículo unhas
Gelastocoridae;
(Galgulidae ;
Nerthridae
normais com
achatado,
o
ou,
tarso
provido
quando constituido de
cerdas
Mononychidae)
de
tipo por
diferente
um
robustas
grande e
sem
................................................................................
4
Pernas anteriores distintamente raptórias .............................. 7
3'
3
Gr. Gr.
cryptos, escondido; hidor, água; coris,
ceras, corno. percevejo.
HEMIPTERA 4(3)
Cabeça,
vista
curto
cima,
excedendo
aparentemente
anterior
não
representados
vido de formes) 4'
de
27 o
prolorax;
segmentado;
por
um
rostro
tarsos
artículo
muito
do
par
achatado
pro-
cerdas robustas e sem unhas (tarsos palaeCorixidae ................................................................
Cabeça inserida no gmentos; tarsos
protorax; rostro livre, de 3 a 4 anteriores normais, provídos de
se2
unhas ....................................................................................................... 5 5(4')
Tíbias e tarsos destacada do
5
Tíbias e tarsos posteriores coto 2 fileiras de cerdas cabeça e protorax mais ou menos fundidos; espécies de
posteriores pronotum;
fortemente ciliados; cabeça bem espécies geralmente com mais
de 5 mm. de comprimento .......................................... Notonectidae
fortemente convexo, com menos de 5 mm. de comprimento ................................................................. 6 corpo
6(5')
Antenas
de
6'
Ant enas de 2 ou 1 segmentes; scutellum longo; fêmea sem ovipositov ......................................................... Helotrephidae
7(3')
Extremidade
com
3
segmentes;
ovipositor
scutellum
distinto
curto
posterior
posteriores
largo;
.................................................
do
abdomen
não
achatadas
Extremidade, 4
8(7)
sem
sifão
um
e
sem
franja
respiratório;
de
natação.
Nepidae
antenas
.................................................................................
de
8
Extremidade posterior do abdomen apresentando um par de apêndices curtos, chatos e retracteis; tíbias pestevieres achatadas e com franja de longos pelos; membrana
8´
posterior
segmentos
Pleidae
por 2 apêndices de 3 segmentos;
longos pelos, não adaptadas, portanto para a ...................................................................................... 7'
fêmea
apresentando
longo sifão respiratório, eonstituido filiformes, não retracteis; antenas pernas
e
dos
hemelitros
reticulada
.................
Belostomatidae
Extremidade posterior do abdomen sem os apêndices acima referidos; tíbias posteriores com franja de pelos, porem não achat adas; membrana sem nervuras ................. Naucoridae e Aphelochiridae (esta sem representant es na
região
neotrópica).
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HEMIPTERA
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42
INSETOS DO BRASIL
Subordem GYMNOCERATA Caracteres. - Os Hemipteros desta subordem apresentam antenas mais ou menos alongadas e sempre visíveis quando se os examina pela face dorsal. São insetos geralmente terrestres. Superfamília
SCUTELLEROIDEA4
(Pentatomoidea) 245. Caracteres e classificação. - Constituem esta grande superfamília os "percevejos do mato" e espécies afins, geralmente com antenas de cinco segmentos, inseridas em proeminências (tubérculos anteníferos) sob as margens laterais da cabeça e um escutelo grande ou muito grande, pelo menos atingindo a base da membrana. Estão incluidas nesta superfamília as seguintes famílias: (Corimelaenidae), Pentatomidae, Cydnidae, Thyreocoridae Scutelleridae, Podopidae (Graphosomatidae) e Plataspididae (Phataspidae, Coplosomalidae). As duas últimas não têm representantes na América meridional. Em Pentatomidae e Cydnidae os hemelitros são sempre mais ou menos visíveis; em Scutelleridae e Thyreocoridae o escutelo é extraordinariamente desenvolvido, cobrindo completamente os hemelitros. A superfamília Scutelleroidea é, na ordem Hemiptera, a que tem o maior número de espécies. Calcula-se haver perto de 7.000 espécies descritas. Família P E N T A T O M I D A E 5 246. Caracteres e classificação. - Os Pentatomideos distinguem-se dos demais Hemipteros da superfamília Scutelleroidea pela seguinte combinação de caracteres: scutellum geralmente plano e estendendo-se até a base da membrana, 4 5
Lat. scutella. escudela., Gr. pente, cinco; tomos, segmento.
PENTATOMIDAE
porem, quasi
quando todo
o,
mais abdomen,
desenvolvido, como
em
não
43
cobrindo
Scutelleridae
e
todo em
ou
Thyreo-
coridae; tíbias raramente espinhosas; quando espinhosas, corpo não é completamente negro como em Cydnidae,
o
Fig. 277 Euschistus triangulator (Herrich-Schäffer, 1842), (fêmea) (Fam. Pentatomidae), face dorsal: 1, 1º segmento antenal; 2, olho; 3, ângulo anterior do pronotum; 4, margem lateral (antero-lateral); 5, ângulo lateral (antero-la6, margem postero-lateral; 7, ângulo postero-lateral; 8, clavus; 9, sutura; teral); 10, corium; 11, ponto terminal do frenum; 12, sutura, membranae; 13, membrana; 14, tylus; 15, jugum; 16, vertex; 17, ocelo; 18, ápice do pronotum; 19, disco do pronotum; 20, base do pronotum; 21, scutellum; 22-26. uromeros 2-6; 27, segmento genital
Da superfamília Scutelleroidea é esta a família que possue o maior número de espécies, espalhadas por todo o mundo porem mais abundantes nas regiões oriental, etiópica e neotrópica. As espécies da região neotrópica acham-se incluídas nas subfamílias referidas na chave que apresento linhas adiante.
44
INSETOS DO BRASIL
Das subfamílias Tessarotominae e Acanthosomatinae ha poucos representantes na citada região. A subfamília Phyllocephalinae não tem espécies americanas. 1 1' 2(1)
2'
Tarsos
dímeros
Tarsos
trímeros
............................................................................
...........................................................................
2
3
Scutellum bastante desenvolvido, sem, todavia, cobrir os hemelitros completamente, apresentando, na parte dorsal, uma conspícua saliência cônica, mais ou menos alongada ............................................................... Cyrtocorinae Soutellum normal, plano .................................. Acanthosomatinae
3(1')
Corpo achatado; cabeça, torax e abdomen prolongados em lóbulos foliáceos e denticulados; antenas de 3 segmenLos, cobertas pelos prolongamentos foliáceos da cabeça. ............................................................................... Phloeinae
3'
Aspecto diferente do corpos; antenas de 5 ou 4 segmentos. bem visíveis quando se examina o insere pela face dorsal ..................................................................................... 4
4 (3')
Búculas pequenas, convergindo posteriormente sob a base do rostrum; este inserido no ápice do tylus e apresentendo o segmento basal curto, robusto e livre. Asopinae Búculas longas, paralelas ou subparalelas; rostrum inserido um pouco para trás do ápice do tilus; segmento basal geralmente delgado e em grande parte encaixado entre as bucculae ......................................................... 5
5 (4')
Espiráculos do urosternito basal expostos, não escondidos pelo metasternum ............................................. Tessaratominae Espiráculos do urosternito basal estendidos pela margem posterior do metasternum .................................................................. 6
5'
6(5')
curto, nunca prolongado alem Scutellum relativamente do meio do abdomen e com ápice largamente arredondado; membrana dos hemelitros muito maior que o corium .................................................................. Dinidorinae
6'
Scutellum geralmente prolongado alem do meio do abdomen e com ápice geralmente ponteagudo ou estreitamente arredondado; membrana dos hemelitros não muito maior que o corium .................................. Pentatominae
PENTAMIDAE
45
Subfamilia CYRTOCORINAE 6 247. Principais representantes. - As espécies que constituem esta subfamília são interessantes pelo aspecto curioso do scutellum. De fato, qualquer Cirtocorineo, visto de cima, dá-nos a impressão de uma minúscula máscara, cujo nariz é representado por um apêndice que se eleva sobre o scutellum. Representam-na os gêneros Cyphothyrea Horváth, 1916, Cyrtocoris White, 1842 e Ceratozygum Horváth, 1916, com a espécie única C. horridum (Germar, 1839) (fig. 228).
Fig.
228
-
Ceratozygum
horridum
(Germar,
1839),
(fêmea)
(Cyrtocorinae).
Esta espécie apresenta notavel dimorfismo sexual, pois, nos machos, os jugos são prolongados em dois longos processos, quasi tão alongados quanto o pronoto, tendo, cada um, um conspícuo dente no bordo externo. No Rio de Janeiro o Engenheiro Agrônomo ARISTOTELES SILVA (1936) encontrou o Cyrtocoris gibbus (Fabr., 1803), vivendo sobre galhos de bracatinga (Mimosa scabrella). Alguns autores elevaram esta subfamília à categoria de família (Cyrtocoridae). 6 Gr. cyrtos, curvo; coris, percevejo.
46
INSETOS DO BRASIL
Subfamília
PHLOEINAE 7
248. Espécies que a constituem. - Esta subfamília, tambem elevada por alguns autores à categoria de família (Phloeidae), compreende os gêneros Phloea Le Peletier & Serville, 1825, Phloeophana Kiraldy, 1908 e Serbana Distant, 1906. Excetuando este último gênero, com uma espécie de Borneo, as demais espécies de Phloea: Phloea corticata (Drury, 1773) (fig. 230) (P. subquadrata Spinola, 1837), como a espécie única de Phloeophana (P. paradoxa (Burmeister, 1835) (nec Hahn., 1834) (fig. 229), habitam o Brasil.
Figs.
229 e (fêmea)
e
239 (respectivamente) Phloeophana Phloea corticata (Drury. 1773)
paradoxo (Burmeister, (fêmea) (Phloeinae).
1835)
Estes insetos foram estudados por PEREZ (1904), MAGALHÃES (1909), R. VON IHERING (1909) e BRIEN (1930). Vivem sobre o tronco ou galhos das plantas, em perfeita homocromia com os liquens que as revestem. BRIEN, após considerações sobre a morfologia e etologia destes percevejos, em parte já estudadas por PEREZ e MAGA-
7
Gr.
phloios,
casca.
PENTATOMIDAE
47
LHÃES, comunicou algumas observações interessantes respeito à biologia de P. paradoxa (= Phloea longirostris Spinola, 1837), por ele observada no Rio de Janeiro sobre a amencatapa). doeira (Terminalia Tratando da proteção das formas jovens pela Phloea mãe, escreve o seguinte trecho: "La femeile de Phloea paradoxa pond huit à douze oculs, eylindriques parfaitament blanes, alignés sur Fécoree comme de petites perles qui seraient frés visibles. Mais la mère reste appliquée contre ses ceufs, sans que sa présence soif cependant nécessaire à leur éclosion. J'ignore to temps de cette pseudo-incubation. Mais sitôt écloses, les larves s'acerochent
aux
sternites
de
la
mère
qui
cache
et
porte
sous
le
ventre sa pelite famille. Ces larves (Figs. I, II, III el IV) dissimulées sous la mére sont blanches, pareilles, du moins à un certain stade de développement, à de petites outres gonflées
(Fig.
llI).
Elles
ne
quitteront
la
mére
qu'à
un
slade
avaneé (Fig. IV), stade ou elles ont acquis les caractères mimétiques.
Thomochromie,
Taplatissement.
les
lobos
foliacés
que nous avons signalé chez Tadulte. Il semble done bien que la Phlée maternelle protège ses petits. De plus il est bien probable qu'elle contribuo à leur nutrition. En effet jusqu'au stade roprésenté par la Fig. V. le rostre des larves est trop faible pour perforcer Técoree du Terminale catapa. D'autre part, détachées de la mére, les larves meurent d'inanition, Les larves se nourriraient-elles d'une exerétion maternelle, ou bien récolteraientelles le peu de séve qui suinte du rostre de la mère pendant la succion. Je n'ai pu faire aucune observation à ce sujet."
O meu auxiliar Charles Hathaway leve o ensejo de verificar a exatidão das observações de MAGALHÃES e de BRIEN, com uma fêmea de P. paradoxa, que vivia agarrada ao tronco de um cambuí.
48
INSETOS DO BRASIL
Subfamília ASOPINAE 8
(Cimicinae) 249. Espécies mais interessantes. - Os Pentatomideos desta subfamília podem ser considerados como insetos fiteis à agricultura, pois, em geral, são, predadores ,de ovos, larvas e adultos de insetos pragas. As espécies mais conhecidas ou atacam lagartas (larvas de Lepidópteros), ou ovos, larvas e bezouros adultos da superfamília Chrysomeloidea (v. aspecto do r o s t r u m na fig. 231).
Fig.
231 -
Fig.
232
Cabeça
de A s o p i n a e :
- Alcaeorrhynchus
1, b ú c u l a ;
grandis
2, 1º s e g m e n t o d o r o s t r u m .
(Dallas,
1851)
(Asopinae).
As primeiras formas jovens de algumas espécies sugam selva das plantas, enquanto que as ninfas e os adultos, ou são exclusivamente predadores, ou têm um regime alimentar mixto, isto é, são predadores e sugadores de seiva. Aliás na subfamília Pentatominae, principalmente representada por espécies sugadoras de selva, ha algumas que podem, facultativamente, comportar-se como fitófagas ou como predadoras. É o caso do Euschistus variolarius (Pa-
8 Etimologia desconhecida.
PENTATOSMIDAE
49
lisot de Bauvois, 1805), percevejo que, nas Estados Unidos, tem sido tambem observado sugando lagartas e a cochonilha Pulvinaria inumerabilis. Nos Asopineos, como nos Hemípteros essencialmente predadores, o mesenteron não apresenta as criptas pigmentadas onde se alojam bactérias simbióticas, presentes na maioria das espécies fitófagas.
Fig. mellipes
233 Apateticus (Bergroth, 1891)
(Eupodisus) (Asopinae).
Os nossos Asopineos mais interessantes, sob o ponto de vista econômico, foram estudados num trabalho de ARISTOTELES SILVA (1933), que trata das seguintes espécies: Oplomus (Catostyrax) catena (Drury, 1782) (fig. 234), encontrado na natureza sugando lagartas de Actinote pellenea (fam. Acraeidae), que vive em "erva de lagarta" (Eupatorium sp.). Até a primeira ecdise as formas jovens deste percevejo sugam a selva da erva de lagarta. Apatetieus (Eupodisus) mellipes (Bergroth, 1891) (figura 233). As formas jovens do primeiro estádio sugam folhas de maracujá; as dos estádios seguintes são predadoras de lagartas da borboleta do maracujá, Dione juno fam. Heliconiidae).
50
INSETOS DO BRASIL
Alcaeorhynchus grandis (Dallas, 1851) (fig. 232), enconirado na natureza depredando lagartas da borboleta do maracujá, Dione juno. Na República Argentina este mesmo inseto é predador de lagartas de Papilio thoanthoides, Megalopyge urens e Automeris coresus. Lembro-me ter visto, ha tempos, uma espécie de Oplo. nus sugando, lagartas de Alabama argillacea (curuquerê, mariposa do algodoeiro).
Fig. Fig. Fig.
234 235 236
Fig.
237
- Oplomus (Catostyrax) catena (Drury, 1.872) (Asopinae). - Coryzorhaphis leucocephala Spinola. 1837 (Asopinae). - Stirctrus (Stirelrus) smaragdalus (Lepeletier & Serville, 1328) (A sopinae). - Stiretrus (Stictonotion) decastigma (Herrich-Schäffer, 1838) (Asopinae).
Nas figuras 235, 236 e 237 estão representadas mais três espécies, aliás das mais belas desta subfamília, a saber: Sliretrus (Stiretrus) smaragdalus (Lepeletier et Serville, 1828) (= chalybaeus Herrich-Schaeffer, 1836; chrysoprasinus Herrich-Schaeffer, 1838) (fig. 236), de cor verde ou
PENTATOMIDAE
51
azul violácea brilhante; Stiretrus (Stictonotion) decastigma (Herrich-Schäffer, 1838) (= septemguttatus Germar, 1839) (fig. 237), de cor azul muito escura, com 10 máculas alaranjadas, tres no, pronotum, tres no escutelo e duas em cada hemelitro e Coryzorhaphis leucocephala (Spinola, 1837) (fig. 235), de cor geral vermelha, coral; a ponta do escutelo, os largos aneis nos fêmures e nas tíbias e grande parte da cabeça, em cima e em baixo, são de cor amarela-creme, as partes restantes da cabeça e das pernas são de cor negra.
Fig. 238 - Cabeça de Pentatominae: 1, buccula; 2, 1º segmento do rostrum
Subfamilia
DINIDORINAE9
250. Espécies que a constituem. - Desta subfamília ha na região neotrópica apenas o gênero Dinidor Latreille, 1829, aliás com poucas espécies. No Brasil encontra-se mais frequentemente Dinidor mactabilis (Perty, 1833) (fig. 254).
Subfamília
PENTATOMIDAE
251. Caracteres, etc. - É esta a subfamília de percevejos do mato que abrange a maioria das espécies de Pentatomidae. 9
Etimologia
desconhecida.
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INSETOS DO BRASIL
Vivem os Pentatomineos sobre as plantas, alimentando-se, quasi todos, de seiva. Alguns, entretanto, são eventualmente predadores, sugando a hemolinfa de outros insetos. Os ovos são colados a folhas em duas ou mais séries ou carreiras paralelas, cada uma com um número variavel de ovos. De forma variavel nas diferentes espécies, ora são esféricos, ora cilíndricos, ou com a conformação de um barril, apresentando o polo livre distintamente operculado.
Fig. 239-241 Postura de Mecistorhinus (Antiteuehus) mixtus sobre caule de Grevillea robusta: em cima, à esquerda, vista de face e consideravelmente aumentada: à direita a mesma postura vista de lado; em baixo, os mesmos ovos das figuras anteriores, vendo-se, por transparência, a cabeça da forma jovem prestes a sair (Foto Federman, ofer. Cezar Pinto).
Quando as formas jovens estão prestes a sair do ovo, vê-se, através da casca (corion) e sobre a cabeça do embrião, uma peça em forma de T, usada para romper o ovo (ruptor ovi). Tal peça, após a saida da forma joven, fica aderente à casca vasia (v. figs. 241 e 242).
PENTATOMIDAE
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252. Espécies mais interessantes. - Das várias tribus em que se divide a subfamília Pentatominae, incontestavelmente é Pentatomini a de maior importância, não somente pelo número de espécies que a constituem, como tambem pelo interesse agrícola de várias. Tambem algumas espécies das tribus Edessini e Discocephalini podem, às vezes, causar danos notáveis às plantas cultivadas.
Fig.
242
-
Polo
figura
livre
anterior,
vendo-se,
através
de
um
dos
fortemente do
forma
jovem
prestes
ovi
(Toledo
del.,
corio, a
sair
Cezar
ovos
da
aumentado, a
cabeça e
Pinto
o
da
ruptor ofer.)
Assim, Edessa meditabunda (Fabricius, 1794) (= E. glaucescens, Fabricius, 1796), em São Paulo, ataca o tabaco. No Rio de Janeiro, FERREIRA LIMA observou-a sugando laranjeiras e JALMIREZ GOMES (1936), atacando Dhalia variabilis. Em Minas Gerais MONTE (1932) encontrou Edessa rufomarginata (De Geer, 1773), espécie extremamente variavel, atacando o tabaco e outras Solanáceas. Na República Argentina BLANCHARD (apud BOSQ, 1932) observou-a causando sérios danos na batatinha (Solanum tuberosum). Da tribu Discocephalini os percevejos mais conhecidos em nosso, território pertencem aos gêneros Mecistorhinus Dallas, 1851, Neodine Kirkaldy, 1909 e Dinocoris Burmeis-
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INSETOS DO BRASIL
ter, 1835 10 . Deste último as espécies mais comuns são: Dinocoris histrio (Linne, 1758) (= peregrinator Linne, 1758), D. variolosus (Linne, 1758) e D. maculatus Laporte, 1832; geralmente polífagas. Tambem as espécies de Discocephala e Platycarenus, às vezes, causam danos apreciáveis; C. Reiniger teve o en-
Fig. 243 Mecistorhinus (Antiteuchus) mixtus (Fabr., 1787), (fêmea) (Discocephalini) .
sejo de observar, no Rio de Janeiro, forte infestação de Bougainvillea por Piatycarenus vicinus (Signoret, 1851). Na Baía, segundo BONDAR (1925), Neodine macraspis (Perty, 1833) e Mecistorhinus amplus (Walker, 1876), danificam folhas e frutos de cacaueiro, atacando tambem o primeiro o colaeiro. No Rio de Janeiro e São Paulo vêem-se fre10 No catálogo de Kirkaldy Dinocoris é citado na sinonimia de Empicoris Hahn, 1834. Este nome, porem, não pode ser usado, por ser homônimo de Empicoris Wolff, 1811, empregado para espécies da família Ploiariidae (Reduvioidea).
PENTATOMIDAE
quentemente Mecistorhinus (Antiteuchus) 1787)11 (figs. 243 e 244) e Mecistorhinus lanoleucus (Westwood, 1837) (figs. 257 e rias plantas. Como espécies mais importantes de citar, alem das pertencentes ao gênero
Fig. 244 mixtus (Fabr.,
55
mixtus (Fabricius, (Antiteuchus) me258), sugando váPentatomini devo Mormidea Amyot
Mecistorhinnus (Antiteuchus) 1787): 1ª forma joven.
de Serville, 1843, mencionadas linhas adiante, as seguintes: Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) (fig. 264), visto em quasi toda a região neotrópica, atacando Solanáceas, preferencialmente o tomateiro. Nezara (Nezara) viridula (Linne, 1758.) (fig. 250), percevejo praga, hoje cosmopolita, encontrado sobre várias
11 Enviado um exemplar deste inseto ao British Museum, foi com Mecistorhinus variolosus (Westwood, 1837). A meu ver, a espécie wood parece ser uma variedade de mixtus (Fabr.).
identificado de West-
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INSETOS DO BRASIL
plantas, principalmente Leguminosas dos gêneros Crotalaria e Phaseolus (v. trabalhos de JONES (1918), DRAKE (1920), TURNER (1923), BOSELLI (1932), MALOUF (1933) e VAN HEERDEN (1933).
Fig. Fig. Fig. Fig.
240 246 247 248
-
-
Edessa dallasi Distant. 1881 (fêmea) (Edessini). Arocera (Arocera) acroleuca (Perty, 1833). (fêmea) (Pentatomini). Evoplitus humeralis (Westwood, 1837), (fêmea) (Pentatomini) Chlorocoris tau Spinola, 1837. (fêmea) (Pentatomini).
Ogmocoris reinigeri Costa Lima. 1935. No Rio Grande do Sul ataca o arroz nas espigas, causando danos equivalentes aos produzidos pelas espécies de Mormidea. Piezodorus guildini (Westwood, 1837) (fig. 260). Em Porto Rico WOLCOTT (lnsectae Borinquensis, 1936) encon-
PENTATOMIDAE
57
trou-o, sobre feijões e o u t r a s p l a n t a s . E m Minas Gerais ataca Crotalaria, segundo observação de MONTE (1937). Runibia perspicua (Fabricius, 1796) (fig. 266). Esta espécie, cujo habitat se estende da América Central ao Brasil, ataca a pereira, em Nova Friburgo. Placocoris viridis Mayr, 1864 (fig. 267), Pentatomideo bastante curioso, não somente pelo excessivo achatamento do corpo, como pela configuração geral, que lembra a de
Fig. 249 - Peromatus (Burmeister, 1835), (fêmea)
um Cidnideo; todavia, denteados em baixo, vidas de espinhos. 253. Espécies de mente encontradas no às Gramíneas cultivadas,
notatus (Edessini).
se neste p e r c e v e j o os f ê m u r e s são as tíbias são absolutamente desproMormidea. - Como mais frequenteBrasil, causando danos principalmente citarei as seguintes:
M. ypsilon (Linne, 1758), M. v-luteum (Lichtenstein, 1796), M. notulifera Stal, 1860 e M. exigua Berg, 1891 (figuras 268-272). Ha, todavia, uma que merece citação especial, parece ser a causadora dos maiores estragos nos nossos arrozais; quero, refeir-me à Solubea poecila Dallas, 1851.
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INSETOS DO BRASIL
espécie provavelmente existente em todo o Brasil pois tem sido assinalada das Guianas ao Rio Grande do Sul. No Norte chamam-na "pulgão", "pulga d'anta" e "chupão". Em Mato Grosso apelidaram-na "chupador". No Rio Grande do Sul, onde é a maior praga do arroz, é conhecida
Fig. Fig.
250 251 -
Fig.
252 -
Nezara Nezara
( N e z a r a ) viridula (L., 1758), fêmea) (Pentatomini) (Acrosternum) marginata (Palisot, 1805), (fêmea) tatomini). Euschistus latus Dallas, 1852, (fêmea) (Pentatomini).
(Pen-
pelo nome "frade". Em São Paulo e em Minas Gerais dãolhe o nome "tamanjuá". Dentre as mais recentes publicações que tratam desta praga citarei as de SQUIRE (1934), de REINIGER e FERREIRA LIMA (1935). Na bibliografia cito tambem o interessante tra-
PENTATOMIDAE
balho de DAMPF (1927) 1862), que, no México, M. poecila em nosso pais.
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sobre Mormidea angustata (Stal, se comporta semelhantemente à
São do trabalho de REINIGER e LIMA (1935) os trechos seguintes: "Biologia - A Mormidea sp. como a poecila, faz suas posturas sobre as folhas, colmos e, algumas vozes, sobre os próprios grãos nas panículas. Estes ovos são de forma cilíndrica, de cor branco-amarelada e, à proporções que o em-
Fig. Fig. Fig. Fig.
253 254 255 256
-
Dinocoris gibbus (Dallas, 1852), (fêmea) (Discocephalini). Dinidor mactabilis Perty, 1833,) (fêmea) (Dinidorinae). Proxys punctulatus (Palisot, 1805), (fêmea) (Pentatomini). Euschistus sp., (fêmea) (Pentatomini).
brião vai se desenvolvendo, vão tornando-se escuros. Medem, mais ou menos, sete décimos de milímetro de altura, por cinco décimos de milímetro de diâmetro. São postos em grupos, unidos uns aos outros, formando filas e, comumente, em camadas superpostas, cobrindo, muita vez, toda
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INSETOS DO BRASIL a extensão de uma folha em ambos os lados. Nos colmos as posturas são feitas ao redor dos mesmos, contornando-os completamente e a certa altura do solo. Dos ovos saem as formas jovens, pequeníssimas e escuras, que se transportam de pé para pé em procura de alimento. À proporção que sugam os grãos nas panículas, vão aumentando de tamanho, lembrando sua forma a de um pequeno percevejo de cama. São então apteras, aparecendo o abdomen de cor laranja-vermelhado ou castanho-claro, com manchas pretas em sua linha mediana O torax nesse estado é de cor preta. Até chegar a adulto, sofre o inseto cincomudas de pele.
Fig. 257 e 258 - Mecistorhinus (Mecistorhinus) melanoleucus (Westwood, 1837), (fêmea e macho) (Discocephalini). Fig. 259 - Mecistorhinus sepulcirales (Fabr., 1831), (fêmea) (Discocephalini). Fig. 260 - Piezodorus guildini (Westwood, 1827), (fêmea) (Pentatomíni). Fig. 261 - Beroaldus sp. (fêmea) (Discocephalini).
Essas formas jovens são voracíssimas, encontrando-se-as cobrindo sempre quasi totalmente as panículas, sugando-lhes os grãos. Provocam com essa sucção o emurchimento das sementes, tornando-as "chochas". ou deixando unicamente a casca vasia, quando o amido ainda se apresente em estado leitoso. Ha ocasiões em que não conseguem sugar o grão, provocando então uma mancha característica de cor marron escura, que muito o deprecia comercialmente Em certos
PENTATOMODAE
61
casos, notamos que, pelo orifício de penetração do rostrum (tromba), começava a germinação do grão ainda no pé, dev i d o à e n t r a d a de u m i d a d e . Nos dias nublados os insetos se apresentam em maior atividade, pois o calor forte do sol, seguindo observações de von Parseval, os aborrece. obrigando-os a protegerem-se nas partes inferiores das plantas, junto ao solo. Os adultos, em
Fig. Fig.
Fig. 262 - Loxa flaricollis (Drury, 3773), (macho) (Pentatomini). 263 - Arocera (Euopta) spectabilis (Drury, 1782, (macho) (Pentatomini). 264 - Arrelius albopun etatus (De Geer, 1773), (fêmea) (Pentatomini). Fig. 265 - Edessa sp.
geral, têm por hábito, nos dias muito frios, abrigarem-se nos montes de palha que por acaso haja nas taipas, em medas velhas, nas frestas e nas cobertas dos depósitos e choupanas do sapê, em restolhos e palhas dos antigos pontos de trilhagem. No inverno, conforme observou o administrador da Granja Santa Rita Ltda., é nesses logares que se
62
INSETOS DO BRASIL agasalham e geadas,
contra as inclemências como que em estado de
F i g . 266 - R u n i b i a p e r s p i c u a ( F a b r i c i u s , 1796), ( f ê m e a ) (Pentatomini).
das baixas hibernação.
temperaturas
F i g . 267 Placocoris viridis M a y r , 1864, ( f ê m e a ) ( P e n t a t o m i n i ) .
Como as formas jovens, os adultos sugam as sementes e voando, percorrem grandes áreas dos arrozais, sempre reunidos em verdadeiras nuvens. Seu vôo contínuo pode a l c a n ç a r , a p r o x i m a d a m e n t e , de 20 a 50 m e t r o s .
Fig. 268 - Mormidea Fig. 269 - Mormidea Fig. 270 - Mormidea Fig. 271 - Mormidea Fig. 272 - Mormidea
poecila Dallas, 1851 (Pentatomini). exigua Berg, 1891 (Pentatomini). ypsilon (Linne, 1758) (Pentatomini). v-luteum (Lichtenstein, 1796) (Pentatomini). notulifera Stal, 1860 (Pentatomini).
PENTATOMIDAE
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Verificámos que esses insetos são polífagos, pois, alem do arroz, alimentavam-se tambem de joá (Solanum sysimpimenteira brava (Solanum sp), milhã (Panibrifolium), cum sanguinalis) e capim arroz (Panicum crusgalli). No arroz, notámos que eles sugavam tanto as sementes verdes como as maduras, talvez porque na ocasião se apresentassem as últimas amolecidas pelo tempo tímido que ia fazendo, não dando preferência a esta ou àquela variedade.
Oebalus Fig. 272 - Solubea poecila Dallas, 1851 ( P e n t a t o m i n i ) ( L a c e r d a del.).
Em um grande número de taboleiros de "Japonês", em que a vegetação estava acamada por efeito de ventos fortes anteriores, os danos causados se apresentaram em maior vulto, ficando mesmo a maioria deles totalmente perdida. Em outros, tambem da mesma variedade, em que, por terem sido plantados em terras pobres, a cultura se apresentava menos densa, notava-se que a percentagem de infestação era bem menor.
64
INSETOS DO BRASIL
que
O "Blue Rose" foi bastante prejudicado, se não mais do o "Japonês", daí nossa afirmativa de não haver prefe-
Fig.
274
-
Scaptocoris
sp.
(Cydnidae).
rência do inseto para uma dessas duas variedades. Seria de grande proveito que isso se desse, pois poder-se-ia resolver assim, usando a variedade resistente, o sério problema de prevenção e combate a essa terrível praga.
Fig. 275 - Prolobodes giganteus (Burmeister, 1835) (Cydnidae)
Medidas de combate - Apesar dos técnicos, em sua maioria, indicarem as capinas aos vegetais hospedeiros, a
PENTATOMIDAE
65
apanha de posturas nas folhas, colmos e panículas, a caça direta por meio de rede "caça-borboletas". armadilhas luminosas, julgamos, por ora, tais medidas complementares. Fazem-se necessárias experiências detalhadas a respeito, afim de se poder dizer da sua eficência. Achamos que somente uma erradicação no começo, quando ainda existem os focos iniciais, dará resultados satisfatórias. Esta deve ser feita ou com aplicação de "'vassouras de fogo", ou contornando os focos com palha seca e ateando-lhes fogo e, no caso dos focos se acharem nos taboleiros. depois de se ter esvasiado a água dos mesmos. É preciso não esquecer, no entretanto, que somente com fiscalização direta e enérgica, se conseguirá fazer alguma coisa, pois, no geral, o agricultor recebe mal os conselhos técnicos, por achar que devem ser aplicados meios de combate enérgicos que dizimem a praga de um dia para o outro, o que é impossivel, dada a extensão f o r m i d a v e l das c u l t u r a s do a r r o z . Como combate auxiliar, podemos indicar a apanha das posturas nas folhas, colmos e panículas, bem como a incineração, nos meses de julho e agosto, dos pontos de hibern a ç ã o de q u e falámos a n t e r i o r m e n t e . Família
CYDNIDAE12
254. Caracteres e espécies mais interessantes. - Constituída por cerca de 500 espécies, das quais, as maiores, não atingem a dois centímetros; em geral são de cor negra ou parda, providas de um escutelo com a forma típica, triangular, dos Pentatomideos; em Cydnidae, porem, as tíbias são distintamente espinhosas e as do par anterior, não raro fossoriais, armadas de espinhos agudos ou obtusos na borda externa. Estes Hemípteros são terrícolas, vivendo frequentemente enterrados no solo ou escondidos sobre pedras. Ao sugarem raizes, podem, eventualmente, tornar-se daninhos. De importância agrícola no Brasil ha apenas a referir as espécies de Scaptocoris Perty, 1830 (fig. 274), especialmente Scaptocoris castaneus Perty, 1830, de cor parda e
12
Gr.
cydnos,
famoso.
66
INSETOS DO BRASIL
pernas dos pares anterior e posterior de conformação peculiar; observado em Minas Gerais e São Paulo, sugando raizes de arroz, algodoeiro e feijão. Em Mendoza (República Argentina), Scaptocoris terginus Schioedte, 1849, segundo BOSQ (1934), causa danos nas plantações de tomateiro (Solanum lycopersicum) e de pimenteira (Capsicum sp.).
Fig.
276 Prolobodes giganteus (Burmeister, 1835). Vêm-se, por transparência, as peças bucais estiliformes enroladas dentro do 2º segmento sacciforme (X 16) (Cydnidae).
Na figura 275 está representado Prolobodes giganteus (Burm., 1835), um dos maiores Cidnideos que se conhece, que apresenta, como as demais espécies de Prolobodes Amyot & Serville, 1843 (= Lobostoma Amyot & Serville, 1843), um divertículo sacciforme no segundo segmento do rostrum, lembrando, a bolsa apensa à maxila inferior dos pelicanos. Dentro desse diverticulo, como se pode verificar na figura 276, ficam enrolados os estiletes bucais. Observa-se, pois, nestes insetos uma disposição semelhante à que foi assinalada por CHINA (1931) para Bozius (fam. Plataspididae). Conforme sugeriu aquele autor, o extremo alongamento dos estiletes bucais parece indicar tratar-se de uma adaptação para a sua penetração ao longo do micélio dos fungos de que estes insetos se alimentam. (Ler tambem a respeito o interessante estudo de ELSON (1937).
THYREOCORIDAE
67
THYREOCORIDAE 13
Família
(Corimelaenidae)14 255. Caracteres e espécies mais interessantes. - As espécies que constituem esta pequena família (cerca de 200), de alguns milímetros de comprimento e quasi sempre de cor negra brilhante ou fosca, têm o escutelo grande, fortemente convexo, cobrindo, todo ou quasi todo o abdomen. As tíbias, como em Cydnidae, são tambem espinhosas (exceto em Megaridinae e Canopinae). No meu 3° Catálogo (1936), citei apenas a Corimelaena basalis (Germar, 1830), encontrada por BARBIELLINI em São Paulo, sobre figueiras. Enviado o inseto a Mc ATEE, um dos autores da mais recente revisão deste grupo, ele verificou tratar-se de Galgupha (Acrotmetus) schulzii (Fabricius, 1781) e não daquela espécie, atualmente designada Galgupha (Euryscytus) basalis (Germar, 1830). As pequeninas espécies, genuinamente neotrópicas, das subfamílias Megaridinae, com o gênero único Megaris Stal, 1862, e Canopinae, exclusivamente constituida pelo gênero Canopus Fabricius, 1803 (= Claenocoris Burmeister, 1835), são bem curiosos pela forma hemisférica do corpo, que lembra a de uma "joaninha". Família
SCUTELLERIDAE 15
256. Caracteres e espécies mais interessantes. - Pelo extraordinário desenvolvimento do escutelo estes percevejos podem ser confundidos com os da família precedente. Nos Thyreocorideos, porem, sempre de pequeno porte e de cor negra, as tíbias são providas de espinhos mais ou menos robustos.
13 14 15
Gr. thyreus, escudo; coris, percevejo. Gr. coris, percevejo; melas, negro. Lak. scutella, escudela.
68
INSETOS DO BRASIL
Os Pentatomideos do gênero stiretrus Laporte, 1832 (subfamilia Asopinae) (v. figs. 236 e 237), apresentam tambem um grande escutelo, que quasi atinge o ápice do abdomen; neles, porem, alem do aspecto característico do rostrum e das búculas, ha um processo espiniforme na base do abdomen, que se prolonga até as ancas médias, não encontrado em Scutelleridae. Em geral os Escutelerideos, na fase adulta, apresentam cores mais ou menos vistosas.
Fig.
277 -
Augocoris
illustris
(Scutelleridae,
(Fabricius, Scutellerinae).
1781)
Os jovens de Pachycoris Burmeister, 1835, no 1º instar, são de cor vermelha brilhante e de um verde bronzeado, com as partes laterais do, pronoto de cor alaranjada, nos estádios seguintes. A propósito da cor destes insetos devo lembrar a extrema variabilidade de algumas espécies, não só no colorido, como na forma dos desenhos toráxicos. Assim, por exemplo, Pachycoris torridus (Scopoli, 1772), percevejo do pinhão do mato (Jatropha curcas) (às vezes tambem encontrado sugando goiabeira), fartamente conhecido em toda a região neotrópica pelas variações extremas com que se nos apresenta, já foi descrito umas oito vezes como nova espécie.
SCUTELLERIDAE
69
Como tambem se observa com outros Pentatomideos, as fêmeas deste inseto, depois da postura, assestam-se sobre os ovos, como que os chocando, e, espontaneamente, so abandonam as formas jovens depois de terem realizado a 1ª ecdise. Todavia, quando se obriga uma fêmea a largar a ninhada que protege, ela não, mais voltará à posição primitiva, mesmo colocando-se-a sobre a respectiva ninhada.
Fig. 278 - Postura de Pachycoris Tetyrinae) (muito aumentado). Os
torridus (Scopoli, 1778) (Scutelleridae, ovos mais escuros são parasitados.
Walter Cruz, criando este inseto em laboratório, verificou ser necessário dar-lhe como alimento, alem de galhos e folhas, sementes de pinhão. Estas, aliás, parecem ser o alimento exclusivo procurado pelas primeiras formas jovens. Tambem, como sucede com os demais percevejos desta grande superfamília, o Pachycoris torridus, quando excitado, emite secreção odorante. Todavia, o cheiro, sui generis e não de todo desagradavel, difere consideravelmente do repugnante e bem conhecido "cheiro de percevejo do mato".
70
INSETOS DO BRASIL
Muito se tem escrito sobre este curioso inseto; dentre os mais recentes artigos devo mencionar os de SMYTH (1919), HUSSAY (1934) e MONTE (1937). Não conheço espécie alguma desta família que danifique as nossas plantas cultivadas. 257. Meios de combate aos percevejos do mato da superfamília Scutelleroidea. - Contra os percevejos na fase adulta ou de ninfa é inutil o emprego de pulverizações de quaisquer líquidos insecticidas. Estes - de preferência uma emulsão sabonosa de querosene ou uma solução de nicotina - devem ser aplicados contra as primeiras formas jovens.
Fig. Fig.
279 280 -
A g o n o s o m a f l a v o l i n e a t u m L a p o r t e , 1832 ( S c u t e l l e r i d a e , T e t y r i n a e ) . G a l e a c i u s m a r t i n i S c h o u t e d e n , 1901 ( S c u t e l l e r i d a e , T e t y r i n a e ) .
Uma boa medida profilática, não só aconselhavel no combate aos percevejos do mato como aos demais hemipteros sugadores de plantas, é manter o terreno, nas proximidades das plantas que se procura proteger, sempre limpo de qualquer vegetação que possa servir de abrigo aos insetos daninhos. Entretanto, em Flórida, onde a Nezara viridula danifica consideravelmente às laranjas, segundo WATSON (1926), a cultura de Crotalaria, como planta-armadilha ou protetora, permite que se evitem tais danos, pois os insetos, preferindo as favas dessa planta, podem ser mais facilmente destruidos mediante o corte da planta realizado antes de p o d e r e m p a s s a r p a r a as l a r a n j a s .
SCUTELLERIDAE
71
258. Inimigos naturais de Scutelleroidea - Os Hemipteros da superfamília Scutelleroidea, como os demais inseios, são naturalmente controlados por vários predadores e parasitos. Assim, os ovos de Pachycoris torridus são frequentemente parasitados pelo microimenoptero Pseudotelenomus pachycoris Costa Lima, 1928 (fam. Scelionidae). Dois outros Scelionideos, no Rio Grande do Sul, parasitam ovos de Mormidea poecila: Telenomus mormideae Costa Lima, 1935 e Microphanurus mormideae Costa Lima, 1935.
Fig. 281 - Postura de Edessa sp.; ovos parasitados por Neorileya sp. (cerca de X 4).
Os ovos de Piezodorus guildini são parasitados, em Belo Horizonte, por Microphanurus scuticarinatus Costa Lima, 1937. O meu auxiliar CH. HATHAWAY teve o ensejo de observar que os ovos de uma espécie de Edessa, aparentemente indistinguivel de E. praecellens (Stal, 1862), são parasitados por um microimenoptero, que me parece uma espécie de Neorileya, muito próxima de N. flavipes Ashmead, 1904, possivelmente nova. A fêmea deste inseto, depois de por um
72
INSETOS DO BRASIL
ovo dentro, de cada ovo, numa postura de Edessa, cobre-a
com uma espécie de teia ou teia, mais ou menos espessa, de fios de seda (?), provavelmente secretada pelas glândulas anexas à porção terminal da vagina (v. fig. 281). 0
inseto,
caminhando
lentamente,
como
que
riscando
com o ápice do, abdomen a superfície em que pousa, vai expelindo um fluido hialino, que se transforma em fio sólido depois de seco. Às vezes os ovos de Edessa ficam completamente escon-
didos pelo tecido, feito pela Neorileya.
F i g . 282 Nezara viridula portadora de ovos da mosca. Trychopodopsis pennipes (Fabr., 1794), que a parasita.
No Rio de Janeiro criam-se no corpo do Pachycoris torridus o microimenoptero Hexacladia smithii Ashmead, 1891 (fam. Encyrtidae) e o Diptero Trichopodopsis pennipes (Fabr., 1794) (fam. Gymnosomatidae). Watson (1926) cita tambem esta mosca como parasita de Nezara virídula em Flórida (fig. 282).
SCUTELLERIDAE
73
No Rio Grande do Sul o Hemiptero Apiomerus flavipennis Herrich-Schäeffer, 1848 (fam. Reduviidae) é um eficiente predador de Mormidea poecila e as larvas da mosca
Fig. 283 - Diactor bilineatus (Fabr., 1803) (Coreidae, Anisoscelini)
Beskia cornuta Brauer & Bergenstam, 1890, segundo observação de C. H. REINIGER, parasitam formas mais ou menos desenvolvidas da mesma Mormidea (v. COSTA LIMA, 1935).
74
INSETOS DO BRASIL 259.
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Superfamília COREOIDEA16 260.
Caracteres
e
classificação.
-
Os
Hemípteros
que
constituem esta superfamília caracterizam-se, principalmente, pelo aspecto da membrana dos hemelitros, que se apresenta, geralmente, com várias ou muitas nervuras, quasi paralelas, mais ou menos salientes, algumas bifurcadas, rodas, porem, partindo de uma nervura basal, curva, que corre paralelamente ao bordo do corium (fig. 224). Antenas de quatro segmentos, inseridas acima de uma linha imaginária tirada da base do rostrum ao meio do olho (Supericornia, dos antigos autores); ocelos presentes; rostrum de quatro segmentos; scutellum relativamente pequeno, nunca atingindo a base da membrana; tarsos trímeros, providos de arólios. Esta superfamília compreende cerca de 2.000 espécies, distribuidas nas tres famílias: Coreidae, Coriscidae (= Alydidae) e Corizidae. 16
Gr. coris, percevejo.
80
INSETOS DO BRASIL
Família C O R E I D A E 261. longas,
Caracteres prolongadas
e até
classificação. a
inserção
das
Búculas antenas;
geralmente pronotum,
na parte posterior, tres vezes ou, pelo menos, mais de duas vezes
a
largura
dendo
a
base
Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig.
284 285 286 287 288 289
-
do
da
cabeça;
metanotum,
scutellum geralmente
atingindo mais
ou
largo
exceque
a
Hirilcus gracilis (Burmeister, 1835) (Merocorinae). Meropachys nigricans (Laporte, 1832), (fêmea) (Merocorinae). Athaumastus haematicus (Stal, 1859), (macho) (Mictini). Machtima crucigera (Fabr., 1775), (fêmea) (Mictini) Phthia picta (Drury, 1770), (fêmea) (Leptoscelini). Acauthocerus clavipes (Fabr., 1803), (macho) (Mictini).
cabeça entre os olhos; orifícios metasternais (ostiolos) distintos; 1º u r o t e r g i t o t r u n c a d o p o s t e r i o r m e n t e ; 4 º e 5º urotergitos com a margem basal (proximal) sinuada. É esta a família que abrange a maior parte dos Coreideos descritos (perto de 2.000), nela tambem se encontrando, não somente as espécies de cores mais brilhantes, como as de porte mais avantajado.
COREIDAE É reinae,
formada que
por
se
duas
distinguem
81
subfamílias, pelos
Merocorinae
seguintes
e
Co-
caracteres:
1 Tíbias posteriores tendo, no ápice e em baixo, um espinho ou dente .............. subfam. Merocorinae Meropachydida Stal) 1' Tíbias posteriores, quasi sempre, mermes no ápice ................ ............................................................................................ subfam. Coreinae
Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig.
A cies, tradas
290 291 292 293 294 295 296
-
Pachylis pharaonis (Heibst, 1784). (fêmea) (Mictini). Pachylis pharaonis (Herbst, 1784), (macho) (Mictini). Leptoglossus dilaticollis Guérin, 1838, (fêmea) (Anisoscelini). Corecoris fuscus (Thunberg. 1783 (Menenotini). Crinocerus sanctus (Fabr., 1758), (machos) (Mictini). Holymenia clavigera (Herbst, 1784), (fêmea) (Anisoscelini). Chariesterus armatus (Thunberg, 1825), (macho) (Chariesterini).
subfamília aliás
sem
no
Brasil
Merocorinae valor
é
econômico.
pertencem
aos
(fig. 284) e Lycambes Stal, 1862.
representada As
mais
gêneros
por
poucas
comumente
Hirilcus
Stal,
espéencon1862
82
INSETOS DO BRASIL
A subfamília Coreinae, incontestavelmente a mais importante, compreende várias tribus 17, das quais apenas as oito seguintes têm representantes no Brasil: Acanthocephalini, Mictini, Anisoscelini, Leptoscelini, Menenotini (= Corecorini), Chariesterini, Coreini (= Centroscelidae) e Discogasterini. 262. Espécies mais interessantes. - As duas primeiras tribus não têm representantes de interesse agrícola. Da tribu Mictini devo mencionar, em primeiro logar, Pachylis pharaonis (Herbst, 1781) (figs. 290 e 291), o maior Coreideo encontrado no nosso território, com 35 mm. de comprimento, menor, porem, que Thasus gigas (Burmeister, 1835), Micteneo do México e S. O. dos Estados Unidos, cujo macho pode exceder de 50 mm. de comprimento. O. MONTE (1937) observou Pachylis pharaonis e P. laticornis (Fabr., 1798), sobre "cortiço" ou "pau rolha" (Mimosaceae). Um Mictineo frequentemente visto no Brasil é o Crinocerus sanctus (Fabr., 1775) (fig. 294), de cor-geral amarelatijolo, com a membrana, o clavus, uma mácula no meio do bordo, externo do corium e as pintas dos fêmures de cor negra. BONDAR observou-o, sugando folhas, rebentos e vagens de feijão de porco (Canavalia ensiformis). Em Minas Gerais, segundo O. MONTE, ataca feijões do gênero Dolichos. Na República Argentina BOSQ (1937) vi-o sobre Canavalia e Cassia. O. MONTE (1937) criou Acanthocerus clavipes (Fabr., 1803) (fig. 289) em guaco e mamoneira. No Rio Grande do Sul, Athaumastus haematicus (Stal, 1859) (fig. 286) ataca a laranjeira, segundo material colhido por A. MONTANO (C. LIMA det.). Machtima crucigera (Fabr., 1775) (fig. 287), no Rio de Janeiro, segundo observação de CINCINATO GONÇALVES, suga brotos de roseira, fazendo-a secar. BRANDÃO FILHO viu o mesmo inseto atacando dálias. 17
Algumas
delas
elevadas
a
categoria
de
subfamílias
por
vários
autores.
COREIDAE
83
Da tribu Acanthocephalini ha a citar: Acanthocephala latipes (Drury, 1782) (fig. 298), cujos machos têm quasi 30 milímetros de comprimento. Várias são as espécies de Anisoscelini que atacam as nossas plantas cultivadas. Assim, Holymenia histrio (Fabr., 1803) e H. clavigera (Herbst, 1784) (fig. 295), vivem sobre espécies de Passiflora. Este último inseto, que observei em Estrela (Estado do Rio), sugando Passiflora edulis (1930), é parasitado pelo microimenoptero. Hexacladia smithii Ashmead, 1891 (fam. Encyrtidae). As espécies de Holymenia, muito curiosos por terem o fácies de um himenoptero, apresentam o 2 ° e o 3 ° segmentos antenais dilatados, fêmures posteriores excedendo consideravelmente o ápice do, abdome e as asas anteriores completamente transparentes, com o corium de estrutura idêntica a da membrana. Um Coreideo assás conhecido em nosso país é o Diactor bilineatus (Fabr., 1803) (fig. 283), vulgarmente conhecido como "percevejo do maracujá", por se criar no, maracujá comum (Passiflora quadrangularis), apresenta aspecto bem característico, n ã o s o m e n t e pelas b r i l h a n t e s cores que apresenta nos vários estádios do desenvolvimento., como tambem pela singular dilatação foliácea que possuem as tíbias do par posterior. Apresentam tambem dilatação foliácea nas tíbias posteriores, mais ou menos larga, as espécies de Leptoglossus Guérin, 1838, que podem causar danos consideráveis às plantas c u l t i v a d a s . No Brasil as duas espécies mais conhecidas são: Leptoglossus gonagra (fig. 304) e L. stigma (fig. 302). 263. Leptoglossus gonagra (Fabr., 1775) e Leptoglossus stigma (Herbst, 1784). O primeiro, encontrado do México à Argentina, é facilmente reconhecivel pelos seguintes caracteres: tíbias posteriores sem anel pálido no ápice, pronotum apresentando
84
INSETOS DO BRASIL
uma faixa amarela, estreita e em arco e os ângulos laterais proeminentes e subespinhosos, superfície inferior do corpo com máculas e faixas amarelas. Em Minas Gerais, como em Porto Rico (COTTON, 1918) e outros logares, foi observado por O. MONTE (1932-1935) sobre Cucurbitaceae.
Fig. Fig. Fig. Fig. Fig.
297 298 299 300 301
- Menenotus lunatus Laporte, 1832, (macho) (Menenotini). - Acanthocephala. latipes (Drury, 1782), (fêmea) (Acanthocephalini). - Leptoscelis sp., (fêmea) (Leptoscelini). - Phthia lunata (Fabr., 1787), (macho) (Leptoscelini). - Sephina erythromelaena (White, 1842), (fêmea) (Menenotini).
No Rio de Janeiro já o vimos sobre maracujás e CINCINATO GONÇALVES encontrou-o sugando laranjas e melão de São Caetano (Mormodica charantia). LEONARD (1931), chamando a atenção para os danos causados por este inseto em Porto Rico à laranjas e "grape fruits", informa que nesse país Mormodica charantia é a planta hospedadora. O Leptoglossus stigma (Herbst, 1784) é facilmente reconhecivel pela linha creme ou amarelada, transversal e em
COREIDAE
85
zig-zag, que se vê sobre os hemelitros. No Rio de Janeiro encontra-se frequentemente sobre Mirtaceas, especialmente araçazeiro (Psidium areca) e goiabeira (Psidium guajava). Como a espécie precedente, sugando laranjas, mesmo ainda verdes, ocasiona o seu apodrecimento. Segundo verificações de CH. HATHAWAY o mesmo pode ocorrer com outras frutas: abóbora, carambola, manga, romã e tangerina. Gomes (1936), no Distrito Federal, observou L. stigma atacando romãs. Em meu 3° Catálogo cito mais duas outras espécies de Leptoglossus: L. conspersus Stal, 1870, observado por O. MONTE (1934, 1937) (C. Lima det.) sobre tomateiro, alimentando-se principalmente dos frutos, e L. dilaticolis Guérin, 1838 (fig. 292), encontrado sobre cacaueiro, no Distrito Federal, por J. DESLANDES (D. Mendes det.) e em Belo Horizonte sobre Magnolia sp., por O. MONTE (1937). 264. Phthia picta (Drury, 1770) (fig. 288). Da tribu Leptoscelini Phthia Stal, 1862 é o único gênero interessante sob o ponto de vista econômico, tendo como principal representante Phthia picta (Drury, 1770), um dos Coreideos mais frequentemente encontrados em todo o Brasil, que ataca várias Solanaceas. Prefere, porem, o tomateiro. Em Porto Rico, segundo COTTON (1919), as formas jovens, de cor vermelha brilhante, congregam-se em grupos sobre os frutos do tomateiro, deformando-os com as picadas. Em Belo Horizonte O. MONTE (1932, 1934), assinalou, para a mesma planta, idênticos estragos. No. Rio de Janeiro CH. HATHAWAY observou-o sugando brotos de romanzeira. HAMBLETON e SAUER (1938) assinalaram o ataque algodoeiro no Nordeste pela Phthia ornata Stal, 1865.
do
Da tribu Menenotini, alem de Menenotus Laporte, 1832, com o curioso M. lunatus Laporte, 1832 (fig. 297), facilmente reconhecivel pelos ângulos laterais do pronotum prolongados para diante em forma de meia lua, merecem
86
INSETOS DO BRASIL
mencionadas as seguintes espécies dos gêneros Corecoris Hahn, 1834 (= Spartocera, Lap., 1832) e Sephina Amyot & Serville, 1843. 265. Corecoris fuscus (Thunberg, 1783) (fig. 293). O Corecoris mais encontradiço em quasi todo o Brasil; vive sobre Solanaceas silvestres e tomateiro. Entretanto, em Porto Rico, ataca principalmente a batata doce.
Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig. Fig.
302 303 304 305 306 307 308
-
Leptoglossus stigma (Herbst, 1784), (fêmea) (Anisoscelini). Anasa sp. (fêmea) (Coreini). Leptoglossus gonagra (Fabr., 1775), (fêmea) (Anisoscelini). Ugnius kermesinus (Linne, 1758), (macho) (Centroscelini. Sphictyrtus chryscis (Lichtenstein), (macho) (Coreini). Hypselonotus interruptus Hahn, 1831, (macho) (Coreini). Hypselonolus fulvus (De Geer, 1775) (fêmea) (Coreini).
No Rio Grande do Sul O. SOARES observou Corecoris brevicornis (Stal, 1870) atacando o fumo (DARIO MENDES det.). BOSQ (1937) informa que na Argentina a planta hospedadora desta espécie é a erva moura (Solanum nigram), encontrando-se-a tambem sobre Solanaceas cultivadas. Da mesma região recebi recentemente exemplares de Corecoris dentiventris Berg, 1884, colhidos tambem sobre
COREIDAE
87
Este inseto, segundo me informou VON PARSEVAL, na primavera de 1935 foi o maior inimigo da lavoura do fumo, determinando o enrolamento das folhas novas, que depois murcham. 266. Sephina erythromelaena (White, 1842) (fig. 301). Espécie vistosa, de cor geral amarela, com pernas, antenas, máculas do torax, do abdome, o pronotum, os hemelitros, em quasi toda a sua extensão e o scutellum, de cor negra; em Tracateua (Pará), segundo informação de H. BARRADAS, que me enviou exemplares para determinação, ataca "maracujá" e "angélica". A tribu Coreini, conquanto constituída por um grande número de espécies fitófagas, distribuídas em muitos gêneros, não pode ser considerada como a mais importante sob o ponto de vista econômico, pois bem poucas são as que se conhece prejudiciais às plantas cultivadas. Ha tempos recebi exemplares de Sphictyrtus chryseis (Licthtenstein) (S. fasciatus (Burmeister, 1835)) (fig. 306), colhidos sobre algodoeiro, no Rio Grande do Norte, por J. fumo.
DESLANDES.
As espécies de Sphictyrtus Stal, 1859, conquanto vistosas pelas partes verdes e vermelhas do corpo, não são tão belas como algumas do gênero Paryphes Burmeister, 1835, cujo corpo se apresenta, em baixo pelo menos, de cor verde-ouro. Duas espécies frequentemente vista em toda a região neotrópica são: o Hypselonotus fulvus (De Geer, 1775) (fig. 308) e o H. interruptus Hahn, 1831 (fig. 307). A primeira foi encontrada por CH. HATHAWAY, sugando brotos de abacateiro (Persea gratissima). Da tribu Discogasterini a espécie que me parece mais interessante, principalmente pelo achatamento consideravel do corpo, é o Coryzoplatus rhomboideus (Burm., 1835). Ha tempos F. HOFFMANN enviou-me de Nova Bremen (Santa Catarina) um exemplar de um Coreineo (tribu Co-
88
INSETOS DO BRASIL
reini), que (fig. 309). Faço plar à
verifiquei do
recebido,
face
rei uma nascer.
inseto um
inferior
do
forma
ser uma
macho,
309 -
Plunentis
menção
Abrindo
seguramente
Plunenlis
porosus
Stal,
porosus
especial
apresentava
abdomen.
jovem
Fig.
o
porque
uns um
de
Stal,
20
o
ovos
desses
Plunentis.
1859 exemcolados
ovos,
reti-
prestes
a
1859
(macho) com ovos colados à face i n f e r i o r do a b d o m e n , ( C o r e i n i ) .
Ora, da família Coreidae, só sei de um outro inseto Phylomorpha laciniata - da Europa, cujo macho carrega os ovos. Estes, porem, ficam dispostos no dorso escavado do inseto, presos por espinhos implantados nos bordos do torax e do abdomen. Na espécie brasileira, conforme disse, os ovos ficam colados aos urosternitos, como se pode ver na figura.
CORISCIDAE
Família
89
CORISCIDAE
(Alydidae) 267. Caracteres e espécies mais interessantes. - Búculas curtas, não prolongadas até a inserção das antenas; rostrum de quatro segmentos, às vezes, porem (subfam. Micrelytrinae) parecendo ter tres, porque o 3° segmento é muito curto;
Fig. vista
310 - Megalotomus de cima (X 3,5), ( L a c e r d a del. ).
sp., ninfa, (Coriscidae).
pronotum, na parte posterior, não ou pouco mais largo que a cabeça, raramente apresentando o dobro ou pouco mais do dobro da cabeça; scutellum geralmente não atingindo a base do metanotum e um tanto mais estreito que a largura da cabeça entre os olhos; orifícios metasternais (ostíolos)
90
INSETOS DO BRASIL
presentes, às vezes, porem, obsoletos; nervuras da membrana geralmente simples; 1º urotergito posteriormente arredondado; 4° e 5° urotergitos com a margem basal ou proximal sinuada. Estes Coreideos, frequentemente vistos sobre vegetação arbustiva, mormente onde ha Leguminosas, raramente são encontrados em grande número; daí quasi não terem importância sob o ponto de vista econômico. As espécies de Megalotomus Fieber, 1861 (subfamília Coriscinae) (figs. 310, 311 e 312), frequentemente encontradas sobre Crotalaria, são bem interessantes, porque as formas jovens mimetizam, de maneira admiravel, formigas
Fig.
311
-
Megalotomus
sp.,
ninfa vista de ( L a c e r d a d e l . ).
perfil
(X
3,5),
(Coriscidae).
do gênero Camponotus. Ha anos, observando o fato (1920), procurei mostrar que o inseto descrito por DISTANT (Biol. Centr. Amer. Hem. Het 1:459; est. 39, fig. 223) como Galeottus formicarius n.g.e n.sp. devia ser uma ninfa de Megalotomus, provavelmente da espécie M. pallescens (Stal, 1860) (fig. 312). Hoje, porem, se sabe que o referido inseto é o Hyalymenus tarsatus (Fabr., 1803), espécie extremamente variavel, com área de distribuição dos Estados Unidos à Argentina. Alias Hyalymenus Amyot & Serville, 1843 e Megalotomus Fieber, 1861, são dois gêneros extremamente próxi-
CORISCIDAE
91
mos, diferindo este daquele por terminarem as tíbias posteriores num esporão agudo. Idêntico mimetismo ocorre com as espécies de Trachelium Herr.-Schäeffer, 1853 (fig. 313), da subfamília Micrelytrinae, que tambem muito se parecem com formigas, mesmo na fase adulta. Na República Argentina ha uma espécie de Micrelytrini - Myrmecalydus celeripes Berg, 1884, que, à primeira vista, pode ser confundida com uma formiga do gênero Atta, não somente pela forma, como pela ligeireza com que corre sobre o solo ou plantas rasteiras.
Fig. 312 - Megalotomus palescens (Stal, 1860) (X 2), (Coriscidae). Fig. 313 - Trachelium sp., ( X 2 ) , ( C o r i s c i d a e ) .
F i g . 314 - Corizus (L i or hy s s us ) hy al i nus (Fabr., 1794) (X 29) (Corizinae) ( D e R e a d i o , 1928, e s t . 10, fig. 8 ) .
Curiosas são tambem as espécies da subfamília Leptocorisinae, de corpo extremamente delgado, filiforme, e pernas finas e alongadas, especialmente do gênero Leptocorisa Latreille, 1825, que, à primeira vista, lembram Dipteros da superfamília Tipuloidea. Na República Argentina BOSQ (1937) observou Leptocorisa filiformis (Fabr., 1775), espécie que se encontra da América Central à Argentina, sobre arroz e Panicum, vendo-a tambem destruir ovos de Solubea ypsilonoides (Berg, 1879) (Pentatomidae).
92
INSETOS DO BRASIL
Família CORIZIDAE18 268. Caracteres e espécies mais interessantes. - Distinguem-se das demais espécies da superfamília Coreoidea pelos seguintes caracteres: orifícios metasternais (ostíolos) geralmente obsoletos; quando presentes, colocados perto da
Fig.
315
-
(Niesthrea) sidae (Fabr., 1794) (X (De Readio, 1928, est. 11, fi g. 8 ) .
Corizus
29)
(Corizinae).
linha mediana, entre as ancas médias e posteriores, com dois sulcos divergentes dirigidos para fora; 4° urotergito estrangulado no meio, isto é, sinuado nas duas margens ou apenas na margem posterior.
18
Gr. coris, percevejo.
CORIZIDAE
93
Família relativamente pequena, constituida por e spécies com menos de 10 centímetros de comprimento, encontradas sobre vegetação rasteira ou arbustiva, causando, às vezes, danos apreciáveis a plantas cultivadas. Assim, MONTE (1937) viu pés de alface definhando em consequência do ataque de Corizus (Liorhyssus) hyalinus (Fabricius, 1794) (subfam. Corizinae), espécie cosmopolita e polífaga (figura 314). Outra espécie frequentemente encontrada no Brasil é a Jadera sanguinolenta (Fabr., 1775) (fig. 316). BOSQ (1937), na República Argentina, encontrou em abundância sobre
fig.
316
-
Hemelitro
de
Jadera sanguinolenta (Fabr., (Corizidae, L e p t o c o r i n a e ) .
1775)
(cerca
de
X
9)
algodoeiro, prejudicando-o, não só esta espécie, como tambem Corizus (Niesthrea) sidae (Fabricius, 1794), var. pictipes (Stal, 1859), cuja área de distribuição se estende da América do Norte à Patagônia (fig. 315). DENIER (apud BOSQ, 1937), tratando destes insetos, menciona a possibilidade de veicularem bactérias e fungos patogênicos. Para o estudo dos insetos desta família, alem da obra clássica de SIGNORET (1859), ha toda a vantagem em se consultar os trabalhos de HAMBLETON (1908) e de READIO (1928).
94
INSETOS DO BRASIL 269.
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LYGAEOIDEA
Superfamília
97
LYGAEOIDEA 19
270. Caracteres e classificação. - Os Hemipteros grupados nesta superfamília têm, como os da superfamília Coreoidea, antenas e rostrum de quatro segmentos e tarsos de tres artículos, sendo o apical provido de arólios (onychia) (daí o nome - Onychiophora 20 dado por Reuter); distinguem-se, porem, daqueles insetos por apresentarem um sistema de nervação na membrana muito, diferente do que é característico dos Coreideos em geral. Ademais, em quasi todos os Lygeideos, as antenas não se inserem acima da linha imaginária tirada da base do rostrum ao meio do olho; daí os nomes Infericornes ou Infericornia dados a este grupo de Hemipteros pelos antigos autores. As duas principais famílias que formam esta superfamília são: Lygaeidae (= Geocoridae, Myodochidae) e Pyrrhocoridae. A família Hyocephalidae não tem representantes na América. Os autores modernos incluem em Lygaeoidea, Colobathristidae e Neididae (= Berytidae), esta última família, alguns anos atrás ainda considerada como subfamília de Coreidae. Ha cerca de 2.000 espécies de Lygaeoidea descritas, em sua maioria sugadoras de seiva. Dou a seguir a chave das famílias de Lygaeoidea: Corpo muito estreito; pernas finas e alongadas; uma incisão transversal adiante dos ocelos; 1ª segmento antenal e femur dilatados na extremidade distal; membrana com 4 ou 5 nervuras longitudinais, simples ...................... ....................................................................................... Neididae Outra combinação de caracteres .................................................... 2
1
1'
Ocelos ausentes ........................................... Pyrrocoridae Ocelos presentes (ausentes em Cnemodus HerrichSchaeffer, 1853, da família Lygaeidae) ................................. 3
2(1') 2'
19 20
Gr. Gr.
lygaeus, obscuro. onix, unha; pherein,
trazer.
98
INSETOS DO BRASIL Corpo muito delgado; antenas e pernas finas, mais ou menos alongadas, porem o 1ª segmento antenal e os fêmures não são dilatados na extremidade distal; membrana sem nervuras .................. Colobathristidae Corpo mais ou menos robusto; membrana com 4 ou 5 nervuras simples, isoladas ou anastomosadas, partindo diretamente da margem do corium ..................... Lygaeidae
3(2')
3'
Fig.
317
-
Jalysus
sobrinus
Stal,
Família
1863
(cerca
de
X
10)
(Metacanthinae)
NEIDIDAE 21
(Berytidae) 22 271. Caracteres e classificação. Pequenos Hemípteros de corpo linear ou sublinear, com antenas e pernas muito finas e longas, aquelas com o artículo proximal muito mais longo que a cabeça e clavado no ápice, estas com os fêmures igualmente clavados na extremidade distal; cabeça com o vertex apresentando, um sulco profundo, transversal de olho a olho, adiante dos ocelos (fig. 317).
21 22
Etimologia desconhecida. De Berytus, antigo nome
de Beyrouth.
NEIDIDAE
99
Antenas, de quatro segmentos, inseridas em tubérculos anteníferos situados acima da linha tirada do olho à base do rostrum, este fino, de quatro segmentos. Pronotum mais longo que largo, apresentando uma carena mediana, mais ou menos perfeita e, em algumas espécies, armado de espinhos; scutellum pequeno, às vezes, tambem, provido de espinho, erecto; hemelitros longos e estreitos, não raro apresentando a mesma estrutura em toda a extensão; parte distal do corium prolongada alem do meio da membrana; esta com algumas nervuras subretilíneas ou subsinuosas; tarsos trimeros, providos de arólios. 272. Classificação. - Constituem esta família cerca de 80 espécies, distribuidas em duas subfamílias. 1
1'
Cabeça alongada, vertex projetando-se anteriormente em um processo curvo, porreto, sobre o tylus; hemelitros com o clavus e o corium coriáceos, fortemente pontuados; scutellum inerme ou mutico ........... Neidinae Cabeça curta, sem o processo referido em (1); hemelitros com o clavus e o corium membranosos, com algumas pontuações; scutellum provido de uma apófise ou espinho ereto ....................................... Metacanthinae
273. Espécies mais interessantes. - Desta família são mais conhecidas em nosso país as espécies de Jalysus Stal, 1862 (subfam. Metacanthinae). No Rio encontra-se frequentemente J. sobrinus Stal, 1863 (fig. 317). DUTRA (1903, Contra os inimigos do fumo, Bol. Agric. S. Paulo, 4 (1): 111-122), relativamente ao comportamento deste inseto em S. Paulo, escreveu o que se segue: "O bichinho das cápsulas (Jalysus sobrinus Stal.) determinado pelo Sr. O. Heidemann, por intermédio do Dr. L. O. Howard, é um inseto delgado, provido de penas ou penugem, de antenas finas e longas, com 18,5 mm. de comprimento e somente 1,5 mm. de largura. É de cor castanhoáurea, com tres listras claras longitudinalmente dispostas no torax e mais claras na nuca. Na extremidade posterior do torax ha tres espinhos, um de cada lado e o terceiro no centro. A última articulação das antenas, assim como a extremidade do femur, é um tanto grossa.
100
INSETOS DO BRASIL
Ele frequenta, na época da maturidade das cápsulas, as panículas e os botões das flores do fumo, perfurando aquelas, sem causar à planta nenhum outro dano. Estes insetos são, geralmente, pouco numerosos, mas ha anos em que aparecem em grande número, de modo que as cápsulas das sementes das plantas deixadas para porta-grãos estão todas furadas, perdendo-se, com a agitação das panículas pelo vento, uma boa parte das sementes maduras, já porque caem no solo, já porque, com as chuvas, muitas cápsulas melam ou apodrecem. Não ha tratamento possível." Família COLOBATHRISTIDAE23
274. Caracteres, etc. - Hemípteros de corpo delgado, tendo, no máximo, 20 mm. de comprimento; possuem antenas longas e finas; asas (quando, presentes) muito estreitas e sem nervuras; tarsos trímeros, providos de arólios, e abdomen estreitado na base. Compreende esta pequena família cerca de 60 espécies descritas, das regiões indomalaia-papuânica e neotrópica. Dos gêneros que se encontram nesta última região devo citar Colobathristes Burm., 1835 (= Curupira Distant, 1888) e Peruda Dist., 1888, com as espécies principais: Colobathristes chalcocephalus Burm., 1835 (= Curupira illustrata Dist., 1888 (fig. 318) e Peruda typica Dist., 1888, ambas de aspecto mirmecoide, encontradas no Rio de Janeiro. POPPIUS e BERGROTH (1921), em seu interessante trabalho, apresentaram a figura de Trichocentrus gibbosus Horváth, 1904, que tambem muito se parece com uma formiga, principalmente as formas braquiptera e aptera do inseto e quando ele está vivo. Nenhuma espécie desta família, no Brasil, causa estragos a plantas cultivadas. Em Java, entretanto, segundo VAN DEVENTER (1906) Phaenacantha (Anorygma) saccharicida (Karsch, 1888), ataca a cana de açucar.
23
Gr.
colobathristes,
que
caminha
com
"pernas
de
pau".
COLOBATHRISTIDAE
101
275. Bibliografia. DEVENTER, W. van 1906 -
De Dierlijke vijanden van het Suikerriet en Hunne Parasieten; Handboek te dienste van de Suikerriet - Cultuur en de Rietsuiker - Vabricage op Java, II Deel.
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Família
LYGAEIDAE
(Myodochidae) 24 276. Caracteres. - Hemipteros pequenos ou de tamanho médio; as maiores espécies, em geral, não excedem de 20 mm. de comprimento. Cabeça geralmente curta, por vezes, porem, prolongada posteriormente em uma espécie de pescoço, mais ou menos alongado, não raro mais longo que o pronotum (Myodocha); tylus geralmente mais saliente, adiante, que os lobos laterais (jugae), que são acuminados e convergentes; antenas de quatro segmentos, inseridas em tubérculos anteníferos, mais ou menos salientes, geralmente situados abaixo da linha tirada da base do rostrum ao meio do olho; ocelos raramente ausentes; rostro de quatro segmentos. Pronotum trapezoidal, subplano ou subconvexo, muitas
24
espécies
Gr.
myia,
apresentando,
mosca;
doka,
festim,
no
iguarias.
meio
ou
um
pouco
em atrás
102
INSETOS DO BRASIL
do meio, forte constrição que o divide em dois lobos distintos, anterior e posterior; scutellum curto; hemelitros geralmente cobrindo o abdomen, raramente atrofiados ou incompletos e com a membrana rudimentar; esta apresentando quatro ou cinco, nervuras simples, isoladas ou anastomosadas, partindo diretamente da sutura da membrana (figs. 319 e 320); fêmures anteriores normais ou mais ou
Fig. 318 - Colobathristes chalcocephalus Burmeister, 1835 (Colobathristidae).
menos dilatados e armados de dentes em baixo; tarsos trimeros; garras providas de arólios; orifícios das glandulas odoríferas (ostiolos) distintos. 277. Classificação. - Ha na família Lygaeidae cerca de 1.500 espécies descritas, sendo as que se encontram no Brasil distribuidas nas subfamílias referidas na chave seguinte, organizada por BARBER (1917) segundo a anteriormente apresentada por STAL (Enum. Hemipt., Parte 4, 1874). 1
3ª
1'
3ª
2(1)
Fêmuves do par anterior, comparados com os dos outros pares, não muito dilatados e raramente armados em baixo de dentes ou espinhos; borda posterior do pronotum, pelo menos na parte que fica adiante do scutellum, convexa e voltada para baixo; todos os es-
25
Gr.
sutura ventral, entre o 3° e 4° urosternitos, retilínea, atingindo as margens laterais, cabeça geralmente sem cerdas perto dos olhos ............................................................... 2 sutura ventral, entre o 3° e 4° urosternitos, curvilínea, sinuosa ou rota, não atingindo as margens laterais; cabeça geralmente com 2 cerdas perto dos olhos; fêmures do par anterior notavelmente dilatados e armados de dentes em baixo ....................... Rhyparochrominae 25
rhyparos,
sordido;
chroma,
cor.
LYGAEIDAE
103
tigmas abdominais situados dorsalmente, sobre o connexivum ............................................................................................ 3 Fêmures anteriores relativamente curtos e dilatados, armados ou inermes; a margem posterior do pronotum adiante do scutellum não é convexa nem voltada para baixo; pelo menos o 6 ° urômero com os estigmas na face ventral .................................................................................. 4
2'
3(2)
Hemelitros e, não raro, cabeça, pronotum e scutellum, não ou indistintamente pontuados; borda posterior do pronotum, entre o scutellum e os ângulos laterais, com impressão ou depressão distinta; as 2 nervuras internas da membrana geralmente anastomosados perto da base ........................................................................ Lygaeinae26 Hemelitros, cabeça, pronotum e scutellum mais ou menos p r o f u n d a m e n t e p o n t u a d o s ; b o r d a p o s t e r i o r do p r o n o tum, entre o scutellum e os ângulos laterais, indistintamente deprimida ou sem impressão; as 2 nervuras int ernas da membrana não anastomosas mediante uma nervura transversal ............................................................... Cyminae
3'
4(2')
Nem todos os espiráculos abdominais situados ventralmente; com esta situação, no máximo, apenas os dos 3 segmentes apicais; fêmures anteriores, em geral, moderadamente dilatados e geralmente inermes; raramente (Ischnodemus) muito dilatados e armados ........... 5 Todos os espiráculos abdominais situados Ventralmente; fêmures anteriores mais ou menos dilatados e sempre armados em baixo com um ou mais dentes .......................... 6
4'
Cabeça sempre mais estreita que a margem posterior do pronotum; tylus não s ulcado; hemelitros não convexos, quasi ou completamente sem pontuações; clavus não se estreitando para o ápice; comissura distinta, pelo menos tendo a metade do comprimento do scutellum: fêmures anteriores por vezes muito dilatados (Ischnodemus) .............................................................................. Blissinae27 Cabeça, ao nível dos olhos, muito larga, tão ou mais larga que o bordo posterior do pronotum; tylus geralmente sulcado; hemelitros convexos e completamente pontuados; clavus estreitando-se para o ápice; comissura ausente ou muito curta; fêmures anteriores moderadamente dilatados e inermes ............................... Geocorinae28
5(4)
5'
26 27 28
Gr. Gr. Gr.
lygaeus, obscuro. blixo, eu sugo. gea, terra; coris,
percevejo.
104
INSETOS DO BRASIL
6(4')
Fêmures anteriores fortemente dilatados e armados em baixo de um ou mais dentes; corium não excedendo a margem do abdomen, com a nervura externa não paralela ao bordo costal; ancas posteriores não largamente se paradas; búculas curtas, ocupando a parte anterior da cabeça ............................................................................................ 7 Fêmures anteriores menos dilatados, tendo em baixo um dente apenas; corium expandido, excedendo a margem do abdomen, com a nervura externa subparalela ao bordo costal; ancas posteriores largamente separadas; búculas estendendo-se até a base da cabeça ............................. ..................................................................... Oxycareninae29
6'
com as 2 nervuras internas anastomosadas anteriormente, mediante nervuras transversais, formando células basais; margem posterior do pronotum, adiante do scutellum, muito côncava; fêmures anteriores armados de numerosos dentes. Heterogastrinae30 Membrana com as 2 nervuras internas não ligadas anteriormente, por uma nervura transversal; toda as nervuras partindo da base, às vezes reticuladas posteriormente; margem posterior do pronotum, adiante da scutellum, reta; fêmures anteriores muito dilatados e armados de muitos dentes ................... Pachygronthinae31
7(6)
Membrana
7'
278. tence
o
(fig.
321),
causa
Espécies
mais
Blissus
leucopterus
o
famoso
vultuosos
principalmente nos
Estados
cultura. bug"
Os
nesse
o
às
trigo
o
e como
prejuizos de sendo
de
$100.000.000. No Brasil,
felizmente,
sença
deste
inseto.
bug"
Na
a
que,
dos
milho,
uma
1850
$350.000.000,
A
dos
norte-americanos,
foram
no
ainda República
ano
não
foi
Argentina,
29 G r . o x y s , a g u d o ; careun, carena. 30 Gr. heteros, outro; gaster, ventre. 31 Gr. pachys, grosso; gronthos, punho fechado.
considerado
pragas
da
do
avaliados de
que
destruindo
mesmo
ataques
per-
Blissinae)
cultivadas,
maiores
1900,
família
(subfam.
sendo
das
só
esta
1832)
Gramíneas
resultantes
de
-
(Say,
"chinch
estragos
Unidos pais,
interessantes.
1874, assinalada porem,
agri"chinch
em
cerca
excederam a
pre-
segundo
LYGAEIDAE
105
BOSQ (1937), tem sido encontrado em Buenos Aires e arredores desde 1931, quando foi descoberto por BLANCHARD. Como outros Hemipteros que atacam folhas, os Ligeideos nelas determinam o aparecimento de pequenas manchas cloróticas nas partes picadas pelo rostro e, em consequência destas lesões, as folhas secam e morrem.
Fig. 319 - Asa ( c e r c a d e X 10
de Oncopellus (Lygaeinae).
sp.
Fig. 320 - Asa de Orthaea sp. (X 10) ( R h y p a r o c h r o m i n a e ) .
Se algumas espécies, proliferando extraordinariamente, podem causar danos apreciáveis às plantas cultivadas, pode dizer-se que ainda não foi observada no Brasil uma que se possa considerar como verdadeira praga. Em São Paulo, (subfam. Lygaeinae) e milho.
observou-se Nysius simulans Stal, 1859 (fig. 322), atacando algodoeiro, arroz
106
INSETOS DO BRASIL
Na fig. 326 Orthaea bilobata
Fig. dios;
321 e,
vê-se (Say,
um desenho semi-esquemático de 1931) (subfam. Rhyparochrominae)
Blissus leucopterus (Say, 1859) (Blissinae): a-d, primeiros estáúltimo estádio ninfal; f, adulto macroptero; g, adulto microptero; h, ovos. (De Drake, Decker & Worthington, 1934)
(fig. 326), que em Belo Horizonte (Minas Gerais), segundo O. MONTE, ataca o tabaco.
LYGAEIDAE
107
Uma outra espécie interessante é o Oxycarenus hyalinipennis (Costa, 1838) (subfam. Oxycareninae) (fig. 323), percevejo de 3,5 a 4 mm. de comprimento, de corpo preto e asas claras, frequentemente encontrado em algodoeiro e outras Malváceas, às vezes em grande quantidade, mormente depois da abertura dos capulhos, entre as fibras do algodão, sugando as sementes. Sobre os hábitos deste inseto recomendo a leitura do trabalho de KIRKPATRICK (1923).
Fig.
322 -
N y s i u s s i m u l a n s Stal,
1859 ( c e r c a de X
13,5)
(L ygaeinae).
ARISTOTELES SILVA (1936) verificou a presença de formas jovens e adultas em frutos de quiabeiro (Hibiscus esculentus). Quanto aos danos que Oxycarenus pode causar, não somente às sementes do algodoeiro, como ao próprio algodão, que pode ficar manchando quando os insetos são esmagados na colheita ou durante o beneficiamento, ainda não ha informações detalhadas em nosso meio. Quando percorri o Nordeste em 1917, fazendo investigações sobre a lagarta
108
INSETOS DO BRASIL
rosada, vários sertanejos informaram-me que o Oxycarenus ataca as lagartas nos capulhos do algodoeiro, matando-as. As espécies de Oncopeltus Stal, 1868 (subfam. Lygaeinae), de porte relativamente grande, são frequentemente vistas no Brasil, especialmente o Oncopeltus (Oncopeltus) varicolor (Fabr., 1794) (fig. 324) e o Oncopeltus (Erythrischius) fasciatus (Dallas, 1852), sugando, "oficial de sala" (Asclepias curassavica).
Fig. Fig.
323 Oxycarenus hyalinipennis (Costa, 1 8 3 8 ) ( c e r c a d e X 16) ( O x y c a r e n i n a e ) .
324 -
( Oncopeltus) (Fabr.,
Oncopeltus varicolor
1794) (Lygaeinae). ( c e r c a de X 2)
Nos Estados Unidos O. fasciatus foi observado e estudado em outras espécies de Asclepias (v. ANDRÉ, 1934) e, sugando o latex destas plantas, pode transmitir o flagelado Herpetomonas elmassiani (Mignone), que aí vive. BRUCH (1917) estudou os hábitos de Neoblissus parasitaster Bergroth, 1903 (subfam. Blissinae), espécie mirme-
LYGAEIDAE
109
cófila, que vive, na Argentina e no Brasil, em ninhos de Solenopsis geminata (Fabr.). Recentemente CASTRO FERREIRA e DEANE (1938) observaram no Pará, vivendo em paredes de cabanas feitas de palha de ubussú (Manicaria saccifera Gaertn.), um pequeno Hemiptero, que verifiquei ser a Clerada apicicornis Signoret, 1863 (subfam. Rhyparochrominae) (fig. 325). Segundo
Fig.
325
-
Clerada
apicicornis Signoret, (cerca de X 1).
1863
(Rhyparochrominae)
aqueles observadores, jovens e adultos deste inseto comportam-se como os Hemipteros hematófagos da subfamília Triatominae (Fam. Reduviidae), pois sugam sangue do homem e de animais de laboratório. Confirmam-se, assim, as observações de BERGROTH (1914) e de ILLINGWORTH (1917), relativas ao hematofagismo em
Clerada. de
A nota de BE RGROTH refere-se à descoberta, em ninho uma gambá da Austrália (Trichosurus vulpecula Kerr.)
110
INSETOS DO BRASIL
de exemplares de Clerada nidicola alguns dos quais pareciam estar cheios de sangue. Na de ILLINGWORTK verifica-se que o autor, depois de ter apanhado, duas vezes, a Clerada apicicornis em leitos, capturou-a uma vez sobre uma criança adormecida, que apresentava uma picada semelhante a de uma pulga. Tratando-se de uma espécie hematófaga e, sobretudo, por já terem CASTRO FERREIRA e DEANE (1938, 1939) verificado que ela se infecta experimentalmente pelo Schizotry-
Fig.
326
-
Orthaea
(Say, 1832) (pouco (Rhyparochrominae).
bilobata
menos
de
X
7)
panum cruzi, podendo tambem transmití-lo experimentalmente, compreender-se-á a importância de Clerada apicicornis na disseminação da doença de Chagas ou tripanosomose americana. (Ler a crítica de LENT (1939) sobre o trabalho de CASTRO FERREIRA e DEANE.)
LYGAEIDAE
111
279. Bibliografia. ANDRE, F . 1934 -
Notes o n t h e b i o l o g y of O n c o p e l t u s f a s c i a t u s ( D a l l a s ) . I o w a S t a t e Col. J o u r . Sci. 9 : 7 3 - 8 7 , 6 figs., 1 ests.
B A R B E R , A. G. & 1933 -
BRUNER, S. C.
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B A R B E R , H. J . 1917 -
1918 -
BERGROTH,
of t h e
On an Hemipterous inset from an Australian sum's nest. T r a n s . Roy. Soc. S. A u s t r . 3 8 : 5 3 - 5 7 .
opos-
E.
1914 -
BRUCH,
S y n o p t i c k e y s to t h e L y g a e i d a e ( H e m i p t e r a ) U n i t e d S t a t es - Pt. I Psyche, 34:128-135. Idem Pt. II (Rhyparochrominae). lbid., 25:71-88.
C. 1917 -
Insetos mirmecófilos. Physis (Buenos Aires), 3:141-149, 3 figs.
F E R R E I R A , L . d e CASTRO & D E A N E , L . 1938 -
E n c o n t r o de u m n o v o h e m a t ó f a g o do h o m e m c o m h á b i t o s d o m i c i l i a r e s (Nota p r é v i a ) . B r a s . Med. 5 2 ( 5 2 ) : 1 1 3 7 - 1 1 4 1 , 11 f i g s . 1939 I n f e c ç ã o e x p e r i m e n t a l do C l e r a d a a p i c i c o r n i s S i g n o r e t , 1863, p e l o S c h i z o t r y p a n u m c r u z i . B r a s . M e d , 5 2 ( 5 3 ) :1181. 1939 Transmissão experimental do Schizotropynum cruzi ( C h a g a s , 1909) p e l o C l e r a d a a p i c i c o r n i s S i g n o r e t , 1863. B r a s . Med. 5 3 ( 6 ) : 2 4 9 .
HOOD, C. H . 1933 -
T h e a n a t o m y of t h e d i g e s t i v e s y s t e m of O n c o p e l t u s fasciatus Dall. (Heteroptera: Lygaeidae). Ohio Jour. Sci. 37:151-160, 3 ests.
112
INSETOS DO BRASIL
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1928 - Notes on the injury to plant cells by chinch bug feeding. Ann. Ent. Soc. Amer. 21:232-242, est. 13. PYRRHOCORIDAE 32
Família
280. Caracteres e classificação. Hemipteros muito próximos dos Ligeideos, porem deles se distinguindo por não terem ocelos e pelo aspecto da membrana dos hemelitros, que apresenta as nervuras anastomosadas na base, onde se formam algumas células, dividindo-se depois em ramos que limitam as células menores (fig. 328). Não raro se observa, devido principalmente à atrofia da membrana, um dimorfismo alar mais ou menos pronunciado; daí haver, numa mesma espécie, alem de formas macropteras, formas braquipteras ou micropteras. Conquanto os Pirrocorideos geralmente pouco excedam de 1 cm. de comprimento, é a esta família que pertence
32
Gr.
pyrrhos,
igneo,
fogo;
coris,
percevejo.
PYRRHOCORIDAE
113
Macroceroea grandis (Gray, 1832), um dos maiores Hemipteros que se conhece, encontrado na região Oriental. Os machos deste inseto podem ter de 40 a 54 mm. de comprimento. Ha descritos pouco menos de 400 Pirrocorideos, distribuidos em duas subfamílias: Euryophthalminae (= Larginae) cujas espécies apresentam o 6° urosternito (na fêmea) dividido na linha mediana e Pyrrhocorinae, com tal urosternito inteiro.
Fig.
327-
Epipolops
frondosus Herrich- Schaeffer, (Lygaeidae, Geocorinae).
(cerca
de
X
10)
As espécies mais importantes, sob o ponto de vista agrícola, pertencem aos gêneros Dysdercus Amyot & Serville, 1843 (subfam. Pyrrhocorinae) e Euryophthalmus Laporte, 1832 (subfam. Euryophthalminae).
281.
Espécies
de
Dysdercus.
Dysdercus
ruficollis
(L.,
1764). - Das espécies de Dysdercus Amyot & Serville, 1843, assinaladas no Brasil- albofasciatus (Berg, 1878), clarki Distant, 1902, honestus Blöte, 1931, longirostris Stal, 1861, maurus Distant, 1901, mendesi Blöte, 1937, ruficeps (Perty, 1833) e ruficollis (L., 1764) esta última e mendesi são as mais conhecidas, sendo abundantemente en-
114
INSETOS DO BRASIL
contradas sobre algodoeiro mente do gênero Sida.
Fig.
328
-
Asa
de
Dysdercus
e
sp.
Malváceas
(pouco
mais
de
silvestres,
X
9)
especial-
(Pyrrhocorinae).
D. ruficollis, como as espécies afins de outros paises, que tambem vivem em Malváceas, causa, às vezes, danos consideráveis ao algodoeiro, sugando capulhos ou maçãs,
Fig.
329
-
Euryophthalmus humilis (Drury, (Euryophthalminae).
1782)
(cerca
de
X
3,5)
PYRRHOCORIDAE
quando estão
ainda
fechados,
abertos. Deve-se a
HEMPEL
ou (1908)
sementes, a
primeira
115
quando notícia
danos causados pelo Dysdercus ruficollis em Recentemente Mendes (1936) apresentou contribuição
ao
algodão (Dysdercus Nesse trabalho, linhas a seguir, em São Paulo, o juizos que podem
estudo
dos
chamados
aqueles
já
relativa
aos
nosso uma
país. valiosa
"manchadores"
do
spp.)33. que contem dados interessantes, citados relativos ao comportamento desses insetos autor assim se manifesta, respeito aos precausar:
"O manchador» pode causar o estrago conhecido por "podridão interna dos capulhos ou stigmatomycose", pela introdução de baterias ou esporos do certos fungos, nos capulhos A manifestação principal dessa moléstia é uma podridão interna geral e a produção de uma coloração nas fibras, de amarelo a pardo-amarelado. Diretamente, o "manchador" pode ser causa dos seguintes prejuizos à cultura algodoeira: a) queda do maças novas, em virtude de ação mecânica de suas picadas; b) mau desenvolvimento das maçãs, principalmente atacadas quando novas; c) abertura defeituosa das maçãs atacadas em estado de desenvolvimeto, com prejuizo parcial (em uma ou mais lojas) ou total; d) manchas nas fibras, causadas pela morte das células e disseminação do conteudo protoplasmático no interior da cavidade da maçã. Neste caso as fibras ficam tambem mais fracas em virtude de interrupção no fornecimento regular de seus componentes normais; e) manchas nas fibras, causadas pelas dejeções dos insetos. No geral tal acontece quando um ataque intenso se manifesta por ocasião da abertura dos capulhos, sendo, entretanto, pequena a proporção de fibra manchada por esta causa;
33
Em publicação ulterior (1938) Mendes informa, que, das espécies de por ele observadas nos algodoeiros de São Paulo, alem de ruficollis e honestus ha uma outra, tambem encontrada nos algodoeiros do Perú, que foi classificada por Blöte como nova espécie - Dysdercus mendesi Blöte, 1937. Dysdercus
116
INSETOS DO BRASIL f) mau desenvolvimento ou morte dos sementes atacadas, que apresentam baixo poder germinativo e menor teor em óleo. Entretanto, não é pelos prejuizos diretos que Dysdercus spp. são insetos perigosos à cultura algodoeira. Os prejuízos acima citados, reunidos, apresentam menor valor econômico que os que podem causar indiretamente, servindo de veículo à transmissão de fungos e baterias causadores da referida "podridão interna dos capulhos". .................................................................................................... .................................................................................................... ....................................................................................................
Alguns autores referem-se à transmissão da antrachnose do algodoeiro, causada pelo fungo Glomerella gossypii, por Dysdercus ruficollis L., o que ainda não está provado. O que parece ser mais provavel é o desenvolvimento mais rápido do fungo referido, nas lesões feitas pelo inseto, que lhes serve de caminho a uma maior infecção." Segundo recem
ter
dendo
viver
MENDES,
uma
as
fêmeas,
longevidade
em
maior
aproximadamente
um
condições
que
a
mês
dos
após
normais,
pa-
machos,
po-
ter
atingido
a
fase adulta. A realiza-se ficando mais
cópula,
de
acordo
com
tres
dias
depois
da
macho
e
fêmea,
Pirrocoideos,
unidos
como pelo
as
observações
fêmea aliás ápice
atingir se
de a
observa do
MENDES,
fase com
abdomen
adulta, os
e
devolta-
dos em direções opostas. Tal
ato
neste
inseto
é
sempre
demorado,
durando,
se-
gundo MENDES, de 1 a 7 dias ou, em média, 3,5 dias. "pelo que pudemos observar, os machos podem passar mais de metade de sua vida copulando, desde que se encontrem num meio que lhes proporcione alimentação abundante e fêmeas virgens em número suficiente. Cada cópula dura de 1 a 7 dias, com uma média de 3,5 dias. Os machos parece procurarem se unir com maior frequência às fêmeas virgens; entretanto, unem-se tambem às
PYRRHOCORIDAE
117
fêmeas já fecundadas, desde que estas estejam dispostas para tal ou que o desenvolvimento de seu abdomen não impossibilite ao macho alcançar seus orgãos genitais em posição conveniente. As fêmeas, na sua maioria, copularam uma só vez, tendo sido observados, entretanto, casos em que se sujeitaram a mais de uma união. O número médio de uniões sexuais (com o mesmo macho), por fêmeas, foi de 1,4." A um
fêmea,
ninho
turas
uma
ovos.
-
com
imaturos 4,3;
-
ter
a
Para medidas:
alguns o
segundo
prepara os
para
ovos.
MENDES,
4,6;
dias
depois,
Em
uma
quatro
estádios
MENDES os
primeira combater destruição
para
-
dia
6,8;
em
fêmea estes das
que
-
é
adulta, insetos plantas
postura
média
(X
feita
formas
jovens.
em são
que
resultados
dos
vários
3,1
primeira
pouco
mais
indicadas
imprestáveis
que
se mé-
estádios
dias;
realizando-se a
246
1,6)
Os
estádio 10,3;
pos-
de
(Pyrrhocorinae).
as
mudança
1ª
5°
a
várias
post-embrionário, jovens.
a
seguintes:
4°
do
emergem
desenvolvimento
mais por
contado
fecundada, deposita
Euryopthalmus humilis (Drury, 1782) (Euryophthalminae). Dysdercus longirostris Stal, 1861 (X 1,6)
foram
3°
vital,
põe,
assim
obtidos
de onde
-
Destes,
realiza
se
330
331
Inicia-se dios
solo,
fêmea
Fig. Fig.
depois
no
2ª o
-
ciclo
postura,
até
de
40
as
seguintes os
dias. hospe-
118
INSETOS DO BRASIL
dam (Sida, Hibiscus) 34 e apanha dos insetos, pela manhã, em vasilhas contendo querosene, batendo as plantas infestadas. É tambem indicado o método que consiste no emprego de armadilhas constituidas por bagaço de cana de açucar, onde os insetos no fim de algum tempo se acumulam em grande quantidade, podendo-se assim facilmente destrui-los. 282. Dysdercus longirostris Stal, 1861 (figs. 331-333). - Sobre esta espécie, bem característica pelo rostrum muito alongado, que atinge aproximadamente o 5º urosternito, GOMES (1938) escreveu interessante artigo, do qual transcreverei os seguintes trechos: "Natureza dos danos - Como observei, esse percevejo perfurando e introduzindo na laranja, através da casca, os estiletes maxilares e mandibulares do seu rostro longo, sugalhe a polpa, chegando a permanecer em certos casos, num só ponto cerca de 30 minutos, quando não perturbados. Um único inseto fere, em geral, mais de uma vez a mesma fruta, que pode apresentar tambem vários deles. As laranjas lesionadas alteram, comumente, no fim de pouco tempo, a cor da casca em torno das perfurações, bem se acentuando nas de maturação ainda incompleta. Decorridos 7-8 dias, em média, uma podridão sobrevem, caracterizada pela frutificação de Penicillium (P. italicum Wehmer,
e P. digitatum Sac.). No pomar em que presenciei o ataque deste hemíptero, grande era o número de frutas podres no solo, tendo havido, em relação à safra do ano anterior, uma perda em caixas avaliada em cerca do 20%.
34 "Alem deste (Gossypium), tem sido notado tambem sobre outras plantas da família Malvaceae: Urena sp. (Guaxima, Carrapicho ou Carapicú), Sida sp. Hibiscus esculentus L. (quiabeiro) e da família Bombacaceae: (Cuiteleiro), Chorisia sp. (paineira). Monte diz ter encontrado Dysdercus ruficollis L. sobre representantes da família Bombacaceae: Pachira aquatica Aubl. (Castanheira do Maranhão, Mamorana, Embiruçú, ou Paina de Cuba) e Bombax ventricosa. Arr. Cam. (B arriguda ou Paineira), e da família Cochlospermaceae: cochlospermum insigne St. Hil. (Algodoeiro do campo, Butuá de Corvo. Ruibardo do campo, Periquiteira, Algodão Cravo, Samaúna do lgapó, Algodão do Mato ou pacoté) . As ocurências citadas por esse autor referem-se assim o acreditamos, ao Estado de Minas Gerais". (Mendes).
PYRRHOCORIDAE
119
O fato de não se alimentar de laranjas em decomposição, caidas no terreno e mesmo nas árvores, faz que não seja admitido como transmissor direto do mofo pela picada, sendo, todavia, responsavel pela entrada dos espórios deste através dos o r i f í c i o s f e i t o s n a c a s c a p e l a s p e ç a s b u c a i s . O ataque das formas jovens em geral se acentua quando nas fases mais adiantadas de desenvolvimento, próximas a se transformarem em adultos.
Fig. 332 -
Dysdercus longirostris Stal, 1861 (X 3,5) (De Gomes, 1938).
Dados biológicos - Das observações que fiz, pude averiguar que este percevejo dá preferência pelas laranjeiras pouco insoladas, situadas em lugares baixos e úmidos, apresentando menor atividade nas horas mais quentes do dia, quando se aglomeram em pontos sombrios, em geral, nas partes baixas dos troncos e no chão. Pela manhã, ao contrário, é sempre encontrado em maior quantidade sobre os frutos. No ato de cópula, que pode durar mais de 2 horas, a fêmea e o macho ficam em direções opostas, unindo-se pelas extre-
120
INSETOS DO BRASIL midades dos abdomens. Durante a operação ambos se locomovem e se alimentam. Diferentemente de outro hemiptero sugador de laranjas, o coreideo Leptoglossus gonager (Fr.), que deposita os ovos, segundo verificou C. H. Reiniger, nas folhas de Melão de São Caetano (Mormodica charantia), a fêmea do D. longirostris, depois de fecundada, procura no terreno um logar próprio para efetuar a postura, em geral abrigado, entre restos de vegetação terra fofa, fendas, etc. Uma vez encontrado escava uma cela, o suficiente para permitir a sua
Fig.
333
-
Disdercus
longirostris Stal, 1861, De Gomes, 1938).
joven
(cerca
de
X
4)
entrada, colocando-se no interior em posição inclinada, com o abdomen voltado para baixo, e assim permanece até completar a oviposição. Finda esta, que demora poucas horas, retira-se da cela, cobrindo em seguida os ovos com cisco ou terra para protege-los. Estes são esféricos, brancos, ligeiramente amarelados, dispostos em massa, tornando-se pardacentos à medida que se aproximam da eclosão. O fato de ter encontrado sobre frutos semente poucas formas jovens em últimos estádios, levou-me a procurá-las na vegetação adventícia do pomar, e certo é que em carurú de espinho (Amaranthus spinosus) encontrei inúmeras, parecendo exato que nesta fase procuram plantas mais tenras para alimento.
PYRRHOCORIDAE
121
Medida de combate - Pelo pouco que acima ficou dito com relação a certos pormenores do modo de vida do D. longirostris, acho que, na defesa do laranjal contra o seu ataque, devem ser tomadas as seguintes medidas: 1°, uma vez constatada a sua presença, proceder a destruição das formas adultas quando em repouso, durante as horas quentes do dia, no chão, junto ao tronco ou sobre este, procuran do o melhor meio de esmagá-las; 2°, efetuar a apanha das que se acharem sobre as laranjeiras, acondicionando-as numa vasilha cont endo uma solução inseticida (água e querosene, p. ex.). Por não voarem os adultos logo assim se sentem molestados, esta operação não se torna de todo impossível; 3º, manter o terreno limpo, evitando a amontoa em torno das laranjeiras dos restos de vegetação, proveniente da capina, entre os quais as fêmeas encontram, em geral logar próprio para a postura. O tratamento superficial do terreno, que em caracter experimental realizei, contra as larvas alojadas na cobertura de t erra frouxa e vegetação seca, pela rega com emulsão de bisulfureto de carbono, pode ser feito com algum resultado, se bem que pouco econômico para casos de infestação generalizada; 4º, finalmente, laranjeiras".
sobre
procurar
melhorar
MENDES (1938) informa que M. sementes de paineira (Chorisia
o
DINIZ sp.).
arejamente
colheu
este
das
inseto
várias
espécies de Dysdercus são parasitadas no Brasil por moscas da fam. Gymnosomatidae descritas por TOWN-
SEND
(1937-1938).
As
Acaulona nestus
Blöte,
283. cies
D.
Outros
de
Brasil
Dentre
brasiliana
ruficollis
(L.)
porem,
a
1937, e
Pirrocorideos
Dysdercus, vários
elas,
Townsend,
D.
mais que
mendesi
interessantes.
encontram-se
representantes
de
tambem
eficiente ataca
lunaris
(Gmelin,
Grande
do
1788) Sul,
e
BRUCK
E. e
Alem
rufipennis
das
espé-
frequentemente
Euryophthalmus
DESLANDES
a ho-
Blöte. -
1932 (= Largus, 1831), dentre os quais devem Euryophthalmus humilis (Drury, 1782) (figs. 329 Rio
é
D.
no
Laporie,
ser citados: e 330), E.
Laporte, (1927),
1832.
No
observaram
122
INSETOS DO BRASIL
esta última espécie atacando a batatinha e o fumo. Várias espécies de Pyrrhocoridae, principalmente da subfamília Euryophthalminae, mimetisam outros insetos, especialmente formigas. Na fig. 334 apresento o desenho de HUSSEY (1927) de uma kaldy &
dessas espécies - Thaumastaneis montandoni KirEdwards, 1902, encontrado em Goiaz e em Mato
Grosso
(Chapada).
Fig.
Thaumastaneis moutandoni Kirkaldy & Edwards, 1902 phthaminae), ( f ê m e a ) v i s t a de p e r f i l ( D e H u s s e y , 1 9 2 7 ) .
334
(Euryo-
Ha na coleção do Instituto Osvaldo Cruz uma interessante espécie de Theraneis (Spinola, 1810), ainda não descrita, cujo aspecto lembra o de um Himenoptero da família Mutilidae.
284.
Bibliografia.
BLÖTE, H. C. 1931 -
1933
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-
1937 GOMES, J. 1938 -
-
Sobre o Dysdercus longirost ris Stal. Um percevejo sugador de laranjas no D. Federal. O Campo, 9(97):58 e 60, 2 figs.
PYRRHOCORIDAE
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Superfamília Família
THAUMASTOTHERIOIDEA 35 THAUMASTOTHERIIDAE
(Thaumastocoridae) 285. Espécie mais interessante. - Compreende algumas espécies da região australiana e uma encontrada em Cuba e em Flórida de gênero Xylastodoris - X. luteolus Barber, 1920 (fig. 335), que ataca folhas novas da palmeira imperial (Oreodoxa regia), causando às vezes grandes danos. Neste grupo as garras tarsais são tambem providas de arólios. 35
Gr.
thaumastos,
admiravel;
therion,
animal
Selvagem;
coris,
percevejo.
ARADOIDEA
125
S u p e r f a m í l i a ARADOIDEA 286. Caracteres, etc. - Pertencem a esta superfamília os Hemipteros da antiga família Aradidae, representada por espécies de alguns milímetros a pouco mais de um centímetro de comprimento, de cor negra ou parda mais ou menos escura e corpo ovalar, fortemente deprimido em cima e em baixo.
Fig.
335
-
Xylastodoris
luteolus Barber, 1920 (Thaumastotheriidae (De Barber, 1920).
(X
28)
Cabeça horizontal com a fronte mais ou menos prolongada entre as antenas; estas curtas, espessas, de quatro segmentos, inseridas em tubérculos anteníferos geralmente ponteagudos; ocelos ausentes; rostrum retilíneo, de quatro segmentos (o segmento basal muito curto), ora recebido entre as búculas em sulco rostral profundo, ora livre (Isodermidae).
126
INSETOS DO BRASIL Pronotum
geralmente
nais;
scutellum
neste
caso
provido
variavel,
ocultando
de
triangular, grande
carenas
medíocre
parte
dos
longitudi-
ou
largo
tergitos
e
abdomi-
nais. Hemelitros, quando presentes, mais ou deixando exposta, aos lados e atrás, grande marginal mente
do provida
anastomosam, espécies tura.
o
Como
abdomen
que
de
a
tres
porem, corium em
e
outras
pterigo-polimórficas, pteros, sem reduzidos. Ostíolos culados,
às a
asas
com
raramente
enquadra;
quatro
nervuras
vezes
sem
membrana irregulares
nervuras;
membrana
mal
se
famílias
de
Hemiptera,
indivíduos
funcionais
raramente
os
menos reduzidos, parte da porção
e
com
visíveis. tri-articulados)
mais
hemelitros Tarsos e
em
distinguem
ou
geralque
na
ha
várias estruespécies
menos mais
se
braquiou
dimeros geralmente
menos (bi-artisem
arólios.
287. Classificação. em todo o mundo, quatro famílias, que cteres: 1
1'
2(1)
2'
- Ha cerca de 400 espécies descritas distribuidas pelos autores modernos em se distinguem pelos seguintes cara-
Scutellum distinto; com olhos; tylus formando a projeção anterior da c abeça; bucculae geralmente formando um sulco rostral; margem do corpo mais ou menos unida ou com lóbulos irregulares ..................... 2 Scutellum invisivel; sem olhos; tylus no fim de uma incisão profunda que se estende da margem anterior da cabeça para trás; búculas não formando um sulco rostral apreciavel; toda a margem do corpo lobulada, com os lóbulos subiguais separados ou fundidos ........................ .......................................................................... Termitaphididae Rostrum num Rostrum num
não emergindo do ápice da cabeça e disposto sulco entre as bucculae ............................... 3 emergindo do ápice da cabeça e não disposto sulco rostral ................................................. Isodermidae
ARADOIDEA
3(2)
Prosternum com um sulco mediano distinto; rostrum geralmente atingido ou excedendo o prosternum; cabeça estreitando-se para trás dos olhos; estes projetando-se alem das genae; hemelitros não limitados exclusivamente ao disco do abdomen, tendo o corium, na base, uma expansão lateral; trocanteres soldados aos fêmures; espiráculos abdominais situados perto da margem basal ou proximal de cada urômero. Aradidae prosternum sem sulcos; rostrum não excedendo a margem posterior da cabeça: cabeça mais larga atrás que adiante dos olhos; estes não se projetando alem das genae; hemelitros incluidos nos limites do disco do abdomen; trocanteres livres; espiráculos abdominais situados a iguais distâncias das margens basal e apical dos urômeros ................................................................ Dysodiidae
3'
Fig.
127
336
- Cabeça de Aradus sp.; Vêm-se, na parte anterior e atravez g u m e n t o diafanisado, os estiletes bucais e n r o l a d o s ( X 7 4 ) .
do
te-
288. Hábitos. - Os Aradideos, manifestando quasi sempre um tigmotropismo positivo e um fototropismo negativo, vivem gregariamente em pequenas colônias, sob a casca ou em
fendas
lae 36
no
caule
das
plantas.
e Phloeobiotica 37 que lhes ctivamente, por Amyot & Serville e Reuter.
36 37
Daí
os
foram
Lat. cortex, casca. Gr. phloios, casca; bioticos, que pertence a vida.
nomes
Corticico-
aplicados,
respe-
128
INSETOS DO BRASIL
Segundo informam os autores que os têm estudado, normalmente se alimentam sugando os fungos que se encontram em tais logares (micetófagos). As espécies de Termitaphididae vivem em simbiose com termitas. Família ARADIDAE
38
289. Espécie mais interessante. - Esta família é representada pelo gênero Aradus Fabr., 1803, com várias espécies das regiões Paleártica e Neártica.
Fig.
Fig. 337 Dysodius lunatus (Fabr., 1794) (Dysodiidae) ( X 2,60).
338 - Aneurus sp. (Dysodiidae) (cerca de X 1 0 ) . A s a s a s foram retiradas
Devo aquí chamar a atenção para a disposição interessante dos estiletes bucais nas espécies deste gênero. Extraordinariamente alongadas, pois medem cerca de cinco vezes o comprimento do corpo, em repouso ficam enroladas em dupla espiral vertical, como uma mola de relógio, numa
38
Gr.
Arados,
nome
de
uma
antiga
cidade
da
Síria.
DYSODIIDAE
129
grande câmara da cavidade preoral, situada pouco adiante da bomba sugadora e formada, principalmente , pelo clypeus e labrum fundidos (fig. 336). Do Brasil a espécie mais conhecida é o Aradus (Aradus) falleni Stal, 1860. Família
DYSODIIDAE39
(Brachyrhynchidae; Aneuridae; Meziridae)40 290. Espécies mais interessantes. - A esta família pertencem quasi todos os Aradideos da região neotrópica, distribuidos em vários gêneros, dentre os quais merecem citados Mezira Amyot & Serville, 1843, Neuroctenus Mayr, 1866 e Dysodius Lepeletier & Serville, 1825, este com algumas espécies de aspecto curioso, como Dysodius lunatus (Fabr., 1794) (fig. 337). Na fig. 338 acha-se representada uma espécie do gênero Aneurus Curtis, 1825 (provavelmente A. subdipterus Burm., 1835), representado por espécies de corpo muito achatado, laminado, asas rudimentares e hemelitros quasi que inteiramente membranosos e sem nervuras. O inseto foi-me enviado do Rio Grande do Sul pelo Dr. A. Ronna, com a informação de o ter encontrado em abundância sob casca de videira. Trata-se provavelmente de uma espécie micetófaga. Família
ISODERMIDAE41
291. Espécie mais interessante. - Desta pequena família, que se distingue de Aradidae principalmente por terem as suas espécies o rostrum terminal, livre, ha na região neotrópica o gênero Isodermus Erichson, 1812, com a espécie I. gayi (Spinola, 1852), encontrada no Chile e na Patagônia. 39 40
41
Gr. dysodia. mau odor. Gr. brachys, curto; rhyngchos, tromba. Gr. neuron, nervura. Hebreu, zor, zara, nauseabundo. Gr. isos, mesma: derma. pele.
130
INSETOS DO BRASIL
Família TERMITAPHIDIDAE 42
(Termitocoridae) 292. Caracteres, etc. - Os i nsetos desta família têm alguns milímetros de comprimento, corpo fortemente deprimido, de contorno elítico e com o dorso escondendo inteiramente as antenas, o rostrum e as pernas. Evidentemente próximos dos Aradideos, têm tambem, como mostrou CHINA (1931), grandes afinidades com os Pentatomideos da família plataspididae. Ha atualmente pouco mais de 10 espécies descritas, da América. da África, da Austrália e da Ásia, quasi todas do gênero Termitarardus Myers, 1921, com algumas espécies da região neotrópica, encontradas em termiteiros de Heterotermes e outros cupins. Do gênero Termitaphis Wasmann, 1902, citarei T. cumvallata Wasm., 1902, encontrada na Colômbia em miteiros de Amitermes foreli Wasm.
cirter-
"A biologia destes Hemipteros é por assim dizer desconhecida, se bem que se possa supor, dada a conformação das peças bucais, que sejam micetófagas (Myers), como a maior parte dos Aradideus e dos Coptosomoides (Plataspidae) (W. E. China, op. cit.)" (Poisson, 1938).
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42
Gr. termes, cupim: aphyo, sugo; coris, percevejo.
ARADOIDEA 1932 -
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132
INSETOS DO BRASIL
Superfamília TINGITOIDEA
(Tingidoidea) 294. Classificação. - Constituem a superfamília Tingitoidea as famílias Tingitidae e Piesmidae. Esta, representada pelo gênero Piesma Le Peletier & Serville, que tem como representante no Brasil a P. cinerea (Say, 1832). Rica em espécies é a família Tingitidae, que passo a considerar. Família TINGITIDAE
43
(Tingidae; Tingididae)
293. Caracteres, etc. - Insetos pequenos, de alguns milímetros de comprimento, facilmente reconhecíveis pelo aspecto reticulado ou alveolado do torax, principalmente notavel nos hemelitros e no pronotum, que, não raro, apresenta expansões lobuladas ou vesiculares mais ou menos conspícuas. Antenas relativamente curtas, de quatro segmentos, espessas ou delgadas; ocelos ausentes; vertex geralmente provido de espinhos mais ou menos proeminentes (fig. 342); rostrum retilíneo, de quatro segmentos, alojado num distinto canal rostral, formado, na cabeça, pelas búculas muito salientes e no torax por um sulco que se estende do prosternum ao, metasternum. Pronoto mais ou menos convexo, prolongado posteriormente em um processo que cobre o escutelo; a porção anterior pode ser mais ou menos proeminente, apresentando-se com o aspecto de um capús ou dilatação empolácea ou visiculiforme que encobre a cabeça (hood) (figs. 340 e 341). O disco do pronoto pode ter de uma a tres rugas longitudinais (carinae) (figs. 342-3) e as
43 De Tingis Fabr., 1803, com etimologia incerta; Segundo Amyot e Serville, nome da cidade de Tanger.
TINGITIDAE
133
partes laterais frequentemente se apresentam expandidas em abas foliáceas, planas ou de bordos voltados para cima, às vezes bem largas (paranota, de CHAMPION) (figs. 340,
Fig. 339 - Hemelitro de Tingitideo costal (membrana costal de Stal ; 2,
com as respectivas área subcostal (area discoidal.
áreas e areolas: costalis de Stal) ;
1, 3,
área área
341 e 342). Hemelitros homogêneos, distintamente reticulados, não se notando distinção estrutural entre o corium e a membrana.
134
INSETOS DO BRASIL
As principais nervuras delimitam as seguintes regiões: área costal (membrana costae de STAL) (figs. 339 -1); área subcostal (area costalis de STAL) (figs. 339 -2); área discoidal (area discoidalis de STAI.) (figs. 339 -3); área sutural, correspondente à membrana, nas outras famílias.
Fig. 340 de X 26)
Stephanitis (De Drake & das
olyrae Drake & Hambleton, 1935 (Tingitidae) (cerca Mambleton, 1935, Fig. 5). Os dois traços indicam uma paranota e a carena mediana.
Nos Tingitideos não são raros os casos de dimorfismo alar, verificando-se a atrofia parcial ou total das asas posteriores e o encurtamento dos hemelitros. A família Tingitidae compreende mais de 600 espécies, das quais cerca de 400 vivem nas Américas, quasi todas da
TINGITIDAE
135
subfamília Tingitinae. Bem poucas ha pertencentes às subfamílias Cantacaderinae e Serenthiinae. A literatura relativa aos nossos Tingitideos, alem do que escreveram STAL (Ennumeratio, 3), DISTANT (Biol. Centr. Amer.), GIBSON (1919 e 1922) e BERGROTH (1922), é princi-
Fig.
341 -
D i c y s t a lauta D r a k e & H a m b l e t o n , 1935 ( T i n g i t i d a e ) ( D e D r a k e & H a m b l e t o n , 1935, f i g . 6)
( c e r c a de X 2 6 )
palmente representada pelos vários trabalhos de DRAKE, alguns em colaboração com outros autores, citados na bibliografia deste grupo e de MONTE. bate.
295. Hábitos, importância econômica e - Vivem os Tingitideos em colônias
meios de commais ou menos
136
INSETOS DO BRASIL
numerosas, na face inferior das folhas; aí fazem as posturas, ficando os ovos colados à superfície das folhas pela secreção das glândulas coletéricas ou embutidos no parênquima foliar. Deles saem formas jovens com o corpo em geral fortemente espinhoso.
Fig.
342
Liotingis (cerca de X
aspidospermae 26) (De Drake
Drake & Hambleton, 1935 & Hambleton, 1935, fig. 3).
(Tingitidae)
Dos danos causados pelos Tingitideos pode fazer-se idéia lendo o trecho seguinte de BONDAR, em que ele creve os estragos produzidos nas folhas do algodoeiro Gargaphia torresi Costa Lima, 1922:
uma despela
"As larvas e adultos vivem nas folhas, principalmente na página inferior, chupando a seiva da planta e provocando a "ferrugem". O centro da folha, atacado primeiro, envelhece e morre queimado pelo sol, e a periféria frequentemente conserva-se verde. Examinando a página inferior da folha atacada, notam-se grandes colônias deste inseto, larvas de diversas idades e adultos. No logar ocupado, a folha é amarela
TINGITIDAE
137
pela destribuição da chlorophylla e coberta com numerosas manchas pretas, escrementos do inseto. Quando a folha está para morrer os adultos abandonam-na e vão procurar folhas novas para depositar ovos e alimentar-se. Alem do algodoeiro, observamos o mesmo inseto em quiabeiros que se acharam completamente estragados pelo inseto." No meu "3º Catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil", estão relacionadas as espécies cujas plantas hospedadoras eram conhecidas, até 1934. Nos trabalhos de
Fig.
343
Psilobyrsa vriesiae Drake & Hambleton, 1935 (Tingitidae) de X 26) (De D r a k e & H a m b l e t o n , 1935, fig 4 ) .
(cerca
DRAKE, publicados de 1935 em diante, ha a citação de outras espécies, com a indicação das plantas em que vivem. DRAKE descreveu uma espécie do Congo Belga, Copium hamadryas, que produz galhas em inflorescências de uma espécie de Clerodendron.
138
INSETOS DO BRASIL
Os Tingitideos são combatidos mediante pulverizações de quaisquer insecticidas externos (emulsão sabonosa de querosene, extrato de tabacos, etc.). 296. Bibliografia. BERGROTH, E . 1922 -
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TINGITOIDEA
141
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Hemiptero,
Leptobyrsa
142
INSETOS DO BRASIL
Superfamília
REDUVIOIDEA
297. Caracteres e classificação. família Hemipteros terrestres que principais e constantes, os cteres aproximadamente
do
comprimento
-
Constituem
apresentam,
seguintes: da
esta
super-
como
cara-
rostrum
cabeça,
curto,
ou
pouco
mais longo, em repouso, porem, recurvado em gancho ou retilíneo e, neste caso, disposto paralelamente à superfície inferior da cabeça e dela mais ou menos afastado; pernas anteriores distintamente de tipo raptorial ou, pelo menos, com fêmures mais litros sem cuneus; ou hematófagas. A superfamília caracterizadas foi 1
1'
2(1´)
2'
3(2')
3'
na
apresentada
por
dilatados que garras sem Reduvioidea
chave
seguinte,
nos outros pares; hemearólia; espécies predadoras compreende em
parte
seis f a m í l i a s ,
baseada
na
que
BLATCHLEY.
Pronotum dividido em 3 lobos; cabeça apresentando forte constricção atrás dos olhos; hemelitros, excetuando as nervuras, completamente membranosos; terço apical das tíbias anteriores dilatado e comprimido; tarsos anteriores de 1 artículo, raptoriais; tarsos médios e posteriores de 2 artículos. Comprimento não excedendo de 4 mm. Espécies terrestres, geralmente higrófilas; voam em enxame ............................................. Enicocephalidae Pronotum não dividido em 3 lobos. Com mais de 4 mm. de comprimento. Espécies terrestres, tanófilas (que habitam mato cerrado) ................................................... 2 4º segmento das antenas muito espessado, clavado ou fusiforme; fêmures anteriores extremamente robustos, tíbias curtas e retrateis; corpo curto, robusto e asperamente esculturado ................................. Phymatidae 4º segmento das antenas fino, nem clavado, nem fusiforme; fêmures anteriores não muito espessados; corpo de aspecto diferente. ............................................................... 3 Pronotum sem sulco estridulatório; rostrum de 4 segmentos (o 1º muito curto, raramente de 3); cabeça sem sulco transversal ........................................................... 4 Pronotum com sulco longitudinal entre os quadris anteriores com fina estriação (sulco estridulatório); ros-
REDUVIOIDEA
143
trum de 3 segmentos, o 1º geralmente robusto e mais ou menos recurvado; cabeça geralmente com sulco transversal interocular ou postocular ....................................... 5 4(3) 4'
Tarsos de 3 artículos .......................................................... Nabidae Tarsos de 2 artículos ................................................... Joppeicidae
5(3')
Corpo e antenas lineares ou extremamente finos; ocelos ausentes; quadris anteriores muito alongados, atingindo ou excedendo o ápice da cabeça, respectivas cavidades coxais abertas para diante e para baixo; hemelitros, exceto as nervuras, membranosos, não divididos em corium e clavus ....................................................... Ploiariidae Corpo e antenas de forma diferente; ocelos geralmente presentes; quadris anteriores não muito alongados, respectivas cavidades coxais abertas para baixo; hemelitros de aspecto normal, isto é, divididos em corium, clavus e membrana. ................................................... Reduviidae
5'
A
pequena família Joppeicidae (= Elasmodemidae) tence o gênero Elasmodema Stal, 1860, representado espécie brasileira Elasmodema erichsoni Stal, 1860. Família
perpela
ENICOCEPHALIDAE44
(Henicocephalidae) 298. Caracteres, etc. Esta família compreende espécies de alguns milímetros de comprimento, facilmente reconhecíveis pelo aspecto singular da cabeça, que é alongada, porreta e consideravelmente dilatada ou globosa na parte retro-ocular, onde se acham os ocelos (fig. 344). Antenas e rostrum de quatro segmentos, este muito curto e relativamente robusto, aquelas com o 1º, o 2° e o 3° segmentos seguidos de um segmento anelar. Pronotum geralmente dividido, por duas constrições transversais, em tres lobos. Hemelitros, completamente membranosos, percorridos por nervuras distintas, longitudinais e algumas transversais.
44
Gr.
enikos,
unica;
kephale,
cabeça.
144
INSETOS DO BRASIL
Tíbias do par anterior distintamente alargados na parte apical (distal); tarsos anteriores de um artículo, com uma ou duas garras, dimero nas outras pernas. A forma do rostrum e o aspecto das pernas anteriores indicam que estes insetos são predadores. Alguns são mirmecófilos.
Fig. 344 - Cabeça, pronotum e pernas anteriores de Enicocephalus sp. (Enicocephalidae) (muito aumentado) (Tirado da figura de Enicocephalus concolor C h a m p i o n , 1898, in Biol. C e n t r . A m e r . H e m , H e t . 2, est. 10, f i g . 1 ) .
Tem se observado espécies desta família voando, à tarde, em grandes enxames, como o fazem certos dipteros das famílias Chironomidae e Ceratopogonidae. A família Enicocephalidae compreende perto de 30 espécies, distribuidas por todo o mundo, em tres gêneros, dos quais apenas Enicocephalus Westwood, 1837 (= Henicocephalus Westw., Stal emend., 1864), possue represen-
PHYMATIDAE
145
tantes brasileiros (E. rhyparus (Stal, 1858); E. spurculus (Stal, 1850), ambos encontrados no Rio de Janeiro). 299. Bibliografia. - Alem do que se pode ler em trabalhos gerais, citados na parte "Sistemática" da bibliografia de Hemíptera (BLATCHLEY, CHAMPION, STAL e outros), consulte-se: USINGER, R. L.
1932 -
Miscellaneous studies in the Henicocephalidae (Hemiptera). Pan-Pacific Ent. 8:145-156, 1 est. Família PHYMATIDAE
45
(Syrtides; Spissipedes; Macrocephalidae)
300. Caracteres. - Hemípteros pequenos ou de tamanho médio, de forma irregular e corpo mais ou menos recortado, com o tegumento enrugado, granuloso, ou apresentando cristas ou espinhos aguçados. Bem característico, porem, é o aspecto das pernas anteriores destes insetos (v. figs.) Cabeça pequena, porreta, provida de búculas bem desenvolvidas, que formam um profundo sulco rostral; antenas de quatro segmentos, com o último geralmente mais longo e mais grosso que os precedentes; ocelos presentes; rostrum curto, aparentemente de tres segmentos (o verdadeiro 1º segmento rudimentar), atingindo ou excedendo os quadris anteriores. Torax Pronotum transversal, geralmente recortado e com os bordos mais ou menos expandidos e obliquamente levantados; scutellum de tamanho normal (Phymatinae) ou extraordinariamente alongado, cobrindo a maior parte do abdome (Macrocephalinae). Hemelitros com clavus distinto do corium e da membrana; esta multinervada, com as nervuras anastomosando-se e não raro formando um retículo de células. 45
Gr.
phyma,
inchação.
146
INSETOS DO BRASIL
Pernas anteriores de tipo raptorial (preensil) peculiar, com anca notavelmente saliente, femur extraordinariamente espessado e internamente sulcado, para receber a tíbia em repouso; esta falciforme, formando com o femur uma forte pinça; tarso, ausente (Macrocephalinae) (fig. 348), ou muito
Fig. 345 - Phymata sp).; 1, processo preocelar; 2, ângulo anterior do pronotum; 3, processo lateral do pronotum; 4, crista longitudinal do pronotum; 5, connexivum; 6, processo frontal; 7, processo ocelar; 8, lóbo anterior do pronotum; 9, lóbo posterior do pronotum; 10, ângulo posterior do pronotum; 11, scutellum (cerca de X 11,5).
pequeno, de dois artículos (Phymatinae) (fig. 346), implantando-se na tíbia um pouco antes do ápice; nas outras pernas, que são normais, os tarsos tambem são biarticulados. Abdome com conexivum laminado, em geral consideravelmente saliente e anguloso na linha média-transversal.
PHYMATIDAE
147
301. Hábitos, classificação e espécies mais interessantes. Os Phymatideos são insetos predadores, frequentemente encontrados em flores de Compostas. Nelas aguardam a chegada dos pequenos insetos que as visitam para capturálos e sugar-lhes a hemolinfa.
Fig.
346
-
Phymata anterior.
sp).,
Fig. 347 Phymata fortificata (Herrich-Schaeffer, 1844) ( c e r c a de X 4 ) . (Phymatinae)
perna
Ha descritas nesta família cerca de 120 espécies, muitas das quais da América Meridional, distribuidas em duas subfamílias, que se distinguem do modo seguinte: 1
Tarsos
das
sempre no
pernas
anteriores,
presentes,
lado
interno
em da
conquanto
repouso tíbia;
muito
escondidos
scutellum
pequenos,
num
sulco
pequeno,
trian-
gular, visivel entre os clavos dos 2 hemelitros .................................. ............................................................................................... Phymatinae 1'
Pernas gado
anteriores até
o
sem
ápice
tarso; do
scutellum
abdomen,
grande,
cobrindo
os
prolonhemelitros
em repouso e o abdomen em quasi toda a sua extensão. ...................................................................................
Macrocephalinae
148
INSETOS DO BRASIL
Dentre as várias espécies encontradas no Brasil, menciono, como mais encontradiças: Phymata erosa (L., 1758), com algumas de suas variedades;
Fig.
348 perna
Macrocephalus anterior.
sp;
Fig.
349 Macrocephalus notatus (Macrocephalinae) vê-se o escutelo prolongado até o ápice do abdomen
(X
8).
Phymata acutangula (Guérin, 1857), que tem, como a anterior, uma vasta distribuição geográfica, estendendo-se de Flórida a República Argentina; Phymata fortificata Herrich-Schäffer, 1844, de aspecto bem curioso (fig. 347); Macrocephalus affinis Guérin, 1838 e Macrocephalus notatus Westwood, 1843 (fig. 349).
302. Bibliografia. DUDICH, E.
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PHYMATIDAE
149
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150
INSETOS DO BRASIL
Família PLOIARIIDAE
46
(Emesidae) 303. Caracteres. - Hemípteros de tamanho variavel, de alguns milímetros a quasi tres centímetros de comprimento, bem caracterizados pelo aspecto geral do corpo, muito fino,
Fig.
350
-
Gardena
46 Gr. ploiarion, pequeno barco.
sp;
(Ploiaridae)
(pouco
mais
de
20
mm)
PLOIARIIDAE
151
bacilar ou linear, como o dos Fasmideos, providos de pernas médias e posteriores extremamente alongadas e filiformes e pernas anteriores relativamente curtas, raptórias, de tipo muito parecido com o que se observa nos Mantideos (fig. 350). Cabeça porreta, mais ou menos alongada, ora mais longa que a largura ao nivel dos olhos, ora o inverso; geralmente dividida por uma sutura, de olho a olho, em dois
Fig.
351 -
C a b e ç a e p e r n a a n t e r i o r do e x e m p l a r
d a f i g u r a 350.
lóbulos; sem ocelos; antenas de quatro segmentos, sendo o 1º e o 2º muito alongados; rostrum pouco mais longo que a cabeça (tipo predador), de tres segmentos (v. fig. 351). Torax - Pronotum trapezoidal, mais ou menos alongado; scutellum pequeno, triangular; prosternum com sulco
152
INSETOS DO BRASIL
estridulatório entre as ancas anteriores. Hemelitros, quando presentes, de estrutura uniforme, membranáceos. Pernas anteriores raptórias (fig. 351), com as ancas muito alongadas, em posição normal dirigidas para diante, atingindo ou excedendo o ápice da cabeça; cavidades coxais anteriores abertas para diante e para baixo; fêmures tambem alongados, apresentando, em baixo numerosos dentículos ou cerdas espinhosas; igualmente armadas tambem se apresentam as tíbias deste par de pernas; as outras pernas são muito finas e alongadas, especialmente as do par posterior. Tarsos das pernas anteriores de um a tres artículos.
Fig. 352 - Ploiariideo em postura (De Howes, 1918, Insect Behavior).
304. Hábitos. - Os Ploiariideos são hemípteros terrestres, de hábitos predadores. Ha tempos observei formas jovens de uma pequena espécie (da qual não me foi possivel obter formas adultas) que viviam sugando Pinnaspis minor (Mask.) (Homoptera-Coccoidea-Diaspididae). Ha cerca de 160 espécies descritas, das quais muitas da região neotrópica.
PLOIARIIDAE
153
305. Bibliografia. BERGROTH, E. 1906 1922 -
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1863 -
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Família
R E D U V I I D A E47
(Nudirostri part.) 306. manho
Caracteres,
médio,
comprimento, ferentes ralmente ou
varia
constituem estreitando-se
em
transversa
externa.
milímetros
aspecto
que
livre,
dividida
depressão
alguns
cujo
grupos
Cabeça
de
anatomia
dois
a
a
-
Hemípteros
alguns
de
centímetros
consideravelmente
tade
nos
di-
e
ge-
família. em
lóbulos
pescoço separados
para por
trás um
sulco
interocular.
47 ? Lat. reduviae, despojos. Possivelmente Fabricius aplicou para o gênero típico destes insetos o nome Reduvius, porque eles vivem de presas, de despojos. Pode-se tambem admitir que esta designação derive de reduvia (pequena úlcera na raiz da unha), pela presença da fosseta, em forma de úlcera, no ápice das tíbias anteriores.
154
INSETOS DO BRASIL
Rostrum mais ou menos robusto, representado por um lábio de tres segmentos, geralmente recurvado em gancho, de modo a formar, com o perfil inferior da cabeça, um ângulo curvilíneo. (fig. 221), às vezes, porem, reto e, em repouso, encostado à face inferior da cabeça ou dela pouco afastado (fig. 222).
Fig.
353
-
Linshcosteus
carnifex Distant, 1904 1931, f i g . 7 0 ) .
(Triatominae)
(De
C.
Pinto,
Excetuando Linshcosteus Distant, 1904 (Triatomineo da Índia, cujo rostrum não chega à base da cabeça) e Cavernicola Barber, 1937 (fig. 353), a ponta do rostrum, em re-
Fig.
354
- Parte anterior e inferior do protorax de um Ectricodiineo, ver o sulco estridulatório, indicado pela ponta do rostrum.
para
se
pouso, nos demais Reduviideos, atinge sempre um sulco prosternal, transversalmente estriado, chamado sulco estridulatório pela maioria dos autores (fig. 354). Tal sulco é, sem dúvida, o caracter mais importante de Reduviidae, pois,
REDUVIIDAE
155
na superfamília Reduvioidea, só se o encontra tambem em Ploiariidae e Phymatidae, insetos, aliás, facilmente reconhecìveis pelo aspecto característico do corpo e, sobretudo, das pernas anteriores. Antenas, geralmente, de quatro segmentos, às vezes, porem, com maior número, quando um ou dois desses segmentos se apresentam subdivididos em dois ou mais subsegmentos (Microtominae).
Fig.
355
-
Perna
anterior
de
Piratinae, vendo-se, esponjosa.
no
ápice
da
tíbia,
a
fossula
Ocelos ausentes em Saicinae, Tribelocephalinae, Chryxinae e Vesciinae; presentes nas demais subfamílias. Todavia, em fêmeas apteras de algumas espécies das outras subfamílias, especialmente em Ectrichodiinae, Piratinae e Reduviinae, ou os ocelos se apresentam mais ou menos atrofiados, ou mesmo não ha ocelos. Torax. - Protorax trapezoidal, na maioria das espécies dividido por estrangulamento transversal em dois lobos, anterior, mais estreito, e posterior. Nas espécies de Notocyrtus Burmeister, 1835, apresenta-se consideravelmente dilatado, como que insuflado, e em Arilus Hahn, 1831,
156
INSETOS DO BRASIL
ornado de uma crista vertical, semicircular e serrada. Scutellum pequeno, triangular. Pernas, em geral, pouco diferenciadas, do tipo ambulatório; as anteriores, entretanto, na maioria das espécies, apresentam os fêmures consideravelmente dilatados e não raro com estes e, às vezes, tambem, as tíbias, armados de dentes ou espinhos em baixo.
Fig.
356
-
Tíbia
anterior
de
Spiniger ochripennis esponjosa.
Stal,
1854,
com
longa
fosseta
Devido a este aspecto, são consideradas de tipo preensil, apesar de não se apresentarem completamente diferenciadas em verdadeiras pernas raptoriais, como as que se encontram nas espécies de Ploiariidae, as quais se caracterizam, principalmente, pelo extraordinário, alongamento dos quadris anteriores. Todavia em Bactrodinae os quadris anteriores são quasi tão alongados como em Ploiariidae, porem, nesses Reduviideos ha ocelos, que se não encontram nas espécies desta família. Em muitos Reduviideos as tíbias anteriores, e não raro as médias, apresentam, no lado interno da parte distal, uma espécie de sola oval, mais ou menos côncava e alongada, chamada fossa, fóssula ou fosseta esponjosa (figs. 355 e 356).
REDUVIIDAE
157
Tarsos geralmente trímeros, excepcionalmente dímeros (Aradomorpha); garras tarsais apicais. Ostíolos vestigiais ou ausentes. Hemelitros geralmente com corium, clavus e membrana bem desenvolvidos; esta com as nervuras anastomosando-se e formando duas ou tres grandes células alongadas (células discoidais) (fig. 357). Em algumas espécies os hemelitros e as asas são mais ou menos atrofiados em ambos os sexos ou somente nas fêmeas. Neste caso, as fêmeas se apresentam geralmente fisogástricas e bem diferentes dos machos (Reduviinae, Ectrichodiinae e Piratinae).
Fig.
357-
Asa
de
Panstrongylus
megistus
(Burmeister,
1835)
(Triatominae)
Como disse ha pouco, tal diferença compreende tambem os ocelos, que se atrofiam consideravelmente, a ponto de desaparecerem por completo. Vê-se isto muito bem em fêmeas de alguns dos nossos Ectricodiineos e Piratineos. Em espécies de outras regiões, alem de machos alados, ha machos teleomorfos, apteros, semelhantes às fêmeas apteras, extremamente diferentes, portanto, dos machos normais. Abdome com connexivum, mais ou menos saliente. 307. Mimetismo. - Alguns dos nossos Reduviideos mimetizam Himenopteros da superfamília Ichneumonoidea (espécies de Hiranetis Spinola, 1837 e de Graptocleptes Stal, 1866), ou vespas caçadoras do gênero Pepsis (algumas espécies de Spiniger Burm., 1835).
158
INSETOS DO BRASIL
As espécies miméticas de Spiniger, encontradas em todo o Brasil, ainda mais se parecem com tais vespas, quando pousam, pois movem então as asas exatamente como aqueles Himenopteros (v. SEITZ, 1890). 308. Hábitos e importância econômica. - Os Reduviideos vivem da hemolinfa de outros insetos (espécies predadoras) ou do sangue de aves e mamíferos (espécies hematófagas).
Fig. 358 Ovo de Melanolestes picipes (Herrich-Schaeffer, 1848) (Piratinae); à esquerda visto de lado e consideravelmente aumentado; a direita, visto de cima, aqui ainda mais aumentado que na figura anterior. (De Readio, 1926, est. 9).
Os primeiros, que podem desempenhar papel saliente no combate aos insetos-pragas, ao atacarem uma vítima qualquer, prendem-na com as pernas anteriores e, rapidamente, cravam-lhe no corpo o rostrum. Neste ato inoculam uma saliva de ação paralizante tão violenta, que, imediatamente, determina a imobilização completa da vitima, a qual,
REDUVIIDAE
159
então, fica presa apenas pelo rostrum ao predador. Às vezes, este, para saciar o apetite, introduz o rostrum noutra parte do corpo da vítima. Relativamente às posturas destes insetos (figs. 358-361), como bem diz READIO (1926), variam consideravelmente. Em geral, os ovos são encontrados nos logares em que são
Fig.
359 -
Reduviideo
em
postura
(De
Howes,
1918.
Insect
behaviour)
vistos os adultos. E se muitas espécies põem-nos em grupos ou massas compactas, de tres a mais de 150 ovos (espécies de Arilus), colados às partes epígeas das plantas ou à pedras, não poucas são as que os põem, um a um, isoladamente, ora soltos (espécies de Reduvius e da subfam. Triatominae), ora colados a um suporte (espécies de Melanolestes e de Pselliopus). A forma dos ovos é tambem um tanto variavel; em geral, porem, são cilíndricos ou em ovoide alongado e sem-
160
INSETOS DO BRASIL
pre operculados. O opérculo, simples em muitas espécies, apresenta-se em algumas com ornamentação mais ou menos conspícua. Esta e a da zona do corium que circunda o opérculo dão ao ovo aspecto singular, às vezes, bastante curioso (v. figs. 358, 360, 361 e 398). Alguns Reduviideos predadores, como por exemplo, Heza insignis, Melanolestes picipes, Zelus leucogrammus, etc., quando presos entre os dedos sem o devido cuidado, podem fincar rápida e profundamente o rostrum na polpa, numa picada tão dolorosa como a ferroada de um "marimbondo" (Polistes), ficando a parte lesada mais ou menos dorida durante alguns dias.
Fig. 360 - Ovos de um Reduviideo americano, de espécie ignota; nove ainda se acham fechados e os cinco restantes, marcados pelas linhas pontilhadas, completa ou incompletamente abertos (De Berlese, Gli Insetti, 1914, fig.,192, segundo Sharp).
Quanto aos Reduviideos hematófagos, alem do dano que causam diretamente aos animais atacados, pela sucção do sangue, podem tambem, como sóe dar-se com certas espécies de Triatominae, transmitir o Schizotrypanum cruzi (Chagas, 1909), agente etiológico da "doença de Chagas" ou tripanosomose americana. 309. Classificação. - A família Reduviidae, incontestavelmente o ramo mais importante da superfamília Redu-
REDUVIOIDEA
161
vioidea, compreende cerca de 3.200 espécies, em sua maioria habitantes da região neotrópica. As espécies de Reduviidae podem ser distribuidas em 17 subfamílias, das quais, duas apenas, Holoptilinae e Tribelocephalinae, constituidas por espécies das regiões indoaustraliana e etiópica, não têm representantes na região neotrópica. A subfamília Chryxinae é exclusivamente representada por uma espécie do Panamá. As subfamílias restantes, porem, têm vários ou muitos representantes na região neotrópica e especialmente em nosso território.
Fig.
361 - R u p t u r a e s a i d a d a f o r m a j o v e n dos o v o s a p r e s e n t a d o s n a g u r a a n t e r i o r (De B e r l e s e , loc. c i t . , f i g . , 193, s e g u n d o S h a r p ) .
fi-
São elas as seguintes: Bactrodinae, Saicinae, Stenopodinae, Triatominae, Sphaeridopinae, Reduviinae, Cetherinae, Salyavatinae, Vesciinae, Piratinae, Ectrichodiinae, Microtominae, Apiomerinae e Zelinae. É facil distinguí-las mediante a seguinte chave:
1 1'
Ocelos ausentes em ambos os sexos ................................. 2 Ocelos presentes em ambos os sexos, ou fêmeas com ocelos rudimentares ou sem ocelos; neste caso, porem, tais fêmeas são braquípteras ou ápteras e geralmente fisogástricas ............................................................................. 4
162 2(1)
2'
3(2') 3'
4(1')
INSETOS DO BRASIL Corpo relativamente estreito, piloso ou seríceo; 1º segmento antenal muito mais longo que a cabeça; pernas, principalmente as médias e posteriores, muito finas, alongadas e pilosas; 1º artículo tarsal geralmente mais longo que o 2° (em Oncerotrachelus Stal, 1868, tão longo quanto o 2°); corium e membrana com a mesma Saicinae estrutura .......................................................................... Corpo e pernas de aspecto normal; l° segmento antenal mais curto que a cabeça; 1º artículo tarsal geralmente mais curto que o 2°; corium e membrana normais, isto é, de estrutura diferente ........................................................... 3 Pronotum com a constrição interlobular adiante do meio; tíbias do par anterior normais ......................................... Chryxinae Pronotum com o constrição interlobular, como em Piratinae, isto é, situada atrás do meio; tíbias do par anterior curvadas para dentro ou para trás no ápice e com uma parte saliente alem da inserção tarsal. Vesciinae
4'
Corpo estreito, fino; quadris anteriores consideravelmente alongados, porem não atingindo o ápice da cabeça .... .................................................................................. Bactrodinae Outro aspecto ........................................................................................ 5
5(4') 5'
Scutellum bífido ou trífido no ápice .................................................... 6 Scutellum com uma só ponta no ápice ............................................. 7
6(5)
2°
6'
7(5')
7'
8(7')
8'
segmento antenal subdividido em 7 ou mais segmentos; ocelos sempre presentes, situados pouco atrás de uma linha imaginária passando pelo meio dos olhos .............................. ............................................................................... Microtominae 2° segmento antenal simples; ocelos geralmente situados atrás de uma linha imaginária tangenciando o bordo posterior dos olhos; ausentes nas fêmeas ápteras .......................... ........................................................................... Ectrichodiinae
Cabeça transversal, isto é, mais larga que longa (largura tomada ao nivel dos olhos); olhos mui salientes, quasi pedunculados ............................................................ Cetherinae Cabeça geralmente mais longa que larga; olhos não pedunculados ................................................................................ 8 Tarsos anteriores de 2 artículos, médios e posteriores de 3; segmentos abdominais com espinho mais ou menos alongado nos âgulos postlaterais ........................... Salyavatinae Todos os tarsos com o mesmo número de artículos ....................... 9
REDUVIOIDEA
163
9(8')
Cabeça bruscamente terminando adiante dos olhos, não apresentando, pois, uma parte anteocular, mais ou menos alongada; tubérculos anteníferos mais ou menos salientes alem do bordo anterior dos olhos ................................. Sphaeridopinae .......................................................................
9'
Cabeça mais ou menos prolongada adiante dos olhos ...... 10
10(9')
Constrição interlobular do pronotum mais próxima da base que do ápice; quadris das pernas anteriores relativamente robustos, mais alongados que os das outras pernas e com a face externa plana ou ligeiramente côncava; tíbias anteriores não raro dilatando-se consideravelmente para o ápice e apresentando larga fossa Piratinae esponjosa ...................................................................
10'
Constrição interlobular do pronotum geralmente mais próxima do ápice que da base, às vezes no meio ou indistinta; quadris das pernas anteriores semelhantes aos das outras pernas; tíbias anteriores, na maioria das espécies, não dilatadas, ou pouco dilatadas no ápice, com fossa esponjosa mais ou menos alongada ou sem fossa esponjosa ....................................................................... 11
11 (10´)
Membrana com grande célula, via de regra pentagonal ou hexagonal, perto do ângulo basal interno, imediatamente diante das duas grandes células, às vezes indistintamente separada da célula menor, interna; antenas, em geral, muito curtas e geniculadas na articulação do 2º com o 1º segmento; este mais ou menos espessado e porreto, os demais segmentes antenais muito finos ...................... ........................................................................... Stenopodinae
11'
Membrana
sem
aquela
grandes
células
pode
quena,
geralmente
célula, haver
imediatamente uma
quadrangular,
auréola
adiante ou
situada,
célula porem,
das peno
corium e não na membrana ..................................................... 12 12(11')
Ocelos
geralmente
ginárias
situados
tangenciando
o
para
fora
bordo
interno
anterior e média apresentando, no fovéola para receber o tarso, que mente,
muito
pequeno;
pernas,
de
2
paralelas
ima-
dos
olhos;
tíbias
ápice, um sulco ou é retratil e, relativaem
geral,
densamente
pilosas; garras tarsais simples ............................. Apiomerinae 12'
Outros
caracteres
.........................................................................
13
164
INSETOS DO BRASIL 1º segmento antenal geralmente muito mais longo que a cabeça; garras tarsais, em geral, denticuladas ou apendiculadas .............................................................. Zelinae 1º segmento antenal mais curto que a cabeça; garras tarsais simples ............................................................. 14
13(12')
13'
Cabeça com impressão t ransversa ou constrição anular atrás dos olhos; rostrum, na maioria das espécies, mais ou menos incurvado ........................................... Reduviinae Cabeça sem impressão transversa ou constrição atrás dos olhos; rostrum sempre reto ............................... Triatominae
14(13')
14'
Fig.
262
-
Saica
sp,
cabeça
e
torax
(cerca
de
X
22)
(Saicinae)
Subfamília BACTRODINAE 48 310. Caracteres, etc. Pequena subfamília constituida por espécies cujo aspecto lembra o dos Ploiariideos, destes, porem, se distinguindo facilmente por terem ocelos e os quadris anteriores As espécies des
Stal,
1858,
menos alongados. mais comuns pertencem aliás
criado
Janeiro - B.biannulatus Stal, 1858.
48
Gr. baktron, bastão.
para
uma
ao
gênero
espécie
do
BactroRio
de
SAICINAE
165
Subfamília SAICINAE49 311. Caracteres, etc. - Pequena subfamília representada vários gêneros com representantes no Brasil. As espécies de Saica Amyot & Serville, 1843 (fig. 362), as mais comumente encontradas no Brasil, são facilmente reconhecíveis por terem os fêmures e principalmente as tíbias anteriores incurvadas, pernas médias e posteriores muito alongadas e torax armado de espinhos (dois pronotais, assestados pouco adiante dos ângulos posteriores do pronotum e um ou mais escutelares). As espécies desta subfamília, como os Ploiariideos, não possuem ocelos, porem os quadris anteriores são muito m e n o s d e s e n v o l v i d o s que n a q u e l e s insetos.
por
Subfamília
STENOPODINAE50
312. Caracteres, etc. - As espécies que formam esta subfamília (cerca de 50, distribuidas em 17 gêneros), são, em geral, de corpo estreito, lados subparalelos e cor parda acinzentada (cor de terra); têm a cabeça e o 1º segmento das antenas porretos, aquela com a região anteocular tão ou bem mais longa que a postocular e estas, em geral, curtas, com o segmento basal formando joelho com os demais segmentos. Das várias espécies encontradas no Brasil, nenhuma que eu saiba - tem importância, sob o ponto de vista econômico. Devo, porem, mencionar especialmente uma espécie, estudada por CEZAR PINTO (1927), ao meu ver pertencente a esta subfamília, cujo aspecto difere consideravelmente do geralmente observado nos demais Stenopodineos, lembrando, até certo ponto, Reduviideos de outras subfamílias. 49 50
Árabe, shaïca, espinhoso. Gr. stenos, fino; pous, pé.
166
INSETOS DO BRASIL
Quero referir-me a Otiodactylus signatus Pinto, 1927, tipo do gênero Otiodactylus Pinto, 1927 51, Stenopodineo tanto mais interessante, porque a célula discoidal do corium (célula pentagonal), tão característica destes insetos, não
Fig.
363 -
S t e n o p o d a c i n e r e a L a p o r t e , 1832
(Stenopodinae)
(X
2).
apresenta nervura distal ou apical distinta que a feche, confundindo-se, portanto, com a que lhe fica adjacente na membrana. Para um estudo minucioso dos Stenopodinae do Brasil é indispensavel recorrer-se ao trabalho de BARBER (1930).
Fig.
364
-
Asa
de
Stenopoda
cinerea, vendo-se, pentagonal.
indicada
51 Kodormus Barber, 1930 é seguramente idêntico a 1927, e a respectiva espécie tipo K. bruneosus Barber, 1930, ser tambem idêntica a O. signatus Pinto.
pela
seta,
a
célula
Otiodactylus do Panamá,
Pinto, parece
TRIATOMINAE
167
Subfamília TRIATOMINAE52
(Conorhiniidae53; Triatomidae; Triatomini)
313. Caracteres, etc. - Compreende esta subfamília insetos conhecidos no Brasil sob várias designações vulgares. Em Minas Gerais, Goiaz e outros Estados são geralmente denominados "barbeiros".
Fig.
365
-
Otiodactylus
signatus
Pinto,
1927
(X
2)
(Stenopodinae).
Trata-se de um grupo de real importância econômica, pois, das espécies que o formam, aquelas cujos hábitos são conhecidos, como normalmente sugam sangue do homem ou de outros animais (mamíferos e aves), podem transportar germes de doenças, os quais, não raro, passam parte do ciclo evolutivo no corpo do inseto transmissor. Em rigor esta subfamília e as duas que se seguem não deveriam ser separadas de Reduviinae, seguindo-se, assim,
52 53
Gr. tria, tres; tome, secção. Gr. konos, cone; rin, nariz, tromba.
168
INSETOS DO BRASIL
o critério de JEANNEL (1919), talvez o mais acertado, de considerar Rcduviinae constituida pelas tribus Reduviini, Cetherini e Triatomini às quais associaria Sphaeridopini.
Fig. 366 desenvolvem
Cabana de paredes de barro ordinário, cheias de os "barbeiros" (De Pinto, 1930, "Arthropodos fig. 6 2 ) .
frestas, onde se parasitos", etc.,
Exagera-se, pois, ao meu ver, a importância taxionômica deste grupo de Hemípteros, quando se o eleva à categoria de família.
TRIATOMINAE
169
O carater que se apresenta como mais importante para diferenciar Triatominae de Reduviinae é o aspecto do rostrum: reto naquela subfamília e curvo nesta. A prevalecer, porem, tal critério para a criação de novas famílias, retirando-as de Reduviidae, os gêneros Lophocephala Laporte, 1932, da índia e Madagascar e Phonolibes Stal, 1854, da África, com espécies de rostrum relativamente fino e reto, deveriam formar grupo à parte dos demais Harpactorini (subfamília Harpactorinae), cujas espécies, como se sabe, apresentam rostrum espesso e curvo-
Fig. 367 A , exemplares que as larvas
Ovos de Triatoma megista (Burmeister, 1835) (Triatominae); de cor pérola, recentemente postos; B, exemplares róseos, indicando estão prestes a sair (De Pinto, 1930, "Arthropodos parasitos", etc., fig. 38).
Ora, que me conste, ninguem até agora achou vantajosa a separação desses gêneros, siquer em tribu à parte. E o que se faria, então, como as espécies de Aradomorpha, com caracteres de Reduviinae, porem possuidores de um rostrum reto e de tarsos biarticulados? O fato dos Triatomineos pôrem ovos isoladamente, em posturas parceladas e não aglutinados uns aos outros, presos a uma superfície suporte, como se observa na maioria dos Reduvideos, não é característico daqueles Hemípteros, porque, não somente alguns os põem isoladamente, colando-os, porem, a uma superfície suporte, como Melanolestes picipes (Herrich-Schaffer, 1848), Pselliopus cintus (Fabricius, 1777) e mesmo em Triatomineos do gênero Rhodnius, como ha
170
INSETOS DO BRASIL
outros, cujos das espécies
Fig
368
-
ovos e posturas de Triatoma. E
Formas
jovens
de
são exatamente idênticos aos é interessante consignar que
Triatoma infestans, (ninfa) (X 7).
primeiro
e
último
estádio
TRIATOMINAE
171
isto se verifica com Reduvius personatus (L., 1758), precisamente a espécie tipo da família Reduviidae. Eis o que diz READIO (1926) sobre os ovos de Reduvius personatus e de duas espécies de Triatoma, T. sanguisuga (Le Conte, 1855) e T. protracta (Uhler, 1894): "The eggs of these three species are similar and differ from the eggs in other subfamilies in lacking the usual ornamentation of the top of the egg and of the cap. In fact, they are the simplest of the reduviid eggs studied". O hematofagismo obrigatório é, sem dúvida, um bom carater para a distinção etológica de Triatominae dos demais Reduviideos, cujas espécies são exclusivamente predadoras. Todavia, como a hematofagia normal destes insetos provavelmente evoluiu do predatismo, ainda observado em espécies que lhes são afins, sugadoras da hemolinfa de outros insetos, compreender-se-á porque, na minha opinião, tal carater etológico, mesmo Iigado a modificações para o lado do aparelho digestivo (v. ELSON, 1937), por si só, é insuficiente para justificar a criação de uma família diferente de Reduviidae. Aliás os Triatomineos eventualmente podem exercer o canibalismo, conforme observação de A. MACHADO com o Panstrongylus megistus (apud NEIVA, 1914). A propósito BRUMPT (Précis de Parasitologie), diz o seguinte: "Ces Hémiptères sont hématophages, mais un certain nombre d'espéces , poussées par la faim, peuvent être predatrices et se nourrir de Punaises des lits, de certain Insects ou encore être Cannibales. Ce cannibalisme est évidement un souvenir ancestral de l'entomophagie normal chez les Réduvidés non suceurs d e sang". Convem lembrar que, mesmo em Hemíptera, ha famílias constituidas por espécies fitófagas e predadoras (Pentatomidae, Lygaeidae) cujo rostrum pode apresentar modificações estruturais notáveis, de acordo com o regime alimentar do inseto.
172
INSETOS DO BRASIL
Em Lygacidae, por exemplo, se as espécies, em sua maioria, são fitófagas, ha as da subfamília Rhyparochrominae que são predadoras e até mesmo Clerada apicicornis Signoret, que suga sangue como qualquer "barbeiro" (v. a citação desta espécie na secção 278). Ademais, a se reunir Triatoma e gêneros afins em família distinta de Reduviidae, seria imperioso elevar tambem, à categoria de família, Reduviinae e demais subfamílias, que constituem atualmente Reduviidae (Steph., 1829) Saund., 1875.
Fig.
369
-
Cabeça
de
Panstrongylus
(vista de cima).
Fig. 370 - Cabeça de Panstrongylus (vista de perfil).
Isso importaria, obrigatoriamente, na promoção das famílias que formam Reduvioidea (Enicocephalidae, Phymatidae, Reduviidae, etc.) à categoria de superfamílias. Consequentemente, Reduvioidea passaria a ser considerada subordem e as demais subordens Gymnocerata (Geocorizae) e Cryptocerata (Hydrocorizae), transformar-se-iam, naturalmente, em ordens, equivalentes, portanto, a Orthoptera,
TRIATOMINAE
Coleoptera, Hemíptera.
Lepidoptera,
etc.,
desaparecendo
173
assim
a
ordem
314. Hábitos e importância econômica. - Nas linhas que se seguem transcrevo o que sobre a biologia destes insetos escreveram NEIVA (1914) e PINTO (1930), especialistas neste grupo de Hemípteros: "Reunindo tudo quanto ha, pode-se sem dúvida concluir que as espécies de Triatoma são hematófagas obrigadas; a alimentação sanguínea procede de qualquer mamífero mesmo de morcegos, conforme nos informaram; alguns observadores têm verificado a T. rubrofasciata sugando percevejos (Acanthia lectularia) e, mais de uma vez, temos ouvido idêntica acusação para algumas espécies brasileiras que frequentam os domicílios, sem contudo termos observação pessoal a respeito. Algumas espécies podem exercer o canibalismo conforme a observação do A. Machado com a T. megista. Sem o repasto sanguíneo não se dá a evolução, isto é, as larvas, quando muito, farão apenas uma mudança de pele. Nos estádios mais atrazados as refeições se amiudam; tambem o tempo de sucção é menor; as ninfas e adultos, levam longo tempo sem se alimentar, contudo, podem sugar durante 10-20. Em qualquer estádio, a resistência ao jejum é muito grande e basta lembrar a observação feita por Laboulbene de una exemplar de T. infestans o qual, durante 7 meses, não se alimentava. Em regra, as triatomas sugam durante a noite: mas em logares escuros podem alimentar-se durante o dia, sendo que, quando acossadas pela fome, procuram a presa a qualquer hora. A picada é muito pouco dolorosa e perfeitamente suportavel, provocando comichão local e algumas vezes empolamento; a quem dorme profundamente, a picada é incapaz de acordar; não ha parte de predileção para ser atacada e o fato das mão e rosto serem as preferidas, não indica qualquer tropismo, são as partes que durante o sono permanecem descobertas e por isso de mais facil acesso. Logo depois de picar, a triatoma dejecta: as dejeções são líquidas e são de duas qualidades; uma é líquido amarelo que rapidamente seca ao contato do ar; a outra de desecação mais lenta, é uma substância negra. Lafont, Boname e De
174
INSETOS DO BRASIL Sorny que estudaram a composição química das dejeções na T. rubrofasciata acharam o seguinte resultado nas analises que procederam: Dejeção amarela ................................... Água ........................................................... Uréa ........................................................... Urato de soda .................................... Azoto combinado ................................. Matérias indeterminadas .......................
Reação ácida 12,72 3,04 41,73 7,53 34,98 100,00
As dejeções negras têm reação neutra, não apresentam ácido úrico e deixam resíduo ferruginoso. As matérias minerais fornecem a seguinte composição: Clorureto de sódio ............................ Sesquióxido de ferro ............................... Cal, ácido fosfórico, enxofre e indeterminados ...........................................
47,36 42,10 10,54 100,00
É m u i t o i m p o r t a n t e o p a p e l das fe zes na trans m i s s ã o dos tripanosomas pois, segundo experiências realizadas por Brumpt e por nós, conseguimos verificar a transmissão do Trypanosoma cruzi e equinum pelas fazes das T. megista infestans e sordida através da conjuntiva sã de cobaia e mucosa nasal de camondongos. Aliás estamos convencidos de que a moléstia de Chagas, em regra, se transmite não pela picada, a qual só por exceção será infetante, mas por intermédio das dejeções, quando estas entram em contato com as mucosas ou através da própria pele, penetrando o tripanosoma pelas escoriações ocasionadas pelas unhas nas proximidades do logar da picada, acarretando as dejeções contaminadas e entrando em contato com as s o l u ç õ e s de c o n t i n u i d a d e d a p e l e .
Tres a cinco dias depois de nascidas, começam as larvas a sugar; antes de picar, porem, secretam um líquido incolor de reação alcalina o qual com o crescimento do inseto vai adquirindo cheiro acre, sensiveI à distância nas ninfas e adultos.
TRIATOMINAE
175
A cópula prolonga-se por muito tempo e um macho pode copular várias vezes, porem não no mesmo dia; a cópula pode verificar-se entre exemplares de espécies diferentes e em laboratório; obtivemos que T. megista, sordida e infestans copulassem entre si; todavia nenhum fenômeno de hibridismo foi observado como consequência. A fêmea é copulada um a só vez, acontece porem às vezes, observar-se outra cópula de pequena duração. Uma vez fecundada, começa a postura em alguns casos 20 dias após a cópula como conseguimos verificar com a T. sordida; nas nossas verificações com esta e outras espécies, representa este tempo um espaço muito curto; comumente, porem, antes dos 30 dias após a cópula, começam as posturas. Fêmea não fecundada pode desovar, mas, alem dos ovos serem estéreis, a postura começa tardiamente e nunca é tão numerosa. As posturas são sempre parceladas, podendo constar de 1-45 ovos e o número depende da espécie, assim como, o total de ovos; na T. megista, por exemplo, podem-se observar mais de quarenta posturas com o total acima de 220 ovos; segundo Lafont a T. rubrofasciata põe no máximo 182 ovos; a T. infestans nas nossas observações, pode atingir o total de 163 ovos; certamente este número será ultrapassado porquanto temos a impressão de ser exíguo, contudo, foi este o resultado que obtivemos com o exemplar que forneceu 26 p o s t u r a s . Os ovos são postos a granel em qualquer logar; todavia observamos certa vez a T. megista desovar sobre folhas verdes dum arbusto colocado no interior de um caixão, onde existiam muitos exemplares desta espécie; nesta ocasião observámos que os ovos se encontraram aglutinados, como é de regra, para os representantes da família. Logo depois de postos, são os ovos de colorido branco; rapidamente porem, em contato com o ar, pela ação das oxidases vão amarelecendo. Com o desenvolvimento do embrião, o colorido vai começando a ficar róseo e a intensidade cresce até ao rubro, sinal da proximidade da eclosão, a qual se realiza pelo polo opercular. Heidemann tem sobre a estrutura dos ovos de hemipteros, importante trabalho, onde o autor tambem se ocupa da T. sanguisuga podendo a sua observação a respeito desta espécie, se generalizar a todo o gênero como temos verificado em várias espécies por nós estudadas. A eclosão ou desalagamento, varia com a temperatura e espécie; Lafont verificou que em alguns casos, os ovos da
176
INSETOS DO BRASIL T. rubrofasciata podem desalagar de 8-10 dias; nós trabalhámos tambem com esta espécie sem contudo observar tão rápida evolução; o mínimo que verificámos foi de 16 dias com a T. infestans. A larva sai do ovo completamente rósea em todas as espécies; aos poucos vai escurecendo e este fenômeno se repete toda a vez que se verifica as mudanças de pele que são em número de cinco; a imago ao sair do estojo ninfal é completamente rósea levando aproximadamente cerca de 24 horas até adquirir o colorido definitivo; sendo que a coloração do torax, principalmente nos lados e porção anterior, leva dias até atingir a cor verdadeira. O desconhecimento deste fato tem dado origem a erros com a criação de espécies novas, como aconteceu com a T. rubroniger Stal e T. porrigens Walker. O ciclo completo de ovo a imago é aproximado em rodas as espécies; as nossas observações rejistam o mínimo de 210 dias para a espécie que nas nossas experiências se desenvolveu mais rapidamente: a T. rubrofasciata; a que levou mais tempo exijiu 260 dias; referimo-nos à T. megista; as T. sordida e infestans ocupam posição intermediária. Estes dados são obtidos em laboratório onde as condições são ótimas; nas condições naturais, porem, acreditamos que o desenvolvimento se efetue mais ou menos no espaço de nove meses; no Brasil os adultos de todas as espécies começam a aparecer em setembro; aos poucos, o número vai aumentando e em janeiro, ao se examinar uma casa infestada por triatomas, só por exceção se encontrarão larvas; os exemplares presentes estão no 2° estádio ninfal ou então adultos; para os meiados do ano as condições variam predominando os estádios larvais, enquanto os adultos vão rareando; todavia, em localidades favoráveis ao desenvolvimento das triatomas e onde elas pululam, é possivel encontrar-se adultos em qualquer mês embora em número escasso. Devido às condições climatéricas, nos Estados Unidos a T. sanguisuga aparece em maior abundância nos meses de abril e maio; apesar disto, a evolução se faz mais ou menos do mesmo modo já observado nas espécies tropicais. O ovo leva a evolver cerca de 20 dias; segundo Bertha Kimball, a T. sanguisuga é insetívora alimentando-se nas suas experiências com moscas e afirmando que ataca os percevejos. A biologia das triatomas norte-americanas é ainda muito mal conhecida e o próprio Marlatt, ainda dá crédito à crença vulgarizada por Burmeister a respeito dos primeiros estádios da T. megista, quando afirmava que somente quando adulto,
TRIATOMINAE
177
era a T. megista hematófaga. Esta afirmação levou Riley e Walsh a estender a verificação de Burmeister para a T. sanguisuya, a qual, para eles, nos estádios larvais e ninfais sugam "the juices of the insects". Nós nunca obtivemos durante a nossa permanência nos Estados Unidos um único exemplar vivo de espécie norte-americana, contudo, pelo conhecimento da biologia do gênero Triatoma, podemos asseverar que, sem nenhuma exceção, as espécies deste gênero são hematófagas em todos as estádios. O número de espécies domésticas já é muito grande; algumas são estritamente caseiras como as T. megista, sordida, sanguisuga, infestans, rubrofasciata, maculata, rubrovaria; certamente este fato constitue adaptação relativamente recente, pois se deu depois do descobrimento da Amércia, excetuando a T. rubrovaria que, com toda a probabilidade. tem a sua origem na Índia. Os reiterados esforços efetuados com o fim de encontrarmos exemplares do T. megista fora de casa, têm sido até hoje infrutíferos; muita gente afirma ter encontrado a espécie em questão sobre árvores, distante das moradas, mas todos os exemplares apanhados nestas circunstâncias e que nos têm sido entregues, são representantes dos gêneros Apiomerus, Ectrichodia, Pachylis, Hammatocerus, etc. Fato análogo foi registrado por Lafont com a T. rubrofasciata, em Maurícia. Até hoje as palhoças dos índios não são frequentadas pela T. megista e a este respeito ha observações recentes efetuadas pelo Dr. Murillo de Campos, de modo que esta espécie se adaptou ao domicílio depois do descobrimento do Brasil. Da T. brasiliensis, hoje hóspede assídua dos domicílios dos Estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Baía, podemos descobrir a habitação de onde se difundiu para os domicílios; o habitat primitivo desta espécie são as locas do macó (Ceredon rutpestris, Wied) onde atualmente ainda se encontra em grande profusão. A espécie norte-americana T. neotomae até hoje só foi encontrada no ninho de um roedor o Neotoma micropus Baird. Espécie que aos poucos vai invadindo as casas e é a T. geniculata, cujo habitat, segundo as verificações de Chagas, são as tocas do tatú (Dasypus novemcinctus, L.). Algumas espécies como T. protracta Uhler, embora já por vezes encontradas no interior das habitações humanas, não parecem ser ainda estritamente domésticas. Quando nos referimos a domicílios, compreendemos as dependências frequentadas também por animais domésticos como cavalariças, chiqueiros, galinheiros, currais, etc., onde
178
INSETOS DO BRASIL as espécies de triatomas domésticas são também encontradas. Todos os continentes possuem representantes do gênero, pois, até, e m Açores (único l o g a r e u r o p e u onde t e m sido r e g i s trada) foi encontrada a T. rubrofasciata, aliás a única espécie comospolita conhecida e que, na nossa opinião é de origem asiática, tendo-se difundido com os antigos veleiros que f a z i a m a n a v e g a ç ã o com as Í n d i a s . Em todo o continente americano esta espécie é litorânea e pelas informações de Lafont, o mesmo acontece em Maurícia e Reunião; as outras localidades africanas, onde têm sido encontrada, estão também no litoral. A T. brasiliensis só é encontrada no Brasil central; a T. sordida que possue vasta distribuição na América do Sul, é encontrada sempre à beira dos cursos dágua; esta espécie como a T. infestans, é encontrada desde cidades à beira-mar como em Buenos Aires, até em povoações bolivianas situadas a mais de 2 mil metros de altitude. Geralmente, toda zona tem a sua espécie; todavia, podemos verificar no Piauí a presença simultânea nos domicílios das T. megista, brasiliensis, sordida e maculata; é muito comum a associação da T. megista e sordida ou destas e mais T. infestans, nos Estados do Sul do Brasil. No Norte do Brasil as triatomas são conhecidas pelas denominações de "bicho de parede, chupão, fincão"; em Minas e Sul de Goias, de "barbeiro"; em algumas zonas de Mato Grosso de "chupança; as ninfas de "cascudos" ou ainda de "borrachudos" nas localidades onde os representantes do gênero Simulium, que são conhecidos em quasi todo o país por esta designação, são chamados de "mosquitos". Na capital de Goiaz, a denominação vulgar é de "Vum-vum", em localidades baianas como registrou Pirajá da Silva; ainda existem as d enominações de "percevejo francês", "percevejo do sertão", "furão", "rondão"; em outras localidades baianas e goianas verificamos as denominações de "percevejão", "percevejo gauderio", ou simplesmente "percevejo", nos logares onde a Acanthia lectularia é conhecida pelo nome de "fimfim", "percevejo da Baía" ou de "Comércio". Nos paises hispano-americanos, a designação vulgar é de "vinchuca", no México de "chincha-voladora", nos Estados Unidos de "Blood-sucking cone nose", "Kissing-bug", "Mexicanbedbug" (Texas) ou simplesmente "The big bedbug, monitor bug", (Califórnia). Segundo Donovan, a T. rubrofasciata é chamada na Índia por alguns de "mother of the bugs"; esta mesma espécie é conhecida em Maurícia e Reunião pelas in-
TRIATOMINAE formações
e
"Punaise
de
179
pela designação de "Punaise maupin" corruptela de nome do Governador Mauconsequência da picada deste hemíptero, con-
Lafont,
morpin",
pin, o qual, em traira um antraz. Quanto à profilaxia, baseia-se em impedir o acesso às fendas e brechas existentes não só nas casas de taipa, como em construções de madeira. Em localidades infestadas pelas triatomas, habitações bem construidas, podem abrigar estes insetos, os quais se ocultam em qualquer frincha da parede, assoalho ou forro. Das espécies por nós conhecidas, a mais difícil de se combater é a T. sordida, a qual facilmente se abriga até atrás dos quadros. Enquanto existir a prática tão vulgarizada no Brasil, de construir casas de taipa ou adobes, é ocioso falar-se em medidas profiláticas. O expurgo pelo gás sulfuroso é certamente de real proveito para quem quiser extinguir as triatomas domiciliadas. As formigas, principalmente as do gênero Eciton, aranhas e ratos dão raça intensa às triatomas. A propagação se faz de proche en proche ou à distância, quando acarretada pelas selas dos tropeiros, onde facilmente as triatomas se abrigam como por várias vezes temos verificado. O inseto alado voa bem, e, facilmente, transpõe de uma só vez toda a largura das ruas de qualquer cidade do interior; nos meses em que ele pulula é facil apreciá-lo voando no interior das habitações". (Neiva). "55. Biologia - Os barbeiros vivem nos ranchos ou cafuas rebocados com barro ordinário (fig. 366, pg. 168), penetrando pelas frestas das paredes ocasionadas pelo dessecamento. Aí constituem o seu viveiro predileto, efetuando as posturas e saindo geralmente à noite, para exercerem o hematofagismo indispensavel à vida desses insetos, que são hematófagos obrigados. É facil reconhecer-se um rancho infestado por barbeiros, pela existência das fezes desses hemípteros que defecam nas paredes, deixando manchas de tonalidade escura. Durante o dia é raro observar-se um exemplar de barbeiro pela parede, o mesmo não acontecendo à noite em obscuridade. Retirandose fragmentos de reboque das paredes dos ranchos infestados, começam a aparecer os insetos (larvas, ninfas e adultos), sempre dotados de grande agilidade e que procuram ocultarse na primeira fresta que encontram. Segundo C. Pinto, em certos Estados do Brasil (Mato Grosso e Estado do Rio), encontram-se hemíptros da subfamília Reduviinae - Spiniger domesticus Pinto - e subfamí-
180
INSETOS DO BRASIL lia Acanthaspidinae - Leogorrus litura (Fabr.), que vivem nas frestas das paredes dos ranchos e procuram sugar outros insetos (baratas). Aqueles hemípteros não podem ser confundidos com os barbeiros, porque têm o rostro curvo e a sua picada é muito dolorosa. As larvas dos barbeiros nos primeiros meses de vida são às vezes muito pequenas (Triatoma sordida, Rhodnius prolixus, R. brumpti, etc.) e por isso relativamente difíceis de se encontrarem, p o r q u e escondem-se mesmo no b ar r o p u l verizado que sai das paredes, quando se tiram os blocos de argila. Os ranchos, quando infestados pelo Triatoma megista, tambem o são pelo Triatoma sordida, este sempre em menor quantidade (Chagas, Neiva, Torres e Pinto). As palhoças dos índios do Brasil não são infestadas pelos barbeiros (T. megista), segundo observações de Murilo de Campos. O Triatoma sordida é encontrado tambem nos galinheiros, currais e montes de lenha, sendo ainda pouco adaptado à vida doméstica. O Triatoma infestans pode viver nas grandes altitudes (3.000 metros), segundo observações de Neiva, na Argentina e C. Pinto, em e x e m p l a r e s da Bolívia. O T. chagasi só foi verificado nas locas de um roedor (Cerodon rupestris), segundo Brumpt e Fl. Gomes. O T. geniculata vive de preferência nas loucos dos tatús (Tatusia novemcinctus, Cabassus unicinctus, etc.), onde foi verificado por C. Chagas, podendo tambem habitar os domicílios, segundo Neiva, Pinto e Travassos. No Norte do Brasil (Estado do Ceará) o Rhodnius prolixus vive no interior dos ranchos e na Venezuela foi observado nos buracos dos tatús, por Tejera. O Rhodnius brethesi Matta foi encontrado por Alfredo da Matta, nas palmeiras do Amazonas, observação interessante, porque indica os hábitos primitivos desta espécie de barbeiro. Segundo Gavião Gonzaga, no Ceará, durante as estações secas os Triatomídeos (Triatoma brasiliensis e Rhodnius prolixus) não podendo acompanhar a emigração do homem e dos animais que lhes fornecem sangue e impelidos pela adaptação ao meio, conservam-se em vida latente, secos e quasi imóveis. O Triatoma megista é uma espécie completamente adaptada aos domicílios, alimentando-se quasi que exclusivamente no homem. O Triatoma rubrofosciata é a única espécie cosmopolita, vive de preferência nos portos marítimos, no interior das habitações e no Brasil nunca se apresenta parasitado pelo
TRIATOMINAE Trypanosoma
cruzi,
possa infetar ricana.
com
o
181
porque está afastado dos lugares onde se agente etiológico da trypanosomose ame-
O T. vitticeps foi observado por C. Pinto e Martinho da Rocha Júnior nos bairros do Leme e Copacabana (Rio de Janeiro) à noite, em habitações luxuosas, atraidos pela luz. O Triatoma brasiliensis Neiva já é uma espécie doméstica, embora se encontre ainda nos chiqueiros de ovelhas e nas locas de um roedor (Cerodon rupestris), fatos que lembram os hábitos primitivos e a tendência para a domesticidade daquele barbeiro. No Brasil os adultos destes insetos começam a aparecer em setembro; no mês de janeiro, ao se examinar uma cafua ou rancho infestado por Triatomídeos, só por exceção se encontrarão larvas; os exemplares presentes estão no segundo estádio ninfal ou então adultos; para meiados do ano as condições variam, predominando os estádios larvais, enquanto os adultos vão rareando. Todavia, em localidades favoráveis ao desenvolvimento destes insetos e onde eles pululam é possivel encontrarem-se adultos em qualquer mês, em número escasso (A. Neiva). As larvas de Triatoma sordida Stal, pelas dimensões pequenas que apresentam, podem viver atrás dos quadros, sob os tapete, etc. (Neiva), frequentando tambem os ninhos de pássaros, segundo Florêncio Gomes. Os Triatomídeos alimentam-se em qualquer mamífero, na falta de sangue exercem o canibalismo e o coprofagismo (Astrogildo Machado e Magarinos Torres). Nos primeiros dias de vida as larvas recusam alimento e sugam geralmente do terceiro ou quinto dia em diante (Triatoma etc.).
megista,
T.
sordida,
T.
infestans,
Rhodnius
brumpti,
Antes de picar os barbeiros secretam um líquido incolor, de reação alcalina, o qual, com o crescimento do inseto vai adquirindo cheiro acre, sensível à distância. Em todas as fases do ciclo evolutivo, a alimentação é feita com maior avidez em temperaturas altas; a 14°C. diminue de muito a vontade de se alimentar e não possuem a atividade que exercem no tempo quente (Neiva). A picada dos Triatomídeos é indolor, sendo suportada mesmo quando a pessoa dorme (Chagas e Neiva), provocando apenas ligeiro prurido e às vezes empolamento no lugar onde introduziram a trompa. A face, as mãos e os pés são geralmente as partes do corpo mais atingidas pela picada dos
barbeiros.
182
INSETOS DO BRASIL Geralmente, após a picada, os hemípteros defecam, sendo as dejeções de duas qualidades: uma é líquida amarelada, que rapidamente seca ao contacto do ar; a outra, de dessecação mais lenta, é uma substância negra (Neiva). Cópula e postura. - A cópula entre estes insetos é demorada, sendo que um macho pode copular várias vezes, porem, não no mesmo dia. O fenômeno sexual pode verificarse entre exemplares de espécies diferentes (Triatoma megista, T. sordida e T. infestans), não havendo fenômeno de hibridismo entre tais espécies, segundo Neiva, que fez experiências n e s s e s e n t i d o . As fêmeas, geralmente, só copulam uma vez, depois de fecundadas iniciam a postura, 30 dias depois da cópula (T. sordida) ; as não fecundadas podem desovar, sendo a postura tardia e os ovos resultantes são estéreis (Neiva). De acordo com as observações deste autor, sabe-se que o Triatoma megista pode efetuar mais de 40 posturas com um total de 220 ovos; o T. infestans pode atingir a 163 ovos em 26 posturas. Segundo Lafont, o T. rubrofasciata, põe no máximo 182 ovos. Segundo Neiva, o ciclo evolutivo do T. megista é o seguinte: ovos - de 1 a 10 dias, são esbranquiçados; de 12 a 20 d i a s c o l o r i d o s de r ó s e o ; de 20 a 30 d i a s são v e r m e l h o s . Larvas - desalagamento entre 25 a 30 dias, nos meses quentes; entre 30 a 40 dias, nos meses frios. Mudança de pele ou ecdyse - 1ª muda, aos 45 dias; 2ª muda, com 2 a 3 meses; 3ª muda, com 4 a 6 meses. Ninfas: a 4ª muda assinala o período ninfal, que é atingido no fim de 190 dias. O período ninfal é do 42 dias, efetuando-se a última muda ou 5 ª . Adultos: após a última muda a ninfa transforma-se em adulto e a primeira postura é feita 53 dias depois de abandonar o período ninfal. O tempo para o ciclo evolutivo completo de ovo a inseto a d u l t o é de 271 d i a s e de o v o a ovo 324 d i a s . 56. Propagação dos Triatomídeos. - A propagação dos Triatomídeos pode ser feita pelo voo dos insetos, que facilmente transpõem de uma só vez a largura das ruas de qualquer povoado, do interior, sendo relativamente facil apreciálos voando no interior das habitações, quando em grande número. A disseminação pelas bagagens ou pelas selas dos tropeiros, onde facilmente se abrigam, foi observada por Arthur Neiva. A disseminação do Triatoma rubrofasciata e Triatoma rubrovaria, aquele cosmopolita e este último existente em
TRIATOMINAE Java Pinto
183
e no continente sulamericano, segundo observação de e Larrousse, é feita pelas embarcações marítimas. 57. Destruição. - Os Triatomídeos vivem nos ranchos, habitações primitivas de taipa, nos buracos dos desipodídeos (tatús) e o Rhodnius brethesi Matta, acoimado nas palmeiras (Leopoldina piassaba) do Amazonas. A profilaxia baseia-se em impedir o acesso destes insetos às fendas e brechas existentes nas casas de taipas e de madeira. Na prática este método falha por completo e a medida mais aconselhavel seria o expurgo por meio de um inseticida de alto poder mortífero. Os Triatomídeos são os insetos mais resistentes aos inseticidas até hoje empregados em profilaxia. Segundo experiências feitas em laboratório, por Ezequiel Dias, S. Libânio e Marques Lisboa, os barbeiros resistem durante 10 minutos ao ácido cianídrico; 15 horas aos vapores quasi negros de naftalina; 21 horas ao gás acetileno experiências com larvas e a d u l t o s ) e 24 h o r a s ao c l o r o . Os gases de carvão mineral produzidos pelo aquecimento de uma grama de carvão bruto foram inofensivos para as larvas de barbeiros, durante 24 horas. A ação do gás sulfuroso durante tres horas não os extermina e, segundo Leocádio Chaves, 25% dos barbeiros de uma cafua, resistem à ação deste gás, embora a habitação seja envolvida em duplo manto de lona e papel. Em experiências feitas em laboratório, Pinto observou que o Cuprex mata os adultos de Triatoma megista e Triatoma brasiliensis em 2 a 4 minutos, colocando uma gota de inseticida na face superior do abdome, por cima das asas dos insetos. As larvas resistem muito menos e as ninfas são mais resistentes que os próprios adultos. O poder de penetração do Cuprex é verdadeiramente notavel, pois atravessa a casca dos ovos daquelas espécies do barbeiros; impedindo o nascimento das larvas em qualquer estádio de evolução. 58. Criação dos Triatomideos. - Estes insetos criam-se facilmente em laboratório, sendo suficiente colocá-los em cristalizadores grandes com um suporte de madeira (Fig. 64), possuindo pequenos orifícios por onde saíam, afim de alimentar-se em pequenos animais (cobaios). É conveniente guardá-los em logar escuro, e se possivel, manter um certo g rau de humidade no meio ambiente. Para o estudo da biologia de uma dada espécie é preferivel colocar os exemplares em pequenos vidros com um pedaço de papel no interior, afim, de servir de suporte aos insetos. A alimentação deve
184
INSETOS DO BRASIL ser feita de tres em tres dias ou semanalmente, sendo preferivel fazê-los sugar em pombos. Os barbeiros podem jejuar por longo tempo, o que muito facilita o transporte destes insetos de um país para outro. Para este fim usam-se pequenas caixinhas contendo uma tampa com tela de arame, devendo-se ter o cuidado de pregá-la para que se não abra d u r a n t e a v i a g e m . 59. Formas evolutivas do "Trypanosoma cruzi" nos Triatomideos. - De acordo com as pesquisas de Chagas e Magarinos Torres, sabe-se que a idade do inseto trasmissor têm relação direta com a infecção pelas formas evolutivas do Trypanosoma cruzi. Nos ranchos das regiões onde a doença é endêmica, todos os adultos de Triatoma megista (Burm.) são parasitados pelas formas evolutivas do agente etiológico da trypanosomose americana, as ninfas, porem não o são de modo constante. Nas larvas que sofreram as últimas mudas ou ecdyses a infecção é mais escassa e raríssima ou completamente nula nas de primeira idade. Os barbeiros só se infectam após correrem numerosas possibilidades de infecção, isto é, nos últimos estádios larvários ou nas idades de ninfa e adulto (M. Torres). De acordo com as pesquisas feitas por Gomes Faria e Oswaldo Cruz Filho, s abe-se que o Trypanosoma cruzi (Chagas) pode penetrar no interior das células epitelias do intestino posterior do Triatoma megista (Burm.), onde aparecem sob a forma de Leishmanias (formas de Gaspar Vianna), isoladas ou em número variavel (algumas dezenas). Em algumas destas formas, Faria e Cruz Filho, verificaram a presença de um aparelho flagelar rudimentar. Alem destes estádios evolutivos, os autores citados observaram Tripanosomas com caracteres seguintes: corpo longo e fino, núcleo principal alongado em forma de faixa longitudinal; blefaroplasto colocado imediatamente para trás do núcleo principal ou na extremidade posterior do Tripanosoma. Não foi verificada a presença de membrana, envolvendo os aglomerados de Tripanosomas intracelulares, como acontece com o Trypanosoma lewisi. O Trypanosoma cruzi localiza-se numa espécie de vacuolo do cytoplasma, sendo que nas células intestinais muito parasitadas o protoplasma pode ser reduzido a uma verdadeira trama reticular e os núcleos fortemente afastados para u m a das paredes das células. Os protozoários localizam-se ao nivel da camada epithelial ou nas partes mais profundas. As formas intrace-
TRIATOMINAE
185
lulares do Trypanosoma cruzi já tinham sido observadas no intestino de um carrapato (Ornithodorus moubata) por Meyer e Rocha Lima. Faria e Cruz Filho puderam demonstrar que tais formas tambem existem no Triatoma megista, um dos hospedadores habituais do agente etiológico da doença de Chagas. As interessantes observações acima referidas demonstram que o Trypanosoma cruzi é dotado de um histotropismo pronunciado, mesmo no inseto transmissor. As figs 65 e 66 indicam as diferentes partes do aparelho digestivo de um barbeiro e as formas evolutivas d o Trypanosoma cruzi. 60. lnsetos nocivos aos Triatomideos. - São relativamente raros os insetos que, em condições naturais, podem destruir os barbeiros. Neiva observou que certas espécies de formigas do gênero Eciton atacam estes hemípteros, destruindo-os. Os Triatomideos mantidos em criação no interior de pequenos vidros são perseguidos pelas formigas, devendose ter o cuidado de protegê-los colocando as gaiolas em suportes isolados por uma superfície dágua. Costa Lima descobriu uma espécie de microimenoptero, Telenomus fariai C. Lima, 1 927, que tem a interessante particularidade de atacar in natura os ovos de barbeiros, neles fazendo as posturas. De acordo com as experiências devidas a Costa Lima, sabe-se que o Telenomus fariai é muito ativo durante o dia, â noite, pela manhã, ou quando a temperatura do ambiente é pouco elevada, essa atividade diminue ou cessa de todo e os microimenopteros se reunem, formando pequenos grupos de alguns indivíduos aconchegados uns aos outros na tampa dos frascos de criação ou em algum espaço entre ela e a parede do frasco. À proporção que a temperatura se vai elevando eles se dispersam e entram novamente em atividade. Costa Lima verificou que o Telenomus fariai pode permanecer vivo, sem se alimentar, durante dez dias. O tempo que este inseto leva para depositar os seus ovos pode variar entre seis a treze minutos. Uma fêmea, em quatorze dias de vida, infestou dezeseis ovos de barbeiros, sendo oito de Triatoma megista e oito de Triatoma sordida; uma outra fêmea, em dezoito dias de vida, infestou vinte ovos, sendo dez de Triatoma megista e dez de Triatoma sordida, tais observações porem são consideradas ainda incompletas. Em criações obtidas no laboratório, nos meses de maio a setembro, com a temperatura média oscilando entre 19° a 21° C., Costa Lima verificou que, entre a postura e a saida
186
INSETOS DO BRASIL
das formas adultas do Telenomus, decorrem vinte e sete a trinta dias. A temperatura baixa, oscilando entre 4ªC a 5,5°C, retarda ou talvez mesmo inhiba o desenvolvimento do microimenoptero nos ovos dos barbeiros. Numa experiência feita por Costa Lima os ovos de Triatoma megista parasitados pelo Telenomus fariai e mantidos na temperatura ambiente deram os primeiros parasitos no fim de vinte e sete dias, ao passo que os ovos mantidos na câmara frigorífica com a temperatura de 4ªC a 5,5°C só deram os primeiros insetos alados no fim de cincoenta e dois dias, a contar da postura". (Pinto). 315. Classificação. - NEIVA e LENT (1936) catalogaram 75 espécies de Triatominae, das quais 28 já encontradas no Brasil. Pinto, em seu mais recente trabalho sobre a sistemática destes insetos, distribuiu-os nos seguintes gêneros: Linshcosteus Distant, 1901; Adricomius Distant, 1903; Psammolestes Bergroth, 1911; Belminus Stal, 1859 (= Marlianus Distant, 1902); Eratyrus Stal, 1859; Rhodnius Stal, 1859; Triatoma Laporte, 1832 (= Conorhinus Laporte, 1832; Mecus Stal, 1859); Eutriatoma Pinto, 1926; Neotriatoma Pinto, 1931 e Panstrongylus Berg, 1879 (= Lamus Stal, 1859; Mestor Kirkaldy, 1904). Alem destes gêneros, devem ser incluidos em Triatominae: Bolbodera Bruner & Fracker, 1926, com a espécie B. scabrosa Bruner & Fracker, 1926, de Cuba; Cavernicola Barber, 1937, com a espécie C. pilosa Barber, 1937, do Panamá e Paratriatoma Barber, 1938, com a espécie P. hirsuta Barber, 1938, da Califórnia e Arizona. Depois de dar uma chave para a determinação dos gêneros americanos de Triatominae, considerarei cada um deles apresentando chaves das espécies observadas no Brasil e das que se encontram em outras partes da região neotrópica. Todavia, não tratarei das espécies até agora observadas no México, nem do Triatoma coxo-rufa 1933, do Equador, de descrição deficiente.
somente Campos,
TRIATOMINAE Relativamente tambem de ginas
CEZAR
1
2(1)
2'
3(2)
3' 4 (1')
4'
5(4')
PINTO
à
bibliografia
a
que (1930
se
acha
(Anthrop.
desta no
subfamília, capítulo
Parasit.,
VIII
etc.,
tomo
deve-se do
livro I,
pá-
224-234).
316.
1'
consultar
187
Chave
dos
gêneros
americanos
de
Triatominae.
Cabeça mais ou menos dilatada atrás dos olhos .............................. 2 Cabeça não dilatada atrás dos olhos ............................................... 4 Jugae sob a forma de 2 processos porretos, ponteagudos, de cada lado do tilus; tubérculo antenífero com processo e spiniforme apical, externo ............................................ 3 Jugae e tubérculos anteníferos normais; rostrum com o 1º segmento mais curto que o 2°; scutellum apresentando na base um dentículo obtuso (quasi invisivel) .................... .......................................................................... Psammolestes Scutellum com denticulo obtuso de cada lado, perto da base; rostrum com o 1º e o 2° segmentos subiguais (o basal ou 1º mais longo) .......................................... Belminus Scutellum sem o dentículo referido em 3 ............. Bolbodera54 Antenas inseridas perto do ápice da cabeça; ponto de inserção 2 ou mais vezes distante do olho que do ápice da ca,beça; 2º segmento do rostrum 3 a 4,5 vezes mais longo que o 1º segmento (fig. 375, pág. 191) .... Rhodnius lnserção das antenas mais afastada do ápice da cabeça; 2° segmento do rostrum, na maioria das espécies, com menos de 3 vezes o comprimento do 1º segmento, às vezes porem (algumas espécies de Eutriatoma), com 3 ou mais vezes esse comprimento ................................................... 5 ângulos postero-laterais agudos; scutellum com espiniforme mais ou
do pronotum espinhosos ou o ápice terminando em processo menos alongado; parte anterior
54 Tenho a impressão de Bolbodera ser idêntico a Belminus. Infelizmente, porem, não posso chegar a qualquer conclusão à respeito, porquanto a espécie tipo de Belminus, B. rugulosus Stal, ainda examinada por Neiva quando visitou o Museu Zoológico de Berlim (Neiva, 1913), parece que se perdeu, segundo se depreende da seguinte informação, que me foi comunicada por carta de 11 de março de 1939 do Dr. Hans Sachtleben do Deutsches Entomologisches Institut: "We have searched for it in vain in the coIlection of the Zoological Museum of the University of Berlin".
188
5'
6(5')
6'
7(6)
7'
8(6') 8' 9(8') 9'
10 (9')
10'
INSETOS DO BRASIL do pronotum com 2 longos espinhos, ou 2 tubérculos cônicos discais, ou mesmo sem estes ........ Eratyrus Ângulos postero-laterais do pronotum arredondados ou obtusos; parte anterior do pronotum geralmente sem espinhos ou tubérculos discais, às vezes, porem, com tubérculos cônicos; antenas, dobradas na articulação do 1º com o 2º segmento, não ex cedendo o ápice do scutellum .................................................................................... 6 Tubérculos anteníferos implantados imediatamente adiante dos olhos; distância do ponto de inserção da antena ao limite anterior do olho menor que a deste ponto ao limite posterior; distância entre o limite externo dos olhos (vista a cabeça de cima) sempre maior que o comprimento da parte anteocular (tomado do limite anterior do olho ao ápice do tylus); 2° segmento do rostrum tendo menos de 2 vezes o comprimento do 1º ou basal (fig. 369, pg. 172) ................................... 7 Tubérculos anteníferos mais afastados dos olhos; distância do ponto de inserção da ant ena ao limite anterior do olho maior que a deste ponto ao limite posterior; distância entre o limite externo dos olhos, quasi sempre, menor que a parte anteocular da cabeça ........................................................................................... 8 Corium com as nervuras visíveis; prosternum com sulco estridulatório distinto; fêmures com dentículos ou espinhos em baixo ............................................ Panstrongylus Corium sem nervuras; prosternum desprovido de sulco estridulatório distinto; fêmures múticos ............... Cavernícola 2°
segmento do rostrum tão longo ou pouco mais curto que o 3º ......................................................... Neotriatoma 2° segmento do rostrum sempre mais longo que o 3º ................. 9 2° segmento do rostrum tendo 2 ou mais vezes o comprimento do 1º (fig. 374) ............................... Triatoma (Eutriatoma) 2° segmento do rostrum tendo menos de 2 vezes o comprimento do 1°. .................................................................... 10 Olhos (vista a cabeça de cima) muito afastados; espaço entre eles 3 vezes maior que a altura de um olho ..................... ...................................................................... Triatoma (Paratriatoma) Olhos mais aproximados; espaço entre eles sempre inferior a 3 vezes a altura de um olho (fig. 373) ........................... ............................................................... Triatoma (Triatoma)
189
TRIATOMINAE
Gênero
Psammolestes
Bergroth,
1911
317. Espécies que o constituem. - O gênero Psammolestes compreende apenas duas espécies. P. coreodes Bergroth, 1911, descrito de exemplares encontrados na Argentina, foi por mim assinalado no Brasil de exemplares colhidos pelo Dr. J. C. N. PENIDO em ninho de Phacelodomus rufifrons (Wied.) em 1934 e ulteriormente estudada por LENT (1935) e por PINTO e LENT (1935).
Fig. Fig.
371 372
-
Cabeça Cabeça
de de
Triatoma Triatoma
(vista (vista
de de
cima). perfil).
Trata-se de uma espécie hematófaga, que normalmente suga sangue de aves das famílias Dendrocolaptidae e Psitacidae (MAZZA e BASSO, 1936), recusando sugar sangue de mamíferos, a não ser após prolongado jejum (LENT, 1935). P. arthuri Pinto, 1926, descrito por PINTO, de exemplares da Venezuela, como espécie de Eutriatoma, foi depois, por ele e por LENT (1926), classificado no gênero Psammolestes. É uma espécie extremamente próxima de P. coreodes, dela, porem, diferindo, principalmente, por
190
INSETOS DO BRASIL
apresentar os ângulos pronotais anteriores agudos e as partes mais salientes da cabeça e do pronotum, polidas, brilhantes. Experimentalmente ambos se infestam pelo Schizotrypanum cruzi, segundo verificaram TORREALBA (1937) com o P. arthuri, na Venezuela e EMANUEL DIAS (apud PINTO, 1938), em Manguinhos (Rio de Janeiro), com o P. coreodes.
Fig. Fig.
O cabeça, sença estreit alguns
373 374
-
Cabeça Cabeça
de de
Eutriatoma Eutriatoma
(vista (vista
de de
cima). perfil).
aspecto geral destes insetos, a coloração, a forma da o tamanho relativamente curto das antenas e a prede tubérculos setíferos na cabeça parecem indicar as afinidades das espécies deste gênero com as de gêneros de Stenopodinae. Gênero Belminus Stal, 1859
318. Espécie única. - A espécie única deste gênero é o B. rugulosus Stal, 1859, pequeno Triatomineo (10 mm. de comprimento) encontrado na Colômbia, na Costa Rica e na Venezuela, porem, de hábitos mal conhecidos. PICADO (1913) referiu ter CALVERT encontrado, em Costa Rica, uma ninfa desta espécie numa Bromeliácea.
191
TRIATOMINAE
Conquanto este inseto pareça diferente de Bolbodera scabrosa Brunner & Fracker, 1926, tambem muito pequeno (8 a 9 mm. de comprimento), representante único do gê-
Fig. Fig.
375 376
-
Cabeça Cabeça
de de
Rhodnius Rhodnius
(vista (vista
de de
cima). perfil).
nero Bolbodera Brunner & Fracker, 1926, suspeito que este último gênero, como Marlianus Distant, 1902, terá de ser incluido na sinonímia de Belminus Stal (v. a nota 54, à
figs,
377-378 - Psammolestes coreódes Begroth, 1911 (Triatominae); macho e s q u e r d a ( 3 7 7 ) e f ê m e a à d i r e i t a ( 3 7 8 ) ( X 1,4) ( D e L e n t , 1935, f i g . 1 ) .
à
pág. 187); sobre a identidade de Belminus rugulosus Stal e Marlianus diminutus Walker, 1873 (DISTANT, 1902), v. trabalho de NEIVA (1913).
192
INSETOS DO BRASIL Gênero 319.
1
1'
Chave
(em
Rhodnius parte
Stal,
segundo
1859
Larrousse
(1927)).
Cabeça pouco mais longa que o pronotum; connexivum excedendo amplamente os hemelitros, daí serem perfeitamente visíveis as manchas que possue. domesticus Neiva & Pinto, 1923; Minas Gerais e Rio de Janeiro. Cabeça distintamente mais longa que o torax .............................. 2
2(1')
Connexivum negro, com máculas vermelhas .................... brethesi da Matta, 1919 (- prolixus Neiva & Pinto, 1923, non Stal); Amazonia.
2'
Connexivum de cor amarelada ou testácea, mais ou menos escura, com manchas pardas ou enegrecidas ................................ 3
3(2')
Tíbias, alem da parte apical enegrecida, com anel negro perto do meio ................................................................ pictipes Stal, 1872; Brasil (Amazônia), Colômbia, Guiana Francesa, G. inglesa, Venezuela.
3'
Tíbias do
4(3')
2° segmento do rostrum com m enos de 3 vezes o comprimento do 1º; connexivum com manchas oblongas negras; 21 mm. de comprimento ................................... prolixus Stal, 1859; Colômbia, Guiana Francesa, Guiana Inglesa, S. Salvador, Venezuela; provavelmente encontrado tambem no Brasil e no Panamá.
4'
2°
5(4')
Cor geral testá cea escura; e spécie grande (21-22 mm.); 2° artículo do rostrum 5 vezes o comprimento do 1° ou do último , que são subiguais; 1º e 2° segmentos antenais de cor negra uniforme; pernas de cor castanha, tíbias e tarsos negros no ápice ..................................... robustus Larrousse, 1927; Brasil; G. Francesa.
5'
Cor geral testácea clara; 2° artículo do rostrum com menos de 5 vezes o comprimento do 1º ou do último, que são subiguais; 1° segmento antenal ca stanho claro ou testáceo pálido, 2° da mesma cor, porem, mais escuro para o ápice .......................................................... 6
enegrecidas no ápice, porem, sem anel negro perto meio ....................................................................................... 4
segmento do rostrum com mais de 3 vezes o comprimento do 1º ............................................................................ 5
TRIATOMINAE
193
Espécie pequena (13-14 mm.); pernas de cor uniforme, castanha clara, apenas as tíbias enegrecidas no ápice.. ............................................................................................. nasutus Stal, 1859 e brumpti Pinto, 1925, ambos do Nordeste, aquele do Ceará e este do Rio Grande do Norte55. Espécie grande (20-32 mm.), de cor geral testácea-pálida; pernas com fêmures e tíbias sarapintados de pardo ............................................................................ pallescens Barber, 1932 (= dunni Pinto, 1932); Panamá.
6(5')
6'
As espécies deste gênero são tambem hematófagas. o Schizotrypanum cruzi: Rhodnius proliTransmite m xus, segundo BRUMPT & GONZALEZ-LUG0 (1913) (transmissão experimental) e TEJERA (1919) (infestação natural); Rhodnius brumpti, no Norte do Brasil, segundo PINTO (1925), Rhodnius pallescens, no Panamá, segundo DUNN e Rhodnius pictipes Stal, 1872, segundo CASTRO FERREIRA e DEANE (1938): (1938): "O Rhodnius brethesi, descrito por Alfredo da Matta em 1919, no Amazona.s, (região de Barcelos) foi encontrado na palmeira Leopoldina piassaba; voando ataca os trabalhadores que dormem em redes próximas dos piassabais, alimenta-se tambem do sangue de aves, alem do de mamíferos atraidos pelas macegas, ausência de lua e certo ambiente de calor que as citadas palmeiras lhe fornecem conforme o próprio Dr. Matta, informou recentemente ao Dr. Neiva. Já foi verificado, aliás, que os Rhodnius em cativeiro podem alimentar-se em aves" (Lent, 1935). Recomendo a leitura do trabalho de contem dados interessantes sobre a
que
LARROUSSE (1927), biologia destes in-
setos.
Gênero Eratyrus Stal, 1859 320. Caracteres, etc. - De acordo com C. PINTO, acho que o gênero Eratyrus Stal, 1859, tal como o definiu o autor, deve compreender alem de E. mucronatus Stal, 1859
55
Com
Larrousse,
creio
que
R.
brumpti
seja
idêntico
a
R.
nasutus.
194
INSETOS DO BRASIL
e de E. cuspidatus Stal, 1859, a espécie que DEL PONTE descreveu com o nome Triatoma eratyrusiforme , anteriormente incluida (in litt.) por este autor no gênero Eratyrus. Vejo-me, porem, obrigado a modificar Eratyrus para a seguinte diagnose:
a
definição
de
"Gênero com caracteres de Triatoma , porem, com os ângulos do lobo posterior do pronotum espinhosos ou agudos." Sabendo-se, porem, como variam os espinhos pronotais nas espécies de Spiniger e até m esmo nos dois sexos de uma mesma espécie, como em Spiniger fulvo-maculatus , cujos machos têm os ângulos do lobo posterior do pronotum obtusos e as fêmeas os apresentam distintamente espinhosos, compreender-se-á que tal carater perde o valor, quando considerado exclusivamente para a constituição de um gênero. O alongamento das antenas, assinalado por C. PINTO, não me parece que deva ser tomado em consideração na diagnose genérica, a menos que se exclua de Eratyrus a espécie de DEL PONTE, cujas antenas devem ser curtas como em Triatoma . Eis a chave das espécies incluidas neste gênero: 1
1'
2(1')
Ângulos posteriores do pronoto prolongados em espinho dirigido para cima e um pouco para trás; parte anterior do pronoto com 2 longos espinhos discais, eret os, algo divergentes; scutellum prolongado em longo espinho, quasi ereto, inclinando para trás ........................ mucronatus Stal, 1859; Guiana Inglesa; Brasil. Ângulos posteriores do pronoto em ponta aguda; lobo anterior do pronogo com 2 espinhos curtos e rombos ou mesmo sem espinhos .......................................................... 2 Parte anteocular 1,5 vezes a largura da cabeça, entre o limite externo dos olhos (vista a cabeça de cima); antenas muito longas, com o ápice atingindo o meio do 4º urômero; 2º segmento antenal, tendo mais de 5 vezes o comprimento do 1º; scutellum terminando em longo espinho agudo ........................................................ cuspidatus Stal, 1872; Colômbia: Panamá; Uruguai.
195
TRIATOMINAE
2'
Parte anteocular tendo pouco mais de 1 vez a largura da cabeça, entre o limite externo dos olhos; antenas provavelmente curtas, como em Triatoma; 2° segmento antenal tendo cerca de 4 vezes o comprimento do 1º; scutellum terminando em espinho rombo ...............................
....................................................................
eratyrusiforme
(Del Ponte, 1929); Rep. Argentina. Segundo
datus
PINTO
transmite DUNN
o
(1938),
TEJERA
Schizotrypanum
(1934),
no
Panamá,
verificou
que
E.
cuspi-
cruzi. encontrou
Eratyrus
cuspidatus
naturalmente infectado pelo Schizotrypanum.
Gênero Panstrongylus Berg, 1879 321. Chave. 1
1'
2(1')
Distância entre o limite externo dos olhos (vista a cabeça de cima) quasi igual ou pouco maior que a parte anteocular da cabeça; cor geral negra; connexivum com pequenas máculas triangulares, te stáceo-avermelhadas, sobre os ângulos póstero-laterais dos segmentos. ......................................... chinai (Del Ponte, 1929); Perú. Esta espécie foi incluida por Pinto neste gênero; todavia, pelo aspecto da cabeça, lembra o Triatoma rubrofasciata, que tem tambem a parte anteocular relativamente curta. Somente a posição dos tubérculos anteníferos é que justifica a inclusão em Panstrongylus. Distância entre o limite externo dos olhos (vista a cabeça de cima) bem maior que a part e anteocular da cabeça; aspecto do connexivum diferente do referido em (1) ................................................................................... 2 Lobo anterior do pronotum com tubérculos cônicos laterais e distais, estes tão salientes quanto os tubérculos pronotais anteriores; processo e scutelar curto mais curto que o scutellum, de ponta romba, com um tubérculo em cima; tubérculos anteníferos sem saliência dentiforme apical; fêmures apenas com um par de tubérculos setíferos, em baixo e perto do ápice, aliás pouco desenvolvidos ........................................................................ 3
196
INSETOS DO BRASIL (Ao meu ver Mestor deveria ser mantido, como subgênero, para as espécies deste grupo). Lobo anterior do pronotum sem tubérculos laterais ou com estes quasi invisíveis; os discais pouco desenvolvidos; processo escutelar, espiniforme, tão longo ou quasi tão longo quanto o scutellum; tubérculo antenífero com saliência dentiforme perto do ápice; fêmures anteriores e médios tendo, em baixo, alem de um par de tubérculos setiferos distais bem desenvolvidos. outros menores para dentro ............................................................. 5
2'
Cor geral parda clara; pronoto com 5 faixas negras longitudinais relativamente estreitas; scutellum tambem com faixas negras; corium com estrias negras irregulares; membrana com partes claras e es curas; máculas negras do connexivum, nos ângulos ântero-laterais, triangulares ........................ lignarius (Walker, 1873)56; Guiana Inglesa; Brasil (Pará). Outro aspecto ................................................................................ 4
3(2)
3' 4(3')
4'
5(2')
5'
Espécie grande (27-32 mm.), com máculas no lobo posterior do pronoto e no connexivum de cor vermelha; fêmures unicolores, negros (págs. 380 e 381) .......................... ....................................... megistus (Burmeister, 1835) (= gigas Burmeister, 1861, nec Fabricius; porrigens Walker, 1873; wernickei Del Ponte,, 1923; conorrhinus Hoffmann, 1923); Guiana Inglesa; Brasil; Paraguai. Espécie menor (25 mm.), com máculas na cabeça, no torax, no connexivum e nos fêmures, de cor avermelhada ou ocrácea-avermelhada ......................................... ................................. rufotuberculatus (Champion, 1899); Panamá. Pronotum de cor parda escura quasi uniforme; lobo anterior, em cima, apresentando duas bo ssas contiguas; faixas escuras do connexivum mais ou menos distintas .......................................................................... guentheri Berg, 1879; Argentina e larroussei (Pinto, 1925) 57 ; Argentina. Pronotum com outro aspecto e connexivum com máculas negras, bem nítidas, nos ângulos ântero-laterais ............... 6
56 Esta espécie só era conhecida da Guiana Inglesa. Em fins de dezembro de 1938, determinei um exemplar, que mefoi entregue pelo Dr. Evandro Chagas, apanhado em Piratuba (Pará). Ulteriormente cedi este exemplar ao Dr. Cezar
Pinto, 57
que o guardou na coleção Não sei distinguí-las.
em
seu
laboratório,
no
Instituto
Oswaldo
Cruz.
TRIATOMINAE
197
Cor geral oerácea ou amarelada; pronoto com faixa negra transversal, de mar gem anterior mais ou menos ondulada, acompanhando o bordo posterior .... geniculatus (Latreille, 1811) (=lutulentus Erichson, 1848; corticalis Walker, 1873; fluminensis Neiva & Pinto, 1923); Argentina; Brasil e tenuis (Neiva, 1914); Brasil58. Cor geral testácea ou parda, mais ou menos escura; lobo anterior do pronetum muito escuro, quasi negro; tubérculos discais do lobo anterior, 2 grandes áreas medianas prescutelares e 2 laterais, no lobo posterior, de cor testácea; scutellum (exeto a ponta), hemelitros (exceto o clavus, uma mácula basal e uma preapical, de cor testácea), enfuscados ou enegrecidos ....................... .............. lutzi (Neiva & Pinto, 1923); Brasil. Cor geral testácea avermelhada exceto o pronotum e scutellum que são quasi totalmente negros; neste a ponta e naquele a parte posterior do lobo anterior, 2 carenas divergentes do lobo posterior e os ângulos posteriores são t, a mbem de cor testácea-avermelhada. ................ seai (Del Ponte. 1929); Argentina. Não conheço esta espécie, que, não obstante menor (fêmea 23,5 mm.) que lutzi (fêmea 27,5 mm.), deve ser extremamente próxima.
6(5')
6'
6"
Como espécies mais importantes deste gênero devo citar, em primeiro logar, Panstrongylus megistus, Triatomineo de hábitos domiciliares e um dos principais transmissores do
Schizotrypanum
cruzi.
Foi CHAGAS O primeiro a demonstrar (1909) o papel importante deste inseto em parasitologia, como transmissor do agente etiológico da "doença de Chagas" (Schizotrypanum cruzi), tripanosomose americana que trás o nome do descobridor. A etologia do P. megistus foi estudada por NEIVA (1910). Alem de P. megistus, tambem transmite aquele tripanosoma o P. geniculatus, encontrado em buracos de tatús (CHAGAS, 1912) e que, segundo NEIVA, PINTO e TRAVASSOS, frequenta domicílios. Tambem no Panamá esta última espécie é um dos transmissores do Schizotrypanum, segundo CLARK & DUNN (1932). 58
Não
sei
distinguir
esta
espécie
de
geniculatus.
198
INSETOS DO BRASIL
Gênero
Triatoma subgen. Eutriatoma 59
322. Espécies que o constituem. - Deste gênero ha apenas duas espécies descritas. N. circummaculata (Stal, 1859), da Argentina e Uruguai e N. limai (Del Ponte, 1929), do Brasil, que, pelas descrições, não sei exatamente como distinguir da espécie descrita por STAL.
Gênero Triatoma subgên.
Eutriatoma59
323. Chave. 2° segmento do rostrum com mais de 3 vezes o comprimento do 1º. .............................................................................. 2 2º segmento do rostrum, no máximo, com 3 vezes o comprimento do 1º. ........................................................................ 3
1
1'
2°
segmento do rostrum cerca de 4 vezes o comprimento do 1º; antenas inseridas para trás do meio da região anteocular, esta tão alongada quanto a distância entre o limite externo dos olhos .............................................. venosa (Stal, 1874); Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador e Panamá. 2° segmento do rostrum com cerca de 3,5 vezes o comprimento do 1º; antenas inseridas no meio da região anteocular, esta igual a 1,5 vezes a distância entre o limite externo dos olhos ........................................... nigromaculata (Stal, 1874) (= variegatus Stal, 1859; Venezuela.
2(1)
2'
3(1') 3'
Espécies de cor geral testácea ou pardacenta ................................. 4 Espécies de cor geral negra ou quasi negra ................................... 5
4(3)
Lobo anterior do pronotum com tubérculos laterais; tubérculos discais muito salientes; scutellum, em cima, com 2 tubérculos espiniformes perto da base e com a ponta voltada para diante; connexivum com faixas escuras ou negras, relat ivamente largas, ocupando a metade anterior de cada segmento ................................ flavida Neiva, 1911; Cuba. Lobo anterior do pronotum sem tubérculos laterais; tubérculos discais indistintos; scutellum sem os tubérculos referidos em (4); connexivum com linhas negras
4'
59
Eutriatoma
pode
ser
conservado,
apenas
como
subgênero.
TRIATOMINAE
199
ocupando o bordo de cada segmento, externamente dilatadas em mácula, lembrando o aspecto de notas musicais (fig. 382) .......................................................... sordida (Stal, 1859); Argentina, Bolívia, Brasil, Uruguai.
5(3')
5'
6(5')
6'
Áreas claras do connexivum, como as demais do corpo, de cor alaranjada, ocupando as partes adjacentes de cada sutura intersegmental, isto é, a parte anterior de cada segmento e a posterior do que fica imediatamente adiante; 2° segmento do rostrum com 3 vezes o comprimento do 1º. .................................................................. carrioni Larrousse, 1926: Equador. Áreas claras do connexivum ocu pando o meio de cada segmento, às vezes aproximadas do bordo posterior. porem sem atingí-lo; as suturas intersegmentais ficam, pois, incluídas nas áreas negras; 2° segmento do rostrum com menos de 3 vezes o comprimento do 1º ................... 6 3° e 4° segmentos antenais, todas as tíbias (exceto a parte apical), bordos laterais, parte mediante do bordo posterior e 2 linhas divergentes sobre o disco do pronoto, máculas arredondadas nos ângulos póstero-laterais dos segmentos do connexivum e grandes faixas alongadas no corium, de cor testácea-rósca; o resto do corpo de cor negra (fig. 383) ............................................. tíbia-maculata Pinto, 1926; Brasil. Outro aspecto ................................................................................ 7
7(6') 7'
Pronotum de cor negra uniforme ............................................... 8 Pronotum com áreas claras, testáceo amareladas ou avermelhadas ................................................................................ 10
8(7)
Manchas claras do connexivum de cor avermelhada .... ............................................................................................ oswaldoi Neiva & Pinto, 1923; (= sordelli Dios e Zuccarini, 1925); Argentina; Brasil; Perú. Manchas claras do connexivum de cor amarelada .......................... 9
8' 9(8')
9
Hemelitros muito escuros, com uma mácula amarelada na base do corium e outra menor perto do ápice; comprimento da cabeça igual à distância do bordo anterior do pronoto ao meio do scutellum ................................... patagonica Del P o n t e , 1929; A r g e n t i n a . Hemelitros escuros, com 2 manchas negras no meio do corium; este, na parte interna da base, de cor mais clara; comprimento da cabeça "levemente maior que o pronotum" (Lent) ............................................................. gomesi Neiva & Pinto, 1923; Sul do Brasil.
200 10(7')
10' 11 (10')
11'
12(11')
12
INSETOS DO BRASIL Parte anteocular, vista a cabeça de cima, igual ou mesmo um pouco mais curta que o espaço entre o limite externo dos olhos; lobo posterior do pronotum apresentando 6 ou 4 (quando as 2 externas confluem) máculas amareladas ou alaranjadas, em relação com o bordo posterior .......................................................................... maculata (Erichson, 1848) ; Brasil; Guianas. Parte anteocular consideravelmente mais longa que o espaço entre o limite externo dos olhos ..................................... 11 1º
segmento antenal muito curto), o ápice não excedendo o meio da distância do ápice do tubérculo antenífero ao ápice do tylus; 2° mais curto que a parte anteocular da cabeça; pronotum com algumas faixas amareladas em relação com o bordo posterior .............................. petrochii P i n t o e B a r r e t o , 1925; A r g e n t i n a ; B r a s i l (Rio G r a n d e do N o r t e ) . 1º segmento antenal de tamanho normal, com o ápice quasi atingindo o ápice do tylus; 2° mais longo que a parte anteocular; pronotum apresentando somente 2 distintas áreas claras perto dos ângulos posteriores .............................. 12
Áreas claras do pronotum e do connexivum de cor avermelhada; hemelitros escuros, com áreas avermelhadas na base e no ápice do corium .................................. rubrovaria (Blanchard, 1843) (= phyllosoma Herrich-Schaeffer, 1848, nec Burmeister; rubroniger Stal, 1859); Argentina; Brasil; Uruguai e Java. Áreas claras do pronotum e do connexivum de cor amarelada; hemelitros uniformemente amarelados ............................. ............................................................................ oliveirai Neiva, Pinto & Lent, 1939; Brasil (Rio Grande do Sul).
Triatoma (Eutriatoma) flavida transmite experimentalmente o Schizotrypanum cruzi, segundo HOFFMANN. Triatoma (Eutriatoma) maculata, segundo EMANUEL DIAS e J. F. TORREALBA (1936), na Venezuela, infesta-se natural e experimentalmente pelo Schizotrypanum cruzi. Este Trypanosoma pode ser tambem transmitido pelo Triatoma (Eutriatoma) oswaldoi, segundo MAZZA (1936) e pelo Triatoma (Eutriatoma) rubrovaria, segundo GAMINARA (1923). Esta última espécie, segundo PINTO (1938), "vive nos muros e pedras e fre quenta os currais, sugando os ovinos caprinos, canídeos e o homem no Rio Grande do Sul".
TRIATOMINAE
201
Triatoma (Eutriatoma) nigromaculata, não encontrado infectado na natureza, como tambem transmitir, experimentalmente, o caram LENT e PIFANO (1939).
CARINI (Eutriatoma)
Fig.
S.
cruzi,
somente é capaz
conforme
e MACÍEL encontraram, na natureza, sordida infestado pelo Schizotrypanum.
379 - Rhodnius prolixus Stal, 1859 (Triatominae) (X 1,6).
foi de
verifiTriatoma
Fi.g. 380 - Panstrongylus megistus (Burmeister, 1835) ( T r i a t o m i n a e ) . ( X 1,16).
Gênero Triatoma subgên. Triatoma 324. 1
1' 2 (1') 2' 3(2) 3'
Chave. Anel submediano dos fêmures e parte apical das tíbias de cor amarela ......................... brasiliensis Neiva, 1911; Brasil. Femur e tíbias de cor uniforme, negra ou picea ..................... 2 Connexivum de cor uniforme ............................................... 3 Connexivum com partes claras (amareladas, alaranjadas ou avermelhadas) e escuras (geralmente negras) ................. 5 Connexivum de cor clara ..................................................... 4 Connexivum negro ................. mazzae Jörg, 1937; Argentina.
202
INSETOS DO BRASIL
4(3)
Connexivum
testáceo-amarelado; distância entre o limite externo dos olhos quasi igual (pouco menor) a da tomada da reta tangenciando o limite anterior dos olhos a ponta da cabeça (parte anteocular) .................... breyeri Del Ponte, 1929; Argentina. Connexivum rubro; distância entre o limite externo dos olhos igual a 2/3 da tomada da reta tangenciando o bordo anterior dos olhos a ponta da cabeça. spinolai60 Porter, 1933; Chile.
4'
5(2')
Margem do connexivum flavo-testácea ou testácea-avermelhada, as partes negras não atingindo o bordo ...................... 6 Margem do connexivum negra com máculas claras de cor testácea, alaranjada ou avermelhada ....................................... 7
5'
6(5)
60
Margens laterais do pronotum de ou avermelhada, continuando-se, Quasi
Neiva & Lent de Triatominae, Os
tres
simultaneamente, (13 de ambos primeiros
Mazz,
Tobar
e
Jörg
abril de 1940) descreveram 2 monobásicos, tendo, por tipos, autores
criaram
Mepraia
n.
cor testácea-alaranjada em linha da mesma
(20
de
março
de
1940
e
novos gêneros sul-americanos barbeiros chilenos. gên.
para
Triatoma
spinolai
Porter, 1933, por terem chegado à conclusão de, nesta espécie, as fêmeas serem totalmente ápteras, confirmando, assim, a observação anteriormente feita por Tobar (1939) de que as fêmeas adultas de spinolai são apteras. Neiva e Lent, tendo recebido de Porter 5 formas adultas, micrópteras (3 machos e 2 fêmeas), apanhadas em Coquimbo por Tobar, e 1 macho de Triatoma spinolai (alado) concluíram que Tobar, dizendo ter observado que as fêmeas de T. spinolai não possuem asas e apresentam o conexivo desdobrado em duas folhas, provavelmente teve em mãos duas espécies: a descrita por Porter (spinolai) e a que descrevem com o nome de Triatomaptera Porteri n. sp., do novo género Triatomaptera Neiva e Lent, caracterizado "pela ausência de asas nos dois sexos, pela forma do pronoto e o aspecto do escutelo e pelas dimensões proporcionais dos artículos do rostro, bem como pela disposição do conexivo, em duas folhas, que faz lembrar o recente gênero Dipetalogaster Usinger, 1939". Graças à gentileza de Lent, que me mostrou o material referido no trabalho publicado em colaboração com Neiva, pude, pela primeira vez, ver um exemplar de Triatoma spinolai (macho, alado) e compará-lo com os machos e fêmeas de Triatomaptera porteri. Tal cotejo me fez logo suspeitar que todas as formas examinadas deviam ser de uma só espécie, ocorrendo, pois, em spinolai, precisamente o que Jeannel refere para Paredocla Jeannel, 1914, género africano de Reduviinae, pelo menos com a espécie Paredocla decorsei Jeannel, 1914, representada por fêmeas ápteras e machos de 2 tipos, alados e ápteros, estes absolutamente semelhantes àquelas. Imediatamente comuniquei a minha impressão, não somente a Neiva e Lent, como a Mazza, na carta em que lhe agradeci a oferta do exemplar do seu trabalho. Certamente, a questão será devidamente estudada pelos autores de Mepraia e de Triatomaptera, de modo a se poder concluir si se trata realmente de uma só espécie - como tudo parece indicar - ou se de espécies diferentes.
TRIATOMINAE
6'
7(5')
7'
8(7')
8'
9(8)
9'
10(8') 10'
203
cor, sobre a parte proximal do corium; superfície do torax granulada; ápice do scutellum não refletido ................. ............................................. rubrofasciata (De Geer, 1773); (= variegatus Drury, 1773; gigas Fabr. 1775; claviger Gmelin, 1788; erythrozonias Gmelin, 1788; giganti Klug, 1834; stalii Signoret, 1860); vários paises da África, América, Ásia e Oceania. No Brasil foi assinalada em Belem, Baía, Rio de Janeiro e Santos. Lobo posterior do pronotum fusco-testáceo; superfície do torax não granulada; espinho apical do scutellum um pouco refletido ........................... recurva (Stal, 1868); Brasil. Margens laterais do pronotum de cor testácea-alaranjada ou avermelhada ............................ sanguisuga (Leconte, 1855) (=lecticularius Stal, 1859; lateralis Stal, 1859; lenticularius Stal, 1868) (Panamá, Estados Unidos) e pintoi Larrousse, 1926; Florida (Estados Unidos) 61 . Margens laterais do pronotum de cor idêntica a do disco ..................................................................................... 8 Cada segmento do connexivum apresenta a mácula negra na base e a clara no ápice; assim, adiante de cada sutura intersegmental, a cor é clara e atrás é negra .................. 9 Cada segmento do connexivum apresenta uma mácula clara entre duas partes negras, a posterior é, às vezes, relativamente estreita, porem, sempre separando a mácula clara da sutura intersegmental, que, nestas condições, fica sempre incluida na parte negra ..................................... 10 Hemelitros claros, exceto a membrana, a parte basal do c lavus, o ápice e um ponto negro do corium, que são de cor negra ..................................................... dimidiata (Latreille, 1811): América Central, Venezuela. Hemelitros claros, exceto a membrana, o clavus em sua maior extensão, o ápice e uma faixa transversa do corium ............................ maculipennis (Stal, 1859) 62; México e Nicaragua. Pronotum de cor uniforme, negra ou parda escura .................... 11 Pronotum com áreas claras ........................................................ 12
61 T. pintoi, segundo Larrousse, distingue-se de T. menor e mais delgado e por ter o torax menos dilatado atrás. 62 Segundo Neiva (1914), provavelmente uma variedade
sanguisuga de
dimidiata.
por
ser
204
INSETOS DO BRASIL
Áreas claras do connexivum pouco extensas, estranguladas ou interrompidas; corpo revestido de densa pilosidade dourada; pernas sem áreas claras ....................................... ............................... platensis Neiva, 1913; Argentina e rosenbuschi Mazza, 1936, Argentina63. Áreas claras do corium mais extensas; corpo não tomentoso; trocanteres e base dos fêmures de cor amarela (fig.384) ........................................... infestans (Klug. 1834); (= renggeri Herrick-Schaeffer, 1848; sextuberculatus Spinola, 1852; paulseni Philippi 1860; gracilipes Philippi, 1860; octotuberculatus Philippi, 1860; nigrovarius Railliet 1893); Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Perú e Uruguai.
11(10)
11'
Cabeça completamente negra; pronotum apresentando apenas 2 máculas, claras, pequenas no lobo posterior ............ melanocephala Neiva & Pinto, 1923: Norte do Brasil. Cabeça com faixa clara em cima, mais ou menos visivel, pronotum com várias faixas ou máculas claras no lobo posterior. ........................................... vitticeps Stal, 1859 (a meu ver chagasi Brumpt & Gomes, 1914 em nada difere desta espécie).
12 (10')
12'
PINTO afirma que Triatoma (Triatoma) dimidiata transmite o Schizotrypanum, segundo SEGOVIA & HURTADO. LENT (1939), porem, cita REICHENOW (1934) como sendo o autor da verificação da infestação natural do inseto pelo Schizo-
trypanum. Tambem LENT (1939) refere à CHAGAS e MACHADO, in CHAGAS, 1912, a observação da infestação experimental de T. infestans pelo Schizotrypanum, quando PINTO (1930) informa que o citado "barbeiro" transmite-o segundo A. NEIVA, CARINI & JESUINO MACIEL. Podem
tambem
Triatoma. REIBER MAZZA
transmitir
o
Schizotrypanum
cruzi:
(Triatoma) platensis, segundo MAZZA e SCHTriatoma (Triatoma) rosenbuschi, segundo Triatoma (Triatoma) rubrofasciata, segundo
(1938); (1936);
63 Mazza (1936), distingue T. rosembuschi de T. platensis, principalmente, pela ausência da pilosidade tão característica desta espécie. Neiva e Lent platensis. Mazza, em publicação ul(1936), porem, consideram-no idêntico a terior, do mesmo ano, chama a atenção para as diferenças entre platensis e rosenbuschi.
TRIATOMINAE
205
NEIVA, Triatoma (Triatoma) spinolai Porter, 1933, segundo GAJARDO TOBAR (1939) e Triatoma (Triatoma) vitticeps, segundo NEIVA (1914) e BRUMPT & GOMES (1914).
Fig. 381 (X 3,5).
-
Panstrongylus
megistus
(Burmeister,
1835),
fêmea
(Triatimidae)
206
INSETOS DO BRASIL
A biologia do Triatoma brasiliensis, segundo NEIVA encontrado em domicílios, nas locas de mocós (Cerodon rupestris) e nos chiqueiros, foi estudada por C. PINTO (1924), que antes (1923) já o encontrara infestado na natureza.
Fig. 382 Triatoma (Eutriatoma) sordida (Stal, 1859 ) ( T r i a t o m i n a e )
(x
Fig.
383 - Triatoma (Eutriatoma) tibiamaculata (Pinto. 1926) (Triatominaes) (X 1,6).
2,5).
Subfamília
SPHAERIDOPlNAE 64
(Sphaeridopidae)
325. Caracteres e espécies que a constituem. - Pequena subfamília constituida exclusivamente por espécies da região neotrópica, relativamente robustas, que lembram os Saliavatineos pelo aspecto da cabeça não prolongada adiante dos olhos. Todavia, nos insetos desta subfamília, os segmentos abdominais não são lateralmente espinhosos, o rostrum é curto, reto e muito fino e os olhos são grandes, globulosos, salientes, pouco afastados em cima e quasi se tocando em baixo.
64
Gr. sphaira, espera; ops, olho.
REDUVIINAE
207
Das poucas espécies que constituem esta subfamília citarei apenas: Sphaeridops amaenus Le Pelletier & Serville, 1825 (= S. pallescens, Walker, 1873); Veseris rugosicollis (Stal, 1858) (= Sphaeridops inermis, Mayr, 1865 e Limaia ruber Pinto, 1927), do Brasil e Volesus nigripennis Champion, 1899, da Costa Rica. Subfamília REDUVIINAE (Spongípedes,
partim;
Acanthaspididae 65, Reduviini)
pro
parte;
326. Caracteres e espécies mais interessantes. - Espécies, em geral, de porte médio (às vezes, porem, com alguns milímetros de comprimento) e de forma oval mais ou menos alongada. Cabeça com impressão transversal ou constrição anular atrás dos olhos; antenas com o 1ª segmento mais curto que o 2ª, rostrum mais ou menos robusto e, em repouso, formando um ângulo, curvilíneo com o perfil inferior da cabeça; scutellum geralmente terminando em processo ou espinho mais ou menos alongado; hemelitros, quando bem desenvolvidos, deixando visível o connexivum em toda a sua extensão. Espécies exclusivamente predadoras. A região neotrópica, conquanto não seja tão rica em gêneros e espécies de Reduviineos como outras regiões faunísticas, possue, entretanto, alguns gêneros que lhe são exclusivos, como Spiniger Burmeister, 1835, com perto de 100 espécies, algumas bem interessantes por mimetizarem vespas do gênero Pepsis (Fam. Psammocharidae). Dentre as espécies mais interessantes deste gênero devo mencionar ás pertencentes ao subgênero Opisthacidius Berg. Spiniger (Opisthacidius) domesticus Pinto, 1927, segundo observação de CEZAR PINTO (1927) feita em Mato
65
Gr. acantha, espinho; aspis, escudo.
208
INSETOS DO BRASIL
Grosso, encontra-se nas frestas das paredes de barro de ranchos situados na região do pantanal e aí vive sugando baratas (Periplaneta americana). L. TRAVASSOS observou, em Angra dos Reis (E. do Rio), idênticos hábitos predadores do Spiniger (Opisthacidius) rubropictus (Herrich-Schäffer, 1848).
Fig.
384
-
Triatoma
(Triatoma)
infestans
( C e r c a de
(Klug. X 3).
1834)
(de
Jörg,
1937,
fig.
1)
Tive o ensejo de determinar formas jovens e adultas de Spiniger steini, encontradas em São Paulo pelo Dr. LAURO TRAVASSOS e pelo Eng. Agr. ARISTOTELES SILVA, dentro de cupinzeiros de Cornitermes sp.
REDUVIINAE
209
O gênero Leogorrus Stal, 1859, com um menor número de espécies, possue, entretanto, algumas, como L. litura (Fabr., 1787) e L. formicarius (Fabr., 1803), frequentemente encontrados em nosso país.
Fig. 385 - Sphaeridops amaenus (Le dopinae); 1, cabeça, pronotum e scutellum;
Pelletier & Serville, 1825) (Sphaeri2, cabeça de perfil (De Pinto, 1927).
Outros gêneros de menor importância, sob o ponto de vista numérico das espécies que os constituem, apresentam caracteres os mais díspares, verificando-se com eles o que disse JEANNEL. (1919), relativamente às afinidades destes insetos: "Le groupe des Reduviini est extrêmement complexe et les affinités de chaque genre s'exercent toujours dans plusieurs directions avec plusieurs genres à la fois."
1872
Pertencem a esta subfamília o gênero Microlestria Stal, com espécies de pequeno porte (algumas, como M.
210
INSETOS DO BRASIL
fuscicollis (Stal, 1858), com cerca de 5 mm. de comprimento) e o gênero Aradomorpha, extremamente curioso, pois as espécies que o formam, alem de apresentar o fácies de Aradidae, diferem dos demais Reduviideos por terem, em todos os tarsos, apenas dois artículos. Numa pequena coleção de Reduviideos do Sul do Brasil, tive o ensejo de encontrar um representante de Aradomorpha, diferente, entretanto, de Aradomorpha crassipes Champion, 1899, espécie tipo do gênero, encontrada no Panamá. Descrevi-a com o nome Aradomorpha Chinai.
Fig.
386
-
Telenomus
fariai
(Lima,
1928),
fêmea
(Hym.,
Scelionidae)
(X
45).
Subfamília CETHERINAE66
(Cetherini) 327. Caracteres e representantes. - Pequena subfamília com representantes na África e na América, de aspecto característico, por apresentarem cabeça transversal, olhos pedunculados e fronte escavada entre eles (fig. 390). 66
Hebr. cether, diadema.
211
CETHERINAE
As espécies americanas pertencem ao gênero (Caridomma Bergroth, 1891 (= Macrophthalmus Laporte, 1832, Macrops Burm., 1845. ambos nomes preocupados; Sorglana KirKaldy, 1900).
Fig.
387. Vescia spicula d o c o r p o , v i s t a de c i m a
Stal, 1872, e de p e r f i l
parte anterior (X 12).
Subfamília SALYAVATINAE
67
328. Caracteres e representantes. - Esta subfamília, na América, é exclusivamente representada pelo gênero Salyavata Amyot & Serville, 1843, com duas espécies: S. variegata Amyot & Serville, 1843 e S. nigrofasciata Costa Lima, 1935 (fig. 391). Em ambas os tubérculos anteníferos apresentam-se mais ou menos salientes adiante dos olhos; estes são relativamente grandes, globulosos, porem, não tão grandes como nas espécies de Sphaeridopinae, as quais, aliás, não têm os tarsos anteriores dímeros como em Salyavatinae. 67
Sanser.
salya,
porco-espinho;
vata,
como.
212
INSETOS DO BRASIL Subfamília
VESCIINAE
329. Espécies que a constituem. - Esta subfamília foi proposta por FRACKER e BRUNER (1924) para Vescia spicula Stal, 1872, colocada por STAL em Reduviinae (= Acanthaspidinae) (fig. 387). Alem da espécie genotipo, encontrada no Brasil e no Perú, FRACKER e BRUNER (1924) estudaram mais uma espécie - Vescia mínima, de Tefé (Amazonas) e HAVILAND (1931), descreveu V. adamanta, da Guiana Inglesa.
Fig.
388
-
Spiniger
(Spiniger)
femoralis
Stal,
1854
(X
2,2)
Reduviinae).
Subfamília PlRATINAE68 (Spongipèdes, p a r t i m ; Piratidae)
330. Caracteres e espécies mais interessantes. - Os Reduvideos desta subfamília distinguem-se dos demais por 68
1831,
Gr. nome
peirates, pirata. O gênero tipo cuja grafia foi reformada em
desta subfamília é Peirates Serville, 1835, por Burmeister, para Pirates
PIRATINAE
213
terem a constrição interlobular (sulco transversal do pronotum), mais aproximada da borda posterior que da anterior (figs. 392 e 393). As espécies mais frequentemente encontradas em nosso meio pertencem aos gêneros Melanolestes Stal, 1866, Rasahus Amyot & Serville, 1843 e Sirthenea Spinola, 1840.
Fig.
389
-
Spiniger
(Opisthacidius)
rubropictus
Herrich-Shaeffer)
(X
2,2)
(Reduviinae).
Ao primeiro pertence Melanolestes picipes (HerrichSchäffer, 1818). Reduviideo todo negro, de vasta distribuição geográfica e bem conhecido pela forte dor de suas picadas. Do gênero Rasahus a espécie mais conhecida, de Flórida a Argentina, é o R. hamatus (Fabr., 1781). Outra espécie, não menos frequentemente observada em quasi toda a América do Sul, é Sirthenea stria (Fabr., 1794).
214
INSETOS DO BRASIL
Na fig. 393 reproduzo a figura de Rasahus limai Pinto, 1935, da República Argentina. Recentemente TAUEBER (1934) descreveu Eldmannia attaphila n. gen., n. sp., encontrado na Bolívia, dentro de um formigueiro de sauva.
Fig.
390
-
Caridoma
pallens
(Laporte,
1832)
(Cetherinae)
(X
2,8)
Subfamília ECTRICHODIINAE69
(Ectrichodidae) 331. Caracteres e principais representantes. - Os Reduviideos desta subfamília, que, como os da subfamília seguinte, apresentam escutelo bífido ou trífido no ápice, ou, como diz STAL, com o ápice emarginado ou truncado e lateralmente mucronado, são, em geral, insetos de corpo robusto e glabro, cujas antenas, quando têm mais de quatro segmentos (6, 7, 8), é porque apresentam o 3° ou o 4º segmentos, subdivididos (fig. 394). Subfamília de vasta distribuição representantes em todas as regiões
69
Gr.
ec,
de;
trix,
pelo.
geográfica com muitos tropicais, alguns deles
ECTRICHODIINAE
215
com fêmeas ápteras e sem ocelos, outros, porem, com machos e fêmeas ápteras. No Brasil as espécies mais frequentemente encontradas pertencem aos gêneros Pothea Amyot & Serville, 1843, Brontostoma Kirkaldy, 1904 (= Mindarus Stal, 1859) e Rhiginia Stal, 1859 (= Ectrichodia Stal, 1872).
Fig. 391 - Salyacata nigrofasciata Lima, 1935 (Salyavatinae) (X 4).
Subfamília
(Hammaloceridae71;
Fig.
392 - Melanolestes picipes (Herrich-Schaeffer, 1848) (Piratinae); cabeça, pronotum e scutellum (X 8).
MICROTOMINAE
Hammatocerinae;
70
Hammacerinae)
332. Caracteres e representantes. - Subfamília bem característica pelo aspecto das antenas, que apresentam o 2º segmento subdividido em oito ou cerca de 40 pequenos artí70 71
Gr. Gr.
micros, pequeno; tome, segmento. hamma, nó; keras, corno (antena).
INSETOS DO BRASIL
216
culos, como nas antenas de uma barata, e pelo scutellum bífido no ápice. É exclusivamente representada por espécies americanas distribuidas em dois gêneros: Microtomus Illiger, 1807 (= Hammacerus Laporte, 1832; Hammatocerus
Fig.
393
-
Rasahus
limai
Pinto,
1935
Piratinae)
(De
Pinto,
1935).
Burmeister, 1835), com o segundo segmento subdividido em cerca de 40 artículos e Homalocoris Perty, 1834, ambos com poucas espécies (figs. 395 e 396). Para o estudo de Microtomus, ver COSTA LIMA (1935).
APIOMERINAE
217
Subfamília APIOMERINAE72
(Apiomeridae) 333. Caracteres e espécies mais interessantes. - Nas espécies desta subfamília os ocelos ficam atrás dos olhos, porem muito afastados um do outro. Os tarsos anteriores, como os demais, muito pequenos, são recebidos numa chanfradura ou fovéola situada no ápice das tíbias, que são relativamente longas e arqueadas. Geralmente as pernas e o corpo são revestidos de pilosidade abundante, que dá a estes insetos um aspecto aveludado (figs. 397 e 398).
394 - Scutellum de Brontostoma rubrum (Amyot & Serville 1843) (Ectrichodiinae) (X 10).
Fig.
No Brasil os gêneros mais importantes da subfamília, pelo número de espécies que possuem, são Apiomerus Hahn, 1831 e Heniartes Spinola, 1840. As espécies de Apiomerus (A. picipes, (Fabr., 1803), A. lanipes (Fabr., 1803), são, em geral, Reduvídeos relativamente robustos. Umas são predadoras de insetos pragas, como Apiomerus flavipennis Herrich-Schaeffer, 1848, que, segundo observação de CARLOS REINIGER é um eficiente predador de Mormidea poecila no Rio Grande do Sul. Outras tornam-se nocivas por atacarem espécies úteis. Eis o caso de Apiomerus nigrilobus Stal, 1872, segundo RONNA, um sério inimigo da abelha Apis mellifica L. URIBE conseguiu infestar experimentalmente Apiomerus pilipes pelo Schizstrypanum cruzi. 72
Gr.
a p i o s,
longa;
meros,
coxa.
218
INSETOS DO BRASlL
Subfamília ZELINAE Harpactoridae73;
(Reduviina;
Harpactorinae;
Zelidae)
334. Caracteres e espécies mais interessantes. - É esta a maior subfamília de Reduviidae, pois que a constituem mais de 800 espécies, em grande parte habitantes da região neotrópica. Quasi todas apresentam o 1º segmento antenal muito mais longo que a cabeça e as garras tarsais com apêndice ou dente mais ou menos visivel.
Fig.
395
-
Antena
de
Microtomus
Pintoi
Costa
Lima,
1935
(Microtominae)
Alguns Zelineos têm alguma importância econômica, por atacarem especialmente insetos pragas das plantas cultivadas. Dentre as espécies mais frequentemente encontradas, ha a citar: Zelus (Diplocodus) armillatus (Lepeletier & Serville, 1825), Zelus (Diplocodus) leucogrammus (Perty, 1834), ambas da tribu Zelini (figs. 399 e 400) e Heza insignis Stal, 1859, da tribu Harpactorini (fig. 401). Desta tribu são bem interessantes as espécies de Arilus Burmeister, 1835 (A. carinatus (Forster, 1771) (= serratus Fabr., 1775), que são 73
Gr.
arpacter,
predador.
ZELINAE
219
bastante robustas e exibem uma crista conspícua, vertical, no lobo posterior do pronotum, com número de dentes variavel nas espécies 74 (fig. 403). Não menos curiosas são as espécies de Notocyrtus Burmeister, 1835 (= Saccoderes Spinola, 1840) 75, pela dilatação vesiculosa, mais ou menos conspícua, do lobo posterior do pronotum. Em Sava Amyot & Serville a dilatação, toráxica prolonga-se até perto da extremidade do abdomen; em Notocyrtus estende-se tanto para trás, sobre o escutelo, como para diante, sobre o bordo anterior (fig. 402).
Fig.
396
-
Scutellum
de
Microtomus
conspicillaris
minae)
10).
(X
(Drury,
1782)
(Microto-
Devo finalmente citar os gêneros Hiranetis Spinola, 1840 e Graptocleptes Stal, 1866, ambos exclusivos da região neotrópica e interessantes porque as respectivas espécies mimetizam Himenopteros da superfamília Ichneumonoidea. 335. Bibliografia. AUTUORI, M. 1932 - Contribuição para o estudo biológico de Eutriatoma flavida (Neiva). Rev. Ent. 2:269-275, 6 figs. 74 Daí o nome Prionotus dado por Laporte a estes insetos (de prion, serra. o notros, dorso). 75 Gr.
saccos, saco; dere, colo.
220
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Fig.
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20:907-971,
7
I.
figs.
400 Ovos de Zelus (Diplocodus) leucogrammus. Alguns dos ovos ainda estão arolhados. Ao lado da postura, vê-se, em maior aumento, o aspecto de um operculo (a parte que fica exposta, a chava-se um tanto deprimida, normalmente, porem, é como se ve na postura, isto uma garrafa)
é, (X
lembrando, 8).
a
rolha
de
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-
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Fig.
401
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NABIDAE
235
Família N A B I D A E76
(Nabididae) 336. Caracteres. - A família Nabidae compreende Hemípteros terrestres, de porte pequeno ou médio, corpo oblongo ou em oval alongada, que muito se assemelham aos da família Reduviidae, porem, deles se distinguindo facilmente por terem quatro segmentos no rostrum e não apresentarem no prosternum um sulco transversalmente estriado (sulco estridulatório).
Fig.
404
-
Aphelonotus
simplus
Uhler,
1894
(Nabidae)
(cerca
de
X
7).
Cabeça robusta, porem, mais curta que o pronotum; ocelos aproximados, grandes (Nabinae) ou muito pequenos Carthasis (Prostemminae) às vezes, porem, ausentes em Champion, 1900, Neogorpis Barber, Pachynomus Klug, 1830 e mesmo em algumas espécies de Nabis; rostrum curto e 76
Lat.
nabis,
cordeiro
selvagem.
236
INSETOS DO BRASIL
robusto, de quatro segmentos, sendo o l° muito curto, raramente de tres; antenas de quatro (Nabinae) ou cinco segmentos (Prostemminae). Torax - Pronoto trapezoidal com constrição transversal dividindo-o em dois lobos, anterior e posterior, às vezes o lobo anterior apresenta uma outra constrição a alguma distância da margem anterior (Nabinae); hemelitros mais longos ou mais curtos que o abdomen. Algumas espécies são dimórficas quanto ao desenvolvimento dos hemelitros, possuindo formas macrópteras e micrópteras; naquelas o hemelitro apresenta corium, clavus, membrana e algumas vezes embolium; membrana apresentando geralmente algumas nervuras longitudinais, às vezes formando tres longas células, das quais partem nervuras curtas e divergentes para a margem, limitando entre si várias células marginais; em alguns gêneros, porem, não ha nervuras distintas na membrana (v. fig. 405).
Fig.
405
-
Asa
de
Arachnocoris
alboannulatus
Lima,
1927
(Nabidae)
(X
18).
Pernas anteriores geralmente raptoriais, com fêmures um tanto ou consideravelmente mais dilatados que nas outras pernas; tíbias providas de cerdas ou espinhos curtos; estas, em muitas espécies, apresentando larga fossa esponjosa no ápice; tarsos de tres artículos (em Carthasis os tarsos são uniarticulados)77. 337. Hábitos, classificação e espécies mais interessantes. - Os Nabideos são hemipteros predadores; sugam a hemo77 incluindo-a um grupo
Blatchley criou para este em Reduviidae. Harris de Nabidae.
gênero (1928),
uma nova subfamília Carthasinae porem, demonstrou tratar-se de mais
NABIDAE
237
linfa de outros insetos. Ha descritas cerca de 300 espécies. As sul-americanas acham-se distribuidas nas duas subfamílias Prostemminae e Nabinae, que se distinguem do seguinte modo: 1
1'
Antenas de 5 segmentos, o 2º, porem, muito curto; lobo anterior do pronotum sem constrição subapical ou com esta muito próxima da margem anterior; colarinho apical ausente ou extremamente curto; corium e clavus opacos, o último não alargado na parte distal, daí a comissura ser mais curta que o scutellum .................... ............................................................................ Prostemminae Antenas de 4 segmentos, o 2° longo; lobo anterior do pronotum com constrição subapical um tanto distante da margem anterior; pronoto com longo colarinho apical; corium e clavus membranosos, quasi translúcidos, clavus alargado na parte distal ...................... Nabinae
Da primeira subfamília cito os gêneros: Pagasa Stal, 1862, com Pagasa pallidiceps Stal, 1860, Pagasa luteiceps Walker, 1873) e Phorticus Stal, 1860, com Phorticus obscuriceps Stal, 1860 e Phorticus viduus Stal, 1860, todos encontrados no Rio de Janeiro. Da segunda os gêneros: Nabis Latreille, 1807, com várias espécies sul-americanas e Arachnocoris Scott, 1884, com espécies que vivem em ninhos de aranhas (v. trabalhos de MEYERS (1925) e COSTA LIMA (1927). Recentemente, HARRIS (1930) descreveu duas novas espécies de Pachynomus Klug, 1830 s. gen. Casmarochilus Harris, 1930 (subfamília Pachynominae), uma do Panamá e outra de Santarem (Pará, Brasil). Aliás são elas os únicos representantes americanos de Pachynominae, subfamília constituida por espécies das regiões Etiópica e Oriental, caracterizada principalmente por apresentar, distintamente, cinco segmentos antenais e por não ter ocelos, nem orifícios metasternais.
238
INSETOS DO BRASIL 338.
Bibliografia.
HARRIS, H. M. 1926
-
1928 -
1928 -
1930 -
1931 1931 1939 -
LIMA,
A.
da
Distributional notes on some neotropical bugs of t h e f a m i l y N a b i d a e , w i t h d e s c r i p t i o n s of a new species. P r o c . U. S. Nat. Mus. 6 9 ( 2 ) , n . 2 . 6 4 7 , 4 ps. A monographic study of the Hemipterous family N a b i d a e as i t o c c u r s in N o r t h A m e r i c a . Ent. Amer. 9:1-90, 4 ests. Anent Blatchley's Manual of Heteroptera with desc r i p t i o n of a n e w N a b i d t h e r e f r o m . B u l l . B r o o k l . E n t . Soc. 2 3 : 1 4 3 - 1 4 6 . Notes on some South American Nabidae, with desc r i p t i o n s of n e w s p e c i e s . A n n . C a r n e g . Mus. 1 9 : 2 4 1 - 2 4 8 Aphelonotus (Hemiptera, Nabidae). B u l l . B r o o k l . E n t . Soc. 26:13-20, 1 est. N a b i d a e f r o m t h e S t a t e of P a r a n á . A n n . M u s . Zool. p o l . 9 : 1 7 9 - 1 8 5 . Miscelánea sobre Nabidae sudamericanus (Hemíptera). Not. Mus. L a P l a t a , 4 (Zool., 26) : 3 6 7 - 3 7 7 .
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POLYCTENIDAE
239
Superfamília POLYCTENOIDEA78 Família
POLYCTENIDAE
339. Caracteres e espécies mais interessantes. - Família representada por insetos de alguns milímetros de comprimento, que se encontram no pelo de certos morcegos. Os exemplares mais desenvolvidos fazem lembrar, à primeira vista, outros ectoparasitos de morcegos, especialmente as espécies do gênero Strebla (Diptera: Streblidae), deles, porem, se distinguindo por terem um haustellum segmentado. Dos demais hemípteros os Polictenideos se diferenciam, sobretudo, pela presença de etenideos cefálicos e pela ausência de olhos e ocelos. Como nos Cimicideos, os adultos desta família apresentam o corpo achatado e hemelitros reduzidos a um par de escamas, que mal encobrem a base do abdomen. Pernas anteriores curtas e relativamente robustas; médias e posteriores geralmente alongadas; tarsos trímeros, porem, aparentemente quadriarticulados, por ter o segmento intermediário uma pseudo articulação na parte basal. A cabeça apresenta o clipeo bem desenvolvido, no qual se articula um labro grande, em forma de aba. Rostrum ou haustellum de quatro segmentos, porem, aparentemente constituido por tres segmentos subiguais, porque o segmento basal é extremamente curto. As fêmeas dos Polictenideos são vivíparas e as formas imaturas que delas se originam, ao nascerem, apresentam-se em estádio bem adiantado de desenvolvimento. Ha descritas cerca de 16 espécies de Polyctenidae, distribuidas em cinco gêneros, dos quais Hesperoctenes Kirkaldy, 1906 é o único constituido por espécies americanas. No Brasil, alem de Hesperoctenes fumarius (Westwood, 1874), encontra-se H. impressus Horvath, 1910 (? = H. 78
Gr.
polys,
numerosos;
cteis,
pente.
240
fumarius, Costa rotis (Wied).
INSETOS DO BRASIL
Lima,
1920,
ectoparasito
de
Molossus
pe-
Fig. 406 - Hesperoctenes sp; 1, labium; 2, foramen antenal; 3, ctenidio genal; 4, fosseta tentorial posterior; 5, região hipostomal; 6, ctenidio hipostomal; 7, con8, prosternum; 9, apofise prosternal; 10, pronotum; 11, espirádilo ocipital; culo; 12, mesosternum; 13, trocantino; 14, apofise mesosternaI; 15, pleurito; 16, trocantino; 17, apofise metasternal; 18, metasternum; 19, 2° urosternito; 20, labrum; 21, clypeus; 22; sutura genal; 23, músculos farigngeos; 24, ctenideo ocipital; 25, pronotum; 26, mesopleura; 27, espiráculo; 28, metapleura; 29, quadril II; 30, metanotum; 31, fragma; 32, quadril III 33, 2° urotergito (De Ferris e U s i n g e r , 1939, f i g . 1 ) .
POLYCTENIDAE
241
340. Bibliografia. FERRIS, G. F . 1919
Fig.
407
-
-
Some records of Polyctenidae (Hemiptera). Jour. New York Ent. Soc. 27:261-263, est. 24, A-D.
Hesperoctenes
imprresus
1, r e g i ã o h i p o s t o m a l ; 2. r e g i ã o p r o s t e r n a l
Horvath,
1910,
fêmea
(Polyctenidae)
( D e F e r r i s e U s i n g e r , 1939, f i g . 2 1 ) .
242
INSETOS DO BRASIL
FERRIS, G. F . & USINGER, R. L. 1939 - The family Polyctenidae (Hemiptera: Heteroptera) Microentomology, 4 ( 1 ) : 1 - 5 0 , figs. 1-50. HAGAN, H. R. 1931 - The embriogeny of the Polyctenid, Hesperoctenes f u m a r i u s Westwood, w i t h references to v i v i p a r i t y in insects. Jour. Morph. and P h y s i o l . , 51:3-118, 13 ests. HORVATH, G. 1911 - Les Polycténides et leur adaptation à la vie parasitaire. Mém. Congr. I n t e r . E n t . , Bruxelles, 1:249-256, est. 18. JORDAN, K. 1912 - Contribution to our knowledge of the morphology and s y s t e m a t i c s of the Polyctenidae, a f a m i l y of Rhynchota p a r asitic on bats. Novit. Zool. 18:555-579, ests. 12-14. 1914 - On viviparity in Polyctenidae. T r a n s . 2nd. I n t e r n a t . Congr. Enton., 2:342-350. 1922 - The American Polyct enidae. Ectoparasites, 1 :204-215, figs. 199-208. LIMA, A. da COSTA 1920 - Contribuição para o conhecimento dos insetos da f a m í l i a Polyctenidae ( H e m í p t e r a ) . Arch. Esc. Sup. A g r i c . Med. Vet. 4:61-76, est. 17. SCHWENK, J. 1935 - Descrição de um Hesperoctenes (fam. Polyctenidae). Ann. F a c . Med. Univ. S. Paulo, 11:37-42, 2 figs. SPEISER, P . 1909 - The Hemipterous family Polyctenidae. Rec. Ind. Mus. 3:271-274.
Superfamília
CIMICOIDEA
341. Caracteres, etc. - Os distinguem-se dos demais por de cuneus e, quasi sempre, de se apresenta sem nervuras, ora
Hemípteros desta superfamília terem hemelitros providos embolium; a membrana, ora com poucas nervuras, em
243
CIMICOIDEA
geral livres desiguais.
ou
formando,
na
base,
uma
ou
duas
células
Não apresentam tal conjunto de caracteres os representantes da família Cimicidae, que alguns autores consideram como verdadeiros e exclusivos representantes da superfamília Cimicoidea, constituindo as espécies aladas acima referidas, uma superfamília à parte - Miroideae Kirkaldy, 1906. Antenas mais longas que a cabeça, de quatro segmentos, sendo os dois últimos setiformes e vilosos, às vezes, porem, distintamente espessados; ocelos presentes (Anthocoridae, Isometopidae e Microphysidae), ou ausentes (Termatophylidae e Miridae); rostrum geralmente de quatro segmentos (de tres em Anthocoridae); scutellum distinto, triangular, pequeno, às vezes, porem, em alguns (Isometopideos), estendendo-se até o meio do abdomen; hemelitros das formas macrópteras (figs. 223 e 225), apresentando cuneus e embolium, este, porem, nem sempre distinto; membrana sem nervuras, ou com poucas nervuras, livres ou formando uma ou duas células basais desiguais; tarsos geralmente trímeros (dímeros em Microphysidae) e, excetuando Miridae, desprovidos de arólio; nas fêmeas os últimos segmentos ventrais apresentam-se com fenda longitudinal, na qual se aloja o ovipositor. 342. Classificação. - Esta superfamília, depois de Scutelleroidea, é a maior na ordem Hemíptera, compreendendo cerca de 4.500 espécies, distribuidas nas seguintes famílias:
Velocipedidae, Cimicidae, Anthocoridae, Isometopidae, Microphysidae, Termatophylidae e Miridae. A família Velocipedidae é constituida por algumas espécies do gênero Velocipeda Bergr., habitantes da região Indomalaia. As famílias Termatophylidae, Microphysidae e Isometopidae são tambem formadas por um pequeno número, de espécies, das quais muito poucas vivem na América.
244
INSETOS DO BRASIL
Assim, apenas e Miridae, que se na chave seguinte:
nos interessam Cimicidae, distinguem pelos caracteres
Anthocoridae mencionados
1'
Insetos de corpo ovalar, achatado, com os hemelitros rudimentares, sob a forma de escamas, apresentando um tylus robusto, oblongo, alargado na parte apical; percevejos de cama e outras espécies hematófagas encontradas em ninhos de morcego e de aves .... Cimicidae Insetos com outros caracteres ...................................................... 2
2(1') 2'
Ocelos pr esentes; rostrum de 3 segmentos ........... Anthocoridae Ocelos ausentes; rostrum de 4 segmentos .................. Miridae
1
Família
(Lecticolae 79;
CIMICIDAE
Acanthiidae 80; Clinocoridae) 82
Cacodmidae 81;
343. Caracteres. Família dos chamados "percevejos de cama" e de outras espécies hematófagas que habitam ninhos de morcegos e de aves. Corpo achatado, em oval arredondado, revestido de cerdas, mais ou menos abundantes. Cabeça grande, apresentando um tylus relativamente robusto e alargado para diante; olhos bem salientes, quasi pedunculados; ocelos ausentes; antenas relativamente curtas, de quatro segmentos; rostrum, na maioria das espécies, curto, robusto, de tres segmentos. Protorax transversal, lateralmente expandido em bordos arredondados e na margem anterior mais ou menos profundamente escavado; scutellum largo, em triângulo obtuso. Hemelitros rudimentares, com o aspecto de duas escamas; sem asas; tarsos de tres artículos; garras tarsais sem arolia.
79 80
81 82
Lat. lectum, leito; colo, habito. Gr. acanthia, espinho. Gr. cacodmos, que cheira mal. Gr. kline, leito; coris, percevejo.
CIMICIDAE Abdomen arredondado; a senta uma fenda (orgão de 5° esternito, na maioria das
245
face ventral, nas fêmeas, apreRibaga) no bordo posterior do espécies situada no lado direito
limai da linha mediana, em algumas, porem (Cimex e Haematosiphon inodora (Dugès), na linha mediana.
Pinto
344. Orgãos de Ribaga e de Berlese. - O orgão copulador penetra através da fenda ha pouco citada, que se acha em relação com um corpo arredondado, chamado "bolsa" ou "orgão de Berlese", que funciona como bolsa copuladora, recebendo os espermatozoides por ocasião do coito. Eis como PATTON e EVANS (1929) (v. indicação, no 1º tomo: 32) descrevem os fenômenos que se passam durante e após a cópula em Cimex, segundo as pesquisas realizadas por CRAGG: "Os espermatozóides de Cimex são extremamente longos, medindo cerca de 800 micra (o diâmetro do orgão de Berlese). São depositados pelo macho no orgão através de uma abertura especial chamada orgão de Ribaga. O orgão de Berlese está situado no hemocele, no lado direito do abdome da fêmea de Cimex, na região do 4º e 5° esternitos. O orgão é esférico e mede cerca de 0,8-1 mm., variando o tamanho de acordo com o número de espermatozoides contidos no interior. Acha-se preso à parede ventral do abdome pelo orgão de Ribaga, uma estrutura ectodérmica constituido por células quitinógenas extraordinariamente modificadaas, cada uma delas na extremidade livre for mando um longo processo. Provavelmente os espermatozóides atingem a substância do orgão de Berlese passando através de cerdas longitudinalmente perfuradas. O orgão de Berlese é uma glândula sem canais excretores, cuja secreção passa para o hemocele quando os espermatozóides o atravessam dirigindo-se para as espermatecas. Tal orgão não se acha em relação com o sistema reprodutor. Os espermatozóides, em sua maioria, deixam o orgão passando através da parede no primeiro dia após a cópula encontrando-se no hemocele quatro horas depois deste ato. Uma vez livres na haemolinfa, reunem-se em pequenos feixes (v. fig. 307 B) facilmente reconhecíveis a olho nú. Passam depois para a extremidade posterior do abdomen, grupando-se em volta da parede de junção dos oviductos e
246
INSETOS DO BRASIL espermatecas. Não ha canal algum comunicando as espermatecas com o orgão de Berlese. As massas de espermatozoides aderentes às paredes das espermatecas atravessam-nas, penetrando nas paredes dos oviductos. O progresso último dos espermatozoides é inteiramente inter ou intracelular; não entrando no lumen do oviducto, sobem, passando em feixes através do epitélio. Eventualment e atingem, no pedicelo do ovário, a massa protoplasmática que aí se encontra. Ulteriormente, quando esta foi utilizada na extensão do epit élio coriógeno em volta do ovo em crescimento, e quando este epitélio já se acha achatado, envolv endo o ovo quasi maduro, dirigem-se para a massa protoplasmática situada abaixo do ovo seguinte. Neste percurso, não mostram qualquer sinal de degeneração. Terminam
aqueles
autores,
transcrevendo
as
seguintes
conclusões de CRAGG: "Though Berlese's theory of hypergamesis has been shown to be found on error, the necessity of accounting for the enormous excess of spermatozoa which penetrate eventually into the ovariole remains. The spermatozoa have been traced to a mass of protoplasm containing free nuclei which are in an unstable condition. The enormous mass of protoplasm received by the female during the successive acts of copulation, in the form of spermatozoa, leads one to doubt. whether the latter have not some function obher than that of fertilisation of the eggs."
345. Classificação. - A família compreende perto de 40 espécies, distribuidas em duas subfamílias: Cimicinae e Haematosiphoninae. Esta é representada pelo gênero Haematosiphon Champion, 1900, com espécie única H. inodora (Dugès, 1892), cujo rostrum se estende alem das ancas médias, encontrada em galinheiros, no México e nos Estados Unidos. A subfamília Cimicinae é representada pelas demais espécies cujo rostrum atinge apenas os quadris anteriores, distribuidas pelo mundo em vários gêneros, dos quais ape-
CIMICIDAE
247
nas Cimex L., 1758 e Ornithocoris Pinto, 1927 têm representantes no Brasil, com as seguintes espécies: Cimex lectularius L., 1758 e Cimex hemipterus (Fabr., 1803), ambos cosmopolitas, Cimex foedus (Stal, 1854) e Cimex limai Pinto, 1927, este, encontrado em Pernambuco, sugando morcegos, foi tambem observado no Pará em domicílios, sugando sangue humano (LENT e PROENÇA). Cimex foedus, alem do Brasil, encontra-se tambem na Colômbia e nas Filipinas, onde vive nos domicílios, sugando sangue humano. A espécie foi encontrada gue de Gallus bem em Viçosa
tipo de Ornithocoris, O. toledoi Pinto, 1927, em São Paulo, em galinheiros, sugando sandomesticus. MORAES (1939) encontrou-a tam(Minas Gerais) (figs. 412 e 413).
CORDERO e VOGELSANG (1928), no Uruguai, descreveram uma outra espécie deste gênero (Ornithocoris furnarii), que vive nos ninhos de "João de Barro" (Furnarius rufus), e Cimex passerinus, que suga sangue de Passer domesticus. 346. Cimex lectularius e C. hemipterus (figs. 408 e 409). - No Brasil, como disse, encontram-se duas espécies cosmopolitas de Cimex, Cimex lectularius (L., 1758) (= Acanthia lectularia (L.), Clinocoris lectularius (L.)) e Cimex hemipterus (Fabr., 1803) (= Acanthia hemiptera Fabr., 1803; A canthia rotundata Sign., 1852; Cimex rotundatus (Sign.)). Todavia, é a segunda espécie a que mais frequentemente se vê, mesmo nos centros mais populosos. Na cidade de São Paulo, porem, talvez devido à intensa imigração européia, parece ser mais abundante o Cimex lectularius. BLATCHLEY, num dos seus livros (1934), a ele se referiu, descrevendo o que observou ao passar por aquela cidade. Ambas estas espécies têm hábitos noturnos; de dia encontram-se nas fendas e orifícios dos muros e móveis, principalmente nas camas; à noite saem dos esconderijos para sugar o sangue das pessoas em repouso.
248
INSETOS DO BRASIL
É facil distinguir-se as duas espécies, não somente pela configuração do protorax, sobretudo pela reintrância do bordo anterior, como pelo aspecto das cerdas que nele se inserem e nos hemelitros. Em lectularius tais cerdas apresentam rebarbas num dos bordos; em hemipterus ambos os bordos das cerdas são lisos (fig. 410). 347. Cópula. Postura. Desenvolvimento embrionário. Os percevejos de cama copulam 24 a 48 horas depois de atingida a fase adulta, começando as posturas uma semana depois. Estas, no caso do Cimex hemipterus e segundo as observações feitas por DUNN (1924) no Panamá, se efetuam nos logares em que os percevejos se escondem, observando-se os primeiros ovos do 3° ao 6° dia de vida adulta. Os ovos (fig. 411), aliás espécies de Cimex, têm cerca por 0,5 de largura. A dam
muito de 1
semelhantes nas duas mm. de comprimento
princípio de um branco-pérola, pouco a pouco mude tonalidade, até adquirirem a cor branca-amare-
lada. Apresentam o cório distintamente reticulado e culo um pouco voltado para o lado. Podem aderir aos objetos em que são postos a
secreção das Um percevejo
glândulas de cama,
o
opér-
mediante
coletéricas emitida na postura. em toda a vida, põe de 75 a
200 ovos, em posturas parceladas, de um, dois, tres ou mais ovos por dia. CRAGG verificou que uma fêmea, acompanhada do macho, pôs 174 ovos em 105 dias, só interrompendo as posturas com a aproximação do inverno. TITSCHACK (1930) teve o ensejo de observar uma fêmea que pôs 541 ovos. Com o Cimex lectularius, segundo DUNN (1924), o período de postura varia de 40 a 94 dias, pondo o inseto, nesse período, 89 ovos no mínimo e 439 no máximo. Em 24 horas, porem,
expele
quasi
número
ascender
a
sempre 10.
de
seis
a
oito
ovos,
podendo
o
CIMICIDAE
249
O desenvolvimento embrionário (incubação), depedendo principalmente da temperatura, realiza-se de quatro a 10 dias. DUNN, no Panamá, com o C. hemipterus, observou um período de incubação de cinco a seis dias.
Fig.
408
-
Cimex
lecturius L., (Fot. J.
1758, macho Pinto).
(Cimicidae)
(X
14)
348. Desenvolvimento post-embrionário. Duração da vida. - Em Cimex lectularius o desenvolvimento post-embrionário, de ovo a adulto, efetua-se mediante cinco ecdises ou mudas, durando, segundo as experiências de JONES (1930) (efetuadas em temperatura de 27°C. e com humidade relativa de 75%), cerca de 30 a 40 dias.
250
INSETOS DO BRASIL
Eis os dados colhidos: N ú m e r o de repastos sanguíneos
Duração em dias
1º e s t á d i o , 1ª f o r m a j o v e m ou l a r v a . . . . . . . . . . 2º e s t á d i o , 2ª f o r m a j o v e m ou 1ª n i n f a . . . . .
4
a
8
3º e s t á d i o , 3ª f o r m a j o v e m ou 2ª n i n f a . . . . .
5 a
9
4º e s t á d i o , 1ª f o r m a j o v e m ou 3 ª n i n f a . . . . .
5 a
8
5º e s t á d i o , 5ª f o r m a j o v e m ou 4ª n i n f a . . . . .
7 a 12
as
Relativamente ao Cimex hemipterus observações feitas por DUNN:
1 ou 2
cerca de 1 semana
foram
Duração em dias
3 a 4 2 a 4
3 a 4 3 a 4
as
seguintes
N ú m e r o do repastos sanguíneos
1º e s t á d i o , 1ª f o r m a j o v e m ou l a r v a . . . . . . . . . .
3 a 5
2
2º e s t á d i o , 2ª f o r m a j o v e m ou 1ª n i n f a . . . . .
3 a 5
2 a 3
3ª forma jovem ou 2ª ninfa .....
3 a 5
2 a 3
4º e s t á d i o , 4ª f o r m a j o v e m ou 3ª n i n f a . . . . .
5 a 8
1 a 3
5º estádio, 5ª forma jovem ou 4ª
5 a 8
3 a 5
3º estádio,
ninfa .....
O período post-embrionário pode prolongar-se principalmente devido ao abaixamento da temperatura e à deficiência de alimentação. Quanto à duração da vida dos percevejos de cama: A do Cimex hemipterus varia de tres a oito meses. Em condições experimentais, DUNN verificou que as fêmeas du-
CIMICIDAE
251
ram de 23 a 167 dias, sugando sangue, no mínimo 22 vezes e no máximo 168; quanto aos machos, vivendo de 94 a 189 dias, fazem 78 a 168 repastos sanguíneos. A sucção de sangue, nas fêmeas, dura de quatro a 12 m i n u t o s e, n o m a c h o , de t r e s a oito m i n u t o s .
Fig.
409
-
Cimex
hemipterus (Fot.
(Fabr., J.
1803),
fêmea
(Cimicidae)
(X
19
Pinto).
Conquanto os percevejos de cama possam suportar longos períodos sem se alimentar (BACOT verificou que, numa temperatura de 15° a 16°C, podem viver, sem sugar sangue, cerca de 130 dias), nem sempre sobrevivem nos domicílios
252
INSETOS DO BRASIL
ha muito tempo desabitados, devido a essa resistência. Provavelmente, em tal emergência, sugam sangue de aves, ratos, morcegos e outros mamíferos que aí se encontram. 349. Importância médica. - Os percevejos de cama, alem dos danos que causam pelas picadas (v. trabalho de HASE, 1930), têm sido incriminados como capazes de transmitir germes de várias doenças infecciosas. Entretanto, se está verificado que, em condições experimentais, podem transmitir, mediante as fezes, o bacilo da peste, o Schizotrypanum cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, e outros
Fig. 410 - Parte lateral do elitro de Cimex lectularius L., (fêmea), p a r a se a p r e c i a r o a s p e t o c a r a c t e r í s t i c o das cerd a s , s e r a r d a s n o b o r d o c o n v e x o ( X 300) ( d e P i n t o , 1930, A r t h r o p o d o s p a r a s i t o s etc. f i g . 80) ( F e d e r m a n foto.).
Fig. 411 - Ovo de Cimex hemipterus, a pós a eclosão da forma joven (De Imms, Textbook of Entom., fig 663).
germes, ainda não ha dados precisos que nos levem a concluir que, normalmente, desempenhem papel preponderante na transmissão, das doenças infecciosas, nem mesmo daquelas cujos agentes etiológicos se acham frequentemente no sangue periférico. 350. Meios de combate. - Os locais infestados pelos Cimicideos devem ser expurgados pelo anídrido sulfuroso, resultante da queima de enxofre ao ar livre (ao qual se
CIMICIDAE
253
adiciona um pouco de salitre, para facilitar a combustão), à razão de 50 a 100 grs. por m 3, durante uma hora pelo menos, pelo gás Clayton (SO 2 + O), resultante da queima de enxofre em aparelho Clayton, ou pela aplicação de gás cianídrico, segundo as técnicas indicadas nos manuais de expurgo.
Figs.
412
e (X
413 19)
Ornithocoris Aspectos dorsal
toledoi, Pinto, e ventral. (De
1937, Pinto,
macho, 1927).
(Cimidae
Os percevejos, que se escondem nos móveis ou em quaisquer objetos, podem ser facilmente destruidos pelo emprego de querosene, de piretro ou dos preparados inseticidas do comércio, especialmente indicados para o combate a estes insetos. Quando possivel, o emprego de água numa temperatura próxima da ebulição deve ser o método indicado na destruição destes percevejos.
254
INSETOS DO BRASIL Tambem,
sendo
partimentos seis
horas,
qualquer, nos
deve
pois
vários Nas
períodos
caiadas,
de visto
um
351.
como
econômico
do
temperatura este
resultará
meio
uma
manter-se de
de
combate
destruição,
os
50°, dos
comdurante
a
outro
percevejos
desenvolvimento.
como
cama,
meio
e
numa
preferir-se
dele
habitações,
percevejos tituem
possivel
infestados
as as
favoravel
medida
preventiva
paredes revestidas para
a
devem de
no
combate
aos
ser
pintadas
ou
papeis
proliferação
pintados destes
consinsetos.
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Gr.
anthos,
flor;
coris,
percevejo.
ANTHOCORIDAE
261
ou dentro da bainha das folhas. Aí atacam os pequenos insetos que acham (alem dos já citados, trips, etc.) para lhes sugar a hemolinfa. São, pois, predadores. Ha, entretanto, espécies hematófagas, que habitam ninhos de aves e algumas mesmo já observadas sugando sangue humano. No Brasil a espécie mais frequentemente observada em ninhos de aves (fig. 411) muito se assemelha a Calliodis picturata Reuter, 1871 (fig. 414). Em outros paises foram estudadas algumas espécies que causam, pelas picadas, danos às plantas cultivadas. 354. Classificação. - Ha conhecidas, em todas as partes do mundo, cerca de 300 espécies, distribuídas em tres subfamílias: Anthocorinae, Lyctocorinae e Dufouriellinae. Algumas espécies, observadas no Brasil, como Lyctocoris campestris (Fabr., 1794) e Triphleps insidiosus (Say, 1831), são hoje cosmopolitas. 355. Bibliografia. REUTER, O. M. 1885 - Monographia Act. Soc.
Anthocoridarum orbis terre Sci. F e n n . 14:555-758.
stris.
POPPIUS, B. 1909 - Beiträge Act.
zur Kenntnis der Anthocoriden. Soc. Sci. Fenn., 37(9), 43 pp.
Família
MIRIDAE 84
(Capsidae)85
356. Caracteres, anatomia externa. - Compreende esta grande família Hemípteros geralmente pequenos, exibindo alguns cores vivas em desenhos variados, quasi todos, porem, com tegumento pouco esclerosado; apresentam heme84 85
Etimologia desconhecida. ? Lat. capsus, cofre.
262
INSETOS DO BRASIL
litros geralmente bem desenvolvidos, providos de cuneus mais ou menos destacado do ápice do corium e membrana com uma ou duas nervuras na base, curvas, formando uma ou duas células (aréolas) desiguais. Ha espécies que mimetizam, de modo perfeito, formigas, microimenópteros da superfamília Ichneumonoidea ou mesmo outros Hemípteros.
Fig.
414
-
Calliodis
pi-
c t u r a t a R e u t e r , 1871 ( A n thocoridae) (cerca X 20).
Fig. 415 - Mirideo, visto de cima: vêm-se a porção anterior estreitada do p r o n o t u m (coleira), a sutura transversa que separa o cuneus do c o r i u (fratura) e, n a m e m b r a n a , apenas
uma
grande
auréola
(X
8).
Cabeça distinta; antenas de quatro segmentos, o basal, em muitas espécies, consideravelmente dilatado; olhos salientes; sem ocelos; rostrum de quatro segmentos; scutellum pequeno, triangular. Hemelitros e asas relativamente grandes, aqueles tendo, em algumas espécies, alem de cuneus, um embolium, aliás não claramente separado do corium como em Anthocoridae.
MIRIDAE
263
Os Mirideos, em sua maioria, apresentam a parte distal dos hemelitros dobrada para baixo, geralmente ao nivel da base do cuneus (fig. 416). Em vários Mirideos observam-se formas braquípteras e apteras, sendo o macho geralmente macróptero. Em alguns, porem, o macho tambem apresenta asas mais ou menos atrofiadas. Tarsos de tres artículos (exceto em Peritropis Uhler, 1891, cujos tarsos são dímeros), apresentando o último, entre garras divaricadas, um par de apêndices (arolia), ora setiformes, ora pulviliformes, cujo aspecto, combinado com o da terminalia do macho, é aproveitado, não somente para a distinção das subfamílias, como para averiguação das relações filogenéticas existentes entre elas. Para dentro da base das garras observa-se, em muitas espécies, outro par de apêndices mais ou menos desenvolvidos (pseudarolia).
Fig.
416 se
- Mirideo, o mesmo da fig. 415 de perfil, para ver o dobramento característico do hemelitro ao nível da fratura.
As fêmeas possuem, alojada numa fenda longitudinal aberta nos tres últimos urosternitos, um ovipositor, que serve para cortar os tecidos das plantas, para neles introduzir os ovos.
357. Hábitos e importância econômica. - Os Mirideos, em geral, são muito ativos; ha mesmo algumas espécies que saltam muito bem.
264
INSETOS DO BRASIL
Vivem sobre Gramíneas e outras plantas alimentando-se de seiva. Muitos, entretanto, se sobre arbustos e árvores.
herbáceas, encontram
Ha algumas espécies predadoras, que atacam pequenos insetos (como Afideos) ou que lhes destroem os ovos. Como exemplo deste último caso citarei Cyrtorrhinus mundulus (Breddin), Mirideo da Austrália, Java, Filipinas e Fiji, introduzido nas ilhas de Hawaii para realizar o combate biológico da cigarrinha Perkinsiella saccharicida; sugando-lhe os ovos é atualmente o agente que mais eficientemente controla a proliferação desta praga da cana de açucar. Ha tambem alguns Mirideos que, facultativamente, se tornam hematófagos. O fato tem sido observado por vários autores em outros paises e ainda ha pouco tempo ESAKI (1934) a ele se referiu, tratando especialmente do Mirideo asiático Cyrtorrhinus lividipennis Reuter, 1884. Relativamente à natureza das lesões produzidas nas plantas pelas picadas dos Mirideos ("stigmonose" e formação de "litíase" ou "pedras" nos tecidos picados), ha uma série de trabalhos sobre espécies observadas no estrangeiro. Do exame das conclusões nos mesmos apresentadas, depreende-se que, se os Mirídeos podem representar um papel saliente na transmissão de virus ou de germes microbianos, as lesões até agora observadas não parecem de uma doença transmissivel e sim de substâncias, normalmente neles presentes, dotadas de ação mais ou menos tóxica para as plantas que infestam. Convem ler, a respeito, os trabalhos de SMITH (1920), PAINTER (1930), ROBERTS (1930), KING & COOK (1932), CARTER (1939) e STOREY (1939), estes dois últimos trabalhos já citados na bibliografia de Hemípteros. 358. Classificação e espécies mais importantes. - A família Miridae, sob o ponto de vista da quantidade de espécies que a formam, é das mais importantes na ordem Hemíptera, pois, atualmente, compreende mais de 4.000 espécies,
MIRIDAE
havendo
muitas
BRITTON, Miridae
ainda
1923 se
-
por
descrever.
Hemiptera
distribuem
265
of
nas
Segundo
Connecticut)
seguintes
KINIGTH as
Em ou
quasi
menos
Fig. 417 (Miridae) (De
todos
daninhos
Engytatus notatus (Distant, Moreira, 1925) (cerca de X
os a
paises, certas
existem culturas;
pratensis (L., 1758), o assás bug" dos norte-americanos. Na tanto -
-
bem
ponto
aliás poucas
de
vista
Linhas escreveu
uma
das
espécies
mais
vários
conhecido, região
ricas
foram
basta
até
em
Deraeoco-
10).
Mirideos citar
o
"tarnished neatrópica,
espécies
agora
de
Phylinae,
subfamílias:
Dicyphinae, Bryocorinae, Cylapinae, Clivineminae, rinae, Orthotylinae, Mirinae e Capsinae.
1893)
(in
espécies
desta
estudadas
mais
Lygus plant entrefamília
sob
esse
econômico.
a
seguir
referirei
sobre
estes
insetos
o em
que nosso
de
mais
País.
interessante
se
266
INSETOS DO BRASIL
359. Espécies de maior importância: Subfamília
DIGYPHINAE
Engytatus notatus (Distant, 1893) (fig. 417). Neoproba notata Distant, 1893. Engytatus geniculatus (Reuter, 1876) (fig. 418). Neoproba varians Distant, 1884; Cyrtopeltis varians (Dist., 1884). Eis o que MOREIRA escreveu sobre estes dois Mirideos: "Os hemípteros capsideos Engytatus notatus (Dist.) e Engytatus geniculatus Reut., 86 são dos mais nocivos insetos que infestam o fumo, Nicotiana tabacum L., no Brasil vivem em grande número nas folhas desta planta, picando-as e sugando-as, causam alterações nos tecidos, produzindo as manchas que Woods denominou stigmonose, juntam-se principalmente na face inferior das folhas, manchando-as e sinão inutilizando-as completamente, depreciam-nas grandemente. Estes pequenos insetos têm vida curta, vivem apenas uns vinte dias, mas as gerações sucedem-se ininterruptamente, de modo que em pouco tempo, grande número infesta a plantação. A espécie menor Engytatus notatus (Dist.) é um inseto de, cabeça preta com área triangular amarela na parte posterior interna de cada olho; os olhos são castanho-vermelhos, as antenas fuliginosas, com as extremidades do segundo artículo e a extremidade distal do terceiro segmento amarelos, o pronotum é amarelo esverdeado com a face dorsal mais ou menos fuliginosa, as margens laterais e posterior, negras, o escutelum é esverdeado tem uma faixa longitudinal central e o vértice pretos; o abdomen é amarelo esverdeado, na parte dorsal, nas extremidades tem pelos, é castanho-negro, as pernas são amarelo-esverdeadas, têm pelos e cerdas, as tíbias e tarsos são ligeiramente fuliginosas; as asas ante86 Este inseto foi descrito por Distant sol a designação de Neoproba notata, e Uhler descreveu-o e denominou-o Dicyphus minimus, mas realmente é uma espécie do género Engytatus e seu nome deve ser Engytatus notatus (Distant) de acordo com a opinião abalizada de Horvath a quem devo a determinação das duas espécies de percevejos do fumo. Champion prefere manter a designação genérica de Distant como subgênero: Engytatus (Neoproba) notatus (Distant).
MIRIDAE
267
flores são amarelas, levemente fuliginosas, principalmente a membrana, têm uma mancha preta na extremidade do cuneus e outra próximo da extremidade do corium, as asas posteriores são hialinas com reflexos irrisados e a tromba é verde e clara. O abdomen do macho é cilindroide e o inseto curva os últimos segmentos ligeiramente para baixo. O inseto tem
Fig.
418
-
Engytatus
geniculatus Reuter, 1876 (De Moreira, 1925).
(Miridae)
(cerca
de
X
16).
de comprimento da fronte a extremidade do abdomen, 2, mm4. A fêmea tem o mesmo colorido do macho, tendo o abdomen mais grosso na altura do sexto segmento a que se articula o ovipositor; é ligeiramente maior do que o macho, tem de comprimento da fronte à extremidade do abdomen, 2, mm5. As asas de ambos os sexos excedem o comprimento do abdomen.
268
INSETOS DO BRASIL OVO E POSTURA
O ovo deste hemíptero ainda no ovário prestes a ser posto, tem 0, mm 67 de comprimento e 0, mm 06, na maior grossura é levemente curvo, fusiformes com uma extremidade truncada e guarnecida de cerdas. O ovo posto é branco com a casca de comprimento e de grosfinamente reticulada, tem 0, mm 7 sura a meio 0, mm 22 e na extremidade mais fina, 0, mm 11, é curvo com a parte em que fica o opérculo por onde se dá a eclosão, truncada sem as cerdas que o ovo antes da postura apresenta. A fêmea para proceder à postura abre o ovipositor de traz para diante e enterra-o na nervura central da face inferior da folha, contrae o abdomen em visivel esforço e põe o ovo, que corre pelo ovipositor e penetra na fenda feita por este no tecido da nervura da folha. O ovo fica inclinado com a extremidade truncada fixa à epiderme da nervura. Dentro de 12 horas, depois da fecundação a fêmea começa a pôr; põe dois a tres ovos muito espaçadamente, com umas 12 horas de intervalo. A postura dura pelo menos um minuto, tempo em que o inseto fêmea mantem o ovipositor enterrado na nervura da folha. A postura não pode ser feita sinão na nervura central, ou nas grossas nervuras laterais, porque só estas podem alojar o ovo na posição em que é posto; o ovo inclinado na posição conveniente precisa de tecidos da folha de 0, mm 35 de espessura que só se encontram na nervura mediana, ou em grossas nervuras secundárias, o limbo da folha entre nervuras tem de espessura, 0, mm 1 e a nervura central de uma folha pequena tem 1 a 2 milímetros e meio de espessura. O inseto procura por isto, instintivamente a nervura mediana, ou as grossas nervuras secundárias, porque somente nestas pode alojar o ovo. A fêmea morre uns 5 dias depois da postura do último ovo e o macho dentro de uns 4 dias depois que fecundou a fêmea. ECLOSÃO E METAMORFOSE DO INSETO Sete dias depois de posto o ovo, dá-se a eclosão da larva, ou jovem, que é aptero, nasce com 0, mm 35 de comprimento amarelo, ingerindo alimento, seu abdomen que é mais claro, torna-se escuro seus olhos são castanho-avermelhados, depois da primeira muda começaram a nascer os rudimentos de asa que se desenvolvem até a segunda muda que se dá
MIRIDAE
269
depois de tres dias e toma depois desta, a forma alada de imago. Quatro dias depois de chegada a fase de imago, depois da última muda o inseto está apto para a reprodução. O macho excita a fêmea por assaltos rápidos a esta, depois unem-se e permanecem assim juntos mais de 20 minutos. Doze horas depois começa a postura, a incubação dura sete dias e da eclosão á última muda, à imago, de.correm pelo menos nove dias, sendo a vida da imago de nove dias, a vida do inseto desde a eclosão é de 18 dias. A temperatura oscilou de 26 ° a 32°C durante o tempo que fiz estas observações da biologia deste inseto. ESTRAGOS PRODUZIDOS
Este pequeno hemíptero, sendo as condições climatéricas favoráveis, de seca e calor, desenvolve-se consideravelmente e aglomerando-se na face inferior das folhas e picando-as produzem alterações nos tecidos, modificando a clorofila e o amarelecimento das folhas que secam prematuramente, podendo t ambem o inseto com suas picadas e voando de umas para outras plantas transmitir as moléstias que ocorrem no tabaco. Alem destes danos, o Engytatus notatus defecando sobre as folhas cobre-as de pintas pretas que lhe dão mau aspecto, prejudicando sua qualidade. Só tenho conhecimento da existência deste nocivo inseto no México, no Brasil e nos Estados Unidos da América do Norte em plantações de fumo, na Florida, na Carolina do Sul em New México e na Califórnia. Tambem é encontrado em tomateiros. Alem desta espécie de hemíptero capsídeo, ha uma outra um pouco maior, do mesmo gênero que produz os mesmos danos, é o Engytatus geniculatus Reuter, de cabeça amarela com um colar castanho escuro na parte posterior, seus olhos são castanho-negros, as antenas têm o primeiro artículo fuliginoso e a extremidade amarelo-clara, os segmentos seguintes são fuliginosos com pelos e cerdas, estas mais escuras ,do que aqueles, a tromba tem o segmento da base amarelo e os terminais fuliginosos, as asas são amarelas, as superiores com a membrana iridescente e as inferiores são hialinas, as pernas são amarelo-claras os tarsos fuliginosos e corpo amarelo esverdeado. Os dois sexos têm o mesmo colorido e têm tres milímetros de comprimento.
270
INSETOS DO BRASIL A biologia desta espécie é semelhante a do Engytatus notatus, difere em pôr sete a oito ovos do mesmo tipo que os da espécie menor um pouco mais alongados e curvos, com um milímetro de comprimento e 0,mm4 na maior grossura. Esta espécie é mais agil e rápida na fuga do que a menor. Tem sido encontrada em plantas de fumo no Brasil e nos Estados Unidos da América do Norte, na Califórnia, Texas e Florida.
Figs.
419
e
420
-
Menalonion
xanthonphilum
(Walker,
1873),
(Miridae);
Estes capsideos do fumo desenvolvem-se consideravelmente durante a época mais quente e mais seca do ano, diminuindo à proporção que baixa a temperatura e as chuvas são mais abundantes, mas naquela época prejudicam tanto as plantas que devem ser tomadas medidas eficazes contra seu excessivo desenvolvimento. Os viveiros de plantas de tabaco devem ser feitos ao abrigo de gaiolas guarnecidas de tela de arame de um milímetro, ou de gase e mesmo depois de transplantadas as mudas devem ser protegidas até que alcancem uns 30 centímetros
MIRIDAE
271
de altura, sendo então tratadas com pulverizações de emulsão de sabão e querozene e nicotina. A emulsão deve ser bem preparada de modo que o querozene fique completamente emulsionado com o sabão e nunca deve ter mais de dois por cento de querozene. Emulsões com maior quantidade de querozene podem não ser bastante estáveis e em um momento dado, parte do querozene separando-se da emulsão queima e inutiliza as folhas do tabaco e isto deve ser evitado, pela dose baixa do petróleo, ou querozene e sua perfeita emulsão. Prepara-se a emulsão da seguinte forma: Em qualquer vasilha que possa ir ao fogo deita-se um litro dágua e oitocentas gramas de sabão duro ordinário comum, cortado em pequenos pedaços, leva-se ao fogo e mexe-se até completa solução de sabão, retira-se a vasilha do fogo e ao líquido ainda quente junta-se um litro de querozene ou petróleo e bate-se na própría vasilha ou em um aparelho próprio até produzir perfeita e completa emulsão e dissolve-se em cincoenta litros dágua. Pode-se conservar a emulsão, que esfriando fica em massa como sabão, e dissolver na ocasião de empregar. Neste caso dissolve-se em água quente ou a fogo e deixa-se esfriar. EXTRATO DE TABACO
Prepara-se o extrato da seguinte forma: toma-se um quilo de f u m o , preto bem ú m i d o de rolo, c o r t a - s e em pequenos pedaços e f e r v e - s e em uns dois a tres litros dágua até extrair toda a nicotina dos pedaços de tabaco, retiram-se estes do líquido, expremem-se e reduz-se o líquido pela evaporação a fogo lento, ou a banho-maria a um litro; com o fumo em rolo úmido comum, de boa qualidade um extrato preparado deste modo deve ter 0,82% (por 100 cc.) de nicotina. Este extrato de fumo pode ser preparado na própria plantação, de forma a ficar por um preço muito reduzido, juntam-se dois atres litros deste extrato de fumo conforme seu preço aos 50 litros de emulsão de sabão de querozene. Com tres litros deste extrato de tabaco fica a emulsão com 2% de querozene e uns 0,05% de nicotina. Acidulando com 10cc de ácido sulfúrico a água em que se deita o fumo para ferver, obtem-se um extrato mais rico com sulfato de nicotina.
272
INSETO DO BRASIL,
Aplica-se com pulverizador de pressão abundantemente, procurando alcançar a face inferior das folhas, onde se juntam os percenvejinhos. Pelas experiêneias que fiz com o preparador de entomologia sr. Dario Mendes, verificámos que uns 70 % de insetos alcançados pelo inseticida morrem e verificamos que as formas aladas são mortas mais facilmente do que os jovens, ou larvas, porque a emulsão molha as asas e o inseticida fica entre estas atuando sobre o inseto, ao passo que os jovens embora mais tenros são molhados, pelo inseticida que corre pelo corpo do inseto sem estagnar, libertando-se o mesmo rapidamente da ação do inseticida. As plantas tratadas pela emulsão de sabão depois de alguns dias, mormente sobrevindo chuva não têm cheiro algum de querozene ou sabão, por isto creio que este tratamento não deve prejudicar a qualidade do fumo, mas isto, só na prática corrente poderá provar. De nove em nove dias nascem insetos alados na planta infestada e sendo estes mais vulneráveis pelo inseticida, o tratamento deve ser repetido de dez em dez dias de modo a atingir as formas aladas que vão nascendo, até extinção da praga". No meu "1° Catálogo sistemático dos insetos que vivem nas plantas do Brasil", publicado no vol. VI (1922) dos Archivos da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, vem assinalada, na família Miridae, uma espécie que ataca as folhas de fumo no Distrito Federal. O conhecimento que tive da mesma devo ao Dr. ARSÈNE PUTTEMANS, que me entregou, para determinar, alguns especimens do inseto por ele colhidos em Deodoro sobre folhas de fumo. Nessa ocasião verifiquei que os mesmos pertenciam a espécie Neoproba notata Distant, 1893. Ora, as espécies do gênero Neoproba Dislant, 1804, segundo VAN DUZEE, devem ser incluidas no gênero Engytatus Reuter, 1876, daí concluir-se que o nome do inseto em questão deve ser Engytatus notatus (Distant). Aliás é sob essa denominação que este se encontra no referido Catálogo. Ha, porem, um outro Mirideo descrita em trabalhos estrangeiros
ruja biologia se pode ler ( QUAINTANCE , Bull. 48,
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273
Flórida Agric. Exp. Sta., 1898; HOWARD, L. O The principal insects affecting the tabaco plant, Yearbook of the U. S. Depart of Agric., for 1898-1899, pp. 134-136; MORGAN, A. C. lnsects enemies of the tabacco in the United States, Yearbook of the U. S. Depart. for 1910-1911, pp. 294, etc.) e no artigo do Dr. Gustavo D'Utra, indicado na "Bibliografia entomológica do meu 3° Catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil", no n. 399. Quero referir-me ao Dicyphus mininms Uhler, 1899, considerado por MOREIRA sinônimo de E. notatus. Ora, os caracteres dos especimens que foram entregues pelo Dr. PUTTEMANS, perfeitamente de acordo com a descrição de DISTANT para Neoproba notata, não combinam exatamente com a diagnose de UHLER para o Dicyphus minimus. Aliás, poder-se-á verificar, lendo as descrições originais de Dicyphus minimus e de Engytatus notatus, respectivamente no Entom. News, vol. X, p. 59 e na Biologia Centrali Americana, Hem. Heteroptera, vol. I, p. 432, que não correspondem a um mesmo inseto, e se a figura do Dicyphus minimus (da qual ha uma cópia no citado trabalho de d'Utra) em muitos pontos se parece com o que se vê em Engytatus notatus, não me parece razoavel concluir-se pela identidade das duas espécies sem, pelo menos, se examinar o tipo de UHLER, para se verificar se realmente o inseto por ele descrito oferece ou não os mesmos caracteres assinalados para a Neoproba notata Distant. A ser provada tal identidade o nome do inseto será então o seguinte: Engytatus notatus (Distant, 1893) (sin.: Neoproba notata Distant, 1893; Dicyphus minimus Uhler, 1899). Subfamília MIRINAE 360. Monalonion xantliophilum (Walker, 1873). - É bem conhecido na zona cacaueira da Baía, onde, ha muitos anos, é designado "chupança do cacau" (figs. 419 e 420). Trata-se de um Hemíptero da família Miridae, que ataca as partes epígeas do cacaueiro, produzindo nos frutos lesões que caracterizam a chamada "bexiga do cacau".
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INSETOS DO BRASIL
ZEHNTNER em colaboração com TORREND (1917) e BONDAR (1924, 1937), em interessantes comunicações, ocuparam-se especialmente do inseto e das lesões por ele produzidas. ZEHNTNER, que anteriormente estudara os hábitos de Mirideos do gênero Helopeltis, pragas do cacaueiro em Java e Ceilão, não tendo podido determinar a espécie brasileira, designou-a provisoriamente Mosquilla vastatrix. Com exemplares do inseto remetidos por ZEHNTENER pude, na ocasião, verificar que pertenciam a uma espécie de Monalonion. Ultimamente BONDAR, retomando o estudo destes Hemípteros, enviou-me para determinação as espécies que tem observado na região cacaueira.
F i g . 421 -
A s a de Monalonion x a n t h o p h i l u m ( W a l k e r ,
1873)
(Miridae)
( X 13).
No material recebido encontrei, alem de Monalonion xanthophilum (Waiker, 1873), Monalonion atratum Distant, 1883 e mais duas outras espécies: Monalonion Bondari Costa Lima e Monalonion parviventre bahiense Costa Lima. Na Baía, segundo Bondar, M. atratum cria-se em embauba (Cecropia sp.) e M. parviventre bahiense, alem do cacaueiro, ataca a Rubiácea HameIia patens. Sobre estas espécies BONDAR escreveu recentemente novo artigo (1939). Enquanto não reexaminar o material que
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275
anteriormente me enviou, nada poderei dizer a respeito. Pretendo, porem, fazê-lo, logo que possa, dizendo então sobre Monalonion flavosignatum Knight, 1939 e Monalonion knighti Bondar, 1939.
A seguir transcrevo o que ZEHNTNER (1917) e (1937), escreveram sobre o Monalonion xanthophilum.
BONDAR
1. A MOSQUILLA (Mosquilla
vastatrix
Torrend
&
Zehntner,
in
litteris)
"A mosquilla, inseto hemíptero, uma espécie de "percevejo do mato", ataca os frutos de vários tamanhos como tambem as pontas ainda verdes dos galhos. Estes insetos são munidos de orgãos bucais em forma de estilete que se introduzem nos tecidos das plantas para sugarem a selva que lhes serve de nutrição. Como consequência dessas lesões ou picadelas, os tecidos tocados morrem. Nos frutos, vê-se aparecer pequenas manchas ou pintas arredondadas, pretas de dois a tres milímetros de diâmetro e até dois milímetros de profundidade. As larvas da mosquila atacam os frutos do mesmo modo que o fazem os insetos adultos, com a diferença que as pintas pretas por elas produzidas são menores, e de diversos tamanhos, conforme a idade que possuem. Nas picadelas dos frutos a casca fica muito dura, derramando-se delas, às vezes, quando novas, um líquido que, depois de seco, deixa um pó esbranquiçado, cristalino de natureza calcárea É curioso notar-se a rapidez com que as manchas produzidas pelas picadelas surgem nos lugares lesados; em poucos segundos depois de perfurados, os tecidos tocados tomam uma cor verde-escura, que se estende visivelmente, tornando-se mais carregada, enquanto o inseto se acha na ação de sugar, parecendo até que os insetos segregam uma substância venenosa que injetam no momento de introduzir os estiletes da tromba, análoga à que se observa no caso das murissocas. Si ha grande número desses insetos, os frutos atacados aparecem em pouco tempo densamente pintados de preto, terminando as pintas por confluírem e os referidos frutos tomarem a cor preta mais unida. Isto se dá, principalmente e em primeiro lugar na parte apical, sucedendo que, às vezes, a cor preta estende-se sobre toda a superfície. Os frutos
276
INSETOS DO BRASIL quando novos, secam em pouco tempo; os de mais ou menos 10 centímetros de comprimento em diante, resistem mais e, quando não morrem, ficam deformados e não, têm grande valor para a colheita. Nos casos em que as pintas confluem, a camada lesada da casca endurece e não podendo acompanhar o crescimente das partes são, racha em sentido transversal.
Fig. por
422
-
Monalonion
Frutos bondari
de
cacaueiro
Costa
Lima,
com
lesões
1938
(Fot.
produzidas Bondar).
As vezes, a casca, morta cai em pedaços, cicatrizando a parte ainda viva; e em outras ocasiões as rechaduras aprofundam-se até o centro do fruto, produzindo o secamento destes. Entretanto, si os frutos atingem o tamanho definito, sofrem relativamente pouco e fornecem amèndoas aproveitáveis. Muito mais sério é o ataque aos renovos isto é, às pontas ainda verdes dos galhos, às pontas dos ramos, onde as picadelas dos insetos provocam manchas maiores e menos arredondadas, e m número reduzido. As picadelas acham-se tambem nos pecíolos das folhas mas não se encontram no
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277
limbo destas. Em consequência do ataque, ainda que moderado, as folhas e pontas verdes dos galhos murcham e secam dentro de poucos dias, ficando aquelas ainda aderentes por algum tempo, nâo conseguindo assim as árvores atingidas pelo mal, desenvolver folhas novas, apresentando o aspecto de haverem sido tocadas pelo fogo ou "queimadas" donde se deriva a denominação de "queima" para o fenómeno. Finalmente as folhas caem, ao passo que as pontas dos galhos persistem no estado de completa secura e triste nudez. Os renovos menos tenros não fenecem pelo ataque, mas apresentam as cicatrizes nos lugares das antigas picadelas, ficando mais ou menos deformados e sem vigor. Semanas ou meses depois de um tal ataque surgem outros renovos, menores de que os primeiros, em maior número, implantados pouco, abaixo da extremidade morta dos galhos, que podem ser atacados por sua vez, e si os ataques se repetem, as árvores perdem galhos mais compridos e podem morrer, finalmente, por completo esgotamento. Apresso-me em dizer que, até agora, isso não se deu entre nós no entanto, em vista dos enormes estragos ocasionados nas Índias Orientais por um inseto muito semelhante ao de que tratamos o Helopeltis, é bem possivel que tambem a mosquila seja capaz de matar os cacaueiros desta zona, caso que a praga continue, o que é de recear. Os insetos perfeitos têm sete a oito milímetros de comprimento, quando do sexo masculino, e nove a 10 milimetros, quando do sexo feminino, incluindo-se as asas. São de forma alongada e têm as pernas e antenas compridas; sua cor é um tanto variavel, sendo as fêmeas de cor mais viva, e de um vermelho alaranjado, e os machos amarelos com umas pintas pretas no lado do torax. As asas são fuliginosas, tendo as anteriores duas pequenas manchas estreitas, amareladas, na margem lateral; as pernas são amareladas e às vezes, em parte, castanhas; as antenas são pretas e a face superior do torax é de um vermelho-alaranjado. Nos insetos machos observam-se, quasi sempre, duas estrias castanhas, longitudinais, que ocupam às vezes quasi todo o torax e que são tambem encontradas em algumas do sexo feminino. Pelo aspecto geral esses insetos fazem lembrar certas murissocas grandes do mato, razão por que receberam a denominação de "mosquila", que vem do Equador onde uma espécie aparentada causa semelhantes estragos, com a que estudamos,
278
INSETOS DO BRASIL havendo eu e o Revmo. Pe. Torrend nominação, por já ter sido aceita sobre a cultura do cacaueiro.
combinado com tal deem tratados modernos
F i g . 423 - Fragmentos de caule de Cecropia adenopus com lesões resultantes das posturas de Monalonion Knighti Bondar, 1939 (Foto Bondar).
As mosquilas perfeitas são bastante ágeis, principalmente quando o tempo é quente. Embora não voem muito bem, são em todo o caso capazes de transportarem-se de uma plantação a outra, sendo este o modo principal da propagação da praga que se estende e alastra. As fêmeas poem os ovos dentro da casca dos frutos e nas pontas verdes dos ramos,
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279
no número de cerca de 30 cada uma. Os lugares onde são postos os ovos são marcados do um ponto escuro cada um; olhando de lado percebem-se dois ca belinhos esbranquiçados que saem da casca e que são na verdade dois pequenos tubos muito finos. dando acesso ao ar e garantindo assim a respiração dos ovos, aliás completa e hermenticamente fechados dentro da casca mucilaginosa. Cousa semelhante observa-se no caso do Helopeltis, onde os dois cabelinhos são de comprimento diferente entre si, ao passo que são de igual comprimento nos ovos da mosquila.
Com espaço de 12 a 14 dias da postura saem as larvas que começam a sugar a seiva e com desenvolvimento bastante apreciavel no crescer, mudando cinco vezes de pele, completando-se todo o desenvolvimento do ovo até o inseto alado, em cerca de 30 dias. De um e meio milimetros de comprimento que têm as larvas logo depois de nascidas, alcançam até seis à sete milímetros no estado de ninfa, possuindo pernas e antenas compridas e são de cor amarela, marcadas de vermelho-alaranjado na cabeça, no torax, na base do abdomen (face superior) e nos cantos laterais do corpo inteiro, sendo as antenas e pernas de cor parda avermelhada. Elas podem ser facilmente observadas nos frutos embora sejam habeis em esconderem-se quando inquietadas. E para serem encontradas convem que sejam examinadas primeiramente os frutos, quando as suas pintas estão frescas, e ainda não tomaram a cor preto-escura. Quando as larvas andam, conservam a extremidade posterior do corpo voltada para cima. As mosquilas mantêm-se de preferência nos frutos, porque estes lhes oferecem melhores condições de vida do que os renovos, sendo necessário notar-se que a casca suculenta de um fruto, quando grande, suporta muitas centenas de picadelas, sendo a mesma quantidade suficiente para matar grande parte dos renovos de uma árvore visto que seis à oito picadelas bastam para fazer secar um renovo com todas as suas folhas. Por esta razão, nas plantações velhas, com abundância de frutos, a praga espalha-se relativamente pouco, podendo ela manter-se durante anos no mesmo grupo de árvores. quasi sem ofender os renovos, encontrando-se destes focos talvez em todas as plantações de uma certa extensão. Nas plantações novas, de quatro à oito anos, havendo menos frutos, as mosquilas, especielmente as de asas transportam-se mais de pressa para os galhos e renovos, donde se
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INSETOS DO BRASIL espalham para as árvores vizinhas, continuando as duas davastações, razão por que as plantações novas sofrem muito mais, disseminando-se a praga por áreas maiores, atacando plantações inteiras e tanto nos frutos quanto nos renovos. É então que o quadro da zona flagelada oferece ao agricultor um aspecto mais triste, mesmo desolador, podendo-se verificar que a praga já existe ha anos. Assim pode concluir-se do estado dos galhos finos, da intensidade do mal que produziu a perda das pontas primitivas dos ramos, resultando outras novas, atacadas por sua vez e que apresentam cicatrizes de antigas picadelas Nas plantas protegidas por árvores de boa sombra, o ataque é sempre muito menos violento e o cacau da variedade "comum" é menos atacado do que as variedades "Pará" e "Maranhão". Conforme já disse no meu livro sobre o cacaueiro da Baía, anteriormente citado, verifiquei a praga da mosquila em 1909, nos dois municípios de Ilhéus e Itabuna, ainda em pequeno número e atacando esclusivamente os frutos. Em 1911, os insetos já se tinham muito multiplicado e atacavam tambem os galhos novos. Desde esta época a praga alastrouse cada vez mais, embora não na proporção que eu receiava, em analogia ao desenvolvimento que observei nas Índias Orientais, com relação à praga da Helopeltis, que, quanto ao mais, se manifesta absolutamente como a da mosquila. Meios de combate. O meio mais simples de matar relativamente muitas mosquilas é de esmagá-las passando-se as mãos contra os frutos ocupados por elas, as quais por serem tenras, morrem facilmente, não podendo ser praticado esse precesso contra os frutos inacessíveis, por causa da inconveniência do torcimento dos pecíolos dos frutos na procura dos insetos, o que produz murchamento de muitos frutos e dá prejuízo talvez maior do que o causado pela mosquila. Como tenho provado com experiências realizadas em Java, os Helopeltis podem ser debelados com a emulsão de querosene aplicada por pulverizadores. Não ha dúvida de que tal meio serviria tambem no caso da mosquila, mas parece-me que as pulverizações nâo poderão ser aplic adas economicamente nas condições de nossa cultura e em razão da grande extensão atingida pelo mal. O único método de facil emprego e relativamente eficaz é o de destruir as mosquilas nos frutos, queimando-as ou flamejando-as com fachos, podendo estes ser feitos como um gomo de bambú fino, de tres a quatro centímetros de diâmetro.
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Enche-se o bambú do combustivel, que é o querosene ou o álcool, e fecha-se a extremidade por meio de uma torcida bem comprimida, que pode ser feita de um pedaço de aniagem, de seis a oito centímetros de comprimento. Convem que o facho produza grande chama, capaz de envolver os frutos em poucos instantes, No caso que não queime bem, vira-se o facho de cima para baixo a fim de untar a torcida, e sendo este bem colocado e firme, não deixará derramar o combustivel. Na extremidade inferior, o bambú é cortado de modo a formar uma ponta que sirva para fincá-lo na terra, quando não se acha em uso. Alem disse, o pedaço oco, situado em baixo do nó serve para colocar o facho numa vara, que lhe permite atingir os frutos dos galhos mais altos das árvores. Em Java verificou-se que um facho contendo tres a quatro decilitros de querosene, funciona bem, durante seis horas. Tomando-se portanto, isso por base, vê-se que com meio litro, um homem poderia trabalhar quasi o dia inteiro.
Fie.
424
-
Tenthecoris bicolor (Miridae) (X 4,2).
Scott,
1886
O álcool flameja melhor do que o querosene; entretanto, é em geral mais caro e gasta-se quasi duas vezes mais do que no emprego do querosene. Basta flamejar os frutos durante tres a quatro segundos, para dar em resultado a morte da maior parte dos insetos de um fruto, mesmo daqueles que ficarem com as antenas ou pernas chamuscadas que morrem pouco tempo depois. Este processo serve principalmente nos casos em que a praga se limita ainda em grupos de árvores, isolados os quais podem ser tratados com todo o cuidado. Para o bter-se bom resultado, torna-se preciso o conhecimento de todos esses lugares, nas fazendas, e tratá-los com frequência Somente assim será possível manter a praga dentro de limites suportáveis. Si, pelo contrário, o mal já se tiver estendido em plantações inteiras e até aos renovos, o combate por meios diretos é dificílimo, sem resultados compensadores. Neste caso, deve-se recorrer aos meios indiretos, dos quais tratarei noutro capítulo.
282
INSETOS DO BRASIL Como curiosidade, menciono que encontrei um caso isolado em que uma mosquila, com asas, foi atacada e morta por um fungo, cujo micélio branco se desenvolvia no corpo e aparecia na superfície, em todas as juntas do corpo e das pernas. Si tivesse esse fungo virulência suficiênte para infeccionar com facilidade outras mosquilas, provocando uma epidemia, poderia formar-se ótimo auxílio no combate contra a praga. Entretanto, não tenho muita esperança de que assim aconteça, e isso pelos resultados negativos ou incertos obtidos ate agora com outros fungos semelhantes, observados em insetos, noutros paises. Não obstante, vale a pena ter a atenção fixada para este caso." (ZEHNTNER).
Agora
as
observações
de
BONDAR:
"Por várias vezes e de diversas zonas durante estes últimos anos recebemos frutos de cacau doentes. Na maioria dos casos trata-se de doenças comuns a toda a zona cacaueira, o cancro do fruto ou bexiga do cacau causado pelo inseto chupador e a ferrugem. Para divulgar os conhecimentos mais detalhados sobre o cancro dos frutos do cacau uma das denças mais graves desse produto vegetal, publicámos estas linhas. O inseto, que não é novo na literatura agronômica até a data de nossas investigações não era conhecido pelo seu verdadeiro nome científico nem sua posição na escola entomológica. Em 1914, o Dr. Zehntner, na sua obra "Le cacaoyer dans l'Etat de Bahia", sem ter o nome do inseto, escreve a respeito as seguintes previsões, comparando-o com a praga no oriente - Helopeltis. "Si este flagelo toma extensão, como parece tencionar, ele pode ocasionar verdadeiro desastre para a cultura, pois ele não semente ameaça as safras, mas as plantações mesmas, as árvores não resistem aos ataques repetidos durante alguns anos seguidos, como foi provado no caso de Helopeltis Tendo em vista as perdas enormes que os Helopeltis ocasionam no Oriente, seria bom ocupar-se dum modo ativo, a combater a praga e estudar os meios de destruição antes que seja tarde demais". Em 1917, o Padre C. Torvend e o Dr. Leo Zehntner, no relatório sobre as moléstias do cacaueiro na Baía, tratam longamente do inseto, denominado-o Mosquilla vastatrix. Esta denominação não pode ser conservada, visto que a espécie tem seu nome anterior.
MIRIDAE
283
O inseto pertence à ordem dos Hemípteros-Heterópteros, família dos Capsídeos, género Monalonion. O gênero é americano, propagado na região tropical. Na lavoura do Equador o cacaueiro é perseguido por duas espécies deste gênero: Monalonion atratum Dist. e Monalonion dissimulatum Dist. As duas são conhecidas com o nome comum de "Mosquilla" e ocasionam à lavoura notáveis prejuízos. A nossa espécie, Monalonion xanthophyllum, Walk., é propagada em toda a zona cacaueira da Baía. Tivemos ocasião de verificar a sua presença e os danos causador nos cacauais de Belmonte, Rio Pardo, Serra da Onça, em Itabuna e Ilhéus. Não se pode admitir que o inseto foi importado junto com o cacaueiro. A espécie deve ser nossa, indígena, criando-se em plantas de nossa flora local. Quais são estas plantas? Depois de vários anos de investigações, de procura pelas matas, capoeiras e cacaueiras finalmente descobrimos a planta natural da ceva deste inseto. É uma planta sub-arbustiva das nossas florestas, frequente nos cacauais, não tendo nome no vocabulário popular, e denomina-se Gica. Esperamos a época da floração e frutificação para identificação científica. Nesta ocasião daremos a descrição da planta para seu facil reconhecimento pelos lavradores de cacau, visto a importância que a plantinha poderá, ter na defesa da lavoura cacaueira contra um dos seus mais sérios inimigos. Esta planta, nas nossas observações em Água-Preta, raramente se encontra sã. Geralmente se acha muito perseguida, atrofiada pelo Monalonion. Nela, como no cacau, o inseto com as picadelas, provoca manchas, semelhantes a queimaduras. Os estragos tambem são feitos na haste, ainda herbácea, que, com as picadelas, forma cancros e nos pedúnculos foliais que tambem racham, abrindo feridas cancerosas. É principalmente nas folhas que as larvas e os adultos se alimentam, provocando queimaduras e aniquilamento do limbo. Os pés têm sempre aparência doentia, atrofiada. As pontas das hastes e dos ramos cancerosos, frequentemente se apresentam mortos pela destruição das folhas novas. Nesta planta o ínseto deposita ovos introduzindo-os na haste e nos gomos foliais. É curioso notar que onde existe este arbusto cheio de insetos, os cacaueiros vizinhos têm frutas sadias. Evidentemente, enquanto o Monalonion tem a sua planta natural de ceva, ele profere esta. É provavel que só na ocasião de limpas do cacaual, quando se tiram estas plantinhas, o inseto
284
INSETOS DO BRASIL privado de sua alimentação natural, passa ao cacaueiro, no qual se adapta bem e continua a procriação. Tirando o inseto da sua planta normal, e oferecendolhe o cacau, ele no primeiro dia se abstem de alimentação. Só no segundo dia, tanto as larvas como os adultos metem o rostro nos "frutos do cacau, provocando as queimaduras e os cancros. Estudando no cacaueiro a biologia do inseto, verificamos que as fêmeas depositam ovos tanto nas hastes tenras dos renovos, como, e principalmente, nos frutos verdes do cacau, introduzindo-os, um por um, no tecido da planta. A fêmea deposita em média 4-5 ovos por dia, e observamos posturas, iniciando este mister 3-4 dias após a cópula, prolongando-se a oviposição cinco a seis dias seguidos, depositando um total, nas condições de cativeiro de 18 a 40 ovos por fêmea. O logar de desova apresenta uma pequena elevaçâo, sem queimadura do tecido, da qual sobresaem dois pequenos filamentos brancos com meio milímetro de comprimento, terminado cada filamento numa pequena cabecinha. São tubos respiratórios pelos quais o ovo, mergulhado dentro duma seiva mucilaginosa, se abastece de ar. O ovo medo 1,5 mm . de comprimento; é branco, translúcido, um tanto encurvado. A larva nasce poucos dias depois; tem cerca de um mílimetro de comprimento e começa a se alimentar, chupando a seiva do fruto do cacau. Cada muda aumenta o tamanho e os rudimentos das asas. Quando crescida, no estado de ninfa, mede 7 mm . de comprimento. O corpo da larva em todas as idades é amarelo-avermelhado. No lado dorsal da cabeça ha uma linha vermelha transversal, e entre os dois olhos. Antenas vermelhas. Uma faixa vermelha atravessa o mesotorax na margem anterior e continua para trás, colorindo os rudimentos das asas. No metatorax ha uma outra faixa vermelha, mais larga. Uma faixa vermelha atravessa o abdomen, que dos lados é tambem marginado de vermelho. As pontas distantes do femur de rodas as patas, vermelhas. As larvas e ninfas têm movimentos bastante desembaraçados, são bastante ágeis e correm de um logar para outro, procurando ponto mais favoravel para enfiar o rostro, chupando a seiva. Os adultos se formam no fim de cerca de um mês desde a postura do ovo. As larvas que se criam em sua planta natural são geralmente mais coloridas de vermelho, do que as que se criam em cacau.
MIRIDAE
285
Os insetos são bastante ágeis, voam facilmente evitando serem apanhados. Todavia, o vôo é um tanto lento, pegandose estes, facilmente, com a mão, no vôo. O inseto procria-se igualmente durante todo o ano. mm O inseto adulto mede 8 . no comprimento do corpo; mm as asas ultrapassam o corpo de 2 a 3 . A cabeça é escura, olhos pretos, antenas escuras, avermelhadas na base. O protorax e o abdomen de cor vermelho-alaranjada. O meso e metatorax, amarelo-claros, do lado ventral. Asas fuliginosas; as anteriores têm duas manchas estreitas amareladas na margem lateral. Pernas amarelas; o par posterior com tíbias na segunda metade e tarsos escuros. As fêmeas diferem dos machos, principalmente pelo abdomen grosso, provido na metade posterior, de um ovopositor em forma de sabre, adjacente ao abdomen. A cor vermelha da larva, discordando da casca verde de frutos de cacau, suscitou-nos certas reflexões. Geralmente os insetos moles, mal protegidos contra animais depredadores possuem a coloração mimética do ambiente em que vivem. O assunto ficou resolvido com a descoberta da planta natural de ceva do Monalonion. Esta planta, que chamaremos de Gica, tem manchas vermelhas nas folhas doentes, como tambem parcialmente são avermelhados os peciolos e a nervura principal. A haste, na inserção das folhas tambem é vermelha, quando nova de modo que neste ambiente, o vermelho da larva constitue uma simulação protetora. É uma cor mimética, cor de proteção. Nas plantações de cacau o inseto encontra-se esporadicamente, e evidentemente não tem tendencia a generalizar-se. Encontrâmo-lo em várias fazendas do município de Belmonte, Canavieiras, Itabuna, Jequié, Boa Nova e Ilhéus, existindo mesmo nas plantações da Estação Geral de Experimentação. O inseto se manifesta num ou noutro pé ou grupos de pés geralmente nas roças desom breadas e nos aceiros, estragando uma ou todas as frutas, enquanto os pés vizinhos estão isento do mal. Numas fazendas é frequente, como na fazenda "Lombárdia", de Magnavita e na fazenda do Dr. Francisco de Paiva, em outras como nas fazendas do Coronel Hermelino de Assis e Dr. Paschoal Camelyer, o inseto não existia na ocasião das nossas visitas. Do mesmo modo, o inseto é exporádico no município de Jequié; é frequente e muito prejudicial numas fazendas, raro ou não existente em outras.
286
INSETOS DO BRASIL Os estragos causados por ele ao cacau são característicos. O inseto, larvas e adultos, chupam a seiva da fruta de cacau de preferência no lado mais exposto à luz. Introduzindo o rostro nos tecidos da planta, o bichinho, evidentemente injeta uma substância venenosa, pois os tecidos adjacentes à picada num instante enegreeem e morrem, formando no prazo de 21 horas uma ferida cancerosa, de 3 a 7 mm de diâmetro, com tecidos amortecidos na profundidade de 5 a 8 mm . Por causa destes cancros, o povo denominou esta doença de "bexiga de cacau". Cada indivíduo faz por dia, no cativeiro, cerca de 40 picadelas, provocando outras tantas feridas cancerosas. A larva quando pequena faz de 10 a 15 picadelas, aumentando o número à medida do crescimento. Poucas feridas destas bastam para abortar um bilro de cacau. Como numa fruta, geralmente, criam-se alguns individuos. No fim do desenvolvimento deles a fruta fica coberta deste cancro, seca externamente e racha. As amendoas não se desenvolvem, e a fruta fica completamente imprestavel. As frutas atacadas depois de crescidas mais da metade resistem melhor e frequentemente, podem ser aproveitadas Na falta das frutas, o inseto ataca os renovos, causando tambem estragos notáveis; algumas picadelas bastam para provocar a morte do renovo, interceptando-lhe a seiva pelos cancros formados na haste. Tratamento Nas condições atuais quando relativamente pouco conhecemos ainda a respeito desta praga, pode-se duvidar do resultado econômico de qualquer tratamento com pulverizações. A previsão do Dr. Zehntner, do alastramento da praga não se realizou e podemos esperar que não se realizará. O fato é que o cacau entre nós conta mais de cem anos de existência, a lavoura extensa existe já cerca de 50 anos, entretanto, o inseto até agora não tomou conta das plantações, mas, se encontra assaz raramente, prejudicando um ou outro cacaueiro desombreado. Qual é o motivo pela qual o Monalonion não se alastra mais, tendo a mesa largamente servida de vastos cacaueiros? O inseto é do nosso meio biológico e tern seus inimigos naturais que o guardam dentro de limites razoáveis conservando sempre, certo equilíbrio. Uma vez que até agora, o inseto não tomou proporções assustadoras podemos ter a esperança de que ele não as tomará. De certo, o lavrador tem interesse em reduzir o mal, tanto quanto possivel, aproveitando todos os meios principalmente, protejendo pássaros insetivos. O tratamento direto poderá
MIRIDAE
287
ser eficaz contra as larvas, que não vôam. É facil, passando perto dos pés atacados, se passar a mão nas frutas cancerosas, com larvas na superfície, esmagando-as assim. As frutas no alto, poderão ser atingidas com emulsão de querosene, por meio de pulverizador. O Dr. Zehntner aconselha o emprego de chamas para queimar os bichinhos. Os adultos são insetos espertos ágeis e dificilmente podem ser combatidos. Porem, matando as larvas não haverá adultos. Na Estação Geral de Experimentação no ano de 1935, fizemos experiências de tratamento contra o Monalonion com pulverizações repetidas de calda bordalesa. Recorremos a esta droga fungicida pela razão da sua adesão às frutas e folhas de cacaueiro, não sendo lavada pelas chuvas constantes da zona. Os inseticidas conhecidos são facilmente laváveis, de mode que a primeira chuva inutiliza o efeito preventivo da pulverização. O resultado, como era de esperar, não foi, bem claro. É verdade que se diminuiu cerca de 50 por cento das frutas doentes, no lote tratado em comparação com o não tratado, porem depois de duas a tres pulverizações o inseto não foi destruido. As razões são as seguintes: os ovos dentro da fruta de cacau são dificilmente atingíveis. Os adultos facilmente vôam. Envez des larvas mortas, diretamente atingidas pela droga, surgem outras nascendo dos ovos. O inseto chupando o suco de dentro da fruta, não é sujeito a envenenamento pela alimentação. Economicamente, este tratamento é caro, devido à necessidade de pulverizadores de drogas e de mão de obra. Poderá ser empregado apenas em alguns trechos de cacauais, pois dando sempre um pequeno resultado positivo contra o cancro, preserva tambem o fruto contra a podridão pelo cogumelo, Phytophlhora e m esmo contra a ferrugem causada pelo Thrips. Urn, problema de tratamento ainda não resolvido é o emprego das nossas plantas espontâneas que alimentam o bichinho. Si o Monalonion prefere plantas naturais de ceva, da nossa flora, ao cacau, então, devem-se plantar nos cacauais as plantas preferidas para atrair o inseto e destruí-lo. Si, pelo contrário ele deixa as plantas espontâneas para passar ao cacaueiro, entre será preciso extinguir estas plantas. A verificação mais apurada deste problema se acha em estudo na Estação Geral de Experimentação de Água-Preta, onde um trecho de cacaual é cultivado com a planta natural de ceva de Monalonion, intercalada no meio dos cacaueiros.
288
INSETOS DO BRASIL Medida preventiva - Si a planta denominada gica for a única em que o Monalonion se cria, alem do cacaueiro, com o atualmente nos parece, seria facil ter as plantações livres da doença de cancro das frutas. Para isto, bastará destruir a plantinha um ano antes de instalar o cacaual, para assim eliminar o inseto da zona de plantação e sendo as plantações de cacau livres da doença do cancro da fruta, fiscalizar para sempre eliminar a plantinha que cria o bicho. Nos trechos, porem, onde o Monalonion se manifestou, cultivar pelo contrário a plantinha que o inseto, parece, prefere ao cacau. O Padre Torrend e o Dr. Zehntner consideram este inseto como uma das causas principais da doença chamada "queima". Para nós, parece, que os estragos produzidos pelo Monalonion são bem caracterizados pelos cancros nas frutas e nos renovos, e não devem ser confundidos com outros males que têm o nome coletivo de queima. Para denominar esta doença de cacau, propomos o home mais exato, mal de chupança. Nas plantações sombreadas com árvores altas, o inseto é muito raro ou não se encontra. Daquí a orientação para lavrador: querendo leer os frutos livres de cancros, conserve as plantações de cacau sombreadas".
361. Collaria nicus (Stal, 1876)).
scenica
(Stal,
1876)
(=
Trachelomiris
sce-
Eis o que escreveu PUTTEMANS sobre este pequeno Mirideo: "Encontrei pela primeira vez o Trachelomiris scenicus, cuja determinação devo ao Dr. Costa Lima, no Jardim de Aclimação de S. Paulo, onde o inseto causava grandes danos aos capinzais (Panicum numidianum) , que apresentavam o facies das doenças conhecidas entre nós por queima. Tantos os insetos adultos como as larvas, esvasiam as células parenquimatosas de um modo particular; depois de perfurarem a cutícula de uma célula epidérmica, dobram o rostro e furam as paredes celulares transversais, menos espessas, de uma série de células enfileiradas, esvasiando-as sucessivamente; repetem essa operação cinco ou seis vezes antes de se deslocarem deixando assim as folhas salpicadas de grupos de estrias descoradas, paralelas, de dois a tres milímetros, que são muito características.
MIRIDAE
289
Encontrei o mesmo inseto no Distrito Federal em várias gramineas entre as quais milho e aveia. Ensaios de criação em cativeiro no intúito de estudos e particularidades biológicas, não me deram resultados favoráveis, pois os insetos morrem no fim de poucos dias." Subfamília CAPSINAE 362.
Horcias
(1938), este
inseto
em
nobillelus
chamou
atenção
nos
capulhos
e
botões
"guaxuma
folia
"picão"
1884).
os
algodoeiros
Encontra-se-o sejam:
(Berg, para
-
HAMBLETON
estragos
de
São
produzidos
Paulo,
por
principalmente
florais.
tambem
em
branca"
(Sida
(Bidens
Malváceas
pilosa)
silvestres,
cordifolia),
e
uma
Sida
como rhombi-
Leguminosa
não
de-
terminada. Subfamflia BRYOCORINAE 363.
Tenthecoris
orchidearum Causa duzidos
Reuter, nas
e
espécies
este
Scott,
(fig.
orquideas
pelas
Sobre
bicolor
1902)
1886
fetos
estragos
anteriormente
inseto
devem
(=
Eccritotarsus
421).
ser
análogos
aos
pro-
estudadas
consultados
os
trabalhos
de
REUTER (1907), WEISS (1917) e MONTE (1932). Apresenta rium O
e
escutelo
lico
muito
exceto
a
grande
na
enfuscadas.
e
a
ponta.
ção
diluida
tabaco.
de
pronoto, cuneus,
parte
do
e
olhos
de
são
do
externo
do
co-
vermelha-alaranjada. de
um
totalmente
azul
metá-
enfuscada,
corpo
amarelada.
Tibias
de
inseticidas
exter-
pretos. aplicações
emulsão
nicotina
bordo cor
quasi
inferior
mediante
o de
cório
Membrana
Face
Antenas
pulverizações
o do
maior
escuro.
Combate-se-o nos:
cabeça, parte
sabonosa
comercial
ou
de decoto
querosene, de
folhas
solude
290
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Superfamília CRYPTOSTEMMATOIDEA
(Dipsocoroidea)87 Família
CRYPTOSTEMMATIDAE (Ceratocombidae)88
365. Caracteres, etc. Constituem esta super família Hemípteros muito pequenos, apresentando o seguinte conjunto de caracteres: cabeça fortemente refletida; ocelos muito pequenos, antenas de quatro segmentos, sendo os dois basais muito curtos e os últimos filiformes, pilosos; rostrum de tres segmentos; pronotmn e scutellum visíveis, tarsos de tres articulos. 87 88
Gr. Gr.
cryptos, oculto; stemma, coroa, faixa. keras, corno (antena); combos, nó.
294
INSETOS DO BRASIL
Hemelitros inteiramente coriáceos ou totalmente membranosos, nunca, porem, apresentando membrana diferenciada do corium. O sistema de nervação é tambem característico, pois, na parte correspondente ao corium, ha algumas nervuras formando duas células, das quais se originam uma ou duas nervuras longitudinais, que terminam na margem apical do hemelitro. A família Cryptostemmatidae, com pouco mais de 50 espécies, compreende, segundo Mc ATEE & MALLOCH (1925), duas subfamílias: Cryptostemmatinae (Ceratocombinae) e Schizopterinae89, ambas com representantes brasileiros. Vivem estes diminutos Hemípteros em logares húmidos, geralmente no meio de folhas caidas em decomposição. 366. Bibliografia. Mc ATEE, W. L. & MALLOCH, J. R. 1925 - Revision of Cryptostommatidae, in the United States National Museum. Proc. U. S. Nat. Mus. 67(13), 42 p., 4 e sts. REUTER, O. M. 1 8 9 1 - Monographia Ceratocombidarum orbis terrestris. Acta Soc. Sci. Fenn. 19:(6) p. 4, 1 est. S u p e r f a m í l i a HYDROMETROIDEA Família
H Y D R O M E T R I D A E 90
(Limnobatidae)91 367. Caracteres. - Insetos semiaquáticos, pequenos, no máximo com pouco mais de dois cm., de corpo muito, estreito, linear, cabeça porreta, mais longa que o pronotum, dilatando-se para o ápice; antenas filiformes, de quatro segmentos, inseridas perto, do ápice da cabeça; olhos laterais, salientes, bem afastados do protorax; sem ocelos; rostrum mais curto que a cabeça, de tres segmentos; hemelitros, quando presentes, muito estreitos, semi membranosos; ostéo89 Gr. schizein, fender ; pteron, aza. 90 Gr. hydor, água; metreo, medir. 91 Gr. limne, pequena coleção d'agua; bates, marchador.
HYDROMETRIDAE
295
los presentes, porem rudimentares; tarsos de tres garras apicais (fig. 425). Em geral cada espécie apresenta uma forma e outra braquíptera. 368. Hábitos. - Habitam coleções de águas sendo vistos, ora nas margens, ora sobre as folhas de plantas aquáticas, deslocando-se lentamente ou tiva facilidade.
Fig.
425 -
Hydrometra
sp,
(Hydrometidae)
(cerca
de
(X
artículos; macróptera tranquilas, flutuantes com rela-
3).
São insetos predadores, alimentando-se de Ostracodos e larvas de insetos aquáticos quando vêm à tona dágua. As vezes as formas desenvolvidas ou mais robustas são canibais, atacando as mais fracas.
296
INSETOS DO BRASIL
A
familia
Hydrometridae,
com
cerca
de
40
espécies,
foi
subdividida por ESAKI (1927) em duas subfamílias - Hydrometrinae e Limnobatodinae, sendo a primeira representada pelo gênero Hydrometra Lamarck, 1801, com mais de 20 espécies da região neotrópica. Destas, as mais conspícuas são: H. caraiba Guérin, 1856, de Cuba, com 22 mm. e H. melator B. White, 1879, da Amazônia, com 18 mm. Esta nossa espécie, segundo TORRE-BUENO (1926), é bastante interessante, por possuir antenas muito longas, tão compridas quanto o corpo. Para o estudo das espécies desta família excelente monografia de TORRE-BUENO (1926).
é
indicada
a
369. B i b l i o g r a f i a . ESAKI, T. 1927 -
An interesting new ge nus and species of Hydrometridae (Hem.) from South America. Entomol. 60:181-184, 2 figs.
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JACZEWSKI, T. 1928 -
TORRE -
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BUENO, J. R. de la.
1926 -
The family Hydrometridae in the western hemisphere. Ent. Amer. (N. S.), 7:83-128.
GERROIDEA
297
Superfamília GERROIDEA (Hydrobiotica) Caracteres. Insetos aquáticos ou semiaquáticos, 370. de aspeto variavel, providos de antenas tão longas ou mais longas que a cabeça; esta mais curta que o pronotum e o mesonotum reunidos; antenas de quatro segmentos; ocelos presentes, obsoletos ou ausentes; rostrum de quatro (Gerridae e Hebridae) ou de tres segmentos (Veliidae e Mesoveliidae); hemelitros, quando presentes, com o corium total ou parcialmente membranoso, percorridos por nervuras longitudinais, que se anastomosam formando algumas células; ostéolos presentes; tarsos de dois ou tres artículos. Classificação. A superfamília Gerroidea com371. preende quatro famílias, assim diferenciadas:
1'
2 (1)
2'
3(1')
3
Último artículo tarsal mais ou menos fendido e com as garras - pelo menos nas pernas anteriores - inseridas antes do ápice (garras anteapicais) ....................... 2 Último artículo tarsal não fendido e com as garras preapicais .......................................................................... 3 Fêmures posteriores excedendo consideravelmente o ápice do abdome; pernas médias e posteriores finas e alongadas, aproximadas, porem muito afastadas das anteriores; rostrum de 4 segmentos; espécies que deslisam ou patinam na superfície dágua ............................... Gerridae Fêmures posteriores não excedendo ou pouco indo alem do ápice do abdome; pernas posteriores e médias não muito alongadas, estas equidistantes daquelas e das posteriores (exceto em Rhagovelia); rostrum de 3 segmentos; tarsos dimeros; espécies geralmente de ........................................................................................... Veliidae Clavus e membrana de estrutura idêntica; rostrum de 4 segmentos; tarsos dímeros; espécies geralmente de cor negra com partes prateadas .................................... Hebridae Clavus e membrana de estrutura diferente; rostrum de 3 segmentos; tarsos trímeros; espécies de cor verde, ou verde amarelada ........................................... Masoveliidae
298
INSETOS DO BRASIL
Família GERRIDAE92
(Hydrobatidae) 372. Caracteres. - Hemípteros aquáticos, tendo, no máximo, pouco mais de dois centímetros de comprimento, de aspecto muito característico, pois apresentam o corpo fusiforme, geralmente acuminado na parte trazeira, provido de pernas médias e posteriores finas e alongadas, sendo as ancas daquelas muito afastadas das ancas das pernas anteriores. Pernas anteriores mais curtas e robustas que as outras. Fêmures do par posterior excedendo notavelmente o abdomen; tarsos de dois artículos. Ocelos presentes, às vezes, porem, quasi invisíveis. Rostrum de quatro segmentos.
Fig.
426
-
Limnogonus
aduncus
Drake
&
Harris,
1933
(Gerridae)
(X
3).
Respeito ao desenvolvimento dos hemelitros e das asas, releva ponderar que se encontram nestes insetos quatro tipos diferentes de formas a dultas: formas macrópteras, de 92
Lat. Gr.
Gerris, nome de um pequeno h y d o r , á g u a ; b a t e s, m a r c h a d o r .
peixe.
GERRIDAE
299
asas e hemelitros completamente desenvolvidos; formas braquípteras, de hemelitros, atingindo pelo menos a metade do abdomen; formas pseudo-apteras, cujos hemelitros não excedem a base do 2º urômero, e, finalmente, formas apteras, sem asas e hemelitros. Numa mesma espécie, alem das formas macrópteras, ha, pelo menos, uma das outras formas. Todavia, em várias espécies, as formas macrópteras aparecem excepcionalmelte. As formas braquipteras e apteras distinguem-se das formas jovens, com as quais muito se parecem, pelo aspecto dos tarsos, nas últimas de um artículo e naquelas dimeros. 373. Hábitos. - Os Gerrideos, em geral, são vistos em agrupamentos, mais ou menos numerosos, deslocando-se rapidamente na superfície das águas paradas e sombreadas. Podem ser tambem encontrados em águas mais ou menos movimentadas. Ha mesmo espécies que se deslocam no meio dos riachos de curso um tanto rápido, deslizando em sentido contrário ao da correnteza, de modo a se manterem no mesmo logar. Ao executarem esses movimentos, mediante o impulso das pernas, fazem-no interruptamente, em arrancos sucessivos, como de remadas. Mantêm-se facilmente na superfície dágua graças ao pouco peso que têm, à presença de pelos hídrofugos e à uma secreção que reveste os tarsos das pernas locomotoras, tornando-os imolháveis. Assim estes ficam aplicados à superfície dágua pela tensão superficial, deprimindo a massa líquida nos pontos de contacto. As pernas médias são os principais orgãos propulsores e as posteriores servem mais para frenar e dirigir os movimentos; as pernas de um mesmo par movem-se simultaneamente. Com as anteriores, de tipo raptorial, capturam os pequenos insetos que caem nágua ou que frequentam plantas aquáticas. Os Gerrideos só se mostram muito ativos na superfície dágua; fora dela movimentam-se mal, podendo, quando muito, dar saltos irregulares e desordenados.
300
INSETOS DO BRASIL
374. Espécies mais interessantes. - A família Gerridae, de distribuição mundial, compreende cerca de 200 espécies, algumas das quais (do gênero Halobates Escbscholt, 1822), exclusivamente pelágicas, são encontradas nos sargaços que flutuam no oceano, em latitudes tropicais e subtropicais. Os Gerrideos, da América Meridional, pertencem às subfamílias Gerrinae e Halobatinae. No Brasil, as espécies mais pertencem aos gêneros Limnogonus Cylindrostethus Mayr, 1865.
frequentemente encontradas Stal, 1868 (fig. 426) e
375. B i b l i o g r a f i a . DRAKE, C. J. & HARRIS, H. M. 1930 - Notes on some South American Gerridae (Hemiptera). Ann. Carneg. Mus. 19:235-239. 1933 - Some miscelaneous Gerridae in the collection of the Museum of Comparative Zoology. Psyche, 39 :107-112. 1934 - T h e Gerrinae of the Western Hemisphere (Hemip tera). Ann. Carneg. Mus. 23:179-240, 6 ests. 1935 - Notes on some American Gerrids (Hemiptera). Ark. Zool. 28 B(2) 4 ps., 1 fig. 1935 - Notes on American water-striders. Proc. Biol. Soc. Wash. 49:105-108. 1938 - "Veliidae y Gerridae" sudamericanos descritos por Carlos Berg. Not. Mus. La Plata. 3 (Zool. 13):199-204, 1 fig. LICHE, H. 1936 -
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VELIIDAE
301
Familia V E L I I D A E 93 376. Caracteres. - Hemípteros semi-aquáticos, com menos de um centímetro de comprimento, facilmente reconhecíveis pelo corpo alargado ao nivel dos ângulos umerais e posteriormente atenuado. Pronotum em algumas espécies prolongado, posteriormente em longo processo spiniforme. Pernas médias equidistantes das anteriores e posteriores. Femures do par posterior não excedendo o ápice do abdome; em algumas espécies apresentam-se denteados em baixo e consideravelmente dilatados; tarsos anteriores de um ou dois artículos, nas outras pernas de dois ou tres artículos; garras preapicais. Ocelos gmentos.
obsoletos
ou
ausentes.
Rostrum
de
tres
se-
Os Veliideos, na fase adulta, ou são alados ou apteros; em geral, porem, são dimórficos, apresentando, cada espécie, uma forma alada e uma aptera. 377. Hábitos. - Os Veliideos são encontrados nas margens ou na superfície dos pântanos e das águas correntes. Excepcionalmente têm hábitos marítimos (Halovelia maritima Bergroth, 1893 e Trochopus plumbeus (Uhler, 1894) (Trochopus marinus Carpenter, 1898) de Flórida e Antilhas. Procuram quasi sempre logares sombreados. Saltam e movem-se com rapidez na superfície dágua; às vezes, porem, livremente ou apoiando-se num suporte qualquer, mergulham. Há mesmo algumas espécies que nadam com facilidade. Dentro dágua, no denso revestimento, aveludado que possuem, mantêm uma certa quantidade de ar. Alimentam-se da hemolinfa dos pulgões que vivem nas plantas aquáticas e de outros pequenos insetos que frequentam o meio em que vivem. 93 Etimologia Meridional.
desconhecida;
talvez
de
Velia,
uma
colônia
grega
da
Itália
302
INSETOS DO BRASIL
378. Espécies mais interessantes. - Ha mais de 100 Veliideos descritos, pertencendo os do Brasil, principalmente, aos gêneros Velia Latreille, 1804, Rhagovelia Mayr, 1865 e Microvelia Westwood, 1834. Encontra-se frequentemente no Rio de Janeiro Velia basalis Spinola, 1837 (Velia bicolor Blanchard, 1837-1813) e Velia brachialis Stal, 1860.
Fig.
427
-
Velia sp. (X 7).
(Veliidae)
Fig. 428 Rhagovelia sp., segmento apical do tarso da perna média, visto de face e de perfil (fortemente aumentado).
Velia brasiliensis Herrich-Schaeffer, 1853, uma das nossas mais comuns e conspícuas espécies de Veliidae, de cor geral negra, com duas máculas amareladas nos hemelitros, vive nas encostas dos morros, em logares em que está sempre minando água, sobre terra ou pedras revestidas de limo. Rhagovelia, cuja espécie mais encontradiça no Brasil é a Rhagovelia collaris (Burmeister, 1835), é um gênero de Veliidae bem interessante pelo aspecto singular dos tarsos
VELIIDAE
303
das pernas médias, que apresentam o artículo apical com profunda fenda, na qual se insere um tufo de cerdas pilosas, que, segundo BUENO (1907), auxilia consideravelmente a progressão do inseto em águas correntes (v. fig. 428).
379.
Bibliografia.
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304
INSETOS DO BRASIL
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HEBRIDAE94
(Neogaeidae) 380. Caracteres. Insetos semi-aquáticos, geralmente com menos de tres mm. de comprimento, de contorno oval e tegumento opaco, revestido de fina pubescência, que lhes permite prender uma certa quantidade de ar quando mergulham nágua. Cabeça relativamente grande, porem mais curta que o pronotum; olhos tocando ou quasi tocando o pronotum; ocelos distintos; antenas delgadas, de cinco segmentos (Hebrus); em Merragata, porem, com quatro segmentos apenas, porque o quarto e o quinto se fundem; rostrum longo, subretilíneo, atingindo ou excedendo as ancas posteriores, de quatro segmentos. Pronotum trapezoidal com constrição adiante do meio; na base mais largo, que o abdomen na parte mais larga; scutellum em triângulo retângulo, com o vértice arredondado ou bífido. Hemelitros com o corium espesso, porem com o clavus de textura idêntica à da membrana; esta sem nervuras. Nas espécies de Merragata os insetos adultos são dimórficos, coexistindo formas macrópteras e braquípteras.
94
De
Hebre,
um
rio
da
Trácia.
HEBRIDAE
305
Pernas curtas, subiguais, com tarsos dímeros; garras curtas, apicais, com pulvílios (arólia) distintos. Abdomen com o conexivum pouco saliente. 381. Hábitos. - Os Hebrideos são Hemípteros higrófilos, semi-aquáticos, que vivem em sociedades mais ou menos nunerosas, em plantas flutuantes ou nas das margens dos pântanos, lagos e rios. Alimentam-se de pulgões que vivem nessas plantas e de outros animalculos que aí se encontram.
Fig. 429 - Hebrus concinnus Uhler, 1894 (fêmea) (Hebridae) (X 8) (de Hungerford, 1919, est. 11, fig. 1).
Ha umas 30 espécies em todo o mundo, região neotrópica quasi todas pertencentes aos brus Curtis, 1833 e Merragata B. White, 1877. Relativamente aos hábitos de Merragata, eis veu DRAKE (1917):
sendo as da gêneros Heo
que
escre-
"Os seus lugares prediletos são os recôncavos dos lagos e pântanos, onde a água é rasa e ha plantas aquáticas em abundância. Raramente os vi no solo úmido da beira dágua. São pedestres aquáticos, capazes de se manter, andando ou correndo, sobre a superfície da água, com o corpo todo coberto de uma pilosidade aveludada, que o protege eficientemente, evitando seja molhado. Podem mover-se, para diante, ou para trás, porem o modo habitual de locomoção é um movimento
306
INSETOS DO BRASIL seguro para a frente, no qual entram em ação os tres pares de pernas. Encontrei-os frequentemente sobre Lemna, Nymphaea e várias outras plantas aquáticas. Não raro se os vê na página inferior de folhas flutuantes ou mesmo entre as raises de plantas flutuantes. Quando submersos, ficam envolvidos por um film de ar, que, lhes permite permanecer mergulhados durante longo tempo. Num aquário observei-os, parados ou caminhando, durante uma hora ou pouco mais, sobre plantas ou em fragmentos de erva submersos Ocasionalmente, andando sobre as paredes de vidro do aquário, mergulham nágua e, quando esta era pouco profunda, às vezes atingiam a parede oposta passando sobre o fundo do aquário. Nada se sabe relativamente aos hábitos alimentares e ao ciclo evolutivo."
No Brasil uma das p a r v u l u s Stal, 1858. Família
espécies
mais
conhecidas
é
o
Hebrus
MESOVELIIDAE
382. Caracteres, etc. Hemípteros semi-aquáticos, de alguns milímetros de comprimento no máximo, de forma elíptica alongada e cor verde ou amarelo-esverdeada, alados ou ápteros na fase adulta, com o tegumento glabro na parte superior e piloso na inferior. Cabeça relativamente grande, porem mais curta que o pronotum; olhos tocando ou quasi tocando o pronotum; ocelos medíocres, aproximados, situados entre os olhos; antenas delgadas, de quatro segmentos; rostrum longo, subretilíneo, atingindo, ou excedendo as ancas médias; de tres segmentos, sendo o segundo bem mais longo que o primeiro e terceiro reunidos. Pronotum trapezoidal com fraca constrição adiante do meio, na base não mais largo que o abdomen na parte mais dilatada; scutellum subtriangular, com calosidade basal mais ou menos saliente. Hemelitros mais ou menos desenvolvidos, sendo o corium com nervuras salientes, o clavus membranoso e a membrana sem nervuras. Numa mesma espécie podem coexistir formas adultas macrópteras, braquípteras e ápteras.
MESOVELIIDAE
307
Pernas médias e posteriores alongadas, subiguais, as anteriores mais curtas; tarsos de tres articulos, sendo o primeiro muito curto, pouco visivel, garras apicais. Abdomen com conexivum um tanto saliente.
Fig. 430 - Mesovelia mulsanti White, 1879; fêmea macroptera (Mesoveliidae (X 15). ( D e H u n g e r f o r d , 1919, e s t . 14, f i g . 2 ) .
383. Hábitos. - Os Mesoveliideos, representados por uma dezena de espécies do gênero Mesovelia Mulsant & Rey, 1852, vivem em plantas flutuantes e nas das margens dos pântanos, lagos e rios. Quando perseguidos correm rapidamente sobre a água. Alimentam-se sugando os pequenos insetos que capturam. A biologia de Mesovelia mulsanti White, 1879, espécie comumente observada na Amazônia, foi minuciosamente descrita por HUNGERFORD) (1919).
308
INSETOS DO BRASIL 384.
Bibliografia.
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(Acanthides; Ocelatae; Riparii96; Acemthiiformes) F a m í l i a S A L D I D A E 97 (Acanthiidae) 385. Caracteres. Hemípteros semi-aquáticos, com alguns milímetros de comprimento, apresentando a seguinte combinação de caracteres: corpo ovalar, cabeça relativamente grande, porem curta e larga; antenas longas, de quatro segmentos; olhos muito salientes; ocelos (dois) situados entre os olhos; rostrum de tres segmentos, longo, atingindo
Gr. leptos, fino; pous, pé. Não ha representantes da família Leptopodidae no Brasil. 96 Lat. riparius, que habita as margens dos rios. 97 Segundo Amyot de Serville, provavelmente Fabricius formou Salda do salto (lat., eu salto); é possivel tambem que a palavra corresponda a um nome próprio. 95
SALDIDAE
309
ou excedendo as ancas médias; pronotum trapezoidal de margem anterior muito menor que a basal; scutellum relativamente grande, triangular; hemelitros, quando, bem desenvolvidos, cobrindo inteiramente o abdomen, sem cuneus, com a membrana provida de nervuras longitudinais, paralelas, formando tres a seis células fechadas na parte distal por uma nervura comum; margem costal do corium em curva bem acentuada; tarsos trímeros.
Fig. 431 - Saldula ventralis (Stal, 1858) ( S a l d i d a e ) ( X de C h a m p i o n , B i o l . C e n t r . Amer. Heter. 2, est. 20, fig. 9) (Lacerda cop).
386. Hábitos, etc. - Os Saldídeos são normalmente encontrados em solo muito húmido, nas proximidades dos cursos dágua, lagos e pântanos, e mesmo perto do mar. Alguns fazem escavações no solo, onde se escondem. Ha tambem espécies que vivem nas praias, à beira mar, e outras que habitam logares secos, podendo mesmo ser arbo-
310
INSETOS DO BRASIL
rícolas. Todas, porem, sao predadoras, alimentando-se, principalmente, de pequenos insetos vivos ou mortos. Os Saldideos são Hemípteros muito ágeis; voam e saltam bem, sendo, por isto, difícil capturá-los. A família Saldidae, que estabelece o elo de ligação entre os Hemípteros da subordem Gymnocerata com os da subordem Cryptocerata, compreende cerca de 150 espécies descritas, distribuídas em vários gêneros. No Brasil a espécie talvez mais conhecida é Saldula ventralis (Stal, 1858) (fig.131). Família A E P O P H I L I D A E 387. Espécie única. - Esta pequena família, representada na América do Sul pelo gênero Mendocinia JensenHaarup, 1920, com a espécie única M. hygrobia JensenHaarup, 1920, encontrada em Mendoza (República Argentina), é colocada pelos autores mais recentes (CHINA e outros) em Leptopodoidea. Alguns, porem, incluem-na em Gerroidea, depois de Veliidae, enquanto que outros a estudam em Cimicoidea. Subordem C R Y P T O C E R A T A 388. Caracteres. - Os Hemípteros desta subordem apresentam antenas muito curtas, geralmente escondidas em sulcos ou cavidades (foveae) na parte inferior da cabeça (fig. 438). São insetos aquáticos ou semiaquáticos. Superfamília OCHTEROIDEA (Litoralia) 389. Caracteres. - Distinguem-se dos demais Criptoceratos por possuirem quasi sempre ocelos e por serem insetos semiaquáticos. Daí o nome - Telmatobia 98 - dado por alguns autores a este grupo de Hemípteros. 98
Gr.
telma,
pantano;
bios,
vida.
OCHTEROIDEA
que
São distribuidos em duas famílias, Ochteridae se distinguem pelos seguintes caracteres:
311
e
Nerthidae
Antenas expostas; pernas anteriores e médias semelhantes; olhos não muito salientes ........................................ Ochteridae Antenas escondidas; pernas anteriores distintamente raptórias; olhos geralmente protuberantes ................................ ............................................................................. Northridae
1 1´
Família OCHTERIDAE99 (Pelogonidae)100 390. Caracteres, etc. - Insetos semiaquáticos, com alguns milímetros de comprimento, de cor escura, geralmente revestidos de uma pubescência preta, que dá ao tegumento aspecto aveludado. Apresentam manchas amareladas nas margens do pronoto e dos hemelitros. Pela aparência e hábitos, estes Hemípteros fazem lembrar os Saldideos e os insetos da família seguinte (Nerthridae). Daqueles, porem, se distinguem pelas antenas muito curtas, e dos Nertrideos pelo rostrum, nestes curto e robusto, nos Octerideos longo, como nos Saldideos. Cabeça transversal, curta; olhos proeminentes, dois ocelos; antenas de quatro segmentos, mais curtas que a cabeça, porem, em repouso, não escondidas, sob ela, em sulcos ou cavidades; rostrum longo atingindo ou mesmo excedendo os quadris posteriores, com o segmento basal grosso e curto e os demais finos. Pronotum madamente tão mais, amplos, duas séries de tipo cursorial; dilatados que os
99 100
Gr. Gr.
subtrapezoidal; scutellum triangular, aproxilongo quanto o pronotum. Hemelitros norcobrindo todo o abdomen; membrana com células na parte basal. Pernas subiguais, de fêmures anteriores normais ou pouco mais outros.
(?)ochteros, clivoso, pelos, negro (lama);
montanhoso gone, raça
(nascido).
312
INSETOS DO BRASIL
391. Hábitos, etc. - Os Octerideos vivem na vegetação rasteira da margem dos pequenos lagos, pântanos e riachos. Muito ágeis, correm e voam facilmente. São predadores; sugam a hemolinfa das larvas de dípteros que vivem na lama ou no solo húmido. Ha pouco mais de 12 espécies descritas, todas do gênero Ochterus Latreille, 1807 (= Pelogonus Latr., 1809). Família
NERTHRIDAE
(Gaigulidae101; Mononychidae102; Gelastocoridae)103 392. Caracteres. - Hemípteros semiaquáticos, com alguns milímetros de comprimento, de corpo achatado, áspero e olhos, em geral, muito protuberantes (sésseis, não proeminentes em Nerthrinae); aspecto geral de pequeninos Batráquios, mormente quando examinados de frente (fig. 432).
Fig.
432 M o n o n y x r a p t o r i u s ( F a b r . , 1803), v i s t o de f a c e (Nerthridae) ( c e r c a de X 10) ( L a c e r d a d e l . ) .
Não é muito, facil encontrá-los, pois a cor que apresentam fá-los quasi desaparecer no meio em que vivem. Ocelos geralmente presentes (ausentes ou muito pequenos em Nertha Say, 1832); antenas de tres ou quatro segmentos, com o terceiro muito curto, mais curtas que a cabeça e escondidas sob os olhos, como nos demais Hemí101 102 103
Lat. Gr. Gr.
galgulus, nome de uma ave. monos, única; onyx, unha. gelastos, que faz rir; coris, percevejo.
NERTHRIDAE
313
pteros desta subordem; rostrum curto, robusto, de quatro segmentos. Pronotum bem mais largo que longo. Hemelitros com clavus, corium e membrana (Gelastocorinae), ou sem membrana e totalmente coriáceos (Nerthrinae); em Nertha soldados na linha mediana. Pernas anteriores distintamente de tipo raptorial, com fêmures fortemente dilatados; tarsos geralmente apresentando a seguinte fórmula: 1-1-3; nos anteriores ha duas garras (Gelastocorinae) ou apenas uma (Nerthrinae).
Fig.
433 - Mononyx sp., visto de cima (X 3).
Fig.
434 - Gelastocoris (Nerthridae (X 4).
sp.
No Brasil encontram-se frequentemente: Gelastocoris quadrimaculatus variegatus (Guérin, 1844), Gelaslocoris (Guérin, 1844) (= G. nebulosus (Guérin, 1833)), Gelastocoris vicinus (Champion, 1901), Mononyx nepaeformis (Fabr., 1775) e M. raptorius (Fabricius, 1803) (fig. 432). Na fig. 434 vê-se uma espécie de Gelastocoris que parece ser a que CHAMPION designou como G. vicinus Montandon, in litt.
314
INSETOS DO BRASIL
393. Habitos. Os nas margens dos riachos e com facilidade.
Nertrideos vivem gregariamente dos pântanos. Correm e saltam
As espécies de Mononyx Laporte, 1832, vivem enterradas na lama, daí se apresentarem com uma crosta de terra dificil de se retirar. São tambem predadoras. 394. Espécies mais interessantes. - Ha descritas cerca de 50 espécies de Nerthridae distribuídas nas duas subfamílias - Nerthrinae (Mononychinae) e Gelastocorinae. 395. B i b l i o g r a f i a . MELIN, D. 1930 -
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396. Caracteres. - Distinguem-se dos demais Criptoceratos, sem ocelos, por apresentarem as pernas anteriores distintamente raptórias e os tarsos posteriores providos de garras normais. Constituem esta superfamília as Naucoridae, Belostomatidae e Nepidae.
famílias
Aphelochiridae,
NEPOIDEA
315
A família Aphelochiridae, por alguns autores ainda considerada como subfamília de Naucoridae, compreende algu. mas espécies das regiões paleártica, australiana e africana. Tais insetos são bastante curiosos, pois neles as pernas anteriores não apresentam fêmures dilatados e os tarsos ainda possuem dois artículos e duas garras, e, provavelmente, a respiração é cutânea. As caracteres
outras famílias distinguem-se indicados na chave seguinte:
principalmente
pelos
Membrana pouco diferenciada do resto do hemelitro; embolium quasi sempre distinto; abdomen sem apêndices caudais (respiratórios) ........................................... Naucoridae Membrana bem diferenciada do resto do hemelitro e com nervuras reticuladas; sem embolium; abdomen com apêndices caudais ............................................................ 2
1
1'
2(1')
Apêndices caudais do abdomen curtos e chatos, retráteis; pernas (excetuando às vezes as anteriores) da 2 artículos tarsais; posteriores mais ou menos adaptadas à natação ....................................................... Belostomatidae Apêndices caudais do abdomen longos e finos, não retráteis; pernas de 1 artículo tarsal; posteriores, não adaptadas à natação, ambulatórias ........................... Nepidae
2'
Família NAUCORIDAE
104
397. Caracteres. Hemípteros aquáticos, pequenos ou de porte médio, de corpo elítico ou oval, geralmente deprimido e liso, apresentando pernas anteriores raptórias, com fêmures fortemente dilatados como em Nerthridae e em Belostomatidae. Os Nertrideos, porem, apresentam olhos protuberantes (nos Naucorideos a margem externa do olho continua-se com a margem da cabeça) e ocelos, quasi sempre bem visíveis e os Belostomatideos possuem um par de apêndices caudais.
104
Gr.
naus,
navio;
coris,
percevejo.
316
1NSETOS DO BRASIL
Antenas de quatro segmentos; rostrum de tres segmentos. Os hemelitros apresentam um embolium distinto e membrana sem nervuras. Pernas anteriores raptórias, com femur consideravelmente dilatado e apresentando um sulco no bordo inferior. no qual se encaixa a tíbia. Pernas posteriores não adaptadas à natação. Os tarsos apresentam geralmente a seguinte fórmula: 1-2-2; os anteriores sem garras.
Fig. 435 Pelocoris bipustulatus (Herrich-Schaeffer, 1853) (Naucoridae) (X 4).
398. Hábitos. - Vivem os Naucorideos em águas estagnadas ou correntes, porem de curso lento. Nadam bem, batendo simultaneamente as pernas posteriores. São predadores e muito vorazes; atacam pequenos animais aquáticos, inclusive outros Hemípteros. Embora vivam de preferência no fundo dágua, ou escondidos no meio das plantas aquáticas, vêm, de vez em quando, à superfície para respirar o ar livre, levando, quando
NAUCORIDAE
317
descem, uma certa provisão entre as asas e a face superior do abdome. A noite podem sair dágua e voar, voltando, porem, no fim de algum tempo, ao mesmo habitáculo, ou mergulhando em outro pantano. 399. Espécies mais interessantes. - Ha cerca de 150 espécies descritas, em grande parte da região neotrópica.
Fig.
436-
Cryptocricus barozii ( S i g n o r e t , 1850) ( X 7) ( L a c e r d a d e l . ) .
(Naucoridae).
As principais espécies brasileiras pertencem aos gêneros Ambrysus Stal, 1862 (subfam. Cryptocricinae), Pelocoris Stal, 1876 (subfam. Naucorinae) e Limnocoris Stal, 1860 (subfam. Limnocorinae). Na fig. 436 acha-se representado um Cryptocricus (C. barozii (Signoret, 1850)), bem característico, pelo aspecto dos hemelitros, que ficam reduzidos ao corium posteriormente truncado.
318
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Família
(Belostomidae) 401. médio das
Caracteres.
ou
"baratas o
tylus
105 Gr.
e
Hemípteros aspecto
plenamente
aquáticos,
característico,
justificando
a
de
tamanho
semelhante
designação
ao
vulgar-
dágua".
Quasi e
grande
baratas,
-
todos saliente
belos,
dardo;
apresentam entre
stoma,
os
boca.
cor olhos.
castanha
clara
ou
escura
BELOSTOMATIDAE
319
Embora tenham muitas afinidades com os Hemípteros da família precedente, deles entretanto, se distinguem, por apresentarem pernas posteriores distintamente achatadas e ciliadas, bem adaptadas, portanto, para a natação e um par
Fig.
437
-
Lethocerus
grandis
(L.,
1767)
(Belostomatidae).
320
INSETOS DO BRASIL
de apêndices curtos achatados e retráteis, na extremidade do abdomen, em relação com dois sulcos aeríferos (fig. 439). Antenas de quatro segmentos com o, segundo e o terceiro dilatados ou prolongados no lado interno; rostrum curto, robusto (fig. 438). Pernas anteriores raptórias, médias e posteriores natatórias; tarsos dímeros. Membrana dos hemelitros com várias nervuras longitudinais.
Fig. 438 Cabeça de Lethocerus, vista pela f a c e i n f e r i o r , p a r a se v e r o a s p é t o d a s a n t e n a s e como se alojam nos sulcos antenais (X 6).
É nesta família que se encontram os maiores Hemípteros conhecidos (espécies de Lethocerus Mayr, 1854). Assim o comprimento de Lethocerus maximus De Carlo, 1938, pode exceder de 100 mm. Lethocerus grandis (Linne, 1767) tem o comprimento um pouco menor (fig. 437). 402. Hábitos, etc. - Os Belostomatideos são grandes predadores. Atacam larvas de outros insetos, girinos e peque-
BELOSTOMATIDAE
321
nos peixes. DE CARLO (1938) observou uma fêmea de Lethocerus annulipes (Herrich-Schaeffer, 1844) que atacava rãs (Leptodactylus ocellatus L.), "Las ranas quedavan sin vida en menos de tres horas, despues de luchar en forma tif anica para librarse de su enemigo. Según mis observaciones, parece ser que las ranas mueren por la constante pérdida de sangre." Apanhando-se um Belostomatideo, deve-se evitar que, com as pernas anteriores, prenda um dedo, porque as picadas destes insetos são sempre extremamente dolorosas.
Fig. 439 Apice men de Lethocerus temente aumentado.
do sp.
abdo(for-
Fig. 440 (Lepeletier
&
Belostoma Serville,
boscii 1825
(Belostomatidae); macho com ovos colocados aos hemelitros) (X 1,7) (Lacerda del.).
Como os Naucorideos, emigram à noite de um para o outro pantano e é nessas excursões noturnas que esvoaçam em torno das lâmpadas elétricas, às vezes em grande número. Isto geralmente se observa em localidades, até então fracamente iluminadas, que passam a ter luz elétrica, principalmente de lâmpadas de arco voltáico.
322
INSETOS DO BRASIL
As espécies dos gëneros Abedus e Belostoma (Zaitha) são interessantes, porque as fêmeas colam os ovos (60 a 180) nas costas dos machos. Estes, ao serem agarrados pela fêmea, procuram desvencilhar-se do amplexo, talvez por lhes ser incômoda longo tempo. Ha maioria canas
cerca de habitantes
acham-se 403.
a
carga
que
terão
de
suportar
durante
100 espécies de Belostomatideos, em sua da América do Sul. As espécies ameri-
bem
estudadas
nos
trabalhos
de
DE
CARLO.
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324
INSETOS DO BRASIL
Família NEPIDAE
106
404. Caracteres, etc. - Hemípteros aquáticos, de porte médio (podendo atingir 50 mm. de comprimento), corpo alongado, alargado ou linear, apresentando, na extremidade do abdome, dois longos filamentos caudais, não retráteis, que, reunidos, formam um tubo ou sifão respiratório.
Fig.
de
441-
Ranatra
sp.
(Nepidae)
(X
1,3).
Antenas de tres segmentos; pernas anteriores raptórias, aspecto característico; médias e posteriores não adapta106 Gr. nepa, escorpião.
NEPIDAE
das à natação. sem garras.
Tarsos
de
um
325
artículo,
os
do
par
anterior
405. Hábitos. - Vivem estes insetos no meio da vegetação submersa ou na lama do fundo dos pantanos, com a qual se confundem. Os ovos de Ranatra são inseridos, um a um, no tecido de plantas flutuantes, vivas ou mortas, ficando expostos dois longos prolongamentos respiratórios, apensos ao polo cefálico. Os ovos de Curicta apresentam tambem tais filamentos, porem sâo curtos, em maior número, formando uma coroa no polo do ovo.
Fig.
442
-
Perna
de
Curicta
sp.
(Nepidae).
Apesar dos Nepideos nadarem mal e andarem no fundo lentamente, são bastante vorazes e, quasi sempre, estão capturando outros pequenos insetos aquáticos. As vítimas prediletas são larvas de Dípteros, especialmente mosquitos da família Culicidae. À noite, como os Naucorideos e Belostomatideos, podem e m i g r a r das coleções d á g u a em q ue se a c h a m p a r a o u t r a s . 406. Espécies mais interessantes. - A família Nepidae compreende cerca de 130 espécies descritas. Na região neotrópica ha apenas dois gêneros com algumas espécies: Curicta Stal, 1860 e Ranatra Fabr., 1790. As espécies do primeire, têm o corpo ovalar, alongado, um tanto achatado e as ancas das pernas anteriores são muito mais curtas que nas espécies de Ranatra. Estas apresentam corpo estreito, linear, e os quadris e fêmures das pernas anteriores muito alongados (v. figs. 441 e 442). Encontra-se frequentemente no Brasil a Ranatra annulipes Stal, 1861.
326
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fusca
NOTONECTIDAE
327
S u p e r f a m í l i a NOTONECTOIDEA 408. Caracteres. - Criptoceratos desprovidos de ocelos, com pernas anteriores e médias normais; as posteriores, adaptadas para a natação, têm as tíbias e os tarsos fortemente ciliados; garras tarsais indistintas, setiformes. Adotando o critério de ESAKI e CHINA (1928), não incluo nesta superfamilia as famílias Pleidae e Helotrephidae, as quais, segundo aqueles autores, constituem uma superfamília à parte - Pleoideae. Fica, assim, No tonectoidea reduzida exclusivamente à família Notonectidae. Família
N O T O N E C T I D A E 107
409. Caracteres. - Hemipteros aquáticos, pequenos ou de porte médio, de corpo mais ou menos alongado, relativamente estreito e fortemente convexo na parte dorsal. São os únícos Hemípteros que, exclusivamente com as pernas posteriores, nadam de costas.
Fig.
443
-
Anisops
sp.
(Notonectidae)
(cerca
de
X
6).
Cabeça, conquanto movel, bem destacada do ponoto; antenas de quatro segmentos; olhos grandes, reniformes; rostrum de tres a quatro segmentes. Pronoto mais largo ao 107
Gr.
notos,
dorso;
nectos,
nadador
328
INSETOS DO BRASIL
nivel dos ângulos humerais. Pernas posteriores natatórias, providas de longos pelos; tarsos de dois artículos; os anteriores, às vezes, com um artículo. Face inferior do abdome apresentando uma quilha ou carena mediana e, de cada lado, uma franja de longos pelos hidrófugos, dirigidos para a linha mediana e inseridos numa prega marginal. Esta disposição permite, quando o inseto se acha nágua, a formação de duas câmaras aéreas, uma de cada lado da face ventral, em relação com as aberturas estigmáticas. 410. Hábitos etc. - Os Notonectideos são facilmente reconhecidos quando nágua, pois, como disse, nadam quasi sempre de costas, isto é, com a face ventral voltada para cima. Vivem principalmente em águas tranquilas de pantanos e até mesmo de poços, frequentando, de preferência, a camada mais próxima à superfície. Raramente são vistos em riachos de curso um pouco rápido. Sempre muito ativos, nadam rapidamente à custa de movimentos simultâneos, como de remos, das pernas posteriores. Estas, quando o inseto repousa, ficam estendidas e perpendicularmente dispostas em relação ao eixo. longitudinal do corpo. As anteriores e médias servem para capturar as presas de que se nutrem estes insetos, representadas por um grande n ú m e r o de espécies a q u á t i c a s . Ha Notonectideos que põem os ovos à superfície dos galhos ou folhas de plantas submersas; outros, porem, os introduzem, mediante um ovipositor, nos tecidos das plantas aquáticas. Sendo, em geral, insetos muito leves, para repousar precisam sempre prender-se a um suporte qualquer. Como outros Criptoceratos, podem tambem sair do meio em que se acham e, voando, atingir outra coleção dágua.
NOTONECTIDAE Dizem que a picada ferroada de uma abelha. qual
são
conhecidos
na
destes insetos Daí e nome
aos
gêneros
doe tanto como a "Wasserbienen" pelo
Alemanha.
Ha cerca de 120 espécies descritas Brasil as espécies mais frequentemente cem
329
Notonecta
Linne,
1767
desta família. No encontradas pertene
Anisops
Spinola,
1837. 411.
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330
INSETOS DO BRASIL
Superfamília
PLEOIDEA108
412. Caracteres. H e m í p t e r o s aquáticos, de alguns m i l í m e t r o s de c o m p r i m e n t o , a p r e s e n t a n d o os seguintes c a r a c t e r e s : c o r p o f o r t e m e n t e c o n v e x o , cabeça e p r o n o t o m ai s ou m e n o s f u n d i d o s , r o s t r u m de q u a t r o segm ent os, sendo os dois basais m u i t o c u r t o s ; h e m e l i t r o s m u i t o espessos, cob r i n d o todo o a b d o m e n ; p e r n a s a m b u l a t ó r i a s , o p a r poster i o r u m t ant o m o d i f i c a d o p a r a a n a t a ç ã o , a p r e s e n t a n d o d u as fileiras de c e r d a s nas tíbias e tarsos, estes, em t odas as p e r n a s , c om duas g a r r a s .
Fig.
444 Plea sp.., o ovipositor saliente Hungerrord,
1919,
fêmea adulta com (Pleidae) (De est.
25,2).
C o n s t i t u e m esta p e q u e n a s u p e r f a m í l i a as duas f a m í l i a s Pleidae e Helotrephidae, esta com al gum as espécies brasileiras, a q u e l a com vá r i os r e p r e s e n t a n t e s do gênero, Plea L e a c h , 1818, de vasta d i s t r i b u i ç ã o g e o g r á f i c a . As espécies de Plea das regiões n e á r t i c a e n e o t r ó p i c a p e r t e n c e m ao s u b g ê n e r o N eopl ea E saki & China, 1928. 413. Bibliografia. ESAKI, T. & CHINA, W. E. 1928 - A monograph of the Helotrophidae, subfamily Helotrophinae (Hem. Heteroptera). Eos, 4:129-172, 14 figs. 108 G r . pleo, n a v e g a d o r .
PLEOIDEA
331
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CORIXIDAE109
414. Caracteres, etc.- Hemípteros aquáticos, com alguns milímetros de comprimento, geralmente de cor amarelada, com riscas pardo-escuras transversais no pronotum e pintas da mesma cor nos hemelitros. Muito parecidos com os Notonectideos, deles, porem, se distinguindo, principalmente, por terem a cabeça tâo larga ou pouco mais larga que protorax e por nadarem com dorso voltado para cima. Corpo achatado na parte dorsal. Antenas de quatro segmentos; olhos grandes, sem ocelos; rostrum excessivamente curto, aparentemente não separado da face. Devido à conformação peculiar do rostrum, BÖRNER (1904) considerou estes insetos como constituindo uma subordem à parte Sandaliorrhyncha. Tarsos das pernas anteriores (palae) de configuração peculiar (palaeformes), isto é, em forma de colher, adaptados para a apreensão do alimento. Pernas médias longas e finas, funcionando como orgãos fixadores; posteriores natatórias, isto é, achatadas e franj a d a s de longos pel os . 109
Gr.
coris,
percevejo.
332
INSETOS DO BRASIL
Dentre os caracteres que servem para distinguir os dois sexos nestes insetos, ha a assinalar, como mais interessantes, a estrutura asimétrica dos tres últimos segmentos abdominais nos machos e a presença, no sexto urotérgito, de um orgão de função duvidosa, chamado strigil, provido de dentes quitinosos. Os tarsos anteriores são tambem providos, na face anterior, de uma ou duas fileiras de dentes. Do atrito destes com uma área estridulatória no femur da perna do lado, oposto, resulta a produção de um ruido. Nas fêmeas não ha tais orgãos estridulatórios e os segmentos abdominais são simétricos.
Fig.
445-
Sigara
sp.
(Corixidae)
(X
6).
415. Hábitos. - Os Corixídeos são encontrados mais frequentemente em águas estagnadas ou em riachos de curso lento. Embora nadem bem, sâo geralmente vistos no fundo dessas águas, em logares em que ha vegetação submersa e onde penetram livremente os raios solares, ou agarrados às plantas ou a quaisquer suportes submersos. À noite, porem, podem sair dágua atraidos pela luz das lâmpadas de iluminação. Os ovos são colados em massa nos objetos mergulhados. HUNGERFORD (1919) demonstrou que os Corixídeos se alimentam da substância flocosa que se encontra em abun-
CORIXIDAE
333
dância no fundo dos pântanos. Embora tal matéria seja, em grande parte, de origem vegetal, nela se encontram muitos protozoários e outros animáculos, que são ingeridos. Verificou tambem o mesmo autor que estes insetos se alimentam da clorofila de Spirogyra. Os Corixideos, de vez em quando, vêm à tona dágua para respirar o ar livre e acarretam sempre uma tenue camada de ar, que envolve quasi completamente.
F i g . 446 Cabeça (vista frontal) e pernas a n t e r i o r e s d o C o r i x i d e o d a f i g . 445, v e n d o - s e , n a perna, esquerda, o aspecto característico da palea.
Provavelmente realiza-se tambem nestes insetos uma respiração cutânea suplementar, que lhes permite a permanência no meio aquático durante muito tempo, sem que necessitem vir à tona dágua para respirar o ar livre.
334
INSETOS DO B RASIL
416. Classificação. espécies desta família, ctinae e Corixinae. Da primeira só Tenagobia Bergroth, Fabr.,
1775,
aliás
o
Já foram distribuídas
descritas mais nas subfamílias
de 280 Microne-
ha, como espécies brasileiras, o 1899 e da segunda o gênero que
abrange
o
maior
número
de
gênero Sigara espé-
cies de Corixidae. 417.
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ÍNDICE Abacateiro, 87 ABBOT, 37 Aboboreira, 85 ABRAHAM,254, 290 A canthaspididae, 207 A canthia hemiptera, 247 lectularia, 173, 178, 247 rotundata, 247 Acanthides, 308 Acanthiidae, 25 244, 308 Acanthiiformes, 308 Acanthocephala latipes, 83, 84 Acanthocephalini, 82, 83 Acanthocerus clavipes, 80, 82 Acanthosomatinae, 44 Acaulona brasiliana, 121 Actinote, 49 pellenea, 49 Adricomius, 186 Aepophilidae, 25, 310 Agnosoma flavolineatum, 70 Alabama argillacea, 50 Alcaeorrhynchus grandis, 48, 50 Algodão cravo, 118 Algodão do mato, 118 Algodoeiro, 85, 87, 94, 105, 107, 108, 114, 115, 136 Algodoeiro do campo, 118 ALLEN, 255 Alydidae, 24, 79, 89 Amaranthus spinosus, 120 Ambrysus, 317 Amendoeira, 47 Amitermes foreli, 130
AMYOT, 36 ANDRÉ, 108, 111 Aneuridae, 129 Aneurus, 128, 129 subdipterus, 129 Angelica, 87 Anisops, 327, 329 Anisoscelini, 82, 83 Anthocoridae, 13, 25 243, 244, 260 Anthocorinae, 261 Apateticus (Eupodisus) mellipes, 49 Aphelochiridae, 27, 314 Aphelonotus simplus, 235 Apiomeridae, 217 Apiomerinae, 161, 163, 217 Apiomerus, 177, 217 flavipennis, 73, 217 lanipes, 217, 221, 223 picipes, 217 Apis mellifica, 217 Araçazeiro, 85 Arachnocoris albcannulatus, 236, 237 Aradidae, 22, 127, 128 Aradoidea, 25, 125 Aradomorpha, 26, 157, 169, 210 Chinai, 210 crassipes, 210 Aradus, 127, 128 (Aradus) falleni, 129 Arilus, 155, 159, 218 carinatus, 218, 403 serratus, 218 Arocera (Euopta) spectabilis, 61 Arroz, 56, 58, 63, 91, 105 Arvelius albopunctatus, 55, 61 Asclepias curassavica, 108
338
INSETOS DO BRASIL
Asopinae, 44, 48 Athaumastus haematicus, 80, 82 ATKINSON, 290 Atta, 91 Augocoris illustris, 68 Autcmeris coresus, 50 AUTUORI, 219 AWATI, 28, 290 BACOT, 25l Bactrodes, 164 biannulatus, 164 Bactrodinae, 161, 162, 164 BAKER, 37 Baratas, 180, 208 Barbeiros, 167, 178 BARBER, 37, 74, 102, 111, 166, 220 254 BARBIELLINI, 67 BARRADAS, 87 BARRETO, 220, 231 Barriguda, 118 BASSO, 189, 227 Batata doce, 86 Batatinha, 53, 122 BAUNACKE, 16 28, 326 BEIER, 36 Belminus, 186, 187, 190, 191 rugulosus, 187, 190, 191 Belostoma boscii, 321 Belostomatidae, 27, 314, 315, 318 Belostomidae, 318 BEQUAERT, 28, 220 BERG, 36, 37 BERGROTH, 74, 100, 101, 109, 111, 130, 135, 138, 220, 290, 292 BERLESE, 245 Bercaldus, 60 Berytidae, 23, 97, 98 Beskia cornuta, 73 Bexiga do cacáo, 273 Bicho de parede, 178 Bidens pilosa, 289 BLANCHARD, 53, 138 BLATCHLEY, 37, 142, 145, 236, 247 254 Blissinae, 103 Blissus leucopterus, 104, 106 BLOETE, 94, 115, 122 Blood-sucking cone nose, 178 BOERNER, 37, 331, 334
Bolbodera, 186, 187, 191 seabrosa, 186, 191 Bombacaceae, 118 Bombax ventricosa, 118 BONAME, 173 BONDAR, 54, 82, 94, 136, 138, 139, 274, 275, 276, 278, 282, 290 Borrachudos, 178 BOSELLI, 56 BOSQ, 37, 53, 66, 82, 86, 91, 93 Bougainvillea, 54 Bozius, 9, 66 Bracatinga, 45 Brachyrhynchidae, 129 BRANDAO FILHO, 82 BRANDT, 17, 28 BREAKEY, 14, 28, 94 BRIEN, 46, 47, 74 BRINDLEY, 28, 334 BRITTON, 37, 265 BROCHER, 17, 28 Brentostoma, 215 rubrum, 217 BRUCH, 108, 111 BRUCK, 121 BRUMPT, 171, 174, 180, 193, 205, 220 BRUNNER, 74, 111, 138, 212, 220,221, 223, 290 Brycorinae, 265, 289 BUCHNER, 29, 254 BUENO, V. TORRE-BUENO BUGNION, 29 BURMEISTER, 176, 177 Butuá de corvo, 118 BUXTON, 221 Cabassus unicinctus, 180 Cacaueiro, 85, 273, 274, 275 Cacodmidae, 244 Calliodis picturata, 161, 262 CALVERT, 190 Camarochilus, 231 Cambui, 47 Camponotus, 90 CAMPOS, 177, 180 Cana de açucar, 100 Canavalia,. 82 ensiformis, 82 Canopus, 67 Canthacaderinae, 135 Capim arroz, 63 Capsicum, 66 Capsidae, 22, 261 Capsinae, 265, 289 Caramboleira, 85
ÍNDICE
Carapicú, 118 Caridoma, 211 pallens, 214 CARINI, 201, 204, 221 CARLO, 318, 321, 322 Carrapicho, 118 CARTER, 19, 29, 264 Carthasinae, 236 Carthasis, 235, 236 Carurú de espinho, 120 Cascudos, 178 Cassia, 82 Castanheiro do Maranhão, 118 Cavernicola, 154, 186, 188 pilosa, 186 Cecropia, 274 adonopus, 278 Centroscelidae, 82 Ceratocombidae, 21, 293 Ceratocombinae, 294 Ceratozygum, 45 horridum, 45 Cerodon rupestris, 177, 180, 181,206 Cetherinae, 161, 162, 210 Cetherini, 210 CHAGAS, C., 19, 177, 180, 181, 184, 197, 204, 222 CHAGAS, E., 196 CHAMPION, 133, 138, 145, 266, 313 Chariesterini, 82 Chariesterus armatus, 81 CHAVES, 183 CHINA, 9, 29, 38, 66, 74, 130, 254, 310, 327, 330, 331 Chinch-bug, 104 Chincha voadora, 178 Chorisia, 118, 121 Chryxinae, 161, 162 Chupança, 178 Chupança do cacáo, 273 Chupão, 178 Cimex, 247 erythrozonias, 203 foedus, 247 gigas, 203 hemipterus, 247, 248, 249, 250, 251, 252 lectularius, 173, 178, 247, 248, 249, 252 limai, 245, 247 passerinus, 247 rotundatus, 247 variegatus, 203 Cimicidae, 25, 243, 244
339
Cimicinae, 246 Cimicinae, 48 Cimicoidea, 242 Claenocoris, 67 CLARK, 197, 222 Clerada,. 109 apmmornis, 109, 110, 172 nidicola, 110 Clerodendron, 137 Clinocoridae, 25, 244 Clinocoris lectularius, 247 Clivineminae, 265 Cnemodus, 97 Cochlospermaceae, 198 Cochlospermum insigne, 118 COKER, 303 Collaria scenica, 288 Colobathristes, 100 chalcocephalus, 100, 102 Colobathristidae, 24, 97, 98, 100 Conorhinidae, 167 Conorhinus, 186 claviger, 203 corticalis, 197 gigas, 196 gracilipes, 204 lateralis, 203 lenticularius, 203 lutulentus, 197 nigrovarius, 204 octotuberculatus, 204 paulseni, 204 phyllosoma, 200 porrigens, 196 renggeri, 204 sextuberculatus, 234 stalii, 203 COOK, 264, 294 Copium hamadryas, 137 Coptosomatidae, 23, 42 Coptosomidae, 23, 42 Coptcsomoides, 9 CORDERO, 247, 2 5 5 Corecorini, 82 Corecoris, 86, brevicornis, 86 dentiventris, 86 fuscus, 81, 86 Coreidae, 24, 79, 80 Coreinae, 81, 82 Coreini, 82, 87 Coreoidea, 79
340
INSETOS DO BRASIL
Corimelaena, basalis, 67 Corimelaenidae, 23, 42, 67 Coriscidae, 24, 79, 89 Corixidae, 27, 331 Corixinae, 334 Corixoidea, 331 Corizidae, 24, 79, 92 Corizus (Liorhynus) hyalinusi 91, 93 (Niesthrea) sidae, 92, 93 pictipes, 93 Cornitermes, 208 CORNWALD, 16, 29, 255 Corticicolae, 127 Cortiço, 82 Coryzoplatus rhomboideus, 87 Coryzorhaphis leucocephala, 50, 51 COTTON, 84, 85 CRAGG, 245, 246, 248, 255 CRAMPTON, 29 Crinocerus sanctus, 81, 82 Crotalaria, 56, 57, 70, 90 CRUZ, 69 CRUZ, Fº., 184, 185 Cryptecerata, 20, 26, 310 Cryptocricus, 317 barozii, 317 Cryptostemmatidae, 21, 293 Cryptostemmatinae, 294 Cryptostemmatoidea, 293 Cucurbitaceae, 84 Cuiteleiro, 118 CUMMINGS, 323 Curicta, 325 Curuquêrê, 50 Curupira, 100 illustrata, 100 Cydnidae, 23, 42, 65 Cylapinae, 265 Cyminae, 103 Cyphothyrea, 45 Cyrtocorinae, 44, 45 Cyrtocoris, 45 gibbus, 45 Cyrtopeltis varians, 260 Cyrtorrhinus lividipennis, 264 mundulus, 264 Dalia, 82 DALLAS, 38 DAMPF, 59, 74
Dasypus novemcinctus, 177, 180 DAVIS, 37 DEANE, 109, 110, 111, 193, 223 DEAY, 94 DEBAISIEUX, 329 DELONG, 37 DENIER, 93 DESLANDES, 85, 87, 121 DEVENTER, van, 100, 101 Dhalia variabilis, 53 Diactor bilineatus, 6, 10, 73, 83 DIAS, EM., 190, 200, 222 DIAS, EZ., 183 Dicyphinae, 265, 266 Dicyphus minimus, 266, 273 Dicysta lauta, 135 Dinidor, 51 mactabilis, 51, 59 Dinidorinae, 44, 51 DINIZ, 121 Dinocoris, 53, 54 gibbus, 59 histrio, 54 maculatus, 54 peregrinator, 54 variolosus, 54, 55 Dione, 49 juno, 49, 50 Dipetalogaster, 202 Dipsocoridae, 21, 293 Dipsocoroidea, 293 Discccephala, 54 Discogasterini, 82, 87 Disodiidae, 22 DISTANT, 33, 90, 135, 222,266, 290 Doença de Chagas, 160 DOHRN, 305 Doliehos, 82 DONOVAN, 178 DRAKE, 56, 74, 135, 137, 138, 139,140, 300, 303, 305 DUDICH, 148 DUFOUR, 29, 323 Dufouriellinae, 261 DUNN, 193, 195, 197, 222, 248, 249, 250, 255 DUTRA, 99, 273 DUZEE, van, 37, 38, 272 Dysdercus, 113, 114, 115, 116, 121 albofasciatus, 113 clarki, 113
ÍNDICE
honestus, 113, 115, 121 longirostris, 113, 117, 118, 119, 120, 121 maurus, 113 mendesi, 113, 115, 121 ruficolis, 113, 114, 115, 116, 121 Dysodiidae, 127, 129 Dyscdius, 129 lunatus, 128 Eciton, 179, 185 Ectrichodia, 177, 215 Ectrichodiidae, 214 Ectrichodiinae, 154, 161, 162, 214 Edessa, 61, 71, 72 glaucesens, 53 meditabunda, 53 praecellens, 71 Eidmannia, 214 attaphila, 214 EKBLOM, 29, 38 Elasmodema, 143 erichsoni, 143 Elasmodemidae, 143 ELSON, 9, 30, 66, 171 Embiruçu, 118 Emesidae, 26, 150 Empicoris, 54 Engytatus, 272 geniculatus, 267, 269, 272 notatus, 265, 266, 269, 273 Enicocephalidae, 24, 142, 143 Enicocephalus, 144 concolor, 144 rhyparus, 145 spurculus, 145 Epipolops frondosus, 113 Eratyrus, 188, 188, 193 cuspidatus, 194, 195 mucronatus, 193, 194 eratyrusiforme, 194, 195 Erva de lagarta, 49 Erva moura, 86 ESAKI, 264, 296, 327, 339 ESSENBERG, 329 ESTABLE, 74 Eupatorium, 49 Euryophthalminae, 113 Euryophthalmus, 113, 121 humilis, 114, 117, 121 lunaris, 121 rufipennis, 121 Euschistus, 59 latus, 58 triangulator, 43 variolarius, 48
341
Eutriatoma, 186, 187, 188, 189, 190, 198 arthuri, 189 carrioni, 199 flavida, 198, 200 gomesi, 199 maculata, 200 nigromaculata, 198, 201 oliveirai, 200 oswaldoi, 199, 200 rubroyaria, 200 sordida, 199, 200, 206 tibia-maculata, ]99, 200, 206 venosa, 198 EVANS, 149, 245, 296 FABRICIUS, 38 FARlA, 184, 185 FAURÉ-FREMIET, 30 Feijão, 82 Feijão de porco, 82 FERREIRA, 109, 110, 111, 193, 223 FERRIS, 240, 241, 242 FIEBER, 39, 334 Figueira, 67 Fincão, 178 Fim-fim, 178 FRACKER, 94 FRACKER, 212, 221, 223 Frontirostria, 3 Fumo, 86, 87, 100, 106, 122, 266 FUNKHOUSER, 37 Furão, 178 Furnarius rufus, 247 GABLER, 30 Galeacius martini, 70 Galeottus formicarius, 90 Galgulidae, 26, 312 Galgupha (Acrotmetus) schulzii, 67 (Eurysytus) basalis, 67 GALLIARD, 30, 223 Gallus domesticus, 247 GAMINARA, 200, 223 GARDENA, 150, 151 Gargaphia torresi, 136 GEISE, 30 Gelastocoridae, 26, 312 Gelastocorinae, 314 Gelastocoris, 313 nebulosus, 313
342
INSETOS DO BRASIL
quadrimaculatus, 313 variegatus, 313 vicinus, 313 Gevcoridae, 24, 97 Geocorinae, 103 Geocorizae, 21 Gerridae, 21, 297, 298 Gerrinae, 300 Gerroidea, 297 GIBSON, 94, 95, 135, 141 GILLETT, 36, 223 GIRAULT, 94, 255 GLASGOW, 14, 30 Glomerella gossypii, 116 GODGLUECK, 30 Goiabeira, 68 GOMES, F., 180, 181,205, 220 GOMES, J., 53, 74, 85, 118, 122 GONÇALVES, 82, 84, 94 GONZAGA, 180 Gossypium, 118 GOULD, 303 Gramineae, 104, 264 Grape fruir, 84 Graphosomatidae, 23, 42 Graptocleptes, 157, 219 Grevillea robusta, 52 Guaco, 82 Guaxima, 118 Guaxuma branca, 289 Gymnocerata, 20, 21, 42 Haematosiphon, 246 inodora, 245, 246 Haematosiphoninae, 246 HAGAN, 242 HAHN, 39 Halobates, 300 Halobatinae, 300 marítima, 301 Halovelia, 301 HAMBLETON, E, 85, 95, 139, 289, 291 HAMBLETON, J., 93, 95 Hamelia patens, 274 HAMILTON, 326 Hammacerinae, 215 Hammacerus, 216 Hammatoceridae, 215 Hammatocerinae, 215 Hammatocerus, 177, 216 HAMNER, 30, 75 HANDLIRSCH, 30, 149 HARNED, 255 HARRm, 236, 237, 238, 300, 303 HASE, 223, 224, 226, 252, 256
HATHAWAY, 47, 71, 85, 87 HAVILAND, 212, 225 Hebridae, 23, 26, 297, 304 Hebrus, 304, 305 concinnus, 305 parvulus, 306 HEERDEN, 56, 75 HEIDEMANN, 31, 99, 175 Helopeltis, 274, 280, 282 Helotrephidae, 27, 330 HEMPEL, 115, 123 Heniartes, 217 Henicocephalidae, 24, 143 Henicocephalus, 144 Herpetomonas elmassiani, 108 HERRICH-SCHAEFFER, 39 Hesperoctenes, 239, 240 fumarius, 239, 240 impressus, 239, 241 Heterogastrinae, 104 Heteroptera, 3 Heterotermes, 130 Hexacladia smithii, 72, 83 HEYMONS, 31, 75 Heza insignis, 160, 218, 229 Hibiscus, 118 esculentus, 107, 118 Hiranetis, 175, 219 Hirilcus, 81 gracilis, 80 HOFFMANN, 87, 200, 225 HOKE, 31 HOLDRIDGE, 95 HOLMES, 123 Holoptilinae, 161 Holymenia, 83 clavigera, 81 histrio, 83 Homalocoris, 216 HOOD, 31, 111 HOPPE, 329 Horcias nobillelus, 289 HORVATH, 31, 75, 95, 101, 112, 141. 242, 256, 236, 308 HOWARD, 99, 273 HOWES, 152, 159 HUNGERFORD, 31, 296, 303, 307, 308, 314, 323, 326, 329, 332, 334 HUNTER, 291 HURTADO, 204 HUSSEY, 70, 75, 122, 123, 225. 323 HUTCHINSON, 256
ÍNDICE
Hyalymenus, 90 tarsatus, 90 Hydrobatidae, 21, 298 Hydrobiotica, 297 Hydrocorizae,26 Hydrometra, 295, 296 caraiba, 296 metator, 296 Hydrometridae, 21, 294 Hydrometrinae, 296 Hydrometroidea, 294 Hyocephalidae, 24, 97 Hypselonotus fulvus, 86, 87 interruptus, 86, 87 IHERING, 46, 75 ILLINGWORTH, 109, 112 Infericorncs, 97 Infericornia, 97 IRAGORRY, 225 Ischnodemus, 103 Isodermidac, 22, 126, 129 Isodermus, 129 gayi, 129 Isometopidae, 22, 243 JACZEWSKL 31, 296, 308, 329, 334 Jadera sanguinelenta, 93 Jalysus, 99 sobrinus, 98, 99 JANISH, 256 Jatropha curtas, 68 JEANNEL, 168, 202, 209, 225 JENSEN-HAARUP, 149, 256 Joá, 63 João de barro, 247 JONES, 56, 75, 249, 257 Joppeicidae, 22, 26, 143 JORDAN, 242, 257 JÖRG, 202, 225, 227, 228 KEMPER, 257 KERSHAW, 33 KIMBALL, 176 KING, 264, 291 KIRKALDY, 31, 39, 75, 257, 329, 335 KIRKPATRICK, 107, 112 Kissing-bug, 178 KNIGHT, 31, 37, 265, 291 Kodormus, 166 bruneosus, 166 KRAMER, 318 KUSKOP, 32, 76 LABOULBENE, 173 LAFONT, 173, 175, 177, 178, 179 Lagarta rosada, 108 LAMEERE, 32
343
Lamus, 186 LAPORTE, 39, 219 Laranjeira, 70, 82, 84, 118, 119 Larginae, 113 Largus, 121 LARROUSSE, 183, 192, 193, 203, 225 Lecticolae, 244 LEFEBVRE, 326 Leguminosas, 90, 289 Lemna, 306 LENT, 110, 112, 186, 189, 193, 199, 201, 202, 20t, 226, 230, 232, 217, 257 Leogorrus, 209 formicarius, 209 litura, 180, 209 LEON, 258 LEONARD, 84, 95 Leopoldina piassaba, 183, 193 Leptocorisa, 91 filiformis, 91 Leptocorisinae, 91 Leptodactylus ocellatus, 321 Leptoglossus, 83, 85 conspersus, 85 dilaticollis, 81, 85 gonagra, 83, 86, 120 stigma, 83, 84, 85, 86 Leptopodidae, 308 Leptopodcidea, 308 Leptoscelini, 82, 85 Leptoscelis, 84 LETHIERRY, 39 Lethocerus, 4, 17, 320 annulipes, 321 grandis, 319 maximus, 320 LIIBANIO, 183 LICHE, 300 LIMA, COSTA, 73, 76, 95, 141, 149, 185, 186, 216, 226, 236, 237, 238, 242 LIMA, F., 53, 58, 59, 76 Limaia ruber, 207 Limnobatidae, 21, 294 Limnobatodinae, 296 Limnocoris, 317 Limnogonus, 300 aduncus, 298 Linshcosteus, 154, 186 carnifex, 154 Liotingis aspidospermae, 136 LISBOA 183 LIST, 258
344
INSETOS DO BRASIL
Litoralia, 310 Lobostoma, 66 LocY, 16, 32, 326 Lophocephala, 169 Loxa flavieollis, 61 LUGO, 193, 220 LUNDBLAD, 335 Lycambes, 81 Lyctocorinae, 261 Lyctocoris campestris, 261 Lygaeidae, 22, 24, 97, 98, 101 Lygaeinae, 103 Lygaeoidea, 97 Lygus pratensis, 265 MACHADO, 171, 173, 181, 204 Machtima crucigera, 80, 82 MACIEL, 201, 204, 221 Macrocephalidae, 24, 145 Macrocephalinae, 147 Macrocephalus, 148 affinis, 148 notatus, 148 Macroceroea grandis, 113 Macrophthalmus, 211 Macrops, 211 MAGALHÃES, 46, 47, 76 Mal de chupança, 288 MALLOCH, 77, 153, 227, 294 MALOUF, 32, 56, 76 Malvaceae, 107, 114, 118, 289 MAMMEN, 32 Mamoneira, 82 Mamorana, 118 Mangueira, 85 Manicaria saceifera, 109 Maracujá, 83, 84, 87 MARLATT, 176 Marlianus, 186, 191 diminutus, 191 MARSHALL, 32, 326 MARTIN, 314 MATTA, 180, 193, 227 MAULIK, 32, 326 MAXSON, 37 MAYR, 40, 323 MAZZA, 189, 200, 202, 204, 227, 228 MC ATEE, 67, 77, 153, 227, 294 MC KINSTRY, 304 Mecistorhinus, 53 (Antiteuchus) amplus, 54 mixtus, 52, 55
(Mecistorhinus) malanoleucus, 55, 60 sepulchralis, 60 Mecus, 186 MEEK, 32 Megalopyge urens, 50 Megalotomus, 89, 90, palescens, 90, 91 Megaris, 67 Melanolestes, 159, 213 picipes, 158, 160, 169, 213, 392 Melão de S. Caetano, 84, 120 MELIN, 149, 314 MELLANBY, 228, 258 MENDES, D., 272 MENDES, L., 86, 115, 116, 117, 121, 123 Mendo cinia, 310 hygrobia, 310 Menenotini, 82, 85 Menenotus, 85 lunatus, 84, 85, 86 Mepraia spinolai, 202, 205 Merocorinae, 81 Meropachydida, 81 Meropachys nigricans, 80 Merragata, 304, 305 Mesovelia, 307 mulsanti, 307 Mesoveliidae, 25, 297, 306 Mestor, 186, 196 lignarius, 196 megistus (v. Pantrongylus) rufotuberculatus, 196 Metacanthinae, 99 Mexican bed bug, 178 Mezira, 129 Meziridae, 129 MEYERS, 237, 238 MICHALK, 32 Microlestria, 209 fuscicollis, 210 Micronectinae, 334 Microphanurus mormideae, 71 scuticarinatus, 71 Microphysidae, 25, 243 Microtominae, 161, 162, 215 Microtomus, 216 conspicillaris, 219 pintoi, 218 Microvelia, 302 Mictini, 81 Milhã, 63
INDICE
Milho, 104, 105 MILLSAPS, 303 Mimosa, 45 scabrella, 45 Mindarus, 215 Miridae, 11, 22, 243, 244, 261, 262: 263 Mirinae, 265, 273 Miroideae, 243 MITIS, 335 Mocó, 177, 180, 181, 205 Molossus perotis, 240 Monalonion, 274, 283, 286, 287, 288 atratum, 274, 283 bondari, 274, 276 flavosignatum, 275 knighti, 275, 278 parviventre bahiense, 274 xanthophilum, 270, 273, 274, 275, 283 Monitor bug, 178 Mononychidae. 26, 312, 314 Mononyx, 314 nepaeformis, 313 raptorius, 312. 313 MONTANDON,318, 323 MONTANO, 82 MONTE, 53, 57, 70, 77, 82, 84, 85, 93, 95, 106, 123, 135, 141, 289, 291, 318 MOODY, 32, 96 MORAES, 247, 258 MOREIRA, 266, 291 MORGAN, 273 Mormidea, 55, 56, 57, 73 angustata, 59 exigua, 57, 62 notulifera, 57, 62 poecila, 57, 59, 62, 63, 71, 73, 217 v-luteum, 57, 62 ypisilon, 57, 62 Mormodica chrantia, 84, 120 Mosqailla vastatrix, 274, 275, 282 Mosquitos, 178 Mother of bugs, 178 MUIR, 33 MURRAY, 258 MYERS, 33, 38, 123, 130, 254 Myodocha, 101 Myodochidae, 24, 97, 101 Myrmecalydus celeripes, 91 Nabidae, 22, 25, 143, 235
345
Nabididae, 235 Nabinae, 237 Nabis, 235, 237 Nacogaeidae, 26, 304 Nauceridae, 27, 314, 315 Neididae, 23, 97, 98 Neidinae, 99 NEISWANDER,326 NEIVA, 171, 173, 179, 180, 181, 182, 183, 185, 186, 187, 191, 193, 197, 202, 203, 204, 205, 228, 229, 230 Neoblissus parasitaster, 108 Neodine, 53 macraspis, 54 Neogorpis, 235 Neoplea, 330 Neoproba, 272 notata, 266, 272, 273 varians, 266 Neorileya, 71, 72 flavipes, 71 Neotoma micropus, 177 Neotriatoma, 186, 188, 198 circummaculata, 198 limai, 198 Nepaeformes, 314 Nepidae, 27, 314, 315, 324 Nepoidea, 314 Nerthra, 312, 313 Nerthridae, 26, 311, 312 Nerthrinae, 314 Neuroctenus, 129 Nezara (Acrosternum) marginata, 58 (Nezara) viridula, 55, 58, 70, 72, 73 Nicotiana tabacum, 86, 87, 100, 106, 122, 266 NINO, 230 Notocyrtus, 155, 219 inflatus, 232 Notonecta, 329 Notonectidae, 27, 327 Notonectoidea, 327 Nudirostri, 153 Nymphaea, 306 Nysius simulans, 105, 107 Ocelatae, 308 Ochtheridae, 26, 311 Ochtheroidea, 310 Ochtherus, 312
346
INSETOS DO BRASIL
OEVERMANN, 33 Oficial da sala, 108 Ogmocoris reinigeri, 56 OMORI, 258 Oncerotrachelus, 162 Oncopeltus, 105, 108 (0ncopeltus) varicolor, 108 (Erythrischius) fasciatus, 108 Onychiophora, 97 Opisthacidus domesticus, 207 rubropictus, 208, 213 Oplomus (Catostyrax), 50 carena, 49, 50 Orchideas, 289 Oreodoxa regia, 124 ORFILA, 258 Ornithocoris, 247 furnarii, 247 toledoi, 247, 253 Orthaea, 105 bilobata, 106 Orthotylinae, 265 OSBORN, 33, 37 Otiodactylus, 166 signatus, 166, 167 Oxycareninae, 104 Oxycarenus, 107, 108 hyalinipennis, 107, 108 Pachira aquatica, 118 Pachycoris, 17, 68 torridus, 4, 68, 69, 71, 72 Pachygronthinae, 104 Pachylis, 177 pharaonis, 12, 82 laticornis, 82 Pachynominae, 237 Pachynomus, 235, 237 Pacoté, 118 Pagasa, 237 luteiceps, 237 pallidiceps, 237 Paineira, 118, 121 Paineira de Cuba, 118 PAINTER, 112, 264, 292 Palmeira imperial, 124 Panicum, 91 crusgali, 63 numidianum, 288 sanguinalis, 63 Panstrongylus, 186, 188, 195 chinai, 195 geniculatus, 177, 180, 197
guentheri, 196 larroussei, 196 lignarius, 196 lutzi, 197 megistus, 157, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 180 181, 182, 183, 184, 185, 186, 196, 197, 201, 205, rufotuberculatus, 196 seai, 197 tenuis, 197 Papilio thoanthoides, 50 Paratriatoma, 186, 188 hirsuta, 186 Paredocla, 202 decorsci, 202 PARISH, 77 PARSEVAL. 77, 87 PARSHLEY, 37, 40, 131, 292 Paryphes, 87 Passer domesticus, 247 Passiflora, 83 edulis, 83 quadrangularis, 83 PATCtI, 37 PATTON, 16, 245, 258 Pari rolha, 82 PAYNE, 96 PEARSON, 124 Peiretes, 212 Pelocoris, 317 bipustulatus, 316 Pelogonidae, 26, 311 Pelogonus, 312 Penicillium, 118 digitatum, 118 italicum, 118 PEYIDO, 189 PENNINGTON, 40, 77, 96, 141, 149 Pentatomidae, 23, 42 Pentatominae, 44, 51 Pentatomini, 53 Pentatomoidea, 42 Pepsis, 157, 207 Percevejão, 178 Percevejo, 178 Percevejo da Baía, 178 Percevejo de cama, 244 Percevejo de comércio, 178 Percevejo do maracujá, 83 Percevejo do sertão, 178 Percevejo francês, 178 Percevejo gauderio, 178 PEREZ, 46, 77
ÍNDICE
Periplaneta americana, 208 Periquiteira, 118 Peritropis, 263 Perkinsiella saccharicida, 264 Peromatus notatus, 57 Persea gratíssima, 87 Peruda, 100 típica, 100 PETTET, 326 PFLUGFELDER, 33 Phacelocomus rufifrons, 189 Phaenacantha (Anorygma) saccharicida, 100 Phaseolus, 56 Phloea, 46 corticata, 46 longirostris, 47 subquadrata, 46 Phloeobiotica, 127 Phloeinae, 44, 46 Phloeophana, 46 paradoxa, 46, 47 Phonolibes, 169 Phorticus, 237 obscuripes, 237 viduus, 237 Phthia, 85 picta, 80, 85 lunata, 84 ornata, 85 Phylinae, 265 Phylomorpha laciniata, 88 Phymata, 146, 147 acutangula, 148 erosa, 148 fortiticata, 147, 148 Phymatidae, 24, 142, 145 Phymatinae, 147 Phytophtbora, 287 PICADO, 190, 230 Picão, 289 Piesma, 132 cinerea, 132 Piesmidae, 22, 132 Piezodorus guildini, 56, 60, 71 PIFANO, 201, 226 Pimenteira, 66 Pimenteira brava, 63 Pinhão do mato, 68
347
Pinnaspis minor, 152 PINTO, 165, 173, 179, 180, 181, 183, 186, 187, 189, 190, 193, 194, 195, 196, 197, 200, 204, 206, 207, 209, 217, 228, 230, 231, 232, 259 PIRAJÁ DA SILVA, 178 Pirates, 212 Piratidae, 212 Piratinae, 155, 161, 163, 212 PIZA JR., 153 PIacocoris viridis, 57, 62 Plataspidae, 23, 42 Plataspididae, 23, 42 Platycarenus, 54 vicinus, 54 Plea, 330 Pleidae, 27, 330 Pleoidea, 330 Pleoideae, 327, 330 Ploiariidae, 26, 43, 150, 152 Plunentis, 88 porosus, 88 Podopidae, 23, 42 POISSON, 33, 130, 131, 335 Polistes, 160 Polyctenidae, 21, 239 Polyctenoidea, 239 PONTE, Del, 194, 232, 233 POOR, 139, 140 POPOFF, 29 POPPIUS, 100, 101, 238, 261, 292 PORTER, 78, 202, 233 Pothea, 215 Prionotus, 219 PROENçA, 247, 257 Prolobodes, 9, 64, 66 giganteus, 66 Prosteminae, 237 Proxys punctulatus, 59 PRUTHI, 34 Psammolestes, 186, 187, 189 arthuri, 189, 190 coreodes, 189, 190, 191 Pselliopus, 159 cinctus, 169 Pseudotelenomus pachycoris, 71 Psidium araça, 85 guajava, 85 Psilobyrsa vriesiae, 137 Pulvinaria, 49 inumerabilis, 49
348
INSETOS DO BRASIL
Punaise maupin, 179 Punaise morpin, 179 PURI, 33, 259 PUTTEMANS, 272, 288 Pyrrhocoridae, 22, 97, 112 Pyrrhocorinae, 113 QUAINTANCE, 272 Queima do cacao, 277 Quiabeiro, 107, 118, 137 Ranatra, 324, 325 annulipes, 325 RANKIN, 323 Rasahus hamatus, 213 limai, 214, 216 RAYMOND, 259 READIO, 93, 96, 149, 158, 159, 171, 233 Reduviidae, 26, 143, 153 Reduviinae, 161, 164, 207 Reduviini, 207 Reduvioidea, 142 Reduvius, 153, 159 personatus, 171 REICHENOW, 204 REINttARD, 292 REINIGER, 54, 58, 59, 73, 76, 120. 217 REUTER, 40, 97, 238, 259, 261, 289, 292, 294 Rhagovelia, 21, 297, 302 collaris, 302 Rhiginia, 215 Rhodnius, 169, 180, 186, 187, 191, 192 brethesi, 180, l&3, 192, 193 brumpti, 180, 181, 193 domesticus, 192 dunni, 193 nasutus, 193 pallescens, 193 pictipes, 192, 193 prolixus, 15, 180, 192, 193, 201 robustus, 192 Rhynchota, 3 Rhyparoehrominae, 102 RIBAGA, 245, 259 RICE, 303 RILEY, 177 Riparii, 308 RIVNEY, 259 ROBERTS, 264, 292 ROCHA Jr., 181 Romanzeira, 85 Rondgo, 178 RONNA, 129 Roseira, 82 ROTHSCHILD, 257
ROUSSEAU, 33 Ruibarbo do campo, 118 Runibia perspicua, 57, 62 Saccoderes, 219 SACHTLEBEN, 187 Saica, 164, 165 Saicinae, 161, 162, 165 Saldidae, 25, 308 Saldula ventralis, 309, 310 Salyavata, 211 nigrofasciata, 211, 215 variegata, 211 Salyavatinae, 161, 162, 211 Samaúna de igap5, 118 Sandaliorrhyncha, 321 SAUER, 85, 95 Sava, 219 Scaptocoris, 64, 65 castaneus, 65 terginus, 66 Schizopterinae, 294 Schizotrypanum cruzi, 110, 160, 174, 181, 184, 185, ]90, 193, 195, 197, 200, 201 204, 217, 252 SCHMIDT, 96, 124 SCHOUTEDEN, 78 SCHREIBEn, 204 SCHROEDER, 300 SCHUMACHER, 78, 233 SCHWENK, 242 Scutelleridae, 23, 42, 67 Scutelleroidea, 42 SEABRA, 40 SEGOVIA, 204 SEIDEL, 34, 124 SEITZ, 158, 233 Sephina, 86 erythromelaena, 84, 87 Serbana, 46 Serenthinae, 135 SERVILLE, 36 SEVEnIN, 32, 39, 326 SHARP, 34, 78 Sida, 114, 115, 118 cordifolia, 289 rhombifolia, 289 Sigara, 327, 328, 334 SIGNORET, 78, 93, 96 SmVA, 45, 49, 78, 107, 208 SILVESTRI, 131 Simulium, 178 SINGH-PRUTHI, 34 SIOLI, 260
INDICE
Sirthenea, 213 stria, 213 SMITH, 34, 264, 292 SMYTH, 70, 79 SOARES, 86 Solanaceas, 85, 86, 87 Solanum, 63 lycopersicum, 66 nigrum, 86 sysimbrifolium, 63 tuberosum, 53 Solenopsis geminata, 109 So]ubea ypsilonoides, 91 Sorglana, 211 SORNY, 174 Spartocera, 86 SPEISER, 242 Sphaeridopidae, 206 Sphaeridopinae, 161, 163, 206 Sphaeridops amaenus, 207, 209 inermis, 207 pallescens, 207 Sphictyrtus, 87 chryseis, 86, 87 fasciatus, 87 Spiniger, 157, 158, 194 femoralis, 212 fulvo-maculatus, 194 ochripennis, 156 rubropictus, 208, 213 steini, 208 SPINOLA, 40 Spirogyra, 333 Spissipedes, 145 Spongipedes, 207, 212 SPOONER, 34, 131 SQUIRE, 79 STAL, 40, 41, 79, 96, 102, 134, 135, 145, 149, 198, 214, 234 STEARNS, 37 Stenopoda cinerea, 166 Stenopodinae, 16i, 163, 165 STEPANEK, 260 Stephanitis olyrae, 134 STICHEL, 234 Stigmonose, 264 Stiretrus, 68 chalybaeus, 50
349
chryzoprasinus, 50 septemguttatus, 51 (Stictonotion) decastigma, 50, 51 (Stiretrus) smaragdalus, 50 STOLL, 41 STONER, 79 STOREY, 19, 34, 264 STREBLE, 239 Supcricornia, 79 Syrtides, 145 Tabaco, v. fumo TANAKA, 34 Tanjerineira, 85 Tarnished plant bug, 265 Tatú, 177, 180, 197 Tatusia novemcinctus, ]77, 180 TAUEBER, 214, 234 TAYLOR, 34 TEJERA, 180, 193, 195 Telenomus fariai, 185, 186, 210 mormideae, 71 Telmatobia, 310 Tenagobia, 334 Tenthecoris bicolor, 281, 289 Termatophylidae, 22, 243 Terminalia catapa, 47 Termitaphididae, 21,126, 128, 130 Termitaphis, 130 circumvallata, 130 Termitaradus, 130 Termitocoridae, 21, 126, 130 Tessaratominae, 44 Thasus, gigas, 82 Thaumastancis montandoni, 122 Thaumastocoridae, 26, 124 Thaumastotheriidae, 26, 124 Thaumastotherioidea, 124 THEODORO, 34, 35 Theraneis, 122 Thyreocoridae, 23, 42, 67 Tingidae, 22, 132 Tingididae, 22, 132 Tingidoidea, 132 Tingitidae, 22, 132, 133 Tingitoidea, 132 Tingitinae, 135 TITSCHACK, 248, 260 TOBAR, 202, 205, 228, 234
350
INSETOS DO BRASIL
TODD, 234 Tomateiro, 55, 66, 85, 86 TORREALBA, 190, 200, 222 TORRE-BUENO, 16, 35, 37, 41, 296, 303, 304, 323 TORREND, 274, 278, 282, 288 TORRES, 180, 181, 184 TOWER, 35 TOWNSEND, 121, 124 Trachelium, 91 Trachelomiris scenicus, 288 TRAVASSOS, 180, 197, 208 Triatoma, 19, 170, 172, 173, 177, 186, 188, 189, 194, 195 (Triatoma), 201 brasiliensis, 177, 178, 180, 181 183, 201, 206 breyeri, 202 carrioni, 199 ctlagasi, 180, 204 coxo-rufa, 186 dimidiata, 203, 204 flavida, 198, 200 fluminensis, 197 geniculata, 177, 180 gomesi, 199, infestans, 170, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 180, 181, 182, 204, 208 maculata, 177, 178, 200 maculipennis, 203 mazzae, 201 megista (v. Panstrongylus) melano cephala, 204 neotomae, 177 nigromaculata, 198, 201 oliveirai, 200 oswaldoi, 199, 200 patagonica, 199 petrochii, 200 piutoi, 203 platensis, 204 porrigens, 176 protracta, 171, 177 recurva, 203 rosenbuschi, 204 rubrofasciata, 173, 174, 175, 176, 177, 178, 180, 182, 195, 203, 204 rubroniger, 176, 200 rubrovaria, 177, 182, 200 sanguisuga, 171, 175, 176, 177 203 sordelli, 199
sordida, 8, 174, 175, 176, 177, 178, 179, 180, 181,182, 185, 199, 201, 205 spinelai, 202, 205 tibia-maculata, 199, 200, 206 variegata, 198, venosa, 198 vitticeps, 180, 181, 204, 205 wernickei, 196 Triatomaptera, 200 porteri, 202 Triatomidae, 167 Triatominae, 161, 164, 167 Triatomini, 167 Tribelocephalinae, 161 Trichocentrus gibbosus, 100 Trichopodopsis pennipes, 72, 73 Trichosurus vulpecula, 109 Trigo, 104 Triphleps insidiosus, 261 Trochopus marinus, 301 plumbeus, 301 Tropidotylus, 9 Trypanosoma cruzi (v. Schizotrypanum) equinum, 174 lewisi, 184 TULLGREN, 35 TURNER, 56 Ubussú, 109 Ugnius kermesinus, 86 UHLER, 266, 273 URENA, 118 URIBE, 217, 234 USINGEa, 35, 131, 145, 234, 240, 241, 242 Velia, 301, 302 basalis, 302 brasiliensis, 302 bicolor, 302 brachialis, 302 Veliidae, 21, 297, 301 Velocipeda, 243 Velocipedidae, 25, 243 Vescia adamanta, 212 minima, 212 spicula, 211, 212
ÍNDICE Vesciinae, 161, 162, 212 Veseris rugosicollis, 207 VIANNA, 184 Videira, 129 Vinchuca, 178 VOGELSANG, 247, 255 Volesus nigripennis, 207 Vum-vum, 178 WALKER, 41 WALSH, 177 WASMANN, 131 Wasserbinen, 329 WhTSON, 70, 72, 79, 293 WEBER, 9, 16, 35 WEDDE, 35 WEFELSCHEID, 33
351
WEISS, 289, 293 WESTWOOD, 149 WIGGLESWORTH, 15, 36 WILLE, 124 WILSON, 37 WOLCOTT, 56 WOLFF, 41 WOODS, 266 WOTZEL, 36 Xylastodoris, 124 luteolus, 124, 125 ZEHNTNER, 274, 275, 282, 286, 287, 288, 293 Zelinae, 161, 164, 218 Zelus, 218 armillatus, 218 leucogrammus, 7, 160, 218, 399, 400
FIM DO SEGUNDO TOMO
COSTA LIMA
INSETOS DO BRASIL 3.° TOMO
H O M Ó P T E R O S
ESCOLA
NACIONAL
DE
AGRONOMIA
SÉRIE DIDÁTICA N.º 4 - 1942
INSETOS DO BRASIL 3.º TOMO
HOMÓPTEROS
A. DA COSTA LIMA Professor
Catedrático de Ex-Chefe
Entomologia Agrícola da Escola Nacional de de Laboratório do Instituto Oswaldo Cruz
Agronomia
INSETOS DO BRASIL 3.° TOMO
CAPÍTULO XXIII
HOMÓPTEROS
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE
DIDÁTICA
N.º
4
-
1942
CONTEUDO CAPÍTULO
XXIII
PÁGINA Ordem HOMOPTERA ........................................................................................................................................
7
Superfamília CICADOIDEA ..............................................................................................................
22
Superfamília FULGOROIDEA ..........................................................................................................
36
Superfamília MEMBRACOIDEA .......................................................................................................
50
Superfamília CERCOPOIDEA ...........................................................................................................
65
Superfamília JASSOIDEA ..................................................................................................................
80
Superfamília PSYLLOIDEA ...............................................................................................................
94
Superfamília APHIDOIDEA ...............................................................................................................
112
Superfamília ALEYRODOIDEA .........................................................................................................
176
Superfamília COCCOIDEA ...............................................................................................................
191
CAPÍTULO Ordem
XXIII
HOMOPTERA1
1. Caracteres. - Insetos terrestres, de tamanho variavel, uns grandes ou de dimensões médias, outros, porem, pequenos, ou mesmo extremamente pequenos, providos de um rostrum, geralmente dividido em 3 segmentos, inserido na parte póstero-inferior da cabeça entre os quadris anteriores, ou somente visivel na parte do prosternum situada para trás desses quadris. Não há, pois, nesses insetos, região gular. Muitos Homópteros apresentam o rostrum rudimentar, sendo as peças bucais quasi que exclusivamente representadas pelos estiletes sugadores, mais ou menos alongados. 2. Anatomia externa. Cabeça - V aria consideravelmente de aspecto nos diferentes grupos. Nas figuras 1 e 2, que representam cabeça de uma cigarra vista de frente e de perfil, podem ser apreciadas as diferentes regiões em que a mesma se divide. Devo, entretanto, chamar a atenção para a parte túmida anterior (clípeo ou postclípeo, de alguns autores, prefronte, ou lobo mediano da fronte de outros), transversalmente sulcada, situada imediatamente acima do anteclípeo (ou clípeo) e para as partes que ficam para fora daquela, cada uma delas representada por 2 escleritos separados por um sulco, um anterior (lorum, dos homopterologistas, placa mandibular ou lobo lateral da fronte de outros) e outro posterior (placa maxilar ou gena). Olhos, em geral, bem desenvolvidos, inteiros. Várias espécies, porem, não teem olhos. Ocelos (2 ou 3) presentes na maioria das espécies. 1 De
(homos), mesma;
(pteron), asa.
8
I N S E T O S DO B R A S I L
Antenas curtas e setiformes ou mais ou menos alongadas, porem constituídas por poucos segmentos, em geral desiguais. Rostrum constituido por um labium, geralmente trissegmentado, dentro do qual se alojam os estiletes (peças perfurantes). Estes, como
Fig. 1 - Cabeça de cigarra, vista de frente; 1, ocelos; 2, elypeus (prefronte (Berlese), fronte (Tillyard); 3, postfronte (Berlese); 4, antena; 5, lorum (jugum, lobo lateral da fronte, placa mandibular); 6, placa maxilar (gena); 7, anteelypeus (tylus, clypeus (Berlese), labrum (Comstock); 8, labrum (epifaringe (Comstock)); 9, 2° e 3° segmentos do labium.
Fig. 2 - Cabeça de cigarra, vista de perfil; l, olho; 2, ocelos; 3, fronte; 4, antena; 5, clypeus; 6, lorum; 7, sulco separando o lorurn da placa maxilar; 8, placa maxilar; 9, anteclypeus; 10, labrum; 11 e 12, 2° e 3° segmentos de labium.
em H e m i p t e r a , em geral pouco excedem o l a b i u m ; t o d a v i a nas formas j o v e n s dos Psilídeos e Aleirodídeos e, p r i n c i p a l m e n t e , n a s fêmeas dos Coccídeos são sempre b a s t a n t e alongados, p e n e t r a n d o nos tecidos das p l a n t a s m e d i a n t e u m m e c a n i s m o especial, elucidado por WEBER (1928, 1930 e 1933) e assim resumido por SNODGRASS (1935): « Three anatomical facts explain the principle by which the mechanism of exsertion and retraction accomplishes its results. First, the protractor and retractor muscles are able to move the bristles but a very short distance with each contraction; second, the four bristles are firmly inter locked in the fascicle but slide freely upon one another; third, there is some provision for holding the bristles in place, after each protraction or retraction, that prevents the antagonistic muscle from undoing the work of the other. The holding apparatus in the Psyllidae Aleurodidae,
HOMOPTERA a n d Coccidae is a c l a m p in t h e l a b i u m , consisting of a n a r r o w e d a n d s t r o n g l y sclerotized area in t h e labial groove w i t h m u s c l e s to r e g u l a t e
Fig. 3 - (Da esquerda para a direita) Sucessivas fases da inserção dos estiletes perfuradores, mandíbulas (1) e maxilas (2) (Diagramas de Snodgrass, 1935, fig. 183, baseados em figuras de Weber, 1928.)
its p r e s s u r e on t h e bristle fascicle. I n o t h e r families t h e s a m e effect is a c c o m p l i s h e d b y b a r b s on t h e e n d s of t h e bristles. T h e m u s c u l u t u r e of t h e m o u t h bristles is m e c h a n i c a l l y t h e s a m e in all cases, a n d t h e a l t e r n a t i n g t h r u s t s a n d pulls a r e exerted on t h e s e v e r a l bristles of the fascicle in the manner already described for the Hemiptera in g e n e r a l (fig. 3). T h e o n l y ditference in t h e long-bristled f o r m s is t h a t the retractcd fascicle is thrown into a loop or coil somewhere between its base and its extremity (fig. 4). The loop, however, makes no diffe-
Fig. 4 - Mecanismo da inserção dos estiletes bucais nos Hemípteros e Homópteros de longos estiletes, que se enroscam ou se arrumam regularmente, quando retraídos (De Snodgrass, 1935, fig. 187, segundo Weber, 1933, fig. 86)
rence in the movement of the bristles, because the latter are securely held togethcr by interlocking grooves and ridges and slide freely on one another. The successive contractions of the protractor muscles have
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I N S E T O S DO B R A S I L
no effect on the loop (1 to 4), the bristles being moved alike at both ends. But, after each thrust, when the fascicle is held in place by the labial clamp, the simultaneous contraction of the retractor muscles takes up a little of the slack in the loop (5). Hence the bristles penetrate deeper and deeper with the succeeding outward thrusts, while the series of pulls on their bases is expended against the loop, with theresult that the later is gradually shortened, until it is obliterated when the bristles are exserted at full length (6). The looping of the fascicle during retraction of the bristles requires only a reverse action of the labial clamp. It. still seems almost beyond belief that the delicate bristles of such small insects as Coccidae can penetrate the bark of trees but since it is an observable fact that they do so, the feat evidently is not impossible. It is known, however, that the salivary secretion of some Hemiptera has a solvent effect upon plant tissues and thus facilitates lhe insertion of the bristles. The salivary canal of the beak, ir should be recalled, accompanies the food channel throughout the length of the bristle fascicle ».
Torax - Mesono tum, em geral, mais desenvolvido que o pron o t u m , exibindo a s e g m e n t a ç ã o p r i m i t i v a em p r a e s c u t u m , s c u t u m , scutellum e post-scutellum. E m M e m b r a c i d a e o p r o n o t u m é extraord i n a r i a m e n t e desenvolvido e prolongado sobre o a b d o m e n , n ã o raro a p r e s e n t a n d o formas as m a i s grotescas. M e t a n o t u m m a i s ou m e n o s visível, p o d e n d o m e s m o ser tão d e s e n v o l v i d o q u a n t o o m e s o n o t u m . Pernas, em geral, de tipo a m b u l a t ó r i o ; as posteriores, em vários grupos, mais ou m e n o s a d a p t a d a s ao salto. Tarsos trímeros, dímeros ou monômeros. Asas (fig. 5), n a m a i o r i a das espécies, q u a t r o , de aspecto v a r i a v e l , as posteriores sempre m e m b r a n o s a s , as anteriores, em repouso, n ã o se cruzando sobre as a n t e r i o r e s como nos Hemípteros, e sim dispostas em telhado e, n a quasi t o t a l i d a d e das espécies, de e s t r u t u r a u n i f o r m e , mais ou m e n o s esclerosadas (tegminas). E m a l g u m a s espécies, e n t r e t a n t o , a p a r t e proximal das asas anteriores é mais esclerosada que a distal, como nos hemélitros dos Hemípteros. E m H o m o p t e r a observa-se t a m b e m o f e n ô m e n o do polimorfismo alar, ligado ou n ã o ao sexo, ou a existência, n u m a m e s m a espécie, de f o r m a m a c r ó p t e r a s , b r a q u í p t e r a s e ápteras. T a m b e m , como em H e m i p t e r a , são g e r a l m e n t e as fêmeas que a p r e s e n t a m tal polimorfismo; há, todavia, casos em que a m b o s os sexos são dimórficos.
H O M O P T ERA
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Fig. 5 - Asas anterior e posterior de Carineta fasciculata. O sistema de nervação apresentado é o de Comstock-Tillyard; no sistema de Tillyard a nervura Cu 2 é a 1 A de Comstock. A nervura que fecha, distalmente, as células apicais, nas duas asas, é a nervura ambiente (amb). Na nomenclatura adotada por Distant, a pequena célula que fica na raiz da asa, imediatamente para dentro do arculus (ar) ou n. basalis é a célula basal; as células C e Sc teem respectivamente os nomes - área costal e área post-costal; a célula R é a área radial; as células 1ªRs, 1ªR 3 ; 1ªM 2 ,M e Cu são as á r e a s ulnares; as células R 2, 2ªR 2, 2ªR 5, M 1, 2ªM 2 , M 3 ,M 4 e Cu 1 , são as á r e a s apicais e a célula 2A é a á r e a claval. Eis as designações d a s células, segundo Haupt: Sc - postcostal; R 5 - 1ª célula
superpost-radial; 1ª R 3 e 1ª R5 - postradiais; 2ª R3 - 2ª superpostradial; 2ª R 5 superpostradial; M 2 , 2ª M 2 , M 3 e M 4 postmediais e Cu 1 2ª posticubital. As nervuras anais (2A e 3A) são tambem conhecidas como nervuras vanais, exceto a 1ª A, que toma o nome de postcubitus Pcu) situada imediatamente adiante da prega anal (plica-analis ou p. vanalis). (Lacerda del.).
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INSETOS DO BRASIL
Abdomen - Apresenta-se com a segmentação completa, não raro dividido em 11 urômeros, sendo os 3 primeiros, quasi sempre, consideravelmente reduzidos ou mesmo ausentes. Os Homópteros não apresentam cércos, nem outros apêndices abdominais, alem das gonapófises. Os machos teem uma terminália mais ou menos saliante e as fêmeas, em Auchenorhyncha, possuem geralmente um ovipositor ou térebra constituido por 3 pares de gonapófises, cujo funcionamento permite, na maioria das espécies, a postura dos ovos nos tecidos das plantas (postura endofíticas) (v. trabalho de KERSHAW & MUIR-1922). 3. Anatomia interna - Tubo digestivo - Em quasi todos os Homópteros o tubo digestivo apresenta uma disposição singular, que consiste na presença da chamada câmara filtro, representada por duas partes do tubo digestivo, mais ou menos afastadas (geralmente a extremidade posterior do mesenteron e a parte anterior do mesmo, ou a posterior do stomodaeum) intimamente aplicadas uma a outra por uma bainha de tecido conjuntivo. Graças a essa disposição, a parte líquida da selva aspirada pelo rostrum passa imediatamente, e quasi totalmente, da porção anterior do tubo digestivo a porção terminal (proctodaeum), através das paredes epiteliais em contato da câmara filtro, sendo, pois, expelida pelo anus, pouco tempo depois de ingerida. Explica-se assim o fato dos Homópteros emitirem líquído pelo anus, às vezes em quantidades colossais, que cai como gotículas de chuva no solo. Frequentemente o líquido é mais ou menos açucarado, tornando-o muito apreciado pelas formigas. Desembaraçado assim o mesenteron do excesso de líquido aspifado, por ele transita tão somente um suco alimentício concentrado em condições de facil absorção. A disposição acima referida varia nos diferentes grupos de Homópteros. Nas figuras 6, 7, 48, 74, 111, 122, 123, 161, 186, 187, 209, 210 e 245 podem ser observados os principais tipos de tubo digestivo observados em Homoptera, inclusive o tipo extremo, verificado nos Coccídeos da família Diaspididae, com pro e o mesointestino formando um saco piriforme, o qual, segundo BERLESE (Gli Insetti), não tem conexão alguma com o intestino posterior, ficando apenas preso a este por 2 ligamentos (fig. 245). CHILDS (1914), entretanto, acredita
HOMOPTERA
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haver entre o reto e o estômago, pelo menos em Epidiaspis leperii (Signoret) (E. pyricola) uma comunicação membranosa muito delicada, que desaparece nos espécimens preparados para estudo histológico. Há 4 tubos de Malpighi divididos em 2 pares. Os Coccídeos, em sua maioria, teem somente 2 calibrosos tubos de Malpighi e os Afídeos não possuem esses orgãos excretores. Glândulas salivares geralmente dispostas em 3 pares; em várias espécies, porem, em 2 pares ou simplesmente bilobadas.
Figs. 6 e 7 - Diagramas mostrando 2 tipos principais de camara filtro; fig. 6, tipo simples, no qual as duas extremidades de mesenteron e a extremidade anterior do proctodacum são cobertas por um envoltório comum; fig. 7, tipo em que se veem a porção terminal do mesenteron e o proctodaeum saindo pela parte posterior da camara; 1, esôfago; 2, mesenteron; 3, mesenteron (2ª porção); 4, 5, mesenteron (3ª porção); 6, proctodaeum; 7, camara filtro; 8, ponto de embocadura dos tubos de Malpighi; 9, válvula cardíaca; 10, reto. (Ambas de Snodgrass, 1935, figs. 209 A e B, a 1ª segundo Knowlton, 1925, a 2ª segundo Kershaw, 1913).
Aparelhos respiratório e circulatório. Em Auchenorhyncha, o sistema traqueal está em relação com 10 pares de espiráculos. Em Sternorhyncha o número de estigmas respiratórias varia consideravelmente nos diferentes grupos e mesmo nas formas jovens e adultas de uma espécie.
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INSETOS DO BRASIL
Quanto ao sistema circulatório, o mais interessante a assinalar é que nos Coccídeos e em alguns Afídeos não há vaso dorsal distinto. Sistema glandular - Quasi t odos os Homópteros, pelo menos enquanto jovens, teem, espalhadas por quasi todo o corpo ou localizadas em determinadas regiões, glândulas ciríparas cutâneas, isoladas ou grupadas, por cujos poros excretores, simplesmente dispostos ou formando grupos de estrutura mais ou menos complicada, passa a secreção cérea, mais ou menos abundante, deles emergindo, ora sob aspecto pulverulento ou flocoso, ora em fios ou fitas, ora depositando-se sobre o corpo do inseto em camadas mais ou menos espessas. Alguns Homópteros, alem de glândulas ciríparas cutâneas, possuem tambem glândulas que secretam a seda (glândulas sericíparas) ou a laca (glândulas lacíparas).
Sistema nervoso - O que disse a respeito do sistema nervoso nos Hemípteros, aplica-se t a m b e m a estes insetos. Alem do citado trabalho de BRANDT (1878), indico a leitura da contribuição de BUGNION e POPOFF (1907).
A parelho reprodutor do macho - Extremamente simples nos Coccídeos, atinge o máximo de complexidade nos Cicadídeos. Nestes há 2 testículos globosos ou ovoides, em relação com canais deferentes longos e bastante finos, que desembocam n u m a vesícula seminal única, da qual parte u m canal ejaculador, mais ou menos dilatado em bolsa na parte distal (ampola ejaculadora). E m relação com a última parte de cada canal deferente, perto da vesícula seminal, há u m a glândula accessória, tubuliforme, muito longa e enrolada. Nos Coccídeos os testículos apresentam-se como 2 sacos ovoides indivisos; neles, porem, não há glândulas accessórias. Aparelho reprodutor da fêmea - E xcetuando as fêmeas sexuais da Phylloxera vitifoliae e do Eriosoma lanigerum , que apresentam um só ovário, há nos Homópteros n o r m a l m e n t e 2 ovários, constituidos por bainhas ovarianas (ovaríolos), de tipo meroístico, politrófico ou acrotrófico, em número variavel nos diferentes grupos (ver a respeito o trabalho de HOLMGREN 1904). Vagina bem desenvolvida; spermateca dorsal ou ventral; glândulas accessórias (sebíficas ou coletéricas) tubulares ou globosas, segundo BERLESE ausentes nos Coccídeos da família Diaspididae.
HOMOPTERA
15
Micetoma - No tecido adiposo do abdomen dos Homópteros encontram-se, isoladas ou repartidas em massas mais ou menos volumosas (pseudovitellus ou mycetoma), células contendo microorganismos simbióticos ( micetocitos), com o aspecto de levedos ou de bactérias, que, pelos enzimas que secretam, provavelmente desempenham papel importante no metabolismo do inseto que os hospeda. O pseudovitellus apresenta-se mais desenvolvido nas fêmeas (ler a respeito os trabalhos de BUCHNER (1930), de UICHANCO (1924) e de PIERANTONI (1936).
4. Reprodução; postura - Os Homópteros, em geral, reproduzem-se por anfigonia e oviparidade. Entretanto, é nesta ordem que a partenogênese ocorre com mais frequência, conhecendo-se mesmo várias espécies das superfamílias Aphidoidea e Coccoidea, das quais ainda não se conseguiu observar a reprodução sexuada. Tais espécies são, pois, exclusivamente representadas por fêmeas que procriam por p a r t e n o g ê n e s e . Os ovos dos Homópteros, em geral, nada de extraordinário apresentam na estrutura do corium. Apenas nas espécies de Psylloidea e de Aleyrodoidea, que os fixam à folha ou galhos, há, num dos polos do ovo, uma ponta ou pedicelo de fixação mais ou menos alongado. Se muras espécies fazem as posturas sobre folhas, galhos, etc. tambem não poucas são aquelas cujas fêmeas fendem os tecidos das plantas, depositando os ovos em incisões feitas pelo oviscapto (pos-
turas endofíticas). 5. Desenvolvimento post-embrionário. - Os Homópteros, em sua maioria, são insetos paurometabólicos, realizando-se o desenvolvimento mediante simples transformações, com um número de instars variavel nos diferentes grupos. Nas cigarras observa-se um tipo especial de paurometabolia, com formas jovens de vida subterrânea e uma fase de ninfa imovel (hipometabolia). Os machos dos Coccídeos, as fêmeas de Margarodes (superfamília Coccoidea) e os Aleirodídeos desenvolvem-se mediante um processo que estabelece uma transição entre a heterometabolia e a holometabolia (neometabolia) , que será estudado quando tratar desses insetos.
16
I N S E T O S DO BRASIL
6. Hábitos e importância econômica. - Os Homópteros são insetos terrestres e vivem à custa da seiva que sugam das partes epígeas ou hipógeas das plantas. Daí os danos que sempre causam, mais ou menos vultosos, e a importância consideravel desses insetos sob o ponto de vista agrário. Basta lembrar que é a esta ordem que pertencem os "pulgões" e os piolhos dos vegetais ou "cochonilhas". Tais danos resultam ora das lesões deixadas pelas picadas e posturas e, neste caso, dependentes de uma maior ou menos infestação da planta, evidentemente em função da capacidade de proliferação do inseto, por sua vez principalmente regulada pela ação dos seus inimigos naturais, ora da ação de certas "substâncias tóxicas ou de quaisquer mieroorganismos patogênicos, inoculados com as picadas ou mediante as posturas endofíticas.
7. Meios de combate. - Aquí se aplicam as considerações feitas em Hemiptera a propósito desta questão. No estudo de cada grupo direi sobre o que se sabe a respeito dos principais predadores e parasitos. 8. Classificação. - Há cerca de 21.000 espécies descritas em Homoptera, distribuídas nas duas subordens: Auchenorhyncha e Sternorhyncha, ambas subdivididas em superfamílias, facilmente reconheciveis mediante a consulta da seguinte chave. 2 1
-
Rostrum
evidentemente
inferior
da
menos
1'
-
Formas
sobre
quais
as
Rostrum tarsos
antenas
pernas
dímeros.
quadrís
2
das
emergindo
cabeça;
médias
jovens vivem
e
com
menos
e
ou de
3
sempre
inferior setiformes;
de
3
livres
um
artículos
da
cabeça
ou
póstero-
tarsos,
artículos,
em
Auchenorhyncha)
separado mesmo
parte curtas,
posteriores,
adultas
(subordem
aparentemente protoráxicos
da
muito
relação
pelo
raramente às
plantas
........................................ e
pouco
para
ou
ausentes,
emergindo
trás,
às
pois,
entre
2 os
vezes
ausente;
muitos
insetos
Autores modernos (MYERS E CHINA - 1929), consideram, como grupo aberrante de Homoptera (Coleorhyncha), a pequena família Peloridiidae, representada por pequeninos insetos, encontrados no solo humoso das matas e distribuidos em alguns gêneros. De um deles (Peloridium Breddin) há uma espécie que se encontra na América do Sul, na região Chileno-Patagônica do Estreito de Magalhães (Tierra del Fuego). Tal grupo distingue-se de Auchenorhyncha porque a base do rostrum não é livre e sim invaginada por estruturas propleurais. MUIR (1923) já o havia elevado à categoria de subordem (Pseudohomoptera), taxionomicamente equivalente a Heteroptera e Homoptera. Alguns autores, porem, ainda classificam esses insetos como verdadeiros Hemípteros, próximos de Ochteridae, que muito se assemelham a Homópteros simplesmente por convergência de caracteres.
HOMOPTERA
17
desta subordem não teem antenas, nem pernas. Antenas geralmente bem desenvolvidas, filiformes, às vezes, porem, atrofiadas ou mesmo ausentes nas formas degradadas pelo parasitismo. Fêmeas adultas de multas espécies e, às vezes tambem as formas jovens, sesseis em relação às plantas sobre as quais se assestam ....................... .................................................................... (subordem Sternorhyncha) 6 2(1)
-
3 ocelos no disco do vertex; fêmures do par anterior mais dilatados que os demais e geralmente denteados em baixo; machos providos de orgãos musicais .............................................. Cicadoidea. Geralmente 2 ocelos, às vezes ausentes ou em número de 3, neste caso, porem, o mediano fica no vertex e os outros, um de cada lado da cabeça; fêmures anteriores normais; machos sem orgãos musicais .......................................................................................................................... 3
2'
-
3(2')
-
Pronoto prolongado sobre o abdomen cobrindo-o total ou parcialmente .............................................................................................. Membracoidea
3'
-
Pronoto não prolongado sobre o abdomen ................................................. 4
4(3')
-
Antenas
inseridas
adiante
dos
olhos
ou
entre
eles;
ocelos,
quando
presentes, geralmente situados no vertex, entre os olhos .......................... 5 Antenas inseridas sob os olhos; ocelos, quando presentes, de cada lado, situados entre o olho e a antena ou perto do ângulo ínferoanterior do olho ................................................................................ Fulgoroidea
4'
-
5(4)
-
5'
-
6(1')
-
6'
-
7(6)
-
7'
-
4 asas ou 4 tecas alares; tarsos dímeros e com 2 garras ........................... 8 2 asas; tarsos geralmente de um artículo e 1 garra; em várias espécies, porem, com 2 artículos; peças bucais completamente atrofiadas ....................................................................... machos de Coccoidea
8(7)
-
Asas opacas (por serem revestidas de um induto céreo, pulverulento, branco), subiguais e de nervação extremamente simples ....... ......................................................formas adultas de Aleyrodoidea
8'
-
Asas com outro aspecto, ou simplesmente 4 tecas alares .................................. 9
Tíbias posteriores apresentando, na margem, fileiras de cerdas espiniformes, sendo as póstero-externas mais desenvolvidas .................. ........................................................................................................................ Jassoidea Tíbias posteriores apresentando, na margem, somente um ou dois espinhos mais ou menos robustos e, no ápice, uma coroa de pequenos espinhos apicais .................................................................................. Cercopoidea Tíbias posteriores sem espinhos ................................ Membracoidea (Aethalionidae) Formas aladas ou pelo menos com tecas alares mais ou menos desenvolvidas; pernas bem desenvolvidas ................................................................ 7 Formas inteiramente ápteras; pernas atrofiadas ou ausentes........................................ 10
18
INSETOS DO BRASIL
9(8')
-
Corpo geralmente piriforme, tanto nas formas aladas, como nas providas de tecas alares; 6° ou 7° urotérgito (aparentemente 5° ou 6º) com tubos ou, pelo menos, 2 orifícios em eminências mais ou menos salientes ou sob o aspecto de fendas transversais ................ Aphidoidea Formas aladas semelhantes a minúsculas cigarras; formas jovens geralmente achatadas: face dorsal do abdomen sem tais tubos ou orifícios laterais; antenas de 8 a 10 segmentes .................................. Psylloidea
9'
-
10(6')
-
10'
-
Tegumento da parte dorsal completamente invisível (às vezes tambem o da face ventral do corpo do inseto, em contacto com a parte da planta em que ele se acha fixado) por estar totalmente coberto por um escudo ou por um revestimento de natureza cérea ou resinosa mais ou menos espesso ...................................................................... Coccoidea Tegumento da parte dorsal mais ou menos visível, ora inteiramente nú, ora apresentando cera, disposta no dorso ou na margem em filamentos, fitas ou prolongamentos mais ou menos alongados ........................ 11
11(10')
-
No 6° ou 7° urotérgito (aparentemente 5° ou 6º) há 2 tubos ou, pelo menos, 2 aberturas, quasi sempre em eminências mais ou menos salientes. ............................................................................................... Aphidoidea
11'
-
Face dorsal do abdomen sem tais tubos ou aberturas laterais; apenas aí se pode ver o orifício anal na linha mediana .............................................. 12
12(11')
-
Orifício anal, na face dorsal do abdomen, mais ou menos afastado da margem posterior do corpo e apresentando uma peça opercular ou lingueta mais ou menos saliente... Aleyrodoidea (formas jovens)
12'
-
Orifício anal marginal ou dorsal, neste caso, porem, sem a peça acima referida ou, quando operculado, no fundo de uma fenda que se prolonga até a margem posterior do corpo ..................................... Coccoidea
9. B i b l i o g r a f i a BAWDEN, F. C. 1939
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Subordem
A U C H E N O R H Y N C H A3
10. Caracteres e divisão - Fazem parte desta subordem os Hemópteros mais generalizados, nos quais se vê distintamente a base do rostrum inserida na parte inferior ou póstero-inferior da cabeça. As a n t e n a s nesses insetos ficam reduzidas a 2 segmentes basais e um flagellum, mais ou menos alongado e em forma de cílio ou cerda, indistintamente segmentado. Tarsos trímeros. Dividem-na os autores m o d e r n o s em 5 superfamílias, que se distinguem segundo a chave geral há pouco apresentada. Releva, todavia, ponderar que uma delas, a superfamília Fulgoroidea se afasta das demais pelos seguintes caracteres: quadrís médios alongados e b a s t a n t e afastados; posteriores imoveis; pedículo (2 ° segmento) antenal provido de numerosos sensílios; apenas u m orgão sensorial no segmento basal do flagellum; regulas presentes; tegminas com as 2 anais formando uma nervura em Y. Nas outras superfamílias, observam-se Fig. 8 - Exuvia de ninfa de os seguintes caracteres: quadrís médios cigarra, vista de lado (um curtos e aproximados; posteriores moveis; pouco reduzida). pedículo a n t e n a l desprovido de sensillae; sulcos sensoriais no flagellum; tegulas ausentes; tegminas com as 2 anais não formando uma nervura em Y. Alguns autores ainda reunem todos os Homópteros com esses caracteres numa grande 3 De
(auchen) fauce, pescoço;
(rhynchos), tromba.
22
I N S E T O S DO B R A S I L
superfamília - Cicadoidea - abrangendo Cicadidae, Membracidae, Cercopidae e Jassidae. Prefiro, porem, seguir aqueles que elevam cada uma dessas famílias à categoria de superfamília, restringindo, pois, Cicadoidea à antiga familia Cicadidae.
Superfamília Família
(Stridulantes;
ClCADOIDEA CICADIDAE
Stridulantia)
11. Caracteres - É esta a família das verdadeiras "cigarras", que se distinguem dos demais H o m ó p t e r o s pelos seguintes caracteres: três ocelos no vertex, dispostos em triângulo entre os olhos; antenas setiformes, constituidas por um pedúnculo de 2 segmentos proximais, curtos, seguidos de um flagellum, espécie de cerda ou cílio formado por 5 segmentos; pronotum transverso, b e m desenvolvido; mesonotum grande, conspícuo; m e t a n o t u m curto; fêmures anteriores mais dilatados que os outros e, quasi sempre, com alguns dentes em baixo; tarsos de 3 artículos, às vezes porem biarticulados; pretarso sem empódio; asas, na maioria das espécies, membranosas. As anteriores, bem maiores que as posteriores, são, em geral, membranosas, glabras e transparentes. Há, todavia, espécies que as apresentam pilosas, maculadas ou coloridas. E m alguma s cigarras as tegminas são inteiramente opacas ou, como se pode ver na espécie brasileira Hemidictya frondosa (figs. 17 e 18), com o aspecto de hemélitros, isto é, com u m a porção basal pergaminhosa e uma apical quasi membranosa. Os aspectos da genitália dos machos e do ovipositor das fêmeas oferecem bons caracteres para a separação das espécies. 12. Aparelho timpânico ou musical das cigarras. - Um dos caracteres principais dos Cicadídeos consiste em terem os machos um aparelho produtor de sons, situado na base do abdomen, que fazem funcionar geralmente durante o dia e nas horas de mais sol. Tal aparelho, ausente ou rudimentar nas fêmeas, não se encontra t a m b e m nos machos de T e t t i g a r t i n a e , a mais arcaica subfamília de Cicadidae, da região Australiana.
CICADOIDEA
A propósito do c a n t o das cigarras, o nosso p o e t a MARIANO, i m a g i n a n d o o e n t e r r o da cigarra e scr ev eu :
23
OLEGÁRIO
"Pobre cigarra! Quando te levaram, Enquanto te chorava a natureza, Tuas irmãs e tua mãe cantavam"... Comentando,
MELLO LEITÃO (1933) j o c o s a m e n t e p o n d e r a :
«As irmãs... é possível. A mãe é um exagero de sonho de poeta, porquanto no mundo dos insetos sempre a Natureza poupa a dor indescritível de uma mãe ver morrer os filhos. Demais, entre as cigarras, a mãe não canta, porque só o macho possue o instrumento sonoro, com que, talvez, seduza a companheira nos rondós e ritornetos. E x a m i n a n d o - s e o a b d o m e n pela face v e n t r a l , veem-se, a t r á s dos q u a d r í s m e t a t o r a x i c o s , 2 g r a n d e s escleritos e s q u a m i f o r m e s , m a i s ou menos
alongados,
chamados
opérculos ( p r o l o n g a m e n t o s dos m e t e -
pímeros), q u e c o b r e m a p a r t e basal do a b d o m e n .
Fig. 9 - Chaminés de terra construidas por formas jovens da cigarra Fidicina chlorogena Wlk. em mata de "terra firme", perto da fazenda Taperinha, em Santarem (Baixo Amazonas) (De Ginzberger, 1934).
ou
Afastando-se um opérculo, vê-se tóraco-abdominal, e uma cavidade
dade lateral.
uma grande cavidade ventral, menor, acima daquela, a cavi-
24
INSETOS DO BRASIL
A cavidade ventral, tambem chamada especular, é anteriormente limitada pela membrana pregueada, plissada ou tóraco-abdominal, a qual, situada entre o metanotum e o 1o urosternito, pela sua estrutura, permite que o abdomen facilmente se eleve e se abaixe; posteriormente a referida cavidade é limitada por outra membrana, porem isa, iridescente, designada espelho. Essa grande cavidade comunica-se com o exterior mediante o 3° par de espiráculos abdominais.
Figs. 10 e 11 - Parte posterior do torax e base tympanum (Fabr., 1803) (Geaninae), a direita (Tibicininae), vistas de lado e um pouco de 2, primeiros urotergitos; 3, cobertura
do abdomen, a esquerda (fig. 10) de Zamara (fig. 11) de Quesada gigas (Oliv., 1790) cima; 1, parte posterior do mesoscutum; timpânica; 4, opérculo; 5, tímpano.
A cavidade lateral, tambem chamada caverna ou cavidade timpâ-
nica, apresenta, no fundo e fixada a moldura quitinosa, a verdadeira membrana sonora ou vibrante, chamada tímpano, tímbale ou tambor, convexa para fora e reforçada por estrias esclerosadas. Na face interna dessa membrana, que constitue parte do fundo ou da parede lateral da cavidade ventral, insere-se um forte tendão quitinoso, em relação com um músculo relativamente robusto, que, com o do lado oposto, se fixa na mesofurca (apodema ou trave quitinosa do lourosternito). A contração simultânea e rápida desses dois músculos, imediatamente seguida de uma fase de relaxamento, agindo sobre membranas elásticas, como são os tímpanos, fá-las, alternada, repetida e cada
CICADOIDEA
25
vez mais rapidamente, achatar-se e voltar à posição primitiva. Daí entrarem em vibração, produzindo-se o canto tão característico destes insetos. O mecanismo da produção do som é, como se vê, até certo ponto análogo ao do instrumento musical de origem africana denominado "cuica". As ondas sonoras produzidas, transmitindo-se do ar das cavernas para o da grande cavidade ventral, fazem entrar tambem em vibração as membranas dessa última cavidade (espelho e membrana plissada), que, assim, contribuem para reforçar os sons fundamentais resultantes da vibração dos tímbales. A caverna e, principalmente, a cavidade ventral funcionam, pois, como caixa ou câmara de ressonância. Quanto aos opérculos, não somente protegem as partes constitutivas desse aparelho musical, como, por estarem em relação com a câmara de ressonância, regulam a altura e a intensidade do som produzido. Aplicado o abdomen aos opérculos, de modo a quasi ficar fechada a câmara sonora, o som é baixo e surdo; este, porem, se torna mais intenso e alto à proporção que o abdomen se eleva, entreabrindo cada vez mais a referida câmara. Fig. 12 - Fidicina mannifera (Fabr., 1803) Cada espécie de cigarra emite (Geaninae) (X 1.4). um som cujo timbre lhe é peculiar; é, pois, relativamente facil, para quem for dotado de bom ouvido, distinguir, pelo canto, as espécies de cigarras da região em que habita. Quanto ao fim ou utilidade desse ruido: representando, evidentemente, um carater sexual, é de crer que tambem desempenhe papel saliente na aproximação dos sexos. Segundo VOGEL (1932), é o espelho que preenche a função de tímpano acústico, pois, em relação com o mesmo, há um feixe de
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I N S E T O S DO B R A S I L
sensílios cordotonais, que se fixa na parede situada entre o tergito e o esternito do 2° urômero. Nas fêmeas o tímpano é menos desenvolvido que nos machos. 13. Deselvolvimento - Hábitos - Em geral pouco ativas, as cigarras denunciam a sua existência, mais pelo ruído que produzem, que por voarem ou andarem à nossa vista. Podem ser vistas nas matas ou proximidades, pousadas nos galhos ou troncos das árvores ou em vôo rápido de u m para outro ponto. Os insetos alados sugam os brotos e ramos novos de plantas. As fêmeas, mediante o oviscapto, depositam os ovos no interior dos ramos vivos ou m o r t o s das plantas, causando, às vezes, sérios danos. D o s ovos saem formas jovens (larvas), que i m e d i a t a m e n t e p e n e t r a m no solo, indo, às vezes, a grande profundidade, para se assestarem nas raizes e sugar-lhes a seiva. Essas larvas, b e m a d a p t a d a s à vida subterrânea, a p r e s e n t a m aspecto caracteristico (fig. 8), sobretudo pela robustez das pernas anteriores (pernas fossoriais), cujos fêmures e tíbias são a r m a d o s de espinhos e dentes fortes e ponteagudos. Os tarsos dessas pernas, q u a n d o não atrofiados, deslocando-se a larva de u m para outro ponto, ficam dorsal e parcialmente alojados e protegidos nas tíbias. A duração do desenvolvimento postembrionário é sempre demorada, p o d e n d o ser de u m a vários anos. H á m e s m o uma espécie, a Megacicada septemdecim (L. 1758), que, em certas regiões dos Estados Unidos, só aparece de 17 em 17 Fig. 13 - Orellana bigibba Schmidt, 1919 (X 1,4) (Geaninae)
anos, aliás o m á x i m o de duração larval até hoje observado nos insetos. Dessa
mesma espécie há uma variedade ( tredecim Walsh & Riley), que vive no sul desse país, cujo ciclo evolutivo se realiza em 13 anos. Q u a n d o as ninfas (formas jovens providas de tecas alares) completam o seu desenvolvimento, abandonam as raizes que sugavam,
CICADOIDEA
27
saem do solo, deixando buracos circulares, trepam no tronco das árvores e ai ficam imoveis durante algum tempo (fase de ninfa imovel). Rompe-se então o tegumento na região dorsal do torax e delas saem as cigarras adultas. Em certos casos as ninfas, antes de se imobilizarem, constroem chaminés de 2 a 40 cm. de altura, dentro das quais permanecem várias semanas. No Brasil o fenômeno foi observado com a espécie Fidicina chlorogena Walker, 1850 (Geaninae), no Baixo Amazonas, por GINZBERGER (1934) (fig. 9). É para esse tipo de desenvolvimento, bem diferente, aliás, do que se processa nos demais Homópteros e até certo ponto semelhante ao dos Odonatos, que alguns autores criaram o termo hipometabolia. 14. Classificação e espécies mais interessantes - A s uperfamília Cicadoídea, com a única família C i c a d i d a e , compreende cerca de 1500 espécies descritas, distribuidas em 3 subfamílias: Cicadinae, Geaninae e Tibicininae, que se distinguem facilmente examinando-se,
Fig. 14 - Quesada gigas (Olivier, 1790) (Tibicininae) (pouco mais do tamanho normal).
pela parte dorsal, as cavidades laterais ou timpânicas. E m Cicadinae essas aberturas ficam completamente escondidas por expansões das margens láterodorsais do lo urômero, chamadas coberturas timpanais; em Geaninae (fig. 10) estas não escondem completamente aquelas aberturas e em Tibicininae não há tais coberturas (fig. 11). O Brasil possue grande número de espécies, algumas das quais de grande porte, como Quesada gigas (Olivier, 1790) (Tibicininae), cuja área se estende do Texas à República Argentina. Dentre as que me parecem mais belas, citarei Carineta formosa (Germar 1830) e Hemidictya frondosa Burmeister, 1839 (ambas da subfamília Tibicininae). A primeira mede cerca de 25 mm. de comprimento; a cor geral do corpo é negra em cima, exceto a parte apical do abdomen, que é
28
INSETOS DO BRASIL
vermelha; as pernas são vermelhas cpm partes negras; apresentam tambem a cor vermelha: uma faixa longitudinal mediana da cabeça, 2 máculas adiante dos olhos, 2 pequenas máculas mesonotais, imediat a m e n t e acima da raiz da asa e 2 sobre o scutellum; notam-se ainda 2 grandes máculas retangulares de cor verde, u m a de cada lado do pronoto e 2 menores piriformes, da m e s m a cor, no meio do mesonoto; as asas dessa cigarra apresentam as extremidades enfumaçadas, sendo as anteriores esverdeadas e as posteriores azuladas na base. A segunda, de 16 a 20 mm. de comprimento, é u m a cigarra de aspecto Figs. 15 e 16 - Carineta fasciculata bizarro. Pela forma e cor verde das (Germar, 1830) (Tibicininae) e Carineta formosa (Germar, 1830) (Tibicininae) tegminas, lembra u m a "esperança" ou (pouco m a i s do t a m a n h o normal). um Fulgorideo verde da família Flatidae. Considerando o sistema de nervação das asas anteriores, IMHOF (1933) diz que talvez esse inseto pertença a u m a outra familia. 15. C a r i n e t a f a s c i c u l a t a (Germar, 1830) e F i d i c i n a p u l l a t a Berg, 1879. H á duas espécies da família Cicadidae, que em S. Paulo, segundo HEMPEL (1913), causam periodicamente danos aos cafezais. São elas a Carineta fasciculata (Germar, 1830) e a Fidicina pullata Berg, 1879, a primeira da subfalnília Tibicinae e a segunda da subFamília Geaninae. A Carineta fasciculata mede 35 mm. de comprimento, é de cor
Fig. 17 - Hemidictya frondosa Burm., 1839 (X 1,4) (Tibicininae).
amarela, tendo o dorso do torax ornamentado com diversas linhas pretas em zig-zag. O lado inferior do abdomen apresenta três faixas
29
CICADOIDEA
longitudinais,
pardo-escuras,
a
mediana
mais
larga
que
as
laterais.
Todo o corpo é coberto de pelos curtos e amarelos. Os tarsos dos dois primeiros
pares
de
pernas
são
pardo-escuros
e
os
do
último
45
comprimento,
par
são
a
face
amarelos. A
Fidicina
pullata
mede
dorsal do corpo pardo-escura
mm.
de
As larvas e ninfas dessas cigarras atacam Damos, das
a
formas
seguir, jovens
algumas e
das
sobre
tem
e a ventral mais clara. observações
os
prejuizos
de que
as raizes do cafeeiro.
HEMPEL
sobre
os
hábitos
determinam.
«Quando está fixada n u m a raiz, a n y m p h a constroe para si u m a cellula ou panella de barro, de forma oval, modificando o seu t a m a n h o para acomodar o corpo em via de crescimento, até c h e g a r ao seu desenvolvimento total, quando as panellas t ê m u m comprimento de cerca de 3 cm. e u m diametro de 2 cm. As n y m p h a s mais velhas enterram-se a maior profundidade do que as mais novas, m a s todas podem mudar de posição de conformidade com as exigencias das condições locaes. Ellas estão, geralmente, localizadas no pião e n a s raizes grandes, perto do tronco, e só excepcionalmente são encontradas em profundidade maior de 6 0 cm. É provavel que as nymphas permaneçam diversos annos n a terra
Fig. 18 - Asas anterior e posterior de Hemidictya frondosa.
onde chegam a ter o seu desenvolvimento total: pois nas pesquizas feitas em diversas epochas do anno, nos mezes de Janeiro Julho e Setembro, sempre foram encontradas n y m p h a s de todos os tamanhos e idades. Os adultos das duas especies apparecem, com mais frequencia, nos mezes de Outubro a Dezembro, sendo alguns exemplares ainda encontrados no mez de Janeiro. Prejuizos - É insidiosa esta praga, pois a sua presença nos cafeeiros passa despercebida no princípio. Só depois que estão infestadas por
30
INSETOS D O BRASIL alguns annos, as arvores tornam-se fracas e sem vitalidade. Ellas perdem muitas folhas e produzem poucos frutos, e o fazendeiro que antes tinha lucro com o seu cafezal, agora só tem prejuizo. Elle examina as folhas, galhos e o tronco das arvores doentes e arranca as arvores morras para examinar as suas raizes, mas já não encontra vestigio dos parasitas. A depauperação que o cafeeiro soffre pelo ataque de centenares de insectos já por si é um grande prejuízo, mas maior damno ainda causa a transformação que se opera na propria planta, devido á presença dos insectos nas suas raizes. As nymphas, sendo insetos sugadores, ingerem grande quantidade de seiva e excretam uma porção correspondente de liquido. Tão consideravel é esta excreção que as panellas, em que vivem as nymphas, e a terra em roda das raizes estão sempre molhadas, e as raizes que estão atacadas não têm radiculas, orgãos delicados pelos quais as arvores assimilam grande parte da sua alimentação. Privado destes orgãos, o cafeeiro não pode aproveitar as substancias alimenticias que a terra contem e torna-se rachitico, sem força bastante para produzir frutos. Neste estado de fraqueza e definhamento, as plantas pouco ou nenhuma resistencia podem offerecer aos ataques dos demais parasitas animaes e vegetaes e, se não são mortas pelas cigarras, ellas succumbem aos ataques destes parasitas. Assim, as cigarras, alem de ser parasitas directos, tambem enfraquecem os cafeeiros a ponto que são facilmente vencidos pelos demais parasitas. »
HEMPEL c h e g o u a c o n t a r n a s r a í z e s d e u m só c a f e e i r o m a i s d e 400 n i n f a s . combate
-
Quanto
praga das cigarras, o melhor bissulfureto de c a r b o n o .
é
o
16.
Meios
de
ao
expurgo
meio ou
HEMPEL indica a aplicação desse inseticida outros meios de combate do seguinte modo:
de
se
fumigação e
se
combater do
solo
manifesta
a
pelo sobre
«Com uma alavanca ou pau, faz-se cinco buracos no solo em roda do cafeeiro, equidistantes um do outro e 30 cm. distantes do tronco. Estes buracos devem ter apenas 10 cm. de profundidade. Despeja-se 40 cc. de sulfureto de carbono em cada buraco, o qual deve, em seguida, ser tapado com terra. Deve-se tomar cuidado para não fazer buracos fundos de mais, poro os vapores do sulfureto de carbono são mais pesados que o ar e por seu proprio peso descem na terra, onde substituem o ar. Se os buracos forem muito fundos, as nymphas por cima delles não serão alcançadas pelo insecticida. Se o cafezal inteiro, ou grande parte delle, estiver infectado pelas nymphas, convem empregar o kainito na dosagem de 1000 a 1200 gr. por pé, devendo elle ser espalhado no chão em roda do cafeeiro e misturado
CICADOIDEA
31
com a terra por meio de u m cultivador ou u m a enxada. O kainito exerce tuna acção deletéria sobre as n y m p h a s e ao m e s m o t e m p o serve como adubo chimico p a r a o cafesal. Pode-se t a m b e m e m p r e g a r salitre de Chile n a proporção de 400 a 500 gr. por pé, para, ainda mais, estimular os cafeeiros a u m a vida nova.
Fig. 19 - (em cima), fig. 20 (à esquerda), fig. 21 (à direita): Quesada sodalis Walker, 1850), Quesada gigas (Oliv.), Fidicina mannifera (Fabr., 1803); gentileza de Pinto da Fonseca, do Instituto Biológico de São Paulo.
Será de v a n t a g e m e m p r e g a r estes dois a d u b o s no m e s m o cafesal: m a s se as circumstâncias não p e r m i t t e m o emprego dos adubos, deve s e m p r e ser preferido o kainito. As cigarras adultas a p p a r e c e m no mezes de O u t u b r o a D e z e m b r o e convem, nessa epocha, apanhál-as cedo de m a n h ã q u a n d o estão ainda
32
I N S E T O S DO B R A S I L
Fig. 22 - Cafeeiro atacado por larvas de cigarras (De Fonseca e Araujo, 1939).
ClCADOIDEA
33
fracas. Os proprios colonos ou seus filhos podem fazer este serviço de catação apanhando cigarras no tronco e nos galhos dos cafeeiros, esmagando-as e deixando-as por baixo das arvores, ou ajuntando-as para serem enterradas. O tratamento prophylactico consiste em conservar o cafesal em estado viçoso. É um facto que as plantas fracas e mal nutridas são, geralmente, as primeiras a serem atacadas pelos insectos nocivos e parasitas cryptogamicos. Tem-se notado que as epochas do apparecimento das cigarras nos cafesais coincidem com u m anno de grande saíra, ou de grande carga no referido cafesal. Os cafeeiros enfraquecidos por carga excessiva, não podendo facilmente recuperar a força expedida, por ser a terra já cansada e exhausta, succumbem logo aos ataques das cigarras: à medida que as terras enfraquecerem, teremos mais noticias das cigarras nos cafesaes do Estado. Convem, portanto, aos fazendeiros tratar cuidadosamente o cafezal, afim de que os cafeeiros enfraquecidos possam adquirir o seu viço primitivo, tornando-se resistentes aos ataques dos parasitas. Convem estudar os cafeeiros e a terra e, todos os annos, por meio de uma adubação apropriada, restituir à terra a mesma quantidade de elementos alimenticios que della foi tirada pela carga de frutos, folhas, etc. e mais alguma coisa para quebra e reconstituição das terras».
Alem destas espécies, FONSECA e ARAUJO (1939) citam tambem: Fidicina drewseni (Stal, 1854), Fidicina manifera (Fabr., 1803), Quesada sodalis (Walker, 1850) e Quesada gigas (Olivier, 1790), como causadoras de danos aos cafezais paulistas.
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36
INSETOS DO BRASIL
Superfamília F U L G O R O I D E A 4
(Fulgorina) 18. Caracteres. Homópteros de formas e cores as mais variadas, sendo, por isso, dificil descrever um tipo geral para rodas as espécies. A maior espécie (Fulgora laternaria) pode ter mais de 1 dec í m e t r o e as menores pouco mais de 1 milímetro. Cabeça geralmente grande, em muitas espécies prolongada para a frente, às vezes para cima ou mesmo para trás (Enchophora Spinola, 1839), em processo frontal, cujo aspecto, em espécies de alguns gêneros de Fulgoríneos da tribu Fulgorini ( F u l g o r a L., 1767, Phrictus Spinola, 1839 e C a t h e d r a KirFig. 23 - Dictyophara obtusifrons Walker, 1851; (Dictiopharidae) 1, processo cefálico; 2, vertex; 3, disco do pronotum; 4, parte lateral do prokaldy, 1903), se notum; 5, carenas mesonotais; 6, 3ª anal (3A); 7, 2ª anal (2A); 8, tronco da 2 ª e 3ª anais; 9, margem comissural (comissura); mostra extremaI0, olho; 11, antena; 12, mesonotum; 13, 1ª anal (1A). mente bizarro E m geral há 2 ocelos, às vezes, porem, há mais um ocelo situado perto do ápice da fronte, na base do clypeus (Cixiidae) (fig. 26). 4 De
fulgor,
raio,
fulgor.
FULGOROIDEA
37
Todavia, a situação dos ocelos nas genae, abaixo do olho correspondente e, quasi sempre, entre ele e a antena, basta para caracterizar os insetos dessa família (fig. 25). Às vezes, como em Poekilloptera Latreille, 1796 (Flatidae), os ocelos são inteiramente obsoletos. As antenas são t a m b e m características; apresentam 2 segmentos basais e u m a cerda terminal (flagelo). O 2°, porem (pedicelo), ora dilatado ou globoso, ora alongado ou mesmo extraordinariamente alongado (vários Araeopídeos e Derbídeos), terete ou achatado, é provido de sensílios mais ou menos visiveis. O primeiro segmanto antenal, em quasi rodas as espécies é muito curto, porem em algumas espécies da família Araeopidae (Delphacidae) é tão longo quanto o 2% que se apresenta tambem muito alongado (es-
pecialmente em Copicerus Schwartz,1802, e Eucanyra Crawford, 1914).
Fig. 24 - Dictyophara obtusifrons Walker, 1851; cabeça vista de frente; 1,carena frontal mediana; 2, carenas frontais laterais; 3, clypeus; 4, lorum; 5, labium; 6, processo cefalico; 7, olho; 8, antena
Fig. 25 - Dictyophara obtusifrons Walker, 1851; cabeça vista de perfil; 1, processo cefálico; 2, vertex; 3, gena; 4, antena; 5, lorum; 6, labrum; 7, rostrum; 8, ocelo.
As ancas médias são longas e largamente separadas, carater este importantíssimo, que separa os Fulgorídeos dos demais Auquenorincos, nos quais as ancas médias são curtas e aproximadas.
38
INSETOS DO BRASIL
Em Araeopidae as tíbias posteriores são armadas no ápice de um grande esporão movel (calcar) (v. fig. 38). "As asas anteriores ou são membranosas ou semi-coriáceas (tegminas). Ordinariamente apresentam-se tectiformes, isto é, em repouso, ficam obliquamente dispostas sobre o abdomen; em multas espécies dispõem-se quasi verticalmente, noutras, porem, quasi horizontalmente; ora são estreitas, ora largas e arredondadas. O sistema de nervação varia tambem consideravelmente, havendo espécies que o apresentam mais ou menos reduzido. O mesmo sucede com as asas posteriores, que podem ser encurtadas ou completamente atrofiadas, não obstante as anteriores se apresentarem bem desenvolvidas. Não raro veem-se Fulgorídeos com aspecto de pequenas mariposas; isto ocorre frequentemente em espécies das famílias Flatidae e Derbidae. D a Fig. 26 - Cabeça de Cixiidae (meio perfil); 1, fronte; 2, ocelo mediano; 3, clypeus; 4, labrum; primeira família há no Brasil 5, olho; 6, antena, acima da qual se vê, entre uma espécie muito interessante, ela e o olho, o ocelo lateral. a Poekilloptera phalaenoides (L. 1758), de um amarelo cor de palha, com as tegminas salpicadas de negro (fig. 39). Secreção cérea - Os Fulgorídeos secretam cera pelos urômeros, em maior ou menor quantidade, ora de aspecto filamentoso, ora fioculento, podendo encobrir todo o corpo do inseto. Os filamentos de cera podem mesmo formar u m a cauda, mais ou menos alongada, como se pode ver em Phenax variegata (Oliv., 1791) (Fulgoridae, Phenacinae) (fig. 41) e espécies de Lystra Fabr. (Fulgoridae, Poiocerinae). 19. Classificação. - Há mais de 6.500 espécies descritas, distribuídas por MUIR (1930) e METCALF (1936) em 18 famílias, algumas delas sem representantes na região neotrópica.
39
FULGOROIDEA
Eis
a
cheve
de
MUIR
(1930)
modificada
por
METCALF
(1936):
1
- - F l a g e l l u m a n t e n a l s e g m e n t a d o ; ocelos l a t e r a i s n ã o s i t u a d o s p a r a fora
1'
das carenas da fronte ............................................................................... Tettigometridae5 - - F l a g e l l u m a n t e n a l n ã o seganentado; ocelos l a t e r a i s s i t u a d o s p a r a fora das carenas laterais, geralmente sob os olhos .................................................................. 2
2 (1') - - 2 ° t a r s o d a s p e r n a s p o s t e r i o r e s n ã o m u i t o pe que no, a p r e s e n t a n d o no ápice, t r u n c a d o ou e m a r g i n a d o , u m a coroa de p e q u e n o s espinhos. S e m á r e a c o s t a l ou com á r e a costal p e q u e n a e sem n e r v u r a s t r a n s versais ..................................................................................................................................... 3 2'
- - 2° -
tarso pequeno ou muito pequeno; ápice, sem espinhos ou apenas com u m de c a d a lado, a r r e d o n d a d o ou com p o n t a r o m b a . Á re a c o s t a l ausente ou presente ................................................................................................................. 11
3 (2) - - U m a ou d u a s n e r v u r a s c l a v a i s g r a n u l a d a s ; s e g m e n t o a p i c a l do l a b i u m m u i t o m a i s longo que largo. A b d o m e n c o m p r i m i d o ; 6°, 7 ° e 8 ° urotergitos apresentando poros secretores de glândulas ciríparas .............................. 3'
.............................................................................................................................. Meenoplidae - - N e r v u r a s c l a v a i s n ã o g r a n u l a d a s , ou, q u a n d o g r a n u l a d a s , o s e g m e n t o apical do labium é tão largo quanto longo ........................................................................... 4
4(3')
--
4'
paras .......................................................................................................................... Kinnaridae -- - 6º, 7° e 8° urotergitos sem poros de glândulas ciríparas .............................. 5
5(4')
-
Área
5'
-
Área
6(5')
-
6'
-
Segmento apical do labium curto, aproximadamente tão largo quanto longo ......................................................................................................... Derbidae 7 Segmento apical labium, distintamente mais longo que largo..................7
7(6') 7'
-
Nervura claval penetrando no ápice do clavus ........................................ 8 Nervuras clavais não atingindo o ápice do clavus, penetrando na comissura, antes do ápice .......................................................................................................................... 9
8(7)
-
Base
do abdomen apresentando um ou 2 apêndices curtos com depressões. Formas lateralmente comprimidas; tegminas tectiformes, membranas não se superpondo .................................................................. Achilixiidae
8'
-
Base
do abdomen sem tais apêndices. Formas geralmente achatadas; membranas, alem do clavus, superpondo-se ................................................ Achilidae
5 6
6°,
7°
e
8°
urotergitos
apresentando
poros
escretores
de
glândulas
cirí-
anal das asas posteriores reticuladas, apresentando multas nerrufas transversais ................................................................................. Fulgoridae (Latornariidae) anal
das
asas
posteriores
não
reticulada
...........................................
Gr. cigarra; metron), medida, maneira. Lar. laterna, lanterna. Segundo METCALF (1938) O gênero Laternaria L., 1764, deve ficar restrito a L. candelaria L. 1764, espécie asiática. 7 De Derbe, nome próprio.
40
INSETOS DO BRASIL
9(7') 9'
- Tíbias posteriores com um esporão movel no ápice ...................................... ....................................................................................... Araeopidae 8 (Delphacidae) 9 --Tíbias posteriores sem esporão movel ..............................................10
l0(9')
- Cabeça mais ou menos prolongada adiante; quando pouco prolongada, a fronte com 2 ou 3 carenas ou as tegulae ausentes e a sutura claval obscura. Sempre sem ocelo medianO ......... Dictyopharidae10
10'
- Cabeça não, ou moderadamente prolongada adiante; fronte apenas com u m a carena m e d i a n a (exelusive as m a r g e n s laterais), ou m e s m o sem ela. Tegulas presentes; s u t u r a claval distinta. Ocelo mediano frequentemente presente .................................................................... Cixiidae 11
11 (2')
- - 2 ° tarso posterior com u m espinho de cada lado; ápice a r r e d o n d a d o ou em p o n t a r o m b a . N e r v u r a claval quasi s e m p r e t e r m i n a n d o no ápice do clavus .......................................................................................................... 12 - - 2 ° tarso posterior pequeno; ápice a r r e d o n d a d o ou em p o n t a r o m b a , sem espinhos ................................................................................................................. 16
11'
12 (11) 12'
- - S e m p r e u m a s u t u r a d i s t i n t a restringindo o ângulo posterior do mesonotum .................................................................................................... Tropiduchidae 12 - - Angulo posterior do m e s o n o t u m n ã o tão restrito; artículo basal do tarso posterior curto ou muito curto ........................................................................... 13
13 (12') - - Área costal dividida p o r n e r v u r a s transversais, p o r e m sem grânulos no clavus e quasi sempre com carena lateral no clypeus ................... .................................................................................................................. Nogodinidae 13' - - Área costal não dividida por n e r v u r a s transversais, ou, q u a n d o dividida, com o clavus granuloso ou o clypeus sem carena lateral ..................................... 14 14 (13 ') - - Área costal dividida p o r n e r v u r a s transversais; elavus granuloso ou base da costa fortemente curvada ................................................................ Flatidae 13 14' - - Clavus não granuloso e base da costa não f o r t e m e n t e e u r v a d a . . . 15 15 (14') - - T e g m i n a s grandes, quasi verticalmente tectiformes; tíbias posteriores sem espinhos laterais; sem área costal ....................................... Acanaloniidae 15' - - T e g m i n a s não tão g r a n d e s e, geralmente, nau tão verticalmente tectiformes; tíbias posteriores, geralmente, com u m ou mais espinhos laterais; p r o n o t u m curto, especialmente a t r á s dos olhos; área costal geralmente ausente ou obscura ........................................................................... Issidae 14 8
(araios), fino; (pous), pé. (delphax), porquinho. (dichtyon), rede; (phero), suporto.
Gr.
9
Gr. 10 Gr. 11 Lat.
ciccus,
pequeno
gafanhoto.
12 Gr. (tropidios), 13 De Flata, nome próprio. 14 De Issus, nome próprio.
carena.
FULGOROIDEA 16 (11') -
16'
-
17(16')
-
17'
-
41
T e g m i n a s largas n a m a r g e m apical; verticalmente tectiformes, com área costal dividida p o r n e r v u r a s transversais; clavus longo; cabeça tao ou quasi tão larga q u a n t o o torax; artículo basal do t a r s o posterior curto ou muito curto .................................................................... Ricaniidae Tegminas nem tão largas na margem apical, nem tão verticalmente tectiformes, ou cabeça d i s t i n t a m e n t e mais estreita que o torax; clavus não tão longo ................................................................................................ 17 Fronte raramente tão larga quanto comprida; quasi sempre sem m a r g e n s laterais angulosas e com 1 a 3 carenas longitudinais; clypeus geralmente apresentando carenas laterais ................................................. Lophopidae 16 Fronte mais larga que longa, lateralmente prolongada em ângulo distinto; clypeus sem carenas laterais; f r o n t e sem carenas longitudinais ou com uma apenas, mal perceptível .............................................. ...................................................................................................... Eurybrachydidae 17
20. Espécies mais interessantes. - No Brasil são bem conhecidas as espécies de Fulgora Linne, 1767, como Fulgora laternaria (L., 1758) (Fulgorinae) (=Laternaria phosphorea L., 1764) e outras,
Fig. 27 - Oliarus sp. (Cixiidae), asa anterior.
estudadas por PINTO DA FONSECA (1926 e 1932) e vulgarmente co-
nhecidas pelo nome "jequitiranaboia", corruptela do nome indígena "jakiranamboia" (cigarra cobra). Homópteros de aspecto singular principalmente pelo conspícuo prolongamento cefálico, em forma de castanha de cajú ou de fava de amendoim, que, visto de lado, lembra tambem o perfil da cabeça de um Sáurio, com a dentuça à mostra (figs. 28-30). 16 Gr. 17 Gr. 18 Gr.
(rycane), plaina. (lophos) , crista; (ops), ace. (eurys), largo; (brachion), braço.
42
INSETOS DO BRASIL
E m nosso território estes grandes H o m ó p t e r o s são muito temidos por quasi todos que ainda creem na abusão de, com as picadas, fazerem secar u m a árvore ou mesmo m a t a r um homem. Outra lenda relativa à Fulgora é a de ser luminoso o prolongamento cefál]ico. Provavelmente tal idéia originou-se de um fenômeno mal interpretado por MARIA SIBYLLE MÉRIAN, descrito em sua memoravel obra " M e t a m o r p h o s i s insectorum surinamensium" (1705). A luminescência, vista pela grande naturalista, possivelmente provinha de bactérias fotogênicas, que se desenvolviam sobre a cabeça dos exemplares por ela observados. Aliás, que me conste, ninguem mais teve o ensejo de confirmar a observação de MÉRIAN. Muitos dos nossos pequenos Fulgorideos. quando pousados, teem o hábito curioso de andar de lado e para trás. 21. Importância econômica - Os Fulgorídeos podem causar grandes danos às plantas cultivadas. No arroz, no milho e em outras plantas cultivadas no Brasil, encontramse frequentemente Fulgorídeos, que, norFig. 28 - Fulgora orthocephala (Fonseca, 1926) (Fulgoridae, Fulgorinae) (pouco aumentada).
malmente, não E m outros sentantes desta se c o m p o r t a m
causam grandes estragos. paises, porem, hà represuperfamília que, às vezes, como verdadeiras pragas.
Basta citar os danos produzidos por Perkinsiella saccharicida Kirkaldy, 1903 e Saccharosydne saccharivora (Westwood, 1833) (Araeopidae), ambos pragas da cana de açucar, aquele em Hawaii e este nas Antilhas. No J a p ã o o mais sério inimigo do arroz é a Liburnia furcifera (Horvath, 1899) (Araeopidae).
FULGOROIDEA
Figs. 29 e 30 -
43
Fulgora lampetis Burmeister, 1840 (Fulgoridae, Fulgorinae) (De Fonseca, 1926). vista de cima e de pefil.
Figs. 31 e 32 - Odontoptera spectabilis Carreno, 1841 (Fulgoridae; Fulgorinae); vista de cima e de perfil (pouco menos de X 1,5)
44
INSETOS DO BRASIL
22. Inimigos naturais - Em outros paises os Fulgorídeos são parasitados por larvas de Drynidae (Vespoidea). Os ovos da praga da cana de açucar das Antilhas (Saccharosydne saccharivora) são frequen-
Figs. 33 a 37 - Cathedra serrata (Fabricius, 1781) (Fulgoridae, Fulgorinae) 1, "larva" (vista lateral); 2, "larva" (vista dorsal); 3, ninfa (vista lateral); 4, exuvia da ninfa (vista dorsal); 5, adulto (De Fonseca, 1931).
temente parasitados Mymaridae).
por
Anagrus
armatus
Ashmead
(Chalcidoidea,
Convem dizer que há lagartas que vivem parasitariamente sobre alguns Fulgorideos, alimentando-se da secreção cérea destes insetos. O fato foi pela primeira vez observado em Hong Kong por BOWRING (1850) em Laternaria candelaria L., 1764. WESTWOOD (1876) verificou tratar-se de uma mariposa de um novo, gênero - Epipyrops.
FULGOROIDEA
45
Fig. 39 - Poekilloptera phalaenoides (L., 1758) (Flatidae, Flatinae). (quasi X 2, Lacerda fot). Fig. 38 - Saccharosydne saccharivora (Westwood, 1833) (Araeopidae); à direita, em cima, terminália da fêmea; em baixo, terminália do macho (De Osborn, 1935, fig. 65).
Fig. 40 Phrictus diadema (L., 1758) (Fulgoridae, Fulgorinae), (pouco menos de X 1,5).
46
INSETOS DO BRASIL
Fig. 41 - Phenax variegata (Olivier, 1791), (Fulgoridae, Phenacinae); presas ao abdomen longas caudas de cera (tamanho natural).
Fig. 42 - Dilobura verrucosa Stal, 1859 (Fulgoridae Poiocerinae) (pouco menos de X 1,5) (for. Lacerda).
Desde então foram estudadas outras espécies do mesmo gênero, hoje reunidas na família Epipyropidae, com representantes no Japão, América do Norte e até na América Central (ler a respeito o trabalho de PERKINS, 1905).
FULGOROIDEA
47
Fig. 43 - Episcius platyrhinus Germar, 1830) (Eulgoridae Poiocerinae) (cerca de X 1,5)
Fig. 44 - Acmonia maculata (Guérin, 1830) (Fulgoridae, Poiocerinae) (cerca de X 2) (fot. C. Lacerda)
23.
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ta-
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FULGOROIDEA
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50
INSETOS DO BRASIL
SCHMIDT, E.
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Superfamilia
MEMBRACOIDEA 18
24. Caracteres. - Quasi todos estes insetos são facilmente reconheciveis pelo e x t r a o r d i n á r i o d e s e n v o l v i m e n t o do p r o n o t o , p r o l o n g a d o sobre o a b d o m e n n u m processo m a i s ou m e n o s a l o n g a d o . A l e m desse processo p r o n o t a l , os M e m b r a c í d e o s p o d e m a i n d a a p r e s e n t a r saliências ou p r o l o n g a m e n t o s , de f o r m a s as m a i s v a r i a d a s , que lhes d ã o a s p e c t o s singulares, às v e z e s e x t r e m a m e n t e grotescos, como se pode apreciar nas figuras aqui apresentadas. O escutelo, na maioria das espécies de Membracidae, fica encob e r t o pelo processo p o s t e r i o r do p r o n o t o , e x c e t o e m C e n t r o t i n a e , c u j a s espécies a p r e s e n t a m - n o m a i s ou m e n o s e x p o s t o , a t r á s do p r o n o t o . Em Aethalionidae, o pronoto, conquanto bem desenvolvido e p r o v i d o de u m a c r i s t a l o n g i t u d i n a l m e d i a n a , n ã o se p r o l o n g a s o b r e o s c u t e l l u m e m processo m é d i o m a i s ou m e n o s a l o n g a d o . À á r e a a n t e r i o r declive do p r o n o t u m , que se e s t e n d e a t é a b a s e da cabeça, dá-se o nome de metopidium. Para a terminologia das d e m a i s regiões do p r o n o t u m v. figuras 45-47. 1 8 Lat.
membrana
MEMBRACOIDEA
A dita;
cabeça é
dos
Membracídeos
anteriormente
não
representada
51
apresenta
pelo
fronte
vertex,
propriamente
constituído
por
2
Fig. 45 - Hemikypta punctata (Fabricius, 1787) (Membracidae); 1, vertex 2, metopidium; 3, supra-humerais (cornos supra-humerais); 4, dorsum do pronotum); 5, carena dorsal; 6, processo posterior; 7 , limbus ou membrana terminal; 8, margem costal; 9, 10, 11, 12 e 13,
celulas apicais;
ll,
célula apical terminal;
14 e 17,
células
discais ou discoidais; 15, 16, 18, células basais; 19, clavus; 20 e 21 nervuras anais (cerca de X 6).
escleritos,
separados
pela
sutura
epicraniana
em
Y,
cada
um
deles
com um ocelo (figs. 45 e 47). Antenas laterais
do
As desses
inseridas
de
cada
lado
do
clypeus,
sob
as
margens
vertex.
pernas
e
as
asas
fornecem
bons
caracteres
para
a
em
algumas
espécies
sistemática
insetos. Na
família e
setáceas,
subfamília Centrotinae
médios,
são
Membracinae as
largas
tíbias, e
e
principalmente
achatadas
ou
as
foliáceas.
dos
pares
da
sub-
anteriores
INSETOS DO BRASIL
52
Abdomen normalmente de 11 segmentos. Genitália, especialmente nos machos, como em outros Homópteros, oferecendo excelentes caracteres para a diferenciação dos gêneros e até mesmo das espécies. Devo aquí referir os casos de castração parasitária, observados
Fig. 46 - Hemikypta punctata (Fabricius, 1787) (Membracidae), vista de frente; 1, supra-humerais (cornos supra-humerais); 2, metopidium; 3, olho; 4, antena; 5, clypeus; 6, ocelo (cerca de X 6).
por KORNHAUSER (1919). Esse autor verificou que
espécies de Thelia, quando parasitadas
cie
de
por
uma
Aphelopus
espé-
(Hyme-
noptera, Dryinidae), sofrem alterações notaveis, não somente no aparelho reprodutor, como na genitália externa. 25. Hábitos. - Os Membracídeos, em sua maioria, vivem gregariamente, nos galhos dos arbustos e das Fig. 47 - Membracis sp., visto de frente; 1, crista dorsal; árvores. Quando se tenta 2, metopidium; 3, angulo humeral; 4, ocelo; 5, antena; 6, clypeus; 7, vertex; 8, olho (cerca de X 12). apanhá-los deslocam-se geralmente em torno do galho, procurando esconder-se. As formas adultas, porem, quando perseguidas, saltam e voam imediatamente.
MEMBRACOIDEA
As fêmeas dos nossos Membracídeos poem os ovos, ora superficialmente, nas folhas ou nos galhos, uns ao lado dos outros, cobrindo-os com massa branca um tanto pegajosa, secretada pelas glândulas coletéricas, geralmente de consistência cérea (Aethalion, Bolbonola, Horiola, Metcalfiella etc.), ora em sulcos, previamente abertos pelo oviscapto, nos galhos, no pecíolo ou mesmo na nervura mediana das folhas, ou no pedúnculo das
53
9.
__5
8_
Fig. 48 - Tubo digestivo de Tricentrus albomaculatus Distant, 1907 (Membracidae, Centrotinae); 1, esôfago; 2, músculos; 3, membrana basal; 4, camara filtro ou filtrante; 5, intestino posterior; 6, tubos de Malpighi; 7, rectum; 8, mesenteron; 9, papo; 10, músculos (De Weber, 1930, fig. 172a, segundo Kershaw, 1913).
Fig. 49 - Galho com posturas de Campylenchia sp. A direita, aumentada, a parte do galho sem a massa cerea que cobria as fendas portadoras de ovos.
flores e dos frutos. Nesse segundo caso, ou as fêmeas deixam, depois de depostos os ovos, as fendas expostas (Ceresa, Tragopa), ou cobremnas com uma certa quantidade da cobria massa branca há pouco referida (Campylenchia, Membracis) (Fig. 49).
O aspecto dessas massas, quer nelas incluindo ovos, quer cobrindo fendas portadoras de ovos, quasi sempre de superfície estriada ou reticulada, é característico para cada espécie.
54
I N S E T O S DO B R A S I L
E m A e t h a l i o n i d a e as p o s t u r a s são superficiais, p o r e m a s u b s t â n c i a que cobre e e n v o l v e os ovos é de cor p a r d a c e n t a ou a c i n z e n t a d a , c o n f u n d i n d o - s e com a casca do galho e m que se a c h a m e
Fig. 50 - Bocydium globulare (Fabricius, 1803) (Membracidae) (X 14).
em n a d a se p a r e c e n d o , nem n a f o r m a , n e m n a cor, com as o o t e c a s dos d e m a i s M e m b r a c í d e o s (v. f i g u r a 63). D o s ovos s a e m f o r m a s j o v e n s , g e r a l m e n t e p r o v i d a s de c r i s t a s ou processos espin h o s o s no dorso, de aspecto bem diverso d a s r e s p e c t i v a s form a s a d u l t a s e frequentemente revest i d a s de i n d u t o céreo p u l v e r u l e n t o ou m a i s espesso. O a b d o m e n é geralmente prolongado em tubo, mais ou m e n o s a l o n g a d o , Fig. 51 - Cyphonia trifida (Fabricius, 1775) (Membracidae) (X 10). t e n d o no á p i c e o anus. M u i t o s são os M e m b r a c í d e o s que, pelos anus, e x p e l e m líq u i d o m a i s ou m e n o s a b u n d a n t e , quasi s e m p r e , p o r e m , m u i t o
MEMBRACOIDEA
55
apreciado por formigas melívoras das subfamílias Formicinae e Dolichoderinae. 26. C l a s s i f i c a ç ã o e espécies mais interessantes: - A super família Membracoidea contem cerca de 1500 espécies descritas e grupadas em duas famílias Membracidae e Aethalionidae19, que se distinguem facilmente pelo aspecto do pronotum, o qual não apresenta processo posterior em Aethalionidae. A região neotrópica, especialmente a América do Sul, é a que possue maior número de espécies. E n t r e as mais frequentemente encon-
Fig. 52 - Spongophorus cinereus Fonseca, 1933 (Membracidae) (X7) (De Fonseca, 1933, fig. 10).
Fig. 53 - Spongophorus atratu8 Fonseca, 1936 (Membracidae) (cerca de X 3) (De Fonseca, 1936, fig. 11). Figs. 54 (esquerda) e 55 (direita) - Heteronotus flavomaculatus
Fonseca, 1936 (Mernbracidae (X4) (De Fonseca, tradas no Brasil, mere1936, figs. 7 e 8). cem citação as do gênero Membracis Fabr., 1775: Membracis foliata (L., 1767), M. arcuata 19De Alguns
(aithalion), enegrecida pelo calor (epith. d a cigarra). autores incluem Aethalionidae em Jassoidea.
56
INSETOS DO BRASIL
(De Geer, 1773) e outras, muito conhecidas pela forma do pronoto, em crista foliácea, quasi semicircular, de cor preta e áreas brancas ou amareladas. Vários Membracídeos teem o pronoto com forma e cor semelhantes
a dos acúleos ou espinhos das plantas (Campylenchia Stal, 1869).
Fig. 56 - Heteronotus flavolineatus Laporte, 1832 (Membracidae) (cerca de X 5,5) (C. Lacerda fot.)
Bem características são as espécies do gênero Bolbonota A m y o t & Serville, 1843, em geral pequenas e de cor escura, cujo pronoto se apresenta globuloso e fortemente enrugado. E m defesa, encolhem as pernas de encontro ao corpo, de modo a parecerem pequenas sementes.
Dentre os Membracídeos de formas bizarras podem ser mencionadas as espécies do gênero Spongophorus Fairmaire, 1846, quasi rodas brasileiras, cujo pronoto apresenta um ou dois prolongamentos eretos, simples, às vezes globulosos, o anterior mais longo que o posterior, geralmente curvado para trás. As espécies (to gênero Heteronotus Laporte, 1832, tambem, em sua maioria, brasileiras, são interessantíssimas porFig. 57 - Heteronotus glanduliger (Lesson, 1831) (Membracidae) (cerca de X 6) (C. L a c e r d a fot.) que mimetisam formigas, devido ao aspecto peculiar do pronoto, prolongado posteriormente em um processo com dilatações globosas, separadas por fortes estrangulamentos.
MEMBRACOIDEA
57
Como exemplo curioso de mimetismo merece citação especial a espécie central-americana, descrita por FOWLER (1895) na Biologia Centrali-Americana, sob o nome de Parantonae dipteroides, que muito Curiossísimos são tambem os prolongamentos pronotais das espécies dos gêneros Cyphonia Laporte, 1832, e Bocydium Latreille, 1929, quasi todas do Brasil (figs. 51 e 59). 27. I m p o r t â n c i a econômica. - Raramente os Membracídeos produzem vultosos estragos. Os danos resultantes da sucção da seiva pelas formas jovens e adultas são, via de regra, insignificantes, a menos que o inseto esteja continuamente expelindo pelo anus, em gotículas,
Figs. 58 (esquerda) e 59 (direita) - Kronides cochleata (Schmidt, 1911) (Membracidae) (X 11) (De Fonseca, 1937, figs. 3 e 4).
grande
Figs. 60 (esquerda) e 61 (direita) - Leiocysta niger Fonseca, 1936 (Membracidae) (X 10) (De Fonseca, 1936, figs. 1 e 2).
quantidade de líquido, como no caso do ataque pelo Aethalion reticulatum (Lin., 1767) (Aethalionidae) e pela Metcalfiella pertusa (Germar, 1835). As espécies cujas fêmeas, com o oviscapto, fazem fendas nos tecidos das plantas (Campylenchia hastata (Fabr., 1787) e outras) embora tais
vamente pouco profundas, frequentemente causam danos de certa importância, mormente quando tais lesões são muito aproximadas
58
I N S E T O S DO B R A S I L
e
feitas
em
hastes
finas
ou
outras partes delicadas dos vegetais, como pedúnculos
das
flores e dos frutos. Os tecidos atacados,
em certas
plantas,
reagem, formando-se
cancros,
que deformam
a parte
gida e impedem
atin-
a livre
cir-
culação da seiva, sobrevindo, como dos
consequência, tecidos
a morte
situados
alem
dessa parte. E i s c o m o BONDAR se m a nifesta
relativamente
às
pécies do gênero Tragopa, Fig. 62 - Aethalion reticulatum (Linnaeus, 1767) (Aethalionidae) (cerca de X 4,5) (De Fonseca e Autuori, 1933, fig. 113).
esque
fazem posturas endofíticas em cacaueiros:
« As larvas e os adultos vivem chupando a seiva nos brotos novos nos pedúnculos das flores e bilros e nas frutas. Quando as frutas novas são fortemente atacadas, o tecido externo fica contraído e as
Fig. 63 - Fêmea de Aethalion reticulatum (L., 1767), formas jovens do 1º estadio e 2 posturas. A postura do lado esquerdo apresenta alguns furos (pontos negros) de saida de microhimenópteros, que parasitaram os ovos (pouco mais de X 2) (J. Pinto. fot).
frutas sé desenvolvendo ficam deformadas e frequentemente rachadas, como mostram as nossas fotografias (fig. 67). E m muitos casos as frutas ficam completamente inutilizadas, pois, permanecem pequenas e não desenvolvem as sementes. Há pés atacados pelos membracídeos perdendo t e um quinto a u m terço da sua produção.
MEMBRACOIDEA
Fig. 64 - Lymaenon (Gastrogonatocerus) acanophorae Ogloblin, 1938 (fêmea), consideravelmente aumentado (Mymaridae); parasito de ovos de Membracidae (C. Lacerda, del.).
Fig. 65 - Lymaenon (Gastrogonatocerus) acanophorae Oglobin, 1938 (macho), consideravelmente aumentado (Mymaridae); parasito de ovos de Membracidae (C. Lacerda del.).
59
60
INSETOS DO BRASIL As f r u t a s que escapam ficam irregulares, p o u c o crescidas, p r e t a s n a superficie, com a casca seca e áspera. Outro modo de estragos é o seguinte: as espécies do gênero Tragopa depositam os ovos no pedúnculo floral, no bilro, na fruta desenvolvida ou no r a m o novo, introduzindo-os nos tecidos d a p l a n t a em g r u p o s de algumas dezenas. As feridas assim feitas no pedúnculo i n t e r c e p t a m
Fig. 66 - Anaphoidea latipennis Crawford. 1914 (fêmea), consideravelmente aumentado (Mymaridae); parasito de ovos de Membracidae (C. Lacerda del.).
a selva e abortam as flores ou os bilros. Quando os ovos são depositados no talo da fruta meio crescida, esta frequentemente desenvolve-se, muitas porem morrem. As
feridas
no
pedúnculo,
formando
cancros,
interceptam
os
vasos
da selva ou servem como porta de entrada para o cogumelo Phytophthora palmivora agente da podridão do cacau. A desova nos tecidos da fruta ou do ramo provoca tambem cancros, que facilitam o acesso ao referido cogumelo. O lugar da desova é facil de se perceber, pois, quando a ferida é nova, ela forma uma saliência pelos ovos introduzidos no tecido, e, depois, saindo as lavras forma-se o cancro e o tecido racha ».
MEMBRACOIDEA
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28. Parasitos. - Os ovos dos Membracídeos, mesmo os que ficam bem esconoidos, são frequentemente parasitados por microhimenópteros das famílias Trichogrammatidae (espécies de Abbella) e Mymaridae (espécies de Lymaenon (Gastrogonatocerus) e Anaphoidea).
Fig. 67 - Frutos de cacaueiro com manchas na casca e deformações causadas por picadas de Membracídeos (De Bondar, 1939, Ins. Dan. e Paras. Cacau, Bahia, fig. 16).
BRÈTHES (in A. MARQUES, 1925) descreveu Abbelloides marquesi
(familia Trichogrammatidae), parasito dos ovos de Aethalion reti-
culatum. De ovos desta mesma espécie, OGLOBLIN (1938), na Argentina, descreveu Lymaenon (Gastrogonatocerus) aethalionis, que, no Rio, tambem se cria em ovos de Campylenchia hastata (Fabricius, 1787),
62
INSETOS DO BRASIL
segundo
verifiquei
em
material
ovos deste Membracídeo são (Gastrogonatocerus) acanophorae
colhido
tambem Oglobin,
por
Azevedo
Marques.
Os
parasitados por Lymaenon 1938 e por Anaphoidea
Fig. 68 - Galhos de Citrus atacados por formas jovens de Metcalfiella pertusa (Germar, 1835) (De Bondar, 1939, Ins. Dan. e Paras. Cacau, Bahia, fig. 18).
latipennis
picta cídeo
Crawford 1914, que, em Trinidad, se cria em ovos de Horiola
(Coquebert, inimigo
do
1809)
(=
Horiola
cacau
na
Baía.
arcuata
(Fabr.,
1803),
Membra-
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Hemipternas Systematik. Kongl. Vetensk Akad. Forhandl. 24:491-560. Membracidernas Kannedon. Kongl. Vetensk Akad. Forhandl. 26:231-300.
Superfamília C E R C O P O I D E A 20 30. Caracteres. - Superfamília constituida por Homópteros pequenos ou de tamanho médio, não raro apresentando cores vivas, facilmente distinguiveis dos demais representantes da subordem Auchenorhyncha pelo aspecto da cabeça, do pronotum e sobretudo pela disposição dos espinhos tibiais e tarsais do par posterior. Fronte simplesmente convexa ou bem saliente, porem, comprimida lateralmente e transversalmente sulcada; na parte dorsal e achatada da cabeça (vertex) e no meio da margem anterior, adiante dos 2 ocelos, ha uma peça quadrangular (tylus), distintamente separada (fig. 69) do Fig. 69 - Tomaspis liturata var. ruforivulata (Stal, 1854) (Tomasresto do vertex por pididae); 1, tylus; 2, vertex; 3, antena; 4, olho; 5, pronotum; 6, scutellum; 7, tegmen; 8, espinhos laterais da tibia; 9, espinhos uma sutura. apicais da tibia; 10, margem sutural; 11, corium; 12, sutura claval externa (setor externo do clavus); 13, sutura claval interna (setor Antenas curtas, interno do clavus); 14, margem humeral; 15, margem lateral posterior do pronotum; 16, margem lateral anterior (X 5,5). setáceas, inseridas entre os olhos e abaixo da margem anterior do vertex, com 2 segmentos basais curtos e a parte restante (flagelum) ciliforme. Pronotum relativamente grande, hexagonal ou trapezoidal. 20 De
(cherchops), que tem longa cauda.
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INSETOS DO BRASIL
Mesonotum representado por scutellum triangular, geralmente pequeno; em Machaerotidae, porem, grande e bem saliente, posteriormente comprimido e armado de espinho apical, mais ou menos alongado, aspecto este que, até certo ponto, pode estabelecer confusão destes insetos com os Membracídeos. Nestes, porem, como já vimos, não é o scutellum e sim o pronotum que se apresenta posteriormente prolongado em processo mais ou menos conspicuo.
Figs. 70, 71 e 72 - Cabeça de Tomaspis, vista de cima, de perfil e de frente; 1, vertex; 2, ocelos; 3, olho; 4, antena; 5, tylus; 6, gena; 7, lora; 8, clypeus (fronte); 9, anteclypeus (clypeus); 10, rostrum (X 14) (C. Lacerda del.).
Tíbias das pernas do par posterior armadas, na margem externa (superior ou posterior), de um ou dois espinhos e, no ápice, que é mais ou menos alargado, de uma coroa simples ou dupla de espinhos menores (fig. 73). Os dois artículos proximais do tarso dessas pernas teem tambem, no ápice, uma coroa semelhante de espinhos ainda menores, ou dentículos. Asas, em repouso, excedendo o abdomen; as anteriores, tambem chamadas tegminas ou élitros , são tectiformes ou abobadadas, quase sempre pergaminhosas ou coriáceas e mais ou menos pubescentes.
CERCOPOIDEA
67
31. Hábitos. - As formas adultas são encontradas geralmente nas folhas das plantas. Voam e saltam bem. As formas jovens, que se assestam nas partes epígeas ou hipógeas das plantas, teem o hábito de expelir uma espuma de bolhas aglomeradas, semelhante a cuspe, no melo da qual vivem ate a fase adulta. Quando a ninfa está prestes a se transformar em inseto alado, cessa a Fig. 73 - Tíbia e tarso da perna posterior, esquerda formação de espuma e o líde Tomaspis, vistos de cima; 1, espinhos laterais; 2, espinhos apicais da tíbia; 3, espinhos tarsais. quido, que ainda nela per(X 9) (C. Lacerda del). manecia, em pouco tempo se evapora. Seca a espuma, forma-se, no interior, uma cavidade ou célula, na qual a ninfa, aloja, realizando-se aí a última ecdise. O líquido espumoso forma-se, segundo GUILBEAU (1908), do seguinte modo: Depois de expelido pelo anus, em maior ou menor abundância, conforme a quantidade de seiva sugada da planta, adquire certa viscosidade pela adição de uma substância mucilaginosa secretada por grandes glândulas hipodérmicas situadas ao nivel da região pleural dos 7° e 8° segmen-
tos abdominais (glandulas de Batelli), tornando-se, então, espinhoso pela ação da extremidade do abdomen que, continuadamente, inclue bolhas de ar no líquido viscoso. VIGNON (1930 - Introduction à la Biologie Expérimentale, p. 157) descreve, segundo dados colhidos no trabalho de LICENT (1912), O mecanismo da produção da espuma e como nela
Fig. 74 - Tubo digestivo de Tomaspis saccharina (Tomaspididae); 1, esôfago; 2, camara filtro, ou filtrante; 3, tubo de Malpighi; 4, rectum (De Weber. 1930, fig. 172c, segundo Kershaw).
I N S E T O S DO BRASIL
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vivem modo:
mergulhadas
as
formas
jovens
dos
Cercopídeos,
do
seguinte
"Examinons le bout de l'abdomen. Les pièces dorsales, ou tergites, des 8e et 9e segments se recourbent ventralement, s'allongent, se rejoignent presque sur la ligne ventrale médiane (ma fig. 222 dorme une coupe transversale). Ces pièces, envahissant l'arrièle, sont venues d'ailleurs aussi coiffer les 10e et 11e segments qui font ensemble un mamelon un cône, elles ont été jusqu'à dépasser et enfermer ce cône anal. Le voilà donc, ce mamelon, pris dana une sorte de boite, dana quoi l'on n'accède que par la fente médio-ventrale du plancher. Cela, c'est l'organe spécial superficiel I1 fonctionn e, dirons nous volontiers, d'une façon quasiautomatique (fig. 223). Le cône anal tourne constamment dans la boite, en s ' a p p u y a n t à la paroi. I1 enferme entre sa propre surface latérale et la paroi un étroit volume d'air. Aspiré, cueilli, sitôt que le cône, en pivotant, a dépassé la lente ventrale, l'air est chassé quand le cône revient à la fissure. II sort, cet air, tout enveloppé d ' u n liquide que l'anus excrète sans cesse: il est dono expulsé à l'etat de petite bulle. E t une Fig. 75 - Ninfa de Tomaspis liturata var. bulle succède à l'autre. - Mais voici que ruforivulata (Stal, 1854), face ventral le prend sa part du travail: l'abdomen se (Tomaspididae); a fenda longitudinal indicada pela seta é o chamado canal soulève, en effet, pour aller puiser l'air respiratório. hors de l'écume déja produite, il s'abaisse pour aller pondre la bulle où il convient qu'elle soit m i s e . . . Détaillons ce côté "psychique" de la confection de l'écume (Licent p. 55). Soit une larve de Cicadelle commençant à faire couler, par l'anus, l'abondant suc végetal que pompe le rostre. Elle pourrait être noyée dans ce liquide, t a n t il y en a. Mais on observe un certain télescopage des derniers segments de l'abdomen, et soudain une bulle nait: elle sort de ce que semble être l'anus, et qui est la fept ventrale Fig. 76 - Ninfa de Tomaspis inteiramente envolvida pela espuma por ela formada. de la boite. Le bout de l'abdomen est souvent hors du bain, à ce moment précis: il se courbe aussitôt vers le support, vera la tige, pour déposer la bulle " p o n d u e ' . Puis il se relève: a u t a n t qu'il faut pour aller puiser l'air. Derechef il
CERCOPOI DEA
69
s'abais se: afin de bien placer la bulle qui sort. Les bulles se suivant ainsi régulièrement et à, des intervalles très rapprochés, jusqu'a couvrir d'un m a t e l a s écumeux la bête qui toujour pompe et pond. Les gestes d'abaissement et d'exhaussement continuent, pour l'abdomen, jusqu'a ce que le bout de cet abdomen ait peine à émerger de la mousse; ils sont alors remplacés par un celtain mouvement giratoire, résultant de ce que l'appareil anal va maintenant puiser l'air sur le côté. - Tous ces gestes abdominaux sont contrôlés, dirigés, par conséquent ils sont voulus. E t voyez ceei encore. Quand il y a suffisamment d'êcume, la bête renonce à pondre devantage: psychisme, encore, que cet acte d'arrêt. L'abdomen alors ne bouge plus, la boite ne fabrique plus. Le liquide anal coule le long du support, in employé: norte larve, dans son é p a i s manteau spumeux, n'ayant plus à craindre la noyade. La logique voudrait, s e mble-t-il, que l'on décrivit à présent l'organe spécial profond : c e l u i dont le jeu est tout physiologique. E t de fait je dois annoncer aussitôt que ce o r g a n e est là pour que le liquide excrété par
Figs. 77, 78 e 79 - Respectivamente, figuras 222, 223 e 224 de Vignon (1930), segundo a descrição de Licent (1912), mostrando como se formam as bolhas de espuma por uma forma joven de Cercopídeo.
l'anus soit glutineux. A défaut, les bulles ne tiendraient point: et elles ne colleraient pas les unes aux autres. Mais il est impossible de comprendre cet instrument biologique profond sans avoir montré d'abord à l'oeuvre l'organe plus général, que l'instinct des Cicadelles utilise sans avoir eu à le créer. C'est de l'organe général que dépend en effet l'organe spécial profond, annexe greffée sur l'organisation d'ensemble a u x intentions expresses de l'écume. J ' e n viens donc à l'organe général. Tous les Homoptères supérieurs en sont pourvos (LICENT p. 12-15; ma fig 224). Voici. Dans sa première partie, l'intestin moyen se dilate en une vaste poche. La seconde partie, forme au contraire un tube étroit. Ce tube étroit commence par se diviser en deux sections, qui se succèdent en figurant un U. La première de ces sections sécrète des ferments digestifs, la seconde absorbe le sue qui a été de la sorte, èlaboré. Le tube rejoint ensuite les parois de la
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INSETOS DO BRASIL
grande poche; il rampe, il serpente entre les tuniques de cette poche, il perce la tunique intérieure près de l'entrée cardiaque de la poehe, il entre dans la cornemuse li en traverse la cavité suivant l'axe, en se dirigeant vers le bas. E t m a i n t e n a n t il quitte la poche en la perforant à nouveau; il rejoindra l'anus d i r e c t e m e n t . . . Que s'est-il physiologiquement passé? - La poche, qui fait suite au pharynx, est gonfléee de la sève très aqueuse aspiréc par l'insecte dont le rostre pique la plante. E h bien, l'eau contenue dans la poche filtre aisément à travers les parois du tube dtroit, pour entrcr dans ce tube par la muraille tandis qu'il serpente entre les deux tuniques de la poche, et il va de sol qu'elle entre aussi pendent que le tube traverse de h a u t en bas la cornemuse. L'eau en excès est conduit ainsi droit a l' anus. Dans la partir en U du tube grele ne s'engage de ce fait qu'une sève dense et forte; elle y est, comme on bas l'a dit, chimiquement traité, puis absorbée (1). Mais l'appareil spécial profond de notre Cicadelle, où donc est-il? Par quelle magie, enfin, l'eau va-t-elle couler de l'anus; capable par conséquent de donner des bulles qui durent, et collent ? Voici. Vers le bas de la corncmuse, mais avant qu'il ait quitté l'interieur de la poche, l'intestin grêle reçoit les tubes de Malpighi: les tubcs rénaux de tout Insecte. Chez tous les Homoptères supérieurs ces tubes plongent eux aussi dans la poche et y serpentent assez longuement, si bien qu'ils accuciuent pour leur part l'eau qui filtre, et contribuent à la mener droit à l'anus. Mais, chez nos larves de Cicadelles, et chez elles seules, ces tubes renaux différencient une région épaisse, glanduleuse (LICENT, p. 60-66). Là est excrétée une façon de fibroine, analogue à la soie. I1 arrive qu'une larve excrète ce produit avanl d'avoir pompé la sève et fait tourner le cône anal: visqueux, filant, il empêtre alors les pattes de la bestiole. Mais normalement il se mêle à l'excès d'eau et s'y dissout, pour se solidifier enfia autour des bulles. Voilá pourquoi celles-ci ont une durée, voilà pourquoi elles engendrent, £ elles toutes, une écume. - L'adulte n'ayant que faire d'un tel produite, la région glanduleuse des tubes de Malpighi s'affaisse, chez lui, et cesse de sécréter 1a fibroine. Maintenant je saia tout: et j'ai compris I1 aura fallu inventer et du même coup créer organisation et foactionnement. I1 aura faliu grouper, sérier, harmoniser les réussites... La sécrétion visqueuse des tubes Malpighi ne pouvait rien sans l'appareil anal, celui-ci ne pouvait rien sans la rotation continue du mamelon, cette giration fût à son tour demeurée vaine sans les abaissements et soulèvements, contrôlés, (1). La paroi du tube grele na laisse point passer les sucres (LICENT p. 43), encove que normalement ils soient "dyalysables": mais il ne faudrait pas, on le comprend, qu'ils fussent perdus. Ils vont done se faire absorber Pour aider á filtration de pression, non sans favorisev parois de la poche. Le thorax pus. . . "L'organisation", c'est
dans la seconde section du tube en U. l'excès d'eau, des muscles mettent dans la eornemuse le liquide sous le renouvenement des contacts. Je parle des muscles propres aux eomprinle lui aussi l'appareil. Le tout est fort bien ageneé, n'en doutons tout cela. Mais, l'organisation, voilà ce qu'on oublie, quand on fonde
la Biologie sur le hasard infravital. L'oubli est gros!
CERCOPOIDEA
71
de l'abdomen. Enfin, il fallait que l'exces d'eau fût mené droit à l'anus, comme il l'est chez teus les Homoptères supérieures. Bref, il fallait que la bête existir, qu'elle fût construite, et qu'elle vecût comine on l'a dar. I1 fallait aussl qu'elle fût inspirée par l'instinct, et nantie de psychisme: il fallait avant tout qu'une idée synthétique menâl le jeu !
Quelques détails encere. J e disais tout à, l'heure que cette viscosité spumeuse abrite efficacement nos larves. Les fourmis en effet se retirent, et très difficilement, quand elles y ont posé les pattes. De grands Panorpa y succombent. Les oiseaux picorent à grand peine dans cette masse où d'ailleurs le gibier n'est point visible. Cela garantit aussi des ardeurs du soleil. E t sans doute le bout de l'abdomen se montre-t-il au cours de la confection de la mousse, mais il ressemble à quelque bourgeon végetal englué. Comment respirer, là - dedans.? - Précisément par l'extrémité de l'abdomen. L'ail entré dans la pochette arrive aux stigmates de la dernière paire: et voilà qui apparente cette boite ventralement fendue aux prolongements anaux des Nèpes et des Ranâtres. Mais comment grandir ? Comment se transformer (LICENT. p. 69)? -Les mues larvaires successiveis ont lieu dans l'ecume même. La dernière se fait soit au dedans, soit au dehors Aphrophora spumaria aménaga dans la masse une grande chambre où l'adulte étale et sèche ses ailes, et où il peut rester caché jusqu'à douze heures. »
1.300
32. Classificação. espécies descritas,
dida,
segundo
porem,
METCALF
Machaerotidae,
Os caracteres seguinte chave:
na 1
- A superfamília Cercopoidea, com mais de em grande parte da região neotrópica, é divi(1934), sem
principais
em
4
famílias
representantes das
outras
principais,
uma
delas,
americanos. famílias
acham-se
indicados
-- Olhos de contorno circular; cabeça geralmente mais estreita que o pronotum; margem anterior do pronotum quasi reta ou largamente arqueada; margens laterais anteriores alongadas Tomaspididae 21 (Cercopinae) - - Olhos transversos (diâmetro transverso maior que o vertical); cabeça geralmente tão larga, quanto o pronoto; margem anterior do pronotum fortemente arqueada ou subangulosa; margens laterais anteriores geralmente curtas ............................................................................................. 2
1'
2 (1') - Clavus agudo no ápice; scutellum mais curto que o pronotum ...................... ..................................................... Cercopidae (Aphrophorinae 22; Ptyelinae 23). 2' --Clavus obtuso ou obliquamente truncado no ápice; scutellum mais longo que o pronotum ......................................................................... Clastopteridae 24 21 De 22 De 23 De 24
De
(tome), corte, incisão;
(aspis), escudo.
(aphrós), espuma; (phorbo), que trás. (ptyalon), saliva. (clastos), quebrada, rompida; (pteron), asa.
72
I N S E T O S DO B R A S I L
33. Espécies mais importantes. - Os Cercopídeos, quando não determinam a morte das plantas, fazem-nas definhar, não somente pela quantidade de selva que delas retiram, como porque, com as picadas, facilitam a penetração de germens patogênicos, que rapidamente se multiplicam nos tecidos da planta, causando doenças mais ou menos graves. No Brasil, como nos demais territórios em que se cultiva a cana
de açucar, as espécies mais interessantes pertencem ao gênero Tomaspis A m y o t & Serville, 1843 (Tomaspididae). Dentre elas, as mais comumente encontradas são as seguintes: Tomaspis rubra (L., 1767), de 13 mm. de comprimento e coloração variarei, porem, em geral, apresentando cabeça e pronotum vermelhos, tegminas pretas com duas largas faixas transversais, amarelas ou alaranjadas;
Tomaspis indentata (Walker, 1858), de 12 mm. de comprimento, de cor parda, tegminas com duas faixas estreitas, transversais, róseoavermelhadas;
Fig. 80 - Tomaspis furcata (Germar, 1821) (Tomaspididae) (X 2,9) (C. Lacerda fot) .
Mahanarva indicata (Distant, 1909), de 15 rum. de comprimento, apresentando cabeça e torax de um verde metálico sombrio; tegminas castanhas ou castanho avermelhadas, com duas pequenas manchas avermelhadas perto do ápice;
Tomaspis furcata (Germar, 1821), de 22 mm. de comprimento e cor geral avermelhada; tegminas amareladas na parte central, amarelo-avermelhadas para as extremidades; cabeça, área retangular posterior do pronotum imediatamente atrás da cabeça, scutellum, duas faixas em forquilha nas tegminas, uma central, de abertura posterior e outra apical, com o vértice sobre o ápice da tegmina e os lados sobre os bordos, de cor negra.
CERCOPOIDEA
73
Todas essas cigarrinhas vivem nas partes epígeas da cana de açucar. As formas jovens (larvas e ninfas) vivem geralmente escondidas entre as folhas ainda não abertas, ou suas bainhas, sem todavia, causar grandes prejuízos. 34. Tomaspis liturata (Lepeletier ruforivulata Stal, 1854 (fig. 81).
et
Serville,
1825)
var.
Caracteres. Distribuição - Verdadeira praga da cana de açucar em alguns municípios dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Os estragos causados por este Cercopídeo, tambem conhecido como "cigarrinha dos canaviais", são da mesma natureza dos determinados pelo Tomaspis (Monecphora) saccharina Distant, a maior praga d a cana de açucar em Trinidad. Tem 13 mm. de comprimento e 6,5 de largura. Os machos são de cor vermelha, com tegFig. 81 - Tomaspis liturata var. Fig. 82 - Tomaspis rubra (L. ruforivulata (Stal, 1854) (Tomas1767) (X 3,3), minas orladas de pididae) (X 3,8). (C. Lacerda fot.). preto e percorridas por uma faixa longitudinal da mesma cor. Nas fêmeas, as tegminas são mais escuras, de um castanho avermelhado, apresentando, porem, as mesmas faixas observadas nos machos.
Desenvolvimento - Este inseto, segundo MOREIRA (1925), põe de 8 a 14 ovos fusiformes, amarelo-claros, de 1mm. de comprimento e meio de grossura. Estes, normalmente, são embutidos no tecido seco da bainha das folhas; às vezes, porem, são depostos no chão perto dos colmos.
INSETOS DO BRASIL
74 Deles raizes
da
saem, cana,
espumosa
em pouco
cerca
muda, mais
de
o
se
-
um A
região referida.
10
mm.
efetua
planta
Etologia creveu
de
que
qualquer
depois,
da
anteriormente
apresentam última
dias
perto
no
formas do
Depois de solo,
depois
propósito
da
do
que
de
acima
quatro deste,
emergindo nascimento
etologia
se
envolvendo-se
comprimento.
circunvizinha, mês
jovens,
coleto,
dessa
localizam logo
ecdises Realiza-se, na
cana
então da
a
nas
na
massa
as
ninfas
então, atacada,
a ou
cigarrinha,
larva.
espécie
MOREIRA
es-
seguinte: « Vive nas gramineas, capins e gramas sugando-as como suga a canna, pondo os ovos nas folhas seccas murchas do collo da planta, rente ao chão, ou a esmo neste e as larvas localizam-se nas raízes do capim como fazem com a canna, ou no colmo junto ao solo. Desde que, porem, se derrubem as mattas, se plantem cannaviaes, ou se transformem pastos em cannaviaes e as condições de meio levem a Tomaspis liturata a se localisar na canna de assucar, nella ellas se fixam, se estabelecem, arruinando as plantações. Nem sempre a invasão dos cannaviaes se dá logo, muitos anhos ás vezes se passam até que sobrevenham condições naturaes de meio que levem a Tomaspis liturata a se estabelecer nos cannaviaes. Póde apparecer em cannaviaes em qualquer parte do sai do território nacional e para explicar a sua apparição não é necessario recorrer a hypothese de sua ir.trodução ou transporte em cannas ou outras gramineas de um ponto para outro, o que, entretanto, pode succeder. Os ovos podem ser transportados nas soccas, ou nas folhas seccas na parte baixa da canna. O insecto difficilmente será transportado, porque escapa-se, voando, ou saltando e as larvas só em condições favoraveis de humidade e de protecção contra o esmagamento, resistem ao transporte. Logo que são perturbadas em sua quietude, ou por falta de humidade, as larvas deixam de produzir a espuma protectora e são votadas à morte, pela secca e pelas formigas ».
Danos
causados
pela
"cigarrinha"
-
Eis
como
os
descreve
Mo-
REIRA (1925): « As cigarrinhas adultas vivem no cannavial, voando e saltando de canna, em canna, durante seus quinze a vinte dias de vida. Sugam a parte aerea da canna, folhas, rebentos em todos os pontos em que podem fincar a tromba. Não sendo perturbadas as cigarrinhas fincam a tromba no ponto que escolheram e sugam ininterruptamente a canna, só interrompendo para mudar de lugar. Sugam a canna e expellem uma gotta de uns 2 centigrammas de liquido, no inicio da sucção, de 50 em 50 segundos e depois normalisando a sucção, de 15 em 15 segundos, o que dá 4,8 grammas
CERCOPOIDEA
75
de liquido extrahido da planta por hora, que certamente depaupera a canna que tem um litro a 700 grammas de caldo, conforme o comprimento de 1m, a 5 a 0m, 9. Observei cigarrinhas sugando ininterruptamente a canna durante 9 horas. Não são, entretanto, as cigarrinhas que causam o definhamento e m o r t e das cannas, m a s sim as larvas que se localisam nas raízes em numero de 28 a 50 em cada soca (em u m a soca de 25 cannas encontrei
38 larvas sugando as raízes). As larvas sugam a raiz em que se localisam até exgotal-a e esta secca c morre. URICH pensa que, além de sugar o liquido da raiz, m u i t o provavelmente a larva da cigarrinha injecta com a t r o m b a no tecido da raiz, alguma substanciat irritante de n a t u r e z a acida ou z y m i c a causando o desenvolvimento de zymases o x y d a n t e s no tecido cellular, p e r t u r b a m a nutrição da céllula. O excesso de acidez em cannas doentes ou infestadas pela cigarrinha foi verificado pelos Profs. CARMODY e COLLENS.
Fig. 84 - Orthorhaphia cassidioides Westwood, 1840 (Cercopidae) (X 4,5)
Fig. 83 - Tomaspis flexuosa (Walker, 1851) (X 3);
(C. Lacerda fot.). Segundo URICH nenhuma variedade de canna resiste à acção da cigarrinha; as cannas fortes bem desenvolvidas soffrem menos e às vezes e m b o r a com o teor de assucar m u i t o reduzido, p o d e m ser aproveitadas, ao passo que as cannas n o v a s pouco crescidas são c o m p l e t a m e n t e perdidas ». PESTANA
(1923)
assim
descreve
o
aspecto
de
um
canavial
ata-
cado: « É curioso o aspecto do cannavial doente. Até certa phase da molestia, olhando-se de longe a plantação, parece que ella n a d a soffre. A côr, entretanto, é verde pallida. Esse signal passará despercebido a q u e m não estiver m u i t o h a b i t u a d o a ver lavoura de cannas. Attribuirá mesmo a u m a deficiencia de nutrição, suspeitando da n a t u r e z a do terreno. Não é, pois, caracteristico do mal. O m e s m o n ã o acontece q u a n d o se chega ao pé da touceira atacada. As cannas ou são tinas uniformemente, ou g u a r d a m até a a l t u r a de alguns centimetros, n a base, o d i a m e t r o normal, p a r a dahi p o r diante se adelgaçarem muito. Parece, no primeiro
76
INSETOS DO BRASIL
caso, que ellas v i n h a m sendo parasitadas desde pequenas, ao passo que no segundo começaram a ser parasitadas depois de já terem algum crescimento. Ellas não se curvam, mantêm-se em sua posição normal. A porção superior, que se adelgaça, tem a flexibilidade do junco, permittindo, ás vezes, que possam ser unidos em arco os dois extremos. A superfície dos colmos fica coberta de placas côr de folha secca conservando o restante a côr normal. Num estado bastante avançado da molestia, as cannas morrem, cahindo-lhes todas as folhas e ficando a n d o extremo superior que, pelo adelgaçamento soffrido, toma uma forma conica. Nessa phase e pouco antes della começam a abrolhar n a superficie da canna fructificações do Coniothyrium que já referi. Essas fructificações sahem atravez da epiderme agglutinadas em filamentos negros contornados ». PESTANA, e m s e u t r a b a l h o , opinião
daqueles
que
nos
canaviais
observados
mostra-se francamente
consideram, atacados
como pelo
causa
única
Tomaspis
contrário dos a
liturata,
à
estragos simples
sucção da seiva e acredita que o agente etiológico da doença seja um f u n g o d e g ê n e r o Coniothyrium, i n o c u l a d o p e l o Tomaspis liturata. Meios
de
combate
-
(1925)
MOREIRA
aconselha
os
seguintes:
« l º - - A queima dos cannaviaes abandonados, muito infestados. 2 ° - - O corte dos cannaviaes cujas cannas podem ser aproveitadas, cortando-as, uns cinco centimetros acima da soca, sendo as cannas limpas das folhas seccas. 3 º - - O arrancamento e destruição pelo fogo das socas atacadas pelas larvas da cigarrinha. 4 º - - O aramento do terreno que deve ficar pelo menos 25 dias exposto à soalheira antes de ser feita nova plantação 5 º - - Feita nova plantação deve sei esta limpa, capinada para que as larvas da Tomaspis liturata, que possam nascei dos ovos, que por qualquer circunstancia t e n h a m ficado protegidos contra a acção do calor e cuja incubação t e n h a sido retardada, não encontrem abrigo nem alimento no capim à espera que os roletes plantados brotem ». naturais
Inimigos
de T.
liturata
em em
S.
nar-lhe
o
às
M.
Trinidad
pelo
inimigo
É
anisopliae meio
ficando
micélio
Nepomuceno
espécie. como
único
apreciaveis,
folhas
João a
O
natural
que
se
conhece,
no Brasil é um fungo entomófito, que o mata, às vezes,
quantidades
pregados
-
possivel
(Minas que
(Metschnikoff, de
os
branco
combate
se
cadáveres fungo.
Gerais), trate
1879) a
do
de
sem um
Sorokin,
Monecphora
das
PESTANA todavia
cigarrinhas observou-o determi-
Metharrhizium, talvez, 1879,
aproveitado
saccharina.
em
CERCOPOIDEA
77
Os principais inimigos naturais dessa cigarrinha em Trinidad são os seguintes Himenópteros: Anagrus urichi Tickler, 1932 (Mymaridae) e Abbella tomaspidis (Trichogrammatidae), ambos parasitos via, parece que o mais eficiente o primeiro, pois, em cada ovo parasitado, desenvolvem - se quasi sempre 3 individuos (ratio de fêmeas para Fig. 85 - Cephisus siccifolius (Walker, 1851) (Cercopidae) (cerca de X 3,5) (Lacerda for.). machos: 5/1). Em Trinidad, como em outros lugares, as ninfas de Tomaspis são frequentemente destruidas pelas larvas de Salpingogaster nigra Schiner (Diptera, Syrphidae).
Fig. 86 - Cephisus siccifolius (Walker, 1851) (Cercopidae) (cerca de X 3,5) (Lacerda del.).
35. Família Cercopidae - Desta família mencionarei Cephisus siccifolius (Walker, 1851). Observa-se esse inseto, quasi sempre em setembro, atacando leguminosas do gênero Acacia. Periodicamente, porem, prolifera de modo impressionante. Veem-se, então, os galhos infestados pelas formas jovens totalmente envolvidos por grandes massas de espuma e a quantidade de liquido excretado é tal que, gotejando continuamente no solo, o molha em áreas relativamente extensas, no meio das quais se f o r m a m pequenas poças de líquido. Não sei de outro Homóptero capaz de drenar em tão grande escala a selva das plantas em que se assestam, e no entanto essas, aparentemente, resistem bem ao ataque do inseto. São t a m b e m interessantes as espécies de Lepyronia (Balsa), cerca de 20, todas do Brasil.
36. Família Clastopteridae Desta família há na América do Sul, principalmente no Brasil, as espécies do gênero Clastoptera Ger-
INSETOS DO BRASIL
78
mar,
1939, e m g e r a l p e q u e n a s
semiglobular Há
e inconspícuas, de aspecto globular ou
e coloração variavel.
anos
recebi
com a informação
do
Ceará
formas
de estarem causando
jovens
de
um
destes
Cercopídeos
estragos apreciaveis nos algo-
doeiros.
37. Bibliografia CEClL, R. 1930 - - The alimentary canal of Philaenus leucophthalmus L. Ohio Jour. Sci., 30:120-130, 2 ests. CHINA, W. F. 1927 - - Some strange relatives of the frog-hopper or cukoo-spit bug. Nat. Hist. Mag., 1:71-85,5 figs. CHINA W. F. & N. A. MYERS 1934 -- Critical notes on some neotropical species of Tomaspis (Homopt. Cercopid.). Ann. Mag. Nat. Hist., (10) 14:448-466, 7 figs. DELETANG, L. 1916 -- Notas hemipterologicas. Apuntes sobre los géneros argentinos de Cercópidos. Physis, 2:263-271, 6 figs. DISTANT, W. L. 1909 - - Rhynchotal notes. X L V I . Ann. Mag. Nat. H i s t . , 8 (3):187-213. DOERING, K. C. 1922 -- Biology and morphology of Lepyronia quadrangularis (Say). (Homoptera, Cercopidae). U n i r . Kans. Sci. Bull., 14:515-587 ests. 54-62. 1928 - - The genus Clastoptera in America N o r t h of Mexico. Univ. Kansas. Sci. Bull., 18:5-153, ests. 1-27. FOWLER, W. W. 1897 - - Fam. Cercopidae. In Biol. Centr. Amer. 2:174-206. GEORGE, C. J. 1929 -- The morphology and development of the genitalia and genital ducts of Homoptera and Zygoptera as shown in the life histories of Philaenus and Agrion. Amer. Jour. Micr. Sci. 72:447-485,ests. 27-29. GODING, F. W. 1923 - Sinopsis de los Cereopidae del Ecuador. Rev. Col. Nac. Vicente Rocafuerte, 11-12:45-52, 1 est.
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CERCOPOIDEA
79
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INSETOS DO BRASIL
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S u p e r f a m í l i a JASSOIDEA
(Jassina) 38. Caracteres - Esta superfamília inclue um grande número de cigarrinhas, de 2 a 20 m m . de c o m p r i m e n t o , em s u a m a i o r i a de corpo estreito, com lados paralelos, a p r e s e n t a n d o cores e desenhos m a i s ou m e n o s vistosos. Os Jassideos ou Cicadelideos teem íntimas afinidades com os Cercopídeos, M e m b r a c í d e o s e Fulgorídeos. Destes se d i s t i n g u e m pela s i t u a ç ã o das a n t e n a s , que n ã o se i n s e r e m sob os olhos e sim e n t r e eles, n a f r o n t e ; dos primeiros, por a p r e s e n t a r e m as t í b i a s posteriores,
JASSOIDEA
em geral prismáticas, armadas de uma dupla fileira de espinhos, (fig. 91) e dos segundos por terem o pronotum normal. Antenas setáceas, às vezes muito alongadas, com o flagellum pluriarticulado. Ocelos (2) pequenos, em várias espécies ausentes, variando de posição nas diferentes famílias. Rostrum de três segmentos. Tergitos e esternitos terminais do abdomen, que constituem a genitália, quer no macho, quer na fêmea, de aspecto variavel nos diferentes grupos, daí o interesse com que são estudados nos trabalhos de sistemática desta superfamília. 39. H á b i t o s e i m p o r t â n c i a econômica - Os Cicadelídeos põemos
81
Fig. 87 - Aulacizes sp (Cicadellidae); 1, olho; 2, scutellum; 3, vertex; 4, ocelo; 5, pronotum (quasi X 7,5).
ovos
Fig. 88 (da esquerda) - Cabeça de Aulacizes (Cicadellidae), vista de cima; 1, vertex; 2, antena; 3, olho; 4, ocelos. Fig. 89 (da direita); a mesma, vista de lado: 1, fronte; 2, clypeus; 3, rostrum; 4, vertex; 5, ocelo; 6, olho; 7, gena; 8, lora; 9, antena (X 13)
cies,
alternadamente,
pôem
em
duas
plantas
nos
tecidos
das
plan-
taro as formas jovens, v a r i a n d o a localização da p o s t u r a segundo a espécie. Assim, h á u m a s que põem os ovos entre a bainha das folhas e o caule, outras no p a r ê n q u i m a foliar, entre as nervuras ou m e s m o nas próprias n e r v u r a s e outras que os depositam no caule. Nos E s t a d o s Unidos a l g u m a s espéde espécies diferentes.
82
INSETOS DO BRASIL
Nada se sabe relativamente ao ciclo evolutivo e ao número de gerações, que se sucedem, nas diferentes estações do ano, de qualquer das espécies existentes no Brasil Segundo observações de GIBSON (1915), feitas n os Estados Unidos (Sul de Arizona) e relativas à biologia de Draeculacephala mollipes 1
Fig. 90 - Prairiana sp. (Gyponidae); 1, vertex: 2, ocelos; 3, ahtena; 4, olho; 5, pronotum; 6, nervura claval; 7, sutura claval; 8, linha comissural; 9, célula anteapical; 10, célula apical; 11, 2ª nervura transversa; 12, célula discal; 13, 1ª nervura transversal; 14, scutellum.
(Say 1831) (Cicadellidae), espécie tambem encontrada no Brasil, verifica-se que o período de incubação dos ovos dura, em média, 12 dias; o período do desenvol7 vimento post-embrionário é de 20 a 51 dias, observando-se cerca de 6 gerações anualmente. As formas jovens dos Cicadelídeos, alem de morfologicamente semelhantes às adultas, teem hábitos idênticos. A s s i m é que tambem exibem o curioso hábito, já referido para os Fulgorídeos, de se deslocarem andando de
lado e um pouco para
trás. Saltam às vezes como os insetos alados, porem nem sempre são tão ativas. Como pondera LAWSON (1920), alem desses insetos serem de exíguas dimensões; apresentam cores que os tornam pouco visiveis nas plantas em que pousam e as formas jovens quasi sempre vivem na face inferior das folhas; daí escaparem à observação dos agricultores, que, muitas mezes, atribuem os estragos por eles produzidos ao ataque de fungos ou mesmo à ação de outros insetos.
JASSOIDEA
Em
consequência
plantas se nos podem
das
picadas
descoram nos induzir àquela O
83
dos
Cicadelídeos,
pontos lesados, confusão.
Professor
os
formando-se
OSBORN,
uma
das
tecidos
das
manchas
que
maiores
dades em Cicadelídeos e a quem
se d e v e ,
muito
a
que tem
espécies de várias teresse
publicado
neotrópicas, espécies
zidas
em o
entretanto, manchas lesões
assinala
Gramíneas, ataque nas
por
dos
que
os
trips
da
e
dos
lesões
em
eles
se
das
não
infestadas
e
sob
in-
produ-
confundirem
trips.
geral,
apresentam
do
etologia
de grande das
Cicadelídeos,
por
se
manchas
fato
Afídeos,
pontuações ou de dispostas em relação As
o
pulgões
plantas
dos
sistemática
o conhecimento
norte-americanas
econômico,
com
sobre
autori-
alem
o
Pondera, deixam que
aspecto
as de
estrias descoradas, paralelamente à nervura, da folha.
feitas
pelos
cípio pálidas, tornam-se ou preta. Nos lugares
Cicadelídeos,
ulteriormente
de
a cor
prinparda
p o r eles a t a c a d o s , q u a n do
não
dos,
são
encontra-
veem-se
sempre
multas exuvias. De um modo geral, pode danos
dizer-se por
que
os
eles p r o d u -
Fig. 91 - Tíbia e tarso z i d o s p o d e m s e r d i v i d i da perna posterior de Prairiana sp. (Gypodos em dois grupos. No nidae) (X 13,5)
primeiro são incluidos os que resultam da sucção da selva e da ação
tóxica
da
saliva,
os
ocasionam a morte das menos prejudicam-nas mente se
sua
referidas de
as
lesões
se
não
plantas, pelo consideravel-
vitalidade.
enquadram
assunto a
em
quais,
Ainda
aquí
determinadas
pelas
um
grande
número
no
excelente
trabalho
de
CARTER
(1931)
como
uma
SMITH
e
Poos
de
Fig. 92 - Protalebra brasilensis Baker. 1899 (Typhlocibidae) (copiado de Osborn, 1935, fig. 41).
posturas.
Há
sobre
sendo
as
principais
contribuições, das
(1939). mais
Dentre
elas
interessantes.
o
citarei
84
INSETOS DO BRASIL
No segundo grupo são consideradas as doenças causadas por fungos, bactérias e principalmente por viros, transmissíveis por estes insetos. Relativamente à transmissão de viros, recomendo a con-
Fig. 93 - Asa de Cicadellidae.
sulta dos trabalhos de LEACH (1940) e de STOREY, citados na bibliografia de Homoptera (sec.9). Se estas cigarrinhas são frequentemente vistas na vegetação herbácea ou arbustiva dos campos, atacando principalmente Gramíneas, podem tambem infestar fruteiras, plantas ornamentais e outras, causando, às vezes, grandes prejuizos.
Fig. 94 - Gonapófises do macho de uma espécie Norte Americana de Empoasca. Cada peça é representada por um tipo de linha (vistas de lado e de cima) (De De Long, 1931, fig. 4).
OSBORN avaliou a perda anual na produção do feno nos Estados Unidos, devida aos estragos produzidos pelos Cicadelídeos nas plantas forrageiras, em cerca de 100 milhões de dólares. Alem disso, encara t a m b e m o efeito sobre a qualidade do feno produzido, achando que, quando este provem de plantas atacadas por Cicadelídeos, o valor nutritivo é inferior ao do feno de plantas não infestadas.
JASSOIDEA
Meios
40. pregam-se ticidas
os
externos
sabonosa (ver
de
combate
métodos
de
-
Para
biológico
(preparados
querosene),
85
e
com
simples
combater
cultural rotenona,
ou
os
e
Cicadelídeos
pulverizações
nicotina,
ou
a
pulverizações
quantidade
de
deverão
formas
ser
jovens,
efetuadas,
fazendo
o
Fig. 95 - Ex tremidade do abdomen do macho do Cicadelideo da fig. 102 (diafanisado); veem-se as peças da terminalia, assinaladas na figura anterior (X 30) (C. Lacerda fot.).
diretamente sobre a face inferior formas em maior abundância. Como
principais
medidas
quando
jato
do
bordelesa
houver
grande
pulverizador
incidir
Fig. 96 - Extremidade do abdomen da femea do Cicadelideo da figura 102. (C. Lacerda fot.).
das
folhas,
culturais
onde
se
recomenda-se
a
limpeza
muito infestados por esses insetos, de 2 a 2 ou de 3 em 3 anos.
No
atacam
se
conseguir
cemente grau
resultados
satisfatórios,
o
primeiro
corte,
elevado
de
proliferação.
recomendo a leitura (1934 e 1935). 41.
Inimigos
os C i c a d e l í d e o s .
dos
às o
-
de
Vários
vezes
basta ainda
a
JEWETT
tais (1934)
predadores
os u l t i m o s , a l i á s
migos naturais, teem sido observados,
plantas
inseto
Relativamente
trabalhos
naturais. Dentre
quando
as
e
os m a i s
alheias
à
da
Os pastos que costumam ser ser periodicamente queimados, que
hospedadoras
aquelas
devem
espécies
plantas
acham
infestada, a e a rotação
às
das
emulsão
área tura
combate
destruição cultural.
inse-
associados.
São tambem recomendadas as pulverizações com calda a respeito os trabalhos de De LONG (1929, 1940). As
em-
de
cul-
forrageiras,
para
efetuar-se não
práticas e
preco-
atingiu de
um
culturais SEARLS
parasitos
atacam
importantes
em outros paises, Dípteros
inida
INSETOS DO BRASIL
86 família tudo,
Pipunculidae,
algumas
microhimenópteros
chogrammatidae, Ainda, tinhas,
há
os
destas
como
causas
a
espécies
das
duas
considerar
da
famílias
ordem
Strepsiptera
Dryinidae,
últimas
famílias
que
perturbam
as
influências
a
e,
Mymaridae parasitos
proliferação
climáticas,
sobree
Trí-
de
ovos.
dessas
cigar-
especialmente
do
Fig. 97 (da esquerda) - Diastostema albipenne (Fabricius, 1803) (Cicadellidae) (X 3,7); fig. 98 (de cima - Diedrocephala varicgata (Fabricius, 1775) (Cicadellidae) (X 4,8); fig. 99 (de baixo) Entogonia sagata (Signoret, 1854) (Cicadellidae) (X 5,4); fig. 100 (da direita) - Gypona glauca (Fabricius, 1803) (Gyponidae) (cerca de X 4) (C. Lacerda fot.).
frio
e
fera, como
do
42.
dos
sentantes
combinadas
atuam
ou
distribuídas
na
a
região
a
o
estado
sobre
higrométrico
o
proliferação
seu dos
da
atmos-
desenvolvimento, inimigos
naturais,
entomófitos.
Classificação.
apresento
com
diretamente
perturbam
fungos
espécies,
abaixo
que,
somente
favorecem
mormente
4000
calor,
não
chave
-
Há
por para
neotrópica:
na
superfamília
BAKER a
(1923)
determinação
Jassoidea
em das
15
mais
famílias. que
teem
de
Linhas repre-
JASSOIDEA 1
-
Nervuras
longitudinais
das
87
asas
anteriores
(élitros
ou
tegminas)
rami-
ticando-se no disco e aí, com nervuras transversais, formando células discais ou anteapicais ................................................................................................................. 2 1'
-
Nervuras
longitudinais
base
e
percorrendo
das o
asas
anteriores
corium,
sem
(élitros)
nelvuras
bifurcando-se
transversais,
até
na perto
do ápice; ocelos raramente distintos, às vezes ausentes ........................................................................ .......................................................................................................... Typhlocibidae 25 (Euptervgidae). 26 2
(1)
-
Ocelos
situados
na
fronte,
distintamente
abaixo
da
margem
anterior
da cabeça; esta, vista de cima, muito cur ta ................................ Bythoscopidae
27
2'
-
Ocelos situados no disco ou na margem do vertex ............................................................... 3
2"
-
Ocelos geralmente vertex
e
situados
afronte,
às
na
margem
vezes
no
anterior
da
porem
muito
vertex,
cabeça,
entre
perto
da
o
margem,
outros vezes imperceptíveis ou ausentes ................................................................... Jassidae 3(2')
-
Corpo não de
deprimido,
regra
angulosa
geralmente
na
alongado,
margem
anterior,
esta
cilíndrico,
cabeça
via
obtusa
roliça;
face
ou
grande, proeminente, fortemente convexa ............................................................ Cicadellidae (Proconiidae 28 ; 3'
-
Corpo,
Tettigoniellidae;
geralmente
ou
pouco
sob
a
deprimido,
convexa
margem
de
(com
anterior,
impressão a
Teltigoniidae) 29 .
Tettigonidae; contorno
quasi
mais
cabeça,
que
ou é
ovalar, menos
face
achatada
profunda
proeminente,
na
aguda
ou
base roliça
arredondada); cabeça em geral arredondada e às vezes, um tanto angular na margem anterior ................................................................................ Gyponidae 30 Nas
espécies
ângulos com
laterais um
metopidium
de
exame
superficial, teem,
e
apresentam
Proranus
salientes
cídeos
Não
de
ângulos
e
da
porem, tíbias
a
parte
perfeitamente laterais
o
pronotum posteriores
ao daí
tais tão
aspecto
apresenta
quasi
de a
Cicadelídeos
desenvolvido o
pronotum
declive,
salientes;
de
com
o
anterior
semelhante
tambem
confusão
1850 31 ,
Spin.
vertical,
alguns
Membra-
possibilidade, com
como
num
Membracidae. nestes
característico
dos
insetos Jas-
sideos. 25
De (typhlós ), cego; (cube), cabeça. De (eu), bem; (pteryx ), pluma, asa. 27 De (bythos), fundo abismo; (scopeo), olhar, examinar 28 De (pro), adiante; (conos), cone. 29 De (tettix), cigarra. 30 De (gypones ), especie de saltimbanco. 31 OSBORN (1938), em seu trabalho sobre as espécies neotrópicas de Gyponidae, referindo-se a Proranus diz: "I can find no record of the description of the genus by SPINOLA, and STAL gives Spin, as author. I believe the species must be taken as the type species of the genus and the genus credited to Stal". Evidentemente escapou a OSBORN o trabalho de SPINOLA, publicado em 1850 (Mem. Soc. Ital. d. Sci. Moden. 15:122), onde se acha a descrição original do gênero. Deve-se, pois, creditá-lo a SPINOLA e não a STAL. Ademais P. ghilianii Spín, do Pará, é a espécie tipo do gênero e não adspersipennis Stal. 26
88
INSETOS DO BRASIL
43. Espécies mais importantes. Conhecem-se estragos causados por Cicadelídeos em várias plantas cultivadas. Entretanto, a não ser a citação de uma ou outra espécie como mais ou menos daninha, nada de interessante se publicou no Brasil respeito a tais insetos. Tenho, aliás, observado casos de infestação por Jassídeos, em plantas hortícolas e de jardim, porem tem-me faltado o tempo necessário para prosseguir qualquer investigação. Em 1920 observei um Cicadelídeo danificando em larga escala uma Ninfeácea que vegetava abandantemente em um dos lagos da Quinta da Boa Vista. Em consequência do ataque intensíssimo que as folhas sofreram, muitas plantas perecerem em pouco tempo. Trata-se da espécie representada na fig. 102, que me parece ser a Cicadella corallina Osbom, 1926.
Fig. 101 (de cima) - Proranus sp. (Gyponidae) (Cerca de X 4,6); fig. 102 (da esquerda) - Cidadella corallina Osborn, 1926 (Cicadellidae) (X 3,6); fig. 103 (da direita) - Xerophloea viridis (Fabricius, 1794) (Gyponidae) (cerca de X 5) (C. Lacerda fot.).
No meu 3 ° catálogo cito apenas 2 Cicadelídeos: Rhaphirhinus fasciatus (Fabr., 1787) e Proconia marmorata (Fabr., 1803) (Cicadellidae), ambos referidos por BONDAR em seu trabalho sobre insetos do cacaueiro, com Copicerus sp. (Fulgorídeo, da fam. Araeopidae), como sugadores dos frutos ou rebentos dessa planta. Em 1937 o saudoso colega VON PARSEVAL enviou-me de Porto Alegre (Rio Grande do Sul), para determinação, 2 Cicadelídeos que então causaram danos cansideraveis; a Entogonia sagata (Signoret, 1854), sobre folhas de Malva parviflora e o Idiocerus representado
JASSOIDEA
89
na fig. 104. Os poucos exemplares deste inseto que me chegaram às mãos, devido ao líquido em que foram conservados, achavam-se descorados, daí não ter podido ir alem da determinação genérica.
Fig. 104 - Idiocerus sp. (Bythoscopidae) (X 10).
O
inseto
atacava
Fig. 105 - Folhas de pitangueira (Stenocalix michelii) com encrespamento nas bordas produzido pelo Idiocerus da fig. 104.
folhas
de
pitangueira
(Stenocalyx
michelii),
causando o encrespamento das bordas das folhas, como se pode ver na fig. 105. U m dos Jassídeos mais conhecidos, pelos estragos consideraveis que causa nas plantações de batatinha e de feijões, é a Empoasca
fabae (Harris, 1841), que se encontra do Canadá a Argentina, onde BERG o descreveu com o nome Typhlocyba photophila n. sp. 44.
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Neotropical Homoptera ot the Carnegie Museum. Part. 1 Report upon the undescribed species of Agallia and Idiocerus from tropical America, contained in the Calnegie Museum. Ann. Carncg. Mus. 15:8-26, ests. 1-3. Idem, part. 2. Records and descriptions of tive new genera and sixty-five new species of the subfamily Jassinae. Ann. Carneg. Mus. 15:27-29. Idem, p a r t 3. Report upon the collections in the subfamily Bythoscopidae, with descriptions of new species. Ann. Carneg. Mus. 15:383-396, ests. 55-56. Idem, p a r t 4. Report upon the collections in the subfamily Jussinae, with descriptioas of new species. Ann. Carneg. Mus. 15:397-462, ests. 56, figs. 1-3, est. 57-58 est. 59, fig. 2. Idem, part 5. Report upon the collections in the subfamily Cicudellinae, with descriptions of new species. Ann. Carneg Mus. 16:155-238, ests. 11-16. The leafhoppers of Ohio. Ohio State. Univ. Bul. 32:199-374, 111 figs. Neotropical Homoptera of the Carnegie Museum. P a r t 6. Report ou the subfamily Typhlocibinae, withdescliptions of new species. Ann. Carncg. Mus. 18:253-298. csts. 13-16. Idem, part 7. Report on the species of thc subfamily Gyponinae. Ann. Carneg. Mus. 27:11-62,5 ests. Meadow and pasture ivsects. V I I I + 288 p., 103figs. Columbus (Ohio): The Educator's Press.
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JASSOIDEA
93
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94
INSETOS DO BRASIL
S T E R N O R H Y N C H A 32
Subordem
( P h y t o p h t h i r e s) 33 Caracteres
45. mópteros zados,
nos
riores,
é
letes
em
apenas.
norincos, tintos,
pois,
quasi no
pernas,
raro
e
são
em
doidea
e
pretarso
com
quatro;
o
com
e
ante-
por
a
número teem
muitos por
esti-
de 2
25
que
vários
sempre uma
nos
ner-
Auque-
segmentos
dis-
segmentos.
artículos.
destes
Homópteros,
podem
atrofiar-se,
completo.
serem
muito
pequenos,
geralmente
uma
vida
sedentária,
(piolhos
dos
vegetais).
subordem o com e
Sternorhyncha
abrangendo
espécies
que
asas,
de
tarsos
desi-
superfamílias,
dis-
Psylloidea,
presentes,
tarsos em
pela
um
geralmente
de
artículo,
Aleurodímeros,
número
representado
de uma garra. Neste grupo os machos são
aspecto a
apresentam
quando
de
receberam
4
primeiro,
exclusivamente
espécies
curto
quasi
ao
segundo,
pernas
teem
em
garras
Ho-
especiali-
reduzido
divididas
Aphidoidea,
Coccoidea,
vezes
são
grupos:
duas
presentes, às
sempre,
levarem
a
as
muito
primitivo
por
dois
ou
entre
tipo.mais
Phytophthires
de
de
de
máximo,
por
Constituem tribuidas
quando simples,
em
Provavelmente
curto
muito
desaparecendo
pediculoide,
sair
compreende
altamente
alongados.
insetos,
atingir
tarsos,
As
gnação
labium
um
antenas
podendo Os
não
por
muito
subordem
pequenos,
parecendo
nervação
As
Esta
rostrum,
destes
de
-
extremamente
geral
asas
sistema
vura
o
representado
bucais,
divisão.
ou
quais
As um
e
pequenos
de
superfamília provido
dípteros e as fêmeas sempre
ápteras.
PSYLLOIDEA
Superfamília
(Chermoidea;
Caracteres.
46. mento,
com
a
Apresentam teriores 32 De 33 De 34 De
do
vertex
-
aparência 3
ocelos, e
o
Insetos de
(sternon), sternum; (phyton), planta; (psylla), pulga.
Psyllina)
de
alguns
minúsculas situados,
anterior
ou
34
os trepar
milímetros
de
compri-
cigarras. posteriores,
nos
no
frontal
esclerito
(rynchos), tromba, rostrum. (phtheir), piolho.
ângulos ou,
posquando
PSYLLOIDEA
este
não
vidas,
é
visivel,
constituídas
robustos sórios.
e
os
Rostrum Pernas
tarsais
entre
restantes longo,
vertex
pulvílios,
mais
porem
posteriores
com
o
normalmente
ou
mais
próprias e,
e
as
por
entre
genas.
10 menos
curto para
95
o
bem
desenvol-
2
alongados,
porem
sem
de
segmentes.
que
elas,
Antenas
segmentes; o
corpo,
salto;
tarsos
geralmente
2
basais, 3
dímeros; cerdas
mais sen-
garras
empodiais.
Fig. 106 - Psylla sp., fêmea (Psyllínae); A, anus; Ax, n. axillaris; C, costa; c, celula costal; Cg, cones genais; Cln, sutura claval (Cu2, ou n. analis); cubitus; Cu 1 (Cu 1 b); C u 2 (Cu1a); cu2, célula cubital (célula Cu1a, areola póstica ou 1ª célula marginal); M, média; (M1 (M3+ 4); M2 (M1+2); m2, 2ª célula medial (célula M1 + 2) ou 2ª célula marginal); Oc, ocelo; Pn, pronotum; Prp, propodaeum (1 º urômero; Prst, ante scutelluto ou praescutellum; Pscl, postscutellum; Psct, postscutum; pt, pterostigma; R, radius R1 (R2); R2 (R1); r célula radial; Sc, subcosta; Scl, scutellum; Sct, scutum; V, vertex; 3 a 8 e 10 urômeros (o 9° urômero não é visível na parte dorsal) (De Haupt, 1934 e 1936, resp. figs. 1 e 423).
Quatro às de
asas
membranosas,
vezes, com pintas ou nervação característico.
Apesar dos lhantes, facil é fises;
nas
fêmeas
geralmente
máculas
mais
ou
hialinas; menos
as
anteriores,
extensas.
Sistema
machos e das fêmeas serem aparentelmente semereconhecê-los pelo aspecto das respectivas gonapóelas
são
ponteagudas
e
voltadas
para
trás,
nos
machos
96
INSETOS DO BRASIL
apresentam
as
principais
(fig.
Do
aspecto
110).
peças desses
com
o
orgãos
ápice
tiram-se
voltado sempre
para
bons
cima
caracteres
para a distinção das espécies. Hábitos
47.
gariamente
e
desenvolvimento.
sobre folhas (página
dos gomos terminais
-
Os
Psilídeos
inferior), ramos,
vivem
brotos
gre-
e folíolos
ou no i n t e r i o r de g a l h a s (cecídias). As f o r m a s jovens, larvas e ninfas, encontram-se
nos
mesmos
lugares
frequentados pelas formas adultas. Q u a s i t o d a s a s f o r m a s jovens secretam cera, através de poros abdominais
Fig. 107 - Cabeça de Trigonon sp. (Pauropsyllinae); 1, antena; 2, vertex; 3, ocelo anterior ou mediano; 4, um dos ocelos posteriores ou laterais e olho; 5, fronte; 6, clypeus; 7, gena (consideravelmente aumentada.)
anus líquido migas
e
doce,
outros
em maior
ou
e marginais,
de aspecto
f i l a m e n t o s o o u fio-
coso,
pode,
que
espécies,
em
escondê-las
algumas totalmente.
A l g u n s Psilídeos, como outros Homópteros, menor abundância,
expelem pelo q u e a t r a i for-
insetos melívoros.
Q u a n d o a d u l t o s o u a l a d o s , saltam
bem.
pedes res.
Daí
o
nome
Salti-
de
aplicado pelos antigos auto-
As formas jovens, entretanto,
não saltam. Os P s i l í d e o s s ã o o v í p a r o s , s e n d o os
ovos
geralmente
e, n a m a i o r i a
das
pedunculados espécies, postos
isoladamente. As formas jovens, relativamente bem diferentes das formas adultas, são a c h a t a d a s , u m
pouco convexas
em cima e apresentam lativamente providas
curtas.
de
tecas
horizontalmente para
aumentar
As
pernas ninfas
alares aos
re-
(jovens
geralmente
lados
do
consideravelmente
Fig. 108 - Cabeça de Trioza ulei Rubsaamen, 1908 (Triozinae); 1, olho; 2, vertex; 3, um dos ocelos posteriores ou laterais; 4, ocelo anterior ou mediano; 5, cones genais; 6, antena (consideravelmente aumentada)
do
torax, a
3º,
largas,
largura
4°
e
5°
estádios)
esquamiformes
contribuindo do
corpo
tal
(tig.
e
são
dispostas
disposição 112).
Como
PSYLLOIDEA
97
mostrou FERRIS (1923), apresentam caracteres estruturais que permitem a distinção perfeita dos gêneros e das espécies. 48. Espécies cecidógenas. - Alguns Psilídeos, conquanto não sejam propriamente cecidógenos ou galícolas, determinam, entretanto, uma deformação mais ou menos notavel na parte do vegetal em que se fixam. Em folhas de aroeira (Schinus terebinthifolius) veem-se frequentemente pequenas áreas na página superior do limbo (figs. 114 e 115) circundadas de uma zona quasi desprovida da clorofila. Examinando-as ao binocular, verifica-se que são formas joveps de um Psilídeo, de cor amarela esverdeada ou ocrácea, conforme se acham menos ou mais desenvolvidas, com a face dorsal plana, nivelada com
Fig. 109
- Asa de Trioza ulei (Triozinae) (Lacerda del.) (X 12).
a superfície da folha, e a ventral fortemente cónvexa, perfeitamente embutida em foveolas que se formam na espessura do parênquima foliar, nos pontos em que elas se aninham. Trata-se de uma espécie de Calophya Loew, 1878 (Aphalarinae), provavelmente nova, cuja ninfa é muito parecida com a desenhada por RÜBSAAMEN (1908), e que, na Bolivia, produz deformações semelhantes em folhas de Schinus molle. Das espécies cecidógenas, as mais interessantes são as que formam galhas fechadas, cuja cavidade não se comunica com o exterior. Tais galhas, ou são relativamente simples (hemisférieas, globosas cilindroides, de superficie igual ou acuminadas no polo livre, uni-
98
INSETOS DO BRASIL
o u m u l t i l o c u l a r e s ) (figs. 1 1 6 - 1 1 9 ) , o u a p r e s e n t a m por exemplo, as representadas folhas de angelim
(Andira
forma singular, como,
n a fig. 120, q u e se d e s e n v o l v e m
sp.), l e m b r a n d o
o aspecto
nas
de conchas de
moluscos bivalvos. E interessante
r e f e r i r o m o d o p e l o q u a l se r o m p e m
as cecídias
fechadas. Evidentemente, se
os
abertas,
delas
natural
que apresentam.
Psilídeos
libertam
que
facilmente
se
desenvolvem
saindo
pela
fenda
em
galhas
ou
abertura
A q u e l e s , p o r e m , q u e se c r i a m e m c e c í d i a s
fechadas, ao atingirem podem
a fase
de
d e l a s se l i b e r t a r m e d i a n t e
imago,
só
a rutura
da
p a r e d e , q u e , a l i á s , se r e a l i z a c o m o n a d e i s c ê n cia d e u m
fruto, ora regularmente,
ao longo
do bordo livre da galha, como ocorre na abertura
das
cecídias da figura
larmente,
fendendo-se
120, o r a i r r e g u -
a parede
da galha
em
valvas, de cima abaixo, de modo a ficar inteiramente
exposto o interior da galha.
Fig. 110 - Apice do abdomen S e a s g a l h a s f o r e m c o l h i d a s a i n d a fede Trigonon sp. (PauropsylliPsilídeos no nae); 1, 9° esternito (10º seg- c h a d a s , m e s m o q u e c o n t e n h a m mento de Crawford, valva geú l t i m o e s t á d i o o u p r e s t e s a sair, n ã o se nital ventral); 2, gonapódio direito (forceps); 3, penis; 4, r o m p e r ã o ; se f o r e m c o r t a d a s t e m p o s d e p o i s , 10º tergito (valva anal, improempapriamente chamada placa supra v e r i f i c a r - s e - à q u e os i n s e t o s m o r r e r a m anal), no qual se acha o anus (consideravelmente aumentado) r e d a d o s . (Lacerda del.).
Tambem n ã o se r o m p e m a s g a l h a s q u e , embora fiquem presas à planta, contenham
despojos um
de
Psilídeo
que
tenha
sido
destruido
ou
parasitado
por
microhimenóptero. Os
fatos
Psilídeos
das
mediante tecidos
que
venho
galhas
o da
de
assinalar
fechadas,
atingindo
rostrum, parede
injetam
da
Importância
49. naturais danos
um
-
Via
causados
de por
galha,
as
à
fase
substância
provocando-lhes
econômica,
regra esses
uma
levam-me
meios
formas
insetos.
jovens
a de são
a
acreditar
adulta, que
que
os
provavelmente
age
sobre
os
rutura. combate as
e
inimigos
responsaveis
pelos
PSYLLOIDEA
99
Como os demais Homópteros, os Psilideos tornam-se daninhos, principalmente, pelas alterações que podem resultar de toxinas ou viros inoculados pelas picadas. As espécies mais prejudiciais são as que vivem gregariamente sobre folhas incompletamente formadas, brotos e galhos tenros. Contra esses insetos podem ser empregados quaisquer inseticidas externos (de contacto), de preferência os preparados que contenham nicotina ou rotenona. Fig. 111 - Tubo digestivo de Psylla Os Psilideos teem vários inimigos mali Schmdtbg.; 1, esôfago; 2, câmara filtro; 3, reto; 4, tubo de Malpighi naturais, uns predadores, principalmente (De Weber, 1930, fig. 173, segundo Brittain, 1923). larvas de bezouros das famílias Coccinellidae, de Neuropteros da familia Chrysopidae e de Dipteros da família Syrphidae, Outros parasitas, especialmente Calcidideos e Cecidomiideos, estudados por WATERSTON (1912), GAHAN & WATERSTON (1922), BARNES (1930), LAL (1934) e outros. 50. Classificação. - Há mais de 1000 espécies de P s y l l i d a e , mais abundantes nos trópicos, distribuidas em várias subfamilias, dentro de uma só família P s y l l i d a e 35. Fig. 112 - Ninfa de Diaphorina citri Kuwayama, 1908 (Aphalarinae) (cerca de X 30)
Eis a chave das que teem representantes na América do Sul, segundo CRAWFORD (1914).
35Enquanto não se resolver, definitivamente, a questão da situação do nome genérico Chermes Linnaeus, 1758, se deve ou não ficar restrito a estes insetos e não a certos Afídeos, considerarei Psylla Geoffroy, 1762 (Psyllia Kirkaldy, 1908), como gênero tipo da família, não substituindo, portanto, o velho nome da família Psyllidae por Chermidae ou Chermesidae. Ver a discussão, a respeito, no trabalho de CRAWFORD (1914:136).
100
INSETOS DO BRASIL
1
-
-Cabeça profundamente dividida adiante; antenas implantando-se no ápice truncado de cada parte resultante da divisão; genas r a r a m e n t e salientes sob a forma de processos cônicos; tíbias posteriores geralmente com um esporão na base ........................................... Carsidarinae
1'
- - Cabeça com aspecto diferente de (1), pode parecer dividida adiante, porem isto é devido à presença de cones genais, no ápice dos quais não se inserem as antenas ................................................................................... 2
2 (1') - - Genae não cobrindo ou escondendo a fronte e não prolongadas em processo cônico (exceto em Calophya); ocelo mediano ou frontal adiante da sutura mediana do vertex (fig. 107) .................................................................... 3 2'
- - Genas cobrindo completamente a f r o n t e e prolongadas em processo cônico (cones genais); ocelo mediano ou anterior entre a sutura mediana do vertex e as genae (fig. 108) .............................................................................. 4
3 (2) - - Vertex chato, horizontal; fronte representada por u m a esclerito estreito, geralmente alongado, do ocelo mediano ao clipeo; asas anteriores, em geral, mais ou menos espessadas e maculadas ........................ Liviinae 3'
- - Vertex, nem chato, nem horizontal, arrendondando-se para a f r o n t e ; esta representada por u m pequeno esclerito formando u m a superfície uniformemente unida com o vertex e com as genae; asas, via de regra, membranosas .......................................................................................... Pauropsyllinae
4 (2') - - Asas anteriores com mais de 2 células marginais, a célula, ou as células adicionais, resultando de uma ramificação do setor radial (Rs), ou da presença de uma nervura transversa de Rs a M ........................................... ............................................................................................... Ciriacreminae (Ceriacreminae) 4'
- - Asas anteriores apenas com as 2 células marginais, formadas pela bifurcação da média e do cubitus; Rs não ramificado, nem fígado a M por uma nervura transversa ................................................................................................. 5
5 (4") - - Artículo basal do tarso das pernas posteriores tendo, no ápice, 2 espinhos negros, em forma de garra; as 3 n ervuras não partindo do mesmo ponto, na nervura basal, partem M e Cu de um tronco comum (peciolo cubital); (fig. 106); asas raramente agudas no ápice ......................... Psyllinae (Cherminae) 5'
- - Artículo basal ao tarso das pernas posteriores sem os espinhos referidos em (5); R, M, e Cu geralmente partindo de um mesmo ponto, na nervura basal (fig. 109); asas geralmente agudas no ápice ............................. .......................................................................................................................... Triozinae 38 26 D e
(triozos), trifido.
PSYLLOIDEA
51. Psilideos sul-americanos são encontrados em quasi rodas E bem provavel espécies,
porem
101
(exceto do Chile) as regiões da terra.
que a região neotrópica
bem
poucas
foram
descritas
Os
seja a mais até
agora,
porque o estudo desses Homópteros, na América apenas abordado por um ou outro especialista. Citarei, linhas
do
Psilídeos rica
em
provavelmente Sul,
tem
sido
a d i a n t e , a s q u e foram só
descritas, não do nosso terri-
tório, como da Argentina,
em
cuja
fauna
se
várias
espécies
servadas
encontram ob-
no
Brasil,
especialmente
no
Rio
das
Grande
do Sul.
Fig. 113 - Asa anterior de Diaphorina citri Kuwayama, 1908 (Aphalarinae) (X 25) Lacerda fot.).
RÜBSAAMEN, TAVARES, MANGANARO e outros descreveram, alem galhas produzidas pelos Psilídeos que são aquí referidos, algumas
outras cujos 1933).
cacidozoides
não
são
conhecidos
Subfamília Tribu
1855) dessa
52. Espécies (Agonoscena espécie
mais interessantes succinta (Heeger, atacando
fortemente no
citri
Kuwayama, inseto,
no
HOUARD,
- Rhinocola succinla 1855)). Verifiquei a
SOBRAL
este
de
APHALARINI
européia
Observa-se
obra
LIVIINAE
colhido pelo Eng. Agr. V. BOSELLI (1929). Diaphorina
(V.
Rio
1908 Rio
de (figs.
de
folhas
de
Janeiro. 112
Janeiro,
(Heeger, presença
arruda.
Sobre
e
113).
em
brotos
Material
essa
espécie
de
laran-
jeira.
ou
Metaphalara parcialmente
cannela Crawford, 1925. As larvas deformam total as folhas de caneleira (Nectandra sp.). Nova Friburgo.
Para o estudo das deformações (1925).
V. TAVARES (1917) e CRAWFORD
102
INSETOS DO BRASIL
Metaphalara spegazziniana
spegazziniana
Lizer,
1917;
(Lizer,
Gyropsylla
1917)
ilicicola
(=
Brèthes,
Paurocephala 1921).
As larvas deformam o limbo das folhas, na extremidade dos ramos, de
mate
(Ilex
Fig. 114 -
Para
o
paraguariensis).
Rep.
Argentina.
Folhas de aroeira (Schinus terebinthifolius) apresentando depressões que foram ocupadas por formas jovens de Calophya sp. (J. Pinto fot.).
estudo
das
deformações,
alem
dos
trabalhos
de BRÈTHES, merece ser citado o de BERTONI (1927). Syncoptozus
maculipennis
Enderlein,
1918.
Brasil.
de
LIZER
e
PSYLLOIDEA
103
Subfamília P A U R O P S Y L L I N A E 53. Espécies mais interessantes (Psylla erythrinae Lizer, 1918).
erythrinae
(Lizer,
54. Espécies mais interessantes - Dynopsylla grandis f o r d , 1924. A s s i n a l a d a p o r CRAWFORD (1925) n o B r a s i l .
Craw-
1918)
Em
folhas
de
Erythryna
Subfamília
Espécie
55. Enderlein, Argentina.
mais
(1910)
interessante
mento
larvas
do
em
folhas
dos
Orgãos
bordo
mais
do
de
(Estado
o
limbo
Solanum do
-
Panisopelma
quadrigibbiceps
quadrigibbiceps
(Enderlein)
Crawford).
TRIOZINAE
interessantes
causam
Brasil.
CIRIACREMINAE
Subfamília
As
1914. P a r á ,
1914. V e n e z u e l a .
(Ceriacremum
56. Espécies s a a m e n , 1908.
Argentina.
CARSIDARINAE
Schwarz,
Subfamília
Trigonon
crista-galli.
Epicarsa corniculata Crawford, Freysuila ernstii
-
-
Bactericera
solani
Rüb-
enrola-
para
cima,
sp.,
Serra
Rio).
Para o estudo das deformações, alem
do
trabalho
de
RÜBSAAMEN,
V. CRAWFORD (1925). Cecidotrioza 1910.
mendocina
As larvas produzem folhas
de
Keiffer,
galhas
B a c c h a r i s solicifolia,
em Ar-
gentina. Para
o estudo das galhas, alem
Fig. 115 - Parte de uma folha de aroeira (v. fig. 114), atacada por Calophya sp. com depressões vazias e duas ocupadas por ninfas do inseto (cerca de X 5,5) (L acer da del.).
d o t r a b a l h o d e K I E F F E R e JÖRGENSEN (1910), JÖNGENSEN (1917) e d e CRAWFORD (1925). Ceropsylla johnsoni
Crawford,
1914
V. t a m b e m
os
de
104
INSETOS DO BRASIL
As larvas produzem o enrolamento, para cima do limbo, em folhas de uma Mirtácea não determinada. São Paulo. As cecídias foram estudadas por TAVARES (1921). Leuronota leguminicola Crawford, 1925.
Fig. 116
- Galhas produzidas por Pslideo (um pouco reduzida do tamanho natural) (J. Pinto fot.).
As larvas determinam uma ligeira hipertrofia e enrolamento do bordo do limbo sobre a face inferior, nas folhas de "espinheiro fedorento" (Leguminoseae).
PSYLLOIDEA
Essas
deformações
Neolithus As parium
larvas
foram
tambem
Scott,
1882.
produzem
var.
Tais de
fasciatus
cecídias
salicifolium
galhas
material
na
estudadas
nos
ramos
(Excoecaria
foram
colhido
e
por
TAVARES
galhos
de
(1920).
Sapium
aucu-
biglandulosa).
primeiramente Argentina
105
e
estudadas
por
Uruguai.
Mais
no
SCOTT tarde
(1882)
H.
VON
IHERING teve O ensejo de as observar no Rio Grande do Sul, tambem em
folhas
de
"molho",
provavelmente
produzidas
pelo
mesmo
ceci-
dozóide. TAVARES
(1917
e
1918)
e
CRAWFORD
(1925)
tambem
as
des-
creveram. Obtive aucuparium pelo
este var.
Dr.
H.
(material
B.
colhido
Neotrioza As giaceae
Psilídeo
larvas
em
em
Argentina,
Jujuy,
em
Crawford,
produzem
folhas
de
pelo
e
em
ramos
Pacau
"hecheron" Dr.
A.
de
(E.
Sapium do
Rio)
(Ouratea
sp.)
NEIVA).
1925.
cecídias As
rebentos
colhido
e
determinada.
VARES (1921,
galhas (material
ARAGÃO)
tavaresi
não
de
lanceolatum
fechadas
galhas
em
haviam
folhas sido
de
uma
descritas
por
MalpiTA-
1922).
Rhegmoza
tinctoria
E n d e r l e i n , 1918. P a r a g u a i .
S y n o z a c o r n u t i v e n t r i s E n d e r l e i n , 1918. P e r ú . T r i o z a a l a c r i s F l o r , 1861. LIZER (1918) o b s e r v o u e s t a e s p é c i e e u r o p é i a e m B u e n o s A i r e s , a t a c a n d o folhas de L a u r u s nobilis. Trioza
gallifex
Criada
de
Kieffer,
cecídias
1910.
em
folha
As galhas foram tambem
de
Schinus
estudadas
dependens.
Argentina.
p o r TAVARES (1915),
JÖR-
GENSEN (1917) e CRAWFORD (1925). Trioza
limbata
Enderlein,
1918.
Talvez
idêntica
a
Ceropsylla
Johnsoni (Crawford). Bolívia. Trioza
ulei
(Rübsaamen,
1908)
(Bactericera
ulei
Rübsaamen,
1908). As larvas p r o d u z e m
c e c í d i a s e m f o l h a s d e N e c t a n d r a sp. S e r r a
dos Orgãos e Serra de M a c a é ( E s t a d o do Rio). A l e m d o t r a b a l h o d e RÜBSAAMEN, V. t a m b e m 1925). Trioza
ulei
tenuicornis
Crawford,
1925.
o de
CRAWFORD
106
I N S E T O S DO B R A S I L
As larvas produzem cecídias semelhantes às feitas pela espécie precedente, porem de parede mais espessa; tambem em folhas de Nectandra. Nova Friburgo.
Fig. 117 - Galhas produzidas por Psilídeos (um pouco reduzida do tamanho natural) (J. Pinto fot.).
As galhas deste Psilídeo já haviam sido estudadas por TAVARES (1921, 1922). Subfamília P S Y L L I N A E 57. Espécies mais interessantes - Auchmerina limbatipennis Enderlein, 1918 - Bolívia. Euceropsylla itaparica (Crawford, 1925) (Psylla itaparica CRAWFORD, 1925).
PSYLLOIDEA
107
As larvas produzem deformações nas inflorescências e folíolos de Sophora tomentosa, Brasil (Baía), v. TAVARES 1920 e 1922. Euceropsylla torrida (Crawford, 1914) Boselli, 1929 (Psylla torrida Crawford, 1914). Brasil (Pará). Euphalerus ostreoides Crawford, 1925. As larvas produzem as galhas, referidas anteriormente, em folhas de angelim "árvore dos carrapatos" (Vouacapoua) anthelmin(Andira thica). Anteriormente estudadas por Fig. 118 (da esquerda) - corte numa galha TAVARES sobre "timbó" (Papilionaproduzida por Trioza ulei tenuicornis Crawford, 1925; fig. 119 (da direita) ceae) (1920, 1922, 1925). - corte de uma galha produzida por Trioza ulei (Rubsaamen, 1908), Labicria barbata Enderlein, 1918. tamanho natural. Brasil (Santa Catarina). Psylla duvauae Scott, 1882. Erroneamente incluida por BRETHES, num novo gênero (Holotrioza), na subfamília Triozinae (Crawf., 1925). "As larvas produzem galhas fechadas em folhas de "molho" ou "assobieira" (Schinus dependens; Duvaua de- Fig. 120 - Folha de angelim (Andira sp.), apresentando, na página superior, galhas produzidas por Euphalerus ostreoides pendens). Argentina; Rio Crawford, 1925 (tamanho natural) (Lacerda del.). Grande do Sul. As galhas foram estudadas por SCOTT, 1882, HIERONYMUS (1884), IHERING (1885) e CRAWFORD (1925). Psylla fuscinodulus Enderlein, 1918. Bolívia. Espécies de posição duvidosa: Mycromystes niveus Fabr. (Hem. Fabriciana). Tainarys schini Brèthes, 1920, Aspiraciones, Maio: 133.
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PSYLLOIDEA
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Zoocecidien
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111
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1918 -
1920 -
1921 - -
1922 1925 -
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112
I N S E T O S DO B R A S I L
Superfamília APHIDOIDEA (Aphidina)
37
59. Caracteres - Os Afídeos ou "pulgões" são insetos pequenos (de 1 mm. a pouco mais de 5 mm.), geralmente de corpo túmido, ovalar ou piriforme, uniformemente coloridos (de cor verde, amarela, alaranjada, violeta, parda ou negra), ou apresentando áreas de cor parda escura ou negra. São de consistência tão delicada que, depois de
Fig. 121 - Aphis sp. (Aphididae); ao lado, os 4 últimos segmentos antenais com os respectivos sensorios (consideravelmente aumentado).
mortos, rapidamente perdem a forma e a cor que apresentavam em vida, não podendo, por isso, ser guardados nas coleções senão em líquido conservador. Em geral são polimórficos, apresentando-se, quando completamente desenvolvidos, sob três formas principais: aladas, providas de tecas alares mais ou menos desenvolvidas e ápteras. Ao tratar da reprodução desses insetos, serão referidos os vários tipos de indivíduos, que podem ser observados numa mesma espécie. 37 BAKER (1921), mostrou que o vocábulo Aphis não é de origem latina, como geralmente se acredita, o que levou LINNAEUS, declinando Aphis-aphidis, a nomear: Aphides. Num léxico latino-grego de 1554, BAKER encontrou a seguinte citação: "Cimex, icis. f.g. " Consequentemente o nome de família dos pulgões deve ser APHIIDAE e não APHIDIDAE.
APHIDOIDEA
113
Geralmente nas f o r m a s ápteras o meso e o m e t a t o r a x apresentam-se fundidos com o ah domen; nas aladas, porem, essas duas partes do torax, embora formando um segmento aparentemente único, são distintamente separadas do abdomen. Nas formas ápteras, aleirodiformes, de Cerataphis, o corpo apresenta-se dorsalmente dividido em duas regiões apenas: a anterior, céfalo-torácica, e a posterior, abdominal. Cabeça - Olhos facetados bem desenvolvidos. Geralmente três ocelos. Nas formas aladas, alem desses orgãos da visão, há os chamados tubérculos oculares, olhos larvais que persistem nessas formas. Antenas de três a seis segmentos. Rostrum, naturalmente mais alongado nas espécies que sugam através de casca espessada, de quatro segmentos (de cinco nas formas mais primitivas, da tribu Lachnini). Desses orgãos cefálicos são as antenas que apresentam os melhores caracteres para a diferenciação das espécies. O segmento terminal quasi sempre apresenta um prolongamento estreito ("spur", dos autores ingleses e norte-americanos), mais ou menos alongado nos diferentes grupos. Os dois segmentos basais são curtos e mais ou menos uniformes em todas as espécies; os demais (flagellum) variam em número, em extensão e na forma. De grande importância em sistemática são os sensílios (sensoria) antenais. Há sempre um sensorium relativamente grande (sensorio primario), geralmente de contorno circular e não raro orlado de uma franja de pelos, na extremidade distal do segmento terminal, perto da base do prolongamento ("spur"). Nas antenas com mais de três segmentos, encontra-se um outro sensorium, de idêntico aspecto, perto do ápice do penúltimo segmento ou segmento subterminal. Alem desses sensórios primários (sensilla placodea ou rhinaria), há um grupo de sensórios, bem menores (s. accessórios), situados nas proximidades do sensório primário do segmento terminal, de contorno circular, oval ou transversal. Os sensórios secundários, quasi sempre encontrados nas formas aladas, às vezes não se veem nas formas ápteras. Quando presentes, ficam no 3° segmento. Todavia, nas antenas de cinco a seis segmentos, encontram-se no 4°, no 5° e até mesmo no 6° segmento.
114
I N S E T O S DO B R A S I L
Nas formas ápteras mais especializadas ou mais degeneradas das subfamílias Eriosomatinae e Hormaphidinae, as antenas apresentam poucos segmentos (até 3), e u m a igual redução de sensílios. Torax - Como já aisse, nas formas ápteras o meso e o metatorax confundem-se com o abdomen, formando apenas um segmento, distinto do protorax; nos individuos alados, tais segmentos, conquanto fundidos, ficam separados do abdomen, apresentando-se, assim, o corpo dividido em quatro regiões: cabeça, protorax, meso e metatorax reunidos, e abdomen. E m alguns Afídeos o protorax apresenta protuberâncias ou tubérculos laterais de significação obscura. Pernas, moderadamente longas, de tipo ambulatório. vezes, entretanto, apresentam-se consideravelmente reduzidas (Phylloxeridae). Tarsos dímeros, sendo o 1° quasi sempre muito mais curto que o 2°; em algumas espécies, porem, são atrofiados e consideravelmente modificados. Entre as duas garras tarsais, na maioria das espécies, há um empódio setiforme. Asas geralmente membranosas e hialinas, as anteriores, maiores que as posteriores, apresentam sistema de nervação característico, variavel, entretanto, nos diferentes gêneros. A área situada na margem costal da asa anterior, perto do meio e entre a terminação de Sc e de R1, que se apresenta mais ou menos escurecida, é chamada estigma ou pterostigma. E m repouso, as asas se dispõem em telhado sobre o abdomen, com bordo costal para baixo e o anal para cima; em algumas espécies, porem, ficam horizontalmente dispostas sobre o abdomen. Abdomen - Apresenta nove segmentos distintos; o segmento anal é constituído pela placa anal e em cima pela cauda (codícula), cujo aspecto tem grande importância na classificação destes insetos. Teem tambem importância em sistemática dos Afídeos a presença e a posição dos tubérculos laterais e dorsais do protorax e do abdomen, e, sobretudo, o aspecto dos cornículos (sifunculos), assim designados dois processos tubulares, de aspecto variavel nas espécies, implantados, um de cada lado, entre o 5° e o 6° urotergitos. Há Afídeos que não os possuem (Phylloxeridae e em varios gêneros de Eriosomatinae), ou que apresentam, nos pontos em que deviam ser encontrados, fendas ou ostíolos, mais ou menos visíveis.
APHIDOIDEA
115
E interessante assinalar a correlação de corniculos muito desenvolvidos e um aumento correspondente no desenvolvimento da codícula. No ápice dos sifúnculos há um ostíolo, que se abre mediante a ação de um músculo especial, através do qual saem células sanguíneas carregadas de cera (v. FLÖGEL, 1909). Não se trata, pois, de secreção ou excreção de substância açucarada, como supunham os antigos autores, que, por isso, impropriamente designaram esses orgãos como nectários. As fezes expelidas pelos Afídeos, contendo em abundância carbohidratos, constituem a substância adocicada tão apreciada pelas formigas, que com eles vivem em simbiose. A associação dos pulgões com formigas melívoras (principalmente das Fig. 122 - Tubo digestivo de Fig. 123 - Tubo digestivo de subfamílias Formicinae e Longistigma caryae (Harris, Aphis fabae Scopoli, 1763; 1, 1841 (fêmea aptera) (De We- esôfago; 2, intestino posteDolichoderinae) atinge o ber, 1930, fig. 174a, segundo rior; 3, reto; 4, camara filtro; Knowlton, 1925). 5, estômago (De Weber, maior desenvolvimento nas 1930, fig. 174b). espécies radicicolas de Eriostomatinae da tribu Fordini, que vivem exclusivamente em ninhos subterrâneos de tais insetos. Espalhados por quasi todo o corpo das formas ápteras e no abdomen das formas aladas, encontram-se poros de glândulas ciríparas, apresentando disposição e estrutura variaveis nas espécies. 60. Reprodução - Bem poucos insetos teem sido tão bem estudados como os Afídeos, e isto porque, alem dos danos mais ou menos vultosos que podem causar, vivendo sobre as partes epígeas ou sobre as partes hipógeas das plantas cultivadas, desenvolvem-se mediante
116
I N S E T O S DO B R A S I L
ciclos evolutivos sempre extremamente complexos.
interessantes
problemas
biológicos
mópteros
Os
atraíram
a
BONNET,
que,
a
orientação
sábia
em
1740, de
atenção após
e
variados,
relacionados dos uma
REAUMUR,
com
em
estes
investigadores série
algumas
espécies
minúsculos desde
de
experiências
conseguiu
demonstrar
a
Ho-
CHARLES
realizadas
sob
definitivamente
reprodução
nogenética
parte-
dos
Afí-
deos. Sobre
a
questão,
incontestavelmente
um
dos
mais
nantes
fasci-
capítulos
Biologia, grande
um
número
trabalhos nos
que
as
biológicas plano
de
publicados
diversos
em
da
há
países ciências
ocupam
superior
lhes
cabe
das
na
o que
escala
cogitações
hu-
manas. Fig. 124 - Diagrama generalizado para mostrar os principais tipos de ciclo evolutivo de Afídeos emigrantes. Na metade esquerda do círculo acham-se representadas as gerações que ocorrem no hospedador primário ou invernal e na direita as que se realizam em hospedadores intermediários ou de verão. O círculo grande, continuo: indica o ciclo normal, partenogenético e bissexual; os dois círculos pequenos representam o ciclo das raças ou espécies não emigrantes, que se reproduzem continuamente no hospedador primário ou no intermediário, segundo a descrição feita no texto. A, geração da fundatrix; B, indivíduos da 1ª geração de fundatrigeniae; C, indivíduos da primeira geração de alienicolae, produzidos por emigrantes do hospedador primário; D - G, gerações ulteriores de alienicolae, que se desenvolvem durante o verão; R, sexuparae ou emigrantes de retorno, que produzem as formas sexuadas; S, formais sexuadas (sexuales, e ); indíviduos partenogenéticos (De Davidson, 1927, fig. 1.).
No da
Brasil,
MOREIRA
nada
fez
no
elucidar
mais
sentido
como
a
que
linhas
abaixo,
cessa
de
(1919),
transcrevo se
alem
contribuição
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de pro-
reprodução
«Les Pucerons et leur oeuf d'hiver (Hem. Aphididae).
J. F. KYBER a démontré expérimentalement en 1815 que les Pucerons pondent l'oeuf d'hiver afin de garantir la reproduction de l'espèce après l'hiver, dans les régions où celui-ci est rigoureux. KYBER conserva, en Allemagne, des Aphis rosae pendant quatre annés, avant soin de les abriter pendant I'hiver dans une chambre chauffée
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les transportant au dehors en été, il observa que ces Pucerons continuaient leur reproduction agame vivipare, tandis que d'autres constamment maintenus au dehors et désabrités, donnaient naissance, à l'approche de l'hiver, à des individus sexués qui s'accouplaient et pondaient l'oeuf d'hiver. KYBER conclut de ses observations que dans les régions intertropicales où il n'y a pas proprement d'hivel (ou s'il y en a, il n'a pas la rigucur de certo saison dans les régions froides, extratropicales), les Pucerons ne devaient pas produire d'individus sexués chargés de la ponte de l'oeuf d 'hiver. Les observations que j'ai faites pendant quatro années sur l'Aphis nerii Fonsc. (A. lutescens Monell), qui vit à Rio de Janeiro sur l'Asclepias curassavica et sur le Nerium oleander, ont prouvé que la reproduction de l'Aphis nerii est toujours agame vivipare, et je suis convaincu, par des observations de plus courte durée faltes sur d'autres espèces de
Fig. 125 - Diagrama para mostrar a complexidade das interrolações dos varios fatores que constituem o complexo simbiótico: afídeo, predadores, parasitos e hiperparasitos, cuja conhecimento é decisivo no controle biológico de uma dada espécie. (Segundo Spencer, 1926, fig. 1).
Pucerons, que ces insectes, dans les régions intertropicales, n ' o n t pas d'oeuf d'hiver, mais se reproduisent pendant toute l'année et continuellement par des générations agames vivipares. L'Asclepias curassavica est une petit plante qui souffre beaucoup et périt vite quand les Pucerons qui l ' a t t a q u e n t sont en grand nombre et elle est très favorable à l'observation de l'écologie de I'A phis nerii. Quand le nombre de Pucerons commence à être grand et que la tige et presque toutes les branches et les feuilles en sont couverts, c'est le moment fatal pour la colonie de Pucerons et los insectes sont voués
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la mort, faute d'aliment par la plante et en outre attaqués par trois ennemis naturels de l'espèce, le Coleóptère Cocinellide Neda sanguínea L., l'Hyménoptère Braconide Aphidius (Lysiphlebus) testaceipes (Cresson) et le Diptère Syrphide Baccha clavata (Fabr.); à ce moment, commencent à paraitre les formes ailés qui s'envolent et sont transportées par le vent, à la recherche d'une autre plante. L'individu ailé virginipare arrivant sur un pied d'Asclepias curassavica ou de Nerium oleander peut donner encore naissance à des individus ailés de la progéniture qui a débuté sur la plante abandonnée, et ensuite à des individus aptères qui constituierout la colonie dans les premiers temps de sa vie. A Rio de Janeiro (23 degrés de latitude sud), où la température pendant toute l'année ne descend pas au-dessous de 18 degrés centigrades et monte en été à 33 degrés, cesse pour les Pucerons la nécessité de la ponte de l'oeuf d'hiver pour la conservation de l'espèce. Quand l'Aphis nerii commence par vivre sur un Asclepias curassavica, il done naissance à 4 ou 6 jeunes pucerons par jour; en 15 jours, sa progéniture est de 60 individus aptères et 18 jours après comencent à paraitre les individus ailés; au dixième jour de vie, les Pucerons commencent à donner naissance aux jeunes. Une colonie d'Aphis nerii fondée par trois virginipares ailés compre au vingtième jour à peu près 1600 individus, nombre assez considerable pour attirer leurs parasites. D'abord c'est le Baccha clavata qui pond ses oeuf isolés, blancs ovoides allongés (0,6 mm. de longueur et 0,25 rum. de grosseur), à surface chagrinée; 36 a 48 heures après la ponte, naissent les larves; ces larves t u e n t en les suçant, "£ peu près 10 pucerons par jour et au bout de 8 à 9 jours la larve se métamorphose en pupe guttiforme; l'éclosion de la' mouche a lieu 8 jours après. Le Coléoptère Coccinellide Neda sanguinea dépose 18 oeufs orangés, ovoides, en groupe, et au bout de 4 jours naissent 1es larves, qui sont aphidiphages. Le Microhyménoptère Braconide Aphidius testaceipes se pose sur la branche ou la feuille et voltige entre les Pucerons, les titillant avec les an tennes, s'arrête très près de l'un d'eux, courbe son Iabdomen sous le thorax entle les jambes et, projetant l'ovipositor en avant, l'enfonce par un mouvement rapide dans le corps de Puceron, sans choisir de place. Un Aphidius testaceipes peut attaquer à peu près 20 pucerons. Ses oeufs sont longs de 100 micra et larges de 50, ils sont fusiformes; j'ai compté dans l'ovaire de l'Aphidius testaceipes , à peu près 100 oeufs. Ces trois ennemis naturels de l'Aphis nerii, notamment l'Aphidius testaceipes, réduisent et annihilent rapidement les colonies de ce Puceron, de façon que l"apparition des formes ailées devient de bonne heure une nécessité pour la conservation de l'espèce ».
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APHIDOIDEA
Na literatura
entornológica há vários resumos
realizadas sobre a reprodução nos Afídeos. expostos com precisão e clareza admirareis. Refiro-me
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nogenèse, 1931, Encycl. DAVIDSON (1927). Transcrevo gerais,
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« Les Aphidiens constituent l'un des groupes les plus intéressants au point de vue de la parthénogenèse cyclique. Les Aphidiens se divisent en trois familles: Aphididae, Phylloxeridae, et Chermesidae. II y a intérêt à les examiner séparément. Nous commencerons par les Aphididae. Le cycle évolutif des Pucerons est extrèmement variable suivang les espèces. I1 faudrait un volume entier pour passer en Ievue les inn'ombrables travaux qui, depuis les premières recherches de RÉAUMUR et de Ch. BONNET, lui ont été consacrés. J e me limiterai á quelques données essentielles, et je renvoie, pour plus de détails, à l'excellente mime au point de A. MORDWILKO (1907). Reproduction cyclique des Pucerons - Le cycle évolutif des Pucerons est constitué par une alternance de génerations parthénogénétiques et sexuées. Ce cycle est généralemenL annuel. Chez les Aphididae, les femelles parthénogénétiques sont vivipares, alors que les femelles sexuées sont ovipares. Les deux sortes de femelles se distinguent encore par le fait que les premières sont dépourvues de réceptacle séminal, alors que les femelles sexuées en possèdent un bien développé (VON SIEBOLD, 1839). Le cycle des Pucerons, en raison de l'existance d e s c e s deux types de reproduction, presente typiquement l'evolution annuelle suivante: pendant la belle saison, l'espèce se reproduit exclusivement grâce à des femelles parthénogéaétiques et vivipares. Le nombre de generations parthénogéndtiques varie suivant les espèces (de 2 à 15, d'après KLODNITSKI, 1912). A l'automne, mais parfois dès le milieu de l'été, les femelles parthénogénétiques, au lieu d'engendrer de nouvelles iemelles parthénogénétiques semblables à elles-mêmes, donnent naissance à des individus sexués mâles et femelles sexuées. Les femelles sexuées qui, comine nous l'avons dit, sont ovipares, ne d o n n e n t q u ' u n petit n o m b r e d'oeufs. Ces oeufs uoivent être fécondés pour se développer. On les appelle oeufs d'hiver, parce qu'ils passant la mauvaise saison à l'état de vie ralentie. I1 en sort, au printemps, des femelles appellées fondatrices, qui sont parthénogénétiques et m a r q u e n t le d é b u t d'un nouveau cycle. La multiplication des Pucerons constitue donc un exemple typique de parthénogenèse cyclique.
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Le cycle peut être count; c'est ainsi que chez les Mindarus, qui vivent sur les Sapins, le cyele ne comprend que trois générations par an, la première génération é t a r t représentée par la fondatrice, et la troisième par les sexués. Ce cycle s'accomplit dans l'espace de deux mois, en sorte que pendant dix mois, l'espèce reste à l'état de vie relentie, sous forme d'oeuf d'hiver (NUSSLIN, 1900, 1910). I1 en est de même pour un Puceron d'un groupe bien différent, Hormaphis hamamelidis (MORG, AN et SHULL, 1910). Chez les Aphidiens primitifs, le polymorphisme est encore très peu marque, et l'on no distingue que deux sortes de femelles: les femelles parthenogénétiques et les femelles sexuées. Les femelles qui engendrent les sexués sont des femelles parthénogénétiques ordinaires. BALBIANI (in HANNEGUY, 1904, p. 223) a observé que la femelle qui a engendré des femelles partbénogénétiques peut, ensuite, donner naissance '£ des individus sexués (en d'autres termes, il n ' y a pas encore de sexupares différenciés). Ce fait a été vérifié, chez Toxoptera graminum, par WEBSTER et PHILLIPS (1912). Formes ailées et a p t e r e s - Le polymorphisme des Pucerons s'accentue presque toujours par suite
Fig. 126 - Cycloneda sanguinea (Linne. 1763) (Col. Coccinellidae). (De Fonseca e Autuori, 1935, Man. Citric., fig. 111) (muito aumentado) Fíg. 127 - Cycloneda sanguinea, larva.
de la différénciation, dans le cours (De Fonseca e Autuori, 1935, Man. des générations, de formes ailées Citric., fig. 112) (muito aumentado). et de formes aptères. Les premières doivent être considérées comme les formes primitives, et les secondes comme des formes dérivées. Les femelles sexués sont toujours aptères. Les mâles sont aptères chez les Pemphiginae et quelques espèces d'Aphidmae; ils sont ailés, ailleurs. I1 y a, d'uilleurs, des espèces où il existe, à la fois, des mâles ailés et des mâles aptères: Aphis mali, Chailophorus populi, Cladobius populeus. Quant aux femelles parthénogénétiques, elles peuvent être ailées ou aptères. Chez Drepanosiphum platanoides, elles sont toutes ailées.
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Les formes ailées représentent les formes de dissémination de l'espèce. Elles apparaissent, en général, plus t a r d i v e m e n t que les femelles aptères; mais, il existe de grandes variations à ce point de vue. La recherche du déterminisme qui règle l'apparition des formes ailées ou aptères, a fait l'objet d'un très grand nombre de travaux. Nous ne pouvons pas les examiner iei, en détail, car cerre question sort du cadre de cet ouvrage. Je dirai seulement qu'on a invoqué les facteurs les plus variés: la nutrition (EWlNG 1916, 1925, 1926; GREGORY, 1917; WADLEY, 1923; ACKERMANN, 1926); la dessication (MORDWILKO, 1907, 1909; SHINJI, 1918); la temperature (EWING, 1916; 1925; 1926; ACKERMANN, 1926), la lumière (SHULL 1926), l'aecumulation (DAVIDSON 1929), etc. Tous ces facteurs, en apparence très divers, se r a m è n e n t probablement, en fin de compre, à des modifications aftectant la nutrition génerale de l'animal. Des facteurs internes viennent, d'ailleurs, s'ajouter à l'action des agentes externes. De nombreux biologistes (SHULL, 1918; WADLEY 1923, EWlNG, 1925; ACKERMANN, 192fi), ont remarqué que les individus ailés engendrent surtout des aptères, et inversement, suivant une alternance plus ou moins régulière. Determinisme du cycle évolulif - Nous retrouvons ici, le même problème que celui qui s'est pose pour les Rotifères et les Cladocères. I1 n ' y a aucun doute que le cycle des Pucerons soit sous la dépendance immédiate des conditions externes. On peut, en m a i n t e n a n t les Pucerons dans de bonnes conditions de nutrition, et à une température élevée augmenter eonsidérablement le n o m b r e des générations parthénogénétiques, et déterminer même, chez certaines espèces, tout au moins, une parthénogenèse indéfinie. C'est ainsi que KYBER (1815) a reussi, en élevant Pucerons du Rosier dans une chambre chauffée p e n d a n t l'hiver, et en leur fournissant constamment de la nouriture fraiche, à maintenir, pendant quatre ans et cinquante générations, une reprodution exclusivement p a r t h é n o g é n é t i q u e alors, que, dans la nature, il se forme des sexués, chaque année. KYBER a, en outre, constaté que le dessèchement des plantes sur lesquelles vivent les Pucerons, détermine la production de sexués. Ces espériences ont été, depuis, souvent reproduites. SLINGERLAND (1893)38 as a obtenu la multiplication, par parthénogenèse exclusive, de Myzus achyrantes, pendant deux ans et dix mois, et 62 générations successives; DAVIDSON (1929)a obtenu celle d'Aphis rumicis pendant deux ans et demi, et 50 générations successives. On sair, d'ailleu-s, depuis longtemps, que beaucoup de Pucerons des régions tropicales se multiplient par parthénogenèse indéfinie (MOREIRA, 1919; UICHANCO, 1921). Mais, ce qui est encore plus démonstratif, c'est le fait que certaines espèces du Pucerons se multiplient, par parthénogenèse indéfinie, 38 No livro de KELLOGG (1908 - American insects) lê-se a informação seguinte: « SLINGERLAND reared 94 successive generations (in 4 years) of an aphid species in the insectary ar Cornell University under such constant conditions of food-supply and summer temperature that not a single winged aphid nor single sexual generation was produced ».
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gans les régions chaudes, aIors que, dans les régions plus froides, elles forment des oeufs d'hiver, pendant la mauvaise saison. C'est ainsi que RUSSEL (1914), puis SOLIMAN (1927) ont observe que Macrosiphum rosae se reproduit exclusivement par parthenogepèse, en Californie, qui jouit d'un climat fort doux, alors que dans les régions plus froides, comine à Washington, il y a formation d'oeufs d'hiver. I1 en est de même pour Aphis avenae qui a été observé, par DAVIS (1914), dans différentes régions des Etats-Unis. Cette espèce se multiplie, par parthénogenèse indéfinic, dans les régions méridionales, des Etats-Unis. Elle a, d'ailleurs, pu être multipliée, expérimentalement par parthénogenèse exclusive, pendant 87 générations successives (EWING, 1916). Dans les régions septentrionales, cette espèce produit régulièrement des sexués et dos oeufs d'hiver. On a encore observé des faits semblables chez d'autles espèces: Macrosiphum pisi (DAVIS, 1915), Toxoptera graminum (WEBSTER et PHILLIPS, 1912), etc. Ces observations démontrent, de façon indéniable, l'action des tacteurs externes, et en particulier riu climat, sur le cycle évolutif des Pucerons. On a cherché à préciser, par des essais expérimentaux, quels sont les faeteurs responsables de l'apparition des individus sexués. I1 semble que des facteurs très variés, mais affectant toas la nutrition générale de l'animal, peuvent déclancher la formation des sexués: dessication de la plante nourricière (MORDWILKO, 1997), végétaux dépourvas de chlorophylle (SEMICHON, 1911), nourriture et action de la lumière sur la plante nourricière (MARCOVITCH, 1924; SHULL, 1926; DAVIDSON, 1924-1925), substances chimiques (SHINJl, 1918), température (SHULL, 1925; EWING, 1925; DAVIDSON, 1929), etc. Si l'action ales facteurs externes, et en particulier de la nourriture et du climat, exercent une influence profonde sur le cycle évolutif des Pucerons, il n'en est pas moins vrai, comme l'a tait très justement remarquer KLODNITSKI (1912) - qui, d'ailleurs, est allé trop loin dans ce sons - que ce cycle evolutif est fixé héréditairement. L'existence de ce cycle interne héréditaire est prouvée par de nombreux faits. KYBER, puis BALBIANI, ont observé que lorsque la "crise sexuelle" était déclanchée, il n ' é t a i t plus possible de l'arrêter. Un Puceron que a commencé à donner des sexués, continue à engendre des individus de ce type, même si on le place dans les conditions de nourriture et de température les pios favorables à la parthénogenèse. DAVIDSON (1929) a remarqué que des pucerons qu'on a fait expérimentalement hiverner, dans un local chauffé, peuvent donner des sexués p e n d a n t tout l'hiver, et même au printemps, alors que les colonies normales, issues de fondatrices, ne donnent jamais de sexués a c e t t e époque, bien que placées dans les mêmes conditions. Les influences externes ne règlent donc pas, à elles seules, le cycle évolutif des Pucerons qui relève fondamentalement de facteurs internes. Mais, ce cycle est plus ou moins labile, suivant les espèces. Les facteurs externes sont capables de modifier prolondément dans certaines
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formes, alors que dana d'autres, les mêmes facteurs ont une action faible ou même à peu près nulle. Chez les Aphidiens primitifs, ce cycle est très labile, et le rôle des facteurs externes est prépondérant. Ce rôle se réduit chez les Pucerons migrateurs, dont le cycle devient d ' a u t a n t moins malléable qu'il se complique davantage. Nous verrons, dans les paragraphes suivants, que le cycle évolutif devient encore plus rigide chez les Phylloxeridae et surtout chez les Chermes. Chez ces derniers, l'action des facteurs externes est à peu près insignifiant, et "l'apparition de la sexualité chez les Chermes se montre comme en grande partie régie par les causes internes" MARCHAL (1913, p. 36S). Nous pouvons donc conclure que, chez les Pucerons, comme chez les Cladocères, le cycle évolutif représente une réaction spécifique et héréditaire de l'espèce aux conditions externes. Migrations des Pucerons - Nous n'avons examiné jusqu'ici que le cas le plus simple, celui des Pucerons d o n t le cycle évolutif s'accomplit entièrement sur une même plante. Mais, il existe de nombreuses espèces dont le cycle évolutif comprend le passage obligatoire sur deux hôtes successifs. Le cycle s'accompagne, dans ce cas, de migrations qui constituent l'un des chapitres les plus a t t r a y a n t s de l'histoire des Pucerons. Les Pucelons migrateurs passent alternativement sur deux plantes, appelIées hôte principal et hôle intermédiaire. L'hôte principal est celui sur lequel est déposé l'oeuf d'hiver et sur lequel se devéloppe la fondatrice; l'hôte intermédiaire héberge, au contraire, la majorité des générations parthénogénétiques, l'hôte principal est généralement une plante ligneuse, l'hôte intermédiaire, une plante herbacée (rarement les racine d'une plante ligneuse). Le passage de l'hôte principal à l"hôte intermédiaire a lieu, généralement, au printemps, grâce à des femelles parthénogérétiques ailées qui ont reçu le nom de Virginipares ailées ou d'Emi grantes (Migrantes). Le retour sur l'hôte principal à lieu généralement en automne, par L'intermédiaire de Sexupares ailés. Les sexupares donnent naissance, l'hôte principal, aux sexués. Les sexués sont souvent très différents des femelles parthénogénétiques. Chez les Peraphiginae et les Schizoneurinae. la génération sexué est dépourvue de trompe, l'intestin a subi une régression plus ou moins considérable; et l'animal ne prend aucune nourriture. Les sexués donnent naissance à I' oeuf d'hiver qui représeut la forme de conservation de l'espèce, pendant la mauvaise saison. I1 en sortira, au printemps, une fondatrice aptère, qui marque le début d'un nouveau cycle. Les générations parthénogénétiques qui se multiplient sur l'hôte intermédiaire ont reçu le nom d'Exilées (Exsules). Elles different généralement des femelles parthénogénétiques qui vivent sur l'hôte principal, et, parfois, à un tel point qu'on a décrit ces deux formes comine appartenant à deux espèces distinctes. Le eyele des Pucerons migrateurs est généralement annuel, mais, chez certaines espèces, il peut durer plusieurs années.
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L'origine, aussi bien que le déterminisme actuel de ces migrations sont encore mal connus. I1 est probable que les migrations sont liées, comme l'a suggéré MORDWILKO (1908, 1909), aux changements qui se produisent dans la végétation d e s p l a n t e s nourricières, et qu'elles permettent à l'espèce de trouver, au cours des différentes saisons, les conditions de nutrition les plus favorables. MORDWILKO fait dériveI les Pucerons migrants de formes polyphages qui auraient émigré, au cours de l'annde, mur diverses plantes, afin de trouver constamment une nourri-
Fig. 128 - Larva de Sirfídeo predador de Afídeos (consideravelmente aumentada) (C. Lacerda del.).
ture a b o n d a n t e C'est ainsi que les Pucerons des plantes ligneuses auraient émigré, pendant l'été, sur los plantes bases qui leur auraient offert de meilleures conditions nutritives, tandis qu'en automne ils seraient revenus sur les plantes ligneusem. Cem migrations aurait été, au début, tout à fait irrégulière, variables et mal fixées. Mais, por la suite, elles se seraient stabilisées, engendrant ainsi les formes strictement emigrantes. Cette hypothèse est certainement exacte pour quelques espèces, mais elle ne saurait être étandue, comme a voulu le faire son auteur, à la totalité des Aphididae. Le nombre des espèces émigrantes est extrêmement élévé. BOERNER (1976), qui en a dressé récemment une liste très complète en cite 170 espèces. On trouvera, dans l'article de MORDWL,KO, déjà pluimeurs fois cité, de nombreux exemples de migrations. Il arrive, d'ailleurs, que chez ano espèce normalement migrante, un certain nombre d'individus n'emigrent pas et restent, soit sur l'hôte définitif, soit sur l'hôte intermédiaire. I1 s'établit ainsi, dans la mêmê espèce, deux lignées différentes, l'une migrante, et l'autre non migrante. On leur donne à la suite de DREYFUS,le nome de lignées parallèles. Nous en étudierons plus loin plusfeurs exemples. Qu'il nous suffise de dire que la bifurcation des deux lignées se produit chez l e s Exilés, lorsque le cycle secondaire s'effectue entièrement sur l'hóte intermédiáire (Pemphigiens, certains Chermes), et chez les Emigrantes, lorsque le cycle secondaire a lieu entièrement sur l'hôte définitif (certains Chermes). L'existence de ces lignées parallèles permet d'expliquer un phénomène particulièrement intéressant au point de vue de la parthénogenèse
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C'est celui des Pucerons, primitivament émigrants, mais qui, par suite de la disparition de l'hôte principal, se trouvent cantonnès, en permanence, sur l'hôte intermédiaire. Le cycle se réduit au cycle secondaire et respéce se reproduit, alors par parthénogenèse indéfinie, sur la plante intermédiaire. I1 peut encore apparaitre, parfois, des sexupares, des sexués, voire des fondatrices, mais, il s'agit là de phénomènes ataviques, sans aucune utilité pour l'espèce, car, de toutes façons, la fondatrice ne peut évoluer sur la plante intermédiaire et ne tarde pas à mourir. Chez d'autres especes, les sexupares ont complètement disparu; il y a, dans ce cas, formation d'une face biologique, notablement différente de la forme émigrante dont elle est sortie. Nous assistons ainsi à la naissance de véritables espèces biologiques et c'est ce qui donne à l'étude de ces phénomènes un si grand intérêt. » Passo
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INTRODUCTORY REMARKS (Part I) Aphides, or "plant lice", are well-known insects, not only on account of their economic importance in agriculture and horticulture, bur also because of their interesting and complex life-cycles. The biological problems associated with them have attracted the attention of investigators since the rime of LEEUWENHOEK, who first observed the phenomenon of viviparous parthenogenetic reproduction in these insects. They belong to the insect order Hcmiptera, and present-day systematists regard them as forming a superfamily - the Aphidoidea - composed of two families, the Aphididae and Phylloxeridae, which include about 140 known genera and somewhere about 1.000 species, of which some 400 species are found in Britain. They are entirely plant feeders, and live on the leaves, shoots, stems, or roots of plants, from which they abstract the juices my means of specially adapted sucking mouth-parts. In connection with this habit, many species have come to be associated with particular kinds of plants and complicated habits of migration have been evolved, together with the development ot definite polymorphic generations. The Aphididae and Phylloxeridae are readly separated on biological grounds in that the parthegenetic females in the latter family, which includes Phylloxera of the vine oak, etc., and the Chermes39 group on conifers, are always oviparous 39 According to the rules of nomenclature, the name Chermes appears to have no standing as an aphid genus, but strictly belongs to the Psyllidae. The term has, however, been long used in refering to certain well known aphides infesting conifers, and as it has not yet been replaced by any generany accepted name it is used in this sense throughout the presente paper.
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and viviparity does n o t occur, whereas in the former family the parthenogenetic females are always viviparous and oviparity only occurs with the sexual fema!es. F u r t h e r m o r e the life-cycle and habits have reached a more advanced stage of specialisation i n t h e Phylloxeridae t h a n is the case in the Aphididae. The latter family contains a large assemblage of forms with diverse habits, which exhibit varying degrees of complexity of the life-cycle. I. NON-MIGRATION APHIDES The various species of aphides whose life-cycles are k n o w n may be grouped into two classes, as non-migratory and migratory species. I n t h e former class the life-cycle i s completed either ou the same kind of plant or at a n y rate on closely related plants. The species may be polyphagous in a restricted sense, or monophagous, a a d this free nonmigrating habit, as seen for instance in certain members of the tribe Callipterini, probably indicates the more primitive habits of aphides.
Fig. 129 - Pupário de Sirfídeo (consideravelmente aumentado) (C. Lacerda del.)
Non-migrating types have, however, in some instances apparently been secondarily derived from migrating types. Non migrating species are often associated with trees or woody shrubs, bur some are confined to herbaceous plants on which the parthenogenetic generations and sexuales occur ano the fertilised eggs are laid in autumn. The destructive wheat aphis in America (Toxoptera graminum), for instance, lives entirely on w h e a t and associated grasses. Some species of the genus Macrosuphum in Britain live entirely on herbaceous plants. The life-cycle of a non-migrating species may be brietly described as follows: The stem-mother, or fundatrix, hatches out in spring from the fertilised egg laid by the oviparous sexual female, being the foundress of subsequent generations of parthenogenetic females. These generations may consist of winged and wingless individuais, although in some species of the tribe Callipterini, apterous forms do n o t occur. After a
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varying number of parthenogenetic generations have been passed through, the true sexual females and males develop and the fertilised eggs (winter eggs) are laid, which lie d o r m a n t during winter. II. MIGRATING APHIDES The migrating habit has amsen in several groups of the superfamily Aphidoidea and specialisation has developed in different ways. The essential feature of a migrating species is, t h a t there is a definite migration from the food plant on which the fertilised eggs are laid by the sexual females to other food plants either closely related or more often totally different, on which the parthenogenetic generations are produced;
Fig. 130 - Baccha clavata (Fabr.), Sirfídeo cuja larva é um dos mais conhecidos predadores de Afideos da região neotrópica (cerca de X 6).
The former food plant, which is usually a tree or woody shrub, is the winter or primary host, and the latter the intermediate or secondary host. These two types of food plants play a definite role in the life-cycle of migrating species, more especially in those cases in which the habit has reached an advanced stage of development, as in the Chermes. In association with the migrating habit, specialisation of form has ocurred in the various generations. For instance, the change of host plant necessitates the development of winged individuais ar certain periods of the life-cycle, in order t h a t migration may be accomplished. Moreover, the sexual forms in many cases have become specialised
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apterous forms. This specialisation of form is well seen in those species which exhibit a highly advanced development of the migratory habit, as in members of the " C h e r m e s " group. In these cases, certain generations m a y be definitely associated with a particular host plant. Owing to the specially complex nature of the life-cycles of members of the Chermes and Phylloxera groups (faro. Phylloxeridae), it will be more convenient if they are dealt with later, and for the present we consider only those species generally known as the true aphides or p l a n t lice, which comprise the family Aphididae. The genelal plan of the life-cycle of migrating species of the family Aphididae, in temperate climates, which is shown in text fig. 1 (Fig. 124), is briefly as follows. The fertilised eggs are laid by sexual females on the p r i m a r y host in autumn, from which the parthenogenetic, viviparous fundatrix, or stem-mother hatches out in spring. Eventually winged migrants are produced, which migrate to the intermediate host, ou which a series of parthenogenetic generations occur during summer. In a u t u m n winged re-migrants fly back to the primary host, on which the sexuales occur and the fertilised winter eggs are laid. There are, however, m a n y modifications of this simple cycle, which will be discussed when dealing with the various types of migiation. Certain species belonging to the more widely distributed group of aphides, namely, the tribe Aphidini, may be classed as migrating species, bur they have evidently not advanced lar in the development of the migrating habit, and under favourable conditions the life-cycle can be completed on the primary host. The migration in such species is spoken of as facultative, and in those species in which both host plants are essential for the completion of the life-cycle, ir is referred to as obligatory migration. We see therefore, t h a t in both non-migrating and migrating species, the complete life-cycle consists of a parthenogenetic phase and a sexual phase. In temperate climates sexual forms normally occur at the end of the vegetative season and the winter eggs lie d o r m a n t during winter. The parthenogenetic phase of the life-cycle appears to be an adaptation to seasonal conditions and epsures ti wide distribution of the species over the favourable season of the year. In this respect ir is interesting to note that, in semi-tropical countries, where favourable light, temperature, and vegetation conditions occur pratically all the year round, many species of aphides are recorded as carrying on parthenogenetic reproctuction throughout the year. In fact, in temperate eountries, some species are known to carry on parthenogenetic reproduction under sheltered conditions throughout winter, in addition to the production of sexuales in autumn. In a few species (Aphis saliceti on Salix and Mindarus abietinus on Abies) the sexual forms are produced in early summer and the fertilised eggs remain d o r m a n t until the following spring. With the " C h e r m e s "
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also, the sexuales are produced in early summer, and the larvae which hatch out from the fertilised eggs remain immature until the following spring. III. THE POLYMORPHIC FORMS IN APHIDES In the life-cycle of a migrating aphid, certain polymorphic forms occur. These forms have received various names from rime to rime, and as the use of definitive terras will greatly facilitate reference later on, the terras w h i c h are now generally used for members of the Aphididae will be explained. The special features found in Phylloxerons and "Chermes" will be dealt with later: (a) Fundatrix - This is the parthenogenetic female which hatches out ou the primary host from the fertilised eggs. I t is apterous, being viviparous in members of the Aphididae anal oviparous in the Phylloxeridae. (It should be noted t h a t in some non-migrating forms of the Callipterini the fundatrix may be winged). (b) Fundatrigeniae - This terra refers to the generations initiated by the fundatrix ou the primary host. There may be one or more generations in which winged or apterous and winged individuais are produced. The alate forros include the migrating individuals or fundatrigeniae migrans 40, but may also consist of individuais which do not migrate but reproduce ou the primary host. These latter are the fundatrigeniae non-migrans. The apterous individuais of these generations are the fundatrigeniae apterae. In the "Chermes" group these generations are called gallicolae ou account of their gall-forming habits on the primary host, Picea (spruce). (c) Alienicolae - The winged migrants (fundatrigeniae migrans) which fly to the intermediate food plants, start a series of parthenogenetic generations on these plants, which are called the alienicolae generations. (In the "Chermes" group they are called the exsules or colonici generations). They may consist of apterous individuais only (alienicolae aplerae) or apterous and winged individuais (alienicolae alatac). The latter ensure distribution of the species from one food plant to another, and certain of them which are destined to produce sexual forms are known as the sexuparae, being te-migrantes which fly back to the primary host. (d) Sexuparae or re-migrantes - These terras are applied to certain of the alate alienicolae which, born ou the intermediate food plants, migrate to the primary host and there produce the sexual forros. They are normaily produced towards the end of the vegetative season. In the case of the migrating members of the Aphidini, they usually produce only sexual females, winged males being produced, a b o u t the same rime, by apterous aliencolae ou the intermediate food plants, which then fly 40 Estas
formas
são
tambem
chamadas
spuriae,
apterae
e
alatae
migrantes.
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over to the primary host where mating occurs. In those species which have more specialised migrating habits, as in the tribes Eriosomatini and Pemphigini, both sexual forms are apterous and are produced by the sexuparae on the primary host. (e) Sexuales - The true sexes are associated with the primary host, and with the production of fertilised eggs by the sexual females, the normal cycle is brought to an end. As will be seen later, however, in some instances the par thenogenetic alienicolae generations may be continued independently throughout the year, on the intermediate food plants. The sexes exhibit varied s p e c i a l i s a t i o n of form in the different groups of aphiFig. 131 - Fêmea de Lysiphlebus testaceipes (Cresson, 1880) no des and in general ato da postura em um Afídeo. (Cópia de uma fotografia do the ancestral winlivro de Essig - Ins. West. N. Amer., fig. 659, ged condition of the feita por C. Lacerda). sexual female has been replaced by apterous forms, although in a few non-migrating species, e. g. Neophyllaphis podocarpi, alate sexual famales have been recorded. In those species which exhibit advanced habits of migration, however, both sexual forms are apterous, and in many cases have developed into highly specialised forms. IV. THE VARIOUS TYPES OF MIGRATION Ir would be impossible in this short account of the subject to refer adquately to the many distinguished investigators who have advanced our knowledge of the migration habits of aphides. The names of BALBIANI, BLOCKMANN, BOERNER, CHOLODKOVSKY, LICHTENSTEIN, MARCHAL, MORDWILKO, NUESSLIN and PATCH, and their noteworthy contributions on this aspect of the biology of these insects, are well known to entomologists. More recently MORNWILKO has discussed certain theoretical considerations regarding the origin and development of the migratory habit which will be discussed in Part II of this paper. In so far as the life-history of migrating species have been worked out, the lines along which the habits of migration appear to have de-
APHIDOIDEA
131
veloped may be conveniently grouped into four classes. There are, however, many species of aphides whose migration cycles have not yet been definitely traced ». O a u t o r passa, em seguida, a e s t u d a r as q u a t r o classes de migração: a) migração, de árvores ou de arbustos, p a r a p l a n t a s herbáceas; b) migração, de árvores ou de arbustos, para raizes de p l a n t a s herbáceas; c) migração, de árvores ou de arbustos, para raízes de outras árvores ou a r b u s t o s ; d) migração, de árvores ou arbustos, p a r a o u t r a s árvores ou arbustos. T r a t a n d o da r e p r o d u ç ã o em Phylloxeridae, DAVIDSON conclue o seu artigo com o seguinte resumo das principais questões estudadas: (1) Aphides, including Phylloxerons and the "Chermes", comprise the superfamily Aphidoidea, order Hemiptera, the chief feature of these insects being that the normal life-cycle consists of a sexual and a parthenogenetic phase. (2) The Aphidoidea, on biological grounds, may be divided into two families, the Aphididae (true Aphides or plant-lice) and the PIhyo loxeridae (Phylloxerons and "Chermes"). In the former family, the sexual females are oviparous and the parthenogenetic females viviparous; m the latter, both the sexual and parthenogenetic temales are oviparous (3) These i n s e c t s may further be separeted i n t o two groups acc o r d i n g to whether the life-cycle is compteted on one Fig. 132 - Adulto de Aphelinus jucundus Gahan saindo de uma ninfa de Macrosiphum cornelli Patch, onde se criou. type of plant (De Griswold, 1929, fig. 2). (non-migrating species) or whether part of the cycle occurs on one type of plant, on. which the fertilised eggs are laid (primary host), and the other part,
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which consists only parthenogenetic generations, on other types of pIants (intermediate hosts), between which there is a regular, periodic migration (4) With the migrating species, the primary host plants are trees or shrubs (excluding species like the pea aphis (Mac. pisi), which migrate only between herbaceous plants); the intermediate food-plants may be herbaceous plants, or other trees and shrubs. (5) The complete life-cycle is practically confined to species in temperate climates. In warmer countries such as Formosa. Java and Southern States of North America, the sexual phase is frequently suppressed and continuous parthenogenetic reproduction occurs. (6) The migrating habit has developed in association with the changes in the world's flora. Those species which are primarily non-migrating such as members of the tribe Lachnini and Callipterini, exhibit certain primitive characters, which place them among the least specialised forms. The migrating species, on the other hand, exhibit a varying degree of specialisation of habit and forro, corellated with the extent to which the migrating habit has developed. (7) The "Chermes" have attained the most specialised development of the migrating habit and the life cycle two years for its completion. In the Aphididae (excluding Hormaphis), the complete life-cycle occupies one year and various stages in the development of the migrating habit are to be found: in general those species associated with herbaceous plants (Aphidini) represent the most recent development. (8) Correlated with the migrating habit, there has been marked specialisation both in the sexual and parthenogenetic individuais. (9) Several species are known in which the association with the primary host has been lost, resulting in parthenogenetic races or species living entireIy on the intermediate food-plants". 61. Capacidade de proliferação - Ao terminar esta parte relativa à reprodução dos afídeos, devo referir o resultado de càlculos feitos por alguns autores, com o fito de salientar a assombrosa capacidade de proliferação tão característica destes inseres. Do cálculo de HUXLEY, deduz-se que a prole de um só Aphis, após 10 gerações, na hipótese de sobreviverem todos os indivíduos que as constituiriam, conteria substância ponderavel bem maior que a de 500.000.000 homens robustos, isto é, superior a da população da China. Todavia, na opinião de BUCKTON, tal cálculo fica muito aquem do verdadeiro. Para ele, a progênie, nas mesmas condições e no fim de 300 dias, aproximar-se-ia da 15ª potência de 210.
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HERRICH (apud HOWARD, 1931, " T h e insect menace"),, observando em Ithaca (New York) a proliferação do pulgão da couve, cujo peso pouco excede de um miligrama, chegou à conclusão de que a massa ponderavel dos descendentes de um exemplar, no fim de uma estação, teria mais de 822.000.000 de toneladas, portanto, 5 vezes superior a da população do globo. 62. Importância econômica - Relativamente aos danos resultantes da infestação das plantas pelos pulgões, abstenho-me de repetir aquí o que, sobre o assunto, já escrevi ao t r a t a r de outros Homópteros, principalmente dos Jassídeos (sec. 37). Mais uma vez recomendo a leitura dos trabalhos de LEACH e de STOREY. Relativamente à importância desses insetos, como vetores de germens de doenças das plantas, devo referir os trabalhos de BRANDES, CHARDON E VEVE, DRAKE, TATE e HARRIS, DYKSTRA e WHITAKER, GOIDANICH, INGRAM e JUMMERS, SMITH, WATSON e ROBERTS, e ZANMEYER e KEARNS. 63. Meios de combate - Os pulgões que vivem nas partes epígeas das plantas são combatidos empregando-se inseticidas externos, que atuam através do tegmento. Geralmente obteem-se resultados satisfatórios mediante pulverizações da solução simples ou sabonosa de nicotina (livre, ou melhor, sob a forma de sulfato de nicotina a 40 %). A solução simples de nicotina deve ser preparada a 1/800. A solução sabonosa, contendo de 0,25 a 1% de sabão, deve ser diluida à razão de 1 parte para 1.200 a 1.600 partes de água. Um excelente inseticida de contato, cujo emprego deve ser generalizado em nosso país, é a rotenona em solução aquosa a 1 %. Há no mercado produtos comerciais à base de extrato de timbó (contendo rotenona e outros princípios ativos), simples ou associado a piretrinas, que se recomenda usar em solução aquosa a 1% ou mesmo a 1/300. Relativamente ao combate dos pulgões de hábitos subterrâneos, darei as necessárias indicações quando tratar da "Filoxera" e do "pulgão lanígero". 64. Inimigos naturais - Felizmente, a extraordinária proliferação dos Afídeos é aniquilada pela singular incapacidade de se defenderem, que os faz vítimas imbeles dos muitos seres que os atacam (fig. 125).
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De fato, mal se inicia a formação de uma colônia de afídeos e começam a ser dizimados por inimigos naturais, pertencentes às ordens Diptera, Hymenoptera, Coleoptera e Neuroptera. Da ordem Diptera devo citar, como uma das espécies mais encontradiças em quasi toda a região neotrópica, a Baccha clavata (Fabr., 1794) (Syrphidae) (fig. 130), cujas larvas vermiformes (fig. 128) são, como as do gênero Allograpta Osten Sacken, dos mais eficientes predadores de Afídeos (v. BHATIA, 1934). Tambem se mostram muito ativas no combate aos Afídeos as larvas de Chrysopa lanata Banks, 1810 (Neuroptera, Chrysopidae), vulgarmente conhecidas pelo nome de "lixeiros" e várias "joaninhas", besouros da família Coccinellidade, tanto na fase larval como na adulta. Como principais inimigos dos Afídeos devo mencionar: Ceratomegilla maculata (De Geer, 1775), Eriopis connexa (Germar, 1824) (Coccinellinae - HippodaCycloneda miai), Fig. 133 - Aphis gossypii Glover, 1876 (Aphidinae, Aphidini) (consideravelmente aumentado). (Original gentilmente cedido sanguinea (Lin., pela Secção de Entomologia do Instituto Biológico 1763) (figs. 126 e de S. Paulo). 127) e Coccinella ancoralis Germar, 1824 (Coccinellinae-Coccinellini). Sobre o poder destruidor de Afídeos destes últimos insetos encontram-se dados interessantes, relativos a espécies norte-americanas, nos trabalhos de CUTRIGHT (1924) e de WADLEY (1928). Os microhímenópteros, que vivem de Afídeos, são todos parasitos endófagos, isto é, as respectivas larvas criam-se dentro do corpo dos pulgões. Uns são da superfamília Chalcidoidea (Aphelinidae) (fig. 132), outros da superfamília Ichneumonoidea. Como representantes desta superfamília merecem ser citados especialmente os Braconídeos da subfamília Aphidiinae, distribuidos em vários gêneros (Aphidius, Ephedrus, Lysiphlebus, etc.), cujas larvas se criam exclusivamente em Afídeos.
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No Brasil, alem de Aphidius brasiliensis Brèthes, 1918, e de Aphidius platensis Brèthes, 1913, deve haver tambem Lysiphlebus testaceipes (Cresson, 1880) (fig. 131). Todos estes parasitos primários, introduzidos com os respectivos hospedadores, podem ser parasitados por outros microhimenópteros, parasitos secundários ou hiperparasitos, das famílias Eneyrtidae (Aphidencyrtus) Entedontidae, Pteromalidae (Asaphes, Pachyneuron) superfamília Chalcidoidea, Figitidae (Xystus) (superfam. Cynipoidea) e Calliceratidae ( = Ceraphronidae) (superfam. Serphoidea). Tambem as larvas predadoras de Sirfídeos, Coccinelídeos e Crisopídeos, predadoras de Afídeos, podem ser parasitadas por microhimenópteros primários e estes por hiperparasitos, que emergem, respectivamente, dos pupários, pupas e casulos de tais insetos. Em nosso pais as larvas de Syrphidae são frequentemente parasitadas por Pachyneuron sp., as de Chrysopidae por Horismenus sp. e as de Eriopis connexa e de Cycloneda sanguínea por Homalotylus flaminius (Dalman, 1820) (= Mendozianiella mirabilis Brèthes, 1913; ? - Lepidaphyeus bosqi Blanchard, 1936). Na República Argentina, segundo DE SANTIS (1941), as larvas de Allograpta exotica Wied., são parasitadas por Diplazon laetatorius (Fabr., 1781) (Ichneumonidae), espécie cosmopolita, que se cria, nos Estados Unidos, em larvas de Allograpta e de outros gêneros de Sirfídeos, e por Pachyneuron syrphiphagum Brèthes, 1913. Já tive o ensejo de observar, no Rio, exemplares daquele Icneumonídeo obtidos pelo meu assistente GUIMARÃES de pupários de um Sirfídeo predador de Brevicoryne brassicae. Em Porto Rico, WOLCOTT (1936, Ins. Borinq.) obteve, de pupários de Baccha clavata, exemplares de Perilarapidea larium Wolcott (Perilampidae) e de casulos de Chrysopa uma espécie de Isodrornus (Encyrtidae). 65. Classificação - Há cerca de 2.000 espécies de Aphidoidea, distribuídas principalmente nas regiões temperadas do hemisfério setentrional. Bem poucas se conhecem autóctonas da região neotrópica. A mais conhecida é o Cerataphis lataniae (Boisduval, 1867) (Hormaphidinae-Cerataphidini) (figs. 152 e 153), pulgão frequentemente en-
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contrado sobre palmeiras e orquídeas e de aspecto muito semelhante ao de um pupário de Aleyrodidae. No Brasil, MOREIRA (1915) descreveu Idiopterus brasiliensis (Aphidinae, Aphidini), que vive em "fava de Belem" (Phaseolus lunatus) e Geoica floccosa (Eriosomatinae, Fordini), encontrado em vagens de Ipomoea stipulata. Devo ainda mencionar Brasilaphis bondari Mordwilko, 1926 (Aphidinae-Setaphidini), encontrado por BONDAR (1930) em "fruta de pato", na Baia. Os demais Afídeos assinalados no Brasil foram introduzidos com plantas importadas do estrangeiro e definitivamente aclimados. Uns vivem exclusivamente nas plantas em que se encontram nos paises de origem, outros, porem, a d a p t a r a m - s e a plantas nossas, cult ivadas ou silvestres. A superfamília Aphidoidea é, pela maioria dos autores, dividida em 2 famílias: Aphididae e Chermesidae ou Phylloxeridae. Para a determinação destes insetos devem ser consultados, principalmente, os trabalhos de BAKER, BÖRNER, BUCKTON, ESSIG, HOTTES & FRISON, MORDWILKO, PATCH, SWAIN, TAKAHASHI e VAN DER GOOT. Para o estudo das espécies encontradas no Brasil é indispensavel a consulta dos trabalhos de BLANCHARD, especialmente a revisão de 1939. Como não considerei Chermes L., 1758, tipo de Chermidae (Psylloidea), devo, por coerência, aceitar Chermesidae Passerini, 1867, como o nome da família dos Afídeos do grupo dos Chermes e das Filoxeras, e não Phylloxeridae Dreyfus, 1889, que deverá, ser, entretanto, a designação apropriada, quando aquele nome genérico passar a ser definitivamente usado para os Psilídeos. As 2 famílias e respectivas subfamílias são caracterizadas na seguinte chave, baseada principalmente nos trabalhos de BAKER (1920) e de PATCH (1923): 1 - Asa anterior com 3 nervuras oblíquas; nervura estigmática (Rs) ausente; nunca se dividindo; cornículos sempre ausentes; fêmeas ovíparas em todas as gerações; formas jovens produzidas por partenogênese, ao nascerem, apresentam-se incompletamente desenvolvidas e são envolvidas por uma membrana ovular .... Chermesidae ou Phylloxeridae 2 1' - Asa anterior com 4 nervuras oblíquas; nervura estigmática (Rs) presente; M simples ou bifurcada, uma ou duas vezes; cornículos geralmente pre-
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sentes; somente ovíparas as fêmeas da geração gamogen ética (anfigônica), fêmeas partenogenéticas vivíparas; formas jovens produzidas por partenogênese, ao nascerem, apresentam-se completamente desenvolvidas, raramente são envolvidas por uma membrana, da qual se libertam imediatamente .............................................................................................. Aphididae 3 2 (1) - - Corpo com glândulas ciríparas; antenas das fêmeas aladas de 5 segmentos; sobre Coníferas ..................................................................................... Chermesinae 2 '
- - Corpo sem glândulas ciríparas; antenas das fêmeas aladas de 3 ou 4 segmentos; nunca sobre Coníferas .................................................................. Phylloxerinae 41
3 (1') - - Sexuales sem peças bucais funcionais; fêmea ovípara com todos os ovaríolos presentes ou indicados no embrião, porem, a adulta tendo apenas 1 ovaríolo, no qual se forma um ovo apenas; cornículos muito reduzidos ou ausentes, glândulas ciríparas bem desenvolvidas; asas geralmerte reduzidas; sensórios antenais proeminentes Eriosomatinae42 3'
- - Sexuales com peças bucais funcionais; quasi todos os ovaríolos desenvolvidos na fêmea ovípara adulta .............................................................................. 4
4 (3') - - Setor radial de asa anterior inserido meio (perto da base) do estigma; sexuales pequenos; fêmea ovípara capaz de por vários ovos Mindarinae 4' - - Setor radial, conquanto partindo do estigma, inserido de modo diferente ................................................................................................................................. 5 5 (4') - - Geralmente cecidógenos; nervuras muito reduzidas; média geralmente simples; glândulas ciríparas mais ou menos abundantes; sensórios antenais anulares; estádios aleirodiformes frequentemente observados; sexuales em geral pequenos e ápteros ..................................................... Hormaphidinae 43 5" - E m geral, não cecidógenos; nervuras r a r a m e n t e reduzidas; glândulas ciríparas não abundantes; sensórios antenais ovais ou subcirculares; estados aleirodiformes raramente observados; cornículos em geral bem desenvolvidos; machos geralmente alados ................................ Aphidinae Família Subfamilia 66. segundo pterini, meira
é
41 De 42 Esta - De 43 De
Tribus
de
BAKER
(t920),
maior
importância
Greenideini,
Lachnini, mais
possue
APHIDINAE
constituem
a
que
APHIDIDAE
essa
-
Setaphidini
representantes
Dentre
subfamília, de
e real
(phyllon). folha; (xeraino), seccar. subfamília é elevada à categoria de família por alguns (erion), lã; (soma), corpo. (ormos), colar, circulo.
as
6
tribus
Aphidini, Thelaxini,
interesse
autores.
que, Calli-
a
pri-
econômico.
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É ela tambem que compreende o maior número de Afídeos descritos. A tribu Lachnini é realmente interessante sob o ponto de vista filogenético, pois nela se acham os mais primitivos Afídeos, somente mais recentes que Mindarus abietinus Koch, 1857, o tipo mais arcaico de Aphididae e representante único do gênero Mindarus Koch, 1857 e da subfamília Mindarinae. A tribu Lachnini pertence Lachnus salignus (Gmelin, 1788) (= L. punctatus Burmeister, 1835; Plerochlorus viminalis (Boyer de Fonscolombe, 1841); Tuberolachnus viminalis (Boyer, 1841), o maior afídeo que se conhece no Brasil, com perto de 5 mm. de comprimento, f a c i l m e n t e reconhecivel pelo grande tubérculo cônico, no 4 ° urotérgito. Tribu
APHIDINI
67. Espécies mais importantes - As espécies mais interesFig. 134 - Brevicoryne brassicae (L., 1767) (Aphidinae, Aphidini); fêmea virginópara santes desta tribu pertencem aos áptera (consideravelmente aumentada). gêneros Aphis L., 1758, Ampho(Original gentilmente cedido pela Secção de Entomologia do Instituto Biológico rophora Buckton, 1876, Anuraphis de S. Paulo). Del Guercio, 1907, Brevicoryne Das, 1918, Idiopterus Davis, 1900, Macrosiphum Passerini, 1860, Myzus Passerini, 1860, Pentalonia Coquerel, 1859, Rhopalosiphum Koch, 185444 e Toxoptera Koch, 1857. Como espécies mais importantes devo mencionar: Aphis gossypii Glover, 1876 ( = Aphis cucumeris Forbes, 1883) 45 (fig. 133). Vive sobre muitas espécies de plantas, pertencentes a várias famílias (Cucurbitaceae, Malvaceae, Solanaceae, Leguminosae, ete). Aphis tavaresi Del Guercio, 1908. Pulgão que se encontra comumente sobre plantas do gênero Citrus, até há pouco tempo confun44 KOCH deu ao seu gênero o nome Rhopalosiphum e não Rhopalosiphon. 45 SILVESTRI (1939 - Comp. Ent. Appl.) considera-o sinônimo de Aphis frangulae Kaltenbach,
in Koch, 1857 (A . rhamni Kalt., 1843).
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dido, em nosso país, com Toxoptera aurantii (v. trabalhos de REINIGER, 1940 e COSTA, 1941). Brevicoryne brassicae (L., 1767) (figs. 134 e 135) 46, pulgão da couve e de outras Crucíferas cultivadas. Anuraphis persicae-niger (Smith, 1890) e Anuraphis prunicola, ambos referidos como pulgões do pessegueiro em nosso país. Entretanto, na República Argentina, a espécie de Anuraphis mais frequentemente encontrada sobre essa planta, produzindo o encrespamento das folhas novas e a deformação e queda dos frutos, é, segundo BLANCHARD (1939), o Anuraphis schwartzi Börner, 1931, erroneamente determinado como prunicola. É possivel que se venha a fazer idêntica verificação no Brasil. Do gênero Fig. 135 - Brevicoryne brassicae, fêmea virginópara alada Macrosiphum, (consideravelmente aumentada). (Original gentilmente cedido pela Secção de Entomologia do Instituto caracterizado Biológico de S. Paulo). pelo alongamento dos sifúnculos, muito mais longos que a cauda, a espécie mais conhecida é o grande pulgão da roseira - Macrosiphum rosae (L., 1758), quando bem desenvolvido, com cerca de 5. 5mm. de comprimento, que se não deve confundir com o pulgão verde da mesma planta - Capitophorus rosarum (Kaltenbach, 1843), menor, com cerca da metade do tamanho daquele e menos frequentemente encontrado. Nas espécies de Pentalonia, como nas de Idiopterus, as nervuras apresentam-se inclusas em faixas pardo-escuras. Como espécie mais encontradiça, há a referir Pentalonia nigronervosa Coquerel, 1859, pulgão da bananeira (espécies de Musa), observada por MOREIRA em tinhorão (Arum maculatum) (v. trabalho de ZECK, 1929). 46 SILVESTRI (1939, loc. cit.) considera Brevicoryne sinônimo de Brachycolus Buckton, 1879:
entretanto, segundo MILLER (1938), O único sinônimo desse gênero é Brachysiphum Van der Goot, 1913, devendo, pois, ser mantido Brevicoryne como gênero distinto.
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Do gênero Rhopalosiphum menciono Rhopalosiphum graminum (Rondani, 1852) (= Toxoptera graminum (Rondani, 1852), pulgão já observado em alpiste e outras Gramíneas no Rio Grande do Sul. Nos países em que se o encontra em abundância é considerado um sério inimigo das Gramíneas cultivadas (v. trabalhos de CHRISTENSEN, 1937 e HAYWARD, 1940). Rhopalosiphum maidis (Fitch, 1855); pulgão do milho e de outras Gramíneas, considerado o principal transmissor do mosaico da cana de açucar. Sobre as 2 espécies de Rhopalosiphum, que venho de citar, recomendo a leitura do trabalho de GOIDANICH (1938). Rhopalosiphum nymphaeae (L., 1761), pulgão de várias plantas aquáticas. Quanto ao gênero Toxoptera, a única espécie até agora observada em nosso país é a Toxoptera aurantii (Boyer de Fonscolombe, 1841) (= Toxoptera coffeae Nietner, 1880; Toxoptera theobromae Schouteden, 1906). Segundo REINIGER (1940), não Só no Rio de Janeiro e proximidades, como no Rio Grande do Sul, as plantas do gênero Citrus acham-se sempre infestadas por uma variedade de Aphis tavaresi Del Guercio. Toxoptera aurantii foi por ele encontrada nas seguintes plantas: aroeira, cacaueiro, cafeeiro, cajueiro, Felicium decipiens e jaqueira, no Distrito Federal, e Camellia japonica, em Petrópolis. Subfamília
ERIOSOMATINAE
68. Espécies mais importantes - Várias espécies desta subfamília determinam a formação de galhas nas plantas em que se criam. Das 5 tribus em que BAKER (1920) a dividiu, apenas Eriosomatini e Fordini teem representantes conhecidos no Brasil. De Fordini, alem de Geoica floccosa Moreira, 1925, anteriormente citada, há a mencionar Trifidaphis phaseoli (Passerini, 1860), pulgão encontrado em raízes de feijão. Os 2 ú n i c o s gêneros de Eriosomatini, com espécies observadas no Brasil, são: Eriosoma Leach, 1817 e Pemphigus Harting, 1837, este apenas com a espécie Pemphigus canadensis Del Guercio, 1913, que, segundo BLANCHARD (1939), deve ser idêntica a Pemphigus populi -transversus Riley, 1879. Este pulgão produz grandes galhas no
141
APHIDOIDEA
pecíolo das folhas de choupo (Populus canadensis)e de álamo da Carolina (Populus angulata) nos Estados do Sul do Brasil (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) (fig. 142). Do gênero Eriosoma, só se conhece no Brasil o Eriosoma lanigerum (Hausmann, 1802), vulgarmente conhecido pelo nome de "pulgão lanígero da macieira". No Rio Grande do Sul chamam-no "carmim". 69. Eriosoma Schizoneura lanigera
lanigerum (Hausmann,
(Hausmann, 1802).
1802)
(figs.
136-139).
Para aqui transcrevo o resumo feito por VANDEL (1931), do que até então se sabia relativamente ao ciclo vital do pulgão lanígero. Cycle
de
Schizoneura lanigera Hausmann (= Eriosoma lanigerum).
Le Puceron lanigère, ainsi nommé à cause des flocons de cire blanche qu'il secrète autour de lui, a été étudié, en détail, en raíson des dégâts considérables qu'il cause aux pommiers. Cerre espèce est originaire de l'Amérique du Nord, mais elle a été introduite dans presque toute l"Europe, en Asie, en Australie, dans l'Amérique du Sud. La date d'invasion est très variable suivant les pays. Cerre espèce aurait été introduite en Angleterre, en 1787; elle apparatt en Allemagne, en 1801; en France, en 1812. On ne la signale, pour la première fois, en Suisse, qu'entre 1880 et 1885 (SCHNEIDER-ORELLI et LEUZINGER, 1926), dans le sud de la Pologne qu'en 1901 (KRASUCKI 1925); enfin, en 1909, l'espèce n'avait pas encore fait son apparition en Suède (TULLGREN, 1909). Le cycle de ce Puceron a été étudié, aux Etats-Uais, par FDITH PATCH (1912) et par A. C. BAKER (1915). Ces auteurs ont montré que le cycle du Puceron lanigère se poursuit normalment sur deux hôtes successifs (Fig. 2 A) (fig. 139) l'hôte principal est l'Ulmus americana, l'hôte intermédiaire, le Pommier (et, aceesoirement, diverses espèces de Sorbus et de Crataegus). Les formes parthénogénéfiques qui se sont multipliées sur le Pommier, donnent, en août-septembre, des sexupares ailés qui émigrent sur l'Ulmus americana. Là, ils donnent naissance à des sexués, refiles et femelles, qui sont dépourvus de rostre et qui ne prennent aucune nourriture. La femelle sexuée, après avoir été fécondée, pond un seul oeuf qui passe l'hiver dans les interstices de l'écorce. En avril, cet oeuf donne naissance à une fondatrice qui détermine une galle en rosette sur les jeunes bourgeons d'Orme. Cette fondatrice donne vaissance à une première génération de virginipares aptères qui engendrent, à leur tour, une seconde génération, constituée, celle-ci, par des virginipares ailés. Ces ailés émigrent, en mai, sur le Pommier où ils donnent naissance aux formes parthénogénétiques d'où nous sommes partis, et qui représentent des exilés. C'est là le cycle normal. I1 faut cependant
142
I N S E T O S DO B R A S I L
Fig. 136 - Galho de macieira atacado pelo "pulgão lanígero", Eriosoma (De Fonseca, 1936; fig. 3).
lanigerum.
noter qu'un certain nombre de femelles virginipares persistent, pendant l'hiver, sur le Pommier, et assurent la perennité de l'espèce sur l'hôte intermédiaire. Ces femelles virginipares se multiplient par parthénogenèse indéfinie.
APHIDOIDEA
143
Ce cycle, dès qu'il a été connu, a suscité un vif intérêt, parmi les entomologistes européens. Comine l'Ulmus americana n'existe pas en Europe où du moins qu'il n'est représenté que par quelques pieds plantés d a n s des pares ou des jardins botaniques, la question se posait de savoir
Fig. 137 - Eriosoma lanigerum (Hausmann, 1802) (Eriosomatinae, Eriosomatini), fêmea virginópara e respectiva secreção cérea (muito aumentada). (De Fonseca, 1936, fig. 1).
comment le Puceron lanigère se reproduit en Europe. Cette q u e s t i o n a fait l'objet de très beaux travaux de la part de SCHNEIDER-ORELLI (1915), de SCHNEIDER-ORELLI et LEUZINGER (1926), de MARCHAL, (1919, 1924, 1928) et de MORDWILKO (1924). Le problème n'est, d'ailleurs, pas encore complètement résolu, et il faut souhaiter que cette question, en raison de l'intérêt tout spécial quelle présente pour l'origine (,es espèces, soit reprise en détail. Le Puceron lanigère se reproduit, en Europe, exclusivement sur le Pommier et par parthenogenèse indéfinie (Fig. 2 B) (fig. 139). Cela n'a
144
I N S E T O S DO B R A S I L rien qui doive nous étonner puisque nous savons qu'il peut déjá le faire en Amérique. La persistance de l'espèce pendant l'hiver est assurée par des virginipares qui persistent sur les parties aériennes du Pommier. SCHNEIDER-ORELLI et LEUZINGER ont observé qu'un grand nombre de ces femelles périssent pendant l'hiveu mais il en persiste toujours tua certain nombre qui assutent le départ d'un nouveau cycle, au printemps suivant. A la fin de l'été et en automne, il apparait, et, certaines années, en quantité énorme, des sexupares ailés (fig. 139 B). Ces sexupares donnent naissance à des sexués qui, comine nous l'avons dit, ne prennent aucune nourriture. Les femelles sexuées, après avoir été fécondées, donnent un oeuf d'hiver d'où sort une fondatrice. Mais, contrairement à ce que l'on croyalt autrefois, la fondratice est absolument incapable de se d é v e l o p p e r sur le Pommier, et elle ne tarde pas à mourir, à l'état larvaire. Toute la série sexupares sexués - oeuf d'hiver - fondatl ice, n'a donc aucune utilité en E u rope, puis qu'elle s'arrête par suite de la mort de la fondatrice. Elle représente simplement un phénomène atavique, une persistance des conditiens qui règent dans la souche américaine. 11 est interessant de noter que, d ' a p r è s VAN DER GOOT (1915), Fig. 138 - Eriosoma lanigerum; virginópara livre da secreção les sexupares ne se cérea (muito aumentada). (De Fonseca, 1936, fig. 4). formeraient plus en Hollande. L'avortement de la lignée sexués est une conséquence directe de l'absence, en Europe, de l'Orme américain. Ce fait ne prouve pas qu'il existe une différence entre la forme européene et la forme américaine. Mais la comparaison détaillée du cycle évolutit des deux formes révèle d'autres faits fort suggestifs. Les ailés qui apparaissent pendant l'été appartiennent h deux catégories morphologiquement identiques, mais gènétiquement différentes. Les uns engendrent des sexués; ce sont les sexupares plécédemment s i g n l é s . D'autres au contraire, engendirent des Virginipares
..................................................................................................................................
145
Fig. 139 - Cíclo do pulgão lanígero; A, na América. B, na Europa. (De Vandel, 1930, La Parthénogenèse, fig 2).
APHIDOIDEA
aptères; cette seconde catégorie d'ailés doit être considérée comine r eprésentant des Virginipares ailés ou Emigrants. Cette seconde catégorie est d'une importance pratique considérable, car ce sont les Emigrants qui, en Europe, sont seuls capables de transmettre au loja l'infection. Ces Emigrants posent un problème biologique fort interessant. Morphologiquement
146
I N S E T O S DO B R A S I L
et biologiquement, ils correspondent aux Virginipares ailés-qu, i, en Amérique, apparaissent, au printemps, et émigrent sur le Pommier. Mais, tandis qu'en Amérique ces Emigrants sortent des galles ele l'Orme, ils sont engendrés, en Europe, sur le Pommier, par des Virginipares qui représentent des Exilés. Les Emigrants apparaissent donc, chez les deux formes, européenne et américaine, h un moment très différent du cycle évolutif (fig. 2 A et B) Fig. 139), et l'on doit se demander quels sont leurs rapports génétiques. L'existence d'Emigrants tardifs, apparaissant au milieu des Sexupares n'a pas éte établi en Amérique. Cette catégorie y fait-elle réellement défaut, ou bien est-elle restée inaperçue, c'est ce qu'il
Fig. 140 - Corpos mumificados de Eriosoma lanigerum, parasitados por Aphelinus mali; em alguns vê-se o furo de saida do microhímenóptero. (De Fonseca, 1936. fig. 6).
Fig. 141 - Aphelinus mali (Haldeman, 1851), parasito endôfago de Eriosoma lanigerum (muito aumentado). (De Fonseca, 1936, fig. 5).
serait fort intéressant de décider. Au cas où la premíère éventualité serait provée, il y aurait là une différence gènétique fort intéressante entre les deux formes, européenne et américaine; cete différence serait une conséquence directe des nouvelles conditions de vie offertes, en Europe, au Puceron lanigère, et de sa multiplication exclusive sur le Pommier. Il y a, d'ailleurs, un moyen, théoriquement très simple, de décider si le Puceron lanigère européen est identique à la forme américaine. C'est de rechereher si le Puceron lanigère qui vit, depuis plus de cent ans, en Europe, et qui se reproduit par parthénogenèse indéfinie sur Ie Pomreler, est encore capable d'effectuer un cycle complet si on met à sa dis-
147
APHIDOIDEA
position un Orme américain. MARCHAL e SCHNEIDER-ORELLI ont, tous deux, tenté l'expérience, mais ils n ' o n t obtenu jusqu'ici que des résultats négatifs. Cette expérience est d'ailleurs difficile à réaliser, et les résultats négatifs obtenus s'expliquent peut-être p a r d'autres causes que par un comportement spécial de la forme européenne MARCHAL (1924, 1928) pense que son échec est peut-être dû h ce que ses essais d'infection ont été pratiqués sur des bourgeons trop avancés, alors que dans la nature, la fondatrice s'attaque h des bourgeons encore complètement clos. SCHNEIDER-ORELLI attribue son insuccès au fait que les Ormes qu'on lui avait livres sous le nom d'Ulmus americana apparte, aient, en fait, à une autre espèce: U. scabra; ce qui explique que la fondatrice ait refusé de s'y développer. Nous ne pouvons donc pas encore décider, de façon certaine, si les deux formes, européenne et américaine, sont identiques. ou au contraire autonomes. La question reste ouverte". Como nhece Para de
se
verifica
relativamente o
estudo
BAKER
FONSECA, Meios
com
ao desta
(1915),
demais
evolutivo
espécie
-
Para
(1934),
combater
lhos, d e t e r m i n a n d o
a formação
gnados na França:
"exostoses"),
de
Afídeos,
Eriosoma a
DAVIDSON
MARCOVITCH
combate
espécies do
recomendo
BRÈTHES,
MARCHAL, de
as
ciclo
leitura (1913,
as
formas
dos
e
se
no
1914),
MONZER
de tumores
nada
lanigerum
trabalhes FLUITER,
PATCH
que
co-
Brasil.
vivem
(1912). nos
ga-
(impropriamente
desi-
são indicadas pulverizações
de in-
seticidas externos. Dos vários agentes empregados, parece agir com maior eficiência o carbolineum em solução aquosa. Para a destruição das formas cecidógenas radicícolas são empregados com vantagem
o bissulfureto de carbono em suspensão nágua
(LEACH, 1914), o u , t a l v e z m e l h o r , o p a r a d i c l o r o - b e n z e n o Com o pulgão lanígero observam-se Filoxera, diferenças notaveis, quanto ferentes variedades de macieiras. A "Northern
Spy",
por
tambem,
(ESSIG, 1926).
como no caso da
à resistência ao ataque,
exemplo,
é praticamente
o emprego dessa Variedade resistente como "cavalo", profilático contra o Eriosoma lanigerum.
n a s di-
imune;
daí
ou como meio
Para o estudo das variedades mais suscetiveis ou mais resistentes ao
Eriosoma,
consultem-se
os
trabalhos
de
STANILAND
(1924),
Ro-
ACH & MASSEE (1931), GREENSLADE, MASSEE e ROACH, (1934), G R E ENSLADE (1936), JANCKE (1937), e UNDERHILL & COX (1938).
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I N S E T O S DO B R A S I L
Fig. 142 - Folhas de choupo (Populus sp.), apresentando, no pecíolo, galhas de Pemphigus canadensis (De Guercio, 1913). (Eriosomatinae, Pemphigini) (C. Lacerda fot).
Convem t a m bem dizer que o pulgão lanígero é perfeitamente controlado pelo Aphelinus mali (Haldeman, 1851), (fig. 140 e 141), microhimenóptero Calcidídeo, introduzido no Brasil quando me achav a na chefia do Serviço de Vigilância Sanitária Vegetal (Ler sobre o assunto os interessantes trabalhos de HOWARD, (1929) LUNDIE (1924), MAGARINOS TORNES (1930) e SPRENGEL (1930). Recentemente DE SANTIS (1939) descreveu Neoanisotylus bimaculatus (Encyrtidae), que t a m b e m parasita o Eriosoma lanigerum na República Argentina.
Família C H E R M E S I D A E
(Phylloxeridae) 47 70. Espécie mais i m p o r t a n t e - Desta família, a única espéeie que sabemos existir no Brasil é a "filoxera" da videira ou Phylloxera vitifoliae (Fitch, 1855), afídeo bem conhecido do gênero Phylloxera Boyer de Fonscolombe, 1834 ( = Viteus Shimmer, 1867) (V. trabalho de ANNAND (1928). 47 BÖRNER estuda este grupo em duas famílias Adelgidae e Phylloxeridae.
149
APHIDOIDEA
71. P h y l l o x e r a v i t i f o l i a e ( F i t c h , P e m p h i g u s vitifoliae F i t c h , 1855. R h i z a p h i s vastatrix P l a n c h o n , Peritymbia
vitisana
1855)
(figs.
143-151).
1867.
Westwood,
1869.
N o t r e c h o q u e a p r e s e n t o , t r a d u z o o r e s u m o f e i t o p o r DAVIDSON (1927) do q u e h á de m a i s i n t e r e s s a n t e r e l a t i v a m e n t e à r e p r o d u ç ã o em Phylloxera: « Com foi previamente referido as "Filoxeras" e os "Chermes", que formam a família Phylloxeridae, diferem fundamentalmente dos membros da família Aphididae, porque as fêmeas partenogenéticas são ovíparas, não ocorrendo pois a viviparidade nestes insetos. Diferem taro-
Fig. 143 - Folhas de videira apresentando galhas produzidas por Phyfilloxera. (De Camara e Grillo, 1923).
bem notavelmente das espécies até agora consideradas, quanto aos hábitos migratórios, porquanto ficam associados, durante todo o ciclo vital, à mesma espécie de planta hospedeira ou, pelo menos, a espécies muito próximas. A Filoxera da videira, devido a sua importância econômica em vilicultura, tem sido investigada por multas autoridades, sendo assim bem conhecida a sua história (V. trabalhos de DAVIDSON e NOUGARET, de Grassi e colaboradores e de WILLE).
150
I N S E T O S DO B R A S I L
Foi em 1855 que FITCH, na América do Norte, descobriu u m a espécie de Atídeo p r o d u t o r de galhas em videiras silvestres, d e n o m i n a n d o - o Pemphigus vitifolii. E m 1867 PLANCKON assinalou u m a espécie em raizes de videira na E u r o p a , designando-a Rhizaphis vastatrix. H á m u i t o se t e m como certo que esta última espécie é p r o v a v e l m e n t e a fase radicícola da Anteriormente observada por FITCH, referida na literatura como Phylloxera vastatrix ou Peritymbia vitifollii. De q u a l q u e r modo, parece p e r feitamente estabelecido que a p á t r i a original da Phylloxera deve ser a América do Norte. DAV IDSON (192l) descreve a história da vida do inseto nesse país do seguinte modo: « Os ovos fertilizades, postos na s partes aéreas de certas videiras, dão, na primavera, as formas fundadoras, que f o r m a m galhas na p a r t e superior das formas e aí pôem ovos partenogenéticos. Destes se originam
Fig. 144 - Raizes de videira apresentando nodosidades e tuberosidades. (De Camara e Grillo, 1923).
novas fêmeas ovíparas, apteras, igualmente partenogenétieas, e assim, mais gerações de fundatrigeniae apterae se sucedem. Certos indivíduos dessas gerações descem às raizes da videira e aí iniciam u m a série de gerações de fêmeas ápteras, partenogenéticas, chamadas
radicolas.
Das colônias, que p e r m a n e c e m nas p a r t e s aéreas da videira surgem, eventualmente, fêmeas aladas (fundatrigeniae migrans), que e m i g r a m p a r a o u t r a s videiras.
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151
Certas formas radicícolas podem hibernar sob a forma de larvas e, completando o seu desenvolviment.o na primavera seguinte, continuam a reprodução mediante ovos partenogenéticos. Durante a primavera, algumas formas radicícolas podem subir às partes aéreas da videira, podendo desenvolver-se em sexúparas aladas, que, e migrando para outras videiras, aí põem ovos de sexuales.
Fig. 145 - Phylloxera vitifoliae, fêmea virginópara, galícola (muito aumentada) De (Camara e Grillo 1923).
Verificou-se que, sobre as f o r m a s silvestres de Vitis, isto d, V. rupestris e V. berlandieri, o ciclo bissexual é o que normalmente se processa sendo rara a ocorrência de hibernantes nas raizes (radicicolas). Em V. labrusca, p o d e m coexistir, n ã o só radicícolas h i b e r n a n t e s , como a fase do ovo de i n v e r n o . N a s videiras da E u r o p a e d a Califórnia as gerações p a r t e n o g e n é t i e a s de radicícolas p o d e m sueeder-se i n d e f i n i d a m e n t e (larvas h i b e r n a n d o d u r a n t e o inverno), e só devido à p r e s e n ç a de certas videiras a m e r i c a n a s é que se t o r n a possivel c o m p l e t a r - s e o ciclo bissexual. S e x ú p a r a s sobre videiras européias n a d a p r o d u z e m , por n ã o se acharem numa videira em que se possam desenvolver as fêmeas fundadoras, oriundas de ovos fecundados.
152
I N S E T O S DO B R A S I L
O principal recurso do viticultor, como medida de combate à praga, é o emprego de "cavalos" resistentes as formas radicícolas, tais como Vitis riparia. V. rupestris, V. berlandieri e híbridos, nos quais se enxertam variedades adequadas e videiras comerciais. Investigações realizadas na Europa, principalmente por BÖRNER nos 15 últimos anos, indicam haver 2 raças de Phylloxera da videira na França.
Fig. 146 - Phylloxera vitifoliae, fêmea galícola, cheia de ovos (muito aumentada) (De Camara e Grillo, 1923).
E m Lorraine, onde a Filoxera existe h a cerca de 50 anos, esse a u t o r verificou que ela, n o s habitos, difere da q u e se e n c o n t r a no sul d a F r a n ç a , n ã o p r o d u z i n d o g a l h a s em folhas de videira a m e r i c a n a , execro em Vitis labrusca, d e t e r m i n a n d o , e n t r e t a n t o , a f o r m a ç ã o de tais t u m o r e s em folhas de videiras européias (V. vinifera ). N o sul d a F r a n ç a o b s e r v a - s e freq u e n t e m e n t e a f o r m a ç ã o de g a l h a s n a s folhas de videiras a m e r i c a n a s , Vitis riparia, etc. Adernais, o tipo de Phyllloxera de L o r r a i n e difere t a m b e m do enc o n t r a d o n a F r a n ç a meridional, no q u e r e s p e i t a ao c o m p o r t a m e n t o em face de videiras européias e de certas espécies americanas, tais como Vitis berlandieri, rupestris, etc. Tais fatos levaram BÖRNER a dar à raça de Lorraine o nome pervastatrix, para distinguí-la do outro tipo, vastatrix.
153
APHIDOIDEA
Evidentemente, ou essas 2 raças de Phylloxera foram originalmente importadas da América, ou se constituiram e evoluiram na Europa, do tipo original americano, devido à influências climáticas e outros fatores. BÖRNER, pendendo mais para a primeira hipótese e apesar de não saber ao certo qual tenha sido a forma observada por Fitch, considerou a raça do sul da França (vastatrix) idêntica a P. vitifolii FITCH, sendo Vitis riparia a planta hospedadora original, das regiões de Missouri (E. Unidos). Para ele a raça de Lorraine (pervastatrix), é a R. vastatrix de PLANCHON, tendo como região de origem os Montes Alleghanv, onde vivia sobre Vitis labrusca, espécie de videira muito próxima do tipo europeu. É claro que a questão das raças biológicas é de grande importância, não somente sob o ponto de vista prático, como de grande interesse biológico. ». 72.
Danos
julgo interessante
causados
à
transcrever
vinha
pela
Filoxera
o que disseram
VEIRA GRILLO, e m r e l a t ó r i o a p r e s e n t a d o
-
LIMA
Sobre
a
questão,
CAMARA e SIL-
ao Ministério da Agricultura,
e m j u l h o d e 1923, c o m o r e s u l t a d o d o s t r a b a l h o s Station de Recherches Viticoles de Paris:
que realizaram
na
« Sobre a vinha o Phylloxera produz alterações que differem segundo a natureza dos orgãos que elle ataca. Sobre as partes aereas, em vivi de crescimento, ella causa às folhas, às gavinhas e aos ramos, espécies de verrugas, designadas pelo nome de galhas phylloxéricas. Sobre os orgãos subterrâneos as alterações são de duas espécies: a)"nodosidades", que se encontram sobre as radículas do ano; b)-"tuberosidades", que se encontram sobre as raizes ou radículas, nos pontos onde o crescimento longitudinal já terminou. As differenças que existem entre essas alterações residem não na forma do insecto que as produz, mas no estado do tecido atacado. Nos orgãos herbaceos a deformação se produz do lado opposto à picada, emquanto que nos tecidos lenhificados, taes como os tecidos em formação secundaria, a deformação tem lugar no ponto da picada, sem alterar a parte opposta. 1) Galhas. As galhas (fig. 143) são formadas pela reação dos tecidos da folha à picada do insecto. Em geral as galhas phylloxéricas não são objecto de nenhuma preoccupação para o viticultor. Sómente em casos muito graves a intervenção do homem pode se tornar necessária. As galhas possuem cerca de 3 mm de profundidade e 4 mm, 5 de diametro. Pelos relativamente duros rodeiam o orifício e entrecruzam-se de maneira a impedir a entrada, deixando livre a sahida aos jovens que vão formar novas galhas.
154
I N S E T O S DO B R A S I L
ou um em seu
2) Alterações do systema radicular: a) Nodosidades As nodosidades (fig. 144) se formam nas extremidades das radículas, melhor, ellas se f o r m a m q u a n d o a picada do insecto tem lugar sobre ponto em que o crescimento longitudinal não terminou. Ellas se formam consequencia de que, do lado da picada, as cellulas p a r a m crescimento, emquanto que este é mantido do lado opposto.
Fig. 147 - Phylloxera vitifoliae, sexúpara (muito aumentada) (De Camara e Grillo, 1923).
E s t a alteração possue 1 m m . 5 de c o m p r i m e n t o e está s i t u a d a a mais ou menos 0mm. 5 da extremidade da radícula. Em seu interior está fixado o insecto. As nodosidades jovens tecto a forma de u m a cabeça de pássaro, com pescoço e bico, f o r m a esta que se pode t o r n a r muito irregular pela reunião de duas ou mais alterações. Quando o ponto vegetativo da radícula atacada não morre pela picada do insecto, o que constitue o caso mais frequente, esta radícula, alguns dias mais tarde, recomeça seu crescimento. As nodosidades são de grossuras variaveis; mais volumosas sobre as radículas espessas e mais delgadas sobre as radículas mais delicadas. E s t a espessura varia ainda segundo a espécie de v i n h a atacada; as das vinhas europeas são geralmente maiores. As menores são encontradas em Vitis riparia, rupestris e seus hybridos. As nodosidades se decompõem na maioria dos casos e tanto mais facilmente q u a n t o ellas são mais volumosas. A decomposição parece ser de-
155
APHIDOIDEA
vida. à acção de b a c t é r i a s do solo, que p e n e t r a m em seu i nt e ri or, pelas fiss u r a s d a e p i d e r m e . O calor e a h u m i d a d e e x e r c e m u m a influencia pre pond e r a n t e sobre a r a p i d e z d a d e c o m p o s i ç ã o . As n o d o s i d a d e s m e n o r e s n ã o se d e c o m p õ e m ou se d e c o m p õ e m tardiamente. As nodosidades são, em geral, sem importancia para a vida da planta. b) Tuberosidades As t u b e r o s i d a d e s se p r o d u z e m cundária.
sobre as raizes de f o r m a ç ã o
me-
Qualquer que seja o lugar de apparição e conforme a idade dos orgãos sobre os quaes se produzem as tuberosidades, os phenomenos que acompanham seu desenvolvimento são simples e absolutamente os mesmosSe no p o n t o d a p i c a d a a epiderme está a i n d a viva, as cellulas collocadas a u m a c e r t a p r o f u n d i d a d e se seccionam e formam um tumor mais ou m e n o s h e m i s p h e r i c o , com u m a depressão ao centro, onde está fixado o insecto. A p r o d u ç ã o do t u m o r é feita em u m a s e m a n a Co mo para as n o d o s i d a d e s a pressão exercida sobre a epiderme pela hypertrophia dos tecidos sub-adjacentes, aetermina, pouco a pouco, tissuras n e s t a m e m b r a n a , a b r i n d o as portas para invasão dos germens da podridão. A f o r m a d a s t u b e r o s i d a d e s pode ser simples ou c o m p o s t a , s e g u n d o ellas são p r o d u z i d a s por um só ou vários insectos approximados. As duas d i m e n s õ e s v a r i a m . As m a i s grossas e salientes são as encontradas sobre as
Fig. 148 - Phylloxera vitifoliae, ninfa de sexúpara (X 50) (De Camara e Grillo, 1923).
vinham europeas, onde a saliecia pode atingir 3 mm., emquanto que nunca passa de 1 mm. sobre as vinhas americanas mais resistentes. E m geral as p l a n t a s que p o s s u e m as m a i o r e s n o d o s i d a d e s são t a m bem a sede de m a i o r e s t u b e r o s i d a d e s . Como as n o d o s i d a d e s g r a n d e s , as t u b e r o s i d a d e s se d e c o m p õ e m ma i s r a p i d a m e n t e que as p e q u e n a s , em c o n s e q u e n c i a do seu m a i o r n u m e r o de fissuras. G e r a l m e n t e a p o d r i d ã o d a s t u b e r o s i d a d e s se e s t e n d e aos tecidos subjacentes, e d a casca passa aos tecidos lenhos os d a raiz. N a s v i n h a s européas, as raizes do ano, de 1 a 2 m m . de d i a m e t r o , cobertas de tuberosidades, são logo inteiramente invadidas pela podridão. Q u a n t o às raízes m a i s grossas, a d e c o m p o s i ç ã o nã o chega ao c e n t r o senão
156
I N S E T O S DO B R A S I L
dois ou mais annos depois da invasão, porem esta decomposição sempre se dá nas plantas de fraca resistencia e a cepa succumbe, privada de suas raizes principaes. As tuberosidades são, pois, as unicas alterações verdadeiramente perigosas para a vida da planta. E ' produzindo estas alterações que o Phylloxera tem causado as maiores devastações pelos vinhedos do mundo inteiro ». Meios
73. empregados autores:
no
de combate
combate à
-
Filoxera,
Relativamente assim
se
aos
meios
manifestam
os
técnicos citados
« A invasão phylloxerica pode ser retida, si se torna tóxico o meio em que o insecto vive. Neste sentido quasi todos os corpos chímicos foram ensaiados. Foram reconhecidos efficazes os effeitos do cyanureto de potassio, dos oleos pesados e do sulfureto de carbono, livre ou combinado.
Fig. 149 - Phylloxera vitifoliae,
macho (X 100). (De Camara e Grillo, 1923).
Fig. 150 - Phylloxera vitifoliae fêmea anfigônica, com o ovo único ocupando a maior parte do corpo (X 80) D e Camara e Grillo, 1923).
Os cyanuretos não foram empregados, devido a sua mal disseminação no solo e ainda por serem corpos extremamente perigosos para o homem e os animaes. Os oleos são tambem efficazes, mas sua difusão no solo se effectua muito lentamente e são de emprego difficil. Actualmente o unico agente chímico empregado é o sulfureto de carbono, livre ou combinado. a) Sulfureto de carbono a1) Quantidade necessaria Os vapores de sulfureto de carbono são toxicos e densos. Em uma athmosphera composta de 75 partes de ar e uma parte de sulfureto de carbono o Phylloxera morre em um minuto.
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O ar contido no solo occupa cerca de u m terço do v o l u m e da terra, ou melhor, em um metro cubico de terra existem cerca de 33cm 3 de ar. Para tornar este ar tóxico ao Phylloxera, são necessarios: 1 75
x 333 = 4cm 3 ,44, ou sejam, 4,44 x 3,40
(densidade do CS 2) = 15gr 096, p a r a u m a superfície de l m 2 e 150k,96 para 1 Ha. Esta dose theorica é mais ou menos modificada segundo a natureza physica do solo. Na pratica empregam-se doses que variam de 100 a 300 kilogrammas por Ha. a2) Modo de emprego O sulfu, eto de carbono é addicionado ao solo por meio do pal injetor VERMOREL, existindo ainda charruas para este serviço, que estão hoje quasi a b a n d o n a d a s . A repartição se faz segundo a natureza do solo. Nos solos leves 6 aconselhavel uma injecção de 60 em 60 cm. ou de 70 em 70 e nos solos compactos (argilosos) as injecções devem ser dadas com intervallos de 35 a 40 cm
Fig. 151 - Cíclo da Phylloxera em videiras norte-americanas. (De Vandel, 1931, La parthénogenèse, fig. 3).
O t r a t a m e n t o pelo sulfureto de carbono, apesar de efficaz, não m a t a completamente o insecto, mas serve tão somente para diminuir a infecção. As vinhas t r a t a d a s pelo sulfureto de carbono devem ser a d u b a d a s e bem tratadas, afim de se o b t e r u m a boa vegetação.
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I N S E T O S DO B R A S I L A profundidade da injecção varia com a profundidade do systema radicular da planta. a3) Epocas de tratamento O tratamento pode-se fazer durante todo o anno, salvo por occasião da infIorescência e maturação dos fructos. E m geral, na pratica, fazem-se tres tratamentos: o primeiro no outomno, quando o Phylloxera está ainda em estado activo, o seg,undo na primavera, quando a actividade do Phylloxera reapparece e o terceiro em julho, por exemplo. b) Sulfo-carbonato de potassio O sulfo-carbonato de potassio, que é muito tóxico e cheira muito mal, é empregado à razão de 60 kilos por Ha. Elle é empregado dissolvido n'agua, a razão de 1/300. O sulfo-carbonato de potássio age decompondo-se em sulfureto de carbono e agua, que são dois corpos nocivos ao Phylloxera. Este corpo tem a vantagem de ser ao mesmo tempo um adubo. As épocas de tratamento são as mesmas que a para o sulfureto de carbono. Os tratamentos a sulfo-carbonato de potassio são muito efficazes, porem a preços bem mais elevados que os provenientes do emprego de sulfureto de carbono. c) Valor dos tratamentos chimicos. Os tratamentos chimicos não chegam a fazer desapparecer completamente o Phylloxera. Elles são empregados somente para prolongar a vida do vinhedo, que varia segundo a natureza do solo e a temperatura. 3) Submersão. a) Condições de efficacia. A submersão dos vinhedos, com o fito de destruir o insecto pela asphyxia, é um excellente meio. Necessário é, entretanto, que o viticultor possua grandes quantidades d'agua disponiveis e que suas terras selam susceptiveis de guardar esta agua em um lençol regular. A submersão exige uma quantidade dagua variavel com a permeabilidade do solo e a duração de operação. Esta quantidade varia entre 10.000 e 80.000 metros cubicos por Ha. Os terrenos mais favoraveis á submersão são os que apresentam uma grande impermeabilidade. Os solos muito permeaveis, alem de necessitarem uma grande quantidade d'agua, apresentam o inconveniente de serem, pela submersão, muito empobrecidos em seus princípios alimentícios, levados quasi todos pela agua. b) Meios de execução. O terreno deve ser dividido em bacias de forma retangular e com uma area variando entre 20 Ha. Si bem que a epoca mais favoravel para matar o insecto seja o verão, a submersão faz-se geralmente no outomno ou no inverno, epocas em que a agua não causa nenhum prejuizo á vinha.
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O t e m p o de s u b m e r s ã o v a r i a c o m a estação, o clima e o solo. Ella d e v e ser m a i s longa no inverno, n a s terras m u i t o p e r m e a v e i s e n o s climas quentes. No sul da França esta duraç.ão varia da seguinte forma: Solos Solos Solos Solos
pouco permeaveis .............................................................. 50 a 60 dias medios .................................................................................... 55 a 65 dias permeaveis ................................................................................. 65 a 75 dias muito permeaveis ............................................................................ 90 dias
O solo deve ser constantemente recoberto de unia camada d'agua de 20 a 25 centimetros e o tratamento deve ser feito sem interrupção. U m a a d u b a ç ã o é quasi s e m p r e necessária e m s e g u i d a á s u b m e r s ã o . A s u b m e r s ã o , si b e m q u e seja u m meio de t r a t a m e n t o efficaz, n ã o está ao alcance de todos, por isso que é m u i t o d i s p e n d i o s a e de difficil execução.
4) Plantação em terrenos arenosos. A areia p r e s e r v a a v i n h a da acção do P h y l l o x e r a . C o u b e a BAYLE, viticultor de V a u l u s e , o b s e r v a r este facto. O seu vinhedo, creado em t e r r a s arenosas, tacs r e s u l t a d o s p r o d u z i u , q u e m u i t o s f o r a m pouco a p o u c o i m i t a n d o - o e, em poucos annos, superficies consideraveis de areia f o r a m p l a n t a d a s sobre o littoral do M e d i t e r r a n e o . P a r a o viticultor q u e p o s s a dispor de terrenos arenosos, o seu aproveitamento para o cultura da vinha é b a s t a n t e aconselhavel. C o m r e n a p l a n t a ç ã o n e s t a s condições o viticultor pode estar certo, que suas vinhas j a m a i s serão a t a c a d a s pelo seu peior inimigo o P h y l l o x e r a . 5) Emprego de Vitis americanas. Fig. 152 - Cerataphis lataniae (Boisduval, O emprego das Vitis americanas 1867) (Hormaphidinae, Cerataphini), em como meio de defesa c o n t r a o P h y l folhas da Orchidea - Selenipedium vittatum. (De Puttemans, "O Campo" loxera, está hoje generalizado em 1930, n º 9). t o d a a F r a n ç a e por q u a s i t o d a a E u r o p a , s o m e n t e as regiões beneficiadas com a a u s ê n c i a do insecto puss u e m a i n d a v i n h a s e u r o p e a s n ã o e n x e r t a d a s sobre a m e r i c a n a s . U m a vez a s s e n t a d o q u e o P h y l l o x e r a , n a s v i n h a s a m e r i c a n a s resistentes, n ã o occasiona a m o r t e d a p l a n t a , o e m p r e g o d e s t a s Vitis como p o r t a garfos é de efficacia a t o d a p r o v a . Q u a n d o os viticultores p o d e m d i s p o r de p l a n t a s já a d a p t a d a s aos terrenos, a e n x e r t i a sobre cavallos a m e r i c a n o s t o r n a - s e o meio de c o m b a t e m a i s facil, m a i s economico e ao alcance de todos.
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As estações viticolas, incumbindo-se da adaptação ao nosso meio de vinhas europeas e americanas, parecem-nos um grande passo para modificação racionai e progressiva dos nossos vinhedos, tornando-os resistentes aos ataques do Phylloxera e ao mesmo tempo melhorando a qualidade da nossa uva. Segundo FOEX e de accordo com experiencias em solo francez, as vinhas americanas, destinadas a adaptação, podem ser grupadas d a s e guinte forma: a) Terras profundas, ferteis e frescas: Riparia selvagem,Solonis,J acquez,Vialla,Taylor. b) Terras profundas, um pouco fortes, não humidas: Riparia selvagem, Solonis,Vialla, Taylor, O t h e l l o , Jacquez. c) Terras profundas, de media consistencia, frescas no verão: Riparia s e l v a g e m , Jacquez, Solonis, Vialla, Taylor, Black-July, Othello. d) Terras liFig. 153 - Cerataphis lataniae (Boisduval, 1867) (Hormaphidinae, geiras, cascalhosas, Cerataphini). (De um exemplar montado em lamina, profundas bem esmuito aumentado) (C. Lacerda fot.) gotadas, não se dessecando muito no verão: Jacquez, Vialla, Riparia selvagem, Taylor Rupestris. e) Terras argilosas cinzentas: Jacquez. f ) Terras argilosas, profundas e muito humidas; Vitis cinerea, Solonis, g) Terras arenosas, profundas, sufficientemente ferteis: Solonis. Jacquez, Black July, Rupestris. h) Terras cascalhosas, seccas e aridas, sub-solo fissurado: Rupestris, Riparia selvagem, Riparia Gloria de Montpellier, Riparia "grand glabre". i) Terras coloridas em vermelho pelo ferro peroxydado, a cascalho silicoso, profundas e um pouco fortes: Todas as cepas já ciladas. Recomendo
tambem
a
leitura
d o s a r t i g o s d e GOBBATO (1932)
e de MENDES DA FONSECA (1935) sobre a Filoxera no Brasil.
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Supefamilia
48
(A leyrodi na ) 75. Caracteres - Os insetos desta família são sempre pequenos (com menos de meio centímetro de comprimento); na fase adulta (fig. 154), providos de 4 asas membranosas, empoadas, como o resto do corpo, isto é, cobertas de um induto céreo, níveo, pulvurulento. Daí a designação "piolhos farinhentos", que alguns, em nosso meio, lhes aplicam, correspondendo à bem achada denominação inglesa "white flies'. Fig. 154 - Aleurothrixus floccosus (Maskell, 1896) , adulto (muito aumentado) (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric., fig. 105).
ou pupário ("pupa case" (los ingleses,
A caracterização destes insetos é feita principalmente segundo o aspecto da última forma jovem "Tonnenpuppe"
dos
alemães),
isso porque os Aleirodídeos adultos, não só não apresentam bons caracteres diferenciais, como tarobem não são encontrados tão frequentemente co-
Fig. 155 - Asa de Ceraleurodicus moreirai Lima, 1928 (Aleurodieinae); R, radius (R+M, dos a. alemães R1 (R); Rs, sector radial (M, dos a. alemães); M media (cubitus dos a. alemães); Cu (anal dos alemães); An. (axilar dos a. alemães) (De Costa Lima, 1928, fig. 16, l).
mo naquela fase, na qual ficam presos às folhas das plantas em que se criam 48
De
(aleyron), farinha.
e
177
ALEYRODOIDEA
Por isso, a classificação destes insetos é quasi que exclusivamente baseada em caracteres observados nos pupários. Estes (figs. 156, 158, 166-170), como as formas jovens que os precedem, são geralmente achatados, de contorno elírico, ovalar ou subcircular e com o orifício anal no dorso, mais ou menos aproximado da borda posterior (orifício vasiforme ), cujo aspecto característico (fig.
Fig. 157 - Os 3 tipos de poros ciríparos (cerários) da figura 156, vistos com forte aumento (Castro Silva del.).
159) permite a distinção destes insetos de quaisquer outros piolhos, que vivam Fig. 156 - Aleurodicus bondari Lima, 1928 (Aleurodicinae), pupário; 1 e 2, 3 tipos diferentes de poros ciriassestados sobre plantas. paros (cerários); 3, orifício vasiforme (De C. Lima, Os adultos de ambos os 1928, fig. 4) (muito aumentado) (Castro Silva del.). sexos são muito parecidos. Cabeça mais ou menos arredondada, com o vertex, às vezes, prolongado em cone mais ou menos saliente, antenas relativamente longas, geralmente de 7 segmentos (o 3.° mais longo), um tanto semelhantes às dos Afídeos, situadas abaixo e um pouco adiante dos olhos; estes, de tipo aglomerado com constrição mediana (reniformes) ou completamente divididos por uma lingueta do tegumento em 2 partes, as vezes constituidos por omatídios diferentes; ocelos (2) situados perto da borda antero-superior dos olhos; labium relativamente longo, de 3 segmentos, o 2.° indistintamente diferenciado do 1°. Pronotum e metanotum curtos; mesonotum grande.
178
I N S E T O S DO B R A S I L
Pernas semelhantes nos 3 pares, longas e tinas; tarsos dímeros, pretarso com um par de garras e um empodium (paronychim de alguns autores). Asas anteriores pouco maiores que as posteriores, em repouso dispostas u m a sopre a outra, quasi horizontalmente (fig. 154). Dissolvi(la pelo clorofórmio a poeira branca que as cobre, apresentam-se transparentes e, não raro, salpicadas ou maculadas de escuro. Sistema de nervação muito simples (fig. 155), mais completo em Udamoselis, às vezes, porem (Neomaskella), reduzido a uma só nervura central (setor radial). Sistema de nervação das asas posteriores semelhante ao das anteriores, porem, sem a cubital. Abdomen geralmente deprimido e estreitado Fig. 158 - Leonardius lahillei (Leonardi, 1901) (Aleurodicina base; no macho, ternae); pupário; veem-se 2 pares de grandes poros comminando n u m segmento postos no centro e, para trás, póros aglomerados; na periferia poros simples (cerca de X 48). cilíndrico, esclerosado, tendo, na parte dorsal, o orifício vasiforme e, no ápice, as peças da terminália; na fêmea termina num ovipositor mais ou menos alongado, cujo aspecto, como o da terminália do macho, é aproveitado na diferenciação das espécies. 76. Reprodução - Postura - Os Aleirodídeos geralmente se reproduzem por via sexual e são ovíparos. Não 5 rara, porem, a partenogênese (p. facultativa, arrenotoca) (THOMSON, 1927).
ALEYRODOIDEA
179
Os ovos são ovoides e tecto, no polo mais dilatado, um pedúnculo, geralmente curto, que os prende à pagina inferior das folhas, Várias espécies, porem, põem os ovos sobre a face superior das folhas. A superfície pode apresentar-se lisa ou esculturada. Neste caso, é possível, pelo aspecto do corion, dizer-se a que espécie pertencem. A disposição dos ovos nas folhas varia consideravelmente. Numas espécies, como o Aleurothrixus floccosus, a fêmea, fincando o rostrum na folha e descrevendo com o corpo um círculo, vai pondo-os em circunferências regulares. Nou-
Fig. 159 - Orifício vasiforme de Paraleyrodes goyabae (Goeldi, 1886) (Aleurodicinae)
(J. Pinto fot.); adiante o operculum; atrás a lingula com 4 cerdas (consideravelmente aumentado).
Fig. 160 - Terminália do macho de Ceraleurodicus morcirai Lima, 1928 (Aleurodicinae); vê-se o penis entre os gonapódio (muito aumentado) (J. Pinto fot.).
tras, como o Paraleyrodes crateraformans, segundo a observação de BONDAR (1923), a fêmea, procedendo do mesmo modo, faz, com a cera secretada, u m a espécie de casinha branca, circular, provida de uma cobertura crateriforme, dentro da qual se aninha, depositando os ovos perto da parede da casa. U m a fêmea pode por cerca de 200 ovos. A duração do desenvolvimento embrionário é de poucos dias.
180
I N S E T O S DO B R A S I L
77. Desenvolvimento post-embrionário - A primeira forma jovem ou larva emerge, através de uma fenda longitudinal, na parte livre do ovo. As larvas podem emigrar para partes mais ou menos distantes dos lugares em que nasceram, fixando-se definitivamente em qualquer parte da folha, mediante a implantação do rostrum. No 1º instar a larva é achatada, de contorno elíptico, clara, translúcida e geralmente sem secreção cérea; apresenta antenas de 4 segmentos e pernas bem desenvolvidas. As larvas do 2. ° e 3. ° estádios e o pupário são tambem achatados, de contorno elítico, oval ou subcircular, porem, alem de terem antenas rudimentares e pernas mais ou menos atrofiadas, geralmente m u d a m de cor, ficando com áreas escaras ou completamente negras (Aleyrodinae). Os pupários, na maioria das espécies, apresentam a margem denticulada, crenulada (fig. 166) ou com entalhes microscópicos, mais ou menos profundos e não raro a ela se fixa uma franja de prolongamentos céreos, sob a forma de bastonetes ou de fitas mais ou menos encrespadas. O dorso pode apresentar-se sem secreção Fig. 161 - Tubo digestivo cérea e, neste caso, é de cor amarelada ou de Aleyrodes brassicae Walker, 1852; 1, esôfago; 2, canegra, como se vê em quasi todos os Aleiromara filtro; 3, reto; 4, tubo de Malpighi. (De Weber, díneos, ou com tal secreção mais ou menos 1930, fig. 173). abundante e variadamente disposta. Em alguns Aleirodíneos ela forma flocos, que não raro escondem completamente o pupário. Em vários Aleurodicíneos a cera forma tubos ou fios brancos, que se elevam, como cabelos, às vezes a uma altura consideravel (figs. 168 e 171). Ao microscópio tais fios lembram finíssimos tubos do algodão de vidro. O aspecto da secreção cérea depende naturalmente da estrutura do poro através do qual ele emerge. Distinguem-se, nas larvas e pupários dos Aleirodídeos, 3 tipos principais de poros de glândulas ciríparas: simples, aglomerados e com-
ALEYRODOIDEA
181
postos. O tipo e a disposição destes poros teem grande importância na classificação destes insetos. Assim, nos pupários de Aleirodíneos só há poros simples. Nos Aleurodicíneos podem ser encontrados, exclusivamente poros simples, poros compostos, grandes e pequenos (figs. 156 e 157), e poros aglomerados, alem dos outros poros (Leonardius) (fig. 158).
Fig. 162 - Folha de Citrus sp. com exemplares de Aleurothrixus floccosus parasitados pelo fungo Aschersonia aleyrodis. (De Reiniger e Gomes, I939, fig. 3).
Fig. 163 - Parte da folha representada na fig. 162, vista com maior aumento. (De Reiniger e Gomes 1939, fig. 3).
O mesmo se verifica com relação às cerdas implantadas no dorso e na borda do pupário e ao aspecto das peças situadas no oríficio vasiforme: operculum e lingula (fig. 159). Há, como disse, 4 estádios larvais, formando-se o inseto adulto dentro da exuvia da última larva (pupário). A saida dos adultos, machos e fêmeas, efetua-se mediante uma ruptura em T na parte anterior (cefálica) do pupário (fig. 158). Observa-se, pois, nestes insetos, um tipo de desenvolvimento metabólico que não é a paurometabolia típica, nem a holometabolia.
182
I N S E T O S DO B R A S I L
Fig. 164 - Galho de Citrus sp., com folhas infestadas por Aleurothrixus floccosus. (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric., fig. 104).
183
ALEYRODOIDEA
Daí
a
designação
(alometabolia, 78. pécies,
neometabolia,
de
pela
maioria
dos
autores
BÖRNER).
Classificação
todas
emprega(ta
incluídas
-
Há
numa
nesta só
superfamília
família
-
cerca
Aleyrodidae,
de
200
es-
dividida
em
Fig. 165 - Parte de folha de Citrus atacada por Aleurothrixus floccosus, vista com forte aumento. (De Fonseca e Autori, 1933, fig. 107.)
3
subfamílias
-
Aleurodicinae,
Aleyrodinae
e
Udamoselinae,
que se distinguem segundo a seguinte chave de QUAINTANCE e BAKER
(1913).49 49
Nota relativa a montagem dos Aleirodídeos. A técnica que adoro na montagem destes insetos para exame ao microscópio é a mesma que recomendo para o preparo de Coccídeos. O leitor poderá, pois, inteirar-se da mesma, lendo o que sobre o assunto escrevo na parte relativa a Coccoidea (pag. 200). Devo, entretanto, aquí referir a variante que sigo na montagem de insetos enegrecidos, como sejam os Trips e os Aleirodídeos da subfamflia Aleyrodinae, descrita numa pequena nota que publiquei em
1935. Eis em que consiste Quando o insere já se para outra pequena cápsula Se há espécimens cujo
principalmente essa variante: acha em condições de ser retirado da solução de potassa, transporta-se-o de porcelana contendo água oxigenada, tambem aquecida a banho maria. descoramento custa a se processar, na maioria dos casos bastam alguns
184 1
I N S E T O S DO B R A S I L
--
Asa
anterior
Cu 1'
--
Asa anterior dium)
apresentando
(cubitus); com
vertex Rs e M;
espiniforme;
Rs (setor radical), saliente; R1 a u s e n t e
pupário,
R1 ( r a d i u s )
pupário
ou presente;
excetuando
M
(média)
paronychium
o gênero
e
Udamoselinae
desconhecido.
(empo-
Dialeurodicus,
com
poros compostos ................................................................................................................ Aleurodicinae 1"
--
Asa "interior
c o m R s e C u ; R1 a u s e n t e
ou
presente;
pupário
sem
poros
compostos ........................................................................................................................................... Aleyrodinae
Espécies
79.
importância. sentante
-
único
da
Udamoselinae é
o
maior
O
represubfamília
-
Udamoselis
pigmentarius 1909,
de
Enderlein, maior
Aleirodídeo
que se conhece (a asa anterior
tem
525
primento)
mm.
e
generalizado
o deste
Homópteros;
lias sas com gião tudo Fig. 166 - Aleurothrixus floccosus (Maskell, 1896) pupário despigmentado (Aleurodicinae) (cerca de x 100) (C. Lacerda fot.).
sicas referidas MOLES, etc).
na
bibliografia
é dos
América 2
de EN-
do
Sul.
outras
subfamí-
compreendem
numero-
espécies
vários
mais
grupo
provavelmente
na As
com-
segundo
DERLEIN) vive
de
tipo
distribuidas
gêneros,
quasi
representantes neotrópica das
Para
espécies
indispensavel trabalhos
na
re-
o
es-
brasileiras a
de
em todos
consulta BONDAR,
alem das contribuições clás(QUAINTANCE & BAKER, BAKER &
minutos de permanência do exemplar na água oxigenada para adquirir a cor pardo-clara, ficando, por fim, inteiramente transparente, se dela não for imediatamente retirado. Todavia, se, por descuido, isto acontecer, ainda há o recurso de cora-lo. Convem, pois, ficar-se atento ao descoramento, retirando-se o exemplar logo que apresente cor pardo-amarelada. Transporta-se-o, então, para uma lâmina contendo fenol liquefeito, procedendo-se à desidratação e a montagem no bálsamo, conforme descrevo na secção relativa à preparação dos Coccídeos.
ALEYRODOIDEA
Fig. I67 - Aleurothrixus ? ondinae Bondar. (J. Pinto fot.) em folhas de (?).
Fig. 168 - Folhas de Moquilea tomentosa infestadas por Aleurodicus flumineus Hempel, 1918 (Aleurodicinae). (De Costa Lima, 1928, fig. 10).
185
186
I N S E T O S DO B R A S I L
E m meu Catálogo, acham-se relacionadas as existentes no Brasil, com indicação das plantas em que se criam. De todas essas espécies, porem, a única realmente importante é o Aleurothrixus floccosus (Maskell, 1896) (= Aleurodes horridus
Fig. 169 - Ceraleurodicus moreirai Lima. 1928, pupario. (De Costa Lima, 1928, fig. 15).
Fig. 170 - Paraleyrodes pulverans Bondar, 1923 (Aleurodicinae). pupario (De Costa Lima, 1928, fig. 13)
Hempel, 1899), que, às vezes, causa danos apreciaveis às plantas do gênero Citrus, principalmente limoeiros (fig. 163-1661. No Brasil é eficientemente controlado pelos seguintes microhimenópteros Calcidídeos: Eretmocerus paulistus Hempel, 1904, Prospaltella brasiliensis (Hempel, 19041 50 e Signiphora townsendi Ashmead, 1900. Nas Antilhas, alem dessas espécies, atacam-no eficientemente espécies de Encarsia (Aphelinidae) e Euderomphale aleurothrixi Dozier, 1932 (Entedontidae). 50 Segundo DOZIER (19321 Prospaltella conjugata Masi, mencionada por STUARDO, C., 1928, Rev. Chil. Hist. Nat. 37:154-157) como parasito de Aleurothrixus porteri no Chile, talvez represente o macho de P. brasiliensis.
ALEYRODOIDEA
187
Na República Argentina, segundo DE SANTIS (1941), Aleurothrixus howardi Quaintance, 1907 (segundo BONDAR, idêntico A. floccosus) tem como parasitos primários Cales noacki Howard, 1907, Signiphora xanthographa Blanchard, 1936 (Chalcidoidea) e Amilus spiniferus (Brèthes, 1914) (= A. blanchardi De Santis, 1937) (Piatygasteridae).
Fig. 171 - Folhas de Curatella americana infestadas por Aleurodicus magnificus Lima, 1928. (De Costa Lima, 1928, fig. 11).
Uma outra espécie que danifica consideravelmente as plantas do gênero Citrus nos E. Unidos é o Dialeurodes citri (Ashmead, 1885), oriunda do Oriente, porem, até hoje, não observa da no Brasil. 80. Meios de combate - Quando não for suficiente o controle destes insetos pelos inimigos naturais - predadores (Coccinelídeos), fungos entomófitos (Aschersonia aleyrodis Webber (fig. 162). e Aegerita Webberi Fawcett) e parasitos (microhimenópteros e Dípteros da família Cecidomyidae) - devem ser empregados os meios técnicos usados no combate aos Coccídeos.
188
I N S E T O S DO B R A S I L
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191
COCCOIDEA
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C O C C O I D E A 51
Superfamília
( Coccidoidea) Caracteres
82. Homópteros
-
chamados
Dá-se-lhes tambem aliás ou as
bem plantas
senão em
que
passam
atingirem,
o nome
porque durante
Machos
83. vimento, ao
aplicada,
piolhos,
Compreende
se
aspecto
asas
membranosas,
de
toda
Os
das
insetos
a
superfamília ou
designação
como
grande
os
"coccidas".
plantas",
vivem,
existência,
machos,
vida
porem,
com
"piolhos
esses
grande
"coccídeos"
ectoparasitos
parte
dela
sobre
criam.
tal
esta
"cochonilhas",
a
nos
parasitária fase
pequenos
primeiros
sobre
adulta,
quasi
mosquitos.
relativamente
a
estádios
planta sempre
Nesta
grandes
e
tio
que se
fase,
desenvol-
os
sustenta;
tornam
alados,
apresentam
pernas
bem
duas
desenvol-
vidas. Apesar dos cteres:
de
confundiveis
Coccídeos
são
extrema
redução
simples 51 De
e
oriundas
com
facilmente de
na
os
nervação um
verdadeiros
reconheciveis
tronco
da
Dípteros, pelos
asa,
representada
comum;
ausência
(coccos), baga, de que se fazia a tinta escarlate.
os
machos
seguintes por de
R
carae
M
verdadeiros
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balancins, substituidos por dois pequenos orgãos vestigiais, sob a forma de uma lingueta, que se prende à parte basal da asa; aparelho bucal ausente e tarsos monômeros. Os olhos, ou se a p r e s e n t a m como os olhos compostos de outros insetos, ou são constituidos por um número reduzido de omatidios, mais ou menos afastados uns dos outros, maiores ou menores, mal se distinguindo dos ocelos. Estes, quando presentes, em número de 2, ficam situados no vertex. As antenas gerahnente apresentam de 6 a 13 segmentos. O 9º urômero modifiea-se em orgão copulador, às vezes (Diaspidinae) sob a forma de um espigão (stylus), a p r o x i m a d a m e n t e tão longo quanto o abdome. O 8. ° urômero, em muitas espécies, prolonga-se para trás, de cada lado, num apêndice mais ou menos alongado. 84. F ê m e a s . As fêmeas são sempre ápteras, nunca abandonando, depois de adultas, a planta em que se criaram. Como os machos, na maioria das espécies, são muito pequenos, de corpo e x t r e m a m e n t e delicado e nem sempre se acham junto às fêmeas, é natural que não tenham a importância destas, que vivem p e r m a n e n t e m e n t e sobre as plantas, sendo, por isso, os principais responsaveis pelos danos que resultam do ataque desses insetos. Daí tambem a classificação dos Coccídeos ser quasi que exclusivamente baseada na morfologia das fêmeas, principalmente quando adultas. Mesmo naquelas que apresentam apenas o rostrum como único orgâo exterior perceptivel, é possivel distinguirein-se as espécies, perfeita e facilmente, mediante caracteres superficiais ou estruturais do tegumento. Passo, pois, a considerar o que há de mais interessante a mencionar na morfologia das fêmeas adultas. O aspecto geral do corpo varia consideravelmente nos grupos em que se divide Coccoidea, desde os tipos mais dos, com antenas e pernas bem desenvolvidas, permitindo seto ainda possa desloear-se com relativa facilidade, até mais especializadas ou degradadas, há, pouco referidas.
diferentes generalizaque o inas formas
Não menos notaveis são as variações quanto à natureza e ao aspecto do revestimento secretado por esses insetos. Assim, se há
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Coccídeos que apresentam o corpo nu, é comum encontrarem-se estes insetos parcial ou totalmente cobertos pela substância que secretam. Tal secreção, geralmente a cera, formada em glândulas hipodérmicas simples ou compostas, é expelida através de poros da cutícula, cuja estrutura, quasi sempre, oferece bons caracteres para a classificação destes insetos. A secreção, ou se espalha sobre a superfície do corpo com aspecto pulvurulento (Pseudococcus), ou o reveste numa tênue camada vítrea, transparente (Platinglisia), ou em camadas superpostas, formando um crosta cérea mais ou menos espessa, ou mesmo extremamente espessa, disposta em placas simétricas, cuja disposição lembra a carapaça de uma tartaruga (Ceroplastes). Em alguns Coccídeos veem-se prolongamentos céreos mais ou menos conspícuos, que dão ao inseto aspecto estrelado (Pseudococcus, Vinsonia) ou de ouriço (Cerococcus). Em outras espécies forma-se um verdadeiro saco céreo na parte posterior do abdome (ovisaco), dentro do qual se acumulam os ovos postos pela fêmea (Orthezia, Icerya, Pulvinaria). Nas espécies da família Lacciferidae o corpo apresenta-se, como nas do gênero Ceroplastes, coberto pela secreção expelida pelo inseto. Em tais espécies, porem, a secreção que forma a carapaça" não é a cera, soluvel no clorofórmio e insoluvel no àlcool, e sim a laca, perfeitamente soluvel neste líquido, porem, insoluvel no clorofórmio. As espécies da subfamíIia Diaspidinae sempre apresentam o corpo livre de qualquer secreção. Esta, porem, constituída principalmente por uma substância de natureza idêntica à seda, ao ser expelida, acumula-se em camadas concêntricas na periferia das exuvias larvais, com elas formando um verdadeiro escudo (escama ou folículo), que esconde e protege o corpo do inseto. O corpo das fêmeas, variavel na forma e no tamanho (de fração de milímetro a 35 mm.), apresenta, na maioria das espécies, as três regiões, cabeça, torax e abdome, apenas reconheciveis pela posição das antenas, do rostrum e das pernas. Na região cefálica há um par de olhos simples, geralmente para fora das antenas. Estas, frequentemente curtas, de 2 a 11 segmentos, apresentam cerdas e sensílios, cujo aspecto, em multas espécies, oferece bons caracteres para a respectiva classificação.
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As antenas, como os olhos, podem faltar ou ficar reduzidas a uma área subcircular esclerosada com algumas cerdas microscópicas. O rostrum é constituído por um labium curto, trímero, dímero ou monômero, através do qual deslisam as cerdas ou estiletes mandíbulo-maxilares, mais ou menos alongados, os quais, em repouso, se retraem e se alojam dentro do corpo numa bainha membranosa (crumena), que se estende para trás, na cavidade geral do corpo. Em algumas espécies, nas ninfas do último estádio, desaparecem, como nos machos alados, os estiletes mandíbulo-maxilares. No torax veem-se os três pares de pernas, normalmente desenvolvidas ou rudimentares. Nos Diaspidídeos e em outros Coccídeos as fêmeas adultas são totalmente ápodas. Geralmente os tarsos são monômeros e providos de uma só garra Apensas à parte proximal da garra e à apical do tarso observam-se geralmente duas cerdas, mais ou menos alongadas e dilatadas no ápice, chamadas digitulos (fig. 205). Frequentemente há dois digítulos da garra; às vezes, porem, a garra fica cercada de maior número de digítulos. O abdome, em geral, é distintamente segmentado, apresentando 10 tergitos e nove esternitos visiveis. Nos Diaspidíneos os últimos urômeros fundem-se num segmento único, chamado pygidium, cujo aspecto, característico para cada espécie desse grupo, será devidamente apreciado quando esses insetos forem especialmente estudados. Nos Coccídeos da família Coccidae o ápice do abdome apresenta-se fendido até o anus e este coberto por um par de placas triangulares (placas ou escamas anais). Na maioria das espécies o anus fica situado na parte dorsal do abdome, mais ou menos afastado da borda posterior. Em multas, porem, acha-se perto do ápice do abdome, ou mesmo na borda posterior. Apresenta-se, então, como um orifício circular ou subcircular, geralmente com cerdas marginais, mais ou menos alongadas, formando um colar ou anel (anel anal). Aos lados do anel anal veem-se, mais ou menos salientes, os lobos ou lóbulos anais, nos quais geralmente se insere uma cerda mais ou menos robusta (cerda anal). A vulva, com o aspecto de uma fenda transversal, acha-se situada na face ventral, geralmente entre o 8° e o 9° urosternitos.
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85. Reprodução - Postura - Os Coccídeos são muito prolíficos. Os ovários apresentam rena constituição característica; cada ovaríolo é monospérmico, isto é, forma um ovo apenas. Reproduzem-se por anfigonia. Todavia não é rara a partenogênese. E m alguinas espécies (Coccus hesperidum) observam-se duas raças, uma representada por fêmeas, que se reproduzem por partenogênese dando fêmeas (partenogênese telítoca), e outra por machos e fêmeas, que se reproduzem por partenogênese ou por anfigonia. Como era alguns Coccídeos, cujos machos são desconhecidos, encontram-se espermatozóides nas vias genitais da fêmea, não se deve concluir pela ocorrência provavel da partenogênese, baseando-nos exclusivamente na ausência de machos. E m sua maioria os Coccídeos são ovíparos. Todavia, não raro, observa-se a ovoviparidade e, às vezes, simultaneamente, os dois modos de reprodução. A capacidade de proliferação de algumas espécies é extraordinária podendo u m a fêmea por mais de 5000 ovos, conforme verificou meu auxiliar CHARLES HATHAWAY com uma fêmea de Ceroplastes janeirensis. Outras, entretanto, são pouco prolíficas, pondo a fêmea menos de 50 ovos em toda a existência. 86. Desenvolvimento post-embrionário - No primeiro estádio as larvas dos Coccídeos, de ambos os sexos e em quasi todas as espécies, são indistinguiveis. Apresentam-se como microscópicos carrapatos, quasi sempre hexapodas, moveis, com aspecto semelhante ao das larvas do mesmo instar dos Aleirodídeos. Depois de um período de repouso, de algumas horas ou de alguns dias, afastam-se da mãe, começando a andar sobre a planta à procura de local que mais lhes convenha e aí se fixam. Nos Coccídeos de tipo primitivo as larvas de macho continuam a apresentar, no 2° estádio, aspecto semelhante ao do lº instar. No 3° estádio (prepupa), porem, atrofiam-se as peças bucais e aparecem as tecas alares. Estas se apresentam mais desenvolvidas na chamada ninfa ou pupa, isto é, depois da 3ª muda. Após a 4ª ecdise surge o macho alado. Logo, porem, que cessa a atividade, a larva, quasi sempre, forma rena espécie de casulo céreo, dentro do qual passa a fase de repouso. Nos Diaspidíneos, depois da 1ª muda, a larva perde as antenas: e as pernas. Todavia, no 3° estádio, começam ase desenvolver as
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antenas, as pernas do adulto e as tecas alares; estas, no estádio seguinte ou d e ninfa, apresentam-se completamente desenvolvidas. Nesse período de repouso, a ninfa fica protegida por u m a espécie de casulo (folículo), formado em parte pela exuvia da 1ª larva. Assim, no desenvolvimento dos machos do Coccídeos, observa-se uma série de transformações, que se realizam mediante um tipo especial de neometabolia (parametabolia, de BÖRNER), mais aproximado da holometabolia Não ocorre, todavia, este último processo, porque, se os apêndices se desenvolvem de histoblastos, que lembram os discos imaginais dos insetos metamórficos, não há a histólise, característica da holometabolia. As fêmeas, depois da 1ª muda, deslocam-se sobre a planta e nela se fixam definitivamente, conservando o rostrum enterrado nos tecidos para se alimentarem. Depois da 3 ª ecdise acham-se completamente desenvolvidas, não obstante apresentarem quasi os mesmos caracteres das formas jovens que as precederam. São, pois, como as fêmeas ápteras dos Afídeos, indivíduos neotênicos ou progenéticos. Nas fêmeas de Margarodes observa-se uma verdadeira metamorfose no último período do desenvolvimento. Da larva do 2° estádio, inteiramente glabra, sem antenas e sem pernas, sai a fêmea adulta, pilosa, com antenas e pernas relativamente robustas. 87. Hábitos - Os Coccídeos são ectoparasitos das plantas, atacando-lhes as partes epígeas ou hipógeas. Se alguns podem viver, indiferentemente, sobre plantas de famílias diversas, muitos são os que a t a c a m um grupo restrito de espécies vegetais, às vezes mesmo só proliferando numa determinada espécie. Vivem, em geral, sobre certas partes da planta, havendo, assim, espécies que se assestam sobre o caule, podendo, porem, invadir os frutos, outras que a t a c a m as folhas e várias que são radicícolas, mais ou menos adaptadas à vida subterrânea. Há, tambem, algumas espécies que, normalmente encontradas as partes aéreas, podem, entretanto, apresentar formas radicícolas. 88. Espécies cecidógenas - No Brasil há alguns Coccídeos que determinam a formação de cecídias ou galhas. Estas, em geral, são simples hiperplasias do caule, mais ou menos deprimidas na parte central, onde se acha o inseto. É o que se observa com o Asterolecaniura
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pustulans (Cockerell, 1892) e com a Capulinia crateraformans (Hempel, 1900), ambos da família Asterolecaniidae. Todavia em Tectococcus ovatus Hempel, 1900, segundo HEMPEL: « A femea adulta forma galhas circulares, convexas de ambos os os lados, á semelhança de uma lente. A galha é formada em ambos os lados da folha, mas tem a abertura só do lado inferior. Os lados da galha em geral são um pouco elevados em roda da abertura, que está cheia de uma massa de secreção solta de cor branca. O contorno da galha é liso, de forma espherica e coberto de um pó de cor branca. As galhas maiores teem 8 mm. de diametro e 5mm. de espessura. » É n a região A u s t r a l i a n a que se e n c o n t r a m as maiores e mais curiosas cecídias produzidas por Coccídeos, aliás quasi todos da família Apiomorphidae. Assim, as galhas de A p i o m o r p h a duplex (Schrader, 1867), f o r m a d a s em ramos de Eucalyptus, podem a p r e s e n t a r 8 em. de c o m p r i m e n t o . 89. Espécies uteis - Se os Coccídeos, em sua maioria, são mais ou m e n o s prejudiciais, há, e n t r e t a n t o , a l g u m a s espécies uteis, por secretarem a b u n d a n t e m e n t e cera ou laca, ou por conterem no corpo o verdadeiro carmim A cochonilha que produz este c o r a n t e em q u a n tidade aproveitavel é o Dactylopius coccus (Costa, 1835) (Coccus cacti, auct., nec. Linne), que vive p r i n c i p a l m e n t e sobre o " n o p a l " (Opuntia coccinellifera) do México e da América Central. Dessa região foi introduzida, vários outros territórios.
com
a
planta
que
parasita,
em
Atualmente a laca e a cera são obtidas por processos industriais mais práticos que o de extraí-las de cochonilhas. A verdadeira laca animal é produzida pela cochonilha - Laccifer lacca (Kerr, 1782), espécie que se cria em várias plantas da Àsia Meridional e ilhas adjacentes. No Brasil há várias espécies de Tacherdiella (Lacciferidae) que secretam laca em abundância. LEPAGE (1940) assim se manifesta sobre uma delas: « A Tachardiella ingae produz uma bela laca amarela. Esta cochonilha produz uma substancia que se solidifica ao contacto do ar e é usada no fabrico de vernizes. Os insetos se grupam em volta dos ramos formando grandes massas dessa substancia que é soluvel no alcool ». Os principais produtores de laca pertencem à família Lacciferidae. Todavia, Neocoelostoma xerophila (Hempel, 1932), da família Margarodidae - afirmam abundantemente.
alguns
autores
argentinos
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tambem
a
secreta
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E m algumas localidades do interior, ainda se usam velas naturais de cera de Ceroplastes. H á anos recebí de um amigo, em viagem pelo interior do Ceará, galhos de uma planta não determinada, inteiramente revestidos de Ceroplastes psidií (Chav., 1848), conhecido dos sertanejos pelo nome de "cera do pereiro". Naturalmente o galho serve de pavio, no meio da massa cérea que o envolve. A introdução de Cactáceas do gênero Opuntia, como plantas ornamentais, em vários paises, redundou em invasão de urna verdadeira praga, tal a intensidade com que proliferaram. Na Austrália, aumentando a área infestada, de ano para ano, com o carater de calamidade, viu-se o Commonwealth Prickly-Pear Board obrigado a abandonar, por ineficientes, os meios mecânicos até então usados e a restringir as pulverizações de líquidos destruidores de cactos a áreas pouco infestadas. Tais métodos técnicos foram vantajosamente substituidos pelo controle biológico, resultante da ação de insetos reconhecidamente destruidores de Opuntia, figurando entre os mais eficientes algumas espécies de Dactylopius. Foram assim introduzidos, não só na Austrália, como em outros paises infestados por Opuntia, alem do Dactylopius coccus, algumas entras espécies do mesmo gênero, dotadas de equivalente capacidade destruidora. 90. Danos causados pelos Coccídeos - Os danos produzidos pelos Coccídeos são sempre consideraveis. É a esse grupo de insetos que pertencem algumas das maiores pragas da agricultura. Basta citar-se o famoso "piolho de S. José" (Quadraspidiotus perniciosus). Tais danos não diferem dos causados pelos demais Homópteros, resultando da ação espoliadora das picadas e, sobretudo, da ação tóxica da saliva. O fato pode ser apreciado Comparando-se, em plantas da mesma espécie, o resultado do ataque de um Coccídeo relativamente pouco daninho, como o Chrysomphalus ficus, com o do terrível Quadraspidiotus perniciosus. Enquanto que uma infestação relativamente insignificante desse último é suficiente para determinar a morte da planta, esta, no caso do ataque pelo Chrysomphalus, não será observada enquanto a planta não ficar fortemente infestada.
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Vários Coccídeos, especialmente os da família Coccidae, tornam-se prejudiciais porque as fêmeas excretam abundante substância açucarada, que se espalha sobre as folhas e serve de meio de cultura de um fungo do gênero Capnodium, vulgarmente conhecido pelo nome "fumagina." O alastramento desse fungo prejudica consideravelmente as funções da folha e, portanto, o metabolismo da planta. Tal substância açucarada frequentemente atrai formigas, que passam a viver em simbiose com os Coccídeos, protegendo-os mais ou menos eficientemente e contribuindo para prejudicar ainda mais a vitalidade da planta. Há anos, em Campos, tive o ensejo de observar goiabeiras fortemente infestadas (troncos e galhos) por Saissetia discoides (Hempel, 1900), completamente escondida sob verdadeiras coberturas de particulas de terra feitas por uma espécie de Dolichoderus. O mesmo Coccídeo, no Rio de Janeiro, não é protegido pela formiga, ficando inteiramente exposto. Talvez por isto seja ele encontrado frequentemente parasitado, e, daí, não ser visto em tão grande abundância, numa só planta, como observei naquela cidade. 91. Inimigos naturais - Em todas as regiões, os Coccídeos autóctonos são mais ou menos atacados por inimigos naturais. Os predadores mais frequentemente encontrados são: as "joanhinhas" (Coleópteros da família Coccinellidae), caias larvas e adultos atacam ovos, larvas e Coccídeos adultos; larvas de Chrysopa, de Syrphidae e de outras pequenas moscas e lagartas de alguns Lepidópteros. Os parasitos, geralmente endófagos, que são de maior importância no combate biológico desses insetos, pertencem à superfamília Chalcidoidea, encontrando-se as espécies mais eficientes nas famílias Aphelinidae, Encyrtidae e Signiphoridae. A família Pteromalidae tem tambem alguns representantes de grande interesse econômico, como sejam a Scutellista cyanea (Motschulsky, 1859) (figs. 218-220) e as espécies de Tomocera. Todavia, como há um grande número de Calcidídeos parasitos de Coccídeos, não me é possivel citar aquí todas as espécies que possivelmente atacam as cochonilhas existentes no Brasil. Recomendo, por isso, consultar-se o trabalho de FULLAWAY (1932), a "Lista" de DE SANTIS (1941), que se refere a espécies observados na República
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Argentina, provavelmente t a m b e m existentes no Brasil, e o livro de CLAUSEN (1940). Encontram-se t a m b e m valiosas informações sobre o assunto no livro de QUAYLE (1938). Sobre as espécies observadas na América do Sul devem ser consultados os trabalhos de COMPERE, BRÈTHES, BLANCHARD e GOMES. Fungos do gênero Acrostalagmus, Sphaerostilbe (fig. 208) e Podonectria podem desenvolver-se sobre vários Coccídeos, matando-os 92. Meios técnicos de combate - Incontestavelmente o melhor método técnico para a destruição dos Coccídeos é o expurgo das plantas (fumigação) pelo gás cianídrico. Todavia, quardo não for possível realizá-lo, devem ser aplicados inseticidas externos, de preferência pulverizações que contenham os chamados óleos brancos de petróleo, sem hidrocarbonetos não saturados, portanto, quimicamente inertes, simples ou associados a outros princípios tóxicos obtidos de derris, raízes de timbó, heléboro ou tiocianatos alifáticos. Em nosso país generalizou-se o emprego da emulsão sabonosa de querosene, com a qual, em geral, se obtem resultados mais satisfatórios que da aplicação de pulverizações de caldas com polissulfuretos de cálcio. Para os Coccídeos radicícolas empregam-se os mesmos métodos usados no combate aos Afídeos de hábitos subterrâneos. Numerosos trabalhos tratam dos vários inseticidas usados no combate aos Coccídeos. Na secção 126 (bibliografia) cito alguns dos mais interessantes. 93. Classificação - Há, descritas, mais de 3.000 espécies de Coccídeos, das quais, segundo o catálogo de LEPAGE (1938), 336 se encontram no Brasil, distribuídas nas famílias referidas na seguinte chave, organizada principalmente segundo indicações contidas nos trabalhos de MORRISON (1928) e de FERRIS (1937)52: 52 Ténica para montagem e estudo dos Coccídeos - Os Coccídeos, como os Aleirodídeos e Outros pequenos insetos, não podem ser determinados pelo aspecto do corpo, tal como se nos apresenta, visto com uma lente simples ou mediante o microscópio binocular, É absolutamente indispensavel montá-los em lâmina, de modo a ficarem perfeitamente visíveis caracteres estruturais, segundo os quais se fundamenta a classificação desses insetos. E como muitos desses caracteres só se tornam evidentes pela coloração, é óbvia a necessidade de se prepararem lâminas com exemplares corados. Todavia não se pode dispensar, na determinação da maioria das espécies, pelo menos alguns espécimens exclusivamente diafanizados, porque se a coloração faz realçar certos caracteres, pode tambem mascarar outros, tornando-os mesmo inaparentes. No caso especial da montagem de espécimens da subfamília Diaspidinae, ao lado da lamínula,
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Espiráculos geralmente
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Espiráeulos sem
olhos
abdominais com
olhos
abdominais facetados
presentes facetados ausentes
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os
estádios;
macho
adulto
............................................................................................ em
todos
os
estádios;
macho
............................................................................................................
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adulto 3
que cobre o corpo da fêmea montada em bálsamo deve ser colado, pela face ventral ou dorsal, o respectivo folículo. Tratando-se de material fresco, pode montar-se tambem tais folículos, como os respectivos espécimens, em qualquer meio liquido conservador (solução aquosa de glicerina, solução de formol) em célula de betume da Judéa. A técnica que sigo, na montagem de espécimens, corados ou exclusivamente diafanizados, em bálsamo do Canadá, é a que recomendei em 1921, referida nos livros de CEZAR PINTO (1930) e de LANGERON (1934). Tratando-se de exemplares ainda presos a partes de plantas (vivas ou já dessecadas), convem, colocar um fragmento da parte atacada numa cápsula de porcelana, contendo solução de potassa a 10 % que se leva ao fogo em banho-maria. No fim de algum tempo, m e d i a n t e tir a s e s t r e i t a s de papel c a r t ã o cortadas em longos triângulos isóscelem, transportam-se os espécimens que sobrenadarem para um vidro de relógio e, com pinça, o fragmento de galho ou folha para um cristalizador com água, onde, com agulha, pode proceder-se o deslocamento e a apanha dos Coccídeos. Os exemplares acham-se em boas condições p a r a a realização das demais operações de m o n t a g e m quando ficarem bem entumescidos. Cada exemplar é então transportado, em tira de papel, para o centro de uma lâmina com uma gota de fenol liquefeito. Cobre-se com um fragmento de lamínula e, ao binocular, opera-se o esvasiamento do conteudo do corpo, substituindo-o pelo fenol, mediante compressões delicadas e repetidas, feitas com a ponta de uma pinça ou agulha sobre o centro da lamínula. N a t u r a l m e n t e , p a r a que h a j a u m a d e s i d r a t a ç ã o perfeita do ma te r ia l, é necessário, a f a s ta n d o o lamínula do corpo do inseto, renovar o fenol liquefeito que o banha duas ou três vezes. Convem imergir o ma te r ia l, i m e d i a t a m e n t e , em óleo de cravo. Se aparecer um tom amarelado no líquido, deve tratar-se o espécimen novamente pelo fenol liquefeito, e, a seguír, pelo óleo de cravo. Este ou fenol (no caso de não me empregar o óleo) será esgotado e substituído por uma gota de bálsamo do Canadá cobrindo-me o espécimen com uma lamínula quadrada. N a preparação de exemplares corados emprego, de preferência, a fucsina fenicada de Ziehl. Achando-me o espécimen incluído na g o t a de fenol liquefeito, depois de t o t a l m e n t e liberto d a potassa, segundo o método a n t e r i o r m e n t e referido, esgota-se o fenol e pinga-se u m a gota do corante. Leva-se a l â m i n a à c h a m a de u m a l â m p a d a de alcool, aquecendo-se até o d e s p r e n d i m e n t o de vapores, duas ou três vezes. Retira-se, com um pano, todo o excesso do corante em volta do especímen e sobre este deixa-se cair u m a gota de fenol liquefeito. Cobre-se, então, com um f r a gme n to de lamínula, e, operando-se como anteriormente descrevi p a r a a d e s i d r a t a ç ã o pelo fenol, procede-se à diferenciação, levando-se o descoramento ao ponto necessário, repetindo-se a m a n o b r a com o feno-xilol (fenol, 7 5 % e xilol, 25%) e, em seguida, com o xilol-fenol de Weigert (75% xilol e 25% fenol). Trata-se finalmente o especímen pelo xilol, p a r a depois m o n t á - l o em bálsamo. Q u a n d o os exemplares se descoram rapid a m e n t e pelo fenol liquefeito e a té me smo pelo fenol-xilol, convem p e r m a n e ç a m nestes líquidos, principalmente no fenol, a p e n a s a l g u n s segundos, isto é, o tempo suficiente p a r a que se efetue a desid r a t a ç ã o e a diferenciação. Do contrário, q u a n d o os exemplares forem t r a t a d o s pelo xilol puro, onde cessa o descoramento, j á se a c h a m c o m p l e t a m e n t e descorados, em condições idênticas às dos exemplares não t r a t a d o s pela fucsina. No estudo dos Coccídeos, as descriçõem, por mais perfeitas que nos pareçam, devem ser acomp a n h a d a s de figuras que r e p r e s e n t e m detalhes e s t r u t u r a i s . Os autores, em sua maioria, reconhecem as v a n t a g e n s do processo de desenho, i m a g i n a d o e preconizado por FERRIS, p a r a a r e p r e s e n t a ç ã o de q u a l q u e r inseto, figurando-o dividido em duas partes por uma reta traçada ao longo do eixo longitudinal do corpo: a do lado esquerdo reproduzindo o que se vê na p a r t e dorsal e a do lado direito a face ventral. P a r a os pequenos insetos, de corpo mais ou menos achatado, cujo desenho é obtido m e d i a n t e c â m a r a clara ou a p a r e l h o de projeção, não sei de melhor método p a r a figura-los. Todavia, apesar de um ótimo desenho (tipo dos que são feitos por FERRIS OU TERZI) ilustrar admiravel e suficientemente o trabalho, não posso deixar de recomendar tambem, pela garantia de fidelidade absoluta que nos oferece, o método fotomicrográfico, focalizando-se detalhes observados nas faces dorsal e ventral.
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2 (1)
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J o v e n s e f ê m e a s a d u l t a s com u m a n e l a n a l chato, a p r e s e n t a n d o poros e 6 cerdas; m a c h o s a d u l t o s com a n t e n a s simples, de 9 s e g m e n t o s , t e n d o o a p i c a l conspícua c e r d a espiniform e ; b a i n h a do p e n i s a p a r e n temente bivalvar ................................................................................................. Ortheziidae
2
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J o v e n s e fêmeas a d u l t a s sem a n e l a n a l ; m a c h o s a d u l t o s q u a s i s e m p r e com a n t e n a s simples, de 10 s e g m e n t o s , às vezes, p o r e m , c om a n t e n a s p e c t i n a d a s , ou com m a i s de 10 s e g m e n t o s ; b a i n h a do p e n i s g e r a l m e n t e i n t e i r a ou a p e n a s f e n d i d a no ápice, p o r e m nã o b i v a l v a r , no caso de ser um tanto bilobada no ápice, os olhos são incompletamente facetados......................................................................................................... Margarodidae
3 (1') -
C o c h o n i l h a s que v i v e m sob u m a c a r a p a ç a d u r a , espessa, de c o n s i s t ê n c i a r e s i n o s a e supérfície g e r a l m e n t e polida, d e cor v a r i a n d o do a m a r e l o claro ao p a r d o a v e r m e l h a d o , m a i s ou m e n o s escuro. F o r m a t a l carap a ç a a laca, s u b s t â n c i a soluvel no álcool a frio, p o r e m i n s o l u v e l n o clorofórmio ...................................................................................................... Lacciferidae
3'
C o c h o n i l h a s q u e g e r a l m e n t e não s e c r e t a m laca; q u a n d o e s c o n d i d a s sob
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u m a carapaça.a, esta é f o r m a d a d e cera, i n s o l u v e l no álcool a frio, porem, s o l u v e l no c l o r o t ó r m i o . ................................................................................... 4 4 (3') -
Orifício a n a l o p e r c u l a d o por u m a ou 2 p l a c a s e s i t u a d o no f u n d o de u m
4'
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5 (4)
-
e n t a l h e m a i s ou m e n o s p r o f u n d o , isto é, m a i s ou m e n o s d i s t a n t e d a b o r d a p o s t e r i o r . ............................................................................................................. 5 Orifício a n a l n ã o o p e r c u l a d o , n e m s i t u a d o n o f u n d o de u m e n t a l h e ou fenda............................................................................................................................................. 6 A p e n a s u m a p l a c a a n a l c o b r i n d o o anus, s i m p l e s ou e n t a l h a d a e no fundo de uma fenda pouco profunda; antenas tuberculiformes; sem pernas ..... ............................................................................................................................ Aclerdidae
5'
-
2 p l a c a s a n a i s t r i a n g u l a r e s c o b r i n d o o anus; este no fundo d a f e n d a a b dominal, porem sempre um tanto afastado da margem posterior; geralmente com pernas ............................................................................................... Coccidae
6 (4') -
T e g u m e n t o com poros em 8 (oclacerores) e p l a c a s c r i b r i f o r m e s d o r s a i s bem desenvolvidas ........................................................................................... Asterolecaniidae
6'
-
Sem o conjunto de caracteres referidos em (6) .......................................... 7
7(6')
-
7'
-
8
(7)
Com
anel
anal
..........................................................................................................
8
Sem anel anal ............................................................................................................................................. 9 -
Com (lucros tubulares recurvados ou refletidos na extremidade interna, formando um profundo cálice, da borda do qual sai um prolongamento filamentoso; sem ostiolos dorsais; anel anal setífero e celular, às vezes, porem, obsoleto; lobos anais, em geral, fortemente esclerosados e proeminentes ..................................................................................................... Kermesidae
COCCOIDEA
8'
-
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Sem os ductos tubulares referido em (8), geralmente, porem, com « ostíolos dorsais » (cicatrizes;fossetas ostioliformes; labiae); anel anal setífero e celular, quasi sempre bem desenvolvido; lobos anais mais ou menos desenvolvidos .................................................................. Pseudococcidae
9 (7') - Corpo escondido sob ou dentro de um escudo ou escama (foliculo) ..... 10 9' - Corpo da fêmea nu; não secretando qualquer formação protetora; pygidium ausente .......................................... Diaspididae-Phoenicococcinae 10 (9) - Folículo formado por secreção c exúvias larvais; fêmea adulta apresentando os últimos segmentos abdominais (desde o 4º ou o 5º) fundidos numa estrutura chamada pygidium; antenas vestigiais, pernas, quasi sempre ausentes ......................................................... Diaspididae-Diaspidinae 10 ' - Folículo formado exclusivamente por secreção, sem exúvias larvais; últimos segmentos abdominais, embora modificados, não formando um verdadeiro pigídio; antenas e pernas bem desenvolvidas ............... ........................................................................................................ Conchaspididae Alem destas famílias, alguns autores ainda admitem, para algumas das nossas espécies, Cylindrococcidae, Phoenicococcidae e a subfamília Canceraspinae, representada pelo gênero Limacoccus Bondar, 1939 (= Canceraspis Hempel, 1934). Relativamente a esta última forma, FERRIS (1937) incluiu-a em Phoenicococcinae, subfamília de Diaspididae. A família Cylindrococcidae (Cylindrococcinae Mac Gillivray, 1921) compreendia um agrupamento heterogêneo de gêneros, alguns dos quais seguramente pertencentes a outras famílias. Assim, Phoenicococcus Cockerell, 1899, tipo da família Phoenicococcidae, o é tambem da subfamília Phoenicococcinae, que, segundo FERRIS, pertence a Diaspididae. O mesmo se verifica com Capulinia Signoret, 1875, cuja espécie tipo (C. sallei), segundo STICKNEY (1930), deve ser incluida, com Mycetococcus Ferris, em tribu à parte, na família Asterolecaniidae. Restam, entretanto, os gêneros Carpochloroides Cockerell, 1899, Apiococcus Hempel, 1900 e Pseudocapulinia Hempel, 1932, que, com outras cochonilhas produtoras de galhas, inclusive o gênero tipo da família (Cylindrococcus Maskell, 1891), continuam na subfamília Cylindrococinae. HANDLIRSCH (1925, Handb. Entom.) reune-os em tribu (Cylindrococcini), constituindo ela e a tribu Apiomorphini, segundo ele, a subfamília Apiomorphinae, hoje elevada à categoria de família. Se
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tais gêneros d e v e m realmente constituir u m a família autônoma, ou permanecer neste último grupo, só se poderá dizer depois de realizado meticuloso estudo das espécies que os constituem 53 Familía MARGARODIDAE 94. Caracteres e classificação - Família em que se acham as mais primitivas formas de Coccoidea. MORRISON estudou-a recentemente (1928). Antes do trabalho desse autor, conheciam-se 201 espécies, incluidas em 31 gêneros. N a sua monografia teve de distribuí-las, com as novas espécies que descreveu, em 42 gêneros.
Fig. 172 - Mimosicerya hempeli (Cockerell, 1899) (Margarodidae, Coelostomidiinae), em galho de Stryphnodendron barbatimam do tamanho natural (cerca de 1/2).
í morfologia destes Coccídeos varia consideravelmente, desde tipos relativamente simples, como Icerya, com forma e hábitos que lembram os Ortezídeos, até o que se observa nas espécies de Margarodes e gêneros afins e em Mimosicerya, com fêmeas intermediárias (preadultas), completamente diferentes da fêmea adulta. A
E' na família Margarodidae que se encontram os maiores Coccídeos. Assim a fêmea adulta ele Aspidoproctus maximus Lounsbury, 1908), da África, pode atingir 35 mm. de comprimento. 53 Na determinação de qualquer Coccídeo convem ter à mão os livros de: MAC GILLIVRAY, GREEN (1896-1922), NEWSTEAD (1900-1903), LEONARDI (1920), o catálogo de FERNALD e respectictivos suplementos de SANDERS e SASSCER. São tambem de grande utilidade os trabalhos de BRAIN, FERRlS, MORRISON, LINDINGER, KUWANA, TAKAHASHI, FROGGATT, Mc KENZlE e outros, citados na secção bibliográfica (126), Relativamente a Diaspididac é indispensavel a consulta da grande obra de FERRIS (Atlas). São tambem indispensaveis as contribuições de HEMPEL, LEPAGE e LIZER Y THELLES, para o estudo de espécies observadas no Brasil.
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MORRISON (1928) dividiu a família Margarodidae em 5 subfamílias: Xylococcinae, Steingeliinae, Margarodinae, Coelosfomidiinae e Monophlebinae, das quais, apenas Steingeliinae não tem representantes da região neotrópica. Da subfamília Xylococcinae a única espécie brasileira conhece é o Stigmacoccus asper (Hempel, 1900.)
que se
Representam no Brasil a subfamília Coelostomidiinae os gêneros Cryptokermes Hempel, 1900 (= Clypeococcus Newstead, 1920), Mimosicerya Cockerell, 1902 e Neocoelostoma Hempel, 1932 (fig. 173), (Sobre Neocoelosloma, v. BAZAN & KÖHLER).
Fig. 173 - Neocoelostoma xerophila Hempel, 1932 (Margarodidue, Coelostomidiinae) (original gentilmente cedido por Lepage).
As fêmeas preadultas ou intermediárias de Mimosicerya apresentam a forma globular, com o tegumento fortemente esclerosado, negro e polido, dando ao inseto a aparência de um Kermococcus ou de um Mesolecanium (v. fig. 172). A fêmea adulta, de dimensões reduzidas, fica retida dentro da cápsula formada pelo tegumento da fêmea preadulta. E' nas subfamílias Margarodinae e Monophlebinae que se acham os Margarodídeos de real importância econômica para o Brasil.
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Subfamília M A R G A R O D I N A E 95. Espécies mais interessantes - Os representantes desta subfamília no Brasil pertencem todos à tribu Margarodini. SILVESTRI, recentemente (1939), descreveu Margarodes paulistus, Sã Paulo. encontrado em raízes de Gramíneas em São O Margarodes vitium (Giard, 1894), que ataca raízes de videira, no Chile, na Argentina e no Uruguai (var. orientalis Silvestri), foi assinalado por RONNA em Uruguaiana (Rio Grande do Sul) (v. trabalhos de PORTER sobre esta espécie.) 1 Todavia, a espécie que realmente causa grandes danos à viticultura no Rio Grande do Sul é o Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922), descoberto em 1921 pelo sr. CELESTE GOBBATO em vinhedos de Silveira Martins (Município de Santa Marta).
Fig. 174 - Detalhes estruturais de Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922): 1. anel ao redor do orifício anal da larva quistóide; 2, antena da larva primária; 3, 4, e 5, pernas do 1°, 2° e 3° pares da larva primária. (De Costa Lima, 1924, fig. 2).
96. Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922). Enviadas formas jovens e adultas do inseto ao Sr. JOHANNES WILLE, então entomólogo do Instituto Borges de Medeiros em Porto Alegre, foram por ele determinadas como sendo de um Coccídeo da família Pseudococcidae. Remetido, porem, o mesmo material a HEM-
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PEL, este verificou tratar-se de uma nova espécie de Margarodes, designando-a Margarodes brasiliensis. Em 1922 WILLE descreveu o novo inseto com o nome dado por HEMPEL. O autor da espécie, porem, só a descreveu, aliás resumidamente, na nota preliminar que incluí no meu trabalho de 1924 sobre parasitos da videira. Tratando, então, do inseto, baseado em observações colhidas no ano anterior pelo Eng. Agr. EUGENIO BRUCK na Ilha do Leonídeo (Rio Grande do Sul), assinalei os estragos que ele causava às videiras dessa ilha, encontrando-se t a m b e m frequentemente na Gramínea conhecida pelo nome de "capim de folha larga". Tive, então, o ensejo de descrever, pela primeira vez, a larva primária, dizendo o que se segue: « A larva primaria do Margarodes brasiliensis (v. fig. ) é espherica e bem se distingue das curtas espécies do genero, principalmente, pelas antennas, que são uniarticuladas e pelas pernas, que são do mesmo typo em todos os pares, lembrando perfeitamente o typo das pernas da 1ª forma jovem do genero Matsucoccus Ckll. Por este facto, é de presumir que Margarodes brasiliensis deva ser incluido em um novo genero. Todavia, como ainda não se conhecem machos desta espécie, é prematuro chegarse a qualquer conclusão » (fig. 174). Em 1931 SILVESTRI, baseando-se no aspecto da larva primária, descreveu o gênero Eurhizococcus, para Margarodes brasiliensis Hempel, nele incluindo tambem brevicornis, que anteriormente (1901) descrevera como pertencente a Termitococcus, outro gênero de Margarodinae por ele criado em 1901 para T. asper, encontrado em galerias de Leucotermes tenuis (Hagen) no Paragaui e T. brevicornis, achado em galerias de Capritermes opacus parvus Silvestri, em Mato Grosso. As formas de Eurhizococcus brasiliensis mais frequentemente encontradas são as do 2° estádio ou larvas quistóides (v. fig. 175). Relativamente ao ciclo evolutivo desta espécie, alem das contribuições de WILLE, COSTA LIMA e SILVESTRI, bem pouco mais se conhece. Todavia, como não é provavel que o desenvolvimento se processe de modo muito diverso do que se observa em algumas espécies de Margarodes e gêneros afins, parece-me interessante apresentar, nas linhas que se seguem, um resumo das observações feitas por PAUL MARCHAL (1922). Depostos os ovos no solo, entre filamentos céreos secretados pelas glândulas ciríparas cutâneas da fêmea, deles saem as formas jo-
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vens do 1° instar ou larvas primárias, cujo aspecto varia nas diferentes espécies. Todas, porem, apresentam antenas e são hexápodas, sendo as pernas do par anterior ou protorácicas mais robustas que as demais. Na maioria das espécies a larva apresenta antenas de 6 segmentos. Todavia, em Dimargarodes mediterraneus (Silvestri) a primeira larva apresenta antenas de 3 segmentos e Fig. 175 - Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922) (Margarodidae, Margarodinae); apenas um par de pernas, o protolarvas quistóides "pérolas da terra". rácico, como nas outras espécies, de (De Costa Lima, 1924, fig. 1). tipo fossorial. A larva primária de Eurhizococcus, como mostrei em 1924, apresenta antenas uniarticuladas e pernas subiguais. Realizada a 1ª ecdise ou muda, aparece a 2ª forma larval, cujo aspecto geral pouco varia nas diferentes espécies de Margarodini. Nesse estado o inseto é ápodo, de aspecto quistóide e provido apenas dos filamentos quitinosos que formam o rostrum sugador e que o prendem às raízes da planta atacada. O tamanho varia segundo a idade, variando tambem a cor, de amarela enxofre a parda mais ou menos escura. Todos os espécimens, nessa fase, apresentam brilho nacarado característico, devido à presença de escamas ou placas de cera, secretadas pelas glândulas cerígenas cutâneas, coladas às películas das mudas, que se efetuam durante o crescimento do inseto neste instar. Tais derivados do tegumento formam uma cápsula quebradiça que reveste totalmente a larva e à qual se aglutinam partículas de terra. E' aos exemplares do inseto nesta 2ª forma, de larva quistóide, que se dá o nome de "pérolas da terra" (fig. 175). Em Neomargarodes trabuti (Marchai, 1922,) a fase quistóide coincide com o período de hibernação do inseto, realizando-se, então, fenômenos até certo ponto análogos aos que se processam nas ninfas dos insetos holometabólicos. A forma quistóide é, pois, uma forma de resistência e, ao mesmo tempo, um estado de transição em que ocorrem aqueles fenômenos, deles resultando o aparecimento da 3ª. forma, completamente diferente das anteriores, a chamada forma melolontóide, na qual o inseto se apresenta como uma larva de Coleóptero da superfamília Seara-
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baeoidea (seria talvez melhor designá-la dermestoide, porque realmente o inseto apresenta maior semelhança com as larvas dos bezouros da família Dermestidae). Neste 3º instar novamente aparecem as pernas, sendo as do par anterior extraordinariamente desenvolvidas, verdadeiramente fossoriais. O rostrum, rudimentar ou ausente nas formas quistóides mais desenvolvidas, desaparece completamente, nesse estádio. As fêmeas completam o desenvolvimento no 3º instar. Os machos, porem, a julgar pelo que ocorre na espécie estudada por MARSCHAL, continuam a se desenvolver. O 3º instar (de larva dermestóide) é semelhante ao da fêmea (larva ginecoide). Depois de algum tempo de atividade, abriga-se, transformando-se em ninfa verdadeira, da qual, tempos depois, surge o inseto adulto ou alado. No combate aos Margarodíneos são empregados com sucesso o bissulfureto de carbono e o paradiclorobenzol (v. trabalho de CarVALHO, 1939). Subfamília M O N O P H L E B I N A E 97. Espécies mais interessantes - Das cinco tribus em que se divide esta subfamília, quasi todas com representantes brasileiros, Iceryini é a que tem espécies mais interessantes, rodas do gênero Icerya Signoret, 1876. Dentre elas, são de maior importância a lceryapurchasi Maskell, 1879 e a Icerya brasiliensis Hempel, 1900 esta, segundo MORRISON, provavelmente idêntica a Icerya montserratensis Rile y & Howard, 1890 (fig. 178). 98. Icerya purchasi Maskell, 1879 (figs. 176. 177). Cochonilha que vivia primitivamente nas acácias da Austrália e da Nova Zelândia sem causar danos apreciareis. Introduzida, porem nos laranjais da Califórnia, sem o respectivo inimigo natural, aí causou prejuízos colossais. O mesmo as respectivas em 1888 dera desse inimigo
sucedeu depois em algumas outras regiões, obrigando autoridades fitossanitárias a adotarem a medida que tão bons resultados na Califórnia, isto é, a introdução natural, tambem originário da Austrália, a não menos
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Fig. 176 - Galho de laranjeira infectado por Icerya purchasi Maskell, 1879, (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric. 2: fig. 81).
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famosa "joaninha australiana" - Rodolia cardinalis (Mulsant, 1850) (= Vedalia cardinalis; Novius cardinalis) (Coleoptera, Coccinellidae). Este inseto, em pouco tempo, devasta as colônias de Icerya, que passa a ser um inimigo de importância secundária.
Fig. 177 - Icerya purchasi Maskell, 1879; femeas adultas e jovens. (Margarodidae, Monophlebinae).
Trata-se realmente de um predador extremamente eficaz, porque, alem de apresentar um número de gerações anuais superior ao das gerações da Icerya, cada fêmea pode por algumas centenas de ovos, e as larvas e bezouros adultos destroem, alem de ovos, larvas de Icerya nos vários estádios de desenvolvimento. No Brasil, excetuando São Pau]o, que me conste, não foram observados grandes danos causados pela Icerya, e isso porque, ao aparecer pela primeira vez numa localidade, algum tempo depois tambem se encontrava a "joaninha australiana" controlando o seu desenvolvimento. A primeira notícia da existência da Icerya purchasi no BrasiI encontra-se num artigo de HEMPEL de 1918. Em 1917, via-a pela primeira vez no jardim de um hotel da Paraiba do Norte, atacando uma Composta. Numa coleção de Coccídeos, feita por CARLOS MOREIRA, encontrei tambem exemplares colhidos em Recife, sobre Citrus, em 1916.
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E m S. Paulo, onde é conhecida como "pulgão branco", só em fins de 1919 é que a Icerya se fez sentir como o carater de praga. Ulteriormente foi sendo assinalada em outros pontos do país e hoje é encontrada em quasi todas as grandes cidades do litoral brasileiro, acompanhada do respectivo predador.
Fig. 178 - Icerya brasiliensis Hempel, 1900 (Margarodidae, Monophlebinae), vista de lado (cerca de X 2) (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric., fig. 93).
Data de 1920 a primeira introdução em S. Paulo de joaninhas australianas, procedentes da Itália, realizada sob os auspícios da Diretoria da Agricultura do Estado. Realizaram-se outras importações desse benéfico predador, dos Estados Unidos e da África do Sul. Muito se tem escrito sobre a cochonilha e joaninha australianas. Recomendo, porem, da literatura estrangeira, os artigos de MARCHAL (1913) e de POIRAULT e VUILLET (1913) e, dentre os trabalhos nacionais mais interessantes, os de CAMARGO (1920), ELISARDO (1920), GODOY (1932), MARQUES (1927), AUTUORI e FONSECA (1931 e 1938).
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Alem da Rodolia cardinalis (fig. 179, 180) encontra-se tambem no Brasil o Forídeo Syneura cocciphila Coquillet, 1903 (= S. infraposita Borgmeier & Schmitz, 1922) cujas larvas tambem depredam os ovos de Icerya (v. AUTUORI, 1928). Este pequeno Díptero, obtido primeiramente no México, foi depois observado atacando a Icerya em Cuba, Porto Rico e outros paises da região neotrópica (v. AUTUORI).
Fig. 179 - Rodolia cardinalis (Mulsant, 1850), "joaninha australiana" (Coccinellidae, predadora, de Icerya purchasi (muito aumentada). (De Fonseca e Autori, 1933. Man. Citric., fig. 90).
Fig. 180 - Pupa de Rodolia cardinalis dentro da última exúvia larval. (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric, fig. 91).
Há uma outra mosquinha da família Agromyzidae - Cryptochaetum iceryae (Williston, 1888), parasita de Icerya purchasi na Austrália, já introduzida na Califórnia e em Flórida, cuja importância econômica é tão grande quanto a da "joaninha australiana", mostrando igual eficiência no controle da Iceryo purchasi (v. a respeito o interessante trabalho de THORPE (1930). E pena que ainda não se tenha tentado introduzir esse auxiliar no Brasil. Sobre a biologia dos Iceriineos é interessante a leitura do trabalho de HUGHES-SCRADER.
Família O R T H E Z I I D A E 99. Caracteres e espécies mais interessantes - As 40 espécies que constituem esta família, pertencentes, em sua maioria, ao gênero Orthezia Bosc d'Antic, 1784, foram muito bem estudadas por MORRISON (1925).
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T r a t a m - s e de Coccídeos providos de placas ou lâminas céreas, simetricamente dispostas sobre o corpo e na margem do mesmo, formando, na parte posterior, um saco céreo-calcáreo, com aspecto de cauda mais ou menos alongada, às vezes um tanto recurvada para
Fig. 182 - Parte do galho representado na figura anterior, visto com maior aumento (J. Pinto fot.).
Fig. 181 - Orthezia insignis Douglas, 1887 (Ortheziidae), sobre Croton sp. (quasi X 2) (J. Pinto fot.).
cima, chamado ovisaco ou marsupio, porque, nele se acumulam os ovos e é onde tambem ficam, durante algum tempo, as larvas do 1º estádio.
As fêmeas adultas desses Coccídeos, como as larvas, podem deslocar-se sobre a planta em que vivem. Apresentam, ao redor do anus, um anel de cerdas (anel anal), não observado nos insetos da família precedente, aliás os que mais se parecem com os Ortesiideos.
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Das espécies existentes no Brasil a mais frequentemente encontrada é a Orthezia insignis Douglas, 1887, que ataca grande número de espécies vegetais, pertencentes a várias famílias (figs. 181, 182). U m a outra espécie, que às vezes se torna muito prejudicial, é a Orthezia praelonga Douglas, 1891. Família LACCIFERIDAE (Tachardiidae) 100. Caracteres e espécies mais interessantes - Pertencem a esta família os Coccídeos que secretam principalmente laca, substância resinosa de cor amarelada ou avermelhada, soluvel no álcool, que se acumula sobre o corpo do inseto formando espessa carapaça, que o prende ao galho suporte. Em algumas espécies, como Tachardiella (Tachardiella) ingae (Hempel, 1900), devido à aglomeração de grande número de indivíduos e à fusão da laca secretada em grande abundância, os galhos ficam, em maior ou menor extensão, cobertos de um revestimento continuo dessa substância.
Fig. 183 - Tachardiella (Tachardiella) ingae (Hempet, 1900) (Lacciferidae) (C. Lacerda fot.).
Dissolvendo-se a laca, veem-se os corpos das fêmeas, como pequenos sacos de forma ovóide, geralmente irregular, apresentando, numa das extremidades, a saliência onde se acham as peças bucais.
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Na extremidade oposta há um processo ventral, o processo anal, acima do qual se acham dois outros processos em tronco de cone (processos estigmáticos ou brachiae), tendo, na base e em cima, os estigmas metatorácicos e, no ápice, numerosos poros ciríparos (placas braquiais). Entre os processos dorsais e o anal, ou ventral, encontra-se um espinho mais ou menos saliente (espinho anal ou dorsal). A família Lacciferidae compreende muitas espécies, bem estudadas por CHAMBERLIN. O gênero típico da família é Laccifer Oken (= Carteria; Tachardia, auct.), cuja espécie genótipo Laccifer lacca (Kerr, 1782) é a famosa cochonilha da laca, espécie asiática não encontrada no Brasil. As espécies brasileiras são t odas do gênero Tachardiella Cockerell, 1891 (subfamília Lacciferinae, tribu Laceiferini), umas do sub-gênero Austrotachardiella, outras do gênero Tachardiella. No meu catálogo (1936) e no catálogo de LEPAGE (1938) encontram-se as indicações relativas às plantas que parasitam. No Rio Grande do Sul, observei há anos, perto de Pelotas, uma grande árvore, vulgarmente conhecida pelo nome "tipa" (Tipuana speciosa), parecendo ter morrido em consequência do ataque da Tachardiella (Tachardiella) ingae, que cobria quasi totalmente a superfície de todos os galhos da planta (fig. 183). Família
KERMEISIDAE (Kermidae)
101. Caracteres e espécies mais interessantes - FERRIS (1937), relativamente a esta família, assim se manifesta: « This includes groups which have been bandied under various names. Its type is the genus Kermes, which has been referred variously to the Dactylopiinae, Hemicoccinae or a tribu Kermesini. To the family belong other genera which have been referred to the subfamily Dactylopiinae of the FERNALD Catalogue, the subfamily Pseudococcinae of Leonadi, the subfamily Eriococcinae of MAC. GILLIVRAY, or the family Eriococcidae of FERRIS. Included in the family are such North-American genera as Kermes, Olliffiella, Eriococcus, Cryptococcus, Gossyparia, Fonscolombia, Gymnococcus and Xerococcus. The genus Kermes, being nomenclatorilly the oldest, is here accepted as type, following the suggestion of Mrs. LOBDEL.
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No system of classification of the family has been suggested, and it has never received any general study. The family is recognized chiefly on the basis of negative characters. that is, it does not possess abdominal spiracles, brachial plates, dorsal ostioles, an anal operculum, a pygidium, or ordinardy the 8-shaped pores which are characteristic of other groups. The anad ring is normally setigerous and cellular, but is ar times vestigial. The anal lobes are frequently heavily sclerotized and prominent, bur are at times obsolete. The one really positive distinguishing character is to be found in the forro of the tubular ducts, these being reflexed ar their inner extremity to forro a deep cup, from the rim of which rises a filamentous prolongation ». No Brasil as espécies de K e r m e s i d a e mais f r e q u e n t e m e n t e observadas pertencem aos gêneros Eriococcus T a r g i o n i - T o z z e t t i , 1869, sendo Eriococcus araucariae M a s k e l l , 1878, a mais conhecida, frequentemente vista sobre Araucariae. ARISTOTELES SILVA observou o R e d u v i i d e o Zelus leucogrammanus ( P e r t y , 1934) d e p r e d a n d o esse Coccídeo no Rio de Janeiro.
Família
DACTYLOPIIDAE
102. Caracteres e espécies mais interessantes - Mantendo-se o gênero Dactylopius Costa, 1835, separado de Kermesidae, é ele o único r e p r e s e n t a n t e desta família. FERRIS, relativamente à família, diz o seguinte: « If the family be recognized it must be on the basis of the following characters: like the Kermidae, but the anal opening without a setigerous ring, duct as in the Kermidae, very minute and arising each from the center of a chluster of sessile pores. The last character alone definetely separates it from Kermidae ». São desta família as espécies, anteriormente referidas, que atacam Cactaceas e a que se conhece como cochonilha do carmir - Dactylopius coccus Costa, 1835 (Coccus cacti auct., nec Linne). Assinalou-se a existência, no Rio Grande do Sul, do Coccus cacti L. sobre Opuntia sp. Tratar-se-á realmente da espécie de Linnaeus, hoje conhecida como Protortonia cacti (Linne, 1758) (Fam. Margarodidae), ou do Dactylopius coccus Costa, 1835?
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Família P S E U D O C O C C I D A E (Eriococcinae) 103. Caracteres e gênero mais interessante - Os representantes desta família apresentam-se como Coccídeos de corpo ovóide, cujo tegumento, transversalmente enrugado, é parcial ou totalmente revestido de um induto céreo, finamente granuloso, de aspecto farináceo ou cotonoso. Daí a designação vulgar " m e a l y bugs" ("piolhos farinhentos") que os americanos dão aos principais representantes da família, as espécies de Pseudococcus. Vários Pseudococcídeos apresentam, emergindo da m a r g e m do corpo ou somente da parte posterior, prolongamentos céreos mais ou menos conspícuos. Os machos, quasi indistinguiveis das fêmeas nos primeiros estádios, fazem, na fase ninfal, um casulo céreo, nele permanecendo até emergirem como insetos adultos, alados. Dissolvido o revestimento céreo, observa-se, como principal carater e em quasi todas as espécies, a presença dos chamados ostíolos dorsais ("foveolas labiadas" de BERLESE, "cicatrizes", "fossetas ostioliformes labiadas", "labiae"). Veem-se tambem, um anel anal setífero e, na maioria das espécies um par de lobos anais, tendo no ápice uma cerda mais ou menos desenvolvida (fig. 189). As antenas e as pernas variam em desenvolvimento nos diferentes gêneros e, n u m a m e s m a espécie, nos vários estádios. Em muitos destes Coccídeos as pernas manteem-se funcionais nas fêmeas adultas, que, assim, podem deslocar-se com relativa facilidade. As fêmeas ovíparas geralmente poeta os ovos (cerca de 100 a 200) numa espécie de ninho ou saco de filamentos de cera (ovisaco). Desta família há, em nosso país, algumas espécies de grande interesse econômico, aliás todas pertencentes a gêneros que apresentam antenas e pernas não atrofiadas. Dentre eles, incontestavelmente, o mais importante é o gênero Pseudococcus Westwood, 1939, não só pelo número de espécies que o formam, como porque algumas delas são verdadeiras pragas (figs. 184, 185, 186, 187).
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Para a determinação das espécies até agora observadas no Brasil v. a sinopse de COSTA LIMA (1939). 104. - Espécies de Pseudococcus - Antes de tratar das principais espécies do gênero existentes no Brasil, convem dizer sobre as diferenças que permitem distinguí-lo de outros gêneros de Pseudococcidae. Dentre esses devo mencionar Ferrisiana e Phenacoccus. Sobre o último, abstendo-me de referir aqui o judicioso comentário de FERRIS
Fig. 184 - Galho de Citrus infestado por Pseudococcus citri (Risso, 1813) (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric., fig. 70).
(1920), posso, entretanto, dizer, que não conheço Pseudococcus algum com 9 segmentos antenais e um dentículo no bordo concavo das garras tarsais, caracteres esses observados em Phenacoccus. Quanto a Ferrisiana, cujo tipo é representado pelo Dactylopius virgatus Cockerell, 1893, apesar de se tratar de uma espécie ainda até bem pouco tempo considerada um Pseudococcus, pelo seus caracteres gerais e especialmente por ter antenas de 8 segmentos, foi separada em gênero autônomo, não somente pelo aspecto característico de alguns dos mais conspícuos poros glandulares, como por possuir apenas o par de cerários apicais (cerários paranais). Semelhante redução dos pares de cerários tambem se nota nas espécies de Trionymus, que LINDINGER (1936), adorando a sugestão de MORRISON (1922), incluiu no gênero Erium.
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Neste gênero, em grande parte representado por formas com antenas de 7 segmentos, há algumas espécies que se apresentam como em Pseudococcus, isto é, com oito segmentos antenais. Todavia, en-
Fig. 185 - Pseudococcus citri (Risso, 1813) (Pseudococcidae), em frutos de cacaoeiro (original gentilmente cedido por Bondar).
quanto que em Pseudococcus há, distintos, pelo menos 5 pares de cerários, em Erium não se veem mais de 4 pares. Quanto ao Pseudococcus nipae (Maskell, 1892) (= P. pseudonipae (Cockerell; P. dubia Maxw.; (?) P. magnoliae Hambleton, 1935) (fig. 193), ainda hoje citado por alguns autores como um Pseudococcus, não obstante apresentar uma singular cobertura de saliências céreas de forma
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piramidal e antenas sempre com menos de 8 segmentos, foi incluido por LINDINGER (1924) no gênero Ceroputo. Ao meu ver, deviam ser separados em gêneros à parte as espécies de Pseudococcus, como P. rotundus Morrison, 1922, da Guiana Inglesa, que, possuindo todos os caracteres estruturais do gênero (antenas normalmente de 8 segmentos, nunca menos de 5 pares de cerários e garras tarsais sem dentículo), teem mais de 6 cerdas no anel anal. LEPAGE acha que P. grandis Hempel, 1900, que tem o último par de cerários com 15 espinhos cerarianos, deve ser t a m b e m separado em gênero autônomo. As espécies de Pseudococcus são frequentemente encontradas nas partes epígeas das plantas. Várias, porem, infestam as partes hipógeas e, neste caso, ou se t r a t a de u m a espécie exclusivamente radicítola, com caracteres que lhe são peculiares, ou então de um Pseudococcus, habitualmente encontrado nas partes aéreas, que, transportado para as raizes, nelas se assesta transitória ou definitivamente Tais indivíduos, adaptando-se à vida subterrânea, morfologicamente indistinguiveis das formas que h a b i t a m as partes epígeas, podem constituir u m a raça biológica, com caracteres etológicos que lhe são peculiares, capaz de determinar alterações, que podem comprometer seriamente a vida da planta. E' o que se tem observado com o Pseudococcus citri (Risso, 1813) e com o Pseudococcus comstocki (Kuwana, 1912). E m fins de 1927, inspecionando cafezais de Pernambuco e da Paraiba, tive o ensejo de encontrar frequentemente fêmeas de Pseudococcus citri em raizes de cafeeiros definhados. Muitas dessas plantas a p r e s e n t a r a m as raizes mais ou menos deformadas por bossas ou nodosidades, c, internamente, criptas revestidas de um induto branco ou creme, nas quais se a n i n h a r a m larvas e ninfas de machos de Pseudococcus citri. Escreví então (1928) o seguinte: "Tal disposição, que denuncia uma adaptação especial dessas formas do P. citri ao cafeeiro, creio que ainda não tinha sido observada. As preparações que fiz da ultima forma larval do macho de P. citri, fazem-me suspeitar que a espécie P. cryptus Hempel, a julgar pela descrição deficiente dessa espécie dada pelo autor, corresponde áquelas formas evolutivas de P. citri".
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Tempos depois (1930), examinando raizes de Citrus de Campo Grande (D. Federal) (fig. 190), que apresentaram exatamente o mesmo aspecto das raizes dos cafeeiros do Nordeste, isto é, com tuberosidades mais ou menos salientes e, no interior, criptas igualmente revestidas de um induto de natureza cérea e fúngica, que as enchia parcialmente e no meio do qual havia um Pseudococcus em vários estádios de desenvolvimento, julguei tratar-se da mesma espécie observada sobre raizes de cafeeiro. Dessa vez, porem, achei várias fêmeas adultas. E como estas não eram seguramente fêmeas de P. citri, considerei-as provavelmente da espécie P. cryptus Hempel, concluindo ter errado quando imaginei que as larvas de último estádio e as pupas de macho, encontradas nas nodosidades dos cafeeiros do Nordeste, eram de P. citri. Pouco tempo depois JAMES (1932) verificou, em raizes de cafeeiro da Africa Oriental, exaFig. 186 - Tubo digestivo de Pseudococcus citri; 1, esôfago; 2, camara filtro; 3, tubos de Maltamente o que eu observa-la pighi: 4, e 5, intestino; 6, reto. (De Weber, no Nordeste, mostrando que o 1930, fig. 175 segundo Berlese). Pseudococcus das raizes, morrologicamente indistinguivel do P. citri, é uma raça biológica diferente, incapaz de viver nas partes epígeas. 105 - Pseudococcus comstocki (Kuwana, 1912) (fig. 188, 189). Revendo ulteriormente (1939) o material de Pseudococcus, colhido em Citrus do Distrito e do Estado do Rio, tive o ensejo de verificar o acerto da observação de COMPERE (in HAMBLETON), de ser o Pseudococcus comstocki a espécie mais frequentemente encontrada nos laranjais da citada região. Não me foi possivel distinguir, morfologicamente, dessa espécie, a que anteriormente (1930) considerara como P. cryplus, encontrada em raizes de Citrus do Distrito Federal.
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Alias, GONÇALVES, observando o comportamento do Pseudococcus comstocki em Citrus, na Baixada Fluminense, já havia chegado à conclusão de que o chamado Pseudococcus cryptus, em raízes de Citrus, é simplesmente uma forma radicícola daquela espécie. Eis os principais trechos do trabalho que GONÇALVES escreveu sobre o assunto: « Conhecida a identidade específica dos exemplares de Pseudococcus colhidos nas partes aéreas e subterrâneas da laranjeira, restava saber se o coccídeo em apreço vivia normalmente nas raízes ou nas folhas e como procedia para passar de uma para as outras partes da planta. Pela observação continuada, pude verificar que o ataque subterrâneo é acidental, vivendo o cito coccídeo normalmer, te nas folhas das laranjeiras. Estudando os seus movimentos, observei fêmeas descendo com as próprias pernas pelo tronco das laranjeiras e penetrando nas galerias dos formigueiros da "formiga ruiva" (Solenopsis saevissima var. moelleri Forel, 1904). Aparentemente não há objetivo nem direção determinados nesses movimentos, que se dão de preferência nos dias nublados de agosto, setembro e outubro. Assim como algumas fêmeas saem da colônia em que se criaram e mudam de galho para infestar novas folhas, outras descem pelo tronco e penetram nas galerias dos formigueiros, princiFig. 187 - Representação esquemática da figura palmente quando localianterior. (De Weber, 1930, fig. 176a). zadas em redor do coleto. Isso elas fazem obedecendo ao instinto de procurarem lugares pouco iluminados e mais ou menos bem defendidos, como procedem nas partes aéreas. Outras continuam a caminhar, avançando sem destino pela superfície do solo; às vezes sobem em plantas que não lhes servem como hospedeiras, mas logo as abandonam, procurando outros lugares mais ade-
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quados. Vi, t a m b e m , f r e q u e n t e m e n t e , o p e r á r i a s d a f o r m i g a r u i v a carreg a n d o fêmeas de d i v e r s a s i d a d e s p a r a d e n t r o de seus n i n h o s . M a s n u n c a o " p s e u d o c o c o " * se e n t e r r a pelo p r ó p r i o esforço. P a r e c e - m e q u e a m b o s os casos d e t r a n s p o r t e p a r a as raizes n ã o c o n s t i t u e m u m h á b i t o n o r m a l d a espécie, pois não a c o n t e c e ao P. comstocki o que se o b s e r v a p o r e x e m p l o no caso da Phylloxera d a v i d e i r a , em que h á u m a v e r d a d e i r a fase r a d i c í cola, por sinal, biológica e m o r f o l o g i c a m e n t e d i f e r e n t e d a s f o r m a s a é r e a s , que n ão d e p e n d e de o u t r o s insetos p a r a e n t e r r a r - s e e d i r i g i r - s e às r a i z e s
Fig. 188 - Pseudococcus comstocki, fêmea adulta. (De Costa Lima, 1930, fig. 1) (X 45). Fig. 189 - Parte caudal do inseto representado na figura anterior, para se ver o anel anal e respectivas cerdas (6); de cada lado, o ultimo par de cerarios (cerários anais ou paranais) com 2 espinhos ceraririanos e os lobos anais pouco salientes, tendo ainda um deles a respectiva cerda. (De Costa Lima, 1939, fig. 3) (X 185).
O Pseudococcus comstocki é um coccídeo de larga distribuição geográfica, e x i s t i n d o em v á r i o s países do m u n d o . N o B r a s i l j á foi r e f e r i d o no D i s t r i t o F e d e r a l , e nos E s t a d o s do Rio de J a n e i r o e de S ã o P a u l o . T e m a s p e c t o c a r a c t e r í s t i c o das espécies desse gênero, s e ndo o seu corpo r e v e s tido de u m a cera f a r i n á c e a que n a s b o r d a s do corpo se p r o l o n g a e m fila* Neste trabalho, o termo "pseudococo" significa sempre Pseudococcus comstocki.
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mentos finos correspondentes a grupos de glândulas cericígenas existentes no tegumento. A fêmea, quando completamente desenvolvida, mede 2,5 a 3 mm. de comprimento e 1, 5 a 2 mm. de largura. O seu corpo sob a cera é, em geral, de cor creme rosada, mas, às vezes, apresenta-se cinzentoesverdeado claro, sem que isto signifique variedade ou diferença biológica. Na mesma folha podem-se observar exemplares de ambas as cores, assim como nas lojas subterrâneas. Normalmente ovípara, a fêmea dessa cochonilha põe ovos numerosos de cor creme, envoltos em um emaranhado de fios finos de cera soltos e enovelados, secretados d u r a n t e a postura. Mas, às vezes, a segmentação se dá de todo ou em parte no interior do corpo da fêmea, do que resulta, alem dos ovos normais, ovos que não dão nascimento imediato aos jovens e tambem um verdadeiro parto de jovens. Esse caso estranho não é consequência de fatores ecológicos, pois no mesmo dia e na mesma folha, já o observei várias vezes. P a r a verificá-lo melhor, fiz lâminas d e diversas fêmeas colhidas em folhas de laranjeiras e em período de reprodução, observando algumas que e n c e r r a r a m jovens perfeitamente formados. Os jovens recem-nascidos são bastante ativos e andam muito à procura de um lugar para se fixarem, mas a sua mortalidade deve ser bem elevada. Alguns se fixam em poucas horas, mas outros levam quasi 30 dias sem fixarem e sem crescerem, enquanto irmãs suas nesse tempo já atingiram o último estádio (Observação em maio-junho de 1938). O ciclo biológico completo é por isso de duração muito variavel, tendo eu visto indivíduos levarem três meses para atingirem o estado adulto. Esse ciclo está, entretanto, incompletamente estudado, pois não consegui criar até o fim diversos jovens cujo desenvolvimento comecei a observar, pois há grande dificuldade em criar-se o P. comstocki ao ar livre sem o auxílio da formiga ruiva. Só mesmo em estufas ou insetários à prova de gotas de chuva, a r a n h a s e joaninhas, é possivel realizar-se um estudo completo do ciclo biológico dessa espécie. Aliás, no primeiro período deste trabalho, preocupei-me especialmente com a parte da biologia que podia interessar imediatamente o combate às criptas. O Pseudococcus comstocki nunca foi observado em outros hospedeiros no Brasil, senão nas plantas cítricas. Em muitos pomares, os capins e as ciperáceas, principalmente a "tiririca" (Cyperus rotundus) apresentam as raizes frequentemente atacadas por um Pseudococcus, mas a espécie não é a mesma que ataca as laranjeiras: geralmente é P. brevipes (Ckll.). Nas partes aéreas da laranjeira, o P. comstocki prefere localizar-se em folhas enroladas ou dobradas em consequência do ataque anterior do "pulgão preto", Toxoptera citricidus (Boyer), nas folhas entreunidas ou dobradas por diversas aranhas para a construção do ninho em grupos compactos de folhas e frutos ou emforquilhas de galhos finos. Encontra-se tarobem em galhos e folhas descobertos, quasi sempre sombreados, em ajuntamentos crescentes, mas essas colônias, se não forem depois cobertas por uma camada de fumagina que protegidas pelas formigas, não progridem e
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dificilmente resistem a urna chuva forte. As colônias do Pseudococcus comstocki segregam tal quantidade de "melado" (que nada mais é que fezes líquidas açucaradas), em geral expulso com violência e depositado nas folhas e nos frutos, que a seu ataque logo segue o da fumagina, fungo preto do gênero Capnodium, que suja e afeia as folhas e os frutos que estão na vizinhança da colônia. Essa fumagina não se desenvolve pas partes subterrâneas. Nos lugares em que houve colônias e onde ainda permanecem restos de peles e cera do P. comstocki e um pouco de fumagina, desenvolve-se muitas vezes o "feltro" ou "camurça", Septobasidium pseudopedicellatum Burt, fungo que, como se sabe, quasi sempre acompanha o ataque de coccídeos O P. comstocki tem instintos gregários e gosta de lugares sombrios e escondidos. Se colocarmos uma folha atacada em uma laranjeira sã, as fêmeas, ao saírem dela, vão formar diversos agrupamentos, de preferência em folhas dobradas ou bem sombreadas. Os meses secos do inverno, são, na Baixada, os mais favoraveis ao seu desenvolvimen to e multiplicação nas partes aéreas. A infestação do P. comstocki, quando acompanhada pela da formiga ruiva, atinge o máximo em setembro e outubro; depois diminue, tornando-se mínima de janeiro a abril, exatamente como acontece à atividade dessa formiga. Sem o seu auxílio, nunca vi forte ataque aéreo pelo Pseudococcus, nem pude conservar ao ar livre uma colônia viva por mais de três meses em uma laranjeira artificialmente infestada. O ataque subterrâneo, embora sendo acidental (pois depende das formigas), deve no entanto desempenhar um papel importantíssimo na conservação da espécie, pois, embora as formas instaladas nas criptas saiam dalí com grande dificuldade (creio que só o conseguem as formas jovens e quando aproveitam galerias de formigueiros ou são auxiliadas pelas formigas), não estão sujeitas a grandes flutuações de população, como nas partes aéreas. No interior das lojas há sempre um número relativamente reduzido de pseudococos, mas aproximadamente constante. Aí eles não são mais protegidos pelas formigas. Pelo menos nunca as vi circulando no interior das criptas. Os pseudococos passam a ser defendidos pelo timão que os protege, tanto contra a secura excessiva, como da umidade em demasia; o melado secretado é todo absorvido pelo fungo e não há falta de ar. As laranjeiras adultas não apresentam em si mesmas sinal algum que se possa indigitar seguramente como sintomático da existência de criptas nas raizes. A clorose das folhas, apontada como sinal do ataque em mudas novas nada indica a este respeito quando se trata de laranjeiras adultas. Danos e prejuizos - Quando ataca as partes aéreas, o P. comstocki não causa grandes prejuizos: apenas concorre para o revestimento das folhas e frutos com uma camada de micélio da fumagina, que afeta os frutos depreciando-os comercialmente e faz cair algumas folhas muito atacadas. Mas nunca observei nem tive noticias desse coccídeo ter causado manchas
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Fig. 190 - Raizes de laranjeira atacadas por Pseudococcus comstocki. (De Costa Lima, 1930, est. 6).
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n o s f r u t o s n e m d e s f o l h a m e n t o s ele á r v o r e s inteiras, como o b s e r v o u RIVNAY n a Palestina. A q u í n a Baixada, o s e u maior d a n o se p r o d u z q u a n d o se associa c o m o f u n g o já referido, f o r m a n d o criptas. N e s t e caso, como já vimos, pode ocasionar o d e p a u p e r a m e n t o de laranjeiras, a q u e d a de f r u t o s e m g r a n d e q u a n t i d a d e a n t e s do a m a d u r e c i m e n t o e a t é m e s m o a m o r t e de l a r a n j e i r a s m u i t o a t a c a d a s , e m b o r a os casos fata is s e j a m raros. As formigas - A formiga responsavel pelo ataque subterrâneo é, na Baixada Fluminense, na maioria dos casos, a Solenopsis saevissima var. moelleri Forel, 1904, vulgarmente conhecida como "formiga ruiva", "form i g a l a v a - p é s " ou " f o r m i g a de fogo" * espécie m u i t o c o m u m q u e d e f e n d e o Pseudococcus comstocki nas partes aéreas da laranjeira e permite a sua descida p a r a as raizes. O proveito q u e ela d á ao pseudococo n a s p a r t e s aéreas, consiste n a r e u n i ã o de folhas p a r a f o r m a r c a v i d a d e s f e c h a d a s e n a c o n s t r u ç ã o de t u neis e v e r d a d e i r a s casas c o m p a r t í c u l a s de casca, de pétalas, de p a l h a e, às vezes, m e s m o de areia, t u d o a g l u t i n a d o c o m u m a secreção e m a i s t a r d e r e c o b e r t o p o r u m a c a m a d a de f u m a g i n a ; o u t r a defesa i m p o r t a n t í s s i m a para a vida do pseudococo é o asseio que a formiga ruiva estabelece nesses lugares, onde a a t m o s f e r a é c o n s e r v a d a e m g r a u altíssimo de u m i d a d e . Ás vezes, essas defesas são feitas só c o m u m m a t e r i a l : a f u m a g i n a , q u e é por elas p o d a d a e e d u c a d a à v o n t a d e . E m tais casas, as colônias estão b e m d e f e n d i d a s c o n t r a a a ç ã o m e c â n i c a dos pingos de c h u v a , o m e l a d o q u e f o r n e c e m é e m g r a n d e p a r t e a b s o r v i d o pelas formigas, a f u m a g i n a t e m o c r e s c i m e n t o r e g u l a d o e os p a r a s i t a s e m s u a m a i o r i a são i m p e d i d o s de as a t a c a r e m . Eliminada a formiga ruiva, a primeira consequência notavel contrária ao d e s e n v o l v i m e n t o do pseudococo é o c r e s c i m e n t o r i g o r o s o e d e s o r d e n a d o d a f u m a g i n a , q u e n ã o m a i s se limita a f o r m a r tetos e paredes: c o m e ç a a emitir ramificações e n t r e l a ç a d a s o c u p a n d o os espaços q u e a n t e s f o r m a v a m galerias. Os pseudococos p a s s a m a ficar m a l instalados, r e d u z i d o s e m n ú mero por falta de proteção contra as intempéries e devido à invasão das colônias indefesas pelas " j o a n i n h a s " e "lixeiros", s e g u i n d o - s e a d e c a dência r á p i d a de s u a s colônias, a s o l t u r a e q u e d a d a f u m a g i n a e, finalm e n t e , o d e s a p a r e c i m e n t o d o s pseudococos. A formiga ruiva faz formigueiros de dois tipos principais: os de coleto e os de enxame, quasi sempre em solo arenoso ou frouxo. Os de coleto, m a i s c o m u n s , são s i t u a d o s n a b a s e dos t r o n c o s ; e s t e n d e m - s e a t é certa a l t u r a no m e s m o e a p r o f u n d a m - s e p a r a a t e r r a q u e circ u n d a as raizes centrais. São esses f o r m i g u e i r o s q u e a l o j a m as f o r m i g a s p r o t e t o r a s do pseudococo. P a r a construí-los, a f o r m i g a r u i v a n ã o e n c o n t r a dificuldades de e n g e n h a r i a : q u a n d o precisa, faz galerias n o solo e n o s u b solo, tuneis de t e r r a n o s troncos, que, às vezes, a l c a n ç a m os g a l h o s e p o n t e s de areia s o b r e cintas de visgo. *
Provavelmente
devido
à
sua
picada
ardente.
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Os de enxame, que aparecem numa proporção de um para 4 a 7 de coleto, formam saliências ou montes na superfície do solo e na criação de larvas que produzirão machos e fêmeas alados, que na época apropriada enxameiam, isto é, saem do ninho por aberturas previamente preparadas, em quantidades enormes, com o fito de fundarem novos formigueiros; varias gerações de indivíduos sexuados nascem de cada formigueiro de enxame, havendo uma separação de sexos muito interessante: certos formigueiros produzem quasi exclusivamente fêmeas e outros dão nascimento a machos em muito maior número que fêmeas *. Os formigueiros de enxame formam-se cada ano de agosto a novembro e os de coleto aparecem pouco mais cedo e extinguem-se pouco mais tarde. De janeiro até junho é relativamente raro verem-se formigueiros da formiga ruiva. São às vezes, profundos, de mais de um metro, mas, geralmente, não passam de 40 a 50 cm de profundidade; de diâmetro teem, em geral, uns 30 a 40 cm na superfície do solo e de altura uns 10 a 20 cm. Quando localizados perto das laranjeiras, ficam de preferência do lado norte, onde há menos sombra ou mesmo não há sombra no inverno e na primavera. A enxameagem dá-se de agosto a novembro e começa aproximadamente às 10 horas da manhã, voando as formas sexuadas na mesma direção do vento ror ocasião. Depois de realizada, os ninhos extinguem-se ou são abandonados e finalmente desmoronados e em parte destruidos pela chuva. A formiga ruiva alimenta-se das secreções dos coccídeos e pulgões, (la selva de tecidos tenros que cortam, do suco adocicado das frutas, de insetos mortos ou acidentalmente imobilizados, mas nunca a vi atacando insetos adultos vivos e perfeitamente sãos. Não é somente do Pseudococcus comstocki que essa formiga aproveita a secreção adocicada. Na laranjeira é comum vê-la assistindo o Coccus hesperidum L., Coccus viridis (Green), a Saissetia hemisphaerica (Targ.), a Saissetia oleae (Bernard), da família Coccidae, o Aleurothrixus floccosus (Mask.) da família Aleyrodidae e a Toxoptera aurantii, da família Aphididae. A nenhum deles dá, porem, uma proteção tão eficiente, provavelmente por não fornecerem "melado" em tanta abundância, nem se desenvolverem com mais força devido à sua proteção como o pseudococo. Mas a formiga ruiva não produz somente prejuízos indiretos por proteger cochonilhas e pulgões. Estabelecendo os seus ninhos na base do tronco, rói a casca sob as galerias, pondo a descoberto tecidos indefesos que podem facilmente contrair a "gomose", uma das piores doenças da laranjeira. O roimento da casca do coleto é sobretudo notavel nos viveiros, onde muitas mudas jovens morrem ou ficam inutilizadas em consequência desse ataque. Em laranjeiras adultas rói tambem as folhas, os galhos novos e as flores para sugar a exsudação abundante de seiva dos tecidos novos Alem das de operárias.
formas
sexuadas,
os
formigueiros
de
enxame
produzem
tambem
grande
número
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I N S E T O S DO B R A S I L cortados. As folhas são roidas aos pequenos pedaços, sendo renovados os cortes à proporção que os anteriores vão secando, não mais fornecendo selva. As flores são roidas nas pétalas e no ovário para o mesmo fim, fato este que geralmente traz a inutilização de multas flores como futuros frutos. Já observei tambem a formiga ruiva perfurando a casca de laranjas maduras e perfeitamente sãs. das variedades "pera" e "seleta" para sugar-lhes o suco adocicado, que também aproveitam quando encontram laranjas acidentalmente cortadas ou perfuradas. Outras formigas se aproveitam da secreção do Pseudococcus comstocki, dando-lhe em troca alguma proteção, mas nenhuma lhe é tão util como a formiga ruiva. Para introduzir o pseudococo no solo e dele o desenterrar, deve ser bem importante a "sará-sará" de pernas ruivas, Camponotus rufipes Forel, que frequentemente faz, como a formiga ruiva, ninhos em redor do coleto e outros afastados do tronco, mas abrangendo com suas galerias o sistema radicular das laranjeiras nos pomares. Porém a proteção desta formiga ao pseudococo nas folhas é mínima, sendo as relações entre ambos quasi exclusivamente proveitosas à formiga. Uma vez observei uma colônia de pseudococos em uma folha dobrada e entreunida (tom outra com o auxílio de cisco aglutinado c fumagina protegida por diversas operárias de Camponotus cingulatus Mayr, que estavam lhe prestando muito boa assistência; mas não conseguí descobrir o seu formigueiro nem vi repetir-sé o fato. Diversas outras formigas tambem se aproveitam do melado fornecido pelo pseudococo sem lhe dar em troca nenhuma vantagem. Entre elas destacam-sé Dorymyrmex pyramicus var. niger Pergande, Cremastogaster quadriformis subsp. gracilior For., 1901, var. e a "formiga argentina", Iridomyrmex humilis Mayr (determinações de T. BORGMEIER) por serem mais comuns. Nenhuma dessas formigas se aproxima de uma colônia protegida pela ruiva, que é temida por todas elas. O fungo - O ataque do Pseudococcus comstocki ás raizes da laranjeira é sempre seguido pelo aparecimento do micélio de um fungo que cobre toda a colônia, circundando a raiz nas partes atacadas ou apenas envolvendo uma fêmea ou uma pequena colônia, sem abarcar toda a raiz, mas que não se adapta a ela por completo. Deixa espaços livres ou lojas onde ficam os peseudococos. Essa espécie de bainha tem a consistência e o aspecto coríaceos, podendo medir de menos de 1 cm. até mais de 50 cm. de comprimento e menos de 1 cm até 3 cm de diâmetro, incluida a raiz. Apresenta externamente cor variavel, que pode ser creme-esverdeada ou cinzento-esverdeada clara quando nova e pardo-esverdeada, castanha ou parda escura, quasi preta, quando mais velha; internamente, o micélio é pardo escuro, castanho-claro ou creme, sendo branca a superfície que faz contacto com os peseudococos tanto na parede fúngica, como na raiz. A
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esse revestimento fúngico que forma as nodosidades nas raizes, contornando os coccídeos, convencionaram os entomologistas fitossanitaristas do país chamar de "criptas" *. Pelo que já pude observar, deve ser o seguinte o mecanismo dessa simbiose: os pseudococos, entrando por si ou levados por operárias da formiga ruiva para o interior dos formigueiros, instalam-se com o consentimento das formigas em uma raiz por elas descoberta, aí passando a viver.
Fig. 191 - Folha de Citrus infestada por Pseudococus longispinus (Targioni-Tozz., 1869.) (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric. Fig. 71)
A colônia cresce e se multiplica, e, pela expulsão violenta do melado, vai fornecendo Das paredes da galeria, que contorna a raiz atacada, um meio favoravel ao desenvolvimento de certo fungo. Algum espório ou partícula de micélio desse fungo, que deve existir na terra e na poeira aérea, vem a desenvolver-se de encontro às paredes da galeria e a camada de fungo vai aos poucos engrossando e contornando a colônia, absorvendo-lhe toda a produção ao melado alimentício. Essa simbiose é necessaria ao fungo, pois nunca o encontrei na ausência dos pseudococos, e, morrendo estes, pouco depois o fungo apodrece. As criptas são sempre superficiais, nunca as tendo eu visto a mais de 40 cm de profundidade. O fungo formador das criptas tem a biologia semelhante à do Bornetina corium Mangin & Viala da videira na Palestina e do Polyporus coffeae Wakef do cafeeiro em diversos países da África como estes contornando colônias de coccídeos e vivendo principalmente à custa de sua secreção açucarada. A nossa espécie era de classificação desconhecida, mas agora parece-me que encontrei as suas frutificações: obserrando a constância extraordinária com que aparecia certo "cogumelo * A cripta é vulgarmente conhecida em Nova Iguassú como "pipóca" da raiz, segundo me declarou C. H. REINIGER.
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I N S E T O S DO B R A S I L
de c h a p é u " (Poliporácea) n a superfície d a t e r r a e m r e d o r d a s l a r a n j e i r a s p o r t a d o r a s de c r i p t a s n a s raizes, verifiquei m a i s de 100 vezes q u e c a d a esporóforo ou g r u p o de esporóforos do m e s m o c o r r e s p o n d i a s e m p r e a u m a cripta q u e e s t a v a i m e d i a t a m e n t e abaixo de s e u p e d ú n c u l o , a u m a d i s t â n cia de 5 a 10 cm, às vezes a t é 20 cm; t e n d o o b s e r v a d o t a m b e m q u a t r o casos e m q u e o p e d ú n c u l o do cogumelo e s t a v a ligado ao micélio d a cripta, julguei e v i d e n t e ser a poliporácea e m q u e s t ã o o corpo frutífero do f u n g o d a cripta. E s s e cogumelo foi d e t e r m i n a d o pelo especialista J. RICK como s e n d o uma das suas espécies descritas do Rio Grande do Sul, Boletus tropicus Rick, 1937. Os esporóforos desse f u n g o são f o r m a d o s de u m p e d ú n c u l o de cor c a s t a n h a e s c a r a ou c a s t a n h a e s v e r d e a d a , s u p o r t a n d o u m " c h a p é u " ou píleo s u p e r i o r m e n t e de cor c a s t a n h a ou c a s t a n h a e s v e r d e a d a , e inferiorm e n t e m u l t i p e r f u r a d o e de cor igual ou p o u c o m a i s clara q u e a de cima; m e d e m 10 a 15 c m de a l t u r a e 5 a 25 de d i â m e t r o e são de c o n s i s t ê n c i a mole e f a c i l m e n t e putresciveis, n ã o d u r a n d o sobre a terra, n o r m a l m e n t e , m a i s de três dias. A p r e s e n t a m - s e isolados ou e m g r u p o s de dois a q u a torze chapéus, às vezes soldados u n s aos outros. A p a r e c e m na, época c h u v o s a e q u e n t e , depois de a l g u n s dias de c h u v a seguidos de sol. J á os obserr e i desde 21 de s e t e m b r o a t é 12 de maio. E m r e d o r de l a r a n j e i r a s s e m criptas nunca se desenvolvem, sendo por isso um sintoma seguro da presença de c r i p t a s n a s raízes d a s l a r a n j e i r a s sob c u j a s copas a p a r e c e m . N u n c a vi n a B a i x a d a a c o n c o m i t â c i a de c r i p t a s c o m micólitos (sap o r e m a s ) como refere ARNAUD p a r a a P a l e s t i n a . Como principia a simbiose do Pseudoccus com o Boletus, não Pude a i n d a verificar e x a t a m e n t e , m a s é c o n v e n i e n t e esclarecer q u e n u n c a observei u m a g r a n d e colônia de P. comstocki n a s raízes d a laranjeira, n a a u s ê n c i a do r e v e s t i m e n t o fúngico. E s t e fato m e fez a f a s t a r d a p r i m i t i v a idéia q u e a colônia crescia de todo ou em g r a n d e p a r t e livre do fungo, p a r a depois, em certa época, cobrir-se com ele. S e m p r e q u e observei os p s e u d o cocos d e s c o b e r t o s n a s raizes, h a v i a u m a p e q u e n a família ou u m a f ê m e a s e m e n t e . Depois de a l g u m t e m p o , a p e q u e n a colônia se cobre c o m a cam a d a de fungo; daí, p r o v a v e l m e n t e a cripta vai crescendo à p r o p o r ç ã o q u e cresce a colônia do pseudococo, d a n d o e m a l g u n s m e s e s ou anos, form a ç ã o a e x t e n s a s criptas. As c r i p t a s g e r a l m e n t e se localizam e m raizes fibrosas de 3 a 10 m m de d i â m e t r o e p o u c a s vezes n a s m a i s tinas, a i n d a n ã o c u t i n i z a d a s , que, como se sabe, são os únicos orgãos a b s o r v e n t e s d a s soluções n u t r i t i v a s do solo. N a s raizes principais e no coleto d a s l a r a n j e i r a s a d u l t a s n u n c a se des e n v o l v e m criptas, m a s isto acontece a l g u m a s vezes em m u d a s jovens. U m fato i m p o r t a n t e a n o t a r - s e é q u e as raizes p o r t a d o r a s de criptas m u i t o extensas, f r e q u e n t e m e n t e m o r r e m ao fim de certo t e m p o , a c o m e ç a r d a p a r t e q u e fica a d i a n t e delas, isto é, a p a r t i r d a s raízes m a i s tinas, depois m o r r e n d o a região a t a c a d a . E s t e fato c o n s t i t u e a r a z ã o p r i n c i p a l d a
COCCOIDEA
233
nocividade do ataque do Pseudococcus comstocki à laranjeira. Seguem-se a m o r t e d a colônia d a cochonilha (o pseudococo n ã o s a b e reagir a tal e v e n tualidade, pois n ã o a b a n d o n a a c r i p t a n e s s a ocasião), a m o r t e , o a p o d r e c i m e n t o e d e s a p a r e c i m e n t o do f u n g o d a c r i p t a e, f i n a l m e n t e , o a p o d r e c i m e n t o d a raiz. M a s n e m s e m p r e as criptas p r o d u z e m a m o r t e d a s raizes a t a c a d a s , h a v e n d o casos de d u r a r e m m e s e s e a n o s e n f r a q u e c e n d o as p l a n t a s s e m m a ç a r e m as s u a s raizes. A m o r t e d a s raizes a t a c a d a s pelas c r i p t a s pode ser a t r i b u í d a à prim e i r a v i s t a a d i v e r s a s causas, e n t r e as q u a i s a d e s t r u i ç ã o m e c â n i c a d a s células d a casca ou m e s m o do liber d a s raizes, o c a s i o n a d a pela introd u ç ã o de u m g r a n d e n ú m e r o de t r o m b a s ; pela injeção d e t o x i n a s ou e n z i m a s p r o d u z i d o s pelo p s e u dococo; o u m e s m o pela p r e s e n ç a do fungo, c a u s a n d o p a r a s i t i s m o ou asfixia. Não podendo decidir-me por n e n h u m a d e s s a s hipóteses, por f a l t a de meios p a r a estudá-las, p r o p ú s ao i l u s t r a d o citologista FERNANDO MILANEZ, do J a r d i m Botânico do Rio de J a n e i r o , q u e fizesse u m e s t u d o d a s células d a s raízes de l a r a n j e i r a s c o m criptas, q u e lhe fornecí p a r a d e s l i n d a r o caso; e ele, a c e i t a n d o a p r o p o s t a , fez m a i s q u e isso, a i n d a o b s e r v o u Fig. 192 - Pscudococcus longispinus (Targ.fatos de g r a n d e i m p o r t â n c i a a Tozz., 1869) (Pseudococcidae), femea adulta respeito d a s c r i p t a s e d a s consefortemente aumentada. (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric., fig. 72). q u ê n c i a s q u e a c a r r e t a m , q u e só o citologista, c o m a s u a técnica especial o seus recursos seguros, poderia descobrir. É o que se vai ler no artigo que segue a este. Não é só o Pseudococcus comstocki que vive em criptas: já observei duas vezes, em mudas de laranjeiras arrancadas de viveiros, criptas com Coccus viridis (Green) (material oferecido por JAIR PIRES, colhido no município de Iguassú, Estado do Rio de Janeiro). Tambem não são só as plantas do gênero Citrus que hospedam criptas; fora os casos referidos na Palestina em associação com Pseudococcus vitis (Niediel), em raizes de videira e na Africa em associação com Pseudococcus citri (Risso), P. lilacinus Ckll. e Lachnodius greeni atacando raizes de cafeeiro há no Brasil referência de críptas em raizes de cafeeiro com Pseudococcus citri (Risso) ou cryptus Hempel, em Pernambuco; de laranjeira, no Distrito Federal, Estado do Rio de Janeiro e de São Paulo; já as vi tambem em raizes de milho, em associação com Pseudococcus brevipes
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(Ckll.) (material de Lorena, Estado de São Paulo, oferecido por A. G. de MACEDO SOARES) e com esse mesmo coccídeo em raizes de uma leguminosa silvestre (material do município de Iguassú, Estado do Rio de Janeiro, oferecido por CARLOS H. REINIGER)." GONÇALVES conclue a sua contribuição tratando dos meios de combate mais aconselhaveis, baseados nas observações e experiências que empreendeu. Verifica-se, assim, que o emprego de u m a solução de cianeto de sódio, a 3 por mil, à razão de 10 litros por m2, mata as formas radicícolas, apesar de, às vezes, danificar t a m b e m as raizes tratadas. Como meios preventivos - na opinião do autor, os mais econômicos e eficientes - deve combater-se o Pseudococcus comstocki nas folhas mediante emulsões oleosas e, sobretudo, destruir os formigueiros de Solenopsis com solução de creolina a 0,5% ou de 0,5% de cianeto de potássio ou de sódio. 106. Pseudococcus brevipes (Cockerell, 1893). No Brasil encontra-se este piolho em várias plantas, não somente nas raizes, como tambem nas partes epígeas das mesmas. Os primeiros exemplares deste Pseudococcus por mim examinados foram colhidos em Ananas sativus (Distrito Federal e E. do Rio), em raizes de bananeira (Musa sp.) (Mato Grosso) e da cana de açucar (Saccharum officinarum) (Pernambuco) e em frutos de Arachis hypogea (São Paulo). Examinei tambem outros espécimes de várias localidades do Rio, apanhados pelo eng. agr. CARLOS REINIGER, em fendas no caule do abacateiro (Persea gratissima), sobre caule de jaboticabeira (Myrcia jaboticaba) e em raízes de Cleobulia multiflora. Do mesmo técnico recebí o mesmo inseto colhido em raízes de uma Leguminosa não (determinada, vivendo em trofobiose com fungo, exatamente com as formas radicícolas de P. citri e de P. comstocki, anteriormente estudadas. É tambem o P. brevipes a espécie que se encontra comumente no Distrito Federal em raizes de tiririca (Scleria sp.), a qual, aliás, não me parece diferente da que GREEN (1933) descreveu com o nome - P. radicis. Em Hawaii o Pseudococcus brevipes é o mais sério inimigo do abacaxí, por ser o causador das lesões que caracterizam as doenças
COCCOIDEA
235
conhecidas pelos nomes "mealy bug wilt of pineapples" e "green spotting of pineapple", ambas devidas à ação tóxica da substância injetada com a saliva do inseto nos tecidos da planta. O assunto é magistralmente estudado na série de trabalhos de CARTER, publicados desde 1931, alguns dos quais aquí citados na parte bibliográfica, inclusive o que trata dos microssimbiotos encontrados nas duas variedades de brevipes observadas em Hawaii, cuja etologia é estudada no trabalho de ITO (1938). Encontram-se resumos de tais investigações no 1b trabalho de CARTER (1939 Injuries to plants caused by insect toxins) e no recente livro de LEACH (1940). O Pseudococcus brevipes é controlado no Brasil por larvas da mosca Pseudiastata brasiliensis Costa Lima, 1937 1c 1a (Drosophilidae), cuja biologia foi estudada por Fig. 193 - Ceroputo nipae; 1 a, femeas adultas e casulos de machos nobre folha; 1b, fêmea adulta, FIGUEIREDO JR. (1938) e muito aumentada; 1c, casulo de macho. GONÇALVES (1939), por (De Hempel, 1929, est. 11). dois coccinelídeos e pelas larvas endófagas de Hambletonia pseudococcina Compere, 1936 e Anagyrus coccidivorus Dozier, ambos microhimenópteros da família Encyrtidae. 107. Outras espécies interessantes. Alem das espécies de Pseudococcus até agora referidas, merecem ser citadas: a que é tipo do gênero: Pseudococcus longispinus (Targ.-Tozz., 1869) e Pseudococcus boninsis Kuwana, 1909 (= P. calceolariae auctorum), que ataca a
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cana de açucar. Sobre esta planta encontra-se mais frequentemente, nas partes do colmo cobertas pela bainha das folhas, o Erium sacchari (Cockerell, 1895) (= Trionymus sacchari). Convem lembrar que espécies, normalmente pouco daninhas, às vezes se apresentam com o carater de verdadeiras pragas. Assim, Ferrisiana virgata (Cockerell, 1893), frequentemente encontrada no Rio de Janeiro sobre várias plantas, sem causar danos apreciaveis, foi observada pel o eng. agr. J. F. PIMENTELcausando sérios estragos em algodoeiros do nordeste, apesar de controlada por larvas de Baccha, pelo Coccinelideo Hyperaspis nolicollis Mulsant 1850 e por Aenasius advena Compere, 1937 (Chalcidoidea, Encyrtidae) (JALMIREZ GOMES der.). Com o Phenacoccus gossypii Townsend & Cockerell, 1898, ocorre o inverso do que acabo de referir. Esta espécie, que em outros
Fig. 194 - Antonina bambusae (Maskell, 1892) (Pseudococcidae), 4 fêmeas completamente desenvolvidas; à direita áreas revestidas de cera sobre as quais se assestaram outras fêmeas, destacadas do bambú (C. Lacerda for.) (X 3,5).
paises americanos prejudica consideravelmente o algodoeiro, no Brasil, até agora, tem sido assinalada como inimigo de importância secundária. Encontram-se no Brasil outros Pseudococcídeos não radicícolas, que, mesmo atacando plantas de algum valor econômico, não chegam a causar danos considerareis. É o que se verifica, por exemplo, com Antonina bambusae (Maskell, 1892) (= Chaetococcus bambusae (Mask.), frequentemente observado sobre o colmo dos nossos bambús (fig. 194).
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O mesmo, entretanto, não se pode dizer respeito a algumas outras espécies mente
de
as
cialmente mente
ao
hábitos
plantas às
em
cujas
raizes
do
gênero
espécies
Rhizoecus
1927), vulgarmente cafeeiro". As
subterrâneos,
espécies
coffeae
se
assestam.
1924
como
Rhizoecus
podem
Rhizoecus
Laing,
conhecido
de
que
são
(=
"lêndea"
prejudicar
Quero
referir-me
Kunckel,
1878,
Rhizoecus ou
em
espe-
especial-
lendea
"piolho
Pseudococcideos,
sensivel-
Pickel,
branco
geral,
do
muito
pequenos, de corpo alongado e antenas de cinco segmentos. Com o aspecto de lêndeas de piolhos ou de grãos de farinha, vivem sobre as raizes das plantas, (Rhizomyrma).
108.
Rhizoecus
em
trofobiose
coffeae
-
com
No
formigas
Brasil,
do
gênero
PICKEL
Acropyga
(1927,
1928)
e COSTA LIMA (1928) observaram os hábitos do Rhizoecus coffeae e da formiga amarela - Rhizomyrma pickeli Borgmeier, 1927, aquele indubitavelmente um dos mais sérios inimigos dos cafeeiros da Paraiba e de P e r n a m b u c o . Eis como PICKEL (1927) descreveu a infestação dos mesmos pelo "piolho branco": « Os pés de café definhados occultavam-no em numero incalculavel. Adherindo levemente á raiz, fincados com a tromba no tecido cortical, penduraram os piolhos como pequenas pelotas, muito bem visíveis, e já conhecidos pelos proprietarios com o nome de "lendea". Ao pé das arvores infestadas, uma formiga amarella construia o seu ninho, desfructando o piolho do qual se serve como "vacca leiteira". Constantemente vêem-se essas formigas, occupadas em sugar as dejecções assucaradas, que, sob a forma de gottinhas, se escapam dos piolhos e até transportara-nos para os por a salvo, como se fossem suas crias. Essa formiga doceira propaga o piolho, protege e auxilia-o, porque não se encontra um só inimigo natural, e, com o systema de suas galerias e tunneis ao redor das raizes, contribue para a renovação do ar no estábulo de suas criações Visitando um cafesal, pode-se prognosticar a molestia do cafeeiro. Os symptomas da arvore doente, atacada do piolho, são sempre os mesmos. O cafeeiro doente tem aspecto rachitico, pouca folhagem languida e é morto nas extremidades das quaes talvez uma unica é viva e traz folhas Geralmente, não é uma só arvore, mas sempre um conjuncto de cafeeiros que soffrem do mesmo mal. Parece que a doença, partindo de um centro ou fóco de infecção, vae irradiar para a peripheria tomando proporções
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sempre maiores, de sorte que alguns annos após o ataque, ha reboleiras de cafeeiros adoentados. O que se nota sempre é o alastramento para fora, partindo de um centro e dahi o grande numero de pés atacados ». A rela,
propósito
em
1928
da
escrevi
simbiose o
entre
o
piolho
branco
e
a
formiga
ama-
seguinte:
« Sem a formiga, por certo, a proliferação do Rhizoecus seria muito mais atenuada. As formas jovens, ao nascerem, não teriam quem as transportasse cuidadosamente para as radicellas e, quando mais desenvolvidas, já quasi privadas da capacidade de se locomover, não passariam tão facilmente de um para outro ponto mais adequado para a sucção da
Fig. 195 - Torrão de terra minado por Rhizomyrma pickeli, em trofobiose com Rhizoeccus coffeae Laing, 1925 (Pseudococcidae). (C. Lacerda fot.).
selva. Tudo isso, entretanto, lhes garantem as formigas operarias, que embóra deslocando-se com relativa morosidade, porém sem descanso, minam o solo n'um verdadeiro labyrintho de galerias e tuneis, procurando acompanhar o filão, que indirectamente lhes serve de alimento, reptesentado pelas raizes de cafeeiro e de "camondongo", segundo observação de D. BENTO PICKEL. Emquanto umas abrem e exploram novas galerias, outras transportam o Rhizoecus de uma para outra raiz, provavelmente quando se vae tornando escasso o mel excretado pelo Rhizoecus. E tão ciosas são ellas dos piolhos que as sustentam, que, ao se revolver os formigueiros
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installados ao redor de um cafeeiro infestado, se as vê passar agitadas, de uma para outra galeria, sempre procurando esconder o piolho que carregam nas mandibulas. Até mesmo as formigas aladas (machos e femeas), prestes a sahir da terra para o vôo nupcial, tambem carregam o Rhizoecus. O Dr. ULYSSESDE MELLO, que commigo observou este facto interessante, teve o ensejo de vêr uma dessas formigas aladas levantar vôo carregando uma forma joven de Rhizoecus. Esta observação tem grande importância, pois vem desmonstrar que a propagação do piolho, além de se fazer gradativamente durante todo anno por via subterranea, a custa das operarias da formiga, na epocha da salda das formas aladas, faz-se a cafeeiros mais ou menos distantes daquelles de onde se originaram ». Devo
dizer
que
quando escreveu em o seguinte trecho:
essa seu
observação livro
«
passou
despercebida
Colony-founding
among
a
WHEELER,
ants
»
(1933)
« Much greater interest attaches to a recent important discovery of Dr. G. H. BUENZLI in Surinam. I-Ie writes me that he has suceeded in demonstrating that "the queens of subterranean Acropyga pickeli Borgmeier, during their nuptial flight, distribute the root-coccid, Rhizococcus (sic) coffeae L., of the coffee-plant on a great scale and this cause the infectious phloem-necrosis which Professor STAHEL has been investigating since 1917 ». O p r ó p r i o BÜNZLI (1935), d e s c r e v e n d o a sua o b s e r v a ç ã o , refere a q u e , a n o s a n t e s , f o r a f e i t a n o B r a s i l .
não
ACLERDIDAE
Família
109. Caracteres e espécies mais interessantes - Os Coccídeos desta família são todos do gênero Aclerda Signoret, 1874, até há bem
pouco
porque
tempo
neles
há
incluídos
na
tambem
uma
família fenda
Coccidae anal,
(Coccinae;
se
bem
Lecaniinae),
que
geralmente
pouco profunda, no fundo da qual se acha o anus coberto por uma só placa
anal,
às
vezes
um
tanto
fendida,
porem,
nunca
completamente
dividida. Nas fêmeas adultas as antenas são vestigiais e não há pernas. FERRIS (in TEAGUE, 1925), referindo-se à Aclerda opinião de GREEN (The Coccidae of Ceylon), opina:
e
esposando
a
« I am entirely in accord with GREEN in these views. I am unable to see that the genus has anything to do with the Coccinae (or Lecaniinae), for the ducts are of an entirely different type and the anal plates
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are dissimilar. The first stage nymph confirms this separation. Neither do the ducts show any close relationship to any other group. Consequently I regard the genus as by itself constituting a group which, following my personal views, I would call the family Aclerdidae, of the superfamily Coccidoidea ». O trabalho mais interessante sobre esta família é o de TEAGUE (1925), no qual se acham estudadas todas as espécies de Aclerda descritas até aquele ano. Os representantes da família não teem grande importância econômica. Vivem na base das folhas ou nas raizes de capins ou outras Gramíneas. Aclerda campinensis Hempel, São Paulo e Distrito Federal. agron. ARISTOTELES SILVA, é cophenga obesa (Loew, 1872) (v.
Família
1934 ataca a cana de açucar em Aquí, segundo observação do e n g . atacada pelo Drosofilideo- RhinoleuCOSTA LIMA, 1935).
ASTEROLECANIIDAE
110. Caracteres e espécies mais interessantes - Os Coccídeos desta família não apresentam um facies característico, comum à maioria das espécies. Uns teem o corpo nu, ou apenas coberto por fino revestimento translúcido (Asterolecanium), ou mais espessado e opaco (Lecaniodiaspis), outros, porem, apresentam-no protegido por uma carapaça cérea, dele perfeitamente destacavel, de cor vermelha ou amarela, eriçada de pontas mais ou menos salientes, lembrando o aspecto de um ouriço (Cerococcus). Os principais caracteres de Asterolecaniidae só podem ser apreciados em insetos montados em preparações microscópicas. Veem-se, então, os chamados "octacerores" ou poros de glândulas ciríparas cutâneas em 8, dispostos, numa linha paralela à margem do corpo (Asterolecanium), ou noutra situação, porem, quasi sempre bem distintos. Veem-se, tambem, na face dorsal do abdome, em alguns gêneros (Lecaniodiaspis, Cerococcus), as chamadas "placas cribriformes", aliás características da família Asterolecaniidae.
COCCOIDEA
241
Um dos trabalhos mais interessantes sobre estes Coccídeos é da autoria de MORRISON (1927), no qual foram estudadas rodas as espécies descritas por MASKELL, hoje distribuidas em sete gêneros distintos, aliás os de maior importância. Alguns Asterolecaniideos infestam plantas culturais, especialmente de ornamentação ou jardim, via de regra, porem, sem causar
Fig. 196 - Galhos de Croton sp. infectados por Lecaniodiaspis rugosa (Asterolecaniidae); algumas das fêmeas apresentam orifícios feitos por Marietta pulchella (J. Pinto fot.).
danos apreciaveis. É o que se nota, por exemplo, com Asterolecanium bambusae Boisduval, 1869, dos bambús, e com Lecaniodiaspis rugosa Hempel, 1900, frequentemente observado sobre o caule (los nossos erotons. No caso da infestação por esta última espécie, creio que o insere deixa de ser um inimigo perigoso, porque é quasi sempre muito parasitado por um microhimenóptero da família Aphelinidae, deterreinado por JALMlREZ GOMES como Marietta pulchela (Howard, 1881) (fig. 196). As únicas espécies até agora citadas como causadoras de prejuízos mais ou menos avultados à nossa agricultura, são o Asterolecanium pustulans (Cockerell, 1892) e o Cerococcus parahybensis Hempel, 1927. Asterolecanium pustulans (Cockerell, 1892). Esta espécie, que ataca o caule de várias de nossas plantas cultivadas, pode, desenvolvendo-se abundantemente, revestí-lo quasi totalmente, como observou AZEVEDO MARQUES (1927) no Rio, com a Grevilea robusta.
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Normalmente, porem, o inseto prolifera menos intensamente, determinando a formação de cecídias, que lembram o aspecto de pústulas, representadas por saliências pouco altas, no centro das quais há uma depressão, como uma cratera, ocupada pelo inseto, sob a forma de uma escama de cor amarelo-esverdeada. Tais formações podem ser bem apreciadas quando o inseto infesta galhos de espirradeira (Nerium oleander). 111. Cerococcus parahybensis Hempel, 1927 (fig. 197). Vulgarmente conhecido pelo nome "vermelho". Muito se escreveu e se falou sobre esse inseto, há anos, como praga dos cafezais da Paraiba. No "Catálogo dos insetos que vivem nas plantas do Brasil" encontram-se as principais indicações bibliográficas relativas a esta espécie.
Fig. 197 - Galhos de cafeeiro infestados por algumas fêmeas de Cerococcus parahybensis Hempel, 1927 (Asterolecaniidae). (C. Lacerda, fot.) (cerca de X 2).
O Eng. Agr. EUGENIO RANGEL, percorrendo os lugares em que fora assinalada a existência do "vermelho", verificou que se tratava, não de um fungo, como até então se acreditava, e sim de um piolho da super-família Coccoidea. Se bem me recordo, foi ele quem primeiro não atribuiu a morte dos cafeeiros a esse parasita, cuja proliferação mais intensa lhe pareceu antes a consequência que a causa do definhamento das plantas, considerando-o, pois, um parasito de fraqueza.
COCCOIDEA
243
Pouco tempo depois MoREIRA (1922, 1925) publicou as observações sobre o inseto. PICKEL (1927), referindo-se ermelho", após ter aduzido série de argumentos, que mostram tratar-se realmente de arasito de importância secundária disse o seguinte: « O " v e r m e l h o " , que eu conhecia só "de v i s u " no gabinete d e e n t o m o l o g i a constituía o fim principal da viagem e dos m e u s estudos em Bananeiras, m a s bem cedo me convencí de que não era elle o responsavel principal pelos estragos verificados nos cafeeiros. E s t e parasita encontra-se em n ú m e r o muito m e n o r do que imaginara. O a u g m e n t o do " v e r m e l h o " foi relativam e n t e d i m i n u t o nos ultimos annos, p o r q u a n to o Dr. CARLOS MOREIRA, em 1922, poude c o n s t a t a r a p e n a s quatro individuos por cafeeiro atacado, e eu averiguei a media de 10 nas pesquizas que fiz "in loco". T a m b e m a sua expansão tem sido morosa pelo facto de só se effectuar a p r o p a g a ç ã o pelo contacto das plantas. A femea do Cerococcus, u m a vez fixa n a planta, não a b a n dona mais o logar, entregando-se u n i c a m e n t e ao serviço de reproducção, visto ser aptera. As larvas jovens que, ao envez dos adultos são providas de p a t a s bem
Fig. 198 - Galho de jaboticabeira infestado por Capulinia crateraformans Hempel, 1900 (Asterolecaniidae) (Original gentilmente cedido por Pinto da Fonseca, do Instituto Biológico de S. Paulo).
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I N S E T O S DO B R A S I L
desenvolvidas, são ageis e activas, e são ellas que, espalhando-se sobre a p l a n t a ou de u m a á o u t r a arvore, c a u s a m n o v a s infestações. Ora, o caminho que debeis c r e a t u r a s podem fazer é insignificante, mas no decurso dos "tonos s e m p r e é possivel dar-se a diffusão em u m territorio enorme. E foi assim que se deu a invasão do Cerococcus. C e r t a m e n t e existia ha m u i t o tempo, especialmente n a s plantas silvestres, sem ter sido observado a não ser q u a n d o se deu O alarme. E m b o r a os cafesaes nem s e m p r e se confinem, a p r o p a gação do "vermelho" pedis efetuar-se por desvio, causa porque tardou o seu a p p a r e c i m e n t o em certas localidades, ou e n t ã o servindo-se das plantas silvestres como vehiculadores. O "vermelho" não é originariamente parasita do cafeeíro e ainda hoje é encont, rado sobre as a r v o r e s sombreiras como no Camondongo e outras, sobre o joio como seja o Car-
Fig. 199 - Parte do galho representado na Figura anterior, visto com aumento maior (original gentilmente cedido por Pinto da Fonseca, do Instituto Biológico de S. Paulo).
rapicho de cavalo (Urena lobata L.), e sobre capins, como eu m e s m o verifiquei. Aos poucos, porem, passou-se p a r a o cafeeiro, onde a c h a r a o p t i m a s condições de vida. O " v e r m e l h o " h a b i t a as p a r t e s aereas do cafeeiro, a saber: os galhos e o tronco. Alem doa casulos da fêmea que estava m o r t a , p o r q u a n t o o tempo de reproducção é em julho (segundo Dr. CARLOS MOREIRA), achei indivíduos n o v o s já bem grandes de u m a geração anterior. E s t e fato parece indicar que ha mais de rena geração p o r anno, talvez nas c h u v a s de janeiro (ou os indivíduos n o v o s seriam os machos, espécie de p r o t a n dria nos insetos?) Só ulteriores obsservações poderão elucidar esse fato.
245
COCCOIDEA
Quando o casulo da fêmea desbotar (tornando-se amarelo) ou perder a cera, a fêmea está morta, encontrando-se na cavidade materna, protegidos por urna casca dura, numerosos ovos e larvas. Encontrei em média 140 ovos e, num caso isolado, 165. Observei que as larvas, depois do desalagamento, acham-se em número muito menor, a saber 57 na média, e no máximo 95. As larvas encontradas estavam em grande parte vivas e ficaram com vida durante nove dias sem se alimentarem. Encontrei tambem casulos dilacerados e na vizinhança deles varios exemplares de um pequeno e preto Coccinellídeo, seu inimigo natural, parente próximo da célebre joaninha australiana ». D e v o d i z e r q u e MAHDIHASSAN, r e c e n t e m e n t e gênero
Coricoccus
para
o
Cerococcus
ornatus
(1933), c r i o u o n o v o Green,
espécie
próxima
Fig. 200 - Takahashia pendens (Fonseca, 1927) (Coccidae); o ovisaco ainda não se acha tão desenvolvido como na figura 201 (Original gentilmente cedido por Pinto da Fonseca).
de o
C.
parahybensis,
referido
autor
que
ataca
baseou-se
na
tambem verificação
pécie não é de cera e sim constituida soluvel no clorofórmio, xilol ou eter. Segundo anteriormente
STICKNEY colocado
(1934), em
O
o
cafeeiro
na
Índia.
de
que
a
por
uma
substância
gênero
Cylindrococcinae,
carapaça
Capulinia deve
Fazendo-o, daquela
es-
coriácea,
in-
Signoret, ser
(1875),
incluido,
em
246
I N S E T O S DO B R A S I L
tribu à parte, na família Asterolecaniidae. Deste gênero há no Brasil Capulinia crateraformans Hempel, 1900 e C. jaboticabae Hempel, 1898, ambas produtoras de galhas em forma de cratera no caule de "jaboticabeira" (Eugenia jaboticaba) (figs. 198, 199). Família COCCIDAE (Lecaniidae) 112. Caracteres - Esta família, pelo grande número de espécies que comem (distribuidas em cerca de 60 gêneros) e pela importância econômica de algumas delas, quasi chega a rivalizar com a família Diaspididae, incontestavelmente a mais importante da superfamília Coccoidea. Pertencem à família Coccidae cochonilhas que apresemtam uma fenda na parte posterior do corpo (fenda anal), no fundo da qual se
Fig, 201 - Takahashia pendens (Fonseca 1927 (Coccidae): aqui o ovisaco já esta bem desenvolvido Original gentilmente cedido por Pinto da Fonseca, do Instituto Biológico de S. Paulo).
veem duas placas triangulares (placas anais), formando um opérculo sobre a abertura anal.
COCCOIDEA
247
O aspecto destes Coccídeos varia consideravelmente. Ora o corpo é dorsalmente exposto, sem qualquer revestimento céreo (Coccus, Lecanium, Saissetia), ora revestido de fina cobertura de cera, vítrea (Platinglisia noalki Coekerell, 1899), ora coberto de u m a massa de cera branca, mais ou menos espessa, geralmente formando placas, dispostas em torno de um núcleo central, lembrando a conformação da carapaça de um cágado (Ceroplastes). Em Pseudokermes nitens
Fig. 202 - Mesolecanium sp. (Coccidae) (C. Lacerda fot.).
(Cockerell, 1895) a cápsula cérea apresenta-se em forma de tronco de cone duplo, com os ápices divergentes e em Vinsonia stellifera (Westwood, 1871), formando uma moldura estrelada. Nas espécies de Pulvinaria o corpo da fêmea mantem-se nu durante algum tempo; ao se aproximar o período da postura, começa a formar-se, na parte ventral da região abdorninal, um ovissaco céreo, às vezes bem mais conspícuo que o corpo do inseto, chegando, em certas espécies, a levantá-lo, quasi verticalmente, sem todavia, envolvê-lo. Em Takahashia Cockerell, 1896, o ovissaco, quando completamente formado, pode ter alguns centímetros de comprimento, afastando o corpo do inseto do galho que o suporta, como se pode ver em Takahashia pendens (Fonseca, 1927) (figs. 200, 201).
248
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As espécies que teem a superfície dorsal do corpo internamente nua podem apresentar-se mais ou menos convexas, hemisféricas ou mesmo quasi esféricas, como em alguns representantes de Mesolecanium Cockerell, 1902 (fig. 202). O tegumento pode oferecer aspecto característico nas diferentes espécies, não somente quanto à estrutura do derma, como na forma dos poros e ductos das glândulas ciríparas. Nas espécies do gênero Eucalymnatus Cockerell, 1901 a superfície do corpo é dividida em áreas ou placas poligonais ou triangulares, geralmente assimétricas (figs. 203, 204). As cerdas e espinhos que se implantam nas diversas regiões do corpo, especialmente ao longo da Fig. 203 (de cima) - Eucalymnatus hempeli margem, pela forLima, 1923 (X 9,4). (De Costa Lima, 1930, est. 30,7). Fig. 204 (de baixo) - Eucalymnatus scutigerus Lima, 1930 ma que apresen(X 6,8) (De Costa Lima, 1930, est. 30,9) . tam, teem tambem grande
importância,
na
classificação
dos
gêneros
e
espécies
desta
família. As antenas (geralmente de 6 a 8 segmentos) e as pernas, com aspectos característicos para os diferentes gêneros e espécies, podem apresentar-se reduzidas ou atrofiadas, mais ou menos acentuadamente, a ponto desses orgãos desaparecerem por completo. 113. Gêneros e espécies mais importantes - Na determinação destes insetos, alem dos trabalhos clássicos gerais, como a obra
COCCOIDEA
249
de GREEN sobre os Coccídeos do Ceilão, a de LEONARDI ela de MAC GILLIVRAY, recomendo principalmente a leitura da excelente contribuição de STEINWEDEN (1929), que traz, na parte final, uma chave dos gêneros por ele estudados, em sua maioria com espécies encontradas no Brasil. Dos 3 3 gêneros com 130 espécies, Fig. 205 - Perna posterior de Eucalymnatus scutigerus referidas no (De Costa Lima, 1930, est. 29, 6). Catálogo de LEPAGE (1938) como existentes no Brasil, os mais importantes, por incluírem espécies de maior interesse econômico, são: Coccus Linne, 1758, Lecanium Illiger, Saissetia Deplanches, 1865, Pulvinaria Targioni-Tozzeti, 1869 e Ceroplastes Gray, 1830. São do gênero Coccus a espécie tipo - Coccus hesperidum Linne, 1758, parasito de várias plantas cultivadas, especialmente do gênero Citrus, o Coccus mangiferae (Green, 1889) e o Coccus viridis (Green, 1889), que, às vezes, causa danos apreciareis às plantas cítricas e aos cafeeiros (figs. 206, 207, 209, 210). Essas três espécies teem o corpo pouco convexo e de contorno oval. Tornam-se mais daninhos quando, protegidas por formigas, expelem excreta em abundância, que permite o desenvolvimento da fumagina em larga escala. Normalmente, porem), são depredadas por Azya luteipes Mulsant, 1850 (Coleoptera, Coccinellidae) (figs. 211, 213) e outros inimigos naturais. Em São Paulo, segundo FONSECA e AUTUORI (1933), são frequentemente atacadas pelo fungo Acrostalagmus albus Pr. (fig. 208). Do gênero Lecanium (= Eulecanium Cockerell), não me consta existir no Brasil o Lecanium persicae (Fabricius, 1776), observado por LIZER Y TRELLES na República Argentina. Eulecanium eugeniae (Hemp., 1900) será Lecanium? Mesolecanium deltae Lizer y Trelles, 1917, foi ulteriormente (1939) incluido pelo autor em Lecanium Burmeister, que é sinônimo de
250
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Coccus L i n n e . A s s i m , a b e m c o n h e c i d a c o c h o n i l h a , o b s e r v a d a e m folhas de Citrus, deve chamar-se (?) Coccus deltae (Lizer, 1917).
Fig. 206 - folha de larangeira infestada por Coccus hesperidum (Coccidae). (Original gentilmente cedido, por Pinto da Fonseca, do Instituto Biológico de S. Paulo).
O cidas
gênero no
Saissetia
Brasil:
compreende
Saissetia
várias
hemisphaerica
espécies,
sendo
mais
(Targioni-Tozzeti,
conhe1867),
Fig. 207 - Galho de Citrus infestado por Coccus viridis, e, abaixo, urna fêmea adulta vista com forte aumento. (Original gentilmente cedido por Lepage, do Instituto Biológico de S. Paulo).
tipo do gênero, tner, 1866) (=
Saissetia oleae (Bernard, 1782) e Saissetia Saissetia depressa Targ.-Tozz., 1867).
nigra
(Nie-
COCCOIDEA
251
Saissetia hemisphaerica (fig. 214, 215). Quando completamente desenvolvida é de cor pardo-amarelada, regularmente hemisférica e de superfície lisa e brilhante. Ataca um grande número de plantas, inclusive espécies de Citrus, tornando-se às vezes, prejudicial. Saissetia oleae (fig. 217). Outra espécie polífaga, de cor parda escura, facilmente reconhecivel por apresentar no dorso duas carenas transversais, divididas por uma longitudinal, da margem anterior às placas anais, lembrando o conjunto a letra H. É frequentemente parasitada pela Scutellista cyanea, cuja larva se cria à custa de ovos de Coecidae (v. trabalho de COMPERE sobre os parasitos dessa e s p é c i e no Brasil) (figs. Fig. 208 - Coccus hesperidum infestado pelo micélio de Acrostalagmus albus (muito aumentado). (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. 218, 219, Citri., fot. 29). 220). Saissetia nigra. De cor parda-escura, quasi negra, porem de contorno elítico e seta carenas. Das várias plantas atacadas por esse inseto, as Malváceas são as mais sacrificadas, especialmente os algodoeiros de variedades perenes. No Rio encontra-se frequentemente infestado por essa cochonilha o Hibiscus rosa-sinensis. Naturalmente, como sói dar-se com outros Coccídeos, Saissetia nigra pode tornar-se muito nociva, acarretando mesmo a morte das plainas atacadas, principalmente quando decresce o parasitismo pelo Eupelmideo Lecaniobius utilis Compere, 1939 (JALMIREZ GOMES det.), que comumente a controla.
252
I N S E T O S DO B R A S I L
Das demais espécies de Saissetia existentes no Brasil é a S. discoides (Hempel, 1900), frequenquemente encontrada sobre Mirtáceas, u m a das mais interessantes (fig. 221). Trata-se de um Coccídeo grande, quando bem desenvolvido com cerca de 1 cm. de diâmetro, convexo, de contorno elítico ou quasi circular. No Rio é raro haver muitos exemplares dessa cochonilha n u m a só planta, talvez porque as fêmeas
Fig 210 - Representação esquemática da figura anterior. (De Weber, 1930, fig. 176b).
Fig 209 - Tubo digestivo de Coccus hesperidum L., 1758; 1, esôfago;
2, saco sego; 3, câmara a filtro: 4, intestino anterior; 5, tubo de Malpighi; 6, músculos retratores. (De Weber, 1930, 174c, segundo Berlese).
sejam frequentemente parasitadas por Lecaniobius utilis Compere, 1939 (JALMIREZ GOMES det.).
Entretanto, em Campos, há anos,
vi goiabeiras fortemente infestadas pelo inseto, que vivia completamente escondido e protegido sob coberturas de terra, feitas por uma formiga do gênero Dolichoderus. Do gênero Pulvinaria, uma das espécies mais interessantes, pelos danos que, às vezes, causa em folhas de Citrus, especialmente em folhas novas, é a Pulvinaria flavescens Brèthes, 1918 (fig. 216).
COCCOIDEA
253
O gênero Ceroplastes é o que abrange o maior número de Coccídeos descritos do Brasil (perto de 40). Uns, de vasta distribuição geográfica, encontram-se sobre várias plantas, como Ceroplastes janeirensis Gray, 1830, espécie tipo do gênero, Ceroplastes floridensis Comstock, 1881 e Ceroplastes confluens Cockerell & Tinsley, 1897: outros são espécies Fig. 212 - Pentilia egenea Mulsant (Coccinellidae) genuinamente brasipredadora de Coccídeos Fig. 211 - Azya luteipes Mulsant, leiras e vivem sobre 1850 (Coccinellidae). Joaninha preda- da família Diaspididae dora de vários Coccídeos, principaldeterminadas plan- mente das espécies de Coccus (muito au- (X 10). (De Fonseca e Autuori, Man. Citri. mentado). (De Fonseca e Autuori, 1933 Man. Citric., fig. 76). fig. 64). tas. Uma espécie que impressiona, pela espessa carapaça de cera que envolve o corpo da femea, é o C. grandis Hempel, 1900 (fig. 222). Ainda como espécie conspícua, pela quantidade de cera que secreta, devo citar Ceroplastes lepagei Costa Lima, 1940, encontrado sobre galhos de oitizeiro (Moquilea tomentosa).
Fig. 213 - Folhas com algumas pupas de Azya luteipes (Coccinellidae) inteiramente cobertas pela cera secretada no estádio larval (um pouco aumentado) (J. Pinto fot.).
I N S E T O S DO B R A S I L
254
Os
Ceroplasles,
apreciaveis
às
apesar
plantas
de
que
prolíficos, parasitam.
em
geral
Algumas
não
causam
espécies,
danos
entretanto,
Fig. 214 - Galhos de samambaia infestados por Saissetia hemisphaerica (Targ.-Tozz., 1867) em vários estádios de desenvolvimento (cerca de 1/2 do tamanho nat.)
Fig. 215 - Galho de Citrus infectado por Saissetia hemisphaerica (Targ.-Tozz., 1867) (Coccidae), fêmeas adultas. (De Fonseca e Autuori, 1923, Man. Citric., fig. 96).
quando
não
prejudicá-las
muito
atacadas
seriameme.
Foi
pelos o
que
respectivos observei
inimigos há
tempo
narurais, com
podem o
Cero-
COCCOIDEA
Fig. 216 - Pulvinaria flavecens Brèthes, 1918 (Coccidae). (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric. (fig. 101).
255
Fig. 217 - Saissetia oleae (Bernard, 1782) (Coccidae), fêmea adulta, fortemente aumentada, na qual se veem as cristas que a caracterizam. (De Fonseca e Autuori, 1933, fig. 98).
Fig. 219 - Pupa de Scutellista cyanea retirada de uma de Saissetia
Fig. 218 - Espécimens de Saissetia oleae apresentando furo de saida do microímenóptero endofago Scutellista cyanea.
Fig. 220 - Scutellista cyanea (Motschulsky, 1859) (fortemente aumentado (Chalcidoidea) (Todas as 3 figs. de Fonseca Autuori, 1933, Man. Citric., fig. 99).
256
INSETOS DO BRASIL
plastes iheringi Cockerell, 1895, infestando galhos de "carrapeteira" (Guarea trichilioides) da Quinta da Boa Vista (Rio de Janeiro.) Como as espécies de Saissetia, as de Ceroplastes são muito ataca(tas por parasitos e predadores. Dentre estes, alem dos que comu-
Fig. 221 - Saissetia discoides (Hempel, 1900) (Coccidae); 6 fêmeas adultas vistas de cima; duas apresentam furos feitos pelo microhímenóptero que as parasitou (X 2) (C. Lacerda for.).
mente a t a c a m outros Coccídeos, há a assinalar lagartas de microlep i d ó p e r o s da família Phycitidae e da superfamília Tineoidea (Blastobasidae e Stenomidae). Possuo alguns desses microlepidópteros, obtidos pelos técnicos da Defesa Sanitária Vegetal, não somente de Ceroplastes e outros Coccidae, como de Pseudococcus. HAYWARD (apud LIZER y TRELLES, 1939), na Argentina, teve o ensejo de obter as seguintes espécies: Euzophera homoeosomella Zeller, predador de Ceroplastes grandis; Euzophera melanostathma Meyrick (Pyralidoidea, Phycitidae) e Blastobasis atmozona Meyrick (Tineoidea, Blastobasidae), ambos criados de lagartas predadores de Ceroplastes bruneri Cockerell, 1902. Euzophera melanostathma foi tambem obtido por HAYWARD de Tachardiella argentina (Dom., 1906).
COCCOIDEA
257
Em nosso país, como na República Argentina, as larvas de Pycnocephalus argentinus Brèthes, 1922 (Coleoptera, Nitidulidae) são
Fig. 222 - Ceroplastes grandis Hempel, 1900 (Coccidae); várias femeas adultas; acima e à direita, aumentados e vistos de perfil e de cima, corpos de fêmeas adultas, depois de dissolvida a cera que os revestia. (Original gentilmente cedido por H. Lepage, do Instituto Biológico de S. Paulo).
predadoras de Ceroplastes. Determinei exemplares desse criados em C a x a m b ú (Minas Gerais) por O. MONTE.
besourinho,
Os Coccídeos do gênero Saissetia são tambem no Rio atacados frequentemente por uma espécie de Cecidomyidae (Diptera).
Família C O N C H A S P I D I D A E 114. Caracteres - Nesta família, como em inseto secreta uma escama ou folículo, este, porem, composto de tecido seríceo. As fêmeas adultas dos entretanto, apresentam antenas de alguns segmentos vamente bem desenvolvidas.
Diaspididae, o é exclusivamente Conchaspidídeos, e pernas relati-
As espécies existentes no Brasil, rodas do gênero Conchaspis Coekerell, 1893, vivem sobre o caule de plantas silvestres (fig. 223).
258
INSETOS DO BRASIL
Família D I A S P I D I D A E 115. Divisão e caracteres - Segundo FERRIS (1937), a família Diaspididae deve compreender duas subfamílias: Phoenicococcinae e Diaspidinae (= Diaspinae).
Fig. 223 - Conchaspis sp. (Conchaspididae) (cerca de X 2) (C. Lacerda fot).
A primeira abrange formas aparentemente bem diferentes das que pertencem a Diaspidinae, aliás a subfamília em que se acham as espécies que os autores, até agora, consideravam como os únicos representantes da família Diaspididae. Consequentemente, a definição de Diaspididae, tal como hoje se deve compreender, segundo o conceito de FERRIS, t e m de ser baseada, principalmente, na ausência dos seguintes caracteres (presentes nos representantes de outras lamílias): espiráculos abdominais, opérculo anal, anel anal setífero e brachiae, e na coexistência dos seguintes caracteres peculiares a esse grupo: ductos tubulares (ceratubae) sempre apresentando, na extremidade proximal truncada, u m a bulla ou pequeno botão centraI, nunca um filamento lateral, e o abdome, senão com verdadeiro pygidium,
COCCOIDEA
259
pelo menos com placa anal. As antenas nestes Coccídeos são sempre vestigiais e as pernas geralmente ausentes. Sendo, pois, Diaspididae constituida por duas subfamílias cujas espécies teem aspectos morfológicos bem diferentes, convem tratá-las separadamente. Subfamília
PHOENICOCOCCINAE
(Canceraspidinae;
Canceraspididae)
116. Espécies mais interessantes - Esta subfamília acha-se bem estudada na monografia de STICKNEY (1934). Inclue apenas três gêneros americanos: Phoenicococcus Cockerell, 1899, Palmaricoccus Stickney, 1934 e Limacoccus Bondar, 1929. O primeiro, com a espécie tipo que o representa, Phoenicococcus marlatti Cockerell, 1899, foi observado por ARISTOTELES SILVA e LEPAGE em tamareiras, importadas por São Paulo, de Trípoli. O gênero Limacoccus (=Canceraspis Hempel, 1934) compreende duas espécies Limacoccus serratus Bondar, 1929 e Limacoccus brasiliensis (Hempel, 1934), ambas observadas em palmeiras. Nesses insetos a secreção não forma escama ou escudo protetor, como na subfamília seguinte.
Subfamília
D I AS P I D I N AE
(Diaspinae; Diaspini) 117. Caracteres - Como já disse, constituem esta subfamília precisamente os Coccídeos que eram, até agora e por todos os autores, considerados como os únicos Diaspidídeos, isto é, os piolhos de plantas facilmente reconheciveis por se apresentarem cobertos ou protegidos por uma escama ou estudo (folículo) não aderente ao corpo do inseto e, sobretudo, por terem os últimos segmentos abdominais (do 4.° ou 5.º ao urômero apical) fundidos n u m segmento único, em geral mais esclerosado que o resto do corpo, chamado pygidium (fig. 233). Pode mesmo dizer-se que esta é a parte que realmente define, de modo categórico, os Diaspidíneos, visto como não a encontramos nas cochonilhas das demais subfamílias.
INSETOS DO BRASIL
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Fig. 224 a 233 - Costalimaspis cheloniformis Lepage, 1937; 224 - escudo da fêmea, visto de cima sem exuvia larval; 225 - o mesmo com exuvia larval; 226, 227, - escudos de machos; 228 - escudo de fêmea, visto de perfil; 229 - folha de Eugenia com escudos do inseto; (tamanho natural); 230 exúvia tarval, muito aumentada; 231 - Pygidium de larva, muito aumentado; 232 - fêmea do 2º estádio, muito aumentada; 233 - Pygidium da fêmea do 2° estádio, muito aumentado. (De Lepage, 1937, figs 12 - 21).
É
o
exame
das
estruturas
do
pigídio
que
nos
a tribu, o gênero e a espécie a que o inseto pertence.
permiie
determinar
COCCOIDEA
Figs. 234 - 236 - Costalimaspis cheloniformis Lepage, 1937; 234 - fêmea adulta, muito aumentada; 253 - pygidiums da fêmea adulta, muito aumentado; 236 - macho adulto, muito aumentado (De Lepage, 1937, figs. 22 - 24).
261
262
INSETOS DO BRASIL
Em muitos casos o aspecto do folículo pode tambem facilitar essa determinação, todavia, por si só, não basta para que se possa concluir sobre a espécie do inseto examinado. 118. Folículo ou escama - Ao tratar do desenvolvimento post-embrionário dos Coccídeos em geral, mostrei o modo peculiar pelo qual ele se realiza nos machos dos Diaspidíneos, fazendo, então, ligeira referência à formação do folículo dos mesmos. Diferindo o desenvolvimento nos dois sexos, é natural que o processo de formação do folículo, nos machos e nas fêmeas, não seja idêntico. De fato, a escama da fêmea, quando esta se acha completamente desenvolvida, é constituída por duas exuvias larvais, às quais se prende, quasi sempre, uma secreção de constituição semelhante à da seda, à qual tambem se mistura a cera, formando tal secreção, na maioria das espécies, a maior parte do folículo (fig. 242 b). O escudo do macho, via de regra menor que o da fêmea, é formado apenas pela 1ª película larval e pela secreção da larva do 2 ° estádio, de natureza idêntica à da que se encontra no folículo feminino (figura 242 a). Alem da escama até agora citada, chamada escama dorsal, ou simplesmeme escama, a secreção emitida pelo inseto forma, sob a face ventral do mesmo, uma camada, geralmente tênue, que o prende à superfície suporte como um véu esbranquiçado (véu ventral) (fig. 244 b). E m várias espécies, porem, forma-se tambem um escudo ventral, quasi tão espesso quanto o dorsal, escondendo total ou parcialmente a face ventral do inseto, de modo que, quando este é destacado da planta, vem, encapsulada dentro do folículo, o corpo da fêmea. Se em muitos Diaspidíneos os folículos são semelhantes nos dois sexos, diferindo apenas quanto ao t a m a n h o e ao número de películas ou exuvias larvais, noutros facilmente se distinguem, ou porque o folículo do macho tem forma diferente da escama feminina, ou porque a secreção ou substância que o constitue é de natureza diversa da que entra na formação do folículo da fêmea. Neste caso, a substância que constitue a maior parte do folículo do macho é a cera, reconhecivel pela cor branca característica. Como nesses inseres os folículos ficam como lêndeas brancas, uns ao lado dos outros, ocupando,
COCCOIDEA
263
às vezes, extensas áreas sobre as folhas e principalmente sobre os galhos, é muito facil distinguir, mesmo à distância, as plantas infestadas por tais piolhos (espécies de Diaspidini, em sua maioria) (figs. 237, 239, 240). Em certos Diaspidíneos as películas larvais são centrais (exuvias centrais) (fig. 251, 255 a) ou quasi centrais (exuvias excêntricas) (fig. 247 a) noutros ficam colocadas na extremidade mais atenuada do folículo (exuvias apicais), vendo-se, na fêmea, a parte posterior da 1ª película embricada sobre a porção anterior da 2 ª exuvia e a parte secretada para trás desta película (fig. 242). Nas espécies de Aonidia Targioni-Tozzetii, 1869, Gymnaspis Newstead, 1898 e gêneros afins (Costalimaspis Lepage, 1937, fig. 233) o folículo feminino é quasi exclusivamente formado pela 2 ª exuvia larval, que inclue o corpo da fêmea adulta (puparium). Em "tais piolhos o pigídio da fêmea adulta sempre se apresenta mais simples que o da 2ª exuvia larval ou pupário (figs. 233 e 235). 119. Machos e fêmeas. Pygidium - Os machos adultos, dípteros como na maioria dos Coccídeos, apresentam antenas de 10 segmentos, olhos simples (2 dorsais e 2 ventrais) e o 9º urômero com a parte distal muito alongada (stylus) (fig. 236). As fêmeas adultas teem o corpo mais ou menos deprimido, de contorno subcircular, sub-oval, alongado ou mesmo quasi linear. Na maioria das espécies o pigídio, como peça única, destaca-se perfeitameme dos demais segmentos abdominais, em geral distintamente separados. As vezes, entretanto (tribu Odonaspidini), nota-se ta mbem distinta segmentação nos urômeros que se fundem para formar o pigídio. A cabeça e o protorax formam sempre uma peça única. O metatorax é mais ou menos separado do resto do torax. O mesotorax pode confundir-se com o protorax e a cabeça formando um cefalotorax completamente separado de resto do corpo (Selenaspidus Cockerell, 1897), ou com o metatorax, havendo, entre ele e o protorax, uma forte contrição, que divide o corpo da fêmea em duas partes uma anterior (cefalotorax), menor, constituída pela cabeça e protorax e ouira pelo rest o do corpo (Pseudaonidia Cockerell, 1897, Daplaspidiotus Mac Gillivray, 1921) (fig. 247).
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INSETOS DO BRASIL
Como disse, a parte mais i m p o r t a n t e no corpo de um Diaspidíneo é o pygidium, por ser a que apresenta o maior número de estruturas esclerosadas, as quais podem ser perfeilamente observadas nos espécimens corados ou não corados, ou nas respectivos fotomicrografias. Devo, pois, deter-me um pouco no estudo dessa região, mostrando quais as estruturas que mais frequentemente aí se voem e como as designam os que estudam especialmente esie interessante grupo de Coccoidea. Para facilitar o seu estudo, considerarei, primeiramente, o que se pode encontrar na m a r g e m pigidial, e, em seguida, assinalarei o que se pode observar na superfície ou dentro do pigídio. A margem do pigídio pode apresentar-se unida, um tanto ondulado ou subserrada, porem, sem saliências ou reintrâncias notaveis. Pode, entretanto, ter cerdas com as respectivos bases de implantação ou articulação perto da margem. N a maioria das espécies, porem, veem-se prolongamentos quitinosos de vários aspectos. Primeiramente devo mencionar saliências chatos, mais ou menos largas, simples, com entalhe (bilobadas) ou saliência na b o r d a livre, geralmente arredondada, são os lobos ou " p a l e t t e " dos autores italianos. Os lobos situados, u m de cada lado do eixo longitudinal do corpo, são os chamados lobos medianos (fig. 253). Alem dos lobos, ou há saliências estreitas triangulares mais ou menos alongadas e de ponta acuminada, chamadas placas, lamellae ou "peli filiere" dos autores italianos, ou prolongamentos, como linguetas, às vezes um tanto alargados, porem sempre fimbriados ou franjados, n u m ou em ambos os bordos, ou somente no ápice, que então se apresenta mais largo que a parte próximal - pectinae ou "pettini" dos autores italianos. Segundo a nomenclatura de MAc GILLIVRAY as pectinas largas com dentes no bordo dislal são - distapectinae (observadas em Parlatoriini); as pectinae ponteagudas, com dentes nas duas bordas são latapectinae; as que os apresentam somente numa das bordasunapectinae (fig. 253), finalmente as que teem aspecto de lingueta, com dois ou três dentes inconspícuos na ponta, são as furcapectinae ("furcate plates)". Estes três últimos tipos de pectinae são perfeitamente observados em Aspidiotini.
COCCOIDEA
265
Geralmente as pectinas se inserem em reintrâncias ou incisões na borda do pigídio (inscisurae). A parte do tegmento adjacente às margens das incisões pode apresentar-se fortemente esclerosada, formando as chamadas densariae (fig. 253), que não devem ser confundidas com as parafises ou espessamentos claviformes na espessura do pigídio, mais ou menos alongados, eoma parte mais atilada voltada para a base dos lobos ou das placas (fig. 249 B). No meio da parte dorsal do pigídio vê-se perfeitamente um orifício, geralmeme de contorno circular, que é o anus. Na face ventral há uma fenda transversal, estriada nas bordas, a vulva ou fenda vulvar (impropriamente designada vagina), melhor percebida nos exemplares montados em meio aquoso. A secreção que forma a escama, oriunda das glândulas hipodérmicas ceríparas e sericíparas, sai através de poros que se abrem: na região marginal, perto dessa região, na face dorsal do pigídio (de cada lado do anus) e na face ventral (ao redor da vulva). Estes últimos poros (genacerores, "dischi ciripari" dos autores italianos, "spinnerets", "glândulas circungenitais" etc., de outros), com o aspecto de minúsculos discos crivados, perfeitamente circulares, dispoem-se em torno da vulva, em 2, 4 ou 5 grupos, havendo, neste caso, um grupo anterior ou médio (mesogenacerores), 2 anteriores ou cefálicos (pregenacerores) e 2 posteriores ou caudais (postgenacerores) O número destes discos ceríparos perivulvares é geralmente indicado nas descrições mediante uma fórmula. Apresento aquí duas das mais empregadas: a de LEONARDI 2 8 - 9 3 - 5 e a usada por MAC GILLIVRAY: 2(8 - 9)3 - 5; 2, representa o grupo mediano, situado adiante da vulva, 8, e 9, os grupos cefálicos
e 3 e 5 os grupos caudais, de cada lado. Os poros dorsais (oraceratubae), macroporos e microporos, aliás tambem designados diferentemente pelo vários autores, acham-se em relação com duetos tubulares (ceratubae), de tipo mais ou menos característico em cada grupo desses Coccídeos. Mac GILLIVRAY (1921) classificou-os em sete tipos.
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INSETOS DO BRASIL
Segundo FERRIS (1936), veem-se dois tipos principais de ductos tubulares: o ducto "one-barred", característico de Aspidiotini e o ducto " t w o - b a r r e d " , característico de Diaspidini (fig. 233, 3 de cada lado). 120. Inimigos naturais - Os principais inimigos naturais dos Diaspidíneos são microhímenópteros da superfamília Chalcidoidea, das famílias Aphelinidae e Signiphoridae. P a r a o estudo destes insetos, consultem-se os trabalhos de SWEETMAN (1936), citado no 1º volume à pág. 33, e o de CLAUSEN (1940), alem da Lista de DE SANTIS (1941). 121. Classificação - A subfamília Diaspidinae, como já tive o ensejo de dizer, é o grupo mais importante de Coccoidea, não somente pelo número de espécies que a constituem, como pela importância econômica de muitas delas, reconhecidas entre as mais danosas pragas da agricultura. FERRIS (1937), como se pode ler no trecho seguinte, admite, no máximo, 4 tribus em Diaspidinae. « The subfamily Diaspidinae falis, in the author's opinion, into two distinct tribes and possibly two more should be recognised. These tribes are the well-defined Aspidiotini and Diaspidini, with a probable Odonaspidini anda possible Xanthophthalmini. The Aspidiotini will include those relatives and nomenclatorial derivatives of the genus Aspidiotus, which with a few exceptions have commonly been placed in this tribe. The Diaspidini will include forms which have by various authors been placed in the tribes Diaspidini, Lepidosaphini,Parlatoriini, Leucaspidini, and Fioriniini. The Odonaspidini will include Odonaspis and possibly several other genera. The Xanthophthalmini would include only one known genus, Xanthophthalma, with one species ». Reconhecendo a impossibilidade de se estabelecer distinções características entre Mytilococcini (= Lepidosaphini), Leucaspidini, Fioriniini (tribus ainda hoje admitidas por alguns autores) e Diaspidini, parece-me todavia que se pode m a n t e r separada a tribu Parlatoriini. Assim, eliminada a tribu Xanthophthalmini, até agora apenas com uma só espécie do México e do Panamá, restam as tribus Diaspidini, Parlatoriini, Odonaspidini e Aspidiotini, rodas com espécies assinaladas no Brasil:
COCCOIDEA
Eis a chave 1
para
a determinação
267
dessas tribus:
- Pigídio distintamente segmentado; sem verdadeiros lobos, pectinae ou placas ................................................................................. Odonaspidini (Odonaspides) 54 - Pigídio não segmentado; com lobos, pectinae 011 placas ............................................................. 2
1'
2 (1') - Pectinae presentes no pigídio e na margem «os urômeros que o precedem de tipo distapeciinae; ductos tubulares de tipo "two-barred" (altaceratubae). Parlatoriini (Parlatoriae) 2' - Pectinae, quando presentes, somente na margem pigidial .................................................. 3 3 (2') - Ductos tubulares de tipo "two-barred"; geralmente com placas triangulares alongados de ponta simples ou bifida ("gland spines"); lobo do 2° par, quando presente, longitudinalmente dividido (bilobado) ........................................................................................................................ Diaspidini 3' - Ductos tubulares não de tipo "two barred"" sem as placas triangulares referidas em 3; lobo do 2º par não bilobado ........................................ ........................................................................................................ Aspidiotini (Aspidioti)
Fig. 237 - Pinnaspis aspidistrae (Signoret, 1869) (Diaspidinae, Diaspidini). (De Fonseca e Autuori, Man. Citric., fig. 60).
Tribu
DIASPIDINI
(Leucaspides + Diaspides + Mytilococci) 122. grande os
importância
insetos
tribus,
Caracteres
a
que,
no
saber:
-
Alguns
na
autores,
classificação
conceito Diaspidini,
de
FERRIS, Fioriniini,
ou somente Diaspidini (incluindo coccini (ou Lepidosaphini).
achando dos formam
que
folículo
Diaspidíneos, esta
Leucaspidini
Fioriniini),
o
tribu, e
Leucaspidini
tem
distribuiam em
4
ou
3
Lepidosaphini, e
Mytilo-
54 As poucas espécies desta tribu existentes no Brasil pertencem ao gênero Odonaspis Leonardi, 1897 e vivem em rizomas de capins.
268
INSETOS DO BRASIL
Distinguiam estas 2 últimas tribus da 1ª porque nelas o folículo do macho é semelhante ao da fêmea, não só na forma, como na estrurufa e, sobretudo, na cor. E m Diaspidini o escudo do macho é diferente do da fêmea, sendo constituído pela 1ª exuvia larval, apical, e pela secreção de cor branca, formando um saco mais ou menos alongado, estreito, de lados paralelos, apresentando no dorso 1, 2 ou 3 carenas longitudinais. Diferenciavam t a m b e m Leucaspidini de Mytilococcini, ambos com folículos femininos virguliformes mais ou menos alonFig. 238 - Pseudaulacaspis pentagados, principalmente pela cor do folículo: gona (Targ.-Tozz., 1885) em Leucaspidini, sempre de cor branca em (Diaspidinae, Diaspidini). (De Fonseca, 1931). ambos os sexos, em M y t ilococcini, de cor variavel nas espécies, porem, raramente branco e quas i sempre com aspecto lembrando a concha de um marisco. Assim, pode dizer-se que
Fig. 239 - Pinnaspis minor (Maskell, 1884) (Diaspidinae, Diaspidini), sobre galhos de laranjeira (menos do tamanho natural). Os folículos dos machos revestem totalmente a superfície do galho (M. Nascimento fot.).
os principais aspectos dos folículos em Diaspidini (tal como FERRIS admite a tribu com a exclusão de Parlatoriini) são os que v e n h o de referir para os 3 grupos acima mencionados.
COCCOIDEA
269
Relativamente ao aspecto do pigídio, o que há de mais interessante para a diferenciação desta tribu das demais, já foi mencionado na chave. Devo, entretanto, chamar a atenção para o fato de raramente (em Howardia biclavis (Comstock, 1883), por exemplo), se observarem verdadeiras parafises ou densariae nestes insetos, as quais, entretanto, adquirem um notavel desenvolvimento em muitos dos Aspidiotini. 123. Espécies mais interessantes - Os representantes de Diaspidini que no Brasil causam maiores danos às plantas cultivadas pertencem aos gêneros Pseudaulacaspis Mac Gillivray, 1921 e Pinnaspis Cockerell, 1892 (= Hemichionaspis, Cockerell, 1897).
Fig. 240 - Pinnaspis aspidistrae (Signoret, 1869). Os escudos dos machos revestem quasi toda a superfície do galho; os escudos das fêmeas assestam-se principalmente nos espaços entre aqueles, nas partes escuras, porem são invisiveis. (J. Pinto fot.).
Referirei, a seguir, as respectivas espécies de maior importância: Pseudaulacaspis pentagona (Targioni-Tozzetti, 1885). Cochonilha oriunda do Extremo Oriente; acha-se espalhada por todo o mundo (fig. 238). Em Niterói (Estado do Rio), encontrei-a abundantemente sobre o caule de amoreiras e Malváceas silvestres, provavelmeme do gênero Sida. Em Minas Gerais e outros Estados em que se cultiva o pessegueiro ataca frequentemente essa planta. Entretanto, talvez devido à ação dos microhimenópteros que normalmente a parasitam (Prospaltella berlesei (Howard, 1882) e ou-
270
INSETOS DO BRASIL
tras espécies), até agora não foram assinalados no Brasil os estragos que o m e s m o inseto causa na Argentina. O escudo das fêmeas é de contorno subcircular, com cerca de 2mm de diâmetro, de cor branca ou esbranquiçada e com 2 exuvias sub-
Fig, 241 - Galho infestado por Pinnaspis; vê-se tambem uma larva de Pentilia sp. Coccinellidae) (maior aumento que o da figura anterior) (J. Pinto fot.).
centrais ou submarginais de cor alaranjada (fig. 238). O corpo do inseto é de contorno sub-oval e de cor amarela ou alaranjada. O folículo do macho é bem menor que o da fêmea, alongado, geralmente unicarinado. Do gênero Pinnaspis há duas espécies: Pinnaspis aspidistrae (Signoret, 1869) e Pinnaspis minor (Maskell, 1884) (figs. 239-241). A primeira ataca Citrus e outras plantas, a segunda vive de preferência sobre Malvaceas, causando às vezes danos apreciareis nos algodoeiros arbóreos ou perenes. O aspecto microscópico de ambas é muito parecido, distinguindose, porem, facilmente, pelo exame do pìgídio.
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Em P. aspidistrae o escudo das fêmeas é de 1,5 a 2,5 mm, geralmente irregular, porem sempre distintamente alargado na extremidade oposta àquela em que se acham as exuvias larvais, um tanto achatado e de cor parda-clara, as exuvias apresentam-se com a mesma cor do resto do folículo véu ventral fraco, semi-transparente. Corpo da fêmea alongado, de cor amarela ou testácea. Pigídio, como na figura. O folículo do macho, com cerca de 1 mm, é alongado, de lados quasi paralelos e distint amente tricarinaFig. 242 - Pinnapis minor (Maskell, 1884) (Diaspidinae, Diasdo, exuvia larval pidini) a, folículos de machos; b, folículo da femea; c, femea adulta destacada, da planta e sem a respectiva escama (muito aumentado). de cor amarela pa(De Fonseca e Autuori, Man. Citric., fig. 45). lida (fig. 237). A propósito dos danos causados por P. aspidistrae em plantas do gênero Citrus assim se manifestam FONSECA e AUTUORI (1933): « Os damnos causados por esta cochonilha às plantas citricas podem ser verdadeiramente calamitosos. Sugando a selva da planta, determina-lhe o definhamento geral, resultante, em grande parte, da acção tóxica proveniente das innúmeras picadas do inseto nos tecidos vegetaes. Os ferimentos occasionados pela cochonilha tambem constituem optimo meio para o desenvolvimento das doenças cryptogamicas. Estas, às vezes, podem dar origem a fendas longitudinais na casca da planta por onde expelle certo líquido resinoso. A espécie torna-se facilmente distincta, por formarem os machos agglomerações mais ou menos intensas que dão às partes atacadas aspecto característico, como se estivessem pulverizadas de branco. »
Releva, porem, ponderar que, tanto Pinnaspis aspidistrae, como Pinnaspis minor, não obstante serem habitualmente muito atacados por predadores e parasitos, continuarão a proIiferar do modo impressionante se não se recorrer a qualquer dos mais eficientes métodos técnicos de combate às cochonilhas.
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Unaspis citri (Comstock, 1883) ( = Chionaspis citri Comstock; Prontaspis citri (Comstock). Espécie reputada tambem mui perniciosa para as plantas do gênero Citrus. Entre nós, porem, não é tão encontradiça como Pinnaspis aspidistrae. Howardia biclavis( Coms tock, 1883). Cochonilha frequentemente encontrada em multas das nossas plantas cultivadas.
Fig. 243 - Laranja atacada por Mytilococcus beckii (Newmann, 1869) (Diaspidinae, Diapidini) (De Fonseca e Autuori, Man. Citric., fig. 45).
O escudo da fêmea, quasi circular, com exuvias marginais e atingindo cerca de 3mm de diâmetro, fica par-
cial ou totalmente escondido sob urna camada epidérmica da casca da planta. O pigídio, apresenta, como vimos, 2 parafises claviformes em relação com os ângulos internos das palhetas ou lobos medianos. Não há neste inseto discos ciríparos perivulvares (genacerores), presentes na maioria das espécies de Diaspidini. As espécies de Mytilococcus Amerling, 1858 (= Lepidosaphes Shimer, 1868), Ischnaspis Douglas, 1887 e gêneros afins formaram a tribu Lepidosaphini, caracterizada, como já vimos, principalmente pelo aspecto do folículo. Em todas o folículo apresenta um véu ventral bem desenvolvido.
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Fig. 244 - Mytilococcus beckcii (Newmann, 1869) (Diaspidinae, Diaspidini); folículo da fêmea adulta; a, vista dorsal; b, vista ventral; c, corpo da fêmea sem o folículo. (De Fonseca e Autuori, Man. Citric.)
Ischnaspis longirostris (Signoret, 1882)é uma das cochonilhas mais facilmente reconheciveis pelo aspecto macroscópico. Frequentemente encontrada em folhas de palmeiras, tem a escama com o aspecto de traços negros, muito estreitos, quasi retos, de 2 a 4mm. de comprimento. Raramente determina grandes estragos nas plantas que ataca. Do gênero Mytilococcus as duas espécies que causam mais danos, no Brasil são: Mytilococcus ulmi (L., 1758), que, no sul do pais, ataca o caule de macieiras e pereiras e Mytilococcus beckii (Newman, 1869) (= Lepidosaphes beckii (Newman); Lepidosaphes pinnaeformis Leonardi, nec Bouché, 1851; Lepidosaphes citricola Packard, 1869), uma das cochonilhas mais prejudiciais às plantas do gênero Citrus, atacando o caule, as folhas e os frutos (figs. 243-245). A escama da fêmea, que é semelhan te à do macho, porem maior, mede de 2 a 3 mm de comprimento, por 1 mm na maior largura, é de cor castanha clara ou escura e, vista ao microscópio, lembra o aspecto de um marisco, dai o nome "escama marisco" que lhe dão alguns autores.
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Eis o que dizem FONSECA e AUTUORI (1933) sobre os estragos causados
por essa cochonilha: « Esta especie fixa-se em todas as partes da planta, inclusive nos fructos, os quaesamadurecem mal, tornando-se manchados. Nas partes onde os insectos se fixam em colonias, causam leves depressões nos fructos o que os torna defeituosos, de feio aspecto, por conseguinte depreciado. As folhas atacadas tornam-se encarquilhadas e manchadas de amarello. No tronco e nas hastes o insecto forma colonias e pode passar despercebido devido á cor de sua escama, que se assemelha ao colorido da casca da árvore, tornando-se por essa razão pouco conhecido. Quando o ataque é intenso, pode causar a morte da parte atacada ou de toda a planta ». Relativamente recomendo ressante
a
ao
combat
leitura
trabalho
do
de
e,
inte-
MENDES
(1937).
Tribu
PARLATORIINI Caracteres
124. cies
mais
Os
insetos
centes
desta
a
Tozzetti,
espé-
tribu,
1869
e
a
Targioni-
gêneros
margem
prepigidiais
-
perten-
Parlatoria
apresentam mentos
e
interessantes
afins,
dos
com
segdista-
pectinae ou placas fimbriadas no
bordo
porem, aspecto Fig. 245 - Tubo digestivo de Mytilococcus sp.; 1, prointestino e mesenteron; 2, filamentos que prendem o estômago ao réto; 3, reto; 4, intestino; os 2 grossos tubos de cada lado do reto são os tubos de Malpighi. (De Weber, 1930, fig. 177, segundo Berlese, Gli Insetti, 1; fig. 913).
Recentemente buições
ao
MORRISON
conhecimento
desses
de
(bracteae).
de
insetos
dos
ductos
tipo
'"two
ratubae),
teem
dades
com
os
pidini;
daí
tambem
nessa
apresentou insetos.
uma
Tratam-se, que,
das
barred"
(altace-
grandes da
pelo
tubulares,
tribu
FERRIS
afiniDias-
incluí-los
tribu. melhores
contri-
COCCOIDEA
275
No Brasil, como em outros paises, uma das espécies mais importantes é a Parlatoria pergandii Comstocki, 1881, que ataca principalmente o caule das plantas do gênero Citrus. O escudo da fêmea é de cor esbranquiçada ou pardo-acinzentada, de contorno subcircular, fino, semitransparente e com exuvias marginais. O corpo da fêmea adulta é oval e de cor purpúrea escura.
Fig. 246 - Aspidiotus destructor Signoret (Diaspidinae, Diaspidini), em folha de abacateiro.
O escudo do macho, com 1 mm de comprimento, é de cor parda clara, oblongo, um tanto convexo, porem não carinado. Tribu
ASPIDIOTINI
125. Caracteres - Os Diaspidíneos desta tribu apresentam geralmente o folículo da fêmea circular, com películas centrais ou um tanto excêntricas, e o do macho de contorno oval ou subcircular, com a exuvia aproximada de uma das extremidades. No pigídio não se encontram duetos tubulares de tipo "two barred" (altaceratubae) e sim de outros tipos, mais ou menos alongados, filiformes ou lineares (lineaceratubae) e, em muitas espécies, com a extremidade interna distintamente clavada, lembrando o aspecto de um espermatozoide (clavaceratubae de MAC GILLIVRAY). Nessas cochonilhas, alem de lobos e de placas, via de regra pouco conspícuas, encontram-se frequentemente quasi todos os tipos de pectinae, parafises e densariae.
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126. Gêneros e espécies mais interessantes - A tribu Aspidiotini compreende vários gêneros, dentre os quais citarei, pela importãncia das espécies que apresentam: Aonidiella Berlese & Leornardi, 1899; Aspidiotus Bouché, 1833; Chrysomphalus Ashmead, 1880; Duplaspidiotus Mac Gillivray, 1921; Hemiberlesia Cockerell, 1897; Melanaspis Cockerell, 1897; Morganella Cockerell, 1897; Mycetaspis Cockerell, 1897: Pseudaonidia Cockerell, 1897; Quadraspidiotus Mac Gillivray, 1921 (= Euraspidiotus Thiem & Gerneck; Comstockaspis Mac Gillivray, 1921; Forbesaspis MaGillivray, 1921) (sinonímia apresentada por FERRIS, 1938).
Fig. 247 - Pseudaonidia trilobitiformis (Green, 1896) (Diaspidinae, Aspidiotini). a, escamas; b, fêmea adulta separada da escama, muito aumentados. (De Fonseca e Autuori, Man. Citric., fig. 55).
De gênero Aspidiotus a espécie mais frequentemente encontrada no Brasil é o Aspidiotus destructor Signoret, 1869, que, às vezes, causa danos de certa importância no coqueiro, atacando-lhe as folhas, na página inferior. Encontra-se o inseto tambem em abacateiro, bananeira, cajueiro e outras fruteiras (fig. 246). O escudo da fêmea é chato tendo pouco mais de 1mm de diâmetro; aquela, quando desenvolvida, é de cor amarela-pálida e semitransparente. O estudo do macho é oval alongado e mais escuro. Nas par tes em que se assestam as escamas o tecido da folha vai amarelecendo e acaba morrendo. Quando o inseto prolífera sem peias, isto é, protegido por formigas e pouco atacado por Coccinelídeos e
COCCOIDEA
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por microhimenópteros parasitos dos gêneros Aphelinus e Aspidiotiphagus, cobre as folhas e até mesmo os frutos verdes de uma crosta espessa, causando então grandes danos. No interessante trabalho de TAYLOR (1935) há indicações preciosas relativas à etologia desse inseto e aos meios de combate por inimigos naturais. O gênero Pseudaonidia é facilmente reconhecivel pela forte constrição do corpo da fêmea entre o pro e o mesotorax, pela presença de 4 pares de lobos pigidais e larga área reticulada na parte dorsocentral do pigídio, que nos faz lembrar o aspecto da pele de jacaré. Das várias espécies encontradas no Brasil, referidasno meu Catálogo e no de LEPAGE, a que mais frequentemente se encontra é a Pseudaonidia trilobitiformis (Green, 1896) (fig. 247). Tem sido vista atacando
Fig. 248 - Galho de videira atacada por Duplaspidiotus tesseratus (De Charmoy, 1899) (Diaspidinae Aspidiotini) aumentado. (De Costa Lima, 1924, fig. 3).
várias plantas, principalmen, e espirradeira (Nerium oleander) e mangueira (Mangifera indica), assestando-se, porem, quasi sempre, na página superior das folhas, ao longo da nervura mediana, o que acarreta a assimetria da escama, que adquire a forma semielítica. O corpo da fêmea, quando jovem, é de côr branca ou amarela; completamente desenvolvido, porém, é de côr violácea. São do gênero Duplaspidiotus, aliás muito próximo do precedente, as espécies seguintes, citadas no meu Catálogo (1936) como parasitos da videira: D. fossor (Newstead, 1914), D. marquesi (Lima, 1924) (fig. 249) e D. tesseratus (De Charmoy, 1899) (fig. 248) anterior-
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mente incluídas no gênero Pseudaonidia. Em tais espécies, porem, faltam os genaceroros peri-vulvares.
Fig. 249 - Duplaspidiotus marquesi (Costa Lima, 1924) (Aspidiotini); A, fêmea adulta; B, pygidium da mesma, fortemente aumentado. (De Costa Lima, 1924, fig. 8).
De gênero Hemiberlesia citarei 2 espécies, extremamente próximas, que vivem em muitas das nossas plantas. No meu Catálogo acham-se citados os vegetais em que teem sido encontradas. Refiro-me à Hemiberlesia lataniae (Signoret, 1869) (= Aspidiotus lataniae Signoret, Aspidiotus cydoniae Comstock, 1881 e à Hemiberlesia rapax (Comstock, 1880) (= Aspidiotus camelliae Signoret, 1869).
COCCOIDEA
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O reconhecimento dessas 2 espécies é de grande interesse, porque ambas, em geral pouco daninhas, podem ser confundidas com o terrivel piolho ou escama de S. José (Quadraspidiotus perniciosus). Naquelas espécies, porem, só os lobos do par mediano é que são bem desenvolvidos (H. lataniae tem genaceroros e H. rapax não tem tais poros). Em Q. perniciosus, alem do par de palhetas médias, há um segundo par de lobos bem desenvolvidos e não ha genaceroros. Outra espécie de Hemiberlesta que frequentemente se acha em várias das nossas plantas cultivadas é a Hemiberlesia cyanophylli (Signoret, 1869) (= Furcaspis cyanophylli (Signoret). 127 Quadraspidiotus perniciosus (Comstock, 1881) (= Aspidiotus perniciosus, Comstock); Diaspidiotus perniciosus (Comstock), Aonidiella perniciosa (Comstock), Comstockaspis perniciosa (Comstock) (figs. 250-253). Acredita-se que o piolho de S. José seja originário do norte da China. Nos Estados Unidos da América do Norte é considerado urna das maiores pragas da agricultura. Na América do Sul ha muito que Q. perniciosus existe na República Argentina, e foi com plantas importadas desse país que o introduziram em
Fig. 250 - Galho de pessegueiro atacado por Quadraspidiotus perniciosus (Comstock, 1881) (Diaspidinae, Aspidiotini). (De Fonseca e Autuori, 1936, (2) fig. 163.
280
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Pelotas (Rio Grande do Sul), conforme tive o ensejo de mostrar no meu relatório sobre a praga (1922), publicado pouco tempo depois de o ter descoberto em fruteiras de um pcmar de S. Lourenço (Minas Gerais), do Sr. ARLINDO GUIMARÃES, que as recebera de Pelotas. O piolho de S. José, atacando multas espécies de plantas, tem todavia notavel preferência pelas Rosaceas arborescentes (macieiras, pereiFig. 251 - Escamas de Quadraspidiotus perniciosus (Comstock, 1881) ras, etc.). (Diaspidinae, Aspidiotini), para se ver o aspecto característico da Apesar de ser encontrado em cratera central. (De Fonseca, 1936.) todos os climas, parece, entretanto, mais daninho nas regiões temperadas, correspondendo exatamente ao tipo biológico definido por BALACHOWSKY (1932) sob o nome de es-
Fig. 252 - Quadraspidiotus perniciosus (Comstock, 1881), fêmea adulta, muito aumentada (De Fonseca, 1936).
COCCOIDEA
281
Fig. 253 - Pygidium de Quadraspidiotus perniciosus (Comstock, 1881). (De Fonseca, 1936).
pécie ubiquista das zonas temperadas. No Brasil encontra-se mais disseminado no Estado do Rio Grande do Sul. Já foi assinalado em
Fig. 254 - Laranja infestada pelo Chrysomphalus ficus Ashmead, 1880 (Diaspidinae, Aspidiotini). (Original gentilmente cedido por Pinto da Fonseca, do Instituto Biológico de S. Paulo).
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S a n t a Catarina, Paraná e São Paulo. E m São Lourenço (Minas Gerais), onde o vi pela primeira vez no pomar do Sr. ARLINDO GUIMARÃES, conseguimos extinguir o foco, porque, no m o m e n t o em que agimos, MAGARINOS TORRES e eu, eram ainda muito poucas as plantas atacadas.
Fig. 255 - Chrysomphalus ficus Ashmead, 1880 (Diaspidinae, Aspidiotini); a, escamas da fêmea e do macho; b, fêmea adulta (muito aumentado). (De Fonseca e Autuori, Man. Citric., fig. 52).
Na vasta literatura referente ao Quadraspidiotus perniciosus os vários autores, assinalando os estragos causados por essa praga, avaliam em moeda corrente os colossais prejuízos que em muitos casos tem acarretado à pomicultura. Segundo BALACHOWSKY (1932), os climas quentes e úmidos das regiões equatoriais, apesar de ativarem o desenvolvimento do inseto, provocam uma grande mortalidade entre as larvas dos primeiros estádios. Daí, talvez, não ser encontrado como praga das culturas tropicais. Esta cochonilha vive geralmente sobre as várias partes do caule das plantas hospedeiras (tronco e galhos), porem as folhas e os frutos podem tambem ser infestados. Nestes o ataque é facilmente reconhecível, porque a superfície do pericarpo, ao redor da parte coberta pela escama, apresenta pequena auréola, de cor avermelhada ou púrpura, de aspecto característico. Os folículos da fêmea, bem desenvolvidos, não excedem de 2 mm, são de cor parda acinzentada e negra, com uma mancha mais clara no centro. Apresentam, entretanto, uma peculiaridade interessante, nofada por WEBSTER (1881), sem dúvida um dos melhores caracteres exteriores, que permite distinguir-se o piolho de S. José das espécies
COCCOIDEA
283
Fig. 256 - Folhas atacadas por Aonidiella aurantii (Maskell, 1878) (Diaspidinae, Aspidiotini) (Original gentilmente cedido por Lepage, do Instituto Biológico de S. Paulo).
que lhe são afins. Refiro-me a uma depressão ou sulco em volta da mancha central (fig. 251). Os caracteres do pigídio podem ser apreciados nas figuras 252 e 253. Sobre a biologia do piolho de S. José há na literatura entomológica norte americana um grande número de trabalhos, alguns dos quais referidos na bibliografia desta secção. Recomendo tambem os trabalhos de BALACHOWSKY (1937), BONNEMAISON e o de LAHILLE (1911).
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Ao genero Chrysoraphalus pertencem vários dos nossos Aspidiotini. Todavia, dentre as espécies mais encontradiças no Brasil, como em outros paises, devo citar o Chrysomphalus ficus (Ashmead, 1880)
Fig. 257 - Galho de Citrus infestado por Aonidiella aurantii (Maskell, 1878) (Diaspidinae. Aspidiotini) (Original gentilmente cedido por Lepage, do Instituto Biologico de S. Paulo).
(= Chrysomphalus aonidum (Linnaeus, auct.) (figs. 254 e 255) e o Chrysomphalus dictyospermi (Morgan, 1889), ambos encontrados atacando folhas e frutos várias da plantas, principalmente espécies de Citrus,
Fig. 258 - Galho de Citrus atacado pelo fungo entomófilo Sphaerostilbe coccophila. (Original gentilmente cedido por Lepage, do Instituto Biológico de S. Paulo).
palmeiras e mangueiras. Para o estudo das espécies desse gênero indico o trabalho de Mc KENZIE (1939). Ao gênero Aonidiella, tambem estudado em trabalhos de Mc KENZIE (1938, 1939), pertence a Aonidiella aurantii (Maskell, 1878), a la-
285
COCCOIDEA
Fig. 259 - Laranjeiras atacadas por Aonidiella aurantii, sendo expurgadas pelo gás cianídrico Pitangueiras, S. Paulo (1940). (Original gentilmente cedido por Lepage, do Instituto Biológico de S. Paulo.
Fig.260 - Folha de Citrus atacada por Diaspidíneo com pupas de Pentilia egenea. (Original gentilmente cedido por Lepage).
migerada
"californian
causa sérios danos, (figs. 256-260).
red
scale"
atacando
que
nos
E.
principalmente
Unidos plantas
e
em do
outros gênero
paises Citrus
286
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Fig. 261 - Fragmento de colmo de cana de açucar, com estudos de Melanaspis saccharicola (Lima, 1934) (aumentado).
No idênticos
Brasil, aos
que
frequentemente. nilha tempo
é
a
secam
A
até
ocorrem
nesses
planta
roseira; e
entretanto,
a
que
quando planta
agora,
se
os
não
países, vê
galhos
foram
porque
mais ficam
não
prejudicada muito
assinalados é
danos
encontrada
por
infestados,
essa em
morre.
Fig. 262 - Galho de videira com escudos de Melanaspis arnaldoi (Lima, 1924) (S. Lahera fot.) (aumentado).
tão
cochopouco
COCCOIDEA
287
Esta cochonilha apresenta escama ou folículo circular ou subcircular e escama ventral fina, porem completa. O corpo da fêmea, bem desenvolvido, apresenta, como nas demais espécies congenéricas, contorno subcircular e, na parte posterior, profunda reintrancia, no fundo da qual se encompra o pigídio. Recentemente NEL (1933), LUPO (1936) e Mc KENZIE (1937) mostraram que Aonidiella citrina (Coquillet, 1891), a "californian yellow scale" dos norte-americanos, é uma espécie perfeitamente distinta de Aonidiella aurantii, tendo Mc KENZIE chamado a atenção para certas estruturas do pigídio, que permitem a Fig. 263 - Limão cravo atacado por Morganella longispina distinção relativamente (Morgan, 1889) (De Fonseca e Autuori, Man. Citric., fig. 56). facil das duas espécies. O gênero Morganella compreende a Morganella longispina (Morgan, 1889) (= Morganella maskelli Cockerell, 1897) (figs. 263, 264), espécie reconhecivel pelo aspecto da escama da fêmea, que é negra, ou quasi negra, circular, fortemente convexa e apresentando uma aba dobrada ou voltada para cima; a escama ventral é completa e tão espessa quanto a dorsal. O aspecto do pigídio, como se pode ver na figura, é tambem bastante característico. Esta espécie parece-me ser um dos principais inimigos dos nossos mamoeiros. Atacando-lhes o tronco, causa o definhamento da planta, que assim fica mais sujeita ao ataque de outros inimigos, primeiramente dos Curculionídeos Pseudopiazurus obesus (Boheman, 1838), Pseudopiazurus papayanus Marshall, 1922 e, depois, do Tineideo Tiquadra nivosa (Felder & Rogenhoffer, 1875), que acabam matando a planta.
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Uma espécie muito espalhada por todo o Brasil, atacando várias das nossas fruteiras cultivadas, é a Mycetaspis personata (Comstock, 1883), facilmente reconhecivel porque o corpo da fêmea, na parte anterior, apresenta um prolongamento cefálico, largo, distintamente diferenciado do resto do corpo.
Fig. 264 - Morganella longispina (Morgan, 1889) (Diaspidinae, Aspidiotini) (De Fonseca e Autuori, Man. Citric., fig. 57).
Fig. 265 e 266 - Folha com escamas de Insaspidiotus scutiformis (Cockerell, 1893) (Diaspidinae, Aspidiotini) e, ao, lado uma escama muito aumentada. (De Fonseca e Autuori, 1933, Man. Citric., figs. 58 e 59).
vistos
Citarei sobre
finalmente outros dois Aspidiotini, frequentemente as folhas de algumas das nossas fruteiras e que,
COCCOIDEA
às
vezes,
é
causam
Melanaspis
o
que
ataca
Psidium Citrus
outras
(fig.
1893),
Melanaspis
espécies a
262),
Aonidiella
é
Um 1900),
mangueira o
e
Insaspidiotus que
vive
em
plantas.
gênero 3
Aonidiella,
Ferris,
outro
(Cockerell,
e
apreciaveis. (Hempel,
principalmente
scutiformis
Ao
calcarata
danos paulista
araça;
feridas
Fig. 267 - Coccidophilus citricola Brèthes, joaninha predadora de cochonilhas da subfam. Diaspidinae.
289
que
Pelos desenhos
leivasi
(1934)
(fig.
e respectivas
Melanaspis obtusa Ferris, 1941, parecem-me idênticos,
ser
descrevi
Aonidiella
saber: Aonidiella
saccharicola
devem
reem
arnaldoi (1924)
e
261).
descrições,
1941 e Melanaspis respectivamente, a
Melanaspis arnaldoi e a Melanaspis leivasi. 128. B i b l i o g r a f i a . AUTRAN E. 1907 -
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é
autor
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ÍNDICE
Abacateiro, 234, 275, 276 Abacaxi, 234 Abbella tomaspidis, 77 Abbelloides marquesa, 61 Abies, 128 Acacia, 77, 209 Acanaloniidae, 40 Achilidae, 39 Achilixidae, 39 ACKERMANN, 121, 161 Aclerda, 239, 240 campinensis, 240 Aclerdidae, 202, 259 Acmonia maculata, 47 Acropyga (Rhizomyrma), 237 pickeli, 237, 238, 239 Acrostalagmus, 200, 249, 251 A delgidae, 148 Aegerita webberi, 187 Aenasius advena, 236 Aetllalion, 53 reticulatum, 57, 58, 61 Aethalionidae, 17, 55 A gon oscena succinta, 10l Alamo da Carolina, 141 A leurodes horridus, 186 Aieurodicinae, 183, 184
Aleurodieus bondari, 177 flumineus, 185 magnificus, 187 Aleurothrixus floccosus, 176, 179, 181, 182, 185 184, 186, 187, 229 howardi, 187 ? ondinae, 185 porteri, 186 (nota) Aleyrodes brassicae, 180 Aleyrodidae, l83, 184 Aleyrodina, 176 Aleyrodinae, 183, 184 Aleyrodoidea, 17, 18, 94, 175 Algodoeiro, 236, 251, 270 Allograpta 134 exotica, 1 3 5 Alpista, 140 Amendoim, 234 Amitus blanchardi, 187 spiniferus, 187 Amoreira, 269 Amphorophora, 138 Anacardium occidentale, 140, 276 Anagrus armatus, 44 urichi, 77 Anagyrus coccidivorus, 235
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INSETOS DO BRASIL
Ananas sativus, 234 Anaphoidea latipennis, 60, 62 Andira (Voucapoua), 98 anthelminthica, 107 ANNAND, 8, 148, 161 Antonina bambusae, 236 Anuraphis, 138, 139 persicae-niger, 239 prunicola, 139 schwartzi, 139 Aonidia, 263 Aonidiella, 276, 284 aurantii, 284, 285, 287 perniciosa, 279 citrina, 287 Aphalarini, 101 Aphelinus, 277 jucundus, 151 mali, 146, 148 Aphelopus, 52 Aphidencyrtus, 135 Aphides, 112 (nota) Aphididae, 112 (nota), 136, 137 Aphidina, 112 Aphidinae, 137 Aphidini, 137, 158 Aphidius, 134 brasiliensis, 135 platensis, 135 testaceipes, 118 Aphidoidea, 18 91 112 Aphiidae, 112 (nota) Aphis, 112, 132, 138 avenae, 138 cucumeris, 138 fabae, 115 frangulae, 138 (nota gossypii, 154, 138 lutescens, 117 mali, 120 nerii, 117 118 rhamni, 138 (nota)
rosae, 116 rumicis, 121 saliceti, 128 tavaresi, 138, 140 Aphrophora spumaria, 71 Aphrophorinae, 71 Apiococcus, 203 Apiomorpha duplex, 197 Arachis hypogea, 234 Araeopidae, 40 ARAGÃO, 105 ARAUJO, 33, 34 ANNAND, 232 Aroeira, 140 Arruda, 101 Arum maculatum, 139 Arvore dos carrapatos, 107 Asaphes, 135 Aschersonia aleyrodis, 181, 187 Asclepias curassavica, 117, 118 A spidioti, 267 Aspidiotini, 266, 267, 275 Aspidiotiphagus, 277 Aspidiotus, 266, 276 camelliae, 278 cydoniae, 278 destructor, 275 lataniae, 278 perniciosus, 279 Aspidoproctu s maximus, 204 Asterolecaniidae, 202, 240 Asterolecanium, 196, 240 bambusae, 241 pustulans, 197, 241 Auchenorhyncha, 16, 21 A uchenorryncha, 21 Auehmerina limbatipennis, 106
ÍNDICE
Aulacizes, 81 AULMANN, 107 AUTRAN, 289 AUTUORI, 120, 170, 182, 210, 212, 213, 219, 231, 233, 249, 253, 254, 255, 271, 272, 273, 274, 276, 279, 280, 281, 282, 287, 288, 289, 294 AYYAR, 504 AZEVEDO, 189 Azya luteipes, 249, 255 Baccha clavata, 118, 127, 134, 135, 236 Baccharis salicifolia, 103 Bactericera solani, 103 ulei, 105 BAEHR, VON, 161 BAER, 62 BAKER, A. C., 161, 171, 183, 184, I88, 190 BAKER, C. F., 86, 89, 112 (nota), 136 137, 140, 14l, 147 BAKER, J. M., 161, 188 BALACHOWSKY, 161, 280, 282, 283, 289 BALBINIANI, 120, 122, 130 BALDUF, 62, 89 Bambu, 236 Bananeira, 139 234, 276 BARNES, 99, 107, 290 BATCHELDER, 161 BAWDEN, 18 BAYLE 159 BAZAN, 205, 289 BEMIS, 188 BENNETT, 90 BERG, 18, 89 BERGER, 188, 290 BERGEVIN, 90 BERGROTH, 108 BERLESE, 8, 12, 14, 218, 222, 274, 290 BERTONI, l02, 108 BESS, 290 BH ATIA, 161
311
BIEZANKO, 18 BISHOP, 505 BLANCHARD, 136, 139, 140, 161, 162, 188, 200, 290 Blastobasis atmozona, 256 BLISS, 290 BLOCKMANN, 130 BLUMML, 108 Bocydium, 57 globulare, 54 BODENHEIMER, 162 BOERNER, 124, 130, 136, 148 (nota), 152, 153, 162, 183, 193 Bolbonota, 58, 56 Boletus tropicus, 232 BONDAR, 58, 62, 88, 136, 162, 179, 184, 187, 188, 220, 290 BONFIGLI, 166 BONNEMAISON, 283, 290 BONNET, 116, 119 BORGMEIER, 280, 290 Bornetina corium, 231 BOSELLI, 101, 108 BOWRING, 44 BRAIN, 208, 290 BRANCH, 63 BRANDES, 133, 162 BRANDT, 14 Brasilaphis bondari, 136 BRÈTHES, 61, 102, 107, 108, 147, 162 209 Brevicoryne, 138 brassicae, 135 158, 139 BRITTAIN, 99 BRITTON, 188 BROADBENT, 290 BRUCK, 207 BRUNNER, 91 BRYSON, 152 BUCHNER, 15, 18 BUCKTON, 63 132 136
312
INN SESTOEST OO)S1 DO BRASB ILR A S I L
BUENZLI, 239, 290 BUESGEN, 165 BUGNION, 14, 47 BURMEISTER, 65 BUTLER, A. G., 65 BUTLER, C. G., 188 BUYS, 90 Bythoscopidae, 87 Cacaueiro, 61, 140 Cafeeiro, 28, 140, 222, 237, 244, 245, 249 Cajueiro, 140, 276 CALDWELL, 108 Cales noacki, 187 Callipterini, 137 Calophya, 97, 100, 102, 105 CAMARA, 194, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 165 CAMARGO, 212 Camellia, japonica, 104 Camondongo, 244 Camponotus cingulatus, 230 rufipes, 230 Campylenchia, 53, 56 hastata, 57, 61 Cana de açucar, 73, 140, 234, 236, 240 Canceraspididae, 259 Canceraspidinae, 209 Carceraspinae, 203 Canceraspis, 203, 259 Capim, 244, 267 Capim de folha larga, 207 Capitophorus rosarum, 139 Capnodium, 199, 226 Capritermes opacus parvus, 207 Capulinia, 203, 245 crateraformans, 197, 245, 244 246 jahoticabae, 246 sallei, 203
Carica papaya, 287 Carineta fasciculata, 28 formosa, 27, 28 CARLETT, 33 Carmim, 141, 217 CARMODY, 75 CARPENTER, 90 Carpochloroides, 203 Carrapeteira, 256 Carrapicho de cavalo, 244 Carsidarina, I00, 103 CARTER, 19, 83, 90, 235, 291 Carteria, 216 CARVALHO, 209, 291 Cathedra, 36 serrata, 44 Cecidotrioza mendocina, 103 CECIL, 78 CENDANA, 291 Cephisus sicifolius, 77 Cera do pereiro, 198 Ceraleurodicus moreirai, 176, 179, 186 Cerataphis, 113 lataniae, 135, 152, 160 Ceratomegilla maculata, 134 Cercopidae, 7l, 77 Cercopina, 71 Cercopoidea, 17, 65 Ceresa, 53 Ceriacreminae, 100 Ceriacremum quadrigibbiceps, 103 Ciriacreminae, 100, 193 Cerococcus, 193, 240, 243, 244 ornatus, 245 parahybensis, 241, 242, 245 Ceroplastes, 193, 198, 247, 249, 253 254, 256, 257 bruneri, 256
ÍNDICE
Ceroplastes confluens, 253 floridensis, 253 grandis, 253, 256, 257 iheringi, 256 janeirensis, 195, 253 lepagei, 253 psidii, 198 Ceropsylla johnsoni, 103, 105 Ceroputo, 221 nipae, 220, 221, 255 Chaetococcus bambusae, 236 Chaitophorus populi, 120 CHAMBERLIN, 216, 291, 292 CHARDON, 133, 165 Chermes, 99, 123, 124, 125, 127, 128 129, 131, 149 Chermesidae, 136, 148 Chermesidae, 99 Chermesinae, 137 Chermidae, 99, 136 Cherminae, 100 Chermoidea, 94 CHILDS, 12, 291 CHINA, 16, 20, 48, 78, 90 Chionaspis citri, 272 CHOLODKOWSKY, 130 CHOU, 291 Choupo, 14l, 148 CHRISTENSEN, J. R., 19, 90, 165 CHRISTENSEN, L. D., 168 Chrysomphalus, 198, 276, 284 aonidum, 281, 284 dictyospermi, 284 ficus, 281, 284 Chrysopa, 135, 199 lanata, 134 Cicadella corallina, 88 Cicadellidae, 87 Cicadidae, 22, 27
313
Cicadinae, 27 Cicadoidea, 17, 22 Cigarras, 22 Citrus, 62, 101, 138, 140, 181, 182, 183, 186, 187, 209, 210, 211, 222, 223, 233, 249, 250, 251,252, 254, 270, 271,272, 273, 275, 284, 285, 287, 289, Cixiidae, 38, 40 Cladobius populens, 120 Clastoptera, 77 Clastopteridae, 71, 77 CLAUSEN, 19, 188, 200, 266, 291 Cleobulia multiflora, 234 Clypeococcus, 205 Coccidae, 202, 245 Coccidoidea, 191 Coccinae, 239 Coccinella ancoralis, 134 Coccoidea, 18, 94, 191 Coccos, 276 Coccus, 247, 249, 250 cacti, 197, 217 deltae, 250 hesperidum, 195, 229, 249 250, 251, 252 mangiferae, 249 viridis, 229, 233, 249, 250 Coelostomidiinae, 205 Coffea arabica, 140, 222, 237, 241, 245 249 COGAN, 90 Coleorhyncha, 16 COLLENS, 75 COMPERE, 200, 251, 291, 305 COMSTOCK, 8, 11, 292 Comstockaspis, 276 perniciosa, 279 Conchaspidae, 203, 257 Conchaspis, 257, 258 Coniothyrium, 76
314
I N S E T O S DO B R A S I L
Copicerus, 37, 88 Coqueiro, 276 Coricoccus, 245 COSTA, 139, 163 Costalimaspis, 263 cheloniformis, 260, 261 Cox, 147, 174 Crat aegus, 141 CRAWFORD, 48, 98, 99, 101, 103, 105, 107, 108 Cremastogaster quadriformis gracilior, 230 CRESMAN, 292 CRISTOBAL, 165 Croton, 214, 241 Cryptochaetum iceryae, 213 Cryptococcus, 217 Cryptokermes, 205 CUTRIGHT, 134, 165 Cycloneda sanguineae, 120, 134, 135 Cylindrococcidae, 203 Cylindrococcinae, 203 Cylindrococcus, 203 Cyperus rotundus, 225 Cyphonia, 57 trifida, 54 Dactylopiidae, 217 Dactylopius, 198, 217 coccus, 197, 198, 2 1 7 virgatus, 219 DAS, 163 DAVIDSON, J., 116, 119, 121, 122, 125, 131, 147, 149, 150, 163, 164 DAVIDSON, W. M., 154 DAVIS, J. J., 122, 171 DAVIS, 33 DELÉTANG, 33, 78 DEL GUERCIO, 108, 165, 292 DE LONG, 84, 85, 90 Delphacidae, 40 Derbe, 39 Derbidae, 39
DESHPANDE, 188 DESLANDES, 292 Dialeurodes citri, 187 Dialeurodicus, 184 Diaphorina citri, 99, 101, 113 Diaspidae, 250 Diaspides, 267 Diaspididae, 203, 258 Diaspidinae, 203, 258, 259 Diaspidini, 266, 257 Diaspidiotus perniciosus, 279 Diaspinae, 258, 259 Diaspini, 259 Diastostema albipenne, 85 DICKSON, 292 Dictyophara obtusifrons, 36, 57 Dietyopharidae, 40 Diedrocephala variegata, 86 DIETZ, 188, 292 DIEUZEIDE, 164 Dilobura verrucosa, 46 Dim argarodes mediterraneus, 208 DINGLER, 292 Diptazon lactatorius, 135 DISTANT, 35, 54, 78 DOERING, 78 Dolichoderus, 199, 252 Dorymyrmex pyramicus niger, 230 DOZIER, 186, 188 Draeculacephala mollipes, 82 DRAKE, 164 D repanosiphum platanoides, 120 DREWS, 189
ÍNDICE
DREYFUS, 121 Duplaspidiotus, 263, 276, 277 fossor, 277 marquesi, 277, 278 tesseratus, 277 Duvaua dependens, 105, 107 DUZEE, VAN, 20 Dynopsylla grandis, 103 DYKSTRA, 133, 164 EBELIN, 304 EB ELING, 292 ELISARDO, 212 EMEIS, 292 EMPOASCA fa bae, 89 Enca rsia, 186 Enhophora, 36 ENDERLEIN, 108, 184, 189 sagata, 86, 88 Ephedrus, 134 E picarsa corniculata, 103 Epidiaspis leperir, 13 pyricola, 13 Epipyrops, 44 Epicius platyrhinus, 47 Eretmocerus paulistus, 186 Eriococcus, 216, 217 araucariae, 217 Edopis connexa, 134, 135 Eriosoma, 140, 141 lanigerum, 141, 142, 143, 144, 145, 145, 147, 148 Eriosomatinae, 137, 140 Eriosomatini, 140 Erium, 219, 220 sacchari, 236
315
Erythrina crista-galh, 103 Espinheiro fedorento, 104 Espirradeira, 117, 118, 277 ESSIG, 130, 136, 147, 164, 292 ESTWOOD, 175 Eucalymnatus hempeli, 248 scutigerus, 248, 249 Eucalyptus, 197 Eucanyra, 37 Euceropsylla itaparica, 106 Euderomphale aleurothrixi, 186 Eugenia jaboticaba, 243, 246 Enlecanium, 249 eugeniae, 249 Euphalerus osteroides, 107 Euplerygidae, 87 Euraspidiotus, 270 Eurhizococcus, 207, 208 brasiliensis, 206, 207, 208 brevicornis, 207 Eurybrachydidae, 41 Euzophera homoeosomella, 256 melanostathma, 256 EVANS, A. C., 164 EVANS, J. W., 19 EWING, 12l, 122 Excoecaria biglandulosa, 105 FAIRMAIRE, 63 Fava de Belero, 136 Feijão, 140 Felicium dicipiens, 140 FERNALD, 204, 216, 292 FERRIS, 97, 108, 200, 201, 204, 205, 216, 217, 219, 239, 258, 266, 267, 268, 274, 276, 289, 292, 293 Ferrisiana virgata, 219, 286
316
INSETOS DO BRASIL
Fidicina chlorogena, 25, 27 drewseni, 33 mannifera, 25, 51, 33 pullata, 28, 29 FIGGARD, 48 FIGUEIREDO, 235, 293 Filoxera, 148, 149 Fioriniini, 267 FITCH, 150, 153 FLANDERS, 295 Flatidae, 40 FLOEGEL, 115, 165 FLUITER, 147, 165 FOA, 166 Fonscalombia, 216 FONSECA, PINTO DA, 33, 54, 4l, 48, 65, 120, 142, 143, 144, 146, 147, 165, 176, 182, 210, 212, 213, 219, 23l, 233, 243, 244, 245, 246, 249, 250, 253, 254, 255, 268, 271, 272, 273, 274, 276, 279, 280, 281, 282, 287, 288, 295, 294 FONSECA, MENDES DA, 160, 165 Forbesaspis, 276 Fordini, 140 Formiga argentina, 230 Formiga de fogo, 228 Formiga lava-pés, 228 Formiga ruiva, 223, 228 FOWLER, 48, 57, 65, 78, 91 Freysulla ernstii, 103 FRISON, 136, 167 FHOGGATT, 204, 294 Fruta de pato, 136 Fulgora, 36, 41, 42 lampetis, 43 laternaria, 36, 41 orthocephala, 42 Fulgoridae, 39 F ulgorina, 36 Fulgoroidea, 17, 21, 36 FULLAWAY, 199, 294
Fumagina, 199 FUNKHOUSER, 63 Furcaspis, cyanophylli, 279 GAHAN, 99, 109 GAUMONT, 165 Geaninae, 27 Geoica floccosa, 136, 140 GEORGE, 19, 78 GERNECK, 306 GIBSON, 82, 91 GILLETE, 165 GIMINGHAM, 165 GINZBERGER, 23, 27, 54 G LENN, 165 GOBATTO, 160, 165, 206, 294 GODING, 34, 65, 64, 78 GODOY, 212, 294 GOELDI, 189 GOFF, 165 Goiabeira, 252 GOIDANICH, 133 165 GOMES, JALMIREZ, 181, 190, 200, 236, 241, 251, 252 GOMEZ-MENOR, 294 GONÇALVES, 233, 234, 245, 294 GOOT, 136, 144, 165 Gossyparia, 216 Gossypium, 2,36, 251, 270 GRANDORI, 166 GRASSI, 149, 166 GREEN, 204, 234, 239, 249, 194, 295 Greenideini, 137 GREENSLADE, 147, 166 GREGORY, 121, 166 Grevillea robusta, 241 GRILLO, 149, 150, 151 152 153, 154, 155, 156, 165 GRIOT, 166 GRISWOLD, 131, 166 GROVE, 109, 166 GRUNBERG, 505
ÍNDICE
Guarea trichilioides, 256 GUERCIO, DEL, 166, 292 GUILBEAU, 67 GUIMARÃES, A., 280, 282 GUIMARÃES, J. 135 GUYTON, 165 Gymnaspis, 263 Gymnococcus, 216 Gypona glauca, 86 Gyponidae, 87 Gyropsylla ilicicola 102 HAAS, 295 HAGMANN, 48 HALL, 295 HAMBLETON, 295 Hambletonia pseudococcina, 235 HANDLIRSCH, 203 HANSEN, 19 HANGREAVES, 189 H ARRIS, 164 HATHAWAY, 195 HAUPT, 19, 54, 95, 109, 189 HAVILLAND, 64 HAYWARD, 166, 256 Hecheron, 105 Helotrioza, 107 Hemiberlesia, 276, 278, 279 cyanophilli, 279 lataniae, 278, 279 rapax, 278, 279 Hemichionaspis, 269 Hemidictya frondosa, 22, 27, 28, 29 Hemikypta puncata, 51, 52 HEMPEL, 28, 29, 30, 54, 189, 197, 204, 206, 207, 2 l l , 235, 295 HENNEGUY, 120 HERRIOT, 64, 167, 296 HERRICH, 133
317
Heteronotus flavolineatus, 56 flavomaculatus, 55 glanduliger, 56 Hibiscus rosa-sinensis, 251 HICKERNEL, 34 HIERONYMUS, 107 HILLE, 167 HOCKENYOS, 301 HOLMGREN, 14, 54 HOLLINGER, 296 Homalotylus flaminius, 135 Horiola, 53 arcuata, 62 picta, 62 Horismenus, 135 Hormaphidinae, 137 Hormaphis, 132 hamamelidis, 120 HORSFALL, 167 HORVÀTH, 34 HOTTES, 136, 167 HOUARD, 101, 109 HOWARD, 133, 148, 167 Howardia biclavis, 269, 272 Howe, 91 HUGHES-SCHRADER, 213, 296 HUSAIN, 109 HUSMANN, 167 HUXLEY, 182 Hyper-tspis noticollis, 236 Icerya, 193, 20l, 209, 211, 212, 213, brasiliensis, 209 212 montserratensis, 209 purchasi, 209, 210, 212, 215 Iceryini, 209 Idiocerus, 88, 89 Idiopterus, 138, 139 brasiliensis, 136 IHERING, 105, 107, 109, 189
318
I N S E T O S DO B R A S I L
Ilex paraguariensis, 102 IMHOF, 28, 34 INGRAM, 133, 167 Insaspidiotus scutiformis, 288, 289 Iridomyrmex humilis, 230 Ischnaspis, 272 longirostris, 273 Isodromus, 135 Issidae, 40 ITO, 235, 296 Jaboticabeira, 234, 246 JACOBI, 54, 48 JAMES, 296 JANCKE, 147, 167 Jaqueira, 140 Jassidae, 87 Jassina, 80 Jassoidea, 17, 80 Jequiranamboia, 41 Jequitiranaboia, 41 JEWETT, 85,91 Joaninha australiana, 211, 212, 215 JOERGENSEN, 103, 105, 109 JOHNSON, 91 JOHNSTON, 296 Joio, 244 JONES, 167 JUMMERS, 133, 167 KALTENBACH, 167 KAMAL, 167 KEARNS, 133, 175 KELLOGG, 121 KERSHAW, F. G. C., 64, 78, 79 KERSHAW, J., 12, 13, 19, 48, 67 Kermes, 216 Kermesidae, 202, 216, 217 Kermidae, 216 Kermococcus, 205 KIEFFER, 103, 109 KINNARIDAE, 39 KIRKALDY, 162, 189 KLODNITSKI, 119, 122
KNIGHT, 292 KNOWLTON, 13, 115, 168 KOCH, 138 (nota), 168 KOHLER, 205 , 289 KORNHAVSER, 52, 64 KORONEOS, 296 KRASUCKI, 141 KRAUSE, 109 KRECKER, 296 Kronides cochleata, 57 KUWANA, 189, 204, 296 297 KUWAYAMA, 109 KYBER, 116, 121, 122, 168 Labicria barbata, 107 Lacca, 197, 216, 217 Laccifer, 216 lacca, 197, 216 Lacciferidae, 202, 215 Lachnini, 137 Lachnodius greeni, 233 Lachnus punctatus, 138 salignus, 138 LAHILLE, 283, 197 LAING, 109, 189, 297 LAL, 109 LALLEMAND, 79 LAMBERS, 167 LANGERON, 201 Larangeira, 101, 285 Lanternaria, 39 candelaria, 39 phosphorea, 41 Laternariidae, 39 Laurus nobilis, 105 LAWSON, G. A., 168 LAWSON, P. B., 54, 64, 22, 91, 297 LEACH, 19, 84, 133, 147, 297 Lecaniidae, 246 Lecaniinae, 239, 246 Lecanium, 247, 249
ÍNDICE
Lecaniobus utilis, 251, 252 Lecaniodiaspis, 210 rugosa, 241 LECH, 168, 235 LEEUWENHOEK, 125 Leiocysta, niger, 57 LEITÃO, 23, 35 Lendea do cafeeiro, 237 LEONARDI, 204, 297 Leonardius, 181 lahillei, 178 LEPAGE, 197, 204, 216, 249, 250, 255 260, 201, 283, 284, 285, 297, 298 Lepidaphycus bosqi, 135 Lepidosaphes, 272 beckii, 273 citricola, 273 pinnaeformis, 273 Lepidosaphini, 266, 267, 272 LEPORI, 35 Lepyronia (Balsa), 77 Leucaspides, 267 Leucotermes tenuis, 207 Leuronota leguminicola, 104 LEUZlNGER, 141, 142, 143, 172 Liburnia furcifera, 42 LICENT, 19, 67, 69, 70, 71, 79 LICHTENSTEIN, 130 LIMA, 35, 58, 176, 177, 185, 186, 187, 189, 206, 207, 208, 219, 221, 224, 227, 237, 248, 249, 277, 278, 286, 298 Limacoccus, 203, 259 serratus, 259 Limão cravo, 287 LIN DGREN, 299 LINDINGER, 204, 219, 299 LINNAEUS, 112 (nota)
319
Liviinae, 100, 102 Lixeiro, 134 LIZER Y TRELLES, 102, 105, 109, 110, 204, 250, 256, 299 LOBDEL, 216, 299 LOFTIN, 168 LOMBARDI, 168 Longistigma caryae, 115 Lophopidae, 41 LUNDIE, 148, 168 LUPO, 287, 299 Lymaenon (Gastrogonatocerus) aetholionis, 61 acanophorae, 59, 62 Lysiphlebus, 134 testaceipes, 118, 150, 135 Lystra, 38 Machaerotidae, 71 MAC GILL, 91 MAC GILLIVRAY, 204, 216, 249, 264, 265, 275, 299 Macieira, 141, 280 Macrosiphum, 126, 138, 139, cornelli, 131 pisi, 122, 132 rosae, 122, 139 MAHDIHASSAN, 245, 299, 500 MALENOTTI, 292 MALLOCH, 64 Malva parviflora, 88 Mamoeiro, 287 MANGANARO, 101, ll0 Mangifera indica, 277 MANGIN, 500 Mangueira, 277 MANN, 64 MARCHAL, 123, 130, 143, 147, 168, 207, 209, 212, 500 MARCOVITCH, 122, 147, 168 MARELLI, 79, 590 Margarodes, 15, 196, 204, 206, 207 brasiliensis, 206
320
I N S E T O S DO B R A S I L
Margarodes paulistus, 206 vitium, 206, 207 vitium orientalis, 206 Margarodidae, 202, 204 Margarodinae, 205, 206 Margarodini, 206 MARIANO, 23 Marietta pulchella, 241 MARK, 300 MARQUES, 61, 62, 64, 212, 241, 300 M ARSHALL, 300 MASKELL 241 MASON, 169 MASSEE, 147, 166, 171 M ATHESON, 300 MATHUR, 110 Mat sucoccus, 207 MAYER, 35 MC ATEE, 64, 91 MC KENZIE, 204 (nota), 248, 287 390 M EDICI, 35 MEDLER, 91 MEEK, 19 Megacicada septemdecim, 26 tredecim, 26 Melanaspis arnaldoi, 286 calcarata, 289 leivasi, 289 obtusa, 289 paulista, 289 saccharicola, 286 MELICHAR, 48, 49, 79, 91 MELLO, 239 MELLO LEITÃO, 23, 55 Membracidae, 55 Membracis, 52, 53, 55 arcuata, 55 foliata, 55 Membracoidea, 17, 50 MENDES, D., 301
MENDES, L. T., 274, 301 Mendozianella mirabilis, 135 Menoplidae, 39 MÉRIAN, 42 Mesolecanium, 205, 247, 248 deltae, 249 Metaphalara cannela, 10l spegazziniana, 102 Metarrhizium anisopliae, 76 METCALF, C. L., 301 METCALF, M. E., 79 METCALF, Z. P., 38, 39, 49, 71, 79, 91 Metcalfiella, 53 pertusa, 57, 62 MILANEZ, 233, 301 Milho, 140 M ILLER, 169 Mimosicerya, 204 hempeli, 204 Mindarinae, 137 Mindarus, 120, 138 abietinus, 128, 138 MINKIEWIEZ, 110 MISRA, 501 MOLES, 184, 188 Molho, 105 Monophlebinae, 205, 209 MONTE, 19, 169, 258, 301 MONZEN, 147, 169 MOORE, 169, 301 Moquilea tomentosa, 185, 253 MORDWILKO, 119, 121, 122, 124, 130, 136, 143, 169, 170 MOREIRA, 73, 74, 76, 79, 116, 121, 136, 139, 170, 211, 243, 244, 245 MORGAN, 120 Morganella, 276, 287 longispina, 287, 288 maskelli, 287 MORRISON, 200, 204, 205, 219, 241, 274, 292, 301, 302
ÍNDICE
MORSTATT, 302 Morus, 269 MUIR, 12, 16, 19, 20, 38, 39, 49, 79, 110 MULLER, 49 MUMFORD, 79 MURDOCK, 293 MUSA, 139, 234, 276 Mycetaspis, 276 personata, 288 Mycetococcus, 203 Mycromystes niveus, 107 MYERS, 16, 20, 55, 79 Myrcia jaboticaba, 234 Mytilococci, 267 Mytilococcus, 272, 273, 274 beckii, 272, 273 ulmi, 273 Myzus achyrantes, 121 NATH, 109 Nectandra, 101, 105, 1(}6 Neda sanguinea, 118, 120 NEGI, 502 NEISWANDER, 302 NEIVA, 105 NEL, 287, 502 Neoanisostylus bimaculatus, 148 Neocoelostoma, 205 xerophila, 205 Neolithus fasciatus, 105 Neomargarodes trabuti, 208 Neomaskiella, 178 Neotrioza tavaresi, 105 Nerium oleander, 117, 118, 271 NEWSTEAD, 204, 502 NICHOL, 395
321
Nogodinidae, 40 Nopal, 197 NOUGARET, 149, 164 NUSSLIN, 120, 130 Novius cardinalis, 211, 212, 213 Odonaspides, 267 Odonaspidini, 266, 267 Odonaspis, 266, 267 Odontoptera spectabilis, 43 OESTLUND, 170 Oitiseiro, 253 Olliffiella, 216 Olmo, 141 OMAN, 91, 92 Opuntia, 217 coccinellifera, 197, 198 Orchidea, 159 Orellana bigibba, 26 ORFILLA, 170 Orthezia, 193, 213 insignis, 214, 215 praelonga, 215 Ortheziidae, 202, 215 OSBORN, 20, 49, 83, 84, 87 (nota), 92 Ouratea, 105 Pachyneuron, 125 syrphiphagum, 135 PAILLOT, 170 PAIR, 393 Palmaricoccus, 259 Palmeira, 259 PALMER, 165, 593 Pamisopelma quadrigibbiceps, 103 Panorpa, 71 Paraleyrodes crateraformans, I79 pulverans, 186 Parantonae dipteroides, 57 Parlatoria pergandii, 270
322
I N S E T O S DO B R A S I L
Parlaloriae, 267 Pariatoriini, 266, 267, 274 PARSEVAL, 88 PASSERINI, 170 PATCH, 110, 135, 136, 141, 147, 170 Pourocephala spegazziniana, 102 Pauropsyllinae, 100, 103 Peloridiidae, 16 Peloridium, 16 PELTON, 171 Pemphigus, 140 canadensis, 140, 148 popnli-transversus, 140 vitifoliae, 149, 150 Pentalonia, 138, 139, nigronervosa, 139 Pentilia, 270, egenea, 253, 285 PEREIRA, 280 PEREZ, 171 Perilampidea larium, 135 Peritymbia vitifolii, 149, 150 vitisana, 149 PERKINS, 46, 49 Perkinsiella saccharicida, 42 Persea gratissima 234, 275 Pessegueiro, 269 PESSON, 303 PESTANA, 75, 76, 79 Phaseolus lunatus, 136 Phenacoccus, 219 gossypii, 236 Phenax variegata, 38, 46 PHILLIPS, 120, 122, 171, 174 Phoerdcococcidae, 203 Phoenicococcinae, 203, 258, 259 Phoenicococcus, 203, 259 marlatti, 259
Phoenix dactylifera, 259 Phrictus, 36 diadema, 45 Phylloxera, 125, 128, 148, 160 pervastatrix, 152, 153 vastatrix, 148 vitifoliae, 14, 148, 149, 150, 151, 152, 153, 154, 155, 156, 157 Phylloxeridae, 136, 148 Phylloxerinae, 137 Phytophthires, 94 Phytophthora palmivora, 60 Picea, 129 PICKEL, 237, 238, 243, 505 PICKLES, 80 PIERANTONI, 15, 20 PIMENTEL, 236 Pinnaspis, 269, 270 aspidistrae, 267, 269, 270, 271, 272, minor, 268, 270, 271 PINTO, 201 Piolho branco do cafeeiro, 237 Piolho de São José, 198, 279, 280, 282, 283 Piolhos farinhentos, 176, 218 PIRES, 233 Pitangueira, 89 PLANCHON, 150, 153 Plantinglisia, 193, noacki, 247 Podonectria, 200 Poekilloptera, 37 phalaenoides, 38, 45 POIRAULT, 212, 305 POLLISTER, 303 Polyporaus coffeae, 231 Poos, 86, 92, 95 POPOFF, 14, 47 Populus, 148 angulata, 141 canadensis, 14l
ÍNDICE
PORTER, 206, 505 POULTON, 49 POUSSARD, l l 0 Prairiana, 82, 85 PRINTZ, 171 Proconia marmorata, 88 Proconiidae, 87 PROFT, 110 Prontaspis citri, 272 Proranus, 87 adspersispennis, 87 (nota). ghiliani, 87 (nota). Prospaltella berlesei, 269 brasiliensis, 186 conjugata, 186 (nota). Protortonia cacti, 217 Prunus persica, 269 PRUTHI, 20 Pseudaonidia, 263, 276, 277 fossor, 277, 278 marquesi, 277, 278 tesserata, 277 trilobitiformis, 276 Pseudaulacaspis, 269 pentagona, 268, 269 Pseudiastata brasiliensis, 235 Pseudocapulinia, 203 Pseudococcidae, 203, 218 Pseudococcus, 193, 218, 219, 220, 221, 222, 250 boninsis, 235 brevipes, 225, 233, 234, 235 calceolariae, 235 citri, 219, 220, 221,222, 233, 234 comstocki, 221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 232, 233, 234 cryptus, 221, 222, 223, 233 grandis, 221
323
Pseudococcus lilacinus, 233 longispinus, 231, 233, 235 magnoliae, 220 nipae, 220 pseudonipae, 220 radieis, 234, rotundatus, 221 vitis, 233, 234 Pseudohomoptera, 16 Pseudo kermes nitens, 247 Pseudopiazurus obesus, 287 papayanus, 287 Psidium araca, 289 guajava, 252 Psylla, 95, 99 duvauae, 107 erythrinae, 103 fuscinodulus, 107 mali, 99 itaparica, 106 Psyllia, 99 Psyllidae, 99 Psylina, 94 Psyllinae, 100, 106 Psylloidea, 18, 94 Pterochlorus viminalis, 138 Ptyelinae, 71 Pulgão branco, 212 Pulgão lanigero, 141, 142, 143, 144 Pulgões, 112 Pulvinaria, 247, 249, 252 flavescens, 252, 255 PUTTEMANS, 159 Pycnocephalus argentinus, 257 Pyrus communis, 280 mali, 141, 280 Quadraspidiotus, 276 perniciosus, 198, 279, 280, 281, 282
324
EST O SD BRASIL INNSESTO O DO BRASIL
QUAINTANCE, 171, 183, 184, 190, 505 QUAYLE, 200, 304 Quesada gigas, 24, 27, 51, 33 sodalis, 31, 33 RAHMAN, 110 RAMACHANDRA, 304 RANGEL, 242 READIO, 95 REAUMUR, 116, 119 REINIGER, 139, 140, 171, 181, 190, 231, 234 RAMAKRISHNA, 504 Rhaphirhinus fasciatus, 88 Rhegmoza tinctoria, 105 Rhinocola succinta, 101 R hineleucophenga obesa, 240 Rhizaphis vostatrix, 149, 150 Rhizoecus, 237 coffeae, 237, 258, 239 lendea, 237 Rhopalosiphon, 138 (nota) Rhopalosiphum, 138, 140 graminun, 120, 122, 126, 140 maidis, 140 nymphaeae, 140 Ricaniidae, 41 RICE, 504 RICK, 232 RINGUELET, 204 RIVNAY, 171, 228 ROACH, 147, 166, 171 ROBERTS, 133, 174 Rodolia cardinalis, 211, 212, 213 ROGAJANU, 171, 564 RONNA, 206 Roseira, 139 RÜBSAAMEN, 97, 101, 103, 105, 110 RUSSELL, 122, 171
Ruta graveolens, 101 Saccharosydne saccharivora, 42, 44, 45 Saccharum officinarum, 73, 140, 234, 236, 240, Saissetia, 247, 249, 256, 257 depressa, 250 discoides, 199, 252, 255 hemisphaerica, 229, 250, 251 254 nigra, 250, 251 oleae, 229, 250, 251, 254, 255 Salix, 128 Salpingogaster nigra, 77 Sallipedes, 96 Samambaia, 254 SAMPSON, 189 SANBORN, 171 SANDERS, 204, 505 SANTIS, DE, 20, 148, 172, 187, 190, 199, 266, 504 Sapium aucuparium lanceolatum, 105 aucuparium salicifolium, 105 SASSCER, 204, 504 SCHILDER, 162 Schinus dependens, 107 molle, 97 terebinthifolius, 97, 102 Schizoneura lanigera, 141, 142, 143, 144 SCHMIDT, 20, 35, 49, 50, 80, 95 SCHNEIDER-ORELLI, I4l, 143, 144, 147, 172 SCHOENE, 172 SCHOUTEDEN, 172 SCHRADER, 505 SCHULTZ, 505 SCHWEIG, 505 Scleria, 234 SCOTT, 105, 107, l l 0 Scutellista cyanea, 199, 251, 255
ÍNDICE
SEARLS, 85, 95 Selenaspidus, 263 Selenipedium vittatum, 159 SEMICHON, 122 Septobasidium pseudopedicellatum, 226 Setaphidini, 137 SHINJI, 121, 122, 172, 505 SHULL, 120, 121, 122, 172 Sida, 269 SIEBOLD, 119 Signiphora townsendi, 186 xanthocephala, 187 SIGNORET, 95 SILVA, A., 217, 240, 259 SILVA, P., 64 SILVESTRI, 138 (nota), 190, 206, 207, 505 SINGHI, 190 SLINGERLAND, 121 SMITH, B., 505 SMITH, F., 83, 95 SMITH, H. S., 505 SMITH, K. M., 133, 172 SNAPP, 506 SNODGRASS, 8, 9, 13, 55 SNYDER, 167 SOARES, 234 SOBRAL, 101 Solanum, 103 Solenopsis saevissima mcelleri, 223, 228 SOLIMAN, 122 Sophora tomentosa, 107 Sorbus, 141 SPANGENBERG, 95 SPENCER, 117, 172 Sphaerostilhe, 200 SPINOLA, 50, 87 Spongophorus, 56 atratus, 55 cinereus, 55
325
SPRENGEL, 148, 173 STAHEL, 239, 505 STAL, 50, 65, 87 STANILAND, 147, 175 STEARNS, 80 Steingeliinae, 205 STEINWEDEN, 249, 505 Stenocalix michelii, 89 Sternorhyncha, 16, 17, 94 Sternorrhyncha, 94 STEVENS, 178 STICKNEY, 203, 245, 505 Stigmacoccus asper, 205 STOLL, 20 STOREY, 20, 84, 95, 133 STOUGH, 111 Stridulanles, 22 Stridulantia, 22 Stryphnodendron barbatimam, 204 STUARDO, 186 (nota) SULC, 80 SUTHERLAND, 505 SWAIN, 175 Sweetman, 266 Swezey, 95 SWINGLE, 506 Syncoptozus maculipennis, 102 Syneura cocciphila, 213 infraposita, 213 Synoza, cornutiventris, 105 Tachardia, 216 Tachardiidae, 215 Tainarys, schini, 107 TAKAHASHI, 136, 175, 190, 204, 247, 506 Takahashia, 247 pendens, 245, 246, 247 Tamareira, 259
326
I N S E T O S DO B R A S I L
TANNREUTER, 173 TATE, 133, 164, 175 TAVARES, 101, 104, 105, 106, 107, 1 1 1 TAYLOR, 306 TEAGUE, 239, 240, 506 Tectococcus ovatus, 197 TEODORO, 306 Termitococcus asper, 207 brevicornis, 207 TERZI, 201 Tettigarctinae, 22 Tettigomet ridae, 39 Tettigonidae, 87 Tettigoniellidae, 87 Tettigoniidae, 87 Thelaxini, 137 Thelia, 52 THEOBALD, 173 THIEM, 506 THOMSON, 178, 190, 506 THORPE, 213, 506 THRO, 506 Tibicininae, 27 TILLYARD, 11 TIMBERLAKE, 507 Timbó, 107 Tinhorão, 139 Tipa, 216 Tipuana speciosa, 21 6 Tiquadra nivosa, 287 Tiririca, 234 TISSOT, 165 Tomaspididae, 71, 72 Tomaspis, 66, 67, 72 furcata, 72 indentata, 72 indicata, 72 liturata ruforivulata, 65, 75, 76, 81 rubra, 72, 75 saccarina, 67, 73, 76
Tomocera, 199 TOPI, 166, 174 TORRES, B. A., 55 TORRES, MAGARINOS, 148, 175, 282 TOTH, 174 Toxoptera, 138, 140 aurantii, 139, 140, 225, 229 coffeae, 140 graminum, 120, 122, 126 140 theobromae, 140 TRAGARDI, 190 Tragopa, 53, 58 Tricentrus albomaculatus, 53 Trifidaphis phaseoli, 140 Trigonon, 96, 98 erythrinae, 103 Trionymus, 219 sacchari, 236 Trioza, 96 alacris, 105 gallifex, 105 limbata, 105 ulei, 97, 105, 107 ulei tenuicornis, l05, 107 Triozmae, 100, 105 Tropiduchidae, 40 TROTTER, 111 Tuber olachnus viminalis, 138 TULLGREN, 14l, 174 TURNER, 161 T yphlocyba photophila, 89 Typhlocibidae, 87 Udamoselis pigmentarius, 184 UICHANCO, 15, 20, 121, 174, 307 Ulmus scabra, 147 americana, 141, 147 Unaspis citri, 272 UNDERHILL, 147, 172, 174
ÍNDICE
Urena lobata, 244 URICH, 75 VAISSIÈRE, 307 VANDEL, 119, 141, I45, 157, 174 VAN DUZEE, 20 Vedalia cardinalis, 211, 212, 213 Vermelho, 242, 243, 244 VEVE, 133, 163 VIALA, 500 VICKERY, 175 Videira, 148, 149, 206 VIGNON, 67, 69 VILLAN UEVA, 507 Vinsonia, 193 stellifera, 247 Viteus, 14S Vitis, 151, 152, 206 berlandieri, 151, 152 labrusca, 151, 152, 153 riparia, 152, 153 rupestris, 151, 152 vinifera, 152 VOGEL, 25, 55 Vos, 307 VUILLET, 212, 503 WADLEY, 121, 134, 174 WALCZUCH, 507 WALKER, 20 WALL, 174 WALTER, 175 WATERSTON, 99, 109, l l l , 307 WATSON, J. R., 190
327
WATSON, M. A., 133, 174 WATSON, S. A., 290 WEBSTER, 120, 122, 174, 282 WEHRLE, 303 WERNER, 307 WESTWOOD, 44, 50 WHEELER, 175, 239 WHITAKER, 133, 164 WILDERMUT, 175 WILL, 175 WILLE, 149, 175, 206, 207, 208, 307 WILLIAMS, 80, 191 WILSON, C. E., 307 WILSON, H. F., 175 WITHYCOMBE, 80 WITLACZILL, l l l WOGLUM, 191 WOLCOTT, 13,5 WOODS, 175 WYMORE, 35 Xanthophthadalmini, 266 Xylococcinae, 205 Xerocoecus, 216 Xystus, 135 ZACHER, 111 Zamara tympanum, 24 ZANMEYER, 135, 175 Zea mays, 140 ZECK, 139, 175 Zelus leucogrammus, 217 ZWEIGELT 175
COSTA
LIMA
INSETOS DO BRASIL 4.°
TOMO
PANORPATOS - SUCTÓRIOS (pulgas) NEURÓPTEROS - TRICÓPTEROS
ESCOLA NACIONAL DE SÉRIE DIDÁTICA N.º
AGRONOMIA 5 1943
INSETOS DO BRASIL 4.º TOMO
PANORPATOS - SUCTÓRIOS (pulgas) NEURÓPTEROS
-
TRICÓPTEROS
A. DA COSTA LIMA P r o f e s s o r C a t e d r á t i c o de E n t o m o l o g i a A g r í c o l a da E s c o l a N a c i o n a l de A g r o n o m i a E x - C h e f e de L a b o r a t ó r i o do I n s t i t u t o O s w a l d o Cruz
INSETOS DO BRASIL 4.° TOMO CAPÍTULOS
XXIV
-
XXVII
PANORPATOS - SUCTÓRIOS (pulgas) NEURÓPTEROS
-
ESCOLA NACIONAL DE SÉRIE DIDÁTICA N.º
TRICÓPTEROS
AGRONOMIA 5 - 1943
CONTEUDO CAPÍTULO
XXIV
Ordem PANORPATAE ..............................................................................................................................................................................
CAPÍTULO
XXV
Ordem SUCTORIA .....................................................................................................................................................................................
CAPÍTULO
7
17
XXVI
Ordem NEUROPTERA ...............................................................................................................................................................................
73
Superfamilia SIALOIDEA .........................................................................................................................................................
76
Superfamília RAPHIDIOIDEA ....................................................................................................................................................
78
Superfamília CONIOPTERYGOIDEA .......................................................................................................................................
80
Superfamília HEMEROBIOIDEA ...............................................................................................................................................
81
Superfamília MYRMELEONTOIDEA ........................................................................................................................................
92
CAPÍTULO
XXVII
Ordem TRICHOPTERA .............................................................................................................................................................................
109
Índice ...........................................................................................................................................
135
CAPÍTULO Ordem
XXIV
PANORPATAE
(Panorpida; Mecaptera;
1
Mecoptera) 2
1. Posição sistemática. - Com o estudo desta ordem, inicio a dissertação sobre os insetos chamados superiores ou helometabólicos (Holometabola ou Endopterygota), que apresentam verdadeiras metamorfoses no desenvolvimento. Tais insetos, antes de atingirem a fase adulta, apresentam dois ou mais estádios larvais, seguindo-se ao último, após a 1ª metamorfose, a fase de pupa ou ninfa, que, mediante nova metamorfose, dá a forma adulta ou de imago. Os insetos holometabólicos acham-se distribuidos nas seguintes Panorpatae ( Mecoptera) , Suctoria, Neuroptera, Trichoordens: conjuntamente designadas por ptera, Lepidoptera, Diptera TILLYARD como "ordens mecopteróides" ou "complexo panorpóide" - Coleoptera, Strepsiptera e Hymenoptera. Tratarei primeiramente da ordem Panorpatae, por se acreditar hoje (v. TILLYARD, 1935) que estes insetos, oriundos, no Carbonífero Superior, de um tronco ancestral do qual tambem se originaram os Neurópteros, talvez sejam os mais antigos holometabólicos, pois, no Permiano Inferior, já se haviam diferenciado em duas sub-ordens (Protomecoptera e Eumecoptera). 2. Caracteres. - Insetos terrestres, pequenos ou de porte médio, geralmente providos de quatro longas asas membranosas, apresentando a cabeça prolongada numa espécie de bico ou rostrum, mais 1 De paz (pas), todo; arph (arpe), instrumento em gancho. 2 De m hcoz (mecos), comprimento; pteron (pteron) , asa.
8
INSETOS
DO
BRASIL
ou menos alongado, tendo, no ápice, peças bucais de tipo mandibulado (figs. 2 e 3). 3. Anatomia externa. Cabeça - Apresenta o aspecto característico que acabo de referir; em algumas espécies, porem, não é prolongada em tromba. Olhos bem desenvolvidos, porem separados. Ocelos presentes (3) ou ausentes. Clypeus, genae e submentum alongados, for-
Fig.
1 - Bittacus flavescens Klug (Bittacidae) (De Kymmins, 1939, fig. 1) (Original gentilmente cedido pelo Dr. C. Bruch).
mando o rostrum. Antenas longas, filiformes ou setáceas, de 16 a mais de 50 segmentos. Aparelho bucal de tipo mandibulado. Em Bittacus, porem, as mandíbulas são adaptadas para picar. Maxilas longas, com longos palpos de cinco segmentos; labium reduzido; palpos labiais de três ou dois segmentos (fig. 3). Torax - Protorax pequeno,
livre; meso e metatorax bem desenvolvidos, subiguais. Pernas de tipo comum, de tipo raptorial especial, ou muito finas, permitindo que o inseto se mantenha pendurado num suporte qualquer. Tarsos de cinco artículos; pretarso com um par de garras ou somente com uma garra (Bittacidae) (fig. 4). As 4 asas semelhantes, estreitas, membranosas, da mesma estrutura e com o mesmo sistema de nervação (fig. 5); hialinas ou com máculas escuras, alem do pterostigma; em repouso ficam dispostas em telhado sobre o abdomen.
PANORPATAE
9
Em geral são estreitas; em algumas espécies, porem, são relativamente largas, enquanto que noutras são rudimentares ou ausentes (Apterobittacus Mac Lachlan, 1893). Abdomen - De 10 segmentos; o 10º reduzido, provido de cércos de 1 a 3 segmentos. A terminalia dos machos, de aspecto mais ou menos complicado, pode ser apreciada na fig. 6; neles os cércos são sempre u n i s e g m e n t a d o s . 4. Desenvolvimento e hábitos . - Nada se sabe relativamente ao desenvolvimento e aos costumes das nossas espécies, o que é perfeitamente compreensivel, porque há poucos panorpídeos no Brasil. Todavia, como algumas espécies de outras regiões, especialmente do gênero Bit-
tacus, ao qual pertencem as nossas formas mais conhecidas, teem sido bem rios
estudadas autores ,
por váencon -
Fig. 2- Bittacus sp. (Bittacidae); visto de lado e um pouco a u m e n t a d o (foto C. L a c e r d a ) .
t r a n d o - s e dados assaz interessantes e recentes no admiravel trabalho de SETTY (1940), apresentarei resumidamente, nas linhas que se seguem, alguns dos mais importantes. Os insetos adultos habitam as matas sombreadas e úmidas ao longo de rios e riachos. Em repouso, ficam com o corpo pendurado pelas pernas dianteiras e, quando se deslocam sobre o suporte, fazem-no com movimentos semelhantes aos de um macaco, porque a constituição das pernas não lhes permite andar facilmente como o fazem os demais insetos. Todas as espécies de Bittacus, como os demais panorpídeos, são predadoras, vivendo à custa de mosquitos, moscas, microhimenópteros e outros pequenos insetos alados. Em cativeiro, não se lhes dando alimento, tornam-se canibais. A fêmea, pelo macho.
quando
pendurada,
em
repouso,
pode
ser
copulada
10
Eis
INSETOS
como
SETTY
descreve
o
ato
DO
BRASIL
precursor
da
fecundação:
«The female was hanging from a twig in the usual fashion, holding and eating a house-fly. The male flew up and without lowering his outstreched wings, began eating on the side of the fly opposite that on which the female was feeding. In less than three minutes, he ceased his eating and began to bend and twist his abdomen freely with opened claspers in an effort to grasp the tip of her abdomen. She, being bed, stopped eating and lifted her wings for a second. Then the male suddenly discontinued his abdominal movements and began to feed again upon the fly. She soon followed his example. For the second rime, the male ceased his eating and bent his abdomen over Fig. 3 - Cabeça de Bittacus sp; 1. antenas; 2, palpos to the base of hers. maxilares; 3, galea; 4, lacinia; 5, labrum; 6, palpo labial; 7, mandíbula (X 17) ( foto C. Lacerda). Feeling along the ventral side of her abdomen by means of the claspers, he was able this time to apply bis genitalia to hers. Just at the time the union was effected, she again lifted and spread her wings. But in less than a second, the wings were returned to their resting position. The female ate busily the rest of the time. However, the male neither lowered his wings nor ate during the copulation which lasted about twenty-five minutes.» Confirmam-se quanto
ao
modo
numa
figura
assim, curioso
reproduzida
as da em
observações cópula vários
nestes livros
de
BRAUER,
insetos,
por
clássicos
especialmente
ele
representado
de
entomologia.
PANORPATAE
11
As fêmeas, depois de fecundadas, poem os ovos no solo, onde se desenvolvem as larvas. Estas são eruciformes, isto é, apresentam, alem das pernas torácicas, pares de falsas pernas nos oito primeiros urômeros, lembrando assim as lagartas dos himenópteros da superfamília Tenthredinoidea. Normalmente são saprófagas, e de cadáveres de insetos.
alimentando-se
de
detritos
vegetais
SETTY criava larvas de Bittacus dando-lhes minhocas ou moscas. Depois de três ecdises sobre o solo, a larva se enterra a pouca profundidade e, na célula que prepara para se transformar em pupa, ainda muda de pele uma vez, dando uma nova forma larval (prepupa), que se metamorfoseia em pupa. Esta é de tipo exarado (com pernas e tecas alares livres). Prestes a dar o inseto alado, a pupa rompe o opérculo superficial da célula e dela emerge o imago, ficando parte da exúvia pupal à entrada da célula.
5. Importância. - Sob o ponto de vista econômico os panorpídeos não teem importância. Como, porem constituem uma das mais a n t i g a s o r d e n s de H e x a p o d a , o seu estudo tem fornecido e poderá ainda fornecer (dados valiosos nas investigações relativas à filogenia dos insetos.
Fig. 4 - Extremidade da tíbia e tarso da perna posterior de Bittacus, v i s t a de lado. (X 17) (foto Lacerda).
6. Classificação. - Há cerca de 200 espécies de panorpídeos ou mecópteros descritos, que vivem especialmente nas regiões temperadas. A ordem pode ser dividida em duas subordens Protomecoptera e Eumecoptera, que se distinguem pelos seguintes caracteres. 1 - Tanto Rs como M com mais de 4 ramos; terminalia do macho relativamente simples, com gonocoxitos finos........................Protomecoptera 1' - Rs ou M, ou ambas, apenas com 4 ramos; terminalia de tipo mais complexo, com gonocoxitos alargados......................................................Eumecoptera
12
INSETOS
DO
BRASIL
A subordem Protomecoptera compreende as famílias Meropidae, sem espécies sul-americanas, e Notiothaumidae, exclusivamente com
Fig. 5 - Asas de Bittacus sp. (X4) (foto C. Lacerda).
uma espécie na região neotrópica (Chile), uma das mais primitivas dentre os atuais panorpideos e bem estudada por CRAMPTON (1931 b). A subordem Eumecoptera, contem as famílias Choristidae, Nannochoristidae (considerada por ESBEN-PETERSEN como
subfamília
de
dae), Panorpidae, e Bittacida e .3
Fig. 6 - Terminalia do macho de Bittacus sp.; 1, cercus; 2, 10º tergito; 3, penis; 4, 9 ° tergito ("clasper"); 5, harpagos (gonapódios); 6, coxopoditos (X 30) (foto C. Lacerda).
3 De
Bittacoz
(bittacos), papagaio.
Panorpi-
Boreidae
Destas famílias, só a última tem espécies brasileiras. As duas primeiras são exclusivamente representadas por espécies da região australiana e as duas seguintes, que abrangem o maior número de panorpídeos, por espécies do hemisfério septentrional.
PANORPATAE
13
Os bitacídeos são panorpídeos que muito se parecem com dípteros da
família
Tipulidae.
São
espalhados
por
todo
o
mundo
(cerca
de
60 espécies), porem, o maior número de espécies se encontra na Africa e na América. No Brasil a espécie que me parece mais bela, pelos desenhos que ornam as asas, é Neobittacus blancheti (Pictet, 1836), com pouco mais de 60mm. de envergadura e perto de 30mm. de comprimento. Todavia as mais conhecidas e Bittacus flavescens Klug, 1836.
são
Bittacus
brasiliensis
Klug,
1836
Para o estudo das nossas espécies deve ser consultado o trabalho DE SOUZA LOPES e MANGABEIRA. 7.
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14
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BRASIL
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PANORPATAE
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Bitta-
CAPÍTULO
Ordem
XXV
SUCTORIA
(A phaniptera; Siphonaptera)
4
8. Caracteres. - Ordem dos insetos que todos, no Brasil, conhecem pela designação de "pulgas". Na fase adulta teem o corpo fortemente comprimido, relativamente bem esclerosado, com os metâmeros distintamente imbricados uns sobre os outros. As pulgas são ápteras, porem possuem pernas desenvolvidas, de aspecto característico, com tarsos pentâmeros. Apresentam macroquetas relativamente robustas e, em muitas espécies, etenídeos mais ou menos conspícuos. O aparelho bucal é de tipo picador-sugador. As larvas são vermiformes, tendo as peças bucais conformadas para a mastigação. A grande semelhança que apresentam com as larvas de alguns dípteros dos mais primitivos, levou os antigos autores a considerarem as pulgas como dípteros saltadores epizoóicos, e ainda hoje alguns entomologistas, bem que as separando desses insetos, agrupam-nas em ordem aparte, porem satélite de Diptera. MARTINI (1922), entretanto, acha que o grupo das pulgas deve ser aproximado a certos coleópteros estafilinídeos. Todavia, os conhecimentos adquiridos nestes últimos tempos mostram que os suctorios não descenderam nem foram antepassados de dípteros ou de coleópteros, parecendo mais provavel que sejam formas ápteras, altamente especializadas, oriundas de panorpídeos primitivos da família Permochoristidae (Subord. Eumecoptera) (vide TILLYARD, 1933, bibliogr. Panorpatae). 4
De ajanhz (aphanes), oculto; pteron (pteron) , asa. De sijwn (siphon), tubo; 'apteroz (apteros), sem asas. Aphaniptera Kirby e Spence, 1818, 1822, tem prioridade sobre Siphonaptera Latreille, 1825 como provou WAGNER (1933, Konowia, 12:89); e Suctoria De Geer, 1778, sobre Aphaniptera, como mostrarei n u m catálogo de pulgas do mundo, que pretendo publicar brevemente.
18
INSETOS
DO
BRASIL
9. Anatomia externa. - Cabeça, prolongando-se em lâmina sobre o pronotum e aí apresentando, de cada lado, algumas macroquetas enfileiradas paralelamente à borda posterior ou oc cipital (cerdas postcefálicas ou occipitais). Olhos, quando presentes, laterais, cada um deles transformado num grande ocelo arredondado, quasi sempre pigmentado de negro. Verdadeiros ocelos ausentes. Antenas curtas, inseridas acima e atrás do olho correspondente, apresentando: escapo caliciforme na parte distal e geniculado na proximal, pedicelo anular, geralmente provido de macroquetas e clava pectinada, formada por um número variavel de segmentos, segundo as espécies e mesmo em cada sexo, não excedendo porem de 10 segmentos. Fig. 7 - Xenopsylla cheopis (Rothschild, 1903) (Pulicidae), A segmentação consideravelmente amentada (C. Lacerda del.). da clava é incompleta, geralmente as divisões não atingindo a borda anterior. Em repouso a antena aloja-se numa goteira ou sulco (sulco ou fosseta antenal), dirigido para baixo e para trás, em várias espécies (Xenopsylla, Ctenocephalides) parcialmente coberto por uma lâmina esclerosada. Em muitas espécies o sulco antenal, prolongando-se para cima, continua-se com o oposto, dividindo a cabeça em duas partes distintas (subord. Fracticipita) (figs. 46 e 48), anterior (fronte) e posterior (vertex ou occiput, de alguns autores), que se articulam. Noutras espécies porem, tais partes confundem-se acima do sulco antenal (subord. Integricipita), não se vendo, portanto, aquela divisão. Entretanto, em algumas espécies deste grupo, observa-se um vestígio da arti-
SUCTORIA
19
culação num espessamento interno, vertical, da parte dorsal da cabeça ao fundo da goteiraantenal (falx) (fig. 8 e 37). Fronte geralmen te arredondada, podendo apresentar uma saliência dentiforme (tubérculo frontal), mais ou menos visivel. As genae, nestes insetos, são as partes adjacentes à borda inferior da cabeça, situadas atrás da fronte acima das peças bucais. A borda genal ou inferior da cabeça pode apr esentar espinhos, voltados para trás, formando o pente ou ctenidio genal (figs. 8 (1), 48 (1)). Em algumas pulgas da família Macropsyllidae a fronte apresenta-se separada das genas por uma sutura e limitada atrás por uma coroa de dentes ou espinhos, que formam um ctenídio (ctenidio frontal) e dão, a essa parte da caFig. 8 - Parte anterior do corpo de Ctenocephalides felis (Bouché, 1835) (Pulicidae), consideravelmente aumentada; 1, ctenídio genal; beça, o aspecto de 2, olho; 3, occiput e respectivas cerdas; 4, pronotum; 5, m e s o n o t u m ; uma coroa ou capa6, m e t a n o t u m ; 7, ctenídio pronotal; 8, propleura e prosternum; 9, sutura oblíqua separando o mesepimeron (atrás) do mesepisternum cete (fig. 47). (adiante), este em relação, em baixo e adiante, com o mesosternum; As peças bucais 10, metepisternum em relação, em baixo, com o metasternum; 11, 12 e 13, ancas ou quadrís, anterior, médio e posterior. (fig. 9) adaptadas, A seta indica o falx. em ambos os sexos, para a perfuração do tegumento e para a sucção do sangue, são comparaveis com as que se encontram na probóscida de um mosquito. Compreendem as seguintes peças: uma mediana, fina e alongada, constituida pelo labrum unido ao epifaringe (labro-epifaringe); um par de mandibulas, igualmente finas, ensiformes e alongadas, porem denticuladas na parte apical; um par de maxilas com os respectivos palpos (palpos maxilares; o hipofaringe, extremamente reduzido, que não se prolonga alem da cápsula cefálica e o labium ou probóscida com um par de palpos labiais longos, aproximadamente tão longos quantos os maxilares.
20
INSETOS
DO
BRASIL
As mandíbulas, que são as únicas peças perfuradoras, dispoem-se de cada lado do labro-epifaringe e com ele formam o canal sugador, através do qual passa o sangue aspirado. As maxilas são laminadas e terminam ou menos aguçada; os palpos maxilares, sentam quatro segmentos distintos.
em ponta angulosa, mais bem desenvolvidos, apre-
O labium é representado por um mento curto, dorsalmente escavado em goteira, que suporta as peças sugadoras; os palpos labiais, geralmente constituidos por cinco segmentos, podem ter somente dois, ou mais de cinco, até 17 segmentos. Distinguem-se facilmente dos palpos maxilares, não somente por se acharem posteriormente inseridos, como por serem mais finos e apresentarem os segmentos menos esclerosados. Como são internamente escavados, ao se aproximarem, formam uma bainha, na qual se alojam o labrum e as m a n d í b u l a s . Torax
- Com
os três segmentos, pro, meso e metatorax, distintos e subiguais. Cada um deles é constituido por um tergum ou Fig. 9 - Parte anterior da cabeça de Pulex (Pulicidas) para se ver as peças bucais; 1, fronte; 2, maxilas; 3, palpos maxilares; 4, labrum e epifaringe; 5, mandíbulas; 6, palpos labiais; 7, olho, adiante do qual se v ê o ponto de implantação da cerda a n t e - o c u l a r (C. Lacerda del.).
notum, que se prolonga, lateral e inferiormente, sobre o pleuron
correspon-
dente e por um sternum latero-ventral. Destes escleritos, porem, os mais desenvolvidos são o notum e o pleuron, reduzindo-se considera-
SUCTORIA
21
velmente o respectivo sternum, devido à forte compressão do corpo nestes insetos. No protorax, prosternum e propleura formam uma peça única, que se projeta para diante, sob a cabeça, e na qual se articulam as pernas anteriores ou protorácicas, que assim parecem estar presas a cabeça. A mesopleura, bem mais desenvolvida que a propleura, confunde-se tambem, em baixo, com a placa esternal correspondente, articulando-se ambas com a anca ou quadril das pernas médias. A mesopleura pode apresentar-se simples ou dividida, vertical e diagonal-
Fig. 10 - Segmentos modificados de um macho de Nosopsyllus fasciatus (Bosc, 1801) (Dolichopsyllidae); 1, 8° e 9° térgitos; 2 cerdas antepigidiais; 3, pygidium; 4, 10º térgito; 5, 10º estérnito; 6, exopodito (dedo ou processo movel do forceps) 7, paramero do penis; 8, penis, prolongando-se para a esquerda em peças finas que se enrolam em mola, atrás da qual (mola do penis, 15) se vê a placa do penis; 9, cerdas acetabulares; 10 e 11, 9° esternito; 12, 8° esternito; 13, processo imovel da garra; 14, manubrium da garra; 15, mola do penis (C Lacerda del.).
mente, por uma sutura (sutura mesopleural) (fig. 8-9), em relação com um espessamento interno, perfeitamente visivel nos preparados microscópicos, em dois escleritos, um anterior (mesepisternum) e outro posterior (mesepimeron). O metatorax, o mais desenvolvido dos segmentos torácicos, apresenta a metapleura dividida em metepisternum e metepimeron. Este,
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INSETOS
DO
BRASIL
um grande esclerito esquamiforme atrás do metepisternum e do metasternum superpostos, encobre lateralmente a base do 1º urômero. O pronotum ou o metanotum podem apresentar, alem das fileiras de cerdas que sobre eles se inserem, ctenídios na borda apical (ctenidio pronotal (fig. 7-8), ctenídio metanotal). Pernas. - São de tal modo constituidas que, com elas, o inseto pode dar saltos enormes. Segundo Mitzmain, o Pulex irritans, saltando, pode atingir a quasi 20 cm. de altura; em direção horizontal. porem, chega a ir um pouco alem de 30 cm. Ancas (coxae) consideravelmente desenvolvidas; trocânteres pequenos; fêmures robustos e achatados, porem, relativamente pequenos; tíbias notavelmente mais alargadas para o ápice, armadas na margem posterior de robustas cerdas espinhosas; tarsos tambem cerdosos, de cinco artículos, sendo o primeiro das pernas posteriores (metatarso) um tanto alongado; pretarso provido, no ápice, de um par de garras (ungues) de aspecto característico; em baixo e nas bordas veem-se, respectivamente, as cerdas plantares e as cerdas laterais. A disposição dos espinhos e cerdas nos vários segmentos das pernas, assim como a presença ou ausência de dentículos na face interna das ancas posteriores (fig. 41), teem grande importância na classificação destes insetos. Abdomen constituido por 10 segmentos, regularmente imbricados, cada urômero com os respectivos tergito e esternito perfeitamente constituidos. Os urômeros 2 a 7 apresentam, de cada lado da região tergal, um espiráculo respiratório. Alem de cerdas, quasi sempre regularmente dispostas em fileiras, os tergitos podem apresentar etenídios, constituidos por espinhos ou dentes quitinosos mais ou menos robustos (ctenidios abdominais) (fig. 48). Na margem dorsal do 7° tergito, ou perto dela, implantam-se duas ou mais cerdas (cerdas antepigidiais), em geral bem mais robustas que as inseridas nos demais tergitos. Para trás destas cerdas há, no 9° tergito, uma região sensorial de aspecto característico, chamada pygidium ou placa sensorial, presente em ambos os sexos. Entre ela e o 7° tergito vê-se o 8 ° espiráculo (fig. 11). Os segmentos ou escleritos terminais do abdomen apresentam-se mais ou menos modificados em ambos os sexos, constituindo a ge-
SUCTORIA
23
nitalia ou terminalia (segmentos modificados, de alguns autores), no macho distintamente voltados para cima. Nas fêmeas (fig. 12), as partes laterais do 8° tergito expandem-se em largo lóbo, que esconde o 9° tergito e esternito, entre os quais se abre o orifício genital (vulva). De cada lado da parte distal do 9° tergito, abaixo do pygidium, projeta-se um pequeno processo digitiforme, apenso ao 10° tergito
Fig. 11 - "Segmentos modificados" de um macho de Xenopsylla cheopis (Rothschild, 1903) (Pulicidae); 1, cerda a n t e p i g i d i a l ; 2, p y g i d i u m ; 3 e 4, " c l a s p e r s " 1 e 2 do 9 ° ur ote r gito; 5, 9 ° urosternito; 6, 8 º u r o s t e r n i t o (C. L a c e r d a del.).
(estilete) (fig. 12 - styl.), geralmente provido de algumas cerdas laterais, de uma longa cerda apical e de outra subapical. Entre o 10° tergito e o 10° esternito, que é tambem pequeno, abre-se o anus. Abaixo da vulva, entre o 8°tergito e o 7° esternito, há o 8° esternito, sob a forma de uma peça mais ou menos alongada.
Nos machos (figs. 10 e 11) constituem a terminalia os três últimos urômeros consideravelmente modificados. O 9° tergito apresenta, como na fêmea, o pygidium; o 10° tergito é representado por pequena saliência cerdosa, situada imediatamente para trás do pygidium e acima do 10° esternito; o anus, como na fêmea, encontra-se entre ambos. Para trás, vêm-se peças esclerosadas, pares, chamadas forceps, pinças ou tenazes ("claspers", "Kaftapparates"), que constituem o
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INSETOS
DO
BRASIL
aparelho copulador, apresentando sempre aspectos interessantes e variaveis nos diferentes gêneros e espécies. As tenazes superiores, que fazem parte do 9° tergito, são representadas por um, dois ou mais pares de processos moveis (coxopoditos, dedos moveis, peças digitais), cada um articulando-se com uma placa de contorno irregular, constituida por uma parte distal (corpo, processo articular da tenaz) e um ramo proximal (manubrium), mais ou menos estreitado e prolongado para diante ou para baixo, dentro da cavidade abdominal. Acima do corpo da tenaz, em frente e em oposição ao dedo movel, veem-se dois processos arredondados ou cônicos (processo imovel, dedo ou peça digital imovel do forceps). No corpo da tenaz, perto da cavidade articular do dedo movel, implantam-se algumas cerdas alongadas (cerdas acetabulares), Fig. 12 - S e g m e n t o s modificados de u m a f ê m e a de importância taxionôde Ctenopsyllus segnis (Schönherr, 1816) (Hystrichopsyllidae) (C. L a c e r d a del.).
mica. Os nonos esternitos, que formam as tenazes inferiores, são representados por um par de peças com o aspecto de "bomerang", cujo ramo exterior, ou posterior (ramo horizontal), de ápice livre, dilatado ou acuminado, tem a parte basal escondida pelo 8° esternito (no macho, bem mais desenvolvido que na fêmea); o ramo anterior ou interno, em cotovelo como aquele, prolonga-se geralmente até a base do manubrium. Na cópula o penis, cujo paramero é geralmente membranoso, projeta-se entre as tenazes superiores e inferiores. Para maiores detalhes sobre a anatomia dos últimos segmentos abdominais das pulgas, consultem-se os trabalhos de WAGNER (1932, 1933).
SUCTORIA
25
Fig. 1 3 - E s p e r m a t e c a s de diversas pulgas: a, Pulex irritans; b, Xenopsylla cheopis; c, Xenopsylla brasiliensis; d, Polygenis bohlsi; e, Rhopalopsyllus australis; f, Rhopalopsyllus lutzi; g, Rhopalopsyllus lutzi; h, Polygenis occidentalis; i, Ctenopsyllus segnis; j, Hormopsylla fosteri; k, Ctenocephalides felis; Rhynchopsyllus pulex; m, Dasypsyllus gallinulae; n, Ceratophyllus gallinae; o, Adoratopsylla antiquorum cunhai; p, Craneopsylla minerva; q, Tritopsylla intermedia; r, Nosopsyllus fasciatus; s. Echidnophaga gallinacea. T o d a s as figuras de P i n t o (1938, Zooparasitos, etc., fig. 32), exceto g e s, que são segundo Fox (1914).
26
INSETOS
DO
BRASIL
10. Anatomia interna. - Tubo digestivo (figs. 14 e 15). Estende-se, da boca ao anus, sem formar circunvoluções. Como primeira parte do stomodaeum há o faringe, que se apresenta como um tubo piriforme, dirigido para cima e para trás, perceptivel, nos espécimes diafanizados e através do tegumento, nas proximidades do olho e do sulco antenal. Fortes músculos dilatadores prendem-se a parede dorsal, fixando-se, pela outra extremidade, a face interna do epicrânio. A parede ventral ou inferior (placa ventral do faringe) continua-se com o hipofaringe. As duas paredes faríngeas, fortemente esclerosadas, acham-se ligadas por uma membrana. Ao faringe segue-se o esôfago, exclusivamente constituído pela túnica celular, que termina no proventriculo ou moela; esta, com a túnica muscular de fibras circulares bem desenvolvida, apresenta a íntima provida de numerosos prolongamentos quitinosos, que se projetam para a abertura cardíaca, provavelmente impedindo a regurgitação do que tiver passado para o mesenteron, quando se opera a dilatação do faringe ou a sucção do sangue, compensando assim a falta de um esfincter no esôfago. O mesenteron (estômago, ventriculo quilifico ou intestino médio) é um saco curto, de calibre uniforme, que pode dilatar-se consideravelmente, quando se enche de sangue, ocupando então a maior parte da cavidade abdominal. O proctodaeum ou intestino posterior, em tubo fino na sua maior extensão, apresenta-se um pouco dilatado na primeira parte, ao nível da desembocadura dos quatro tubos de Malpighi, e consideravelmente ampliado na porção retal, formando uma empola piriforme (empola retal), que contem seis distintas papilas retais (ler sobre o assunto os trabalhos de WAGNER (1935, 1936) e FAASCH). As glândulas salivares são representadas por dois corpos esféricos, ou ovoides, de cada lado, normalmente situados na base do abdomen e cada um deles provido de um curto canal secretor, que se une com o da glândula vizinha para formar um só canal; este, depois de atravessar o torax, une-se, na cabeça, ao do outro par de glândulas, formando um curto canal secretor comum, que desemboca na bomba salivar, em relação com o hipofaringe. Aparelho respiratório. Sistema traqueal bem desenvolvido e em comunicação com o exterior mediante 10 pares de espiráculos ou estigmas, dos quais três são torácicos. Os espiráculos pro e meso-
Fig. 14 - Anatomia interna de uma pulga fêmea; 1, faringe aspirador; 2, esôfago; 3, proventrículo, 4, dueto salivar; 5, glândulas salivares; 6, ovários; 7, corte da parte de um tubo de Malpighi; 8, feto e glândulas retais; 9, anus; 10, bolsa copuladora; 11, espermateca; 12, vulva; 13, vagina; 14, útero (De Pinto, 1938, segundo Fox, Insects and disease, etc. fig. 54).
SUCTORIA 27
torácicos, ficam na margem posterior, respectivamente, do pro e mesepímeros; o metatorácico abre-se na margem dorsal do metepímero.
28
INSETOS
DO
BRASIL
O primeiro urômero não tem espiráculos; são perfeitamente visiveis os espiráculos que se abrem nos urotergitos 2-7; o do 8° urômero encontra-se na margem posterior do 8° urotergito, perto da linha médiodorsal. Aparelho circulatório constituido, como nos demais insetos, por um vaso dorsal, que ocupa a cavidade abdominal. Sistema nervoso, de tipo primitivo, compreendendo três gânglios torácicos e sete abdominais, aproximados. Aparelho reprodutor. Na fêmea (fig. 17) representado por um par de ovários constituidos por quatro a oito ovariolos do tipo panoístico.
Fig. 15 - Tubo digestivo completo da fêmea de Xenopsylla cheopis: h. in, intestino Posterior; Ib. ep, labrum-epifaringe; md. in, intestino médio; mp. t., tubos de Malpighi; oe, esôfago; ph, faringe; prv, proventrículo; rc, reto; rc. pp, papilas retais (De Patton & Evans, 1929, Insects, ticks, etc., fig. 277).
Em relação com a vagina, dorsalmente e abaixo da empola retal, há a bolsa copuladora, que se comunica por um canal com a espermateca. Esta, fortemente esclerosada, apresenta, quasi sempre, duas partes distintas, separadas por uma constricção: a mais dilatada em relação com o ducto da espermateca (corpo, cabeça ou reservatório), e a porção livre (cauda ou apêndice). A espermateca, sob o ponto de vista taxionômico, é uma das estruturas mais interessantes na caracterização das fêmeas de cada espécie (fig. 13).
SUCTORIA
29
No macho (fig. 16) há um par de testículos, fusiformes ou ovóides, em relação com finos e longos canais deferentes. Estes se reunem num ducto único, que termina numa pequena vesícula seminal. Na parte distal do canal ejaculador, em relação com o penis ou aedegus, desembocam os canais escretores de dois pares de glândulas accessórias.
11. Reprodução. Postura. - As pulgas reproduzem-se por gamogênese (anfigonia), realizando-se a cópula, normalmente, com a fêmea caval gando o macho e quando ela se acha em Fig. 16 - Aparelho reprodutor do m a c h o de Xenopsylla cheopis; ab. si. estado de maI X , 9º urosternito; ac, g, os 2 pares de glandulas accessórias; aed, aedaegus (penis); clpi, clpii, as 2 peças d a g a r r a (clasper); ej. d, turidade sexual, canal ejaculador; intr. o, orgão intromissor; sm. vs, vesicula isto é, alguns seminal; tt, testiculos; v. df, canal deferente (De Patton & Evans, 1929, Insects, etc. fig. 279). dias depois de saida do casulo. Em Nosopsyllus fasciatus, segundo STRICKLAND, só uma semana após a metamorfose de pupa em imago é que a fêmea atinge esse estado. Pouco tempo depois da cópula e depois da pulga ter sugado sangue ocorre a primeira postura. Como se observa com as fêmeas fecundadas do mosquito da febre amarela (Aëdes aegypti), a alimentação sanguínea, com o ser estimulante, é indispensavel para a relização das posturas. Segundo
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verificação de STRICKLAND, pulgas fecundadas, conservadas meses sem por ovos, pouco depois de uma sucção de sangue, fazem as posturas. Nos machos é tambem o sangue que os estimula para o encontro sexual. Os ovos são ovóides ou esféricos e, por serem relativamente grandes (700 X 400 µ), são perceptiveis a olho nú, mormente quando examinados sobre um fundo escuro. Ora se apresentam viscosos, ora secos, conforme a espécie. A desova realiza-se, ou nos lugares frequentados ou habitados pelos animais que as pulgas atacam (ninhos), ou sobre eles, entre os pelos ou penas, caindo depois em tais lugares ou no solo. A pulga do homem (Pulex irritans) sempre procura o chão das habitações para desovar. O número de ovos que uma pulga pode por varia, principalmente, com a espécie da pulga e, numa espécie, segundo o estado de nutrição. Fig. 17 - Aparelho reprodutor da fêmea de XenopsylIa cheopis; B, esperAs postumateca vista com maior aumento; br. cpl, bolsa copuladora; c. ovd, oviducto comum; cn, constricção da espermateca; d ,ducto da espermateca; ras efetuam-se h, cabeça da espermateca; mc, músculo da espermateca; ovd, oviducto; parceladamenovr, ovariolo; st, VI, VII, VIII, esternitos; spm., espermateca; ta. cauda da espermateca; tg, V I I , V I I I , I X , X , tergitos; vg, vagina (De te, sendo posPatton & Evans, Insects, etc., fig. 97). tos, de cada vez, poucos ovos. Xenopsylla cheopis, a famigerada e principal pulga transmissora da peste, põe de dois a seis ovos, ou pouco mais por postura e, durante toda a existência, cerca de 300 a 400. BACOT, um
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dos autores que mais estudaram a bionomia das pulgas, observou uma fêmea de Pulex irritans que pôs, num período de 196 dias, 448 ovos, dos quais, 115 ferteis. 12. Desenvolvimento. - O desenvolvimento embrionário, dependendo principalmente da temperatura e do estado higroscópico do meio em que se acham os ovos, dura normalmente de 2 a 16 dias; é mais rápido no verão e com tempo seco. A larva sai do ovo cortando o cório com uma pequena saliência cefálica, com o aspecto de pequeno tubérculo esclerosado, provida de aresta cortante (ruptor ovi). As larvas das pulgas lembram as dos dípteros dos mais primitivos (fig. 18-25). São vermiformes, brancas, eucéfalas e ápodas. Apresentam, como apêndices locomotores, apenas dois processos carnosos, divergentes e mais ou menos alongados, no 10° urômero (apêndices anais, "anal struts", dos ingleses). A cabeça, bem desenvolvida e prognata, apresenta antenas de três segmentos, peças bucais mastigadoras, representadas principalmente pelas mandíbulas, maxilas e palpos, maxilares e labiais, estes unisegmentados, aqueles de dois segmentos. Ao segmento cefálico seguem-se os três metâmeros torácicos e os 10 abdominais, cada um deles apresentando, alem de curtos pelos inseridos na parte anterior, uma cinta de cerdas relativamente robustas, implantadas perto da borda posterior, que facilitam a locomoção da larva. A anatomia interna da larva pouco difere da do inseto adulto. As glândulas salivares, porem, nela são mais desenvolvidas (para o estudo das anatomias externa e interna das larvas devem ser consultados os trabalhos de PERFILJEW (1926), de WEBSTER (1929), de SIKES (1930) e de PINTO (1931)). As larvas das pulgas, mediante movimentos serpentiformes, deslocam-se rapidamente no meio em que vivem (chão empoeirado ou sujo das habitações, gretas do assoalho, areia de solo, detritos nos ninhos dos animais que parasitam), evitando, porem a luz forte. Alimentam-se dos detritos orgânicos que aí encontram, preferindo, quasi sempre, os excreta das pulgas adultas, representados por sangue coalhado e dessecado.
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INSETOS
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O período larval varia, influenciado pelas condições mesológicas, principalmente temperatura, umidade e maior ou menor fartura de alimento.
Figs. 18 a 25 (1-2) - Caracteres da larva da pulga Ctenocephalides felis; 1-2, ultimos segmentos abdominais - a, pente anal de cerdas finas (11 cerdas de cada lado); aa, apêndices anais; b, cerdas fortes ventro-laterais (3 de cada lado); 3, larva - c, cabeça, curta e mais estreita que o torax (t), este é formado por 3 segmentas mais estreitos que os urômeros, representados de I a X; 4, mandibula da larva; 5, apice da mandíbula; 6, antena da larva; p, poro sensorial; pa, papilas; pl, placa de inserção; 7, palpo maxilar; 8, cabeça - a, antenas; l, labrum; m, mandíbulas; pl, palpo labial; pm, palpo maxilar (De C. Pinto, 1931, Bol. B i o l . , 18: figs. 1-5).
SUCTORIA
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Geralmente do 3° ao 7° dia após o nascimento ocorre a 1ª ecdise, realizando-se a 2ª três ou quatro dias depois. BACOT, no desenvolvimento de Ctenocephalides canis, verificou o máximo de 142 dias no desenvolvimento larval. Após 7 a 14 dias de vida ativa, a larva, com a saliva, tece um casulo oval, pegajoso, que facilmente adere a qualquer suporte, retendo tambem partículas de poeira, que o tornam quasi imperceptivel. Realiza-se, então a 3ª e última ecdise e primeira metamorfose, cinco a sete dias depois da larva ter começado a tecer o casulo. A pupa que surge apresenta apêndices livres. A fase pupal dura geralmente de 7 a 10 dias; às vezes, porem, pode prolongar-se por longo tempo (até 354 dias, como verificou BACOT com o Ctenocephalides canis, ou mesmo 450 dias, numa observação com Nosopsyllus fasciatus). Provavelmente nos paises de inverno rigoroso é nessa fase que as pulgas suportam a estação fria (v. MELLANBY, 1933). Atingida a fase adulta, a pulga fica algum tempo dentro do casulo, podendo aí permanecer, se não a perturbarem, durante algumas semanas . Em resumo: se o desenvolvimento de uma pulga, em ótimas condições pode efetuar-se em cerca de duas semanas, em condições extremamente desfavoraveis, pode prolongar-se por um ano ou mais. Relativamente ao ciclo evolutivo de Xenopsylla e de Ctenocephalides em São Paulo, convem ler a nota de PESSOA e HORTA (1933). 13. Hábitos das pulgas adultas. - Após a cópula, as pulgas procuram alimentar-se, podendo, entretanto, ficar em jejum durante 15 dias ou mais.
Eis como ALMEIDA CUNHA descreve a sucção do sangue: « A sucção faz-se pela introdução do aparelho sugador através da pele. Escolhido o lugar para a sucção, no que a pulga gasta por vezes algum tempo, tateando aquí e alí, o epifaringe é impelido abrindo caminho através da camada epidérmica. As mandíbulas, com suas pontas em serra, entram em função aumentando a abertura do orifício produzido, gradativamente se insinuando até que as pontas das maxilas alcancem a superfície cutânea. A função dos palpos labiais, puramente protetiva, consiste na defesa das peças sugadoras durante a introdução, antes e depois; durante a sucção, dispõem-se sobre a pele para os lados. Os palpos labiais funcionam apenas na procura do local para a sucção, a pulga tocando com eles os vários pontos da pele que experimenta.
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Durante a penetração do epifarinje e mandíbulas, a saliva das glândulas é aspirada até a cavidade chamada bomba salivar, cuja contração a impele do canal salivar das mandíbulas, até a extremidade desses orgãos, lubrificando o canal aberto. O hipofarinje acompanha o movimento das mandíbulas, a que se acha ligado, até alcançar a porção superior do canal perfurado na pele. É então que entram em função os chamados músculos aspiradores, que vão da bomba salivar até a face inferior do hipofarinje, cuja cavidade e alargada por esses musculos. O sangue assim aspirado vai à porção horizontal do canal aspirador, cuja cavidade é, ao mesmo tempo, alargada por músculos, que de suas paredes saem, indo fixar-se na quitina da região frontal da cabeça. As mandíbulas e o epifarinje juntam-se, no momento da aspiração, formando um canal fechado por onde o sangue corre facilmente. Uma vez cheio o canal, vão-se relaxando, gradativamente, os músculos de diante para trás, forçando o caminhar do líquido aspirado através do esôfago, até o papo e o estômago. Durante a sucção a cabeça da pulga cola-se a pele, enquanto as patas agitan-se, conservando-se a extremidade do abdome em ângulo forte com a superfície aspirada. Durante a sucção, que é prolongada, o inseto conserva-se alheio a todo perigo externo, sendo facílimo apanha-lo assim, pois que, mesmo tocando-o com os dedos, não se separa da pele. Observamos repetidas vezes em nós mesmos essa operação, que durou em média 12 a 15 minutos, com sucções até de 20 minutos. Se são demoradas, são igualmente raras e nunca conseguimos obter uma nova sucção antes de 48 horas decorridas da precedente. Essas observações foram idênticas para o Pulex irritans e Ctenocephalus felis e canis, e tanto para pulgas novas e recem-saidas da ninfa, como para pulgas adultas, apanhadas depois do completo desenvolvimento e parasitismo presumidamente longo. Após cerca de cinco minutos de sucção começam a sair pela extremidade anal da pulga gotículas de sangue que vão cair com força à distância de um centímetro ou mesmo um pouco mais ».
Em liberdade as pulgas sugam mais frequentemente. Xenopsylla cheopis, segundo observações dos autores que a estudaram, suga duas e, não raro três vezes por dia. Xenopsylla astia, segundo HIRST, alimenta-se mais a miudo.
A s pulgas são encontradas, ou nos lugares em que vivem os animais que atacam (habitações, ninhos), procurando-os apenas para sugar o sangue (caso da pulga do homem - Pulex irritans), ou sobre um determinado hospedador, só o abandonando quando morre, para então passar para outro animal da mesma espécie ou de espécie diferente (caso da pulga do rato, transmissora da peste, Xenopsylla cheopis).
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Em qualquer dos caso, porem, as pulgas só se fixam ao hospedador para sugar sangue. Fazem exceção à regra todas as pulgas da família Hectopsyllidae, cujas fêmeas, depois de fertilizadas, prendem-se à pele do animal parasitado e aí ficam até o fim da vida (caso do "bicho do pé", Tunga penetrans). Como, soi dar-se com outros ectoparasitos, cada espécie de pulga ataca, especial ou preferencialmente, determinados animais, geralmente pertencentes a grupos taxionômicos mais ou menos próximos. Todavia, não encontrando o hospedador predileto, pode sugar o sangue de um animal bem afastado daquele que normalmente parasita . Em Xenopsylla cheopis essa eventualidade ocorre como um fenômeno absolutamente normal; há mesmo algumas espécies que atacam mamíferos e aves de espécies diferentes (Echidnophaga). Longevidade das pulgas. Relativamente à duração máxima da vida das pulgas, devemos considerá-la no caso das pulgas não alimentadas e no das pulgas normalmente alimentadas. Em ambos, porem, uma temperatura elevada e um ambiente seco sempre influem encurtando a vida da pulga. Haja, vista o que observou BACOT com Xenopsylla cheopis não alimentada. Em ambiente normalmente úmido e aquecido a 12º,5 C. (55° F) manteve-se viva, em média, durante 25 dias; em atmosfera seca a 29° C (85° F) não viveu mais de quatro dias. As experiências de DINIZ (1912), SWELLENGREBEL (1913) e ALMEIDA CUNHA (1914) mostram que as pulgas não alimentadas morrem ao cabo de duas semanas. As que sugaram sangue, pelo menos uma vez, morrem antes do 10° dia de jejum (cinco a seis dias nas observações de ALMEIDA CUNHA; oito a nove, nas experiências de SWELLENGREBEL) . Após uma serie de experiências, BACOT verificou que o maximum de duração da vida das principais espécies de pulgas é o que se lê nas linhas que se seguem:
Pulex
irritans
(pulga
Nosopsyllus
fasciatus
Xenopsylla
cheopis
do
homem)
(pulga (pulga
Ctenocephalides canis Ceratophyllus gallinae
européia indiana
(pulga (pulga
......................... do
do
rato) rato)
ALIMENTADAS
NÃO
DIARIAMENTE
ALIMENTADAS
513 dias
125 dias
.........
106
»
95
»
............
100
»
38
»
do
cachorro)
..............
234
»
58
»
da
galinha)
...............
354
»
127
»
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BACOT tambem concluiu que, se as condições de meio forem favoraveis e no caso de não se alimentarem durante longos períodos, as pulgas podem manter-se vivas por longo tempo: Pulex irritans ........................................ 19 Nosopsyllus fasciatus................................. 22 Xenopsylla cheopis ................................. 10 Ctenocephalides canis............................... 18
meses » » »
Nos paises de clima quente a longevidade das pulgas não atinge esses números. Tais dados mostram que o fato de se ficar cheio de pulgas, quando se entra num local há meses ou anos deshabitado, pode ser explicado pela longevidade desses parasitos. Na maioria dos casos, porem, a ocorrência resuIta da proliferação continuada das pulgas num meio em que sempre encontram, em maior ou menor abundância, o principal elemento de subsistência, que é o rato. Sobre a longevidade de Xenopsylla cheopis deve ser consultado o trabalho de LEESON (1936). 14. Pulgas e peste. - OGATA (1897) e SIMOND (1898) foram os primeiros a sugerir a possibilidade das pulgas transmitirem a Pasteurella pestis, o germe da peste, tendo SIMOND conseguido demonstrar, experimentalmente; essa transmissão de rato a rato, mediante as pulgas que o parasitam habitualmente. As experiências de SIMOND foram confirmadas por GAUTHIER e RAYBAUD (1903). VERJBITSKI, na mesma época, conseguiu transmitir o bacilo da peste, de rato a rato, com as seguintes pulgas; Ctenocephalides felis, Ctenopsyllus segnis e Pulex irritans. Logo em seguida foram surgindo novas contribuições relativas à transmissão da Pasteurella pestis pelas pulgas (de LISTON (1905) e outros), porem as mais interessantes resultaram das observações e experiências levadas a cabo pela British Plague Commission da India (1906-1907). É pena que, nas referências feitas à Xenopsylla cheopis pelos membros da citada Comissão, tenham sido confundidas três espécies de Xenopsylla, hoje bem conhecidas pelos nomes de X. cheopis, X. astia e X. brasiliensis. Apresentando, nas linhas seguintes, o que escreveram PATTON e EVANS (1929) sob o mecanismo da transmissão do bacilo da peste pela Xenopsylla cheopis, devo tambem recomendar a leitura do trabalho de ESKEY & HAAS (1940).
SUCTORIA
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1. Infecção oriunda do intestino anterior. Interrompendo-se a sucção de sangue numa pulga que esteja sobre um homem ou rato infectado, se essa pulga, pouco depois, picar um indivíduo receptivel, pode infectá-lo, pela inoculação dos bacilos que se acham nas peças bucais, ou pela regurgitação do sangue contido no esôfago ou no mesenteron. Relativamente ao primeiro modo de infecção, a Comissão não conseguiu evidenciar semelhante ocorrência e, quanto à infecção pela regurgitação, concluiu ser impossível efetuar-se devido à poderosa ação obliteradora da válvula proventricular. 2. Infecção oriunda do intestino posterior. Nas pulgas que ingeriram sangue infectado, os bacilos nele contidos podem passar para as excreta, que, assim, fi-
Fig 26 - A, representação diagramátiea de uma secção longitudinal do esôfago, num espécime de Nosopsyllus fasciatus; oe, esôfago; prv, proventrículo; md. in. mesenteron. A parte esparsamente ponteada indica a presença de sangue fresco impregnado de P pestis; a que se acha densamente ponteada, ou mais escura, mostra como a massa de bactérias, pela força do sangue aspirado no esôfago, se desintegrou na parte central, permitindo a passagem do sangue para o mesenteron; como consequência, os dentes do proventrículo, inclusos na massa de bactérias, deixaram de funcionar como mecanismo valvular-B, aquí a massa que obstrue o proventrículo ainda não se rompeu; não obstante se achar sob a pressão do sangue aspirado no esôfago (De Patton, 1931, Insects, ticks, etc, fig 41)
cariam em condições de infectar um animal atacado pela pulga, ou devido à contaminação da picada ou pela penetração dos germes através de uma escoriação resultante do animal se coçar. A Comissão concluiu que a infecção pestosa pode ser contraida por pulgas em tais condições. Entretanto BACOT e MARTIN verificaram que o bacilo da peste perde a virulência no estômago da pulga e que relativamente poucos germes são encontrados nas fezes dessas pulgas.
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3. Infecção direta por uma só picada de uma pulga "bloqueada" (fig. 25). BACOT e MARTIN demonstraram que em certa percentagem de cheopis alimentadas com sangue contendo bacilos da peste, estes se multiplicam no intestino médio, ficando presos aos dentes do proventrículo, eventualmente obliterando-o. As pulgas em tais condições, isto é, bloqueadas ("blocked"), como não podem encher o estômago de sangue, ficam em estado de fome permanente, procurando insistentemente picar, e assim passando de um para outro ponto da pele de um mesmo animal ou de um para outro indivíduo. BACOT mostrou que o bloqueio do proventrículo pode ser incompleto, não mais funcionando ele como válvula. Uma pulga nesse estado, ao picar, não somente suga sangue fresco, como, pela regurgitação de um pouco do conteudo do mesenteron, que se mistura com o do esôfago, pode contaminar a picada. BACOT mostrou tambem que a pulga bloqueada pode deixar de o ser, desde que se desmanche no proventrículo o bloco hemo-bacilar (v. fig. 26), o canal resultante podendo ser central (BACOT) ou lateral (HIRST). O esôfago de uma pulga parcialmente bloqueada apresenta-se totalmente distendido por uma massa denegrida, continua com a do proventrículo e do intestino médio. Tal massa é constituida por sangue parcialmente digerido e bacilos da peste. Observando-se uma pulga nesse estado, quando se alimenta, vê-se desaparecer a cor escura da referida massa à proporção que vai sendo substituida por sangue fresco. HIRST acredita que, nessa ocasião, a massa contaminada é regurgitada na picada. Mais tarde, forma-se no esôfago nova massa hemo-bacilar. As pulgas parcialmente bloqueadas são pois, um sério perigo para a comunidade humana, tanto mais quanto teem longevidade maior que as pulgas completamente bloqueadas. Demais, se estas nem sempre são infectantes quando picam, como mostrou HIRST, aquelas infectam os animais picados, como provaram BACOT e HIRST. 4. Infecção direta pelo método da dupla picada de uma pulga bloqueada. HIRST conseguiu transmitir o bacilo da peste a um rato obrigando uma Xenopsylla cheopis bloqueada a realizar várias tentativas para sugar um rato com peste septicêmica e fazendo-a depois sugar um rato não infectado. O sangue sugado do primeiro rato enche o intestino anterior, porem, não podendo passar para o mesenteron e sob a ação da bomba faríngea, faz simplesmente um movimento de vai-vem. De modo que, se a pulga picar um segundo rato, este se contamina, pela picada, com o sangue do primeiro rato. HIRST diz que tais bacilos, oriundos de sangue septicêmico, são muito mais virulentos e infectantes que os que procedem de cultura realizada no intestino médio da pulga. HIRST considera este método de infecção, chamado "método de dupla picada" ("double bite method") como provavelmente de frequente ocorrência na India, quando uma pulga bloqueada, depois de abandonar um rato ao morrer, sugar um moribundo de peste septicêmica, enchendo assim o intestino anterior do sangue desse indivíduo. Tal pulga terá amplo ensejo para picar e infectar uma ou mais das pessoas que cercarem o moribundo. » 15. Fatores a considerar na transmissão do bacilo da peste pelas pulgas. - A Indian Plague Commission e os autores que se
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teem dedicado ao estudo da transmissão da peste, considerando os vários fatores que possam ter influência na transmissão da Pasteurella pestis pelas pulgas, verificaram que a temperatura alta e a umidade baixa, condições prejudiciais à vida das pulgas em geral, teem uma ação ainda mais nefasta sobre as pulgas bloqueadas e mal alimentadas. Relativamente à longevidade das pulgas infectadas, questão das mais importantes a ser averiguada, quando se estuda a epidemiologia da peste em qualquer região, os trabalhos especializados no assunto indicam os extremos que ela pode atingir, em espécies já bem estudadas. De um modo geral, porem, pode dizer-se que pulgas totalmente bloqueadas, em condições mesológicas favoraveis, podem viver vários meses, infectando, durante esse tempo, vários indivíduos, pelo método da dupla picada, descrito por HIRST. Pulgas parcialmente bloqueadas, como podem, de quando em vez, ingerir pequenas quantidades de sangue, podem tambem permanecer vivas mais tempo e sempre
foi da ela por
infectantes.
16. Pulgas vectoras da peste. - Das pulgas estudadas na India, Xenopsylla cheopis a que se mostrou mais eficiente na transmissão Pasteurella pestis, e isso porque, segundo HISRT, não somente é a que mais resiste a condições mesológicas desfavoraveis, como ser a mais persistente no esforço para se alimentar, quando total
ou
parcialmente bloqueada. Nos paises em que há, por toda parte, a Pulex irritans, é natural que possa transmitir o germe da peste. Todavia, como não é frequentemente encontrada em ratos, não é provavel que seja de grande importância na epidemiologia da peste. Ctenocephalides canis e C. felis, segundo VERJBITSKI, transmitem experimentalmente a peste de rato a rato. A Comissão Indiana, entretanto, não confirmou essa transmissão com Ctenocephalides canis. Relativamente a Nosopsyllus fasciatus, tambem um transmissor experimental do bacilo da peste entre ratos, HISRT conclue ser comparativamente insignificante o papel da mesma como agente primário na disseminação da peste epizoótica. A conclusão análoga se chega quando se procura averiguar a importância da pulga do rato Ctenopsyllus segnis, que, eventualmente,
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pica o homem. Os autores, em sua maioria, consideram-na um transmissor duvidoso na natureza. No Brasil é tambem a Xenopsylla cheopis a espécie que tem sido r e s p o n s a b i l i z a d a c o m o d i s s e m i n a d o r a d a peste. Eis o que disseram MARCELLO SILVA JR. e VALENÇA JR. com relação a ocorrência das duas espécies de Xenopsylla no Ceará: « Vamos notando que na Zona sul do Estado (Crato) não aparece a Xenopsylla brasiliensis, a qual não chegou a cifra de 1% (0,46%) em Fortaleza durante um ano de observação. Em compensação, a Xenopsylla cheopis, a espécie pestígena por excelência, porque acompanha o rato em todas as suas peregrinações, pica indiferentemente esse roedor e o homem e resiste valentemente ao fenômeno da "blocage", entra numa porcentagem alarmante sobre o total de pulgas capturadas em cada sector: 99.99% no 4° (Crato) e 94,33% no 5° (Fortaleza). É Paulo,
interessante assinalar que MEIRA (1934), na cidade de São tenha verificado as seguintes porcentagens, para as pulgas
que infestam ratos: Xenopsylla brasiliensis, segnis, 33,7%; Xenopsylla cheopis, 19,4%.
45,3%;
Ctenopsyllus
17. Peste silvestre e provaveis pulgas transmissoras. - Uma questão interessante, que carece ser ainda investigada em nosso país, é a da ocorrência e da transmissão da peste silvestre. STEWART (1940) escreveu interessante artigo sobre o estado da questão na América do Norte. LA, como aqui, encontram-se frequentemente certas espécies de pulgas sobre roedores selvagens, cuja eficiência na transmissão da peste ainda está por demonstrar. Todavia, o fato de terem falhado várias tentativas de infecção experimental, não é indicação definitiva de tais pulgas não poderem transmitir a Pasteurella pestis, porque, mesmo os transmissores habituais desse germe, como se sabe, nem sempre são capazes de transmitir a infecção. Esta, como vimos, depende em grande parte da constituição do bloco ou tampão proventricular de P. pestis. 18. Outros agentes patogênicos transmissíveis pelas pulgas. - Alem da peste, teem sido referidas outras doenças cujos agentes patogênicos podem ser transmitidas pelas pulgas: infecções produzidas por algumas espécies de Leishmania kala-azar, botão do Oriente) e o tifo endêmico (doença de Brill).
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Entretanto, pesquisas bem orientadas com o fito de transmití-las pelas pulgas teem dado resultados negativos. Nos Estados Unidos a Pasteurella tularensis, bacilo causador da tularemia, pode ser transmitida de esquilo a esquilo pelo Diamanus montanus. Não se sabe, porem, de caso humano algum dessa doença devido ao contacto com esquilos ou à picada daquela pulga. As pulgas são hospedeiros intermediários do Trypanosoma lewisi e de outros tripanosomas não patogênicos de ratos, nelas se processando o ciclo esporogônico desses parasitos. Os ratos se contaminam lambendo fezes das pulgas, que habitualmente os parasitam, as quais conteem tripanosomas metacíclicos. Ctenocephalides canis, Ctenocephalides felis e Pulex irritans são hospedeiros intermediários da tênia Dipylidium caninum (L.), cestóide comumente encontrado no intestino delgado dos cães e gatos e, acidentalmente, do homem, principalmente crianças. Os ovos desse cestóide, expelidos com as fezes do hospedador, são ingeridos pelas larvas de pulgas, deles saem embriões, que atravessam a parede do intestino e caem na cavidade geral do corpo. Aí permanecem até a pulga atingir a fase adulta, quando se desenvolve o estádio de cisticercóide. Sendo então a pulga ingerida por um cão ou gato, nele prosegue o desenvolvimento do helminto. Os casos de infestação do homem, principalmente criancinhas, pelo Dipylidium resultam tambem da ingestão de pulgas infestadas, que caem ou saltam no alimento ou diretamente na boca. CHEN (1935) escreveu interessante artigo sobre as reações de Ctenocephalides felis ao Dipylidium caninum. Outro cestóide, o Hymenolepis diminuta (Rudolphi), parasito comum do intestino do rato, raramente encontrado no homem, pode ter, por hóspede inteimediário do cisticercóide, as pulgas que o parasitam (Nosopsyllus fasciatus, Xenopsylla cheopis e Ctenopsyllus segnis). Tais pulgas, infestadas, acidentalmente podem infestar o homem, principalmente a criança. Há, porem, outros insetos hospedadores desse platielminto, de maior importância que as pulgas na propagação da helmintose (Ver os trabalhos de BACIGALUPO (1932) e de PESSOA (1933) sobre o assunto). 19. Combate às pulgas. - As pulgas que, como Ctenocephalides felis, nos importunam com as picadas, devem ser combatidas, nas
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habitações, nos ninhos ou lugares de descanso dos animais que frequentam as habitações e sobre o corpo desses animais. Nas habitações ou lugares frequentados por tais animais, o chão, cimentado ou assoalhado, deverá ser mantido rigorosamente limpo; em chão cimentado, lavando-o e desinfetando-o frequentemente, em chão assoalhado, mantendo-o devidamente calafetado e encerado. As vezes, casas e apartamentos bem calafetados e encerados são temporariamente invadidos por grande quantidade de pulgas de cão ou de rato, que neles se achem ou proliferem nas cercanias. Neste caso, como em todas as ocasiões que seja necessária a destruição imediata das pulgas em qualquer parte, procede-se ao expurgo pelo gás cianídrico (ver BACK, 1932), pelo anidrido sulfuroso ou gás Clayton. Todavia, em infestações parciais, são indicadas pulverizações de inseticidas do comércio, a base de petróleo e contendo rotenona. Para se manter os cães livres de pulgas é preciso banhá-los frequentemente, mergulhando-os numa solução de creolina a 3%, durante 5 ou 10 minutos e lavando-os em seguida em água morna. Relativamente à destruição das pulgas mediante convem consultar-se o trabalho de GUIMARÃES (1936).
inseticidas
Todavia, numa campanha anti-pestosa, alem dos cuidados a ter contra as pulgas que possam ser encontradas nas habitações, a medida mais eficiente reside na desratisação. Sobre o assunto, aliás amplamente estudado em todos os tratados ou manuais de higiene, recomendo a leitura do interessante livrinho de PUEL (1933). 20. Classificação. - A ordem Suctoria compleende cerca de 800 espécies distribuidas em mais de 150 gêneros. No Brasil conhecem-se menos de 50 pulgas, em sua maioria espécies neotrópicas, algumas, porem, cosmopolitas. OUDEMANS (1909) dividiu a ordem em duas subordens: Fracticipita e Integricipita. Nas pulgas da subordem Fracticipita (caput fractum) a fronte (região pre-antenal) e o occiput (região post-antenal) são separados dorsalmente por uma fratura ou sulco, que se estende do extremo superior do sulco antenal de um lado ao do lado oposto (respeito à caput fractum v. WAGNER, 1934). Nas da subordem Integricipita a fronte continua-se, sem interrupção, com o occiput.
SUCTORIA
43
Em várias pulgas desta subordem pode haver um espessamento quitinoso interno (falx), na mesma situação daquele sulco, e mesmo em algumas há estreita fenda nesse lugar (Rhopalopsyllus), que pode dar a impressão de se tratar de uma pulga da subordem Fracticipita, embora não haja propriamente uma articulação entre as duas partes da cabeça. A respeito devo transcrever a seguinte observação de EWING (1929): « If the group is to be divided into two suborders, probably those of OUDEMANS (1909), the Fracticipita and the Integricipita, are as acceptable as any that could be given. But not only is it hard to determine in certain genera whether the head is to be regarded as divided by a dorsal suture (Fracticipita) or not (Integricipita), but there are not enough other correlation characters to justify such a division according to the writer ». A subordem Integricipita é representada na América pelas seguintes famílias: Hectopsyllidae, Pulicidae, Malacopsyllidae e Dolichopsyllidae. A subordem Fracticipita compreende as seguintes famílias, todas com representantes sulamericanos: Hystrichopsyllidae, Ischnopsyllidae e Macropsyllidae. Para a determinação dos gêneros de pulgas devem ser consultadas as chaves contidas nos manuais de Fox (1926, Insects and diseases of man, citado a pag. 31 do lº tomo) e de EWING (1929, A manual of external parasites, citado a pág. 373 do lº tomo). Dentre os autores, que mais se distinguiram no estudo da sistemática das nossas pulgas, devo citar: JORDAN, ROTHSCHILD e WAGNER. Na "bibliografia" refiro apenas alguns dos muitos trabalhos deste último. Quanto às numerosas contribuições de JORDAN e ROTHSCHILD, as mais interessantes encontram-se, principalmente, em "Novitates Zoologicae" e em "Ectoparasites". Para a determinação das famílias e gêneros com espécies sulamericanas, 1 1´
2 (1) 2'
apresento
a
seguinte
chave:
- Os 3 tergitos torácicos reunidos mais curtos que o 1º urotergito (fig.35) (Hectopsyllidae).......................................................................2 - Os 3 tergitos torácicos reunidos não mais curtos que o lº urotergito (fig. 36)..................................................................................................................5 - Quadris posteriores com denticulos ou espinhos curtos na face interna, perto do ápice...........................................Echidnophaga Ollif, 1886 - Quadris posteriores sem denticulos na face interna ............................3
44
INSETOS
3 (2')
-
3'
-
4 (3')
-
4'
-
DO
BRASIL
Fêmures posteriores sem processo dentiforme perto da base; urômeros 2 e 3 da fêmea sem espiráculos; fêmeas penetrantes............... .........................................................................................................Tunga Jarocki,1838 Fêmures posteriores com processo dentiforme perto da base; urômeros 2 e 3 da fêmea com espiráculos; fêmeas não penetrantes............4 Maxilas curtas, triangulares; orifício da espermateca não situado num prolongamento ou saliência cônica................................................................... ................................................................................Hectopsylla Frauenfeld, 1860 Maxilas relativamente longas, estreitas, acuminadas e curvadas para trás; orificio da espermateca situado numa saliência cônica (fig. 35) ................................................................................Rhynchopsyllus
5 (1')
Heller,
1880
- Fronte e occiput não separados por uma fenda em relação com o sulco antenal; não raro há uma esclerose interna nessa parte (falx) (fig. 8) que, em algumas caso, porem, a
5'
-
Fronte
e
occiput
espécies, pode dar a impressão de sulco; neste pulga não apresenta ctenidio.............................6
como
(caput fractum),
que
articulados,
separados
por
distinta
fenda
em relação com o sulco antenal (fig. 46 e 48) ....
..............................................................................................19
6 (5)
- Urotergitos 2-7 apenas com uma fileira de cerdas (figs. 7 e 40)..........7
6'
-
Urotergitos 2-7 com dupla fileira de cerdas; quadris posteriores sem espinhos na face interna (Dolichopsyllidae)....................................................13
7 (6)
-
Quadris (coxae) face interna
7'
-
Quadris (coxae) posteriores sem espinhos na face interna (Malacopsyllidae)......................................................................................12
8 (7)
-
Com
ctenidio
posteriores com um grupo de pequenos espinhos na (Pulicidae).......................................................................................8
genal
(figs.
8,
38
e
39)..........................................
8'
-
.......................................................Ctenocephalides Stiles e Collins, 1930 Sem ctenidio genal..........................................................................................9
9(8') 9'
-
Com ctenidio pronotal...............................................Hoplopsyllus Baker, 1930 Sem ctenidio pronotal.................................................................10
10 (9') -
Mesopleura
10'
..........................................................................................Pulex Linnaeus, 1758 Mesopleura com espessamento interno em forma de raqueta, do quadril para cima (fig. 40)..........................................................................................11
-
sem
espessamento
interno
(pag.
37)............................
11 (10') - Metepisternum e metasternum fundidos...................................................................... 11'
-
......................................................................................Synosternus, Jordan, 1925 Metepisternum separado do metasternum (fig. 41)........................... ...................................................................................Xenopsylla Glinkiewicz, 1907
SUCTORIA
12 (7')
45
- Borda posterior do pronotum com dentes rombos, afastados uns dos outros; margem posterior da mesopleura e do metepimero com processo triangular esclerosado; fronte sem tubérculo ....................................................... Wagner, 1939 ..............................................................................Phthiropsylla Borda posterior do pronotum, da mesopleura e do metepimero sem qualquer dente; fronte com tubérculo................................................................ ..............................................................................Malacopsylla Weyenberg, 1881
12'
-
13 (6') 13'
- Sem ctenidio pronotal....................................................................................................14 - Com ctenidio pronotal......................................................................................................18
14 (13) 14'
- Palpo labial de 4 segmentos..................................Tetrapsyllus Jordan, 1931 Palpo labial de 5 segmentos........................................................................15
--
15 (14') - Clava antenal longa, simétrica; segmentação visível em toda a volta, geralmente com várias cerdas ao longo da margem inferior do processo genal...................................................................Parapsyllus Enderlein, 1903 15' - Clava antenal curta, assimétrica, segmentação menos visivel na parte anterior; processo genal apenas com 2 cerdas atrás do olho... 16 16 (15') -
16'
17 (16')
17'
Prosternum com projeção anterior arredondada; mesosternum tão alto quanto longo; 5º artículo tarsal posterior mais longo que o 2º tarso médio..............................................................................Rhopalopsyllus Baker, 1905 Prosternum sem projeção anterior, mesosternum mais longo que alto; 5º articulo tarsal não mais longo que o segundo médio.................. 17
-
-
Prosbóscida atingindo ou excedendo o ápice do trocanter; uma longa cerda abaixo do dente da margem posterior do forceps ("clasper"); 7º urosternito da fêmea com sinus lateral........................................... Jordan, 1939 ................................................................................Tiamastus - Probóscida, no máximo, atingindo a base do trocanter; 1 ou 2 longas cerdas na parte superior da margem posterior do forceps (acima da fovea); 7º urosternito da fêmea sem sinus lateral.............................. Jordan, 1939 .................................................................................Polygenis
18 (13') -
18'
19 (5')
19'
Uma cerda antepigidial, de cada lado; 5º articulo tarsal, de todas as pernas, com 6 pares de cerdas plantares laterais................. Baker,1905 ......................................................................................Dasypsyllus - Na fêmea 2 cerdas antepigidiais, de cada lado; no macho apenas a cerda mediana, longa; a inferior menor que a superior, reduzida a um pequeno pelo (fig. 10).....................Nosopsyllus Jordan, 1933 -
Ctenidio cefálico constituido por 2 dentes espatulados inseridos na parte antero-inferior da fronte (região preoral), como as presas de uma foca; pulgas de morcegos (fig. 48) (Ischnopsyllidae)...20 - Ctenidio cefálico, quando presente, noutra posição e com maior numero de dentes; não encontradas sobre morcegos.................................23
46
INSETOS
20 (19) 20'
truncadas;
DO
abdomen
BRASIL
-
Maxilas
-
.........................................................Myodopsylla Jordan & Rothschild, 1911 Maxilas acuminadas.................................................................................................21
com
falsos
ctenidios..................
21 (20') -
Urotergitos
21'
.........................................................Sternopsylla Jordan & Rothschild, 1921 Um ou mais urotergitos com ctenidio.......................................22
-
22 (21') -
22'
-
Fronte com urotergitos
sem
ctenidios;
distinto tubérculo; 2-6 e metanotum
processo
23'
-
24 (23) -
24'
-
acuminado...................
1º urotergito com com alguns dentes
pequeno ctenidio, apicais curtos ..
.......................................................Ptilopsylla Jordan & Rothschild, 1921 Fronte sem tubérculo; abdomen com 4 ctenidios; processo genal arredondado no ápice (fig. 48).......................................... ........................................................Hormopsylla
23 (19') -
genal
Jordan
&
Rothschild,
1921
Região occipital sem espessamento dorsal; região frontal não dividida; quando há 2 espermatecas, estas são iguais (Hystrichopsyllidae) ..............................................................................24 Região occipital com espessamento dorsal no meio; região frontal, em quasi todos os gêneros, dividida por um sutura vertical em 2 partes, uma anterior (frontal ou capacete) e outra postero-inferior (gena), ambas com ctenidios; os da parte anterior, na maioria dos gêneros, muito aproximados e inseridos na margem posterior dessa parte, formando um espécie de coroa, capacete ou cupula; quando há duas espermatecas estas são desiguais (Macropsyllidae)...... 32 Sem ctenidios cefálicos, processo genal arredondado no ápice e com conspicuo lobo triangular na margem ventral; uma só espermateca Jordan, 1931 .................................................................................Ctenidiosomus Com um ou dois ctenidios cefálicos e outro conjunto de caracteres .......................................................................................................25
25 (24') 25'
-
Alguns urômeros com longos espinhos apicais laterais, que se estendem até os espiráculos.............................................Ctenoparia Rothschild, 1909 Urômeros sem espinhos apicais laterais ou apenas com alguns curtos, que não vão alem de 2/3 da distância até os espiráculos............ 26
26 (25') - Cabeça com ctenidios genal e frontal, este as vezes reduzido a 2 ou 3 ganchos ou curtos espinhos.............................................................. 27 26' - Cabeça apenas com um ctenidio cefálico................................................. 28 27 (26) 27'
-
Cabeça com ctenidios genal e frontal; quadris posteriores com denticulos ou espinhos curtos na face interna Cleopsylla Rothschild, 1914 Cabeça com ctenidio frontal reduzido a 2 ou 3 ganchos ou espinhos curtos; quadris posteriores inermes na face interna (fig. 44) ...... ......................................................................................Ctenopsyllus
Kolenati,
1863
SUCTORIA
28 (26') 28'
-
29 (28') 29' -
47
Uma cerda antepigidial, de cada lado; ctenidio genal de 3 espinhos pequenos e pálidos......... Agastopsylla Jordan & Rothshild, 1923 2 ou mais cerdas antepigidiais de cada lado..............................29 Ctenidio genal de Ctenidio genal
5
dentes................ Chiliopsylla Rothschild, 1915 de 4 dentes....................................................30
30 (29') - 1º dente do ctenidio quasi completamente escondido pelo 2º; 2 cerdas antepigidiais de cada lado.......... Neotyphloceras Rothschild, 1914 - 1º dente do ctenidio não escondido pelo 2º...................................................31 30' 31 (30') - Espinho inferior do ctenidio genal mais fino e mais longo que o seguinte; 2 longas cerdas antepigidiais de cada lado; a superior geralmente mais longa; forceps ("clasper") não dividido por uma concavidade (sinus apical), em 2 processos; ducto da espermateca dilatado perto da bolsa copuladora..............................Adoratopsylla Ewing,1926 31' - Espinho inferior do ctenidio genal não mais longo que o seguinte; 3 cerdas antepigidiais, de cada lado e em ambos os sexos; forceps dividido no ápice por forte reintrancia em 2 processos; ducto da espermateca não dilatado perto da bolsa copuladora (figs. 45 e 46)... .........................................................................................Tritopsylla Cunha, 1929 32 (23') - Espaço entre o bordo anterior do capacete e a inserção do respectivo ctenidio, muito estreito, mais curto que o comprimento de um dente desse ctenidio...........................................Tiarapsylla Wagner, 1937 32' - O espaço entre o bordo anterior do capacete e a inserção do respectivo ctenidio mais alongado......................................................................................................33 33 (32') -
33'
-
34 (33') 34'
Das 2 longas cerdas genais implantadas perto da sutura que separa o capacete da gena, a inferior é um pouco avançada em relação com a superior; espinho superior do ctenidio genal muito menor que os outros e deles bem separado, ou ausente; processo genal mais longo que os espinhos, arrendondado no ápice; 1º segmento do palpo maxilar pouco mais longo que o 2º; cabeça da espermateca não dividida em 2 porções..........................................................Plocopsylla Jordan, 1933 A cerda genal inferior não implantada adiante da superior; espinho superior do ctenidio genal quasi tão longo e tão largo quanto os demais, não afastado do 2º; processo genal curto e obliquamente truncado; 1º segmento do palpo maxilar tendo quasi o dobro do comprimento do 2º.........................................................................................................34
Cabeça da espermateca dividida em 2 partes distintas por profunda constricção...............................................................Sphinctopsylla Jordan, 1931 - Cabeça da espermateca não dividida por profunda constricção (fig. 47) .................................................................................Craneopsylla Rothschild, 1911
48
INSETOS
Família
DO
BRASIL
HECTOPSYLLIDAE
21. Espécies mais interessantes.- As pulgas desta família são facilmente reconhecidas por terem os três segmentos torácicos muito curtos e as mandíbulas longas, largas e de bordos serrilhados. As fêmeas, após a fecundação, fixam-se ao hospedador. Nas espécies de Tunga Jarocki, 1838 (Rhynchoprion Oken, 1815, nec Hermann, 1804; Dermatophilus Lucas, in Guérin, 1839; Sarcopsylla Westwood, 1840) as fêmeas, são penetrantes, localizando-se no epiderma (Tunga penetrans, T. coecata), ou no derma do hospedador (T. travassosi) deixando apenas exposta a parte posterior do abdomen. Algum tempo depois da penetração, devido ao desenvolvimento dos ovos, isto é, à gravidez, o abdomen adquire um tamanho descomunal (figs. 28. 29 e 30). Fig 27 - Forte infestação por Tunga penetrans (L., 1758) (foto J Pinto) A pulga mais importante desta família é a Tunga penetrans (L., 1758), a chamada "pulga da areia", cuja fêmea é o famoso "bicho do pé" ou "bicho do porco". Sobre o inseto, transcrevo a referência feita por MATHESON (1932) em seu livro "Medical Entomology".
SUCTORIA
49
« The jigger is the smallest flea known, measuring only about 1 mm. on length. The adults are fond of warmth and drought and may be found in immense numbers in dry dust in and about human habitations. The males and virgin females attack a wide range of hosts, practically all warmblooded animals. Man and pigs appear to be favored hosts, though cats, dogs, and rats are readily attacked. When the female is fertilised she remains on the host and burrows into the skin. Her favorite points of attack are between the toes, under the toe nails, tender parts of the feet, etc. Here, nourished by the host's blood, the eggs begin to develop. The abdomen now swells up almost to the size of a pea (fig. 185), the posterior end barely reaching beyond the swelling of the host's skin and forming a plug for the hole. The eggs mature and are expelled through the tip of the abdomen. When all her eggs are laid,
Figs 28-29 - Tunga penetrans (L, 1758), fêmea, extirpada da pele; 1, esquerda (fig 27), veem-se a cabeça e o torax no meio de volumoso abdomen; 2, direita, a mesma vista pela parte posterior (X 10) (foto C. Lacerda).
the female shrivels up and drops out, or is expelled by ulceration. The eggs drop to the ground and ir they fall in suitable situations, hatch and the larvae mature. HICKS (1930) states that, under experimental conditions, the eggs hatch in for three to four days. He reared the larvae on dried insect tissues satured with blood. He found the entire lifecycle took about seventeen days. FAUST and MAXWELL (1930) report an interesting case of a patient (in New Orleans) who became infected from sitting on sisal hemp which was just imported from Yucatan. The infection occurred about the pubic and inguinal regions and the lower right quadrant of the abomen. They found large numbers (several hundreds) of the larvae, in all stages of development, in scrapings from the infested skin. This finding is unique as it is probably the first authentic record of larvae development in the skin of a host. The wounds made by the burrowing females cause itchiness, inflamation, and become very painful. As the females develop in size the
50
INSETOS
DO
BRASIL
swellings grow larger, ulcerations may follow, especially after the females have discharged all their eggs. These sores, especially on the feet (fig. 186) may become secondarily infected, resulting in grangrene, tetanus, etc. Children playing barefooted near piggeries or on roadways or streets over which pigs are driven become heavily infected and frequently die from gas gangrene and tetanus. When the feet are badly infected walking is impossible and PATTON points out that in the East African campaign during the World War the troops suffered severely from this terrible pest. The treatment for this flea when embedded in the tissues is not very satisfactory. Each flea can be removed under aseptic conditions by enlarging the entrance hole with a clean needle carefully removing the entire flea. The wound should then be thoroughly sterilised and dressed. The proper prophylaxis is the wearing of boots or shoes with close fitting leggings in regions where the flea is abundant; the housing of domestic animals as pigs, fowls, etc., away from human dwellings; the cleaning of yards and dwellings of dust, debris, and other refuse so as to reduce the breeding grounds; and forbidding the driving of infected animals over roads, streets, etc., frequented by barefooted children ».
Alem da Tunga penetrans, encontram-se no Brasil a Tunga coecata (Enderlein, 1901) que parasita ratos dos gêneros Rattus e Mus (M.
Fig 30 - Esquema baseado em fotomicrografias para mostrar a diferença entre as duas fêmeas grávidas de pulgas penetrantes: A, Tunga travassosi Pinto & Dreyfus, 1927; B, Tunga coecata (Enderlein, 1901) (na mesma escala) (De Pinto, 1930, Arthrop. Parasit. fig 169).
musculus musculus), localizando-se as fêmeas nas orelhas (fig. 33), e a Tunga bondari Wagner. 1932, que vive sobre o Tamandua tetradactyla.
SUCTORIA
51
Nestas duas espécies, a fêmea grávida apresenta a cabeça e o torax invaginados no abdomen da própria pulga (fig. 30 B). Tunga travassosi (provavelmente idêntica a T. terasma Jordan, 1937) parasita o tatú (Tatusia novemcincta), localizando-se a fêmea fecundada no derma da pele do abdomen do animal, formando volumosos tumores (figs. 30 A e 34). Ainda da família Hectopsyllidae, subfamília Hectopsyllinae, encontram-se as seguintes espécies: Hectopsylla psittaci Frauenfeld, 1860, parasita de aves em vários paises e Rhynchopsyllus pulex Haller, 1880 (fig. 35), ectoparasita de morcegos.
Fig. 31- Cabeça de Tunga penetrans (L. 1758): I-IV, segmentos do palpo maxilar; ant, antena; l, labro-espifaringe; m. d, mandíbula; o, olho, pigmentado de negro; pm, palpo maxilar (De Pinto, 1930, Arthrop. Parasit., fig 166)
Da subfamília Echidnophaginae, caracterizada pela presença de pequeninos espinhos no lado interno do quadril, perto do ápice, merece ser citada a cosmopolita pulga da galinha Echinophaga gallinacea Westwood (1875).
52
INSETOS
DO
BRASIL
Durante algum tempo, deu-se a esta família de pulgas o nome Sarcopsyllidae,5 que lhe foi aplicado por TASCHENBERG, por ter, como gênero típico, Sarcopsylla Westwood, 1840. As designações: Hectopsyllidae Baker, 1904, Rhynchoprionidae Baker, 1906, Hectoropsyllidae Oudemans, 1906, Dermatophilidae Oudemans, 6 1906 e Echidnophagidae Oudemans, 1909, por serem posteriores a Sarcopsyllidae, foram incluidas na sinonímia de Sarcopsyllidae. Verificando-se, porem, ser Sarcopsylla sinônimo de Tunga Jarocki, 1838, de acordo com o art. 5 das Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica, que determina a mudança do nome de qualquer família, quando mudado o nome do gênero típico, era forçoso substituir Sarcopsyllidae por outra designação. Conquanto o citado artigo não especifique. F i g 32- Corte de pele de h o m e m a p a n h a n d o u m a fêmea de Tunga penetrans cheia de ovos (De Pinto, 1930, Arthrop. como deva ser Parasit., fig 148). formado o novo nome, compreende-se que o mesmo deva ser constituido acrescentando-se a terminação idae ao novo termo genérico (no caso, Tunga). Daí Fox (1925) ter introduzido a designação Tungidae. Nenhuma objeção surgiria ao uso deste nome se, antes de 1925, não tivessem sido aplicadas designações outras para a mesma família. Ora, dos nomes propostos, três, em hipótese alguma, poderiam ser 5 De sarx 6 D e de r m c
(sarx), carne; yulla (psylla), pulga. (derma), pele; jiloz (philos), amigo.
SUCTORIA
53
aproveitados. Refiro-me a Hectoropsylidae, emenda de Hectopsyllidae, portanto inaceitavel, Rhynchoprionidae, baseado em Rhynchoprion, Oken, 1815, homônimo de Rhynchoprion Hermann, 1804 e Dermatophilidae, oriundo de Dermatophilus tambem sinônimo de Tunga. Restam, pois, Hectopsyllidae e Echidnophagidae. A opinião dos autores atuais, sobre o caso, manifesta-se sob dois modos diferentes: Uns , com WAGNER (1936), não respeitando o que dispõe o citado art. 5, continuam a usar o nome Sarcopsyllidae. A propósito devo aqui lembrar o que disse STILES (1932 - Key catalogue etc. p. 843) relativamente a manutenção de "Sarcopsyllidae". « If a certain amendment (which has been proposed to Art 5, International Rules) is adopted, this name will supplant Tungidae ». Até agora, porem, que me conste, nenhuma resolução foi aprovada nesse sentido. STILES, adotando então o critério daqueles que acham que se deve usar o nome de família baseado no gênero mais antigo, empregou, provisoriamente, o nome Tungidae. Outros autores, porem, como EWING (1929) e I. FOX (1940), adotam Hectopsyllidae, que tem prioridade sobre Tungidae. Aliás, tal opinião está perfeitamente de acordo com a resolução adotada unanimemente pela Comissão Internacional de Nomenclatura Fig 3 3 - Rato com a orelha direita infestada por Zoológica, perante o último 2 fêmeas de Tunga coecata (Enderlein, 1901) (Foto gentilmente cedido por C. Pinto). Congresso de Zoologia (Lisboa, 1936), assim redigida: « 2i, On the interpretation to be given to Article 4 of the International Code. Article 4 of the code, which relates to the naming of families and subfamilies, does not require that the oldest generic name in the family or subfamily concerned must be taken as the type genus of the family or subfamily ».
54
INSETOS
DO
BRASIL
WAGNER (1936), como vimos, inclue Tunga penetrans em Sarcopsyllidae, porem retira desta família Hectopsylla, que considera gênero tipo de Hectopsyllidae. A ser adotada a opinião de WAGNER, isto é, desdobrando-se a atual família Hectopsyllidae em duas famílias distintas, uma evidentemente continuará a ser designada Hectopsyllidae, com Hectopsylla como gênero tipo; a outra, porem, com Tunga (= Dermatophilus; Sarcopsylla) como gênero tipo, não podendo receber o nome usado por WAGNER (Sarcopsyllidae), nem Dermatophilidae, terá de ser designada Echidnophagidae, ou Tungidae, no caso de se separar tambem Echidnophaga em família distinta de Tunga. Aproveito o ensejo para fazer algumas considerações sobre o nome Dermatophilus, aplicado por GUÉRIN para o Pulex penetrans. Tal nome apareceu na "Iconographie" desse autor, na parte Fig 34 - Parte de um fragmento da pele da barriga de um tatú do "Texto expli(Tatusia novemcincta) infestado por Tunga travassosi Pinto & cativo", datada Dreyfus, 1927 (De Pinto, 1930, Arthrop. Parasit., fig 173). de 1829-1838. Os autores, porem, consideram - e com razão - tal gênero como criado em 1842, quando realmente foi dado à publicidade todo aquele "Texto", acompanhado de uma prefácio datado de 1842, ulteriormente, portanto, a Sarcopsylla. Há nisso, entretanto, um engano que aqui devo corrigir. Quando WESTWOOD, em 1840, descreveu Sarcopsylla, no final do artigo escreveu o seguinte:
SUCTORIA
55
« M. Guérin, also, in his Iconographie du Règne Animal (Insectes, pl.2), has given figures of the insect in various states. His figures 9 and 9a represent a specimen with the abdomen of the ordinary small size, and terminated by a long furcate instrument composed of five pieces (fig. 9 f and 9 g), and which in his descriptive text (for proof sheets of the first part of which I am indebted to him) he regards as a male, with exserted organs of generation, considering that the forked appendages cannot be an ovipositor, and consequently that the individual must be a male. His figure 9b represents a female, with the abdomen distended as in my figure; and in his text he purposes the generic name of Dermatophilus for the insect ». Todavia, (enviado
a
se
o
"Texto
WESTWOOD),
explicativo"
contendo
o
da
nome
Iconografia
de
Dermatophilus,
GUÉRIN só
poude
Fig. 35 - Parte anterior do corpo de Rhynchopsyllus pulex Haller, 1880 (Hectopsyllidae) parasita de morcego (Molossus sp.) (Original gentilmente cedido por C. Pinto).
ser no de
publicado
tempos
"Dictionaire la
nature,
Guérin-1833-1839"
depois
Pittoresque par
une (vol.
de
d'Histoire
société 8:394),
Sarcopsylla,
criado de lê-se
Naturelle naturalistes o
antes
et
des
sous
la
seguinte
dessa
data,
phenomènes direction
de
informe:
« Enfin, Mr. Guérin-Meneville dit, dans le texte de son Iconog. du Règn. anim.: Nous croyons que les caractères qui distinguent la
56
INSETOS
DO
BRASIL
chique des Puces propement dites, joints à la connaissance de ses moeurs, si différentes, peuvent autoriser la formation d'un genre pour ce singulier insecte, et a cela nous nous conformons aux. idées de Latreille, nous proposons donc de donner à ce genre le nom de Dermatophyllus, ce sera pour nous le Dermatophylus penetrans, Iconogr. du Règn. anim. de Cuv., Ins., pl. 2, fig. z ». De acordo pois com o exposto e segundo o que dispoe o art. 21 das
"Regras",
Fig.
citado
36
-
Dermatophilus,
Pulex
irritans
publicamente
transcrito,
ora
dentemente erros Sarcopsylla.
como
pela
(L,
o
nome
correto
do
1758) fêmea consideravelmente (foto C. Lacerda).
primeira
vez
Dermatophyllus,
tipográficos
de
em ora
gênero
aumentada
1839 como
Dermatophilus),
no
de
GUÉRIN,
(Pulicidae)
trecho
Dermatophylus tem
prioridade
acima (evisobre
SUCTORIA
Família
57
PULICIDAE7
22. Espécies mais interessantes. - A esta família pertencem algumas das pulgas mais conhecidas em todo o mundo, dos gêneros Pulex, Xenopsylla e Ctenocephalides(= Ctenocephalus Kolenati, 1859), a saber: Pulex irritans L., 1758, Xenopsylla cheopis (Rothschild, 1903), Xenopsylla brasiliensis (Baker, 1904), Ctenocephalides felis felis (Bouché, 1835) e C. canis (Curtis, 1826) já referidas neste capítulo.
Fig. 37 - Parte anterior do corpo de Pulex irritans, vista com maior aumento; a seta indica o falx.
Alem destas espécies, ALMEIDA CUNHA (1914) assinalou tambem a existência em nosso país de Synosternus pallidus (Taschenberg, 1888). Família
MALACOPSYLLIDAE3 (Megapsyllidae)
23. Espécies mais interessantes. - Pertencem a esta família os gêneros Malacopsylla e Phthiropsylla WAGNER, ambos monotipicos, 7 8
De pulex, pulga. De µαλαχοζ (malacos) , mole. De µεχαζ (megas), grande.
58
Fig.
este com
INSETOS
38- Cabeça de Ctenocephalides (Bouché, 1830) (Pulicidae).
felis
DO
Fig.
BRASIL
39-Cabeça de Ctenocephalides canis (Curtis, 1826) (C. L a c e r d a del.).
com a espécie P. agenoris (Rothschild, 1904) e aquele M. grossiventris (Weyenberg, 1880), encontradas na República Argentina e no Sul do Brasil parasitando dasipodídeos.
Fig 40 - Xenopsylla cheopis (Rothschild, 1903), fêmea (Pulicidae); vê-se d i s t i n t a m e n t e a e s p e r m a t e c a na p a r t e posterior do corpo (X 28) (foto C. Lacerda)
WAGNER (1939), revalidando a família, nela tambem inclue os gêneRhopalopros syllus , Parap syllus e Te trapsyllus, até então, estudados na família seguinte.
Família DOLICHOPSYLLIDAE9 (Ceratophyllidae)10 24. Espécies mais interessantes. - A maior família da ordem, com muitos gêneros e númerosas espécies. Dos gêneros com espécies 9 D e δολιοζ (dolichos), longa; ψυλλα (psylla), pulga 10 D e χ εραζ (keras, atos), corno, a n t e n a .
SUCTORIA
59
assinaladas no Brasil há a referir: Nosopsyllus, no qual se inclue a famosa "pulga do rato" da Europa - Nosopsyllus fasciatus (Bosc, 1801) e Rhopalopsyllus, desdobrado por JORDAN (1939) em: Rhopalopsyllus, Polygenis e Tiamastus, com as seguintes espécies e variedades observadas no Brasil, sobre vários mamíferos: R. adelus Jordan & Rothschild, 1923; R. agilis Prado, 1933; R. australis tupinus Jordan & Rothschild, 1923; R. australis tamoyos Fig. 41 - Parte anterior do corpo de Xenopsylla; a seta superior Jordan & Rothsindica a esclerose i n t e r n a (apodema) em f o r ma de r a q u e t a , a d i a n t e d a q u a l se vê o espessamento em d i a g o n a l referido no texto; child, 1923; R. ausa inferior, o gr upo de pequenos d e n t e s coxais, sempre tralis tupiniquinus presentes em P u l i c i d a e (foto C. L a c e r d a ) . Guimarães, 1940; R. garbei Guimarães, 1940; R. lugubris Jordan & Rothschild, 1908; R. lutzi lutzi (Baker, 1904); R. plaumanni WAGNER, 1937; R. truncatus Guimarães, 1936 e mais as seguintes, incluídas no gênero Polygenis: P. atopus (Jordan & Rothschild, 1922); P. bohlsi bohlsi (Wagner, 1901); P. bohlsi jordani (Lima, 1937); P. klagesi klagesi (RothsFigs 42 e 43 - Espermatecas, de X. cheopis (da eschild, 1904); P. occidentalis querda) e de X. brasiliensis (da direita) (Cunha, 1914) (? = R. gwynei (C. L a c e r d a , del.). Fox, 1914); P. pradoi Wagner, 1937; P. pygaerus (Wagner, 1937); P. rimatus (Jordan, 1932); P. roberti (Rothschild, 1905); P. tripus (Jordan, 1933).
60
INSETOS
Fig
Fig.
DO
BRASIL
44 - Parte anterior do corpo de Ctenopsyllus segnis (Schönherr, 1816), para se ver os ctenídios genal e pronotal e os 2 dentes do ctenídio frontal (foto gentilmente cedido por C. Pinto).
45
-
Tritopsylla
intermedia
intermedia
(Wagner,
1902)
(foto
C.
Lacerda).
SUCTORIA
Família
61
HYSTRICHOPSYLLIDAE11 12
(Ctenopsyllidae ,
Leptopsyllidae)
13
25. Espécies mais interessantes .- Representada na América do Sul por vários gêneros. Os únicos, porem, que tem espécies assinaladas no Brasil são: Ctenopsyllus (=Leptopsylla Jordan & Rothschild, 1911), com a já citada Ctenopsyllus segnis (Schönherr, 1816), Adoratopsylla Ewing, 1926, com Adoratopsyilla antiquorum antiquorum (Rothschild, l904), Adoratopsylla antiquorum cunhai (Pinto, 1925), Ado-
Fig 46 - Parte anterior do corpo da pulga representada na fig 44, vista com maior aumento; 1 e 2 fileiras de cerdas frontais; 3, fratura entre a fronte e o occiput em relação com o sulco onde se alojam as antenas; 4, ctenidio frontal (foto C. Lacerda).
ratopsylla bisetosa Ewing, 1925 e Tritopsylla Cunha, 1929 ( = Stenopsylla Cunha, 1914, nec Kuwana,1909/10), com Tritopsylla intermedia intermedia (Wagner, 1902) (= Stenopsylla cruzi Cunha, 1914) e Tritopsylla intermedia copha (Jordan, 1926), esta, agora assinalada no Brasil Fig. 47- Craneopsylla minerva (Rothschild, 1903). 1, parte pospela primeira vez, terior da cabeça; 2, parte anterior (coroa frontal); 3, ctenídio frontal; 4, ctenídio genal (foto J. Pinto). de espécimens da 11 De υστριξ (hystrix), porco espinho; ψυλλα (psylla), pulga. 12 De χτειζ, ενοζ (c teis, enos), pente. 13 De λεπτοζ (leptos), delgada.
62
INSETOS
DO
BRASIL
coleção do Dr. Cesar Pinto, retirados de "cuica", apanhados em Angra dos Reis (Estado do Rio de Janeiro). Família MACROPSYLLIDAE14 (Stephanocircidae) 15
26. Espécie mais interessante. - Desta família a única espécie assinalada no Brasil é a Craneopsylla minerva (Rothschild, 1903), ectoparasita de esquilo (Sciurus aestuans). Família ISCHNOPSYLLIDAE16 27. Espécies mais interessantes. - Todas a s pulgas desta família parasitam morcegos. As espécies observadas no Brasil, até agora, são as seguintes:
Fíg 48 -Parte anterior do corpo de Hormopsylla fosteri (Rothschild, 1903); 1, ctenídio genal, 2 fratura entre a fronte e o occiput em relação com o sulco antenal; 3, ctenídios torácicos; 4, ctenídio do lº urotergito (X 73) (foto C Lacerda).
Myodopsylla wolffsohni wolffsohni (Rothschild, 1903); Myodopsylla notialis Jordan, 1937; Sternopsylla distincta Rothschild, 1903); Hormopsylla fosteri (Rothschild, 1903) e Hormopsylla noctilionis (Lima, 1920). 14 De µαχροζ (macros), grande. 15 De στεϕανη (stephane), corôa. 16 De ιζχνοζ (ischnos), fraca,
SUCTORIA
do
Espero
concluir,
mundo
que
há
talvez
no
tempos
próximo
venho
63
ano,
preparando
um
catálogo
com
o
de
auxílio
pulgas do
Sr.
CHARLES HATHAWAY. Nele
se
encontrarão,
alem
das
informações
próprias
de
trabalhos
desse gênero, a citação dos hospedadores de cada espécie e uma lista bibliográfica
dos
principais
trabalhos
referentes
a
pulgas,
inclusive
os que tratam da importância médica de tais parasitos. 28.
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1936 -
1939 -
Zur Morphologie der letzten Abdominalsegmente der Flöhe. Zool. Jahrb., Anat., 56:54-120, 49 figs. Nachtrag zur Kenntnis der letzten Abdominalsegmente der Flöhe. Zool. Jahrb., Ant., 57:365-374, 11 figs. Die Bedeutung der Flöhe für die Frage nach der Genesis der Säugetierfauna. Zoogeographica, 1:263-268, 1 fig. Concerning Jordan's "Notes on Siphonaptera". Konowia, 12: 89-94. Weitere Beiträge zur Affassuung des sogenannten "Caput fracturm" bei Insekten (Ueber den Kopfbau der "helmtragenden" Flöhe). Zool. Anz., 106: 7-15, 9 figs. Die Veranderungen der Mitteldarmes und die Regeneration seines Epithels beim Menschenfloh. Zool. Jahrb., Anat., 60:263-288, 3 figs. 2 ests. Ueber den Bau der Hinterdarmes bei Flohlarven und seine Veränderungen während der Metamorphose bei Menschenfloh (Pulex irritans L.). Zool. Jahrb., Anat., 61:343-398, 8 figs, 4 ests. Aphaniptera (Siphonaptera, Suctoria) in Die Tierwelt Mitteleuropas. (Insekten, 3 Teil) 6 (2) (XVII): 1-24, figs 1-84. Bemerkungen über die Fam. Malacopsyllidae und Beschreibung der neue Arten. Zeits. Parasit., 11:58-67, 13 figs.
WEBSTER, W.J. 1929 - The anatomy of the Indian Xenopsylla larvae. Ind. Jour. Med. Res. 17:90-93, 1 est.
CAPÍTULO Ordem
XXVI
NEUROPTERA17
29. Limites. - A ordem Neuroptera, tal como foi criada por LINNAEUS, compreendia, alem das espécies hoje consideradas como verdadeiros neurópteros, insetos outros, que passaram a constituir novas ordens. Com TILLYARD e outras autoridades, incluo em Neuroptera, alem da divisão dos Planipennes (Planipennia) - hoje restrita a alguns dos grupos desta antiga secção de LATREILLE - as formas que alguns autores modernos segregam em duas ordens distintas: Megaloptera Latreille, 1802 (= Corydalides Leach, 1815; Sialidiformes Selys, 1888) e Raphidides Leach, 1815 (= Raphidiodea Leunis, 1860; Raphidiina Reuter, 1894). 30. Caracteres. - Os neurópteros são insetos de aparelho bucal mandibulado, providos, na fase adulta, de quatro asas membranosas, geralmente subiguais, em algumas espécies, porem, bem diferentes; as posteriores as vezes atrofiadas. O sistema de nervação pode tambem variar, porem, na maioria das espécies, veem-se sempre, alem das nervuras principais, nervuras accessórias, formando o conjunto uma trama ou retículo (daí o nome da ordem), que lembra o das asas dos Odonatas. Todavia, em Neuroptera, as antenas são mais ou menos conspícuas, o que não se vê em Odonata, e as asas, em repouso e na maioria das espécies, ficam dispostas sobre o abdomen (tectiformes). Alguns neurópteros apresentam as asas revestidas de densa pilosidade ou mesmo escamosas. O sistema de nervação, porem, é bem diferente do que se vê em Trichoptera e Lepidoptera. 17
De neuron (neuron), nervura; pteron (pteron), asa.
74
INSETOS
DO
BRASIL
Há neurópteros antibióticos, porem a maioria é constituida por espécies exclusivamente terrestres. As larvas, de aspecto variavel nas diversas famílias, são predadoras e muitas delas, por atacarem pragas das plantas cultivadas, desempenham papel saliente no combate biólogico a tais insetos. Tratam-se quasi sempre de espécies de pequeno porte e de corpo delicado na fase adulta. Há, entretanto, neurópteros grandes, alguns dos quais podem atingir a 160 mm. de envergadura. 31. Anatomia externa. Cabeça - De aspecto variavel, porem não prolongada em tromba como nos panorpídeos. Olhos bem desenvolvidos e separados; ocelos presentes ou ausentes. Antenas mais ou menos alongadas, moniliformes, setiformes ou filiformes (neste caso, podendo apresentar a parte apical mais ou menos dilatada), às vezes pectinadas. Aparelho bucal de tipo mandibulado; palpos maxilares de cinco segmentos, labiais de três. Torax - De aspecto primitivo, com as 3 regiões bem desenvolvidas. Protorax, ora relativamente curto, ora alongado. Mesotorax sempre grande e distintamente segmentado. Metatorax semelhante ao mesotorax, porem menor. Pernas geralmente curtas e de tipo ambulatório. As anteriores, em Mantispidae, de tipo raptorial, semelhantes às dos mantídeos. Sistema de nervação das asas variavel nas diversas famílias, como se pode apreciar nas figuras aquí apresentadas. Abdomen - Mais ou menos alongado, cilíndrico ou subcilíndrico, de 10 segmentos; na fêmea, com um par de gonapofises, às vezes bem desenvolvidas e formando um ovipositor distinto. Cércos ausentes. 32. Desenvolvimento. - Larvas tisanuriformes, de aspecto característico nos diferentes grupos que constituem a ordem. Sejam aquáticas ou terrestres, teem hábitos predadores, alimentando-se, quasi sempre, de outros insetos. As da família Sisyridae, porem, v i v e m de esponjas ou briozoários de água doce. As larvas aquáticas metamorfoseiam-se fora dágua sem formar casulo. Nas terrestres, que tecem casulo, a seda que o constitue é secretada pelos tubos de Malpighi e expelida pelo anus. Nelas o mesen-
NEUROPTERA
teron
não
se
comunica
modo
que
as
excreta,
vimento
larval,
As
pupas
livres.
As
morfose
33.
são
que
de
são inseto
o
rompem.
tipo
nipennia,
-
se
proctodaeum se
quando
isto
é,
um
casulo,
por
tornam-se
Pertencem
à
em
subordens:
distinguem
pelo
posterior),
durante
nasce
teem
moveis
duas
(intestino
acumulam
massa,
exarado,
adulto,
distribuidas
que
em
protegidas
Classificação. espécies,
o
naquele
expelidas
para
facilmente
3.700
são
com que
75
o
e,
ordem
e as
alares
da
meta-
mandíbulas,
Neuroptera
cerca
Megaloptera
caracteres
abaixo
adulto.
tecas
antes
com
de
desenvol-
inseto
pernas pouco
o
e
de Pla-
mencionados.
1 - Rs (sector radial) mediocremente ramificado; nervuras longitudinais pouco ou não se ramificando perto da borda da asa; as larvas teem o aparelho bucal mandibulado normal, seis tubos de Malpighi e não tecem casulo ......................................................................Megaloptera 1' - Rs geralmente com grande número de ramificações; quasi todas as nervuras longitudinais bifurcando-se perto da borda da asa (exceto em Coniopterygidae): as larvas teem as mandibulas modificadas em peças perfurantes e sugadoras (canaliculadas), oito tubos de Malpighi e tecem casulo............................................................................Planipennia MEGALOPTERA 1 8
Subordem Divisão.
34.
distribuidas se 1
em
distinguem -
-
-
Compreende
duas
esta
superfamílias:
facilmente
pelos
subordem Sialoidea
caracteres
cerca e
referidos
de
200
espécies,
Raphidioidea, na
seguinte
que chave:
Protorax pouco alongado, quadrangular; asas anteriores sem pterostigma ou com este mal delineado; asas posteriores com o campo anal alargado e longitudinalmente plissado; gonopódios da fêmea não salientes; larvas aquáticas.....................................................................................Sialoidea Protorax muito alongado; asas anteriores com pterostigma bem visivel; campo anal das asas posteriores nem alargado, nem plissado; gonopódios da fêmea formando um ovipositor mais ou menos alongado; larvas terrestres......................................................................................Raphidioidea
l' -
Para
o
estudo
sistemático
destes
insetos
tar-se as obras de DAVIS e de WEELE (1910). 18
De megaz (megas), grande; pteron (pteron), asa.
é
indispensavel
consul-
76
INSETOS
DO
BRASIL
Superfamília S I A L O I D E A 35. Classificação. - Esta superfamília, que abrange o maior número dos megalópteros conhecidos (cerca de 150 espécies), compreende duas famílias: Corydalidae ( = Chauliodidae) e Sialidae, reconheciveis pelos caracteres aqui mencionados: 1' - Insetos grandes, cuja envergadura excede de 40 mm., podendo mesmo atingir a 160mm.; 3 ocelos; 4º articulo tarsal simples; as larvas vivem em cursos dágua de rápida correnteza; são providas de 8 pares de tráqueobrânquias abdominais relativamente curtas, inteiras ou fracamente articuladas; apresentam no ultimo segmento abdominal um par de processos ou tubérculos, cada um provido de um par de ganchos .... Corydalidae 1' - Insetos pequenos, cuja envergadura não excede de 40 mm.; sem ocelos; 4º articulo tarsal distintamente bilobado; as larvas vivem em águas paradas ou de fraca correnteza, são providas de 7 pares de traqueo-brânquias abdominais, longas e articuladas, com longas cerdas; apresentam no último segmento abdominal um longo processo (filamento terminal), provido de longas cerdas.............................................Sialidae Família
SIALIDAE 19
36. Espécie mais interessante . - Pequena família (cerca de 20 espécies) com alguns representantes na região neotrópica. Como espécie brasileira citarei Protosialis brasiliensis Navas, 1936. Família
CORYDALIDAE 20
37. Hábitos. - Tratam-se de insetos geralmente grandes e de cor castanha (fig. 49), que atemorizam a quem não os conhecer. Raramente são vistos durante o dia, pois só voam ao cair da tarde ou à noite. Podem ser encontrados perto das lâmpadas de iluminação, dentro ou fora das habitações, porem sempre nas proximidades dos rios ou riachos que tenham corredeiras. Nas espécies de Corydalus Latreille 1802, observa-se um notavel dimorfismo sexual. Nas fêmeas as mandíbulas são relativamente pouco 19 20
De staliz (sialis), nome de ave; De corudaliz (corydalis), nome de ave de crista.
NEUROPTERA
77
conspícuas; nos machos, porem (fig. 49), apresentam-se extraordinariamente alongadas e arqueadas para o ápice, podendo entrecruzar-se (decussadas), não servindo, entretanto, nem para a alimentação, nem p a r a a defesa. Parece que o inseto delas só se utiliza por ocasião da cópula. A espécie mais frequentemente encontrada no Brasil é o Corydalus affinis Burmeister, 1839 (= Corydalus cephalotes Rambur, 1842), aliás próxima de Corydalus cornutus (Linnaeus, 1758), encontrada em quasi toda a América Septentrional, cujos hábitos (do adulto e da larva) teem sido investigados por vários autores norteamericanos, desde o trabalho clássico de HALDEMAN (1849 - History and transformations of Corydalus cornutus, in Mem. Amer. Acad. Arts. & Sci., Cambridge & Boston, p. 158). As posturas destes insetos efetuam-se sobre folhas, pedras ou em qualquer outro suporte em contacto com a água ou perto dela. São grandes placas de 2.000 a 3.000 ovos, ocupando uma área de um a pouco mais de 2cm. de diâmetro. Fig. 49 - Corydalus sp., macho As larvas são aquáticas; respi(foto C. Lacerda. u m pouco a u m e n t a d o ) ram o oxigênio do ar dissolvido nágua mediante oito pares de tráqueo-brânquias abdominais laterais e outras accessórias, em tufos apensos aos sete primeiros urômeros (fig. 50). Alimentam-se de formas jovens de efemerídeos, de perlídeos e outros insetos que se encontram no mesmo habitat. Após várias eedises, que, na citada espécie americana, se processam em quasi três anos de existência, a larva sai da água e, não longe da margem, escava no solo, sob uma pedra ou qualquer outro
78
INSETOS
DO
BRASIL
corpo, uma cavidade ou célula, dentro da qual se metamorfoseia em pupa. Após um período pupal, que dura cerca de um mês, emerge o inseto alado. Superfamília RAPHIDIOIDEA21 38. Distribuição. - Compreende uma família apenas - Raphidiidae, representada por espécies de pequeno porte, que se encontram, larvas e adultos, sobre as plantas. São predadores de pequenos insetos, atacando-lhes ovos e larvas. Excetuando uma espécie do Chile, quasi todos estes insetos vivem no hemisfério septentrional, havendo cerca de 50 espécies descritas. Subordem
PLANIPENNIA
(Hemerobiiformes)
39. Divisão. - Compreende esta subordem mais de 3500 espécies, pertencentes a 16 famílias, distribuidas em cinco superfamílias: Ithnoidea, Nemopteroidea, Hemerobioidea, Myrmeleontoidea e Coniopterygoidea. A primeira superfamília, representada pela família Ithonidae22, contem gêneros da Austrália, da Nova Zelândia, um asiático Fig. 50 - Larva de Çorydalus sp. (X 2). e um americano, da Califórnia. Tratam-se de neurópteros relativamente robustos, com aparência de mariposas, de cabeça pequena, aplicada ao torax. As larvas, de 21 22
De ραϕιζ (raphis), agulha (terebra). De ιτωνια (ithonia), deusa grega.
NEUROPTERA
hábitos dos pela
subterrâneos,
são
de
tipo
79
escarabeóide,
isto
é,
lembram
as
besouros escarabeídeos, vulgarmente conhecidas em nosso país designação de "pão de galinha", que lhes servem de alimento,
delas,
porem,
pequena. Da
distinguindo
superfamília
Nemopteridae 23 , São asas
se
apresentam
Nemopteroidea,
tambem
neurópteros
porque
não de
há aspecto
espécies
cabeça
constituida
relativamente
pela
família
brasileiras.
característico
porque
teem
as
posteriores
muito
longas,
mais
ou
lineares, zes
menos as
ve-
alargando-
se no ápice, e a
cabeça
mais
ou menos alongada
em
los-
tro,
porem
não
como em Panorpatae. vas
As
lar-
apresentam
pescoço
extra-
ordinariamente
Fig. 51 - Asas de Coniopteryx angustipennis Enderlein, 1906, do Paraguai (Coniopterygidae) (segundo Enderlein, Lacerda cop.). N a designação das nervuras, segundo Enderlein, m 1 corresponde a M1 + 2, m2 a M3 + 4, an a 1A e ax a 2A, no sistema de Comstock-Needham.
alongado. As
demais
superfamílias,
com
alguns
ou
muitos
representantes
no Brasil, distinguem-se mediante a seguinte chave: - Insetos delicados, com alguns milímetros de comprimento, não exce1 dendo, porem, de 1 cm.; corpo e asas revestidos de induto farináceo branco ou acinzentado; nervação reduzida, tendo Rs apenas 2 ramos; poucas nervuras transversais; nervuras longitudinais não se bifurcando perto da margem (fig. 51)...................................Coniopterygoidea - Insetos maiores; corpo e asas sem induto esbranquiçado ou farináceo; 1' asas com muitas nervuras longitudinais e transversais, aquelas bifurcando-se perto da margem......................................................................2 2 (1') 2' 23
- Antenas moniliformes ou filiformes, às vezes pectinadas, porem, não dilatadas no ápice................................................................Hemerobioidea - Antenas dilatando-se para o ápice ou filiformes, porem com clava terminal.........................................................................Myrmeleontoidea De nhma (nema), fio;
(pteron), asa
80
INSETOS
DO
BRASIL
As larvas de todos os insetos desta subordem, excetuando as da família Sisyridae (Superfamília Hemerobioidea), que são aquáticas, vivem sobre plantas ou no solo. Superfamília
CONIOPTERYGOIDEA24
40. Divisão; caracteres; hábitos. - Esta pequena superfamília, com menos de 100 espécies, é constituida pela família Coniopterygidae, dividida em duas sub-famílias; Aleuropteryginae25 e Conio-
Fig. 52 - Macho de Nulema sp. (Dilaridae) (X 5,5) (foto C. Lacerda).
pteryginae, ambas com alguns representantes na região neotrópica, do gênero Coniopteryx Curtis, 1834 e outros. ENDERLEIN estudou os neurópteros desta família em várias contribuições (1906, 1908 e 1930). Tratam-se de insetos que, por terem alguns milímetros de comprimento e por se parecerem com afídeos ou aleirodídeos, passam geralmente despercebidos. As larvas, tisanuriformes e geralmente de cor rósea, assemelham-se, não só no aspecto, como nos hábitos, às dos hemerobiídeos. São predadoras de ácaros, de homópteros da subordem Sternorhyncha e de outros pequenos insetos que vivem sobre plantas. 24 De 25 De
(conics), poeirento; pterux (pteryx), asa.
(aleyron), farinha.
NEUROPTERA
81
Como as larvas dos demais Planipennes, prestes a se metamorfosearem em pupa, tecem um casulo de seda expelida pelo anus.
Superfamília HEMEROBIOIDEA 41. Divisão. - Compreende as famílias: Hemerobiidae, Sympherobiidae, Dilaridae, Psychopsidae, Osmylidae, Polystoechotidae, Sisyridae, Chrysopidae, Apochyrysidae, Berothidae, Trichomatidae e Mantispidae. Dessas famílias, porem, apenas nos interessam Hemerobiidae, Sympherobiidae, Dilaridae, Osmylidae, Chrysopidae, Berothidae e Mantispidae, que teem espécies da região neotrópica. Para o reconhecimento destas famílias apresento a seguinte chave:
Fig. 53 - Asas depiladas do dilarideo da figura 52 (cerca de X 9) (foto C. Lacerda).
1
lembrando
-
Pernas
anteriores
raptórias,
as
dos
mantideos;
protorax
geral-
mente muito alongado..............................................................................................Mastispidae 1'
-
2 (1') -
Pernas Machos
anteriores com
normais...........................................................................................................2
as
antenas
moniliformes, com
Sc
3 não
providas
ocelos se
e
pectinadas de
geralmente
unindo
com
ou
flabeladas.
ovipositor R1
com na
mais
várias
parte
ou
Fêmeas
com
as
antenas
menos
alongado;
ambos
nervuras
apical
de
transversais asa
(figs.
nas
asas;
53-54)............
........................................................................................................................ Dilaridae
2'
26 De
Machos
e
fêmeas
(dis), duas vezes;
com
26
outros caracteres...............................................................3 (laros), agradavel, belo.
82
INSETOS
DO
BRASIL
Figs. 54 e 55 - Asas de Nallachius (?) prestoni (Mac Lachlan, 1880) (Tilaridae); à esquerda depiladas (cerca de X 5) (foto C. Lacerda).
3(2')
-
Asas
anteriores
com
Rs
aparentemente
fundida
com
R1
e
desta
partindo
2 ou mais ramos, isto é, R com dois ou mais sectores; Sc não se unindo com R1 na parte apical da asa........................................................................4
Fig. 5 6
3' -
Asas divergir
-
Asas de hemerobiideo (cerca X 9) (foto C. L acerda).
anteriores de
R1,
com ou
todos R
os apenas
ramos com
de um
Rs
partindo
deste
sector,
após
sector..................................................5
NEUROPTERA
83
4 (3) - Asas anteriores com 3 ou mais ramos do sector radial; R4 e R5 partindo de R separadamente (fig.56) ........................................ Hemerobiidae - Asas anteriores aparentemente com 2 sectores radiais, sendo um R 2+3 4' e outro R4+5 (fig.57) .............................................. Sympherobiidae R1 separados em toda extensão........................................................6 R1 reunindo-se na parte apical da asa.......................................7
5(3') - Sc e - Sc e 5' 6(5) -
Corpo e asas revestidos de densa pilosidade, especialmente na margem posterior, as vezes com escamas ............................. Berothidae (partim)27 - Corpo e asas não revestidos de densa pilosidade ......................... Chrysopidae
6'
Muitas nervuras transversas na área discal das asas (fig.58); com ocelos ............................................................................................................. Osmylidae28 - Poucas nervuras transversas na área discal das asas; sem ocelos ......... ................................................................................................................ Berothidae
7 (5') 7'
HEMEROBIIDAE 29
Família 42. lhados são
Distribuição; por
as
relativamente
Para
a
destes ser
todas
hábito s . regiões
do
-
Há
mundo.
muitos Na
hemerobiídeos
região
neotrópica,
espaporem,
raros.
determinação insetos
consultados
devem os
tra-
balhos de NAVAS (1910), BANKS (1913) e KRUGER (1922). P o e m os ovos, s e m pedúnculo, plantas.
As
mentam-se
sobre
as
larvas
ali-
de
pequenos
ácaros
e
homópteros,
principalmente afídeos e psilídeos. São um tanto parecidas com as larvas
de
Chrysopidae,
porem,
não
se
cobrem
Fig. 57 -Asas de Sympherobius notatus Kymmins, 1932 (Sympherobiidae), de S. Vicente, Antilhas (aumentado) (De Kymmins, 1932).
de peles dos insetos que sugaram
e
de
outros
detritos,
como
27 De beroh (beron), ninfa. 28 De osmh (osme), cheiro, odor. 29 De hmerodioz (hemerobios), que só vive um dia.
geralmente
o
fazem
as
daquela.
84
INSETOS
DO
BRASIL
família, e isso porque não possuem os conspícuos tubérculos setíferos que se veem nas larvas de Chrysopa. Demais, não apresentam, entre as garras tarsais, o apêndice obcônico característico das larvas de Chrysopa. O casulo, de seda, é tambem semelhante ao dos crisopídeos, ficando igualmente preso a qualquer suporte no vegetal.
Fig. 58 - Asas de osmilídeo (X 3,8) (foto C. Lacerda)
Nada se sabe existentes no Brasil.
relativamente
ao
comportamento
das
espécies
Excetuando Chrysopidae e Mantispidae, que, pela sua importância, serão estudadas linhas adiante, as demais famílias, como Hemerobiidae, são representadas na região neotrópica por poucas espécies, cujos hábitos são totalmente desconhecidos. Família
MANTISPIDAE30
43. Caracteres. - Família com cerca de 200 espécies, em grande parte encontradas na região neotrópica. Os mantispídeos, pelo alongamento do protorax e pelo tipo raptorial das pernas anteriores, muito se parecem com os mantídeos. (fig. 59) Neles, porem, as asas posteriores, semelhantes às anteriores, 30
De
(mantis), oraculo
NEUROPTERA
85
que são membranosas, não se dobram longitudinalmente como naqueles ortopteróides. Nas quatro asas dos mantispídeos vê-se um pterostigma mais ou menos distinto (fig. 60). 44. Hábitos. - Os mantispídeos poem, de cada vez, um grande número de ovos, uns ao lado dos outros (fig. 63), que ficam presos por um pedúnculo pouco alongado (fig. 61). Deles se originam minúsculas larvas campodeiformes, de aspecto característico (fig. 62). Realizamse depois metamorfoses que Fig. 59
-
EucIimacia semihyalina (Serville, 1831) (cerca de x 2) (foto C. Lacerda ).
caracterizam o tipo de desenvolvimento postembrionário, que se metabolia (hipermetamorfose), estudado (1869) na espécie européia Mantispa volvem em ovisacos de aranhas do
enquadra na chamada hiperpela primeira vez por BRAUER styriaca, cujas larvas se desengênero Lycosa.
WOGLUM (1935), na Califórnia, observou a emergência de um exemplar de Plega signata (Hagen) (= Symphrasis signata Hagen) de uma crisálida de Xylomiges curialis Grote (Lep. Noctuidae). Recentemente KASTON (1938) obteve um espécime de Mantispa fusicornis Banks do saco ovífero de Agelena naevia Walckenaer, apanhado em Michigan. Relativamente às espécies da região neotrópica, quasi nada se sabe quanto aos hábitos destes neurópteros. Os únicos dados assinalados na literatura referem-se a Symphrasis varia (Walker), citada por WALKER (1853) e SMITH (1863) como tendo sido encontrada em ninhos de Polybia scutellaris (White) (Vespidae), do Brasil, a uma espécie de Mantispa, ou Mantispilla Enderlein, não determinada, que saiu de um saco de aranha Cupiennius sallei (Key-
86
INSETOS
DO
BRASIL
serling) (Clubionidae), segundo observação de MILLIRON (1940), e à postura e aspecto da 1ª larva de Mantispa decorata Erichson, 1839, observados por MERTI (1940) na República Argentina. Para a determinação destes insetos, consultem-se os trabalhos de ENDERLEIN (1910), STITZ (1913), alem dos de NAVAS. Família CHRYSOPIDAE31 45. Caracteres. - A família Chrysopidae compreende um grande número de espécies de corpo delicado, tendo de 1 a 1,5 cm. de comprimento por 3 a 4,5 cm. de envergadura, geralmente de cor verde, olhos dourados, antenas filiformes, tão ou mais longas que o corpo, e longas asas, hialinas ou com máculas escuras (fig. 64). Hábitos . As crisopas, durante o dia, são encontradas Fig. 60 - Azas de mantispídeo; as notações em letras são de Engeralmente pouderlein (1910) 1, 2 e 3, indicam as nervuras Cu, Cu2 e M de Comstock-Needham; an, a x e r 1 , são as nervuras 1 A , 2 A , e R I , sadas sobre a desse sistema ( x 5,9) (foto C. Lacerda). face inferior das folhas das plantas. Quando se tenta apanhá-las, levantam um vôo curto, pousando pouco adiante. 46.
-
A noite, podem ser vistas voando ou pousadas nas proximidades dos focos de iluminação. 31
De
(chrysopes), aureo.
NEUROPTERA
87
Quando presas entre os dedos emitem odor desagradavel, que lembra o conhecido "cheiro de barata". Dizem os autores que o mesmo emana da secreção de um par de glândulas protorácicas, cujos poros se acham nos pleuritos, na parte anterior do protorax. Postura - As fêmeas, depois de fecundadas, realizam as posturas no limbo ou, menos frequentemente, no pecíolo das folhas. Fig. 61 - Ovos de Mantispa decorata (muito No a t o da postura, a aumentados) ( D e M e r t i , 1940, fig. 2). fêmea, na maioria das espécies, encostando o ápice do abdomen à superfície suporte, deixa sair uma gotícula de secreção das glândulas coletérias e, elevando o abdomen, estira-a num fio delgado, que se solidifica, formando-se assim, segundos depois, um fino pedúnculo de alguns milímetros de altura, no ápice do qual fixa o ovo, que tem pouco menos de lmm. de comprimento. A operação é repetida em pontos próximos, de modo que, ao terminar a postura, esta se apresenta com o aspecto característico representado na fig. 67. O número de ovos que uma Chrysopa pode pôr, durante toda a vida, atinge, em certas espécies, a mais de 600, como verificou SMITH (1922) com uma espécie norte-americana, q u e viveu 42 dias.
Fig. 62 - Larva de Mantispa decorata (1º estagio) (De Merti, 1940, fig. 3).
47. Desenvolvimento. - O desenvolvimento embrionário, ou, como se diz, a maturação do ovo, efetua-se numa semana pouco mais ou menos, findo o qual,
de cada ovo sai uma larva tisanuriforme (fig. 69). Esta, pouco tempo depois, desce pelo pedúnculo e passa
88
INSETOS
DO
BRASIL
Fig. 63 - Ovos de mantispídeo, como são encontrados na natureza (consideravelmente aumentados) (foto J. Pinto).
Fig. 64 - Chrysopa lanata (Chrysopidae) (X 8) (De Bruch, 1917, fig. 4).
NEUROPTERA
89
a andar sobre a folha, desempenhando então vida ativa, que só cessa de todo por ocasião das ecdises ( a lª entre o 2º e o 5º dia de nascida e a 2ª entre o 9º e o 10º) ou quando, completamente desenvolvida, começa a tecer o casulo, para dentro dele se metamorfosear em pupa, após uma 3ª e última ecdise (fig. 65) É na fase larval que os crisopideos são dos mais eficientes predadores de pulgões, cochonilhas e outros pequenos
insetos
que v i v e m sobre as plantas. Correndo à cata de presas, de um para outro
Fig 65 - Chrysopa lanata; 1, ovo; la, larva recem nascida descendo do ovo; 2, larva; 2a, antena; 2b, palpo; 2c, verruga e cerdas do protorax; 2d e 2e, extremidade do tarso, vista de cima e de perfil; 3, larva, antes de se transformar em ninfa; 4, casulo depois de eclosão e ninfa (As figuras 1, la, 2, 3, 4 e 5, cerca de X 9) (De Bruch, 1917).
lado, a larva de Chrysopa, com as robustas mandíbulas que possue, facilmente pinça as vitimas que se lhe apresentam, as quais, aliás, não lhe oferecem a mínima resistência, só as soltando depois de ter sugado completamente a hemolinfa. As mandíbulas, alem de serem verdadeiras tenazes, funcionam tambem como peças sugadoras. Cada uma delas apresenta, ao longo do lado ventral, um sulco escavado do ápice à base, ao qual se adapta
90
INSETOS
DO
BRASIL
a maxila laminada, tambem longitudinalmente escavada, resultando, da união das duas peças, constituir-se um canal, em comunicação com a cavidade bucal, através do qual passa o fluido aspirado.
Fig. 66 - Asa anterior de Chrysopa. A nomenclatura indicada é a de N a v a s em sua monografia (1913); c, costal; c. pr, célula procubital típica; cu, cúbito (pseudocubitus de Tillyard); e, estigma; int., nervura intermediária; pr, procúbito (pseudo-media de Tillyard); ptc. postcúbito; r, rádio; sc, subcostal; sr, setor do rádio (foto C. Lacerda.).
É no 3º instar larval, isto é, depois da 2ª ecdise, que a larva de Chrysopa exibe maior voracidade. BRUCH (1917) observou uma larva de Chrysopa lanata que, no 12º dia, aniquilou 16 pulgões em 5 horas, tendo sido sugados os dois primeiros em menos de 10 minutos.
Fig. 67 - Ovos de Chrysopa, presos pelos respectivos pedúnculos a u m galho (consideravelmente aumentado) (C. Lacerda del.).
As larvas de muitas espécies de Chrysopa teem o hábito curioso de cobrir o corpo com peles ou exúvias de pulgões e outros detritos. Daí o nome vulgar de "lixeiros" que se lhes aplica (fig. 68).
NEUROPTERA
Tais
larvas,
alem
das
cerdas
de cerdas, implantados no ápice de tubérculos ou processos de cada lado do torax e do abdomen (fig. 69), que lhes permitem fixar massas mais ou menos volumosas de detritos. Se as larvas assim camufladas ficam realmente pouco visiveis quando paradas, em movimento, como ponderou SMITH (1926), não somente mais se destacam sobre o fundo verde das folhas, como
Fig. 69 - Larva de Chrysopa sp. (consideravelmente aumentada).
comuns,
91
apresentam
robustos
tufos
Fig. 68 - Larva de Chrysopa sp., inteiramente coberta de detritos, inclusive um fragmento espiralado; do corpo veêm-se apenas, indicadas pelas setas, parte das pernas e das peças bucais (cerca de X 5) (foto C: Lacerda.).
excitam a curiosidade do observador casual. Após uma quinzena, achando-se a larva completamente desenvolvida, em um dia tece o casulo com a parte caudal do abdomen. De fato, essa parte do corpo, até então utilizada como pé ou orgão adesivo, ao se aproximar a ninfose, passa a funcionar como orgão tecedor do casulo, com o fluido que sai do anus. Tal fluido é secretado pelos tubos de Malpighi, cuja estrutura modificada permite essa função secretória especial (v. M C DUNOUGH, 1909). Referindo-se à emergência do inseto alado do casulo BRUCH (1917) diz o seguinte:
92
INSETOS
DO
BRASIL
«La imagen nace a los quince días. La delgada piel de la ninfa comienza a quebrarse en la región antero-dorsal y la crisopa, en estado de pseudo-imagen, corta con sus mandíbulas una tapita o opérculo en el capullo, que abandona después, aun envuelta por la misma cutícula. Poco más tarde se desprende de ella, y recién entonces se extienden sus tenues alas, adquiriendo de pronto la forma y el color del insecto perfecto. En el fondo del capullo y en la extremidad opuesta al opérculo, han q u e d a d o sólo las e x u v i a s de la l a r v a ».
As espécies brasileiras podem ser facilmente determinadas consultando-se os trabalhos de NAVAS (de 1913 e outros), alem da clássica monografia de SCHNEIDER.
Superfamília MYRMELEONTOIDEA32 48. Classificação. - A superfamília Myrmeleontoidea, pelo número de espécies que a constituem, é, sem dúvida, o grupo dominante na ordem Neuroptera.
Fig. 70 - Grapa sp. (Myrmeleontidae) (foto C. Lacerda).
Compreende cinco famílias Nymphidae, bopterygidae, Myrmeleontidae e Ascalaphidae. 22
De
myrmex), formiga;
(leon), leão.
Myiodactylidae,Stil-
NEUROPTERA
Como tratarei guem
as
três
primeiras
apenas
de
Myrmeleontidae
pelos
seguintes
famílias
93
só
e
teem
espécies
Ascalaphidae,
que
australianas, se
distin-
caracteres:
- Antenas relativamente curtas, com menos da metade do comprimento da asa anterior, aproximadamente do comprimento da cabeça e do torax; asa com célula hipostigmática (uma célula alongada, estreita, imediatamente atrás do ponto em que se reunem Sc e R 1 (figs. 71 e 72) ............. ............................................................................................ Myrmeleontidae 1 ' - Antenas longas, mais longas que a metade do comprimento das asas, terminando em distinta clava; asa sem célula hipostigmática (figs. 80 e 81).. ........................................................................................................Ascalaphidae 1'
Familia
MYRMELEONTIDAE (Myrmeleonidae)
49. rópteros
Caracteres. (cerca
de
-
1200
Abrange
o
espécies
maior
número
descritas).
Na
de
espécies
de
fase
adulta
estes
neuin-
Fig. 71 - Asas anterior e posterior de Grapa sp. (foto C. Lacerda).
setos se
lembram
distinguem
ciliformes
(fig.
os
odonatos
facilmente 70).
pelas
da
subordem
antenas,
que
Zygoptera; são
bem
deles, visíveis
porem, e
não
94
INSETOS 50.
cidas
Desenvolvimento
pela
designação
DO
e
hábitos-
vulgar
"formigas
BRASIL As leões"
larvas ou
são "furões"
bem
conhe-
(figs.
74-78).
Fig. 72 - P a r t e distal d a asa anterior de Mirmeleontideo p a r a se v e r a célula hipostigmática, indicada pela seta (foto C. Lacerda).
No Tijuca,
Rio no
são
solo
encontradas arenoso
em
adjacente
abundância ao
riacho
perto que
das
ali
Furnas
da
corre.
Fig. 73 - A s a s d e G l e n u r u s b r a s i l i e n s i s N a v a s , 1 9 2 0 ( f o t o C . L a c e r d a ) .
Algumas de do
das
um interessante uma "formiga
figuras artigo leão"
que de
aqui FRANK
apresento LUTZ
(76-78)
(1928)
sobre
foram os
tiradas costumes
NEUROPTERA
Eis como NAVAS (1921), uma das maiores rópteros, descreveu a vida destes insetos:
95
autoridades
em
neu-
« Se passeardes por sitios arenosos ou batidos pelo sol, onde haja matto baixo ou plantas arbustivas ou herbaceas, facil vos será encontrar u m a multidão de taes larvas e presenciar, a vontade, as variadas scenas de sua vida. Sigamos-lhe a vida desde o ovo. Estes são pequenos, branquinhos e elipsoidaes. A f e m e a , com o instincto que lhe dá o céu, os deposita isolados no solo, em sitios arenosos, por sobre os quaes costumam passar formigas exploradoras e outros artropodos que hão de constituir seu exclusivo alímento.
A larva (fig. 74) O calor do sol aquecendo a arêa, faz desenvolver o embrião do ovo, do qual nasce u m a larva de aspecto muito singular. Ella é de forma ovalada, achatada, dotada de tres pares de paras pequenas, principalmente as posteriores. Sua cabeça está a r m a d a de duas podei rosas mandibulas, instrumento principal de sua alimentação (fig. 75).
Fig. 74 - Larva de mirmeleontideo (X 7,6) (foto C. Lacerda).
O trabalho - É curioso vel-a trabalhar. Si tomarmos uma larva de formiga-leão e a deixarmos na arêa, ao cabo de pouco tempo, ella se porá a andar para traz arrastando-se e encolhendo a parte posterior, com o fito de occultar o abdomen que, por ser delicado e volumoso, offerece succulento manjar a outros animaes de rapina. A formiga-leão, ou pelo menos as do genero acima referido,- é essencialmente retrogada. Em sua marcha regressiva, uma vez enterrados o abdomen e o torax, ella apenas deixa a descoberto a cabeça, que é achatada, dura e resis-
96
INSETOS
DO
BRASIL
tente. Escolhido um local proprio aos seus intentos de caça, põe-se a formiga-leão a construir a armadilha. Com as patas dianteiras remove a área dos lados e a deposita sobre sua cabeça; em seguida, levantando subitamente esta, à guisa de pá, projecta a área ao alto e á distancia. A operação repete-se varias vezes, indo ao mesmo tempo a larva se encolhendo cada vez mais, construindo assim um cone invertido, em cujo vertice se encontra a cabeça, ou melhor, a bocca, situada entre as mandibulas.
Fig. 75 - Cabeça da larva representada na fig. 74, consideravelm e n t e a u m e n t a d a p a r a se ve r o sulco m a n d i b u l a r ; a ga le a m a x i l a r do lado esquerdo acha-se um pouco a f a s t a d a da g o t e i r a ou sulco m a n d i b u l a r (foto C. Lacerda).
Olhemos bem o fundo do cone (fig. 77). Alli veremos unicamente as duas mandibulas desmesuradamente abertas e a parte anterior da cabeça. Alli se acha o animalzinho esperando pacientemente a presa com que lhe queira favorecer a Divina Providencia.
Sua comida - Si, emquanto observamos, chegar uma formiga incauta á borda do cone, cedendo a área sob seus pés, ella resvala pelo plano inclinado até ao fundo do cone; então, cerrando-se presto as mandibulas da formiga-leão, a victima fica fortemente agarrada e sujeita aos dentes daquella, dando-se começo ao seu martyrio. Mas, com frequencia, ou porque a formiga caia de cabeça e com suas fortes mandibulas possa ferir sua terrivel adversaria, ou ainda com sua agilidade retroceda, o golpe falha. No primeiro caso, a formiga-leão, a solta e lançando-a suavemente para o alto, afim de não rebaixar o bordo Fig. 76 - Larva de mirmeleontideo ("formiga-leão") começando do cone, espera a e sc a va r no solo a c r a t e r a em que se aloja ( D e Lutz, 1928). que ella caia de
melhor posição, a formiga-leão,
para que possa chupal-a notando que se escapa
impunemente. No segundo caso, a presa, começa um activis-
NEUROPTERA
97
simo trabalho de ataque, sem mover-se de seu posto. Com a cabeça, atira pás e pás de arêa sobre a fugitiva, ao mesmo tempo que solapa o terreno sob seus pés. Aquillo é um contínuo e terrível bombardeio, cujos projecteis tombam sobre a diligente formiga. Por fim, vai esta cair no fundo, indo parar nas mandíbulas da inimiga. Começa a sucção. Nas mandíbulas existe um canal que conduz por detraz á bocca. Por esse canal avança e retrocede, á maneira de embolo, um ramo da maxila, pelo qual o succo da formiga vai passando ao tubo digestivo da formiga-leão. Esta, então, volve e revolve sua victima, chupa aqui, absorve alli, até que lhe fique só a pelle. Então, carrega-a sobre sua cabeça, arroja-se de um golpe rapido, á maior distancia possível, por sobre o bordo do
Fig.
77
-
No fundo da cratera aparecem as mandibulas de uma d e m i r m e l e o n t í d e o j á s o t e r r a d a ( D e L u t z , 1928).
larva
cone; d'ahi, vai esperar que venha outra incauta prolongar ou repetir o banquete. Como todos os animaes carnivoros, póde a formiga leão passar muito tempo sem alimentar-se. Então aguarda pacientemente, mantendo o cone profundo e amplo. Porém si a fome é excessiva, dada a prolongada demora de victimas á sua armadilha, a formiga-leão vai tentar fortuna em outra freguezia. Mas, ai d'ella si, em seu movimento retrogado, chega a dar com o alçapão de outra formiga-leão sua irmã! Esta outra, sem a menor consideração, agarra-a aleivosamente pela espadua e lhe dá morte dolorosa em lucta cannibalesca.
98
INSETOS
DO
BRASIL
A metamorphose - Quando a larva tem attingido ao maximo desenvolvimento, depois de haver mudado de pelle por diversas vezes, dispõe-se a realizar sua completa metamorphose. Reune os grãozinhos da arêa que encontra em redor de si, mediante um liquido viscoso ou seda, segregada pela fieira que possue no extremo do corpo, e com tal artificio os enlaça, a ponto de dar ao casulo uma fórma perfeitamente espherica. Por dentro está o casulo revestido de um forro de Fig. 78 - Uma formiga que caiu na cratera e dela tenta sair, está sendo atordoada por uma saraivada de partículas de terra atiradas pela "formiga-leão" (De Lutz, 1928).
se da, deposta pela ultima vez
a pelle larvar, dorme a crysalida por espaço de umas tres semanas, até se lhe formarem as azas e os demais orgams indispensaveis, que lhe dêm a imagem. A imagem - Chegado o dia (ou noite, pois minhas observações me induzem a crêr que durante a noite se verifica o exodo) correspondente, a nympha corta com suas mandibulas um casquete no casulo, e deixando nelle o despojo nvmphal (fig. 79), se encarapita em alguma planta, á espera que as azas se alarguem sufficientemente e os tegumentos adquiram consis79 - Casulo de mirmeleontídeo vazio; vé-se a exuvia da ninfa projetando-se através da tencia para o empreendiabertura (X 5) (foto C. Lacerda). mento do vôo, pois sua vida aérea é tambem carnivora. Si enquanto está assim tenrinha, a descobre
)
NEUROPTERA
99
alguma formiga, talvez desprezada por ella, então morrerá despedaçada aos bocados. Parece que tem soado a hora da vingança.; acudirão á porfia as formigas afim de cevar-se em suas carnes, pois esta é muito cobiçada e deve ser como a do faisão, p a r a sua mesa. Quem diria que daquella extranha larva arenicola, havia de proceder um insecto de elegantes formas, habitante dos ares como as mariposas, semelhantes em seus c o n t o r n o s ás graciosas libelulas ! »
Conhecimentos valiosos sobre estes insetos podem adquiridos nas obras de DOFLEIN e de WHEELER.
tambem
ser
51. Espécies mais intessantes. - O Brasil é rico em mirmeleontídeos, pertencentes a vários gêneros, em sua maioria estudados por NAVAS nos vários trabalhos em que trata dos neurópteros sul-
Fig. 80 - Haplogenius (?) handlirschi Van der Weele, 1908 (Ascalaphidae) (um pouco reduzido do tamanho natural) (foto C. Lacerda).
americanos. Uma das mais belas espécies que brasiliensis (fig. 73), descrita por NAVAS em que lhe foram enviados de São Vicente (São AMADEU A. BARBIELLINI. Outra espécie frequentemente encontrada nas elegans (Perty, 1830), figurada por NAVAs no Revista do Museu Paulista (1922).
conheço é Glenurus 1920, de exemplares Paulo) pelo Conde coleções é Dimares trabalho incluso na
100
INSETOS
DO
BRASIL
Com espécies conspícuas, quanto ao porte, há o gênero Palpares Rambur, 1842, que tem, na região neotrópica, Palpares gigas Dalman, cuja envergadura atinge 17 cm. Para a determinação das Fig. 81 - Parte anterior da asa de um ascalafideo, para se ver que principais divinão há a célula h i p o s t i g m á t i c a alongada indicada n a fig. 72 (foto C. Lacerda). sões de Myrmeleontidae recomendo consultar as chaves do artigo de NAVAS, incluso em "Brotéria" de 1912 (Notas sobre mirmeleónidos).
Família
ASCALAPHIDAE33
52. Hábitos. - Relativamente aos hábitos das espécies brasileiras, nada se sabe. MC CLENDON, nOS Estados Unidos, publicou interessante trabalho sobre o desenvolvimento e os hábitos de Ulula hyalina, espécie que vive no Texas. Nas matas que embelezam as montanhas do Rio, não é raro encontrar-se um ou outro ascalfídeo pousado em galho, com as asas cobrindo o abdomen, exatamente na posição característica representada na figura de Mc Fig. 8 2 - L a r v a de ascalafídeo ( X 5,5) CLENDON e reproduzida em (foto C. Lacerda). vários manuais de entomologia. As espécies de Haplogenius, porem, pousam como os odonatos da subordem Anisoptera, isto é, com asas abertas (fig. 80). 33
De
(ascalaphos), especie de abutre.
NEUROPTERA
101
As larvas são predadoras e, como se pode ver na fig. 82, de um exemplar apanhado há tempos em Niterói, são, até certo ponto, parecidas
com
as
dos
mirmeleontídeos.
Teem,
porem,
o
corpo
deprimido,
a cabeça mais larga e o abdomen provido de expansões laterais, munidas de fortes cerdas. Conquanto tambem vações
vivam
infundibuliformes,
no
solo,
mantendo-se
à
não
se
enterram
superfície,
em
esca-
camufladas
pela
cor de terra e detritos espalhados sobre o corpo. As espécies que se encontram em nosso território podem ser facilmente
determinadas
mediante
a
monografia
de
VAN
DER
WEELE
(1908), em que são descritas mais de 200 espécies, e os trabalhos de NAVAS r e l a t i v o s aos ascalafídeos sul-americanos.
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102
INSETOS
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DO
BRASIL
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INSETOS
DO
BRASIL
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Neuropteren
NEUROPTERA
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CAPÍTULO
XXVII
Ordem T R I C H O P T E R A 3 4 (Phryganides;
Phryganites; Plicipennes; Phryganina; Phryganaria; Phryganoidea)
Phryganeodea;
54. Caracteres. - Os tricópteros são insetos alados, de alguns milimetros a alguns centímetros de envergadura, quasi todos muito parecidos com mariposas (fig. 83), especialmente algumas espécies de porte reduzido, que podem ser confundidas com microlepidópteros da superfamília Tineoidea. Distinguem-se, porem, destes insetos, porque as asas não são escamosas e sim revestidas de pelos (macrotrichia), em maior ou menor abundância, aplicados contra a membrana alar. Como quasi todos os tricópteros se criam na água, é natural que só se encontrem formas aladas destes insetos nas imediações das coleções e cursos dágua. 55. Anatomia externa. - Os tricópteros teem o corpo de consistência relativamente delicada, revestido tambem de pubescência ou pilosidade mais ou menos densa. Sendo, em geral, pouco vistosos, não despertam a atenção dos colecionadores e daí serem representados nas coleções por um número reduzido de espécies e de exemplares. Cabeça - (fig. 84) Relativamente pequena, livre. Olhos hemisféricos, mais ou menos desenvolvidos, finamente facetados; ocelos presentes (3), se bem que mais ou menos escondidos pela pilosidade; em várias espécies ausentes. Antenas longas ou mesmo muito longas, multisegmentadas, setáceas; em algumas espécies ciliadas, porem não pectinadas. Há entretanto tricópteros que as possuem curtas e relativamente robustas. 34
De
(trix, trichos), pelo;
(pleron), a s a .
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Aparelho bucal de tipo mandibulado, porem, com mandíbulas atrofiadas ou reduzidas a meros tubérculos aos lados do labrum; este geralmente curto e largo, às vezes com pilíferos bem desenvolvidos. Maxilas pequenas e soldadas entre si, formando com o hipofaringe, que é bem desenvolvido, e com o labium, uma tromba geralmente curta (haustellum), às vezes, porem, muito alongada. Palpos maxilares e labiais, normalmente, bem desenvolvidos, especialmente aqueles, que teem cinco segmentos; os labiais apresentam dois segmentos. Fig. 83 - Barypenthus sp. (Odontoceridae) (foto Lacerda). Há espécies sem palpos e muitas outras nas quais os palpos do macho diferem consideravelmente dos da fêmea, não só na forma, como no número de segmentos. Torax - Protorax curto, livre, com patagias rudimentares; meso e metatoraces bem desenvolvidos, aquele mais que este e provido de pequenas tégulas. Pernas de tipo ambulatório, delgadas, em algumas espécies bem alongadas. Nas fêmeas de outras espécies as pernas médias são do tipo natatório. Ancas alongadas, principalmente as médias e posteriores. Tíbias e tarsos geralmente espinhosos. Tíbias com espinhos moveis, alongados, apicais (ou terminais) ( esporões ) e subapicais (ou mediais), cuja posição e número teem grande importância na classificação destes insetos. Tarsos pentâmeros; entre as garras um empódio (planta) e, não raro, um par de pulvílios. Asas, na maioria das espécies, bem desenvolvidas, as posteriores geralmente mais largas que as anteriores e, em repouso, dobrando-se longitudinalmente, como nos lepidópteros.
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Alguns tricópteros são ápteros, ou teem as asas posteriores abortadas, num sexo (geralmente a fêmea), ou em ambos os sexos. Em quasi todas as espécies as asas são mais ou menos densamente revestidas de macrotriquios inseridos nas nervuras e na própria membrana. Normalmente a pilosidade é mais abundante nas asas anteriores, que são um pouco mais espessadas que as posteriores. Nos microtri-
Fig. 84 - Cabeça de tricóptero (Hydropsychidae - Macronematinae); 1, vertex; 2, olho; 3, palpo maxilar; 4, palpo labial; 5, haustellum (labium); 6, labrum, entre mandíbulas triangulares, ponteagudas; 7, gena; 8, clipeus; 9, antena.
cópteros da família Hydroptilidae os pelos são mais ou menos eretos e formam, nas bordas das asas estreitadas, uma verdadeira franja, mais comprida na margem posterior das asas posteriores e mesmo distintamente mais longa que a largura das mesmas, aspecto este que os torna confundiveis com microlepidópteros da superfamília Tineoidea.
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A cor das asas, geralmente dada pela respectiva pubescência, pode ser uniforme (cinzenta, parda ou negra) ou entremeada de áreas translúcidas ou diferentemente coloridas (fig. 86). Em alguns leptocerídeos e sericostomatídeos veem-se escamas alares; estas, porem, nunca atingem o desenvolvimento observado R1
Fig. 85 - Asa de Barypenthus sp. (Odontoceridae); o ponto negro na base da célula ( I I I ) indica a posição do nygma; ct, célula tiridial (c. postmediana); lj, lobo jugal; mc, célula medial ou mediana; rc, célula radial (c. discoidal); 1-5, as 5 forquilhas apicais) (C. Lacerda del.).
nos lepidópteros; são de tipo primitivo, isto é, estreitas, acuminadas e indistintamente estriadas. A asa posterior de alguns tricópteros (Leptoceridae, Hydropsychidae), pode apresentar, ao longo da cesta, alguns pequenos ganchos (hamuli), que a prendem ao bordo anal da anterior. Nunca, porem, se vê um verdadeiro frenulum. Em algumas formas mais generalizadas (Rhyacophila), a asa anterior apresenta um lóbulo posterior, espécie de jugum ou fíbula (lobo jugal), que se adapta à parte basal (humeral) da asa posterior.
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O sistema de nervação dos tricópteros é muito semelhante ao dos panorpídeos, não sendo, aliás, muito diferente do que se encontra nas formas mais generalizadas dos lepidópteros. Relativamente ao assunto recomendo a leitura do trabalho de TILLYARD (1935). Na figura 85 leem-se as designações das nervuras e células, mais usadas pelos autores que se teem ocupado com o estudo destes insetos. Em quasi todos os tricópteros observa-se, no ângulo da forquilha formada por R 4 e R 5, uma pequena mácula (nygma). Observa-se tambem, perto da bifurcação de M, minúscula área em que o tegumento é menos esclerosado e geralmente sem pelos (thyridium), que parece ser uma reFig. 86 - Asa de Macronemratinae (Hydropsychidae) (foto Lacerda). gião sensorial. Abdomen - de 10 segmentos, podendo o último, nas fêmeas, apresentar um par de cercos, no máximo de dois segmentos. A terminalia do macho, mais ou menos complicada, varia consideravelmente nos diferentes grupos que constituem esta ordem. Do seu aspecto tiram-se sempre ótimos caracteres para a separação das espécies (fig. 87). Na fêmea os segmentos terminais, sendo menos modificados que no macho, não apresentam variações tão interessantes; às vezes, porem, são tubulares e retracteis, formando uma espécie de ovipósitor. Consulte-se a respeito os trabalhos de STITZ e de ZANDER. 56. Anatomia interna. - Tubo digestivo relativamente curto, provido de seis tubos de Malpighi. Testículos separados e constituídos por número variavel de folículos. Ovários formados por numerosos ovaríolos, de tipo politrófico, dispostos unilateralmente sobre um longo oviducto. Espermateca em relação com a parte dorsal da vagina (v. STITZ).
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57. Hábitos dos adultos. - Os tricópteros adultos são encontrados nas proximidades dos rios, riachos, lagos, pântanos e outras coleções dágua doce em que se criam as respectivas larvas. Só à noite ou ao crepúsculo é que se mostram ativos, permanecendo quietos durante o dia, pousados nas plantas situadas perto dos criadoiros. Ficam, então, com as antenas tocando-se e estendidas para diante da cabeça e as asas tetiformes repousando sobre o corpo, atitude essa que os faz esguios. No ato de pousar, o inseto habitualmente não para logo, como fazem as mariposas, e sim anda um pouco para frente, até Fig. 87 - Representação diagramática dos segmen- se aquietar. tos que constituem a terminalia do macho de um A estrutura do aparelho tricóptero, vistos de lado; an, anus; cl, garra ou tenaz (clasper); dp, processo dorsal; lp, bucal dos tricópteros indica que processo lateral; pa, apêndices preanais; não se devem alimentar de subpn, penis; pu, penuncus, sap, placa subanal; st, stilus; 9, 10, urotergitos; IX, 9º stâncias sólidas, sendo mesmo urosternito (De Tillyard, 1926 - Insects of Australia, provavel que muitos deles, du1926, fig 2). rante os poucos dias que vivem como insetos adultos, não ingiram qualquer alimento. Há es-
Fig. 88 - Representação diagramática de uma larva de tricoptero (hipotética). A, labium; B, maxila, Ç, mandíbula; D, labrum: E, fronte; F, olho; G, gena; H, episternum I, pronotum; I, mesonotum; J, epimeron; K, placa quitinosa cefálica; L, placa quitinosa lateral; M, placa quitinosa caudal; N, sutura pleural; O, processo ou tubérculo espaçador dorsal; P, branquia sub-dorsal; P', branquia lateral; P", branquia sub-ventral; Q, dilatação pre-axiaI; R, coxa; S, trocanter; T, femur; U, tíbia; V, tarso; W, espinho ou corno prosternal; X, franja lateral; Y, placa quitinosa; Z, falsas pernas abdominais (prolegs); Z, gancho movel). (De Lloyd, 1921) (C. Lacerda cop.).
pécies que, à noite, frequentam flores para lhes sugar o nectar, sendo tambem encontradas bebendo água ou lambendo as iscas usadas para atrair mariposas noturnas.
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Excetuando-se um tricóptero europeu, cujas larvas se desensolvem sobre musgo e outro australiano, com larvas marinhas, o desenvolvimento post-embrionário, nas demais espécies, realiza-se sempre em água doce. 58. Postura. - As fêmeas, depois de fecundadas, poem os ovos inclusos numa massa gelatinosa, transparente, que, em contacto com a água, se dilata consideravelmente, apresentando forma variavel segundo a espécie, não raro de colorido esverdeado, no meio da qual se veem os ovos, grupados tambem de modo peculiar em cada espécie.
Fig. 89 - Aglomerado de casulos de tricóptero apanhado no Rio Grande do Sul pelo Dr. Cesar Pinto (pouco menos do tamanho natural) (foto Federmann).
Muitos tricópteros soltam a massa ovífera na superfície dágua ou mergulham o abdomen e deixam-na submergir. Outros, mergulhando, colam-na a um suporte qualquer. Finalmente outros fazem as posturas sobre pedras ou quaisquer suportes, porem, perto do nivel da água. Desenvolvimento post-embrionário. Larvas e respe59. ctivas casas ou estojos. - (figs. 88-96). As larvas dos tricópteros podem ser encontradas em quaisquer coleções dágua doce, mesmo em pequenos pântanos.
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Se há larvas que se deslocam livremente, inteiramente expostas, ou sob a proteção das pedras, a maioria é constituída por formas que secretam, através do labium, seda fluida, que imediatamente se solidifica, formando a substância ou fio que empregam, exclusivamente ou para cimentar partículas sólidas que encontram no meio líquido,
Fig. 90 - Casulos de Triplectides sp. (= Tetracentor sp.) ((Leptoceridae). Da coleção de Fritz Müller, do Museu Nacional do Rio de Janeiro (quasi X 2) (foto C. Lacerda).
na confecção dos abrigos em que vivem. Estes, ou são casas fixas, ou estojos moveis, numa extraordinária variedade de formas, dependentes naturalmente do material usado pela larva na respectiva construção (pedrinhas, areia, fragmentos de madeira, etc.). Tais casas, qualquer que seja o aspecto exterior que exibam, são internamente de contorno circular; umas apresentam calibre uniforme em toda a sua extensão, outras, porem, lembram a forma de um chifre ou cornucópia. As larvas deste tipo, à proporção que crescem, vão alargando o estojo na parte anterior, sem retocar a parte caudal, que assim tem o calibre primitivo, quando aí se alojava a larva no 1º estádio.
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As larvas do outro tipo estão sempre acomodando toda a estrutura da casa ao desenvolvimento do corpo, desmachando em ambas as extremidades a construção primitiva para substituí-la por novo material. Há dois tipos principais de larvas de tricópteros: o tipo campodeiforme ou tisanuriforme, de corpo mais ou menos deprimido e cabeça prognata, e o tipo eruciforme ou suberuciforme, de corpo cilíndrico e cabeça hipognata. As larvas deste tipo formam casas ou estojos portateis. As do tipo campodeiforme, ou vivem livremente, ou se alojam em galerias
Fig. 91 - Casulos de Helicopsyche sp. (Sericostomatidae). Da coleção de Fritz Müller, do M u s e u Nacional do Rio de J a n e i r o (cerca de X 3) (foto C. Lacerda).
feitas com grãos de areia ou detritos vegetais, que fixam a pedras ou outros suportes, ou, finalmente, tecem, entre pedras, engenhosas redes para reter as partículas arrastadas com a correnteza, das quais se alimentam. Todas as larvas, porem, apresentam a cabeça e o torax bem esclerosados. O abdomen, excetuando algumas espécies que apresentam
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pequenas placas esclerosadas, ora na parte dorsal, ora na parte ventral de alguns segmentos, é de constituição m e m b r a n o s a (fig. 88). Aparelho bucal, de tipo mandibulado, bem desenvolvido. Torax provido de três pares de pernas de tipo ambulatório. Abdomen, aparentemente de 10 segmentos, geralmente providos de estruturas de aspecto filamentoso (brânquias) ou tráqueo-brânquias, simples ou formando tufos, via de regra mais abundantes nas larvas que vivem em águas estagnadas. As larvas que habitam água com certa correnteza, rica de ar oxigenado portanto, não teem tantas brânquias e as trocas gasosas nelas se realizam, principalmente, através do tegumento (respiração cutânea). Veem-se em algumas espécies, ao redor do anus, estrutuFig. 92 - Grumicha sp.; A, grupos de estojos fixados (tamanho natural); os maiores são de machos, os menores de fêmeas; B, ras filamentosas ou tampa do orifício posterior, com buraco central e circular; C, tamvisiculosas com aspepas anteriores de estojos de fêmeas, com fenda transversal abaixo do centro; D, tampa de estojo de macho (X 8) cto de brânquias san(Sericostomatidae) (De Müller, 1880, fig. 8). guíneas. O segmento terminal do abdomen apresenta-se dividido num par de apêndices carnosos, tendo no ápice um garra movel, que permite a larva fixar-se fortemente à parede do abrigo em que vive. Nas larvas tisanuriformes tais apêndices são mais alongados, inserindo-se as garras em pedicelos mais robustos. As larvas dos tricópteros de vida livre nadam mal; as que vivem em águas rápidas deslocam-se quasi sempre rastejando sobre as pedras; as que habitam águas estagnadas movem-se sobre a lama do fundo. As que vivem em abrigos fixos, geralmente formados por tubos de seda grosseira, tecem, perto da abertura do abrigo, o retículo de seda a que já me referí e em cujas malhas ficam presas as partículas de natureza vegetal ou animal de que se alimentam.
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As larvas que carregam a casa, deslocam-se livremente à procura do alimento, geralmente representado por folhas de plantas submersas. Depois de um certo número de ecdises (até 7), a larva se transforma em ninfa ou pupa. Pupa - As larvas que habitam estojo movel, quando completamente desenvolvidas, fixam-no definitivamente a um suporte qualquer, fecham-lhe as aberturas e, no interior, metamorfoseiam-se em ninfa ou pupa. As que vivem desprotegidas, ao se aproximar a ninfose, constroem uma célula ou casulo. E m todos os casos, porem, o fechamento do casulo é feito de modo que a água possa circular livremente, pois as ninfas, como as Fig. 93 - Casas de tricóptero cujas larvas vivem entre as folhas de uma bromeliácea de mata virgem; A e B , vistas de cima; A ' e B ',
larvas, continuam as mesmas, vistas da face central (De Müller, 1880, fig. 17). a respirar o oxigênio do ar dissolvido na água, mediante brânquias semelhantes as das larvas e através de certas regiões do tegumento. O fato das pupas dos tricópteros respirarem exclusivamente em tais condições não ocorre senão raramente em outros insetos anfibióticos, mesmo naqueles cujas larvas apresentam uma respiração puramente Fig. 94 - Casas de Diaulus ladislavii (Muller, 1880) (fam. Hydroptilidae); aquática. A , casa normal, de dois canos; A ', secção transversal d a m e s m a ( X 15); B , casa de três canos; C, casa da larva, a i n d a pouco prolongadas além dos Citam-se canos ( X 25) (De Müller, 1880, fig. 26). apenas, como casos análogos, as pupas de alguns dípteros, das famílias Chironomidae e Simuliidae.
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É interessante consignar que há espécies cujas pupas possuem brânquias, sendo as larvas delas desprovidas e vice-versa. As pupas dos tricópteros são de tipo exarado (pupa libera); conquanto não sejam tão ativas como as pupas dos mosquitos, não se manteem imoveis; o abdomen move-se ritmadamente, agitando a água que o circunda. Por ocasião da 2ª metamorfose, isto é, quando o inseto adulto, já formado, está prestes a abandonar a pele da pupa, esta, dotada
Fig.95 - Casa de Oxyethira hyalina (Müller, 1880) (fam. Hydroptilidae): A, casa da larva; B e C, casas da ninfa (De Müller, 1880, (fig. 28); casa de Oxyethira spirogyra (Mûller, 1880): E, casa fixada cuja larva ainda não se transformou em ninfa, vista de cima; F. casa de ninfa, vista de cima; f, f', f", secções t r a n s v e r s a s d a m e s m a casa, segundo os pontos nela marcados.
de robustas mandíbulas, rompe a parede do casulo e, libertando-se da prisão em que vivia, nada ou rasteja (conforme a espécie) até a superfície da água, realizando-se aí, ou fora da água, a saida do imago, que voa imediatamente. 60. Importância econômica. - Os tricópteros teem grande importância na economia da natureza se atentarmos para o valor das larvas e pupas como principais alimentos dos peixes de água doce. Como pondera LLOYD (1921), não deve estar longe a época em que estes insetos serão intensivamente criados nos estabelecimentos de piscicultura.
TRICHOPTERA
121
61. Classificação. - Há perto de 3.000 espécies descritas de tricópteros. O número das espécies brasileiras conhecidas, entretanto, é relativamente pequeno; aumentará, porem, quando alguem, retomando as investigações prediletas de FRITZ MUELLER, se dedicar ao estudo deste interessantissimo grupo de insetos. A esse sábio alemão devemos uma das mais valiosas contribuições à biologia dos tricópteros, publicada, em nossa língua, nos "Archivos
Fig. 96 - (29) Casas de Rhyacopsyche hagenii Müller, 1880 (fam. Hydroptilidae); A, B, C, casas de larvas de diferentes idades, fixadas por uma corda flexivel, abertas em ambas as extremidades; h, parte mais nova da casa; D e E, casas já fechadas numa das extremidades; F, casa da ninfa, toda fechada, fixada por um pedúnculo curto e rijo; F', secção transversal da mesma; (30) casas de Pellopsyche sieboldii Müller 1880 (Hydroptilidae): A, casa da larva; B, da ninfa, ambas fixadas pela f a c e v e n t r a l ; A '; secção transversal de A ( D e Müller, 1880).
do Museu Nacional" do Rio de Janeiro (1881), após pacientes observações por ele feitas em Santa Catarina. Depois do trabalho de MUELLER e alem do que escreveram NAVAS, ULMER e MOSELY, pouco
mais se publicou relativamente a sistemática dos nossos tricópteros. Houve um momento em que ADOLPHO LUTZ, o incomparavel sábio brasileiro, dedícando-se ao estudo da fauna das águas torrenciais encachoeiradas, tentou reunir material de Trichoptera para investigações ulteriores. Infelizmente, porem, não lhe foi possivel realizar o seu intento e nem mesmo sei onde se acha o material por ele colhido.
122
INSETOS
DO
BRASIL
A ordem Trichoptera é dividida pela maioria dos autores (segundo KOLENATI) em duas subordens Aequipalpia e Inaequipalpia, esta compreendendo as espécies que teem os palpos maxilares dimórficos, isto é, de 5 segmentos nas fêmeas e, nos machos, de 4, 3 ou 2 segmentos, com larvas sempre em casas ou estojos livres; aquela com as espécies cujos palpos teem igual número de segmentos e geralmente semelhantes nos dois sexos. MARTYNOV (1924) dividiu os tricópteros em Integripalpia e Annulipalpia, segregando naquela subordem as formas que apresentam o último segmento palpal inteiro e nesta as que o apresentam secundariamente anelado ou incompletamente segmentado. A subordem Aequipalpia abrange a pequena superfamília Hydroptiloidea, com a família Hydroptilidae, e a superfamília Rhyacophiloidea, com as famílias: Rhyacophilidae, Philopotamidae, Stenopsychidae, Polycentropodidae, Hydropsychidae, Psychomyiidae, Calamoceratidae, Odontoceridae, Leptoceridae e Molannidae
A subordem Inaequipalpia compreende ganoidea, com as familias Phryganeidae a superfamília Sericostomatoidea, com a tidae.
a superfamília Phrye Limnephilidae, e família Sericostoma-
Passo a dar as chaves para a determinação dos adultos e das larvas, a destas formas segundo MILNE (1939) e a daqueles de acordo com os autores que se ocuparam com o estudo destes insetos.
Subordem
AEQUIPALPIA
-
Espécies muito pequenas (microtricópteros), de asas muito estreitas, apresentando nervação reduzida; franja de pelos nas asas posteriores tão ou mais longa que a margem da asa, lembrando microlepidópteros da superfamilia Tineoidea, porem, sem escamas nas asas e com aparelho bucal de tipo mandibulado (superfamília Hydropti35 loidea).................................................................................................... Hydroptilidae Insetos com outros caracteres (superfamília Rhyacophiloidea)..2
2 (1') -
Ultimo segmento dos palpos maxilares tão ou pouco mais longo que os outros, simples, isto é, não anelado ou imperfeitamente dividido em subsegmentos e geralmente não flexível................................................. 3
1
1'
35 De
(hydor), agua;
(ptilon), pluma fina.
TRICHOPTERA
2'
-
Ultimo
segmento
que
os
dos
outros,
palpos
anelado
123
maxilares
ou
geralmente
imperfeitamente
muito
dividido
em
mais
longo
subsegmentos,
sempre flexível........................................................................................................................7 36
3 (2)
-
Com
ocelos.....................................................................................................Rhyacophilidae
3'
-
Sem
ocelos.................................................................................................................................4
4 (3')
-
Asa
anterior
4'
-
Asa
anterior
5 (4')
-
Asa
anterior
5'
-
Asa
anterior
6 (5')
-
Os
2
ramos
6'
-
Só
o
ramo
7 (2')
-
Com
ocelos................................................................................................................................8
7'
-
Sem
ocelos.................................................................................................................................9
8 (7)
-
8'
-
Asa
9(7')
-
Tibia anterior com 3 esporões, 2 apicais e um mediano .................................. 43 ................................................................Polycentropodidae(Polycentropidae)
9'
-
Tíbia
anterior
com
10 (9')
-
Ramo
anterior
de
Rs,
10'
-
Ramo
anterior
de
Rs,
Asa
com
a
sem
célula
posterior
com
célula
de
-
Palpos
posterior
maxilares
sem
(sector
do
37
Calamoceratidae
de
Rs
anterior
larga
menos
bifurcados
....
38
Molannidae
Odontoceridae
bifurcado.........................
a
mais
radial...............
fechada...........................................................6 radial)
semelhante muito
célula
radial
superior
posterior
fechada...............
que
......... a
39
3
na
asa
anterior,
bifurcado
na
asa
anterior,
simples
41
Philopotamidae
anterior..Stenopsychidae
de
40
Leptoceridae
esporões............................................. ....
42
10
Hydropsychidae
.....
Psychomyiidae
44
INAEQUIPALPIA macho
semelhantes
aos
da
fêmea
(superfamília
Phry-
ganoidea)...................................................................................................................2 - Palpos maxilares do macho muito diferentes dos da fêmea, de 2 a 3
1'
segmentos 2
Rs
mediana
mediana...............................................................................5
e
Subordem 1
célula
(1)
36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47
Sericostomatidae
45
- Palpos maxilares do macho de 4 segmentos.....................................Phryganeidae -
2'
(Sericostomatoidea)........................
Palpos
maxilares
do
macho
de
3
segmentos.............................
(philos). amigo. (ryax, achos); riacho De (ceras, ceratos), corno. (calamos), cana, junco; De D e mola, mó. (odous, ontos), dente; (keras), corno. De (keras), corno. De (leptos), fino; (potamos), rio. De (philos), a m a n t e ; (psyche), alma, mariposa. De (stenos), e s t r e i t o ; (centron), aguilhão, p o n t a . De (polys), muito; ( myia ) , m o s c a . De (psyche), mariposa; (stoma) , boca . (sericos), seda; De ( p h r y g a n i o n) , p e d a ç o de p ã o seco. De (limne ), lago, pantano; (philos), amigo. De
47
Limnephilidae
46
124
INSETOS
DO
BRASIL
Para o estudo das larvas e ninfas dos tricópteros, várias chaves foram apresentadas, quasi todas copiadas fielmente, ou com modificações, das chaves de ULMER (1909) e de KRAFKA (1915). Todavia a chave de MILNE (1939), da-me a impressão de ser a mais simples e adequada para o estudo das formas sul-americanas. Por isso, passo a transcrevê-la: 1
1'
- Abdomen muito mais largo que o torax; espécies muito pequenas, com os três segmentos torácicos fortemente esclerosados em cima, vivendo em casas portateis de seda, que são muito maiores que as larvas..............................................................................................Hydroptilidae - Abdomen não muito mais largo que o torax; espécies muito maiores, as portadoras de casas nunca apresentando os três tergitos torácicos fortemente esclerosados; as casas, quando presentes, não muito maiores que as larvas........................................................................ 2
2 (1')
-
Ultimo segmento abdominal nunca com escudo esclerosado em címa; corpo campoderforme; cabeça prognata, formando uma continuação do eixo longitudinal do corpo; abdomen de nove segmentos; apêndices locomotores abdominais distintos um do outro; sem tubérculo no primeiro urômero; sem corno prosternal; sem franja lateral: abdomen deprimido, as suturas entre os segmentos profundamente impressas quasi sempre sem brânquias; estruturas branquiais retais geralmente presentes, porem nem sempre em prolapso; larvas não construindo casas moveis......................................................................................................................3
2'
-
Ultimo segmento abdominal geralmente com escudo esclerosado em cima, quando sem ele, o corpo é eruciforme (hipognato) e as larvas vivem em casas moveis (Leptoceridae); brânquias geralmente presentes........................................................................................................10
3 (2)
-
3'
-
Labrum membranáceo, esbranquiçado, retractil sob a margem da fronte....................................................................................................4 Labrum completamente escIerosado...........................................................................5
4 (3)
-
4'
-
5 (3')
-
5'
-
Mandíbulas com dente fronte com profunda
proeminente emarginação
no meio da margem medial; assimétrica...............................................
subfam. Chimarrhinae ...................................................Philopotamidae, Mandíbula sem tal dente proeminente; fronte francamente emarginada.................................................Philopotamidae, subfam. Philopotaminae Garras tarsais longas e finas, quasi retas, apenas com um esporão basal; penúltimo segmento do palpo maxilar muito longo ........ ..........................................Psychomyiidae, subfam. Polycentropodinae Garras tarsais curtas, robustas, curvadas; penúltimo segmento do palpo maxilar não muito longo.............................................................6
TRICHOPTERA
125
Brânquias ausentes; apenas duas cerdas no lado convexo da mandíbula...................................................................................7 Brânquias presentes; numerosas cerdas no lado convexo da mandíbula; todos os três tergitos torácicos esclerosados...........................8
6(5')
-
6'
-
7 (6)
-
Só
7'
-
Todos os três notos torácicos esclerosados........................................................... ..................................................................Psychomyiidae, subfam. Ecnominae
8 (6')
-
Gula alongada, retangular, separando completamente as metades epicranianas; todos os filamentos branquiais, em feixe, partindo do ápice de um pedúnculo, como os tentáculos de uma hidra; formas grandes...............................................Hydropsychidae, subfam. Arctopsychinae Gula triangular, nunca atingindo a margem posterior da cabeça; metades epicranianas contíguas numa curta distância; filamentos branquiais inseridos tanto no ápice como nas partes laterais do pedúnculo (disposição pectinada).................................................................9
9(8')
-
9'
-
Superfície dorsal da cabeça achatada, formando um largo disco, incluso em forte carena, que cruza afronte perto do ápice, deixando fora um pequeno triângulo; mandíbulas com dentes largos, rombos, em toda a margem interna, interespaços largos e profundos ...... Hydropsychidae, subfam. Macronematinae Superfície dorsal da cabeça achatada, porem não limitada por uma carena; mandíbulas com dentes de pontas aguçadas ............. subfam. Hydropsychinae ........................Hydropsychidae,
8'
-
o pronotum esclerosado dorsalmente................................................................. subfam. Psychomyiinae ..................................Psychomyiidae,
10 (2')
-
Corpo campodeiforme; abdomen deprimido; casa movel, as vezes, porem, tecendo
10'
-
Corpo eruciforme ou suberuciforme; cabeça hipognata; abdomen cilíndrico, as suturas intersegmentais em geral fracamente impressas; brânquias geralmente presentes; larvas sempre vivendo em abrigos tubulares, moveis..........................................................................................................12
11 (10)
-
Apêndices locomotores abdominais ("prolegs") bem desenvolvidos, inteiramente separados uns dos outros; garras dos mesmos longas e finas, sem dentes no lado convexo; garras accessórias algumas vezes presentes ao lado daquelas; lobos maxilares longos e finos subfam. Rhyacophilinae ...............................Rhyacophilidae,
11'
-
larva nunca construindo abrigo fixo ............ 11
Apêndices locomotores abdominais ("prolegs") curtos, segmentos basais completamente esclerosados e fundidos com o 9º urômero em posição quasi vertical; garras daqueles apêndices muito curtas, com pequenos dentes no lado convexo; lobos maxilares curtos e largos; geralmente constroem abrigo fixo no ultimo estádio larval ....... .......................................................Rhyacophilidae, subfam. Glossosomatinae
126
INSETOS
DO
BRASIL
12 ( 10' ) - Prosternum com um corno ou espinho salíente entre os quadrís anteriores............................................................................................13 12' - Prosternum sem tal saliência..............................................................................15 13 (12)
-
13'
-
14(13')
-
14'
-
Corpo suberuciforme; brânquias laterais nos segmentos 2-7 geralmente pubescentes, com pelos negros; mesonotum, geralmente, não esclerosado como o metanotum, raramente com duas pequenas placas esclerosadas; constricções abdominais bem visíveis ........ ......................................................................................Phryganeidae. Corpo eruciforme; brânquias laterais nos segmentos 2-7 nunca pubescentes, com pelos negros; mesonotum, em geral inteiramente esclerosado, às vezes somente com pequenas placas, porem raramente não esclerosado..............................................................................................................14 Mesonotum inteiramente esclerosado; metanotum com três pares de placas; pernas mesotorácicas mais robustas e longas que as posteriores...........................................................................................Limnephilidae Mesonotum não inteiramente esclerosado; metanotum, em geral, não esclerosado; pernas médias não mais longas que as posteriores Alguns Sericostomatidae.. (Goerinae & Lepidostomatinae)
15 (12 ) -
15'
Fêmures curta não - Fêmures
das pernas médias e posteriores divididos numa peça basal e numa apical longa; mandíbulas direitas sem cerdas internas; há cerdas accessórias na parte dorsal da mandíbula ...... 16 não divididos................................................................................................17
16 (15) - Linha lateral bem desenvolvida..............................................................................17 16' - Linha lateral pouco desenvolvida ou ausente...............................Leptoceridae -
-
17 (15') -
17'
Linha lateral bem desenvolvida, o 8º segmento nunca com pontos esclerosados formando uma linha; labrum com uma fileira transversa de muitas cerdas, robustas, adiante do meio, ou, quando sem estas cerdas, muito mais longo que largo .............................Odontoceridae
- Linha lateral muito fraca, incompleta ou ausente; às vezes, em alguns
segmentos veem-se, em seu lugar, pontos esclerosados; labrum nem com fileira transversa de cerdas, nem mais longo que largo...................................................................................................18 18 (17') 18'
Antenas
rudimentares;
pronotum
esclerosado;
mesonotum,
no
máximo,
parcialmente esclerosado.....................................................................Sericostomatidae - Antenas grandes, segmento basilar largo, 2º mais fino e provido no ápice
de
fina
cerda;
pro
e
mesonotum
esclerosados
............
19
19 (18') - Esporões distais das tíbias anteriores e médias não em proeminência; pernas posteriores com garras normais; casas com a forma de tubos curvos, nunca largas.........................................................................Beraeidae
TRICHOPTERA
19'
-
62.
127
Esporões distais das tíbias anteriores e médias em proeminência; garras das pernas posteriores anormais; casas de areia, com o aspecto de carapaça de tartaruga, exceto as das larvas muito jovens, que vivem em tubos retos de areia, às vezes com pedacinhos de carapaças de moluscos...................................................Molannidae
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TRICHOPTERA
133
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Geschlechtsanhänge
ÍNDICE
Adoratopsylla, 47, 61 antiquorum antiquorum, 61 antiquorum cunhai, 25 bisetosa, 61 Aequipalpia, 122 Agastopsylla, 47 Aglaena naevica, 85 Aleuropteryginae, 80 Annulipalpia 122 Aphaniptera, 17 Apochrysidae, 81 APLEGARTH, 13 Apterobittacus, 9 Arctopsychinae, 125 Ascalaphidae, 92, 93, 100 AST, 101 BACIGALUPO, 41, 63 BACK, 42, 63 BACOT, 30, 33, 35, 36, 37, 38, 63 BAKER, 63 BANKS, 83, 101 BARBIELLINI, 99 BARRETO, 69 Barypenthus, 110, 112 BEIER, 64 Beraeidae, 126 Berothidae, 81, 83 BETTEN, 127 Bicho do pé, v. Tunga penetrans Bittacidae, 12 Bittacus, 9, 10, 11, 12 brasiliensis, 13 flavescens, 8, 13
BLANCHARD, 101 BOCK, 101 Boreidae, 12 BRANCH, 127 BRAUER, 7, 13, 85, 101, 102 BRUCH, 8, 89, 90, 91, 102 Calamoceratidae, 122, 123 CANALIS, 64 CARPENTER, 13, 102 Ceratophyllidae, 43, 44, 58 Ceratophyllus gallinae, 35 Chauliodidae, 76
CHEN, 41, 64 Chiliopsylla, 47 Chimarrhinae, 124 Choristidae, 12 Chrysopa, 84, 87, 89, 90, 91 lanata, 88, 89, 90 Chrysopidae, 81, 83, 86 Cleopsylla, 46 Coleoptera, 7 Coniopterygidae, 80 Coniopteryginae, 8 0 Coniopterygoidea, 78, 79, 80 Coniopteryx, 80 angustipennis, 79 COPELAND, 127 Corydalidae, 76 Corydalis, 73 Corydalus, 76, 77, 78 affinis, 77 cephalotes, 77 cornutus, 77
136
INSETOS
CRAMPTON, 12, 13, 102, 127 Craneopsylla, 47 minerva, 25, 61, 62 CROWELL, 127 CORTER, 127 Ctenidiosomus, 46 Ctenocephalides, 18, 33, 44, 57 canis, 33, 34, 35, 39, 41, 57, 58 felis, 19, 25, 32,34, 36, 39, 41, 57, 58 Ctenocephalus, v. Ctenocephalides Ctenoparia, 46 Ctenopsyllidae, 61 Ctenopsyllus, 46, 61 segnis, 24, 25, 36, 39, 40, 41, 60 CUMMINGS, 127 CUNHA, 33, 35, 57, 64 Cupiennius sallei, 85 DALLA TORRE, 64 DAMPF, 64 Dasypsyllus, 45 gallinulae, 25 DAVID, 102 DAVlS, K. C.,75, 102 DAVIS, M. B., 127 DEBAUCHE, 127 DEL PONTE, 64 DENNING, 128 DEMBOWSK I, 127 Dermatophilidae, 52, 53, 54. Dermatophilus, 48, 53, 54, 55, 56 Dermatophyllus, 56 Dermatophylus, 56 Diamanus montanus, 41 Diaulus ladislavii, 119 Dilaridae, 80, 81, 82 Dimares elegans, 99 DINIZ, 35, 65 Diptera, 7 Dipylidium, 41 caninum, 41
DO
BRASIL
DODDS, 128 DODSON, 128 DOEHLER, 128 DOFLEIN, 99, 102 Dolichopsyllidae, 43, 44, 58 DREYFUS, 69 DUNN, 65 Echidnophaga, 35, 43 gallinacea, 25, 51, 54 Echidnophagidae, 52, 54 Echidnophaginae, 51 Ecnominae, 125 ELKINS, 128 ELTRINGHAM, 128 ENDERLEIN, 14, 79, 80, 86, 102 Endopterygota, 7 ESBEN-PETERSEN, 12, 14, 102 ESKEY, 65 ESSlG, 65 Euclimacia semihyalina, 85 Eumecoptera, 7, 11, 12 EVANS, 28, 29, 30, 36, 68 EWING, 43, 53, 65 EYER, 128 EYSELL, 65 FAASCH, 26, 65 FAGET, 64 FAUST, 49, 65 FERRIS, 14, 102 FIALHO, 69 FONSECA, 65 Formiga-leão, 94-99 FOX, C., 25 27, 43, 52, 65 FOX, I., 53, 65 Fracticipita, 18, 42, 43 GAUTHIER, 36, 65 GEHUCHTEN, 128 Glenurus brasiliensis, 94, 99 Glossosomatinae, 125 Goerinae, 126 GONÇALVES, 35, 65 GOOD, 66 Grapa, 92, 93
ÍNDICE
GREEL, 14 Grumicha, 118 GUÉRIN, 54, 55, 56 GUIMARÃES, 42, 66 HAAS, 65 HAGEN, 103, 128 HALDEMAN, 77, 103 HAMMAR, 103 HANDLIRSCH, 128 HANSTROEM, 66 Haplogenius, 100 handlirschi, 99 HARMS, 66 HASE, 66 HASKEN,14 HATHAWAY, 63 Hectopsylla, 44 psitaci, 51, 54 Hectopsyllidae, 43, 48, 52, 53, 54
137
Hymenolepis diminuta, 41 Hymenoptera, 7 Hystrichopsyllidae, 43, 46, 61 Inaequipalpia, 122, 123 Integricipita, 18, 42, 43 Integripalpia, 122 Ischnopsyllidae, 43, 45, 62 ISSIKI, 14 Ithonidae, 78 Ithonoidea, 78 JAFFUEL, 14 JELLISON, 66 JONES, 103 JORDAN, 43, 66 KARNY, 129 KARSTEN, 66 KASTON, 85, 103 KESSEL, 66 KILLINGTON, 103 KJELLGRIN, 127 KOLBE, 103 KOLENATI, 122, 129 KOPSTEIN, 67 KRAFKA, 124, 129 KRAWNY, 129 KRUGER, 83, 104 KYMMINS, 8, 14, 104 LAMEERE, 129 LASS, 67 LATREILLE, 73 LEESON, 35, 67 LEIDY, 103 Leishmania, 40 Lepidoptera, 7 Lepidostomatinae, 126 Leptoceridae, 122, 123, 124, 126 Leptopsylla, 61 musculi, v. Ctenopsyllus segnis
Hectopsyllinae, 51 Hectoropsyllidae, 52, 53 HEDDERGOTT, 14 Helichopsyche, 117 Hemerobiidae, 81, 82, 83 Hemerobiiformes, 78 Hemerobioidea, 78, 79, 81 HENDERSON, 66 HENSEVAL, 129 HETRICK, 14 HICKS, 49, 66 HILTON, 103 HIRST, 34, 38, 39, 66 HISAW, 128 Holometabola 7 Hoplopsyllus, 44 Hormopsylla, 46 fosteri, 25, 62 noctilionis, 62 HORTA, 33, 68 Leptopsyllidae, 61 HUBAULT, 129 LESTAGE, 129 Hydropsychidae, 111,113, 122, 123, 125 LIMA, 67 Limnephilidae 122, 123, 126 Hydropsychinae, 125 LINK, 104 Hydroptilidae, 122, 124 LINNAEUS, 73 Hydroptiloidea, 122
138
INSETOS
LISTON, 36 LIU, 67 LLOYD, 114, 120, 129, 131 LOPES, 13, 15 LOZINSKI, 104 LUBBEN, 129 LUCAS, 129 LUNDBLAD, 104 LUTZ, A., 121 LUTZ, F., 94, 96, 97, 98, 104 Lycosa, 85 Macronematinae, 125 Macropsyllidade, 43, 46, 62 Malacopsylla, 45, 57 grossiventris, 58 Malacopsyllidade, 43, 44, 57, 62 MANGABEIRA, 13, 15 Mantispa decorata, 36, 87 fusicornis, 85 styriaca, 85 Mantispidae, 81, 84, 86, 88 Mantispilla, 85 MARSHALL, 130 MARTIN, 37, 38, 63 MARTINI, 17, 67 MARTYNOV, 122, 130 MATHESON, 48, 67 MAXWELL, 49, 65 MC CLENDON, 108, 104 MC DUNNOUGH, 91, 105 Mecaptera 7 Mecoptera, 7 Megaloptera, 73, 75 Megapsyllidae, 57 MEIRA, 40, 67 MELLANBY, 33, 68 MERCIER, 15 Meropidae, 12 MERTI, 86, 87, 105 MICKEL, 130 MILLIRON, 86, 105, 130 MILNE, 122, 124, 130 MINCHIN, 68 MITZMAIN, 22, 68
DO
BRASIL
MIYAKÉ, 15 Mollanidae, 122, 123, 127 Molossus, 55 MORSE, 105 MOSELY, 121, 127, 130 MUELLER, 116, 117, 118, 119; 120, 130, 131 Mus musculus 50 Myiodactylidae, 92 Myodopsylla, 46 wolffsohni, 62
Myrmeleonidae, 93 Myrmeleontidae, 92, 93, 94, 95 Myrmeleontoidea, 78, 79, 92 Nallachius prestoni, 82 Nannochoristidae, 12 NAVAS, 83, 86, 90, 92, 95, 99, 100, 101, 105, 106, 107, 121 NEEDHAM, 131 Nemopteridae, 79 Nemopteroidea, 78, 79 Neobittacus blancheti, 13 Neotyphloceras, 47 Neuroptera, 7, 73 NEWELL, 66 NOELLER, 68 Nosopsyllus, 45, 59 faciatus, 21, 25, 29, 33, 35, 36 37, 41, 59 Notiothaumidae, 12 NOYES, 131 Nulema, 80, 81 Nymphidae, 92 Odontoceridae, 122, 123, 126 OGATA, 36 ORCUT, 127 Osmylidae, 8l, 83, 84 OTANES, 15 OUDEMANS, 42, 43, 68 Oxyethira hyalina, 120
ÍNDICE
Palpares, 100 gigas, 100 PANKRATH, 131 Panorpatae, 7
Panorpida, 7 Panorpidae, 12 Parapsyllus, 45, 58 Pasteurella pestis, 36, 38, 39, 40 tularensis, 41 PATTEN, 131 PATTON, 28, 29, 30, 36, 37, 50, 68 Peltopsyche sieboldii, 121 PERFILJEW, 31, 68 Permochoristidae, 17 PESSOA, 33, 41, 68 Peste, 36 PEUS, 68 Philopotamidae, 122, 123, 124 Philopotaminae, 124 Phryganama, 109 Phryganeidae, 122, 123, 126 Phryganeodea, 109 Phryganides,, 109 Phryganina, 109 Phryganites, 109 Phryganoidea, 109, 122 Phthiropsylla, 45, 57 agenoris, 58 PINTO 25 27, 3l, 32, 50, 51, 54, 55, 60, 61, 69, 115 PICTET, 131
Planipennes, 73 Planipennia, 73, 75, 78 Plega signata, 85 Plicipennes, 109 Plocopsylla, 47 Polybia scutellaris, 85 Polycentropidae, 123 Polycentropodidae, 122, 123 Polycentropodinae, 124
139
Polygenis, 45, 59 atopus, 59 bohlsi bohlsi, 26, 59 bolhlsi jordani, 59 klagesi klagesi, 59 occidentalis, 25, 59 pradoi, 59 pygaerus, 59 roberti, 59 rimatus, 59 tripus, 59 Polystoechotidae, 81 POTTER, 15 Protomecoptera, 7, 11, 12 Protosialis brasiliensis, 76 Psychomyiidae, 122, 123, 124, 125 Psychomyimae, 125 Psychopsidae, 81 Ptilopsylla, 46 PUEL, 42, 69 Pulex, 20, 44, 57 irritans, 22, 25, 30, 31, 34, 35, 36, 39, 41, 56, 57 penetrans, 54 Pulicidae, 43, 44, 57 RABAUD, 107 RAMBUR, 107 Raphidides, 73 Raphidiidae, 78 Raphidiina, 73 Raphidodea, 73 Raphidioidea, 75, 78 Rattus, 50 RAYBAUD, 36, 65 REES, 14 REHN, 107 Rhopalopsyllus, 43, 45, 58, 59 adelus, 59 agilis, 59 australis, 25 australis tupinus, 59 australis tamoyos, 59 australis tupiniquinus, 59
140
INSETOS
Rhyacophila, 112 Rhyacophilidae, 122, 123, 125 Rhyacophilinae, 125 Rhyacophiloidea, 122 Rhyacopsyche hagenii, 121 Rhynchoprion, 48 Rhynchoprionidae, 52, 53 Rhynchopsyllus, 44 pulex, 25, 51, 55 RIDEWOOD, 63 RIEL, 131 RIESEL, 64 ROTHSCHILD, 43, 69 ROUBAUD, 69 RUSS, 131 RUSSELL, 69 Sarcopsylla, 48, 52, 54, 55, 56 Sarcopsyllidae, 52, 53, 54 SCHEFFLER, 131 SCHNEIDER, 92, 107 Sericostomatidae, 122, 126 Sericostomatoidea, 122, 123 SETTY, 9, 10, 11, 15 Sialidae, 76 Sialidiformes, 73 Sialoidea, 75, 76 SIBLEY, 132 SIKES, 31, 69 SILTALA, 132 SILVA ,Jr., 40, 70 SIMOND, 36, 70 Siphonaptera, 17 Sisyridae, 80, 81 SMITH, 85, 87, 91, 107
SOGONINA, 70 Sphinctopsylla, 47 Stenopsychidae, 122, 123 Stenopsylla, 61 cruzi, 61 Stephanocircidae, 62 Sternopsylla, 46 distincta, 62 STEWART, 40, 70 Stilbopterygidae, 92
DO
BRASIL
STILES, 53 STITZ, 15, 107, 114, 132 Strepsiptera, 7 STRICKLAND, 29, 30, 70 Suctoria, 7, 17 SULC, 108 SULLIVAN, 70 SWELLENGREBE, L, 35, 70 Sympherobiidae, 81, 83 Sympherobius notatus, 83 Symphrasis signata, 85 varia, 85 Synosternus, 44 pallidus, 57 Tamandua tetradactyla, 51 TASCHENBERG, 52, 70 Tatusia novemcincta, 51, 54 Tetracentor, 116 Tetrapsyllus, 45, 58 THIENEMANN, 132 Tiamastus, 45, 59 Tiarapsylla, 47 TILLYARD, 7, 15, 17, 73, 108, 113, 114 132 TIRABOSCHI, 70 TOWNSEND, 108 Trichomatidae, 81 Trichoptera, 7, 109 Triplectides, 116 Tritopsylla ,47, 61 intermedia copha, 61 intermedia int Trypanosoma lewisi, 41 Tunga, 44, 48, 52, 53, 54 bondari, 50 coecata, 45, 50, 53 penetrans, 35, 48, 49, 50,51, 52, 54 terasma, 51 travassosi, 48, 50, 51, 54
ÍNDICE
Tungidae, 52, 53, 54 TURNER, 108 UHLMANN, 132 ULMER, 121, 124, 132, 133 Ulula hyalina, 100 Unti, 70 URIARTE, 70 VALENÇA ,Jr., 40, 70 VERJBITSKI, 36, 39, 71 VORHIES, 133 WAGNER, 24, 26, 42, 43, 43, 54, 57, 58 71 WALKER, 85, 108, 133 WEBSTER, 31, 71 W ESENBERG-LUND, 133
141
WEELE, 75, 101, 108 WESTPHALEN, 108 WESTWOOD, 54, 55 WHEELER, 99, 108 WITHYCOMBE, 108 WOGLUM, 85 Xenopsylla, 18, 33, 40, 44, 57, 59 astia, 34.36 brasiliensis, 25, 36, 40, 57, 59 cheopis, 18, 23, 25, 28, 29, 30, 34, 35, 36, 38, 39, 40, 41, 57, 58, 59 Xylomiges, curialis, 85 ZANDER, 113, 133
COSTA LIMA
INSETOS DO BRASIL 5.° TOMO
L E P I D Ó P T E R O S
ESCOLA
NACIONAL
DE
AGRONOMIA
SÉRIE DIDÁTICA N.º 7 - 1945
INSETOS DO BRASIL 5.º TOMO
LEPIDÓPTEROS
DA COSTA LIMA Catedrático de Entomologia Agrícola da Escola Nacional de Agronomia Ex-Chefe de Laboratório do Instituto Oswaldo Cruz
INSETOS DO BRASIL 5.º TOMO
CAPÍTULO XXVIII
LEPIDÓPTEROS 1.ª PARTE
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE DIDÁTICA N.º 7 - 1945
CONTEUDO CAPÍTULO XXVIII Ordem LEPIDOPTERA ................................................................................................................
7
Sub-ordem JUGATAE .........................................................................................................
134
Superfamília MICROPTERYGOIDEA ............................................................................
135
Superfamília HEPIALOIDEA ...........................................................................................
136
Sub-ordem FRENATAE .........................................................................................................
138
Divisão HETEROCERA ........................................................................................................................
139
Superfamília INCURVARIOIDEA .....................................................................................
146
Superfamília NEPTICULOIDEA .........................................................................................
147
Superfamília COSSOIDEA ..................................................................................................
148
Superfamília CASTNIOIDEA .............................................................................................
152
Superfamília ZYGAENOIDEA ...........................................................................................
159
Superfamília TINEOIDEA ...................................................................................................
195
Superfamília TORTRICOIDEA ...........................................................................................
325
Superfamília PTEROPHOROIDEA .................................................................................... Índice ..............................................................................................................................
361
355
CAPÍTULO XXVIII
Ordem LEPIDOPTERA
1. Caracteres. - Constituem esta ordem as borboletas e as mariposas, facilmente distinguiveis dos demais insetos pelo aspecto geral do corpo. Alguns Neurópteros e não poucos Tricópteros, como vimos, examinados por um leigo, podem passar por Lepidópteros. Em nenhum dêles, porém, se observa, nem o tipo especial de probóscida (espiritromba) presente na maioria dos Lepidópteros, nem asas revestidas de escamas, fácilmente destacáveis sob o aspecto de um pó fino, carácter êste ainda mais geral que aquêle e que levou LINNAEUS a criar a designação Lepidoptera, pela qual ainda hoje são conhecidos êstes insetos 1. Os Lepidópteros são insetos holometabólicos, ovíparos. Dos ovos saem larvas, chamadas lagartas, as quais, depois de uma série de transformações, cada uma se evidenciando após uma ecdise, atingem o completo desenvolvimento, realizando-se, então, a primeira metamorfose, da qual resulta apupa, bem conhecida pela designação especial crisalida 2. Desta surge, tempos depois, após uma segunda metamorfose, o inseto adulto ou imago, borboleta ou mariposa. Se esta, na maioria das espécies, é um ser alado, de hábitos terrestres, inofensivo e geralmente dotado de côres que o tornam um dos mais belos ornamentos da natureza, as lagartas, em sua maioria, têm também hábitos terrestres, e, por serem fitófagas, 1 De (lepis, idos), escama e (pteron), asa. 2 O nome crisálida, de (chrysalis, idos), de ouro, p e r f e i t a m e a t e adequado para as pupas de algumas borboletas, que apresentam o tegumento total ou parcialmente dourado ou prateado, generalizou-se para todas as pupas dos Lepidópteros.
8
INSETOS DO BRASIL
quase sempre são daninhas e não raro causam devastações, p o d e m atingir a proporções de verdadeira calamidade.
que
2. Anatomia externa. - Cabeça (figs. 1, 2 e 5), geralmente arredondada e mais estreita que o tórax. Olhos, constituidos por grande quantidade de omatídios (em alguns Esfingídeos, segundo PACKARD, contam-se cêrca de 27.000), ocupando as partes laterais do epicranio; a face anterior é constituída por um esclerito mais ou menos extenso, o frontoclypeus, geralmente separado do vértex por uma sutura transversa. Em várias espécies vê-se a sutura clipeal, separando a fronte do clíFig. 1 - Cabeça de mariposa da família peo ou epistoma. As citadas áreas Sphingidae; 1, palpo maxilar (o do lado oposto do epicranio, como o occiput e foi retirado para se ver a espiritromba enrodemais regiões do corpo, são denlada); 2, pilíferos; 3, gena; 4, antena; 5, olho; samente revestidas de pêlos e es6, espiritromba (C. Lacerda del.). camas, as quais, deitadas umas sôbre as outras ou mais ou menos eretas, escondem, no vertex, os ocelos, sempre aí situados, atrás da inserção antenal e junto ao ôlho correspondente. As antenas, presas também a essa região, junto á borda interna dos olhos, são mais ou menos alongadas, raramente, porém, muito mais longas que o corpo (nos machos de Adelidae, são algumas vêzes mais longas que o compriFig. 2 - Cabeça de mariposa da família Pyralididae; a, antena; f, fronte; o, olho; pl, mento da asa anterior). Cada anpalpos labiais; pm, palpos maxilares; s, espitena é constituída por um grande ritromba; v, vertex (C. Lacerda del.). número de segmentos, cuja forma e tipo de revestimento escamoso diferem, não só nas espécies, como nos sexos de uma mesma espécie. Daí se aproveitar em sistemática o aspecto das antenas, não só na diferenciação sexual e especifica, como no reconhecimento de grandes grupos taxionômicos.
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O primeiro segmento antenal (escapo), em muitos Microlepidópteros pode apresentar, destacando-se das escamas que o revestem, uma fileira de cerdas ou escamas piliformes, formando o que se chama-pecten. Em multas especies, atrás das antenas, vê-se um par de saliências revestidas de pêlos sensoriais, constituindo o chaetosema. Peças bucais - Nos Lepidópteros mais primitivos da super-família Micropterygoidea (sem representantes na Fig. 3 - Corte da espiritromba; a, sutura anterior p, sutura posterior; no centro o canal segador (C. Laregião Neotrópica), que se carda del.). alimentam de grãos de pólen, o aparelho bucal apresenta mandíbulas funcionais, maxilas de estrutura generalizada, isto é, com cardo, estipe, gálea e lacínia bem
Fig. 4 - Diagrama de parte da espiritromba e respectivos músculos, indicando o mecanismo da distensão e retração dêsse órgão (De Snodgrass, 1935 - Ins. Morph., fig. 169).
desenvolvidos e palpos maxilares mais conspícuos que os labiais. Nos demais Lepidópteros, porém, se providos de peças bucais desenvolvidas, observa-se o tipo de aparelho bucal suctorial característico dêstes insetos, representado principalmente p e l a s duas maxilas, mais ou menos alongadas, semitubulares, que se adaptam u m a á outra, formando um órgão sugador tubuliforme - haustellum ou probóscida, geralmente chamado espiritromba, porque, em repouso, se enrosca entre os palpos labiais, sob a cabeça, como no brinquedo chamado "língua de sogra" (figs. 1 e 5)1
1 O mecanismo da extensão e enrolamento da probóscida ainda não foi satisfatóriamente explicado. Eis o que á respeito diz SNODGRASS (Principles of insect morphology). "The outer wall of each hall of the proboscis shows a closely ringed structure produced by a succession of sclerotic arcs alternating with narrow membranous spaces. The structure probably allows the curling of the tube. Within each hall of the latter there is a series of short muscle fibers arising near the middle of the outer wall (fig. 4, mcls) and extending obliquely distad and
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Cada uma das peças constitutivas da espiritromba é a gálea maxilar ou - como ainda admitem alguns autores - esta constitue a parede externa da maxila, sendo a parede interna, que forma com a do lado oposto o canal sugador, formada pela lacínia (fig. 3). Na quase totalidade dos Lepidópteros a espiritromba funciona como órgão exclusivamente sugador, destinado a extrair o néctar das flores ou haurir quaisquer outras substancias líquidas de que se alimentam, mediante a ação aspirante da faringe. E m algumas espécies, porém, como a mariposa do "curuquerê" (Alabama argillacea), a p a r t e apical das maxilas é a r m a d a de dentes ou espinhos robustos, que permitem a penetração da espiritromba nas frutas para a extração do sumo (figs. 5 e 6). N a parte basal de cada maxila podem ser vistos o cardo e respectivo estipe, no qual se articula o palpo maxilar, quanFig. 5 - Cabeça de Alabama argillacea; 1, maxila; 2, gena; 3, do presente. Via de ocelo; 4, fronto-clipeo; 5, escapo antenal; 6, pedicelo antenal; 7, olho; 8, labro-epifaringe; 9, pilífero; 10, palpo labial; regra os palpos ma11, labium. xilares são menos toward the inner edge of the concave side of the organ, on which they have their insertions. The muscles occupy the entire length of each half of the proboscis, and their arrangement sudgests that they serve to coil the proboscis. Unless there is some mechanical principle here involved that is not yet understood we muar assume, then, that the proboscis is extended by blood pressure, in the same way that a toy paper "snake" is unrolled by inflating it, and ir must be observed that the natural uncoiling of the lepidopterous proboscis, beginning at the base and progressing toward the tip, has a striking ressemblance to the unrolling of the inflate "snake". The mechanism for creating the assumed blood pressure, however, is not evident". Ver tambem PRAHAN & AREN (1941).
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conspícuos que os labiais; em vários grupos, porém, apresentam-se bem desenvolvidos, tendo de 5 a 6 segmentos. Os palpos labiais, apensos a u m labium pouco desenvolvido, tornam-se mais evidentes pelo denso r e v e s t i m e n t o de escamas que encobrem os três segmentos que os constituem, exceto na face interna do segmento basal, g e r a l m e n t e rica de sensilos. A direção dêstes palpos (ascendentes, porretos, descendentes ou pendentes), o c o m p r i m e n t o relativo dos segmentos distais e a f o r m a que apresentam, dependente, principalmente, do revestimento escamoso, são caracteres de valor, g e r a l m e n t e apreciados na classificação dos Lepidópteros (fig. 2). As demais peças bucais, comparadas com a e s p i r i t r o m b a e palpos, são pouco desenvolvidas ou m e s m o rudimentares. O l a b r u m apresenta-se sempre Fig. 6 - Espiritromba (parte terminai) enrolada de Alabama argiIpequeno, como u m a placa triangular lacca (fortemente aumentada), vendosituada i m e d i a t a m e n t e adiante e abaixo se a ponta eriçada de processos espinhosos (C. Lacerda foto.). da b o r d a inferior do clípeo e sôbre a base da espiritromba. De cada lado do l a b r u m veem-se pequenos lobos pilosos, os piliferos, mais o u menos salientes (figs.1 e 5). As mandíbulas, ausentes na maioria das espécies, p o d e m ser representadas (nos Esfingídeos, por exemplo) por duas peças rudimentares, não funcionais. Se a probóscida é mais ou menos alongada, atingindo a u m decímetro e meio de c o m p r i m e n t o em alguns Esfingídeos, nas espécies que não se a l i m e n t a m na fase adulta ela se apresenta curta, atrofiada e em algumas m e s m o com as maxilas que a constituem reduzidas a duas pequenas peças, quasi invisíveis, entre o l a b r u m e os palpos labiais, os quais, entretanto, se m a n t ê m desenvolvidos. Tórax, constituído p o r três segmentos reunidos n u m bloco, é formado, principalmente, pelo mesotórax.
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O protórax, em geral pouco desenvolvido, apresenta, na maioria das espécies (excluindo Papilionoidea), u m p a r de pequenos esclé-
Fig. 7 - Parte do dorso de Phassus giganteus; 1, fronte; 2, vertex; 3, pronotum; 4, processo alar anterior; 5, mesoscutum, dividido longitudinalmente pela sutura notal mediana; 6, mesoscutellum, separado do mesoscutum pela sutura escutoescutelar (em V invertido); 7, processo alar posterior; 8, metascutum; 9, metascutellum (C. Lacerda del.).
ritos, as patágias (fig. 8, p) (de patagium, franja, pl. patagia), p e r f e i t a m e n t e visiveis em N o ctuidae, apensos e b e m a d a p t a dos ás partes laterais, com as quais se confundem. P a r a trás das patágias, protegendo a p a r t e basal de cada asa e confundindo-se com o mesonotum, há outro par de escléritos móveis, t a m b é m densam e n t e revestidos de escamas na face externa, p o r é m mais alongados que aquêles; são as tegulae, (fig. 8, t) t a m b e m , designadas parapteras, pterygodes ou scapulae, b e m desenvolvidas em N o c t u i d a e e e r r ô n e a m e n t e consideradas como patágias, as quais, como vimos, articulam-se com o protórax e não com o mesotórax. Devido á situação das tégulas, quando é necessário arrancar-se as asas de u m lado, convém afastar ou destacar
O mesotórax é o s e g m e n t o mais desenvolvido do tórax. Mais ou menos convexo, apresenta o p r a e s c u t u m curto (mais visível em Hepialoidea), u m grande scutum ou disco, aliás o mais desenvolvido dos tergitos toráxicos e u m scutellum romboidal, saliente sôbre o m e t a n o t u m . De cada lado do m e t a t ó r a x ou da p a r t e basal do abdome, em relação com uma abertura exterior, há um órgão timpanal ou
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timpanico (tympanum), análogo ao que se encontra no abdome dos gafanhotos. Quando tratar do sistema nervoso e dos órgãos dos sentidos voltarei a tratar dêsse órgão, que parece ter função auditiva.
Dos pleuritos, episternos e epímeros, que são relativamente simples, os mais distintos são o mesepisternum e o mesepimeron. ou
Fig. 8 - Parte anterior do corpo de uma mariposa da família Noctuidae (vista de cima); p. patagia; t, regula, á esquerda afastada do tórax, á direita na posição normal (C. Lacerda del.).
Esternitos pouco desenvolvidos, encobertos pelos quadris mais menos proeminentes. Metatórax, comparado com o mesotórax, pequeno, exceto em Phassus (Hepialidae), que o apresenta quase tão desenvolvido como o mesotoráx (fig. 7). Dos vários trabalhos relativos á metameria toráxica, recomendo os de WEBER e o de SHEPARD.
Fig. 9 - Pernas anterior (com strigil), média posterior (com esporões tibiais) de mariposa (C. Lacerda del.).
Pernas. De t a m a n h o variavel, porém geralmente deIicadas e mais ou menos densamente revestidas de escamas e de pêlos. E m algumas fêmeas ápteras podem ser rudimentares ou mesmo t o t a l m e n t e abortadas (Psychidae). Nos Lepidópteros superiores (Rhopalocera), que pouco delas se utilizam, as pernas anteriores apresentam-se reduzidas e não funcionais, nos machos sómente, ou em ambos os sexos. Daí a designação - Tetrapodes, aplicada a êsses Lepidópteros.
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Quadris mais ou menos alongados e móveis. Trocanteres pequenos. Fêmures mais ou menos robustos, os anteriores, nos machos de alguns Noctuídeos, apresentando, no ápice, um pequeno processo dentiforme e articulado (gonyodon). Tíbias relativamente finas, geralmente com esporões, êstes não raro muito alongados (Tineoidea, Pterophoroidea) e quase sempre dispostos segundo a fórmula 0-2-4 (fig. 9) (ás vêzes, 0-2-2), isto é, as tibias intermediárias somente com o par de esporões apicais e as posteriores com um par apical e outro perto do meio. As tíbias anteriores, geralmente mais curtas que as outras, apresentam internamente um apêndice laminado, chamado strigil (de strigilis, escôva) ou epifise (epiphysis) (fig. 10), usado na limpeza da antena. Tarsos pentameros, geralmente longos, delicados; m e t a t a r s o , na maioria das espécies, b e m mais longo que os demais artículos. Garras (ungues) geralmente simples; ás vêzes, porém, denteadas ou bífidas; entre elas u m empódio (arolium ou onychium) (fig. 11, a), i m p r ó p r i a m e n t e designado pulvillus por alguns autores. Perto de cada garra pode ser visto u m processo m e m b r a n o s o , c h a m a d o pulFig. 10 - Parte distal da villus ou paronychium (fig. 11, pul). tíbia anterior de um NocOs machos de algumas borboletas, ora tuídeo; a seta indica o strigil (C. Lacerda foto.). a p r e s e n t a m u m a só garra,ora não a possuem. Asas - Das quatro asas que possuem os Lepidópteros, as anteriores, ou superiores, como t a m b e m são conhecidas, g e r a l m e n t e são mais desenvolvidas que as posteriores, ou inferiores, sendo t a m b e m as mais a t i v a s no vôo. E m geral, as asas anteriores são triangulares e as posteriores arredondadas ou ovalares. Muitos Lepidópteros, porém, apresensentam-nas mais ou menos estreitas. nos Microlepidópteros que se v ê e m as asas mais estreitas, não raro reduzidas a linguetas lanceoladas. É t a m b é m nesses in-
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setos que as posteriores apresentam, prêsa á borda posterior, conspícua franja de longas escamas piliformes marginais. Nas demais mariposas a franja da asa posterior pode ser bem desenvolvida, porém nunca como nos Microlepidópteros; nestes é tão longa em algumas espécies, que constitui a maior parte da asa. As borboletas, em geral, têm asas grandes e algumas mesmo apresentam-nas enormes, comparadas com o t a m a n h o do corpo. As mariposas, em sua maioria, possuem asas relativamente menores. Todavia, há muitas espécies, principalmente da superfamília Geometroidea, providas de asas triangulares e bastante largas. Nessa grande superfamília observam-se t a m b e m casos de dimorfismo sexual, com machos alados e fêmeas desprovidas de asas. E m Psychidae o dimorfismo sexual é ainda mais pronunciado, pois os machos são alados e as fêmeas neotênicas, larviformes, diferentes, porém, das lagartas de que se originaram. As asas, quando triangulares, apre- Fig. 11 - Pretarso de uma mariposa sentam uma margem externa ou termen, da familia Sphingidae; ar, arolium; ung, ungues (garra) entre a margem costal e a posterior. Ao pul, pulvillus; (C. Lacerda del.). angulo formado pelo encontro da margem posterior com o termen chama-se tornus, em situação posterior, portanto, ao ápice da asa, que fica no ponto de união do termen com a borda costal. Nas asas não triangulares termen e margem posterior ou interna confundem-se num só bordo, sem formar tornus. Na maioria das espécies as bordas são regularmente tetas ou curvas. Vêem-se, porém, frequentemente, asas com reentrancias ou saliências, as quais, nas asas posteriores, podem apresentar-se como lóbulos mais ou menos conspícuos, ou mesmo prolongamentos caudais extraordináriamente alongados em algumas espécies (Copiopteryx). Em alguns Microlepidópteros (Pterophoroidea) as asas apresentam-se longitudinalmente divididas em duas ou mais partes, com o aspecto de tiras ou plumas.
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Na constituição da asa há a considerar a membrana alar e as nervuras ou nérvulos. A microscópicos suportes, na m e m b r a n a alar, prendem-se, por minúsculos pedúnculos, as escamas, que a cobrem total ou parcialmente. Neste caso , as áreas sem escamas, ás vêzes ocupando quase t ô d a a superficie da asa, a p r e s e n t a m - s e translúcidas ou t r a n s p a rentes. Nos Lepidópteros da subordem J u g a t a e e das superfamílias mais generalizadas ou arcaicas d a - s u b o r d e m F r e n a t a e (Nepticuloidea e algumas espécies de Tineoidea), além das escamas, encontram-se, em maior ou menor extensão da asa, microtrichia (pêlos
Fig. 12 - Vários tipos de escamas da asa anterior de Phassus giganteus (C. Lacerda del.).
fixos, de KELLOGG; aculei, de BUSCK), que são cerdas ou espinhos imcroscópicos, m u i t o menores que as escamas e em continuidade perfeita com a superficie da m e m b r a n a , isto é, com ela não articulados como as escamas. Quando essas produções cuticulares se a c h a m n u m a pequena área, como por exemplo em Setomorpha (Tineidae), devido ao t a m a n h o mínimo que apresentam, dificilmente são encontradas, m e s m o quando se e x a m i n a as asas d e v i d a m e n t e prep a r a d a s e coradas. Escamas - As escamas das asas, como as que se v ê m no resto do corpo, t ê m a m e s m a origem das cerdas ou macrotrichia, isto é, são f o r m a d a s por células hipodérmicas e v a g i n a d a s e consideravelm e n t e a c h a t a d a s (células de SEMPER). E m Lepidópteros, como Ithomia, que a p r e s e n t a m escamas e pelos nas asas, e n c o n t r a m - s e
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os vários tipos de transição entre essas estruturas cuticulares. Para o estudo destas produções do tegumento, consulte-se o trabalho clássico de MAYER. As escamas inserem-se em ambas as faces da asa e são elas que constituem a poeira fina que se prende aos dedos, quando se toca em Lepidópteros, ou que se desprende do seu corpo, quando, presos, se debatem. Variam consideravelmente na forma e no tamanho. As mais curtas são de revestimento; dispoem-se regularmente em linhas seriadas (exceto nos Lepidópteros primitivos), imbricadas umas sôbre as outras, como as telhas de u m telhado (fig. 13). As mais longas encontram-se principalmente na franja e nas demais regiões do corpo. O tipo de escama mais primitivo é representado pela escama oval, estriada longitudinalmente (fig. 12). Nos tipos mais diferenciados as escamas apresentam-se geralmente truncadas, mais ou menos denteadas na m a r g e m distai e providas de estriolas transversais entre tinas cristas longitudinais (fig. 13.) Estas, regular e paralelamente dispostas sôbre a superfície exposta da escama, formam um sistema de raias muito mais perfeito que as mais tinas grades usadas em física p a r a o estudo dos f e n o menos de difração. E m escamas de u m a espécie brasileira de Morpho KELLOGG contou 1.400 estrias num milímetro, com um intervalo de 0,70 a 0,72 entre duas estrias próximas. Na escama que se vê na figura 13, também de urna espécie de Morpho, o espaço entre duas estrias próximas mede cêrca de 0,85 µ É da difração dos raios luminosos incidentes sôbre uma superfície tão finamente sulcada, que resultam as cores brilhantes das asas dos Lepidópteros, por isso classificadas no grupo das côres estruturais ou físicas. Todavia, apropria laminação da escama, que apresenta as duas faces quitinosas transparentes, separadas por um filme de ar extremamente delgado, e a superposição de duas ou mais escamas, podem tambem causar fenômenos de interferência luminosa, que se manifestam por tais côres iridescentes. Além de côres puramente estruturais, há a considerar as chamadas cores pigmentares, que resultam da presença, nas escamas, de pigmentos vários, como
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Fig. 13 - 1 e 2, partes da asa anterior de Morpho anaxibia (Esper, 1798), com fraco e forte aumentos; 3, uma escama muito aumentada; 4, parte média da mesma fortemente ampliada (C. Lacerda foto.).
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sejam, uratos, que dão a côr branca, carotinóides, responsáveis pela côr amarela e vermelha, e melanina, determinante das tonalidades escuras. O assunto t e m sido investigado e discutido em t r a b a l h o s de vários autores, sendo alguns dos mais i m p o r t a n t e s citados na p a r t e da bibliografia relativa á coloração das asas. Faço, todavia, u m a recomendação especial p a r a os trabalhos de MASON e de SÜFFERT e, p a r a quem não os possa consultar, a leitura do capítulo " T h e fundamental aspect of coloration", que IMMS escreveu no seu compêndio "Recent advances in E n t o m o l o g y " (1937). Os desenhos que resultam da coloração das escamas, geralmente formando máculas ou faixas de aspecto variável, constituem, em alguns grupos de Lepidópteros, ótimos caracteres p a r a o reconhecimento das espécies. Como tais marcas quase sempre se apresentam em determinadas posições, os autores, a elas se referindo, fazem-no adotando uma terminologia convencional, com nomes dados de acôrdo com a forma e a posição respectivas. Quando t r a t a r dos Noctuideos, precisamente os Lepidópteros em que mais se e m p r e g a essa terminologia, apresentarei as designações mais usudas. Ao estudo da coloração das asas dos Lepidópteros prende-se o da homocromia e do mimetismo, f r e q u e n t e m e n t e observados nestes insetos, especialmente nas espécies da região neotrópica. Tais fenômenos, que constituem u m dos mais fascinantes capítulos da biologia, e sôbre os quais t a n t o se t e m escrito, desde que BATES e MUELLER p r o c u r a r a m interpreta-los, acham-se s u c i n t a m e n t e apresentados no livrinho de CARPENTER e FORD (1933). Estudando-os, não se pode deixar d e ler os comentários de FISHER (1930) a êles referentes e os de RABAUD (1917), sôbre a importancia dos tão apregoados "meios de defesa". P a r a u m exame minucioso do que há escrito sôbre a coloração dos animais, recomendam-se, sobretudo, a o b r a clássica de POULTON e o interessante desenvolvimento da questão a p r e s e n t a d o no livro de COTT (1941). T r a t a n d o das escamas comuns, devo m e n c i o n a r outras, mais ou menos b e m diferenciadas das de r e v e s t i m e n t o e d o t a d a s de função
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especial. Retiro-me, primeiramente, ás chamadas androconia (de SCUDDER) ou plumulas, verdadeiras macrotrichia glandulares, modificadas em escamas, em relação com glandulas secretoras de fluido odorante, cujo cheiro deve ter influência notável na aproximação dos sexos. Tais escamas, ou se i m p l a n t a m entre as escamas comuns em várias partes da asa, ou se localizam em determinada área da asa dos machos (stigma) de borboletas e de várias mariposas (ver a respeito os trabalhos de FRITZ MUELLER relativos a espécies nossas). Não raro ficam mais ou menos escondidas em estruturas de aspecto característico, formando uma dobra ou prega, apensa á margem anterior da asa anterior (borda costal), ou numa cripta ou bôlsa, em relação com a borda posterior da asa posterior, como se vê, por exemplo, nos machos de Gymnandrosoma (Tortricoidea). Tais órgãos odoríferos devem funcionar como outros que se encontram em várias regiões do corpo (pernas, perto da base do abdome dos machos de alguns Noctuídeos e tufos de escamas ou cerdas especializadas, mais ou menos densos, em relação com a genitália da fêmea de várias mariposas). Outras escamas especializadas são as que se acham em relação com terminações nervosas e que funcionam provávelmente como órgãos sensoriais (sensilla squamiformia, de SNODGRASS), descritas nas asas dos Lepidópteros por GVENTHER (1901), FREILING (1909) e principalmente por VOGEL (1911). Entre nós é comum manifestar-se o receio de que a poeira constituída por escamas ou pelos, que se destacam do corpo de um Lepidóptero adulto, possa causar lesões oculares e até a cegueira. Parece haver certo exagêro nessa afirmação, por não haver observações confirmatórias e fidedignas a respeito. E n t r e t a n t o , LEGER e MOUZELS (1918), em C a y e n n e (Guiana Francesa), observaram uma dermatose, que durou 8 dias, causada pelas cerdas e escamas que revestem em grande abundancia as asas e o corpo de mariposas do gênero Hylesia (Saturniidae) (v. tambem BOYÉ, 1932).
Acoplamento das asas - O a c o p l a m e n t o da asa posterior com a anterior efetua-se de vários modos. Nos grupos mais primitivos dos Jugatae (Micropterygoidea), há um lobo jugal ou fibula, semelhante ao que se vê em muitos
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Tricópteros, apenso a borda posterior da asa anterior, perto da base, que se a d a p t a sôbre a b o r d a anterior da asa posterior. Em Hepialoidea, no mesmo lugar, encontra-se um verdadeiro jugum, espécie de lingueta, que repousa sôbre a borda anterior da asa posterior, ficando esta prêsa entre o jugum e a margem posterior da asa anterior (fig. 46, jg). Nos Jugados mais arcaicos, além do jugum, há, junto á base da borda anterior da asa posterior, uma pequena saliência provida de algumas cerdas, que passam sob a asa anterior, constituindo um frenulum rudimentar. Todavia, na maioria dos Lepidópteros, que formam a subordem Frenatae, o acoplamento se efetua mediante o frenulum. Nos machos é êle constituido por uma robusta cerda, resultante da fusão de várias cerdas; em quase tôdas as fêmeas por 2 a 3 cerdas aproximadas. O frenulum prende-se á asa anterior no retinaculum, constituído por um tufo de cerdas ou escamas inseridas perto da base da nervura cubital. O frenulum único dos machos fica enfiado numa prega ou saliência em forma de gancho (gancho do frenulum), apenso a base da nervura subcostal da asa anterior (fig. 14). Em algumas mariposas o frenulum apresenta-se extremamente reduzido ou vestigial. Nos Frenados superiores (Lasiocampidae, SaturniFig. 14 - Parte basal das asas de idae, etc. e quasi todos os Ropalóceros uma mariposa (face inferior), para ou borboletas) desaparece por comse ver o acoplamento por meio de um frenulum (C. Lacerda del.). pleto, observando-se então o tipo de amplexiforme, acoplamento chamado no qual a asa posterior, com a região umeral considerávelmente expandida (angulo umeral) fica sob a pressão do campo anal (angulo basal) da asa anterior. interessante assinalar que em Frenados da família Castniidae e em alguns Sphingidae, que possuem frênulo e retínaculo bem desenvolvidos, vê-se tambem a área umeral mais ou menos alargada.
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Em algumas mariposas das famílias Aegeriidae e Pterophoridae as duas asas prendem-se mediante pequenos espinhos recurvados, presos ás margens interna da asa anterior e costal da asa posterior (hamuli). Em repouso, as asas se dispõem diferentemente nas borboletas e nas mariposas. Nestas, ficam caídas obliquamente, em telhado, sobre o corpo, ou horizontalmente, as anteriores cobrindo total ou parcialmente as posteriores. Nas borboletas mantêem-se verticalmente elevadas sôbre o corpo. Nos Hesperídeos, porem, que formam um grupo de transição entre as borboletas e as mariposas, as asas dianteiras ficam elevadas como nas borboletas e as posteriores deit a d a s sôbre o corpo.
Nervação - O sistema de nervação nas asas dos Lepidópteros é, na maioria das espécies, bem característico (figs. 15 e 16). Há geralmente uma grande célula, que se estende da base ao meio da asa (célula discal, discoidal ou basal), da qual partem, em direção radiada, para as margens, várias nervuras simples ou formando forquilhas. Limitam-na: a radial adiante, a cubital anterior atrás e, na parte distal, os chamados nérvulos discocelulares ou simplesmente as discocelulares. Estas são constituídas: pela rádio-mediana (rm), pela bifurcação do primeiro ramo da mediana, pela intermediana (im) e pela bifurcação do segundo ramo da M. Quando esses nérvulos são fracos ou desaparecem, diz-se que a célula é aberta. Nas espécies mais generalizadas conserva-se o dentro da célula, dividindo-a em duas partes, uma posterior. Não raro a média, antes de atingir as bifurca-se, numa ou em ambas as asas, formando uma mediana, me) dentro da célula discal.
tronco da M anterior, outra discocelulares, célula (célula
Além dessas células, pode haver, na asa anterior, uma célula radial fechada (rc), chamada aréola, supra celular ou célula acessória, em relação com a parte distal anterior da celula discal. O sistema de nervação das asas posteriores, no grupo primitivo dos Jugatae, é semelhante ao das asas anteriores. Daí TILLYARD ter dado o nome de Homoneura a tais Lepidópteros, em oposição a Heteroneura, que compreende os demais, nos quais há uma redução considerável no número das nervuras da asa posterior, daí resultando um sistema de nervação bem diferente do das asas anteriores.
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Fig. 15 - Asas de Tiquadra nivosa (Tineidae). As anotações das nervuras mais próximas da margem alar são de Tillyard, as mais afastadas, em números até 12, são ainda usadas por alguns autores inglêses. C, costa; cd, célula discal ou basal; cm, célula média; cor, chorda (tronco de R4+5); cr, aréola (celula acessória ou radial) Cu, cubitus (cubital); Cu1a, Cu1b, Cu3 ramos da cubital;; dsi, disco celular inferior; dcm, disco-celular mediana; dcs, disco célular superior; f, frenulum; h, humeral; M, média; M1,M2,M3, ramos da média; m, transversa-medial; m-cu, médio-cubital; pf, presilha do frenulum (retinaculum); R1, R2, R3, R4, R5, ramos da radial (radius); r-m, transversa rádio-medial; Rs, setor radial; s, transversa sectorial; Sc, subcostal (Lacerda del.).
Quanto ás notações usadas na designação das nervuras pelos vários lepidopterologistas, limito-me a apresentar o quadro seguinte pelo qual se pode ver a correspondência de qualquer uma delas, em relação com o sistema COMSTOCK-NEEDHAM, hoje adotado pela maioria dos autores.
C
Sc
R1
R8
R1
R8
Subcosta .............
Radius ..............
Setor radial .....
Cu2 1A 2A
3A
3ª Anal ..........
2ª Anal ..........
Cu1b
Ramo inferior ....
2° Cubitus ......... 1ª Anal ..........
M3
Cu1a
M2
M2
2° ramo ...........
Ramo superior ....
M1
M1
8
−
SN 1A
1a
−
(Submediais)
−
VII 3 VIII IX XI
M1
VII2
−
VII1
−
V a b
IV2
IV1
−
III 3
III 2
V2
SM NS
3ªA2
1c 1b
(Mediais)
M3 − M2
4
3 2
UR (Radial inf.)
5
III 1
−
V1
−
−
− OR (Radial sup.)
III5
SC5
7 II 5
II 4
III 4
SC4
II 2
−
−
3A
2A
Cu2 1A
Cu1b
C u 1a
−
3ªA2
3ªA1
1ªA 2ªA
Cu2
Cu1
−
M3
M2
M2 M3
M1
M1
−
−
− −
−
−
− −
R8
−
R8
−
II 1 −
-
Sc+R 1
-
Sc+R 1
I
II 3
6
de
(Heteroneura)
1a
1b −
1c
2
3
−
4
5
6
−
−
−
−
−
7
−
8
−
1A
SN SN
SM
M1
M2
−
M3
UR
OR
−
−
−
−
−
SC
−
C
−
HERRICHSTAUDINGER SCHAEFFER & (HAMPSON E OUTROS AUSCAHTZ TORES INGLESES)
Frenatae
COMSTOCK & NEEDHAM
posteriores
TILLYARD
Asas
−
SPULER
III 3
III 2
SC2 SC 3
10 (Subcostais)
−
−
-
9
III 1
SC1
11
I II
C (costal)
−
REDTENPACHER
12
−
STAUDINGER & SCHATZ
1ªA 2ª A 3ªA1
Cu2
Cu1
Cu
M
M
Média ...............
1º ramo ...........
M3
R5
R5
4° ramo .............
Cu
R4
R4
3º ramo .............
1º Cubitus .......
R3
3° ramo ...........
R2
R2
R3
1º ramo .............
2° ramo ..............
Costa .................
C
TILLYARD
Sc
NERVURAS
HERRICHSCHAEFFER COMSTOCK (HAMPSON E & NEEDHAM OUTROS AUTORES INGLESES)
Asas anteriores de Jugatae e Frenatae e posteriores de Jugatae (Homoneura)
24 INSETOS DO BRASIL
LEPIDOPTERA
25
As investigações de TILLYARD (1919) mostram que a 1ª anal, (1ª A) de COMSTOCK é a Cu 2. (2 ° cubitus).
Abdome - Geralmente cilindróide, ás vêzes, porém, em oval mais ou menos alongada ou conóide (Sphingoidea). É constituido por 10 urômeros, inteiramente revestidos de escamas, sendo o 1º sempre reduzido e com o respectivo esternito atrofiado ou ausente. Não ha cércos. No abdome de m u l t a s fêmeas, entre o 8 ° e 9 ° urômeros, vê-se o tegumento revestido de densos tufos de escamas alongadas, das quais emana secreção odorante formada em glandulas hipodérmicas. Tufos de pêlos ou escamas da mesma natureza podem ser também observados no abdome dos machos, situados, ora na parte apical (corema ou coremata) e escondendo mais ou menos completamente as gonapófises, ora perto da base (Noctuoidea). Possívelmente o odor que se desprende de tais órgãos é afrodisíaco.
Genitália - Nos machos vêem-se quasi sempre 8 urômeros livres. O 9 º, completamente esclerosado, forma o segmento genital (te-
Fig. 16 - Figura diagramática da terminália de um Lepidóptero
macho, vista de perfil; an, anus; cx, gonocoxito ("clasper" ou valva); gn, gnathos; hp, harpe; mn, manica; pe, pênis; pf, penisfilum; sa, saccus; un, uncus; 8, 9, 10, urotergitos (De Tillyard, Insects of Australia, fig. 27).
gumen), com a parte tergal prolongada para trás num processo ponteagudo ou bífido (uncus), que protege dorsalmente o 10° urotergito (proctiger), no ápice do qual se vê o anus. Sob êste segmento encontra-se uma estrutura de aspecto mandibular ou de arco esclerosado (gnathos ou, imprópriamente, scaphium), prêsa, de cada lado, á face inferior do 9° tergito por base membranosa. O verdadeiro scaphium (GOSSE, 1883) (subuncus de PIERCE) é um processo esclerosado em relação com a parte dorsal do tubo anal.
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INSETOS DO BRASIL
O
9°
parte
dorsal,
lação
com
urosternito invaginada duas
peças
placa ventral ou vinculum) apresenta, na 8º, uma peça mediana (saccus) em recopuladoras bem desenvolvidas (valvae, gono-
(9ª
no
Fig. 17 e 18 - Terminália do macho de Bombyx mori, em cima (17), vista de perfil; em baixo (18), vista de baixo; 1, valva (harpes); 2, uncus; 3, gnathos; 4, aedeagus: 5, lobos acessórios do 9.° esternito; 6, coxopodito; 7, saccus (vinculum); 8, 9° tergito (tegumen); 9, anellus; 10, 10º tergito (C. Lacerda del.).
pódios,
harpes de PIERCE, harpogones (plural de herpago) de BUWHITE, "claspers"), tendo geralmente, na face interna da margem apical, um tufo de cerdas espinhosas, dirigidas para dentro e para diante (corona).
CHANAN
LEPIDOPTERA
27
As valvas podem apresentar-se simples ou divididas em duas partes distintas, basal (sacculus) e distal (cucullus), esta geralmente ornada de espinhos ou cerdas espinhosas (corona), aquela, em alguns casos, provida na margem costal ou interna de um pequeno órgão (clavus). Em várias espécies vêem-se os sacculi perfeitamente distintos das valvas, formando dois processos centrais, mais ou menos desenvolvidos sob a parte ventral da juxta e simulando outro par de valvas ventrais (furca), ás vêzes fundidos numa só peça. Internamente, em relação com as valvas, vê-se, de cada lado, uma peça preensível de desenvolvimento e aspecto variaveis (harpe). Em relação com a margem costal ou interna das valvas, na genitália de certos grupos de Lepidoptera, vê-se uma peça transversal, de forma variavel, a transtilla (PIERCE, 1914). E n t r e as valvas, na base e s u p o r t a d a pelo vinculum, encontra-se geralmente u m a peça anuliforme (anellus), que serve de suporte ao pênis ou aedaeagus e não raro estendendo-se em dois processos mais ou menos desenvolvidos (lobos do anellus). Prêsa á face ventral do anellus, vêse frequentemente uma placa (juxta), em certos casos ornada l a t e r a l m e n t e de pêlos ou escamas (cristae). E m Lepidóptetos superiores, além Fig. 19 - Terminália do macho de Azelina sp. (Geometroidea); dessas peças, en1, vinculum; 2, aedeagus (pênis); 3, valva; 4, anellus; 5, corona; 6, contra-se um par tegumen; 7, uncus; 8, anus; 9, gnathos (Lacerda foto.).
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de processos lobiformes, de forma variável nas várias famílias, mais ou menos pilosos, um de cada lado da base do uncus, chamados socii (PIERCE, 1914), bem desenvolvidos em Thyatiridae e em Hemitheidae. Tais apêndices não devem ser confundidos com os lobos laterais (de BUCHANAN WHITE, 1876), situados um de cada lado do tegumen, perto do apice, quando não há uncus. O pênis, que se desloca entre as valvas e abaixo do gnathos, apresenta-se como um órFig. 20 - Figura diagramática da terminália de um Lepidóptero gão tubular, retráfêmea, vista de perfil, vendo-se também as estruturas internas; an, anus; bc, bursa copulatrix; co, oviducto comum (vagina); cp, til n u m a bainha abertura copuladora; gn, gonoporo; r, peça externa; r', peça inm embranosa forterna; sd, ducto seminal; sp, espermateca; 6, 7, 8, 9 + 10, urotergitos (De Tillyard, 1926, Insects of Australia, fig. Z 8.). toada pelos parameros (phallotheca ou manica), e, ás vêzes, provido de um filamento central (espiculo do pênis ou penis-filum), no ápice do qual termina o canal ejaculador. A superficie reversível do canal jaculador (vesica) não raro apresenta espinhos ou dentículos (cornuti). Como nos demais insetos, todos êstes orgãos variam considerávelmente nas espécies, quanto á posição, ao aspecto e ao desenvolvimento, daí a importancia considerável que têm em sistemática. Nas fêmeas a genitália é bem mais simples e uniforme que nos machos (figs. 20 e 21). Os últimos urômeros são mais ou menos retráteis no 7º. Raramente se observa um ovipositor esclerosado (fig. 78). Da fusão do 9° e 10° urômeros resulta um segmento único, tubular, mais ou menos esclerosado, apresentando o anus na extremidade e, imediatamente abaixo (no 9° esternito), o orifício genital (gonoporo), que funciona na cópula. Essa disposição, observada nos Jugatae e nos Frenatae mais primitivos, não se observa nos demais Lepidópteros, cujas fêmeas têm separados o orifício em relação com o oviduto e o poro genital para a cópula (abertura copuladora, vulva ou, impropriamente, vagina) êste situado no 8° esternito.
LEPIDOPTERA
3. Anatomia interna. Tubo digestivo - O c a n a l sugador d a p r o b ó s c i d a c o m u nica-se com a faringe, p r o v i d a de forte t ú n i c a m u s c u l a r , a qual se p r e n d e m m ú s c u l o s (dilatadores
da
faringe),
inse-
Fig. 21 - Corte longitudinal do corpo de Diogas curassavicae (Danaidade), fêmea, para se ver a disposição dos principais órgãos internos; a, antena; ac, aorta e respectiva dilatação; ad, glandula anexa a vagina (gl. coletérica); ag, ganglios abdominais; b1, b2, b3, ancas (quadris) dos 3 pares de pernas; bg, ganglio tóraxico posterior; bm, músculos toráxicos; c, cólon; em, mesênteron (intestino médio); ed, proctodaeum (intestino posterior): g, cerebro; h, coração; I, II, I I I , segmentos toráxicos; obc, orificio em relação com a bôlsa copuladora; od, oviducto; oe, esôfago; ov, ovaríolos (bainhas ovaricas) de u m lado, os do outro lado estão perfeitos e t e r m i n a m constituindo os filamentos terminais (ove); ph, faringe; pl, palpo labial; r, réto; sd, glandula salivar de um lado; sm, papo (ingluvia); t, espiritromba; usg, ganglio infraesofagiano; vag, vagina; vk, canal reunindo a vagina à bolsa copuladora, com notavel dilatação, que é o receptáculo seminal (espermatéca); v m tubos de Malpighi; wo, orifício externo da v a g i n a (vulva); à-9, urômeros ( D e Henneguy, 1904-Les Insectes, s e g u n d o Burgess; C. Lacerda cop.).
ridos na cápsula cefálica (fig. 22). A dilatação da faringe, resultante da contração dêsses músculos, evidentemente deve facilitar a introdução do fluido alimentar, em geral o nectar das flores, que, por capilaridade, penetra pelo canal da espiritromba.
29
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Com a retração da faringe, o fluido que a enche passa para o esôfago, não podendo depois refluir, devido a um dispositivo valvular situado entre o esôfago e a faringe. O esôfago é relativamente pouco calibroso em tôda a sua extensão. Nas formas primitivas, porém, apresenta-se dilatado na parte posterior, formando uma espécie de papo. Nos demais Lepidópteros o papo é um divertículo do stomodaeum, mais ou menos dilatado, apenso ao esôfago mediante um ducto fino mais ou menos alongado. Em algumas espécies o papo funciona como órgão aerostático. Acreditou-se durante algum tempo que tal diverticulo esofagiano funcionasse como bomba aspirante do fluido que penetra pela espiritromba, dai as Fig. 22 - Corte sagital diagramático da cabeça de designações estomago sugauma mariposa da família Sphingidae para se ver a região faríngea e os músculos que se inserem na fador, bexiga aspiratória. Tal ringe; 1, espiritromba (probóscida); 2, abertura bucal; suposição, porém, estará 3, labrum; 4-8, músculos dilatadores da faringe; 9, cérebro; 10, esôfago; 11, tentorium; 12, canal excretor em desacôrdo com a obsercomum das glandulas salivares; 13, bomba sugadora vação de Lepidópteros que (De Snodgrass, 1935, Principles of morphology, fig. 169 F, C. Lacerda cp.). não podem sugar líquido algum na fase adulta. como, por exemplo, a mariposa do bicho da sêda (Bombyx mori), os quais, entretanto, apresentam aquêle diverticulo bem desenvolvido. O mesênteron, relativamente curto nas formas primitivas, é alongado nos Lepidópteros mais adiantados. Não apresenta cegos gástricos. No adulto, como nos demais insetos, é o principal órgão de absorção; nas pupas secreta o fluido que atua sôbre o fio do casulo, amolecendo-o, por ocasião da saída da mariposa. O proctodaeum é constituido pelo ileum enovelado, seguido do colon, mais dilatado, e do rectum, mais ou menos desenvolvido, provido de robusta túnica muscular.
LEPIDOPTERA
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As glandulas salivares são representadas por dois longos tubos um tanto enovelados. As glandulas labiais, secretoras de sêda, bem desenvolvidas nas larvas, não se encontram no imago. Ha geralmente 6 tubos de Malpighi, dispostos, três de cada lado, n u m dueto comum. Anexas ao rectum há glandulas retais em menor ou maior número.
Aparelho respiratório - Constituído por um sistema de traquéias que se comunicam com o exterior mediante nove pares de espiráculos, dois toráxicos e sete abdominais. O estigma respiratório do 8° urômero, presente na lagarta, desaparece no adulto. Aparelho circutatório - O vaso dorsal apresenta oito pares de ostíolos. A aorta, no meio de sua extensão, acha-se em relação com uma ampola pulsátil mesotoráxica, dorsal (fig. 23), que desempenha papel saliente na circulação da hemolinfa ao longo das nervuras alares, circulação essa mais atira quando o inseto voa (ver trabalhos de BROCHER, 1919, 1920). Sistema nervoso - TympanumEm Hepialoidea ainda se encontram três Fig. 23 - Corte sagital esquemático do torax de Protoparce (Sphingidae), para se ver o trajeto do vaso gânglios toráxicos e seis dorsal (em negro), com divertículo aórtico em relação ou cinco abdominais. Na com uma ampola pulsátil dorsal (1); 2, coração; 3, aorta maioria dos Lepidopteros, (De Weber 1933, Lehrb. Entom., fig. 426 b, segundo Brocher, Lacerda cop.). porém, os gânglios meso e metatoráxicos fundem-se numa só massa ganglionar e no abdome vêem-se apenas quatro gânglios. Várias mariposas apresentam, de cada lado da parte basal do abdome, um órgão timpânico (tympanum), comparável ao dos gafanhotos (fig. 24). Em Noctuidae, tais órgãos ocupam os lados do metatórax, adiante do 1º espiráculo abdominal; em outras mariposas, porém (Pyralidoidea, Geometroidea, Uranioidea), êles se acham no 1º urô-
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mero, precedendo o 2° espiráculo, sempre, porém, constituidos por uma cripta, tendo no fundo uma membrana timpânica, à qual se acham presos órgãos cordotonais, em relação com um nervo, que termina no gânglio metatoráxico. A estrutura dêsses órgãos e o resultado das experiências de EGGERS - que os estudou especialmente - parecem indicar, que são particularmente sensíveis ao som e talvez a outras vibrações do ar. Por serem, entretanto, pouco desenvolvidos ou mesmo ausentes em fêmeas ápteras, talvez estejam relacionados com as vibrações de ar que se produzem com o vôo, funcionando, provàvelmente, como órgãos propriocetivos. É interessante assinalar W. que as borboletas do gênero Ageronia, bem coW. nhecidas pelos estalidos característicos que produzem, não possuem órgãos timpânicos. Na parte bibliográfica menciono as principais Fig. 24 - Corte horizontal (esquemático) de parte do obras que tratam dos órtórax e do abdome, através do órgão timpanico, de uma espécie de Catocala (Noctuidae); abd. W, orelha abdominal; gãos timpanais, dos deGI, camara timpanica, parte externa; GII, camara timmais órgãos dos sentidos panica, parte interna; L, lamela cuticular; Mp, metafragma; N, nervo timpanal, em relação com a lamela e com e do sistema nervoso. o órgão cordotonal (linha formando um angulo obtuso em Aparelho reprodutor do cujo vértice se prende o respectivo ligamento suspensor, com a outra extremidade fixada à parede toráxica); Tb, saco macho - Nos Lepidópteros aéreo traqueal; thor. W, orelha toráxica (De Weber, 1933, primitivos (Hepialoidea) Handb. Entom., fig. 297 a, segundo Eggers, C. Lacerda cop.). vêem-se os dois testiculos livres, cada um envolvido pela respectiva membrana escrotal. Nos demais, porém, os testículos fundem-se mais ou menos completamente, ficando encapsulados sob u m scrotum c o m u m (fig. 25 T). Os dois canais deferentes, depois de um trajeto relativamente fino, apresentam uma dilatação (vesicula seminal) (fig. 25, V. def.). à qual se segue uma parte fina e, finalmente, a porção terminal, que
LEPIDOPTERA
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se une à do lado oposto, na base do canal ejaculador comum (fig, 25, ej). A parte livre desta porção recebe um longo divertículo filamentoso (fig. 25, S), aparentemente de natureza glandular, considerado pelos antigos autores como uma glandula mucipara acessória, Segundo RUCKES, entretanto, trata-se de processos cuja estrutura, não tipicamente glandular, parece indicar que funcionam como vesiculas seminais, isto é servindo apenas como receptáculos dos espermatozóides. O canal ejaculador termina, na base do pênis, num bulbo (bulbus ejaculatorius), que facilita a expulsão do esperma. Aparelho reprodutor da fêmea (fig. 26). Cada ovário é constituído por quatro ovariolos (às vêzes, em maior número) politróficos, isto é com os oócitos acompanhados das celulas nutridoras dentro do respectivo foliculo. Como já tive o ensejo de dizer, há nos Jugados, no 9° esternito, um poro genital único, no qual se abre a vagina. Esta se acha em relação, na parte dorsal, com a espermateca ou receptáculo seminal. Nos demais Lepidópteros observa-se a disposição assim descrita por HENNEGUY ("Les insectes"):
Fig. 25 - I, 2, 3, figuras esquemática mostrando os principais tipos de testículos; 4, aparelho reprodutor do macho; ej, canal ejaculador (ductus ejaculatorius); S, órgãos acessórios; T, testículos; v. def, parte dilatada (vesícula seminal) dos canais ou vasos deferentes (vasa deferontia) (De Weber, 1933, Handb. Entom. fig. 446, segundo Roepke, C. Lacerda cop.)
"Les Lépidoptères presentent une disposition Spéciale de la poche copulatrice dont l'importance a été établie particulièrement chez le Bombyx mori par BALBIANI (1869). Le réceptacle séminal et la poche copulatrice s'ouvrent séparément dans le vagin et, (fig. 26) oe nutre, la poche copulatrice communique au dehors par un canal propre ou canal copulateur. La poche copulatrice est ovoide ou pyriforme; elle est constituée par une membrane anhiste, épaisse et résis
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tente, tapissée intérieurement d'une couche de cellules aplaties; elle ne présente pas trace de tunique musculaire. Le canal séminifère, qui fait communiquer la poche avec le vagin, possède au contraire une couche de fibres annulaires striées qui, par leur contraction, pouvent oblitérer sa lumière. Lors de l'accouplement, les spermatozoides sont introduits dans la poche copulatrice par le canal copulateur; à ce moment, le canal séminifère est fermé. Plus tard seulement ce canal s'ouvre, les spermatozoïdes traversent le vagin et se rendent dans le réceptacle séminal. Or, CRIVELLI avait remarqué que, chez le Bombyx mori, des mâles atteints de la Pébrine peuvent, porvu qu'ils s'accouplent avec des femelles saines, féconder les oeufs sans leur communiquer les corpuscules de la maladie. CORNALIA expliquait ce fait en supposant que le micropyle de l'oeuf était trop étroit pour livrer passage aux corpuscules. BALBIANI a montré que le diamètre du micropyle est suffisant pour laisser passer les corpuscules de la Pébrine, mais que ceux-ci restent dans le poche copulatrice et que les spermatozoïdes seuls se rendent dans le réceptacle séminal. Ce fait est du à ce que la poche copulatrice est dépourvue de tunique musculaire et que c'est de leur propre mouvement que les spermatozoïdes sains passent dans la réceptacle séminal. Quant aux corpuscules de la Pébrine, la poche copulatrice joue vis-à-vis d'eux le rôle d'un organe de rétention. La découverte de BALBIANI présente un grand intérêt pratique. Elle montre que dans la sélection de la graine du Ver à soie, par le procédé de grainage cellulaire indiqué par PASTEUR, il suffit d'examiner le corps de la femelle pour y rechercer les corpuscules de la Pébrine, puisque le mâle ne peut infester les oeufs". 4. Dimorfismo sexual - Polimorfismo. - Os Lepidópteros, como quaisquer animais, podem também apresentar, além dos caracteres que se manifestam na genitália, caracteres sexuais secundários, mediante os quais se pode fàcilmente distinguir um do outro sexo.
Em multas espécies tal distinção reside quasi que exclusivamente na conformação do abdome, cilindróide no macho, ovóide ou piriforme e geralmente mais dilatado na fêmea, mormente quando esta é portadora de ovos bem desenvolvidos. Na maioria das espécies, a fêmea é maior ou mais robusta que o macho (dimegetismo). Este, entretanto, quase sempre, apresenta côres e desenhos mais vistosos que os da fêmea. Tratando das asas tive o ensejo de referir o dimorfismo observado em espécies cujas fêmeas se apresentam com as asas reduzidas ou inteiramente abortadas (Geometroidea).
LEPIDOPTERA
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Citei também o caso dos Psiquídeos, com fêmeas larviformes, vivendo escondidas em estojos ou casas de aspeto caracteristico (bichos de cêsto). Além dêsses casos extremos de dimorfismo sexual, relativos ao desenvolvimento das asas, há a considerar também diferenças mais ou menos notáveis na conformação dêsses órgãos (apêndices caudiformes mais ou menos conspícuos). Todavia os casos mais frequentes de dimorfismo alar referem-se à côr e ao desenho das asas (dicromismo). Realmente as diferenças de colorido nos individuos de ambos os sexos às vêzes são tão grandes que, se o inseto n ã o fôr conhecido, é pos- Fig. 26 - Aparelho reprodutor da fêmea de Bombyx mori; c e cc, orifício para a cópula e canal copulador; ef, sivel ver-se, nas duas for- dueto da espermateca; es, canal comunicando a bôlsa copuladora com a vagina; g, glandula da espermateca; Ge, mas, espécies diferentes. glandula coletérica; o, ovarios; ov, vagina; pc, bôlsa coEm muitas borboletas puladora; Rs, espermateca (receptáculo seminal); v, orificio as diferenças sexuais se da vagina (vulva), para a saída dos ovos. As flechas indicam o trajeto seguido pelos espermatozóides (De Henneguy, evidenciam pelo aspecto 1904, Les insectes, fig. 192, segundo um desenho inedito de Balbiani, C. Lacerda cop.). das pernas, principalmente do par anterior. Nas mariposas as antenas são geralmente mais conspícuas ou ornamentadas nos machos. Nas fêmeas são filiformes ou simples mente denteadas, naqueles distintamente pectinadas. Excepcionalmente (Arrhenophanidae) observa-se o inverso, isto é, a fêmea com antenas mais fortemente pectinadas que nos machos (fig. 90). Além do dimorfismo sexual, observa-se nos Lépidopteros o chamado dimorfismo ou polimorfismo unisexuado, havendo então dois ou mais tipos de individuos para um ou para os dois sexos. Conhecem-se várias espécies que, na mesma época e na mesma região, apresentam asas cujos desenhos e contornos variam conside-
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rávelmente, sendo assim representadas por formas mais ou menos numerosas, capazes de se entrecruzar. Tais casos de pecilandria ou de pecilogenia hipertélica (hipermorfismo) nenhuma relação têm com os de dimorfismo e polimorfismo sasonal (oramorfismo), de ocorrência relativamente comum nos paises de clima temperado, com estações bem distintas, nos quais, numa mesma espécie, o macho ou a fêmea, ou ambos, são representados por formas da primavera e do verão bem diferentes, resultantes da influência dos vários fatôres do meio (temperatura, luz, estado higrométrico do ar, regime alimentar) sôbre o desenvolvimento das lagartas e das crisálidas. O assunto tem sido estudado por vários pesquisadores nas regiões em que espontâneamente ocorre tál espécie de dimorfismo, abrangendo também tais estudos a investigação experimental, efetuada com lagartas e crisálidas de cada geração, submetidas principalmente ao aquecimento ou ao resfriamento em determinados períodos do desenvolvimento. Os resultados de tais experimentos devem ser acompanhados desde os trabalhos clássicos de BERCE (1887), DORFMEISTER (1864), WEISMANN (1875) e STANDFUSS (18951898)), até os mais recentes estudos de SÜFFERT. Conseguiram os autores obter individuos que, comparados com as formas normais, são verdadeiras alotropias, perfeitamente semelhantes aos encontrados na natureza e considerados como "aberrações". Devo também aqui referir que lagartas e crisálidas de tipo normal, quando criadas em meio artificial o mais aproximado possivel do clima em que vivem as raças geográficas diferentes daquele tipo, podem dar individuos aberrantes com todos os caracteres dessas raças (experiências de PICTET). 5. Ginandromorfismo - Intersexualidade. - Um fenômeno que acidentalmente ocorre nos insetos, porém talvez mais frequentemente nos Lepidópteros, é o que se conhece como ginandromorfismo, t a m b é m designado hermafroditismo lateral. Ginandromorfos são individuos que apresentam numa parte do corpo - geralmente numa das metades - todos os caracteres primários ou secundários de um sexo e na outra os do sexo oposto.
LEPIDOPTERA
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Observa-se também frequentemente em certos Lepidópteros a intersexualidade. Trata-se de indivíduos (intersexuados) que, até certo período de desenvolvimento, possuem os caracteres de um sexo, os quais são depois substituidos pelos do sexo oposto; e quanto mais precocemente se realiza a mudança, tanto mais acentuado será o grau de intersexualidade. Daí se dizer que um ginandromorfo é um mosaico sexuado no espaço e um intersexuado u m idêntico mosaico no tempo. Para o estudo do ginandromorfismo e fatôres que o determinam devem ser consultados os trabalhos de LENGERKEN (1928), de GOLDSCHMIDT e KATSUKI (1931), de COCKAYNE (1935) e KATSUKI (1935). O fenômeno da intersexualidade nos Lepidopteros, também estudado por vários autores, tornou-se principalmente conhecido graças às investigações realizadas por GOLDSCHMIDT e seus colaboradores com a Lymantria dispar, condensadas numa série de contribuições, das quais, as mais interessantes, são citadas na parte bibliográfica relativa a êsses fenômenos. Uma revista dos trabalhos dêsse autor encontra-se no artigo por êle publicado em 1932 (Quart. Rev. Biol.). 6. Reprodução - Cópula - Os Lepidopteros que não se alimentam na fase adulta, e, por isso, têm pouco tempo de vida nessa fase, copulam uma vez apenas, imediatamente após terem saído da crisálida. Os demais Lepidopteros podem copular muito tempo depois. Os machos podem fecundar sucessivamente duas ou mais fêmeas; estas, porém, geralmente são monocárpicas. A cópula das borboletas efetua-se, na maioria das vêzes, ao sol a pino ou com a temperatura elevada, com os insetos em vôo ou pousados, ficando, neste caso, em posições diametralmente opostas (a cópula das mariposas da família Psychidae efetua-se de modo singular, que será descrito quando tratar dêsses insetos). O coito pode ser rápido (alguns minutos) como nas borboletas, ou prolongar-se por várias horas. Na aproximação dos sexos, como já vimos, desempenha papel saliente o odor da secreção das glándulas de certas áreas do corpo, mais ou menos densamente revestidas de escamas especiais (plumulas), situadas na extremidade do abdome das fêmeas, nas asas (androconia), na base do abdome e em outras regiões do corpo dos machos.
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7. Partenogenese. - Normalmente os Lepidópteros reproduzem-se por anfigonia (gamogenese). Entretanto, não é raro observar-se a reprodução asexuada ou partenogenese. Esta pode ser acidental, facultativa, de tipo deuterótoeo ou anfiterótoco (dando indivíduos dos dois sexos), resultante de um dimorfismo ovular, genética e citológicamente verificado nos Lepidopteros. Nos Psiquídeos e em alguns outros Lepidopteros, que apresentam acentuado dimorfismo sexual, a reprodução agâmica ocorre como um fenômeno frequente ou normal. SEILER (1923) verificou, em espécies de Solenobia (Tineidae-Talaeporiinae), a existência de duas raças, uma que se reproduz por partenogênese telitoca indefinida, outra bisexuada, esta às vêzes rara em certas regiões. É interessante consignar que os ovos postos pelas fêmeas virgens da raça bissexual não se desenvolvem. Numa espécie de Orgya (Lymantriidae), que apresenta também grande dimorfismo alar, com fêmeas micrópteras, PICTET (1924) observou fêmeas de dois tipos, umas maiores, obrigatóriamente partenogenéticas, outras menores, sexuadas, ambas, porém, oriundas de ovos de uma mesma postura, da qual nascem também machos. 8. Postura - Lepidópteros primitivos deixam cair os ovos no solo; as demais espécies procuram sempre o habitar das respecrivas lagartas para aí, ou nas proximidades, efetuar a postura. Excetuando as espécies cujas lagartas têem regime alimentar especial (predadoras de Coccideos, comedoras da cêra das colmeias ou da que é secretada por alguns Fulgorídeos, roedoras de chifre e as que vivem no pêlo das preguiças ou que devastam tecidos de pelos animais (traças), os Lepidopteros, em sua maioria, por terem larvas fitófagas, põem os ovos sôbre partes vivas ou mortas das plantas, geralmente grupados em placas mais ou menos extensas (ooplacas), às vêzes protegidas por pelos destaeados do abdome da fêmea. Raramente observam-se posturas endofíticas, feitas por fêmeas providas de ovipositor perfurante. O numero de ovos postos por uma fêmea, dependendo naturalmente da espécie e do individuo, varia de dezenas a alguns milhares de ovos. As posturas ou são feitas de uma só vez ou parceladamente.
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Os ovos dos Lepidopteros Jugados e de alguns Frenados dos mais primitivos (Cossidae) são esféricos. Os dos grupos mais elevados, porém, podem ser esferóides, elipsóides, fusiformes, lenticulares e, às vêzes, fortemente deprimidos. A superfície do corion é geralmente marcada de caneluras ou linhas salientes, formando ou não retículo, de tubérculos, grânulos ou pontos mais ou menos profundos. A côr dos ovos também varia nas espécies, ora críptica, ora mais ou menos vistosa ou brilhante, frequentemente nacarada. No pólo livre vê-se a micropila, orificio por onde penetra o espermatozóide para fecundá-lo. Nos ovos achatados ou lenticulares a micrópila se acha na margem externa. Em quase tôdas as espécies o aspecto dos ovos é o mesmo em ambos os sexos. Todavia, em algumas espécies notàvelmente dimórficas, é possível reconhecer-se o sexo do futuro inseto pelo tamanho dos ovos: os das fêmeas, maiores que os dos machos. A duração do desenvolvimento embrionário, dependendo, evidentemente, da época em que o mesmo se processa e da espécie do ôvo, pode ser muito rápida (cêrca de 48 horas) ou demorada. Normalmente, porém, realiza-se entre alguns dias e cêrca de um mês.
Fig. 27 - Curvas do desenvolvimento de duas mariposas: I, Bombyx mori; II, Euproctis chrysorrhoea (Lymantriidae). O eixo x x' é dividido em meses, o eixo y y' cruza o eixo x x' no momento da eclosão do ovo; F, momento da postura; N, período pupal; A, período do estado adulto (De Henneguy, Lesinsectes, fig. 404, C. Lacerda cop.).
Nos países de inverno rigoroso os Lepidopteros, em sua maioria, hibernam sob a forma larval ou na fase pupal. Várias espécies, porém,
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mantêm-se em estado de vida latente mediante os ovos. Sabe-se, aliás, que êstes podem suportar, sem morrer, temperaturas de (+) 50º ou mesmo ( + ) 60 ° e ( - ) 40 ° centígrados. Durante a hibernação cessa o desenvolvimento embrionário para se reiniciar na primavera seguinte. Ocorre, pois, uma diapausa embrionária, que, no classico exemplo das raças univoltinas do Bombyx mori (fig. 27), se prolonga num período de 10 meses, muito mais longo, portanto, que os períodos larval, pupal e imaginal reunidos (v. DUCLAUX e UMEYA, 1926). Para o estudo da embriogenia dos Lepidopteros recomendo a leitura dos trabalhos de EASTHMAN (1937) e SEHL (1931). 9. Viviparidade. - Raramente observada nos Lepidópteros. KUSNEZOV assinalou a ocorrencia do fenomeno em varias borboletas da Russia. SCOTT, na Australia, encontrou uma espécie vivipara (Tinea vivipara). Entre nós, FRITS MUELLER referio uma especie de Tinea, não determinada, que é tambem vivipara 10. Hábitos dos Lepidopteros adultos. - Os Lepidópteros de peças bucais rudimentares, não podendo alimentar-se na fase adulta, pouco tempo têm de vida nessa fase. Os que têm espiritromba mais ou menos desenvolvida, em laboratório, podem manter-se vivos durante meses (6 meses numa observação de DOLLEY com borboletas do gênero Vanessa). Normalmente, porém, a longevidade dêsses Lepidopteros não excede de algumas semanas. Devido aos hábitos fitófagos da lagarta, os Lepidopteros adultos, em sua maioria, pouco se afastam dos lugares que têm as plantas em que se criam, e geralmente se alimentam do néctar das flores ou de outros sucos vegetais. Excecionalmente, talvez por escassez do alimento habitual, ou por outra causa qualquer, tem-se observado mariposas sugando fezes, a secreção ocular de cavalos e outros animais, ou outras substâncias de natureza animal (v. SHANNON). Os hábitos e os vários tropismos observados em algumas espécies têm sido estudados nestes ultimos tempos em muitos trabalhos. Na bibliografia respectiva cito alguns dos mais importantes, jun
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tamente com os que se referem à ecologia e etologia das lagartas e das pupas ou crisálidas. Acham-se também aí citados os principais trabalhos relativos ao gregarismo e tendências migratórias dos Lepidopteros, inclusive
Fig. 28 - Bandos de borboletas emigrantes (Pierideos) na margem de um rio de Santa Catarina (Fritz Hoffmann foto.).
as mais recentes contribuições de WILLIAMS, incontestavelmente a maior autoridade atual no assunto. Sôbre migrações de borboletas no Brasil, já assinaladas no famoso livro de BATES, recomendo a leitura do artigo de GOELDI (1906).
Fig. 29 - Lagarta de Bombyz mori; 1, cápsula cefálica (cabeça); 2, espiráculo protoráxico; 3, espiráculos abdominais; 4, pernas anais (postpedes); 5, pernas abdominais; 6, pernas toráxicas. (C. Lacerda del.).
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E m nossa terra, como em outros países, os bandos de Lepidopteros emigrantes são geralmente constituidos por d e t e r m i n a d a s borboletas da família Pierididae. Os pousos prediletos para êsses bandos
Fig.30 - A mesma lagarta da fig. 29, com o corpo aberto, vendo-se os principais orgãos internos; 1, glanglio infraesofagiano; 2, cérebro; 3, stomodaeum; 4, glandulas sericigenas; 5, mesenteron; 6, vaso dorsal; 7, tubos de Malpighi; 8, proctodaeum; 9, anus; 10, troncos traqueais em relação com os espiráculos (C. Lacerda del.).
migratórios são as praias arenosas dos rios, como se pode observar na fotografia da figura 28, que me foi gentilmente enviada de Santa Catarina pelo Sr. FRITZ HOFFMANN.
Lagartas 11. Aspecto geral. - As larvas dos Lepidopteros são cilindróides, moles, eucéfalas, geralmente providas de pernas toráxicas e de pares de curtos apêndices carnosos abdominais, que funcionam t a m b é m como órgãos locomotores (figs. 29 e 35). O aspecto de tais larvas é tão característico que para elas há, em tôdas as linguas: u m a designação vulgar, Nós as c h a m a m o s lagartas, designação oriunda da palavra lacerta, que aliás não significa própriamente lagarta e sim lagarto, lagartixa. Os latinos conheciam as lagartas pelo nome - eruca. Daí, em linguagem técnica, serem elas conhecidas como larvas eruciformes. Há outros insetos (da ordem Panorpatae e Hymenoptera, da sub ordem Chalastogastra), cujas larvas são também eruciformes; essas, porém, se distinguem das verdadeiras "lagartas" principalmente por possuirem mais de 5 pares de pernas abdominais, o máximo observado na quase totalidade dos Lepidopteros.
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12. Anatomia externa. - Cabeça (figs. 31 e 32) - É constituida por uma cápsula fortemente esclerosada, geralmente polida, perfeitamente distinta do resto do corpo, principalmente por ser mais pigmentada, porém, mais ou menos retráctil na parte anterior do tórax. Na maioria das espécies sutura epicraneana divide superiormente a cápsula cefálica em duas calotes, às vêzes bem separadas. As antenas são extremamente reduzidas, exceto em Eriocephalidae, tendo, no máximo, 3 segmentos, sendo os dois distais providos de sensílios. Há, de cada lado, 6 ocelos punctiformes, geralmente 5 em semicírculo e um isolado, este às vêzes ausente. Excetuando as lagartas mineiras, que têm a cabeça mais ou menos prognata, as demais lagartas são hipognatas, tôdas, porém, com as Fig. 31 - Cabeça de Bombyx mori; ant, antena; peças bucais de tipo mastiF, fiandeira ("spinneret'); Lab, labium; Labr, labrum; Man, mandíbula; Max, maxila; Ment, mento; gador. Oc, ocelos; Plb, palpo labial; Pmx, palpo maxilar (C. As mandíbulas, curtas, Lacerda del.). robustas, córneas, geralmente de bordo livre denteado, são adaptadas para o corte e trituração de tecidos. Maxilas quase sempre sem gálea, porém providas de palpo muito pequeno, de 3 a 2 segmentos; labium, com os respectivos palpos ainda mais reduzidos que os maxilares, apresentando, na parte livre (prementum), em relação com o hipofaringe, um orifício (fiandeira, "spinneret") através do qual é expelido o fio de sêda, aliás constituído por 2 fios colados (fig. 31). Toráx. - Com os 3 segmentos mais ou menos igualmente desenvolvidos. O protórax quase sempre apresenta uma placa tergal esclerosada (escudo protoráxico ou cervical), mais extensa que a dos outros somitos toráxicos.
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Várias
lagartas
desenvolvidas. de
pernas
apresentam
Cada
um
cônicas,
desempenham,
dos
robustas
como
as
placas
pleurais
segmentos
toráxicos
(pernas
toráxicas
abdominais,
papel
mais
ou
apresenta
ou
menos um
par
verdadeiras),
que
saliente
na
locomoção.
Figs. 32 (da esquerda) e 33 (da direita) - Cápsula cefálica da lagarta de Platyedra gossypiella; Aa, ponto (sensório) anterior; A1, A2, A3, cerdas anteriores; Adfa, ponto (sensório) adfrontal; Adf1, Adf2, cerdas adfrontais; AdfR, ruga ou crista adfrontal; AdfS, sutura adfrontal (entre as duas o esclerito adfrontal); E1 E2, cerdas clipeais ou epistomais; Fa, furos ou pontos (sensílios frontais); I, II, III, IV, V, VI, ocelos 1, 2, 3, 4, 5, 6; F1, cerda frontal; Ga, furo ou ponto genal, G1, cerda genal; La, furo ou ponto (sensílio) lateral; L1, cerda lateral; LR, ruga ou sutura longitudinal; Oa, ponto ocelar; O1, O2, O3, cerdas ocelares 1, 2 e 3; Pa, ponto posterior a; Pb, ponto posterior b; P1, P2, cerdas posteriores; Soa, ponto subocelar; So1, So2, So3, cerdas subocelares 1, 2 e 3; x, y, z, pontos (sensílios) ultra posteriores (De Dyar, 1917, Jour. Agric. Res., 9.364, fig. 6, C. Lacerda cop.).
Esta
se
faz,
principalmente,
por
movimentos
ondulatórios
do
corpo,
de trás para diante (fig. 34). A
perna
qualquer
de
inseto,
robusta
Abdomen. (segmento
o
apresenta mais
os
segmentos
reduzidos.
O
da
tarso
perna
termina
de
numa
os qual
11 3 pode
segmentos ultimos, também
abdominais
que
formam
apresentar
são
um
igualmente
segmento
uma
placa
unico
esclerosada
supranal).
maioria
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Os
exceto
anal),
(placa Na
que
lagarta muito
garra.
desenvolvidos, tergal
uma
porém,
das até
lagartas
certo
ha
ponto,
5
pares
as
patas
de do
pernas
não
elefante
segmentadas,
(pernas
abdo-
LEPIDOPTERA
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minais, mamelonadas, membranosas ou falsas pernas), apensas ao 3º, 4º, 5º, 6° e ultimo urômeros. O numero de pernas abdominais pode ser inferior ou superior ao referido. Assim, as lagartas de várias mariposas da familia Noctuidae só apresentam 3 pares de pernas abdominais, nos segmentos 5º, 6° e ultimo. Nas bem conhecidas lagartas geometras ou mede palmo, da superfamilia Geometroidea, a redução é ainda maior, pois só apresentam 2 pares, nos segmentos 6 ° e ultimo (fig. 34,b, 1-4). Nas lagartas de vários Notodôntideos as per- Fig. 34 - Figuras esquemáticas para se ver como se processa o delocamento de uma lagarta; em a, uma lagarta comum; em b, uma lanas do ultimo par, gartarta superfamília Geometroidea (De Weber, 1933, Lehrb. Entom. fig. 223, C. Lacerda cop.). também conhecidas como pernas anais, não funcionam como órgãos locomotores e se modificam em apêndices mais ou menos conspicuos, não raro de aspecto bizarro. As lagartas de muitos Microlepidópteros das superfamílias Nepticuloidea e Tineoidea, que minam o parenquima foliar ou o pericarpo, e as de vários Psiquideos, apresentam-se sem pernas abdominais ou mesmo completamente ápodas. Nas lagartas das mariposas da família Megalopygidae, além das pernas abdominais situadas nos segmentos 3-6, há mais 2 pares da saliências ventrais suplementares, nos segmentos 2 e 7, desprovidas, porém, de ganchos. As lagartas das mariposas das famílias Eucleidae e Dalceridae, além de ornadas de processos dorsais que lhes dão aspecto caracteristico, apresentam, na face ventral, curtas saliências carnosas, re-
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trácteis, que as prendem firmemente como lesmas à superficie sôbre a qual se deslocam. A parte livre de uma perna abdominal (planta ou sola), arredondada, escavada ou bilobada, funciona como ventosa e apresenta ganchos adesivos mais ou menos numerosos (ausentes nas lagartas mineiras), que formam uma coroa periférica, circular ou eliptica, completa ou incompleta (fig. 35). Baseando-se na disposição e tamanho dos ganchos, FRACKER (1915) aplicou vários nomes aos diversos tipos observados, os quais podem ser apreciados na figura 36. 13. Quetotaxia. O tegumento das lagartas apresenta aspecto e côr variàveis segundo a espécie e, na mesma espécie, segundo o instar evolutivo. Há lagartas que se apresentam aparentemente glabras ou revestidas de tênue pubescencia. Quase tôdas, porém, são mais ou menos pilosas ou espinhosas, com as cerdas ou espinhos simétricamente dispostos em grupos ou formando tufos, em várias espécies em relação com glândulas hipodérmicas secretoras de substância urticante ou peçonhenta (pêlos urticantes). Na parte especial referirei as lagartas de pêlos urticantes que causam acidentes mais sérios em nosso pais; a respectiva bibliografia acha-se na parte geral relativa a lagartas urticantes. A quetotaxia, isto é, o arranjo ou mapa das cerdas na cabeça e nos demais segmentos do corpo é da máxima importância quando se faz a classificação ou a determinação dos Lepidópteros pelas respectivas lagartas. Na nomenclatura das cerdas ou espinhos, sempre implantados em determinados pontos, foram propostos vários sistemas de notação, inclusive por têrmos latinos, como o fêz SCHIERBECK (1916, 1917).
Fig. 35 - Perna abdominal de Bymbyx mori e respectivos ganchos ou garras (C. Lacerda del.).
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Os autores modernos, porém, em sua maioria, a d o t a m integralmente o proposto por FRACKER, no qual são designadas pelas letras
Fig. 36 - Vários tipos de ganchos ou garras observados nas pernas abdominais; 1, uniordinais, em penelipse lateral (Psyehidae); 2, uniordinais, em mesossérie (Noctuidae); 3, biordinais, em mesosérie (Saturniidae); 4, triordinais; em penelipse mesaI (Pyralididae); 5, em círculo multisseriaI (Acrolophidae); 6, biordinais, em pseudo círculo (Drepanidae); 7, em faixa transversal (Aegeriidae) (De Fracker, 1915, Illin. Biol. Monogr., figs. 85, 105, 106, 98, 96, 97 e 99, C. Lacerda cop.).
gregas, as 12 cerdas primárias de cada segmento, isto é, as que se encontram na lagarta do lº instar. Nas figuras 37 e 38 vêem-se as notações usadas por FRACKER e por FORBES e no quadro junto a correspondência das mesmas com as empregadas por outros autores.
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MESOTÓRAX
FRACKER
DYAR, 1 8 9 5
E
METATÓRAX
DYAR, 1 9 0 1
ia ib
alpha ........................ beta ........................ (gamma) ................. delta ...................... epsilon .................... rho ......................... (theta) ..................... kappa ..................... (eta) ...................... (mu) ...................... pi ........................... nu ...........................
QUAIL, 1 9 0 4
i
i
ii
ii
_
_
_
o ii a ii b iii iv v o vi o
o iii iv va v vb o vi o
o iii a iii iv v vi o vii o
(omega) ...................
_ _
sigma ....................
viii
tau .........................
(FRENATAE)
_ _ _
FORBES, 1 9 1 0
1a ib x o ii a ii b iii iv v o vii o
_ _ _
_ix viii
O parênteses indica que a cerda é subprimária na região do corpo. "o" indica ausência da cerda na região. "−" indica que o autor não menciona a cerda. A B D O M E N MÜLLER, 1886
DYAR. 1895
DYAR, 1901
Frenatae
Frenat ae
QUAIL, 1904
FORBES, 1910
FRACKER
Nymphalidae 1º e s t a d i o
alpha ...........
1
beta ............... (gama) ........... delta ........ epsilon ........ rho ............ (theta) ...... kappa ........
2 0 o
eta ............ (mu) ......... pi ............. nu ............. tau ............. (omega) ..... sigma .........
− 3 0 4 5 0 6 6
− 0
−
i ii
i ii
Frenatae
i ii X
−
o iii a iii o iv v vi vii vii vii ix viii
o iii a iii iv v vi o vii vii vii ix viii
−
−
o iii a iii o iv v vi vii vii vii
o
o iii a iii o iv v vi vii vii vii
−
viii
iii o iv v bv vi vi vi
− −
Jugatae
1 ii
−
_
Frenatae
− −
i ii
Além das cerdas primárias, podem aparecer, no 2° instar, quatro outras cerdas: chamadas subprimárias, porém tidas como primárias, porque também se localizam em determinados pontos.
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As demais cerdas, não situadas em posição constante, são as chamadas cerdas secundárias. Nas lagartas dos Lepidópteros mais generalizados cada cerda se insere em pequena papila, não raro substituida por diminuta área esclerosada, provida de curto pelo (pinaculum). A cerda pode t a m b é m estar prêsa a um tuberculo,mais ou menos saliente (chalaza) (fig. 38, 1). Nas lagartas dos Lepidópteros mais adiantados, ao se sucederam as ecdises, além de modificações consideráveis que se verificam na côr geral, as cerdas primárias podem ser substituidas por tufos de tinas cerdas, inseridas numa elevação (verrucae) (fig. 38, 2), ou por conspícuos processos armados de cerdas Fig. 37 - Mapa da distribuição dos 12 tubérespinhosas (scolii) (fig. 38, 4). culos setíferos primários e dos 3 subprimários mais O nome verricula é aplicado por comuns. Em elipses pontilhadas a posição do espiráculo protoráxico (a) e do espiraculo abdominal FRACKER para um denso tufo de (b). Em letras gregas a terminologia de Fracker; cerdas eretas, modificações de em letras comuns, entre parênteses, a de Forbes De Fracker, 1915, Illin. Biol. Monogr. 2: est. 1-1, uma verruca ou de um scolus C. Lacerda cop.). (fig. 38, 3). 14. Coloração. - As lagartas que não vivem expostas á luz, como as que se desenvolvem dentro de frutos ou de sementes, geralmente são de côr esbranquiçada ou amarelada, às vêzes, porém, com áreas avermelhadas mais ou menos extensas. De côr rósea são também algumas lagartas, brocas de caule ou de raízes. As que atacam raízes, porém vivendo enterradas no solo, quase sempre são de côr acinzentada ou esverdeada escura, semelhante à da terra. As demais lagartas exibem côres pigmentares as mais variadas. Essas variações de coloração, geralmente consideráveis e podendo ocorrer em lagartas de uma mesma espécie, dependem do estado de desenvolvimento das mesmas, do alimento que ingerem, da estação
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do ano em que se desenvolvem e, em certos casos, da luz refletida pelo meio em que vivem. Desde os trabalhos de POULTON, bem conhecidos pelas experiências sôbre as côres das lagartas, muito se tem escrito relativa-
Fig. 38 - Principais tipos de cerdas ou. espinhos das lagartas: 1, calaza típica (Arctiidae), 2, verruca típica (Arctiidae); 3, verrícula típica (Noctuidae); 4, dois tipos de scolus (Nymphalidae (De Fracker, 1915, Illin. Biol. Monogr., figs. 90, 88, 91, 73 e 74, C. Lacerda cop.).
mente à natureza e à origem das côres pigmentares, não só das lagartas, como dos Lepidópteros adultos. Na parte bibliográfica referente à coloração nos Lepidópteros, menciono alguns dos trabalhos mais interessantes. Poder-se-à ler, entretanto, uma revista geral da questão no interessante artigo de GEROULD (1927).
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Frequentemente encontram-se lagartas que, pelas atitudes que assumem ou pelas côres que apresentam, ou se tornam inaparentes no meio que habitam, geralmente simulando galhos, flores ou outros seres e oferecendo-nos belos exemplos de homocromia e mimetismo,
Fig. 39 - Areas coloridas de uma lagarta da família Noctuidae; a, aspecto lateral; b, aspecto dorsal; AD, área dorsal; ASubd, área subdorsal; ASup, área supraespiracular; FSub, faixa subespiracular (De Crumb, 1929, U.S. Depart. Agric., Tech. Bull., 88 fig. 3, C. Lacerda cop.).
que rivalizam com os dos insetos alados, ou, ao contrário, ficam perfeitamente visíveis, porém, com aspecto repulsivo ou aterrorizador (lagartas terrificantes). Para se ter uma idéia de tais lagartas, quase sempre lembrando o facies de uma serpente, apresento, na parte relativa a Sphingidae, a cópia de uma estampa de MILES MOSS (1920). Nas lagartas, como nas asas dos Lepidopteros adultos, além de máculas, faixas ou desenhos, espalhados pelas várias regiões do corpo, há a considerar a presença ou ausência de faixas ou linhas longitudinais, de côr escura ou negra, localizadas em áreas designadas nas descrições específicas por nomes especiais (fig. 39). Ao espaço compreendido entre as duas linhas subdorsais, dividido pela linha vascular em duas subregiões, dá-se o nome de região dorsal e ao compreendido entre a subdorsal e a estigmática - região lateral ou subdorsal; a área situada abaixo das linhas estigmáticas é a região ventral. 15. Anatomia interna. - (fig. 30) - Tubo digestivo - O intestino anterior, pouco extenso, é constituido por um esôfago curto, que se dilata posteriormente em papo mais ou menos desen-
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volvido, seguido de um proventrículo musculoso, porém com a intima desprovida de dentes. O intestino médio (mesenteron), que abrange quase tôda a extensão do tubo digestivo, é cilindrico e retilíneo. O intestino posterior é sempre muito curto. Como nos insetos adultos, há 6 tubos de Malpighi em relação com 2 ductos excretores, que desembocam de cada lado do intestino. Nas lagartas dos Lepidópteros Jugados a extremidade distal de cada tubo é livre, flutuando na cavidade geral. Nos Frenados, porém, penetra sob a túnica muscular do proctodaeum, até a íntima, disposição essa que, segundo HENSON e ISHIMURA, permite a absorção da água nessa parte do intestino e, consequentemente, o dessecamento das fezes. O tubo digestivo das lagartas, funcionando para a digestão de alimentos sólidos e, portanto, apresentando constituição análoga à do que se encontra nos insetos mastigadores, modifica-se completemente durante a ninfose e se transforma no tipo essencialmente sugador, caracteristico do inseto adulto. As figuras esquemáticas de SNODGRASS (fig. 44) mostram claramente essas transformações. Aparelho respiratório - Quase tôdas as lagartas respiram o ar livre através de 9 pares de espiráculos ou estigmas respiratórios, um protoráxico e os demais nos 8 primeiros segmentos abdominais. Relativamente à disposição das traquéias no corpo das lagartas (traqueação), recomendo a leitura do resumo feito por SNODGRASS (1935 - Principles of Insect Morphology 433-439). As lagartas de alguns Piralideos são aquáticas e respiram o oxigênio do ar dissolvido nágua, mediante traquéo-bránquias filamentosas (v. estudo destas brânquias no trabalho de WELCH, 1922). Aparelho circulatório - O vaso dorsal ocupa a posição normal, estendendo-se sôbre os 8 primeiros urômeros e apresentando 8 pares de ostíolos. A constituição sanguínea, tanto das lagartas, como dos Lepidópteros adultos, tem sido investigada por vários autores. No trabalho de PAILLOT (1933) são estudados os vários tipos de glóbulos presentes na hemolinfa das lagartas. Aparelhos de secreção - As principais glândulas das lagartas são as que secretam a sêda, glândulas labiais situadas entre o intes-
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tino e a parte lateral e inferior da cavidade geral do corpo, as quais, em volume e em pêso, representam, pelo menos no bicho da sêda, cêrca de 2/5 de tôda a lagarta (fig. 40). O fio de sêda, constituído por dois fios cilíndricos, formado no corpo das duas glândulas, ao passar pelo canal excretor comum, sob a açao ela prensa, órgão musculoso situado ao nível do labium, n a p a r t e terminal daquele canal, transforma-se n u m fio único, achatado, com as duas fibras que o constituiam intimamente coladas, talvez pela secreção das glandulas de Lyonet. É também a prensa que interrompe a emissão do fio. O fio de sêda, ao chegar ao exterior, em pouco tempo se solidifica, não por um simples dessecamento, porque o endurecimento se processa mesmo dentro dágua, mas por um mecanismo ainda não devidamente estudado. A sêda tem na sua constituição, além de quantidades insignificantes de outras substâncias, 70 a 75% de fibroina, proteina Fig. 40 - Aparelho sericígeno elástica, porém muito resistente, provável- do bicho da sêda; a, fiandeira; b, mente secretada pela divisão posterior da prensa; c, glandula de Lyonet ou de Filippi); d, ducto da glanglândula, eonstitutiva da parte central e dula; e, reservatório; f, corpo homogênea do fio, e 20 a 25 % de se- glandular (De Wigglesworth, Insect Physiol., fig. 26l, segundo ricina ("grès"), proteina gomosa, provàLesperon, C. Lacerda cop.). velmente formada na divisão média da glândula (reservatório), fàcilmente solúvel em água quente ou solução alcalina. Respeito à secreção das glândulas acessórias (gl. de Lyonnet), parece tratar-se de um fluido destinado principalmente a lubrificar o fio antes de passar pela fiadeira. Muitos são os trabalhos publicados sôbre a estrutura das glândulas sericíparas das lagartas, especialmente do bicho da sêda, e sôbre a substancia que secretam, inclusive a constituição química. Recomendo principalmente os trabalhos clássicos de BLANC (1889) e de GILSON (1890), além de outros citados na bibliografia.
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Além da sêda, secreção comum a tôdas as lagartas, outras substâncias podem ser expelidas por certas lagartas e geralmente usadas como meio de defesa. Assim as lagartas das borboletas da família Papilionidae, quando tocadas ou molestadas, projetam através da nuca, um pro-
Fig. 41 - Várias fases da metamorfose da lagarta em crisálida; A, lagarta completamente desenvolvida; B, a lagarta já se acha prêsa pela extremidade caudal e começa a romper-se o tegumento na parte dorsal do torax; C, começa a sair a crisálida; D, crisálida em grande parte livre da exúvia larval; E, crisálida já liberta da exúvia; F, aspecto definitivo da crisálida, prêsa ao suporte pelo cremaster (De Berlese-Gli insetti, 1925, 2: fig. 311, segundo Folsom).
cesso bífido, em V ou em Y, de ramos corniformes mais ou menos divergentes, chamado osmeterium. No momento do prolapso do órgão
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sente-se odor desagradável, que, ao meu olfato, lembra o da de valeriana. Em outras lagartas encontram-se também glandulares eversíveis, de outro tipo e em outras partes do porém também funcionando como o osmeterium, isto é, órgãos defensivos, repugnadores.
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tintura órgãos corpo, como
Devo finalmente considerar a secreção tóxica que enche a parte ôca dos chamados pelos ou espinhos urticantes. Tratam-se de cerdas, simples ou de tipo espinhoso, porém sempre em relação, na base, com células hipodérmicas glandulares secretoras de peçonha. Sendo espinhos vulnerantes, que se quebram com extrema facilidade quando se toca o corpo da lagarta que os possua, a peçonha, que transportam, é imediatamente inoculada na pele, produzindo uma reação, que varia de um eritema passageiro, como o de uma queimadura ligeira, a lesões mais extensas, com formação de papulas ou vesículas e fenômenos gerais (náuseas, reação ganglionar, febre). A natureza da peçonha ainda não foi devidamente determinada; acredita-se, porém, que se trate de uma substancia de composição química próxima da cantaridina (ver os trabalhos de FOOT e de GILMER). Há tempos, criando lagartas de Megalopyge lanata, inadvertidamente passei levemente o dorso da mão sôbre os pelos de uma lagarta bem desenvolvida. Além de forte reação local, semelhante à de uma queimadura, houve acentuada reação nos gânglios axilares e um pouco de febre. De outra feita, almoçando em meu gabinete e abrindo um pacote contendo lagartas morras de uma espécie de Phobetron (Eucleidae), provàvelmente um pequeno fragmento de um dos processos dorsais dessas larvas, já destacados, caiu na comida e atingio o véu do paladar. A mucosa atingida ficou primeiro muito vermelha, parecendo ter havido pequenas hemorragias submucosas, seguindo-se depois uma escara superficial, que levou alguns dias a cicatrizar. Eventualmente os pelos destacados do corço de certas lagartas podem alojar-se no globo ocular, geralmente na conjuntiva, determinando uma conjuntivite nodular, chamada pseudo-tuberculosa, por imitar a tuberculose conjuntival. Há na literatura médica observações de vários oftalmologistas referentes a tais lesões oculares da conjuntiva, da córnea e da íris.
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Os trabalhos de JOERG, especialmente os mais recentes (1939) sôbre lagartas urticantes, são para nós muito interessantes, sobretudo porque o autor estuda a dermatose e demais acidentes resultantes da ação da peçonha, de lagartas que são também encontradas e m nosso país. A melhor contribuição brasileira que conheço, relativa às nossas lagartas urticantes "tatoranas", é a de RODOLPHO VON IHERING. Nesse t r a b a l h o IHERING diz: "Em
tupy-guarany,
semelhante, A
graphia
melhor
parecido,
a
tatorana,
à pronúncia
palavra
imitante; mais
ainda
portanto que
generalizada
tatorana
"aquillo
significa: que
etymologicamente no Brazil
tara-fogo, arde errada,
com
rana-
fogo".
corresponde
meridional".
Sistema nervoso - NEWPORT (1832, 1834), em duas m e m ó r i a s clássicas, t r a t a n d o do desenvolvimento c o m p a r a d o do sistema nervoso na lagarta, na crisálida e no adulto de um Esfingídeo, mostrou o aperfeiçoamento gradual da cadeia nervosa pela coalescência dos gânglios. Além dos gânglios cefálicos comuns, ccrebróides e infra-esofagianos, a cadeia ventral é constituída nas lagartas por 3 gânglios toráxicos e 7 a 8 abdominais. Aparelho reprodutor - Segundo HEROLD (1915) e outros investigadores, as gonadas dos sexos começam ase desenvolver na lagarta pouco depois da saída do ôvo e se apresentam sob a forma de um par de corpúsculos ovóides, dorsalmente situados no 8° segmento abdominal. Os ovários, u m pouco maiores que os testículos, a p r e s e n t a m rudimentos de ovaríolos, perfeitamente reconhecíveis ao exame histológico. 16. Transformações, mudas. - A lagarta, muito pequena ao sair do ôvo, procura logo alimentar-se e, no fim de algum tempo, sofre a primeira ecdise ou muda. O desenvolvimento postembrionário progride como nos demais insetos holometabólicos, isto é, a lagarta, alimentando-se, vai crescendo e, após uma série de transformações, exteriorizadas por novas ecdises, atinge o último estádio do desenvolvimento, processando-se então a metamorfose em crisálida.
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Essas transformações, nos Lepidopteros mais evoluídos das regiões intertropicais, em geral se efetuam mais ou menos ràpidamente; daí a ocorrência de várias gerações por ano. As lagartas das espécies primitivas, principalmente as que são brocas caulinares, em geral têm um desenvolvimento demorado, que se pode prolongar por mais de um ano. O número de ecdises não é sempre o mesmo nas várias espécies. Geralmente, as lagartas mudam de pele de 5 a 8 vêzes; em algumas espécies, porém, observam-se até 10 ecdises. Nos lugares em que ocorre a hibernação observa-se sempre uma muda adicional. Em certas espécies verifica-se uma diferença no número de mudas das lagartas em relação com o sexo, as lagartas das fêmeas sofrendo uma a duas mudas a mais que as dos machos. 17. Hábitos. - As lagartas, tanto das borboletas, como das mariposas, são essencialmente fitófagas. E m sua maioria são filófagas, não raro, porém, são frugivoras (carpófagas), ou habitam sementes (espermófagas), ou se alimentam de pólem (polinífagas). Algumas, entretanto, atacam exclusivamente cogumelos (micófagas ou fungívoras), ou liquens. Entre as espécies primitivas há várias cujas lagartas são brocas (xilófagas), imprópriamente designadas - lepidobrocas. O saprofagismo, o coprofagismo, o canibalismo, o predatismo e o parasitismo são t a m b é m observados nas lagartas. Quando tratar das várias famílias, mencionando os hábitos peculiares às espécies de cada grupo, serão citadas as lagartas que comem cêra, queratina de pelos ou de cornos e as que são predadoras ou parasitas de outros insetos. Terei também o ensejo de citar algumas observações interessantes de lagartas mirmecófilas e de outras que vivem em ninhos de abelhas e vespas. BALDUF (1931, 1938) e BRUES (1936), além de valiosas informações que apresentam relativas a lagartas entomófagas, discutem também a origem e mudança dos hábitos das mesmas. No livro de CLAUSEN (1940 - Entomophagous Insects: 448) acham-se resumidos os principais tópicos dêsses trabalhos.
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Crisálidas
-
Casulos
18. Ninfose - As lagartas, ao completarem o desenvolvimento deixam de se alimentar e procuram um lugar propício a ninfose, às vêzes relativamente longe daquele em que se criaram. Na maioria das espécies, a metamorfose se processa imediatamente. Em algumas, porém, como por exemplo na Platyedra gossypiella, a lagarta pode cair em estado de vida latente, nêle permanecendo durante um a dois anos. As lagartas das borboletas, com a extremidade posterior do corpo prêso ao ponto escolhido para a metamorfose, fixam-se definitivamente a êsse ponto mediante um coxim de fios de sêda. Permanecendo depois, durante algum tempo, com a parte anterior do
Fig. 42 - Vários tipos de pupae obtectae, vulgarmente chamadas crisalidas (da esquerda para a direita) de Sphingidae, de Brassolis e de Papilio (Originais gentilmente cedidos por Pinto da Fonseca, do Instituto Biológico de São Paulo; desenhos de J. F. Toledo).
corpo incurvado, sofrem, nessa parte, uma deiscência dorso-longitudinal, que permite, com a retração da pele, a saída progressiva da crisálida, mediante contorsões do corpo da mesma (fig. 41). Esta fica prêsa ao suporte de sêda por uma peça provida de ganchos chamada cremaster (figs. 41 e 43 Bc).
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Nas borboletas observam-se os dois casos seguintes: 1.º A crisálida fica pendurada pela extremidade caudal (pupa suspensa) (Lep. Suspensi) (fig. 42, do meio). 2.° A crisálida, geralmente em posição semierecta, além de prêsa à superfície suporte pelo cremaster, é também sustentada por uma fina cinta, de um ou vários fios de sêda, que contornam o corpo na parte média (pupa succinta) (Lep. Succinti) (fig. 42, da direita). As lagartas dos Hesperídeos, ao atingirem o completo desenvolvimento, dobram e prendem com sêda as bordas laterais opostas de uma fôlha, construindo, assim, um abrigo, dentro do qual encrisalidam (pupa envolvida, enrolada) (Lep. Involuti). casulo - Excetuando as lagartas que procuram o solo, para se enterrar por ocasião da ninfose (Noctuidae, Sphingidae), aí formando uma célula a maior ou menor profundidade, as das demais mariposas quase sempre confeccionam um casulo, tênue ou espésso, tecido a fio de sêda continuo e entrelaçado, secretado pelas Fig. 43 - Pupa de Platyedra gossypiella, A - vista de frente; glândulas labiais, den- a, antena; ao, anus; c, clypeus; e, ôlho; f, fronte; g, gena; go, abertura genital; l1, l2, l3, 1ª, 2ª e 3ª, pernas; mp, palpo maxilar; tro do qual viverá a mx, maxilar; w, asa anterior; B - parte apical do abdome; c, cremaster; C - vista do dorso; a1-a10, 1º-10º uromeros; f, pupa ou crisálida dufronte; t1, t2, t3, 1º, 2º, e 3º segmentos toraxicos; v, vertex (De rante todo o período Busck, 1917, Journ. Agric. Res., 9, est. 12, C. Lacerda cop.). pupal. Quando a metamorfose se realiza à superfície do solo, sob um abrigo qualquer (fôlhas, fragmentos de galhos, etc.), a quantidade de sêda secretada não chega a formar um verdadeiro casulo.
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O casulo mais simples consiste num saco em que o fio de seda que o constitue forma uma rêde de malhas muito afastadas, permitindo que se veja perfeitamente a crisálida inclusa (algumas espécies de Ctenuchidae). Os casulos mais comuns apresentam-se mais ou menos espessados e às vêzes muito endurecidos (Eucleidae). A consistência normal, porém, é a média, do conhecido casulo do bicho da sêda. Algumas lagartas, ao se aproximar a ninfose e antes de confeccionarem os respectivos casulos, reúnem-se em grupos de vários individuos e tecem primeiramente uma cobertura de sêda, mais ou menos espessa, que protege os vários casulos que sob ela se formam (Eucleidae, Megalopygidae, etc.). A tais coberturas, como aos casulos individuais de outras espécies, podem ser aglutinados pelos ou mesmo partes mais ou menos extensas do tegumento da lagarta. Outras lagartas incluem no casulo fôlhas ou partes de fôlhas (Saturniidae), de galhos ou de outros corpos encontrados no meio em que viviam. 19. Tipos de crisálidas - O aspecto das crisálidas não é o m e s m o e m todos os Lepidópteros. Nas espécies mais primitivas da superfamília Micropterygoidea, as crisálidas são pupae liberae, de t e g u m e n t o mole, providas de m a n díbulas funcionais, que cortam o casulo por ocasião da saída do adulto, com todos os apêndices c o m p l e t a m e n t e livres e os sete primeiros urômeros móveis. As crisálidas de Lepidopteros um tanto mais evoluidos (Hepialoidea, muitos representantes de Tineoidea, Tortricoidea, Cossoidea e Zygaenoidea) são do m e s m o tipo das que se v ê na maioria dos insetos holometabólicos, isto é, são pupae incompletae (ninfas propriamente ditas); apresentam tegumentos mais espessos, maxilas e palpos maxilares geralmente presentes; não têm mandíbulas, os apêndices são parcialmente livres, cada um dentro da respectiva bainha; urômeros 3-6 ou 4 - 6 móveis em a m b o s os sexos; o 7 ° t a m b é m é móvel no macho. Essas pupas, ou não t ê m cremaster, ou o a p r e s e n t a m rudimentar.
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Nos Lepidopteros mais adiantados ou especializados, vêem-se as chamadas pupae obtectae, que atingem o máximo de perfeição nas crisálidas própriamente ditas das borboletas. Nessas pupas o tegumento, mais ou menos esclerosado, em geral fortemente rugoso ou mesmo com projeções mais ou menos salientes, forma um invólucro comum para todos os apêndices, que assim mal ou não se destacam da superfície do corpo. Em algumas espécies, entretanto, um dos apêndices pupais apresenta-se inteiramente separado do corpo. É o caso da crisálida de Protoparce (Sphingidae), na qual se vê a espiritromba, dentro da respectiva bainha, completamente isolada. Nas pupas obtectas, o 4º, o 5° e o 6° são os únicos urômeros livres em ambos os sexos e o corpo fica geralmente prêso pelo cremaster a um coxim de sêda. A morfologia externa das pupas dos Lepidópteros tem sido estudada em trabalhos de vários entomólogos e, como a das lagartas, permite tambem que, por ela, se possa determinar, pelo menos, a família a que pertence a crisálida apresentada. O trabalho mais conhecido sôbre a questão, equivalente, portanto, ao de FRACKER sôbre lagartas em geral, é o de EDNA MOSHER (1916). 20. Eclosão. - Quando a borboleta ou mariposa está completamente formada dentro da crisálida, o tegumento desta fende-se da cabeça ao tórax, permitindo que o inseto adulto possa libertar-se do invólucro ou exúvia pupal. "Le coup de théâtre est complet. De la momie grise ou noirâtre qui se sèche et s'accourcit, vous voyez l'être nouveau, le ressuscité, le phénix, s'arracher et resplendir dans tout l'éclat de la jeunesse. De sorte qu'à l'envers de nous, qui commençons par les beaux jours et semblons d'abord papillons, pour traîner plus tardet languir, lui commence par les années sombres, et d'une longue vie obscure il surgit à la jeunesse où il meurt glorifié." (MICHELET, 1884, L'insecte.).
Nas pupas livres e incompletas, devido a delgadeza do tegumento, a exúvia facilmente se fragmenta na ocasião da saída da imagem. Nas pupas obtectas processa-se a deiscência, rompendo-se o tegumento ao longo de uma linha dorsal, acompanhando a borda interna das tecas alares. As crisálidas enterradas em células subterrâneas vão abrindo caminho no solo, até a superfície, mediante contorsões ao nível dos
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anéis abdominais (em algumas, providos de espinhos ou processos espinhosos na borda posterior, que facilitam a progressão, impedindo o recuo da crisálida), procurando geralmente seguir o trajeto de menor resistência, deixado pela lagarta quando se enterrou. Nas especies que constroem casulo, geralmente é a mariposa que dêle se liberta, ou forçando a p a s s a g e m a t r a v é s d u m a região de m e n o r resistência prév i a m e n t e p r e p a r a d a , ou secretando um liquido que age sob o fio de sêda amolecendo-o ou destruindo-o. A eclosão do Lepidóptero adulto processa-se mais fàcilmente quando a crisálida, depois de procurar abrir caminho até o exterior do meio em que se Fig. 44 - Transformação do tubo digestivo da lagarta á maachava, projetando-se riposa; A tubo digestivo da lagarta; B, da pupa; C, da imago. AInt, parte do protodaeum entre o mesenteron e o rectum; Cr, para fora, fica com a inglúvia; Mal, tubos de Malpighi; Ment, mesenteron (ventríparte caudal parcialculo); Oe, esôfago; Proc, proctodaeum; Rect, rectum; Stom. stomodaeum (De Snodgrass, 1935, Insect. Morphol., fig. 197.). m e n t e fixada. Assim, as diversas partes do corpo do inseto, à proporção que se vão destacando, encontram pontos de apoio mais firmes. N a s linhas que se seguem t r a n s c r e v o a descrição da eclosão de u m a borboleta feita por GIRARD em seu " T r a i t é élémentaire d'entomologie (1885)". "Quand la chrysalide est parvenue au terme de l'évolution interne alors que les organes de l'adulte inclus se sont complétement formés, elle s'amollit, change parfois de couleur, et souvent, chez les Rhopalocères, devient translucide, laissant voir à travers les étuis des ailes les dessins et la teinte du papillon.
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La peau de la chrysalide se fend longitudinalement en dessus du corselet, et le papillon prisonnier agrandit l'ouverture en poussant avec sa tête et parfois se servant d e ses partes. C'est le plus souvent dans la matinée qu'ont lieu ces éclosions des papillons, comine si les premiers rayons de l'astre bienfaisant donnaient à l'insect la force d'ouvrir la porte du tombeau. I1 est d'abord très faible, tout mouillé, ses parties externes molles. Après un temps de repos, les antennes repliées s'allongent et s'agitent, semblant interroger l'atmosphére, route nouvelle, inconnue, interdite jusqu'alors. Les pattes sortent de dessous le ventre, et le papillon marche en tournant autour de la dépouille de la chrysalide. Sur les flancs pendent de chaque côté deux moignons inertes et superposés, où apparaissent déjà, mais de dimensions trés réduites, tous les dessins des ailes futures, qui ne feront que s'amplifier, en conservant tous leurs rapports. Le papillon s'est fixé à une tige, à une feuille ou aux parois du cocon, et il introduit l'air dans ses trachées par de fortes inspirations. Bientôt de rapides mouvements vibratoires agitent les ailes; l'insect tourne tour à tour chaque aile du côte de l'air libre, afin de la secher. Le frémissement est si précipité, que l'oeil aperçoit une masse élargie et indistincte, comme lorsque vibre une corde élastique. Les ailes semblent pousser en même temps comme des feuilles et s'élargissent dans une proportion considérable. Quand elles ont acquis leur ampleur normale, le papillon les relève et les abaisse successivement, pour achever l'évaporation du liquide d'ont elles sont encore imprégnées, et, le plus ordinairement, en moins d'une demi-heure, elles sont propres à remplir leur fonction, et l'insecte s'élève dans la subtile atmosphère, amoureux de liberté, enivré de soleih. ...................................................................................................................... Peu de temps après être sorti de la crysalide, et alors qu'il est séché et raffermi, le papillon rejette par l'anus un liquide que remplissait la région terminale du tube digestif. C'est un véritable meconium, analogue à celui qui rendent les mammifères nouveaux-nés; c'est un excrément de l'état nymphal."
21. Importancia economica dos Lepidopteros. - Excetuando as espécies, como a Alabama argillacea, que puncionam frutos para lhes haurir o suco, os Lepidópteros adultos não são daninhos às plantas. A nocividade dêstes insetos resulta dos hábitos fitofágos das lagartas, que, como todos sabem, causam às vêzes prejuizos colossais, comportando-se como pragas das mais terriveis. A malignidade das lagartas é, até certo ponto, compensada pelos grandes benefícios resultantes de algumas espécies sericígenas, destacando-se entre estas o famoso bicho da sêda (Bombyx mori).
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22. Meios de combate - Inimigos naturais. - No combate aos Lepidópteros pragas aconselha-se geralmente a destruição da lagarta, causadora direta dos prejuízos observados. Isso se conseguirá, com relativa facilidade, se fôr possivel atacá-la diretamente pelos processos usuais de destruição dos diversos insetos fitófagos; meios mecânicos, físicos e químicos, atuando êstes, os chamados inseticidas, por via digestiva ou através do tegumento. Tratando-se, porém, de lagartus que vivam escondidas (rôscas, brocas, lagartas mineiras, carpófagas ou espermófagas), empregam-se tambem os mesmos processos de destruição, simples ou combinados, dependendo o modo de agir do conhecimento perfeito dos hábitos de cada espécie. Quando forem estudadas as espécies mais prejudiciais em nosso país, terei o ensejo de referir os meios de combate mais adequados contra êsses inimigos. Referirei também os inimigos naturais conhecidos dessas espécies, que se criam nos ovos, nas lagartas e crisálidas, representados principalmente por Microimenópteros das superfamílias Serphoidea, Chalcidoidea e Ichneumonoidea e sobretudo por Dípteros da família Tachinidae. Para o conhecimento dêsses auxiliares recomendo a consulta ao trabalho de DE SANTIS (1941) e, para o das doenças infecciosas, a leitura da obra de PAILLOT (1933). 23. Caça, preparo e conservação dos Lepidopteros para estudo. - sôbre o assunto, a literatura entomológica estrangeira é rica em trabalhos mais ou menos valiosos, escritos em tôdas as línguas. Em francês, o livrinho de COUPIN (1895) "L'amateur de papillons" (Bibliot. de Connaiss. Utiles), contém instruções elementares muito úteis para o colecionador europeu e até certo ponto adaptáveis ao nosso meio. Em nossa terra os trabalhos de técnica entomológica de PINTO DA FONSECA (1929), de A. G. ARAUJO e SILVA (1937) e de O. MONTE (1938), prestarão relevantes serviços aos que tenham de apanhar, preparar ou conservar quaisquer Lepidópteros. O mesmo posso dizer relativamente aos livros de SMART (1940) e de PASTRANA (1943). No antigo trabalho de MABILDE (1896), ao meu ver, ainda uma das mais interessantes contribuições ao estudo dos nossos Lepidóp-
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feros, no capítulo "Preparos para a caçada e coleção", encontram-se t a m b é m boas informações a respeito. Idênticos informes são também encontrados na contribuição de MONTE (1934). Não há, pois, interêsse em tratar aqui de questões relativas a técnica entomológica geral, inclusive a montagem da terminália, que poderá ser feita segundo os processos recomendados no 3° tomo às págs. 183 e 200, ou adorando o metodo de incluil-a em tubos de vidro, mediante a tecnica que indiquei em 1934, para o exame e conservação da terminalia dos mosquitos. Devo, entretanto, referir alguns métodos usados para o exame da nervação das asas. Tratando-se de um exemplar grande, ou mesmo de porte médio, de asas já estendidas, não há necessidade de arrancá-Ias para se observar as nervuras. Basta examinar-se o exemplar contra a luz, tendo préviamente humedecido as asas com clorofórmio. Para o exame das asas de pequenos Lepidópteros ou de Microlepidópteros, convém seguir-se a técnica da montagem em lâminas, preferencialmente em bálsamo do Canadá, dispondo-as ambas se possível no mesmo preparado - com a base para a esquerda e o ápice para a direita. É indispensável, porém, antes de se efetuar a montagem própriamente dita das asas, trará-las de modo a ficarem perfeitamente visíveis tôdas as nervuras. Isso se consegue pelo descoramento da asa ou pelo d e s t a c a m e n t o das escamas. Obtém-se o descoramento tratando a asa pelos descorantes usuais - "agua" ou "licor de Labarraque" (hipoclórito de sódio), " á g u a " ou "licor de J a v e l l e " (hipoclorito de potássio). A operação se efetua seguindo a técnica recomendada por COMSTOCK:
lº - deixar alguns segundos em álcool. 2° - deixar alguns segundos em solução de ácido clorídrico a 10%.
3° - deixar no líquido clarificador o tempo necessário para se obter o descoramento suficiente. Se êste demora, retrocede-se, passando a asa na solução ácida antes de a mergulhar novamente no líquido descorante.
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No transporte da asa de um líquido para outro, convém manipular com tiras de papel de desenho ou de cartolina, cortadas em triângulos isosceles alongados. O processo de descoramento molhando as asas, obriga-nos entretanto a desidratar o material antes de se proceder a montagem no bálsamo. Tem, porém, sôbre o seguinte, a vantagem de permitir o exame da asa conservando-se as escamas. O método de descamação das asas, além de relativamente simples, permite que se possa corar as asas em condições de se obter boas fotografias. Eis a marcha da operação: transportada a asa para uma lâmina, sob o binocular, prende-se a mesma pela base, (à esquerda) com u m a agulha ou pincel fino e com a ponta de outro pincel, molhado em álcool ou fenol, procura-se destacar as escamas dêsse lado da asa. Repete-se a operação, nas mesmas condições, com outro lado da asa. Retiradas as escamas, que escondem as nervuras, pinga-se sôbre a asa uma gôta de fucsina de ZIEHL, seguindo-se então exatamente a técnica que recomendei para a coloração de Coccídeos, isto é , a q u e cimento do corante e subsequente diferenciação e desidratação para a m o n t a g e m em bálsamo. A operação deve ser a c o m p a n h a d a de perto, fazendo-se agir, mais ou menos ràpidamente, o fenol, o fenolxilol e o xilol-fenol, antes de se atingir definitivamente o xilol. Com asas muito tinas e estreitas obtém-se, em minutos, a colocação satisfatória ficando as nervuras em róseo intenso, destacadas da memb r a n a em róseo pálido ( v . fig. 178).
24.
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134
INSETOS DO BRASIL
COMSTOCK, após acurado estudo do sistema de nervação e do acoplamento das asas nos Lepidopteros, apresentou a divisão da ordem em 2 sub-ordens Jugatae e Frenatae, a primeira com as espécies portadoras de jugum ou estrutura equivalente, a segunda com as que possuem frenulum ou que, tendo-o perdido no correr da evolução, apresentam o ângulo umeral da asa posterior mais ou menos expandido. Tais divisões correspondem precisamente as que foram ulteriormente designadas Isoneuria e Anisoneuria por KARSCH (1898), ou Homoneura e Heteroneura por TILLYARD (1918), designações essas baseadas no cotejo do sistema de n e r v a ç ã o das duas asas. Outras divisões foram propostas, umas fundamentadas em caracteres dos adultos (como a de PACKARD (1895), baseada na conformação das peças bucais, em Laciniata e Haustellata), outras em caracteres pupais, larvais ou mesmo em relação com o aspecto dos ovos. Os autores modernos, em maioria, adoram a divisão de COMSTOCK (1892). Eis
os
caracteres
das
duas
subordens:
- Asa anterior com jugum ou fíbula (lobo jugal ; sistema de nervação semelhante nas duas asas, isto é, Sc e R1 separadas e Rs com 4 (raramente 3) ramos . . . . . . . . . . . . . . . . . . Subordem JUGATAE - Asa anterior sem jugum; asa posterior com frenulum ou com área umeral mais ou menos ampliada; sistema de nervação da asa posterior bem diferente do da anterior: Sc e R1 fundidas numa só nervura na parte distal, Rs simples ........ Subordem FRENATAE
1
1´
Subordem JUGATAE
(Jugatae Comstock, 1893; Micropterygina Meyrick, 1895; Isoneuria Karsch, 18981; Micropterygoidea Dyar, 1902; Archilepidoptera Spuler, 1910; Homoneura Tillyard, 1918, nec Enderlein, 19032 ) 26. Caracteres. Divisão. - Sub-ordem caracterizada pela presença de um jugum ou fíbula na base da margem posterior da asa anterior e pela semelhança do sistema de nervação nas duas asas. 1 2
De De
(isos), igual; (homos), igual;
(neuron), nervo, nervura. nervo, nervura.
LEPIDOPTERA
135
Lepidópteros dos mais primitivos que se conhece, evidenciando-se êsse arcaísmo, não só no aspecto exterior do corpo, como na organização interna. As pupas ou são p. liberae (Micropterygoidea) ou p. incompletae (Hepialoidea). A sub-ordem Jugatae compreende 2 superfamílias, que se distinguem pelos seguintes caracteres: 1
1´
..
- Microlepidópteros, cujo acoplamento se faz por um pequeno lobo jugal ou fibula, na base da margem posterior da asa anterior; tambem providos de um frenulum primitivo, rudimentar; mandibulas mais ou menos desenvolvidas; sem palpos maxilares ou com êstes reduzidos; esporões tibiaís presentes nas pernas médias e posteriores, ou em ambas ............ Superfamilia MICROPTERYGOIDEA - Macrolepidópteros, cujo acoplamento se faz por um verdadeiro jugum; frenulum sempre ausente; mandíbulas e outras peças bucais reduzidas, exceto os palpos maxilares que são bem desenvolvidos; pernas sem esporões .............. Superfamília HEPIALOIDEA
1
Superfamília M I C R O P T E R Y G O I D E A (Micropterygina Herrick-Schäffer, 1850; Micropterygides Wallengren, 1871; Microjugatae Comstock, 1893; Zeugloptera Chapman, 19162; Jugofrenatae Tillyard, 1918; Micropterygoidea Turner, 1921) 27. Divisão.- Esta superfamília compreende cêrca de 100 espécies descritas, nenhuma, porém, da América do Sul. Acham-se distribuídas nas seguintes famílias: Micropterygidae, Eriocranidae, com as subfamílias Eriocraninae e Mnesarchaeinae, esta elevada por alguns autores á categoria de família, e Neopseustidae.
28.
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De De
(micros), p e q u e n o ; (zeugle), p a r t e l a t e r a l
do jugo;
pterix, igos), a s a . (pteron), a s a .
136
INSETOS DO BRASIL
1
Superfamília HEPIALOIDEA (Hepialites Latreflle, 1809; Hepialina Gravenhorst, 1842; Epialoidea HerrickSchäffer, 1850; Macrojugatae Comstock , 1893; Hepialoidea Mosher, 1916) 29. Caracteres, etc. - Neste grupo são incluídas, além de Hepialidae, as famílias: Prototheoridae, Anomosetidae, Palaeosetidae, tôdas compreendendo pouco mais de uma dezena de espécies da Australia, de Assam, de Formosa e da Africa do Sul.
Fig. 45 - Phassus giganteus (Herrick-Schäffer, 1853) (Hepialidae) (Exemplar de coleção do Dr. Lauro Travassos) (Lacerda foto).
A família Hepialidae Stephens, 1828, a mais importante da subordem pelo numero de espécies que a constituem (cêrca de 300), tem representantes em quase todas as regiões. Todavia, é na América do Sul e principalmente na região Australiana que se encontra o maior número de espécies. As espécies brasileiras pertencem aos gêneros Hepialus Fabricius, Dalaca Walker, 1856 e Phassus Walker, 1856, com o famoso Phassus giganteus (Herrick-Schäffer, 1853) (figs. 7, 45 e 46), uma das maiores mariposas que se conhece, com cêrca de 160 mm. de envergadura, rivalisando, pois, com Leto stacyi Scott, 1869, da De
(hepialos), fantasma.
LEPIDOPTERA
137
Austrália, com cêrca de 180 milimetros, cuja lagarta é broca do tronco de Eucalyptus, causando às vêzes grandes danos. Nos Hepialideos a organização interna, como a externa, é das mais primitivas e isso se verifica, principalmente, na disposição dos testiculos, que se mantêm separados, e na constituição da cadeia ganglionar, representada por 3 gânglios toráxicos e 5 abdominais.
Fig. 46 - Asas de Phassus giganteus (Herrick-Schäffer, 1853) (Hepialidae) (Lacerda del.); jg, jugum.
Algumas espécies v o a m durante o dia, outras ao crepúsculo ou ao anoitecer. As espécies de Dalaca, segundo MABILDE, aparecem em noites tempestuosas, durante o verão. As lagartas conhecidas são providas de cerdas finas e curtas e apresentam cabeça relativamente alongada; ou têm hábitos terricolas e roem raizes, ou são brocas caulinares, desenvolvendo-se algumas durante 3 anos.
138
INSETOS DO BRASIL
Pouco se sabe sôbre a vida das nossas espécies; além de uma ligeira referência de NAVARRO DE ANDRADE sôbre um Phassus sp., broca de "govitinga" (Solanum leontocarpum), há algumas notas de HOFFMANN sôbre o Phassus giganteus, mariposas, lagartas recêm-nascidas e ovos. P o r u m a fêmea, que a p a n h o u em S a n t a Catarina, pôde calcular em cêrca de 10.000 o número de ovos que carregava. Verificou também que o desenvolvimento embrionário se processa em 28 dias, prazo um tanto longo, pois, nos demais Lepidópteros por êle observados, êsse desenvolvimento se realiza em 10 a 12 dias. Em Tiuma (Pernambuco) vi o caule de uma Cordia (Borraginaceae), provavelmente a C. multispicata, brocado por uma grande lagarta da fam. Hepialidae. 30.
Bibliografia.
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Subordem FRENATAE (Frenatae Comstock, 1892; Anisoneuria Karsch, 18981; Heteroneura Tillyard, 19182 ) 31. Caracteres. Divisão. - Os insetos desta subordem não possuem j u g u m na asa anterior e o sistema de nervação da asa posterior difere n o t á v e l m e n t e do da asa anterior 1 2
De De
(anisos) desigual; (heteros), outro, diverso;
(neuron), nervo, n e r v u r a . (neuron), nervura.
LEPIDOPTERA
De estudo
acôrdo dos
com
TILLYARD
principiantes,
tribuídas
em
2
mariposas
(exceto
divido
divisões: as
da
e a
outros
autores,
subordem
Heterocera,
subordem
139
e
em
para
superfamilias,
compreendendo
Jugatae)
e
facilitar
dis-
tôdas
Rhopalocera,
o
ou
as o
grupo das borboletas, divisões caracterizadas na seguinte chave: 1 .. - Lepidópteros geralmente de vôo noturno; antenas de vários aspectos, quando semelhantes ás dos Ropalóceros as asas posteriores t ê m frenulum; asas posteriores geralmente providas de frenulum; quando sem frenulum e de coadunação amplexiforme, as antenas são diferentes das dos Ropalóceros ............. HETEROCERA 1´ - Lepidópteros geralmente de vôo diurno; antenas dilatando-se para a parte apical (ou distal); asas posteriores sem frenulum, portanto, coadunação ou acoplamento das asas de tipo amplexiforme (exceto nos machos de Euschemon) ............. RHOPALOCERA
Divisão HETEROCERA1 (Heterocera Boisduval, 1840)
32.
Chave
1
-
1´
-
das
superfamilias
de
Heterocera.
Mariposas pequenas ou muito pequenas, com a membrana alar apresentando aculeos em tôda a superficie ...................................................... 2 Mariposas de todos os tamanhos, porém, sem aculeos, ou com êstes sómente em pequenas áreas da membrana .............................................................. 3
2(1) - Escapo antenal não alargado, ambas as asas mais ou menos alargadas e com nervação mais ou menos completa, as anteriores com aréola (célula acessória), M visível e bifurcado-se dentro da célula discal e duas nervuras livres na área anal; as posteriores mais ou menos amplas; fêmeas providas de ovipositor ................................... Incurvarioidea 2´ - Escapo antenal alargado, formando uma espécie de antolho; ambas as asas lanceoladas, pontiagudas e com nervação muito reduzida, fêmeas desprovidas de ovipositor ................................................... Nepticuloidea 3(1´) - Média (M) distintamente bifurcando-se dentro da célula e em ambas as asas, aréola (célula acessória) presente; mariposas robustas, de parte médio ou grande, porém sem aspecto geral e antenas de borboletas ................................................................................................... Cossoidea 3´ Outra combinação de caracteres .............................................................................................. 4 1 De
(heteros), outro, diferente;
(ceras), chifre, antena.
140
INSETOS DO BRASIL
4 (3) - Mariposas com aspecto geral e antenas de borboletas, porém, providas de frenulum e com o angulo umeral não ampliado, M distinta dentro da célula, em ambas as asas, aréola geralmente presente... Castnioidea 4´ - Outra combinação de caracteres .................................................................................... 5 5 (4´) - Mariposas geralmente de porte médio e corpo mais ou menos robusto. com M presente dentro da célula, simples ou formando forduilha, numa ou em ambas as asas, geralmente 2 nervuras livres na área anal das asas anteriores e 3 na área anal das posteriores. As vêzes. mariposas pequenas ou muito pequenas (microlepidópteros), neste caso, porém, as asas posteriores não são lanceoladas, nem longamente franjadas, nas anteriores M, quando presente, não se bifurca dentro da célula, nem há aréola e os palpos labiais não são longos, nem curvados para o vertex ....................................... Zygaenoidea 5´ - Mariposas de todos os tamanhos, quando de tamanho médio ou pequenas, sem M dentro da célula (exceto em Acrolophidae, Arrhenophanidae e Cecidosiidae, geralmente só com 1 nervura livre simples ou em forquilha na base da área anal das asas anteriores e 2 na área anal das asas posteriores (exceto em Aerolophidae e Mimallonidae); quando muito pequenas (microlepidópteros) ou apresentam asas como nas mariposas da divisão anterior (5, isto é, sem aréola, M simples dentro da célula, 2 nervuras livres na área anal das asas anteriores e 3 na mesma área das asas posteriores, sendo estas, porém, lanceoladas e providas de franja de longos pêlos, ou teem asas mais ou menos alargadas e não franjadas, neste caso, porém, ou ha aréola ou M se bifuca dentro da célula, ou os palpos labiais são mais ou menos conspícuos, por retos ou curvados para o vertex ........................ 6 6 (5´) - Aqui entram todos os microlepidópteros referidos na divisão 5´, de asas anteriores estreitas ou muito estreitas, com o ápice acuminado (lanceoladas), arredondado (asas elípticas ou ovalares), ou apresentando margem ápical, neste caso, porém, com esta bem mais curta que a borda costal (não entram nesta divisão os microlepidópteros que apresentam Sc, na asa posterior, aproximando-se de R depois da célula, nem aquéles que têm as asas fendidas). Por exceção, acham-se tambem nesta divisão certas mariposas de tamanho médio, ou pequenas, porém de corpo relativamente robusto, apresentando M dentro da célula, 3 nervuras livres na área anal da asa posterior e mais uma nervura livre, completa ou vestigial, adiante da anal em forquilha na asa anterior (Acrolophidae). Em Arrhenophalnidae e Cecidosiidae, incluídas pelos autores nesta divisão, as nervuras da área são dispostas como em (6'), isto é geralmente uma em forquilha na asa anterior e 2 livres na asa posterior, porém, vê-se distintamente M dentro da célula nas duas asas ........................................ 7 6´ - Outra combinação de caracteres, M raramente visivel dentro da celula ................................................................................................................. 8
LEPIDOPTERA 7
(6)
7´
-
8
(6´)
8´
-
9
(8´)
-
141
Palpos labiais mais ou menos agudos; asas posteriores estreitas ou alargadas; anteriores raramente com bordo externo e margem costal apresentado forte curvatura na região umeral; quando com êste aspecto, Cu 1b (Cu 2 de Comstock), no ponto de origem, mais ou menos próxima de Cu 1a (Cu 1), ou mesmo partindo de tronco comum (em forquilha) com essa nervura ................................................... Tineoideia
Palpos
-
labiais obtusos, com o 2.° segmento mais ou menos alargado no ápice por denso revestimento de escamas, 3.° em geral pequeno ou muito pequeno; asas posteriores sempre alargadas; anteriores quase sempre com margem externa distinta e com a margem costal apresentando forte curvatura na região umeral; (Cu1b) (Cu2) sempre bem afastada de Cu 1a, o ponto de origem mais ou menos próximo do meio da célula .................................................................................... Tortricoidea
Microlepidópteros de asas fendidas, as vezes inteiras (Agstidae), neste caso, porém, a parte mais larga da asa anterior têm cêrca de um quarto do comprimento da asa e a asa posterior só possue duas anais .......................................................................................................... Pterophoroidea
Mariposas de asas não fendidas; quando apresentam asas anteriores estreitas como em (8), são Lepidópteros de corpo robusto .......................... 9
9´
-
-
Corpo relativamente robusto, fusiforme; antenas mais ou menos espessadas no meio ou perto do ápice, êste geralmente recurvado em gancho; asas anteriores relativamente estreitas, robustas; posteriores relativamente pequenas, com Sc mais ou menos afastada de R em tôda a extensão, ambas porém ligadas, perto da base, por um ramo de R para Sc, como uma nervura transversal (R 1 ........ .................................................................................................................. Sphingoidea Outra combinação de caracteres ............................................................................................... 10
10 (9´) - Sc, nas asas posteriores, afastada de R na base até um certo ponto, porém depois dela se aproximando ou com ela se fundido numa certa extensão e finalmente novamente se afastando, em direção ir borda costal; frenulum geralmente presente, quando ausente, Cu da asa anterior aparentemente quadrifurcada ou com M partindo do meio das discocélulares ................................................................................ 11 10´
-
Sc,
nas asas posteriores, ou afastada de R em tôda a extensão ou com ela se fundindo desde a base, isto é, aparentemente auzente; área anal das asas posteriores geralmente com menos de 3 anais; das anteriores com uma apenas 1 ................................................................................ 12
1 Em Brahmaeidae (Uranioidea) Sc se aproxima ou se une a R na extremidade, ou além da célula, porém, Cu, nas 2 asas, é aparentemente trifurcada, isto é, M2, na origem, fica mais ou menos afastada de M1 e na área anal da asa posterior só há 2 nervuras. Alguns autores incluem-na na superfamília Drepanoidea.
142
INSETOS DO BRASIL
11 (10) - Mariposas de corpo relativamente robusto (noctuoide); asas anteriores geralmente com aréola; área anal das asas posteriores com menos de 3 anais ............................................................................................ Drepanoidea 11´
-
Mariposas de corpo delicado, não raro microlepidópteros, excepcionalmente de grande porte; asas anteriores, na maioria da e s p é cies, sem aréola; asas posteriores quase sempre com 3 anais... ............................................................................................................ Pyralidoidea
12 (10´) - Mariposas, em geral, com asas triangulo-retangulares, relativamente grandes para o corpo grácill que apresentam; asas posteriores frenadas, com Sc, perto da raiz da asa e antes de se aproximar ou de coalescer com Rs, formando curva mais ou menos acentuada, da qual, não raro, parte um ramo umeral em direção ao frenulum asas anteriores, excetuando alguns gêneros, com Cu aparentemente trifurcada .............................................................................................. Geometroidea 12´
-
Outra combinação de caracteres .................................................................................. 13
13 (12´) - Cu, nas asas anteriores, aparentemente quadrifurcada, isto é, com M2, na origem, mais próxima de M3 .......................................................................... 14 13´ - Cu, nas asas anteriores, aparentemente trifurcada, isto é, com M 2 na na origem, mais próxima de M1 ou a igual distancia de M1 e M3 .... 15 14 (13) - Frenulum raramente ausente; quando ausente, a área costal da asa posterior não é ampliada na base e Sc coalesce com R numa curta distância perto da raiz da asa; aréola geralmente presente ........ ......................................................................................................... Noctuoidea 14´
- Frenulum ausente; Sc reunindo-se a (celula subcoslal), costal; sem aréola
15 (13´)
área costal da asa posterior ampliada na base, R e geralmente formando uma célula perto da asa da qual partem curtas nervuras em direção á borda ..................................................................... Lasiocampoidea
- Asa anterior com R5 separada de R4 e não raro em forquilha com M1; aréola ausente .................................................................. Uranioidea
15´
- Asa anterior, ou com aréola e R 5 partindo dessa célula, ou R 5 em forquilha com R4 .............................................................................................. 16
16 (15´) - Aréola geralmente presente; área costal da asa posterior normal; frenulum presente ........................................................ Notodontoidea 16´ - Aréola ausente; área costal da asa posterior quase sempre ampliada; frenulum geralmente vestigial ou ausente, quando normalmente desenvolvido a espiritromba é atrofiada ....................................................... 17 17 (16´) - Asa anterior com R 2 e R 3 partindo de um longo tronco e êste, na origem, bem afastado de R4 (em forquilha com R5) ..... Mimallonoidea 17´
-
Asa anterior com R 2-R 5 geralmente partindo de tronco comum....18
LEPIDOPTERA
143
18(17´) - Frenulum vestigial ou perfeitamente visivel; área costal da asa posterior nem sempre ampliada; geralmente presentes todos os ramos de R na asa anterior, quando não, a asa posterior apresenta frenulum, pelo menos vestigial; Sc, nessa asa, geralmente afastando-se gradativamente de R e a ela ligada por R3, ou ambas aproximada, ou coalescendo numa pequena extensão; geralmente duas ou três anais distintas na asa posterior ............ Bombycoidea 18´ - Frenulum ausente; área costal da asa posterior sempre ampliada; geralmente todos os ramos de R muito aproximados e um dêles, pelo menos, ausente; Sc, nessa asa, quasi sempre se afastando bruscamente de R na origem; as vêzes ligada a R por R 1 ou mesmo com a trajetória indicada em (18); uma anal distinta na asa posterior ...................................................................................... Saturnioidea 33.
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Superfamília
INCURVARIOIDEA
(Incurvarioidea Forbes, 1923) 34. um
Caracteres,
grupo
de
Tineídeos, de
servada
nos
4
1910.
Esta
Microlepidópteros
autores), por
Alguns em
-
chamando-os,
outros
tribuídos
etc.
a
distribuem
as
da
Lamproniidae
varios
membrana da
Meyrick,
1917
só admitem generos das
consideram
Aculeatae
como
(Adeliformes,
apresenta
condição
formam
esta
aculeos,
dis-
sómente
ob-
Jugatae.
desta
Spuler,
seguinte
autores
alar
asa,
sub-ordem
espécies
Adelidae
famílias:
Outros, porem, compreendendo os
a
superfamília
Tineoidea
supcrfície
Lepidópteros
a
que
porém,
porque
tôda
e
superfamília 1910,
e
(cêrca
de
Incurvariidae
Prodoxidae
Smith,
a familia Incurvariidae duas outras famílias,
300)
Spuler, 1891.
(Adelidae) grupados,
porém, em subfamílias-Adelinae e Prodoxinae. As
asas
das
espécies
desta
superfamília
são
e o sistema de nervação é mais ou menos completo.
relativamente
largas
LEPIDOPTERA
147
Nas espécies de Adela, como já tive o ensejo de dizer, as antenas são extraordináriamente alongadas, sendo muito mais longas que o cumprimento da asa anterior A família Prodoxidae compreende a espécie norte americana Tegeticula yuccasella (Riley, 1873) (=Pronuba yuccasella (Riley 1873) 1, bem estudada por RILEY (1892), cujas fêmeas sâo admirávelmente adaptadas para a polinização das espécies de Yucca, apresentando, para essa função especial, peças bucais e ovipositor singularmente modificados (fig. 88). Os palpos maxilares, em relação com o tamanho do inseto, são enormes.
Superfamília NEPTICULOIDEA2 (Nepticuloidea Forbes, 1923) 35. Caracteres, etc. - As espécies desta superfamília são dos menores Microlepodópteros que se conhece; os mínimos têm pouco mais de 2mm de envergadura. As.asas são lanccoladas, muito estreitas, longamente franjadas, aculcadas e com um sistema de nervação simplificado, característico, sem nervuras transversais. Embora sejam Lepidópteros frenados, as fêmeas de alguns dos gêneros mais primitivos apresentam fibula (lobo jugal ou anal). As lagartas não apresentam pernas toráxicas, que são substituidas por simples saliências ventrais. Minam o parenquima das fôlhas ou o pericarpo dos frutos. Algumas espécies são cecidogenas. A superfamília compreende a família Nepticulidae Spuler, 1910 (Stigmelidae), com cêrca de 300 espêcies distribuidas em vários gêneros, inclusive Nepticula von Heyden, 1843, com espécies nos diversos continentes. Em Pôrto Rico e provavelmente em outros territórios da região neotrópica há uma Nepticula (N. gossypii Forbes-Leonard, 1930), cuja lagarta mina as fôlhas do algodoeiro. 1 VIGNON, em sua obra "Introduction à la Biologie Experimentale (1930), demonstra a prioridade do nome yuccasella (Riley, 1873) sôbre aIba Zeller, 1873, ao faser um interessante resumo de vida do inseto.
De Neptis, nome próprio.
148
INSETOS DO BRASIL
36. B i b l i o g r a f i a . BRAUN, A. F. 1917 - Nepticulidae of North America. Trans. Amer. Ent. Soc. 43:155-209. FORBES, W. T. M. & M. D. LEONARD 1930 - A new leaf-miner of cotton in Porto-Rico. Jour Dep. Agric. P. R., 14(3):151-157, est. 2. HEINRICH, C. 1918 - On the lepidopterous genus Opostega and its larval affinities, Trans. Ent. Soc. Wash., 20:27-34, ests. 1-4.
Superfamília COSSOIDEA1 (Cossida Leach, 1815; Cossites Newman, 1834; Cossina Herrick-Schaeffer, 1850; Cossidae Walker, 1855 ; Cossoidea Mosher, 1916; Stugioidea D'Almeida, 1943) 37. Caracteres. - Mariposas de tamanho médio, ou grandes, com machos, via de regra, notávelmente menores que as fêmeas; corpo geralmente robusto, densamente piloso. O abdome, visto com as asas abertas, prolonga-se muito além das posteriores, aspecto êste que faz algumas espécies muito se parecerem com Esfingídeos. As nossas principais espécies ou são de côr parda escura uniforme, com pequenas máculas brancas perto da base da aza anterior e pequenos pontos negros na borda costal (Langsdorfia frankii Hübner, 1824) (fig. 49), ou apresentam asas brancas com estrias e maculas negras ou de cor parda escura (Xyleutes) (fig. 47). Tal colorido, como observaram BURMEISTER e BRUCH, torna o inseto inaparente, quando pousado em troncos de velhas árvores (Salix). Antenas geralmente bipectinadas no macho; nas fêmeas simples, ciliadas, ou também bipectinadas. Em varias espécies são pectinadas na metade proximal e filiformes na parte distal (Zeuzeridae). Ocelos, espiritromba e palpos maxilares ausentes; palpos labiais, em geral, muito curtos. Asas como na figura 48. Frenulum bem desenvolvido; em algumas espécies, porém, vestigial. 1
De cossus, caruncho, broca.
LEPIDOPTERA
149
Fêmeas providas de ovipositor, com o qual fendem o caule das plantas para fazerem as posturas. 38. Hábitos e desenvolvimento. - Os Cossídeos são mariposas que voam á noite. Ovos de tipo ereto, como nas borboletas, ou de tipo deitado, achatados, esferóides e lisos (Zeuzeridae). HOFFMANN descreveu o ôvo e a pupa do Xyleutes putridus (Percheron 1838) (Beiträge zur Naturgeschichte brasilianisches Schmetterlinge, II e III).
Fig. 47 - Xyleutes pyracmon (Cramer, 1780) (Cossidae) (Mário Silva fot.).
As lagartas são brocas caulinares, não raro atingindo as raízes. São quase glabras, apresentando a cabeça e o escudo pronotal fortemente esclerosados, peças bucais robustas, especialmente as mandíbulas e 5 pares de pernas abdominais, desenvolvidas. Algumas possuem glandulas mandibulares que secretam uma substancia oleosa de cheiro repugnante. A lagarta, nas espécies mais robustas, leva mais de 2 anos p a r a completar o desenvolvimento. Antes de encrisalidar, aproximando-se da superfície do tronco, constroi um casulo grosseiro de sêda, ao qual incorpora partículas de serragem. Pouco depois, surge a pupa, tipo pupa incompleta, sem palpos maxilares.
150
INSETOS DO BRASIL
No momento da saída da mariposa, a crisálida desloca-se até a abertura exterior da galeria, ficando a parte anterior do corpo completamente exposta e livre, facilitando, portanto, a libertação da imagem.
Fig. 48 - Asas de Xyleutes pyracmon (Zeuzeridae) (Lucerda del.)
39. sificadas
Classificação. nas
-
seguintes
Compreende cêrca de 550 espécies, clasfamílias: Argyrotypidae ( = Chrysolypidae), Engyophlebidae), Metarbelidae (= Ar-
Eulophonofidae (= belidae, Hollandidae, Teragridae, Lepidarbelidae), Newman, 1832 Stygiidae, Hypopfidae, Cossidae Meyrick, 1895) e Zeuzeridae Butler, 1886. pela 1. 1´
As 3 ultimas, que seguinte chave:
têm
representantes
americanos,
Ratardidae, (Trypanidae, distinguem-se
- Anais, na asa anterior, ligadas por uma nervura transversal perto da margem externa .................................................................... Hypoptidae - Anais livres .............................................................................................................. 2
LEPIDOPTERA
151
- Rs e M1, na asa posterior, além do ápice da célula. muito afastadas; antenas dos machos pectinadas só na metade basal; palpos labiais muito pequenos ............................................................. Zeuzeridae - Rs e M 1; na asa posterior, em forquilha, ou muito próximas uma da outra, além do ápice da célula; antenas dos machos pectinadas em tôda a extensão ..................................................... Cossidae
2(1´)
2´
40.
Espécies
mais
teressa-nos particularmente Hübner, gênero Xyleutes cies na região australiana. (1918),
interessantes. Zeuzeridae, na 1820,
com
Dessas famílias inqual se inclui o maior número de espé-
TURNER
para
as
es-
pécies americanas, criou o gênero Xylo-
trype, cujo tipo é a conhecida Xyleutes strigillata (Felbem
der, 1874). MONTE observou a desta
mariposa
cando
(1933) lagarta bro-
superficial-
mente um galho de laranjeira de 4 cm. de
diâmetro.
BRUCH (1918) também sôbre ela pu-
Fig. 49 - Genitália de Langsdorfia franckii (Zeuzeridae); P,
pênis; Sac, saccus e vinculum; Su, super uncus; Tg, tegumen; blicou interessante U, uncus; Val, valvae (Lacerda fot.). trabalho. Outra espécie comumente encontrada no Brasil é Xyleutes pyracmon (Cramer, 1780) (fig. 47 e 48). Em Resende (E. do Rio), segundo observação de ARISTOTELES SILVA, a lagarta é broca da bracatinga (Mimosa sordida) e do sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia). Eis o que diz MABILDE (1896), respeito à esta mariposa no Rio Grande do Sul:
"As lagartas vivem dentro dos troncos dos salceiros chorões; são branco amarelladas, lisas com alguns pontos escuros; transformão-se
152
INSETOS DO BRASIL
dentro dos mesmos orificios practicados emquanto se alimentárão; não fazem tecido algum, apenas prendem-se pela cauda por alguns fios fortes, ficando com a cabeça perto do orificio exterior, a chrysalida espicha-se na occasião da borboleta sahir, de sorte que uma parte da mesma chrysalida fica do lado de fóra do referido orificío, facilitando assim a sahida da mesma borboleta, a qual pouco voa, mas encontra-se durante todo o verão pousada, em cazáes ou só pelos galhos grossos ou troncos dos mesmos chorões, etc." 41.
Bibliografia.
BRUCH,
C. 1918 - Notas biológicas sobre Endoxyla strigilata Feld. Anal. Zool. Appl., 5:21-30, 8 figs. DALLA TORRE, K. W. VON 1932 - Cossidae. Lep. Catal., 29,63p. DAMPF, A. 1927 - Coutribución al conocimento de la morfologia de los primeiros estados de Hypopta agavis Blasquez, chiIodora (Dyar) (Lepidoptera, família Cossidae, plaga de los Magueyes, en la Mesa Central de Mexico. Oficina Def. Agricola (Mexico , 1:26p., 19 figs. DYAR, II J. 1937 - Cossidae, in Seitz, Macrolepidopteros do Mundo: 1263-1287. ELGUETA, N. 1932 - Nota preliminar sobre partenogenese en un Cossido de Chile. Rev. Chil. Hist. Nat., 36:195, 1 fig. MONTE, O. 1933 - Lepidobroca da laranjeira (Xyleutes strigilata Felder). Bol. Agricult. Zootech. Veter., Bello Horizonte 6 (2):95-98, 2 figs. O Campo, 4(2):17, 2 figs. Chac. Quint., 47:337-339, TURNER, A.G. 2 figs. 1918 - Observations on the lepidopterous family Cossidae, and on classification of the Lepidoptera. Trans. Ent. Soc. London: 155-180.
Superfamília
CASTNIOIDEA1
(Castnioidea Handlirsch, 1925) 42. médio, e
Caracteres. com
pelas 1
De
fácies
côres
mais
Castanea,
de
Lepidopteros
frenados,
borboleta,
não
menos
vistosas
ou nome
próprio.
só
grandes
pela que
ou
conformação
apresentam
de das
(vermelha
porte asas ou
LEPIDOPTERA
amarela),
como
pelo
aspecto
das
153
antenas,
filiformes
espiritromba
mais
e
dilatando-se
para a parte apical. Ocelos
geralmente
senvolvida;
palpos
moderados.
Asas
Abdome, base
(face 43.
rapidamente com
as
presentes,
maxilares
como nos
ventral),
na
fig.
machos um
presentes;
palpos
de
órgão
algumas
espécies,
odorífero
bem
Desenvolvimento.
-
Os
mais
dia
e,
estendidas
quentes
sôbre
de-
curtos
ou
apresentando,
na
desenvolvido.
às
asas
menos
51.
Hábitos. horas
ou
labiais
o
do corpo.
Isso
Castniideos quando
dizem
pousam,
todos
os
voam ficam autores.
Fig. 50 - Castnia therapon Kollar, 1893 (Castniidae) (Lacerda del.).
Entretanto josepha
GIACOMELLI
(1929),
tratando
de
Castnia
(Bysandisia)
Oberthur, escreve o seguinte: "He cazado personalmente dos de mis 4 ejemplares y he visto volar erros pocos, Puede asegurar, en lo que atañe a este especie, que las Castnias son verdaderas mariposas nocturnas a pesar de salir especialmente al medio dia y en los dias más calientes del año. Vuelan haciendo curiosos y rapidos círculos y elipses como las especies semidiurnas de esfinges y las primeras veces al verlas volar, creí se tratar de una de esas especies de Celerio que se encuentran como perdidas o esporádicas durante el dia, cuando abre el sol después de la lluvia. Pero el vuelo es algo diferente, no tan rápido como el de los esfinges, algo más dificultoso y quebrado y con las alas semiabertas recordando mucho el vuelo de las Catocala européas. Casi siempre aman esconderse en las hojas de palma e en la espessura, pero a veces se mantienen tranquilas sobre pequenos troncos y espinos, apertando a veces irregularmente las antenas, y entonces no es difícil capturalas."
154
INSETOS DO BRASIL
Os ovos são de tipo vertical e profundamente sulcados. As lagartas, cilindroides, descoradas ou avermelhadas, brocam o colmo de gramíneas ou roem as raizes dessas plantas, o rizoma ou
Fig. 51 - Asas de Castnia therapon Kollar, 1839 (Castniidae) (Lacerda del.).
pseudo-tuberculos de orquídeas e bromélias e o pseudo-colmo bananeira. Apresentam o numero normal de pernas abdominais.
da
LEPIDOPTERA
155
Quando completamente desenvolvidas, tecem um casulo, em grande parte costituído por tiras de tecido vegetal unidas por fio de sêda e se transformam em crisálidas. Estas, muito semelhantes às dos Cossídeos, são também armadas de pequenos espinhos nos anéis abdominais. A eclosão do inseto adulto fez-se também como nos Cossideos. 44. Classificação e espécies mais interessantes. - A superfamília Castnioidea compreende cêrca de 200 espécies, das quais, cêrca de 160 das regiões neotrópica e australiana constituem a família Castniidae Butler & Druce, 1872. As espécies restantes pertencem às famílias Tascinidae (Neocastniidae) da região indo-malaia.
Fig. 52 - Castnia licus (Castniidae) (Mário Silva fot.).
Os Castniideos da região australiana pertencem ao gênero Synemon Doubleday, 1846, representando por espécies relativamente pequenas, mais ou menos parecidas com Hesperídeos. Os Castniideos americanos são todos do gênero Castnia Fabricius, 1802, com algumas espécies bem interessantes, por mime-
156
INSETOS DO BRASIL
tizarem
borboletas.
(Herrich-Schaeffer, Danaidae rece
e
com
Castnia
as da
pavana,
Das
Assim,
1853)
Castnia
lembra
a
(Herrichia)
espécies família
de
(Cabirus)
borboleta
Gray,
acraeoides
Actinote,
da
linus
Ituna
família
heliconioides
da
ilione,
1832,
Acraeidae,
família
muito ou
se
com
pa-
Eueides
Heliconiidae.
espécies
que
se
encontram
no
Brasil
a
mais
conhecida,
pelos danos que causa, é a Castnia licus (Drury, 1773) (fig. 52). A
lagarta,
nas
Antilhas,
nas
Guianas
e
em
Trinidad,
bróquea
a base do caule da bananeira e o estipe de certas palmeiras. Deve-se rência
desta Também
prejuízos.
DA
ataca
Observei-a
PICKEL dados
a
(1928,
interessantes
transcrevo
MATTA
espécie
nas
linhas
na o
os
Amazônia,
colmo
da
(1927) 1930),
cana
de
atacando estudando
relativos que
primeiros atacando
à se
etologia
informes o
açucar essa
o
e
pode
planta
inseto do
reltivos
a
occor-
abacaxi.
nesse
mesmo,
causar
em
Estado, alguns
grandes
Pernambuco. publicou
dos
quais
seguem:
"As cannas brocadas conhecem-se pela constricção e emmurchecimento dos marithallos na altura do canal cavado na medula da canna pela larva, excepto se ella perfurou apenas a parte basilar do colmo, que, pela dureza e rigidez do tecido cortical, não murcha e não se contráe. Algumas vezes tambem apparece externamente a serragem ou esterco conglutinado com fios de seda, denunciando a presença da lagarta: As cannas brocadas, ou ao menos as partes atacadas pela lagarta, são inutilizadas completamente. O canal aberto pela lagarta abrange às vezes a espessura toda do colmo, em cuja parte mais larga ella se transforma em chrysallida, fabricando um casulo com o auxiliò das fibras da canna. Ao envez das observações de COSTA LIMA, pude constatar que a broca se encontra tambem na visinhança da "bandeira" de sorte que a mariposa sáe pela extremidade superior do colmo, por entre as folhas. Isso parece indicar que a broca pode atacar indifferentemente varias partes da planta, embora que ordinariamente se aloje na base do colmo. O tempo de apparecimento da mariposa 6 de Agosto a Janeiro. Em Fevereiro já se encontram vazios os canaes feitos pela broca. Pode-se admittir que o tempo larval dure talvez uns 9 a 10 mezes. Não me foi possível seguir a biologia da mariposa, em suas diversas phases de evolução. Os ovos são alongados e fusiformes, estriados longitudinalmente e, segundo La Hacienda (Abril, 1916), são depositados dentro da base das folhas perto do chão ou mesmo em terra entre as cannas. A lagarta tem uns 8 cm. de comprimento, é de cor branca-suja, com segmentos corcundas, à maneira de varios coleobrocas, e com algumas manchas no pronoto. Alem das patas thoraxicas, possue quatro pares de patas falsas
LEPIDOPTERA
157
nos terceiro a sexto e no ultimo somites abdominaes, E' grossa na parte thoracal, adelgaçando-se em direção a parte anal. A chrysallida é pardo-escura, tendo 4 cm. de diametro maior. O inseto perfeito (imago) é uma mariposa robusta e grande, com o corpo de 3,5 cm. de comprimento e 9 cm. de envergadura das azas. Estas possuem cores brilhantes e irisadas, dominando porem a parda escura, com pontos e uma fiixa branca transversal no par anterior e uma faixa curva de cor branca alargada perto da margem anal nas azas posteriores, havendo ainda manchas vermelhas nas margem exterior." Na Amazônia, segundo DA MATTA, naneira é a Castnia icarus (Cramer, 1775). Outras lagartas de Castnia porém, atacando Bromeliáceas. No também lagarta na
meu
"Terceiro
Castnia
(Orthia)
vive
em
Europa,
(v.
SHARP,
(v.
KLUG,
Catálogo" therapon
rizomas
mediante 1909. 1848.
de
Insects Abh.
2:372),
SNELLEN
(1895)
por
FERREIRA
D'ALMEIDA
45.
(1936)
(1922,
cito-as
A
de
Lép.
no
do
a
ba-
Brasil,
mencionando e
feita
orquídeas
245-25'7),
especie
Étud.
50
observação,
Bul.:
ataca
tôdas,
(figs.
principalmente da
que
observadas
1839
obtidos
Wiss.
(orquideas
espécie
sido
orquídeas.
Akad.
por
têm
Kollar,
exemplares
a
cuja
há
anos
importadas
gênero
Catasetum
foi
Oncidium
51),
confirmada crispum)
e
Brés.:212-213).
Bibliografia.
BOURQUIN, 1930
F. -
Algunas observaciones sobre Castniidae. Rev. Soc. Ent. Arg. An. 5 (14), 3:173-174. 1 fig. 1933 - Notas biologicas de la Castnia archon Burm. Rev. Soc. Ent. Arg., 5:295-298, 2 ests., 1 fig. BREYER, A. 1931 - Los Castniidae argentinos. Rev. Soc. Ent. Arg., 6(15-16), 3:233-238, 2 ests. DALLA TORRE, K. VON 1913
GIACOMELLI,
-
Castinidae: subfam. Castniinae, linae. Lepid. Catal., 15:28p.
Neocastniinae,
Pemphigosto-
E.
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INSETOS DO BRASIL
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LEPIDOPTERA
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Superfamília ZYGAENOIDEA (Zygaenoidea Gravenhorst, 1843; Psychina Meyrick, 1895, partim; Eucleoidea Mosher, 1916; Psychoidea Tillyard, 1926 46.
Caracteres
superfamília vura
apresentam,
mediana
de
ambas
na
área
e
(M),
as
asas,
anal
da
mais Cu 2 asa
divisão.
-
como
as
ou
menos
As
da
presente
na
posterior.
Em
espécies
superfamília
visível asa
anterior,
dentro anterior
nenhuma,
grupadas da
e
célula 3
porém,
nesta a
nervuras se
vê,
ner-
discoidal livres conco-
160
INSETOS DO BRASIL
mitantemente, M bifurcando-se dentro de ambas as células e aréola presente na asa anterior. O talhe destas mariposas, conforme as espécies, pode ser grande, pequeno ou mesmo de Microlepidópteros, isto é, muito pequeno. O aspecto geral também não pode ser apreciado em conjunto, pois, cada família, das que compõem a superfamília, é constituída por espécies de facies característico. Eis os grupos que têm sido considerados famílias de Zygaenoidea: Aididae, para a maioria dos autores, subfamília de Megalopygidae; com espécies da região neotrópica. Arrhenophanidae, incluída pelos autores modernos em Tineoidea.
Chalcosiidae, para espécies brasileiras. Charideidae, para espécies africanas.
alguns, alguns,
subfamília subfamília
de
de
Zygeanidae,
Zygaenidae;
Chrysopolomidae (Ectropidae), só com espécies Dalceridae, com espécies na região neotrópica. Epipyropidae. Eucleidae, com espécies em quase tôdas as regiões, a região neotrópica.
só
sem com
africanas.
inclusive
Heterogynidae (Epionopterigidae + Somabrachidae), com espécies da região do Mediterrâneo e do Sul da Africa. Himantopteridae (Thymaridae; Phaudinae), para alguns subfamília de Zygaenidae; com espécies asiáticas e africanas. Lipusidae, para a maioria dos autores, família de Tineoidea ou subfamília de Tineidae; alguns, entretanto, ainda a consideram como subfamília de Psychidae. Megalopygidae, com espécies na região do Mediterrâneo, no norte da Africa, na América do Norte e na América do Sul, onde são mais abundantes. Psychidae, com espécies das regiões palaeártica e indo-australiana e algumas da região neotrópica. Talaeporiidae (Solenobiidae), para uns, família de Tincoidea, ou subfamília de Tineidae, para outros, porém, subfamília de Psychidae.
LEPIDOPTERA
Trosiidae,
para
a
maioria
de
161
autores
subfamília
de
Megalo-
pygidae.
Zygaenidae,
com
muitas
espécies,
algumas
na
América
do
Norte e poucas na América do Sul. Dos
Eucleidae, distinguem 1
1´
grupos
citados,
Megalopygidae, pela
seguinte
Dalceridae,
interessam-nos:
Psychidae
e
Zygaenidae,
Epipyropidae que
se
chave:
-
Margem externa da asa posterior retilínea, quase perpendicular à linha imaginária taugenciando a costa; M não se bifurcando dentro da célula; aréola, quando presente, extendendo-se além do ápice da célula; alguns dos ramos de R em forquilha (fig. 78) .... Dalceridae - Borda externa da asa posterior curvilínea; aréola, quando presente, não se estendendo além do ápice da célula ...................................................... 2
2 (1´) - Aréola geralmente presente; todos os ramos do R, na asa anterior, livres, sem forquilha, partindo diretamente da célula; M não se bifurcando dentro da célula; espiritromba e palpos rudimentares ....................................................................................................................... Epipyropidae 2´ - Aréola geralmente ausente; raramente todos os ramos de R na asa anterior partindo diretamente da célula .................. 3 3 (2´) - Mariposas pequenas, de corpo delicado, com espiritromba bem desenvolvida; algumas espécies com todos os ramos de R partindo diretamente da célula ............................................................................... Zygaenidae 3´ - Mariposas pequenas ou grandes, porém com espiritromba rudimentar ou sem ela ...................................................................................................................... 4 4 (3´) - Asas anteriores do macho (as fêmeas são neotenicas, ápteras com as nervuras da área anal quase sempre dispostas de modo caracteristíco (1A, na parte distal, anastomosando-se com Cu2); em algumas espécies M bifurcando-se dentro da célula em ambas as asas; em outras aréola presente e os machos de aspecto tineóide (Talaeporiinae) ....................................................................................................... Psychidae 4´ - Asas anteriores do macho e da fêmea com as nervuras da área anal dispostas normalmente (1 A não se anastomosando na parte distal com Cu2); M raramente bifurcando-se dentro da célula; aréola sempre ausente; neste grupo não há espécies de aspecto tineóide .............................. 5 5 (4´) - Na asa posterior, M1, na origem, bem afastada de Rs, Sc coalescendo com R 1 em maior ou menor extensão, ou com ela se fundindo em todo o comprimento da célula ..................................................... Megalopygidae 5´ - Na asa posterior, M 1 em forquilha com Rs, ou partindo da célula, porém perto da origem de Rs; Sc livre, ou ligada a R por uma nervura obliqua (R1) ou com ela coalescendo numa curta extensão, geralmente no meio ou antes do meio da célula ................................ Eucleidae
162
INSETOS DO BRASIL
Família (Zygaenidae L e a c h , 1819; Comstock,
47. geral
Anthroceridae W e s t w o o d , 18402, 1895 3 ; Chalcosiidae B u t l e r , 1877 4 )
Pyromorphidae
-
Caracteres
e
espécies
espécies
desta
família
das
Ctenuchidae.
Nestas,
ZYGAENIDAE1
porém,
as
mais lembra asas
interessantes. o
das
posteriores
O
aspecto
mariposas
da
família
não
a
nervura
têm
Fig. 53 - Asas do Aglaope infausta (Linnaeus, 1767) (Zygaenidae), espécie européia Lacerda del. 1 De 2 De 3 De 4 De
(zygaina), e s p é c i e d e p e i x e . (anthos), f l o r ; (keras), corno, antena. (pyr), f o g o ; (morphe), f o r m a . (chalcos), c o b r e .
LEPIDOPTERA
163
Cu2, (1 A), Sc, R1 e Rs são fundidas numa só nervura e as asas anteriores só têm uma nervura livre na área anal. Antenas de aspecto variàvel. Chaetosema presente (exceto em Charideinae). Ocelos presentes, às vêzes muito pequenos. Espiritromba bem desenvolvida; palpos labiais moderados; palpos maxilares rudimentares (em Himantopterinae1, tanto os palpos como a espiritromba, são rudimentares). Asas como nas figuras 53 e 55. Frenulum presente. Fig. 54 - Stylura brasiliensis Costa Lima, Há cêrca de 1000 espécies 1928 (Zygaenidae) (Lacerda fot.). descritas, a maior parte do velho mundo. Na América há poucas mariposas desta família e quase
Fig. 55 - Asas de Stylura brasiliensis 1928 (Zygaenidae) Lacerda del). 1 Estas mariposas, não encontradas na América, apresentam as asas posteriores muito estreitas e alongadas, como os Neurópteros da família Nemopteridae. As lagartas vivem em termiteiros.
164
INSETOS DO BRASIL
tôdas são da América do Norte (cêrca de 50), pertencentes à Pyromorphinae, elevada à categoria de família subfamília (Pyromorphidae) pelos autores norte-americanos. Os poucos Zigaenídeos do Brasil pertencem aos gêneros Harrisina Packard e Stylura Burmeister, êste compreendendo S. forficula (Herrick-Schaeffer, 1855) (genótipo) do Brasil, S. cirama Druce, do México e da América Central e mais a espécie que descrevi em 1928 com o nome de Stylura brasiliensis. Tôdas estas mariposas são pequenas, de côr negra e reflexo metalico, azul ou verde escuro, tendo o abdome 2 longos apêndices caudais (fig. 54). Os Zigaenídeos, em sua maioria, são Lepidópteros diurnos. Põem ovos chatos. As lagartas são providas de numerosas verrucae, nas quais se inserem cerdas curtas. Vivem geralmente em plantas baixas. HOFFMANN (1937-1939) descreveu as lagartas, o casulo e a crisálida de Stylura forficula.
48. Bibliografia. BURGEFF, H. & F. BRYK 1936 - Zygaenidae. Lepid. Catal., 71:95-332. HERING, M. 1922 - Neue Zygaeniden. Iris, 46:152-156. JORDAN, K. 1913 - Zygaenidae, in Seitz, Macrolep. Mundo (Fauna Amer.) :21-31. LIMA, A. DA COSTA 1928 - Sôbre as espécies do gênero Stylura Burmeister. (Lepidoptera-Zygaenidae). Bol. Mus. Nac. Rio de Janeiro, 4(1), 2 figs. Família MEGALOPYGIDAE1 (Megalopygidae Berg, 1882; Lagoidae Packard, 1892)
49. Caracteres. - Esta família compreende mariposas bombiciformes, geralmente de tamanho médio (de 5 a 8 cm.), algumas, porém, pequenas (até 2 cm.) ou de grande porte (de 10 a 11 cm 1
De
(megas),
grande;
(pyge),
nádega,
parte
posterior
do
corpo.
LEPIDOPTERA
165
de envergadura), inteiramente brancas, de côr branca ou cinzenta com máculas pretas ou pardas, bronzeadas (Megalopyge basigutta (Walker, 1865) ou coloridas de róseo ou vermelho mais ou menos acentuado, tôdas, porém, densamente pilosas, de asas assetinadas ou aveludadas, com áreas revestidas de pêlos crespos ou ondulados.
Fig. 56 - Megalopyge lanata (Stoll-Cramer, 1780) (Megalopygidae) (Mário Silva fot.).
Em algumas espécies observa-se acentuado dicromismo. Assim em Trosia fallax (Felder, 1874), as asas anteriores da fêmea são de côr parda clara, exceto a faixa marginal anterior, que é branca com lista costal vermelha; as do macho são brancas, exceto a margem costal que é vermelha. Em ambos os sexos, porém, as asas posteriores são de côr vermelha e vêem-se 6 pintas negras em linha oblíqua. Os machos, sempre bem menores que as fêmeas, apresentam antenas mais f o r t e m e n t e bipectinadas que no outro sexo. Chaesotema presente. Peças bucais muito reduzidas, invisíveis. Asas posteriores geralmente com frenulum, às vêzes, porém, sem êle e com a área umeral da asa posterior alargada (Megalopyge basigutta (Walker, 1865) (fig. 61). 50. Desenvolvimento. - Ovos elipsóides ou cilíndricos, de tipo deitado. As lagartas, como se pode ver nas figuras 57, 63 e 64, são providas de longos pêlos, mais ou menos densos, daí o nome - la-
166
INSETOS DO BRASIL
gartas cabeludas, também chamadas lagartas de fogo ou tatoranas1 por serem providasde cerdas ou pêlos espinhosos, glandulares, que queimam, quando tocados. Muito se tem escrito sôbre êsses pêlos urticantes. Na bibliografia apresentada sôbre lagartas urticantes, já mencionei os principais trabalhos a elas referentes, inclusive a contribuição de R. VON
Fig. 57 - Megalopyge lanata (Stoll-Cramer, 1780) (Megalopygidae). Além das fotografias da lagarta e da mariposa, vêem-se, em 1, uma desova não fecundada e, em 2, uma das papilas situadas perto dos espiráculos (De Bourquin, 1942).
IHERING, sem dúvida a mais interessante até agora escrita no Brasil sôbre as nossas tatoranas, seus órgãos urticantes e danos que causam ao homem com a peçonha que secretam. É dêsse trabalho do saudoso amigo que retiro os seguintes dados referentes à biologia dessas lagartas: 1 A palavra tatorana, de origem tupi-guarani, como informa R. VON IHRING, significa "aquilo que arde como fogo".
LEPIDOPTERA
167
"Nos mezes de Janeiro a Março, a femea fecundada põe os seus ovos, geralmente de envolta com muitos pellos arrancados do abdomen. Como todos os Lepidopteros costumam fazer, depõe os ovos sobre vegetaes que convêm como alimento ás lagartinhas que deverão sahir da casca dahi a uma semana. Essas lagartas já apresentam, em miniatura, a feição caracteristica da verdadeira tatorana. ......................................................................................................................... ......................................................................................................................... Ha, entretanto, varias especies de tatoranas que, entre a 3ª. e 4ª. mudas de pelle, perdem inteiramente a feição e o colorido primitivos,
Fig. 58 - Asas de Megalopyge (Megalopygidae) (Lacerda del.).
parecendo mesmo, a quem as cria pela primeira vez, que houve engano ou qualquer gracejo, quando, após a muda, se vae encontrar na gaiola uma lagarta inteiramente differente da que ahi estava na vespera.
168
INSETOS DO BRASIL Ao todo, essas lagartas mudam de pelle 6 ou 7 vezes e cada vez que despem a chitina velha, crescem consideravelmente. Alimentam-se unicamente de folhas de vegetaes e, caso extremamente raro em entomologia, não têm nenhuma predileção decidida por determinada especie
Fig. 59 - Megalopyge fuscescens (Walker, 1856) (Megalopygidae) (Mário Silva fot.).
de planta. É sabido que a criação do bicho de seda só se faz com folhas da amoreira branca e tantas outras lagartas preferem morrer a acceitar qualquer vegetal que não seja aquelle a que estão habituadas. Quasi todas as tatoranas que figuram na estampa colorida foram sujeitas a
Fig. 60 - Asas posteriores de um mesmo Megalopigídeo para se ver as variações no curso das nervuras Rs e M. (Lacerda del.).
experiencias neste sentido; foram encontradas, indiferentemente, sobre goyabeiras, Ricinus, Platanus, etc. e, levando-as para a gaiola, davamos folhas de outras plantas, que eram egualmente bem acceitas.
LEPIDOPTERA
169
É muito prolongada a vida larval de todas estas especies; durante dous mezes, se não mais, é preciso alimental-as, substituindo, á medida que fôr neeessario, a folhagem, de preferencia ramos de goyabeira, mais resistentes, mergulhados em um recipiente com agua. Os intervallos entre cada muda sao tanto mais prolongados quanto menor fôr o cuidado que se lhes dispensar (renovação da folhagem). Um ou dous dias antes da muda, as lagartas ficam um tanto irrequietas, até que começam a tecer fios de seda com que prendem a extremidade posterior do corpo, para que depois, rompendo a casca, esta fique presa e a lagarta, com Sua veste nova ainda humida, possa desvencilhar-se della. Finalmente, quando tiver attingido completo desenvolvimento, a tatorana procura sitio adequado para tecer o seu casulo. Fig. 61 - Asas de Megalopyge basigutta (Walker, 1865) Algumas especies (Megalopygidae) (sem frenulum) (Lacerda del.). querem areia ou terra fôfa, na qual, a pouca profundidade, fazem o casulo de seda, disfarçado com os pellos que se vão desprendendo do corpo. Outras especies tecem o seu casulo entre os galhos ou collado contra a casca dos troncos. Observa-se em geral certa tendencia mimetica, como por exemplo na Meg. lanata, cujo casulo chato, cinzento, fendido superficialmente, se confunde inteiramente com o aspecto geral do tronco do platano; a Meg. superba faz um casulo alongado, revestido de pellos ruivos, com uns furos na extremidade, que talvez deram apparentar os olhos de um bicho mal encarado. Emfim, aqui como em tantos outros grupos animaes, com um pouco de phantasia, os adeptos, ou antes, os enthusiastas do mimetismo, encontram abundantes exemplos desta theoria, que encerra tanto de verdadeiro ou plausível, quanto tem de ridiculo quando forçada e levada ao extremo.
170
INSETOS DO BRASIL Nesses casulos as tatoranas permanecem por longo tempo, sem tomar alimento, nem mudar de feição; só nas ultimas semanas é que se dá a transformação em chrysallida, da qual depois surgirá a mariposa adulta. Em certo ponto do casulo ella encontra sempre a sua sahida preparada, para poder escapar facilmente, uma portinhola ou fenda, mal collada com poucos fios de seda, mas que ainda assim véda a entrada a inimigos que a possam molestar. Recomeça então o mesmo cyclo, que recapitulando, comprehende os seguintes periodos, de duração muito desegual: um mez para a mariposa adulta e os ovos, dous a tres mezes para a tatorana livre, a Fig. 62 - Genitália de Trosia zikaniana Hopp. maior parte do anno para (E. May det.); Cn, cornuti; Cs, cucullus; Sc, a lagarta enclausurada e sacculus; Tg, tegumen; U, uncus; Vs, vesícula algumas semanas para a (Lacerda fot.). chrysalida." BOURQUIN,
1941, e
de
1942), 3
na
descreveu
espécies
de
Megalopyge
lanata
pelo
-
Este
nome autor
Argentina,
fêz
(Herrick-Schäffer,
o
em
desenvolvimento
Megalopyge, (Stoll-Cramer,
sassurana,
já
a
descrição
seguinte 1856),
interessantes
também
fôra
uma
de
uma
delas
a
1780),
lagarta
conhecida
(1936,
espécie nossa
cuja
observada da
artigos
por
Podalia
de
bem
conhecida
lagarta,
conhecida
MABILDE
de
Podalia
pelos
nomes
1939,
(1896).
chrysocoma -
urso
e chapéu armado: "interessante pela forma de navio com 4 mastros; e com muito pello e esse quasi todo, principalmente o mais comprido, é virado para cima ou vertical sobre o lombo, medindo 10 a 15 milímetros, o pello branco levemente amarellado, sobresahindo perto da cabeça uma mécha de pello preto com 20 milimetros, e duas malhas eguaes sobre o macio do lombo e outra ainda egual sobre o ultimo anel de traz; aos lados tem o pello mais curto malhado de branco e de ruivo-claro, finalmente pela barriga o pello mais curto é malhado de branco e preto. Acha-se em Outubro e Novembro, depois em Maio e Junho, nas folhas da aroeira,
LEPIDOPTERA
171
capororoca e outras como o carvalho, etc. Transforma-se em casulo semiespherico, duro e forte, de encontro a galhos ou troncos; nasce no fim de 3 a 4 mezes a borboleta, que vôa muito pouco e por isso raras vezes apparece."
Fig. 63 -
Lagarta de Megalopyge radiata Schaus, 1792 (Megalopygidae) (De R. von Ihering, 1914).
Fig. 64 - Lagartas de: 1, Podalia orsilochus (Cramer, 1775) (pelos escuros); 2 e 2a, Megalopyge sp.; 3, Megalopyge albicollis superba (Edwards, 1884) (Megalopygidae) (De R. von Ihering, 1914).
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HOFFMANN (1932 e 1937-1939), em Santa Catarina, observou os ovos e as lagartas de Aidos amanda (Hübner,1816), que se criam em goiabeira e as de Podalia albescens (Schaus, 1900) que são polífagas. Uma peculiaridade interessante das lagartas dos Megalopigídeos é apresentarem, além das pernas abdominais encontradas nas demais espécies, mais dois pares de saliências ventrais, no 2° e no 7° urômeros, desprovidos, porém, dos ganchos que geralmente se vêem naquelas. As lagartas dos Megalopigideos são freqüentemente parasitadas por moscas da família Tachinidae, infelizFig. 65 - Casulos de Megalopyge lanata, protegidos mente ainda não por capa comum de sêda (Lacerda fot.). determinadas. No material que remeti a TOWNSEND há espécies pertencentes a gêneros próximos de Nepocarcelia, Procarcelia e Zygozenillia. A família é representada por cêrca de 250 espécies, quasi tôdas de região neotrópica. Dos vários trabalhos que tratam das nossas espécies, recomendo particularmente os de HOPP; num dêles (1930) há indicações interessantes relativas à terminália dos machos de alguns representantes da subfamília Trosiinae.
LEPIDOPTERA
51
173
Bibliografia.
BOURQUIN, F. 1936 - Notas biologicas sobre Megalopyge urens. Rev. Soc. Ent. Arg., 8:125-132. 1939 - Metamorfosis de Podalia nigrocostata (Lep. Megalopygidae. Physis, 17:431-441, 10 figs. 1941 - Metamorfosis de Megalopyge albicollis Walker, 1910. Rev. Soc. Ent. Arg., 11:22-30, 2 figs., est. 1 1942 - Metamorfosis de Megalopyge lanata Crm. Rev. Soc. Ent. Arg., 11:305-316, 2 figs. est., 15. DYAR, H. G. & E. STRAND 1913 - Megalopygidae, Dalceridae, Epipyropidae. Lepidopt. Catal., 16, 35p. HOPP, W. 1927 - Die Megalopygidae-Unterfamilie der Trosiinae. (Lep. Megalopygidae. Mitt. Zool. Mus. Berlin, 13: 206-336, 186 figs. 1930 - Ergebnisse einer zoologischen SaInmelrise nach Brasilien, insbesondere in das Amazonasgebiet ausgefuhrt von Dr. H. ZernyVI Teil-Lepidoptera: Megalopygidae. Ann. Naturhist. Mus. Wien, 44:269-277, 6 figs. 1934-1935 - Megalopygidae, in Seitz Macrolepidoptera do Mundo. (Fauna Amer.: 1081-1102, 9 est. IHERING, R. VON 1914 - Estudo biologico das lagartas urticantes ou tatoranas. Ann. Paul. Med. Cirug., 3(6).:129-189, 5 figs., ests. 7 e 8 Familia E U C L E I D A E (Limacodides Duponchel, 1844; Limacodidae Walker, 18551; Cochliopodidae Stainton, 18562; Eucleidae Dyar 18943; Apodidae Grote, 18954; Heterogeneidae Meyrick, 18955; Cochlidiiàae Dyar, 1898; Cochlidionidae e Limacodidae Grote, 1899; Cochlididae Rebel, 1901; Limacodoidea D'Almeida, 1932. 52. Caracteres. - As mariposas desta família são de tipo bombicoide, de tamanho médio ou pequenas, porém, relativamente robustas, com a cabeça e, nos machos de algumas espécies, as asas pouco desenvolvidas em relação ao tamanho do corpo. Antenas dos 1
De
2
De
3 De 4 De 5 De
(limax, acos), lesma. (cochlias), l e s m a . (euclea), g l ó r i a ( s o b r e n o m e d e D i a n a ) . (de α, privat. +
(heteros), outro, diferente;
(pous, podos), pé. (genea), nascimento, familia.
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machos bipectinadas, pelo menos até o meio. Sem chaetosema. Espiritromba e palpos maxilares reduzidos ou obsoletos. Palpos labiais moderados, não muito desenvolvidos. M, na asa anterior, completa
Fig. 66 - Sibine nesea (Stoll-Cramer, 1781), fêmea (De Pinto da Fonseca, 1933, fig. 29) (Eucleidae).
ou incompleta, às vêzes bifurcando-se (fig. 68), na asa freqüentemente ausente. Frenulum geralmente presente.
posterior
53. Desenvolvimento. Hábitos. Os Eucleideos geralmente voam à noite. Ovos normalmente separados, de tipo chato.
Lagartas limaciformes, de corpo indistintamente segmentado, achatado na face ventral e mais ou menos abaulado no dorsal, com verrugas espinhosas; cabeça pequena e retrátil; desprovidas de pernas abdominais, que são substituídas por pares de discos ou ventosas, situados nos 7 primeiros urômeros. As pernas toFig. 67 - Sibine nesea (Stoll-Cramer, 1781), ráxicas são também muito macho (Lacerda fot.). curtas. A côr das lagartas, geralmente críptica, varia nas diferentes espécies; muitas exibem as côres verde e vermelha.
LEPIDOPTERA
175
O dorso pode apresentar-se pràticamente liso e glabro (em formas especializadas), armado de scolii, simples ou com cerdas urticantes (Sibine) (fig. 72), ou resvetido de pêlos e provido de cons-
Fig. 68 - Asas de Sibine sp. (Eucleidae) (Lacerda del.).
pícuos processos carnosos laterais, também pilosos, que dão à garta aspecto peculiar, lembrando uma aranha (Phobetron) (fig. Daí o nome apêndices. que
lagartas
Deslocam-se como se alimentam.
aranhas lesmas,
(saui),
aplicado
fortemente
às
lagartas
agarradas
às
com
la73) tais
fôlhas
de
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Pupas cilindro-cônicas, de tipo incompleto, encerradas em casulos quase esféricos, duros, de côr escura ou cinzenta e superfície pergaminhosa, parecendo ovos de reptis ou pequenos frutos secos. O polo livre apresenta um corte circular para a saída da mariposa (fig. 75). E m a l g u m a s espécies os casulos ficam grupados nos galhos, sob capa protetora de sêda, mais ou menos espessa (fig. 74). 54. Espécies de maior Há perto importância. de 900 Eucleídeos descritos, que habitam principalmente as regiões indo-australásica, etiópica e neotrópica. As desta região representam cêrca de um têrço daquele número. No Brasil as espécies mais conhecidas são as seguintes: Fig. 69 - Terminália de Sibine nesea (Eucleidae); An, anellus e juxta; Cal, calcar; Cncornuti; Gn, gnathos; P, pênis ou aedoeagus; Tg, tegumen; U, uncus; Val, valvae; Vm, vinculum (Lacerda fot.).
55. Sibine nesea (StollCramer, 1781); Streblota nesea auct. (figs. 66-69, 72). Sôbre esta espécie, cuja lagarta danifica a laranjeira, escreveu PINTO DA FONSECA (1933 Insetos e acarinos produtores de manchas e lesões nos frutos cítricos): "A lagarta é de cor verde-claro, algo luzidia, apresentando nas extremidades dorsais do corpo uma série de pequenas tuberosidades, providas de pelos urticantes; mede, quando completamente desenvolvida, de 24 a 32 milimetros de comprimento, por 11 a 13 millimetros de largura. Não possue pés; movimenta-se deslisando como lesma e vive em colonias. Chegando a época de se enchrysalidar, dirige-se para a base do tronco e ahi constróe casulos, geralmente unidos uns aos outros, formando crôsta áspera, revestida de uma substancia fibrosa pardo-acinzentada.
LEPIDOPTERA
177
A mariposa mede 45 millimetros de envergadura, tem cor acastanhada, com reflexos assetinados, trazendo nas extremidades das azas superiores uma pequena mancha esbranquiçada."
56. Phobetron hipparchia (Cramer, 1777). - BENEDITO RAYMUNDO (SILVA, B. R.), em seu livro (p. 153), apresenta uma detalhada descrição do inseto em todos os seus estádios, acompa-
Fig. 70 - Phobetron hipparchia (Cramer, 1777) (Eucleidae); macho (Lacerda fot.) (X 3,5).
nhando-a de figuras coloridas da lagarta, do macho e da fêmea, que são notavelmente dimórficos, como se pode apreciar nas figs. 70 e 71 Anteriormente MABILDE estudára o inseto, com o nome que lhe foi aplicado em 1851 por HERRICK-SCHAEFFR (Euryda variolaris), descrevendo-o sucintamente e, sôbre a lagarta e casulo, dizendo o que se segue: "A lagarta.., à primeira vista confunde-se com alguma aranha curiosa; mas as pernas que appareeem não servem para a locomoção; são apenas enfeites da natureza que não lhe deu patas; move-se como a lesma Em geral é cor de vinho claro; mas ha mais escuras e outras mais claracinzentas; todas teem os pequenos olhos por cima do limbo preto, orlados de branco em fundo preto; toda ella é como velludo, com raros fios de cabecinhas, como pequenos alfinetes. Encontram-se de Março a Maio em diversas folhas de árvores. como carvalho extranho e nostral, alamo,
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pereiras, fruto ou olho de pombas, capororoca e muitas outras. Transforma-se no proprio pello, encolhendo-se até formar do primitivo corpo
Fig. 71 - Phobetron hippachia (Cramer, 1777) (Eucleidae); fêmea (Lacerda fot.) (X 3,5).
abrigado um bollinho de um centimetro de diametro, em roda do qual ficão as suppostas pernas encolhidas e disformes sem tecido algum visivel
Fig. 72 - Lagarta de Sibine sp. (Eucleidae) (Lacerda fot.), (cerca de X 2).
Fig. 73 - Lagarta de Phobetron sp. (Eucleidae) (Lacerda del.).
e presas pela base achatada em algum galho; o casulo é muito duro para resistir durante 7 a 8 mezes de outono, inverno e verão, até sahir a borboleta em Novembro, Dezembro e Janeiro, a qual raras vezes apparece"-
LEPIDOPTERA
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57. Parasitos. - FERREIRA LIMA (1937), em Santa Catarina, obteve, de crisálidas de Sibine nesea, um Icneumonídeo que determinei como Crypturopsis bilineatus (Brullé, 1846). Na coleção da Escola Nacional de Agronomia há exemplares do mesmo inseto obtidos de Sibine e de Phobetron. BLANCHARD (1936), na Argentina, classificou, com o nomeNeochristoIia eucleidis, n. g., n. sp. - um icneumonideo que, pela descrição, me parece idêntico àquele do gênero Crypturopsis.
Fig. 74 - Casulos aglomerados de Eucleidae (Lacerda fot.).
Os exemplares examinados por BLANCHAR D criaram-se como os nossos em Sibine nesea e em Phobetron hipparchia. Pimpla tomyris Schrottky, 1902 (apud De SANTIS, 1941), também parasita a lagarta de Phobetron hipparchia. No Rio frequentemente encontram-se lagartas de Phobetron hipparchia prêsas a fôlhas, tendo, porém, entre o limbo e a face ventral da lagarta, uma camada de casulinhos brancos de um braconídeo do gênero Apanteles, que as parasita. De Minas Gerais recebi, ha tempos, exemplares de um Braconideo (Cheloninae - Triaspidini) parasito de Sibine. Parasitam também a lagarta de Sibine nesea os microimenopteros Mixochalcis sibinicola Blanchard, I935 e Spilochalcis koehleri
INSETOS DO BRASIL
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Blanehard, 1935 (Chaleididae) e a de Sibine trimacula-Litomastix brethesi Blanchard, 1936 (Encyrtidae). Relativamente a Dípteros endoparasitos de Limacodidae, conhecia-se o ataque de Sibine e de Phobetron, no Brasil, pelos Taquinideos Palpexorista longiuscula Walker (Phorocera longiuscula), se-
Fig. 75 - Casulos isolados de Miresa clarissa (Stal, 1790) (Lacerda fot.) (cerca de X 2).
gundo observações de O. MONTE em Minas Gerais e Phorocera heros. TOWNSEND, em seu Manual of Myiology, refere tambem o ataque de Sibine por Bicruciosturmia bicrucis As lagartas de Miresa clarissa parasitadas (=Systropus
Townsend, 1932. (Stal, 1790) são freqüentemente
pelo Díptero Systropus Jumipennis Westwood, 1842 nitidus Wiedemann) (Bombylidae) cuja etologia foi
e s t u d a d a por BEZZI (1912). A bibliografia desta família será apresentada com a da família seguinte. Familia
DALCERIDAE
(Dalceridae Dyar, 1898; Acragidae Hampson, 1918 Mariposas bombicóides apresentando asas posteriores largas com a margem externa retilínea. Trata-se de um grupo muito próximo de Eucleidae. Nesta família, porém, M 1 na asa posterior, geralmente parte de uma forquilha comum com Rs e quando, por excepção, sai diretamente 58.
Caracteres,
etc.
LEPIDOPTERA
da
célula,
fica
181
nunca
tão
afastada
de Rs como nos Dalcerideos.
De-
mais,
en-
nestes,
contra-se
aréola
em
vários
gêne-
tos
(ausente
em
Limacodidae). Os deos
Dalceríapresentam
antenas
pectina-
das
(fig.
não
possuem
piritromba. nulum ou
77)
e es-
Frepresente
Fig. 76 - Zadalcera fumata (Schaus, 1894) (Dalceridae) (Mário de Nascimento fot.).
ausente. As larvas são de aspecto BURMEISTER (Descr. Phys. Rep. guinte:
interessantíssimo. Já em 1878 Argent. 5:517) escrevera o se-
"Mon fils Henri l'a obtenu de la chenille et m'ecrit que la chenille a presque un pouce de long, qu'etle est plane en dessous, légèrement convexe en dessus et couverte de plusieurs séries de verrues coniques gélatineuses qui tombent quand on les touches, même avec la plus grande
Fig. 77 - Antena do Zadalcera fumata (Schaus, 1894) (Dalceridae).
précaution. Le corps de la chenille est vert. Les verrues ont la transparence du verre, elles sont incolores et formées par une exudation de la surface du corps, sans avoir avec lui un contact parfait."
182
INSETOS DO BRASIL
DYAR, comentando a observação, acrescenta: "The statement that the appendages are formed by an exudation from the surface of the body appears to me to be probably a wrong interpretation of the structures. More probably we have to do with a further developmeat of the peculiar modification of the subdorsal horns
Fig. 78 - Asas de Zadalcera fumata (Schaus, 1894) (Dalceridae) (Lacerda del.).
LEPIDOPTERA
183
seen in the cochlidian genera Phobetron, Alarodia, and Isochaetes. I have shown how these appendages, which are only modifications of the subdorsal warts, become in these genera successively more and more detachable, culminating in Isochaetes. This larva is already green and the
Fig. 79 - Lagarta de Zaldacera fumata (Dalceridae) e, ao lado, um dos tubérculos gelatinosos, visto com forte aumento (De J. Gomes & Reiniger, 1939).
horns transparent, like glass, so that ir only needs a little further modidication, by the loss of the hairs, to produce the larva above described. It is infortunate that on larvae are available to test the above hypothesis."
Fig. 80 - "Lagarta gelatina" de Zadalcera fumata, em fôlha de laranjeira (C. H. Reiniger fot.).
184
INSETOS DO BRASIL
A
família Dalceridae compreende cêrca de 70 espécies, quase tôdas da região neotrópica. Das nossas pouco se sabe sôbre os respectivos hábitos. Em meu "Catalogo" menciono Acraga melinda (Druce, 1898), cuja lagarta vive em goiabeiras no Distrito Federal. Recentemente GOMES e REINIGER estudaram a biologia de Zadalcera fumata Schaus, 1894, cuja lagarta vive sôbre laranjeira dizendo sôbre ela o seguinte: "Pelo aspecto apresentado pela lagarta deste Lepidoptero, que é gelatinosa, de cor verde claro e brilhante, com tuberculos carnudos, em series, sobre o dorso e flancos, denominamo-la vulgarmente de lagarta gelatinosa". Dou nas figuras 79-80 alguns desenhos e fotografias do inseto gentimente cedidos por aquêles entomologistas. Outra espécie a mencionar, relativamente comum no Rio de Janeiro, é a Acraga flava (Walker, Fig. 81 - Fôlha de Citrus com lesões feitas pela lagarta de Zadalcera fumata (J Gomes del.).
1885). A família kins, 1905, para
Epipyropidae alguns muito
Perpró-
xima de Yponomeutidae, realmente muito se aproxima de Dalceridae, principalmente quanto à terminália dos machos, que muito se parece em ambas as famílias, diferindo apenas no desenvolvimento do vinculum e do anellus, conforme mostrou HEINRICH (1931). A família compreende espécies da India, do Japão, da Austrália e das Américas. Apesar de não terem sido estudadas espécies do Brasil, é possível que haja representantes em nosso país, daí tê-la incluído na chave. As lagartas vivem do revestimento céreo de vários Homópteros. principalmente Fulgorídeos.
LEPIDOPTERA
185
DYAR (1902) descreveu a lagarta de Epipyrops barberiana; PERKINS (1905) estudou a família especialmente e JORDAN (1928) tratou da nervação e da genitália de várias espécies. 59. Bibliografia. BERG, C. 1878 - El género Streblota Hb. y las Notodontinas de la República Argentina. An. Soc. Cient. Argent., 5:177-188. BEZZI, M. 1912 - Dipteros do Brazil. Sobre tres interessantes dipteros de S. Paulo. Broteria (Ser. Zool)., 10:76-84. DYAR, H. G. 1902 - A lepidopterous larva on a leaf hopper (Epipyrops barberiana n. sp. ). Proc. Ent. Soc. Wash., 5:44-45. 1910 - Notes ou the family Dalceridae. Proc. Ent. Soc. Wash., 12:113-121. 1927 - New species of American Lepidoptera of the families Limaeodidae and Dalceridae. Jour. Wash. Acad. Sci., 17:544-551. 1935 - Limacodidae, in Seitz-Maerolepidopteros do Mundo. Fauna Amer., 6:1103-1112, 2 ests. DYAR, H. G. & E. STRAND 1913 - Megalopygidae, Dalceridae, Epipyropidae. Lepid. Catal., 16, 35 pag. EECKE, R. VAN 1925 - Cochlidionidae, Lepid. Catal., 32:79p. FONSECA, J. P. DA 1933 - Insectos e acarinos productores de manchas e lesôes nos frutos citricos. Secr. Agr. Ind. Com., São Paulo: 66p., 38 figs. GOMES, J. S. & C. H. REINIGER 1939 - Nota previa sobre uma nova praga da laranjeira. Rev. Soc. Bras. Agron., 2:26, 2 figs. HOPP, W. 1921 - Notizen über Dalceridae (Lep.) nebst Beschreibung neuer Arten. Arch. Naturg., A, 87 (2): 276 282, 6 figs. 1928 - Beitrag zur Kenntnis den Dalceriden. Iris, 42:283-287, 1 fig. 1935 - Limaeodidae, in Seitz-Maerolepidopteros do Mundo. Fauna Americana: 1133-1140.
186
INSETOS DO BRASIL
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PSYCHIDAE1
(Psychidae Boisduval, 1892)
60. Caracteres. - Nesta família só os machos se apresentam como mariposas. As fêmeas, nas espécies mais especializadas (Psychinae), são neotênicas, isto é, larviformes, sendo as formas mais degradadas que se conhece em Lepidoptera. Apresentam-se nuas (exceto na parte apical do abdome, que é provida de escamas), ápodes, sem antenas e peças bucais e nunca saem dos cêstos em que se c r i a r a m (fig. 85). As formas primitivas, entretanto (Dissocteninae, Fumeinae e Talaeporiinae), embora também ápteras, apresentam antenas, pernas e outras estruturas externas mais ou menos visíveis (fêmeas araneiformes); vivem também em cêstos ou sacos, porém, dêles saem para serem fecundadas, pondo, porém, os ovos dentro do saco. Os machos, como disse, são sempre alados, de tamanho pequeno ou médio, corpo relativamente robusto, de côr escura uni1
De
(psyche)
alma,
mariposa.
LEPIDOPTERA
187
forme, às vêzes, entretanto, com alguns desenhos nas asas (fig. 82). Em Animula basinigra (Felder & Rogenhofer, 1874) as asas são hialinas, exceto na parte basal, que é escura.
Fig. 82 - Oiketicus kirbyi (Guilding, 1827), macho (Psychidae) (Lacerda fot.).
Como Psychidae têm realmente afinidades muito estreitas Tineidae, vários autores norte-americanos consideram-na integrante da superfamília Tineoidea. Antenas geralmente bipectinadas; em Talaeporiinae simplesmente ciliadas. Olhos pequenos. Sem ocelos, sem espiritromba e sem palpos.
com parte
Toráx e abdome pilosos. Pernas curtas. Asas geralmente curtas em relação ao comprimento do corpo. Em varias espécies as asas são pouco escamosas; noutras, porém, embora revestidas de muitas escamas, como estas se destacam muito facilmente, aquelas ficam como se fôssem naturalmente nuas. A disposição das anais na asa anterior, como consta da chave, é característica (fig. 83). Frenulum quase sempre robusto; abdome mais ou menos longo, capaz de se alongar extraordinariamente, pelo afastamento dos urômeros, por ocasião da cópula.
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INSETOS DO BRASlL
61. Desenvolvimento. Hábitos. - Passo a expor os dados mais interessantes relativos á etologia de Oiketicus kirbyi na Argentina, de acôrdo com BERG e LAHILI E. A fêmea, embora incapaz de se alimentar, pode viver até quatro meses. Uma vez fccundada, começa a pôr os ovos dentro da exuvia
Fig. 83 - Asas de Oiketicus sp. (Psychidae) (Lacerda del.).
pupal, normalmente de 800 a 1500 ovos. Há, todavia, observações de postura de cêrca de 3000 ovos. A postura dura de 15 a 20 dias. Os ovos são de contôrno quadrangular, com as arestas arredondadas. Na Argentina é sob a forma de ovo que o inseto passa o inverno dentro da exuvia materna.
LEPIDOPTERA
189
As lagartinhas, pouco depois de abandonaram os ovos e o cêsto materno, começam a construir cêstos individuais, reunindo, para isso, fragmentos de fôlhas. A medida que se efetuam as ecdises, a lagarta vai crescendo e ampliando a casa, empregando então fragmentos de gamos e expelindo as exuvias pela abertura posterior do saco. Durante todo o tempo do desenvolvimento larval, o cêsto, (fig 84), geralmente pendente dos galhos mais alFig. 84 - Casa larval de Oiketicus kirbyi (Lacerda fot.). tos de plantas, fica com a parte anterior (a mais alargada) voltada para o suporte. É através da abertura que aí se encontra, bem mais larga que a posterior, que sai e entra a parte anterior do corpo da lagarta, distintamente mais esclerosada que a porção abdominal. Quando a lagarta se acha completamente desenvolvida (na Argentina o desenvolvimento larval dura, segundo BERG, cêrca de 5 meses), prende fortemente o cêsto a um galho pela parte mais dilatada, e, voltando-se, de modo a ficar de cabeça para baixo, transforma-se em crisálida. Esta, 5 ou 6 semanas depois, dá o inseto adulto. As fêmeas, segundo BERG, "abren solamente la cáscara de la crisálida sobre, la cabeza y permanecen con su cuerpo en eI interior de su antigo cuero. Como en todas las Psychidae, la cáscara de la cabeza de la crisálida se. divide por dos rasgaduras en tres partes triangulares, dos de cuyas partes corresponden al cráneo y una a la porción de la boca". Os machos, depois de se libertarem da exuvia pupal, emergem pela extremidade livre do cêsto e, á noite, voando rápidamente, procuram os cêstos das fêmeas para a copula. Daí serem frequentemente vistos perto das lampadas com o abdome mais ou menos estirado.
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INSETOS DO BRASIL
Eis como BERG descreve a cópula. "Poco tiempo después de haber abandonado la crisálida, los machos vuelan en la vecindad del lugar de su nacimiento, para buscar una hembra no fecundada, en su canastro. Habiéndola encontrado, el macho se posa sobre el canasto, generalmente del lado inferior, que no está colocado completamente perpendicular sino algo inclinado a uno y otro lado, agarrandose con sus patas a la porción angosta del cêsto y buscando de entrar en ella con su vientre encorvado hacia arriba, perforando la punta de canasto con la teneza fuerte que contiene los órganos genitales. Rara vez entra con prontitud la punta del vientre, porque estando más o menos cerrado el canasto por los hilos de seda viejo, mezclado entre si por el movimiento perpetuo del gusano en el estado juvenil de la vida; el macho cambia repetidas veces de posición y busca la entrada por diferentes lados, hasta que al fin sus perpetuas operaciones con la tenaza terminal de su vientre abren la punta del canasto. Entonces entra en su interior no sólo con la puntadeI vientre sino también con toda la porción posterior de su cuerpo, hasta Fig. 85 - Oiketicus kirbyi (Guilding, 1827) (Psychidae), fêmeas (Lacerda fot.). el tórax".
62. Inimigos naturais. Meios de combate. - O Oiketicus kirbyi, espécie que constitui, no sul do país e principalmente na Argentina, uma das pragas mais daninhas para fruteiras e plantas ornamentais, é controlado por vários parasitos e alguns predadores, estudados em vários trabalhos de BRÈTHES e em contribuições recentes de BLANCHARD e de KOEHLER (1939). Para o conhecimento dos microimenópteros parasitos (Calcidídeos e Icneumonídeos) e respectiva literatura, aconselho consultar o trabalho de DE SANTIS (1941). Do material que tenho recebido para determinação, as espécies mais comuns no Rio Grande do Sul são: Psychidosmicra brasiliensis (Brèthes, 1918), Psychidosmicra brèthesi Blanchard, 1935,
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191
Perissocentrus caridei (Brèthes, 1919) e Brachymeria pseudovata Blanchard, 1935, todos microimenópteros da superfamília Chalcidoidea. Em Minas Gerais, a julgar também pelo material que me foi enviado recentemente para determinação pelo Dr. OSWALDO DE ALMEIDA, o bicho de cêsto é principalmente parasitado pelo microimenóptero da superfamília Ichneumonoidea - Ipobracon Blanchard, psychidophagum 1933. No combate ao inseto, além do método biológico, são indicados meios químicos e mecanicos, assina recomendados por ORFILA: b)
Quimicos En este renglón cabe mencionar las pulverizaciones arsenicales de primavera a base de arsenitos de calcio o de pIombo, que se aplicarán desde octubre hasta fines de diciembre, en cuanto aparezcan los primeros cestitos. Nunca debe olFig. 86 - Casas larvais de Oíketicus geyeri vidarse que los arsenitos (Berg. 1877) (Psychidae) (Lacerda fot.). son venenos poderosos y en su pulverizacion han de tomarse las precauciones debidas. Recomendamos utilizar de preferencia el arsenito de calcio con un exceso de cal para evitar la quemadura del follaje.
c) Mecánicos En el caso especial del bicho de cesto, plaga de gran tamano individual, de escasa movilidad, que terminada su vida larval se fija en forma permanente, el mejor medio de combatirla es la recoleccíon directa. Durante el invierno deben podarse a fondo las plantaciones atacadas quemando las ramas antes de septiembre y no dejándolas como es usual, en cualquier parte, pués de este modo los huevos se desarrollan sin inconveniente. Si se siguen estas instrucciones, al llegar la primavera sólo nacerán los contados bichos que provengan de algunos cestos salvados de
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la obra redentora de la tijera y el fuego. Entonces las pulverizaciones se encargarán de dar cuenta de éstos, y los pocos que se desarrollen a pesar del veneno serán recogidos a mano en la primera quincena de diciembre, antes que comiencen a fijarse sólidamente en las ramas para crisalidar. Estos últimos cestos deben quemarse recién a los 20 dias de arrancados, debiendo amantenerse durante ese período dentro de un cajón herméticamente cerrado y cubierto por un alambre de fiambrera. De este modo se permite el nacimiento de los parásitos que pudieran albergar. Hace más de 60 anos que le Dr. WEYENBERGH escribía: "la única manera de disminuir la cantidad... consiste en hacer recegar durante el invierno y antes de la época del proceso rodas las casitas y quemarlas." Hoy dia sigue siendo éste el mejor método y el necessario. Pero de nada sirve que el agricultor progresista limpie sus plantaciones mientras las autoridades comunales se empebern, con su negligencia, en mantener en las calles y plazas Fig. 87 - Casa larval de Oiketicoides kunckeli de cada pueblo verdaderos Heylaerts, 1885) (Psychidae) (Lacerda fot.) reservorios de la plaga". (cerca de X 2). 63. Classificação. - A família Psychidae compreende cérca de 400 espécies distribuídas em algumas subfamílias. No Brasil encontram-se as formas mais especializadas e corpulentas da família, pertencentes ao gênero Oiketicus Guilding, 1837 (subfamília Oiketicinae). Além de Oiketicus kirbyi (Lansd.-Guilding, 1827) (figs. 84-85), há também no Brasil, como na Argentina e no Uruguai, uma espécie, O. geyeri (Berg. 1877), raramente causadora de danos apreciáveis, cujas lagartas e fêmeas vivem em sacos alongados, de tecido especial,
LEPIDOPTERA
193
lembrando papelão, e aspecto característico (fig. 86), justificando o nome vulgar "bicho de cigarro" ou "bicho cigarreiro". HOFFMANN, numa das suas contribuições à historia natural dos Lepidópteros brasileiros (Zeits. Wissen. Insektenbiol., 1932), apresentou alguns dados interessantes relativos à biologia dessa espécie. Ainda da subfamilia Oiketicinae há a assinalar Cryptotheles brasiliensis (Heylaerts, 1884) (Eumeta brasiliensis Heyl.) cuja lagarta, em Santa Catarina, segundo HOFFMANN (1933), se alimenta de musgos. Na figura 87 vê-se o cêsto de Oiketicoides Kunckeli (Heylaerts, 1885) (subfam. Oiketieoidinae), cuja lagarta, em S. Gabriel (R. G. do Sul), segundo me informou o Agr. ANACREONTE A. DE ARAUJO, ataca uma gramínea do gênero Aristida, vulgarmente conhecida como "barba de bode". 64.
Bibliografia
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INSETOS DO BRASIL
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LEPIDOPTERA
195
Superfamília TINEOIDEA (Tineoidea Dyar, 1902) 65. Famílias em que se divide; numero de especies. A superfamília Tineoidea, tal como a considero neste trabalho, abrange tôdas as famílias de Microlepidópteros distribuidos por FORBES e outros autores modernos em 4 superfamflias: TINEOIDEA Dyar, 1902, ELACHISTOIDEA Essig, 1942 (Cycnodioidea Forbes, 1923), GELECHIOIDEA Mosher, 1916 e YPONOMEUTOIDEA Mosher, 1916. Eis a relação das famílias distribuídas nessas superfamílias: Incluídas em TINEOIDEA: Acrolophidae. Abrangendo, segundo alguns, Amydriinae e Scardiinae, consideradas por outros subfamílias de Tineidae. Arrhenophanidae Cecidosidae Coleophoridae Lithocolletidae Lyonetiidae Lypusidae. Sem representantes na América. Alguns autores consideram-na subfamília de Psychidae. Oinophilidae Opostegidae. Da região Oriental, porém com algumas espécies americanas do gênero Opostega Zeller. Alguns autores incluem-na em Neptieuloidea (Tineoidea Aculeata (ver a respeito o trabalho de HEINRICH (1918). Phyllocnistidae Ridiaschinidae Tineidae. Incluindo várias subfamílias, algumas de as elevadas por alguns autores á categoria de família. Refiro-me a Amydriinae, Monopinae, Ochsenheimeriinae, Setomorphinae, Teichobiinae e Talaeporiinae, as duas ultimas estudadas por outros, também como subfamílias, porém de Psychidae. Tischeriidae. Incluídas em ELACHISTOIDEA: Douglasidae Elachistidae Heliozelidae
196
INSETOS DO BRASIL
Incluídas
em
GELECHIOIDEA:
Agonoxenidae. Da região austro-malaia. Amphitheridae. Da região indo-malaia. Blastobasidae Copromorphidae Cryptophasidae. Sem espécies na região neotropica. Epimarptidae. Da região indiana. Ethmiidae Gelechiidae Hyposmocomidae (Diplosaridae). Com espécies de Hawaii. Lavernidae Oecophoridae Stenomatidae Incluídas em YPONOMEUTOIDEA:
Acrolepiidae Aegeriidae Argyresthiidae Ashinagidae. Com espécies de Formosa. Epermeniidae Glyphipterygidae (incl. Atychidae) Heliodinidae Plutellidae Scythrididae Strepsimanidae. Com espécies da India. Yponomeutidae. Um numero tão grande de famílias plenamente se justifica pelo avultado numero de especies que constituem Tineoidea. De fato, trata-se de um dos maiores grupos de Lepidópteros, pois nêle se incluem mais de 20.000 espécies conhecidas, quase tão grande, portanto, como o dos besouros da serie Rhynchophora que compreende cêrca de 40.000 espécies, seguramente o maior grupo de sêres vivos conhecidos. Como não é fácil apresentar para esta superfamilia um conjunto de caracteres comuns a tôdas as familias que a constituem,
LEPIDOPTERA
parece-me familias. famílias
suficiente Linhas com
representantes maior
1
1'
-
-
Chave
a
caracterização
seguir,
espécies em
importancia 66.
a
a
chave
brasileiras
e
das
nossa sob
das
o
feita
dou terra.
ponto
familias
197
na
chave
para que
Estudando-as,
de
vista
de
Tineoidea.
a talvez
geral
de
super-
determinação também
deter-me-ei
das
tenham nas
de
econômico. -
Asas geralmente lauceoladas ou lineares. Anteriores quase sempre com margem posterior em curva uniforme até o ápice; quando apresentam margem externa (termen mais ou menos diferenciada da posterior, são mais ou menos caudadas, com o ápice prolongado em ponta fina; nervação raramente completa, nem sempre formando célula discal fechada, em algumas espécies pouco distinta ou inaparente; aréola raramente presente; quando a nervação é completa, R 5 termina na costa e as asas posteriores são como se lê adiante; no termen geralmente terminam menos de 5 nervuras oriundas da célula. Posteriores com aspecto de linguetas, geralmente muito estreitas, ponteagudas e com mais de 5 vêzes a largura máxima; às vezes com menos, neste caso, porém, vêm ter ao termen da asa anterior sómente 4 nervuras oriundas da célula; nervação muito reduzida ou mesmo inaparente, raramente formando célula discal; região anal estreita e raramente com nervuras. Tôdas as espécies desta divisão são muito pequenas. (Quando o inseto não se inclui exatamente n'uma das famflias desta divisão, deve-se passar para a divisão 1') .................... 2 Asas anteriores ou apresentando margem externa mais ou menos diferenciada da posterior, ou em curva continua até o ápice, sendo, pois, lanceoladas, terminando em ponta romba ou aguda, neste caso, porém, a parte apical geralmente não é caudada e a região anal da asa posterior é sempre bem desenvolvida; nervação e célula discal, via de regra, completas, aréola frequentemente presente; R5 em várias famílias terminando ou no ápice da asa ou na margem externa, quando termina na costa, as asas posteriores apresentam região anal mais ou menos desenvolvida; no termen geralmente terminam 5 ou 6 nervuras oriundas da célula. Posteriores mais ou menos alargadas; quando estreitas, lanceoladas, geralmente com 5 ou menos de 5 vêzes a largura máxima; nervaçäo e célula discal quasi sempre completas; não raro, na parte distal da célula, um vestigio da média (M); às vêzes, com o aspecto descrito em (1), porém, sempre com a região anal bem desenvolvida ou ampliada e quase sempre percorrida, pelo menos, por uma nervura anal bem desenvolvida. Nesta divisão, além de muitos Microlepidópteros, achamse incluídos tôdos os Tineideos de porte médio, mais ou menos robustos ............................................................................................................................... 1 4
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2(1)
-
Cabeça lisa, exceto entre as antenas, onde se inserem escamas piliformes
-
eretas; antenas curtas, escapo consideravelmente alargado; espiritromba muito pequena; palpos maxilares, conquanto pequenos, dobrando-se; labiais pequenos; asas anteriores e posteriores com poucas nervuras, que não se ramificam, nem formam célula; aculeos presentes, dirigidos para diante e dispostos em fileiras regulares perto da base da asa anterior ......................................................................... Opostegidae Antenas mais ou menos alongadas; acúleos ausentes ............................................. 3
3(2') -
Palpos maxilares vestigiais ou pequenos; labiais bem desenvolvidos;
3´
-
espiritromba desenvolvida ou atrofiada; asas anteriores caudadas, isto é, com a parte apical distintamente estreitada; anais não formando forquilha na base; R1, quando presente, muito mais próxima de R2 que de Sc, no ponto de origem .............................................................. 4 Outro conjunto de caracteres ................................................................................ 5
4(3) -
Cabeça lisa; tíbias posteriores pectinadas, isto é apresentando uma
2´
4´
fileira regular de longas cerdas espinhosas, inseridas na borda posterior ............................................................................................... Phyllocnistidae Cabeça, pelo menos no vertex, revestidade longas escamas piliformes, formando tufo; tíbias posteriores sem cerdas espinhosas. Oinophilidae
-
5(3') -
5´
Cabeça lisa ou eriçada de escamas piliformes no vertex, escapo antenal alargado ou achatado, formando uma espécie de antolho; espiritromba pouco desenvolvida; palpos maxilares rudimentares; labiais curtos; asas anteriores geralmente caudadas, anais formando forquilha, às vêzes, porém (Bucculatrix), simples ............................................ Lyonetiidae Outro conjunto de caracteres; escapo antenal não alargado como em (5) ........................................................................................................................ 6
-
6(5') -
Cabeça revestida de escamas piliformes, mais ou menos eretas; espiri-
6´
-
tromba, palpos e ocelos nulos; nervuras, em ambas as asas, pouco aparentes, na anterior há apenas 6 e na posterior 4, não formando célula .............................................................................................. Ridiaschinidae Outro conjunto de caracteres ................................................................................... 7
7(6') -
Vertex com tufo achatado de escamas curtas e largas cobrindo a base
-
da antena; escapo pequeno; ocelos ausentes; espiritromba mais ou menos longa; palpos maxilares obsoletos; labiais muito curtos e porretos, ou também obsoletos; asas anteriores mais ou menos caudadas, com grande aréola e com as anais näo formando forquilha na base; posterior com as nervuras reduzidas, não formando célula. Tischeriidae. Outra combinação de caracteres .............................................................................. 8
8(7') -
Palpos labiais mais ou menos alongados, dirigidos para frente ou cur-
7´
8´
-
vados para cima e não raro divergentes; ocelos geralmente ausentes .... 9 Palpos labiais curtos ou moderados, não ascendentes; ocelos geralmente presentes .............................................................................................................. 12
LEPIDOPTERA
199
9(8) -
Anais das asas anteriores simples, às vêzes com forquilha rudimentar ... 10
9´
Anais da asa anterior em forquilha na base (às vêzes, entretanto, o ramo inferior da forquilha é rudimentar); espiritromba bem desenvolvida ............................................................................................................... 11
-
10(9) - Asas anteriores com Sc geralmente curta e R1, quando presente, originando-se muito antes do meio da célula; asas posteriores !sempre muito estreitas e com poucas nervuras; espiritromba bem desenvolvida, palpos maxilares mais ou menos desmvolvidos, porém não se dobrando ............................................................................................... Lithocolletidae 10´ - Asas anteriores com Sc mais ou menos longa, atingindo ou excedendo o meio da margem costal; R1, quando presente, originando-se aproximadamente do meio da célula; asas posteriores relativamente mais largas e mais curtas, com todas ou quase tôdas as nervuras presentes; espiritromba fraca; palpos maxilares ausentes ....... Elachistidae 11(9') - Palpos labiais moderados ou longos, dirigidos para diante ou ascendentes; asas como na fig. 129; nervação sempre incompleta; cubitais da asa anterior muito curtas, sempre partindo da parte ápical da célula .................................................................................................. Coleophoridae 11´
-
Palpos labiais geralmente muito mais longos que a cabeça, recurvados ou fortemente divergentes; asas como nas figuras 177 e 178; nervação geralmente completa; cubitais da asa anterior partindo muito antes da parte apical mais saliente da célula ........................................ Lavernidae
12(8') -
Ocelos muito grandes; anais da asa anterior em forquilha na base .... .................................................................................................. Douglasidae
12´
- Ocelos não muito grandes ...................................................................... 13
13(12') - Espiritromba fraca, com algumas escamas na base e aí coberta por um tufo de escamas entre os palpos; asas anteriores com menos de 4 vêzes a largura máxima; sem aréola; anais simples, livres; tibias posteriores pilosas ...................................................................... Heliozelidae 13´
-
Espiritromba geralmente bem desenvolvida ( em Euclemensia pequena); asas anteriores com 4 ou mais vêzes a largura máxima; aréola presente ou, se ausente, a célula distintamente alargada na áréa em que aquela se localisa; anais simples (exceto em Euclemensia); tibias posteriores lisas ou espinhosas, tarsos espinhosos .......................................... Heliodinidae
14(1')
-
Mariposas pequenas ou de porte médio; asas anteriores estreitas e longas, porém não lanceoladas, de aspecto característico; em muitas espécies com áreas mais ou menos extensas sem escamas, transparentes.. ......................................................................................................... Aegeriidae
14´
-
Outro
conjunto
de
caracteres
...............................................................15
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15(14') -
15´
-
16(15) -
16´
-
17(16') -
17´
-
Mariposas com mais de 20 mm. de envergadura; corpo mais ou menos robusto; sem espiritromba; asas mais ou menos amplas, especialmente as posteriores ................................................................................................ 16 Outro conjunto de caracteres; quando com os principais caracteres de (15), com espiritromba mais ou menos desenvolvida e antenas piliformes, simples ...................................................................................... 18 Palpos maxilares nulos; labiais rudimentares; asas anteriores só com a anal em forquilha na base; asas posteriores com uma anal bem desenvolvida e outra vestigial ............................................................... Cecidosidae Palpos maxilares reduzidos; labiais mais ou menos desenvolvidos; asas anteriores com mais de uma nervura livre na grea anal, além da anal em forquilha; posteriores com 3 nervuras livres na área anal ...... 17 Antenas em ambos os sexos bipectinadas (mais na fêmea que no macho); olhos nus; 1º segmento do palpo labial mais curto que o 2° ...... .......................................................................................................... Arrhenophanidae Antenas finamente pubescentes na fêmea; no macho, laminadas ou pectinadas; olhos pilosos; palpos labiais grandes, curvados para cima, atingindo ou excedendo consideràvelmente o vertex, especialmente no macho, com o 1º segmento grande, às vêzes tão longo quanto os demais reunidos; R5 para o termen( margem externa). Acrolophidae
18(15') - Vertex e geralmente afronte apresentando escamas ptlifoimes eretas; antenas na maioria das espécies, simples; escapo não alongado, geralmente provido de pecten; os demais segmentos, via de regra, providos de 2 séries de escamas, sendo uma de escamas eretas; espiritromba curta ou ausente; palpos maxilares geralmente longos e dobrando-se em repouso, às vêzes reduzidos ou vestigiais; labiais moderados ou longos, dirigidos para diante ou para os lados; quando ascendentes, geralmente curtos e não excedendo o vertex; 2.° segmento frequentemente com algumas cerdas inseridas na parte externa; asas anteriores em oval mais ou menos alongada, ou lanceoladas e mais ou menos pontiagudas; frequentemente com aréola, ou com o lugar desta indicado por um desvio das radiais; M presente dentro da célula, numa ou em ambas as asas, simples ou bifurcando-se; R5 para a costa .................................................................................................... Tineidae 18´ - Outro conjunto de caracteres ................................................................................ 19 19(18´) -
9´
-
Asas anteriores ou elipsóidcs, com a parte apical largamente arredondada, ou com termen mais ou menos distinto, reto; R5 geralmente separada de R4; Cu 2 (1ª. A, sempre bem desenvolvida, pelo menos da margem até perto do meio da célula; aréola e media, no meio da célula, ausentes; posteriores amplas; Rs e M1 mais ou menos longamente pecioladas; M2 originando-se do ângulo inferior da célula.. ................................................................................................................. Stenomatidae Outro conjunto de caracteres ............................................................................... 20
LEPIDOPTERA
201
20(19') - Asas posteriores trapezoidais, com a parte apical lembrando o perfil da proa de um navio, quasi sempre com a borda externa sinuada ou reintrante, imediatamente atrás do ápice da asa; raramente estreitas e lanceoladas como as anteriores; neste caso, porém, com a área anal relativamente larga a percorrida por uma ou duas nervuras e os palpos, como na maioria das espécies dêste grupo, longas e ascendentes; asas anteriores sem aréola; Cu2 (1ª. A geralmente ausente, visível apenas perto da margem em algumas espécies; asas posteriores com M 2, na origem, quase sempre mais próxima das cubitais que das radiais ................................................................. Gelechiidae 20´ - Outro conjunto de caracteres .......................................................................... 21 21(20´) - Asas anteriores com borda externa distinta; R4 e R5 em forquilha, ou separadas; R5 terminando no termen; posteriores com pecten de cerdas em Cu1; Rs e M1 separadas e paralelas; tibias posteriores pilosas .............................................................................................. Copromorphidae 21´ - Outro conjunto de caracteres ...................................................................... 22 22(21´) - Escapo antenal sem pecten; asas anteriores e posteriores lanceoladas; aquelas relativamente estreitas e de ápice acuminado, ou mesmo um tanto caudado; "stigma" (ver 24) ausente; R1 originando-se para fora do meio da célula, quase tão longa quanto R2, R4 e R5 fundidas e em forquilha com M 1 ; o ramo anterior (R 4+ 5 dirigindo-se para a costa e o posterior (M1) para o termen; neste terminam, assim, 5 nervuras oriundas da célula; anais geralmente não formando forquilha ............................................................................................... Scythrididae 22´ - Outro conjunto de caracteres ...................................................................... 23 23(22´) - R 4 e R5 em forquilha; R5 terminando na costa ou pouco atrás do ápices aréola ausente; tibias posteriores longamente pilosas; tarsos com espinhos fracos ....................................................................................... 24 23´ - Geralmente R4 e R 5 separadas; R 5 terminando no termen ou pouco atrás da ponta da asa; aréola presente ou pelo menos R distintamente desviada para diante, na área da célula acessória; M, as vezes, em parte conservada dentro da celula; tibias posteriores geralmente lisas, as vêzes com cerdas espinhosas, em tufos, perto dos esporões (Epermeniidae), ou tarsos com espinhos articulares (Heliodinidae ............................................................................................................... 26 24(23) - Escapo antenal geralmente alargado e provido de pecten; palpos labiais não ou pouco excedendo o vertex, as vêzes reduzidos; asas anteriores, na maioria das espécies, com espessamento mais Ou menos perceptível ao longo da costa entre Sc e R1 ("stigma" de Zeller); distância do ápice da asa às discocelulares cêrca de um têrço do comprimento das asas; R1 partindo antes do meio da celula, portanto bem mais longa que R2; Cu2 (1ª. A indistinta ou ausente mesmo perto da margem da asa; Cu1b (Cu2 , no ponto de origem, fortemente curvada e geralmente aproximada de Cu1a; abdome espinhoso; anais em forquilha na base ......................... Blastobasidae 24´ Escapo antenal, quando alargado, sem pecten; palpos labiais, na maioria das espécies, muito mais longos que a cabeça; asas anteriores sem "estigma"; Cu2 (1ª. A) sempre presente, pelo menos perto da margem da asa; Cu1b, quando não em forquilha com Cu1a, geralmente dela afastada ................................................................................... 25
202
INSETOS DO BRASIL
25 (24´) - M2 das asas posteriores, na origem, mais próxima das cubitais que das radiais ............................................................................................ Oecophoridae 25´ - M2 das asas posteriores, na origem, mais próxima das radiais que das cubitais ................................................................................................. Ethmiidae 26(23´)
- Cabeça lisa; ocelos muito grandes; palpos maxilares ausentes ou rudimentares; labiais moderados; geralmente atingindo o meio da fronte; às vezes, entretanto, excedendo o vertex, normalmente lisos; asas anteriores largas, ou lanceoladas (Glyphipteryx), porém, neste caso, com a ponta romba, lobiforme; as vêzes as posteriores trapezoidais (Trapeziophora); R e M1, nas posteriores, separadas, paralelas ou divergentes; 1ª. anal (2ª. A) geralmente com forquilha na base ...................................................................................................... Glyphipterygidae - Outro conjunto de caracteres, ocelos de tamanho normal ou ausentes ...................................................................................................................... 27
26´ 27(26')
- Cabeça lisa; palpos maxilares ausentes ou rudimentares; labiais ascendentes ou porretos, quase sempre lisos; asas posteriores com M 1 e M 2 separadas ou partindo do mesmo ponto na origem... 28 - Cabeça com as escamas mais ou menos arrepiadas; ocelos presentes ou ausentes; palpos maxilares mais ou menos desenvolvidos, às vêzes entretanto obsoletos; asas posteriores com M1 e M2 aproximadas ou em forquilha ........................................................................ 30
27´
28(27)
- Sem
ocelos; asas anteriores não lanceoladas; posteriores não mais estreitas que as anteriores; tíbias posteriores e tarsos simples ......................................................................................................... Yponomeutidae Asas anteriores lanceoladas, acuminadas; posteriores mais estreitas que as anteriores; tibias posteriores geralmente providas de cerdas espinhosas ou tarsos quasi sempre com espinhos articulares .... 29
28´
-
29(28´) - Ocelos geralmente presentes; asas anteriores via de regra de aspecto característico; aréola nem sempre bem desenvolvida; anais simples (exceto em Euclemensia e neste caso R 5 terminando na costal); palpos labiais curtos ........................................................................ Heliodinidae 29´ - Sem ocelos; asas anteriores lanceoladas, normais; aréola bem desenvolvida; anais em forquilha; palpos labiais recurvados até ou além do meio da fronte ............................................................................. Epermeniidae 30(27') - Ocelos presentes, pequenos; palpos maxilares curtos, de 3 segmentos; filiformes, porretos; labiais mais ou menos longos, ascendentes, com o 2° segmento apresentando, em baixo, longo tufo triangular de escamas, o 3° aproximadamente tão longo quanto o 2° ou pouco mais longo, fruo; aréola mais ou menos aparente; asas posteriores aproximadamente tão largas quanto as anteriores; M1 e M2 aproximadas na base ou em forquilha ................................................ Plutellidae 30´ Palpos labiais não do tipo deserito em (30); M1 e M2 em forquilha ... 31
LEPIDOPTERA
203
31(30') - Sem (Argyresthia) ou com ocelos (Zelleria); palpos maxilares obsoletos; aréola nem sempre completa; asas posteriores lanceoldas, mais estreitas que as anteriores ............................... Argyresthiidae 31´ - Com ocelos; palpos maxilares, aparentemente mais longos que o ôlho, dobrando-se; aréola bem visível, completa; asas posteriores trapezoidais, aproximadamente tão largas quanto as anteriores .......... ...................................................................................................................... Acrolepiidae
67. Bibliografia de Microlepidoptera (exel. Pyralidoidea). BRAUN, A. F. 1921 - Some factors in the classification of the Microlepidoptera. Ent. News, 32:116-118 1933 - Pupal tracheation and imaginal venation in Microlepidoptera. Trans. Amer. Ent. Soc., 59:229-268, ests. 12-18. BUSCK, A. 1911 - Descriptions of Tineoid moths (Microlepidoptera) from South America. Proc. U. S. Nar. Mus., 40:20 5-230, ests. 8 e 9. 1914 - On the classification of the Microlepidoptera. Proc. Ent. Soc. Wash., 16:46-54, est. 2. 1914 - New genera and species of Microlepidoptera from Panama. Proc. U. S. Nar. Mus., 49:1-69. 1933 - Microlepidoptera of Cuba. Entomol. Amer., 13:151-217. 1940 - Notes ou North America Microlepidoptera with descriptions of new genera and species. Bull. S. Calif. Acad. Sci., 39:87-98, 2 ests. CLEMENS, B. 1872 - The Tineina of North America. Being a collected edition of his writings ou that group of insects with notes by the editor H. T. Stainton - XV + 282p. DAMPF, A. 1910 - Zur Kenntnis gehaustrageuder Lepidopterenla rven. Zool. Jahrb., Suppl. 12(3):513-608, 54 figs. DYAR, H. G. 1902 - A list of North American Lepidoptera and key to the litterature. Bull. U. S. Nar. Mus., 52:723p. ECKSTEIN, K. 1934 - Die Kleinschmetterlinge Deutschlands, in Schmetterlinge Deutschlands, 5:223p., 32 ests. color., (Deutscher Naturkundeverein E. V.) Stuttgart. EYER, J. R. 1926 - Characters of family and superfamily significance in the male genitalia of Microlepidoptera. Ann. Ent. Soc. Amer., 19:237-246, ests. 18 e 19.
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4:1-402,
206
INSETOS DO BRASIL
Família
ARRHENOPHANIDAE1
(Arrhenophanidae Walsingham, 1913; Parathyrididae Durrant, 1918) 68. Caracteres. Hábitos. - Mariposas relativamente robustas, de tamanho médio e aspecto bombicóide (fig. 89), apre-
Fig. 88 - Aspecto esquemático do interior do abdome em Tegeticula yuccasella (Riley, 1878), fêmea Incurvariidae) (corte sagital; 1-9, urômeros; AA, apófises anteriores; Ó, bursa copulatrix; D, ductus bursae; E, parte alargada do ductus bursae; ova, ovários; Ovid, ovipositor; P.A. apófises posteriores; Sn, signum (De Busck, 1931, est. 9, 1).
Fig. 89 - Arrhenophanes perspicilla (Stoll, 1790), fêmea (Arrhenophanidae) (Mário do Nascimento fot.).
sentando afinidades com Cossidae e com Psychidae. Alguns autores, porém consideram-nas mais oróximas de Tineidae. 1
De
(arrhen),
macho;
(phaino),
parecer.
LEPIDOPTERA
207
As antenas (fig. 90), em ambos os sexos, são biflabeladas, porém mais fortemente nas fêmeas que nos machos; olhos nus; ocelos e espiritromba ausentes; palpos labiais ascendentes, pouco excedendo o nivel do vertex, com o 2° segmento aproximadamente do comprimento do 3° e pouco mais longo que o 1º. Fig. 90 - Antenas de Arrhenophanes perspicilla (Stoll, 1790) (Arrhenophanidae); a da esquerda, da fêmea, cêrca de X 8; a da direita, do macho, cêrca de X 13. (Lacerda fot.).
Asas como na figura 92; frenulum forte em ambos os sexos. As poucas espécies que constituem esta família vivem na região neotrópica. A mais conhecida em nosso país, encontrada do Pará ao Rio (Grande do Sul, é Ar-
rhenophanes perspicilla (Stoll, 1790), mariposa de cor geral amarelada, com algumas máculas bronzeadas no meio da asa anterior (fig. 89). Fig. 91 - Terminália do macho de Arrhenophanes perspicilla (Stoll, 1790) (Arrhenophanidae); Hp, harpe; P, penis; Val, valva; Vm, vinculum. (Lacerda fot.).
A lagarta vive em "orelha de pau" (Polyporus sp.) (fig. 93).
208
INSETOS DO BRASIL
GOELDI, no Pará e em 1901, foi quem primeiro obteve exemplares do inseto dêsse fungo. Mais tarde BuscK (1912, Smiths. Misc. Col. 59 (4):8-10, est. 1), assinalando a existência do inseto no Panamá, verificou
Fig. 92 - Asas de Arrhenophanes perspicilla (Stoll, I790) (Arrhenophanidae) (Lacerda del.).
que as lagartas se criam de sêda incrustados de mentam (fig. 94). HOFFMANN (1931 tica observação em Santa
em Polyporus e que vivem em casulos particulas do material de que se aliBeitr. Naturg. Brasil. Schmet., 2) fêz idênCatarina.
LEPIDOPTERA
Fig. 93 - Pele da lagarta de Arrhenophanes perspicilla (Stoll, 1790) (Arrhenophanidae) (Lacerda fot.).
Fig. 94 - Polyporus com casas larvais de Arrhenophanes perspicilla (Stoll, 1790) (cerca de metade do tamanho natural).
209
210
INSETOS DO BRASIL
Família ACROLOPHIDAE1 (Acrolophidae
Dyar,
1901)
69. Caracteres. Hábitos. - Mariposas de 20 a 35 mm. de envergadura e aspecto noctuóide, densamente revestidas de escamas longas e espatuladas, formando no tórax, adiante e atrás, tufos bem desenvolvidos (Fig. 95-97). Antenas simples em ambos os sexos ou, nos machos, pectinadas na metade basal, segmentos antenais apresentando mais de duas fileiras de escamas. Olhos, via de regra, distintamente pilosos. Sem ocelos. Palpos labiais do macho muito grandes, atingindo ou excedendo consideràvelmente o vertex, com o primeiro Fig. 95 - Acrolophus sp. (Acrolophidae) (Lacerda for.). segmento também muito grande, chegando ao meio da fronte; na fêmea, mais curtos, porretos. Espiritromba invisível. Sistema de nervação alar primitivo. M mais ou menos conservada dentro da célula; área anal posterior com 3 nervuras livres, da anterior com 2, as anais formando forquilha na base. Alguns autores consideram esta família como subfamília de Tineidae. Outros, separando-a de Tineidae, como familia, nela incluem Amydrinae e Scardiinae, que são estudadas por quase todos em Tineidae. 1
De
(acrolophia), cimo de uma montanha
LEPIDOPTERA
211
Fig. 96 - Asas de Acrolophus sp. (Acrolophidae) (Lacerda fot.) (o frenulum não foi representado).
Quase nada se sabe sôbre os hábitos das espécies de Acrolophus Poey, encontradas no Brasil. HAMBLETON (1935) diz que as lagartas se alimenFig. 97 - Genitália de Acrolophus sp., Gn, gnathos; P, pênis; Tg, tegumen; U, uncus (bifido); Val, valvas (Lacerda fot.).
tam de raízes de Gramíneas e que habitam casas ou se tojos de sêda. Vivem, pois, como as observadas em outros países. As crisálidas, segundo FORBES, são de tipo completo, porém fortemente esclerosadas, o que lhes facilita o deslocamento no solo.
212
INSETOS DO BRASIL
70.
Bibliografia.
WALSINGHAM, LORD 1887 - A revision of the genera Acrclophus Poey and Anaphora, Trans. Ent. Soc. London:137-173, ests 7 e 8.
Família CECIDOSIDAE (Cecidosidae Brèthes, 1916) 71. doses
Caracteres.
eremita,
produtor
de
caracteres
-
BRÈTHES,
criando
curioso
Lepidóptero
estudado
galhas
não
singulares
do
menos
curiosas
inseto,
uns
esta
(fig. já
família
por
para
Ceci-
CURTIS
em
1835,
fê-lo
baseado
98),
assinalados
pelo inglês, por ados,
Fig. 98
pode
camas 1 De
aprecidizendo
seguinte:
"Il me parait hors de doute que la classification de ces animaux doit se réaliser entre les Tortricidae et les Tineidae. Mais leurs ailes postérieures n'ont qu'une seule veine anale. et leur frange n'est nullement bien deve- Galhas do Cecidoses eremita Curtis. 1835 (Cecidosidae) loppée, te qui (Lacerda del.) (um pouco aumentadas). du coup ne nous permet pas de les inclure ni dans une famille, ni dans l'autre. Pour cette raison je proposerai la nouvelle famille Cecidosidae".
Como que
outros
ele
o
nos
naturalista
da
caracteres sei'
principais,
apreciado
cabeça
na
figura
superpostas,
(cecis, idos), galha;
além
do
99,
há
tornando-a, (ses), tinea.
aspecto a
singular
assinalar
pois,
mais
os ou
das
asas,
seguintes:
es-
menos
lisa,
LEPIDOPTERA
213
ocelos indistintos, antenas setáceas, porém com o escapo espessado por tufo de escamas dirigidas para baixo, espiritromba e palpos nulos. 72. Espécies que a constituem. - Além de Cecidoses eremita Curtis, 1835, que produz, em caule de Schinus dependens "molho" ou "assobieira" e de Schinus latifolius cecidias esféricas (fig. 98), fechadas no polo distal por opérculo ou tampa circular destacável, mais duas espécies constituem esta família, também formadas na mesma planta: Eucecidoses minutanus Brèthes, 1916 e Oliera argentinana Brèthes, 1916. As lagartas desta vivem em entumescências caulinares laterais, fu siformes e uniloculares; as de Eucecidoses criam-se em cecídias Fig. 99 - Asas de Cecidoses eremita Curtis, 1835 perfeitamente sedosidae) (Lacerda del.). melhantes às produzidas por Cecidoses, porém, quando completamente são um têrço menores (fig. 100).
(Ceei-
formadas,
Vários autores escreveram artigos sôbre as cecídias produzidas em Schinus por Cecidoses eremita. HOUARD, em sua valiosíssima obra sôbre as zoocecídias das plantas da região neotrópica, cita-as todas. Referirei, na bibliografia apresentada depois da família seguinte, além dos trabalhos de CURTIS e de BRÈTHES, os mais recentemente publicados, inclusive o de WILLE e JANSEN-SCHWlNGER, um dos mais interessantes.
214
INSETOS DO BRASIL
No Rio Grande do Sul, das cecídias produzidas por Cecidoses eremita saem os seguintes microimenópteros, provávelmente parasitos primários e hiperparasitos; Cecidopimpla ronnai Brèthes, 1920 (Ichneumonidae); Tropimius willei Brèthes, 1927 (Eulophidae); Parasympiesis cecidicola Brèthes, 1927 (Eulophidae), que, segundo BRÈTHES, é parasitado por Bruchobius brasiliensis Brèthes, 1927 (Eulophidae); Decatoma cecidosiphaga Brèthes, 1927 (Eurytomidae) e Callimome alegrensis Brèthes, 1927 (Torymidae).
Família RIDIASCHINIDAE (Ridiaschinidae Brèthes, 1916) 73. Caracteres, etc. - Cabeça revestida de escamas mais ou menos erectas; ocelos, espiritromba e palpos ausentes; antenas tendo aproximadamente a metade do comprimento das asas anteriores, com o escapo m o d e r a d a m e n t e espessado.
Fig. 100 - Galho apresentando uma cecídia de Eucecidoses (Brèthes) e, na fenda escura, galhas de Ridiaschina sp, (Lacerda for.).
Asas lanceoladas, as posteriores mais estreitas que as anteriores, ambas, porém, com poucas nervuras; nas anteriores contam-se apenas 6, nas posteriores 4, aliás pouco distintas e não formando célula. A família compreende o gênero Ridiaschina Brèthes, 1916, com a espécie única Ridiaschina congratella Brèthes, 1916, cujas lagartas vivem em pequenas galhos piriformes, formadas em caule de Schinus dependens (fig. 100).
LEPIDOPTERA
215
Quando os insetos se acham em condições de abandonar o habitáculo, rompe-se a casca do caule nesse lugar, aparecendo então as galhas, umas ao lado das outras, delas saindo as mariposinhas, que nelas se criaram. Estas têm cêrca de 7 mm. de envergadura, apresentando o corpo e as asas revestidos de escamas piliformes negras. 74. Bibliografia. BRÈTHES, J. 1916..- Estudio fito-zoológico sobre algunos lepidópteros argentinos productores de agallas. Ah. Soc. Cient. Argent., 82:113-140, 16 figs. CURTIS, J. 1835 - On a species of moth found inhabiting the galls of a plant near to Monte Video. Trans. Zool. Soc. London, 1:311-314, est. 40 B, figs. 11-19. JOERGENSEN, R. 1917 - Zoocecidios argentinos. Physis, 3:1-29, ests. 13. TAVARES, J. SILVA 1915.. - Cecidologia argentina. Broteria, 13:18 128, ests. 2-5. WILLE, J. & E. J. JANSEN-SCHWINGER 1925 - As galhas de Cecidoses eremita no arbusto Schinus dependens. Egatea, Porto Alegre, 10:173-180, 10 figs. WILLE, J. 1926 - Cecidoses eremita Curt. und ihre Galle an Schinus dependens Ortega. Zeits. Morph. Oekol. Tiere, 7:1-101, figs. 1-49.
Família TINEIDAE (Tineidae Leach, 1819; Phycidae Durrant, 1918, partim) 75. Caracteres. - Família constituída por espécies pequenas ou muito pequenas, algumas, porém (gêneros Scardia, Tiquadra), com cêrca de 30mm de envergadura. E´ a êste grupo que pertencem as chamadas "tíneas" ou "traças". Cabeça, em cima, em quase todas as especies, eriçada de escamas piliformes e eretas, não raro revestindo também a fronte. Antenas filiformes, as vêzes ciliadas, geralmente providas de pecten;
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segmentos antenais, na maioria das espécies, revestidos de duas fileiras de escamas, uma das quais formada por escamas divergentes. Maxilas pequenas ou vestigiais. Palpos maxilares geralmente grandes, de 5 segmentos (reduzidos em Amydriinae, Monopinae, Ochsenheimeriinae e Teichobiinae). Palpos labiais curtos, horizontalmente dispostos ou pouco curvados para cima, distintamente cerdosos, principalmente na parte distal e externa do 2° segmento. Asas (Fig. 101), na maioria das espécies, de tipo generalizado, isto é, com M, dentro da célula, simples ou bifurcada, numa ou em ambas as asas; aréola (célula acessória) distinta ou mal separada da célula discal; geralmente tôdas as nervuras presentes na asa anterior, ora isoladas, ora em forquilha; acúleos distintos em algumas espécies, situados, porém, numa fóvea ou pequena área hialina em relação com a aréola (Setomorpha). Em Monopis há também uma fóvea hialina, localizada, porém, perto do ápice da célula. Asas anteriores, via de regra, em oval alongada, às vêzes, porém, lanceoladas e acuminadas (Dendroneura, etc.); excepcionalmente amplas e apresentando borda externa distinta (Chloropleca). Anais, na maioria das espécies, em forquilha na base da asa. Os ramos de R, ou são separados, ou R 5 em forquilha com R 4, com R 4 e R 3 (Setomorpha), com M1 e M2 fundidas (figs. 104 e 105), ou com M1, M 2 e M 3. Em Dendroneura (subfam. Dendroneurinae) vêem-se R 4 e R 5 com M 1, em forquilha, partindo de M 2. Asas posteriores geralmente mais estreitas que as anteriores, lanceoladas, às vêzes largas, trapezoidais (Chloropleca), neste caso, porém, as anteriores também se apresentam amplas, com aréola e borda externa distintas. Antipolistes Forbes, 1933, é um Tincídeo neotrópico que apresenta sistema de nervação dos mais reduzidos neste grupo (fig. 103). A espécie que o representa - A. anthracella Forbes, 1933, foi obtida, com Setomorpha rutella, dois Piralídeos e um Enofilídeo, citado adiante, de ninhos de Polistes sp. 76. Desenvolvimento e espécies mais interessantes. ovos dos Tineídeos são chatos, ovais. As lagartas alimentam-se substâncias as mais variadas. Umas são fitófagas, especialmente permófogas, outras micófagas, várias são saprófagas. Em todos
Os de esos
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territórios são bem conhecidas as que atacam artigos de origem animal. Uma ou outra escava galerias em chifres de Bovídeos, abandonados (v. foto. de CARLOS MOREIRA (fig. 102), ou presos ao animal vivo (antílopes) (V. trabalho de BUSCK sôbre Tinea vastella).
Fig. 101 - Asas de Tinea caducella Zeller, 1877 (Tineidae) (Lacerda del.).
Quase tôdas, porém, habitam casas ou estojos de sêda, fixos ou soltos, arrastando-os quando se movem. Há perto de 1800 espécies descritas da família Tineidae, algumas bem estudadas por serem cosmopolitas. Refiro-me às chamadas "tíneas" ou "traças", que causam estragos sempre consideráveis em roupas de lã, tapêtes, artigos de crina, peles; quase tôdas de origem européia. As 3 espécies mais conhecidas são: Tinea pellionella (Linnaeus); Tineola biselliella Hummel e Trichophaga tapetiella (Linnaeus) (T. tapetzella).
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A última é a espécie mais encontradiça em depósitos de tapêtes, móveis estofados, artigos forrados de crina ou de penas, peles e animais empalhados. Difere notàvelmente das duas outras tíneas, porque as asas anteriores, nos 2/5 basais, são de côr parda com tonalidade purpúrea; a linha que marca a separação dessa parte escura da parte clara distal é perfeitamente nítida e obliquamente dirigida da borda
Fig. 102 - Chifre corroído pelas lagartas de Tinea caducella Zeller, vendo-se os cartuchos dentro dos quais as lagartas se metamorfosearam em crisálidas. (Material colhido por Zehntner na Bahia (XII-1911); da col. do Inst. de Experimentação Agricola; C. Moreira for.).
posterior para a borda costal, de dentro para fora. As lagartas desta traça não vivem em estojos; escavam, no material por elas atacado, galerias revestidas de sêda. A Tineola biselliella é uma mariposinha de 12 a 16 mm de envergadura, de côr amarela-palha, sem marcas escuras na asa anterior. Consideram-na a mais importante das traças caseiras, pelos grandes estragos que causa nos tecidos de origem animal. As lagartas não vivem nem em galerias, nem em estojos. Sôbre a biologia dêste inseto, como em relação a das outras espécies de "traças", há muitas publicações européias e norte-americanas. Recomendam-se, entretanto, os trabalhos de NAGEL e de TITSCHACK. Tem sido também encontrada em células de abelhas do gênero Anthophora (observação de LINSLEY & MAC SWAM (1941), porém é provável que ai viva como mero saprófago.
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A Tinea pellionella tem, pouco mais ou menos, o tamanho da espécie precedente; é de côr pardecenta, com 3 pequenas máculas escuras nas asas anteriores. Ataca também os mesmos artigos que são avariados pela T. biselliella. As lagartas vivem em casinhas ou estojos, que constroem ligando com fios de sêda detritos do material de que se alimentam. E' também dentro dessas casinhas que encrisalidam. E' muito conhecida entre nós a "traça", cuja lagarta vive em casinhas chatas, de contôrno lozângico, abertas em ambas as extremidades, frequentemente vistas deslocando-se sôbre as paredes Trata-se da Tineola uterella Walsingham, 1897 (= Tinea borboropis
Fig. 103 - Asas do macho (à esquerda) e da fêmea (à direita) de Antipolistes anthracella Forbes, 1933 (Tineidae) (De Forbes, 1933).
Meyrick, 1919), espécie muito próxima, porém distinta, da Tineola allutella (Rabel, 1892), das Canárias, conforme verificou BUSCK (1933). E´ interessante lembrar que as lagartas de T. uterella tanto se desenvolvem em tecidos de lã, como em frutas sêcas (v. KEA, 1933). O melhor meio de se combater as traças é o método profilático, impedindo-se que as mariposinhas façam as posturas no material que se deseja conservar. Verificada, porém, a infestação do mesmo, deve-se expurgá-lo pelo gás cianídrico, pelo bissulfureto ou pelo tetraclorureto de carbono. Na impossibilidade de se adotar a medida, convém, depois de se limpar o material infestado, expô-lo repetidamente ao sol forte, guardando-o depois em compartimento ou móvel a prova de mariposa, contendo naftalina ou paradiclorobenzeno.
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Uma tínea cuja lagarta, em certas regiões, causa danos aos cereais armazenados, é a Tinea granella Linnaeus, conhecida na Europa como "falsa tínea do trigo", para não haver confúsão com a verdadeira tínea dos celeiros, a Sitotroga cereallela, da família Gelechiidae. O inseto adulto é uma mariposinha de 10 a 15 mm de envergadura, com asas anteriores de um branco prateado, apresentando uma faixa escura, oblíqua, da base da costa ao meio da asa e pequenas máculas da mesma côr ao longo da costa e perto do meio da asa.
Fig. 104 - Asas anteriores da fêmea e do macho de Selomorpha rutella. Zeller, 1852 (Tincidae) (Lacerda del.)
Dizem que na Rússia é uma praga séria do trigo armazenado. Nos outros países, porém, inclusive o Brasil, não causa grandes estragos. Todavia, tem sido assinalada como destruidora de charutos, rolhas de garrafa, frutas sêcas e substâncias as mais variadas. Enviando-me, há anos, exemplares do inseto para determinação, RONNA informou-me que as lagartas causavam prejuízos consideráveis às carnes conservadas e ensacadas, principalmente ao salame. Nos celeiros infestados pela Tinea granella, vêem-se os grãos
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de trigo, reunidos em grupos de 10 a 30 grãos, ligados por fio de seda, escondendo a lagartinha, que, ao caminhar ou quando róe os grãos circunvizinhos, projeta para fora a parte anterior do corpo. Outro Tineídeo interessante é a Setomorpha rulella (Zeller, 1852)1, da subfamília Setomorphinae, elevada por alguns autores à categoria de família. Nesta espécie encontra-se uma pequena área da celula revestida de espinhos microscópicos, vestígios de acúleos. A Setomorpha rutella é u m Microlepidóptero de 12 a 18 mm de envergadura, apresentando pequenas máculas de escamas enegrecidas espalhadas por tôda a superfície da asa anterior, dando-lhe aspecto sarapintado; nos macaos, que são bem menores que as fêmeas, tais escamas formam uma mácula distinta, do meio ao ápice da asa. Dizem que o nome específico desta tínea se originou do fato de se ter encontrado a lagarta roendo os insetos das coleções. Na India ataca vários produtos vegetais secos e artigos de lã. Aqui vi as lagartas roendo peles e raspas de mandioca e de batata doce, usadas na fabricação de farinha. Na Fig. 105 - Asa anterior do macho Bahia, BONDAR encontrou-as roendo de Setomorpha rutella (Lacerda fot.) muito aumentada. amendoas de cacau. No Rio de Janeiro, os mamoeiros (Carica papaya) são inicialmente infestados no caule pela Diaspideo Morganella longispina (Morgan, 1889). As larvas do Curculionídeo Pseudopiazurus obesus (Boheman, 1838), brocando o caule, apressam a morte dos pés ja infestados por aquêle Coccídio. Finalmente, as lagartas de Tiquadra nivosa (Felder & Rogenhoffer, 1875) (subfam. Scardiinae) e as larvas de uma môsca da família Stratiomyidae incumbem-se da desagregação final dos tecidos do caule, já desintegrados pelas larvas daquele besouro. 1 S. rutella Zeller, 1852 e não Setomorpha insectella (Fabricius, 1794), que é outra espécie, conforme provou DIAKANOFF (1938).
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Fig. 106 - Asas de Tiquadra nivosa (Felder & Rogenhoffer, 1875) (Tineidae) (Lacerda del.).
A Tiquadra nivosa (figs. 106-109) é uma mariposa de asas brancas, as anteriores um tanto acinzentadas e sarapintadas de escuro, devido
a escamas pardas na parte distal, formando grupos mais ou menos numerosos. É um dos maiores Tineideos que conheço. Alguns exemplares da nossa coleção atingem a envergadura de cêrca de 35mm.
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DUTRA referência
(1899),
à
Dendroneura
"borer
pardo"
cana",
cuja
das.
Eis
ou
da
ataca
de
canas
já
altera-
que
disse
relati-
o
dos
sacchari
"tinha
lagarta
preferência
tratando
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parasitos (Boyer),
da
cana Dor
de êle
açúcar, designada
fêz -
Fig. 107 - Tiquadra nivosa (Felder & Rogenhofer, 1875) (Tineidae) (Lacerda fot.) (aumentado cerca de X 3.
vamente
aos
inseto
pode
invade
as
da
danos causar,
canas
emissão
no
dos
que
o
quando momento primeiros
brotos: "encontra-se ate na propria estaca plantada e em via de germinação. Suas larvas roem circularmente a casca da canna, introduzidas na bainha enrolada das folhas, que lhes dão abrigo contra os passaros que as devoram. As cannas muito novas e quando ainda não apresentam os primeiros goramos, são as mais prejudicadas, porque seccam as folhas do olho, cessando a vegetação. Basta um pequeno esforço para quebrar as hastes toldas e, quando o estrago não foi considerarei, as cannas continuam a crescer, poFig. 108 - Terminália do macho de Tiquadra nivosa (Felder & Rogenhofer, 1875) (Tineidae), ainda prêsa ao abdome (Lacerda fot.).
rém mais lentamente, apresentando goramos cada vez mais curtos e de diametro mais reduzido de modo a terminarem em ponta. As cannas grandes, atacadas, caem por terra pela acção do vento, e quando isto se dá os tecidos da zona atacada mostram-se profundamente
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alterados, tendo o succo, vinhoso, um cheiro desagradavel. Em tais cannas é que aparecem mais commumente as anguillulas. A tinha transforma-se na propria canna estragada, em uma crysalida pequena, que se acha alojada em um casulo sedoso e resistente, e dá uma pequena borboleta de côr grisalha, que pode ser colhida ao anoitecer, visto como ella volita em torno da luz". O Prof. H. A. EIDMANN encontrou em Mendes (E. do Rio), em jardins abandonados do cogumelo que vegeta em ninhos de Atta sexdens, cartuchos de uma lagarta que se alimenta desse co-
Fig. 109 - Terminália da fig. 108, retirada do abdome (Lacerda for.).
gumelo. As mariposinhas obtidas por EIDMANN foram classificadas nesta familia por BUSCK com o nome Atiiconviva eidmannella n. g., n. sp. Encontrou tambem, em ninhos de Acromyrmex, casinhas de outra lagarta, seguramente do mesmo gênero, porém, de outra espécie, que não pôde ser classificada por falta de exemplares adultos. 77. Bibliografia. BUSCK, A. 1910 - Notes on a horn-feeding lepidopterous larva from Africa. Smiths. Misc. Coll., 56(8),2p., 2 ests. 1934 - A new myrmecophile Tineid from Brazil. Prco. Ent. Soc. Wash., 36:243-252, ests. 24, 25.
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DIAKANOFF, A. 1937 - Notes on Microlepidotera. I - On the characters of the female genital apparatus in some Tineids. Temminckia, 2:189-196, 4 ests. 1938 - Indo-Malayan and Papuan Microlepidoptera 1. Notes on the tropical tobacco moth, Setomorpha rutella Zeller (Tineidae). Treubia, 16: 399-414, figs. 1-10 DIETZ, W. G. 1905 - Revision of the genera and species of the Tineid subfamilies Amydriinae and Tineinae inhabiting North America. Trans. Amer. Ent. Soc., 31:1-96, ests. 6 DUTRA, G. P. P. 1899 - Microparasitos da canna de assucar. Bol. Inst. Agron. Estado, S. Paulo 10(5):286. FORBES, W. T. M. 1933 - Two wasp-guests from Puerto Rico (Microlepidoptera). Psyche, 40:89-93, est. 4. FRICKLINGER, H. W. 1920 - Die Kleidermotte (Tineola biselliella Hummel) als Schadling in Zoologischen Sammlungen. Zeits. Angew. Ent., 6:400-404, 5 figs. GRISWOLD, G. H. 1933 - Fish meal as a food for clothes moths. Jour. Econ. Ent., 26:720-722. KEA, J. W. 1933 - Food habits of Tineola uterella. Florida, Ent.: 17:66. MELANBY, K. 1934 - Effects of temperature and humidity on the clothes moth larva, Tineola biselliella Hum. (Lepidoptera). NAGEL, W. 1920 - Beitrag zur Biologie der Kleidermotte (Tineola biselliella) und ihre Bekampfung mittels Cyanwasserstoff. Zeits, Angew. Ent., 7:164-171. RONNA, E. 1934 - A vulgar traça dos celeiros (Tinea granella L.) prejudicial às carnes ensacadas. Minist. Agric., Dept. Nac. Prod. Anim., Inst. Biol. Anim. 13p., 1 fig. SCHULZ, F. N. 1925 - Die Verdaung der Raupe der Kleidermotte (Tiaea pellionella). Biochem. Zeits.: 156:124-129. STELLWAAG, T. 1921 - Tinea cloacella Hw. und Tinea granella L. Zeits. Angew. Ent., 10:181-184, 4 figs. TITSCHACK, E. 1922 - Beitrage zur einer Monographie der Kleidermotte (Tineola bisellietla Hum.) Zeits. Techn. Biol., 10:1-168, 91 figs., 4 ests.
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TITSCHACK, E. 1 9 2 5 - Untersuchungen über den Temperatureinfluss auf die Kleidermotte (Tineola biselliella Hum.) Zeits. Wiss. Zool., 124:213-251. 1926 - Untersuchungen über das Wachstum, den Nahrungsverbrauch und die Eierzeugung, II. Tineola biselliella Hum. Zeits. Wiss. Zool., 128:508-569. Família TISCHERIIDAE (Tischeriidae Spuler, 1910)
78. Caracteres etc. - Microlepidópteros de 5 a 6 mm de envergadura, incluidos por alguns autores em Lyonetiidae, por outros em Lithocolletidae. Cabeça, no vertex, revestida de escamas largas e cerdas, formando um tufo semi-erétil, cobrindo a base das antenas; fronte lisa. Antenas geralmente com o escapo pequeno, não
Fig. 110 - Asas de Tischeria (De Forbes, 1923, fig. 106.)
alargado como em Lyonetiidae. Olhos grandes, nus, sem ocelos. Maxilas curtas. Palpos maxilares rudimentares; labiais curtos, filiformes, pendentes ou porretos. Tibias posteriores densamente pilosas. Asas anteriores lanceoladas (fig. 110), ponteagudas, mais ou menos caudadas, com areola relativamente grande. Em várias espécies vêem-se, sôbre as asas anteriores e espalhados pela superfície, espinhos finos, com aspecto de escamas modificadas, provàvelmente representando verdadeiros acúleos. Asas posteriores muito estreitas, com a nervação reduzida, não formando célula discal. As lagartas são fortemente achatadas, moniliformes, desprovidas de pernas torácicas. Minam o parênquima das fôlhas, formando
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largas escavaçôes, que dão à parte lesada aspecto flictenóide. Pupas incompletas, de tipo primitivo. Quase tôdas as espécies desta pequena família pertencem ao gênero Tischeria Zeller, sem representantes estudados no Brasil. 79. Bibliografia. GERASlMOV, A. M. 1937 - Zur Systematik der Raupen von Stigmella Schrank (Nepticula und Tischeria Z. (Lepid.). Ent. Rundsch., 55:89-91. Familia LYONETIIDAE1 (Lyonetidae Stainton, 1854; Lyonetiidae Rebel, 1910; Cemiostomidae Spuler, 1910, incl. Bucculatrigidae Mosher, 1916). 80. Caracteres. - Microlepidópteros muito pequenos, raramente com mais de 5 mm de envergadura, em geral brancos ou de côr clara, com marcas mais ou menos brilhantes e vistosas. Cabeça lisa, no vertex geralmente eriçada de escamas ou também lisa como afronte (Leucoptera), simplesmente pilosa. Fronte voltada para baixo, quase horizontal. Escapo antenal, na maioria das espécies, escavado em baixo e alargado, formando, com as escamas que o revestem, uma espécie de antôlho. Sem ocelos. Espiritromba pequena ou obsoleta. Palpos maxilares ausentes ou rudimentares. Palpos labiais curtos, escamosos, pendentes, ou vestigiais. Asas anteriores lanceoladas sempre mais ou menos caudadas, às vêzes um tanto alargadas (fig. 112). Nervação geralmente incompleta, nem sempre formando célula; esta, em geral, estendendo-se muito além do meio da asa; anais, na maioria das espécies, formando forquilha na base, em algumas espécies, porém (Bucculatrix) (fig. 116), livres. Asas posteriores lineares ou lanceoladas, com a região anal muito reduzida. 81. Habitos. - As lagartas destes Microlepidopteros, cilindróides e providas de pernas torácicas e abdominais, minam o parênquima foliar, abrindo galerias lineares, serpentiformes, ora individuais, ora, como no caso de Leucoptera, mais ou menos alargadas, flictenóides, dentro das quais operam várias lagartas (fig. 113). 1
De
Lyonetia,
em
homenagem
ao
grande
LYONET.
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As lagartas de Bedellia Stainton, quando n o primeiro estádio, abrem galerias estreitas, transparentes; depois, abandonando-as, penetram noutro ponto e ai escavam, entre as cutículas, u m a abertura mais ou menos alargada. As pupas de Lyonetiidae são obtectas, exceto as de Bucculatrix e gêneros afins, que são incompletas. As lagartas de Bucculatrix Zeller, no comêço d o desenvolvimento, f o r m a m uma galeria sinuosa, que se alarga progressivamente, deixando a substância excrementicial em linha escura no meio da galeria; mais tarde, porém, abandonam-na, passando a viver exteriormente, alimentando-se da parte superficial da fôlha; uma das cutículas fica, portanto, intata. Completando o desenvolvimento, as lagartas tecem sôbre a f ô l h a casulos de aspecto bem característico (fig. 118), dentro da qual enerisalidam. SNODGRASS (1922) descreveu minuciosamente os hábitos de Bucculatrix pomifoliella Chambers, apresentando figuras elucidativas do modo curioso de confecção dêsses casulos (fig. 117). O c o m p o r t a m e n t o singular das espécies de Bucculatrix, principalmente na confecção dos casulos, aliado á circunstância de se t r a t a r e m de Microlepidópteros que diferem notávelmente dos demais Lionetídeos, não só pelos caracteres do inseto adulto, mas sobretudo pelos da lagarta e da pupa, levaram MOSHER (1916) a considerá-la como familia à parte (Bucculatrigidae). Dos Lionetídeos existentes no Brasil, sem duvida o mais importante, sob o ponto de vista agrícola, é a Leucoptera coffeella (GuérinMéneville, 1842), a "mariposinha do café" (fig. 111). Muito se tem escrito sôbre ela, mesmo no Brasil, onde outrora só eram estudados os insetos que se c o m p o r t a v a m como verdadeiras pragas. N a bibliografia que acompanha esta família, cito os trabalhos mais interessantes a ela referentes, inclusive os publicados no Brasil, alguns aliás bem interessantes. E´ de um dos artigos de RODOLPHO VON IHERING (1912) sôbre o inseto que transcrevo os seguintes dados: "O insecto adulto, a borboletinha, representada pelo nossa figura (infelizmente muito deficiente, é muito agil; não mede senão 5 a 6 mm de envergadura, e o corpo propriamente apenas 2mm, sendo ele todo
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recoberto de fina poeira de escamas prateadas. As azas anteriores são largas, terminando em fina ponta recortada; as posteriores são muito estreitas e guarnecidas nos dous bordos de finos pellinhos, como os ha tambem na margem interna de aza anterior. As escamas que cobrem as azas são de bella cor branca, ligeiramente azul, e nacaradas; na ponta da aza anterior vêm-se ligeiras linhas cor de ouro e outras preto-azuladas.
Fig. 11l - Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville, 1842) (Lyonetiidae) (Lacerda del.) del.) (muito aumentado).
Esta borboletinha ou traça pode (lar origem a varias gerações em uni só linho, em numero tanto maior quanto menos se fizer sentir a influencia do inverno. Os ovos depositados nas folhas do café germinam rapidamente e produzem pequenas larvinhas amarelladas, um pouco mais largas na frente que atraz. Devemos observar, entretanto, que a figura IB, que aqui reproduzimos da obra de DELACROIX, que por sua vez a copiou de GUÉRIN-MÉNEVILLE, exagera muito esta proporção, como o pudemos verifiear agora, em bom material fornecido pelo Dr. ARRUDA CARDOZO, e segundo o qual fizemos novo desenho (figura 4. Vê-se, de facto, uma ligeira diminuição da largura em direcção £ extremidade posterior, porém insignificante em comparação com a que indica a figura de GUÉRINMÉNEVILLE. A lagarta parece que penetra na folha sempre pela face superior e dahí por diante passa toda a vida larval entre as duas cuticulas, devorando boa porção do parenchyma; dahi as manchas ferruginosas que acima já mencionámos e cujas dimensões são bastante variaveis (fig. 113. Em breve, a epiderme e a cutícula se separam, tornando-se escuras e formando uma especie de ampolas um tanto proeminentes. E' nesta cavidade que se encontram as dejecções das larvas, dispostas, segundo
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INSETOS DO BRASIL RAGONOT, regularmente em círculos concentricos, o que entretanto não se observava nos poucos exemplares que pudemos examinar. O mais das vezes as galerias acham-se no meio da folha e os seus contornos são bem delineados pela côr verde não alterada das regiões visinhas. As larvas desta traça parecem não passar por mudas de pelle, porque nunca se encontram restos de chitina despida nas gallerias. Uma só folha pode abrigar e alimentar varias larvas, cujas gallerias então confluem. Pudemos contar nada menos de 25 lagartas em uma só folha. Quanto ao tempo que a larva permanece na folha, até sahir para formar o seu casulo só temos duas indicações aliás bastante divergentes. Segundo PERROTTET, a, larva emprega 9 a 8 dias, emquanto PICKMANN indica 18 a 20 dias. Infelizmente as fontes indirectas de que unicamente
Fig. 112 - Asas de Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville, 1842) (Lyonetiidae) (Lacerda del.).
nos pudemos servir, não fazem referencia, 4 epoca do "tono em que foram feitas estas observaçôes. Seria de interesse sabel-o para se poder averiguar se nas Antilhas (onde PERROTTET fez seus estudos) a evolução é sempre mais rapida do que no Brasil (no Estado do Rio de Janeiro, Vassouras, onde PICKMANN MANN trabalhou). É provavel que PERROTTET observasse a evolução em pleno verão, e que os 20 dias registrados por PICKMANN MANN representem o maximo quasi empregado pelas lagartas nos mezes frios. A questão é talvez a de maior interesse que resta averiguar no Estado de São Paulo, porque virá influir sobre o processo a adorar na luta contra a praga. Esperamos poder dizer alguma cousa de positivo nos proximos números de Chacaras e Quintaes baseado nas observações que agora iniciamos. Quando a larva tiver attingido o seu completo desenvolvimento
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ella sae do interior da folha, por um pequeno orificio de um millimetro de diametro, situado geralmente na pagina inferior da folha. Vai ella então tecer rapidamente seu casulo, que fica prompto em um dia, mais ou menos; parece que é de preferencia na pagina inferior que a lagarta constroe seu berço, em que ella passará, a phase de chrysalida, para depois abandonal-o como insecto adulto. Primeiro ella extende uma especie de tenda ou cortinado de fios do seda; e debaixo desta coberta acha-se abrigado o casulo propriamente
Fig. 113 - Lesões em fôlhas de cafeeiro feitas pelas lagartas de Leucoptera coffeella (Guérin-Méneville, 1842) (Lacerda fot.).
dito. Segundo DELACROIX, a coberta se apoia sobre dois fios mais grossos, que se cruzam, como que servindo de armação para a tenda que vai ser construida. Nos nossos exemplares não se veem taes cordões pode-se dizer, antes, que são quatro faixas de seda que estão dispostas como dous NN collocados um sobre o outro, de forma a s e cruzarem as linhas transversaes (fig. 114). Como acima dissemos, sempre vimos estas chrysalidas na patina inferior da folha uma ou outra vez, porem, quando as lagartinhas sahiam do parenchyma, estando a folha do café já bastante murcha, dias faziam seu casulo na pagina superior, mas em consequencia, certamente, do
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estado em se achava a folha, quasi secca. Segundo PICKMANN MANN, a lagarta, em certas circunstancias, faz seu tecido tambem sobre os galhos ou o tronco da planta. A regra geral, porem, é encontrar-se a chrysalida na pagina inferior da folha, atacada. Quanto ao tempo que a lagarta permanece no seu coceo, temos apenas uma indicação, que marca 6 dias. Se tal observação for verdadeira, aqui uma metamorphose tão rapida só poderá ter lugar nos mezes de maior calor." Encontra-se o inseto em quase tôdas as regiões cafeeiras da América e da Africa. No Brasil, porém, não causa grandes apreensões, talvez devido à ação dos Fig. 114 - Casulo de Leucoptera coffeella em fôlha de camicroimenópteros que parasitam a lafeeiro (Lacerda fot.) (muito augarta. Sôbre êstes há vários artigos e, mentado). dentre os principais, citados na parte bibliográfica, faço referência especial ao de L. O. T. MENDES (1940), que contém uma lista de 32 espécies obtidas de Leucoptera coffeella. Mirax insularis Muesebeck, 1917 (Braconidae), nas Antilhas, segundo SEIN Jr., é um eficiente inimigo da Leucoptera, atacando de 65 a 80 % das lagartas. E n t r e t a n t o , introduzido e aclimado em Pôrto Rico, raramente se encontra porcentagem de lagartas por êle parasitadas superior a 1%, o que levou WOLCOTT (1942) a fazer a pergunta: " What factor, present in the coffee groves of Guadeloupe, is so scarce in Puerto Rico groves that
Fig. 115 - Terminália do macho de Leucoptera coffeella (Lacerda fot.).
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this parasite, so effective there, can not attain a similar fortunate destiuy in Puerto Rico ?" No Brasil, segundo se lê no trabalho de MENDES, a Leucoptera coffeella é parasitada pelos Calcidídeos Proacrias coffeae Ihering, Closterocerus coffeellae Ihering, Horismenus aeneicollis Ashmead (En-
Fig. 116 - Asas de Bucculatrix sp. (Lyonetiidae) (Lacerda del.).
tedontidae), Eulophus cemiostomatis Mann, Eulophus sp. (Eulophidae), Tetrastichus sp. (Tetrastichidae), Exothecus letifer Mann e Orgilus sp. (Braconidae). A propósito da 1ª espécie, é interessante assinalar as recentes observações feitas por J. GOMES (1943), relativas à caracterização do gênero Proacrias. Baseado no exame de espécimes de P. coffeae obtidos de fôlhas de cafeeiro minadas pela L. coffeella, salienta, entre outras particularidades, o seguinte: "Não há dúvida que, do exame dos exemplares referidos, há preliminarmente discordância quanto ao fato de possuírem as antenas 7 artículos, sem segmento anular, segundo o asseverado na diagnose acima transcrita. Aparentemente, a simples observação do órgão antenal em condições normais e mesmo com forte aumento, não revela a existência de anéis articulares entre o funículo e o pedicelo, o que de fato a princípio me ocorreu. Todavia, o preparo de quatro antenas de exemplares fêmeas, sendo duas em imersão direta em fenol, durante 6 horas, e outras duas prèviamente fervidas em potassa a 10%, posteriormente tratadas pela série fenol-xilol e depois montadas em bálsamo, serviu para mostrar que, realmente, catre o pedicelo e o considerado 1° segmento funicular, se
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Fig. 117 - Biologia de Bucculatrix pomifoliella, confecção do casulo: A, lagarta tecendo o tapête do casulo, em fio de sêda trançado em 8; B, vista lateral da cabeça o protórax de uma lagarta começando a tecer a primeira trança em 8; C, lagarta construindo a paliçada que cerca o casulo: D, lagarta começando a construir o teto do casulo; E, a mesma acabando a construção; F, seção longitudinal diagramática do casulo, com a crisálha (g) no interior: b, superfície suporte; c, teto ou cobertura; d, parede interna; e, camara pupal; f, septos anteriores; g, crisálida; h, exúvia larval; G, casulo aberto, visto cima; H, casulo completo, cercado da paliçada de fios de sêda (De Snodgrass, 1922, est. 3).
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acham intimamente justapostos, na base dêste último, dois anéis lineares muito finos, pouco diferenciados entre si, conforme mostra a figura, e de coloração idêntica à do funículo. Acredito ter escapado a IHERING, quando do exame dos seus espécimes, a observação dêste detalhe, por falta, naturalmente, de uma dife-
Fig. 118 - Casulo de Bucculatrix sp. (Lyonetiidae) (Lacerda fot.) (cerca de X 10).
renciação mais acurada da segmentação anular das antenas, a qual, repito, se torna impossível em condições normais e mesmo pouco precisa no órgão com pouco tempo de imersão no fenol. Ainda com relação ás antenas, devo assinalar o detalhe absolutamente caracteristico do 10 segmento do funículo, que apresenta, na base, uma como incisão semicircular, à semelhança do que se observa em Phytomyzophaga albipes Brèthes, outro Entedontídeo parasito de Phytomyza platensis Brèthes, díptero minador de fôlhas de Salvia splendens." 82.
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Família OINOPHILIDAE1 (Oinophilidae Spuler, 1910) 83. Caracteres, etc. - Família extremamente próxima de Opostegidae e de Lyonetiidae, das quais se distingue pelos caracteres indicados na chave. As espécies que a constituem apresentam também asas lanceoladas e mais ou menos caudadas, porém com sistema de nervação bem desenvolvido, às vêzes completo. Os gêneros Ereunetis Meyrick e Opogona Zeller - êste com as formas mais próximas de Opostegidae - têm vários representantes na região neotrópica, inclusive o Brasil. Tratam-se, porém, de espécies cujas lagartas, normalmente, são saprófagas. Em nosso gabinete, A. J. CARVALHO NETO obteve de favas de Cassia fistula, com sementes fortemente infestadas por larvas de um Bruquideo e de um Tortricídeo, muitos exemplares da espécie Ereunetis minuscula Walsingham, 1897. Este Microlepidoptero é também encontrado em outros paises (em Porto Fig. 119 - Ereunetis minuscula Walsingham, 1897 (Oinophilidae) (Lacerda fot.) Rico, segundo WOLCOTT (1936, (cerca de X 10.) Ins. Borin.), em Hawaï, segundo WILLIAMS (1931, Ins. & other invert. Hawaï in sugar cane fields) vivendo a lagarta, ora como saprófaga, ora como predadora de Coccídeos dos gêneros Icerya e Mytilaspis. As asas anteriores dêsse interessante Microlepidóptero apresentam-se com a parte extrema apical dobrada para fora em ângulo reto (v. fig. 119). 1 De (oinos), vinho; (philos), amigo. De Oinophila Stephens, 1848 e não Oenophila Wocke, 1861.
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Fig. 120 - Asas de Ereunetis minuscula Walsingham, 1897 (Oinophilidae) (Lacerda fot.).
ARISTOTELES SILVA, também no Rio, observou as lagartas do mesmo inseto sob corpos de Saissetia oleae, em Cassia imperialis, provàvelmente depredando ovos e formas jovens recémnascidas do Coccideo. Recentemente FORBES (1933) descreFig. 121 - Ovo de Ereuunetis minuscula Walveu (Taeniodictys sericella, n. g., n. sp., de singham (Oinophilidae) (Lacerda fot.). 6-7 mm) (fig. 122), segundo exemplares obtidos por SEIN JR. de ninhos de marimbondo (Polistes crinitus) em Pôrto Rico.
Fig. 122 - Asas de Taeniodictys sericella Forbes, 1933 (De Forbes, 1933).
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Família LITHOCOLLETIDAE (Lithocolletidae Stainton, 18541; Gracilariidae Rebel, 19012; Phyllorycteridae Walsingham, 1914; Phytloryctidae Durrant, 19183; Eucestidae Durrant, 19184).
84. Caracteres. - Família constituída por Microlepidópteros cujas asas, na maioria das espécies, apresentam áreas revestidas de escamas de côres vivas, brilhantes, às vêzes prateadas ou douradas. Cabeça geralmente lisa, t a n t o na fronte, como no vertex; em várias espécies, porém, as escamas do vertex formam tufo mais ou menos conspícuo. Antenas tão ou quase tão longas quanto a asa anterior. Sem ocelos. Espiritromba bem desenvolvida.
Fig. 123 - Asas de Lithocolletis cerasicolella Herrick-Schäffer, 1855 (espécie européia) (Lithocolletidae) (Lacerda del.).
Palpos maxilares, ou rudimentares, ou mais desenvolvidos; neste caso, porém, não se dobrando. Palpos labiais moderados ou alongados e ascendentes. Asas (figs. 123, 124) anteriores lanceoladas, estreitas; célula discal, na maioria das espécies, muito alongada; áreola às vêzes 1 2 3 4
De (lithos, pedra; colletes, que cola, que une. De gracilis, grácil, delgado. De (phyllon), fôlha; (oryctos), fóssil. De (eu), bem; (cestos), fita, cinto. Os autores modernos dão a esta família o nome Gracilariidae. Entretanto, como Lithocolletis Hübner é tão válido como Gracilaria Haworth, não vejo razão para se usar o nome Gracilariidae, quando Lithocolletidae tem prioridade.
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presente; R 1, no ponto de origem, muito afastada do meio da célula; anais não formando forquilha na base. Em algumas espécies a nerração é consideràvelmente reduzida. Asas posteriores lanceoladas, lineares, geralmente muito estreitas, relativamente largas na base, porém, antes do meio, estrei-
Fig. 124 - Asas de Gracilaria sp. (Lithocolletidae) (Lacerda del.).
tando-se bruscamente e daí até o ápice cada vez mais estreitas; nerr a ç ã o extremamente reduzida e quase imperceptível; região anal muito estreita; célula aberta. 85. H á b i t o s . - Quase tôdas as espécies desta família, quando pousam, ficam com a parte anterior do corpo elevada e apoiada sôbre as pernas anteriores distendidas e largamente afastadas, e com a ponta das asas quase encontrando a superfície de apoio. As lagartas, na maioria das espécies e nos primeiros estádios, são minadoras de fôlhas ou do pericarpo dos frutos (fig. 125). Nessa primeira fase da vida apresentam aspecto singular; são consideràvelmente deprimidas e de contôrno moniliforme; apresentam mandíbulas chatas, laminadas, horizontais, notàvelmente mais largas na parte distal e maxilas vestigiais. Com as mandíbulas cortam a m e m b r a n a das células epidérmicas e das regiões adjacentes, para sugar-lhes o conteúdo. E m estádio ulterior as lagartas são cilíndricas e apresentam mandíbulas e maxilas normais. E m instar algum, porém, não apresentam pernas abdominais no 6º urômero.
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E m várias espécies a larva cilíndrica alimenta-se, dentro ou fora d a mina, roendo o parênquima. E m outras, porém, imediatamente faz o casulo. Este, conforme a espécie, é tecido dentro ou fora da mina. Os estragos causados por estas larvas mineiras, em geral, são inapreciáveis, a menos que ataquem plantas jovens.
Fig. 125 - Frutos de cacau atacados por Marmara isortha (Lithocolletidae) (Fot. gentilmente cedida por Bondar).
86. Especies mais interessantes. - A família Lithocolletidae compreende cêrca de 1000 espécies distribuídas pelo mundo. Do nosso país cito apenas duas, ambas estudadas por BONDAR: Acrocercops helicometra Meyrick, 1923, cuja lagarta mina fôlhas de al-
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godoeiro, e Marmara isortha (Meyrick, 1915), cuja lagarta escava galerias superficiais no pericarpo dos frutos do cacaueiro. Referindo-se a esta. BONDAR informa. "Os estragos causados à fruta são apenas superficiais e não refletem sensívelmente no seu desenvolvimento e no valor, estragando apenas o aspecto e servindo as feridas como porta de entrada para fungos que acarretam a podridão da fruta." (Ins. Noc. Cacau., 1939). BONDAR verificou t a m b é m que as lagartas são m u i t o a t a c a d a s por dois microimenópteros. U m dêles, a julgar por u m a figura por ele a p r e s e n t a d a (Molest. Inim. Cacau., 1925), deve ser u m Calcidídeo da família Tetrastichidae. Além de outras espécies de Acrocercops Wallengren e Marmara Clemens, há também no Brasil espécies de outros gêneros: Gracilaria Haworth, Parectopa Clemens, etc. Relativamente à Gracilaria, devo mencionar a Gracilaria perseae Busck, 1920, cuja lagarta, o " a v o c a d o leaf-roller", t e m sido assinalada em várias partes da região neotrópica, causando, às vêzes, sérios danos ao abacateiro. É possível que t a m b é m v i v a no Brasil. M u i t o interessantes são algumas espécies dos generos Neurobathra e Neurostrata, cujas lagartas, verdadeiras brocas, p e n e t r a m , geralmente pelos brotos, na região medular do caule, a qual às vêzes é reinada numa extensão de alguns centímetros. 87. B i b l i o g r a f i a . BONDAR, G. 1925 - Lagarta minadora das fôlhas do algodoeiro - Acrocercops helicometra Meyrick, n. sp. Cor. Agr., Bahia, 3(2):44-46, c. figs. BRAUN, A. F. 1908 - Revision of North American species of Lithocolletis. Trans. Amer. Ent. Soc., 34:269-352, 5 ests. ELY, C. R. 1917 - A revision of North American Gracilariidae from the standpoint of venation. Proc. Ent. Soc. Wash., 19:29-77, ests. 6-9. MEYRICK, E. 1912 - Adelidae, Micropterygidae, Gracilariadae. Lepid. Catal, 68p. 1912 - Fam. Gracilariadae. Gen. Insect., 128:36p., 1 est. col.
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Família PHYLLOCNISTIDAE1 (Phyllocnistidae Heinmann - Wocke, 1877) 88. Caracteres, etc. - Família representada pelo gênero Phyllocnistis Zeller, incluido por alguns autores em Lithocolletidae e por outros em Lyonetiidae. Tratam-se de Microlepidópteros muito pequenos, de asas anteriores lanceoladas, estreitas e mais ou menos caudadas; as posteriores muito estreitas, lineares e longamente franjadas (fig. 127).
Fig. 126 - Perna posterior de Phyllocnislis sp. (Lacerda del.),
As lagartas e as crisálidas, como as mariposinhas, são muito semelhantes às de Lithocolletidae, porém, sempre ápodas e muito achatadas.
Fig. 127 - Asas de Phyllocnistis sp. (Lacerda del.).
Como as dessa família, minam fôlhas, abrindo galerias longas, estreitas e tortuosas, e se alimentam do conteúdo líquido das células epidérmicas e adjacentes. N a figura 128 reproduzo a figura de CLAUSEN (1931) dos dois principais tipos de larvas e da mandíbula 1 De
(phyllon), folha;
(cnistos), cortada.
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da larva,
que se alimenta, de Phyllocnistis citrella Stainton, que a t a c a fôlhas de Citrus em varios países da Ásia. A a s a represent a d a n a figura 127 é de u m a espécie
Fig. 128 - Larvas de Phyllocnistis citrella Stainton: 1, larva do 1º tipo (que se alimenta); 2, larva do 2º tipo (que não se alimenta ou prepupa; 3, mandíbula da 1.ª larva, lado ventral (De Clausen, 1931, fig. 3).
cuja lagarta m i n a o p a r ê n q u i m a das fôlhas de u m arbusto silvestre ceae).
(?
Rubia-
89. B i b l i o g r a f i a. CLAUSEN, C. P. 1931 - Two citrus leaf miners of the Far East. U. S. Dept. Agric. Techn. Bull., 252, 18p., 6 figs. Família C O L E O P H O R I D A E 1 (Coleophoridae Stainton, 1854; Haploptiliadae Durrant, 19182; Eupistidae, de alguns autores) 90. Caracteres, etc. - Microlepidópteros, em geral, de côres claras e pouco vistosas; nunca apresentando faixas transversais. Cabeça lisa. Antenas simples, as escamas do escapo não raro formando tufo; com o inseto em repouso ficam estendidas para a frente (porretas); 1 De 2 De
(coleos), e s t ô j o bainha; (haplos), simples;
(phoros), que leva ou traz, que sustenta. (ptilon), pena.
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ocelos ausentes; espiritromba presente; palpos maxilares rudimentares ou ausentes; labiais m o d e r a d a m e n t e longos, ascendentes ou dirigidos para diante. Asas muito estreitas e ponteagudas, principalmente as posteriores, guarnecidas de franjas muito longas; anteriores com a nervação incompleta; R 5 terminando no termen; célula
Fig. 129 - Asas de Coleophora (De Comstock, 1940, Introd. Entom., fig. 759).
obliquamente disposta e com a extremidade distal muito proxima do termen; anais em forquilha; posteriores com a nervação incompleta e não formado celula (fig. 129). As lagartas, minadoras de fôlha no primeiro estádio, passam a viver depois em estojos ou cartuchos de formas as mais variadas, construídos com fragmentos do material de que a lagarta se alimenta (fig. 130). Os cartuchos de algumas espécies assemelham-se a u m a parte qualquer da planta em que vive a lagarta. GIRARD (1885 - Traité élémentaire d'entomologie) assim descreveu o trabalho das lagartas dêstes Microlepidópteros: "Ainsi que les chenilles des Psyche, quand la chenille des Coleophora veut prendre sa nourriture, elle dégage seulement de son forureau la tête et les trois premiers anneaux p o r t a n t des partes écailleuses, elle fixe le fourreau perpendiculairement à la surface d'une feuille, le plus souvent en dessous. Elle découpe dans cette feuille une ouverture de la grosseur de son corps, mais qui n ' e n t a m e que la membrane sur laquelle la chenille est attaché, sans jamais percer la feuille de part en part; puis elle commence à devorer autour d'elle le parenchyme entre les deux épidermes. A mésure qu'elle consome, elle allonge le corps, en le dégageant du fourreau, mais sans le quitter entièrement, t r a ç a n t ainsi u n vide, à peu près circulaire, dont l'ouverture primitive est le centre. Quand elle a rongé
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tout ce qui se trouvait à sa portée, elle rentre à reculons dans sa gaine, la détache, e t v a la fixer sur un autre point de la feuille, pour recommencer le mê,me manége. Au moment de la nymphose, la cllenille attache définitivement son fourreau à quelque partie de la plante ou à un corps voisin, se retourne en sens inverse pour avoir la tête dirigée vers l'extremité postérieure, afin que le papillon puisse sortir librement, et ainsi etablie, attend l'époque de sa metamorphose en crysalide."
SNODGRASS (1922), apresentou t a m b é m d e t a l h a d a descrição do c o m p o r t a m e n t o da l a g a r t a de Coleophora fletcherella Fernald (cigar case bearer), a c o m p a n h a n d o - a de figuras elucidativas. Sendo a conformação dos cartuchos característica p a r a cada espécie, é obvio que por ela se possam diferenciar espécies próximas, às vêzes só distinguíveis pelo Fig. 130 - Fragmento de fôlha com perfurações feitas pela lagarta de Coptodisca splendoriferella exame da terminália. (Coleophoridae); em cima, ainda se vê a lagarta minando o perênquima, com a parte posteA família Coleophoridae comrior do corpo dentro do estôjo protetor; em baixo, há uma mina abandonada (De Snodgrass, 1922, preende menos de 1000 espécies, fig. 6) (consideravelmente aumentado). distribuídas pelo mundo, t o d a v i a mais abundantes no sul da Europa e nos Estados Unidos. Em nosso território, as mais frequentemente encontradas pertencem ao gênero Coleophora H ü b n e r , de v a s t a distribuição, com mais de 500 espécies descritas. Família E L A C H I S T I D A E 1 (Elachistidae Staiaton, 1854; Aphelosetiadae Durrant, 1918 (Aphelosetiidae)2; Cycnodiadae Durrant, 1918 (Cycnodiidae)3; (Chrysopeleiidae4) 91. Caracteres, etc. - Cabeça lisa ou com as escamas um tanto eriçadas no vertex; sem ocelos; espiritromba pouco desenvolvida; palpos maxilares obsoletos; labiais, geralmente finos, mais 1 2 3 4
De De De De
(elachistos), mínimo. (apheles), simples; (ses), tinea. (cycnos), cisne; (eidos), aspecto, forma. (chrysos), ouro; (peleia), pomba.
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ou menos alongados e curvados para cima, às vêzes porretos, não raro fortemente divergentes, sempre, porém, com o segmento distal mais ou menos alongado, pelo menos com metade do comprimento do segundo. Asas (fig. 131) lanceoladas, sistema de nervação geralmente completo em ambas as asas, porém variável; célula discal bem constituída em ambas as asas, principalmente nas anteriores.
Fig. 131 - Asas de Dicranoctetes angularis Braun, 1918 (= Donacevola saccharella Busck) (Elachistidae) (De Busck).
As lagartas são minadoras de fôlhas de Gramíneas e de Ciperáceas. Fazem galerias geralmente lineares, que se alargam até o ponto de saída da lagarta. Esta, quando completamente desenvolvida, encrisalída fora da mina. A família Elachistidae compreende cêrca de 300 espécies, distribuídas pelas várias partes do mundo. As espécies descritas do continente americano pertencem ao gênero Elachista Treitschke (=Aphelosetia Stephens ). Nada se sabe relativamente às espécies encontradas em nosso território. BUSCK, em seu trabalho sôbre Microlepidópteros de Cuba (1933), estuda Dicranoctetes angularis Braun, 1918 (=Donacevola saccha-
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rella Busck, 1933), em seus principais estádios de desenvolvimento, considerando-o uma praga potencial da cana de açúcar, até agora mantida em cheque, provavelmente pela eficiência de vários parasitas. As lagartas fazem galerias extensas e irregulares na base das fôlhas daquela planta e, quando completamente desenvolvidas, com 7 a 8 mm de comprimento, abandonam a mina e tecem um tênue casulo, sob o qual encrasalidam. A crisálida apresenta conspícuos espinhos laterais. A mariposinha, com 8 a 9 mm de envergadura, como Ereunetis, apresenta também a parte apical das asas anteriores dobrada para fóra, em angulo reto. T a m b é m nada se conhece relativamente às espécies de D o u glasiidae Börner, 1920 e Heliozelidae Hein. - Wocke, 1877, pequenas familias de Microlepidópteros, cujas lagartas, com peças bucais normais, são minadoras de fôlhas. Família O E C O P H O R I D A E 1 (Oecophoridae Stainton, 1859; Meyrick, 1883; Depressariidae Spuler, 1910)
92. Caracteres. - Família de Microlepidópteros, em geral não muito pequenos, apresentando cêrca de 5 a 35 m m de envergadura, alguns verdadeiramente belos pelo colorido e desenhos das asas anteriores. Cabeça geralmente lisa, com as escamas bem acamadas; em várias espécies, porém, frouxas e arripiadas no vertex. Escapo antenal não dilatado e geralmente desprovido de pécten. Palpos maxilares muito curtos ou ausentes; labiais, na maioria das espécies, muito longos, curvos, ascendentes, às vêzes, porém, porretos; segmento apical longo, agudo e excedendo o nivel do vertex, podendo, p o r é m apresentar-se r u d i m e n t a r nos machos. Asas anteriores em oval mais ou menos alongada; às vêzes porém, lanceoladas; não raro com borda externa distinta, formando, com a anterior, ángulo quase reto (Gonionota, Coptotelia, etc.), com se vê comumente nos Tortricídeos; R 4 e R 5 quase sempre em forquilha, r a r a m e n t e coincidentes, as demais nervuras livres; R 5 t e r m i n a n d o na costa, no ápice da asa ou no termen, porém, pouco atrás do apice. 1 De
(oicos), c a s a ;
( p h e r e i n) , c a r r e g a r .
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Anais 1A + 2A em forquilha; Cu 2 (1ª A) presente, pelo menos numa pequena extensão perto da margem (figs. 132, 136 e 137).
Fig. 132 - Asas de Oecophoridae (Lacerda del.).
Asas posteriores mais ou menos amplas; todavia, nas espécies de asas anteriores estreitas, as posteriores t a m b é m se a p r e s e n t a m lanceoladas, porém, com área anal r e l a t i v a m e n t e larga e respectivas nervuras mais ou menos distintas (fig. 136); R s e M 1 b e m separadas no ponto de origem, pouco divergindo u m a da outra, isto é, m a n t e n do-se paralelas a t é p e r t o d a b o r d a d a asa; M 3 e m forquilha com Cu 1a ; M 2 , n a origem, g e r a l m e n t e mais próxima de M 3 que de M 1 , às vêzes com ela fundida (Endrosis). O abdome, neste gênero, apresenta-se espinhoso, como se v ê g e r a l m e n t e e m Blastobasidae. O m e s m o se verifica, segundo CLARKE (1941), com os gêneros Martyringa, Borkhausenia, Hofmannophila, Carolana, Pleurota, Inga e Semioscopis.
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Família com mais de 3.000 espécies descritas, presentes em todas as regiões do globo; a Austrália, porém, é a que pussue o maior número de espécies (cêrca de metade das conhecidas). Vários gêneros, principalmente Machimia Meyrick, têm representantes brasileiros, êstes, porém, até agora, não foram
Fig. 133 - Casinha da lagarta do Ecoforídeo da fig. 132. (Lacerda fot.) (X 2).
assinalados como inimigos das plantas cuttivadas. O Eng. Agronomo DANIEL MELLO, ha pouco tempo, entregou-me material de um Microlepidoptero, cuja lagarta, em Ouro Preto (Minas Gerais), ataca as folhas do chá (Thea sinensis) causando danos apreciaveis. Trata-se, segundo verifiquei, de Gonionota melobaphes Fig. 1 3 4 - Terminália do Ecoforídeo Walsingham, 1912, especie de da fig. 132. (Lacerda del.). Panamá e Costa Rica. Algumas espécies desta família, como Endrosis lacteella (Schiffermuller, 1776) e Hofmannophila pseudospretella (Stainton, 1849), são cosmopolitas e saprófagas, alimentando-se as lagartas de vários
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Fig, 135 - Ectaga sp. (Oecophoridae) (Lacerda del.), ao lado a cabeça ampliada e vista de perfil (Lacerda del.) (cerca de X 12).
Fig. 136 - Asas de Ectaga sp., da fig. 135. (Lacerda del.).
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produtos armazenados: cereais, frutas de animais, carnes sêcas, etc.
sêcas,
artigos
de
lã,
peles
Na figura 133 apresento a fotografia, de um estôjo ou casulo
Fig. 137 - Asas de Himmacia sp. (Oecophoridae). (Lacerda del.).
d a l a g a r t a de u m Ecoforídeo, e x t r e m a m e n t e parecido Pseudodoxia limulus, do Ceilão.
com
o de
D e v o dizer que as lagartas dêsses casulos, c o m o as das espécies de Pseudodoxia da região indiana, v i v e m t a m b e m de líquens, que v e g e t a m sôbre t r o n c o de Eucalyptus, e a m a r i p o s a o b t i d a a p r e s e n t a os caracteres do gênero Pseudodoxia D u r r a n t , 1895. As asas e a genitalia do inseto a c h a m - s e r e p r e s e n t a d a s figuras 132 e 134.
nas
LEPIDOPTERA
253
Na República Argentina, as lagartas de Cecidolechia maculicostella Strand, 1911, criam-se em galhas caulinares de Prosopis.
Fig. 138 - Genitália de Himmacia sp.; Gn, gnathos; H, harpe ("clasper"); P, pênis (aedeagus); Sac, sacculus; U, uncus; Val, valva; Vm, vinculum.
93. Bibliografia. BOURQUIN, F. 1941- Metamorfoses de Hypercallia bourquinella Koehler, 1939 (Oecophoridae). Rev. Ent., 12:541-546, figs. BRÈTHES, J. 1918 ..- Sobre una lepidopterocecidia del lecherón - Sapium aucuparium. Physis, 4:360-361, 1 fig. BUSCK, A 1908 - A generic revision of American moths of the family Oecophoridae, with descriptions of new species. Proc. U. S. Nat. Mus., 35:189-207. CLARKE, J. F. G. 1941 - Revision of the North American moths of the family Oecophoridae with descriptions of new genera and species. Proc. U. S. Nat. Mus., 90(3107): 33-286 + VIII, 48 ests.
254
INSETOS DO BRASIL
DURRANT, J. H. 1895 - Description of the hitherto unknown imago of Fumea (?) limulus, Rghfr.; the type o f a new genus of Depressariadae. Ent. Mo. Mag., 31:106-109, figs. 1-3. GAEDE, I. 1938 - Fam. Oceophoridae, I, in Lepidopt. Catal., 88:1-208. LEPESME, P. 1937 - Hofmannophila pseudospretella Stt. (Lep. Gelechiidae), hôte indésirable des habitations et des magasins. Bull. Soc. Ent. Fr., 42(1937): 283-288, 1 fig. no texto e 1 est. MEYRICK, E. 1922 - - Fam. Oecophoridae, Genera Insectorum, 180, 224p., 6 ests. col.
Família
ETHMIIDAE1
(Ethmiidae Busck, 1909)
94. C a r a c t e r e s , providos
de
Ecoforideos,
asas, dêles,
etc. em
- Pequena
geral, porém,
de se
côres
família vistosas,
distinguindo,
de
Microlepidópteros
muito
próximos
principalmente,
dos pela
Fig. 139 - Ethmia sp. (Ethmiidae) (Lacerda fot.) (X 3,5).
posição da nervura
M 2 (5), q u e , n a o r i g e m , é a p r o x i m a d a
n ã o d e M 3 , c a r a t e r q u e os a p r o x i m a d e Y p o n o m e u t i d a e . 1 De
(ethmos), crivo.
de M1 e Daí MEYRICK
LEPIDOPTERA
Fig. 140 - Asas de Ethmia sp. (Ethmiidae) (Lacerda del.).
Fig. 141 - Genitália de Ethmia sp. (Ethmiidae) (Lacerda fot.).
255
256
INSETOS DO BRASIL
e outros t e r e m incluído as espécies de Ethmia H ü b n e r nessa familia. E n t r e t a n t o FORBES t r a t a dêste gênero em Oecophoridae. Apresento na figura 139 a fotografia de u m a Ethmia m u i t o próxima de E. cypraspis Nleyrick, 1930; as asas e a terminália acham-se representadas na figuras 140 e 141. As lagartas dos Etmiideos, em outros territórios, são sociais e geralmente v i v e m sôbre Borraginaceae. N a d a se sabe r e l a t i v a m e n t e à etologia das nossas espécies.
Família BLASTOBASIDAE 1 (Blastobasidæ Dyar, 1902) 95. Caracteres, etc. - Família muito próxima de Oecophoridae, dela se distinguindo pelos caracteres assinalados na chave.
Fig. 142 - Asas de Auximobasis sp. (Blastobasidae), de um exemplar obtido de sementes de café, colhidas em São Paulo por Pinto da Fonseca (Lacerda fot.).
T r a t a - s e de u m grupo de Microlepidópteros de aspecto uniforme, pouco varíarel, cuja determinação se t o r n a e x t r e m a m e n t e difícil, quando, na descrição da espécie em aprêço, t i v e r e m sido assinalados apenas caracteres relativos ao aspecto geral do corpo, coloração e marcas alares. H a cêrca de 300 representantes em todo o mundo. As lagartas, em sua maioria, são saprófagas. 1 De
(blastos), germe;
(basis), base.
LEPIDOPTERA
257
Fig. 143 - Terminália dos machos de duas espécies de Auximobasis, ambas de sementes de café, colhidas em São PauIo por Pinto da Fonseca; a da esquerda de (?) Auximobasis coffeaella Busck, 1925; a da direita de Auximabosis sp. (do exemplar da asa da fig. 142).
Um dos Blastobasídeos mais conhecidos é a Holcocera liceryaeella (Riley), cujas lagartas, por muito temFig. 144 - Grãos de café roídos por lagartas de Auximobasis sp. (material remetido por J. Pinto da Fonseca (Lacerda fot.).
po, foram consideradas predadoras de Icerya purchasii. BASINGER (1929), entretanto, não podendo confirmar essa observação, ve-
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INSETOS DO BRASII
rificou que atacam laranjas, determinando a formação de escaras mais ou menos extensas. Todavia, há Blastobasídeos cujas lagartas são predadoras.
Fig. 145 - Asas de Holcocera sp. (Blastobasidae), caja lagarta de cria em exemplares de Malococcus lanigerus HempeI (Coccidae), sôbre "espinheiro de Santo Antônio", Lavras (R. G. do Sul), segundo observação de J. Deslandes (Lacerda del.).
As espécies encontradas no Brasil pertencem principalmente aos gêneros Auximobasis Walsingham, Blastobasis Zeller e Holcocera Clemens. E m nosso país, BUSCK e OLIVEIRA FILHO (1925) estudaram Auximobasis coffeaella Busck, 1925, cuja lagarta se alimenta de frutos secos do cafeeiro (fig. 144). N a Argentina, BRÈTHES (1917) descreveu Holcocera baccharisella, cujas lagartas determinam a formação de galhas caulinares, ovóides, de 6 a 7 em de comprimento, em Baccharis pingrea latifolia.
LEPIDOPTERA
259
96. B i b l i o g r a f i a . BRÈTHES, J. 1917 -
Description d'une galle et du papillon qui la produit. Physis, 3:449-451, 2 figs. BUSCK, A. & M. L. DE OLIVEIRA FILHO 1925 - Da Auximobasis coffeaella Busck, mariposa dos frutos do café abandonados. Sua determinação e biologia. Comm. Est. Debel. Praga Café, São Paulo, n. 13:19p., 8 ests., 3 figs. DIETZ, W. G. 1910 - Revision of the Blastobasidae of North America. Trans. Amer. Ent. Soc., 36:1-72, ests. 1-4. ESSlG, O. E. 1916 - A coccid-feeding moth, Holcocera iceryaeella (Riley) (Blastobasis iceryaeella Riley. Jour. Econ. Ent., 9:369-370, 1 est. MISRA, M. P. & S. N. GUPTA 1934 - The biology of Holcocera pulverea Meyr. (Blastobasidae), its predators, parasites and control. Ind. Jour. Agr. Sci., 4:832-864, 1 est., 5 figs. WALSINGHAM, LORD 1907 - Descriptions of new north american tineid moths, with a generic table of the family Blastobasidae. Proc. U. S. Nat. Mus., 33:198-228.
Família STENOMATIDAE (Xylorictidae Meyrick, 1890, partim; Stenomidae Meyrick, 1906; Stenomatidae Walsingham, 1907) 97. Caracteres. - Microlepidópteros com cêrca de 2 cm de envergadura ou mais, alguns, porém, relativamente grandes (Timocratica grandis Perty, 1834, com perto de 55 mm de envergadura). Escapo sem pécten; palpos maxilares vestigiais ou ausentes; labiais longos, curvos, ascendentes, com o terceiro segmento longo, ponteagudo. Asas anteriores de contôrno elipsóide, com a parte apical (termen) arredondada, não raro, porém, apresentado margem externa mais ou menos distinta; neste caso se acham vários espécies, que, à 1 Stenomidae é designação mal construída, pois o radical de Stenoma é Stenomat e não Stenom.
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INSETOS DO BRASIL
primeira vista, lembram Tortricídeos, por terem t a m b é m a costa fortemente arqueada na parte basal; R4 e R 5 geralmente separadas, às vêzes, porém, em forquilha, ou fundidas; R 5 para a costa ou para o termen; Cu1a e Cu1b, na origem, muito aproximadas ou em forquilha; Cu2 (11 A), em geral, bem desenvolvida. Asas posteriores bastantes largas; Sc aproximada e paralela a Rs até perto do meio da célula e geralmente a ela ligada por R 1. Em Neophylarche Meyrick o frenulum apresenta aspecto único: no macho é representado por uma cerda apical muito espêssa (clavada) e dobrada para cima em ângulo reto; na fêmea, por duas cerdas, porém, só a superior é que se apresentacomo a do macho. 98. Classificação e espécies mais interessantes. - Família constituída por cêrca de 1200 espécies do continente americano, quase tôdas da América do Sul. A família Cryptophasidae Swainson, 1840 (=Xylorictidae Meyrick 1890 (partim); Stenomidae Meyrick, 1905, 1915 (partim); Uzuchidae Durrant, 1918), com espécies da Austrália, da India, do
Fig. 146 - Cerconota anonella (Sepp, 1830) (Stenomatidae) (Lacerda fot.) (X 3,5).
Japão, etc., é separada pelos especialistas modernos em família distinta de Stenomatidae, porque, nas espécies que a constituem, R 5 , em longa forquilha com R4, termina na margem externa e as nervuras Cu1a e Cu 1b São largamente separadas.
LEPIDOPTERA
261
Nessa familia encontram-se verdadeiros gigantes no gênero Maroga, com espécies australianas, que p o d e m atingir a 70 m m de envergadura. As lagartas dos Estenomideos, em geral fitófagas, ou c o m e m fôlhas, ou a t a c a m frutas, ou são brocas caulinares. PEDRITO SILVA, na Bahia, verificou o a t a q u e de frutos de cacaueiro por Stenoma decora Zeller, 1854. H á tempos recebi p a r a d e t e r m i n a ç ã o o exemplar representado na figura 154, enviado de L a v r a s (Rio Grande do Sul) pelo Agrônomo JOSUÉ DESLANDES, que o o b t e v e de lagarta p r e d a d o r a de Malococcus lanigerus Hempel, sôbre "espinheiro de S a n t o Antônio".
Fig. 147 - Asas de Cerconota anonella (Lacerda del.).
As lagartas da Stenoma representada na figura 151 (asa na figura 152) são xilófagas e causam, em caule de Erythroxylum, lesões que podem ser apreciadas na figura 153.
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Não tentei d e t e r m i n a r os dois Microlepidopteros acima referidos, por não estar c o m p l e t a a o b r a " E x o t i c Microlepidoptera" de MEYRICK na biblioteca do I n s t i t u t o O s w a l d o Cruz. Os 3 Estenomídeos mais i m p o r t a n t e s em nosso pais são: Cerconota anonella, Stenoma catenifer e Timocrarica albella. Cerconota 99. (Sepp, anonella 1830) (Stenoma anonella (Sepp, 1830) (figs. 146-148). SEPP, estudando-o, apresentou u m a e s t a m p a coFig. 148 - Genitália do macho de Cerconota anonella lorida, na qual se (Lacerda fot.). vêem, além da mariposinha, aliás b e m desenhada, frutos de A n o n a com as lesões causadas pelas lagartas. MOREIRA (1929 E n t o m o l o g i a Agrícola Brasileira: 41) escreveu o que se segue sôbre a vida do inseto: "As femeas desta mariposa säo maiores do que os machos, seu corpo tem de comprimento 10 m m e de largura no thorax 2,5mm, as azas superiores abertas, medidas de p o n t a a p o n t a (envergadura têm 26,5mm e cada asa tem 12mm de comprimento e 5 m m de largura, a meio. Os machos têm o corpo com 9 m m de comprimento e de largura, no thorax, 1,5mm. As asas superiores têm, de p o n t a a ponta, 19,5 m m e cada aza, tem de comprimento 9 mm. e de largura 3,5 mm. As azas anteriores são nos dois sexos estreitas, o bordo anterior é regularmente curvo, o posterior é sinuoso e a margem externa é curva. As asas posteriores são mais curtas e mais largas do que as anteriores. As antennas são filiformes nos dois sexos, as dos machos, vistas com uma lente, são ciliadas, as das femeas não o são. O colorido destas mariposinhas é de t o m cinzento, igual nos dois sexos, o corpo é branco prateado e cinzento avermelhado, tendo a cabeça na nuca u m tufo de pellos brancos e cinzentos; as azas têm o fundo branco, prateado e salpicado de cinzento, com tres linhas cinzentas irregulares
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t r a n s v e r s a e s , obliquas, esbatidas p a r a trás, mais ou m e n o s curvas e equidistantes; j u n t o ao bordo externo ha u m a serie de p o n t o s c i n z e n t o - cast a n h o s m u i t o escuros, dispostos em curvas parallelas ao bordo da asa, a extremidade desta é enrugada. O colorido é mais ou m e n o s vivo de u n s para o u t r o s exemplares. Q u a n d o pousada, a m a r i p o s a fica com as azas v o l t a d a s p a r a t r á s sôbre o corpo, ficando o bordo de u m a sobre o da outra. As femeas põem pelo menos cinquenta ovos ovoides, alongados, com seis decimos de millímetro no maior eixo e dois dccimos e meio de millítro no m e n o r eixo; a casca do ovo é reticulada em relevo. As lagartas, que são os bichos da fructa de conde, e n q u a n t o comem a fructa, cuja polpa ainda está sã, são de u m b r a n c o roseo e q u a n d o se alimentam da fructa já apodrecida são verdes, mais ou menos escuras e
Fig. 149 - Timocratica albella (Zeller, 1839) (Stenomatidae) (Lacerda fot. X 3).
pardas; a cabeça é castanho clara e t e m u m a placa oblonga t r u n c a d a na frente i n t e r r o m p i d a ao centro p o r u m a linha b r a n c a n a p a r t e dorsal do primeiro s e g m e n t o thoraxico, os tuberculos que b a nos s e g m e n t o s são p a r d o s f o r m a n d o séries de p i n t a s b e m visiveis; no u l t i m o s e g m e n t o abdominal ha u m a placa castanha, em todos os s e g m e n t o s h a r a r o s pelos claros, os tres thoraxicos são providos de pernas e o terceiro, quarto, quinto e sexto a b d o m i n a e s t e m t a m b e m pernas. A l a g a r t a c o m p l e t a m e n t e desenvolvida e prestes a enchrysalidar tem 16 mm de comprimento e 3 de l a r g u r a a meio corpo. A chrysalida é c a s t a n h o clara, a da femea t e m 9 a 10 mm de comprimento e 3 de largura a meio do corpo, a do macho tem 7 a 8mm de c o m p r i m e n t o e 2,5 a 3 m m de largura, t a m b e m a meio corpo.
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INSETOS DO BRASIl
Esta d a m n i n h a mariposa apparece principalmente de julho a setembro; voando á noite, vae pelo pomar, de fructa em fructa, pondo os ovos, de que nascem as lagartas, que roem a casca e penetram na fructa, comendo a polpa; chegam a penetrar nos caroços. A fructa, se é atacada e n q u a n t o ainda está muito pequena, apodrece, secca, e ficando negra cae ao chão; se é atacada quando grande e por poucas lagartas, apodrece em parte e chega a amadurecer com as lagartas vivendo em sua polpa, que fica endurecida e estragada. Tive ocasião de extrahir de u m a só fructa de conde 30 mariposas, de que a maior parte 5 sempre de femeas. Sendo 20 femeas pondo no minimo 50 ovos, são 1.000 lagartas Fig. 150 - Genitália do macho de Timocratica que nascem de u m só fructo, albella (Lacerda for.). capazes de inutilizar outras tantas fructas. Não consegui observar as lagartas recem-nascidas para determinar seu tempo de vida, mas calculo que deve ser de mais de 20 dias. A lagarta metamorphoseada em chrysalida passa neste estado 12 dias, nascendo então a mariposa. As lagartas vivem na polpa da fructa roendo-a, não respeitando mesmo os caroços; no momento de enchrysalidarem aproximam-se da casca na diFig. 151 - Stenoma sp. (Lacerda fot.) (pouco mais de X 3,5).
recção dos gommos, fazem u m orifício e tecem o casulo, a que aglutinam o pó secco da fructa podre, ficando este com a metade dentro da fruta e metade para fóra, saliente, neste casulo a lagarta enchrysalida e a mariposa, para sahir,lança contra a extremidade externa do casulo substancia que dissolve os fios deste, que ficando entrea-berto dará sahida á mariposa.
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Contra esse damninho insecto o que ha a fazer é apanhar todas as fructas podres denegridas, quer da planta, quer do chão, e rodas que mostrem estar atacadas pelo bicho, quer por apresentar orifícios por onde sabem as fezes da lagarta sob forma de serragem, sobretudo entre os goramos, quer por ter uma parte denegrida, e destruil-as completamente pelo fogo; deste modo consegue-se reduzir a praga porque, com cada fructa bichada
Fig. 152 - Asas do exemplar representado na fig. 154 (Lacerda del.).
que se destroe, evita-se o nascimento de pelo menos 500 a 1000 lagartas, sendo possível extinguir a praga por este meio. Quando as fructas são grandes e alcançam altos preços que compensam maiores despesas com a cultura, pode-se encerra-las, quando ainda tentas, em saquinhos de pano, ou de papel, para protegel-as contra as mariposas. Outro meio efficaz de combate contra esta praga consiste em atrahil-as por meio de luzes fortes de lanternas a petroleo, dispostas sôbre um tijolo dentro de uma vasilha com agua de sabão, collocadas sobre um poste mais alto do
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que as plantas; as mariposas attrahidas pela luz approximam-se, voando em torno desta até cahirem na agua de sabão, onde morrem, sendo deste modo desviadas das fructas em que iriam fazer a postura. São estes os meios mais efficazes contra esta praga, não sendo os insecticidas aconselhados neste caso."
Fig. 153-Parte do tronco de Erythroxylum sp. roído pelas lagartas da mariposinha da fig. 151. As partes lesadas achavam-se antes totalmente escondidas sob uma capa protetora, da qual ainda se vê, destacada, uma parte, no galho da direita (Lacerda fot.) (cêrca de metade do tamanho natural).
Recomendo também a leitura do interessante trabalho de FENNAH sôbre o inseto. No Rio de Janeiro a lagarta de Cerconota anonella é atacada por um microimenóptero endófago do gênero Brachymeria. JALMIREZ GOMES, examinando-o, verificou tratar-se provàvelmente de uma variação de Brachymeria pseudovata Blanchard, 1935. O inseto, que sai da crisálida de Cerconota anonella, talvez possa representar papel importante no combate biológico à praga.
100. Sfenoma catenifer Walsingham, 1912. Eis um trecho do artigo que escrevi sôbre o inseto: "Nos abacates bichados encontra-se o bicho ou lagarta, ora na polpa, ora no interior das sementes. E m todos, porém, a semente é mais ou menos attingida pela lagarta. Esta, quando bem desenvolvida, expelle os excrementos atravéz de um orificio por ella feito na casca do fruto. Conforme presumo, este orifício resulta do alargamento do furo que ella faz ao penetrar no fructo, depois d e sahir do ovo. Torna-se, assim, facil o reconhecimento dos abacates bichados, porquanto não se encontra um que não apresente esse orifício. Encontram-se também, dejecções da lagarta no interior do fructo, na polpa, nas galerias escavadas no caroço e, quando o fruto é muito pequeno, enchendo todo o espaço ocupado pelo caroço, que é completamente roído pela lagarta.
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Como disse anteriormente, encontrei apenas uma lagarta num dos fructos examinados. Este era pouco maior que uma laranja e apresentava, na superfície, uma área de contorno circular um tanto deprimida no meio, de côr denegrida, e, no centro, o orificio já referido. A polpa estava em parte roida e a semente apresentava uma galeria irregular, mais dilatada em certos pontos do trajeto que em outros. É de acreditar que se encontre mais de uma lagarta em cada fructo. Em todo o caso, basta nêle penetrar uma só lagarta para, no fim de algum tempo, cahir e ulteriormente se deteriorar. Provavelmente a mariposa deposita o ovo sobre a casca. A lagarta, que dêlle sahe, penetra na polpa e se dirige para a semente. Parece que o fructo só cae depois da semente ter sido attingida. Todos os fructos bichados que examinei eram pequenos, sendo os menores do tamanho de um limão azedo e os maiores pouco mais volumosos que uma laranja. Dahi poder conjecturar que a mariposa, para fazer a postura, escolha de preferentia os abacates verdes e de peqnenas dimensões. Não sei se ella põe os ovos em fructos prestes a amadurecer. E' possivel que isto se verifique. Neste caso, porém, embora grande parte da polpa seja poupada, esses frutos não amadurecerão normalmente e, como sóe darse com os fructos cahidos precocemente, entrarão rapidamente em putrefacção, pela penetração de microorganismos saprógenos. A lagarta que achei no interior de um abacate infestado, a 16 de janeiro, encontrei no exterior, movendo-se sobre o fundo do vaso em Fig. 154 - Stenoma sp., cuja lagarta que aquelle se achava, como se esé predadora de Malococcus lanigerus tivesse procurando um lugar conve(cêrca de X 4) (J. Pinto fot.). niente para enchrysalidar. Transportei-a então para um tubo de vidro, com camada de algodão no fundo. A 19 ela se transformou em chrysalida, no meio do algodão, porém, sem ter construído casulo protetor. Por ter abandonado o fructo, procurando o fundo do vaso para enchrysalidar, supponho que, em condições normaes de criação, manifeste, nesse ultimo periodo, um geotropismo positivo, ou, em palavras mais simples, procure o solo para se metamorphosear. A 12 de março a mariposa estava prestes a sair da chryslida. Não observei, porém, o nasci-
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mento da mariposa porque u m auxiliar meu, involuntariamente, esmagou a chrysalida, no dia seguinte. Falta-me, pois, verificar a duração do cyclo evolutivo e calcular o numero de gerações que se succedem durante u m ano. Descrição do insecto. Ainda não pude observar os ovos desta mariposa. As lagartas, que são os bichos do abacate, para os que não se interessam em conhecer os seus caracteres microscopicos, n a d a tdm de ex-
Fig. 155 - Asas do exemplar representado fig. 154 (Lacerda del.).
traordinario. São brancas ou branco-esverdeadas e, quando prestes a enchrysalidar, de u m cinzento esverdeado, com faixas roseas transversaes sobre o dorso. Nesta ultima phase do desenvolvimento, têm pouco mais de centímetro e meio de comprimento. Como todas as lagartas dos Estenomideos e de quasi todos os Tineideos, apresentam u m a placa chitinosa no dorso do 1° segmento thoraxico e no ultimo abdominal (placa anal de côr igual á da cabeça, que é preta.
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A chrysalida é do tipo commum das chrysalidas dos Microlepidopretos. Tem 9,5 m m de comprimento por 4 m m de largura. Como disse, o colorido da mariposa é quasi identieo ao da Stenoma anoneUa. As asas anteriores são de um amarello pallido côr de palha e não apresentam as faixas cinzentas transversaes que se notam na aza anterior desse insecto. Nota-se, apenas, bem visivel, uma cadeia de pontos cinzento-escuros, dispostos em linha curva de concavidade anterior, acompanhando o bordo externo da asa anterior."
101. Timocratica albella (Zeller, 1839) (figs. 149, 150). Possuo exemplares do inseto obtidos de lagartas brocando goiabeira e outras Mirtáceas. T o d a v i a as lagartas de T. albella t ê m sido t a m b é m observadas a t a c a n d o o caule de outras plantas (v. meu 3 ° Catálogo): ameixeira, cafeeiro, eucalipto, macieira, pereira, etc. BUSCK (1938) descreveu u m a espécie da R e p ú b l i c a Argentina, Timocratica haywardi, cujas lagartas v i v e m e x a t a m e n t e como as de Timocratica albella. A terminália da espécie que considero a Timocratica albella, r e p r e s e n t a d a na figura 156, é m u i t o semelhante à figurada por BUSCK p a r a T. haywardi. Ler-se-á nas linhas seguintes o que BONDAR escreveu sôbre o inseto (1913 - Pragas das myrtaceas fructíferas do Brasil, pags. 24-26). "Os estragos causados pela lagarta deste lepidoptero são muito communs nos pomares e nas marras. Todas as Myrtaceas são sujeitas sua voracidade. Alem das Myrtaceas, multas outras arvores são attacadas: carvalho, castanheiro e algumas arvores das mattas. Nos mezes de março, abril e maio começam a ser percebidas facilmente, nos ramos e nos troncos das arvores, pequenas camadas, feitas de excrementos e pedaços de casca, ligados catre si por uma substancia sedosa. Este abrigo serve para proteger uma lagarta de côr violacea, que se acha escondida e come a casca em baixo da cobertura. Não se contentando com este abrigo, a lagarta fura um orifício no tronco, que no princípio é quasi horizontal, mas na profundidade de 5-8 mm vira para cima. O comprimento e o diametro deste furo são apenas sufficientes para esconder a lagarta; seu volume augmenta com o crescimento do insecto. Neste esconderijo a lagarta se abriga dos seus inimigos. Crescendo a lagarta, augmenta ella progressivamente o abrigo externo, conforme a necessidade, até os meses de novembro-dezembro, dando-lhe a forma allongada ou em espirai no tronco, ou simplesmente augmentando-o em rodas as direcções.
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Tirando-se este envoltorio, percebe-se então que a casca em baixo está carcomida. Nas goiabeiras, a madeira fica nua e nunca reconstitui a casca; esta parte morre e o tronco fica feio, e torto. Nos araçaseiros os estragos são semelhantes aos das goiabeiras. As jaboticabeiras em maior parte reconstituem a casca e produzem a cicatrisação perfeita da lesão. Acontece tambem que os ramos ou troncos cercados comeste envoltorio morrem, por ter sido a camada vegeta tivada planta destruida
Fig. 147 - Asas de Energia n. sp. (Stenomatidae), ex. apanhado em Manguinhos (Lacerda del.).
pela lagarta. Nas goiabeiras e em algumas outras Myrtaceas, esta consequencia é mesmo muito frequente. No fim do período de actividade da lagarta, este envoltorio pode medir 250 mm 2 de superfície, o que corresponde a superfície da casca prejudicada. O furo interno, então, é de 50-60 mm de comprimento. A lagarta, no seu maximo desenvolvimento, mede de 25 a 35 mm de comprimento. No mes de dezembro-janeiro ela passa para chrysalida, sendo a das femeas maior do que a dos machos. Taes chrysalidas são nuas, ficando suspensas no furo por dois ganchos que se acham no ultimo anel do abdomen.
LEPIDOPTERA
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As borboletas saem no mez de janeiro-fevereiro, são brancas, de olhos pretos; a envergadura das asas é de 40 mm nos machos, sendo nas femeas um pouco maior. Durante estes mezes ellas são frequentes nas cidades, onde são atrahídas pela luz nos seus vôos noturnos. Tratamento - É muito facil livrar as arvores deste inimigo. Os furos são pouco profundos e por isso mesmo facil se torna debellar o mal. Para este fim, convem inspeccionar os pomares nos mezes de março a setembro: tiram-se as camadas protectoras, introduz-se no furo um pedaço de madeira, bem adaptado, batendo um pouco com martello. A lagarta fica prêsa e morre de fome. Como o cyclo evolutivo do insecto é muito lento, bastam duas ou tres vistorias por anho para livrar o pomar desta broca."
102. Bibliografia. BONDAR, G. 1913 -
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Família G E L E C H I I D A E 1 (Gelechidae Stainton, 1854; Gelechiadae Mayrick, 1895; Gelechiidae Dyar, 1902; Dichomeridae Hampson, 19182)
103. Caracteres. - Família constituída por Microlepidópteros de côres geralmente crípticas, pouco vistosas, fàcilmente reconheciveis pelo aspecto caracteristico das asas posteriores, cujo contorno lembra o perfil da proa de um navio. Cabéça revestida de escamas imbricadas, às vêzes mais ou menos arrepiadas. Antenas com cêrca de 3/4 a 4/5 das asas anteriores; escapo raramente com pecten; espiritromba mais ou menos alongada; palpos maxilares muito pequenos ou ausentes; labiais geralmente longos e fortemente curvados p a r a cima, com o 3 ° segmento geralmente longo, fino e ponteagudo: em certas espécies, porém, curto, ou mesmo muito curto. Asas anteriores elipsóides ou lanceoladas, às vêzes distintamente caudadas (em Cymotricha a costa, em ambas as asas, distint a m e n t e ondulada); anais em forquilha; Cu2 (1 °. A) ausente em quase tôdas as espécies (conservada a parte distal em alguns gêneros (Idioptila; Symmoca Hübner); R 4 e R5 geralmente em forquilha; R5 para costa, raramente para o ápice, as vêzes f u n d i d a com R4 ou em forquilha com M1, e, neste caso, separada da R4; Cula e Culb separadas ou em forquilha (fig. 175). 1 De 2 De
(geleches), que deita sobre a terra. (dicha), separadamente;
(meros), parte.
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Asas posteriores quasi sempre trapezoidais, com a margem externa (termen) sinuada ou emarginada, às vêzes profundamente (Nealyda Dietz). Em algumas espécies (Helice Chambers), lanceoladas e muito estreitas, porém com a área anal bem desenvolvida e, pelo menos, com uma das anais. Na maioria das espécies encontram-se tôdas as nervuras; Sc e Rs ligadas por uma nervura oblíqua (R1); Rs e M 1 , em forquilha, aproximadas na base, raramente separadas e paralelas; M2, no ponto de origem, mais perto das cubitais que de Rs + M 1 . 104. Espécies mais importantes. - Compreende esta família mais de 3500 espécies, distribuídas por tôdas as regiões faunísticas do globo. Sob o ponto de vista econômico, a família Gelechiidae é das mais interessantes, pois compreende algumas espécies reputadas verdadeiras pragas. As lagartas de Oecia oecophila (Staudinger, 1876) (espécie de asas posteriores lanceoladas) vivem nas casas, como as de Tineola uterella, anteriormente mencionadas. As demais lagartas, porém, são geralmente fitófagas. Umas alimentam-se de fôlhas, quase sempre dobrando-as ou enrolando-as prèviamente; várias são minadoras ou brocas, escavando galerias no parênquima foliar, nas pontas das hastes e em outras partes do caule, inclusive tubérculos. Como exemplos destas, além da famosa "traça da batata", citarei duas espécies, ambas estudadas por BONDAR (1928 e 1929): Stegasta bosquella (Chambers, 1875), cuja lagarta, no Brasil, se cria nas pontas e axilas das fôlhas de amendoim (Arachis hypogea) e Antistarcha binocularis Meyrick, 1929, cuja lagarta broqueia as pontas do cajueiro. Varios são os Gelequídeos que se criam em frutos, alimentando-se as lagartas geralmente do conteúdo das sementes, sendo, pois, essencialmente espermófagas e não própriamente carpófagas, como se verifica com a Platyedra gossypiella. Uma das pragas mais sérias do milho, a Sitotroga cerealella, desenvolve-se em grãos, na espiga ou armazenados. Uma ou outra espécie determina a formação de cecídias nos galhos. Pertencem a êste grupo as espécies descritas e estudadas na Argentina por STRAND (1910), KIEFFER & JOERGENSEN (1910), e
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JOERGENSEN (1916), citadas a seguir: Gnorimoschema atriplicella Strand, 1910, obtida de galhas em caule de Atriplex lampa (Chenopodiaceae); Mapa cordillerella Strand, 1910, de galhas em caule de Ephedra americana (Gnetaceae); Bruchiana cassiaella Kieffer & Joergensen, 1910, de galhas em caule de Cassia aphylla (Leguminoseae); Dicranoses capsulifex Kieffer & Joergensen, 1910, de galhas em caule de Schinus dependens (Anacardiaceae); Tecia kiefferi Strand, 1910, de galhas em caule de Grindelia pulchella (Compositae); Tecia mendozella Strand, 1910 e Fapua albinervella Strand, 1910, ambas de galhas em caule de Baccharis subulata (Compositae). As cecídias formadas pelas duas últimas espécies, que se apresentam como espessamentos caulinares fusiformes, lembram umas colhidas por LUTZ na Tijuca (Rio de Janeiro), formadas também em caule de uma Composta. Delas saiu uma espécie de Gnorimoschema. Em meu 3° Catálogo (n° 1.061, pags. 274) o inseto foi erradamente referido como Gnorimoschema gallaesolidaginis (Riley, 1866) e como tendo sido obtido de caule de (?) Solidago sp., na serra da Bocaina (S. Paulo). Trata-se realmente de uma espécie de Gnorimoschema, talvez nova, muito próxima da norte-americana, até mesmo pelo aspecto da terminália, como se pode apreciar comparando a fig. 171 com a apresentada por BuscK (1939) para a G. gallaesolidaginis. 105. B i b l i o g r a f i a . BENANDER, P. 1937 - Die GelechiidenoRaupen. -Eine vergleiehend-morphologische Untersuehung. Opusc. Ent., 2:49-109, 37 figs. BONDAR, G. 1928 - Uma praga do amendoim, Parastega (Gelechia) bosquella Chambers. Chac. Quint., 38:490, 1 fig. 1929 - A broca das pontas do cajueiro. Cor. Agric., 7(11):277-298, 1 fig. BOURQUIN, T. 1939 - Metamorphosis de Phthorimaea euchthonia Meyriek, 1939 (Microlep., Gelechiidae, Rev. Ent., 10:637-640, 4 figs., 1 est.
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106. Sitotroga cerealella (Olivier, 1819) (fig. 157). Dou, em seguida, a descrição e biologia do inseto, segundo LEPAGE e GONÇALVES (1939) "Descrição - A Sitotroga cerealella é uma borboletinha que mede de envergadura de 11 a 15 mm, de côr amarelada. A cabeça é clara, com as pontas dos palpos marron-eseuro. O 1º par de patas é também marron-escuro; o 2° par mais claro e o 3° tem a côr geral do inseto. As asas anteriores são amareladas, sedosas e brilhantes. A margem exterior está coberta, em relação variável com escamas mais escuras; sôbre as disco-celulares se estende uma mancha escura A coloração é tambem escura na base das cubitais. As longas franjas são de côr fundamental do inseto. As asas posteriores são sedosas e brilhantes, com franjas muito
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largas. As asas anteriores são estreitas, longos, pontudas nas suas estremidades. Os ovos são de côr branca, ligeiramente amarelados, reticulados na superfície. As larvas são de côr creme com cabeça escura; patas mais escuras. Todo o corpo apresenta cerdas típicas da família Gelechiidae, e devido às pequenas dimensões das cerdas o corpo parece nu. As crisálidas são marrons. Biologia (fig. 157) - A fêmea deposita seus ovos soltos, geralmente um sôbre cada grão, podendo às vêzes depositar 2 ou 3 no mesmo grão.
Fig. 157 - Desenvolvimento de Sitotroga cerealella em espigo de milho. A esquerda vê-se a mariposa depois de realizada a postura; no grão em que se acha pousada e no seguinte vê-se a lagartinha roendo o germe da semente; nos grãos seguintes a lagarta já invadiu a parte dura; dentro do grão atacado, do lado direito, vê-se a crisálida e uma mariposa da nova geração. (Segundo Back, 1920, fig. 1) (Lacerda cop.).
A fêmea não pratica nenhuma incisão ou perfuração para depósito do ovo, êste é depositado na superfície do grão. Há sempre preferencia para depositar o ovo nas proximidades do pedúnculo da semente, por ser a parte menos resistente. A fêmea, fecundada, deposita, em média 200 ovos, e a postura se inicia dois a dez dias após a cópula, que dura duas a três horas. Os ovos têm um período de incubação variável de 6 a a 10 dias. Com a temperatura de 30°C a eclosão dá-se aos 4 dias. As larvinhas recém-nascidas penetram no grão, do qual se alimentam, destruindo o seu interior, até completarem o seu desenvolvimento. Duas ou três larvinhas podem se desenvolver no interior de um só grão de milho. Após três mudas, a larva completa seu desenvolvimento, transformando-se em crisalida ainda no interior do grão. Há casos não muito comuns, da larva encrisálidar-se fora do grão, formando um ligeiro casulo, com grãos e sêda. A ninfose dura 7 a 10 dias com a temperatura de 24°C. Ao sair o adulto, êste levanta uma pequena tampa circular de cêrca de 1 mm de diâmetro, por onde sai. A forma cônica da borboletinha
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permite que ela atravesse espêssas camadas do milho com facilidade. O ciclo completo dura mais ou menos dois meses conforme a estação. Os adultos são nitidamente crepusculares. Eles atacam milho não só nos depósitos como nas próprias culturas, onde podem. às vêzes, ser vistos em verdadeiras nuvens. O inseto adulto vive em média 10 a 15 dias. No milho debulhado a larvinha penetra em qualque ponto do grão. Nas espigas a larvinha penetl a sempre no ponto de inserção do grão no ráquis."
107. B i b l i o g r a f i a . BACK, E. A. 1920 - Angoumois grain moth. U. S. Dep. Agric., Farm. Bull., 1156, 20p. 16 figs. BACK, E. A. &. R. T. COTTON 1922 - Stored grain pests. U. S. Dep. Agric., Farm. Bull., 1260, 47p., 64 figs. 1926 - Control of insect pests in stored grain. U. S. Dep. Agric., Bull. 1483, 30p., 5 figs. CANDURA,G. S. 1926 - Contributo alla conoscenza della vera tignola del grano (Sitotroga cerealella Oliv.). Bol. Lab. Zool., Portici, 19:19-102, 18 figs. COTTON, R. T. 1941 - Insect pests of stored grain products, identification, habits and methods of controh 242p., 93 figs. Minnesota: Burgess Co. DUHAMEL DE MONCEAU, H. & & TILLET 1762 - Histoire d'un insecte qui de-core les grains de l'angoumois; avec les moyens que l'on peut employer pour le détruire. Paris, 314p., figs. KING, J. L. 1920 - The angoumois grain moth. Penn. Dep. Agr., Bur. Plant Indust., Circ. 1:14p., figs. LEI'AGE, H. S. & L. I. GONÇALVES 1939 - Insetos prejudiciais ao milho armazenado. Secr. Agric. Ind. Com. S. Paulo, Dep. Fom. Prod. Veg. (Cereais), Bol. 2, 37p., 29 figs. RÉAUMUR, R. A. F. DE 1736 - Chenille qui vit dans l'interieur des grains d'orge et du froment Mémoires, 2:486-497, figs. 9-21. RICHARDSON, H. H. 1943 - Toxicity of derris, nicotine and other insecticides to eggs of the housefly and the angoumois grain moth. Jour. Econ. Ent., 36:729-731. SIMMONS, P. & G. W. ELLINGTON 1933 - Life history of the angoumois grain moth in Maryland. U. S. Dep. Agric., Tech. Bull. 351, 34p., 10 figs.
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108. Platyedra gossypiella (Saunders, 1843) (figs. 158-161).
(Depressaria sypiella).
gossypiella;
Gelechia
gossypiella;
Pectinophora
gos-
Descrição e etologia - M a r i p o s a da l a g a r t a rósea, ou rosada, dos capulhos do algodoeiro, " p i n k boll w o r m " dos inglêses e norteamericanos (fig. 158). Microlepidóptero de 15 a 19 mm de envergadura; pousado, mede, da cabeça à p o n t a das asas, 8 - 9 , 5 m m . As asas anteriores, inclusive a franja do têrço apical, bronzeadas; a parte apical da asa, uma faixa transversal preapical e uma mácula elíptica central, são de côr negra. Asas posteriores cinzento-escuras, com orla de pêlos bronzeados na borda posterior e escam a s piliformes da m e s m a côr na m a r gem anterior. As fêmeas fecundadas, voando ao crepúsculo ou à noite, p r o c u r a m m a çãs ou cápsulas de algodoeiro e sôbre Fig. 158 - Platyedra gossypiella (Saunders, 1843) (Gelechiidae) (De Busck, elas p õ e m os ovos. 1917, est. 7A) (cerca de X 7). Estes, isolados ou em grupos de 5 a 100 ovos, p o d e m ser encontrados no fundo dos sulcos que m a r c a m as divisões do capulho perto do ápice, entre o capulho e o cálice, em outro p o n t o do capulho ou m e s m o em outras partes da planta. Três a doze dias depois, conforme as condições do ambiente, nascem as lagartas. Estas, quando novas, são de côr b r a n c a e cabeça escura. N o 4 ° e último instar, a p r e s e n t a m cabeça pardo-escura, peças bucais ainda mais escuras e escudo protoráxico t a m b é m p a r d o escuro, p o r é m u m pouco mais claro que a cabeça, dividido ao meio
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por uma linha clara longitudinal; o resto do corpo, de côr branca ou amarelada, apresenta máculas róseas características. Após o nascimento, as lagartas perfuram o capulho, completando-se a penetração em cêrca de meia hora. Os furos de entrada, quase invisíveis, em pouco tempo desaparecem por cicatrização. Assim, da existência de lagartas dentro de capulhos, em tais condições, nada se poderá dizer. Só mais tarde, quando as lagartas se acham desenvolvidas, é que se poderá notar uma certa diferença na côr dos capulhos atacados, comparada com a dos capulhos normais, verdes ou maduros. E' todavia dificil o reconhecimento das maçãs bichadas por quem não tenha certa prática nessa investigação. Entrando no capulho, as lagartas dirigem-se para as sementes, loca-
Fig. 159 - Asas de Platyedra gossypiella (De Busck, 1917, fig. 1).
lizando-se geralmente numa das extremidades. Abrindo-se maçãs Infestadas é fácil distinguir as sementes lesadas, porque as fibras adjacentes ao ponto de entrada da lagarta ficam de côr que varia do amarelo-alaranjado ao vermelho ferrugineo, bem diferentes portanto das que ocupam as partes intactas, que são brancas.
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F r e q u e n t e m e n t e u m a lagarta, mais ou menos desenvolvida, passa de uma para outra semente da mesma loja, ou numa das lojas, depois de atravessar o septo separador, causando, assim, maior estrago. A mariposa pode efetuar as posturas sôbre capulhos em qualperíodo de desenvolvimento. Pondo os ovos em capulhos muito pequenos, êstes mal atingem um têrço do t a m a n h o normal de u m a cápsula m a d u r a e ficam completamente secos depois da saida dos insetos q u e nêles se criaram. Se as lagartinhas p e n e t r a m em capulhos mais desenvolvidos, nêles completam o desenvolvimento, ficando os capulhos entreabertos no ápice, deixando ver, atravéz da abertura, gomos de algodão empastado. Quando as posturas são feitas tardiamente, em capulhos quase ou já maduros, êstes se abrem, como as cápsulas perfeitas, vendo-se entretanto, ao lado das lojas de aspecto normal, com a fibra espandida e sem máculas, u m a ou mais divisões com o algodão total ou parcialmente colado às semente e aí caracteristícamente manchado de côr ferrugínea. quer
N a cidade de Fortaleza (Ceará), quando aí estive em 1917, na excursão ao Nordeste para estudar os danos causados pelo inseto, examinando algodoeiros de u m terreno baldio, próximo a um estabelecimento para descaroçar e armazenar algodão e que recebia grandes quantidades de algodão em caroço do interior, mais ou menos infestado, tive o ensejo de apreciar a mais forte infestação de capulhos pela praga. Observei t a m b é m u m fato, que me pareceu extraordinário, e até então desconhecido, o da infestação das flôres dêsses algodoeiros pela lagarta rósea. P r o v à v e l m e n t e o fenômeno ocorre quando as mariposas não mais encontram cápsulas em condições de serem atacadas. Ainda guardo em meu gabinete, na Escola, o ovário de u m a dessas flôres, que abri. Nêle havia u m a só lagarta bem desenvolvida que comera todos os óvulos. LOFTIN, MC KINNEY e HANSON (1921) e OHLENDORF (1926) tiveram t a m b é m o ensejo de observar o a t a q u e de botões florais pela lagarta rósea. HAMBLETON (1937), em São Paulo, escreveu interessante artigo sôbre êsse ataque prematuro da Platyedra gossypiella.
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As lagartas atingem o completo d e s e n v o l v i m e n t o em cêrca de 20 dias. As criadas em cápsulas já f o r m a d a s g e r a l m e n t e s a e m das sementes nos depósitos de capulhos ou de caroços, tecendo o casulo e encrisalidando n o meio do algodão, entre as sementes, no solo ou nas paredes dêsses depósitos. As que c o m p l e t a m o d e s e n v o l v i m e n t o em capulhos a i n d a não abertos, ou f u r a m a parede do capulho e saem, encrisalidando fora do capulho, em qualquer p a r t e da p l a n t a ou no solo, ou-o que ocorre mais f r e q u e n t e m e n t e no Nordeste-depois da a b r i r e m o furo p a r a a saída da f u t u r a mariposa, r e c u a m n o túnel ou galeria, que escavar a m da semente à superfície, e nela t e c e m o casulo e encrisalidam.
Fig. 160 - Genitália do macho de Platyedra gossypiella (Lacerda fot.).
As crisálidas, quer encasuladas dentro das sementes ou nos capulhos, quer no meio da fibra depois de a b e r t a a cápsula, quer no exterior, sôbre qualquer suporte, dão m a r i p o s a s a p r o x i m a d a m e n t e no fim de 10 d i a s . Assim, o ciclo do inseto pode realizar-se em cêrca de um mês, quando as condições mesológicas forem favoráveis ao desenvolvimento.
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Como semelhantes condições geralmente coincidem com o período de produção de capulhos, é natural que durante a safra ocorram várias gerações do inseto, aumentando, assim, de geração em geração, o número de capulhos infestados. Consequentemente, se o número de mariposas que infestam os primeiros capulhos da saíra fôr considerável, a porcentagem de capulhos perfeitos em pouco tempo decrescerá consideravelmente, e, quando isso acontecer, evidentemente, bem pouco algodão será colhido. Percorrendo o Nordeste em 1917, tive ensejo de encontrar, em depósitos de sementes ou de algodão em capulho, caroços que apresentavam a lagarta rósea bem desenvolvida e encasulada, parecendo entorpecida ou em estado de vida latente. De um pequeno lote de sementes infestadas, apanhadas num descaroçador de Fortaleza (Ceará), obtidas de capulhos colhidos em fins de 1916, ainda obtive algumas mariposas em novembro de 1917, pouco menos de um ano depois da saída das que evoluíram normalmente e que safram na época da colheita dos capulhos. As lagartas que apresentam essa diapausa, que se prolonga às vêzes até 2 anos, como verificou GOUGH no Egito, em nada diferem aparentemente das lagartas que encrisalidam logo depois de terem completado o desenvolvimento. Ainda não foi possível dizer com precisão porque, enquanto umas lagartas encrisalidam imediatamente, outras, na mesma ocasião e sob idênticas condições ecológicas, passam ao estado de vida latente. Há varios trabalhos publicados sôbre o assunto e alguns dos mais interessantes acham-se citados na parte bibliográfica. Compreender-se-á a importância dessa diapausa na disseminação da praga, por meio de sementes infestadas. Plantas hospedadoras - Além das várias espécies de algodoeiro (Gossypium spp.), a lagarta rósea, em outros países, ataca também frutos e botões florais de outras Malváceas. No Brasil, além de atacar frutos de quiabeiros (Hibiscus esculentus), frequentemente encontrados nas plantações com algodoeiros infestados pela lagarta, há a mencionar também a infestação, no Nordeste, de capulhos de algodoeiro do mato (Cochlospermum insigne) e de frutos de Abutilon tiubae.
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Danos causados pela lagarta rósea - A Platyedra gossypiella é, sem duvída, das pragas do algodoeiro, a que, pela lagarta, causa maiores danos. É essencialmente uma praga da semente. GOUGH, baseado em exame meticuloso de cápsulas atacadas, comparadas com cápsulas sãs de três variedades de algodoeiro, verificou o seguinte: a quantidade de fibras diminui consideràvelmente nas cápsulas atacadas; quase sempre há uma diminuiçäo no número
Fig. 161 - Principais diferenças entre as lagartas de Platyedra gossypiella e de Pyroderces rileyi; 1, mandíbuIas da lagarta de Platyedra gossypiella; 2, coroa de garras de uma perna abdominal da mesma; 3, mandíbulas de Pyroderces rileyi; 4, coroa de garras de uma perna abdominal da mesma (Lacerda del.).
das sementes que se desenvolvem na cápsula lesada; diminuição do pêso das sementes não afetadas, que pode atingir a 26% e diminuição do poder germinativo, que pode reduzir-se à metade do que se observa nas sementes oriundas de cápsulas sãs. Meios de combate - Contra a lagarta rósea adotam-se os seguintes métodos: apanha e destruição das cápsulas, verdes ou maduras, seguramente atacadas; limpeza dos roçados depois da colheita e expurgo dos caroços de algodão, ou do algodão em capulho,
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se não puder ser efetuado o descaroçamento imediatamente após a colheita. A a p a n h a das cápsulas atacadas deve ser feita o mais cedo possivel. Logo que começam a amadurecer as primeiras, cápsulas, devem ser cuidadosamente inspecionadas e as atacadas, mesmo as que já apresentam furo recente para a saida da mariposa, devem ser colhidas e destruídas. A medida, apesar de difícil execução, não deve ser abandonada, pois os resultados serão compensadores, conforme tive ensejo de verificar, quando dirigi o Serviço de Combate à Lagarta Rósea. Evidentemente, da realização da mesma, dependerá a destruição da primeira geração do inseto, f u n d a m e n t o de todas as que se seguem. P a r a a sua execução, os apanhadores deverão trazer t a m b é m um outro saco, onde guardarão ás cápsulas atacadas. O segundo método consiste na limpeza dos roçados depois da colheita, de modo a que não fiquem capulhos infestados. Serão assim destruidas as lagartas que passariam a estação das chuvas em estado de vida latente. Os algodoeiros de tipo herbáceo, finda a colheita, deverão ser arrancados e queimados, e os de tipo perene podados e os galhos da poda incinerados. O expurgo das sementes pode ser obtido pelo gás cianídrico ou pelo bissulfureto de carbono, êste usado na proporção de 400cm3 por metro cúbico de espaço, e ambos empregados, de preferência, em câmaras em que se faz prèviamente o vácuo parcial. O t r a t a m e n t o pelo ar quente, como verificaram os inglêses no Egito, onde aliás só usam dêsse método físico, é sem dúvida o mais eficiente e o mais econômico, quando as condições de beneficiamento do algodão permitirem a sua realização. Nas máquinas de ar quente para expurgo de caroços de algodão, êstes ficam sempre em contato com u m a superfície aquecida à t e m p e r a t u r a constante, atravesando-a durante u m certo tempo e, ao saírem, os que t i n h a m lagartas vivas, apresentam-nas mortas e os não atacados nada sofrem q u a n t o ao poder germinativo. Quando na direção do Serviço de Combate à L a g a r t a Rósea, consegui da casa Arens & Cia., do Rio de Janeiro, a construção de u m a pequena máquina dêsse tipo para o expurgo de caroços do algodão. Se a tivessem aperfeiçoado, por certo poderia funcionar em
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ótimas condições, expurgando diáriamente u m a certa q u a n t i d a d e de sementes, sem lhes prejudicar o poder germinativo. Não pude, todavia, dar minha aprovação a êsse aparelho, porque os fabricantes, até me afastar da direção daquele Serviço, não t i n h a m conseguido obter uma regulação perfeita da t e m p e r a t u r a dentro da câmara, dai resultando saírem as sementes mais ou menos aquecidas. A descrição dêsse aparelho, construido sob nossa orientação, encontra-se no trabalho de SOUSA (1921). Além dos métodos referidos há a considerar o método biológico, da utilização dos microimenópteros parasitos da lagarta rósea, empreendido com sucesso na Paraiba do Norte, em 1918 e 1919, quando êsse Estado tomou a si o encargo de executar as medidas de combate indicadas pelo Serviço de Combate à L a g a r t a Rósea, nesse Estado, sob a direção imediata do Dr. DIOGENES CALDAS. Sôbre a eficiência da pulverização de arsenicais, q u a n d o os capulhos se acham verdes, nada posso dizer. OHLENDORF (1926) entretanto, escreve: "The infestation of green bolls, has been reduced as much as 60 per cear by repeated applications of arsenicals in the field. This indicates that there is some hope for practical control by this means, but a final conclusion on this point depends on future work." Inimigos naturais - Além do Pediculoides ventricosus (Newport), ácaro Trombidídeo da subfamília Tarsoneminae, ectoparasito da lagarta rósca, que a ataca eficientemente, t a n t o nos armazéns com algodão para descaroçar, como nos roçados, há a considerar varies microimenópteros parasitos da superfamflia Chalcidoidea, estudados por COSTA LIMA (1919b) e por SAUER (1938 a, 1939). Este autor publicou interessante contribuição a biologia de um desses parasitos, Ephialtes (Calliephialtes) dimorphus (Cushman, 1938). CUSHMAN, em 1940, descreveu outra espécie do mesmo gênero (E. ferrugineus), que parasita a lagarta rósea em Porto Rico. Baseado principalmente na observação dêsses parasitos no Nordeste, COSTA LIMA, n u m dos seus trabalhos (1919a), expendeu a opinião de que a Platyedra gossypiella p r o v a l v e m e n t e é de origem sul americana e não africana, como geralmente se admite. Diferenças entre as lagartas róseas de Platyedra e de Pyroderces. Não raro encontram-se capulhos de algodoeiro infestados por la-
286
INSETOS DO BRASIL
gartas de o u t r o s Microlepidópteros. HEINRICH (1921) t r a t o u especialmente das espécies que p o d e m ser confundidas com a Platyedra gossypiella. E m nossa terra, a l a g a r t a rósea d e Pyroderces rileyi W a l s i n g h a m (Lavernidae) é a que mais f r e q u e n t e m e n t e se e n c o n t r a em capulhos do algodoeiro. P a r a facilitar a distinção da l a g a r t a dêsse Microlepidóptero da v e r d a d e i r a l a g a r t a rósea, escrevi em 1919 u m a n o t a na qual disse o que se segue. E m b o r a a p a r e n t e m e n t e semelhante, a l a g a r t a de Pyroderces é de um vermelho mais carregado e, t o m a n d o - s e por base o t a m a n h o das duas lagartas, a p r e s e n t a cerdas p r o p o r c i o n a l m e n t e mais longas que as de Platyedra gossypiella. Quando completamente desenvolvida, t e m de 7 a 9 m m de c o m p r i m e n t o , e n q u a n t o a l a g a r t a de Platyedra gossypiella, em igualdade de condições, a p r e s e n t a de 11 a 13 m m de c o m p r i m e n t o . E s t a última move-se mais l e n t a m e n t e que a falsa lagarta rósea. Ao microscópio, ou m e s m o com o auxílio de u m a lente forte, fàcitmente se distinguem as duas espécies pelos seguintes caracteres, assinalados por BUSCK: 1º - implantação dos ganchos nas falsas pernas, dispostos em círculo na falsa l a g a r t a rósea de Pyroderces rileyi e em arco aberto para fora na verdadeira lagarta rósea de Platyedra gossypiella; 2º - mandíbulas da lagarta de Pyroderces com 5 dentes bem visíveis, as de Pectinophora sómente com 4 (fig. 161). 109. B i b l i o g r a f i a . BALLOU, H. A. 1919 1920 BUSCK, A. 1917 -
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INSETOS DO BRASIL
110. Gnorimoschema operculella (Zeller, 1873) (figs. 162167) Descrição e etologia - Esta mariposa é a conhecida "traça da batatinha". A lagarta, nos primeiros estádios, mina fôlhas de fumo e de outras Solanáceas. Torna-se, porém, terrível praga, quando infesta os tubérculos da batatinha ou batata inglêsa.
Fig. 162 - Gnorimoschema operculelIa (Zeller, 1873), cerca de X 6,5. (De Graf, 1917, fig. 10).
Apresento, nas linhas que seguem, uma descrição resumida do inseto, acompanhada de alguns dados etológicos, apresentada por TRUJILLO PELUFFO em seu livro (1942) "Insectos e otros parasitos de la agricultura y sus produtos en el Uruguay". "Carateres E1 inseto adulto es una pequena mariposa (microlepidóptero que se caracteriza por su color gris; tiene ambas alas muy estrechas y alargadas, midiendo aproximadamente de 10 a 12 mm. de envergadura alar. Las alas anteriores son de un gris más oscuro que las otras y presentan manchas negras irregulares; las del segundo par posseen en su borde posterior una ancha banda constituida por delgados y sedosos pelos grises. Se caracteriza además este insecto de costumbres crepusculares y noturnas, por su vuelo zigzagueado, corto y rapidisimo al dirigirse de u n a planta a otra, llamando la atención del observador.
Datos biológicos La hembra adulta, turas que realiza en los de plantas de papas, el hojas tiernas, buscando
ai poco tiempo de fecundada, comienza sus poslugares más adecuados de la planta. Si se t r a t a desove se efectda generalmente en las yemas o la mariposa para hacer tal operación, las rugo-
LEPIDOPTERA
291
sidades, fisuras o anfractuosidades de estos órganos verdes. En los tubérculos almacenados o en aquellos que encontrándose aún en la tierra representan una parte al descubierto (plantas mal aporcadas , los insectos desovan eligiendo en ellos eI lugar de alojamiento de las yemas, el que por lo regular es bastante deprimido y ofrete un sitio aparente para los delicados huevos. Los desoves los practica el insecto), colocando los huevos cri forma aislada o en pequenos grupos. El Fig. 163 - Gnorimoschema operculella, em posição de renúmero de huevos que pouso e muito aumentada (De Graf, 1917, fig. 11). pone cada hembra varia con el clima de cada país; así, mientras algunos autores hablan de posturas de 40 a 50 huevos por cada hembra, otros ne cambio dicen haber observado posturas de 300 huevos y más. Son éstos pequenos de color blanco lechoso, lisos y globosos. Avivada la pequena larva, de imediato penetra al interior ele las bojas o tallos de la planta o al interior del tuberculo (se trata ele una larva minadora) en donde construye pequenas galerias que va tapando ( operculando con substancias excrementicias, alimentándose al mismo Fig. 164 - Batata, cortada vendo-se os tiempo (te parte del estragos feitos pelas lagartas de Gnorivegetal. moschema operculella (Zeller) (De Fonseca & Autuori, 1937, fig. 5). Los brotos tiernos y las hojas minadas por la larva concluyen por marehitarse, pudiendo ser fácilmente observados, al inspeccionar un papal, infectado por la plaga. Los tubérculos taladrados bien pronto se vuelven inapropriados para el consumo concluyendo por perder todo valor comercial. La larvita crece rápidamente, llegando a su Fig. 165 - Invólucro casulo de Gnorimoscompleto desarollo a los 12 o 14 dias de nacida. La echema operculella (De colaración de su cuerpo es ai principio blanquecina. Fonseca & Autuori, 1937, fig. 3). con dos pequenas manchas negras en la parte dorsal del tórax; la cabeza es ele color negro, destacóndose fácilmente del resto del
292
INSETOS DO BRASIL cuerpo. La larva p r e s e n t a a veces su epidermis color de rosado pálido, y otras veces es de un tinte verdoso. T e r m i n a d a la evolución larval, el insecto a b a n d o n a la p l a n t a o tubérculo y se dirige presuroso en busca de un lugar apropriado (refugio) en donde teje su capullo cort hilos sedosos, producidos por ét m i s m o y dentro del cual q u e d a aprisionado, t r a n s f o r m á n d o s e allí en crisálida. E n este estado permanece un tiempo varmrole, entre 15 y 20 dias según La estácion, p a r a aparecer luego t r a n s f o r m a d o em mariposa.
Fig. 166 - Asas de Gnorimoschema operculella; as duas de cima, de uma fêmea; a posterior, de baixo, de um macho (Lacerda del.).
N o ha sido a ú n bien estudiada aqui la biologia de e s t e parásito, pero se p r e s u m e que tenga varias generaciones anuales. C o m o sucede con otros insectos de la m i s m a família, la P h t h o r i m a e a puede ser llevada a los galpones de almacenamiento, en los tubérculos, y a sea en estado de huevo o en estado Larval, y aún mismo puede llegar a ese lugar, en est a d o de mariposa, r o l a n d o desde el campo de cultivo, si éste se e n c u e n t r a próximo, y allí reproducirse y c o n t i n u a r su o b r a d e s t r u c t o r a . "
Há tinha,
vários trabalhos
como, por exemplo,
NO Brasil
publicaram-se
destacando-se
sôbre a praga
da bata-
o d e PICARD ( 1 9 1 2 ) e o d e GRAF ( 1 9 1 7 ) . contribuições
valiosas,
a s d e MENDES (1937, 1939), d e n t r e a s m a i s
recentes.
Esse entomologista, tange relativa
bem interessantes também
algumas
depois de rever
a literatura
mais
impor-
á Gnorimoschema operculella no Brasil e de descrever
LEPIDOPTERA
o inseto em seus vários estádios de novos dados baseados em observações Além de informes relativos ao natureza dos danos por êle causados
293
desenvolvimento, comunicou pessoais, feitas em São Paulo. ciclo evolutivo do inseto, à e sôbre os microimenópteros
Fig. 167 - Genitália do macho de Gnorimoschema operculella; vista lateral P, aedeagus; Tg, tegumen; Val, valvae; Vm, vinculum (Lacerda fot.).
da superfamília Chalcidoidea que o parasitam, observou t a m b é m la natura, a infestação de várias espécies de Solanum, de Nicotiana, de Datura e de Physalis. Tratando da pátria de origem do inseto, MENDES admite que a Gnorimoschema operculella seja uma espécie primitivamente brasileira, esposando, assim, até certo ponto, "a opinião de PICARD expressa no seguinte trecho: "Quoi qu'il ensoit, bien qu'aueune preuve d'une rigueur absolue ne puísse être donnée à l'appui de mon opinion, je erois qu'il y a plus de raisons de penser que la teigne des pommes de terre soit originaire d'une région quelconque du continent américain que de n'importe quelle autre contrée."
294
INSETOS DO BRASIL
Meios de combate - Não sendo indicadas pulverisações contra as lagartas, que vivem dentro dos tecidos da planta, só o metodo biologico e os meios preventivos podem dar resultados satisfatórios
Fig. 168 - Asas de Gnorimoschema sp. (Gelechiidae) (? loquax Meyrick, 1917; ? borsaniella Koehler) (Lacerda del.).
Fig. 169 - Genitália do macho de Gnorimoschema sp. (da fig. 168); Gn, gnathos; P, pênis; Tg, tegumen; Val1, lóbulos superiores das valvas; Val2, lóbulos inferiores das valvas; U, uncus; Vm e Vm1, vinculum e lóbulos laterais do vinculum (Lacerda fot.).
LEPIDOPTERA
295
no combate à praga. O expurgo dos tuberculos infcstados f e i t o c o m b i s u l f u r e t o d e c a r b o n o (CS 2 ) à r a z ã o de espaço, em vácuo parcial, durante
d e v e ser
d e 300 cc. p o r
m3
uma hora.
Fig. 170 - Asas de Gnorimoschema sp. (espécie cecidogena) (Lacerda del.).
111.
Outras
exemplares
de
MARQUES
DA
pimentões", presentada Entomologia
una
que na
espécies
de
Microlepidóptero
CRUZ, me figura
Agricola),
em
Maceió
parecem 267
do
Gnorimoschema. (figs.
(Alagoas),
idênticos livro
acompanhada
168,
à
169) de
-
Examinei
obtidos
"flores
e
por
H.
frutos
de
sp.",
re-
"Gnorimoschema
de
CHIESA
MOLINARI
da
seguinte
descrição:
(1942,
"Mariposa: diminuta, de 4 a 5,5 mm. largo, coloración general gris-obscuro. Alas anteriores con manchas negras en los extremos y marrones centrales. Antenas más bien largas, con allellos blancos y negros. Palpos muy desarrollados con blanco y negro. Orugas unos 7,5 mm. largo; coloración general amarillo verdoso, con anillos pardos o pardos rosados o rojizos alternados con anillos claros. Pronoto negro, quitinizado; cabeza marrón claro. Danos y biologia - La oruga perfora la extremidad de los brotes del pimiento, en su sentido longitudinal. de cuyo interior se alimenta También ataca el fruto del pimiento, alimentadose con la semilla de éste. Posiblemente ataque, también, los brotes de tomate y berenjena."
296
INSETOS DO BRASIL
A genitalia do macho de um dos nossos exemplares, represent a d a na figura 169, não me parece diferente da que foi apresentada por KOEHLER ao descrever a sua Gnorimoschema borsaniella. G. borsaniella é t a m b é m um microlepidóptero de cêrca de 5mm de eomprimento, com asas anteriores de côr geral acinzentada e apresentando arcas parFig. 171 - Genitália do macho de Gnorimoschema sp. da fig. 170 (Lacerda fot.).
das e negras irregularmente dispostas. Segundo nota publicada no Boletim Informat.do Minist. da Agric. da Rep. Argentina (Div.San. Veg.), 1943, 7(24):10, a lagarta a t a c a "pimientos", os quais apodrecem mais rapidamente, quando atacados por larvas da mosca Carpolonchaea pendula (Bezzi, 1919) (DiptcraLonchaeidae). Fig. 172 - Genitália do exemplar de Anacampsis da fig. 173 (Lacerda fot.).
KOEHLER informou que as lagartas de G. borsaniella, segundo BORSANI, a t a c a m o tomateiro (Lycopersicum lycopersicum).
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297
Pelas considerações feitas, é provável que se t r a t e de u m a unica espécie.
Fiz. 173 - Anacampsis sp., p. de A. episema Walsingham, 1910 (cerca de X 10). (Gelechiidae) (Lacerda fot.).
asas
Devo finalmente acrescentar que a disposição das máculas das anteriores, tanto nos nossos exemplares, como no figurado
Fig. 174 - Asas do exemplar de Anacampsis da fig. 173 (Lacerda del.).
por CHIESA MOLINARI, parece concordar com a descrita por MEYRICK para a sua Phthorimaea loquax.
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As espécies até aqui referidas não d e v e m ser confundidas com Gnorimoschema plesiosema (Turner) ( = melanoplintha Meyrick, tuberosella Busck), espécie b e m maior, de 15 a 17 m m . de enver-
Fig. 175 - Asa de uma espécie de gênero próximo a Trichotaphe (Gelechiidae) (Lacerda fot.).
gadura, observada na Australia, na Nova Zelandia c no Perú, cuja lagarta é broca do caule do tomateiro. 112. B i b l i o g r a f i a . ATTIA, R. & B. MATTAR 1939 - Some notes on the potato tuber moth (Phthorimaea operculella Zell. Bull. Tech. Sci. Serv. Minist. Agric. Egypt., Ent. Serv. 216:136p., 37 figs. BONDAR, G. 192l - Phthorimaea opercullella Zell. no Brasil. Chac. Quint., 2(10:292-294, 2 figs.
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Phthorimaea
operculelta
A importação da batata e a sua fiscalização sanitária vegetal. Minist. Agric. Industr. Com., Serv. Inform., I4p, 3 ests. La teigne de la pomme de terre, Phthorimaea operculella Zell, Memento Serv. Déf. Végét. Dir. Gén. Agric., Maroc, Rabat. 25, 7p., 2 ests.
Família L A V E R N I D A E 1 (Lavernidae Walker, 1871; Cosmoplerygidae Heinemann, 18772; Momphidae Spuler, 19103
113. anteriores
Caracteres. estreitas,
ou
-
Família muito
de
estreitas,
Microlepidópteros em
muitas
tidas de escamas de côres vivas, brilhantes, desenhos característicos. Cabeça
lisa;
antenas
formando
aproximadamente
do
de
espécies
asas reves-
marcas
comprimento
ou da
asa anterior,
escapo longo e estreito, não raro com pecten; ocelos
nem sempre
presentes;
espiritromba
1 De Laverna nome da mitologia. 2 De (cosmos), ornamento. 3 De (momphe), queixa.
bem
desenvolvida
(pteryx), asa.
ou
rudi-
LEPIDOPTERA
301
montar; palpos maxilares muito curtos ou ausentes; palpos labiais voltados para cima, divergentes, geralmente mais longos que a cabeça; 2 ° segmento liso ou densamente escamoso e triangular (al-
Fig. 176 - Pyroderces rileyi (Walsingham, 1882) (Lavernidae) (cerca de X 14).
gumas espécies de Walshia); 3° segmento mais ou menos alongado, ponteagudo. Asas anteriores lanceoladas, ápice raramente rombo, em vários espécies prolongado em cauda mais ou menos alongada, às vêzes curvada para trás; R 1 raramente originando-se antes do meio da celula; R 2 partindo sempre antes do fim Fig. 177 - Asas de Pyroderces rileyi (Walsingham, 1882) (Lavernidae) (De Busck, 1917, fig. 5) (Lacerda cop.). da celula; R 4 e R 5 em forquilha, raramente fundidas; areola ausente; Cu 2 (1 ª A ) quase sempre ausente; asas posteriores sempre muito estreitas, com a nerração reduzida e longamente franjadas.
302
INSETOS DO BRASIL
114. Especies mais interessantes. - Família constituída por cêrca de 1000 espécies descritas, distribuídas em tôdas as regiões. Os principais gêneros, Batrachedra Stainton, Cosmopteryx
Fig. 178 - Asa anterior de Pyroderces rileyi (Laverniidae) (Lacerda fot.) (X 18).
Hübner, Laverna Curtis e outros, têm representantes na região neotrópica. Quanto às lagartas: umas são minadoras de fôlhas, outras roem-lhes superficialnente o parenquima, outras atacam caule ou sementes, finalmente várias tem hábitos saprófagos. Nestas ultimas condições vivem geralmente as espécies de Batrachedra. Entretanto, na Bahia, BONDAR verificou que as lagartas de Batrachedra perobtusa Meyrick, 1922, e n c o n t r a m - s e em inflorescências de palmeiras dos gêneros Cocos e Attalea, escondidas entre os sépalos e as pétalas das flores masculinas. Comendo pólen, diminuem as probabilidades de fecundação das Fig. 179 - Genitália de Pyroderces rileyi (Walsingham, 1882) (Lavernidae) (De Busck, 1917, flores femininas e assim prejudifig. 8E). cam a frutificação das palmeiras. Uma espécie bem conhecida dos técnicos que cuidam do algodoeiro é Pyroderces rileyi (Walsingham, 1882) (figs. 176-179), mariposinha elegante, de côr geral amarela oerácea e máculas pardas
LEPIDOPTERA
303
nas asas anteriores, cuja lagarta, vivendo em capulhos de algodoeiro e por ser de côr rosea, pode ser confundida com a famosa " l a g a r t a rosea" ou " r o s a d a " da Platyedra gossypiella, um dos mais séFig. 180 - Galhas em fôlhas de Tibouchina sp. (Melastomaceae) nas quais se criam os microlepidóptereos, cujas asas se acham figuradas em 181 e 183 (Lacerda fot.) (quasi metade do tamanho natural).
rios
inimigos
do
algodoeiro.
Quando tratei dêste inseto, mostrei as principais diferenças entre as lagartas das duas espécies. As lagartas de Pyroderces criam-se em capulhos abertos ou perfurados por outros insetos. Entretanto, em certas regiões, causam às vêzes estragos consideráveis ao milho em espiga, continuando a infestá-lo nos depósitos.
Fig. 181 - Asas de (?) Lophoptilus sp. (Lavernidae), das galhas 1, da fig. 180 (Lacerda del.).
304
INSETOS DO BRASIL
RÜBSAAMEN (1908) e TAVARES (1917) assinalaram várias espécies de galhas, formadas em fôlhas de Tibouchina (Melastomaceae)
Fig. 182 - Genitália do macho de (?) Lophoptilus sp. (Lavernidae) (Lacerda fot.).
Fig. 183 - Asas de (?) Walshia sp. (Lavernidae), das galhas 2, da fig. 180 (Lacerda del.).
produzidas por Microlepidópteros. Nenhum dêles, porém, foi determinado.
LEPIDOPTERA
305
N a s fôlhas de Tibouchina sp., representadas na figura 180 e colhidas em Teresópolis pelo Dr. ALOYSIO DE MELLO LEITÃO, veem-se dois tipos principais de cecidias, 1 e 2, ambos talvez produzidos por lagartas de Lavernidae. Das cecidias de tipo 2 sairam especimens do genero Walshia Clemens (fig. 183 e 184) e das de n. 1, em maior quantidade, tambem Lavernideos do gênero (?) Fig. 184 - Genitália do macho de (?) Walshia sp. (Lavernidae) (Lacerda fot). Lophoptilus Sircom (figs. 181 e 182), alem de um Heliodinideo, provàvelmente do gênero Schreckensteinia Hübner (v. fam. seguinte). De galhas semelhantes, porém de outras procedencias, obtive Calcidídeos e Braconídeos, provàvelmente parasitos das lagartas. 115. Bibliografia. BUSCK, A. 1917 - The pink bollworm Pectinophora gossypiella. Jour. Agric. Res., 9:343-370, 12 ests., 7 figs. CHITTENDEN, F. H. 1916 -
The pink corn-worm: an insect destructive to c o r n in the crib. U. S. Dept. Agric. Bull. 363 (Prof. Pap.), 20p., 4 ests., 7figs. LIMA, A. DA COSTA 1919 -
N o t a sobre o microlepidoptero Pyroderces rileyi Wlsm. Arch. Esc. Sup. Agric. Med. Veter., 3(1-2):75-77. RÜBSAAMEN, E. H. 1908..-
Beitrage zur Kenntnis aussereuropaiseher Gallea aus Brasilien und Peru. Marcellia, 7:15-79.
Zooeeciden
-
III
TAVARES, J. S. 1917 -
As cecídias do Brasil que se criam nas plantas da familia das Melastomaceae. Broteria, Ser. Zool., 15:18-49.
306
INSETOS DO BRASIL
Familia (Heliodinidae
HELIODINIDAE1
Heinemann-Wocke, 1877; Schreckensteiniidae Tinaegeriidae partim)
de
alguns
autores;
116. Caracteres. - Microlepidópteros de exíguas dimensões, apresentando asas anteriores geralmente escuras e brilhantes, ora de côr bronzeada uniforme, ora formando marcas vistosas. Quando pousadas, ficam em atitude características: com as pernas posteritores levantadas e dirigidas para fôra ou aplicada sôbre as costas. Cabeça lisa, com as escamas sobrepostas, ocelos geralmente presentes, não muito grandes; antenas com o escapo desprovido de pecten; espiritromba geralmente bem desenvolv i d a ; palpo s maxilares muito c u r t o s o u ausentes; palpos labiais geralmente curtos, mais ou menos divergentes e dirigidos para baixo, para frente ou voltados para cima (ascendentes); no gênero Snellenia Walsingham (com espécies brasileiras) são extraordináriamente longos, recurvados, com o 2 ° segmento muito longo. Tíbias posteriores com vertícilos de cerdas ou escamas piliformes na base dos esporões; tarsos (fig. 185), sempre com cerdas espinhosas no ápice dos artículos. Asas anteriores, e m geral, lanceoladas e estreitas, quase sempre, porém, de forma característica (figs. 186, 187); às vêzes, como as posteriores, muito estreitas. 1 1 7 . H á b i t o s . - Família constituída por cêrca de 300 espécies, muitas delas da região Fig. 185 - Perna poste- neotrópica. rior de Lamprolophus sp., As lagartas, ou atacam folhas roendo-as exp. obolarcha (Meyrick, 1909) (Heliodinidae) t e r n a m e n t e ou minando-lhes o p a r e n q u i m a , ou (Lacerda del.). brocam hastes ou frutos. Nas figuras 186 e 187 vêem-se os sistemas d e nervação das asas de 2 Heliodinídeos, u m muito pequeno, que se criou e m cecidias formadas em caule do Piper (Arthante) luschnathiana, produzidas 1
Do
e
(helios e eidos), semelhante ao sol.
LEPIDOPTERA
307
provavelmente por Zalepidota piperis (Rübsaamen, 1908) (Cecidomyidae); outro obtido, pelo Dr. ALOYSIO DE MELLO LEITÃO, de
Fig. 186 - Asas de Lamprolaphus sp., p. obolarcha (Meyrick, 1909) (Heliodinidae) (Lacerda del.).
Fig. 187 - Asas de Schreckensteinia sp. (Heliodinidae) (Lacerda del.).
galhas espinhosas formadas ceae) (v. fig. 180).
em
fôlhas
de
Tibouchina
(Melastoma-
308
INSETOS DO BRASIL
O l° foi citado no meu 3 ° Catálogo (n. 1067, p. 276) com o nome Embola dentifer Walsingham, 1909. Trata-se realmente de u m a espécie de Embola, ou melhor, de Lamprolophus, porque Embola passou a ser sinônimo dêste gênero. Todavia, reexaminando agora os exemplares guardados na coleção da Escola, cheguei à conclusão de se t r a t a r de outra espécie, realmente muito próxima de dentifer, talvez Lamprolophus obolarcha (Meyrick, 1909) (fig. 186). Das mesmas galhas saíram t a m b e m alguns exemplares de u m a Aegeria. A 2ª espécie, de côr bronzeada uniforme, provàvelmente uma Schreckensteinia Hübner, (fig. 187), foi obtida das galhas n ° 1 da fig. 180, que deram também, em maior quantidade, o Lavernideo (?) Lophoptilus sp. 118. Bibliografia. MEYRICK, E. 1913 - Faro. Heliodinidae, in Lepid. Catal. 13, 9-22. 1914 - Faro. Heliodinidae, in Gen. Insect., 165.
Família G L Y P H I P T E R Y G I D A E 1 (Choreutidae Wocke, 18712; Simaethidae Cotes, 18893; Hemerophilidae Durrant, 19184
119. Caracteres, etc. - Microlepidópteros de 10 a 20 m m de envergadura, em geral com as asas anteriores, e, às vêzes, as posteriores, apresentando cores vistosas e brilhantes (Mictopsichia fuesliniana (Cramer, 1782) e Mictopsichia hübneriana Stoll, 1782), ambas da Amazonia). Cabeça lisa; ocelos grandes; antenas sem pecten; espiritromba bem desenvolvida; palpos maxilares vestigiais ou ausentes; palpos labiais, ou pequenos, fortemente recurvados e atingindo o meio da fronte, ou mais desenvolvidos, excedendo o vertex e não raro densamente revestidos de longas escamas piliformes (Choreutis Hübner). 1 1 2 3 4
1D e De De De
(glyphis), seta d a flexa; (pteryx), asa. (choreutes) saltador. (simos), que t e m nariz esborrachado; (aethes), estraordinario, raro. (hemera), dia; (philos), amigo.
LEPIDOPTERA
309
Asas anteriores geralmente largas, com margem externa e areola distintas; R4 e R5, via de regra, separadas, às vêzes em forquilha, R 5 quase sempre terminando na margem externa perto do
Fig. 188 - Asas de Choreutis sp. (Choreutinae) (Lacerda del.).
ápice; Cu 2 (1ª A) presente, pelo menos perto da margem; anais em forquilha. Asas posteriores, ou amplas (Choreutinae = Simaethinae) (fig. 188), ou mais estreitas que as anteriores (Glyphipteryginae) (fig. 189); neste caso, as anais da asa anterior não formam forquilha distinta na base, como se vê nas outras espécies.
310
INSETOS DO BRASIL
Os insetos desta f a m í l i a q u e t ê m g r a n d e s afinidades c o m os I p o n o m e u t í d e o s e t a m b e m c o m os Tortricídeos, f o r m a m u m g r u p o
Fig. 189 - Asas de Glyphipteryx sp. (Glyphipteryginae) (Lacerda del.).
homogêneo, com cêrca de 600 espécies, giões oriental, australiana e neotrópica e
mais abundantes nas redistribuídas em 3 subfa-
Fig. 190 - Casulo de Glyphipteryx sp. do exemplar da fig. 189 da fot. X 8 (Lacerda fot.).
Choreutinae, Glyphipteryginae e Atychinae Wocke, 1871 milias: (Atychidae, de alguns autores), esta também com representantes na região neotrópica.
LEPIDOPTERA
311
WILLE (1937) estudou os hábitos de Tortyra fulgens (Felder & Rogenhofer, 1875) no Peru, onde a lagarta causa sérios prejuízos, roendo brotos de figueira cultivada. Essa espécie t a m b é m se encontra no Brasil. 120.
Bibliografia.
MEYRICK, E. 1913 1914 WILLE, J. E. 1937 -
Fam. Glyphipterygidae in Lepid. Catal., 13:23-58. Fam. Glyphipterygidae in Gen. Insect. EI barreno de los brotos de la higuera en el Peru y su control. Minist. Fomento, Direcc. Agr., Ganad. Colon., Circ. 37: 9p., 16 liga.
Família C O P R O M O R P H I D A E 1 (Copromorphidae Durrant, 1918) 121. Caracteres, etc. - Microlepidopteros com cêrca de 20 mm. de envergadura; cabeça lisa; ocelos presentes; escapo antenal sem pecten; palpos maxilares obsoletos; labiais geralmente recurvados, ascendentes, porém, não excedendo o vertex; raramente longos e porretos. Asas anteriores com termen distinto; R4 e R5 em forquilha ou separadas; R5 para o termen, R4 para êste ou para a costa; asas posteriores mais ou menos amplas, com franja curta e pecten de cerdas em Cu 1 Rs e M1 separadas e paralelas. E m Rhopaloselia o frenulum é elaviforme, c o m o em Neophylarche da familia Stenomatidae. Pequena família c o m espécies Fig. 191 - Genitália de Copromorpha sp.; Cn, da Austrália, N o v a Guiné, N o v a cornuti; Cs, cucullus; P, pênis; Sc, sacculus; Tg, tegumen; U, uncus; Vm, vinculum (De Mehta, 1933, fig. 28). Zelandia e da região neotrópica. Até agora, porém, n e n h u m a foi assinalada como tendo importancia economica. 1
De
(copros), escremento;
(morphe), forma.
312
INSETOS DO BRASIL
Família Y P O N O M E U T I D A E 1 (Yponomeutidae Stephens, 1829; Hyponomeutidae Stainton, 1854; Orthotaelidae Wocke, 18712; Attevidae Mosher, 19163; Hypsilophiàae Durrant, 1918, partim4. 122. Caracteres, etc. Os Microlepidópteros que constituem esta família em geral com 12 a 30 mm. de envergadura, ou apresentam asas anteriores marcadas de pintas Fig. 192 - Atteva punctella (Cramer, 1781) (Yponomeutidae) (Lacerda fot.).
ou máculas de côres vistosas sôbre fundo escuro, ou áreas de escamas escuras ou negras sôbre fundo claro.
Fig. 193 - Asas de Atteva punctella (Yponomeutidae) (Lacerda del.). 1 De
(hyponomeuo), minar.
2 De (orthos), réto; (telia), labio. 3 Esta familia criada por MOSHER para as espécies de Atteva, foi por êle reunida aos Piralideos. 4 De (hypsilophos), com crista alta.
LEPIDOPTERA
313
Adotando o critério dos especialistas que separam Scythrididae, Argyresthiidae, Epermeniidae e Plutellidae de Yponomeutidae, os caracteres desta são os que se acham na chave de Tineoídea. Há mais de 500 espécies descritas, distribuídas por tôdas as regiões do mundo. Na r e g i ã o neotrópica vêem-se mais frequentemente as espécies dos gêneros Atteva e Urodus, sendo uma das mais conhecidas a Atteva punctella (Cramer, 1781) (Atteva pustulella (Fabricius, 1787) 194 - Genitália de Yponomeuta padella (L. 1788) (malinella (figs. 192 e 193), espé- Fig.Fabr.), de um exemplar colhido na França. (Lacerda fot.) cie cuja área de distribuição geográfica se estende do Panamá a República Argentina. A lagarta, segundo FORBES (1930), vive em Ailanthus e Castela erecta.
Fig. 195 - Asas de Anchimachaeta sp. (Yponomeutidae) (Lacerda del.).
No Brasil ainda não foi observada uma espécie que seja sério inimigo de plantas cultivadas, como, por exemplo, a famosa Ypono-
314
INSETOS DO BRASIL
moura padella (L.) (Y. malinella (F.), que habita a Europa Meridional, a Africa do Norte e o Japão, manifestando-se, às vêzes, como praga das macieiras e ameixeiras. As lagartas dêste Microlepidóptero vivem em sociedade, abrigadas em ninhos mais ou menos extensos, feitos de fios de sêda entrelaçados, sôbre as fôlhas das plantas hospedadoras.
Fig. 197 Casulo de Anchimachaeta sp., do exemplar da fig. 195 (Lacerda fot. (X 5). →
Fig. 196 - Genitália de Anchimachaeta sp. do exemplar da fig. 195 (Lacerda fot.).
A importância econômica do inseto pode ser avaliada pela bibliografia referente ao mesmo, na qual a v u l t a m eontribuições de grandes mestres, como BALACHOWSKY, MARCHAL, SILVESTRI e outros. A bibliografia relativa a esta família acha-se na de Plutetlidae (127). N a fig. 197 vê-se o casulo de u m a espécie do gênero Anchimacheta (figs. 195 e 196), que, pela disposição das malhas, lembra o das espécies de Urodus Herrick-Schäffer. Família S C Y T H R I D I D A E 1 (Butalidae Hein. - Wocke, 1877; Scythrididae Spuler, 1910; Scythridae Mosher, 1916)
123. Posição sistemática etc. - O gênero Scythris Hübner, tipo da família, por longo tempo estêve incluído em Elachistidae dos antigos autores, e isso porque as espécies que o constituem têm 1 De
(schythros),
triste:
LEPIDOPTERA
315
as asas anteriores lanceoladas, ponteagudas e mais ou menos acuminadas. T a m b é m , pelos caracteres alares e outros, alguns autores incluem-no em Gelechiidae ou em Yponomeutidae.
Fig. 198 - Asas de Scythris (Seythrididac) (De Forbes, 1923, fig. 203).
A família compreende cêrca de 300 espécies, das quais bem poucas assinaladas nas Américas. N a d a se sabe da biologia das que habitam o nosso país. E m outros territórios tem-se observado as lagartas dos Seythrididae minando fôlhas de Gramíneas.
Família E P E R M E N I I D A E 1 (Chauliodidae Hein. Wocke, 1877; Epermeniadae Durrant, 1981
124. Caracteres, etc. - Outra pequena família, com uma centena de espécies espalhadas pelo mundo, principalmente do gênero Epermenia Hübner, muito próxima de Yponomeutidae e de Plutellidae. Alguns autores incluem-na em Scythrididae, pela semelhança de forma das asas nos dois grupos. Todavia, o aspecto arrepiado das 1 De
(epi), sobre;
(hermenia), interpretação, sentido.
316
INSETOS DO BRASIL
escamas da cabeça, a presença de pecten no escapo e de areola na asa anterior e a origem de R1 perto do meio da célula, são caracteres suficientes para distingui-la de Scythrididae (fig. 199). N a d a se sabe sobre especies da região neotropica.
Fig. 199 - Asas de Epermenia (Epermeniidae) (De Forbes, 1923, fig. 204).
Familia A R G Y R E S T H I I D A E 1 (Argyresthidae Stainton, 1854; Hypsilophidae Durrant, 1918, partim)
125. Caracteres, etc. - As poucas espécies que formam esta família são incluídas por muitos autores em Yponomeutidae. As duas famílias, porém, distinguem-se pelas diferenças mencionadas
Fig. 200 - Asas de Argyresthia (Argyrestiidae) (De Forbes, 1923, fig, 202). 1 De
(argyros), prata;
( esthes), vestimenta.
LEPIDOPTERA
317
na chave, principalmente pelo aspecto das asas, que são distintamente lanceoladas em Argyresthiidae (fig. 200). Nos Estados Unidos as lagartas de uma espécie de Argyresthia, cuja biologia é conhecida, são minadoras de fôlhas. Outras, porém, na Europa, brocam ramos, brotos e frutas, causando às vêzes danos consideráveis. N a d a se sabe respeito à especies existentes na região neotrópica. O mesmo posso dizer com relação a Acrolepiidae, representada na região neotrópica pelo gênero Acrolepia Curtis. Família P L U T E L L I D A E 1 (Plutellidae Stainton, 1854)
126. Caracteres, etc. - Microlepidopteros muito próximos de Yponomeutidae, daí vários autores não os isolarem dessa família. Todavia, o aspecto dos palpos maxilares, que se apresentam curtos, distintamente segmentados, filiformes e porretos, justifica a separação dos dois grupos de insetos. Alguns autores incluem também nesta família as espécies da família Acrolepiidae (Acrolepidae Wocke, 1871) 2, fundamentada no gênero Acrolepia Curtis e considerada por outros em Yponomeutidae, em Argyresthiidae, ou mesmo em Tineidae (EYER, 1924) devido ao aspecto da terminalia do macho. A família Plutellidae compreende hoje cêrea de 200 a 300 espécies, distriFig. 201 - Plutella maculipennis (Curtis 1832) (Plutellidae), buídas pelas várias (De Marsh, 1917, est. 1 A). regiões do globo. É a ela que pertence Plutella maculipennis (Curtis, 1832), a famosa tinea das Crucíferas, hoje cosmopolita (figs. 201-203). 1 De 2 De
(plutos), riqueza. (acros), que está na ponta;
(lepis), escama.
318
INSETOS DO BRASIL
Os insetos adultos E m repouso, como se nos Coleoforideos, as rigidas p a r a diante, e d a asa anterior, que se
têm pouco mais de 5 mm de comprimento. observa com os demais Plutellideos e como antenas ficam paralelamente dispostas e dias m a n c h a s brancas, na m a r g e m posterior d e s t a c a m da côr escura do resto da asa, con-
Fig. 202 - Cabeça de Plutella maculipennis. O, ocelo; P, pilifer: Pm, palpo maxilar; Pl, palpo labial.
fundem-se, f o r m a n d o u m a faixa dorsal comum, l a t e r a l m e n t e ondulada (figura 201). As lagartas a t a c a m a s fôlhas da couve, do repolho e de outras Cruciferas, minando-as nos primeiros dias de vida em galerias de 3 a 4 m m e, por fim, roendo-lhes o p a r e n q u i m a da face inferior em maior ou m e n o r extensão. Os estragos causados pelo inseto, quando diminue a ação dos inimigos naturais das lagartas, p o d e m tornar-se graves.
Fig. 203 - Asas de Plutella maculipennis (Plutellidae) (Lacerda del.).
LEPIDOPTERA
Na literatura
entomologica
Plutella maculipennis. MARSH (1917). MESNIL (1936 Na
127.
muito
no 3 ° volume Les insectes
República
há muitos
Argentina
trabalhos
dos mais interesantes,
São também
inseto publicadas
gitia leontiniae
Um
319
da
uteis
as
obra
referentes
porém,
notas
é o
relativas
a de ao
d e BALACHOWOSKY &
nuisibles aux plantes cultivées). as
lagartas
são
parasitadas
por
An-
Brèthes.
Bibliografia.
BERG, C. 1880 BONDAR, G. 1928 -
Observaciones acerca de la familia Hyponomeutidae. An. Soc. Ci. Argent., 10:85-91; 99-109. Séria praga do repolho na Bahía - Plutella maculipennis Curtis. Correio Agricola, 6(11-12):259-260. Publ. também, em 1929, no Bol. Lab. Pathol. Veg., 8:35-38 e em Chac. Quint., 38(6: 602, 1 fig.
BOURQUIN, F. 1939 - Metamorphosis de Plutella maculipennis (Lep. Plutellidae). Physis (B. Aires), 17:409-413, 3 figs. BRÈTHES, J. 1923 - La polilla del repollo (Plutella maculipennis (Curtis). An. Soc. Rur. Argent., 58:162-166, 3 figs. MARSH, H. O. 1917 - Life history of Plutella maculipennis, the diamond-black moth. Jour. Agric. Res., 10:1-10, 2 ests. MEYRICK, E. 1 9 1 3 - Carposinidae, Heliodinidae, Glyphipterygidae, in Lepidopt. Catal., 13, 53p. 1914 - Yponomeutidae, Plutellidae, Amphitheridae, in Lepidopt. Catal., 19, 64p. REID, W. J. 1941 - Field studies of insecticides used to control cabbage caterpillars in the South. U. S. Dept. Agric., Tech. Bull., 782:35p., 7 figs. REID, W. J., C. E. SMITH, L. B. REED & C. O. BARE 1942 - Studies in the control of cabbage caterpillars with derris in the South. U. S. Dept. Agric., Circ. 615, 26p., 9 figs. THORPE, W. H. 1929 - Biological races in Hyponomeuta padella L. Jour. Linn. Soc. London, Zool., 36:621-634. 1 9 3 1 - Further observations on biological races in Hyponomeuta padella L. Jour. Linn. Soc. London, Zool., 37:489-492.
320
INSETOS DO BRASIL
Família AEGERIIDAE1 (Sesiidae Stephens, 1828; Aegeriidae Stephens, 1829; Trochiliidae Westwood, 1840; Tinaegeriidae Hampson, 1892, partim)
128. Caracteres. - Mariposas pequenas ou de tamanho médio, geralmente m a r c a d a s de côres vistosas (vermelho, amarelo) mais ou menos brilhantes, com asas anteriores m u i t o estreitas, relativam e n t e ao corpo, p o r é m não lanceoladas, pois a p r e s e n t a m m a r g e m externa distinta e m a r g e m posterior mais ou menos côncava; ou inteiramente revestidas de escamas escuras, ou transparentes, vítreas, como as posteriores, sómente com escamas ao longo das ner-
2A Fig. 204 - Asas de Synanthedon Hübner (Aegeriidae) (Lacerda del.).
vuras; asas posteriores transparentes em sua maior extensão, com a margem externa pouco mais ou menos sôbre a linha imaginária prolongada para trás, passando pelo bordo externo da asa anterior. Antenas de aspecto característico, na maioria das espécies dilatando-se gradualmente da parte média até perto do ápice e aí 1 De Aegeria, ninfa (mitol.).
LEPIDOPTERAE
321
novamente afiladas, curvadas para fora e terminando num pincel de cerdas finas; às vêzes clavadas ou pectinadas. Ocelos e espiritromba presentes. Palpos maxilares rudimentares ou ausentes; palpos labiais moderados, recurvados, ascendentes, com o segmento apical ponteagudo. Sem chaetosema. Asas anteriores (fig. 204) com tronco da média e areola ausentes; tôdas as nervuras que partem da célula, originando-se da parte distal, inclusive Cu 1b (Cu2), que fica muito próxima de Cu 1a ; Cu2 (1ª. A ) reduzida ou ausente; R 4 e R 5 em forquilha, R5 terminando no ápice da asa ou no termen; área anal muito estreita, percorrida apenas por uma anal, simples ou com forquilha na base pouco aparente. Asas posteriores não muito mais largas que as anteriores; Sc e Fig. 205 - Synanthedon sp. (Aegeriidae) (Lacerda fot.) (X 3) R correndo paralelamente junto à borda costal, depois coincidentes; em T i n a e g e r i i n a e (sem espécies na América) Sc completamente afastada de R; geralmente três nervuras livres na área anal; frenulum geralmente simples em ambos os sexos ou na fêmea com uma cerda mais espêssa que as outras. Pernas, em varias espécies (Melittia), apresentando conspicuos tufos de escamas piliformes, não raro de côres vistosas; tíbias médias com um par de esporões; posteriores com dois pares. Abdomen geralmente provido de tufo apical de escamas, mais conspicuo nos machos. 129. Hábitos e importancia economica. - Família representada por cêrca de 800 espécies, muitas delas notáveis por mimetizarem de modo impressionante vespas ou abelhas. Os Egerídeos voam ràpidamente e nas horas mais quentes d o dia.
322
INSETOS DO BRASIL
As lagartas, em sua maioria, são brocas caulinares ou radiculares. Várias, entretanto, habitam galerias abertas por larvas de outros insetos. O Eng. Agr. ARISTOTELES SILVA obteve exemplares de uma espécie de Synanthedon Hübner (fig. 205) de lagartas encon-
Fig. 206 - Melittia satyriniformis (Hübner) (Aegeriidae): a, macho; b, fêmea; c, ovo; d, lagarta dentro do caule; e, casulo de terra; f, crisálida (De Drake & Harris, 1926, fig. 10).
tradas em galerias escavadas em caule de Phaseolus sp., provàvelmente por Sphalenum setosum (Germar) (Cerambycidae). Obteve ainda, de favas de Inga sp., uma outra espécie do mesmo gênero. Em tais favas criam-se também as lagartas de um Tortricídeo da família Grapholitidae, que citarei especialmente quando tratar dessa família. A espécie mais conhecida em nosso país, do gênero Melittia Hübner, não me parece diferente de M. satyriniformis (Hübner, 1825) (fig. 206). BRÈTHES, entretanto, descreveu, com o nome Melittia riograndensis, uma espécie próxima daquela e de hábitos idênticos.
LEPIDOPTERAE
323
As lagartas de ambas são brocas do caule de Cucurbitaceas, especialmente da aboboreira (Cucurbita pepo), causando, as vêzes danos consideraveis. A existência do inseto nas plantas é denunciada pelo amarelecimento e morte das fôlhas, entumecimento do caule e saída de massa excrementicial através de um furo nas partes em que se acham as lagartas. Quando estas completam o desenvolvimento, saem do caule, penetram no solo e aí encrisalidam em célula preparada a pouca distância da superfície. BONDAR (1829), na Bahia, estudou a Fig. 207 - Genitalia de Synanthedon (Aegeriidae) (Lacerda fot.). espécie que BUSCK descreveu como - Aegerina vignae Busck, 1929, cujas lagartas determinam a formação de espessamentos caulinares na base das hastes de Vigna sinensis e de outras Leguminosas.
Fig. 208 - 3 galhas em raízes de "cabeça de negro" (Willbrandia verticillata) (Cucurbitaceae) produzidas por Sincara sp. (Aegeriidae) (Santos Lahera fot.) (um pouco reduzidas).
Em idênticas condições, porém formando tumores bem mais volumosos, como pequenos tubérculos de Solanum tuberosum (fig.
324
INSETOS DO BRASIL
208), vivem as lagartas de uma espécie do gênero Sincara Walker, em raizes de Willbrandia verticillata, Cucurbitácea vulgarmente conhecida pelo nome "cabeça de negro". As cecídias foram colhidas pelo Dr. W. PECKOLT na Serra da Estrêla (Estado do Rio). Na gundo
Argentina BRUCH
as
(1941),
lagartas vivem
de
Melittia bergi Edwards 1883, seem galhas caulinares de Cayaponia
fissifolia. De volumosas galhas que se thante) luschnatiana, produzidas
formam
em
caule
de
Piper
(Ar-
provávelmente por Zalepidota piperis (Rübsaamen, 1908), das quais obtive o Heliodinideo do gênero Lamprolophus, anteriormente citado, e um Tortricídeo da fam. Grapholitidae, criaram-se também alguns exemplares de uma espécie
de
Synanthedon
Hübner.
130. B i b l i o g r a f i a . BEUTENMULLER, W. 1901 - Monograph of the Sesiidae of America North of Mexico. Mem. Amer. Mus. Nat. Hist. 1:(6):217-352, ests. 8 (color. BONDAR, G. 1929 - Microlepidoptero Aegerina vignae Busck, sp. n., praga das leguminosas cultivadas. Cor. Agric., Bahia, 7(12:330-331, 3 figs. BRÈTHES, J. 1920 - Insetos útiles y daniños de Sud del Brasil. Ann. Soc. Rur. Argent., 54:284. BRUCH, C. 1941 - Misceláneas entomológicas, VI - Observaciones biológicas sobre Melittia bergi Edwards (Lepidoptera, Aegeridae. Not. Mus. La Plata, 6(48: 157-163, fig. 1, ests 1 e 2 . BUSCK, A. 1909 - Notes on the family Aegeriidae (Sesiidae with a synoptic table of the North American genera. Proc. Ent. Soc. Wash., 11:115-118. 1929 - A new Aegeriid in cowpea from Brasil (Lepidoptera: Aegeriidae. Proc. Ent. Soc. Wash, 131:134-136, 137, fig. 4. DALLA TORRE, K. W. 1925 - Aegeriidade, in Lèpidopt. Catal., 31:202p. DRAKE, C. & H. M. HARRIS 1926 - Insect enemies of melons and eucumbers in Iowa. Agric. Exp. Sta., Circ. 90:12p., 17 figs.
LEPIDOPTERA
325
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Superfamilia TORTRICOIDEA 1 (Tortricina Gravenhorst, 1843; Meyrick, 1895; Tortricoidea Comstock, 1924)
131. Caracteres, divisão. - Microlepidopteros muito próximos dos Tineideos, dêles, porém, se distinguindo por apresentarem o segmento distal dos palpos labiais geralmente curto, porreto e obtuso e o 2° segmento consideràvelmente dilatado para o o ápice, em grande parte devido a espesso revestimento de escamas;
Fig. 209 - Aspecto esquemático do interior do abdome de uma fêmea de Cacoecia rosana (Linnaeus) (Tortricidae) (corte sagital): 1-9, urômeros; A, vaso dorsal; AA, apófises anteriores; B, bursa copulatrix; B.S., bulla seminalis; D, ductus bursae; DB, ductus bullae; DS, ductus seminalis; Gl, glandulae sebaceae; Oc, oviductus communis; Ost, ostium; Ova, ovários; Ovid, oviductus; Ovip., ovipositor; P. A. apófises posteriores; Sn, signum (De Busck. 1931, est. 9. 1).
palpos maxilares ausentes ou vestigiais; contôrno das asas anteriores como se vê nas figuras, isto é, via de regra com a borda externa quase perpendicular à margem costal e esta reta ou fortemente convexa na região humeral; as vêzes, porém, côncova; nervura Cu 1b (Cu 2) (exceto em Phaloniidae e Carposinidae) partindo do 1 De tortrix, torcedor enrolador.
326
INSETOS DO BRASIL
meio da célula, muito afastada, portanto, de Cu 1a ; a s a s p o s t e r i o r e s s e m p r e l a r g a s , t ã o o u m a i s l a r g a s q u e as a n t e r i o r e s . A superfamília Tortricoidea compreende cerca de distribuídas pelos autores nas seguintes famílias:
Anomologidae, com Carposinidae. Chlidanotidae, do Sul. Cyclotornidae,
com
espécies
na
espécies
sómente
Metachandidae, com Grapholitidae. Phaloniidae. Tortricidae.
da
com espécies
região Austrália,
espécies das
1.
-
1'
-
2(1)
-
2'
-
3(1')
-
3'
-
espécies
e
Africa
etiópica. do
Ceilão
da
australianas.
regiões
As famílias que nos interessam podem caracteres constantes da seguinte chave:
4.500
etiópica
ser
e
diferenciadas
indiana.
pelos
Ambas as asas sem Cu 2 (1ª A ), ou sómente presente na posterior, porém muito fraca; Cu1b (Cu2), na origem, mais ou menos longe do meio da célula .................................................................................... 2 Asas anteriores com Cu2 (1ª A ) presente, pelo menos perto da margem da asa; Cu lb (Cu2), na origem, mais ou menos proxima do meio da celula .................................................................................................... 3 Asas posteriores sem M 1 e M2; Cu1b (Cu2), na origem, muito proxima de Cu la ....................................................................................... Carposinidae Asas posteriores pelo menos com M 1 ; Culb (Cu2), na origem afastada de Cu1a, porém longe do meio ............................................. Phaloniidae Na face superior das asas posteriores há uma franja de longas cerdas (pecten cubital), presa à base da nervura que limita posteriormente a célula cubital; raramente ausente, neste caso, porém, M2 e M3 e Cula, das asas anteriores são mais ou menos aproximadas no ápice .......................................................................................................... Grapholitidae Asas posteriores sem franja de longas cerdas na parte basal de Cu; M 2, M3 e Cu1a paralelas ou divergentes ........................ Tortricidae
Família TORTRICIDAE (Tortricidae
Stephens,
1829;
Sparganothidae
Walsingham,
1913)
Caracteres. - Os representantes desta família diferem dos demais Tortricídeos pelos seguintes caracteres: não têm a franja de longas cerdas na parte basal de Cu 1 (pecten cubital) (exceto Spar132.
LEPIDOPTERA
327
ganothis), nas asas anteriores vê-se distintamente Cu 2 perto da margem da asa e Culb parte da célula antes do quarto distal (figs. 213 e 215.) No Brasil há muitas espécies descrítas desta família, porém
Fig. 210 - Polyortha viridescens (Meyrick, 1912) (Tortricidae) (Lacerda fot.) (X 4).
quase nada se sabe relativamente aos hábitos das respectivas lagartas. O Eng. Agr. ARISTOTELES SILVA obteve, de lagartas que se criam gregariamente em galhos de Mollinedia sp., no Rio de Janeiro, pequenas mariposas de 25 a 30 mm. de envergadura, com asas anteriores de côr pardo-ocrácea clara, com máculas irregulares de côr verde escura. Os ninhos, dentro dos quais encrisalidam, são semelhantes aos construídos pelas espécies de Archips Hübner e outros Tortricídeos (fig. Fig. 211 - Genitália de Polyortha viridescens (Tortricidae) (La212). BUSCK, em cerda fot.). 1932, descreveu o inseto com o nome de Polyortha mollinediella e incluiu n u m a nova
328
INSETOS DO BRASIL
família Atteriidae, próxima de Glyphipterygidae, Ulteriormente, porém, informou-me tratar-se de Peronea viridescens Meyrick, 1912 (figs. 210-211). Há tempos o Dr. LAURO TRAVASSOS deu-me um Tortricídeo, obtido de lagarta criada em banana, que me pareceu ser a Amorbia catenana (Walsingham 1891). E também à família Tortricidae que pertence Sparganothis Hübner, com a famosa Sparganothis pilleriana (Schiff., 1976) (= Oenophthira pilleriana), uma das mais conhecidas pragas da videira, encontrada tôda
em a
quase Europa,
na Asia Menor, na
Fig. 212 - Ninho de Polyortha iridescens (Tortricidae) (Lacerda fot.) (um pouco menos do tamanho natural).
China,
no
Japão, na Africa do N o r t e e na A m é r i c a Septentrional.
RONNA (1934, Egatea) assinalou a existência do inseto no Rio Grande do Sul. BALACHOWSKY e MESNIL, em seu tratado (1936, Insectes nuisibles aux plantes cultivées), apresentam um perfeito resumo do que se sabe sôbre os hábitos dessa praga e principais meios de combatê-la. Argyrotaenia citrana (Fernald) (=Tortrix citrana) é a mariposa cujas lagartas atacam as laranjas norte-americanas. Ainda não foi observada na América do Sul. A praga das laranjas do Brasil e da República Argentina, Gymnandrosoma aurantianum, pertence a família seguinte. 133. Bibliografia. BASINGER, A. J. 1938 - The orange tortrix, Argyrotaenia citrana. Hilgardia, 11: 635-669, 16 figs.
LEPIDOPTERA
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329
Notas sobre la metamorfosis de Eulia fleteheriella 1939 (Microlep., Tortricidae). Rev. Soc. Ent. Argent., 10:394-398, 9 figs., est. 9.
Koehler,
BUSCK, A. 1932 - Polyortha mollinediella sp. n. Bol. Biol., Rio de Janeiro, 21:43-44, 1 fig. KENNE.L, J . 1908-1921 - Die palaearktischen Tortriciden. Eine monographische Darstelung. Zoologica, 54:742p., 40 figs., 24 ests. KOEHLER, P. 1939 - Tres nuevos microlepidopteros argentinos. An. Soc. Ent. Argent., 128-371 LIMA, A. DA COSTA 1931 - Amorbia catenana (Wlsm., microlepidoptero que se desenvolve na banana (Tortricoidea: Sparganothidae). Bol. Biol., Rio de Janeiro, 18:39-44, 5 figs. MEYRICK, E. 1912 - Fam. Tortricidae, in Lepid. Catal., 10;86p. 1913 - Fam. Tortricidae, la Gen. Ins., 149:81p., 5 ests color. PHI LPOTT, A. 1928 - The male genitalia of the New Zealand Tortricidae. Trans. N. Z. Inst., 59:443-468, 78 figs.; 469-475, 12 figs PIERCE F. N. & J. W. METCALFE 1922 - Genitalia of the group Tortricidae of the Lepidoptem of the British Islands: X X I I + 101p., 34 ests.
Família G R A P H O L I T I D A E 1 (Grapholithinae Cotes, 1889; Grapholithidae Cotes, 1889; Smith, 1891; Epiblemidae Meyrick, 18952; Olethreutidae Walsingham, 1900, 19133; Eucosmidae Durrant, 19184). 134. em
Caracteres.
geral,
às
vêzes,
de
áreas 1
de
côres
desenhos de
côres
dos
-
Os
escuras, mais
metálicas,
Microlepidópteros crípticas, belos
e
embora intricados,
desta
família
são
as
asas
apresentem,
não
raro
entremeados
brilhantes.
De (graphe), escrita; (lithos), pedra. De (epiblema), adicionamento. O nome Olethereutidae, baseado em Olethreutes Hübner, 1806 (de (olethros), destruição, ruína) o gênero mais antigo da família de acordo com o estabelecido recentemente no Congresso de Lisboa, deve ceder lugar ao primeiro nome dado á mesma - Grapholitidae, baseado em Grapholita Treitschke, 1829 (= Grapholitha, Treitschke, 1930), gênero perfeitamente válido. 4 De (eu), bem; (cosmos), ordem, ornamento. 2
3
330
INSETOS DO BRASIL
Apresentam os caracteres gerais assinalados para Tortricoidea e muitas vêzes mal se distinguem dos Tortricidae pelos caracteres de morfologia externa. Nestes casos, entretanto, o exame da termi-
Fig. 213 - Asas dé Eulia (?) fletcheriella Koehler, 1939 (Tortricidae) (Lacerda del.).
nália do macho permitirá o reconhecimento fácil de u m Grafolitídeo (valvas (harpes) apresentando u m ou dois tufos de cerdas espinhosas na base, perto do sacculus). As asas anteriores apresentam o sistema de nervação normal observado na maioria dos Tortricídeos, isto é, com Cu1b partindo da célula antes do quarto apical. Há, todavia, u m caráter observado em quase tôdas as espécies desta família que r a r a m e n t e se vê em
LEPIDOPTERA
331
Tortrieidae. Retiro-me ao chamado "pecten cubital", franja de longas cerdas apensa a parte basal do tronco da cubital (nervura que limita a célula posteriormente) das asas posteriores, ausente sómente em alguns gêneros. 135. Hábitos e espécies mais interessantes. - As lagartas dêstes Microlepidópteros geralmente são frugívoras. Várias, porém, atacando frutos, localizam-se nas sementes. Outras alimentam-se de brotos e fôlhas novas, ou mesmo de fôlhas mais desenvolvidas. As lagartas de algumas espécies de Olethreutes Hübner e de Eucosma Hübner, observadas em Pôrto Rico, são brocas do caule de plantas herbáceas, segundo FORRES (1930). A família Grapholitidae é a mais importante de Tortricoidea, não só pelo número das espécies que a constituem, como Fig. 214 - Genitália de Eulia (?) fletcheriella pelo grande interesse econômico Koehler 1939 (Tortricidae) (Lacerda fot.). de algumas delas. Assim, da subfamília Grapholitinae (Laspeyresiinae), há a mencionar a bem conhecida "codling moth" ou Carpocapsa pomonella (Linnaeus, 1758), a não menos famosa "oriental peach moth" ou Grapholita molesta Busck, 1916 e as mariposas das laranjas, do genero Gymnandrosoma, insetos êsses que serão referidos especialmente mais adiante. À subfamília Olethreutinae pertence a Polychrosis botrana Schiffermuller, cuja lagarta, o famigerado "ver de la grappe" dos viticultores franceses, é um dos mais sérios inimigos das videiras nas regiões vitícolas da Europa, causando periódicamente, em certas regiões, prejuízos verdadeiramente catastróficos, de modo a não se poder colher um cacho de uvas perfeito. Felizmente a praga ainda não foi introduzida na América onde, entretanto, existe espécie autoctona muito próxima, a Poly-
332
INSETOS DO BRASIL
chrosis viteana Clemens, 1860, que por muitos anos foi confundida com a espécie européia. E' igualmente bem conhecida a Laspeyresia saltitans (Westwood 1858), que se cria em sementes da Euforbiácea mexicana Sebastiania pavoniniana, as quais, quando portadoras da lagarta dêsse Microlepidóptero, são as curiosas sementes saltadoras, "semillas brincadoras" ou "jumping seeds" (v. trabalhos de BERG e de DAMPF) (figs. 216 a 217).
Fig. 215 - Capua sp. (Tortricidae), lagarta em laranja. (X 4,5, Lacerda fot.).
As sementes de favas de várias espécies de Cassia frequentemente são atacadas pelas lagartas de um Grafolitídeo, provávelmente do gênero Melissopus Riley (fig. 218). O inseto está sendo estudado pelo
LEPIDOPTERA
333
Dr. J. A. CARVALHO NETTO, aluno do Curso de Especialização da nossa Escola, que oportunamente publicará as suas observações.
Como já tive o ensejo de dizer anteriormente, de galhas em caule de
Piper
(Arthanthe)
sp.
(provàvelmente
luschnatianum,
segundo
KUHLMANN), obtive, além de um Heliodinídeo e de um Egerídeo. maior número de exemplares de um Grafolitídeo, talvez novo, do gênero Balbis Walsingham (figs. 219-221).
Fig. 216 - Laspeyresia saltitans (Westwood) (Grapholitidae) (Lacerda fot.) (X 4,5).
136. monella;
Carpocapsa Laspeyresia
pomonella pomonella
(Linnaeus, (figs.
1758)
222-224)
-
(Cydia
po-
Oriunda
da
Europa, habita hoje quase tôdas as regiões em que se cultiva a macieira e a pereira. No Brasil, já se acha no Estado do Rio Grande do Sul, desde 1926. Todavia, que me conste, ainda não foram publicadas observações originais relativas á etologia do inseto em nosso país, como as já feitas por vários autores na República Argentina. Nos Estados Unidos a produção de maças é grandemente sacrificada pelas lagartas desta mariposa, computando-se anualmente em muitos milhões de dólares os prejuízos resultantes dos danos causados pelo inseto e do que se gasta nas medidas de combate contra êle adotadas.
334
INSETOS DO BRASIL
Mesmo na França, onde o inseto é espécie autóctona, segundo PAILLOT calcula-se em mais de 100 milhões de francos as perdas que a praga anualmente ocasiona.
Fig. 217 - Asas de Laspeyresia saltitans (Westwood) (Lacerda del.).
A mariposa (fig. 222), não obstante apresentar côr geral parda acinzentada, é um belo representante da família, pelos desenhos variados da asa anterior, formando principalmente faixas transversais sinuosas ou onduladas, pardas e de côr cinzenta azulada, dispostas alternadamente. Perto da região do ângulo posterior há uma
LEPIDOPTERA
335
grande área de côr parda clara, semilunar, limitada internamente por uma faixa irregular, côr de chocolate, atravessada por duas faixas côr de cobre ou dourada.
Fig. 218 - MeIissopus sp. (Grapholitidae) (Lacerda fot.).
As fêmeas medem de 18 a 20 mm e os machos de 16 a 18 mm de envergadura. As lagartinhas, ao saírem dos ovos postos por mariposas nascidas na primavera, penetram no ovário das flores, através do cálice, ou em frutos já formados, através da casca, e vão se alimentar principalmente das sementes. Cêrca de 20 dias depois, tendo atingido completo desenvolvimento, abandonam os frutos para encasular e encrisalidar em qualquer abrigo; 12 a 15 dias depois surgem as mariposas da 2ª geração, que fazem as posturas em frutos grandes. As lagartas da última geração, quando completam o desenvolvimento, abandonam também os frutos Fig. 219 - "Cabeça de Balbis sp. (Graem que viveram e tecem os pholitidae) (Lacerda fot.).
336
INSETOS DO BRASIL
respectivos casulos, nos troncos, depósitos, etc., porém passam o inverno em estado larval e só encrisalidam na primavera seguinte.
Fig. 220 - Asas de Balbis sp. (Grapholitidae), a de baixo, do macho (Lacerda del.).
Compreende-se, assim, porque, na aplicação de arsenicais para combater a Carpocapsa, é necessário pulverizar as flores das macieiras e pereiras logo depois da queda as pétalas, com o receptáculo
LEPIDOPTEICA
337
ainda aberto, antes do fechamento do cálice, de modo a embeber de inseticida o interior do fruto ("tratamento postfloral", "calyx spray"). Seguem-se os chamados "tratamentos em cobertura", que
Fig. 221 - Genitália de Balbis sp. (Grapholitidae) (Lacerda fot.).
atuam sôbre os insetos da 2ª e 3ª gerações, efetuados em épocas precisas, quanto a atuação sôbre as lagartas recem-nascidas.
Fig. 222 - Carpocapsa pomonella (Linnaeas, 1758 (X 4,5) (Grapholitidae) (Lacorda fot.)
a
Dos outros meios de combate que têm sido preconizados contra Carpocapsa, sobressaem os meios biológicos, resultantes da uti-
338
INSETOS DO BRASIL
lização de inimigos naturais, principalmente dos que se criam nos ovos e nas lagartas. Na lista das publicações sôbre a Carpocapsa, que apresento a seguir, procurei fazer uma escolha dos muitos e variados trabalhos que há sôbre o inseto. A mesma dever-se-à, acrescentar as contri-
Fig, 223 - Maça cortada e atacada por lagartas de Carpocapsa pomonella; A, furo de saída B, furo de entrada, no cálice; C, furo de entrada, lateral (De Fulton, 1920, fig. 2).
Fig. 224 - Extremidade posterior da lagarta de Carpocapsa pomonella (De Balachowsky & Mesnil, 1935 Ins. Nuis. P1. Cultiv., fig. 119.) Notar a coroa de espinhos e a ausência de pente; comparar com a fig. 226.
buições de BALACHOWSKY & MESNIL e de CHIESA MOLINARI, esta em sua "Entomologia Agrícola" (1942) e aquela inclusa na grande obra dêsses autores ("Les insectes nuisibles aux plantes cultivés"), além de artigos publicados em Ann. Serv. Epiphyt. & Phytogenet. (N. S.) 5(2) (1939). 137.
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Sobre la Carpocapsa saltitans Westw. y Berg. n. sp. An. Soc. Cient. Argent., 31:97-110.
la
Grapholita
motrix
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DAMPF, A. 1908 -
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LEPIDOPTERA
se
encontra
no
Rio
Grande
do
Sul
e
341
em
S.
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trabalhos
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ORFILA: " D u r a n t e el invierno la mariposa del duraznero pasa la estado de crisálida envuelta en su capullo sedoso y apenas los durazneros h a n comenzado a brotar hacen eclosión las mariposas, machos y hembras, que se a y u n t a n y la hembra, antonces fecundada, comienza a desovar. Los huevos que cada hembra pone pueden variar mucho en número según las generaciones y aún dentro de la misma generación, pero el término medio es de 45 huevos cada hembra. La generación de invierno esto es: la que pasó el invierno como crisálida - siempre es pobre en su puesta y dá un término medio de 10 huevos por hembra. Esto es muy vantajoso porque reduce a un 25 por 100 el número de huevos y orugas a combatir si se comienza la labor a tiempo. Los huevos se colocan casi siempre en la cara inferior de la boja cerca de la axila en los durazneros jóvenes, en los de más de dos anos la puesta se hace en la cara superior o sobre las ramas lisas. E n general, la puesta se efectúa sobre las superfícies desnudas y no sobre las pubescentes o vellosas. Tienen aspecto de escama, circulares ó ovales, abultados en el centro y deprimidos en la periferia con la superfici cornada de rugosidades muy pequeñas; el color es blanco sucio, a veces algo irisado; su diámetro mayor es de menos de un milímetro (0.7 mm). El período de incubación dura pocos dias; 3 como mínimo a 9 como máximo, pero el étrmino medio es de 3 1/2 a 4 dias, notándose antes de la eclosión como un punto obscuro en el centro del huevo: es la cabeza de la oruga. La oruga recién nacida es m u y activa y recorre grandes distancias en relación a su tamaño buscando su alimento y e n t r a en el primer tejido vegetal apropriado que encuentra a su paso; aí se explica que se la encuentre indiferentemente en las ramas y en el fruto. Una vez llegada a su destino, la oruguita hila una envoltura sedosa m u y suelta alrededor de si misma para protegerse o quizás, más propriamente, para tener u n apoyo cuando hinca sus mandíbulas en la planta. Los primeros bocados no son ingeridos sino puestos a un lado y recién comienza a comer cuando su cabeza está profundamente hundida en el durazno o en la rama. Ne-
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INSETOS DO BRASIL cesita unas tres horas para penetrar totalmente. Su longitud va de 1 1/2 a 12 milímetros. En rodas sus mudas tiene boca masticadora, tres pares de patas torácicas y cinco pares de patas abdominales o falsas patas colocadas en los segmentos tercero, cuarto, quinto, sexto y último del abdomen. Durante su desarollo cambia cuatro a cinco veces de piel, estando
Fig. 225 - Asas de Grapholita molesta (Busck, 1916) (Grapholitidae) (Lacerda del.).
este número en relación inversa a la cantidad de alimento a su disposición. En todas ellas, excepto la última, es de color blanco, con la cabeza negra y placas torácicas y anal obscura; en la última muda es color rosado o rojizo. En el verano requiere 6 a 24 dias para completar su vida larval, el término medio es de 12 días; pero la última generación precisa mucho más: 50 a 120 días y a veces pasa todo el invierno en el capullo ai estado de oruga. Para crisalidar teje un capullo, para lo cual, antes de completar su desarrolo en el fruto o en la rama, se abre un camino de salida desde cuya terminación se suelta hacia el suelo mediante um hilo de seda o
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camina sobre el duraznero buscando un lugar apropriado. Las primeras generalmente tejen su capullo baio o al lado de algún objeto que se halle sobre el suelo, en tanto que las segundas lo tejen sobre el árbol. El capullo es sedoso com partículas de las sustancias circundantes y requiere 24 a 48 horas para su confección. Los del verano pueden tejerse en el mismo duraznero; en la axila de las hojas o ramas, baio la corteza, etc. Puede hacerse y es frecuente en las paredes de los envasses destinados al transporte de frutas, de ahí la prohibición del uso del "cajon frutero de retorno" o, lo que es lo mismo, el uso obligatório del llamado "cajon perdido". Tejidos los capullos, durante 3 ó 4 dias se sigue encontrando orugas en su interior pero luego se transforman en crisálidas que ai principio sou amarillentas para hacerse más tarde marrón obscuro. Como crisálida vive entre 7 y 13 días, con un término Fig. 226 - Extremidade posterior da lagarta de molesta (Busck, 1916) (De Balachowsky & medio de 9 días, aunque las Grapholita Mesnil, 1935, Ins. Nuis. Pl. Cultiv., fig. 132). que pasaron el invierno tienen un término medio de 27 dias con los limites máximo y mínimo de 51 a 17 días. E1 adulto con el cual termina el ciclo vital, es una pequena mariposa de unos 10-15 milímetros de expansion alar, de color general marrón-grisáceo (fusco) más o menos obscuro con algunas manchitas blancas muy pequeñas y muy distribuidas, que cuando se posa el insecto, semejan una banda oadulada eu la mitad del dorso. Las paras tienen delgados anillos blancos amarillento. Su vuelo es irregular, eu zig-zag. Viveu unos 14 ó 15 días y la hembra comienza a desovar a los 2-5 días de su nacimiento continuando su postura por 7 a 10 días. Eu resumen el ciclo vital requiere de 23 a 58 días y, en términos generales, puede decirse que hay una generación por mes, Como la temperatura y las lluvias influyen sobre la duración de los diferentes estadios, pueden presentarse distinto número de generaciones pero el término medio es de 4 ó 5. Para combatirla se debe recurrir a todos los medios empíricos posibles: destruccion de la fruta atacada y de las ramas, cepillado del tronco e incineración de los desechos y hojas que se acumulan al pie del árbol. Cuando apunten los primeros brotes del duraznero conviene recurrir al paradietorobenceno, usualmente conocido como PDB. Es una sustancia blanca, cristalina, insoluble en agua, característica por su olor parecido al éter y porque sus vapores irritan la mucosa nasal, tóxica para los insectos,
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pero inofensiva para el hombre y los animales domésticos. Sus cristales deben ser pequeños, del tamaño del azúcar granulado y estar desprovista de sustancias inertes o térreas. Hay que colocarlo alrededor de cada árbol, formando una corona de 3 a 4 centímetros de ancho y a una distancia de 3 centímetros del tronco, directamente sobre el suelo. Su uso está pres-
Fig. 227 - Galhos de pessegueiro com brotos e fôlhas atacados pelas lagartas de Grapholita molesta (De Goidanich, 1935, 1935, fig. 4).
cripto para todo duraznero de cuatro o más años, en los de menos tiempo no debe emplearse. La tierra no necessita ninguña preparación, excepto estar perfectamente limpia de malezas. Como evapora a la temperatura ordinaria sus gases al desprenderse matan las orugas o crisálidas que han invernado. Este tratamiento debe ser precoz y ahora tiene tiempo de realizarlo nuestros fruticultores."
OFILLA, em seu artigo, não trata dos parasitos do inseto observados na República Argentina. Sôbre êles, além dos vários trabalhos publicados nos Estados Unidos, deve ser consultada a contribuição de CRISTOBAL (1935).
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Recentemente (1940) BLANCHARD descreveu, com o nome Chaetolixophaga laspeyresiae, uma mosca da família Tachinidae, que parasita a lagarta de Grapholita molesta na Argentina. Anteriormente (1936), o mesmo autor, descrevera Calliephiatles argentinus (Hym. Ichneumonoidea), parasito da lagarta de Grapholita molesta. É interessante consignar que do genero Calliephialtes jà tinham sido descritas, tambem como parasitos de G. molesta, alem de C. grapholithae, 228 - Pêssego cortado e atacado C. benefactor Cushman, 1931 e C. las- Fig. por lagartas de Laspeyresia molesta (De Lepage & Fadigas, 1944, fig. 2). peyresiae (Uchida, 1932).
139.
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140. Gymnandrosoma aurantianum Costa Lima, 1927 (figs. 229-231). BONDAR (1915 - Pragas das laranjas e outras Aurantiaceas) foi quem primeiro observou o inseto, em S. Paulo, atacando laranjas. Determinou-o, porém, como Tortrix citrana Fernald.
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E m 1928, obtendo alguns exemplares de laranjas colhidas no D i s t r i t o Federal, descrevi-o com o nome que tem hoje. HAMLETON, em Minas Gerais, verificou que o Gymnandrosoma aurantianum ataca também, além dos frutos da laranjeira, os de lichia (Nephelium litchi).
Fig. 229 - Gymnandrosoma aurantianum Costa Lima, 1927 (X 4) (Grapholitídae, Lacerda fot.).
O inseto talves também se encontre na Argentina, conforme assinalou SCHULTZ em artigo que passo a transcrever na integra. LA MARIPOSA DE LAS NARANJAS (GYMNANDROSOMA SP.) Durante los meses de marzo y abril del ano 1937, hemos observado en una plantación de citrus situada en las inmediaciones de la Quebrada de Lules, y e n o t r a ubicada en el D e p a r t a m e n t o de Chicligasta, la caída prematura de un cierto porcentaje de frutas, especialemente de las mandarinas, a cuyo fenómeno hemos hecho referencia en la Memoria Anual de la Estación Experimental del ano mencionado. La caída prematura de esas frutas fué motivada por el ataque de la larva de u n insecto que habia perforado la cáscara de las mandarinas y en algunos casos las de las naranjas, alimentándose luego de su carne o de su pulpa. De las frutas así enfestadas, hemos criado en el insectario de esta Estación los insectos adultos, los que resultaron ser pequenas mariposas de hábitos nocturnos, de color oscuro y dificilmente distinguibles entre el follaje de los frutales. Debido a su gran simulitud con Tortrix citrana, que infestó las quintas citricas en Estados Unidos de Norte América y lo cual fué presenciado por el autor, hicimos referencia a este enemigo nuevo de las quintas
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tucumanas bajo este nombre. A raiz de las nuevas investigaciones hechas últimamente, h a sido establecida la identidad del insecto como una especie de Gymnandrosoma, probablemente G. aurantianum Costa Lima. E1 insecto adulto, es decir la pequena mariposa, es parecida a la conocida polilla común, que destruye artículos fabricados de lana, pero de un color más oscuro y tiene de 10 a 12 milímetros de largo, con sus alas plegadas. La hembra tiene las alas un poco más oscuras que las del macho, con u n a m a n c h a caracteristica de color marrón claro, cerca de la orilla exterior de las alas. Las escamas de las alas son de diferentes colores, los que forman una combinación que permite a los insectos adultos, escapar fácilmente de la vista del hombre y de sus demás enemigos, porque con las alas plegadas, la mariposa finge representar un pedacito da cáscara seca. E1 color básico es gris claro, sobre el cual se distinguen, entremezclados, los colores gris escuro, marrón, negro y salmón anaranjado, dispuestos en tal forma, que hacen un conjunto armonioso y atrayente observado con la lupa de aumento. La cabeza copetuda es de color anaranjado. La Gymnandrosoma se reconece fácilmente por su corcova característica. Con las alas abiertas para el vuelo, mide 18 milímetros de p u n t a a punta. La larva inmediatamente antes de transformarse en crisálida, alcanza un largo de 15 milímetros y un ancho de 2 milímetros, pero en las frutas recién invadidas se observan las larvas de un largo mucho más reducido, midiendo de 4 a 6 milímetros. Muchas de las frutas se desprenden de los árboles, cuando la larva se encuentra todavia en el interior de la cáscara, es decir sin haber penetrado en la pulpa misma. E n erecto, parece que las larvas jóvenes, no solamente prefieren alimentarse de la parte blanca, esponjosa de la cáscara, sino que en esas frutas sin madurar, la acidez pronunciada de la pulpa las molesta y perjudica, ocasionando a veces la muerte de las larviras. Las frutas parecen desprenderse entonces de las ramas, más por el erecto de la infestación originada por los hongos y bacterias que entran a la fruta por la perforación efectuada por la larva, que por el efecto directo de la pequena perforación, relativamente superficial que causa la larva. Varios hongos, principalmente el Penicillium y ciertas bacterias, originan la decomposición de la parte de la fruta inmediata al tunel cavado por el insecto, por cuyos efectos la pulpa de la fruta, entrando en estado de decomposición pierde gran parte de su acidez, lo que aprovecha la larva para entrar más profundamente en esa parte putrefacta de la fruta, llegando recién entonces al centro de ella, y hemos encontrado ejemplares ya bastante desarrollados de la larva, alimentándose del interior de las semillas. Esto parece indicar que la larva de esta mariposa prefiere una alimentación de mayor consistencia a medida que se desarrolla. A pesar de que hemos observado en algunos casos los cascos de las crisalidas y a desocupados sobresaliendo con las dos terceras partes de
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su largo sobre la supeficie de la fruta atacada, los ejemplares observados en nuestros insectarios han salido casi invariablemente del interior de las frutas, transformándose en crisálidas en los costados de madera de las
Fig. 230 - Asas de Gymnandrosoma aurantianum, a inferior é do macho (Lacerda del.).
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INSETOS DO BRASIL jaulas saliendo de ellas las mariposas adultas en el transcruso de 12 a 20 dias, según la temperatura del ambiente. Ignoramos en estos momentos la clase de alimentos que acostumbra ingerir la mariposa, pues los ejemplares criados en nuestro laboratorio no han tomado alimento alguno, negándose a probar la alimentaeión que en forma de jugo de frutas y de frutas partidas les hemos ofrecido. Por otra parte, no hemos observado en este tiempo plantas en estado de floración en las quintas infestadas, de modo que los insectos aduttos posiblemente deben cubrir distancias considerables si es que acostumbran alimentarse del nétar de ciertas flores silvestres. Estamos estudiando en la actualidad la biologia de este insecto perjudicial, que este ano se ha propagado en una forma que causa la alarma justificada de muehos de nuestros citricultores. En el curso del ano agricola 1938-1939, las quintas citricas más cercanas a las faldas de nuestras serranias, han sufrido más intensamente por los ataques de esta mariposa de la fruta, y esto se explica si tomamos en consideración la circunstancia de haber encontrado las frutas de los naranjos silvestres en nuestros montes infestados por las larvas de este insecto, el que posiblemente ha venido criándose en las frutas que con tanta abundancia producen los naranjos agrios en nuestras selvas subtropicales. Posiblemente han sido dominadas durante muchos anos por algún-enemigo o enemigos naturales desconocidos o por los pájaros insectivoros que buscan las larvas en la carne de las frutas en estado de descomposición parcial y que comeu además las mariposas adultas. A medida que las quintas citricas se alejan de la región del pie de nuestras serranias, disminuye la intensidad de la infestación y en muchas plantaciones de citrus, en plena produción, a bucha distancia de los certos, no se ha notado la presencia de esta nueva plaga de los citrus. Mientras que en el ano 1938, solamente hemos encontrado una o otra fruta atacada por este insecto y la primera invasión durante el ano 1937 había quedtado limitada a muy pocas quintas en nuestra Província, la plaga ba sido observada durante el mes de marzo y en abril de 1939 eu forma bastante severa. Además los ataques no han sitio limitados a las mandarinas y a las naranjas, sino que se encuentran igualmente infestados los limones, los pomelos y las limas. No es nuestra inteneión alarmar indebidamcnte a nuestros citricultores, sino más bien ponerlos alerta, con el fin de que por una acción enérgica y con la colaboración de todos, sea factible reprimir la plaga y evitar su propagacion excessiva en el futuro. Puestos que no se conoce todavia la biologia completa del insecto, no podemos recomendar la adopción de métodos curativos contra la plaga. Las pulverizaciones de los frutales citricos en producción, aun en el caso poco probable de que el insecto en su estado larval se alimente
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de más que una proporción insignificante de las partes superficiales de la cáscara de la fruta y de las hojas, no son aconsejables y una pulverización con un insecticida estomacal a base de arsenicales, resultaria contraproducente, por la razón de que estas soles afectan desfavorablemnte la calidad de la fruta de los árboles así tratados, ya que las naranjas se vuelven insípidas y carentes del ácido cítrico que les proporciona su gusto característico y agradable. Las pulverizaciones con insecticidas de contacto, tampoco darian resultados, porque los remedios dificilmente, y solamente en aislados casos, entrarian en contacto con los insectos adultos o con las larvas. La Estación Experimental está empeñada en encontrar algun enemigo natural de esta peligrosa plaga nueva, para crialo en nuestro insectario y proceder luego a sua repartición en las quintas afectadas. Hasta que consigamos este propósito solamente podemos recomendar a todos los proprietarios de las quintas infestadas que recojan toda la fruta caída, por cualquier motivo, como también las frutas visiblemente atacadas todavia en los frutales y enterrarlas en rosas de buena profundidad, cubriendo las frutas con un mínimo de 40 a 60 centímetros de tierra pisoneada. La gravedad del problema está evidenciada por el ejemplo de una quinta de 2.000 árboles en el segundo año de su produción, eu la cual han caído en el curso de tres a cuatro semanas más de 30.000 frutas, con la probabilidad de perder de 15.000 á 20.000 frutas más ya visiblemente infestadas sobre los frutales. Así pues es indispensable que todos los citricultores cooperen concienzudamente en la destrucción de rodas las frutas caídas, reduciendo así la probabilidad de una infestación más virulenta en el próximo año. Algunas personas han confundido los perjuicios actualmente causados por esta mariposa, con los daños originados por la mosca de la fruta, es decir, la Anastrepha. Es muy fácil diferenciar entre las frutas atacadas por la mariposa nueva y las atacadas por la mosca, pues mientras que la mosca adulta pone su huevo debajo de la superfície de la cáscara, donde recién nace la larva, cerrándose mientras tanto en forma más o menos completa la perforación realizada por la flecha del ovipositor de las moscas, las perforaciones causadas por la larva de la mariposa en la cáscara y a través de ellas quedan abiertos en la gran mayoria de los casos, alcanzando el diámetro del agujeiro, o sea la entrada al túnel, en el cual se esconde la larva de la mariposa, a medio milímetro y hasta 2, 5 milímetros. En otros casos, la entrada al túnel queda cerrada con una gota de un liquido que frecuentemente se endurece, formando entonces un globulito de goma de forma esférica o achatada, de color amarillento o ambar, translúcido, parecido a las exudaciones que aparecen en la corteza de los árboles atacados por la "gomosis". En muchas perforaciones superficiales, la cáscara esponjosa blanca de alrededor de las mismas, cambia a un color rosado claro o subido, originado por las infestaciones de los hongos.
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La larva de la mariposa es también muy diferente a la larva de las Anastrephas, pues en vez del color amarillento pálido de la larva de la mosca, aquélla es de color blancuzco ceniciento, con ocho líneas longitudinales de puntos negros dispuestos simétricamente sobre el dorso y los costados del cuerpo, llevando una cerdita blanca transparente, fácilmente visible conel uso de una lupa de aumento. La cabeza de la larva de la mosca es puntiaguda y en ella se distino guen las mandíbulas de color negro. Le faltan las patitas, de las cuales la larva de la mariposa lleva tres pares, puntiagudos en los primeros tres segmentos de su cuerpo, provistas de pequeñas garras y dispuestas en dirección hacia adelante. La larva de la mariposa emplea estas garras para penetrar por la pulpa de la fruta ayudada por cuatro pares de "patas larvales" y de "cremastero". La cabeza de la larva de la mariposa es de forma bien pronunciada, y de color marrón claro, abrillantado. En su
Fig. 231 - Genitalia de Gymnandrosoma aurantianum (Lacerda fot.).
parte delantera se encuentra el órgano hilador, con cuyo medio la larva no solamente hila y teje la envoltura protectora de su crisálida, sino que le permite bajar también con su hilo sedoso de la fruta cuando la larva sale de ella. Los daños causados durante los meses del otoño a las frutas cítricas por la mosca de la fruta, son siempre de cierta consideración, pero no son ni aproximadamente tan graves, y las frutas no caen en tanta abundancia en las quintas cercanas a la falda de nuestras serranías, como en el caso de los ataques provocados por la mariposa en este año 1939. Para terminar, expresamos nuestra opinión que los daños causados por este insecto se limitan a las proprias quintas afectadas o as de los
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353
vecinos, porque debido a que en todos los casos la fruta infestada cae de los árboles mucho tiempo antes de su maduración, no existe la possibibilidad de que las frutas infestadas por el peligroso insecto sean cosechadas para la venta y mandadas a los mercados de otras províncias, en cuya forma queda excluída la probabilidad de la infestación de otras regiones citrícolas lejanas, por el envío de la fruta enferma. La Gymnandrosoma parece atacar también a otras frutas y en el mes de septiembre de 1939 ha logrado criar un ejemplar adulto de una larva encontrada en una fruta de chirimoya procedente del Departamento de Orán, Provincia de Salta. En este caso la larva no se había alimentado de la pulpa sino del interior de una de las semillas de la chirimoya, la cual había devorado en su mayor parte antes de transformarse en crisálida." Espécie recentemente
extremamente estudada
por
próxima
à
G.
FENNAH
aurantianum
(1942)
e
que
é
a
que
também
foi ataca
laranjas em Dominica. FENNAH verificou que as frutas de uma Sima-
(Simaruba
rubacea Observou espécie
de
também
amara)
são
que
lagartas
Bassus
as
(Hym.
os
hospedadores são
naturais
parasitadas
por
do uma
inseto. nova
Braconidae).
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Família P H A L O N I I D A E 1
(Lozoperidae Wilkinson, 18592; Conchylidae Smith, 18913; Phaloniadae Meyrick, 1895; Commophilidae4, de alguns autores) 142. Caracteres. - Antenas ciliadas nos machos; ocelos, quando presentes, pequenos; espiritromba fraca ou ausente; palpos labiais moderados ou longos, com o 3 ° segmento longo e porreto, semelhantes em ambos os sexos. Asas anteriores com R5 um tanto aproximada de R 4 na origem, terminando na margem externa ou na costa; Cu 1b partindo obliquamente da célula e não muito longe do ângulo; Cu2 (1ª A) ausente. Nas asas posteriores R e M aproximadas ou em forquilha na base; M2 presente, mais próxima de M3; 1 A + 2 A com forquilha distinta na base. Além dêstes caracteres, há a referir o seguinte, citado por FORBES (1930): "A more convenient character is often the resting position. In this family the apex of the fore wing, beyond the cell, is strongly bent down, leaving a transverse hump at the end of the cell, and the bent portion is concave or even plaited at the middle, giving the resting moth a humped appearance." Família com maior número de espécies do gênero Phalonia Hübner, em grande parte da região paleártica, porém com representantes na América do Sul. As lagartas ou são brocas de plantas herbáceas ou destroem botões florais e frutos. A família Phaloniidae pertence uma das mais conhecidas pragas da videira em quase tôda a a Europa, a Clysiana ambiguella (Hübner) (= Conchylis ambiguella), tambem encontrada na Asia Menor, na India e no Japão. Nada se sabe respeito à espécies de Phalonia Hübner ou de outros gêneros existentes em nosso território. 1 De 2 De 3 De 4 De
(phalos), brilhante, claro, polido. (loxos ), oblíquo, (peras), fim, término. (conchyle ), concha. (commos ), ornamento; (philos), amiga.
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143. B i b l i o g r a f i a . BUSCK, S. 1935 - A generic revision of the family Phaloniidae with descriptions of two new genera and one new species. Bull. S. Calif. Acad. Sci., 38:98-111, 5 ests. Família C A R P O S I N I D A E 1
144. Caracteres. - Antenas dístintamente ciliadas no macho; sem ocelos; espiritromba fraca; palpos labiais dimórficos: nos machos curtos, recurvados, com o 2° segmento densamente escamoso em baixo, nas fêmeas longos e com o 2° segmento liso em baixo; em ambos, porém, o 3° segmento é curto. Asas anteriores apresentando tufos de escamas erectas; R 5 , n a origem, l a r g a m e n t e s e p a r a d a de R 4 e terminando na margem externa; Cu 1b (Cu2) p a r t i n d o da célula perto do ângulo e em ângulo quase reto; Cu2 (1 ª A ) ausente; anais e m forquilha. Asas posteriores com M 1 g e r a l m e n t e a u s e n t e ou vestigial, q u a n d o presente, paralela a Rs; M 2 ausente. Família representada por cêrca de 130 espécies, da Austrália, do Hawaii e do Japão; com alguns representantes americanos. As lagartas vivem geralmente em frutas; algumas, porém, alimentam-se de fôlhas, brotos ou casca das plantas; foram assinaladas t a m b é m outras, c o m h á b i t o s galícolas. 145. B i b l i o g r a f i a . MEYRICK, E. 1913 - Fam. Carposinidae, in Lepid. Catal., 13: 8p. 1922 - Fam. Carposinidae, in Gen. Ins, 179:10p., 1 est. color. PHILPOTT, A 1928 - The male genitalia of the New Zealand Carposinidae. Trans. N. Z. Inst.. 59:476-480, 11 figs. Superfamilia PTEROPHOROIDEA (Pterophoroidea Tillyard, 1926)
146. Divisão. - Vários autores não separam os Microlepidopteros reunidos nesta superfamília dos que constituem a superfamília seguinte (Pyralidoidea) e com os quais realmente tem grandes afinidades. 1 De
(carpos), fruto.
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Todavia, como quase todos os Pteroforídeos t ê m asas mais ou menos divididas em tiras e apresentam a nervura Cu2 (1 ª A ) na asa anterior, caracteres êstes raramente observados nos Piralídeos, não há inconveniente em isolá-los em superfamília à parte, compreendendo, além dos Pteroforídeos, representados pelas familias Pterophoridae, Oxychirotidae e Agdistidae, os Orneodideos. N a s espécies de A g d i s t i d a e , encontradas nas regiões paleártica e etiópica, as asas são inteiras ou com fraca Fig, 232 - Trichoptilus sp. (Pterophoridae) (J. Pinto fot.) reintrância. Em Oxychirotidae, da região australiana, as asas posteriores, como as anteriores, são divididas em duas plumas. As famílias Pterophoridae e Orneodidae, com representantes brasileiros, fàcilmente se distinguem, pois, em Peterophoridae, as asas anteriores são geralmente divididas em duas tiras (raramente 3) e as posteriores em 3 (raramente 4); em Orneodidae cada uma das asas é constituída, pelo menos, por 6 peças plumiformes.
Família P T E R O P H O R I D A E 1 (Pterophoridae Zeller, 1841) 147. Caracteres. - Microlepidopteros de corpo delicado, elegante, porém de coloração pouco vistosa, pálida, acinzentada ou pardecenta, com máculas escuras ou brancas. Antenas nos machos mais longamente ciliadas que nas fêmeas; ocelos raramente distintos; espiritromba bem desenvolvida; palpos maxilares obsoletos; labiais de comprimento variável. Pernas muito longas, finas, providas de conspícuos esporões tibiais. Asas t a m b é m 1 De
(pterophoros), que é portador de asas.
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muito alongadas, porém recortadas em tiras ou lóbulos dactiliformes; a s p o s t e r i o r e s , g e r a l m e n t e m a i s p r o f u n d a m e n t e q u e as a n t e r i o r e s , e m 3 t i r a s ( r a r a m e n t e 4); as a n t e r i o r e s e m 2 ( r a r a m e n t e 3); Cu 2 , n a s a s a s a n t e r i o r e s , s e m p r e p r e s e n t e , pelo m e n o s n a p a r t e d i s t a l .
Fig. 233 - Asas de Pterophorus sp. (Pteroplloridae) (Lacerda del.).
148. Hábitos. - Voam ao crepusculo ou á noite; algumas espécies, porém, são diurnas. Em repouso, ficam com as pernas e as
Fig. 234 - Pele da lagarta de Trichoptilus sp., exemplar da fig. 232. (Lacerda fot.).
asas estiradas, estas perpendicularmente dispostas em eixo-longitudinal do corpo. Ovos ovais e lisos, de tipo achatado. Lagartas robustas, geralmente de côres crípticas, predominando
relação
ao
relativamente o cinzento
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ou o verde, providas de pernas abdominaes tubulares, alargadas na parte apical, revestidas de cerdas mais ou menos alongadas com dilatação apical de tipo glandular, isoladas ou inseridas em tufos, em tubérculos pilíferos. Crisálidas pilosas, do tipo das pupae incompletae, quanto ao número de segmentos livres; como as das borboletas, geralmente suspensas por u m cremaster à planta suporte, as vêzes protegidas por caFig. 235 - Genitália de Platyptilia sp. (Pterophosulo rudimentar. ridae) (Lacerda fot.). A família compreende cêrca de 450 espécies, encontradas tanto nas regiões temperadas, como nas tropicais, em geral, porém, de pouca ou n e n h u m a importância econômica. Há tempos observei uma espécie de Trichoptilus Watsingham (figs. 232-234), muito próxima de Trichoptilus defectalis (Walker, 1864), cujas lagartas, às vêzes, danificam consideravelmente a Nictaginacea medicinal, v u l g a r m e n t e conhecida pelo nome " h e r v a tostão" (Boerhavia hirsuta).
Família ORNEODIDAE1 (Orneodidae Meyrick, 1895) 149. Caracteres. Microlepidópteros fácilmente reconhecíveis pelo aspecto característico das asas, inteiramente divididas, pelo menos, em 6 plúmulas, que se dobram como varetas de leque ao longo do corpo, quando o inseto pousa. 1
De
(ornis);
(eidos), forma, aspecto.
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Antenas filiformes, fracamente ciliadas no tintos. Espiritromba bem desenvolvida. Palpos
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macho. Ocelos dismaxilares obsoletos;
labiais longos e porretos. Tíbias com longos esporões. As lagartas, relativamente robustas, pouco pilosas e ágeis, são geralmente brocas caulinares; algumas atacam florais; outras vivem em cecidias. As crisálidas, de tipo das pupae obtectae, encontram-se perfície do solo, dentro de casulos constituidos por ténue de seda e partículas de terra.
muito botões na sucamada
Pequena família constituida por cêrca de 100 espécies do gênero
Orneodes Latreille, formando um grupo de Microlepidópteros inteiramente isolado dos demais. Nada se sabe relativamente à etologia das nossas espécies, nem mesmo de Orneodes eudactyla (Felder, 1895), ou de Paelia lunuligera Walker, 1866, das mais frequentemente encontradas.
150. Bibliografia. BARNES, W. & A. W. LINDSEY 1921 - The Pterophoridae of North America. Contrib. Nat. Hist. Lepid. N. Amer., Decatur, Illinois, 4:281-452. FLETCHER, T. B. 1910 - The plume-moths of Ceylon. Part. I. The Pterophoridae. Spolia Zeylan., 7:1-39, 5 ests., 1 mapa. 1910 - The ptume-moths of Ceylon. Part. 2. The Orneodidae. Spolia Zeylan., 7:150-162, 2 ests. 18 figs. 1926 - On the Walker's types of plume moths in the National Collection: redescriptions and notes. Trans. Ent. Soc. London (1925): 599-639, 23 figs. LINDSEY, A. W. 1924 - Trichoptilus pygmaeus Wlsm. and the neuration of the family Pterophoridae. Demis. Univ. Bul. Granville, 20:187-192, 1 est., 2 figs. MEYRICK, E. 1910 - Fam. Orneodidae, in Gen. Insect., 108, 4p. 1910 - Pterophoridae, Orneodidae, in Lepidopt. Catal., 17:44p. Mc DUNNOUGH 1920 - Notes on the larvae and pupae of certain Pterophoridae species. Canad. Ent., 52:87-93, 4 figs. PHILPOTT, A. 1928 - The maIe genitalia of the New Zealand Pterophoridae. Trans. N. Z. Inst., 59:645-649, 12 figs.
ÍNDICE
Abacate, 266 Abacaxi, 156 ABBOT, C. E., 92 Aboboreira, 323 Abutilon tiubae, 282 ACQUA, C., 73 Acraga flava, 184 Acraga melinda, 184 Acragidae, 180 Acrocercops, 242 Acrocercops helicometra, 241, 242 Acrolepia, 317 Acrolepidae, 196, 293, 517 Acrolepiidae, 317 Acrolophidae, 47, 195, 200, 210 Acrolophus, 210, 211 Acromyrmex, 224 Actinote, 156 Aculeatae, Tineoidea, 146 Adela, 147 Adelidae, 146 Adeliformes, 146 Adelinae, 146 Aegeriidae, 47, 196, 199, 320 Aegerina vignae, 323 Agdistidae, 356 Ageronia, 32 Aglaope infausta, 162 Agonoxenidae, 196 Aididae, 160 Aidos amanda, 172 Ailanthus, 313 Alabama argillacea, 10, 11, 63
Alarodia, 183 ALBERS, T., 94 Algodoeiro, 147, 278, 302, 303 ALLEN, H. W., 345 ALLMAN, S. L., 94, 338 ALMEIDA, O. de, 191 ALVARENGA, Z. DE, 118 AMARAL, J. F., 299 Ameixieira, 269 Amendoim, 273 Amorbia catenana, 328 Amphiteridae, 196 Amydriinae, 195, 216 Anacampsis, 296, 297 episema, 297 Anastrepha, 351 Anatomia externa, 8 Anatomia interna, 29 Anchimachaeta, 313, 314 ANDERSON, A., 91 ANDRADE NAVARRO DE, 138 Animula basinigra, 187 Anisoneuria, 134, 138 Anomologidae, 326 Anomosetidae, 136 Anona, 262 Anthophora, 218 Antipolistes, 216 anthracella, 216, 219 Antistarcha binocularis, 273 Apanteles, 179 Aparelho circulatório, 31, 82 Aparelho digestivo, 29, 51, 73
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Aparelho reprodutor, 32, 94 Aparelho respiratório, 31, 52, 79 Aphelosetiadae, 246 Aphelosetiidae, 246 Apodidae, 173 Arachis hypogea, 273 ARANDA, R. J. A., 345 ARAUJO, A. A. DE, 193 Arbelid:te, 150 Archilepidoptera, 134 Archips, 327 Arctiidae, 50 ARES, N. S., 10, 77 ARERNOWNA, H., 79 Argyresthia, 203, 317 Argyresthiidae, 196, 203, 316 Argyrotaeniu citrana, 328 Argyrotipidae, 150 Aristida, 193 Arrhenophanes perspicilla, 206, 207, 208, 209 Arrhenophanidae, 160, 195, 200, 206 Asas, 17, 67 Ashinagidae, 196 Assobieira, 213 Atriplex lampa, 274 Atta sexdens, 224 Attalea, 302 Atteriidae, 328 Atteva, 513 punctella, 312 pustulella, 313 Attevidae, 312 ATTIA, R., 298 Atticonviva eidmannella, 224 Atychidae, 196, 310 Atychinae, 310 Audição, 92 AUTUORI, M., 235, 291 Auximobasis, 256, 257, 258 coffeaella, 257, 258 Azelina, 27 AYYAR, F. V. R., 120 BABERS, F. H., 74, 82
Baccharis pingrea latifolia, 258 subulata, 274 BACK, E. A., 276, 277 BAERG, W. J., 118 BAIER, L. J., 92 BALACHOWSKY, A., 314, 328, 338, 341, 343 BALBIANI, E. G., 33, 34, 35,98 Balbis, 333, 335, 336, 537 BALDUF, W. V., 57, 120 BALLOU, H. A., 286 BALTZER, F., 101. Bananeira, 154, 156 BAR, C., 79 Barba de bode, 193 BANE, C. O., 319 BARNES, W., 127, 359 BARTH, C., 89 BARTH, R., 113 BASINGER, A. J., 257, 328 Bassus, 353 BATAILLON, E., 98 Batatinha, 290, 291 BATES, H. W., 41, 72 Batrachedra, 302 perobtusata, 302 BAU, A., 87 BAYARD, A., 67, 94 BECKER, E., 88 BEDEHA, 228 BEER, S., 105 BEIER, M., 135 BEIRNE, A., 94 BEMMELEN, F. J. VAN, 67, 101 BENANDER, P., 274 BENEDICENTI, A., 85 BERCE, 36 BERG, C., 79, 127, 185, 188, 189, 190, 195, 319, 332, 338 BERIO, A., 94 BERLESE, A., 54 BESSELS, E., 95 BETHUNE-BAKER, G., 95 BEUTENMULLER, W., 524
ÍNDICE
BEYER, G. E., 118 BEZZI, M., 180, 185 Bicho cigarreiro, 193 Bicho de cigarro, 193 BICKLEY, W. E., 85 Bicruciosturmia bicrucis, 180 BIEBUYCK, A., 193 BIEZANKO, C. M. DE, 128 BINDRA, S. J., 287 Biologia (trabalhos gerais), 127 BLANC, L., 53, 85, 115 BLANCHARD, E., 179, 190, 345 Blastobasidae, 196, 201 Blastobasis, 258 BLAUSTEIN, W., 105 BLEYER, J. A. G., 118 BODENSTEIN, D., 105 BODINE, D., 113 BOEHM, L. K., 87 BOEHMEL, W., 74 Boerhavia hirsuta, 358 BOERNER, C., 128 Bombycoidea, 143 Bombyx mori, 26, 30, 33, 34, 59, 40, 41, 42, 43, 53, 63 BONDAR, G., 221,241,242, 269,271, 273 274, 298, 299, 302, 319, 323, 324, 346 BORCHERT, A., 106 BORDAS, L., 74, 78, 83, 114, 299 Borkhausenia, 249 BOTKE, T., 67 BOUNHIOL, J. J., 106 BOURQUIN, F., 157, 166, 173, 253, 274; 296, 519, 329 BOVEY, P., 101 BOX, H. E., 235 BOYÉ, R., 20, 118 Bracatinga, 151 Brachymeria pseudovata, 191, 266 BRANDT, E., 85 BRANDT, H., 116, 125 Brassolis, 58 BRAUN, A. F., 68, 148, 205, 242, 275 BRAUN, W., 68, 106 BRECHER, L., 68, 82, 116
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BRÈTHES, J., 190, 193, 194, 212, 213, 214, 215, 253, 258, 259, 319, 322, 324 BRETSCHNEIDER, F. R., 85 BREVER, A., 128, 157 BRIGHAM, W. T., 345 BRINDLEY, F. A., 106 BROCHER, F., 31, 82 BROCHERT, A., 74, 114 BROWN, F. M., 74, 128 BRUAND, T., 193 BRUCH, C., 148, 151, 152, 324 Bruchiana cassiaella, 274 Bruchobius brasiliensis, 214 BRUES, C.T., 57, 74, 88, 121 BRUNER, C., 235 BRYK, F., 164 Bucculatrigidae, 227,228 Bucculatrix, 227, 228, 235 pomifoliella, 228, 233 BUCHANAN WHITE, 26 28 BUCHMANN, W. W., 74 BUDDENBROCK, W. VON, 106, 123 BUGINI, F., 98 BURGEFF, H., 164 BURGER, D., 85 BURGESS, E., 29, 82, 114 BURMEISTER, C. H. C., 128, 148, 181 BURROWS, C. R., 193 BUSCK, A., 59, 95, 121, 126, 129, 203, 206, 208, 217, 219, 224, 247, 253, 258, 259, 269, 271, 274, 275, 278, 279, 285, 301, 302, 305, 323, 324, 327 279, 286, 301, 302, 305, 323, 324, 327, 329, 355, BUSNEL, R. G., 114 Butalidae, 314 BUTLER, A. G., 143 BUXTON, P. A., 85 BYTINSKI-SALZ, H., 95, 101, 106 Cacoecia rosana, 325 Cafeeiro, 228, 269 CAFFREY, D. J., 118 Cajueiro, 273 CALDAS, D., 285
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Calliephialtes argentinus, 345 benefactor, 345 grapholithae, 345 laspeyresiae, 345 Callimome alegrensis, 214 CAMPBELL, F. L. 107 CAMPOS, F., 128 Cana de açucar, 156, 248 CANDURA, G.S., 277 Capua, 332 CARDOZO, A., 229 Carica papaya, 221 CARNEIRO, J. G., 299 Carolana, 249 CARPENTER, G. D.H., 72 Carpocapsa, 336, 337, 338 pomonella, 331, 333, 337, 340, 341 Carpolonchaea pendula, 296 Carposinidae, 326, 355 CARTER, R. H., 340 CARVALHO NETTO, J. A., 237, 333 CASPARI, E., 68, 101, 109 Cassia, 332 aphylla, 274 fistula, 237 imperialis, 238 Castela erecta, 313 Castnia, 155, 157 Castnia (Bysandisia) josepha, 153 Castnia (Cabirus) linus heliconioides, 156 Castnia (Herrichia) acraeoides, 156 Castnia icarus, 157 Castnia licus, 155, 156 Castnia (Orthia) therapon, 153, 154, 157 Castniidae, 155 Castnioidea, 140, 152 CATTIE, J. T., 85 Cayaponia fissifolia, 325 Cecidolechia maculicostella, 253 Cecidopimpla ronnai, 214 Cecidoses eremita, 212, 213, 214 Cecidosidae, 195, 200, 212 Cemiostomidae, 227
Cerconota anonella, 260, 261, 262, 266 Chá 250 Chaetolixophaga laspeyresiae, 345 Chalcosidae, 160 Chapeo armado, 170 CHAPMAN, F. A., 68 Charideidae, 160 Chauliodidae, 315 CHITTENDEN, F. H., 305 Chlidanotidae, 326 Chloropleca, 216 CHOLODKOWSKY, N., 78 Choreutidae, 308 Choreutinae, 309, 310 Choreutis, 308, 309 CHORINE, V., 125 CHRISTELLER, E., 101 CHRISTENSEN, P. J. H., 106 Chrysopeleiidae, 246 Chrysopolomidae, 160 Chrysotypidae, 150 Circulação, 82 Citrus, 183, 184, 244 CLARK, A. H. 74, 89, 121 CLARKE, J. F. G., 125, 240, 255 CLAVSEN, C. P., 57, 243, 244 CLEAR, Jr., L. D., 124 CLEMENS, B., 203 Closterocerus coffeellae, 233 Clysiana ambiguella, 354 Cochlididae, 173 Cochlidiidae, 173 Cochlidionidae, 173 Cochliopodidae, 173 COCKAYNE, E. A., 37, 68, 101 COCKIBILL, G. F., 125 Cocos, 362 COLE Jr., A. C., 126 Coleophora, 245, 246 fletcherella, 246 Coleophoridae, 195, 199, 244 COLLENETTE, C. L., 123 COLLINS, D. L., 88 Coloração, 67 Commophilidae, 354
ÍNDICE
COMSTOCK, J. H., 23, 24, 25, 65, 128, 134 COMSTOCK, W. P., 128 Conchylidae, 354 Conchylis ambiguella, 354 CONTE, A., 106 COOK, M. H., 101 COOK, W. C., 121, 126 Copiopteryx, 15 Copromorpha, 311 Copromorphidae, 196, 201, 311 Coptodisca splendoriferella, 246 Coptotelia, 248 CORBET, A. S., 143 Cordia multispicata, 138 Cornalia, 34 Cosmopterygidae, 300 Cosmopteryx, 302 Cossida, 148 Cossidae, 148, 150 Cossina, 148 Cossites, 148 Cossoidea, 139, 148 COTTON, R. T., 277 COTT, H. B., 19, 72 COUPIN, H., 64 Couve, 318 CRAMER, P., 128 CRAMPTON, G. C., 104 CRESCITELLI, F., 80, 106 Crisalidas, 58 CRISTOBAL, 344, 345 CRIVELLI 34 CROWELL, H. H., 74 CROWELL, M. F., 80, 122 CROZIER, W. J., 82 CRUZ, H. M. DA, 295 Cryptophasidae, 196, 260 Cryptótheles brasiliensis, 193 Cryturopsis bilineatus, 179 Cucurbita pepo, 323 CURTIS, J., 212, 213, 215 Cyclotornidae, 326 Cycnodiadae, 246 Cycnodiidae, 246 Cycnodioidea, 195
365
Cydia molesta, 340 Cydia pomonella, 333 Cymotricha, 272 Dalaca, 136, 137 Dalceridae, 160, 161, 180 DALLA TORRE, K. W. von, 152, 157, 195, 324 DALLAS, E. D., 118 D'ALMEIDA, R. F., 121, 132, 143, 157 DAMPF, A., 99, 116, 152, 193, 203, 271, 332 Datura, 293 DAUBERSCHMIDT, K., 75 DAWSON, R. W., 106 DAI, M. F., 88 DEBAISIEUX, P., 91 Decatoma eecidosiphaga, 214 DEEGENER, P., 90, 93, 116, 123 DELACROIX, 229, 231 DEMOLL, R., 88 Dendroneura, 216 sacchari, 223 Dendroneurinae, 216 Depressaria gossypiella, 278 Depressariidae, 248 Desenvolvimento, 165 DETHIER, V. G., 66, 87, 90, 91, 114, 121 DETWILLER, J. D., 84 DEWlTZ, J., 68 DIAKANOFF, A. 221, 225 Dichomeridae, 272 DICKENS, G., 90 DICKMAN, A., 75 Dicranoctetes angularis, 247 Dicranoses capsulifex, 274 DIETZ, W. G., 225, 259 Digestão, 73 Diplosaridae, 196 Dimorfismo sexual, 34, 98 Diogas curassavica, 29 DITMAN, L. P., 75 DIXEV, F. A., 68 DOGNIN, P., 143 DOLLEY, W. L., 40, 123 Donacevola saccharella, 247
366
INSETOS DO BRASIL
DORFMEISTER, 36 DOTTERWEICH, H., 85 Douglasidae, 195, 199, 248 DOUX, C. LE, 95 DOWNES, J. A., 125 DRAKE, C., 322, 524 Drepanidae, 47 Drepanoidea, 142 DRUCE, H., 143 DRUMMOND, M., 107 DRURY, D., 129 DUCLAUX, F., 40, 121 DUERKEN, B., 123 DUHAMEL DE MONCEAU, H., 277 DURRANT, J. H., 129, 205, 254, 286 DUSPIVA, F., 75, 75 DUTRA, G. P. P., 223, 225 DYAR, H. G., 44, 48, 114, 129, 145, 152 175, 182, 185, 203 EASTHAM, L. E. S., 40, 107 ECKSTEIN, K., 203 Ectaga, 251 EECKE, R. VAN, 95, 185 EGE, R., 80 EGER, H., 91 EGGERS, F. 32, 68, 93 EIDMANN, H., 95, 224 EIMER, G. H. T., 104 Elachista, 247 Elachistidae, 195, 199, 245 Elachistoidea, 195 ELGUETA, N., 152 ELLER, K., 101 ELLINGTON, G. W., 277 ELMORE, J. C., 275, 299 ELTRlNGHAM, H., 72, 88, 90 ELY, C. R., 242 Embola, 308 dentifer, 308 Embriologia, 105 Endrosis, 249 lacteella, 250 Energia, 270 ENGEL, H., 114 Engyophlebidae, 150
Enocitos, 82 Epermenia, 315, 316 Epermeniadae, 315 Epermeniidae, 196, 202, 315 Ephedra americana, 274 Epialoidea, 136 Epiblemidae, 329 Epienopterygidae, 160 Epimarptidae, 196 Epipyropidae, 160, 161, 184 Epipyrops barberiana, 185 Ereunetis 237, 248 minuscula, 238 Eriocranidae, 135 Eriocraninae, 135 ERTOGROULT, T., 75 Erythroxylum, 261, 256 Escamas, 16, 67 Espinheiro de Santo Antonio, 261 ESSlG, O. E., 259 Estridulação, 92 Ethmia, 254, 255, 256 cypraspis, 256 Ethmiidae, 196, 202, 254 Eucalyptus, 137, 252, 269 Eucecidoses minutanus, 213 Eucestidae, 239 Eucleidae, 160, 161, 175 Euclemensia, 202 Eucosma, 331 Eucosmidae, 329 Eueides pavana, 156 Eulia fletecherella, 330, 331 Eulophonotidae, 150 Eulophus, 233 cemiostomatis, 233 Eumeta brasiliensis, 193 Eupistidae, 244 Euryda variolaris, 177 EVANS, A. C., 75 Excreção, 78 Exothecus letifer, 233 EYER, J. R., 95, 203 FABRICIUS, J. C., 129 Fabua albinervella, 274
ÍNDICE
FARKAS, K., 107 FEDERIGHI, H., 82 FELDER, C., 129 FELDOTTO, W., 70, 107 FENNAH, R. G., 266, 271, 353 FERNALD, C. H . 129 FERRIÈRE, C., 236 FIFE, L. C., 286 Filogenia, 104 FISHER, E., 121 FISHER, R. A., 19,72 FLANDERS, S. E., 339 FLETCHER, F. B., 204, 359 FOÀ, A., 83, 107 FOLSOM, J. W., 54 FONSECA, J. P. DA, 58, 64, 176, 185, 235, 236, 256, 257, 291, 299, 353, 271 FOOT, N. C., 55, 119 FORBES, E. B., 48, 49, 69, 144 FORBES, W. T. M., 69, 80, 95, 96, 104, 114, 121, 144, 148, 195, 204, 211, 219, 226, 238, 313, 315, 316, 354 FORD, E. B., 19, 72, 102 FRACKER, S. B., 46, 47, 48, 49, 50, 61, 114 FREILING, H. H., 20, 90 FREITAS, R. G. G. DE, 128 Frenatae 134, 138 FRIAS, D. 120 FRICKLINGER, H. W., 225 FRIEDERICHS, H. F., 88 FRIEDMANN, M., 107 FRIEND, R. B, 236, 325 FROST, S. B., 114 FROST, S. W., 205 Fruta de conde, 262 FULTON, B. B., 339 GAEBLER, H., 80 GAEDE, M., 193, 254, 275 GAINES, J. C., 107 GAMINARA, A., 119 GARBARSKAJA, M., 78, 107 GARMAN, P., 345 GARRETT, F. C., 102
367
Gelechia gossypiella, 278 Gelechiadae, 272 Gelechidae, 272 Gelechiidae, 196, 201, 272 Gelechioidea, 195, 196 Genetica, 101 Genitalia, 25, 94 GENTHE, K. W., 66, 204 Geometroidea, 142 GERASIMOV, A. M., 115, 138, 194, 227 GEROULD, J. H., 50, 68, 73, 102 GEYER, C., 130 GIACOMELLI, E., 119, 153, 157 GIBBS, M. E., 125 GIENKE, E. VON, 107 GIERSGERO, H., 69 GILBERT, H. A., 75 GILMER, P. M., 55, 119 GILSON, G., 53, 83 Ginandromorfismo, 36 GIRARD, M., 62, 245 Glandulas sericigenas, 52, 83 GLASER, R. W., 82 GLENN, P. A., 559 Glyphipterygidae, 196, 202, 308 Glyphipteryginae, 309, 310 Glyphipteryx, 202, 310 Gnorimoschema, 295, 296 atriplicella, 274 borsaniella, 294, 296 gallaesolidaginis, 274 loquax, 294 melanoplintha, 298 operculella, 290, 291, 292, 293 plesiosema, 298 tuberosella, 298 GOELDI, E., 41, 124, 208 GOELTZ, B., 116 GOHRBANDT, I., 69, 93 Goiabeira, 168, 172, 184, 269 GOIDANICH,A., 344, 345 GOLDSCHMIDT, R., 37, 102 GOLOWINSKAJA, X., 96 GOMES, J. S., 183, 184, 185, 233, 236, 269 GONÇALVES, L. I., 276, 277
368
INSETOS DO BRASIL
GONIN, J., 108 Gonionota, 248 melobaphes, 250 GOSSE, P. H., 25 Gossypium, 282 GOUGH, L. H., 287 Govitinga, 138 Gracilaria, 239, 240, 242 perseae, 242 Gracilariidae, 239 GRAF, J. E., 290, 291, 292, 299 GRANDI, G., 108, 345 Grapholita, 329 molesta, 331, 340, 342, 345, 344, 545 Grapholitha, 329 Grapholithidae, 329 Grapholithinae, 329 Grapholitidae, 326, 529 Grapholitinae, 331 GRAY, G. R., 146 GREEN, E. C., 287 GRIFFIN, F. J., 129 GRIFFITHS, G. C., 69 Grindelia pulchella, 274 GRISWOLD, G. H., 122, 225 GROSS, J. B., 108 GROSSBECK, J. A., 129 GROTE, A. R., 144 GRUENBERG, K., 158 Grypocera, 133 GRYSE, J. J. DE, 115 GUENTHER, K., 20, 85 GUÉRIN-MÉNEVILLE, F. F., 229 GUILDING, 194 GUIMARÃES, R. E., 299 GUPTA, S. N., 259 Gustação, 91 GUYÉNOT, E. 92 Gymnandrosoma, 20 aurantianum, 328, 331, 346, 347, 348, 349, 350, 351 HAASE, E., 133 HACHLOW, V., 102 HAEUSSLER, G. J., 124, 345, 346
HAFFER, O., 115 HAGEN, H. A., 73 HAMBLETON, E. J., 144, 211, 280, 287, 347 HAMPSON, G. F., 24, 93, 129, 143, 144 HANSBERRY, T. R., 125, 539 HANSON, W. K., 280, 288 HANSTROEM, Bo, 85 Haploptiliadae, 244 HARRIS, H. M., 322, 324 Harrisina, 164 HANSON, W. K., 280, 288 HANSTROEM, B., 85 HAPLOPTILIADAE, 244 HARRIS, H. M., 322, 324 HARRISINA, 164 HARRISON, J. W. H., 102 HASE, A., 116 HASEMAN, L., 339 HATSCHEK, B., 108 Haustellata, 134 HAYDAK, N. H., 75 HAYWARD, K. J., 126, 287, 299 HEBERDEY, R. F., 96 HEFLEY, H. M., 122 HEIKERTINGER, F., 75, 93 HEINRICH C., 95, 115, 184, 186, 195 286, 287, 339 Helice, 273 HELIN, F. E., 85 Heliodinidae, 196, 199, 202, 306 Heliozelidae, 195, 199, 248 HELLER, J., 79, 108, 122 Hemerophilidae, 308 HENIG, B., 87, 93 HENKE K., 69, 103 HENNEGUY, L. F., 29, 33, 35,39 HENSON, H., 52, 75, 79, 108 Hepialidae, 136 Hepialina, 136 Hepialites, 136 Hepialoidea, 135, 156 HERING, M., 129, 164, 204 HERMS, W. B., 339 HERRICK, G. W., 84
INDICE
HERRICK-SHAEFFER, G. A., 24, 129, 177 HERVA tostão, 358 Heterocera, 133, 139 Heterogeneidae, 173 Heterogynidae, 160 Heteroneura, 22, 134, 138 HEUZE, O., 108 HEYLAERTS, F. J. M., 194 HEWER, H. R., 96, 98 HIBISCUS esculcutus, 282 HILLEMANN, H. H., 86 HILTON, W. A., 87 Himantopteridae, 160 Himmacia, 252, 253 HINTON, H. E., 116 HIRSCHLER, J., 109 HOFFMANN, C. C., 130 HOFFMANN, F., 41, 42, 69, 129, 138 144, 149, 158, 164, 172, 193, 208 Hoffmannophila, 249 pseudospretella, 250 Holcocera, 258 baccharisella, 258 iceryaeella, 257 HOLDAWAY, F. G., 287 HOLLAND, W. J., 144 HOLLANDE, A. C., 79, 125 Hollandidae, 150 HOLLOWAY, J. K., 345 HOLMGREN, E., 80 HOLST, E., 116 Homocromia, 19, 72 Homoneura, 134 HOPKINS, F. G., 69 HOOP, W., 172, 175, 185 Horismenus aeneicollis, 233 HORN, C. A., 80 HORSTMANN, E., 88 HOUARD, C., 213 HOUGH, W. S., 339 HOULBERT, L., 158 HOVANITZ, W., 69, 102, 103, 130 HOWKINS, J. H., 115
369
HOWLAND, A. F., 299 HOWLAND, R. B., 108 HUEBNER, J., 130 HUFNAGEL, A., 109 HUIE, L. H., 109 HULST, D. G., 129 HUNDERTMARK, A., 70, 88 HUNTER, W. D., 287 HUSAIN, M. A., 287, 288 Hylesia, 20 Hyponomeutidae, 312 Hypoptidae, 150 Hyposmocomidae, 196 Hypsilophidae, 312 Icerya purchasii, 257 Idioptila, 272 IHERING, R. VON, 56, 119, 144, 166, 171, 173, 228, 235, 236 ILLIG, K. G., 90 ILSE, D., 88 IMMS, A. D., 19 Imunidade, 125 Ineurvariidae, 146 Incurvarioidea, 139, 146 Infecção, 125 Inga, 249 lnga (planta), 322 Inimigos naturais, 64 Intersexualidade, 36, 101 Ipobracon psychidophagum, 191 ISHIMORI, N., 79 ISHIMURA, 52 Isochaetes, 183 Isoneuria, 134 Ithomia, 16 ITO, H., 79, 84 Ituna ilione, 156 IWASAKI, Y. S., 125 JACOBI, A., 73 JACOBSON, E., 121 JANSEN-SCHWINGER, E. J., 213, 215 JOAN, T., 194 JOERG, M. E., 56, 86, 119 JOERGENSEN, P., 130, 158, 215, 273, 275
370
INSETOS DO BRASIL
JOHANNSEN, O. E., 109 JOHANSEN, A., 88 JOHNAS, W., 89 JONES, E. D., 145 JONES, F. M., 194 JORDAN, K . 87, 90, 91, 105, 121, 130, 145, 164, 185, 186 JUCCI, C., 75, 76 Jugatae, 134 Jugofrenatae, 135 J UNK, W., 130 KALMUS, H., 80 KAMENSKY, S. A., 112 KANTZ, H., 103 KARSCH, 133, 134 KATO, M., 186 KATSUKI, K,, 37. 102, 105 KAWAGUCHI, E., 105 KAYE, W. J., 145 KEA, J. W., 219, 225 KELLOGG, V. L, 16, 17, 66, 70, 76, 98 KEMENSlEWICZ, S., 84 KENNEL, J. VON, 93, 329 KEPART, C. F., 119 KERVILLE, H. G. DE, 98 KHAN, M. H., 288 KIEFFER, J. J., 275 KING, H. H., 288 KING, J. L., 277 KINNEY, E., 85 KIRBY, W. F., 145 KLATT, B., 98 KLINKIHARDT, V., 96 KL UG, 157 KNOLL, P., 124 KOELER, P.,145, 190 ,194, 296, 299, 329 KOEHLER, W., 70, 109 KOLTZOFF, N. K., 99 KOMINSKY, P., 96 KOPEC, S., 86 KOTZSCH, H., 126 KOZHANTSCHIKOV, I. W., 76, 117, 122 KRAMER, H., 81 KUEHN, A., 70, 103, 109 KUHLMANN, G., 333
KUSNEZOV, N. T., 40,99 KUWANA, Z., 86, 109 Laciniata, 134 Lagarta aranha, 175 Lagarata gelatinosa, 184 Lagarta rosada, ou rosea, 278, 303 Lagaratas, 42, 113 aquaticas, 79 Cabeluadas, 166 de fogo, 166 geometras, 45 mirmecofilas, 120 predadoras, 120 urticantes, 55, 118 Lagoidae, 164 LAHILLE, F., 188, 194 LAMEERE, A., 105 LAMMERT, A., 124 Lamprolophus, 308 obolarcha, 306, 307, 308, 324 Lamproniidae, 146 LANGERKEN, 37 Langsdorfia frankii, 148, 151 Larangeira, 151, 183, 184 Laranja, 353 LARRSON, S. G., 115 LARTSCHENKO, K., 125 Lasiocampoidea, 142 Laspeyresia molesta, 340 pomonella, 333 saltitans, 332, 333, 334 Laspeyressinae, 331 LATHY, P., 158 LAUTENSCHLAGER, F., 109 Laverna, 302 Lavernidae, 196, 199, 300 LE CERF, F., 87 LEGER, M., 20, 119 LEITÃO, A. DE M., 305, 307 LEMCHE, H., 70, 72 LENGERKEN, F., 110 LEONARD, M. D., 148 LAPAGE, H. S., 276, 277, 341, 346 LEPESME, P., 254
ÍNDICE
Lepidarbelidae, 150 LESPERON, L., 85 Leto stacyi, 136 Leucoptera, 227 coffeella, 228, 229, 230, 231, 232, 233 LEEUWEN, E. F. VAN, 339, 540 LHOMME, L., 126 LI, H. H., 113 Lichia, 347 LIMA, A. D. F., 179, 186 LIMA, A. DA COSTA, 126, 158, 164, 271, 285, 288, 305, 329, 353 Limacodidae, 173 Limacodides, 173 Limacocoidea, 173 LINDEN, M. von, 70 LINDERSTROM- LANG, K., 75, 76 LINDSEY, A. W., 127, 359 LINK E., 89 LlSSLEY, 218 Lipusidae, 160 Lithocolletidae, 195, 199, 239 Lithoeolletis, 239 cerasicolella, 239 Litomastix brethesi, 180 LLOYD J. T., 80 LOBO, B., 288 LOFTIN, V. C., 280, 288 LOPES, A. W., 340 Lophoptilus, 303, 304, 305, 308 LOTMAR, R., 76 Lozoperidae, 354 LUDWIG, W., 117 LUTZ A., 274 Luz, Influencia da, 123 Lycopersicum lycopersicum, 296 Lymantria dispar, 37 LYONET, P., 115 Lyonetidae, 195, 198, 227 Lyonetiidae, 195, 198, 227 Lypusidae, 195 MAASSEN, P., 132 MABILDE, P., 64, 130, 137, 151, 170, 177
371
MACHIDA, J., 83 Machimia, 250 Macieira, 269, 333 Macrojugatae, 136 MAC SWAM, 218 MADDEN A. H., 127 MAGNUSSEN, K., 110 MAIGNON, F., 113 MALLOCK, A., 70 Malococcus lanigerus, 261 Mamoeiros, 221 Mansbridge, G. H., 122 MANUNTA, C., 76 Mapa cordillerella, 274 MARCHAL, P., 314 Mariposinha do café, 228 MARLATT, C. L., 158 Marmara, 242 isortha, 241, 242 Maroga, 261 MARSH, H. O., 318, 319 MARSHALL, G. A. E., 73 MARSHALL, J., 76 MARSHALL, W. S., 70 Martyringa, 249 MASCHLANKA, H., 110 MASERA, E., 82, 125 MASLOWA, E., 122 MASON, G. W., 70 MASSINI, C., 194 MATTA, A. DA, 120, 156, 157, 158, 271 MATTAR, B., 298 MAVER, A. G., 70 MAZZA, S., 120 Mc DUNNOUGH, J., 127, 359 Mc INDOO, N. E., 87, 92, 117 Mc KINNEY, K. B., 280, 283 MEESS, A., 117 Megalopyge, 157, 170, 171 albicollis superba, 171 basigutta, 165, 169 lanata, 155, 169, 170, 172 radiata, 171 superba, 169
372
INSETOS DO BRASIL
Megalopygidae, 160, 161, 164 MEHTA, D. R., 96, 311 MEISENHEIMER J., 99 MELIS, A., 80 Melissopus, 332, 335 Melittia, 321, 322 bergi, 324 riograndensis, 322 satyriniformis, 322 MELLANBY, K., 122, 225 MELLO, D., 250 MENDES, L. O. T., 232, 233, 236, 292, 293, 299, 300 Mercer, W. F., 71 MESNIL,, L , 328, 338, 341, 343 Metachandidae, 326 METALNIKOV, S. I., 76, 78, 110, 125 Metarbelidae, 150 Metamorfoses, 105 METCALFE, J. W., 205, 329 METDENKOV, Jr., S., 125 MEYER, P. F., 76 MEYRICK, E., 151, 204, 205, 242, 254, 262, 275, 297, 308, 311, 319, 329, 355, 359 MICHAEL, H., 99 MICHELET, 61 Microjugatae, 135 Micropterygidae, 135 Micropterygides, 135 Micropterygina, 134, 135 Micropterygoidea, 134, 135 Mictopsichia fuesliniana, 308 hübneriana, 308 Migrações, 41, 124 MILLS, R. G., 120 Mimallonoidea, 142 Mimetismo, 19,72 Mimosa caesalpiniaefoliae, 151 Mimosa sordida, 151 MINNICH, D. E., 92, 94 Mirax insularis, 232 Miresa clarissa, 180 MISRA, M. P., 259
Mixochalcis sibinicola, 179 Mnesarchaeinae, 135 MOESCHLER, H. B., 131 Molho, 213 MOLINARI, O. C., 194, 295, 297, 338 Mollinedia, 327 Momphidae, 300 Monopinae, 195, 216 Monopis, 216 MONTE, O., 64, 65, 131, 145, 152, 180, 194, 271 MOREIRA, C., 217, 218, 262, 272 M organela longispina, 221 Morpho, 17 anaxibia, 18 MOSEBACH-PUKOWSKI, E., 117 MOSHER, E., 61, 115, 228 Moss, M., 51 MOUZELS, P., 20, 119 MUELLER, F., 19, 20, 40, 73, 91 MUELLER, K., 110 MUELLER, L., 103 MUELLER, W., 48, 81 MUESEBECK, C. T. W., 236 MUNSON, S. C., 83 Musgos, 193 MUSGRAVE, A. J., 96 MYERS, J. G., 81 Mytilaspis, 237 NAGEL, W., 92, 218, 225 NAUMANN, F., 71 Nealyda, 273 NEEDHAM, J. G., 23 24, 205 Neocastniidae, 155 Neoehristolia eucleidis, 179 Neophylarcbe, 260, 311 Neopseustidae, 135 Nephelium litchi, 347 Nepocarcelia, 172 Neptieula, 147 gossyii,, 147 Nepticulidae, 147 Neptieuloidea, 139, 147 Nervação, 22
ÍNDICE
Netrocera, 133 NEUMOEGEN, B., 145 Neurobathra, 242 Neurostrata, 242 NEWCOMER, E. J., 340 NEWPORT, G., 86 NICETA, F., 99 NICKERSON, M., 89 Nicotiana, 293 NIEDEN, F., 99 NIEDER, F., 99 Noctuidae, 15, 14, 47, 50 Noctuoidea 142 Noel, R., 67, 79 Norris, M. J., 76, 96, 99 Notodontoidea, 142 Novaes, J. C., 272 NOWIKOFF, M., 89 NUSBAUM, J., 86 Nymphalidae, 50 OBERTHUR, C., 131 Ochsenheimeriinae, 195, 216 Oecia oecophila, 273 Oeocophoridae, 196, 202, 248 Oenophthira pilleriana, 328 OHLENDORF, W., 280, 285, 288 Oiketicoides kunckeli, 193 Oiketicus, 188, 190, 192 geyri, 191, 192 kirbyi, 187, 188, 189, 190, 192 Oinophilidae, 195, 198, 257 Olethreutes, 329, 331 Olethreutidae, 329 Olethreutinac, 331 Olfação, 91 Oliera argentinana, 213 OLIVEIRA FILHO, M. L. DE, 258, 256 Oncidium crispum, 157 ONSLOW, H., 71 Opooona, 237 Opostega, 195 Opostegidae, 195, 198 Orelha de pau, 207 ORFILA, R. N., 191, 194, 341, 344, 346 Orgãos cordotonais, 92
373
Orgãos dos sentidos, 87 Orgãos estridulatorios, 92 Orgãos odoriferos, 20, 89 Orgãos timpanicos, 92 Orgilus, 233 Orgya, 38 Orneodes, 359 eudactyla, 359 Orneodidae, 356, 358 Orquideas, 154, 157 ORDEMANS, J. T., 110, 117 Orthotaelidae, 312 Oxyehirotidae, 556 PACKARD, A. S., 8, 84, 120, 134 Paelia lunuligera, 359 PAGENSTECHER, A., 131 PAILLOT, A., 5-9, 64 67, 110, 126, 334 Palaeosetidae, 136 Palmeiras, 156, 302 Palpexorista longiuscula, 180 Papilio, 58 Parasitismo, 125 Parasympiesis cecidicola, 214 Parathyrididae, 206 Parectopa, 242 PARKER, G. A., 124 PASTEUR, L., 34 PASTRANA, J. A., 64, 127 PAUL, H., 110 PAWLOWSKY, E. N., 120 PAYNE, N. N., 117 PECKOLT., W., 524 Pactinophora gossypiella, 278 Pediculoides ventricosus, 285 PELUFFO, T., 290 Penicillium, 348 PEPPER, J. H., 76, 117 Pereira, 269, 333 Perissocentrus caridei, 191 PERKINS, R. C. L., 185, 186 Peronea viridescens, 328 PERROTTET, 230 Pessegueiro, 340 PETERSEN, W., 67, 96, 99 PETERSON, A., 115, 124, 346
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INSETOS DO BRASIL
PFITZNER, R., 138 Phalonia, 354 Phaloniadae, 354 Phaloniidae, 326, 354 Phaseolus, 322 Phassus, 13, 136, 138 giganteus, 12, 16, 136, 137, 138 Phaudinae, 160 PHILIPPI, R. A., 158 PHILPOTT, A., 67, 96, 138, 329, 355, 359 Phobetron, 170, 178, 179, 180 hipparehia, 177, 178, 179 Phorocera heros, 180 longiuseula, 180 Phthorimaea loquax, 297 operculella, 290 Phyeidae, 215 Phyllocnistidae, 195, 198, 243 Phylhwnistis, 243 citrella, 244 Phyllorycteridae, 239 Phylloryctidae, 239 Physalis, 293 Physoptilidae, 196 Phytomyza Platensis, 235 Phytomyzophaga albipes, 235 PICARD, F., 292, 293, 300 PICKEL, B., 156, 158 PICKMANN MANN, 230 PICTET, A., 36, 38, 99, 104, 110 PIEPHO, H., 109, 110, 111 PIERCE, F. N., 25, 27, 28, 97, 205, 329 Pieridae, 28 PIETÀ, C. DELLA, 111 Pigmentos, 67 Pimentão, 295 Pimpla tomyridis, 179 Piper (Arthante) luschnatiana, 324, 333 PLAGGE, E., 89, 109 PLANK, H. K., 340 Platanus, 168
Platyedra gossypiella, 44, 59, 273, 278 280, 281, 282, 283, 285, 286, 303 Platyptilia, 358 PLAUMANN, F., 131 Pleurota, 249 Plutella maculipennis, 317, 318, 319 Plutellidae, 196, 202, 317 Podalia, 170 albescens, 172 chrysocoma, 170 orsilochus, 171 PODESTA, T., 94 POLIMANTI, O., 111 Polimorfismo, 34 Polistes, 216 crinitus, 238 POLJANEC, L., 97 POLL, M., 79 Polychrosis botrana, 331 viteana, 332 Polyortha mollinediella, 327 viridescens, 327, 328 Polyporus, 207, 208 PORTER. C. E., 81 POSPELOV, W., 100 POULTON, E., B., 19, 50, 71, 75, 77 PRAHAN, S., 10, 77 PREISS, J., 69 Procrias, 233 coffeae, 233 Procarcelia 177 Prodoxidae, 146 Prodoxinae, 146 Pronuba yuccasella, 147 Prosopis, 253 Protoparce, 61 Prototheoridae, 136 PROUT, L. B., 132 PRUEFFER, J., 86 Pseudodoxia, 252 limulus, 252 Pseudopiazurus obesus, 221
ÍNDICE
Psychidae, 47, 160, 161, 186 Psychidosmicra brasiliensis, 190 brethesi, 190 Psychina, 159 Psychoidea, 159 Pterophoridae, 356 Pterophoroidea, 141, 355 Pterophorus, 357 PUNNETT, R. C., 73 Pyralididae, 8, 47 Pyralidoidea, 142 Pyrodcrces rileyi, 285, 285, 286, 301, 302, 303 Pyromorphidae, 164 Pyromorphinae, 164 QUAIL, 48 QUAST. M., 100 QU AYLE, H. J., 340 QUETOTAXIA, 46 Quiabos, 282 RABAUD, E., 19, 73 RAFFRY, A., 81 RAGONOT, 230 RAICHOUDHURY, D. P., 100 Ratardidae, 150 RAU, P., 121, 124 RAYMUNDO, B., 131, 159, 177 REAMUR, R. A. F. DE, 277 REBEL, H., 81 REDTENBACHER, J., 24 REED, I,. B., 319 RE ICHELT, M., 100 REID, W. J., 319 REINIGER, C. H., 183, 184, 185 Repolho, 318 Reprodução, 37, 98 Rhopalocera, 133, 139 Rhopalosetidae, 311 RICHARDAS, A. G., 94 RICHARDSON, C. H., 111, 125, 126, 339 RICHARDSON, H. H., 277 Ridiaschina, 214 congratella, 214 Ridiaschinidae, 195, 198, 214
RIEL, P., 105, 194 RILEY, 147 ROEPKE, W., 33, 97 ROGENHOFER, A. F., 129 ROMEIS, B., 77 RONNA, E., 220, 225, 328 ROTHSCHILD, L., 131, 159 ROUR, J., 288 ROY, D. N., 77 RUEBSAAMEN, E. H., 304, 305 RUCKES, H., 33, 97 RUDOLF, W., 77 Sabiá, 151 SACCA, R. A., 288 Saissetia oleae, 238 Salix, 148 SALT, G., 159 SÁNCHEZ, D., 89 Sangue, 82 SANTIS, L. DE, 64, 126, 179, 190 Sassurana, 170 Saturniidae, 47 Saturnioidea, 143 SAUER, H. F. G., 285, 288, 289 Sauí, 175 SAVITCH, C., 110 Scardia, 215 nivosa, 222 SCHAEFFER, C., 67 SCHATZ, 24 SCHAUS, W., 145, 146 SCHENKO, O., 87 SCHIERBECK, A., 115 Schimls dependens, 213, 274 Schinus latifolius, 213, 214 SCHMITT, J. B., 77 SCHE IDER, H., 87 SCHENEIDER, K., 111 SCHOEPF, C., 71 SCHARADER, K., 111 Schreckensteinia, 305, 307, 308 Schreckensteiniidae, 306 SCHEREMMER, F., 92 SCHROTTKY, C., 71 SCHUETZE, K. T., 205
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INSETOS DO BRASIL
SCHULTZ, E. T., 347, 353 SCHULTZ, H., 67 SCHULTZE, E. A., 115 SCHULZ, E. N., 77, 84, 225 SCHWANGART, F., 111 SCHWARTZE, E., 111 SCHWARZ, J., 126 SCOTT, A., 40, 100 SCOTT, W. N., 111 SCUDDER, S. H., 20, 100, 151 Scythridae, 314 Scythrididae, 201, 314 Scythris, 314, 315 Sebastiania pavoniniana, 332 SEHL, A., 111 SEHON, G. L., 81 SEILER, J., 38, 100, 104 SEIN, Jr., F., 232, 238, 289 SEITZ, A., 132, 159 SELKREGG, E. R., 340 Sementes saltadoras, 332 Senfioscopis, 249 SEMPER, C., 56, 71 SEPP, C., 132, 262 Sesiidae, 320 Setomorpha, 216 insectella, 221 rutella, 216, 220, 221 Setomorphinae, 195, 221 SHANNON, R. C., 40, 117 SHARP, D., 157 SHELFORD, V. E., 117, 340 SHEPARD, H. H., 13, 67 SHERBORN, C. D., 152 SHINODA, O., 77 Sibine, 175, 178, 179, 180 nesea, 174, 176, 179 trimacula, 180 SICK, H., 94, 186 SIEBER, N., 78 SIEGLER, E. H., 340 SILVA, A. A., 300 SILVA, A. G. D'ARAUJO E, 64, 151, 230, 322, 327
SILVA, PEDRITO, 261, 272, SILVESTRI, F., 314 Simathidae, 308 Simaethinae, 309 Simaruba amara, 353 SIMONS, P., 277 Sincara, 323 Sistema nervoso, 31, 85 Sistematica (Trabalho gerais), 127 Sitotrogra cerealella, 273, 275, 276 Skinner, H. M., 159 SMART, J., 127 SMITH, C. E., 319 SMITH, R. H., 340 SNELLEN, P. C. T., 157, 159 Snellenia, 306 SNODGRASS, R. E., 9, 20, 30, 52, 62, 87, 228, 233, 256, 246 Solanum, 293 leontocarpum, 138 tuberosum, 323 Solenobiia, 38 Solenobiidae, 160 Solidago, 274 Somabrachidae, 160 SOUZA, W. W. C. DE, 285, 289 Sparganothidae, 326 Sparganothis, 325 pilleriana, 328 SPENCER, H., 300 SPEVER, W., 104 Sphalemlm setosum, 322 Sphingidae, 8, 11, 58 Sphingoidea, 141 Spilochalcis koehleri, 179 SPITZ, R., 132, 146 SPOONER, C. J., 340 SPULER, A., 24, 71 SQUIRE, F. A., 289 STAINTON, H. T., 146, 205 STANDFUSS, M., 36 STAUDINGER, O,. 24 STANDFUSS M., 36 STAUDINGER O., 24 Stegasta bosquella, 273
ÍNDICE
STEIN, A. K., 120 STEINBERG, D., 112 STELLWÀAG, T., 225 STENDEL, W., 82 Stenoma, 261, 254, 265, 267, 268 catenifer, 262, 266 decora, 261 Stenomatidae, 196, 200, 259 Stenomidae, 259, 260 Stigmelidae, 147 STITZ, H., 97 STOBE, R., 91 STOBER, W. K., 78 STOLL, C., 128 STOREY, G., 287, 289 STOSSBERG, M., 71 STRAND, E., 159, 173, 185, 193, 275 Streblota nesea, 176 Strepsimanidae, 196 STRINDBERG, H., 112 STRONG, W. O., 300 Stygiidae, 150 Stygioidea, 148 Stylura brasiliensis, 163, 164 cerama, 164 forficula, 164 SUEFFERT, F., 19, 36, 72, 89 SWAINSON, W., 132 SWINGLE, H. S., 78 Symmoca, 272 Synanthedon, 320, 321, 322, 323, 324 Synemon, 155 Systrotms fumipennis, 180 nitidus, 180 Taeniodictys sericella, 238 TAI, TCHANG-YUNG, 112 Talaeporiidae, 160 Talaeporiinae, 195 TALBOT, G., 159 TAMS, W. H. T., 143 TANAKA, Y., 84 Tascinidae, 155 Tatoranas, 166
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TAVARES, J. S., 215, 304, 305 TAYLOR, I. R., 80, 81, 89, 106 TCHANG, TING-TAI, 78 Tecla kiefferi, 274 mendozella, 274 Tecnica, 64, 126 Tegeticula alba, 147 yuccasella, 147, 206 Teicobiinae, 195, 216 Temperatura, Influência da, 121 TEODORO, G., 112 Teragridae, 150 Tetrapodes, 13 Tetrastichus. 233 Thea sinensis, 250 THOMAS, M. B., 91, 117 THOMSEN, M., 72 THORPE, W. H., 319 Thymaridae, 160 Tibouchina, 303, 304, 305, 307 TILLET, M., 277 TILLYARD, R. J., 22, 24, 25, 28, 132, 134,135, 139 Timocratica, albella, 262, 263, 264, 269 grandis, 259 haywardi, 269 Tinaegeriidae, 306, 320 Tinaegeriinae, 321 Tinea biselliella, 219 borboropsis, 219 caducella, 217, 218 granella, 220 pellionella, 217, 219 vastella, 217 vivipara, 40 Tinha ou tinea da cana de açucar, 223 Tineas, 215, 217 Tineidae, 195, 200, 215 Tineioidea, 141, 195, 197
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INSETOS DO BRASIL
Tineola biselliella, 217, 218 uterella, 219, 273 Tiquadra, 215 nivosa, 23, 221, 222, 223, 224 TIRELLI, M., 83, 112 Tischeria, 226, 227 Tischeriidae, 198, 226 TITSCHACK,E., 78, 112, 122, 218, 225 226 Tomateiro, 296 TONKES, P. R., 120 TORRES, A. F. M., 300 Tortricidae, 326 Tortricina, 325 Tortricoidea, 141,325 Tortrix citrana, 328, 346, 347 Tortyra fulgens, 311 TOTHILL, B. H., 205 TOWNSEND, 172, 180 Toxicologia, 125 TOYAMA, K., 112 Traça da batatinha, 273, 290 Traças, 215, 217, 218, 219 TRAGARDH, I., 67, 205 TRAHIR, E., 79 Trapeziophora, 202 TRAVASSOS, L., 112, 132, 136, 328 TREEKK, A., 81 Trichophaga tapetiella, 217 tapetzella, 217 Triehoptilus, 357, 358 defectalis, 358 Trichotaphe, 298 Trochiliidae, 320 Tropimius willei, 214 Trosia fallax, 165 zikaniana, 170 Trosiidae, 161 Trypanidae, 150 Tsou, Y. H., 116 Tubos de Malpighi, 31, 78 TURNER, A. G., 151, 152, 159
TURNER, W. B., 124 TYZZER, P. R., 120 UEKUELL, I. VON, 118 UMEYA, Y., 40, 84, 113 Umidade, Influência da, 121 Uranioide, 142 URBAHN, E., 91 Urodus, 313, 314 Urso, 170 Uztlchidae, 260 Vanessa, 40 VANEY, C., 106, ll3 Variações, 101 VASSAL, M., 127 VERDON, E., 113 VERLAINE, L., 92 VERSON, E., 84 Videira, 331, 354 Vigna sinensis, 323 VIGNON, P., 147 Visão, 88 VOUTE, A. D., 113, 122 VOGEL, R., 20, 86, 87, 94 WACHTER, S., 113 WAGNER, H., 138, 325 WALKER, F., 146 WALLACE, A. K., 73 Walshia, 301, 304, 305 WALSlNGHAM, L., 205, 212, 259 WARNEKE, G., 97 WEBER, H., 13, 31, 32, 33, 45,57 WEGENER, M., 84 WEIDNER, H., 97, 120 WEILAND, G. S., 75 WEISMANN, A., 36 WEISS, J., 92 WELCH, P. S., 52, 81 WEYENBERGH, 192 WEYMER, G., 132 WHITCOMB, W. D., 340 WIELAND, H., 71 WIESMANN, R., 113 WIGLESWORTH, V. B., 53, 72, 78 WILLARD, H. F., 289 Willbrandia verticillata, 323, 324
ÍNDICE
WILLCOCKS, F. C., 289 WILLE, J. E., 213, 215, 311 WILLIAM, C. M., 122 WlLLIAMB, C. B., 41, 124, 125, 127, 289 WILLIAMS, F. X., 237 WILLIAMS, J. L., 97, 98, 100 WISTINGHAUSEN, C. VON, 81 WLADIMIRSKY, A. P., 72 WOLCOTT, G. N., 232, 236, 237, 289 WONG, WAI-SING, 113 WOKE, P. A., 74, 78 WREDE, F., 81 WU, CHAO-FA, 84 WUEST, N. S., 77 Xyleutes, 148, 151 putridus, 149 pyracmon, 149, 150, 151 strigillata, 151 Xylorictidae, 259, 260 YEAGER, J., 83 YOKOHAMA, T., 83 YOTHERS, M. A., 340
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Yponomeuta malinella, 313, 314 padella, 313, 314 Yponomeutidae, 196, 202, 312 Yponomeutoidea, 195, 196 Yucca, 147 Zadalcera fumata, 181, 182, 183, Zalepidota piperis, 307, 324 ZANDER, E., 98 ZELLER, P. C., 205 Zelleria, 203 ZEHNTNER, 218 ZERNY, H., 133 Zeugloptera, 135 Zeuzeridae, 150, ZIEHL, 66 ZIEK, K., 113 ZUKOWSKI, B, 325 ZWOELFER, W., 104, 118, 122 Zygaenidae, 161 Zygaenoidea, 140, 159 Zygozaenillia, 172
Em varias figuras de genitalia deixei de indicar, nas respectivas legendas, os termos correspondentes às abreviaturas nelas apresentadas. Eis a correspondência: A - tubo anal (em algumas figuras, aedeagus ou penis); An anellus; Cn - cornuti; Cs - cucullus; Gn - gnathos; H ou Hp - harpe; Jx - juxta; P - penis; Sc - sacculus; Si - socius; Sl - lobo lateral; Tg - tegumen; Ts - transtilla; U - uncus; Val 1 ou Val.s - valva superior; Val 2 ou Val.in - valva inferior; Vm - vinculum.
COSTA LIMA
INSETOS DO BRASIL 6.° TOMO
LEPIDÓPTEROS 2.ª PARTE
ESCOLA
NACIONAL
DE
AGRONOMIA
SÉRIE DIDÁTICA N.º 8 - 1950
INSETOS DO BRASIL 6.º TOMO
LEPIDÓPTEROS 2.ª PARTE
DA COSTA LIMA Catedrático de Entomologia Agrícola da Escola Nacional de Agronomia Ex-Chefe de Laboratório do Instituto Oswaldo Cruz
INSETOS DO BRASIL 6.º TOMO
CAPÍTULO XXVIII
LEPIDÓPTEROS 2.ª PARTE
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE DIDÁTICA N.º 8 - 1950
CONTEUDO CAPÍTULO XXVIII
Ordem
LEPIDOPTERA,
sub-ordem
FRENATAE
e
divisão
HETEROCERA
Superfamília PYRALIDOIDEA ................................................................................
7
Superfamília DREPANOIDEA ..................................................................................
107
Superfamília SPHINGOIDEA ....................................................................................
109
Superfamília GEOMETROIDEA ................................................................................
128
Superfamília URANIOIDEA ........................................................................................
143
Superfamília NOTODONTOIDEA ..............................................................................
150
Superfamília NOCTUOIDEA ......................................................................................
160
Superfamília MIMALLONOIDEA .............................................................................
245
Superfamília SATURNIOIDEA ..................................................................................
250
Superfamília BOMBYCOIDEA ..................................................................................
274
Superfamília LASIOCAMPOIDEA ............................................................................
282
RHOPALOCERA ...................................................................................................................
289
Superfamília HESPERIODEA ....................................................................................
298
Superfamília PAPILIONOIDEA ..................................................................................
309
Superfamília NYMPHALOIDEA ................................................................................
317
Índice .....................................................................................................................................
394
CAPÍTULO Ordem
XXVII
LEPIDOPTERA
Superfamília P Y R A L I D O I D E A 1
(Pyralidina Stainton, 1859, Meyrick, 1895; Pyralidoidea Mosher, 1916; Pyraloidea Börner, 1925; Pyralidoidea Tillyard, 1926)
1. Caracteres - Lepidópteros de aspecto e tamanho variáveis. Quase todos são microlepidópteros, ou mariposas de porte médio. Alguns, porém, são grandes, com cêrca de u m decímetro de envergadura (Morpheis smerintha Hübner, 1821). Antenas nas fêmeas simples, ciliadas ou, r a r a m e n t e , pectinadas, nos machos. Ocelos presentes ou ausentes. E s p i r i t r o m b a e palpos maxilares, via de regra, desenvolvidos; êstes, porém, curtos; às vêzes, como aquela, ausentes. Palpos labiais moderados, porretos ou ascendentes.
não raro, porém, b e m salientes,
Pernas longas, tinas, com esporões tibiais distintos. Asas anteriores quase sempre com borda externa distinta e sem aréola (célula acessória); 1A + 2A simples ou em forquilha na base; Cu 2 geralmente ausente ou sòmente visível perto da margem. Asas posteriores largas, com Sc + R 1 aproximando-se de Rs, ou com ela coalescendo (fundindo-se) n u m a certa distancia, além do meio da célula e, depois, dela se afastando p a r a a costa. E s t e caráter, peculiar a quase todos os Piralídeos, só se observa t a m b é m em Drepanoidea. Geralmente a aproximação ou anastomose das 1 De
(pyralis, idos), vermelho como fogo.
8
INSETOS DO BRASIL
duas nervuras se dá, como disse, depois do fim da célula, entretanto, em Thyrididae, Sc + R1 pode divergir de Rs antes do ápice da célula; neste caso, porém, todos os ramos de R1, na asa anterior, partem diretamente da célula. Área anal, na maioria das espécies, pereorrida por 3 nervuras. Frenulum presente em quase tôdas espécies. Ovos de tipo chato. Lagartas em geral pouco pilosas, providas de 10 pernas abdominais. Crisálidas do tipo das pupae obteetae. Um dos maiores grupos de Lepidópteros, com mais de 10.000 espécies descritas, fartamente representado na América do Sul, principalmente no Brasil. Constituem a superfamília Pyralidoidea 18 famílias; duas das quais, Tineodidae Rebel, 1899 (com espécies da Austrália, da Papuásia e da India) e Musotimidae Meyrick, 1899 (da Austrália e da Polinésia), sem representantes americanos. As outras famílias são: Ancylolomiidae
Macrothecidae
Anerastiidae
Nymphulidae
Chrysaugidae
Phyctidae
Crambidae
Pyraustidae
Endotrichidae
Pyralididae
Epipaschidae
Schoenobiidae
Galleriidae
Scopariidae
Glaphyriidae
Thyrididae
Estas famílias distribuem-se em 2 grupos perfeitamente distintos: o primeiro, com a família T h y r i d i d a e, compreendendo mariposas cujas asas posteriores não têm a nervura Cu2 (1.ª A de COMSTOCK) ou a apresentam obsolescente, portanto só com 2 nervuras livres na área anal; o segundo (Pyralina ou Pyralites de alguns autores) constituído pelas famílias em que se vê aquela
LEPIDOPTERA
9
ncrvura mais ou menos distinta, portanto com 3 nervuras livres na área anal. É este, sem duvida, o mais importante, e as famílias que nêle se incluem, ainda hoje são consideradas por muitos autores como subfamílias de uma grande família - Pyralidae, ou melhor, Pyralididae. À seguir apresento as principais chaves que podem ser utilizadas para a determinação dessas subfamílias ou famílias de Pyralidoidea, a de HAMPSON (1898) e a de FORBES (1920). Ambos tratam-nas como subfamílias. CHAVE
1 1'
-
Asas
posteriores
Asas
posteriores
DE
HAMPSON
Cu
com com
Cu
fortemente não
pectinada
superior
2
da
asa,
5
........................................................................
3
pectinada
na
na
face
face
superior
2(1)
-
Asas
anteriores
com
R5 presente
2'
-
Asas
anteriores
com
R5
3(2)
-
Palpos maxilares triangularmente escamosos ................................................ Crambinae
3'
-
Palpos maxilares não triangularmente escamosos ................................................ GalIeriinae
4(2') 4'
-
Espiritromba
presente.
ausente
.............................................................. 4
................................................................................
Phycitinae
Espiritromba ausente ........................................................................................ Anerastiinae
5(1') 5' -
Espiritromba
presente
................................................................................................
Espiritromba
ausente
........................................................................
6(5)
-
Asas
6'
-
Asas
7(6)
-
Asas
anteriores
com
tufo
7'
-
Asas
anterioress
sem
tufo
posteriores
com
Sc
anteriores anteriores
com
6
Schoenobiinae
R 5 em forquilha com R 4 e R 3 ........................ 7
R 5 partindo da célula .................................................... 10
com
de de
escamas escamas
eretas eretas
na
célula
Epipaschiinae
na
célula
........................
8
a
célula
........................
9
8(7')
-
Asas
8'
-
Asas posteriores com Sc livre ........................................................................ Pyralinae
9(8)
-
Palpos maxilares ausentes ........................................................................ Chrysauginae
9'
-
Palpos
10(6') -
Asas
10'
-
Asas
11(10') -
Asas
-
11' 1
maxilares anteriores anteriores anteriores
presentes com com com
anastomosando-se
com
.....................................................................
R 2
em
forquilha
com
R3
e
R4
Endotrichinae Nymphulinae 1
R 2 partindo da célula ........................................... 11 tufo
de
cscamas
eretas
na
célula..
Scopariinae
Asas anteriores sem tufo de escamas na célula ......................... Pyraustinae Em
Azochis Nymphulinae
Walker forma
e alguns outros gêneros forquilha com R 3 (9) e
de R4
Pyraustinae (8).
a
nervura
R2
(10),
como
em
10
INSETOS DO BRASIL CHAVE
1
-
Asa
anterior
com
Cu 2; espiritromba
Cu
Fraca
ou
ausente
anterior
sem
DE
FORBES
fraca
ou
ausente;
..........................................................
franja
de
Schoenobiinae
1'
-
Asa
.....................................................
2
2(1')
-
Nervura 2A (3ª A de C OMSTOCK ) da asa anterior anastomosando-se com 1A + 2A (2.ª A de Comstock) perto da base da asa ...........................................................................................................
3
2'
-
Nervura 2A livre ou curvando-se perto do meio da asa, formando uma larga curvatura; frequentemente rudimentar ....................................
6
Cu 2
3(2)
-
Espiritromba e ocelos ausentes; macho com o 3.° segmento dos palpos rudimentar .............................................................................................................
4
3'
-
Espiritromba e ocelos presentes; palpos normais ........................................
5
4(3)
-
Frente
4' 5(3')
-
Palpos maxilares posteriores livre
5'
-
Palpos maxilares ausentes; S c e R s das asas posteriores anastomosando-se ................................................................................................. Chrysauginae
6(2')
-
M 1 das asas posteriores partindo da nervura que fecha a célula, bem separada de Sc; Rs mais ou menos fraca; célula finamente fechada; palpos labiais rostriformes, maxilares triangulares ........................ ........................................................................................................................... Ancylolomiinae
6'
-
M 1 das asas posteriores, na origem, aproximando-se de R ...................
7 (6') -
7'
-
com
tufo
cônico;
revestimento
geral
não
liso
...............
Gallerinae
Frente e tórax com revestimento geral liso ................................ Macrothecinae
R
5
R5
mais ou menos desenvolvidos; Sc das asas ..................................................................................... Pyralidinae
em forquilha com R 3 + 4 apenas uma nervura abaixo da nervura em forquilha, das que partem do tronco radial e se dirigem para o ápice da asa ..........................................................................
7
8
livre; 2 nervuras livres abaixo da nervura em forquilha, das que partem do tronco radial e se dirigem para o ápice da asa, Sc e Rs das asas posteriores quase sempre se anastomosando .............. 13
8(7) -
R 3 e R 4 completamente unidas; franja de Cu da asa posterior forte .......
8'
-
R 3 e R 4 em forquiIha .......................................................................... 11
9(8) -
Célula da asa posterior fechada por uma. nervura, conquanto fina., completa; frenulum da fêmea simples ............................................................ 10
9'
Célula da asa posterior aberta; frenulum da fêmea múltiplo ..................... .............................................................................................. Crambinae (Rapthiptera)
-
9
LEPIDOPTERA 10(9)
-
10'
11
Espiritromba forte, separando os palpos na base ...................... Phycitinae E s p i r i t r o m b a rudimentar, escondida pelos palpos q u a n d o enrolada ....................................................................................... Anerastiinae
11(8')
-
Franja de pêlos (pécten) bem desenvolvida na base de Cu da asa posterior (face superior), palpos labiais rostriformes, m a xilares triangulares ............................................................ Crambinae
11'
-
Pécten na base de Cu pouco desenvolvido ou ausente; palpos maxilares plumosos ou pequenos e escondidos .......................... 12
12(11')
-
Asas anteriores com tufos de escamas erectas ......................................... Epipaschinae
12'
-
Asas anteriores lisas .................................................................................... Pyralidinae
13(7')
-
Franja na base do Cu bem visível; palpos labiais rostriformes; palpos maxilares triangulares ................................................................ Crambianae
13'
-
F r a n j a n a base do Cu pouco visível o u ausente; palpos labiais r a r a m e n t e rostriformes; palpos maxilares geralmente m o d e r a d o s pequenos, não triangulares ............................................................... 14
14 (13') -
Cerdas ou e s c a m a s espatululadas mais ou m e n o s dicíduas e em m a i o r ou m e n o r número, imediatamente p e r t o ou a b a i x o do ápice da célula, em relação com uma franja de longas cerdas presas a Cu ........................................................................ Glaphyriinae
14'
-
Sem escamas espatuladas esparsas na parte dorsal da asa ..................
15(14')
-
R2 em forquilha com R3 e R4 .................................................. Nymphulinae
15'
-
R2 livre .................................................................................................................
16(15') -
Palpos labiais porretos, rostriformes; palpos maxilares g r a n d e s e triangulares; asas anteriores, em geral, com a superfície mais ou menos áspera; M 1, na origem, bem separada de R 5 , (lis-
16'
Palpos labiais geralmente voltados p a r a cima; palpos maxilares raramente grandes e triangulares e, neste caso, R 3+ 4, R 5 e M 1 aproximados ........................................................................................... Pyraustinae
15
16
tando tanto de R3 + 4 como de M 2 ...................................... Scopariinae
-
2. Bibliografia. BERG, C. 1874
-
Pyralidina
argentina.
Bol. Acad. Nac. C i , Córdoba, 1:150 182. 1876
-
Beiträge
zur
den
Pyralidinen
Süd-Amerikas.
Stett. E n t . Zeit.: 342 355.
INSETOS DO BRASIL
12 BERG, C.
1877 - Contribución al estudio de las Pyralidinas de la fauna sudamericana.
An. Soc. Ci. Argent., 3 : 139-151 187
-
Lepidopterologische Studien. dipta excoecaria.
I-Neue
Palustra-Arten,
II-Ceci-
Stett. Ent. Zeit., 39:230-237, 1 est. col. GUENÉE, A. 1854 - Histoire naturelle des Lépidoptères: Deltoides et Pyralites, 448 p., 10 ests. Paris: Roret. HAMIBLETON, E. J. 1935 - Alguns dados sobre lepidópteros brasileiros do Estado de Minas Geraes. Rev. Ent., 5 : 1-7. HAMPSON, G. 1897 - Descriptions of new Pyralidae of the sub-fam. Hydrocampinae, Scoparinae. Ann. Mag. Nat. Hist. 19, 114, P. 457. 1916 - Descriptions of new Pyralidae of the sub-families Epipaschinae, Chrysauginae Endotrichinae and Pyralinae. Ann. Mag. Nat. H i s t . (8) 18, 126-160; 349-372. LEDERER J. 1863 - Beitrag zur Kenntnis der Pyralidinen. Wien. Ent. Monats., 7 : 243 280; 331-378; 379-427; 428-504; ests. 2-18. MEYRICK, E. 1936 - On Venezuelan Pyralidae and Microlepidoptera. Veröff. Deuts. Kol. Mus. Bremen, 1 : 3 2 1 - 3 3 4 , 1 ests. 1936 - New species of Pyralidae and Mierolepidoptera from the Deutsches Entomologisches Institut. Arb. Morph.-Taxon. Ent., 3 : 9 4 - 109. PHILPOTT, A. 1929 - The male genitalia of the New Zealand Thyrididae, Pyralidae, Galleriidae and Phycitidae. Trans. Proc. N. Z. Inst., 6 0 : 4 7 3 - 480, 14 figs. PIERCE, F. N. & J. W. 1938 - The genitalia of the Pyrales with the Deltoids and Plumes. Ah account of the morphology of the male clasping organs and the corresponding organs of the female. Warmington.: F. N. Pierce, X I I I + 69 p., 30 ests.
RAGONOT, E. L. 1888 - Essai sur la classification des Pyralites. Ann. Soc. Ent. Fr., (6) 1 0 : 4 3 5 - 5 4 6 , ests. 7 e 8. 1891 - Classification des Pyralites. Ann. Soc. Ent. Fr.: 15-114.
LEPIDOPTERA
13
RAGONOT, E. L. 1891
-
Essai sur la classification et rectification.
des
Pyralites-
Note
supplémentaire
Ann. Soc. E n t . Fr.: 599-652.
SCHAUS, W. 1940
-
Insects of Porto Rico and the Virgin Islands. Moths of the families Geometridae and Pyralididae. Sci. Surv. Porto Rico, New York. Acad. Sci., 12 : 291-417.
SNELLEN, P. C. T. 1874 e 1875
-
Opgave der Geometrina en Pyralidina in Nieuw-Granada en op St. Thomas en Jamaica verzameled doer W. Baron Vou Nolcken met beschrjiving eu afbeelding der nieuwe soorten. Tijds. E n t . , 1 8 : 1 8 7 - 2 6 4 , ests. 11-14.
WARREN 1889 - On the Pyralidina collected la 1874 and 1875 by Dr. J. W. H. Trair, in t h e B a s i n of t h e A m a z o n s . T r a n s . E n t . Soc. L o n d o n : 227-295.
3. Famílias de menor importância - As famílias Ancylolomiidae (reunida por alguns à Crambidae), Anerastiidae (Hypsotropinae), Glaphyriidae, Macrothecidae e Scopariidae, não têm espécies brasileiras cuja biologia tenha sido estudada. A família Nymphulidae1 (Steniadae Guenée, 1854; Steniidae Cotes, 1889; Hydrocampidae Guenée, 1854; Musotimidae Meyrick, 1890) compreende cêrca de 1300 espécies, cujas lagartas, em geral, mais ou menos adaptadas à vida aquática, vivem em águas paradas ou correntes, respirando mediante branquias traqueais filamentosas, distribuídas simètricamente pelos metâmeros. As que vivem em águas paradas alimentam-se de arroz e de várias plantas aquáticas (dos gêneros Potamogeton, Nymphaea, etc.), As que atacam o arros, as vêzes, causam danos consideráveis. Relativamente à Ninfulídeos brasileiros, devem ser lidas as observações de MUELLER feitas em Blumenau (Santa Catarina), relativas a lagartas aquáticas de uma espécie de Nymphula Schranck (Paraponyx Hübner) e de duas espécies de Cataclysta Hübner, 1826. l Eis um dos vários casos em que não se pode dizer com segurança qual deva ser o autor da família A adotar-se o criterio de ser autor de uma família quem primeiramente usou um dado nome para o grupo supergenérico (tribu ou sub-família), iepresentado por um ou mais geristes dos que atualmente constituem essa família, sem duvida o nome desta família deve ser Nymphulidae Duponchel, acompanhado portanto do nome de quem em 1884 reuniu Nyrnphula Schranck ( = Hydrocampa Latr.) e gênero afins do grupo Nymphulites (Nymphulidi Sephens, 1850, Steniadae Guenée, 1854). A admitir-se, porém, como organizador ou autor do grupo tão semente quem primeiro o considerou como família, designando-o rigorosamente de acôrdo com as Regras, o nome da mesma terá de ser Steniidae Cotes, 1889.
14
INSETOS DO BRASIL 4.
Bibliografia.
HAMPSON, G. F. 1897 - On the classification of two subfamilies of moths of the Hydrocampinae and Scoparinae. Trans. Ent. Soc. London: 127-240. 1917 - Descriptions of new Pyralidae of the sub-fam. Hydrocampinae, Scoparinae, etc. Ann. Mag. Nat. Hist., (8) 19 : 361-376; 457-472; 20 : 201-
216; 265-282. 1918 - A classification of the Pyralidae, sub-fam. Hypsotropinae. Proc. Zool. Soc. London: 55-131. JONES, E. D. 1921 -
Descriptions
of
new
moths
from
South-East
Brazil.
Proc. Zool. Soc. London: 323-356, ests. 1-3.
KLIMA, A. 1937
-
Pyralididae:
Sub.
fam.
Scopariinae,
Nymphulinae.
Lcpid. Catal., 84:226 p. ILOYD, J. T. 1911
-
Lepidopterous
larvae
from
rapid
streams.
Jour. N. Y. Ent. Soc., 2 : 1 4 5 152, 2 ests. MUIR F. & J. C. KERSHAW 1909 - Notes on the life history of Aulacodes simplicialis Snell. Proc. Ent. Soc. London: X L - X L I V , 4 figs.
MUELLER, G. W, 1884
-
Ueber einige in Wasser lebende Schmetterlingsraupen Brasiliens. Areh. Naturg., 50 : 194-212, est. 14.
1892
-
Beobachtungen an im Wasser lebender Schmetterlingsraupen. Zool. Jahrb., Syst., 6:617-630, est. 287.
SCHAUS, W. 1924
-
New species of Pyralides of the subfamiIy Nymphulinae from tropical America (Lepidoptera).
1924
-
New
Proc. Ent. Soc. Wash., 2 6 : 9 3 - 1 3 0 . species
of
moths
in
the
United
States
Museum.
Proc. U. S. Nat. Mus., 65 (7) 2520:741. SISON, P. 1938
-
Observations on the life history, habits and control of the rice caseworm (Nymphula depunctalis Guén.). Philip. Jour. Agric., 9 : 2 7 3 - 3 0 1 , 4 ests.
WILLIAMS, F. X. 1944
-
Biological studies in Hawaiian water-loving insects. Part IV - Lepidoptera or moths and butterflies. Proc. Haw. Ent. Soc., 12 : 180-185, ests. 10 e 11.
LEPIDOPTERA
15
Família T H Y R I D I D A E 1
(Thyrididae Herrich-Schäffer, 1856; Siculidae Lederer, 1863; Siculodidae Meyrick, 1886)
de
5. Caracteres - Família de Lepid ópteros pequenos ou grandes, aspecto piralóide, nuctuóide ou geometróide, geralmente com
as asas apresentando áreas translúcidas mais ou menos extensas efinas linhas ou máculas escuras (fig. 1). A n t e n a s simples. Sem ocelos
e
sem
palpos
Fig. 1. Risama falcata (Felder, 1875) (Thyrididae). Macho. maxilares; pal(Lacerda del.). pos labiais finos, dirigidos para diante ou obliquamente voltados para cima. Asas anteriores normalmente com todos os ramos de R partindo isoladalamente da célula, ou com R2, R3 e R4 em forquilha (fig. 4).
Asas
duas
Fig. 2 - Genitalia do macho de Risama falcata (Thyrididae) (Lacerda fot.).
Os
com
nervuras apenas na
área anal e Sc + R 1, anastomosando-se com Rs antes da parte apical da célula (Thyridinae) ou dela se aproximando antes ou depois do fim da célula (Rhodoneuri-
nae).
são mariposas frenadas. Alguns, porém, como Belonoptera frondicola (Guenée, 1877) e Draconia fenestratalis Costa 1
De
Tiridídeos
posteriores
(Thyris), portula (pequena porta, janela).
16
INSETOS DO RRASIL
Lima, 1932, que apresentam o ângulo humeral das asas posteriores consideràvelmente expandido, não possuem frenulum. Larvas piraliformes com 5 pares de pernas abdominais. Família relativamente pequena, com cêrca de 600 espécies descritas, a maior parte das regiões neotropical e indiana. Uma das nossas espécies (Belonoptera frondicula (Guenée, 1877), é um verdadeiro gigante na família, pois chega a atingir 70 mm de envergadura. Não Fig 3 - Draconia Jenestratalis Costa Lima, menos conspícua é a Hepialodes 1932 (Thyrididae) (Lacerda fot.). follicula Guenée, 1877, de Cayenne (Guiana Francesa), com cêrca de 80 m m de envergadura.
Fig. 4 - Asas de Draconia fenestratalis (Thyrididae) (De Costa Lima, 1932; designação das nervuras segundo Comstock).
A espécie mais interessante, sob o ponto de vista agrícola, é Risama falcata (Felder, 1875) (Siculodes falcata) (fig. 1), estudada
LEPIDOPTERA por
BONDAR
escreveu
(1913,
Pragas
das
myrtaceas,
17 etc.),
que
sôbre
ela
o seguinte: "A lagarta, quando pequena, é vermelho-pintada; crescendo, torna-se branca, até 30 mms. de comprimento. O primeiro segmento do corpo é alargado no dorso e m u m a placa escura. C a d a anel t e m u m p o n t o escuro ao lado. As lagartas se alimentam da parte cambial dos troncos das goiabeiras, respeitando g e r a l m e n t e a casca externa. As p a r t e s c a r c o m i d a s sob a casca são irregulares, p o u c o p r o f u n d a s .
N o princípio, a l a g a r t a p a s s a todo o seu t e m p o n e s s a s galerias, p o r e m crescida, faz os f u r o s d e n t r o do tronco, h o r i z o n t a i s n o comêço, depois dirigidos p a r a baixo. A p a r t e l o n g i t u d i n a l do furo é a l a r g a d a , e d á a l a g a r t a a possibilidade de se virar. É n e s t e abrigo q u e ela se esconde d o s i n i m i g o s e lá p a s s a seu e s t a d o de chrysalida, q u e d u r a q u a t r o a cinco s e m a n a s , m a i s ou m e n o s . N ã o h a periodos fixos de desova. O a d u l t o é u m a b o r b o l e t a de côr geral a m a r e l a , c o m u m d e s e n h o escuro, p o u c o delineado. A e n v e r g a d u r a é de 40 m m . ; os m a c h o s são m e n o r e s . O b o r d o anterior d a s a s a s é m u i t o desenvolvido m a relação ao outro, e f o r m a n a e x t r e m i d a d e da aza u m a p p e n d i c e e m f o r m a de gancho. O d e s e n h o d a s a z a s anteriores é c o n s t i t u i d o por a l g u m a s m a n c h a s de côr e s c u r a e por u m a flexa q u e desce da e x t r e m i d a d e do a p p e n d i c e a t é a m e t a d e do bordo posterior. As azas posteriores têm um ponto translucido e m a i s claro no meio dellas. F r e q u e n t e m e n t e as l a g a r t a s v i v e m e m colonias de 5 a 10, p r o d u z i n d o a d e f o r m a ç ã o e o d e f i n h a m e n t o do tronco. E n c o n t r a m - s e t a m b e m m u l t a s vêzes nos ferimentos produzidos pelo Polyrrhaphis grandini, cuja serr a d u r a serve a b o r b o l e t a p a r a p o r os ovos. E n t r e os i n i m i g o s n a t u r a e s d a borboleta, o m a i s i m p o r t a n t e é u m a mosca, que põe os ovos n a lagarta. A s l a r v a s d e v o r a m - n a g e r a l m e n t e quando esta já está no sem abrigo, e á sua custa desenvolvem-se 3-4 moscas."
6. Bibliografia DALLA TORRE, W. VON 1914 -
Thyrididae, in Lepid. Catal., 20 : 55 p.
GAEDE, M. 1916
-
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18
INSETOS DO BRASIL
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Família
SCHOENOBIIDAE
(Schoenobidae Duponchel, 18441; Siginae Hampson, 19182) 7. Caracteres, etc. - Mariposas de pequeno porte, pouco vistosas, providas de antenas simples, espiritromba mais ou menos desenvolvida e palpos labiais geralmente porretos, mais ou menos alongados. Pequeno grupo constituído por espécies que lembram os Crambídeos e que, segundo vários autores, têm hábitos aquáticos, vivendo as lagartas de plantas aquáticas, algumas como brocas dessas plantas. 1 2
De De
(schoenos), pinheiro. (sige), silêncio.
LEPIDOPTERA
19
O principal caráter, que permite diferenciar êstes Piralídeos dos demais, é a presença de Cu2 (1.ª A) na asa anterior quase sempre bem desenvolvida. As lagartas de Acentropus, da Europa, são perfeitamente adaptadas à vida aquática, o mesmo se observando com as fêmeas da geração do verão, que são ápteras. 8.
Bibliografia.
HAMPSON, G. F. 1895 - On the classification of the Schoenobiinae and Crambinae, two sub-families of moths of the family Pyralidae. Proc. Zool. Soc. London: 897-974, figs. H EINRICH, C. 1937 - Moths of the genus Rupela (Pyralididae, Schoenobiinae). Proc. U. S. Nat. Mus., 84 (3019): 355-388, 12 ests.
Família
CHRYSAUGIDAE 1
(Chrysaugidae Lederer, 1863; Azamoridae Warren, 1889; Semnianae Hampson, 1918) 9. Caracteres - Piralídeos de aspectos e tamanho variáveis, incluídos por alguns autores em Pyralididae, porém dêles se distinguindo por não terem palpos maxilares. Ocelos e palpos labiais bem desenvolvidos, êsFig. 5 - Acrodegmia pselaphialis Ragonot, 1890, macho (à esquerda) e tes, em várias fêmea, pousados e vistos de perfil (Chrysaugidae). (J. Pinto fot.). espécies, extraordináriamente alongados. Algumas espécies, que apresentam a borda costal das asas anteriores mais ou menos conspicuamente ondulada, podem ser confundidas com representantes de outras famílias, especialmente com Tortricídeos. 1
De
(chrysos), ouro:
(auge), brilho.
20
INSETOS DO BRASIL
Os machos, via de regra, além de t e r e m as n e r v u r a s d e s v i a d a s o curso normal, a p r e s e n t a m , n a asa, tufos de escamas m o d i f i c a d a s , em relação com a b o r d a anterior e u m r e t i n a c u l u m com aspecto de alça, onde se int r o d u z o frenulum, t a m b é m mais ou menos modificado. Nêles t a m b é m f r e q u e n t e m e n te se e n c o n t r a u m a prega ou bôlsa na base da asa a n t e r i o r (figs. 9 e 1 l). Foi êste aspecto Fig. 6 - Acrodegmia pselaphialis Ragnot, 1890, que levou WARREN, a criar, macho (Chrysaugidae). (J. Pinto fot.) para Azamora Walker, Salobrena Walker, Tosale Walker, Clydonopteron Riley e outros gêneros, que a apresentam, a família Azamoridae. 10. Hábitos e mais interessantes -
espécies As la-
gartas dos Crisaugídeos, em geral, são filófagas, d o b r a n d o ou enrolando as fôlhas de que se alimentam. E n t r e t a n t o , as de Acrodegmia pselaphialis Ragonot, 1890 (figs. 5-7), conforme já assinalei (1932), são brocas do caule de "baleeira'" ou "maria preta" (Cordia
Fig. 7 - Acrodegmia pselaphialis Ragonot, 1890, fêmea (Chrysaugidae). (J. Pinto fot.).
verbenacea D. C.) (Borraginaceae). ARISTÓTELES SILVA verificou que as lagartas de uma
espécie
de
Clydonopteron
muito próxima tecomae, criam-se
de em
C. se-
mentes de Cybistax antisyphilitica (figs. 8 e 9).
Fig. 8 - Clydonopteron sp., p. tecomae (Chrysaugidae), fêmea. (Lacerda fot.).
Bonchis
munitalis
(Lederer,
1863).
Em Pôrto Rico, as favas de Tecoma pentaphylla, segundo WOLCOTT (1936), são atacadas pelas lagartas de
LEPIDOPTERA
21
Há tempos enviaram-me para determinação uma espécie Bonchis, que não me parece diferente daquela (figs. 13-15).
Fig. 9 - Asas de Clydonopteron
O inseto foi obtido por CH. HATHAWAY de favas de "ipê roxo" (Tecoma sp.), vivendo as lagartas no interior das sementes. H a t a m b é m em nossa coleção um exemplar da m e s m a espécie, o b t i d o por DARIO MENDES de lagarta criada em laranja e u m a fêmea, bem menor, com cêrca de 15 m m de e n v e r g a d u r a (a de munitalis têm cêrca de
sp., macho (Chrysaugidae) ( L a c e r d a fot.).
Fig. 10 - G e n i t a l i a de Clydonopteron ( C h r y s a u g i d a e ) (Lacerda fot.).
sp.
de
22
INSETOS DO BRASIL
Fig. 11 - Asas do macho de una Crisaugideo não determinado (Lacerda del.).
Fig. 12 - G e n i t a l i a do Crisaugideo, cujas asas se vêem na fig. 11 (Lacerda del.).
LEPIDOPTERA
23
22 mm (asa - fig. 15), de espécie extremamente próxima daquela (como se pode ver comparando os sistemas de nervação das asas representadas nas figs. 14-16), obtida de galha em caule de uma Piperácea. O Engenheiro Agrônomo ARISTÓTELES SILVA entregou-me para determinação uma espéde Caphys Walker, extremamente próFig. 13 - Bonchis munitalis (Lederer, 1863) xima de C. bilinea (Chrysaugidae) (Lacerda fat.). Walker, 1863 (figs. 16-18), cuja lagarta se cria em sementes de pinheiro (Araucaria angustifolia). É interessante assinalar que, nessa espécie, as nervuras
M 2+3
e
Cu1a (na fêmea) apresentam-se longamente pedunculadas, segundo a d e s c r i ç ã o do g ê n e r o ; n o macho, porém (fig. 17) dispõem-se exatamente como em Acallis Ragonot, 1890.
Fig. 14 - Asas de Bonchis munitalis, fêmea (Crysaugidae) (Lacerda del.),
As lagartas de Pa chypodistes goeldii, no Baixo Amazonas, segundo HAGMANN (1907), v i v e m em ninhos arbóreos da formiga Dolichoderus gibbosus analis. Alimentam-se do cartão do formigueiro e, com
24
INSETOS DO BRASIL
fragmentos dessa substância, constroem um estôjo ou casulo. que as protege das formigas e dentro do qual t a m b é m encrisalidam.
Fig. 15 -
Asas de Bonchis sp. especie galícola. (Chrysaugidae) (Lacerda del.).
Fig. 16 - Caphys, p. bilinea Walker, 1863 (Chrysaugidae) (Lacerda fot.).
LEPIDOPTERA
25
As mariposas, ao nascerem, apresentam corpo, asas e pernas, cobertas de espêsso revestimento de pêlos caducos, erectos, de côr amarela-dourada, com cêrca de 3 mm de comprimento, que impede o ataque das formigas, permitindo-lhes possam sair indenes do formigueiro em que se criaram.
Fig. 17 - Asas de Caphys da fig. 16 (Chrysaugidae), (Lacerda fot.).
Devo ainda mencionar um grupo de Piralídeos desta família, constituído pelas espécies dos gêneros Cryptoses Dyar, Bradypodicola Spuler e Bradypophila R. von Ihering, encontradas da América Central ao Brasil e muito interessantes pelo singular saprofagismo das lagartas, que vivem, como ectoparasitos, no pêlo das preguiças (Bradypus sp.) (v. os trabalhos de DYAR, R. VON IHERING e SPULER.
26
INSETOS DO BRASIL
Fig. 18 - Genitalia do macho de Caphys, da fig. 16 (Chrysaugidae)
Fig. 19 - Asas de Bradypophila
(Lacerda
garbei
fot.).
R. von Ihering, 1914
(Chrysaugidae), de u m paratipo fêmea da coleção do M u s e u Paulista (Lacerda fot.).
LEPIDOPTERA
Fig. 20 - Asas de Bradypophila garbei (Chrysaugidae), exemplar 8.545 da coleção da E. N. A., macho (Lacerda fot.).
Fig. 21 - Genitalia de Bradypophila garbei, vista de lado, do exemplar 58.003 da coleção do Museu Paulista, criado sôbre Bradypus marmoratus, do Rio Doce (Espírito Santo) (Lacerda fot.).
27
28
INSETOS DO BRASIL
Fig. 22 - Genitalia de Bradypophila garbei, do e x e m p l a r 8.545 da coleção da E. N.A. (Lacerda fot.).
Fig. 23 - Asas de Bradypodicola hahneli Spuler, 1906, mutiladas fêmea; e x e m p l a r 58.016 da coleção do M u s e u P a u l i s t a , criado sôbre
Choloepus didactylus I11., do Pará. (Lacerda del.).
LEPIDOPTERA
29
Fig. 24 - Asas de Bradypodicola hahneli (mutiladas) macho, exemplar 58.017 da coleção do Museu Paulista criado sôbre Choloepus didactylus Ill.,
do
Pará.
(Lacerda
del.).
Fig. 25 - Genitalia de Bradypodicola hahneli, do exemplar n º 58.013 d a coleção do M u s e u Paulista,
Choloepus didactylus do Ill. Pará.
criado
sôbre
(Lacerda fot).
30
INSETOS DO BRASIL 11.
Bibliografia.
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1912 -
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Famlía P Y R A U S T I D A E 1
(Pyraustidae Saalm., 1890) 12.
Caracteres
variados; uns,
-
Piralídeos
microlepidópteros,
marcas diversamente macrolepidópteros, Geometrídeos.
de
aspecto
e
apresentando
coloridas, não raro
as v ê z e s c o n f u n d í v e i s
de
hábitos nas asas
De
mais
côres vistosas; outros,
com Noctuídeos
P o u s a d o s , f i c a m c o m as a s a s e n t r e a b e r t a s . 1
os
áreas ou
(pyraustes), mariposas que se queimam no fogo.
ou com
LEPIDOPTERA
31
Ocelos presentes. E s p i r i t r o m b a desenvolvida. Palpos maxilares pequenos, mas distintos; labiais de vários aspectos, p o r é m com o 3.° segmento curto (exceto em Zinckenia, que o apresenta quase tão longo quanto o 2. ° segmento). Asas anteriores triangulares, raram e n t e arredondadas no ápice ou estreitadas, às vêzes dist i n t a m e n t e falcadas
(Megaphysa herbiferalis Guenée); R 1, R 2 e R 5 partindo d i r e t a m e n t e da céFig. 26 - Zinckenia fascialis (Cramer, 1782) lula; R 3 e R 4 em (Pyraustidae) (X 2,8) (Lacerda fot.). forquilha, exceto em alguns gêneros; em Azochis e outros gêneros R 2, R 3 e R 4 formam forquilha como em Nymphulidae; tais espécies, porém, se reconhecem fàcilmente como Piraustídeos, principalmente por t e r e m ocelos desenvolvidos. Asas posteriores com a p a r t e basal de Cu (limite posterior da célula) sem pécten ou apenas com alguns pêlos. 13. pécies
Hábitos mais
e
es-
interes-
- Os Lepidópteros dêste grupo, Fig. 27 - Loxostege bifidalis (Fabricius. I794), fêmea m e s m o depois que dêle (Pyraustidae) (De Sauer, 1937. est. 31, fig. A). foram destacados os que constituem hoje as famílias N y m p h u l i d a e e Scopariidae (incluídas por Meyrick e outros em Pyralididae) f o r m a m u m a das maiores famílias de Pyralidoidea, com grande número de espécies nas regiões tropicais, geralmente crepusculares ou noturnas, algumas, porém, de hábitos diurnos. santes
32
INSETOS DO BRASIL
Fig. 28 - Epipagis cambogialis (Guenée, 1854), macho (Pyraustidae) (Lacerda fot.).
Fig. 29 - Asas de Epipagis combogialis macho (Pyraustidae) (Lacerda del.)
LEPIDOPTERA
33
Ovos mais ou menos achatados, ovóides, lisos ou finamente reticulados. L a g a r t a s delicadas, de côres claras, pouco pilosas, geralmente vivendo em fôlhas, sob dobras feitas com fio de sêda, ou como brocas caulinares ou radiculares. T e c e m casulo e encrisalidam no local e m q u e vivem, ou perto dêle. Várias p e n e t r a m no solo p a r a encrisalidar. Passarei r à p i d a m e n t e em revista as espécies que, no Brasil, são m a i s conhecidas pelos d a n o s que causam tratando primeiramente das que t ê m lagartas filófagas. Zinekenia
perspectalis
(Hubner, 1796) (Hymenia perspectalis (Hübner) e Psara bipanctalis
(Fabricius,
1794).
Ambas
Fig. 30
- Genitalia do macho de Epipagis (Lacerda fot.).
cambogialis (Pyra ustidae)
observadas
por
HAMBLETON
(1935), em Minas Gerais, atacando fôlhas de beterraba (Beta vulgaris). As lagartas de Zinckenia fascialis (Cramer, 1782) (fig. 26) atacam
fôlhas de caruru (Amaranthus sp.). SAUER, em S ã o P a u l o , estudou os hábitos de L o xostege bifidalis (Fabricius,
1794) (Phlyctaenodes bifidalis Fabricius) Epipagis
(fig. 27) e de cambogialis
(Guenée, 1854) (Mimorista cambogialis) (Guénée) (figs. Fig. 31 - HelluIa phidilealis (Walker, 1859) (Pyraustidae) (Lacerda fot.).
28-30). As lagartas da primeira, que no c a m p o a t a c a m
habitualmente carurús (Amaranthus patens e Portulaca oleracea), danificam também algodoeiros novos (Gossypium hirsutum). Segundo me comunicou SAUER, São parasitadas por Eiphosoma sp. (Ichneumonidae). As de Epipagis
34
INSETOS DO BRASIL
cambogialis atacam Pereskia grandiflora e Talinum e, segundo também me comunicou SAUER, São parasitadas por Chelonus busckiella, Hormius sp. (Braconidae) (êste por sua vez parasitado por uma espécie de Horismenus (Entedontidae), Brachymeria cominator (Chalcididae) e Perilampus sp. (Perilampidae). E m Niterói (Estado do Rio), observei as lagartas de E. cambogialis brocando o caule de
Epiphyllum truncatum. Pilocrocis infuscalis (Guenée, 1854). As lagartas, na Bahia, segundo BONDAR (1925), atacam fôlhas de fumo. No mesmo Estado BONDAR (1939, Ins. Noc. Cacaueiro-Inst. Cac. Bahia, Bol. Tech., 5 : 6 5 ) t a m b é m observou as lagartas de Sylepta prorogata Hampson, 1912, a t a cando fôlhas novas de cacaueiro. As lagartas de ambas espécies tém h á b i t o s noturnos, ficando durante o dia esconditas sob dobras, nas fôlhas, ligadas por fio de sêda. Outras espécies d e S y l e p t a H ü b n e r e de Fig. 32 - Crochiphora testulalis Geyer, 1832 Pilocrocis Lederer, que (Pyraustidae) (De Mendes, 1937). atacam, em certos países americanos, fôlhas de batata-doce e de outras Convolvuláceas, foram bem estudadas por WILSON (1923) e JONES (1917). Crocidophora adornatalis (Warren, 1894). As lagartas, em São Paulo, segundo SAUER, criam-se em fôlhas de murici (Byrsomina sericea). No Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo são bem conhecidos os estragos feitos em fôlhas, brôtos e caule de Brassica sp. e outras Crucíferas pelas lagartas de Hellula phidilealis (Walker, 1859) (fig. 31), elegante mariposinha com cêrca de 15 mm de envergadura, muito próxima de Hellula undalis (Fabricius), que talvez, le encontre no Brasil causando danos equivalentes (Sôbre o inseto v. trabalhos de MONTE (1944) e de PASTRANA (1946). No Rio a lagarta é atacada por Microbracon hellulae Costa Lima, 1938.
LEPIDOPTERA
35
Lamprosema indicata (Fabr., 1794), espécie de vasta dist r i b u i ç ã o g e o g r á f i c a , é c i t a d a p o r HAMBLETON (1935) c o m o c o m u m e n t e e n c o n t r a d a , t o d o ano, e m Viçosa ( M i n a s Gerais); as l a g a r t a s a t a c a m f ô l h a s d e Glycine max e de v á r i a s espécies de feijões (Phaseolus spp.). Crochiphora testutalis Geyer, 1832 (Maruca testulalis (Geyer) (fig. 32) - Outro inimigo dos feijões e m M i n a s G e r a i s , t a m b é m Fig. 33 - Margaronia hyalinata (L. 1767) a s s i n a l a d o p o r HAMBLETON, c u j a s macho (Pyraustidae) (Lacerda fot.). lagartas atacam vagens de várias Leguminosas. Trata-se de uma mariposinha de aspecto característico, c o l a as p a r t e s escuras d a s asas côr de c h o c o l a t e . MENDES, assinalando os estragos das lagartas em inflorescências de "crista de muram" (Mucuma huberi), assim descreveu os hábitos. do inseto:
"Os ovos são postos nos botões floraes ou nas vagens; as lagar tinhas penetram nos botões floraes destruindo-os; ellas têm o habito de ligar as flores ou botões com uma teia. Na Mucuna Huberi Dueke as lagartas destroem os orgãos de reprodução da flor, impedindo, completamente, a frutificação da planta. Nos feijões furam as vagens e roem as favas. As lagartas da M. testulalis, em seu maior desenvolvimento, medem 18 a 20 mm. de comprimento por 2 a 3 mm. de diametro. A princípio são branco-pallidas, mais tarde, nos ultimos estadios, tornam-se roseas. A cabeça é castanho-escura; o prothorax tem uma placa parda um pouco mais clara do que a cabeça, dividida ao centro por um sulco estreito; mesothorax, metathorax e segmentos abdominaes, com placas pardas providas de cerdas". Quando as lagartas completam o desenvolvimento saem das favas e tecem o casulo em qualquer parte, mesmo no solo, e encridalidam. Em outros territórios é verdadeira praga dos feijões (v. trabalhos de BRUNER (1931) e de LEONARD & MILLS (1931).
os
Margaronia hyalinata (L. 1767) e Margaronia nitidalis (Cramer, 1782) (figs. 33-34). - As lagartas de ambas atacam Cucurbitàcisa
36
INSETOS DO BRASIL
As da primeira espécie tornam-se daninhas quando infestam plantas jovens. E m plantas desenvolvidas, e m geral, roem primeiramente as fôlhas, antes de p e n e t r a r e m no caule ou nos frutos. Daí os bons resultados que se obrem da aplicação de inseticidas, q u e intoxiquem a s lagartas jovens, antes de e n t r a r e m nos tecidos da planta. As
Fig, 34 - Margaronia nitidalis (Cramer, 1782), m a c h o (Lacerda fot.).
lagartas
de
Margaronia
nitidalis, que atacam de preferência os botões florais e frutos e não p o d e m ser envenenadas nos primeiros estádios, são mais prejudiciais que as de M. hyalinata.
Encrisalidam em casulos tecidos sôbre fôlhas sêcas ou no chão. Segundo FIGUEIREDO e ANDRADE (1913) o desenvolvimento embrionário se processa em 3 ou 4 dias, durando o período larval cêrca de 10 dias e o pupal de 12 a 14 dias. H. SAUER informoume que as lagartas de M. hyalinata são parasitadas, em S. Paulo, pelos seguintes microhimenópteros: Ephialtes sp. (Ichneumonidae),
Polycyrtus saladonis (Ichn.) e Brachymeria cominator (Chalcididae). E m outros territórios Fig. 35 - Magastes pasialis Snellen, 1875, f ê m e a da r e g i ã o neotrópica (Pyraustidae) (Lacerda fot.). observou-se o parasitismo das lagartas pelos seguintes microimenópteros; Polycyrtus lituralis, Pimpla margineIla, Neolheroma bicincta (Ichneumonidae) e Spilochalcis fulvescens (Chalcididae.) Polygrammodes ponderalis (Guenée, 1854), um dos mais conspícuos representantes desta família, pois tem cêrcam de 55 m
LEPIDOPTERA
37
de e n v e r g a d u r a ; asas de côr a m a r e l a com u m a g r a n d e m á c u l a c e n t r a l de côr rósea vinhosa, que se c o n t i n u a com a d a o u t r a asa m e d i a n t e estreita faixa, d a m e s m a côr, ao longo da costa e s ô b r e a parte anterior do t ó r a x ; foi e s t u d a d a por HOFFMANN (1932, Deuts. Ent. Zeits. 147), segundo material colhido por K i r b y Schmidt. A lagarta é b r o c a das raízes de "chamarita" (Vernonia sp.). Hábitos Megastes
Fig. 36 - Azochis grypusalis Walker, 1859 (Pyraustidae) (Fot. gentilmente cedido por Sauer do Inst. Biol. São Paulo).
semelhantes
grandalis
têm
Guenée,
as
mariposas
1854
e
M.
do
gênero
pusialis
Megastes,
Snellen,
1875
(fig. 35). As deixando
lagartas intáta
brocam apenas
o
a
caule
parte
e
os
tubérculos
da
batata-doce,
cotrical.
A presença da praga 5 denunciada, segundo COWLAND (1926). "by the stunting and shedding of the leaves of the plant, by the accumulation of frass ar the surface of the ground around the crown by the splitting of the crown and the case with which it can be broken off". Azochis do
caule
da
grypusalis
Walker,
figueira
cultivada.
1859
(fig.
36)
A
lagarta
é
broca
Transcrevo o que sôbre êle escreveu CARVALHO (1939): "O inseto adulto é uma pequena mariposa de uns trez centimetros de envergadura. As suas azas têm a côr de palha, intercaladas com manchas estriadas de côr castanho-escuro e dispostas mais ou menos longitudinalmente. A época da postura é entre Outubro e Novembro. Neste ultimo mês ainda observei lagartinhas recem-nascidas. A postura é feita geralmente na parte axilar dos peciolos da parte superior dos galhos.
38
INSETOS DO BRASIL Terminado o periodo da incubação, cujo tempo pode variar de acôrdo com a temperatura reinante, nascem as lagartinhas, as quais se alimentam, á princípio, da casca tenta dos galhos onde se deu a eclosão e, então, á medida que vão crescendo e que as suas mandíbulas vão se tornando mais fortes, perfuram, ou melhor, "broqueiam" a parte lenhosa do galho, penetrando em sua medula. Dêste ponto elas se dirigem para baixo, formando uma verdadeira galeria, só interessando á medula. A proporção que as larvas vão expelindo os seus excrementos através do orifício de entrada onde se nota regular quantidade dêles, entremeados com fios de seda, por elas também segregados. Isso serve ao mesmo tempo de proteção contra a humidade e possivelmente contra os seus inimigos naturais. Pelo aspéto que apresenta o galho atacado, se póde determinar o ponto em que se acha localizada a "broca". As folhas situadas acima dêsse ponto apresentam-se geralmente murchas, e os frutos, que por ventura existem, paralisim o seu crescimento e por fim secam. As vezes encontram-se mais de uma "broca" em o mesmo galho, posto que distanciada uma da outra. Quanto mais fundo penetrarem as "brocas" no galho,tanto maior numero de folhas murchas é observado. A "broca" é uma larva muito ativa. Abrindo-se um galho onde ela se acha alojada, observa-se como, ao se sentir tocada, ela se precipita para fora da galeria, recuando e abandonando-a. Ao se deixar cair ela fica pendurada por um fio de seda, pelo qual ela volta ao seu lugar primitivo, logo que cesse a perturbação. O seu comprimento atinge mais ou menos á 21/2 centímetros, por 3 ou 4 milimetros de grossura. Sua côr geral 6 castanha, tendo a cabeça um colorido mais forte. A sua ação "broqueadora" só termina quando ela atinge o seu completo desenvolvimento larval, o que se dá mais ou menos depois de vinte dias de seu crescimento, a larva, ao cessar de se alimentar, procura um local conveniente para se encrisalidar. Observei algumas se encrisalidarem dentro da própria galeria; outras, porem, abandonando as galerias, escolhem um lugar protegido onde se prendem por meio de fios de seda, formando um casulo protetor para a futura crisálida. A crisálida tem a côr castanho-escura e mede 12 milímetros de comprimento por quatro de diametro. No estado de crisalida passa a "broca" mais ou menos 15 dias, nascendo então o inseto adulto. Meios de combate - Torna-se necessário, em primeiro lugar, vigiar as figueiras, logo em seguida á brotação, durante a primavera, para, logo que apareçam as lagartinhas roendo a casca dos galhos, se tomar, em tempo, as providencias adequadas. Tratando-se de pés isolados,
LEPIDOPTERA
39
num pequeno quintal por exemplo, procede-se a cataçã o das lagartinhas (o que não é muito faciI tarefa devido ao tamanho delas) antes de perfurarem a parte lenhosa dos galhos. Em culturas maiores, porém, e de acôrdo com a intensidade da infestação, torna-se necessário fazerem-se algumas pulverizações com o arseniato de chumbo". como medidas de combate ao inseto, CARVALHO recomenda, além da poda e queima dos galhos brocados, pulverizações com arscniato de chumbo, aplicadas principalmente sôbre as pontas dos galhos e repetidas de acôrdo com o prazo da postura à saída das agartas.
Fig. 3 7 - Neoleucinodes elegantalis (Guenée, 1854) (Pyraustidae) (Lacerda fot).
Neoleucinodes elegantalis (Guenée, 1854) (fig. 37). Assinalando em 1922 (2º Catálogo de Insetos, etc.) a existência do insere no Brasil, como broca do tomateiro, fi-lo baseado em um exemplar do Ceará, enviado para determinação por Dias da ROCHA com essa indicação. o
Apresento nas linhas que seguem o que MONTE escreveu sôbre insere (1934 - Borboletas que vivem nas plantas cultivadas): Biologia - A borboleta deposita seus ovos, que são brancos, durante os mêses de agosto e setembro, aqui pelos nossos lados, podendo, entretanto, em outras regiões, anteceder, ou segundo cremos, dar duas gerações anuais; a primeira, provavelmente se realiza em abril ou maio, produzindo adultos que hibernam no tempo frio (junho e julho), para continuarem a propagação da espécie logo que apareçam os primeiros plantios, agosto ou setembro.
40
INSETOS DO BRASIL O ovo é depositado no próprio fruto, junto ao cálice ou mesmo sôbre as sépalas. O número pode variar até três, segunda ao nossas observações, parecendo-nos que o número de lagartas que se encontra dentro de um fruto corresponde ao número de ovos posto sôbre êle. Procuramos observar se era possível uma lagarta passar de um fruto para outro, quando já crescida. Não pudemos verificar, mas cremos muito nesta possibilidade, visto que nada a isso obstaria, porque os frutos se tocam, na árvore. O que, entretanto, nos fez dúvida, foi um certo hábito que notamos na lagarta: ela cava sómente o orifício de saída, quando prestes a tornar-se crisálida; donde concluímos que ela, penetrando no fruto, só sairá para metamorfosear-se e daí a nessa opinião de que ela não costuma passar de um fruto para outro. Nascida a lagartinha, procura esta introduzir-se no fruto, roendo, a delicada película. O orifício que ela fabrica para entrar, devido mesmo ao seu tamanho, é muito pequeno, quasi imperceptível, e desaparece posteriormente, com o destacamento da massa interna do fruto, feito pelos movimentos por ela produzidos no seu interior. Dentro do fruto fica em por espaço de um mês, em média, variando mais ou menos, conforme a temperatura. Alimenta-se da parte carnosa do fruto, estragando-o e concorrendo para o seu apodrecimento, tornando-o assim imprestável para qualquer use. O tempo de eclosão da lagarta também varia com o grau de calor atingindo no máximo uns 10 dias. Findo o ciclo larval, a lagarta procura abandonar o fruto onde viveu e procura crisalidar-se nos detritos existentes. No insetário, ela produziu um delicado casulo sedoso, nas paredes laterais da caixa de criação, ficando nesse estado pelo espaço de 17 dias. Os estragos produzidos são notáveis; o tomate não servirá mais para qualquer uso. Basta a presença desta espécie em tomateiros, para causar prejuízos, de cerca de 50%. Meios de combate - Dado o local em que viveu a lagarta, im. possível se torna a aplicação de qualquer inseticida que atue diretamente sôbre ela, de nada valendo a pulverização, por que a lagarta, alimentando-se da parte interna do fruto, no qual se acha, não tocará no veneno pulverizado na superfície. Neste caso, outro remédio não há, do que colher todo tomate broqueado, enterrando-o a profundidade suficiente, meio metro em media, ou queimando-o. Desta maneira evita-se a propagação da espécie, diminuindo o número de futuras lagartinhas, e, a fortiori, o número de borboletinhas, que viriam pôr ovos sôbre os frutos, disseminando mais ainda a praga. Este é o método direto, um pouco trabalhoso, mas eficiente. Poder-se-á, entretanto, aplicar o método preventivo, isto é, espargir sôbre os frutos, quando ainda novos, e mui especialmente na época da postura da borboleta ou próximo ao nascimento das lagartinhas, uma
LEPIDOPTERA
41
solução arsenical, por exemplo, o arseniato de chumbo. Assim, todo plantador de tomate deverá verificar a época em que aparecem as primeiras lagartas na sua plantação, para fazer a aplicação do inseticida. Esta aplicação tem por fim envenenar as lagartinhas que procuram introduzir-se no fruto, envenenamento êsse que se dará quando procurarem elas roer a. película já pulverizada com a solução venenosa. Sendo o tomate muito atacado por fungos, é de toda conveniência que se aplique, outrossim, uma solução mista, ou seja adicionando à solução arseniacal, a calda bordalesa, que por sua vez impedira a frutificação dos fungos. Estas pulverizações devem ser feitas semanalmente, ou então três vezes por mês, num espaço de tempo de 10 dias". Lineodes
integra
Zeller,
1873
(fig.
38)
-
Como
as
demais
espécies de Lineodes Guenée e as espécies de Stenoptycha Zeller, fazem
lembrar
Pteroforideos.
HAMBLETON (1939) viu as lagartas de Lineodes integra atacando fôlhas de
batata sum.
(Solanum
tubero-
O inseto, p o u s a d o , fica em atitude característica: o abdômen distintamente curvado para cima e as asas entreabert, as. Atitude melhante
um tanto assumem
espécies
de
Guenée,
1854,
pousada
oiticica,
trata
Hübner
(Pionea
desenvolve
nos
(1942),
numa em
frutos
Na
figura
superfície interessante
detalhadamente Guenée),
Lineodes integra Zeller (Pyraustidae) (Lacerda fot.).
Terastia Guenée.
OLIVEIRA
deráveis.
Fig. 38 -
seas
de
39 plana
uma
dessa
planta,
T.
(figs.
estudo
provàvelmente
novos
vê-se
39-40).
sôbre
espécie nova,
msticulosalis
as
de cuja
causando
pragas
de
Phlyctaenia lagarta danos
se
consi-
42
INSETOS DO BRASIL
A êsse gênero pertence a espécie Phlyctaenia opalizalis (Guenée, 1854), cuja lagarta, no Rio e em Belo Horizonte (Minas Gerais) (material remetido para determinação por O. MONTE), ataca, respectivamente, o manjericão (Ocimum sp.) e a manjerona. Um gênero próximo de Terastia é Agathodes Guenée, ao qual pertenee Agathodes monstralis Guenée, 1854, cuja lagarta, segundo informação que me foi comunicada pelo Eng. Agr. ARISTÓTELES SILVA, é broca da goiabeira, no Espírito Santo. Na República Argentina, Agathodes designalis Guenée, 1854, cria-se em Fig.39 - Terastia meticulosalis Guenée, fôlhas de Erythrina cristagalli, segundo 1854 (Pyraustidae) (J. Pinto fot.). Bourquin (1932, 1945). Nenhuma das espécies de Pyrausta Schrank da região neotrópica foi assinalada como praga de plantas culivadas. Entretanto, é a
Fig. 40 - Asas de Terastia meticulosalis (Pyraustidae) (Lacerda del.).
êsse gênero que pertence o famoso "european cor borer" dos norte-americanos, a lagarta de Pyrausta nubilalis (Hübner, 1796)
LEPIDOPTERA
43
O inseto (fig. 41), originário da Europa e da Asia, introduzido nos Estados Unidos e descoberto em 1917, já em 1927 obrigava o Congresso o votar um crédito de $ 10.000.000 para o custeio das medidas para o combater.
Fig. 41 - Pyrausta nubilalis (Hübner, 1796); à esquerda, o macho (20 a 26 mm.); à direita a fêmea (25 a 34mm.) (De Caffrey & Worthley, 1927, fig. 387).
Desde então os norte-americanos tudo têm feito para dominar a praga, que, não obstante, vai gradativamente se espalhando pelos vários territórios dos Estados Unidos e do Canadá, manifestando-se sempre como um dos mais temíveis inimigos do milho e outros cereais. Segundo informa o " I n s e c t Pest S u r v e y " os estragos causados pelo " E u r o p e a n corn borer", em 1944, nos Estados U n i d o s , f o r a m d e $ 22. 713. 923.
fig. 42 - Aglossa caprealis Hübner
(Pyralidinae) (Lacerda fot.).
Na parte final da bibliografia que se segue, dou uma relação de alguns dos mais interessantes trabalhos sôbre a praga. Recomendo também a leitura da parte a ela referente no livro de BALACHOWSKY e MESNIL (Les insectes nuisibles aux plantes cultivées).
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Família 15.
Caracteres,
probóscida
e
ENDOTRICHIDAE
etc.
palpos
-
maxilares
desta
Os
Piralídeos
bem
desenvolvidos.
família
Nas
asas
possuem anteriores,
que são lisas, R 5 em forquilha com R 4 e R 3 , às vêzes ausente; posteriores
sem
pécten
em
Pequeno
grupo
de
alguns
autores
Excetuando broqueiam
as
outras
e
spécie
creveu
Shenauge
lagartas
de
em
Cu e Sc + R 1 anastomosando-se com Rs. Piralídeos
Perforadix
raízes
cujas
espécies
são
incluídas
por
Pyralilidae. da
de
real
e
de
açúcar
interêsse
parasitus,
Automeris
sacchuri
cana
cujas
Dirphia
Sein, em
1930, Pôrto
econômico. lagartas,
no
cujas
Rico,
JORDAN Pará,
são
não
lagartas conheço
(I936) parasitas
desde
(Saturniidae).
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LEPIDOPTERA
49
Família PYRALIDIDAE (Pyralidae Leach, 1818; Swainson, 1840; Pyralididae Lederer, 1863)
17. Caracteres, etc. - Mariposas pequenas, de côres sombrias ou pouco vistosas. Fronte mais ou menos lisa; ocelos, palpos maxilares e labiais geralmente bem desenvolvidas, mesmo quando a espiritromba se apresenta rudimentar (Aglossa Latreille). Asas anteriores triangulares, mais ou menos alongadas e lisas; costa às vêzes sinuada; R 5 em forquilha R 4 e R 3; asas posteriores sem pécten cubital; Sc + R 1 e Rs paralelas, a p r o x i m a n do-se u m pouco além da célula, mas não s e anastomosando (fig. 43). A s lagartas s ã o geralmente fitófagas; algumas, porém, alimentam-se de produtos vegetais secos, especialmente farinhas de cereais (milho, arroz). Família pequena, tendo como principal representante
Pyralis
farinalis
Fig. 43 - Asas de Aglossa capreaIis (Pyralididae) (Lacerda del.).
(Linnaeus, 1758), mariposa de origem asiática, hoje espalhada por todo o mundo. As mariposas têm 15 a 25 mm de envergadura e cor geral pardacenta; as asas anteriores apresentam aspecto característico: são de côr parda clara, exceto nas partes basal e apical, que são de côr escura limitadas, por linha sinuosa de côr branca. As lagartas atacam de preferência farinhas e detritos da moagem de cereais. Tecem longos túneis, ou galerias de sêda, onde se escondem. Outra espécie cosmopolita e de hábitos semelhantes é a Pyralis manihotalis (Guenée, 1854). Estes insetos são muito menos importantes que os Piralídeos da família Phycitidae, que tambem atacam sementes armazenados V. artigo de BOURQUIN sôbre Aglossa caprealis (Hübn., 1800). em Acta Zool. Lill., (1946): 249-252, 2 figs., 1 est.) figs. 42 e 42.
50
INSETOS DO BRASIL
Família
GALLERIIDAE
(Galleridae Wallengren, 1871; Galleriidae Butler, 1879; Tineinae Hampson, 1918)
18. Caracteres - Família constituída por mariposas de porte extremamente variável segundo as espécies. Se umas podem ser consideradas microlepidópteros, outras (espécies de Morpheis) sã o tão grandes e robustas quanto os Esfingídeos. Antenas nos machos simples ou finamente ciliadas. Sem ocelos. Espiritromba curta ou rudimentar. Palpos maxilares presentes; labiais nas fêmeas mais ou menos alongados; nos machos curtos e escondidos sob um tufo frontal. Asas anteriores com R3 a R5 em forquilha; posteriores com forte pécten cubital na margem posterior da célula.
Fig. 44 - Morpheis
smerintha Hübner, 1821 (Galleriidae) (Lacerda del.).
19. Hábitos; espécies mais interessantes - Mariposas de hábitos noturnos. As lagartas vivem de regimes alimentares os mais díspares; umas são fitófagas, algumas alimentam-se de produtos sêcos de origem vegetal, outras, porém, especializaram-se em comer cêra. Passo a considerar as espécies mais conhecidas em nosso país.
Morpheis smerintha Hübner, 1821 (fig. 44) - Mariposa grande, com 100 a 120 mm de envergadura, bem conhecida no Rio de Janeiro, porque, periòdicamente aparece em grandes quantidades, esvoaçando em tôrno das lâmpadas elétricas, principalmente quando estas são de arco-voltaico.
LEPIDOPTERA
51
Nessas ocasiões, não raro as calçadas ficam cobertas de mariposas e dos corpos sai apreciável quantidade de gordura. Nas gavetas das coleções continuam a exsudar essa substância graxa, manchandolhes o fundo. As lagartas, segundo vários n ó d i o s d os b a m b ú s o u t a q u a r a s . Nas IHERING
linhas (1934)
seguintes sôbre os
autores,
vivem
transcrevo parte de hábitos do inseto.
um
dentro artigo
de
de R.
interVON
"A lagarta brancacenta, comprida e grossa como um dedo indicador, vive no interior da taquara, ahi faz o seu casulo, transforma-se em chrysalida e, atingindo o estado adulto de mariposa, sae por um orificio, previamente roido no bambú. Esta portinha oval fica vedada apenas por uma ligeira tampinha, que a mariposa, quando quer abandonar de vez a sua cellula, faz cahir, empurrando-a com a cabeça. Já os antigos escriptores, como NUNEZ CABEÇA DE VACCA em 1555 e em 1817 A. DE SAINT HILAIRE, aquelle no Paraguay, este em Minas, constataram que os indígenas procuravam avidamente essas lagartas, tidas não só como optimo manjar, mas ainda como medicinaes e apreciaveis por varias outras qualidades. Indagámos desde logo de onde poderia provir tão grande numero de mariposas que, apezar de todos os esforços do Serviço da Limpeza Publica, tornaram immundas as ruas centraes da cidade e das avenidas profusamente illuminadas. Apezar de nos dizerem os escriptores que a lagarta vive na taquara do matto (e segundo BASlLIO FURTADO, em Minas, na especie chamada "quicê"), não sabíamos em qual das muitas especies dessa familia deviamos procurar de preferencia. Assim fomos rebuscando os taquaraes dos arredores de São Paulo, cada vez a maior distancia, pois BURMEISTER em um dos seus escriptos dura-nos a certeza de que essas mariposas são capazes de longos vôos. Affirmava o velho naturalista haver apanhado um especimen (e iustamente no mes de Setembro) quando, em demanda ao porto do Rio de Janeiro, navegava nas alturas de Cabo Frio, a distancia tal que ainda não se avistava a terra (portanto pelo menos a 25 ou 30 kilometros da costa). Depois de muitas buscas infructiferas, fomos encontrar o fóco em uma capoeira na estrada da villa de São Bernardo, junto ao apiario do Sr. Peters. Havia ahi abundantes touceiras de taquara póca ("póca" em guarany: "o que faz barulho", pois é impossível agitar esses taquaraes sem fazer grande estrepito), uma taqura longa, de 3 a 4 c. de diametro, de paredes relativamente tinas, facil de cortar, com densos tufos de hastes antes curtas e maltas folhas ao redor dos nós (provavelmente "Merostachys speciosa") .² 1 2
De Em
(galeros), agradável. emenda feita no separado que var. mollior (Löfgren det.).
me
enviou,
Ihering
escreveu,
Merostachys
clausseni,
52
INSETOS DO BRASIL Todo o taquaral estava morto, pois havia florescido como é sabido, as plantas desta familia seccam depois a semente (espigas semelhantes às das outras gramineas); entretanto que foi este o unico taquaral dessa especie que este ano.
ha pouco e, de produzida devo observar vi florescido
Havíamos chegado tarde demais ao local para poder estudar a biologia toda da mariposa, cujo cyclo completo, do ovo ao insecto adulto, se extende por todo um anno. Assim só pudemos deduzir os dados que aqui registramos, dos restos e vestigios deixados pelas larvas; comtudo esses indicios bastan para dahi podermos recompor quasi todos os detalhes do desenvolvimento do lepidoptero, mormente porque, por um feliz acaso, deparámos tambem algumas lagartas e nymphas retardatarias, talvez doentias, que não acompanharam no tempo certo a evolção por que passaram as suas companheiras. As mariposas, desde que abandonam o interior da taquara, não se alimentam mais; trazem no abdomen toda a provisão de alimento de que n e c e s s i t a m p a r a p a s s a r os poucos dias de v i d a q u e lhes r e s t a m - pouco mais de uma semana, se tanto. - e este periodo da sua existencia o consagram inteiramente aos cuidados da reprodução da especie. As femeas fecundadas trazem ennoveladas no ventre 8 cordões de ovarios, cada um de 90 mm. de comprimento, e por um calculo bastante aproximado podemos affirmar que dias dispõem ahi de pelo menos 20.000 ovos. Pelo instincto nornml vão ellas procurar outras plantas de espécie egual à que lhes serviu de alimento, para ahi depôr os ovos, e assim, d i z e m o s m a i s u m a vez, n o r m a l m e n t e , as m a r i p o s a s irão p o u s a r s o b r e a f o l h a g e m ou sobre os talos de o u t r a t a q u a r a - p ó c a , ou e n t ã o , a p e q u e n a d i s t a n c i a e n c o n t r a r ã o , g u i a d a s talvez pelo olfacto, o u t r o t a q u a r a l q u e lhes c o n v e n h a p a r a a p o s t u r a dos ovos. E s t e s são m u i t o m e n o r e s do que se deveria esperar de um insecto tamanho; quasi microscopicos, r e d o n d o s , c h a t o s , de 0,25 cm. de d i a m e t r o , a i n d a m e n o r e s , p o r t a r t o do q u e este. A m a r i p o s a põe os ovos e m l i n h a s p o u c o regulares, m u i t o j u n t o s u n s (dos o u t r o s , c a b e n d o m a i s ou m e n o s 64 delles e m u m centimetro quadrado. Levámos uma destas posturas para o laboratorio. E r a m 5. 120 ovos, d i s p o s t o s e m u m a faixa de 20 por 4 c., e d e n t r o de 15 dias cada uma dessas pequenas manchinhas produzia uma lagarta de côr ruiva, cabecinha preta, medindo ao todo 1,5 mm. de comprimento e 0,3 mm. de diametro. D a h i por d i a n t e n ã o t e m o s d o c u m e n t a ç ã o sobre a vida q u e l e v a m essas lagartas, mas é quasi certo que, deixando-se cahir pelo fio de seda que lhes brota da bocca, dias vão pousar sobre o internodio da taquara q u e lhes c o n v é m p a r a m o r a d i a . As m a n d í b u l a s , p r o v i d a s de d e n t e s a g u d o s , s e r v e m - l h e s de p ú a c o m q u e f a z e m o p e q u e n o furo pelo q u a l p e n e t r a m n a p a r t e ôca do vegetal. C a d a l a g a r t a v i v e i s o l a d a no s e u c o m p a r t i m e n t o e ahi e n c o n t r a o a l i m e n t o sufficiente p a r a ir crescendo,
LEPIDOPTERA
53
mudando de pelle e emfim armazenar toda aquella depois encontrar no abdomen do insecto adulto. Não forma: a lagarta está presa na cella que em pequena e agora, depois de crescida, o furo pelo qual entrou, passagem.
gordura que vamos pode ser de outra ella mesma escolheu já não lhe dá mais
É portanto a parede interna da taquara que lhe fornece o alimento, e tanto é assim que na parte inferior do gommo se encontra sempre uma certa porção de "serragem", que não é outra cousa senão a dejecção da lagarta, egual à que examinamos colhida de fresco. Não deixa de ser curioso, entretanto, que a taquara venha a soffrer tão pouco com este continuo trabalho da lagarta; isto leva-nos a suppor que o vegetal regenere os tecidos lesados e, quem sabe, forneça mesmo outros alimentos mais nutritivos (do que temos exemplos na imbaúva, já habituada á symbiose com as formigas). Emfim, a lagarta cresee, attinge 92 mm. de comprimento (cf. BASlLIO FURTADO) e prepara-se para entrar em repouso, sob a fórma de chrysalida. Ao mesmo tempo que faz o seu casulo, excava tambem o postigo pelo qual a mariposa deverá ver a luz do dia, esse furo oval que acima já mencionamos e cujas dimensões variam segundo o tamanho que a lagarta tiver attingido nesta occasião (7 a 13 mm. o diametro maior, 5 a 8 mm. no menor). Mas todo o cuidado da lagarta está em disfarçar esta sahida, com medo de que os seus inimigos por ahi não a descubram e devorem, e assim ella deixa intacta a última camada externa da casca. Como o mostra a figura 11, a cabeça da chrysalida fica para cima, junto á portinhola, o resto do corpo é envolvido pelo casulo tecido de seda e recoberto por pequenos fragmentos de madeira; atraz o casulo é aberto e ahi se encontra a ultima pelle larval que foi despida para dar lugar á nova feição do bicho, a pupa, que já não mede senão 40 a 50 mm. de comprimento. Não conhecemos ainda a duração de cada uma dessas phases, ma é provavel que em Julho ou Agosto a larva já se tenha transformado em erysalida. Finalmente em Setembro, em alguns annos um pouco mais cedo, em outros só nos ultimos dias do mez, surge a mariposa adulta que, como já dissemos, tem os seus dias contados. Aparecem rodas, For assim dizer, a um tempo, com differença de bem poucos dias apenas e é isto que explica a subita invasão da praga nas cidades e tambem a seu t e r m o p o u c o s dias depois". Recomendo
(1930, Schäffer, de
que
Zeits.
também
Insect.
1858, êsse
baseado inseto
a
Biol. se
leitura
2,5: em
crie
110)
do
sôbre
observações em
que
HOFFMANN
Morpheis que
o
escreveu
palcacea
levaram
a
Herrichduvidar
bambus.
Galleria mellonella (Linnaeus, 1758) (figs. 45-47) - Pequena mariposa de 28 a 35 mm de envergadura, cujas lagartas habitam
54 colmeias pupais. contrada
INSETOS DO BRASIL e se alimentam da cêra dos favos e de exúvias larvais e Trata-se de uma praga cosmopolita, provàvelmente enem todos os territórios em que se pratica a apicultura.
Fig. 45 -
Descrevendo-lhes d'entomologie):
os
Galleria mellonella L i n n a e u s , 1758) (Gallcriidae) (Lacerda fot.).
hábitos,
eis
o
que
diz
"La chenille no vit pas aux dépens du miel, un véritable fléau pour l'apiculteur, car, à peine s'enfonce dans les gâteaux, rongeant la cire et se construisant un long tuyau irregulier formé de se développe en sécurité.
GIRARD
(Traité
mais de la cite; c'est sortie de l'oeuf, elle bravant l'aguillon eu soie, dans lequel elle
Ce fourreau, tapissé en dedans d'unc soie blanche, très serrée, est consolidé, à l'exterieur, par des granules d'une substance qui ne parait différer eu rien de la cire, sauf qu'elle est plus blanche, et par des excréments noirs et granulés de la chenille. La tuyau n'est d'abord plus gros qu'un fil, mais il s'élargit et s'allonge en même temps que la chenille, de maniére à ce qu'elle ait toujours assez de place pour se retourner et jeter ses excréments au dehors. Ordinairement ces tuyaux ont de dou ze à quinze centimètres de longueur; mais ou eu trouve parfois de beaucoup pias longs. On s'aperçoit de la présence de ces chenilles dans une rache aux déjections noirs, pareilles a des grains de poudre, qu'on trouve sur le tablier, mêlées à de nombreuses parcelles de cire et aussi à l'odeur qui s'exhale. En raison de la combustibilité de l'aliment hydroearbonée qu'elles dévorent, ces chenilles entassées dans les gâteaux degagent une chaleur considérable que j'ai vue s'élever à plus de 25 degrés au-dessus de l'air ambient (Ann. Soc. Ent. Fr. 1864 : 676). Parvenues à tout leur taille, les chenilles se construisent, dans l'interieur des galeries, des cocons d'une soie blanche comme gommée, épaisse et résistante, difficile à dechirer
LEPIDOPTERA
55
entre les doigts, cocons agglomérés, les uns entre les autres. Elles s'y changent en chrysalides d'une brun rouge, d'ou naissent les adultes sortant pour s'accoupler; après quoi les femelles rentrent bientôt dans la ruche et pondent. En hiver les chenilles de tout âge restent engourdies, jusqu'à ce que la chaleur du printemps leur permette de reprendre leur activité malfaisante. Les chenilles creusenr et minent les rayons de cire si profondement qu'ils se détachent et entrainent le couvain, le miel et le pollen, causant un tel désastre que les Abeilles rebuttées abandonnent la ruche si l'apiculteur n'emploie pas les moyennes necessaires". Recomenda-se evitar a praga, usando colmeias modernas e m a n t e n d o - a s l i m p a s e b e m p o v o a d a s . As c o l m e i a s i n f e s t a d a s d e v e m
Fig. 46 -
Asas de Galleria mellonella (Galleriidae) (Lacerda del.).
ser e x p u r g a d a s pelo b i s s u l f u r e t o de c a r b o n o ou pelo p a r a d i c l o r o benzeno, depois de se r e t i r a r e f u n d i r t ô d a a cêra q u e nelas se achava.
56
INSETOS DO BRASIL
A Galleria mellonella e os Piralídeos dos gêneros Ephestia e Plodio, que se criam em substâncias ou produtos armazenados dificilmente deterioráveis, são frequentemente utilizados nos laboratórios de entomologia para a realização de experiências de fisiologia e ecologia. É grande o número de contribuições relativas ao assunto e as mais interessantes foram citadas na bibliografia inclusa na parte geral do 5.° tomo. Dentre elas destacam-se as de BORCHERT (1936), DICKMAN (1933); SIEBER e METALNIKOV (1904); KRAUCHE Fig. 47 - Genitália de Galleria mellonella (Galleriidae) (Lacerda fot.). (1932); KRUCK (1930) é MANUNTA, 1933. As lagartas de Galleria são Apanteles galleriae Wilkinson, 1932.
frequentemente
parasitadas
por
Fig. 48 - Corcyra cephalonica (Stainton, 1865) (Galleriidae) (Lacerda fot).
O u t r a espécie cosmopolita e que t a m b é m já se e n c o n t r a nos nossos apiários atacando as colmeias é a Achroia grisella (Fabricius)¹, espécie m e n o r que a precedente (15-22 mm). 1
Segundo
M EYRICK,
aplicado,
pelo
Achroia próprio
Hübner é sinônimo de um nome genérico anteriormente Hübner a uma borboleta da superfamília Papilionoidea, daí
o nome Meliphora grisella que deu ao inseto.
LEPIDOPTERA
57
Sabe-se que o inseto t a m b é m se cria em frutos secos (passas). G OTZE (1929) conseguiu obter o inseto de várias sementes.
Corcyra cephalonica (Stainton, 1865) (Tineopsis theobromae Dyar, 1913) (figs. 48 50) - Pequena mariposa de 12 a 25 mm de
Fig. 49 - Asas de Corcyra cephalonica (Galleriidae) (Lacerda del.).
envergadura e de côr cinzento-prateada, c o m u m e n t e encontrada nos depósitos de sementes e produtos armazenados. As lagartas a t a c a m principalnente amendoim, arroz, milho, cacau, sementes de algodão, chocolate, biscoitos e frutos secos. Pelos hábitos e danos que causam, as lagartas muito se parecem com as de Ephestia cautella e de Plodia interpunctella, outros dois Piralídeos pragas de sementes e produtos armazenados, porém da família Phycitidae.
A biologia de Corcyra foi estudada por CHHITENDEN (1919), KRISHNA AYAR (1934) e outros.
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VAYSSIÈRE (1926), estudando a etologia da Corcyra na Africa O c i d e n t a l Fr ancêsa, a s s i n a l a o p a p e l i m p o r t a n t e d e s e m p e n h a d o por Habròracon hebetor (Say), entravando a proliferação do inseto. Aliás, conforme pondera FERRIÈRE no mesmo trabalho, êsse Braconídeo parasita, hoje considerado também cosmopolita, ataca as lagartas de outros Lepidopteros que se desenvolvem à custa de produtos armazenados, como Plodia interpunctella e espécies de Ephestia, etc.
Fig. 50 - Genitalia de Corcyra cephalonica (Galleriidae) (Lacerda fot.).
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60
INSETOS DO BRASIL
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VAYSSIÈRE, P. & J. MIMEUR 1926 - Les insectes nuisibles au cotonnier en Afrique Occidentale Française. Paris: Emile Larose, 176 p., 22 ests. (Ver outros trabalhos sobre Galleria mellonella ás pgs. 74 a 78 do 5.º Tomo)
Família
CRAMBIDAE 1
(Crambidae Duponehel, 1844) 20. Caracteres - Mariposas geralmente pequenas ou de porte médio, de côres pouco vistosas (pardas, amareladas, cinzentas o prateadas). Antenas geralmente simples, Ocelos e espiritromba presentes maxilares relativamente grandes, que os revestem. Palpos labiais
nos machos uni na maioria das
ou bipectinadas. espécies. Palpos
de perfil triangular pelas escamas porretos, pelo menos tão compridos
quanto a cabeça, formando uma espécie de ou menos proeminente, adiante da cabeça.
rostrum
ou
bico,
mais
Asas anteriores alongadas, às vêzes muito estreitas; R 1 livre ou anastomosando-se com Sc; R 3 e R 4 em forquilha; R 2 e R 5 livres ou em forquilha com aquelas. Asas posteriores com Cu, na face superior, fortemente pectinada na base; Sc + R 1 e Rs anastomosando-se 1 De
(crambos), encrespamento.
LEPIDOPTERA
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além da célula em maior ou menor extensão; M 2 e M 3 conadas (partindo de um mesmo ponto), em forquilha ou coincidentes (coalescendo e m t ô d a a e x t e n s ã o ) . L a g a r t a s nuas, d e d o i s t i p o s principais: umas ( Diatraea Guild i n g e gêneros afins) são b r o c a s c a u l i n a r e s de G r a m í n e a s ; o u t r a s (Crambus Fabricius e gêneros próximos), vivendo em galerias ou túneis de sêda, sôbre o solo ou perto dêle, alimentam-se de raízes de plantas herbáceas e encrisalidam nas galerias larvais. 21. D i a t r a e a
saccharalis
(Fabricius, 1799) (figs. 51-63). A família Crambidae tem na América u m g r a n d e n ú m e r o d e representantes, principalmente na r e g i ã o n e o t r o p i c a l , a l g u n s , aliás,
Fig.51 - Diatraea saccharalis (Crambidae) (De Holloway, Haley, Loftin & Heinrich, 1928, fig. 11).
de grande porte. As espécies mais interessantes pertencem ao gênero Diatraea, cujas lagartas são brocas do côlmo da cana de açúcar e do milho. O Professor J ACOB B ERGAMIN, da Escola Luiz de Queiroz, de Piracicaba, a meu pedido, apresenta, nas linhas que se seguem, um resumo dos principais dados relativos à Diatraea saccharalis, por êle colhidos em Campinas.
A broca da cana de açúcar (Diatraea saccharalis (F.) LIGEIRAS NOTAS SOBRE SEU DESENVOLVIMENTO EM LABORATÓRIO
A broca da cana de açucar, que nos Estados Unidos causa um prejuizo anual orçado em cerca de 6 milhões de dolares, é mais ou menos desconhecida no Brasil, principalmente no que se refere ao seu desenvolvimento e à sua relação com as gramíneas em geral. Não estão ainda estudadas as plantas hospedeiras. Não foi estudado, tambem, o seu desenvolvimento segundo a região encarada, como não se sabe ainda a quanto montam os prejuízos por ela causados só à cultura canavieira do Brasil. HERVAL DE SOUZA (1942), da Estação Experimental de Cana
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de Açucar, em Campos, está estudando, presentemente, o processo biológico de controle a essa praga. Dedica-se ao estudo e à criação de
Fig. 52 - Diatraea saccharalis (Crambidae) (M. Nascimento fot.).
Fig. 53 -
2A Asas de Diatraea saccharalis (Crambidae) (Lacerda del.).
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Fig. 54 - Genitália de Diatraea saccharalis (Lacerda fot.).
Fig. 55 - Grupos de ovos de Diatraea saccharalis de diferentes idades (Foto Mazza, da Seção de Fotomicrografia do Instituto Biológico de São Paulo).
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INSETOS DO BRASIL inimigos n a t u r a i s , ú n i c o s a g e n t e s de controle e m nosso meio. Ao lado d e s s a s observações, s u r g e m , n a t u r a l m e n t e , d a d o s valiosos do c o m p o r t a m e n t o da broca e m C a m p o s , n o t a d a m e n t e q u a n t o ao g r a u d e a t a q u e e às v a r i e d a d e s m a i s s u s c e t í v e i s ou mais resistentes. T a m b é m nós, e m C a m p i n a s , E s t a d o de São Paulo, f a s c i n a d o s p e l a m a g n i t u d e do p r o b l e m a , iniciámos, e m Abril de 1943, a l g u m a s observações sôbre os hábitos e comportamento da Diatraea, para a aplicação do c o m b a t e biológico ou p a r a a i n t r o d u ç ã o e distribuição de p a r a s i t o s valiosos, pelos c a n a v i a i s p a u l i s t a s . D i s s o resultou, felizmente, o a p r o veitamento das técnicas usadas e pesquizadas, para um estudo mais ou m e n o s d e t a l h a d o do d e s e n v o l v i m e n t o d a broca d a cana, e m l a b o ratório. C o m a p r e s e n t e n o t a são p u b l i c a d o s os d a d o s referentes ao desenvolvimento dos diversos estádios da praga, às técnicas adotadas para a s observações; são d a d a s ao c o n h e c i m e n t o geral, t a m b e m , a l g u m a s o b s e r v a ç õ e s de c a m p o e o u t r a s o b s e r v a ç õ e s sôbre a criação de l a g a r t a s e de p a r a s i t o s da p r a g a . Isso que hoje p u b l i c a m o s , foi o q u e o b s e r v á m o s n o p e r í o d o de Abril de 1943 a M a i o de 1944. Observação de campo - No Estado de São Paulo a broca da c a n a se h o s p e d a e m longa escala no colmo do milho, pois q u a n d o esta g r a m í n e a já e s t á b e m d e s e n v o l v i d a ( D e z e m b r o - J a n e i r o ) a c a n a e s t á a i n d a p e q u e n a . F o r ç a d a s pelo clima, as l a g a r t a s n a s c i d a s e m M a i o J u n h o , h i b e r n a m q u e r n a c a n a , q u e r no milho. E m O u t u b r o ou N o v e m b r o h á e m e r g ê n c i a de a d u l t o s . P a r t e d e s s e s a d u l t o s e f e t u a p o s t u r a n a c a n a n o v a , d a n d o a 1.ª geração. E m D e z e m b r o , c o m o o m i l h o já se e n c o n t r a b e m crescido, d e s e n v o l v e - s e n e s t e a 2. ª geração, c o m n ú m e r o c o n s i d e r a v e l m e n t e g r a n d e de i n d i v í d u o s . A terceira geração, q u e ocorre m a i s ou m e n o s e m Fevereiro, divide-se e n t r e a c a n a e o milho, o m e s m o a c o n t e c e n d o c o m a q u a r t a , q u e é a geração h i b e r n a n t e . A p ó s a colheita do milho, q u e é feita e l a M a r ç o e Abril, f i c a m no c a m p o os r e s t o s da c u l t u r a , t a i s c o m o e s p i g a s e p e d a ç o s de côlmo, que a b r i g a m l a g a r t a s d u r a n t e o inverno. T a m b e m as u s i n a s n ã o c o n s e g u e m m o e r t o d a a c a n a a n t e s de N o v e m b r o ou D e z e m b r o , o q u e p e r m i t e à p r a g a c o m p l e t a r sua metamorfose e iniciar o ataque às socas de Junho e ao milho que e s t á e m crescimento. O u t r o s h o s p e d e i r o s d e v e m existir e a b r i g a r l a g a r t a s d u r a n t e o i n v e r n o . O b s e r v a ç õ e s p o s t e r i o r e s serão feitas no s e n t i d o de d e t e r m i n a r esses hospedeiros, pois o s e u c o n h e c i m e n t o p o d e r á ser de utilidade p a r a o c o n j u n t o de m e d i d a s e s t a b e l e c i d a s p a r a o controle d a praga. Ovos de Diatraea já foram por nós encontrados, além da cana e do milho, sôbre fôlhas de arroz e de sorgo. Cópula - As mariposas são de acentuados hábitos noturnos. Todas a s a t i v i d a d e s t ê m l u g a r à noite; isso faz c o m q u e se s u p o n h a q u e t a m b e m a cópula se verifique à noite. Alguns entomologistas americanos fizeram d e m o r a d a s o b s e r v a ç õ e s e n u n c a c h e g a r a m a s u r p r e e n d e r q u a l q u e r casal e m cópula, n e m de dia, n e m à noite.
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Posturas - Os ovos são depositados ao longo do limbo, em grupos q u e v a r i a m m u i t o e m t a m a n h o , pois o n ú m e r o de o v o s de c a d a g r u p o é m u i t o v a r i á v e l (figs. 55 e 56). E x a m i n a m o s e c o n t a m o s de 5/11/1943 a 7/6/1944, 68 p o s t u r a s e n c o n t r a d a s e m nosso p e q u e n o c a m p o de o b servação, n a F a z e n d a M a t o D e n t r o , do I n s t i t u t o Biológico. Essas p o s t u r a s , a l g u m a s d a s q u a i s c o n t i n h a m ovos p a r a s i t a d o s , a s s i m se d i s t r i b u i r a m , s e g u n d o o n ú m e r o de o v o s e a p o r c e n t a g e m de p a r a s i t a d o s
N.° de ovos por postura Médio
Mínimo
Máximo
16,1
5
39
Número total de postura
Número t o t a l de ovos
Parasitados
% de ovos parasitados
% de posturas parasitadas
68
1.091
135
12,49
23,5
O único parasito encontrado foi o Trichogramma minutum Riley. A i n d a que os a u t o r e s s e j a m u n â n i m e s e m a f i r m a r q u e os ovos s ã o p o s t o s i n d i f e r e n t e m e n t e n a face v e n t r a l ou d o r s a l do limbo, n a s 68 p o s . t u r a s a q u e n o s referimos, a p e n a s 3 se e n c o n t r a v a m n a face v e n t r a l . As 65 r e s t a n t e s , n ã o só e s t a v a m n a face dorsal d a folha, como a i n d a , e m s u a maioria, e s t a v a m n a b a s e do limbo, j u n t o à n e r v u r a p r i n c i p a l .
Fig. 56 - Grupo de ovos no 6.° dia (Foto Mazza. da Seção de Fotomicrografia do Intistuto Biológico de São Paulo). Lagartas (fig. 57) - Após certo numero de dias, ainda não determ i n a d o s n a n a t u r e z a , e c l o d e m a s l a g a r t a s . S e g u n d o t i v e m o s ocasião de observar v á r i a s vezes, os n a s c i m e n t o s se v e r i f i c a r a m ao m e s m o t e m p o ,
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INSETOS DO BRASIL dentro da mesma postura, o que indica que os ovos de um mesmo grupo não só são da mesma idade, como foram postos num curto lapso de tempo. Essa observação foi confirmada em laboratório.
Fig. 57 - Lagarta de Diatraea saccharalis, vista de cima e de lado (Crambidae (De Holloway, Haley, Loftin & Heinrich, 1928, fig. 5 A e C).
As lagartas, logo após o nascimento, põem-se a caminhar ao longo da folha, ora subindo, ora descendo. As que sobem, quasi sempre conseguem passar para folhas de outra cana, havendo assim, uma dispersão mais ou menos homogênea pela touceira. Todas as lagartas, contudo, procuram, depois de sua caminhada, introduzir-se na bainha, cujos tecidos constituem o primeiro alimento até a primeira muda. Depois desta feita, as lagartas estão com 4 ou 5 dias e já possuem mandíbulas mais resistentes para a perfuração do colmo. O orífico de penetração é aberto, em geral, na gema, pois esta é a parte mais mole de todo o colmo. Tambem no anel de crescimento (meristema intercalar) situado logo acima do nó, há penetração de lagartas, pois é uma região mais mole do que o resto do gomo. Não obstante esse hábito generalizado, são encontrados orifícios de penetração ao longo de todo o gomo, mas sempre com menor frequência. Segundo tudo indica, esse primeiro instar larval é o período mais crítico de toda a vida do inseto, pois as lagartas ficam sujeitas ao ataque de insetos carnívoros que facilmente se encontram entre a bainha e o colmo. Temos feito infestação artificial em muitas touceiras e temos verificado, depois de 30 dias, que o número de lagartas encontradas não corresponde nunca ao de lagartas recem-nascidass colocadas sôbre cada touceira. Depois da penetração, cada lagarta inicia a abertura de um tunel, que geralmente se dirige de baixo para cima. Não raro esse tunel toma sentido horizontal, acompanhando a curvatura da casca, no anel de crescimento. Quando isso acontece, a cana fica praticamente seccionada e qualquer vento é capaz de derrubá-la; ou, o que tambem é comum, cessa a circulação de seiva morrendo a parte que está acima do gomo prejudicado.
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"A medida que a lagarta vai crescendo, mais largo se torna o tunel Quando completamente desenvolvida, a lagarta prepara uma câmara mais larga que a galeria comum; abre um orifício para a salda do adulto, cortando com as mandíbulas uma secção circular da casca que é mantida no lugar por fios de seda; fecha a extremidade do tunel com serragem aglutinada por fios de seda e entra em prepupa no interior da câmara. Dois dias depois passa a pupa e em cerca de 8 dias emerge o adulto. Observação de laboratório - Como a lagarta vive no interior do colmo da cana, seria dificil observar a sua evolução "in natura", sem incorrermos na possibilidade de equívocos e erros inconvenientes. Por isso foi que iniciámos uma série de tentativas para a criação de lagartas num ambiente que permitisse a observação facil e segura de evolução completa dos estádios. Os processos que permitiram, não só a faciI obtenção dos ovos, como ainda acompanhar comodamente todas as principais ocorrências da vida do inseto, revestem-se de muita simplicidade, Não obstante isso, não dispensam certos cuidados, principalmente no que se refere à conservação do alimento.
Fig. 58 - Dispositivo para obtenção de ovos (Foto Mazza, da Seção de Fotomicrografia do Instituto Biológico de São Paulo).
Ovo Obtenção dos ovos - As mariposas podem ser acasaladas, algumas horas depois de nascidas. A cópula, não obstante não ter sido ainda presenciada, deve ocorrer à noite. Durante o dia temos conseguido cópula entre os casais colocados em câmara escura.
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INSETOS DO BRASIL Qualquer ambiente se presta para a postura: mangas de vidro, tubos, caixa de Petri, lâminas de preparação ajustadas de modo a formar um prisma triangular, caixas de papelão, etc., têm sido ambientes por nós experimentados para a obtenção dos ovos. As mangas de vidro, com pedaços de folha de cana, de milho ou de arroz no interior, Prestam-se bem, tanto para a cópula, como para as posturas. As mangas são colocadas sôbre uma caixa de Petri das grandes, com uma camada de areia úmida. A parte superior é fechada com um pano, preso com elástico (fig. 58). Posturas - A fêmea deita os ovos em grupos, arranjando-os de modo característico e constante. A superfície livre ou externa de um desses grupos apresenta um aspecto bizarro, como se fosse um segmento de couro de cobra. Os ovos são postos de modo que o polo posterior de um ovo recobre parte do polo anterior do ovo posto em primeiro lugar. Tambem o bordo lateral é parcialmente recoberto. Esse arranjamento, que é conseguido naturalmente pela deslocação da mariposa para a esquerda ou para a direita e depois para a frente, faz com que a coplaca fique com o aspecto imbricado que tanto caracteriza as posturas de Diatraea. Em laboratório são conseguidas multas posturas da mesma fêmea em uma noite. O total de ovos dessas posturas tem variado de algumas dezenas até mais de trezentos, em uma única noite. Isso demonstra a alta capacidade ovipositora dessa praga. Aspecto da cutícula - A parte mais externa do cório apresenta uma eseulturação reticulada, sendo toda a superfície percorrida por impressões celulares de conformação poligonal irregular. Essas impressões devem ter origem nos tubos ováricos, pois em ovos retirados dos ovários por disecção, notámos bem distintos os retículos. Incubação - Os ovos frescos apresentam coloração amarelo- esverdeada pálida, são semi-transparente e cheios de grânulos nutritivos do embrião (vitelo). Sob temperatura favoravel a uma incubação rápida (cerca de 25 ° C.), já no dia seguinte ao da postura, nota-se, por transparência, mesmo a olho nú, a primeira fase embrionária. O ovo, a medida qu e o embrião avança em seu desenvolvimento, vai-se tornando cada vez mais amarelado. No quarto dia, à temperatura acima aludida, o embrião atinge o seu completo desenvolvimento e a lagartinha pode ser notada com toda nitidez atravez dos envoltórios inteiramente transparentes q u e abrigaram vitelo e embrião. Finalmente, no quinto dia a lagarta rasga com as mandíbulas uma abertura e liberta-se da casca do ovo, sem a destruir.
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O periodo embrionário varia com a temperatura, indo de 4 a 9 ou mais dias. Quando as temperaturas foram inferiores a 18-19ºC., não conseguimos emergência de adultos, de modo que não pudemos avaliar a duração do período embrionário, pois nossas observações rodas foram feitas à temperatura ambiente. Para o evoluir do embrião é necessária certa umidade. Os ovos postos "in vitro" e deixados ao ar, com cerca de 50 ou 60% de umidade relativa, secaram e não deram larvas. Isso nos leva a deduzir que o ovos postos sôbre as folhas, na natureza, devem estar cercados de umidade mais elevada, mantida, quiçá, pela constante evaporação das mesmas,
os
Larva - Ainda no interior dos invólucros do ovo, podemos notar principais caracteres da lagarta que vai nascer; cápsula cefálica
Fig. 59 - Campânulas de criação (Foto Mazza, da Seção de Fotomicrografia do Instituto Biológico de São Paulo).
marron, mais larga do que o corpo; côr amarelada., com segmentação bem distinta do corpo; região torácica mais larga do que a abdominal; Ultimos segmentos bem mais estreitos, o que torna o corpo atilado na extremidade posterior; pêlos esparsos e eretos distribuídos por todo o corpo. Esses são os caracteres mais notados na lagarta recemnascida. Criação de laboratório - A fim de acompanhar a evolução do estádio larval, idealizámos várias têcnicas que, postas em prática, deram-nos a possibilidade de uma observação clara e mais ou menos precisa dos principais fatos da vida da lagarta. Dois métodos foram julgados bons: o primeiro, dando-nos ensejo de observar a lagarta em seus mínimos movimentos, durante todo o estádio, permitiu-nos anotar as principais ocorrências da vida da lagarta, desde que começa ase alimentar até a sua transformação em pupa, estando incluídas nessas ocorrências as mudanças de pele, a desintegração e mastigação de partículas de cana para sucção do caldo, o arranjamento do bagaço ou serragem, juntamente com as dejeções, de modo que não impeçam o seu livre deslocamento pelo tunel. O segundo método, ainda que não permitisse observar todos esses detalhes, deu-nos oportunidade de anotar a evolução sem o cotínuo molestar da lagarta, aproximando-a, portanto, da evolução natural.
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Primeiro método - A técnica que imaginamos e utilizamos para o b s e r v a r o d e s e n v o l v i m e n t o larval é a seguinte: e m u m a t á b u a fina de rendeira, de 1 a 2 m m . de espessura, 77 m . de c o m p r i m e n t o e 26 m m de largura, a b r i m o s u m orifício circular de 22 mm. de d i â m e t r o e e m seguida, no s e n t i d o do c o m p r i m e n t o , u m a r a n h u r a de 20 m m . de c o m p r i m e n t o p o r 3 m m de largura, a b r a n g e n d o t o d a a e s p e s s u r a d a t á b u a . E s s a r a n h u r a s e r v e de abrigo a lagarta, a n t e s q u e começe a p e n e t r a r n a secçao de c a n a q u e se coloca no orifício circular. A secção, q u e n ã o d e v e ser c o r t a d a d o s g o m o s velhos, m a s do 2. ° ou 3. ° apicais, d e v e ter a mesma, e s p e s s u r a d a t á b u a . P a r a introduzir a l a g a r t a a ser o b s e r v a d a , p r o c e d e m o s d a s e g u i n t e m a n e i r a : c o l o c a m o s a p l a c a de t á b u a s ô b r e u m a l â m i n a de vidro (lâmina de p r e p a r a ç ã o microscópica), i n t r o d u z i m o s
Fig.
60
-
Campânulas
de
criação
(Foto Mazza, da Seção Biológico de São Paulo).
de
Fotomicrografia
do
Instituto
a secção de gomo no orifício circular e, por meio de u m pincel de pêlo fino, umedecido, a p a n h a m o s u m a l a g a r t a recem-nascida, do interior d a m a n g a ou da placa onde f o r a m p o s t o s os ovos, colocando-a n a p a r e d e d a r a n h u r a . Cobre-se t u d o c o m o u t r a p l a c a dê vidro. O c o n j u n t o é m a n t i d o c o m firmeza, u s a n d o - s e u m elástico e m cada e x t r e m i d a d e . A f i m de e v i t a r q u e a a r e s t a d a s l â m i n a s (que n e m s e m p r e são lapidadas) corte o elástico, colocámos sôbre a l â m i n a , e n v o l v e n d o t o d o o s i s t e m a u m a cinta de cartolina de cêrca de 1 cm. de l a r g u r a e 7 cm. de c o m p r i m e n t o . Sôbre a cartolina, enrola-se o elástico. A figura m o s t r a e s s e i n s t r u m e n t o s i m p l e s e útil. P o r t r a n s p a r e n c i a p o d e m ser o b s e r v a d o s t o d o s os m o v i m e n t o s da lagarta, a m a n e i r a como ela d e s i n t e g r a e c h u p a as p a r t í c u l a s da c a n a e como t r a n s p o r t a p a r a t r á s os r e s í d u o s ou bagaço. O b s e r v a m o s facil-
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mente a muda, ou ficamos sabendo em que dia a faz, pois a cápsula cefálica é discernivel no meio da serragem. Basta uma observação diária para surpreender todos os principais fatos do desenvolvimento larval. A troca de alimento precisa ser feita periodicamente, dia sim dia não, ou de 3 em 3 dias. As placas são conservadas em câmara úmida, o que assegura a conservação do alimento. Temos observado que depois da terceira muda devem ser usadas tábuas mais grossas, a fim de proporcionar ambiente maís amplo à lagarta e de dar-lhe maior quantidade de alimento. Exigindo a observação um orifício relativamente pequeno, o volume de alimento é em consequência, pequeno. Para aumentar êsse volume, de par com o crescer da lagarta, é que aumentamos a espessura da tábua ou superpomos duas ou três tábuas finas.
Fig. 61 - Colmo e fôlhas de cana de açucar, vendo-se, sôbre estas: 1- Diatraea saccharalis (mariposa); 2 - ooplaca; 3 ooplaca cujos ovos foram destruidos por formigas: 4 - ooplaca com alguns ovos (negros) parasitados por microhimenópteros. Através da lente, vêem-se os ovos de uma ooplaca e, sôbre êles, em 5 - Trichogramma minutum Riley e em 6 - Telenomus (Prophanurus) alecto Crawford (De Wolcott, 1943).
Ao completar o desenvolvimento larval, a lagarta vai para a ranhura, aglutina os resíduos com fios de seda e forma uma cela entra em prepupa e 2 a 4 dias após, transforma-se em crisálida. Esta pode ser retirada e passada para caixa de Petri, ou ser deixada no próprio ambiente em
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INSETOS DO BRASIL que se criou a lagarta. E m tal caso convem limpar o orifício, deixando-se nele somente a crisálida. O método acima descrito, que só serve para a observação de detalhes da biologia da D. saccharalis, não permite que se obtenha a duração real dos instars larvais, pois a troca periódica de alimento retarda o desenvolvimento. Segundo método - Para termos a duração aproximadamente real do desenvolvimento, outra técnica foi seguida. Ao invés da estreita célula, dentro da qual a lagarta é observada por transparência, usámos campânulas do vidro de 30 ou 40 m m de diâmetro por 60 ou 70 m m de altura (as mesmas usadas na criação de Vespas de Uganda) (figs. 59-60). As lagartas recem-nascidas são colocadas sôbre um tolere ou segmento de gomo mole, de 20 ou 30 m m de comprimento. A princípio, por serem pequenas, as lagartas consomem pequena quantidade de alimento, fato que permite sejam colocadas 10 em cada tolete. Os segmentes de gomos ou toletes, à medida que recebem as 10 lagartas recem-nascidas, vão sendo alinhados sôbre uma mesa bem lisa ou sôbre vidro plano; cada um será coberto por uma campânula. A umidade será mantida pela campânula e o CO2 que se forma consegue escapar por baixo, o que mantem o ambiente adequado ao desenvolvimento do inseto. Dez ou doze dias depois de postas sôbre os toletes, devem as lagartas ser separadas. Nessa idade já estão no 3. ° instar. A quantidade de alimento que durante êsse tempo bastou para 10 lagartas, não chegará, do 3. ° ao 4. º instar, para mais de 2 ou 3. Ao mudar o alimento pela primeira vez, temos colocado 2 em cada tolere, e pela segunda vez, apenas uma lagarta por tolete, pois ela já está quasi no termo do seu desenvolvimento e a observação individual exige essa separação. Atingido o completo desenvolvimento, a lagarta prepara a saída do adulto, que consta de um tunel recurvado, à guisa de opérculo, feito de detritos ligados por fios de seda. O aparecimento desse opérculo é o indício, seguro de que a lagarta já preparou a câmara pupal e entrou em prepupa. Todo tolere que apresente êsse indício deve ser aberto ao meio, para verificar, todos os dias, quando se dá a transformação. As duas partes do tolete podem, depois de cada observação, ser justapostas e mantidas por um elástico. Por êsse método as anotações são em menor quantidade, pois só nos interessa a duração de cada estádio, não nos preocupando as mudas, os movimentos, etc. Como se depreende, poucas vezes são as lagartas molestadas. A troca de alimento feita, a primeira vez 7 dias após o nascimento, em nada deve alterar a vida da lagarta; a segunda vez, 7 dias depois da primeira, e finalmente a última troca, 6 a 10 dias depois da segunda, tambem não devem molestar muito a lagarta, pois esta penetra imediatamente no novo tolete.
LEPIDOPTERA Os dois métodos se completam: o do desenvolvimento larval, e o segundo, dêsse estádio.
73 primeiro dá todos os detalhes a duração mais ou menos real
A importância do segundo método deve ser aqui realçada, pois êle permite a criação, em laboratório, de elevado número de lagartas. Sôbre essas lagartas criadas em laboratório, todas de idade conhecida, Diatraea , única motentaremos criar grande número de parasitos de dalidade de combate à broca que se nos afigura viavel para a cultura canavieira e m nosso meio. Mudas Durante o desenvolvimento das lagartas, podemos observar, usando o primeiro método, não só o mecanismo, como tambem o numero de mudas. Durante todas as nossas observações desde Novembro de 1943, a Abril de 1944, verificámos haver em geral 5 mudas. Houve, entretanto, algumas lagartas que só mudaram 4: vezes, crisalidando em seguida. Supusemos ter havido qualquer falha na observação e não levámos em conta os dados de tais lagartas. Nos Estados Unidos, onde os trabalhos sôbre Diatraea ocupam a primeira linha, as lagartas mudam normalmente 5 vezes. Há casos de 4 mudas, como os há até de 14, em larvas hibernantes.
Muitas vezes surpreendemos lagartas em pleno mecanismo de muda. O indício mais seguro de que houve muda, principalmente nos lotes observados uma só vez por dia, é a presença da cápsula cefálica entre a serragem, no tunel onde se abriga a lagarta. É hábito quasi generalizado a lagarta comer a pele que deixou, ficando na galeria somente a cápsula.
Instars - Para as sendo este número mais menos de 5 dias quando ratura vai-se tornando evolução, e os instars vão
lagartas que observamos, houve 4 e 5 instars, comum. A duração de um instar é mais ou a evolução é normal. A medida que a tempemais baixa, verifica-se um retardamento na se tornando mais longos.
As lagartas, ao nascerem, medem 1,3 mm a 1,68 mm., com média aproximadamente de 1,5 mm. Ao atingirem o completo desenvolvimento, medem de 25 a 30 mm. Há casos em que, por ser deficiente ou inadequado o alimento, as lagartas entram em prepupa com 18 a 20 mm. Dão crisálidas pequenas e adultos menores do que os normais.
Evolução - O estádio larval é de curta ou longa duração, segundo se trate de larvas normais de verão ou de larvas hibernantes. Estas, que eclodem no Estado de São Paulo em Maio ou Junho, permanecem nesse estádio, durante 150 a 180 dias, no interior do colmo da cana ou do milho. As lagartas que nascem de Outubro a Abril, damente e as variações verificadas são devidas às peratura.
evoluem mais oscilações da
rapitem-
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D e N o v e m b r o de 1943 a M a i o de 1944, o b s e r v a m o s a evolução e m 250 l a g a r t a s e e n c o n t r á m o s : m é d i a 4 0 , 1 dias; m í n i m a 23 e m á x i m a 64 dias. A s p o r c e n t a g e n s de evolução a s s i m se d i s t r i b u i r a m : de 23 a 32 dias - 24,8%; de 33 a 44 dias - 44,8%; de 45 a 56 dias - 22,4% e de 57 a 64 dias - 8,0%. A temperatura média foi de 24,5° C., sendo a m í n i m a d a s m é d i a s de 23,0°C., e a m á x i m a d a s m é d i a s de 26,1°C. Pupa - Após um período prepupal de cerca de 2 dias, a lagarta t r a n s f o r m a - s e e m p u p a n a c â m a r a p r e p a r a d a pela l a g a r t a no interior do côlmo. O e s t á d i o p u p a l t e m u m a d u r a ç ã o de 6 a 14 dias. Proporção fêmeas 5 3 , 2 %
dos sexos - Os sexos e machos 46,8%.
correram
na
seguinte
proporção:
Fig. 62 - Telenomus alecto (Foto Mazza, da Seção de Fotomicrografia do Instituto Biológico de São Paulo).
Partenogênese - A fêmea virgem, quando as condições são favoraveis, deita grande quantidade de ovos, sem se preoeupar muito com o perfeito arranjamento dos mesmos. A coloração desses ovos é leitosa, sem se notar a transparência peculiar dos ovos normais. A partenogênese não ocorre, mas os ovos infecundos servem para a criação do parasito Telenomus alecto, que os aceita muito bem.
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Numero anual de gerações - De Maio de 1943 a Maio de 1944 foram obtidas 4 gerações completas, sendo uma hibernante. É provavel que na natureza possam completar-se 5 gerações. Combate - Vivendo a lagarta no interior do colmo, vemos de difícil execução os processos normais de combate químico. Alem disso, pela enormidade das culturas (produção de 3 milhões de sacas de açucar), seria impraticavel, em nosso meio, um combate químico eficiente. A quasi totalidade das lagartas hibernantes são esmagadas pelas moendas, o que deve concorrer para que a praga não eleve ao extremo os prejuizos que causa.
Fig. 63 - Pupas de TeIenomus alecto dentro de ovos de Diatrea (Foto Mazza, da Seção de Fotomicrografia do Instituto Biológico de São Paulo.).
Os inimigos naturais, que são em nosso meio de grande valor, devem exercer um controle bastante apreciavel, pois concorrem para a limitação da população da praga. Os principais parasitos da Diatraea por nós encontrados racicaba, Campinas e Itapira, pertencem a Ordem Diptera e são:
Metagonistylum minense Townsend siliensis Townsend (Prosenidae).
(Tachinidae)
Estas duas espécies são muito perseguidas seriam, segundo a ocorrência mais frequente:
e
pelos
em
Pi-
Paratheresia
bra-
hiperparasitos,
que
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Thysanus dipterophagus (Girault) (Chalcidoidea-Signiphoridae), Horismenus brasiliensis (Entedontidae), Trichopria cubensis Fouts (Diapriidae); Melittobia sp. (Chaleidoidea-Tetrastichidae). Parasitando ovos só encontramos a espécie Trichogramma minutum Riley.
Ao Sr. Herval Dias de Souza, da Estação Experimental de Campos, R io de Janeiro, devemos a fineza da remessa de exemplares de Telenomus alecto (Crawford, 1914) (figs. 62-65) parasito de ovos. Procedemos a criação do Telenomus em laboratório, e em Maio de 1914 havíamos
libertado cerca de 800 adultos em nossa pequena cultura. Não sabemos ainda si essa espécie se estabeleceu em Campinas. Investigações posteriores e novas criações serão feitas para a introdução desse parasito em todas as zonas canavieiras de São Paulo". Na lagos
de
Guiana
Inglesa
lagartas
de
MYES Diatraea:
(1931)
colheu
os
seguintes
endó-
Ipobracon grenadensis, I. puberuloides, I. dolens, I. saccharalis, I. pennipes, I. aquaticus, Apanteles diatracae, Microdus stigmaterus, M. sacchari, M. parvifasciatus (Braconidae), Spilocryptus diatraeae, (Ichneumonidae), Perisierola bogotensis (Bcthylidae) e Spilochalcis dux (Chalcididae). Ver
Livro
a
de
relação
completa
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Família EPIPASCHIDAE (Epipaschiidae Butler, 1889; Pococerinae Hampson, 1918) 23. Caracteres, etc. - Piralídeos de corpo relativamente robusto, geralmente com mais de 20 mm de envergadura, não raro de aspecto noctuóide. O escapo das antenas dos machos em muitass espécies apresenta longo processo córneo, plumiforme, voltado para trás (fig. 64). Espiritromba e p a l p o s m a x i l a r e s desenvolvidos; palpos l a b i a i s g r a n d e s , asFig. 64 - Macala regalis (Epipaschidae) (Lucerda fot.). cendentes. Asas anteriores a p r e s e n t a n d o pequenos tufos de escamas erectas na célula; R 1 livre, R 5 em forquilha com R 3 e R 4 . Frenulum simples em ambos os sexos. Sc + R 1, nas asas posteriores, livre ou anastomosando-se com Rs.
LEPIDOPTERA
83
Família relativamente pequena e com poucas espécies de importância econômica. Citarei as mais interessantes. Pococera atramentalis (Lederer, 1863) (fig. 65) - A lagarta na Bahia, segundo BONDAR, ataca as fôlhas e bagas do cafeeiro. Em Porto Rico, segundo WOLCOTT, alimenta-se de fôlhas de mangueira e de C lerodendron squamatuto. No Perú,
segundo WILLE (1943 Ent. Agr. Perú), a t a c a frequentemente espigas de milho e, às Fig. 65 - Pococera atramentalis (Lederer. 1863) (Epipaschidae) (à direita, vista da face inferior das asas) vêzes, capulhos de (De Lederer, 1863; est. 7, fig. 14). algodão. A mariposa, com 20 mm de envergadura, é de côr cinzenta e parda com desenhos negros e claros, que podem ser apreciados na figura. A lagarta, bem desenvolvida, têm 30 mm de comprimento; é de côr purpúrea esverdeada, com 4 linhas amarelas longitudinais. Stericta albifasciata Druce, 1902 (figs. 66-68) - As lagartas alimentam-se de fôlhas de abacateiro. Tratando dêste inseto escrevi o seguinte: "Conforme tenho observado, taes lagartas são mui vorazes e, destruindo as folhas, às vezes, nem mesmo poupam as nervuras. Por isto, é provavel que este insecto, encontrando condições favo raveis a uma proliferação excessiva, venha a ser uma praga do abacateiro. Por enquanto, as lagartas são encontradas em alguns galhos de cada pé; assim, os danos que produzem não são de grande monta. Em geral se as observa gregariamente, isto é, reunidas em grupos de algumas dezenas de individuos, mais ou menos encobertas por um entrelaçado de fios de seda que secretam. Ellas se originam de ovos achatados, de contorno eliptico, embricados uns sobre os outros e díspostos em série linear ao longo da nervura mediana das folhas. Das posturas à sahida das lagartas, decorrem
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INSETOS DO BRASIL a l g u n s dias. O d e s e n v o l v i m e n t o d a s l a g a r t a s , d a e m e r g ê n c i a d o s o v o s à t r a n s f o r m a ç ã o e m chrysalidas, se effectúa, n a época e m q u e o observei (Novembro - Dezembro), e m 27 dias, e o periodo n y m p h a l , isto é, da, t r a n s f o r m a ç ã o e m c r y s a l i d a s ao a p p a r e c i m e n t o de novas mariposas, d u r a 17 dias.
Descripção do insecto - As lag a r t a s s ã o facilm e n t e v i s t a s pelos n i n h o s de fios de seda q u e a s p r o t e g e m e b e m reconheciveis pela coloração e m a r c a s peculiares q u e a p r e s e n t a m . São de u m p a r d o - e s v e r d e a d o . N o dorso n o t a m - s e 8 riscas l o n g i t u d i nais e parallelas, de côr p a r d a , d e n e g r i d a s no 1.o s e g m e n t o thoraxico, 2 m a n c h a s de côr igual à d a s riscas, n a p a r t e anterior do 1. o segmento a b d o m i n a l , e n t r e a 2.ª e 4. ª riscas de c a d a lado (a c o n t a r do dorso p a r a os lados), e, outras duas, em identica posição, ao nível do 8. ° segmento abdominal. Fig. 66 - Stericta albifasciata Druce. 1902 (Epipaschidae) (Lacerda fot.).
T o d a a porção a n t e r i o r d a cabeça é enegrecida. T a m b e m são q u a s i t o t a l m e n t e negros: o ultimo segmento abdominal, t o d o s o s 5 p a r e s d e p e r n a s a b d o m i n a i s e os segmentos basaes das pernas thoraxicas. Quando
completamente
Fig. 67 - Genitalia de Stericta albifasciata (Epipaschidae) (Lacerda fot.).
desenvolvidas
medem
de
2,
5
a
3
cm.
de
c o m p r i m e n t o p o r 4 m m . de largura. As chrisalidas nada de extraordinário apresentam. Medem, em geral, 12 mm. x 4mm. e são protegidas por um casulo não muito espesso. As mariposas se distinguem de outros microlepidópteros tamanho principalmente pelo colorido das azas anteriores.
do
mesmo
LEPIDOPTERA
com
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Estas são bronzeadas, em alguns lugares mais claras e, em outros, manchas, irregularmente dentadas, de um bronzeado escuro.
O que, principalmente, as caracteriza, é a presença de uma mancha arredondada de escamas brancas perto da raiz, do bordo anterior ou costal ao posterior, sem, porém, atingi-lo. As azas posteriores são transparentes, irisadas e pardacentas ao longo do bordo costal, no angulo anterior, e, em menor extensão, no bordo externo.
Fig. 68 - Asas de Stericta albifasciata (Epipaschidae) (Lacerda del.).
Os machos bem se distinguem das femeas por apresentarem uma peça ou processo densamente escamoso, appendiculado é base da antenna e attingido o meio do thorax. Estas mariposas medem cerca de 1 cm. de comprimento (da cabeça ao apice do abdomen) por 23 mm de envergadura".
86
INSETOS DO BRASIL
Um Epipasquídeo também interessante é a Cecidipta excaecariae Berg, 1877, cujas lagartas, na Argentina e no Sul, determinam a formação de cecídias em caule de Sapium aucuparium (Excaecaria biglandulosa).
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25. Caracteres, etc. - Piralídeos pequenos, de corpo delicado e asas anteriores mais ou menos estreitadas, geralmente de côr cinzenta, com manchas ou faixas de cores pouco vistosas. Pousados ficam com as asas bem encostadas ao corpo. ¹ Do
(phycos) alga, mais o sufixo ita.
LEPIDOPTERA
87
Ocelos presentes. A n t e n a s dos m a c h o s g e r a l m e n t e f a s c i c u l a d a s ou p e c t i n a d a s . E s p i r i t r o m b a d e s e n v o l v i d a . P a l p o s m a x i l a r e s m a i s ou menos visíveis. Palpos labiais bem desenvolvidos, porretos ou a s c e n d e n t e s . Radius da asa anterior apenas com 4 ou 3 ramos; R 5 ausente; R 3 e R 4 fundidas numa só nervura. Asas posteriores c o m longo p é c t e n c u b i t a l . e m a m b o s os sexos.
F r e n u l u m simples
F a m í l i a c o n s t i t u í d a por g r a n d e n ú m e r o de espécies, m a i s a b u n d a n t e s n a s regiões tropicais, a l g u m a s de g r a n d e interêsse sob p o n t o de v i s t a econômico. R e l a t i v a m e n t e à classificação dêstes m i c r o l o p i d ó p t e r o s t r a n s crevo a opinião de H EINRICH (1939), por estar de acôrdo com a o b s e r v a ç ã o de todos q u e se v ê e m n a c o n t i n g ê n c i a de d e t e r m i n a r qualquer Ficitídeo americano:
"At present the classification of the Phycitinae is a hopeless muddle. No one searas to know just what a generic concept stands for ar to what genus a given species (which is nar a genotype) should go. This is nar so much the fault of any entomologist as ir is of the phycitids themselves. The family is a fluid one. There are few obvious, hardand-fast divisions anywhere, nar can real divisions, when established, be defined in simple, categorical terms; for there is hardly a single structural character that does nar break down somewhere. In any larga series of any given species there are specimens wherein the venation, for example, varies from that of the genus ar aí the largar group. The palpal charaeters grade into one another by almost imperceptible degrees and are apt to explode altogether. For example, a perfectly good Dyorictria may have an aigrette like male maxillary palpus, (which should place ir in Salebria) while its most closely related species and one hardly distinguishable otherwise may have a perfecfly normal squamous palpus. The male of one species may have a short cell and seven veins in the hind wing while its female exhibits a long cell and eight veins. Wing pattern and color also vary to some extent but on the whole are more reliable for specific placement than are venational, palpal, ar antennal characters for genera. The genitalia, both male and female, seem to be more constant than other structures and to offer the best characters for the identification of species and genera; but they toa, must be used with caution. A classification based upon them alone would be as misleading as any other.
88
INSETOS DO BRASIL Up to the present only one serious and noteworthy attempt has been made to classify the family, that of RAGONOT in his monumental "Monographie des Phycitinae et des Galleriinae". He left the second volume unfinished ar his death, bur HAMPSON completed ir freto his notes, and HAMPSON himself was working on a generic revision of the Phycitinac when he retired from active entomological work. RAGONOT'S system was based chiefly upon venation, palpal structure, vestiture, and secondary male characters. In its broader outlines it was a natural classification; but its great reliance upon secondary male characters made ir unworkable for unassociated females; and many species were then and later described forro such females and had to be placed by guess-work. The genera themselves were more or less artificial entifies and (except for the monotypic genera and some with very few species) usually included species not closely related to one another or not conforming on all definitive characters. HULST, who worked contemporaneously with RAGONOT, followed, in his own careless fashion, the R AGONOT system. He made some attempt to use the male genitalia, bur bis observations were entirely superficial and sporadic, and bis statements concerning these structures are more often misleading than not. D YAR, H AMPSON, MEYRICK, C AR ADJA, and later authors have published only descriptions of new genera and species. Dr. A. J. T. JANSE has made an extensive study of the South African Phycitidae and has given special attention to the genitalia. He probably knows the family better than any living lepidopterologist, bur as yet he has not published any revisionary work on it. Freto my own studies I feel that the only possible way to geta classification that will permit of workable keys and ready identification of moths of both sexes is to make small genera, to li nit them to only obviously related species, to define them rigidly, and in the definition to utilize every available character of structure, habitus, and biology. I do not suggest that I have done this here or shall be able to do it in future papers on the group; bur such is the ideal".
26.
Espécies
de
maior
importância
dos Phycitidae
o u são f i t ó f a g a s (filófagas,
espermófagas),
ou saprófagas,
economica
ou predadoras
As l a g a r t a s f i t ó f a g a s c r i a m - s e g e r a l m e n t e mente em vagens, atacando-lhes t a i s espécies, c i t o as s e g u i n t e s :
-
As
lagartas
xilófagas, carpófagas
as s e m e n t e s .
ou
de Coccídeos. em frutos, principalComo
exemplos de
LEPIDOPTERA
89
Ancylostomia stercorea Zeller, 1848 (fig. 69) - As lagartas, segundo HAMB LETON, em Minas Gerais, vivem em vagens de fedegoso (Crotalaria sp). Fundella
pellucens
Zeller, 1848 e Etiella zinckenella (Treitschke, 1846) (fig. 70) - As lagartas de ambas têm hábitos semelhantes aos das lagartas de Crochiphora testulalis (Pyraustidae). Criam-se em vagens de várias Leguminosas,
especialmente
Fig. 69 - Ancylostomia stercorea Zeller, 1848 (Phycitidae).
dos
gêneros
Canavalia,
Crotalaria,
Mucuna
e Phaseolus.
Nos primeiros estádios são de côr verde-clara, exceto a cabeça e o escudo pronotal, que são de côr parda-escura ou negra. Dis-
Fig. 70 - Etiella zinckenella (Treitscke, 1845) (Phycitidae) (Lacerda del.).
tinguem-se, nesse período, pelo quetotaxia. Quando ficam mais desenvolvidas é fácil distinguí-las pela côr do escudo pronotal. A lagarta de Etiella é de côr amarela-esverdeada, opalescente, com as seguintes máculas enegrecidas, além de vários pontos negros: duas no meio, em forma de crescente, perto da borda anterior, uma de
90
INSETOS DO BRASIL
cada lado dêsses crescentes, perto da margem lateral e duas maiores posteriores, opostas aos crescentes, perto da margem posterior. Na lagarta de Fundella o escudo pronotal é de côr parda idêntica
a da cabeça, ou mais escura. As lagartas dêstes dois Ficitídeos normalmente tecem o casulo no solo, profundamente. Os adultos, pousados, mantêm as asas de encontro ao corpo, como nos demais Phycitidae. Sôbre
Etiella
zinckenella
e
Fundella
cistipennis
DYAR,
outra
espécie que, em Porto Rico, produz nos feijões estragos semelhantes aos feitos por Fundella pellucens, recomendo a leitura dos trabalhos
de LEONARD MILLS e de WOLCOTT. De lagartas de Etiella, criadas em favas de fedegoso (Crotalaria sp.) no Rio de Janeiro, obtive dois microhimenópteros parasitos, um Calcidídeo do gênero Eurytorna e um Braconídeo do gênero Heterospilus, talves Heterospilus etiellae Rohwer. SAUER, em São Paulo, verificou o parasitismo das lagartas de Eliella por Microbracon sp. (Braconidae).
Myelois duplipunctella Ragonot, 1887- MOREIRA (1917) obteve exemplares desta espécie de lagartas criadas em frutos de cacaueiro, apanhados na Quinta da Boa Vista (Rio de Janeiro). As lagartas atacam as sementes. Em Belo Horizonte atacam sementes de jatobá (Hymenaea courbaril) (Leg. Caesalp.), segundo observação de MONTE, acompanhando exemplares que me enviou para determinação. Myelois solitella Zeller, 1881 - Eventualmente as lagartas atacam sementes de cafeeiro. BONDAR (1930) estudou uma outra espécie de Myelois - M. expunctrix Dyar & Heinrich, 1929, cuja lagarta, na Bahia, é broca do "flamboyant" e de outras leguminosas.
O mesmo autor, em seu trabalho (1940), "Insetos nocivos e moléstias do coqueiro (Cocos nucifera)", trata de Hyalospila ptychis Dyar, 1919, por êle apelidada-"traça dos côcos novos", dizendo o que se segue:
LEPIDOPTERA
91
"As lagartas de Hyalospila ptychis criam-se nas inflorescencias recem-abertas das palmeiras nativas dos generos Cocos e Attalea, alimentando-se das flôres femininas, cu jus carpellos tenros comem, provocando o aborto.
No coqueiro o insecto é muito comum, tanto nas plantações do litoral, como nos coqueiros espalhados pelo interior do Estado da Bahia. Verificamos a presença da praga nos arredores da Capital, nos Municipios de Ilheos, M a t t a de S. João, Esplanada, Bomfim, S. Terezinha, etc. Recebemos amostras de côcos estragados e das lagartas, remetidas pelo Dr. Samuel Hardmann, Estado de Pernambuco. Pensamos que a espécie se acha generalizada em todos os coqueirais do Brasil, como também nas palmeiras-nativas de licuri, piassava, etc. Os estragos causados à frutificação do coqueiro são, às vezes, b a s t a n t e serios, como observamos em Bomfim, onde verificamos a maioria das flores femininas abortadas pela lagarta. Julgamos que, depois de Homalinotus cofiaremos, esta traça é o maior inimigo da frutificação do coqueiro, podendo-se-lhe comparar, pelos prejuízos que causa, á lagarta rosada do algodoeiro. Começam os estragos logo que a inflorescencia abre, roendo as lagartas os carpelos das flôres frutigenas, ainda tenras. As lagartas perfuram as brácteas, para atingir o tecido do mesocarpo do futuro fruto, de que se alimentam, provocando o pêco das flores. Observamos multiplos casos quando rodas as flôres femininas de inflorescencias, abortavam, sendo perfuradas e abortadas pela lagarta. Alimentado-se dentro do fruto embrionario, a lagarta expele resíduos da digestão, que se acumulam na superfície da frutinha, ligados pelos fios de seda, em baixo dos quais as lagartas, ás vezes, passeiam, invadindo outras flôres. Nas flôres fecundadas e nos frutos em desenvolvimento, o mesocarpo, na parte descoberta, endurece e não serve para a lagarta. Conserva-se mole o mesocarpo da base do fruto, protegido pelas brácteas, onde se gera o tecido novo de crescimento do fruto. As lagartas introduzem-se por baixo das brácteas, na base desses côcos, fazendo igualmente galerias no mesocarpo, interceptando a alimentação do fruto e provocando o derrame da selva, que se solidifica em forma de goma. Os frutos atacados, ou pecam logo, ou continuam em desenvolvimento, ficando deformados ao lado da broca, com os tecidos correspondentes pretos, encurtados ou amortecidos. Os côcos, mesmo desenvolvidos, enquanto possuem o mesocarpo tento na base, estão sujeitos aos ataques da lagarta. Uma parte importante de cocos perus, que se vêm no chão, em nossos coqueirais, é d e r r u b a d a pelas lagartas. Muitos deles são ainda embrionarios, outros meio desenvolvidos e ainda outros já crescidos.
92
INSETOS DO BRASIL A maioria dos frutos pecos mostra signais evidentes da lagarta, e, em muitos deles, o bicho encontra-se ainda em baixo das brácteas, roendo o mesocarpo, completando o crescimento. Os frutos, que resistem ao ataque e atingem a maturação, deformam-se, perdem a simetria axial, não atingem o crescimento completo, ficam sempre menores e perdem grande parte do seu valor comercial (fig. 71).
Fig. 71 - Cocos com lesões produzidas pelas lagartas de Hyalospita ptychis Dyar, 1919 (Phycitidae) (De Bondar).
Alem do coqueiro, verificamos a espécie nas inflorescencias de licuriseiro (Cocos coronata Mart.), ariri (Cocos vagans Bondar), piassaveira (Attalea funifera Mart.) e piassabassú (Attalea piassabossu Bondar). Nestas palmeiras, a lagarta alimenta-se t a m b e m do tecido mesocarpico das flores femininas, e evidentemente são estas palmeiras plantas naturais de seva do insecto. Delas, passa êle ao coqueiro, encontrando-se o mesmo nas proximidades. Não obstante a importancia dos prejuízos causados, a especie ainda é desconhecido pela entomologia economica. Conhecemos a praga desde 1922, sem poder, todavia, obter sua classificação, o que só ultimamente conseguimos. O inseto foi descrito em 1919, com adultos provenientes de Santiago, Cuba, nos seguintes têrmos: "Azas dianteiras pardas n a base da costa, brancas n a celula, a metade interna e arca terminal nubladas com avermelhado-violeta; linha interna perdida; um ponto preto na dobra submediana; pontos discais pretos separados, redondos; linha interna, fina, avermelhada ondulada, incisa e quebrada na dobra submediana, uma carreira ter-
LEPIDOPTERA
93
minal de minusculos pontos pretos. Azas posteriores translucidas, veios e termen pardos. Envergadura 14 mm." A lagarta é branca, pigmentada no dorso, com listas difusas pardacentas, que desaparecem nos individuos conservados em alcool. Cabeça amarela. Primeiro segmento toraxico com placa dorsal semicircular amarela, subdividida no meio. No segundo anel, no dorso, h a quatro pontos pequenos pretos, em linha transversal, dos quais partem pelos; os medianos são duplos, os extremos são orlados por circulo. Aos lados, dois pontos escuros com pelos. No terceiro anel, a disposição dos pontos é a mesma, porem os extremos são sem orlas. Nos aneis abdominais, os pontos dorsais são em quadrangulo. P a t a s brancas. Falsas paras brancas, não pigmentadas. Penultimo e ultimo aneis abdominais sem placas dorsais escuras; comprimento cerca de 15-16 mm. A lagarta é pareeida com a de Ephestia cautella, com a qual se encontra frequentemente associada, distingue-se, porém, facilmente pelas manchas no corpo muito menores, auseneia de placas preanais e falsas p a t a s brancas. A crisalida forma-se nos abrigos contra a chuva, fazendo a lagarta um casulo de seda, com que se encobre encostada á espata seca do coqueiro, ou outro objeto protetor, geralmente de tecidos mortos. O ciclo evolutivo completo é de cerca de 25-30 dias, passando deles no estado de crisalida 6-8 dias".
Elasmopalpus lagartas
dêste
lignosellus Piralídeo),
nos
Zeller, Estados
1918 Unidos,
(figs.72-73) atacam
-
As
Gramíneas,
Fig. 72 - Elasmopalpus lignosellus Zeller (Phycitidae) a, macho; b, asa da fêmea; c, mariposa pousada; d, lagarta; f, casulo (De Watson, 1931, fig. 8).
especialmente o milho. Em Flórida, porém, segundo WATSON (1931), o inseto causa maiores danos às vagens de várias Leguminosas comestíveis
(feijão,
etc.).
94
INSETOS DO BRASIL
Em São Paulo, SAUER observou o inseto causando estragos idênticos, principalmente ao arroz e ao sorgo, verificando também
Fig. 73 - Asas de Elasmopalpus lignoselIus (Phycitidae) (Lacerda del.).
Fig. 74 - Hypsipyla grandella (Zeller, 1848) (Phycitidae).
que é e por
parasitado por uma espécie de Pristomerus (Ichneumonidae) uma mosca do gênero Plagiprospherysa (Tachinidae). Para
LEPIDOPTERA um
estudo
mendo
da
também
praga, a
Relativamente
a
referir
broqueiam Atacam inseto,
a
Hypsipyla o
cedro
também assim
lhe
além
leitura
os
da
do
Ficitídeos,
grandella frutos
de
cujas
(Zeller,
( Cedrella
descreve
monografia
artigo
e os
fissilis ), as
M ONTE lagartas
1848)
95 de
S AUER
são
(fig.
brocas,
74).
principalmente
sementes.
(1939),
reco-
(1942).
M ONTE ,
há
As em
que
ainda
lagartas viveiros.
estudou
o
hábitos:
"A lagarta tem o corpo ora azul, ora encarnado; cabeça acastanhada; o escudo protoráxico escuro; comprimento do corpo 26 m m . Sôbre o corpo vários pequenos tuberculos escuros, em numero de 10, trazendo cada um deles um pêlo da mesma côr. Estes tubérculos se acham dispostos em sentido transversal ao eixo do corpo, salvo na parte dorsal, em que êles se apresentam em numero de 4, paralelos dois a dois, sendo que os anteriores são um pouco mais unidos que os posteriores. A lagarta tanto vive nos frutos como no caule. A borboleta deposita os ovos sobre o fruto ou na extremidade superior do caule. Quando no fruto, pelo que pudemos deduzir de nossas observações, deve ser de um ou dois no máximo em cada capsula. Nascida a larva, esta penetra no interior do fruto, alimentando-se das sementes: ela procura alcançar o lóculo e aí se instala até a final metamorfose, antes do que prepara uma saida para a futuro adulto. Este orifício, que mede 5 mm. de diametro, ora está colocado na parte não ovoide, ora na parte Central. A lagarta vai se desenvolvendo pouco a pouco, roendo todas as sementes; em um fruto pode-se encontrar mais de uma, sendo entretanto interessante que cada lagarta fabrica o seu orificio de saída, razão por que se encontra mais de um orifício em tais frutos. Terminando o ciclo larvário, a lagarta crisalida-se no próprio fruto em que vives, tecendo com fios de seda um casulo que muito se assemelha aos do grupo Arctiidae. O adulto nascido sai pelo orifício prèviamente preparado pela larva e fica poisado sôbre o fruto por muito tempo, mais do que necessário para que suas asas sequem, e com as antenas poisadas sôbre o dorso, em atitude imóvel, confundindo-se assim com o fruto. Os estragos produzidos pela lagarta nos brotos são de t a n t a importancia, como os que são feitos nos frutos. Os brotos apresentam-se totalmente carcomidos, cheios de serragem ligada por fios de sêda, nos quais também se aderem partículas de lenho e excrementos, que são lançados para fora pela lagarta; ainda se notam pequenos furos e dispersas aqui e alí produções gomosas, tudo isto dando um aspecto contristador e desagradável a planta.
INSETOS DO BRASIL
96
Parece-nos ser esta praga uma das poucas espécies que atacam indistintamente o fruto e o caule, e na sua família não conhecemos outra que assim proceda; é, porém, provavel a sua existência, porque tal comportamento não constituirá, por certo, um privilégio desta espécie. Mas isto até agora não se conhece".
MONTE indica como meio de d e s t r u i ç ã o dos f r u t o s a t a c a d o s .
combate
ao
inseto
a
apanha
e
Em Pôrto Rico, segundo L EONARD inseto ataca Turpinus paniculata.
(1932),
o
Na Guiana Inglêsa as lagartas são parasitadas por Stenorella brevicaudis Szépligeti (Ichneum.).
Tratando de Corcyra cephalonica, referi a importância dêsse Piralídeo e de alguns Phycitidae dos gêneros Ephestia e Plodia nas investigações biológicas, pela facilidade com que se criam em laboratório.
Fig. 75 - Plodia interpunctella (Hübner, 1827) (Phycitidae), envergadura cêrca de 20 mm. (De Back, & Cotton, 1938, fig. 18).
Plodia interpunctella (Hübner, 1827) (figs. 75 e 76) ("Indian meal moth", dos inglêses e norte-amerieanos). Mariposa de 15 a 20 mm. de envergadura. Côr geral parda-avermelhada, com os 2/3 distais das asas anteriores de tonalidade mais escura, côr de cobre, e o têrço proximal de côr cinzenta esbranquiçada.
Põe os ovos (cerca de 100 a 400) isoladamente ou em pequenos grupos. As lagartas completamente, desenvolvidas, apresentam de 18 a 20 mm de comprimento. São onívoras, alimentando-se principalmente de produtos armazenados: farinhas, cereais, frutas e doces sêcos, amêndoas ou sementes várias, chocolate, etc. O ciclo evolutivo realiza-se em pouco mais de um mês, podendo todavia ser menos demorado ou, em condições desfavoráveis, prolongar-se até cêrca de 300 dias. Em outros territórios
verificam-se até 5 gerações anuais.
O inseto é cosmopolita, encontrando-se também no Brasil. SAUER, em São Paulo, observou os seguintes microhimenopteros
LEPIDOPTERA
97
parasitando Plodia interpunctella: Glyptocolastes sp., Microbracon hebetor (Braconidae), Antrocephalus sp. e Brachymeria sp. (Chalcididae.
Hábitos semelhantes a o s de Plodia apresentam as seguintes espécies de Ephestia Guenée, t a m b é m cosmopolitas e onívoras: E. kuehniella Zeller 1879, (fig. 77), E. elutella (Hübner) e E. cautella (Walker, 1864) (figs. 78 e 79). Dessas espécies, a que me parece mais interessante e m nosso meio, é a Ephestia cautella, que observei, tanto no Nordeste, como em S. Paulo, atacando caroços de algodão. também
grãos
de
arroz
Fig. 77 -
cacáu
e
frutos
sêcos,
e
Fig. 76 - Genitalia de Plodia interpunctella (Phycitidae).
As de
lagartas milho
dêste
Piralídeo
armazenados,
atacam
sementes
de
Ephestia kuehnielIa (Phycitidae) (De Candura, 1928, fig. 1)
mais
sêcos
porém
que
os
infestados
por
Plodia
interpunctella.
No excelente trabalho de M YERS, além da etologia dêste microlepidóptero na Austrátia, acham-se bem estudados os meios mais eficientes de o combater.
98
INSETOS DO BRASIL RICHARDS
Ephestia, dos
&
HERFORD,
apresentam
machos
como
a
das
para
seguinte
a
distinção
chave
dessas
relativa
à
espécies
genitália,
de
tanto
fêmeas.
Fig. 78 - Asas de Ephestia cautela (Walker, 1864) (Phycitidae) (Lacerda del.).
1
-
Margem dorsal da valva ("clasper") sem processo dentiforme.. ............................................................................ Ephestia elutella
1'
-
Margem dorsal da valva com processo dentiforme ..............................
2
2 (1') -
O dente da valva é apenas uma produção, perto do ápice, do espessamento continuo e longitudinal da margem dorsal: aedoeagus com barra eversível estreita, fortemente esclerosada; tegumen sem prolongamentos .......................... Ephestia kuehniella
2'
O dente da valva emerge antes do ápice do espessamento longitudinal; aedoeagus com larga placa eversível; tegumen prolongado em processo digitiforme na parte externa da base de cada valva ........................................................... Ephestia cautella
-
Um espécies (1939), a
grupo
bem
cujas
lagartas
monografando-o,
algumas
espécies,
interessante
de
atacam teve
como
o
passo
Phycitidae
Cactáceas. ensejo a
de
mostrar
é
o
constituído
Recentemente esclarecer nas
linhas
por
HEINRICH
dúvidas
relativas
que
seguem.
se
LEPIDOPTERA
99
BRÈTHES (1920) descreveu Neopyralis ronnai, n. g., n. sp., da sub-família Schoenobiinae. As lagartas, criadas por RONNA no Rio Grande do Sul, broqueiam a "tuna" (Opuntia spp.).
Fig. 79 - Genitalia de Ephestia cautela (Walker, 1864) (Phycitidae) (Lacerda fot.).
Em
meu
"3.º
Catálogo",
citando
o
inseto,
disse:
"Este autor (BRÈTHES) classificou o seu novo genero (Neopyralis) em Schoenobiinae, o que não me parece exacto, pois, na figura da aza que apresentou, R3+4, nas azas anteriores, coalescem inteiramente. Estas, aliàs, muito se parecem com as dos Phyticidae. Todavia, como ainda não tive o ensejo de examinar o insecto, deixo-o com os da família Pyralidae (a qual seguramente tambem não pertence), até que se possa classifical-o correctamente".
Fig. 80 - Zophodia goyensis Ragonot (Phycitidae) E. Heinrich det. (Lacerda fot.).
HEINRICH, concluindo tratar-se de um representante de Phycitidae, acha que deve ser uma das espécies de Cactoblastis que vivem
100
INSETOS DO BRASIL
no Sul do Brasil e na Argentina, provàvelmente o Cactoblastis cac(Berg, 1885), ou espécie muito próxima. torum
Fig. 81 - Asas de Zophodia goyensis Ragonot (Phycitidae) (Lacerda del.).
Tais espécies (especialmente este Cactoblastis) foram com sucesso introduzidas na Austrália para a destruição de Cactáceas (Opuntia inermis e outras espécies), que lá vegetam como verdadeira praga.
No trabalho ao assunto.
de
D ODD
encontram-se
dados
valiosos
relativos
Outros Phycitidae de hábitos curiosos são os de lagartas predadoras de outras lagartas ou dê Coccídeos. As principais espécies dêste último grupo pertencem aos gêneros Euzophera Zeller, Vitula Ragonot e Laetilia Ragonot, êste com a bem conhecida L. coccidivora
(Comstock, 1879), cujas lagartas depredam Coccídeos dos gêneros Ceroplastes, Coccus, Pulvinaria e Icerya.
LEPIDOPTERA
101
Há em nossa coleção três Ficitídeos, um do gênero Zophodia (Heinrich det.) Z. goyensis Ragonot (fig. 80) e os outros de gênero próximo, ainda não estudados, que se desenvolvem a custa de Coccí-
Fig. 82 - Genitalia de Zophodia goyensis (Lacerda fot.).
deos dos gêneros Ceroplastes, Pseudococcus e exemplares procedem de várias localidades dos Gerais e Rio de Janeiro.
Pscudokermes. Os Estados de Minas
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LEPIDOPTERA Superfamília
107
DREPANOIDEA
(Drepanoidea Forbes, 1932; Cymatophoroides Lameere, 1938)
28. Caracteres, etc. - Mariposas de noctuóide, fàcilmente determináveis pelos na chave e pelos que passo a mencionar.
aspecto bombicóide ou caracteres assinalados
Antenas simples ou um t a n t o espessadas e achatadas; nos machos frequentemente pectinadas. Ocelos presentes ou ausentes. Chetosema pouco desenvolvido, r u d i m e n t a r ou ausente. Espiritromba mais ou menos alongada, r a r a m e n t e ausente. Palpos geralmente pequenos, ou muito pequenos, finos e subascendentes. Asas anteriores largas (em Drepanidae, via de regra, falcadas); na maioria das espécies com aréola (célula acessória) e com M2 mais próxima de M3 que de M1 (Drepanidae) (cubital aparentemente quadrifurcada) ou partindo do meio das discocelulares (cubital aparentemente trifurcada). Asas posteriores geralmente providas de frenulum desenvolvido ou rudimentar, no ápice de um esclerito costal da área umeral (nervura umeral ); às vêzes sem frenulum, porém com o ângulo umeral expandido. Sc, como em Pyralidoidea, aproximando-se mais ou menos de Rs ou com ela se fundindo numa certa extensão, além da célula, e depois dirigindo-se para a margem costal. M2, na origem, mais próxima de M 3 que de M 1. Área anal, no máximo, com duas nervuras. Aparelho timpânico bem desenvolvido. Pequena superfamília representada por um a g r u p a m e n t o do mariposas, como diz FORBES, isolado na série geral BombycoideaSaturnoidea, porém não espeeialmente próximo de qualquer desses grupos. A semelhança dos Drepanóides com Noctuoidea e N o t o dontoidea é m e r a m e n t e superficial, devido a persistência do caracteres primitivos. N ã o se pode, todavia, contestar a estreita, afinidade entre os representantes de Drepanoidea e Geometroidea; daí alguns autores, como LAMEERE, reunirem os dois grupos do mariposas numa mesma divisão - Geometriformes. Ovos ordinàriamente de tipo chato. Lagartas, ou sem apêndices ambulatórios anais, ou com êstes pouco desenvolvidos. Daí a parte posterior do corpo ficar levantada e mais ou menos afastada do su-
108
INSETOS DO BRASIL
porte em que se acha. O segmento anal não raro apresenta u m processo, simples ou bífido, mais ou menos conspícuo, até certo ponto semelhante ao que se observa nas lagartas dos Notodontídeos. Vêem-se t a m b é m tubérculos ou processos dorsais mais ou menos salientes, como nestas lagartas. 29. Classificação - A superfamília Drepanoidea, com perto de 500 espécies, compreende, além de Drepanidae e Cymatophoridae, que são as famílias principais, mais as seguintes: Axiidae (Cimeliidae ou Anomalidae), com algumas espécies do Sul da E u r o p a (região do Mediterrâneo) e Callidulidae, com poucas espécies, de hábitos diurnos, da região da indo-maláia. Devo aqui mencionar a família Pterothysanidae, como mariposas também diurnas, das regiões oriental e etiópica, que os autores incluem, cem Callidulidae, em Bombycoidea, em Noctuoidea ou em Drepanoidea, não obstante as asas posteriores a p r e s e n t a r e m Sc + R 1, como as de muitos Geometrídeos, emitindo, na base, um r a m o curto para a m a r g e m umeral (precosta) e aproximando-se de Rs m u i t o antes do fim da célula. Aliás, tais mariposas são fàcilm e n t e reeonhecíveis por terem u m a franja de longos pêlos ao longo da m a r g e m posterior e do ângulo anal da asa posterior, sendo a área anal muito estreita e percorrida apenas por uma nervura,
Família
DREPANIDAE1
(Platyptericidae Stephens, 1829; Drepanulidae Walker, 1855; Druce, 1887; Kirby, 1892; Drepanidae e Auzatidae Comstock, 1893 e 1895; Meyrick, 1895; Phtypterigidae Dyar, 1902)
30. Caracteres, etc. - Família com cêrca de 350 espécies, pequenas ou de porte médio, não raro com as asas anteriores d i s t i n t a m e n t e falcadas, tôdas, porém, sem ocelos e com o cubitus, de ambas as asas, aparentemente quadrifurcado (M 2, no ponto de origem, mais perto de M 3 que de M 1). Quase tôdas as espécies habitam as regiões indo-malaia, paleártica e etiópica. Todavia, há algumas espécies norte-americanas e poucas da América do Sul, porém sem importância econômica. 1 De
(drepane), foice.
109
LEPIDOPTERA
31. Bibliografia. DYAR, H. G. 1928 - Drepanidae, in Seitz, Macrolep. do Mundo (Fauna Amer., ed. ingl.): 6 : 631-633. GAEDE, M. 1931 - Drepanidae, in Lepidopt. Catal., 49:60 p. Família CYMATOPHORIDAE1 (Cymatophoridae Herrich-Schäffer, 1847; Heinemann, 1959: Comstock, 1893; Thyatiridae Grote, 18902; Smith, 1893; Polyplocidae Meyrick, 18953).
32. Caracteres, etc. - Família com mais de 100 espécies, de corpo relativamente robusto, aspecto noctuóide e hábitos crepusculares. Distinguem-se dos Drepanídeos, principalmente por apresentarem M 2, no ponto de origem, afastada de M 3. Quase todos os Cimatoforídeos vivem no hemisfério septentrional. Como representante indígena há a citar Ansava triplaga Walker,
1858, encontrada no Rio de Janeiro. ciona
HAMBLETON, em sua lista (1935, Arch. Inst. Biol., 6:213), mena existência, em Minas Gerais, de Thyatira mexicana H.
Edwards. 33. B i b l i o g r a f i a . DALLA TORRE, K. W. von 1921 - Cymatophoridae, in Lepid. Catal., 39, 38 p. GAEDE, M.
1936 - Cymatophoridae, in Seitz, Macrolep. Mundo (Fauna Amer., (ed. ingl.)) 6 : 1171-1175. Superfamília
SPHINGOIDEA
4
(Sphingidae Samouelle, 1819; Leach, 1819)
34. Caracteres - Mariposas geralmente grandes (algumas com cêrca de 20cm. de envergadura), ou de porte médio, cujo aspecto é 1 2 3 4
De De De De
( cyma, atos ), onda; (phoros), que leva, ou sustenta. (Thyateira) , nome próprio. (polys) , muito; (ploce), ação de tecer. (sphinx, ingos), esfinge.
110
INSETOS DO BRASIL
inconfundível: corpo robusto, asas anteriores fortes, longas e triangulares, porém relativamente estreitas, posteriores pequenas, quando
Fig.
83
-
Agrius
cingutalus
(Fabricius,
1775)
(Sphinginae)
(Oiticica
F.º
fot.).
estendidas, com a margem posterior muito adiante da parte apical do abdomen; esta geralmente cônica, em várias espécies, porém, truncada ou provida de dois densos tufos látero-caudais, de longas escamas piliformes, que lembram o aspecto de cauda de ave ou de avião (fig. 94). Cabeça mais ou menos proeminente. Antenas relativamente curtas e rígidas, notàvelmente espessadas numa certa extensão e aí geralmente prismáticas (daí o nome Prismaticornes, aplicado por GUENÉE aos Esfingídeos), em várias espécies denteadas ou, mais raramente, pectinadas. O extremo distal é ordinàriamente recurvado em gancho (fig. 84). Nos machos de muitas espécies cada segmento antenal apresenta, em baixo, cílios dispostos de modo peculiar. Olhos grandes, com enorme número de omatídeos. Ocelos atrofiados. Espiritromba não raro extraordinàriamente alongada, muito mais longa que o corpo, em algumas espécies apresentando cêrca de 25cm de comprimento; em algumas fêmeas de Ambulicinae, entretanto, moderadamente longa, curta ou obsoleta. Palpos maxilares atrofiados, labiais moderados, ascendentes e den-
LEPIDOPTERA
111
samente escamosos, com o segundo segmento curto, escondido pelas escamas. Chaetosema ausente. T ó r a x robusto e densamente piloso em baixo. Pernas t a m b é m robustas, providas de esporões tibiais e de tarsos espinhosos. A s a s (fig. 86) anteriores com a borda posterior bem mais curta que a costal, geralmente sem aréola; R2 e R3 separadas ou coincidindo; R5 partindo de R4, diretamente ou com ela formando pequena célula 110 p o n t o de origem. Asas posteriores com Sc distintamente separada de Rs, porém as duas ligadas por distinta R 1; geralmente 2 nervuras livres na área anal; Cu2, às vêzes, presente na parte distal. Frenulum presente na maioria das espécies; em algumas vestigial. Õrgãos t i m p a n a i s ausentes. 35. Desenvolvimento - Os ovos, arredondados e com crófila no meio da parte superior, são postos isoladamente.
mi-
As lagartas são cilíndricas, de tegumento glabro, liso, enrugado ou granulado, em geral de côr críptica uniforme e não raro providas de máculas ocelares, que, pela distensão dos segmentos anteriores, se t o r n a m mais evidentes, dando ao inseto aspecto aterrorizador, que lembra o de u m a pequena cobra. Outras, verdes ou de outra côr, a p r e s e n t a m nos urômeros faixas laterais obliquas, brancas ou a m r e l a s , ou anéis de côr vistosa. As lagartas de várias espécies m u d a m de côr nos últimos estádios, adquirindo côr p a r d a escura. Quase tôdas, porém, têm no dorso do 8.° urômero (11.º sômito) um processo espiniforme (fig. 90) ou filiforme, parecendo esporão ou rabinho móvel. E m algumas espécies êsse processo é substituído, depois da 3. ª muda, por u m a saliência cônica. Outras a p r e s e n t a m , no lugar do processo, u m tubérculo ou saliência conóide. E m repouso, as lagartas dos Esfingídeos não raro ficam com a parte anterior do corpo mais ou menos erecta, às vêzes d u r a n t e longo tempo, atitude característica, que lembra a da Esfinge egípcia e que levou LINNAEUS a aplicar o nome Sphinx ao gênero tipo desta família. Algumas, quando excitadas, m o v e m b r u s c a m e n t e a parte anterior do corpo de u m para o outro lado. Isso se observa t a m b é m com as que a p r e s e n t a m aspecto aterrorizador (fig. 88).
112
INSETOS DO BRASIL A
relativo
propósito à
lagarta
transcrevo de
o
trecho
Leucorhampha
do
trabalho
ornatus
de
Moss
(1920),
&
Jordan,
Rothschild
1903 ( S e s i i n a e ) .
"The larva is quite one of the most remarkable of living creatures that I have ever seen, a perfect Aaron's rod, combining in the most novel and striking way the principles of protective resemblance with an aggressive snake-mimicry. When ar rest as an adult caterpillar, ir hangs by two pairs of claspers in the vertical from the stem of its food-plant, and appears to be nothing bur a broken branch covered with a dull, creamy white lichen. A strange black chequered dorsal design, with a gradual intensification of the grey on certain segments completes the deception. The wonder, however, is if possible exceeded when, on being disturbed, this marvel of creative evolution endeavours once more to deceive by turning into a snake, and i n q u i t e a different way to that adopted by Xylophanes or even by its fairly close relative Madoryx pluto. Though this wonderful transformation wants to be seen in life to be fully appreciated, I may explain briefly that the effect is produced by the creatue turning itself over and exhibiting lis ventral three anterior sets of claspers completely withdrawn and scarcely visible. The thoracic segments, which are always swollen, become puffed out laterally to an exaggerated extent; a pair of black eyes on segment 4, hitherto concealed and situated behind the now recumbent and wholly inconspicuous legs, open out; the cheeks appear to be adorned by yellow scales with black edges; and the fraudulent notion that one is beholding merely the head and neck ofa formidable, if small, snake is carried to a nicety by the rigidity of the curve adopted. Then, as if to mesmerize, a swaying side-to-side motion is kept up for and appreciable number of seconds, before the creature, seeming to realize that an attack is no futher contemplated, gradually closes its false eyes and delapses once more into diurnal slumbers. That this mimicry of the fore-part of a small serpent, if mimicry it be, for it is hard to gire it any other name, should be chiefly produced on the ventral surface, a feature peculiar in itself, and that every detail should so contribute in perfecting the deception, is altogether remarkable".
As l a g a r t a s dos E s f i n g í d e o s v i v e m i s o l a d a m e n t e e e n c r i s a l i d a m , geralmente sem tecer casulo, ou enterrando-se lula a alguns centímetros de profundidade, ( f i g . 93), d e p o i s d e t e r e m p r e p a r a d o
e formando
um abrigo formado
p r ê s a s u m a s às o u t r a s p o r fios d e sêda.
u m a cé-
ou na superfície do solo de fôlhas
As l a g a r t a s d e a l g u m a s es-
pécies t e c e m u m c a s u l o f r o u x o , d e m a l h a s a f a s t a d a s .
LEPIDOPTERA
113
As crisálidas são cilindro-cônicas, lisas. Nas de Phlegethontius Hübner e Cocytius Hübner a espiritromba fica em bainha própria, d e s t a c a d a do resto do corpo (fig. 89). 36. Hábitos - Os Esfingídeos ou voam ao crepusculo, de m a d r u g a d a , ou m e s m o d u r a n t e o dia. V o a n d o c o m o pássaros, m o v e m - s e r à p i d a m e n t e e, ao s u g a r e m o n é c t a r de u m a flor, não raro o fazem c o m o u m beija-flor. É de BATES, em seu conhecido livro "The naturalist on the River Amazons", o seguinte trecho relativo a Sesia fadus (Cramer, 1775): "Several times I shot by mistake a humming-bird hawk-moth instead of a bird. This moth (Macroglossa titan) is somewhat smaller than humming-birds generally are; bur its manner of alight, and the way ir poises itself before a flower whilst probing ir with its proboscis, are precisely like the same actions of humming-birds". As espécies sulamericanas distribuem-se nas Sphinginae, Ambulicinae Butler, 1877, mílias: croglossinae e Pergesinae Oiticica, 1939 (Chaerocampinae Butler, 1877).
seguintes subfaSesiinae, Ma-
A d e t e r m i n a ç ã o dos Esfingídeos é t a r e f a que se efetua até certo p o n t o com relativa facilidade, consultando-se os trabalhos de ROTHSCHILD e JORDAN (1903 Fig. 84 - A n t e n a de macho de Phlegethontius e 1907), o c a t à l o g o de (Sphinginae) (Lacerda fot.). WAGNER e a monografia de DRAUDT (1931). OS trabalhos de B. RAYMUNDO e de OITICICA FILHO prestam-nos também valioso auxílio. A biologia dos nossos Esfingídeos, especialmente a descrição de lagartas e demais instares do d e s e n v o l v i m e n t o , constitui a s s u n t o de importantes contribuições de vários entomólogos. Dentre as
114
INSETOS DO BRASIL
mais interessantes, devo citar, por ordem cronológica, as de BURMEISTER (1856), de BONNINGHAUSEN (1901), de D'ALMEIDA (1922 e 1944), de ZIKÁN (1928), de RAYMVNDO (1936) e de HOFFMANN (1939) (Beiträge).
(Fig. 85 - Callioma parce (Fabricius, 1775) (Sesiinae) (Lacerda fot.).
Merece todavia, menção especial a contribuição de MILES MOSS (1920), não só pelas valiosas informações nela contidas, como pelas admiráreis figuras que a acompanham.
Subfamília S P H I N G I N A E (Sphinginae Butler, 1877; Acherontiinae Rothschild & Jordan, 1903) 37. Espécies mais interessantes - Dos gêneros desta subfamília, Cocytius Hübner e Phlegethontius Hübner, são os que têm representantes de maior interêsse econômico no Brasil. As lagartas das espécies do primeiro, como Cocytius antaeus (Drury, 1773), criam-se em fôlhas de Anona spp. São fàcilmente reconhecíveis porque, de côr verde-escura uniforme, apresentam apenas uma faixa branca em diagonal, do 9. ° urômero em direção ao côrno anal, que é de côr pardo-avermelhada. As lagartas de Agrius cingulatus (Fabricius, 1775) (fig. 83), de côr verde, com faixas obliquas e brancas laterais, alimentam-se de fôlhas de Convolvulaceae. Ora são verdes, com faixas longitudinais pardas, ora de côr de café, com linhas oblíquas laterais mais escuras.
115
LEPIDOPTERA
Na República (Tachinidae).
Fig. 86 -
Argentina
são
parasitadas
por
Prosturmia
distincta
Asas de Callioma parce (Fabricius, 1775) (Sesiinae) (Lacerda del.).
Das espécies de Phlegethontius Hübner, a mais conhecida é Phlegethontius carolina (L., 1758) (sexta Johanssen, 1763), cuja área de distribuição abrange quase tôda a América. No Brasil, é representada pela sub-espécie paphus (Cramer, 1779), um dos Esfingídeos de maior importância agrícola, porque as lagartas, quando não eficazmente atacadas pelos parasitos endógenos, que normalmente controlam a proliferação do inseto (Apanteles (Protapanteles) paphi Schrottky, Hymenoptera, Braconidae) (fig. 90) e Belvosia bifasciata (Fabricius, 1775) (Tachinidae), causam danos consideráveis às plantações de Solanáceas cultivadas (fumo, batatinha, tomateiro, etc.). Na República Argentina, Apanteles paphi e Microplitis ayerzai Brèthes são os principais inimigos naturais de P. sexta. Em meu "Terceiro Catálogo" (1936), faço menção a outras espécies do gênero Phlegethontius, que também atacam Solanáceas ou plantas de outros famílias.
116
INSETOS DO BRASIL
Protoparce Burmeister, gênero próximo daquele, compreende Pro-
toparce rustica (Fabricius, 1775), cujas lagartas se alimentam de fôlhas de Anonaceas e, segundo D'ALMEIDA (1944), de Verbena triphylla.
Fig. 87 - Genitalia de Callioma parce (Fabricius, 1775)
(Sesiinae)
(Lacerda
fot.).
Fig 88 - Lagartas (5.° e último instar de Leucorhampha ornatus Rothschild & Jordan, 1920; 1 - em repouso; 2 - em atitude agressiva (De Moss, 1920) (Lacerda fot.).
Das demais sub-famílias, apenas Sesiinae e Macroglossinae compreendem algumas espécies de interêsse econômico.
LEPIDOPTERA
117
Subfamília SESIINAE 1 (Sesiinae Rothschild & Jordan, 1903) 38. Espécies mais interessantes - Desta subfamília as espécies mais conhecidas em nosso pais são: Triptogon lugubris (Linnaeus, 1771) e Triptogon o c y p e t e (Linnaeus, 1588) (fig. 94), cujas lagartas atacam Vitaceae; Isognathus swainsoni (Felder, 1862) e Pseudosphinx tetrio (Linnaeus, 1771), cujas lagartas atacam ApoFig. 89 - Crisálida de Phlegothontius (Sphinginae) (Lacerda fot.). cynaceae; Pachylia ficus (Linnaeus, 1758) (fig. 91), Pachylia resumes(Walker, 1856) e Pachylia syces (Hübner, 1822), cujas lagartas atacam Moraceae (Ficus spp.). A da última espécie citada acha-se bem descrita e figurada no trabalho de D'ALMEIDA. SAUER, em S. Paulo, verificou que as lagartas de Pachylia ficus são parasitadas por uma espécie de Apanteles, o qual, por suavez, é paFig. 90 - Lagarta de Sphingidae (Cocytius?) sôbre a qual se rasitado por Horisvêem casulos de Apanteles sp. (Braconidae) e furos (pontos negros) feitos pelas larvas desses microhimenópteros endófagos ao abandonarem o corpo da lagarta e pouco antes de tecerem menus cockerelli (Enteos casulos (J. Pinto fot.). A direita, perto da extremidade posterior, vê-se o processo dorsal da lagarta. dontidae) e por Belvosia sp. Sesiíneos realmente importantes, sob o ponto de vista agricola, são os do gênero Erinnyis Hübner, e, dêstes, os mais interessantes são Erinnyis alope (Drury, 1773) e Erinnyis ello (Linnaeus, 1758). 1
De
(ses), tinea.
118
INSETOS DO BRASIL
Fig. 91 - Pachylia ficus (Linnaeus, I758) (Sesiinae) (J. Oiticica F.º fot.).
Fig. 92 - Erinnyis ello (Linnaeus, 1758) (Sesiinae) (J. Oiticica F.º fot.).
LEPIDOPTERA
119
As lagartas, que se alimentam de Euphorbiaceae, são conhecidas no Brasil pelos nomes vulgares de "gervão" e "mandarova" da mandioca; chamam-nas também "marandová".
Fig. 93 - Casulos feitos sôbre fôlha de mandióca, à superfície do solo, por lagartas de Erinnyis ello (De Castro e Carvalho, 1939, fig. 8).
FERREIRA LIMA, assinalando os danos causados pelo "gervão", em 1941, em plantações de mandioca de Santa Catarina e tratando dos meios de o combater, diz o seguinte:
Fig. 94 - Triptogon ocypete (Linnaeus, 1758) (Sesiinae) (Lacerda fot.).
"Em cálculos feitos por agricultores locais, os prejuizos decorrentes das lagartas assumem proporções assustadoras. Assim, uma roça normal
120
INSETOS DO BRASIL que d á e m m é d i a u m a t o n e l a d a de raizes, p r o d u z de seis a sete sacos de f a r i n h a com, a p r o x i m a d a m e n t e , 315 quilos. Q u a n d o , p o r é m , a t a c a d a pelo Gervão, a mesma roça não produz mais do que um a dois sacos, ou 45 a 90 quilos de farinha. A f i r m a m a i n d a que, h a v e n d o três gerações de l a g a r t a s - como foi do a n o p a s s a d o - perde-se t o t a l m e n t e a p r o d u ç ã o . ................................................................. P r a g a t ã o g r a v e e q u e t a n t o s prejuízos traz ao lavrador, exige sérios c u i d a d o s n o s e n t i d o de ser c o m b a t i d a . P a r a isso é preciso conhecer-se o m o d o de v i d a d a s l a g a r t a s p a r a , no m o m e n t o preciso, dar-lhes c o m b a t e s O Gervão come as folhas de mandióca e aipim, bem como as partes m a i s t e n r a s dos pés. Q u a n d o a t a c a roças a i n d a n o v a s , c o m m e n o s de u m ano, provoca, m u i t a vez, s u a m o r t e total. E m p l a n t a ç õ e s m a i s velhas, a t r a z a s e u c r e s c i m e n t o e diminui, g r a n d e m e n t e , s u a p r o d u ç ã o de raízes.
O Gervão não é mais do que a lagarta de uma mariposa noturna chamada pelo agricultor de brucha e cujo nome científico é Erinnyis ello. A Erinnyis ello põe seus ovos, de côr esverdeada, isolados sôbre a p á g i n a superior d a s folhas e deles n a s c e m as l a g a r t a s . E s t a s , q u a n d o a i n d a p e q u e n a s , c o m e m p o u c o e, quasi s e m p r e , p r o c u r a m as folhas m a i s t e n r a s d a p a r t e superior d a p l a n t a . A p r o p o r ç ã o q u e v ã o crescendo, t o r n a m - s e cada vez m a i s vorazes, a p o n t o de c o m e r e m os próprios galhos m a i s novos. N e s t e período de s u a vida, se n ã o e f e t u a r a m s u a ú l t i m a m u d a de pele, p r e c i s a m de m a i s a l i m e n t o e, p a r a procurá-lo, d e s c e m p a r a o chão e p e r c o r r e m g r a n d e s distâncias, até a t i n g i r e m o u t r a roça q u e lhes s i r v a de pasto. Depois da última muda de pele para logo enterrarem-se no chão e como diz o nosso agricultor (v. fig. P a s s a d o s a l g u n s dias c o m e ç a m fazer s u a s p o s t u r a s e m o u t r a s roças.
alimentam-se ainda por certo tempo, crisalidarem-se, ou formar cachópas 92). a n a s c e r m a r i p o s a s q u e v ã o logo
Geralmente, em Florianópolis, há de dois a três ataques do Gervão e m cada ano. E s s e s a t a q u e s c o m e ç a m e m princípios de Fevereiro, e, q u a n d o são m u i t o fortes, v ã o a t é M a r ç o . E m certas ocasiões, a p r a g a pode se repetir no a n o s e g u i n t e e, e m outras, p a s s a m - s e dois, três e a t é cinco a n o s s e m q u e a p a r e ç a n o s m a n d i o c a i s . E m d a d o m o m e n t o s u r g e de n o v o a c a r r e t a n d o sérios prejuizos. Meios de combate - Os agricultores, de um modo geral, combatem as l a g a r t a s c a t a n d o - a s ou isolando s u a s roças p o r meio de v a l e t a s (fig. 6), onde elas são e n t e r r a d a s q u a n d o e m imigração. A l g u n s , s o l t a m g a l i n h a s e perús nas plantações para que comam as lagartas. Tivemos oportunidade de notar que várias outras aves como o "Anú", o "Bem-te-vi" e mesmo o "Urubú", dão combate ao Gervão comendo-o em grande quantidade.
LEPIDOPTERA
121
Julgamos, no entanto, que nenhum desses meios defende, satisfatoriamente, os agricultores do terrivel Gervão. Será necessário para isso que êles, durante os mêses de Fevereiro a Março, redobrem de vigilância, percorrendo, diariamente, suas plantações para, no caso de observarem ovos nas folhas, ou mesmo lagartas pequenas, iniciarem, imediatamente, pulverizações com arseniato de chumbo, a razão de 500 gramas para 100 litros dágua. Estas pulverizações devem visar, principalmente, a página inferior das folhas, quando aso se quizer pulverizar os dois lados delas. Desta forma, as pequenas lagartas já nascidas e as que forem saindo dos ovos, encontrarão as folhas envenenadas pelo remédio e morrerão antes mesmo da primeira muda da pele, não acarretando quasi nenhum prejuízo pelo pouco que comem nesse período de sua vida. Essas pulverizações devem ser repetidas sempre que caiam chuvas, pois, elas lavando as folhas, retiram o veneno pulverizado. Se aparecem novas lagartinhas na mesma plantação, o tratamento d e v e ser repetido. Em roças pulverizadas, não se deve soltar galinhas ou quaisquer outras aves porque, comendo as lagartas envenenadas pelo arseniato, poderão morrer tambem. Como complemento a esse combate, os agricultores deverão abrir valetas em torno de suas roças para evitar que lagartas de roças não pulverizadas possam passar para as suas. Essas valetas devem ter uns vinte centímetros de profundidade e trinta de largura, sendo a parede do lado da plantação que se quer defender do Gervão, em sentido perfeitamente vertical, para impedir a subida das lagartas, e a parte externa, ligeiramente inclinada, para facilitar sua descida para o fundo da valeta. De dez em dez metros, dentro das valetas, deverão ser feitos os matadouros, ou buracos com profundidade nunca inferior a 50 centímetros, a largura de 15 e comprimento de 20, onde serão queimadas ou enterradas as lagartas. No caso de se enterrar as lagartas, a terra que as cobrir deve ser bem socadas para que não cheguem a crisalidar-se, como tivemos oportunidade de ver em Rio Vermelho, onde os lavradores fizeram matadouros muitos pequenos, razos e apenas cobriram as lagartas com areia, formando ambiente ótimo para crisalidar-se. De um só desses matadouros tiramos nada menos de dez crisálidas já ferroadas e que, dias depois, d e r a m belos e x e m p l a r e s a d u l t o s d a m a r i p o s a . Usando os meios de combate acima aconselhados, poder-se-á controlar, perfeitamente o Gervão, quando em início de infestação, diminuir-se-á em muito seus prejuizos nos grandes ataques e evitar-se-á até, n a m a i o r i a dos casos, u m a s e g u n d a i n v a s ã o . Em Florianópolis há uma môsca (Phorocera longiuscula) (fig. 7) que bota seus ovos dentro do corpo do Gervão. Desses ovos saem lagartinhas (larvas), que comem o Gervão e o matam. Os agricultores poderiam aproveitar essas moscas para auxiliarem o combate à praga.
122
INSETOS DO BRASIL Para isso basta que coloquem no fundo de um caixão de querozene rodas as cachopas (crisálidas) que encontrarem e fechem o caixão com
uma tampa de tela de viveiro de pássaros, por onde as moscas nascidas possam sair e as mariposas fiquem presas dentro do caixão, por não poderem passar pelos buracos da tela (fig. 8). Esses caixões podem ficar na própria lavoura, debaixo de um abrigo contra as chuvas. Como
combate
aos
adultos,
isto
é
às
marpiosas,
poder-se-á
aplicar
ainda a armadilha luminosa, uma vez que as bruchas são grandemente
atraidas pela luz".
Recomendo também a leitura, dos trabalhos de CASTRO e CARVALHO (1939), que fizeram em Pernambuco interessantes observações sôbre Erinnyis ello, estudando môscas (Tachinidae) parasitas dessa espécie: Belvosia williamsi Aldrich, 1928, Oxysarcodexia sp., Zygosturmia SP. e Cubaemya sp.), além de um Braconídeo do gênero
Apanteles. SAUER, em São Paulo, obteve uma espécie de Spilochalcis, como hiperparasito. Verificou também o parasitismo das lagartas por Belvosia bicincta e Euphorocera floridensis (Tachinidae) e, dos ovos, por Trichogramma minutum (Trichogrammatidae). O Eng. Agr. BEMVINDO NOVAES há tempos me enviou exemplares de uma Plagiotachina, talvez a P. vivida (Wied.), com a indicação de terem sido obtidas de Erinnyis, da mandioca. Os parasitos de Erinnyis, observados em Cuba, constituem assunto de interessante nota de SCARAMUZZA (1937). Além de outras espécies de Erinnyis, citadas em meu 3. ° Catálogo, há a referir E. lassauxi (Boisduval, 1857), cuja lagarta vive sôbre Araujia scricifera (Euphorbiaceae), simulando admirà velmente um galho de planta, conforme observou GALLARDO (1998) e se pode verificar pela estampa colorida inclusa em seu trabalho. Na Guiana Inglêsa, MYERS (1931) obteve 627 exemplares de Apanteles flaviventris de uma só lagarta de Erinnyis e observou, como hiperparasitos, seguintes os Calcidídeos Eurytoma walshi, Horismenus apantelivorus, Elasmus pulche latus e E. maculatus.
LEPIDOPTERA Subfamília (Macroglossinae
Butler,
1877;
123
MAGROGLOSSINAE 1 Philampelinae
Rothschild
&
Jordan
1993)2
39. Espécies mais interessantes - Esta subfamília compreende as espécies do gênero Pholus Hübner: Pholus anchemolus (Cramer, 1779), Pholus labruscae (Linnaeus, 1758) e Pholus vitis (Linnaeus, 1758), cujas lagartas atacam Vitaceae, principalmente a videira.
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(glossa), lingua. (ampelos), videira.
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128
INSETOS DO BRASIL
Superfamília GEOMETROIDEA (Geometrina Rennie, 1832; Geometroidea Forbes, 1923)
41. Caracteres - As mariposas desta superfamília são de porte médio. Muitas, porém, são pequenas e algumas relativamente
Fig. 95 - Lagarta de Geometrideo (Oxydia sp.) (Enomiinae) (J. Pinto fot.).
grandes, como por exemplo Amplidasys crebraria Guenée, 1857, espécie encontrada no Rio de Janeiro, com quase 60 mm de envergadura.
LEPIDOPTERA Quase todos os Geometrídeos subretangulares, relativamente grandes grácil que apresentam, exibindo máculas ou áreas de côres as mais variadas; não raro são em grande parte verdes ou brancas . Há também espécies com asas de côres escuras, pardas (Microgonia Herrich-Sehäffer e outros gêneros), ou negras com áreas brancas (Melanchroia Hübner), ou amarelas (Atyria Hübner) (fig. 110).
129
têem asas anteriores triântgulopara o corpo mais ou menos
Fig. 96 - Cabeça de Boarmia sp. (macho) (Geometridae) (Lacerda fot.).
Veêm-se também nesta superfamília algumas espécies com asas anteriores distintamente falcadas (Drepanodes Guenée; Microgonia Herrich-Schäffer), ou com estas e as posteriores de contôrno suboval (Eudule Hübner). Nest as últimas, tanto as asas anteriores, como as posteriores, em geral, são uniformemente coloridas de amarelo ou laranja. Fig. 97 -
Catoria sp. (H. W. Capps det.) (? Boarmia bipennaria Guenée, 1857) (Geometridae) (Lacerda fot.).
(Cramer) (fig. 106, ou de um branco pouco distintas (Syllexis Guenée).
A1guns Geometrídeos apresentam asas brancas (ex. Neuromelia festiva pérola com linhas amareladas
Antenas simples, filiformes em ambos os sexos, ou pectinadas nos machos. Raramente dilatadas no ápice, neste caso, porém, os olhos são nus. Sem ocelos e sem palpos maxilares. Espiritromba. mais ou menos desenvolvida; em várias espécies atrofiada. Chetosema presente.
130
INSETOS DO BRASIL
Asas (fig. 99, 102, 109 e 111) anteriores com os ramos de Rs em forquilha e não raro formando uma ou duas células acessórias; cubitua, excetuando alguns gêneros (Eudule, Operophtera), aparentemente trífido.
Asas posteriores geralmente com Sc formando curva, mais ou menos acentuada, ou cotovelo, perto da raiz da asa e não raro emitindo, da parte saliente da curvatura, um ramo dirigido para a base do frenulum; depois, aproximando-se ou coalescendo com Rs em menor ou maior extensão; cubitus também aparentemente trífido; Cu2 ausente; lima ou duas nervuras livres na área anal (1A + 2A e 3A). Frenulum presente na maioria das Fig. 98 - Genitalia de Caloria sp. (? Boarmia bipennaria Guenée 1857) (Geometridae) espécies; as espécies que não o (Lacerda fot.). possuem, ou que o têm vestigial, apresentam o ângulo umeral distintamente expandido. Orgãos timpânicos bem desenvolvidos, na base do abdomen e com as a b e r t u r a s subventrais, abaixo do espiráculo. Nos Geometrídeos ocorre, em algumas espécies, sexual, com fêmeas ápteras ou micrópteras.
o
dimorfismo
42. Hábitos e desenvolvimento - Os Geometrídeos, em geral, são mariposas noturnas ou crepusculares, ficando durante o dia pousados nas plantas, com as asas abertas e bem encostadas à superfície suporte, Há todavia, muitos que são heliófilos, de hábitos diurnos portanto. Assim, Melanchroia pylotis, segundo B. RAYMUNDO vôa nas matas e clareiras húmidas durante o dia, principalmente nas últimas horas da tarde. Os ovos, geralmente, são de contôrno elítico, de tipo achatado, deitados e providos de micrópila lateral; excepcionalmente são erectos e cem a micrópila num dos polos. A escultura, ou é imperceptível, ou constituída por depressões hexagonais ou poligonais.
LEPIDOPTERA
131
As posturas são feitas isoladamente ou em oóplacas, com cêrca de 160 ovos, sôbre a planta de que se alimentam as lagartas. Estas, nuas ou providas de pêlos esparsos, apresentam a peculiaridade interessante, aliás característica dêste grupo de Lepidópteros, de
Fig. 99 -
Asas de Hemitheinae (Lacerda del.).
não possuirem os 3 pares anteriores de pernas abdominais (fig. 95), o que as obriga a andar de modo singular, mediante uma série de arqueamentos do corpo, segundo o representado na figura 34 b do 5.° tomo.
Sem dúvida foi êsse tipo característico de locomoção, que nos dá a impressão de estar o inseto medindo a superfície de deslocamento, o que levou L INNAEUS a adotar o nome Geometra (de , de (ge) , terra + (metron), medida), para o
132
INSETOS DO BRASIL
gênero tipo dêste grupo de Lepidópteros. Aliás, bem poucos desconhecem tais lagartas. E n t r e nós elas são apelidadas pelos nomes vulgares: lagartas mede
palmo,
medideiras
ou geômetras. Ora apresentam-se uniformemente coloridas, ora com várias côres, não raro formando faixas longitudinais. Em Leucula nephodia (Hübn.), a Fig. 100 - Nipteria incoloraria Guenée, 1857 (Geometridae) (Lacerda fot.). parte dorsal negra do corpo (exceto a cabeça) é percorrida por linhas ou faixas longitudinais amarelas. relativamente frequente o dicromatismo nas lagartas geômetras, apresentando-se u m as, por exemplo, de côr verde e outras, da mesma criação, de côr parda ou amarelada.
Fig. 101 - Genitalia de Nipteria incoloraria Guenée, 1857 (Geometridae) (Lacerda fot.).
Quando paradas, frequentemente ficam prêsas ao galho suporte sòmente pelas 4 pernas abdominais e com a parte anterior do corpo semi-erecta, atitude que as faz perfeitamente semelhantes a um pequeno ramo (fig. 95).
LEPIDOPTERA
133
HAMBLETON (1935), ao apresentar a lista das espécies de Hemitheidae apanhadas em Viçosa (Minas Gerais), diz o seguinte: "As lagartas de Racheospila e Synchlora são providas de excrecencias tuberculiformes das quaes expellem uma subtancia pegajosa que prende restos de partículas de seus alimentos, como pedaços de folhas, etc. A maior parte alimenta-se de flores e os individuos adultos são em geral de colorido verde".
Fig. 102
- Asas de Eudule sp., p. de unicolor (Larentiinae) (Lacerda del.).
As lagartas dos Geometrídeos, quando completamente desenvolvidas, ou tecem o casulo sôbre a planta em que viveram, ou encrisalidam no solo.
134
INSETOS DO BRASIL
As crisálidas são delicadas e de côr clara, amarela esverdeada ou parda. 43. Classificação - A superfamília compreende mais de 10.000 espécies descritas, universalmente distribuídas, mesmo nas regiões mais inóspitas e de vegetação escassa, tôdas incluídas numa só família - Geometridae A região Neotrópica é uma das que possuem maior número de espécies; nela se encontram cêrca de 5.000 Geometrídeos. Os Geometrídeos do mundo acham-se distribuídos nas seguintes subfamílias, aliás consideradas famílias por alguns autores. Sterrhinae (Acidalidae Guenée, 1857; Acidaliidae Fig. 103 - Genitalia de Eudule sp. p. de unicolor (Larentiinae) (Lacerda del.). Butler, 1979; Sterrhidae Meyrick, 1895). Brephinae (Brephidae Saellen, 1867; Monoctenidae). Sem representantes brasileiros.
Fig. 104 - Meticulodes odonaria (Oberthur) (= Azelina odonaria Oberthur), macho (Lacerda fot.).
Geometrinae (Geometridae Stephens, 1929; Boarmiidae auct.; Selidosemidae Meyrick; 1895 Selidosematidae).
Guenée
LEPIDOPTERA Oenochromatinae Hemitheinae
(Oenochromidae (Hemitheidae
1895; T i l l y a r d ,
Larentiinae
Guenée,
Braund,
Guenée,
1858;
Meyrick,
1895).
chave
Geornetridae
1846;
(Larentidae a
1857). Meyrick,
1926).
Hydriomenidae Segue-se
135
para
a
determinação
Larentiidae das
Butler,
subfamílias
1879;
de
Geo-
metridae,
segundo
1
-
Olhos pequenos, ovais .......................................................
1'
-
Olhos grandes, redondos ................................................................
2 (1') -
2'
-
3 (2') -
3'
-
2
Aréola geralmente presente; M 2, na asa posterior, ausente ou representada por uma dobra; às vêzes presente, neste caso, na origem, à igual distância de M 1 e de M2; Sc aproximando-se muito de Rs (porém sem coalescer) na metade proximal da célula discal (raramente além do meio) ................................... Geometrinae
M 2 , na asa posterior, bem desenvolvida ..........................................
3
Aréola ausente; M2, na asa posterior (frequentemente também na anterior), na origem, distintamente mais próxima de M1 que de M3; Sc aproximando-se de Rs desde um ponto perto da base até outro além do meio da célula, ou antes, raramente aproximando-se de Rs além do meio da célula......... Hemitheinae
4
Sc, na asa posterior, coalescendo com Rs numa curta extensão e,
em seguida, dela divergindo ........................................... Sterrhinae - Sc, na asa posterior, coalescendo com Rs numa maior extensão, ou dela se aproximando perto do meio da célula e com ela ligada por uma nervura transversal (R 1) ............................................................... 5
5 (4') -
5´
Brephinae
Aréola quase sempre presente; M3 na asa posterior, partindo de um ponto situado a igual distância de M 1 e de M 2, ou pouco acima .........................................................................................................
4 (3') 4'
SCHAUS.
Com uma ou duas células acessórias; Sc coalescendo com Rs desde um ponto perto do meio, ou raramente, as duas nervuras afastadas e ligadas por R1 perto do meio da célula; Rs e M 1 em forquilha." ....................................................................... Larentiinae - Aréola ausente ou presente; Sc coalescendo com Rs ou dela muito aproximada, desde um ponto perto da base até além do meio; raramente as duas nervuras afastadas e ligadas por R1, perto da base da célula; Rs e M 1 separadas no ápice da célula discal ........................................................................ Oenochromatinae
136
INSETOS DO BRASIL
As mariposas da família Sematuridae COMSTOCK em Geometroidea.
foram
incluídas
por
Fig. 105 - Terminalia de Miodonaria, da fig. 104 (Geometrinae) (Lacerda fot.).
Embora me falte autoridade para discordar da opinião dêsse autor, aliás esposada por FORBES (1942), que considera os Sematu-
Fig. 106 - Perthophlebia sp. (H. W. Capps det.) (? Neuromelia festiva (Cramer) (Lacerda fot.).
rídeos mais estreitamente ligados aos mais primitivos Geometrídeos, prefiro incluí-los em Uranioidea, como o fazem outros autores.
LEPIDOPTERA
137
44. Espécies mais interessantes - Alguns Geometrídeos, em outros países, comportam-se como verdadeiras pragas, pois as lagartas destroem a folhagem de fruteiras e de essências florestais.
Fig. I07 - Terminalia de Penthophlebia sp (?Neuromalia festiva (Cramer) (Lacerda fot.).
Na Europa são bem conhecidos os danos causados aos pomares e bosques pelas lagartas de Operophtera brumata (L.) (Cheimatobia brumata) (Larentiidae), cujas fêmeas são micrópteras.
Fig. 108 - Pantherodes pardalaria Hübner, 1823 (Geometridae) (Lacerda fot.).
No Brasil, entretanto, como se pode verificar na relação dos poucos Geometrídeos citados em meu "Terceiro Catálogo", não há
138
INSETOS DO BRASIL
um de importância econômica equivalente à da espécie há pouco citada; as lagartas de quase todos alimentam-se de plantas silvestres.
Fig. 109 - Asas de Phrygionis sp. (Geometridae) (Lacerda del.).
Em São Paulo COTAIT e GIANNOTTI apresentaram recentemente interessante trabalho sôbre a biologia de Neuromelia festiva (Cramer) (fig. 106), cujas lagartas atacam a hera. Ultimamente o Eng. Agr. JAYME PINHEIRO enviou-me, para determinação, exemplares de Thyrinteina arnobia (Cramer, 1758), com a informação de estarem as lagartas devastando plantações de Eucalyptus da Companhia Paulista.
Alguns Geometrídeos rivalizam com as borboletas na apresentação de desenhos de côres vistosas ou brilhantes nas asas. Assim, Pantherodes pardalaria Kübner, 1823 (subfamília Geometrinae) (fig. 108), cujo desenvolvimento foi estudado por F.
LEPIDOPTERA
139
HOFFMANN (1930), é uma mariposa de asas amarelas, côr de gema de ovo, com manchas redondas, desiguais, de côr cinzenta ou pardacenta, mais escura na margem e no centro.
Fig. 110 - Atyria dicroides Prout (Lacerda del.).
Fig. 111 - Asas de Atyria dicroides Prout (Lacerda del.).
140
INSETOS DO BRASIL
Mais belas ainda me parecem as espécies de Phrygionis Hübner (Geometrinae-Palyadini), como Phrygionis polita (Cramer, 1782), uma das mais encontradiças em nosso país.
Nos livros de MABILDE (1896) e de BENEDITO RAYMUNDO (1907) e nos trabalhos de HOFFMANN (1931, 1932 e 1939) encontram-se notas relativas ao desenvolvimento de alguns dos nossos Geometrídeos. BOURQUIN, em seu livro "Mariposas Argentinas" (1945), estuda o desenvolvimento de: Gynopteryx gladiaria seriaria Guenée, 1858 (Ennomini), Perizoma impromissata (Walker, 1862) e Racheospila gerularia Hübner, 1823) Hemitheinae). 45.
Bibliografia.
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Observaciones sobre Racheospila gerularia (Hübner) 1823.
- Observaciones sobre Gynopteryx gladiaria f. seriaria Guenée 1858. -
Observaciones sobre Perizoma impromissata (Walker) 1862. Estes 3 artigos acham-es no livro de Bourquin (Mariposas Argentinas), às paginas: 29, 85 e 169.
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CHIARELLI, A. 1943 - Um geométrido perjudicial a la hierba mate: Thyrinteina arnobia. Rev. Arg. Agron., 10: 250-255, ests. 12 e 13, 1 fig, no texto.
LEPIDOPTERA
141
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INSETOS DO BRASIL
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South
American
LEPIDOPTERA
143
Superfamília URANIOIDEA
(Uranioidea Forbes, 1923; Tillyard, 1926) 46. Caracteres, etc. - Mariposas grandes (Uraniidae) ou de pequeno porte (Epiplemidae), parecidas com Geometrídeos ou com borboletas. Espiritromba sentes.
e
palpos
labiais
presentes;
palpos
maxilares
au-
Fig. 112 - Urania leilus (Linnaeus, 1758) (Uraniidae) (Lacerda fot.).
Asas anteriores sem aréola, CU2 ausente, R5 geralmente separada de R 4 e em forquilha com M1, às vêzes porém isolada desta nervura ou mesmo em forquilha com R 4 (Sematura), neste caso, porém, as antenas se apresentam dilatadas na parte apical e a nervura Sc, na asa posterior, se dispõe como em Geometroídea (fig. 115); M2 originando-se, ou do meio, ou adiante do meio da célula. Asas posteriores com Cu2 ausente, Sc aproximada de Rs sòmente na base; em algumas espécies (Sematuridae) c o m o em Geometroídea; M 2 partindo do meio da célula. Órgãos timpânicos presentes ou ausentes.
144
INSETOS DO BRASIL
Relativamente à posição sistemática destas mariposas, há autores que as grupam numa (Uraniidae) ou mais famílias, porém
Fig. 113 - Asas de Urania leilus (Linnaeus, 1758) (Uraniidae) (Lacerda del.).
em Geometroídea, e isso porque êstes insetos apresentam chetosema bem desenvolvido, Cu aparentemente trífida em ambas as asas e
LEPIDOPTERA
145
R 4 em forquilha com R 3 e R 2 . Todavia, mesmo as espécies de Sema-
turidae, que apresentam Sc na asa posterior em cotovelo ou fortemente curvada na base, como em Geometroídea, fàcilmente se distinguem destas mariposas por tecem olhos pilosos e longamente cilindos e antenas dilatadas na p a r t e apical, combinação de caracteres não observada em Geometroídea. Demais, curtas diferenças no sistema de nervação nas duas asas, no aspecto dos ovos e principalmente no das lagartas, que possuem tôdas as pernas a b d o m i nais, justificam plenamente grupar-se os Uranídeos em superfamília distinta.
47. Divisão - A superfamília Uranioidea compreende 4 famílias: Epicopeidae, Epiplemidae, Sematuridae e Uraniidae. As espécies de Epicopeidae (Epicopiidae Hampson 1894), da r e g i ã o oriental, q u e m u i t o se parecem com borboletas da família Papilionidae, distinguem-se de Uraniidae por apresentarem frenulum rudimentar e R 5 partindo diretamente da célula e não em forquilha com M1. A família Epiplemidae (Micronidae Guenée, 1857; Erosiidae Moore, 1887; Epipleminae Turner, 1903), compreende cêrca de 600 Fig. 114 - Genitalia de Urania leilus (Linnaeus, 1758) (Uraniidae) (Lacerda fot.) espécies, em geral pequenas e pouco vistosas, distribuídas por todos os continentes. A região neotrópica possui aproximadamente um têrço das espécies conhecidas, em grande parte incluídas no gênero Epiplema Herrich-Schäffer. Os Epiplemídeos, muito menos conspícuos que os Uranídeas, dêles se distinguem, principalmente, por terem frenulum bem desenvolvido e antenas simples ou pectinadas. Em quase tôdas as espécies, como em Uraniidae, R5 e M1 formam forquilha. Em Gathynia, porém, R5 e M1, conquanto aproximadas na origem, partem separadamente da célula.
146
INSETOS DO BRASIL
Família URANIIDAE1 (Cydimonidae Guenée, 1857²; Kirby, 1890; Nyctalemonidae Guenée, 1857³; Uraniidae Westwood, 1840; Hampson, 1898)
48. Caracteres - As mariposas desta família, pelo aspecto geral do corpo e, principalmente, pelas côres br ilhantes que a p r e s e n t a m (verde esmeralda, azul metálico, com partes douradas ou a v e r m e lhadas) muito se parecem com verdadeiras borboletas. Todavia as antenas não são dilatadas na parte apical e os olhos são nus. Nas asas anterimes (fig. 113), M 1 em forquilha com R 5; esta, portanto, distante de R 4. As asas posteriores são desprovidas de frenulum, ou com êle muito pequeno e não raro a p r e s e n t a m recortes marginais e u m prolongamento caudiforme mais ou menos alongado. As lagartas são noctuidiformes. A família compreende pouco mais de 60 espécies distribuídas em duas subfamílias, Nyctalemoniinae, sem representantes americanos, e Uraniinae, com o gênero Ufania Fabricius na região neotrópica. As nossas espécies de Urania são das mais belas mariposas que se conhece. Entretanto as espécies de Chrysiridis Hübner devem ser também mui vistosas, a julgar pela seguinte sentença de GUENÉE, com respeito à Chrysiridia madagascariensis (Lesson, 1831) (Urania rhipheus Cramer, 1782, nec Drury, 1773), de Madagascar: "ce n'est pas aller au delà de la verité que de dire que l'unique espèce de ce genre est le plus beau de tous le Lépidoptères connus". SHARP, em seu livro (1919 - Insects), deu figuras do abdômem, visto em corte longitudinal e horizontal, para se ver a disposição do órgão timpânico dêsse inseto. As nossas duas espécies de Urania são U. brasiliensis (Swainson, 1833) e U. leilus (Linnaeus, 1758). Relativamente à primeira, há no livro de SWAINSON (1833) a seguinte observação interessante: 1 2
3
De De De
(Urania), nome mitológico. (cydimos), glorioso. (nyx), noite; (alemon), vagabundo.
LEPIDOPTERA
147
"Great numbers of this insect were flying during the whole of the moruing past Agua Fria (Pernambuco) in a direction from North to South; not one derivated from this course notwithstanding the flowers which were growing arround; they flew against the wind, which blew rather strong, and near the ground bur mounted over every tree or other high object which lay in their course; yet their flight was so rapid, that I could not capture a single specimen. They went singly, and near fifty or sixty have passed the spot opposite the window, before mid-day; they continued to pass for three of four days in this manner. 12th,, June, 1817". Sôbre a segunda ZIKÀN (1941) escreveu o seguinte: "Na Fazenda Jerusalem, próximo de Alegre, no extremo Sul do Espírito Santo, no ano de 1912, observei, durante muitos dias, uma migração de Urania leilus, heterocero de vida diurna, voando essas borboletas n'uma altura de quatro metros e mais, de oeste para leste. Não foi possível positivar se faziam parte desta insetos de ambos os sexos, pois, consegui caçar somente dois exemplares, que desceram à procura da flor azul de uma Composta ("arenca"). É digno de nota que, naquela localidade, durante muitos anos, nunca observei um só individuo dessa espécie, comum no norte do Brasil".
Família
SEMATURIDAE¹
(Sematuridae Guenée, 1857; Hampson; 1928; Apoprogeniidae Hampson, 1918; 2 Coronidiinae Strand, 1924 ; Manidiidae auctorum)³
49. Caracteres - As espécies de Sematuridae muito se aproxim a m dos G e o m e t i í d e o s ; nelas, porém, as a n t e n a s são m a i s ou m e n o s d i l a t a d a s n a p a r t e apical, os olhos são pilosos e l o n g a m e n t e ciliados, não possuem órgãos timpânicos e as lagartas, de tipo noctuóide, a p r e s e n t a m o n ú m e r o n o r m a l de p e r n a s a b d o m i n a i s (10). As poucas espécies de G e o m e t r í d e o s com a n t e n a s d i l a t a d a s p a r a o ápice t ê m os olhos nus. Asas anteriores (fig. 115) com M 1 em curta forquilha com R 5 e R 4. Como em Uraniidae, a célula é muito curta em ambas as asas e a asa posterior a p r e s e n t a p r o l o n g a m e n t o c a u d i f o r m e e s p a t u l a d o 1 2 3
De De De
(sema), sinal; (oura), cauda. (coroni), coroa. (mania), furor.
148
INSETOS DO BRASIL
(Sematura (= Manidia) frenulum é pequeno ou
ou curto e não espatulado (Coronidia). O muito pequeno e a área costal ou umeral
Fig. 115 - Asas de Sematura lunus (Linnaeus, 1758) (Sematuridae) (De Forbes, 1942) (Lacerda cop.).
algo expandida; Sc Geometroidea.
dilatada e formando cotovêlo na base, como em
LEPIDOPTERA
149
As espécies mais conhecidas no Brasil pertencem aos gêneros Sematura Dalman, Coronidia Westwood e Homidiana Strand. Ver o trabalho de BIEZANKO sôbre a raça diana Guenée, de Sematura lunus (Linnaeus, 1758), encontrada no Sul do Brasil. 50.
Bibliografia.
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-
Epiplemidae, in Seitz, 6 : 1141-1170, 5 ests.
of
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Gross
der
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INSETOS DO BRASIL
150
Superfamília NOTODONTOIDEA (Notodontinae Meyrick, 1895 (partim); Notodontoidea Meyrick, 1898 (partim); Notodontoides Lameere, 1938) 51. Limites e caracteres - Em Notodontoidea incluíam, como aliás ainda hoje o fazem alguns autores, além de Notodentidae, T h a u matopoeidae, Sphingidae e Geometridae. Isolados êstes dois (últimos grandes grupos em superfamílias a u t ô n o m a s e estudando-se T h a u matopoeidae em Bombycoidea, não me parece razoável reunir os Notodontídeos aos Noctuídeos, como fazem outros, m o r m e n t e conhecendo-se as diferenças no sistema de nervação das mariposas adultos, além das que se n o t a m no aspecto das respectivos lagartas. S e - a s mariposas desta superfamília muito se parecem c o m a s d a família Noctuidae, delas se distinguem-se fàcilmente porque M2, nas asas anteriores, ou p a r t e da célula a igual distância de M 1 e de M 3 ou de um ponto mais próximo de M 1 Fig. 116 - Chliara cresus (Cramer, 1780) (Cu aparentemente (Notodontidae-Nogodontinae) (Lacerda fot.). trífida). P o r êste caráter as mariposas Notodontóides a p r o x i m a m - s e das Geometróides, porém, além de terem geralmente corpo noctuóide, a base de Sc, nas asas posteriores, não se apresenta nem angulosa, nem ligada por nervura a base do frenulum. Demais, a p a r t e essencial do tímpano é toráxica e fica sob a base da asa posterior e não, como em Geometroidea, subventral, no 1.º urômero. A superfamília Notodontoidea compreende as famílias Notodontidae e Dioptidae. Família NOTODONTIDAE (Notodontidae Stephens, 18291; Ceruridae Hampson, 1928) 52. Caracteres - Família de mariposas de tamanho médio, raramente com mais de 6 cm de envergadura, muito parecidas com os Noctuídeos. ¹ De
(noton), costas;
(odous, odontos), dente.
LEPIDOPTERA
151
Antenas nos machos bipectinadas, da base ao meio, ou até o ápice, ou denteadas; nas fêmeas simples, ciliadas. Ocelos geralmente
Fig. 117 - Asas de Cerura rivera Schaus, 1901 (Notodontidae-Cerurinae) (Lacerda del.).
Fig. 118 - Antaea licormas (Cramer, 1779) (Notodontidae-Notodontinae) (Lacerda fot.).
152
INSETOS DO BRASIL
bem visíveis, em muitas espécies, porém, reduzidos. Pernas robustas, densamente revestidas de escamas piliformes. Esporões tibiais curtos.
Fig. 119 - Asas de Dicentria sp, (? praealta Dognin). As lagartas atacam a carnaubeira no Ceará, segundo observação de Dias da Rocha (Lacerda del.).
Fig. 120 - Terminalia de Dicentria sp. (V. fig. 119) (Lacerda fot.).
LEPIDOPTERA
153
Asas anteriores, em várias espécies, apresentando saliência angulosa ou lobuliforme (fig. 118) na margem posterior. Aréola geralmente presente e longa.
Fig. 121 - Rhuda labella Dyar, 1908 (Notodotinae) (Lacerda fot.).
Nas asas posteriores Sc e Rs aproximando-se perto ou pouco além do meio da célula, via de regra ligadas por curta nervura oblí-
Fig. 122 - Terminalia de Hemiceras leucospila Walker (Notodontinae) (Dario Mendes det.) (Lacerda fot.).
qua ( R1), raramente fundindo-se; Rs e M 1 em forquilha, curta ou longa; M2, quando presente, partindo do meio das discocelulares; M3 e Cua1 conadas ou separadas.
154
INSETOS DO BRASIL
Tímpano tôráxico, formando o teto e não a parede anterior da cavidade timpânica. Ovos chatos na parte aderente e arredondados ou subcônicos na parte livre, de superfície lisa ou com depressões microscópias; são postos isoladamente ou em oóplacas mais ou menos extensas. As lagartas não raro aprsentam faixas ou máculas de côres vistosas. São desprovidas de pernas anais, que se transformam em processos tubuliformes, nos quais se escondem flagelos eversíveis, que se projetam e se retraem ràpidamente. Por terem a parte posterior do corpo mais ou menos erecta e, muitos espécies, tubérculos ou processos espinhosos, não raro ramificados como tentáculos, quase tôdas as lagartas dos Notodontídeos oferecemnos aspecto mais ou menos extravagant e. As crisálidas, semelhantes as dos Noctuídeos, ou se eucontram enterradas, ou protegidas por casulo lanoso ou pergaminhoso. A família Notodontidae compreende mais de 2.000 espécies de hábitos noturnos. As lagartas alimentam-se de ptantas silvestres, e as que comem fôlhas de algumns de nossas fruteiras não causam danos apreciáveis. Algumas foram estudadas por MABILDE em seu livro (1896); outras por HOFFMAN. Fig. 123 - Lagarta de Notodontidae (Lacerda fot.).
Recentemente BOURQUIN (1939, 1943 e 1945), na República Argentina, descreveu os estádios de desenvolvimento de Cerura annulifera Berg (também estudada por BURMEISTER (Lep. Argent.: 883), de Goacampa olcesta Schaus, 1939 e de Neobourquinia bifasciata, espécie recentemente descrita por KOEHLER (1913). 53.
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LEPIDOPTERA
155
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INSETOS DO BRASIL
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Família
DIOPTIDAE¹
Dioptidae Butler. 1877) 54. pídeos
Caracteres ou
a
-
borboletas,
Mariposas
algo
principalmente
semelhantes pelas
a
côres
alguns
vistosas
Antenas
Perico-
das
asas.
simples
pectinadas
nos
ou
machos.
Olhos nus. Ocelos pouco visíveis
ou
ausentes.
Espiritromba labiais
bem
e
palpos
desenvolvi-
dos, estes mais ou menos ascendentes. Pernas Fig. 124 - Myonia pyraloides Walker, 1854 (fêmea) (Dioptidae) (Lacerda fot.).
lisas; com
aparentemente
tíbias todos
posteriores os
esporões.
Asas a n t e r i o r e s s e m aréola. Frenulum ¹
De
distinto.
Sc
e
(dioptes), penetrante.
Rs
paralelas,
não
se
anastomosando
LEPIDOPTERA
157
na parte basal da célula. Tanto Rs e M 1, como M 3 e C U1a, geralmente em forquilha.
Fig. 125 - Asas de Myonia pyraloides Walker, 1854 (Dioptidae)
(Lacerda del.).
Fíg. 126 - Josia aurimutua Walker, 1854 (Dioptidae) (Lacerda fot.).
158
INSETOS DO BRASIL Em
tadas no
alguns
na macho.
rudimentar
porém
ou
pouco até
com
55. 400
com
os
que
são
Hábitos
espécies
célula
apresenta-se
estridulatórios
cilíndrico
e
curta mais
relativamente
e
M1
e
M2
dila-
ou
menos
visíveis
fino,
com
tímpano
visível. certo
ponto
processos bem
e
descritas,
Relativamente seguinte:
a
órgãos
Abdomen
Lagartas demais,
gêneros
base,
aos
anais
semelhantes erectos,
algo
as
dos
mais
Notodontídeos,
reduzidos
que
os
cêrca
de
desenvolvidos.
espécies em
mais
grande
hábitos
interessantes parte
destas
da
-
região
mariposas
Há
Neotrópica.
KOEHLER
diz
o
"Hay especies que vuelan de dia en pleno sol; otras solamente aparecen por la tarde; otras más vuelan ai atardecer. Sus formas de volar son igualmente diferentes y desiguales: el vuelo regularmente veloz lo observamos lo mismo que el vuelo lento y tambalenate. Vuelan en campo libre u en la selva".
S PITZ
assim
descreve
a
lagarta
de
Josia
constricta
Warr.
"Lagarta delgada, redonda, afilando-se para diante, de brilho amarello de ocre, de colorido mais claro nos pés e no ventre. Cabeça com excrescencia diminuta na nuca e a valvula anal amarella cor de mel. Mandibulas negras; sobre os segmentos das costas manchas amarello-alaranjadas, ficando as incisões livres, lateralmente se notam manchas identicas. As listas largas dos cortes lateraes e uma linha, abaixo dos estigmas são pupureo-vermelhas. Uma risca purpurea transversal acha-se no meio de cada segmento estendendo-se de uma linha do estigma à outra; nas costas é mais larga; varias lagartas teem diante desta mais outra linha transversal mais curta. Pés anaes um tanto, menores, além disso como todos os outros, perfeitamente desenvolvidos. A lagarta alcança um comprimento de 3 cm. A chrysalida é delgada, de brilho pardo, com anneis pardos mais escuros nas costas e nos segmentos do abdomen. Cremaster com uma ponta em forma de espinho.
A larva vive em Aristolcchia sp. Cresce rapidamente e muda-se em chrysalida entre folhas secas no chão, dentro de um tecido frouxo. Os ovos amarellos são postos isoladamente em folhas da planta alimentícia. O repouso nymphal dura 15 a 16 dias. Na criação não foram observados parasitas".
LEPIDOPTERA São
também
do
mesmo
autor,
as
linhas
159 que
se
seguem,
referentes
à crisálida de Phaeochlaena gyon-lampra Prt. "A larva não fabrica casulo para a nymphose, como Seitz diz vol. 6 pág. 501, converte-se em chrysalida ao ar livre. A chrysalida pendura-se livremente como as de multas borboletas diurnas, nos galhos ou folhas reunidas por meio de fios pelo cremaster, a saber, com a cabeça para baixo e o lado ventral para dentro. Possue a singular faculdade de poder mover o corpo para todos os lados, pondo-o tanto em posição horizontal como vertical. A chrysalida reage ao mais leve contacto. Esta circunstancia indica que não pode suportar o contacto de nenhum corpo estranho, razão pela qual tambem não fabrica
casulo, A cabeça da chrysalida tem saliencia frontal em forma de tromba como se encontra em varias chrysalidas de Hesperidae; as bainhas das azas são estriadas de preto. A borboleta nasce após quatro semanas. A criação e a caça nos arredores de São Paulo, fornecem apenas a forma de lampra Prt.; em vários exemplares a mancha sup-apical é em forma de pequena marca punctiforme deprimida quando não falta completamente. A chrysalida acha-se livremente pendurada na planta alimenticia ou tambem em sua visinhança". D'ALMIEIDA
(1932)
também
descreveu
os
primeiros
estádios
de
Josia aurinutua Walker, 1854, ? fulvia (Hübner, 1823).
56. Bibliografia. BRYK, 17. 1930 - Fam. Dioptidae. Lep. Catal., 4 2 : 6 5 p.
D'ALMEIDA, R. F. 1932 -
Les premiers états d'un Dioptidae. Lambillionea, 32 : 14-16.
FORBES, W. T. M. 1931 -
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HERING, M. 1925 -
Dioptidae, in Seitz Gross-Schmett., 6 : 501-528
KOEHLER, P. 1930 -
Los Dioptidae argentinos. Rev. Soc. Ent. Argent. (5) 3 : 158-162, 3 figs., 3 ests.
PROUT, L. B. 1918 -
A provisional arrangement of the Dioptidae. Nov. Zool., 25:395-429.
160
INSETOS DO BRASIL
Superfamília
NOCTUOIDEA
(Caradrinina Meyrick, 1895; Noctuoidea Mösher, 1916)
57. Caracteres - As mariposas desta superfamília, em geral, são de porte médio; algumas, porém, têem pouco mais de um centímetro de envergadura; outras são grandes, ou m e s m o m u i t o grandes, com perto de 30 centímetros de envergadura, como Thysania zenobia (Cramer). Bem que o aspecto destes Lepidópteros seja mais ou menos diferente nas várias famílias em que se acham classificados, formam, entretanto, u m grupo homogêneo, facilmente distinguível dos que t a m b é m possuem espécies semelhantes, ou noctuóides, pelos caracteres assianalados na chave geral (v. 5. ° tomo, pág. 142). Palpos maxilares vestigiais ou ausentes. E s p i r i t r o m b a geralmente b e m desenvolvida, às vêzes, porém, reduzida ou ausente (Lymantriidae). Sem chaetosema. Asas anteriores, via de regra, de contôrno triangular, com o termen não m u i t o oblíquo em relação à m a r g e m anterior; aréola geralmente presente. M 2, na origem, mais próxima de M 3 que de M1, isto é, cubitus aparentemente quadrifurcado, excepcionalmente com 3 ou 2 ramos; Cu 2 ausente. Frenulum raramente ausente (fêmeas de Anthelidae). Sc e Rs anastomosando-se ao longo da célula em maior ou menor extensão, ou ligadas por curta nervura oblíqua (R1); nunca, porém, divergindo una da outra desde a base, nem se aproximando depois da célula; raramente presente a nervura dirigida para a base do frenulum (nervura precostal). Órgãos timpânicos mais ou menos desenvolvidos na base do abdômen; cobertura dos mesmos ou acima do espiráculo, ou incluindo-o; às vêzes ausente. Lagartas, ora nuas, ora mais ou menos pilosas. Crisálidas de tipo - pupae obtectae, frequentemente protegidas por casulos; não raro, porém, expostas e, neste caso, encontradas sôbre o solo, ou enterradas. Mariposas, na maioria, de hábitos noturnos; em repouso ficam com as asas dispostas em telha ou horizontalmente sôbre o corpo.
161
LEPIDOPTERA
58. Divisão e chave das familias
- A superfamília Noc-
tuoidea compreende perto de 30.000 espécies descritas, distribuídas nas seguintes famílias:
Agaristidae. Anthelidae, com espécies da Austrália e da Papuásia. Arctiidae. Cocytiidae (Eucocytiadae), com espécies da região Indo-Malaia.
Ctenuchidae. Hypsidae (Aganaidae; Asotidae; Callimorphidae), com espécies das regiões tropical e subtropical do hemisfério oriental, porém sem representante no Brasil.
Lithosiidae. Considerada neste como subfamília de Arctiidae.
trabalho
e
por
vários
autores
Lymantriidae. Noctuidae. Nolidae. Nycteolidae (Cymbidae; Hyblaeidae; Hylophilidae). Incluída pela maioria dos autores em Arctiidae. Alguns consideram-na em Noctuidae.
Nos Estados Unidos encontram-se algumas espécies mília. Não sei da existência de espécies brasileiras.
desta
fa-
É a esta família que pertence a famosa Earias insulana, (Boisduval), um dos mais sérios inimigos do algodoeiro no Egito e na índia. Neste último país, em certos anos, o número de capulhos atacados atinge a 75%. No Egito, a p r a g a geralmente prejudica uma quarta parte da saíra; às vêzes, porem, cerca de dois terços dos capulhos são prejudicados pelas lagartas.
Pericopidae. Plusiidae. Considerada neste como subfamília de Noctuidae.
trabalho
e
por
vários
autores
As famílias que nos interessam podem ser determinadas mediante o emprêgo da chave seguinte:
162
INSETOS DO BRASIL
1
-
1'
-
2 (l') -
2'
Asas posteriores com Sc + R 1 e Rs (e às vêzes M 1 ) fundidas n u m a só n e r v u r a ; aréola ausente; com ocelos; e s p i r i t r o m b a geralmente bem desenvolvida; orgãos timpânicos (tympano) toráxicos, sob a base da asa posterior, protegidos p o r coberturas apensas ao primeiro u r ô m e r o e situadas acima do espiráculo ......................................................................................... Ctenuchidae Asas posteriores com Sc + RI presente, representada, pelo menos, por u m r a m o que se destaca de Rs, a n t e s do ápice da célula, em direção a m a r g e m alar, n e m sempre atingindo-a; r a r a m e n t e fundida com Rs, como em (1) (Arctiideos dos gêneros Melese Walker; Cissura Walker), neste caso, porém, com ocelos e espiritromba rudimentares ............................................................. 2 Ocelos vestigiais ou ausentes; espiritromba rudimentar ou ausente; a n t e n a s d i s t i n t a m e n t e pectinadas até o ápice nos m a c h o s e, quase sempre, t a m b é m nas fêmeas; serradas em a l g u m a s fêmeas apteras; Sc = R 1, nas asas posteriores, aproximando-se de Rs e com ela se a n a s t o m o s a n d o n u m a certa extensão pouco antes ou p e r t o do meio da célula, ou, q u a n d o não se a n a s t o m o s a n d o , com ela ligada por curta nervura oblíqua (RI); aréola frequentemente presente; tufo anal extraordinàriamente desenvolvido nas fêmeas .............................................................. Lymantriidae
-
Outra combinação de caracteres .................................................
3
3(2')
-
Antenas mais ou menos dilatadas na parte apical ..................... Agaristidae
3'
-
Antenas não dilatadas na parte apical .............................................
4 (3') -
4'
-
5 (4') -
5'
-
6 (5') 6'
-
4
Mariposas geralmente providas de conspícuos orgãos timpânicos na base do abdômen, cujas coberturas, sob a forma de bossas arredondadas dorsais, são separadas apenas por uma distância aproximadamente igual a um têrço da largura do abdômen: Sc e Rs na asa posterior coalescendo numa pequena extensão (igual ou inferior a 1/5 do comprimento da célula) ou ligadas por R 1; asas não raro apresentando áreas coloridas, que se destacam nitidamente num fundo claro ou escuro, como se vê nas borboletas ............................................................... Pericopidae Mariposas com outra combinação de caracteres ............................... 5
Sc e Rs, nas asas posteriores, coalescendo numa curta extensão, perto da raiz da asa; coberturas timpânicas mais afastadas e m e n o s conspicuas que em (4)¹; aréola geralmente p r e s e n t e . . ........................................................................................ Noctuidae Sc e Rs, nas asas posteriores coalescendo numa longa extensão, geralmente de perto da base ao meio da célula; às vêzes, ambas se fundindo com em Ctenuchidae ...................................................... 5 Asas anteriores com tufo de escamas erectas na célula; aréola e ocelos ausentes; escapo antenal com pequeno tufo de escamas anteriores ................................................................................ Nolidae Asas anteriores sem tufo de escamas erectas; aréola raramente ausente; ocelos presentes (Arctiinae) ou ausentes (Lithosiinae); escapo sem tufo de escamas ................................................... Arctiidae
1 As espécies da subfamília Herminiinae, que. por exceção, apresentam conspícuas cober-
turas timpânicas e curta coalescência de Sc e Rs, como nos Pericopídeos, são pequenas e de cores escuras, não vistosas.
LEPIDOPTERA
163
Família LYMANTRIIDAE¹
(Liparidae Walker, 18552; Liparididae Walker, 1855; Lymantriidae Hampson,1892; Leucomidae Grote, 1895³; Ochneriadae Meyrick, 18954; Hypogymnidae Grote, 18965; Lymantriadae Hampson, 1900)
59. Caracteres - Mariposas de 1 a pouco mais de 3,5 cm. de envergadura; em geral de facies bombicóide, isto é, com o corpo relativamente robusto, u n i f o r m e m e n t e colorido e mais ou menos densamente revestido de escamas piliformes, principalmente na parte distal do abdômen, onde f o r m a m um tufo anal. Antenas, ou denteadas na fêmea e pectinadas nos machos, ou pectinadas até o ápice em ambos os sexos, porém conspícuamente no macho. Sem ocelos. Espirit r o m b a ausente ou urdimentar. Palpos labiais, ora reduzidos, ora mais ou menos desenvolvidos e, neste caso, porretos ou ascendentes. As asas (fig. 127 e 130), nas fêmeas de alguns gêneros, podem ser rudimentares. M2, na origem e em ambas
Fig. 127 - Asas de Lymantria sp., da Europa
as asas, mais próxima de M3 que de M 1 (cubitus aparentemente quadrifurcado); discocelular distinta entre os pontos de origem de M2 e M3; aréola presente ou ausente. 1 2 3 4 5
De De De De De
(lymanterios), perigoso. (liparis), assíduo. (leucoma), condor. (ochneria), preguiça. (hypo), sub; (gymnos), nú.
164
INSETOS DO BRASIL
Na asa posterior, frenulum presente (ausente em Ratarda, sem espécies americanas); Sc quase tocando Rs no meio da célula e a ela ligada por u m a curta n e r v u r a oblíqua (R1), ou m e s m o as duas nervuras anastomosando-se n u m a c u r t a extensão.
Pernas providas de tufos de longas escamas piliformes, mais alongadas no tarsos anteriores. T y m p a n u m semelhante ao dos Noctuídeos. 60. Hábitos - Quase todos os Limantrídeos têm hábitos noturnos. Fig. 128 - Thagona roseidorsum (Schaus, 1915), macho (Lymantriidae) (J. Pinto fot.).
Os ovos, arredondados e um tanto escavados na face livre, ou são postos diretamente sôbre as fôlhas ou galhos das plantas de que as lagartas se alimentam, ou a fêmea os deposita aglutinadamente em massas, às quais aderem pêlos destacados da parte apical do abdômen. Tais massas p o d e m conter de 200 a 500 ovos, como no caso da Lymantria dispar (Linnaeus), a bem conhecida "gipsy moth" dos norte-americanos. As lagartas são geralmente de côres vistosas e revestidas de pêlos formando tufos ou pincéis mais ou menos alongados, não raro em relação Fig. 129 - Thagona roseidorsum (Schaus, 1915), com glândulas secretoras de fêmea (Lymantriidae) (J. Pinto fot.). peçonha cáustica. As lagartas de algumas espécies vivem gregàriamente, formando colônias, que se tornam mais evidentes pela teia mais ou menos compacta de fios de sêda que as encobre. Segundo F ORBES (1939) há 3 tipos principais de lagartas em Lymantriidae:
165
LEPIDOPTERA
"1, with sparse irregularly tufted hair, poison spinules and brilliantly marked body (the Brown tail type); 2, with regular and suebqual tufts, the lateral ones longer, ar least on prothorax (the Gypsy type) and 3, with massive dorsal tufts on about 4 middle segments and slender pencils ar end of body (the Tussock type)".
As lagartas polífagas.
dos
Limantrídeos
geralmente
são
arborícolas
e
As crisálidas são também revestidas de pêlos, porém êstes são pouco desenvolvidos. Ficam protegidas por casulo tênue, em parte constituído pela exuvia larval e respectivos pêlos. 61. Espécies mais interessantes - A família Lymantriidae compreende cérca de 2.000 espécies espalhadas por tôda a terra, mais abundantes, porém, nas regiões indo-australásica e etiópica.
As espécies que conhecemos do Brasil não são de grande importância econômica. Entretanto, à família Lymantriidae pertence uma das mais famosas mariposas, pelos grandes estragos que causa a fruteiras e sobretudo a árvores de ornamentação e essências florestais. Retiro-me à Lymantria dispar (Linnaeus) (Porthetria dispar), a célebre "gypsy moth", mariposa cigana dos norte-americanos e a não menos conhecida "brown-tail moth" (Euproctis chrysorrhoea (Linnaeus) (= Nygmia phaeorrhoea Donovan). Ambas comuns e de importância secundária na região Paleártica, foram introduzidas acidentalmente em Massachusetts no século passado e se espalharam por quase todos os Estados Unidos, a ponto de constituírem verdadeira calamidade. Relativamente à Lymantria dispar sabe-se que em 1868 TrouVELOT, físico francês residente em Medford (Massachusetts), com o fito de obter um híbrido de Bombyx mori e Lymantria dispar, importou da França casulos desta mariposa. Acidentalmente, porém, alguns exemplares de Lymantria escaparam e se dispersaram. Comunicado o fato às autoridades fito-sanitárias, estas imediatamente tomaram providências para evitar a propagação da praga. Infelizmente, porém, o inseto já havia invadido em 1889, além de Med, ford, tôda a área circunvizinha a essa cidade, num ráio de cêrca de 100 milhas em tôrno do foco primitivo, causando danos apre-
166
INSETOS DO BRASIL
ciáveis. Daí para cá a mariposa cigana multiplicou-se de tal modo, que em 1922 as lagartas haviam devastado cêrea de 253.000 Ha de florestas; Os
norte-americanos,
porém,
não
pouparam,
nem
esforços,
nem dinheiro, para dominar o inseto. Para se ter uma idéia do que tem sido essa campanha contra o inseto, deve ser lido o que escreveu MARCHAL na seção " G y p s y m o t h " e "Brown-tail m o t h " do seu admirável trabalho "Les sciences biologiques appliqueés a l'Agriculture" (Annales du Service des Epiphyties", 3, 1916). E m b o r a tenaz e eficazmente combatida, a praga continua e continuará a causar danos mais ou menos vultosos. Entretanto, convém ponderar q u e a s investigações efetuadas pelos pesquizadores americanos, no sentido de melhorar os meios de combate à praga, principalmente aperfeiçoando a técnica de aclimatação nos Estados Unidos dos vários predadores e paFia. 130 Asas de Caviria sp. (Lacerda del.) (Lymantriidae) (Lacerda del).
rasitos, q u e
controlam o
desenvolvimento do inseto na Europa, constituem, sem dúvida, valioso acervo de resultados, que muito contribuíram para o progresso dos nossos conhecimentos nas questões relativas ao parasitismo e à técnica de combate às pragas em geral. Pode-se considerá-los equivalente3 aos obtidos do estudo do "boll-weevil", gorgulho praga do algodoeíro. E é estranhá-
LEPIDOPTERA
167
vel que os norte-americanos, que erigiram em Enterprise (Alabama) um monumento em homenagem ao boll-weevil, ainda não tenham feito o mesmo para a "gypsy moth". Pouco há escrito sôbre a vida dos Limantrídeos observados no Brasil. Em meu "3.° Catálogo" cito apenas duas espécies, ambas sucintamente descritas por MABILDE, cujas lagartas se criam em plantas não cultivadas.
A mais conhecida é Eloria spectra (Hübner, 1824), mariposa de côr branca suja. As asas apresentam as nervuras de côr ruiva e a franja pardacenta; na raiz e no mesonoto há pêlos amarelados. As lagartas, de côr verde-amarelada c l a r a , apresentam u m a linha longitudinal branca e o pouco pêlo que apresentam é t a m b é m de côr branca. No Peru as lagartas de Eloria noyesi Schaus, segundo W ILLE (1932), causam d a n o s consideráveis à coca (1943 - Ent. Agric. Peru). Na Argentina, JÖRGENSEN (1928) descreveu as lagartas das Fig. 131 - genitalia da sp. da seguintes espécies, que vivem fig. 130 (Lacerda fot.). também no Brasil: Caviria comes Geyer, Sarsina violascens Herrich-Schäffer e Thagona tibialis Walker, 1855. Recentemente o Sr. CHARLES HATHAWAY teve o ensejo de criar em meu laborátorio, em Manguinhos, com fôlhas de amendoeira (Terminalia catappa), um Limantrídeo bem interessante pelo aspecto curioso das lagartas. Estas, segundo me informou, exceto no 1º. instar, apresentam no dorso 8 processos ou saliências em cone truncado, que emitem, pelo ápice, gotículas de líquido cristalino, destituído de ação cáustica ou irritante sôbre a pele. Após cada ecdise, mal a lagarta começa a se alimentar, surgem as gotículas que se t o r n a m cada vez maiores e mais brilhantes.
168
INSETOS DO BRASIL
HATHAWAY, da mesma criação, obteve machos e fêmeas, que diferem notàvelmente, como se pode ver nas figuras 128 e 129. O aspecto dos m a c h o s coincide e x a t a m e n t e com a deserição de
Trochuda roseidorsum (Sehaus, 1915); o das fêmeas, porém, n ã o m e parece diferente do que se vê na figura de Thagona unicolor Sehaus, 1920. Entretanto, como a sumária descrição original do macho de unicolor não crresponde exatamente ao aspecto dos machos oblidos por HATHAWAY, é de crer que roseidorsum e unicolor sejam diferentes sòmente pelos machos. Relativamente no parasitisrno nas lagartas de Lymantridae só tenho notícia de uma informação, prestada por SAUER, de uma espécie de Hyposoter (Iechneumonidae), que parasita em São Paulo u m a espécie não d e t e r m i n a d a .
62.
Bibliografia.
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63. Caracteres - Mariposas de corpo robusto, providas de asas anteriores, na maioria das espécies, densamente escamosas e de tidade dentre as mariposas que voam e pousam ao redor dos focos de iluminação. A maioria dos Noctuídeos é constituída por espécies de porte médio. Há, entretanto, alguns muito pequenos, verdadeiros microlepidópteros, e outros grandes, ou mesmo muito grandes. É assaz
conhecida
a
Thysania
Agrippina
(Cramer),
aliás
um
dos
maiores insetos conhecidos, cuja envergadura pode atingir 27 cm. Antenas simples, filiformes em ambos os sexos; em várias espécies, porém, serradas ou pectinadas. Olhos nus ou pilosos. Ocelos perfeitamente visíveis em quase tôdas as espécies. Espiritromba, na maioria, bem desenvolvida. Em alguns gêneros, porém, reduzida ou abortada. Palpos maxilares ausentes. Labiais variáveis: moderados, longos ou mesmo muito longos (Scopifera, etc.), especialmente
em espécies de aspecto piralidóide, mais ou menos ascendentes e porretos. 1 De noctua, coruja.
170
INSETOS DO BRAS1L
Tórax robusto, não raro apresentando tufos de escamas mais ou menos conspícuos. Asas anteriores densamente revestidas de escamas de várias côres, porém, geralmente escuras, formando marcas ou desenhos que, examinados a lente ou ao binocular, lembram o estampado dos tapêtes ou das fazendas (fig. 134). As posteriores, em geral de côr clara, podem apresentar áreas mais ou menos extensas de côres vistosas, contrastando com o colorido sombrio das anteriores.
Fig. 132 - Thysania agrippina (Cramer) (Noctuidae-Noctuinae) (Lacerda fot.).
Asas anteriores, via de regra, não muito largas; geralmente apresentam aréola e M2, na origem, mais próxima de M3 que de M1 (cubitus
aparentemente
quadrifurcado)
(fig.
133).
Asas posteriores providas de frenulum; Sc afastada de Rs na base, porém, imediatamente dela se aproximando e ambas comescendo numa extensão geralmente curta, sem atingir o meio da célula, em seguida dela se afastando para a costa; M2, ora bem desenvolvida e, na origem, mais próxima de M3 que de M1 (grupo do Noctuídeos
primitivos,
Quadrifinae),
ora
ausente,
fraca
ou
vestigial
e, neste caso, partindo do meio das discocelulares, isto é, aproximadamente a igual distância de M3 e M1 (grupo dos Trifinae).
LEPIDOPTERA
171
Tíbias providas de esporões. Abdômen conóide, o ápice excedendo o ângulo anal das asas posteriores quando abertas; na base apresenta órgão timpânico mais ou menos desenvolvido. Quase todos os Noctuídeos têm hábitos noturnos. Vários, porém, voam ao crepúsculo e alguns em pleno dia. Os primeiros,
Fig. 133 - Asas de Mocis repanda (Fabricius, 1794) (Sarrothripinae) (Lacerda fot.).
pelas côres crípticas que apresentam e pela atitude que assumem quando pousados, com as asas encostadas em telhado sôbre o corpo ou bem adaptadas à supefície suporte, possivelmente escapam dos animais insetívoros.
172
INSETOS DO BRASIL
Os ovos dos Noctuídeos são esferóides, mais ou menos achatados, com o opérculo dorsal e providos de caneluras, que dêle partem par a a base, ligadas entre si por linhas salientes mais tinas, transversais, formando retículo. As lagartas, ora de côr uniforme escura, ora apresentando faixas de côres mais ou menos vistosas, são geralmente glabras,
Fig. 134 - Esquema dos desenbos mais frequentemente encontrados nas asas de Noctuideos (De Koehler, 1945): 1 - Linha basal, extrabasilar ou linha submediana; 2 - Faixa ou linha transversal anterior, ou interior, linha antemediana 3 - Sombreado transversal, linha mediana; 4 - Faixa ou linha transversal posterior, ou anterior, linha extramediana ou postmediana; 5 - Linha subterminal ou submarginal; 6 - Linha marginal; 7 - Mácula (discal) dentiforme ou clariforme 8 - Mácula orbicular; 9 - Mácula (disçal) reniforme; 10 - Mácula apical; 11 - Lúnula média ou mácula discoide.
desprovidas de longas cerdas, espinhos, ou qualquer processo. Umas apresentam o número normal de pernas abdominais, outras, porém, ou não possuem as pernas dos segmentos 3 e 4, ou as apresentam mais ou menos reduzidas, pelo menos no começo do desenvolvimento. Essa redução as obriga a andar de modo algo semelhante
LEPIDOPTERA ao das lagartas "geômetras"; pelo q u a l são c o n h e c i d a s .
daí
o
nome
173 de
"falsas
geómetras"
Q u a s e t ô d a s as l a g a r t a s dos N o c t u í d e o s são f i t ó f a g a s , v i v e n d o de p a r t e s e p í g e a s ou h i p ó g e a s d a s p l a n t a s h e r b á c e a s ; r a r a m e n t e são a r b o r í c o l a s . As d e c e r t a s espécies, c o n q u a n t o n o r m a l m e n t e f i t ó f a g a s , são t a m b é m c a n i b a i s . Algumas lagartas alimentam-se d e l i q u e n s o u de cogumelos. A s do g ê n e r o E u b l e m m a são p r e d a d a r a s de Coccídeos da família Coccidae, devorando principalmente os ovos dêsses insetos. A s c r i s á l i d a s d o s N o c t u í d e o s f o r m a m - s e e m c a s u l o s de s ê d a frouxa, tecidos entre fôlhas ou galhos ou simplesmente em células a b e r t a s p e l a s l a g a r t a s que se e n t e r r a m no solo. A família Noetuidae é talvez a que abrange o maior número de Lepidópteros conhecidos. Calcula-se haver mais de 20.000 espécies descritas, distribuídas por tôdas as regiões faunísticas. Seguramente é das mais importantes sob o ponto de vista econômico, pois nela estão classificadas algumas das mais temíveis pragas da agricultura. Apezar de se tratar de grupo tão grande, é relativamente fácil a d e t e r m i n a ç ã o d a m a i o r p a r t e d a s espécies, p o r q u e h á a n o s s a disposição a magnífica obra de HAMPSON - Catalogue of the Lepidoptera Phalenae, c i t a d a n a b i b l i o g r a f i a , n a q u a l se a c h a m m o n o g r a f a d a s q u a s e t ô d a s as s u b f a m í l i a s . A chave que segue das subfamílias, apresentada (1940) foi c o m p i l a d a d a que se a c h a nessa o b r a . 1
1'
-
-
por
S CHAUS,
M2, nas asas posteriores, ausente ou fraca e, neste caso, originando-se do meio, ou pouco abaixo do meio, das discocelulares (Noctuidae trifinae) ..........................................................
2
M2, nas asas posteriores, bem desenvolvida originando-se do ângulo (posterior ou inferior) da célula (Noctuidae Quadrifinae
5
2 (1) -
Tíbias médias e posteriores, ou sòmente as posteriores, espinhosas (Incl. Heliothinae (Euxoinae) ................................ Agrofinae
2'
Tíbias médias e posteriores não espinhosas ............................
-
3
3 (2') -
Olhos pilosos (Caradrininae; Melanchrinae) ............... Hadeninae
3'3'
Olhos nus ................................................................................
-
4
174
INSETOS DO BRASIL
4 (3') -
Olhos com longos cílios em cima............................................... Cuculliinae
4'
-
Olhos não ciliados ........................................................ Acronyctinae
5 (1') -
M 2 , nas asas posteriores e no ponto de origem, mais ou menos aproximada de M3, depois divergentes uma da outra ................ 6 M 2, nas asas posteriores, paralela a M 3, no ponto de origem... ..................................................................................... Hypeninae
...........................................................................
(Cucullianae;
Poliinae)
5'
-
6 (5) 6'
-
Frenulum, na fêmea, simples ....................................................................... Frenulum, na fêmea, múltiplo ......................................................................
7 (6) 7'
-
Abdômen provido de tufos de cerdas anais, laterais.. Euteliinae Abdômen sem tufos de cerdas anais, laterais; asas anteriores apresentando tufos de escamas erectas na célula Stictopterinae
8 (6')
-
8'
-
Retinaculum do macho em barra ou ajustado ...................................... 9 Retinaculum do macho não em barra ou não ajustado ........................ 10
9 (8)
-
9'
-
7 8
Asas anteriores apresentando tufo de escamas erectas na célula ...................................................................................... Sarrothripinae Célula das asas anteriores sem tufo de escamas erectas Acontiinae
-
Tíbias médias providas de espinhos ...................................... Catocalinae Tíbias médias desprovidas de espinhos ............................................. 11
11 (10') 11' -
Olhos pilosos ............................................................................. Mominae Olhos glabros ............................................................................... 12
10 (8) 10'
12 (11') - Olhos protegidos por longos cílios em cima ................................ Plusiinae 12' - Olhos não ciliados ........................................................................ 13
M2 nas asas posteriores, mais ou menos aproximada do ângulo inferior da célula, forte .................................................... Noctuinae - M 2 , nas asas posteriores, partindo bem acima do ângulo da célula, relativamente fraca ......................................................... Erastriinae
13 (12') 13'
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Subfamília AGROTINAE1
mília,
65. Espécies mais interessantes - Pertencem a esta subfaalém das espécies de Heliothis Ochsenheimer, algumas de outros gêneros, cujas lagartas são entre nós conhecidas pelo nome de "rôscas" ("cutworms") (gêneros Agrotis Ochsenheiroer, Euxoa Hübner, Feltia Walker, Lycophotia Hübner e Porosagrotis S m i t h ) .
Fig 135 - Lagartas roscas (uma enroscada), plantinhas por elas cortadas e caídas sôbre o solo (De Gibson, 1919)
As "rôscas" (fig . 135), durante o dia, vivem geralmente en-
terradas perto das plantas que atacam; à noite, porém, cortam-lhes o caule na região do colêto. Atacam, principalmente, fumo, algodoeiro, tomateiro, hortaliças e plantas de jardim (cravos, cravinas, 1 De
(agrotis), rustico.
LEPIDOPTERA
177
etc.). Atacam também os tubérculos da batatinha, brocando-os mais ou menos profundamente. Quando tocadas, enrolam-se ràpidamante, conservando-se enroscadas durante algum tempo, como se estivessem mortas. As crisálidas encontram-se também enterradas, n o s mesmos lugares em que vivem as lagartas. Do
gênero
Agrotis
causam estragos d e maior importância Agrotis ypsilon (Rottenburg, 1776) (fig. 136) e A. repleta Walker, 1857. E s t a tem sido enconFig. 136 - Agrotis ypsilon (Rottenburg, 1776) (Agrotinae) (Köhler det. (Lacerda fot.). trada do México ao Sul do Brasil; aquela, o "greasy cutworm" dos norte-americanos, habita também extensa área, do Canadá à Argentina e Chile. Na índia causa vultuosos estragos, danificando pés de chá e cafeeiros ainda pequenos. No território americano as lagartas de A. ypsilon são sempre muito daninhas às plantações de milho, algodoeiro, tomateiro, fumo, beterraba, bastando uma lagarta, numa noite, para destruir várias plantas. Relativamente à atologia das espécies de Agrotis, além dos traFig. 137 - Feltia malefida (Guenée, 1852) (Agrotinae) balhos citados na bi(Köhler der.) (Lacerda fot.). bliografia, há a referir as informações fornecidas por BALACHOWSKY & MESNIL em seu tratado (1936-Les Ins. Nuis. Pl. Cult.: 1643). Do gênero Feltia Walker, há a assinalar, como mais interessantes, Feltia subterranea (Fabricius, 1794) (= Agrotis annexa Treitscke, 1825) e F. malefida (Guenée, 1852) (fig. 137), cujas lagartas ou "rôscas" são mais ou menos danosas. Em São Paulo, segundo SAUER,
178
INSETOS DO BRASIL
elas são atacadas por Amblyteles sp. (Ichneumonidae), Cuphoceropsis facialis e Gonia sp. Tachinidae) e na República Argentina, segundo BLANCHARD, por Phosococephalops pallens (Gonia pallens).
Fi g. 138 - Lycophotia margaritosa (Haworth, 1809) (Agrotinae) (De Drake & Harris, 1927).
As "rôscas" de Lycophotia ignicans (Cuenée, 1852), segundo HOFFMANN (1928), atacam arroz em Santa Catarina As de L. margaritosa (Haworth, 1809) (Peridroma margaritosa) (fig. 1 38), com
Fig. 139 - Lycophotia margaritosa ochronota Hampson, 1903 (Agrotirae (Köhler det.) (Lacerda fot.).
as variedades saucia Hübner, 1827 e ochoneta Hampson, 1903, (fig. 139) são "rôscas" cosmopolitas, polífagas, que se encontram em vários continentes, inclusive nas Américas, do Canadá à R e pública Argentina Lycophotia injecta (Ochsenheimer, 1816) é outra espécie frequentemente encontrada em tôda a A mérica tropical, dotada de notável dimorfismo sexual e extremamente variável.
LFPIDOPTERA
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Subfamília A C R O N Y C T I N A E ¹ 67. família
Espécies alguns
mais
Noctuídeos
interessantes dos
mais
-
Pertencem
conhecidos
pelos
a
esta
estragos
subque
vadas. Citarei primeiramente as espécies de Prodenia Guenée, cujas lagartas são também conhecidas como "rôscas" ("cut worms"). Prodenia
Fig. 140 - Prodenia ornithogalli Guenée, 1852 (Acronyctinae) (Lacerda fot.).
posteriores são de côr clara e uniformemente vivem na terra, são cinoento-escuro-esverdeadas enroscar-se quando se lhes tocam, pelo que os nomede "rôsca" (C. M OREIRA, Ent. Agr. Bras., Wolcott, p. 425). 1
De
(acros), ponto culminante;
(nux), noite.
dolichos
(Fabr., 1794). "Têm as asas anteriores de côres sombrias marmoreadas por linhas claras, as asas coloridas; as lagartas e têm o hábito de hortelãos lhe dão o 1929: 128) (fig. de
LEPIDOPTERA
181
Prodenia ornithogalli Guenée, 1852. Em Porto Rico, segundo WOLCOTT, as lagartas ("cotton worms") atacam principalmente o tabaco. B e m desenvolvidas, são negras, aveludadas, vistos a m e n t e marcadas de triângulos de côr amarela dourada, em linhas, a o longo de cada l a d o da parte dorsal. MONTE (1934, Borboletas, etc.), observou-as em Belo Horizonte ataFig. 141 - Xylomyges eridania (Cramer, 1782) (Acronyctinae) (Lacerda fot.). cando fôlhas de laranjeira. SAUER, em São Paulo, verificou o parasitismo de Prodenia latiFascia Walker, 1856 - outra espécie encontrada em tôda a América tropical - por Rogas sp. (Ichneumonidae). Eriopus floridensis Guenée, 1852. Espécie conhecida pelos estragos das lagartas em avencas e fetos; bem estudada por F. H. CHITTENDEN (1913The Florida fern caterpillar. U. S. Dep. Agric., B u r . E n t . , Bull. n. º 125: llp., 1 fig.). Em São Paulo, segundo nos comunicou SAREIS, as lagartas, que atacam Gossypium, Nicotiana taFig. 142 - Genitalia do macho de Xylomyges eridania bacum e Phaseolus, (Cramer, 1782) (Lacerda fot.). são parasitadas pelas larvas das seguintes moscas: Cyrlophloeba sp., Hemimasipoda pinguis, Plagiotachina floridensis e Zygozenillia (Tachinidae). Xylomyges eridania (Cramer, 1782) (Prodenia eridania) (figs. 141 e 143). Outra espécie ("southern armyworm'" ou "semitropical armyworm" dos norte-americanos) de vasta distribuição
182
INSETOS DO BRASIL
geográfica e extremamente variável, daí terem-na estudado sob doze nomes diferentes. As lagartas foram descritas em seus vários instares por AZEVEDO MANQUES (1932), que as criou com fôlhas de batata doce, no Rio de Janeiro. Atacam também o algodoeiro.
Fig. 143 - Genitalia de fêmea de Xylomyges eridania (Cramer, 1782) (Lacerda fot.); Sgn, signum.
Em São Paulo, segundo informação de SAUER, há um Taquinídeo que as parasita, do gênero Cyrtophloeba, considerado por HALL como nova espécie, além das seguintes espécies: Hemimasipoda pinguis, Plagiotachina floridensis e Zenillia sp. Em outros países da América as lagartas de X. eridania são parasitadas por Chaetoprosopa hedemanni (Brauer & Bergenstamm). MONTE (1934 - Borboletas, etc.) observou-as atacando Aleurites fordii ("tungoil") e outras Euforbiáceas. Em outros territórios elas preferem Solanaceas, causando danos principalmente aos tomateiros. CRUMB (1929), em seu trabalho sôbre "tobaco cutworms", estudou também êste inseto.
LEPIDOPTERA
183
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69.
Laphygma
bibliografia
frugiperda
seguinte).
(Smith
&
Espécie de vasta distribuição geográfica worm" dos norte-americanos). Por ser vários
autores
descreveram-na
sob
8
Abbot,
1797)
(fig.
144).
na América ("fall armytambém muito variável,
nomes
diferentes.
Fig. 144 - Laphygma frugiperda (Smith & Abbot, 1797), macho (Acronyctinae) (Lacerda fot.).
As
lagartas
são
polífagas,
porém
atacam
preferencialmente
o
arroz, o capim, o milho, o algodão, etc., causando sempre estragos mais ou menos vultosos.
LEPIDOPTERA
185
Várias e notáveis contribuições foram publicadas sôbre o inseto. Das mais completas e uma das mais recentes é a de LUGINBILL (1928). No já citado trabalho de MARQUES (1932) há também interessantes relativos à biologia desta espécie no Brasil.
dados
Fig. 145 - Laphygma frugiperda (Smith & Abbot, 1797), fêmea (Acronyctinae (Lecerda fot.).
SAUER, em São Paulo, verificou que as lagartas são parasitadas
par Amblyteles sp. (Ichneumonidae) e por Pseudokea sp. (Tachinidae). Na
República
Argentina,
segundo
BLANCHARD,
são
parasitadas
por
Pseudoarchytopsis piliventris. 70.
Bibliografia.
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(V. bibliografia anterior). 71. Espécies de Heliothis - As espécies mais importantes dêste gênero são: H. obsoleta e H. virescens, esta encontrada do Canada ao Rio Negro, na República Argentina, e aquela de distribuição mundial. Heliothis obsoleta (Fabricius, 1793) (= H. armigera (Hübner, 1827; Chloridea obsoleta (Fabr.). As lagartas são onívoras, porém,
Fig. 146 - Espiga atacada pela lagarta de Heliothis obsoleta (Fabricius 1793) (Acronyctinae) (De Gibson, 1920).
mais frequentemente atacam milho, tomates e capulhos de algodoeiro (fig. 146). São também canibais, principalmente quando se acham em espaço confinado. Estudando os hábitos do inseto em Pernambuco, CARVALHO (1944) comunicou observações interessantes, das quais transcrevo as seguintes:
LEPIDOPTERA
187
"O milho em suas várias fases de desenvolvimento e diferentes partes é consideravelmente atacado pelas larvas da mencionada mariposa. Contudo, ela é frequentemente encontrada, entre nós, nas espigas imaturas. A mariposa, logo que se verifica o aparecimento dos "cabelos" novos das espigas, deitam aí pequeninos ovos, hemisféricos, tendo cerca de 1 mm. de diâmetro, apresentando lateralmente ligeiras saliências. A côr inicial dêsses ovos é branca, passando posteriormente a tomar outras tonalidades, sendo a principal acastanhada, que geralmente ocorre próximo a eclosão, que se verifica dentro de 3 a 5 dias após a postura conforme as variações atmosféricas locais. No momento em que deixa o ovo a lagartinha é de côr esbranquiçada com cabeça castanha. Nesse momento ela abandona os cabelosonde se encontravam os respectivos ovos e penetra na espiga, alimentando-se aí inicialmente dos cabelinhos novos existentes. Logo que se verifica o emurchecimento dos cabelos e sua posterior secagem, as lagartinhas começam a atacar diretamente os grãos n ovos. Estes, ao atingirem a maturação e consequentemente adquirirem maior resistência, não mais serão destruídos totalmente pelas lagartas, que passam a se alimentar de suas partes germinais. As espigas Fig. 147 - Genitalia de Heliothis obsoleta assim atacadas, quando não (Fabricius 1793) (Acronyctinae) (Lacerda fot.) chegam a ficar completamente danificadas pelas lagartas, o são posteriormente por outros agentes, como fungos, etc., que penetram pela palha perfurada pela lagarta. Elas têm um desenvolvimento bastante rápido, fazendo geralmente 5 ecdises ou mudas durante tôda fase larval, que é sem duvida a única nociva. Quando completamente desenvolvida, a lagarta pode atingir 4 a 5 cms. de comprimento, sendo muito forte. Em referência à sua côr é possível dizer que é bastante variarei. Todavia ela pode ser melhor caracterizada por possuir listas e manchas de 2 a 3 côres. As que não possuem as mencionadas listas são de matizes diferentes e que variam entre creme, verde, amarelo, castanho, podendo tomar ainda a coloração prêta.
de
O ciclo evolutivo da lagarta processa-se entre 13 a 25 dias. Antes encrisalidar a lagarta deixa a planta e cai no solo, penetrando-o a
188
INSETOS DO BRASIL uma profundidade de 4 a 22 cms. de acôrdo com a unidade e consistência do terreno. Em solo silico-argiloso, bastante molhado, em pleno mês de Junho do corrente ano, procurei ver se me era possível fixar com maior segurança a profundidade máxima a que desejam essas lagartas para fazerem suas metamorfoses em crisálidas. Em um milharal recem-atacado, com o auxilio de um operário, fiz diversas escavações em torno dos "pés" de milho que ainda revelavam sinais da passagem da praga e em 25 dessas operações consegui coletar 8 crisálidas que estavam a 6 cms. abaixo do solo. A lagarta, ao atingir a uma profundidade conveniente, constroi uma célula e uma espécie de tunel próxímo à superficie da terra, por onde sairá mais tarde o imago ou inseto adulto. Terminada essa operação, a lagarta acomoda-se na célula onde se transformará em crisálida. Esta é de côr castanha e tem cerca de 2 cms. de comprimento. Na fase de pupa a Heliothis passa em média 14 dias. No entanto êsse prazo pode elevar-se a meses no período invernoso. A mariposa ao nascer sai pelo tunel anteriormente preparado pela larva. Ela tem aproximadamente de 3 a 4 cms. de envergadura. A sua coloração é variável, tendo as asas anteriores cincento-azeitonadas, comlinhas escuras irregulares e uma área enegrecida junto ao ângulo apical. As asas posteriores são esbranquiçadas, sombreadas com manchas escuras. Estas mariposas entram em cópula poucas horas após o seu aparecimento, iniciando-se posteriormente à postura dos ovos, que é feita geralmente próximo à hora do crepúsculo. Geralmente, como sóe acontecerà maioria dos insetos, as fêmeas deitam seus ovos nas plantas que servirão de repasto às suas futuras larvas. O número de ovos postos pela fêmea durante tôda sua vida-que é de cerca de 12 dias-atinge de 450 a 3.600, sendo em média de 1.000. A Heliothis é bastante ativa, podendo voar a grandes distâncias em busca de plantas apropriadas às suas posturas".
Fig. 148 - Maçã de algodoeiro atacada por lagarta de Heliothis virescens (Fabricius, 1781) (Acronyctinae). Na parte inferior vê-se o orifício de entrada de uma lagarta e, acima, lagarta penetrando na mesma loja do capulho (De Mendes, 1937, est. 1).
Tratando ao
dos
comportamento
meios no
milho,
de
combate diz:
ao
inseto
e
ainda
relativamente
LEPIDOPTERA
189
"Uma das particularidades interessantes na vida da lagarta e que lhe é altamente prejudicial é o canibalismo. Este fato ocorre principalmente quando elas atacam as espigas do milho, daí a razão de se encontrar mui raramente mais de uma lagarta em cada espiga. Certamente que de inicio houve uma verdadeira luta das larvas pela posse da espiga praguejada e como lei biológica venceu a mais forte que alí se encontra a satisfazer o seu apetite devorador. O canibalismo dessa espécie, foi presenciado de maneira muito original por mim e pelo professor Vasconcelos Sobrinho, na Secção de Patogia Vegetal, no momento em que eu havia posto, em uma placa grande de Petri por alguns instantes, umas 6 dessas lagartas para separá-las em caixas de criação apropriadas para tal fim. Em dado momento, uma das referidas larvas, que era a mais forte, cravou as suas mandíbulas no abdômen de uma de suas companheiras, que poucos momentos teve de vida. A prêsa feita perdurou até o tempo necessário da canibal saciar sua fome com a hemolinfa e o tecido adiposo que saíam do corpo da vítima pelo orifício feito. As variações atmosféricas são de grande importância no desenvolmento do Heliothis. Chuvas e ventos fortes provocam a queda dos ovos que, em contacto com o solo, são destruidos por vários inimigos. Em pequenas plantações, poder-se-á fazer a coleta dos frutos ou partes das plantas praguejadas e logo após incinerá-los. Também é de importância a época do plantio dos vegetais suscetíveis ao ataque da praga e o são também às práticas culturais postas em execução. A aradura, por exemplo, antes do plantio, destroi as crisálidas que por acaso existam no solo. A genética poderá prestar ótimo auxílio no contrôle da praga, principalmente em se tratando do milho. As espigas de palhas compridas e apertadas próximo aos cabelos são as dificilmente atacadas. Sôbre êsse caso tive oportunidade de ver, em mãos do professor Heitor Tavares, diversas espigas de milho cultivadas pelos índios amazonenses, com palhas bastante longas. O referido professor cogitava então fazer o cruzamento dessa espécie com outras de milhos nossos, justamente para aproveitar a caracteristica do amazonense de palhas compridas, menos suscetivel aos ataques da praga.
A Heliothis obsoleta inegavelmente, pelo modo de vida de suas larvas, fica melhor resguardada dos seus inimigos náturais e ipso facto apresenta um número de parasitas menor do que as pragas anteriores. Capturando algumas dessas larvas sôbre espigas de milho, coloquei-as em verdadeiros cercados feitos de tiras de celuloide, dentro de caixas maiores, no intuito de observá-las com relação ao seu ciclo evolutivo. Decorridos cêrca de 15 dias tive a surpresa de constatar nas aludidas caixas 4 belos Tachinidae, que não causaram dúvida serem parasitas das mencionadas lagartas. Esses dfpteros foram postos no gênero Archytas, sendo possivelmente uma espécie nova, de acôrdo com a autorizada opinião) do grande dipterólogo Charles T. Townsend, em Itaquaquecetuba, São Paulo, que não somente fez a referida determinação, como tôdas as dos demais dipteros anteriormente mencionados".
190
INSETOS DO BRASIL
Provàvelmente as môscas do gênero Archytas, acima mencionadas, devem ser Pseudarehytopsis piliventris (V. d. Wulp, 1883), que parasitam também Heliothis obsoleta na República Argentina. Em São Paulo, SAUER verificou que as lagartas de H. obsoleta são parasitadas por Archytas incerta (Tachinidae) e por Paniscus sp. (Ichneumonidae) e os ovos por Trichogramma minutum. Dos
vários
trabalhos
publicados
no
Brasil
sôbre
a
etologia
de
Heliothis obsoleta, ha a citar a interessante contribuição de SNIPES. Eis
as
conclusões
a
que
chegou
êsse
técnico:
"1. A época do plantio do milho tem grande influência sobre a intensidade do ataque a este cereal pelo Heliothis obsoleta. Esta influência varia de ano para ano, sendo às vezes menos atacado o milho plantado mais tarde, e outras vezes, o que se plantou mais cedo. Exigem-se estudos biológicos da lagarta das espigas em diversas localidades, afim de se descobrirem as relações do seu ciclo biológico com as várias condições de temperatura e humidade. 2. Só em casos raros, é compensador o emprego de métodos quílaicos no combate à lagarta das espigas. Em se tratando de variedades comuns, o aumento de produção conseguido por meio de combate químico não compensa o custo do tratamento. 3. Quando se fizer necessário o combate à lagarta das espigas e no caso de ser de importância secundária o custo do tratamento, pode-se fazê-lo por pulverização ou aplicação de iscas envenenadas nas partes atacadas. 4. Não houve diferença notavel na eficiência deste dois métodos. Os resultados da referida pulverizaçào foram mais rápidos, ficando a mesma, entretanto, mais dispendiosa. 5. A pulverização com verde de Paris e farinha de trigo, em partes iguais, deu uma mortandade larval de 64% em seis dias. 6. A colocação de iscas envenenadas e atraentes, nos pontos terminais das plantas, deu uma mortalidade larval de 70% em seis dias. A ação inseticida neste processo é um pouco mais demorada, mas o seu custo 6 menor. 7. Reside algum perigo na pulverização dos pontos terminais e das folhas novas de milho com verde de Paris, pois ocasiona a queima destas partes em dias de sol forte. 8. Ambos os métodos têm ação tóxica durante dez dias ou pouco mais, mas a eficiência máxima é atingida seis dias após o tratamento (em condições de campo, onde os fatores climáticos são variáveis e de impossível controle).
LEPIDOPTERA
191
9. O combate à lagarta das espigas nos campos de milho, é ineficiente pelo processo da distribuição da isca envenenada no terreno. 10. Os resultados destas experiências foram obtidos numa época e num só tipo de condições, devendo ser considerados como resultados indicativos e não conclusivos". Heliothis
virescens
(Fabricius,
1781).
A
lagarta
("tobacco
bud worm") é conhecida em nosso país pelo nome m a ç ã s d o a l g o d o e i r o " (fig. 148).
"lagarta
S ô b r e os h á b i t o s do i n s e t o e m e i o s d e o c o m b a t e r interessante trabalho de MENDES (1937).
recomendo o
por
Em São Paulo, segundo S AUER , Sagaritis sp. (Ichneumonidae).
as
72.
1921
Thyreion
gelotopoeon
Dyar,
lagartas
(figs.
são
das
parasitadas
149-150).
e s p é c i e d ê s t e m e s m o g r u p o de m a r i p o s a s , c u j a l a g a r t a , n o s
outra
Estados
do Sul, c o m o n a A r g e n t i n a , c a u s a às v ê z e s d a n o s a p r e c i á v e i s ao algodoeiro, ao fumo, ao milho, ao tomateiro e a outra plantas. Transcrevo mariposa.
integralmente
o
que
M ALLO
escreveu
sôbre
esta
"Conjuntamente con la lagarta rosada, es una de las plagas que más estragos causa en nuestros algodonales, desde que la planta comienza a florecer hasta que las cápsulas o peras comienzan amadurar y la parteexterna se endurece, de modo que se alimenta de los pimpollos y lasperas en rodas las fases de su desarollo. S e l e llama también "isoca del maíz" y ataca numerosas plantas cultivadas.
Fig. 149 - Thyreion gelotopoen Dyar, fêmea (Koehler det., Lacerda fot.).
La mariposa que da o r i g e n a estas isocas es de tamaño regular, de unos 2 cms. de longitud, con las alas cerradas, y de 2,5 cms. de extremo a extremo con las alas abiertas. Son de color que varia delcastaño con reflejo bronceado hasta el verde oliváceo, destacándo se en las als asuperiore s e inferiores dibujos que
192
INSETOS DO BRASIL f o r m a m m a n c h a s de t o n o s m á s obscuros. P a s a n el día e s c o n d i d a s e n t r e la v e g e t a c i ó n y si se las m o l e s t a v u e l a n u n corto trecho y se esconden nuevamente. Al anochecer comienzan su vuelo entre los cultivos para alimentarse y desovar, e f e c t u a n d o p r e f e r e n t e m e n t e su p o s t u r a e n las hojas, e n al cara inferior, calculándose que en veinte días pueden poner alrededor de mil h u e v o s . De los tres a los cinco días n a c e n las larvitas, de color amarillo verdoso, m u y p e q u e n a s y difícilmente visibles a simple vista. A1 principio se a l i m e n t a n de las b o j a s y m á s t a r d e lo h a c e n de los pimpollos florales, p e q u e n a s peras y luego de las p e r a s q u e sin m a d u r a r h a n alc a n z a d o s u t a m a ñ o m á x i m o . C o m e n por completo el interior de las flores y de las pequeñas peras o cápsulas, que se secan y caen de la planta E n las peras de m a y o r t a m a ñ o h a c e n u n orifício, cuyo d i á m e t r o v a r í a de a c u e r d o ai desarrollo de la oruga, e i n t r o d u c e n p r i m e r a m e n t e la cabeza c o m e n z a n d o a comer las semillas y fibras verdes, devo r a n d o generalmente de dos a tres lóculos y h a c i e n d o luego otro orifício por el cuali sale la larva. El orificio d e e n t r a d a se c o n o ce por los a b u n d a n t e s e x c r e m e n t o s de q u e e s t á rodeado. Fig. 150 - Thyreion gelotopeon Dyar, macho (Koehler det., Lacerda fot.).
La isoca, cuando llega a s u desarrollo completo, m i d e alrededor de 4 eras. de l o n g i t u d y es de color variable e n t r e el m a r r ó n claro y el verde, de d i s t i n t o s tonos, p r o v i s t a de pelos finos, carros y b a s t a n t e a b u n d a n t e s , con u n a f r a n j a clara e n a m b o s costados. L a p a r t e superior (dorsal) es m á s obscura, con r a y a s finas, longitudinales, c u y a disposición es t a m b i é n variable, c o m o p u e d e observ a r s e en la l á m i n a . Al tocarla se enrosca sobre sí misma y queda inmóvil, lo que la diferencia de otras orugas del algodón. E n este e s t a d o de su desarrollo la o r u g a (larva) se a l i m e n t a pref e r e n t e m e n t e de las peras de m a y o r t a m a ñ o . E u los de los diez introducen m e d i a de 6
meses de m á s calor a l c a n z a n s u desarrollo completo alrededor y ocho dias, luego de los cuales se d e j a n caer al suelo y se eu la tierra p a r a crisalidar, e n t e r r á n d o s e a u n a p r o f u n d i d a d a 7 cms.
LEPIDOPTERA
193
A1 cabo de dos semanas, aproximadamente, luego de pocos días eomienzan a poner sua huevos.
salen
las
mariposas
que
EI ciclo completo se cumple en algo más de treinta días cuando la temperatura es favorable. A medida que avanza la estación y las temperaturas decrecen se alarga el prazo que necesita para evolucionar de h u e v o a m a r i p o s a . Pasan el invierno en estado p r o f u n d i d a d de 12 c e n t í m e t r o s .
de
crisálidas,
enterradas
hasta
una
Control - Debido a su forma de alimentación es bastante dificultoso el combatirlas, porque una vez que se han introducido eu las peras, difícilmente p o d r á n m a t a r s e . Es por esto que debe rizaciones en el tiempo en c o n e l tejido de las hojas.
tratarse de efectuar los que las pequeñas isocas
espolvoreos o pulvetodavía se alimentan
Cuando las plantas comienzan a florecer es conveniente efectuar un tratamiento preventivo, ya sea un espolvoreo o una pulverización, sobre todo si se llegara a notar la aparición de desoves o de larvas de esta u otra plaga. Pulverizaciones - Deben efectuarse en horas se ha secado el rócio, preferentemente entre las 10 no sople viento fuerte, aplicándose cualquiera de
de sol, una vez que y las 16 horas, cuando las siguientes fórmulas:
Larvicida S. V. al 1,5 % Flúido larvicida . . . . . . . . . Mucílago de t u n a . . . . . . Agua .......................
150 cms 2 . 5 lts. 95 lts.
E1 mucílago de tuna se prepara cortando en tiras finas tres kilogramos de hojas de tuna que se ponen a macerar en 10 litros de agua durante 24 horas. Esta dosis alcanza para 200 litros de preparado. Debe pulverizarse finamente, porque si se forman se quemarán las hojas y brotes tiernos de las plantas.
gotas
gruesas,
de París en de cal hasta
polvo y completar
Verde de París Verde de P a r í s . . . . . . . . Cal v i v a . . . . . . . . . . . . . . . . Agua .....................
300 grs. 600 grs. 100 lts.
Se prepara una pasta cremosa con el verde un poco de agua. Luego sele agrega la lechada los 100 litros.
194
INSETOS DO BRASIL Arseniato de calcio A r s e n i a t o de calcio . . . . . Cal v i v a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Agua ........................
500 grs. 800 grs. 100 lts.
Arseniato de plomo A r s e n i a t o de p l o m o . . . . Agua ........................
600 grs. 100 lts.
Si se usara arseniato de plomo en pasta se duplicará la cantidad. Espolvoreos - Los espolvoreos deben comenzarse en las horas de la madrugada aprovechnado el rocío que humedece las plantas para que el polvo se adhiera y permanezca en ellas durante varias días. Si el rocío es excessivo, se esperará a que se seque un poco antes de comenzar a espolvorear. Esta tarea puede efectuarse utilizándose cualq u i e t o de las siguientes fórmulas:
Verde de París Verde de P a r í s . . . . . . . . . . . Cal a p a g a d a e m polvo. Arseniato de calcio Arseniato de calcio . . . . . Cal a p a g a d a en polvo.. Arseniato de plomo Arseniato de p l o m o . . . . Cal a p a g a d a en polvo..
10 kgs. 90 kgs. 20 kgs. 80 kgs. 20 kgs. 80 kgs.
E1 tratamiento se repetirá a los l0 días para matar las larvitas que h u b i e r a n nacido de los desoves d e s p u é s de la p r i m e r a aplicación. Se tratará de que el insecticida alcance las partes más protegidas de las plantas, como son los pimpollos, perillas y brotes tiernos. A tal efecto los productos que se usen para espolrer contra esta oruga deben ser de mi "fito grado de finura. Para la materia inerte, en el comercio ¡mede conseguirse cal hidráulica que además de venir finamente pulverizada se encuentra lesta para su empleo. Si llegara a llover al primero o segundo dia de haberse efectuado el tratamiento, éste de berá repetir se nuevamente.
Deben efectuaise aradas tempranas y rastreos, para romper las celdas en'que hallam las crisálidas, desenterrándolas y cxponiéndolars a la acción de los fríos, pájaros, insectos carnívoros, etc." Na
República
parasitadas
e
Incamyia
por
Argentina,
segundo
Pseudarchylopsis
chilensis
(Tachinidae).
B LANCHARD ,
piliventris,
as
lagartas
Actinoplagia
são
Kochleri
LEPIDOPTERA
195
Outra espécie interessante da subfamília Acronyctinae é a Cromobergia teichii (Berg, 1885) (= Speocropia smilacis), cujas lagartas se alimentam, na Rep. Argentina, de Smilax asumptionis.
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Espécies
mais
HADENINAE1
interessantes
-
Além
Xanthopastis
de
ti-
mais (Cramer, 1782), cujas lagartas atacam de preferência plantas de
jardim
da
Amaryllidaceae, mencionar
família há
a
as e s p é c i e s
de
Cirphis Walker, principalmente Cirphis latiuscula (Herrich- Schäffer,
(=Leucania -
Cirphis
unipuncta
(figs.
conhecidas
atacam
frequentemente
¹ De
nos
(adenes), simples.
Estados
latiuscula
(Herrich
Schäffer)
e (Ha-
worth, 1809 (= Leucania unipuncta (Haworth, 1809)
Fig. 151 - Xanthopastis timais (Cram, 1782) (De Monte, Borboletas, 1934, fig. 105)
lagartas,
1868)
Unidos
Gramíneas.
Na
pelo
152
nome
República
e
153),
"army
cujas
worms",
Argentina
as
LEPIDOPTERA lagartas de Blanchard.
C.
unipuncta
são
parasitadas
199 por
Aphriosphyria
grioti
Fig 152 - Cirphis unipuncta (Haworth, 1809) (Hadeninae) (Köhler det.) (Lacerda fot.).
Fig. 153 - Lagarta de Cirphis unipuncta (Haworth, 1809) (Hadeninae) (De Walton & Packard, 1940).
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Subfamília
SARROTHRIPINAE¹
76. Espécies mais interessantes - A esta subfamília pertencem além das espécies de Mocis Hübner, algumas outras de menor importância econômica, a saber:
Ophisma tropicalis Guenée, 1852, cujas lagartas, no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, atacam camboatá (Cupania vernalis) e laranjeira do mato (Actinostemon macrocarpus). Phurys basilans Guenée, 1852, cujas atacam japecanga (Smilax campestris).
lagartas,
naquele
Estado,
Iscadia montei Costa Lima, 1936 (figs. 154 e 155); as lagartas comem ¹ De
fôlhas
de
uma
(sarros), escôva;
Mirtácea
não
determinada.
(thrips), bicho da madeira.
LEPIDOPTERA
201
Espécies de Mocis - A mais conhecida em quase tôda a América é Mocis repanda (Fabricius, 1794) (figs. 133, 156 e 157), cuja lagarta, entre nós, é a bem conhecida "lagarta dos capinzáis e mi-
Fig. 154 - Iscadia montei C. Lima, 1936 (Sarrothripinae) (J. Pinto fot.).
Fig. 155 -
Asas de iscadia monlei C. Lima, 1936 (Sarrothripinae).
lharais". Quase tôdas as Gramíneas são por ela atacadas, inclusive o arroz e a cana de açúcar.
202
INSETOS DO BRASIL As lagartas, com cêrca de 40 mm de comprimento, são de côr
clara com faixas longitudinais escuras, quando completamente senvolvidas; possuem apenas 3 pares de pernas abdominais.
de-
Fig. 156 - Mocis repanda (Fabricius, 1794) (Sarrothripinae) (Lacerda fot.).
Fig. 157 - Terminalia de Mocis repanda (Fabricius. 1794) (Sarrothripinae) (Lacerda fot.).
São muito ativas e vorazes. CARVALHO (1944), que também estudou êste Noctuídeo em Pernambuco, tratando do combate biológico ao inseto) escreve o seguinte: "A mariposa Mocis repanda, apesar dos danos que causa às plantas cultivadas de real valor para nossa economia, ainda não merece a atenção que lhe é devida. Sôbre as observações concernentes aos seus inimigos
LEPIDOPTERA
203
naturais muito temos a desejar. Em nosso Estado, em pesquisas que tenho feito sôbre o assunto, pude constatar a existência de 2 dipteros parasitos da mariposa. São a Oxysarcodexia sp. e a Atacta sp. "Esses dfpteros foram capturados de crisálidas parasitadas, provenientes da uzina "S. João da Várzea". Dias depois, na uzina "Sto. Inácio", também tive oportunidade de verificar sôbre as fôlhas das plantas atacadas, procurando pousar nas lagartas alí existentes, grande número das aludidas moscas. Com relativa facilidade aprisionei algumas delas, que, trazidas e identificadas no laboratório, me serviram para estudos sôbre o assunto.
Procurando averiguar se era frequente o aparecimento da Oxysarcodexia e Atacta em campos praguejados pelas lagartas da Mocis, fui até a uzina "Caxangá" e seus arredores sem jamais ter visto nenhuma das mencionadas moscas pousando ou esvoaçando pelos canaviais inspecionados. Sôbre o parasitismo dessas moscas é interessante assinalar que multas lagartas sucumbiram sob a ação do parasita antes de chegarem ao estado de crisálida. Outras, porém, atingiram a êste estado sem, todavia, ultrapassá-lo. A distinção entre os dois parasitas foi muito fácil fazê-la em pleno estado larval, tomando em consideração o tamanho e número de larvas. Em multas crisálidas parasitadas pela Atacta sp). encontrei geralmente uma única larva, enquanto que o número de larvas de Oxysarcodexia variava de 3 a 4. Relativamente ao tamanho dessas larvas, as de Atacta são bem maiores do que as de Oxysarcodexia. Quanto elo registro, entre nós, de Atacta como parasita, êste 6 o primeiro caso, enquanto que as de Oxysarcodexia, já a temos encontrado como parasita de outros insetos". Em São Paulo, SAUER verificou que as lagartas de Mocis são
mia
parasitadas sp.
por
(Tachinidae)
Cyrtophloeba sp., Myiosturmia mixta, e Sarcophaga aurea (Sarcophagidae).
Subfamília
repanda
Winthe-
NOCTUINAE
77. Espécies mais interessantes - A espécie mais conhecida desta subfamília 6 é grande "bruxa" Otoserma odorata (Linnaeus, 1758) (= Erebus odorata L., 1758; Erebus odora (L., 1764), cujas lagartas se alimentam, preferencialmente, de Leguminosas dos gêneros Cassia, Inga e Pithecolobium.
204
INSETOS DO BRASIL
É encontrada dos Estados Unidos ao Paraguai (V. observações de BOURQUIN sôbre o inseto em "Mariposas Argentinas" (1945): 105).
Fig. 158 - Ophideres materna (Linnaeus, 1758) (Noctuinae) (Lacerda fot.).
Anticarsia gemmatalis (Hübner, 1818) (= Thermesia gemmatalis (Hübner), com distribuição geográfica idêntica a da espécie anterior. As lagartas atacam feijões (Phaseolus spp.), feijão de porco (Canavalia ensiformis) e soja (Glycine max).
Fig. 159 - Noropsis hieroglyphica (Cramer, 1779) (Noctuinae) (Lacerda fot.).
Peosina mexicana Guenée, 1862 (= Melanchroia (fig. 160). BONDAR, que a observou, diz o seguinte:
mexicana)
"Pertence à familia dos Noctuideos. As lagartas comem folhas do cacaueiro e rebentos tenros. Os estragos, porém, são mais sensíveis nas frutas. A lagarta devora os frutos pequenos ou bilros e estraga os
LEPIDOPTERA
205
grandes, corroendo-os externamente (fig. 161). Muitas frutas morrem em consequência e as que continuam o desenvolvimento ficam defeituosas e de pouco valor, pois as a m e n d o a s desenvolvem-se mal. A lagarta t e m h a b i t o s crepusculares ou n o t u r nos, descendo, n a fruta, s o m e n t e à tarde, depois de cinco horas, q u a n d o é possível surpreende-la, ou pela m a n h ã cedo. De dia sobe na p l a n t a e esconde-se entre a s folhas. A l a g a r t a c o s t u m a descer na m e s m a fruta d i v e r s a s noites consecutivas. de
Quando crescida a preferencia nas folhas
Fig. 160 - Poesina mexicana Guenée, 1862 (Noctuinae) (Lacerda fot.).
lagarta esconde-se entre as folhas da planta, sêcas, e por falta destas, faz recortes nas folhas verdes e ligando a parte recortada com a folha, faz um esconderijo e ali passa ao estado de crisalida. As lagartas têm crescimento rapido e o ciclo evolutivo é de poucas semanas. O estado ninfal dura 12 a 13 dias.
Fig. 161- Fruto de cacaueiro roído externamente pelas lagartas de Poesina mexicana Guenée. 1862 (Foto gentilmente cedido por G. Bondar).
A lagarta quando pequena é amarelada escura. Quando crescida toma a côr escura acinzentada, com a cabeça e três pares de patas, arruivadas. O comprimento atinge a 6 cm. e mais, sobre 6 mm. de grossura. No segmento declino primeiro, no lado dorsal, ha dois fortes tuberculos e no decimo segundo dois outros menores; as falsas paras são em número de quatro pares; três pares nos segmentos 7, 8 e 9 e o quarto no segmento 13. 25
O adulto mm. de
é uma mariposa de comprimento, e de
20 45
a a
55 mm. de envergadura de azas; a côr é acinzentada escura, tendo as azas um desenho característico; nas anteriores ha uma faixa esbranquiçada longitudinal e uma outra mais larga transversal, como mostra a figura; nas azas posteriores, no bordo distante externo ha uma larga faixa branca, tendo dois pontos escuros".
206
INSETOS DO BRASIL
78. Alabama argillacea (Hübner, 1823) (figs. 162-167). Mariposa cuja lagarta e o conhecido " c u r u q u e r ê " do algodoeiro. Muito se tem escrito sôbre esta mariposa, cujas lagartas atacam os algodoais da região Neótropica, mais ou menos intensamente.
Fig. 162 - Alabama argillacea (Hübner, 1823) (Noctuinae) (Desenho gentilmente cedído pelo Instituto Biológico de São Paulo).
Fig. 163 - Atabama argillacea (Hübner, 1823) (Noctuinae) (Desenho gentihnente cedido pelo Instituto Biológico de São Paulo).
Uma das mais completas e recentes contribuições que conheço sôbre o inseto é a de HAYWARD (1943). Bem interessantes tambem são os trabalhos de FREIBERG (1945), relativo à Alabama argillacea e o de WILLE e LAMAS (1937) sôbre Anomis texana Riley, espécie de gênero próximo a Alabama, que no Peru é um dos mais sérios inimigos do algodoeiro.
LEPIDOPTERA
207
CARVAIHO (1944) apresenta a seguinte descrição dos hábitos e vários estádios do inseto:
Fig. 164 - Ovos de Alabama argillacea sôbre fôlha de algodoeiro (Desenho gentilmente: cedido pelo Instituto biológico de São Paulo).
"Postura - A Alabama argillacea põe aproximadamente de 400 a 500 ovos durante tôda sua vida e o faz geralmente ao cair da tarde. sôbre o dorso das fôlhas. Esses ovos são pequeninos, imperceptiveis aos olhos do leigo e são de côr esverdeada. Havendo decorrido cêrca de 3 a 5 dias êles eclodem e que permanecem no mesmo
saem local
as lagartinhas, onde se en-
contravam os ovos, isto é, no dôrso da fôlha de cujo parênquima elas se alimentam sem atingirem contudo a pagina inferior. É êste sem dúvida um dos motivos que defendem a praga contra a ação imediata do homem, por não observar êste a tempo o aparecimento das referidas lagartinhas. Estas no local em que nascem aí permanecem ou se conservam até fazerem a primeira muda ou ecidse. Posteriormente, elas se passam para
Fig. 165 - Ovos de Alabama argillacea, consideravelmente ampliados (Desenho gentilmente cedido pelo Instituto Biológico de São Paulo).
a face ventral da fôlha onde começam a dar expansão á sua conhecida voracidade. Todavia, ainda pela pequenez e fraqueza do aparêlho bucal vão devorando as fôlhas irregularmnte, deixando-as dilhadas, conservndo, entretanto, as nervuras principaais.
essas como
lagartinhas que ren-
208
INSETOS DO BRASIL As lagartas, quando desenvolvidas, passam-se a outras fôlhas da mesma planta ou de outras da mesma espécie que lhe estejam próximas
Fig. 166 - Vários estadios do desenvolvimento larval da Alabama argillacea (Desenho gentilmente cedido pelo Instituto Biológico de São Paulo).
e, dêsse modo, vão se alimentando vorazmente e destruindo totalmente a folhagem do algodoeiro, até chegarem ao máximo do seu desenvolvimento, o que se verifica dentro de 2 a 3 semanas, quando elas atingem cêrca de 4 cms. de comprimento e apresentam uma côr esverdeada ou verde escura, com diversas listas longitudinais no dôrso. Durante tôda sua fase larval o curuquerê faz de 4 a 5 ecdises. Chegada ao climax do seu desenvolvimento a lagarta faz a sua metamorfose. Transforma-se em pupa ou crisálida. Isto ocorre na fôlha da própria planta, que é, para tal previamente dobrada pela lagarta. É nessa dobra da fôlha que a crisálida permanece prêsa por fios de seda, até sua transfor-
Fig. 167 - Crisálidas de Alabama argillacea (Desenho gentilmente cedido pelo Instituto Biológico de São Paulo).
mação em inseto adulto, que se verifica geralmente dentro de 6 a 8 dias, de acôrdo com as condições climáticas do ambiente. A coloração
LEPIDOPTERA
209
da crisálida é de avermelhada ao castanho escuro e o seu tamanho varia de 15 a 17 mm. O inseto adulto, a mariposa, é facilmente reconhecida pela sua coloração verde azeitonada ou pardacenta, possuindo nas asas anteriores algumas listas escuras, em zigue-zague, transversais, e uma pequena mancha na parte central. O tamanho dêste inseto é de cerca de 30 a 35 mm. de envergadura. Logo após o aparecimento do imago, que se verifica dentro de 2 a 4 dias, êles se encontram aptos à procriação. Decorridos alguns dias da cópula, as fêmeas começam a ovoposição e assim continua o ciclo evolutivo, que pode ser repetido de 2 a 4 vezes por ano, conforme as variações atmosfericas do ambiente. Geralmente os Lepidopteros na fase adulta são inofensivos, o que não ocorre com a mariposa Alabama argillacea, que, por intermédio de sua tromba. perfura frutos, como figos, uvas, melões, etc. A tromba dêsse inseto, tem, próximo à extremidade, principalmente na face superior, diversos espinhos pequeninos, agudos e fortes, que são utilizados para o mencionado fim".
Sôbre os parasitos da Alabama argillacea no Brasil e na República Argentina devem ser lidos os trabalhos de M ONTERA (1941 e 1942), BLANCHARD (1942) e de COSTA LIMA (1948).
Em São Paulo, segundo S AUER , parasitam as lagartas desta mariposa os seguintes micromenóptetos: Charopsimorpha sp., Itoplectis platana, Neotheronia brullei var. nigrescens (Ichneumonidae); Apanteles sp., Rogas sp., (Braconidae); Brachymeria cominalor, Spilochalcis simillima
(Chalcididae);
(Eulophidae) môscas:
(êste
(provavelmente Winthemia
sp.
Eupelmus
último
Eucelatoria
Fig. 168 - Anomis illita Guenée, 1852 (Lucerda fot.).
cushmani,
parasitado
australis,
fulvescens); (Tachinidae)
Tetrastichus)
Euphorocera
Patelloa e
por
Euplectrus
similis;
Sarcophaga
e
comstockii
as
seguintes
floridensis,
Itabiomyia
Pygophorinia
peruviana;
lambens
Sarcophagidae).
210
INSETOS DO BRASIL Na figura 168 vê-se a fotografia de Anomis illita Guenée, 1852,
cuja lagarta, segundo J. O. MONTERA, em Itaperuna (E. do Rio), a t a c a Urena lobata.
Fig. 169 - Asas de Anomis illita Guenée, 1852 (Lacerda fot.).
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LEPIDOPTERA
Subfamília
213
PLUSIINAE¹
80. Espécies mais interessantes - Das espécies desta subfamíllia as mais conhecidas no Brasil são: Pseudoplusia oo (Cramer, 1782) ( = Autographa ou Phytometra retruca dos autores, nec Argyrogramma verruca (Fabric i u s , 1794) e Rachiplusia nu (Guenée, 1852). As lagartas da 1.ª espécie atacam geralmente Solanáceas, especialmente tomateiros. Não raro são encontradas, já envolvidas pelo casulo protetor, porém atacadas por u m a espécie de Litomastix (Encyrtidae), que não Fig. 170 - Sosxetra grata (Walker, 1860) me parece diferente do L. trun(Erebinae seg. W. Forbes) (Lacerda fot.). catellus (Dalman, 1820), espécie bem conhecida pelo tipo de poliembrionia que lhe é peculiar, descoberta e estudada por SILVESTRI (1906) (Sôbre a poliembrionia nos lnsetos deve ser consultado o trabalho dêsse egrégio Professor (1937). Na Europa e na América Setentrional o citado parasita desenvolve-se primeiramente no ôvo, depois na la Fig. 171 - Calypter iter Guenée, 1852 (Plusiinae) (Lacerda fot.). garta. Segundo HAMBLETON (1935) Rachiplusia nu, em MinasGerais, cria-se em ervilha (Lathyrus sativus). Na República Argentina e no Uruguai, as lagartas desta espécie (v. trabalho de GRIOT, 1944), que causam danos ao girassol,
¹
De
(plusios), rico.
INSETOS DO BRASIL
214
segundo RUFFINELLI e CARBONELLI MAS (1944) São atacadas pelos
seguintes parasitas: Parasitos primários: Brachymeria ovata (Say) (Chalcididae), Litomaslix brethesi Blanchard (Encyrtidae), Neonortoniella plusiae (Blanchard) (Ichneum.), Rogas nigriceps Brèthes (Braconidae) e Voria ayerzai (Brèthes (Tachinidae). Parasitos secundários: Spilochalcis ruffinellii Blanchard (Chalcididae) e Eupelmus elegans Blanchard (Encyrtidae). Fig. 172 - Rachiplsia nu (Guenée, 1852) (Plusinae) (Lacerda fot.). Um outro Taquinídeo que parasita, na República Argentina, a Rachuplisia é a mosca Pseudarchylopsis piliventis. Em Campinas (S. Paulo) SAVER observou as lagartas de Pseudoplusia oo atacando Gossypium sp., verificando também que são parasitadas por Voria ruralis (Tachinidae). Esta mariposa encontra-se do Canadá à República Argentina. O mesmo técnico encontrou lagartas de Cosmophila erosa, atacando Sida cordifolia, parasitadas por Hemiteles sp. (Ichneumonidae) e Rogas sp. (Braconidae). 81.
Bibliografia.
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con
al
LEPIDOPTERA
215
Família AGARISTIDAE¹ (Agaristidae Herrich-Schäffer, 1850: Phalenoididae Hampson 1818)
82. Caracteres, etc. - Mariposas de tamanho médio, providas de asas anteriores de côr escura, com áreas claras de côres mais ou menos vistosas. Fronte f o r t e m e n t e esclerosada, com processo córneo, arredondado ou cônico. Antenas simples, dist i n t a m e n t e dilatando-se na p a r t e distal, a qual, em várias espécies, se apresenta r e c u r v a d a na p o n t a como nos HesFig. 173 - Pseudoplusia oo (Cramer, 1782) perídeos. E s p i r i t r o m b a (Plusiinae) (Lacerda fot.). b e m desenvolvida; palpos ascendentes. Tímpanos com cavidade ressoadora na parte dors a do primeiro urômero, em frente à membrana contra-timpânica. Sistema de nervação semelhante ao dos Noctuóides do gênero Eudryas (Acronyctinae); aréola presente; Cu, nas a s a s anteriores, aparentemente quadrifurcada; nas posteriores, trifurcada, M 2 fraca, partindo do vértice do ângulo formado pelas discocelulares, Sc e Rs tundidas ou se tocando, porém sem coalescerem, na parte basal, ou ligada s por R1, muito curta. Fig. 174 - Terminalia de Pseudoplusia oo (Plusiinae) (Lacerda fot.).
Lagartas noctuiformes, revestidas de cerdas simples, transversal e vistosamente marcadas de faixas pretas ou alaranjadas sôbre fundo branco ou acinzentado e quase sempre providas de uma corcova no 8. ° urômero (11. º segmento).
¹
De
(agan), excessiva;
(aristos), ótimo.
216
INSETOS DO BRASIL
As que foram observadas em outros países criam-se em Vitaceae e Onagraceae. HOFFMANN, em suas "Beiträge" (III), descreve a lagarta e a crisalida de Aucula hilzingeri (Berg, 1882).
Família constituída por cêrca de 600 espécies de hábitos diurnos ou crepusculares. As que se encontram no Brasil, geralmente do gênero Darceta Herrich-Schäffer (Diamuna Walker), não têm a menor importância econômica. 83.
Bibliografia.
STRAND, E. 1912 - Noctuidae: Agaristinae. Lep. Catal., 5 : 82 p.
Família P E R I C O P I D A E ¹ (Pericopidae Walker, 1864; Pericopididae Strand, 1914; Hypsidae auct.) 84. Caracteres, etc. - Mariposas grandes ou de porte médio, umas com asas escuras, porém apresentando áreas ou faixas claras, outras de côres claras e vistosas, não raro com aparência de borboletas. Os Pericopídeos distinguemse dos Ctenuquídeos e dos Arctiídeos por apresentarem Sc e Rs da asa posterior, ou ligadas por uma nervura curta, ou fundidas em curta ou muito curta extensão perto da base. Fig. 175 - Pericopis sacrifica Hübner, 1825, Dos Noctuídeos, que apremacho (Pericopidae) (Lacerda fot.). sentam tais nervuras com essa mesma disposição, os Pericopídeos se distinguem fàcilmente pelos conspícuos processos timpânicos que têm na base do abdômen. Alguns Noctuídeos (Herminiinae) apresentam-nos tão desenvolvidos como em Pericopidae, porém, tratam-se de espécies pequenas e de côres obscuras.
¹
De
(pericope), circunciso.
LEPIDOPTERA
217
Em Pericopidae, a cubital é quadrifurcada em ambas as asas e M1, nas posteriores, quase sempre parte de um longo pendúnculo comum a Rs. As fêmeas de algumas espécies de Pericopidae, em geral bem diferentes dos machos, mimetisam borboletas Itomiíneas do gênero Lycorea (=Lycorella) ou Heliconiídeas. Lagartas peludas e parecidas com as dos Arctiídeos. Crisalidas quase sempre de côr metálica brilhante. As de algumas espécies foram sucintamente descritas por MABILDE (1866), indu-
sive Pericopis sacrifica (Hübner, 1825) (=Daritis sacrifica) (figs. 175-178), espécie frequentemente encontrada em nosso meio. BOURQUIN (1931 e em "Mariposas Argentinas", 1945) descreveu os vários estádios desta Fig. 176 - Pericopis sacrifica Hübner, 1825, mariposa, cujas lagartas, na fêmea (Pericopidae) (Lacerda fot.). República Argentina, se alimentam de várias Compostas (Eupatorium inuleafolium, E. conyzoides e Chrysanthemum). MONTE (1935) também a estudou, com Ambrylis boisduvali (Hoeven, 1840), cujas lagartas, em Minas Gerais, se criam em assa-peixe (Vernonia sp.). HOFFMANN, além dessas espécies, descreveu também os ovos e a lagarta de alguns Pericopis Hübner. SPITZ (1931), tratando de Pericopis lucifer Butler, 1873, descreveu o ô v o e a lagarta desta espécie, que se cria na natureza, sôbre Mikania hirsutissima. Em laboratório conseguiu criá-la com fôlhas de Senecio brasiliensis. Eis a descrição de SPITZ: "Lado dorsal negro; uma lista larga dorsal amarella no 1.º e 3.º segmentos e cinzento-esbranquiçado nos segmentos seguintes, divide-se mediante uma linha mediana interrupta, uma linha fina nas nervuras secundarias e uma lista longitudinal abaixo do estigma, ambas amarellas. Lado ventral cinzento-avermelhado, uma lista dupla amarellada no meio do abdomen. Nas costas do 4.° até o penultimo segmento uma série
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INSETOS DO BRASIL
Fig 177 -
Fig. 178
-
Asas de Pericopis sacrifica Hübner, 1825 (Pericopidae) Lacerda fot.).
Terminalia de Periconis sacrifica Hübner, 1825 (Pericopidae) (Lacerda fot.).
LEPlDOPTERA
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transversal de pequenas verrugas brilhantes. No 4.° e 5.º bem como no 10.° e 11.º segmento apresenta pellos vermelhos, respectivamente pretos e brancos; n'uma mesma linha encontram-se verrugas grandes, do 1.º ao 3.° segmentos, de brilho metallico azul, e no 1.º e 2º, segmentos, de brilho vermelho no 3.º todos com pellos brancos e pretos maiores, cerdosos e entre si misturados; varias cerdas particularmente longas, encontram-se nas verrugas do 2.º e do penultimo segmento. Alem disso encontram-se duas fileiras de verrugas grandes nas costas lateraes, nos 4.° e 9.° segmentos de cada lado e sobre as pernas uma fileira de verrugas. As verrugas nos 5.º a 8.° segmentos das costas lateraes são de brilho metallico azul, as restantes de brilho vermelho, todos cobertos com pellos negros e brancos, nos primeiros 5 segmentos e nos ultimos dois cobertos com pellos mais compridos; o primeiro segmento está guarnecido de verrugas pequenas de brilho metallico azul; no ultimo segmento dorsal acham-se duas verrugas gemeas grandes, azul-metallicas. Pernas pardas. Pés abdominaes até os pés exteriormente cobertos com placas pardas chitinosas em forma de escudos. Todas as pernas, exteriormente, revestidas de pellos curtos em forma de cerdas. A larva adulta alcança um comprimento de 5 a 5½ cm. A chrysalida é pardo-escura, chagrinada, com brilho de bronze. Os aneis no abdomen são de um pardo mais claro de brilho brunido, Na cabeça e no thorax encontram-se, dispersos, pellos grossos, curtos, de cor pardo-amarellada; identicos pellos nas costas do abdomen onde estão distribuidos em 4 fileiras longitudinaes circulares; no ultimo segmento acham-se estes pellos dispostos em forma de tufos ou manchas. O cremaster é obtusamente arredondado e guarnecido no lado dorsa de uma fileira transversal de pellos cerdosos, mais compridos, pardos, cujas pontas se recurvam em forma de gancho. O ovo é amarello-cinzento, espherico, deprimido. no lado inferior das folhas da planta alimenticia em As lagartas jovens aparecem após 8 dias.
Fica depositado grandes grupos.
As larvas vivem em sociedade até a 3.ª ou 4.ª mudança de pelle As primeiras mudas succedem-se, rapidamente, em intervallos de 4 ou 5 dias; as posteriores em prazos mais compridos. Após as primeiras mudas deixam as lagartas as menticías e vivem no chão, provavelmente de varias Quando tocadas deixam-se cahir ao chão.
suas plantas aliplantas inferiores.
O crescimento torna-se nas phases mais velhas inteiramente desigual. As lagartas machos menores transformaram-se preliminarmente em chrysalidas fornecendo, já no mez de Setembro, borboletas, enquanto varias outras larvas comiam, ainda, em princípio de Novembro, tornando-se mais tarde chrysalidas femeas.
INSETOS DO BRASIL
220
A transformação em chrysalida realiza-se em musgo, dentro de um tecido vasto, leve, onde as chrysalidas se encontram em varios fios mais grossos ligados nas cerdas no cremaster encurvadas em forma de ganchos. O estado de repouso dura de 4 a 5 semanas.".
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-
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Família
ARCTIIDAE¹
1
(Arctidae Leach, 1818 ; Arctiidae Stephens, 1829; Kirby, 1892)
86. Caracteres Mariposas de porte médio, relativamente robustas, com asas de côr clara e máculas escuras ou, quando negras ou de côr escura, com máculas, estrias ou faixas de côres várias, que se apresentam mais ou menos vistosas. Alguns Litosiíneos, pelo tamanho reduzido que têm, podem ser considerados microlepidópteros (espécies de Illice Walker e Clemensia Packard. ¹ De
(arctos), urso.
LEPIDOPTERA
221
Antenas ciliadas ou pectinadas; olhos raramente pilosos; ocelos presentes em Arctiinae (exceto em Larina), ausentes em Lithosiinae (exceto em Hypoprepia, que os tem rudimentares). Espiritromba quase sempre b e m desenvolvida; m a i s ou menos a b o r t a d a e m alguns gêneros (Diacrisia, Antarctia, etc.); pa1pos labiais curtos e porretos, ou longos e ascendentes.
Fig. 179 - Antarctia fusca (Walker, 1821) (Arctiinae) (Foto gentilmente cedido por O. Monte).
Tíbias posteriores com todos os esporões. Asas (figs. 181, 185, 188 e 191) anteriores triangulares, sem tufos de escamas erectas; presentes em alguns gêneros (Progona Berg, Agylla Walker). Cu geralmente quadrifurcada, às vêzes, porém (Progona), aparentemente trífida pela fusão de M 2 com M 3, ou bífida (vários Litosiíneos). Fig. 180 - Utetheisa ornatrix Linnaeus, 1758) (Arctiinae) (Lacerda fot.).
Asas posteriores geralmente largas, arredondadas; Sc consideràvelmente dilatada e separada de R na parte extrema basal, em seguida anastomosando-se com Rs, desde perto da base até o meio ou além do meio da célula, e depois afastando-se em direção à margem costal. Em Phegopterini (Arctiinae) essa parte distal de Sc é curta e não chega a atingir a margem costal. Em Carathis Grote, Cissura Walker e Melese Walker (fig. 188) Sc e Rs coalescem completamente, como em Ctenuchidae; Rs e M1, geralmente em forquilha, às vêzes, porém, partindo de um ponto, raramente coincidentes ou unidas (Lycomorphodes-Lithosiinae).
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INSETOS DO BRASIL
Em alguns gêneros, M 3 e M 2 coalescem (Cu aparentemente trifida) ou mesmo a cubital é aparentemente bífida.
Fig. 181 - Asas de Utetheisa ornatrix (Linnaeus, 1758) (Arctiinae) (Lacerda fot.).
Fig. 182 - T e r m i n a l i a de Utetheisa ornatrix (Linnaeus, 1758) (Arctiinae) (Lacerda fot.).
LEPIDOPTERA
223
Os machos de alguns Arctiídeos (Ecpantheria Hübner) (fig. 185),
têm a área anal das asas posteriores prolongada em lobo mais ou menos desenvolvido, c o m ou sem pincel de pêlos. Orgãos tmpânicos presentes, acima dos espiráculos, por ém não tão conspícuos como em Pericopidae. Os Arctiídeos, em geral, são mariposas Fig. 183 - Utetheisa pulchella (Linnaeus, 1758) (Arctiinae) (Lacerda fot.). noturnas. Poem ovos esféricos ou um tento achatados, lisos ou recticulados, formando oóplacas mais ou menos extensas. As lagartas, na maioria das espécies, são densamente pilosas, providas de verrugas multisetíferas, que formam tufos ou pincéis. total ou parcialmente de côr parda ou negra, sendo os das partes extremas do corpo mais longos que os outros.
Fig. 184 -
Halysidota interlineata (Walker, 1855) (Arctiinae) (Lacerda fot.).
Aos casulos, em geral fracos, ficam presos, como em Ctenuchidae pêlos destacados da lagarta antes de encrisalidar.
87. Divisão e espécies mais interessantes - A família Arctiidae, constituída por cêrca de 5.000 espécies, divide-se em duas subfamílias: Arctiinae e Lithosiinae, esta, com as espécies sem ocelos, elevada por STEPHENS (1829) e alguns autores modernos à categoria de família. Os Arctiídeos do Brasil, a julgar pelos hábitos das lagartas daqueles cuja etologia é conhecida, ou vivem de plantas sem im-
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INSETOS DO BRASIL
portância econômica, ou quando a t a c a m plantas cultivadas, como Amalo helops (Cramer, 1775) (fig. 190) e Ischnocampa lugubris (Schaus, 1892), da figueira e Halysidota interlineata Walker, 1855 (fig. 184), da amoreira, causam prejuízos insignificantes. Observ a n d o o desenvolvimento desta última espécie, nos meses de agosto a novembro, verifiquei que o período larval dura cêrca de 40 dias e o pupal pouco mais de 40 dias. Em meu "3.° Catálogo", na citação das espécies cujas lagartas são mais ou menos conhecidas, indico os trabalhos em que foram estudadas. Dentre êles, merecem s e r citadas as "Beiträge" de F. HOFFMANN, nas quais se contêm também descrições dos ovos, lagartas, crisálidas e casulos de algumas outras espécies não assinaladas no Catálogo. Uma das espécies mais conhecidas de Arctiinae entre nós é Utetheisa ornatrix ornatrix (Linnaeus, 1578) (fig. 180), cujas lagartas normalmente se Fig. 185 - Asas de Ecpantheria orsa (=E. cunigunda Stoll, 1781) (Cramer, 1777) (Arctiinae) (Lacerda del.). desenvolvem nas favas de várias espécies de Crotalaria. IGLESIAS (1921) observou-as no M a ranhão, a t a c a n d o algodoeiros. T o d a v i a , percorrendo há anos os nossos algodoais, t a n t o no Nordeste, como no Sul, não tive o ensejo de os ver infestados pelo inseto. M e s m o em Crotalaria, os danos não são de grandes proporções e isso porque as lagartas c o m u m e n t e são parasitadas por microhimenópteros.
LEPIDOPTERA
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Uma espécie próxima, porém menos frequentemente encontrada no Brasil, é a Utetheisa pulchella (Linnaeus, 1758) (fig. 183), provàvelmente exótica; possuímos exemplares apanhados no E s t a d o da Paraiba. MONTE (1930, 1933), a l é m de estudar o desenvolvimento de U. ornatrix, observou também o de Antarctia fusca Fig. 186 - Robinsonia dewitzi Gundlach, 1881 (Walker 1856) (fig. 179) (Arctiinae) (Lacerda fot.). em Belo Horizonte, onde as lagartas atacam a mamoneira e o quiabeiro (Hibiscus esculentus). Parece, entretanto, que elas são polífagas, a julgar pelas observações anteriores de MABILDE (1896) e de N. B. FAGUNDES (1928). logia
SAUER (1943) apresentou dados interessantes relativos à biode Ecpantheria hambletoni Schaus, 1938. As lagartas, na
Fig. 187 - Melese incerta Walker, 1855 (Arctiinae) (à direita, o mesmo inseto pousado (Foto gentilmente cedido por C. Reiniger).
natureza, atacam principalmente Hibiscus subdariffa, Eriobotrya japonica e Gossypium hirsutum. Em insetário, porém, o inseto foi criado alimentando-se de fôlhas de Hibiscus esculentus, H. rosa-
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INSETOS DO BRASIL
sinensis, Manihot utilissima, Ricinus communis e Bidens pilosa. Parasitam as lagartas, segundo SAUER, Calcidídeos dos gêneros Eurytoma e Spilochalcis e um Taquinídeo do gênero Harrisia.
Fig. 188 -
Asas de Melese incerta W a l k e r , 1855 (Arctiinae) (Lacerda del.).
Ecpantheria orsa (Cramer, 1777) (= cunigunda Cramer, 1771) é outra espécie frequentemente encontrada no Brasil. As lagartas atacam geralmente plantas silvestres.
LEPIDOPTERA
227
Ao gênero Eupseudosoma Grote pertencem várias espécies cujas lagartas se alimentam de fôlhas de Myrtaceae. As de Eupseudosoma aberrans Schaus, 1906 e de E. involutum niveum (Herrich-Schäffer, 1852), estudadas por D'ALMEIDA (1933) vivem, no Rio de Janeiro, sôbre fôlhas de várias Myrtaceas: araçàzeiro (Psidium araca), goiabeira (Psidium guajava), guabirobeira (Eugenia variabilis), caquizeiro (Diospyros kaki) e pintangueira (Plinia rubra).
Segundo FORBES , O gênero Eupseudosoma pertence a um grupo de Arctiídeos sul-americanos intermediário entre Arctiidae e Ctenuchidae. As lagartas são típicas de Arctiidae, as mariposas, porém, apresentam caracteres comuns à Ctenuchidae e ao grupo Halysidota, o mais típico de Arctiidae. Alguns Arctiídeos, com as asas fechadas, mimetisam outros insetos Assim Cissura decora Walker, 1854 (Cratosis parallela Felder, 1874), imita Homópteros Tomaspis.
Fig. 1 8 9 - Terminalia de Melese incerta Walker (Arctiinae) (Lacerda fot.).
Cercopídeos
do
gênero
BOURQUIN (1945 - Mariposas Argentinas) descreveu o desenvolvimento de Eudesmia argentinensis (Rothschild, 1912). Um dos gêneros mais curiosos pelos hábitos das Fig. 190 - Amalo helops megapyrrha (Walker, 1864) lagartas é Maenas Hbn. (Arctiinae) (Lacerda fot.). (Palustra). SHARP, 1907 - Insects), resumindo as obsevações de LABOULBENE e de BERG, disse o que se segue: "The larvae of the South American genus Palustra, though very like other Eupterotidae caterpillars are aquatic in their habits, and
228
INSETOS DO BRASIL swim by coiling themselves and making movements of extension; the hair on the back is in the form of dense brushes, but at the sides of the
Fig. 191 - Clemensia panthera (Schaus, 1896) (Lithosiinae) (Lacerda fot.).
Fig. 192 - Asas de Clemensia panthera (Schaus) (Lithosiinae) (Lacerda fot.).
LEPIDOPTERA
229
body it is longer and more remote; when the creatures comes to the surface - which is bur rarely - the dorsal brushes are quite dry while t h e lateral hairs are wet. The stigmata are extremely small, and the mode of respiration is not fully known. I t was noticed t h a t t a k e n out of the w a t e r and walking in the open air, these caterpillars have b u t ittle power of maint a i n i n g their equilibrium. They pupate b e n e a t h the water in a singular manner: Fig. 193 - Terminalia de Clemensia panthera (Schaus) (Lacerda fot.). a first one h a v i n g f o r m e d its coccon, others come successively and add theirs to ir, so as to form a mass.
Another species of Palustra, P. burmeisteri Berg, is also believed to breathe by means of air entangled in its long clothing; it comes to the surface occasionally to renew the supply; the hairs of the shorter brushes are each swollen at the extremity, bui whether this may be in connexion with respiration is not known. This species pupates out of the water, between the leaves of plants".
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Família NOLIDAE (Nolidae Speyer, 18621; Clamydophoridae Grote, 1896)2 89. Caracteres, tuóides apresentando
etc. - Família de pequenas mariposas nocos seguintes caracteres. Antenas nos machos
pectinadas ou longamente ciliadas. Sem ocelos. deradamente desenvolvida; palpos labiais porretos,
Espiritromba morostriformes. Asas
anteriores geralmente apresentando 3 tufos de escamas erectas; longitudinalmente dispostas; Cu quadrifurcada nas asas anteriores e, quasi sempre, trífida nas posteriores, pela fusão de M 3 e Cu 1a; Sc fundida com Rs numa certa extensão. Lagartas revestidas de pêlos em tufos, sem o 1.º par de pernas abdominais e sòmente com uma verruga subdorsal em cada urômero. Geralmente vivem sob dobras nas fôlhas de que se alimentam. Crisálidas protegidas por melhante ao dos Noctuídeos com
valva
vertical
retràtil,
em
casulo de aspecto característico, seda subfamília Sarrothripinae, isto é, forma
1 De Nola, nome próprio. (chlamys, idos), manto; 2 De
de
canoa.
(phoros), portador.
LEPIDOPTERA
233
HAMPSON (1900) e outros autores consideram os Nolídeos como uma subfamília de Arctiidae, por êle considerada a mais adiantada família de tôda a ordem. DYAR, entretanto, incluiu-os em Tineoidea, perto de Limacodidae, Megalopygidae, etc. Poucas espécies constituem esta família. E m nosso território encontram-se espécies de Nola Leach, aliás, o principal gênero. As lagartas de Celama sorghiella (Riley, 1882), que em Porto Rico a t a c a m várias Gramíneas, inclusive a cana de açúcar, em Minas Gerais, segundo HAMBLETON, a l i m e n t a m - s e de sorgo.
Família C T E N U C H I D A E (Ctenuchidae Kirby, 18371; Hexaneuridae Wallengren2, 1862-65; Syntomidae Snellen, 18673; Glaucopidae Burmeister, 18784; Euchromiidae Neumoegen e Dyar, 18945; Syntomididae Strand, 1914; Amatidae Janse, 1917; Hampson, 19186; Amatoidea e Syntomoidea D'Almeida, 1932, partim).
90. Caracteres - Mariposas pequenas, geralmente com menos de 5 cm. de envergadura, u m a s de asas escuras e áreas claras, amarelas ou vermelhas, outras com o corpo d i v e r s a m e n t e colorido, porém com as asas quase t o t a l m e n t e transparentes. Antenas simples, ciliadas ou, nos machos, bipectinadas. Ocelos perfeitamente visíveis. E s p i r i t r o m b a b e m desenvolvida; palpos labiais geralmente descendentes ou curvados para baixo, às vêzes curtos e porretos. Tímpanos, abaixo das asas posteriores, protegidos por processo opercular apenso à parte supra-espiracular do primeiro urômero. Cubitus das asas anteriores a p a r e n t e m e n t e quadrifurcado, exceto nas espécies que não a p r e s e n t a m M 2 . Asas (fig. 197) posteriores geralmente pequenas, ou m e s m o muito pequenas em tipos mais especializados, providas de frênulum; Sc ausente em quase tôdas as espécies, caráter êste dado como principal na distinção destas mariposas dos Arctiídeos. Há, to1 De (cteis), pente; (echo), tenho. 2 De (hex); (neuron). nervo, nervura. (tome), corte, incisura. 3 De (syn), juntamente; 4 De (glaucos), esverdeado; (ops), ôlho. 5 De (eu), bem; (chroma), côr. 6 De Amata.
234
INSETOS DO BRASIL
davia, espécies de Eucereon Hübner, Episcepsis Hübner, Aclytia Hübner e Hyaleucerea Butler, que a apresentam; como também há alguns Arctiídeos, cujas asas posteriores ou não t ê m Sc ou a possuem mais ou menos abortada. Cúbito apar e n t e m e n t e quadri, tri ou bifurcado.
Fig. 194 - Cosmosoma sp., perto de C. regia (Schaus, 1894) (Ctenuchidae) (Lacerda fot.).
91. Hábitos - Mariposas de hábitos geralmente diurnos ou semidiurnos; algumas, porém, v o a m só, ou principalmente, à noite.
Lagartas, como as da família Arctiídae, mais ou menos densamente pilosas, com u m tufo subdorsal de cada lado do mesotórax
Fig. 195 -
Crilálida de Saurita sericea (Herrick-Schäffer, 1854) (Ctenuchidae) (Lacerda fot.) (aumentada)
e do metatórax. Ao tecerem os casulos, t a m b é m como nas espécies daquela família, deixam muitos pêlos destacados da exuvia larval presos à parede do casulo.
LEPIDOPTERA 92. Classificação - A de 2 . 0 0 0 e s p é c i e s , e m m a i o r palmente
da América
Segundo famílias, chave:
FORRES
235
família
Ctenuchidae
número
das
regiões
compreende
cêrca
tropicais,
princi-
do Sul. (1939)
a
família
deve
q u e se d i s t i n g u e m p e l o s c a r a c t e r e s
ser
dividida
assinalados
em
3
sub-
na seguinte
1
-
Do ângulo anterior da célula da asa posterior só parte uma nervura, porque Rs e M1 coalescern (espécies do velho continente) A m a t i n a e
1'
-
Do ângulo "interior da célula partem as nervuras Rs e M1 ............. 2
2 (1') -
M 2, na asa posterior, ausente ou rudimentar e; neste caso, partindo do ângulo das discocelulares; Cu1a e Cu1b em forquilha, ou fundidas numa só nervura (cúbito aparentemente bífido) . . . . . . E u c h r o m i i n a e
2'
M 2 , na asa posterior, bem desenvolvida e curvada, originando-se abaixo do ângulo das discocelulares; Cu1a e Cu1b bem afasta, das na origem (exceto no grupo Horama) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . C t e n u c h i n a e
-
93. Espécies mais interessantes - Em meu "3.º Catálogo" m e n c i o n o "algumas espécies d e s t a f a m í l i a c u j a s l a g a r t a s f o r a m o b s e r vadas atac ando plantas con h e c i d a s . E x c e t u a n d o , porém, Syntomeida melanthus, as d e m a i s são de p o u c o ou n e n h u m a i m p o r t â n c i a econ ô m i c a . Referirei, t o d a v i a , a l g u n s dos m a i s c o n h e c i d o s representantes das duas Fig. 196 - Syntomeida melanthus (Camer, 1780) subfamílias. (Ctenuchidae) (Lacerda fot.). Cosmosoma auge (Linnaeus, 1767) (=C. omphale Hübner, 1823). Um dos Eucromiíneos mais frequentemente encontrados em nosso território. A área de distribuição do mesmo estende-se do México a Argentina. Possui asas em grande parte vidradas, com as nervuras, a margem alar e a parte apical das asas anteriores de côr negra: corpo de côr vermelha, com a parte distal enegrecida e c o m m á c u l a s azuis claras.
A scandens
lagarta e
alimenta-se
Lagenaria
vulgaris.
principalmente
de
fôlhas
de
Mikania
236
INSETOS DO BRASIL
Saurita cassandra (L., 1758) - Outra espécie frequentemente encontrada em nosso país e igualmente de vasta distribuição geo-
Fig. 197 - Asas de Syntomeida melanthus (Cramer, 1780) (Ctenuchidae) (Lacerda fot.).
gráfica. RAYMUNDO DA SILVA (1907) (Lepid. do Brasil), assim
descreve o inseto: "38 mill. de e n v e r g a d u r a . Azas superiores e inferiores de u m negro l e v e m e n t e a r r u i v a d o , c o m as n e r v u r a s negras; a n t e n n a s n e g r a s ; o l h o s negro-arruivados; thorax negro-avelludado, marcado anteriormente, na inserção c o m a cabeça, p o r u m p o n t o de u m azul-verde metallico s e g u i d o lateralmente de um outro vermelho; abdomen negro, marcado anteriorm e n t e n a inserção c o m o t h o r a x , p o r tres m a n c h i n h a s v e r m e l h a s , e l a t e r a l m e n t e e m c a d a s e g m e n t o por u m a m a n c h i n h a de u m v e r d e - m e tallico, c a m b i a n t e p a r a azul. F a c e superior d a s q u a t r o a z a s d a côr d a superior; palpos e p a t a s negros; t h o r a x n e g r o m a n c h a d o de v e r m e l h o vivo; abdomen negro com alguns pontos de verde-metallico. Macho m u i t o s e m e l h a n t e a femea, m e d i n d o de 30 a 35 mill. de e n v e r g a d u r a . Lagarta vivendo algumas vezes sobre as folhas do abacateiro (Persea gratissima Goertner), c o m 30 e 35 mill. de c o m p r i m e n t o , c o m a cabeça de u m b r a n c o - a z u l a d o e os lobulos negros; corpo de u m v e r m e l h o - a l a r a n j a d o coberto de c o m p a c t o pello n e g r o - a v e l l u d a d o t e n d o os dois primeiros s e g m e n t o s de u m b r a n c o - a z u l a d o , m u n i d o s de t u f o s de longo
LEPIDOPTERA
237
pello mesclado de branco e negro; face inferior do corpo de um vermelho laranja, com as patas esbranquiçadas. Chrysalida-se encerrada em um casulo oblongo, de 30 mill. de comprimento, feltroso, compacto, negro, mesclado de pardilho. Chrysalida medindo 18 mill. de comprimento, a principio esbranquiçada com os segmentos arruivados e depois de 7 a 8 horas, de um castanho-ruivo com os segmentos anegrados. Inseto perfeito depois de 18 a 20 dias". Macrocneme chromiinae,
chrysitis
que também
(Guérin,
1843).
se e n c o n t r a
Outra
espécie
de
Eu-
do México ao Rio Grande
Sul. MABILDE ( 1 8 9 6 ) d á a s e g u i n t e lagarta:
descrição
da
mariposa
do
e da
"M. iole: é preta com a raiz das asas de azul escuro brilhante; tem 4 ponctinhos brancos sobre a cintura e brancas tambem as ponctas das azas posteriores; por baixo é egual. A femea, menos brilhante, tem as antennas mais tinas. A lagarta, encarnada, com anneis pretos, tem uma fila de ponctos azues sobre cada annel preto, com raro pello tambem preto sobre o corpo. Achão-se em Outubro e Novembro no cambarasinho dos campos e no guaco; o cazulo, de pouco tecido cinzento, é fraco ou podre e forma-se entre folhas seccas, galhos, etc. A borboleta nasce no fim de 10 dias; é vulgar em qualquer logar".
A subfamília Ctenuchinae, como Euchromiinae, compreende muitos gêneros, alguns dos quais, como Eucereon Hübner, com grande número de espécies.
Do gênero Delphyre Walker, aliás próximo daquele, devo mencionar Delphyre rufiventris (Schaus, 1894), cuja lagarta causa danos a figueira cultivada, segundo observação Manaus. Eis o que êle diz do inseto:
de
DA
MATTA,
feita
em
"Mui velozes e sagazes, de movimentação brusca para traz e para diante, coloridas em cinzento escuro, caracterisavam-se por lindos feixes de cerdas dispostas de modo original. A porção cephalica, de côr marron escura e lustroza, possuía duas pequeninas e fortes tenazes; o corpo apresentava faixa longitudinal, de extremo a extremo. E m seu terço posterior, o corpo era marron claro, com a coloração "beige" nas porções lateraes; n a ventral tres pares de garras e as ventosas. No dorso se encontravam oito feixes de cerdas, sendo o ultimo, subdividido em dois, u m destes, porem, o maior de todos; outros sete nas porções lateraes, todos symetricamente dispostos. Os feixes di-
238
INSETOS DO BRASIL minuiam de tamanho até os dois terços posteriores do corpo da larva, onde o ultimo se destacava pelo tamanho (até 25 mm.). As cerdas, implantadas em pequena base, em cada feixe, são divergentes, por isso se entrecrusam com as dos feixes visinhos, e de tal modo que offerecem um lindo aspecto, principalmente quando as larvas em movimento rapido pela ondulação apresentada. Vivem as larvas em sociedade e praticam nas folhas das figueiras os maiores estragos. Occasiões ha que somente as nervuras das folhas resistem; e o vegetal em determinados pontos assim desnudo, tem um aspecto sombrio e doloroso. Poder-se-á calcular um vegetal de especie da figueira, de existencia fragil e delicada, considerado exotico no Amazonas, o damno extraordinario que experimenta em taes condições, com a aggravante que a folha incompletamente atacada pelas larvas as partes sans restantes se crestam com presteza e facilidade sob a influencia do sól. A figueira assim tem apparencia desagradavel e triste. Taes larvas possuem certa particularidade. Vorazes em demasia, lhes não agrada ficarem ao sól nas horas de maior calôr. Descem pelos pequenos galhos, ou ramos, e se agasalham em certos pontos, até perto do sólo, para depois subirem para continuar o trabalho de destruição. As larvas pertencem a pequeno lepidoptero nos mezes de Abril a Junho".
Syntomeida
melanthus
(Cramer,
1789)
(figs.
e foram observadas
196
e
197).
Transcrevo as observações de D'ALMEIDA (1933), em artigo sôbre Syntomeida melanthus albifasciata Butler, 1876, obtida de lagartas criadas no Rio com fôlhas de Ipomoea fistulosa. "Les oeufs, d'un jaune orange (?)(1), coniques, ou plutôt rappelant la forme de l'extrémité d'un ellipsoide très allongè, sont lisses, ayant un peu plus de 0,5 mm. sur le grand axe. Ils sont déposés nu nombre de 120 à 130 sur la face inférieure des feuilles d'une plante de la famille Convolvulacée (Ipomoea fistulosa Mart.). Les petits vers, en naissant, ne mesurent que 1,5 mm. de longueur, ils sont jaunâtres, présentant plus tard un ton un peu sale, pointillés de brun; c'est de chacun de ces petits points que sort un poil relativement long, t a n t ô t clair, t a n t ô t brun; le dos verdit parfois, le segment prothoracique est marqué sur le dos d'une tache transverse noirâte et la tête est de cette couleur. A mesure que les vers s'approchent de la première mue, ils deviennent d'un jaune très pâle, la nuance verdâtre du dos s'évanouit même complètement; cette mue effectuée, ils acquiè1 Du moins deux oeufs pas éclos étaient de cette couleur.
LEPIDOPTERA
239
rent la taille de 5 mm., leur coloration fondamentale est le jaune plus ou moins brunâtre avec de petites taches irrègulières peu nettes blanchâtres et de petites raches ampoulées brunes, d'où prennent naissance des poils noirâtres et blanchâtres. La tête et la marque dorsale du segment prothoracique ne changent pas de couleur. Après la deuxième mue, leur corps, long de 7mm., d'un brun foncé faiblement rougeâtre, est orné de quelques petites macules irrégulières blanchâtres obsolètes, dont quelques-unes se montrent en forme de fins traits transversaux, d'autres en forme de cercles, entourant de petites raches ampoulées noirâtres porvues de poils hérissés de même nuance, les segments 2, 3 et 11 ont sur le dos des touffes plus longues et plus compactes; la tête et la macule transverse du segment prothoracique ne changent pas. Après la troisième mue, les vers atteignent 12mm. de longueur et prennent une teinte fondamentale brun noirâte tirant légèrement sur le rougeâtre, les traits et les cercles blanchâtres subsistent, la tête et les ampoules ne se modifient pas, les touffes sont ouvertes et les poils qui les composent sont munis de nombreuses ramifications minuscules noires, la plupart des poils sont de même nuance, les touffes dorsales des segments 2, 3 et 11 sont néanmoins plus longues et ont les poils plus serrés. Les vers acquièrent la taille de 17mm., après avoir subi la quatrième mue, mais ils ressemblent a ceux de I'âge précédent, à part les touffes qui sont plus compactes, notamment celles du dos, dont les poils plus gros ont des ramifications plus nombreuses. Il y a des vers qui deviennent adultes après la cinquième mue, d'autres cependeant subissent encore une sixième mue pour atteindre alors ce stade. Les vers, arrivés au terme de leur développement, sont noirâtres, longs de 25 mm., ayant beaucoup de petites taches éparpillées allongées, transverses, jaunâtres, dont celles situées sur les flancs des segments prothoracique, mésothoracique et dernier abdominal sont d'un blanc jaunâtre sale, les flancs presentent encore des points jaunâtres, la tête est petite, noire, jaunissant vers la bouche, les antennes sont aussi jaunâtres. Leur corps est revêtu de poils longs, implantes en touffes épaisses, et dont la tige est hérissée de nombreux ramuscules extrêmement courts et fins, visibles à la loupe; ce sont ces ramuscules qui prêtent l'apparence de laine à la fourrure; les touffes des segments 2, 3 et 11 sont fines et longues, en forme de pinceaux, tandis que celles des segments 4-11, au contraire, sont courtes comme des brosses, noirâtres, excepté les dorsales des segments 6-9 qui sont blanches, dont 4 implantées de chaque côté et 4 plus petites au milieu, ces dernières placées aux segments 8 et 9; toutes les autres touffes sont noirâtres, y compris qualques-unes plus petites sur les flancs des segments thoraciques et du dernier abdominal, dont les poils sont rayonnants; les 4 touffes dorsales des segments 2 et 3 sont les plus Iongues. Les vers, lorsqu'on secoue la plante ou ils se trouvent, se laissent tomber, comme généralement toutes les autres espèces de la super-
240
INSETOS DO BRASIL famille Amatoidea , mais quand ils sont encore petits, ils descendent ordinairement le long d'un fil. Nous avons observé que cette mauvaise coutume de se précipiter au sol est la cause de la m o r t de beaucoup de petites chenilles de cette superfamille, lesquelles, après la chute, ne rencontrent que rarement la plante nourricière, à moins que celle-ci soit très basse. Ces chenilles, peu atténuées aux extremités, avec la tête très petite. sont, comme d'ailleurs toutes celles de la superfamille Amatoidea, très actives; celles qui changent six fois de peau, mesurent 1,5 mm. au 1er âge et elles sont parfois d'un blanc jaunâtre; au 2e, elIes atteignent 3 mm. de longueur et présentent une tonalité d ' u n blanc sale jaunâtre avec de minuscule ampoules punctiformes brunâtres, sur lesquelles s'appuie un poil relativement long noirâtre, la téte et une tache ou courte bandelette transverse sur le dos du segment prothoracique de cette même nuance. Aux 3e, 4e 5e, 6e et 7e âges, les chenilles mesurent 5, 7, 12, 17 et 25 mm. de longueur; ces âges sont respectivement en rapport. avec les 2 e 3 e 4 e 5e et 6 e âges des chenilles à 5 mues. Elles se chrysalident cachées dans un cocon mou, oblong, long de 17 mm., confectionné exclusivement de leur fourrure et de quelques fils de soie et ressemblant à une chenille rétrécie. Il est b r u n avec les côtés blanchâtres et le sommet hérissé de poils en forme de petites houppes et il est placé contre les troncs et parfois sur les fins rameaux des arbres. La chrysalide, dont la taille varie de 13 à 14 mm., cylindrique. pas atténuée aux extrémités, lisse, ne présentant q u ' u n léger pointillé peu visible à la loupe, est d'un châtain foncé, n ' a y a n t de noir que les stigmates, les gaines des antennes, de la trompe et des pattes; outre des traits qui séparent les enveloppes alaires et les yeux, iI se trouve des anneaux sur les segments abdominaux et thoraciques; sur chaque segment de l'abdomen toutefois les anneaux sont doubles, dont l'antérieur est fin et le postérieur plus large".
Segundo MARQUES (1932), que também teve o ensejo de acompanhar o desenvolvimento de Syntomeida melanthus em batata-doce, a eclosão dos ovos verifica-se 8 a 12 dias depois da postura, as lagartas atingem o desenvolvimento completo em 23 a 35 dias e as mariposas saem das crisálidas 8 a 10 dias depois. F. HOFFMANN, em suas "Beiträge z. Naturg. brasilianischer Schmetterlinge" (1932 e 1939), descreveu os estádios do desenvolvimento das seguintes espécies: Eucercon chalcodon Druee, 1893; Eucereon discolor (Walker, 1856); Eurota strigiventris (Guérin, 1830);
LEPIDOPTERA
241
Coreura fida (Hübner, 1827); Cyanopepla fastuosa (Walker, 1854); Cyanopepla jucunda (Walker, 1854); Gymnelia torquata (Druce, 1883); Gymnelia xanthogastra (Perty, 1843); Napata bunghaasi e Phoeniostacta haematabasis Hampson, 1898.
D'ALMEIDA (1933) tratou também dos estádios do desenvolvimento de Antichloris loennus e Isanthrene incendiaria (Hübner, 1827). Os Ctenuchidae, como os EgeFig. 198 - Terminalia de Macrocneme sura rídeos, oferecem-nos belos exemSchaus, 1901 (Ctenuchidae) (Lacerda fot.). p l o s de mimetismo, principalmente com Himenópteros das famílias Vespidae, dos gêneros Polistes e Polybia, e Psammocharidae do gênero Pepsis. Os mais perfeitos verificam-se com espécies dos gêneros Argyroeides Butler (mimetismo com vespas do gênero Megacanthus Ducke) Diptilon Prittw. (mimetismo com vespas de gênero Polybia), Empyreuma Hübner, Macrocnme Hübner (mimetismo com Pepsis) e Pseudosphex Hübner (mimetismo com Polistes, ver. (fig. 199) e Braconídeos dos gêneros Ipobracon e Iphiaulax). Uma espécie que também mimetisa êsses Himenopteros é Rhynchopyga meisteri (Berg, 1883). As espécies dos gêneros Correbia HerrichSchä ffer e Correbidia Hampson, mimetisam Coleópteros do gênero Colobothea, da família Lycidae O mesmo se verifica com algumas espécies de Dycladia Felder, enquanto que outras, dêste mesmo gênero, mimetisam perfeitamente Himenópteros da subordem Chalastogastra (Sessiliventres). Fig. 199 - Pseudosphex rubripalpus Hampson, 1901 (Ctenuchidae) (Lacerda fot.).
As espécies do gênero Trichura Hübner, pela forma e côr geral do corpo, muito se parecem com Vespídeos dos gêneros Polistes ou Polybia. Todavia a presença de longo processo caudal, lembrando o aspecto de um ovipositor ou terebra, dá-lhes a aparência de
242
INSETOS DO BRASIL
fêmea
de
um
Icneumonídeo.
Ver
o
que
SEITZ
(1890)
escreveu
a,
respeito de uma Trichura por êle observada no Rio de Janeiro.
94. Bibliografia. BOURQUIN, F. 1942 - Metamorfosis de E u r o t a hermione (Amatidae). Rev. Soc. Ent. Argent., 11 : 214-220, figs. 1944 - Observaciones sobre la metamorfosis de Eurota igniventris Burm. 1878. 1945 - Observaciones complementares sobre la metamorfosis de Eurota igniventris Burm, 1878 (Lep.) (Euchromiidae). Rev. Argent. Ent., 2 : 27-30, 1 fig., 1 est. 1945 - Observaciones sobre E u r o t a strigiventris (Guérin, 1830). 1945 - Observaciones sobre Androcharta rubrocinta (Burmeister, 1878). 1945 - Observaciones sobre E u r o t a igniventris (Burmeister, 1878). "Mariposas Argentinas": 45, 145, 185.
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LEPIDOPTERA
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-
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Superfamília 95.
Posição
sistemática
MIMALLONOIDEA -
SHARP,
ao
tratar
destas
mariposas,
assim se manifestou: "The moths of the genus Perophora have for long been an enigma to systematists, and have been placed as abnormal members of Psychidae or of Drepanidae, but Packard now treats them as a distint famely".
246
INSETOS DO BRASIL
FORBES (1920, Lep. N . Y.), c h a m a n d o a t e n ç ã o p a r a o c a r á t e r S a t u r n i o i d e d a s p u p a s , a l i á s de a c o r d o c o m o c o n s e n s o g e r a l d e q u e ê s t e g r u p o se a c h a r e l a c i o n a d o c o m os S u t u r n i d e o s a n c e s t r a i s , incluio-o e m U r a n i o i d e a . A opinião a seguinte:
de
HANDLIRSCH
(1925
-
Handbuch
der
Entomologie
"Nach Jordan sind die Perophoriden mit den Bombyciden verwandt; doch meine ich, dass sie weder von diesen noch diese von jenen abgeleitet werden können, und stelle daher die jedenfalls sehr auffalende Gruppe in die Nähe der Limacodiden, an den Schluss der Tineoidea". Finalmente, a opinião de COMSTOCK: "The Lacosomidae seem to be the sole survivors of a very distinct line descent. In many respects they appear to be closely allied to the Bombycidae and to the Saturnioidea; but they differ markedely both in the structure and in the habits of the larvae; and, too, the wings of the adult, although at first sight resembling those of the silk-worm, are really quite different. In the coalescence of the branches of radius of the fore wing veins R3 and R4 remain widely separate while in the Bombycidae and in the Saturnoidea, these are the first branches to coalesce". Em face de tais divergências relativas à posição sistemática destas mariposas, parece-me melhor separá-las provisòriamente em grupo distinto - Mimallonoidea, com os caracteres da respectiva família.
Família M I M A L L O N I D A E (Mimallonidae Burmeister, 18781; Lacosomidae Neumoegen & Dyar, 18932; Perophoridae Packard, 18953; Locosomidae Comstock, 1895; Ptochopsychidae Grote, 1896; Cicinnidae Schaus, 19024; Lacosomatidae Brues & Melander, 1915)
96. Caracteres - Mariposas e de côres p o u c o v i s t o s a s .
de
porte
Antenas curtas, longamente pectinadas tosema. Maxilas e palpos reduzidos. 1 2 3 4
De De De De
(mimallones), n o m e m i t o l ó g i c o . (lacos), t r a p o ; (soma), corpo. (pera), s a c o ; (phoros), q u e le va . (cicinos), u m a m e c h a ou a n e l d e p e l o s .
nos
médio, machos.
bombiciformes Sem
chae-
LEPIDOPTERA
247
Asas (fig. 202) anteriores, via de regra, falcadas; M ausente ou vestigial dentro da célula; M2 partindo de perto do meio das discocelulares; R2 e R3 saindo de longo pedúnculo, que é largamente afastado do que dá as nervuras R4 e R5. Asas posteriores com a região umeral ampliada e sem frenulum, ou com êste muito pequeno. Sc fundida com R Fig. 200 - Mimallo amilia Stoll, 1780 numa certa distância perto da base, (macho) (Mimallonidae) (Lacerda fot.) depois divergindo da célula; M2 partindo do meio das discocelulares; 2 anais distintas e Cu2 mais ou menos visível na parte distal. 97. Espécies mais interessantes - Há cerca de 200 espécies desta família, quase tôdas da região neotropical.
As mais interessantes pertencem aos gêneros Mimallo Hübner, Cicinnus Blanchard (Perophora Harry, 1841, Mimallo Berg, Ptochopsyche Grote, 1896)1 da subfamília Mimalloninae e Menevia Schaus, da subfamília Lacosomatinae. No Rio de Janeiro as duas espécies mais frequentemente encontradas são Mimallo amilia (Stoll, 1780) (figs. 200 e 203) e Menevia plagiata (Walker, 1855). Fig. 201 - Mimallo amilia Stoll, 1780 (fêmea) (Mimallonidae) (Lacerda fot.).
As lagartas da primeira alimentam-se de fôlhas de várias mirtáceas, principalmente goiabeira (Psidium spp.). São frequentemente parasitadas por larvas de môscas da família Tachinidae, provàvelmente do gênero Tapajohougia. Em São Paulo, segundo verificação de SAUER, são parasitadas por Conura flavicans (Chalcididae). 1 A espécie tipo destes gêneros é Perophora melsheimeri Harris, 1841, que, segundo FORBES
(1928) e outros que a estudaram, pertence ao gênero Cicinnus.
248
INSETOS DO BRASIL
Os casulos apresentam, presos ao tecido de sêda grosseiro que os constituem, fragmentos de caule, de fôlhas e escrementos da lagarta. As lagartas de Menevia plagiata alimentam-se especialmente de folhas de amendoeira (Terminalía catappa). Vivem dentro de um
Fig. 202 - Asas de Mimallo amilia (Mimallonidae) (Lacerda del.).
casulo de aspecto característico (fig. 204), assim descrito por BENEDITO RAYMUNDO (1919):
LEPIDOPTERA
249
" C a s u l o e m f o r m a de barrilete, as vezes l i g e i r a m e n t e q u e r e n a d o , m u i t o duro, de u m cinzento b r u n a c e o , c o m d u a s a b e r t u r a s , u m a anterior e o u t r a posterior, t e n d o n a s d u a s e x t r e m i d a d e s , ou n ' u m a só, u m a p e n dice e por vezes v a r i o s fios resistentes, que o p r e n d e m as folhas e ao caule do vegetal; m e d e m no m a i o r eixo de 0 , 0 3 0 a 0 , 0 3 5 e no m e n o r de 0,010 a 0,015".
N a figura 204 veem-se os casulos de Cicinnus despecta (Walker, 1855) (Mimallo curtisea Weyenberg, 1874), que se encontra no
Fig. 203 - Terminalia de Mimallo amilia (Mimallonidae) (Lacerda fot.).
Brasil e na República Argentina, de Menevia plagiata e de outra espécie não identificada.
98. Bibliografia. BERG, C. 1876
-
Untersuchungen über die Gattung Mimallo Arten. Hor. Soc. E n t . Ross., 1 2 : 158-176.
Hübner's
und
ihre
D'ALMEIDA, R. F. 1943
-
Alguns tipos dos gêneros da ordem Lepidoptera: Quarta Heterocera, Fam. Mimallonidae. Bol. Mus. Nac. Rio de Janeiro, (n.s.), 10:6 p.
nota:
250
INSETOS DO BRASIL
WEYENBERG, H. 1874 - Mimallo curtisea Weyenb.
Tijds. Ent., 17: 220-224, est. 13.
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Superfamília SATURNIOIDEA Saturnoidea
Dyar,
1902;
99. Caracteres, superfamília são, em
Saturnioidea Mosher, 1916; Attacoidea Phalaenoidea T e s t o u t , 1941)
desenvolvimento geral,
mariposas
-
Os grandes
Testout,
representantes ou
muito
1941 1;
desta grandes,
de corpo robusto, bombiciforme e asas largas, as posteriores, em algumas espécies, longamente caudadas. A esta superfamília pertencem algumas das mais belas mariposas de hábitos noturnos. Cabeça relativamente pequena e mais ou menos retraída no tórax. As antenas, nas fêmeas, podem ser simples; nos machos, porém, apresentam-se bipectinadas até o ápice, ou até o meio. Fig. 204 - Casulos de: 1 - Menevia plagiata (Walker l855). 2 - Cicinus despecta (Walker, 1855) (Mimallonidae).
sente ou rudimentar. Algumas ou menos desenvolvida. Palpos 1 De
Ocelos ausentes. Espiritromba geralmente auespécies, porém, apresentam-na mais labiais, via de regra, pequenos.
(attacos), gafanhoto, inseto.
LEPIDOPTERA
251
Asas mais ou menos densamente escamosas; em algumas espécies (Rothschildia Grote), com áreas translúcidas, em outras (Heliconisa
Walker,
1855),
quase
totalmente
descamadas.
Nas
an-
Fig. 205 - Adelocephala cadmus Walker, 1855, macho (Adelocephalidae) (Gentilmente cedido por J. Oiticica F.º).
teriores, ausente, pelo menos, um dos ramos de R (provavelmente
R5 segundo FORBES). Posteriores sem frenulum; área humeral mais ou menos expandida e às vêzes com nervura humeral (precostal) partindo de Sc; esta livre e divergindo da, célula desde a base; Cu 2 (1ª A) ausente; uma ou duas anais distintas. Fig. 206 - Antena de macho de Eacles (Adelocephalidae) (Lacerda fot.).
As asas posteriores em alguns gêneros são
longamente caudadas (espécies da região (oriental do gênero Actias Leach (Adelocephalidae) e sul-americanas do gênero Copiopteryx (Adelocephalidae).
252
INSETOS DO BRASIL Ovos
providas
do de
mais
(scoli)
tipo
processos ou
achatado.
Lagartas
filiformes
e
menos
geralmente
tubérculos
conspícuos,
não
ou
raro
glabras,
processos
de
côres
porém,
espinhosos
vistosas.
"A presença de scoli nas lagartas distingue esta superfamilia das demais, exceto Nymphalidae e Heliconiidae. Em Saturnioidea, porem, a cabeça nunca se apresenta tuberculada, nem cornuda e é sempre mais ou menos estreitada para parte dorsal" (Fracker, 1915). Crisálidas obtéctas. 100. de
lidae, e
Divisão
1.200
-
espécies,
A
superfamília
distribuídas
Cercophanidae,
nas
Saturnioidea seguintes
Hemileucidae,
compreende famílias:
Janiodidae,
cêrca
Adelocepha-
Oxytenidae
Saturniidae. Alguns
autores
incluem
Hemileucidae
em
Saturniidae.
Eis,
r e s p e i t o , o q u e d i z FORBES (1923): "Many authors consider the Hemileuca group also a distinct family some including and some excluding Automeris. It is certainly transitional between the Citheroniidae and Saturniidae". As mediante
1
-
1´
famílias a
citadas
seguinte
de
Saturnioidea
podem
ser
reconhecidas
chave:
Espiritromba presente, se bem que às vêzes reduzida; apenas uma nervura anal distinta na asa posterior ...........................................................
2
Espiritromba ausente ou rudimentar, neste caso, porêm, vêem-se 2 anais distintas na asa posterior .......................................................................
3
2(1) -
Antenas bipectinadas nos machos, simples nas fêmeas; S c da asa posterior, perto da base, sem ramo precostal e ligada à célula por R1 ..................................................................................... Janiodidae
2´
-
Antenas bipectinadas em ambos os sexos; S c da asa posterior com ramo precostal e não ligada à célula por R1 ...................................... Oxytenidae
3(1´) -
M1 da asa anterior partindo do segtr de R de um ponto mais ou menos afastado do fim da célula; 2 anais distintas na asa posterior (exceto em Arsenurinae); antenas da fêmea simples, do macho não pectinadas até o ápice ............................................................. Adelocephalidae
3´
M 1 da asa anterior partindo geralmente de ponto mais ou menos
-
afastado do ponto de origem do setor de R , às vêzes, entretanto, esses dois pontos muito próximos; geralmente uma só anal na asa posterior e quando há duas anais as antenas do macho são pectinadas até ao ápice ..........................................................................................
4
LEPIDOPTERA
253
4 (3') - Geralmente duas anais distintas na asa posterior ......... Hemileucidae ................................................................................... (Sectio Diphlebiae) 4' - Sòmente uma anal na asa posterior .......................... Saturniidae e Hemileucidae ................................................................................................. (Sectio Monophlebiae)
Das
famílias mencionadas, e Saturniidae,
Hemileucidae
tratarei apenas de Adelocephalidae, pois J a n i o d i d a e (Jordan, 1931),
Fig. 207 - Syssphinx molina (Cramer, 1780) (macho) (Adelocephalidae) (Gentilmente cedido por J. Oiticica F.º).
com uma dezena de espécies sulamericanas e Oxytenidae (Jordan, 1939), com cêrca de 40 espécies, também da região neotrópica, não têm espécies de interêsse econômico.
Família A D E L O C E P H A L I D A E (Ceratocampidae Harris, 18411; Adelocephalidae Burmeister, 18782; Citheroniidae Neuman & Dyar, 18943; Sphingicampinae Distant, 1900; Sphingicampidae Packard, 1901; Syssphingidae Kusnezov, 19104; Hampson 1918; Arsenuridae Bouvier, 19305; Rhescyntidae Bouvier, 19306).
101. Caracteres, etc. - Nas espécies desta família M1, nas asas anteriores, parte do tronco R 5 , que dá R 2 , R 3 e R 4 ; há 2 anais 1 De 2 De 3 De 4 De 5 De 6 De
(campe), lagar ta. (cephale), cabeça. (cithairon), nome próprio. (sphinx), esfinge. (syn), j u n t a m e n t e ; (oura), cauda. (arsen), macho; (resco), dilacero. (ceras), côrno, antena;
(adelos), oculta;
254
INSETOS DO BRASIL
distintas nas asas p o s t e r i o r e s e as antenas dos machos são p e c t i nadas até pouco além do meio da a n t e n a (figs. 206 e 208).
Fig. 208 - Asas de Eacles (Adelocephalidae) (Lacerda fot.).
O i t i c i c a ( 1 9 4 0 ) , e s t u d a n d o as pernas dos Adelocephalidae, escreve o seguinte: "O penultimo tarsômero das patas anteriores das fêmeas de Adelocephalidae a p r e s e n t a u m a s p e c t o b e m diferente do m e s m o t a r s ô m e r o n o s m a c h o s . N a s figuras d a s e s t a m p a s 12 e 13 e n a e s t a m p a 14 aparece êste fato c l a r a m e n t e . O p e n u l t i m o t a r s ô m e r o d a s p a t a s anteriores apres e n t a u m a s p e c t o de crescente c o m c a d a p o n t a a r m a d a de u m g r a n d e espinho tarsal. C o r r e s p o n d e n t e s a estes e s p i n h o s o ú l t i m o t a r s ô m e r o a p r e s e n t a em s u a base u m a região (i). E s t a região a p r e s e n t a u m rebaixo mais piloso que o resto do tarsômero no qual parecem inserirem-se os espinhos tarsais do p e n u l t i m o t a r s ô m e r o . E s t a morfologia p a r t i c u l a r
LEPIDOPTERA
255
das patas anteriores, parece ser exclusiva da super-familia Saturnioidea. Encontrei a mesma morfologia em outros gêneros desta superfamilia como Automeris, Rothschildia e outros. Um estudo futuro mais aprofundado mostrará até que ponto êste caráter morfológico das femeas poderá elucidar questões de sistematica e filogenia. Na explicação das estampas estão discriminados os generos e especies representados". As lagartas de Adelocephalidae são providas de espinhos ou processos espinhosos dorsais recurvados (scoli) geralmente mais desenvolvidos nos s e g m e n t o s toráxicos. O 8.º urômero apresenta saliência ou processo dorsal mais ou menos conspícuo (fig. 209 e 211). N ã o tecem casulo; encrisalidam no solo. A família compreende cêrca de 200 espécies americanas, cujas lagartas, entretanto, r a r a m e n t e causam danos em plantas cultivadas. mília
As espécies mais conhecidas em nosso país são as da subfaAdelocephalinae (Ceratocampinae, Citheroniinae, Syssphingi-
Fig. 209 - Lagarta de Eacles penelope ducalis WalKer, 1855 (Adelocephalidae), último estadio, sôbre goiabeira (Foto gentilmente cedido por J. (Oiticica F.º).
nae) e pertencem aos gêneros Citheronia Hübner (com Citheronia laocoon (Cramer, 1777) (=C. cacicus (Walker, 1855) e outras espécies), Eacles Hübner (com Eacles magnifica Walker, 1856 (fig. 210) (=Basilona cacicus, Boisduval, 1868) e outras espécies), Syssphinx Hübner (com Syssphinx molina (Cramer, 1781) (fig. 207) e outras espécies). Arsenurinae (Rhescyntinae), a outra subfamília de Adelocephalidae, compreende algumas das mais belas espécies da família, pertencentes aos gêneros Copiopteryx Duncan (fig. 213) (Copiopteryx
256
INSETOS DO BRASIL
semiramis (Cramer, 1885) e outras), com as asa s posteriores mais ou
menos
longamente
caudadas,
Loxolomia
Maassen
(L.
serpentina
Fig. 210 - Eacles magnifica Walker, 1855 Adelocephalidae) (Foto gentilmente cedido por Cincinato Gonçalves).
Maassen, 1869)1 e Rhescynthis Hübner (Arsenura Duncan) (Rhescynthis
armida
(Cramer,
1780).
Na
fig.
212
vê-se
um
casulo,
segundo
B. RAYMUNDO (1919), desta espécie.
Fig. 211 - Lagarta de Citheronia principalis (Walker, 1855) (Adelocephalidae), último estadio, sôbre Croton sp. (Foto gentilmente cedido por J. Oiticica F.º).
Em meu "3.° Catalogo" cito alguns dos nossos Adelocefalídeos, cuja etologia é mais ou menos conhecida, segundo os trabalhos de 1
Ver a fotografia do exemplar único de macho de L. serpentina swechti May, com 16 cm de envergadura, em "Lepidópteros neotropicais. Coleção Julius Arp." - Ministério da Educação e Saude Pública, Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1939.
LEPIDOPTERA
257
BURMEISTER, MABILDE, PETERS in BÖNNINGHAUSEN, B. RAYMUNDO, HOFFMANN, ZIKÁN, D'ALMEIDA e TRAVASSOS.
Na
Argentina
BOURQUIN
estudou
o
desenvolvimento
de
Cithe-
ronia brissotii meridionalis B o u vier, 1927, de C. vogleri ( W y e n berg, 1881), e de Syssphinx crispula Dognin, 1905. TRAVASSOS (1946) tratou do desenvolvimento de Copiopteryx semiramis (Cramer, 1775). Fig 212 - Casulo de Rhescyntis armida
Recentemente PEDRITO SILVA (Cramer, 1780) (Acelocephalidae) (Lacerda fot.). (1944) ocupou-se de Promasipoda pinguioides T o w n s e n d , môsca d a família Exoristidae, cujas larvas são e n d o p a r a s i t a s das lagartas de Rhescyntis armida. SAUER, em São Paulo, o b s e r v o u l a g a r t a s de Eacles magnifica p a r a s i t a d a s por m i c r o h i m e n ó p t e r o s dos gêneros Glypta, Hemiteles e Meteorus (Ichneumonidae). Colheu também, de lagartas parasis i t a d a s exemplare s de u m Spilochalcis e de Horismenus cockerelli, possivelmente hiperparasitos. 102. B i b l i g r a f i a . B OISDUVAL 1872 - Note sur la tribu des Adélocephalides. Ann. Soc. Ent. Belg., 15: 79-96. BONDAR, G. 1915 - A lagarta verde dos cafesaes (Citheronia magnifica). O Fazendeiro, São Paulo, 8 : 4. BOENNINGHAUSEN, V. VON (1898) 1901 - Die Heteroceren-Raupen (und Puppen) des H.T. Petersschen Manuskriptwerkes: Biologische Beitrage zur brasilianischen Schmetterlings - Fauna. Neudamm; J. Neumann, 12 p., 10 ests. BOURQUIN, F. 1940 - Metamorfosis de Citheronia vogleri Weyenberg, 1881. Rev. Soc. Ent. Arg., 10: 354-361, 1 fig., est. 7.
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Família HEMILEUCIDAE
(Hemileucidae Packard, 1893; Dirphiadae Burmeister, 1878; Hylesiidae D'Almeida 1932) 103. Caracteres, etc. - Os representantes de Hemileucidae, em geral menos vistosos que os de Adelocephalidae e de Saturniidae, apresentam caracteres observados nas espécies destas famílias. Assim, uns (sectio Monophlebiae), como em Saturniidae, apresentam
LEPIDOPTERA
261
s ò m e n t e u m a n e r v u r a anal n a asa posterior; o u t r o s (sectio Diphlebiae), possuem 2 anais como em Adelocephalidae; neles, porém, a n e r v u r a M 1 das asas anteriores, não forma forquilha com o sistema (setor) das radiais, c a r á t e r peculiar a Adelocephalidae.
Fig. 213 - Copiopteryx virgo Zikan, 1929, alotipo, fêmea (Adelocephalidae) (De Travassos, 1940).
Os Hemileucídeos, cujas asas posteriores são providas apenas de uma anal, ou que apresentam a 2.ª anal vestigial, distinguem-se dos Saturniideos porque, nestes, M 1, na asas anteriores, é larga-
262
INSETOS DO BRASIL
mente separada do setor da radial e muito aproximada de M2, ou com ela ligada no ponto de origem, caráter êste não observado em Hemileucidae. Demais, em nossos Saturniideos, a borda posterior das asas posteriores é mais ou menos côncava. A família Himeleucidae compreende mais de 500 espécies, quase tôdas americanas, distribuídas em váriaa subfamílias. Fig. 214 - Automeris liberia (Cramer. 1780) (Hemileucidae); exemplar gentilmente cedido por Aristoteles Silva, As espécies de alE. May det. (Lacerda fot.). gum interêsse econômico pertencem ao gênero Automeris Hübner, mariposas reconhecíveis pela grande mácula ocelada, negra ou vermelha, que se vê no meio das asas posteriores, caráter êste t a m b é m observado nas espécies d e Gamelia H ü b n e r e de Hyperchiria Hübner. Das várias espécies destes gêneros as mais comumentes encontradas Fig. 215 - Lagarta de Automeris (Hemileucidae) entre nós são: Automeris (Lacerda fot.). melanops (Walker, 1865), A. illustris (Walker, 1855) e Hyperchiria incisa (Walker, 1855), (figs. 216 e 217), cujas lagartras são polífagas.
B. RAYMUNDO, (1919) descrevendo a de A. melanops, diz:
"É de um verde claro um pouco amarellado, tendo do 4.° ao 8.° segmentos uma larga faixa branca transversal, guarnecida anterior e posteriormente de côr purpura vinosa. Os segmentos são ornados de espinhos verdes verticillados com as extremidades escuras; os estigmas são muito pequeninos e alaranjados e a face inferior do corpo é brunacea, tirante ao avermelhado e finamente pontilhada".
LEPIDOPTERA
Fig. 216 - Hyperchiria incisa Walker, 1855, fêmea (Femileucidae) (Foto gentilmente cedido por J. Oiticica F.º).
Fig. 217 -
Asas de Hyperchiria incisa Walker, 1855 (Himeleucidae) (Lacerda fot.).
263
264
INSETOS DO BRASIL
Os casulos são t a m b é m de aspecto característico, pois, quase sempre, apresentam, externamente aderentes, fragmentos de folhas da planta que serviu de alimento à lagarta. FERREIRA D'ALMEIDA (1944) apresentou descrições minuciosas e desenhos, não só de A. melanops, como também de A. aurantiaca Weymer, 1907 e de Hyperchiria incisa,
Fig. 218 - Hylesia umbrata Schaus, 1911 (Hemileucidae). Exemplar gentilmente cedido por Aristoteles Silva (Lacerda fot.).
BOURQUIN (1945 - Maripos a s Argentinas) descreveu o desenvolvimento de Automeris aspera (Felder, 1874), A. aurantiaca, A. coresus (Boisduval, 1859), A. grammivora Jones, 1908 e A. viridescens (Walker, 1855).
As lagartas de uma espécie de Automeris, que ataca Ricinus, segundo observação de SAUER em São Paulo, são parasitadas por Pedinopelte gravenhorsti (Ichneumonidae). No Rio, as lagartas de Automeris, em geral, são frequentemente parasitadas por Apanteles sp. (Braconidae) e por Plagiotachina sp. (Tachinidae). Hylesia Hübner (figs. 218 e 220) é outro gênero bem interessante de Hemileucidae. Compreende mais de 130 espécies americanas, as quais só serão devidamente conhecidas quando a tôdas se estender o estudo da terminália, já iniciado por - Hylesia lilex Dognin, 1923 (Hemileucidae) KOEHLER (1931) para algu- Fig 219(Foto gentilmente cedido por O Monte.). mas espécies da Argentina. No tomo 5 (pág. 30), tive o ensejo de fazer uma breve referencia aos danos causados por pelos urticantes das mariposas do gênero Hylesia. O primeiro caso interessante assinalado na literatura médica foi observado por LÉGER e MOUZELS (1918), que descreveram uma
LEPIDOPTERA
265
dermatite pruriginosa, na Guiana Francesa, causada por uma espécie de Hylesia. A observação dêsses autores foi confirmada e ampliada pelas de BOYÉ (1932) e de TISSEUIL (1935). Recentemente FLOCH e ABONNENC (1944), tratando dessa "papillonite guyanaise", t i v e r a m o e n s e j o de classificar e descrever devidamente a mariposa em apreço, que designaram como H y l e s i a articans n. sp. Relativamente a outros Fig. 220 - Hylesia fulviventris (Berg, 1883) (Hemileucidae). Exemplar gentilmente cedido por Aristoteles Silva, casos de dermatite, cauE. May det. (Lacerda fot.). sada por pêlos urticantes de mariposas do mesmo gênero, especiàlmente da H y l e s i a nigricans (Berg, 1875), devo c h a m a r atenção para os trabalhos de DALLAS (1933) e, sobretudo, para os de JOERG (1933 e 1939), citados no 5.º tomo, na bibliografia relativa a lagartas urticantes" (pág. 118). BOURQUIN (1945 - Mariposas Argentinas) descreveu os estados de desenvolvimento da última espécie citada e de Catocephala lauta (Berg, 1881).
Fig 221 - Hyperdirphia multicolor (Walker, 1855) (Hemileucidae). Exemplar gentilmente cedido por Aristoteles Silva, E. May det. (Lacerda fot.).
Em meu "3.° Catálogo" cito outros Hemileucídeos, cuja e t o l o g i a é mais ou menos conhecida pelos trabalhos dos autores a que me referi, quando tratei, linhas atrás, da parte relativa à Adelocephalidae.
Merecem também menção especial às espécies do gênero Heliconisa Walker, dentre as quais Heliconisa pagenstecheri (Geyer, 1833) (fig 224) é realmente notável pelo extraordinário dimorfismo sexual: nos machos, as asas são hialinas e quase incolores, com
266
INSETOS DO BRASIL
rena série de pequenas máculas marginais negras entre as nervuras; nas fêmeas, porém, apresentam côr de tijolo, com manchas negras dispostas entre as nervuras, da borda externa para a base. BOURQUIN estudou o desenvolvimento de Ithomisa catherina (Schaus, 1896), espécie próxima daquela. Bibliografia
-
Incluida
na
da
família
seguinte.
Família S A T U R N I I D A E (Saturniadae Harris, 1841; Saturniidae Walker, 1855; Agliidae Grote, 1895: Phalaenidae Testout, 1941)
104. Caracteres, etc. - Seguindo-se a caracterização apresenta da na chave de Saturnioidea, ver-se-á que os Saturniídeos fàcilment es e distinguem dos Adelocephalídeos. Entretanto, como já disse, torna-se relativamente difícil estabelecer uma distinção perfeita entre um verdadeiro Saturnídeo e um Hemileucídeo, pois ambos apresentam uma anal na asa posterior. E m Saturniidae, porém,
Fig. 222 - Hyperdirphia tarquinia (Cramer, 1775) (Hemileucidae). Exemplar gentilmente cedido por A. Silva, E. May det. (Lacerda fot.).
M 1 é distintamente separada do setor radial e muito aproximada de M2, o u com ela ligada e m forquilha no p o n t o de origem. Além disso, nos
nossos Saturniídeos a borda posterior das asas posteriores é mais ou menos côncava. As mariposas desta família, geralmente, são providas de asas amplas, várias apresentando no meio, ora máculas
ocelares, ora
áreas translúcidas contrastando com o resto da superfície alar, que revestida de escamas.
LEPIDOPTERA As l a g a r t a s a p r e s e n t a m t a m b é m t u b é r c u l o s n ã o t ê m s a l i ê n c i a d o r s a l no 9.º u r ô m e r o .
267 espinhosos,
mas
Fig. 223 - Dirphia avia Cramer, 1785. f. triangulum Walker, 1855. Exemplar gentilmente cedido por Aristóteles Silva, E. May det. (Hemileucidae) (Lacerda fot.).
tância
Umas encrisalidam no solo, outras porém aliás as de maior imporeconômica, tecem casulos de sêda mais ou menos espessos.
Fig. 224 - Heliconisa pagenstecheri (Geyse, 1837) (Hemileucidae) (Lacerda fot.).
A família compreende perto de 300 espécies. As mais importantes no Brasil, pertencem aos gêneros Copaxa W a l k e r (subfamília
268
INSETOS DO BRASIL
Saturniinae) e Rothschildia Grote (subfamília Attacinae), estas bem interessantes, não sòmente pelo belo aspecto das mariposas, como
Fig. 225 - Asas de Micrattacus nanus Walker, 1855 (Hemileucidae) (Lacerda del.).
porque as lagartas tecem casulos que, pela qualidade da sêda, poderiam ser industrialmente aproveitados.
LEPIDOPTERA
269
As espécies mais c o m u m e n t e e n c o n t r a d a s no Rio de J a n e i r o são Rothschildia aurota (Cramer, 1776), Rothschildia betis (Walker, 1855) e Rothschildia jacobaeae (Walker, 1855) (fig. 227). A primeira, a mais bela e vistosa e u m a das mais conhecidas no Brasil, é conhecida pelo n o m e de Bombyx brasileira. As lagartas, conquanto polífagas como as demais do gênero
Rothschildia, parecem preferir fôlhas d a m a m o n e i r a (Ricinus communis) e da mandioca (Manihot utilissima). D u r a n t e algum tempo, quando a criação do Bombyx m o r i no Brasil era pouco explorada, autores nacionais e estrangeiros ocuparam-se especialmente da R. aurota (Attacus aurota), preconizando a criação das lagartas em grande escala para a produção da sêda. N a bibliografia, que apresento em Bombycoidea, cito alguns dos mais conhecidos t r a balhos sobre o assunto. O desenvolvimento de Rothschildia betis (Walker, 1855) f o i estudado por HOFFMANN (1934). ZIKÁN (1930), em seu t r a b a l h o sobre Rothschildia hopfferi rhom-
Fig. 226 - Terminalia de Micratacus nanus Walker, 1855 (Hemileucidae) (Lacerda fot.).
bifer (Burmeister, 1887), estuda o c r u z a m e n t o de u m m a c h o desta espécie com u m a f ê m e a de jacobaeae Walker. BOURQUIN, em seu livro (1945 - Mariposas Argentinas), trata também do v i m e n t o desta última espécie n a República Argentina.
desenvol-
SAUER, em São Paulo, obteve um Taquinídeo do gênero Zygo-
frontina de u m a l a g a r t a de Rothschildia sp., e, de u m pupário encontrado em crisálida de Rothschildia sp., o Calcidídeo Perilampus paraguayensis.
270
INSETOS DO BRASIL
Fig. 227 - Rothschildia jacobaeae (Walker, 1855) (Saturniidae) (Lacerda fot.).
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Superfamília
BOMBYCOIDEA
(Lasiocampina Herrich-Schäffer, 1850; Meyrick 1895, partim; Bombycoidea Dyar, 1902)
106. Caracteres e desenvolvimento - Mariposas de tamanho médio e aspecto bombicóide, isto é, mais ou menos semelhante ao do "bicho da sêda" (Bombyx mori).
LEPIDOPTERA
275
As m a r i p o s a s q u e c o n s t i t u í a m o u t r o r a os g r u p o s d e n o m i n a d o s : "Bombycides", "Bombycina" ou "Bombycidae" acham-se atualmente distribuídas nas superfamílias Sphingoidea, Mimallonoidea, Lasiocampoidea, Bombycoidea e Saturnioidea. Daí a atual superfamília Bombycoideia ficar restrita a um n ú m e r o d e espécies r e l a t i v a -
mente pequeno (cerca de 1.300), p o r t a d o r a s d o s e guinte conjunto de caracteres. Cabeça pequena, retraída; antenas bipectinadas e m a m b o s os sexos, p o r é m m a i s Fig. 228 - Bombyx mori L. 1758 (Bombycidae) (Lacerda fot.). c o n s p i c u a m e n t e nos m a c h o s ; olhos nus; ocelos a u s e n t e s : e s p i r i t r o m b a a u s e n t e ou r e d u z i d a (exceto e m B r a h m a e i d a e ) ; p a l p o s maxilares obsoletos, labiais moderados ou também reduzidos; sem chaetosema. A s a s a n t e r i o r e s m a i s ou m e n o s l a r g a s e t r i a n g u l a r e s , g e r a l mente com todos os ramos de R; M 2 , em ambas as asas e no ponto de o r i g e m , aproximadamente a igual distância de M 1 e de M 3 (Cu aparentemente trífida); aréola e Cu2 a u s e n t e s . Asas posteriores sem f e r n u l u m , ou c o m ê s t e d e s e n v o l v i d o ; Sc, ou se afastando gradualmente de Rs, p o r é m a m b a s l i g a d a s por R 1 , ou as duas nerFig. 229 - Cabeça de Bombyx mori (Lacerda fot.). v u r a s m a i s ou m e n o s a p r o ximadas num ponto sit u a d o u m p o u c o a n t e s d o m e i o d a célula e p a r a l e l a s n u m a c e r t a d i s t â n c i a , l i g a d a s ou n ã o p o r R1.
276
INSETOS DO BRASIL
Ovos em geral, de tipo achatado. Lagartas geralmente glabras; algumas pilosas, com protuberâncias ou Verrugas em alguns dos somitos. Na maioria das espécies encrisalidam dentro de casulo de sêda fina (exceto em Brahmaeidae e em Lemoniidae).
Fig. 230 - Asas de Bombyx mori (v. fig. a 230a) (Lacerda del.)
107. Divisão - A superfamília Bombycoidea compreende as famílias: Bombycidae, Brahmaeidae, com cêrca de 20 espécies africanas e asiáticas de côres vistosas, Lemoniidae (Lemoniadae;
LEPIDOPTERA
277
Crateronygidae; Sabaliadae), com algumas espécies da Europa, Eupterotidae e Thaumatopoeidae.
230a - Asa anterior do outro lado das que se acham representadas na fig. 230. (Lacerda del.)
As 2 famílias que nos interessam, por terem sul-americanos, caracterizam-se na seguinte chave:
representantes
1 -
Frenulum presente, normalmente desenvolvido; área costal ou humeral da asa posterior não expandida; Sc aproximando-se de Rs num ponto situado perto do têrço proximal da célula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Eupterotidae
1' -
Frenulum ausente ou rudimentar; área costal ou humeral da asa posposterior mais ou menos distintamente expandida; Sc divergindo gradativamente de Rs, porém as duas nervuras ligadas por uma nervura (R1) .......................................................................................... Bombycidae
Família BOMBYCIDAE (Bombycinae Latreille, 1802, Bombycidae Leach, 1818) 108.
consideram
Caracteres,
os
etc.
-
lepidopterologistas
A
família
Bombycidae,
modernos,
tal
compreende,
como
além
a
do
genero Bombyx, com a mariposa do famoso "bicho da seda" - Bom1
De
(bombyx), bicho da sêda.
278
INSETOS DO BRASIL
byx mori L i n n a e u s , 1758 (Sericaria mori) (figs. 228-230), m e n o s d e u m a c e n t e n a d e o u t r a s espécies, q u a s e t ô d a s d a s r e g i õ e s p a l e á r t i c a e oriental. Abstenho-me de apresentar aqui dados relativos à biologia de
Bombyx
mori,
espécie
cosmopolita
de
grande
interêsse
econômico.
N a b i b l i o g r a f i a r e l a t i v a a g l â n d u l a s s e r i c í g e n a s (5. ° t o m o : 83) e n a q u e a p r e s e n t o a seguir, a c h a m - s e a s s i n a l a d o s a l g u n s d o s m a i s i n t e r e s s a n t e s t r a b a l h o s a s e r e m c o n s u l t a d o s . Aliás, c o m o b e m se p o d e imaginar, muitas dessas contribuições relativas ao inseto, principalmente sobre a criação do bicho da seda, constituem assunto da
sericicultura ou sericultura, ramo da zootecnia. S ô b r e o h i s t ó r i c o d a c r i a ç ã o do b i c h o d a s e d a r e c o m e n d o a l e i t u r a d o q u e GIARD e s c r e v e u e m seu " T r a i t é d ' e n t o m o l o g i e " (1885, 3 : 386-428). 109. B i b l i o g r a f i a .
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(Eupterotidae Hampson, 1892; Melalophidae Grote, 1895; Striphnopterygidae Aurivillius, 1901)
110. Caracteres - Os representantes desta família foram incluídos ora em Lasiocampidae, ora em Bombycidae; hoje, porem,
Fig. 231 - Asas de Compsa saturata Walker, 1862 (Eupterotinae) (Lacerda del.).
constituem um grupo perfeitamente bombicoides.
distinto , d e n t r e as m a r i p o s a s
LEPIDOPTERA
281
Possuem sistema de nervação muito parecido com o d o s Notodontídeos, porém as asas anteriores não t ê m aréola (figs. 2 3 1 - 2 3 3 ) . As pupas t a m b é m são semelhantes nas duas famílias. E n t r e t a n t o os ovos e as lagartas diferem consideràvelmente. As lagartas são cilíndricas e cobertas de numerosas cerdas secundárias, u m a s curtas, outras m u i t o alongadas; não possuem processos carnosos, nem verrugas. Os ovos são chatos (em N o t o d o n t i d a e e s f é r i c o s ) . As espécies da região Neotrópica distribuem-se nas duas subfamílias Eupterotinae (Epiinae) e Apatelodinae (Zanolinae). Nas figuras 231 e 2 3 3 v ê - s e a nervação característica d e cada u m a delas. As nossas espécies mais comuns, da subfamília Apatelodinae, pertencem aos gêneros Apatelodes Packard e Olceclostera Butler, (fig. 2 3 2 ) , cujos representantes apresentam pequena área translúcida, quadrangular, perto do ápice das asas anteriores.
Fig. 232 - Olceclostera sp. (Apatelodinae) (Lacerda fot.).
Thaumetopoeidae, muito próxima desta família, foi incluída por alguns autores em Notodontoidea. Recentemente monografada por AGENJO (1941 - Monografia de la família Thaumetopoeidae Eos, 17 : 69-130, 5 ests., 6 figs.) é constituída por um só gênero Thaumetopoea Hübner, com 9 espécies (nenhuma americana), sendo uma delas a conhecida Thaumetopoea (Thaumetopoea) processionea (Linnaeus, 1758), cujas lagartas, na Europa, causam frequentemente avultados
prejuízos
à
fruticultura
e
à
silvicultura.
111. Bibliografia. DRAUDT, M.
1928 - Eupterotidae, in Seitz, Die Gross - Schmetterlinge der Erde (Fauna Amer.): 629.
282
INSETOS DO BRASIL
Superfamília LASIOCAMPOIDEA (Lasiocampina Herrich-Schäffer, 1850; Meyrick, 1895, partim; Lasiocampoidea Tillyard, 1926)
112. Caracteres - Mariposas de tamanho médio, ou grandes, de corpo robusto e densamente piloso ou lanuginoso.
Fig. 233 - Asas de Ooceclostera sp. da fig. 232 (Lacerda del.).
Por vários caracteres, os Lasiocampídeos muito se aproximam de Saturnioídea e, principalmente, de Bombycoidea. Daí terem sido incluídos ora numa, ora noutra superfamília.
LEPIDOPTERA
283
De acôrdo com TILLYARD, considero Lasiocampoidea superfamília autônoma, distinta de Bombycoídea e Saturnioidea. Nela deve ser também incluída, além de Lasiocampidae, Endromididae Meyrick 1895 (Endromidae Dup., 1844), com espécies da região paleártica. Família L A S I O C A M P I D A E
1
(Lasiocampidae Harris, 1841; Lasiocampides Duponchel, 1844; Lasiocampidae Waterhouse, 1822; Lachneidae Grote, 1895)2
113. Caracteres e desenvolvimento - Antenas distintamente bipectinadas em ambos os sexos, porém mais nos machos. Olhos total ou parcialmente pilosos. Ocelos reduzidos ou ausentes. Espiritromba e palpos maxilares vestigiais, palpos labiais geralmente alongados e porretos. Sem chaetosema e sem orgãos timpânicos. Pernas densamente pilosas; esporões tibiais curtos ou ausentes.
Fig. 234 - Tolype undulosa (Walker, 1855) (Lasiocampidae) (Lacerda fot.).
Asas densamente revestidas de escamas, exceto num gênero africano em que se apresentam nuns e transparentes. Asas anteriores sem aréola (figs. 235-237); R2 e R3 em forquilha mais ou menos alongada; M2 originando-se do ângulo inferior (posterior) da célula, perto de M3 (cubitus aparentemente quadrifu rcado); Cu2 ausente. 1
De 2 De
(lasios), coberto de pêlo; (lacneis), piloso.
(campe), lagarta.
284
INSETOS DO BRASIL
Asas posteriores sem f r e n u l u m e com a área h u m eral consider à v e l m e n t e expandida (em E n d r o m i d i d a e ha u m frenulum reduzido); M 2, na origem, aproximando-se de M 3, ou as duas em forquilha; Sc, perto da b a s e , g e r a l m e n t e anastomosando-se n u m a c u r t a distância com Rs, ou com R, antes da origem de Rs e f o r m a n d o u m a
Fig. 235 - Asas de Euglyphis sp. (Lasiocampidae) (Lacerda del.).
pequena célula (c. subcostal); antes da anastomose, porém, Sc emite em direção à costa, um ou mais , pequenos ramos, chamados pseudoneuria (nervuras humerais ou costais acessórias) (em Endromididae Sc não se anastomosa com Rs, porém é a ela ligada por uma nervura oblíqua, R1).
LEPIDOPTERA
285
As fêmeas, em geral, são f à c i l m e n t e distinguiveis dos machos, por serem mais robustas e mais densamente pilosas. Os ovos, arredondados ou ovais e u m t a n t o achatados, dispõem-se geralmente em extensas oóplacas sôbre os galhos e não raro ficam cobertos de pêlos destacados do tufo anal da fêmea. As lagartas são mais ou menos longa e densamente pilosas. Mais adiante transcrevo o que entre nós se escreveu sôbre algumas delas. A s de várias espécies têm hábitos gregários, vivendo sob abrigo ou teia de Fig. 236 - Euglyphis modesta Druce, 1887 (Lasiocampidae) sêda comum. Encri(Lacerda fot.). salidam e m casulos ovais, rígidos, formados por denso tecido de sêda, reforçados por pêlos destacados da lagarta. Os casulos de algumas espéc ies são encontrados nos galhos, os de outras, porém, ficam mais ou menos abrigados na superfície do solo. As mariposas têm hábitos noturnos.
114. Espécies mais interessantes - A família Lasiocampidae compreende cêrca de 1.400 espécies, mais abundantes nas regiões tropicais, inclusive a América do Sul. Se as lagartas de alguns Lasiocampídeos de outros países foram ou ainda são criadas para a produção de sêda para fins industriais, as demais podem ser consideradas inimigas das plantas. No Brasil, felizmente, não se conhece uma que possa ser considerada verdadeira praga, comparável a algumas espécies de M a lacosoma da E u r o p a e da América do Norte, cujas lagartas, as famosas " t e n t caterpillars", tecem extensas teias sobre as arvores, causando sempre danos consideráveis.
286
INSETOS DO BRASIL
As lagartas das espécies citadas em meu "3.° Catálogo", conquanto eventualmente possam prejudicar a silvicultura ou a fruticultura, ainda não foram vistas causando prejuízos apreciáveis a plantas cultivadas.
Fig. 237 - Asas de Euglyphis ? kotzschi (Lasiocampidae) (Lacerda del.).
MABILDE (1896) assim descreve a lagarta de Artace cribraria (Lyung, 1825) (=punctistriga Walker, 1855) (figs. 239-240), que se alimenta de hera: "A lagarta, com 40 mm é muito pelluda de cinzento claro, quasi branco, sendo esse pello deitado p a r a os lados e cobrindo a l a g a r t a e m f o r m a de telha achatada. E n c o n t r a - s e em N o v e m b r o e D e z e m b r o n a
LEPIDOPTERA
287
trepadeira hera; transforma-se em casulo espesso côr de rosa, manchado de amarello e pardo-claro e sempre collado em toda extensão em galho ou tronco; nasce no fim de 20 dias a borboleta, que aparece raras vezes de noite em casa, etc".
Fig. 238 - Genitalia de Euglyphis modesta (Lasiocampidae) (Lacerda fot.).
Tratando
ogenes
de
Macromphalia
(Herrich-Schäffer, 1854),
lignosa com
o
1855) (Euglyphis Tolype lignosa, espécie
(Walker, nome
Fig. 239 - Artace cribraria (Lasiocampidae) (Lacerda fot.).
também dá
a
frequentemente seguinte
descrição
encontrada da
no
Rio
de
Janeiro,
MABILDE
lagarta:
"A lagarta, com 55 mm. de comprimento, é preta com riscos amarellos lateraes em todo o comprimento, e tem em cada anel um risco branco e outro ruivo junctos; a cabeça é preta com riscos e ponctos amarellos; o corpo todo coberto de pouco pello curto arruivado. En-
288
INSETOS DO BRASIL
contra-se em conjuncto em todo o verão, no branquilho, aroeira, jasmins e outras mais; transforma-se em casulo alongado, espesso, de tecido fraco arruivado, manchado de pardo claro e escuro; nasce a borboleta no fim de 30 a 40 dias; voa pouco, mas apparece de noite atrahida pelas luzes de casa". BOURQUIN, em seu livro (Mariposas Argentinas, 1945), também apresentou observações interessantes sôbre o inseto, feitas por KOEHLER (1926). N o t r a b a l h o de MABILDE encontram-se informes sôbre as lagartas de o u t r a s espécies de Euglyphis, de Titya proxima (Burmeister, 1878) ( = Caeculia proxima) e de Tolype undulosa (WalFig. 240 - Genitalia de Artace cribraria (Lasiocampidae) ker, 1855) (= Titya (Lacerda fot.). undulosa) (fig. 234). As l a g a r t a s desta ú l t i m a espécie, s e g u n d o observações do Eng. Agr. ARISTOTELES SILVA, no Rio de J a n e i r o e e m R e z e n d e ( E s t a d o do Rio) a l i m e n t a m - s e de Albizzia lebbeck, A. molucana, Cassia multijuga e Swartzia langsdorffi. Descrevendo abreviadamente a lagarta, ARISTOTELES e m suas notas, apresenta os seguintes caracteres:
SILVA,
" C o r geral m a r r o n e s c u r a c o m leves t o n s a v e r m e l h a d o s ; todo corpo r e v e s t i d o de pelos, finos, u n s longos, o u t r o s curtos; cabeça e 1.º segm e n t o escuros, c o m desenhos amarelos, m a i s p r o n u n c i a d o s no 1.º segm e n t o q u e n a cabeça; os 8 primeiros u r o m e r o s a p r e s e n t a m , de cada lado, u m a placa e s c u r a brilhante, ou d e s e n h o a m a r e l a d o , q u e é b e m m a i o r e colocado p o s t e r i o r m e n t e no u l t i m o u r o m e r o : face v e n t r a l q u a s i p r e t a , exceto as p e r n a s , que são claras: nos u r o m e r o s 1, 2 e 7 há, de cada lado do segmento, uma mancha.
O m e s m o técnico, o b s e r v a n d o o d e s e n v o l v i m e n t o das lagartas de Euglyphis ornata (Stoll) (E. M a y det.); que se a l i m e n t a m de fôlhas de a b a c a t e i r o (Persea gratissima), assim as descreve:
LEPIDOPTERA
289
"Lagarta medindo 0,055 de comprimento por 0,010 de largura e 0,007 de altura. Côr geral avermelhada, de diversas tonalidades, com 2 listas longitudinais pretas, menos visíveis nos 3 primeiros segmentos e nos 2 ultimos. O corpo da lagarta é todo coberto de pelos e talvez mesmo cerdas finas. Os pelos mais longos são brancos e os menores vermelhos. A parte inferior do corpo, mais clara, é rosea. A cabeça é vermelha clara. A lagarta tem 12 segmentos e a disposição das patas e falsas patas é a normal. Estas lagartas vivem em sociedade, construindo uma espécie de casa com folhas do proprio abacateiro e unidas por fios por elas secretados. A area encoberta entre os segmentos, aparecendo sómente quando ella se distende, é de côr acizentada. Parece que só se alimentam à noite".
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Divisão Frenatae,
-
De
aco rdo
a
das
com
TILLYARD,
verdadeiras
Hesperioidea,
esta
"borboletas",
Papilionoidea
e
divisão
da
compreende
Nymphaloidea
3
superfamílias:
que
se
1
-
Antenas bem afastadas na base, com a parte distal dilatada e geralmente com a parte extrema apical atilada, não raro mais ou menos recurvada em gancho; presentes os 5 ramos de R na asa anterior, todos partindo separadamente da celula ....................... Hesperioidea
1'
-
Antenas aproximadas na base, com a parte distal dilatada, porem raramente terminada n'uma parte apical afilada e recurvada: quando presentes os 5 ramos de R, alguns em forquilha, portanto, nem todos partindo diretamente da célula ..............................................
1
De
distinguem
pelos
caracteres
(rhopalon), clava;
indicados
na
(keras), corno, antena.
chave
seguinte:
2
290
INSETOS DO BRASIL
2 (1') -
D u a s a n a i s n a s asas anteriores ( u m a t e r m i n a n d o n a m a r g e m e x t e r n a , o u t r a n a m a r g e m i n t e r n a , p e r t o da base) e a p e n a s u m a n a p o s terior; cubital a p a r e n t e m e n t e q u a d r i f u r c a d a . . . . . . . . . . . . . . . . P a p i l i o n o i d e a
2'
U m a anal n a a s a anterior e d u a s n a posterior; cubital a p a r e n t e mente trifurcada .................................................. Nymphaloidea
-
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118.
Caracteres
-
Borboletas
de
tamanho
medio
ou
pequeno
e x c e t o os r e p r e s e n t a n t e s de M e g a t h y m i d a e , q u e são de g r a n d e p o r t e ) , p o r e m , r e l a t i v a m e n t e r o b u s t a s , c o m asas, v i a d e p o u c o v i s t o s as .
Cabeça
regra, d e cores
t ã o l a r g a q u a n t o o t o r a x (exceto e m M e -
g a t h y m i d a e ) ; olhos g r a n d e s e nús; a n t e n a s l a r g a m e n t e s e p a r a d a s n a base, i n s e r i d a s p e r t o dos olhos e c o m a p a r t e distal, c l a v i f o r m e ou f u s i f o r m e , t e r m i n a n d o e m p o n t a m a i s ou m e n o s a l o n g a d a
e recur-
v a d a e m g a n c h o (apiculus, fig. 241). Palpos labiais v a r i á v e i s , g e r a l m e n t e g r a n d e s , r e c u r v a d o s e r e p o u s a n d o s ô b r e a f a c e ou p o r r e t o s . 1 2
3
De De De
(Hesperia); o poente. ( netron), fuso.
(grypos)2, curvo.
LEPIDOPTERA
299
Asas triangulares (fig. 243), pequenas em relação ao corpo; R com todos os ramos partindo da célula discoidal; 2A formando com 1A forquilha pequena ou imperfeita na base, as vezes ausente.
Fig. 241 - Antenas de Hesperioidea; em cima de Thymelicus; em baixo de Pyrrhopygopsis (Hesperiinae). (C. Lacerda del.).
ou
Asas posteriores não menos alongado.
raro
com
prolongamento
caudiforme
mais
Fig. 242 - Urbanus proteus (L., 1758) (Pyrginae) (Lacerda fot.).
Quasi todas as espécies, como os demais Ropaloceros, não têm frenulum, sendo o ângulo humeral mais ou menos expandido. Há
300
INSETOS DO BRASIL
todavia, uma espécie da Austrália - Euschemon rafflesia, cujos machos a p r e s e n t a m frenulum e retinaculum. Daí alguns autores separarem o gênero Euschemon Doubleday em tribu, subfamília ou m e s m o família à p a r t e ( H a m p s o n , 1918).
Fig. 243 - Asas de Thymelicus sp. (Lacerda del.).
Nervura humeral ou precostal, quando presente, dirigida para a base da asa; Sc , perto da base, formando com R pequena célula e depois afastando-se para a costa; M 2 geralmente ausente; célula aberta; 2 anais bem desenvolvidas 2A (1.ª A) e 3A (2.ª A).
LEPIDOPTERA
301
Pernas anteriores bem desenvolvidas; tibias posteriores com dois pares de esporões ou sòmente com o par t e r m i n a l ( M e g a t h y midae); medias sòmente com u m par. Ovos subesféricos ou ovais, a c h a t a d o s n a f a c e inferior, reticulados, canelados ou lisos na superfície exposta. Lagartas, quando b e m desenvolvidas, núas ou m o d e r a damente pilosas, de corpo cilindroide, porém, na maioria das espécies (Hesperiidae), com Fig. 244 - Phocides palemom (Cramer, 1779) a parte anterior da região (Pyrginae). toráxica distintamente estrangulada, de m o d o que a cabeça se destaca n i t i d a m e n t e do resto do corpo. Quando nos primeiros estadios, são g e r a l m e n t e de côr negra ou m u i t o escuras e t ê m a cabeça e x t r a o r d i n à r i a m e n t e grande. E m M e g a t h y m i d a e a cabeça das lagartas é r e l a t i v a m e n t e p e q u e n a e retractil. 119. Habitos - As borboletas desta superfamilia geralmente v o a m d u r a n t e o dia. Todavia, pelo vôo rápido e erratico que executam, fàcilmente se diferenciam das borboletas, as quais, quasi sempre, p e r m a n e n c e m longo t e m p o em evolução aéreas. Pousadas, umas ficam com as asas abertas como as m a r i p o s a s , outras elevam sòmente as asas anteriores, m u i t a s , porém, apresentam as quatro asas verticalmente d i s p o s t a s como nas demais borboletas. As lagartas, na maioria das espécies, são filofagas e encrisalidam sob u m a dobra ou entre folhas presas por fio de seda. As crisalidas não raro apresentam-se cobertas de tenue induto branco. As da família M e g a t h y m i d a e b r o c a m raizes e caule de Liliaceae e de Amaryllidaceae. 120. Divisão - Superfamilia com cerca de 3.000 especies, em grande parte da região Neotropica, dividida em duas familias: Hesperiidae Stephens, 1828 e M e g a t h y m i d a e Comstock, 1895,
302
INSETOS DO BRASIL
esta compreendendo um pequeno número de espécies de cabeça pequena, mais estreita que o torax e antenas simplesmente clavadas, sem apendice terminal recurvado.
Família
HESPERIIDAE
(Hesperiidae Stephens, 1819; Erynnidae Hampson, 1918)
121. Divisão e especies mais interessantes - A fam ilia Hesperiidae é dividida em 3 subfamilias: Pyrrhopyginae, Pyrginae e Hesperiinae, todas com representantes Sul-Americanos. As espécies de Pyrrhopyginae (Pyrrhopygini Mabilde, 1878; Pyrrhopyginae Watson, 1893) apresentam clava antenal grande, subcilindrica, recurvada (nas demais subfamílias, a curvatura atinge sòmente a parte terminal da clava).
Das várias espécies que se incluem nesta subfamília, inclusive as de Pyrrhopyge Hübner e Mysoria Watson, que me conste, nenhuma é de grande interêsse econômico. Das espécies da subfamília Pyrginae (Hesperiinae Watson, 1893, Urbaninae Barnes & Lindsey, 1922; Pyrginae Lindsey, 1928) encontradas no Brasil, apenas Achlyodes busirus (Cramer, 1872), cujas lagartas vivem em laranjeira, e Urbanus proteus (Linnaeus, 1758 (fig. 242) (anteriormente classificada nos gêneros Thymele, Goniurus e Eudamus), por se criar em feijões (Phaseolus spp.), têm alguma importância econômica. Passo a transcrever o que o Dr. OTTILIO MACHADO escreveu sôbre a última: "A especie, que serve de assumpto à presente observação, foi por mim assignalada em 1922 sobre feijão, causando damnos sensiveis. Depois disto, tenho observado constantemente a sua presença, o que me levou a estudal-a com maior cuidado. A postura consiste em ovos isolados, quasi sempre fixos à face dorsal das folhas. Os ovos têm 1/2 mm. de diametro, são brancos, espheroides, apresentando um disco opercular circular com linhas salientes, meridianas e transversaes. Com a evolução, os ovos tornam-se escuros e, pouco dias após à postura, nascem as lagartas uniformemente esverdeadas. As lagartas, logo após o nascimento, constroem abrigos constituídos por um pedaço de folha, que cortam sem destacal-o completamente e dobram para a face ventraI.
303
LEPIDOPTERA
Raros fios de seda mantem o fragmento em posição, ficando a lagarta quasi sempre na parte superior do abrigo. As folhas assim atacadas tomam um aspecto característico, o que facilita o combate à praga pela apanha e esmagamento. A proporção que as lagartas roem as folhas e crescem, vão construindo abrigos maiores; afinal, quando completamente desenvolvidas. unem duas ou mais folhas, passando entre ellas ao estado de chrysalida. As lagartas, chegadas ao desenvolvimento completo, medem 40 mm. de comprimento. Têm a cabeça castanha-avermelhada com a parte proxima da boca manchada de negro e uma mancha alongada vermelha de cada lado. O primeiro segmento thoraxico é cinzento esverdeado no dorso, com uma facha negra na parte posterior e vermelho alaranjado na face ventral. O corpo é esverdeado, tendo, de cada lado, u m a linha mais clara. No dorso, pontilhado de negro em linhas transversaes, h a u m a linha mediana escura e duas lateraes amarelladas. As pernas thoraxicas são negras e as abdominais verdes, tendo n a face externa dous meios anneis alaranjados. U m dia antes da transformação em chrysalida t o m a m as lagartas u m a tonalidade rosea. O período larval é de 18 a 20 dias. As lagartas são frequentemente parasitadas por Tachinideos A chrysalida é uniformemente castanha, coberta por u m inducto pulverulento branco. No fim de 12 dias sahe o insecto perfeito. A borboleta é pequena e castanha escura. T e m as azas posteriores com appendices caudiformes longos e direitos e nas azas anteriores apresenta manchas transparentes. Proximo da base das azas e sobre o thorax nota-se densa pillosidade com reflexos metallicos esverdeados. As antenas são curtas e terminadas em pequenos ganchos. A Thymele proteus L., cujo cyclo acabamos de descrever, pertence à familia Hesperiidae, sub-ordem Rhopalocera. Sendo muito comum, pode causar damnos consideráveis. Talvez seja esta a lagarta que, segundo tive noticia, causa em pontos de Minas serios prejuízos às plantações de feijão". Os
estadios
descritos grafia
por de
desenvolvimento
D'ALMEIDA
Rhopalocera.
desenvolvimento undulatus
do
(Hew.),
de
(1914)
Nesse
em
mesmo
Urbanus cujas
desta
trabalho trabalho
undulatus
lagartas
se
espécie
citado o
(Hewitson,
alimentam
foram
de
também
na
biblio-
autor
estuda
1687)
(Goniurus
folhas
de
o
Cassia
sp. As
espécies
Thymelidae distribuem-se 1
da
Burmeister, em
Hesperiinae 1
subfamília
vários
1878;
Hesperiinae
gêneros
(Hylephila
(Pamphilinae Barnes
&
Billberg,
Butler,
1870;
Benjamin,
1926)
Calpodes
Hübner,
P a r a se saber os vários nomes que foram aplicados a esta s u b f a m i l i a deve-se c o n s u lta r o c a t a l o g o de HAYWARD (1941).
304
INSETOS DO BRASIL
Lycas
Godman,
pécies
cujas
porém, alguma
Pyrrhopygopsis lagartas
ou vivem
já
em plantas
importância
Godman,
foram
observadas
silvestres,
econômica,
SPITZ descreveu os estadios (Ménétriés, 1855). socraies
não do
etc.),
com
em
nosso
ou, se atacam causam
desenvolvimento
danos de
algumas país.
esTodas,
plantas
de
apreciáveis. Pyrrhopygopsis
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LEPIDOPTERA
309 1
Superfamília PAPILIONOIDEA (Papilionoidea Dyar, 1902 (partim); Tillyard, 1906)
123. Caracteres e divisão - Quasi t odas as especies desta superfamília são borboletas grandes, de cores vistosas e aspecto característico. Uma espécie de Troides Hübner (= Ornithoptera Bois-
Fig. 245 - Antena de Papilio polydamas (Papilionidae) (Lacerda del.).
duval), a maior borboleta conhecida, das Ilhas Salomão, têm cêrca de 25 centímetros de envergadura.
Fig. 246 - Papilio thoas brasiliensis Rothschild & Jordan. 1907, macho (Papilionidae) (Foto gentilmente cedido por J. Oiticica Filho).
As asas posteriores apresentam a ma rgem externa recortada, com saliências nos pontos de terminação das nervuras Rs a Cu 1a, 1
DYAR, COMSTOCK e outros autores incluiram em Papilionoidea todos os Rhopaloceros, exclusive Hesperioidea.
310
INSETOS DO BRASIL
sendo a correspondente a M3, em várias espécies, estirada em prolongamento caudiforme. Antenas aproximadas na base e com a parte apical não recurvada em gancho. R, nas asas anteriores, com R4 e R5 em forquilha e as vezes com R 1 e R 2 fundidas numa só nervura (Parnassiinae); M 2 mais próxima de M3 que de M1 (Cu aparentemente quadrifurcada); Cu2 geralmente presente na asa anterior, como um ramo transverso
Fig. 247 - Perna anterior de Papilio (Lacerda del.).
perto da raiz da asa, dirigido para 1A (ausente em Parnassiinae); 2 anais (lA e 3A) na asa anterior e uma na posterior (2A). Pernas anteriores normais, ambulatórias, tibias com epifise (fig. 247), garras tarsais simples, nem apendiculadas, nem bifidas. A superfamília, de acôrdo com TILLYARD, abrange apenas a família Papilionidae, na qual se incluem, além de Papilioninae (a
subfamília
mais
importante),
Parnassiinae,
Baroniinae
e
Teinopal-
pinae, sem espécies em nosso território. Família PAPILIONIDAE (Papilionida Leach, 1815, 1818; Papilionidae Samouelle, 1819; Leptocircinae Kirby, 1836; Equitidae Heineman, 1859) Subfamília
PAPILIONINAE
(Papilioninae Swainson, 1840; Bates, 1864) 124. C a r a c t e r e s - Antenas aproximadas na base (fig. 245); ocelos atrofiados; palpos curtos, encostados à cabeça. Pernas ante1
De papilio (lat.), borboleta, mariposa.
LEPIDOPTERA
311
riores bem desenvolvidas, com a tibia provida de epifise (strigil) (fig. 247); garras tarsais simples. Célula fechada em a m b a s as asas
Fig. 248 - Lagartas de Papilio anchysiades capys Hübner (De Pinto da Fonseca e Autuori)
(fig. 250); R1, na asa posterior, formando com Sc uma celula basal (subcostal), da qual parte a nervura humeral.
312
INSETOS DO BRASIL
Vários Papilionideos exibem n o t á v e l d i m o r f i s m o sexual, ver-
dadeiramente extraordinário em algumas espécies do gênero Troides Hübner, 1816 (=Ornithoptera Boisduval, 1833), das ilhas do Arquipelago Malaio. Os ovos são esféricos, com o corio l o n g i t u d i n a l m e n t e estriado. As lagartas, ou são c o m p l e t a m e n t e lisas, ou a p r e s e n t a m tubérculos ou apendices carnosos m a i s ou menos alongados e cores ou desenhos variados, que não raro dão a l a g a r t a aspecto que l e m b r a o de e s c r e m e n t o de ave (fig. 248). Q u a n d o excitadas, f a z e m sair, de u m p o n t o situado no p r o n o t u m , u m processo ou a p e n d i c e bifido ou em Y, g e r a l m e n t e de côr ala-
ranjada (osmeterium) (fig. 252), d o qual e m a n a cheiro desagradável, que l e m b r a o d a t i n t u r a de valeriana. As lagartas de muitas espécies encontram-se pela manhã gregariamente, formando extensas massas sôbre o t r o n c o das
árvores, há-
bito êste que nos permite destruí-las fàcilmente. Fig. 249 - Terminalia do macho de Papilio thoas brasiliensis (Lacerda fot.).
As crisálidas, o u
se
apresentam mais ou menos alargadas e fortemente angulosas na região céfalo-toráxica, ou muito se assemelham a um fragmento de madeira sêc a (Tomo 5.º fig. 42, da direita). Ficam sempre com a parte céfalica (provida de dois prolongamentos) voltada para cima e presas a superfície suporte pelo cremaster e por uma cinta de fio de seda, passada em torno da parte média do corpo, com as extremidades coladas àquela superfície.
125. Especies mais interessantes - Ha cerca de 850 Papilionideos descritos. pilio, com muitas
Os mais conhecidos pertencem ao gênero Paespécies cujas lagartas se alimentam de folhas
LEPIDOPTERA
de plantas de várias famílias, principalmente Aristolochiaceae, taceae (v. spp. de Citrus), Piperaceae, Anonaceae e Lamaceae.
313
Ru-
Das espécies cuja biologia é mais ou menos conhecida em nosso país, devo chamar atenção para as que atacam plantas do gênero
Fig. 250 - Asas de Papilio thoas brasiliensis (a esquerda) e de Papilio anchysiades capys (á direita) (Lacerda del.).
Citrus, a saber: Papilio anchisiades capys (Hübner, 1806) (fig. 251); Papilio lycophron lycophron (Hübner; 1818); Papilio thoas brasiliensis
314
INSETOS DO BRASIL
Rothschild & Jordan, 1906 (fig. 246) e Papilio thoas thoas Linnaeus, 1771. No Brasil a etologia destas espécies acha-se descrita em vários trabalhos (de Moss (1919), FONSECA e AUTUORI (1933) e outros).
Fig. 251 - Papilio anchysiades capys Habn, 1806 (Lacerda fot.).
Na Argentina BOURQUIN (Mariposas Argent., 1945) tambem estudou a biologia de Papilio anchisiades capys.
Fig. 252 - Parte anterior do corpo da lagarta de uma espécie de Papilio, mostrando o osmeterium, em prolapso (Lacerda del.).
As lagartas dos nossos Papilionideos são parasitadas por vários principalmente por Iphiaulax sp. (Ichneumo-
microhimenópteros,
LEPIDOPTERA
315
nidae). Atacando Papilio anchisiades capys foram observadas as seguintes espécies: Abbeloides marquesi Brèthes, 1924 (Braco-
Fig. 253 - Iphiclides protesilaus rothschildianus Zikàn, 1937 (Lacerda fot.).
nidae) (v. trabalho de MARQUES, (1916), Inareolata brasiliensis (Costa Lima, 1935) e Pedinopelte gravenhorstii (Guerin, 1930) (Ichneumonidae). Na República Argentina sã o parasitos primários ele Papilio thoas thoantiades Burm.: Brach ymeria ovata (Say, 1824) (Chalcididae) e Pteromalus caridei Brèthes, 1913 (Pteromalidae). 126. Bibliografia APOLINAR MARIA, H. 1939 - Miscelanea entomologica. Catalogo explicativo de los Ropaloceros Colombianos del Museo del Instituto de la Salle. Rev. Acad. Colomb. Ci. Exac. Fis. Nat., 3 : 108-111, e est.
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anchisiades
capys
LEPIDOPTERA
317
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Superfamília
NYMPHALOIDEA
(Nymphaloidea Tillyard, 1926) 127. mo
os
parte
apical;
nervura da
Caracteres Papilionideos,
asa
livre
-
posterior
borboletas aproximadas
porém
se
anal
da
e
3A).
deles na
As
antenas
área (2A
desta na
distinguem, asa
por
anterior
Demais,
superfamília
base
a
e
e
não terem
duas
cubital
na é
teem,
recurvadas
cona
apenas
uma
mesma
área
aparentemente
318
INSETOS DO BRASIL
taífida e, em quasi tôdas as espécies, as pernas anteriores são mais ou menos diferentes das outras e, quando n o r m a l m e n t e desenvolvidas, as tíbias anteriores não t e e m epifise e as garras tarsais são apendiculadas ou bifidas.
128. Divisões - Na das as famílias seguintes.
superfamilia
Acraeidae
Nymphaloidea
são
inclui-
Lycaenid ae
Brassolidae
Morphoidae
Da naida e
Nymphalidae
Heliconiidae Libytheidae
Pierididae Riodinidae Satyridae
De acôrdo com W. COMSTOCK (1944), Acraeidae e Heliconiidae, são aquí consideradas subfamílias de N y m p h a l i d a e .
Chave das f a m i l i a s 1
-
P e r n a s a n t e r i o r e s , e m a m b o s os s e x o s , b e m d e s e n v o l v i d o s , a m b u latórias; garras tarsais apendiculadas ou bifidas ................................................ Pierididae
1'
-
Pernas anteriores, pelo menos nos machos, mais ou menos diferentes das outras, não ambulatórias; garras tarsais, se presentes, simples .........................................................................
2
2 (1') -
Palpos extraordinariamente alongados, mais longos que o torax, porretos e aproximados; pernas anteriores das fêmeas normais e com garras tarsais; dos machos não funcionais, com longos pêlos na tíbia e no tarso, este unisegmentado; R com 5 ramos ........................................................................................................................................... Libytheidae
2'
-
O u t r o c o n j u n t o d e c a r a c t e r e s ; p a l p o s n u n c a d o t i p o d e s c r i t o e m (2)
3(2')
-
Asa posterior com nervura precostal (humeral) partindo de Sc; borda tostal, na base, reta e espessada até o ângulo humeral; R com menos de 5 ramos .................................................... Riodinidae
3'
-
Asa posterior
com a borda
costal não espessada
3
na base até o
angulo humeral; nervura precostal (humeral) presente ou ausente; quando presente, as pernas anteriores são reduzidas em ambos os sexos e R geralmente tem os 5 ramos ................................................................................ 1
4
Nas espécies dos generos Colaenis e Dione, atualmente incluídas pelos autores em Heliconiinae, a cubital do asa ant. não apresenta o ramo basal e a celula discal da asa posterior é aberta, como se observa geralmente em Nymphalinae.
LEPIDOPTERA
319
4 (3') -
Nervura precostal (humeral) ausente; asas posteriores não raro com processos caudiformes; pernas anteriores das fêmeas normais, dos machos mais curtas que as da fêmea, geralmente com um segmento tarsal, revestido de cerdas espinhosas e desprovido de garras tarsais; R geralmente com 4 ramos, raramente com 5 .................................................................................... Lycaenidae
4'
Nervura precostal geralmente bem desenvolvida; pernas anteriores, em ambos os sexos, não ambulatorias e com os segmentos tarsais mais ou menos modificados ou reduzidos; sem garras tarsais; R raramente com menos de 5 ramos ................................................
-
5
5 (4') - Algumas nervuras da asa anterior (Sc, Cu e as vêzes 2A ) consideravelmente dilatadas na base; célula da asa posterior, como a da anterior, fechada ......................................................... Satyridae 5'
-
Nervuras da asa anterior geralmente não inchadas na base, às v e z e s Sc, é d i l a t a d a n a b a s e , p o r e m a c é l u l a d a a s a p o s t e r i o r é aberta, ou fechada por nervura rudimentar ....................................
6
6(5)
-
Anal (2A) da asa anterior com forquilha n a base (3A); antenas aparentemente nuas ........................................................... Danaidae
6'
-
Anal da asa anterior simples; antenas revestidas de escamas, pelo menos em cima ................................................................
7
7 (6') -
Asas relativamente estreitas e alongadas: cubital das asas anteriores, perto da base, emitindo pequeno ramo, no espaço entre elas e a anal; célula discal das asas anteriores fechada .................... ........................................................... Nymphalidae - Heliconiinae
7'
C u b i t a l d a s a s a s a n t e r i o r e s s e m esse r a m o ; q u a n d o o a p r e s e n t a , as asas são relativamente largas, não alongadas e a célula discal das posteriores é aberta ...........................................................
8
8 (7') -
Celula perfeitamente fechada em ambas as asas mediante discocelulares distintas .....................................................................
9
8'
Celula, ora aberta, em ambas as asas, ora aberta nas posteriores e perfeita ou imperfeitamente fechada nas anteriores, ora imperfeitamente fechada em ambas as asas .................................
10
-
-
9 (8) -
Borboletas grandes, de asas posteriores largas e anteriores em triangulo retangulo ........................................................... Brassolidae
-
Borboletas pequenas, de asas posteriores não muito largas e anteriores em triangulo obtusangulo ................ Nymphalidae-Acraeinae
10 ( 8 ' ) -
Celula aberta nas asas posteriores, porem distintamente fechada nas asas anteriores; borboletas grandes, de cor geral azul ou branca ............................................................................ Morphoidae
10'
Celula ora aberta em ambas as asas, ora imperfeitamente fechada nas anteriores e aberta nas posteriores, ora imperfeitamente em ambas as asas; quando, por exceção, fechada em ambas as asas, o inseto difere consideravelmente de qualquer Acraeineo ou Brassolideo ...................................... Nymphalidae-Nymphalinae
9'
-
320
INSETOS DO BRASIL Familia
PIERIDIDAE1
(Pieridae D u p o n c h e l ,
1 8 t 4 ; Asciadae H a m p s o n , 1918; Asciidae B r u e s & M e l a n d e r , 1932; Pierididae D ' A l m e i d a , 1941)
129. Caracteres, etc. - Pe rnas a nteriores desenvolvidas em a m b o s os sexos, p o r é m sem e p i f i s i s ; garras t a r s a i s , em a m b o s os
Fig. 254 - Phoebis philea philea (L. 1767) femea (Pierididae), criada no Rio por A. Silva de lagartas sobre Cassia bicapsularis (Lacerda fot).
Fig. 255 - Lagarta de Phoebis philea philea (L. 1767) (Lacerda fot.).
sexos, f e n d i d a s ou a p e n d i c u l a d a s (fig. 263). Celula discoidal f e c h a d a e m a m b a s as asas (fig. 259 e 264). 1
De
II
(Pierides), u m a m u s a .
LEPIDOPTERA
321
Asa anterior com todos os r a m o s de R presentes (Dismorphiinae), ou com 4 ou 3 ramos (Pieridinae). As principais cores das asas, na m a i o r i a dos Pieridideos, são: branca, a m a r e l a e laranja. E m alguns, porem, a côr negra é a dominante. T r a t a m - s e de cores pigmentares, devidas a acido urico e seus derivados. p r o d u t o s resultantes d o m e tabolismo (leucopterina, xantopterina, eritropterina). Varios investigadores o c u p a r a m se da coloração das asas dos Pieridideos, conforme se pode Fig. 256 - Crisalida de Phoebis philea philea verificar pela a b u n d a n t e lite(Lacerda fot.). r a t u r a que ha sobre o assunto, desde as investigações clássicas de HOPKINS (1895). Alguns desses trabalhos, já f o r a m citados no Vol. 6 (pags. 67-72); referirei aqui t a m b e m os trabalhos de FORD (1942).
Fig. 257 - Anteos menippe (Húbner, 1806) (Pierididae) (Lacerda fot.).
R e l a t i v a m e n t e a côr branca, convem c h a m a r a atenção p a r a a opinião de MASON, segunda a qual seria mais u m a côr estrutural, que devida a presença de uratos como geralmente se acredita. Os ovos dos Pieridideos são fusiformes, erectos, com o corion a p r e s e n t a n d o cristas longitudinais e, entre elas, linhas transversais.
322
INSETOS DO BRASIL
As lagartas (figs. 255 e 261), são cilindroides, lisas, de tegumento aveludado ou pubescente, desprovidas de osmeterium, não raro de cores cripticas, com maculas ou faixas escuras. Muitas vivem gregariamente. Alimentam-se de plantas de várias familias. As das especies mais requentemente encontradas em nosso paiz a t a c a m Cruciferas, Caparidaceas e Leguminosas. Crisalidas (figs. 256 e 265), succintas, um tanto angulosas e pacidas com as de Papilionidae, porem, facilmente reconhecíveis por terem apenas u m a projeção ou espinho cefélico mediano. Ficam
Fig. 258 - Ascia monuste orseis (Godart, 1818) (Pierididae), a conhecida borboleta das hortas ou da lagarta da couve (Lacerda fot.).
t a m b e m presas pelo cremaster e por uma cinta de fio de seda em torno do meio do corpo. 130. H a b i t o s - O vôo dos Pieridideos ou é "compassado, fraco e pouco elevado, ou rápido, desordenado e muito alto" (B. R a y m u n d o ) . Algumas especies desta familia tem o habito de emigrar em grandes bandos. O fenomeno tem sido observado e estudado com espécies de todos os continentes. Leia-se a respeito os trabalhos de WILLIAMS, a maior autoridade no assunto, o de GOELDI referente à Amazonia, a m b o s citados na bibliografia referente a migrações
LEPIDOPTERA
323
(5. ° volume; 124-125) e as observações de ZIKÁN (1941), no t r a balho referido na bibliografia de Rhopalocera.
Fig. 259 - Asas de Ascia monuste orsseis (Lacerda fot.).
131. Divisão e especies mais interessantes - A familia Pierididae compreende cerca de 1.000 especies, mais abundantes nas regiões Etiopica, Indiana e Neotrópica.
324
INSETOS DO BRASIL
P a r a o estudo das nossas especies, recomendo sobretudo os trabalhos de FERREIRA D'ALMEIDA, nos quais se e n c o n t r a m t a m b e m dados bibliograficos completos relativos a familia.
Fig. 260 - Terminalia de Ascia monuste orseis (Lacerda fot.).
alem
Das 3 subfamilias em que se divide Pierididae, int eressa-nos, de Pieridinae (Swainson, 1840), a subfamilia Dismorphiinae
Fig. 261 - Lagarta de Ascia monuste orseis (Lacerda fot.).
Fig. 262 - Dismorphia melite (L. 1767) macho (Fotografia cedida por Travassos)
(Dismorphiidae Schatz, 1844; Dismorphina Godman & Salvin, 1889; Dismorphianae Grote, 1900; Dismorphiinae Klots, 1931), compreen-
LEPIDOPTERA
dendo R, na M 1 na forma
325
o grupo de Pieridideos evidentemente o mais primitivo, pois asa anterior, tem os 5 ramos e todos partem do mesmo tronco; asa anterior parte diretamente da celula; na posterior, porem, forquilha com R5 (figs. 262 a 265).
As especies mais interessantes de D i s m o r p h i i n a e pertencem ao gênero Dismorphia Hübner, que mimetisa borboletas da subfamilia Lycoreinae (Fam. Danaidae) e da família Heliconiidae. A confusão porem, facilmente se desfas, pelo exame das pernas anteriores, que, nessas borboletas, não são desenvolvidas em ambos os sexos. A subfamilia P i e r i d i n a e compreende as espécies em que R, nas asas anteriores, só tem 4 ou 3 ramos, aliás, não oriundos do mesmo tronco; R1 parte diretamente da célula; R2, era tambem dela parte
Fig. 263 - Perna anterior do macho de Dismorphia melite (Lacerda del.).
de um ponto mais ou menos próximo da origem do tronco que dá os outros ramos de R e M 1, ora se origina tambem desse tronco comum; Rs e M1, na asa posterior, ora separados, ora conados, isto é, partindo de um mesmo ponto na célula. Desta subfamilia há em nosso paiz u m a especie de real interesse econômico, a Ascia monuste orseis (Godart, 1818), (figs. 258-261) que causa grandes estragos às Cruciferas. MOREIRA (1929 - Entomologia Agricola Brasil.), referindo-se ao inseto, diz o seguinte:
326
INSETOS DO BRASIL " E s t a especie, põe u n s cento e s e s s e n t a ovos, q u e fixa, principalm e n t e n a face inferior d a s folhas, e m g r u p o s n ã o m u i t o j u n t o s , ficando o s ovos, e m c a d a g r u p o , j u n t o s e erectos (no s e n t i d o do m a i o r eixo).
Fig. 264 - Asas de Dismorphia melite (Lacerda del.).
Os ovos, amarellos, s u b f u s i f o r m e s , t ê m u m m i l í m e t r o e tres d e c i m o s de d i a m e t r o , s u a secção t r a n s v e r s a l é (decagonal, as dez cristas longit u d i n a i s são salientes e as faces c o n c a v a s e n r u g a d a s t r a n s v e r s a l m e n t e . Q u a t r o ou cinco dias depois da p o s t u r a c o m e ç a m a sahir as lagartas, v e r d a d e i r o flagello d a s hortas, q u e d u r a n t e v i n t e a v i n t e e cinco dias
LEPIDOPTERA
327
devoram as couves, repolhos e outras cruciferas que encontram. Neste periodo soffrem mudas succesivas até attingirem uns trinta a trinta e cinco millimetros, metamorphoseando-se então em chrysalidas, de que nascem no fim de onze dias as borboletas que vão, com n o v a postura, perpetuar a praga. As lagartas prestes a enchrysalidar têm uns 30 a 35 millimetros, são cinzento esverdeadas, côr esta disposta em faixas longitudinais, a cabeça é escura, o primeiro segmento é provido de fortes tuberculos pardo escuros encimados por um espinho; em cada segmento ha na face dorsal, três destes tuberculos collocados no alinhamento das faixas longitudinais, o ultimo segmento é pardo negro na face dorsal, os segmentos são providos de pequenos espinhos escuros e de pellos. As chrysalidas têm uns vinte e três millimetros de comprimento, são pardo esverdeadas, têm a parte dorsal correspondente ao thorax, saliente; na parte abdominal, notam-se os caracteres da lagarta: faixas longitudinais e tuberculos nos segmentos; a orla escura das azas está fortemente indicada ''.
O combate lagartas
pode
grandes, Para
ao i n s e t o m e d i a n t e ser
porem,
executado só
que estes possam
dão
em
a apanha pequenas
resultados
e esmagamento plantações.
pulverizações
atingir o corpo das lagartas,
Em
de
das hortas
inseticidas.
revestido de
p i l o s i d a d e f i n a e d e n s a , é n e c e s s a r i o , c o m o a c o n s e l h a m BALACHOWSKY e MESNIL (1936) p a r a a P i e r i s brassicae, q u e se a d i c i o n e à s o l u ç ã o substancia
que facilite a molhadura,
a 1%, ou mistura
dotada
como o sulforicinato de sodio
das mesmas propriedades.
Fig. 265 - Crisalida de Dismorphia astynome (Dalman, 1823) (De D'Almeida, 1944).
Uma solução de sulfato de nicotina a 1,5%, com o citado molhante em tal proporção, mata muito mais rapidamente rodas as lagartas, que empregada simplesmente. Dão tambem ótimos resultados as pulverizações com preparados de retonona e, sobretudo, as de DDT a 5% (com kaolim) (ver o trabalho de POTTER e PERKINS (1946).
328
INSETOS DO BRASIL
Na Argentina Colias lesbia (Fabricius, 1775), segundo FREIBERG (1947), constitue a praga mais importante dos alfafais.
Pouco se sabe relativamente aos inimigos naturais dos nossos Pieridideos. SAUER, em São Paulo, assinala ter obtido, de lagartas parasitadas de Ascia monuste orseis (Godart), os seguintes microhimenopteros endogenos: Apanteles glomeratus (Braconidae) e Brachymeria
Fig. 266 - Perrhybris pyrrha eneidas Hübner, femea (De D'Almeida, 1941).
cominator (Chalcididae). BIEZANKO e GOMES DE FREITAS, no Rio Grande do Sul, observaram lagartas de Hesperocharis marchali marchali (Guerin, 1844), parasit adas por Trichomalus hesperocharidis (Pteromalidae) FREIBERG assinala como parasitos de Colias lesbia: Plagiotachina haywardi Blanchard, Incamyia chilensis Aldrich (Exoristidae) e Apanteles lesbiae Blanchard (Braconidae) e, como predadores, Diognites placida (Wulp) (Asilidae) e Calosema argentinensis Csiki (Carabidae). 132.
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Fig. 267 - Thecla marsyas (L. 1764) (Lycaenidae) (Lacerda fot.).
As antenas, na m a i o r i a das espécies, a p r e s e n t a m aneis de esc a m a s brancas. Os tarsos anteriores, nos m a c h o s (fig. 268), são reduzidos e mais curtos que nas femeas (fig. 268), não s e g m e n t a d o s , c o m u m a ou a m b a s as garras ausentes.
R, nas asas anteriores (fig. 271), com 3 ou 4 ramos; M 1 quasi sempre originando-se da célula. N a asa posterior, Sc sem r a m o humeral. Os ovos são a r r e d o n d a d o s , mais os menos a c h a t a d o s , reticulados ou alveolados. 1
De
(Lycaena), epiteto de Venus.
334
INSETOS DO BRASIL
As lagartas são fusiformes e limaciformes, providas de cabeça pequena, retractil e pernas curtas. Em geral fitofagas, são fre-
Fig. 268 - Pernas anteriores de Thecla, em cima de femea, em baixo do macho (Lacerda del.)
Fig. 269 - Thecla basilides Geyer, 1837 macho (Lycaenidae - Theclinae) (Lacerda fot.).
quentemente encontradas em flores de várias plantas (Leguminosas, Sapotaceas e mangueira) e em frutos de Bromeliaceas e Leguminosas.
LEPIDOPTERA
Fig. 270 - Thecla brasilides (Geyer, 1837), (femea.) (Lacerda fot.).
Fig. 271 - Asas de Thecla basilides (Lacerda del.).
335
336
INSETOS DO BRASIL
As de algumas espécies, conquanto fitofagas nos primeiros estádios, tornam-se depois carnivoras, alimentando-se de larvas de formigas. Várias são predadoras de afidios e cochonilhas. Nas lagartas de algumas espécies mirmécofilas (fig. 272) observam-se adaptações
Fig. 272 - Lagarta de Lycaenidae (De Wheeler, Ants, fig. 210) (Lacerda cop.).
estruturais interesantes, que se evidenciam em grandes modificações na forma do corpo, na esclerose do tegumento e no desenvolvimento
Fig. 273 - Pernas anteriores do macho de 3 espécies de Riodinidae (a, b - Diorina sp., c - Zeonia timandra) Lacerda del.).
das glândulas secretoras de fluido apreciado pelas formigas, provavelmente de natureza idêntica ao secretado por outros insetos mirmecófilos.
LEPIDOPTERA
337
Tal substância é exudada através de uma fenda transversal, no dorso do 7.° urômero (10.º segmento). No 8.° urômero (11.° segmento), imediatamente atrás dos espiráculos, há duas pequenas s a l i ê n c i a s ou t e n t a c u l o s r e t r a c t i s , c u j a f u n ç ã o a i n d a n ã o foi p e r f e i tamente esclarecida. Convem aqui referir a observação feita por alguns autores sobre certos Licenideos, cujas lagartas, predadoras d e afideos, i n j e r e m t a m b e m o l í q u i d o a d o c i c a d o p o r eles e s p e l i d o . As relações entre Lycaenidae e formigas têm constituido assunto d e v á r i a s c o n t r i b u i ç õ e s e s t r a n g e i r a s ; as p r i n c i p a i s são r e f e r i d a s nos i n t e r e s s a n t e s t r a b a l h o s d e CLARK e d e BRUES (1926), c i t a d o s n o 5. ° t o m o d e s t e t r a b a l h o (pag. 121). A s c r i s a l i d a s de L y c a e n i d a e são c i l i n d r i c a s ou a r r e d o n d a d a s , d e côr p a r d a - e s c u r a , r e l a t i v a m e n t e r o b u s t a s . S ã o g e r a l m e n t e cint a d a s e f i c a m p r e s a s p e l o c r e m a s t e r . A s de a l g u m a s espécies, p o r e m , e n c o n t r a m - s e no solo, p o r t a n t o n ã o c i n t a d a s , e o u t r a s f i c a m s u s p e n s a s , c o m o as dos N i n f a l i d e o s . H a a l g u m a s espécies d e s t a f a m i l i a c u j a s l a g a r t a s c a u s a m d a n o s à plantas cultivadas.
Na India Virachloa isocrates (Fabricius) plantas, principalmente da goiabeira.
ataca
frutos
de
várias
No Brasil é a Thecla basilides Geyer, 1937 (subfamilia Theclinae) (figs. 269 e 270) a espécie d e m a i o r interesse, c u j o s h á b i t o s f o r a m e s t u d a d o s e n t r e nós p o r BONDAR (1921), sob o n o m e d e Hypolycaena phlippus. Nas linhas que seguem transcrevo a parte do trabalho de JOHNSON (1931), r e l a t i v o a o s h a b i t o s do i n s e t o n a A m e r i c a C e n t r a l e nas Antilhas: "La especie o grupo Tmolus echion L. (Thecla basilides Geyer) ha sido declarada como causante de dano en Trinidad y Costa Rica. Los daños causados por este insecto se determinan por una materia gomosa que exuda la planta en los sitios donde es atacada por el insecto. A1 princípio la goma es casi incolora y completamente líquida, se endurece al contacto con el aire y passa del color ambar pálido al pardo obscuro que toma cuando está completamente endurecida. Al separar la goma de la fruta aparece una concavidad ligera e irregular o, con más frequencia, un pequeno agujero circular que conduce hacia el interior. La larva hace por lo general una pequena cavidad dentro de la fruta, antes de proceder nuevamente hacia la superficie. Estas perfuraciones no se extienden hacia el interior de la fruta a más de uma tercera parte de su diámetro. A medida que la fruta va creciendo, estos agujeros se
338
INSETOS DO BRASIL van ilenando de una goma que conserva su consistencia gelatinosa espesa mientras cambia al color pardo obscuro. Los bordes de la herida se ennegrecen y con frequencia adquieren una segunda infeción ocasionada bien sea por un hongo verde, por unas especies de los gusanos Collembolla, Millipedes, que se parecen a las anguillas, por pequenas larvas de dípteros, o por diminutos escarabejos pardos, todos los cuales causan la disgregación de la fruta. Los huevos de este insecto se encuentran por lo regular adheridos a las escamas de la fruta muy tierna o los a capullos de las flores. La larva joven regularmente hace su ataque en la base pulposa de la escama donde ésta se encuentra adherida a la parte principal de la fruta. Las larvas penetran al interior de las flores que están abriendo, y se comen los petalos hasta llegar al ovario. En los capullos que no han abierto entran por todas partes. Las perforaciones iniciales son regularmente superficiales y poco profundas y se restringen a las partes más bajas de la fruta. Luego la larva, que crece rápidament, busca otros lugares de entrada, esta vez, aparentemente, sin considerar tanto la parte tierna de la epidermis. Pero entonces la fruta ha crecido más y ha terminado la florescencia, dejándole a la larva mayor campo en que ejercer su labor destructora. La larva entonces hace la cavidad debajo de la superficie. Este insecto, Tmolus echion, se ha encontrado también en piñas silvestres. E1 extermínio de este insecto no es difícil, puesto que pasa parte de su vida sobre la superfície exterior de la piña. Un insecticida que contenga azufre y nicotina en polvo, ha resultado eficaz, aplicado cuando las larvas están jóvenes, esto es, cuando la fruta está pequena. En Trinidad las variedades Pan de Azúcar y Antigua Negra sufrieron danos de consideración y exudaron goma libremente. En Costa Rica las seguientes variedades se encontraron infestadas y aparentemente ninguna estaba libre de danos, Smooth Cayenne, Chocona, Montúfar, Red Spanish, Ripley y White. En Brasil la especie Hypolycaena philippus causa danos similares".
As lagartas de Thecla basilides são no Brasil atacadas por uma especie de Tetrastichus, provavelmente nova, segundo GAHAN, e pela mosca que descrevi com o nome de Zygosturmia heinrichi (Larvaevoridae). Ainda para o estudo dos estádios do desenvolvimento em Lycaenidae deve ser lida tambem a contribuição de D'ALME IDA, relativa a especies do genero Hemiargus Hübner. BOURQUIN (Mariposas Argentinas, 1945) descreve o desenvolvimento de Thecla palegon (Stoll, 1779), que se cria, na Republica Argentina, em Solanum pseudocapsicum. 134. B i b l i o g r a f i a . BONDAR, G. 1912 - Um a praga do abacaxi. Bol. Minist. Agric. Ind. Com.,
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(Erycinidae
135. Caracteres, etc. - Borboletas pequenas e de coloração variada, até certo ponto próximas de Lycaenidae, o que leva alguns autores a considera-las c o m o subfamilia dessa familia. As antenas, em várias especies (Eurybia), apresentam-se subf i l i f o r m e s , pouco dilatadas n a p a r t e apical. Pernas anteriores das fêmeas normais; dos machos (fig. 273 a, b e c), porem, consideravelmcnte reduzidas, com o tarso uniarticula do e sem garra. 1 De
(Erycine),
nome
da
mitologia
grega.
LEPIDOPTERA
341
As asas posteriores podem ser simples, com ou sem recortes n a borda externa, ou apresentar apêndices caudiformes, um t a n t o largos e alongados (generos Diorina e Zeonia) ou finos, lembrando
Fig. 274 - Asas de Riodinidae (Lacerda del.).
os que se veem em Lycaenidae (genero Helicopsis), porem, mais numerosos. Algumas especies de asas caudadas apresentam-se em g r a n d e parte transparentes como vidro (Zeonia licursis (Fabr.).
342
INSETOS DO BRASIL
O sistema de nervação (fig. 274 e 276) é algo semelhante ao de Lycaenidae, exceto quanto a presença da humeral e do espessamento da margem costal até o angulo humeral. Os ovos de Lemnias, genero com muitas especies da Amazonia, teem a forma de turbante, deprimidos na região da micrópila e com a superficie provida de reticulação hexagonal. "Lagartas vermiformes ou pilosas, as vezes oblongas, pubescentes, aveludadas e eriçadas de pelos finos, com a cabeça pequena e globosa; patas muito curtas; cores algumas vezes vivas; chysalidas
Fig. 275 - Stalachtis susana (Fabr.) (Riodinidae) (Lacerda fot.).
succintas, curtas, arredondadas, eriçadas de finos pelos; cores algumas vezes brilhantes" (B. RAYMUNDO). Quando as borboletas pousam, as asas, ora ficam abertas, ou estendidas sobre a superfície de apoio, ora coniventes, como na maioria das borboletas, ou mesmo semiabertas, como nos Hesperideos. Há cerca de 1500 especies descritas, das quais muitas habitam a região neotrópica. No meu "3 .° Catalogo" cito algumas, cujas lagartas foram observadas sobre determinadas plantas, por B. RAYMUNDO (1909), ZIKÁN (1920) e HOFFMANN (1931). São elas: Emesis mandana (Cramer, 1780), criada em larangeira, Euselasia euboea
LEPIDOPTERA
343
(Hewitson, 1852) e E. eucerus (Hewitson, 1872), criada em Myrtaceae e Napaea nepos (Fabr., 1793), criada em orchideas do genero Oncidium. Pouco se sabe relativamente a etologia destas borboletas. Devo, todavia, recomendar a leitura da interessante comunicação de BRUCH (1926), relativa a biologia de Hamearis epulus signata Stichel.
Fig. 276 - Asas de Diorina arcius (L.) (Riodinidae) (Lacerda del.).
Depois se segue:
de
estudar
os
habitos
das
lagartas,
BRUCH
diz
o
que
"Seguramente, que los lepidópteros ponen los huevos sobre la planta nutritiva, Vicia graminea (u otra), de la cual se alimentan las orugas. Las orugas, con características adaptadas a la mirmecofilía, viven durante el día casi inactivas y semiasociadas (?ocultas en libertad?), comiendo de noche, cuando son visitadas por las Solenopsis, en busca de sus secreciones.
344
INSETOS DO BRASIL Durante los estados postlarvales y sobre todo en la fría estacion de invierno, las orugas se convierten en huéspedes típicos de las Solenopsis saevissima Richteri For., en cuyos n i d o s (y anexos ?), pasan su metamorfosis, abandonándolos luego, convertidas en imágenes o lepidópteros".
Na figura 277 vê-se Hamearis campestris Bates cujas lagartas atacam folhas de oiticica (Licania rigida), segundo me comunicou o
Eng.
Agr. ARISTOTELES SILVA.
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345
Familia LIBYTHEIDAE (Libytheidae Duponchel, 1844)
137. Caracteres, etc. - As borboletas desta familia facilmente se distinguem das demais pelo aspecto caracteristico dos palpos, que são tão longos quanto a cabeça e o torax reunidos, aproximados e porrétos. Femeas hexapodas, machos tetrapodos. R, nas asas anteriores, com 5 ramos; M 1 partindo do ápice da célula discal. Das poucas especies de Libytheidae que habitam a nossa região, n e n h u m a tem importância economica.
Fig. 277 - Hamearis campestris Bates (E. May det.). (Riodinidae) (Lacerda fot.).
No Rio, D'ALMEIDA (1932) cita, como especie comumente encontrada,
a
Libythea
carinenta
(Cramer,
1779),
vulgarmente
conhe-
cida pelo nome de "bicuda", seguramente pelo aspecto dos palpos. 138. B i b l i o g r a f i a . HERING, M.
1921 - Die geographiche Verbreitung der Libytheiden. Arch. Naturg., A, 87:248-296, 2 ests. MICHENER, C. D. 1943 - Some systematic notes on the Libytheidae (Lepidoptera). Ann. Mus. Nov., 1232:1-2, figs. 1-6.
346
INSETOS DO BRASIL
PAGENSTECHE R, A. 1901 - Libytheidae. Das Tierreich, 14, 18 p., 4 figs. 1902 - Familia Libytheidae. Gen. Ins., 5 : 4 p., 1 est. 1911 - Libytheidae. Lep. Catal., 3.
Familia SATYRIDAE 1 (Satyridae Swäinson, 1840; Elymniina Herr. Schaff, 1884; Agapetidae Grote, 1895) 139. Caracteres, etc. - Borboletas pequenas ou de porte medio, n ã o raro a p r e s e n t a n d o cores escuras ou pouco vistosas.
Fig. 278 - Asas de Satyridae (Lacerda del.).
Os S a t i r i d e o s são f a c i l m e n t e reconheciveis por t e r e m a l g u m a s das n e r v u r a s das asas a n t e r i o r e s (a s u b c o s t a l , a c u b i t a l e n ã o raro 1
De
(Satyros), Satiro. nome da mitologia grega.
LEPIDOPTERA
347
a anal) vesiculosas, como que insufladas, e as celulas, em a m b a s as asas, fechadas. Tarsos das pernas anteriores r u d i m e n t a r e s em a m b o s os sexos.
Fig. 279 - Hetaera piera (L.) (Da coleção do Instituto Biologico de São Paulo, gentilmente cedido pelo Eng. Agr. E. Figueiredo Jr.).
N a s asas anteriores (fig. 278), ha 5 radiais, algumas ou t o d a s partindo de u m m e s m o tronco. O termen das asas posteriores pode apresentar saliências dentiformes ou processo caudiforme mais ou menos alongado.
Fig. 180 - Callitaera aurora (Felder) (Da coleção do Instituto Biologico de São Paulo, gentilmente cedido por Figueiredo Jr.).
As especies de Cithaerias Hübner, Callitaera Butler e Hetaera Fabricius apresentam asas transparentes (figs. 279 e 280). Em Hetaera piera (L., 1764) (fig. 279), ambas as asas são hialinas, as posteriores apresentam duas maculas ocelares negras, perto da margem externa, cada uma circundada de estreita faixa de cor arruivada.
348
INSETOS DO BRASIL
Segundo B. RAYMUNDO o vôo destas borboletas é "saltitante, fraco, irregular e m u i t o pouco elevado". "Lagartas ora lisas, ora rugosas ou pubescentes, vivendo sobre varias gramineas, com a extremidade posterior afastada e o ultimo segmento terminado em cauda bifida; chrysalidas algumas vezes oblongas e pouco angulosas, tendo a cabeça ou bifida ou luniforme e duas ordens de pequenos tuberculos dorsaes; outras vezes curtas, arredondadas com a cabeça obtusa; cores geralmente pallidas, sem manchas nem pontos metallicos (ouro ou prata)".
As lagartas de Pedaliodes phanias (Hew., 1861) e de Taygetis ypthima (Hübner, 1816), f o r a m estudadas por W. MÜLLER (1886) e as de Euptychia byses (Godt., 1819) e Euptychia hesione (Sulzer, 1776) por D'ALMEIDA (1922). N e n h u m a , porem, até agora foi assinalada como p r a g a do arroz ou de o u t r a G r a m i n e a cultivada, como se t e m observado em outras regiões. As crisalidas, geralmente robustas e sem saliencias angulosas, ficam suspensas pelo cremaster. Algumas se e n c o n t r a m sob o solo ou sobre este e aí tecem tenue casulo. H a cerca de 1500 especies distribuidas em 2 subfamilias: Satyrinae e Elymniinae, esta com especies asiaticas.
140. Bibliografia. BUTLER, A. G. 1868 - Catalogue of the Diurnal Lepidoptera of the family Satyridae in the collection of the British Museum. London, 42 p., 5 ests.
GAEDE, M. 1931 - Satyridae. Lep. Catal., 43, 44, 48 (vol. 29), 759 p.
KOEHLER, P. 1935 - Prodromus Satyridae (Lep.) argentinos. Rev. Soc. Ent. Argent., 7 : 2 0 1 - 2 1 7 , 3 ests. 1939 - Especies nuevas de Satyridae y complemento a mi Prodromus. Physis, 17 : 443-447.
SCHWANWITSCH, B. N. 1928 - Studies upon the wing-patern of Pierella and related genera of South American Satyridan butterflies. Zeits. Morph. Oekol. Tiere, 10 : 433-532, 4 ests.
LEPIDOPTERA
Familia
349
BRASSOLIDAE
(Brassolidae Westwood, 1851)
141. Caracteres, etc. - Borboletas grandes, algumas com envergadura superior a 15 centímetros, como certas especies de Caligo, de asas muito largas, geralmente apresentando na face inferior desenhos ou máculas de aspecto caracteristico (fig. 285). A face superior, quando de côr azulada, não é tão vistosa e brilhante como nas borboletas da familia seguinte. Célula discoidal fechada em ambas as asas. As lagartas são de dois tipos principais: em Brassolis são pubescentes, aveludadas e sem processos cefálicos e caudais. Em
Fig. 281 - Brassolis astyra astyra Godart, 1765 (Da coleção do Instituto Biologico de São Paulo, gentilmente cedido pelo Eng. Agr. E. Figueiredo Jr.).
Caligo, Dynastor e Opsiphanes a cabeça é armada de processos cefálicos em forma de cornos mais ou menos conspicuos e o ápice do abdomen em cauda bífida.
As crisálidas dos Brassolideos (Ver T o m o 5, pg. 58, fig. 42) são suspensas, convexas, de cores pouco vistosas. A familia compreende cerca de 80 especies, todas da região neotropica. As lagartas das especies mais comumente encontradas, rodas citadas no meu "3.° Catalogo", alimentam-se de plantas Monoco-
350
INSETOS DO BRASIL
tiledoneas,
principalmente
da
familia
Gramineae.
Todavia
as
es-
pecies mais prejudiciais pertencem ao gênero Brassolis: Brassolis sophorae (L., 1758) e Brassolis astyra (Godart, 1763) (fig. 281).
Fig. 282 - Ovos de Brassolis sophorae parasitados por Telenomus sp. (Foto gentilmente cedido pelo Professor Toledo Piza).
As
lagartas
verdadeiras Eis
pragas o
que
destas dos
borboletas,
coqueiros
escreveu
B.
e
em das
certas
ocasiões,
tornam-se
palmeiras.
RAYMUNDO,
relativamente
ao
desenvol-
vimento de Brassolis astyra. "Ovos mais ou menos esphericos, de um amarello-chromo, mero de 50 a 80, dispostos regularmente, medindo 1 millimetro maior. Lagartas de habitos nocturnos, vivendo em grande sobre as folhas de varias Palmeiras (Palmeira Imperial do Rio de
em núno eixo numero Janeiro,
Palma mater Lin.; o Jariva do Rio Grande do Sul, Jirivá, Juruvá de Matto Grosso, ou Baba-de-boi do Rio de Janeiro, Cocos Martiana, Drud., Glaz.; e outros dos generos Bactris e Astrocaryum, conhecidos por Tucum, Ticum e Tucuman, Pará); mettidas em uma bolsa oblonga de 30 a 40 centímetros de comprimento por 8 ou 10 de diametro (fig. 283); tendo 65 a 70 millimetros de comprimento, afilados para a extremidade, escuras, com pubescencia esbranquiçada, listradas longitudinalmente de branco-esverdeado, tendo no 4.º, 5.º, 6.° e 7.° segmentos, listras transversaes amarellas; cabeça globulosa quasi negra; verdadeiras patas muito escuras, com o nascimento amarello; falsas patas amarelladas com anneis pardos; face inferior do corpo de um amarello mais ou menos alaranjado. Chrysalida-se quando adulta, depois de 7 a 9 dias, tendo um estado
LEPIDOPTERA
351
intermediario de 24 horas. Chrysalida medindo de 30 a 35 millimetros de comprimento, ora de um amarello claro com finas listras muito escuras, ora de côr geral rosea, tendo na face dorsal três linhas longitudinais muito escuras, quasi negras, e na lateral, uma longitudinal da mesma côr; região thoraxica, listrada de muito escuro; região cephalica guarnecida longitudinalmente por um ponto amarello, e região caudal negra, circulada de amarello-enxofre. Insecto perfeito depois de 18 a 20 dias. Habitat - Apparece abundantemente pelos mezes de Setembro e Outubro, nos bosques e mattos do Rio de Janeiro, Minas, São Paulo, Espirito Santo, Santa Catharina, Rio Grande do Sul, Pará, etc. O vôo é crepuscular, rápido, irregular e quasi sempre muito elevado".
Sendo dificil atingir as lagartas de Brassolis mediante as manobras normais de pulverização, deveria ser tentado o combate biológico. Ha a considerar a mosca Xanthozona melanopyga (Larvaevoridae), estudada por TRAVASSOS F° e CARRERA (1941) e por TOLEDO
Fig. 283 - Sacos de lagartas de Brassolis astyra em fôlhas de palmeira roidas pelas mesmas (Foto gentilmente cedido pelo Eng. Agr. Cincinato Gonçalves).
PIZA JR. e ZAMITH (1944), cujas larvas parasitam as lagartas de Brassolis astyra e de B. sophorae.
352
INSETOS DO BRASIL
Devo tambem chamar a atenção para uma especie de Telenomus, ainda não determinada, que se cria em ovos de Brassolis sophorae (varios individuos em cada ovo), segundo observações de TOLEDO PIZA, em Piracicaba (São Paulo) (fig. 282). SAUER, tambem em São Paulo, verificou que as lagartas de Brassolis astyra são parasitadas por Spilochalcis morleyi. Ao genero Caligo Hübner pertence a bem conhecida "borboleta coruja", assim chamada porque, vista com as asas estendidas e pela face inferior, realmente lembra a cara de u m a coruja. B. RAYMUNDO, tratando das especies C. brasiliensis brasiliensis (Felder, 1862), C. beltrão Illger 1801 (fig. 284 e 285) e Eryphanes
Fig. 284 - Caligo beltrao ( Visto de cima) (Brassolidae) (Foto de coleção do Instituto Biologico de São Paulo, gentilmente cedido pelo Eng. Agr. E. Figueiredo Jr.).
reevesii reevesii Doubl. & Westw.), diz o seguinte sobre a lagarta, a crisalida e os habitos da primeira (sob o nome de Caligo eurilochus): " D e côr geral p a r d a , m a t i s a d a de escuro, p u b e s c e n t e , c o m a cabeça g u a r n e c i d a de espinhos; u l t i m o s e g m e n t o f o r m a n d o u m a l o n g a c a u d a bífida corniforme. C h r y s a l i d a - s e d e p o i s de 17 a 20 dias, t e n d o u m e s t a d o i n t e r m e d i a r i o de 26 a 30 horas. C h r y s a l i d a m e d i n d o de 40 a
LEPIDOPTERA
353
50 millimetros de comprimento, grossa, um tanto angulosa, de um pardilho-roseo, estriado de verde-pardo, flancos com uma ordem de oito ou nove manchinhas ocelliformes; região cephalica, tendo lateralmente uma mancha triangular metallica (prata) seguida de um diminuto ponto tambem metálico; segmentos guarnecidos no centro, quer pela face dorsal, quer pela abdominal, de um pequeno tufo de pello negro espiniforme. Insecto perfeito depois de 25, 30 e 40 dias. Habitat - Apparece em grande número, geralmente pelo verão, às horas crepusculares, nas mattas e bosques sombrios do Rio de Janeiro, Minas, São Paulo, Rio Grande do Sul, Matto Grosso, Goyaz etc., sendo durante as horas quentes do dia encontrado pousado na parte inferior de tronco de arvores, com as azas verticaes. O vôo é compassado, regular e muito pouco elevado. Alem do Brasil é ainda conhecido na Guyana e noutros pontos da America Meridional". As saem
lagartas
moscas
do
são
frequentemente
genero
parasitadas
Hemimasipoda
e
(TOWNSEND
das
crisalidas
det.).
Fig. 285 - Caligo beltrao (visto de baixo) (Brassolidae) (Foto da coleção do Instituto Biologico de São Paulo. gentilmente cedido pelo Eng. Agr. E. Figueiredo Jr.).
Opsiphanes invirae
(Hübner,
Westwood, 1818),
é
outro
gênero
frequentemente
de
Brassolidae
encontrada
no
Rio
com
O.
de
Ja-
neiro, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. BOURQUIN (Mariposas
354
INSETOS DO BRASIL
Argentinas, 1945) fez observações interessantes relativas ao desenvolvimento de Opsiphanes quiteria meridionalis, Staudinger, 1887, cujas lagartas, na Argentina, se alimentam de Cocos romanzoffiana. As lagartas, estudadas por MABILDE (1896), vivem em Areca, Cocos e outras palmeiras, e em bananeiras (Musa spp.). SAUER, em São Paulo, verificou que as lagartas de Opsiphanes são parasitadas por Spilochalcis nigrifrons (Chalcididae) e por uma
Fig. 286 - Morpho hecuba (L.) (Morphoidea) (Foto da coleção do Instituto Biologico de São PauIo, gentilmente cedido pelo Eng. Agr. E. Figueiredo Jr.).
especie de Apanteles (Braconidae), esta, aliás, controlada por Horismenus cockerelli (Eulophidae). Na Republica Argentina parasita-as Spilochalcis denieri. 142. B i b l i o g r a f i a . BATES, M.
1932 - Notes on the metamorphosis of the Brassolidae (Lepidoptera). Bull. Brookl. Ent. Soc., 27 : 155-163, 1 fig. BREYER, A.
1939 - Los representantes argentinos de la familia Brassolidae. Physis, 17 : 495-562.
LEPIDOPTERA
355
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DAVIS, F. F. 1915 - The larva and pupa of Caligo memnon Feld. Trans. Ent. Soc. London.: 19-200, est. 29.
DUNN, H. 1971 - The cocoanut tree caterpiller Brassolis asthenia of Panama. Jour. Econ. Ent., 10 : 473-488, ests. 22 e 23.
FRUHSTORFER, H. 1912 - Brassolidae, in Seitz-Macrolep. do Mundo, 5 : 285-332.
MOSS, M. 1935 - Some details concerning the Brassolid butterfly, Dynastor macrosiris, its early stages, life history and food. Proc. Roy. Ent. Soc. London., 9 : 9 7 - 1 0 2 .
ROTHSCHILD, W. 1916 - Notes on Amathusiidae, Brassolidae, Morphidae, etc. with descriptions of new forms. Nov. Zool., 23 : 299-318, ests. 3-6.
STICHEL, H. 1904 - Fam. Nymphalidae, subfam. Brassolinae. Gen. Ins., 20 : 48 p., 5 ests. (3 color.). 1909 - Brassolidae. Das Tierreich, 25 : X I V + 2 4 4 p. 1932 - Brassolidae. Lep. Catal., 5 1 : 1 1 5 p.
TRAVASSOS FILHO, L. & M. CARRERA. 1941 - Xanthozona melanopyga (Wiedmann, 1830) (Diptera, Tachinidae), predadora de Brassolis astyra Godart, 1824 (Lepidoptera, Brassolidae), praga das palmeiras. Dados bionomicos dos dois insetos e morfologia do Tachinideo. Arq. Zool. S. Paulo, 3 : 4 3 - 7 4 , 9 ests.
ZIKÁN, J. 1930 - Die Schreckaugen von Caligo eurilochus brasiliensis Fldr. Ent. Rundsch., 47(9) :33 (10), 38-39.
356
INSETOS DO BRASIL Familia
MORPHOIDAE1
(Morphoidae Boisduval, 1836; Morphidae Kollar, 1850; Morphonidae Burmeister, 1873; Morphoides Burmeister, 1878; Thaumantidae Bonninghausen, 1896; Discophoridae + Amathusiidae Stichel, 1902; Hyanthidae Rolen, 1905)
143. Caracteres, etc. - São bem conhecidas borboletas desta familia, mormente as de asas de côr brilhante, ou iridescente, que m u d a m de côr segundo que são examinadas, rivalizando, em beleza, com as familia Uraniidae. Daí as asas serem utilizadas entre fecção de vários artigos p a r a turistas.
entre nós as azul metálica a posição em mariposas da nós na con-
Fig. 287 - Morpho anaxibia (Esper, 1798) (macho) (Foto da coleção do Instituto Biologico de São Paulo, gentilmente cedido pelo Eng. Agr. E. Figueiredo Jr.).
Tratam-se de especies do genero Morpho Fabricius, cujos representantes mais procurados, para tal uso, são: Morpho anaxibia (Esper, 1798) (figs. 287 e 288), vulgarmente conhecida como "azul sêda" e Morpho monelaus (Linnaeus, 1758). As borboletas desta familia, como as da familia anterior, quasi todas são de grande porte, algumas com perto de 15 centimetros 1
De
(Morpho), nome da mitologia grega.
LEPIDOPTERA
357
de envergadura, como Morpho menelaus e Morpho rhetenor Cram. tão grandes quanto os maiores Brassolideos do genero Caligo e Caligopsis. Apresentam a célula discal da asa posterior aberta ou imperfeitamente fechada (fig. 289). Numas especies, a face superior das asas é de côr azul (M. cypris Westwood, M. menelaus, M. achilles, etc.), n'outras são de um branco azulado, como M. laertes (Drury, 1872), ou de um branco
Fig. 288 - Morpho anaxibia (Esper, 1798) (femea) (Foto da coleção do Instituto Biologico de São Paulo, gentilmente cedido pelo Eng. Agr. E. Figueiredo Jr.)
nacarado, (=cytheris
brilhantemente Godart).
iridescente
(Morpho
portis
portis,
Hübner)
D'ALMEIDA (1922 - Mélanges Lepidop.) tratou detalhadamente da etologia de algumas das nossas especies. A. ADHERBAL DA COSTA, em interessante estudo sobre Morfideos do Distrito Federal, diz o seguinte: "O dimorphismo sexual é bem accentuado em muitas especies da familia. Exceptuando-se por exemplo os Morpho hecuba (fig. 286), laertes hercules, em que os sexos são muito semelhantes, vemos as especies do grupo cypris, rethenor em que as femeas se a p r e s e n t a m coloridas diferentemente.
358
INSETOS DO BRASIL O Morpho cypris macho de um azul brilhante difere profundamente da femea que é amarella. Outros como o Morpho aega, tambem azul o macho, apresentam femeas de cor diferente; umas amarellas e outras de um azul menos brilhante. O que é interessante é vermos voarem ambos na mesma época e no mesmo local e serem indifferentemente procuradas pelos machos. Desenvolvimento - O ovo dos Morphideos é em geral bastante grande, medindo em algumas especies, como o Morpho achillaena, até 2,5 mm. de diametro, apresentando-se, porém, mais afilado em u m dos pólos. De superficie quasi sempre lisa, no Morpho peleides é rugosa. Quanto a coloração, esta varia do verde muito claro ao cinzento amarellado, notando-se em algumas especies do grupo Achilles uma ordem circular de manchas irregulares e escuras. O numero de ovos em cada postura varia muito com as especies e com as localidades. E m geral, cada femea põe d e 100 a 159 ovos, procurando dispô-los sobre a face ventraI das folhas proprias a cada especie. As larvas muitas vezes constroem ninhos, de forma oval, construidos com fios de seda forte, de côr amarello escuro, notando-se sempre, presos aos fios, fragmentos de cascas de caule e folhas. Procuram muitos Morphideos plantas trepadeiras, outros, grandes arvores para a postura. De caracter rixento, é muito frequente a lucta entre as larvas, facto observado quando criadas em captiveiro, o que faz suppôr que em liberdade se dê o mesmo. Morphologicamente as larvas se caracterizam pelo corpo cylindrico, alongado, mais espessado no meio, tendo a extremidade posterior mais afilada e prolongada em cauda indistinctamente bifurcada. A cabeça muito volumosa se alonga em dois prolongamentos conicos, horizontaes e voltados para frente. Faltam algumas vezes os prolongamentos, notando-se em algumas especies u m rudimento. De coloração às vezes brilhante, revestidas de manchas cruciformes, o amarello sulcado de faixas dorsaes escuras f o r m a m a côr f u n d a m e n t a l da maioria das larvas da familia em estudo. Sempre pilosas, o numero de pellos varia com as especies. Bem nutridas em captiveiro, mudam as larvas cinco vezes, dando-se a nymphose pouco depois da ultima muda. As chrysalidas são, em geral, volumosas de tonalidade variavel, indo do verde claro ao m a r r o n escuro. O tempo da nymphose é um tanto variavel, nas regiões muito humidas e quentes em mais curto espaço de tempo dá-se a sahida do imago, nas regiões mais secas póde a nymphose ser b a s t a n t e longa".
BOURQUIN (Mariposas Argentinas), trata do desenvolvimento de Morpho catenarius argentinus Fruhstorfer, 1907, cujas lagartas se alimentam de folhas de Inga uruguayensis. 144. Habitos - As especies de Morpho vivem nas nossas matas, sendo mais frequentemente encontradas em lugares altos. Segundo observação dos que as estudaram, umas teem vôo ondu-
LEPIDOPTERA
359
lante e relativamente rasteiro (M. achilaeus, M. menelaus), outras, porem, (M. laertes, hercules, hecuba, rhetenor) preferem voar à altura do cimo das grandes arvores, raramente descendo a menos de 10 metros acima do solo, em aléas abertas nas matas, para atingir e sugar algum fruto caido e em fermentação.
Fig. 289 - Asas de Morpho laertes (Drury, 1783) (Lacerda del.).
Tais especies, porem apezar de voarem alto, deixam-se apanhar com relativa facilidade pelos caçadores de "borboletas", que, para
360
INSETOS DO BRASIL
isso, a g i t a m r a p i d a m e n t e r e d e d e côr a p r o p r i a d a d e u m p a r a o u t r o lado. P a r a o c o n h e c i m e n t o d a b i o l o g i a d e s t a s b o r b o l e t a s , d e v e m ser lidos os trabalhos citados no fim desta seção e os de BURMEISTER, W. MÜLLER (1886), FRUHSTORFER (in Seitz-Microlepidot., 5) e D'ALMEIDA ( M é l a n g e s L é p i d o p . , 1922). Em meu "3.° Catalogo" menciono as especies B r a s i l c u j a e t o l o g i a é m a i s ou m e n o s c o n h e c i d a .
encontradas
no
Ha cerca de 30 especies de Morfideos descritos, que habitam as regiões t r o p i c a i s , d i s t r i b u í d o s e m d u a s p r i n c i p a i s s u b f a m i l i a s : Amathusinae, com especies da região Indo Malaia e Morphoinae da região neotropica. A t é a g o r a , n ã o foi a s s i n a l a d a especie a l g u m a c u j a s l a g a r t a s c a u s e m d a n o s a p l a n t a s c u l t i v a d a s . As p o u c a s especies c u j a s lag a r t a s são c o n h e c i d a s c r i a m - s e e m L e g u m i n o s a s , M e n i s p e r m a c e a s e p l a n t a s s i l v e s t r e s de o u t r a s familias. 145. B i b l i o g r a f i a .
BAR, C. 1864 - Quelques notes sur les Morpho de la Guyane, Lépidoptères de la tribu Morphides. Ann. Soc. Ent. Fr., (4) 4:29-33. BREYER, A. 1939 - Los representantes argentinos de la familia Morphidae. Physis, 15 : 503-508. COSTA, A. A. DA 1934 - Morphideos do Distrito Federal. Rodriguesia, 2 : 213-237, 10 ests. GALLARDO, A. 1907 - Observaciones sobre la metamórfosis de Morpho catenarius (Perry), en los alrededores de Buenos Aires. An. Soc. Ci. Argent., 63:52-57. 1908 - Invernada de las orugas de Morpho catenarius (Perry). An. Soc. Ci. Argent., 64:200-203.
RICHARDS, Jr., A. G. 1944 - Notes and news in Entomology. Ent. News, 5 : 190-193. (Neste artigo o autor, mediante o microscópio eletronico, estuda a anatomia das escamas iridescentes em borboletas da especie Morpho cypris).
LEPIDOPTERA
361
ROUSSEAU - DECELLE, G. 1936 - Des variations parallèles chez les Morphos des espèces hecuba et perseus. Livre Jubilaire E. L. Bouvier: 293-296, est. 13.
ZIKÁN, J. F. 1935 - Morpho hercules Dalm. und richardus Fruhst. ein auffälligen Beispiel von Parallelismus bei Lepidopteren der Neotropischen Fauna. Deuts. Ent. Zeits. Iris. 49 : 133-141, 5 figs.
NYMPHALIDAE1
Familia (Nymphalidae
146. Caracteres, teriza esta familia:
etc.
-
Swainson,
Eis
como
1872)
COMSTOCK
(1944)
carac-
" T h e antennae are slender, short, medium or long, clothed w i t h scales and tapering clavate or with a short club. The palpi are stout, hairy and prominent. The fore legs, in both sexes, have the tarsi atrophied. The discal cells of both wings may be open or fully closed, or closed with a vestigial vein, or either wing closed and the other open or partly so. The fore wings have all radials; M 1 usually arises from the apex of the discal cell; M 2 is associated with the radial stem; M 3 is associated with the cubital stem; 2A only present. The hind wing usually has a humeral vein and 2A and 3A are present. The eggs are globular, or cylidrincal, or truncate conical, vertically ripleed or reticulated. The variable larvae may be cylindrical or with protuberant segments, smoth or spined or filamented, with heads variously shaped and bodies variously colored and ornamented. The, pupae are entirely variable in shape and color, b u t all are suspended by a cremaster. The family is divided into three subfamilies: Acraeinae, Heliconiinae and Nymphalinae, the first not occuring in Porto Rico".
Subfamilia ACRAEINAE2 (Acraeidae Doubleday, 1844; Acraeinae Bates, 1861; Hampson, 1918)
147. Caracteres, etc. - Subfamilia de borboletas pouco vistosas, de asas anteriores subtriangulares e posteriores mais curtas, subovais, providas de palpos cilíndricos; pilosos; célula discal fechada em ambas as asas. Cubital da asa anterior sem ramo na base. 1 De 2 De
(ninfe), ninfa. (Acraea), nome
da
mitologia
grega.
362
INSETOS DO BRASIL
Constituem-na cerca de 200 espécies, principalmente da região Etiopica e pertencentes ao gênero Acraea.
Fig. 290 - Actinote rhodope D'Almeida, 1925 (Acraeinae) (Foto gentilmente cedido por D'Almeida).
As espécies encontradas no Brasil são do gênero Actinote (fig. 290), teem lagartas distintamente espinhosas (fig. 291), que se alimentam
Fig. 291 - Lagarta de Actinote pellenza Hübner, 1820-24 (Lacerda fot.).
de Compostas dos gêneros Eupatorium e Mikania. A mais conhecida é a Actinote pellenea Hübner, 1820-24.
148. Bibliografia. D'ALMEIDA, R. FERREIRA 1922 - Notes sur queIques Lépidoptères Rhopalocères du Brésil. III - Les Actinote du Rio. Ann. Soc. Ent. Fr., 91:229-235.
LEPIDOPTERA
363
D'ALMEIDA, R. FERREIRA 1925 - Quelques rectifications sur les Actinotes de la partie orientale de l'Amerique du Sud. Ann. Soc. Ent. Fr., 9 4 : 335-354. 1931 - Beiträge zur Schmetterlings- Fauna Süd-Amerikas. Ent. Zeits., 45 : 59-61, 3 figs. 1934 - Zwei neue Schmetterlinge aus Brasilien. Ent. Zeits., 48:90-92, 3 figs. 1935 - Nota supplementar ao nosso artigo sobre o genero Actinote Hübner. Rev. Ent., 5:486-488, 5 figs. 1935 - Les Actinote de la partie orientale de l'Amerique du Sud. Ann. Acad. Brasil. Sci., 7 : 69-88, 89-112, 13 ests. 1943 - Algumas observações sobre o Actinote morio Oberthuer, 1917 (Lep. Heliconiidae, Acraeinae). Pap. Avuls. Dept. Zool. São Paulo, 3:107-109, 3 figs.
JORDAN, K. 1913 - Nymphalidae : subfam. Acraeinae. Lep. Cat., 11, 81 p.
JORDAN, K. & H. ELTRINGHAM 1916 - Fam. Nymphalidae, subfam. Acraeinae. Gen. Ins., 169 : 81 p., 2 est. col.
HAYWARD, K. J. 1935 - Revision de las especies argentinas del genero Actinote (Lep. Nymphalidae). Rev. Soc. Ent. Agr., 7 : 9 3 - 9 7 , 1 est.
POTTS, R. W. L. 1943 - Systematic notes concerning American Acraeinae (Lep.: Nymphalidae). Pan Pacif. Ent., 19 : 31-34.
Subfamilia
HELICONIINAE1
(Heliconidae Swainsom 1827; Heliconinae Bates, 1861; Heliconiinae Butler, 1870; Palaeotropidae Moshler, 1917; Eueididae Brues & Melander, 1932; Heliconiinae Michener, 1942, Comstock, 1944)
149. Caracteres, etc. - Borboletas de tamanho medio, com asas de cores vivas sobre fundo negro ou negro azulado (fig. 292). 1 De
(Heliconius), nome da mitologia grega.
364
INSETOS DO BRASIL
Fig. 292 - Heliconius sara apseudes (Hübner, 1818) (Heliconinae) (macho) (Foto gentilmente cedido por J. Oiticica Fº.).
Fig. 293 - Asas de Eulide dianassa (Heliconiinae) (Lacerda del.).
LEPIDOPTERA
365
Asas anteriores longas, pelo menos 2 vezes tão compridas q u a n t o a largura máxima, de bordo externo mais ou menos arredondado.
Fig. 294 - Terminalia de Heliconius sara apseudes (Hübner, 1816) (Lacerda fot.).
Fig. 295 - Foto tirada, á noite, pelo Sr. J. Pinto, de exemplares de Heliconius apseudes, pousados n'uma planta.
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INSETOS DO BRASIL
Cubital com curto ramo basal (f. 293). Asas posteriores relativamente pequenas e arredondadas. Célula discal fechada em ambas as asas.
Fig. 296 - Lagarta de Heliconius satis narceae (Godart, 1819) (Lacerda fot.).
Fig. 297 - Asas de Dione vanillae (L., 1758) (Heliconiinae) (Lacerda del.).
LEPIDOPTERA
367
"Vôo compassado e raramente elevado. Algumas especies exhalam forte odor fétido quando capturadas. Lagartas adelgaçadas, com cores algumas vezes brilhantes, ora mais ou menos lisas, ora cheias de prolongamentos espiniformes. Chrysalidas, ora ovilongas e lisas, ora muito angulosas, com prolongamentos espiniformes, tendo, algumas, manchas metállicas; suspensas, isto é, presas somente pela cauda ao piano de suspensão" (Benedito Raymundo).
As lagartas dos Heliconiineos (fig. 297), como se pode ver na relação que se encontra no meu "3.° Catalogo", alimentam-se de folhas de Passiflora spp.. Várias delas são conhecidas graças a contribuição do W. MÜLLER (1866). As especies mais encontradiças são as dos gêneros Heliconius Klug, Eueides Hübner, Dryas Hübner (Colaenis Hübner) e Dione Hübner, este com as bem conhecidas: Dione vanillae vanillae (L.
Fig. 298 - Terminalia de Dione vanillae (Lacerda fot.).
1758) e Dione juno juno (Cramer, 1779), cujo desenvolvimento foi estudado por BURMEISTER (1877), por W. MÜLLER (1886) e recentemente por D'ALMEIDA (1944). Segundo observações de ARAUJO SILVA (1933) as lagartas são atacadas pelos "percevejos do mato" Apateticus (Eupodisus) mellipes e Alcaeorrhynchus grandis (Pentatomidae).
368
INSETOS DO BRASIL
Do genero Dryas é bem conhecida Dryas 1775), quase sempre presente em todas coleções.
julia
julia
(Fabr.,
Fig. 299 - Terminalia de Dione juno (Cramer, 1779) (Heliconiinae) (Lacerda fot.).
150. Bibliografia. BATES, H. W. 1852 - Contribution to an insect fauna of the Amazon Valley (Lepidoptera, Heliconidae). Trans. Lin. Soc., 23 : 49-566, ests. 55-56, 95-56.
MICHENER, C. D. 1912 - A generic revision of the Heliconiinae (Lepidoptera, N y m p h a lidae). Amer. Mus. Nov., 1197, 8 p., 17 figs.
NE USTETTER, H. 1929 - Nymphalidae, subfam. Heliconiinae. Lep. Cat., 36, 136 p.
RILEY, N. D. 1926 - Calaenis and Dione, a revisional note on the species. Entomol., 5 9 : 2 4 0 - 2 4 5 , est. 2.
SILVA, A . G. D'ARAUJO E 1933 - Contribuição para o estudo da biologia de três Pentatomideos O possível emprego destes insetos no combate biologico como destruidor de especies nocivas. O Campo 4 (3) : 23-25, 6 figs.
STICHEL, H. & H. EIFFARTH 1905 - Heliconiidae (Eucididae). Das Tierreich, 22, X V + 2 9 0 p., 50 figs. Fam. Nymphalidae subfam. Heliconiidae. Gen. Ins., 37, 74 p., 6 ests. col.
LEPIDOPTERA
369
Subfamilia NYMPHALINAE (Nymphalinae Bates, 1861) 151. Caracteres, etc. - Nymphalinae distingue-se das outras subfamilias, principalmente, pelo sistema de nervação das asas, que apresentam as respectivas celulas abertas ou imperfeitamente fechadas. Esta subfamilia é a que compreende o maior numero de especies (mais de 4.000), de aspectos os mais variados. Algumas, como as dos generos Euptoieta e Vanessa, são de vasta distribuição geografica. Ha tambem nesta subfamilia algumas especies de habitos migratorios. Em meu "3.° Catalogo" menciono varios Ninfalineos de etologia mais ou menos conhecida, graças as contribuições de W. MÜLLER,
Fig. 300 - Callithea leprieuri Feisth (Nymphalinae) (vista de cima) Lacerda fot.).
1866), MABILDE (1896), BENEDITO RAYMUNDO (1907), D'ALMEIDA (1922, 1944) e HOFFMANN (1937, 1939). Todos, porem, são borboletas cujas lagartas atacam plantas sem importancia economica. Ha tempos, entretanto, recebí exemplares de Euptoieta claudia (Cramer,
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INSETOS DO BRASIL
Fig. 301 - Callithea leprieuri Feisth (Nymphalinae) (vista de baixo) (Lacerda fot.).
Fig. 302 - Pernas anteriores: em cima, de femea, em baixo, de macho de Metamorpha wernickei Röb. (Nymphalinae) (Lacerda del.).
LEPIDOPTERA
371
1782), obtidos pelo Dr. ALFREDO URPIA, de lagartas que atacaram trigo. Os Ninfalineos do genero Ageronia Hübner, 1819 (Hamadryas Hübner, 1806, segundo Comstock, 1944) são curiosos porque, alem
Fig. 303 - Terminalia de Metamorpha wernickei (Nymphalinae) (Lacerda fot.).
de pousarem sobre o tronco das arvores com as asas aplicadas à superfície, em vôo produzem estalido característico, atribuído por HAMPSON (1892 - Proc. Zool. Sc. London, 1892 : 191) à fricção de um par de ganchos alares em dois processos esclerosados toraxicos.
Fig. 304 - Lagarta de Metamorpha stelenes (L., 1758) (Lacerda fot.).
Como os Ropaloceros não possuem orgãos timpanicos, parece inadmissível relacionar essa produção de ruído com a função auditiva, a menos que esta dependa exclusivamente de orgãos cordotonais
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INSETOS DO BRASIL
que se encontrem na base das asas, como se observa n ' o u t r o s Lepidopteros.
Fig. 305 - Crisalida de Metamorpha stelenes (L. 1758) (Lacerda fot.).
Fig. 306 - Perna anterior de Biblis hyperia (Cramer, 1779) (Nymphalinae) (Lacerda del.).
Fig. 307 - Biblis hypeira (Cramer, 1779) (Lacerda fot.)
LEPIDOPTERA
373
Dentre as especies mais conhecidas entre nós devem ser citadas: Junonia evarete (Cramer, 1779) (=lavinia (Cramer, 1775), especies do genero Callicore Hübner, chamadas "borboletas 88" (fig. 315) de Phyciodes, tão bem estudadas por FORBES e HALL e as duas
Fig. 308 - Asas de Biblis hyperia (Nymphalinae) (Lacerda del.).
especies de Metamorpha: stelenes (L., 1758) (= Victorina steneles (L., 1764) e wernickei. Na figura 307 ve-se uma exemplar de Biblis hyperia (Cram., 1779), que apresenta a subscostal das asas anteriores algo dilatada na base (fig. 308), como geralmente se ve nos Satirideos e em alguns outros Ninfalineos, dos generos Evonyme Hübn., 1819, Eunica Hübn., 1819 e Mestra Hübn.,
374
INSETOS DO BRASIL
Alguns Ninfalineos, como Marpesia chiron (Fabr., 1775) (= Megalura chiron) e Marpesia petreus (Cram., 1776) (=Megalura petreus) apresentam as asas posteriores providas de prolongamentos caudiformes. Aspecto semelhante se observa em representantes de Hypna Westw. e de Anaea Hübn. As especies deste ultimo genero são tambem interessante porque nelas a radial das asas anteriores
Fig. 309 - Terminalia de Bliblis hyperia (Nymphalinae) (Lacerda fot.).
apenas tem 4 ramos, quando normalmente essa nervura se apresenta com todos os seus ramos. A especie mais conhecida é A. ryphea Hübn., a conhecida "borboleta rubi". Especies vistosas, pelo seu grande porte (com cerca de 100 mm. de envergadura), são as dos generos Historis Hübn. e Prepona Boisduval. Em Prepona as asas são negras em cima e atravessadas
LEPIDOPTERA
Fig. 310 - Asas de Phyciodes eunice (Hübn.) (Nymphalinae) (Lacerda del.).
Fig. 311 - Lagarta de Phyciodes eunice (Hübn.) (Lacerda fot.).
375
376
INSETOS DO BRASIL
por larga faixa, abrangendo as duas asas, de cor azul-esverdeada metalica. Em Historis as asas são tambem negras em cima, ao longo da margem externa, da borda costal (do apice até o meio) até o meio da margem posterior. O resto da superficie da asa anterior é de cor alaranjada.
Fig. 312 - Crisalida de Phyciodes eunice (Hübn.) (Lacerda fot.).
Fig. 313 - Asas de Adelpha mythra (Godart) (Lacerda del.)
LEPIDOPTERA
377
Dentre as mais belas borboletas merecem ser citadas as especies de Catagrama e de Callithea (figs. 300 e 301). Todavia, como bem diz
Fig. 314 - Terminalia de Eunica maja (Fabr.) (Nymphalinae) (Lacerda fot.).
FRUHSTORFER, a Natureza parece ter esgotado todos os recursos na ornamentação das borboletas, ao embelezar as especies de Agrias
Fig. 315 - Callicore sp. (? meridionalis Bates. 1862) (Nymphalinae) (face inferior) (Lacerda fot.).
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INSETOS DO BRASIL
Doubleday, magnifico genero tropical, nado " p r i n c i p e dos Ninfalineos".
com
justa
razão
cognomi-
D e n t r e as especies de Agrias, Agrias sardanapalus Bates, da Amazonia, excede todas as outras no brilho das asas, podendo ser considerada u m a verdadeira maravilha da Natureza. As asas anteriores são de um vermelho purpura com reflexo azulado, que lhes dá u m brilho violeta purpureo; as posteriores são de um azul safira brilhante.
152. Bibliografia. D'ALMEIDA, R. F. 1941 - Contribuição para o conhecimento da biologia de Phyciodes hermas (Hew., 1864) (Lep., Nymphalidae). Arq. Zool. S. Paulo, 2 : 321-324, 1 est.
BATES, H. W. 1864 - Contributions to an insect fauna of the Amazon Valley, Lepidoptera Nymphalidae. J. Ent., 2 : 175-213, ests 9-10.
DETHIER, V. G. 1941 - Metamorphose of Cuban Nymphalidae and Lycaenidae. Psyche, 4 8 : 7 0 - 7 6 , 2 ests.
FOETTERLE, J. G. 1902 - Descripção e lepidopteros novos do Brasil. Rev. Mus. Paul., 5: :618-652, 4 ests.
FORBES, W. T. M. 1928 - Variation in Junonia lavinia. Jour. N. Y. Ent. Soc., 3 6 : 3 0 5 - 3 2 0 , est. 11. 1944 - The genus Phyciodes (Lepidoptera, Nymphalinae). Ent. Amer., 24 : 139-207, ests. 7-14.
FRUHSTORFER, H. 1904 - Beitrag zur Kenntnis einiger Prepona Arten, etc. Deuts. Ent. Zeit. Iris, 1 7 : 2 7 1 - 3 1 2 , ess. 6-7.
GABRIEL, A. G . 1927
-
Catalogue of the type specimens of Lepidoptera Rhopalocera in the British Museum, Part. III - Nymphalidae. London: 128 p.
HALL, A. 1928-1930 - A revision of the genus Phyciodes Hübner. Suppl. Bull. Hill Mus. 2 e 3 : 1-44, ests. 1-3 (1928), 45170 (1929), 171-206 (1930).
LEPIDOPTERA
379
HAYWARD, K. J. 1931 - Lepidopteros argentinos. Familia Nymphalidae. Rev. Soc. Ent. Argent., 4 : 1-199, 6 figs. 21 ests. MÜLLER, W. 1886 - Südamerikanische Nymphalidenraupen. Versuch eines natürlichen Systems der Nymphaliden. Zool. Johab., Syst., 1 : 417-678, ests. 12-15, 3 figs. SCUDDER, M. S. H. 1876 - A cosmopolitan butterfly, its birthplace. Amer, Natur., 10:392-396; 602-611. SCHWANWITSCH, B. N. 1930 - Studies upon the wing pattern of Prepona and Agrias, two genera of South America Nymphalid butterflies. Acta Zool., Stockolm, 11: :289-424, 4 ests., 12 figs. 1930 - Studies upon the wing pattern of Catagramma and related genera of South America Nymphalid butterflies. Trans. Zool. Soc. London, 21 : 105-284, 5 ests,. 18 figs. 1924 - On the ground-plan of wing pattern in Nymphalids and certain other families of the Rhopalocerous Lepidoptera. Proc. Zool. Soc. London: 509-528, 4 ests. STICHEL, H. 1938-1939 - Nymphalidae, in Lepid. Catal: Dioninae, Anetiinae, Apaturinae, in Lep. Catal., 86 : 374 p., Charaxidinae, 91 : 375542, 93 : 543-794. Fam. Nymphalidae, Subfamilia Dioninae, in Gen. Insect., 6 3 : 3 8 p., 3 ests. ZIKÁN, J. F. 1921 - Die ersten Stand von Anaea zikani RebeI. Zeits. Oesterr. Ent. Ver., 6 (1 e 2). 1937 - Neue Nymphaliden-Arten, und Formen aus Brasilien. Ent. Runds., 54:328-331; 385-387; 423-425; 440-441; 445-448, 1 fig.
Familia DANAIDAE
1
(EupIoeidae Mac Leay, 1835; Danaidae Doubleday, 1847; Danaididae Reuter, 1896; Limnadidae Grote, 1896; Danaoidea D'Almeida, 1939)
153. Caracteres, etc. - Borboletas pouco vistosas. O principal carater que De
(Danaus), nome da mitologia grega.
de porte medio e cores as distingue dos repre-
380
INSETOS DO BRASIL
sentantes das demais familias de Nymphaloidea é a presença, nas asas anteriores, da nervura 2A, com forquilha na base.
Fig. 316 - Anosia gilippus gilippus (Cramer, 1775) (Danainae) (Lacerda fot.).
A familia compreende tres subfamilias: Danainae, Lycoreinae e Ithomiinae, esta e a primeira elevadas por alguns autores a categoria de familia. Subfamilia DANAINAE (Danainae Bates, 1861) 154. Caracteres, etc. - Asas triangulares, raramente mais longas que o dobro da largura. Celula fechada em ambas as asas,
Fig. 317 - Lagarta de Diogas erippus (Cramer, 1775) (Danainae) (Lacerda fot.).
raramente aberta nas posteriores. Ovos cônicos-ovais, de base achatada, com caneluras longitudinais divididas por cristas transversais.
LEPIDOPTERA
Fig. 318 - Lycorea ceres (Cramer 1776) var. halia Hübn., 1816 (= cleobaea Godt.) (Lycoreinae) (Lacerda fot.).
Fig. 319 - Asas de Lycorea ceres (Lycoreinae) (Lacerda del.).
381
382
INSETOS DO BRASIL
Lagartas cilindricas, lisas, porem com a parte anterior estreitada, apresentando, n'um ou mais segmentos, um par de processos finos mais ou menos alongados, flexiveis, porem não retractís (no protorax e no 10.° uromero). Crisálidas suspensas, ovoides, relativamente curtas, média um tanto contraida, de côr verde, douradas Ha em Danainae em alguns gêneros.
especies
dos
varios
com a parte ou prateadas.
continentes,
distribuídas
As mais conhecidas no Brasil são Anosia gilippus 1775) (fig. 316) e Diogas erippus (Cramer, 1775).
(Cramer,
Fig. 320 - Lagarta de (?) Lycorea sp. (Lycoreinae) (Lacerda fot.).
As lagartas de ambas (figs. 317 e 320) vivem em Asclepias curase são frequentemente parasitadas por Chalcis annulata.
savica
Ha uma mosca da familia Larvaevoridae, descrita por MOREIRA (1915) com o nome Masicera brasiliensis, que parasita a segunda. Trata-se, porem, segundo verifiquei, de uma especie de Euexorista. Transcrevo a nota de MOREIRA relativa a esse parasito: "Les larves du Masicera brasiliensis sont parasites des chenilles et des chrysalides du Lépidoptères Anosia plexippus erippus (Cram.). Les femelles déposent des oeufs, coniques avec le sommet tronqué et arrondi, isolés les uns des outres, sur la face inférieure des feuillles de l'Asclepias curassavica L.; trois à quatre jours après, sortent les chenilles de trois millimètres de longueur; quand elles ont atteint 30 a 35 millimètres de longueur, elles se métamorphosent en chrysalides et au bout du 8 à 10 jours naissent les papillons.
LEPIDOPTERA
383
J'ai en eu observation, dans des cages, des chenilles nées d'oeufs dans la cage même; toutes se métamorphosèrent en chrysalides et en papillons régulièroment, tandis que la plupart des chenilles sorties des oeufs provenant du dehors et recueillies dans les cages d'observation, avec à peu près 20 millimètres de longueur, étaient infestées pour les larves du Masicera brasiliensis. Le jeune Masicera appartient au groupe des Muscides Tachininae qui déposent leur oeufs sur les feuilles de la plante préferée par les chenilles dont les larves de la mouche doivent être parasites, afin que les chenilles, en mangeant les feuilles, avalent les oeufs, mais, je n'ai pas réussi à vérifier le fait. Les chenilles infestées para les larves du Masicera brasiliensis, saines en apparence, se métamorphosent en chrysalides vert claires qui, au bout de trois jours, commencent à noircir de plus en plus jusqu'a devenir tout à fait châtain sombre; à ce moment les larves de la mouche déjà grandes, complètement développées, en se mouvent dans les chrysalides, rompent la cuticule de celle-ci, tombent à la terre et sa métamorphosent en pupes dont naissent les mouches au bout de 12 à 14 jours. De chaque chrysalide de l'Anosia plexippus sortent trois à quatre larves de Masicera brasiliensis".
Diogas curassavicae (Fabr., 1807) (=Danaus archippus Fabr., 1793; = Danaus plexippus plexippus (Linnaeus, 1758) dos autores americanos) é outra especie interessante, que tambem se cria em Asclepiadaceae, encontrada do Canadá à America Central e Antilhas.
Devido aos habitos migratórios, é natural que tenha sido encontrada em territorios bem distantes (Ilhas Canarias, Ilhas do Cabo Verde, Ilhas Britanicas, na parte ocidental da Zelandia, na Australia e na Formosa (segundo CLARK, 1941). Da
subfamilia
importancia mamoeiro
agricola (Carica
Lycoreinae são
do
(Kirby, genero
1904) Lycorea,
as
especies
cujas
de
alguma
lagartas
atacam
papaya).
155. B i b l i o g r a f i a .
BRYK, F. 1937 - Danaidae, in Lep. Cat., 78-80 : 702 p. CLARK, A. H. 1941 - Note on some North and Middle American Danaid butterflies. Proc. U. S. Nat. Mus., 90 (3118) : 531-542, 4 ests.
384
INSETOS DO BRASIL
D'ALMEIDA, R. F. 1938 - Um novo genero da subfamilia Danainae e uma nova synonimia para o genero Anosia (Lep. Danaidae). O Campo, 9 (102) :41. 1939 - Revisão das especies americanas da superfamilia Danaoidea (Lep. Rhopalocera). I - Familia Danaidae, subfamiIia Danainae. Mem. Inst. Osw. Cruz, 34 : 1-113, 30 ests. 1944 - Nota suplementar a Revisão das especies americanas da superfamilia Danaoidea. Pap. Avul. Dep. Zool., São Paulo, 4 : 3 3 - 7 0 , 3 ests.
FORBES, W. T. M. 1939 - Revisional notes on the Danainae (Lep.). Ent. Amer. (n. s.) 19 : 101-140, 1 est. 1940 - Las Danaides del Norte de Venezuela. Bol. Soc. Venez. Ci. Nat., 6 : 3 0 8 - 9 1 7 . 1943 - Revisonal notes on the Danainae (Supplement). Jour. N. Y. Ent. Soc., 51 : 295-304, 2 figs.
HAENSCH, R. 1909-1910 - Danaidae, in Seitz, Macrolep. Mundo, 51:113-171, ests. 31-41.
HULSTAERT, R. P. G. 1921 - Fam. Danaididae, in Gen. Ins., 193:1-215,
ests. 1-6.
KOEHLER, P. 1929 - Las mariposas argentinas. Danaidae. Rev. Soc. Ent. Arg., 2 : 3 0 3 - 3 3 2 , ests. 1-5, figs.
MOREIRA, C. 1915 - Description d'une tachinaire nouvelle (Dipt. Muscidae). Bull. Soc. Ent. Fr. : 227-229, 2 figs.
MUELLER, F. 1877 - As maculas sexuais dos indivíduos masculinos das especies Danais erippus e D. gilippus. Arch. Mus. Nac. Rio de Janeiro, 2 : 25-30, est. 45.
TALBOT, G. 1943 - Revisional notes on the genus Danaus Kluk (Lep. Rhop. Danaidae). Trans. Roy. Ent. Soc. London, 93 : 115-148, 9 figs.
LEPIDOPTERA
385
Subfamilia ITHOMIINAE (Neotropidae Schatz, 1885; Ithomiinae Reuter, 1896; Neotropinae Jordan, 1898; Ithomiidae Dyar, 1902; Mechanitidae Berg; 1897; Mechanitididae D'Almeida, 1942)
156. Caracteres, etc. - As borboletas desta subfamilia apresentam corpo gracil e asas mais alongadas que na subfamilia precedente.
Fig. 321 - Ituna ilione (Cramer, 1775) (Ithomiinae) (Lacerda fot.).
Fig. 322 - Xanthocleis psidii (L., 1758) (Ithomiinae) (Lacerda fot.).
386
INSETOS DO BRASIL
As asas ou são inteiramente transparentes (Ithomia Hubn., Greta Hemming, etc.), ou apresentam areas diafanas menos extensas (Xanthocleis Boisduval e Methona Doubl., Westw. & Hew.),
Fig. 223 - Asas de Xanthocleis psidii (L., 1758) (Ithomiinae) (Lacerda del.).
ou finalmente são inteiramente escamosas e exibem cores mais ou menos vivas e, neste caso, em geral se parecem com borboletas de outras familias, oferecendo-nos belos exemplos de mimetismo com Heliconiineos, Pierideos (principalmente do genero Dismorphia, v.
LEPIDOPTERA
387
Bates, 1862) e com Danaineos (especies de Ituna e Thyridia Müller, 1877) (v. bibliografia 3. ° vol., pgs. 22 e 73).
Fig. 324 -
Estadios do desenvolvimento de Methona themisto (Hübn., 1818) (Ithomiinae) (Desenho gentilmente cedido pelo Eng. Agr. E. Figueiredo Jr.).
Os Itomiineos são borboletas frequentemente encontradas nas matas da região neotropica, voando baixo e fracamente. Em geral
são tão lerdas que podem ser facilmente apanhadas, mesmo a mão, sem o auxilio de rêde. As especies deste grupo que tem algum interesse economico são: Methona themisto (Hübner, 1818) (= Thyridia themisto), cujas
388
INSETOS DO BRASIL
Fig. 325 - Melinaea ludovica paraiya Reakirt 1866, macho. (lthomiinae) (Foto gentiImente cedido por J. Oticica Fº.).
Fig. 326 - Asas de Mechanitis lysimnia Fabr., 1793 (Ithomiinae) (Lacerda del.).
LEPIDOPTERA
Fig. 327 - Lagarta de Mechanitis lysimnia (Ithomiinae) (Lacerda fot.).
389
Fig. 328 - Crisalida de (?) Mechanitis (Ithomiinae) Lacerda fot.).
Fig. 329 - Epityches eupompe (Geyer. 1832) (Ithomiinae) (Foto gentilmente cedido por D'Almeida).
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INSETOS DO BRASIL
lagartas se alimentam de folhas da Solanacea Brunfelsia hopeana, o conhecido "manacá" dos jardins (fig. 324) e Ituna ilione (Cramer, 1775), cujas lagartas se alimentam de folhas de figueira (Ficus carica) (fig. 321).
Fig. 330 - Placidula euryanassa (Felder 1860) (Ithomiinae) (Foto gentilmente cedido por D'Almeida).
Uma especie muito parecida com M. themisto é Xanthocleis psidii (Linnaeus, 1758) (fig. 322), que tambem se desenvolve a custa do manacá.
Fig. 331 - Maclungia salonina (Hewitson, 1885) (Ithomiinae) (Foto gentilmente cedido por D'Almeida).
LANE (1933 - Rev. Biol. S. Paulo) verificou o parasitismo das lagartas de M. themisto por uma mosca do genero Zygofrontina
(Larvaevoridae).
LEPIDOPTERA
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157. Bibliografia. D'ALMEIDA, R. F. 1938 - Dois novos generos da subfamilia Ithomiinae (Lep. Rhop.). Brasil Medico, 5 2 : 4 1 6 . 1938 - Estudo sobre três generos da subfamilia Ithomiinae (Lep. Rhop.). Mem. Inst. Osw. Cruz, 3 3 : 3 8 1 - 3 9 4 , 3 ests. 1939 - Contribution à l'étude des Mechanitidae (Lep. Rhopalocera, Danaoidea). Lambillionea : 78-81. 1939 - Contribuição ao estudo dos Mechanitidae (Lep. Rhopalocera) 2. ª nota. Rev. Ent., 1 0 : 2 7 7 - 2 8 1 . 1940 - Contribuição ao estudo dos Mechanitidae (Lep. cera) 3. ª nota. Rev. Ent., 11 : 758-766, 17 figs., 2 ests.
Rhopalo-
1942 - Contribuição ao estudo dos Mechanitidae (Lep. Rhopalocera) 4. ª nota. Pap. Avuls. Dep. Zool. S. Paulo, 2 : 79-86, 12 figs. 1942 - Alguns tipos de generos da ordem Lepidoptera. 1ª nota. Rhopalocera, fam. Mechanitidae. Pap. Avul. Dep. Zool. S. Paulo, 2 : 179-196. 1943 - Dois novos Mechanitididae do Brasil (Lep. Mechanitididae). Pap. Avul. Dep. Zool. S. Paulo, 3 : 165-166, 1 est. 1945 - Revisão do genero Xanthocleis Boisd., 1870 (Lep. Mechanitididae = Ithomiidae). Arq. Zool., 4 : 9 7 - 1 1 2 , 3 ests. 1945 - Novos Ithomiidae da fauna brasileira (Lepidoptera, R h o p a locera). Bul. Mus. Nac., 39, 13 p., 3 ests.
D'ALMEIDA, R. F. & R. M. F o x 1941 - A revision of the genus Sais H ü b n e r (Lepidoptera, Ithomiidae). Reading Mus. Sci. Publ., 3 : 5 p., 1 est.
FIGUEIREDO JR. E. R. DE 1939 - Notas sobre a Thyridia themisto Hübner, 1823, praga do manacá. Bol. Biol. S. Paulo (n. s.), 4 : 512-515, 5 figs.
FORBES, W. T. M. 1943 - The genus Thyridia (Lepidoptera, Ithomiinae). Ann. Ent. Soc. Amer., 3 6 : 7 0 7 - 7 1 6 , 18 figs.
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INSETOS DO BRASIL
FOX, R. M. 1941 - A generic review of the Ithomiinae (Nymphalidae). Trans. Amer. Ent. Soc., 66 : 161-207, 4 ests. 1943 - New and rare Ithomiinae (Lepidoptera) in the Carnegie Museum. Ann. Carneg. Mus., 29, 397-408, 1 est.
HEMPEL,
A. 1920 - Um inimigo importante da figueira cultivada. Chac. Quint., 21 : 373-374, figs.
ZIKÁN, J. F. 1931 - Etwas über die sekundären Geschlechtscharaktere bei die Gattung Thyridia Hbn. (Lep. Dan.). Ent. Runds., 48 : 102. 1935 - Hypoleria arpi ein neue Neotropide aus Brasilien. Ent. Runds. 52 : 66-68, 73-76.
ADDENDA
ARAUJO (1948, O Biol., 14:193) chamou atenção para o artigo de CAPPS (Status of the Pyraustid moths of the New World with descriptions of new genera and species, Proc. U.S. Nat. Mus., 1948, 98 (3223): 6893) em que este autor muda o nome Leucinodes elegantalis para Neoleucinodes elegantalis.
Na bibliografia relativa a Heliothis (pag. 1982) deve ser incluida a seguinte indicação: Siverly, R.F., 1947-A morphological study of the male and female genitalia of Heliothis armigera. Amer. Middl. Nat., 38: 712-724, 11 ests.
ÍNDICE
Abacateiro, 83, 288 Abacaxi, 337 Abbeloides marquesi, 315 ABONNENC, E., 272, 265 Acalis, 23 Acentropus, 19 Acherontiinae, 114 Achlyodes busirus, 302 Achroia grisella, 50 Acidalidae, 134 Acidaliidae, 134 Aclytia, 234 Acontiinae, 174 ACQUA, C. 278 Acraea, 362 Acraeidae, 318, 361 Acraeinae, 319, 361 Acrodegmia pselaphialis, 19, 20 Acronyctinae, 174 Actias, 251 Actinoplagia koehleri, 188 Actinostemon macrocarpus, 200 Actinote, 362 pellenea, 562 rhodope, 362
Adelocephala cadmus, 251 Adelocephalidae, 252, 253 Adelocephalinae, 255 Adelpha mythra, 376 Aganaidae, 161 Agapetidae, 346 Agaristidae, 161, 162, 215 Agathodes, 42 designalis, 42 monstralis, 42 AGENJO, 281 Ageronia, 371 Agliidae, 266 Aglossa, 49 caprealis, 43, 49 Agrias, 377 sardanapalus, 378 Agrius cingulatus, 114 Agrotidae, 169 Agrotinae, 173, 176 Agrotis, 176, 177 annexa, 177 repleta, 177 ypsilon, 177 Agylla, 221 AINSLIE, G. G., 102 Alabama argillacea, 206, 207, 208, 209
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Albizzia lebbeck, 288 molucana, 288 Alcaeorrhynchus grandis, 367 Aleurites fordi, 182 Alfafa, 328 Algodoeiro, 33, 83, 161, 176, 177, 180 181, 182, 185, 206, 224 Amalo helops, 224 megapyrrha, 227 Amaranthus, 33 patens, 33 Amaryllidaceae, 192 Amathusiidae, 356 Amathusiinae, 360 Amatidae, 253 Amatinae, 235 Amatoidea, 233 Amblyteles, 178, 185 Ambrylis boisduvali, 217 Ambulicinae, 113 Amendoeira, 167, 248 Amoreira, 224 Amphidasys c r i b a r i a 128 Anaea ryphea, 374 Ancylomiidae, 8, 13 Ancylomiinae, 10 Aneylostomia stercorea 89 ANDRADE, A. N., 36, 44 ANDRÉ, E., 278 D'ANDRETTA, M. A-V.D., 242 ANDREWS, J. E., 58 Anerastiidae, 8, 9, 10, 13 Anomalidae, 108 Anomis illita, 209, 210 texana, 206 Anona, 114
Anonaceae, 116, 313 Anosia gilippus, 382 gilippus, 380 plexippus erippus, 382, 383 Ansava triplaga, 109 Antaea licormas, 151 Antarctia,221 fusca, 221, 225 Anteos menippe, 321 Anthelidae, 161 Anticarsia gemmatalis, 204 Antichloris, loennus, 241 Antrocephalus, 97 ApanteIes, 117, 122, 203, 209, 264, 354 diatraeae, 76 flaviventris, 122 galleriae, 56 glomeratus, 328 lesbiae, 328 (Protapanteles) paphi, 115 Apatelodes, 281 Apatelodinae, 281 Apateticus (Eupodisus) mellipes, 367 Aphriosphyria grioti, 199 Apocynaceae, 117 APOLINAR MARIA, 123, 315, 328 Apoprogeniidae, 147 Araçazeiro, 227 Araucaria angustifolia, 23 Araujia sericifera, 122 ARAUJO, R. L., 393 ARAUJO, R. R., 270 Archytas, 190 incerta., 190 Arctidae, 220
LEPIDOPTERA Arctiidae, 155, 162, 220 Arctiinae, 223 Areca, 354 Argyroeides, 24 1 Argyrogramma verruca, 213 Ariri, 92 Aristolochia, 158 Aristolochiaceae, 313 "Army worms", 198 Aroeira, 188 Arroz, 13, 94, 201, 348 Arsenura, 256 Arsenuridae, 253 Arsenurinae, 255 Artace cribraria, 286, 288 punctistriga, 286 Ascia monuste orseis, 322, 323, 324, 32 5 328 Asciadae, 320 Asciidae, 320 Asclepias curassavica, 382 Asctidae, 161 Assa peixe, 217 Astrocaryum 350 Atacta, 203 Attacoidca, 250 Attacus aurota, 269 Attalea, 91 funifera, 92 piassabassu, 92 Atyria, 129 dicroides, 139 Aucula hilzingeri, 216 Autogra pha verruca, 213 Automeris, 48, 252, 255, 262 aspera 264 aurantiaca, 264 corisus, 264
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Automeris graminivora, 264 illustris, 262 liberia, 262 melanops, 262, 264 viridescens, 264 AUTUORI, M., 316 Auzatidae, 108 Avenca, 181 Axiidae, 108 AYYAR, P. N., KRISHNA, 57, 58, Azamora, 20 Azamoridae 19, 20 Azelina odonaria, 136 Azochis, 9, 31 grypusalis, 37 Azul seda, 356 BABCOCK, K. W., 46 BABERS, F. H., 183 BACK, E. A., 103 BAKER, W. A., 46 BALACHOWSKY, A., 43, 177, 327 Bananeira, 354 BAR, C., 360 BARBER, G. W., 189, 101 BARBER, T. C., 81 BARBOZA, J. M., 210 BARNES, W, 304 Baroniinae, 310 BARRADAS, H., 126 BARROS, A. REGO, 229 Basilo na cacicus, 255 Batata doce, 34, 182, 240 Batatinha, 41, 115, 177 BATES, H. W. 113, 290, 315, 368, 378 BATES, M., 290, 354 BECKER, E., 332 BEEBE, W., 126 BEIRNE, B. D., 296 BELL, E. L., 304, 307, 308 BELL, R. G., 278 Belonoptera frondicoIa, 15, 16
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Belvosia, 117 bicincta, 123 williamsi, 123 BERG, C., 11, 12, 227, 229, 249, 290 BERGER, E. W., 183 BERGAMIN, J., 61, 70 Beta vulgaris, 33, 177 Beterraba, 33, 177 BEUTENMULLER, W., 154 BEVERIDGE, W. W., 104 BEYES, A. H., 196 Biblis hyperia, 372, 373, 374 Bicho da seda, 277 Bicuda, 345 Bidens pilosa, 226 BIEZANKO, C.M. de, 149, 328 BIGGER, J. H., 195 BISHARA, I. F., 179 BLANCHARD, E., 101, 178, 185, 194, 209, 210 BLANCHARD, R. A., 78, 195 BLENC, K., 329 Boarmia, 129 bipennaria, 129, 130 Boarmiidae, 134 BOCK, F., 278 BOISDUVAL, J.A., 257, 290 Bombycidae, 275, 276, 277 Bombycides, 275 Bombycina, 275 Bombycinae, 277 Bombycoidea, 274 Bombyx, 277 brasileira, 269 mori, 165, 269, 274, 275, 276, 277, 278 Bonchis, 21, 23, 24 munitalis, 20 BONDAR, G., 17, 34, 43, 76, 83, 101, 104, 123, 195, 204, 257, 338 BONNINGHAUSEN, V. von, 114, 123, 149 257, 290 Borboletas, 289
Borboleta coruja, 352 Borboleta rubi, 374 BORCHERT, A., 56, 58 BOTTGER, G. T., 46 BOULLET, 307 BOURQUIN, F., 43, 44, 49, 86, 101, 140, 154, 155, 183, 185, 199 204, 210 217, 227, 230, 242, 257, 264, 265, 269 270, 288, 289, 304, 338, 353, 358 BOUVIER, E. L., 258, 271 BOVINGDON, H. H. S., 105 Box, H. E., 76, 79, 304 BOYÉ, 265 Brachymeria, 97 cominator, 34, 36, 209, 328 ovata, 214, 315 Bradypodicola, 25 hahneli, 28, 29 Bradypophila, 25 garbei, 26, 27, 28 Bradypus, 25 Brahmaeidae, 276 Brassica, 34 oleracea, 327 Brassolidae, 318, 319, 349 Brassolis, 349, 350, 351 astyra astyra, 349, 350, 351, 352 sophorae, 350, 351, 352 Brephidae, 134, 135 Brephinae, 134, 135 BRÈTHES, J., 77, 96, 102, 193, 271 BREYER, A., 242, 272, 329, 354, 360 Bromeliaceae, 334 BROWN, F. M., 290, 329 BROWN, F. M., 290, 329 "Brown tail moth", 165, 166 BRUCH, C., 343, 344 BRUES, C. T., 198, 337 BRUNER, S. C.. 44 Brunfelsia hopeana, 390 BRUNSON, A. M., 197 BRYK, F. ,159, 168, 230. 316, 383 BURGEN, A. F., 168 BURK, E. F., 195
LEPIDOPTERA
BURKHARDT, F., 104 BURMEISTER, H., 114, 123, 154, 252 360, 367 BUTLER, A. G., 123, 290, 329, 348 Byrsomina sericea, 34 CABEÇA DE VACCA, 51 Cacaueiro, 90, 204 Cactaceae, 98, 99 Caeculia proxima, 288 Cafeeiro, 83 CAFFREY, D. J., 46 Caligo, 349, 352, 357 beltrao, 352, 353 brasiliensis brasiliensis, 352 eurilochus, 352 Caligopsis, 357 Calioma parce, 109, 114, 115, 116 Callicore, 373 ? meridionalis, 377 Callidulidae, 108 Callimorphidae, 161 Callitaera, 347 aurora, 347 Callithea, 377 leprieuri, 369, 370 Calosoma argentinensis, 328 Calpodes, 303 Calypter iter, 213 Camboatá, 200 CAMPBELL, F. L., 196 Cana de açucar, 61, 201, 233 Canavalia, 89 ensiformis, 204 CANDURA, G. S., 104 Caparidaceae, 322 Caphys, 23, 24, 25, 26 bilinea, 23, 24 CAPPS, H. W., 140, 393 CAPRONIER, J. B., 290 Caquiseiro, 227
399
Caradja, 88 Caradrinidae, 160 Caradrininae, 160 Carathis, 221 Carica papaya, 383 CARRERA, M., 351, 355 CARTER, W., 339 CARTWRIGHT, O. L., 195 Carurú, 33 CARVALHO, J.H. de, 39, 44 CARVALHO, M.B. de, 122, 186, 195, 202, 207 Cassia, 203, 303 bicapsularis, 320 multijuga, 288 CASTRO, L. de LIMA, 124 Cataclista, 13 Catagrama, 377 Catocalinae, 174 Catocephala lauta, 265 Catoria, 129, 130 Caviria, 166, 167 comes, 167 Cecidipta excaecariae, 86 Cedrella fissilis, 95 Cedro, 95 Celama sorghiella, 233 Ceratocampidae, 253 Ceratocampinae, 255 Cercophanidae, 252 Ceroplastes, 100, 101 Cerura annulifera, 148 riveria, 150 Ceruridae, 150 CHABOUSSU, F., 104 Chaerocampinae 113 Chaetoprosopa hedemanni, 182
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Chalcis annulata, 37 Chamarita, 37 CHAMBERLIN, F. S., 195, 197 Charopsimorpha, 209 CHARFENTIER, L. J., 79 Cheimatobia brumata, 137 Chelonus busckiella, 34 CHIARELLI, A., 140 CHITTENDEN, F. H . 57: 59, 104, 181 183 Chliara cresus, 150 Chloridea obsoleta, 186 Chrysanthemum, 217 Chrysaugidae, 8, 9 Chrysauginae, 9, 10, 19 Chrysir idia, 146 madagascariensis , 146 Cicinidae, 246 Cicinus, 247 despecta, 250 Cimeliidae, 108 Cirphis, 198 latius cula, 198 unipuncta 198, 199 Cissura, 221 decora, 227 Cithaerias, 347 Citheronia brissoti meridionalis, 257 cacicus, 255 laocoon, 255 principalis, 256 vogleri, 257 Citheroniidae, 253 Citheroniinae, 253 Citrus, 313 Clamydophoridae, 232 CLARK, A. H., 337, 383 CLARK, B. P., 124 CLARK, C. H., 46
CLEARE, L. D., 77, 355
Clemensia, 220 panthera, 228, 229 Clerodendron squamatum, 83 Clydonopteron, 20, 21 tecomae, 20 Coca, 167 Coccus, 100 Cocos, 91, 354 coronata, 92 martiana 350 nucifera., 90 romanzoffiana, 354 vagans, 92 Cocytiidae, 161 Cocytius, 113, 114 antaeus, 114 Coffea arabica, 83 Colaenis 318, 367 Colias lesbia, 328 COLLENETTE, C. L., 291 COLLIER, W. A., 289 COLLINS, G. M., 195 Colobothea, 241 Compositae, 217, 362 Compsa suturalis, 280 COMPTON, C. C., 44 COMSTOCK, C. W., 318, 329 COMSTOCK, J. H., 136, 246, 309 COMSTOCK, W. P., 291, 339, 361, 371 CONTE, A., 272 Le CONTE, L., 290 Conura flavicans, 247 Convolvulaceae, 34, 114 COOK, W. C., 179 Copaxa, 267 Copiopteryx, 251, 255 semiramis, 256, 257 virgo, 26I Coqueiros, 90, 91, 92, 350, 354 CORBETT, A. S., 104
LEPIDOPTERA
Corcyra cephalonica, 56, 57, 58, 96 Cordia verbenacea, 20 Coreura fida, 241 CORNALIA, E., 278 Coronidia, 143, 148, 149 Coronidiinae, 147 Correbia, 241 Correbidia, 214 CORY, E. N . 196 Cosmophila erosa, 214 Cosmosoma auge, 235 omphale, 235 regia, 234 COSTA, A. A da, 357, 360 COSTA, R. G., 316 COTAIT, A., 136, 141 COTTON, R. T., 103, 104 Couves, 34, 327 COWLAND, J. W., 37, 44 Crambidae, 8, 9, 13, 69 Crambinae, 10, 11 Crambus, 61 CRAMER, P., 291 Crateronygidae, 277 Cratosis parallela, 227 Cravinas, 176 Cravos, 176 CREIGHTON, J. T., 211 Crochiphora testulalis, 34, 35, 89 Crocidophora adornatalis, 34 Cromobergia teichii, 195 CROSS, C. B., 195 CROSSMANN, A. A., 168 Crotalaria, 88, 89; 224 Croton, 256 Cruciferae, 322, 325
401
CRUMB, S. E., 174, 179, 182, 195 Cryptoses, 25 Ctenuchidae, 161, 162, 233 Ctenuchinae, 235, 237 Cubaemyia, 122 Cucullianae, 174 Cucullinae, 174 Cupania vernalis, 200 Cuphoceropsis facialis, 178 Cupidinidae, 333 Curuquerê, 206 Cut worms, 176 Cyanopepla fastuosa, 241 jucunda, 241 Cybistax antisyphilitica, 20 Cydimnidae, 146 Cymatophoridae, 108, 109 Cymatophorides, 107 Cymbidae, 161 Cyrtophloeba, 181, 182, 203 DALLAS, 265 DALLA TORRE, W. von, 17, 109, 149 D'ALMEIDA, R F., 114, 116, 117, 124, 159, 227, 242, 249, 257, 258, 260, 264, 272, 274, 291, 303, 316, 324, 329, 330, 338, 339, 344, 345, 348, 357, 360, 362, 363, 367, 369, 378, 384, 391 DAMPF, A., 304 Danaidae, 318, 319, 379 Danaididae, 379 Danainae, 380 Danaoidea, 379 Danaus archippus, 383 plexippus plexippus, 383 Diogas curassavicae, 383 erippus, 380 ,382 DANDOLO, V., 278 Darceta, 216 Daritis sacrifica, 217
402
INSETOS DO BRASIL
DARLINGTON, Jr., P. J., 291
DAVIS, E. G., 78 DAVIS, F. F., 355 DEAN, G. A., 104 DEVAUCHE, H., 124 DECKER, G. C., 47 Delphyre rufiventris, 237 DENIER, P. C. L., 217 DETHIER, V. G., 304, 316, 378
Diacrisia, 221 Dianthus caryophyllus, 176 plumarius, 176 Diatraea saccharalis, 61, 62 63, 66 Dicentria ? praealta, 152 DICKMAN, 56
Dimuna, 216 Diognites placida, 328 Dione, 318, 367 juno juno, 367, 368 vanillae, 366, 367 vanillae, 367 Dioptidae, 150, 156 Diorinia, 341 arcius, 343 Diospyros kaki, 227 Diphlebiae, 253, 261 Diptilon, 241 Dirphia, 48 avia triangulum, 267 Dirphiadae, 260 Discophoridae, 356 Dismorphia, 325, 386 melite, 324, 325, 326 Dismorphianae, 324 Dismorphiidae, 324 Dismorphiinae, 324, 325 Dismorphina, 325 DITMARS, L. P., 196 DIXEY, F. A., 330
DODD, A. P., 94, 102 DOHANLAN, S. M., 78 Dolichoderus gibbosus analis, 73 DOUBLEDAY, E., 291 Draconia fenestratalis, 15, 16 DRAESEKE, S., 339 DRAKE, C. J., 47, 179, 199 DRAUDT, M., 113, 124, 155, 174, 242 258, 272, 279, 281, 289, 339 Drepanidae, 108 Drepanodea, 129 Drepanoidea, 107 Drepanulidae, 108 Drosiher, J., 330 DRUCE, H. H., 339 Dryas, 367 iulia iulia, 368 DUGÈS, A. L., 79 DUNN, H., 355 DUPONCHEL, P. A. J., 291, 292 DURRANT, J. H., 104 DUSUZEAU, J., 272 DUTRA, G. R. P., 78, 124 DYAR, H. G., 30, 75, 78, 88, 102, 109, 155, 220, 230, 309 Dycladia, 241 Dynastor, 249 Dyorictria, 87 Eacles, 254, 255 magnifica, 255, 256, 257 Earias insulana, 161 Ecpantheria, 223 cunigunda, 226 hambletoni, 225 orsa, 226 EIDMANN, H., 168 EIFARTH, H., 368 Eiphosoma, 33 Elasmopalpus lignosellus, 93, 94
LEPIDOPTERA
Elasmus maculatus, 122 pulchelatus, 122 ELLIS, E. O., 47 ELLISOR, L. O., 196 Eloria noyesi, 167 spectra, 167 ELTRINGHAM, H., 363 ELWES, H. J., 292 Elymniina, 346 Elymniinae, 348 Empyreuma, 241 Endotrichidae, 8, 48 Endotrichinae, 9 Endromidae, 283 Endromididae, 283 Ephestia, 56, 58, 96, 103 cautella, 57, 97, 98, 99 elutella, 97, 98, 99 kuehniella, 97 Ephialtes, 36 Epicopeidae, 145 Epicopiidae, 145 Epiinae, 281 Epipagis cambogialis, 32, 33, 34 Epipaschidae, 8, 9, 10, 82 Epipaschiinae, 82 Epiphyllum truncatum, 34 Epiplema, 139 Epiplemidae, 145 Epipleminae, 145 Episcepis, 234 Epityches eupompe, 389 Equitidae, 310 Erastriinae, 174 Erebus odora, 203 odorata, 203 Erinnyis, 117 alope, 117 ello, 117, 118, 119, 120, 122 lassauxi, 122
Eriobotrya japonica, 225 Eriopus floridensis, 181 Erosiidae, 145 Ervilha, 213 Erycinidae, 340 Eryphanes reevesii reevesii, 352 Erythrina cristagalli, 42 ESPER, E. J. C., 292 Esperianos, 298 ESSIG, E. O., 279 Etiella zinckenella, 89, 90 Eublemma, 173 Eucalyptus, 138 Eucelatoria australis, 209 Eucereon, 234, 237 chalcodon, 240 discolor, 240 Euchromiidae, 233 Euchromiinae, 235 Eucocytiadae, 611 Eudamus 302 Eudesmia argentinensis, 227 Eudryas, 215 Eudule, 129, 130, 133, 134 Eueides, 367 dianassa, 364 Eueididae, 363 Euexorista brasiliensis, 382 Eugenia variabilis, 227 Euglyphis, 284, 288 ? kotzschi, 296 modesta, 285, 287 ogenes, 287 ornata, 288 Eunica, 373 maja, 377
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Eupatorium, 362 conyzoides, 217 inulaefolium, 217 Eupelmus cushmani, 209 elegans, 214 Euphorbiaceae, 182 Euphorocera flavidula, 122 floridensis, 215 Euplectrus comstockii, 209 Euploeidae, 379 Euproctis chrysorrhoea, 165 Eupseudosoma, 227 aberrans, 227 involutum niveum, 227 Eupterotidae, 277, 280 Eupterotinae, 281 Euptoieta, 369 claudia, 369 Euptychia byses, 348 hesione, 348 Eurota strigiventris, 240 Eurybia, 340 Eurytoma, 90, 226 walshi, 122 Euschemon, 300 rafflesia, 300 Euselasia eubaea, 342 eucerus, 343 Euteliinae, 174 Euxoa, 176 EVANS, W. H., 292, 305 Evonyme, 373 Excaecaria higlandulosa, 86 FAGUNDES, N. B., 225 Fall army-worm, 184, 190 FAURE, J. C., 186, 331 Fedegoso, 89, 90, 224
INSETOS DO BRASIL
Feijão de porco, 204 Feijões, 35, 89, 90, 93, 204, 302 FELDER, C., 292 FeItia, 176, 177 malefida, 177 subterranea, 177 FENNAK, J. P., 339 FERRIÈRE, C., 58 Fetos, 181 Ficus, 117 carica, 237, 390 Figueira, 237, 390 FIGUEIREDO JR., E.R., 36, 44, 199, 391 FISKE, W. F., 168 Flamboyant, 90 FLANDERS, S. E., 78 FLEMMING, H., 123 FLETCHER, F. B., 292 FLETCHER, R. K., 196 FLINT, W. P., 47 FLOCH, H., 265, 272 FOETTERLE, J. G., 378 FONSECA Fº., 278 FONSECA, J. P. da, 124, 185, 211, 316 339 FONSECA, P., 185 FORBES, W. T. M., 9, 10, 12, 107, 136, 141, 149, 155, 159, 164, 179, 227,230, 242, 246, 247, 25I, 252, 292, 331, 373, 378, 384, 391 FORD, E. B., 321, 331 FOX, R. M., 391, 392 FRACKER, 252 FRANKENFELD, J. C., 104 FREIBERG, M. A., 212, 217, 328, 331 FREITAS, G. de, 328 FRUSTORFER, H., 292, 355, 360, 377, 378 Fumo, 115, 176, 177, 181, 191 Fundella cistipennis, 90 pellucens, 89 FURTADO, B., 51 GABLE, C. H., 78 GABRIEL, A. G., 378
LEPIDOPTERA
GAEDE, M., 17, 109, 149, 155, 250, 348 GAGARIN, P., 272 GAHAN, 338 GALLARO, A., 122, 124, 360 GALLEGOS, S. L., 297 Galleria mellonella, 53, 54, 55, 56 Galleridae, 50 Galleriidae, 8, 9, 50 Galleriinae, 10 Gamelia, 262 GARDNER, J.C.M., 175 GARMAN, H., 196 Gathynia, 139, 145 GEHLEN, B., 124 Geometra, 131 Geometridae, 128, 134, 135 Geometriformes, 107 Geometrina, 128 Geometrinae, 135 Geometroidea, 128 GEROULD, J. H., 331 Gervão, 119, 120 GIANNOTTI, O., 125, 138, 141 GIBSON, A., 47, 179, 196, 200 Gipsy moth, 159, 166 GIRARD, M., 43, 272, 278 Girasol, 213 Glaphyriidae, 8, 13 Glaucopidae, 233 Glycine max, 35, 204 Glypta, 257 Glyptocolastes, 97 Goacampa alcesta, 154 GODART, J. B., 295 GODMAN, F. D., 282, 305 GOELDI, E., 322 Goiabeira, 43, 227, 247 GOLDSCHMIDT, R., 292 Gonia, 178 pallens, 178 Goniurus, 302 undulatus, 303
405
GOODSON, F. W., 339 GORKUM, V. van, 78 Gossypium, 33, 83, 161, 176, 177, 180 181, 182, 185, 206, 214, 224 hirsutum, 33, 225 GOTZE, 57 Gramineae, 93, 198, 201, 233, 348, 305 GRAY, G. R., 316, 292 Greasy cutworm, 177 GREAVES, C., 78 Greta, 386 GRIFFIN, F. G., 292, 293 GRIOT, M., 213, 214 GROTE, A. R., 171, 293, 331 Grypocera, 298 Guabirobeira, 227 GUENÉE, A., 6, 12, 17, 110, 141, 146, 149, 175, 339 GUNDLACH, J., 292 Gymnelia torquata, 241 xanthogastra, 241 Gynopteryx gladiaria seriaria, 140 HAASE, A., 104 Habrobracon hebetor, 58 Hadeninae, 173, 198 HAENSCH, R., 384 HAGMANN, G., 23, 30, 242 HALL, 182 HALL, A., 293, 373, 378 HALLEY, W. E., 79, 80 Halysidota, 227 interlineata, 223, 224 Hamadryas, 371 HAMBLETON, E. J., 12, 35, 41, 89, 109, 133, 175, 213, 233 Hamearis campestris, 344, 345 epulus signata, 343 HAMLIN, J. C., 104 HAMPSON, G. F., 12, 14, 16, 18, 19, 30, 44, 59, 78, 88, 149, 173, 230, 233, 243, HANDLIRSCH, A., 246
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INSETOS DO BRASIL
HARLAND, S. C., 78 HARRIS, H. M., 48, 179, 199 HARRIS, W. V., 339 Harrisia, 226 HASE, A., 59 HATHAWAY, C., 21, 167, 168 HAWTHORN, L. R., 196 HAYES, W. P., 59 HAYHURST, H., 105 HAYWARD, K. J., 79, 209, 211, 305, 306, 307, 308, 344, 363, 379 HEFFRON, H. M., 290 HEINRICH, C., 18, 19, 78, 79, 87, 98 102 HEISHMAN, R. C., 184 Heliconidae, 363 Heliconiidae, 318 Heliconiinae 319, 361, 363 Heliconinae, 363 Heliconisa, 251, 265 pagenstecheri, 265, 267 Heliconius, 367 sara apseudes, 364, 365 satis narceae, 366 Helicopsis, 341 Beliothis, 176, 186, 393 armigera, 186, 303 obsoleta, 186, 187, 189, 190 virescens, 188, 191 Hellula condalis, 34 phidilealis, 33, 34 Hemiargus, 338 Hemiceras leucospila, 153 Hemileuca, 252 Hemileucidae, 252, 253, 260 Hemimasipoda, 353 pinguis, 181, 182 Hemiteles, 214, 257 HEMMING, A F., 339, 293 HEMPEL, A., 392 Hera, 287 HENKE, K., 282
Hepialodes folicula, 16 frondicola, 16 HERFORD, G. W. B., 98, 105 HERING, M., 159, 345 Herminiinae, 162 HERRICH-SCHAEFFER, J. A. W., 293 Hesperidae, 298 Hesperides, 298 Hesperidina, 298 Hesperiidae, 298, 301, 302 Hesperiina, 298 Hesperiinae, 302, 303 Hesperioidea, 289, 298 Hesperioides, 298 Hesperocharis marchali marchali, 328 Hetaera, 347 piera, 347 Heterospilus, 90 etiellae, 90 HEWITSON, W. C., 291, 293, 340 Hexaneuridae, 233 HEYNES, H. B. N., 186 Hibiscus esculentus, 225 rosa-sinensis, 225 subdariffa, 225 HILL, G. F., 105 HINDS, W. E., 79 HINTON. H. E., 105 Historis, 374, 376 HIXSON, E., 195 HODGSON, B. E., 47 HOFFMANN, C. C., 124, 316 HOFFMAN, F., 37, 53, 124, 125, 139, 154, 155, 168, 216, 217, 224, 230, 240, 243, 257, 258, 269, 272, 273, 307, 342, 369 HOLLAND, W. J., 86, 294 HOLLOWAY, T. E., 79 HOPKINS, 321 Horama, 235
LEPIDOPTERA
Horismenus, 34 apantelivorus, 124 brasiliensis, 76, 354 cockerelli, 117, 257, 354 Hormius, 34 HORTON, J. R., 78 HOVANITZ, W., 331 HOWARD, L. O., 168 HUEBNER, J., 296 HULST, G. D., 88, 91, 141 HULSTAERT, R. P. G., 384 HUNTINGTON,E. I., 339 Hyaleucerea, 234 Hyalospila ptychis, 90, 92 Hyanthidae, 356 Hyblaeidae, 8, 161 Hydriomenidae, 135 Hydrocampa, 13 Hydrocampidae, 13 Hylephila, 303 Hylesia, 264, 265 fulviventris, 265 lilex, 264 nigricans, 265 umbrata, 264 urticans, 265 Hylesiidae, 260 Hylophilidae, 161 Hymenaea courbaril, 90 Hymenia perspectalis, 33 Hypeninae, 174 Hyperchiria, 262 incisa, 263, 264 Hyperdirphia multicolor, 265 tarquinia, 266 Hypna, 374 Hypogymnidae, 163 Hypolycaena philippus, 337 Hypoprepia, 221 Hyposoter, 168
Hypsidae, 161, 216 Hypsipyla grandella, 94, 95 Hypsotropinae, 13 Icerya, 100 IGLESIAS, F., 224, 230 IHERING, R. von, 25, 30, 51, 59 Illice, 220 Inareolata brasiliensis 315 Incamyia chilensis, 194, 328 Indian meal moth, 96 Inga, 203 uruguayensis, 358 INGRAM, J. W., 79, 80, 81 Iphiaulax, 241, 314 Ipobracon, 241 aquaticus, 76 dolens, 76 grenadensis, 76 pennipes, 76 puberuloides, 76 saccharalis, 76 Ipomoea batatas, 34, 182, 240 fistulosa, 238 Isanthrene incendiaria, 241 Iscadia montei, 200, 201 Ischnocampa lugubris, 224 ISELY, D., 196 Isognathus swainsoni, 117 Itabiomyia fulvescens, 209 Ithomia, 386 Ithomiidae, 385 Ithomiinae, 380, 385 Ithomisa catherina, 266 Itoplectis platana, 209
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INSETOS DO BRASIL
Ituna, 387 ilione, 385, 390 JACQUES, C., 102 Janiodidae, 252, 253 Japecanga, 200 JANSE, A. J. T., 86, 88, 102 Jasmins, 288 Jatobá, 90 JAYNES, H. A., 79 JEWETT, H. H., 196 JOERG, 265 JOERGENSEN, P., 167, 168, 331 JOHNSON, J. R., 340 JONES, E. D., 14 JONES, T. H., 34, 44, 186 JORDAN, K., 113, 126, 127, 230, 246, 258, 273, 294, 317, 363 Josia aurimutua, 157, 159 constricta, 158 fulvia, 159 JOYCEY, J. O., 230 Junonia evarete, 373 lavinia, 373 KAYE, W. J., 294, 344 KELLOGG, V. L., 278 KEMPTON, J. H., 195 KERSHAW, J. C., 14 KIRBY, W. F., 294 KLIMA, A., 14, 44 KLOTS, A. B., 331, 332 KOEHLER, O., 59, 154, 155, 158, 159, 175, 179, 220, 230, 243, 264, 273, 288 295, 348, 384 KOTSCHMAN, A., 332 KRAUCHE, 56 KREMKY, J., 220 KRUCK, 56 KRUEGE, R. E., 295 KUNIKE, G. 59, 105 LABOULBENE, 227 Lachneidae, 283 Lacosomatidae, 246 Locosomidae, 246
Lagarta da maçã do algodoeiro, 191 Lagarta dos capinzais e milharais, 191 Lagarta mede-palmo, 132 Lagartas urticantes, 265 Lagenaria vulgaris, 235 Lamaceae, 313 LAMAS, 206, 212 LAMBERT, F., 279 LAMEERE, A., 107 Lamprosema indicata, 35 LANE, J., 390 Laphygma frugiperda, 184, 195 Laranjeira, 302, 342 do mato, 181, 200 Larentidae, 135 Larentiidae, 135 Larentiinae, 135 Larina, 221 Lasiocampidae, 283 Lasiocampides, 283 Lasiocampina, 274, 282 Lasiocampoidea, 282 Lathyrus sativus, 213 LATREILLE, P. A., 295 LEBEDEW, A. G., 105 LEDERER, J., 12 LÉGER, 264 Leguminoseae, 203, 322, 334, 360 LEHMENSICK, R., 105 Lemnias, 342 Lemoniadae, 276, 340 Lemonidae, 340 Lemoniidae, 276, 340 LEONARD, M. D., 44, 96 LEPAGE, H. S., 125 Leptocircinae, 310 Leucania latiuscula, 198 unipuncta, 198 Leucinodes elegantalis, 39
LEPIDOPTERA
Leucomidae, 163 Leucorhampha ornatus, 112, 116 Leucula nephodia, 132 Libythea carinenta, 345 Libytheidae, 318, 345 Licania rigida, 344 LICHY, R., 125, 332 Licuririseiro, 92 LIEBERS, R., 105 LIMA, A. da COSTA, 18, 30, 44, 86, 211, 316, 340 LIMA, A. D. FERREIRA, 45, 119, 125 Limnadidae, 379 LINDSEY, A. W., 307 Lineodes, 41 integra, 41 LINNAEUS, C., 111, 131 Liparidae, 163 Liparididae, 163 Lithosiidae, 161 Lithosiinae, 223 Litomastix, 219 brethesi, 214 truncatellus, 219 LLOYD, J. T., 14 LLOYD, L., 200 LOFTIN, U. C., 79 LOVETT, A. L., 102, 105 Loxolomia, 256 serpentina, 256 serpentina swechti, 256 Loxostege bifidalis, 31, 33 LUCAS, H , 295 LUEDERWALDT, H., 45 LUGINBILL, P., 102, 183, 185, 186, 196 Lycaenidae, 318, 319, 333 Lycas, 304 Lycomorphodes, 221 Lycophotia, 176, 178 ignicans, 178 infecta, 178
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Lycophotia margaritosa, 178 ochronota, 178 sucia, 178 Lycorea, 217 ceres, 381, 383 Lycoreinae, 380, 383 Lycorella, 217 Lymantria dispar, 163, 164, 165, 166 Lymantriadae, 157 Lymantriidae, 161, 162, 163 MAASEN, J. P., 125, 273 MABILDE, 140, 154, 167, 217, 225, 257, 286, 287, 288, 369 MABILLE, P., 307 Macala regalis, 82 MACHADO, T. O., 302, 307 Maclungia salonina, 390 Macrocneme, 241 chrysitis 237 iole, 237 Macroglossa titan, 113 Macroglossinae, 113, 123 Macromphalia lignosa, 287 Macrothecidae, 8, 9, 13 MADDEN, A. H., 125 Madoryx pluto, 112 Maenas, 227 MAIGNON, A., 279 MAILLOT,E., 279 Malacosoma, 285 MALLO, R. G., 191, 197, 217 MALLOCH, J. R., 47 Mamoeiro, 383 Mamoneira, 225, 226, 264, 269 Manacá, 390 Mandavorá, 119 Mandioca, 119, 120, 226, 269 Mangericão, 42
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INSETOS DO BRASIL
Mangerona, 42 Mangueira, 83, 334 Manidia, 148 Manidiidae, 147 Manihot utilissima, 119, 120, 226, 269 MANUNTA, 56 Marandová, 119 MARCHAL, P., 166 Margaronia hyalinata, 35, 36 nitidalis, 35, 36 Maria preta, 20 Marpesia chiron, 374 petreus, 374 MARQUES, L. A. de AZEVEDO, 125,182 183, 185, 211, 240, 243, 315, 317 MARTORELL, L. F., 28 Maruca testulalis, 35 MAS, CARBONEL, 214 Masicera brasiliensis, 382, 383 MASON, 321 MATHE, R., 80 MATTA, A. da, 237, 243 MAY, E., 259, 260, 273, 295 MAYR, E., 295 Mc C. CALLAN, E., 80 Mc COLLOCH, J. W., 197 Mc DUNNOUGH, J., 220 Mc KEITH, E. K., 79 Mc KEVAN, 70 M'GREGOR, E. A., 106 Mechanitidae, 385 Mechanitididae, 385 Mechanitis, 389 lysimnia, 388, 389 Medicago sativa, 328 Megacanthus, 241 Megalura chiron, 374 petreus, 374
Megaphysa herbiferalis, 31 Megastes grandalis, 37 pusialis, 34, 37 Megathymidae, 301 Melalophidae, 280 Melanchroia, 129 mexicana, 210 pylotis, 130 Melese, 221 incerta, 225, 226, 227 Melinaea ludovica, 388 Meliphora grisella, 56 MENDES, D., 21, 35, 45, 258 MENDES, L. O. T., 191, 197 Menevia, 247 plagiata, 247, 248, 250 MENGIL, L. W., 344 Menispermaceae, 360 Merostachys clausseni, 51 MESNIL, L., 43, 177, 327 Mestra, 373 Metagonistylum minense, 75 Metalnikov, 56 Metamorpha stelenes, 371, 372, 373 steneles, 373 wernickei, 370, 371, 373 Meteorus, 257 Methona, 386 themisto, 387, 390 Meticulodes odonaria, 134, 136 MEYER, E. L., 183 MEYRICK, E., 12, 56, 98 MICHENER, C. D., 345, 368 Micrattacus nanus, 268, 269, 270 Microbracon, 90 hebetor, 97 hellulae, 34
LEPIDOPTERA
Microdus parvifasciatus, 76 sacchari, 76 stigmaterus, 76 Microgonia, 129 Micronidae, 145 Microplitis ayerzai, 115 Mikania, 362 hirsutissima, 217 scandens, 235 MILES, M., 105 Milho, 83, 93, 177, 186 MILLAM, J., 127 MILLS, A. S., 44 MILLS, L., 90 Mimallo, 247 amilia, 247, 248, 249 curtisia, 249 Mimallonidae, 246 Mimallonoidea, 245, 246 MIMEUR, J., 60 Mimorista cambogialis, 33 Mocis, 200, 201 repanda, 171, 201, 202, 203 Mominae, 174 Monoctenidae, 134 Monophlebiae. 253, 260 MONTE, O., 34, 39, 42, 45, 80, 90, 95, 96, 103, 179, 182, 197, 206, 217, 220, 225, 230, 339 MONTERA, 209, 210, 212 MOOSER, O., 125 MOREIRA, C., 80, 90, 103, 211, 317, 325, 382, 384 MORGAN, A. C., 197 Morpheis, 50 paleacea, 53 smerintha, 7, 50 Morpho achillaena, 358 achilaeus, 359 achilles, 357, 358 aega, 358
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Morpho anaxibia, 356, 357 catenarius argentinus, 358 cypris, 357, 358 cytheris, 357 hecuba, 357, 358 hercules, 357, 358 peleides, 358 portis portis, 357 Morphidae, 356 Morphoidae, 318, 319, 356 Morphoides, 356 Morphoinae, 356 Morphonidae, 356 Morus, 224 MOSCHLER, H. B., 296 MOSHER, E., 125, 258 Moss, A. MILES, 106, 108, 125, 307, 317, 355 MOUZELS, 264 Mucuna, 89 huberi, 35 MUELLER, F., 295, 296, 384 MUELLER, G. W., 13, 14, 296, 384, 360, 367, 369, 379 MUELLER, R. J., 45 MUIR, F., 14 MUNRO, J. W., 59, 105 Muricí, 34 MURILLO, L. M., 212 Musa, 209, 345 Musotimidae, 13 Myelois duplipunctella, 90 expunctrix, 90 solitella, 90 MYERS, J. G., 80, 97, 105 Myiosturmia mixta, 203 Myonia pyraloides, 156, 157 Myrtaceae, 200, 227, 247 Mysoria, 302 Napaea nepos, 343
412
INSETOS DO BRASIL
Napata bunghasi, 241 Nemeobiidae, 340 Neobourquinia bifasciata, 154 Neoleucinodes elegantalis, 39, 393 Neonortoniella plusiae, 214 Neopyralis ronnai, 96 Neotheronia bicincta. 36 brullei nigrescens, 209 Neotropidae, 385 Neotropinae, 298 Netrocera, 298 NEUMEGEN, B., 155 Neuromelia festiva, 129, 136, 137, 138 NEUSTETTER, H., 368 NEVES, A. G. das, 279 NEWCOMER, E. J., 340 NlCOL, J. M., 59 Nicotiana tabacum, 115, 176, 177, 181, 191 Nipteria incoloraria, 132 Noctuidae, 161, 162, 169 Noctuinae, 174, 203 Noctuoidea, 160 Nola, 233 Nolidae, 161, 162, 232 Noropsis hieroglyphica, 204 NORRIS, M. J., 106 Notodontidae, 150 Notodontinae, 150 Notodontoidea, 150 Notodontoides, 150 NOVAES, B., 120 Nyctelemonia, 146 Nyctelemonidae, 146 Nycteolidae, 161
Nygmia phaeorrhoea, 165 Nymphaea, 13 Nymphalidae, 318, 319, 361 Nymphalinae, 361, 369 Nymphaloidea, 289, 29 Nymphula, 13 Nymphulidae, 8, 13 Nymphulinae, 9, 11 Nymphulini, 13 Nymphulites, 13 Ocimum, 42 Oenochromatinae, 135 Oenochromidae, 135 Oitenta e oito, 373 OITICICA F.º, J., 141, 126, 243, 254, 258, 259, 296 Olceclostera, 281, 282 OLIVEIRA, J. J. M. de, 279 OLIVEIRA, M. A. de, 41, 45 OLIVEIRA F. º, M. L. de, 212 Onagraceae, 216 Oncidium, 343 Operophtera, 130 brumata, 137 Ophideres materna, 204 Ophisma, 200 tropicalis, 200 Opsiphanes, 203, 349, 353, 354 invirae, 353 quiteria meridionalis, 354 Opuntia, 99 inermis, 100 Orchidaceae, 343 ORFILA, R. N., 126, 175, 200, 212, 243 257 ORLANDO, A., 125, 197 Ornithoptera, 309, 312 Oryza, 13, 94, 201, 348 Osmeterium, 312, 314 OSTERBERGER, B. A., 79 Otosema odorata, 203 Oxydia, 128
LEPIDOPTERA
Oxysarcodexia, 122, 203 Oxytenidae, 252, 253 Pachylia ficus, 117, 118 resumens, 117 syces, 117 Pachypodistes goeldi, 23 PACKARD, A. S., 141, 155, 200, 259 PADDOCK, F. B., 59 PAGENSTECHER, A., 346 PAILLOT, A., 279 PAINTER, R. H., 197 Palaeotropidae, 363 PALM, C. E., 180 Palma mater, 350 Palmeiras, 350, 354 Palustra, 227, 229 burmeisteri, 229 Pamphilinae, 303 Paniscus, 190 Pantherodes pardalaria, 137, 138 Papilio, 310, 311 anchysiades capys, 311, 313, 314, 315 lycophron lycophron, 313 thoas brasiliensis, 312, 313 thoas thoantides, 315 thoas thoas, 314 Papilionida, 310 Papilionidae, 310 Papilioninae, 310 Papilonoidea, 289, 290, 309 Paraponyx, 13 Paratheresia brasiliensis, 75 PARKER, H. L., 47 PARKER, W. B., 106 Par nassiinae, 310 PARSONS, F. S., 197 Passiflora, 367 PASTRANA, J. A., 34, 45 Patteloa similis, 209
PEARSE, A. S., 296 Pedaliodes phanias, 348 Pedinopelte gravenhorsti, 264, 315 Penthophlebia, 136, 137 Peosina mexicana, 210, 211 Pepsis, 241 PEREIRA, H. F., 199 Pereskia grandiflora, 34 Perforadix sacchari, 48 Pergesinae, 113 Pericerya, 100 Pericopidae, 161, 162, 216 Pericopididae, 216 Pericopis lucifer, 217 sacrifica, 216, 217, 218 Peridroma margaritosa, 178 Perilampus, 34 paraguayensis, 269 Perisierola bogotensis, 71 Perisoma impromissata, 240 PERKINS, 327 Perophora, 245, 247 melsheimeri, 247 Perophoridae, 246 Persea gratissima, 288 PETERS, 257 PETERSON, A., 126 Phaeoclena gyon lampra, 159 Phalaenidae, 169, 266 Phalaenoidea, 250 Phalaenoididae, 215 Phaseolus, 35, 89, 181, 203, 302 Philampelinae, 123 PHILLIPS, M. E., 104 PHILLIPS, W, J., 197 PHILPOTT, A., 12, 80 Phlegethontius, 113, 114
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INSETOS DO BRASIL
Phlegethontius carolina, 115 paphus, 115 sexta, 115 Phlyctaenia, 41 opalizalis, 42 Phlyctaenodes bifidalis, 33 Phocides palemon, 301 Phoebis philea philea, 320, 321 Phoeniostacta haematobasis, 241 Pholus anchemolus, 123 labruscae, 123 vitis, 123 Phorocera longiuscula, 121 Phosococephalops pallens, 178 Phrygionis, 138 politia, 142 Phurys basilans,200 Phyciodes, 373 eunice, 375, 376 Phycitidae, 8, 9, 10, 86 Phytometra verruca, 219 Piassabassú, 92 Piassaveira, 92 PICADO, C., 340 PICKLES, A., 80 PIERCE, F. N., 12, 141, 175, 296 Pieridae, 320 Pierididae, 318, 320 Pieridinae, 324, 325 Pieris brassicae, 327 Pilocrocis infuscalis, 34 Pimpla marginella, 36
PINHEIRO, J., 138 PINTOS, W. M., 279 Pionea, 41 Piperaceae, 313 Pitangueira, 227 Pithecolobium. 203 PIZA Jr., S. de TOLEDO, 332, 351, 352 Placidula eurynassa, 390 Plagioprospherysa, 94 Plagiotachina, 264 floridensis, 181, 182 haywardi, 328 vivida, 122 PLANK, H. K., 81, 103 Platypterycidae, 108 Platypterygidae, 108 Plebejidae, 340 Plinia rubra, 227 Plodia, 56, 103, 104, 105, 106 interpunctella, 57, 58, 96, 97 Plusiadae, 169 Plusiidae, 161 Plusiinae, 174, 213 Pococera atramentalis, 83 Pococerinae, 82 Polistes, 241 POLLARD, C. L., 296 Polybia, 241 Polycyrtus lituratus, 36 saladonis, 36 Polygrammodes ponderalis, 36 Polyplocidae, 109 Polyrrhaphis grandini, 17 POOLE, C. F., 198 POPPELBAUM, H., 292 Porosagrotis, 176 Porthetria dispar, 165
LEPIDOPTERA PORTO, G. M., 54 Portulaca oleracea, 33 Potamogeton, 13 POTTER, C., 327, 332 POTTS, R. W., 363 POULTON, E. D., 18 Prepona, 374 Prismaticornes, 110 Prodenia, 180 dolichos, 180 eridania, 181 latifascia, 181 ornithogalli, 180, 181 Progona, 221 Promasipoda pinguioides, 257 Prophanurus alecto, 71 Prosturmia distincta, 215 Protoparce rustica, 116 PROUT, L. B., 141, 142, 159 Psara bipunctalis, 33 Pseudarchytopsis piliventris, 185, 190, 194, 214 Pseudococcus, 101 Pseudokea, 185 Pseudoplusia oo, 213, 214, 215 Pseudosphex, 248 rubripalpus, 241 Pseudosphinx tetrio, 116 Psidium araça, 227 guajava, 43, 227, 247 Pteromalus caridei, 315 Pterothysanidae, 108 Ptochopsychidae, 246 Pulvinaria, 100 Pyenson, L., 212
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Pygophorinia peruviana, 209 Pyralidae, 49 Pyralididae, 8, 49 Pyralidinae, 10, 11 Pyralidoidea, 7 Pyralina, 8 Pyralinae, 9 Pyralis farinalis, 49 manihotalis, 49 Pyralites, 8 Pyrausta, 42 nubilalis, 42, 43 Pyraustidae, 8, 30 Pyraustinae, 9, 11 Pyrginae, 302 Pyrrhopyge, 302 Pyrrhopyginae, 302 Pyrrhopygini, 302 Pyrrhopygopsis, 299, 304 socrates, 304 Quadrifinae, 170 QUAITANCE, A. L., 198 QUAJAT, E., 279 QUAST, M., 106 Quiabeiro, 225 Racheospila, 133 gerularia, 140 Rachiplusia nu, 213, 214 RAGONOT, E. L., 12, 13, 59, 88, 103 Raphiptera, 10 Ratarda, 164 RAU, P. & N., 273 RAYMUNDO DA SILVA, BENEDICTO, 45,
114, 126, 130, 140, 236, 259, 273, 297, 342, 348, 350, 369 REED, C. S., 332 REED, L. B., 332 REED, W. D., 103, 104, 106 REICH, P., 231 REID, W. J. JR., 332 RENSCH, B., 296 Repolho, 327
262,
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INSETOS DO BRASIL
REUTER, E., 296 Rhescyntidae, 253 Rhescyntinae, 255 Rhescyntis, 256 armida, 256, 257 Rhopalocera, 289 Rhopalocères, 289 Rhuda labella, 153 Rhynchopyga meisteri, 241 RIBEIRO, A. DE MIRANDA, 59 RIBEIRO, V. DE MIRANDA, 296 RIBEIRO, B. L., 273 RICHARDS, A. G., 156, 360 RICHARDS, T. W., 98, 106 Ricinus communis, 225, 226, 264, 269 RILEY, N. D., 308, 368 Riodinidae. 318, 340 RIPLEY, L. B., 175 RIPPON, R. H. F., 317 Risama falcata, 15, 16 Robinsonia dewitzi, 225 ROCHA, DIAS da, 39, 152 ROEBER, H., 60 Rogas, 181, 209, 214 nigriceps, 241 ROGENHOFER, 292 ROMIEUX, M. J., 340 RONNA, E., 96, 103 ROSA, M.. 296 Roscas, 176, 180 ROSENFELD, A. H., 81 ROTHSCHILD, L. W., 113, 126, 127, 231, 243, 244, 259, 317, 355 Rothschildia, 251, 255, 268 aurota, 269 betis, 269 hopfferi rhombifer, 269 jacobaeae, 269, 270 ROUBAUD, E., 47 ROUSSEAU-DECELLE, G., 361 RUFFINELLI, A., 214
Ruralidae, 333 RUSSEL, H.M., 183 Rutaceae, 313 Sabaliadae, 277 Saccharum officinarum, 61, 201, 233 Sagaritis, 191 SAINT HILAIRE, 51 Salebria, 87 Salobrena, 20 SALT, G., 81 SALVIN, O., 292 SANTOS, N., 244 Sapium aucuparium, 86 Sarcophaga aurea, 203 lambens, 209 Sarrothripinae, 174, 200 Sarsina violascens, 176 SATTERTHWAIT, A. F., 179 Saturniadae, 226 Saturniidae, 252, 253, 266 Saturnioidea, 250 Saturnoidea, 250 Satyridae, 318, 319, 346 Satyrinae, 348 SAUER, H., 33, 34, 36, 45, 90, 94, 95, 96, 103, 117, 118, 168, 177, 181, 182, 185, 190, 191, 203, 209, 214, 225, 226, 231, 247, 257, 264, 269, 328, 352 Saurita cassandra, 236 sericea, 234 SAVASSI, A., 279 SCARAMUZZA,L. C., 81, 122, 127 SCHATZ, E., 297 SCHAUS, W., 13, 14, 46, 81, 86, 135, 142, 156, 169, 175, 176, 231, 250, 273, 279, 289 SCHNACK, F., 297 Schoenobidae, 18 Schoenobiidae, 8, 9, 19, 1 8
LEPDOPTERA
SCHOPF, C., 332 SCHREITER, R., 127, 259 SCHROTTKY, C., 244 SCHUSSLER, H., 260, 273, 274 SCHWANWITSCH, B. N., 348, 379 SCHWEIZER, F., 297 Scopariidae, 8, 13 Scopariinae, 9, 11 Scopifera, 169 SCOTT, L. B., 127 SCUDDER, S. H., 297, 379 SEHL, A., 106 SEILLER, J., 292 SEIN, JR, F., 48 SEITZ, A., 231, 242, 244, 297 Selidosematidae, 134 Selidoseminae, 134 Sematura, 143, 148, 149 lunus, 149 lunus diana, 149 Sematuridae, 136, 145, 147 Semitropical armyworm, 181 Semnianae, 19 Senecio brasiliensis, 217 Sericaria mori, 278 Sesia fadus, 113 Sesiinae, 116, 117 SHARP, 146, 227, 245 Shenauge parasitus, 48 SHEPARD, H. H., 308 Siculidae, 15 Siculodes falcata, 16 Siculodidae, 15 Sida cordifolia, 214 SIEBER, 56 Siginae, 18 SILVA, A. G. D'ARAUJO e, 20, 23, 42 268, 288, 344, 367 SILVA, BENEDICTO RAYMUNDO, V. RAYMUNDO
SILVA, P., 257, 260 SILVERLY, R. F., 393 SILVESTRI, F., 213, 214 SIMMONS, P., 106 SISON, P., 14 SKELL, F., 127 SKINNER, H., 308 Smilax asumptionis, 195 campestris, 206 SMITH, E., 332 SMITH, J. B., 176 SMITH, R. C., 183 SNELLEN, P. C. T., 13, 142 SNELLING, R. O., 195 SNIPES, B. T., 190, 198, 212 SNOW, J. S., 180 Soja, 35, 210 Solanaceae, 115, 182, 213, 290 Solanum pseudoapsicum, 338 tuberosum, 41, 115, 177 Solenopsis, 343 saevissima richteri, 344 SONTHONNAX, L., 272 Sorgo, 94, 233 Sosxetra grata, 213 Southern armyworm, 181 SOUZA, H. D.DE, 61, 81 SPENCER, H., 79 Speocropia smilacis, 195 Sphingicampidae, 253 Sphingicampinae, 253 Sphingidae, 109 Sphinginae, 109 Sphingoidea, 109 Sphinx, 105, 111 Spilochalcis, 122, 226, 257 denieri, 354 dux, 76 fulvescens, 36 morleyi, 352 nigrifons, 203, 354
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INSETOS DO BRASIL
Spilochalcis ruffinellii, 214 simillima, 209 Spilocryptus diatraeae, 76 SPITZ, R., 60, 158, 217, 220, 297, 304 SPULER, A., 25, 30 SQUIRE, F. A., 317, 355 STAHLER, N., 176 STAUDINGER, O., 297 Steniadae, 13 Steniidae, 13 Stenoptycha, 41 Stenorella brevicauda, 96 STEPHENS, X23 Stericta albifasciata, 83, 84, 85 Sterrhidae, 134 Sterrhinae, 134, 135 STICHEL, H., 344, 355, 368, 379 Stietopterinae, 174 STOLL, C., 291 STRAND, E., 215, 231 Striphnopterygidae, 280 STUEBEL, A., 297 SWAINSON, 146, 140 Swartzia langsdorffi, 288 SWEADNER, W. R., 274 SWEZEY, O. H., 180, 200 Sylepta prorogata, 34 Syllexis, 129 Synchlora, 133 Syntomeida melanthus, 235, 236, 238, 240 albifasciata, 238 Syntomidae, 233 Syntomididae, 233 Syntomoidea, 233 Syssphingidae, 253 Syssphinginae, 255 Syssphinx, 255 crispula, 257 molina, 255
TALBOT, A., 230, 291, 332, 384 Talinum, 34 TAMS, W. H. T., 104, 180 Tapajohougia, 247 Taquara, 51 Taquara poca, 51 Taygetis ypthima, 348 Tecoma, 21 pentaphylla, 20 Teinopalpinae, 310 Telenomus, 352 alecto, 71, 74, 75, 76 TENHET, J. N., 195 Tent caterpillars, 285 Terastia, 42 meticulosalis, 41, 42 Terminalia catappa, 167, 248 TESTOUT, H., 274 Tetrastichus, 209, 339 Thagona roseidorsum, 164 tibialis, 167 unicolor, 168 Thaumantidae, 356 Thaumatopoea, 281 processionea, 281 Thaumatopoeidae. 277, 288 Thecla, 334 basilides, 334, 335, 337 echion, 337 palegon, 338 marsyas, 335 Theclinae, 333 Theobroma caca o, 90, 204 Thermesia gemmatalis, 204
THOMAS, W. A., 332 THOMPSON, W. R., 47, 59, 76, 81, 105 Thyatira mexicana, 109 Thyatiridae, 109 Thymele, 302 proteus, 302, 303
LEPIDOPTERA Thymelicus, 299, 300 Thymelidae, 303 Thyreion gelotopoen, 191, 192 Thyridia, 387 themisto, 387 Thyrididae, 8, 15 Thyrinteina arnobia, 138 Thysania agrippina, 169, 170 zenobia, 160 Thysanus dipterophagus, 76 TILLYARD, 283, 289, 310 Tineinae, 50 Tineopsis theobromae, 57 TISSEUL, J., 265, 274 Titya proxima, 288 undulosa, 288 Tobacco bud worm, 191 Tolype lignosa, 287 undulosa, 283, 288 Tomaspis, 227 Tomateiro, 39, 115, 177, 182, 186, 191, 213 DE LA TORRE, 297 Tosale, 20 TOWER, D. G., 200 TOWNSEND, 353 TRAVASSOS, L., 232 244. 257, 260, 274 TRAVASSOS F°., L., 220, 242, 244, 245, 351, 355 Trichogramma minutum, 65, 71, 76, 122, 190 Trichomalus hesperocharidis, 328 Trichopria cubensis, 76 Trichura, 24l, 242 Trifinac, 170
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Trigo, 371 Triptogon lugubris, 117 ocypete, 117, 119 Trochuda roseidorsum, 168 Troides, 309, 312 TROUVELOT, 165 TUCKER, R. W. E., 81 Tuna, 99 Turpinus paniculata, 96 TUTT, J. W., 340 ULLYETT, G. C., 197 Urania, 146 brasiliensis, 146 leilus, 143, 144, 145, 146, 147 rhipheus, 146 Uraniidae, 145, 145 Uranioidea, 143 Urbaniinae, 302 Urbanus proteus, 299, 302 undulatus, 303 Urbicolae, 298 Urena lobata, 210 URPIA, A., 371 Utetheisa ornatrix, 221, 222, 225 pulchella, 223, 224, 225 VANCE, A. M., 46, 48 Vanessa, 269 VANEY, C., 279 VANSELL, G. H., 127 VAYSSIÈRE, P., 58, 60 VEGA, G. A. K. DE LA, 212 Verbena triphylla, 116 Vernonia, 217 VERSON, E., 279 Vicia graminea, 343 VICKERY, R. A., 183, 200 VIEIL, P., 279 VILHENA, M., 279 VINAL, S. C., 48 Virachloa isocrates, 337
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INSETOS DO BRASIL
Vitaceae, 117, 123, 216 VOEHRINGE R, K., 60 Voria ayerzai, 214 ruralis, 214 WAAL, L. DE, 78 WAGNER, II., 113, 127 WALOFF, N., 106 WALTER, E. V., 78 WALTON, W, R., 183, 200 WARREN, W., 13, 20, 142 WATSON, E. Y., 308 WATSON, J. R., 93, 297 WEBSTER KAY, R. J., 297
WEEKS, JR., A. C., 297 WESTWOOD, J. 0., 149, 291 WEYDING, 273 WEYENBERG, II., 250 WEYMER, 273 WHITCOMB, W., 60 WHITE, G. F., 180 WIELAND, II., 332 WILCOX, J., 198 WILLE, J., 46, 82, 83, 169, 198, 206, 212 WILLIAMS, C. B., 298, 322 WILLIAMS, F. X., 14 WILLIAMS, JR, R. C., 307, 308 WILSON, J, 34, 46 WILSON, J. W., 185 Winthemyia, 209, 215 WITHYCOMBE, C. L., 218 WOLCOTT, C. N., 20, 46, 82, 83, 90, 103, 181, 186, 212, 298
WORTHLEY, L. H., 46 WYLLE, W. D., 180 Xanthocleis, 386 psidii, 385, 386, 390 Xanthopastis timais, 198 Xanthozona melanopyga, 351 Xyl o myges eridania, 181, 182 Nylophanes, 112 YEAGER, J. F., 184 ZAMITH, 351 Zanolinae, 281 Zea mays, 83, 93, 177, 186 Zenillia, 182 Zeonia, 341 licursis, 341 ZERNY, H., 245
ZIKÀN, J. F., 114, 127, 147, 257, 260, 269, 274, 298, 308, 317, 323, 342, 344, 355, 361, 379, 392 Zinckenia, 31 fascialis, 31, 33 perspectalis, 33 Zophodia, 101 goyensis, 96, 100 Zygofrontina, 269, 390 Zygosturmia, 122 heinrichi, 338 Zygozenillia, 181
COSTA LIMA
INSETOS DO BRASIL 7.° TOMO
COLEÓPTEROS 2.ª PARTE
ESCOLA
NACIONAL
DE
AGRONOMIA
SÉRIE DIDÁTICA N.º 9 - 1952
INSETOS DO BRASIL 7.º TOMO
A. DA COSTA LIMA Professor Catedrático de Entomologia Agrícola da Escola Nacional de Agronomia Ex-Chefe de Laboratório do Instituto Oswaldo Cruz
INSETOS DO BRASIL 7.° TOMO
CAPÍTULO XXIX
COLEÓPTEROS 1.ª PARTE
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE DIDÁTICA N.º 9 - 1952
CONTEUDO Ordern COLEOPTERA ........................................................................................
5
Chave de famílias .........................................................................................
216
Subordem ADEPHAGA ..............................................................................
255
Família Carabidae ............................................................................................
257
Família Cicindelidae .........................................................................................
270
Família Haliplidae ...............................................................................................
278
Família Dytiscidae ...............................................................................................
281
Família Gyrinidae ...............................................................................................
287
Família Paussidae ..............................................................................................
293
Família Rhysodidae ...........................................................................................
294
Subórdem ARCHOSTEMATA .......................................................................
296
Família Cupedidae ............................................................................................
296
Subordem POLYPHAGA ................................................................................
298
Família Hydrophilidae .......................................................................................
298
Família Limnebiidae ...........................................................................................
304
Família Silphidae ................................................................................................
306
Família Catopidae .............................................................................................
309
Família Leiodidae ..............................................................................................
310
Famílias Clambidae, Colonidae e Scydmaenidae ....................................... Família Staphylinidae ......................................................................................
311 313
Família Micropeplidae ......................................................................................
324
Família Pselaphidae .......................................................................................... Família Gnostidae ..............................................................................................
335 338
Família Ptiliidae ................................................................................................
339
Família Sphaeriidae ...........................................................................................
342
Família Scaphidiidae .........................................................................................
343
Família Histeridae ............................................................................................. Índice ............................................................................................................
352
345
MINHA CONSELHO
GRATIDÃO NACIONAL
DE
AOS
MEMBROS
PESQUIZAS,
DO
PORQUE,
VOTANDO VALIOSO CREDITO PARA A IMPRESSÃO
DESTE
TOMO,
CONTRIBUÍRAM,
DE
MODO
DECISIVO, PARA A RÁPIDA E ESMERADA CONFECÇÃO TIPOGRÁFICA DO TRABALHO PELO SERVIÇO GRÁFICO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
CAPÍTULO XXIX Ordem
COLEOPTERA
1. Caracteres - P e r t e n c e m a esta o r d e m os c h a m a d o s besouros, f à c i l m e n t e distinguiveis dos d e m a i s insetos pela forte esclerose do exosqueleto e dos elítros 1, quase s e m p r e de consistência coriacea ou c o r n e a . Os elítros, e m repouso, cobrem as asas m e m b r a n o s a s que, via de regra, f i c a m sob eles d o b r a d a s e escondidas. No vôo, e n q u a n t o as asas vibram, os elítros se m a n t ê m e n t r e a b e r t o s e imóveis. LINNAEUS foi feliz, p o r t a n to, ao d a r o n o m e COLEOPTERA a esta o r d e m de insetos (de (koleos), b a i n h a , estojo e (pteron, asa), aliás mais significativo que o u l t e r i o r m e n t e u s a d o por FABRICIUS - ELEUTHERATA de (eleutheros), livre (maxilas livres). E m o u t r a s ordens as asas a n t e r i o r e s p o d e m ser m a i s ou m e n o s esclerosadas, com aspecto de elitros, todavia n e n h u m dêsses insetos p e r t e n c e a E n d o p t e r y g o t a ou Holometabola, isto é, aos insetos de m e t a m o r f o s e s , g r u p o e m que se i n c l u e m os Coleópteros. Por o u t r o lado, h á Coleópteros providos de elítros pouco esclerosados, p o r é m a d u r e z a do exosqueleto e outros caracteres peculiares aos besouros n ã o p e r m i t e m que se t e n h a duvidas q u a n t o a o r d e m a que p e r t e n c e m . Os Coleópteros, vistos de cima, a p r e s e n t a m , como os Hemipteros, o t o r a x quasi que e x c l u s i v a m e n t e r e p r e s e n t a d o pelo p r o n o t u m (fig. 1 - Pr), a t r a z do qual, n a m a i o r i a das espécies, se vê u m tergito mesotoracico m a i s ou m e n o s desenvolvido, o m e s o c u t e l l u m ou s c u t e l l u m (Scl), que s e p a r a os elitros n a p a r t e basal e t e m a e x t r e m i d a d e posterior no e x t r e m o anterior da l i n h a de c o n t a c t o dos elitros em repouso (sutura - S). 1 De
(elytron),
lnvolucro, estojo.
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INSETOS DO BRASIL
Aparelho bucal mandibulado, mastigador. Os Coleópteros são insetos de metamorfoses (endopterigotos ou holometabólicos); excepcionalmente, hipermetabólicos. Quasi todos são oviparos. Raras são as especies viviparas.
Fig. 1 - Euchroma gigantea (L., 1 758) (Buprestidae), um pouco aumentado ( B u p r e s t i d a e ) , v i s t a d o r s a l ; El, elitro; Pr. p r o n o t u m ; S, sutura; Scl, s c u t e l l u m (C. Lacerda del.).
Dos ovos que põem saem larvas. Estas crescem mediante transformações com m u d a n ç a de t e g u m e n t o (ecdises) e, ao completarem o desenvolvimento, sofrem a primeira metamorfose, da qual resulta apupa. Desta, no fim de algum tempo e apos nova metamorfose, sae o inseto adulto, alado ou imago.
COLEOPTERA
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M u i t a s são as f o r m a s que a p r e s e n t a m os insetos desta ordem, assim como b a especies de g r a n d e e p e q u e n o porte, desde o Titanus giganteus (L.), da Amazonia, com cerca de 200 mm. de c o m p r i m e n t o , a t é os m e n o r e s Ptiliideos, com cerca de u m q u a r t o de m i l i m e t r o .
Fig. 2 - Euchroma gigantea, v i s t a v e n t r a l ; Cx, q u a d r i l ; Epipl, e p i p l e u r a ; Fm, f e m u r ; MsEpm, m e s e p i m e r o n ; MsEps, m e s e p i s t e r n u m ; MtEpm, m e t e p i m e r o n ; MtEpm, m e t e p i s t e r n u m ; Mss, m e s o s t e r n u m ; Mts, m e t a s t e r n u m ; PrEpm, p r o e p i m e r o n e PrEps, p r o e p l s t e r n u m , n u m a só peça; Ps, p r o s t e r n u m ; t, t r o c a n t i n o ; ta, t a r s o ; Tb, tíbia;. Tr, t r o c h a n t e r ; Un, g a r r a ( L a c e r d a d e l . ) .
Q u a n t o aos regimes a l i m e n t a r e s dos Coleopteros, quer das larvas, quer dos adultos, pode dizer-se que só a h e m a t o fagia a i n d a n ã o foi a s s i n a l a d a . Dai a i m p o r t a n c i a economica considerável de Coleóptera, p r i n c i p a l m e n t e sob o p o n t o de
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INSETOS DO BRASIL
vista agrario. De fato, h a nesta ordem, alem de g r a n d e numero de espécies fitofagas, mais ou menos prejudiciais a agricultura, outras predadoras, que nos auxiliam no combate a insetos e p l a n t a s p r a g a s da lavoura. 2. Anatomia externa Cabeça. Observam-se dois aspectos principais n a c a b e ç a dos Coleópteros: ou o normal, como nos insetos o r t o p t e r o i d e s e o u t r o s de a p a r e l h o b u c a l m a s t i g a d o r (fig. 3), isto é, c o m as peças bucais a r t i c u l a d a s no epicrâneo ( c a p s u l a cefálica), ou esta se p r o j e t a a l é m dos olhos, em rostrum ou tromba mais ou menos alongada (proboscirostro, de LATREILLE) no apice do qual se articulam as peças bucais (Coleópteros da antiga série Rhynchophora) (figs. 4, 5, e 32).
Fig 3 C a b e ç a d e Epicauta nigropunctata ( B l a n c h a r d , 1843) ( M e l o l d a e ) . v i s t a v e n t r a l , c o n s i d e r à v e l m e n t e a u m e n t a d a : A n t , a n t e n a ( s ò m e n t e os 4 p r i m e i r o s s e g m e n t o s ) ; Fo, f o r a r n e n o c c i p i t a l ; ft , f o s s u l a t e n t o r i a l ; Gu, g u l a ; Lm, l a b r u m ; Mal. m a n d í b u l a ; M t m e n t u m ; Mx, maxila ( s t i pes + p a l p i f e r ) ; Pge, p o s t - g e n a e ; Plp Lb, p a l p o l a b i a l ; Plp Mx, palpo maxilar; Prmt, prementum (ligula); sg, sutura gular; Smt, submentum (Lacerda del.).
E m m u i t o s Coleópteros a c a b e ç a é horizontal, c o m as peças b u c a i s dirigidas p a r a d e a n t e m tipo p r o g n a t o ; n ã o raro, porem, ela se a p r e s e n t a v e r t i c a l m e n t e disposta, c o m as peças b u c a i s v o l t a d a s p a r a baixo - tipo h i p o g n a t o ( o r t o g n a t o de
COLEOPTERA
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alguns a u t o r e s ) , ou i n t e i r a m e n t e dirigidas p a r a t r á s - - tipo o p i s t o g n a t o (BRADLEY). Via de r e g r a a a r t i c u l a ç ã o d a c a b e ç a c o m o p r o t o r a x faz-se l i v r e m e n t e pela região occipital, g e r a l m e n t e e m calote de esfera e p o u c o e x c e d e n d o a m a r g e m posterior dos olhos, m e d i a n t e pescoço m a i s ou m e n o s m e m b r a n o s o e flexível preso ao f o r a m e n occipital e ao p r o t o r a x . E m varias especies a p a r t e post-ocular do epicraneo apresenta-se m a i s ou m e n o s alongada, e m o u t r a s , porem, a cabeça fica p r o f u n d a m e n t e enc a i x a d a no p r o t o r a x até os olhos, ou m e s m o até a fronte, de modo a quasi n ã o se poder mover. A superfície da cabeça, n a m a i o r i a das espécies, das s u t u ras c r a n e a n a s , a p r e s e n t a apenas, e m cima, a a n t e r i o r e transversal, c h a m a d a s u t u r a 4 - C a b e ç a de Rhynchophorus palf r o n t o clipeal ou epistomal e, Fig. marum (L., 1764) (Curcullonidae), vista muito aumentada: Cl, em baixo, d u a s s u t u r a s gulares C l a v a ainferior n t e n a l ; Fl, f u n i c u l u m ; For, f o ramen occipital; Ge, gena; PrGe, pre(fig. 3 - sg), ou somente gena; PrGu, pregula; Scp, escapo; Scr, sutura gular (Lacerda u m a ( R h y n c h o p h o r a ) , q u a n d o escrobo; Sgul, de1.). aquelas coalescem n a l i n h a m e d i a n a , d e s a p a r e c e n d o assim a g u l a (fig. 4 - Sgul). E m a l g u n s Coleópteros a s u t u r a fronto-clipeal d e s a p a r e c e c o m p l e t a m e n t e , confundindo-se, assim, clipeo e f r o n t e .
As d e m a i s regiões cefalicas: vertex, g e n a e e t e m p o r a s , são m a l delineadas nos Coleópteros, p o d e n d o ser m a i s ou menos d e m a r c a d a s s e g u n d o a posição que o c u p a m e m o u t r o s insetos. 3. Ocelos - Geralmente presentes nas larvas, raram e n t e se e n c o n t r a m nos insetos adultos. Veem-se, e n t r e t a n t o , dois em a l g u n s r e p r e s e n t a n t e s das f a m í l i a s S t a p h y l i n i d a e ,
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INSETOS DO BRASIL
Silphidae e Limnebiidae (Hydraenida ocellata Germain, 1901, do Chile); n a m a i o r i a dos Dermestideos exclusive os Dermestini, e em a l g u m a s espécies de S t a p h y l i n i d a e e de L y m e x y l i d a e só h a u m ocelo.
Fig. 5 - Parte apical do rostrum de um Curculionideo, v i s t a v e n t r a l m u i t o a u m e n t a d a : Cd, c a r d o ; Lc , l a c i n i a ; Md, m a n d i b u l a ; Mt , m e n t o ; Plf, p a l p i f e r ; PlpLb, p a l p o l a b i a l ; P l p M x , p a l p o m a x i l a r ; P r G, p r e g e n a ; S m t , s u b m e n t u m ; St, e s t i p e ( L a c e r d a d e l . ) .
4. Olhos compostos Raramente ausentes ou r u d i m e n t a r e s (em espécies cavernícolas, de h á b i t o s s u b t e r r â neos ou em ectoparasitos das f a m i l i a s P l a t y p s y l l i d a e e Lept i n i d a e ) , f i c a m g e r a l m e n t e s i t u a d o s aos lados da cabeça e t é m c o n t ô r n o circular ou elíptico. E m várias espécies, porém, os olhos são reniformes, com e m a r g i n a ç ã o m a i s ou m e n o s prof u n d a em t o r n o d a base da a n t e n a , ou a p a r e n t e m e n t e divididos ( a l g u n s Lucanideos, Cerambicideos e T e n e b r i o n i d e o s ) . Pelo menos num genero de Cerambycidae (Euryprosus) a sep a r a ç ã o é completa, vendo-se u m olho m a i o r e m baixo e outro m e n o r em c i m a . T a m b e m em A m p h i o p i n a e (Hidrofilideo do J a p ã o ) e em G y r i n i d a e ha, de c a d a lado da cabeça, u m p a r de olhos b e m a f a s t a d o s (fig. 66). Como os u l t i m o s são insetos aquaticos, q u a n d o f l u t u a m , veem com os olhos superiores o que se passa
COLEOPTERA
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a c i m a e c o m os inferiores, s ubm e r s os , o que se p a s s a d e n t r o dágua. Os omatídeos variam na estrutura e em número nas dif e r e n t e s especies. C o m f a c ê t a s ou c o r n e a s p l a n a s , h e x a g o n a i s , ou e m calote esferica, p o d e m ser e m p e q u e n o ou e m g r a n d e n u m e r o . No p r i m e i r o caso o olho p o d e a p r e s e n t a r a l g u m a s facetas apenas, como numa espécie brasileira de Lathridius, c om 7 f a c e t a s . No s e g u n d o , o n u m e r o de o m a t i d i o s pode a t i n gir ao q u e se o b s e r v a e m O d o n a t o s A n i s o p t e r o s e e m m a r i p o sas d a s u p e r f a m i l i a S p h i n g o i d e a .
Há consignada na literatura uma espécie de Mordella cujos olhos têm cêrca de 25.000 facetas. Neste caso, evidentemente, só com forte aumento é que se pode ter a idea da disposição das facetas. Quando o numero de omatidios não é muito grande, com uma lente de bolso ou mesmo a olho nú as corneas são perfeitamente visíveis. São os olhos fortemente granulados dos autores. 5. Antenas - Ora aproximadas, ora afastadas, artic ulam- s e c o m o e p i c r a n e o , n a f r o n t e , e n t r e os olhos, u m p o u c o a d i a n t e dos olhos, ou l a t e r a l m e n t e , e n t r e o olho e a base da mandíbula. Normalmente apresentam o segmento basilar (escapo) mais ou m e n o s a l o n g a d o , as vêzes curvo, segui do do s e g m e n t o intercalar (pedicelo) entre aquêle e os que formam a parte distal da antena (funículo ou flagellum), em geral constituído p o r 9 s e g m e n t o s , dos quais os 3 ou 4 ú l t i m o s f r e q ü e n t e mente se apresentam mais dilatados, gradual (clava) ou bruscamente (capítulo) (antenas clavadas (fig. 6 + ant.) ou capitadas). Na m a i o r i a das espécies da série R h y n c h o p h o r a observa-se a chamada antena geniculada, geniculo-clavada ou geniculo-capitada (fig. 4), na qual os segmentos do funículo (Fu), além do escapo (Scp), flexionam-se sôbre êle, como a perna sôbre a coxa; em tais insetos o escapo, que se articula com o rostrum (antena rostral), em repouso, aloja-se parcial ou totalmente em sulco ao longo do rostrum (escrobo - Scr).
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INSETOS DO BRASIL
Se 11 é o n ú m e r o n o r m a l de s e g m e n t o n a a n t e n a de u m Coleóptero, esta pode ter m e n o s ou m a i s segmentos, e n t r e os limites e x t r e m o s de 2 a p e n a s ( a l g u n s r e p r e s e n t a n t e s de P a u s sidae e de Clavigerinae (Pselaphidae) e de p o u c o m e n o s de 40 segmentos (Amydetes, genero neotropico de Lampyridae), ou m e s m o 60 ( a l g u n s C e r a m b i c i d e o s ) . Daí a d i s t i n ç ã o em: antenas muito curtas, quando mais curtas que a cabeça; curtas, quando do comprimento da cabeça; medíocres, quando do comprimento do corpo; longas, quando um pouco mais longas que o corpo e longuíssimas, quando muito mais compridas que o corpo (Longicorneos).
Fig. 6 - Cabeça de Cycloneda sanguinea (L., 1763) ( C o c c i n e l l i d a e ) ; Ant, a n t e n a ; Pl, p a l p o s m a x i l a r e s (Lacerda fot.).
A f o r m a e as d i m e n s õ e s dos s e g m e n t o s a n t e n a i s t e e m g r a n d e i m p o r t â n c i a n a classificação dos Coleópteros. B a s t a citarmos os nomes Clavicornia, Lamellicornia, Longicornia, aplicados a d e t e r m i n a d a s séries ou g r u p o s de Coleopteros, fàc i l m e n t e reconhecíveis pelo a s p e c t o d a s a n t e n a s . Se e m m u i t o s Coleópteros a forma, o n ú m e r o dos segm e n t o s a n t e n a i s e o t a m a n h o d a a n t e n a são p r à t i c a m e n t e iguais nos dois sexos, e m m u i t o s o u t r o s observa-se m a i s ou menos acentuado dimorfismo sexual quanto ao aspecto das a n t e n a s . Assim, nos c h a m a d o s Longicorneos, c u j a s a n t e n a s , via de regra, são m a i s l o n g a s no m a c h o , h á espécies que as a p r e s e n t a m e x t r a o r d i n à r i a m e n t e a l o n g a d a s nesse sexo.
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Quanto aos tipos antenais segundo a forma dos segmentos, terei o ensejo de referi-los especialmente quando tratar dos grupos que se c a r a c t e r i z a m p r i n c i p a l m e n t e pelo a s p e c t o a n t e n a l . Mencionarei t a m b é m tipos curiosos, como os observados nos insetos a q u á t i c o s das famílias G y r i n i d a e e Dryopidae. 6. Peças bucais - Todos os Coleópteros, como os insetos ortopteroides, p a r t e m e t r i t u r a m o a l i m e n t o c o m as m a n d í bulas e c o m as m a x i l a s . Todavia, se n a maioria, r e p r e s e n t a d a por espécies fitofagas, o a p a r e l h o b u c a l e s s e n c i a l m e n t e pouco difere do que se vê n a q u e l e s insetos, n a s espécies micofagas ou f u n g i v o r a s e s o b r e t u d o n a s espécies p r e d a d o r a s , as peças bucais, pela a d a p t a ç ã o a regimes a l i m e n t a r e s especiais, a p r e s e n t a m - s e n o t à v e l m e n t e modificadas, c o m m a i o r ou men o r d e s e n v o l v i m e n t o de a l g u m a s , ora s i n g u l a r m e n t e conspícuas, ora mais ou m e n o s a t r o f i a d a s . O lábio superior (labrum), quase sempre presente, pode ser visível, ficar escondido sob o clipeo (Lamellicornia), ou desaparecer completamente (Rhynchophora). As mandíbulas, raramente reduzidas, em algumas espécies a p r e s e n t a m - s e e n o r m e s e m relação ao t a m a n h o do corpo, como se vê nos machos de alguns Prionideos (Macrodontia cervicornis (L.) ) e Lucanideos (Pholidotus humboldti G y l l e n h a l ) . E m tais insetos as m a n d í b u l a s são orgãos exclus i v a m e n t e defensivos.
A f o r m a das m a n d í b u l a s varia q u a s e t a n t o como a das a n t e n a s . N o r m a l m e n t e são a r q u e a d a s p a r a d e n t r o (falciformes), c o m d e n t e s mais ou m e n o s salientes n a c o n c a v i d a d e ou b o r d a i n t e r n a . E m a l g u m a s espécies são c u r v a d a s p a r a baixo (Pholidotus), para cima, ou mesmo para fora (Rhina barbirostris (Fabr.). Nas espécies fitofagas são relativamente c u r t a s e espessas; n a s p r e d a d o r a s são m a i s ou m e n o s alongadas, q u a s e s e m p r e t e r m i n a n d o e m p o n t a a g u ç a d a e providas de d e n t e s t a m b é m a g u d o s n a c o n c a v i d a d e (fig. 51). Nos Curculionideos d a s s u b f a m í l i a s B r a c h y d e r i n a e e O t i o r r h y n c h i n a e c a d a m a n d í b u l a a p r e s e n t a u m a á r e a elip-
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soide (escara mandibular), à qual, na pupa, fica presa uma peça decidual, que, as vêzes, p e r m a n e c e no inseto a d u l t o . As maxilas, imediatamente abaixo das mandíbulas e ger a l m e n t e c u r t a s , são as verdadeiras peças m a s t i g a d o r a s , que t r i t u r a m o a l i m e n t o a n t e s de ser d e g l u t i d o . Cada uma apresenta a peça basal (cardo), que se articula com o epicraneo e a distal (estipe) com os dois lobos terminais (coxopoditos), o interior (lacinia, peça mastigadora ou intermaxilar) provido de dentes, espinhos ou cerdas rígidas na borda interna e o exterior (galea); esta peça nas espécies p r e d a d o r a s da s u b o r d e m A d e p h a g a (Cicindellidae, Carabidae) alonga-se adquirindo aspecto de palpo (galea palpiforme), por ser s e g m e n t a d a (figs. 41 e 52). Na p a r t e exterior do estipe, perto da galea, ve-se frequentemente uma saliência (palpifer, palparium), na qual se articula o palpo maxilar (palpo, telopodito), geralmente quad r i s e g m e n t a d o e m a i s c u r t o que as a n t e n a s . E m a l g u n s Coleópteros aquáticos (Hydrophilidae) os palpos são e x t r a o r d i n à r i a m e n t e alongados, t e n d o assim o aspecto de antenas; daí o nome Palpicornia dado a êste grupo de besouros. Não se deve c o n f u n d i r , porém, t a l a l o n g a m e n t o com o observado em alguns Meloideos (Leptopalpus), com as peças bucais a d a p t a d a s a sucção do n e c t a r , que a p r e s e n t a m os palpos m a x i l a r e s t a m b é m m u i t o alongados, porém, quase colados ao corpo e f o r m a n d o v e r d a d e i r a proboscida s u g a d o r a . Imediatamente abaixo das maxilas há o labium, result a n t e da fusão m a i s ou m e n o s c o m p l e t a das peças que const i t u e m o 2. º p a r de m a x i l a s dos Crustaceos. Nos Coleópteros com a p a r e l h o bucal de tipo mais generalizado distinguem-se no l a b i u m : a p a r t e p r o x i m a l , r e s u l t a n t e da fusão dos cardos (submentum e postmentum), formando o que SNODGRASS chama post-labium, indivisa e sem apêndices, e a parte distal (prelabium de SNODGRASS), com uma parte basilar, proximal ou central, formada pelos estipes (mentum) e os lobos distais correspondentes às galeas e lacinias
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das maxilas. Q u a n d o estes lobos t e r m i n a i s se f u n d e m forma-se a ligula ou prementum. Frequentemente, porém, só há a fusão dos: lobos intermediários das maxilas (lacinias) em lamina coriacea ou membranosa (lingueta ou glossa), ficando livres os lobos externos (paraglossas), homologos às galeas maxilares, aliás f r e q u e n t e m e n t e indistintos ou nulos. No lábio a r t i c u l a m - s e os palpos labiais, m a i s c u r t o s q u e os maxilares, c o m 1 a 3 s e g m e n t o s . tar
No p o n t o de a r t i c u l a ç ã o do palpo, o m e n t o pode apresentambém uma saliência homóloga ao palpifero (palpiger).
E m R y n c h o p h o r a os palpos labiais, como os maxilares, são muitos curtos e rígidos (fig. 5 - Plp, Lb e Plp Mx). O a s p e c t o dos palpos oferece-nos, e m vários grupos, excelentes c a r a c t e r e s taxionomicos, p r i n c i p a l m e n t e a f o r m a do segm e n t o apical dos palpos m a x i l a r e s . Além do a s p e c t o fusiforme, que se observa normalmente em outros insetos, êsse segm e n t o pode ser t r a n s v e r s a l ou o b l i q u a m e n t e t r u n c a d o , de perfil t r i a n g u l a r , l e m b r a n d o a peça c o r t a n t e de u m m a c h a d o . Tais palpos são chamados securiformes, como se observa nas " j o a n i n h a s " , besouros da f a m í l i a Coccinellidae, que constituíam o grupo Sécuripalpes de MULSANT (fig. 6 - Pl). Nos Erotilideos clavipalpos, o segmento terminal dos palpos m a x i l a r e s é m u i t o grande, p o d e n d o ser t a m b é m securiforme, c u l t r i f o r m e ou c u p u l i f o r m e . Diz-se que os palpos são aciculados quando o segmento apical é muito curto e agudo e turbinados quando o mesmo se a p r e s e n t a dilatado n a base e b r u s c a m e n t e a c u m i n a d o no apice, como u m p e ã o .
Nos palpos, c o m o n a s a n t e n a s , e n c o n t r a m - s e g r a n d e n ú m e r o de órgãos sensoriais, considerados sensílios d a gustação. Nos besouros a q u á t i c o s a olfação parece d e p e n d e r exclusivam e n t e d a i n t e g r i d a d e dos palpos m a x i l a r e s (V. RITTER, 1936). JEANNEL, e m s u a m o n o g r a f i a dos T r e c h i n a e (1926:301), assinala a p r e s e n ç a de dois órgãos oceliformes no m e n t u m desses Carabideos, s e g u n d o êle, verdadeiros órgãos auditivos.
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7. Thorax - Nos Coleópteros o protorax, o mais desenvolvido dos s e g m e n t o s toráxicos, sendo s e m p r e m ai s ou menos livre do m e s o t o r a x e do m e t a t o r a x , que são f u n d i d o s , pode a p r e s e n t a r - s e d i s t i n t a m e n t e a f a s t a d o do resto do corpo med i a n t e u m a espécie de colo c o n s t i t u í d o pelo m e s o t o r a x (Cara-
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bideos da tribu Scaritini, Estafilinideos do gênero Leptochirus, e L a m e l i c o r n e o s da f a m í l i a P a s s a l i d a e ) . E x a m i n a n d o - s e u m C ol eopt er o de cima, com os elítros em repouso, veem-se, do t o r a x , a p e n a s o p r o n o t u m e o escutelo do m e s o n o t u m (fig. 1), êste b e m m e n o r que aquele, as vêzes invisível. E n t r e t a n t o , e m m u i t o s besouros d a série L a m e l l i c o r n i a (Antichira, etc.) é grande, chegando a atingir o tamanho observado nos P e n t a t o m i d e o s .
A s p e c t o v e n t r a l do t h o r a x e p a r t e d o a b d ô m e n d e M e c i s t o (Thunberg, 1821) ( C h r y s o m e l i d n e - H i s p i n a e ) , para se v e r o a s p e c t o d a s c a v i d a d e s a n t e r i o r e s f e c h a d a s e os m e s e p i m e r o s n o r m a i s , n ã o a s c e n d e n t e s . Ep, e p i p l e u r a ( e l i t r a l ) ; M e s E p m , m e s e p i m e r o n ; MesEps, r a e s e p i s t e r n u m ; MesStn, m e s o s t e r n u m ; MetEps, metepisternunl; MctStn, metasternum; PrStn, prosternum (Lacerda del.). Fig. 7 -
mela
marginata
No m e t a n o t u m , via de r e g r a m a i s desenvovido que o mes o n o t u m , d i s t i n g u e m - s e os t e r g i t o s que o c o n s t i t u e m : prescut u m , s c u t u m , s c u t e l l u m e p o s t n o t u m ou p o s t s c u t e l l u m . E m m u i t o s L a m e l i c o r n e o s da f a m í l i a S c a r a b a e i d a e e g o r g u l h o s da s u b f a m í l i a B a r i d i n a e , o p r o t o r a x dos m a c h o s a p r e s e n t a processos c o r n e o s m a i s ou m e n o s conspícuos; as femeas, ou n ã o os possuem, ou os a p r e s e n t a m m u i t o m e n o s s alien tes .
COLEOPTERA
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Visto u m Cot eopt er o pe l a f a c e v e n t r a l , d i s t i n g u e m - s e no t o r a x os 3 e s t e r n i t o s e os escleritos pleurais, e p i s t e r n o s e epimeros, meso e m e t a t o r a x i c o s .
Fig. 8 - Vista lateral de parte do torax e do abdômen do curculionideo S t e g o t e s sanguinicollis (Germar, 1824) (Barinae), para se v ê r p r i n c i p a l m e n t e o mesepímero ( M e s E p m ) a s c e n d e n t e ; E, e l i t r o ; Fm2, F ê m u r d a p e r n a mesotoráxica (2.º par); Mes, mesosternum; MesEpm, m e s e p i m e r o n ; MesEps, m e s e p i s t e r n u m ; MetStn, metastern u m . Pr, p r o t h o r a x ( L a c e r d a d e l . ) .
O p r o s t e r n u m , q u a s e s e m p r e b e m desenvolvido, pode apres en tar - s e p r o f u n d a m e n t e s u l c a d o nos C u r c u l i o n i d e o s p a r a a r ecep ção do r o s t r u m e m r e p o u s o . E m m u i t o s destes insetos vê-se, de c a d a lado da b o r d a anterior do p r o t o r a x , u m lobo m a i s ou m e n o s saliente, que cobre p ar cial ou i n t e i r a m e n t e o olho, q u a n d o o r o s t r u m se encaixa no sulco prosternal (lobos oculares). E m besouros a q u á t i c o s da f a m í l i a H y d r o p h i l i d a e vê-se t a m b é m u m sulco p r o s t e r n a l onde p e n e t r a a p o n t a a n t e r i o r de u m a c a r e n a s a l i e n t e ao longo do meio do m eso e do metatorax. Processo m e s o t e r n a l m a i s ou m e n o s conspí cuo, p o r r e t o ou p o n t e a g u d o , pode ser e n c o n t r a d o e m E s c a r a b e i d e o s da subfamília Rutelinae (Anomala, Antichira), ou em Crisomelideos do gênero Doryphora. Nos E l a t e r i d e o s e f a m í l i a s a f i ns ( g r u p o S t e r n o x i a dos antigos a u t o r e s ) o p r o s t e r n u m é p r o l o n g a d o p o s t e r i o r m e n t e
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e m processo c o m p r i m i d o que p e n e t r a n u m a fosseta n a base do m e s o s t e r n u m . T a l dispositivo, c o m o v e r e m o s ao e s t u d a r e s p e c i a l m e n t e estes besouros, é que lhes p e r m i t e , q u a n d o fic a m de costas, d a r u m salto e quas e s e m p r e cair n a posição normal. O a s p e c t o dos p l e u r i t o s toraxicos, com o o do p r o n o t u m e do escutelo, t e m s e m p r e g r a n d e i m p o r t â n c i a n a classificação dos C o leo p t er os . Assim, terna não Epm), não cunha entre
os m e s e p i m e r o s , que n o r m a l m e n t e , n a p a r t e exexcedem o nível da margem elitral (fig. 7-Mes raro são ascendentes, quando se encaixam como a base do elitros e o protorax (fig. 8).
Fig. 9 - Vista inferior do prothorax Coleoptero com as cavidades coxais tamente separadas peto prosternum tas atrás. (Lacerda del.).
mente
a e l a s se r e f e r e m
T a m b é m as cavidades coxais (cavidades cotiloides) anteriores (protoracicas), que podem ser fechadas (inteiras) (fig. 7) ou abertas, conforme os p r o e p i m e r o s se encont r a m ou n ã o c o m o prosde u m t e r n o a t r a z do quadril, estreie aberd e v e m ser e x a m i n a d a s , pois os a u t o r e s f r e q u e n t e nas chaves e descrições.
As c a v i d a d e s c o x a i s a n t e r i o r e s , q u a n d o a b e r t a s , p o d e m s e r separadas o u c o n f l u e n t e s , q u a n d o o p r o s t e r n u m n ã o a s sep a r a (fig. 9 ) . R e l a t i v a m e n t e as c a v i d a d e s c o x a i s m e s o t o r á c i c a s , diz-se que são abertas quando o mesoepimero fica em contacto com o quadril das pernas medias e fechadas no caso contrário. T H O R A X
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8. Pernas - Como nos demais insetos, há duas pernas para cada segmento toracico, cada uma articulando-se com a cavidade cotiloide respectiva e constituída pelas partes comuns: quadril, torcanter, femur, tibia e tarso. O quadril ou anca (coxa), em geral pouco móvel, apresenta aspectos que variam da forma globosa a transversal e achatada, com vários tipos intermediários. Geralmente artic u l a d o c o m a m a r g e m a n t e r i o r do q u a d r i l h á u m p l e u r i t o , mais ou menos desenvolvido, chamado trocantino (fig. 2, t).
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O f e m u r t a m b é m varia, n ã o s ò m e n t e q u a n t o às di m ensões ou d e s e n v o l v i m e n t o , com o t a m b é m no a s p e c t o s u p e r f i c i a l (sulcado, i n e r m e ou p r o v i d o de d e n t e s ou saliências m a i s ou menos c o n s p í c u a s ) . Mais f r e q u e n t e m e n t e são os f e m u r e s a n t e r i o r e s (em Curculionideos) ou os p o s t e r i o r e s (em Crisomelideos e B r u q u i deos) q u e se a p r e s e n t a m c o n s i d e r à v e l m e n t e espessados. O t r o c a n t e r ( ba s i podi t o) , s e m p r e simples, acha-se i n t e r c a lad o n a m a i o r i a das espécies, e n t r e o q u a d r i l e o f e m u r . Todavia, e m m u i t o s bes our os ( s u b o r d e m A d e p h a g a ) as p e r n a s posteriores apresentam-no quase apendiculado (fig. 18, Tr). A tíbia pode a p r e s e n t a r a s pect os os m a i s diversos do que se vê n a tíbia n o r m a l das p e r n a s a m b u l a t ó r i a s ( m a r c h a d o r a s ) ou cu r s o r iais ( c o r r e d o r a s ) . U m dos m a i s f r e q u e n t e s é o pec uliar aos b es o ur os de h á b i t o s fossoriais. As tíbias a n t e r i o r e s destes insetos são a c h a t a d a s e f o r t e m e n t e d e n t e a d a s ou esp i n h o s a s n a m a r g e m e x t e r n a (tibias p a l m a d a s ) e os t arsos n ã o r a r o se a t r o f i a m ou d e s a p a r e c e m . Nos b es o u ros a q u á t i c o s as tíbias posteriores, com o os tarsos, se a l a r g e m , c a r a c t e r i s a n d o assim, com os longos cílios que estes apresentam, o tipo de pernas chamado natatorio. Na m a i o r i a das espécies h á n a e x t r e m i d a d e distal d a tíbia um ou dois esporões móveis (esporões tibiais). E m C u r c u l i o n i d a e o â n g u l o i n t e r n o da e x t r e m i d a d e das tíbias a n t e r i o r e s é p r o l o n g a d o e m p o n t a m ai os ou m e n o s inc u r v a d a (tíbias m u c r o n a d a s ) ; em vár ias espécies, a l é m do m u c r o , h á o u t r a apófise i n c u r v a d a , que se p r o j e t a do â n g u l o a pical e x t e r n o p a r a d e n t r o ; n e s t e caso a tíbia, a l é m de m u cronada, é unguiculada. Nesses m e s m o s insetos as tíbias p o s t e r i o r e s são m ai s ou m e n o s d i l a t a d a s e t r u n c a d a s n a p a r t e apical, a q u a l a p r e s e n t a c o r o a de p e q u e n a s c e r d a s e s p i n i f o r m e s e e r e c t a s i nseri das n a b o r d a da t r u n c a t u r a e, e m c e r t a e x t e n s ã o , ao longo da m a r gero d o r s al. D i s t i n g u e m - s e , assim, o p e c t e n e x t e r i o r e o pect e n dorsal, este r e t o e inserido n a m a r g e m dorsal d a t í bi a e m m a i o r ou m e n o r e x t e n s ã o . E m m u i t a s espécies h á u m o u t r o
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p e cten , p a r a d e n t r o e ao m e s m o nível do p e c t e n exterior, dividindo a t r u n c a t u r a api cal e m d u a s p a r t e , u m a i n t e r n a , polida, c o m p r e e n d e n d o o espaço e m que se a c h a a a r t i c u l a ç ä o t a r s a l e o u t r a exterior, g e r a l m e n t e escamosa, i n d e p e n d e n t e da superfície a r t i c u l a r . Neste caso di zem os especialistas do grupo que as corbelhas são cavernosas ou fechadas (fig. 10:2 e 3), enquanto que no primeiro elas são abertas (fig. 10, 1). A f ó r m u l a t a r s a l n a m a i o r i a dos Coleópteros é 5-5-5; isto é, tais insetos são isomeros e p e n t a m e r o s .
Fig.
10
-
Parte
apical
da
tíbia
do
par
posterior
de
dois
Curculionideos:
1
-
Nau-
p a c t u s sp., v i s t a i n t e r n a , c o r b e l h a a b e r t a ; 2 e 3, v i s t a e x t e r n a e i n t e r n a , C y p h u s g i b b e r P a l l a s , 1881, c o r b e l h a f e c h a d a ( t i b i a s c a v e r n o s a s ) ( L a c e r d a d e l . ) .
A i m p o r t â n c i a dos t a r s o s e m C o l e o p t e r a é bem m a i o r que nas d emais o r d e n s . Foi GEOFFROY quem , pela p r i m e i r a vez (1762 - Histoire abrégée des insectes des e n v i r o n s de P a r i s ) , dividiu os Coleópteros e m v ár ias secções s e g u n d o a f ó r m u l a t a r s a l , s i s t e m a t a m b é m a d o p t a d o por LATREILLE (1820). Assim, h a v i a o g r u p o dos Coleopteros Pentameros, com 5 artículos em todos os tarsos (fig. 11, 1, 2 e 3), o dos Tetrameros, com 4 e o dos Trimeros, com 3. H a v i a t a m b é m o g r u p o dos Heteromeros, c o m 4 a r t í c u l o s nos t a r s o s p o s t e r i o r e s e 5
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Fig. 11 - Parte apical da tíbia e tarso pentâmero: 1, de Phrixothrix (Pheng o d i d a e ) , 2, de Ora (?) c o m p l a n a t a G u e r i n , 1861 ( C y p h o n i d a e ) 3, d e P s e p h e nidae (Lacerda fot.)
F i g . 12 P a r t e a p i c a l de t í b i a e t a r s o s p s e u d o - t e t r a m e r o (criptopentamero) e pseudotrimeros (criptotetrameros): 1, d e C r y s o m e l i d a e garras apendiculadas; 2, d e C y c l o n e d a ( C o c c l n e l l i d a e ) , g a r r a s t a m b é m a p e n d i c u l a d a s ; 3, d e E p o p t e r u s (Endomychidae), garras simples (Lacerda fot.).
COLEOPTERA
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nos dois pares anteriores (fig. 13, 1). Verificou-se, porém, a impossibilidade de se m a n t e r tal s i s t e m a taxionomico, baseado n a f ó r m u l a tarsal, visto como esta, via de regra, nen h u m a relação t e m com as a f i n i d a d e s filogenéticas. Demais, m u i t o s dos Coleopteros considerados t e t r a m e r o s e trimeros, são r e a l m e n t e p e n t a m e r o s e t e t r a m e r o s . C o m efeito, e m T e tramera eram incluídos, além dos besouros da ant i g a série P h y t o p h a g a , t o dos os d a s é r i e R h y n c h o phora, que também apresentam um pequeno artículo tarsal, o verdadeiro 4. ° a r t í c u l o , m a i s o u m e nos desenvolvido, porém inaparente, preso a base do ú l t i m o , q u e r e a l m e n t e é o 5. ° a r t í c u l o . A s s i m , é r e a l m e n t e o 4. ° a r t í c u l o q u e se a r t i c u l a c o m o 3. º. Portanto, tais besouros d e v e m ser p r ò p r i a m e n t e
chamados pseudotetrametos ou criptopentameros (figs. 12, 1 e 13, 2).
Fig. 13 -- Parte apical da tíbia e tarso posterior, tetramero, de um Heteromero Nilio sp. (1) (Nilionldae) e pseudotetramero de um Curculionídeo (2) (Lacerda fot.).
Ocorrência a n á l o g a se verifica com o g r u p o dos c h a m a d o s Coleopteros trimeros, ao qual p e r t e n c i a m as j o a n i n h a s (família Coccinellidae), que p a r e c e m ter 3 artículos tarsais, q u a n do r e a l m e n t e possuem 4. Aqui o verdadeiro 3. ° artículo, que é m u i t o pequeno, acha-se t a m b é m preso ao ú l t i m o sendo pois êle e não êste que se a r t i c u l a com o 2. ° (fig. 12, 2 e 3) Mais r a r a m e n t e os Coleópteros a p r e s e n t a m u m n ú m e r o de artículos inferior a quatro, Coleópteros r e a l m e n t e trimeros, dimeros e até m e s m o monomeros, como parece ocorrer sòm e n t e em C y a t h o c e r i d a e .
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Todos os casos até a g o r a referidos são de Coleópteros isomeros, com igual n ú m e r o de artículos t a r s a i s nos três pares de pernas. Há, porém, u m g r a n d e grupo de Coleópteros, que se m a n t e e m n a divisão dos Heteromeros, por a p r e s e n t a r e m a f ó r m u l a t a r s a l 5-5-4, aliás distintos de outros que t a m b é m a p r e s e n t a m h e t e r o m e r i a tarsal, p o r é m com f ó r m u l a s t a r s a i s diferentes.
Fig. 14 pectinadas);
cauta
Últimos articulos tarsais, 1, 2, de Macrodactylus (garras
(Meloldae),
garras
fendidas
de Alleculidae (garras bífidas); 3, de Epi-
(Lacerda
fot.).
Q u a n t o aos aspecto dos artículos t a r s a i s : g e r a l m e n t e são convexos em cima e m a i s ou m e n o s a c h a t a d o s ou m e s m o escavados em baixo. O a n t e p e n ú l t i m o a r t í c u l o pode ser inteiro ou mais ou menos profundamente escavado (bilobado) (fig. 12, 1 e fig. 13, 2, e neste caso apresenta escova em baixo, presente t a m b é m nos a r t í c u l o s p r e c e d e n t e s . Nos besouros a q u á t i c o s da f a m í l i a Dytiscidae os 3 primeiros artículos dos tarsos a n t e r i o r e s dos m a c h o s são consideràvelmente dilatados, algo côncavos em baixo e aí a p r e s e n t a m ventosas de vários d i â m e t r o s (fig. 62). Tal e s t r u t u r a permite o a g a r r a m e n t o do m a c h o à f e m e a d u r a n t e a cópula.
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As garras (ungues ou ungulae), apensas ao último artículo tarsal (pretarso) oferecem também ótimos caracteres taxionômicos. Podem ser conatas, quando unidas na parte basal, o u m a i s o u m e n o s a f a s t a d a s , c o m o se v e r i f i c a n a m a i o r i a das espécies. Neste caso podem ser divergentes, quando pouco se afastam uma da outra, ou divaricadas, quando, presas aos â n g u l o s l a t e r a i s do p r e t a r s o , f o r m a m â n g u l o r e t o c o m o eixo deste artículo. Na m a i o r i a d a s espécies as g a r r a s são s i m p l e s e i g u a i s (fig. 13, 3 e 12, 3). Em muitas, porém, apresentam largo dente basal (apendiculadas) (fig. 12, 1 e 2), um ou mais dentes agudos marginais (dentadas ou serradas), ou uma série de dentículos dispostos como os de um pente (pectinadas) (fig. 14, 1 ) . Em outros besouros uma das garras ou ambas são fendidas, fig. 14, 2 e 3) isto é, mais ou menos divididas do ápice para a base. Quando a divisão é completa o pretarso dá-nos a impressão de possuir 4 garras. Diz-se que as garras são queladas quando se podem distender completamente, de modo a tocar a parte dorsal do pretarso. E n t r e as g a r r a s p o d e h a v e r u m e m p o d i o m a i s o u m e n o s desenvolvido (arolium ou onychium). PERNAS HAYES, W . P . & C. W . KEARNS
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Nos besouros apteros (Carabidae, Ptinidae e Curculionid a e ) os e l i t r o s a p r e s e n t a m - s e s o l d a d o s n a l i n h a s u t u r a l . F a -
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zero exceção à regra as espécies de Gymnopleurus (Coprinae da Europa) com elitros soldados e asas bem desenvolvidas. Outros, e m b o r a providos de asas, t e e m - n a s em g r a n d e p a r t e descobertas, p o r q u e os elitros são m ai s ou m e n o s e n c u r t a d o s (série B r a c h e l y t r a ) ou e s q u a m i f o r m e s (Lymexylonidae (Atractocerus) e Rhip i p h o r i d a e ) .
Fig. 15 - Plano hipotético da nervação da asa de um Coleoptero, baCupes (base e alula), Cebrio (região anal) e seado principalmente em Hydrophilus (ápice). Símbolos convencionais para as nervuras e células, segundo Forbes, 1922, est, 29, fig. 1: arc, arculus; a, arc, arculus anal 1.º e 2.º nerv. transversas e base da 1.ª anal); cu-a, transversas cúbihum, transversa humeral; M, média; m-cu, transversas médioto-anais; (oblongum); R, radius; r, transversas radiais; cubitais; O, célula oblonga r-m, transversas rádio-mediais; Rs, setor radial; Sc, subcosta; st, pterostigma; 1stA, 2dA, 3rdA, 4thA, 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª anais; 1sta, 2da, 3da, 1.º 2.º e 3.°, transversas interanais (Lacerda cop.).
Na m a i o r i a das espécies a l i n h a de c o n t a c t o dos elitros e m repouso (sutura) é reta e se estende do ápice do escutelo a m a r g e m apical dos m e s m o s . E m vá r i as espécies, p o r é m , as bordas i n t e r n a s (posteriores) dos elitros, a n t e s d a m a r g e m apical, se afastam (elitros deiscentes). Noutros o afastamento se faz desde a base em linha curva (Meloe), ou os elitros se e s t r e i t a m g r a d u a l m e n t e da base p a r a o ápice (elitros subulados) (Oedemeridae, Rhipiphoridae, Cerambycidae). A região basal e x t e r n a do elitro, o p o s t a a que fica a d j a cente ao escutelo, é o humerus ou ângulo humeral, que pode a p r e s e n t a r - s e r o m b o ou m a i s ou m e n o s f a r t e m e n t e a n g u l o s o . Na m a i o r i a das espécies a m a r g e m e x t e r n a ou a n t e r i o r dos elitros é d o b r a d a p a r a bai xo e e m r e p o u s o fica e m cont a c t o com as regiões p l e u r a i s . Alguns a u t o r e s c h a m a m - n a
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epipleura, outros, porém, com mais propriedade, reservam este n o m e p a r a a p a r t e m a i s ou m e n o s saliente, f o r m a n d o â n g u l o diedro c o m a d o b r a e l i t r al e qu e se e s t r e i t a da base p a r a o ápice do elitro (fig. 7 Ep). E m quase todos os Coleópteros os elitros são c o n j u n t a m e n t e a r r e d o n d a d o s n a b o r d a apical, p o d e n d o esta ser m utica ( i n e r m e ) , u n i ou bi e s p i n h o s a ou s e r r a d a .
Figs.
16 (a de oblongum
cima) asa de Carabidae, com célula (Lacerda ( O ) e 17, a s a d e M e l o i d a e
oblonga fot.).
ou
Nos B r a q u e l i t r o s e o u t r o s Coleópteros os elitros sâo mais ou m e n o s e n c u r t a d o s e g e r a l m e n t e t r u n c a d o s n a p a r t e api cal . A s u p e r f í c i e dos elitros, com o a do r e st o do corpo, oferece-nos bons c a r a c t e r e s p a r a a classificação das espécies. Pode ser lisa, impontuada, ou aspera, polida, brilhante ou mate. Q u a n d o e s c u l t u r a d a , pode ser r e g u l a r ou rugosa, r e g u a d a ou sulcada, r a t i c u l a d a , et c. Pode ser t a m b é m glabra, pilosa, cer-
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dosa ou e s c a m o s a . As e s c a m a s p o d e m a p r e s e n t a r várias cores. As de a l g u m a s espécies, p r i n c i p a l m e n t e pela e s t r u t u r a que a p r e s e n t a m , dão b r i l h a n t e s cores m e t a l i c a s e os insetos p or elas o r n a d o s , pelas cores m a g n í f i c a s que possuem , torn a m- s e v e r d a d e i r a s joias n a t u r a i s . O Brasil é sem d ú v i d a u m dos países m a i s ricos em besouros d o t a d o s de tais cores. Basta citar o Curculionideo Lamprocyphus germari (Boheman, 1833), de cor geral verde clara, brilhante, com maculas negras m a r g i n a d a s de e s c a m a s d o u r a d a s . As cores q ue se o b s e r v a m nos Coleópteros p o d e m ser classificadas, de a c ô r d o c om os p r i n c i p a i s t r a b a l h o s sôbre o assunto (V. TOWER), nos s e g u i n t e s g r u p o s p r i n c i p a i s : 1.º Cores q u í m i c a s , d e p e n d e n d o da localização de u m a s u b s t â n c i a c r o m á t i c a ( p i g m e n t o ) : c o l o r a ç ã o c u t i c u l a r , color a ç ã o h i p o d e r m a l e c ol or ação s u b - h i p o d e r m a l . 2. º Cores físicas (óticas de HAGEN), r e s u l t a n d o exclusivamente do desvio dos raios luminosos em contacto com a superfície do corpo ou das e s c a m a s (reflexão, r e f r a ç ã o e d i f r a ç ã o ) . S e g u n d o TOWER, e x c e t u a n d o o b r a n c o puro, que p a r e c e devido a u m a simples reflexão, n ã o se c o n h e c e o u t r o caso de color a ç ã o do ex o s que l e t o a t r i b u í v e l e x c l u s i v a m e n t e a u m fenôm e n o físico. 3.º Cores físico-químicas, resultando também da reflexão, da r e f r a ç ã o ou da difração, p o r é m sôbre f u n d o p i g m e n t a do. As cores b r i l h a n t e s e que m a i s f r e q u e n t e m e n t e se observaro nos Coteopteros são deste t i po. Se a n e r v a ç ã o é i m p e r c e p t í v e l nos elitros dos besouros, pela f o r te esclerose que neles se e n c o n t r a , n a s asas m e m b r a n á c e a s ela se a p r e s e n t a quase s e m p r e p e r f e i t a m e n t e destacada, sem, todavia, c o n s t i t u i r u m s i s t e m a que p e r m i t a o fácil reconhecimento das famílias, como sói dar-se em insetos de o u t r a s o r d en s . Daí r e l a t i v a m e n t e poucos a u t o r e s t e r e m se utilisado da n e r v a ç ã o das asas p a r a a classificação dos difer e n t e s g r u p o s de Coleópteros. D e n t r e os que t r a t a r a m do a s s u n t o , p u b l i c a n d o cont ri buições r e a l m e n t e i n t e r e s s a n t e s , além de COMSTOCK, pelo que se contém sua obra classica The wings of insects, mencionarei
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KUHNE e especialmente FORBES. No trabalho dêste autor, a lém dos p r i n c i p a i s tipos de n e r v a ç ã o das f a m í l i a s m a i s imp o r t a n t e s , p o d e m ser t a m b é m a p r e c i a d o s os m odos de dobram e n t o das asas. Aliás o m e s m o a u t o r , e m t r a b a l h o u l t e r i o r (1926), o cu p o u - s e e s p e c i a l m e n t e do a s s u n t o . Na f i g u r a 15 acha-se o p l a n o h i p o t é t i c o da n e r v a ç ã o da asa de u m Coleóptero, s e g u n d o FORBES. Na f i g u r a 17 vê-se a asa de u m Meloideo, aliás u m dos tipos de asa dos m a i s pri m i tivos e n a f i g u r a 16 a asa de u m C a r a b í d e o p a r a se ver o cham a d o oblongum. E m P t i l i d a e as asas n ã o t e e m n e r v u r a s , quase s e m p r e são m u i t o e s t r e i t a s e f r a n j a d a s de l ongas cerdas, com o e m T h y sanoptera (fig. 83). Daí o antigo nome da família - Trichopterygidae. ELÍTROS
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10. Abdomen - O abdomen dos Coleópteros é do tipo a d e r e n t e . Os uromeros, encaixados u n s nos outros, apres e n t a m esternitos f o r t e m e n t e esclerosados. Os tergitos, via de regra, são i n t e i r a m e n t e m e m b r a n á c e o s , p r i n c i p a l m e n t e n a s espécies a p t e r a s . T o d a v i a os que f i c a m sempre expostos isto é, não cobertos pelos elitros ( S t a p h y l i n o i d e a ) , são tão esclerosados q u a n t o os esternitos c o r r e s p o n d e n t e s .
Fig.
18
-
Aspecto
vençral
de
parte
do
torax
e
do
abdômen
de
Calosoma (Col. Adephaga). Antcox , peça ante-coxal; Cx, quadril; F, fêmur; Mts, metasternum; St, sutura transversal; Tr, trochanter
(Lacerda
del.).
Tipicamente há 10 uromeros, porém, devido a invaginação dos últimos e a ausência do 1.º e do 10.º esternitos e às vêzes do 2.º, o numero de urosternitos, ou segmentos ventrais visíveis, é sempre inferior ao dos urotergitos, geralmente não excedendo de 7 (frequentemente 5).
42
INSETOS DO BRASIL
Os u r o s t e r n i t o s ou são n o r m a l m e n t e a r t i c u l a d o s ou os 2 ou 3 primeiros a p r e s e n t a m - s e m a i s ou m e n o s f u n d i d o s (fig. 18). O p r i m e i r o u r o s t e r n i t o , em certos Coleópteros (Coccinellidae), apresenta as chamadas linhas coxais, de importância na classificação (fig. 19, lc). Ao 8. ° u r o t e r g i t o n ã o coberto pelos elitros e f o r t e m e n t e esclerosado de muitos Coleópteros dá-se o nome de pygidium. O mesmo também se verifica, as vêzes, com o 7.º urostergito, que e n t ã o t o m a o n o m e de propygidium. No a b d o m e n dos Coleópteros, via de regra, n ã o h á pleuritos. E m seu l u g a r vê-se o t e g u m e n t o membranoso, separando os tergitos dos esternitos correspondentes, no qual se localizam os espiráculos ou e s t i g m a s respiratórios. Excepcionalmente, em a l g u n s Estafilinideos, nesses m e s m o s lugares, h á u m ou dois escleritos, m a i s ou m e n o s móveis F i g . 19 - F a c e v e n t r a l d o a b d ô m e n d e C o c c i nellidae, vendo-se, atraz das cavidades coxais (paratergitos), que, emposteriores, as linhas coxais (l. c.). (Lacerda fot.). bora situados n a s reziões pleurais, n ã o são p r ò p r i a m e n t e pleuritos. A c o n t a g e m dos s e g m e n t o s abdominais, em t r a b a l h o s de sistemática, n ã o corresponde ao verdadeiro n ú m e r o de o r d e m que representam, contando-se como 1.º urosternito o que se vê i m e d i a t a m e n t e a t r á s do m e t a t ó r a x . Relativamente à segmentação abdominal, segundo JEANNEL & PAULIAN (1944), a l é m da e s t r u t u r a a b d o m i n a l peculiar aos Coleópteros d a s u b o r d e m A d e p h a g a (fig. 18), h á 3 tipos abdominais (fig. 20): hologástrico (fig. 20, 1), haplogástrico (fig. 20, 2) e criptogástrico (Symphiogastra, de KOLBE (1908) (fig. 20, 3), que servem de base para a divisão dos de-
COLEOPTERA
43
mais Coleópteros, s e g u n d o aqueles autores, em 3 subordens: Archostemata Kolbe, com abdomen do tipo criptogástrico; Haplogastra Forbes, com abdomen do tipo haplogástrico e Heterogastra Jeannel & Paulian, com abdomen dos tipos bologástrico e criptogástrico.
Fig. 20 (1944); 1
Os t r ê s t i p o s a b d o m i n a l s p r i n c i p a i s , s e g u n d o J e a n n e l e P a u l i a n - hologastro (Lycidae); 2 - haplogastro (Scarabaeidae); 3 - cryptogastro (Curculionidae)
Os Coleópteros adultos, como os d e m a i s insetos metabólicos, n ã o t e e m apêndices locomotores no a b d o m e n . Excetua-se porém, o Estafilinideo termitofilo do Brasil - Spirachtha eurymedusa Schiödte, 1854, com 3 pares de apêndices articulados em relação com os 3 primeiros uromeros, que funcionam como órgãos exsudatórios (fig. 153, pg. 311 do 1.º tomo). E m várias famílias da a n t i g a série Clavicornia h á m u l t a s espécies t e r m i t ó f i l a s e mirmecófilas, cujo a b d o m e n se desenvolve e x t r a o r d i n à r i a m e n t e (fisogastria), a d q u i r i n d o em algum a s delas t a m a n h o m o n s t r u o s o . 11. Genitalia - Tem sido apreciada em numerosas contribuições estrangeiras, avultando dentre elas os trabalhos de JENNEL e PAULIAN (1944), de SHARP & MUIR, relativos à genitalia dos machos nos principais grupos e o de TANNER, para a genitália das fêmeas.
44
INSETOS DO BRASIL
Como informa SNODGRASS (1935 - Principles of insect morphology): "The male g e n i t a l i a i n Coleoptera, as i n O r t h o p t e r a , are phallic s t r u c t u r e s only, t h e r e b e i n g i n g e n e r a l n o accessory or periphallic a r m a t u r e on t h e g e n i t a l s e g m e n t s . There are, therefore, n o e l e m e n t s of t h e g e n i t a l complex t h a t c a n be refered directly to t h e gonopods; movable claspers ( h a r p a g o nes) of the n i n t h s e g m e n t are always a b s e n t , and, i n the male ar least, styli are n e v e r p r e s e n t i n a n y form. The n i n t h a n d t e n t h s e g m e n t of the a b d o m e n are u s u a l l y m u c h reduced a n d r e t r a c t e d i n t o the e i g h t h segment, a n d i n some forms t h e e i g h t h is concealed w i t h i n t h e s e v e n t h . T h e phallic o r g a n s consist essentially o f a t u b u l a r aedeagus a n d variously developed p h a l lobase u s u a l l y provided with p a r a m e r e s " .
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n u t r e m de s u b s t â n c i a s vegetais, h á t a m b é m outras, principalm e n t e as da s u b o r d e m A d e p h a g a e a m a i o r p a r t e das joanin h a s (família Coccinellidae), que são p r e d a d o r a s (harpactófagas de LEPESME), vivendo p o r t a n t o de outros insetos vivos, c h a m a d a s carnívoras por a l g u n s a u t o r e s . Os Coleopteros fitófagos t o m a m várias designaçôes seg u n d o a p a r t e dos vegetais de que se a l i m e n t a m . Assim, são considerados filófagos, q u a n d o o a l i m e n t o é c o n s t i t u í d o por fôlhas; antófagos, q u a n d o se n u t r e m de flores; polinífagos, q u a n d o se a l i m e n t a m de pólen; carpófagos ou frugívotos, q u a n d o vivem à c u s t a de frutos e rizófagos, q u a n d o atac a m raízes. Se as larvas se desenvolvem em sementes, t r a t a m - s e de espécies espermófagas (cletrófagas, de LEPESME) e se vivem à c u s t a da m a d e i r a viva ou m o r t a , espécies xilófagas (brocas). Além dêsses vários tipos de a l i m e n t a ç ã o , h á a m e n c i o n a r a saprofagia, que ocorre em m u l t a s espécies que vivem de produtos de n a t u r e z a vegetal ou a n i m a l , em decomposição ou já secos. No caso especial do a l i m e n t o ser o cadáver de u m animal, diz-se que a espécie é n e c r ó f a g a . Coprófagas são as espécies que se n u t r e m de escrementos, provenientes geralm e n t e de a n i m a i s herbívoros ( L a m e l i c o r n i o s ) . Há a i n d a m u i t o s Coleopteros, de várias famílias, cujo alim e n t o é e x c l u s i v a m e n t e c o n s t i t u í d o por cogumelos: espécies fungívoras, micófagas, m i c e t ó f a g a s ou c r i p t ó f a g a s (Mycetophagidae, Erotylidae), inclusive f u n g o s que se desenvolvem sôbre as p l a n t a s ( j o a n i n h a s m i c e t ó f a g a s ) . FISIOLOGIA CHAUVIN, R . 1949 PORTIER, P . 1911 -
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Respiração
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-
O
plano
do
sistema traqueal é mais ou menos semelhante ao dos outros insetos, modificando-se, porém, mormente quanto à posição dos e s p i r a c u l o s n a s e s p e c i e s a d a p t a d a s a v i d a a q u á t i c a . Os e s p i r á c u l o s do t ó r a x a c h a m - s e n a s u t u r a q u e s e p a r a o t e r g i t o do p l e u r i t o c o r r e s p o n d e n t e ; os d o a b d o m e n , v i a d e r e g r a , a b r e m - s e n a m e m b r a n a p l e u r a l , e n t r e os u r o t e r g i t o s e u r o s t e r nitos correspondentes. N o r m a l m e n t e o b s e r v a - s e o t i p o h o l o p n e u s t i c o , i s t o é, 2 pares de espiráculos toracicos (um mesotoracico, aproximado do b o r d o p o s t e r i o r d o p r o t o r a x e u m m e t a t o r a c i c o ) e n o m á x i mo 8 pares abdominais (em Scolytoidea há no máximo 7 pares): via de regra os 3 primeiros dorsais, os 2 seguintes later a i s e os d e m a i s q u a s e v e n t r a i s . T o d a v i a a p o s i ç ã o dos e s p i r á c u l o s v a r i a c o n s i d e r à v e l m e n t e n o s d i f e r e n t e s g r u p o s de Coleoptera. Também a forma e a estrutura desses órgãos não são s e m p r e as m e s m a s , n ã o s ò m e n t e n o s v a r i o s C o l e ó p t e r o s , c o m o num mesmo inseto. O s i s t e m a t r a q u e a l ( i n c l u s i v e os s a c o s a é r e o s ) é m a i s des e n v o l v i d o n o s b e s o u r o s q u e m e l h o r v ô a m , c o m o os L a m e l i córneos. Os b e s o u r o s , m e s m o as e s p é c i e s m a i s o u m e n o s a d a p t a d a s a vida aquática, respiram o ar livre. Tais besouros, como bem descreve HENNEGUY, "emportent généralement sous l'eau une provision d'air, sous forme d'une couche étendue entre les élytres et les dos, ou retenue sur la face ventrale par une revêtement de poils très fins; c'est dans cette couche d'air que s'ouvrent les stigmates, et l'animal respire alors comme il le ferait à l'air libre". As larvas ou também respiram o ar livre vindo à tona d'água e inalam-no através de um sifão respiratório (larvas de Dytiscidae), ou absorvem o oxigenio dissolvido n'água através de traqueo-branquias ou do tegumento. Alguns besouros aquáticos (Crisomelideos do genero Donacia e Curculionideos do genero Lissorhoptrus) respiram o ar contido nos canais aeriferos de plantas submersas.
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INSETOS DO BRASIL
nus, porém, NEWPORT observou 7 de p a r e s de m ú s c u l o s a l i f o r m e s .
ventrículos
e
igual
número
Nos b e s o u r o s b o n s v o a d o r e s a a o r t a e m i t e u m o u dois r a mos dorsais em relação com ampolas pulsateis, que atiram a circulação nas asas. O plasma da hemolinfa ou é incolor ou geralmente corado de v e r d e p e l a c l o r o f i l a l i b e r t a d a d u r a n t e a d i g e s t a ç ã o . N a s e s p é c i e s v e s i c a n t e s , s e g u n d o BEAUREGARD, é n o p l a s m a q u e se a c h a d i s s o l v i d a a c a n t a r i d i n a . APARELHO
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a ç ã o de u m a z i m a s e o x i d a n t e , a l u c i l e r a s e , e m p r e s e n ç a d a água, sôbre a luciferina, uma nucleoproteína presente sob a f o r m a g r a n u l a r n a s c é l u l a s do c o r p o l u m i n o s o . D a í o desp r e e n d i m e n t o de e n e r g i a sob a f o r m a de r a i o s l u m i n o s o s , c o m f o r m a ç ã o de o x i l u c i f e r i n a . E s t a , p e l a s u a l a b i l i d a d e , se t r a n s f o r m a e m l u c i f e r i n a , e m c o n d i ç õ e s de n o v a m e n t e p r o d u zir l u z . Os r a i o s e m i t i d o s p e l o s i n s e t o s l u m i n e s c e n t e s s ã o e x t r a ordinários por serem quase que exclusivamente raios lumin o s o s . A s s i m , e n q u a n t o q u e a e f i c i ê n c i a l u m i n o s a do a r c o v o l t á i c o é de c ê r c a de 10% e a d a luz s o l a r de c ê r c a d e 3 5 % , a de u m v a g a l u m e é, s e g u n d o COBLENTZ (1912), a p r o x i m a d a mente de 92%; não há radiações infra vermelhas apreciáveis e 8% das radiações restantes são constituídas pelos raios químicos. ORGÃOS
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No g r u p o a e g l a n d u l a s a n e x a s a o t e g u m e n t o d e v e m s e r incluidas as glandulas pigidiais ou, como tambem as chamam impropriamente, glandulas anais. São glandulas abdominais r a m i f i e a d a s , c u j o s c a n a i s e s c r e t o r e s se a b r e m n u m p o r o d e c a d a l a d o do a n u s , p o r e m n o t e g u m e n t o . T r a t a m - s e de g l a n d u l a s d e f e n s i v a s , q u e d e s c a r r e g a m f l u i d o de r e a ç ã o a c i d a e cheiro repulsivo, ou que, em contacto com o ar, explode ruidosamente; dai serem chamadas glandulas detonantes. O fenom e n o se o b s e r v a n o s C a r a b i d e o s c h a m a d o s b o m b a r d e i r o s , d o s generos Brachinus e Pheropsophus. WESTWOOD m e n c i o n a u m g r a n d e B r a c h i n u s b r a s i l e i r o , provavelmente um Pheropsophus, que, ao ser apanhado, " i m m e d i a t e l y b e g a n to p l a y off t h e i r a r t i l l e r y , b u r n i n g a n d s t a i n i n g t h e f l e s h to s u c h a d e g r e e , t h a t o n l y a f e w s p e c i m e n s could be captured with the naked hand, leaving a mark which remained for a considerable time". GLÂNDULAS
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COLEOPTERA minam a 3 (Cassida), a 2 mesmo a 1 ganglio (Gyrinus).
(Chrysomela,
99 Curculionidae)
ou
Verifica-se t a m b e m a f u s ã o d a m a s s a g a n g l i o n a r a b d o m i n a l c o m os g a n g l i o s m e t a t o r a c i c o s e d e s t e s c o m os m e s o t o r a c i c o s . Nos c a s o s e x t r e m o s de c o a l e s c e n c i a e n c o n t r a - s e apenas uma massa nervosa, resultante, evidentemente, da fusão de t o d o s os g a n g l i o s t o r a c i c o s e a b d o m i n a i s , c o m o se v e r i f i c a no escaravelho (Scarabaeidae) europeu Serica brunnea (L), ou mesmo coalescencia ainda extensa, como a observada por BRANDT (1879) n'outro escaravelho europeu da mesma subfamilia (Melolonthinae) Amphimallus solstitialis (L.), no q u a l a t é os g a n g l i o s i n f r a e s o f a g i a n o s e n t r a m n a c o n s t i t u i ç ã o da massa ganglionar unica, remanescente da cadeia nervosa ventral. N ã o m e d e t e r e i n o e x a m e do a p a r e l h o o u s i s t e m a m u s c a l a r d a v i d a de r e l a ç ã o d o s C o l e ó p t e r o s . A o b r a c l á s s i c a de STRAUSS - DÜRCKHEIM (1828) e os d e m a i s t r a b a l h o s c i t a d o s n a p a r t e b i b l i o g r a f i c a d e v e r ã o ser c o n s u l t a d o s s e m p r e q u e f o r n e c e s s a r i o o c o n h e c i m e n t o d a m u s c u l a t u r a q u e d e t e r m i n a os m o v i m e n t o s d a m a r c h a e do v ô o . SISTEMA
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Orgãos
dos
sentidos
-
Relativamente
aos
orgãos
sensoriais dos Coleópteros, cuja estrutura
e função têm sido
mais ou menos
nas referencias
estudadas,
encontram-se,
bliograficas aqui apresentadas, mostram,
bi-
que nos
que, em Coleoptera, o estudo da questão ainda não
atingiu o desenvolvimento vavelmente
porque
o
daqueles
exame
dados interessantes,
o
verificado em outras
dermasqueleto orgãos.
Alem
dos de
besouros interessantes
ordens, promal
permite
contribuições
104
INSETOS DO BRASIL
r elativ as aos or gãos do t a t o e da visão, p o u c a s c o n t r i b u i ç õ e s de real valor cientifico t ê m s u r g i d o sobre os dem ai s orgãos sensoriais e r e s p e c t i v a f u n ç ã o . Quasi todos os Coleópteros p o s s u e m os c h a m a d o s olhos compostos, olhos f a c e t a d o s , c o n s t i t u i d o s p o r omatidios, e m n u m e r o variavel n a s especies, c a d a u m e x t e r i o r i s a d o p o r u m a c o r n e a g e r a l m e n t e de c o n t o r n o c i r c u l a r . E n c o n t r a m - s e , todavia, especies cegas, p r i n c i p a l m e n t e d e n t r e os cavernicolas, mirmecofilas e termitofilas. Na fase a d u l t a , r a r o s são os Coleópteros possui dores de ocelos. Estes se e n c o n t r a m e m especies de S t a p h y l i n i d a e , Derm e s t i d a e , P a u s s i d a e e H y d r o p h i l i d a e . E m S t a p h y l i n i d a e recon h e c e m - s e f a c i l m e n t e os r e p r e s e n t a n t e s da s u b f a m i l i a Omalin a e pela p r e s e n ç a de u m p a r de ocelos n o v e r t e x . E m o u t r a s subfamilias, p o r e m , e n c o n t r a - s e u m ocelo a p e n a s . Os órgãos a udi t i vos dos Coleópteros, via de r e g r a , são simples orgãos c o r d o t o n a i s e t ê m sido observados e m vari as p a r t e s do corpo: a n t e n a s , palpos, e a s as. V e r d a d e i r o o r g ã o de J o h n s t o n e n c o n t r a - s e no escapo a n t e n a l de G y r i n i d a e (vide t r a b a l h o de EGGERS, 1926). OS sensilios olfativos, c om o nos dem ai s insetos, p a r e c e m e s t a r localisados p r i n c i p a l m e n t e nas a n t e n a s e nos palpos. Nestes t a m b e m se l o c a l i s a m sensilios gustativos, que se encont r a m p r i n c i p a l m e n t e no e p i f a r i n g e e no h i p o f a r i n g e . C o n v e m l e m b r a r que as e x p e r i e n c i a s de ABBOT (1927) m o s t r a m que e m Necrophorus (Silphidae) as a n t e n a s d e v e m d e s e m p e n h a r papel s e c u n d a r i o n a olfação e com o esse a u t o r n ã o p o u d e localisar os orgãos olfativos do inseto, foi levado a crer que tal s e n t i d o se a c h a d i s t r i b u í d o por sensilios e s p a l h a d o s pela superficie do c o r p o . SENTIDOS
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21. Aparelho reprodutor do macho (figs. 21-26) - Com o n o s d e m a i s insetos, e n c o n t r a r n - s e dois t e s t i c u l o s , c a d a u m em relação com o respectivo canal deferente (vas deferens) e os dois c a n a i s v e c t o r e s t e r m i n a n d o n o c a n a l e j a c u l a d o r ( d u c t u s ejaculatorius). Os t e s t í c u l o s p o d e m a p r e s e n t a r - s e tacto, o u r e u n i d o s n ' u m a só m a s s a .
separados,
e m con-
F i g . 21 - O r g ã o s r e p r o d u t o r e s d o m a c h o , I, A d e p h a g a , I I , n a s o u t r a s s u b o r d e n s . O t e s t i e u l o d i r e i t o , n a f i g u r a I, e s t á d e s e n r o l a d o ; A , a e d e a g u s ; E, d u t o e j a c u l a d o r ; G , g l â n d u l a a c c e s s ó r i a ( e c t a d e n e s ) ; Gl, g l â n d u l a accessória ( m e s a d e n e s ) ; T, t e s t í c u l o ; V d , v a s o o u c a n a l d e f e r e n t e ; Vs, v e s í c u l a s e m i n a l (De I m m s , T e x t b o o k , f i g . 473, s e g u n d o B o r d a s (1900).
De a c o r d o c o m as i n v e s t i g a ç õ e s de LÉON DUFOUR, BORDAS e o u t r o s , o b s e r v a m - s e 2 t i p o s p r i n c i p a i s de t e s t i c u l o s : s i m p l e s o u t u b u l a r e s e c o m p o s t o s o u f o l i c u l o s o s . Os p r i m e i r o s r e s u l t a m do e n r o l a m e n t o de u m só t u b o t e s t i c u l a r , às vezes extraordinariamente alongado, dentro da capsula escrotal. É o tipo o b s e r v a d o p r i n c i p a l m e n t e n o s C o l e ó p t e r o s d a s u b o r dera A d e p h a g a (fig. 21, I ) . Nos t e s t í c u l o s c o m p o s t o s , o b s e r v a d o s n o s d e m a i s Coleópt e r o s (fig. 21, I I e s e g u i n t e s ) , c a d a u m é c o n s t i t u í d o p o r u m
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Fig. 22 - G ô n a d a s d o m a c h o e ó r g ã o s a s s o c i a d o s d e Passalus c o r n u t u s ( P a s s a l i d a e ) ; ac.gl., g l â n d u l a s accessórias; ej.dt, duro ejaculador; pt, protuberância; s. v., v e s í c u l a s e m i n a l ; t, t e s t í c u l o ; v. d. v a s o o u canal deferente (De Krause, 1946, fig. 1).
Fig. 23 - Gônadas do macho e órgãos associados de Brachylacon murinus (Elateridae); D, vaso deferente; E, duto ejaculador; Fc, glândulas accessórias (ectaden e s ) ; G, G1 e G2, g l â n d u l a s a c c e s s ó r i a s ( m e s a d e n e s ) ; P, aedeagus (penis); T. testículo (De Berlese, Gli insetti, fig. 1112, cop. de D u f o u r , 1834).
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F i g . 24 Gônadas do macho de Lixus angustatus (Curculionidae); Vs, v e s í c u l a s e m i n a l ; a s d e m a i s l e t r a s c o m o n a f i g . 23 (De B e r l e s e , f i g . 1113, cop. d e D u f o u r , 1834).
F i g . 25 - G ô n a d a s d o m a c h o de H y l o b i u s a b i e t i s ( C u r c u l i o n i d a e ) , v . fig. 23 ( D e B e r l e s e , fig. 1114, s e g u n d o P a c k a r d , T e x t b o o k , f i g . 468 e e s t a c o p i a d a d e J u d e i c h & N i t s c h e , L e h r b . , 1885-95).
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n u m e r o variavel de foliculos t e s t i c u l a r e s , que se dispõem diferentemente, em relação com os vasos deferentes, nas várias famílias; o r a e m vertícilo, presos i s o l a d a m e n t e , ou g r u p a d o s
F i g . 26 G ô n a d a s do m a c h o de Galeruca lusitanica (Chrysomelidae, Galerucinae) e de Cassida viridis ( C h r y s . C a s s i d i n a e ) ; v. f l g . 23 (De B e r l e s e , f i g s . 1115 e 1116, s e g u n d o D u f o u r , 1834).
e m c o n e x ã o c o m ductos, que os l i g a m ao c a n a l d e f e r e n t e (Fit o p h ag o s , R i n c o f o r o s e L a m e l i c o r n i o s ) , o r a f o r m a n d o capsulas sesseis, a r r e d o n d a d a s ou ovais, que se a b r e m d i r e t a m e n t e no vaso d e f e r e n t e . 22. Aparelho reprodutor da femea (figs. 27-30) - Os ovarios são c o n s t i t u í d o s por b a i n h a s ovigeras ou ovariolos e m n u m e r o v a r i avel : de 2 (ovaria g e m i n a ) , e m varios Rincoforos e em T h o r i c t u s , a u m g r a n d e n ú m e r o , c e r c a de 300, e m a l g u n s Coccinelideos (GROSS, 1903) e e m m u i t o m a i o r n u m e r o ( cer ca de mil) e m L a m p i r i d e o s e e m Meloideos. Os ovarios ou são livres, ou r e u n i d o s e m feixe e presos g e r a l m e n t e ao d i a f r a g m a p e r i c a r d i c o pelo l i g a m e n t o suspensor do ovario, r e s u l t a n t e da r e u n i ã o dos f i l a m e n t o s t e r m i n a i s . É t a m b e m var i a ve l a disposição das b a i n h a s ovari cas. Assim, e m a l g u n s E s t a f i l i n i d e o s elas se dispõem com o nos
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ovarios dos g a f a n h o t o s , dos O d o n a t o s e dos P a r n o p a t o s , isto é, desembocando n u m m e s m o lado da t r o m p a , como os dentes de u m p e n t e (ovaria p e c t i n a t a ) . Na maioria, porem, ou os ovariolos f o r m a m feixe e m t o r n o d a p a r t e inicial dos ovidutos (ovaria fasciculata, e m Coccinellideos), ou a p r e s e n t a m disposição racimosa, em cacho (ovaria racemosa).
Fig. 27 - A e s q u e r d a : A p r e s e n t a ç ã o e s q u e m á t i c a d a s g ô n a d a s d a f ê m e a de u m Coleoptero; Bc, bôlsa c o p u l a d o r a ; Ga, g l â n d u l a accessória; Gsp, g l â n d u l a d a e s p e r m a t e c a ou e s p e r m o f i l a ; O, ovário; Ov, o v i d u c t o c o m u m ; Sp, e s p e r m a t e c a (De Berlese, fig. 1170, X I V ) ; A d i r e i t a : G ô n a d a d a f ê m e a e ó r g ã o s a s s o c i a d o s de Passalus cornutus ( P a s s a l i d a e ) ; b. cop,, bôlsa c o p u l a d o r a ; cru. ovd., o v i d u t o c o m u m ; ov,, ovaríolo; spth, e s p e r m a t e c a ; spth. gl., g l â n d u l a d a e s p e r m a t e c a (De K r a u s e . 1946. fig. 12),
Os ovariolos nestes insetos são sempre de tipo meroistico, isto é, providos de celulas n u t r i d o r a s ou vitelogenas, alem dos oocitos, ora de tipo politrófico, isto é, com c a d a oocito a c o m p a n h a d o de u m grupo de celulas n u t r i d o r a s (em Adephaga), ora de tipo acrotrófico ou telotrófico (nos demais Coleopteros), no qual as celulas n u t r i d o r a s p e r m a n e c e m na parte apical do ovariolo ( g e r m a r i u m ) em conexão com a serie de oocitos em desenvolvimento, m e d i a n t e canaliculos microscopicos.
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Os o v a r i o l o s de c a d a l a d o d e s e m b o c a m n o a t r i o (calyx) do d u c t o v e t o r i a l , o v i d u t o o u t r o m p a ; os dois o v i d u t o s r e u nem-se na linha mediana e formam o oviduto comum, que se c o n t i n u a c o m a v a g i n a ; e s t a t e r m i n a n o p o r o g e n i t a l o u vulva situada no 9.° urosternito. Em relação com a vagina
Fig. 28 - Ovário esquerdo e demais órgãos genitais da fêmea de Hydrobius fuscipes (Hydrophilidae); a, ovariolos; b, occitos m a d u r o s ; d, g l â n d u l a a c c e s s ó r i a ( p a r a a f o r m a ç ã o d a o o t e c a ) ; f, c á l i c e ; h, o u t r a s g l á n d u l a s : l espermateca: n, gândula da espermateca; p, b ô l s a c o p u l a d o r a ( D e B e r l e s e , f i g . 1155, cop. d e S t e i n , 1847).
ha a espermateca, ou melhor, espermatoteca (receptaculum seminis), acompanhada da respectiva glandula (gl. espermofila de BERLESE) e a bolsa copuladora (bursa copulatrix), que recebe o esperma fecundante por ocasião da copula, antes de passar para a espermatoteca. Em alguns Coleopteros encontram-se 2 ou 3 espermatotecas. Nos que apresentam apenas uma, alem do respectivo
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ducto, que t e r m i n a n a vagina, pode h a v e r u m o u t r o canal, canal de f e c u n d a ç ã o ( B e f r u c h t u n g s k a n a l de STEIN), que estabelece o u t r a c o m u n i c a ç ã o e n t r e a e s p e r m a t o t e c a e o oviduto c o m u m , pouco alem do ponto em que c o n f l u e m os dois oviductos (fig. 30, da direita).
Fig. 29 - O v á r i o d i r e i t o de B y r r h u s pilula ( B y r r h i d a e ) ; h, bôlsa c o p u l a d o r a ; i, e s p e r m a t e c a ; k, g l â n d u l a e s p e r m o f i l a (De Berlese, fig. 1181, cop. de S t e i n , 1847).
Há Coleópteros que n ã o possuem receptaculo seminal; neste caso a f e c u n d a ç ã o se e f e t u a nos ovariolos. Q u a n t o às g l a n d u l a s acessorias, t a m b e m c h a m a d a s sebificas ou coletéricas, n a d a h á a a s s i n a l a r de e x t r a o r d i n á r i o ;
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como nos demais insetos acham-se geralmente em relação com a parte terminal da vagina e secretam a substancia insolúvel na água que reveste a superfície dos ovos por ocasião da postura e que permite cola-los aos objetos em que são postos, ou que os reveste com capsula protetora (ooteca).
Fig. 30 - À esquerda: porção terminal do aparelho genital da fêmea, dos ovidutos até a vagina, de Anchomenus parumpunctatus (Carabidae); f e g, espermateca e seu canal; i, glândula espermofila; à direita: idem de Oodes helopioides (Carabldae); b, oviduto comum; c-d, espermateca e respectivo canal; e, canal de fecundação (Befruchtungskanal) (Ambas de Berlese, figs. 1184 e 1188, cop. de Stein).
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e m r e v i s t a os m a i s c o n h e c i d o s .
E m g e r a l , os m a c h o s s ã o m e n o r e s o u m e n o s r o b u s t o s que as f e m e a s . E n t r e t a n t o , n o s D i n a s t i d e o s , n o s L u c a n i d e o s e em Curculionideos observa-se o inverso machos mais d e s e n v o l v i d o s q u e as f e m e a s . N e s t e caso, n ã o só a d i f e r e n ç a , as vezes, é e x t r a o r d i n a r i a ( h i p e r m e g e t i s m o de B e r l e s e ) , c o m o tambem ocorre a poliandria ou pecilandria, isto é a existencia de t i p o s d i f e r e n t e s de m a c h o s c o m u m t i p o de f e m e a apenas. As a n t e n a s , c o m o se v e r á q u a n d o f o r e m e s t u d a d a s e s p e cialmente as varias famílias, permitem em muitos casos o faeil r e c o n h e c i m e n t o do s e x o m a s c u l i n o . As v a r i a ç õ e s a n t e nais n o t a m - s e no c o m p r i m e n t o da a n t e n a , e m a l g u m a s especies e x t r a o r d i n a r i a m e n t e mais alongadas que nas femeas, c o m o se p o d e a p r e c i a r n o s L o n g i c o r n i o s ( C e r a m b y c i d a e ) e n o a s p e c t o dos s e g m e n t o s a n t e n a i s . As p e ç a s b u c a i s , e m c e r t o s g r u p o s , o f e r e c e m - n o s ó t i m o s c a r a c t e r e s s e x u a i s . E m e x e m p l a r e s dos dois sexos, v i a de r e g r a , s ã o os m a c h o s q u e a p r e s e n t a m m a n d í b u l a s m a i s c o n s pícuas, as vezes mesmo enormes em relação com o tamanho do corpo, t r a n s f o r m a d a s e m p o s s a n t e s p e ç a s d e f e n s i v a s ( n o s Lucanideos e em alguns Longicornios da subfamilia Prionin a s ) . E m v a r i o s R i n c o f o r o s é o r o s t r o d o m a c h o q u e se diferencia da femea.
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Fig.
31 -
Macho de Acrocinus longimanus (Cerambycidae, (J. Pinto fot.: oferecida pelo Dr. Cezar Pinto).
Lamiinae).
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T a m b e m os m a c h o s de m u i t o s Coleopteros a p r e s e n t a m cornos p r o t o r a c i c o s dorsais ( L a m e l i c o r n e o s ) , ou dirigidos p a r a a f r e n t e ( C u r c u l i o n i d e o s ) , cefalicos, ou assestados n a s d u a s regiões do corpo ( L a m e l i c o r n e o s ) . As p e r n a s , os elitros e as asas p o d e m t a m b e m f o r n e c e r c a r a c t e r e s p e c u l i a r e s a u m dos sexos. R e l a t i v a m e n t e às p e r n a s , al ém de variações sexuais no n ú m e r o dos a r t í c u l o s tarsais, h á a a s s i n a l a r a s p e c t o s c a r a c terísticos, p e c u l i a r e s a u m dos sexos. Assim, por exemplo, o aspecto dos tars os a n t e r i o r e s do m a c h o dos Ditiscideos, com os 3 p r i m e i r o s a r t í c u l o s e x t r a o r d i n a r i a m e n t e d i l a t a d o s e m peças de c o n t o r n o c i r c u l a r , pr ovi da s de c e r d a s rigidas e de dois discos adesivos ou v e n t o s a s n a face inferior, que n a cópul a se a p l i c a m f o r t e m e n t e à p a r t e basal, e s t r i a d a - s u l c a d a , dos elitros da f e m e a . Como nos H e m i p t e r o s , h a especies c o m os f e m u r e s posteriores c o n s i d e r a v e l m e n t e d i l a t a d o s nos m a c h o s e simples nas f e m e a s . É b e m c o n h e c i d o o e x e m p l o de d i m o r f i s m o sexual pelo excepcional d e s e n v o l v i m e n t o das p e r n a s a n t e r i o r e s nos m achos do chamado arlequim da mata (Acrocinus longimanus) (L. 1758) (fig. 31). Q u a n t o a i m p o r t a n c i a dos elitros e das asas n o r e c o n h e c i m e n t o do sexo, a l e m das d i f e r e n ç a s n a col oração e n a est rut u r a daqueles, h a a m e n c i o n a r as r e l a t i v a s ao d e s e n v o l v i m e n to. Assim, f r e q u e n t e m e n t e observam-se especies cujos elitros, nos m a c h o s , são m ai s ou m e n o s reduzidos, r u d i m e n t a r e s . N ' o u t r a s os elitros são i g u a l m e n t e desenvolvidos nos dois sexos, p o r e m as asas, nas femeas, r e d u z e m - s e ou m e s m o desapar ecem c o m p l e t a m e n t e . F i n a l m e n t e h a a a s s i n a l a r os casos de n e o t e n i a das femeas, b e m e x e m p l i f i c a d o s em a l g u n s dos nossos "vagal umes", e s p e c i a l m e n t e na s especies do g e n e r o P h r i x o t h r i x (fam. P h e n g o d i d a e ) com m a c h o s alados e f e m e a s l a r v i f o r m e s (neotenicas).
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COLEOPTERA
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rirem maturidade sexual precocemente, a partenogênese larval (paedogênese), com produção de ovos ou de novas larvas (v. r e s u m o d e P E Y E R I M O F F , 1 9 1 3 ) . Nos Crisomelideos ocorre, às vezes, casos observados os ovos são enormes, após a postura, as larvas.
a oviviparidade: nos saindo, imediatamente
Nos Estafilinídeos termitófilos dos Spirachtha (S. eurymedusa) (v. fig. 153 SCHIÖDTE (1854 e 1856), observa-se eclodindo os ovos dentro dos oviductos aí passam os primeiros estados do alimentam da secreção das glândulas genitais.
Corotoca e gêneros no tomo I), segundo verdadeira viviparidade, da fêmea; as larvas desenvolvimento e se anexas a essas vias
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Nas espécies n e c r ó f a g a s e coprófagas, as p o s t u r a s são feitas r e s p e c t i v a m e n t e nos cadáveres e nos e x c r e m e n t o s dos animais. Na postura, ou os ovos são postos i s o l a d a m e n t e , soltos ou colados à superfície suporte, ou em m a s s a s mais ou menos volutuosas, ficando, e m a l g u n s casos, presos por p e d ú n c u l o às vêzes a l o n g a d o . E m ambos os tipos de p o s t u r a os ovos p o d e m ficar mais ou menos protegidos por e x c r e m e n t o s do inseto, pela secreção das g l â n d u l a s a n a i s da fêmea, ou por m a s s a c o n s t i t u í d a pela m i s t u r a das d u a s s u b s t â n c i a s .
F i g . 32 - F ê m e a d o f a m o s o " b o l l w e e v i l " ( m u i t o a u m e n tada, Anthonom us g r a n d i s B o h e m a n n , 1843) (Curculionidae, Anthonominae) perfurando um capulho de algodão antes de efetuar a postura. (Foto gentilmente c e d i d a p e l o U. S. B u r e a u of E n t o m o l o g y ) .
E m Hidrofilideos da E u r o p a as fêmeas p o s s u e m a l g u n s pares de g l â n d u l a s t u b u l o s a s sericigenas, cujos c a n a i s escreteres se a b r e m de c a d a lado do â n u s . Na p o s t u r a , o fluido secretado por essa g l â n d u l a i m e d i a t a m e n t e se solidifica f o r m a n do fios de seda m u i t o finos que, por f i a n d e i r a s especiais, é tecido em casulo, v e r d a d e i r a c á p s u l a ovífera, d e n t r o da qual são depositados os ovos. A f o r m a ç ã o de tais cápsulas foi bem descrita por LYONET (1832 - Recherches sur l ' a n a t o m i e et les m é t a m o r p h o s e s des insectes, Paris: 149).
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INSETOS DO BRASIL
Os ovos dos Coleopteros g e r a l m e n t e são ovoides e de superfície lisa; as vêzes, porém, t ê m o u t r a c o n f o r m a ç ã o (cilindrica, fusiforme etc.). Nos Crisomelideos da s u b f a m í l i a C l y t h r i n a e e Cryptocephalinae, bem que g e r a l m e n t e postos i s o l a d a m e n t e , apresent a m invôlucro ou c o n c h a de aspecto característico p a r a cada espécie, resultante, segundo LECAILLON que a estudou, da mist u r a da m a t é r i a fecal com a secreção das g l â n d u l a s a n a i s esp e c i a l m e n t e a d a p t a d a s p a r a essa f u n ç ã o (scatoconque). Nas espécies que f a z e m p o s t u r a s endofiticas as fêmeas, com as m a n d í b u l a s (Serricornios), ou com estas n a p o n t a do r o s t r u m (Curculionidae) (fig. 32), a b r e m f e n d a s ou furos no caule ou n ' o u t r a p a r t e a t a c a d a , neles i n t r o d u z e m o ovo e depois t a p a m a e n t r a d a da p e r f u r a ç ã o e s g a r ç a n d o o tecido vegetal lesado. E m Scolytidae a fêmea, xilofaga ou espermofaga, n a post u r a , abre u m a galeria, r e s p e c t i v a m e n t e no caule ou n a sem e n t e , e aí deposita os ovos. Ainda como exemplo de modos curiosos de p o s t u r a em Coleoptera, devem ser a s s i n a l a d a s as p o s t u r a s dos Lamelicornios coprofagos, que confeccionam, p a r a a a l i m e n t a ç ã o das larvas, bolas de escrementos n a s quais d e p o s i t a m os ovos, e as dos Curculionideos das s u b f a m í l i a s A t t e l a b i n a e e R h y n c h i t i nae, que i n c i s a m folhas e, e n r o l a n d o as p a r t e s recortadas, form a n c a r t u c h o s , d e n t r o dos quais d e p o s i t a m os ovos (v. t r a b a lho de PINHEIRO MACHADO (1924), relativo ao comportamento da f ê m e a de Clinolabus melanocoryphus (Germar, 1824), e o de BONDAR (1937) sôbre outros Atelabineos dos gêneros Hypolabus e E u s c e l u s ) . O n ú m e r o de ovos postos por u m a f ê m e a vai de a l g u n s a a l g u n s m i l h a r e s (Meloidae). POSTURA-OVOS RONDAR, G. 1937 -
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Desenvolvimento
post-embrionário.
Completa-se o d e s e n v o l v i m e n t o e m b r i o n á r i o c o m a eclosão da larva. Esta, p a r a sair do ovo, p e r f u r a - o c o m as m a n d í bulas, à vêzes r e c o r r e n d o t a m b é m à ação de órgão especial (ruptor ovi), aliás sòmente presente no 1º estádio, situado na cabeça, no t ó r a x ou aos lados do 1 º u r o m e r o . E n t r a n d o e m atividade, a l a r v a p a s s a a a l i m e n t a r - s e e crescer, sofrendo n e s t e estadio várias t r a n s f o r m a ç õ e s , media n t e g e r a l m e n t e três m u d a n ç a s de pele ou ecdises, às vêzes, mais de 15. Q u a n d o c o m p l e t a m e n t e desenvolvida, como nos demais insetos holometabólicos, realiza-se a l ª m e t a m o r f o s e e surge a pupa. Desta, a p ó s a s e g u n d a m e t a m o r f o s e , e m e r g e o inseto perfeito ou b e s o u r o a d u l t o ( i m a g o ) . Nos Meloideos e e m a l g u n s o u t r o s Coleópteros observa-se ciclo evolutivo mais complexo que êste, o d a q u a s e totalidade dos Coleópteros; refiro-me à chamada hipermetabólia ou hipermetamorfose, descoberta por FABRE em 1857, na qual o c o r r e m estados larvais b e m diferentes u n s dos outros, port a n t o v e r d a d e i r a s m e t a m o r f o s e s a n t e s d a que n o r m a l m e n t e se observa n a p a s s a g e m do ú l t i m o i n s t a r larval p a r a o pupal. Êste t i p o de desenvolvimento, aliás já referido q u a n d o tratei dos N e u r o p t e r o s da família M a n t i s p i d a e (4. º T o m o ) , será d e v i d a m e n t e a p r e c i a d o q u a n d o e s t u d a r e s p e c i a l m e n t e a família Meloidae. Devo a i n d a dizer que VERHOEFF (1917) revelou a existência nesses insetos de estádios pre-larvais, f e n ô m e n o a que êle aplicou o nome de foetometamorfosis. 29. Larvas. Anatomia externa.
As larvas dos Coleópteros v a r i a m c o n s i d e r à v e l m e n t e de a s p e c t o n a s diversas famílias (mais a d i a n t e direi sôbre os principais tipos), tôdas, porém, são eucefalas. U m a s a p r e s e n t a m as seis p e r n a s torácicas mais ou m e n o s desenvolvidas, o u t r a s são c o m p l e t a m e n t e a p o d e s .
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N o r m a l m e n t e contam-se, além da cabeça, os três segmentos toráxicos e os nove a b d o m i n a i s . A c a b e ç a de q u a s e t ô d a s as larvas é p e r f e i t a m e n t e d i s t i n t a do tórax, f o r t e m e n t e esclerosada, polida e, quase sempre, b e m desenvolvida. As vêzes, e n t r e t a n t o ( B u p r e s t i d a e e C e r a m b y c i d a e ) , por ser p e q u e n a e a p r e s e n t a r a p a r t e posterior pouco esclerosada, ela se c o n f u n de com p r o t o r a x - nessas larvas, e m geral, a p a r t e mais dilat a d a do corpo - n o t a n d o - s e p r à t i c a m e n t e u m a peça ú n i c a . As a n t e n a s , ora são b e m desenvolvidas ( g e r a l m e n t e de q u a t r o segmentos, às vêzes q u i n q u e - s e g m e n t a d a s , r a r a m e n t e t r i s e g m e n t a d a s ) , ora m u i t o p e q u e n a s , b e m m e n o r e s q u e as m a n d í b u l a s (Anobiidae, Lyctidae, Bostrichidae, Ptinidae, Cerambycidae, C h r y s o m e l i d a e e B r u c h i d a e ) , o u m e s m o reduzidas a simples cone sensorial ( R h y n c h o p h o r a ) . Excepcionalmente (Cyphonidae) elas se apresentam extraordinàriamente alongadas, com o segmento distal subdividido em grande n ú m e r o de s e g m e n t o s s e c u n d á r i o s . De c a d a lado d a c a b e ç a h á de u m a seis ocelos. Via de regra p o s s u e m m a i s ocelos as larvas de vida livre (Carabidae, Cicindellidae). Muitos Coleópteros n ã o t ê m ocelos (Lamellicornia, e t c . ) . As peças b u c a i s das larvas, como as dos adultos, são de tipo m a s t i g a d o r ou m a n d i b u l a d o . Todavia, n a s larvas de bezouros aquáticos, e s p e c i a l m e n t e da família Dytiscidae, as m a n d í b u l a s , longas e falciformes, a p r e s e n t a m , ao longo da borda interna, um canal (canal mandibular, fig. 64: cm) em c o m u n i c a ç ã o c o m a f a r i n g e . Daí as m a n d í b u l a s , a l é m de serem órgãos preensores, f u n c i o n a r e m t a m b é m , e p r i n c i p a l m e n te, como peças i n j e t o r a s de saliva, tóxica, digestiva e sugadoras do c o n t e ú d o das v í t i m a s . Os 3 s e g m e n t o s torácicos são n o r m a l m e n t e b e m desenvolvidos. E m a l g u n s grupos, p o r é m (Cerambycidae, B u p r e s tidae) o p r o t ó r a x é m u i t o m a i s desenvolvido que os o u t r o s segmentos. Como no inseto adulto, m a s s e m p r e mais curta, as pernas t a m b é m p o s s u e m quadril, t r o c h a n t e r , f e m u r e tíbia.
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E m A d e p h a g a h á u m t a r s o m e r o d i s t i n t o e d u a s garras. Nos d e m a i s Coleópteros, depois do f e m u r , h á o c h a m a d o tíbio-tarso com u m a g a r r a a p e n a s (exceto n a s larvas do 1 º estádio de Meloidae e M i c r o m a l t h i d a e ) . Vêem-se n o r m a l m e n t e nove ou oito urômeros. O décimo, quase sempre reduzido ou r e t r a í d o no 9. º n a s larvas de Adep h a g a é bem visível, t u b u l a r e g e r a l m e n t e a d a p t a d o a locomoção. Presos ao 9 º urotergito, fixos ou articulados, h á geralm e n t e apêndices simples ou s e g m e n t a d o s c h a m a d o s urogomphi (cerci, pseudocerci, styli), de i m p o r t â n c i a n a classificação. E m a l g u n s Coleópteros (Tenebrionidae, Elateridae) o 9. o u r ô m e r o f o r t e m e n t e esclerosado a p r e s e n t a aspectos vários t a m b é m considerados n a diferenciação específica. M u i t a s das larvas de vida endofitica a p r e s e n t a m no abd o m e n saliências ou calosidades c a r n o s a s transversais, ventrais e dorsais (Cerambycidae e Buprestidae) ou latero-dorsais ( C u r c u l i o n i d a e ) , que f a c i l i t a m os m o v i m e n t o s de r e p t a ç ã o das larvas n a s galerias em que vivem. Nas larvas de Colaspis (Chrysomelidae) h á oito pares de apêndices curtos com cerdas no ápice. 30. A n a t o m i a interna. R e l a t i v a m e n t e ao t u b o digestivo e órgãos anexos das larvas de Coleóptera, recomendo, a l é m dos t r a b a l h o s assinalados a d i a n t e n a p a r t e bibliográfica, os já referidos n a bibliog r a f i a do t u b o digestivo dos besouros adultos. Respeito à a l i m e n t a ç ã o , aplicam-se às larvas as m e s m a s designações d a d a s aos insetos adultos, s e g u n d o o regime alimentar que seguem: larvas fitófagas, xilófagas, micófagas, etc. E m a l g u m a s delas as g l â n d u l a s salivares ou as g l â n d u l a s a n a i s m o d i f i c a d a s s e c r e t a m sêda ou s u b s t â n c i a viscosa, de consistência p a r e c i d a com a da g o m a ou da resina, que é emp r e g a d a n a confecção de casulos reticulados (espécies de Phelypera e outros Curculionideos (Ver t r a b a l h o de BONDAR (1943) sôbre Phelypera pachirae Marshall, 1929) ou compactos (Malacobius c a p u c i n u s C. Lima, 1920).
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Outras larvas de Chrysomelidae vivem sob carapaça que t a m b é m protege a p u p a d u r a n t e a ninfose. Não raro a êsse casulo protetor a g l u t i n a m partículas de escremento (ver trabalho de MOREIRA (1913) sôbre Lamprosoma bicolor Kirby, 1818, confirmando observação anteriormente feita por WESTWOOD).
Q u a n t o ao sistema respiratório, observam-se os seguintes tipos: peripneustico, aliás o mais c o m u m e n t e encontrado, com o par de espiráculos protorácico e os pares abdominais; holopneustico, o mais primitivo, no qual se vêem os pares de espiráculos meso e metatorácic o s e oitos pares abdominais (Cantharidae, Lycidae) ; metapneustico, observado nas larvas de vários besouros aquáticos das famílias Dytiscidae, Hydrophilidae; apneustico, t a m b é m peculiar a larvas de besouros aquáticos, sem espiráculos permeáveis. As larvas apneusticas respiram o exigênio do ar dissolvido n ' á g u a através do tegu- F i g . 33 - L a r v a d e P e n t i l i a s ô b r e u m m e n t o geral (respiração cutâ- cgha il oh no a s pd ies S imdian o rsp., ( Ma taasckal nl .d) o ( Hmeumi tioaumentada (J. P i n t o f o t . ) . nea ou t e g u m e n t á r i a ) (Hydrophilidae, Haliplidae), ou do que reveste as traqueo-branquias. filamentosas apensas aos lados dos urômeros (respiração traqueo-branquial) (Gyrinidae e a l g u m a s espécies da família Hydrophilidae). Para o estudo dos espiráculos das larvas, cujo aspecto varia consideràvelmente, é indicada p r i n c i p a l m e n t e a consulta ao trabalho de STEINKE (1919). As citações desta e de outras contribuições sôbre a respiração nas larvas devem ser procuradas na bibliografia relativa à respiração.
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Como peculiaridade m a i s i n t e r e s s a n t e a a s s i n a l a r relativ a m e n t e ao s i s t e m a g l a n d u l a r , devo referir a ocorrência de g l â n d u l a s ciríparas c u t â n e a s n a s larvas de a l g u n s Coccinelideos, que s e c r e t a m cera p u l v e r u l e n t a ou em p r o l o n g a m e n t o s mais ou m e n o s alongados, ora escondendo c o m p l e t a m e n t e o corpo da larva, como em Azya luteipes M u l s a n t , 1850 (fig 213 pg. 253 do 3. º tomo) e em Coeliaria e r y t h r o g a s t e r (Mulsant, 1850)) (v. Costa Lima, 1950), ora f o r m a n d o p r o l o n g a m e n t o s dispostos em torno do corpo, como nas larvas de Pentilia dando-lhes aspecto que l e m b r a o de u m Pseudococcus (fig. 33). Nas larvas o s i s t e m a nervoso aproxima-se m a i s do tipo met a m é r i c o primitivo: contam-se, g e r a l m e n t e , 3 gânglios torácicos e 7 ou 8 a b d o m i n a i s . E m m u i t a s larvas, porém, como nos adultos, nota-se a c o n c e n t r a ç ã o g a n g l i o n a r no a b d o m e n e m e s m o no t ó r a x (Scar a b a e i d a e ) , observando-se m e s m o em a l g u n s gêneros a coalescência dos 10 gânglios da cadeia nervosa v e n t r a l n ' u m a só massa. N a d a de e x t r a o r d i n á r i o a a s s i n a l a r q u a n t o aos órgãos dos sentidos. 31. Principais tipos de larvas - As larvas dos Coleópteros ou são h e x á p o d e s ou Apodes. Estas, sem p e r n a s ou com estas e x t r e m a m e n t e atrofiadas, via de regra, são endofíticas e podem ser de 3 tipos principais: larva curculionoide, de cabeça h i p o g n a t a , corpo m a i s ou m e n o s encurvado, cilíndrico ou m a i s d i l a t a d o n a p a r t e c e n t r a l que n a s e x t r e m i d a d e s ; larvas cerambicoide e buprestoide, a m b a s c a r a c t e r i z a d a s pelo m a i o r d e s e n v o l v i m e n t o e a c h a t a m e n t o do 1.º s e g m e n t o torácico, no qual se esconde g r a n d e p a r t e da cabeça, ora pouco mais largo que os d e m a i s m e t â m e r o s ( C e r a m b y c i d a e ) , ora orbicular, d a n d o à larva o aspecto de u m a p a l m a t ó r i a (Buprestidae). Dos vários tipos de larvas hexapodes m e n c i o n o os seguintes: c a m p o d e i f o r m e ou tisanuriforme, cujo aspecto l e m b r a o dos t i s a n u r o s do gênero Campodea; são larvas de corpo alon-
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gado e mais ou m e n o s a c h a t a d o , cabeça p r o g n a t a (tipo das larvas p r i m á r i a s dos Meloideos); estafiliniforme, algo semel h a n t e ao tipo anterior, a p r e s e n t a n d o p o r é m apêndices caudais ( u r o g o m p h i ) via de r e g r a articulados, é o tipo da larva dos besouros da sub-ordem Adephaga, dos Estafilinideos e de famílias afins; elateriforme ("wire-worms" dos ingleses), larva de corpo cilíndrico ou algo a c h a t a d o , p o r é m com o exoesqueleto f o r t e m e n t e esclerosado; o ápice do a b d o m e n pode ser cônico ou a p r e s e n t a r placa ou saliências d e n t e a d a s ou espinhosas (larvas dos Elaterideos, dos Tenebrionideos e famílias afins) ; escarabeiforme, escarabeoide ou melolontoide, bem conhecido em nossa t e r r a pelos n o m e s : " p ã o de g a l i n h a " e "joão t o r r e s m o " ; é o tipo das larvas dos escaravelhos ou besouros da a n t i g a série Lamellicornia; são larvas de corpo mole (exceto a cabeça e as pernas, que são f o r t e m e n t e esclerosadas), e s p a r s a m e n t e piloso, encurvado, cilindrico, p o r é m um pouco m a i s d i l a t a d o n a p a r t e posterior do a b d o m e n ; retiradas do meio em que vivem, f i c a m d e i t a d a s de lado em arco de círculo. Além desses tipos principais de larvas, h á outros, como o eruciforme, das larvas lignicolas de Oedemeridae e de alguns Crisomelideos (Colaspis). Nestas ú l t i m a s vêem-se oito pares de tubérculos a b d o m i n a i s v e n t r a i s com cerdas t e r m i n a i s ; ri'aquelas, a l é m das p e r n a s toráxicas e de a l g u n s pares de tubérculos dorsais, h á 3 pares de apêndices podoformes ventrais, até certo p o n t o s e m e l h a n t e s aos das l a g a r t a s . 32. Transformações larvais. Mudas ou ecdises - Relativ a m e n t e aos f e n ô m e n o s que se processam d u r a n t e o desenvolv i m e n t o post-embrionário, n a m a i o r i a das nossas espécies, conhecem-se a p e n a s a l g u n s dados relativos às t r a n s f o r m a ç õ e s e m e t a m o r f o s e s que se o p e r a m e à d u r a ç ã o dos períodos larval e p u p a l . Sabe-se que o período larval d u r a sempre m a i s que o pupal e que ambos, somados, são m u i t o m a i s longos que a vida do inseto a d u l t o .
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A d u r a ç ã o da vida larval, e x c l u i n d o os casos de d i a p a u sas às vêzes m u i t o d e m o r a d a s , var i a de dias a p e n a s a m a i s de um ano. De m o d o g e r al pode dizer-se que as l arvas que h a b i t a m a m a d e i r a (brócas) ou o solo, são as que t ê m vida l a r v a l m ai s p r o l o n g a d a . As que e n c o n t r a m s e m p r e e m a b u n d â n c i a o alim e n t o de que vivem, r à p i d a m e n t e se m e t a m o r f o s e i a m e m pupas D e n t r e os casos referidos n a l i t e r a t u r a de e x t r a o r d i n á r i a l o n g e v i d a d e la r val h á o ci t ado por MARSHAM (1811, T r a n s . Linn. Soc. L o n d o n , 10:399), que, no c omeço do a n o de 1811, viu sair u m e x e m p l a r de B u p r e s t i s s pl e n di da (espécie n ã o enc o n t r a d a n a I n g l a t e r r a ) de u m móvel que se a c h a v a g u a r d a d o n ' u m escritório desde 1778 ou 1789. Êsse B u p r e s t í d e o deve t er vívido, p o r t a n t o , em e s t a d o l ar va l e p u p a l , cêrca de 20 anos. Do q u e ficou dito, conclue-se que h á espécies que t ê m várias gerações n u m a n o e o u t r a s c u j a s gerações se r e n o v a m sòm e n t e n o f im de u m , dois ou m a i s a n o s . No caso do b e m c o n h e c i d o e s c a r a v e l h o E u r o p e u Melolont h a m e l o l o n t h a ( L . ) , a l a r v a vive 3 a n o s (às vêzes 4), e n q u a n to que a vida do a d u l t o n ã o vai a l é m de 5 s e m a n a s . DESENVOLVIMENTO POST-EMBRIONÁRIO LARVAS - DIAPAUSAS - METAMORFOSES CRESCIMENTO - CICLO EVOLUTIVO ABELOOS, M. 1935 -
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COLEOPTERA
Apresentam
159
côr b r a n c a , e b ú r n e a o u p a r d a c e n t a .
Pelo exame da pupa pode fazer-se u m a i d é i a d a m o r f o l o g i a do i n s e to a d u l t o . T o d a v i a , n a p u p a , a e s t r u t u r a d a c a b e ç a e do t ó r a x , a p r e s e n t a -se m e n o s d i f e r e n c i a d a . E m m u i t o s b e s o u r o s a s p u p a s podem apresentar apêndices, protuber â n c i a s ou e s p i n h o s m a i s o u m e n o s c o n s p í c u o s , q u e n ã o p e r s i s t e m n o inseto adulto. Como em outros insetos holometabólicos, o a b d o m e é a ú n i c a p a r t e do c o r p o d o t a d a de m a i o r o u m e n o r m o b i l i d a d e . T a m b é m c o m o neles, é n e s t a f a s e do d e s e n v o l v i m e n t o p o s t - e m b r i o n á r i o q u e se p r o c e s s a m os fenômenos físico-químicos, histológicos e organoplásticos (histólise e histogên e s e ) , que, e m c o n j u n t o , c o n s t i t u e m a chamada ninfose, da qual resulta o inseto adulto. Êste, a o n a s c e r , é de côr c l a r a c o m o a p u p a e a i n d a se a c h a a t é cerFig. 35 Aglomerado de to p o n t o i m a t u r o . Só d e p o i s de alpupas de Omaspides pallidig ennis (Boheman, 1854) (Chry g u m t e m p o de r e p o u s o , v a r i á v e l sesomelidae, Cassidinae) (J. Pinto fot.). g u n d o a espécie, a d q u i r e a c o l o r a ç ã o caracteristica e abandona o ninho pupal para entrar em atividade. PUPAS HINTON, H. E. 1943 - The "gin-traps" of some beetle pupae; a protective device which appears to be unknown. Trans. R. Ent. Soc. London, 97:473-496, 27 figs. 1946 - A new classification of insect pupae. Proc. Zool. Soc. London, 116:282-328, 64 figs.
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F i g . 36 À e s q u e r d a : P e r i n t h u s v e s t i t u s M a n n , 1923, E s t a f i l i n i d e o s i n o e q u e t o , e m ninho de Nasututermes octopilis, Guiana Inglesa; à direita: Trachopeplus setosus Mann, 1923, Estafilinideo sinfilo, em ninho de Nasutiternes nigriceps, Guiana I n g l ê s a ; ( F i g s . 255 e 256 d e A l l e e , E m e r s o n , P a r k e S e h m i d t , 1949 P r i n c i p l e s of ecology) (Com a permissão dos autores e de Saunders Co.).
Grupos inteiros, como a família Paussidae e Clavigerinae, da família Pselaphidae, são constituídos por espécies mirmecófilas. Em outras famílias o número de espécies mirmecófilas e termitófilas é também relativamente grande. Daí as numerosas contribuições relativas a Coleópteros mirmecófilos
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F i g . 37 Termitonicus mahout, Estafilinideo sinoequeto, a direita, sobre a cabeça de um operario de Veloeitermes beebei, onde colhe parte do alimento que p a s s a d o o p e r á r i o p a r a o u t r o . ( F i g . 257 d a o b r a c i t a d a n a f i g . 36) ( C o m a permissão dos autores e de Saunders Co.).
F i g . 38 Larva de Histerídeo, apanhada em ninho de Velocitermes beebei, Guiana Inglêsa; alimenta-se de c u p i n s j o v e n s ( F i g . 258 d a obra citada na fig. 36) (Com a perm issão dos autores e de Saunders Co.).
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e termitófilos, d e n t r e elas, a v u l t a n d o , r e l a t i v a m e n t e às espécies Sul A m e r i c a n a s (por o r d e m c r o n o l ó g i c a ) , as de WASMANN, de SILVESTRI, de BRUCH e de BORGMEIER.
Fig. 39 - Estafilinídeos termitófilos de ninhos de Constrictotermes cavifrons. Gulana Inglêsa: a, Spirachtha schioedtei Mann, 1923, recém-nascido da pupa. vista de perfil; b. S. mirabiIis Mann, 1922, forma fisogástrica, com 3 pares de exudatória; c, o mesmo de perfil (Fig. 259 da obra citada na fig. 36) (Com a permissão dos autores e de Saunders Co.).
O a s s u n t o c o n s t i t u i h o j e u m a das mais i n t e r e s s a n t e s especialidades e n t o m o l ó g i c a s e p a r a que o leitor dele t e n h a u m c o n h e c i m e n t o geral, vou p a r a a qui t r a n s c r e v e r , com a devida permissão, u m t r e c h o do livro de ALEE, EMERSON, O. PARK, T. PARK e SCHMIDT (1949 P r i n c i p l e s of A n i m a l Ecology: 719-729, figs. 255-259). "The various types of organisms commonly found living in close association with social insects, particularly with the ants and termites, are classified by WASMANN (1920) in five ecological categories on the basis of their relationship to their hosts: (1) synechthrans, or persecuted predators; (2) synoeketes, or tolerated scavengers (fig. 36, esquerda); (3) trophobionts, living in the trophoporic field, usually out-side the nest, but attended for their secretion; (4) symphiles, or true guests within the nest, that return exudates to their hosts who
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INSETOS DO BRASIL feed a n d g u a r d t h e m (fig. 36, d i r e i t a ) ; (5) parasites, b o t h external and internal. The s y n e c h t h r a n s , synoeketes, a n d p a r a s i t e s m a y be i n cluded under various aspects of exploitation and toleration. T h e t r o p h o b i o n t s a n d symphiles r e t u r n some c o m p e n s a t i o n to the social i n s e t s a n d receive c o n s i d e r a b l e a t t e n t i o n from t h e i r hosts, m u c h of w h i c h is doubtless b e n e f i c i a l to t h e symbiote, t h u s e s t a b l i s h i n g a t r u e m u t u a l i s t i c r e l a t i o n . As m i g h t be expected, t h e r e are various g r a d a t i o n s a n d p e c u l i a r c o m b i n a t i o n s of r e l a t i o n s h i p s b e t w e e n these various insects a n d t h e i r hosts, b u t WASMANN'S classification seems to have stood t h e test of time, a n d t h e m a j o r i t y of n e w species discovered fall readily into one or t h e o t h e r of these categories. I n some i n s t a n c e s t h e r e is r e a s o n to believe t h a t the categories r e p r e s e n t evolut i o n a r y sequences. WHEELER (1928), i n a n e x p a n d e d a n d modified version of WASMANN'S classification, gives several examples of r e l a t i o n s h i p s t h a t are less readily classified i n t o these categories. For i n s t a n c e , the first i n s t a r larva of a Q u e e n s l a n d moth, Cyclotorna morcocentra, is a n ectoparasite on a species of leaf h o p p e r (Cicadellidae) t h a t is a t t e n d e d on a tree a n d "milked" by t h e a n t , I r i d o m y r m e x sanguineus. T h e c a t e r p i l l a r is carried to t h e a n t ' s nest, where it t r a n s f o r m s i n t o a second stage l a r v a t h a t exudes a liquid u p o n w h i c h t h e a n t s feed. T h i s l a r v a sucks the juices from a n t grubs. T h e m a t u r e caterpiIIar follows t h e a n t s back to a tree, where it p u p a t e s . Here is c e r t a i n l y a peculiar c o m b i n a t i o n of r e l a t i o n s h i p s t h a t could be p a r t i a l l y classified u n d e r t h e categories of t r o p h o b i o n t , s y n e c t h r a n , symphile, a n d p a r a s i t e . T h e s t a p h y l i n i d beetle, Termitonicus m a h o u t (fig. 37), riales on t h e h e a d s of worker termites, Velocitermes beebei, a n d imbibes n u t r i t i v e liquids passed by m o u t h b e t w e e n the t e r m i tes. This u n u s u a l type of t e r m i t o p h i l e m a y be classified as a synoekete, a l t h o u g h most synoeketes are scavengers, with little direct c o n t a c t w i t h t h e i r hosts. T h e a d a p t i v e evolution of m y r m e c o p h i l o u s symphiles is i l l u s t r a t e d by t h e c o n v e r g e n t a p p e a r a n c e of t r i c h o m e g l a n d s i n s e p a r a t e l y evolved groups of beetles, i n c l u d i n g t h e S t a p h y l i nidae, C l a v i g e r i n a e ( P s e l a p h i d a e ) , Paussidae, Histeridae, a n d o t h e r insects (Wheeler, 1926). T h r o u g h some sort of s t i m u l a tion, p e r h a p s odor, these red or golden setae a t t h e o p e n i n g s of clustered u n i c e l l u l a r glands are licked anal sucked by the a n t s (O. PARK, 1932). The s y m p h i l e s i n t e r m i t e n e s t s e x h i b i t c o n v e r g e n t evolution of g l a n d u l a r s t r u c t u r e s t h a t secrete a f a t t y e x u d a t e
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(MCINDOO, 1933). I n some cases, p a r t i c u l a r l y i n l a r v a l insects (fig. 38), b u t r a r e l y i n a d u l t s (fig. 39), t h e " e x u d a t o r i a " m a y be n u m e r o u s o u t g r o w t h s f r o m t h e body wall (SILVESTRI, 1920). Especially i n a d u l t symphiles, t h e e x u d a t e g l a n d s are u s u a l l y distributed over swollen body surfaces (EMERSON, 1925; SEEVERS, 1937; see fig. 36 ( d i r e i t a ) . I n s e c t s s h o w i n g swollen soft whitish bodies are t e r m e d physogastric. P h y s o g a s t r y h a s a p p e a r e d c o n v e r g e n t l y m a n y t i m e s w i t h i n t h e s t a p h y l i n i d beetles, a n d also i n several o t h e r groups of insects, p a r t i c u l a r l y a m o n g t h e t e r m i t o p h i l o u s flies. T h e t r u e s y m p h i l e s are c o m m o n l y m o n o x e n o u s , each species living only i n t h e n e s t s of one h o s t species. S p e c i a t i o n of t h e t e r m i t o p h i l e s o f t e n parallels s p e c i a t i o n of t h e hosts (EMERSON, 1935). Some a n t s procure a large p a r t of t h e i r food f r o m t r o p h o biotic a p h i d s a n d scale insects. In a n u m b e r of i n s t a n c e s a n a p h i d species is d e p e n d e n t u p o n t h e a n t s for its existence, bur i n no i n s t a n c e is t h e a n t d e p e n d e n t u p o n a given species of a p h i d or o t h e r t r o p h o b i o n t . A n t s a n d t e r m i t e s b e n e f i t even less f r o m t h e i r symphiles. T h e symphiles are always d e p e n d e n t u p o n t h e i r hosts, o f t e n d u r i n g d i f f e r e n t stages i n t h e i r life cycles, b u t t h e r e is n o reason to believe t h a t these social insects could n o t survive i n t h e a b s e n c e of t h e i r m u t u a l i s t i c s y m p h i l e s . A degree of m u t u a l i s m h a s evolved b e t w e e n t h e hosts a n d t h e i r m y r m e cophiles a n d t e r m i t o p h i l e s , b u r t h e a d p t a t i o n s a n d t h e b e n e fits pertain much more to the guests than to the hosts. The social life of t h e a n t s a n d t e r m i t e s evolved i n large p a r t i n d e p e n d e n t l y of t h e guests, w h i c h exploit the social m e c h a n i s m s a n d t h e socially controlled e n v i r o n m e n t w i t h only a m o d e r a t e r e t u r n to t h e i r hosts. A g a i n we f i n d t h a t t h e o r g a n i s m a s a n d t h e social s u p r a o r g a n i s m e x h i b i t a g r a t e r degree of cooperative integrauon tnan is to be found in the interspecies system."
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36. estudo.
Caça,
preparo
e
conservação
dos
an
Coleópteros
insect
para
A q u i t a m b é m , c o m o fiz p a r a os L e p i d ó p t e r o s , p o d e r i a i n d i c a r o u t r o l i v r i n h o d e COUPIN ( 1 8 9 4 ) e os d e m a i s r e f e r i dos,
sob
aquele
título,
no
Tomo
via parece-me particularmente (1948).
5.°
(pagina
recomendarei
64,
n.°
23).
Toda-
o l i v r o d e COLAS
A montagem de Coleópteros muito pequenos deve ser feita incluindo-os em balsamo, entre lamínula e lâmina, depois de preparados convenientemente. Para isto uso a técnica que recomendei em 1921 (Arch. Esc. Sup. Agr. Med. Veter., c o m a v a r i a n t e i n d i c a d a e m 1935 ( R e v . E n t . , 5 : 3 6 2 ) .
5:123)
Depois de tratar o especime pela solução de potassa a 10%, numa cápsula de porcelana e a banho-maria, em tempo suficiente para destruir as partes não quitinisadas, passa-se o mesmo para uma lâmina com uma gota de fenol liquefeito e, c o m p r i m i n d o - o s o b u m f r a g m e n t o d e l a m í n u l a , p r o c e d e - s e à l i m p e z a do c o n t e u d o do c o r p o . Se for n e c e s s á r i o c l a r i f i c a r mais o exemplar, passa-se para a mesma capsula porem contendo agua oxigenada e um pouco da solução de potassa. M a n t e n d o o l í q u i d o a q u e c i d o a b a n h o - m a r i a , n e l e se d e i x a o exemplar até ficar de côr parda clara, quando mente transportado para o fenol liquefeito.
é
imediata-
Segue-se então a desidratação com o fenol puro ou tratando o exemplar pela série fenol-xilol, xilol-fenol, xilol, antes de o passar par ao bálsamo.
196
INSETOS DO BRASIL Usando
este processo, não ba necessidade
d e d i s s e c a r os
pequenos especimes para observar o aspecto da genitália do macho ou da fêmea, pois tais estruturas ficam perfeitamente visíveis através dos escleritos abdominais diafanisados. TECNICA ALLENSPACH, V. 1945 - U e b e r die P r ä p a r a t i o n von k l e i n K ä f e r n . Mitt. Schweiz Ent. Ges., 19:343-347, 1 fig. BRYSON, H. R. 1936 - T e c h n i q u e for r e a r i n g s u b t e r r a n e a n insects. J. K a n s a s Ent. Soc., 9:73-84, 1 fig. CENDRIER, P. 1935 - Procédé r a p i d e de r a m o l l l s s e m e n t des Coléoptères. Bull. Mens. Ass. Nat. Loing, Moret, 11:70-71. CHAMBERLAIN, K. F. 1947 - O n t h e use of d i e t h y l e n e glycol i n t h e p r e p a r a t i o n of b a l s a m m o u n t s of t h e m a l e g e n i t a l i a of c e r t a i n Coléoptèra. Bull. Brookl. Ent. Soc., 42:126-130. COLAS, G. 1936 - L ' e x t r a c t i o n des o r g a n e s c o p u l a t e u r s des Coléoptères. Rev. Fr. Ent., 3:106-107. 1948 - G u i d e de l ' e n t o m o l o g i s t e . L ' e n t o m o l o g i s t e s u r le t e r r a i n . P r é p a r a t i o n , c o n s e r v a t i o n des insectes et des collections. Paris: Boubeé & Cie, 309 p . , 144 figs. COUPIN, H. 1894 -
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Sobre a c o n s e r v a ç ã o dos Cassidideos (Col.). R o d r i g u e s i a , 6: 83-85.
Classificação
constituem
a
ordem
definitivo
quanto
(pouco menos Dos
-
Na
a
ainda
distribuição
de duzentas)
vários
classificação
Coleoptera
sistemas
não
das
cento
o proposto
Classification
propostos,
até
primeiramente
Com realiza-se
of Coleoptera
of North
History),
sistema
apresentado
a
primeira
tentativa
orientação também seguida ( 1 8 9 3 ) e d e (GAHAN ( 1 9 1 1 ) .
palmente LIRSCH
seu
die Phylogenie fortemente
trabalho por
famílias
orientados
monumental 1854-1870),
obra de merecem
LECONTE
America),
(1861-1862 completado
p o r SHARP ( 1 8 9 9 e 1909
por de
nos
LAMEERE classificação
sistemas
de
-
Formen
KOLBE
Die
filogenetica, GANGLBAUER
repercussão fossilen que
princi-
d e HAND-
Insekten
und
porem
foi
apresentou
o
(1906-1908),
(1908),
basea-
(1900-1903)
Alemães, teve a aceitação clássico
der rezenten
atacado
tantas
que acordo
ponto
d e GANGLBAUER, d e g r a n d e
entre os autores em
a
ambos exclusivamente
o
O sistema
e
certo
por
p o r e l e e HORN e m 1883 e o a d o t a d o - Cambridge Natural dos na morfologia.
insetos
chegou
em que se a divide.
na classificação que se encontra na Lacordaire (Genera des Coléoptères, citados:
dos se
200
INSETOS DO BRASIL
seguinte (1901) phaga
sistema,
alias
propusera: Emery,
bem
ADEPHAGA
1885;
compreendendo
e
Ganglbauer,
do
que
anteriormente
HETEROPHAGA 1903),
com
(=
Poly-
HAPLOGASTRA
os b e z o u r o s c o m o 2.° e 3. ° u r o s t e r n i t o s
rados e as pleuras também Staphylinoidea
diferente
separadas
e Lamellicornia
por uma sutura,
sepai s t o é,
e SYMPHYOGASTRA ( c o m p r e -
e n d e n d o os b e z o u r o s c o m a q u e l e s e s t e r n i t o s c o n a t o s e a s p l e u ras sem suturas), chodermata,
incluindo:
Palpicornia,
dea, Heteromera,
Cupesidae, Malacodermata,
Dascilloidea, Sternoxia,
Clavicornia, Phytophaga
SHARP e MUIR ( 1 9 1 2 - 1 9 1 8 ) , a d o r a n d o ficação segundo o estudo comparativo
e Rhynchophora. o critério de classi-
da genitalia, já consi-
d e r a d o p o r VERHOEFF ( 1 8 9 3 ) p a r a a l g u m a s binação com a segmentação
Tri-
Bostrichoi-
abdominal,
famílias, em com-
propuseram
a distri-
b u i ç ã o d o s C o l e ó p t e r o s e m 8 s é r i e s : BYRRHOIDEA, c o m a m a i o r parte
dos
Serricornia
de
LECONTE;
CARABOIDEA
(Adephaga);
CUCUJOIDEA, c o m a s f a m í l i a s n ã o i n c l u i d a s n a s o u t r a s s é r i e s ; STAPHYLINOIDEA ( S t a p h y l i n i f o r m i a ) ; lacodermata); brionidae);
TENEBRIONOIDEA SCARABASOIDEA
(Phytophaga
MALACODERMOIDEA ( M a -
(Cistellidae, (Lamellicornia);
Lagriidae
e
Tene-
PHYTOPHAGOIDEA
e Rhynchophora).
Sem dúvida um dos sistemas recentes, que logrou obter melhor acolhida, mormente entre os coleopterologistas Norte A m e r i c a n o s , f o i o d e LENG ( 1 9 2 0 ) , b a s e a d o , c o m o a c l a s s i f i c a ç ã o q u e se e n c o n t r a n o l i v r o d e BLATCHELY ( 1 9 1 0 ) , n o s i s t e m a d e LECONTE & HORN ( 1 8 8 3 ) . STICKNEY
(1923),
fundamentando-se
cefálica, propos algumas Outras
alterações
a
modificações
este
sistema
p o r HAWCH ( 1 9 2 8 ) , a o d i s c u t i r leopteros. Dividindo a ordem
no
estudo
da
cápsula
no sistema
d e LENG.
tambem
apresentadas
foram
a c l a s s i f i c a ç ã o g e r a l dos Co-
em 9 séries
(ADEPHAGA, SERRICORNIA,
HETEROMERA, CLAVICORNIA, PALPICORNIA, PHYTOPHAGA, RHYNCHOPHORA,
LAMELLICORNIA
e
STAPHYLINIFORMIA),
uma chave para o reconhecimento de cada uma.
apresenta
COLEOPTERA TILLYARD
(1926),
ros principalmente de cobertas de espécies
em
seu
acordo fósseis,
livro,
201 classificando
os
Coleópte-
com a filogenia e recentes desapresentou as seguintes divisões:
Subordem ADEPHAGA I. CARABOIDEA 1. Carabidae 2. Cicindelidae 3. Hygrobiidae 4. Haliplidae 5. Dytiscidae II. GYRINOIDEA 6. Gyrinidae
III. PAUSSOIDEA 7. Paussidae IV. CUPOIDEA 8. Cupidae V. RHYSODOIDEA 9. Rhysodidae
Subordem POLYPHAGA VI. HYDROPHILOIDEA 10. Hydrophilidae VII. CUCUJOIDEA 11. Cucujidae VIII. COLYDIOIDEA 12. Colydiidae 13. Trogositidae 14. Cryptophagidae 15. Nitidulidae 16. Ciidae 17. Mycetophagidae 18. Erotylidae 19. Phalacridae 20. Georyssidae 21. Lyctidae 22. Bostrychidae 23. Heteroceridae 24. Lathridiidae 25. E n d o m y c h i d a e
26. Coccinellidae 27. Corylophidae IX. BYRBHOIDEA 28. Dermestidae 29. Byrrhidae X. HISTEROIDEA 30. Histeridae XI. STAPHYLINOIDEA 31. Silphidae 32. Scaphidiidae 33. Scydmaenidae 34. Staphylinidae 35. Pselaphidae 36. Trichopterygidae XII. LAMPYROIDEA 37. Lampyridae 38. Melyridae 39. Cleridae 40. Lymexylidae
202
INSETOS DO BRASIL
XIII. DASCYLLOIDEA 41. Dascyllidae 42. Rhipidoceridae 43. Ptinidae XIV. ELATEROIDEA 44. Dryopidae 45. Buprestidae 46. Throscidae 47. Eucnemidae 48. Elateridae 49. Cebrionidae XV. TENEBRIONOIDEA 50. Tenebrionidae 51. Cistelidae 52. Lagriidae 53. Melandryidae 54. Pythidae 55. Anthicidae 56. Pedilidae 57. Monommatidae 58. Rhipidophoridae
59. Mordellidae 60. Oedemeridae 61. Cantharidae XVI. SCARABAEOIDEA 62. Passalidae 63. Lucanidae 64. Trogidae 65. Scarabaeidae XVII. CERAMBYCOIDEA 66. Cerambycidae 67. Chrysomelidae 68. Bruchidae XVIII. CURCULIONOIDEA 69. Scolytidae 70. Platypodidae 71. Anthribidae 72. Brenthidae 73. Curculionidae XIX. AGLYCYDEROIDEA 74. Aglycyderidae
Recentemente LENG e MUTCHLER (1933), considerando a importância dos caracteres larvais na classificação (sem todavia excluir a dos outros caracteres morfológicos) e baseando-se na contribuição de BÖVING e CRAIGHEAD (1931) apresentaram o seguinte sistema:
ARCHOSTEMATA Cupesidae Micromalthidae ADEPHAGA CARABOIDEA
Cicindellidae Carabidae Omophronidae
Haliplidae Hygrobiidae Noteridae Dytiscidae Amphizoidae Pseudomorphidae Rhysodidae GYRINOIDEA Gyrinidae
COLEOPTERA
POLYPHAGA STAPHYLINOIDEA Limnebiidae Hydroscaphidae Leptinidae Ptilidae Anisotomidae Platypsyllidae Scaphididae Silphidae Staphylinidae Pselaphidae Scydmaenidae Clambidae Brathinidae Sphaeritidae Sphaeriidae Micropeplidae HYDROPHILOIDEA Histeridae Helophoridae Spercheidae Hydrochidae Hydrophilidae CUCUJOIDEA Eucinetidae Derodontidae Monotomidae Rhizophagidae Languriidae Cryptophagidae Silvanidae Cucujidae Prostomidae Catogenidae Loemophloeidae Phalacridae
Smicripidae Corylophidae Nitidulidae Cybocephalidae Sphindidae Lathridiidae Murmidiidae Endomychidae Coccinellidae Erotylidae Dacnidae Melandryidae Scraptiidae Anthicidae Byturidae Bothrideridae Colydiidae Mycetophagidae Oedemeridae Cephaloidae Zopheridae Synchroidae Eurystethidae Salpingidae Pyrochroidae Boridae Pythidae Othnidae Alleculidae Tenebrionidae Nilionidae Lagriidae Monommatidae Lymexylidae Mordellidae BYRRHOIDEA Byrrhidae
203
204
INSETOS DO BRASIL
DASCILLOIDEA Dascilidae Heteroceridae Helodidae Nosodendridae DRYOPOIDEA Ptilodactylidae Eurypogonidae Psephenidae Chelonariidae Dryopidae Heteroceridae Georyssidae CANTHAROIDEA Cantharidae Lycidae Lampyridae Phengodidae Brachypsectridae ELATEROIDEA Cerophytidae Cebrionidae Rhipiceridae Elateridae Melasidae Throscidae ou Trixagidae Buprestidae SCARABAEOIDEA Scarabaeidae Trogidae Lucanidae Passalidae CLEROIDEA Dermestidae Melyridae Ciidae
Ostomatidae Cleridae Catogenidae Bothrideridae MELOIDEA Meloidae Rhipiphoridae (Provavelmente Strepsiptera será aqui incluida) MORDELLOIDEA Mordellidae CERAMBYCOIDEA Cerambycidae BOSTRICHOIDEA Ptinidae Anobiidae Bostrichidae Psoidae Lyctidae CHRYSOMELOIDEA Bruchidae Sagridae Orsodacnidae Donaciidae Camptosomatidae Eumolpidae Crioceridae Chrysomelidae Galerucidae Hispidae Cassididae PLATYSTOMOIDEA Platystomidae CURCULIONOIDEA Brenthidae
COLEOPTERA
Proterhinidae Attelabidae Apionidae Curculionidae
205
Calendridae Belidae Platypodidae Scolytidae
Em 1933 aparece o trabalho de PEYERIMHOFF relativo às larvas dos Coleópteros, no qual, analisando a obra de BÖVING, apresenta u m ensaio de a g r u p a m e n t o n a t u r a l destes insectos, considerando, t a n t o quanto possivel, os grandes critérios de classificação usados até hoje. Devo ainda lembrar que LAMEERE, no novo sistema que apresentou em seu "Precis de Zoologie" (1938), f u n d a m e n t o u a classificação dos Coleópteros Polifagos principalmente n a disposição dos tubos de Malpighi, critério aliás anteriormente explorado por POLL 1932. Relativamente à importância dos Coleópteros fosseis LAMEERE assim se exprime: "De nombreux Coléoptères fossiles ont été rencontrés dans les terrains secondaires et surtout tertiaires, notamment dans l'ambre oligocène de la Baltique, vu les conditions de la fossilisation, les types aquatiques dominent; d'autre part, comine pour les autres Insectes, bien ales formes jadis européenes ne se rencontrent plus aujourd'hui que sous les tropiques. Ces fossiles ne nous renseignent malheureusement en aucune façon sur l'evolution généalogique de l'ordre, et la classification de celui-ci est toujours en partie hypothétique, de multiples données anatomiques nous manquent encore pour l'établir d'une manière définitive".
Retomando o estudo da questão, já examinada na contribuição de PEYERIMHOFF, e considerando tambem a morfologia abdominal e a evolução do orgão copulador do macho, JEANNEL e PAULIAN (1944 e 1949) apresentaram o sistema seguinte:
1.ª Subord. HETEROGASTRA 1.ª Div. Malacodermoidea 1.ª Seção - Lymexylaria Micromalthidae
Lymexylonidae Telegeusidae 2.ª Seção- Lampyridaria Drilidae Homalisidae
206
INSETOS DO BRASIL
Karumiidae Rhadalidae Prionoceridae Phloephilidae Lampyridae Brachypsectridae Lycidae Cantharidae Phengodidae Rhagophthalmidae 2. ª Div. Heteromeroidea 1ª Seção - Lyttaria Meloidae 2. ª Seção-Tenebrionaria Trictenotomidae Tenebrionidae Alleculidae Lagriidae Petriidae Melandryidae Aegialitidae Pedilidae Othniidae Pythidae Pyrochroidae Cephaloidae Discolomidae Nilionidae Cossyphodidae Anthicidae ttylophilidae 3.ª Seção - Mordellaria Mordellidae Anaspididae Rhipiphoridae
4.ª Seção - Oedemeraria Scraptiidae Oedemeridae 3. ª Div. Cleroidea 1.ª Seção - Cleraria Cleridae 2.ª Seção - Melyridaria Melyridae 4. ª Div. Dascilloidea 1.ª Seção - Dascillaria Dascillidae Cyphonidae Eucinetidae Eubriidae Ptilodactylidae Psephenidae Eurypogonidae 2.ª Seção - Sternoxia Cebrionidae Cerophytidae Phylloceridae Eucnemidae Throscidae Perothopoidae Dicronychidae Elateridae Rhipiceridae Sandalidae Buprestidae 3. ª
Seção - Anobiaria Anobiidae Ptinidae Ectrephidae
COLEOPTERA
5.ª Div. Cucujoidea 1.ª Seção - Dermestaria Dermestidae Lyctidae 2.ª Seção - Byrrharia Byrrhidae Nosodendridae Dryopidae Georyssidae 3.ª Seção - Thorictaria Thorictidae 4. ª Seção - Mycetophagaria Mycetophagidae Derodontidae Monoedidae 5. ª Seção - Colydiaria Colydiidae Byturidae Boridae Monommidae Cisidae Ostomatidae Psoidae Cyathoceridae Rhyzopaussidae 6.ª Seção - Bostrycharia Bostrychidae 7.ª Seção - Cucujaria Monotomidae Phalacridae Nitidulidae Rhizophagidae Cybocephalidae Corylophidae
207
Phaenocephalidae Hemiplepidae Catogenidae Cucujidae Silvanidae Erotylidae Helotidae Cryptophagidae Biphyllidae Sphindidae Aspidiphoridae Lathridiidae Heteroceridae 8. ª Seção-Aglycyderaria Aglycyderidae Proterrhinidae 9. ª Seção - Coccinellaria Coccinellidae Endomychidae 6.ª Div. Phytophagoidea Chrysomelidae Bruchidae Anthribidae Cerambycidae Brenthidae Curculionidae Ipidae Platypodidae 2.ª Subord. HAPLOGASTRA 1.ª Div. Staphylinoidea 1.ª Seção - Catopiaria Catopidae Liodidae Leptinidae
208
INSETOS DO BRASIL
4. a Subord. ADEPHAGA Clambidae Camiaridae 1.ª Div. Caraboidea Colonidae l.ª Seção - Isochaeta Hydraenidae Tachypachyidae Ptiliidae Gehringiidae Hydroscaphidae Ozaenidae Sphaeriidae Metriidae 2. ª Seção - Brachelytra Paussidae Staphylinidae 2.ª Seção - Simplicia Silphidae Carabidae Scaphidiidae Nebriidae Pselaphidae Migadopidae Scydmaenidae Elaphridae Gnostidae Omophronidae 3. ª Seção - Histeraria Laroceridae Histeridae Cicindelidae Syntelidae Siagonidae Sphaeritidae Cymbionotidae 4. ª Seção Palpicornia 3. ª Seção - Scrobifera Hydrophilidae Hiletidae Scaritidae 2. ª Div. Scarabaeoidea 4. ª Seção - Stylifera Passalidae Apotomidae Lucanidae Broscidae Trogidae Psydridae Acanthoceridae Trechidae Geotropidae Patrobidae Hybosoridae 5. ª Seção - Conchifera Scarabaeidae Superfamilia HarInsertae sedis palomorphi Catopochrotidae Perigonidae Aculognathidae Cnemacanthidae Tretothoracidae Peleciidae Jacobsoniidae Melanodidae Ctenodactylidae 3.ª Subord. ARCHOSTEMATA Harpalidae Cupedidae
COLEOPTERA
Pterostichidae Superfamilia Callistomorphi Callistidae Clyptidae Panageidae Licinidae Superfamilia Odacanthomorphi Odacanthidae Superfamilia Masoreomorphi Masoreidae Superfamilia Lebiomorphi Lebiidae Orthognoniidae Agridae Calophaenidae Pentaconicidae Pericalidae
209
Thyreopteridae Anthiidae Zuphiidae Dryptidae 6. ª Seção - Balteifera Brachinidae Pseudomorphidae 2.ª Div. Haliploidea Haliplidae 3. ª Div. Hygrobioidea Hygrobiidae Amphizoidae 4.ª Div. Rhysodoidea Rhysodidae 5.ª Div. Dytiscoidea Dytiscidae Noteridae 6.ª Div. Gyrinoidea Gyrinidae
Pelo sistema que acabo de apresentar e comparando-o com o de LENG e MUTCHTLER, pode-se apreciar o estado atual da questão, aguardando-se naturalmente novas contribuições que venham demonstrar qual desses sistemas deva ser o preferido. Como não tenho conhecimentos suficientes para nunciar sobre esta ou aquela classificação, considero dividida nas 3 sub-ordens geralmente reconhecidas GA, ARCHOSTEMATA e POLYPHAGA) e estudarei as famílias de acordo com a posição que ocupam nos sistemas de classificação.
me proa ordem (ADEPHArespectivas modernos
Dou, a seguir a lista dos grupos que foram elevados pelos autores à categoria de família. Em tipo "negrito" as famílias geralmente aceitas pelos autores modernos com representantes na região Neotrópica; em versais as de outras regiões e
210
INSETOS DO BRASIL
em itálico (grifo) os sinônimos dos nomes que se acham à direita entre parêntesis e em letras simples (redondo). As famílias, em redondo, que apresentam à direita um nome de família, também em redondo, são hoje consideradas como subfamílias ou tribus dessa família. Finalmente em versaletes são apresentadas as famílias de Adephaga, div. Caraboidea, de JEANNEL e PAULIAN.
Acanthoceridae (Scarabaeidae) ACULOGNATHIDAE Aderidae (Euglenidae, Hylophilidae, Xylophidae ) Adimeridae ( = Monoedidae) Aegialiidae (Scarabaeidae) AEGIALITIDAE (Eurystethidae) Agathidiidae ( = Leiodidae) Aglycyderidae AGRIDAE Alleculidae (Cistellidae, Xystropiàae) Alticidae AMPHIZOIDAE Anaspidae ( = Anaspididae) Anaspididae ( = Mordelidae) Anisotomidae ( = Leiodidae) Anobiidae Anthicidae (Notoxidae) ANTHIIDAE Anthribidae (Bruchelidae; Choragidae; Platyrrhiniàae; Platystomidae) Apatidae ( = Bostrychidae) Aphaenocephalidae (= Discolomidae) Aphodiidae (Scarabaeidae) Apionidae (Curculionidae)
APOTOMIDAE Aspidiphoridae (Sphindidae) A t r a c t o c e r i d a e (Lymexylonidae) Attelabidae (Curculionidae) Batoceridae (Cerambycidae) Belidae (Curculionidae) Biphyllidae (Diphyllidae) Blapidae (Tenebrionidae) BORIDAE Bostrychidae ( Apatidae) B o t h r i d e r i d a e (Colydiidae) BRACHINIDAE Brachypsectridae (Daseillidae) B r a e h y p t e r i d a e ( = Nitidulidae) Brachyrhinidae (= Otiorhynchidae) BRATHINIDAE Brenthidae BROSCIDAE Bruchelidae ( = Anthribidae) Bruchidae (Lariidae; Mylabridae; Spermophagidae ) Buprestidae Byrrhidae Byrsopidae (Curculionidae) Byturidae Calandridae ( = Calendridae)
COLEOPTERA
Calendridae (Curculionidae) CALLISTIDAE CALOPHAENIDAE CAMIARIDAE Cantharidae ( = Cantharididae) Cantharidae ( = Meloidae) Cantharididae (Telephoridae) Carabidae Cassididae (Chrysomelidae) CATOGENIDAE Catopidae CATOPROCHROTIDAE Cavicoxumidae (Elateridae) Cebrionidae CEPHALOIDAE Cerambycidae Cerasommatidiidae (Coccinellidae) Cerophytidae Cetoniidae (Scarabaeidae) Chapuisidae ( = Coptonotidae) Chelonariidae Chlamydidae ( = Fulcidacidae) Cholevidae (Catopidae) Choragidae ( = Anthribidae) Chrysomelidae Cicindelidae Ciidae ( = Cisidae) Cioidae ( = Cisidae) Cisidae ( Ciidae ; Cioidae) Cistellidae ( = Alleculidae) Clambidae Clavigeridae (Pselaphidae)
211
Cleridae Clytridae (Chrysomelidae) CNEMACANTHIDAE Coccinellidae COLLIURIDAE Colonidae Colydiidae Coniporidae ( = Sphindidae) Copridae ( = Scarabaeinae) Coptonotidae ( Chapuisidae) Corylophidae ( Orthoperidae ) Corynetidae (Cleridae) Cossonidae (Curculionidae) COSSYPHODIDAE Crioceridae (Chrysomelidae) Cryptocephalidae (Chrysomelidae) Cryptophagidae CTENODACTYLIDAE Cucujidae Cupedidae Cupesidae ( = Cupedidae) Cupidae ( = Cupedidae) Curculionidae Cyathoceridae Cybocephalidae (Nitidulidae) Cyladidae (Curculionidae) CYMBIONOTIDAE Cyphonidae (Helodidae) Dacnidae (Erotylidae) Dascillidae Dasytidae (Melyridae) Dermestidae DERODONTIDAE (Laricobiidae) Diaperidae (Tenebrionidae) DICRONYCHIDAE
212
INSETOS DO BRASIL
Diphyllidae ( = Biphyllidae) Discolomidae (Aphaenocephalidae; Notiophygidae; Pseudocorylophidae ) Donaciidae (Chrysomelidae) Doydirhynchidae ( = Rhinomaceridae) Drilidae Dryopidae ( P arnidae ) DRYPTIDAE Dynastidae (Scarabaeidae) Dytiscidae ECTREPHIDAE Elacatidae ( Ot h niidae ) ELAPHRIDAE Elateridae Elmidae (Helmidae) Endomychidae Erotylidae EUBRIIDAE Euchiridae (Scarabaeidae) Eucinetidae Eucnemidae ( = Melasidae) Euglenidae ( = Aderidae) E u m o l p i d a e (Chrysomelidae) Eurypogonidae ( = Ptilodactylidae) Eurystethidae ( = Aegialitidae) Fulcidacidae (Chrysomelidae) Galerucidae (Chrysomelidae) GEHRINGIIDAE Georyssidae Geotrupidae (Scarabaeidae) Glaphyridae (Scarabaeidae) GLYPTIDAE
Gnostidae Gyrinidae Haliplidae Hallomenidae ( = Serropalpidae) Halticidae ( = Alticidae) HARPALIDAE Helmidae ( = Elmidae) Helodidae ( = Cyphonidae) Helophoridae (Hydrophilidae) Helopidae (Tenebrionidae) HELOTIDAE HEMIPEPLIDAE Heteroceridae HILETIDAE Hispidae (Chrysomelidae) Histeridae HOMALISIDAE Hopliidae (Scarabaeidae) Hybosoridae (Scarabaeidae) Hydraenidae (= Limnebiidae) Hydrochidae (Hydrophilidae) Hydrophilidae Hydroscaphidae (Hydrophilidae) HYGROBIIDAE Hylesinidae (Scolytidae) Hylophilidae ( = Aderidae) Hypocephalidae (Cerambycidae) Ipidae (Scolytidae) JACOBSONIIDAE Karumiidae Korynetidae (Cleridae) Laemophloeidae (Cucujidae)
COLEOPTERA
Lagriidae Lamiidae (Cerambycidae) Lamprosomatidae (Chrysomelidae) Lamprosomidae ( = Lamprosomatidae) Lampyridae Languridae Laricobiidae ( = Derodontidae) Lariidae ( = Bruchidae) Lathridiidae LEBIIDAE Leiodidae ( Agathidiidae; Anisotomidae; Liodidae) LEPTINIDAE Leptoderidae Leptodiridae (Catopidae) LICINIDAE Limnebiidae ( Hydraenidae) Limnichidae Limulodidae (Ptiliidae) Liodesidae ( = Leiodidae) Liodidae ( = Leiodidae) LOROCERIDAE Lucanidae Lycidae Lyctidae Lymexylidae ( Lymexylonidae) Lymexylonidae ( = Lymexylidae) Lyttidae ( = Meloidae) Malachiidae MASOREIDAE Megalopodidae (Chrysomelidae)
213
Megascelidae (Chrysomelidae) Melandryidae ( = Serropalpidae) MELANODIDAE Melasidae ( E ucnemidae ) Meloidae (Cantharidae; Lyttidae ; T etraonychidae ) Melolonthidae (Scarabaeidae) Melyridae ( = Dasytidae) METRIIDAE MICROMALTHIDAE Micropeplidae MIGADOPIDAE Monoedidae ( Adimeridae ) Monommatidae Monommidae ( = Monommatidae) Monotomidae (Cucujidae) Mordellidae Murmidiidae (Colydiidae) Mycetaeidae (Endomychidae) Mycetophagidae ( Tritomidae) Mylabridae ( = Bruchidae) NEBRIIDAE Nemonychidae ( = Rhinomaceridae) Nilionidae Niponiidae (Histeridae) Nitidulidae Nosodendridae Noteridae (Dytiscidae) Notiophygidae (= Discolomidae) Notoxidae ( = Anthicidae) Ochodaeidae (Scarabaeidae)
214
INSETOS DO BRASIL
ODACANTHIDAE Oedemeridae OMOPHRONIDAE Onychiidae (Scolytidae) Opatridae (Tenebrionidae) Orphnidae (Scarabaeidae) ORTHOGONIIDAE Orthoperidae ( = Corylophidae) Ostomatidae ( = Temnochilidae) Ostomidae ( = Temnochilidae) Othniidae ( = Elacatidae) Otiorhynchidae (Curculionidae) OZAENIDAE Pachypodidae (Scarabaeidae) PANAGAEIDAE Parandridae (Cerambycidae) Parniclae ( = Dryopidae) Passalidae Passandridae (Cucujidae) PATROBIDAE Paussidae Pedilidae PELECIIDAE Pelobiidae ( = Hygrobiidae) PENTAGONICIDAE PERICALIDAE PERIGONIDAE PEROTHOPIDAE PETRIIDAE PHAENOCEPHALIDAE Phaenomeridae (Scarabaeidae)
Phalacridae Phengodidae PHLOEPHILIDAE Phylloceridae ( = Plastoceridae) Pimeliidae (Tenebrionidae) Plastoceridae (Cebrionidae) Platypodidae PLATYPSYLLIDAE Platyrrhinidae ( = Anthribidae) Platystomidae ( = Anthribidae) Pleocomidae (Scarabaeidae) Prionidae (Cerambycidae) PRIONOCERIDAE Prostomidae (Cucujidae) PROTERRHINIDAE Psalidiidae ( = Otiorhynchidae) Pselaphidae Psephenidae Pseudocorylophidae ( = Discolomidae) PSEUDOMORPHIDAE PSOIDAE PSYDRIDAE Pterocolidae ( = Rhynchitidae) PTEROSTICHIDAE Ptiliidae ( Trichopterygidae ) Ptilodactylidae (Eurypogonidae ) Ptinidae Pyrochroidae Pythidae (Salpingidae) RHADALIDAE
COLEOPTERA
Rhagophthalmidae (Lampyridae) Rhinomaceridac (Curculionidae) Rhipiceratidae (Sandalidae) Rhipiceridae ( = Rhipiceratidae) Rhipidoceridae ( = Rhipiceratidae) Rhipiphoridae Rhizophagidae (Cucujidae) Rhynceridae ( = Rhipiceratidae) Rhynchitidae (Curculionidae) Rhynchophoridae ( = Calendridae) Rhysodidae Rhyssodidae ( = Rhysodidae) RHYSOPAUSSIDAE Rutelidae (Scarabaeidae) Sagridae (Chrysomelidae) Salpingidae ( = Pythidae) Sandalidae ( = Rhipiceratidae) Sarrothripidae (Colydiidae) Scalidiidae ( = Passandridae) Scaphidiidae Scarabaeidae SCARITIDAE Scolytidae SCOLYTOPLATYPODIDAE Scraptiidae Scydmaenidae Serropalpidae ( = Hallomenidae; Melandryidae) SIAGONIDAE
215
Silphidae Silvanidae (Cucujidae) SINODENDRIDAE Smicripidae (Nitidulidae) Spercheidae (Hydrophilidae) Spermophagidae ( = Bruchidae) Sphaeridiidae (Hydrophilidae) Sphaeriidae SPHAERITIDAE Sphindidae ( Coniporidae ) Spondylidae (Cerambycidae) Staphylinidae Synchroidae (Melandryidae) Syntelidae Tachygonidae (Curculionidae) TELEGEUSIDAE Telephoridae ( = Cantharididae) Temnachilidae ( Ostomatidae; Ostomidae; Trogositidae) Tenebrionidae Tetraonychidae (Meloidae) Thorictidae Throscidae ( = Trixagidae) THYREOPTERIDAE TRACHYPACHYIDAE TRECHIDAE Tretothoracidae (Scarabaeidae) Trichiidae (Scarabaeidae) Trichopterygidae ( = Ptiliidae TRICTENOTOMIDAE Tritomidae ( = Mycetophagidae)
216
INSETOS DO BRASIL
Trixagidae (Throscidae) Trogidae (Scarabaeidae) Trogositidae (= Temnochilidae)
Xylophilidae ( = Aderidae) Xystropidae ( = Alleculidae) Zoperidae (Tenebrionidae) ZUPHIIDAE
Segue-se a chave para a determinação das famílias com representantes na Região Neotrópica. 1 - Espécies de tamanho médio (cêrca de 1 cm. de comprimento), apresentando sòmente 4 urosternitos visíveis, o primeiro não dividido pelos quadris posteriores; asas com oblongum (célula mediana fechada); antenas com 11 segmentos, filiformes ou moniliformes; tarsos pentâmeros; larvas cocomo em Adephaga (sub-ordem Archostemata) ................................................................................... Cupedidae 1' - Outro conjunto de caracteres ...........................................................
2
2 (1') - Primeiro urosternito dividido pelos quadris posteriores; geralmente 6 ou 5 urosternitos visíveis, sendo, porém, os 3 basais (II, III, IV), ou pelo menos o 2° e o 3º, conatos (soldados) na linha mediana; daí contarem-se menos segmentos ao longo desta linha, que nas partes laterais; protorax com suturas notopleurais visíveis (exceto Rhysodidae); asas com oblongum; tarsos pentâmeros; larvas com tíbia e tarsos distintos e 2 garras (exceto em Haliplidae) (sub-ordem Adephaga) ............................................................................................
3
2' - Outro conjunto de caracteres; asas sem oblongum, larvas com tíbia e tarso em peça única (tibiotarsus, geralmente só uma garra (Po1yphaga)
9
3(2)..- Espécies pequenas ou muito pequenas, raramente excedendo de 1 cm., com menos de 6 urosternitos visíveis (geralmente quatro); antenas de aspecto singular, ora com 11 segmentos, formando os 10 do flagelo, coadaptados, clava alongada e achatada, ora aparentemente com 2 segmentos apenas, sendo o distal extraordinàriamente desenvolvido .......................................................................................... Paussidae 3' - Outro conjunto de caracteres ................................................................................. peça antecoxal, isto é, com su4 (3') - Metasternum com tura transversal adiante dos quadris posteriores; gálea palpiforme, bisegmentada ......................................
4
5
COLEOPTERA 4' 5 (
..4)
5'
6(
-
8'
tal
sutura
.....................................................
7
6
Antenas inseridas na fronte, acima da base das mandíbulas; olhos proeminentes; garra apical da lacínia com ela articulada; protorax, parcial, fracamente ou não marginado lateralmente, às vêzes tubular ......................................................................... Cicindelidae -
Antenas inseridas aos lados da cabeça, entre o olho e a base da mandíbula; lacínia quasi sempre não com a garra articulada; pro torax, em geral, lateralmente marginado; às vêzes arredondado, quasi tubular, porém mais estreito na parte apical que na basal (Agra, Colliuris, Casnonia) .................................................................................................. Carabidae
4') -
Corpo alongado; cabeça, pronotum e élitros longitudinalmente querenados; antenas moniliformes; metasterno extraordinàriamente largo; quadris posteriores pequenos, largamente afastados um do outro; pernas ambulatórias (insetos terrestres) ........................................................................ Rhysodidae
7' 8(
sem
Quadris posteriores muito grandes, laminados, isto é, expandidos em largas placas que cobrem os fêmures e os primeiros urosternitos; antenas de 10 segmentos, os últimos um pouco dilatados; espécies de alguns mm. de comprimento, aquáticas ........................................................................................ Haliplidae Quadris posteriores normais, aproximados; anten a s d e 11 s e g m e n t o s , s e m p r e f i l i f o r m e s ; e s p é c i e s terrestres .........................................................................
5')..-
6'
7 (
Metasternum
-
217
7')
-
-
Antenas não moniliformes; quadris posteriores cont í g u o s ; p e r n a s n a t a t o r i a s ( i n s e t o s a q u á t i c o s ) ..
8
Antenas normais, filiformes, às vêzes gradual e fracamente dilatando-se para o ápice; olhos não divididos; gálea bisegmentada; pernas médias e posteriores mais ou menos alongadas, natatórias, não mais curtas que as anteriores .................................. Dytiscidae Antenas muito curtas e relativamente robustas, escondidas n'uma fosseta lateral profunda, um pouco adiante dos olhos; êstes divididos; de cada lado, um acima e outro abaixo da margem da cabeça; gálea simples; pernas anteriores longas e preênsis, mais longas que as médias e posteriores, que são relativamente curtas e fortemente achatadas ........................................................................................ Gyrinidae
218
INSETOS DO BRASIL
9(
2')
9'
10
(
10' 11
Palpos maxilares geralmente longos e delgados, frequentemente mais longos que as antenas; estas curtas, com 6 a 9 segmentos no máximo, excepcionalmente com 11 segmentos (Hydraenida ocellata Germar., 1901), neste caso, porém, o inseto tem 2 ocelos, últimos segmentos formando clava pubescente, frouxa ou compacta, não raro assimétrica, escapo mais ou menos alongado e encurvado; corpo mais ou menos convexo, liso e brilhante, ovalar ou arredondado, com o protorax tão largo quanto os élitros na base, às vêzes, porém, mais estreito; de qualquer modo o protorax é lateralmente marginado; espécies geralmente aquáticas ...............................................................................
10
-
Palpos maxilares curtos; quando alongados, ou mais curtos que as antenas ou estas são de tipo diferente .......................................................................................................
11
9)
-
(
-
-
12
(
12'
11)
-
(
Sutura fronto-clipeal ausente; 5 urosternitos bem visíveis .............................................................................................. Hydrephilidae
Sutura 9')
11'
13
-
12')
fronto-clipeal presente; 6 ou 7 urosternitos visíveis; várias espécies terrestres ..................................................... Limnebiidae
Antenas com 3 ou mais segmentos distais mais ou menos prolongados para dentro do eixo antenal (antena lamelada) e, em repouso, coadaptando-se mais ou menos perfeitamente, quase sempre formando clava, voltada para dentro; tíbias, pelo menos as anteriores ,espinhosas ou denteadas na margem externa; tarsos pentâmeros (escaravelhos (Lamellicornia ou Scarabaeoidea) ........................
12
Outro conjunto de caracteres; segmentos terminais das antenas, quando mais desenvolvidos no lado interno, não formando clava dirigida dentro e as tíbias são normais .................
14
-
Segmentos terminais das antenas não podendo coadaptar-se; escapo consideràvelmente alongado (antenas geniculo-lameladas) ........................................................ Lucanidae
Segmentos terminais das antenas podendo aproximar-se ou coadaptar-se e, neste caso, formando clava mais ou menos alongada, oblíqua ou perpendicular ao eixo antenal ................................................................. -
13
Antenas com a parte distal curvando-se para dentro; clava pectinada; escapo curto; protorax distintamente separado do resto do corpo por uma espécie de cintura ................................................................ Passalidae
COLEOPTERA 13'
14
-
Antenas nao incurvadas, com escapo curto ou um t a n t o a l o n g a d o e os s e g m e n t o s t e r m i n a i s l a m e lados, mais ou menos prolongados e podendo coadaptar-se de modo a formar clava oblíqua ou perpendicular ao eixo antenal ....................... Scarabaeidae
(11')
-
14'
15
-
(14)
15'
16
-
..-
(15')
219
-
Tarsos pseudotetrâmeros (criptopentâmeros) isto é, com o 4° artículo mais ou menos reduzido, aonato com o 5° e escondido na base do 3º, que é geralmente bilobado, chato em baixo, como os dois primeiros tarsômeros, e revestido de densa pilosidade curta, lembrando os pelos de uma escova; às vêzes os tarsos são distintamente pentâmeros ou com o 4º tarsômero, embora pequeno, perfeitamente visível; nestes casos, porém, ou o inseto (Hypocephalus) apresenta aspecto característico, que lembra o de um Grilotalpideo (v. fig. da capa), com o 4° tarsômero pouco menor que o 3° e todos longitudinalmente sulcados em baixo e sem pubescência, ou (Parandra) o 3° tarsômero é simplesmente escavado (não bilobado) e o 4° artículo 6 um pequeno nódulo, como os que o precedem, sem pubescencia em baixo; neste grupo de insetos os segmentos antenais apresentam impressões sensoriais, às vêzes divididas longitudinalmente por linha ou crista saliente .................................................................................
15
Tarsos de outro tipo; quando pseudotetrâmeros, ou as antenas são distintamente clavadas e o segmento apical dos palpos maxilares é consideràvelmente alargado, securiforme ou cultriforme, ou os segmentos antenais são mais ou menos prolongados para dentro e os primeiros 3 tarsômeros não teem o aspecto de escova ..........................
23
Femures das pernas posteriores consideràvelmente espessados; pygidium descoberto e quase sempre vertical; antenas, gradualmente dilatando-se para o ápice, serradas ou pectinadas; besouros espermofagos .................................................................................... Bruchidae Femures das pernas posteriores normais; quando consideràvelmente dilatados, não se observam os demais caracteres referidos em (15) ............................ Antenas quase sempre longas ou muito longas, filiformes, denteadas ou, excepcionalmente, flabeladas, geralmente inseridas em proeminencias fron-
16
220
INSETOS DO BRASIL tais e presas a margem anterior dos olhos, que são mais ou menos profundamente emarginados; às vêzes as antenas são curtas, porém, neste caso, ou os segmentos antenais apresentam depressões sensoriais às vêzes divididas longitudinalmente por linha saliente, ou o inseto apresenta aspecto característico, que lembra o de um Grilotalpideo (v. figura da capa) ; esporões tíbias bem desenvolvidos ..............................................................................Cerambycidae
16' 17
(16')
17'
18
-
Outro aspecto ................................................................................................... 17
-
Cabeça não prolongada em rostrum além dos olhos; antenas geralmente filiformes, não inseridas em proeminências frontais, nem geniculadas; duas suturas gulares .................................................................... Chrysomelidae
-
Cabeça prolongada em rostrum mais ou menos a l o n g a d o , n o á p i c e d o q u a l se a c h a m a s p e ç a s bucais; apenas uma sutura gular, às vêzes obsoleta; antenas geniculo-clavadas ou geniculo-capitadas; quando não geniculadas, isto é retas, o rostrum é sempre mais ou menos alongado e munido de escrobos (sulcos antenais) ; a cabeça pode ser hipognata e não prolongada em rostrum distinto, neste caso, porém, tratam-se de espécies pequenas, com antenas geniculo-capitadas, só uma sutura gular e tíbias alargadas para o ápice e quase sempre denticuladas na margem externa .................................................................................................... ...18
(17')
-
18'
-
Cabeça prolongada em rostrum mais ou menos alongado adiante dos olhos; insetos de vários tamanhos; antenas geniculo-clavadas ou tetas ...
19
Cabeça geralmente hipognata, não ou pouco prolongada em rostrum; insetos pequenos ou muito pequenos, de corpo cilíndrico e élitros frequentemente truncados ou fortemente declives atrás; antenas geniculo-capitadas ...............................................................
21
19(18)
-
Antenas geniculo-clavadas ou retas, neste caso p o r é m , s e m os c a r a c t e r e s d a s f a m í l i a s d a d i visão (19'); escrobos (sulcos antenais) distintos ............................................................................................. Curculionidae
19'
-
Antenas sempre retas ...............................................................................
20 (19') -
Corpo de aspecto característico, alongado, estreito e cilíndrico; rostrum na continuação do eixo longitudinal da cabeça, cilindrico e fino ou alargado e provido de mandíbulas robustas no ápice; an-
20
COLEOPTERA
221
tenas, via de regra, moniliformes, raramente com os segmentos distais mais dilatados; protorax arredondado e algo dilatado no meio, constricto na base ................................................................................... Brenthidae 20'
21
(18')
21' 22 (21') 22' 23
-
Outro aspecto; rostrum, quando mais ou menos alongado, distintamente achatado e mais ou menos dilatado no ápice; pygidium às vêzes descoberto .................................................................................. Anthribidae
-
Primeiro tarsômero muito mais curto que o 3° o 4º e o 5º reunidos ....................................................................... Scolytidae
-
Primeiro tarsômero tão ou mais longo que o 3º, o 4º e o 5º reunidos ............................................................................. 22
..-
(14')
23' 24(23)
24'
-
.-
-
25 (24') -
25' 26(25').
26'
3º tarsômero bilobado ................................................................ Coptonotidae 3º
tarsômero
inteiro
.....................................................
Platypodidae
Tarsos posteriores com menos um artículo que os tarsos médios e anteriores (fórmulas tarsaís: 5-5-4 ou, aparentemente, 4-4-3) ............................................................... Tarsos com qualquer das seguintes fórmulas: 1-1-1, 2-2-2, 3-3-3, 4-4-4, 4-3-3, 4-4-5, 4-5-5, 5-4-4, 5-5-5
24 46
Espécies pequenas, com a fórmula tarsal 4-4-3, por ser muito pequeno o penúltimo tarsômero e ficar escondido no antepenúltímo, que é bílobado; o 1º, em geral, muito mais longo que os demais reunidos; antenas simples, com os segmentos dilatando-se para o ápice, denteadas ou mesmo flabeladas nos machos; palpos labiais securiformes; protorax, na base, bem mais estreito que os élitros; quadris posteriores bem separados; lº e 2º urosternitos conatos; garras simples ................................................................................... Aderidae Fórmula
tarsal
5-5-4;
outro
conjunto
de
caracteres
25
Espécies pequenas, de corpo fortemente esclerosado, com antenas geniculo-clavadas; élitros colados ao corpo e transversalmente truncados na parte apical, deixando expostos e propygidium e o pygidium; tíbias alargando-se para o ápice e denteadas na margem; alguns gêneros de .......................... Histeridae
-
Outro aspecto ........................................................................................................ 26
.-
Corpo hemispherico, cujo aspecto lembra o das joaninhas (Coccinellidae); élitros mais ou menos revestidos de densa pilosidade ...................................................... Nilionidae
- Outro aspecto .................................................................................................. 27
27 (26'). .- Cavidades coxais anteriores abertas atrás ........................................ 28
222
INSETOS DO BRASIL
27'
-
Cavidades coxais anteriores estreita ou distinta mente fechadas atrás; prothorax na base tão l a r g o q u a n t o os é l i t r o s o u d i s t i n t a m e n t e m a i s e s treito ...........................................................................................
40
28 ( 27 ) -
Protorax, na base, distintamente mais estreito que os é l i t r o s ; à s vêzes, q u a s i t ã o l a r g o q u a n t o ê l e s ; neste caso, porém, as antenas são relativamente longas e o protorax fica um pouco separado do resto do corpo, ou a cabeça apresenta prolongamento rostriforme e as unhas um dente basal (Mycterinae) .......................................................................................
29
Protorax, na base, tão ou quasi tão largo quanto os élitros ...............................................................................................
35
28' 29
(28)
29' 30 ( 2 9 ' )
30'
Espécies pequenas, de corpo oblongo, estreito e mais ou menos achatado; antenas geralmente alongadas, mais longas que a cabeça e o tórax r e u n i d o s , f i l i f o r m e s o u m o n i l i f o r m e s , c o m os s e g mentos distais pouco ou não dilatados; protorax lateralmente marginado, às vêzes denteado; estreitando-se para trás e apresentando, em cima e de cada lado, linha ou sutura juxta-marginal; quadris anteriores pequenos, arredondados ou ovalares .................................................................................... Cucujidae
-
Protorax não marginado lateralmente; outra combinação de caracteres ...........................................................................
-
-
31 ( 3 0 ' ) -
31'
-
-
30
Garras tarsais divididas em duas lâminas desiguais, a mais forte às vêzes denteada; cabeça hipognata, bruscamente estrangulada em pescoço; antenas variáveis; quadris anteriores cônicos, proeminentes; élitros inteiros ou encurtados .................. Meloidae Garras tarsais das na base
simples, denteadas ou sub-dentea.............................................................................
31
Corpo geralmente achatado; cabeça prognata e fortemente estrangulada atrás; antenas denteadas, pectinadas, flabeladas ou ramosas; quadrís anteriores cônicos, contíguos; posteriores proeminentes; garras com pequeno dente basal ............................................................................................. Pyrochroidae Outra combinação de caracteres; antenas filiforformes, moniliformes, fracamente claviformes, ou sòmente com os segmentos distais dilatados um pouco para dentro .........................................................
32
COLEOPTERA 32
(31')
32'
33
223
-
Cabeça não estrangulada atrás dos olhos, não raro rostriforme (com afronte m a i s ou m e n o s a l o n gada) ; garras simples ....................................................................
33
-
Cabeça fortemente estrangulada atrás dos olhos e m pescoço, e s t r e i t o ou largo; i n s e t o s p e q u e n o s ou muito pequenos ........................................................................
34
(32)
-
Quadris intermédios mui salientes; antenas geralmente alongadas, filiformes (facies lembrando o dos Cerambicideos) ......................................................... Oedemeridae
33'
-
Quadris intermédios não salientes; antenas subm o n i l i f o r m e s , c o m os t r ê s ú l t i m o s s e g m e n t o s gradual ou bruscamente se dilatando .................................... Pythidae
34 ( 3 2 ' )
-
Olhos inteiros, elípticos, não finamente facetados; protorax fortemente estrangulado na base ou perto do meio; quadris posteriores, em geral, bem s e p a r a d o s ; a n t e n a s f i l i f o r m e s o u c o m os s e g m e n t o s d i s t a i s g r a d u a l e f r a c a m e n t e se d i l a t a n d o p a ra o ápice, m a i s r a r a m e n t e s u b s e r r a d a s ou m e s mo flabelaladas; garras simples ..................................... Anthicidae
34'
-
Olhos m a i s ou m e n o s e m a r g i n a d o s e f i n a m e n t e f a cetados; protorax, na base, pouco mais estreito que na parte mais larga; quadris posteriores contíguos ou s u b c o n t i g u o s ; a n t e n a s filiformes; g a r ras f e n d i d a s a t é a base ou c o m l a r g o d e n t e n a base .......................................................................................... Pedilidae
35 ( 2 8 ' )
-
Espécies p e q u e n a s , de corpo elíptico ou ovalar; c a b e ç a e n c a i x a d a a t é os o l h o s sob o p r o n o t u m ; a n t e n a s c o m os t r ê s o u d o i s ú l t i m o s s e g m e n t o s d i s tintamente mais dilatados que o precedente, pod e n d o a l o j a r - s e e m sulcos ao longo d a face i n f e rior do protorax; êste tão largo na base quanto os é l i t r o s e l a t e r a l m e n t e m a r g i n a d o ; g a r r a s s i m ples ................................................................................. Monommatidae
35'
- Outra combinação de caracteres .............................................
36 ( 3 5 ' )
-
Cabeça vertical, estrangulada atrás dos olhos, não raro com o vertex saliente em crista mais ou menos elevada; quando inflectida, escondendo o prosternum; antenas pectinadas, flabeladas ou biflabeladas nos machos, subserradas nas fêmeas; estas, às vézes, larviformes; protorax sem margem lateral ou com esta mal delineada (arredondada) na parte basal; élitros frequentemente encurtados, estreitando-se para trás e ponteagudos ou esquamiformes e, nestes casos,
36
224
INSETOS DO BRASIL d e i x a n d o as asas d e s c o b e r t a s e m m a i o r ou m e n o r e x t e n s ã o ; g a r r a s p e c t i n a d a s ou c o m d e n t e p o n teagudo perto do ápice .......................................... Rhipiphoridae
36'
-
37 ( 3 6 ' )
37'
-
Outra combinação de caracteres; protorax com margem lateral cortante, pelo menos da base até o meio ...................................................................................
37
Cabeça estrangulada em pescoço atrás dos olhos; palpos distintamente securiformes ou pelo menos com o último segmento mais dilatado que o precedente; peças laterais do pronotum dele separadas por sutura ....................................................
38
-
Cabeça náo estrangulada xada no protorax até
-
Corpo, visto de perfil, fortemente arqueado e convexo em cima; visto de cima, mais largo na parte basal do pronotum e daí para traz, estreitando-se gradualmente; parte apical do abdomen em quase tôdas as espécies prolongada em ponta além dos élitros; quadris posteriores chatos, lareinados; tarsos posteriores geralmente comprimidos e mais longos que as tíbias; garras simples ou f e n d i d a s e c o m a l â m i n a m a i s l a r g a p e c t i n a da; a n t e n a s filiformes, s u b s e r r a d a s , s e r r a d a s ou c o m os ú l t i m o s a r t í c u l o s d i s t i n t a m e n t e m a i s d i lataclos que os precedentes .................................. Mordellidae
38'
-
P a r t e apical do a b d o m e n n ã o p r o l o n g a d a e m p r o cesso espiniforme; quadris posteriores transversos, p o r é m n ã o l a m i n a d o s ; t a r s o s p o s t e r i o r e s n ã o d i s t i n t a m e n t e m a i s longos que as tíbias; g a r r a s simples; antenas filiformes; espécies pequenas com menos de 10 milímetros ....................................... Scraptiidae
39
(37').-
Cabeça prognata, palpos normais; mesepimeras n ã o a t i n g i n d o os q u a d r i s i n t e r m é d i o s , d e m o d o que as cavidades coxais são completamente envolvidas por esternitos; antenas distintamente clavadas; garras tarsais simples; ...... machos de alguns gêneros de ................................................ Cryptophagidae
39'
-
Cabeça vertical (hipognata), palpos geralmente s e c u r i f o r m e s ; m e s e p i m e r a s a t i n g i n d o os q u a d r i s intermédios; antenas geralmente filiformes, subs e r r a d a s o u s e r r a d a s , à s v ê z e s c o m os s e g m e n t o s d i s t a i s m a i s d i l a t a d o s q u e os p r o x i m a i s ; g a r r a s tarsais geralmente fendidas ou apendiculadas ............................................................................ Serropalpidae
38
(37)
atrás, geralmente encaios olhos ........................
39
COLEOPTERA 40
40' 41
(27')
-
..
-
(40')
-
41' 42
(41)
42'
43
(41')
(43')
Garras tarsais pectinadas; antenas filiformes, subserradas ou serradas, às vezes comprimidas e dilatando-se consideràvelmente para o ápice .............................................................................................. Alleculidae Garras tarsais simples .............................................................. 41 Penúltimo artículo tarsal dilatado, lobado ou bilobado e com escova de pelos em baixo; cabeça mais ou menos estrangulada atrás dos olhos; protorax mais estreito que os élitros ...................................
42
P e n ú l t i m o a r t í c u l o t a r s a l s i m p l e s , c o m o os p r e c e dentes ..........................................................................................
43
Protorax não marginado lateralmente, subcilíndrico, raramente (Stilpnonotus) tão largo quanto os élitros na base; antenas geralmente filiformes, bem mais longas que a cabeça e o torax reunidos, com o segmento apical consideràvelmente alongado e, às vêzes, com os segmentos que o precedem transversais; quadris anteriores proeminentes, cônicos e globosos; élitros cobrindo inteiramente o abdomen ............................................................... Lagriidae
-
43'
44
-
225
Protorax quadrangular, marginado lateralmente; insetos de corpo muito alongado, linear e achatado; antenas pouco mais longas que a cabeça e o tórax; élitros não atingindo o ápice do abdomen, arredondados ou truncados no ápice ........................................................................ Cucujidae (Hemipeplinae) -
Insetos mui pequenos, convexos; antenas de 10 segmentos com os três últimos formando clava tão longa quanto os seis precedentes ou com onze e clava biarticulada; os cinco urosternitos livres; 5° tarsômero quasi tão longo quanto os precedentes reunidos (o lº quasi invisível; a perna posterior pode ter cinco artículos, porém o 4° é extremamente pequeno) ........................................................... Sphindidae
-
Insetos pequenos ou grandes; antenas de onze segmentos; quando com dez, os primeiros urosternitos são mais ou menos conatos; quadris anteriores transversos, pequenos ..................................................................
-
Insetos pequenos, de corpo oval, mais ou menos fortemente abaulado; antenas distintamente clavadas; protorax na base tão largo quanto os élitros; quadris anteriores cônicos, proeminentes, contíguos; tíbias mais ou menos espinhosas na borda externa ................................................................................. Leiodidae
44
226
INSETOS DO BRASIL
44'
- Outro conjunto de caracteres .......................................................
45 ( 4 4 ' )
-
I n s e t o s p e q u e n o s ou de p o r t e m é d i o ; q u a d r i s a n t e riores curtos, subglobosos, raramente ovais, separados pelo prosternum; os três primeiros urosternitos, conquanto não perfeitamente conatos, mais intimamente unidos que os posteriores; cabeça, ao nível dos olhos, quase sempre bem mais estreita que o protorax; antenas moniliformes ou com três ou mais segmentos distais mais dilatados; último segmento do palpo frequentemente securiforme ............................................................................... Tenebrionidae
45'
-
Espécies pequenas, com os quadris anteriores peq u e n o s , c ô n i c o s e c o n t i g u o s ; os c i n c o u r o s t e r n i tos livres; cabeça, ao nível dos olhos, quasi da l a r g u r a d o t o r a x ; a n t e n a s c o m os t r ê s s e g m e n t o s terminais formando clava frouxa ou subserrada; último segmento do palpo não dilatado e transversalmente truncado ............................................................ Elacatidae
46
(23')
-
45
Tarsos uniarticulados e com uma só garra; antenas de quatro segmentos, o último fortemente truncado no ápice; insetos muito pequenos ............................................................................... Cyathoceridae
46'
.
-
Tarsos
47
(46')
-
Tarsos, conquanto realmente tetrâmeros, aparentemente dímeros, pois o segundo e o terceiro são extremamente curtos e ficam escondidos no fundo de uma escavação do primeiro, que é alargado; o quarto, relativamente, muito longo Monoedidae
-
Tarsos pelo menos com 3 artículos bem visíveis, às vêzes (Ptiliidae) aparentemente dímeros por serem os dois primeiros muito pequenos .........................................................
48
Élitros curtos ou muito curtos e com a margem distal truncada, perpendicular à margem interna (sutura) ; em repouso encobrindo as asas dobradas, porém, deixando visíveis, via de regra, 6 a 7 urotergitos corneos e, quando ficam expostos menos, tanto o pronotum, como os élitros e os urotergitos apresentam linhas salientes (costas); antenas geralmente filiformes ou moniliformes, não raro com os segmentos distais gradualmente dilatando-se até o apical ou distintamente clavado; tarsos geralmente pentâmeros, às vêzes, porém, heteromeros, tetrameros ou trimeros; abdomen flexível, sete ou oito urosternitos ............................
49
47'
48
(47')
-
com
mais
de
um
artículo
.............................
47
COLEOPTERA 48'
-
227
Elitros cobrindo todo o abdomen ou deixando expostos menos de cinco urotergitos; quando ficam expostos mais de cinco, as asas, em repouso, não ficam escondidas sob os élitros .........................................
50
49 ( 48 ) -
Insetos muito pequenos, com pouco mais de 1 milímetro, de corpo oblongo-oval; antenas de 9 s e g m e n t o s , os t e r m i n a i s f o r m a n d o c l a v a c o m pacta, notàvelmente dilatada; protorax, em baixo, com profundo sulco antenal; formula tarsal 3-3-3 ................................................................... Micrepeplidae
49'
..-
Insetos de vários tamanhos; fórmulas tarsais 5-5-5; 4-5-5; 4-4-5; 4-4-3; quando com a fórmula 3-3-3, as antenas tem 11 s e g m e n tos .............................................................................................. Staphylinidae
50
48') -
Espécies de corpo compacto e fortemente esclerosado (córneo), ora mais ou menos convexo, ora deprimido; contorno do protorax, dos élitros e do que aparece do abdomen formando linha contínua e curva, lembrando o contorno de uma pipa, ou os lados do protorax e dos élitros formando linha reta contínua e a parte visível do abdomen mais ou menos acuminada; em ambos os casos os élitros apresentam-se perfeitamente ajustados ao corpo e truncados, deixando expostos o pygidium e o propygidium; antenas curtas, geniculo-clavadas ou geniculo-capitatas, com o escapo mais ou menos recurvado; tíbias geralmente dilatadas e mais ou menos fortemente espinhosa na borda externa; tarsos geralmente pentameros ................................................................................... Histeridae
50' 51
- Outro conjunto de caracteres ....................................................... (50')..-
51
Com os caracteres de Histeridae, principalmente quanto à forma das antenas, ao desenvolvimento das mandíbulas e ao aspecto das tíbias e do abdomen, porém diferindo notàvelmente quanto a forma do protorax, que é trapezoidal, com a base mais estreita voltada para a base dos élitros e mais estreita que êstes e pela falta de coadaptação entre o pro e o metatorax; tarsos com o l° artículo muito curto, mal separado do 2 ° ........................................................................................... Syntelidae
51'
- Outro aspecto .....................................................................................
52 51')
-
Espécies de tegumento
vários pouco
tamanhos, de esclerosado,
corpo mole
alongado e e flexível;
52
228
52'
INSETOS DO BRASIL
-
quasi tôdas apresentando 8 ou 7 urosternitos vis í v e i s (o b a s a l , a s vêzes, p a r c i a l m e n t e e s c o n d i d o s o b os q u a d r i s p o s t e r i o r e s ) ; r a r a m e n t e c o m 6 ou mesmo 5 urosternitos (alguns gêneros de Lymexylonidae), porém, nestes casos, com antenas subserradas .........................................................................
53
Quasi tôdas as espécies dêste grupo apresentam 5 (as vêzes menos) ou 6 urosternitos; excepcionalmente podem ter 7 ou mesmo 8 (machos de Psephenidae, reconhecidos pelo extraordinário along a m e n t o do 5º t a r s ô m e r o e d a s g a r r a s ) , a l g u n s S c a p h i d i i d a e , d e c o r p o n a v i c u l a r c o n v e x o e m cima e era baixo e élitros truncados, representantes de Ptiliidae, reconhecíveis por serem extremente pequenos e por terem asas franjadas de longas cerdas e alguns representantes das famílias Silphidae, Clambidae e Scydmaenidae, que são também espécies pequenas e providas de antenas claviformes .................................................................
57
53 ( 52 ) -
Corpo alongado, cilindroide; élitros ou encobrindo o abdomen, ou mais ou menos deiscentes atrás, ou muito curtos e esquamiformes (Atractocerus); neste caso, porém, as asas, em repouso, nunca ficam dobradas sob êles e sim longitudinalmente sôbre o abdomen e os palpos labiais são flabelados; antenas curtas, denteadas ou fusiformes; tarsos finos e alongados, as vêzes mais longos do que as tíbias ......................................................................... Lymexylidae
53'
O u t r a c o m b i n a ç ã o d e c a r a c t e r e s ; f é m e a s , a s vêzes, larviformes ..............................................................................
54
Cabeça, visto o inseto de cima, mais ou menos saliente adeante da borda anterior do pronotum; antenas simples, denteadas ou biflabeladas (plumosas), afastadas na base; élitros de estrutura simples, não raro encurtados e deiscentes, as vêzes mal atingido ou pouco excedendo o meio do abdomen .................................................................................
55
C a b e ç a , e m g e r a l , c o m o a d a s b a r a t a s , i s t o é, o c u l ta sôbre o pronotum; antenas mais ou menos aproximadas na base; estrutura dos élitros mais ou menos complexa ..........................................
56
54 ( 5 3 ' )
54'
55 ( 5 4 )
-
-
-
Machos com as antenas biflabeladas as vêzes serradas; élitros subulados
(plumosas), ou inteiros;
COLEOPTERA
229
fêmeas larviformes; abdomen com órgão luminescentes .......................................................................... Phengodidae 55'
-
Machos e fêmeas semelhantes, com antenas filif o r m e s ou s e r r a d a s , as vêzes, e m a l g u n s m a c h o s , c o m os s e g m e n t o s 3-10 e m i t i n d o u m r a m o f l a b e lado; epipleuras estreitas na base dos elitros; lado i n t e r n o do m e t e p i s t e r n o r e t o ou i n d i s t i n t a mente sinuado; abdomen sem órgãos luminescentes ................................................................................. Cantharidae
56 (54') - Quadris das pernas médias afastados; trocanter n o eixo do f e m u r ; élitros n ã o r a r o a l a r g a n d o - s e p a r a f ó r a e p a r a trás, estriados, c o s t a d o s ou c o m estrutura clatrada (aspecto de grade); epipleur a s a u s e n t e s ou r e d u z i d a s a l i n h a e s p e s s a d a m a r ginal; lado interno do metepisterno em curva convexa para dentro; antenas subfiliforme, denteadas ou pectinadas ou frequentemente alargadas e comprimidas para a parte apical .................. Lycidae
56'
-
Quadris das pernas médias contíguos; torchanter p r ê s o a o l a d o i n t e r n o d o f e m u r ; é l i t r o s c o m os lados subparalelos; eplipleuras geralmente largas n a base dos élitros; lado i n t e r n o do m e t e p i s t e r num sinuado na metade posterior; antenas serr a d a s , p e c t i n a d a s ou f l a b e l a d a s ; a l g u n s u r o s t e r n i t o s m a i s claros, e m r e l a ç ã o c o m os órgãos luminescentes ............................................................................ Lampyridae (Aqui Drillidae, com u m a espécie do Chile e Karumiidae, com algumas espécies da Argentina, de corpo muito alongado e cabeça provida de conspícuas mandíbulas)
57 (52') -
Pelo menos os tarsos médios e posteriores (examinados em preparação microscópica), seguram e n t e t r i m e r o s o u t e t r a m e r o s ; v i a d e r e g r a os filtimos segmentos antenais formando clava comp a c t a o u f r o u x a ou, p e l o m e n o s , m a i s d i l a t a d o s q u e os a n t e c e d e n t e s ( c o n v é m e n t r a r t a m b é m n a divisão seguinte) .........................................................................
57'
T a r s o s s e g u r a m e n t e p e n t a m e r o s ( p o d e n d o ser, e n t r e t a n t o , p s e u d o t e t r a m e r o s ou m e s m o , p s e u d o t r i m e r o s ) ou a p r e s e n t a n d o a f ó r m u l a 4-5-5 ( a l g u n s insetos incluídos nesta divisão (Monotomidae) a p r e s e n t a m o a r t í c u l o b a s a l t ã o c u r t o q u e se f i ca na dúvida do mesmo ser realmente um artí-
-
58
230
58
INSETOS DO BRASIL
(57)
58'
-
-
culo ou apenas a parte articular do que seria então o 1º tarsômero) .........................................................................
77
Tarsos seguramente trimeros ou com a fórmula 4-3-3, n u m d o s s e x o s ; e s p é c i e s p e q u e n a s o u m u i to pequenas (ver os pseudotrímeros na divisão 58') ............................................................................................................................
59
Tarsos seguramente tetrâmeros ou pseudotrimeros (cryptotetrameros), ou com a fórmula 5-4-4; ant e n a s c o m os 3 ú l t i m o s s e g m e n t o s d i l a t a d o s . . . .
65
59 ( 58 ) - Élitros truncados atrás e mais largos que o pronotum no meio, deixando descoberta a metade posterior (ou menos) do abdomen, porém não mais de 5 urotergitos; antenas e palpos maxilares longos; espécies com menos de 5 mm. de comprimento; antenas geralmente clavadas Pselaphidae 59' 60
-
60' 61
.....................
-
61')
62
Espécies muito pequenas (cêrca de 1 mm. de comprimento ou menos), de corpo arredondado, fortemente convexo, hemisférico ou globoso; apenas 3 urosternitos visíveis, o 1º e o último longos, o intercalar muito curto; os 3 últimos segmentos antenais formando clava oval ou orbicular; élitros inteiros; asas franjadas de longas cêrdas, porém com a membrana não reduzida a lâmina estreita ....................................................................................... Sphaeriidae
62')
61
Espécies muito pequenas, geralmente com cêrca de 3 mm. ou menos; corpo mais ou menos alongado; prothorax quase sempre mais estreito que os élitros, êstes não encurtados; 5 urosternitos livres ................................................................................................ Lathridiidae Outro aspecto ......................................................................................................
-
60
Espécies extremamente pequenas, com menos de 2 mm. de comprimento; élitros, quando encurtados, deixando exposta a parte apical do abdomen ou descobertos alguns urotergitos; asas reduzidas a lâmina estreita, franjada de longas cerdas; protorax aproximadamente tão largo quanto os élitros ............................................................................... Ptiliidae
- Outro aspecto ...................................................................................................
62' 63
-
60')
61' 62
Outro conjunto de caracteres
(59')
Outro aspecto; pelo menos 5 urosternitos perfeitamente visíveis; asas não franjadas ............................................................. -
Espécies pequenas, de corpo (cilindroide), ou alongado e
alongado e estreito algo achatado; não
63
COLEOPTERA
231
raro os ângulos anteriores do pronotum são salientes e as margens laterais, como os lados dos élitros, são paralelos; dos 5 urosternitos present e s os 3 o u 4 a n t e r i o r e s m a i s o u m e n o s e o n a t o s ; os 2 o u 3 s e g m e n t o s a p i c a i s d a a n t e n a g e r a l mente formando clava compacta; inserção das antenas invisível de cima ............................................... Colydiidae 63'
64
(63')
64'
65
(58')
65' 66
66'
(65)
-
-
Espécies de corpo ovalar ou subcircular, mais ou menos convexo; pronotum, visto de cima, geralm e n t e f o r m a n d o l i n h a c o n t í n u a c o m os é l i t r o s ; urosternitos livres ..............................................................................
-
Cabeça, examinado o inseto de. cima, mais ou menos visível; inserção das antenas visível; clava constituída por 4 ou 5 segmentos mais ou menos aproximados, as vêzes o 4º, a contar do apical, d i s t i n t a m e n t e m e n o r q u e o 3 ° e o 5°; q u a d r i s aproximados ou contíguos ............................................... Leiodidae
-
Cabeça encaixada entre os ângulos anteriores do pronotum; inserção das antenas visível; clava compacta, aparentemente unisegmentada; quadris muito afastados .................................................................. Discolomidae
-
Tarsos pseudotrimeros ou criptotetrameros (subtetrameros); ora com o 3 ° tarsômero muito peq u e n o , n a b a s e d o 4 ° o u ú l t i m o , o r a c o m os 3 p r i m e i r o s p e q u e n o s , s u b i g u a i s e, r e u n i d o s , a p r o ximadamente d o c o m p r i m e n t o d o 4 º, o u c o m o 2 ° e o 3° m u i t o p e q u e n o s , c o m p a r a d a m e n t e com o lº e o 4º, que são longos; insetos pequenos ou muito pequenos ................................................................................ distintamente tetrâmeros, ou com as fór5-4-4 ou 3-4-4; insetos pequenos .......................
64
66
-
Tarsos mulas
-
Insetos pequenos (com menos de 3 mm.) de corpo oval ou suborbicular; cabeça quasi sempre invisível de cima; ora com os 3 primeiros tarsômeros pequenos e, reunidos, aproximadamente do comprimento do 4º, ora com o 2º e 3° muito pequenos, comparadamente com o 1º e o 4º, que são longos, ou então com o 3° muito curto; clava antenal de 3 segmentos; élitros, aliás não raro, encurtados; asas franjadas de cerdas um tanto alongadas, porém a membrana não reduzida a lamina estreita, como em Ptiliidae ...................................... Corylophidae Insetos nem sempre muito pequenos; tarsos pseud o t r i m e r o s , os 2 p r i m e i r o s t a r s ô m e r o s d i l a t a d o s
68
232
INSETOS DO BRASIL e m baixo, o 3° p e q u e n o , c o n a t o c o m o 4 ° e a r t i c u l a d o n a b a s e d o 2°; é l i t r o s n ã o e n c u r t a d o s ; asas simples; corpo frequentemente hemisférico o u s u b h e m i s f é r i c o , à s vêzes, p o r é m , d e c o n t ô r no oval alongado, não fortemente convexo ......
67
(66')
67
-
Corpo hemisférico ou subhemisférico; quasi sempre o primeiro urosternito e, às vêzes, o metasternura com linhas curvas post-coxais mais ou menos profundas; garras tarsais com dente ou largamente dilatadas na base (apendiculadas), às vêzes fendidas ou bífidas, mais raramente simples; palpos securiformes na maioria das espécies; em alguns, porém, com o último segmento de contorno oval e obliquamente truncado no ápice ................................................................................................. Coccinellidae
67'
-
C o r p o g e r a l m e n t e o v a l a r ; a u s ê n c i a c o m p l e t a d e linhas coxais; garras tarsais simples ou fracamente dilatadas na base, prêsas a um pseudoarticulo no á p i c e d o 5°; p a l p o s n ã o s e c u r i f o r m e s , c o m o ú l t i mo segmento oblongo ou ovoide ..... Endomyehidae
68 ( 6 5 ' )
-
Os 3 o u 4 p r i m e i r o s u r o s t e r n i t o s m a i s o u m e n o s c o n a t o s ; e s p é c i e s p e q u e n a s ; é l i t r o s e, a s vêzes, o pronotum, de lados paralelos; nunca com o corp o f o r t e m e n t e c o n v e x o e liso e m a i s o u m e n o s fortemente retractil ............................................................
69
- Todos os urosternitos livres ..........................................................
70
(Inct.
68'
CERASOMMATIDIIDAE
Brèthes,
1925).
69 ( 68 ) -
Corpo oblongo (elitros de lados paralelos) ou sub-ovalar, pouco convexo; cabeça prognata e perfeitamente visível até a margem posterior dos o l h o s ; a n t e n a s c u r t a s d e 8 a 11 s e g m e n t o s , c o m e s c a p o r e l a t i v a m e n t e l o n g o e os s e g m e n t o s d o f u n í c u l o m u i t o c u r t o s e a p r o x i m a d o s ; os 7 s e g mentos distais geralmente algo dilatados para dentro (serrados), formando clava relativamente longa; tíbias, especialmente as anteriores, dilatadas e provida de grandes espinhos; quadris anteriores ovais, transversos, com trocantinos distintos; 1º urosternito, de cada lado, com linhas coxais ............................................................................ Heteroceridae
69'
Corpo de aspecto variável: alongado e estreito ou alongado e algo achatado; não raro os ângulos anteriores do pronotum são salientes e as margens laterais, como os lados dos élitros, parale-
-
COLEOPTERA
233
las; sòmente os 2 ou 3 segmentos apicais das antenas formando a clava; tíbias não dilatadas, nem espinhosas; quadris anteriores e médios pequenos e globulares; 1º urosternito sem as linhas coxais referida em (69) ................................................. Colydiidae 70 ( 6 8 ' )
-
70'
71
-
(70)
71'
-
-
Insetos pequenos ou muito pequenos, de corpo oval a r , m a i s o u m e n o s f o r t e m e n t e c o n v e x o e, n ã o raro, podendo contrair-se em bola; cabeça, via de regra, invisível de cima ......................................................
71
Insetos de corpo ovalar ou oblongo, de lados paralelos, c i l i n d r o i d e , p o u c o c o n v e x o o u m e s m o d e primido e não podendo contrair-se em bola, as vêzes revestidos de pilosidade ..................................................................
75
Quadris posteriores alargados em placa ou lâmin a , s o b a q u a l se e s c o n d e t o t a l m e n t e ou em grande parte, o femur; quadris anteriores cônicos, a l g o s a l i e n t e s , c o n t í g u o s ; c a v i d a d e s c o x a i s anteriores parcialmente fechadas atrás (epimeros soldados ao proternum); cabeça muito grande, t r a n s v e r s a l ( i n v i s í v e l d e c i m a ) ; a n t e n a s , e m g e r a l , d e 8 a 10 s e g m e n t o s , os 2 s e g m e n t o s a p i cais (geralmente 8 ° e 9 °) f o r m a n d o a c l a v a ; asas franjadas de longas cerdas .................................................. Clambidae Quadris posteriores não laminados; cabeça nem s e m p r e g r a n d e ; a n t e n a s d e 11 s e g m e n t o s , os 3 ou 5 apicais, mais ou menos aproximados, formando a clava; asas não franjadas de longas cerdas ......................................................................................... 72
72 (70') - Quadris anteriores salientes, cônicos ou ovais .................. 72' - Quadris anteriores transversais, separados pelo prosternum ............................................................................................ 73
(72)
73'
74
(72')
73 74
-
Cavidades coxais anteriores estreitamente fechadas atrás; quadris anteriores cônicos, salientes; a n t e n a s d e 10 a 11 s e g m e n t o s , os 3-5 a p i c a i s formando a clava, compacta ou frouxa; cabeça e protorax sem sulcos antenais .......................................... Leiodidae
-
Cavidades coxais anteriores abertas; quadris anteriores ovais, salientes, quasi em contacto; anten a s m u i t o c u r t a s , d e 9 s e g m e n t o s , os 3 a p i c a i s formando clava compacta, podendo alojar-se em sulco lateral sob a cabeça e sob o pronorum ............................................................................................. Georyssidae
-
Superfície do corpo revestida de cerdas longas, erectas e clavadas .............................. Byrrhidae (genero Syncalypta)
234
INSETOS DO BRASIL
74' 75
(70')
-
Superfície do corpo sem tal revestimento de cerdas ....................................................... Nitidulidae (Cybocephalinae)
-
Insetos muito pequenos, subcilíndricos, inteiramente negros ou com o pronotum amarelado, de corpo glabro e brilhante ou com pilosidade esparsa; cabeça mais ou menos encoberta pelo pronotum; na maioria das espécies há, na cab e ç a ou n a p a r t e a n t e r i o r do p r o n o t u m dos m a chos, u m ou dois processos c o r n i f o r m e s (as fêmeas são inermes ou apresentam elevações dent i f o r m e s ) ; os 3 ú l t i m o s s e g m e n t o s a n t e n a i s f o r mam clava frouxa (excepto em Rhipidendron, e m q u e o s s e g m e n t o s 5-11 f o r m a m d i s t i n t a c l a va pectinada) .............................................................................. Cisidae
75'
- Outro aspecto; cabeça visível de cima .........................
76 ( 7 5 ' )
-
Insetos pequenos, de corpo quasi ovalar, raramente alongado, em geral distintamente pontuado e não raro revestido de pilosidade prostada; quad r i s a n t e r i o r e s ovais, m o d e r a d a o u f o r t e m e n t e transversais, cavidade coxais anteriores abertas a t r á s ; os 3 ú l t i m o s s e g m e n t o s a n t e n a i s g r a d u a l ou buscamente em clava; pronotum sem peças laterais .......................................................................... Mycetophagidae
76'
-
Insetos de corpo mais ou menos alongado, cilind r o i d e , d e p r i m i d o o u s u b d e p r i m i d o , liso e g l a b r o ; quadris anteriores globulares; cavidades coxais anteriores abertas atrás, raramente fechadas; a n t e n a s filiformes, l o n g a s ou c u r t a s , n e s t e caso c o m os d o i s ú l t i m o s s e g m e n t o s d i l a t a d o s ; q u a n do longas, sòmente com o último dilatado Cucujidae
-
Tarsos pseudotetrameros ou mesmo pseudotrimeros, i s t o é, c o m 1 o u 2 a r t í c u l o s m u i t o r e d u z i d o s (Os besouros com o 4º artículo pequeno porém livre d e v e m ser p r o c u r a d o s n e s t a divisão) . . . . .
78
- Tarsos distintamente pentâmeros; as vêzes nos machos com a fórmula 4-5-5 ...................................................
91
77
(57')
77' 78
(77)
-
76
Tarsos aparentemente trimeros, por terem o 4º e o 1º tarsômeros curtos, êste, as vêzes, extremamente curto; último tarsômero mais longo que os p r e c e d e n t e s r e u n i d o s ; o ú l t i m o o u os d o i s ou três últimos segmentos antenais formando a clava; pygidium não coberto pelos elitros ............................................................... Cucujidae (Monotominae)
COLEOPTERA 78'
-
Tarsos aparentemente tetrâmeros por terem o l° ou o 4° tarsômero muito curto .................................................
79 ( 7 8 ' )
-
79'
- Outro aspecto .........................................................................................
80
(79')
80'
-
-
235
79
Corpo, em geral, subcilíndrico, revestido de pilosidade erecta, mais ou menos alongada e esparsa; p r o t o r a x m a i s e s t r e i t o q u e os e l i t r o s e, q u a s i s e m pre, fortemente estrangulado na base e não marg i n a d o ( a s vêzes, n a b a s e , t ã o l a r g o q u a n t o os é l i t r o s e, n ã o r a r o , l a t e r a l m e n t e m a r g i n a d o ) ; a n t e n a s , q u a s i s e m p r e , c o m os 3 o u 4 ú l t i m o s segmentos mais ou menos fortemente dilatados para dentro, mais raramente curtos e claviformes; palpos maxilares, freqüentemente, securif o r m e s ; t a r s ô m e r o 1-4, e m b a i x o , c o m l a m e l a m e m b r a n o s a , a do 4° q u a s i b i l o b a d a ; v i a de r e g r a é pequeno e indistinto o 4º tarsômero (Phyllobaeninae, Enopliinae e Korynetinae); a s vêzes, porém, é o 1º (Clerinae e Hydrocerinae) ............................... Cleridae 80
Primeiro tarsômero muito pequeno ou pouco distinto, se não em todos os tarsos, pelo menos nos médios e posteriores; protorax, na base, mais e s t r e i t o q u e os é l i t r o s e d é s t e s m a i s o u m e n o s afastado .............................................................................................
81
Quarto tarsômero muito pequeno ou pouco distinto, m e n o r q u e o 1º; g e r a l m e n t e p r ê s o a o 5 ° e n a b a s e d o 3 º, q u e é d i l a t a d o o u l o b a d o ; a s vêzes, p o r é m , livre; protorax, na base, da largura dos élitros ...............
83
81 ( 80 ) -
Corpo cilíndrico; cabeça geralmente defletida, hipognata, mais ou menos escondida sob o globoso p r o n o t u m ; a n t e n a s c o m os 3 o u 4 ú l t i m o s s e g mentos fortemente dilatados para dentro ou flabelados; élitros com a parte posterior em declive, c o n v e x a , p l a n a o u e s c a v a d a , c o m o e m S c o l y tidae ................................................................................................................. Bostrychidae
81'
-
Corpo alongado, de lados paralelos, porém, geralmente deprimido, as vêzes (alguns Temnochillidae) largo e mui achatado; cabeça prognata mais ou menos proeminente; protorax lateralmente marginado; élitros de aspecto normal ....................................
82 ( 8 0 ' )
-
Os d o i s o u t r ê s ú l t i m o s s e g m e n t o s a n t e n a i s f o r mando clava simétrica; primeiro urosternito, no meio, aproximadamente t ã o l o n g o q u a n t o o 2° e o 3° reunidos .............................................................................. Lyctidae
82
236
INSETOS DO BRASIL
82' (v. 82") - Os três últimos segmentos antenais geralmente mais ou menos dilatados para dentro, formando assim clava assimétrica; primeiro urosternito g e r a l m e n t e m a i s c u r t o q u e os d o i s s e g u i n t e s r e u nidos ...................................................................................... Temnochilidae 82"
-
Sòmente o último segmento antenal mais dilatado q u e os o u t r o s e o b l i q u a m e n t e t r u n c a d o n o á p i ce ............................................................... Cucujidae (genero Passandra)
-
Insetos pequenos; cabeça, vista de cima, inteira ou parcialmente escondida sob o pronotum; antenas não terminadas em clava; cavidades coxais anteriores abertas atrás; quadris anteriores t r a n s v e r s a i s ; 3° t a r s ô m e r o p r o l o n g a d o e m b a i x o em lobo; garras dilatadas ou com longo dente retangular na base .............................................................................
-
Insetos de vários tamanhos; cabeça, vista de cima, mais ou menos visível adeante do bordo anterior d o p r o n o t u m ; a n t e n a s c o m 2, 3 o u 4 s e g m e n t o s apicais formando clava; garras geralmente simples, as vêzes porém, com grande dente basal .................. 85
84 ( 83 ) -
Corpo oblongo-oval; cabeça parcialmente visível de cima; antenas da femea simples, serradas; d o m a c h o c o m os s e g m e n t o s 4-10 p r o v i d o s d e um ramo articulado, que parte da base do segmento, aproximadamente tão ou mais longo q u a n t o êle; p e r n a s n ã o r e t r a c t e i s ; g a r r a s c o m largo dente retangular na base ........................... Ptilodactylidae
84'
-
Corpo oval, fortemente convexo; cabeça invisível de cima (retraída); antenas filiformes; pernas retractéis; tíbias laminadas, um tanto dilatadas e geralmente sulcadas para o alojamento do tarso; garras dilatadas na base Chelonariidae
85 ( 8 3 ' )
-
Garras tarsais com dente basal; espécies pequenas ou muito pequenas .......................................................................
86
85'
-
Garras tarsais simples ..............................................................................
87
83
(80')
83'
84
86 ( 85 ) -
Corpo oblongo ou oblong-oval, revestido de pubescência deitada; 2º e 3º tarsômeros inferiormente prolongados; cavidades coxais anteriores estreitamente fechadas atrás; quadris anteriores transversos ........................................................................... Byturidae
86'
Corpo oval, convexo e mui compacto, nú e brilhant e ; os 3 p r i m e i r o s t a r s ô m e r o s m a i s o u m e n o s a l a r g a d o s , o 3° b i l o b a d o ; c a v i d a d e s coxais a n t e -
-
COLEOPTERA
237
riores abertas; quadris anteriores pequenos, arredondados ou ovalares ................................................ Phalacridae 87
(85')
87'
-
-
Insetos pequenos, de corpo oblongo-oval, pouco convexo, mais ou menos fortemente pontuado e p u b e s c e n t e ; 3° t a r s ô m e r o p r o l o n g a d o p a r a b a i x o e m d e l i c a d o a p ê n d i c e ou lobo m e m b r a n o s o , p o r é m n ã o f a z e n d o p a r t e do corpo do artículo; 4° t a r s ô m e r o p e q u e n o , p o r é m livre; c a v i d a d e s coxais anteriores fechadas atrás; quadris anteriores transversos; linhas post-coxais distintas, no metasternum e no 1° uromero ........................................... Biphyllidae Outro aspecto; os 3 primeiros tarsômeros geralmente dilatados e pilosos em baixo; as vêzes (Cryptophagidae-Telmatophilinae) c o m o 3 ° (se n ã o t a m b é m o 2 ° e o 1°) p r o l o n g a d o n o á p i c e , d e modo a encobrir parcialmente o 4°.................
88
88 ( 8 7 ' )
-
Quadris anteriores transversos; élitros, não raro, truncados e deixando descobertos alguns tergitos ou a parte apical do abdomen ...................... Nitidulidae
88'
-
Quadris anteriores globulares, pouco salientes; élitros cobrindo inteiramente o abdomen .........................
89 (88') -
89
Cavidades coxais anteriores fechadas atrás; os 3 ou 4 últimos segmentos antenais formando clava distinta; último segmento dos palpos grande, c u p u l i f o r m e , s e c u r i f o r m e ou c u l t r i f o r m e , a l a r g a n do-se para o ápice; insetos de tamanho médio ou p e q u e n o , de corpo o b l o n g o - o v a l m a i s ou m e n o s c o n v e x o , a s v ê z e s , c o m os é l i t r o s f o r t e m e n t e gibosos .................................................................................. Erotylidae
89'
- Cavidades coxais anteriores abertas ou incompletamente fechadas; último segmento dos palpos estreltando-se da base para o ápice ...........................................
90 (89')
- Os
90'
-
91 ( 7 7 ' )
-
90
3 últimos segmentos antenais formando clava m a i s ou m e n o s frouxa;, espécies quasi s e m p r e pequenas, de corpo ovalar mais ou menos alongado ................................................................................... Cryptophagidae Insetos de tamanho médio (mais de 1 centímerto) ou p e q u e n o s , de c o r p o a l o n g a d o e r e l a t i v a m e n t e estreito, subcilíndrico, posteriormente atenuado; os 5-6 ú l t i m o s s e g m e n t o s a n t e n a i s g r a d u a l m e n t e dilatando-se até o ápice da antena .............................. Languridae Proternum, geralmente, bem desenvolvido adeante dos quadris, apresentando a p ó f i s e ou p r o c e s s o p o s t e r i o r q u e s e p r o l o n g a a l é m d o s q u a d r i s e se
238
INSETOS DO BRASIL
91'
92
-
(91)
-
92'
-
encaixa numa escavação do mesosternum (articulação móvel ou fixa); cavidades coxais anteriores via de regra abertas atrás; antenas geralm e n t e s e r r a d a s d o 4 º a o 10º s e g m e n t o ( a s v ê z e s sòmente com os últimos segmentos mais ou menos dilatados em dente para dentro e formando clava assimétrica), pectinadas ou flabeladas, rar a m e n t e f i l i f o r m e s ; n a m a i o r i a d a s f a m i l i a s os ângulos postero-laterais do protorax são mais ou menos prolongados em ponta sôbre a base dos élltros ..........................................................................................
92
Prosternum não prolongado no processo posterior r e f e r i d o e m (91') ; a n t e n a s d e v á r i o s a s p e c t o s : f i liformes, serradas, pectinadas ,flabeladas ou com clava assimétrica; ângulos posteriores do protorax não prolongados em ponta sôbre a base dos élitros .........................................................................................................
100
Os 2 ou 3 primeiros urosternitos mais ou menos conatos; protorax firmemente coadunado com o resto do corpo e com o processo prosternal encaixado na cavidade mesosternal de modo a não permitir qualquer movimento nutatório; cavidades coxais anteriores largamente abertas atrâs ................
93
Os primeiros esternitos livres; protorax não perfeitamente coadunado com o resto do corpo e q u a n d o o é ( T r i x a g i d a e ) , os e s t e r n i t o s , c o n q u a n t o inteiramente ligados, não são conatos e as anten a s a p r e s e n t a m s ò m e n t e d i l a t a d o s os 3 ú l t i m o s segmentos, formando clava algo alongada e assimétrica .......................................................................................
96
93 ( 92 ) -
Abdomen com mais de 5 urosternitos, 6 nas fêmeas e 7 nos machos; quadris anteriores grandes, globulares, com grande trocantino; corpo subdeprimido, pubescente; cabeça livre ,não retractil; antenas serradas nas fêmeas e longamente fiabelada nos machos; último tarsômero notàvelmente alongado; garras muito grandes; besouros aquáticos ................................................................................... Psephenidae
93'
-
Abdomen
94 ( 9 3 ' )
-
Último tarsômero e garras normais; antenas igualm e n t e s e r r a d a s , o u s ò m e n t e c o m os ú l t i m o s s e g mentos mais dilatados para dentro e formando clava assimétrica, pectinadas nos machos de al-
com
5
urostergitos
visíveis ...........................
94
COLEOPTERA
239
guinas especies; ângulos posteriores do protorax não ou pouco prolongados em ponta sôbre a base d o s é l i t r o s ; I n s e t o s , à s vêzes, p e q u e n o s e, n e s t e caso, não raro com as tíbias dilatadas; geralmente de côres metálicas brilhantes e tegumento glabro .................................................................................................... Ruprestidae 94'
-
Último tarsômero notàvelmente alongado; garras muito grandes; antenas de vários aspectos; insetos pequenos, de côr escura ....................................
95
95
94') -
Quadris anteriores transversos, com trocantino distinto, porém não como em Psephenidae; corpo em geral revestido de densa pubescência; cabeça retratil e protegida em baixo pelo prosternum; êste, portanto, saliente adeante; antenas de vários aspectos: filiformes, serradas ou de aspecto anormal; quadris posteriores dilatados em placa .............................................................................................. Dryopidae
95'
-
Quadris anteriores arredondados, sem trocantino; corpo fracamente pubescente; antenas simples, f i l i f o r m e s o u a p e n a s c o m os d o i s ú l t i m o s s e g m e n tos fracamente dilatados; quadris posteriores não dilatados em placa ............................................................ Elmidae
96
(92')
96'
97
-
Quadris posteriores não laminados; trocânteres das pernas médias e posteriores quase tão longos q u a n t o os f ê m u r e s ; c a b e ç a h i p o g n a t a , s e m s u l co a n t e n a l a d i a n t e d o s o l h o s ; f r o n t e g i b o s a ; l a brum curto, transversal, conato com o clipeo; antenas aproximadas na base, serradas nas fêmeas e pectinadas nos machos; cinco urosternitos; garras pectinadas na metade basal ................... Cerophytidae
- Quadris posteriores providos de lâmina mais ou m e n o s d e s e n v o l v i d a c o b r i n d o os f ê m u r e s e m r e pouso; trocânteres das pernas médias e posterior e s n o r m a i s , i s t o é, p e q u e n o s o u m u i t o p e q u e n o s (96')
-
97
Geralmente 6 urosternitos bem visíveis; cabeça prognata com mandíbulas salientes (em tenaz); labrum conato com o clypeus; antenas aproxitoadas na base, filiformes, subserradas, serradas ou pectinadas; nas fêmeas relativamente curtas e clavadas; pernas com as tíbias anteriores geralm e n t e s u b f o s s o r i a i s , i s t o é, d i l a t a d a s p a r a o á p i ce e bispinosas; garras simples; processo prosternal curto ............................................................................... Cebrionidae
240
INSETOS DO BRASIL
97'
-
C i n c o u r o s t e r n i t o s , às vêzes o 6° m a i s o u m e n o s v i sível (Plastocerini), neste caso, porém, outro conjunto de caracteres ........................................................
98 ( 9 7 ' )
-
Cabeça prognata; labrum visível, livre (exceto em Plastocerini, em que é mais ou menos conato com a fronte); antenas serradas, pectinadas, flabeladas ou mesmo filiformes, porém lnseridas perto dos olhos, sob a margem frontal .......................................... Elateridae
98'
-
Cabeça hipognata; boca aplicada sôbre o prosternum; antenas inseridas na fronte, aproximadas, ou moderadamente distantes ...................................................
99 ( 9 8 ' )
-
Labrum proeminente; antenas inseridas na fronte e r e c e b i d a s e m s u l c o q u e se e x t e n d e a o l o n g o d a margem lateral do protorax, ora serradas ou sub- p e c t i n a d a s , o r a c o m os 3 ú l t i m o s s e g m e n t o s formando clava frouxa algo alongada e assimétrica; protorax firmemente coadunado com o mesotorax; processo prosternal chato e encaixado no mesosterno; metasterno, de cada lado, quase sempre com linha ou sulco post-coxal; garras simples sem onychium .................................................. Trixagidae
99'
-
Labrum nulo ou indistinto ;antenas mais ou menos aproximadas, Inseridas longe dos olhos sob um rebordo da fronte, ora subfiliformes, ora serradas, ora pectinadas; protorax livremente articulado com o mesotorax; processo prosternal mais ou menos forte, podendo deslocar-se na escavação mesosternal; garras simples ou com grande dente basal ...................................................................... Melasidae
8
99
100 ( 9 1 ' )
-
Antenas longamente flabeladas em leque nos machos, peetinadas nas fêmeas; quadris anteriores c ô n i c o s , p r o e m i n e n t e s ; os p r i m e i r o s c o m g r a n d e trocantino; cavidades coxais anteriores abertas a t r á s ; 5° t a r s ô m e r o p r o v i d o d e l o n g o e m p ó d i o (onychium) entre as garras, que são simples; insetos de tamanho médio ........................................ Rhipiceratidae
100'
- Outro aspecto ............................................................................................
101 (100')
- Insetos muito pequenos; antenas de 3 segmentos a p e n a s , s e n d o o 3° u m a g r a n d e c l a v a c o n s t i t u í d a p e l a f u s ã o d e t o d o s os q u e f i c a m a l é m d o 2°; a p e n a s 3 u r o s t e r n i t o s v i s í v e i s , o 1°, m u i t o l o n g o , r e s u l t a n t e d a f u s ã o d o s t r ê s p r i m e i r o s , o 2 º, m u i to curto; élitros cobrindo inteiramente o abdomen .................................................................................................. Gnestidae
101
COLEOPTERA 101'
.- Outro aspecto ................................................................................... 102
102 (101') -
102' 103
241
Insetos pequenos, de corpo ovalar, algo convexo em cima, glabro, polido ou fracamente pubescente; a n t e n a s d e 11 s e g m e n t o s c o m os 5 o u 6 ú l t i m o s fraca ou fortemente dilatados e neste caso formando clava oblonga; protorax lateralmente marginado e fortemente ajustado ao resto do corpo; cavidades coxais anteriores abertas atrás; élitros truncados, deixando descoberta a parte a p i c a l d o a b d o m e n q u e é c ô n i c a ; 1º u r o s t e r n i to grande, tão ou mais longo no meio que os 3 seguintes reunidos; pernas alongadas, finas, nâo retracteis; quadris posteriores separados Scaphidiidae
- Outro aspecto ................................................................................... 103 (102')
103'
-
-
Insetos de corpo alongado, frequentemente com o torax e os élitros revestidos de pilosidade esparsa e erecta, mais ou menos conspícua; tegumento, via de regra, pouco esclerosado; cabeça relativamente grande e, embora hipognata, perfeitamente visível além da margem anterior do pronotum; antenas inseridas adiante dos olhos, filiformes, serradas, pectinadas, flabeladas, com os três últimos segmentos mais ou menos conspicuamente prolongados para dentro, ou formando clava; torax geralmente mais estreito que os élitros na base; quadris anteriores grandes, cônicos e contíguos; cavidades coxais anteriores, via de regra, abertas atrás; insetos em geral, não muito pequenos ..........................................................................
104
Outro aspecto .......................................................................................... 106
104 ( 1 0 3 ) -
Antenas com um dos aspectos acima referidos; protorax de lados paralelos e arredondados, quase sempre, porém, estrangulado em colo na base e a í d i s t i n t a m e n t e m a i s e s t r e i t o q u e os é l i t r o s , n e m sempre marginado lateralmente; tegumento não muito esclerosado; geralmente 5 urosternitos visíveis; quadris posteriores não proeminentes; um ou mais tarsômeros com lamela membranosa em baixo e, pelo menos, um bilobado ..................... Cleridae
104'
Antenas filiformes, serradas, ou pectinadas, não clavadas; protorax, conquanto mais estreito que os élitros na base, via de regra não estrangulado em colo e sempre distintamente marginado lateralmente; tegumento menos esclerosado; geral-
-
242
INSETOS DO BRASIL mente 6 urosternitos visíveis; tarsômeros filiforformes, garras geralmente com dente ou apêndice laminado e pontudo na parte inferior, mais curto que a garra ou com grande apêndice membranoso sob a garra .......................................................................
105
105 (104') -
Torax e abdomen com visículas eversíveis laterais; garras com dente basal e grande apêndice membranoso sob ela ................................................................... Malachidae
105'
Corpo sem tais vesículas; garra com apêndice lareinado e pontudo, como parte do corpo da gare ra ..................................................................................................... Dasytidae
-
106 (103') -
Cabeça, visto o inseto de cima, não raro escondida sob o pronotum ;antenas filiformes; subserradas, serradas, pectinadas, flabeladas, ou com os 3 últimos segmentos dilatados para dentro ou formando clava, porém assimétrica; às vêzes geniculadas; cavidades coxais anteriores abertas atrás; espécies, em geral pequenas .............................................
106'
Cabeça, visto o inseto de cima, quase sempre exposta, pelo menos em parte; antenas terminand o e m c l a v a d i s t i n t a , o u c o m os ú l t i m o s s e g m e n tos dilatando-se gradual e simètricamente para o ápice, raramente filiformes ou moniliformes e então relativamente longas (Cucujidae) .....................................
-
107
111
107 ( 1 0 6 )
-
Corpo oval, convexo; cabeça geralmente retractil, fortemente defletida sôbre a região external, ou não, pequena e fixa ao torax; antenas filiformes p o u c o se d i l a t a n d o p a r a o á p i c e ; q u a d r i s p o s t e riores dilatados em enormes placas oblíquas, que atingem a margem lateral do corpo e encobrem a maior parte dos urosternitos, sulcados e pod e n d o e s c o n d e r os f ê m u r e s e m r e p o u s o ; t a r s o s m a i s l o n g o s q u e a s t í b i a s ; seis u r o s t e r n i t o s v i s í veis ............................................................................................. Eucinetidae
107'
-
Outro aspecto; quadris posteriores não tão dilatados; antenas filiformes, subserradas, serradas, pectinadas ou flabeladas .......................................................
108
Fêmures canter;
109
108 (107') 108'
-
prêsos ao ápice ou perto do ápice do trotarsos simples .........................................
Fêmures prêsos ao lado do trocanter; tarsômeros 2° - 4° com lamelas em baixo ou sòmente o 4° bilobado; às vêzes, porém, todos simples ......................
110
COLEOPTERA
243
109 (108)
-
A n t e n a s i n s e r i d a s n a f r o n t e , u m a ao lado d a o u t r a , f i l i f o r m e s ou s u b s e r r a d a s ; p r o t o r a x , g e r a l m e n t e , mais estreito que os élitros ............................................... Ptinidae
109'
-
Antenas inseridas na margem anterior dos olhos, s u b s e r r a d a s , s e r r a d a s , p e c t i n a d a s , f l a b e l a d a s ou c o m os t r ê s ú l t i m o s s e g m e n t o s a l o n g a d o s e m a i s ou menos conspicuamente dilatados para dentro; p r o t o r a x g e r a l m e n t e t ã o l a r g o q u a n t o os é l i tros ................................................................................................ Anobiidae
110 (108') -
Corpo oblongo-oval; fronte estreitada pela inserção d a s a n t e n a s ; e s t a s s u b s e r r a d a s ou p e c t i n a d a s , às vêzes m u i t o a l o n g a d a s , i n s e r i d a s a d i a n t e dos olhos; q u a d r i s a n t e r i o r e s c o m g r a n d e ou p e q u e no trocantino; fêmures posteriores não espessados; t a r s ô m e r o s 2 4 g e r a l m e n t e c o m lobos m e m b r a n o s o s e m baixo, às vêzes, p o r é m , simples; tegumento esclerosado; garras tarsais simples ou (em Ectopria) com largo dente basal em ambos os sexos; as do macho bífidas ........................ Dascillidae
110'
-
Corpo de c o n t o r n o elítico, m a i s ou m e n o s c o n v e xo em cima, às vêzes hemisférico; fronte moderadamente larga; antenas dos machos, às vêzes (Prionocyphon), com os segmentos 4-10 providos, de c a d a lado, de a p ê n d i c e cilíndrico m a i s longo que o segmento; o escapo quase sempre normal (em Prionocyphon expandido); quadris anterior e s s e m t r o c a n t i n o s ; f ê m u r e s p o s t e r i o r e s , à s vêzes, c o n s i d e r à v e l m e n t e a l o n g a d o s ; 4° t a r s ô m e r o m a i s longo que o 3º, bilobado; garras simples; tegumento relativamente pouco esclerosado ........... Cyphenidae
111 (106') -
Espécies pequenas ou muito pequenas, geralmente de corpo algo semelhante ao dos Pselafideos, ist o é, c o m a p a r t e m a i s l a r g a n o m e i o d o a b d o m e n , p o r é m c o m os é l i t r o s c o b r i n d o - o i n t e i r a mente; antenas e palpos maxilares alongados, éstes, entretanto, muito mais curtos que aquelas .................................................................................... Scydmaenidae
111'
O u t r o a s p e c t o ...................................................................................................
112
112'
(111')
..
-
-
112
Quadris anteriores globulares, ovais ou arredondados; corpo em geral pouco convexo; espécies pequenas .........................................................................................
113
Quadris anteriores transversais ou cônicos; antenas distintamente clavadas; espécies pequenas ou de porte médio ...............................................................................
114
244 113
INSETOS DO BRASIL (112)
113'
-
-
114 (112') 114'
-
Corpo oblongo, estreito, de lados paralelos e mais ou menos achatado; antenas filiformes, ou com os segmentos distais não formando clava distinta; via de regra mais longas que a cabeça e o torax reunidos; protorax ora mais largo que longo, o r a m a i s l o n g o q u e l a r g o , n a b a s e , p o r é m , frequentemente mais estreito que os élitros; às vêzes com sutura para dentro das margens laterais; cavidades coxais anteriores abertas ou fechadas atrás; mesepimeros atingindo as cavidades coxais; os 5 urosternitos iguais ou subiguais em comprimento ...................................................... Cucujidae C o r p o o b l o n g o - o v a l ; a n t e n a s c o m os 3 s e g m e n t o s distais quase sempre simètricamente mais dilatad o s q u e os p r e c e d e n t e s ; p r o t o r a x m a i s l a r g o q u e longo, na base tão ou quase tão largo quanto os élitros, nunca com as suturas laterais referid a s e m 113; c a v i d a d e s c o x a i s a n t e r i o r e s a b e r t a s atrás; mesepímeros não atingindo as cavidades c o x a i s ; 1º u r o s t e r n i t o m a i s l o n g o q u e os o u t r o s , t ã o l o n g o ou m a i s c u r t o que o 2° e o 3 ° r e u n i dos .......................................................................... Cryptophagidae Quadris anteriores transversais, não proeminentes; espécies pequenas ................................................................. Quadris anteriores cônicos ou cilindro-cônicos, mais ou menos salientes ..........................................................
115 118
115 ( 1 1 4 ) -
Corpo geralmente de contorno oval ou e mais ou menos convexo em cima; feitamente visível, visto o inseto de frequentemente dilatando-se para o cies pequenas, em geral com menos
oblongo-oval cabeça percima; tíbias ápice; espéde 1 cm ....
116
115'
-
Cabeça fortemente retraída sob o pronotum, portanto invisível, visto o inseto de cima, cavidades coxais anteriores abertas atrás .................................................
117
116 ( 1 1 5 )
-
Corpo de contorno oval; mentum alongado semieliptico, escondendo inteiramente as peças bucais; cavidades coxais anteriores largamente abertas atrás; pernas médias e posteriores podendo alojar-se em sulcos na fase inferior do corpo; quadris posteriores estreitamente afastados; tíbias alargadas com espinhos na margem externa; tarsos não lobados; garras simples; élitros inteiros .................................................................... Nosodendridae
COLEOPTERA 118'
245
-
C o r p o n e m s e m p r e d e c o n t o r n o oval, à s v ê z e s c o m o torax e os élitros (mais ou menos encurtados) relativamente estreitos e de lados paralelos; menrum transverso, não escondendo as peças bucais, mandíbulas mais ou menos conspícuas; cavidades coxais anteriores fechadas (abertas em Cateretinae); quadris posteriores largamente afastados; tíbias nem sempre alargadas e espinhosas; t a r s o s c u r t o s e c o m os 3 p r i m e i r o s t a r s ô m e r o s dilatados e pilosos em baixo; garras simples ou providas de dente rombo na base (Brachypterus) élitros frequentemente truncados, deixando visív e i s o ú l t i m o o u os d o i s o u t r ê s ú l t i m o s t e r g i tos ............................................................................................. Nitidulidae
117 (115') -
C l i p e o i n d i s t i n t o d a f r o n t e ; a n t e n a s d e 11 s e g m e n tos; quadris posteriores geralmente contíguos; espécies com alguns milímetros ou com mais de 1 cm ............................................................................. Byrrhidae
117'
Clípeo córneo, separado da fronte por uma fina sut u r a t r a n s v e r s a l ; a n t e n a s d e 10 s e g m e n t o s ; p r o s ternum geralmente sem sulcos anteriores; quadris p o s t e r i o r e s m a i s ou m e n o s l a r g a m e n t e s e p a rados; espécies com alguns milímetros apenas ........................................................................... Limnichidae
-
118 (114') -
118'
Espécies muito pequenas, de corpo compacto, tegumento brilhante e pubescente; olhos reduzidos ou ausentes; pronotum de contorno semicircular, n a b a s e t ã o l a r g o q u a n t o os é l i t r o s ; ê s t e s s o l d a dos; cavidades coxais anteriores abertas atrás; metasternum muito curto; tíbias alargadas par a o ápice, os 4 p r i m e i r o s t a r s ô m e r o s subiguais, o 5° m a i s l o n g o p o r é m e s t r e i t a n d o - s e p a r a o á p i ce ............................................................................... Thorictidae
-
Outro aspecto ........................................................................
119
119 (118') -
Cavidades coxais anteriores abertas atrás, proepímeros livres; espécies pequenas ou com mais de u m c e n t í m e t r o d e c o m p r i m e n t o ; 8° s e g m e n t o a n t e n a l n ã o m e n o r q u e o 7°; e s p é c i e s d e p o r t e m é dio ou pequenas .................................................................
129
119'
-
Cavidades coxais anteriores fechadas atrás; proepímeros soldados ao prosternum; espécies pequenas, com menos de um centímetro de compri-
246
INSETOS DO BRASIL m e n t o ; 8° s e g m e n t o a n t e n a l , à s v ê z e s , m e n o r q u e o 7° e o 9°; espécies pequenas ....................................
120 (119) -
120'
121
Cabeça hipognata; visto o inseto de cima, total ou parcialmente invisível além da margem anterior do pronotum; corpo oblongo-oval, mais ou menos convexo em cima, densamente pubescente ou escamoso, raramente nú; quando há pelos d e c ô r m a i s c l a r a f o r m a m m á c u l a s m a r moradas; élitros cobrindo completamente o abdomen ......................................................................... Dermestidae
-
Cabeça prognata; visto o inseto de cima, bem visível a l é m da m a r g e m a n t e r i o r do p r o n o t u m ; c o r p o n ã o c o m o e m 120, i s t o é, r a r a m e n t e o b l o n g o -oval e convexo em cima e provido de pilosidade; élitros estriados ou estriado-ponteados, não raro c a r i n a d o s ou c o m l i n h a s l o n g i t u d i n a i s m a i s ou m e n o s s a l i e n t e s ; às vêzes t r u n c a d o s e d e i x a n do u m ou a l g u n s dos u r o t e r g i t o s d e s c o b e r t o s Silphidae
121 (119') -
C o r p o c o m p a c t o , e m q u a s i t ô d a s a s e s p é c i e s oval, c o n v e x o e, à s v ê z e s , h e m i s f é r i c o , c o m os é l i t r o s formando linha contínua com o pronotum; troe a n t e r e s d a s p e r n a s p o s t e r i o r e s p e q u e n o s ; 6 ou 5 urosternitos visíveis ........................................................... Leiodidae
121'
-
Outro aspecto ....................................................................................
122
122 (121') -
A b d o m e n c o m 6 u r o s t e r n i t o s ; 8° s e g m e n t o a n t e nal menor que o 7° e o 9° ................................................ Catopidae
122'
A b d o m e n c o m 5 u r o s t e r n i t o s (às vêzes 4 n a s fêmeas); 8° s e g m e n t o a n t e n a l n ã o m e n o r q u e o 7° ................................................................................... Colonidae
-
SISTEMATICA BLACKWELDER, R. E. 1947 -
T h e g e n o t y p e s fixed by F a b r i c i u s . Bull. Brookl. Ent. Soc., 42:51-57.
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COLEOPTERA
247
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248
INSETOS DO BRASIL
BRUCH, C. 1914 -
1914 -
1915 -
1915 -
1927 1928 1928 1935 DEJEAN, A. 1837 -
Idem, P a r s I X - F a m i l i a s Chrysomelidae, Cassidae, Hispidae, L a n g u r i d a e , Erotylidae, Coccinellidae y Endomychidae. Ibid., 19: 346-400. Idem, Pars VII Famílias: Mordellidae, Meloidae, Pedilidae, Oedemeridae, P y t h i d a e , M e l a n d r y i d a e , Curculiontdae, Ipidae, P l a t y p o d i d a e , B r e n t h i d a e , Anthribidae y Bruchidae. Ibid., 19:401-441. Idem, P a r s I I - F a m í l i a s Haliplidae, Dytiscidae, G y rinidae, Hydrophilidae y Staphylinidae. Ibid., 19:471-528. S u p l e m e n t o al Catálogo sistematico de los Coleópteros de la R e p u b l i c a A r g e n t i n a (Addenda, c o r r i g e n da y r e s u m e n ) . Ibid., 19:538-573. Idem, I I . Physis, 8: 536-553. Idem, I I I . Bol. Acad. Nac. Ci. Cordoba, 29:419-452. I d e m , IV (Addenda, c o r r i j e n d a y lista de especias). Physis (B. A.) 9:186-204. Idem, V. Ibid., 11:384-392. Catalogue des Coléoptères de sa collection (4.ª edição). Paris, 517 p.
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d es cr ip to -
JUNK, W. & SCHENKLING, S. 1910-1940 - Coleopterorum Catalogus. C o m p r e e n d e n d o 170 partes, d i s t r i b u í d a s e m 31 volumes. No estudo das f a m í l i a s i n d i c a r e i as respectivas p a r t e s deste catálogo. LENG, C. W. 1920 -
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COLEOPTERA
249
LENG, C. W. & A. I . MUTCHLER 1927 - I d e m . 1.° S u p l e m e n t o : 78 p. 1933 - I d e m . 2. ° e 3. ° S u p l e m e n t o s : 112 p. LENG, C. W. & R. E. BLACKWELDER 1939 - T h e L e n g C a t a l o g u e . 4. ° S u p l e m e n t o : 146 p. LUCAS, R. 1918 -
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250
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Deut-
COLEOPTERA
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ADEPHAGA 1
(Adephagi Schellenberg & Clairville, 1806; Adephaga Leconte Horn, 1883; E m e r y 1885; Caraboidea H a n d l i r s c h , 1907)
38.
Caracteres
-
Coleópteros
pentameros
que
&
apresentam
os 3 p r i m e i r o s u r o s t e r n i t o s c o n a t o s n a p a r t e m e d i a n a , s e n d o o 1º dividido pelas cavidades coxais, restando do mesmo apen a s u m a p e q u e n a p a r t e c e n t r a l , d a í se c o n t a , p e l o m e n o s , u m 1De
(adephagos),
vorraz,
glotão.
256 segmento
INSETOS DO BRASIL a mais nas partes
laterais
que ao longo da linha
m e d i a n a (fig. 1 8 ) ; n e r v u r a m e d i a n a e c u b i t a l a n t e r i o r l i g a clas p o r n e r v u r a s t r a n s v e r s a s , l i m i t a n d o u m a c é l u l a m e d i a n a ou oblongum. L a r v a s t i s a n u r i f o r m e s , p r o v i d a s de p e r n a s c o m os seis segmentos (quadril, trocantèr, femur, tíbia, tarso e uma ou duas garras); mandíbulas sem parte molar; hipofaringe nunca fundido com o premento em peça única robusta. Coleópteros geralmente como na adulta.
predadores,
tanto na fase larval,
JEANNEL, a u t o r i d a d e m á x i m a n e s t e g r u p o d e C o l e ó p t e r o s , estabelece na subordem Adephaga 6 divisões:
CARABOIDEA Ganglbauer, 1892; com as famílias: Trachypachydae Gehringidae Ozaenidae Metriidae Paussidae Carabidae Nebriidae Migadopidae Elaphridae Omophronidae Loroceridae Cicindelidae Siagonidae Cymbiontidae Hiletidae Scaritidae Apotomidae Broscidae Psydridae Trechidae Patrobidae Perigonidae Cnemacanthidae
Peleciidae Melanodidae Ctenodactylidae ttarpalidae Pterostichidae Callistidae Glyptidae Panagaeidae Licinidae Odacanthidae Masoreidae Lebiidae Orthogonidae Agridae Calophaenidae Pentagonicidae Pericalidae Thyreopteridae Anthiidae Zuphiidae Bryptidae Brachynidae Pseudomorphidae
COLEOPTERA HALIPLOIDEA J e a n n e l ,
257
1941; c o m a f a m i l i a H a l i p l i d a e .
HYGROBIOIDEA J e a n n e l , Amphizoidae.
1941; c o m
as familias
Hygrobiidae
e
RHYSODOIDEA J e a n n e l , 1941; c o m a f a m i l i a R h y s o d i d a e . DYTISCOIDEA J e a n n e l ,
1941;
com
as
famílias
Noteridae
e
Dytiscidae. GYRINOIDEA, J e a n n e l , Das
famílias
1941; c o m a f a m i l i a
de
Adephaga
latu), Cicindelidae, Dytiscidae e Gyrinidae. As
quatro
timas no
de grupo
1806; 1860;
primeiras
Adéfagos
são
de
Hydrocanthari
Hydradephaga Euthydradephaga
Paussidae,
Adéfagos
aquáticos,
terrestres,
incluídos
Latreille,
pelos
1802
CARABIDAE
as
três
antigos
úl-
autores
(Nectopoda
Dumeril,
Natatoria
Thomson,
Mac Leay, 1825; Kolbe, 1880). Familia
Carabidae Haliplidae,
interessam-nos:
Rhysodidae,
(sensu
Gyrinidae.
1
(Carabidae Leach, 1815; 1817)
39.
Caracteres,
etc.
-
Cabeça
geralmente
mais
estreita
q u e os e l i t r o s n a b a s e , as vêzes m u i t o
pequena
(Tichonia
pressicollis
excedendo
lateralmente
(Dejean,
1828);
base das antenas; a base
da
mandíbula olhos
cavernícolas
que
ralmente (f i g . 4 1 ) .
11 s e g m e n t o s , são
salientes
( L a t r . 1829)
via
de
sempre como
desenvolvidos, raro
bisegmentada;
Protorax, muito
bem
e de ponta
regra,
filiformes,
na
exceto
inteiramente
(Scaritini)); lacinia
d ea
aos lados da cabeça, entre
e o olho, quasi de
não
las, às vêzes, muito sancti-hilarii
não
estas inseridas
vêzes moniliformes, Coleopteros;
clipeo
maioria nas
espécies
cegas;
mandíbu-
aguçada
(Forcipator
galea palpiforme,
sem
garra
distintamente
as dos
ge-
articulada
marginado,
ora
o u p o u c o m a i s e s t r e i t o q u e os é l i t r o s n a b a s e , o r a t ã o
largo quanto 1De
êstes; não raro transversal, (carabos), cárabos,
cascudo.
cordiforme
e distin-
258
INSETOS DO BRASIL
tamente
separado do resto do corpo por estrangulamento
pe-
dunculado (Scaritini, Enceladini); em alguns gêneros muito e s t r e i t o , c i l i n d r o i d e o u t u b u l i f o r m e ( A g r a (fig. 4 5 ) , C o l l i u r i s ) . Pernas de tipo cursorial, longas e gracis; as vêzes as anteriores aparentemente f o s s o r i a s , c o m a s t i b i a s d i g i t a d a s . Élitros inteiros ou truncados quentemente
e fre-
estriados ou sulca-
dos, s o l d a d o s a o l o n g o d a s u t u r a nas espécies apteras
ou de azas
vestigiais. A maioria é
constituida
porte médio.
dos por
Carabideos espécies
de
Alguns, porém, da
Austrália, muito pequenos, com c e r c a de 1 r u m . de c o m p r i m e n t o , o u t r o s , c o m o os r e p r e s e n t a n t e s de M o r m o l y c e
da
região
Indo-
M a l a i a , t ê m d e 5 a 11 c e n t í m e tros. Da região neotrópica
uma
das maiores espécies que conheço F i g . 40 E n c e l a d u s gigas Bonelli, 1813 (Enceladini) (Lacerda fot.).
é
1813
Enceladus
gigas
(Enceladini)
Colombia, Guianas c o m p o u c o m e n o s d e 50 m m . d e uma
Bonelli,
(fig. 4 0 ) , d a e Amazonia,
comprimento.
Hábitos e espécies mais interessantes Esta família é d a s m a i o r e s d a o r d e m C o l e ó p t e r a ( c e r c a d e 2 1 . 0 0 0 es-
pécies descritas), com grande número de representantes, tanto das regiões temperadas, como das tropicais. Na região Neotrópica contam-se cêrca de 4.000 espécies descritas. Bem que muitos Carabideos possam voar fàcilmente, g e r a l m e n t e s ã o e n c o n t r a d o s n o s o l o e se m o s t r a m m a i s a t i v o s durante a noite ou ao crepúsculo. Alguns, entretanto, pref e r e m o d i a p a r a c a ç a r a s v í t i m a s d e q u e se a l i m e n t a m , p r o curando-as também sôbre as plantas de vegetação rasteira ou sôbre as árvores.
COLEOPTERA Há
Carabideos
que
vivem
entre
259
a
casca
lhos troncos. Como exemplo destes, Mormolyce (phyllodes Hagenbach e Java te tudo
e
Borneo,
gigantesco pelo
pansões cando-se
bem
(até
aspecto
foliaceas na linha
conhecidos
11
pelo
centímetros
estravagante laterais, mediana.
lenho
de
ve-
verdadeiramen-
comprimento)
élitros,
se
o
tamanho
de
dos
que
e
citam-se os do gênero outros), de Sumatra,
com
prolongam
e
sobre-
enormes
para
es-
trás,
to-
F i g . 41 - M a x i l a d e C a r a b í d e o c o m g a l e a p a l p i f o r m e , b i s e g m e n t a d a (2) e l a c í n i a s e m g a r r a a r t i c u l a d a ( 3 ) ; 1, 2.º s e g m e n t o do palpo maxilar (Lacerda fot.).
BATES (1892, T h e n a t u r a l i s t o n t h e R i v e r A m a z o n s : à propósito de alguns Carabideos da Amazonia, diz: "The
carnivorous
chiefly
(Coptodera, the
slender
over or
contrivance
smooth feet
are
branches
or broad,
and
and
many etc.).
flexible and
enabling surfaces, furnished
like
under etc.),
Agra, for
were,
found
Morio,
etc.),
(Calleida,
Caripi
were
twigs, Lia,
leaves
beautiful
at
Some
Goniotropis,
Calophaena, of
beetles
arboreal.
the
those
of
Pará,
bark
of
trees
others leaves
were Most them such beneath
running
over
(Ctenostoma,
Lebia
concealed of as
in
them
to with
107),
the exhibited
cling leaves. a
brush
and
folds a run
Their
tarsi
of
short,
260
INSETOS DO BRASIL stiff
hairs;
comb,
whilst
adapting
leaves,
the
cleft
so
their them
joint
as
to
of
allow
claws for
the free
are
toothed
clinging
foot play
to
which to
the
in
the
the
precedes claw
form
smooth
in
of
edges
the
claw
a of
being
grasping."
Algumas espécies têm hábitos subterrâneos; outras são cavernicolas e algumas termitófilas ou mirmecófilas, como
P h y s e a s e t o s a C h a u d o i r , 1868 ( O z a e n i n i ) (fig. 42) c i t a d a com o s i n f i l o p o r WASMANN (1925) e p o r EIDMANN ( 1 9 3 7 ) , q u e a c o l h e u e m s a u v e i r o de A t t a s e x d e n s (L.) (fig. 42 - P h y s e a testudinea Klug, 1834). Não ha propriamente especies a q u a t i c a s . V e e m - s e a l g u n s Carabideos "sob as pedras b o r r i f a d a s cont i n u a m e n t e pelas c a s c a t i n h a s e corredeiras, ou esparsos ao longo do leito sombrio dos riachos, que correm d e n t r o da m a t a virgem, p a r e c e n d o que e n c o n t r a m ai o seu o p t i m u m " .
F i g . 42 Physea 1834 ( O z a e n i n i
testudinea Klug, (Lacerda fot.).
Assim escreve SCHUBART (1946. Bo1. Ind, Anim., S. Paulo n s . 8 : 3 1 ) , a p r o p o s i t o d o s h a b i t o s d e v a r i o s i n s e t o s , d e n t r e os quais Colliuris família
(Paracolliuris)
Colliurinae),
sipolisi
prestando-nos
Oberthur,
mais
os
parte
basal
1884 ( s u b -
seguintes
in-
formes : "Esta
espécie
dias
e
no
paredão
bém
em
rideos". nalado região."
de
cor
posteriores umidecido baixo É no
de
da pedras
interessante Estado
preta,
com
amareladas,
de
a foi
Cachoeira na
beira
mencionar São
Paulo,
a
encontrada Santa do sua
das
Isabel, córrego
o
como
média tam-
"Blefaroce-
dos
raridade,
parecendo-nos
pernas
durante
sendo
limitado
assia
esta
COLEOPTERA
261
Seja qual for o habitat predileto destes insetos, naturalmente alimentam-se de outros animais: Anelideos, Moluscos, Artropodes, larvas e adultos de Insetos, principalmente lagartas de Lepidopteros. Estas, alias são as vitimas preferidas, tanto dos Carabideos adultos, como das respectivas larvas.
F i g . 43 -
Larva
de C a l o s o m a ( " t e s o u r e i r o " ) v i s t a de lado e de (aumentada) (Lacerda fot.).
baixo
A voracidade das larvas, principalmente as de Calosoma é extraordinária. E quando preferem uma determinada lagarta, como no caso de Calosoma sycophanta, um dos mais importantes inimigos naturais da famosa mariposa cigana ("gipsy moth") dos Estados Unidos (vide 6º tomo, pg. 165), então as autoridades fitossanitárias, como fizeram as Norte Americanas, adotam medidas especiais para a importação, criação e distribuição do inseto auxiliar no combate à praga.
262
INSETOS DO BRASIL
Sôbre a eficiência dos Carabideos no combate à certas lagartas pragas devo para aqui transcrever uma observação que me foi comunicada em Novembro de 1919 pelo Eng. Agrônomo UMBERTO CAMARA, então residente em Altinho (Per-
Fig.
44
-
P a c h y t e l e s sp. O z a e n i n i ) (Lacerda fot.).
Fig. 45 - Agra prasina Liebke, 1940 ( A g r i n i ) ( L a c e r d a f o t . ) .
nambuco), na qual assinala os estragos causados, em plantações de milho, algodão e feijão, por lagartas, provàvelmente da família Noctuidae, chamando atenção para as larvas de um Carabideo conhecido nessa região pelo nome "tesoureiro". Eis o que diz a propósito deste inseto: "Tesoureiro (fig. 43) - É um cascudinho que encontrei sòmente nos lugares onde havia lagartas ns. 1 e 2. Não tenho lembrança de o ter visto em outra ocasião. Corre muito pelo chão à caça da lagarta n.º 2, que é muito vagarosa, mole e não sabe se defender, e quando a encontra, entra em luta até apanhá-la pelo ventre; por ahi suga completamente o conteú-
COLEOPTERA
263
do da lagarta e fica com 2 ou 3 vêzes mais do que o seu volume natural. Êle não apanha a n.º 1, (de Mocis repanda) porque esta é muito ativa e resistente, mas matei algumas e apresentei a elle e deste modo comeu como as outras. Estes "tesoureiros" existiam em grande numero, mas de repente desapareceram e, alguns dias depois, enquanto existiam ainda as largartas, apareceram em porção igual uns bezouros grandes e muito ligeiros, com o mesmo instinto que os cascudinhos, corriam à caça das lagartas e logo que as encontravam destruíam do mesmo modo que aquelas. Apanhei diversos "tesoureiros" e coloquei em uma caixa com terra, alimentei-os com lagartas e no fim de algum tempo metiam-se na terra. Nenhum destes se transformou no tal bezouro e por isto não afirmo que os bezouros resultam da transformação do "tesoureiro". No próximo ano proseguirei minhas observações para tirar uma conclusão exata. A julgar pelo grande numero de "tesoureiro" existente durante o tempo que durou a praga de lagarta, pode-se concluir que prestaram algum auxilio a lavoura".
Infelizmente nunca uma
me chegou larva
de
o
material
as mãos.
Carabidae
Todavia
do
quei agora, examinando
prometido gênero
uma
de
insetos adultos
o tal "tesoureiro" Calosoma,
segundo
delas e utilisando-me
era verifi-
da exce-
l e n t e c h a v e d e VAN EMDEN ( 1 9 4 2 ) . Das várias espécies de Calosoma duas
mais
1830)
importantes
(laterale
Dejean)
no
Brasil
(fig.
46)
da região Neotrópica, as
são e
C.
gra nulatum
ret usum
C.
Fabricius,
(Perty, 1801
(laterale Kirby). N e m t o d o s os C a r a b i d e o s s ã o p r e d a d o r e s . cies
causam
ou mesmo
danos atacam
mais
ou
menos
vultuosos
os f r u t o s d e p l a n t a s
Algumas
espé-
às
sementeiras
herbaceas
ou arbus-
tivas. Tais hábitos fitofagos, ora peculiares aos adultos, ora às l a r v a s , s ã o a s v ê z e s o b s e r v a d o s e m a m b o s os e s t á d i o s . Bem entre
que assinaladas
os H a r p a l i n i
em diversos grupos, parece
q u e se e n c o n t r a
o maior
número
que é d e es-
pécies fitofagas e uma das nossas mais conhecidas, como pre-
264
INSETOS DO BRASIL
judicial
a
agricultura,
é
(tricolor (Guér., 1829) subterrâneos, segundo me CANTI.
Arthrostictus
speciosus
(fig. 47) cujas informou o Prof.
(Drury,
1829)
larvas teem hábitos MARIO B. CAVAL-
1
Fig.
46 Calosoma granulatum ( P e r t y , 1830) ( C a r a b i n i ) (Lacerda fot.).
Bem que habitem
Fig.
em
outras
47 Arthrostictus speciosus ( D r u r y , 1829) ( H a r p a l i n i ) (Lacerda fot.).
regiões
Carabideos
r e s e m a i s v i s t o s o s q u e os n o s s o s , p o s s u i m o s dem ser considerados Brachygnathus
belos representantes
oxygonus
Perty,
1830
alguns
maioque po-
da família, como
(fig. 4 8 ) , d e c ô r g e r a l
azul e élitros de um vermelho dourado. Sem dúvida, um dos grupos mais interessantes bidae é o dos chamados defendem midade
daqueles
que
"bombardeiros" os p e r s e g u e m
emitindo
anal jatos de fluido que, em contato
diatamente
detonam
com produção
de Cara-
(Brachinini),
de fumaça,
pela
q u e se extre-
com o ar, imede ação cáus-
tica para a nossa pele. Os n o s s o s m a i o r e s " b o m b a r d e i r o s " P h e r o p s o p h u s (fig. 4 9 ) .
pertencem
ao gênero
COLEOPTERA
265
Os c a r a b i d e o s p õ e m os ovos n a s u p e r f í c i e ou e m cavidades do solo. Depois de a l g u n s dias de i n c u b a ç ã o , s a e m as larvas, que i m e d i a t a m e n t e e n t r a m e m a t i v i d a d e .
Fig. 48 Brachygnathus oxygonus P e r t y , 1830 ( P a n a g a e n i n i ) (Lacerda fot.).
Fig. 49 Pheropsophus o e q u i n o c t i a lis (L., 1863) (Brachynini) (Lacerda fot.).
Nas espécies e s t r a n g e i r a s , c u j a etologia se a c h a m a i s ou m e n o s e s t u d a d a , obs e r vam - s e 3 i n s t a r e s larvais, v a r i a n d o de dias a meses a d u r a ç ã o do d e s e n v o l v i m e n t o larval. Complet a d o êste, a l a r v a se m e t a m o r f o s e a e m p u p a no solo, sob ped ras ou d e t r i t o s aí a c u m u l a d o s , ou se e n t e r r a n d o em células mais ou m e n o s a f a s t a d a s d a s u p e r f í c i e . Os períodos p r é - p u p a l e p u p a l v a r i a m t a m b é m s e g u n d o as espécies. O ciclo evolutivo pode d e m o r a r meses, at é u m a n o .
266
INSETOS DO BRASIL
Quanto aos Carabideos que vivem em nosso país - aliás quanto à maioria dos Coleópteros da região Neótropica faltam-nos dados preciosos, não sòmente relativos aos vários estádios larvais, como a outros do ciclo evolutivo. Bibliografia.
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270
INSETOS DO BRASIL Familia
CICINDELIDAE¹
(Cicindelidae S t e p h e n , 1827) 40.
Caracteres
-
Insetos
esbeltos,
de
pernas
longas
e
tão
ou mais velozes que os Carabideos.
Fig. 50 - Odontochila nodicornis (Dejean, (Cicindelinae, Megacephalini) (Lacerda
1825) fot.).
Cabeça grande, via de regra mais larga que o protorax ao nível dos olhos; êstes quasi sempre mui salientes (fig. 50); mandíbulas falciformes, ponteagudas e armadas de fortes dentes na borda interna (fig. 51); maxilas com galea palpiforme, geralmente biarticulada; lacinia provida de garra articulada e móvel (fig. 52). Antenas filiformes, relativa¹ D e cicindela, v a g a l u m e .
271
COLEOPTERA mente
longas,
de
11
segmentos,
inseridas
na
fronte
acima
da base das mandíbulas. Protorax cordado ou cilindroide, não raro bossulado, porém quasi sempre não emarginado lateralmente. Élitros sem estrias; asas geralmente bem desenvolvidas, em alguns gêneros, porém, atrofiadas ou ausentes. N e s t e c a s o os é l i t r o s se a p r e s e n t a m soldados ao longo da sutura.
Fig. 51 - Mandíbula de Cicindelidae (Lacerda fot.).
Hábitos
e
Fig. 52 - Maxila de Cicindelidae; 1, palpo maxilar; 2, galea palpiforme; 3, lacínia com uncus articulado (Lacerda fot.).
especies
mais interessantes Relativamente neotrópica e seus hábitos transtrechos do trabalho de BARATINI uruguaias de Cicindelidae (1920):
aos Cicindelideos da região crevo para aqui os seguintes sôbre
as
espécies
"Entre los vivos
los
que
coleópteros
están y
de
adornados
metalicos,
sólo
nuestro con
más
comparables
pais,
los
vistosos al
cicindélidos colores.
de
algunas
Los
son tonos especies
272
INSETOS DO BRASIL exóticas,
los
cuentan
entre
las
brillantes
del
más
cicindela,
encontramos
hay
colores;
en
de
en
genero.
algunas
cambio,
presentan curiosos en intensidad y
las
nuestra
tetrachas,
fauna
Entre
en
las
las
los
que
dibujos, variedad
de
dos que
cuales
se
talvez
las
corresponden
países
tropicales,
corresponden
al
no pueden de colorido.
y oxychiles no abundan las especies pocas que tenemos en nuestro país
las
especies,
al
género
de
variados
Uruguay,
si
bien
rivalizar con aquéllas Entre las megacephalas
de son
colores vivos, y las de colores apagados,
en las que predominan los tonos oscuros y testáceos. Las en
cicindelas
la
agilidad
aventajan
de
en
movimientos
la
velocidad
a
todos
de
los
su
carrera
otros
y
coleópteros.
Se las encuentra en pleno día, en los lugares áridos y en particular en las llanuras arenosas. Se las encuentra en las horas de sol corriendo com vivacidad. Cuando se ven perseguidas vuelan, y, en tal caso, lo hacen con un vuelo, si bien no muy sostenido. Cuando el cielo está nublado buscan
rápido, lugares
dónde ocultarse, ya sea entre las matas o bajo las piedras. Si
alimentan
nadamente; a
la
Al
con
impotencia
tomarlas
librar,
y
de
otros
sus a
sua
entre se
insectos,
poderosas víctima,
los
dedos
defienden
a
quienes
mandíbulas a
se
quienes
agitan
devoran
con
valientemente
persiguen
reducen
los
energía
mordiendo
obsti-
bien
pronto
intestinos.
para
con
poderse
sus
pode-
rosas mandíbulas. Otro
de
penetrante,
sus
pero
medios no
de
tan
defensa
consiste
en
exhalar
como
el
de
desagradable
un
odor
algunos
ca-
rábidos. Las puede salvo en
larvas variar
la
ciertas La
que
alcanzan según
cabeza
y
especies cabeza
cavan
el
son es
un
la
tamaño
especie. primer
de
más
o
oscuro
menos
dos
centímetros,
tegumentos
segmento,
color
verticalmente,
de
Los o
que
son
que
blandos,
consistentes
y
metálico.
trapezoidal;
alcanzando
son
hasta
viven
en
cuevas
cincuenta
centí-
metos. La
larva,
como
el
adulto,
se
alimenta
de
pequeños
insectos,
a quienes acecha en la boca de estas cuevas. En el tiempo de la metamorfosis cierra la entrada de su cueva y se retira al rondo para transformarse. La ninfa es amarillenta, y en algunas especies es de forma curiosa y provista de espinas. En la
primavera
lejos
de
auxiliares,
sale ser
el
imago.
perjudiciales
destruyendo
infinidad
Tanto a de
las
la insetos
larvas
agricultura, fitófagos."
como
los
sonsus
adultos, eficases
COLEOPTERA
273
Q u a n t o ao cheiro dos Cicindelideos, o de Cicindela nivea, Kirby, 1818 (fig. 53), se não me f a l h a a m e m ó r i a olfativa, l e m b r a o da b a r a t a , que n a d a t e m de a g r a d á v e l . As larvas, a d a p t a d a s à vida s u b t e r r â n e a e sujeitas à forte tração das vítimas, que, ao serem presas, t e n t a m delas s e desvencilhar, a p r e s e n t a m caracteres que lhes são peculiares. O p r o n o t u m e a p a r t e dorsal da cabeça, f o r t e m e n t e esclerosados, f o r m a m u m a espécie de disco, que f u n c i o n a como F i g . 53 - Cicindela n i v e a K i r b y , 1818 alçapão, t a p a n d o a boca da ga(Cicindelinae, Cicindelini) (Lacerda fot.). leria e m que a larva se e n t e r r a no solo (fig. 54). A larva ancora-se à parede da galeria med i a n t e u m p a r de g a n c h o s curvados p a r a d e a n t e , m a i s ou m e n o s robustos, presos a p a r t e tergal do 5° uromero (fig. 55, 5 A . S . ) Como t r a b a l h o s mais i n t e r e s s a n t e s relativo à biologia dos Cicindelideos brasileiros cito os de ZIKÀN (1910 e 1929). BRUCH (1907) estudou o desenvolvimento de Cicindela apiata Dejean, 1825, a p r e s e n t a n d o belos desenhos dos vários estádios evolutivos do inseto. Fig. 54 - Larva de Cicindela campestris L. (espécie da E u r o p a ) e m seu c a n a l de a r e i a à espera de u m a v í t i m a ; as s e t a s i n d i c a m a direção do eixo ótico dos principais ocelos (De Weber, 1933, Lehrb. Entom., segundo F r i e d e r i c h s , 1931).
Há cêrca de 1.500 Cicindelideos de tôdas as regiões, dos quais, perto
274
INSETOS DO BRASIL
de 500 são da região Neotrópica. Nas figuras que apresento v e e m - s e os m a i s c o m u n s , i n c l u s i v e O x y c h i l a t r i s t i s ( F a b r . , 1875), um dos mais frequentemente e n c o n t r a d o s do Rio de J a n e i r o (fig. 5 6 ) . LACORDAIRE, a s s i n a l a n d o a e x t r e m a a g i l i d a d e do i n s e t o , q u e vive s ô b r e p e d r a s e a b e i r a dos rios, diz que o mesmo não voa e produz forte ruído esfregando as pernas nos bordos dos élitros.
F i g . 55 Ctenostoma ichneumon D e j e a n , 1826 ( C o l l y r i n a e , Ctenostomini); 58, larva, vlsta lateral, cêrca de 7 X; 59 e 60, p u p a , v i s t a v e n t r a l e l a t e r a l , c ê r c a d e 6,5 X ( D e Z i k a n , 1929).
Um
grupo
gião neotrópica, gênero Kirby,
de
Cicindelideos com muitas
geralmente
MegacephaIa Latr. 1818 (fig. 57); M.
de cor m e t á l i c a
espécies na
re-
brilhante,
é o
(Tetracha Hope) (M. brasiliensis fulgida (Klug, 1834), etc.). Mega-
COLEOPTERA cephala klugi Chaudoir,
1850, e n c o n t r a d a
275 na Amazônia
e re-
giões circunvisinhas, é de cor geral castanha escura, com mácula negra na metade posterior de cada élitro. É uma das maiores espécies da região neotrópica, porém, ainda
é peque-
n a q u a n d o c o m p a r a d a c o m M a n t i c h o r a h e r c u l e a n a K l u g , de Moçambique, que quasi atinge a 5 centímetros de comprimento, excluindo as mandíbulas.
F l g . 56 Oxychila tristis (Fabricius, 1775) ( C l c i n d e l i n a e - M e g a c e p h a l i n i ) (Lacerda fot.).
F i g . 57 Megacephala brasiliensis ( K i r b y , 1818) ( C i c i n d e l i n a e - M e g a cephalini) (Lacerda fot.).
Sobressae cm belesa, Euprosopus quadrinotatus L. & D e j e a n , 1822, p e q u e n o b e s o u r o c o m p o u c o m a i s d e 2 c m s . d e comprimento, de cor verde metálica brilhante, com duas máculas de cor amarela eburnea em cada élitro, a anterior maior. A m a i o r p a r t e d o s C i c i n d e l i d e o s p e r t e n c e a s u b f a m í l i a Cic i n d e t i n a e . D a o u t r a s u b f a m í l i a ( C o l l y r i n a e ) só h á o g ê n e r o
276
INSETOS DO BRASIL
Ctenostoma Klug
(fig. 5 8 ) , c o m m u i t a s
espécies brasileiras,
desprovidas de asas, que mimetisam formigas p o n e r i n a e , c o m a s q u a i s se a s s o c i a m .
da subfamília
Fig. 58 - C t e n o s o m a o r n a t u m K l u g , 1834 (Coll y r i n a e , C t e n o s t o m i n i ) (De K l u g , 1834)
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Família HALIPLIDAE¹ (Haliplides Aubé, J e a n n e l , 1941).
1836;
Haliplidae
Kirby,
1837;
Haliploideo
41. Caracteres - Besouros de alguns milímetros de comprimento, corpo ovalar, convexo, brilhante, cor parda amarelada, as vêzes com pintas negras, elitros marcados de fortes pontuações alinhadas; escutelo invisível (fig. 59).
¹ De
(haliploos),
que
navega
sôbre o mar;
coberto
de água.
COLEOPTERA
279
O p r i n c i p a l c a r á t e r q u e os d i s t i n g u e d o s d e m a i s A d é f a g o s é o a s p e c t o dos q u a d r i s p o s t e r i o r e s : c o n t í g u o s n o m e i o e exp a n d i d o s e m g r a n d e l â m i n a , q u e c o b r e a m e t a d e b a s a l d o fêm u r e a s p r i m e i r a s u r o s t e r n i t o s (fig. 6 0 ) . C o n q u a n t o os H a l i p l i d e o s s e j a m i n s e t o s a q u á t i c o s e p o s suam franjas de longas cerdas nos tarsos das pernas meso e metatorácicas, deslocam-se na água executando movimentos ambulatórios.
F i g . 59 -
Haliplus
sp.
(Lacerda fot.).
F i g . 60 - H a l i p l u s sp. P a r t e da f a c e v e n t r a l d o c o r p o , p a r a se v e r a s g r a n d e s p l a c a s c o x a i s q u e e n c o b r e m os p r i m e i r o s urosternitos (Lacerda del.).
H a b i t a m g e r a l m e n t e as coleções d á g u a t r a n q u i l a s e de pouca profundidade, a beira dos riachos e lagos, ou vagueam sôbre as plantas aquáticas que aí se encontram. Podem também voar, atingindo as lâmpadas nas proximidades dêsses criadouros. HICKMAN ( 1 9 3 1 ) , a u t o r d e u m a d a s m a i s i n t e r e s s a n t e s contribuições à biologia destes insetos, confirmando observaç õ e s a n t e r i o r e s , v e r i f i c o u q u e t a n t o os a d u l t o s c o m o a s l a r v a s n ã o t e m h á b i t o s p r e d a d o r e s e se a l i m e n t a m d e a l g a s f i l a m e n tosas.
280
INSETOS DO BRASIL As l a r v a s , e m
geral, apresentam
evaginações
tergais
e
pleurais mais ou menos desenvolvidas, que funcionam como traqueo-branquias, permitindo a respiração do oxigêneo do ar dissolvido nagua. Como nas da família Dytiscidae as mandíbulas são falciformes e providas de canal mandibular. A família Haliplidae das quais algumas apenas tram no Brasil.
c o m p r e e n d e c ê r c a d e 100 e s p é c i e s , do gênero Halipus Latr., se encon-
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COLEOPTERA Família
281
DYTISCIDAE¹
(Dytiscides L e a c h 1815, p a r t . ; Dytiscidae M. Leay, 1825, p a r t . ; Dytiscidae L a c o r d a i r e , 1854; Dytiscoiclea J e a n n e l , 1942). 42.
tam (fig. ca, estes
Caracteres
-
Pelo
aspecto
característico
que
61), indicador de perfeita adaptação a vida besouros podem ser confundidos com os da
apresem aquátifamília
F l g . 61 - M e g a d y t e s g i g a n t e u s ( L a p o r t e , 1834) ( D y t i s c i n a e ) ( L a c e r d a fot.).
Hydrophilidae. Nestes, porém, não se vê a segmentação abdominal característica dos Adelagos, as antenas são curtas e palpos maxilares alongados. F i g . 62 P e r n a a n t e r i o r de u m DiNos Dyticideos as antenas são t i s c í d e o m a c h o , p a r a se v e r o a s p e c t o característico dos 3 primeiros tarsôrelativamente longas e filiformeros (Lacerda fot.). mes e os palpos de tamanho normal. Nos Ditiscideos observa-se frequentemente o seguinte dimorfismo sexual: os machos têm os 3 primeiros segmentos ¹ De
(Dyticos),
que mergulha
ou q u e g o s t a de m e r g u l h a r .
282
INSETOS DO BRASIL
do
tarso
das
pernas
anteriores
consideràvelmente
dilatados,
e s c a v a d o s e m b a i x o e a í p r o v i d o s d e v e n t o s a s (fig. 6 2 ) ; a s f ê m e a s a p r e s e n t a m os e l i t r o s p r o f u n d a m e n t e sulcados, total ou s ò m e n t e n a m e t a d e a n t e r i o r . As vêzes, n u m a m e s m a e s p é : cie, h á f ê m e a s d e e l i t r o s s u l c a d o s e o u t r a s d e e l i t r o s lisos. T a i s e s t r u t u r a s p e r m i t e m os m a c h o s p o d e r e m , e m c ó p u l a , agarrar-se por algum tempo ao dorso das fêmeas. Hábitos varias
coleções
Os Ditiscideos, adultos de
água
doce.
e larvas,
Alimentam-se
vivem
de
nas
animáculos
da fauna aquícola, até mesmo pequenos peixes, como demonstrou GOIDANICH ( 1 9 4 3 ) . Para respirarem, veem a tona d ' á g u a r e n o v a r a p r o v i s ã o de a r que guardam na extremidade p o s t e r i o r do c o r p o . Os e s p i r á c u l o s dos dois últimos pares são consid e r à v e l m e n t e m a i o r e s q u e os o u tros e ficam em relação com um e s p a ç o o u á t r i u m s u b e l i t r a l , situado naquela parte do corpo, ond e se a c u m u l a o a r e x p i r a d o . Ao atingir o inseto a superfície d'água, para ela volta a parte posterior do corpo, expele o gas carbônico expirado e deixa penetrar no sistema traqueal o oxigênio do ar livre. As posturas, em ovos isolados ou reunidos, são feitas na suF i g . 63 Larva de Dytiscidae p e r f í c i e de p l a n t a s a q u á t i c a s ou (Lacerda fot.). de o u t r o s s u p o r t e s , o u n o i n t e r i o r dos tecidos daquelas plantas (posturas endofiticas). A s l a r v a s , (fig. 63) t a m b é m
aquáticas,
via
de
regra
se
deslocam executando movimentos serpentiformes. Quando jovens, absorvem principalmente o oxigênio do ar dissolvido
COLEOPTERA
283
nagua. Quanto mais se desenvolvem mais necessitam de ar livre; daí virem frequentemente a tona dagua para respirar, penetrando o ar no sistema traqueal pelo sifão respiratório caudal, mais ou menos alongado, no ápice do qual se abrem os espiráculos em relação com os dois queais, que percorrem o corpo da larva. As timas
larvas com as
de Dytiscidae são carnívoras e mandíbulas. Estas (fig. 64 cm)
F i g . 64 -
pelo
chamado
através
do
rotoxina, que
atua
mando-os
sôbre em
Observa-se, extra-intestinal,
mandibular,
passa
ação
o
fluido
paralisante os
tecidos
líquido
que
pois, que,
troncos
tra-
atacam as vísão percorridas
C a b e ç a d a l a r v a d o D i t i s c í d e o d a f i g u r a 63 (Lacerda fot.).
canal
qual
de
grossos
da é
a
também
a
a
contém e do
e
em
neu-
protease, transfor-
mesmo
chamada
ocorre
faringe, uma
uma
digerindo-os através
insetos,
e Cicindelidae (V. trabalho de PORTIER).
que
com
vítima,
mesma,
aspirado
parte,
relação
intestinal,
sôbre
nestes em
em
canal. digestão
Carabidae
284
INSETOS DO BRASIL
A voracidade das larvas de Dytiscidae é extraordinária; as pequenas alimentam-se de larvas de pequenos insetos ou de outros animáculos aquáticos; as mais desenvolvidas podem atacar girinos e pequenos peixes. Quando a larva completa o desenvolvimento, desloca-se até a beira umida da coleção de água em que viveu e aí, enterrando-se, prepara uma célula subterrânea dentro da qual se metamorfosea em pupa. Infelizmente nada se sabe respeito à biologia dos nossos Ditiscideos, verdadeiro contraste com o acêrvo enorme de contribuições relativas a algumas espécies estrangeiras, especialmente o famoso Dytiscus marginalis L., sôbre o qual há publicados numerosos trabalhos, inclusive a grande monografia d e KORSCHELT ( 1 9 2 3 ) . F a m í l i a c o m m a i s d e 2.000 e s p é c i e s d e s c r i t a s , d a s q u a i s c ê r c a d e 550 s ã o d a r e g i ã o N e o t r ó p i c a , d i s t r i b u í d a s p e l a s s u b famílias Noterinae, Laccophilinae, Hydroporinae, Colymbetinae e Dytiscinae. De todos os nossos Dytiscineos um dos mais conhecidos, p e l o s e u g r a n d e p o r t e , é M e g a d y t e s g i g a n t e u s ( L a p o r t e , 1834) ( = l h e r m i n i e r i L a p o r t e , 1834) ( f i g . 6 1 ) , d e c ô r v e r d e e s c u r a olivacea no dorso e negra em baixo, com faixa amarela avermelhada sôbre o clipeo e partes laterais do pronoto e dos elitros.
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(Consultar
outros
Familia
trabalhos
deste
GYRINIDAE
autor)
¹
(Gyrinites Latr. 1810; Gyrinides Leach. 1815; Gyrinidae Leach., 1817; Gyrinoidea Leng, 1920; Böving & Craighead, 1930; Jeannel, 1941) 43. Caracteres - Os autores modernos, adotando a orientação de LENG em seu catálogo (1920: 26, 81; 1933: 4), isolam esta família em superfamília Gyrinoidea. P ela f o r m a do corpo os Gyrinideos t ê m a l g u m a s e m e l h a n ç a c o m os Ditiscideos, p o r é m deles se d i s t i n g u e m i m e d i a t a m e n t e pelo a s p e c t o das p e r n a s , as a n t e r i o res (figs. 65 e 68) consideràvelm e n t e m a i s a l o n g a d a s , dirigidas p a r a d i a n t e e, em repouso, alojadas e m sulcos o b l i q u a m e n t e disp o s t o s n a face i n f e r i o r do t ó r a x , as médias e posteriores curtas, f o r t e m e n t e a c h a t a d a s e consider à v e l m e n t e a l a r g a d a s (fig. 69), pelos olhos, de c a d a lado, u m acima e outro imediatamente a b a i x o d a m a r g e m l a t e r a l da cabeça e pelas a n t e n a s , m u i t o cur t a s e es co n d id a s e m fossetas laterais (figs. 66 e 67).
F l g . 65 - E n h y d r u s sulcatus (Wiedman, 1821) (GyrinidaeEnhydrinae-Dineutini) (Lacerda fot.).
Os últimos segmentos abdominais, principalmente nas espécies q u e h a b i t a m as á g u a s c o r r e n t e s , p r o l o n g a m - s e a l é m dos elitros e m p o n t a m ai s ou m e n o s s a l i e n t e . ¹ De
(gyros), v o l t a , c í r c u l o , m o v i m e n t o c i r c u l a r .
288
INSETOS DO BRASIL
O m e t a s t e r n u m n ã o a p r e s e n t a s u t u r a t r a n s v e r s a l premetacoxal. Nos m a c h o s os tarsos anteriores são m a i s d i l a t a d o s que n a s f ê m e a s e algo escavados em v e n t o s a e m baixo (fig. 68). As espécies p e q u e n a s (alg u m a s c o m poucos milímetros de c o m p r i m e n t o ) , ou de p o r t e médio, são de côr negra, azul ou verde m e t á l i c a e s c u r a . Hábitos e espécies mais interessantes Os Girinideos e n c o n t r a m - s e em á g u a s pouco a g i t a d a s ou correntes. E m rios ou riachos c o m corredeiras, quase s e m p r e se a c u m u l a m nos r e m a n s o s s o m b r e a d o s e aí, n a superfície, z i g u e z a g u e a m ràpid a m e n t e . Se p e r t u r b a d o s nesse m o v i m e n t o h a b i t u a l , m e r g u l h a m i m e d i a t a m e n t e e se e s c o n d e m no fundo, sob p e d r a s ou plantas submersas. Fig. 66 - Cabeça de Girinideo, vista de lado; Ant., antena; em cima o ôlho superior, em baixo o inferior, que fica submerso (Lacerda del.).
Q u a n d o a p a n h a d o s , como os Dytiscideos, expelem líquido leitoso de cheiro desagradável, s e c r e t a d o por g l â n d u l a s protoráxicas. Na fase a d u l t a são p r e d a d o r e s e r e s p i r a m o ar livre, e m p a r t e pelas a n t e n a s , que se m o d i f i c a m em órgãos respiratórios. P o d e m voar a noite a t r a í d o s pela luz. P o e m os ovos sôbre as p l a n t a s a q u á t i c a s . As larvas t ê m o corpo e as p e r n a s tinas, a cabeça u m tanto alongada, 4 u r o g o m p h i e c a d a u r ô m e r o provido de u m p a r de t r a q u e o - b r a n q u i a s filiformes e p l u m o s a s (o ú l t i m o urôm e r o t e m dois p a r e s de tais apêndices). São p r e d a d o r a s e poss u e m m a n d í b u l a s falciformes t a m b é m providas de c a n a l m a n d i b u l a r , como em Dytiscidae e Haliplidae. Q u a n d o com-
COLEOPTERA
F i g . 67 -
Antena
de
Gyrinidae
289
(Lacerda
fot.).
F i g . 68 - P e r n a s a n t e r i o r e s d a f ê m e a ( à e s q u e r d a e e m cima) e do macho, de Gyrinidae (Lacerda fot.)
290
INSETOS DO BRASIL
p l e t a m e n t e desenvolvidas, via de regra, p r e p a r a m u m a célula no solo à beira d'água e aí se metamorfoseam em pupa. I n f o r m a ç õ e s mais d e t a l h a d a s relativas à biologia dêstes besouros podem ser lidas no trabalho de BALDUF (1935 The bionomics of e n t o m o p h a g o u s Coleoptera.)
F i g . 69 -
Perna
m é d i a (à, e s q u e r d a ) e p o s t e r i o r d o m e s m o d a f i g . 68 ( L a c e r d a f o t . ) .
Girinideo
Há cêrca de 500 espécies descritas, das quais 120 h a b i t a m a região Neotrópica, distribuídas pelas subfamílias G y r i n i n a e . Orectochilinae e Enhydrinae. A esta subfamília pertence a espécie m a i o r e m a i s e c o n t r a d i ç a em nossa t e r r a - E n h y d r u s sulcatus ( W i e d m a n n , 1821) (fig. 65). O u t r a espécie t a m b é m r e l a t i v a m e n t e c o m u m é Gyretes dorsalis Brullé 1837, de corpo f o r t e m e n t e convexo e élitros t r u n c a d o s e espinhosos no ápice.
COLEOPTERA
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COLEOPTERA
Familia
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(Paussidi Latreille, 1807; Paussidae Leach, 1815; Paussidae Westwood, 1833; Paussoidea Tillyard, 1926; Böving Craighead, 1930). 44. Caracteres, etc. - Outro pequeno elevado a categoria de superfamília P a u s s o i d e a - por TILLYARD (1926 Ins. of A u s t r a l i a a n d New Zealand). JEANNEL e PAULIAN (1944-1949) i n c l u e m a f a m í l i a n a 1 ª seção de C a r a b o i d e a .
grupo
de
Adefagos
São p e q u e n o s besouros fàcilm e n t e r e c o n h e c í v e i s pelo a s p e c t o s i n g u l a r das a n t e n a s (fig. 70). Neles o p y g i d i u m e, às vêzes, o p r o p y g i d i u m f i c a m e x p o s t o s . Os tarsos são p e n t a m e r o s , p o r é m , e m a l g u m a s espécies o 12 ou o 4 º a r t í c u l o é p o u c o visível. Adultos e l ar va s t ê m h á b i t o s mirmecófilos. Há p e r t o de 400 espécies descritas, das quais p o u c o mais de u m a d e z e n a d a região n e o t r ó p i c a .
Fig. 70 - A r t h r o p t e r o p s i s p r a e m o n e n s K o l b e , 1820 ( P a u s s i dae). Exemplar determinado e gentilmente emprestado por Borgmeier (Lacerda fot.). (Muito aumentado)
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RHYSODIDAE1
(Rhysodides Erichson, 1845; Rhysodidae Schaum, 1859;Rhyssodides Jacquelin, 1859;Rhyssodidae Thomson, 1859; Le Conte & Horn, 1883: Rhysodoidea Leng, 1920; Jeannel, 1941). 45. Caracteres, etc. - Besouros pequenos ou de tamanho médio, de corpo alongado (fig. 71), com a cabeça, o pronoto e, às vêzes, os élitros longitudinal e profundamente sulcados; antenas moniIiformes; metasterno extraordinàriamente des e n v o l v i d o ; as a s a s , q u a n d o d e s e n v o l v i d a s , e m g e r a l , n ã o a p r e sentam oblongum. P e l o a s p e c t o dos u r o s t e r n i t o s (fig. 72) n ã o se t e m a i m p r e s ã o de se t r a t a r de b e s o u r o s d a s u b o r d e m A d e p h a g a . T o d a v i a a f a m í l i a foi t r a n s f e r i d a p o r B ö v i n g de P o l y p h a g a p o r c a u s a dos c a r a c t e r e s d a l a r v a de C l i n i d i u m , n ã o o b s t a n t e e s t a apresentar uma garra apenas em cada tarso, caráter peculiar aos besouros da subordem Polyphaga. H á p o u c o m a i s de 100 e s p é c i e s d e s c r i t a s . A e s p é c i e b r a s i l e i r a m a i s c o n h e c i d a é C l i n i d i u m c o s t a t u m ( C h e v r o l a t , 1829) (fig. 7 1 ) . 1
De
(rhyssodes), rugoso.
COLEOPTERA
F i g . 71 C l i n i d i u m costatum (Chevrolat, 1829) (Rhysodidae) (Lacerda fot.).
F i g . 72 P r e p a r a ç ã o do a b d o m e n de C l i n i d i u m ; face v e n t r a I do a b d ô m e n e, a d i a n t e e à d i r e i t a , p a r t e d o metasterno (Lacerda fot.).
295
296
INSETOS DO BRASIL
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ARCHOSTEMATA
(Archostemata Kolbe, 1901; Leng, 1920; Böving & Craighead, partim).
CUPEDIDAE 1
Família
(Cupésides Lacordaire, 1857; Cupesidae Gemminger & Harold, 1825; Cupedidae Alluaud, 1900; Cupediformia Lameere, 1903; Cupidae Brues & Melander, 1932; Cupesoidea Leng, 1920; Böving & Craighead, ]930; Cupediformes Lameere, 1938).
46. Caracteres, etc. - Família muito interessante porque a ela p e r t e n c e m C o l e o p t e r o s dos m a i s p r i m i t i v o s , c o m c a r a c t e r e s q u e os a p r o x i m a m d o s A d e f a g o s , p r i n c i p a l m e n t e p e l a p r e s e n ç a do o b l o n g u m n a s a s a s e p e l o a s p e c t o d a s l a r v a s , c u j a s pernas apresentam também 6 segmentos, distinto artículo tarsal e uma ou duas garras; na mandíbula, porém, há forte parte molar e as estruturas hipofaringêa e paragnatal apresentam-se fundidas com o prémento n'uma peça robusta. D a í KOLBE, (1901) e os a u t o r e s m o d e r n o s s e p a r a r e m a família em subordem à parte Archostemata na 1 De
cupes,
cupedis,
que
gosta
de
coisas
delicadas
ao
paladar.
COLEOPTERA
297
qual PEYERIMHOFF (1933) também inclue a família Micromalthidae. O abdome, porém, é do tipo criptogástrico de JEANNEL e PAULIAN (2.º esternito totalmente involuido e desaparecido na articulação coxal). Daí êstes autores, de acôrdo com a opinião de LENG (1920), incluirem-na em Lymexyloidea.
Fig. 73 - T e t r a p h a l e r u s b r u c h i Heller, 1913 (De B r u c h , 1935), c ê r c a d e 5 X ( C u p e d i d a e ) ( L a c e r d a f o t . ) .
Constituem a família Cupedidae cêrca de 20 espécies, das quais duas, ou talvez três, h a b i t a m o Brasil, dos gêneros Paracupes Kolbe e Tetraphalerus Waterhouse (fig. 73). A mais conhecida é P. brasilianna Kolbe, 1898, de biologia desconhecida. No Rio de Janeiro encontra-se Tetraphalerus wagneri Waterhouse, 1901. Êste e T. bruchi acham-se figurados no trabalho de BRUCH (1925).
Bibliografia. BRUCH, C. 1925 - Coléopteros nuevos y poco conocidos. Physis, 8:199-211, 11 figs.
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INSETOS DO BRASIL
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POLYPHAGA
(Polyphaga Emery, 1885; Ganglbauer, 1903; Handlirsch, 1906; Böving & Craighead, 1930; Leng & Mutchler, 1933 et auct.; Heterophaga Kolbe, 1908; Haplogastra Kolbe, 1908; Forbes, 1926 + Symphyogastra Kolbe, 1908, Heterogastra Jeannel & Paulian, 1944). HYDROPHILIDAE1
Familia
(Hydrophilides + Sphaeridides Leac h, 1815; Palpicornes Latreille, 1817; Palpicornia Burmeister, 1829; Hydrophilidae Samouelle, 1819; Fairmaire & Leboulbene, 1854; Leconte, 1862; Palpicornia ou Hydrophiloidea Leng, 1920). 47. Caracteres - As espécies desta família constituem uma série de besouros, quase todos aquáticos ou semi-aquáticos, bem caracterizados por LATREILLE, que os designou-Palpicornes, por possuírem geralmente palpos maxilares alongados, via de regra mais longos que as antenas (v. fig. 74). As vêzes, como em Hydrous (Dibolocelus) palpalis (Brullé, 1838) o penúltimo segmento apresenta-se considerààvelmente dilatado. Em várias espécies os palpos maxilares, bem que mais desenvolvidos que os labiais, são mais curtos que as antenas Neste caso, porém, os seguintes caracteres permitem reconhecer-se o inseto como um Hidrofilideo: antenas relativamente curtas, no máximo com 9 segmentos, com os 3 ou 5 últimos formando clava pubescente, simétrica ou assimétrica; pro1
De
(hydor),
água
e
(philos),
amigo
COLEOPTERA
299
tórax, ora tão largo q u a n t o os elitros n a base, ora mais estreito, porém sempre d i s t i n t a m e n t e m a r g i n a d o lateralmente; cavidades coxais anteriores g e r a l m e n t e abertas atrás, presença de carena ventral no meso e metasterno, extraordinària-
Fig. 74 H y d r o p h i l u s ater Olivier, 1792 ( H y d r o p h i l i d a e ) (Lacerda fot.).
Fig. 75 philidae
L a r v a de H y d r o (Lacerda fot.).
m e n t e desenvolvida na maioria dos Hidrofilideos ou, pelo menos, vestigial; pernas médias e posteriores, n a maioria das espécies, a d a p t a d a s a natação; todavia, h á espécies semi aquáticas e terrestres que possuem tais pernas do tipo-normal (ambulatórias).
300
INSETOS DO BRASIL
O co r p o de u m Hidrofilideo é g e r a l m e n t e convexo, liso, b r i l h a n t e e de côr n e g r a ou p a r d a c e n t a , n ã o r a r o c o m tonalid ad e e s v e r d e a d a ou azul m e t á l i c a .
Fig.
76 -
Cabeça da larva do Hidrofilideo f i g u r a 75 ( L a c e r d a f o t . ) .
da
H á espécies que o a p r e s e n t a m f o r t e m e n t e convexo, como e m Hydrous (Dibolocerus) gibbosus R é g i m b a r t , 1892 ou m e s m o subemisférico, c om o e m Pelosoma meridionale B r u c h , 1915, (fig. 77, da d i r e i t a e 78). H á t a m b é m espécies de c or po f o r t e m e n t e p o n t u a d o e élitros d i s t i n t a m e n t e q u e r e n a d o s ou costulados, com o Spercheus fimbricollis, Bruch, 1915 e Ooosternum sculptum Bruch, 1915 (fig. 77, r e s p e c t i v a m e n t e , do meio e da d i r e i t a ) .
COLEOPTERA
301
Q u a n t o às d i m e n s õ e s , as m e n o r e s espécies p o d e m t e r a t é m e i o m i l í m e t r o de c o m p r i m e n t o e a s m a i o r e s c ê r c a de c i n c o centímetros.
Fig. 77 - Da e s q u e r d a p a r a a d i r e i t a ( a u m e n t a d o s ) : Pelosoma meridionale ( t a m a n h o 2,5 m m ) , Spercheus fimbriicollis (3,5-3,7 m m ) e O o s t e r n u m s c u l p t u m (1,7 m m ) ( H y d r o p h i l i d a e ) ( t o d o s d e s c r i t o s e f i g u r a d o s p o r B r u c h , 1915).
H á b i t o s - Os H i d r o f i l i d e o s h a b i t a m g e r a l m e n t e a á g u a dos r i a c h o s , l a g o s e p â n t a n o s . U n s s ã o c a r n í v o r o s , o u t r o s fitól a g o s . N a d a m r e l a t i v a m e n t e m a l . D e s l o c a m - s e dos p o n t o s e m que r e p o u s a m até a superfície, e x e c u t a n d o m o v i m e n t o s que n o s d ã o a i m p r e s s ã o de u m a espécie de c o r r i d a n o m e i o líq u i d o , pois as p e r n a s do m e s m o p a r se a l t e r n a m n a m o v i m e n t a ç ã o . Ao a t i n g i r e m a s u p e r f í c i e , p a r a r e s p i r a r , a p r e e n d e m u m a c e r t a q u a n t i d a d e de a r e i m e d i a t a m e n t e m e r g u l h a m . LAMEERE r e s u m e n o s s e g u i n t e s t r e c h o s o m o d o de r e s p i ração nos Hidrofilideos: "L'Hydrophilide a q u a t i q u e respire t o u t a u t r e m e n t que le Dytiscide; Il se r a p p r o c h e de la surface et se place o b l i q u e m e n t , m a i s e n f a i s a n t a f f l e u r e r la t è t e . Il h a p p e alors e n quelque sorte l'air a u m o y e n des deux a n t e n n e s ou d ' u n e seule, et le fluide, grace à u n r e v ê t e m e n t de poils hydrofuges, passe de la m a s s u e de l ' a n t e n n e sous la tête et sous le p r o t h o r a x pour pén é t r e r p a r les s t i g m a t e s mésothoraciques, qui s o n t très devel-
302
INSETOS DO BRASIL loppés, d a n s le système t r a c h é e n qui est p o u r v u de vastes sacs a é r i e n s . L'air est expulsé p a r les s t i g m a t e s m é t a t h o r a c i q u e s et a b d o m i n a u x et v i e n t former sous les élytres u n e couche allég e n t le corps; cet a i r deborde e n s u i t e les élytres s u r les côtes et passe e n dessous de l'insecte, où, grace à les poils hydrofuges, il forme u n r e v ê t e m e n t a r g e n t é plus m o i n s é t e n d u ; il r e t o u r ne à l ' a t m o s p h è r e , q u a n d l ' a n i m a l r e v i e n t à la surface, en chem i n a n t de n o u v e a u , m a i s e n sens inverse, le long du p r o s t e r n u m , des tempes de l ' a n t e n n e " .
V á r i a s são as espécies de h á b i t o s s e m i - a q u á t i c o s e n ã o p o u c a s as q u e v i v e m e m m a t é r i a o r g â n i c a de n a t u r e z a vegetal ou animal, ou mesmo em escrementos. Tais Hidrofilideos pertencem geralmente a subfamília Sphaeridiinae. Mais de u m a vez r e c e b i e x e m p l a r e s de P el osom a meridionale B r u c h , 1915 ( t r i b u C e r c y i o n i n i ) (fig. 77, d a d i r e i t a ) encontrados em bananas em decomposição nos cachos. As espécies a q u á t i c a s o u s e m i - a q u á t i c a s p o e m os ovos n a á g u a , isolados o u a g l o m e r a d a m e n t e . Os g r a n d e s H i d r o f i l i d e o s d e o u t r o s países, f a z e m - n o d i s p o n d o os ovos d e n t r o de u m a c á p s u l a de s e d a s e c r e t a d a p e l a s g l â n d u l a s a n e x a s a o a p a r e l h o g e n i t a l d a f ê m e a ; v e r d a d e i r a s o o t e c a s , f i c a m f l u t u a n d o o u presas a p á g i n a i n f e r i o r d a s f ô l h a s d e p l a n t a s a q u á t i c a s . E m espécies do g ê n e r o Helochares e S p e r c h e u s d a E u r o p a o u dos E s t a d o s U n i d o s , os ovos f i c a m p r e s o s à f a c e v e n t r a l do abdome. As l a r v a s (figs. 75 e 76), via de r e g r a , t e m h á b i t o s alim e n t a r e s i d ê n t i c o s aos dos i n s e t o s a d u l t o s , isto é, o u são carnívoras, ou fitofagas, ou saprofagas. N a f i g u r a 75 vê-se a l a r v a de u m H i d r o f i l i d e o q u e colhem o s s ô b r e p l a n t a s a q u á t i c a s de u m p e q u e n o lago, t a l v e z d e u m T r o p i s t e r n u s ( H y d r o p h i l i n a e ) , q u e aí se e n c o n t r a v a e m maior abundância. Q u a n d o c o m p l e t a m e n t e d e s e n v o l v i d a s , as l a r v a s p r e p a r a m n o solo e f o r a d ' á g u a u m a c é l u l a o n d e se r e a l i z a m as m e tamorfoses.
COLEOPTERA
303
A família c o m p r e e n d e cêrca de 1.500 espécies, sendo pouco mais de 360 da região neotrópica, distribuidas n a s subfamílias: Spercheinae, Helopherinae, Epimetepinae, Hydrephilinae e Sphaeridiinae.
F l g . 78 - P r e p a r a ç ã o d e p a r t e d o t o r a x e d o a b d o m e ; vista ventral de um macho de Pelosoma meridionale Bruch (Hydrophilidae); genitalia parcialmente em prolapso (Lacerda fot.).
As espécies mais conspícuas pertencem ao gênero Hydrophilus e a mais frequentemente encontrada é Hydrophilus (Dibolocelus) ater (Olivier, 1892) (fig. 74). Também são enc o n t r a d i ç a s a l g u m a s espécies de Tropisternus e de Berosus, principalmente T. collaris (Fabricius, 1875) e B. truncatipennis Laporte, 1840, a m b a s da s u b f a m í l i a H y d r o p h i l i n a e esta da tribu Berosini e aquela da tribu Hydrophilini.
304
INSETOS DO BRASIL
Família L I M N E B I I D A E (Hydraenaires Mulsant, 1844; Limnebiaires Mulsant, 1844; Limnebiidae Thomson, 1860; Hydraeninae Ganglbauer, 1904). 48. Caracteres, etc. - Família constituida pelos pequeninos besouros a q u á t i c o s das s u b f a m í l i a s H y d r a e n i n a e e Limnebiinae, da a n t i g a f a m í l i a Hydrophilidae. Se a l g u n s a u t o r e s modernos, e m b o r a r e c o n h e c e n d o as a f i n i d a d e s estreitas destes insetos com os Hidrofilideos, incluem-nos e m f a m í l i a a parte, Limnebiidae, d a s u p e r f a m í l i a S t a p h y l i n o i d e a , outros há, como PEYERIMHOFF, que n ã o aceit a m tal classificação. Providos de palpos t a m bém longos (as vêzes e x t r e m a m e n t e longos (Hydraena), os Limnebiideos se d i s t i n g u e m dos verdadeiros Hidrofilideos, p r i n c i p a l m e n t e , pelos seguintes c a r a c t e r e s : s u t u r a clipeo- f r o n t a l presente; cavidades coxais a n t e r i o r e s f e c h a d a s atrás; tarsos p s e u d o - t e t r a m e r o s ou Fig. 79 Ochthebius francki Bruch, pseudo-trimeros, porque o 12 1915 ( t a m a n h o 2 mm.) (De B r u c h , 1915) ( L i m n e b i i d a e ) (Lacerda fot.). e o 2. ° ou o 1º, o 2. ° e o 32 são mais ou m e n o s conatos; 6 ou 7 u r o s t e r n i t o s livres. Ora a p r e s e n t a m o p r o t o r a x estreitado a t r á s (Hydraeninae), ora f o r m a n d o l i n h a c o n t í n u a com os elitros (Limnebiin a e ) , em a m b o s os casos, porém, l a t e r a l m e n t e m a r g i n a d o . L a r v a s e a d u l t o s a q u á t i c o s e fitofagos. C o m p r e e n d e cêrca de 200 espécies. Na região neotrópica h á pouco m a i s de 20 espécies descritas. As do Brasil são do gênero H y d r a e n a K u g e l a n n e p r o v à v e l m e n t e do gênero Ochthebius L e a c h .
COLEOPTERA N a f i g u r a 79 v ê - s e O c h t h e b i u s
305
francki
Bruch,
1915, b e l a
espécie Argentina, de 2 mm de comprimento, com a cabeça e o p r o n o t o m d e c ô r v e r d e m e t á l i c a b r i l h a n t e , os e l i t r o s f l a v o -pardacentos e as antenas e pernas flavescentes. Bibliografia. BORDAS, L. 1904 - Ver bibliografia do aparelho digestivo. BöVING, A. G. & K. L. HENRIKSEN 1938 - The developmental stages of the Danish Hydrophilidae (Ins. C o l e o p t e r a ) . Vidensk. Medd. Dansk. N a t u r h . Foren., 102:162 p., 55 figs. BRUCH, C. 1915
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DEEGENER, P. 1902
-
Ver
KNISCH, A. 1923
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de
aparelho
digestivo.
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1924
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Palpicornia de l'Amerique du Sud. A n n . Soc. Ent. Belg., 61:244-255.
306
INSETOS DO BRASIL
D'ORCHYMONT, A. 1933 - Quelques mots au sujet de la distribution géographique des Palpicornia (Col. P o l y p h a g a ) . V. Congr. Int. Ent., 1923:377-385. 1937 - Sphaeridini broméliadicoles nouveaux (Coleoptera, Hydrophilidae, Sphaeridinae). Ann. Mag. Nat. Hist., (10) 20:127-140, 2 figs. 1940 - Contribution à l'étude des Palpicornia - XIV. Bull. Ann. Soc. Ent. Belg., 80:157-197, 12 figs. 1942 - Contribution à l'étude de la tribu Hydrobiini Bedel, spécialement de sa sous-tribu Hydrobiae (Palpicornia - Hydrophilidae). Mém. Mus Hist. Nat. Belg., (2) 24:68 p., 4 figs. 1943 - Faune du Nord-Est Brésilien (récoltes du Dr. D. Schubart), Palpicornia. Ibid., (2) 28:85 p., 12 figs. RICHMOND, E. A. 1920 - Studies on the biology of the aquatic Hydrophilidae. Bol. Amer. Mus. Nat. Hist., 42 (1) :1-94, ests. 1-16. 1931 - Ver bibliografia de anatomia externa. TRIMBLE 1935 - Ver bibliografia de anatomia externa. Familia
SILPHIDAE1
(Silphidae Schiödte, 1849; Ganglbauer, 1899).
49. Caracteres - Besouros de tamanho variável (cêrca de 1 a 30 mm. de comprimento) e de cores escuras, negra, picea, c o m p a r t e s a v e r m e l h a d a s , a l a r a n j a d a s o u a m a r e l a d a s n o s elitros e com o pronotum total ou parcialmente corado de amar e l o o u a v e r m e l h a d o ; a n t e n a s de 10 o u 11 s e g m e n t o s , g e r a l m e n t e t e r m i n a n d o e m c l a v a t r i s e g m e n t a d a . E m a l g u n s gên e r o s de o u t r a s r e g i õ e s v ê e m - s e 2 ocelos f r o n t a i s . P e r n a s n o r mais, as vêzes as posteriores com os fêmures consideràvelment e d i l a t a d o s e d e n t e a d o s e a s t í b i a s i n c u r v a d a s ( N e c r o d e s surinamensis Fabr., 1875). Quadris anteriores cônicos e contíguos, respectivas cavidades coxais abertas; tarsos pentameros; elitros as vêzes (Silpha) costulados, n ã o r a r o d e i x a n d o expos1 De
( silphe), barata.
COLEOPTERA
307
tos a l g u n s dos últimos urotergitos; g e r a l m e n t e cinco urostergitos visíveis, as vêzes, porém, q u a t r o ou mais de cinco. Larvas f o r t e m e n t e esclerosadas, de c o n t o r n o oval, achatadas, p o r é m de dorso mais ou m e n o s convexo, tergitos later a l m e n t e espandidos. Hábitos e espécies mais interessantes - R e l a t i v a m e n t e aos hábitos destes insetos os livros r e p e t e m a i n f o r m a ç ã o de que as várias espécies vivem p r i n c i p a l m e n t e da c a r n e putref a c t a de cadáveres, p o r t a n t o necrofagas, escavando o solo sob as carcassas e e n t e r r a n d o -as mais ou m e n o s completam e n t e . Há, porém, espécies que se a l i m e n t a m de fungos, p o r t a n t o micófagas ou de matéria o r g â n i c a vegetal em decomposição ( s a p r o f a g a s ) . Citam-se t a m b é m espécies que vivem em formigueiros e em cavernas. Entretanto BALDUF (1935), em seu livro (The bionomics of e n t o m o p h a g u s Coleop t e r a ) , t r a t a n d o dos Silfideos, declara ser até certo p o n t o duvidosa a impressão corrente de que estes insetos são p r i n c i p a l m e n t e saprozoides, e isto porque, à luz das investigações de vários autores, se F i g . 80 - S i l p h a e m a r g i n a t a P o r t e v i n . h á r e a l m e n t e espécies com 1920 ( S i l p h i d a e ) . ( D a r i o M e n d e s d e t . ; Lacerda fot.). tais hábitos ou necrofágas. o u t r a s são predadores ( h a r p a c t o f a g a s ou m e s m o fitofagas. Nada se conhece respeito aos hábitos das espécies que vivem em nossa t e r r a . A f a m í l i a t e m cêrca de 200 espécies d i s t r i b u í d a s pela terra, porém mais a b u n d a n t e s n a região Holoartica.
308
INSETOS DO BRASIL
N a r e g i ã o N e o t r ó p i c a h á c ê r c a d e 50 e s p é c i e s , s e n d o a s d o Brasil quase tôdas do gênero Silpha L., (subfam. Silphinae), como S. cayennensis Sturm, 1826, S. discicollis Brullé, 1840 e S. e r y t h r i n a B l a n c h a r d , 1840. Na figura 80 emargiuata Portevin, d o Rio.
acha-se representada Silpha (Oxelytrus) 1920, encontrada em Teresópolis (E.
Também há em nosso território algumas espécies da tribu Nicrophorini, do gênero Nierophorus Fabricius (= Necrophorus Fabr.). Bibliografia. BERG, C. 1901 GOE, M. T. 1919 HATCH, M. H. 1927 -
Sílfidos a r g e n t i n o s (Coleoptera). Comm. Mus. Nac. Buenos Aires, 1 (9): 325 -330. Life h i s t o r y a n d h a b i t s of Silpha i n a e q u a l i s F a b . Ent. News. 30:253-255. Studies of the S i l p h i n a . J. N. Y. Ent. Soc., 35:331-370, 1 est.
HEYMONS, R. & H. VON LENGERKEN 1926 - 1934 - S t u d i e n ü b e r L e b e n s e r s c h e i n u n g der S i l p h i n i (Coleoptera) - Vários t r a b a l h o s sôbre a biologia dos Silfinios europeus, todos publicados em: Zeits. Morph. Oekol. Tiere vols. 6, 9, 10, 14, 17, 18, 20, 24, 25 e 28. HORN, G. H. 1880 - Classification of Silphidae. T r a n s . Amer. Ent. Soc. London, 8:219-321. JEANNEL, R. & M. H. HATCH 1914 - 1928 - Silphidae. Col. Catal., vol. 7 (partes 60 e 95):246 p. PORTEVIN, G. 1926 PUKOWSKI, E. 1933 -
Les g r a n d s n é c r o p h a g e s d u g l o b e Lechevalier: Encycl. Ent. (A) 6:270 p., 201 figs. Oekologische U n t e r s c h u n g e n a n Necrophorus. Zeits. Morph. Oekol. Tiere, 27:518-586, 25 figs.
COLEOPTERA
Família
309
CATOPIDAE1
(Leptoderidae Schaum, 1859; Catopina Thomson, 1862; Catopidae Hatsch, 1927; Leptodiridae Hatsch. 1933). 50. Caracteres, etc. - Família próxima de Silphidae, compreendendo, como as três famílias seguintes (Leiodidae, Clambidae e Colonidae), espécies anteriormente inclusas na família S i l p h i d a e . T a i s e s p é c i e s , p o r é m distinguem-se dos Silfideos verdadeiros, principalmente por terem as cavidades c o x a i s f e c h a d a s a t r á s e m a i s o u menos contíguas. H á c ê r c a d e 800 e s p é c i e s d e s c r i tas, quase tôdas de hábitos saprofagos, vivendo a custa da matéria orgânica de o r i g e m a n i m a l o u v e g e t a l . Das várias espécies encontradas n a A m é r i c a do Sul, u m a d a s m a i s i m portantes é Eucatops formicetorum ( B r u c h , 1918) e n c o n t r a d a p o r BRUCH n a A r g e n t i n a , e m n i n h o s de C a m p o n o t u s (fig. 8 1 ) .
Fig. 81 Eucatops formic e t o r u m ( B r u c h , 1918) ( C a topidae) (De Bruch, 1918).
Bibliografia. BRUCH, C. 1918 - N u e v o s huéspedes de formigas procedentes de Cocdoba. Physis, 4 (17) :186-195, figs. HATCH, M. H. 1933 Studies on the Leptodiridae (Catopidae) with descriptions of new species. J. N. Y., Ent. Soc., 41:187-238, 1 est. JEANNEL, R. 1922 - Silphidae Catopinae (Coléoptères, 2.ª série) avec une étude phylogénique et paléogeographique de la sous-famile. Arch. Zool. Exper., 61:1-98. 1 De
(leptos),
delgado,
fino
e
(dire),
pescoço
310
INSETOS DO BRASIL
JEANNEL, R. 1935 -
Sur la distribution géographique des Catopidae (Coleoptera). 6.a Congr. Int. Ent., 1940:483-499, 3 figs. 1936 - Monographie des Catopidae. Mem. Mus. Hist. Nat. (n. s.) 1 (1): 433 p., 1 027 figs. JEANNEL, R. & M. H. HATCH 1914 -1928 - Silphidae. Coleopt. Catal. 7 (60 e 95); 246 p. Familia
LEIODIDAE1
(Liodesiclae Leach, 1817; Anisotomidae Stephens, 1829; Agathiididae Westwood, 1839, part.; Lioclidae Reitter, 1906) 51. Caracteres, etc. - Outra família de Clavicórnios, ainda considerada por alguns autores como subfamilia de Silphidae. D e s t e s b e s o u r o s , p o r e m , os L e i o d i d e o s se d i s t i n g u e m p o r t e r e m a s c a v i d a d e s coxaias anteriores fechadas, por serem de p e q u e n a s d i m e n s õ e s e a p r e s e n t a r e m o c o r p o , às vêzes, q u a s i h e m i s f e r i c o , c a p a z de se e m b o l a r ; m e t e p i s t e r n o s e n c o b e r t o s a t é a m a r g e m i n t e r n a d a epipleura elitral, quasi invisíveis portanto ( e m S i l p h i d a e os m e t e p i s t e r n o s ficam expostos em sua maior extensão). Alguns destes insetos são pentam e r o s ; o u t r o s a p r e s e n t a m as f o r m u l a s Flg. 82 Scotocryptus t a r s a i s : 5-5-4, 5-4-4, 4-4-4, 4-4-3 o u w a g n e r i P o r t e v i n , 1937 (Leiodidae) (De Por3-3-3. Tambem a clava antenal pode tevin, 1937). a p r e s e n t a r 3, 4 o u 5 s e g m e n t o s . H á c e r c a de 40 e s p e c i e s de L e i o d i d e o s n a r e g i ã o N e o t r ó p i c a . As m a i s i n t e r e s s a n t e s do B r a s i l p e r t e n c e m a o g e n e r o Scotocryptus Girard (subfamilia Scotocryptinae) (S. meliponae Girard, 1874; S. melitophilus Reitter, 1881, S. digueti Portevin, 1937, S. wagneri Port., 1937 (fig. 82) e vivem em ninhos de abelhas do genero Melipona. 1 De
(leios),
liso, polido.
COLEOPTERA
311
Bibliografia.
HATCH, M. H. 1929 -
PORTEVIN, G. 1937 1929 -
The genera and subgenera Clambidae. J. N. Y. Ent. Soc., 37: 1-6.
of
Leiodidae
and
Liodides nouveaux des collections du Muséum. Rev. Fr. Ent., 4:31-36, 12 figs. Leiodidae, Clambidae. Coleopt. Catal., 8(103):32 p. Familia
CLAMBIDAE1
(Clambites Jacquelin Du Val, 1857; Clambidae Thomson, 1859) 52. Caracteres, etc. - Pequenos besouros, tetrameros, corpo fortemente convexo, podendo enrolar-se em esfera. Com um representante da America Central.
de
(Ver i n d i c a ç õ e s b i b l i o g r a f i c a s n a f a m i l i a a n t e r i o r ) . Família COLONIDAE2 (Colonidae Horn, 1880) 53. Caracteres, etc. - Família de pequenos clavicornios; a n t e n a s t e r m i n a n d o e m r o b u s t a c l a v a de 4 s e g m e n t o s , c u j o aspecto lembra o das especies da família anterior delas p o r e m se d i s t i n g u i n d o f a c i l m e n t e p o r t e r e m m e n o s u m u r o s t e r n i t o visivel (5 n o m a c h o e 4 n a f e m e a ) . Representada pelo genero Colon Herbst, com uma especie da Guatemala.
Família
SCYDMAENIDAE
3
(Palpatores Latreille, 1802; Scydmaenidae Leach, 1815, 1819) 54. C a r a c t e r e s , etc. - P e q u e n o s b e s o u r o s de 1 a 9 m m . de c o m p r i m e n t o , n e g r o s o u de c o r p a r d a , c l a r a o u e s c u r a , b r i l h a n t e s , p u b e s c e n t e s . N a m a i o r i a d a s e s p e c i e s o a s p e c t o do 1. . D e 2.. De 3 De
(clambos), mutilado, (colon), colo. (scydmainos), que
cortado, tem
truncado.
aspecto
triste.
312
INSETOS DO BRASIL
i n s e t o l e m b r a o de u m a f o r m i g a , c o m a p a r t e m é d i a dos e l i t r o s mais dilatada que a anterior. Em Pseudocephennium, porem, o p r o t o r a x é t ã o l a r g o q u a n t o os e l i t r o s . A n t e n a s l o n g a s , filiformes, l i g e i r a o u d i s t i n t a m e n t e c l a v i f o r m e s , de 11 segmentos; palpos maxilares muito longos. Elitros oblongos, o v a l a r e s , c o n v e x o s , e n c o b r i n d o o abalom e , r a r a m e n t e d e i x a n d o o p i g i d i o descoberto; asas raramente ausentes. Quadris a n t e r i o r e s c o n t i g u o s , p o s t e r i o r e s sep a r a d o s . T a r s o s p e n t a m e r o s , g a r r a s simples. P o s s u e m 6 u r o s t e r n i t o s livres, n o s m a c h o s à vezes 7. E n c o n t r a m - s e sob p e d r a s n h o s de f o r m i g a s .
Fig. 83 Scydmaenidae, não determinado ( Lacerda fot.). Muito aumentado.
e e m ni-
H a c e r c a de 1300 espécies, d a s q u a i s p o u c o m e n o s de 200 v i v e m n a r e g i ã o Neotropica, p e r t e n c e n t e s aos gêneros Scydm a e n u s L a t r e i l l e (pg. 83), E u c o n n u s Thomson e Homoconnus Sharp.
Bibliografia. CASEY, T. L. 1897 CSIKI, E. 1919 LHOSTE, J. 1936 -
Revision of the Scydmaenidae of the United States. Ann. N. Y. Acad. Sci., 9:351-548. Scydmaenidae. Junk-Coleopt. Catal. 7(70):106 p. L'organe copulateur mâle dans la famille Scydmaenidae. Livre Jubil. E.-L. Bouvier: 249-251, 12 figs.
SCHAUFUSS, L. W. 1866 - Monografia der Scydmaeniden Central merikas. Dresd, Acad. Leop., 103 p., 4 ests.
des
und Süda-
COLEOPTERA
Familia
313
STAPHYLINIDAE
Staphyliniae Latreille, 1802; Microptera Gravenhorst, 1802; Staphylinii Latreille, 1804; Brachelytra Dumeril, 1806; Staphylinides Leach, 1815; Staphylinidae Leach, 1816; Brachyptera Burmeister, 1829; Brevipennes Mulsant, 1871) 55. Caracteres - Grande família de Coleópteros, cuj as dimensões variam de 3 centimetros a menos de 1 mm. de comprimento. As nossas maiores especies pertencem aos generos
F i g . 84 Encontrado
Ecitotropis carinata Borgmeier, em Goiaz com Eciton praedator Sm. (De Borgmeier, 1936).
1936. F.
Eulissus M a n n e r h e i m , S t e r c u l i a L a p o r t e e T r i g o n o p s e l a p h u s G e m m i n g e r & H a r o l d ( s u b f a m i l i a S t a p h y l i n i n a e ) , alias const i tu id o s p o r especies de cores m e t a l i c a s b r i l h a n t e s . Os Estafilinideos (fig. 84), e m geral, são f a c i l m e n t e reconheciveis pelo c or po a l o n g a d o , r e l a t i v a m e n t e est rei t o e de
314
INSETOS DO BRASIL
lados paralelos, n ã o raro deprimido, as vezes abaulado, providos de elitros mais ou menos encurtados, t r a n s v e r s a l m e n t e t r u n c a d o s atraz, geralmente cobrindo os 2 ou 3 primeiros urotergitos, ficando, portanto, mais de 5 urotergitos descobertos; estes são f o r t e m e n t e esclerosados, como os respectivos esternitos; todavia, t a n t o estes como aqueles, são de tal modo articulados, que o a b d o m e n apresenta f r a n c a mobilidade. Daí h a b i t u a l m e n t e a n d a r e m c o m o abdome voltado p a r a cima, p r i n c i p a l m e n t e q u a n d o atacados. Cabeça prognata, b e m visivel de cima; as vezes, porem, deflectida e mais ou menos escondida. Antenas geralmente de 11 segmentos filiformes, moniliformes ou f r a c a m e n t e se dilatando p a r a o apice. Olhos, via de regra, presentes e grandes; em algumas especies, p r i n c i p a l m e n t e n a s cavernicolas, ausentes. Ocelos g e r a l m e n t e ausentes; e m alguns (Omaliinae) h a u m par, noutros vê-se somente u m ocelo no meio do vertex (alguns Proteininae). Tarsos p e n t a m e r o s n a maioria das subfamilias. Observa-se porem, extraordinaria variedade de formulas tarsais, como sejam: 4-5-5: Larinota, Xenodusa (Myrmedoniini), Crematoxenini, Philaeamatini, Atethini, Hoplandriini, P r o n o m a e i n i (todas da subfamilia Aleocharinae); 5-4-4: Tanygnathus (Staphylininae); 4-4-5: Liparocephalus e Myllaenini (Aleocharinae) ; 4-4-4: Leptanillophilini, Mimecitonini, Ecitogastrini, Oligotini, Hygronomini (Aleocharinae), Hypocyptini-Tachyporinae); 3-3-3: Oxytelini (Oxytelinae); 2-2-2: Leptotyphlinae. Asas, em geral bem desenvolvidas, dobrando-se perfeitam e n t e sob os elitros encurtados. N o r m a l m e n t e eneontram-se 6 urosternitos b e m visiveis, às vezes 7. E m varias especies termitofilas o abdome adquire g r a n d e desenvolvimento (fisogastria) e, em algumas, apresenta prol o n g a m e n t o s m e m b r a n o s o s mais ou menos salientes (fig. 85). Larvas campoaderformes, algo parecidas com os adultos, atiras, bem características, pois a p r e s e n t a m , no 9 ° uromero,
COLEOPTERA
315
u r o g o m p h i moveis, de 1, 2 ou 3 segmentos (exceto nos primeiros estadios de alguns Aleocharinae, que não os a p r e s e n t a m ) . Hábitos e importância econômica - Há cêrca de 20.000 especies descritas, das quais pouco mais de 5. 000 são da região Neotrópica.
Fig.
85 -
T y r e o x e n u s a u t u o r i i Silvestri, 1946 ( S t a p h y l i n i d a e ) Silvestri, 1946 a, fig. V I I I ) .
(De
T a n t o os Estafilinideos adultos como as larvas vivem, como saprofagos, em m a t e r i a organica vegetal ou animal, inclusive escrementos e cadaveres. H a b i t u a l m e n t e são predadores, a t a c a n d o quaisquer presas ou d e t e r m i n a d a s especies. T a m b e m são encontrados f r e q u e n t e m e n t e dentro da corola das flores, alimentando-se de polem. Algumas especies são fungivoras e outras de habitos fitofagos. Todavia o grupo de Estafilinideos mais interessante sob o ponto de vista biologico é representado pelos que vivem em comensalismo, m u t u a l i s m o ou simbiose com formigas e termitas.
316
INSETOS DO BRASIL
R e a l m e n t e , no g r u p o dos m i r m e c o f i l o s e t erm i t ofi l os, os Estafilinideos, p r i n c i p a l m e n t e os r e p r e s e n t a n t e s da s u b f a m i lia A l e o c h a r i n a e , são os m a i s i m p o r t a n t e s pel a q u a n t i d a d e das especies, s u p e r i o r a de q u a i s q u e r o u t r o s insetos com tais habitos.
Fig. 86 Golaz com
Ecitocryptus sulcatus BorgmeIer. Eeiton schlechtendali Mayr. (De
Encontrado em Borgmeier, 1936).
Un s v iv em s i m p l e s m e n t e com o sinecetos 1 ou c o m e n s a i s p r o p r i a m e n t e ditos, o u t r o s c om o s i néct r o s 2, o u t r o s com o sinfilos (de com; a m i g o ) . Neste u l t i m o caso, em t r o c a do a l i m e n t o que lhes é fornecido, dão a secreção i n e b r i a n t e das glandulas anexas aos tricômas 3 que possuem, em maior ou m e n o r q u a n t i d a d e , aos lados do a b d o m e . Os sinectros, p r e d a d o r e s , d e v o r a m as l a r v a s dos seus h o s p e d a d o r e s e deles se d e f e n d e m pel a c o n f o r m a ç ã o e esclerose do co r p o ou, com o se obs e r va f r e q u e n t e m e n t e em especies 1
De
2
De De
pelos.
(syn), (syn),
com; com;
(oikos), (ectra),
(trix, trichos),
pêlo,
casa. ódio, mais
inimizade. o sufixo
(ôma),
aglomerado
de
COLEOPTERA
317
ecitofilas (hospedes de formigas do genero Eciton), mimetisando formiga de m a n e i r a verdadeiramente impressionante (fig. 86).
Fig.
87 -
Amblyopinus gahani (C. Bruch det.
Fauvel (Staphylinidae) e fot.).
Outro grupo interessante de Estafilinideos é o das especies de Amblyopinus Solsky (subfamilia Amblyopininae), (fig. 87) ectoparasitos de ratos e gambás (v. trabalhos de BRUCH (1936), COSTA LIMA (1927, 1936), FONSECA (1938) e ZIKÀN (1939) e, n a America do Norte, de NOTMAN (1923) e SEEVERS (1944).
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No Brasil, como em outras partes do mundo, observam-se, em certas regiões, casos de dermatite p u r u l e n t a causada por Estafilinideos, estudados por PIRAJÁ DA SILVA (1912), DALLAS (1930, 1933, 1934), GOELDI (1913), NEIVA e PENNA (1916), CAMPOS (1927), FRÓES (1934) e PICKEL (1940). Tratam-se de lesões produzidas pela secreção das glândulas pigidiais dos chamados "potós", espécies do gênero Paederus (subfamília Paederinae) (fig. 88). Das oitenta e t a n t a s especies deste genero encontradas na região Neotropica, citam-se, como vesicantes, em nosso território: P. amazonicus Sharp, 1876; P. brasiliensis Erichson, 1840; P. columbianus Laporte, 1834; P. fuscipes Curtis, 1826 e P. goeldi Wasmann. A secreção do potó, segundo PIRAJÁ DA SILVA, possue propriedades F i g . 88 Paederus sp. (Staphylinidae) (Lacerda causticas e vesicantes a pele, deterfot.). m i n a n d o eritêma, orurido, vesículação e ulceração ,às vêzes e x t e n s a s e n u m e r o s a s , rebeldes ao t r a t a m e n t o e de cicatrisação lenta, localisando-se nos braços, n a s p e r n a s e no pescoço e podendo a l c a n ç a r até u m a polegada de d i a m e t r o . D e n t r e as especies de Estafilinideos predadores deve ser citado Belonuchus rufipennis (Fabricius, 1801) ( = formosus Grevenhorst, 1806) (subfamilia S t a p h y l i n i n a e ) , provavelmente a especie h a m u i t o s anos observada no Brasil a t a c a n d o larvas de moscas de f r u t a s e r e c e n t e m e n t e e s t u d a d a por SILVESTRI (1945), que em 1937 levou p a r a a I t a l i a exemplares vivos, a p a n h a d o s em São Paulo, d e p r e d a n d o tais larvas frugivoras. Agora que se cogita em a l g u n s paizes da i n t r o d u ç ã o deste Estafilinideo p a r a c o m b a t e r tal praga, parece-me i n t e r e s s a n t e t r a n s c r e v e r os seguintes informes, relativos ao inseto, de
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FROGGATT ( 1 9 1 9 ) , d e R. VON IHERING e d e C. BOLIVAR PIELTAIN (1946): " T h e o t h e r g r e a t f r u i t pest, or r a t h e r "group of f r u i t pests, are t h e f r u i t flies, of w h i c h t h e c o s m o p o l i t a n species Ceratitis capitata is known in Australia as the M e d i t e r r a n e a n F r u i t Fly. We h a v e a n o t h e r e x a m p l e of an evidently worthles and m u c h praised parasite for this fly in t h e n o t o r i o u s S t a p h y l i n i d beetle, said to be a c o m p l e t e p a r a s i t e of t h i s p a r t i c u l a r f r u i t - f l y . I t was collected in B a h i a , Brazil, a n d i n t r o d u c e d i n t o W e s t e r n A u s t r a l i a by t h e i r e n t o m o l o g i s t , w h o t a k e sev er al t r i p s to t h a t p a r t of S o u t h A m e r i c a u n d e r t h e i m p r e s s i o n t h a t this was t h e n a t i v e h o m e of t h i s p a r t i c u l a r f r u i t - f l y . W o n d e r f u l stories w e r e told of its v o r a c i t y an d its deadly e n n e m y to f r u i t - f l y m a g g o t s a n d p u p a e ; h o w it h a d b e e n securely e s t a b l i s h e d at g r e a t cost to t h a t S t a t e in t h e i r c i t r u s o r c h a r d s ; a n d it was u r g e d by our f r u i t - g r o w e r s t h a t we should o b t a i n t h i s p a r a s i t e at a n y cost; yet ir h a d n o t been p r o v e d t h a t it h a d killed a single f r u i t - f l y m a g g o t in a West A u s t r a l i a n o r c h a r d . So m u c h , however, was called to t h i s r e p u t e d p a r a s i t e in t h e f r u i t - g r o w i n g world, t h a t t h e e n t o m o l o g i s t s of Cape Colony a n d N a t a l u r g e d t h e i r respective G o v e r n m e n t s to i n v e s t i gate t h e m a t t e r . Cape Colony voted £500; Natal, £375; T r a n s v a a l , £300; a n d O r a n g e R i v e r Colony, £125; or a t o t a l of £1,300 to p r o v i d e f u n d s . T h u s provided, Messrs. L o u n s b u r y a n d F u l l e r set out for B a h i a to segure supplies of this S t a p h y l i n i d beetles, to i n t r o d u c e t h e m i n t o t h e South Africa orchards. How t h e y succeeded, a n d w h a t t h e y t h o u g h t of t h e value of this p a r a s i t e , is told in Mr. L o u n s b u r y ' s Report, " N a t u r a l E n e m i e s of t h e F r u i r Fly", p u b l i s h e d in t h e Agricultural Journal of Cape Colony, S e p t e m b e r a n d October, 1905. B o t h t h e s e g e n t l e m e n are s t r o n g a d v o c a t e s of t h e i n t r o d u c e d p a r a s i t e th e o r y , so t h a t t h e i r r e p o r t s m u s t be t a k e n as a n i m p a r t i a l review of t h e whole q u est i o n ; a n d t h o u g h Mr. F u l l e r did n o t r e m a i n very long in S o u t h America, Mr. L o u n s b u r y took an e x t e n d e d t r i p down t h e S o u t h A m e r i c a coast, b u t f o u n d even worse c o n d i t i o n s in f r u i t - f l y i n f e s t a t i o n t h a n he h a d in S o u t h A f r i ca. I n t h e d i s t r i c t r o u n d B a h i a , described by t h e West A u s t r a l i a n e n t o m o l o g i s t s as being " t h e f r u ir d i s t r i c t of Br azi l " a n d
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INSETOS DO BRASIL yet a l m o s t free f r o m f r u i t - f l i e s on a c c o u n t of parasites, L o u n s b u r y said he f o u n d no c o m m e r c i a l o r c h a r d s ; an d s p e a k i n g of t h e B r a z i l i a n c h e r r y b e says: "My i m p r e s s i o n is t h a t n e a r l y e v e r y f r u i t gets p u n c t u r e d ir allowed to fully r i p e n u p o n t h e p l a n t " . Mr. F u l l e r c o u n t e d 280 p u p a r i a f o r m one lot of p i t a n g a s he g a t h e r e d , a n d f r o m t h e m e m e r g e d 124 a d u l t f r u i t - f l i e s an d 77 p a r a s i t e s ; f r o m a n o t h e r lot h e collected on l l t h M a r c h in t h e s a m e locality b e o b t a i n e d 141 p u p a r i a , a n d f r o m t h e s e e m e r g e d 47 f r u i t - f l i e s a n d 28 p a r a s i t e s . T h e l a t t e r consisted of 221 f r u i t s - l a r g e a n d small, ripe a n d u n r i p e s h a k e n f r o m t h e bushes. T h e e x t e n t of p a r a s i t i s m in b o t h cases works out a t a b o u t 38 p e r c e n t . T h e p a r a s i t e is a m i n u t e wasp (Opiellus t r i m a c u l a t u s ) . F u l l e r says: " T h e e f f e c t i v e p a r a s i t i s m of this species r e a c h e s its m a x i m u m in s m a l l f r u i t s w i t h t h i n pulp, a n d t h e e f f e c t i v e n e s s falls a p r e c i a b l y in p r o p o r t i o n to t h e d e p t h or t h i c k n e s s of t h e pulp of t h e f r u i t a t t a c k e d by t h e fly." None of th e s e h y m e n o p t e r o u s parasites, t h o u g h so a b u n d a n t , were c o n s i d e r e d s u f f i c e n t l y effective, an d no e f f o r t s were m a d e to i n t r o d u c e t h e m i n t o A f r i c a . I t was t h e S t a p h y l i n i d beetle t h a t t h e s e i n v e s t i g a t o r s h a d gone to procure, bur w i t h c a r e f u l s e a r c h t h e y could n o t find a n y . I t m a y h a v e been t h e w r o n g season, bur it does n o t say m u c h for t h e p a r a s i t e if t h e f r u i t - f l i e s were busy all t h e y e a r a n d t h e beetles only a few m o n t h s . I n fact, t h e case was t h a t t h e f r u ir h a d b e c o m e r o t t e n w i t h f r u i t -fly m a g g o t s , a n d fall to t h e g r o u n d before t h e p r e d a c e o u s s c a v e n g e r beetles could t a k e a h a n d in t h e d e s t r u c t i o n of t h e m a g g o t s . Messrs. L o u n s b u r y a n d F u l l e r r e t u r n e d to S o u t h A f r i c a w i t h o u t g e t t i n g a single e f f e c t i v e p a r a s i t e , or even seeing a S t a p h y l i n i d beetle ar w o r k in t h e o r c h a r d s , anal Mr. F u l l e r ' s r e m a r k s in t h e j o u r n a l of t h e N a t a l D e p a r t m e n t of A g r i c u l t u r e are e v e n m o r e e m p h a t i c t h a n Mr. L o u n s b u r y in t h e i r c o n d e m n a t i o n of t h e S t a p h y l i n i d beetle. Yet, in h i s report, " I n t r o d u c t i o n of t h e F r u i t - f l y P a r a s i t e " (Journal of t h e D e p a r t m e n t of Agriculture, 1904), Mr. C o m p e r e c o n c l u d e d w i t h t h e following s t a t e m e n t : " T h e S t a p h y l i n i d a e beetles beyond q u e s t i o n dest r o y a g r e a t n u m b e r of p a r a s i t e s as well, e a t i n g ev er y
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m a g g o t w i t h w h i c h t h e y c o m e in c o n t a c t , n o t d i s c r i m i n a t i n g b e t w e e n t h o s e p a r a s i t e d a n d t h o s e t h a t ar e n o t . " He says, too: " i n Brazil, t h e s a m e as in I n d i a , n a t u r e ' s forces c o n t r o l l i n g t h e s e d e s c t r u c t i v e f r u i t - f l i e s is c o m plete." Only a few m o n t h s l a t e r L o u n s b u r y a n d F u l l e r f o u n d t h a t all d o w n t h e B r a z i l i a n c o a s t ir w as d i f f i c u l t to o b t a i n a f r u i r t h a t h a d n o t b e e n p u n c t u r e d by a fly. T h e o f f i c e r s of t h e West A u s t r a l i a n D e p a r t m e n t of A g r i c u l t u r e h a v e k n o w n q u i te well f or some y e a r s t h a t t h i s beetle is n o t only n o c h e c k u p o n f r u i t - f l y in t h e West A u s t r a l i a n o r c h a r d s , b u t t h a t it h a d n e v e r e v e n e s t a b l i s h ed outside t h e i r i n s e c t a r i u m , a n d t h e r e t h e y died out; yet t h e y still p u b l i s h glowing a c c o u n t s of its value, as c a n be seen in t h e i r official bulletin, " T h e S e l e c t o r s G u i d e to t h e C r o w n L a n d s of W e s t e r n A u s t r a l i a . " O n p a g e 20, t h e successful i n t r o d u c t i o n is s t a t e d as a f a c t " F r u i t Pests: S u c c e s s f u l W o r k of t h e S t a t e E n t o m o l o g i s t . " (FROGGATT). " D e i x a r e m o s de lado o b e s o u r i n h o d a f a m i l i a dos S t a p h y l i n i d a e que C o m p è r e descobrio n a B a h i a (e c u j o n o m e s c i e n t i f i c o n u n c a se soube) p o r q u e e s t a f ó r m a só se a l i m e n t a de l a r v a s de m o s c a s que e n c o n t r a n a s f r u c t a s c a h i d a s . Ora, c o m o m o s t r a r e m o s n a c o n c l u s ã o deste t r a balho, é a b s o l u t a m e n t e necessario, i n d i s p e n s a v e l , que e m u m p o m a r b e m t r a t a d o as f r u c t a s c a h i d a s s e j a m r e c o l h i das o m a i s cedo possível. P o r t a n t o o b e s o u r i n h o só v i r i a f a z e r t r a b a l h o de que nós m e s m o s nos d e v e m o s e n c a r r e g a r . E, a l e m disto, elle o f a r á de m o d o m e n o s seguro e, ainda, c o m p r e j u i z o p a r a nós. Menos seguro, p o r q u e n ã o é c e r t o que o b e s o u r i n h o a c o r r a logo ao c a h i r d a f r u c t a , e p o r t a n t o p o d e r á d a r t e m p o a que t od as as l a r v a s de m o s c a se e n t e r r e m e lh e e s c a p e m ; e, c o m e n d o a l a r v a , o p e q u e n o polícia nos c a u z a prejuízo, p o r q u e elle c o m e r á t a m b é m as l a r v a s p a r a s i t a d a s , que, si as d e i x a s s e m o s t o m a r o seu d e s e n v o l v i m e n t o , v i r i a m f o r n e c e r - n o s b o m n u m e r o de i n i migos naturaes das moscas. Nós, se nos dermos o trabalho, p o d e m o s f a c i l m e n t e s a l v a r esses nossos aliados e, si o n ã o fizermos, e a p e n a s i n u t i l i z a r m o s as f r u c t a s , a i n d a as s i m o b t e r e m o s o m e s m o r e s u l t a d o que o besouro, isto é, a d e s t r u i ç ã o das larvas, c o m a v a n t a g e m de f a z e r m o s t r a b a l h o completo, e n q u a n t o que o besouro pode f a l t a r . " (R. VON IHERING, 1912).
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INSETOS DO BRASIL HALLAZGO DE COLEOPTEROS ESTAFILINIDOS PREDADORES DE LAS MOSCAS DE LAS FRUTAS Y SU POSIBLE EMPLEO EN LA LUCHA BIOLOGICA CONTRA ESTAS
D u r a n t e su e s t a n c i a e n Brasil e n 1937, el d i s t i n g u i d o entomólogo i t a l i a n o Prof. Filippo Silvestri, tuvo ocasión de observar e n el Estado de São P a u l o u n Coleóptero Estafilínido, el Belonuchus formosus Grav., que t a n t o e n el estado de l a r v a como de adulto vive a expensas de las larvas de Dipteros T r i p a n e i d o s . P e n s a n d o e n la posibilidad de utilización de dicho insecto en la l u c h a biológica c o n t r a las moscas de las f r u t a s de E u r o p a (Ceratitis capitata, Dacus oleae y Rhagoletis cerasi), lIevó, al volver a su país e n n o v i e m b r e de dicho año, u n cierto n ú m e r o de e j e m p l a r e s p a r a i n t e n t a r a c l i m a t a r l o s e n su laboratorio de Portici (Nápoles) y liberarlos m á s t a r d e e n los lugares en que existe la plaga, cosa que hizo desde 1938 a 1941. La cría del estafilínido se efectuó e n c a j a s de zinc de v a r i a d a s dimensiones, u t i l i z a n d o p a r a la a l i m e n t a c i o n las l a r v a s c o n t e n i d a s e n a c e i t u n a s a t a c a d a s por Dacus oleae; más tarde con cerezas infestadas por Rhagoletis cerasi; después con frutos p a r a s i t a d o s por Ceratitis capitata, y, f i n a l m e n t e , a f a l t a de esta ú l t i m a mosca, que d u r a n t e tres afios n o fué observada e n la C a l a b r i a (del 1940 al 1942), multiplicó e n g r a n c a n t i d a d u n a especie de Drosophila, valiéndose de diversas frutas, s e g ú n los meses, p u e s t a s e n las c a i a s de cría. A e x p e n s a s de las larvas de estas mosquitas, pudo ser c o n t i n u a d a n o r m a l mente la multiplicación del Belonuchus durante todo el año de 1942. De 1939 al 1941 f u e r o n liberados por el Prof. Silvestri cerca de 9000 ejemplares, e n la s i g u i n t e s f o r m a : 799 e n la C a m p a n i a ; 6871 e n CaIabria y 1.165 e n Sicilia. Si bien h a s t a a h o r a n o se puede decir si la a c l i m a t a c i ó n se h a verificado o no, p a r a saber lo cual se h a r á n m u y p r o n t o las i n v e s t i g a c i o n e s necesarias, es de g r a n i n t e r é s r e s a l t a r el valor del ensayo del Prof. Silvestri, que pone e n m a n o s de los entomólogos u n n u e v o e l e m e n t o de l u c h a c o n t r a las t e m i d a s moscas de las f r u t a s . Es i n t e r e s a n t e c o n s i g n a r t a m b i é n , que los Dres. A. C. Baker, W. E. Stone, C. C. P l u m m e r y M. McPhail, e n su valioso t r a b a j o sobre la m o s c a m e x i c a n a de las f r u t a s Anastrepha ludens (Loew), publicado en Washington
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pocos meses a n t e s del de Silvestri, s e ñ a l a n c o i n c i d e n t e m e n t e la e x i s t e n c i a de u n E s t a f i l i n i d o p r e d a d o r de las larvas, que m e n c i o n a n como X e n o p y g u s analis (Er.), y que fué o b s e r v a d o por el Dr. S t o n e en C u e r n a v a c a . E1 Dr. B a k e r y sus colaboradores, si bien no i n d i c a n la posibilidad de e m p l e o del e s t a f i l í n i d o por ellos h a l l a d o en la l u c h a biológica, sí d a n m u y valiosos d at o s de su c o m p o r t a m i e n t o con las larvas, s e ñ a l a n d o que los estudios realizados en el i n s e c t a r i o h i c i e r o n ver que u n sólo e s t a f i l í n i d o ' p u e d e d e s t r u i r quizás h a s t a 242 l a r v a s (en el g r u p o de c o n t r o l sólo m u r i e r o n 28). E1 t é r m i n o m e d i o de l a r v a s a t a c a d a s d i a r i a m e n t e se h a l l a e n t r e 1, 17 y 2. La longevidad para X. analis dió cifras mayores 178 días) en los e j e m p l a r e s m a n t e n i d o s a e x p e n s a s de f r u t a s y agua, que e n los sostenidos con l a r v a s y a g u a (137) dias. A l g u n a de las l a r v a s m a n t e n i d a s ú n i c a m e n t e co m a g u a llegó a v i v i r 83 días. Los a u t o r e s n o r t e a m e r i c a n o s o b s e r v a r o n que el e s t a filínido p r a c t i c a a g u j e r o s c i r c u l a r e s en el fruto, por los que p e n e t r a e n busca de las l a r v a s de mosca, h a b i é n d o s e visto que a veces l i m p i a por c o m p l e t o al g u n o s frutos, como m a n g o s , si bien no se i n t r o d u c e n t a n r á p i d a m e n t e en éstos c o m o lo h a c e n e n las g u a y a b a s . U n e s t a f i l í n i d o p e n e t r ó c o n s e c u t i v a m e n t e en diez g u a y a b a s . A veces, en u n m i s m o f r u t o p u e d e n a p r e c i a r s e dos o tres a g u j e r o s de entrada. Los predadores logran localizar y'destruir la m a y o r p a r t e las l a r v a s c o n t e n i d a s e n d i c h o s frutos. Los d a to s que e n t e c e d e n h a c e n ver que quizás t a m bién el X e n o p y g u s analis p u e d a ser u t i l i zad o e n la l u c h a biológica c o n t r a la m o s c a m e x i c a n a de las f r u t a s . C o n v i e n e h a c e r n o t a r , f i n a l m e n t e , que los dos e s t a f i línidos p r e d a d o r e s s e ñ a l a d o s por el Prof. Si l v est r i y el Dr. B a k e r y sus c o l a b o r a d o r e s son g é n e r o s de la m i s m a s u b f a m i l i a y tribu, p r ó x i m o s e n t r e sí, e i n m e d i a t o s am b o s a Philonthus. Si nos a t e n e m o s al C a t á l o g o de Coleópteros de R i c h a r d E. B l a c k w e l d e r , la especie u t i l i z a d a por S i l v est r i d e b e r á ser c i t a d a c o m o B e l o n u c h u s r u f i p e n n i s Fabr., del cual f o r m o s u s G r a v . es u n s i n ó n i m o . Y la s e ñ a l a d a por B a k e r y c o l a b o r a d o r e s no p e r t e n e c e r e a l m e n t e al g é n e r o X e n o pygus, sino al Holisus, y d e b e r á l l a m a r s e Holisus analis." (C. BOLIVAR PIELTAIN).
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Família M I C R O P E P L I D A E (Micropeplida Leach, 1815; Micropeplidae Thomson, 1859)
56. Caracteres, etc. - Família representada na região Neotrópica por alguns besouros pequeninos do genero Micropeplus Latreille, de corpo subvalar, tarsos trimeros, elitros
Fig. 89 - Belonuchus rufipennis (Fabr.) (consideravelmente aumentado) (Staphylinidae) (De S i l v e s t r i , 1945 a, fig. 1).
Fig. 90 - Leptochirus sp. ( S t a p h y linidae) (Lacerda fot.).
f o r t e m e n t e sulcados e a n t e n a s de 9 s e g m e n t o s com o u l t i m o consideravelmente dilatado. Vários autores incluem as espécies de Micropeplus em Staphylinidae (subfam. Micropeplinae). Bibliografia. ARRIBALZAGA, F. LYNCH 1884 - Estafilìnidos de Buenos-Aires 3 p.
COLEOPTERA ARROW, G. J. 1907 -
BALIÑA, P. L. 1939 -
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-
Die der mir bisher bekannt gewordenen G a t t u n g Quedius. Ent. Tidskr., 59:214-223, 68 figs.
Arten
der
ZIKAN, J. F. 1939 - Amblyopinus henseli Kolbe, um coleoptero da familia S t a p h y l i n i d a e que p a r a s i t a m a m m i f e r o s . Rev. Ent. 10:219-226, 3 figs.
COLEOPTERA
Família
335
PSELAPHIDAE1
(Pselaphides Billberg, 1820; Pselaphidae Leconte & Horn, 1883) 57. Caracteres, etc. - Clavicornios com meio a 3,5 mm. de c o m p r i m e n t o , de cor p a r d a b r i l h a n t e . Cabeça d i s t i n t a , ela e o t o r a x , via de r e g r a , m a i s e s t r e i t o s que os élitros e o abdo-
Fig. 91 - A r h y t o d e s m y r m e c o p h i l u s B r u c h , 1918 ( P s e l a p h i d a e ) (15X) (De B r u c h , 1918).
Fig.
92 Attapsenius chernosvitovi Bruch, 1933 ( a u m e n t a d o ) (Foto. B r u c h ) .
m e . A n t e n a s m a i s ou m e n o s a l o n g a d a s . Pal pos m a x i l a r e s e labiais b e m de s envol vi dos . Élitros t r u n c a d o s , m u i t o curt os, c ob r in d o a p e n a s os 2 p r i m e i r o s tergitos; os demais, descobertos, mais o u m e n o s f u n d i d o s . T a r s o s t r i m e r o s , às vêzes a p a r e n t e m e n t e dimeros, c o m os 2 p r i m e i r o s t a r s ô m e r o s m u i t o curtos; g a r r a s t a r s a i s as vêzes desiguais ou u m a delas a u s e n te; s e g m e n t o s a b d o m i n a i s rigidos (figs. 91, 92 e 9 3 ) . 1
De
(pselaphao), tocar, apalpar, delicadamente.
336
INSETOS DO BRASIL
Encontram-se os Pselafideos sob pedras ou sob a casca e ai se a l i m e n t a m principalmente de ácaros. Há t a m b é m espécies cavernicolas. Algumas são termitófilas e muitas mirmecofilas, especialmente as da subfamilia Clavigerinae, que são alimentadas por formigas. Estas s u g a m a secreção expelida através dos tricomas situado nos élitros e no abdome, de cada lado do 1 º urotergito, do Pselafideo.
Fig. 93 - O x a r t h r i u s a t t a p h i l u s B r u c h , 1933 (Pselaphidae) (Foto Bruch).
A família Pselaphidae, em grande parte representada pela subfamflia Pselaphinae, compreende perto de 4.000 espécies, das quais cêrca de 820 da região neotrópica, incluindo-se neste número u m a s 20 espécies de Clavigerinae. Esta subfamília foi elevada por alguns autores a categoria de família (Clavigeridae), por terem os seus representantes antenas, no má-
COLEOPTERA ximo, de 6 segmentos to apenas)
(alguns aparentemente
337 com 1 segmen-
e peças bucais reduzidas ou rudimentares.
Bibliografia. AUBÉ, C. 1833
-
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338
INSETOS DO BRASIL
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GNOSTIDAE1
(Gnostidae Sharp, 1899) 58.
Caracteres,
etc.
-
Besouri-
n h o s c o m c ê r c a de 2 m m . de c o m p r i m e n t o , de a s p e c t o c a r a c t e r í s t i c o (fig. 9 4 ) . A n t e n a s de 3 s e g m e n t o s , t a r s o s p e n t a m e r o s ; élitros cobrindo complet a m e n t e os u r o t e r g i t o s ; 3 u r o s t e r n i t o s livres, o p r o x i m a l , g r a n d e , r e s u l t a n t e d a f u s ã o dos 3 p r i m e i r o s , o 2 º m u i t o curto.
F i g , 94 Gnostus formicicola W e s t w o o d , 1855 (De Westwood, 1855) (aumentado).
C o m p r e e n d e 2 espécies b r a s i l e i r a s d o g ê n e r o G n o s t u s W e s t w o o d , q u e viv e m c o m o sinfilos e m n i n h o s de f o r m i gas do gênero Cremastogaster.
Bibliografia. HETSCHKO, A. 1930 - Gnostidae. Junk, Coleopt. Catal., 7 (108), 1
De
(gnostos),
conhecido,
compreendido.
COLEOPTERA
339
WESTWOOD, J. O. 1855 - Description of a new genus of Coleopterous insects inhabiting the interior of ants nests, in Brazil. Trans. Ent. Soc, London, (n.s.) 3:90-94, est. 8 (21) figs, Familia P T I L I I D A E 1 (Ptilina Heer, 1844; Trichopterygidae 2 Le Conte & Horn, 1883 (de Trichopteryx K. & S., 1818, nec Hübner, 1818); Ptiliidae Marseul, 1889) 59. Caracteres, etc. F a m í l i a que c o m p r e e n d e os m e n o r e s clavicornios q u e se c o n h e c e . Os m a i o r e s pouco excedem de 1 m m . de comprim e n t o e os m e n o r e s t e m cêrca de u m q u a r t o de m i l í m e t r o , rivalisando em t a m a n h o mínimo com os m e n o r e s Tisanopteros e os m í n i m o s represent a n t e s de M y m a r i d a e (Hymenoptera). Tarsos trimeros, a p a r e n t e m e n t e dimeros, com os 2 primeiros t a r s ô m e r o s m u i t o curtos, p a r e c e n d o f u n d i d o s e o últ i m o alongado; g a r r a s tarsais simples e i g u a i s . Os élitros, ora c o b r e m todo o abdome, ora d e i x a m expostos a t é 5 u r o t e r g i t o s . Na m a i o r i a das espécies as asas t e e m aspecto característico: presas ao corpo por h a s t e fina,
Fig. 95 Ptiliideo, n ã o d e t e r m i n a d o ( c ê r c a de 0,75 m m . ) (Lacerda del.).
1 (ptilon), pena fina. 2 De (trix, t r i c h o s ) , cabelo, c e r d a , pelo; e pterygos), asas.
(pteryx
340
INSETOS DO BRASIL
F i g . 96 -
Fig.
97 -
Limulodes
Asa d e P t i l i i d a e
tarsalis
(Lacerda
del.).
B r u c h , 1926 ( L i m u l o d i d a e ) B r u c h , 1926).
(0,8 a
1 mm.)
(De
COLEOPTERA
341
são p r o l o n g a d a s em l i n g u e t a estreita, f r a n j a d a de longas cerdas, aspecto êste que nos faz l e m b r a r as asas dos Tisanopteros (figs. 95 e 96) (dai o n o m e T r i c h o p t e r y g i d a e ) . Abdome com 6 a 7 esternitos livres. E m a l g u n s gêneros (Ptinella) ocorre o d i m o r f i s m o sexual q u a n t o ao desenvolvim e n t o das asas e dos olhos, êstes a u s e n t e s nos m a c h o s e aquelas n a s f e m e a s . As espécies de Limulodinae, com as da s u b f a m í l i a C e p h a l o p l e c t i n a e da f a m í l i a S t a p h y l i n i d a e , todos desprovidos de asas, f o r a m recentemente grupadas por SEEVERS & DYBAS n a nova f a m í l i a Limulodidae com L i m u l o d e s M a t t h e w s como gênero tipo da f a m í l i a (figs. 97 e 98). Os Ptilideos vivem onde b a m a t é r i a o r g à n i c a e m decomposição e g e r a l m e n t e se a l i m e n t a m de esporos de fungos. Os Limulodineos vivem associados as f o r m i g a s .
Fig. 98 Wasmannotherium argentinum Bruch, 1932 (Cephaloplectinae). (Foto de Bruch, gentilmente cedida por Borgmeier).
Na f i g u r a 97 veem-se desenhos de L i m u l o d e s tarsalis Bruch, 1926, com 0,8-1mm. de c o m p r i m e n t o , observado por BRUCH em n i n h o de Eciton dulcius j u j u y e n s e e a c o m p a n h a n d o esta f o r m i g a n a s excursões. A f a m í l i a Ptiliidae c o m p r e e n d e cêrca de 320 espécies, das quais u m a c e n t e n a da região Neotrópica, d i s t r i b u í d a s em vários gêneros (Ptinella Mots., Acratrichis, etc.), com represent a n t e s n a s s u b f a m í l i a s já c i t a d a s e em Nanosellinae.
342
INSETOS DO BRASIL
Bibliografia. BRUCH, C. 1926 - Coléopteros mirmecofilos de Cordoba. Rev. Soc. Ent. Arg., 2:3-12, 1 fig. CSIKI, E. 1911 - Ptilidae. Col. Catal., 8 (32): 61 p. MATTHEWS, A. 1872-1900 - Trtchopterygia illustrata et descripta. London: 2 vols., 310 p., 38 ests. 1884 - Synopsis of North American Trichopterygidae Trans. Amer. Ent. Soc., 11:113-156. D'ORCHYMONT, A. 1945 - A propos du nom de famille Ptiliidae (Coleoptera, Polyphaga, Staphiliniformia). Bull. Ann. Soc. Ent. Belg., 81:237-239. SEEVERS, C. H. & H. S. DYBAS 1943 - A synopsis of the Limulodidae (Coleoptera). A new family proposed for myrmecophiles of the subfamilies Limulodinae (Ptiliidae) and Cephaloplectinae (Staphylinidae). Ann. Ent. Soc. Amer., 36:546-586, 5 ests. (41 figs.). SILVESTRI, F. 1945 - Primo contributo alla conoscenza dei Termitofili vivente con specie di symbiose. Comment. Pontif. Acad. Sci., 9:535-559, 18 figs. Familia
SPHAERIIDAE
(Sphaeriidae Thomson, 1859) 60. Caracteres, etc. - Pequena família constituida por esp é c i e s c o m c ê r c a de 1 m m . o u m e n o s de c o m p r i m e n t o , de corpo arredondado, fortemente convexo, hemisférico ou globoso. C a b e ç a e o l h o s g r a n d e s ; a n t e n a s c u r t a s , de 11 a r t í c u l o s , s e n do os 3 ú l t i m o s d i l a t a d o s e m c l a v a . Q u a d r i s p o s t e r i o r e s e n o r mes;
tarsos
trimeros,
com
o
1º
e
o
2º
tarsômeros
muito
cur-
COLEOPTERA
343
tos, o 3. ° a r m a d o de 2 g r a n d e s g a r r a s desi guai s. Asas ovalares, de n e r v a ç ã o r e d u z i d a , p o r é m p r o v i d a s de f r a n j a s de longas c e r d a s . A b d o m e n c o m 3 u r o s t e r n i t o s visíveis, o i n t e r c a l a r muito curto. Espécies de h á b i t o s s e m i a q u á t i c o s , e n c o n t r a d a s sôbre a t e r r a h ú m i d a ( l a m a ) ou e m b r o m e l i a c e a s . As p o u c a s espécies c o n h e c i d a s d e s t a f a m í l i a são do gênero Sphaerius Waltt. com uma espécie da região neotrópica - S. t r o p i c u s M a t t h e w s , 1888. Bibliografia. LESNE, P. 1936 - Nouvelles donnés sur les Coléoptères de la famile des Sphaeriidae. Livre jubil. - L. Bouvier: 241-248, 12 figs. MATTHEWS, H. 1899 - Monograph of Corylophidae and Sphaeriidae. London: Mason, 220 p., 9 ests. Familia
SCAPHIDIIDAE1
(Scaphidiidae Mc Leay, 1825; Scaphididae Stephens, 1830)
61. Caracteres, etc. - Família constituida por besouros pequenos, g e r a l m e n t e c o m m e n o s de u m c e n t í m e t r o de c o m p r i m e n t o , de co r p o n a v i c u l a r , isto é, c o n v e x o e m bai xo e e m cim a e e s t r e i t a d o n a s e x t r e m i d a d e s , t a n t o n a a n t e r i o r , o n d e se vê u m a cab eça p e q u e n a , c o m o n a pos t e ri or, q u e a p r e s e n t a a p a r t e apical do a b d o m e cônica; s u p e r f í c i e g e r a l m e n t e g l a b r a e b r i l h a n t e (fig. 9 9 ) . A n t e n a s c o m f r a c a c l a va a l o n g a d a g e r a l m e n t e de 5 segm e n t o s , o u quasi filiformes. T o r a x b e m a p l i c a d o ao r e s t o do c o r p o . Cavidades coxais a n t e r i o r e s l a r g a m e n t e a b e r t a s ; q u a d r i s a n t e r i o r e s cônicos, 1
(scaphidion),
dim.
de
canoa.
344
INSETOS DO BRASIL
contíguos; médios e posteriores l a r g a m e n t e afastados, êstes t r a n s v e r s a i s ou cilindricos; tarsos d i s t i n t a m e n t e p e n t â m e r o s . Élitros t r u n c a d o s , d e i x a n d o descoberto o ápice do abdome; 5 a 7 u r o s t e r n i t o s visíveis.
F i g . 99 -
Scaphidium (Lacerda
sp. ( S c a p h i d i i d a e ) fot.).
E n c o n t r a m - s e éstes insetos em cogumelos, p r i n c i p a l m e n te em espécies de Polyporus, nos troncos das árvores, sôbre a casca ou e m m a d e i r a em decomposição. H á perto de 300 espécies descritas das quais pouco mais de 100 h a b i t a m a região Neotrópica, p r i n c i p a l m e n t e dos gêneros S c a p h i d i u m Olivier e Scaphisoma L e a c h . Bibliografia. CSIKI, E. 1910 - Scaphidiidae, Junk, Col. Catal.: 21 p.
COLEOPTERA
345
Família HISTERIDAE1 (Histeroides Gyllenhal, 1808; Paykull, 1811; Histeridea Leach, 1817; Fracticornes Shuck, 1839; Globicornia Motschulsky, 1845; Histeridae Marshall, 1853; Histeroidae Thomson, 1862; Histeridae Horn, 1873) 62. Caracteres - Besouros geralmente de côr negra briihante, c o m m e n o s de 1 m i l í m e t r o a 2 cm. de c o m p r i m e n t o (Oxysternus maximus (L., 1766), excluindo as mandíbulas);
F i g . 100 -
Hísterideo:
1 -
Visto de cima;
2 -
visto de lado
(Lacerda
fot.).
corpo f o r t e m e n t e esclerosado, ora mais ou m e n o s convexo, tanto e m c i m a como e m baixo, às vêzes q u a s e globoso, ora achat a d o e c o m m a n d í b u l a s p r o e m i n e n t e s (Hololepta, P h y l l o m a ) . O contorno, visto de cima, l e m b r a o perfil de u m barrilote, de lados a r q u e a d o s ou paralelos, a p a r e n t e m e n t e t r u n c a d o adiante e a t r a z (fig. 100-102). As espécies de T r y p a n e i n a e são alongadas, de lados paralelos e cilindroides (fig. 103). 1 Segundo LE CONTE (1859. Proc. Phil. Acad. Nat. Sci. n.º 310), LINNAEUS, provàvelmente por viverem êstes insetos em matéria organica em decomposição, aplicou-lhes o nome genérico Hister, palavra etrusca, idêntica a Histrio (comediante) que é a de um indivíduo sórdido, citado por Juvenal em uma das suas famosas satiras.
vra
ESSIG (1942, C o l l e g e E n t o m o l o g y ) sugere a possibilidade de (histeros), rudimentar, elementar.
de
se o r i g i n a r
a pala-
346
INSETOS DO BRASIL
Os elitros, a p a r e n t e m e n t e colados ao corpo, são truncados atrás e deixam expostos o propigídio e o pigídio, êste, nas espécies daquela subfamília, não raro é prolongado em p o n t a saliente, a g u ç a d a ou t r u n c a d a (fig. 103).
Fig. 101 - S c o p o l i s t e r s t e r n a l i s B o r g m e i e r , 1930. ( E n c o n t r a d o e m Goiás, c o m S y n t e r m e s m o l e s t u s ( B u r m . ) . ( F o t o C. B r u c h ) .
E m geral os Histérideos são negros; vários, porém, apres e n t a m os élitros marcados de vermelho; e m outros (espécies de Saprinus), t a n t o êles como o p r o n o t u m são de côr metálica. Cabeça, via de regra, p r o f u n d a m e n t e encaixada no protorax. A n t e n a s r e l a t i v a m e n t e curtas, geniculo-eapitadas, retracteis em escavações sob a cabeça ou sob o protorax, com o escapo alongado e curvo e a clava g e r a l m e n t e rosca, compacta, constituída pelos últimos segmentos mais ou menos fundidos, de contorno circular ou subcircular.
COLEOPTERA
347
P r o s t e r n u m conspícuo, saliente adiante, sôbre o qual, na maioria das espécies, se a d a p t a a parte anterior e inferior da cabeça.
Fig. 102 -
Hololepta sp. ( H i s t e r i d a e ) cerda fot.).
(La-
Cavidades coxais anteriores abertas. M e t a t h o r a x extrao r d i n à r i a m e n t e desenvolvido. P e r n a s curtas, retrácteis, quadris anteriores globosos, posteriores transversais, l a r g a m e n t e afastados; tíbias comprimidas, alargadas p a r a fora e não raro espinhosas; tarsos pentâmeros, às vêzes os posteriores tetrâmeros. Abdômen com 5 ou 6 urosternitos visíveis. Hábitos e espécies mais interessantes - Os Histerídeos são f r e q u e n t e m e n t e encontrados onde h á m a t é r i a orgânica em decomposição. Todavia, t a n t o os adultos, como as larvas, são predadores de outros insetos saprófagos ou xilófagos.
348
INSETOS DO BRASIL
Há, porém, espécies realmente saprófagas ou micófagas. As da subfamília Trypanaeinae, de aspecto característico pelo corpo cilíndrico e protorax e x t r a o r d i n à r i a m e n t e alongado, via de regra mais longo que os élitros (fig. 102), f r e q u e n t a m as galerias perfuradas por Escolitídeos e se a l i m e n t a m das larvas destes besouros xilófagos. Histerideos bem interessantes, sob o ponto de vista etológico, são os da subfamília Hetaerinae, n a qual se g r u p a m as espécies mirmecófilas e termófilas. A maior parte deles são sinéctros, isto é predadores de larvas. Há t a m b é m sínfilos myrmecoxenos e termitoxenos.
F i g . 103 T r y p a n a e u s sp. ( H i s teridae) (Lacerda fot.).
Na Argentina êstes Histerídeos foram muito bem estudados por CARLOS BRUCH. Atualmente Frei THOMAZ BORGMEIER e REICHENSPERGER são os especialistas que mais se t e e m ocupado com as espécíes Sul Americanas, especialmente do Brasil.
Classificação - A família Histeridae compreende cêrca de 3.000 espécies, algumas delas cosmopolitas, distribuídas em várias sub-famílias, com pouco mais de 1.000 representantes na região Neotrópica. Deve-se a MARSEUL a primeira monographia da família publicada de 1853 a 1862. Na superfamília Histeroidea dos autores, além de Histeridae, incluem-se as famílias Synteliidae Sharp, 1891 e Monoedidae 1920 (= Adimeridae Sharp, 1894) (De Adimerus Sharp, 1894, sin. de Monoedus Horn, 1882), ambas com algumas espécies da região Neotrópica, porém sem representantes assinalados para o Brasil.
COLEOPTERA
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Na capa vê-se a figura de Hypocephaius armatus Desmarest, 1832 (Cerambycidae, Prioninae, Hypocephalini), talvez o Coleoptero mais genuinamente brasileiro, pois só tem sido encontrado n'uma area territorial situada na região limitrofe entre Bahia e Minas Gerais.
ÍNDICE
ABBOT, C. E., 70, 104, 107, 190 ABBOT, D. F., 291 Abdomen, 41, 44 ABELOOS, M., 150, 160 ABERCROMBIE, W. F., 19, 75, 153 Acratrichis, 341 Acrocinus longimanus, 124, 125 Adephaga, 209, 216, 255 Adephagi, 255 Aderidae, 221 Adimerus, 348 ADRIAN, A. D. 99 Agathiidae, 310 Agra, 217, 258, 259 prasina, 262 AHLWARTH, K., 291 ALBRO, H T.., 84 ALEXANDER, P., 63 ALEXANDER, R. S., 86 ALLARD, H. A., 86 Alleculidae, 225 ALLEE, W. C., 163, 164, 165, 167 ALLENSPACH, V., 196 ALT, W., 70 Amblyopinus, 317 gahani, 317 Amphimallus solstitialis, 99 Amydetes, 12 Anastrepha ludens, 322 Anatomia externa, 8, 16 Anatomia interna, 51 Anchomenus parumpunctatus, 120
ANDERSEN, K. T., 104, 170 ANDERSON, J. M., 76 ANDERSON, R. S., 89 ANDERSON, W. H., 20, 155 ANDRÉ, F., 193 Anisotomidae, 310 Anobiidae, 243 Anobium, 110 Anomala, 23 Anthicidae, 223 Anthonomus grandis, 131 Anthribidae, 221 Antichira, 22, 23 Aparelho circulatório, 79, 80 Aparelho digestivo, 51, 54 Aparelho reprodutor da fêmea, 116, 121 Aparelho reprodutor do macho, 113, 120 Aparelho respiratório, 67, 70 Archostemata, 216, 296 ARENDSEN HEIN, S., 134 ARNOLD, G., 134 ARRlBALZACA, E. L., 324 ARROW, G. J., 16, 110, 296, 325 Arthropteropsis praemonens, 293 Arthrostictus speciosus, 264 tricolor, 264 Arhytodes myrmecophilus, 335 Asas, 32, 36 Atractocerus, 33, 228
354
INSETOS DO BRASIL
Attapsenius chernosvitovi, 335 Atta sexdens, 260 AUBÉ, C., 94, 267, 291, 337 Audição, 109 AUDOIN, J. V., 63 AUDOVA, A., 177 AUERBACH, L., 134 AUERBACH, S, 337 AUTUORI, M., 186 Azya luteipes, 148 BABÁK, E., 70 BABB, F. G., 111 BACK, E. A., 187, 193 BACKMANN, E. L., 80 BAENNINGER, M., 266 BAIER, L. J., 109 BAILEY, W. S., 192 BAlRD, L., 180 BAKER, A. C., 322 BAKER, W. M., 21 BALAZUC, J., 36, 134 BALDI, E., 99 BALDUF, W. V., 190, 290, 307 BALFOUR-BROWNE, F., 54, 266, 284, 291 BALINA, P. L., 325 BALL, E. F., 36 BALLOWITZ, E., 134 BALTHAZAR, V., 36 Bananas, 302 BANDOW, F., 86 BARATINI, L. P., 271, 276 BARBER, G. W., 298 BARBER, H. S., 126 BARNES, J. H., 188 BARBAT, J. O. W., 80 BABTHMEYER, H., 50 BARTON, D. H., 63 BATES, H. W., 259, 266, 276 BAUDELOF, E., 36 BAUER, A., 102, 107 BEAL, J. A., 54 BEAUBECARD, H., 54, 80, 134
BECKER, G., 54 BECKER, J., 8 6 BECKEB, M., 76 BECTON, JR., E. M., 54 BEEBE, W., 126 BEHEIM, D., 266 BEIEB, M., 99, 325 BELLESME, J., 86 Belonuchus formosus, 318, 322 rufipennis, 318, 324 BÉNARD, G., 177 BENICK, L., 325 BENTLEY, E. W., 170, 177 BEQUAERT, J., 325 BERC, C., 308 BERGER, B., 170 BERGOLD, G., 70 BERLESE, A., 114 à 120, 123 BERNARD, F., 105 BERNET, W., 38 BERNHAUER, M., 325 BERNICK, L., 126 Berosus, 303 truncatipennis, 303 BERTIN, L., 20, 54 BERTKAN, P., 94 BERTRAND, H., 280, 284 BETHE, A., 100 BEUTENMÜLLER, W., 156 BHUYA, M. A. H., 122 BICKHARDT,M., 349 BIEDERMANN, W., 54 BIERIG, A., 325 BINET, A., 100 Biol. Centr. Amer., 249 Biphyllidae, 237 BIRCH, L. C., 55, 170, 171, 180, 188 BISSELL, T. L., 44, 188 BLACKBUBN, N. D., 16 BLACKWELDER, R. E., 16, 20, 246, 247, 249, 326 BLAIR, K. G., 156 BLANCHARD, E., 100, 249 BLANCHET, R., 87 BLATCHLEV, W. S., 200, 249
COLEOPTERA
BLATTER, P., 120 BLEICH, D. E., 177 BLEWETT, M., 55, 66, 77 BLISS, C. I., 193 BLOOD, R., 16 BLUNCX, H., 70, 94, 130, 140, 151, 285 BOAS, J. E. V., 70 BODENHEIMER, F. M., 171 BODENSTEIN, C. J., 192 DU BOIS - REYMOND, R., 70 BOLIVAR PIELTAIN, C., 319, 323 boll weevil, 131 BONDAR, G., 132, 146, 183, 184 BONGARDT, J., 87 BONSDORF, A. VON, 36 BORDAS, L., 55, 63, 94, 113, 121, 305 BORGMEIER, T., 165, 188, 313, 326, 327, 334, 348, 349 BOSQ, J. M., 185 BOSTICK, B. O., 16, 266 Bostrychidae, 235 BOTT, R. H., 106, 291 BOUNOURE, L., 49, 55 BOURDON, J., 160 BöVING, A. G., 156, 202, 205, 285, 294, 305 Bracbelytra, 313 Brachiurus, 94 Brachygnathus oxygonus, 264, 265 Brachylacon murinus, 114 Brachyptera, 313 Brachypterus, 245 BRADLEY, J. C., 249, 250 BaANDES, G., 107 BRANDT, E., 99, 100 BRASS, P., 156 BRAUER, A., 141 BRAUN, M., 55 BREAD, R. S., 36 BREED, R. S., 151 BREITENBECKER, J. K., 171 BREITSPRECHER,E., 66
150,
285, 316,
249,
355
Brenthidae, 221 BRÈTHES, J., 185, 327 BREUNING, S., 44, 266 Brevipennes, 313 BRIEGER, C. J., 193 BRINDLEY, T. A., 76 BRIQUET JR., R., 85, 87 BROCHER, F., 70, 71, 80, 280 BROMLEY, S. W., 193 BROWN, C. R., 178, 291 BRUCE, N., 44 BRUCH, C., 110, 111, 165, 168, 185, 186, 247, 248, 266, 273, 277, 297, 305, 309, 317, 327, 335, 336, 337, 342, 346, 348, 349 BRUES, C. T., 250 BRULLÉ, A., 249 BRUNETEAU, J., 16 BRUYNE, C. DE, 134 BRYSON, H. R., 171, 196 BUCK, A. M., 141 BUCK, J. B., 87 BUDDENBROCK, W. VON, 71, 171 BUEH, L. C., 141 BUECHNER, P., 66, 67 BUGNION, E., 20, 44, 55, 63, 87, 134 Buprestidae, 239 Buprestis splendida, 150 BURGESS, A. F., 266, 285 BURKES, H. E., 191 BURMEISTER, H., 37, 133 BURNETT, W., 87 BUSHNELL, R. J., 151,. 180, 181 BUSSEL, R. G., 55, 64, 76, 79, 81, 83, 151, 171 BUSSMANN, G., 51 BUSVINE, J. R., 194, 195 BUTCHER, F. C., 291 BUTT, F. H., 16, 127 BUXTON, P. A., 171 BUZICKY, A. W., 195 Byrrhidae, 233, 245 Byrrhus pilula, 119 Byturidae, 236
356
INSETOS DO BRASIL
Cabeça, 8, 19 Calleida, 259 Calophaena, 259 Calosoma, 41, 261 sycophanta, 261, 263 granulatum, 263, 264 retusum, 263 CALWER, C. G., 250 CAMAda, U., 262 CAMERANO, L., 126 CAMPA, E. J,, 16 CAMPBELL, F. L., 49 CAMPBELL, W. G., 56, 76 CAMPBELL, R., 171 Camponotus, 309 CAMPOS, F., 318, 328 CANDELIEB, E., 56 CANDÈZE, E., 156 CANDURA, J. S., 16 Cantharidae, 229 CANZANELLI, A., 141 Carabidae, 217, 257 Caraboidea, 255, 256 CARPENTER, F., 24 CARPENTER, G. H., 156 CARRUTHERS, R. H., 191 CARTER, W., 172 CASEY, T. L., 250, 312 Casnonia, 217 CASPER, A., 94 Cassida, 99 viridis, 116 CASTELLARNAU, S. DE, 190 CASTELNAU, F. L., 250, 253 Casulos, 155, 157 Catalogos, 247 Catopida, 246, 309 Catopina, 309 Cebrio, 33 Cebrionidae, 239 CENDBIER, P., 196 Cerambycidae, 220 Cerasommatidiidae, 232 Ceratitis capitata, 319 Cerophytidae, 239
CHAMBERLAIN,K. F., 196 CHAMBERLAIN, W. J., 191 CHAMBERLIN, F. S., 172 CHAMPION, G. C., 49, 129, 255 CHAPMAN, R. N., 76, 151, 180 CHAPMAN, T. A., 129 CHAPUIS, F., 156, 253 CHASSE, A. M., 89 CHATANEY, J., 285 CHAUDOIR, E. DE, 267 CHAUVIN, R., 58 Chave, 216 Cheiro (produção), 107 Chelonariidae, 296 CHEVALIER, M., 108, 133, 151 CHILD, C. M,, 107 Creu, S. F., 76 Chrysomela, 99 Chrysomelidae, 220 Cicindela apiata, 273 nivea, 273 Cicindelidae, 217, 270 Cicio evolutivo, 150 Circular, 79, 80 Cisidae, 234 Clambidae, 233, 311 Clambites, 311 CLAPARÈDE, E., 109 CLARK, C. U., 56 CLARK, L. B., 178 Classificação, 199 CLAUS, C., 94 Clavigeridae, 336 Cleridae, 235, 241 Clinidium, 294, 295 costatum, 294, 295 Clinolabus melanocoryphus, 132 COBLENTZ, W. W., 86, 87 Coccinellidae, 232 COCKERELL, F. D. A., 157 CODY, F. P., 100 Coelivia erythrogaster, 148 COLAS, G., 195, 196
COLEOPTERA
Colaspis, 149 Coleopteros bibliofagos, 190 classificação, 199 e medicina, 192 entomofagos, 190 fitofagos, 183 granivoros, 187 necrofagos, 190 roedores de chumbo, 191 xilofagos, 190 COLLINS, C. W., 266 Colliuris, 217, 258 (Paracolliuris) sipolisi, 260 Colon, 811 Colonidae, 246, 311 Coloração, 49 Colydiidae, 231, 233 COMSTOCK, J. H., 35 CONCEIÇÃO, J., 186 CONET, M. A., 64 Constrictotermes cavifrons, 165 COOK, E. F., 19, 102 Coptodera, 259 Coptonotidae, 221 Cópula, 129, 130 CORBET, A. S., 188, 189 CORLEY, G., 337 Corotoca, 127 Corpo gorduroso, 84 CORRADORI, G., 87 Corylophidae, 231 COSTA, A. L., 188 COWTON, R. T., 187, 188, 193 COUPIN, H., 195, 196 COVRBON, A., 192 CRAIG, B., 65 CRAIGHEAD, F. G,, 152, 202 CRAMPTON, G. C., 25, 37, 165 Cremastogaster, 338 Crescimento, 75, 150 CROMBIE, A. C., 172, 181 CROS, A., 71, 160 CROWSON, R. A., 25 CROZlER, W. J., 172
357
CRUMB, S, E., 172 Cryptophagidae, 224, 237, 244 Ctenostoma, 259 ichneumon, 274 ornatum, 276 Cucujidae , 222, 225, 234, 236, 244 CUÉNOT, L., 80 Cupedidae, 216, 296 Cupediformes, 216, 296 Cupediformia, 216, 296 Cupesidae, 216, 296 Cupésides, 216, 296 Cupesoidea, 216, 296 Cupes, 33 Cupides, 216, 296 Curculionidae, 220 Cyatoceridae, 226 Cycloneda, 28 sanguinea, 12 Cyclotorna monocentra, 166 Cyphonidae, 243 CZERNY, M., 178 CZERSKI, S., 141 CZIKI, E., 267, 342, 344 CZWALINA, G., 44, 328 DAHLGREN, U. V., 87 DALLAS, E. D., 16, 130, 267, 318, 328 DARLINGTON JR., P. J., 37, 161, 267, 349 DAS, G. M., 102 Dascillidae, 243 Dasytidae, 242 DAVEYZ, W. P., 172, 178 DAVlS, J. J., 196 DAVlS, M. B., 182 DEAN, G. A., 188 DEEGENER, P., 20, 56, 95, 151, 285, 305 DEIBEL, J., 71 DEJEAn, A., 248, 267 DEMANDT, C., 121 DEMOLL, K., 37 DEMOLL, R., 37, 71, 105 Dermestidae, 246 DESBORDES, H., 349
358
INSETOS DO BRASIL
DESCHAMPS, B., 37 DESCHAMPS, P., 56 DESCHAMPS, R., 196 Desenvolvimento embrionário, 140 postembrionário, 144, 150 DESNEUX, J., 293 DETHIEB,V. G., 107 DETMER, W., 71 DEWITZ, A., 71 DEWITZ, H., 37 Diapausa, 150 DICK, J., 133 DIERCKX, F., 95 DIETRICH, H., 196 Digestão, 51, 54 extra intestinal, 283 DIMMOCK, G., 49, 81, 267 Dimorfismo sexual, 123 Discolomidae, 231 DOBZANSKY, T., 135 DOLE, J., 111 Donacia cranipes, 140 DONISTHORPE, H., 20, 130 DORSEY, C. K., 102 Doryphora, 23 decemlineata, 140 DRILHON, A., 64, 76, 81, 171 Drillidae, 229 DRURY, D., 250 Dryopidae, 239 DUBOIS, R., 85, 88 DUBUISSON, M., 81 DUCHATEAU,G., 81 DVDLEY, Jm, E., 49 DUFOUR, L., 17, 56, 71, 84, 113, 114, 115, 116, 121, 151 DUPUIS, P., 267 DUSPIVA, F., 152, 178 DUSSY, 179 DUWEB, Y., 81 DYBAS, H. S., 341, 342, 351 DYKE, E. C. VAN, 126 Dytiscus marginalis, 284
Dytiscidae, 217, 281 Dytiscides, 281 Dytiscoidea, 257, 281 EASTHAM, H., 133, 178 EATON, C. B., 152 Ecdises, 149 Eeitocryptus sulcatus, 316 Eciton, 317 dulcius jujuyense, 341 praedator, 313 schlechtendali, 316 Ecitropis carinata, 313 Ecologia, 170 Ectopria, 243 EDMONDS, R., 111 EDWARDS, W. H., 190 EGE, R., 71 EGGERS, F., 104, 109 EICHELBAUM, F., 45, 328 EIDMANN, H., 168, 260 EIMER, T., 88 Elacatidae, 226 Elateridae, 240 Eleutherata, 5 Elitros, 32, 36 ELMHIBST, R., 88 Elmidae, 239 EMDEN, F. VAN, 133, 156, 197, 263, 267 EMERSON, A. E., 163, 164, 165, 167 EMEBY, C., 88 Enceladus gigas, 258 Endomyehidae, 232 ENDRÖDI, S. VON, 135 Enhydrus sulcatis, 287, 290 Enocitos, 84 Epicauta, 30 nigripunctata, 8 Epopterus, 28 ERICHSON, W. F., 250, 328 Erotylidae, 237 Escamas, 49
COLEOPTERA
ESCHERICH, K., 67, 121, 152 Espermatogênese, 134 ESSIG, E. O., 250 Estridulação, 110 Eucatops formicetorum, 309 Euehroma gigantea, 6, 7 Eueinetidae, 242 Eulissus, 313 Euprosopus quadrinotatus, 275 Euscelus, 132 Euthydradephaga, 257 EVANS, A. C., 76, 152 EVER, D. L., 170 EVERLY, R. T., 57 Evolução, 161 EWER, D. W., 177 EWER, R. F., 178 EWERT, A., 141 Excreção, 63 EXNER, S., 106 Exosqueleto, 49 EYERING, H., 89 FABRE, J. H., 144, 160 FABRICIUS, J. C., 256 FAIRMAIRE, L., 252 FAlVRE, E., 72, 100, 101, 102 FAMA, D. DE, 190 FAUVEL, A., 328, 329 Fecundação, 130 FENYES, A., 329 FÉRÉ, C. J., 130 FERGUSON, J., 194 FERNALD, H. T., 95 FERRIS, G. F., 25 FERWERDA, F. P., 135 Filogenia, 161 FINK, D. E., 57, 77, 178 FISCHER, C. R., 329 Fisiologia, 53 FLANDERS, S. E., 95 FLESCHER, F. W., 57 FLETCHER, F. C., 337 FLEUTIAUX, E., 250
FLORKIN, M., 81 Foetomctamorfosis, 144 FOLLEN, M., 96 FONSECA, F. DA, 317, 329 FONSECA, J. P., 186, 188 FORBES, S. A., 57 FORBES, W. T. M., 33, 36, 37 Forcipator sancti-hilairei, 257 FORD, J., 181 Fracticornes, 345 FRAENKEL, G., 55, 66, 68, 178 FRANÇOIS, A., 88 FRANÇOIS, 19, 95 FltANKENBERG, G. V., 126 FRANKENFELD, J. C., 188 FRANTZ, E., 329 FRANZ, H., 20 FRAPPEZ, G., 81 FRÉDÉRICS, L., 102 FREDERIKSE,A. M., 127, 135 FRENZEL, J., 57 FRICKEN, W. VON, 152 FRIEDERICHS, H., F., 106 FRIEDERISCHS, K., 141 FRISCH, K. VON, 107 FROES, H. P., 318, 329 FROCCATT, W. W., 319, 321, 329 FUCHS, G., 135 FUCHS, S., 88 GAARDER, T., 77 GADEAU DE KERVILLE, H., 130 GAHAN, C. J., 105, 199, 251 GAHAN, J. C., 111 GALANT, S., 101 Galeruca lusitanica, 116 GALLARDO, A., 337 GANCLBAUER, L., 199, 251 GARDINER, P., 141 GARMAN, P., 194 GAUSE, G. F., 181 GAZAGNAIRE, J., 95, 108 GEBHANDT, A. VON, 57, 81, 121 Genitália, 43, 44 GEIPEL, E., 88
359
360
INSETOS DO BRASIL
Gemminger, 248 GENDERSON, H., 194 Genera Insectorum, 251, 255 GENTIL, K., 49 Geoffroy, 27 GEOBGEWITSCH, J., 95 Georyssidae, 233 GERARD, P., 64 GERMAR, E. P., 251 GERMER, F., 67 GERRESTSEN, F. C., 88 GESTRO, R., 293, 296 GIARDINA,A., 135 GILLOGLY, L. R., 105 GILMOUR, D., 77 GILSON, G., 95 GIRARD, M., 251 GISSLER, C. F., 37, 95 Glandulas, 93, 94 Globicomia, 345 Gnostidae, 240, 338 Gnostus, 338 GODART, A., 45 GOE, M. T., 308 GOELDI, 318 GOIDANICH, A., 282, 285 GOLDMAN, E. H., 20, 57 GOLDSMITH,W. M., 135 GONÇALVES, L. I., 186, 189 Goniotropis, 259 GOODLIFFE, F. D., 37 GOODLIFFE, R., 152 GOODWIN, W. H., 172 GORHAM, H. S., 88 GORKA, A. VON, 64 GORKA, S., 57 GORTNER, R. A., 50 GORY, H., 253 Gosto, 107 GOUGH, H. C., 194 GRABER, V., 81 GRAHAM, S. A., 37, 178 GRANDI, G., 127, 160 GRAY, I. E., 100 GRIDELLI, E., 45 GRIFFINI, A., 25, 40, 135, 285
GRIFFITHS, A. B., 50 GRIMMETT, L. G., 172 GRISON, P., 105, 108, 133, 172 Gnoss, J., 116, 135 GROUVELLE, A., 296 GROVE, A. J., 188 GRUNER, H. E., 177 GRUPTA, R. L., 57 GUENTHER, K., 106 GUENTHERT, T., 135 GUÉRIN-MENEVILLE, F. E., 251 GUINOT, F., 285 GUNN, D. L., 170, 172, 176, 177 Gymnopleurus, 33 Gyretes dorsalis, 290 Gyrinidae, 217, 287 Gyrinites, 287 Gyrinoidea, 257, 287 Gyrinus, 99 HAAS, L. A., 195 HAAS, W., 38, 50, 268 HAASE, E., 72, 89 HADJINICOLAOU, J., 173 HADORN, C., 17 HACEN, 35 HAGENMÜLLER, P., 64 Haliplidae, 217, 278 Haliploidea, 257, 278 Haliplus, 279, 280 HALL, M. C., 192 HAMILTON, C. C., 277 HAMILTON, J., 168 HANDLISCH, A., 199, 251 HANDSCHIN, E., 20 Haplogastra, 298 HARE, L., 78 HARNISCH, O., 72 HAROLD, 248 HARRIES, F. H., 173 HARTMAN, R. D., 191 HARVEY, E. N., 85, 89 HASSE, E., 101 HATCH, M. H., 106, 162, 178, 200, 251, 291, 292, 308, 309, 310, 311 HAYDN, M. A., 135
COLEOPTERA
HAYES, W. P., 17, 31, 58, 96 HAYHURST, H., 188 HEADLEE, T. J., 173, 194 HEBERDAY, R. R., 197 HEBERDEY, R. F., 45, 72, 136 HEGNER, R. W., 136, 141 HEIDER, K., 140, 141, 142 HEIKERTINGER, F., 81, 173, 197 HEIN, S. A., 17, 136 HEINEMANN, C., 89 HEITZ, E., 67 Helochares, 302 Hemichionaspis minor, 147 HENDERSON, W. D., 136 HENKING, H., 130 HENNEGUY, L. F., 129 HENRIKSEN, K. L., 305 HENSON, H., 152 Herança, 134 HERFORD, G. V. B., 172, 189 HESS, W. N., 90, 109 Heteroceridae, 232 Heterogastra, 298 Heterophaga, 298 HETSCHKO, A., 338 HEYMONS, Pt., 45, 64, 108, 152, 308 HEYNE, A., 251 HICKIN, N. E., 77 HICKMAN,J. R., 72, 279, 280 HILGER, C., 45 HINDs, W. E., 194 HINTON, H. E., 72, 159, 188, 189 Hipermetabolia, 144, 160 Hipermetamorfose, 144, 160 Hipnose, 177 HIRSCHLER, J., 142 Hister, 345 Histeridae, 221, 227, 345 Histeridea, 345 Histeroidae, 345 Histeroidea, 345 Histeroides, 345 HOCHREUTHER,R., 105 HODSON, A. C., 121 HOFFMAN, A., 268
361
HOFFMAN, C. T., 72 HOLDAWAY, F. C., 77, 173, 181 Holisus analis, 323 HOLLANDE, A. C., 81, 82, 84 HOLMGREN, N., 96, 136 Hololepta, 345, 347 HOLSTE, G., 101 HORN, G. H., 199, 200, 253, 308 HORN, W., 191, 277 HORSFALL, W. R., 173, 194 HOULBERT, C., 152, 162, 190, 251 HOUSSIAN, J., 192 HOWLAND, R. B., 97 HRBÁCEK, J., 72 HUNK, A., 72 HUXLEY, J. S., 152 HYDE, C. VAN DER, 72 Hydradephaga, 257 Hydraena, 304 Hydraenaires, 304 Hydraenida ocellata, 10, 218 Hydraeninae, 304 Hydrobius fuscipes, 118 Hydrocanthari, 257 Hydrophilidae, 208, 298 Hydrophilides, 298 Hydrophiloidea, 298 Hydrophilus, 33 ater, 299 piceus, 140 Hydrous (Dibolocelus) palpalis, 298, 300 Hygrobioidea, 257 Hylobius abietis, 115 Hypocephalus, 219 armatus, capa e 351 Hypolabus, 132 IGLESIAS, F., 186 IHERING, H. VON, 90, 186, 277 IHERING, R. VON, 319, 321, 329 IMAMURA, S., 108 IMMS, A. D., 113, 252
362
INSETOS DO BRASIL
Importância econômica, 182 INKMANN, F., 142 Insecticidas, 193 Instinto, 177 Iridomyrmex sanguineus, 166 ISELY, D., 73 JACKSON, D. J., 38 JACKSON, H. W., 82 JACQUELIN DU VAL, 252 JAHN, T. C., 106 JANDA, V., 178 JASCHXE, P., 277 JEANNEL, R., 15, 31, 38, 42, 43, 45, 162, 205, 210, 252, 268, 298, 297, 308, 309, 310 JENSEN - HAARUP, A. C., 137 JOBINS, D. M., 194 JOBERT, 127 JOHNSON, R. H., 50 JOHNSON, T. H., 89 JOLICOEUR, H., 127 JOLIVET, P., 197 JOLY, P., 137, 285 JONES, D. T., 58 JONES, B. M., 194 JORDAN, H., 58 JORDAN, K., 162 JORDAN, K. H. C., 168 JUDD, W. W., 58 JUDEICH, 115 JUNK, W., 248 KADIC, E., 20 KANDA, S., 90 KARAWAJEW,W., 58 KANSTEN, H., 96 Karumiidae, 229 KASTLE, J. H., 90 KASTON, J., 17 KATE, M., 38 KEARNS, C. W., 31 KEMNER, N. A., 45, 330 KEMPERS, K. J., 20, 38 KENNEDY, C. H., 197 KERN, P., 268 KESSEL, F., 252
KIRCHHOFFER, O., 106 KIRSCH, T., 252 KLEINMAN, L. W., 173 KLEMENSIEVIWICZ, S., 96 KLEMM, M., 17 KLUG, J. C. F., 252, 268, 277, 350 KNAB, F., 96, 267 KNAPV, A. W., 189 KNICHT, H. H., 84 KNISCH, A., 305 KOCH, A., 67, 84 KOClAN, V., 82, 173 KOLBE, H., 293 KOLBE, H. J., 42, 152, 190, 199, 252, 296, 330 KÖLLKER, O., 140, 142 KOLLMANN, M., 77 KORSCHELT, E., 17, 142, 160, 284, 286 KöWACZYK, S. A., 07 KOWALEVSKI, 140, 142 KRAATZ, J, 45, 330 KRAEMER, F. K., 103, 173 KRAEPELIN, K., 108 KRALL, J. 58 KRAUSE, J. B., 114, 117, 121 KRAUSSE, A., 58 KREMER, J., 38, 50, 84, 85, 153 KREUCEB, E., 73 KREUSCHER, A., 84, 85 KRIZENCKY, J., 161 KROCH, A., 73, 173 KRUEGER, E., 38, 153 KRUEGER, P., 58 KRUMBIEGEL, I., 137 KÜHNE, O., 36, 38, 73 KÜNCKEL D'HERCULAIS, J., 160 KUERTHLE, K., 103 KUHL, W., 82 KUHNT, P., 252 LABOULBENE, A., 58, 96 LACAZE - DUTHIERS, H., 46 LACORDAIRE., J. T., 199, 253 LACOTTE, 179 LAFON, M., 58 Lagriidae, 225 LAING, F., 191
COLEOPTERA
LAMEERE, A., 162, 199, 205, 253, 301 Lamprocyphus germari, 35 Lamprosoma bicolor, 147 Lampyridae, 229 LANDACRE, F. L., 103 LANDIS, B. L., 58 LANDOIS, H., 73, 106, ll0, 111 LANDSMAN, H. M., 174 LANE, F., 277 LANG, J., 101 Languridae, 237 LAPORTE, F. L. DE, 250, 253 LAPOUGE, G. VACHER DE, 268 Larinota, 314 Larvas, 144, 150 Anatomia externa, 144, 155 Classificação, 155 Principais tipos, 148 LASH, W., 82 Lathridiidae, 230 Lathridius, 11 LATREILLE, P. A., 27, 53 LAZARENKO, T., 82 LEACH, H. B., 305 Lebia, 259 LÉCAILLON,A., 132, 133, 142 LECLERC, J., 77, 137, 174 LECONTE, J. L., 199, 200, 253, 345 LEE, M. O., 73 LEES, A. D., 174 LEGER, L., 64 LEGROS, C., 250 LEHMAN, R. G., 108 LEHR, R., 110 LEINEMANN, K., 106 Leiodidae, 225, 231, 233, 246, 310 LEITNER, E., 269 LENG, C. W., 200, 202, 209, 248, 249, 286, 287, 297 LENGERKEN, H. VON, 21, 46, 59, 153, 161, 253, 308 LEPAGE, H. S., 186, 189 LEPESME, P., 53, 186, 189, 250 Leptochirus, 22, 324
363
Leptoderidae, 309 Leptodiridae, 309 Leptopalpus, 14 LESNE, P., 21, 292, 330 LEWIS, H. C., 59 LEYDIG,F., 96 LHOSTE, J., 46, 312 Lia, 259 LICHTENSTEIN, J., 160 LIEBKE, M., 269 LIMA, A. DA COSTA, 148, 153, 157, 186, 195, 330 Limnebiaires, 304 Limnebiidae, 218, 304 Limnebiinae, 304 Limnichiidae, 245 Limulodes, 340 tarsalis, 340, 341 Limulodidae, 340, 341 LINDENMANN, C., 46, 90 LINNAEUS, C. 5 Liodesidae, 310, 345 Liodidae, 310 Liparoccphalus, 314 LISON, L., 31, 64, 162 Lixus angustatus, 115 LOMNIKI, J. R. VON, 38 LOVELL, I. H., 179 LOWNE, B. T., 32, 286 Lucanidae, 218 LUCAS, H., 253 LUCAS, R., 249 LUDWIG, D., 19, 78, 153, 174, 194 LUEDERWALDT, H., 186, 277, 330 LÜHMANN, M., 64 Luminescência, 85, 87 LUND, E. J., 90 LUND, H. O., 181 LUTZ, K. G., 82 Lycidae, 229 Lyctidae, 235 Lymexylidae, 228 MAC CAY, C. M., 76 Me CLENAHAN, E. M., 154 Mc COLLOCH, J. W., 197
364
INSETOS DO BRASIL
MC DERMOTT, F. A., 90, 91 MAC DOWELL, M. C., 156 MC GILLIVBAY, A. D., 156 MC GULLY, G. B., 133 MC INDOO, N. E., 83, 105, 108 167, 330 MAC LEAY, W. J., 32 MACLEOD, J. F., 68 MAC LEOD, G. F., 174, 175 MC PHAIL, M. 322 MACHADO, G. PINHEIRO, 132, 133 Macrodactylus, 30 Macrodontia cervicornis, 13 MADLE, H., 17 MAGALHÃES, P. S. DE, 190 MAGRETTI, P., 96 Malaehiidae, 242 Malaeobius capueinus, 146 MALOEUF, N. S. R., 82, 90 MANDL, K., 50, 278 MANK, H. J., 330 MANN, W. M., 168, 330 MANSOUR - BEK, J. J., 59 MANSOUR, K., 59, 67, 68, 153, 154, 254 Mantichora herculeana, 275 MARCOVITCH, S., 175 MARCU, O., 39, 73, 74, 111 MARCUS, B. A., 65 MARSEUL, S. A. DE, 348, 350 MABSHALL, W. S., 107 MARSHAM, 150 MARTELLI, G., 59 MARTIN, H. E., 78 MASON, G. W., 50 MAST, A. O., 179 MATHESON, R., 280 MATHEUS, A., 342, 343 MAYET, V., 65 MAZlARSKI, S., 103 Mecistomela marginata, 7 Megacephala brasiliensis, 274, 275
Megacephala fulgida, 274 klugi, 275 Megadytes giganteus, 281, 284 lherminieri, 284 MÉGNIN, P., 190 MEGUSAR, F., 122, 154, 161 MENTA, D. R., 91, 137 MEINERT, F., 39 Meios de combate, 182 MEIXNER, J., 254 MELAMPY, R. M., 68 MELANDER, A. L., 250 Melasidae, 240 Melipona, 310 MELLANBY, K., 74, 78, 175 Meloe proscarabaeus, 140 Meloidae, 222 Melolontha melolontha, 150 MELVlN, R., 83 MENCEL, 96 MENUSAR, JR., H., 175 MERCIER, L., 330 Mesológicas, Influências, 170 Metabolismo, 75 Metamorfoses, 150 Metatelia, 150 METCALF, R. C., 91 METCALF, R, L., 50 METCALFE., M. E., 197 METCALFE, U. E., 122 MEYER, H., 17 MICHAL, K., 74, 78 MICHELS, H., 101 Micromalthus debilis, 126 Micropeplida, 324 Micropeplidae, 227, 324 Micropeplus, 324 Microptera, 313 MILLER, G., 59 MILLER, J. M., 175 MILLER, W. C., 158
COLEOPTERA
MILLIRON, H. E., 127 MILLS, H. P., 192 MINGAZZIANI, P., 59 MINICH, D. E., 108 MINOT, C. S., 74 Mirmecofilia, 163, 167 Mirmecófilos, 163, 167 MITTKOWSKI, R. A., 83 MOEBUSZ, A., 59 MOLLISON, T., 137 Monoedidae, 226, 348 Monoedius, 348 Monommatidae, 223 Monotomidae, 234 MONTE, O., 191, 278 Moore, W., 78 Mordella, 11 Mordellidae, 224 MOREIRA, C., 147, 187, 191 Morio, 259 Mormolyce, 258 phyllodes, 259 Momus, H. M., 197 MORSE, M., 179 Mosca do Mediterraneo, 319 Mor, Y. C., 96, 294 Mudas, 149 MUELLER, J., 107, 128 Muro, F., 43, 46, 47, 122, 200, 255 MUKERJI, D., 74, 122, 156 Mulsant, 15 MUNRO, J. W., 189, 191 MURRAY, F. V., 143 MUTCHLER, A. I., 202, 209, 249, 286 Mycetophagidae, 234 NABERT, A., 154 NAGEL, R. H., 154, 175 Nasutitermes nigriceps, 163 octopilis, 163 Natatoria, 257 NATH, V., 137 Necrodes surinamensis, 306 Necrophorus, 308
365
Nectopoda, 257 NEIVA, A., 318, 330 NELSON, J. W., 59 NETOLITZKY, F., 192, 197 NEWPORT, G., 18, 80 NICHOLS, M. L., 137 NICOLET, H., 83 Nicrophorus, 308 Nilionidae, 221 Nitidulidae, 237, 245 Nitidulidae (Cybocephalinae), 284 Nitsche, 115 NOLTE, H. W., 45, 68 NONIDEZ, J. F., 137 NORDMANN, A., 331 Noscdendridae, 244 NOTMAN, H., 269, 317, 336 NOWLIN (W.) NADINE, 137 NUSBAUM, J., 140, 142 NUSBAUM - HILAROWICZ, J., 142 Nutrição, 54 OBERLÉ, E., 83 OCHS, G., 292 Ochthebius, 304 francki, 304, 305 Odontochila nodicornis, 270 Oedemeridae, 223 OERTEL, R., 39, 269 OKADA, J. K., 91 Olfato, 107 Olhos, 105 OLIVIER, A. G., 254 Oodes helopioides, 120 Oosternum sculptum, 300, 301 OOSTHUIZEN, M. J., 154, 175 Opiellus trimaculatus, 320 Ora complanata, 28 D'ORCHYMONT, A., 39, 74, 305, 306, 342 ORFILA, R. N., 128
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INSETOS DO BRASIL
Orgãos cordotonais, 109 dos sentidos, 103 Drgãos estridulatórios, 110 luminosos, 85, 87 Orientaçao, 170, 177 ORLOV, J., 101 ORMANCEY, P., 46 OSBORNE, J. A., 128, 158 Ovogênese, 134 Ovos, 130, 132 OWSJANNIKOW, P., 91 Oxarthrius attaphilus, 336 Oxychila tristis, 274, 275 Oxysternus maximus, 345 Pachyteles, 262 Paederus, 183, 193 amazonicus, 318 brasiliensis, 318 columbianus, 318 fuscipes, 318 goeldi, 318 PALISOT DE BEAUVOIS, A. M. F. J., 254 PALM, N. B., 97 PALMER, L. S., 59, 61, 79 Palpatores, 311 Palpicornes, 298 Palpicornia, 14, 198 PANT, C,, 68 Paracupes, 297 brasilianna, 297 Parandra, 219 PARK, O., 163, 164, 165, 166, 337 PARK, T., 78, 163, 164, 165, 181, 182 PARKIN, E. A., 60, 105 PARSEVAL, M. VON, 187 Partenogênese, 126, 127 Passalidae, 218 Passalus, 110 cornutus, 114, 117 Passandra, 236
PASSERINI, N., 78 PATAY, R., 18, 60, 65 PATTERSON,M. T., 60 PATTERSON, N. F., 142, 143 PATTON, R. L., 65 PATTON, W. H., 74, 111 PAULXAN, R., 32, 39, 42, 43, 45, 137, 205, 210, 250, 252, 254, 293, 297, 331 Paussidae, 216, 293 Paussidi, 293 Paussoidea, 293 PAYKULL, G. VON, 350 PAYNE, N. M., 175, 176 PAYNE, O. C. M., 60 PEARSE, E. J., 280 Pedilidae, 223 Pedogênese, 127 Pelosoma meridionale, 300, 301, 302, 303 PENNA, B., 318, 330 Pentilia, 147, 148 PEPPER, J. H., 192 PEBEZ, C., 154 Perinthus vestitus, 163 Pernas, 25, 31 PERO, P., 32 PERRIS, E., 157 PERTY, M., 254 PETERS, A. W., 91 PETERSON, A., 197 PEYERIMHOFF, P. DE, 101, 127, 128, 157, 162, 205, 297, 298, 304 Phalacridae, 237 Phelypera pachirae, 146 PFEIFER, H., 91 Phengodidae, 229 Pheropsophus, 94, 264 oequinoctialis, 265 Pholidotus humbolditi, 13 Phrixothrix, 28, 125 Phylloma, 345
COLEOPTERA
Physea setosa, 260 testudinea, 260 PIC, M, 254 PICXEL, B., 192, 318, 331 PIELOU, D. P., 172, 176 PIETANTONI, U., 68, 91 Pigmentos, 49 PILEWICZOWNA, M., 78 PINTO, C., 124 PIRIE, H., 194 PLATEAU, F., 40, 60, 74, 97 Platypodidae, 221 PLAUMANN, F., 197 PLUMMER, C. C., 322 POCOCK, R. J., 112 Polimorfismo, 134 POLL, M., 52, 60, 65, 205, 254 Polyphaga, 209 216 Polyporus, 344 POPOFF, N., 134 Populações, 180 PONTA, A., 97 PORTER, C. E., 97 PORTEVIN, G., 92, 308, 311 PORTIER, P., 53, 60, 74, 79, 283, 286 Postura, 130, 132 Potó, 183 POUJADE, G. A., 41 POWELL, P. B., 39, 154 POYARKOFF, E., 85, 154 PRADHAN, S., 60 PRATJE, A., 92 PRATT, P. E., 193 Prionocyphon, 243 PROCHAZKA, R., 39 PROCHONOW, O., 92 Protetelia, 150 PROWAZEK, S., 138 PRUDHOMME, M., 249 PRUTHI, H. S., 154 PRZIBRAM, H., 74 Pselaphidae, 230, 335 Pselaphides, 335
367
Psephenidae, 238 Ptiliidae, 230, 339 Ptilina, 339 Ptilodactylidae, 236 Ptinella, 341 Ptinidae, 243 PUKOWSKI, E., 308 Pupas, 158, 159 PYENSON, L., 176, 187 Pyrochroidae, 222 Pyrophorus, 85 Pythidae, 223 Quitina, 49 RABES, O., 143 RAFFEY, A., 74, 79 RAFFRAX, A., 338 RAMME, W., 60 RAMNER, W., 176 Rape, J. L., 83 RAPP, JR., W. F., 61 RASPAIL, 105 RAU, P., 92 REDTENBACHER, L., 255 REEKER, H., 112 Regeneração, 160 RÉGIMBART, M., 46, 286, 292 REICHE, L., 92, 97 REICHENSPERCER, A., 169, 294, 338, 348, 349, 350 REICHSTEIN, T., 79 REID, J. A., 77 REITTER, E., 255 REMY, P., 74 RENDELL, E. J. P., 192 RENGEL, C., 61, 155 Reprodução, 126 Respiração, 69, 70 RETHFELDT, C., 129 REUTER, E., 39 REY, H. S., 92 Rhina barbirostris, 13 Rhipiceratidae, 240 Rhipidendron, 234 Rhipiphoridae, 224
368
INSETOS DO BRASIL
Rhynchophorus palmarum, 9 Rhysodidade, 217, 294 Rhysodides, 294 Rhysodoidea, 257, 294 Rhyssodidae, 294 RICHABDS, O. W., 133, 179, 189 RICHARDSON, C. H., 195 RICHMOND, E. A., 18, 108, 306 RIJLANDT, P., 103 RILEY, C., 92, 157 RINGS, R. W., 18 RIPPER, W., 61 RITTER, E., 15, 108 RITTERSHAUS, K., 18 RIVNEY, S., 18 ROBERTS, A. W. R., 75, 157 ROBINSON, V. E., 21 ROCH, W., 32 ROCHA, M. B. DA, 19 RODHAIN, J., 192 ROCER, O., 37 ROHR, G. VON, 71 ROMAN, E., 158 ROMAÑA, C,, 193 ROONWALL, M. L., 143 ROSENTHAL, H., 79, 176 ROTH, L. M., 84, 97, 176, 177 ROTH, W., 155 ROUGEMONT, P. DE, 97 ROUSSEL, C., 122 RUCKMICK, C. A., 92 RUECKER, F., 50 RUESCHKAMP, F., 39 Ruidos (Produção de), 110 RULAND, F., 105 RUNGIUS, H., 61 RUNNER, G. A., 176 SAALAS, U., 40 SAHLBERG, J. R., 286 SALINO, T., 128, 143 SANDERSON, M. W., 331 Saprinus, 346 Scaphididae, 343 Scaphidiidade, 241, 343 Scaphidium, 344, 345
Scaphisoma, 345 Scarabaeidae, 219 SCARAMUZZA, L. C., 187 SCHADE, F., 278 SCHAEFFER, F., 138 SCHALLEK,W., 102 SCHALLER,A., 109 SCHAUFUSS, L. W., 312 SCHEERPELTZ, O., 198, 255, 331, 338 SCHEINERT, W., 68 SCHENKLING, S., 248 SCHIOEDTE, J. G., 112, 127, 157, 169, 331 SCHLEGTENDAL, A., 50 SCHLEICHER, H., 350 SCHLOTTKE,E., 61 SCHMALFUSS, H., 50, 51 SCHMIDT - SCHWEDT, E., 75 SCHMIDT, K. P., 163, 164, 165, 167 SCHMIDT, W. J., 51 SCHNEIDER, B. A., 79 SCHOMANN, H., 68 SCHROEDER, L., 122, 138 SCHUBART, 260 SCHUBERT, K., 325 SCHULTZ, F. N., 79 SCHULTZE, M., 92 SCHULZ, E., 171 SCHULZE, P., 18, 51, 112, 158 SCHWARDT, H. H., 73 SCHWARZ, O., 46 Scolytidae, 221 Scopolister sternalis, 346 Scotocryptus digueti, 310 meliponae, 310 melitophilus, 310 wagneri, 310 SCOTT, A. C., 128 SCOTT, H., 192, 332 Scraptiidae, 224 Scydmaenidae, 243, 311 SEASLS, E. M., 49, 198 Secreções, 93, 94
COLEOPTERA
SEDLACZEK, W., 61 SEELIGER, R., 138 SEEVErS, C. H., 167, 317, 332, 341, 342 SEGAL, B., 40 SEGROVE, 178 SEILLIÈRE, G. M., 61 SELYS - LONGCHAMPS, E. DE, 143 SENIOR - WHITE, R. H., 193 Sentidos, 103 Sorica brunnea, 99 Serropalpidae, 224 SEURAT, L. G., 46, 47 SHAFFER, E. E., 138 SHARP, D., 43, 47, 75, 112, 199, 200, 249, 255, 332 SHELFORD, V. E., 51, 461, 278 SHEPARD, H. H., 154, 175, 177, 195 SHERPELTZ, O., 325 SHINODA, O., 61 SHIRCK, F. H., 198 SHULL, A F., 47, 138, 139 Sida, 147 Silpha cayennensis, 308 discicollis, 308 (Oxelytrus) emarginata, 307, 308 erythrina, 308 Silphidae, 246, 306 SILVA, M. PIRAJÁ DA, 318, 332 SILVESTRI, F., 97, 165, 167, 169, 315, 318, 324, 332, 333, 342 Simbiontes, 66 Simbiose, 66 Sistemática, 246 Sistema muscular, 98, 202 nervoso, 98, 99 SLOANE, F. G., 269, 280 SMERECZYNSKI, S., 143 SMIRNOW, D. A., 98 SMITH, C., 66 SMITH, H. B., 292 SMITH, H. F., 77
369
SMITH, J. B., 21 SNELL, P. A., 92 SSODCRASS, R E., 14, 18, 19, 25, 47, 105, 155 SNYDER, C. D., 93 SNYDEB, T. E., 191, 298 SPACEK, M., 82, 173 SPECTOR, W., 198 Spercheus, 302 fimbricollis, 300, 301 SPEYER, W., 70, 151 Sphaeriidae, 230, 342 Sphaerius, 343 tropieus, 343 Sphindidae, 225 Spirachtha eurymedusa, 43, 127 mirabilis, 165 schioedtei, 165 SPRUNG, F., 40, 269 SZILANTJEW, A. A., 128 STAHL, C. F., 187 STAIG, R. A., 246 STAMMEB, H. J., 65, 68, 91 STANLEY, J., 176, 182 STANLEY, W. W., 175 Staphyliniae, 313 Staphylinidae, 227, 313 Staphilinides, 313 Staphilinii, 313 STECKE, O., 93 STECMANN, F., 51, 278 Stegotes sanguinicollis, 23 STEIN, F., 47, 118, 119, 120, 122 STEINKE, G., 75, 147 STELLWAAG, F., 25, 40 Sterculia, 313 STEVENS, K. P., 89 STEVENS, N. M., 138 STICKNEY, F. S., 19, 200, 255 Stilpononotus, 225 STOCKING, R. J., 139 STONE, W., 198 STRAUSS - DURCKHEIM, H. 18, 79, 99, 103
370
STREET, H. R., 61 STROHL, J., 98 STONHAL, H:, 161 STRUBLE, G. H., 350 SUESSKIND, M. E. C.; 75 SULC, K., 333 SUMNER, R., 176 SUOMALAINEN, E., 128 SWANK, J. R., 198 SWEETMAN, H. L., 18, 176 SWZETMANN, M. D., 79 SWEZEY, O. H., 62 SWINGLE, M. C. O., 62 Symphyogastra, 298 Syncalypta, 283 Synteliidae, 227, 348 Syntermes molestus, 346 SZEKESSY, W., 128 TALBOT, M., 62 Tanatose, 177 TANNER, V. M., 43, 47 Tanygnathus, 314 Tarsia in Curia, I, 68, 351 TASCHENBERC, O., 251 TAUBER, O. E., 83 Taxias, 177 Técnica, 195, 196 TEISSIER, G., 58 Temnochilidac, 236 Temperatura, 170 Tenebrionidae, 226 TENENBAUM, E., 51 Termitofilia, 163, 167 Termitófilos, 163, 167 Termitonicus mahout, 164, 166 TESTOUT, H., 198 Tetracha, 274 Tetraphalerus bruchi, 297 wagneri, 297 THELEN, W., 73, 106 THÉNARD, 179 THIEL, H., 62 THOMAS, C. A., 155
INSETOS DO BRASIL
THOMAS, E. L., 177 THOMSON, J., 278 THOMSON, W. S., 189 Thorax, 21, 24 Thorictidae, 245 Thorictus, 116 Tichonia depressicollis, 257 TIEGS, O. W., 143 TILLYARD,R. J., 162, 201, 255, 293 TIMOFEEFF - RESSOVSKY, N. W., 139 TING, P. C., 21, 62 TIRABOSCHI, C., 102 TIRELLI, M., 102 TISCHLEB, W., 107 TISSOT, A. N., 62, 122 Titanus giganteus, 7 TOERNE, O., 126 TOMASZEWSKI, W., 177 TONKOFF, V., 98 TOPSENT, E., 127 TORNIER, G., 161 TOTTAEL, R., 89 TOWER, W. L., 35, 40, 51, 98, 155, 162, 177 TOWNSEND, A. B., 93 Trachopeplus setosus, 163 Transformações larvais, 149 Transplantaçáo, 160 TRAVASSOS FILHO, L., 198 TREMOLERAS, J., 187, 269 Trichopterygidae, 339, 341 Trigonopselaphus, 313 TRIMBLE, C. A., 19, 306 Trixagidae, 240 Tropismos, 177 Tropisternus, 302, 303 collaris, 303 TBOUVELOT, B., 83, 179 Trypanaeus, 348 TSAI, P. H., 177 Tubos de Malpighi, 63 TUCOLESCO, J., 179
COLEOPTERA
TUR, J., 139 TUTT, J. W., 179 Tyreoxenus autuori, 315 Umidade, 170 USSING, H. H., 83 UVAROV, B. P., 79 VALENTINE, J. M., 109, 198 VANDEL, A.., 128 VANGEL, E., 62 Variação, 134 VARLEY, G. C., 75 VATERNAHN, T., 62 Velocitermes beebei, 164, 166 VEBHOEFF, C., 47, 48, 200 VERHOEFF, K. W., 21, 48, 112, 114, 157, 160, 333 VEBRAL, A. F., 62 VERSON, E., 19 VERWORN, M., 93 VIANA, M. J., 296 Visão, 105 VITALE, F., 169 Viviparidade, 126, 129 VOELTZKOW, A., 143 VOET, J. E., 249 VOGEL, R., 93 VOINOV, D. N., 139 Vôo, 40 WADE, J. S., 98, 157 WADSWOBTH, G. T., 333 WAKELAND, C., 41 WALKER, C. M., 112 WANDOLLEK,B., 48 WARNKE, G., 109 WARREN, E., 334 WASILIEV, I., 128 WASMANN, E., 165, 166, 169, 260, 334 Wasmannotherium argentilmm, 341 WATASÉ, S., 93 WEBER, H., 19, 49
371
WEIL, F., 112 WEISE, J., 4 6 WEISS, H. B., 63, 190, 191 WELSH, J. H., 102 WENDELER, H., 334 WENZEL, R. H., 351 WERBER, I., 161 WERNER, E., 63 WERNER, F. G., 199 WERTHEIMER, L., 63 WESENBEBG - LUND, C., 75 WESTWOOD, J. O., 147 255, 294, 339 WEYRAUCH, W., 180 WHEELER, W. M., 110, 112, 140, 143, 166, 180 WICKAM, W., 32 WIELOWIEJSKI, H. R. VON, 93 WIEMAN, H. L., 133, 140 WIGGLESWOBTH, V. D., 19, 53, 75, 98, 189 WILCOX, J., 21 WILDE, J. DE, 110 WILDER, J., 66 WILDMAN, J. D., 180 WILL, L., 140 WILLIAMS, C. B., 129 WILLIAMS, F. X., 93 WILLIAMS, I. W., 21 WILLIAMS, J. L., 49 WILLIAMS, R. W., 199 WILLIMIZIK,E., 123 WILLIS, E. R., 177 WILLISTON, S. A., 98 WILSON, C. B., 286 WILSON J. W., 40, 49 WILSON, S. E., 63 WILSON, S. J., 19, 40 WINKLER, A., 255 WODSEDALEK, J. E., 180 WOITAS, E., 100 WOLCOTT, N., 182 WOLFF, C., 133 WOODS, W. C., 63, 66
372
WRAY, D. L., 143 WUESTHOFF, W, 199, 334 WULFF, V. H., 106 WYTSMAN, P., 255 XAMBEU, J., 107 Xenodusa, 314 Xenopygus analis, 323
INSETOS DO BRASIL
YEAGER, F., 83, 84 ZAKOLSKA, Z., 85 ZAWARZIN, A., 102 ZEISER, T., 180 ZEUNER, F, 163 ZIKÁN, J. F., 199, 273, 278, 317, 334 ZIMMERMANN, A., 280, 286, 287 ZOPF, W., 51
COSTA LIMA
INSETOS DO BRASIL 8.° TOMO
COLEÓPTEROS 2.ª PARTE
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE DIDÁTICA N.º 10 - 1953
INSETOS DO BRASIL 8.º TOMO
COLEÓPTEROS 2.ª PARTE
A. DA COSTA LIMA Professor Catedrático de Entomologia Agrícola da Escola Nacional de Agronomia Ex-Chefe de Laboratório do Instituto Oswaldo Cruz
INSETOS DO BRASIL 8.° TOMO CAPÍTULO XXIX
COLEÓPTEROS 2.ª PARTE
ESCOLA NACIONAL DE AGRONOMIA SÉRIE DIDÁTICA N.º 10 - 1953
CONTEÚDO PÁGS. Ordem COLEOPTERA. Subordem POLYPHAGA ........................................................ Superfamília SCARABAEOIDEA ....................................................................... Família Lucanidae .............................................................................................. Família Passalidae ................................................................................................ Família Secarabaeidae .......................................................................................... Superfamília DASCILLOIDEA ................................................................................ Família Dascillidae ............................................................................................... Família Cyphonidae ............................................................................................... Família Eucinetidae ............................................................................................... Família Ptilodactylidae .......................................................................................... Família Eurypogonidae .......................................................................................... Superfamília BYRRHOIDEA .................................................................................... Família Byrrhidae .................................................................................................. Família Nosodendridae ........................................................................................... Família Heteroceridae .............................................................................................. Superfamília DRYOPOIDEA ........................................................................ Família Chelonariidae ........................................................................................... Família Limnichidae .............................................................................................. Família Lepiceratidae ........................................................................................... Família Georyssidae .............................................................................................. Família Dryopidae ................................................................................................ Família Elminthidae .............................................................................................. Família Psephenidae ............................................................................................. Superfamília ELATEROIDEA ......................................................................................... Família Cebrionidae ................................................................................................... Família Cerophytidae .................................................................................................. Família Melasidae ...................................................................................................... Família Plastoceridae ................................................................................................. Família Elateridae ..................................................................................................... Família Trixagidae ..................................................................................................... Família Rhipiceratidae ................................................................................................. Família Buprestidae .................................................................................................... Superfamília CANTHAROIDEA .............................................................................................
5
5 8 12 18 69 70 71 72 72 75 75 76 77 79 82 84 87 89 90 92 94 96 102 103 104 104 107
108 121 123 126 139
4
INSETOS DO BRASIL Págs.
Família Lycidae ...................................................................................................................... Família Lampyridae ............................................................................................................... Família Cantharidae ............................................................................................................... Família Phengodidae .............................................................................................................. Família Drilidae ..................................................................................................................... Superfamília LYMEXYLOIDEA ................................................................................ Família Lymexylidae ............................................................................................................ Família Micromalthidae ....................................................................................................... Superfamília CLEROIDEA ................................................................................... Família Malachiidae ............................................................................................................... Família Dasytidae ..................................................................................................................... Família Cleridae .......................................................................................................................... Família Dermestidae .................................................................................................................... Família Ostomatidae ...................................................................................................................... Família Ciidae ............................................................................................................................. Superfamília BOSTRICHOIDEA ............................................................................ Família Bostrichidae ............................................................................................................. Família Lyctidae .................................................................................................................... Família Ptinidae ..................................................................................................................... Família Anobiidae ....................................................................................................... Família Thorictidae .................................................................................................................... Superfamília NITIDULOIDEA .................................................................................. Família Nitidulidae .................................................................................................................... Superfamília CUCUJOIDEA ................................................................................... Família Cucujidae ....................................................................................................................... Família Biphyllidae ....................................................................................................................... Família Sphindidae ........................................................................................................................ Família Languridae ....................................................................................................................... Família Cryptophagidae .................................................................................................................... Família Phalacridae .................................................................................................................... Família Corylophidae ....................................................................................................................... Família Byturidae ........................................................................................................................... Família Lathridiidae ........................................................................................................................ Superfamília DERODONTOIDEA ................................................................................. Família Derodontidae ................................................................................................................ Superfamília COLYDIOIDEA ....................................................................................... Família Tritomidae ......................................................................................................................... Família Monoedidae ..................................................................................................................... Família Colydiidae ..................................................................................................................... Família Discolomidae ...................................................................................................................... Superfamília COCCINELLOIDEA .............................................................................. Família Erotylidae .......................................................................................................................... Família Endomychidae .................................................................................................................... Família Coccinellidae ................................................................................................................ Índice .....................................................................................................................
140 146 153 156 171 173 174 178 182 182 186 189 196 205 209 210 211 221 225 227 232 233 233 241 241 247 248 249 251 256 257 260 262 264 264 265 266 268 269 273 274 275 279 283 305
Ordem
COLEOPTERA
Subordem Polyphaga (continuação) No tomo precedente (7.°, 1.° dos Coleópteros), ao tratar das famílias nele estudadas, não as distribui em superfamílias, como ora faço com as i n c l u i das neste t o m o . Levou-me assim proceder a disparidade dos principais sistemas do classificação, apresentados nas páginas 201 a 216. Achando-se as demais famílias de Polyphaga, estudadas neste tomo e no que se seguir (9.°), atualmente grupadas em superfamílias, geralmente aceitas pelos principais coleopterologistas, pareceu-me conveniente distribuí-las d'ora avante s e g u n d o essa o r i e n t a ç ã o .
Superfamília SCARABAEOIDEA1 (Pétalocères Duméril, 17992, Lamellicornes Latreille, 1802, 1817; Petalocera Schuck, 1840; Lamellicornia Herr, 1841; Burmeister, 1842; Leconte, 1863; Leconte & Horn, 1883; Lameere, 1903; Ganglbauer, 1903; Sharp, 1909; Leng 1920; Scarabaeoidea Bedel, 1911; Sharp & Muir, 1912; Leng, 1920; Peyerimhoff, 1933).
1
De
2 De
lâmina e
scarabeus,
escaravelho
(inseto
fétido
(petalos), chato, lamelado; (ceras), chifre, a n t e n a .
que
ou
tem
cornos)
(MORAES
SILVA).
(petalon),
fôlha,
6
INSETOS DO BRASIL
1. Caracteres e divisões - Os insetos desta superfamília, que constituiam a antiga série Lamellicornia, fàcilmente se distinguem dos demais Coleópteros pentameros pelo aspecto característico das antenas, combinado com a presença de pernas, principalmente as anteriores, geralmente fossoriais, isto é, providas de dentes mais ou menos robustos na margem externa das tíbias, e pelo tipo característico das larvas (larvas escarabeoides ou melolontoides) (v. fig. 1), que apresentam a parte posterior do corpo mais ou menos curvada em arco.
Fig. 1 Larva de Scarabeideo. (C. Lacerda fot.)
As antenas dos Lamelicórnios oferecem-nos três tipos principais. No mais característico (figs. 2c e 2d) os últimos segmentos distais, mais ou menos prolongados para dentro do eixo da antena, as vêzes flabelados, são lamelas que se superpõem como as fôlhas de um livro, formando, pela juxtaposição, uma clava voltada para dentro. É o tipo observado nos verdadeiros Lamelicórnios, isto é, nos que constit u e m a g r a n d e f a m í l i a Scarabaeidae. Nas antenas de Lucanidae (fig. 2a) o segmento basal (escapo) é sempre alongado e se articula em joelho com os segmentos do funículo; os últimos segmentos distais, como os dentes de um pente, são independentes e não se podem coadunar formando clava.
COLEOPTERA
7
Nas antenas de Passalidae (fig. 2b), conquanto os 3 a 6 segmentos distais também não formem clava e apresentem disposição pectinada, que lembra a dos Lucanídeos, não há a articulacão geniculada do funículo com o escapo, o qual, bem que maior que os outros, é relativamente pequeno, sendo a antena distintamente curvada para dentro. O aspecto das antenas dêstes dois últimos tipos era o caráter principal dos chamados Pectinicornes.
Fig. 2 canidae;
Tipos principais de antenas de Scarabaeoidea: a, L u b, P a s s a l i d a e ; c. S c a r a b a e i d a e , Scarabaeinae; d, S c a r a baeidae, Dynastinae (C. Lacerda del.)
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3. Caracteres, etc. - Além do aspecto característico das antenas (fig. 2a) geralmente geniculadas e de 10 segmentos, os Lucanídeos sâo fàcilmente reconhecíveis pela conformação do corpo, perfeitamente apreciável nas figuras 3, 4 e 5.
Fig. 3 Pholidotus humboldti (Gyllenhal, 1817) (Lucanidae, Chiasognathinae) (aumentado) (C. Lacerda fot.),
1
Dentre os caracteres mais típicos dêstes insetos, destaca-se o desenvolvimento considerável da cabeça, não raro tão larga quanto o torax e provida geralmente de robustas mandíbulas, via de regra extraordinàriamente alongadas nos machos. Em certas espécies observam-se vários tipos de machos, com notáveis diferenças no tam a n h o e f o r m a das m a n d í b u l a s (polimorfismo).
De lucanus escaravelho (mencionado por PLINIO).
COLEOPTERA
Nestes insetos 5 urosternitos.
e
nos
da
família
Os Lucanídeos são besouros bitos noturnos, cujas larvas se em madeira apodrecida.
Fig. 4 A esquerda,
9
seguinte
veem-se
geralmente grandes, desenvolvem, quase
apenas de hásempre,
Chiasognathus granti Stephens, 1831 (Lucanidae, Chiasognathinae). a f ê m e a v i s t a d e cima; n o m e i o , o m a c h o v i s t o d e c i m a e a d i r e i t a , v i s t o de l a d o (C. L a c e r d a f o t . ) .
Há cêrca de 900 espécies descritas, das quais perto de 150 habitam a região Neotrópica, pertencentes, principalmente, às subfamílias Chiasognathinae, Cladognathinae e Dorcinae.
10
INSETOS DO BRASIL
Fig. 5 - Leptinopterus ibex (Billberg, 1820) (Lucanidae, Cladognathinae) (C. Lacerda
fot.).
No Brasil uma das espécies mais freqüentemente encontradas é Pholidotus humboldti (Gyllenhal, 1817), (fig. 3) (subfamília Chiasognathinae), de côr metálica, bronzeada. Espécie parecida com esta, porém bem menor, é P. spixi Perty, 1830. A esta subfamília pertence o belo besouro Chiasognathus granti Stephens, 1831, do Chile e da Argentina (fig. 4). Relativamente comuns no Brasil são as espécies de Leptinopterus Hope (Psalidostomus Burmeister) (L. femoratus (Fabr. 1775), L. tibialis (Eschscholtz, 1822), L. ibex (Billberg, 1820) (fig. 5).
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PASSALIDAE 1
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5. Caracteres, etc. que mais fàcilmente se tenas (fig. 2b), como com o protorax de destacado do resto do pescoço.
Leay,
1819,
1833;
Bur-
- Eis um grupo de escaravelhos dos reconhecem, não sòmente pelas anpela forma característica do corpo, contôrno quadrangular, distintamente corpo pelo mesotorax estreitado em
A figura 6 mostra-nos êsse aspecto, até certo ponto confundível com o dos besouros do gênero Passandra (família Cucujidae, subfamília Passandrinae), mais ou menos do mesmo porte e igualmente negros; porém êstes, além de outras diferenças, têm tíbias normais, sem dentes, tarsos aparentemente tetrameros (o 1.° tarsômero muito pequeno) e antenas longas, filiformes, com o último segmento notàvelmente dilatado, paraboloide. Outros besouros parecidos com Passalídeos são alguns representantes da tribu Phrenapatini (família Tenebrioni1
De
(passalos), uma cavilha.
COLEOPTERA
13
d a e ) ; êstes, p o r é m , além de t e r e m a n t e n a s Heteromeros.
diferentes, são
T a m b é m em quase todos os C ar a b í deos da t r i b u Scar i tin i vê-se o t o r a x d i s t i n t a m e n t e p e d u n c u l a d o , como em Passalidae; todavia, além de serem besouros Adefagos, têm antenas filiformes, mais ou menos alongadas.
Fig. 7 Larva de Passalus; a seta indica a parte consideravelmente ampliada na figura 8 (C. Lacerda Iot.),
Fig. 6 - Passalus interruptus. (L., 1758) (Passalidae) (C. Lacerda fot.).
A
das
família
Passalidae
compreende
cêrca
de
500
espécies,
quais perto de 300 são da região Neotrópica. Adultos e larvas vivem em páus pôdres. Tratando
dêstes
insetos
WHEELER
(1923)
diz
o
seguinte:
"Ohaus, who first studied the habits of several species in the forests of Brazil, has shown t h a t they form colonies consisting of a male and female and their progeny, and make large, rough galleries in rather damp, rotten logs.
14
INSETOS DO BRASIL
The broadly elliptical yellowish green or greenish black eggs, to the number of a dozen or more, are laid in a loose cl u s te r a n d g u a r d e d by t h e p a r e n t s . Th e l a r v a e (fig. 7) are dark colored and cylindrical, with the hind pair of legs reduced to peculiar short paw-like appendages w h i e h c a n be r u b b e d b a c k a n d f o r t h on s t r i a t e d plates ar t h e base of t h e m i d d l e legs (fig. 8), t h u s p r o d u c i n g a shrill n o t e . On t h e d o r s a l s u r f a c e of t h e a b d o m e n of t h e a d u l t beetle t h e r e is also a s t r i d u l a t o r y o r g a n in t h e forro o;
Fig. 8 Parte da larva da fig. 7 indicada pela seta (muito aumentada); marcada pela seta vê-se a perna metatorácica, que raspa sobre a area raduliforme, estridulante, do quadril da perna mesotorácica (C. Lacerda del.)
parches of minute denticles which may be rubbed against s i m i l ar s t r u c t u r e s on t h e lower s u r f a c e of t h e wings. Ohaus found that the parent beetles triturate the rotten wood and apparently treat it with some digestive secretion which makes it a proper food for the larvae, since their mouth-parts are too feebly developed to enable them to attack the wood directly. They are therefore compelled to follow along after their tunnelling parents and pick up t h e p r e p a r e d food. All t h e m e m b e r s of t h e colony ar e kept together by stridulatory signals. The noise made by the beetles is so loud that it is possible to detect the presence of a Passalus colony in a log by merely giving it a few sharp raps. I have been startled on more than one occasion in C e n t r a l A m e r i c a by t h e shrill response t h u s elicted from large Passali that were burrowing deep in the
COLEOPTERA
15
wood. When the larvae are mature they pupate in burrows and the emerging beetles are guarded and by the parents till they are fully mature. Observations I have made in Australia, Central America, Trinidad British Guiana confirm Ohaus's statements".
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7. Caracteres, etc. - Família dos verdadeiros escaravelhos ou Lamelicórnios, que se distinguem dos Lucanídeos e Passalídeos (os antigos Pectinicórnios), principalmente pelo aspecto das antenas, geralmente curtas e de 7 a 11 segmentos, os distais formando clava transversal, voltada para d e n t r o e c o n s t i t u í d a , n a m a i o r i a das espécies, por 3 l a m e l a s móveis, que se ajustam como as fôlhas de um livro. DE GEER (1774), baseando-se nos hábitos dêstes insetos, distribuiu-os em "escaravelhos da terra", "escaravelhos das árvores" e "escaravelhos das flores". Tal classificação, porém, teve de ser abandonada, porque os h á b i t o s dêstes insetos v a r i a m n o t à v e l m e n t e , n ã o r a r o n a s espécies de u m m e s m o g é n e r o . Daí terem sido propostos outros sistemas de classificação dos v e r d a d e i r o s L a m e l i c ó r n e o s . LACORDAIRE, em sua obra monumental (1856 - Genera des Coléoptères), adotando o critério de ERICHSON (1848 Naturg. Ins. Deutschl., 3) de classificar êstes besouros seg u n d o a posiçâo dos e s pi r á c ul os a b d o m i n a i s , dividiu-os em
COLEOPTERA
19
L. Laparosticti (de laparon, f l a n c o e stiktos, pleura, p o n t u a d o , e s t i g m a t i z a d o ) e L. P l e u r o s t i c t i ( d e flanco, lado do peito), aqueles com todos os estigmas respiratórios na membrana conectiva dos urosternitos com os urotergitos, daí ficarem todos encobertos pelos elitros; os segundos com os espiráculos basais parte na membrana conectiva, parte nos urosternitos, sendo o último ou os dois ú l t i m o s p ar es n ã o e n c o b e r t o s pelos elitros. Os Escarabeideos Laparosticti vivem geralmente do escremento de mamíferos herbívoros (bosta); são, pois, coprófagos. Há, porém, muitos que são saprófagos, outros necrófagoas ou micetófagos. Tais Escaravelhos fàcilmente se distinguem dos demais, geralmente fitófagos, por terem os segmentes da clava antenal, pelo menos os 2 últimos, foscos e tomentosos (fig. 2c). Daí alguns autores terem dividido a família Scarabaeidae em 2 subfamílias: Coprophaginae, com os Laparosticti, e Me1o1onthinae, abrangendo, não sòmente os Pleurosticti, de clava antenal lisa, brilhante e esparsamente pilosa, como também os Glaphyrinae, verdadeiros Laparosticti, que, por exceção, possuem clava antenal desprovida de tomento e são florícolas. Todavia, nos trabalhos mais recentes sôbre Scarabaeidae, a família é dividida em várias subfamílias - elevadas por BATES (Biol. Centr. Amer.) e outros autores a categoria de famílias - que podem ser distribuídas em 2 grupos principais: o primeiro compreendendo as tribus da antiga subfamília Coprophaginae, hoje elevadas a categoria de subfamílias; o s e g u n d o a b r a n g e n d o as t r i b u s que c o n s t i t u i a m a subfamília Melolonthinae, hoje também elevadas a categoria de subfamílias.
1º grupo de SCARABAEIDAE 8. Caracteres, divisões - Segmentes da clava antenal, pelo menos os 2 últimos, foscos, tomentosos (exceto em Aclopinae e em Glaphyrinae).
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Têm representantes brasileiros dêste grupo as subfamílias: Scarabaeinae (Coprinae), Aphodiinae, Ochodaeinae, Orphninae, Allidiostominae, Hybosorinae, Acanthocerinae, Traginae, Geotrupinae, Taurocerastinae, Aclopinae e, provàvelmente, Glaphyrinae. Eis a chave das principais subfamílias deste grupo, gundo BLATCHLEY (1927:58), moldada na apresentada LE CONTE & HORN ( 1 8 8 3 : 2 3 8 ) .
sepor
1 1'
Seis urosternitos visíveis (3-8) ........................................................ Cinco urosternitos livres; pygidium näo exposto ...........
2 (1)
Antenas de 8 a 10 segmentos; mandíbulas (exceto em Oehodaeinae) escondidas sob o clípeo ...... ..3 Antenas de 11 segmentos; mandíbulas proeminentes, visíveis de cima; besouros de côr negra ou parda, geGeotrupinae ralmente brilhante; pygidium escondido .................
2'
3 (2)
Pygidium exposto; forma arredondada ou oval; seutel]um ausente; tíbias posteriores (exceto em algumas espécies de Canthon) com um esporão terminal apenas; Scarabaeinae quadris médios largamente separados ................... Pygidium encoberto pelos elitros; seutelhnn distinto; tibias posteriores com 2 esporões terminais; quadrís médios contíguos .................................................................................. ....;;;4
3'
4 (3')
Antenas de 9 segmentos; forma oblonga ou cilíndrica; superfície superior raramente pubescente; côr negra, parda ou amareIa eseura ................................................................... Aphodiinae Antenas de 10 segmentos; forma oval, convexa, superfície superior com cerdas eretas; côr parda; mandíbulas expostas ................................................................................ Ochodaeinae
4'
5 (1')
5'
9. como
2 ......5
Corpo parcialmente contraetil, em repouso arredondado, liso brilhante, negro, scutellum relativamente grande ............................................................................................... Acanthocerinae Corpo não contraetil, oblongo, convexo; superfície àsperamente esculturada; côr parda-acinzentada ou enegrecída; geralmente revestida de crosta terrosa; seutellum pequeno; fêmures anteriores robustos ......................... Troginae
Hábitos já foi
Quase todos dito, alimentam-se,
os escaravelhos Laparosticti, tanto adultos, como larvas,
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de matéria orgânica em decomposição. A maioria é constituída por espécies coprófagas, especialmente as das subfamílias Scarabaeinae e Aphodiinae. Algumas, porém, alimentam-se de cadaveres, são pois necrófagas (ver o trabalho de PESSOA e LANE (1941). Dentre as espécies coprófagas, sem dúvida as mais interessantes, há a mencionar os chamados "pilulares", da subfamília Scarabaeinae, que isolam uma certa porção de escremento e com ela confeccionam uma bola ou pílula. A fêmea executa o trabalho com as pernas anteriores (aliás, desprovidas de tarsos) e com o clípeo e deposita um ôvo dentro da esfera de escremento. Quando esta se acha bem confeccionada, procura enterrá-la num buraco prèviamente escavado. Para isso, só ou ajudada pelo macho, faz rolar a bola, empurrando-a quase sempre com as pernas trazeiras. Os hábitos dêstes besouros, principalmente de Scarabaeus sacer L. (= Ateuchus sacer) e espécies afins, já conhecidos dos antigos egípcios, levaram-lhes a divinizá-los representando-os sob vários aspectos em seus monumentos e amuletos. Na imortal obra de FABRE (Souvenirs entomologiques, 1891-1897) e no trabalho de HEYMONS & VON LENGERKEN (1929) encontram-se observações interessantíssimas sôbre a etologia dêstes insetos. 10. Scarabaeinae (Coprinae) - A esta subfamília pertencem cêrca de 2.400 espécies, das quais aproximadamente 1.100 são da regiâo neotrópica. Em nossa terra encontram-se talvez as mais belas e conspícuas pelas côres brilhantes que apresentam, pertencentes aos gêneros Phanaeus Mac Leay (Phanaeus imperator Chevrolat, 1844) e Magaphanaeus Olsouf (M. ensifer (Germar, 1821), fig. 10). Tais espécies, porém, como as de côres menos vistosas, desprendem odor fétido. Alguns Escarabeideos têm hábitos singulares. Assim, as espécies de Canthidium Erichson e de Choeridium Serville, bem que saprófagas, habitam formigueiros de saúva (Atta).
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Segundo comunicação pessoalmente feita pelo Padre PEREIRA, Canthon virens Mannerheim, foi observado por E. NAVAJAS atacando iças (fêmeas de saúvas do gênero Atta), tanto em campo, como em laboratório, conforme comunicação feita na II Reunião Anual da S.B.P.C. de Curitiba de 1950. Observações realizadas Paulo, mostraram que o muita habilidade o abdome terra. Em presença da iça
Fig. 9 - Phanaeus rabaeinae, Phanaeides) cerda fot.)
sp. (Sca(C. La-
no Instituto Biológico de São mencionado Canthon separa com do tronco da formiga e o endespresa qualquer outro alimento.
Fig. 10 - Megaphancus ensifer (Germar, 1821) (Scarabaeinae, Phanaeides) (C. Lacerda fot.).
Vivendo como ectoparasito da preguiça Bradypus gorgon há, na Colômbia, uma espécie de Uroxys Westwood. Noutra preguiça de Costa Rica, foi observado um TrichilIum (T. bradyporum Boucomont, 1928). Todos êstes besouros são da tribu Coprini, na qual se classifica o gênero Pinotus (fig. 13) cujas espécies, no Brasil, foram tão bem estudadas por LÜDERWALDT. É também interessante Plesiocanthon gibbicollis (Harold, 1868), do sul do Brasil, da Argentina e do Uruguai, que vive sob a carapaça do caramujo Bulimus hoemostoma, ali-
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mentando-se do mucus secretado por êste grande Gasteropodo. Das demais subfamílias dêste primeiro grupo de Scarabaeidae, as que contêm espécies mais freqüentemente encontradas na região Neotrópica, são as referidas em seguida.
Fig. 11 picillatum rabainae,
Oxysternon consWeber, 1901 (ScaPhanaeides) (C. Lacerda fot.).
Fig. 12 Canthon smaragdalus (Fabr., 1781) (Scarabaeinae, Canthonides (C. Lacerda fot.).
11. A p h e d i i n a e G r u p o de pequeninos escaravelhos coprófagos com cêrca de 260 espécies neotrópicas, igualmente de corpo oblongo, subcilíndrico. As nossas espécies mais comuns são dos gêneros Aphodius Illiger e Athaenius Harold, êste com algumas espécies Sul Americanas, que vivem em ninhos de ratos do gênero Ctenomys. Não menos interessante é o Termitodius coronatus W a s m a n n , 1894, que h a b i t a termiteiros de E u t e r m e s meinerti na Venezuela. Posteriormente MARTINEZ (1950) descreveu mais uma espécie de Termitodius da Bolívia (T. denieri) (fig. 14). Recentemente MARTINEZ (1952) na República Argentina colheu exemplares de M y r m e c a p h o d i u s proseni, n. gen., n. sp., em galerias de formigueiros de Solenopsis saevissima F. Sm.
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12. Hybosorinae - Subfamília c o n s t i t u í d a t a m b é m por besouros saprófagos e coprófagos, fàcilmente reconhecíveis pelo aspecto cupuliforme ou sublenticular da clava antenal. Êstes insetos (cêrca de 30 espécies em nossa região), como os de outras subfamílias de Scarabaeidae (Aclopinae, Glaphyrinae, Ochodaeinae, Orphniinae, Allidiostominae), constituem grupos de menor importância pelo número reduzido das espécies Sul Americanas que nelas se encontram.
Fig. 13 - Pinotus anaglypticus Mannerheim, I929 (Scarabaeinae, Canthonides) (C. Lacerda fot.).
Fig. 14 - Termitodius denieri Martinez, 1950 (Aphodiin a e ) (De M a r t i n e z , 1 9 5 0 ) .
13. Acanthocerinae - Representada na região Neotrópica por pouco mais de 70 espécies, de corpo mais ou m e n o s f o r t e m e n t e convexo, negro, b r i l h a n t e , perfeita (Acanthocerus Mac Leay) (= Sphaeromorphus Germar) (fig. 15) ou parcialmente contratil (Cloeotus), apresentando tíbias médias e posteriores espessadas ou fortemente achatadas. Os primeiros são vulgarmente conhecidos pelo nome - "besouros bola".
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Geralmente são insetos saprófagos ou fungívoros. Algumas das nossas espécies, porém, são termítofilas (Acanthocerus termiticola Wasmann, 1894) ou mirmecófilas. 14. Troginae - Os besouros desta sub-família (Trogidae, de alguns autores) fàcilmente se reconhecem, não sòmente pelo número reduzido de urosternitos (cinco visíveis), caráter, aliás, também observado nos da subfamília precedente, m a s sobretudo pela côr e aspecto característico do corpo, que se apresenta quase sempre coberto de crosta terrosa e com elitros providos de tubérculos mais ou menos salientes, longitudinalmente dispostos.
Fig. 15 - Acanthocerus sp. (Acanthocerinae) (C. Lacerda fot.).
Fig 16 - Trox sp. (Trog i n a e ) (C. L a c e r d a f o t . ) .
Quase todas as nossas espécies são do gênero Trox Fabr., com cêrca de 20 representantes na América do Sul. As mais encontradiças entre nós são o Trox scaber (L., 1767) e T. suberosus Fabr., 1775 (fig. 16), espécies hoje cosmopolitas. Os Trogíneos são besouros saprófagos ou necrófagos. MOLINARI, em sua "Entomologia Agrícola" (1942) e em seu livro "Las Plagas de la Agricultura" (1949), diz que T. suberosus destrói posturas de gafanhotos. Quando se tenta prendê-los, encolhem fortemente a cabeça e as pernas, como fazem os Acantoceríneos. Não raro estridulam esfregando o abdome de encontro a cerdas es-
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pinhosas elitros.
implantadas
na
face
interna
da
parte
apical
dos
15. Geotrupinae Escarabeideos bem caracterizados por serem os únicos que apresentam 11 segmentos antenais. Neles os elitros geralmente encobrem o pygidium. Nos demais Lamelicórneos coprófagos as larvas t ê m os órgãos estridulatórios nas peças bucais; nestes insetos, porém, como nos Pectinicórneos, tais órgãos são de tipo meso-metapodal, porém algo diferente do que se vê em Passalidae. Trata-se de subfamília relativamente grande. Na região Neotrópica há cêrca de 100 espécies, em grande parte da tribo Bolbocerini, principalmente dos gêneros (Athyreus Mac Leay e Bolboceras Kirby.
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einheimischen
2.° grupo de SCARABAEIDAE 17. todos
os
Caracteres, segmentos
e apresentam A plinae, ginae.
êle
divisões da clava
cerdas
escaravelhos dêsta grupo são polidos, brilhantes
esparsas.
pertencem
Rutelinae,
Nos antenal
as
Dynastinae,
subfamílias Cetoniinae,
Melolonthinae, Trichiinae
e
HoVal-
34
INSETOS DO BRASIL
As larvas e os adultos são fitófagos; daí alguns dêles serem bem conhecidos pelos vultuosos danos que causam às plantações. Basta citar o famigerado Melolontha melolontha (Linnaeus) (subfamília Melolonthinae), um dos insetos mais conhecidos em tôda a Europa ("hanneton" dos franceses, "May beetle" dos ingleses, "Maikäfer" dos alemães) e o não menos famoso Popillia japonica Newman, o terrivel besouro japonês, que, introduzido em New Jersey em 1916, tornou-se uma das maiores pragas da agricultura nos Estados Unidos. Mencionarei aqui as espécies de maior importância agrária ao tratar das respectivas subfamílias. Estas se distinguem pelos caracteres assinalados na chave seguinte: 1 1'
2(1)
2'
Garras tarsais iguais, do mesmo tipo, pelo menos as das pernas médias e posteriores .......................................................... .........2 Garras tarsais desiguais nas pernas anteriores e médias e quase sempre nas posteriores (estas, às vêzes (Hoplini) com uma só garra); a interna mais fina que a outra, que é robusta, não raro mais ou menos fendida ou bifida; insetos geralmente de côres metálicas vistosas ................................................................................. ......6 Ambas as garras, em tôdas as pernas ou sòmente nas médias e posteriores, bífidas ou providas de dente inferior ou basal (apendiculadas): em algumas espécies (Ceraspis), pelo menos nos machos, as garras das pernas anteriores são desiguais, sendo uma simples e outra bifida; insetos de várias côres; cabeça e torax quase sempre inermes; labrum, em geral, perfeitamente visível de cima; mandíbulas escondidas sob o ciypeus ....................................................................................... Melolonthinae Ambas as garras, em tôdas as pernas, simples, ponteagudas; excepeionalmente, em alguns machos de Dynastinae (Chalepides, Cyclocephala, Dyscinetus, Phileurus, Stenocrates, Trioplus) desiguais, sendo a interna mais fina e a outra mais ou menos fendida, ou a garra interna do tarso anterior se apresenta (Ligyrus); nestes dilatada e bruscamente incurvada casos, porém, tratam-se de besouros de côr negra ou parda, não raro com protuberâncias, tubérculos ou cornos cefálicos ou torácicos; labrum membranoso, escondido sob o clypeus ............................................................................... 3
COLEOPTERA
3(2')
35
Besouros de côr negra ou parda, brilhante ou fôsca, sem desenhos vistosos; com a cabeça ou o pronotum ou ambos, armados de tubérculos ou cornos, geralmente presentes ou mais conspícuos nos machos; mandíbulas córneas, visíveis de cima; quadris anteriores transversais, não proeminentes ............................................ Dynastinae Besouros de côres e desenhos variados; raramente os machos armados de saliências ou prolongamentos cefálicos; mandíbulas, em repôuso, invisíveis de cima; quadris anteriores, proeminentes, verticais ............................ .....4
3'
4(3')
4'
Mesepímeros visiveis de cima; margem externa dos elitros, via de regra, apresentando, perto da base, seio (reintrância) por onde passa a asa durante o vôo, ficando aquêles fechados .................................... Cetoniinae Mesepímeros invisíveis de cima .......................................... ....5
5(4') 5'
Quadris posteriores contíguos .................................................................. Trichiinae Quadris posteriores largamente separados ............................................ Valginae
6(1')
Duas corpo Uma porão tido
6'
garras nos tarsos posteriores e 2 esporões tibiais; nú ou piloso, não revestido de escamas .................. Rutelinae garra apenas nos tarsos posteriores e um só esnas tíbias poseriores; corpo, via de regra, revesde escamas chatas em sua maior extensão .......... Hopliinae
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Subfamília
MELOLONTHINAE1
(Melolonthidae Leach, 1817; Mac Leay, 1819; Melolonthinae Le Conte, 1883, part.) 19. Espécies mais interessantes - Perto de 1.520 espécies desta subfamília são encontradas na região Neotrópica (cêrca de 2.000 em todo o mundo). Todavia, em nosso pais, mal se conhecem os hábitos das que cito a seguir.
S y m m e l a m u t a b i l i s Erichson, 1835 (no m e u 3. ° Catálogo - 1936, acha-se erradamente citada como S. instabilis Erichson, 1839). Besouro da tribu Sericini, com cêrca de 7 mm de comprimento, de côr variável, "totalmente azul bronzeada, com reflexos metálicos, apresentando o pronoto verde metálico, com uma delicada depressão central; totalmente castanho-brilhante, com os mesmos reflexos; ou uma mistura dos dois, isto é, com o colorido do primeiro e trazendo sôbre os elitros 4 manchas, ovaladas, duas colocadas na base e as outras duas na extremidade oposta. A parte inferior é de colorido igual" (MONTE). Foi observado por MONTE em Ouro Preto (Minas Gerais) causando os maiores danos às fôlhas de chá, principalmente as dos brôtos. Recomendou êle, como melhor meio de combate ao inseto, a colheita dos besouros adultos. Da tribu Macrodactylini conhecem-se, como principais inimigos das plantas cultivadas, as seguintes espécies: Philoclaenia setifera Burmeister, 1855 - Em Itajubá Velho (Minas Gerais) os adultos atacam marmeleiros, segundo informe de I. DESLANDES. Philoclaenia virescens B l a n c h a r d , 1846 - Em G u a x u p é (Minas Gerais) ataca botões florais de "flamboaian" (Poinciania regia). Em São Paulo, segundo material comunicado pelo Conde AMADEU BARBIELLINI, ataca ameixas. 1
De
Europeus.
(melolonthe),
nome
vulgar
do
"besouro
de
maio"
dos
38
INSETOS DO BRASIL
Isonychus gracilipes Blanchard, 1850 Encontrado por BARBIELLINI em Cordeiro (São Paulo) e I. griseus Mannerheim, 1829, observado por MONTE em Belo Horizonte, ambos atacando rosas. Estas são também atacados por Ceraspis variabilis Burm., 1855.
Fig. 17 - Macrodactylus suturalis Mannerheim, 1829 (Melolonthinae, Macrodactylini) (desenho gentilmente cedido por Autuori e Fonseca).
Ceraspis bivulnerata (Germar, 1824) e C. modesta Burm., 1855, em Minas Gerais e Estado do Rio, atacam preferencialmente ameixeiras, damasqueiras, figueiras e kakiseiros. Bem conhecidos pelos danos que causam a videira são os besouros Plectris setifera Burmeister, 1855 (obs. de PINTO DA FONSECA em São Paulo) e Macrodactylus suturalis Mannerheim, 1829 (fig. 17). Esta últ i m a espécie é, s e m d ú v i d a , u m dos principais inimigos da videira em São Paulo e em Minas Gerais. Sôbre ela, primeiramente estudada por MOREIRA e m s u a " E n t o m o l o g i a B r a s i l e i r a " (1921-1922), AUTUORI e P I N T O DA FONSECA (1933) escreveram o que se s e g u e :
"Besouro medindo 10 millimetros de comprimento por 4 millimetros de largura. Os elytros são verdes-escuros com reflexos metallicos, marginados na parte interna por uma linha castanho-avermelhada e esta por sua vez orlada de amarelo claro. O pronoto tambem acha-se marginado lateralmente de amarello claro. Cabeça com os olhos afastados, a superficie frontal provida de pontuação castanho-escura. A parte inferior do obdomen acastanhada. As patas são longas, castanho-escuras, sendo as do 2.° e 3.° pares mais compridas que as do primeiro. Todas as patas providas de robustos e numerosos espinhos. Torsos muito desenvolvidos. Esta "vaquinha" ataca flôres e folhas novas de roseira, de cafeeiro e de laranjeira. Apparece, ás vezes, em grande quantidade em certas zonas citricas de São Paulo, sendo
COLEOPTERA
39
notáveis os seus estragos, chegando mesmo a sacrificar grande parte da florada de muitas arvores. O macho em geral permanece cavalgando a femea, segurando-a com o primeiro par de pernas, emquando esta corta as flores das p l a n t a s . As femeas põem os ovos no solo a pouca profundidade, alimentando-se as larvas das raízes das plantas. Esta especie tem sido observada em São Paulo e Minas Gerais. Em certos laranjais de São Paulo apparece geralmente em maior quantidade nos mezes de Setembro e Dezembro. Meios de combate - O metodo mais pratico e efficaz de se combater o insecto consiste na sua catação. Esta é facilima devido ao costume que tem de fazer-se de morto, quando se lhe toca. Estende-se um panno de baixo das arvores que estão atacadas, sacudindo-as em seguida. Os insetos, ao menor abalo, caem ao solo, podendo ser assim apanhados e passados para uma vasilha contendo agua e u m pouco de kerosene."
Como se pode ler em meu "3.º Catálogo" o inseto também danifica jaboticabeiras e outras Mirtaceas, laranjeiras, pessegueiros, pitangueiras e roseiras. LORDELLO
(1951),
em
São
Paulo, observou o inseto atacando flores de roseira, de margarida (Chrysanthemum maximum), de rainha margarida (Callistephus sinensis), de dálias, de Aspidosperma polyneuron e de Ligustrum lucidum. Cita ainda observação, registrada no Instituto Agronômico de Campinas, do inseto
atacando
flores
de
guaxima
e
affinis Fon-
Outras espécies de Macrodactylus freqüentemente contradas no Brasil são M. affinis Castelnau, 1840 (figs.
en18
(Malvaceae) e de Coffea excelsa.
Fig. 18 Castelnau,
Macrodactylus 1840 (De Autuori seca, 1933, fig 131).
40
INSETOS DO BRASIL
e 19) e M. pumilio Burmeister, 1855 (fig. 20), aquêle atacando flôres de roseiras e laranjeiras, em São Paulo e outros Estados, êste roendo flôres de pereiras (obs. de CARLOS MOREIRA), de dália e margaridas (obs. de A. DE AZEVEDO e E. CALDEIRA) .
Fig.
19
Macrodactylus affinis; sõbre laranjeira A u t u o r i e F o n s e c a , 1933, fig. 132).
(De
Sabe-se que as larvas dêstes insetos, como as das demais espécies fitófagas da família Scarabaeidae, vulgarmente conhecidas pelos nomes de "pão de galinha", "torresmo" e "joão torresmo" ("vers blancs" dos Franceses, "white grubs" dos Norte Americanos e Ingleses), vivem no solo e se alimentam, não só da matéria orgânica que aí encontram, como das raízes que roem ao escavarem a terra. Infeliz-
COLEOPTERA
41
mente, porém, nada se sabe relativamente m e n t o dos nossos Escarabeideos. Devo a i n d a a s s i n a l a r a observação interessante, feita por várias pessoas, de larvas de Escarabeideos, dêste grupo e de outros grupos, parasitadas por fungos do gênero Cordiceps. No i n t e r e s s a n t í s s i m o livro de BRUES Insect dietary (1946, Havard Univ. Press. est. XX) vê-se a fotografia de uma larva de Melolonthinae da América do Sul com o micélio de Cordiceps melolonthae formando 3 colunas esbranquiçadas (ver também sôbre êstes fungos entomogenos o interessante artigo de TORREND (1937).
ao
desenvolvi-
--
Fig.
milio tuori
20 Macrodactylus puBurmeister, 1855 (De Aue Fonseca, 1933, fig. 133).
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De rutilus, a, um, vermelho dourado.
44
INSETOS DO BRASIL
autor, desde 1897, vem publicando interessantes artigos sôbre Rutelíneos da região Neotrópica. Na bibliografia aqui apresentada indico apenas alguns dos seus mais importantes trabalhos. Das espécies que ou menos apreciáveis citadas as seguintes:
conhecemos, causadoras de danos mais às nossas plantas cultivadas, merecem
Divisão HOMALOCHILIDAE, de rizontal, articulado com a cabeça). Tribu
OHAUS
(labrum
ho-
Rutelini:
Pelidnota pallidipennis Bates, 1904 (fig. 21) - Segundo observação de LORDELLO (1951) rói flôres de roseira; todavia nâo é inimigo tão sério quanto o Macrodactylus pumilio.
Fig. 21 - Pelidnota pallidipennis Bates, 1904 (Rutelinae) (De R. L. Guimar ã e s , 1944, f i g . 4).
Fig. 22 - Rutela lineola (L., 1767) ( R u t e l i n a e ) (De L. R. Guimarães, 1944, fig. 1).
Rutela lineola (L., 1767) (fig. 22) - No Rio Grande do Sul, segundo observação de E. G. BRUCK e J. DESLANDES (Alm.
COLEOPTERA
45
Agr. Bras., 1927:263-267), ataca "açoita cavalo" (Luehea divaricata). GOMES COSTA (1943 - Pragas das plantas cultivadas no R. G. do Sul, Rev. Agric.: 1241-1242) assinalou o ataque do inseto a Hibiscus e a Acacia negra. BIEZANKO observou-o em Pelotas (R. G. do Sul) roendo estames de roseira e de Mimosa sepiaria. Maeraspis clavata (Olivier, 1789) (fig. 23) - Encontrado por A. AZEVEDO atacando fôlhas de parreira em Nova Friburgo. Macraspis morio Burmeister, 1844 - Ataca flôres de quiabeiro (Hibiscus esculentus) e de outras plantas (obs. de C. MOREIRA) no Rio de Janeiro; em São Paulo, paineira (obs. de NAVARRO DE ANDRADE).
Fig. A
Tribu
23 seta
- Macraspis clavata (Olivier, telinae) (C. Lacerda fot.). indica o processo ou apofise
1789)
(Ru-
mesosternal.
Anomalini:
Anomala undulata variegata Latreille, 1833 - No t r i t o F e d e r a l e E s t a d o do Rio, e m flôres de l a r a n j e i r a . Divisão ORTHOCHILIDAE soldado ao epicrâneo). Tribu
cido
(labrum
vertical,
Dis-
quase
Geniatini:
Bolax flavolineatus (Mannerheim, 1829) - Bem conhepelos estragos que causa em várias plantas cultivadas
46
INSETOS DO BRASIL
no Sul do Brasil, especialmente ao marmeleiro e a videira (obs. de L. O. T. MENDES). Recomendo a leitura dos artigos do Eng. Agr. CINCINATO R. GONÇALVES (1934-1935) sôbre êste Rutelíneo. Geniates barbatus Kirby, 1818 - Em Minas Gerais, seg u n d o MONTE, é sério i n i m i g o do c h á e das roseiras. Trizogeniates dispar (Burm., 1844) - Em Itajubá Velho, segundo I. DESLANDES, ataca marmeleiros.
Fi
g. 24 - Macraspis festiva B u r r o . , 1844 ( R u t e l i n a e ) (C. Lacerda fot.).
Fig. 25 Aglycoptera cyanitarsis (Gory, 1838) (Rutelinae) (C. Lacerda fot.).
Desta subfamília várias são as espécies da tribu Rutelini que se distinguem pelo colorido brilhante que apresentam: verde ou azul metálico, como Pelidnota cyanitarsis Gory, 1833 e P. sumptuosa Vigors, 1825, ambas incluídas por SHARP (1883) em seu gênero Aglycoptera (tipo: lacerdae) (fig. 25). M u i t a s das espécies dos gêneros A n t i c h i r a Eschscholtz e Macraspis Mac Leay, possuidores de enorme escutelo e saliência mesosternal conspícua e porrecta, sâo também de
COLEOPTERA
47
côres vistosas, predominando sôbre tôdas o verde, o azulado ou o cúpreo. Assim, do gênero Macraspis, ao qual pertence o bem conhecido Macraspis morio (Burmeister, 1844) (M. brasiliensis Arrow, 1903), inteiramente negro, citarei M. splendida (Fabr., 1775), M. festiva Burro., 1944 (fig. 24) (? = M. pantochloris Blanchard, 1850) e M. clavata (Olivier, 1789) (M. cuprea Thunberg, 1382) (fig. 23). Curioso Rutelíneo, pelo aspecto singular que apresenta, é o que OHAUS descreveu em 1917 com o nome Geniates niger (fig. 26), tipo do gênero Geniatosoma Costa Lima, 1940, muito parecido com um Dinastíneo. O besouro, segundo observação de G. CRULS, é usado por índios da AmaFig. 26 - Geniatosoma nigrum (Ohaus, 1917) (Ruzônia em beberagem por êles chamatelinae (C. Lacerda fot.). da "ucassiá". É à subfamília Rutelinae que pertence o famigerado "Japanese beetle" (Popillia japonica), introduzido nos Estados Unidos, onde causa enormes danos a várias c u l t u r a s .
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(Dynastidae
beetle.
Mac
Leay,
DYNASTINAE1
1810; Dynastinae
Kolbe,
23. Caracteres. Espécies mais importantes souros desta subfamília fàcilmente se distinguem 1
De
(Dynastes), nome próprio; ser poderoso.
1898).
- Os bedos demais
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Escarabeideos, não sòmente pela côr, via de regra negra ou testácea mais ou menos escura, mas também pelo aspecto das garras tarsais, em geral iguais e simples (exceto nos machos de alguns géneros) e pelo acentuado dimorfismo sexual, manifestado no desenvolvimento de protuberâncias, cornos ou processos mais ou menos conspícuos na cabeça e no torax dos machos. Por exceção, as espécies de Agaocephala, do Brasil, são de um verde bronzeado, brilhante (A. mannerheimi Serville, 1825 e outras).
Fig.
27
-
Dynastes
hercules
(L.,
1758)
(Dynastinae)
(C.
Lacerda
fot.).
São desta subfamília os maiores Escarabeideos - aliás também dos maiores Coleopteros que se conhece - todos da tribu Dynastini. Assim o macho de Dynastes hercules (L., 1758) (fig. 27), espécie encontrada da América Central a parte septentrional da Amazônia; medido até a ponta do corno protorácico, pode atingir 155 mm de comprimento. Pouco menores sâo os machos de Megasoma Kirby (M. elephas (Fabricius, 1725), que se encontra do México a Venezuela, com 115 a 120 mm; M. acteon L., 1758, do Peru e das Guianas (Amazônia) e M. gyas Herbst, 1785 (M. typhon Olivier, 1789), o mais encontradiço no Sul do Brasil, com machos que podem ter 100 mm de comprimento. As espécies de Dynastineos mais daninhas a agricultura Cyclocephala Latreille, Dyscinetus pertencem aos gêneros
COLEOPTERA
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Harold e Stenocrates Burmeister, da tribu Cyclocephalini, Diloboderus Reiche, Ligyrus Burmeister e Strategus Hope, da tribu Oryctini. Do gênero Cyclocephala são mais conhecidas entre nós como praga: C. cribrata Burmeister, 1843, que segundo LUEDERWALDT (1926), ataca rizomas de Bromeliáceas e C. variabilis Burmeister, 1847, praga do chá, segundo MONTE (1933). Em Campinas L. O. T. MENDES (1939 - Bol. Tech. 59, Inst. Agron. Estado) observou estragos em paineiras feitos por Cyclocephala melanocephala (Fabr., 1775). Na figura 29 vê-se a Cyclocephala suturalis Ohaus, 1911.
Fig. 28 de cima
Golofa claviger (L., 1771) e de lado) (Dynastinae) Lacerda fot.).
(visto (C.
Cyclocephala Fig. 29 suturalis Ohaus, 1911 (Dynastinae) (C. Lacerda fot.)
São danosos, principalmente pelas larvas, vulgarmente conhecidas pelos nomes "pão de galinha", "torresmo" ou "joão torresmo", os seguintes Dynastineos, que atacam freq ü e n t e m e n t e Gramíneas: Dyscinetus dubius (Olivier, 1789) (D. gemminatus Fabr., 1801) praga dos arrosais em Minas Gerais e em Pelotas (R. G. do Sul).
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O gênero Ligyrus compreende várias espécies, bem conhecidas na regiâo Neotrópica pelos estragos que causam a cana de açúcar. Sôbre a etologia dos insetos dêste gênero no Brasil o melhor trabalho que conheço, publicado no Brasil, é o de CARLOS MOREIRA (1916). Tôdas as observações nêle contidas referem-se principalmente ao comportamento das duas espécies: Ligyrus fossator Burmeister, 1847 (que não me parece diferente de bituberculatus (Falisot de Beauvois, 1811) e L. humilis (Burmeister, 1847) (fig. 31) (Heteronychus humilis Burmeister, também classificado nos gêneros Podalgus Burmeister e Euetheola Bates).
Fig. 30 Augoderia nitidula B u r m . , 1847 ( D y n a s t i n a e ) (De L. R. Guimarães, 1944, fig. 3).
Fig. 31 - Ligyrus humilis (Burmeister, 1847) (Dynastinae) (C. L a cerda fot.).
As observações de MOREIRA foram transcritas em sua "Entomologia Agrícola Brasileira" (Bol. 1 do Instituto Biológico de Defesa Agrícola, 1929 --2. ª edição - - 47-61). Também Stenocrates laborator (Fabr., 1801) (fig. 32) e Ligyrus fossor (Latreille, 1833) são inimigos da cana de açúcar em Alagoas, Pernambuco e Paraíba, como verificou MOREIRA ao estudar aquelas espécies de Ligyrus.
COLEOPTERA
Passo
a
transcrever
os
principais
53
trechos
do
trabalho
de MOREIRA: "Não tendo podido acompanhar toda a vida larval das especies nocivas á canna, posso, entretanto, calcular com dados e observações anteriores e de outras especies, que as larvas do Ligyrus fossator e do Ligyrus humilis devem passar u n s 20 m e z e s n e s t e e s t a d o . Durante este tempo as larvas vivem enterradas no sólo, mudam periodicamente de pelle e crescem até o termo do período larval; terminado este, preparam com o corpo na terra uma cavidade, em que se transformam em nympha (estampa XIV, fig. 3, XV, fig. 1.ª 3 e XIX, fig. 1). A nympha mantem-se nesta cavidade os doze dias que dura este periodo de metamorphose destes insectos. A nympha não se locomove, apenas se agita na cavidade em que está, quando é perturbada em seu retiro; é amarella e apresenta todos os orgãos externos do insecto, a morphologia completa deste: cabeça antennas, pernas, mas contrahidas, applicadas contra o corpo e immoveis. Ao termo de uns 12 dias o dorso da nympha fende-se longitudinalmente e nasce desta o insecto; a princípio (mesmo os pretos) são castanhos claros, e dentro de uns cinco dias vâo escurecendo, até ficarem com a côr propria, castanha ou negra. As larvas da especie maior Ligyrus fossator, sendo maiores e tendo necessidade de mais humidade, concentram-se na parte mais baixa os valles, onde ha paúes, e as da especie menor Ligyrus humilis, não sendo forçadas por tanta necessidade de humidade, mantem-se nas planícies de terra tresca e humida, mas não encharcada. Estas larvas vivem sempre enterradas no sólo, a uns 15 a 20 centímetros de profundidade; movem-se, entretanto, no sólo de um ponto para outro, de maior para menor profundidade, ou em busca de alimento, ou para fugir ao terreno, que, por muito secco, as força a procurar ponto mais humido. Na Europa as larvas dos scarabeideos, principalmente das especies maiores, têm vida longa (3 a 4 annos), em parte devido ao inverno rigoroso, que produz diminuição de sua actividade vital e força-as a penetrar profundamente no sólo, a mais de 50 centimetros de superfície, para fugirem ao frio das camadas superficiaes. Entre nós não se dá isto; a temperatura é sempre tão elevada que a vida destas larvas se processo activamente, a metamorphose se effectua mais rapidamente e as gerações dos insectos se succedem todos os annos e durante todo anno. Por esta razão não ha entre
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nós, como na Europa, anno de besouro; este predomina e apparece, entretanto, em maior numero nos mezes mais quentes de anno, época em que as plantações novas estão brotando ou depois de chuvas abundantes e ha annos em que, devido a condições mais favoráveis, apparecem em maior número. O besouro maior, Ligyrus fossator e suas larvas predominam nas baixadas encharcadas, verdadeiros paues, e as plantações feitas nestes logares, se nelles houver larvas e besouros e não houver o cuidado de pôr em pratica os conselhos que daremos adiante, estarão completamente perdidas em pouco tempo, e si fôr feita a replanta nas mesmas condições, t a m b e m será p e r d i d a . As larvas do besouro castanho, maior, são mais nocivas do que os insectos, atacam os roletes plantados e corroemnos profundamente em todos os sentidos, inutiliza-os completamente, antes mesmo de brotarem. Muitas vezes encontram-se as larvas (pão de gallinha) dentro do rolete, em cavidades feitas por estas. Os insectos tambem atacam os roletes, fazendo buracos menores, mas às vezes, não impedem que venham a brotar. As larvas, permanecendo no solo, estam continuamente na plantação, entre os roletes, causando-lhes maior damno, ao passo que os besouros sahem da terra, vôam e, às vezes, vão se abater nos cercados ou mattos proximos, ou cahem em terreno muito secco e duro, em que não podem enterrar-se e morrem, devido á alta temperatura do sólo, durante o dia. Este besouro e suas larvas tambem atacam as cannas desenvolvidas, juntam-se n a s raízes das t o u c e i r a s e r o e m - n a s , m a t a n d o as c a n n a s . O besouro menor, Ligyrus humilis, é mais nocivo, do que suas larvas (pão de gallinha). As larvas desta especie quase que não atacam os roletes nem os brótos das cannas. O insecto ataca os roletes plantados de dois modos, ou róe e perfura os brótos novos, pouco abaixo da superficie do sólo, inutilizando-os ou perfura o rolete de ponta a ponta; assim procedem tanto os insectos que existem na terra como os que, voando de outros pontos, se abatem na plantação e c o n s e g u e m p e n e t r a r no solo. Quando o besouro ataca sómente os brótos novos roendo-os, não inutiliza a plantação; novos brótos nascem, de modo que ha apenas um atrazo na formação do cannavial, quando o besouro perfura os roletes longitudinalmente inutiliza-os, tornando-se necessario replantar. Este besouro é pertinaz, estando mettido no broto da canna, póde-se desenterrar esta e guardal-a por bastante tempo, sem que o besouro abandone o broto que está roendo. Percorrendo-se um
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cannavial, em que as plantas estejam muito tenras e atacadas pelo besouro, notam-se logo brótos roidos na base e m u r c h o s , q u e se a r r a n c a m c o m f a c i l i d a d e , p u c h a n d o - o s l e vemente, e na extremidade inferior vêm-se os vestigios das mandíbulas do insecto. Tanto o besouro maior e suas larvas como o menor não invadem extensas plantações ao mesmo tempo; mesmo em terreno muito favoravel ha focos, pontos da plantação em que, tanto os insectos como suas larvas, se concentram, de modo que os prejuizos causados pelos besouros e suas larvas geralmente só podem ser totaes em m u i t o p e q u e n a s p l a n t a ç õ e s ; u m p r e j u í z o c o m p l e t o só t e e m geralmente muito pequenos plantadores, muitas vezes exageram-se os estragos causados pelo besouro e suas larvas, ãs vezes grande numero de roletes não bróta, fermenta, apod r e c e e m o r r e s e m b r o t a r , ou p o r q u e o t e r r e n o e s t á demasiadamente encharcado, ou por qualquer outra razão e culpam o besouro destes insuccessos. O besouro menor Ligyrus humilis e suas larvas não atacam geralmente a canna pela casca, que parece ser demasiadamente dura para suas mandíbulas; atacam de preferencia os brótos, as raizes, ou roem a parte interior da c a n n a n a s e x t r e m i d a d e s do r o l e t e . Os insectos que constituem esta praga, tanto por seus habitos como pela vasta zona que habitam, podem apparecer em qualquer ponto da extensa area de largos valles e varzeas que se estende ao longo da costa dos Estados da Parahyba, Pernambuco e Alagôas; para o interior, na zona mais accidentada, impropria para a vida do pão de gallinha, a praga geralmente não apparece. Na excursão que fiz a Pernambuco verifiquei a exist ê n c i a d a p r a g a do b e s o u r o e m C u c á u , E s c a d a , S a p u c a h y , Cabo e Ipojuca; infórmaram-me que em Ilha e, mais ao n o r t e , e m P á o d ' A l h o , t a m b e m os b e s o u r o s c a u s a m p r e juizos. Esta praga é erratica, em uma mesma zona póde apparecer ora em um ponto, ora em outro. A d e s t r u i ç ã o c o m p l e t a de u m a especie a n i m a l é t a r e f a quasi impossivel, mórmente quando se trata de insectos, que habitam vastas zonas, que vôam e têm um periodo metamorphico longo; só uma especie parasita que tenha habitat restricto e cujos habitos e phases de sua metamorphose sejam perfeitamente conhecidos, póde ser combatida com o fim de sua extincção, com esperança de suecesso. Os b e s o u r o s d a c a n n a h a b i t a m : c a s t a s r e g i õ e s , p r i n c i p a l mente a especie menor, Ligyrus humilis, que se encontra desde o Mexico, na America do Norte até o sul do Brasil, na America Meridional e tem uma longa metamorphose,
56
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tornando-se, especies.
portanto,
impossivel
a
extincção
completa
destas
Dispomos entretanto, de meios que, applicados methodicamente e com persistência, afastarão com absoluta certeza a praga das zonas plantadas, evitando que produzam d a m n o s ás p l a n t a ç õ e s Os agricultores devem ter por fim expurgar as zonas de plantio, ou que d e s t i n e m ás p l a n t a ç õ e s dos besouros e de suas larvas, de m o d o a ter g a r a n t i d o o sucesso de sua lav o u r a , q u a n t o a o q u e diz r e s p e i t o á p r a g a do b e s o u r o . Que importa ao agricultor que estes insectos e suas l a r v a s c o n t i n u e m a viver nos m a t t o s ou nos c e r c a d o s e curraes, se elles alli nenhum mal fazem, nenhum prejuízo lhe causam? Onde quer que sejam applicados os meios de combate á praga do besouro, nas plantações, nos cercados e curraes ou em mattos derrubados, darão resultado certo, desde que sejam postos em pratica com cuidado e perseverança. Tendo em vista a circumstancia feliz do besouro e suas larvas não infestarem todas as zonas plantadas, mas concentrarem-se em determinados pontos, constituindo fócos que se p o d e m d e l i m i t a r , b e m , o i n i c i o d a c a m p a n h a c o n t r a o besouro e suas larvas deve ter logar por occasião do preparo do terreno a arado ou á enxada. Se o terreno fôr preparado com enxada, o cabo ou feitor da turma de trabalhadores deve recommendar a estes que verifiquem se no terreno revolvido pela enxada vão apparecendo besouros ou pães de gailinha, que devem cuidadosamente ser apanhados e mortos, deve exercer grande vigilancia neste trabalho, de m o d o que f i q u e m m a r c a d o s , a s s i g n a l a d o s por e s t a c a s apropriadas, fincadas nos logares em que apparecem besouros ou pães de gallinha, e, sendo este serviço feito escrupulosamente, terminado o preparo do terreno ficam determinados os logares, os fócos em que existam besouros ou p ã e s d e g a l l i n h a . Se o p r e p a r o d o t e r r e n o f o r f e i t o a arado, será encarregado um trabalhador de acompanhar de perto o arador e ir examinando o sulco para determinar os pontos em que houver besouros e pães de gallinha que ficam assim bem determinados e devem ser assignalados por meio de estacas. Seria melhor não plantar immediatam e n t e , c o m o se f a z a c t u a l m e n t e . Por occasião do preparo do terreno, à enxada, ou arado, todos os besouros e pães de gallinha que forem encontrados s e n d o d e s t r u i d o s m u i t o r e d u z i r á os f o c o s .
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O terreno arado deveria ser deixado por uns 30 dias, para acamar, porque no terreno recentemente revolvido pela enxada ou pelo arado não se poderia applicar com vantagem o sulfureto de carbono, que é o insecticida indicado para estes casos; depois de um mez seria feito o tratam e n t o p e l o s u l f u r e t o d e c a r b o n o , o u i n u n d a d o , se f o s s e p o s sivel, e, depois de drenado, seria passado novamente o arado uns 20 dias depois, para se fazer a plantação; mas como actualmente, para se proceder deste modo, seria preciso alterar completamente o processo em uso, deixamos que para o futuro seja introduzido este processo e vamos aconselhar como se deve agir, sem alterar os methodos a c t u a e s do p r e p a r o do sólo e p l a n t a ç ã o . Actualmente o terreno é preparado pelo arado ou pela enxada, e immediatamente, concomitantemente, vae sendo feita a plantação dos roletes, de fórma que o terreno fica preparado e plantado ao mesmo tempo. Teremos, portanto, os fócos de besouro e pão de gallinha bem demarcados em t e r r e n o p l a n t a d o . C o n t r a a s l a r v a s e n y m p h a s do b e s o u r o pequeno, Ligyrus humilis, que se encontra nos pontos assignalados em plantações recentemente feitas em terrenos de varezas, de terra fresca, o melhor insecticida é o sulfureto de carbono, mas como a terra fica muito solta logo depois da plantação, torna-se preciso esperar o tempo necessario para que ella se acame, mas fique permeavel o que calcúlo se dará dentro de uns 30 dias, principalmente se sobrevierem chuvas. Muitos besouros desta especie serão destruídos pelo sulfureto de carbono, mas o principal meio de destruição do besouro são as luzes collocadas na plant a ç ã o , do m o d o q u e s e r á i n d i c a d o a d e a n t e O sulfureto de carbono será applicado em injecções no sólo, a 20 centimetros de profundidade, com o "pal" injector Vermorel, no espaço que ha entre os sulcos em que forem plantados os roletes e a uns 30 centimetros destes. O "pal" deve seis g r a m m a s .
ser
graduado
para
injectar
de
cada
vez
O "pal" em geral é fornecido, podendo injectar apenas no maximo seis grammas de cada vez, sendo bom, quando se encommendar este apparelho, pedir graduado para inj e c t a r d e c a d a vez o i t o g r a m m a s n o m a x i m o . O melhor seria poder injectar no sólo 32 grammas por metro quadrado, isto é, oito grammas em cada injecção f e i t a d e 50 e m 50 c e n t i m e t r o s e e m a l i n h a m e n t o s e s p a ç a d o s entre si de 50 centímetros; mas geralmente os toleres plantados não permittem este modo de applicação do insecticida.
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INSETOS DO BRASIL
No caso do apparecimento do besouro Ligyrus humilis e do pão de gallinha nas varzeas de terra fresca e permeavel, póde-se proceder, se as condições locaes permittirem, á inundação do terreno, dispensando o emprego do sulfureto de carbono; se o terreno for permeavel, os insectos e larvas que estiverem neste, pela inundação, morrerão fatalmente asphyxiados devendo a inundação durar 25 dias no m í n i m o . A inundação só não dá resultado quando os insectos e larvas estão r e f u g i a d o s debaixo de u m a c a m a d a de argilla i m p e r m e á v e l , de f ó r m a que a a g u a n ã o c h e g a n d o a t é elles p o r n ã o p o d e r a t t r a v e s s a r a c a m a d a i m p e r m e a v e l , os i n sectos e larvas que não têm necessidade de ar em abundancia, r e s p i r a m a p e q u e n a reserva que h o u v e r em t o r n o delles, nas cavidades da argilla, e escaparão á asphyxia por submersão, se a inundação não durar o tempo necessário. Quanto aos besouros Ligyrus humilis, que possam ter escapado a este tratamento do sólo, ou que, voando venham abater-se nos terrenos recentemente plantados em que causarão os estragos que já referi, o meio mais efficaz é a luz a c c e s a n a p l a n t a ç ã o de m o d o c o n v e n i e n t e . Os feitores encarregados da vigilância nas plantações logo que notarem o apparecimento de besouros, ou pelos brótos murchos, ou pelos insectos que apparecem mortos s o b r e o sólo, d e v e r ã o c o l l o c a r n a p l a n t a ç ã o u m a o u m a i s luzes, conforme a extensäo da área em que apparecerem os b e s o u r o s , l u z e s d i s p o s t a s do s e g u i n t e m o d o : S e r v e d e b a s e do a p p a r e l h o u m b a r r i l d e q u i n t o , ou u m dos c y l i n d r o s d e ferro de uns 200 litros de capacidade, que servem para acondicionamento do alcool, de que se tira a tampa e se adapta a essa extremidade uma outra tampa, que encaixe n a b o c c a do b a r r i l ; e s t e d e v e t e r a t é m e i o a g u a c o m s a b ã o , agua com creolina, ou simplesmente agua, a cuja superficie se deita um copo de kerozene; no centro da tampa, que pôde ser de folha de Flandres, ou de ferro, faz-se um furo bastante largo, para deixar passar o bico de um funil grande e largo, que se fixa sobre a tampa, o bico do funil deve ser bastante largo para deixar passar os besouros e comprido de modo a ir além da tampa do interior do barril, m a s b e m a f a s t a d o do l i q u i d o q u e o b a r r i l c o n t i v e r . Sobre esse funil, e pendente de uma tripeça tosca, colloca-se uma lanterna de luz forte, e sobre a lanterna um "abat-jour" q u e c o n c e n t r e a luz e m t o r n o d o b a r r i l n o logar onde tenham apparecido besouros, e não seja vista d e l o n g e , d e m o d o q u e a t t r a h i r á s ó m e n t e os b e s o u r o s q u e
COLEOPTERA
sahirem da terra, no logar, v e n h a m se a b a t e r a l l i .
ou
os
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que,
voando
sem
rumo,
Deste modo a luz produzirá resultados muito uteis e concorrerá para a reducção do numero de besouros, protegendo a plantação, e, não sendo vista de longe, do matto, dos cercados ou dos curraes não attrahirá os besouros que por ventura alli viviam sem fazer mal. Na vida do pão de gallinha occorre um facto, que põe ao alcance do agricultor um meio certo e economico de destruição de grande quantidade deste. Por occasião des chuvas abundantes os pontos mais baixos das varzeas ficam inundados, constituindo lagôas temporarias; se o terreno é permeavel, as larvas que se encontram nestes pontos morrem asphyxiadas por submersão. Sobrevem a secca, a lagôa vae seccando, sua orla vai se retrahindo, as larvas que puderem escapar á inundação nos pontos circumvisinhos, tendo necessidade de humidade para viverem, vão lentamente acompanhando o recúo das margens da lagôa, de modo que, quando esta está completamente secca, ha no logar que foi o fundo da lagôa enorme quantidade de larvas das duas especies de besouros e o matto que havia nesses logares, morreu, formando uma camada de plantas seccas sob a qual as larvas se accumulam. Sobre esta camada de matto secco deve-se pôr alguma palha e incendiar tudo, de modo a matar as larvas que estejam imediatamente abaixo desta. Restam as larvas que estavam e n t e r r a d a s e f i c a m f ó r a d a a c ç ã o do f o g o ; c o n t r a e s t a s , se fôr possível, torna-se a inundar o ponto em que as larvas. estão concentradas, se não fôr possível a inundação, recorra-se a injecção de sulfureto de carbono no sólo, do modo acima referido, ou regue-se abundantemente o logar com os resíduos da distillação de alcool, producto que se encontra em abundancia nas usinas. Este habito das larvas (pão de gallinha) dos besouros da canna foi aproveitado nos Estados Unidos para o combate a esta praga. Collocam taboas entre os alinhamentos de roletes plantados, devendo a terra estar humida debaixa das taboas, alli se juntam besouros e pães de gallinha, este dispositivo constitue uma especie de armadilha que deve ser visitada a meude para se apanhar e destruir os besouros e pães de gallinha. Também póde-se adoptar outro typo de armadilha aconselhado pelos norte americanos, enterram-se vasos de barro espaçadamente, em linhas regulares ou como for possivel e mantenham-se os recipientes limpos. Os besouros e pães de gallinha que vagueam á noite pelo canna-
60
INSETOS DO BRASIL
vial em busca de melhor localisaçäo e serão apanhados e mortos.
cairão
nesta
armadilha
Si for possivel empregar vasos ou outros recipientes de paredes verticaes será melhor, porque assim os besouros e p ã e s de g a l l i n h a n ã o p o d e r ã o e s c a p a r . Seria uma bôa medida estabelecer um premio modico, e m d i n h e i r o (100 r é i s ) p o r kilo d e b e s o u r o e p ã o d e g a l l i n h a pago pelas municipaIides, ou, pelo governo de Estado, de modo que muitas creanças e mulheres poderiam ter pequena renda apanhando estes insectos e larvas matando-os e guardando-os até completar um kilo, ou mais, que a aut o r i d a d e c o m p e t e n t e r e c e b e r i a e m t r o c a do p r e m i o . Contra o besouro dos paúes Ligyrus fossator e larvas, ou drena-se o paúl, de modo a tornar a terra e permeavel, e injecta-se sulfureto de carbono, como ficou dito, ou inunda-se completamente o paúl, de q u e o t e r r e n o , e m vez d e f i c a r s ó m e n t e e n c h a r c a d o ,
suas fresca acima modo fique
sob a agua uns 20 centimetros uns 25 dias, ou sem drenar para applicar o sulfureto de carbono e sem inundar, faz-se simplesmente o preparo do terreno do paúl á enxada, com pessoal escolhido e dirigido por um capataz zeloso, tendo todo o cuidado em revolver bem a terra com enxada e a p a n h a r e d e s t r u i r os b e s o u r o s e l a r v a s q u e f o r e m e n c o n trando. Este modo de proceder já está dando bom resultado em Pernambuco, onde é applicado. Neste Estado recorrem muitas vezes ao abandono por alguns annos dos terrenos de plantação, depois de cortada a canna, depois da safra; no terreno abandonado cresce o matto, formam-se capões e os besouros e larvas, não encontrando nas raízes das plantas que alli crescem, alim e n t o p r o p r i o , m o r r e m , p o d e n d o o t e r r e n o ser, e n t ã o p r e parado para ser novamente plantado. Este processo dará resultados favoráveis quando os insectos e larvas não encontrarem no terreno bastante humidade e nas raizes das plantas, alimento conveniente. Os t e r r e n o d e p a s t a g e m , c u r r a e s e c e r c a d o s , s e n d o m u i t o f a v o r a v e i s á v i d a do b e s o u r o e d e s u a s l a r v a s , n ã o d e v e m ser utilizados para plantação, senão depois de preparãdos cuidadosamente com arado, para verificar e demarcar os fócos de besouro e pão de gallinha, que alli existam e extingir estes fócos com injecções de sulfureto de carbono, pela inundação, ou pela apanha e destruição dos besouros e pães de gallinha por occasião de preparar as terras a arado ou enxada, ou por meio de armadilhas."
COLEOPTERA
61
No Rio Grande do Sul, segundo GOMES COSTA (1943), as larvas e adultos de L. humilis, além de roerem os roletes plantados e os brotos da cana de açúcar, comem também o talo do arroz junto ao solo, destruindo-o, as vêzes, em extensas áreas. Não menos interessantes são algumas espécies de Strategus Hope (tribo Oryctini), cujas larvas atacam raízes e a parte inferior do estipe de coqueiros novos. As mais conhecidas são S. alceus (L., 1758), segundo CARLOS MOREIRA observado em todo o Brasil e S. centaurus Kolbe, 1906, praga dos coqueiros na Bahia, a julgar pela fotografia (fig. 33), que me foi gentilmente cedida por BONDAR.
Fig. 32 - Stenocrates sp. ( D y n a s t i n a e ) (C. L a cerda fot.).
Fig. 33 - Strategus centaurus Kolbe, 1996 (Dynastinae) (Foto gentilmente cedido por G. Bondar e tirada por 14. Vosylius).
Dêste mesmo gênero cito em meu "3.° Catálogo" S. validus (Fabr., 1775), que em Goiaz "inutiliza completamente abacaxis" (R. GERMANO DE SOUZA). Os Dinastíneos, sob o ponto de vista da parasitologia animal, são também importantes, por serem alguns dêles
62
INSETOS DO BRASIL
hospedeiros intermediários do Macracanthorhynchus hirudinaceus (Pallas, 1781). No Brasil as espécies mais freqüentemente infestadas são Diloboderus abderus Sturm, 1826 e Strategus aloeus (L., 1758), ambas da tribu Oryctini. Aliás, são t a m b é m hospedeiros dêsse Acantocéfalo os Escarabeideos do grupo dos Phaneides: Gromphas lacordairei Brullé, 1834 e Phanaeus splendidulus (F., 1781). Alguns Dinastíneos dos gêneros Phileurus Latreille e Actinolobus Westwood (Phileurini) habitam termiteiros. 24.
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Subfamília CETONIINAE 1 (Cetoniidae Mac Leay; Cetoniinae Arrow, 1910)
25. Caracteres. Espécies mais interessantes - Escarabeideos fàcilmente reconhecíveis pelos caracteres referidos n a chave, p r i n c i p a l m e n t e pela presença, n a maioria das espécies, de uma reintrância ou seio mais ou menos profundo na margem externa (anterior) dos elitros, perto da base, que permite o vôo do inseto sem o afastamento dos elitros, e pelo encaixe dos mesepímeros entre a base do pronoto e do elitro respectivo, de modo que f i c a m p e r f e i t a m e n t e visíveis, quando se examina o inseto de cima (v. figs. 34 e 35). Bem que as espécies desta subfamília formem um dos grandes grupos de Scarabaeidae, com cêrca de 1.700 espécies, h á n a região Neotrópica pouco m a i s de 200, das quais até agora bem poucas foram estudadas como inimigos das nossas p l a n t a s cultivadas. Habitualmente os Cetoníneos (Melitophili 2 de Latreille) freqüentam flôres e são polinífagos. Alguns, porém, do gênero Cremastochilus (tribu Cremastochilini), são mirmecófilos ou termitófilos. Um dos mais conhecidos Cetoníneos em nossa Terra é a Euphoria lurida (Fabr., 1775) (tribu Cetoniini) (fig. 34), 1 De 2
De
Cetonia,
palavra de etimologia (meli, itos ), mel e
desconhecida. (philos), amigo.
COLEOPTERA
que se todavia
alimenta causar
de flôres estragos
67
de laranjeira avultados.
e
frutos
diversos
sem
Da tribu Gymnetini encontram-se freqüentemente as espécies de Gymnetis Mac Leay (figura 35), de pronotum trapezoidal, com o lobo posterior triang u l a r , p r o l o n g a d o sôbre o e s c u t e lo, escondendo-o, caráter êste aliás o b s e r v a d o n o s d e m a i s r e p r e sentantes da tribu. Os b e s o u r o s d a s s u b f a m í l i a s Trichiinae 1 e Valginae, que têm estreitas afinidades com os Ceton í n e o s , dêstes se d i s t i n g u e m p o r não terem o seio lateral nos elitros e por serem os mesepímeros invisíveis de cima. Fig.
34
-
Euphoria
lurida
Dos T r i c h i i n a e são m a i s co( F a b r . , 1775) ( C e t o n i i n a e ) ( D e R . L. G u i m a r â e s , 1944, f i g . 2). nhecidas entre nós as espécies de Inca Serville (fig. 36) e Golinca Thomson, êste com G. bifrons (Olivier, 1879), um dos maiores Lamelicórneos
Fig. 35 Gymnetis pantherina (Blanchard, 1843 (Cetoniinae); 1, mesepimero; 2, apofise mesoesternal; 3, entalhe ou emarginação lateral (C. Lacerda fot.). 1
Do
verbo
(trichoo),
guarnecer
de
pêlos.
Fig. 36 - Inca plandi Gyllenhal, (Trichiinae) (C. cerda fot.).
bon1817 La-
68
INSETOS DO BRASIL
que se conhece, sem todavia atingir as dimensôes das espécies de Goliathus Lamarck, Cetonineos africanos, com machos que chegam a medir 125 mm de comprimento. Os Valginae, bem caracterizados pelo extraordinário afastamento dos quadris posteriores, são ainda em menor número que os Trichiinae. Não conheço espécies Brasileiras. 26. B i b l i o g r a f i a . ARROW, G. J. 1945.-
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-
nouveaux
Metamorfosis de Cotinis semiopaca ra, Lamelicornia). P h y s i s , 4:393-399, 1 est., 1 f i g .
Vide " I n s e t o s
Moser
du
Brésil.
(Coleopte-
do B r a s i l " , t o m o V I I
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Divisões - Esta superfamília compreende as famíDascillidae, Cyphonidae, Eucinetidae, Ptilodactylidae e Eurypogonidae, que constituiam o grupo Brevicolles ou Fos27.
lias
sipedes de MULSANT (1865).
Fig.
37 dae,
Artematopus sp. v i s t o de l a d o ( D a s c i l l i Artematopinae) (C. L a c e r d a f o t . ) .
Os insetos desta divisão são geralmente pequenos, providos de antenas longas, filiformes, serriformes ou unipectinadas, nunca claviformes; tarsos geralmente providos de lobos membranosos em baixo.
70
INSETOS DO BRASIL
Hábitos aquáticos, semiaquáticos ou terrestres. 28. Bibliografia- A bibliografia aqui estudadas acha-se no item 34. Família
relativa
às
famílias
DASCILLIDAE1
(Dascillidae Guérin, 1823; Atopites2 Laporte, 1836; Dascillides Lacordaire, 1857; Dascillidae Leconte, 1862; Leconte & Horn, 1883).
29. Caracteres, etc. - Os que se acham na chave geral. Família incluída pelos antigos autores em Serricórnia, com cêrca de 400 espécies, das quais cêrca de 70 vivem na Região Neotrópica, aliás sem import â n c i a econômica.
Fig. pus
38 da fig.
Perna do Artemato37 (C. Lacerda fot.).
Dizem os a u t o r e s que as larvas se alimentam de raízes de plantas a q u á t i c a s . Fig.
39
-
Abdome do Artematopus 37 ( C . L a c e r d a fot.).
da
fig.
Na fig. 37 apresento um representante do interessantíssimo gênero Artematopus Perty, com perto de 50 espécies, tôdas Sul Americanas, inclusive A. longicornis Drury, 1830 e outras encontradas no Brasil. 1 De (daskillos), espécie 2 De Atopa , provátvelmente oriundo de
de
peixe. ( a t o p a) , c o i s a s e s t r a n h a s .
COLEOPTERA
Família
71
CYPHONIDAE1
(Cyphonidae Stephens, 1830; Elodidae2 Shuckard, 1840 (de Elodes Latreille, 1786); Helodidae Leconte, 1862 (de Helodes Jacquelin Duval, 1861); Cyphoninae Lameere, 1900). 30. Caracteres, etc. - Os que se acham na chave geral. Família também incluída pelos antigos autores em Serricórnia, com cêrca de 600 espécies, das quais perto de 160 vivem n a Região N e o t r ó p i c a .
Fig. 40 - Ora complanata (Guérin, 1861) ( C y p h o n i d a e ) (C. L a c e r d a fot.).
Na. figura 40 vê-se uma das mais comuns no Brasil, Ora complanata (Guérin, 1861). Como as demais espécies de Ora Clark, o inseto lembra um Crisomelídeo da subfamília Alticinae, principalmente pelo notável espessamento dos fêmures posteriores. 1 De 2 De
(kyphon ),
pedaço
de
madeira
(helodes), que frequenta o pântano.
curvada.
72
INSETOS DO BRASIL
Algumas espécies de Scirtes Illiger, pequenas, têm muita semelhança com as nelídeos).
aliás tôdas muito "joaninhas" (Cocci-
As larvas de vários Cifonídeos vivem na água que se acumula na base de Bromeliáceas e em buracos de árvores. Outras habitam águas estagnadas ou correntes e, neste caso, acham-se agarradas às pedras. Via de regra apresentam tráqueo-branquias filamentosas, órgãos accessórios da respiração normal, que é aérea. Provàvelmente são carnívoras. Família (Eucinetides
Lacordaire,
EUCINETIDAE1 1857;
Eucinetidae
Kiesenwetter,
1863).
31. Caracteres, etc. - Besourinhos de alguns milímetros de comprimento, cabeça fortemente defletida sôbre os quadrís anteriores; quadrís posteriores consideràvelmente dilatados em lâmina triangular, que atinge a borda lateral do corpo e encobre os fêmures e grande parte do primeiro urosternito. Lembram, pelo aspecto, os Serropalpídeos e Mordelídeos (Heterômeros). Larvas e adultos saprófagos. Vivem no solo, entre fôlhas em decomposição ou sob a casca das árvores, provàvelmente alimentando-se de fungos. Pequena família com cêrca de 30 espécies, das quais apenas uma, Eucinetus argentinus Pic, 1930, assinalada na América do Sul. Família PTILODACTYLIDAE2 (Ptilodactylides ler, 1933).
Lacordaire,
1857;
Ptilodactylidae
Leng
&
Mutch-
32. Caracteres, etc. - Outra família de besourinhos antigamente incluídos em Serricórnia, classificados, porém, por BÖIVING (1931) em Dryopoidea. 1
2
De De
(eu), bem e (ptilon), pluma,
pena
(kinetes ), e
que
agita. (dactylos),
dedo.
COLEOPTERA
73
Apresentam, no máximo, alguns milímetros de comprimento; corpo oblongo-oval e cabeça mais ou menos defletida, de modo a ficar total ou parcialmente escondida sob o pronoto (figs. 41 a 43).
Fig.
41
- Ptilodatctyla sp., fêmea (Ptilodactylidae) (C. Lacerda fot.).
Fig. 43 Lacerda
F i g . 42 Perna do exemplar d a f i g . 41 (C. Lacerda fot.).
- Ptilodactyla sp., macho (Ptilodactylidae) fot.). Exemplar gentilmente emprestado Dario Mendes, não determinado.
(C. por
74
INSETOS DO BRASIL
Diferem dos demais Dasciloides por terem o 4.° tarsômero muito pequeno e encaixado no 3.° geralmente lobado em baixo. As antenas, nos machos (fig. 44), a p r e s e n t a m os segm e n t o s 4 a 10 providos de um ramo fino, articulado na parte basal do segmento, aproximadamente tão longo quanto êle, ou mesmo mais longo. Fig.
44
-
Antenas
do exemplar da Lacerda fot.).
fig.
43
(C.
Vivem nas proximidades das coleções de água; provàvelmente, adultos e larvas, são saprófagos. As larvas, também aquáticas, apresentam tráqueo-branquias abdominais. Há cêrca de 200 espécies descritas, sendo a maioria da Região Neotrópica, muitas delas do Brasil e principalmente do gênero Ptilodactyla Illiger. Fig. 45 Abdome do exemplar da fig. 43, diafanisado, para se ver a terminalia (C. Lacerda fot.).
COLEOPTERA
Família
75
EURYPOGONIDAE
(Eurypogonidae Böving,
1931)
33. BOVING criou esta família para o gênero Eurypogon M o t s c h o u l s k y . S e m espécies a s s i n a l a d a s p a r a o B r a s i l . 34.
Bibliografia.
BEIER, M. 1949
-
BENICK, L. 1 9 2. 4- . -
Koerperbau und Lebensweise der Hausmanni (Col. H e l o d i d a e ) . Eos, 25:49-100, 17 f i g s .
Larve
von
Helodes.
Zur Biologie der Käferfamilie Helodidae. M i t t . G e o g r . G e s . L u b e c k (2) 2 9 : 4 7 - 7 5 .
CARPENTER, G . H. & M. C. MAC DOWELL 1912T h e m o u t h p a r t s of s o m e b e e t l e l a r v a e ( D a s c i l l i d a e and Scarabaeidae), with special reference to the maxillulae and hypopharynx. Q u a r t . J. M i c r . Sci. ( N . S . ) 57:373-396, ests. 35-37,, 5 figs. n o t e x t o . CHAMPION, G. C. 1918 -
LOMBARDI, D. 1928..-
New and little known saltatorial Dascilidae E n t . Mo. Mag., 5 4 : 9 3 - 1 0 2 ; 139-149.
Contributo alla conoscenza dell ricus (Coleoptera-Helodidae) . Boll. Lab. Ent. Agr. Bologna,
Scirtes
(cont.).
haemisphae-
1:236-257,
II
figs.
PIC, M. 1914-
Dascillidae, Helodidae, Eucinetidae Col. C a t a l . , 10 ( 5 8 ) : 65 p .
Superfamília (Byrrhoidea
BYRRHOIDEA
Sharp,
1912,
part)
35. Limites - Alguns autores modernos, como LENG & MUTCHLER (1933, Catalog. 2.° e 3.° Suppl.), baseados nas
76
INSETOS DO BRASIL
investigações de BÖVING, deixam em Byrrhoidea apenas a família Byrrhidae. Outros, porém, como BLACKWELDER (1944, "Check list"), nela incluem Heteroceridae e Nosodendridae, que, segundo BÖVING (1931), devem fazer parte de Dascilloidea. Familia
BYRRHIDAE1
(Byrrhidae Stephens, 1829: Erichson, 1846; Piluliformes Mulsant & Rey, 1869).
36. Caracteres, etc. - Besouros de 1 mm a pouco mais de 1 centímetro de co mprimento, de corpo ovalar ou arredondado e quase sempre fortemente abaulado. Cabeça hipognata, retractil, com as peças bucais mais ou menos retraídas. Em Syncalypta os olhos ficam inteiramente escondidas. A n t e n a s elavadas, t e n d o a clava de 2 a 3 s e g m e n t o s . Cavidades coxais anteriores abertas atrás, separadas pelo prosternum; êste prolongado posteriormente em processo espiniforme, que se aloja em c h a n f r a d u r a m e s o s t e r n a l . Pernas curtas, robustas, fortemente retracteis. Quadrís anteriores transversos, não proeminentes. Fêmures posteriores podendo encaixar-se nos quadrís. Tíbias dilatadas, geralmente sulcadas para o alojamento dos tarsos. Êstes pentâmeros, excepcionalmente (Syncalypta) tetrâmeros. Garras simples. Cinco urosternitos, via de regra, livres; os 3 primeiros geralmente maiores. Família com poucas espécies conhecidas da Região Neotrópica (cêrca de uma dezena). As das outras regiões não excedem de 500. Os autores, que observaram os hábitos dêstes insetos, dizem que, ao menor sinal de perigo, retraem-se bruscam e n t e , ficando como mortos e com aspecto p i l u l a r . Larvas e adultos saprófagos. As larvas são melolontoides. 1 De etimologia incerta. Segundo DUMÉRIL (1860), se origina de burrus, pela qual se designava o vermelho fôsco.
parece
que
a
palavra
COLEOPTERA
77
Os Birrídeos brasileiros c o n h e c i d o s p e r t e n c e m ao g ê n e r o Syncalypta Stephens (S. striata Pic., 1930), com espécies de 1 a 3 mm de comprimento, eriçadas de cerdas erectas, claviformes ou e s q u a m i f o r m e s . 37.
Bibliografia.
CASEY, T . L . 1912 .. -
A
descriptive catalogue Mem. Col., 3:1-69 D ALLA TORRE, K. W. VON 1911 Nosodendridae, Byrrhidae. Col. Catal., 14 (33):96
of
American
Byrrhidae.
p.
NOSODENDRIDAE1
Família
(Nosodendridae Leconte, 1862)
setos
38. Caracteres, etc. -- Constituem esta família os da antiga subfamília Nosodendrinae de Byrrhidae.
Fig. 46 Nosodendron sp. (Nosodendridae) (C. Lacerda fot.). Exemplar gentilmente emprestado por D. Mendes, não determinado, 1
De
(nosos)
doença
Fig. 47 - Antena do sodendron da fig. 46 Lacerda fot.). e
(dendron),
árvore.
in-
No(C.
78
INSETOS DO BRASIL
Fig.
48
-
Protorax
Fig. 49 - Outra perna Nosodendron da fig. (C. L a c e r d a fot.).
e
do 46
respectivas pernas do (C. L a c e r d a f o t . ) .
Fig. dron
50 da fig. prolapso
Nosodendron
da
fig.
46
Abdome do Nosoden46, com a genitalia em (C. L a c e r d a fot.).
COLEOPTERA
79
São besouros pequeninos (figs. 46-50), de cabeça proeminente, não retractil; mento extraordinàriamente desenvolvido, fechando a bôca inteiramente; labrum indistinto; antenas com o 3.° segmento fino e alongado e os 3 últimos formando bruscamente grande clava ovalar, comprimida. As larvas, algo a c h a t a d a s , d i f e r e m c o n s i d e r à v e l m e n t e das dos Birrídeos. Dizem os a u t o r e s que êstes insetos vi vem sob a casca das árvores, ou em sociedade, adultos e larvas, no meio da selva que escorre das feridas feitas no caule das plantas. P r o v à v e l m e n t e são p r e d a d o r e s de l a r v a s de D i p t e r o s . O gênero principal é Nosodendron Latreille, com pouco m a i s de 10 espécies c o n h e c i d a s d a Região N e o t r ó p i c a . Como representante brasileiro há a assinalar apenas N. testudineum Waterhouse, 1876. BRÉTHES (1922) descreveu Orychonotus excavatus, da Rep. Argentina.
39.
Bibliografia. V.
Sharp
-
Nosodendrinae
-
Biol.
Centr.
Amer.,
2
(1):670.
DALLA TORRE, K. W. VON - Vide bibliografia de Byrrhidae. HAYES, W. P. & H. F. CHU 1946The larvae of the genus Nosodendron Latr. (Coleoptera, Nosodendridae). Ann. Ent. Soc. Amer., 39:69-72, 2 ests., 23 figs.
Família (Heteroceridae 1872).
Mac
HETEROCERIDAE
Leay,
1825;
1862;
1
Spinipèdes
Mulsant
&
Rey,
40. Caracteres, etc. - Clavicórnios p e q u e n o s ou m u i t o pequenos (os maiores com pouco mais de 1 cm de comprimento) (figs. 51-54), de corpo, subovalar ou oblongo e subdeprimido, geralmente de côr parda escura, com máculas ou faixas amareladas, revestido de pilosidade curta e densa. 1
De
(heteros),
outro,
diferente
e
(keras),
corno,
antena.
80
INSETOS DO BRASIL
C a b e ç a (fig. 52) r e l a t i v a m e n t e g r a n d e , p e r f e i t a m e n t e visível de cima, prognata, porém com a parte basal escondida até os olhos; labrum e mandíbulas proeminentes; ant e n a s (fig. 53) c u r t a s i n s e r i d a s n a m a r g e m i n t e r n a dos olhos, de 11, 10, 9 ou 8 segmentos, sendo o escapo e o pedícelo relativamente grandes, os seguintes denteados e o último esferoidal ou oboval.
Fig.
51
-
--
Heterocericleo
(C.
Lacerda
fot.).
P r o t o r a x d e s t a c a d o do resto do corpo. P e r n a s moderadamente longas, de tipo fossorial com tíbias, principalmente as anteriores e médias, um tanto alargadas e armadas de dentes na margem externa. Tarsos tetrâmeros. Elitros encobrindo completamente o abdome. Êste (fig. 54) com 5 urosternitos, os 4 últimos subiguais e livres; o 1º apresenta, de cada lado, linha coxal curva, mais ou menos saliente, cuja disposição tem importância na classificação dêstes insetos. Sôbre a p a r t e e x t e r n a dessa b o r d a espesada vem atritar a fêmur posterior, daí resultando distinta estridulação.
COLEOPTERA
Fig.
52 Cabeça do Heterocerideo d a f i g . 51 ( C . L a c e r d a fot.).
Fig.
54
fig.
81
Fig. 53 rocerideo
Abdome do Heterocerideo 51 ( C . L a c e r d a fot.).
Antena do Heted a f i g . 51 ( C . L a cerda fot.).
da
82
INSETOS DO BRASIL
As larvas, segundo a observação dos autores, vivem nos l u g a r e s e m q u e se e n c o n t r a m os a d u l t o s ; t ê m h á b i t o s fossoriais e subaquáticos. Escavam galerias na areia ou na lama a margem dos rios e de outras coleções de água doce. Os adultos, quando perseguidos, levantam vôo fàcilmente. Há perto de 150 espécies, em grande Heterocerus Fabr., das quais cêrca de 30 trópica. As poucas assinaladas no Brasil por GROUVELLE em 1896.
parte do gênero da Região Neoforam estudadas
41. Bibliografia. (V. Sharp - Heteroceridae, Biol. Centr. Amer., 1 (2):116. GROUVELLE, A. 1896- Quelques Heterocerus nouveaux des et de l'Amérique. Nat. Leyden Mus., 18:3-13. PIERRE, F. 1946 -
ZEITZEV, P. 1910 -
Indes
orientales
La larve d'Heterocerus aragonicus Kiesw. et son milieu biologique (Col. Heteroceridae). Considerations sur la morphologie et biologie des prémiers stades de corte famille. Rev. Fr. Ent., 12:166-174, 31 figs.
Dryopidae, Cyathoceridae, Georyssidae, Heteroceridae. Col. Catal., 14 (17):68 p.
Superfamília
DRYOPOIDEA
(Macrodactyli Latraille, 1817; Burmeister 1829, part.; Parnides Lacordaire, 1854; Hygrophili Reitter, 1911; Dryopoidea Leng, 1920; 1927; Böving, 1929, 1931; Blackwelder, 1944). 42. Divisões, caracteres, etc. - Seguindo o Catálogo de BLACKWELDER, além de Dryopidae, Elminthidae e Psephenidae, famílias de besouros pentâmeros, são aqui incluídas as famílias Georyssidae e Cyathoceridae, esta de tarsos monômeros e aquela de tarsos tetrâmeros.
COLEOPTERA
83
Também considero neste grupo, de acôrdo com MÉQUIGNON (1934) e HINTON, Chelonariidae e Limnichidae. As espécies de Dryopoidea são geralmente de tamanho médio e de côr parda ou negra.
Fig.
55 -
P e r n a de D r i o p o i d e Lacerda fot.).
pequenas
ou
(C.
Excetuando Elmidae, cujas espécies apresentam corpo glabro ou fracamente pubescente, os Driopoides em geral são revestidos de densa e c u r t a pubescência. Q u a n d o pentâmeros, têm geralmente o último tarsômero longo, ou mesmo muito longo, com garras também muito alongadas (fig. 59), que permitem ao inseto prender-se fortemente às pedras submersas. Em sua maioria têm hábitos aquáticos e provàvelmente fitófagos. As larvas das espécies aquáticas (Dryopidae, Elmidae e Psephenidae) vivem agarradas às pedras, em águas torrenciais ou encachoeiradas e não raro respiram mediante tráqueo-branquias pectinadas abdominais. São cilindroides ou achatadas, discoidais (trilobitiformes ou onisciformes). As
84
INSETOS DO BRASIL
das não
outras famílias vivem raro se parecem com
43. B i b l i o g r a f i a - famílias incluídas em 98 a 102.
sob
Os principais trabalhos Dryopoidea acham-se
pedras
e
relativos às nas páginas
CHELONARIIDAE1
Família (Chelonariides
em lugares úmidos, as de Elateridae.
Lacordaire,
1854;
Chelonariidae
Leconte,
1862).
44. Caracteres, etc. - Os insetos desta família apresentam aspecto bem característico (fig. 55). A constituição do protorax é de tal modo feita que a cabeça fica sob êle encaixada e, quando inteiramente insinuada na escavação que a recebe, a fronte fica nivelada com a face inferior do protorax (opistognata).
Fig. 56 Chelonarium ornatum Klug riidae) (C. Lacerda fot.), visto de cima e
1
De
(chelone),
tartaruga
e
o
sufixo
(Chelonade perfíl
diminutivo
(arion).
COLEOPTERA
Fig.
57
-
Fi..
Cabeça
58
de
Chelonarium
sp.
85
(C.
Perna do Chelonarium sp. f i g . 56 (C. L a c e r d a f o t . ) .
Lacerda
da
fot.)
86
INSETOS DO BRASIL
São besouros ou de côr parda são inteiramente cência, não raro
pequenos, de côr negra, brilhante ou fôsca, com desenhos de côr amarela e negra. Uns glabros, outros revestidos de fina pubesformando faixas ou máculas.
Os antigos autores incluíam êstes insetos na família Byrrhidae. Adotam essa mesma opinião alguns autores modernos, inclusive JEANNEL e PAULIAN (1944 e 1949). SHARP (1909), considerou-os próximos de Dascillidae. Entretanto, MÉQUIGNON (1934), autoridade no conhecimento dêstes insetos, considera o gênero Chelonarium Fabricius na família Dryopidae (figs. 55-58).
Fig. 59 Abdome do Chelonarium sp. da fig. 56; diafanisado para se ver a genitalia (C. L a c e r t a fot.).
Os Quelonariideos são geralmente encontrados sôbre as plantas; as larvas são tidas como aquáticas. Não têm importância econômica. A maior parte dos Quelonariideos conhecidos é representada por espécies Sul Americanas. Há, ao todo, menos de 200 espécies, das quais cêrca de 190 vivem na Região Neotrópica.
COLEOPTERA
Família (Limnichides
Lacordaire,
87
LIMNICHIDAE1 1854;
Limnichidae,
Thomson,
1860).
45. Caracteres, etc. - - Espécies pequenas ou muito pequenas (figs. 60 e 62), de hábitos semiaquáticos, incluídas por muitos autores em Byrrhidae.
Fig.
60 (C.
Lutrochus germari 1889 (Limnichidae) Lacerda fot.).
do
por
Grouvelle, Exemplar
-
gentilmente
Fig. chus
empresta-
Schubart.
61
Antena de Lutrogermari (Limnichidae) (C. Lacerda fot.).
Em Limnichidae, porém, o clípeo é separado da fronte por uma sutura transversal e as antenas têm, dizem os autores (inclusive LACORDAIRE), 10 segmentos, enquanto que em Byrrhidae contam-se 11 segmentos. Todavia em Eulimnichus e Lutrochus há, seguramente, 11 segmentos antenais (fig. 61). 1 De
(limne),
pântano,
águas
estagnadas;
(ichor),
serum.
88
INSETOS DO BRASIL
Constituem a família cêrca de u m a s 60 são da Região Neotrópica.
Fig. 62 nichidae)
80
espécies
das
quais
Eulimnichus sp. (Lim(C. Lacerda fot.).
As várias espécies encontradas no Brasil (pouco mais de 6) foram descritas por ERICHSON (1847), GROUVELLE (1896) e PIC (1922, 1923) e pertencem aos gêneros Lutrochus Erichson (fig. 60), Eulimnichus Casey (fig. 62), Byrrhinus Motschulsky, 1855 e Limnichoderus Casey.
Fig.
63
-
Cabeça
de
Eulimníchus da Lacerda fot.).
figura
anterior
(C.
COLEOPTERA
89
Nas figs. 60 e 61 veem-se fotografias de Lutrochus germari Grouvelle, 1889, que será ainda referido quando tratar da família Psephenidae.
Fig.
64
-
Abdome do Eulimnichus (C. L a c e r d a f o t . ) .
da
fig.
62
Família LEPICERATIDAE ( C y a t h o c e r i d a e1
Sharp,
1882;
L e p i c e r i d a e2 H i n t o n ,
1936).
46. Caracteres, etc. -- Os insetos que constituiem esta família, todos aliás muito pequenos, têm os tarsos monômeros, antenas quadrisegmentadas, sendo os 3 primeiros 1 De 2 De
(kyathos) cepo; (lepis), escama e
(keras, (eras.
atos), corno, antena. atos), antena.
90
INSETOS DO BRASIL
curtos e o 4.° muito grande, largamente truncado no ápice (empoliforme). Compreende umas 3 espécies do México e da América Central. Não sei da existência de nenhuma no Brasil. Família
GEORYSSIDAE1
(Georyssites Castelnau, 1840; Georyssiens Lacordaire, 1854; Georyssidae Gutfleisch, 1859; lmprosternés Mulsant & Rey; Sharp, 1882).
47. Caracteres, etc. - Família de espécies semi-aquáticas, muito pequenas (com pouco mais de 1 mm de comprimento) (fig. 65), apresentando corpo fortemente convexo, cabeça retractil sob o pronotum que se projeta sôbre ela em lóbulo mais ou menos saliente (fig. 67); antenas de 9 segmentos, terminando em clava triarticulada (fig. 66); tarsos aparentemente tetrâmeros, porque o 1º tarsômero, quase conato com o 2.° (aparentemente o 1º) fica parcialmente escondido sob a parte apical da tíbia; 5 urosternitos visíveis (fig. 68).
Fig.
65
-
Georyssus sp. (Georyssidae) (C. Lacerda fot.).
Desta família há cêrca de 40 espécies em todo o mundo, tôdas do gênero Georyssus Latreille, com 2 espécies descritas 1
De
(ge),
terra;
(orysso),
escavar.
COLEOPTERA
91
da Região Neotrópica. Do Brasil conhece-se apenas G. humeralis Pic, 1923. A espécie aqui figurada, que me foi enviada por FRITZ PLACMANN, de Nova Teutônia (Santa Catarina), parece diferente daquela, aliás deficientemente descrita pelo autor.
Fig. 66 - Cabeça tico ao exemplar
Fig.
67
-
de da
Georyssus sp. (macho), idênfig. 65 (C. Lacerda fot.).
Protorax de Georyssus sp. (C. L a c e r d a f o t . ) .
da
fig.
65
92
INSETOS DO BRASIL
Fig.
68 - Abdome de Georyssus d a f i g . 65 (C. L a c e r d a f o t . ) .
Família
sp.
DRYOPIDAE1
(Parnidea Leach, 1817; Dryopides Billberg, 1820; Parnidae2 Leay, 1825; Dryopidae Stein Weise, 1877; Leng, 1920).
Mac
48. Caracteres, etc. - Os insetos desta e da família seguinte se distinguem dos Psephenidae por terem apenas 5 urosternitos. Nos Driopídeos os quadrís anteriores são transversais e possuem trocantino distinto e os posteriores têm expansão lameliforme para cobrir o fêmur. 1 De 2 De
Dryops
Olivier,
1791
Parnes
Fabr.,
1792
dryops, parnos,
nome
de
ave).
gafanhoto).
COLEOPTERA
93
Via de regra são insetos densamente revestidos de pubescência hidrófuga, em geral pequenos, atingindo, não raro, cêrca de 1 cm de comprimento. Corpo oblongo-oval. Cabeça mais ou menos retractil; neste caso, protegida em baixo por lobo prosternal. As antenas de Dryops Latr., que funcionam como órgäos respiratórios, apresentam aspecto característico (fig. 70); são curtas e o pedicelo é extraordinàriamente desenvolvido (auriculado) e os demais segmentos distais formam clava pectinada. Na mesma figura vê-se a antena de Pelonomus Erichson, que não tem o segundo segmento dilatado como em Dryops. Nesse gênero o último ou os dois últimos segmentos são m u i t o longos. As larvas, como as da família seguinte, são de aspecto variável segundo as espécies: ora cilíndricas. Fig. 69 - Pelonomus (?) brasilianus (Klug) (Dryoora achatadas e oblongas. Muitas pidae) (C. Lacerda fot.).
Fig. 70 da) e no
Antenas de Dryops sp. (a da esquercentro e a direita do Pelonomus da f i g . 69. (C. L a c e r d a fot.).
94
INSETOS DO BRASIL
são providas de tráqueo-branquias abdominais, outras respiram mediante estigmas abdom i n a i s funcionais. Adultos e larvas habitam águas correntes ou paradas. São geralmente fitófagas. Os adultos podem sair dágua e voar à noite ou mesmo durante o dia. Desta família há pouco menos de 200 espécies, das quais 70 são da Região Neotrópica e destas cêrca de 30 vivem n o Brasil.
Fig. 71- Phanocerus (?) bugnioni Grouvelle, 1902 (Dryopidae) (C. L a c e r d a fot.).
Família
Uma das espécies mais encontradiças é Pelonomus brasilianus (Klug, 1825) (fig. 69).
ELMINTHIDAE1
(Elmides Westwood, 1839; Elmidae Shuckard, Mulsant & Rey, 1872; Helminthinae Ganglbauer, Kolbe, 1908; Helminthidae Grouvelle, 1908).
1839; 1904;
Uncifères Helmidae
49. Caracteres, etc. -- Família próxima de Dryopidae, pois suas espécies também apresentam 5 urosternitos. Todavia nelas o corpo é nú ou fracamente pubescente. São insetos pequenos, não tendo mais de alguns milímetros de comprimento (figs. 72 e 73). A cabeça, protegida em baixo pelo prosternum, é provida de antenas filiformes ou clavadas, sendo a clava cons1
De
ou
(helmis
ou
helmins,
inthos),
verme.
LATREÍLLE (1802) criou o nome genérico Elmis, que foi corrigido por BEDEL (1878) para Helmis. Êste nome, porém, caiu na sinonímia de Elmis, de acôrdo com as "Regras". Quanto ao nome da família deverá ser Elminthidae (mais correto seria Helminthidae, caso se pudesse usar Helmis e não Elmis).
COLEOPTERA
95
tituída pelo segmento apical destacado dos demais segmentos funiculares, ou formada pelos 9 segmentos distais, além do pedícelo. Quadrís anteriores arredondados, sem trocantino; posteriores não alargados em lamela e semi-paralelos em tôda a extensão.
Fig. 72 (Elmidae)
-
Hexacylloepus sp. (C. Lacerda fot.).
Fig. salis
73 Hexanchorus tarHinton, 1937 (Elmidae) (C. Lacerda fot.).
As larvas são também aquáticas, de respiração aérea principal e branquial accessória. Alimentam-se, principalmente, segundo BEIER (1948), de algas (Clorofíceas, Cianofíceas, Desmidiáceas, Diatomáceas). JEANNEL (1950 - Rev. Fr. Ent.: 168-172) descreveu o Elmintídeo Troglelmis leleupi, encontrado por LELEUP numa g r u t a do Baixo Congo Belga, despigmentado, com olhos reduzidos, que respira o oxigênio desprendido das p l a n t a s aquáticas. Esta é u m a das maiores famílias de Dryopoidea; h á cêrca de 600 espécies descritas, das quais cêrca de 100 são da Região Neotrópica, em sua maioria encontradas no Brasil, das subfamílias Elminthinae e Larinae.
96
INSETOS DO BRASIL
Família (Psephenides L a c o r g a i r e ,
PSEPHENIDAE 1854;
Psephenidae L e
Conte,
1862)
50. Caracteres, etc. - Besouros com alguns milímetros de comprimento, distintos dos Driopídeos e dos Elmídeos por terem os machos 7 urosternitos e as fêmeas 6. Corpo densamente revestido de pêlos hidrófugos. Cabeça não retractil; antenas longas, filiformes ou fracamente serradas. Prosternum saliente e querenado, prolongado posteriormente em processo longo e estreito, que se encaixa em estreito sulco prolongado até a parte posterior do mesosternum. Quadrís anteriores grandes e globulares, providos de tropostecantino consideràvelmente desenvolvido (subcoxa); riores laminados. Larvas de aspecto característico (fig. 74).
Fig. 74 Larva de (?) Psephenus sp. (Psephenidae) (exemplar assim determinado por Schubart); à direita a mesma larva, vista ventral, para se verem as traqueo-branquias abdominais (C. Lacerda fot.).
COLEOPTERA
97
LUTZ, em seu trabalho - "Biologia das águas torrenciais e encachoeiradas" (Arch. Soc. Biol. Montevideo, Suppl., (1930), 1:117) - tratando de duas espécies de larvas de corpo muito achatado, que se fixam às pedras por via pneumítica, diz o seguinte: "Uma pertence a um Psychodideo do gênero Maruina e tem ventosas como os Blepharocerideos. A outra pertence a um coleoptero semi-aquático do gênero Psephenus. Nesta todo o corpo f o r m a u m a ú n i c a v e n t o s a c o n t e n d o a face v e n tral com três pares de pernas. A face dorsal parece-se com um estudo oval. Estas duas espécies de larvas encontram-se de preferência em pedras irrigadas por uma camada fina de água."
Também guinte sôbre
SCHUBART, recentemente as larvas dêstes insetos:
(1942),
escreveu
o
se-
"Entre tôdas as formas larvais dos besouros aquáticos e larva da família Psephenidae é a que mais se afasta do tipo comum, conseguindo um novo recurso de adaptação à água de correnteza forte. O corpo das larvas tornou-se muito chato, cobrindo completamente a cabeça e as pernas com os seus tergitos largos. Além disso a margem dos tergitos é munida de um bordo de cerdas, que aumentam ainda a pressão. No lado ventral distinguem-se nos primeiros cinco segmentos abdominais as tráqueo-brânquias filiformes. Dêste modo elas oferecem uma resistência muito reduzida à correnteza. Seu aspecto geral nos leva a conf u n d í - l a s c o m u m a b a r a t a p e q u e n a , do tipo sem asa. Os americanos dão a estas formas a designação bem significativa de "water-penny". Foram publicadas descrições de larvas dêste tipo morfológico, provenientes de Assam, China, Sumatra, Java, Africa tropical e Estados Unidos. Comparando nossas larvas com os desenhos apresentados por HENRY BERTRAND, do Museu de Paris, podemos observar uma grande semelhança no aspecto geral com Eubrianax. Sendo descritos representantes da família Psephenidae, do B r a s i l p o r H. E. HINTON, em 1938, d e v e r ã o os nossos exemplares constituir espécies do gênero Psephenus. A indicação sôbre a distribuição das larvas limitada às águas frias, tem um valor muito relativo, como provam investigações mais recentes. Entretanto, é possível que nas águas
98
INSETOS DO BRASIL
p r ò p r i a m e n t e q u e n t e s das b a i x a d a s da zona tropical, tais larvas n ã o s e j a m e n c o n t r a d a s . As imagos, besouros ovais de 5 mm de comprimento, de côr preto-acinzentada, densamente cobertas por uma pelugem cinzenta, assemelham-se bastante ao gênero Byrrhus da f a u n a européia. E m São P a u l o t a m b é m verifiquei a p r e s e n ç a destas larvas em um córrego de bastante correnteza, no Município de, Palmeiras HORÁCIO ROSA observou-as em grande quant i d a d e n o Rio G r a n d e do Sul."
SCHUBART gentilmente enviou-me os insetos aqui referidos. As larvas realmente são de Psephenidae (fig. 74). Os besouros, porém, (fig. 16 do trabalho de SCHUBART) (fig. 60) São da espécie Lutrochus germari Grouvelle, 1889 (Limnichidae).
Há cêrca de 20 espécies nesta família, das quais mais de 10 são da Região Neotrópica. As espécies conhecidas no Brasil são do gênero Psephenus Haliday (P. brazilianus, P. plaumanni, ambas de HINTON (1937) e P. darwini Waterhouse, 1880). 51. Bibliografia A m e r . , 1 (2): 1 1 9 ) . BEIER, M. 1948-
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Superfamília
ELATEROIDEA
(Sternoxes ou Thoraciques Duméril, 1805; Sternoxia1 Duméril, 1806; Serricornes Latreille, 1817 part.; Sternoxia Latreille, 1892; Elateroidea Leng, 1920).
52. Caracteres. Divisões - Grupo de besouros pentâmeros, de vários tamanhos, que se caracterizam principalmente por apresentarem um processo prosternal que se encaixa numa escavação mesosternal (daí o nome Sternoxia). As antenas podem ser denteadas, pactinadas ou flabeladas, as vêzes filiformes, r a r a m e n t e clavadas. Protorax, envolvendo a parte posterior da cabeça, lateralmente marginado e na maioria das espécies com os ângulos posteriores mais ou menos prolongados em ponta sôbre a base dos elitros. A superfamília compreende as famílias: Cebrionidae, Cerophytidae, Perothopidae (só com espécies Norte Americanas), Dichronychidae (só com espécies Africanas), Melasidae, Plastoceridae, Elateridae, Trixagidae, Rhipiceratidae e Buprestidae.
Bibliografia. V. vol. 3 (1) (Serricornia) d a Biologia Centrali Americana, c o n t e n d o o e s t u d o das famílias T h r o s c i d a e e Eucnemidae, por HORN (1870), e de Cebrionidae, Rhipidoceridae (1896), Elateridae e Dascillidae (1897), por CHAMPION. 1 .De
(sternon),
peito
(oxis),
pontudo.
COLEOPTERA
Família
103
CEBRIONIDAE1
(Cebrionidae Leach, 1817)
53. Caracteres, etc. - Besouros de exosqueleto relativamente mole. Antenas filiformes, denteadas ou pectinadas. Mandíbulas, via de regra, mui salientes, em tenaz. Processo prosternal, embora presente, curto; daí êstes insetos não poderem saltar como fazem os Elaterídeos. Quadrís posteriores dilatados em lamela, que cobre parcialmente o fêmur. Seis urosternitos livres. Fêmeas geralmente apteras, com os elitros deiscentes e mais ou menos encurtados.
Fig. 75 brionidae)
Musopis minarum (Ce(De Chevrolat, 1874).
Larvas elateriformes, providas de pernas muito curtas; terrícolas e rizófagas. Compreende esta família cêrca de 300 espécies, das quais 30 da América Central e México, do gênero Scaptolenus Leconte. 1 De
(Kebriones), nome próprio
104
INSETOS DO BRASIL
Musopis minarum Chevrolat, espécie conhecida do Brasil.
1874
(fig.
75)
é
a
única
54. Bibliografia. CHEVROLAT 1874.-
R é v i s i o n des Cébrionides. Ann. Soc. Ent. Fr., (5) est. 1.
4:9-38;
363-426;
507-540,
DALLA TORRE, K. W. VON 1912 - C e b r i o n i d a e . Gen. Ins., 1 2 7 : 1 7 p., 1 est. col. SCHENKLING, S. 1911 - C e b r i o n i d a e . J u n k . Col. Catal., 11 (25): 18 p.
Família CEROPHYTIDAE 1 (Cerophytides conte, 1862).
Latreille,
1834;
Lacordaire,
1857;
Cerophytidae
Le-
55. Caracteres, etc. - Antenas denteadas nas fêmeas e flabeladas nos machos. Prosternum prolongado adiante em mentoneira. Processo prosternal posterior presente, porém imperfeitamente recebido na escavação mesosternal; daí êstes insetos saltarem mal ou mesmo não saltarem. Quadrís não laminados; trocânteres das pernas médias e posteriores muito longos. Conhece-se cêrca de uma dezena de espécies em todo o mundo, das quais umas seis vivem na Região Neotrópica, nenhuma, porém, do Brasil. Família
MELASIDAE2
(Melasidae Leach, 1817; Eucnemides 3 1857; Eucnemidae Westwood, 1839). 1 2 3
De De De
Latreille,
(keras), corro; (phyton ), (melas), de cõr negra. (knemis ), perneira.
1834;
planta.
Lacordaire,
COLEOPTERA
105
56. Caracteres, etc. - Grupo de Elateroides muito próximo de Elateridae (figs. 76 e 77). Como nestes besouros, a cabeça é encaixada no protorax, as antenas podem ser denteadas, pectinadas ou flabeladas, os quadrís posteriores são providos de expansão laminiforme, que encobre parcial ou totalmente o fêmur e há apenas 5 urosternitos visíveis. Por êste último caráter os Melasídees se distinguem dos Cebrionídeos, que apresentam 6 urosternitos. Também como em Elateridae, o protorax em Melasidae é livremente articulado com o mesotorax, que apresenta o sulco em que se encaixa ou articula livremente o processo prosternal (mucro saltatorius de Schiödte). Todavia os Melasídeos não têm a mesma facilidade de movimentação do protorax, o que os impede de saltar tão bem como o fazem os Elaterídeos.
Fig.
76
-
Cryptosoma spinicorne Lacerda fot.); à direita
(Fabr.) (Melasidae) o macho.
(C.
Nos Elaterídeos as antenas são inseridas perto dos olhos, quase sempre sob a margem frontal e o labrum é perfeita-
106
INSETOS DO BRASIL
mente visível. Nos Melasídeos as antenas (geralmente flabeladas nos machos) se inserem numa escavação ou sulco frontal, no qual se aloja também o escapo, resultando dessa disposição o estreitamento da cabeça; o labrum é escondido (em Pterotarsus Guérin (fig. 77), é mais ou menos distinto). Demais, o protorax, conquanto prolongado em ponta para trás, apresenta o prosterno truncado adiante e desprovido de mentoneira. Esta em Cryptosoma Berthold (Cryptosoma Latreille; Ceratogonys Perty) é algo saliente. As larvas conhecidas têm a cabeça muito pequena, o resto do corpo achatado e são apodes (buprestóides ou elateróides); vivem como brocas das árvores (? xilófagas ou lignívoras) ou são predadoras. Há cêrca de 1.500 descritas, das quais perto são da Região Neotrópica tas, uma grande parte do principalmente do gênero Castelnau.
espécies de 350 e desBrasil, Fornax
Uma das espécies mais interessantes a assinalar é o Cryptosoma spinicorne (Fabr., 1801) F i g . 77 Pterotarsus bimaculatus (Melasidae) (C. L a (fig. 76), descrito originalmente cerda fot.). de Cayena (G. Francesa), porém também encontrado na Colômbia, Perú e Brasil. E' um inseto de côr negra azulada com o protorax e a base dos fêmures de um vermelho ferrugíneo. O macho apresenta o 3.° segmento antenal longo e provido na base de dente mais ou menos saliente, daí o nome Ceratogonys dado ao gênero por PERTY. Em várias espécies os primeiros artículos tarsais são providos de longas lamelas (ex: Lissothyreus histrio (Guérin,. 1829).
COLEOPTERA
107
57. Bibliografia. Deve-se a FLEUTIAUX, uma série de trabalhos sôbre os insetos desta família, publicados desde 1896. BONVOULOIR, H. DE 1871-1875- Monographie de la famille des Eucnemides. Ann. Soc. Ent. Fr. (4) 10:907 p., 42 ests. (1871: 1-288, ests. 1-21; 1872:289-416, ests. 22-28; 417-560, ests. 29-86; 1875:561-907, ests. 37-42). FISCHER, W. S. 1945 - New beetles of the family Euenemidae from Central America and the West Indies. Proc. U. S. Nar. Mus., 96 (3188):79-93. SCHENKLING, S. 1928 - Melasidae. Col. Catal., 11 (96):110 p. Família
PLASTOCERIDAE1
(Plastoceridae Leconte, 1853; Schwarz, 1906; Phylloceridae Heyden in Reitter, 1905); Schwarz, 1906). 58. Posição sistemática - HYSDOP (1923), BÖVING (1931) e VAN DYKE (1933) consideraram êste pequeno grupo de Elateroidea como subfamília de Cebrionidae. SLOOP (1935) reduziu-o a categoria de subfamília de Elateridae. Também na opinião de JEANNEL e PAULIAN (1949) o grupo deve desaparecer como família, porquanto abrange formas pertencentes a Cebrionidae e a Elateridae. Nêle o 6.° urosternito pode ser ligeiramente perceptível, ou mesmo, mais raramente, igual aos outros urosternitos como em Cebrionidae. Há cêrca de 35 espécies das quais umas 12 são da América do Sul, sendo 2 do Brasil. 59. Bibliografia. SCHENKLING, S. 1927 - Plastoceridae, Dicronychidae Col. Catal., 11 (93):11 p. SCHWARZ, O. 1907 - Plastoceridae. Gen. Ins., 50:10 p., 1 est. col. 1
(plastos),
modelado;
também
mentiroso,
falso.
108
INSETOS DO BRASIL
Família ELATERIDAE1 (Elateridae Leach, 1815, 1817)
60. Caracteres, etc. - Besouros de alguns a cêrca de 50 mm de comprimento, de corpo mais ou menos alongado, posteriormente atenuado e algo achatado, enfim de forma característica (v. figs. 78, 81, 83-86).
Fig. 78 Semiotus ctus (Herbst, 1806) teridae) (C. L a c e r d a
Fig. 79 Semiotus distinctus, fot. pela face inferior, para se ver como se encaixa o processo prosternal na furcuta mesosternal (C. Lacerda fot.).
distin(Elafot.).
Os nossos Elaterídeos, via de regra, são de côres pouco vistosas; alguns, porém, apresentam côr amarelada ou parda 1 De
(elater),
que
impele.
COLEOPTERA
109
clara, com faixas negras; haja à vista Semiotus imperialis Guérin, 1844, da Colômbia, Venezuela e Perú, aliás também
Fig.
Fig. tus
80 - Pronotum waldti (Elatetidae)
81 - Chalcolepidius zonaEschscholtz. 1829 (Elateridae) (C. Lacerda fot.).
de Lobaederus (C. Lacerda
luederfot.).
um dos maiores Elaterídeos (cêrca de 50 mm de comprimento). Em quase tôdas as espécies os ângulos posteriores do pronotum são prolongados em ponta sôbre a base dos elitros. Nas esLobaederus pécies do gênero Guérin (L. appendiculatus (Perty, 1830) e L. luederwaldti Camargo Andrade, 1935) os ângulos posteriores são arredondados e sôbre êles se vê um lóbulo saliente (fig. 80). Cabeça encaixada no protorax; antenas geralmente de 11 segmentos, denteadas, pectinadas ou flabeladas, largamente separadas na base e inseridas perto dos olhos e abaixo da margem frontal; em outras espécies recebidas em sulcos protorácicos profundos.
110
INSETOS DO BRASIL
Prosternum com mentoneira anterior, protetora da parte inferior da cabeça e processo posterior desenvolvido em ponta que se pode mover livremente no sulco mesosternal.
Fig. 82 Larva de Chalcolepidius tus (Elateridae), vista de cima e de (C. Lacerda fot.).
zonaperfil
Fig. 83 guinicollis ridae)
Tomicephalus sanLatr., 1834 (Elate(C. L a c e r d a fot.).
Articulação do protorax com o resto do corpo muito móvel em repôuso, porém, as duas partes ficam firmemente encaixadas. Quadrís posteriores providos de placa ou lamela que encobre total ou parcialmente o fêmur. As larvas de Elateridae, sempre providas de pernas relativamente curtas, são de dois tipos principais. No primeiro,
COLEOPTERA
111
aliás o mais conhecido (elateriforme), o corpo é cilíndrico e relativamente fino, os metâmeros são subiguais e pouco flexíveis e o exosqueleto é brilhante e bastante esclerosado, daí apresentar-se muito duro e de côr parda ou ferrugínea mais ou menos escura. Quando prêsas entre os dedos, ou quando caem sôbre uma superfície dura, dão-nos a impressão de um pedaço de arame, justificando assim os nomes vulgares de "wire worm" e "Drahtwurm", usados nas línguas inglêsa e alemã (fig. 87).
Fig.
84
-
Cylindroderus femoratus dae) (C. Lacerda
(Germar, fot.).
1824)
Elateri-
No outro tipo de larvas, conquanto se observem as princimais características do tipo principal, o corpo é mais ou menos achatado (fig. 82). Em ambos os tipos, porém, vê-se geralmente no segmento caudal, dentes, espinhos ou processos fortemente esclerosados mais ou menos salientes, aliás característicos de cada espécie, raramente encontrados em larvas da mesma constituição, porém de outras famílias, principalmente nas
112
INSETOS DO BRASIL
de Tenebrionidae e famílias afins ("false wire-worms"), que apresentam o segmento caudal simplesmente conóide. As larvas de Chalcolepidius zonatus (fig. 82), completamente desenvolvidas, podem atingir a 9 cm de comprimento.
Fig. nus
85 Pyrephorus nyctopha(Germar, 1841) (Elateridae) (C. L a c e r d a fot.).
F i g . 86 (Germar, (C.
Conoderus scalaris 1824) (Elateridae Lacerda fot.).
Hábitos - Se há muitos dêstes besouros cujas larvas são exclusivamente predadoras ou que se alimentam de madeira em decomposição, as dos gêneros Agriotes Eschschoitz e Conoderus Eschsch. (=Monocrepidius Esch.) (fig. 87), de hábitos terrícolas, roem raízes e a base do caule das plantas, principalmente Gramíneas, tornando-se não raro terríveis pragas. Uma das peculiaridades mais interessantes dêstes insetos, aliás também observada em espécies de outras famílias
COLEOPTERA
113
de Elateroidea, é o salto que dão, quando caem de costas. Eis corno JEANNEL e PAULIAN (1949) descrevem o fenômeno: "L'ampleur du saut, tres variable avec les gentes, peut atteindre une quinzaine de centimètres de hauteur. Le mecanisme du saut repouse sur l'articulation thoracoabdominale, remarquablement lâche. Placé sur le dos, l'ins e a t e b o m b e c e t t e a r t i c u l a t i o n v e r s le h a u t , p a r u n e e x t e n sion forcée du pronotum. D'une brusque détente, il frappe alors le substratum avee la région mediane du thorax et des elytres. La saillie prosternale vient buter violemment d a n s u n e c a v i t e m e s o s t e r n a l e a u c o u r s de l a d é t e n t e m u s culaire, limitant ainsi le mouvement de flexion thoracoabdominale et emettant un petit son sec. L'animal rebondit; et comme les deux points d'application, inégalement distant du point fixe, sont soumis de plus à des forces inégales, le corps est anime, en I'air, d'un rnouvement de rotation qui redresse sa partie antérieure et tend á falte retomber l'ins e c t e s u r ses p a t t e s . "
Foi d e v i d o a tal p e c u l i a r i d a d e d ê s t e s i n s e t o s q u e os a n naturalistas lhes davam o nome Notopoda (de (notos) e e (pous, podos), aplicado a seres "com os pés na costas". tigos
61. Classificação 7.500 espécies, das quais Região Neotrópica.
Família constituída por cêrca cêrca de 1.800 foram descritas
de da
Apresento a chave das subfamílias organizada por FLEUTIAUX (1947 - Sternoxia, in Coléoptères des Antilles, 1:104-153), baseada nos trabalhos de ESCHSCHOLTZ (1829 Tnon. Ent. Arch.), LACORDAIRE (1857 - Gen. Col) e CANDÈZE (1857-1863, Monogr.). 1 1´
2(1)
Tarsos simples .............................................................................. T a r s o s c o m u m ou dois a r t í c u l o s d i l a t a d o s ou l a m e lados em baixo .................................................................................... Frente deprimida no meio, carena interocular arredondada e rebaixada adiante, quase ao nível do labro. Episterno quase nulo ..........................................................................
....2 6
114
2'
INSETOS DO BRASIL
Fronte não deprimida adiante. Espécies pequenas. Suturas prosternais completamente formadas............................................
5
3(2)
Suturas prosternais profundamente escavadas para a recepção das antenas. Pubescência formada de pequenas escamas separadas umas das outras.........................................Agrypninae
3'
Suturas adiante
prosternais fechadas ou sòmente sulcadas ............................................................................................
.4
4(3')
Suturas prosternais sulcadas adiante Carena interocular formando crista saliente acima dos olhos e desaparecendo adiante. Labro transversal. Espécies de grande porte. Corpo robusto. Pubescência fina e serrada. Interestrias dos elitros alternativamente elevadas; as ímpares muito mais salientes, nuas e brilhantes; as pares apagadas atrás e confundindo-se para o ápice com a própria estria .............................................................. Chalcolepidiinae
4'
Suturas prosternais fechadas, ligeiramente entreabertas adiante. Carena interocular arredondada, quase ao nível do labro. Vesículas fosforescentes sôbre o bordo externo do pronotum, perto do ângulo posterior. Pubescência fina e regular. Elitros uniformemente estriados com fileira de pontos superficiais. Espécies de grande porte............................................................................................... Pyrophorinae
5(2') 5'
6(1')
6'
6"
Carena interocular inteira. Epistoma estreito. Pronotum não nitidamente limitado lateralmente Cardiophorinae Carena interocular confundida com o bordo anterior da cabeça Epistoma nulo. Pronotum nitidamente limitado lateralmente.......................................................................................... Agriotinae Quarto tarsômero lamelado. Epistoma estreito. Suturas prosternais completamente fechadas ......................... ........................................................................... Monocrepidiinae (Conoderinae) Terceiro tarsômero lamelado, o quarto muito pequeno. Epistoma variável. Suturas prosternais sulcadas em tôda a sua extensão ou ligeiramente para fora Physorrhininae Segundo grande.
e terceiro tarsômeros lamelados. Epistoma Suturas prosternais abertas adiante Dicrepidiinae
COLEOPTERA
115
62. Espécies mais interessantes - As espécies de Pyrophorus Billberg 1 (cêrca de 100) são os pirilampos bem conhecidas pela luminescência verde azulada, irradiada por dois órgãos luminosos situados de cada lado da base do pronotum e exteriorizada por dois discos branco-amarelados com aspecto de olhos (macula vesicularis de Germar). Dizem que são também luminescentes os ovos e as larvas dêstes insetos. Nestas, os órgãos fotógenos ficam na junção da cabeça com o torax, nas formas jovens e nas mais velhas em numerosas pequenas áreas espalhadas pelo corpo. As larvas de Pyrophorus (v. bibliografia relativa a luminescência no 7º volume de "Insetos do Brasil", inclusive o último trabalho de NEWTON HARVEY - 1952) são predadoras, principalmente de larvas de escaravelhos das subfamílias Melolonthinae e Dynastinae. Os adultos são geralmente fitófagos e atacam principalmente frutos maduros. A espécie mais conhecida entre nós, segundo NAVAJAS (V. nota no pé desta pág.), é o Pyrophorus nyctophanus (Germar, 1841) (fig. 85).
Fig.
87
-
Larva
de
Conoderus
sp.
(Elateridae)
(De
Remedi,
1852)
Em Resende, há muitos anos observei larvas de uma especie de Conoderus Escherich (fig. 87) (=Monocrepidius Eschscholtz) atacando raízes e base do colmo, de cana de açúcar. Como já havia no momento muitas pupas, preconizei, para a destruição do inseto, lavras em tôda a área infestada com cultivador, de modo a expor pupas e larvas a ação dos inimigos naturais. Os resultados obtidos foram satisfatórios. Na figura 86 vê-se Conoderus scalaris (Germar, 1824). No Rio Grande do Sul as larvas de (?) Agriotes ustulatus (Schaller, 1783), segundo determinação de CAMPOS NO1 NAVAJAS, em carta de 31 de julho de 1952, comunicou-me a publicação no próximo volume dos Arq. Biol. Paraná, de um artigo em que mostra que Pyrophorus deve ser atribuido a BILLBERG 1820 e não a ILLIGER 1809 e que o nosso pirilampo é o P. nyctophanus Germar, 1841 e não P. noctilucus (L., 1758), espécie das Antilhas.
116
INSETOS DO BRASIL
VAES, atacam cereais e diante o enterramento de
outras sementes. iscas envenenadas.
Combatem-nas
me-
Atualmente nos Estados Unidos, no combate aos "wire worms", que causam grandes danos às partes hipógeas do amendoim, têm sido obtidos bons resultados do emprêgo de "Aldrin" e outros inseticidas do mesmo tipo, incorporados
aos
fertilizantes. Na figura 82 vê-se a larva de Chalcolepidius zonatus (fig. 81), observada por ARISTÓTELES SILVA brocando tronco de paineira (Bombax sp.) em Vassouras (Estado do Rio). BRUCH, na Argentina, observou as larvas de Chalcolepidius limbatus Eschscholtz, 1829, depredando larvas de Dryoctenes scrupulosus (Germar), broca da paineira (Cho-
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COLEOPTERA
121
Família TRIXAGIDAE1
(Throscites Laporte, 1840; Throscidae Rosenhauer, 1856; Throscides Lacordaire, 1857; Trixagidae Gemminger & Harold, 1869; Earber, 1942).
64. Caracteres - Nos insetos desta família as antenas. além de aspesto observado nas espécies das outras famílias, podem também ter os 3 últimos segmentos formando clava. Geralmente em repôuso são recebidas em sulcos protorácicos inferiores, ao longo das margens laterais.
Fig. tus
88 Lissomus punctula(Da lman, 1824) (Trixagidae) (C. Lacerda fot.).
Fig. 89 Bonvouloir, (C.
Drapetes 1859 Lacerda
(?) sellatus (Trixagidae) fot.).
Prosternum provido de lobo anterior (mentoneira) e processo prosternal posterior, que se prolonga até o bordo posterior do metasterno, impedindo que o inseto possa saltar. Não raro o metasternum e o abdome apresentam sulcos para o alojamento dos tarsos. 1
De Trixagus throsco, eu salto).
Kugelan,
1741
(=
Throscus
Latreille,
1796,
de
122
INSETOS DO BRASIL
As larvas, moles, pilosas e providas de pernas muito curtas, vivem em páus pôdres; parece que são predadoras. Há cêrca de 200 espécies descritas, das quais perto de 100 da Regiâo Neotrópica.
Fig. 90 Abdome de macho nisado) de Drapetes (?) sellatus vouloir, 1859 (Trixagidae) (C. cerda fot.).
diafaBonLa-
Fig. 91 - Abdome e metatorax da fêmea (diafanisados), de Drapetes (?) sellatus Bonvouloir, 1859 (Trixagidae) (C. L a c e r d a fot.).
As espécies encontradas no Brasil pertencem principalmente aos gêneros Lissomus Dalman (fig. 88) e Drapetes Kiesenwetter (fig. 89), as dêste último, em geral, com menos de 5 mm de comprimento.
65.
Bibliografia.
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COLEOPTERA
123
Fig. 92 Parte metatoracica da fig. 91, mais aumentada, para se ver os órgãos femininos internos (C. Lacerda fot.).
RHIPICERATIDAE1
Família
(Rhipicérides Latreille, 1834; Lacordaire, 1857; Rhipiceridae Leconte, 1862; Rhipidoceridae Gemminger & Harold, 1869; Champion, 1896; Sandalidae Jacobson, 1913; Rhipiceratidae Brues & Melander, 1932).
66. Caracteres, etc. - Insetos geralmente de porte médio, de cabeça livre, providos de antenas pectinadas (fig. 94) ou longamente flabeladas (nos machos) (fig. 93), inseridas adiante dos olhos; processo prosternal pouco desenvolvido. Último tarsômero provido de post-tarso setífero bem desenvolvido. 1
De
(rhipis),
leque
e
(cêras,
atos),
corno,
antena.
Rhipiceridae é designação mal construída, pois o radical de Rhipicera Rhipicerat; portanto o nome da família deve ter Rhipiceratidae, como escreveram BRUES & MELANDOR (1952 -- Classif. Ins.).
124
INSETOS DO BRASIL
Larvas elateróides, encontradas em madeira em decomposição, exceto as de Sandalus Knoch que, segundo os autores, são predadoras de formas jovens e ninfas de cigarras. Há cêrca de 165 espécies descritas das quais pouco mais de 50 são da Região Neotrópica. As nossas principais espécies pertencem ao gênero Rhipicera Latreille, 1817 (=Rhipidocera Agassiz, 1846) e Callirrhipis Latreille (fig. 95).
Fig. 93 t r e i l l e , 1817, (C.
Rhipicera marginata Lamacho (Rhipiceratidae) Lacerda fot.).
Fig. 94 - Rhipicera marginata Latreille, 1817, fêmea (Rhipiceratidae) (C. Lacerda fot.).
As espécies do gênero Sandalus Knoch são consideradas por alguns autores, ainda hoje, em família à parte Sandalidae (Craighead, 1921), fundamentada exclusivamente em caracteres larvais. Do Brasil conhecem-se Sandalus brunneus Laporte, 1834 (= S. brasiliensis Lap., 1834) e S. sicheli Fairmaire, 1852.
COLEOPTERA
125
Ver sôbre o desenvolvimento hipermetabólico das espécies de Sandalus os trabalhos de CRAIGHEAD (1921) e de DODGE (1941).
Fig.
95 -
Callirrhipis
sp.
(Rhipiceratidae)
(C. L a c e r d a
for.).
67. Bibliografia. CRAIGHEAD, F. C. 1921 Larva of the North American beetle Sandalus níger Knoch. Proc. Ent. Soc. Wash., 23:44-49, 1 est. DE CASTELNAU, LAPORTE 1833 - Monographie du groupe des Rhipicères (Coléoptères, Pentamères). Ann. Soc. Ent. Fr., 183:225-370, est. 2.
126
INSETOS DO BRASIL
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Observations on Sandalus niger Knoch, its eggs first instar larva. Ann. Ent. Soc. Amer., 34:458-466, 1 est.
EMDEN, F. VAN 1929 -
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Família (Buprestides Stephens, 1829).
Leach,
Knoch
BUPRESTIDAE1
1815;
Buprestiadae
Leach,
1819;
Buprestidae
68. Caracteres - O aspecto dos Buprestídeos é tão característico quanto o dos Elaterídeos. Como êstes, os Buprestídeos constituem um grupo de Coleopteros dos mais homogêneos. O corpo dêstes insetos forma um só bloco, perfeitamente rígido, devido a forte junção do protorax ao resto do corpo. As espécies maiores da nossa Região, podem atingir cêrca de 8 cm de comprimento (Euchroma gigantea) (fig. 96). 1
De
Buprestes,
de
(bous),
boi
e
(prestes),
inflamando.
LINNEO provàvelmente aplicou este nome a insetos que supos serem os Buprestes dos antigos, origínando-se essa designação da abusão de que tais insetos, ingeridos pelos bois, produziam inchações ou inflamações. Haja a vista a seguinte sentença, revelada por DUMÉRIL, de jurisconsultos romanos: "si qui remete dederint Pityocampas aut Buprestes, quae ambo venena sunt, teneri poena legis Cornelioe de sicariis et veneficis" ("é preciso aplicar a lei contra os assassinos e envenenadores, a êstes homens que teriam dado temerariamente Pitiocampas (lagartas) ou Buprestes, ambos venenos)."
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As menores, ou são alongadas e de contôrno oval ou oboval (figs. 102, O tegumento, sempre fortemente pelas côres brilhantes que apresenta,
Fig. 96 - Euchroma gigantea (Buprestidae, Chalcophorini) cerda fot.).
(L., (C.
1758) La-
cilindróides, ou curtas, 103, 107, 109). esclerosado, é notável não raro metálicas.
Fig. 97 Psiloptera attenuata (Fabr., 1792) (Bup r e s t i d a e , C h a l c o p h o r i n i ) (C. Lacerda fot.).
Eis como se manifesta DUMÉRIL (1860 - Entomologie Analytique), ao descrever as várias tonalidades de côr dos mais belos representantes da família, muitos dêles habitantes da nossa Região, daí serem escolhidos para a confecção de colares e outras jóias indígenas: "Les insectes de ce genre brillent dos couleurs los plus agréables et s o n t v é r i t a b l e m e n t les bijoux les plus variés par leur éclat metallique. C'est de l'or sur le vert, le bleu, le rouge, le jaune avec toutes les taintes, le poli de l'acier le mieux bruni; le satiné de l'argent sur un fond vert cuivreux, plus brillant que l'emeraude, le rouge de la laque appliqué sur le blanc et à reflet dependant de sa transparence qui laisse apercevoir le metal comine si l'insecte était
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couvert d'un vernis coloré, comme le clinquant, pour produire l'effet miroitant, de l'éclat le plus étincelant. Enfin tout ce qu'il y a de plus riche et de plus élégant en couleurs semble avoir été appliqué sur le corps de ces Coléoptères, qui, parmi los beautés admirables de la nature, peuvent être comparés par leur richesse et leur magnificence à celles du plumage des colibris et des oiseaux-mouches. Cet éclat se conserve aussi après la mort de ces petits êtres, qui, ne portent aucune odeur désagréable, et qui, pendant leur vie, n'ont les moyens ni de se défendre ni de produire le moindre mal. Ces insectos ornent la plupart dos collections dos amateurs ales beaux produits de la nature."
Não insistirei na consideração dos principais caracteres dêstes Serricórnios, já mencionados na chave geral das famílias de Coleoptera e perfeitamente apreciáveis nas figuras 96-98, 100-104, 107 e 109.
Fig. 98 Colobogaster cyanitarsis Laporte & Gory, 1837 (Buprestidae, Chrysobothrini) (C. Lacerda fot.).
As larvas têm também aspecto característico. Na maioria das espécies lembram a forma de uma palmatória (fig. 105). Apodes, ou providas de pernas extremamente pequenas, têm a cabeça relativamente diminuta, parcialmente introduzida no protorax; êste, em geral, é consideràvelmente alargado, achatado e com placas fortemente esclero sadas em ambas as faces. O abdome é alongado e subcilíndrico com os metâmeros perfeitamente destacados (larvas buprestóides). Quase tôdas lignívoras (xilófagas), são brocas caulinares e muitas delas de grande importância econômica.
As galerias que abrem em galhos e troncos, vivos ou mortos, são de contôrno elíptico e das mais achatadas que se conhece, conformação esta em relação com a parte torácica mais alargada da larva. Na fase adulta e na natureza os Buprestídeos não devem ter vida muito longa. As larvas, porém, como as de outras
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especies xilófagas, custam a se desenvolver. Resultantes de posturas feitas durante o verão, de Dezembro a Março, completam o desenvolvimento no verão seguinte ou dois anos depois. Referem os autores espécies cujas larvas levaram 10, 20 anos para darem os insetos adultos. Falta, entretanto, confirmação de tão prolongado desenvolvimento.
Fig. 99 quadridentata
Aspectos dos últimos urosternitos nas especies de Colobogaster (os maiores, da esquerda) e cyanitarsis (os menores, da direita) (C. Lacerda del.)
Não menos interessante é o grupo dos Buprestídeos cujas larvas escavam galerias no parenquima foliar de várias plantas do mato. São dêste grupo os menores Buprestídeos que se conhece, alguns com poucos milímetros de comprimento, de corpo curto, oval, quase triangular, do grupo Trachytes (gêneros Pachyschelus Solier, Taphrocerus Solier, ambos com g r a n d e n ú m e r o de espécies brasileiras) (figs. 106. 107, 108 e 109). Algumas espécies de Agrilus Stephens (figs. 102 e 103), de corpo cilindróide, segundo observação de BRUCH, produzem na Argentina cecídias (galhas) em Leguminosas.
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Há perto de 12.000 espécies descritas, das quais cêrca de 3.200 são da Região Neotrópica. Destas, apenas as que menciono a seguir foram estudadas no Brasil. Colebegaster cyanitarsis Castelnau & Gory, 1837 e C. quadridentata (Fabr., 1794) (tribu Chrysobothrini) (figs. 98 99). Ambos se desenvolvem em figueiras bravas ou do mato (gênero Ficus, dos subgêneros Urostigma e Physostigma) e na figueira cultivada (Ficus carica).
Fig. 100 - Conognatha fica (Laporte & Gory, (Buprestidae, Stimoderini) Lacerda fot.).
magni1838) (C.
Fig. 101 - Hyperantha boyi Thery, 1936 (Buprestidae, Stigmaderini) (De Thery, 1936); d e s e n h o g e n tilmente cedido por Frei Thomaz Borgmeier.
Nesta as larvas determinam extensas lesões, que podem acarretar a morte. Em São Bento (Estado do Rio) as larvas de C. cyanitarsis são brocas do abieiro, segundo observações de MÁRIO MARQUES. Devem-se a BONDAR e a MOREIRA as melhores contribuições que há sôbre a etologia dêstes insetos. Os besouros a d u l t o s são de côr verde g a r r a f a com pontuações de côr verde clara brilhante. As antenas e as pernas,
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em parte, especialmente os tarsos e a parte posterior dos urosternitos, apresentam côr azul metálica. O inseto faz as posturas em galhos finos ou mais grossos. As larvas escavam galerias na região subcortical, isto é, na camada vegetativa (phloem e cambium) não raro atingindo o lenho (xylem) e vém descendo, passando, assim, para galhos mais grossos ou para o tronco.
Fig. 102 - Agrilus chrysostictus Klug, 1827 ( B u prestidae, Agrilini, A g r i l i t e s ) (C. Lacerda fot.).
Fig. 103 - Agrilus sp. (Buprestidae, Agrilini) (Exemplar gentilmente cedido por A r i s t o t e l e s S i l v a ) (C. L a cerda fot.).
Ao atingirem o completo desonvolvimento, quando já se acham com cêrca de 60 mm de comprimento e depois de terem perfurado uma galeria de 60 centímetros a 1 metro de extensão (na figueira brava, segundo BONDAR, mede as vêzes mais de 2 metros) aprofundam-se um pouco no lenho e neste abrem uma célula ou câmara pupal alongada na direção do eixo do caule, também de cima para baixo. Voltando-se depois na célula, a larva tapa o orifício de entrada com serradura e aí se metamorfosea em pupa, que fica com
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a parte cefálica em direção a entrada. Cêrca de um mês depois realiza-se a última metamorfose, saindo o adulto 2 a 3 semanas depois pelo orifício de entrada e deixando na casca um orifício de contôrno elítico. Como as larvas não expelem a serradura para o exterior através de furos abertos na casca, como fazem outras brocas, essa substância excrementical, que vão deixando aeumulada atrás de si nas galerias, fortemente umedecida pela seiva, faz pressão sob a casca, que racha, deixando aquela aparecer pelas fendas. Mais tarde a parte da casca, em relação com a galeria feita pela larva, seca e pode cair. Os galhos atacados mais finos podem secar e morrer.
Fig. 104 Chrysobothris (?) frontalis (Olivier, 1790) (Buprestidae, Chrysobothrini) (C. Lacerda fot.). A larva é broca da pereira, segundo observação de Antônio Azevedo.
Fig. 105 - Larva do Chrysobothris sp., broca de galhos de larangeira, segundo observ a ç ã o d e A. S i l v a (C. Lacerda fot.).
Relativamente ao combate à praga, BONDAR aconselha: destruir as larvas na figueira atacada, extraindo-as com um canivete, nos meses de Março a Abril; matar as larvas e ninfas nos casulos, tirando o tapume que os fecha; apanhar os insetos adultos durante o verão; destruir as figueiras
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bravas nos pomares e nas vizinhanças das plantações de Ficus carica e caiar os troncos nos meses de Novembro a Dezembro, depois de se juntar à cal um pouco de carbolineum. Também BONDAR verificou que as larvas de Colobogaster chlorosticta (Klug, 1825), são brocas da carrapateira ou camboatá (Guarea trichilioides) em São Paulo. O mesmo verifiquei em plantas dessa espécie da Quinta da Boa Vista (Rio de J a n e i r o ) . Em São Paulo as larvas de Conognatha amoena (Kirby, 1818), C. magnifica (Castelnau & Gory, 1838) (fig. 100) e C. pretiosissima (Chevrolat, 1838) (tribu Stigmoderini), são brocas de várias Mirtáceas. Em seu trabalho sôbre brocas de Mirtáceas frutíferas do Brasil (1913), BORDAR estuda a etologia de C. magnifica, por êle observada em São Paulo, cuja larva é broca da goiabeira. As larvas de Rhatymoscelis melzeri C. Lima, 1922 (Cerambycidae), no Rio de Janeiro, brocam também galhos e tronco de goiabeira, causando estragos semelhantes aos produzidos pelas larvas de C. magnifica em São Paulo. Euchroma gigantea (L. 1758) (tribu Chalcophorini) (fig. 96). Belo Buprestídeo, com exemplares de Psiloptera, usado como enfeite pelos nossos índios, é realmente o gigante dos Buprestídeos Sul Americanos, pois, como disse, alguns exemplares atingem a 80 mm de comprimento. Em T a p h r o c e r u s cocois vida, este belo Buprestídeo apre- FBiogn. d a r106 , 1922 ( B u p r e s t i d a e , A g r i lini, Trachytes) (De B o n d a r ) . senta-se revestido, de abundante eflorescência de côr amarela. Segundo AZEVEDO MARQUES (V. meus 2.° e 3.° Catálogos), a larva é broca de Ficus doliaria e F. salzmanniana (Ficus
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benjamina). Em São Paulo, segundo NAVARRO DE ANDRADE, as larvas atacam a paineira (Chorisia e Bombax) e o imbirussú (? Pachira, ? Daphnopsis). Os Engs. Agrs. ARISTÓTELES SILVA e DJALMA DE ALMEIDA, em seu trabalho sôbre "coleobrocas", apresentam interessante contribuição ao estudo da broca do vinhático (Plathymenia reticulata) no Distrito Federal. Tratam-se das larvas de Pelecopselaphus blanda (Fabricius, 1781) (tribu Chalcophorini).
Fig. 107 Pachyschelus undularius (Burmeister, 1873) (Buprestidae, Agrilini, Trachytes) (De Bruch, 1917).
Fig. 108 Ovo, larva e pupa (faces ventral e dorsal) de Pachyschelus undularius e folha minada pelo inseto; a, 1.ª muda; b, 2.ª muda; c, larva ao terminar o disco que prepara para, sob ele, metamorfosear-se em pupa (De Bruch, 1917).
As larvas das espécies de Agrilus da fig. 103, são brocas de candiuva (Trema micrantha) em Brotas (São Paulo), segundo observação de ARISTÓTELES SILVA. Como espécies minadoras cida na América do Sul, há espécies da tribu Agrilini,
de fôlhas, de etologia conhea assinalar, primeiramente, duas do grupo Trachytes, ambas
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bem estudadas em 1917 por BRUCH na República Argentina: Pachyschelus undularius Burmeister, 1873 (fig. 107) e Ta-
phroceus elongatus Gory, 1841, êste alimentando-se do parenquima das fôlhas da Ciperacea Scirpus giganteus e aquêle do parenquima das fôlhas da Euforbiácea Sapium biglandulosum. Antes de BRUCH, FIEBRIG, (1898), já fizera interessante estudo do inseto, descrevendo também o modo de formação das bolinhas de espuma que aparecem nas fôlhas, ao longo do trajeto pecorrido pelas larvas.
Fig. 109 Pachyschelus circumdatus Kerremans, 1897 (Buprestidae, Agrilini, Trachytes) (C. Lacerda fot.).
BONDAR (1922- Ins. damn. e moléstias do coqueiro) descreveu Taphrocerus cocois (fig. 106) cujas larvas na Bahia minam fôlhas de coqueiros dos gêneros Cocos, Diplothemium e Attalea, abrindo no parenquima galerias lineares subcuticulares. Os danos causados são pràticamente insignificantes. 69.
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70. Caracteres, divisões - Além da consistência relativamente mole do exosqueleto dêstes insetos pentâmeros, há a assinalar, como característica dos antigos Malacodermes, a presença de 7 a 8 urosternitos, sòmente verificada em Lymexyloidea. 1 LINNAEUS, em 1758, criou o gênero Cantharis para algumas espécies européias pertencentes hoje a esta superfamília. Aliás Cantharis, ou Cantharus, derivou do nome primitivamente usado por ARISTÓTELES para os escaravelhos em geral, oriundo da palavra grega
140
INSETOS DO BRASIL
Na maioria das espécies as antenas são mais ou menos distintamente denteadas, pectinadas, uni ou biflabeladas, o que levou muitos autores a incluírem-nas no grupo dos Serricórnios. Todavia, em muitas delas as antenas são filiformes, pois os segmentos não se apresentam mais dilatados para dentro. Na América do Sul há representantes das mílias: Lycidae, Lampyrididae. Cantharidae, Phengodidae e Drilidae. Familia (Lycides Sharp, 1909;
LYCIDAE1
Lacordaire, 1857; Lycidae Lycidae Leng, 1920).
Waterhouse,
71. Caracteres, etc. - Pela posição mediários distantes um do outro e por ( c a n t h a r o s) , tharis),
gen.
gen.
seguintes faKarumiidae,
( c a n t h a r o u)
(cantharidos),
nome
1879;
Lycides
dos quadrís interterem o trocanter
e
não
de
grego
das
cantáridas
(canoficinais,
ou cantárides, segundo RAMIZ GALVÃO. Para êstes insetos vesicantes, bem conhecidos dos antigos farmacêuticos e de grupo inteiramente diverso das verdadeiras espécies de Cantharis, LINNAEUS empregou o nome específico Meloe vesicatorius. Quer parecer-me, pois, que o nome Cantharis empregado por LINNAEUS seja corruptela de Cantharus , , radical e não derivado
de
Cantharis,
a
cantarida
vesicante
radical
-
Consequentemente, o nome da família deve manter-se Cantharidae como aliás a têm designado quase todos os autores - e não Cantharididae. A ser adotado para a família êste último nome (derivado de Cantharis, idos) estariamos admitindo o gênero Cantharis na accepção errôneamente adotada por GEOFFROY, que, conservando-o para as cantarides das farmácias, usou para as especies de Cantharis de LINNAEUS O nome Cicindela, aliás homônimo de Cicindela L. (Cicindelidae). FABRICIUS, não aceitando a conclusão de GEOFFROY, manteve Cantharis as espécies tipicas de LINNAEUS; para as cantárides vesicantes, isto é, Cantharis Geoffroy (n. Linnaeus) criou o gênero Lytta. SCHAEFFER (1766}, procurando remediar a confusão, ainda mais a aumentou, pois criou o gënero Telephorus (indevidamente emendado por MÜLLER (1776) para Thelephorus) para as espécies de Cantharis L., opinião esta que prevaleceu até os nossos dias, pois, ainda há bem pouco tempo, Cantharis L. constituiam o gênero Telephorus e permanecia o as espécies de nome Telephoridae (ou Thelephoridae) usado para a família por LEACH e outros. 2 De (apalos), mole, flexível e (elytron), estôjo, élitro.
para para
3
De
1
De
(malacos),
e
mole;
(lycos), lobo.
(derma),
pele,
tegumento.
COLEOPTERA
141
entre o quadril e o fêmur e não do lado interno dêste, êstes insetos distinguem-se dos demais Cantaroides. Têm a cabeça geralmente encoberta pelo pronotum, não raro prolongada em rostrum mais ou menos alongado. As antenas, de 11 segmentos, mais ou menos comprimidas, subserradas, serradas ou pectinadas, são implantadas superiormente entre os olhos ou adiante dêles, quase sempre contíguas.
Fig. e
110 - Calopteron brasiliense Laporte, 1840 (á esquerda) Calopteron sp. (à direita) (Lycidae) (C. Lacerda fot.).
Elitros geralmente costulados e não raro reticulados subestriados, p r à t i c a m e n t e desprovidos de epipleura.
ou
Algumas espécies de outras regiões apresentam acentuado dimorfismo sexual, conservando-se as fêmeas larviformes (neotênicas). Os Licídeos, principalmente as espécies de Calopteron Guérin, são sobretudo interessantes sob o ponto de vista do mimetismo, por apresentarem um tipo cromático bem contrastado, premonitorio, que parece ser copiado por outros insetos de outras ordens. São de CHOPARD ("Le Mimétisme",
142
INSETOS DO BRASIL
1949, Payot, Paris) as nômeno: "Les lycidomorphes.
seguintes
considerações
sôbre
o
fe-
Un des plus r e m a r q u a b l e s de ces modèles est c o n s t i t u e par la Iamille de Coléoptères des Lycides, répandue dans toutes les régions tropicales et présentant toujours à peu près le même aspect. Ce sont des insectes de taille moyenne, de' forme très aplatie, les élytres généralement élargis et arrondis dans la partie apicale; tis sont toujours de couleurs vives, ou dominent le rouge et le jaune, et le plus souvent avec des bandes transversales noires ou bleues. L'ensemble est extrêmement voyant et toujours d'un type très particulier. Souvent aussi, la partie anterieure du corps est rouge ou orange et la partie posterieure noire; la couleur rouge peut être plus ou moins étendue, couvrant presque tout le corps ou, au contraire, réduite à une très petite tache antérieure Les téguments des Lycides quoique souples, sont toujours très resistants. Dans l'ensemble, ce sont des insectes d'un aspect très visibles, qui vivent sur les fleurs et qui, comme certaines expériences l'ont montré, sont difficilement acceptés par les Insectivores. Ils émettent, en genéral, p a r les p a t te s , un liquide b l a n c à odeur f o r t e . Partout où se trouvent des Lycides, on remarque un grand nombre d'insectes, appartenant à des groupes tout à fait différents, qui presentent une coloration, et souvent une forme, tellement semblables à celles de des Lycides qu'ils peuvent facilement être confondus avec eux. Que ce soit en Asie, en Afrique ou en Amérique du Sud, ces lycidomorphes sont toujours nombreux et se trouvent en général dans les mêmes milieux que les Lycides eux-mêmes. Bien entendu, suivant les cas, la ressemblance est variable, parfois vraiment frappante, d'autres fois plus ou moins approchée. Les mimes de Lycides se rencontrent surtout parmi les Coléoptères, les I-Iémiptères et les Lépidoptères; on a signalé aussi des Diptères et des Hyménoptères, mais la ressemblance est alors réduite à une similitude de teinte obtenue par les ailes dont la base est jaune rougeâtre et la partie apicale noirâtre. Par contre, quelques mimes parmi les Coléoptères sont si extraordinaires qu'un entomologiste exercé est obligé parfois de regarder de prós certains caractères pour savoir s'il a affaire à un Lycide ou à une imitation. On trouve des Coléoptères imitant les Lycides dans six familles au moins; ce sont celles des Cérambyeides, Eucné-
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143
mides, Rhipidocérides, Elatérides, Clérides et Hispides. Les plus b e a u x exemples s o n t c e r t a i n e m e n t f o u r n i s p a r los Cérambycides ou Longicornes. Tout le monde connait los grands Capricornes de nos régions qui représentent le type normal de cette famille; chez Longicornes lycidomorphes, la forme est complètement transformée; les élytres sont plats et élargis comme chez les vrais Lycides, les antennes ellesmêmes, si caractéristiques de ce groupe, n'ont pas l'élégance habituelle, elles sont plus courtes et légèremen.t dentelées comme celles de leur modèle. Quant à la couleur, elle est parfaite comme imitation; ce sont exactement les mêmes teintes de rouge et noir bleuté, avec les mêmes dispositions. Los Hémiptères lycidomorphes appartienent surtout aux familles des Réduviides, des Lygéides et des Pyrrhocorides. Ce sont d'assez bons mimes mais pas comparables aux Cérambycides; chez eux, c'est bien plus la couleur que la forme qui provoque la ressemblance. Enfin, les Lépidoptères qui miment les Lycides sont surtout dos Syntomides qui, par leur forme générale et la disposition de leurs ailes au repos, ont déjà une vague ressemblance avec leur modèle; de très bonnes combinaisons de couleurs accentuent très fortement cette r e s s e m b l a n c e . Pour préciser quelques cas d'imitation des Lycides par dos insectes d'autres groupes, on peut citer les exemplos suivants: En Amerique, les Lampyrides Callopisma, jaune avec l'apex des ailes bleu, les Cantharides Tytthonyx à élytres courts dépassés par los ailes noirâtres, les Oedémérides Copidita, les Elatérides Anoplischius, Platycrepidius, les Cérambycides Calicosmus, Trichrous, Heterops, Thelgetra. En Afrique, les Amphidesmus, de la sous-famille Cerambycinae, qui, avec les Thelgetra, comptent parmi los meilleurs exemplos de lycidomorphes. En Afrique également, les Hémiptères Réduviides du genre Afrodecius ont une forme élargie en arriere due aux élytres dont la coloration rappelle les Lycides; ainsi l'Afrodecius lycoides est jaune d'ocre avec une grande rache noire à l'apex des élytres. Chez les Lépidoptères, on peut citer los Glaucopides Mimica, Lycomorpha et un Arctiide du genre Pionia." Belos exemplos de mimetismo de outros Coleopteros com Licídeos são os que nos oferecem alguns Clerídeos dos gêneros Ichnea Castelnau e Platynoptera Chevrolat e vários Cerambicídeos.
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Na figura 111 vêm-se imitando as espécies de gura 110. Também imitando outro Cerambicídeo Lycomimos
mariposas da família Ctenuchidae Calopteron apresentadas na fiLicídeo vê-se na figura 112, o albocinctus (do lado direito)
As larvas dos Licídeos são algo parecidas com as dos Lampirídeos (fig. 113).
Fig. 111 - Correbia lycoides (Walker, 1854) (à esquerda) e Correbidia terminalis (Walker, 1856) (à direita) (Ctenuchidae) (Fotos gentilmente oferecidos pelo Dr. L. Travassos Filho).
Os adultos, heliófilos, freqüentam flores; as larvas, higrófilas, vivem sob a casca das árvores. Adultos e larvas são predadores (harpactófagos). Não ocorre a luminescência nestes insetos.
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145
Fig. 112 Licideo apanhado em Santarém (Pará) (á esquerda) por J. F. Zikan e Lycomimus albocinotus Melzer (cotipo), de Maués (Pará), apanhado por H. L. Boy, ambos da coleção Zikan no Instituto Oswaldo Cruz (Lacerda fot.).
Fig. 113 Larva de Calopteron sp. (Lycidae) (Lacerda fot.).
146
INSETOS DO BRASIL
A família compreende cêrca de 2.800 espécies, das quais pouco mais de 700 são da Região Neotrópica. 72.
Bibliografia.
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Famíllia
LAMPYRIDIDAE1
(Lampyridae Leach, 1817; Lampyridini Duval, 1860; Lampyrides Sharp, 1909).
73. Caracteres, etc. conhecidos em todo o
- Os "vagalumes" são insetos bem mundo, não sòmente pelo aspecto
1 De (lampyris, idos), vagalume. O nome da família deve ser Lampyrididae e não Lampyridae, pois o radical da palavra grega, como se vê pelo genitivo, é lampyrid e não lampyr.
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147
característico que apresentam, mas principalmente pela luminescência branca esverdeada de que são dotados geralmente os machos e as fêmeas, aladas ou apteras, a qual se exterioriza através das áreas claras e translúcidas do tegumento do ante-penúltimo (5.º), do penúltimo e as vêzes do último urosternito (Amydetes) (fig. 116). O protorax, discoidal como nas baratas, quase sempre cobre inteiramente a cabeça (a cabeça é imperfeitamente encoberta pelo protorax em Megalophthalminae, Amydetínae e Photurinae).
Fig. 114 Cratomorphus giganteus (Drury, 1782) (Lampyrididae, Photininae) (Lacerda fot.).
Fig. 115 distinctus E. (Lampyrid. (Lacerda
Cratomorphus Oliv., 1895 Photininae) fot.).
Antenas geralmente aproximadas na base, de 11 segmentos; as vêzes, porém, com muito maior número (até 49 em espécies de Amydetes Hoffmannsegg, da nossa Região), aliás longamente uniflabeladas a partir do 3. º segmento (fig. 115); quanto ao aspecto, podem ser filiformes, denteadas, uni ou bipectinadas ou flabeladas. Nas espécies de Psilocladus Blanchard cada segmento é provido de 2 longos ramos eriçados de pêlos; nas de Calyptocephalus Gray elas são também biflabeladas, com os ramos muito longos, que se enrolam sôbre si mesmo como em Phengodidae.
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Metepisternos retos, não sinuados internamente, caráter que também distingue êstes insetos dos Cantarídeos, nos quais êsse esclerito, internamente e para trás, é distintamente sinuado. Epipleuras, via de regra, alargadas na base. Como em outros Cantaróides as fêmeas podem conservar o aspecto larviforme (neotenia).
Fig. 116 - Amydetes sp. (visto pela face ventral) (Lampyr., Amydetinae) (Lacerda fot.).
O Brasil, como os demais países da América do Sul, é particularmente rico em Lampiridídeos. Das 1.800 espécies existentes no mundo, mais da metade vive na Região Neotrópica. Uma espécie das mais conspícuas entre nós é Cratomorphus giganteus (Drury, 1732) (fig. 114).
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149
As larvas dêstes insetos são predadoras e alimentam-se de caramujos (Gastropoda) e de larvas de outros insetos.
Fig.
117
-
Antenas (Lacerda
de Amydetes fot.).
sp.
Providas de robustas mandíbulas, longitudinalmente escavadas em canal como nas larvas de Ditiscídeos, Girinídeos e outros Coleopteros (canal mandibular), injetam no caramujo uma neurotoxina paralisante e uma protease, que fluidifica os tecidos da vítima, transformando-os em alimento que passa da bôca para o tubo digestivo. Parece-me interessante a seguinte observação de HENNEGUY (1904, Les Insectes) relativa às larvas de Lampyris: "Dans la larve du Lampyris, les deuxième et troisième pièces chitineuses dorsales, en arrière du prothorax, re-
150
INSETOS DO BRASIL
couvrent chacune deux pièces chitineuses ventrales, comme chez le Scolopendrella (Myriapode). La première de ces pièces (segment complémentaire) porte une paire de stigmates; la seconde, une paire de pattes (fig. 120). Les 8 premiers segments abdominaux que ne possèdent aussi qu'une plaque dorsale, présentent également un rudiment de segment complémentaire. Cette disposition est intéressante & un double point de vue, parce qu'elle établit la parenté des Insectes avec les Myriapodes, et parce qu'elle explique la situation intersegmentaire des stigmates chez la plupart des Insectes (voir page 98)."
Via também
de regra, as larvas das espécies d o t a d a s d o p o d e r de e m i t i r l u z .
Fig. 118 - Lamprocera latreillei 1818) (Lampyr., Lamprocerinae) cerda fot.).
luminescentes
são
(Kirby, (La-
Relativamente a luminescência dêstes insetos e respectiva bibliografia, ver o 7.° Tomo desta obra (pág. 85); recomendo sobretudo a obra magistral de HARVEY (1952).
COLEOPTERA
151
Fig. 120 - Larva de Lampyris, vista lateralmente; W, segmentos anteriores primordiais do meso e do metatorax (figura 426 de Henneguy Les Insectes, segundo Kolbe).
Fig. 119 Lamprocera flavofasciata Blanchard, 1837 (Lamp., Lamprocerinae) (Lacerda fot.).
74.
Bibliografia.
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152
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1942
W.
North
American
(Os trabalhos dêste autor compreendem contribuições às várias famílias do antigo grupo Malacodermata (Superfamílias Cantharoidea, Cleroidea e Lymexyloidea). - 3 me Contribution à la connaissanee des Malacodermes Néotropiques. R e v . Soc. E n t . Arg., 11:237-239.
COLEOPTERA
153
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CANTHARIDAE
(Telephoridae 1 L each, 1817; Thelephoridae 2 Calwer & Jäger, 1869; Telephoridae Gorham, 1881; Cantharidae, Cantharini Heyden, Reitter & Weise, 1883; Telephorides Sharp, 1909; Cantharididae Lameere, 1900; Cantharidae Leng, 1920; Cantharididae Moure & Travassos Filho, 1947; Jeannel & Paulian, 1949 (no índice).
75. Caracteres, etc. - Os insetos desta família, aliás muito parecidos com os Lampiridídeos, dêles se distinguem pelo aspecto dos metepisternos, mais ou menos sinuados internamente, isto é, com a margem interna dirigida para trás e para fora, formando no têrço posterior curva pronunciada de concavidade voltada para a linha mediana, de modo que essa parte do metepisterno, comparada com a anterior, apresenta-se notàvelmente estreitada, aspecto êste diferente do que se vê nos Lampiridídeos, nos quais, em geral, a borda interna do metepisterno, embora também dirigida para fora, pouco se afasta do eixo longitudinal do corpo, sem formar curva no seu trajeto. 1
De
2. De
(tele), de longe; (phoros), que traz, trazido. (thele), bico de peito, mamilo.
154
INSETOS DO BRASIL
Além disso as epipleuras são estreitas na base, a cabeça é bem visível de cima e o clípeo confunde-se com a fronte, não raro prolongada anteriormente em rostrum (Psilorhynchus). As antenas, geralmente filiformes, as vêzes denteadas, inseridas aos lados da fronte, são, em geral, largamente afastadas na base; as peças bucais são bem mais desenvolvidas que em Lampyrididae; as mandíbulas são simples e o último segmento dos palpos maxilares via de regra, mais ou menos dilatado na parte apical (securiforme). O pronotum, geralmente discóide, apresenta-se em algumas espécies (de Silis, por exemplo), nos machos ou em ambos os sexos, lacerado ou mesmo lobulado perto dos ângulos posteriores (fig. 122).
Fig. 121 pansus (Canthar.,
- Chauliognathus ex(Waterhouse, 1878) Chauliognathinae) (Lacerda fot.).
Fig.
122 lini)
Silis sp. (Lacerda
(Canthar., fot.).
Si-
Quase sempre o penúltimo tarsômero é bilobado e as garras simples (fig. 123), as vêzes (Discodon) a externa, nos machos, é distintamente fendida, nas pernas médias e posteriores. Os elitros, em alguns gêneros, principalmente em espécies de Malthini, são encurtados.
COLEOPTERA
155
O último urosternito dos machos é longitudinalmente dividido e nêle se inclui a genitalia, via de regra constituída por estruturas mais ou menos complicadas. Nos C a n t a r í d e o s n ã o h á órgãos fotogênicos. Fêmeas viformes.
raramente
lar-
As larvas, g e r a l m e n t e cilindróides (elateriformes), são revestidas de pilosidade; vivem no selo e, como os adultos, são predadoras. Alg u n s a u t o r e s a s s i n a l a m estragos feitos às flores pelos besouros adultos.
Fig. 123 sp. (Canthar.,
Pernas de Psilorhynchus Chauliognathini) (Lacerda fot.).
Como uma fallax (Germar,
Fig.
Há perto de 3.500 espécies, das quais cêrca de 1.100 são da Região Neotrópica.
das mais conhecidas citarei Chauliognathus 1324) (fig. 124), Cantarídeo extremamente
124 (Canthar.,
Chauliognathus Chauliognathini)
fallax (Gerrnar, 1824) (Lacerda fot.).
156
INSETOS DO BRASIL
variável quanto à extensão das áreas negras sôbre o fundo amarelo dos elitros. PIC descreveu nada menos de 5 subespécies dêste i n s e t o .
76. Bibliografia. CAMPAU, E. J. 1940.-
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of
Telephorus
li-
the repugnatorial stink-glands in the beetles the gn. Cantharis, Coleoptera. Buli. Internat. Acad. Tch. Sci., 50 (8):1-22, figs.
of
SULC, K. 1949-
On
11
VERHOEFF, K. W. - Ver trabalhos dêste autor no vol. 7.º, pgs. 48 e 112. WITTMER, W. - Ver os trabalhos dêste autor na bibliografia de Lampyrididae.
Família PHENGODIDAE1
Leng,
(Phengodini Leconte, 1862; Phengodidae 1920; Pseudophengodidae Pic, 1930).
Peyerimhoff,
1913;
77. Caracteres. - Nestes insetos, como nos das famílias precedente e seguinte, a cabeça é perfeitamente visível adiante do pronoto. Os machos são alados (fig. 125) as fêmeas, porém, como também se observa nos Drilídeos, são larviformes (neotênicas, portanto). 1
De
(phengodes),
luminoso,
brilhante.
COLEOPTERA
157
Naqueles as antenas, biflabeladas, apresentam os dois ramos filiformes de cada segmento mais ou menos enrolados (fig. 126) e os elitros são encurtados, deiscentes, não raro subulados.
Fig. 125 Astraptor sp., (Phengodidae) (Lacerda
mach:). fot.).
O aspecto dos metepisternos assemelha-se mais ao dos C a n t a r í d e o s que dos L a m p i r i d í d e o s . As mandíbulas são longas (fig. 126), mais ou menos fortemente arqueadas na base, de ponta simples e sem dente na borda interna (em Drilidae ou são bifidas no ápice ou apresentam forte dente interno). As fêmeas, como as larvas, exibem aspectos estruturais que podem ser apreciados nas figuras 127, 128 e 129. Os Ingleses e Norte Americanos chamam-nas "railway beetles" ("besouros trem de ferro").
158
INSETOS DO BRASIL
A família compreende poucos gêneros, com representanNorte, Central e Sul-Americanos. O gênero típico de Phengodidae - Phengodes Hoffmansegg, in Illiger, 1807 e gêneros afins - foram classificados, ora em Lampyrididae, ora em Cantharidae, como o fêz LACOIRDAIRE, opinião esta também adotada por VAN EMDEN , como se vê pelo que diz no seguinte trecho de uma nota pessoal: "I consider all these groups (Phengodidae, Pseudophengodidae), included Drilinae, Lampyrinae, etc. as subfamilies of the Cantharidae", aliás confirmando o que comunicou em seu trabalho de 1932.
tes
Fig.
126
-
Cabeça
de
Astraptor
sp.,
macho.
(Phengodidae)
(Lacerda
fot.).
Dos Lampiridideos os Fengodideos se distinguem por terem a cabeça exposta, as articulações das antenas com o epicrâneo, longamente separadas e o mesepisterno diferentemente constituído. LACORDAIRE tenham manEmbora os autores ulteriores a tido Pheugodes e gêneros afins em tribo (Phengodini) ou em subfamília (Phengodinae) da família Lampyrididae, vemo-lo pela primeira vez separado em família autônoma (Phengodidae) num artigo de PEYERIMHOFF (1913) e no Catálogo de LENG (1920), abrangendo, além dos Phengodini, alguns outros gêneros distribuídos nas tribos Pterotini, Mastinocerini e Omethini.
COLEOPTERA
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PIC, em seu Catálogo (1927), restringiu a família às duas primeiras tribos, deixando em Phengodini os gêneros Phengodes, Baeoscelis Spinola, 1854 e Zarhipis Leconte, 1881. Como espécies de Phengodini do Brasil figuraram apenas: Astraptor illuminator (Murray, 1868) e Phengodes brasiliensis Pic, 1925.
Fig.
127
-
Astraptor sp., dae) (Lacerda
fêmeas. fot.).
(Phengodi-
O gênero Phrixothrix, criado por E. OLIVIER em 1909 para P. hirtus do Paraguay, pallens Berg, 1855 e uruguayensis Berg, 1886 do Uruguay (originalmente descritas no gênero Phengodes) e considerado Drilídeo, não sòmente pelo autor, como t a m b é m por PIC (1910) e por WITTMER (1944), compreende cêrca de 30 (?) espécies sulamericanas das quais apenas brasiliensis Pic, 1915, pickeli Pic, 1933 e fischeri Pic, 1938, são referidas para o Brasil.
160
INSETOS DO BRASIL
Consultando WITTMER porque seu catálogo de Drilidae e quais entre esta família e Phengodidae,
incluíra Phrixothrix em os caracteres diferenciais respondeu-me dizendo"
"Con referencia a los caracteres distintivos entre Phengodidae y Drilidae existe casi solo la luminosidad de larvas e adultos, caracteres que faltan a los Drilidae. Olivier al describir su genero Phrixothrix desconocia aparentemente que sus componentes emitan luz y por lo tanto los colocó en los Drilidae. Hace poco he cazado un Phrixothrix aqui que tenia una fuerte phosphorescencia. De este modo la familia Drilidae debe eliminarse por completo del continente Americano, pues los Phrixothrix hay que incluirlos en los Phengodidae."
Como WITTMER nada me informou sôbre a posição sistemática dos géneros Bruchodrilus Pic, 1926 e Buckodrilus Wittmer, 1949, anteriormente por êle citados em seu Catálogo de Drilidae, e do gênero Cerocosmus Gemminger, 1873 (=Cosmocerus Solier, 1849, nec Guér.), cujo tipo é C. cinereus (Solier, 1849), do Chile, aliás considerado por LACORDAIRE um Drilídeo e incluído por E. OLIVlER em seu Catálogo desta família, porém não citado por WITTMER no seu Catálogo, novamente o consultei dêle obtendo os seguintes informes: "EI genero Bruchodrilus Pic entraria tambien en los Phengodidae. Posiblemente este genero es synonimo de Mastinocerus Sol." "Cerocosmus Gemm. fué colocado por Pic en los Anobiidae (y c o n t o d a r a z o n ) . " 1 "El genero Buckodrilus m. es synonimo de Cneoglossa (Dascillidae), como he podido en mi ultimo viaje al Museo de Londres comprobarlo. Ahora queda aclarar si la posicion de Cneoglossa es exacta o si no conviendria trasladar este genero a los Drilidae. Su semejanza con varios Drilida, e IndoMalayas es grande." 1 Realmente PIC (1912) Mel. Exot. Ent. 3.º fisc.: 1-2), desprezando a opinião de LACORDAIRE ("Je lui trouve tous les caractères essentiels des Drilides"), preferiu considerá-lo um Anobiideo. Aliás, SOLIER, o autor do gêCosmocerus, criara para êle família à parte, incluindo-a logo em senero Ceroguida a Anobiidae (rebaixada, por PIC à categoria de subfamília cosminae).
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B a s e a n d o - m e no e x a m e de e x e m p l a r e s da espécie tipo de Bockodrilus, gentilmente cedidos pelo Sr. JOHANN BECKER, já h a v i a c o m u n i c a d o a WITTMER n ã o se p o d e r m a n t e r êsse gênero em Drilidae, não sòmente pelo aspecto da genitália, como, sobretudo, pela estrutura das peças bucais e por ter menos de sete urosternitos. Realmente o inseto deve ser espécie próxima de Cneoglossa lampyroides Champion, 1897.
Fig.
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-
Astraptor sp., (Lacerda
fêmea fot.).
(corpo
Na verdade, os limites das famílias lidae ainda não foram satisfatòriamente pecialistas e foi nesta situação que PIC mília Pseudophengodidae baseada no seu dophengodes, exclusivamente fundamentado
diafanisado)
Phengodidae e Drimarcados pelos es(1930) criou a fanovo gênero Pseuno seguinte ca-
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ráter diferencial de Phengodes: gênero cujos machos são luminosos. Sabendo-se, pelas observações de GOUDOT (1843 Rev. Zool.: 17), de PARKER (in HARVEY, 1952: 456) e de WITTMER que há, além de hieronymi Haase, outras espécies de Phrixothrix cujos machos, em determinadas circunstâncias, podem apresentar luminosidade, compreender-se-á fàcilmente que o caráter fisiológico da luminescência seja destituído da importância que lhe foi atribuída por PIC e, recentemente, por VAN EMDEN. E, mesmo que prevalecesse o critério da caracterização de um gênero por ter machos luminosos, não sei como se possa manter o nome Pseudophengodes, quando precisamente um dos seus representantes (hieronymi Haase, segundo VAN EMDEN) pertence seguramente ao, gênero Phrixothrix, aliás sinônimo de Astraptor, como mostrarei adiante. Demais, parece-me chocante juntar, num mesmo gênero (Pseudophengodes), uma espécie como pulchella Guérin, provida de antenas extraordinàriamente alongadas, com outras de antenas relativamente curtas. A propósito do gênero Phrixothrix devo fazer algumas considerações relativas à validade do nome que lhe foi dado por E. OLIVIER. MURRAY, em 1868, descreveu e figurou, com o nome Astraptor illuminator, uma larva de Coleoptero, apanhada no Rio de Janeiro pelo entomologista ALEXANDER FRY, de posição sistemática próxima dos Elaterídeos, declarando entretanto: "although apparently allied to the Elateridae, ir differs from their larvae in several very material respects, and that in point of fact it was found, not in wood, but creeping along the ground." BURMEISTER, em 1873, também descreveu e figurou outra larva, encontrada em Parana (República Argentina), que lhe pareceu semelhante a Astraptor illuminator Murray. Entretanto ao concluir a sua nota disse:
"The conclusion ar which I have arrived is therefore this: that the luminous larva observed by Azara, Ogilvie and myself is that of Pyrophorus punctatissimus.
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With reference to Mr. Murray's Astraptor flluminator, ir appears to me not to be a larva of one of the Elateridae, bur rather to be that of one of the Lampyridae." A descrição de BURMEISTER, bem que mais detalhada que a de MURRAY, permite-nos apenas dizer que êle examinou uma espécie, senão idêntica a de MURRAY - como a julgou - extremamente próxima; de qualquer modo, porém, do mesmo gênero Astraptor.
Fig.
O dois
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Parte cefálica da fêmea representada fig. 128 ( L a c e r d a f o t . ) .
na
mesmo se pode afirmar quanto as "larvas" exibindo tipos diferentes de luminescência (rubra e esverdeada)
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descritas anteriormente por AZARA (1809) e REINHARDT (1854) e depois por HAASE (1888). Deve-se a êste último autor a melhor contribuição, que se escreveu até hoje, ao conhecimento dos Phengodidae. Foi êle quem primeiro estabeleceu a posição sistemática daquelas pseudo-larvas, mostrando as semelhanças e afinidades estreitas entre elas e uma fêmea laviforme, encontrada em cópula pelo Prof. Dr. HIERONYMUS, de Cordoba (Argentina), com um Fengodídeo alado do gênero Phengodes, classificando o inseto como Phengodes hiegonymi n. sp. A propósito dessa valiosíssima contribuição, PEYERIMHOFF (1913) escreveu o que se segue (ver em Micromalthidae, outros trechos do mesmo autor): "Dans un mémoire minutieux et justement apprécie, HAASE (1888) a mis au point cette question des Phengodes, a laquelle il semble que rien dímportant n'ait été ajoute depuis. HIERONYMUS b o t a n i s t e a l l e m a n d r é s i d a n t à Co r d o b a (Argentinel, surprit en octobre 1881 un de Phengodes (P. Hieron