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Portuguese Pages [195] Year 1974
a
D c c q O
(02)
E O
Q
£ E= S3 D c E O O
08
ROGERS E A
EDUCAÇÃO NÃO-DIRETIVA Alécio Vidor O autor leciona na Universidade de Passo Fundo há seis anos. Licenciado em Filosofia e Pedaogia, optou pela Europa para completar seus estudos. Em Roma doutorouse “summa cum laude”, pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás, no ano
de
1973.
Não estranhe o leitor o tratamento nha, etc”
“eu, meu, mipois a mono-
grafia apresenta a matéria da
tese
Por
de doutoramento,
ser o material
o-
portuno e valioso, óbvio seja proposto e apresentado como contribuição ao interessado em psicologia
e pedagogia.
O pensamento de Rogers sempre mais se difunde e conhecê-lo tormouse indispensável ao que
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ROGERS
E A EDUCAÇÃO
NÃO-DIRETIVA
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ALÉCIO
VIDOR
ROGERS
EA
9] zo
EDUCAÇÃO NÃO-DIRETIVA
EDITORA P. BERTHIER PASSO FUNDO - RIO GRANDE DO SUL,
DARI Scanned with CamScanner
DIREITOS
CAPA:
RESERVADOS
I.S.P.B.
Pedidos:
ESCOLASTICADO SÃO JOSÉ CAIXA POSTAL, 13 99.100 — PASSO FUNDO - RS.
EDITORA
RUA
P. BERTHIER
SENADOR
PINHEIRO,
284
PASSO FUNDO — RIO GRANDE DO SUL
Impresso no Brasil
Printed
in Brazil
1974
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PREFÁCIO
Quando
li, pela
bra: “Educação
pois
educar
sem
primeira vez,
não-diretiva”,
dirigir
O título desta
fiquei
o-
surpreendido,
parecia-me
contradição
e
utopia. Li atentamente o livro e mudei de opinião. Fui compreendendo que o método aqui sugerido — estudado, aplicado por Rogers e explicado nesta monografia — capacita o próprio educando a descobrir as riquezas que possui, porém, em estado potêncial e latente.
O
homem,
embcra
vulnerado
ginal (na visão cristã), ainda possui
des
positivas,
sufocadas
por
semelhantes denso
pelo
As
ori-
boas,
mas
muitas qualida-
a sementes
matagal.
pecado
mais
das
vezes,
o próprio educando as desconhece por comp leto. A “Educação não-diretiva” estimula-o a desc obri-las,
enimando-o, ao mesmo tempo, a desmatar O inço que as sufoca. Feitc isto — como que por força natural — vão desabrochando para produzir frutos
riquíssimos. da educação
Eis, em poucas não-diretiva.
palavras,
o sentido
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O meio educativo principal, empregado por Rogers, é oferecer ao educando a ocasião de falar e,
espontaneamente,
externar
seus
sentimentos
(ao e-
ducador). Pois, como outros educadores, também ele constatou que “muitas vezes, alguém se sente mal, por não poder falar, por não encontrar quem lhe preste atenção, procurando compreender o que quer
dizer”
(Ossi
Aos
Schmitt).
poucos
oferecer a “um
Rogers
foi descobrindo
o consolo
nervoso
nar toda a sua intranquilidade em
o remédio:
de poder exter-
conversa confian-
te com uma pessoa inabalavelmente calma” (Eva Firkel). Desta maneira, o educando, sempre mais animado, na medida em que descobre suas qualida-
des e vê a compreensão do educador, começa a envidar esforços por desobstruí-las num trabalho paciente. Assim, lenta mas seguramente, a pessoa che-
gará
desenvolvimento
a um
sempre
perfeito.
mais
O estudo deste livro — não é romance de leitura amena — poderá trazer grandes vantagens a numerosos educadores, aflitos por não saber que atitude tomar com seus educandos, que “muitas ve-
zes se sentem mal, e a única coisa que lhes falta é alguém que lhes preste ouvidos” (Eva Firkel).
O livro é de real valor. O papel do prefácio não e aàé sugerir ao leitor uma opinião prefabricada ineia, mas apenas predispor seu espirito e apontar as
linhas
estudo.
gerais
Portanto,
da
obra,
prezado
para
tornar
mais
fácil O
leitor, toma e lê! Hás de
constatar que a palavra, escutada benevolamente €
falada com confiança (educador e educando respectivamente),
é capaz
de
“acordar
a força
dos
senti-
mentos misteriosos que dormitam, maravilhosamente,
no coração”
(Schiller). P. Aloísio Weber
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ÍNDICE
Página
INTRODUÇÃO
sas res Does o Da ooo Squad URL bride CAPÍTULO I O Homem e Sua Obra — A Evolução de Seu Pensamento e Sua Ressonância a) O Homem e Sua Obra ...... b)
Exposição
da
A Evolução de Seu Pensamen-
to e Sua Ressonância
CAPÍTULO II
Teoria
Não-Diretiva
CAPÍTULO III.
.......
..................
|
O Desenvolvimento e o Conceito de Pessoa
.........
9
13 29 47.
77
CAPÍTULO IV A Teoria
AUÊÔNICO.
Não-Diretiva
Como
Sisic css
Reeducação
its SETA
ao Eu
Nanaao ato ra ÃO
CAPÍTULO V
Reflexos Pedagógicos da Teoria Não-Diretiva Educação,
107
........
129
CAPÍTULO VI Diálogo e Liberdade ....................
149
CAPÍTULO VII Crítica e Complemento a) Uma Visão Global b)
c) d) e) BIBLIOGRAFIA
Um
Limite
de
..........
Rogers
......
171 176
A Pressuposição Fundamental A Definição de Pessoa ..... Uma Ética de Valores ......
180 185 190
, Asiisenicerrs caca beda va e vis E DAE
193
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INTRODUÇÃO
ma educaO presente trabalho pretende elucidar o proble cia de Carl tivo, apoiando-se no pensamento e na experiên cípios da Ransom Rogers. Partirei do ponto de vista dos prin sipsicoterapia e não dos resultados práticos atuais. Na expo
outras correntes ou auto-
ção não estabelecerei relações com res
mas,
a teoria
simplesmente, comentarei
do
autor,
contidos
o método
suas
em
obras
e aprofundarei
escritas
de
1940
a
1966. Tenciono romper e transpor o limite estabelecido por Rogers. A fonte e base do trabalho não são os textos na língua original do autor mas os traduzidos em línguas neolatinas. A lógica
na organização
do
tema,
“Rogers
e a Educação
acordo
com
Não-Diretiva”, sujeitar-se-á à ordem de precedência, na elaboração seguida pelo autor. Meu esforço se concenirará em esclarecer que todo diálogo não-diretivo educa a pessoa para a autenticidade,
didade
harmônica
isto
do
é,
para
próprio
viver
ser.
em
a
profun-
Minha dissertação exporá, inicialmente, a vida e as obras do autor, porque tenho a convicção de que o desenvolvimento
da vida da pessoa e o grau ds integridade
dem
indicar a medida
de verdade
contida
nela expressa po-
em
sua
experiência
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10
e teoria. Conhecer o autor é como que o preâmbulo para com preender,
aprofundar
riência.
e criticar
seu
pensamento
e sua
Snes
A experiência terapêutica de Rogers é o ponto de partida
minha
de
doutrina.
como
assim
apresentação
o foi da evolução
de sua
Creio que sua observação fenomenológica é o ins-
trumento que o ajudou penetrar nos meandros da subjetividade e descobrir uma natureza radicalmente boa; para o desenvolvimento desta natureza interiormente equilibrada e dinâmica as
satisfazer
basta
qualquer
sem
mento,
necessidades
no
fundamentais,
auxílio diretivo. Desta
relaciona-
perspectiva brota
o método centrado sobre o educando. O método provoca uma tal evolução da pessoa, suscetível de observação, que possibilitou a Rogers precisar o conceito de pessoa, aprofundando a compreensão da personalidade e ampliando progressivamen-
te sua teoria. A melhor compreensão da personalidade permiO tiu-lhe escrutar as causas de desintegração da mesma e
meio auso de seu método passou a apresentar-se como um consdequado de reeducação. Esclarscerei, enfim, que Rogers uma escala tatou, no processo de reintegração, a presença de mas
flexível
evolutiva
na
a desembocar
tende
que
manifesta-
pelo função do eu autêntico. O eu autêntico revelou-se-lhe como numa vida em cionamento harmônico e integrado, bem contínua expansão. outros setores Procurando seguir Rogers. verificarei que
se
preocupam
meta
e
que
monstrarei
em
para
este
O método
que
a pessoa
promover
escopo
o
seu
não-diretivo
e alcançar
método
é ajustável
é
a mesma
eficaz.
De-
à educação
e pedagogia passam a ser psicote rapia conseq uentemente, e, isto sua teoria é ampliada. uma prolongamento da outra e com Esclarecerei
aeriana; com
o conceito
de
educação
dentro
da visão
ro-
círculo, afirmanele me será possível ampliar o nas a relação terapêutica, a relação familiar
do que, não ape todo o diálogo humano mas s uno -al sor fes pro o açã rel a ou Toda relação humana bibem conduzido pode ser educativo. sse e amor pela pessoa intere lateral OU multilateral prenhe de
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11 i
do outro e que se caracteriza
autêntico
é um
Anel pela ausência
encontro
icionade condicio
educativo.
mentos
impostos
te põe
um
interna homem
pressuposta: no caso, a sua concepção filosófica do (1). Esta concepção, por sua vez. pressupõe e recla-
da teoria rogeriaNa crítica pretendo focalizar a abertura beradamenna e evidenciar o problema chave, em que ele deli
limite
externa
experiência
ma
uma
à experiência. está
condicionada
absoluta
realidade
Tentarei
que
ressaltar
por
uma
a fundamente
que toda
experiência
e sustente.
A
pressuposição base condicionou e predeterminou toda ulterior experiência, e para exercer esta atividade deveria, também ela, estar presente na experiência interna, embora possa
não ter sido conscientizada. Não se pode voluntariamente de descobrir
gar a possibilidade
uma
verdade
absoluta,
ne-
sem
contradizer a própria experiência. Dizer que não se pode descobri-la, já é afirmá-la como descoberta. Além disso, somente pressupondo-a, a transcendência do homem adquire sentido.
Viso avançar além das fronteiras estabelecidas por Rogers e tentarei colocar um fundamento metafísico à sua visão psicopedagógica, com o auxílio do novo livro do Professor Antonio
Meneghetti:
“Ontopsicologia
Ao concluir esta complementação
del'Uomo”.
me resta: agradecer ao
Decano P. Abelardo Lobato pela sua disponibilidade e pelo clima humano que na Universidade encontrei e render meu preito de gratidão ao estimado Professor Antônio Meneghetti,
pela ajuda indispensável que me proporcionou e pelo interesse demonstrado e consideração a mim dada. Eu creio, professor, que por sua ajuda me tornei mais eu mesmo, e por isto deixo
aqui
impresso
o meu
muito
obrigado.
O AUTOR
Ce
1.
re
ROGERS,
PP.
337-339.
C.
R.
—
La
Terapia
Centrata-Sulan
Martinelll,
Firenze,
1970,
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CAPÍTULO
|
O HOMEM E SUA OBRA — A EVOLUÇÃO DE SEU PENSAMENTO E SUA RESSONÂNCIA A) O
“Não
se
pode
HOMEM
compreender
E SUA
OBRA
adequadamente
mento senão sob a condição que se conheça,
pouco,
o contexto
cultural
e pessoal
no
suas
menos
ele
um
afunda
suas
qual
forças
pensa-
pelo
raízes” (1). É importante pois, fazer a “diagnose”, perfeita, do ambiente social com
um
ainda
culturais
que im-
que
en-
volveram e atuaram o pensamento de Rogers, juntamente com suas características e tendências pessoais, porque sua “obra é o fruto da interação entre ele e o seu ambiente” (2) Ce
1. 2,
ROGERS, , C. R. — Psicoterapia e Relazioni KINGET, G. M. — Op. cit, pg. 262
Uman e,
Boring.,
Milano,
1970,
pg.
131.
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14
Na medida em que se conhece o autor melhor se compreenderá seu pensamento (3). porque a obra criada por ele
leva sempre o cunho da originalidade provinda de suas qualidades únicas mas é igualmerte verdade que só pode emer-
gir da interação com
ção envolve a relação na proporção em que
deve adaptar-se-lhe pelo ambiente (7).
os elementos da experiência (4). A criado indivíduo com seu ele não o transforma
sendo
com
isso
plasmado
ambiente (5) e, « controla (6),
e
modificado
Creio que a influência ambiental, na infância, interfere dum modo mais acentuado sobre as tendências pessoais e O comportamento, mas na medida que a liberdade e a maturidade do indivíduo desabrochsm, a harmonia tende a esta-
bilizar-se.
Entendo
entre o indivíduo
ção
em
que
maturidade,
e seu
aquele
como
ambiente;
conseguir
consequentemente
ampliar
seu
a harmoniosa
esta é possível,
abrir-se
à voz
de
interação
na propor-
seu
autoconhecimento.
A
íntimo
e
auto-
compreensão, por sua vez, sempre acarreta uma auto-aceitação e esta não se dá sem uma proporcional abertura ao am-
Liente e consequente compreensão do mesmo pelo indivíduo. Portanto, a pessoa madura, sendo aberta para escutar sua
experiência,
quer
se
origine
do
interior,
quer
do
exterior,
ad-
quirirá uma compreensão realista pessoal e ambiental (8). A melhor compreensão global comporta uma modificação interior e comportamental.
ce;
cresce
nomia
4 4.
5,
porque
A
pessoa
amplia
e independência,
se
sua
aberta
visão
cresce
e conquista
enricuece
porque
e se
enrique-
maior
“leva
em
auto-
conta
ROGERS, G. R. — Psicoterapia e Relazionl Umane, Boringh. Milano, 1970,
pg. 130. Ctr. ROGERS,
pg.
247.
Ctr. ROGERS, pg. 368.
ç
1970,
7. 8.
Cfr. Cfr.
C.
C.
R.
—
R.
Le
—
Développement
Psicoterapia
di
de
la
Personne,
Consultazione,
Dunod,
Astrol.
Paris,
Roma,
1970,
1971,
Cir. ROGERS, GC. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cllente, Martinelll, Firenze, pg. 285. pg. 19. Idem, op. cit. nº 6,
po.
332.
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15 (9), adaptando” te en bi am do s te mi as possibilidades e O s li ério conforme seu crit e, qu es rior exte es idad real se àquelas sua originalidade. r ea ad nc dese para ias ssár interior, são nece ão do indivíduo em evoluç rior inte do mun o que o mod e dest É participação. em qualquer propassa a ter sua parte exata de juntamente
dução,
em
esta a situação
com
que
(10). Creio
externo
a do ambiente
O amadurecimento
se concretiza
ser
da
a realidade se coadunam pessoa e em que a originalidade e
para
que
dê
se
pelo
fornecidos
pontos,
nestes
Baseado
obra.
duma
O aparecimento
Rogers,
próprio
tais de sua infância e deduzo que as circunstâncias ambien o que iria seguir na juventude já o orientaram para O caminh
teoria (11). prática, investigação e elaboração de sua
tação do conPenso ser de grande utilidade, na interpre que o cirteúdo de sua obra, partir da análise do ambiente história de cundou, da base cultural que O influenciou e da amento. sua vida que propiciou o aparecimento de seu pens Tentarei, por fim, em sua obra, colher a evolução de seu pensamento e a ressonância que este encontrou entre as mais diversas nações, além da sua.
Interessa-me,
descrever uma
inicialmente,
não
teóricas,
embora
biografia
completa, mas sim, chamar a atenção a elementos que influenciaram o seu pensamento. A interpretação que farei, em que tento estabelecer a relação entre muitos fatos e pensadores
concepções
e suas
possam
falhar
em
pre-
Milano,
1970,
cisão, será um passo não concretizado por Carl Rogers, visto que ele não pretendeu ser juiz em causa própria. Rogers apenas “elenca os fatos e conhecimentos que parecem ter exercido influência sobre sua evolução pessoal e sua obra mas
9. 10.
KINGET, Crr. 1970,
11.
Crr.
G.
M.
—
ROGERS , Cc . 332.332, pgs. ROGERS,
C.
R.
Psicoterapia R .
—
m—
Op.
La
cit.
e
Relazlonl laz) I
T era Pp la
nº 9,
Pg
Cen
U mane,
trata
e
Boringhieri,
Sul-Cllente,
Martinelli,
Firenze,
130
Scanned with CamScanner
16 se
abstém
de
Carl
Ransom
mente ceitos
estabelecer
uma influência, teóricos” (12).
se
uma
Rogers
estes
fatos
furção,
nasceu
na
exerceram
gênese
a 8 de
de
ianeiro
efetiva-
seus
de
con-
1902,
em
Chicago. A família, apesar de numerosa, ofereceu-lhe um clima de união e felicidade, mas também de rigidez no trabalho
e austeridade no
confiar por
princípios da fé (13 e 12). Carl
que
falta de
de
a falta
família,
da
seio
nos
fosse
filho
contatos
adotivo
sociais
afeto,
(13).
mais
de mais afeto, foi compensada ao estudo (14).
chegando
Desde
a des-
mesmo
logo,
a solidão,
acentuada
dedicação
amplos
por uma
ressentiu,
e, talvez,
por falta
Quando, aos 12 anos de idade, a família transferiu-se para o campo, dois interesses se manifestaram em Carl: a observação da natureza animal, o “que o fez tornar-se um pouco biólogo” (15), e o “interesse velos métodos experimentais da agricultura” (12). O estudo da física e biologia e mesmo da história, no primeiro ano de universidade reforçará seu gosto pelo espírito científico e consequente método experimental
(12).
reira
O
método
lógico
começam
positivo
a delinear-se
que
usará
desde
então.
e sua
própria
car-
Na Universidade de Wisconsin, em 1919, encontrando um novo clima, “não-diretivo”, engaja-se num trabalho em equipe e começa a manifestar uma certa liderança, animando um
grupo
de
rapazes
Por
esta
a sua viagem
mas
pastor
tornar-se
(16).
época,
pensava
em
à China,
ainda
em
1922, onde
foi participar de um congresso mundial de estudantes cristãos, DO
18
13.
14 15.
16.
*
C.
ROGERS,
cfr.
MARQUET,
1972, pg. 17. ctr. ROGERS,
R.
P.
—
C.
1970, pipe Sê, Op p. — MARQUET, P.E cit.
nº
13,
pg.
B.
Psicoterapia Carl
—
—
R. Op.
e
Rogers
Relazioni, o
La
Terapia
cit. nº
13,
pp.
La
Boring.
Libertã
Milano,
della
Centrata-Sul-Cliente, 19
pp.
130-131.
Martinelli,
Firenze,
1970,
Persona,
Astrol.,
Roma,
e 22,
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17 mais libera! quanto à relevou-o a uma reflexão, tornando-se com Helen Eliott con ligião e à política. Em 1924, casou-se que O conduziram trariando o desejo dos pais. São dois dados o segundo,
da família;
a emancipar-se
por contrariar
o gosto
pode-se
crer em
porque o levados pais, e as convicções adquiridas na China,
ram a julgar que “sendo sincero e honesto paterna
crença
num
inscreveu
se
onde
casamento
seu
passou
isso
Creio,
ainda o dominava.
que
estes foram momentos decisivos dependência intelectual (18). Após
com
(17);
diferentes”
religiosas
doutrinas
libertou-se
igualmente,
a sua autonomia
para
Nova
em
a residir
que
e In-
lorque,
e reli-
filosóficos
Instituto de estudos
da
giosos (18) que sustentava “a liberdade de pensamento e respeitava todo esforço de reflexão sincera também se isto afastasse Oo indivíduo da fé” (19). Rogers, nesta nova situação,
em que aprendeu a discutir os problemas religiosos e filosóficos que O interessavam, sentiu a necessidade de buscar uma profissão em que a “liberdade de pensamento não fosse limitada” (20); ora, isto só lhe seria possível se trabalhasse
campo
num
que não
em
lhe fosse imposto
crer numa
doutri-
a todas
autori-
na religiosa determinada. O fascínio pelo sistema de trabalho do Instituto, além de reforçar convicções adquiridas na China,
predispuseram-no
à emancipação
Simultaneamente
políticas e religiosas.
filosóficas,
dades
total frente
des-
cobriu, no mesmo Instituto, “o valor de uma pedagogia nova, de uma aprendizagem não-diretiva, baseada sobre a discusgrupo, sobre
são em
a liberdade
na escolha
trada sobre os interesses do estudante” seu
método
não-diretivo
experiências.
deve
17.
Ro
C.
R.
—
La
Terapia
18.
ip
Er E
—
Carl
Rogers
C.
—
Psicoterapia
19. 20. Rogers
a
Ro
Op.
cit.
nº
R. 17,
pg.
ter suas
(16). Parece-me
raízes
Centrata-Sul-Cliente, o
e
La
Libertã
Relazionl
temas,
dos
della
Umane,
remotas
Martinelli, Persona,
que
nestas
Firenze,
Astrolabio,
Boringhieri,
cen-
Milano,
1970, Roma,
1970,
25.
2
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18
Creio que numa síntese me é lícito afirmar: na Proporas
em que Rogers cresceu em idade e em experiências Gio quistou maior
independência,
libertando-se
dum
toma
que as normas de pensamento s de vida lhe eram impostas a. exterior
” (21). Afastando-se do seu primeiro ambiente per eo tiu desabrochar sua originalidade e começou a construir E
vida conforme
que
propicia
a liberdade
descoberta,
o crescimento
buscando
interior da pessoa
(22).
Já no segundo ano do seminário começou cursos de psicologia e psiquiatria no “Teachers
universidade
de
Columbia
e,
ali,
entrou
em
o ERR
E
a frequentar College” da
contato
com
as
idéias do pedagogo John Dewey. Creio que Rogers tenha assumido alguns pontos chaves do pensamento deste autor. Ele percebeu que Dewey põe a ciência a serviço da pessoa, usan-
do aquela para promover esta (23) e não para manipulá-la (23); deste modo de encarar resulta a consideração positiva incon-
dicionada que é por Dewey intitulada: “apreciação” oferecida à pessoa (24). O método experimental que Rogers já havia aplicado na agricultura, e posteriormente vira confirmado no estudo da física e da biologia, ficou consolidado por influência de Dewey (25). Este método lógico-positivo assumido por
Rogers
foi,
mais
tarde,
introduzido
na
investigação
terapêu-
tica (26). Na elaboração de sua teoria procurou sempre partir da observação, da experiência (25), formulando hipóteses teóricas provisórias. submetendo-as à verificação, e, com novos dados colhidos na experiência, sujeitou-as a novas modificações
(27); Rogers,
21.
MARQUET, pg. 1972,
22.
Ctr.
8.
cfr. pgs.
id
Ctr. ROGERS, 1970, pg. 160.
25. 26. 27.
idem,
P. 22.
pgs.
em
B. —
verdade,
Carl
Rogers
fez da ciência um
Libertã
o La
della
sistema sem-
Persona,
Astrol.,
Roma,
22-23.
, Paris, 1970, GC. R. — Le Développement de la Personne, Dunod ROGER 273 eS, 166. C.
R.
cfr. KINGET, G. M. — Cfr. Idem, pg. 89. tr. op. cit. nº 24, p9-
Psicoterapia
—
nº
OP.
cit.
174
e 208.
24,
Relazionl
e pg.
Umane,
Boringhierl,
Milano,
18.
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19 o dogmatismo (28). pre aberto e provisório, contra riando tod Rogers aprendeu a Creio ser possível afirmar que d e Dewey (21), deixando-se guiar confiar mais nos fatos que nas idéias os. Ele concorda ainmais pela experiência que pelos princípi ta lenta e progressiva da com o pedagogo quanto à descober e de conhecê-la toda verdade, não confiando na possibilidad
talmente
de
na possibilidade
(28), ou
descobrir
a verdade
ab-
e soluta (30). A observação ou a experiência empírica é a font
entar as deduções básica do conhecimento e só ela pode sust Rogers um instrulógicas (28). Em síntese: Dewey ofereceu a odo lógicomento valioso para a conquista da verdade: O mét
psicoterapia. Apositivo; método que introduziu no estudo da idade da pessoa lém disso, incutiu-lhe o respeito pela dign
dois elementos
humana;
que
abandonará mais.
não
WilNa mesma universidade dedicou-se à educação com th, iniliam Kilpatrick e, sob a orientação de Leta Hollingwor este e, ciou seu trabalho na psicologia clínica. Atraído por
talvez pelo acolhimento de sua orientadora, deslocou sua atividade para o campo da “Guidance” infantil, pensando seriamente em trabalhar como psicólogo (31). “Institute
no
lugar
um
concederam-lhe
1926
Em
for Child
Guidance”, mas esta clínica psicopedagógica de Nova lorque era animada “por psiquiatras de inspiração freudiana” (32). O contato de Rogers com esta nova orientação deu origem a um conflito que O acompanhará durante a vida. Ei-lo:
“O espírito altamente especulativo do Institute Child Guidance, de vista
e o ponto
tivo, experimental 28.
Cfr. 1970,
29.
ROGERS, pp.
científico
rigorosamente
e estatístico da universidade
C.
R.
—
Psicoterapia
e
Relazioni
Umane,
obje-
de Columbia,
Boringhieri.,
Milano
137-139.
30.
Cfr. MARQUET, P. B. — Carl Rogers o La 1972, pg. 14. , Cfr. O; ROGERS, , CGCC. R. R. — Le Développement Dio
31.
Cfr. ROGERS, vai
32.
Op.
cit. nº
e friamente
29,
C.
pg.
R.
—
La
Terapipia
Libertã de
la
della
Persona,
P ersonn e,
o Centrata-Sul-Cliente,
Dunod,
i Martinelli,
Astrol.,
Roma
Paris,
1970,
: Firenze,
1970,
24.
Scanned with CamScanner
20 por influência do pensamento
de Dewey,
geraram em seu in-
terior como que dois mundos completamente diversos” (33 e 34).
Rogers
constatou
então
a cisão
existente
entre
a teoria
e a prática. Este contraste, colhido no ambiente que o circunem
vivenciado
dou, será intensamente
seu
interior.
É o con-
flito que se evidencia como a oposição entre a ciência e a pessoa, a objetividade e a subjetividade (35), entre o positivismo
fenomenológico.
e o existencialismo
lógico
Creio que este antagonismo, inicialmente insolúvel, que o atormentou mas que sempre procurou harmonizar (35), motivou-o a introduzir a investigação na psicoterapia para proteger-se contra a acusação de diletantismo no trabalho terapêu-
tico (36). Evita assim a redução a meros critérios subjetivos.
do trabalho
psicoterapêutico
Em 1928, transferiu-se a Rochester, ao norte do estado de Nova lorque, onde fixou residência por 12 anos. Iniciou ali seu trabalho como psicólogo no “Child Study Depariment” da sociedade para a proteção da infância. Por 8 anos dedicou-se
à prática psicológica, inclusive a colóquios terapêuticos (37). Neste ambiente, isolado de todo contato profissional e universitário mas em constante contato com a experiência, Rogers começou a pôr as bases de sua linha de pensamento referente à psicoterapia e seu método. Decidiu-se por afastar-se sempre
mais do método interpretativo feito pelo psicoterapeuta e passou a confiar na auto-análise realizada pelo cliente, dando ao
próprio cliente o direito de escolher a direção em que pre-
tende mover-se erros
nos
(38). Esta posição está a indicar que existem
ensinamentos
dados
de
modo
autoritário.
Por
isso
cd
33. 34.
85. 26.
É
98,
ROGERS, ROGERS,
—
Psicoterapla
C. R. GC. R. —
Pla e Relazioni Umane, Boringh. Milano, 1970 132 La Terapia Centrata-Sul-Cliente, Martinelli, Firenze, 1970 “Po. 26.
ctr. ROGERS, 255 G. . R. — Le Développement de Ia Personne, Dunod, Paris, 153-166 e
pp.
cfr.
KINGET,
G.
op.
—
cit.
B — Carl cit. nº 34, pp. 27-29.
P9RQ2,UET, cir.a, MA197 Rom
cfr.
M.
op.
25. P.
nº
33,
Rogers
Si
o
Lg
Libertã
della
Persona
1970,
Astrol.,
Scanned with CamScanner
21
começou evita toda coerção na relação clínica (39). Foi aí que
aberto para colher novos
a sedimentar o novo sistema sempre
dados provindos da experiência e readaptar Os princípios que
o guiam. Em poucas palavras: foi em Rochester que à originalidade de Rogers tomou corpo.
Além desta situação genérica do contexto ambiental que o envolveu, creio ser indispensável focalizar como o seu bre-
ve
Ranck,
Otto
com
pessoal
contato
um
psicanalista,
mar-
cou-o profundamente. Suas concepções irradiaram uma grande influência sobre Rogers (4). Ele próprio deixou entrever Rochester,
delas veio ao encontro da experiência em
que uma
onde verificou que “é preferível iniciar o tratamento dum cliente sem fazê-lo preceder por uma diagnose” (41). Foi igualmente Ranck que lhe forneceu idéias teóricas para confirmar sua prática terapêutica, reforçando e estabilizando, assim, suas
concepções
(40).
A experiência de Rogers, iluminada pelas idéiase pelo
todo lógico-positivo de Dewey,
o apoio oferecido pelas concep-
ções teóricas de Ranck, reforçada por seu grau de
autonomia,
seus mais
contribuiram
mé-
eficazmente
para que
maturidade e
ele esboçasse
conceitos sobre a psicoterapia, conceitos que o afastaram do pensamento até então em voga.
sempre A inde-
pendência e a originalidade de seu pensamento começaram a revelar-se nos debates da universidade de Ohio onde fora nomeado professor em 1940 em virtude de sua obra escrita
em 1939: “The Clinical Treatment of the Problem Child” (O Tra-
tamento
da
Clínico
Difícil).
Criança
Esta
obra
representa
“o
fruto da experiência acumulada durante os anos de Rochester” (40). Foi a primeira tentativa, em sua pesquisa, de encontrar a ordem na massa dos interventos que os psicólogos 39. 40. 41.
Cir. pg.
ROGERS,
C.
28.
ROGERS, 133.
KINGET,
C. G.
R.
—
La
Terapia
R.
—
Pslcoterapla
M.
—
op.
cit.
nº
e 40,
Centrata-Sul-Cilente, Relazioni pg.
Umane,
Martinelli,
Boringh,
Firenze,
Milano,
1970
1970
1
pg
444,
Scanned with CamScanner
22 clínicos
cípios
da
realizam
com
as crianças.
psicoterapia
A sua nomeação
(42).
Esboçou
(Nota
os
1).
primeiros
para Ohio veio enriquecer
prin-
a experiência
pedagógica que iniciara no “Teachers College” de Columbia em
1935. Ao tomar consciência que seu ponto de ciava das concepções correntes, deu início à temática de seus princípios em 1940 (43) e num opúsculo à universidade de Minesota (44).
só
recebeu
intitulada
seu
arremate
“Counseling
Consulta).
and
O elemento
quando,
em
1942,
Psychotherapy”
de destaque
deste
vista se distanformulação sisos apresentou Este opúsculo
publicou
a obra
(Psicoterapia
volume
de
é a não-
direção por parte do terapeuta, visto que conforme Rogers, o terapeuta visa promover a pessoa do cliente, sua autonomia, e não apenas resolver um problema concreto que o aflige. na
Após os anos de Ohio, onde aderiu à Sociedade Americade Psicologia Aplicada, Car! Rogers, a convite, passou a
ensinar
na
universidade
de
Chicago,
em
1944
(45).
Ali,
seu
trabalho psicoterápico não foi interrompido. Antes, ele o ampliou. Porém, “os dez anos de Chicago caractsrizaram-se pela atuação de programas de investigação, bastan'e vastos” (46).
O trabalho começou a ser realizado não apenas por Rogers , mas por uma equipe. A diversidade dos membros que colaboravam, membros da administração, do clero, professores e estudantes, provenientes dos mais diversos campos (47), deu chances à aplicação dos princípios rogerianos, colhid os na 42.
Cir.
pg.
ROGERS,
Nota 1. Antes
de
canas
e
43.
Cfr.
B. —
R.
1939,
Personality
P.
C.
28.
sua
tese
Rogers
Ajustment
Carl
— de
MARQUE
P.
Terapia
Já
havia
o La
B.
—
Carl
44.
Ctr.
op.
cit.
nº
42,
pg.
31.
45.
Cfr.
op.
cit.
nº
43,
pg.
27.
46. 47.
ROGEAS,
pg. 134. cfr. op.
C. cit.
R. nº
— '
43,
alguns
elaborada
Libertã
Nine
della
Rogers
Psicoterapia pg.
Centrata-Sul-Cliente,
publicado
doutorado,
in Children
Rogers
T, 1972, pp. 25-27.
La
e
o
no
Persona,
Libertã
Relazioni
artigos
“Teachers
to Thirteen!
La
Martinelli,
(1931)
Astrol., della
Umane,
em
Firenze,
revistas
College":
—
Roma,
Cfr.
1970,
ameri-
Measuring
MARQUET,
1972, pg. 26.
Persona,
Astrol.,
Roma,
Boringh.,
Milano, !
1970 b
28.
Scanned with CamScanner
23
“o da pe-
experiência terapêutica, nos mais diversos campos:
(48).
dagogia, sociologia, psicologia industrial e administração”
que
assim
tanto
muito,
escreveu
pessoalmente,
Rogers,
em 1951 veio à luz uma obra bastante completa que resume ceus escritos: “Client-Centered Therapy” (Terapia Centrada sobre o Cliente) (49), além de artigos publicados em revistas
cue fariam parte de outro livro. Na Terapia Centrada sobre O estabeleceu
Cliente, além de precisar vários outros conceitos,
por título “A Terapia Centrada sobre o Cliente” para precisar
melhor seu método não-diretivo. obras
Durante
este
período
de Kierkegaard
universidade
da
dantes
Rogers
e Martin
por sugestão
Buber,
com
as
estu-
de
Kierkegaard
Embora
(50).
de Chicago
contato
em
entrou
não haja determinado seu pensamento e suas convicções pessoais, Rogers encontrou uma perfeita sintonia entre o pensamento deste autor e as suas concepções pessoais adquiridas
na experiência (51), e isto, tanto no campo do ensino (51) como no da aprendizagem autêntica e vital (51). Kierkegaard encorajou-o “a ter confiança em sua própria experiência e a ex-
pressá-la” (52). A linguagem é outro fator de Kierkegaard
que
paz
este
atingiu
Rogers.
mesmo
autor que lhe ensinou
de
dar
Foi a leitura de
forma
às
próprias
Kierkegaard
idéias
que
latentes
o tornou
(51).
a enunciar convicções
Foi
ca-
profun-
das, fornecendo-lhe uma terminologia adequada para expressar realidades vitais, subjetivas, dinâmicas, como, por exem-
plo, a seguinte expressão de Kierkegaard: a pessoa que tende
à maturidade
busca
“ser
aquilo
que
verdadeiramente
é”
(53).
Em síntese, as intuições existenciais de Kierkegaard não so concordaram com as convicções pessoais de Rogers, oriun-
Ce
o
50. 51.
5 3.
ra
R. —
er.
Peslcoterapla e Relazionl
ET, P. B. — Carl Rogers gers
Cfr.
ROGERS,
C.
Cfr.
Idem,
197,
po. 153.
pp.
R. — 153,
Op. cit. nº 49, pg. 87. oROGERS de, 1 C. e RBR — La
Le
Dével
198,
158.
o La
Umane,
Libertã
Boringh.,
della
Milano,
; na, Person
1970
Astrol.e ,
po.
134
Roma,
oPpement de la Personne, Dunod, Paris, 1970,
Terapl p a Centrata-Sul-Cllente,
Martinelli,
Firenze,
1970
Scanned with CamScanner
24 das de sua experiência, mas possibilitaram-lhe dar uma tor. em salvaguardar a digni.
de Kierkegaard
ma. A preocupação
dade da pessoa contra o perigo da manipulação, feita pela
ciência e a consequente redução da pessoa à um objeto (54)
não só concorda com
Dewey mas consolida uma autêntica
convicção rogeriana. Enfim, O apoio e a influência de Kierke. gaard fizeram-no enveredar pela via da subjetividade existencial sem, entretanto, abandonar a via da objetividade (55).
das obras de Kierkegaard e
conhecimenta
que tomou
Desde
Martin Buber, o conflito entre o positivismo lógico e o pensamento existencial, entre a ciência e a pessoa, agravou-se (55). A ciência, de um lado, “nada tem a dizer sobre a experiência
pessoal interior” (54). Entretanto, pode ser usada como instrupara enfraquecer e mesmo
mento
sua dignidade. A pessoa que
sente,
intui,
pensa,
(54)). De
interior, subjetiva e pessoal
lado, existe a realidade
outro
destruir a pessoa
não é um
escolhe,
autômato
crê,
ama,
age
com
mas é alguém e
não
é re-
dutível a um mero objeto. Kierkegaard reforçou a convicção rogeriana acerca do valor único da pessoa e ressaltou sua eminência sobre a ciência. Aléin disso, convenceu-o sobre os perigos da robotização e da inversão de valores que se propaga na sociedade contemporânea (54). Talvez aqui esteja uma pista para solucionar o conflito. análogo
modo
De
a Kierkegaard,
o pensamento
de Buber
veio ao encontro da experiência de Rogers, precisando suas convicções, confirmando suas opiniões, ampliando suas concepções, influenciando-o com seu existencialismo (55) e de sua linguagem
especial, com
modo
ofereceu
importantes
elementos
para
(56). Creio que Buber lhe a relação
intersubjetiva,
pessoal e existencial (57). Foi nele que Rogers encontrou o sentido de “confirmar o outro como pessoa, isto é, aceitá-lo S
D
54 ,
E
RS, G.a R. —a Le Développement de la Personne, Dunod, Paris, 1970, cir. 16RO5-GE 166.
pg.
.
Idem,
ROGERS,
ctr.
op.
PP-
e
A
0, pg. 84. pia. Centrata-Sul-Cliente, Martinelli, Firenze, 197 c. R. — 54,La pg.Tera156 cit. nº
Scanned with CamScanner
25
como processo de devir" (56), que vive e cresce com uma
capacidade
criativa.
Parece-me que Kierkegaard o influenciou, exaltando a rida
queza
individualidade
o
Buber
enquanto
irrepetível,
influ-
enciou, colocando em evidência a polaridade, a necessidade da relação, a exigência intrínseca da sociabilidade para a realização e a plenificação da pessoa (58). O contato com estes filósofos prepararam-no para enveredar pela linha existencialista (59). Rogers, após 12 anos de Chicago, período em que elaborou também alguns artigos, transferiu-se para à universidade de Wisconsin, onde alternou seu trabalho entre O magistério
e a assistência terapêutica. Em 1961 publicou a nova obra “On Becoming a Person” (O Desenvolvimento da Pessoa). Esta obra contém o conjunto de seus artigos de 1952 à 1961.
Antes de publicá-la fez uma pequena tulo, apresentando-a como um todo.
Em
1963
passou
a dedicar-se
japonês,
australiano
introdução
a cada
capí-
à psiquia-
exclusivamente
trabalho tria. Com isso sua experiência clínica estendeu-se ao em contato com os esquizofrênicos (60). Nessa época entrou com
com
povo
o
as novas culturas confirmou
e europeu
contato
O
(60).
ainda mais O valor de suas
lhanidéias, visto que constatou, nessa ocasião, que as seme diças existentes entre OS indivíduos que vivem em culturas versas são grandes (60). O progresso obtido em suas inves-
tigações, os pedidos de psicólogos europeus levaram-no a sistematizar melhor sua teoria, aprofundando-a, precisando-a.
e ampliando-a, e, em colaboração
uma
Kinget publicou
com
nova obra em 1965-1966. Esta obra intitula-se “Psychothérapie et
58.
59. 60.
Relations Cfr.
BUBER,
Humaines” Martin
—
Yo
(Psicoterapia
y Tu,
Nueva
Vision,
e
humanas),
relações
Buenos
Aires,
1969
pp. 78-98 É Persona,1971, Astro della Paris, ROGERS, GC.P. R.B. —— Psychologle Cfr. MARQUET, o La Libertã EPI, Carl Rogers Existentiello, Cfr. Roma, Astrol., »
1972, pp. 32-28.
ROGERS, C. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane, Boringh. Cfr. 130-131. 61. — pp.
1
Milano, 1970 '
;
Scanned with CamScanner
20
aliás, é sua obra fundamental. Participou, além disso, da “America Psychological Associatian” e pr ecisou melhor seu con-
ceito de pessoa num capítulo da obra publicada em colabora(Psicoloção com outros, em 1965: «Existencial Psycholcgy” t gia Existencial) (62). Creio. que neste capi ulo revelou aceitar esentados por Rollo os fundamentos do conceito de pessoa apr suas
melhor,
ou
(63),
May
fenomenológicas.
pressuposições
hipótese, básica é fudamental-
De Maslow parece-me que assumiu uma humana a sua teoria: a natureza para
à conservação e enriquecimento do organismo efetiva-se caso sejam satisfeitas certas outras tendências fundamentais do mesmo (65). O caminho para satisfazê-las, de acordo com o mesmo
Maslow,
é a autocompreensão
clientes,
como
à tendência
Maslow,
(64). Conforme
positiva
mente
(65).
Claro
que
caso
de
não
Rogers
a-
colheu tais opiniões, sem antes submetê-las ao crivo da experiência terapêutica e encontrar confirmação dos próprios
Oak (66 e 67).
o
demonstra
c
bem
Mrs.
ou
Bryan
O gestaltismo prestou uma grande colaboração à teoria de Rogers. Creio mesmo que toda ela está impregnada duma visão gestaltista. Haja visto o fato que “Rogers rejeita todos os
personalidade”
da
pluralistas
ou
dualistas
sistemas
racional e afetivo. Concebe
toda cisão entre o campo
(68),
o indi-
víduo como uma totalidade psicofísica, uma globalidade de aspectos “fisiológicos, instintivos; intuitivos e conscientes”
(68)
gesitalt. A tendência
uma
“organismo”,
um
à atualização
ne
62. 63. 64.
65. 66 67.
68. 69.
Cfr. Cfr.
ctr. ROGERS, g . T4.
cfr.
1970,
ROGERS, PP.
293
cfr.
ROGERS,
ca
a
Cfr. cfr.
pg.
op.
CG. R. 174.
e
€. p. — 64,
nº
cit.
20.
pó —
é '
PP.
EPI,
Psychologie Existentielle,
C. R. — 94 e 78. Cc. R. —
ROGERS, idem, PP.
Le —
Développement La
Terapia
de
Personne,
la
Centrata-Sul-Cliente, ER Abra
nsu Pslcoterapia di Co 80,
R
84.
Psicoterapia
Paris,
e Relazioni
Umane,
1971,
Dunod,
pg.
Paris,
Martinelli,
91
1970 Firenze
, Roma, 1971, pq. 305
Boringh.,
Milano,
1970
+
144.
Scanned with CamScanner
27 manifesta-se
através
do
organismo
em
sua
totalidade,
e en-
volve 0 todo que tende a fazer do organismo uma unidade em (69). Por isso, o processo
crescimento
do
de amadurecimento
indivíduo, é uma constante integração de novos elementos que
nova
nova, numa
lhe possibilitam “ver os fatos numa relação configuração, numa nova gestalt” (70).
Sendo o organismo um todo integrado e dinâmico e fun-
cionando
plenamente,
um
aflorar de sua criatividade
só pode
todo, uma gestalt. “O processo criativo dentro do sujeito dea imagem
como
globalmente
senvolve-se
confusa que aflora
pouco a pouco quando se forma uma fotografia; não começa de um lado e completa no outro. Tudo acontece junto” (71). visa “diminuir o nível da angústia...
rogeriana
A terapia
e a angústia não é uma emoção específica, é um estado gereralizado que penetra o organismo todo, nos seus aspectos fisiológicos e experimentais” (72). A terapia, portanto, atinge
o organismo “todo, nos seus aspectos afetivos e cognitivos, oferecendo um clima de segurança que envolve a experiência total da pessoa que solicita assistência” (72). O clima de seourança, abrangendo a experiência total do cliente e baixanangústia,
da
o nível
do
possibilita
ao
a to-
“abrir-se
indivíduo
das as suas experiências, sentimentos, pensamentos e reações” (73); em outros termos: seu organismo todo, e não apenas sua consciência, torna-se disponível, completamente aberto à experiência que com isso consegue perceber a gestalt total da situação complexa que o envolve. Essa terapia
pretende sanar o todo, fazer com que o todo funcione plenamente,
internamente,
quer
portamento
(73).
quer
externamente
ou
em
seu
com-
Rogers vê na linguagem do cliente um todo que comunica
tanto seu E É
pensamento
ssa
DEI
»
como
seu
sentimento,
pois,
“o cliente
CG. R. — Psicoterapia di Consultazione, Astrolabio, Roma, CG R. — La Terapia Centrata-Sul-Cliente Martinel li, ,
72.
KINGET, ea
G.
78.
ROGERS,
C. R. —
M.
—
Psicoterapia
e
Rel azioni
Umane,
i ., Boringh
1971,
pg.
205.
1970,
pp.
Firenze, " 1970,
Milano,
op. cit. nº 72, pp. 246, 244-245
Scanned with CamScanner
28
mesmo falando de outro, fala de si próprio” (74), e a terapia polos,di o realiza também, por que busca integrar ambos OS isso,
Pará
gestalticas.
e técnicas
atitudes
saber captar “o sentimento vivido ae
manifestamente expresso
“tun
da figura, ora um elemento do
ça
Precisa
E não
in
do qustá
a
”
«
O terapeuta
cado
(74). Quando o terapeuta reflete O sentimento do cliente, ilu-
minando
terlocutor,
oferece-lhe
de
a possibilidade
in-
de seu
da comunicação
panorâmico”
o “fundo
que
estes
configuração
fluída
perceber
elementos podem ser integrados ou reintegrados à figura (75). A “figura”, isto é, a imagem que o cliente se faz do seu próestrutura,
prio eu, “é uma
gestalt ou
uma
que se modifica com elasticidade... quando novas experiências são assimiladas” (76). “A figura, pois, sempre tende a ampliar-se, diferenciar-se e corrigir-se” (77) e, neste processo, reintegrando-se,
O organismo
torna-se
se enriquece (78). -
Em
resumo:
Rogers
concebendo
o
que
todo
um
indivíduo
cresce
como
e
uma
“totalidade psicofísica”, impregnada duma tendência à atualização que é única mas que dinamiza todas as potencialidades, concebe-o como uma estrutura ou gestalt essencialmente
móvel. Esta estrutura ao manifestar-se ou expressar-se sempre
se
comunica
como
um
todo
integrado
ou
por
integrar.
processo de integração ou reintegração, a terapia sempre
No
pro-
cura atingir a globalidade, sanar o todo, a Pessoa, quer por atitudes integradas que são comunicadas pela personalidade
do terapeuta, quer por técnicas reflexivas gestalticas que possibilitam a pessoa a perceber a situação em sua globalidade e reagir como um todo organísmico, capaz duma Criação ui
globo, unificada.
74. 75.
76.
77.
78.
KINGET,
G.
M.
pp. 315, 320.
Cfr.
idem,
Op.
cit
ROGERS,
nº
C.
—
Psicoterapia
pp.
305-315.
74,
pg.
R. —
Cfr. Idem, pg. 414.
op.
311.
e
Relazionl
cit. nº 74, pg. : ut
a
Umane,
Boringh
9º»
Milano,
1970,
194. miar
Piá ,
,
Scanned with CamScanner
29 uma
te-
que esta mas modificar o todo, melhorar a pessoa, para torne capaz de resolver eficazmente seus problemas.
se
a propor
levou-o
Rogers
de
gestaltista
A visão
rapia que não se esforça em resolver os problemas da pessoa,
feita até aqui, constata-se
a exposição
Conforme
muito rica é variada
gers entrou em contato com uma gama
sua
“seguir
prefere
ele
Entretanto,
de pensamentos.
Ro-
que
própria
taram totalmente estrada. As diversas influências não o sujei te a sua a uma das autoridades. Ele próprio julga que somen
intuição o guiou” (79) e, portanto, confiou mais em sua própria experiência que em qualuuer outra autoridade (79). Ele como afastou-se das idéias do bom senso, que todos aceita m e “as formas
método
(80), e a originalidade de seu
corretas
comunicáveis e suscetíveis de ser efe-
concretas, observáveis,
tivamente integradas às situações interumanas
mais diversas”
que ele se deixou guiar mais pela experiência
(81), confirmam
própria do que pela influência dos outros.
A EVOLUÇÃO DE SEU PENSAMENTO
B)
RESSONÂNCIA
E SUA
experimentais,
descobertas
suas
luz em
projetaram
que
pensadores
novos
com
contato
do
Além
Rogers
(82)
alargou
seus horizontes, ampliando constantemente o campo da própria experiência 79. 80. 81.
82. 83.
MARQUET,
P.
B.
1972, pp. 23, 34.
—
Cfr. idem. pg. 10. KINGET, G. M. — Do 45.
Cfr.
ROGERS,
C.
Cfr.
ROGERS,
C.
pp. 195, 198-199.
Carl
Rogers
o
Psicoterapla
e
R. — R. —
Le op.
La
Libertã
Relazlonil
Développement cit.
nº
81,
pg.
de
della
Persona,
Umane, s
la
e
crescimento
Seu
(83).
tirocínio
longo
um
por
Astrolabio,
Borinoh gh.
Personne,
Dunod,
Milano,
Paris
Roma
'
1970,
1970
234,
Scanned with CamScanner
30 : é : ão acompanhados por um prosão psicológicos amadurecimento k ! ah é a E ua teoriaÀ e de seu pensamento | porcional aperfeiçoamento de *
e” “Seu sistema não cessa de modificar-se e precisar-s e amplia, abrange novos doseu u p pensamento se corri geaberto ix mínios e se apresenta sempre aberto, incomcm pleto e em revisão (82). 8 (84), emi
(85); por isso, sua obra é inacabada e sujeita a um constante
aperfeiçoamento.
prática terapêutica, sem
preocupações
à
exclusivamente
orientado
é
carreira
sua
de
início
O
Por isto,
teóricas (86).
procurou aplicar metodicamente a diagnose psicológica (87), fielmente
seguindo
A experiência
terapêutica
orientação
a
foi
1929,
isto é, até
inicial,
voga.
em
então
campo
ao
restrita
da criança problemática; a experiência prática em Rochester, porém acrescida pela de Ohio, levaram-no a afastar-se, gra-
dativamente, do uso da diagnose e da interpretação (88). Per-
cebeu que
“que
é o cliente
direção
que
mover-se,
deve
sabe
aquilo
quais
são
que
o atinge
problemas
seus
e em
cru-
ciais e as experiências que estão mais profundamente arraigadas” (88). Concluiu daqui que é melhor confiar no cliente do que em seus conhecimentos, visto que a mera instrução
intelectual
ciona
quando
não
realiza
aprendizagem
não
desnecessária
bora em
agrava
a modificação
autêntica
mas
do
cliente,
apenas
o seu funcionamento
como
preliminar
meio
não
superficial
propor-
(88)
(89). A diagnose
à psicoterapia
1942 admitisse ainda a necessidade
(90)
duma
é
em-
avaliação
inicial das capacidades e disposições do sujeito, bem como do ambiente em que vivia, para verificar a possibilidade do uso da terapia (90). Deve-se considerar que naquela época, B4.
85.
ROGERS,
Cfr.
C.
ROGERS,
pp.
Cfr.
195-201.
85.
87.
Cfr.
KINGET,
88.
89.
90.
Cfr. 1970, Cfr. Cfr.
R. —
Psicoterapia
R.
C.
—
nº
84,
pg.
ROGERS, pp. 27-29,
C. 29.
R.
M.
—
op.
cit.
KINGE ROGE T,
RS,
pp. 79 e 61-62.
G.
G.
C.
M. —
R.
—
Le
120.
e
Relazioni
Développement
op.
cit,
nº 84,
—
La
Terapia
op.
cit.
nº
84,
Psicoterapia
pg.
Umane,
de
la
Roringh.,
Personne,
di
Dunod
1970
Parte
207,
is, 1970,
,
446.
Centrata-Sul-Cliente, pp.
Milano
Martinelli
447-449.
Consultazione,
Astrolabio
R
,
Fir
oma,
enze,
1971,
Scanned with CamScanner
31
ele só julgava possível a terapia a quem estivesse emotivamente
e
fisicamente
livre
do
controle
familiar
possuisse
ou
idade adequada para adaptar-se, além de gozar um determinado grau de estabilidade psíquica. A terapia não era e não
é, porém,
aplicável a quem
for considerado
psicótico, deficien-
te constitucional ou tenha sofrido danos no cérebro (91). Pode-se notar que já em 1942 ele esboçou alguns tópicos referentes à teoria da psicoterapia e à mudança da personalidade (92). Ressaltou, em sua teoria inicial, que “as qualidades essenciais do terapeuta residem principalmente no campo das atitudes, das emoções e do. “insight”, antes que dos dotes intelectuais” (93). Desde logo Rogers deu precedência às atitudes do terapeuta, à sua personalidade, e não ao uso das técnicas por ele empregadas, não deixou, contudo, de elencar
ainda, uma série de conhecimentos psicológicos e técnicos, indispensáveis à preparação do consultor terapeuta (93). Na medida em que Rogers procurou acentuar mais a importância
da
personalidade
do
terapeuta
e formular
uma
teoria
da
per-
sonalidade que se apoiasse em princípios válidos à natureza humana, reduziu as exigências de preparação intelectual (94). Já em 1951 disse textualmente: “Não afirmamos que o tera-
peuta
tipo
deva
ter uma
especial:
preparação
psicológica,
profissional
psiquiátrica,
e intelectual
médica
ou
de
religiosa”
(95). Fala, porém, da necessidade de um tirocínio de experiên-
cia para constatar suas qualidades pessoais (95). Reforçou sua posição anterior afirmando que a diagnose psicológica não é absolutamente necessária para iniciar a psicoterapia. Acrescentou, porém, a ressalva: pode ser um meio para predispor o terapeuta a atitudes autênticas (95).
91. 92. 93.
94.
95.
Ctr. ROGERS, C. R. — Psicoterapia di Consultazione, aAstrolábio, Roma, 1971, pp. 73-75. ROGERS, C. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane, Boringh., Milano, 1970, pg. 139. Op. cit. nº 91, pp. 252 e 251-254.
Ctr. op. cit. nº 92, pg.
ROGERS,
63
e
63-64.
C.
R. —
176.
La Terapia
Cetrata-Sul-Cliente,
Martinelli,
Firenze,
1970,
pp.
Scanned with CamScanner
32 rapia
Através
que
da
se
terapêutica
atividade
época,
na
apresentava,
com
não-diretiva (96), Rogers chegou a esbogar,
psicote-
da
teoria
e da
metodologia
uma E
“em 1947, uma
série provisória de pro posições teóricas relativas à organizacom seus clienA ção da personalidade » (97). Foi pelo contato
tes, pela observação naturalista dos fenômenos referentes ao
eu e pela sua atitude não-diretiva que Rogers concluiu que a totalidade
uma
movimento,
de
unidade
é uma
personalidade
psicofísica, um organismo; e mais: que neste movimento, a sua tendência permanente à mudança se dá num sentido positivo, racional (98). “Se nós penetrarmos até a nossa natureza
organísmica,
bom
calmente
descobriremos
a natureza
(99). Sendo
e social”
da pessoa racional e positiva, consequentemente e organização
autoconhecimento
de
capacidade
radi-
animal
é um
o homem
que
fundamental
dotada da
própria,
de-
ve ser ela o centro de avaliação, deve estar nela o critério que a conduzem
que seleciona os elementos
ao crescimento.
Ao terapeuta compete, apenas, proporcionar um onde o cliente possa auto-analisar-se e reorganizar-se.
motivo porque, desde 1951, ele deixou de definir seu
clima Eis o
método
como não-diretivo. Este título revela, apenas, a “dimensão do comportamento exterior” (100) além de sugerir que a técnica
seja mais importante que a personalidade (100), passou a definí-lo como terapia centrada sobre o cliente. Com esta expres-
são são
ele pretendeu ressaltar que a análise e a interpretação feitas pelo próprio cliente e que o processo de reorga-
nização se radica na experiência orgânica do cliente (100). Este novo modo de enunciar seu método deixou ampla possi-
bilidade
para
96. 97.
Cfr.
ROGERS,
pg.
130.
Cfr.
ROGERS,
98.
99. 100.
ROGERS.
que
C.
C.
R.
1972,
Crr
P.
pp. 88-89.
KINGET,
R. —
—
Psicoterapia
Psicoterapia
GC.
R.
—
B.
—
Carl
pp. VIII-X. MARQUET,
a autonomia,
G.
M.
—
Le
op.
e
originalidade
di Consultazione, Relazioni
Développement o
Rogers
cit.
nº
La
97,
de
Umane, la
Libertã
pp.
e liberdade
Astrol.,
Personne,
della
Roma
Boringhierl,
Persona,
Dunod,
1971,
Milano, Paris,
Astrolábio,
do
pg.
21.
1970
1970 Roma
19-21.
Scanned with CamScanner
33
cliente possam manifestar-
não
imediata
do
interpretação
ou
direção
das por uma
e
se
(101). É a experiência
ve
nham a ser
impostas
organismo
a
pelo
no
que
ata e
a
da pessoa. Quando o cen que serve ao enriquecimento jação eXani| smo € esta avaliaçã avaliaçãão for colocado fora do org organismo, e apeterior se desarticular com a experiênci a do
acontece a desintegrasar disso for assumida pelo indivíduo, nvolvimento das ção da personalidade. Em tal caso, O dese comno
esta contradições forças negativas desencadeia e manif
portamento
(102).
teoEstas bases possibilitaram a Ro gers formular uma Esria da personalidade madura ou em plero funciona mento. concorda
não
sua teoria,
em
ta vida plena,
com
um a situação
es” estática mas com um processo, não se identifica com um tado de virtude ou felicidade mas com uma vida em expansão. A pessoa, psicologicamente livre, escolhe esta direção na qual funciona do modo mais completo possível. Isto dinamiza a vida a expandir-se (103).
A pessoa consegue aproximar-se sempre mais da maturidade quando toda iniciativa partiu dela própria. Por isso, condo terapeuta:
é da alçada
não
Rogers,
cluiu
sugerir, tranquilizar, consolar, guiar, emitir preciativo ou estimativo e, até certo ponto, terapeuta
Ao
elucidar.
qualquer juízo anem lhe compete
compreender
sim,
compete,
indagar,
explorar,
o conteúdo
expresso com o sentimento que o acompanha, procurando, através das atitudes de sua personalidade e do reflexo do
sentimento do cliente, comunicar seu acompanhamento
(104).
Compete ao terapeuta co-intuir com o cliente. Portanto, na base do trabalho terapêutico está a empatia que se opõe à
diagnose 101. 102.
Ctr.
.
pp.
Cfr.
(105).
KINGET,
20
e
G.
24.
MARQUET,
1972, pp. 88-91.
108.
Ctr. 1970,
104, 105.
Cfr. Cfr.
Rogers
3
M. P.
ROGERS, C. pp. 182-191.
op. op.
cit. cit
nº nº
101, 101,
— B.
Psicoterapla
—
R. pp. pp.
Carl —
La
e
Rogers
Relazlonl o La
Terapia
274, 277, 93-94.
297
Libertã
Umane, della
Boringh., Persona,
Centrata-Sul-Cliente, e
Milano, Astrol.
Martinelll,
1970 Roma
Firenzo
326.
Scanned with CamScanner
34
O terapeuta
não
se apresenta
como
cientista e, portanto,
deve evitar a linguagem técnica, abster-se de analisar o clien-
te, e mesmo de deduzir qualquer coisa; de não tratar o sujeito como objeto (106). O terapeuta
senta com
uma
atitude de superioridade,
mas
manipular ou não se apre-
sim de maturi-
dade, porque é exatamente esta que lhe poss ibilita entrar numa relação interpessoal, intersubjetiva (107 e 106). Ele não
se relaciona
como
autoridade-súdito
ou
qualquer
tipo de re-
lação análoga, mas coloca-se em pé de igualdade com o cli-
ente,
embora,
como
alguém
que
pode
ajudá-lo
(107 e 106).
Rogers sempre apoiou-se na prática e na experiência para deduzir ou induzir princípios teóricos e voitou constantemente à experiência para corrigir e reformular suas hipóteses.
Em outros termos, sua teoria, além de obedecer rência lógica, foi verificada e confirmada pela e por este motivo sempre caracterizou-se pela
ou
por um
positivismo
lógico
(108).
a uma coeexperiência, objetividade
Iniciou sua prática tratando crianças, mas mesmo quando a estendeu a adultos, estudantese outros (108), não cesso u
de
ampliá-la,
dedicando-se
a
indivíduos
completamente
nor-
mais e esquizofrênicos crônicos ou agudos bem como a doentes mentais, chegando à conclusão que para estes também
valem as mesmas condições terapêuticas (109-.e 107), universalizando com isso sempre mais suas hipóteses. Entret anto, com esta nova experiência, conscientizou-se que há neces si-
dade de admitir uma diferença de grau nas mesmas condições ou atitudes, não, porém, diferença de qualidade ou condição
(110). Infere-se daqui que os obstáculos da psicose crônic a,
do
baixo
nível social
e intelectual,
iii po 106.
107.
Cfr.
gr
110.
C.
R.
—
1970, pp. 98, 354 e 244. ctr.
109.
ROGERS,
pp. 155, 164-166, 274. Cfr. ROGERS, GC. R.
21
cfr.
ROGERS, e vide nº 234.
Cfr.
op.
cit.
—
Développement
La
Terapia
€. R. — Psicoterapia 106, PP- 85-86.
ROGERS,
pg.
Le
€-
n
R. —
da
Psicoterapia
9 107, pg. 258.
instabilidade
de
la
Personne,
Centrata-Sul-Cllente, di
Consultazione,
e Relazionl
Umane,
ou
Dunod,
da falta
Paris,
Martinelli,
Astrol.,
Boringh.,
Roma,
1970,
Firenze, 1971,
Milano
p.
1970
Scanned with CamScanner
35 psicoterapia,
à
consciente
motivação
de
supera-
ser
podem
terapeuta (esdos por uma maior intensidade nas atitudes do Portanto, além pecialmente da compreensão empática) (111). udes exigidas de enunciar o conjunto das qualidades ou atit
para a terapia, urge determinar o grau de intensidade (112)
atitudes
oscilar,
pode
que
segundo
de
o grau
destas
normali-
dade ou anormalidade do cliente. Enunciando numa formulas ção breve: as atitudes terapêuticas são as mesmas para todo
os indivíduos,
só devem
ser tanto
menor
quanto
intensas
mais
for a capacidade, no cliente, em percebê-las (111), e não será possível realizar a terapia com quem não possuir um mí-
nimo
de: capacidade.
dos
Apesar
dos
modificados,
constante quanto e conhecimentos Sua
(112):
progressos aspectos
dos
realizados,
aperfeiçoados,
vista
de
pontos
manteve-se
Rogers
ao primado das atitudes sobre as técnicas ou profissionais intelectuais, psicológicos
hipótese
fundamental
foi
primeiramente,
aplicável,
no campo da terapia individual (113), mas com seu avanço, pelo exercício da prática coletiva, bem como da prática de
ensino (114), seu pensamento prolongou-se ao domínio da educação (115), e pouco a pouco percebeu que os mesmos
princípios
ultrapassavam
sendo
cação,
aplicáveis
o campo
da
à vida
industrial,
à administração
edu-
e da
psicoterapia
fa-
miliar, às relações sociais e-de grupos (116) e mesmo às relações internacionais (114). Ele transpos as implicações significativas contidas na êxperiência psicoterapêutica para outros
setores e, com
isso, descobriu
que
há uma
fundamental
ordem
ou uma lei geral que orienta todas as relações humanas 7
111. 112. 112. 114.
115. 116. 117.
Terapia La R. — C. ROGERS, Cfr. 1970, pp. 251, 259-261. Cfr. ROGERS, C. R. — Psicoterapia e pp.
232,
Centrata-Sul-Cliente, Relazioni
Umane,
só
R. — Psicoterapia di Consultazione, Astrol., R. — Le Développement de la Personne,
=
th
LES ERA boaA ca ca
5 em! Es BRR O di ay E de
Martinelli,
Boringh.,
89.
Cfr. ROGERS, C. C. Cfr. ROGERS, pp. 197, 234. Cfr. op. cit. nº Cfr. op. cit. nº Cfr. op. cit. nº
AM atada So yo
(117).
Milano,
Firenze, 1970,
Roma, 1971, pg. 82. Dunod, Paris, 1970,
112, pp. 204, 211. 112, pp. 196, 204-205. 112, pp. 196, 202.
Scanned with CamScanner
36 Passou da experiência da relação terapêutica a princípios válidos para todas relações interpessoais e para as relações
intergrupais (118). Rogers iniciou com a prática, observação
e análise dos fenômenos revelados pelo indivíduo único e, numa progressão constante, quase em forma de espiral, chegou a conclusões relativas à toda natureza humana (119). Parece-
me que para estabelecer as condições da relação terapêutica,
ele partiu da experiência, levando em consideração as diferenças de cada indivíduo, o respeito por aquilo que cada um tem de único, em si mesmo ou no ambiente que o circunda,
e, com isso, chegou a determinar atitudes válidas para relação com qualquer pessoa, isto é, atitudes universais que se
resumem num clima de respeito e segurança. Estas atitudes, entretanto, são válidas para toda e qualquer relação singular (120). Na teoria de grupo, ele já se apoiou no princípio da igualdade
da
natureza
uma relação complexa relação singular (120). Talvez, é mais
também
pessoal,
humana
as mesmas
neste
é mais
e, com
se
(121),
o que cada um tem de único, como
de comum isto é, ao
Nesta
base,
possa
de
condições
progressiva
ou
para
afirmar:
pois tanto
para
“o
a
uma
que
respeitar
para confirmar o que tem
ou mais geral, chegou-seàs mesmas
uso
ampliou
atitudes válidas
sentido
geral”
esta
atitudes
universalização
idênticas.
conclusões,
de sua teoria,
parece-
me que inclinou-se a substituir a experiência empírica pela especulação e, diante da amplidãc e complexidade do princípio, notou a dificuldade de uma verificação sistemática. isso, “é excluída uma demonstração completa” (122).
Por
Na proporção em que sua teoria se afastou gradativamen. te de sua fonte, a experiência terapêutica, em que prevaleceu (ee 118.
119. 120
C. R. — Psicot Cfr.0, ROG 205., pp. ERS 197 7 e 212. Cfr. idem, pp. 176-17 121, 204 6 70. Cfr. Ibidem, PP.
erapia
e
Relazlonl
Umane,
Boringh.,
Milano,
al “ROGERS, Terapia cir. op. citG. R.nº — 118La pp. 195, Centrata-Sul-Cliente, 191, 202, 204207, Martinolll, Firenze, 1970, pg. 44,
Scanned with CamScanner
37
a observação e
depositar
confiança
maior
e criar novas
deduzir
para
hipóteses
Não
ou
ampliar
abandonou
começou
organ
reações
suas desco-
O posinIgiaio
a objetividade,
a verificação,
empírica,
a experiência
suas
em
(123).
campos
bertas a novos
“lógico,
sistemáticas, À Rogers
e a verificação
mas passou a admitir o primado da ordem subjetiva (124). Em na proporção
outras palavras,
em
que
amadureceu,
Rogers
respeitou sempre mais a fidelidade e exatidão de seu organismo bem como de sua criatividade (123). Foi desta maneira que
ele enveredou claramente a uma orientação existencialista, subordinando a objetividade à subjetividade e procurando apa
iar suas
empírica
curso
da
hipóteses
(125). Tudo
mais na subjetividade que isso,
porém,
na experiência
aconteceu,
não
e de Kierkegaard.
influência de.Buber
sem
Creio
O .con-
que
O
próprio Rogers confirmou o acima exposto ao afirmar: “o que importa, em relação ao conhecimento científico, é a penetra-
ção da observação e o caráter disciplinado, criador, da reflexão, não o uso de instrumentos e de laboratórios” (126). Esta
orientação
existencialista
permitiu
a Rogers
vislum-
brar uma solução para a dicotomia sujeito-objeto (127) e harmonizar seu conflito interno entre o experimentador (ordem subjetiva) e o cientista (ordem objetiva) entre a pessoa e a ciência (128). Foi a sua concepção existencialista do homem
(125) que o levou a subordinar a ciência à pessoa, visto que
a ciência tem sua origem e evolução na criação subjetiva (129).
A experiência empírica (positivismo lógico) passou a ser o instrumento de correção ou confirmação da criação subjetiva, de modo que na elaboração da ciência, a objetividade deve 128.
Ctr. pp.
ROGERS, 172,
171,
C.
AR.
—
R.
—
245.
Le
Développement
124.
Cfr. Ripa! ROGERS, cin A C.
125. 126.
Cfr. idem, pp. 337-339, 319, 323. PERETTI, , André — Liberté et Relations
127.
128. 129.
La
Terapla
Cfr. op. cit. nº 124, pp. 285, 339,
Cfr. Cfr.
op. op.
cit. nº 123, pp. 163-167. cit. nº 123, pp. 172.175.
de
la
Personne,
Centrata -SulSul-Cliente, ;
Humaines, ,
Dunod,
Marti rtinelli,
EPI, » P Paris,
ur
Paris,
1970,
Firenze,
1970,
qu
Scanned with CamScanner
38 estar a serviço
a ciên-
e, consequentomente,
da subjetividade
a eminência
(130). Admitindo
cia deve estar sujeita à pessoa
e a superioridade da pessoa sobre a ciência, isto é, colocando na escala de valores,
e o-
valor fundamental
como
a pessoa,
rigem de todo valor (130), Rogers ampliou o campo da liber. .
dade (130), chegando mesmo a concluir que a pessoa é livre na organização do próprio saber: “o ensino esteja subordinado às condições que favoreçam a originalidade, a autonomia
“e a aquisição pessoal do saber” (131). Portanto, desenvolver a criatividade e a responsabilidade do aluno é um valor supe-
rior à aquisição passiva do saber e, por isso, provocar na pes-
soa,
através
de certas
a aprendizagem
atitudes,
autêntica,
tor-
na-se mais importante que transmitir conhecimentos teóricos, "técnicos ou culturais. A aprendizagem autêntica não é suscetível de comunicação
direta ou
indireta, mas
é uma
ta da própria pessoa e transforma'seu ser, é um tal que a faz ser sempre mais ela própria (132).
conquis-
processo
vi-
Eu diria que Rogers deu maior valor à aprendizagem como um processo de integração da pessoa, isto é, à aprendizagem existencial, pela qual o indivíduo se apropria de si mesmo, que à apréndizagem que o habilita a fazer alguma coisa ou que o leva a conhecer a verdade. Admitindo a primazia desta aprendizagem transformadora e “ex-sistencial”, ele declarou a eminência da “ordem subjetiva, interior, pessoal”
(133) e, portanto, declarou-se sempre mais existencialista. Chegou mesmo a manifestar que o futuro da psicologia não
depende mais tanto do positivismo lógico mas duma
subjetiva, Em
fenomenológica,
131. 132. 195.
135.
Cfr.
(134)
sua obra, “Psicoterapia e Relações
sistematizou 130.
existencial
seu
ROGERS,
pensamento
CG.
R. —
pp. 171, 267-271, 255, 213.
Le
com
Développement
maior de
la
Humanas”,
rigor
(135),
Personne,
Dunod,
Idem, pp 212-214. 157-158. cfr. op. cit. nº 180, pp. ROGERS, C. R. — Psicoterapia e Rela zionini U Umane, Bori cir. ROGERS, G. R. gh., Milano — La Terapia CentrataSul-Cliente, Martinel l,
pp. 3935-239. cfr. op. cit. nº 133, PP- 130, 140, 178-196.
linha
Rogers
aperfeiParis,
1 Pi
1970,
7
Scanned with CamScanner
39 conceitos çoando suas concepções, precisando melhor seus izada (136) e reelaborando tudo numa coerência bem organ
(136).
com sua teoria da persoesboçada não ultrapassou
Apesar do progresso revelado nalidade, sua concepção até então
psicológica, que considera a pessoa CO-
a de uma concepção
mo uma subjetividade, um processo de devir interior. À pessoa
é alguém que “sente, escolhe, crê e age, não como autômato,
(137). Com isso ele deixou entrever um de pessoa e, de modo ainda mais claro,
mas como pessoa” conceito existencial si (137).
mitindo
filosófica
visão
(138).
espontânea
consciência
inscrever-se
decidiu
Rogers
esta
da
a necessidade
apontou
quando
na ótica existencial,
permite
Ele
entrever
de
ad-
que
acolheu a concepção existencial apresentada por May (138). Conforme May, as características ontológicas essenciais que fazem do eu uma pessoa existente são: concentrar-se em si mesmo, a afirmação de si e a proteção do eu, sair de siea cooperação com o outro, a consciência vigilante (aspecto subjetivo do concentrar-se em si mesmo) e a consciência de si (elemento fundamental), e a angústia (139).
Não há dúvida que a evolução do pensamento de Rogers foi grande. Em sua prática, ele passou do uso da diagnose e análise feitas pelo terapeuta à análise e interpretação realizadas pelo próprio cliente, da superioridade do consultor manifesta pelos seus conhecimentos científicos e pela dependência do consulente a uma igualdade entre ambos. Esta possibilita
por
cliente
do
a autonomia
causa
maturidade
da
ex-
pressa pelo terapeuta. Deslocou-se da análise externa à compreensão interior, isto é, da observação à participação, à empatia; da experiência empírica à experiência subjetiva. Na teoria, substituiu a autoridade do profissional pela personalidade
136. 137. 138. 139.
Ctr.
ROGERS,
C.
R.
—
Psicoterapia
e
Relazioni
Umane,
Boringh.,
Milano,
1970,
pp: 130, 140, 178-196. ROGERS, C. R. — Le Développement de la Personne, Dunod, Paris, 1970, pg. 166. Ctr.
Cfr.
ROGERS
MAY,
C.
Rollo
R. —
—
op.
Psychologle cit.
nº
138,
Existentielle, pp.
78-88.
EPI,
Paris,
1971,
pp.
91,
94-97.
Scanned with CamScanner
40 e autenticidade
do terapeuta e, por isso ressaltou
à suprema-
cia das atitudes sobre as técnicas. Sem abandonar o positivis-
mo acabou por dar preferência ao existencialismo fenomeno-
lógico.
A prática serviu-lhe para a elaboração da teoria. Procurou articular aquela com essa, vendo na teoria um prolongamento da prática e utilizando esta como base do aperfeiçoamento,
correção
e progresso
pesquisa no campo
daquela.
Não
hesitou
da terapia. De modo
em
análogo,
introduzir a
buscou
har-
monizar a pessoa com a ciência, vendo nesta um produto da-
quela e, por isso, como a pessoa está em constante evolução e expansão, também a ciência tende a dilatar-se, precisar-se
e sistematizar-se dum modo sempre flexível. Ela não pode apresentar-se como sistema rígido ou dogmático. Seu sistema é
dinâmico, apresenta-se sempre incompleto e aberto, tendente a encontrar uma unificação das divergências existentes em terapia (140). Os fatos são os amigos que o apoiaram na elaboração da teoria da psicoterapia e modificação da persona-
lidade. Esta última teoria já comporta certas hipóteses
relati-
vas à personalidade. Partindo delas sistematizou a teoria da personalidade. Ambas ofereceram-lhe as bases para a elaboração da teoria do funcionamento otimal. Com estes elementos tentou a universalização, esboçando uma teoria válida para todas as relações humanas. Esta, por sua vez, permitiu-lhe
estender sua teoria ao campo da vida familiar, à educação, à aprendizagem, à direção de grupos e inter-relação entre os mesmos bem como às relações internacionais (140). Cres-
cendo
e aprofundando
constantemente
sua
teoria,
conseguiu,
através dum conceito psicológico vago da pessoa, chegar ao conceito preciso que ele pensa ser c ontológico existencial. Ele próprio testemunhou sua evolução dizendo: “comecei aplicando um método completamente objetivo. O tratamento psicoterapêutico compreendia a diagnose e a análise das di—————— cir
E
40.
E
ROGERS,
pp. 234, 140.
'
GC.
R. —
Psicoterapia
e Es
Umane,
Boringh.,
Milano,
,
1970
,
Scanned with CamScanner
41
es
de
processo
por um
seguido
ficuldades,
inteira-
reeducação
erminado. Pouco à poudet sal cau to men ele ao o tad mente vol ados se conseguisse result
maiores
obtinha
eu
que
notei
pudesse no qual o próprio enfermo co ógi col psi ma cli um ar cri examié, se ele próorio pudesse isto s, çõe fun as est r umi ass novos meios para resolver tar ten e r de en re mp co ar, nar, analis co
suas dificuldades” (141).
um conjunto de hipó-
apresenta- se como
Seu pensamento
porque ele
rfeiçoam, teses que se modificam, ampliam e ape e sua
obra apreIgualment permanece aberto e inacabado. ita a ulteriores aperfeiçoasenta-se sempre incompleta e suje esabarcando
mentos, aprofundamentos,
porque
O segredo
teja aqui
novos setores. Talvez Rogers
de
“o pensamento
penetra
de seu por vezes distantes de maneira muito vasta nos domínios (142).
de origem”
ponto
inseriu- se nas universidades, , a trabalhar com estudantes, sua te oria
que
Desde
Rogers
e começou início, encontrou
doutorandos
eco
estupenda,
colaboração
uma
te ndo
universitários,
os
entre
tanto
em
1940,
ainda entre
no os
na organiza-
ão de sua teoção das categorias elementares e sistematizaç gir ou amria (143), bem como para confirmar, precisar, corri
. Podepliar seus pontos de vista, através da verificação (143) se ver em suas obras, um elenco de discípulos seus que procuraram
provar,
pela
muitos
experiência,
princípios
teóricos
propostos pela sua teoria, referentes à teoria da terapia (143), à teoria da personalidade
(143),
à educação
(143),
à direção
de grupos (143) e solução de problemas entre grupos (143), isto sem levar em consideração outros que não se encontram em
suas
obras.
Sua teoria cresceu com o apoio e a ajuda de vários discípulos seus. Entre estes convém indicar os que ajudaram na
confirmação
CG. R. —
DR
Ea
143,
de hipóteses
.
ii
,
à e
C. R.
Psychologie
x E a —
mais arrojadas,
Psicoterapia
210-222, 169, 191-192, 204 6 207,
Existentielle, e
EPI,
como Paris,
de la Personne, Relazioni
oni
1971,
Porter e Snypp.
91-92
Dunod é Paris,+ 1970 » Po PO. vil :
Umane, Borigh., Milano, 1970, pp.
Scanned with CamScanner
42
terapeuta atividade verbai do à precisar m a ar der. Eles procur re lação (143) fato e a do cliente, na em cnnstatar O se upo cu en pr o, ssivaRaskin, por exempl ência passa progre ,
da experi
de avaliação
cliente (144). do or ri te in O para mente do exterior o centro
que
d dedicou-se
a verificar a íntima
relação
entre os
Thetfor € constatou que O conicos ológ fisi e fenômenos psicológicos ológico, ressoa em nível fisiolópsic | níve em tensão, da trole firma a unidade organísmica do incon aliás, que, o gico (144), US | divíduo. experiência O valor terapêutico pela confirmou Bergmann pela Butler € Haigh constataram (144). não-diretivo do método terapia, eu se modifica durante a do noção a que experiência, se agrau de valorização que maior um a rumo avançando se avizinha do eu consequentemente, e, real eu do proxima
ideal (144).
que além destas Willoughby certificou-se na experiência uma maior maturidade mudanças internas de atitude, dá-se é frutuosa (144). emotiva no comportamento quando a terapia
o da persoHalkides verificou que o grau de reorganizaçã condições tenalidade depende do grau de intensidade das
rapêuticas,
ampliando,
entrever que um
xando
isso, a teoria de
com
e dei-
que
possi-
medir e discer-
dia, talvez, se poderá
nir, de acordo com uma graduação, bilitam a reorganização (145).
Rogers,
as condições
W. L. Kell, em sua tese, procurou estabelecer a relação existente
entre o conhecimento
de si e a previsão
do. compor
tamento (146).
deduzir que Rogers não Do exposto, pode-se, facilmente, sist ema, , mas um seu de ão trabalhou só na elaboraç
bastante Ds
144. 145.
146.
colaborou
grande
ele,
com
coterapia
e
especialmente
Relazioni
Um ane,
Psi 221-224, 225.229. 219-221, 216-219, 213216, pp. uia 8. ctr.
ROGERS,
Ctr.
Idem,
ctr.
C.
R
PP. 229-23
ROGERS,
O.
A.
—
—
Psychologie
Existentielle,
,
EPI, é
p
Boringh.,
aris,
"
1971,
Pd
Milan o, Pg.
1970,
96.
Scanned with CamScanner
43
que desde aquele ano r ma ir af r de po o sm me em diante. “Creio ressos realiescola rogerian a. Os prog a existir uma
começou
tica durante os anos zados no campo da pesquisa psicoterapêu fecundos. O fato
a década de 40 a 50 foram que seguiram em que grupos se empenhaestá na organização de programas el dizer que nos Estados Uram na pesquisa. Creio ser possív escola divi-
ainda hoje, há uma nidos, onde Rogers trabalha s. Na Universidade de Chicago dida em vários grupos ou centro doutor Shlien, empenhado em há um grupo sob a direção do apia rogeriana de duração liestudar a possibilidade duma ter grupo, na mesma universimitada e controlada (147). Outro t e Kirtner visa indicar outros dade, sob a direção de Cartwrigh
Roesler
um
de Wisconsin,
Na universidade gers,
terapêutica.
na mudança
intervêm
que
fatores
e Greenfield,
a relação
precisar
busca
dirigido por Ro-
grupo
entre
à
fisiológicos e psicoreorganização psicológica e os fatores dirigido por Rogers e neurológicos (147). Um segundo grupo,
Gendlin,
de
possibilidade
a
estuda
a
estender
da
aplicação
ou doentes menterapia rogeriana também aos esquizofrênicos esso da terapia tais e, para isso, procuram comparar O proc
m, Regers, na Améentre esquizofrênicos e normais (147): Enfi ca tanto à prárica do Norte, criou uma escola que se dedi Center” da unitica terapêutica, como o caso do “Counseling
(148), como também
“versidade de Chicago
fico, a fim de dar uma resposta a itens teoria e precisar melhor suas hipóteses.
ao estudo cienti-
inacabados
O pensamento: rogeriano está tomando
sua
de
corpo também
na
Milano,
1970,
Europa. A influência: exercida desenvolveu-se “principalmente de maneira indireta, por intermédio de discípulos e estudos dedicados a seus escritos” (149). Embora Rogers já tenha pes-
147. 148.
149,
Cir.
ROGERS,
C.
R.
—
pp. 232, 233, 234. Cfr. ZAVALLONI, Roberto 1968, pg. 18.
ROGERS,
C.
R. —
Le
Psicoterapia —
e
Educazione
Développement
Relazloni e
Umane,
Personalitã,
de la Personne,
Boringh., Vita
Dunod,
e
Pensiero,
Paris,
1970,
Milano
pg.
VII
Scanned with CamScanner
44 soalmente visitado a Europa, Japão e Austrália para colocar pontos
certos
sobre
idéias
suas
de
fundamentais
educação
(150), creio que sua maior influência a exerça pela ampla di-
fusão de seu livro: “Psicoterapia e Relações Humanas”, já traduzido em várias línguas. Na França ele exerce uma extensa influência, e pode-se claramente notar à presença de uma escola rogeriana. Basta conhecer as obras de M. Pagês, dis-
cípulo de Rogers em Chicago (151), as obras de Peretti, todas
de inspiração não-diretiva, as de Pierre Marquet, sem citar os
tradutores das obras de Rogers e outros. Seu pensamento começou igualmente a tomar pé na Bélgica, especialmente por intermédio da obra recém citada, que aliás representa a sín-
tese mais perfeita de seu pensamento. Na Itália, O pensamento
de Rogers difunde-se pelos escritos de Zavalloni, discípulo de
Rogers
em
Chicago.
Zavalloni
apresenta
uma
síntese
ótima
do pensamento de Rogers na obra “Educazione e Personalitá”. Além
das
traduções
mais
eficiente
de Roseta
Galli, do grupo
outros. A difusão de seu pensamento pelas
unversidades
Florença
acontece de um
da europa,
e a teoria caminham juntas.
de
onde
modo
e
a prática
No Japão, o próprio Rogers estranhou como seu pensamento recebera tão vasta acolhida. No Brasil, embora ainda não se possua obras escritas sobre o pensamento de Rogers, ele
não
deixa
de ser difundido.
A psicoterapia
é praticada
e
ensinada em todos os grandes centros do país. Infelizmente, alguns tentam apresentar apenas o aspecto técnico de sua teoria ou método. Creio que entre nós como em muitos outros
países, pode-se falar de escolas rogerianas' em formação. A
guisa
de
conclusão
a marca
de
pensadores
pretendo
reforçar
a idéia
de
que
seu pensamento diverge muito das concepções tradicionais em voga e diverge mesmo do próprio senso comum. Leva sempre
diferentes
que
o ajudaram
na sua
e
150
4151.
cfr.
1972,
MARQUET,
P9 . 33. Max
Cfr. PAGES,
P.
B.
—
—
Carl
:
Rogers
L'Orlêntation
non
o
La
Libertã
directive,
della
Dunod,
Persona,
Paris,
Astrol.,
1970,
pg.
Roma
VII
Scanned with CamScanner
45
formação: Entretanto, a sua longa experiência, com o mais va-
riado tipo de pessoas, serviu de base para iluminar sua intui-
ção que soube criar um métode e uma teoria adaptados à prá-
tica
e
que
Diante duma
correspondem
sociedade
às
que
necessidade de contrapor um
necessidades
procura método
a dignidade da pessoa humana.
contemporâneas.
robotizar o homem
há
para promover e salvar
Scanned with CamScanner
CAPÍTULO
Il
IA EXPOSIÇÃO DA TEOR NÃO-DIRETIVA de Rogers não “O desenvolvimento do sistema eu prefiro adotar audo uma ordem lógica” (1), mas dar que seu ponto lógica na exposição, sem descui não-diretivo é a prática, a experiência; seu método cisou o mais imediata na experiência. Rogers pre do e pessoa na medida em que esclareceu o méto na terminou conclusões relativas à natureza huma
se deu seuma ordem de partida teve origem conceito de melhor de(2). Embora
da experiência
terapêutica
daa concepção da pessoa possa ser, numa ordem lógica, fun mento para o método não-diretivo, foi O uso deste método que serviu de base para delinear tal conceito e não o inverso; não foi a concepção da pessoa que delimitou o método. Para Rogers, o método
está
mais
próximo
e ele preferiu sempre* partir dos fatos e da experiência, e não
das idéias. Esta é a razão por que, embora eu me deixe pela lógica, nesta apresentação convém partir do método 1.
2.
ROGERS,
C. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane, ' Borin gh., Mila des
Cfr. Idem, pg. 176.
guiar para,
no, 1970, pg. 130.
Scanned with CamScanner
48
no terceiro capítulo, expor a evolução da pessoa sujeita a taj
método,
e tentar, por fim, formular o conceito que daí se ori.
gina.
Pessoalmente, creio que Rogers, mesmo partindo da observação naturalista, se deixou conduzir, sempre por um preeito re. este preconc -conceito que o orientou, E —
pre-
antropológica
concepção
uma
Houve
homem.
ao
ferente
concebida que impregna toda sua teoria, e esta concepção parece-me que precedeu o próprio método; remeto, porém, esta
questão
para
a crítica final.
/A pergunta inicial pode muito bem partiu
ser: donde
realmente
Rogers?
Rogers
iniciou
com
ponto ele concorda
com
a prática,
com
a experiência,
o princípio epistemológico:
cimento começa com a experiência (3), seu pensamento é possível concluir que
e neste
o conhe-
mas do contexto só a experiência
de in-
tegrada pode ser uma base segura para o conhecimento. É preciso “imergir-se nos fatos, avizinhar-se dos fenômenos com o menor número possível de preconceitos, observar naturalisticamente os fatos para descrevê-los e para tirar das descrições as inferências mais elementares que estão imediatamente em evidência” (4). É exatamente este o trabalho de Rogers na prática, na relação terapêutica. Ele entra na relação com
outra pessoa, não como sábio ou médico
seres
humanos
não entram
em
nossas
(5), visto que “os
categotias”
(6), “mas
como pessoa entrando em relações pessoais” (5). Portanto, Rogers parte duma experiência que não vê no outro um objeto, mas um sujeito; não o observa como analista para diag-
nosticá-lo, baseado em conhecimentos
tos preformados,
escutá-lo ii
3.
4.
5.
ctr.
pg.
mas
observa-o
para compreendê-lo
KINGET,
135.
ROGERS,
C.
pg. 109. cfr. ROGERS,
G.
M.
R.
—
C.
R. —
— La
Terapia
com
(5).
Psicoterapia
que possui ou 'concei-
interesse,
procurando
e e
Relazioni
Umane,
Centrata-Sul-Cliente,
Le Développement
de
Boringh.,
Martinelli,
la Personne,
Dunod,
Milano,
1970
Firenze,
1970
Paris,
1970
pp. , G. R. — Psicoterapia 155158 Psicoterapia didi Consultazion ROGERS º, Astrolablo, Roma, 1971, pg. 151.
Scanned with CamScanner
49
Rogers iniciou com a observação cuidadosa dos fenômenos, tentando compreender seu significado interior. Para esta compreensão urge partir dos fenômenos externos: “dum con-
junto de indícios físicos, às vezes sutis, como a expressão do rosto, da voz, dos gestos, da posição do corpo, que revela,
por vezes;
melhor
as
que
palavras,
estados
sobre-
interiores,
tudo afetivos” (7). Conseguindo colher o conjunto dos fenômenos externamente expressos, ele pôde penetrar com a intuição
menos
ou
sujeito,
pelo
no que é sentido
que ultrapassam
pôde
melhor,
intuir os fenô-
o sentido das palavras e das
expres-
sões fisionômicas.
Entrar no reino do subjetivo e contemplar:
ponsabilidade
aceitamos
intenções, as metas, os valores, a escolha, a percepção de si, a percepção dos outros, os significados pessoais, a res“as
fenomênico
que
da pessoa
com
ou
refutamos,
o inteiro
o seu tecido conectivo
mundo
de signifi-
cados” (8). Estes fenômenos. externos perceptíveis e descritiveis vão desde os delineamentos físicos, com seus elementos sutis e bastante velados, até as expressões verbais, tudo co-
munica, silenciosamente ou sonoramente, uma tela de fundo sobre a qual se descortina e da qual se origina todo pensamento expresso pela pessoa. Precisando melhor, eu diria: todo pensamento expresso assenta suas bases sobre a cortina de
fundo que é o sentimento. “A noção de sentimento, como aqui
vem usada, não só compreende experiências de natureza emotiva e afetiva: angústia, vergonha, inveja, ódio, amor, desejo, mal-estar, mágoa, prazer, etc.; ela abrange tudo quanto tende a revelar o ângulo perceptivo pessoal, da experiência subjetiva,
em particular da experiência que se refere ao próprio eu. As intenções,
impressões,
ção de sentimento” (9).
crenças,
atitudes,
entram
todas
na no-
Ce
js
ROGERS,
pg. 110.
8. 9. Rogers
C.
R.
—
La
Terapia
Op. cit. nº 7, pg. 325. KINGET, , G. G. MM. — Psicoterapia
pp. 281, 269.
Centrata-Sul-Cliente,
e
Relazioni
Umane,
Martinelli,
Bori oringh.,
Firenze
Mila
o
1970
MO,
4
Scanned with CamScanner
50
Creio ser certo dizer: o sentimento condiciona o pensamento, e por isto, mesmo quando a pessoa não manifesta ex-
pressamente
seu
tura,
O ritmo
sentimento,
ela sempre
de aspectos fisionômicos, como O tom,
O comunica
a expressão
e a intensidade
da
através
do rosto, a pos-
voz,
etc.
(9). Assim
sendo, “a pessoa, mesmo falando de outro, fala de si mesma” (10). É ainda neste sentido que Rogers afirmou que todo conhecimento expresso implica em pactos com o subjetivo e fenomênico (11). Sob este prisma pode-se muito bem afirmar que a linguagem é portadora de um significado objetivo, mas
sempre
manifesta
Simplificando:
um
aspecto
a linguagem
se fala, mas ao mesmo
reflexo,
comunica
subjetivo
eu que
revela, diretamente
tempo, embora
e manifesta
palavra é sempre
do
quem
uma manifestação
a enuncia.
aquilo de que
de modo
fala. A
indireto ou
linguagem
ou
a
reflexa do eu; interessa
captar este fenômeno reflexo, tanto assim “que o trabalho terapêutico consiste em captar e refletir o significado pessoal das palavras..., não o conteúdo intelectual” (12).
E verdade que somente os fenômenos externos se mani-
festam em si mesmos,
mundo
exterior,
precisa-se
e não se trata apenas
embora
penetrar
seja
no mundo
ele
um
de conhecer este
veículo
indispensável;
interior dos significados
pes-
soais, tais como existem no indivíduo ou são por ele experimentados (13). Em resumo: não é a fenomenolo gia ontológica
que
interessa
conhecer,
mas
é a fenomenologia
psicológica
que se deve intuir; esta, porém, manifesta-se através da feno-
menologia
ontológica, isto é, obliquamente.
A fenomenologia
psicológica tem sua origem
num
centro de irradiação. Este centro de irradiaçã o dos fenômenos inte|
10. 11
12. 13
KINGET,
G.
ROGERS,
GC. R. —
pp. 315 e 306.
M.
—
Psicoterapia La Terapia
Op. cit. nº 10, pg. 92. cfr.
ROGERS,
GC. R. —
e
Relazioni
Umane,
Boringh
Milano,
Centrata-Sul-Cilente, MartinellI, Fi renze,
:
Op. cit. nº 11, pp. 333 6 339,
1970,
1970, 313
Scanned with CamScanner
51 o
fenômenos
pelos
transparecem
fe que º eu é º u zo ti te no hi rs ge eu. Ro o bidos, chamamos ário atingir esta ss ce ne É . 4) (1 e” alidad dinâmico da person or da pessoa ontece No interi
que
riores
exa nomenologia refl el que não é observáv
que ac externamente,
cias e necessidades
radicais da pessoa
de
modo
direto
mas
(14),
ã penetran te e “sem ação rv se ob a um por a íd i tu sta omente é in (15); 6 através deHR * o ri tó ra bo la de ? os rio o usoBE de instrument homem. É dE do za re tu na a e ec proiunempatia que se conh outro € conhecê-lo em do o iv et bj su o nd mu ite perceber o gia do eu que me perm lo no me no fe da ão uiç int didade. É a desvendar as tendêne ade d ivi jet sub da go penetrar no âma É a obser-
humana.
leva à descobrir em que vação a ssoa se sente desprovid pe a ões diç con s quai em ou clima dências latentes (16). Porde ameaças para dinamizar suas ten é a base donde partiu Rogers tanto, a fenomenologia do eu ou condições, e O método que para hipotetizar seus princípios o afirmou que “formulou sustenta sua teoria (17). Ele própri o cuidadosa do fenômesuas hipóteses baseado na observaçã no”
ção
que
(18), ou
naturalista
me
que
desta fenomenologia
“hipóteses
suas
direta dos
na
fundadas
estão
observa-
(18).
fenômenos”
É pela observação da fenomenologia do eu da criança óque Rogers descobriu a existência de uma sabedoria fisiol gica e organísmica (*) que supera a sabedoria consciente (19).
A mesma fenomenologia levou-o a constatar que “a fonte ou critério de valores está dentro da pessoa” (19); e mais: foi
baseado
nesta mesma
14.
RR Cir.
ROGERS,
15.
= e ROGERS,
16. 17.
Cfr. Cfr.
Ie o
ig
C.
KINGET, ROGERS,
C.
C.
; R.
R. . — —
G. M. C. R.
R. —
fenomenologia
La
Terapia e
Relazioni
— —
nº nº
15, pg. 15, pg.
op.
cit. nº
rganísmicano compreende ED E GMa
cit. cit.
14,
pp.
sabedoria
302,
Umane,
hipotetizou
Rogers
-Sul-Cliente Centrata-Sul
Psicot erapia op. op.
que
+
Martinelli,
i Boringhieri,
Firenze,
i Milano,
1970,
36. 176.
299.
orgã gânica
i fisiológica
e
psicológica)
Scanned with CamScanner
52
que o critério regulador do processo de avaliação é constituído de atualização
pela possibilidade
no mundo
que acontece
do eu
(19). Foi intuindo o
interior da pessoa que Rogers co-
uma dissomeçou a vislumbrar que em muitos indivíduos há , isto ciação entre o que eles percebem e O que experimentam
é, entre o que pensam ser e o que sentem; é por isso que o
consultor deve “dar atenção não só ao significado das pala-
vras
do
mas
cliente,
também
aos
sentimentos
preocupar-se mais com o segundo elemento” “poucos
tual”
problemas
são
a mesma
observação
pareciam ao
próprio
(20). É ainda
(20), visto que
exclusivamente
natureza
de
e
expressos
cuidauosa
intelec-
dos fenô-
menos que faz constatar como o sujeito se reorganiza e que esta reorganização se dá pela integração de experiências ou
sentimentos
que
sujeito
ao eu
alheios
pessoal. O ponto culminante da reorganização acontece quando o cliente se torna sua própria experiência (21). É sempre o conhecimento fenomenológico do eu “o instrumento profícuo para compreender aspectos da natureza humana impenetráveis a qualquer instrumento exclusivamente externo” (22). É mediante a observação naturalista e intuitiva do mundo fenomênico da pessoa que se podem formular princípios rela-
cionados com a modificação da personalidade; estas generalizações, por sua vez, podem ser provadas com a mesma metodologia (23). Resumindo:
o ponto
de
partida
de
Rogers
é a.observa-
ção naturalista dos fenômenos; inicialmente ele procura aprender os dados fornecidos pelo sujeito, tal como o próprio sujeito os experimenta e apresenta; isto significa: ver os fe-
20. 21.
22.
23.
ROGERS,
GC.
R.
—
Psicoterapia
di
Consultazione,
Astrolabio
Roma,
139, 130. ctr. ROGERS, G. R. — Leo Développement de la Personne, Dunod,
pg. 65. ROGERS, 302,
299.
GC.
R. —
tr op. cit n
La
Terapia Centrata-Sul-Cliente,
Martinelli,
Firenze,
1971,
Paris, 1970
pp
1970 pp
o 22, pp. 220-321,
Scanned with CamScanner
53 passa
depois ele de vis ta do cliente (24): nômenos nto de vista pessoal, 6 po seu do s meno fenô mos mes a ver os de a descobrir a capacida a compreendê-los (24). Isto leva e , com as condições qu que está na origem destes fenômenos pod e estabelecer princía tornam eficaz. Apoiado nisto, ele origem n estes princípios. pios e propor um método que tem e a compre-
do ponto
A
volta
ensão
dos
princípios
Além
fenômenos
método,
e o
possibititam bem
como
co-intuição
os
teoria.
sua
ampliar
as leis fundamentais
eu, para encontrar
aperfeiçoar
e
corrigir
pelo
manifestos
fenômenos
dos
compreensão
da
a
à observação,
constante
relativas
à natureza
por
compreen-
rmação ou confirmahumana, dispõe-se de outra fonte de info erimenta os feção, fornecida pela própria pessoa que exp ruanto o observador naturalista parte da obse - Enqs. nômeno
vação
e se esforça
externos
dos fenômenos
colher der o quadro de referência do experimentador, para “o exo significado do fenômeno interno, pode-se dizer que perimentador dirige suas capacidades empáticas para si mesmo, procurando perceber e compreender O significado do que (25). Formulando
interiormente”
ele experimenta
de
outro
mo-
do: o próprio cliente escuta sua experiência interna e apoiado em seu quadro de referência, confirma ou nega o que é in-
pelo observador
tuído ou deduzido
divíduo
conhece
melhor
interno (26). Conhecendo
naturalista. O próprio
in-
referentes
ao
esquema
seu
de
referência
melhor os fenômenos
pessoal
próprio eu, o cliente pode expressá-los verbalmente e com isso contribuir para apontar as tendências fundamentais da própria natureza que, quando coircordam com as conclusões de
outros,
são
24.
Ctr.
25.
ROGERS,
26.
Cfr.
válidas
KINGET, ,
C.
ROGERS,
G.
R.
—
C.
para
M.
La
R.
—
Psicoterapia
Terapia
—
toda
Op.
natureza
e
Relazioni
humana.
Umane '
Centrata-Sul-Cliente, Martinelli,
clt.
nº
24,
pg.
163.
Bor Ing h . '
Milano,
Firenze,
1970
pg
19 7 0,
318
Scanned with CamScanner
54
llustro com dois exempl por
narrado
Bryan,
Rogers.
os: tomo | por primeiro o caso de ; “Nas
de
afirmações
que
Bryan
cente vão de S 159 a S 163 há, por exemplo, a percepção cres ar a rmin que só a análise intelectual não pode dete
do
fato
n sente que é nemudança que nele se opera; 9 próprio Bryamoti vação, alguma ti ipo de cessário descobrir algum outro ça re-
uma parte desta for força dinâmica, e que, pelo menos, contexto, posso dizer side nele mesmo” (27). Explicitando O
que Bryan, na medida em que amplia sua percepção da feeu, é levado
do
nomenologia
a concluir,
mais pelo
embora
atingiu sentimento que pelo pensamento, visto que ainda não
tir uma força um alto grau de integração, que nele deve exis izar sua dinâmica (= tendência à atualização) capaz de real
integração
e amadurecimento.
caso parece ser mais claro, porque
O segundo
muito
já progrediu
seu
em
a pessoa me-
e percebe
auto-conhecimento
lhor suas experiências interiores. A percepção da fenomeno-
logia do eu sendo mais ampla (28), possibilita a pessoa a agir e reagir como um todo, um organismo, que revela uma experiência integrada. Mrs. Oak disse, quase no fim de seu tratamento: “Em meu pensamento, não propriamente meu pensamento, mas meus sentimentos e também no meu pensamento há algo muito mais positivo que o amor, e isto me parece ser mais fácil de realizar, muito menos deprimente. Mas... eu compreendo que isso deva parecer uma rejeição total de muitas coisas, de muitas crenças e, no entanto, parece-me ser verdadeiro. Isto me parece mais positivo” (28). No contexto
vê-se que Oak descobriu em seu próprio fundo, no seu eu base, uma força que não irradia ódio ou busca auto-destruirEi 27,
ROGERS,
28.
305. cfr.
29.
30.
C.
ROGERS,
R. O.
pp. 74-83, 83. 84. idem,
PP.
79-
—
Psicoterapia
R. —
Le
di
Consultazione,
Développement
de
la
Astrolabio, Pesonne,
Roma,
Dunod,
ROGERS, G. R. — Psicoterapia e Relazionl Umane, Boringh., Cir. 176-177. pp.
PL
1971, Paris
pg 1970
a
RD
Milano, 1970
Scanned with CamScanner
55
demonstra sua funse, mas tende a crescer e enriquecer-se € por
foi confirmado damental sociabilidade (29). Mais uma vez ela consegue perceber Mrs. Oak que, na proporção em que eu, chega à conmais amplamente os fenômenos oriundos do se de modo consclusão que, na base, ela tende a atualizar-
trutivo, crescendo
e enriquecendo-se.
clientes, A confirmação de Bryan, Oak e tantos outros ao confirmaram a hipótese de Rogers referente à tendência zação, desenvolvimento positivo e possibilitaram sua universali a toda
aplicável
tornando-a
(30).
humana
natureza
Baseado no conhecimento fenomenológico do eu, Rogers é hipotetizou, visto que “nenhum método de conhecimento
infalível”
à natureza
relativos
princípios
(31),
humana. .“Co-
nhecendo o que se revela do indivíduo, na situação terapêutica, buscamos o modo de ser de sua natureza” (32). Procurando compreender a fenomenologia de muitos clientes que comunicaram suas vivências interiores, através de reações e
expressões externas, bem como
escutando a narração de auconcluiu que
to-análises realizadas pelos clientes, Carl Rogers
o indivíduo
a capacidade
latente
tem
de
compreender-se,
e a
cápacidade e a tendência latentes de reorganizar-se; esta capacidade implica igualmente numa capacidade inerente de | dirigir-se, orientar-se e controlar-se (33 e 30). A hipótese mencionada iá coloca as bases do método não-diretivo, porque dela se infere que, quando o próprio in-
divíduo
possui
nizar-se,
não
a capacidade
inerente
de
compreender-se,
não
há necessidade que outro o faça em seu lugar, e se está dotado duma capacidade e consequente tendência de reorga-
precisa
um
de
esclarecimento
provindo
do ex-
terior e nem de uma motivação externa, com o escopo de possibilitar ao indivíduo reorganiza”-se; basta que o sujeito apren81. 32, 83.
ROGERS,
pg. 322. ROGERS,
C.
R.
—
La
Terapia
Centrata-Sul-Cliente,
C. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane,
Cfr. ZAVALLONI, 1968, pg. 89.
Roberto
—
Educazione
e
Martinelli,
Firenze,
1970,
Boringh., Milano, 1970, pg. 176.
Personalitã,
Vita
e
Pensiero,
Milano,
Scanned with CamScanner
56 experiência
par a concretizar
O auto-conhe-
a. Uma vez que ci ên nd te a ri óp pr da rigir-se cimento, e siga O impulso de orientar-se, di sua
da a escutar
capacidade ele próprio é portador da provir
influências exterde a is ec pr to dis da e controlar-se, na Eua autonomia e o nd ta ei sp re e nt me so é , derá . Pelo contrário, nas auto-realização que po de so es oc pr te nes a independênci o da originalidade.
desenvolviment O e de da ri tu ma a ar nç alca a intrínseca a ado por uma tendênci
Se “o organismo
é anim
dades e à desenvolvê-las li ia nc te po as su as s da to desenvolver enriquecimento” cer a sua conservação €
de modo a favore estas stituir esta tendência € sub de e ad id ss ce ne há (34), não É indispensável, sim, ro. out de ade vid ati a pel capacidades ida para que tudo desabroche dev a er sf mo at a ou ma cli o ar cri e cresça espontaneamente.
tomar consciência da próEscutar a própria experiência, a cada momento, todas as pria situação pessoal, perceber, a. Pergunto as pessoais, é o ponto de partid
vivências intern à experiência agora: como possibilitar a abertura
para que se
scimento? Constadê início e continuidade à tendência de cre
tando penas va ser berar
método
ivíduo, é aque esta tendência à auto-realização no ind se que deuma capacidade ou potência latente, supõe“liatuada. Em tal caso, o método não fará mais que as capacidades já presentes em estado latente” (35). O
não esclarece a pessoa sobre sua situação, não a a-
nalisa, nem
a orienta ou dirige, porque
a pessoa é apta a fa-
zê-lo por si mesma, conforme foi constatado. O método deve pôr em ação suas capacidades; portanto, embora ele seja-nãodiretivo, não significa que seja inativo, visto que a atualização
das potencialidades do indivíduo não é automática, mas exige certas condições
(36).
Examinarei primeiro em qu” sentido o método é não-dire-
tivo, depois verei as condições que o dinamizam. a pç 34.1 36.
nan
ROGERS,PO. CG.177.R. — Psicoterapia e Relazionl Umane, Boringh., Milano,
idem,
cfr. KINGET,
G. M. —
,
1970
»
PO.
144.
,
OP: cit. nº 34, pg. 32.
Scanned with CamScanner
57 Conforme afirmei, a não-diretividade. não é inatividade, é uma neutralidade pela qual se manifesta um desinte-
não
resse pela pessoa, nem tampouco é uma indiferença, median-
te a qual se deixa tudo
quer atitude.
Não
sem comunicar
ta (37). A
um
correr
se trata de uma
formular
tem,
qual-
pura e simples abstenção,
entretanto,
pedagogo
ou
o terapeuta qualquer
tomar
espírito que anima os esforços do terapeu-
não-diretividade
porque
(laissez-faire), sem
juízo valorativo
um
sentido
abstém-se
não-diretivo
(28),
negativo,
isto é, ele
não
de
avalia,
não analisa, não interpreta, não aconselha, não interroga, não desculpa, não tranquiliza e nem consola, não sugere e nem guia o cliente; ele não indica o assunto a debater, não toma iniciativas e nem decisões em lugar do cliente, tanto no sentido de esclarecer a si próprio ou de identificar ou solucionar
seus
problemas,
como
A não-diretividade
é uma
por parte de quem
no
sentido
de
reorganizar
sua
vida.
ausência de todo critério normativo
assiste e se empenha
em
ajudar outra pes-
soa.
que
Embora
pareça
ou
seja
paradoxal,
a não diretividade tem como
te: O
terapeuta
ou
pedagogo
creio
ser
exato
dizer
princípio diretivo, o seguin-
deve
sempre
paitir
do
quadro
de referência do educando
ou interlocutor. “Não se deve con-
frontar.o
o próprio
próprios
rência
do
interlocutor
valores
cliente
com
e opiniões”
significa que
(39).
ponto
Partir
o terapeuta
do
de
vista,
campo
deve
com
de
os
refe-
compreender
o ponto de vista do seu interlocutor como
se o terapeuta fos-
se o interlocutor,
expressar
e não
pode
o terapeuta
mais
que
a reprodução do pensamento com o sentimento do cliente. Poder-se-ia dizer que a não-diretividade está centrada sobre
o quadro de referência do cliente ou educando. Por isto, todo juízo valorativo 37. 28. 39.
Cfr. ZAVALLONI, 1968, pp. 85-90. Cfr. KINGET, G. pg. 28. Idem, pg. 30.
emitido
Roberto M.
—
—
pelo
educador,
Educazioni
Psicoterapia
e
e
Personalitã,
Relazionl
Umane,
que Vita
não
e
tem
Pensiero,
Boringh,,
Milano,
sua
Milano, 1970,
Scanned with CamScanner
58
na iniciativa do educando,
origem
é diretivo. Mandar e proi-
bir, isto é, dar ordens e fazer ameaças é impedir a iniciativa do outro e só pode agir no comportamento superficial (40).
Aconselhar é dirigir, enquanto o teraveuta parte do seu
próprio quadro de referência para explicar como seria melhor ao cliente agir. Além disso, pelo conselho e pela persuasão
um indivíduo impõe a um outro a meta a atingir e intervém, com seu ponto de vista, para endereçar o outro na direção
desejada (41). Opinar sobre o mérito, a utilidade, a exatidão, o fundamento de quanto afirma o cliente, é guiar, porque o
terapeuta
indica,
segundo
seu
modo
poderia ou deveria agir (42). ou
Analisar
interpretar é também
de
ver,
como
o cliente
dirigir, visto que o te-
rapeuta, baseado em seus critérios pessoais, pretende iluminar o cliente, orientando-o, porque, em verdade, lhe indica como poderia ou deveria reexaminar a situação (42). Tranquilizar, encorajar ou consolar o outro, não é abster-se de dirigir, porque indiretamente ou diretamente se a-
branda
do problema
a seriedade
tal como
vem
sendo
enca-
rado pelo sujeito, e isto implica numa injustificação do sentimento do outro (42), e não numa aceitação do seu ponto de
vista. Além disso o “tranquilizar... leva o cliente a sentir-se incapaz de julgar e escolher e por isso mesmo, de forjar o
seu
que
destino” (43). indagar ou interrogar implica, igualmente, em dirigir, pora pergunta visa sempre “descobrir dados suplementares
para verificar e aprofundar a discussão” (42), e sob este ângulo o educador orienta a outra pessoa para aspectos que são
importantes ou interessantes, não segundo o esquema do
segundo seu ponto de vista, e educando; ora, isto equivale a
dizer que o problema é mais complexo do que pensa o sujeito. Ainda, o simples jogo de perguntas pode revelar ou ser
e
40.
a 43.
Cfr.
—
GC.
ROGERS,
pg. 24. Cfr. Idem,
R.
—
Psicoterapia
di
Consultazione,
Astrolabio,
Roma,
1971,
24.
Pg.
0, pia e Relazionl Umane, Boringh., Milano, 197 era cot Psi — M. G. , GET KIN Cir. pg. 274. idem,
pp.
75
€
30.
Scanned with CamScanner
59
jamen“vida, a) encor , dúvida ordo, desac o, acord como do eendi compr
etc. (43). observar como : é também dirigir, pois basta epi E e se compreenderá cliente encara o terapeuta e facilmente pode significar para O cliente a sugestão dada pelo terapeuta à caça de conselhos uma ordem ou um conselho. A pessoa ao pensamento do terapeue orientação tende a submeter-se manifesta insegurança ta por julgá-lo mais competente, e isto viduo (44). e maturidade deficiente, por parte do indi
ir O isso, em síntese, tende a modificar ou substitu
Tudo
pelo quadro de referência do e-
ponto de vista do educando,
pi ducador, e tudo o que condiciona o cliente a ser seus pro pri a não ser autônomo, a deixar de apoiar-se em
valores,
as conclusões
adotar
sua
de
própria
não-diretivo.
contraria o método
ganização, cura
a iniciativa
tomar
a não
terapeuta...
do
direção
e or-
mudança
não
pro-
o cliente
“Se esta
resso, mas representa um fenômeno de desenvolvimento e prog é inverde dependência” (45). Creio que a não-diretividade a samente proporcional ao campo de liberdade ou autonomi do indivíduo. Isto significa que. quanto mais amplo for o campo de liberdade do cliente, menor será a diretividade impres-
sa pelo terapeuta.
A não-diretividade,
contudo,
ou de técnicas, mas é antes bre as técnicas, porque não
agir, quanto de um
não é ausência
de atitudes
dar precedência às atitudes se trata tanto de um modo
de ser (46). A não-diretividade
modo
pessoal, por parte do terapeuta. É uma
ge um empenho
sode
exi-
escuta
ativa (47), e neste caso ela tem um sentido positivo, porque o terapeuta ou educador deve envolver o cliente numa atmos-
fera de compreensão, calor, tolerância, segurança, acolhimen-
to e respeito 44. 45. 46.
Cfr.
KINGET,
pp.
28-29.
G.
M.
Idem, pg. 72. dd | EPE rã
47.
Cfr.
op.
48.
Cfr.
idem,
mesmo
(48), e ao
cit.
pg.
nº
—
Roberto 44,
109.
pg.
Psicoterapia
—
tempo
e
Educazloni
Relazioni
e
comunicar Umane,
Personalitã,
estas
Boringh.,
Vita
e
Milano,
Pensiero,
atitu1970
Milano,
347.
Scanned with CamScanner
60 Z sempre des. O cliente, por sua vez,
deve conservar sua inde.
o centro de No sentidtiro de a ser ele , mia ono aut e a nci ndê a referente tiv cia pe par tod ini ve de : e del l; soa pes jaççãã o avalia e ão endereço que pretende dar
de si mesmo
hero eteaa
à
sabilidade de reà própria vida. Sobre ele recai toda respon O terapeuta
da própria vida,
organização e auto-realização
quais o cliente tem capacinão deve exercer funções para às , o terapeuta, O auxiliar or iisso, o cliente é o agentete;
Tudo de
a tal ponto
, sedo concentr| a sobre os recu rsos do cliente
que este método se chama também terapia centrada sobre o
cliente ou educando.
a não-diretividade
Encarando
pode-se
este ângulo,
sob
dizer que há uma direção, neste método, e esta tem origem no esquema de referência do terapeuta, em suas convicções. De
fato,
suas
convicções
imprimem
concentrar-se
pois a terapia deve
no
diretividade,
uma
que
visto
cliente,
pela fenomenologia do eu foi confirmado que no próprio educando reside a capacidade de conhecer-se e reintegrar-se; a reintegração ou “mudança terapêutica refere-se essencialmente à noção ou à imagem que o sujeito tem do próprio eu” (49). Baseado
nesta
convicção,
quando
o cliente
busca
a so-
lução de seus problemas no terapeuta, este o dirige no sentido inverso, para que recorra à sua própria capacidade, levando-o, portanto, a concentrar-se sobre si mesmo (50), e isto tanto através das atitudes comunicadas, como pelas técnicas usadas. Além disso, o terapeuta “desloca o fulcro da nar-
ração da periferia para o centro” (50), isto é, ele leva, grada-
tivamente, o indivíduo a deslocar-se da descrição do proble-
ma para a investigação do próprio eu (51 e 52). O sujeito é
dirigido, pelo terapeuta, a passar da descrição dos fatos exter-
nos, do problema intelectual, para analisar-se a si próprio (53), 49. 50. 51.
sa.
KINGET, G. M. — Psicoterapia 285. Cfr. idem, pp. 353-354, 370.
Cfr. 65.ROGERS, pg.
G. R. —
q
Relazion]
Le Développement
Umane,
de
Boringh.,
la Personne,
crr. ROGERS, C. R. — Psicoterapia dj Consultazione, Astrol.,
”
Milano
Dunod,
Roma
'
"
1970,
Paris
1971,
,
,
pg
1970
"
;
pg. 31
Scanned with CamScanner
61
probleento que está na base do im nt se o eu, o ar lor exp ara apresentado
intelectual
ma
(54).
terapeuta, durante o curso o pel sa res imp o eçã dir a Est ada numa convicção da relação, está igualmente fundament e de compreensão obdad ili sib pos a qual a o und seg pessoal; ensão subjetiva (53), e à jetiva depende do grau de compre duma reorganização do eu e end dep mas ble pro dos solução cepção defor-
-se conta da per do cliente. O cliente precisa dar
mada
ou
limitada
que
o leva
a conceber
O pro blema
(55). Ao terapeuta não-diretivo,
modo- falho
O
de
um
problema
percepção do cliente, para fundamental é corrigir e ampliar a que ele possa reorganizar-se (55):
A terapia não-diretiva
não soluciona os
problemas do
que ele próprio possa a par oa, pess sua a tegr rein mas cliente. blemas. Ora, isto só é Pposencontrar solução para seus pro o do. sujeito, como todo sível caso a terapia gravite em torn a tivo o cliente é orientado dire nãoodo mét No (53). operante a aprenprincipal
ser o agente
de sua
realização;
é orientado
. Portanto, não lhe é dada livre ser a , -se nar rmi ete o-d aut a der deixar de usar suas capaciliberdade de não ser livre e de de tal modo que as potendades. O terapeuta deve portar-se ar em ação. cialidades do indivíduo possam entr
capacidades latenExaminarei agora O modo de atuar as deve aprender a estes. Falei anteriormente que O indivíduo ele deve abrir-se pacutar sua experiência para conhece r-se,
ra tomar
de sua situação
consciência
pessoal.
Portanto,
tudo
r como possicomeça com a abertura. Trata-se, pois, de sabe a ao cresbilitar a abertura à experiência para ativar a tendênci
indivíduo. cimento, para estimular as forças vivas latentes do não Apela-se aqui para certas condições, porque, em verdade, 53,
E 55.
cfr.
KINGET,
G.
M.
—
pp. 379, 390 e 356. Ctr. ROGERS, e GC. R. e — 124 e 130. Cfr. ALLPORT, G. W. — :
Pslcoterapla
Pslcoterapla Psychologle
e
Relazionl
Umane,
,
Boringh., 9h.,.
Mi lano,
1970,
di Consultazionl, ' Astr ol., Roma, 1971, pp. Existentlelle, EPI, Paris, 1971, pp. 103-104
Scanned with CamScanner
62
é o terapeuta ou pedagogo o agente da mudança que se de.
sencadeia no indivíduo; ele é apenas um auxiliar que “oferece ta”
ou
aprovação
de
livre
atmosfera
uma
desaprovação
moralis-
que
somente
(56).
francamente
era
eu
quando
“Dei-me e
natural,
conta
me
doente
o
quando
tal, eu podia descobrir o que era natural nele,
como
percebia
expressa:
se
assim
Rogers
Então minha empatia e aceitação podiam ser eficazes” (57). O elemento mais importante é ser natural. Ser natural exige um
empenho
mas
é uma
é
pessoal,
radia da personalidade.
as necessidades
bel-prazer e segundo técnicas” (58).
infelizmente,
Hoje,
atitudes
não
a naturalidade
do
são
técnica,
a uma
manipuláveis
momento,
como
a ceder
começa
ir-
se
que
constante
tendência
Por isto, não se reduz “As
(58).
atitude
uma
ao
as
lugar
à artificialidade; a diplomacia toma o lugar da autenticidade e a aparência substitui a congruência. Exatamente por este
motivo, O indivíduo age com delicadeza mesmo quando vive e irradia ou comunica desgosto, amargura, desejo de vingança, etc. Conforme Rogers, são as atitudes artificiais, naturalmente incoerentes que desconcertam as pessoas, que fazem com que elas se protejam atrás duma estrutura defensiva, Na autenticidade ou conatrás duma barreira ou fachada.
gruência, o indivíduo toma consciência do que sente dentro de si próprio (59). Nele, o sentimento e a consciência penetram-se reciprocamente, e, como consequência, tudo o que
acontece
sincero,
organismo
no
sempre
nem
é
pela
apreendido
significa
ser
autêntico,
consciência.
porque
Ser
falar e
agir de acordo com as representações conscientes não significa que as representações conscientes concordem exatamen-
te com O que se experimenta (58). A autenticidade exige um Di
56. 57.
58. 59.
O
ed
-
ROGERS,
CG. R. —
Psicoterapia
di Consultazione,
KINGET,
G. M. —
Psicoterapia
e Relazioni
ROGERS,
pp. 64, 94.
CG.
ctr. MARQUET, 1972, pg. 44.
R.
—
Psychologie
Existentielle,
EPI,
Astrol.,
Umane,
Paris,
Roma, 1971,
Boringhieri,
1971,
pg.
92.
pg. 86.
Milano,
1970,
P. B. — Carl Rogers o La Libertã della Persona, Astrol., Roma,
|
Scanned with CamScanner
63
“acordo entre a experiêncica do indivíduo e a sua representação na consciência” (60). É a naturalidade ou autenticidade do terapeuta o elemento por excelência, capaz de desfazer as barreiras e provocar a naturalidade no cliente: “Diante daqueles que gem atrás duma máscara, que recitam uma parte, que dizem habitualmente coisas que não sentem, não consegui-
mos mostrar até o fundo a nós próprios” (61). Claro está que para ser autêntico se pressupõe uma €S-
cuta atenta do que se experimenta, uma abertura constante para acolher o que flui da experiência imediata, do sentimento vivido, para melhor compreender-se. “Quanto melhor me compreendo, tanto estou em melhores condições de alcançar o acordo interno” (60), a congruência. Para sermos francamente naturais”, genuínos, “precisamos provar OS sentimentos
que em nós se manifestam” (60), e não agir “como se pro-
vassemos sentimentos calorosos de afeição por outro, e na verdade, não os provamos; como se assumissemos o ponto
de vista do outro, como se nos abstivessemos de julgar, como se aceitassemos o cliente tal comô ele é, como se quisesseetc.” empresa, a direção da tomasse mos que o cliente
autenticidade
(60). Na
é necessário
os dados
que
imediatos
da experiência do indivíduo, os sentimentos e as atitudes que ele prova em relação a outro com quem fala, sejam disponiíveis à sua consciência, e que seu comportamento se sujeite
a estes
sentido,
Neste
(62).
dados
a autenticidade
que o indivíduo “seja ele próprio”, seja tamente ao fictício e à imitação (62).
É a congruência,
do método,
das condições,
entendida,
assim
visto que
faz
real, opondo-se
o elemento
com
dire-
primário
por ela “o terapeuta en-
tra numa relação pessoal direta com o cliente, num encontro de pessoa a pessoa” (61). Ora, isto só é possível, sendo sem reservas ele próprio. O contato pessoal brota da autenticidade e é sempre ela que, sendo comunicada, estabelece a relação 60.
KINGET, pp.
61. 62.
94,
G. 95.
M
—
Psicoterapia
e
Relazlonl
Umane,
ROGERS, C. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cliente, Cfr. op. cit. nº 60, pp. 265, 267.
Boringhierl,
Martinelli, Firenze,
Milano,
1970,
1970, pg. 90.
Scanned with CamScanner
E
64
entre duas pessoas, em que uma investe O campo experimen-
amento tal da outra; é ela que dá início ao desencade
das po-
| tencialidades do indivíduo. |. nte ser dita ou A autenticidade não precisa necessariame
ente realizada expressa verbalmente, basta que seja internam através das formas" e com isto “não deixará de transparecer
(63), e manifestar-se em atitudes. Entretanto, O terapeuta deve de i mpõem, impedindo-lhe ressar os sentimentos que Se lhe
exp caso de concentrar-se no cliente (63). Neste
precisa emiti-los,
e um sentimento pesmas admitir que “o elemento expresso soal (por exemplo, de tédio), e não algo que faz do outro uma
ão minha e pessoa tediosa” (64). Se expresso como uma reaç não como um juízo sobre o outro, pode levar a uma relação (64).
profunda
mais
Rogers afirma que “o estado de acordo interno... é de primária importância, mas esse estado deve englobar as atitudes de consideração positiva incondicionada e de compreensão empática” (63).
Outra condição que propicia a criação dum
clima favorá-
vel para desencadear a tendência ao desenvolvimento, é a empatia, que sempre pressupõe a autenticidade. A empatia Este consiste na percepção do mundo subjetivo do outro. mundo abarca e abrange as experiências (sensações, percep-
ções,
significados,
cupa
em
cliente,
recordações)
à consciência
do
necessidades
in-
5). ia não se preomomento(6 A empat
num determinado
pulsões,
interpretar
disponíveis
tendências
e
cônscias, existentes no outro, segundo um ponto de vista alheio, mas esforça-se por compreender os dados (a economia
interna, sobretudo emotiva) fornecidos pelo sujeito que os ex-
perimenta, tais e quais como ele os apresenta e apreende (66). A compreensão empática não é uma compreensão que avalia
a partir do exterior, mas que prova os sentimentos do outro
DS
63.
64.
65. 66.
KINGET, pg. 268.
ROGERS,
d
G.
GC.
pg.
91.
cfr.
KINGET,
ctr. ROGERS,
M.
—
Psicoterapia
R. —
La
e
Terapla
Relazion]
Umane,
Centrata-Sul-Cllente,
Boringhierl,
Martinelll,
Milano,
1970
Firenze,
1970
GC. R. — Op. cit. nº 63, pp. 163.164.
6.
M.
—
op.
cit.
nº
63
pg.
113.
Scanned with CamScanner
65
mo Se fosse O próco s to fa os e eb rc pe e prova, qu como ele Os (65 ). sujeito
prio
pois, enquanto
se confundem, Empatia e simpatia não
à
oções, e à participaem às te en lm ia nc se es riênsimpatia se refere ontece em termos de expe ac o tr ou do s õe oç em s ão na periência dó outro (67), à ex da o nã e o it je su o ri óp cia do pr i-
ctos, tanto cognit pe as s do o sã en re ap à empatia “refere-se outro” (67). Na empade a ci ên ri pe ex da , os iv dez, a sua vos como emot nfusão do outro, a sua timi tia deve-se
“sentir a co
o injustamente, como Se ad at tr ser de to en im nt se ira, ou O seu der a própria identifossem próprios” (68), “sem todavia per com
dade” (68), isto é, sem
confundir os próprios se ntimentos
os do outro, e nem acrescentar os seus próprios sentimentos
perceber partindo aos do outro. É isto que se chama, também, e subjetivo, pertencende um esquema de referência interno te a outro (69).
tir do interior do Somente quando se compreende a par adia ou comunica (não outro, isto é, por via empática, e se irr o
es) esta compreensã tanto pela linguagem, mas pelas atitud clima de escuta, inteao outro, ele se sentirá envolvido num são em que se consideresse e acolhimento. Nesta compreen ram
os
sentimentos
do
e
outro
em
se
que
co-intuem
suas
“perceber a imporvivências e problemas, ele desperta para tindo-se atingido tância que se atribui à sua pessoa” (70), sen em sua subjetividade.
l ao A empatia gera o clima de segurança indispensáve or indivíduo: este clima lhe possibilita perceber sempre melh
pessoa os seus sentimentos e experiências, e “faz dele uma capaz de avizinhar-se de si mesmo, aprender, modificar-se e evoluir” (70). Somente uma compreensão profundamente sensível do outro, pode atuar suas potencialidades, sem dirigí-lo;
creio mesmo
69%.
70.
69. 70. Rogers
que seja esta a condição
fundamental
da não-
Cfr. ROGERS, C. R. — op. cit. nº 67, pp. 163-164.
Op. cit. nº 68, pp. 94, 93.
pp. 92 e 98. Ctr. ROGERS, C. R. — op. Op. cit. nº 2, pp. 94, 93.
cit.
nº
1,
pp.
163-164.
5
Scanned with CamScanner
66 diretividade,
demonstra
€ la o terapeuta
por
pois,
estar cen.
cliente e este é o elemento do a ênci r refe de dro qua no trado essencial
não-diretividade.
da
lhe possibilita a em. Como a autenticidade do terapeuta eração positiva patia, esta, por sua vez, leva-o a uma consid ender um sujei. do outro. Quanto melhor se consegue compre or aceitação e acolhito, partindo do ponto de vista dele, mai conhece O sujeito, maisers se hor mel nto qua ; ela rev mento se idades que o fazem um al qu as su de o çã ep rc pe ampla é a speito, estima e re de r do ce re me único e, por isso m esmo, As atitudes
simpatia.
ou calor
acolhimento
(71). É desta
outro
de aceitação,
revelam
maneira
respeito,
estima,
simpatia,
positiva
à consideração
pelo
que se dá valor ao outro como
outro, não é pessoa (72). O interesse que Se manifesta pelo a a outra pespossessivo, mas oblativo. O terapeuta “respeit (72), distinta de si, sem pretender possuí-la”
soa
enquanto
o” (72). “é um certo tipo de amor pelo outr
eficácia, caso for A consideração positiva pelo outro terá
do se dá valor ao incondicionada. Será incondicionada, quan sem reserva e sem outro, de modo absoluto, não condicionado, qualquer tipo de juízo” avaliação, “o que implica ausência de
respeito não são (72). O acolhimento, o apreço, o amor € o uitamente; desoferecidos ao outro, por mérito dele, mas grat
ta maneira
ele se sente
se leva em conta o modo
estimado
como
pessoa,
como
se comporia;
não
porque
nada se rejeita
ir; ele é ou desaprova de tudo quanto o outro pretende refer orar ou “tolerado em qualquer conteúdo que deseje referir, expl
descrever, sem restrição alguma (73).
Esta atitude estimula no indivíduo as forças positivas latentes, embora o deixe livre para escolher:o rumo que prefe-
re seguir, os meios que deseja empregar ou a meta que visa alcançar, e neste sentido, a atitude não dirige e nem guia.
e 71.
KINGE ROGERS, G. R., e120-12 5. T Milano, 1970, PP. 1£9
72.
ctr. ROGERS, pp. 94 e 95.
73.
ctr.
cfr.
KINGET,
C. R. ; — G.
M
—
—
Psicoterapia
e
Relazioni
La Terapia Centrata-Sul-Cliente, op.
cit.
nº
71,
pp.
Umane,
Martinelli,
Boringh.,
Firenze,
1970,
177-120,
Scanned with CamScanner
67 positiva incondiciona. Discordo da entra em contradição com a autentici dade (74) gruêndesta posição, pois o próprio Rogers referiu que a con e cia deve englobar a consideração positiva incondicionada a empatia (75). Em verdade, quando alguém é transparente ou congruente, só é possível comunicar ou expressar um senPagês
opinou
a € onsideração
que
timento presente na própria pessoa do emissor, e este senticomplexa e mutáeducador, quando
além disso, “existe numa corrente sentimentos” (76). O terapeuta ou
mento, vel de
autêntico, não emite um juízo de valor sobre o outro (77), mas
apenas expõe um sentimento pessoal que, por ser passageiro e não ser uma avaliação do outro, não impede de compreen-
dê-lo e aceitá-lo. Parece-me que a consideração positiva incondicionada não é mais que uma consequência lógica da auExplico:
tenticidade.
implica
autêntico
ser
auto-com-
numa
preensão e esta pressupõe uma abertura da pessoa para melhor perceber o que experimenta. Esta maior abertura para escutar-se a si próprio e compreender-se melhor, faz com que o indivíduo possa abrir-se também ao outro e compreendê-lo melhor.
ta
Considerando que uma ampla auto-compreensão acarreuma proporcional auto-aceitação, igualmente, uma maior
etero-compreensão é seguida por uma etero-aceitação. Entretanto, não se dá uma verdadeira e real etero-compreensão sem uma auto-compreensão e correspondente auto-aceitação.
Pode acontecer que um sujeito expresse verbalmente uma etero-compreensão aparente, e esta aparência acontece exatarém
comunicada,
consciência que
sujeito
ambiguidade, 74. 75. 76.
7.
de modo
porque só pode ser expressa
mente
pois ele nem
PAGÊS,
Ctr.
ROGERS,
pg.
168.
ROGERS,
o
compreender
afirma
Max
—
C.
R.
Psicoterapia
GC. R. — La Terapla
outro,
compreende
L'Orientation
—
de
a percepção
e a experiência,
Ctr.
falta
a
que
visto
Non-Directive,
e
Relazioni
Centrata-Sul-Cliente,
po-
não
verbal,
entre
articulação
e o sentimento
comunica
a
do
irradia
e
a si próprio. A ambiDunod,
Umane, Martinelli,
Paris,
1970,
Boringh.,
Firenze,
pg.
VIII.
Milano, 1970
1970
pg.
91
Cfr. MARQUET, P. B. — Carl Rogers o La Libert della Persona, Astrol,as Roma, e
1972,
pp.
68-69.
Scanned with CamScanner
68
gúidade faz com que o receptor capte o que o emissor co.
munica em desacordo com
o que diz, e, precisamente nisso
o emissor revela sua inautenticidade (78). Quando eu percebo
com exatidão o que eu sinto vivencialmente dentro de mim,
eu me compreendo,
e nisto está a congruência ou acordo in.
terno. É a congruência
que me
ticamente o outro, porque, gruente comigo mesmo, eu e o modo como ele encara e portanto, compreendê-lo
minha
tendência
natural
possibilita “compreender
empa-
sendo aberto a ele, por ser conposso co-intuir suas experiências as coisas, como se eu fosse ele, e compreendendo-o, aceitá-lo. A
a julgar ajusta-se
ao
modo
de sentir
e julgar do outro, quando eu co-intuo sua experiência interior, porque eu assumo seu ponto de vista e vejo a sua situa-
ção “como se” eu fosse ele, e assim sou levado não apenas a compreendê-lo, mas a aceitá-lo, acolhê-lo, respeitá-lo, o que significa: ter por ele uma consideração positiva. Quando esta consideração positiva vê no outro o valor da pessoa como ser único, gera a estima por ela. A estima
e o interesse proporcionam um acolhimento sem reservas, isto
é, incondicionado, absoluto; acolhimento em que “não se aceita apenas -«um ou outro sentimento, desaprovando os demais” (79),mas aceita-se a pessoa tal qual é. A autenticidade possibilita a empatia e esta conduz a uma
consideração
positiva incondicionada. Não há contradição en-
tre congruência e consideração ao invés, que uma é a condição, tra, e tanto uma como a outra critério normativo, de todo juízo
positiva incondicionada; creio, ou até a causa remota da ouimplicam na ausência de todo avaliativo do outro, o que faz
com que ambas as condições sejam não-diretivas. Quando uma pessoa está na presença de outra, e reciprocamente uma investe o campo experimental da outra, seja de modo perceptível ou imperceptível (80), e uma delas consegue
comunicar, pelo menos em parte, autenticidade, empatia e con-
Sr ot gun 78.
79. 80.
Cfr.
pg.
KINGET,
267.
ROGERS,
95.
Cfr.
G. M. —
Psicoterapia
e Relazionl
Umane,
Boringh.,
Milano,
1970,
GC. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cllente, Martinelli, Firenze, 1970, pg.
ROGERS,
CG.
R.
—
op.
cit.
nº
78,
pg.
159.
Scanned with CamScanner
69
e estas atisideração positiva incondicion ada, e a outra perceb
em motudes, em medida mínima (81), a primeira atua OU põe nalivimento as capacidades latentes da segunda e sua perso
dade se modifica. Estas condições conseguem influenciar OU-
tra pessoa sem dirigí-la ou guiá-la; atuam as potencialidades,
deixando que toda iniciativa seja tomada pelo que percebe tais
atitudes. Este condicionamento não intervém na iniciativa e nas
decisões de outra pessoa.e nem sequer aponta metas OU crité-
rios
dinamiza
apenas
mas
normativos,
ção. Por isso é um condicionamento
tra nas capacidades
a tendência
à atualiza-
não-diretivo e se concen-
latentes da pessoa.
Conforme Rogers, são estas as atitudes indispensáveis para ativar o auto-desenvolvimento duma pessoa, mas “se estas atitudes não são, pelo menos em parte, comunicadas ao cliente
per-
e percebidas por ele, se elas não existem em seu mundo
ceptivo, não podem produzir modificação” (81). Ora, isto é afirmar implicitamente que a não-diretividade tem seus limites.
O limite acontece quando numa pessoa sidade nas atitudes com o mais elevado cá-las, e a outra não consegue ou não em medida mínima. Num tal caso, o uso
há o máximo de intenempenho de comuniquer percebê-las, nem do método será inefi-
caz.
“Quanto
pro-
mais perturbado está o cliente, tanto menos
vável é que colha as atitudes do terapeuta” (81), portanto, os indivíduos incapazes de captar tais atitudes num outro, isto é, incapazes de entrar em relação ou comunicação, não poderão ser ajudados pelo método não-diretivo (82). Pode-se dizer que o método não-diretivo não é aplicável a pessoas com distúr-
bios incuráveis (82). Encontra-se grande dificuldade em usar este método com pessoas de “baixo status social e intelectual, psicose crônica e em falta de qualquer motivação consciente”
(83). 81.
Cfr.
ROGERS,
82.
1970, pp. 95, Ctr. KINGET,
83.
pg. 33. Op. cit.
nº
C.
100. GQ M.
81,
pg.
R.
es
—
La
Terapla
Psicoterapia
Centratata-Sul-Cllonte,
e
Relazionl
Umane,
Martinelll,
Boringh.,
Firenze,
Milano,
1970
Ê
251.
Scanned with CamScanner
TO
não-diretivo é aplicá-
método Por outro lado, “a terapia Ou maioria de indivíduos
vel à grande
que têm
relativamente adequada
chegar a uma Solução
a capacidade de de seus proble-
os próprios promas” (84). Creio que à capacidade de resolver pode percebê-los blemas se dá na medida em que O indivíduoproblemas oscila de dos
ou compreendê-los, e a compreensão
isto significa acordo com o grau de normalidade do indivíduo;
que ela é proporcional
auto-compreensão,
de
à capacidade
porque é na medida em que me conheço que consigo compre-
ender meus problemas. Desta posição infere-se que só O indi-
víduo capaz dum conhecimento reílexo pode servir-se deste método para reorganizar-se, auto-dirigir-se, escolher sua meta,
enfim, ser independente
(85 o 84).
e autônomo
Como complemento do acima exposto, acrescento que o próprio Rogers verificou nos esquizofrênicos, deficientes na capacidade de percepção, que ao servir-se de tal método, não só não progrediam, mas regrediam, aumentando a ansiedade momento,
(86). Esta constatação está a indicar, até o presente
um outro limite. Quem
aplicar este
pretende
método,
tudo
de
deve antes
ser uma personalidade autêntica, capaz de ser natural e equilibrada, ser cheia de compreensão, espontaneidade e calor (86). Parece-me que quanto mais uma pessoa se aproxima do equi-
líbrio manifestado por Cristo, melhor poderá empenhar-se nes-
ta vocação.
Resta-me
esclarecer
como
comunicar
concretamente
es-
tas atitudes não-diretivas. Estas atitudes internas, pelas quais o indivíduo, na relação consigo mesmo, deve ser autêntico e, na
relação
com
outro,
precisa
co-intuir
as vivências
ou
expe-
expressão
exte-
externa
deve
riências do interlocutor e aceitá-lo ou considerá-lo
positivo e incondicionado,
rior para serem ao AE ese 84.
ê
5.
86.
ROGERS, 124, 128,
GC.
necessitam
comunicadas.
R.
—
Psicoterapia
di
A
de uma
manifestação
c onsultazione, Astrolabio,
de modo
Roma,
1971,
pp.
ctr. KINGET, G. M. — Psicoterapia e Relazion “zlonl Umane, Boringh., Milano, 1970, pg. 33.
ctr. ROGERS, GC. R. — pp. 101-102, 104.
La Terapia
Centrata-Sul-
Cliente,
Martinelli,
Firenze,
1970,
Scanned with CamScanner
71 corresponder
ao estado
interior da personalidade.
É por isso
que na não-diretividade o terapeuta ou educador deve agir CoEngana-se mo pessõa e não como especialista ou técnico (87).
de quem pretende reduzir o método não-diretivo a um conjunto
não existécnicas; e se técnica evoca a noção de objeto (87),
tem técnicas não-diretivas, porque na relação, o outro é resobpeitado como sujeito, como pessoa, e não manipulado como jeto. Se tomarmos “técnica” num sentido restrito, isto é, como
e conexpressão externa das atitudes de congruência, empatia em sideração positiva incondicionada, então, poderemos falar são detécnicas rogerianas, mas, notemos, que estas técnicas
terminadas
pelas atitudes das quais decorrem.
A expressão externa das atitudes pode ser emitida através do aspecto fisionômico ou verbal. O emissor não-diretivo procura refletir a comunicação do interlocutor, expressando adedo quadamente ou dando forma externa, não só ao conteúdo que diz o indivíduo, mas também ao fundo sentimental que guia a expressão. É importante, pois, que a fisionomia, o tom, O ritmo e a intensidade da voz, e mesmo a gesticulação ou posição do corpo comuniquem o que o terapeuta ou educador percebe, no e com o sujeito, da experiência deste, e manifestem que o tera-
comunicar. do
ência
Portanto,
educando,
o que
precisão
de receber com
peuta foi capaz
o cliente quis
não se trata de revelar dados da experi-
dados
este
que
pretende
não
comunicar,
por não os ter assimilado. Parece-me que esta forma indireta de expressar as atitudes é mais eficaz que a forma verbal (88), porque
o emissor
revela ter compreendido
o interlocutor,
sem
correr o perigo de aprová-lo ou desaprová-lo; antes, revela que o acompanha e aceita sem tomar iniciativas por ele e, exatamente com isto, faz com que o indivíduo aprenda a ser autônomo (89).
87.
ctr.
88. 89.
pp. 259, 19. Cfr. idem, pp. 259-269. Cfr. op. cit. nº 87, pp.
KINGET,
G.
M.
—
Pslcoterapla
e
Relazioni
Umane,
Boringh.,
Milano,
1970,
274-276.
Scanned with CamScanner
72
A segunda forma de expressar as atitudes é a verbal, mas também esta não deve fazer mais que refletir a comunicação
do sujeito e exprimir a unidade das três atitudes presentes no
terapeuta ou pedagogo não-diretivo. “Refletir significa reassumir, parafrasear ou acentuar à comunicação do cliente, tanto
manifesta como implícita” (90). A comunicação implícita, po-
rém, só pode ser revelada, caso seja aceita pelo
indivíduo (90),
O pedagogo reassume a comunicação quando a retoma
ou a re-
produz numa forma equivalente, e em tal caso, “é melhor ser-
vir-se de termos e símbolos usados pelo próprio sujeito” (91).
“O meio mais simples de realizar isto é o de aceitar as palavras do sujeito, repetindo-as ou imitando-as em outras palavras, evitando discutir o conteúdo ou a realidade objetiva” (90).
Toda resposta deve, em síntese, revelar que o pedagogo soube imergir-se no mundo subjetivo do seu interlocutor e soube colher, não apenas o que o outro quis dizer, mas também o sentimento que comunicou. As respostas derivam sempre do quadro de referência do cliente ou educando (92), e expressam . não só as palavras dele, mas também sua intenção. O terapeuta ou educador deve responder “ao que o interlocutor comunica, não ao que revela” (92), porque ele pode revelar,o que não intenciona. Infere-se daqui que o terapeuta ou pedagogo, quando se sente incerto, deve evitar qualquer interpretação (91), porque esta poderá, não concordando com o ponto de vista do cliente, impedir a livre expressão dos seus sentimentos e barrar a dinâmica interna da própria pessoa. A formulação da
resposta deve ser de modo tal que o cliente só possa confirmá-la (90). Ora, isto acontece quando há uma identidade de percepção entre ambos, captada pelo cliente na reprodução
do terapeuta, quando em sintonia com sua expressão fisionô-
mica
(93).
O conteúdo reformulado na resposta deve sempre provir da comunicação do educando, de modo que ele, ao contem-
em
90. 91. 92. 93.
KINGET,
G.
M. —
Pslcoterapla
pp. 297, 293, 281. ROGERS, — Psicoterapia
di
e Relazion!
Consultazione,
ctr. op. cit. nº 90, pp. 283-286, 289. cfr.
op.
cit.
nº
90,
pp.
Umane,
Astrolabio,
:
Boringhierl, Ro
Ê
Milano
;
1970
;
ma, 1971, pp. 203, 281.
297-200.
tm
Scanned with CamScanner
ss 73 plá-la, não a possa negar, antes, possa ver nela, como num espelho, a síntese do que pensa e sente. Quando O cliente aceita,
negá-la ou restringí-la, ele consegue
a resposta sem
perceber
elementos que imperceptivelmente experimentava. Ora, a não-
diretividade
visa fazer
com
que
o indivíduo
consciência
tome
ou perceba de modo autônomo a experiência vivida e com isso supere o desnível entre os fatos experimentados e sua repre-
sentação
(94). É este exatamente
Conforme gerianos
o efeito da resposta-reflexo.
Kinget, existem três modalidades de reflexos ro-
não-diretivos,
mas
convém
lembrar
que
“estas
gorias foram estabelecidas a posteriori, por Rogers”
cate-
(94). Es-
tas técnicas verbais derivam das atitudes e não fazem mais que
confirmar a não-diretividade da relação interpessoal ou dialo-
RA A primeira modalidade é a Reiteração. Na ausência de elementos emotivos, ou, quando não se consegue distinguir entre o conteúdo material e o sentimento da pessoa que pro-
gal.
cura
ajuda,
então
“reassume-se
a comunicação,
revela-se
um
elemento saliente ou simplesmente se reproduzem as últimas palavras” (94). Isto significa usar a reiteração. Reiterar o conteúdo estritamente evidente da comunicação cria um clima de segurança porque “nada se acrescenta ao pensamento do cliente” (94), e ele, por sua vez, se sente acompanhado, compreendido e respeitado. Com isto, suas forças autônomas e em crescimento são ativadas (94). Esta forma de reflexo não “modifica de modo direto o campo da percepção” (94), mas é a que, pela sua -não-diretividade, melhor favorece a iniciativa do indivíduo.
A segunda modalidade de resposta verbal chama-se Reflexo do Sentimento. Quando o terapeuta ou pedagogo nãodiretivo co-intui o sentimento vivido pelo sujeito, embora não manifestamente expresso no que diz, ele pode explicitar este sentimento inserido nas palavras, não para impor ao indivíduo, mas para propor (94). Esta técnica que ilumina o fundo da co94,
Cfr. KINGET, G. M. — Psicoterapia e Relazionl pp. 299-307, 207-308, 310, 309-310, 315.
Umane,
Boringh.,
Milano,
1970,
Scanned with CamScanner
74
sentimento. “Reconhecer adedo flexo ão intitula-se re dai rear municaç do1 sujeito, clarear seus sentiânimo de s do ta m | O insight” verifiquadamente OS es ze fa o, sã es pr ex e vr jar à li um modo mentos, encora ” é essencialmente
O “insight car-se por si” (95). organização da faculer, por isso, comporta a re
novo de perceb
dade perceptiva
(96).
pliar o campo da percepam a a ud aj o ex fl re ta os sp Esta re o, sua reorganização. Entretant do indivíduo, o que fav orece
ção positivo quando embeito efe tal er obt rá ui eg ns co o este reflex ão e do respeito incondiciobido duma verdadeira compreens autêntico (97). Quando, for m que a e ent som eis sív nado, pos se reproduz O seu sentimento, além do pensamento da pessoa a fruto duma compreensão sej ta pos res tal que l áve ens isp é ind nte o que O sujeito sente, empática, e expresse verdadeirame e
sem
qualquer
inserir
escuta
quem
pessoa | de
sentimento
do, a enunciação transelabora o reflexo, porque isto acontecen temente
ação e consequen forma-se numa avaliação ou interpret (97). Esta modalidade deixa de ser uma técnica não-diretiva
de refletir deve
“iluminar o indivíduo,
(97), e
instruí-lo”
sem
ar sua intenção ou para isso não pode fazer mais que explicit exige muita asua atitude (97). A formulação de tal resposta
rência tenção para manter-se sempre dentro do quadro de refe
do cliente.
Dentro
preensão
desta
perspectiva,
e acolhimento
em
se procura
que,
com
equilíbrio,
com-
participar do
ser fiel ou
sentimento do outro, ele se sente impelido a reavaliar-se, deslocando o fulcro da percepção, do problema para o próprio
sentimento
(98), sem
defender-se,
e assim
vimento sua pessoa e seu comportamento.
põe
e mo-
ação
em
A terceira modalidade de reflexo é a Elucidação. É uma resposta que visa “pôr em destaque sentimentos e atitudes que mem
95.
97. 98.
e, Astrol., ROGERS, C. R. — Psicoterapia di Consultazion 201. 95, pp. 171, 204 cir. ROGERS, C. R. — Op. cit. nº Cfr.
KI
,
pp. 321, 322, 307, 310. cfr. Idem, PS. 324.
Ee
,
Roma,
,
9
1971
“4
Mil
,
194
pp
,
e
1
Scanned with CamScanner
75
jeito, mas que por
palavras do SU não derivam diretamente das cação ou do conuni com da das uzi ded dem racionalmente ser quema de deve afastar-se do es não o açã cid elu A texto” (98). ela tende a aproém, como dedução, referência do sujeito, por geralmente
e, portanto, ximar-se da interpretação à autonomia
a tendência
não estimula
diz: “É sempre melhor
(99). Rogers
ar atitudes não ainret erp Int . sos res exp os ent reconhecer sentim afirmaperigoso” (100). Desta
da enunciadas
ção concluo
é extremamente
mo dos
que OS dois primeiros
de
refletir são
OS
enquanto
fa-
Rogers. Ele o afirma dizendo por dos usa s mai os e es melhor deuma interpretação. O fato
uzir que “nada se ganha em ded terminante é aceitar a interpretação”
que
Parece-me
vorece
a atividade
a elucidação
é não-diretiva
pertencente
como
à campo
nteça é necessário percepção. Ora, para que isso aco
da própria
certo
um
da elucidação
Portanto, o emprego
grau de autocompreensão.
O
caso
do sujeito, e só favorece
autônoma
indivíduo a reconheça
(100).
já atingiu um certo grau pode ser válido para um indivíduo que soalmente penso que de desenvolvimento e autonomia (99). Pes ação o grau de lio uso desta técnica deve levar em consider o indivíduo berdade do cliente, e creio ser vantajosa quando sua autocomesteja em condições de aceitá-la para promover Kinget confirmou este ponto de vista ao afirmar: preensão.
o cliente se acha diante
“Quando a exploração é aprofundada e
internas
de contradições
e comportamentos (101).
natural que aflore a elucidação”
é
sentido,
sem
Sendo a elucidação uma operação lógica, um trabalho intelectual, ela manifesta, de modo mais claro, a competência do terapeuta e portanto vem encorajar a dependência do cliente. A elucidação só
é válida quando
o grau
de autonomia
cançado pelo cliente é tal que o esclarecimento
dica 99,
mais,
antes,
Cfr.r. KINGET, pp.
G.
325-328.
100.
E ROGERS, GR. C. R.
101.
Op.
cit.
nº
99,
ajuda-o
M. — — pg.
porque
Psicoterapia
Psicot e rapia 358.
di
e
ele
vê
Relazioni
Consultazlone,
não o preju-
a elucidação
Umane,
Boringh.,
Astrolabio,
al-
'
mo
Milano,
Roma,
,
1971
1970
,
p o
Scanned with CamScanner
76
uma ressonância amplificada do que ele próprio pensa e sente
Uma
perfeita co-intuição
quando
a elucidação
do estado
do cliente
será vantajosa
poderá
e não-diretiva,
Do acima exposto resulta que quanto mais reflexo tende a afastar-se do ponto de vista do
favor de elementos
provindos
do quadro
indicar
a
respostasujeito, em
de referência do te-
rapeuta, tanto menos não-diretiva é uma técnica. Quanto mais
diretiva for a resposta apoiar-se no terapeuta
A não-diretividade
maior será a tendência do cliente em e menor será sua autonomia.
exige
que
tudo
parta
da
iniciativa do
sujeito: o assunto a debater, o campo a explorar, os valores a escolher, as metas a atingir; tudo se apoia sobre suas ne-
cessidades,
sobre
referência.
ele,
mas
Nada
sua
competência,
se faz sem
principalmente
nele.
sobre
ele e tudo
se
seu
realiza
esquema
de
por e com
Uma conclusão concreta do método não-diretivo pode ser a seguinte: amigo, procura escutar a voz de teu interior e ela ensinará a conhecer-te a ti mesmo e relacionar-te com outro em profundidade. Com isto conseguirás ser congruente, aceitando-te e amando-te. Na medida em que te compreenderes e aceitares, terás condições de te abrires para escutar, com-
preender em
e acolher
condições
mais
os que te rodeiam precárias
do
que
e talvez se encontrem
a tua.
Estes,
encontran-.
do em ti uma pessoa aberta e autêntica, sentirão que tua personalidade irradia o calor suficiente para que também eles
possam crescer e amadurecer. Eis a maneira como podes con-
tribuir para transformar uma librada;
zer da
desabrochar
sociedade
fervorosos,
pessoas,
nem
mas
uma
os
numa
pessoa desintegrada,
criança
família humana.
melhores
a compreensão
colhedor comunica
as suas
Não
conselhos
empática,
que
em
numa
equi-
capacidades
e fa-
são
os discursos
transformam
as
que o silêncio a-
mais do que o discurso, o exemplo e o
gesto são mais fortes que as palavras e a pessoa vale mais do que a técnica. Só um clima não-diretivo faz de cada um e de criar uma pessoa madura, capaz de viver autênticamente
uma
calor. atmosfera de paz, harmonia e
Scanned with CamScanner
Ill
CAPÍTULO
O DESENVOLVIMENTO E O CONCEITO DE PESSOA tos mais próxiInicio este capítulo partindo dos elemen ivamente, chegar mos da experiência terapêutica, para, gradat tato com ela, a inferências que sempre mais se afastam do con
até, por fim, precisar o conceito de pessoa.
Quando numa interação humana um indivíduo se porta de modo não-diretivo, por um lapso de tempo, e outro consegue perceber as atitudes comunicadas pelo primeiro (1), poder-
se-ão constatar certos fenômenos de mudança no segundo (1). Estas mudanças externam-se no comportamento, pois “pessoas que conhecem bem os clientes constatam que eles
se comportam com maior maturidade” 1.
Cfr.
ROGERS,
C.
R.
—
pp. 166, 171, 175, 179.
Psicoterapla
e
Relazioni
(1) após o tratamento. Umane,
Boringh.,
Milano
ATO,
Scanned with CamScanner
78 Cumpre
lução
notar,
porém,
interior, porque
que
o método
não
conduta a partir do exterior (2). Tudo
pessoal
força propulsora da evolução
sujeito.
Esta força
atualização
(1).
A
inata chama-se
citada
dirige e não Corrige a
leva a pressupor que a
está dentro do próprio
tendência
tendência,
da evo.
provém
O comportamento
que
atualizante ou à
ao
expor
o
Método
não-diretivo chamei também
capacidade ou potência, impreg-
diz-se que é uma
“organísmica”
na o indivíduo em sua totalidade psicofísica (3). Neste sentido
tendência
em sua totalidade (2).
ende:
O
organismo,
“Aspectos
tuitivos
na
globalidade
fisiológicos (ou
e conscientes”
(3).
de
ou do organismo
seus
aspectos,
morfológicos),
Portanto,
compre-
instintivos, in-
a concepção
global
ou
organísmica revela “a compeneitração e inseparabilidade dos aspectos físicos e psíquicos do organismo” (2), de modo que
é possível estabelecer um real paralelo entre o pólo físico do desenvolvimento e o psicológico. Se o indivíduo consegue satisfazer as necessidades físicas ou biológicas de seu organismo, desenvolve o aspecto morfológico, e o funcionamento fi-
siológico será ótimo. Se ele satisfaz as necessidades psíquicas do organismo, desencadeia o crescimento da personali- . dade,
e o sujeito
funcionará
psicologicamente
muito
bem
(4).
Há sempre uma interferência dum aspecto no outro, a tal ponto que não é possível. o crescimento psicológico equilibrado, sem um crescimento somático correspondente; o equilíbrio de um está condicionado pelo equilíbrio do outro. Não se dá um processo de modificação psicológica sem uma ressonância fisiológica, e, quando uma capacidade se desenvolve, sempre encontra eco na outra. Tanto uma como outra potencialidade só crescem na interação com o ambiente, e quando o ambienDO
(3
Ctr. KINGET, pp. 166, 171,
G. M. — 175, 179.
Psicoterapia
e
Relazioni
Umane,
Boringh.,
Milano,
1970,
, 1970, P9ROGERS, C. R. — Le Développement de la Personne, Dunod, Paris 20, nota 1. cir. ROGERS, G. R. e KINGET, G. M. — Op. cit. nº 2, pp. 35-36, 179, 216-219, 58.
Scanned with CamScanner
79 ;
é e se oriqu necessidades as satisfazer para te fornece os meios está garantida à ponte te, zan ali atu cia dên ten da ginam gia soal, sem, porém, e promoção do enriquecimento pes a se O intervento clínico
tervenção ativa (4). “Como ae smo, de modo análogo, a im ani org do co ógi iol fis rio líb qui . dos valores nsamentos e sentimentos e
cia profunda dos pe outro pode perturbar
(4).
A concepção
a balança
natural
Ru
organismo,
do
unitária e indissociada
psíquicas
forças
das
seus aspectos psicossomáticos, tem como consequência nº
cessária que, a
lei (!) fisiológica ou morfo
lógica do organismo,
to físico, em senreferente à tendência à atualização do aspec
tido positivo, estende-se ou é válida para O todo, isto é, para
o
organismo,
o
globa
portanto,
e
psicológico
aspecto
a
tendência
também.
en-
atualizante
uma
há
Apenas
O aspecdiferença quanto ao método ou o modo de constatar. a-se num to físico é observável do exterior e “a hipótese basei psicosistema de referência externo” (5), enquanto o aspecto lógico só é observável entrando em contato com O mundo interior da pessoa, pela empatia (5). A hipótese baseia-se num sistema de referência interno à pessoa, e pode ser confirma-
da pela própria pessoa ou por uma avaliação consensual (6). Para O primeiro, emprega-se o método objetivo, experimental, e para o segundo, o método fenomenológico. Um apoia-se no conhecimento empírico; outro, no conhecimento fenomenológico (6). . não
O princípio ou hipótese da tendência é
um
fato
5.
ROGERS, 321. 317,
C.
6.
Ctr. ROGERS,
observável
externamente.
à atualização O
que
se
física
observa
externamente são 'os efeitos ou resultados da hipótese, que é
R. —
La
C. R. —
Terapia
Centrata-Sul-CIl ente,
Op.
cit. nº 5, pp. 317-332,
Martinelli,
: Firenze,
1970,
pp.'
315
Scanned with CamScanner
80
intuída subjetivamente (6). Igualmente é a observação natura.
lista dos fenômenos psicológicos, da fenomenologia do eu,
referente â ten-
a hipótese
que leva a intuir subjetivamente
dência à atualização psicológica. Não há, portanto, razão pa. fisiol6ra dizer como Kinget que O desenvolvimento do pólo gico à fase adulta, com a presença de fatores que 0 promo. do pólo psíquico
vem, seja um fato; e que O desenvolvimento
seja do organismo, na presença dum clima que lhe favorece, tanto é o feuma hipótese (7). Creio que fato, para Rogers, (8), e hipótese nômeno psicológico, como O fenômeno físico é a tendência à atualização tanto do pólo físico como do pólo psíquico (7). O desenvolvimento morfológico não tem razão a não
psicológico,
de ser mais exato que O desenvolvimento
O qual o conheci-
ser que se aceite o preconceito, conforme
' mento objetivo ou experimental é mais exato que O conhecimento fenomenológico da pessoa. Entretanto, Rogers afirma que “nenhum método de conhecimento é infalível” (8). Logo, tanto um como outro não podem pretender mais que formular
hipóteses, e não leis imutáveis. Além disso, só é possível o
acesso ao mundo fenomenológico da pessoa, através da observação naturalista que empatiza com a experiência subjetiva imediata. Na observação naturalista realizada no contato
ou experiência terapêutica, Rogers constata que no campo fenomênico ou experiencial, isto é, na experiêncica organís-
mica não se -dão somente dados conscientes, fisiológicos, mas instintivos e intuitivos, ou experiências
aspectos
sensoriais e
viscerais que são provadas e nem sempre conscientizadas
(9). Poder-se-ia talvez resumir estes aspectos cônscios e in-
cônscios no termo experiência. “A experiência se refere a tudo que acontece no organismo, em qualquer momento, e que
é
potencialmente
disponível
à consciência .'..
engloba
os
a-
)
ee
.
2)
Cfr. KINGET, 6. M — Pelcoterapia e Relazioni Umane, Boringh.,
PP.
85,
45.
ctr. ROGERS,
C. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cli
pp. 317-322, 315. Cfr.
ROGERS,
C.
R.
—
Op.
cit.
nº 7,
Pg.
"”
Milano, 1970 ,
,
ente, Martinelli, Firenze, 1970,
246,
Scanned with CamScanner
81
viduo é consciente, como os fe contecimentos de que o indicien te" (10).
nômenos de que não é cons ência,
que
há os
à consci-
da experiência disponíveis
Entre os elementos
O
eu.
do
perceptiva
a estrutura
perfazem
eu não é mais que “um conjunto organizado e mutável de per-
cepções
ao próprio sujeito.
que se referem
Como
exemplo
destas percepções citamos: características, atributos, qualidades e defeitos, capacidades e limites, valores e relações
que o sujeito reconhece descritivos de si próprio e que perce-
be como constituintes de sua identidade” (11). Basta, porém, que esta configuração constitutiva da imagem ou idéia do eu “seja disponível à consciência, embora não seja necessariamente conscicente ou plenamente consciente” (10). Isto não
isto
significa que a noção do eu inclua dados inconscientes,
é, apenas potencialmente simbolizáveis (10). Eu diria, esta noção só inclui o que é virtualmente simbolizado ou consciente, porque a estrutura do eu “engloba, além daquilo de que o indivíduo se dá atualmente conta, todas as experiências passadas ou periféricas capazes de entrar imediatamente no | campo da percepção sob a influência de um estímulo adequado, quer externo, físico ou interno” (11).
rapêutica,
que
certificou-se
um
é
eu
“o
na
relação
te-
elemento
central
da
fenomênico
o campo
observando
Rogers,
não ter outro
e ele parece
experiência subjetiva do cliente...
escopo que o de tornar-se o seu verdadeiro eu” (10). Esta tendência pressupõe a possibilidade de flutuação na idéia que
o sujeito se faz de si mesmo,
e ela flutua,
realmente,
na me-
dida em que suas percepções e conscientizações se modificam. As percepções e conscientizações modificam-se porque os estímulos internos e externos variam, e são eles os causadores das simbolizações conscientes e das percepções. A englobando
consciência, 10,
Ctr. ROGERS, 1970, pg. 246. KINGET,
11. Rogers
G.
M.
C.
A.
—
Op.
— cit.
efeitos
de
Psicoterapia
e
pp.
26,
nº
10,
estímulos
Relazioni
excitantes
Umane,
Boringh.,
pro-
Milano
54.
6
Scanned with CamScanner
82
venientes de fonte externa e interna, é mais ampla que a per.
cepção, por ser esta efeito apenas de estímulos excitantes provenientes de fonte externa (12). Acontece que tanto a per.
sciência: não são maiso doque parte da es. de to O estímuio, e ressonância ci , fonte ijenial experienc a con
como
cepção
trutura
o não conscientizado.
mesmo
Pertencendo o eu à estrutura perceptiva (13), e esta por sua vez, sendo parte da experiência organísmica total (12), só possibilita ao eu “fazer parte da unidade psicofísica total indi-
cada com o termo organismo” (13), embora seja a parte cen-
tral. Havendo uma diferença entre o eu e a experiência total, em cada momento da experiência, o indivíduo, conscientizando-se dela, pode descobrir que “um grande número de ele-
mentos da experiência aparecem em contradição com a idéia que ele faz de si próprio” (14). É neste caso que se dá a divergência entre o que o sujeito pensa ou julga ser e o que sente ou experimenta realmente (= experiência atual subjeti- va que corresponde ao sentimento que um indivíduo prova ao ter uma experiência = “experiencing”). Não se trata do acúmulo de experiências passadas (15). Tudo isto acontece porque “alguns elementos experienciais não estão incorporados na
estrutura
do
eu”
(12).
esclarecimento
Como
centar o seguinte: o próprio sujeito começa contraste: “eu sou tal e tal, mas experimento
posso
acres-
a perceber um este sentimento
que é sem relação alguma com o que sou” (14). Ora, isto significa que “eu sou um eu que difere duma parte de minha
experiência”
elementos
(16).
sujeito,
O
da experiência que
em
situação,
tal
concordam
com
seleciona
a imagem
“os
do
eu e estes passam a ser disponíveis à consciência... Os deo
12. 13. 14. 15.
16.
Cfr.
KINGET,
ROGERS,
Cfr.
M.
G.
C. R. —
ROGERS,
1970, po. ROGERS,
Ce
G.
149-150. R. —
GC.
—
Psicoterapia
—
Op.
cit.
nº
e Relazioni 12,
pp.
36,
Umane,
Op.
La
cit.
nº
Terapia 14,
pg.
Milano,
1970
37.
Le Développement de la Personne,
RH. —
Boringh.,
Dunod,
Paris,
1970
62
Centrata-Sul-Cllonte, Martinel, Firenze, 62,
Scanned with CamScanner
er
onsequent
ncia”bd(17) sáe Ex€ intercep i nterceptados à consciên ão maisi são Imagem negas mente, deformados, falsificados ou A "”
a
e não 6a tornem conformes à imagem do eu,
a ex
org
que se amplia e corrige com novas percepções:
ra on ser negada por enãopp periência que passa a circ vê-s a ânci unst
imagem
do eu. Em
tal
portamento” atualização
Resumindo:
(17).
s
i
fornece
a
conciui-S -
.
dinâmica
inca
o
“idéia do eu aparece como um pesto
organismo,
ao
a
e
energia
ou
mas é regulada ou dirigida, em sua tendência à con
a tendência
e ao desenvolvimento, pela noção do eu. Sendo
atualizante,
a dinâmica
do
impregna de energia também
organismo
ela
totalidade,
sua
em
servação
a noção do eu, visto ser esta o
elemento central do organismo. Neste cia à atualização do eu (17). Ela age riquecer o eu, mas se a noção não experenciais do organismo, há uma
caso, chama-se tendênvisando conservar e enconcorda com os dados cisão na personalidade
(17), e a “tendência à atualização do organismo
pode
obsta-
são
objeti-
cular a tendência à atualização do eu” (17), em vez de desenvolvê-la positivamente. O indivíduo, percebendo a experiência organísmica de modo falsificado e deformado, porque “a experiência comporta elementos não identificados que se referem ao eu” (17), faz com que a imagem do eu impeça o
sujeito de acolher elementos
vamente
suas
enriquecedores.
A tendência
à atualização
necessidades
necessidade
procura
como
manter
reais,
ameaça
mas
à
de experiência
que
do organismo
busca
o indivíduo
noção
que
que faz
satisfazer
percebe de
a estrutura do eu e defender-se
si
da
uma
próprio,
ameaça.
Com isto intercepta experiências reais e consequentemente gera a tensão interior, resultado natural do conflito entre a imagem do eu e a sua experiência verdadeira. É desta ma-
heira que a tendência à atualização do organismo 17.
ROGERS, j C. R. — 152, 145, 184, 144.
Psicoterapia
e
Relazioni
Umane
» B Boringh.,
obstaculiza
Milano,
1970,
pp.
Scanned with CamScanner
84
eu. Por outro lado, pode-se con. a tendênci a à atualização do objetiva, a tendência à atuacluir que se a noção do eu for Esta
lização do eu não será obstaculizada, torna-se
noção
há
quando
verdadeira
mas
acordo
plenificada.
entre ela e a
spondência enexperiência organísmica; ou quando há “corre pos-
r e aqueles que tre os atributos que o indivíduo crê possui efetivamente”
sui
(18).
Ora,
isto
significa
que
indivíduo
o
daquando progride não faz mais do que “tornar-se O seu ver
deiro eu” (18), conforme constatou o próprio Rogers nas en-
trevistas terapêuticas.
O que modifica durante o curso da terapia é a noção do eu (18), e a modificação se dá no sentido de uma reintegração
de elementos da experiência
negados
ou deformados.
O pro-
cesso de desenvolvimento ou reintegração não é mais que “um constante processo de modificação do campo da percepção, particularmente do setor central, correspondente à estrutura do eu” (19). O eu, porém, não é um simples aglomerado de apreensões, mas uma “Gestalt”, suscetível de sensíveis mudanças a cada mudança perceptiva. Deriva daí que o eu “se modifica, não essencialmente mediante adição e subtração, mas mediante organização e reorganização” (18). Tais fenômenos também foram examinados por Rogers durante a terapia
(18).
Para que se estabeleça o processo de reintegração ou desenvolvimento é necessário que o sujeito não se sinta ameaçado por nenhum fator e consiga reconhecer ou conscientizar-se das experiências até então negadas ou deformadas. É o fenômeno interno do desacordo entre a imagem do
eu e a experiência real vivida que provoca o desequilíbrio da personalidade, a tensão, a confusão, a angústia. O desequili-
brio se expressa no comportamento
que, ao conformar-se tan-
to às exigências organísmicas como à imagem deformada do
a CRE 18.
19,
ROGERS, C. 138, 150-151,
KINGET,
R. — Psicoterapia 156-157.
G. M. —
e
Relazioni
op. cit. nº 18, pg. 305.
Umane,
Boringh.,
Milano,
1970,
pp.
Scanned with CamScanner
85 es
eu,
: mostra-se
desarticulado
a situação
e in coerente
(20). e Numa * sinta livre SOde
o deste gênero é necessário que o indivídu
toda coação
da percepção
para, novamente,
a experiência
com
estabelecer O contato vivida e harmonizar
O à
(21).
e a consciêncica
entre o sentimento
órdo
E
Somente um clima que envolve de segurança O sujeito,
no qual
desfa-
poderá
e acolhido,
compreendido
se sentirá
zer sua estrutura defensiva que deforma, intercepta ou negã
experiências
que
não
concordam
com
a imagem
do
eu
(20).
de perceber a realidade subjetivamente experimentada
(22),
pessoa a exprimir ou acolher apenas certas experiências
(21).
Um clima de calor e afeição pode afrouxar a rigidez no modo
visto que tal clima satisfaz a necessidade de ser amado (consideração positiva) (22) e simultaneamente não condiciona a
A ausência total de juízos normativos estimula-o a tanto. A
consegiência lógica é que as condições oferecem possibilidade ao indivíduo de abrir-se à experiência e acolhê-la livre-
mente exprimindo o que percebe (21). Esse modo de portarse em face da experiência atual faz com que a noção do eu se amplie e se corrija e, portanto, não é mais a experiência que se adapta à noção do eu, mas O inverso, visto que esta
se enriquece pela escuta daquela e assim
aproxima
gradativamente
do
eu
a imagem
real.
do eu se
O clima capaz de satisfazer as necessidades organísmicas provenientes da tendência à atualização, sendo despro-
vido de avaliações
normativas,
não
ameaça,
clas e sentimentos interceptados começam
ciência e corrigir ou reorganizar a imagem rige o desenvolvimento
do
próprio
e as experiên-
a aflorar na cons-
que
indivíduo.
A
regula e dinão-diretivi-
dade atua o desenvolvimento da personalidade rumo à madu-
reza. Quando o indivíduo percebe que é compreendido empaticamente e prova a consideração positiva pro porcionada por a
20.
Cfr. A ROGERS,
pp.
21. 22,
154,
155.
C. CG. R. R, —
Psicotera pla
e
Relazloni
Cfr. KINGET, , G. 6. M. M. — op. . cit.cit. nº 200, pp. Cfr. ROGERS, C. R. — Le Développement
pg. 66.
U
mane,
Boringh,,
Milano,
1970,
38, 39-40, de
la
Personn
9
Dunod,
Paris,
1970
,
Scanned with CamScanner
|
86 pessoa,
outra
de
ne cessidade
sua
é satisfeita e
amado
ser
iasec a à | atualização das potenc com isso a tendência intrín passa em açã o e a experiêncica lidades organísmicas entra (23). A evolução acontece funada ent res rep ser a nte ame nov à pre damentalmente na noção do eu.
im-
da diretividade
oriunda
de insegurança
A condição
pripressa por outro (com proibições, imposições, etc.) leva tos ou
seus sentimen “meiro O indivíduo a não mais expressar
A falta de liexperiências e, depois, a não percebê-los (24). nde-se graberdade em exprimir-se, neste clima opressor, este os eledativamente à comunicação interna, de modo que muit É desta
ência.
de ter livre acesso
deixam
da experiência
mentos
que
maneira
se aprende
a reprimir
à consci-
a exterio-
rização e depois a própria existência dos sentimentos
interio-
res (24). Ao invés, a condição de segurança oriunda da não-diretividage, na qual a pessoa encontra, além da autenticidade, a compreensão empática e a consideração positiva incondicionada, faz com que o indivíduo se sinta capaz de exprimir seus
sentimentos
e
(23)
de
percebê-los
rigidez
interna,
consequentemente
pouco a pouco. Quando se oferecem condições de liberdade ao indivíduo para manifestar seus sentimentos ou experiências ou
para
prová-los,
rompe-se
O bloqueio
noção
eu.
o sujeito pode verificar o desacordo e a sua
periência
prossiga,
sem
sentimentos
os
amor,
apresentar
ou
do
e
existente entre a sua ex-
Caso
ameaças
ou
o clima
e irradiar
experiências
e negados passam a ser adequadamente quentemente integrados à noção do eu.
até
o envolve
que
compreensão
então
deformados
percebidos
e
e conse-
Na medida em que a estrutura do eu for reorganizada e
crescer
o
acordo
entre
o eu
e a experiência,
a
imagem
do
Milano,
1970,
total, tendem eu e o eu real que corresponde à experiência experiências a identificar-se. Nesta progressiva evolução, as ameaçadoras diminuem, as deformações ou intercepções se
eo o 28. 24.
E
Umane, cfr. ROGERS, GC. R. — Psicoterapia e Relazionl 170. 194, pp. 19323, pp. 39-40, 41. ctr. KINGET, 6. M. — op. cit. nº
Boringh.,
| |
Scanned with CamScanner
87
reduzem e o indivíduo, em vez de defender-se torna-se sempre mais aberto para escutar e acolher a própria experiência, aumentando o acordo entre o eu e a experiência e diminuindo
a tensão e a angústia. Tudo isso o leva a alcançar seu verdadeiro eu e avizinhar-se do eu ideal, pois “a terapia centrada
no cliente tem
é o conjunto
ideal
eu
“O
(25).
tual e o eu. ideal”
à-
efeito reduzir a diferença entre o eu
como
das
terísticas que o sujeito gostaria de poder reclamar como
carac-
des-
critivas dele próprio” (26). Neste processo a pessoa aceita-se
ão posia si própria, o que equivale a dizer que a consideraçavaliação
tiva em relação a si próprio aumenta. O centro de alheia. passa a ser O próprio organismo e não mais a opinião Como consequência, demonstra maior autonomia e indepen-
si mesma
a confiar mais em
dência e portanto começa
(26).
A nova situação pessoal reflete-se externamente, porque no a pessoa, conhecendo-se melhor, percebe o mundo exter conde modo mais real e correto. Ela se torna mais capaz de
comportamento,
trolar e dirigir o próprio
consequência
e em
melhora suas relações sociais, porque, aceitando-se a si mesa noma, é capaz de aceitar os outros. Consegue adaptar-se vas situações e a resolver seus problemas. Por fim, revela-se um sujeito criador e eficaz (26). Conforme foi delineado o processo, é fácil ver que o elemento base e essencial donde se originam os demais, é o aumento de acordo interno, de autenticidade (26). “O indivíduo se dirigirá a um ponto no qual ele será mais yerdadeiramente ele mesmo. Ele será de maneira mais unificada o que ele é orgânicamente” (27). A maior congruência entre o
conceito do eu e o conceito do eu ideal torna a pessoa madura
(26),
na experiência. ..
um
feito
funcionamento”
25.
ROGERS,
28. 27.
, C. O. R.
pp.. 228, 201-205. ROGERS,
,
—
C. q R. —
150, 1865-174. ROGERS,
a ser em
“começa
C.
R. —
19, 85, 84-85, 158.
organismo
(27). La
Le
humano
pessoa
A
Terapia
Psicoterapla
sua consciência torna-se
Centrata-Sul-Cliente
e
Relazioni
Développement
de
É la
completo
Uman e,
*
M B
Personne,
um
o que
mais
ela é
e em
per-
organismo :
Mantinelli, Firenze, 1970,
Milano, 1970, pp otingh. D *
Cunod, Paris, 1970,
E
p'
Scanned with CamScanner
88
inteiro, seu eu total, unificado e instantâneo, seu eu autêntico, único
e irrepetível (28). No momento culminante do processo, a pessoa descobre a que ela pode ser sua experiência... “ela pode definir-se impor à sua expartir de sua experiência, em vez de tentar periência uma definição de seu eu, recusando tomar consciência dos elementos que não se enquadram nesta definição” a (28). Alcançar este auge significa ampliar a imagem do eu ponto de confundir-se com a experiência subjetiva. O sujeito escutando a profundidade de suas reações e emoções e tomando consciência de tudo o que experimenta, escolhe ser ele próprio, seu autêntico eu. Não se torna o eu que pode
o que deve ser, mas O que verdadeiramente
ser e nem
Quando
a pessoa
a experiência,
o eu se funde com
é (29). con-
segue como que identificar-se com O organismo, ser o eu total. Sendo o eu a base diretriz e reguladora, mas tendo atingido a amplidão do elemento dinâmico (a tendência à atualização organísmica), ele não mais impede a eficácia do desenvolvimento organísmico total e global (30). A força que controla ou regula as experiências favoráveis a preservação e
crescimento
com
plenamente
do indivíduo concorda
o próprio
organismo; e o organismo avalia como favoráveis ao enriquecimento as experiências que satisfazem as necessidades da
tendência atualizante. Tal afirmação significa que a tendência à atualização serve de critério à avaliação organísmica. A força reguladora passa a ser O próprio processo de avaliação do organismo (31). Quando a noção do eu é verdadeira, o eu confunde-se com o organismo e a tendência à atualiza-
à tendência à atualização do organis-
ção do eu corresponde mo.
processo
det
28. 29. 30 31
ao
possibilita
situação
Esta
que flui e muda
contínuo
ctr. ROGERS,
C. R. —
Le Développement
cfr.
ROGERS,
GC. R. —
La
ctr.
KINGET,
G.
pp.
158,
65.
pp. 166-176. pp.
cfr.
37-38.
ROGERS,
O.
M.
—
R. —
Terapia
Psicoterapia Op.
k
cit.
desenvolver-se
sujeito
constantemente,
de la Personne,
Centrata-Sul-Cllente, e
nº 30,
Relazionl pp.
Umane,
179-181.
num
devido O
Dunod, Paris, 1970,
Martinelll,
Firenze,
1970,
Boringh.,
Milano,
1970,
»
Scanned with CamScanner
89
temente
a pessoa
conscientizados.
torna-se
existente
O ser humano
organísmicas,
ou experiências
fluir dos sentimentos
proposição
da
Infere-se
que
acima
de devir...
processo
constante
um
constan-
deixa de ser algo de completo e realizado, pa-
ra tornar-se um ser que.se modifica e cresce livremente, im(32). pulsionado pela dinâmica de sua tendência à atualização al. Não de espir É uma vida que se expande e amplia em forma se fosse é um estado de felicidade ou perfeição como
algo
lsiona, não de estático, porque a energia da tendência impu ção é a um destino, mas em direção a uma vida plena. A dire víduo aberescolhida espontaneamente, organicamente. O indi sua exto à experiência funciona psicologicamente bem, vive
que melhor faperiência e seu organismo tende a escolher o seu comvorece sua conservação e crescimento, e portanto
portamento será o mais satisfatório (33).
que estamos Convém lembrar que Rogers, no ponto em desprender-se, da formulação de sua teoria, começa agora à ica, sem concada vez mais do campo da experiência terapêut do
o comportamento
Se
nal, social
conforme
e moral,
comportamento
é efeito
de
indivíduo
revelaram
força
uma
(33).
lógica
ordem
rigorosa
uma
abandonar
tudo
é naturalmente seus
interna
clientes,
racioe este
próprio
do
su-
jeito, e não resultado duma direção impressa por outra pessoa, conclui-se que a natureza humana, em sua base, é leal e po-
Esta tendência
sitiva.
interna positiva
que as forças externas não impeçam,
concretiza-se
desde
mas sejam favoráveis ao
auto-desenvolvimento. A natureza humana sendo positiva e equilibrada, porque dotada de uma tendência que a faz desenvolver-se num sentido construtivo, caso o clima favoreça, e ainda, sendo o verdadeiro eu do indivíduo seu próprio orga-
nismo integrado, pode-se deduzir que a pessoa, em em.
i
ascimento
a a
S2. 33,
Cfr. . ROGERS,
171, 181-191.. Cfr.
ROGERS,
Pp. 178, 144.
GC. pj Md C.
sua ori-
o de integra-
R. Who — La Terapia Centrata-Sul-Cliente, R.
—
Psicoterapia
e
Relazlonl
s
Ma rtinelli,
Umane,
Borin
Firenze, 1970, pp, h
9.» Milano,
1970,
Scanned with CamScanner
90
a fatores exter-
devido
que se desintegra
(33). Acontece
ção”
lução de seu ser (34). nos desfavoráveis que interferem na evo ssue do comportamento humano pre
A natural racionalidad de seu nascimento. Isto põe a racionalidade do organismo des a possuir em equivale a um estado de equilíbrio e harmonia e
O or-
quando
que
posição
desta
Deriva
a plenitude.
gérmen
ssivamente ganismo se autoregula, consegue realizar progre monia ree de modo harmônico suas potencialidades. A har
O
todo a
realidade.
sua
percebe
que
organizado
há
Para
a
criança
com
a
realidade
relação
ao
como
um
apresenta-se
infância,
sua
desde
indivíduo,
em
como
vela-se tanto em relação a si próprio, ambiente que o circunda (35).
experiência
entre
identidade
se fosse
como
experiência
e realidade. Além disso, ela está munida duma tendência intrínseca para desenvolver as capacidades do seu organismo. Na
interação
sua
tendência
favoráveis be
como
inato de vamente,
as experiências que satisfazem orgânica
negativas.
O
(34).
A
à
tendência
renciação,
como
que
perce-
as
de
um
de
sistema
motivação e de controle que corresponde, respectià tendência à atualização e ao processo de avalia-
organísmico
ção
munido
nasce
avalia
as necessidades
e rejeita
à atualização,
menino
ou
considera
ela
atualização
e esta faz com
comporta
que “um
a tendência
certo segmento
à dife-
da expe-
riência se diferencie e simbolize na consciência. O segmento simbolizado corresponde à consciência de existir e agir en-
quanto
indivíduo.
É ele que passa a ser descrito como
si mesmo”
periência
de
indivíduo,
como
A experiência
(34).
de
si
a ex-
mesmo
(do
próprio eu) será constituída de tudo (fatos e acontecimentos) o que é reconhecido de seu campo fenomênico, pelo próprio (34).
prio
referente
Considerando
determinado
num
ao
que
ambiente,
eu,
o
como
indivíduo
a interação
pertencente se
entre
TE
34 35.
crr. ROGERS, CG. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane, pp. 178-180, 149. : cfr. ROGERS,
pp. 193-194.
6. R. —
La Terapia Centrata-Sul-Cliente,
encontra
seu
a si prósempre
organismo
Boringh., Milano, 1970, Martinelli,
Firenze, 1970,
Scanned with CamScanner
91
e organiza a consciência de existir
desenvolve
e o ambiente
Esta noção se e gradualmente se forma a noção do eu (36). ntos da enriquece e dilata na proporção em que novos eleme experiência
total vão
integrados
sendo
a ela (36).
uma O desenvolvimento da noção do eu não se dá sem. positiva. À necorrespondente necessidade de consideração
faz a mes” cessidade, porém, é satisfeita quando o sujeito satis
porque ela é bilateral ma necessidade existente em outro, ão exige as mes(36). Deriva daqui que o processo de integraç reintegração, mas condições não-diretivas que o processo de êutica. “O proconforme foi verificado na experiência terap é correlato ao processo de desenvolvimento (ou integração) ele percorre O mesmo cesso de reintegração (37), e portanto reorganização da persocaminho já descrito no processo de
as
e exige
nalidade
mesmas
condições
externas
favoráveis.
dições externas favoGostaria de precisar melhor as con nto natural, num sentido ráveis ao processo de desenvolvime o menino é uma pessoa positivo, por meio duma comparação: var-se e crescer em diem gérmen, mas que tende a conser reção
Assim
plenitude.
da
a tenra
como
planta só se conserva
atingindo sua plenitude, com
e desenvolve,
O concurso
da fer-
ogo, a criança só se tilidade, umidade e calor, de modo anál envolvida por um cliconserva, cresce e amadurece, quando ovada
apr ma de compreensão e aceitação, mas sem que seja pressuamor, sempre ou desaprovada. A compreensão e o oferece. põem equilíbrio e autenticidade por parte de quem os
não Assim como o calor do Sol só faz crescer a planta, caso lhe falte a umidade e a fertilidade, analogamente, a calidez
do amor só possibilita O desenvolvimento da criança, caso derive duma compreensão empática e duma autenticidade. O que o calor do Sol proporciona à planta, o amor humano supedita a criança. O que à umidade, como fonte da seiva, dá à planta; de modo análogo, à compreensão empática da crian36.
37.
Ctr.
k
ROGERS,
pp. 180-181.
É
CC.
Cfr. ZAVALLONI,
1968,
pg.
62.
R.
—
Psicoterapia
Roberto —
e
Relazioni
Umane,
Borin
gh.
M
Educazione e Personalitá, Vita e Pensi
ilano, 1970, ero,
Milano,
Scanned with CamScanner
92 enticidade faz à ça, e o que a fertilidade faz à planta, à aut
criança.
Em síntese eu creio ser exato dizer que O desenvolvimento da pessoa, tanto em seu processo de integração como de flexíveis
mas
orientação,
sua
na
positivas
“conjunção de
pela
realiza-se
reintegração,
internas
forças
com
instáveis,
e
forças externas (mas de não intervenção), favoráveis à atualização destas forças internas” (38). A mudança construtiva
da personalidade ou o processo de integração e reintegração
conduz o indivíduo a descobrir seu eu verdadeiro “com a tototal”
mada de consciência interna dum estado de organismo
(39). O eu total manifesto no auge deste processo equivale ao organismo total; portanto, a evolução da pessoa “é um processo
pelo
qual
o
homem
se
seu” organismo”
torna
(38).
No ponto culminante o indivíduo aprendeu a simbolizar um estado total e unificado, em que a consciência é simplesmente a luz reflexa do fluir da experiência organísmica (40). “Nes-
te estado do organismo, a experiência, o sentimento e a consciência podem ser inteiramente descritos de uma maneira única e unificada” (39). Tal organismo “representa um orga-
nismo que funciona plenamente” (41). O organismo que funciona plenamente se serve de todos os seus recursos para
abrir-se à situação existencial interna e externa, a fim de provar e aceitar todas as suas experiências, sentimentos, pensa-
mentos e reações. Quando funciona em toda sua complexidade, o organismo, embora não seja infalível, escolherá o com-
portamento
que
melhor
sidades num determinado
atingir o máximo,
atravessa
ma
“em
livremente
satisfaça
o conjunto
momento
razão
experiência,
a sua
pessoa que funciona plenamente”
ta última afirmação que o acréscimo
suas
neces-
(41). Este organismo,
corrente
da
de
de
consciência
representa
também
ao
que
u-
(41). Posso deduzir des-
da consciência total à
e | ——
38.
NE.
39.
ROGERS,
40. 41
Cfr.
Cfr.
KINGET, 84.
47,
G.
C. R. —
ROGERS,
pg. 305.
ROGERS,
M.
C.
C. R.
Psicoterapla
Le Développement R.
—
—
e
Relazloni
Umane,
de la Personnez Dunod,
—
La
Terapla Centrata-Sul-Cliente,
Op.
cit.
nº
38,
Boringh.
pg.
»
Paris,
Martinelll
Milano
5
1970
,
19 re
o,
246.
Scanned with CamScanner
93
experiência em
pessoa
organismo
faz do
funcionamento
pleno
a
funcionante
plenamente
a conscl
que
(42). Concluo
ento fundamental da no” ência da própria experiência é o elem ciência plena da experiência ns co a só ue rq po , soa pes de ção smo em pleno funciona organísmica faz com que O organi nciona de modo perfeito. mento seja uma pessoa que fu
terapêutica que “O próprio organismo,
ia Rogers constatou em sua experiênc núcleo da personalidade do homem é O
uma vida social” (42). cuja essência é de conservar-se e ter sonalidade, conforOra, ser núcleo, coração ou centro da per s escritos, significa posme transparece no contexto de seu ento de si mesmo, todos suir em gérmen, na base ou fundam soa. O próprio os elementos que constituem ou definem a pes
“Percebi que a Rogers comprova tal interpretação dizendo: cura criar numa psicoterapia não é eficaz se O terapeuta pro frase, creio outra pessoa algo que não existe nela” (43). Tal que necessariamente pressupõe nismo contém em si, desde seu
a convicção de que O organascimento, se não de modo
que
Os elementos
potencial ou virtualmente,
atual, pelo menos
definem a pessoa, e o crescimento da pessoa não é mais que
desenvolver suas próprias potencialidades. A pessoa é O organimo e a pessoa em sua plenitude corresponde ao organismo humano total e em pleno funcionamento (42). Portanto, o organismo humano, quer em seu estado potencial, isto é, sem a tomada de consciência de sua experiência (43) = eu potencial (42), quer em seu estado de plenitude, isto é, em
e experiências
perfeita sintonia entre consciência e viscerais
corresponde
(42),
exatamente
sensoriais
conceito
ao
pes-
de
soa. A pessoa em plenitude é seu eu total ou verdadeiro eu
(42). O momento entre o eu potencial e o eu total, em que
vive quase tomado
em
corresponde
pessoa,
toda
genérico,
sentido
seu
pode
identificar-se ao organismo
rar-se e mesmo
atual
ao eu
muito
(43).
bem
ou pessoa.
O
eu
equipa-
“O eu
DD)
a
R. R. —
Cfr. . ROGERS, | C.O
42. Ê
Le
pp. 85-86, 75, 65, 73, 252. ROGERS,
C.
291, 280, 228.
R.
—
La
Développement
Terapla
de
la P ersonne,
Centrata-Sul-Cliente,
Marti
»
Du
Dunod, Paris, 1970,
nelli, Firenze, 1970, pp,
Scanned with CamScanner
94 é a pessoa específica”
cada
um
(42): dá a maneira
(42).
Tanto
a criança
como
são pessoas, somente fia inconscientemente
o adulto
própria de ser de
psicologicamente
maduro
que a criança para desenvolver-se con. na sabedoria do organismo, enquanto
a pessoa adulta está em condições de confiar conscientemen-
te e por isto seu processo de avaliação é bem (44).
Acontece,
nente
contato
- O adulto maduro
porém,
que
tanto
para
“é a experiência
com
os valores
mais complexo
a criança,
como
que os mantém
presentes”
(44),
em
para
perma-
e tanto
um
co-
mo outro escolhe aquelas experiências que satisfazem as necessidade do próprio crescimento ou que possibilitam “a atualização do eu” (44). eu
“Os únicos elementos constantes da personalidade e do são as capacidades, os limites fisiológicos do organismo
e as necessidades organísmicas, uns contínuos, outros intermitentes, de sobrevivência, de nutrição, de bem estar, de afe-
to, de relações sexuais, etc.” (45). A pessoa na concepção rogeriana não é um ser estático, mas um “pro-jeto”, um ser
“ex-sistente” (46), que “desabrocha e surge” (47) de modo constantemente mutável e emergente. A pessoa é “o ser “exsistente”, que evolui, emerge, submisso à experiência” (48);
é o ser que
te,
vive
de
modo
“exsistencial”
(45).
A pessoa é uma subjetividade que vive, experimenta, senobserva, avalia e escolhe, percebe, pensa, compr eende,
intui, ama, portanto,
se relaciona,
se angustia,
transforma-se
autômato
(49). Não sendo
e
cresce,
decide,
nunca,
a pessoa
um
crê,
age
porém,
objeto
e cria;
como
um
que se mani-
pula ou analisa, um autômato, mas uma subjetividade organi s44.
45. 48. 47.
48.
49.
Ctr. ROGERS,
pp.
279,
C. R. —
280.
ROGERS, G. HR. 242-243.
Pelcolerapia, e . Relezioni. Umene,
pp.
Cr. MAY,
Martinelli,
Boringhieri,
s :
Firenze,
Milano,
, ,
1970,
1970,
HEIDEGGER, Martin -E DellEssenza della Veritã, Fra. Bocca, Milano, 1952. Rollo — Psychol
ROGERRS, ROGERS,
166
La Terapia Centrata-Sul-Cliente,
ss.
R. —
C.
GC.
R.
—
ogie
:
Op. cit.
Le
Existentielle, nº
47,
Développement
pg.
de
Ep|,
Paris,
la
Personne,
97.
1971,
pg.
Dunod,
14
Paris
1970,
pp.
Scanned with CamScanner
95to taene igeam a r o qa 8 6 a 1 l e espeita, porque d sto mica que se escuta e r ali oressupo ncia, não pode
a experiência lores
como
produzidos
por
à ciê
ser
deve
mas
ela,
lores. e a fonte de todos os va
ii
oO aies l a e v í s s o p é Rogers admite que só aa é aa CO s elementos o t r e c , m o o c n o a m m s u i h n orga a fa o, a pessoa é um ato em evolução. Portant ita por força da ten ê ON 6 c i l p x e o se e t u i q c í l p m um ato i ma Pp veis. lizante e das
com
atualidade
te
en simultaneam
Parece-me
o conceito
potencialida
e
U
de
(50).
o
de ver está em
modo
que este
psico fist
“totalidade
como
organismo
de
favorá
externas
condições
tudo o que a circun E que interage como uma unidade com ente mais obscuros (e Compreende os instintos aparentem entos mais: claramente periências incônscias), como os sentim
provados
organismo
e reconhecidos, não
humano
e a razão
a inteligência
“homo
inteligência:
só
é
(51).
sapiens
ele participa
mas por sua experiência visceral e sensorial
e ;
do
reino animal inteiro (52), consequentemente, do conceito de pessoa, além da consciência reflexa, outras características deverão fazer parte.
Não há dúvida que seu conceito de pessoa é um conceito “existencial”, conforme já abordei. Está claro, além disso, que ser a autoconsciência,
Rogers
admite
rência
é o atributo
mentalmente
humana,
que
diz
pois
especificamente
mais, confirma que é exatamente o organismo é pessoa (53). Tudo
concordando
Rollo
com
May
“a
50.
o
53,
MASLOW,
e
ra
A.
E sor GENS, ao
ei
H.
—
B. —
One CG.
Psychologie
Carl
R.
—
Rogers
expe-
da
Além
leva a pressupor que
Existentlello,
à característica
características
EPI,
Liberiã
bo DONNODE SAAE Psicoterapia
(52).
fundado
por esta característica que
quanto
o La
consciência
humano”
mente humana (54), aceita as demais finem a pesoa existente (54).
51.
a característica
e
Paris,
della
digcia
1971,
Persona,
Personne,
Relazlonl
Umane,
pg.
Rogers,
tipica-
que
55.
Astrolabio,
Dunod,
de-
Paris,
Boringh.,
Roma,
1970,
Milano,
Scanned with CamScanner
96
Explicitando a primeira característica essencial, Rollo May
ma,
está
ataque
é um
centro
este
e atacar
existente
pessoa
“toda
afirma que
à existência”
(54). A-
que
o orga-
crescenta a cláusula que este traço é comum vivos
os seres
a todos
reconhece
Rogers
(54).
si mes-
em
centrada
aos homens e
“nismo é o núcleo da pessoa (55). Além disto, da essência do fazem
núcleo
a sua
parte
sobrevivên-
sua
(55),
conservação
ou cia (56), e por isso propõe um método, pelo qual a pessoa no qual o organismo fica envolvido num clima de segurança, a crítica, a avaliação, a interpretação e a direção são substituídas pela compreensão, o ataque cede seu lugar à tolerân-
cia, ao respeito, ao acolhimento e ao amor, fatores estes que possibilitam o indivíduo a centrar-se em si mesmo e desen-
volver-se, ao invés de defender-se. Por fim, Rogers não hesita em afirmar que as experiências viscerais e sensoriais são reino
do
características
e
(55),
inteiro
animal
só
elas
a
não
pertence a consciência reflexa. Pode-se concluir que Rogers concorda perfeitamente com Rollo May, e conforme este, O “centrar-se em si mesmo” é uma característica essencial do organismo. Parece-me que esta característica deriva da afeição
.mo
a si mesmo,
amor
ou
de
e isto é algo
natural
ao
organis-
(55).
Como comprovação definitiva basta acrescentar que O próprio Rogers apresenta um argumento ou hipótese demonstrável, para confirmar este primeiro princípio de Rollo May:
“Quanto
demonstra
mais o eu duma um
pessoa
neurótico
comportamento
tanto mais ela
é ameaçado,
defensivo,
ou,
quan-
to mais o eu da pessoa é ameaçado, mais suas maneiras de comportamento
ser e seu
embaraçados”
serão
(57). As
pro-
posições recém citadas vêm ao encontro da explicação referente aos sintomas apresentados pelo neurótico, dadas por ii
Fa
55.
58.
ntlelle, EPI, Paris, 1971, pp. 62, 76-79. e Existe ologiDével r Psych a EROG gea is. 1970, oppement d De 8. — &. +»
pp.
r.
Cfr.
Pg.
81,
75,
e
e
71-72.
86,
C.
R.
—
Psicoterapia
e
Relazioni
la
Personne,
Umane,
Dunod,
Boringh.,
Paris,
Milano,
1970,
.
Scanned with CamScanner
97
May. Afirma
ele que a neurose é um meio empregado
pelo
indivíduo doente para melhor proteger o centro de sua exis-
tência, contra toda ameaça
(58). “A neurose é uma adapta-
ção necessária para proteger a interioridade, uma maneira de
aceitar o não-ser... a fim de conservar um pouco de ser” (58). Concluindo mesmo,
direi: o organismo,
por estar centrado
si
não-diretivo para garan-
clima de segurança
exige um
em
tir esta característica, e, quando atacado põe-se na defesa
por notar a ameaça, embora a ameaça seja provada sem representação consciente (59). Esta característica é essencial a
todo organismo, visto que não exige consciência reflexa, enser
de
tretanto, não deixa pessoa humana.
essencial
característica
uma
da
O segundo princípio que define toda pessoa existente é “a afirmação de si mesmo e a proteção do eu. Toda pessoa
existente apresenta a característica de querer afirmar-se e a necessidade de proteger o seu eu” (58). Suponho que Rogers
concorda plenamente
tintos fundamentais
com
May, visto que coloca entre os insa si mesmo,
a se-
fundamentais da pessoa humana,
pres-
o amor
organismo:
do
gurança e a independência (60), “a necessidade do desejo de crescimento” (60). Já que a segurança e a autonomia fazem
parte das necessidades
“supô-se que a pessoa, em sua base, necessite afirmar-se. A-
lém disso, considerando que a terapia procura oferecer um clima de segurança para que O indivíduo aprenda a ser autônomo, e tal autonomia corresponde ao seu verdadeiro eu, in-
fere-se que o eu real da pessoa tem como característica o auto-afirmar-se e o autoproteger-se. O clima de segurança, na
presente
não-diretividade,
pela
terapêutica
relação
não
tem outro escopo senão o de satisfazer a necessidade de pro57. 58. 59. 60.
Rogers
EPI,
ROGERS, C. R. — Psychologie Existentielle, MAY, Rollo — op. cit. nº 57, PP- 79, 80.
Cfr. pg.
Cfr.
ROGERS,
149.
ROGERS,
pp. 72, 74, 86.
C.
R.
—
Psicoterapia
C.
R.
—
Le
e
Umane,
Relazionl
Développement
de
Paris,
la
1971,
pg.
Boringh.,
Personne,
Dunod,
94. Milano, Paris,
s
1970
1
1970
7
Scanned with CamScanner
98 o eu
teger
ele
se
que
permitir
autonomia,
sua
e promover
cliente
do
afirme.
asi
de amar-se
do indivíduo
A necessidade fundamental
com a ção FE próppri rio é outro elemento que e stá em Íntima rela e. tege necessidade de proteger-se, pois ele se ama, pro uma hiRogers aceita explicitamente O princípio, Ho propor Quanto mais o eu pótese demonstrável que dele se origina: escapa à ameaça, mais seguro será O comportamento do in divíduo” (61). Resta apenas confirmar que esta característica
é essencial à pesoa. A afirmação de si próprio,
“coragem
também,
chama-se
manos,
nos seres hu-
de ser”. Cumpre
notar,
por fim, que tanto Rogers como May são favoráveis à reali-
dade que “o ser humano nunca é dado automaticamente como
é dado
ser”
(62).
gem
indivíduo,
cada
de
Outra
mesmo
às plantas e aos animais,
característica
e cooperar
falta
e o que
com
da
pessoa
outros.
depende
mas
coragem
de
existente
“Toda
pessoa
da cora-
perde
é o sair existente
de
de
si tem
a necessidade e a possibilidade de sair de si própria e coope-
rar com
outros.
Isto implica sempre
num
risco:
se
O ser vivo
avança demais, ele pode
perder seu eu, sua identidade,
crescimento
propõe o mesmo
fenô-
meno que se pode facilmente constatar no mundo biológico” (62). Sucede, ao invés, que se o ser vivo se retrai e rejeita exteriorizar-se, como no caso do neurótico, ele impede seu (62). Rogers
princípio
em
(63);
ainda,
outros
termos, quando define o ser humano como um indivíduo “incorrigivelmente
social
em
seus
desejos”
ou
ao
afirmar que ao núcleo da personalidade do homem lhe é essencial ter uma vida social (63). Tudo iss O significa que “en-
tre
as
características
profundas
(o
C. R. — Psychologie Existentielle, ROGERS, MAY, Rollo — op. cit. nº 61, pp. 80, 81.
EPI,
cessidade 61. 62.
63.
mais
ROGERS,
86,
75.
de
associação
C.
R. —
Le
e de
Développement
comunic
de
a“
pessoa),
Paris,
la Personne,
1971
Dunod,
há
Pg.
» »
p
Paris,
a
Nne-
94, 1970,
pp.
Scanned with CamScanner
99
ia zo | ta que comunicação de (64). É justamente a necessidade ter cia de associação
homem va-o a te seu
idade sair de si mesmo e a necess finitivamenovar de cooperar com os outros. Para comprova” " deduziº acordo com May, Rogers formulouestáà hipotese livre de toda a-
da deste meaça,
princípio:
tanto
mais
ele
comportamento
lizar um
o eu
mais
“Quanto
a
testemunhará
de participação”
a consciência do centrar-se.
(65). a pessoa nt
que define
A quarta característica essencial
atua
de
necessidade
é
tivo vigilante: “A consciência é o aspec to subje seres Esta consciência manifesta-se em outros
vivos além dos homens,
ser observada
podendo são
(66). Por esta consciência
reconhecidas
as
nos. animais”
e OS
ameaças
(66). O organismo consegue distinguir O de uma experiência sem dar-se conta ple-
perigos exteriores caráter ameaçador
namente, isto é, sem uma tomada de consciência propriamen te dita, deste caráter ameaçador (64). Rogers admite a presença desta capacidade no organismo e o confirma pelo fato de
admitir o centrar-se em
cial, e mesmo
porque
característica essen-
como
si mesmo
do
orga-
conclusão
basta
e preservação
a conservação
nismo só é possível por meio de uma consciência vigilante. Rogers increve-se, ainda no rol dos seguidores da ótica exis-
tencialista,
a qual
participam
do
pertence
May
Como
(65).
acrescentar que Rogers afirmou serem verdadeiros os princípios de May, e o afirmou sem exclusão de princípio algum (65). As características até agora apontadas são comuns a todo ser vivo, em especial à pessoa existente, pois os seres humanos “O
quinto
nível
(66).
biológico
princípio
refere-se
a uma
característica
mente humana: a consciência de si mesmo”
é menos mente 64. 65.
66.
67.
explícito que
humano
ROGERS, pp. 250,
ROGERS,
,
quanto
R.
— —
Psicoterapia Psycologle
e
Cfr.
ROGERS,
a este atributo
Relazionl
Existentlelle,
MAY, Rollo — op. cit. nº 65 pp. B1-82.
pg. 86.
(66). Rogers não
(67). “A consciência de si mesmo
CG. R. 149. C,
May
C.
R.
—
Le
Développement
Umane, EPI,
de
la
,
Paris,
tipica-
Borin 1971
Personne
especifica-
não ghieri,
PP.
é a simMilano,
94
ro
1970,
BE,
Punod, Parts, 1970,
Scanned with CamScanner
100 consciência
ples de
se
como
reconhecer
no
sujeito
na
quilo que é ameaçado,
universo.
A consciência
a possibilidade
mas
exterior,
ameaça
du ma
e dada diz Kurt Goltstein, é a possibilidad te e var-se acima de sua situação presen ousa a domínio do possível. Sobre ela rep ou ao homem de empregar termos gerais
de
de se observar como
si mesmo
ao homem de elereal para viver no possibilidade dada abstratos, de criar
ia de si mesmo está uma linguagem e símbolos. A consciênc para se erosos meios oferecidos ao homem na base
de
num
liberdacomunicar com seu universo e é ela O fundamento da
de psicológica”
Rogers
(68).
preocupou-se
expressamente
a
estabelecer
em
íntima relação entre a liberdade e a consciência de si próprio,
por meio duma
definição empírica:
Ele constatou
na experiên-
cia empírica que o grau de autocompreensão é O melhor elemento
de previsão do comportamento
(69). Em
o grau de liberdade psicológica depende
outros termos:
da medida de com-
preensão ou conhecimento realista de si próprio, isto é, quanto mais um indivíduo se conhece, menos previsível é seu comportamento, e portanto, mais livre (69). Ora, isso corresponde à declaração de May “que a capacidade de tomar consciência constitui a base da liberdade psicológica” (69).
Creio ser útil fazer uma comparação para esclarecer importância fundamental desta característica. Assim como
tomada de consciência de um novo elemento da experiência
a a
exerce influência sobre toda a estrutura do eu, de modo análogo, a presença duma nova característica ou potência do or-
-«ganismo atinge toda sua estrutura, e portanto, talt” organísmica
é modificada”
(68).
Os
“toda a “Ges-
elementos
mais
sim-
ples do organismo passam a ser condicionados pelo elemento
mais complexo, e a consciência de si mesmo, elemento mais
complexo, por ser específico da pessoa, dá uma nova estrutura às funções mais simples ou funções biológicas do orga-
tocas 68.
69.
MAY
Rollo
ROGERS,
—
Psychologie
Existentielte,
EPI,
GC. R. — op. cit. nº 68, 96-97,
Paris
+» 1971, pp. 82-83,
|
Scanned with CamScanner
101
nismo. May afirma: “O simples não pode ser compreeridido a
não ser em relação ao mais complexo" (70). As funções mais simples estão revestidas pela consciência reflexa, que é O elemento mais complexo (70). Rogers, através da terapia com-
provou esta hipótese, pois constatou que a evolução da pes-
soa não é mais que a tomada
plena de toda
de consciência
experiência imediata, E quando a consciência nega ou defor-
ma certas experiências, bloqueia seu. crescimento pessoal e gera a neurose ou psicose. Rogers admitiu que O caminho
pessoa integral é a conscientização de si mes-
para ser uma
mo em todas as dimensões. O crescimento pessoal supõe a ento abertura à experiência, pois só ela possibilita O crescim e a compreensão da experiência, e com esta compreensão
consciência das necessidades e potencialidades
toma-se
prias, a fim de satisfazê-las na interação com o ambiente.
pró-
acrescento que a consciência de si próprio reflexa, sendo a característica humana fun-
Para finalizar ou consciência
mendamental e a mais complexa, é o fator de todo desenvolvi
de autoto pessoal húmano, mas pode também ser o fator ente é a destruição (70). A sexta característica da pessoa exist
luta conangústia. “A angústia é O estado do ser humano em luta setra o que ameaça sua existência. .. Uma parte desta mais esrá sempre dirigida contra um objeto fora de si, mas interior” pantoso é significativo em psicoterapia é o conflito de cons(70). Esta angústia Rogers a define como “a tomada
ciência latente, por parte do sujeito, do conflito que existe entre o seu eu e a totalidade de sua experiência (71). Uma tal
tomada de consciência latente não exige representação cons-
ciente ou simbolização. A tensão ou mal-estar se dá sem que
a causa (71). O desenvolvimento da o organismo conheça pessoa não chega a fazer desaparecer a angústia, porque a
vida plena “não é um estado de redução da tensão” (72). Ele explicitamente
admite
70, 71.
MAY,
Rollo —
ROGERS,
pg.
C.
R.
esta característica e a reafirma,
Psychologie --
Existentlelle,
Psicoterapia
e
EPI,
Relazionl
Paris,
Umane,
1971,
pp.
83-84,
Boringhieri,
dedu-
87-88
lero. '
ter ,
154.
Scanned with CamScanner
102 zindo a seguinte hipótese demonstrável: “Uma angústia espe-
cífica não desaparecerá a não ser que o doente perca o medo
de ser aquele cuja possibilidade estava na origem de sua an.
gústia” (73). Compreendendo o sentido de angústia para Rogers, sua proposição pode significar que quando o indivíduo não toma consciência dum elemento da experiência que faz parte
de
seu
ser,
ele
existência, e com
está
renunciando
a uma
parte
de sua
isso a angústia e a tensão se agravam. To-
da parcela de nós mesmos
que não for conscientizada agirá
contra nós. Deduz-se daqui que um elevado grau de angústia está
em
íntima
relação
com
a
desintegração
da
pessoa.
A
reintegração não se dá sem uma correspondente diminuição da angústia, porém nunca a elimina, visto que a reação do or-
ganismo a tudo o que discerne tência permanece (74). ça
Esta característica
nas
escolhas
nunca
pessoais,
como
permite
entretanto,
ameaça
uma
à própria exis-
absoluta seguran-
a pessoa
necessita
es-
colher para crescer. A liberdade, embora seja a faculdade que proporciona independência, autonomia e plenitude à pessoa, pode tornar-se um pesado fardo, e mesmo ser um fardo esmagador
e destruidor
Creio
que
estes
(75).
pressupostos
conceito de pessoa.
Evidentemente,
bastam
para
enunciar
o
ele não equivalerá à ver-
dade definitiva, mas a uma hipótese que “comporta algo de verdade” (73). Naturalmente esta sempre estará sujeita a um reajustamento e ampliação, porque a verdade absoluta é ina-
tingível, conforme
Rogers.
À pessoa, numa concepção existencial, engloba o centrarse em si mesma, expressa na consciência vigilante, atenta às
'ameaças e perigos exteriores; a afirmação de si mesma, que
corresponde à coragem de ser, manifesta em decisões, esco-
SS,
72,
73. 74. 75.
ROGERS,
C.
R.
ROGERS,
C.
pg. 184. cfr. ROGERS,
ctr.
pp.
149
e
cfr. MAY,
154.
C.
—
R.
La
—
R. —
Rollo —
Terapla
Centrata-Sul-Cllente,
Peychologio
Psicoterapia
Existentielle,
o Relazioni
EPI,
Umane,
Martinelli,
Paris,
1971,
Boringh.,
Firenze,
Pp-
1970,
94.95.
Milano,
1970,
Op. cit. n9 73, pp. 87-88.
Scanned with CamScanner
103 lhas, e a proteção do eu tendente a conservar seu ser; a ne-
cessidade e a possibilidade de sair de si mesma
sem extra-
viar-se OU Conformar-se plenamente; a cooperação com outros sem a perda de sua identidade; a consciência reflexa, característica
que
penetra
as demais
e possibilita
à pessoa
re-
conhecer-se como sujeito, pois é ela que capacita a tomar de-
cisão, visto que fundamenta a liberdade psicológica; por fim,
a angústia que no confronto consigo mesma provoca a tensão.
Apesar de Rogers denominar princípios ontológicos estas
que iais que definem a pessoa, creio' característicasparteessenc duma conceituação psicológica, visto que
elas
fazem
não explicitam o elemento fundamental, diferenciador e iden-
tificador da pessoa
humana.
Pretendo, antes de concluir, recapitular numa síntese global o conteúdo deste capítulo: a pessoa, em sua evolução, parte do eu potencial, estado em que o organismo humano
está desprovido da consciência livre, da experiência visceral
ta, e sensorial (76). Conscientizando-se da experiência imedia m de conscientiza-se de si próprio e forma com isso a image porque si mesmo. Esta noção do eu corresponde ao eu atual, No pronão compreende ainda a totalidade da experiência. gração, O orcesso de integração que é análogo ao de reinte ta e ganismo abre -se progressivamente à experiência imedia novos elementos que vêm gradativamente se conscientiza de envolvimenenriquecer a noção do eu. Desencadeia-se um des do seu verdadeito crescente e a pessoa move-se em direção ao organismo ro eu, do eu autêntico e real que corresponde No auge, a experiência completo, unificado, instantâneo (77). reciprocamente e imediata e a consciência compenetram-se
de tudo o que o indivíduo toma, instantaneamente, consciência a consciência sente e experimenta dentro de si (78). Quando a pessoa “aproabarca a totalidade da experiência imediata, 78.
Ctr.
77. 78.
Crr. o
pg.
1972,
CG.
ROGERS, 85.
ad
R. —
. 188. p. B. —
Le Carl
Développement Rogers
O La
de
la
E Libertã
Personne,
delia
Dunod,
Persona,
Paris,
Astrol.,
1970,
Roma,
pg. 45.
Scanned with CamScanner
104 eu, torna-
verdadeiro
um
pleno funcionamento,
em
organismo
Ela é um
se pessoa.
seu
(79), torna-se
si mesma”
de
pria-se
organismo total (79), um eu total (80), e por isso mesmo está
à atualiza-
tendência
é constituída
A pessoa
organismo.
do
ção
da
origina
se
evolução
esta
Toda
ao qual constantemente tende, no sem contudo atingi-lo plenamente
do eu ideal permanente,
mais próxima fluir evolutivo
capacidades
de
|i-
mitadas, mas permanentes, que revelam as necessidades fundamentais. Na interação com o ambiente e numa situação favorável, ela satisfaz estas necessidades e realiza ou tende a plenificar suas potencialidades, tornando-se uma pessoa em
plenamente.
funciona
porque
plena expansão,
Entre os elementos permanentes ou constantes que perda pessoa
o conceito
fazem
natural de'
a necessidade
sistematizá-los:
assim
ser possível
creio
humano,
do organismo
ou
amar-se a si próprio (80) ou ter uma consideração positiva de si, e defender-se quando ameaçado, pressupõe o centrar-se iência vigilante para discernir, emboa consco em si meesm ra sem compreender, as ameaças e perigos exteriores que podem prejudicar o indivíduo.
A pessoa procura naturalmente conservar-se e sobreviver (81), e para isso necessita de segurança e autonomia (82). portanto,
Pressupõe-se,
teger-se e a afirmar-se.
que
nela
existe
uma
tendência
a pro-
O organismo humano, sendo dotado de sensibilidade sopessoais cial, e, portanto, da necessidade de relações inter
80.
81. 82. 83.
ROGERS,
Cfr.
ctr.
158.
idem,
C.
ROGERS,
ctr. op. cit n
ROGERS,
1970, pg. 286.
—
R.
PP.
pg. 250.
cfr.
(83), em seu núcleo,
os outros.
'
e
157,
com
a sair de si e cooperar
ele tende 79.
social
e de responsabilidade
profundas
Q
73,
72.
€.
R.
79,
G
la
Le
Développement
de
—
Psicoterapia
Relazionl
pp.
74-75.
R. —
La
e
Terapia
Persone, Umane,
Dinod,
Paris,
Boringh.,
Centrata-Sul-Cliente,
1970,
Milano,
Martinelli,
PP:
y
1970,
Firenze,
Scanned with CamScanner
105
“A
necessidade
cer-seà si mesmo
consciência cimento
de explorar
(84) e conhe-
(84), são elementos que apontam
reflexa, por meio
de si própria, dentro
fim, Rogers
a si mesmo"
da qual a pessoa toma conhe-
dum
universo
admite que a mudança
comportamento
não
se dá
estar e a tensão
que
como
para a
sem
uma
distinto de si. Por
da personalidade e do oscilação
na angústia
experimentada pelo cliente (85). Ora, isto significa que o mal-
angústia (85), implicam
característica da pessoa
se chama
na possibilidade ambígua de voltar-se
contra si mesmo, de destruir-se, ou na de construir-se (86).
A pessoa é o todo organísmico que comporta o centro subjetivo da experiência, juntamente com o órgão específico da (87). A pessoa em
percepção
centrar-se em si mesma,
sua essência caracteriza-se
pelo
pela consciência vigilante, pelo sair
de si e cooperar com os outros, pela autoconsciência e angústia. Creio que foi explicitada a totalidade das características essenciais
e o conceito
do organismo
existencial
de
Martinelli,
Firenze,
pes-
soa está formulado. Este conceito, porém, ainda não corresponde a- um conceito metafísico, poque estes elementos não elucidam o fundamento último que faz do sujeito uma pessoa, um ser único e irrepetível, e embora dinâmico, sempre munido de uma identidade própria.
B4. 85.
B6. 87.
ROGERS,
C.
R.
—
pp. 293, 74-75. Cfr. ROGERS, C.'R.
pp.
Cfr. Cfr.
154,
175-176.
MAYRollo Idem, pp.
La —
Terapla
Centrata-Sul-Cllente,
E Psicoterapia
— Psychologie 48:49.
e
Relazioni :
Exintentielle,
EPI,
Unane,
Paris,
Boringh.,
1971,
pg.
Milano,
1970, 1970,
88.
Scanned with CamScanner
CAPÍTULO
IV
A TEORIA NÃO-DIRETIVA COMO REEDUCAÇÃO AO EU:AUTÊNTICO capítulo
Este
personalidade
perturbação
dência
não
pode
clarecer como
evidência
e o método
ao
o método
alienada
o processo de
mais
desenvolver-se
ou desintegração,
espontânea
sonalidade
pretende
e
descrever
que
no sentido
duma
como
a
crescente
em vez de concretizar sua ten-
amadurecimento. rogeriano
perturbada.
de formação
Além
consegue
Trata-se,
das
disso, visa es-
restaurar pois,
neuroses
de
a per-
pôr
em
e psicoses
reeducação.
nos é desconhecido que Rogers hipotetiza que “as de berço... são completamente autênticas, integradas e congruentes. Se um neonato manifesta afeição, cólera, Não crianças
Satisfação ou apetite não gera dúvidas em nosso espírito. Ele tem medo, ama, tem fome, duma maneira absolutamente trans-
Scanned with CamScanner
108
em nível (1). “Se ele prova à sensação de fome, acorpsicológico e visceral, sua consciencia parece estar em do com sua experiência e sua comunicação está igualmente
parente”
(1). Ele se apresenta
sua consiência”
com
de acordo
como
em uma pessoa unificada, quer se considere sua experiência nível visceral, quer em nível da consciência ou em nível da (1).
comunicação
Notamos facilmente, por outro lado, que um homem encolerizado, ao falar, revela sua cólera através do tom furioso da
voz,
da
gesticulação
ameaçadora,
da
visão
congestionada
e
cintilante ou da atitude agressiva, mas se alguém, repentinamente, lhe dissesse: amigo, não nos encolerizemos por tal hinharia,
pontado
e
mas
num
com
tom
afável...
surpresa
o
indivíduo
e sinceridade:
responderia
“Não
me
desa-
encoleri-
zei, não fiquei ressentido, apenas sublinhei os fatos” (1). “Entretanto, parece evidente que, em nível psicológico, ele provou
a cólera;
porém
sua
consciência
não
correspondeu
à experi-
ência provada. Em tal caso, há uma real não-congruência entre experiência e consciência e entre experiência e comunicação”
(2). Sua comunicação
palavras
e o
que
afirma
pensa.
é ambígua,
expressa
pelas
não há acordo entre as suas atitudes.
Não
se
nega
que
ele
não
suas palavras concordem com a consciência e que, conforme seu ponto de vista, não haja duplicidade ou engano no que e
Acontece
exatamente
assim,
porque
tomou consciência da sua experiência real, vivida no momento. A falta de integração ou harmonia entre consciência e eXperiência gera a incoerência na comunicação. Esta não-congruência não passa de uma atitude defensiva. O indivíduo rejeita tomar consciência da sua experiência atual porque Se sente ameaçado (2). Três elementos concorrem para a con” gruência ou autenticidade: “o acordo da experiência, cons ciência e comunicação” (2). E 1.
2,
-ROGERS, C. R. — Le Développement de la Personne, Dunod, Paris, 1970, P9 atá Idem,
pp.
238-239,
Scanned with CamScanner
109
Cumpre notar que a consciência da criança recém-nascida não é ainda a consciência de si própria ou a consciência reflexa, mas a consciência vigilante: pois, basta esta para reconhecer as ameaças e cessidades de proteção,
cia e desenvolvimento
perigos bem como perceber as neafirmação, conservação, sobrevivên-
(3). Portanto, o neonato já está munido
de um sistema de controle da condição
de satisfação
sua tendência
“que
mantém
o organismo
das necessidades
à atualização”
a par
que emanam
(4) embora
não
de
operativos,
tenha
ainda
de
de-
sabrochado nele a consciência reflexa. “Este processo de avaliação organísmica... este modo complexo de apreciar a experiência é claramente uma função organísmica e não consciente
ou
simbólica.
ceitualizados”
Trata-se
(5). Embora
valores
a criança
“não
se possa
não
con-
reconhe-
cer no que é ameaçada e observar-se como sujeito no universo” (3), “ela sabe escolher ou rejeitar o que, naquele momento, contribui
ou
Tomás de Aquino
não
cia estimativa, que cesso de avaliação No
ao
corresponde ao que organísmica (6).
organismo”
Rogers
não
o menino
avaliação,
do que
os pais a respeito
pelo que pensam
do
(5).
admitiu entre os sentidos internos, a potên-
de
processo
desenvolvimento
chama
pro-
é influenciado
lhe é preferível,
nem pela opinião de um perito ou pela propaganda da televisão, mas sua escolha de valores tem origem dentro dele pró-
prio. “A fonte ou o critério informador do processo de avaliação está dentro da criança... é do interior de sua experiência
Para mim, TT
diz,
lhe
que o organismo
aquilo é mau,
verbais:
aquilo
isto é bom
não”
(7). O
—eeme
Rollo R. C.
— —
Psychologie Pslcoterapla
5;
179. Po. ROGEAS,
C.
A.
—
La
6 7
Pg. 270. Cfr. ROGERS,
C.
R.
,
agrada,
isto me
Ctr. MAY, ROGERS,
8, 4.
não
termos
em
ROGERS,
C. R. —
—
Terapia Op.
cit.
Exintentlelle, Relazioni e
1971, Paris, EPI, Boringh., Umane,
Contrata-Sul-Clionte, nº
4,
pg.
Martinelli,
pp. 79-82, 82, 1970, Milano,
Firenze,
1970,
179.
Op. cit. nº 5, pp. 270-271.
Scanned with CamScanner
110
mais interessante a notar é que a criança consegue valores objetivamente justos, isto é, que promovem o seu desenvolvimento (7). As necessidades manifestas pela experiência atual
guiam o comportamento
do menino e ele escolhe, obedecendo
as exigências mais urgentes de seu organismo. É a tendência ao crescimento que provoca a manifestação das necessidades e deseios. Portanto, a tendência à atualização serve de crité-
menino. “Ele dá valor pocomo favoráveis à preser-
rio nas escolhas ou avaliações do sitivo às experiências:que percebe vação
valor
do organismo,
e crescimento
que
às experiências
negativo
percebe
do organismo
e ao crescimento
à preservação evita” (6).
e dá
e por isso as busca,
contrárias
como
e, por
isso, as
Em virtude desta tendência interna ao crescimento, o organismo amplia gradativamente sua esfera, e a consciência (ainda vigilante) da criança tende a dilatar-se e estender-se. A criança começa a “tornar-se o que está potencialmente nela... necessita exprimir e atualizar suas capacidades próprias” (8). É, pois, a força desta tendência ao desenvolvimento que
o
conduz
organismo
o
a alcançar
em
momento
que
ele
diferencia um certo segmento da experiência e este passa a Desabrocha assim, a consser simbolizado na consciência. ciência de si próprio, visto que, “este segmento simbolizado
corresponde à consciência de existir e de agir enquanto indivíduo e pode ser descrito como a experiência do eu” (9).
“A experiência de si próprio (do eu) constitui que se forma a estrutura experiencial chamada:
gem
do eu”
ção
gradual
Ss
organismo
9, 10
ROGERS,
pg.
idem,
180.
seu
com
ROGERS,
po.
de existir, pela
(10). A consciência
forma
C.
C.
R. —
R.
—
desenvolve-se,
ambiente,
a noção
Le
do eu
Développement
Psicoterapia
e
de
(9). Esta
la Personne,
Relazioni
Umane,
a matéria de idéia ou ima-
interação do
e sua
noção
Dunod,
Paris,
Boringhieri,
organiza-
é estrutu-
1970,
p9- 248.
Milano,
1970,
149.
Scanned with CamScanner
111 rada pelo conjunto dos elementos experienciais disponíveis à consciência que se referem ao “eu”, Ela faz parte do campo da experiência total (10). A imagem do eu é acompanhada, em seu desenvolvimento e exteriorização, pelo desenvolvimento da necessidade de consideração positiva (9). Parece-me que a necessidade de consideração positiva não é mais do que a tomada de consciência ou percepção da “necessidade de amor e afeto existente na criança” (11 e 12). Claro que amor em nível consciente é mais complexo, mas a necesidade como tal seria, talvez, inata ou instintiva (12), existente em todo ser humano de modo contínuo e permanente (9). Pergunto agora: como acontece que o menino, desenvolvimento e crescimento passa de um estado gruência
que
lhe
é
natural,
à não-congruência,
em seu de con-
deixa
de
ser
maturidade,
da
uma pessoa unificada e torna-se uma pessoa desintegrada, como pode-se muito bem ver no caso de adulto acima citado? Será o aparecimento da consciência reflexa a causa da desintegração? Conforme Rogers, não, porque o ser humano tende
naturalmente
a
evoluir
no
sentido
da
autonomia e da integração (13). Note-se, porém, que o desenvolvimento não é automático e necessário, mas flexível e depende
de condições
externas
favoráveis
(13). A criança
não
se desenvolve sem a interação entre seu organismo e o ambiente (14). O ambiente deve permitir à criança viver sua experiência
para
conscientizar-se
seu eu (15). O ambiente
deve
dela
e
integrá-la
fornecer os meios
12,
13. 14
18.
idéia
eia
no
ROGERS,
C. R. —
La Terapia
ROGERS,
C.
—
Psicoterapia
pg. 271.
AR.
Centrata-Sul-Cllente, e
Relazioni
Umane,
pg. 161. Cfr. KINGET, G. M. — op. cit. nº 12 pp. 45, 42-48. Cfr. ROGERS, C. A. — op. cit. nº 12, pg. 180.
de
para satisfa-
Cmt
11.
à
Martinolll, Boringhierl,
=
Firenze,
1970,
Milano,
1970,
Ctr. KINGET, G. M. — op. cit. nº 12, pg. 45.
Scanned with CamScanner
112 zer as
cresça librá-lo.
necessidades
fundamentais
e amadureça
sem
de seu
organismo
desintegrá-lo,
dividí-lo
ou
para que
desequi-
Por exemplo, caso “se permita a um menino ter seus próprios sentimentos únicos... caso ele nunca tenha que repro-
var seus sentimentos
para ser amado”
ceria no respeito a si próprio como
duta
seria
Do
de
um
exemplo
cessidade
de
equilíbrio
focalizado
amor,
na
pessoa
realista”
por
criança
(16), “o menino cresúnica...
(16).
Rogers
infere-se
(17), é a tal ponto
sua con-
que
a ne-
indispensá-
vel que ela prefere negar seus sentimentos, experiências ou gostos, do que renunciar ao amor. Para satisfazer estas necessidades o menino, quase sempre, deve cumprir o gosto, o desejo ou as normas de outra pessoa que lhe é achegada, como, por exemplo, a mãe. Caso ele lhe desobedeça, é-lhe im-
putado o título depreciativo de “menino mau ou desobediente”. Claro que uma tal atitude ou manifestação de censura e desaprovação, por parte de quem é levado em grande consideração
e de quem
pela criança
mudanças nela, porque isso tudo “tende da consideração positiva” (18). “Toda prova qualquer ação, o menino tende a provação como se a mesma se dirigisse total, à sua pessoa” (18). A criança, de o afeto de tal pessoa e, por outro, nota
feto
aceitar
precisa
certas
do afeto, provoca
ela precisa
exigências
a atenuar a estrutura vez que a mãe desainterpretar esta desaa seu comportamento um lado, teme perder que para manter O à-
da
pessoa
como
boas
e, por isso, de maior valor do que as que seu próprio orga”
nismo propõe como boas ou de valor para seu desenvolvimento. São inferências que a criança faz, observando as reações
16.
17. 18.
R.
C.
ROGERS,
—
Le
Développement
de
la
Personne,
Duno
d, Paris, 1970, PP
so, 1970, 226, 227. Firen , Martinolll te, Sul-Clion CentrataTerapia La — R. Cfr ROGERS, C.
pg.
Op.
271.
cit.
nº
1,
pp.
161,
182.
Scanned with CamScanner
113
da outra pessoa, sem raciocinar. É igualmente verdade que as aprovações exercem uma pressão idêntica às desaprovações.
É desta maneira que o menino se sentirá forçado a gradualmente aprender de quem ama e necessita de afeto, que “o
que lhe parece bom, muitas vezes é mau para os outros” (19).
Tudo isso faz com que ele, gradativamente, “comece a assumir, em relação a si próprio, a mesma atitude dos outros... isto é, introjete o juízo de valor de um outro, assumindo-o
co-
mo próprio. Nesta altura, perde contato com o seu próprio processo organísmico de avaliação. Abandona a sabedoria de
seu organismo
e, para
conservar o afeto, procura assumir va-
(19). É deixando
outro”
por um
lores estabelecidos
de guiar-
se e regular-se pela avaliação do próprio organismo e assumindo valores impostos por quem a criança ama e é amada, que ela começa a dissociar a unidade de sua pessoa. É subs-
de avaliação
tituindo o critério
atualizante
da tendência
.
pelo
critério de avaliação de outra pessoa, ou outras pessoas que lhe são importantes, que a criança desequilibra ou desintegra sua unidade ou autenticidade pessoal.
“Se
fosse
experiência
ria o modo
em
função
aprender
de
necessidades
várias
permitido
sempre
tável” (20).
do que verdadeiramente
a harmonizar mantê-las
e de
desvio
No início, esse
menino
a um
do processo
em
avaliar a sua das suas
a satisfação estado
ele te-
prova,
de equilíbrio...
de avaliação não é inevi-
No caso citado, o menino satistaz sua necessidade de ser
amado pela mãe, submetendo-se às exigências dela e reproque vando seus próprios sentimentos, porque é desta maneira ele satisfaz
sua
em
a mãe
necessidade
de ser amada
pelo fi-
lho, submetendo-se a ela. Dizendo de um modo abstrato,
so assim
expressar-me:
“o processo
pos-
de satisfação da neces-
CC
19
ROGERS,
C.
R.
20
ROGERA
c.
R.
Rogers
po.
—
—
La
Terapia
Psicoterapia
Centrata-Sul-Cllente,
€ Relazionl
Umane,
Martinelll,
Boringhierl,
Firenze,
“970,
Milano,
1970,
183.
8
Scanned with CamScanner
114
sidade de consideração positiva é bilateral” (21). O sujeito satisfaz esta necessidade em ouiros e obtém, através deles,
a satisfação da mesma necessidade presente nele. Acontece quem o suque as pessoas (e no caso do menino, a mãe) por
jeito tem admiração especial, porque res, exemplares, etc., isto é, por quem
para ele. As
pessoa-critério
nar-se
pessoa-critério
preferidas
são
padece sua influência, como as diretrizes
rindo
positiva”,
particularmente
“consideração
uma
de
as considera modelao indivíduo prova uma a força
têm
admira
a
quem
por
normas
ou
avaliações
de
tor-
da
e
diretrizes de sua conduta. Prefe-
pessoa-critério,
o menino
deixa de
quiar-se pelas próprias experiências capazes de satisfazer sua tendência à atualização e, até, deixa de escutá-las. Como é que se explica que o rapazinho chega ao ponto de ser regulado, em seu comportamento, pelas normas de quem lhe é muito caro, por quem nutre confiança e admiração? Tudo acontece porque ele, em sua evolução, descobre a necessidapositiva de si mesmo,
de da consideração
que
necessi-
é uma
dade adquirida e “designa o sentimento de consideração que o próprio sujeito prova frente a certas experiências relativas ao eu, independentemente da manifestação de consideração positiva por parte de outro” (21). Quando as experiências referentes ao eu do menino, em grau de compreender-se, são pela
julgadas
consideração positiva para
periências
dele
(22). A
ela
julga
positiva, consigo
mãe,
às suas
maus,
como
não
ou
dignas
de
o menino, em virtude da consideração mesmo, seleciona apenas aquelas ex-
com que
portanto,
positiva
dirige,
lho
que concordam
consideração
submissão
que
mãe
etc.,
para
filho exige
pelo
normas,
o juízo da mãe
renúncia
leva
o
amar
ou
como
dignas
manifestar uma
condições,
tais como:
a certos sentimentos que
filho
a
deformar,
fe
primir ou negar certos sentimentos negativos que lhe perten-
cem,
e que
tenham
ainda
não
conscientizados
foram
sido. O rapaz, em virtude da consideração
camera 21. 22.
ou talvez já O
ROGERS, C. R. — pp. 181, 161. Ctr. Idem, pg. 182.
Pslcoterapla
e
Relazloni
Umane,
Boringhieri,
positiva
Milano,
1870
Scanned with CamScanner
115 que tem
por si mesmo,
as
ou
lizados
prefere
assumir
impostas
condições
pela
os valores
do
mãe,
conceitua-
perder
que
sua estima ou sentir-se diminuído. Selecionando os valores de acordo com a aprovação ou desaprovação da mãe, ele
não escuta mais a voz e a sabedoria de seu organismo, mas sujeita ou condiciona seu organismo às aspirações, desejos, gostos, avaliações da mãe ou de outras pessoas-critério. Eis
como
“o
comportamento
do
adolescente
passa
a ser
guiado
por fatores introjetados, e a sua função de avaliação torna-se condicionada” (23). O condicionamento, que corresponde à
introjeção tende a estender-se ao organismo todo, isto é, pessoa do rapaz. A aprovação ou desaprovação da mãe,
à a
uma ação ou atitude do filho ou a experiências particulares, têm a tendência de envolver o conjunto todo. O menino" passa
a interpretar como aprovação ou desaprovação de seu comportamento, de sua pessoa. O adolescente, “na tentativa de obter ou manter amor, aprovação, estima, chega a ter uma desconfiança de fundo na própria experiência atual (experiencing), como guia de seu comportamento. Aprende dos outros (e no caso, da mãe) um certo número de valores con-
ceitualizados e os assume
contraste
profundo
jam em
Creio ser evidente,
é a consideração
como
próprios também,
de acordo
positiva
prova”
o que
com
com
condicionada
(24).
caso este-
o acima exposto, da
mãe,
pessoa
em
função
que que
O filho tem em alta consideração, a causa da cisão nele estabelecida. “A necessidade de consideração positiva de si, força o indivíduo
a perceber
a sua
experiência
das
condições impostas” (25) pela mãe, no caso. O filho percebe
ou simboliza
corretamente,
na consciência,
apenas
as expe-
rências que não contrariam o ponto de vista da mãe, deforma nega as experiências que
Ou
propostos
PNR
por
23.
ROGERS,
C.
24,
pg. 183. ROGERS,
C.
2s.
pg.
não
ela.
Interceptando
R.
Psicoterapia
R.
— —
La
Terapia
e
concordam
experiências
Relazioni
Umane,
Centrata-Sul-Cliente,
com
os valores
à consciência
Boringhieri, Martinelli,
Milano,
1970,
Firenze,
1970,
273.
Op. cit. nº 22, pg. 184.
Scanned with CamScanner
116 que
são
realmente
vividas,
a pessoa
divide-se
em
duas
face-
tas, ou se bifurca: de um lado está a própria experiência: e de
outro, a idéia que se faz de si mesmo corresponde cias da pessoa ou das pessoas-critério (26). O desacordo
entre a noção
às exigên-
do eu e a experiência vivida
desenvolve-se em sentido inverso ao que foi descrito no processo de amadurecimento. O sujeito, abandonando a sabedo-
ria de seu organismo,
tos
de
mesmo
vista
de
(27).
Ele
incorporá-los
outros,
para assumir condições, valores ou ponperde
seleciona
ou
integrá-los
o contato
e a confiança
da experiência
os elementos à noção
do
eu,
em
baseando-se
si
para nos
As atitudes ou o juízos ou avaliações das pessoas-critério. comportamento, que se conformam à noção do eu, são identificados,
simbolizados
na
consciência
e
mantidos
portanto,
para enriquecer a estrutura do eu. Os demais são deformados
para adequar-se à idéia do eu, e muitos são negados próprio sujeito como pertencentes ou integrantes do eu.
pelo
Tudo o que é provado pelo sujeito, em nível experiencial, mas que não concorda com a estrutura rígida do eu, é reconhecido como ameaçador, embora não seja conscientemente
ou corretamente simbolizado. O recurso à defesa é o meio de proteger-se
contra
as
No mecanismo
teger a imagem
experiências
ameaçadoras
(26).
de defesa em que o indivíduo procura pro-
do eu, ele recorre à racionalização
(28). Por
ela ele atribui uma razão ética onde não existe ou recorre a uma justificação da parte afetiva (29). Ele protege a imagem do eu também através da compensação (28), minimizando a
moralidade ou perigo que realmente experimenta, colocando a responsabilidade sobre um grupo de pessoas ou punindo-
se a si mesmo 28.
27. 28.
Cfr.
(30). Outro meio de proteção é o recurso à pro-
ROGERS,
C.
pp. 184, 185. Ctr. ROGERS,
pg. 276. Cfr. op.
cit.
R. —
Pslcoterapla
e Relazlonl
Umane,
Boringh.,
Mitano, 1970,
C. R. — La Terapla Centrata-Sul-Cllente, Martinelll, Flronze, nº
26,
pg.
1970,
186.
29.
Cir. MENEGHETTI, Antonio — Ontopsicologia del!Uomo, PUST, Roms, ano 4º .
30.
1971-1972, pp, pp. Cfr. Idem, pp. 54
63 ss. ss.
Scanned with CamScanner
117
jeção (28) pela qual
projeta seu estado de culpa a uma outra
situação
e selecoina
melhante
a esta,
pró-
como
acolhe
que
as experiências
prias. O indivíduo procura livrar-se do mal que o atormenta projetando-0 sobre a consciência alheia (31). Outra forma, sea responsabilidade
projeta
ela, O indivíduo
é a abdicação.
proteção,
ou
defesa
de
do próprio
Por
com-
portamento na autoridade (31). Rogers refere-se ainda a oudo eu.
à imagem
tros meios de proteção
Todo este mecanismo de defesa, por meio do qual a pessoa procura proteger-se atrás duma máscara, eleva o grau
de tensão ou angústia (32), provoca uma insegurança e vulnerabilidade
consequência,
e, como
o indivíduo
equilíbrio (33). Ele começa
visto que perdeu seu
mal
funciona
a viver uma
dualidade em que faz o que não quer e não faz o que quer. É exatamente isto que “ constitui o estado de alienação de si mesmo” (32). É a alienação fundamental da pessoa contemporânea que consiste num estranhar-se a si mesmo, num não num
mais,
reconhecer-se
não
conseguir
que
em
encontrar-se,
se acha num estado de desorganização. Esta desorganização compreende desde o comportamento neurótico (= inadaptação à realidade ou discrepância entre a sua necessidade de ser autêntico e as estruturas sociais), até os “diversos tipos de comportamento psicóticos, irracionais e agudos” (34), inclusive comportamentos esquizofrênicos e catatônicos (34). Creio ser útil acrescentar que neste processo de desin-
muitas outras pessoas-critério, além
tegração ou alienação,
da mãe, concorrem para introjetar valores. Os próprios meios:
de difusão, com seus falsos ídolos, concorrem para à desinteprocesgração. Todos os valores introjetados condicionam o so de avaliação organísmica, e a pessoa, percorrendo o ca-
minho inverso de seu desenvolvimento chega a um estado em
mma
1, s2.
e. 34,
Cfr.
MENEGHETTI,
Ctr.
ROGERS,
1971-1972,
Antonlo
pp. 65-66, 67 ss.
Pp. 185, 184. Ctr. ROGERS,
C.
C.
1970, pp. 275-277. Op. cit. n9 32, pg.
R.
Ontopsicologia
Pslcoterap ia
—
R.
—
—
Le
dell!Uomo,
o Relazion)
Tera pia
Umane,
PUST, Boringh.,
Centrata-Sul-Cllonto,
Roma,
ano
Milano,
Martinofl,
ao. 1970,
Firenze,
186.
Scanned with CamScanner
118 que,
“a estrutura
talmente
do
intelectual
processo
de
de
seus
avaliação
valores
difere
fundamen-
organísmica”
(35).
A es-
trutura intelectual adquirida é estática, rígida, inflexível, e processo organísmico inato é dinâmico, flexível, fluído e mu-
tável (36). Todo este antagonismo se to. A pessoa está cindida em duas.
dos sentimentos e de si próprio, de indivíduo procura valores estáticos e a dinâmica
reflete no comportamenDe um lado, há o fluir
da experiência, e, de outro, a idéia que faz acordo com os elementos introjetados. O guiar o comportamento de acordo com os rígidos que adquiriu, mas em muitos casos,
organísmica
não
se
submete.
Nesta
relação
con-
trastante consigo mesma, a pessoa vive um estado de desintegração, de alienação e elevada angústia, em que a unidade cedeu seu lugar ao conflito interior entre a noção do eu e a experiência, conflito este exteriorizado na conduta contraditória. O conflito ou desintegração pode atingir um estado víssimo de desorganização psíquica, “de luta constante
gra(en-
ire o organismo e o eu), que se traduz num comportamento incongruente, instável, análogo ao que se indica com o nome de personalidade múltipla” (37). Este estado de abalo psíquico
tem
análises
sua
origem,
conforme
improvisamente
ração
(o terapeuta,
ferem
a experiências
por demais
feitas
Rogers,
por
por exemplo).
evidentes,
são
ou
uma
nas
Estas
interpretações
pessoa
ou
de conside-
interpretações, sendo
inegáveis pelo sujeito. Elas se Te-
sentimentos
do
indivíduo,
mas
que
ele ainda não está em condições de assimilá-las e como con-
segiência padece o golpe dum impacto ou choque (38). Em-
bora o indivíduo
consiga
simbolizar
corretamente
a própria
experiência desvelada, devido sua evidência, sofre uma pres” são tal da ameaça que desintegra a própria estrutura do eu, 35. 35.
Sa
8.
ROGERS,
C.
R.
Ctr.
pg.
273.
pg.
276.
idem,
ROGERS,
po.
187.
La
—
C. R. —
Terapia
Psicoterapia
Centrata-Sul-Cllente,
o Relazionl
Umano,
Martinelli,
Boringhieri,
Firenze,
1970,
Milano,
4970,
Cir. idom, pp. 187-189.
Scanned with CamScanner
119
alterando-a
controle (38).
coonsideravelmente
como
agora,
" Pergunto,
e
isso
or
p
próprio prop
perde o
ps
restabelecer o acordo entre o eu
e a experiência? Como possibilitar sua reorganização e autotado,
Como
alienado?
tado, ou
ção
aos
corrigir
reeducá-lo?
como
“A reeducação
se refere
desequilibrado,
indivíduo
tegrar um
pessoa
reabilitar uma
Como
controle?
a todos
problemas
frentá-los de um
os aspectos
modo
funcionamento
pessoa,
da vida” mas
construtivo”
“dar
rein-
Como
desorganizado,
readestramento
não é um da
seu
perturbada?
desorien-
desarticu-
para aquilo que
(39), não é dar solua habilidade
en-
de
(39). O indivíduo aprende
a confiar em si mesmo e progredir, baseado em suas próprias forças e recursos (40). Portanto, “a reeducação reforça a confiança nas próprias capacidades do sujeito” (39). Reeducar é, pois, re-ex-ducere, isto é, re-conduzir para fora o que está dentro do sujeito. É um retorno às potências implícitas da pes-
soa para explicitá-las. latentes
do
experiências
das neuroses
indivíduo,
incônscias
É dinamizar novamente
a fim de que e com
ele tome
as capacidades
das
consciência
isso se reintegre
e restabeleça
e psicoses.
visto que ele Não se trata, portanto, de dirigir o indivíduo, ganizar-se aprende a ser responsável, por si mesmo e a reor é adquirida com por própria conta (41). A própria modificação
ficação se traos recursos pessoais internos (41). Esta modi conseguida duz num gradual aumento de auto-compreensão si mesmo tal pelo próprio esforço (41), numa aceitação de da tensão e redução das defesás,
diminuição
qual é (42), numa
amplas, nunuma comunicação e colaboração sociais mais (42). Em ma maior independência e autonomia em dirigir-se
o poucas palavras, a reeducação se realiza do interior para
exterior, num clima não-diretivo, em que à pessoa, apoiada Cn
8s.
40. 41. a
R.
—
Psicoterapia
ROGERS,
C.
Ctr. op.
cit. nº 39, pp.
di
Consultazlone,
Astrolablo,
Roma,
1971,
pg.
216.
Cir. idem, pg. 218. Cfr. Ibidem, pp. 225, 192, 174.
180, 215.
Scanned with CamScanner
120
suas
eu”
(43), até alcançar
no
muitíssimo
unifica
que
as próprias
da
habilidade
da
ou
assim, na reeducação, agente
de
o papel
depende
reeducação,
ou
reintegração
de
processo
(44). Sendo mente,
integração
“uma
à estrutura do
contraditórias (44). A reeducação é, portanto, um de reintegração. Parece que O progresso do indivi-
atitudes” processo
duo,
rejeitadas
anteriormente
experiências
porando
“incor-
reorganizar-se,
procura
capacidades
próprias
em
de
medida
não-diretividade
“o sujeito tem, simultanea-
e cliente...
à
limita-se
O terapeuta
criação de condições favoráveis à realização do cliente” (45). Ele não intervém, não explora, não interpreta as experiências do cliente nem guia suas auto-avaliações, porque tudo deve convergir na autonomia do cliente como pessoa (45).
O cliente desintegrado, incongruente, necessita entrar em contato pessoal com quem esteja integrado, seja congruente e autêntico (46). Ao indivíduo que se descontrolou e desorganizou porque, para satisfazer sua sede de amor e estima, necessitou submeter-se a condições impostas por pessoas que considerava importantes em sua vida, é preciso oferecer o amor e a estima sem exigir condições, é necessário contrapor uma consideração positiva incondicionada (46). “A autonomia não se pode conquistar mediante ensino ou condicionamento” (45). A consideração positiva deve ser manifesta madiante a compreensão do mundo subjetivo do educando e não median-
te aprovação ou desaprovação de suas atitudes e de seu com«SE
si
portamento.
O terapeuta
cesso de reeducação
ou catalisador
quando,
(45) só facilita o pro-
no contato, souber acolher, com-
preender empaticamente, respeitar e amar desinteressadamente o seu cliente. Quando o catalisador consegue comunicar vais atitudes
mediante
a postura,
reações
ou
as
palavras,
e 0 IN
nan RS 43.
ROGERS,
si
ei
46.
C.
e
C.
31.
: KINGET,
pp.
49,
G
50.
Cir. ROGERS,
pg.
51.
A.
—
R.
M.
Le
—
—
Développement
Psicoterapia
Psicoterapia
C. R. —
di
e
de
la.
Personne,
Consultazione,
Relazioni
Umane,
Dunod, Paris,
Astrolabio,
Roma,
Boringhlorl,
. 61. a
a
Milano,
er»
1970, 1970
La Terapia Centrata-Sul-Cllente, Martinelli, Firenze.
Scanned with CamScanner
121
reconstrutiva da personalidade
se a modificação
novamente
Recolocando
o método
de compreensão,
mínimo
um
alcança
terlocutor
não-diretivo,
durante
desencadeia-
(47 e 48).
a questão direi que basta usar um
lapso
de
tempo,
conforme
foi descrito no capítulo Il. O terapeuta, catalisador, e mesmo um amigo (48), conseguirão desblocar “a rigidez perceptiva perceptiva” a flexibilidade e desenvolver do indivíduo (49). Conseguirão
reabilitação
que
concretizam
de
internas
às forças
atuar
reeducação.
sua
reconstrução
e
melhor
“Quanto
o sujeito consegue perceber a consideração positiva incondicionada, baseada na compreensão empática, melhor tenderá a desaparecer sua incongruência” (50).
Os limites da reeducação subordinam-se às possibilidades ou limites do uso do método não-diretivo já indicados no | capítulo.
O clima de segurança que só uma pessoa autêntica pode oferecer, através duma atmosfera de compreensão, acolhimento e calor,
que
agora:
Pergunto
outro
(51).
sua totalidade
em
jeito e o envolve
do
parte do interior do próprio su-
processo
Este
ou dos outros.
desenvolvimento
de
o processo
promove
caminho
o processo
segue
de
rein-
tegração? Em que sentido se dá o desenvolvimento espontãneo? Creio já tê-lo descrito ao apresentar o desenvolvimento
da personalidade, em seu processo de reintegração, no capltulo Ill. O indivíduo, na medida que integra suas experiências, estranhas,
ou
desconhecidas
inicialmente,
ponto em que “o que sente coincide com a consciência
eu é simplesmente
reflexa
avizinha-se
dum
prova”
(52).
o que pensa, ou O
do
que
Ele se orienta à congruência e, por ela, ele é na consciência
rear
47.
Ctr. pg.
48.
o
O.
St.
sa.
Cfr. Pp.
ROGERS,
R.
—
La
C.
R.
—
Psicoterapia
51.
ROGERS, 189-190.
KINGET,
G.
Terapia
C.
M. —
op.
Centrata-Sul-Cllento, e
Relazloni
Umane,
Martinelll,
Firenze,
1970,
Boringh.,
Milano,
1970,
cit. nº 48, pg. 421.
ROGERS, CG. R. — op. clt. nº 48, pg. 191.
Cfr. KINGET, G. M. — op. cit. nº 48, pp. 6370.
Op.
cit.
nº
47,
pg.
152.
Scanned with CamScanner
122
(
o que vive na experiência,
funcionamento
e expansão,
tornando-se isto
ele próprio, em
é, tornando-se
seu
pleno
verdadeiro
eu, seu eu auíêniico. A evolução descrita no capítulo ||| corresponde ao modo como a sente e experimenta 0 próprio sujeito (53). Pretendo apresentar agora o processo de modificação ou reintegração da personalidade assim como a vê ou observa naturalmente o terapeuta rogeriano (54). Trata-se duma des-
crição baseada num ponto de referência externo ao do próprio sujeito que a experimenta. Rogers, para descrever os vários es-
tádios do processo, apoiou-se, em sua observação espontãnea, no uso do método fenomenológico. Observando os fenôdmenos, tanto de sua própria evolução pessoal como da evolução dos seus ciientes, Rogers procurou, livrando-se de todo
preconceito,
colher e descrever
os fatos do modo
mais obje-
tivo possível (55). “Ele não está em condições de realizar alguma pesquisa experimental para sustentar seus enunciados” (55) aqui expostos. Existindo um conjunto otimal de condições não-diretivas, o sujeito desinteyrado em seu ser, em seu organismo, “que é a alienação fundamental do homem” (56), não se move apenas de uma certa fixidez a outra, mas ele evolui da fixidez
a mobilidade,
processo”
suprimindo ções
(57). Ele tende
as distorções
e a imagem
Embora
enumere
um 65. 64 55. 56.
Ctr.
pg.
Ctr.
pg.
7 estádios
ou
ROGERS,
C. R. —
pp. P.
nº
si mesmo”
o processo
ele deixa
e, portanto, Psicoterapia
Rogers
o
La
(56).
de reintegração,
se trata de
acontecem
passagens
Consultazlono,
Libertã
as suas a-
que
Centrata-Sul-Cllente,
La Terapia
110-111. Carl B. —
di
não
claro
entre
perdida,
della
Astrolabio, Martinelli, Persona,
Roma,
1971,
Firenze, 1970, Astrol.,
nostin
'
51.
50,
pp.
cit.
fases,
—
R.
C.
sua unidade
e as contradições
descrevendo
ROGERS,
142.
a “reencontrar
se faz de
contínuo,
229.
Cfr. idem, MARQUET, Op.
que
Rogers,
processo
1972,
57.
“da estrutura rígida à fluida, da estaticidade ao
54,
pg.
114.
A
Scanned with CamScanner
123
bruscas e completas de um estádio a outro (58). Além disso, é possível subdividí-lo em muitos outros estádios. No primeiro estádio, em geral, a pessoa detesta a relação terapêutica ou, pelo menos, não se decide iniciar um trataque
uma
Há
mento.
a pessoa
estaticidade,
autêntica
não
Ela
bloqueada.
está
fixidez e rigidez,
à própria
se abre
por-
ex-
periência, não reconhece seus sentimentos e, portanto, impede não só o desabrochar de sua originalidade e criativida-
de, mas também evita e rejeita comunicar-se com outros, em nível profundo. Vê em tal comunicação uma ameaça, um perigo. Sujeita-se a esquemas pré-fixados e não deseja mudar. Sendo fechado à sua própria experiência, nem se dá conta da existência de problemas (59 e 58).
É no segundo estádio que a pessoa, em alguns casos, procura voluntariamente ajuda. Dá-se uma passagem ao segundo estádio quando o indivíduo se sente acolhido. Ele começa externar seus sentimentos porém descreve-os como fatos passados e não os reconhece como próprios. Emite algumas afirmações contraditórias, ao falar de si próprio, sem as perceber. Percebe seus problemas como alheios a si próprio e, por isso, não se sente responsável por eles. O sujeito vive bastante destacado do que prova e sua experiência atual sub-
pela estrutura da experiência
jetiva está condicionada
passa-
da. Subsistem muitos bloqueios e a pessoa, ao definir-se, tende a fazê-lo de modo muito rígido (60 e 61). Muitos
tram-se
entre
os
que
Sucede
estádio.
terceiro
no
procuram
ajuda
que
psicológica
ao
sentir-se
encon-
plena-
mente aceito pelo terapeuta, catalisador ou amigo, o indivíiduo começa abrir-se sempre mais à experiência imediata, fala
com
maior facilidade de si próprio e, embora expressas
sejam
evoca,
que
pessoais
como
as experiências
objetos
ou
como
DO
58. Ea. 69.
61.
Cfr.
MARQUET,
Ctr.
ROGERS,
1972,
1970,
Cir,
Cir.
pp.
pp.
op.
op.
52,
51.
P. C.
115-116,
cit,
cit.
nº
nº
59,
€8,
Carl
B. — R.
—
143-156. pp.
pg.
Rogors
La
116-118,
o
Terapla
La
Libertã
della
Persona,
Centrata-Sul-Cllente,
Astrol.,
Martinelli,
Roma, Firenze,
147-156.
593.
Scanned with CamScanner
124 pessado, reconhece as contradições da exexpressa. Raros sentimentos pessoais são
acontecimentos do periência imediata
aceitos e não os reconhece porque os julga maus ou anormais.
exisa inede in(62 e
Começa a dar-se sempre mais conta que os problemas tem no interior dele próprio. Nota, de modo mais claro, ficácia de seus propósitos e escolhas. O próprio estado congruência começa a despertar seu interesse pessoal 63). A pessoa, sentindo-se compreendida e acolhida em as suas dimensões progressivamente a
todas
ou aspectos de sua experiência, relaxa rigidez de seus esquemas pré-fabricados
e dá evasão aos sentimentos. Os sentimentos mais intensos são temidos e descritos como não presentes. Às vezes, mesmo bora contra aceitar com
e descritos
vividos
são
sentimentos
estes
como
presentes
em-
a vontade do indivíduo. Ele ainda é incapaz de frequência e franqueza os próprios sentimentos.
Devido à maior abertura à experiência subjetiva, ela começa a ser menos estranha mas ainda é conscientizada com um pe-
queno atrazo em relação ao momento em que se verifica. A pessoa já percebe com clareza as contradições e discrepâncias entre a experiência e o eu. A rigidez no modo de elabodúvirar a experiência tende a diminuir e mesmo surgem-lhe das sobre a validade dos esquemas pessoais pré-fabricados. frente Embora com temor, assume alguma responsabilidade
aos problemas
gem
correr
de
lhe brota a cora-
pessoais e espontaneamente risco
o
relação
duma
e profunda
estreita
na
ebase do sentimento. Consegue diferenciar e exprimir com xatidão sempre maior os sentimentos, esquemas € significados
pessoais.
Esta pessoa.
últimos
refere-se
síntese
sempre
acrescentar
Convém
três estádios
podem
que
à transformação
diversas
confundir-se
geral da
características
dos
durante O colóquio.
da perso Embora se hipotetize que, numa determinada área
———————————— 62.
63.
Cfr.
ROGERS,
C.
1970, pp. 118-120, cfr. MARQUET, P. 1972, pg. 53.
AR.
—
La
147-156. B. — Carl
Terapia
Rogers
Centrata-Sul-Cllento,
o La
Libertã
della
Martinelli,
Persona,
-Firenzo,
|. Romê, Astrol.,
á
Scanned with CamScanner
125
nalidade, um estádio inferior não possa anteceder o superior,
pode acontecer, entretanto, que o cliente se encontre no quarto estádio, numa determinada área mas em outro estádio quanto às características referentes a uma área diferente, por exemplo: a sexual (64 e 65). A
compreensão
e aceitação
da
experiência,
das
expres-
sões e do comportamento de uma pessoa que alcançou o quarto estádio, possibilita-lhe a aquisição duma maior liberdade em experimentar o fluir vital do organismo e duma espontaneidade em exprimir-se. No quinto estádio, a pessoa sentese livre em exprimir até sentimentos difíceis em revelar-se embora o faça com certa ânsia e temor. Ela começa a perceber
os
sentimentos
no
momento
de
experimentá-los.
Não
conse-
gue ainda conceitualizar as experiências que manifestam sua realidade mais profunda embora deseje ardentemente ser exato. Ainda que por vezes se amedronte,
satisfeita com os e procura tencem
se
estarreça,
sente-se
muitos sentimentos que a acompanham, aceitavivê-los. Percebe que os sentimentos lhe per-
e deseja
identificar-se
com
eles,
ou
com
a experiên-
cia, para ser seu “eu real”. As contradições são conscientizadas com exatidão e o indivíduo esforça-se por escutar-se melhor e assumir a responsabilidade dos próprios problemas, enfrentando corajosamente toda desarticulação e incongruência
interior.
Estabelece
uma
comunicação
mais
perfeita
consigo
mesmo e com os outros. A personalidade do cliente torna-se mais flexível e com isso se concretiza a primeira mobilidade.
O sujeito tende a transformar-se e avizinhar-se, sempre mais de seu ser orgânico, que é um todo indiviso. A mudança pode
ainda
sofrer
a distensão,
peramento
mesmo 64.
alguma
irregularidade
e mesmo
retroceder,
a queda
das
e defesas
propiciam
desta
porque
ROGRERS,
65.
Ctr.
MARQUET,
65. 67.
Cfr. Ctr.
op. op.
rp.
120-122,
1972, pp. 53-54. cit. cit.
e o indivíduo
se compreende
Ctr.
*970,
fase
barreiras
C.
R.
—
La
146-.156.
P. B. —
Carl
melhor
fTerapla
Rogers
nº 64, pp. 123-129, nº 65, pg. 54.
passa
a aceitar-se
(66 e 67).
Centrata-Sul-Cliente,
o La
Libertã
della
Martinelli,
Persona,
Astrol.,
mas
o su-
a si
Firenze,
Roma,
146-156.
Scanned with CamScanner
126
se encontra no quinto es-
do cliente que
O acolhimento
muitas vezes dramática, tádio, promove-o a uma nova fase, então inibidos, começam a mas decisiva. Os sentimentos até plem a ser experimentados em fluir cem obstáculos e começa consequência, aceitos. Expresnitude, imediatamente, e, como O
OS próprios sentimentos. sa com liberdade e maior controle atual é subjetiva-
experiência eu deixa de ser um objeto. À nela implicados são aceitos sem mente vivida e os sentimentos está mudando. Uma das que ia ênc sci con a tom soa pes temor. A sonância no polo físico. Este características desta fase é a res os, re-
fisiológica: prantos, suspir eco se revela pela distensão circulação sanguínea e a cona pri pró A ar. cul mus nto ame lax O indivíduo per-
os melhoram. dutividede dos influxos nervos êna e desacordo entre a consci cebe claramente a incongruênci e sua a que se faz de simesmo cia e a experiência, entre a idéi ce dar-se conta, todas as fato o pri pró pelo e, da vivi ade lid rea começa à comunicação interna contradições desaparecem, e à ente, a comunicação ser harmônica e, consequentem
interpes-
esquemas pre-estabelecidos soal torna-se livre e espontânea. Os em. A experiência imediaou os valores introjetados se desfaz e reconhecida dum mota, sendo plenamente conscientizada r todos os problemas do realista, facilita ao indivíduo supera processo irreversível externos e internos. A pessoa entra num serve de guia e não em que a própria experiência imediata lhe mais a opinião alheia (68 e 69).
O sétimo estádio pode ser alcançado
ajuda dum
sem o concurso ou
terapeuta ou catalisador, visto que o indivíduo per-
também cebe sua experiência imediata com toda sua riqueza,
cia tende a expandirfora de relação terapêutica. A experiên dez cede seu lugar à se e incluir novos sentimentos e a rigi
iliza mais. O flexibilidade e à evolução. A pessoa não se foss e reflexa da eu passa a ser a simples consciência subjetiva Eno Peg 68. 69.
So ctr.
pp.
ROGERS,
129-135,
147-156.
ctr. MARQUET, 1972, pp. 54-55.
P.
La
—
R.
C.
B.
—
Centrata-Sul-Cliente,
Terapia Carl
Rogers
o
La
Libertã
della
Martinelli, Persona,
Firenze,
1970,
Astro!.
Romã,
Scanned with CamScanner
127
experiência, e o organismo inteiro entra em evolução, tornando-se um processo. Os esquemas pré-estabelecidos, que ele não convalida, são transformados, baseando-se na experiên-
cia atual, e os novos esquemas serão formulados de modo provisório. A comunicação interpessoal torna-se clara e autêntica, porque o indivíduo não falha na comunicação consigo mesmo.
O sujeito vive pienamente
a vida pessoal dando evasão
à sua
originalidade e criatividade. O indivíduo sendo capaz de cons-
cientizar-se e simbolizar os significados da experiência atual, instantaneamente, supera toda incongruência e passa a ser na
consciência o que é na experiência,
mica e autônoma.
todo
harmônico
unidade
dinã-
Ele se torna seu verdadeiro eu que é um
e em
(70 e 71).
isto é, uma
movimento.
Este
é o eu
real, autêntico
Numa síntese creio ser possível recapitular assim: se uma pessoa, por força de condições desfavoráveis chega a um estado de incongruência, alienação ou desintegração, necessita entrar
em
contato
com
uma
pessoa
autêntica
ou
congru-
ente, que lhe comunique compreensão acompanhada de calor e acolhimento sem impor condições. Neste clima favorávei, em que a pessoa se sente segura, ela será gradativamente impulsionada,
por
sua
tendência
a abrir-se
à própria
experiência
duo
a reintegrar-se
inerente
imediata,
ao
desenvolvimento,
desfazendo-se
cefesas, e a tomar consciência desta mesma tual, verificando-a, avaliando-a e corrigindo-a
tende
reorganização
gradativa
ou
reeducar-se.
e auto-controle,
Neste
das
experiência a(72). O indiví-
o sujeito
processo
procura
de
vi-
ver “menos em luta consigo mesmo, mais em paz, menos divídido entre um eu que experimenta e um eu que observa mais unitário,
um 70.
71. A
mais
harmoniosamente
funcionamento Cfr.
ROGERS,
Cfr.
MARQUET,
4970,
pp.
extremamente
C.
R.
1325-140,
1972, po. 55. Cfr. KINGET, pg. 47,
P. B. —
G.
—
1465-156.
M.
—
La
Carl
e eficazmente
harmônico
Terapia
Pelcoterapla
e
Martinelll,
Firenzo,
della
Persona,
Astrol.,
Roma,
Umane,
Boringh.,
Milano,
1970,
Libertã
Relazlonl
com
de todas as suas
Centrata-Sul-Clionto,
o La
Rogers
organizado,
Scanned with CamScanner
128 partes”
ela
seu
é
(73).
No
auge
verdadeiramente,
verdadeiro
ser,
de
um
seu
sua
O comportamento
te. Em
seu interior, a pessoa
riências
mente,
e com
negadas
e
será
real,
unidade
natural,
deformadas
bem,
em
MASLOW,
74.
pg. Cfr.
pg.
idêntica
movimento
A. H. —
110. KINGET,
G.
M.
será O que
adequada
a correta
porque as expa-
modo
pessoa educada,
a si
mesma,
aw-
de seu ambian-
desaparecerão
isto é, de
será a si
e,
exterior.
adequado,
porque
integrada.
Será
ra-
autônuma
crescente.
Verso —
com
funcionará bem
cional e social (74). Será uma
tica,
articulado
a percepção
ela se comportará
a pessoa
todo unitário e indissociado, eu autêntico, porque idêntico
mesmo.
to-compreensão
harmonia,
Una
Psicologia
Psicoterapia
e
dellEssoro,
Relazlonl
Umano,
Astrotabio, Roma. Boringh.
Milano.
1971,
Hom, '
47.
Scanned with CamScanner
CAPÍTULO
V
PEDAGÓGICOS
REFLEXOS
DA TEORIA NÃO-DIRETIVA Rogers, na medida em que se esforça por aplicar os princípios e o método psicoterapêutico a novos campos, como no acaso, à educação, afasta-se de seu centro experimental, e
poia-se
sempre
em
mais
dados
estabele-
solidamente
menos
cidos (1). Convém recordar, entretanto, que em relação à pecodagogia ele tenta condensar, em grande parte, elementos r, lhidos em sua experiência de ensino (2) e não tanto deduzi partindo da prática terapêutica.
Este capítulo visa pôr em evidência como e até que pon-
to o método ou
não-diretivo
é aplicável
Parece-me
na educação.
que
pedagogia,
em
na escola
se considera
quando
o aluno
eme
Cfr.
ROGERS,
1870, pg. 141. Ctr. ROGERS, pg. 197. Rogers
GC.
R.
Psicoterapia
—
R.
CGC
—
Lo
e
Développement
Relazlon] de
la
Umane,
Personne,
Boringh., Dunod,
Paris,
Milano, 1970,
9
Scanned with CamScanner
130 forças
de
dotada
pessoa
como
a atuali-
tendentes
intrinsecas
zar-se, capaz de adquirir uma aprendizagem autêntica por própria conta, aos mestres não compete dirigir, mas confiar na do
aluno,
oferecendo-lhe
mestre,
sendo
em
capacidade
que
cresça
O
meios
e condições
para
não
será
e amadureça:
primeiro
plano
educador,
eficaz pela vastidão de seus conhecimentos, mas pela personalidade capaz de “instaurar uma relação de confiança e a-
pessoa
como
da”
com
(3)
tenção”
deles.
objeto,
(3).
alunos,
seus
“Negar-se tem
não
como
esforçando-se
pessoa
probabilidade
de
em
e tratar trazer
a
promover
outra
pessoa
aju-
qualquer
A preocupação fundamental de Rogres é salvaguardar a dignidade da pessoa (4), “realçar o valor da pessoa” (4), promover a pessoa (4), proporcionando condições para que ela se torne autônoma e capaz duma “escolha responsável e pessoal, elemento essencial, pelo fato de ser uma pessoa” (5). O importante é preocupar-se em possibilitar que o homem se
torne um “processo de devir, um processo de aquisição de valor e de dignidade pelo desenvolvimento de suas potencialidades” (6). Rogers prefere subordinar a ciência, os valores evolução
e a própria
a pessoa.
dos
ao valor fundamental
valores,
que é
Dentro desta perspectiva, o conhecimento científico não pode ser usado para manipular, controlar ou reduzir a pessoa a um objeto ou robô, ou mesmo para destruir sua originali-
dade e criatividade, destruindo sua liberdade e capacidade de
8.
6a]
4. 6.
ROGERS,
pp.
Ctr.
71,
76.
e E La Terapia Centrata-Sul-Cliento, Martinelli, Firenzê,
C. R. —
ROGERS,
C.
274-275, 257, 212. ROGERS, C. R. — Idem, pg. 270.
R. — Op.
Le cit.
Développement nº
4,
pp.
de
la Personne,
Dunod,
paris,
1970,
di970, PP:
274-275.
Scanned with CamScanner
131 ho-
do
a serviço
estar
deve
ciência
(7). A
e escolha
opção
mem, uma vez que ela tem origem no homem e dele depende, tanto para “ajudá-lo a descobrir novos modos de vida mais plenos e mais ricos" (7), como para informá-lo sobre a ma-
neira de tornar-se um colaborador mais inteligente de sua própria evolução plena, e para esclarecê-lo sobre 0 modo de dinamizar seu espírito criador (7). na supremacia
Baseado
a escola deve empenhar-se soa
do
ele julga que
Deve
interessar-se
da pes-
no desenvolvimento
mais
conhecimentos.
acumular
em
que
do valor da pessoa,
do que
mais com a conduta do indivíduo e sua transformação
com a instrução (8). O professor precisa, antes de tudo, eduprogramas car as pessoas, em vez de sujeitá-las às técnicas e
(8). Ele deve facilitar a aprendizagem autêntica do estudante, em vez de ensiná-lo (9). A aprendizagem autêntica não se reum cosume em saber ler, escrever ou contar (8), porque “é acunhecimento penetrante que não se limita a uma simples da prómulação de saber, mas que se infiltra em cada parte mupria existência. É uma aprendizagem que provoca uma
dança no comportamento do indivíduo, na série das ações que ele escolhe para o futuro, nas suas atitudes e na sua personalidade” (8). Esta aprendizagem eficaz que “não se preocu-
pa só em acumular conhecimentos, mas procura também e sobretudo favorecer o desenvolvimento pessoal” (10), é educativa, transformadora.e impregna a personalidade toda. Uma tal aprendizagem, entretanto, não pode ser transmitida ou “diretamente comunicada a outro” (11). O próprio Rogers afirma:
Cfr. ROGERS, pp. 2698-270.
B.
10. 11.
cit.
nº
cp.
Ctr
MARQUET,
pp.
59-60.
1968. pg. SOGERS,
31. C. R
ZAVALLONI,
—
R.
C.
Ctr. 1972,
ensinar a uma
que tudo o que se pode
“Parece-me
P.
B.
Roberio —
201,
pp.
7,
Le
—
— Op.
208,
o
Educazione
e
cit.
nº
la
Dunod,
Personne,
Paris,
é
1970,
268.
Rogers
Call
de
Développement
pessoa
7,
pp.
La
Libertã
Personalitá,
della
Vita
Persona,
e
Astrol.,
Pensiero,
Roma,
Milano,
197-198.
Scanned with CamScanner
132 ntem pouca Ou nenhuma influê relativamente sem utilidade e o (11). Poder-se-la dizer que o” ent tam por com seu cia sobre ensino destrói a aprendizagem.
adquire por comunicase não a ic nt tê au em ag A aprendiz é um ato que parte ela ue rq po , ção tru ins ou ção direta, ensino inteira qual e no qual a pessoa O a par e , duo iví ind o do própri ligência e sua sensibilite in sua m co a nh pe em participa e se oberto pelo próprio indi-
ento é desc dade (12). Este conhecim experiência complexa e a um de o rs cu no do la mi viduo e assi modificar luenciar O comportamento, inf de ça for a m Te al. vit personalidade (11). as atitudes e transformar à Na
da pessoa,
a dignidade
como
descobriu
Rogers
terapêutica
prática
respeitar
pro-
guiá-la ou dirigí-la, e como
sem
ica sem ensino, como desenvocar uma aprendizagem autênt mento e criatividade, sem inscadear sua originalidade, cresci e como deve pensar. Descotruir sobre o que deve conhecer
a, autonomia e maturibriu como promover sua independênci competência (12 e 13). dade, sem comunicar habilidades ou ica tanto como prinO que foi descoberto na relação terapêut
r O desenvolvimencípio ou como meio de ajuda para estimula visam educar a to do indivíduo, é aplicável nas relações que experiência da psipessoa (10). Rogers afirma: “Encontrei na
às
e,
significativas
implicações
coterapia
vezes,
profundas,
soais, para a educação, para as comunicações interpes vida em família, para o processo de criação” (14).
para à
admite O postulado fundamental da teoria de Rogers qu e nômea presença da tendência à atualização no organismo, fe
no 12.
13. 14.
15.
contatos
nos
intuído
Cfr. MARQUET,
1972,
ROGERS,
pp.
Op.
210,
144.
C.
212,
cit nº
ROGERS,
pg.
59-60.
pp.
A.
P. B. —
214.
13,
—
pp.
C. R. —
Le 193,
terapêuticos
Carl
Rogers
tem
consequê ncias
o La Libortã della Persona, Astrol.,
Développement 210-214.
(15),
de
Psicoterapia e Relazlonl
la
Personne,
Umane,
Dunod,
Boringhierl,
paris,
Roma,
1970,
Milano, 1870,
Scanned with CamScanner
133
muito vastas no campo
pedagógico
organismo,
força
(14), pois essa tendência
não visa apenas satisfazer as necessidades de manutenção do mas
é uma
perar o “status
quo”,
que
impele
expandindo-se
o organismo
em
todos
a su-
os sentidos,
ampliando e enriquecendo todas as potências, capacidades e faculdades, orientando-se em direção duma autonomia, isenta
amadureciem sua in-
de controle imposto por forças externas, e dum mento real. Este progresso o organismo conquista
(15 e 16).
teração com o ambiente
firmar-se natural
e progredir
de
do
e 17).
saber
a fonte
reside
por um
é motivado
no
jor-
do aluno de
pois,
Decorre,
que
crescimento
e do
O sujeito
indivíduo.
(14
apossar-se
aprendizagem
e O desejo
a curiosidade
ra espontaneamente
que
infere-se
postulado,
este
Estabelecido
de
a-
aprender,
tendência
da
motivação
da
natural
de
próprio
interior do
interesse
conhecer o mundo, de descobrir novos elementos, de vencer os obstáculos, de superar os problemas, de conquistar terreno, mesmo à custa de algum insucesso (17).
como
tanto da psicoterapia
da pedagogia.
criar um clima que facilite a aquisição dum
objetivo
é
transformadora
ou
autêntica
aprendizagem
A
devem
mestres
“Os
conhecimento
au-
têntico” (18). São também essas as “condições que o terapeuta deve preencher para que haja uma mudança construtiva ou que surja um conhecimento autêntico” (18). Além dis-
so, o móvel fundamental que impulsiona o indivíduo à assimilação de tal aprendizagem é sua tendência à atualização,
isto tanto para a psicoterapia como para a pedagogia (19). As movimento
condições exigidas para pôr em
16, 17.
18, 19.
Cfr. Cfr. 1972,
PAGES,
Max
P.
MARQUET, pp.
61,
—
B,
L'Orlentatlon
—
Carl
Non-Directivo,
Rogors
62.
o
La
Libortã
Dunod,
delta
a tendência atua-
Fe
e
Cir. ROGERS, C. R. — Lo Développement do lo Porsonno, Dun
pp.
Cfr.
207,
op.
203,
cit nº
18,
pp.
206,
970, , od,
po.
Astrol.,
Paris,
18.
Roma, 1970,
210.
Scanned with CamScanner
134 autêntica aprenlizante, a fim de que a pessoa se aposse duma
edudizagem, são idênticas tanto para a terapia como para à o méimplica numa nova consequência: cação (20). Tudo isso todo todo
deve ser O ménão-diretivo usado na relação terapêutica terapeuta, igualmente de toda educação. Assim como ao
OU modelar OS alunos à sua ao professor não compete plasmar e imposta
por ele imagem ou a uma imagem pré-estabelecida as características individuais a seus alunos, e sim respeitar à e-
condições para que de cada um. Compete a ambos criar intelectual, mas ducação não se reduza a uma instrução picie uma evolução integral da pessoa. das
Uma
como
terapia,
em
tanto
condições,
em
pro-
pedago-
ajuda e a assimilar uma gia, que leva o indivíduo a procurar rar-se face a um proaprendizagem autêntica, é a de encont Para que a tendênblema ou em contato com problemas (20).
a necessidade de excia à atualização motive, por exemplo, lo externo ou interplorar ou aprender, é necessário o estímu ito se encontra no, e este estímulo tem origem quando o suje ão da motivação frente a um problema. O problema é a condiç o indivíduo (21). O contato com a prática da vida predispõe para aprender com eficiência (22).
e Há uma diferença fundamental, porém, entre a terapia a pedagogia, porque “o problema em terapia existe no interior da pessoa” (20). O indivíduo, por exemplo, descobre que
não pode controlar-se, ou está dominado por uma ou por conflitos, ou sente-se infeliz em seu trabalho
nal ou em
seu matrimônio.
confusão profissio-
desperta a avidez
Nesta situação
de aprender e resolvê-lo. A pessoa deseja conhecer-se e trans-
formar-se (20). Além disso, em terapia “os recursos de que dispõe o sujeito para adquirir um conhecimento autêntico essubtão nele próprio. A ajuda exterior que o terapeuta pode 20.
21. 22.
Ctr. pp.
Ctr.
ROGERS, 202-209.
ROGERS,
pp. 292-297.
Cfr. MARQUET, 1972, pg. 65.
—
C.
R.
C.
R. — P.
B.
—
Le
Développement
la
Personne,
Centrata-Sul-Cliente,
La Terapia Carl
de
Rogers
o
La
Libertã
della
Dunod,
Martinelll, Persona,
paris,
1970,
Firenze,
1970,
Astro).
Roma,
Scanned with CamScanner
135
clima não-di-
seja o mesmo
(23), embora
ministrar é mínima”
retivo oferecido pelo terapeuta que dinamiza os recursos in-
teriores do sujeito.
em peAinda que a eficácia da aprendizagem autêntica, a em condagogia, requeira igualmente que O indivíduo estej
tato
os
o sujeito
ou
nas técnicas
encontrar
os pode
(23),
existência
sua
resolver
para
conhecimento,
de
recursos
concernem
que
problemas
com
real
problemas,
tais
que
a es-
casos
pes-
teorias
a meros cola lhe oferece (23). Os problemas não se reduzem ações conflitos interiores, mas são problemas que as várias situ do inexistenciais da vida criam (24). A existência cotidiana modivíduo o põe em confronto direto com problemas sociais, rais,
pesquisa,
de
soais, etc. Assim,
matemáticos,
filosóficos,
a criança se sente em
quando
por exemplo,
as leis de trânsito, aprender, sente-se
perigo de vida, por desconhecer ansiosamente a necessidade de
da, e esta aprendizagem modifica-a realmente mas despertam ou ativam a curiosidade, e a aprender manifesta-se como uma reação da tualização (25). O problema vivido pelo aluno gente
nâmica
da
diretor
interior
pesquisa”
materiais
recursos
ou
cobrindo
a solução
se realiza”
mento
para
Mediante
que
o sujeito
À
escola
que
problema
do
ela sente estimula-
(24)) Os problenecessidade de tendência à a“constitui um aa di-
os problemas,
fornecer
compete
os utilize,
todas as dimensões.
real, em
aprendizagem
tize uma
(26).
é estimulada.
com
do
a aquisição
os
e concre-
“É des-
conheci-
(26).
/A escola não impõe o material mas coloca-o à disposição dos estudantes (23). “Compete a eles decidir, individuaimente obou em grupo, os meios que empregarão para elucidar seus disjetivos reais e para usar plenamente sua espontaneidade e 23.
ROGERS,
24.
209, ctr.
25.
cir.
26.
C.
R.
207, 206. MARQUET,
Roma,
1972,
ROGERS,
pg.
—
Lo
Développement
P.
B.
—
63.
CG.
1970, pp. 293-297. PALMADE, Gay — pg.
R.
—
Rogers
Carl
La
Pédagogie
Torapla
et
la
de o
Personne, La
Libertã
Dunod, della
Centrata-Sul-Cllonte,
Psychologio
des
Groupes,
Paris,
1970,
Persona,
Martinelll,
EPI,
Paris,
pp.
Astrol,,
Firenze,
1966,
287.
Scanned with CamScanner
136 ponibilidade” (27). Não
há
necessidade
de
preocupar-se
tanto
com a maneira de motivar a aula, quais as técnicas a usar, etc,, mas há necessidade que os alunos entrem em contato com os
problemas, para que, motivados, aproveitem ao máximo as au-
las, como meio de resolver problemas importantes para a vida deles. Na escola tudo deve ser posto à disposição dos alunos, tanto os recursos materiais como humanos. Nada será imposto, nem programas, nem conteúdos a que sejam obrigados a assistir, nem mesmo os métodos, tais como: exposição,
discussão
em
aula,
conferências,
seminários,
meios
audio-vi-
lhes será imposta uma avaliação exParece que os cursos livres são pre-
suais, etc. Por fim, não terior, mediante exames.
feríveis aos regulares e obrigatórios, e os seminários são mais
eficientes que as conferências impostas. Entretanto, tudo o que foi indicado, quando não imposto, pode ser usado com grande êxito, desde que os alunos o desejem, tanto explícita como implicitamente. Convém que o professor sacrifique seus interesses pessoais e aguarde ser solicitado pelo interesse dos alunos (28). “Deixe-se o estudante livre para escolher, respei-
tando a pessoa para que se determine por si” (28). Serão as exigências requeridas pela vida, em inúmeras situações, e não as exigências do professor, que hão de levar o aluno a admitir certos cursos e certas orientações da escola. O aluno escolherá suas metas e, baseado nelas necessariamente escolherá os
cursos que lhe darão a devida preparação à carreira que visa, basta que esteja informado. O importante é que isso tudo des-
pertará
gem
o
interesse
do
estudante
e
acelerará
sua
aprendiza-
(29).
O professor colocará à disposição dos alunos: livros, car
tazes, esquemas, manuais, documentos, materiais gravados OU registrados, utensílios, etc. Ele “se esforçará em organizar €
procurar a gama mais vasta possível de fontes de conhecimen27.
110.
PERETTI, A. — Pédagogie et Psychologie des Groupes, EPI, Paris, 1966, ag 1970, ROGERS,
C.
28.
Cfr.
29.
pp. 205-212, 211. P. Cfr. MARQUET, 1972,
pg.
R.
B.
—
—
Le
Carl
Développement Rogers
o
La
de
la
Libertã
Personne, della
Dunod,
Persona,
Paris,
Astrol.,
Roma,
62.
Scanned with CamScanner
137
to: testes, encontros com personalidades, viagens, material audio-visual, aparatos educativos...” (30). Enfim, sua própria
pessoa, com
ou convicções
suas experiências, estarão
de
a realização
professor
alunos
a serviço do aluno. Todos que
desde
o queiram
contribuir para o seu enriquecimento
possam O
alunos
Os
informar
para
conhecimentos e sentimentos
apelam
objetivos.
seus
poderá
a seus
apresentar
conhecimentos
um
serão meios
pessoal e para
conteúdo
sem,
que
e julguem
quando
entretanto,
os
impor
aos alunos seu modo de pensar ou organizar a matéria; sem mesmo insistir que os alunos sejam seus fiéis seguidores e propaguem seus ensinamentos (31). Rogers parece que não
dá preferência a um ou outro método ou técnica pedagógicos usados pelo mestre para informar e pôr os alunos em contato com os problemas: “Todos são bons, se são desejados” (30). Não
há
da
apologia
uma
em
técnica
seu
sistema,
uma
mas
preocupação pela pessoa. Entretanto, os métodos ativos devem ter preeminência (32), porque em educação precisa-se ativar a dinâmica interna da pessoa e não introjetar. O método ativo por excelência é o contato com os problemas reais da vida.
O professor
tas a ele
estará
endereçadas,
pronto
sempre
quer
lhe sejam
a responder formuladas
a pergun-
por
um
in-
divíduo, quer pelo grupo. Estará mesmo disposto a ser um conferencista, um conselheiro, um perito em sua matéria (cams do po) (32). Os próprios sentimentos e convicções pessoai professor estarão à livre disposição dos alunos, mas sem que sobre os alunos sejam impostos e nem que venham a exercer
uma
por sua vez, deverá sentir-
influência restritiva. O aluno,
se livre para expressar
seus sentimentos
e conhecimentos
(31).
alunos, quer Ao professor não compete avaliar do exterior Os normativos. Devem por exames obrigatórios, quer por juízos 30.
31. a2.
MARQUET,
P.
197
;
:
Cir. ROGERS
pg.
209.
B.
—
Carl
Rogers
O
La
Libertã
della
Persona,
Astrol.,
Roma,
Cc. R. — Le Développement de la Personno, Dunod, Paris, 1970,
Ctr. op. cit. nº 30 pg. 63.
Scanned with CamScanner
138
ser as aulas e não os exames que preparam para superar OS e não as normas testes da vida (33). Devem ser as atitudes alunos.
dos
o comportamento
que
modificam
quia
sor nada impõe, a anarPoder-se-ia objetar: se O profes a objeção tem seu á inevitável! Claro que est na aula ser
cabimento
é
maior
o valor
quando
transmissão
na
colocado
da, educação das pessoas, ou ain de conhecimentos e não na coinautêntico, imaturo. O
inseguro, quando o professor é esor, mas se os educadores val seu tem os fat de to nhecimen a uma transformação, na voc pro que o uil naq dos tão interessa “em evitar ento autêntico (33). .., aquisição de um conhecim ade” (33), o e sacrificar a criativid sm mi or nf co ao er ang str con ononos € desenvolver sua aut alu dos soa pes a er ov em prom nos alunos. É necessáino ens O r tra cen con o ári mia, é necess a gopara que o aluno aprenda rio deixar de dirigir e guiar, ce-me a vida. Além disso, pare pri pró sua r igi dir e -se vernar ta dade, em vez de uma vas uri mat ue eg ns co no alu o que se suas de conhecer-se melhor e ver erudição, ele terá condições resdo por outro. Ele assumirá a possibilidades sem ser avalia ponsabilidade
por
aprender
de
de
conta,
própria
recorrer
às
os próprios problemas e ar mul for de o, açã orm inf tontes de tos (34). É necessário confiar progredir em seus conhecimen a confiar em si mesmo: Rogers no aluno para que ele aprenda de a fazer do ensino uma doquer “resistir à violência que ten todos devem aprender OS . mesticagem ao saber passivo..
fatos da mesma
mesmos
uma
democracia
cação
especial.
ensino.
no
(35). Ele pretende
maneira”
Democracia
educa,
que
instalar promo-
isto se exigem, acima de tuvendo a pessoa dos alunos. Para e autêntica e prontos a corad id al on rs pe m co es sor fes pro do, subentende que O magisrer certos riscos. Creio que Rogers profissional, mas é uma VOtério não se reduz a uma carreira
83. 34, 85.
Suponho
= ea
Ctr. pp.
Cfr. 1972, Op.
ROGERS, 202-211.
MARQUET, pg.
cit.
64. nº 23,
R.
C. P. po.
B.
—
Le
—
Carl
O professor
até que
Développement Rogers
O
La
de
la
Libertã
Personne, della
deveria ter à Duncd,
Persona,
paris, Astrol.,
1970, Roma,
214.
Scanned with CamScanner
139 coragem de abandonar o magistério ao verificar sua incapacidade de criar um clima educativo dentro das aulas. Resulta da experiência terapêutica “uma importante con-
pedagógica:
seguência ma
O mestre de
a aquisição
que favoreça
deve criar nas aulas um cli-
um
conhecimento
autêntico”
(36). Ora, o clima que provoca tal aprendizagem é o não-direfoi descrito
tivo, conforme
no
capítulo
|. Portanto,
as
condi-
ções não-diretivas que criam esta atmosfera educativa são as
condições exigidas para centrar-se na própria capacidade dos alunos. O mestre deve ter confiança em seus alunos, independentemente da idade deles. Não lhe compete impor uma meta a todos e nem escolher profissões para eles (37). “Rogers recomenda, sem dúvida, aos pais, dar bem cedo aos meninos informações sobre os modelos de comportamento, mas é necessário também deixar, cedo, aos adolescentes a possibilidade de avaliar os próprios comportamentos, de tirar as próprias conclusões e decidir sobre normas e modelos que lhes convém” (38), bem como a carreira a escolher. Não são as sugestões que educam, mas as informações fornecidas com amor, compreensão e retidão. As avaliações e juízos alheios não ajudam o aluno a confiar em si mesmo, a adquirir independência e capacidade criativa para realizar-se e amadurecer. “Deve ser claro, depois disso, que o professor depositará sua confiança fundamental na tendência de seus estudantes em afirmar-se. Ele julgará que sua função consiste em desenvolver uma relação pessoal com seus alunos e criar um clima tal em sua aula que as tendências naturais cheguem à sua plena maturidade” (39). Confiar no aluno, relacionar-se com ele como pessoa, é respeitá-lo, compreendê-lo, permitir-lhe tomar iniciativas, acolhê-lho sem deixar transparecer qualquer
ameaça isento
de
à agressividade
EEEE EE 86.
97.
38. 39.
ameaças
ROGERS,
Cfr.
1972,
C.
R. —
MARQUET,
pg. 65. Idem, pg. 64. Op. cit. nº 36
P.
pg.
em
Le
dos alunos.
que
Développement
B. —
Carl
Rogers
de
la
o La
Personne,
Libertã
humano,
os próprios
se impõem
não
clima
Criar um
Dunod,
della
Paris,
Persona,
1970,
Astrol.,
valo-
pg.
207.
Roma,
210.
Scanned with CamScanner
140 mas
res,
aceitar
procura
se
os
valores
dos
alunos,
à fim
de
tanse, abrindo-se para acolher que eles possam reorganizarseu o para compreender melhor com ia, ênc eri exp a pri pró a to r à . É necessário dar mais valo ros out os r lhe aco e te ien amb colaboração do que à competição. crianrizar OU humilhar uma Desdenhar, desprezar, ridicula . de e re tarda sua aprendizagem fun con a que aça ame uma é ça açado (ameaça que Se diri ame te sen se ino men um “Quando faz de si próprio), uma espécie ge contra a imagem que ele se página as letras e as palavras da de pânico se apossa dele: segue mais ler.
(40) e ele não con começam a embaralhar-se” con, fazê-la rodar em exames, dela bar zom a, anç cri a r Ameaça outros , obrigá-la a ler perante os vencê-la de sua incapacidade envol-
e incapaz, paraliza seu des quando se sente inferiorizada rA criança não consegue estima vimento e sua aprendizagem. a e paporque está desencorajad se ou aceitar-se a si mesma, ia e destas reações que à ausênc ralizada pelo medo. Conclui-s e assimila-
lita a compreensão de ameaça à personalidade faci eriência do próprio aluno é ação dos conhecimentos. “A exp nciado e a aprendizagem concolhida por ele de modo difere
segue
A preocupação como
(40).
desenvolver-se”
mas
ensinar,
fundamental
de “como
do professor
se pode
ajudar
não é de saber
alguém
a apren-
que possibilite O desabrochar der” (41); como criar um clima egrada, criadora, educada, caduma personalidade autêntica, int e de empenhar-se verdadeipaz de assumir a responsabilidad desenvolvimento. ramente em sua própria formação e i-
O professor não fará dos programas
ca a usar, dos conteúdos
a apresentar,
à cumprir, da técn
da motivação
a dar, O
tre o centro da atenção do mes mas , sse ere int seu de centro e interesse não será possesEss no. alu a cad de soa pes a será aluno tomar
ao sivo, mas oblativo. É um interesse que per mite
todas
de
DR “0. 41.
as iniciativas, e lhe oferece
ajuda,
de empenho
MARQUET,
1972,
idem,
pg.
pg.
P. B. —
o máxi mo
de
assistência,
pessoal.
Carl
Rogers
Rom o La Libertã delia Persona, Astrol,
653.
61.
ue
Scanned with CamScanner
141
pede
Rogers não condena os professores à morte e nem
fazer da escola o inspara abolir as escolas. Pretende antes Quer salvar a trumento para salvar e promover as pessoas. sejam
impedindo que dignidade da pessoa dos professores, gravadores, máquinas ou reduzidos ou substituídos por discos,
robôs.
alunos
S6 uma poderá
“conduzir
e
autôno-
conhecimento
a um
o aluno
professores
entre
autêntica
humana
relação
pedagogia de Rogers mo, pessoal e autêntico” (42). A nova (43). faz do aluno o centro da escola decidir sobre tudo. O professor perde a supremacia de de subsidiariedade reParece mesmo que um certo princípio tudo o que o aluno pode ge a pedagogia de Rogers, porque sor. É a pessoa do aluno fazer não deve ser feito pelo profes e promovida. O profesque deve ser compreendida, acolhida sor
não
e
educador
um
lugar,
primeiro
em
será,
um
mero
geração em geração, transmissor de saber que reproduz, de em viver uma atmoso que aprendeu (43). Ele interessar-se-á indispensável ter perfera que provoca uma transformação. É isso não se adquisonalidade e gabarito para tanto, visto que Em e habilidades. re armazenando conhecimentos de fatos tenha seu vamuitos casos o ensino de tais coisas, embora o do que forlor, pode deformar mais a presonalidade do alun
mar. Pode
nos
privar o indivíduo de sua liberdade e torná-lo me(43 e 44). A escola,
autêntico
em
níveis,
e Os
indivíduos
con-
os
todos
mestres que nela trabalham devem esforçar-se em formar pen-
sadores
formistas,
originais
livremente
estereotipados,
que
e criadores,
concluíram
não
(45).
sua educação
Bastam os modernos meios de distrações e recreações passivas e coletivas, para subjugar e sufocar as atividades criadoras (45), para massificar as pessoas e destruir as riquezas individuais de cada um. A educação, no pensamento de Rogers, apresenta-se como uma conquista pessoal sempre inacabada, que pode ser ad42.
43. 44, 45.
ROGERS,
C.
R. —
Cfr. Cfr.
idem, pp. MARQUET,
Cfr.
op.
1972, pg. 60. cit.
Le
Développement
195, 208, P. B. —
nº? 42,
pp.
201, Carl
202. Rogers
de
la Personne,
o La
Libertã
Dunod,
della
Paris,
Persona,
1970,
Astrol.,
pg.
212.
Roma
245-246.
Scanned with CamScanner
142
quirida tanto aprendendo ou
duzis,
em grupo, como em
os diplo-
disso,
decorrência
Como
sozinho.
mesmo
relações indivi-
mas nunca serão fornecidos (46), para que O individuo continue a frequentar a escola, a universidade, a fim de atualizar-
se
pois
e progredir “quem
so contínuo O
de aprendizagem”
(46).
aula,
na
criar,
de
a tática
descobrir
deve
no proces-
não se interessa senão
quer aprender
professor
e na sua educação,
conhecimentos
seus
em
as
condições da relação terapêutica individual e coletiva. Além da confiança, é necessário dar aos alunos, tanto coletiva como individualmente, uma atenção calorosa (47). Esta aceitação
ou
nível
em
quer
acolhimento,
como
intelectual
sentimen-
tal, não exige gratificação, não impõe condições, não comporta avaliações. É uma consideração positiva incondicionada que para com os alunos (48). O mestre não poderá ser um juiz absolve ou condena os alunos, que intervém com avaliações, tais como:
é mau...”
aquilo
“Isto é bom,
acei-
(47). Somente
ou tando todos os sentimentos negativos, como os positivos ambivalentes: somente sendo capaz de admitir a expressão
dos
alunos
dos
sentimentos
atenção
e “dar-lhes
pessoa
como
|
independente, com direito de ter seus próprios sentimentos grue experiências” (48), é que ele conseguirá inserir-se no o do po. “Ele será sempre mais capaz de tornar-se um membr de
escola
proposto
participar
do
pes-
o professor tornar-se-á uma
exprime
que
coa entre as outras,
de
(48). No estilo democrático de
ato coletivo de aprendizagem” por Rogers,
todos,
com
comum
em
aprender
grupo,
opiniões
suas
como
qualquer
ção ou situação outro membro do grupo (47). Uma nova condi dade, o envolve, na qual ele agirá, não por força de sua autori personalidade que se impondo-se, mas pelo equilíbrio de uma mãsalienta na classe, tanto pelos conhecimentos como pela
turidade. 40.
47. 45,
ctr. ROGERS, pp. 198-199.
Cfr.
MARQUET,
C.
P.
1972, pp. 67, 69. Cfr. op. cit. nº 46,
R.
—
B. — pp.
Le
Développement
Rogers
Carl 204
e
o La
de
la
Libertã
Personne,
Dunod,
della Persona,
aris,
Paris
Astro
1970,
|, Roma,
208.
Scanned with CamScanner
143
seus alunos ele deve-
Para acolher e amar sinceramente
rá compreendê-los: entrar no mundo dos sentimentos e significacdos pessoais (49) deles, sentí-los como se fossem próprios, mas
fensiva,
sentimento
“para
menos
pelo
durante
as aulas,
compreender
tentar
como
cóle-
sua
pessoal,
necessita des-
ou alegria, etc. (50). O mestre
ra, indisposição
vencilhar-se,
o seu
acrescentar
evitando
de uma
uma
atitude de-
pessoa
outra
concebe e experimenta a própria experiência” (50). Quando empatiza ele não apenas simpatiza com seus alunos (51), mas com
seu
de esperanças
“feito de sentimentos,
interior,
mundo
confusas” e medos, de desejos e cóleras, de idéias claras e a mo(52), ele poderá ajudá-los a aprender realmente, isto é, dificar suas atitudes e comportamentos. Captar a complexida-
munde dos significados interiores do aluno, imbuir-se de seu atido subjetivo, comunicando-o através da flexão da voz, da tude física, dos gestos ou da formulação clara dos significados ainda confusos para o aluno (49 e 50) é uma das únicas maneiras de manifestar interesse, consideração e atenção pela pessoa deles.
O
tensões,
professor
para
atento
estar
também
deverá
captar
as
podem
as rivalidades, as simpatias ou antipatias que
manifestar-se entre os alunos (52). Com tino ele saberá avizinhar as idéias divergentes, sem desprezar os sentimentos;
repropô-los numa formulação aceitável, tanto pelo que as emite, como pelo que as recebe. Não é necessário pedir que um
aluno aprove as idéias de outro e nem que as reprove, mas é importante que as compreenda, compreendendo o ponto de referência do outro. O professor funciona aqui como um líder ou conciliador do grupo e, por fim, poderá complementar com explicações adequadas, elementos que ele descobre na complexidade das relações interpessoais (52). 49,
Cfr.
C.
ROGERS,
50.
1970, pp. 82-83. Cir. ROGERS, C. R. — pp. 204-205, 208, 198.
51.
ctr.
62.
op.
cit.
nº
po.
49,
Cfr. MARQUET, P. 1972, pp. 67, 66.
B.
La
—
R.
—
Le
Centrata-Sul-Cllente,
Terapia
Développement
de
la
Personne,
Martinelli,
Dunod,
72.
Carl
Rogors
o
La
Libertã
della
Persona,
Firenze,
Paris,
Astrot.,
1970,
Roma,
Scanned with CamScanner
144 sd ele
penetrar
avaliações
cias,
do
no âmago
quem
aluno
conforto
e
é coerente
da realidade
para
tende,
a que
pessoais
que só conseguirá imercompre-
irradiar
Se
e segurança, consigo
mesmo
alheia e desfazer-se ver à realidade
tal
o outro a vê. A coerência exige uma perfeita harmonia a consciência, as vivências, as palavras e à comunica-
como entre ção.
Só
for autêntico.
próprio
das
enomênica
a
, proporcionando-lhe
|
poderá
esquecer-se
a
GSI
Rir
À
interna
comunicação
agradáveis
sejam
quer
entre
ou
experiên-
ou
sentimentos
não, e O pensamento
devem
de
cólera,
por aticoncordar com o que o mestre exprime ou comunica ente (53). tudes e palavras. Ser um todo unificado e transpar esse verbalEmbora nem sempre seja necessário que ele expr confiança, amente seus sentimentos de cólera, indignação, conscientize defeição, compreensão, é indispensável que se e reais. Ao falar les e os aceite como sentimentos próprios em forma de “deve ser leal, transparente, e nunca expressar-se dade experimenjuízos sobre os alunos, mas como uma reali ta pretender ser tada imediatamente por ele (54). Não adian não o é. liberal e compreensivo, quando naturalmente Quando
comunicou
Bárbara
seus
sentimentos
xados, mas expresnão o fez dizendo que os alunos eram rela nte a desordem e a sando sua ira, indignação e desgosto pera m, embora revelassujeira. Bárbara percebeu que agindo assi os em seus sentise seus limites, fora respeitada pelos alun mestre reconheça € mentos (54). Aliás, Rogers insiste que o modo de ser autêntiaceite os próprios limites: “E um ouiro
co” (54). O mestre é uma
tal deve
Seu
portar-se.
pessoa distinta dos alunos e como
trabalho
é possibilitar que
à persona-
ísticas próprias lidade de cada aluno cresça com suas caracter
suas pegadas e não impor-se ou insistir que os alunos sigam o máximo de ma maneira que ele (55). “Ter
e reajam da mes SRS
53. 54. 55.
ctr.
pp.
ctr.
ROGERS,
203-204.
MARQUET,
1972, pp. 68-69. ctr. op. cit. nº
C. R. — P. £3,
B.
Le Développoment
—
Carl
pg.
208.
Rogers
o La
do Ia Porsonno, Libertã
della
Dunod,
Persona,
Paris. 1970,
ma,
astrol,
Ro
Scanned with CamScanner
145 cuidado para não apresentar-se como
desenvolver
deve
um
Cada
(54).
imitar
um modelo a seguir” ou características
suas
de ser e agir.
pessoais e seu próprio modo
Conforme Rogers, a congruência do professor está acima de qualquer método: “Quando eu penso nos professores que
facilitaram
no
progressos
meus
congruente.
(56),
parece-me
que
de ser uma pessoa efetivamente
cada um teve a propriedade
presente”
conhecimento,
Claro que por parte do estudante se presume a percepque ção de tais qualidades presentes no professor (57), dado sem um mínimo de percepção, mesmo que no professor haja a o máximo de autenticidade, empatia e consideração positiv incondicionada, não se realiza a educação.
Rogers pede que sejam postos de lado os dois meios traconferêndicionais de educação mais empregados: cursos e mécias impostos aos estudantes e sejam substituídos pelo (58).
terapia
em
usado
não-diretivo,
todo
O
não-dire-
método
as contivo, quando empregado na escola, caso reúna todas tados dos dições descritas, alcança em geral os mesmos resul
cursos
tradicionais,
no que
se
refere
ao conhecimento
dos fa-
que tos e programas. Algumas constatações, porém, revelaram em que é ligeiramente inferior, neste aspecto (58). Os pontos “refeeste método supera o sistema pedagógico tradicional rem-se ao ajustamento pessoal, à aquisição autônoma de conhecimentos fora o programa, à criatividade e à responsabi lidade pessoal” (58). Parece-me que Rogers pretendeu sugeo rir que o professor elabore um programa flexível. O métod
preocupa-se acima de tudo em propiciar maior abertura do a-
luno
e consequente
à experiência
maior
compreensão,
tanto
uma
maior
de si próprio, como do mundo exterior. Favorece a maior autoconfiança
e
aceitação
em
si
mesmo,
como
bem
aceitação dos outros. Há um progressivo aumento da capacier
56. 57, 58, Rogers
ROGERS,
Cfr. pg.
Cfr.
C. R. — C.
ROGERS,
299.
op.
cit.
nº
56,
R.
Le Développement —
pp.
La
Terapla
de la Personno,
Dunod,
Centrata-Sul-Cllento,
Paris, 1970, pg. 208.
Martinelll,
Firenze,
1970,
211-212.
10
Scanned with CamScanner
146
dade de resolver os problemas pessoais e controlar O próprio madura e comportamento, O que corresponde a uma pessoa a equilibrada (59). Em poucas palavras: os alunos aprendem adorganizar e reorganizar constantemente sua percepção, e comportamquirem uma compreensão global mais realista é transformam se melhor. Progridem em seus conhecimentos dizagem deem vida o que aprendem, razão por que à apren
O professor não só se atém
les é autêntica.
a informar, mas
a pessoa dos pelas atitudes esforça-se mais em transformar tudo, induz à transalunos. O formador informa, mas acima de
da personalidade
ou evolução
formação
a escola,
Caso
em
vez
do
(60).
conheci mento
ra normas uniformes, inculcar o saber mens eruditos, “equipar os alunos de mais tarde utilizar para se tornarem serão mais eficazes as “máquinas de fessores (61).
autêntico, prefi-
passivo para formar hoinstrumentos que possam homens instruídos” (61), ensinar” do que Os pro-
riano, centrando-se Convém lembrar que o método roge entrem em contato direno aluno, pretende que os estudantes
que to com os problemas reais, ao passo e leis, sa cultura, baseada nos costumes
de os
a tendência prefere que
nospais
do contato com muie mestres preservem os filhos ou jovens disto, Rogers subentíssimos problemas efetivos da vida. Além
aluno e não para tende que o saber será organizado no e pelo
o aluno
(61), com o que ele amplia o campo
da liberdade dos
porém, que em
alunos e dá chances
à criatividade. Acontece,
o uso de seu método
ao indicar tais dificuldades, mas preten-
r pais e di“ensinantes e educadores devem enfrenta alunos sejam guiarigentes de nações que preferem que os ele não visa desencorajar dos” (61). Parece-me, contudo, que geral
ede sua aplide alertar sobre uma situação concreta que imp
cação sem
DS E 59.
mmceremçço
cfr. pp.
60.
61.
medida de cautela e prudência.
uma
ROGERS, 204,
CG.
172-174.
R.
—
Psicoterapia
e
Relazionl
Umano,
Boringh.,
ions Humaines, EPI, Paris, ctr. PERETTI, A. — Liberté et Relat de la Personno, Dunod, ROGERS, C. A. — Le Développement
1970,
Milano,
1967,
Paris,
pg.
268.
1970,
PP-
214, 213.
Scanned with CamScanner
147
É há
Não
que
dúvida
um
dilema
e
ressaltar,
quis
Rogers
como base o valor da s mo ma to nós ou te: uin seg ser o , libersalvaguardar sua dignidade
creio
pessoa,
esforçando-nos
por
damos mais valor à ciência, aos dade e originalidade, ou nós -as to das pessoas, submetendo en im tr de em s, lei e es um cost o primado da subjetividade ce le be ta es ele que to Vis à ciência. pessoa, prefere
um produto da e apresenta à ciência como a pessoa, € dá a esta o dier ov om pr a par do to mé expor um por ela guiada. O homem ser não e a nci ciê a ar reito de gui deve ser o senhor
e do universo. A ele compet
dirigir o uni-
cuidarncia, mas é necessário ciê a á est o viç ser seu verso e a manipulado pela venha ele próprio a ser
se a fim de que não
ciência que
produziu.
ão educativa que ele aç nt ie or a nov a um õe Rogers prop abranapêutica. Esta orientação ter a ci ên ri pe ex na u descobri profissional (62). Ela não or set o r, ola esc or set ge, além do
s ao sugere, mas “dá informaçõe m ne e a lh se on ac não , ige dir O direito de impõe; apenas reserva-se
indivíduo” (63). Nada no germivisa a que à pessoa do alu propor. Age assim porque idade e independência, na original e a tiv cia ini na sça cre e ne iabilidade. O aluno posoc na e ão uç ol ev na , ole ntr no autoco soo que deseja saber, “mesmo de ser informado sobre tudo ia que suã curiosidade se man par s ma ), (63 o” sm me si bre mas. Os pro-
o com 08 proble feste necessita estar em contat s uns se reduzem a contfliblemas referem-se à existência, ma mas intesão científicos. Para os proble
tos interiores, outros binete que forneça a ajuda riores exige-se da escola um ga “vivem em juta consigo necessária aos alunos, pois os que isam adaptar-se para promesmos e com O ambiente” prec s específicos a terapia nãogredir (63). Para estes problema diretiva
Os mesmo 62. 63.
Ctr.
pg.
tem
a oferecer.
muito
na escola e nas para educar, dirigem
profes sores,
método ROGERS, 66.
ROGERS,
C.
C. R. —
A. —
La Terapia
Psicoterapia
aulas,
sua
Centrata-Sul-Cliente,
embora
atenção
Martinolll,
di Consultazione, Astrolabio,
Roma,
usem
O
mais
aos
Firenzo,
1970
1971,
pg. 243
Scanned with CamScanner
148
problemas
científicos. Tanto
professores
como
º
psicoterapeu-
tas terão como escopo fundamental a aprendizagem
autêntica,
a educação, e por isto usarão o mesmo método que tem orina
gem
tendência
convicção
inatas
de
de
os
alunos
organizar-se
possuírem
ou
e a
a capacidade
reorganizar-se
e regular-
se, orientando-se para uma modificação positiva. Tanto uns como outros deverão interessar-se por todos os problemas lepelos
vantados
alunos.
ao terapeuta
Apenas
oferecer
compete
as condições para que o aluno supere O estado de contradições internas. Aos professores, além das condições para que o aluno cresça e amadureça, urge que coloquem à disposição
dos mesmos os recursos ou lhes indiquem as respectivas fon-
tes, bem como dêem as informações requeridas para que se curtornem aptos a resolver os problemas que encontram no so da própria existência. A ajuda fornecida pelos terapeutas e professores “implica na orientação por parte dos mais ca“o pazes aos menos capazes” (64), mas que visa encorajar amadurecimento psíquico independente” (64). O amadureci-
mento independente não é suscetível de comunicação direta, pois a pessoa não o adquire pelo ensino. O ensino é incapaz
de modificar o comportamento da pessoa, e até pode ser prejudicial. “Na escola, como na psicoterapia, os únicos conhe-
cimentos
víduo
mesmo
são
matem
64. 65.
que
podem
somente
e dos
influenciar
aqueles
que
quais se apropria”
o comportamento
ele
próprio
(65).
descobre
mm
ROGERS, ROGERS,
C. R. — C. R. —
dum
o,
Psicoterapla di Consultazione, Astrotabl Lo Développement do ta Personno, Dunog,
Roma,
Paris,
1971,
4970,
indi-
por si
pg.
248.
pg. 198.
Scanned with CamScanner
CAPÍTULO
VI
EDUCAÇÃO,
DIÁLOGO E LIBERDADE O escopo
deste capítulo é explicitar o que Rogers enten-
de por educação, e evidenciar que
quando
descrever OS dotes que ornam º educador relação humana, o diálogo, em qualquer
não-diretivo
turalmente
orientado
e bem
amadurecimento
ao
isto é, na-
é educativo,
conduzido,
da pes-
psicológico
soa.
O sistema
focaliza O aspecto
de Rogers
educativo
global
o, não se preoiss Por co. ógi col psi or set no nas da pessoa ape busca modificar o ar defeitos hereditários, não san
cupa
em
do-o
pará que
ambiente
e cultural
social
favoreça
adverso,
preparando-o
a educação,
nem
e predispon-
mesmo
Proton
in is so da graça divina descrever de que modo O concur Os problemas biológico, sociopensável à educação integral. olvidos
lógico,
em
seu
moral,
religioso
sistema.
Alguns
fisiológico começam
e teológico segmentos
a ser estudados,
não foram do
aspecto
mas como
desenv
biológico
|
ou
repercussão
Scanned with CamScanner
da
algo
0
N
A
+
de seus
siva universalização
cam
análogo,
O prisma
princípios psicológicos,
eles pas-
encarada
resressonância deste. Por efeito da prog
e como
psicológico
modo
(1). De
sob
mas
sociológica,
dimensão
da
biológica
na
psicológica
dimensão
(2 e 3).
social
âmbito
em
a ser aplicáveis
anismo é dotado duma Rogers está convencido que o org um poder intrínseco de crestonte central de energia (1), com i-
“A tragicidade da cond cimento e transformação positivos. dido a confiança nas ção do homem deriva do fato de ter per es” (4). O processo epróprias forças interiores não conscient ria
, no dinamismo da próp ducativo rogeriano apoia-se, pois seu sistema não se apresenpersonalidade (5). Baseado nisto, prevenção, mas como um método
ta como um programa de rior do indivíduo pode de promoção da pessoa. “O mundo inte re seu comportamento do ter influência mais significativa sob força do
ernos” (6), e é por que os estímulos ambientais ext o não se-tornará joguete do crescimento interior que O indivídu a direção e controle exterambiente (6). e não por força dum nos (7). imposições de leis, casNão é, portanto, com proibições,
fiscalizações ou conselhos que se que faz a educação” (8). A edueduca: “não é a boa correçaão amento dos indivíduos pelo cação não consiste num condicion
tigos e recompensas,
com
controle de seu meio Rogers exige mesmo
m (9). e das satisfações que eles recebe porque um ambiente rico de estímulos,
ímulos externos, o orga“quando o indivíduo é priv ado de est de estímulos internos, nismo humano produz uma quan tidade 1;
2. 3. 4. 5;
6.
7.
Bb.
Cfr.
ROGERS,
1970,
pp.
Ctr.
pp.
ROGERS, 196
ss.
pg.
C.
293.
R. R.
C.
ROGERS,
Cfr.
Op. Cfr.
2339-341,
La
—
R.
C.
Centrata-Sul-Cllente,
Terapia
—
Psicoterapia
—
Le
e
Relazioni de
Développement
la
Umane,
Martinelli,
Boringh.,
Personne,
Dunod,
Milano,
1970,
Paris,
1970,
259.
1968,
cit. nº 1, pg. 309. ZAVALLONI, Roberto
pg.
Educazione
—
e
Personalitã,
Vita
é
cit.
pp.
207,
PERETTI,
pensiero,
Milano,
48.
339, ROGERS, C. A. — Op. cit. nº 1, pp. 333,
Op.
Firenze,
nº
2,
André
po.
—
177.
Liberté
et
Relations
Humaines,
EPI,
paris,
1967,
P9-
192.
47.
Scanned with CamScanner
151 às vezes de tipos muito esquisitos... anismo
imperfeito
venção
perturbar
ativa
por
e doente” parte
as forças
de
do
característica de um or-
(10), e de outro
outra
pessoa
equilíbrio
psíquico
lado,
“a inter-
(especialista)
natural”
arrisca
(11). Por-
tanto, educar, no pensamento de Rogers, não é modelar sutilmente os indivíduos à imitação do educador (9), não é submetê-los a imagens apresentadas por outros (10) ou de acordo devem
não
indivíduos
artificial, de imposto
do exterior (10).
manipular,
de escolha
negar a liberdade
memorizando,
passivo
saber
ao
as pesnão imseria
isso
seria
fundamental,
destruir a pesoa humana (13). Educar não conformistas, estereotipados, que concluíPor isso, a educação não é algo de estáa um estado de perfeição, não é uma do-
despersonalizar ou é formar indivíduos ram sua educação. tico que se amolde mesticagem
tudo
porque
(12),
deseja
que
direção
na
de
predeterminado,
de
algo
tornar-se
O educador não estabelece metas, não plasma soas, não faz sentir e pensar de seu modo pessoal,
pulsiona
Os
pela cultura e sociedade.
uma forma preestabelecida
com
(13),
conhecimentos
acumulando
(14), embora
mera via intelectual
se
que
ouvindo
adquire
transmissíveis
e
por
o valor de tais
não se negue
conhecimentos.
A educação é uma aprendizagem as capacidades intelectuais, o caráter influência
nalidade
transformadora
Ela só
(16).
jeito. É impossível Do
9, 10.
sobre
o comportamento
ser conquistada
outrem
o faça em
Ctr.
pp. 267, 47. ROGERS,
C.
—
R.
KINGET,
G.
M.
—
—
R.
C.
ROGERS,
La
Le
Développement
de
la
Centrata-Sul-Cllente,
Terapia
Psicoterapia e
Relazioni
Umane,
12.
Cfr.
op.
14.
Cfr.
PERETTI,
16.
Cfr. ROGERS, C. R. — Op. cit. nº 11, pg. 204.
13,
15.
pelo
seu
profunda
e a perso-
próprio
su-
Paris,
1970,
lhe
lugar ou
CSN
20-40.
n.
que
pode
uma
e por isso exerce
toda se empenha
A pessoa
para a qual concorrem e a personalidade (15).
cit.
nº
10,
pp.
38-40.
—
Liberté
Op. cit, nº 9, pp. 168 e 266, 214 e 245, 196-210. Andró
Op. cit. nº 10, pg. 65.
et Relations
Dunod,
Personne, Martinelll, Boringh.,
Humaines,
EPI,
Firenze,
Milano,
Paris,
1970,
1970,
1957,
pg.
pg.
pp. 58.
195.
.
Scanned with CamScanner
152
€ 13). A educação é (17 o eçã dir e ino ens te ian med ita transm renascimento do interior e ant ess inc um o. ent um novo nascim pode dar é “favorecer uma or ad uc ed o e qu a ud aj a (18). A únic a maiEi or pes soais do sujJe eito e um valorização maior dos recursos aceitar à inteira potenciali, (18) ” são res exp de possibilidade . Nesque ele à torne real (18) para
do outro, contirmá-lo
dade
=
ducere” te sentido educar é “ex-
des a explicitar suas capacida
-guém
levar para fora, ajudar al-
interiores, é facilitar ou
o potencial, sem pretenpri pró O zar ali atu a o du ví induzir O indi indivíduo (18). O no ste exi não que o r der criar ou introjeta o e O responsável por sm me si de ce ífi art O é próprio sujeito ação, ente de sua própria educ ag O e o eit suj o é Ele si (18). cação, porque O próprio du -e to au a um a liz rea porém, ele não O caminho positivo de seu ue eg rs pe € e gu se os pr só sujeito , para à qual desenvolvimento
a cooperação
numa
“
do educador
compreensiva
relação
se torna
essencial”
elemento
um
(19).
O facilitador, auxiliar Ou catalizaO educador é o indutor, do-o a iona O educando submeten dor. O educador não condic não
s pessoais, porque isto forças externas, a leis ou exigência ao léu, de, nem tampouco o abandona conduz à autonomia monstrando completo
desinteresse,
porque
O abandono
tude não estimula à autonomia.
também
esta ati-
total da pessoa
de (20). deixa-a à mercê inerte da própria vitalida
inferir que O Parece-me que da teoria rogeriana se pode obedece tamorganismo humano, em seu aspecto psicológico, ecer no estabém a uma hipótese de inércia, tendendo perman do
maturidade
de
que
se encontra,
hu-
relações
faltem
caso
ração. Dois manas que atuem seu crescimento ou sua desinteg ntegração extremos, nas relações humanas, provocam a desi dado e deseducam a pessoa. “Não há absolutamente nenhum DO
17. 18.
19. 20.
Astrolabio, Roma, ROGERS, C. R. — Psicoterapia di Consultazione, Cliente, Martinelli, ctr. ROGERS, C. R. — La Terapia Centrta-Sulpp. 169-172, 68, 84, 290-291, 339.
ZAVALLONI,
1968,
ctr.
ac.
pg.
260.
Roberto
MENEGHETTI,
1972-1973,
pg.
44.
—
Educazione
Antonio
—
e
Personalitá,
Ontopsicologia
Vita
dellUomo,
e
1971, pg. 208. Firenze, 1970,
Pensiero,
PUST,
Milano,
Roma,
ano
Scanned with CamScanner
153
que sustente ser eficaz o terapeuta de atitude fria, 'intelectua(21).
lista, analítico”
fria, de
é a atitude
Uma
desinteresse
desprezo, em que o educador se mantém à distância (21 e 29), atitude proprocurando isolar-se desdenhosamente atrás duma
desumana fissional e numa relação impessoal (22). Tal atitude a si mesmo, sentir-se inútil e leva O indivíduo a desprezar-se
educação laxista tútil. Neste extremo que poderíamos intitular afetiva do edu(23), O educador não condivide a experiência antes
(24),
cando
rente (24), o que
destacado
mostra-se
dispõe
cador procura sujeitar O educando condicionar
rígidas,
nos. Com
sua'pessoa
dência
à atualização
(26),
e indife-
(24).
legalista (25), em que o edu-
a leis, introjetar exigências
a avaliações
em seu contato com e altera
ou
exter-
juízos
no desenvolvimento
interfere
tal atitude O educador
progressivo do educando,
a nausear-se
a pessoa
Outro extremo é a educação
emotivamente
à própria ten-
sensivelmente
a tendência
as próprias potencialidado zan ali atu , -se tar ple com a natural a ser guiada, não por sua des (26). Quando a pessoa passa mas por leis impostas, ela tendência natural ao crescimento, (26): em vez de amar-se e lent biva o mod de age e rca se bifu consegue controlar-se. Creio começa a temer-se, porque não cado a temer-se nem à desque o indivíduo não deve ser edu fio que foi a educação lecon Des -se. amar a ém por e, ar-s denh uma
a Kierkegaard
galista imposta
que O dispôs
a produzir
€ foi a educação laxista, filosofia da angústia e do desespero, ilo rouseauneano), que levou do abandono e da indiferença (est paradoxal que pareça, OS Sartre a pensar o ser e O nada. Por
dois
extremos
convergem
em
seus
efeitos
negativos,
porque
leis rígidas, impede-se sua sujeitando o dinamismo interior a ndonando-a desdenhosamenautonomia e crescimento, e aba
22. 23,
Firenze, 1970, PP. Centrata-Sul-Cllento, Martinelll, ROGERS, C. R. — La Terapia 242, 81. EPI, Paris, 1967, PO. 194. té et Relations Humalnes, 1972Ctr. PERETTI, Andró — Liber Roma, PUST, del!Uomo, ontopsicologia — Antonio Ctr. MENEGHETTI,
24. 2E. 28.
Ctr. op. cit. nº 21, pp. 56, 72 e 2988. Cfr. op. cit. nº 23, pp. 44-45. cit. nº 21, Cir. ROGERS, C. AR. — Op.
21.
1972,
pp.
44-45.
pp.
309,
291.
Scanned with CamScanner
154
te incute-se a futilidade da vida que se esvazia de valor e não
co oferece a possibilidade de desenvolver a liberdade interior (27). Desfaz-se o crescimento interior. Se admitirmos a existência de Deus, é bem fácil que am-
bos os extremos levem ao ateísmo: um, porque o indivíduo não suportando o peso de um Deus-Dever, enrigece e se obstina
no pecado;
do valor da vida le-
o esvaziamento
outro, porque
va o indivíduo a desprezá-la e por isso não vale a pena admitir um Deus para conservá-la, muito menos para criá-la. Conforme Rogers, para educar exige-se a participação da pessoa toda do educando (28), mas igualmente, o empenho ativo e pessoal do educador (29). O educador educa, não pe-
lo que sabe,
muito
mas
pelo que é. A sua personalidade
mais
principal de educação
é O instrumento
são em pri-
(30). Não
meiro lugar seus dotes intelectuais (31), nem seus conhecimentos teóricos e profissionais, ou as técnicas que emprega (29), mas suas qualidades pessoais, suas atitudes, que educam (31 e 29).
A
básica
qualidade
educador
do
é ser
autêntico,
sem
máscara ou fachada. Quando o educador sabe ser sem temor, a complexidade dos próprios sentimentos e experiências, e comunicar de modo inequívoco o que é, ele se porta como pessoa, agindo de modo natural e espontâneo (32). A pessoa
aberta
constantemente
será
autêntica
experiência
à própria
(30) e, consequentemente, mais objetiva em conhecer-se a si mesma, tomará consciência de sua estrutura emotiva, de seus limites e defeitos (31), será receptiva e sensível a tudo o que nela acontece e nas relações humanas (32). É cheia de um espírito de observação e intuitiva, e por isso mesmo não é obmera Si
27. 28. 29.
30. 31 32,
Ctr. pp.
C.
ROGERS,
48,
La
R. —
Terapia
71.
Cfr. MARQUET, P. B. — Carl Rogers 1972, pp. 59-60. 245. Op. cit. nº 27, pp. 46, 71, 89,
ctr. KINGET, 100-102.
ctr.
ROGERS,
ctr.
op.
249-251,
193.
cit.
nº
R. 27,
La
Libertã
della
Psicoterapia e Relazionl Umane,
G. M. — . G.
o
—
Psicoterapia
pp.
76,
80,
96,
di
Consultazione,
Firenze,
Martinelli,
Centrata-Sul-Cliente,
À
Astrol.,
Persona,
Boringh., Astrol.,
1970, Roma,
Milano,
1970, PP.
Roma,
1971,
.
PP-
255,
Scanned with CamScanner
155
jusa, tanto em
das
dos
reações
relação
outros
Mostrar-se-á
(31).
em face
reações, como
às próprias
pessoa
uma
inte-
rada (33), sentir-se-á forte, autôrioma e segura de si mesma e não se perturbará diante das oscilações das atitudes dos
outros;
não
se assustará
se deixará
não
medo
do
outro,
amor;
não
se horrorizará
do
abater pela depressão alheia, nem se sentirá destruída por seu seu
pelo
ódio ou absorvida
e nem
. se escandalizará (33). O educador deve ser senhor de si mesmo, dotado de uma forte capacidade de autocontrole (31). Ele
denota estabilidade, face à instabilidade alheia (30). Nunca (31), pordemonstra uma atitude fria, indiferente e impessoal
que é capaz de estabelecer e manter liames afetivos estreitos (34), porém
a pon-
sentimentalmente,
não se sentirá envolvido
identidade, não to de identificar-se com o outro e perder sua a uma expodendo mais ajudá-lo (35). Esta situação acarretari expressiva e cessiva implicação emotiva. Ele é uma pessoa outros, sem original, capaz de interessar-se vivamente pelos sujeitá-los pretender possuí-los (36), sem propor conselhos e
sua pessoa à própria orientação ou exigir que se moldem em outro e con(36). Tal educador sabe respeitar a integridade do
firmá-lo como nosticado
pessoa, não o vendo como algo de rígido, diagpelo
e formado
passado,
mas
capaz
alguém
como
dor de. desenvolvimento interior e criatividade (36). O educa deve ser capaz de amar gratuitamente as pessoas, sem impor condições e sem emitir juízos de valor (38). Deve ser uma pessoa cheia de calor e compreensão, simples e “apta a entrar completamente no mundo dos sentimentos e dos significados pessoais do outro, a ponto de captar não somente os significados óbvios, mas também os implícitos, de sua experiência, e de reformulá-los
dadeiro educador;
claramente”
(36). Pode
de estabelecer
“se for capaz
ser um ver-
uma
relação
—emeee—e CT
33,
34. 3 5.
.
36,
Ctr. ROGERS, B0-82.
C.
R.
—
La
Terapia
Centrata-Sul-Cliente,
Martinelli,
Firenze,
pp.
Cir. KINGET, G. M. — Psicoterapia e Relazlonl Umano, Boringh., Milano, 1970,
pg. 88. Ctr. ROGERS,
C.
R.
—
Psicoterapia
di
: Consultazione,
Astrol.,
Roma,
1971,
pp. 249-251.
Cfr. ROGERS, C. R. — Op. cit. nº 33, pp. 70-71, 80, 82-85.
Scanned with CamScanner
156
de ajuda consigo conscient
mente
mesmo,
sensivel. isto é, se ele puder estar
e e bem disposto para com 08 próprios sen.
de estabelecer u-
probabilidade gran de
timentos, haverá uma
(36). Quem é capaz de ” os tr ou 08 m co a ud aj ma relação de mes. nça e atenção consigo de
relação
uma
instaurar
confia
do udar os outros (36). Quan aj € se rca ni mu co de mo, é capaz o me smo está interrompida, não conseig ns co o çã ca ni a comu com
comunicar-se
guirá
mesma,
logar consigo
(37). A pessoa hábil em dia-
os outros
boa comunicação
duma
possuidora
no
diálogo educativo um rar tau ins rá de po a, pri pró si interior de uir os outros homens str con e se rca ni mu co outros,
com os (38).
o diálogo
“Como
sencial à educação”
à terapia, é igualmente esridade da (39), visto que estimular a matu é essencial
de orientação, tanto no es çõ la re s da po co es é e ad personalid (40).
campo
e terapêutico
profissional
como
educativo,
interpessoal (38): nesta O diálogo é uma comunicação ou um grupo (40). Porsoa pes uma ser e pod ro out interação o ral ou multilateral. Como O diátanto, o diálogo pode ser bilate ança
as forças poderosas de mud logo rogeriano visa libertar ura da personalidade, melhonas pessoas, modificar à estrut es entre os homens (38), levar a rar as relações e comunicaçõ (41), trata-se evidentemente de uma aprendizagem autêntica podem ser
o quem conduz um diálogo educativo. Neste diálog líder de grupo, o terapeuta, o r, esso prof O , ico méd o , pais os No estilo de diálogo, em o orientador educacional, etc. (40). ão dos menos capazes, que um conduz, há uma real “orientaç usado no ensino, na dipelos mais capazes” (42), e pode ser na vida familiar, etc. (41).
reção de grupo, 87. 38.
39.
40. 41.
42.
C. R. Cfr. ROGERS, pp. 229-220. Idem, pp. 229-231.
ZAVALLONI,
1958,
Cfr. pp. Cfr.
po.
ROGERS,
248,
36.
68, 72. cit. nº
C.
AR. —
C.
R.
37,
—
Le
pp.
La
de
Développement
é
Educazione
—
Roberto
ROGERS, 69, op.
—
Terapia
196-210,
Psicoterapia
241
di
|a
Vita
Personalitã,
Centrata-Sul-Cliente, e
; 242.
Consultazione,
e
Penslero,
Martinelli,
Astrolablo,
1970,
Paris,
Dunod,
Personne,
Milano,
Firenze,
Roma,
1971,
1970,
PP.
157.
Scanned with CamScanner
157 Rogers
suger
é
e
qu
e
entre duas ou mais que este tipo de diálogo pode instaurar-se
ca
ca
vontade, d ou dotadas de boa (41), Pessoas
;
pacidade
com
mesmo Me
p pou-
as de poucas qualidades, porque
ele julga que o essenci
o diálogo é o desejo de com(40), , e não Feanto para preender ria o conjunto de qualidades. Conclui-
E humana qui que a seu ver, todo diál ogo ou toda relação a em dis que » Ro se concentra mais na escuta compre-
ni E leva a resultados positivos (38 e 41).
e
jr ba
“Um erro
e
sultor falar demais”
(42). É verdade, porém,
que todo diálogo comporta uma bipolaridade: o falar e o esfic cutar (43). Rogers deu-s e conta que a dificuldade maior está E ar e compreender, porque ainda que se utilize a mesdi
ma
linguagem
uma
usa
um
cada
ngua,
a
devido
diferente,
diferença da pessoa, de seu ponto de vista, de sua especialisuas experiências e sentimentos, de seus humores, que exerce na sociedade e na comunidade em que
zação, de da função
vive (44). A imagem que cada um faz de si mesmo e de seu interlocutor modifica o teor da mensagem. Uma imagem inexata
fazer
pode
outros
dos
do que
mais as pessoas
com
que
as aproximem
as
distanciem
palavras
a um diálogo autênti-
nisso, uma dificuico (44). Creio que Rogers prevê, baseado coriduz o diálogo toma udade para dialogar: quando o que
ma
atitude de superioridade. Além
uma
ou
posição
disso, se
à liberdade e a reso diálogo educativo pretende promover atitude não-democrática que ponsabilidade do educando, uma à dependência
(45) levaria rompesse com qualquer igualdade distâncias, enquanto a relação que suprime as
e submissão,
igualdade, pronão o respeito, e coloca as pessoas em pé de
move
o
crescimento.
comasião mais válida para oc a “é o ic nt tê au o O diálog À el tornar-se da o irrepetív pri pró O r ca fi di mo e preender, ajudar ca, por À compreensão empáti ). (43 o” tr ou do personalidade 43.
ctr.
44.
ch
45.
91.
—
rolê
ri GET
pg.
Antonio
MENEGHETTI,
G.
M
—
—
Liberté
ontopsicologia
Relations
et
psicoterapia
e
Relazionl
dell!lUomo,
Humainos, Umane,
PUST,
EPI,
Roma,
Paris,
Boringh.,
1967,
Milano,
1972-
Pp. 1970,
| Scanned with CamScanner
158
O diálogo, “deve ocupar a maior part
conduz
parte de quem
onar co. do tempo” (44). O condutor ou catalisador deve funci mador... mas mo um espelho (46) “não um espelho frio e defor na totalidade do que é e diz" um espelho que reflete O outro
palávras, aos (45). É necessário dar atenção ao significado das sentimental (46). É presentimentos expressos, à tonalidade
irradia, colher o ciso observar atentamente o que à fisionomia modo direto e reflexo, procuque a mensagem comunica de
indivíduo revela sem rando penetrar eté no âmago do que o fazer Uso imediato (47). É perceber, embora disso não possa
necessário
de vista do outro, suas idéias
do ponto
“perceber,
assisentir quais são seus sentimentos,
e atitudes expressas,
nas, mas seu quadro de referê milar não somente suas palavr ” (48 e 49). Este empenho em cia a respeito do que ele fala o outro,
escutar
como
mas
olhos
OS
com
e ver
outro,
do
despojamento
(50), requer um
o outro”
não
“ver
com
de toda ati-
te abertura total para O den pon res cor uma com iva ens tude def
outro.
visto que sempre se (49), coragem pressupõe Tudo isso ou alterado (48); teme-se sofrer transformado ser de medo tem se tende a influenciar (48), porque justamente uma influência, no universo do outro, assimilando penetrando que, acontece e O risco real de ser transcorre-se referência, de ceu quadro maver as coisas da mesma formado (49): “Nós arriscamos de
nosso próprio ponto modificamos e (49) outro” o neira que à abertura total pacompreensiva, escuta à disso, vista. Além das emoções fortes. Os problecontrole um supõe outro, ra o orde m intelectual. Fundamentais mas, em geral, não são de nte Os não re-
são
conhecidos.
e afetivos, especialme peso aos isso, deve -se dar mais
emotivos
os fatores
Por
aee 46.
47. 48.
49.
50.
cfr.
Psicoterapia
—
R.
CO.
ROGERS,
142, 139 e 141. idem, pp. 170, 130-131.
PERETTI
André
—
Liberté
ROGERS,
R.
—
Le
163,
1£8. C.
221-232, 233. MENEGHETTI, pg.
78.
Antonio
e
—
Humaines,
Pelations
Développement
Astrol.,
Consultazione,
di
de
Ontopsicologia
EPI,
Personne,
la
dell'Uomo,
Paris,
Dunod, pUST,
sentimentos Roma,
1957, Paris, Roma,
1971,
PP.
pp.
161,
1970,
pP-
1972-1973,
:
Scanned with CamScanner
159
am
sencialmente (47). O diálogo não se passa es , em
a raio
o ri
sentido
que
ivo
São as atitudes profundas
nal ou intejectual,
modificam
e que
dificultam escutar bem
que emitimos ou recebemos, por isso,
da mensagem
O
cação, O diálosão elas que determinam ou impedem a comuni
funções intelectuais go (51 e 52). Não são simplesmente as dade da pessoa (51). se empenham no diálogo, mas a totali
que
indispensável
elemento
emotivo,
o controle
Portanto,
ao
diá-
amente da boa vontade, logo (52), é difícil que dependa unic exige maturidade.
m disso do desejo de cada um, porque alé Rogers sugere, para O diáloCreio que é por causa disso que , a presença dum catalisador, duma
ou
go grupal
terceira
multilateral
pessoa
capaz
de
velar
OS
conduza
que
sentimentos,
e atitudes de cada um, para o diálogo, esclareça as opiniões para facilitar a ios membros da verdade e
aproximar os vár comunicação mútua
(52).
conteúdo do diálogo, não só Por outro lado, podendo ser (53) ou cientimas também a cultural existencial,
a interação
fica,
parece
cultural
mais
indispensável elevado,
além
de
a presença de
um
possuir
com nível
alguém,
emotivo.
controle
mas truir, impor ou moralizar, ins a par á ser não ça en Sua pres mizando as pessoas € na di e, nt me va si en re mp para escutar co solicitado (54). informando-as quando é a atitude que emite iva ens pre com e tud ati da O inverso entos do outro. O compre am ns pe e s ato OS lia ava juízos ou õe ao im como o escutar se op ass , gar jul ao e -s õe op r ende lher O quadro de referênaco de os am ix de nós r, lia falar. Ao ava de ndo o nosso próprio ponto po im e do in ag re ro, out cia do óbice a uma
vista.
Por
isso
comunicação
eee ice 51.
E2. 53.
54.
Rogers
hipotetiza
que
“a
maior
natural de
tendência mútua interpessoal é nossa
s André — Liberté et Relation cfr. PERETTI, 154-157. Le Développement do c'r. ROGERS, C. p. — pp. 231, 233. Ontopsicologia — Antonio MENEGHETTI, ctr. 1973, pg. 77. 209-211. ctr op. cit. nº 52, pp.
Humaines,
la
Personne,
dell!Uomo,
EPI,
Paris,
Dunod, PUST,
1967,
Paris, Rome,
pp.
1970, 1972-
Scanned with CamScanner
160 de
julgar,
de
avaliar,
d
pareceres
os
desaprovar
OU
aprovar
valorativo é um outra pessoa ou outro grupo” (55). Todo juizo
que as coisas têm esquecimento da escuta, de sentir o sabor ponto de vista e torna-se, por seu r mila assi de o, outr o para quadro de referência, uma isso mesmo, uma rejeição de seu (56 e a outra pessoa tal qual é her acol € tar acei em recusa da posição alheia, fecha ção ova apr des OU ção ova apr 57). Toda
cação, impede o diálogo. minha abertura, interrompe à comuni outro e o uma ameaça à pessoa do com
O juízo apresenta-se
depois * o que faz aprovar ou ria, próp ha min de sa defe uma e Enquanto funcionar ataque (56). se” erend def é saprovar caruição, desintegração, desedu defesa só pode resultar dest a comu-
ção. Enquanto
que não se impede
existir diálogo, em
dinamizadas, visto são soa pes da ntes late as nicação, as forç nem são freiadas
direção externa que não são sujeitas a uma e termos, O diálogo promov
por el a. Em outros s cimento a independência, o cre
à autonomia e natural e, consequentemente,
educa.
e reu quadro de referência -me do te par e qu zo juí Todo , outro, deseduca. Infere-se do oa ss pe da sa cu re presenta uma ou acalmar, instruir, zar ili nqu tra r, di ua rs pe portanto, que guiar, e mesmo questionar
selhar, comandar moralizar, sugerir, acon demonstram uma supeto an qu en ar, ret erp int ou interrogar € do diálogo compreensivo,
discordam rioridade sobre o outro, (56). iam à comunicação bloque
porque
Escutar
empaticamente,
julgar; acolher com condições;
amor, sem com
aceitar
com
atenção
nunca
e interesse,
sem
rejeitar ou recusar, ime incondicionalmente
respeito
(58). O m diálogo educativo nu , is ta en am nd fu usão as atitudes pessoa do outro, é ed na do ra nt ce Ou diálogo não-diretivo lo Il cativo... ctr. o capítu pondo
DO
55. 56.
57. £8.
cfr. ROGERS, pg. 230. Ctr.
PERETTI,
150-151, Op. cit. Cfr. 1973,
160. nº ES,
GC.
R.
André
PP.
MENEGHETTI, pg. 78.
— —
Le
Développement
Liberté
2931-232. Antonio
—
et
de
Realtlons
ontopsicologia
la
Personne,
Humalnes,
dell'Uomo,
Paris,
Dunod,
EPI,
Paris,
pusT,
1967,
Rom2,
1970, PP-
sara
-
Scanned with CamScanner
161 posta
O di
em sua estrutura a resposta
eo
seu valor enquanto
ni
essenciais
em
citadas:
Deo
(60). A eo
cionada
sendo a mais importante
às perguntas dum rr
Cd ninicabaa 4 ideia da bondicssa
mação
Hp ento
qr
(58). A res-
positiva
ia e consideração
(59), tem
Fomuições
incondi-
portanto, não é uma simples réplica
na (61). A resposta que liberta e edudas próprias
sa
idéias (62),
nem
a infor-
psjados; (62) sou pr E e conhecimentos pessoais, quando indequalquer relação com problemas vitais (63). A a oais a ailiiidas: combfesn uactiva por excelência é a expressão das siva e acolhedora, e, quando verbalizada, C E
é a reelaboração exata das idéias e sentimentos da pessoa
que falou, a ponto de satisfazê-la plenamente” (62). Refletir pretendeu
o interlocutor
o que
tudo
comunicar,
resumindo
O
que ele pensa e sente, é o primeiro passo do diálogo, antes
de colocar à disposição do outro ou do grupo, sem impor, conhecimentos e experiências próprias (62). “É necessário estar constantemente alerta para receber os sentimentos do sujeito. É fundamental usar as palavras não mas
apoio,
de
bastão
como
como
instrumentos
cirúrgicos,
de
tal modo que estimulem o processo de amadurecimento... inibir ou esToda expressão tem importância e influência em devem estimular a maturação psicológica” (63). “As palavras O estado de ânimo tar em sintonia com as expressões e com Quem conduz o diálode quem fala”, isto é, do paciente (60).
expressos go só pode reconhecer verbalmente os sentimentos receptor nada de pró(63). A resposta é educativa enquanto o
tanto o significado prio acrescenta e responde fielmente, não
outro intenciona comunicar direto da mensagem, mas o que O que às idéias (63). (64), dando mais peso aos sentimentos
aa 59. 60. 61.
62. 63.
64.
Rogers
Ctr. KINGET, pg. 269. cfr. ROGERS,
pp.
58.
65-66,
ctr.
ROGERS, ROGERS,
Op.
cit.
G.
M.
—
Psicoterapia
C.
R.
—
La
cfr.
1973,
61,
pp.
MENEGHETTI, pg.
82.
Relazioni
Boringh.,
Milano,
1970,
Martinelli,
Firenze,
1970,
Umane,
Centrata-Sul-Cliente,
ultazione, Astrolablo, Roma, 1971, 158. GC. R. — Psicoterapi a di Cons de la Personne, Dunod, Paris, 1970, GC. R. — Le Développement
Crr. pp. 232, 209, 207. nº
Terapia
e
243,
149
Antonio
6
—
131.
Ontopsicologia
dell'Uomo,
PUST,
Roma,
1972-
11
Scanned with CamScanner
162
A técnica reflexiva “não é absolutamente uma condição
essencial para a terapia” (65), para O diálogo. “O uso do si. lêncio pode constituir uma das técnicas que acelera o processo” (63). O silêncio prolongado, porém, durante os primeiros colóquios, pode também rar
com
e
embaraço,
isso
ser um meio de comunicar e ge-
entravar
duma
(66). A própria estruturação
resistência
provocando
processo,
O
entrevista Inti-
verbal (67). Quero ma não se comunica através da informação O fundamento
isso, que
com
dizer,
é a atividade
não
conduz o
por parte de quem
uso da palavra ou de técnicas,
(66), o
diálogo, para bloquear ou encorajar a expressão de atitudes sim sua capacidade
e sentimentos, O livre desabafo (68), mas es. de autocontrole (66), suas atitud
interpretação. A resposta verbalizada, seja ela o reflexo, a sonhos, das assodinâmica da personalidade, a análise dos
uma profunda empaciações livres, etc. enquanto comunicam ionada por parte do tia, uma consideração positiva incondic ntos e técnicas úteis condutor do diálogo, constituem instrume e são educativas. à plena realização da pessoa (69),
a resposta-reflexo (67) Interessa-me agora desenvolver rogeriano. À modalidapor ser a técnica pr eferida no diálogo retação é feita, “servinde mais singela de resposta ou interp pelo sujeito” (70) que do-se dos termos e símbolos usados o a afirmação já expresfala; ou também, “retomar, elaborand modo muito adequado sa pelo cliente” ( 70). Em geral é um crição desprovida de reproduzir os pontos chaves de uma des ção, o interesse, à carga emotiva, visto que manifesta a a ten p arte de quem €sScompreensão, a sintonia e O respeito, por expr essão dos senticuta e como consequência provoca a 65. 66.
67. 68. €9.
70.
C. ROGERS, pp. 58, 65. C. ROGERS, 163, 198.
cfr.
pp.
R.
La
— —
Psicoterapla
G.
M.
—
Psicoterapia
KINGET,
297.
Cfr.
op.
cit.
nº
66,
pp.
130-139.
Cfr.
op.
cit.
nº
65,
Pp.
65-66.
pp.
203,
135.
cit.
nº
di
R.
339,
Op.
Centrata -Sul-Cllente,
Terapla
66,
Consultazione,
e
Retazionl
Astrolabio,
Umane,
Firenze,
Martinelli,
Roma,
Boringh.,
1971,
Milano,
1970,
pp.
1970,
Scanned with CamScanner
163
o ponto
segundo
importantes,
frases
as
Repetir
mentos.
de
escla recer ou devista de quem fala, sem nada acrescentar, orcionar segurança duzir, é a técnica mais eficaz para prop utor (71). É a técnica e estimular as forças latentes do interloc autônomo. (Cfr. capítulo |, PP. estas respostas devem ser sim-
que educa para ser livre e Convém lembrar que 72-74.
ponto de ser possível reconstruir a ples, con cretas e claras a la, partindo das respostas do que escuta narração de quem fa (71).
to sobre O sigConsiderando que este diálogo põe o acen
nificado
lavras
do
sobre
e não
emotivo
emissor,
e se
imediata, e não na passada
O conteúdo
concentra
na
fletir
comuncar,
tenciona
aqueles
verbalmente
das
pa-
presente,
experiência
a (71), é de capital importânci cap-
em, tar o sentimento inserido na mensag locutor
intelectual
€ aquele que o inter-
refletí-lo.
para
sentimentos
que
Reconhecer
re-
expressos
foram
do adequadamente (72). Esclarecer, reelaboran a, formulando mentos que o emissor se dá cont
e
aqueles senticlaramente Os
aspectos da experiênsignificados que lhe são confusos e os r-
amente consciente (73 e 74). Ve cia da qual ele está escass maneira nebulosa e hesibalizar o que o indivíduo acena de
ões de reconhecer como prótante, caso ele esteja em condiç imentos negativos, como prio (73 e 74). Refletir tanto os sent m qualquer aceno de aos ambivalentes e os positivos (75), se
tação ou desaprovação, mas si a, he , ic ít em cr ag , nd ão so aç ov pr emissor a passar da desde modo compreensivo, favorece O o e sondagem dos prócrição dos problemas a uma exploraçã
à compreensão
Expressar
(76).
prios sentimentos
do senti-
o, antes de mento sem qualquer desprezo é O primeiro pass escuta, e é o recurqualquer justificativa, por parte de quem 71. 72. 73.
74.
75.
76.
Cfr. pp.
308-310,
149
e
Cfr.
Cfr.
1970,
ctr. Cfr.
269
201.
pp.
op.
57,
cit.
cit.
Cfr. KINGET,
R.
83,
nº
nº
72.
72,
72,
365.
pg.
pp.
G. M. —
La
—
162
140
Relazionl
e
Psicoterapia
—
R.
C.
ROGERS,
op.
e
C.
ROGERS,
Psicoterap ta
—
M.
G.
KINGET,
di
Consultazione,
Boringh., Astrol.,
Centrata-Sul-Cliente,
Terapia
e KINGET, e
Umane,
&.
M. —
idem,
pp.
Milano,
Roma, Martinelli,
1971,
1970, pp.
Firenze,
131-136.
146.
op. cit. nº 72, pg. 371.
Scanned with CamScanner
164 orais Sp
ate
para
educar.
Haja visto
o exemplo
citado
por
lança que pede a bicicleta ao pai, e este se encondições precárias. Ela pede porque sente o des-
, a em
gosto e mesmo se sente inferiorizada por não poder divertir-se
com e como os companheiros. O pai, aceitando e acolhendo O sentimento do filho, predispõe-no a entender e aceitar a
condição do próprio pai (77). O pai, concentrando-se no núcleo do problema
que é o sentimento
do filho e não a bicicle-
ta, ele inspira confiança ao filho, além de consideração e res-
peito (77).
comunicado, e não Responder ou refletir o sentimento responder apenas às palavras, favorece a pessoa à corrigir e
do o ampliar progressivamente o autoconhecimento (77). Quan a vertom do reflexo não é autoritário e nem desprezível, mas
resdadeira expressão duma atitude empática e de aceitação eu autênpeitosa, conduz o outro à descoberta do verdadeiro
a exatidão tico, isto é, à verdade de si mesmo (78), a examinar O emisou inexatidão da idéia que ele faz de si mesmo (77). abandonar o sor, sentindo-se compreendido e estimulado a á seriadesalento, a agressividade e a defesa, empenhar-se-
a que mente numa autocrítica e numa transformação progressiv o hafavorecerá a comunicação e modificará O comportament fatos, bitual. O receptor deve ser capaz de ressaltar, não os que mas sobretudo a onda dos fenômenos emotivos e afetivos II, impregnam e carregam sua mensagem (79). (Cfr. capítulo
pp. 73-75.
Ao receptor não compete explicar as estruturas do (80). fala, nem interpretar suas ações e sua personalidade podem existir máximo, ele poderá sugerir “relações que expressos que existem realmente entre vários sentimentos 77. 78. 79. Bo.
e Relazionl Umane, Boringh., Cfr. KINGET, G. M. — Psicoterapia pp. 311-318. pUST, dell"Uomo, Ontopsicologla Antonio — MENEGHETTI, ctr.
1973,
pg.
81.
et Relations Ctr. PERETTI, André — Liberté di ia terap Psico — AR. C. ROGERS, Ctr. pp. 192, 201-202.
que No ou em
Milano,
1970,
Roma,
1972-
154. Humalnes, EPI, Paris, 1967, pg. 1971, Roma, Astrol., Consultazione,
Scanned with CamScanner
165 momentos
já adquirida
reformular
(80), ou
diferentes”
a autocompreensão
(80).
nunca
do diálogo
O condutor
forçar prematuramen-
deve
ndos te o que fala, a examinar seus sentimentos mais profu de ati(81). Deve portanto, evitar conjeturas ou verbalizações estam no tudes completamente implícitas e que não se manif colóquio, mas
no contexto geral. Tudo
apenas se revelam
isso
as respostas representaria uma ameaça ao emissor (81). Enfim, derivar do quaque se referem ao sentimento devem sempre
que escuta (82), para dro de referência do que fala e não do intrínseca do orgaque se evite qualquer desvio da direção
nismo
(82).
do que fala, É possível revelar a comunicação implícita reconhecer “os sentiquando for ele aceitável (82). Pode-se “o fato determimentos escondidos do sujeito” (83), porém
(83). “Quando a internante é a aceitação da interpretação” resistência por parte do pretação é muito direta há uma forte idade de reflexo que se paciente” (83). Essa terceira modal habilidade na formulação chama elucidação (84), requer muita parte de quem escuta, do (82), uma intuição penetrante por
a do que fala (83). mundo subjetivo e da situação psicológic se deduz ou “interpreÉ preciso cautela e prudência quando na
ta algo
que
baseia
se
não
à luz
já levadas
posições
em
traçar uma linha de desituação de colóquio” (85). “É difícil ida e a mal sucedimarcação entre a interpretação bem suced
da”
(85). Aqui
que
creio
vale
o princípio:
em
vez
de exage-
pp. 74-73-75). rar, é melhor esperar! (Cfr. capítulo Il,
momento exato, pode A elucidação, quando enunciada no ar a autocompreensão, despertar o interesse do cliente e aceler ia do lado de quem mas pelo fato de revelar uma compe tênc 81.
Cfr.
ROGERS, 149.
C.
CC.
—
Psicoterapia
pp.
156,
82.
ctr. KINGET, pp. 283, 403,
83. 84. BE.
Cfr. Ctr. Op.
op. cit. nº 81, pp. 126, 203 op. cit. nº 82, pg. 325. cit. nº 81, pp. 201, 199.
G. M. 293.
—
Psicoterapia
e
di
Consultazione,
Relazionl
Umane,
Astrol.,
Roma,
1971,
Boringh.,
Milano,
1970,
e 201.
Scanned with CamScanner
166 não for re o a dependência, quando escuta, pode encorajar esponta e pelo cliente (86) neament da confirma ou nhecida
ta técnica pressupõe, além de habilidade e certa agudeza in. telectual, por parte de quem conduz o diálogo e a elabora
certo
grau
muito
útil
e mesmo
Creio
(86).
forte,
mais
influxo
um
e exercer
fala
quem
de
parte
por
intelectual,
maturidade
autonomia,
de
de preparação
que
quando
pode
ser
começam
e de percepção em
indícios de reorganização
a manifestar-se
im
nível mais profundo, por parte do cliente (86). O
atitudes
peles
diálogo,
as forças de crescimento
progride, quando
indivíduo
e técnicas
do educando.
não-diretivas,
liberta
“O fim para o qual o
é livre” (87), não é preestabeleci-
e do ou prefixado pelo educador ou pela sociedad . é previsto, inicialmente, pelo próprio educando
(83), nem
ém um O método dialogal não se destina a fazer de algu uma vez que a ser perfeito, totalmente realizado e pronto, infensa à estaticipessoa hu mana é, por natureza, dinâmica, contínuo processo dade (89). “Uma pessoa que existe é um resso e não o estado em devir” (88). A educação mira O prog completo e estático de perfeição (90). O fim nunca é algo de Não é uma condição (91): “não é um estado de virtude... completamente realizado em que o sujeito é bem adaptado e o processo e não e atualizado” (92). “O acento recai sobre sobre os estados últimos” (91). essor, terapeuta, Quando no diálogo, o condutor (pai, prof educandos uma comanimador ou outra pessoa) permite aos isto é, oferece-lhes pleta liberdade de expressão simbólica, Érim 86. 87.
88.
89. 80. 91. sz.
Cfr. pp.
KINGET,
327-328,
325,
C.
ROGERS,
cfr. pp.
ROGERS,
R. —
C.
169-170.
172,
Ctr.
PUELLES,
A.
ctr
.ROGERS,
C.
drid, 1962, pg.
145.
ctr. Op.
op. cit.
e
Relazioni
Le
Développement
de
la Personne,
M.
—
366.
R. —
pp. 62-63.
R.
cit. nº 87, PP. nº es, pp. 171,
Terapia
La
—
Dunod,
Centrata-Sul-Cliente, de
la
Psicoterapia
di
Consultazione,
270, 184.
Paris,
Martinelll,
Personalidad
Fermación
La
Boringh.,
Umane,
Psicoterapia
—
M.
G.
Humana, Astrol.,
Milano,
1970,
1970, P9- 119.
Firenze,
RIALP, Roma,
1970, Ma-
1971,
274.
Scanned with CamScanner
167 o
no
ia
impor
de
sejam
que
sentir (93), tal Nograado
inteiramente
psicológica
per-
(94), pois que se sente ele próprio ele se desenvolve segurança (95):
ei clima de
!: E Ad irá sadia
para
reservas,
modo de viver aceitante, aberto e disponível à próe livre (96) pria experiência” (94). A pessoa psicologicament é o pólo tende a uma crescente abertura à experiência, que oposto
à defesa
à experiência
(96); ela se abre
esta abertura, começa
interna e, por
a perceber todos os seus impulsos ou
etc.), todas as suas nepulsões (de agressividade, de medo, , seus desejos e exigêncessidades (de amar, ser amado, etc.)
ões subjetivas, enfim, há cias, suas crenças, opiniões e reaç gama da própria realidade uma disponibilidade a toda vasta é acompanhada por uma tura aber Esta 95). e 93 (94, rior inte rna. A pesoa dá a devida igual receptividade à realidade exte
consideração
a cada
estímulo
e acolhe
as
múltiplas
exigên-
s abre seu espírito a todos Os dado
cias sociais e ambientais,
à perceber tudo de modo mais a pass , isso com e, ação da situ s e suas percepções, seus conceito , tivo obje e ista real al, glob Esta abertura
íveis (97, 98 e 95). flex -se nam tor s tese hipó suas a reorganização do mundo ativ grad uma ta por com progressiva relação nova, Nu(99), a pessoa
perceptivo
“yê os fatos numa
Desenvolve-se simultaneamente (99). ” ção ura fig con ma nova próprio (97). Pelo autosi e sobr o vídu indi do o controle interior nte estabelecer O o
indivíduo
procura
incessanteme
necessidades do orgaveis mutá € rsas dive as quilíbrio entre vive: ele se esforça vos do mundo em que controle
nismo e os imperati
por
viver em
harmonia
tanto
como
mesmo,
consigo
o
D
Développement
la
Porsonne,
Dunod,
seu
Paris,
1970,
Roma,
1971,
— Le ctr. ROGERS, GC. R. 0, tinelll, Firenze, 197 . 254-255, 250. trata-Sul-Cliente, Mar Cen a apl Ter La Cc. R. — ROGERS, Boringh., Milano, -174. 173 . 182, € Relazionl Umane, pia era cot Psi — R. C. ps ROGERS, ctr.
93.
84 95.
4970,
865. 97. a
de
com
.
pp. 255, 249-250. PP. op. cit. nº 94,
190
o
186.
ctr. PP- 250, Gun E cfr. op. cit. nº 93, -189. PP- 174, , cit, nº 94, . di C R — pslcotorapia ROGERS oi pp.
Consultazione,
Astrolablo,
205-205.
Scanned with CamScanner
168
ambie osaasr E
ui
cultural
e social
É o autocontrole
(100).
dá à
guiando sua con-
de autodeterminar-se,
a habilidade
que
e agindo livremente, sendo senhor de si próprio (100). Para
uma
pessoa
capaz
de reorganizar
sua percepção
e
de autocontrolar-se, não há necessidade de impor um controle externo aos seus impulsos agressivos, porque a própria ne-
cessidade de ser amado e a tendência a amar equilibrarão os impulsos. A exigência profunda de comunicação e colaboração encarregar-se-ão de regular suas relações sociais (101). O autocontrole pode ser considerado como o escopo essen-
cial
da
educação
perce-
de
condições
está em
aberto
sempre
indivíduo
O
(100).
to, ber a complexidade de sua experiência, em cada momen e integrá-la à personalidade, adquirindo com isso um ótimo em funcionamento, uma personalidade unificada (102), mas
movimento (104),
bem
pessoa,
A
(103).
começa
isto é, quando
funciona
interiormente
quando
o que
a ser na consciência
(104): é na experiência; passa a “ser o que verdadeiramente é”
numa continua
(104). Sua evolução desenrola-se
um processo
(104). reorganização da vida (103) e numa progressiva expansão
dum
A vida dotada
tende-se
capacidade
cação
quer
100.
101.
102. 103. 104. 105.
contínuo
num
“dão
Fromm.
de amar
Esta vida
1968, Cfr.
pp. 265, ROGERS,
1970,
pg.
Ctr.
194.
ROGERS,
205, 142.
276-280. CGC. R.
R.
—
—
a capacidade
em
expansão
Educazione
—
Roberto
C.
(103)
crescimento
que
psicológico, dis-
liberta a plena
(102) e, neste sentido, a terapia e a edu-
ao paciente
Ctr. ZAVALLONI,
ótimo funcionamento
La
liberta a originalidade e
e Personalitã,
Vita O Ponsioro, Martinelll,
Centrata-Sul-Cllente,
Terapia
Psicoterapia
(105), como
de amar”
di
Consultazione,
Cfr. ROGERS, C. R. — Le Développement de pp. 116, 136, 271. Ctr. op. cit. nº 101, pp. 190, 166, 176, 178. ed. FROMM, Erich — Psicanalisi e Religione,
la
Astrol.,
Personne,
Comun itã,
Milano,
Flrenzo, 971,
1971,
Roma,
Dunod,
Milano, PP
P-
1970, paris, Faris,
1971,
Po:
75.
Scanned with CamScanner
169 o espírito
desenvolvendo
a sensibilidade,
criador
des-
(106);
perta e promove a necessidade de relações interpessoais pro-
se (106), fundas (107); restabelece a capacidade de autodirigir-
desenvolve a independência e a autonomia (107) e predispõe
; a pessoa para assumir a responsabilidade da própria vida (106)
e sobreviver em torna a pessoa flexível e capaz de adaptar-se
condições
mas
ser conformista,
sem
mutáveis,
ambientais
au-
uma vida mais
têntica (108). Enfim, a vida plena pressupõe
ampla, mais variada, mutável e rica, em que todas as capaa atividacidades da tendência à atualização entram em plen
s os sende e em que o indivíduo vive mais intensamente todo
timentos auto-regulados (107). A pessoa torna-se menos estrucorturada e determinada pelos automatismos (108), funciona em-
integrado e ordenado,
de modo
e comporta-se
retamente
víduo bora seu comportamento não seja previsível (108). O indi
. “A faz então, a experiência de uma liberdade completa (108) s não sopessoa que funciona plenamente está em condiçõe a liberdade mais mente de provar, mas também de utilizar completa” (108).
-
pelo As condições de liberdade experiencial, oferecidas cialdiálogo (108), prevêem um comportamento que será essen Só a mente livre, autônomo (106), psicologicamente maduro.
vida plena possibilita experimentar uma e comportar-se
com
de acordo
liberdade de escolha (109).
o que escolhe
em sua Parece-me que o Concílio Ecumênico Vaticano Il, do declaração sobre a educação, ao indicar a necessidade correto desenvolvimento da vida, da consecução da verdadei, da ra liberdade, da aquisição do senso de responsabilidade
108. 107. 108. 109.
Cfr. pp.
Ctr.
ROGERS, 274,
272,
ROGERS,
C. C.
A.
1970, pp. 286, 195. Cfr. ROGERS, C. A. —
pp. 249, Cfr. op.
252, 254-255. clt. nº 107, pg.
Développement
Le
—
R.
—
La
Terapia
Pslcoterapia
de
la
Personne,
Centrata-Sul-Cllente,
é Relazloni
Umane,
Dunod,
Paris,
Martinelli,
Boringh.,
Milano,
1970,
Firenze,
1970,
192.
Scanned with CamScanner
170 Participação e colabor ação na vida social, da disponibilidade &o diálogo, le v ando em conta o progresso da psicologi a (110) está
tou
110.
em
como
VATICANO
la
Juventud,
plena
resul
II,
ed.
consonância com os fins que Rogers tados de seu método não-diretivo.
consta-
Educación
Cristian a
Concílio
Católica
—
Ecum.
S.
A.,
Declaração
Madrid,
1966,
Sobre
pg.
la
de
709.
Scanned with CamScanner
CAPÍTULO
VII
CRÍTICA E COMPLEMENTO A)
UMA
VISÃO
GLOBAL
Rogers, observando atentamente os fenômenos psicolóungicos e apoiando-se em sua experiência, conseguiu aprof alidar a compreensão da personalidade. Seu mérito e origin do hodade não se evidenciam ao propor uma visão unitária homem ou ao constatar que o mais fundamental e natural no
inmem é bom, porque talvez tudo isso O tenha recebido por fluência do gestaltismo e de Abraham Maslow, embora tenha procurado
Um
submeter
tudo
à experiência
própria.
Creio que a originalidade de Rogers está em seu método. método que nasceu em sua experiência terapêutica e se
adapta
perfeitamente
às
suas
convicções
pessoais.
Este
mé-
todo, sem dirigir ou corrigir o comportamento a partir do exterior, é capaz de atingir a pessoa em seu interior, para modificá-la sem ferí-la, para educá-la efetivamente, sem desres-
Scanned with CamScanner
172 peitá-la.
seu
É um
torpor,
método
que
ajuda
da futilidade e fá-las encontrar
do peso
liberta-as
a tirar a vida das pessoas do
um sentido de viver, dinamizando retamente curar as pessoas, mas
angustiadas
brar as pessoas
suas vidas. Ele visa não dimelhorá-las; tende a equili-
a curar doenças.
e não
método não problemas da pessoa,
os é eficaz para resolver diretamente ormas para ajudar a pessoa (1), transf
tar-se e comportar-se
adequadamente.
Seu
mando-a
e capacitando-a
interiormente
a progredir, a adap-
O método
procura agir
s está diretamente na esfera do sentimento (2), porque Roger que a educação
convencido
deve atingir os fatores fundamen-
não tanto tais, que são os emotivos não reconhecidos (3), e rtilha a idéia os aspectos i ntelectuais (2). Rogers não compa
duma
dupla natureza no homem:
mente
racional.
à sensível e a racional. Por
dine, tente isso não estimula um sistema educativo que subor vel (“inferior”), em prol dominar ou renunciar ao aspecto sensí ar e associar um do racional (“superior”), mas procura integr integrado e autênticaao outro tornando a pessoa um todo A existência
de
duas
forças
contraditórias
no
ação imposta homem não é mais que o resultado duma educ mais o coração, do exterior. Seu método está voltado a educar
formar um homem intea emotividade do que a inteligência, a e readaptação não grado, capaz duma constante renovação anente evolução. conformista, a uma sociedade em perm
Ele não visa, em
intelectuais
e
primeiro
abstratos,
plano,
aguçando
a
inculcar conhecimentos
inteligência
ou
armaze-
ibilita, sim, a pessoa nando conhecimentos na memória. Poss quando madura aprenderá a saber-ser, a amadurecer, porque por própria iniciativa.
tível da O método põe em ressalto o valor único € irrepe homem, do concepção espiritualista
pessoa, 1.
2 3.
evidencia
cfr. ROGERS,
Cfr. Cir.
uma
51. Romã, 1971, pg. 1 Astrol., Consultazione, di C. R. — Psicoterapia
idem, pg. 32. Ibidem, pg. 130.
Scanned with CamScanner
173 ove suas potencialidaom pr e e ad nid dig sua ta pei porque res e nesliberdade. Parece-me qu des, desenvolvendo a autêntic a m a viver uma autêntica deia er nd re ap s soa pes as a te sistem em resolver um Se empenharia mais a cad que em ia, rac moc certos erros ou concriticar
do que os problemas existentes rquia. tribuir para instalar a ana
método
O
os problemas
tradições, as impostos pela pela
homem
pessoas para enfrentar € para superar as con sociais contemporâneos de despersonalização contrariedades e forças sociedade desafia O sociedade (4). Enquanto a prepar a as
rogeriano
vasta
mais
sempre
complexidade
problemas,
de
capacidade criativa da se rea ad nc se de O ia o método propic çar ss o técnico tende a for gre pro o to uan Enq os. ê-l olv para res eriano propõe
a redução
das
horas
e uma
uma educação se
nunca
rog
inacabadas,
sempre
estagnam
e plenificar seu ser. através
contemporânea,
A situação
o sistema
aprendizagem
e nem
concluem
do homem
horas
de trabalho,
(4), para
preencher
de seus
meios
situação
que
que
as
de di-
ça pela habilidade e pefor da uso o r tui sti sub a fusão, procur passo e robotizar as pessoas, ao r iza rav esc a par a nic téc la meios adequados para sal e rec ofe ano eri rog do que o méto e das pesà liberdade e a dignidad
vaguardar a autonomia, ade soas. Enquanto a socied volta
a fim
à naturalidade,
uma
e à diplomacia,
a artificialidade
implantar
cria
de
que
Rogers
e
a
o valor irrepetível
acolhedora
de cada
a sufocar a originalidade
para
pessoa.
desenvolver
A pressão
do indivíduo, e Rogers
=p"
nr
4.
ctr.
pg.
ROGERS,
—
Le
Développement
de
la Personne,
e
riqueza
propõe O mépe
R.
progresso condicioempática
cultural tende
do não visa simplesmente to mé Seu la. vásal a par todo C.
a
propõe
e o valor
a autenticidade
destruídos. Enquanto O am sej não oa ss pe da co úni ameaça para manipular, da ciência desponta como Rogers propõe a escuta , soa pes a ar in rm te de e nar a compreensão
a
tende
Dunod,
adaptar
TEM
| ERR 1 e be As
Paris,
1970,
245.
Scanned with CamScanner
174
as pessoas
a uma
cultura que
lhorar as pessoas a cultura.
Os
para
que
indivíduos
talvez esteja doente,
possam
maduros
adaptar-se,
levarão
mas
me-
ErsnElorniad
à maturidade
a
E
tura. Parece-me, entretanto, que Rogers se mostra neste ponto, um pouco unilateral: ressalta as forças interiores do indi-
víduo e não sublinha suficientemente
o grande
poder determi-
nante das forçes sociais e ambientais. O aspecto psicológico é posto em relevo, ficando o sociológico um pouco desconsiderado! É uma de suas limitações. Os sociólogos caem mais no outro extremo, sublinhando demasiadamente as forças sociais (5).
con-
Está
aberto.
sempre
apresenta-se
pensamento
Seu
por vencido que a ciência é primordialmente subjetiva (6), e de prinisso não a propõe como um dogma, ou um arcabouço o cípios e leis categóricas e rígidas, mas como um conjunt
de
coerente
e flexíveis.
provisórias
aproximativas,
hipóteses
a um cerO que se alcança são convicções que correspondem definitiva e abto grau de verdade, nunca porém, a verdade
porque as coluta. Isto não equivale a um completo ceticismo, do tempo convicções, quanto mais fortalecidas pelo decorrer e
próximas
mais
aceitas
universalmente
mais
eu
embora
não
verdade
da
e
mais ponto
até que
saiba
por
de, não posso afirmar também correspondem à verdade. É “um mo...
não
Eu
Esta
em
constantemente,
5. 6. 7.
revisão
A mesma
Cfr. MASLOW, pg. 25. ctr. ROGERS, pp. 171-172. P. MARQUET,
A.
H.
—
C.
R.
—
B.
—
Carl
se não
sei”
para
(7).
possibilita
corrigí-lo,
de seu
sistema
una
Psicologia
dell'Essere,
Développement
Le o
La
Libertã
de
della
la
Personne,
Persona,
recolocá-lo,
aperfeiçoá-lo
abertura
Verso
da verda-
que minhas convicções não ceticismo do próprio ceticis-
pensamento
seu
de
abertura
profundá-lo.
mesmo
sei nem
posse
em
lado:
outro
Por
seguras.
estou
serão
integradas,
pessoas
e a-
se caracteriza
Astrol., Dunod,
Astrol.,
Roma, . paris,
Roma,
1972,
1971, 1970, PP
104-105.
Scanned with CamScanner
175
este núcleo em topela possibilidade de distender e ampliar dos
sentidos.
os
Rogers
pedagógicas
tas implicações
facilmente
e origem
margem
porém,
e sociais,
do
teoria
a uma
cer-
com
psicológica,
a dimensão
apenas
abordou
sua visão dá
conhecimento,
9). A partir
ícita (ctr. 8e a uma epistemologia que lhe é impl
nvolver um segmento de sua teoria é igualmente possível dese O psicológico tem ressonânbiológico ou fisiológico, visto que cia no biológico (cfr. 10 e 11). uma
abordar
pode-se
psicológica,
dimensão
Apoiado na
político (cfr. 12 e 13). Seu vasta área do aspecto sociológico e
o núcleo para desenponto de vista presta-se igualmente com mesmo a propor uma ética volver a dimensão ética ou moral, valores sua
por exemplo,
Considere-se,
científica.
dos
teoria
metafí-
à dimensão (14 e 12). Sua visão psicológica é aberta
a natureza fundamentalsica (cfr. 15 e 16). Sua posição sobre a um desenvolvimento mente sadia ou integrada e orientada uma visão religiosa e positivo, fornece uma nova base para icional. Veja-se, por euma teologia natural diferentes da trad
xemplo, humana
e seu
relação
e da
criação
da
o problema
entre
a criatura
criador.
que difunde seus A teoria de Rogers é como um foco possibilidade de reajusraios em todas as direções e por sua
RR
lã
8. 9, 10. 11. 12. 13.
14. 15.
16.
Cfr. pp.
C.
ROGERS, 2239-240,
—
R.
Le
Développement
159.
Cir. pp. Cfr. 1970, Cfr.
ROGERS, C. R. — Psicoterapla e 136-129, 172-178. La Terapia ROGERS, CG. R. — pp. 239-241. Psicotorapla ROGERS, CG. R. —
pg.
20.
Cfr. Cfr.
cp. op.
cit. cit.
nº nº
8, pp. 9, pp.
ROGERS,
C.
RB.
—
Relazloni
la
Personne,
Umane,
Boringh.,
Centrata-Sul-Cliente, di
Dunod,
Consultazione,
Paris,
1970,
Milano,
1970,
Firenze,
Martinelll, Astrol.,
Roma,
1971,
259 e 243. 201-202.
Ctr. op. cit. nº 10, pp. 267 ss. Op. cit. nº 8, pp. 259 e 245.
Cir.
de
Psychologie
Existentielle,
EPI,
Paris,
1971,
pg.
95.
Scanned with CamScanner
176 tament
oe
as ARE
das
de.
abertura
E
está voltada a uma
reunificação de to-
s psicológicas que tendem a convergir na verdaRogers,
pec
dam
iar que à verdade, seu
nha,
sem
no momento
suas hipóteses método sempre
em que deseja agir, nee convicções corresponevita um possível erro: o
erro de tomar a direção de outro, condicionando-o a um fim que não seja verdadeiro. O seu método tem uma vantagem sobre os demais, a de permitir à pessoa errar ou acertar sozinão
condicioná-la
corresponda
ao
erro,
caso
O escopo
do
educador
à verdade.
B)
UM
LIMITE DE ROGERS
que abordar a diParece-me que Rogers não faz mais do O
antropológica. Além disso, mensão psicológica da realidade qualitativo, porque não conseu sistema se reduz ao aspecto tivo (17). Este problema getita quan O dar ven des da ain uiu seg conforme sua teoria, eu não ra uma série de incertezas, pois ciente para possibilitar alsufi e dad uri mat de grau o sei qual tido positivo. Numa relação, sen num se erolv env des a guém a de que a autenticidade conseguid qual é a garantia que tenho e autenticidade em oução gra nte rei à ar voc pro e por mim pod lução venha eu a sofrer uma invo que cer nte aco e pod tro? Não ar o progresso no ouade enc des de vez em e desintegração de evolução
sobre o processo tro? A involução não predomina
17,
ctr. ROGERS,
pg.
CG. R. —
Umane, psicoterapia e Relazioni
i Boringh., Milano,
1970,
169.
Scanned with CamScanner
177 positiva (18)? O próprio Rogers afirma: “escutando remos o risco de mudar a nós próprios' * (19 e 20).
nós
cor-
vo para constatar Além da falta de um Instrumento objeti
julgar-so & gido, é difícil e inseguro o ram de maturidade exiafi dizer: “O próprio indivíduo ao rma o mo mes Ele mo. st mes
ia, seu próprio grau de congruênc não é juiz competente de do mé. Revela-se aqui O limite (21) e” ent gru con é não quando ge-se um detorminado exi lado um de todo fenomenológico: vieu possa colher com objeti que a par e ad id ic nt te au grau de e de outro, O ia, ênc gru con da os tiv ica ind dade os fenômenos cobrir O O único recurso para des é co ógi nol ome fen método s” do método fenomenológico, pre uso No e. dad ici ent aut de u gra a autentipara colher com retidão e, dad ici ent aut a supõe-se r o contraste, o reona uci sol a par que -me ece cidade... Par méVejo nisso a prioridade do vo. eti obj odo mét o á ser curso O fenomenológico. sobre va eti obj ão taç men eri todo da exp à realidade e está mais vizinho seguro na investigação
apoio Creio que lhe serve de é mais e, consequentemente, dade.
Claro que outros
podem
da ver-
minha ajudar para cointuir a
au-
juízes em causa próserão es el so ca e ss ne tenticidade, mas de ouconfirmação consensual a um a e rr co re se do ado pria. Quan gar o que afirmo, base ne ou ar id al nv co tros (juízes) para surgem (22), e percebidos os ad nt me ri pe ex s nos fenômeno ruência existente nos ng co de au gr o é ender os problemas: qual só é possível compre e qu ma ir af rs ge Ro juízes?... E de outro, caso O próia nc rê fe re de a em qu um eleempaticamente O es à si próprio. Exige-se m be da en re mp co prio indivíduo autêntico ou congruSer ra pa o sã en re mp vado grau de autoco are 18. 19. 20. 21. 22. Rogers
per eme Ctr.
ROGERS,
4970,
pg.
CG.
235.
ROGERS, C. R. — ctr. ROGERS, C. R
pp. op.
Ctr.
197 cit.
op.
ss. nº?
cit.
19,
nº
Po.
18,
Le
La
—
n.
Terap la
Développement — Psicoterapia 239.
Po
Centrata-Sul-Cllente,
Martinelll,
Firenze,
Paris, 1970, pg. 233. de la Personne, Dunod, , Bornigh., Milano, 1970 e Relazion! Umane,
321.
12
Scanned with CamScanner
178
oRS
ente. de Por ma
podem
Os juízes
aproximar-se
do esque-
com O própri la e outro e cointuir fenômenos, de acordo Rio ia sujeito, guiados por preconceitos ou levados or e indo demasiada afeição... Todos são elementos
Eros
l
ngir a objetividade do método e possibilitam Í
9,
i
i
.,.
pretende desenvolver a ciência além dos pressu-
o iate
antigos (23), associando ao método da experimentação E (24). Penso, porém, que a obserni
a dos fenômenos, como único recurso quando ação não é possível aplicar a verificação experimental para elaborar a ciência, é ainda bastante inseguro e incerto. Novas luzes serão
para dar consistência
necessárias
ao método
fenomeno-
lógico, a fim de que supere os limites que o fazem de valor indefinido. O próprio Rogers pensa que “somente quando houadequada
integração
ver uma
e equilibrada
entre estes modos
de conhecimento se poderá dispor duma ciência comportao mémental satisfatória” (24). Rogers, pretendendo equiparar todo fenomenológico ao da verificação experimental, encontrou-se numa situação embaraçosa, em que não se sabe mais o grau de verdade conhecida, nem se dispõe mais de uma
vermaneira para confirmar ou negar se o que Se conhece é elaboradadeiro ou falso. Surge desta situação o problema: na
ção
sem
da
e erro
verdade
ciência,
se encontram
possibilidade de distinguir uma do outro.
embaralhados,
A volta à diagnose ;problense guir destrinçar O co se do an qu e S ubParece-me qu será necessário , da aju de ões diç con das ma quantitativo, ANTES pesto Pra sa tar
23. 24.
cfr.
MAY
Rollo
ctr. ROGERS, pp. 321, 326,
—
C. R. 322.
1971, P9- 36. , EPI, paris, nze, Martinelli, Fire C entr a ata-Sul-Cliente, a nt Terapi a
Psychologi —
La
1970,
Scanned with CamScanner
179 a testes, para saber seu grau
meter
o terapeuta
tanto
ticidade,
conforme
porque,
ducador,
educador
ou
ou auten-
de maturidade
O cliente.
como
O e-
é a autentici-
a teoria de Rogers,
enticidade no cliente, € dade do terapeuta que provoca à aut terapeuta deve ser mais do e dad ici ent aut de u gra o to, portan médio grau
de estar acima dum elevado que o do cliente, além
litar O crescimento dos ou(25). “Uma relação capaz de faci correlata com O crescimento é s inta dist s soa pes o com tros necessário
nte é igualmente que atingi em mim” (26). Do clie Se exige um mínimo de que por , ção cep per de u gra o medir O mas indispensável, para que percepção,
processo
indefinido,
ainda
sentido
se dê em
percepção
e das
cliente
do
positivo e não regressivo preliminares,
condições
método
O presente que
duma
dentro
se acham
rogeriano
só é aplicável
faixa de
é o fator
predizer-se
de
a possibilidade preponderante que embasa (27). ma modificação da personalidade”
(27). “A
U-
a indivíduos
incapa-
Os
normalidade.
apaterapêuticas e mesmo OS inc es tud ati as er ceb per de zes não z fisiológica e psicológica, zes de mudar devido à rigide lema é que a impossibiliob pr O . odo mét do -se vir podem ser malidade exigido para servir-se nor de u gra o er sab de e dad as, e, nas pessoas já perturbad eficazmente do método, pod plo
r. Basta conferir O exem desintegrar mais do que reintegra deNão pretendo com tal reflexão
dos esquizofrênicos. (28). s pode ser que tal modo de sencorajar o uso do método, poi existente em ura defensiva rut est a um de to fru a sej sar pen mim. .
f
ctr.
pp.
ROGERS,
C.
R.
C.
R.
—
197, 200, 202.
Z8,
HOGERS, pg. 85.
27.
idom,
28.
Ctr.
pg. Ibidem,
— La
Psicoterapia Terapia
e
Relazioni
CUT
e
Umane,
Centrata-Sul-Cliente,
E
ai dE
“A
o pt
Boringh.,
Martinelll,
SB:
spas [à ol:
AI LE Poa
Milano, Firenze,
1970, 1970,
101. pg.
235.
Scanned with CamScanner
180 C)
de preconceitos.
número
PRESSUPOSIÇÃO
nos
pressupor
que
a
seu
O menor
não é possível: deve
pelo me-
do fenômeno
Sabemos,
(pressuposições)
preconceitos
FUNDAMENTAL
com
aproximar-se
fala em
Rogers
;
A
“a ciência sem
que
porém,
(29).
Além
disso,
“cada
implícita
do
homem,
em
Rogers,
psicológica tem implícita uma filosofia do homem” presente
concepção
corrente
objeto”
(30). Creio
está
já
no início de sua própria experiência terapêutica. Ele
o afirma: “Não entro na relação como sábio ou médico... mas como pessoa a entrar em relações pessoais” (31). Esta suposição
partes, o predispõe
de que o homem
não é um
composto
um
objeto,
de
já
que equivaleria a uma concepção mecanicista, Rogers em sua observação naturalista. é um
Para ele o homem
todo orgânico,
e O admite,
“mes-
devedora,
parti-
mo que não tenhamos nenhuma metodologia científica adequada para estudar o organismo humano na sua globalidade” gestaltis(32). Esta concepção que está na base da psicologia mesmo que ta, precedeu sua experiência terapêutica e creio a
concepção
“A
predeterminou.
rogeriana
é
organísmica
cularmente, à psicologia da forma e à concepção e olística do homem” (33).
oal. O Para Rogers, a realidade psíquica é o núcleo pess tes não são eu com seus conteúdos experienciais e conscien ou O procesos dados imediatos, como a excitação, o reflexo,
OS vestígios so fisiológico; nem são os dados mediatos, como rre daqui que mnemônicos, temperamento e caráter (29). Deco
Rogers,
ao avizinhar-se
mão
colher
29.
PATALON,
30. 31. 22,
33.
so Fundo,
ROGERS,
pg.
338.
realidade
aquela João
—
A
R. S., 1960,
C .R. —
dos fenômenos,
Estruturação
pg.
14.
La Terapia
ROGERS, C. R. — Le Développement Op. cit. nº 30, pg. 229.
ZAVALLONI, pg.
psíquica
interessa-lhe de ante-
que da
Totilidade
Genética,
Centrata-Sul-Cliente,
Martinelli,
Firenze,
da
de
Psicologla
la Personne,
Dunod,
E
,
Paris, E
à
com
concorda
Pas-
1970
St
5
1970, pg. 159. 968
Roberto — Educazione e Personalitã, Vita € Pensiero, Milano, Ttb
49.
Scanned with CamScanner
181 pessoal
idéia
experiência
preconcebida.
à
aberto
indivíduo
O
que
Claro
preforma-
pode chegar a corrigir uma concepção
que, em geral, as presda sem a experiência. mas parece-me a guiar a experiência. suposições, verdadeiras ou não, tendem ao escopo a atingir em Penso até que as divergências quanto mais pelos preconceipsicoterapia (cfr. 34) são determinadas
tos
que
de
assumidos
pelos
resultados
O
experiência.
da
na relação, se trata a róprio Rogers reconhece que quando, a tornar-se um objeto, e essoa como um objeto, ela tende ela tende a crescer como quando é considerada como pessoa,
ser o homem um pessoa. Parece-me claro que pressupondo Como decorrência objeto, não será tratado como pessoa...
uma real ajuda psicotedeste ponto de vista, OUso afirmar que o filosófica pressuposrapêutica é possível, caso a concepçã
ta do homem
corresponda
à realidade antropológica.
É pois,
psicologia e operar de mo“indispensável pressupor uma onto uma ajuda real para o hodo ontoterápico. Creio impossível sua ontologia” (35). Entretanto mem se não se admite toda a bem curar muitas neuroses “o psicoterapeuta poderá muito sem do dado metafísico, mas não sem uma explícita referência
pressupô-lo”
(36).
que
fundamental
A pressuposição
corresponde
a uma
l de sujeitar-se à experimen íve cet sus não , iva jet sub convicção vo em Rogers como princípio direti
tação objetiva, impõe-se a Com O tempo ele próprio essa. qui pes sua em e a sua terapi standomado da subjetividade, afa pri o tar sal res em -se çou for cade a submeter tudo à verifi ten que mo vis iti pos do se mais à subjetividade
, conforme Rogers, ção experimental. De fato , dena ciência (37): “a origem l dia mor pri el pap tem sempre ia ncia existem na experiênc ciê da são clu con e senvolvimento não corresponde exa-
à experiência subjetiva” (37). A seu ver, O ZA. os
cfr.
pp.
ROGERS, 359
65.
GC.
R.
La
—
MENEGHETTI, Antonio 137, igom, pp. 1398-139. ctr. ROGERS, €. R. — pp. 1714-172.
Terapla
Centrata-Sul-Cliente,
Ontopsicologia
—
Le
dell'Uomo,
Développement
de
ja
Martineltl,
PUST,
Personne,
Roma,
punod,
Firenze, 1972-1973,
Paris,
1970, Po.
1970,
Scanned with CamScanner
182
“O que constitui vivida ea realidade externa. a realidade do menino € a representação que ele
O ambio ia af
ou verificação
experiência
Toda
(38).
o uma realidade verdadeiramente real”
RA
:
entre
disiação
nitida
uma
Há
externo.
pe
não se liberta dos pac-
experimental
o subjetivo, e “a consciência exata da experiência de-
tos com
veria sempre ser expressa sob formas de sentimentos, de perquadro de refecepções e declarações que se referem a um
(39). Desta posição torna-se claro que é pou-
rência interno”
ca
nenhuma
ou
pelo contato com
uma
entre
a diferença
adquirida
experiência
a realidade externa e uma experiência pro-
outra não se vinda da criatividade interior. Tanto uma como identificam necessariamente com a verdade, mas proporcionam convicções pesoais subjetivas (40). ia interior, em Se colocarmos a criatividade, a experiênc por ambas enconpé de igualdade com a experiência objetiva, não são “os sentidos externos trarem-se na subjetividade: que
mais
extremidades
conceito
um
fornecem
concepção
subjetivas. As convicções
pessoais
a convicções
do
global
pressuposições
na subjetividade
se encontram
elas
também
as
fazem parte da experiência, visto
implícitas da pessoa também que
(41),
confins”
ou
do
e pertencem
pressupostas
uma
como
apresentando-se
todo,
homem.
uma convicção pressuposta? Pergunto: Onde tem origem mbém outras pessoas? Ou será ta Será só por influência de a que urge e se impõe? ern int l ura nat e ad id ss ce por uma ne expesuposta origem em outra es pr o çã ep nc co a est á Não ter a situação do pró-
Esclarecendo: riência interna inadvertida? ou desintegrado, não inado egr int do an qu oa ss prio ser da pe maconcepção global i preforih na e ent tam ire ind ou terfer e direta Se sentirá condicio
da? 38 39
indivíduo,
O
am
ROGERS,
C.
R
—
Psicoterapia
ROGERS,
Cc.
R.
—
Le
STO:
e
Relazlonl
Développement
de
240.
Si
ctr. idem, pg. 171. MENEGHETT |, Antonio
pg.
não
inconscientemente,
—
Ontopsicologia
la
Umane, Personne,
deli!Uomo,
Boringhleri, Dunod,
pusT,
Milano, paris,
Roma,
1970,
1970, P9
1972-1973.
9b.
Scanned with CamScanner
183
seu mais S€ aproxima de e qu o çã ep nc co la erir âque
próprio estado de ser?
pode-se deduzir que à afirmativa, seja resposta a Caso do ser da mais da integração des depende 0Xcoberta da verdade o experim ental. À verificação
caçã O rimiaitát que da vemariiofir segurança, enquanto O homem não integrado poder ales pode dar
vi
. Mas o homem ão aç gr te in a su se lhe do ça an k eiramente real que ad rd ve e ad id al re experimentar a seja pela observa, al nt me ri pe ex o çã fica IMPUO, seja pela veri pela intuição interior, seja pela pressução naturalista, seja científico.
o guia em seu progress o e qu al ob gl o çã posi mais descobrir Us não “poderiamos ja Rogers afirma que nó subjacente
ma realidade
so... relações ou ao univer
descobrir
ne naquilo que concer
A investigação
uma
verdade
às pessoas,
científica
não
às
nos
(42).
Pare-
ademais,
pare-
absoluta”
pessoa não ad“a e qu r po su es pr so está a lusões e seria ce-me que tudo is por meio de conc permitirá
nunca
s quire conhecimento iar necessário renunc
válidos a tirar conclusões”
(43);
el ter uma exív ss po im é e qu , Rogers põe
orme ce significar, conf
absoluta
realidade
Se
e,
assim
é,
Rogers
e a experiência nt me ta er “C a. ci ên à experi rém, um limite voluntário válido. Cai-se; po to en im ec nh co para um mente a experiêné o único modo ia ar nt lu vo ta mi li quando se terior, em contradição, ém a intuição in mb ta ce en rt pe ência a é mais aguda cia” (44). À experi ci ên ri pe ex a e nd ou não, e “o ido, seja ela mística fica não tem sent tí en ci ão aç ig st ve a in se (peak experiences), onde a realidade te en am st ju é dizer que ). o que equivale a está ausente” (44 a ci ên ci à e qu verismo a ao absoluto é um impõe com mais ão ns te mo co própria fé ão Parece-me que à e à própria tens qu ta ta ns co rs el. Roge pia. Creio esra te experiência inegáv em , el áv in im vel, mas inel não psicológica é redutí sição, mesmo po su es pr da to experiência tar inserida na periência
da
e
42, 43.
44
ROGERS, 159. ctr.
Idem,
CC. PO:
MENEGHETTI,
pg.
R.
—
199.
Le
Antonio
Développement —
de
Ontopsic ologia
la
Personne,
delllUomo,
Dunod,
pUsT,
Paris,
Roma,
1970,
P9-
1972-1973,
85.
Scanned with CamScanner
184 jáconscientiDE
ia tal...
o homem
pressupõe
a teoria de Rogers
Toda
suposta, por o uma pessoa dada, e esta realidade pres fundamenmais vez, pode reclamar uma pressuposição
pela verificação expeRogers preocupou-se em confirmar izagem a unir rimental que o homem não é máquina de aprend esfaceladas,
partes
todo
um
mas
se
que
desenvolve,
exata-
composição psíquica tiu admi não ri prió a já ele que mente por o que O condicionou de partes (45). O conceito antropológic espiritua-
conceito filosófico em sua experiência objetiva é um
afirma que “o homem lista e não materialista, pois ele mesmo .
em
sua vida
sua
que
Creio
o universo
interior transcende experiência
terapêutica
(46)
material”
e seu
método
não
confirmar sua concepção. mas ir, rig cor em am par ocu se pre reconfirmou a hipótese duma Não foi em vão que ele sempre O organiscomo
à atualização,
tendência
realidade
a envolver
em subordinar o objetivo ao pou ocu pre se ele que o; mo tod se ar a ciência ao homem, que subjetivo, que procurou sujeit omenológico ao da expefen odo mét O ar oci ass em esforçou o campo da ciência. O que ele ndo lia amp va, eti obj o açã ent rim rosalvaguardar a concepção ant pretendeu implicitamente foi o interiormente, embora cid ven con ava est l qua da pológica, experimentação objetiva. não conseguisse sujeitá-la à eriência terapêutica, como Ainda que tenha apel ado à exp os precon-
de e tenha combatido guia único na busca da ve rda ar mais por um precongui xou dei e s ele ém mb ta fé, ceitos da ência interior que engloba a experi
ceito e pela experiência com os princípios da fé), do da cor con to cei con pre u (se fé da ele: “Devemos avanse Dis va. eti obj ão taç men que pela experi significa mover-se rumo os fat os ar olh e os; fat os çar olhando nças eram
à investigação.
Terminou
a época
em
Estruturação
da
que as difere
a quem se confiava, a um e dad ori aut da voz a pel resolvidas Pd
48. 46.
PATALON,
ctr. Passo
Fundo,
ROGERS,
pg.
C.
João R.
R.
S.
—
— 1960,
La
À
pg.
23.
Terapla
Pslcologia
Centrata-Sul-Cllente,
da
Total dade
Martinelli,
.
Genética,
Firenze,
7”
1970,
338.
Scanned with CamScanner
185 de igiosa para sustentar um ponto rel te en lm ia nc se es fé de o tip vista e rejeitar outro” (47).
to sua experiência objetiva Eu não sei dizer em que pon .. Creio, porém, que
pressuposição. possa ter modificado sua sição aptou mais à sua pressupo ad se va eti obj a ci ên ri pe a ex u ou modificou. Com mo or sf an tr à que do l cia ou convicção ini ta anto menos global e exa qu , que r rma afi so ou r certo temo desvelar à
o, mais difícil será çã si po su es pr a fôr ra) dei (verda e mais fácil será erta re nc co a ci ên ri pe ex da s verdade atravé forem OS meios de verifi mais
rar; ao invés, quanto
mais
experimental,
cação
suposição... meio
Acredito
exclusivo,
restritos
difícil
será
corrigir
que o uso do método
especialmente
à
se
qualquer
pres-
fenomenológico,
pessoa
é
desinte-
da verdade já imvio des o e ent ilm fac s mai grada, possibilita . Parece-me que à posições Ou preconceitos
como
plícito nas pressu r aos maior força para se impo tem va eti obj ão aç nt experime para modificar uma inmo co m be os, i-l rig cor preconceitos e uma rs concorda: “As vezes ge Ro o pri pró O . iva jet tuição sub ita por todos, mas ace foi s sta nti cie uns alg intuição subjetiva de ). ificação experimental” (48 depois caiu diante da ver
D)
A DEFINIÇÃO
DE PESSOA
do com o Creio que Rogers, de acor elementos pítulo Ill, explicitou apena s os uiu focalizar soa psicológica. Ele conseg da pessoa. permanentes no fluir constante atua lização sões básicas da tendência à las que humana, porém não são e pessoa e
47. 48.
ROGERS, pg.
idem,
354.
pg.
C.
R.
—
a
Terapla
que Se disse no caque definem a pesas potencialidades Elas são as expresque caracteriza toda evidenciam a iden-
Centrata-Sul-Cliente,
Martinelli,
Firenze,
1970,
318.
Scanned with CamScanner
186 tidade irrepeti etiv a ais
cada ser humano. Não são elas que unica que faz de mim eu mesmo.
e ade
i A árI necess E
oca E
isto é, “indicar ne
nentes,
manifesta-
as
Dl
ad
dife-
permaptar as potencialidades
lógicos” (49), pressupostos fenomeno
mas é preciso també
BA permanentes herou elomen os ar ic uc en mi do uí ss po constantes a tuirO que ele é. Col in a par eu, o pel s s uefa e dar o e temé o meio para desven (50). ca
manifesta
ENE
timum primum” eiramente, ou auto-refletir “o ul que dá a consistênento original e originário icidade.
O fundam
da pessoa,
é a autent
e a realidade
irrepetível
O verdadeiro
, conser da pessoa é a autenticidade, pois
O que se ser autêntico é “ser verdadeiramente ser o que interiormené” (51), “escolher ser ela própria” ( 51), o que profundamente se é” (51), te e realmente se é (51), “ser ano” (51). orme
Rogers,
cidade de ser hum “ser em plenitude a própria uni -se ela mesma” (52), a pessoa nar tor de e ser de so ces pro “No si (52), para “apropriar-se de
a” “procura escutar à si própri põe mesma” (53). Ora, isso pressu dade, ma, seja a própria autentici
que à pessoa seja ela mesdesde sua origem, em seu
tiade interior profunda que iden lid rea a est ém, por ; pio ncí pri ca se resolve no que à nun , soa pes da ser o eir dad fica o ver alquer a pessoa não se torna “qu que por , nou tor se soa pes iamas um processo de potenc a . do na mi er et ed pr de coisa a pessoa ). Infere-se, portanto, que (52 ” vo no re mp se ade lid taneamente potência e ato” ul im “s e, bas ura rut est é, em sua tente extrapor-se, explio nov de re mp se ela (54). Mesmo que e, ela nunca Se plenifica dad ici ent aut sua eu, o pri citar seu pró ua expansão”
totalmente, 49.
50. 51.
mas
se
torna
Antonio MENEGHETTI, pg. 9d. Idem, pg. 110. La C. R. — ROGERS, 166,
175,
176,
181,
“yma
vida
Ontopsicologla
—
Terapla
em
contín
dell'Uomo,
Centrata-Sul-Cllente,
pUST,
Martinelll,
Roma,
1972-1973,
Firenze,
1970,
178.
157. 172. Paris, 4970, pg: 174, d, no 191, Du pp. ne, 71, m, 19 son Ide de la Per Roma, Le Développement Astrolablo, — R. C. re, sse , l'E del ROGERS ogia Verso una Psicol A. H. — MASLOW, pg. 22. pp.
Scanned with CamScanner
187 e isto “sem nunca ato, ini inf ao de ten ; ite lim (52). Não há um
lienar-se do próprio eu” (55).
próa plenitude de seu ar iz al re à e tend e pode oa A pess devido a temenitude será sempre relativa
prio ser, mas essa pl cada de ser todo ele mesmo, a jo se de te “Es e. del de poralida de si mesmo, sem nãde da xi le mp co e a ez qu ri momento (toda à todo aquele que m mu co jo se de um é da esconder ou temer) uma meta difícil e, de se aat Tr .. a. pi ra te tirou proveito da alcançar” (56). “A de el ív ss po im , to lu so em seu significado ab relativa ao momen(56), sendo
si mesmo” realização plena de
-se uma nova plear in ig or á ar it il ib ss po o or, to, o decorrer do temp uma plenitude ulteri a ar ug | seu rá de ce sempre
te sentido a pes” Nes . iva ess suc e pta numa sequência ininterru autocriarto, um ato a que
nitude
ica e, portan soa se revela como histór leva consigo seu re mp se te en es pr nto se, mas que no mome anto, “a própria autoret ent ; 58) e (57 vo ati transcenfuturo dinâmico e alquer ato” (55) e sempre identidade transcende A pessoa de o próprio tempo.
qu não se resolve
no que Se atua-
re resta a realizar. mp se l ve tá go es in ia nc conliza, porque uma potê no que de si própria e lv so re se o nã oa Igualmente, a pess origina sempre do se o id ec nh co O rque msegue conhecer, po se irredutível a um co arn to ser u se e , ainda desconhecido m Se colhe e se me ho “o , to an rt Po o. epleto auto-conheciment ainda que parte pequ .: .. oa ss pe ma “y e da transcende” (55), o, pode, na sua vi in st de u se do € so níssima deste univer , € estar em grau de al ri te ma so er iv un O m €sinterior, transcender não compreensíveis nu s õe ns me di , da vi a ri viver na próp mento ou no incônsna io ic nd co no o ad nca quema descritivo base da subjetividade, e nu ta ul oc re mp se ce fa subcio” (59); uma seu mistério, e desta objetivável,
completamente ea 55. 58. 57. £B. 59.
Antonlo
MENEGHETTI,
105,
104.
— La
GC. R. — ROGERS, 174. 172, pp. A. H. — cfr. MASLOW, À. H. — , ctr. MASLOW
4971, Op.
pg.
cit.
27.
nº
2,
po.
revela o
Ontopsicologla Terapia
del'Uomo,
Centrata-Sul-Cliente,
Psychologie Verso una
PUST,
Roma,
Martinelll,
1972-1973, Firenze,
PP. 1970,
paris, 1971, pg. 60. Existentlelle, EPI, Roma, Astrolablo, Psicologla dell'Essere,
338.
Scanned with CamScanner
188
titu ida metafisicamente, jetividade inobjetiv ável a pessoa é cons sível e nem suscecompreen e ent nam ple É o elemento nunca va. tivel duma estruturação definiti
da subjeti-
constituinte
físic a sendo A autenticidade meta seu misté rio, como vidade, revela-se em
uma realidade origiao infinito. O rta abe re mp se , vel xprimí a o infinito” nária inesgotável e ine auto-realização
homem (60).
capacidade
uma
“tem
No processo de “aprop
de
riar-
de autose de si mesmo” (61), semenitude absoluta,
alcança à pl a nc nu m me ho o al realizar- se, eguir a posse tot ns co a nc nu m se l da pre tende a expandir- se (60). A fonte inexauríve ser próprio seu do
pressupor sempre além, está a impulsiona O que sem subjetividade e O sustent e no extrapor-se e permanente
e a reclamar
um
absoluto
sob este prisma,
e, limite. A autenticidad
ponibilidade a Deus”
pre
desconhecido
tualizar
plenamente
faz o homem
em
sempre
qu
revela-se como
“dis-
inante, embora sem(60). O Absoluto Orig e, po r ser impossível a-
sua
à
globalidad
dade infinitude da potenciali
humana, |,
capacidade ilimipressupô-lo na própria mano to perpassa O Ser hu
réstea de infini re o tada de crescer. Uma e intuir alguém que semp ar br um sl vi e it e est a lhe perm o, porém o instiga e mp te do io se no antecede e que o forma o a temporal. sobreleva a um destin
o filosófica do homem, çã ep nc co à e qu m mi Tenho para ao Transsubentende a abertura ), (62 rs ge Ro r po a pressupost m uma direção te na pessoa, que te
en cendente. A força pres manie agora como uma -s la ve re va, iti pos te fundamentalmen humacomo uma atração no e o an hum no ino div do festação faz do hode Deus no homem que
no ao divino. É a imagem
mem
uma pessoa.
eee 60.
61. 62.
Ontopsicologia
dell'Uomo,
PUST,
Roma,
1972-1973,
PP:
— MENEGHETT!, Antonio 1970, pg. 157. 6, 7, 6. nne, Dunod, Paris, so er P la de Développement e, 1970, PP: ROGERS, C. R. — Le Martinelli, Firenz Centrata-Sul-Cliente, — La Terapia ctr. ROGERS, C. R. 337-339.
Scanned with CamScanner
189 uilo que
ramente é aq À pessoa preanuncia no que verdadei mpre ulImente é, deve se reà que o ser para mas ser, á poder ao infinito: “EU
trapassar o “status quo”, numa devo ser o que sou” (63).
A autenticidade
tensã o rumo
precede
fundamental
O desenvolvimento
s, sendo originário, ma , te an nd fu e al igin sempor ser elemento or olutivo, e No presente ev so es oc pr do to e O está presente em oa tende a tornar-s ss pe a e qu do da , no prinpre contém O futuro nticidade, pondo-se A aute
ramente. que ela é verdadei
toda de modo implícito, s ma e, nt me al or l ou cípio, antecipa temp tempo se tornará rea o m co só e qu a ulterior plenificação ialidade, ela enc te po a su em a ad o ilimit o concreta, mas send no presente O passad a iz et nt Si o. mp te do inxorbita os limites ado numa relação ss pa O õe sp an tr s , ma sa o futuro em e preanuncia O futuro te (64) e ultrapas
Ser Originan que identifica, incondicionada ao to en em el o é e A autenticidad é o elemento busca do eterno. a subjetividade, a ic if rs ve di e ncia pessoa dividualiza, difere petível de cada re ir a ez qu ri a e única tipõe e funda o sen que dá a ipseidade e qu ela É . A independente iginalidade (64). or e a torna distinta a iv us cl ex r e é portanto l prodo de meu existi a do ser pessoa ic ôn rm ha de da li ável à tota humana determin autenticidade é de da di un of pr teireza da moral, pessoa” ão, iç fundo: “É a in tu in a, ci ên ou consci to ador. Os vários gr te in como pensamen ro nt ce O e lidade unitária e irradia(64), é a potencia são mais do qu o nã , os tr ou e; ela ógicos € é a autenticidad aspectos psicol e qu oa ss pe oa. unitário da físico da pess ta me ções do centro l ta en am nd constitutivo fu autenticidade do a é o çã é o elemento la re da como is importante a não se nega ut pe “O elemento ma ra te O a el pes, já que por negasse como se so terapeuta” (65) ca , oa pess mas Se revela ssoa desintegra pe À a. ud pessoa (65), aj uma cionaria nenh soa não propor é inautêntica. da za li na so er da ou desp 1970, Firenze, li, 2
63.
64. 65.
———
ta-Sul-Cllen Terapla centra
La €C. p. — ROGERS, . 221. Antonio MENEGHETTI, . Ctr o 16, 3. 1973, pp. 8, pp. 63. Op. cit. nº
255,
—
ontopsicologia
te,
Martinel
dell'Uomo,
pusT,
Roma,
1972-
76.
Scanned with CamScanner
190 UMA
E)
ÉTICA
DE VALORES
centro integrador, eviautenticidade metafísica, como natureza humana” (66). “O da de lda lea al ent dam dencia “a fun tura impulsioA
homem
nada
contraditórias.
forças
duas
por
e não é uma cria
bom
é intrinsec amente
possui
Ele
um
impulso
(67 e 66). Deriva desta se” aregr int € r sce cre a par intrínseco próprio ser” (68), “única lei do homem é seu
posição que à e em seu agir basta
ínseca que ele seja fiel à exigência intr ormidade entre sua escolha e a da autenticidade base. A conf incide igualmente com a vonta“própria estrutura base (68) co da ido à relação incondicionada de do próprio Deus (68), dev
(68). A voz do nosso ser é a to olu Abs ao a ári gin ori ura rut est nossos corações. “O próprio lei do próprio Deus impressa em nosso ser” (69). A exigência Deus é a profundidade última do icidade fundamental (integraintrínseca de fidelidade à autent da criatura a seu criador. A dora) é simultaneamente, tensão e se conscientiza da voz de uta esc ndo qua sce cre Só soa pes prio ser. Deus que se revela no seu pró
secas é o único modo de A fidelidade às exigências intrín não discorda da urgênque po tem no ser o pri pró o r ura estrut , que
urca O ser autêntico cia original, que não distorce Ou bif mal. “Todo a pessoa, que não faz viver no
não
nega
a própri
(70). O mal fere na raiz O pecado é mal porque é fuga do Ser” é uma resposta incompatível com 9 próprio
humano, porque
ser,
cidade.
O
mal
que fala em
66.
67. 68. 69. 70.
O
e consequentemente
é, igualmente,
R.
ROGERS, pp. 193, 308-310.
MENEGHETTI,
La
—
—
Antonio
118. Cfr. idem, pp. 114, Ibidem, pg. 103. Op. cit, nº 67, pg.
115,
Terapia
instalando-o
a rejeição
é um
eu profundo;
nosso
C.
deforma,
da vontade
fechamento
Centrata-Sul-Cliente,
Ontopsicologia
dell!Uomo,
na
Martinelli,
pUST,
Roma,
autenti-
de Deus
ao Trans Firenze, 73, 940 3, -191 1972
1970, PP-
110.
9.
Scanned with CamScanner
191 cendente e um
. Só a fidelidade estruturar-se na alienação (71)
a de cada um € à exigência intrínseca dá sentido à existênci preza a VOZ O faz sobreviver e desenvolver-se, mas quem des
o no temda autenticidade base que reclama sua concretizaçã riqueza ú nica da pessoa po, esvazia a vida de sentido, e a mento imposto por exigências irrepetível cede lugar ao nivela
externas
distorcedoras.
pre expressão da autenO bem ou o valor moral será sem autoritário ou da leticidade e não interiorização dum modelo
uma resposta à questão do gislação. Pode-se, de fato, dar (72), entretanbem, com base na análise da natureza humana está “em relação inevitáto, a pessoa, em seu ser profundo, vel
o divino
com
que,
embora
o provoca
transcendendo-o,
do
sas, sob pena da perda íntimo profundo e exige respostas preci , é algo que brota do da integridade” (73). O valor, nesta visão intimo
do
ser
humano,
em
sua
relação
com
O
divino,
como
desenvolve o próprio ser uma preferência pelo que enriquece e apelo do ser que urge (74). “O valor não é uma idéia, mas um ciência do homem” como imperativo de autenticidade na cons iatório é a realiza(73). O critério que regula o processo aval a própria sobrevivência, ção da pessoa, o que contribu i para a sobrevivência crescimento, desenvolvimento interior e para (75). e desenvolvimento dos outros e da espécie valores Pode-se estabelecer uma hierarquia universal de bamorais, observando a orientação geral das pessoas, numa base organísmica de avaliação (75). Os valores teriam como
se as tendências fundamentais do organismo humano. Individualizando a ordem das tendências comuns à natureza humana, teríamos uma hierarquia adaptada à dinamicidade da 71. 72. 73. 74. 75.
PUST, Roma, 1972dell"Uomo, Ontopsicologia — Antonio Cfr. MENEGHETTI, 1973, pp. 9, 103, 110, 114. Erich — Fuga della Libertã, Comunitã, Milano, 1970, pg. 229. Cir. FROMM, Op. cit. nº 71, pp. 137, 17. Ctr. ROGERS, C. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cllente, Martinelli, Firenze, 1970, pp. 2693-280. Cfr. op. cit. nº 74, pp. 2820-285.
Scanned with CamScanner
192 e
pessoa
não
da
da
espécie
pessoa
da
relação
Uma
humana.
humana
nova
com
ética
seu
origem
teria
Fim Último, ame
a das bora não o exclua, mas duma escala de valores oriund
Parece-me humana. necessidades fundamentais da natureza omia existente entre que esta ética tenderia à resolver a dicot
iência subjetivo e objetivo (76), isto é, entre a consc
o campo
a lei natural
humana,
humana,
natureza
e à lei eterna,
à subjetividade
porque
tem
profunda, da qual se origina
a consciência. efetuaria, impondo A educação ética não se para que OS valores morais, mas dando condições
sabrochem
do
interior
da
própria
base a
como
pessoa,
das
os valores morais de-
necessidades
moa moralizando, mas se uc ed se o Nã . ser u se radicadas em ológicos da Remov endo os fenômenos psic .
raliza educando a, dá-se à maturidade psicológic do an oc ov pr e o çã desintegra a-se à mara à prática do bem e lev condições e liberdade pa
turidade
eee
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Vérité,
e Personalitá,
Nouwelarts
Vita
ed.,
e Pensiero
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Obra realizada nas oficinas gráficas do INSTITUTO
SOCIAL
P. BERTHIER
Rua Senador Pinheiro, 284 — Telefone, 2679 Passo Fundo — Rio Grande do Sul — Brasil
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se dedica
Carl
à educação.
é um
e
à psicologia
Rogers
da
expoentes
dos
que,
Psicologia Humanista
inegavelmente,
hoje se à-
firma como a terceira alternativa entre o freudis-
mo ortodoxo e a psícolocomportamentista
gia
é
objetivista, Há uma nova filosofia e uma concepção nova do homem na psi= Seu cologia rogeriana. mérito está em nos propor um método novo e eficaz porque oriundo da e constante-
experiência
mente aperfeiçoado pela observação sistemática,
A sua psicologia, como solução para salvar a dignidade da pessoa contrao processo de massificação e mecanização do homem, revela uma importância
-. |
incontestável.
Nossa época salienta-se
pela não
competição,
pela
violência
quando
.
e a-
gressividade, e Rogers a-
ponta para o valor da colaboração e do diálogo co-
mo
meios
do amor.
dinamizadores
Editora P, Berthier
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