Rogers e a Educação Não-Diretiva

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Rogers e a Educação Não-Diretiva

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a

D c c q O

(02)

E O

Q

£ E= S3 D c E O O

08

ROGERS E A

EDUCAÇÃO NÃO-DIRETIVA Alécio Vidor O autor leciona na Universidade de Passo Fundo há seis anos. Licenciado em Filosofia e Pedaogia, optou pela Europa para completar seus estudos. Em Roma doutorouse “summa cum laude”, pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás, no ano

de

1973.

Não estranhe o leitor o tratamento nha, etc”

“eu, meu, mipois a mono-

grafia apresenta a matéria da

tese

Por

de doutoramento,

ser o material

o-

portuno e valioso, óbvio seja proposto e apresentado como contribuição ao interessado em psicologia

e pedagogia.

O pensamento de Rogers sempre mais se difunde e conhecê-lo tormouse indispensável ao que

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ROGERS

E A EDUCAÇÃO

NÃO-DIRETIVA

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ALÉCIO

VIDOR

ROGERS

EA

9] zo

EDUCAÇÃO NÃO-DIRETIVA

EDITORA P. BERTHIER PASSO FUNDO - RIO GRANDE DO SUL,

DARI Scanned with CamScanner

DIREITOS

CAPA:

RESERVADOS

I.S.P.B.

Pedidos:

ESCOLASTICADO SÃO JOSÉ CAIXA POSTAL, 13 99.100 — PASSO FUNDO - RS.

EDITORA

RUA

P. BERTHIER

SENADOR

PINHEIRO,

284

PASSO FUNDO — RIO GRANDE DO SUL

Impresso no Brasil

Printed

in Brazil

1974

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PREFÁCIO

Quando

li, pela

bra: “Educação

pois

educar

sem

primeira vez,

não-diretiva”,

dirigir

O título desta

fiquei

o-

surpreendido,

parecia-me

contradição

e

utopia. Li atentamente o livro e mudei de opinião. Fui compreendendo que o método aqui sugerido — estudado, aplicado por Rogers e explicado nesta monografia — capacita o próprio educando a descobrir as riquezas que possui, porém, em estado potêncial e latente.

O

homem,

embcra

vulnerado

ginal (na visão cristã), ainda possui

des

positivas,

sufocadas

por

semelhantes denso

pelo

As

ori-

boas,

mas

muitas qualida-

a sementes

matagal.

pecado

mais

das

vezes,

o próprio educando as desconhece por comp leto. A “Educação não-diretiva” estimula-o a desc obri-las,

enimando-o, ao mesmo tempo, a desmatar O inço que as sufoca. Feitc isto — como que por força natural — vão desabrochando para produzir frutos

riquíssimos. da educação

Eis, em poucas não-diretiva.

palavras,

o sentido

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O meio educativo principal, empregado por Rogers, é oferecer ao educando a ocasião de falar e,

espontaneamente,

externar

seus

sentimentos

(ao e-

ducador). Pois, como outros educadores, também ele constatou que “muitas vezes, alguém se sente mal, por não poder falar, por não encontrar quem lhe preste atenção, procurando compreender o que quer

dizer”

(Ossi

Aos

Schmitt).

poucos

oferecer a “um

Rogers

foi descobrindo

o consolo

nervoso

nar toda a sua intranquilidade em

o remédio:

de poder exter-

conversa confian-

te com uma pessoa inabalavelmente calma” (Eva Firkel). Desta maneira, o educando, sempre mais animado, na medida em que descobre suas qualida-

des e vê a compreensão do educador, começa a envidar esforços por desobstruí-las num trabalho paciente. Assim, lenta mas seguramente, a pessoa che-

gará

desenvolvimento

a um

sempre

perfeito.

mais

O estudo deste livro — não é romance de leitura amena — poderá trazer grandes vantagens a numerosos educadores, aflitos por não saber que atitude tomar com seus educandos, que “muitas ve-

zes se sentem mal, e a única coisa que lhes falta é alguém que lhes preste ouvidos” (Eva Firkel).

O livro é de real valor. O papel do prefácio não e aàé sugerir ao leitor uma opinião prefabricada ineia, mas apenas predispor seu espirito e apontar as

linhas

estudo.

gerais

Portanto,

da

obra,

prezado

para

tornar

mais

fácil O

leitor, toma e lê! Hás de

constatar que a palavra, escutada benevolamente €

falada com confiança (educador e educando respectivamente),

é capaz

de

“acordar

a força

dos

senti-

mentos misteriosos que dormitam, maravilhosamente,

no coração”

(Schiller). P. Aloísio Weber

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ÍNDICE

Página

INTRODUÇÃO

sas res Does o Da ooo Squad URL bride CAPÍTULO I O Homem e Sua Obra — A Evolução de Seu Pensamento e Sua Ressonância a) O Homem e Sua Obra ...... b)

Exposição

da

A Evolução de Seu Pensamen-

to e Sua Ressonância

CAPÍTULO II

Teoria

Não-Diretiva

CAPÍTULO III.

.......

..................

|

O Desenvolvimento e o Conceito de Pessoa

.........

9

13 29 47.

77

CAPÍTULO IV A Teoria

AUÊÔNICO.

Não-Diretiva

Como

Sisic css

Reeducação

its SETA

ao Eu

Nanaao ato ra ÃO

CAPÍTULO V

Reflexos Pedagógicos da Teoria Não-Diretiva Educação,

107

........

129

CAPÍTULO VI Diálogo e Liberdade ....................

149

CAPÍTULO VII Crítica e Complemento a) Uma Visão Global b)

c) d) e) BIBLIOGRAFIA

Um

Limite

de

..........

Rogers

......

171 176

A Pressuposição Fundamental A Definição de Pessoa ..... Uma Ética de Valores ......

180 185 190

, Asiisenicerrs caca beda va e vis E DAE

193

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INTRODUÇÃO

ma educaO presente trabalho pretende elucidar o proble cia de Carl tivo, apoiando-se no pensamento e na experiên cípios da Ransom Rogers. Partirei do ponto de vista dos prin sipsicoterapia e não dos resultados práticos atuais. Na expo

outras correntes ou auto-

ção não estabelecerei relações com res

mas,

a teoria

simplesmente, comentarei

do

autor,

contidos

o método

suas

em

obras

e aprofundarei

escritas

de

1940

a

1966. Tenciono romper e transpor o limite estabelecido por Rogers. A fonte e base do trabalho não são os textos na língua original do autor mas os traduzidos em línguas neolatinas. A lógica

na organização

do

tema,

“Rogers

e a Educação

acordo

com

Não-Diretiva”, sujeitar-se-á à ordem de precedência, na elaboração seguida pelo autor. Meu esforço se concenirará em esclarecer que todo diálogo não-diretivo educa a pessoa para a autenticidade,

didade

harmônica

isto

do

é,

para

próprio

viver

ser.

em

a

profun-

Minha dissertação exporá, inicialmente, a vida e as obras do autor, porque tenho a convicção de que o desenvolvimento

da vida da pessoa e o grau ds integridade

dem

indicar a medida

de verdade

contida

nela expressa po-

em

sua

experiência

Scanned with CamScanner

10

e teoria. Conhecer o autor é como que o preâmbulo para com preender,

aprofundar

riência.

e criticar

seu

pensamento

e sua

Snes

A experiência terapêutica de Rogers é o ponto de partida

minha

de

doutrina.

como

assim

apresentação

o foi da evolução

de sua

Creio que sua observação fenomenológica é o ins-

trumento que o ajudou penetrar nos meandros da subjetividade e descobrir uma natureza radicalmente boa; para o desenvolvimento desta natureza interiormente equilibrada e dinâmica as

satisfazer

basta

qualquer

sem

mento,

necessidades

no

fundamentais,

auxílio diretivo. Desta

relaciona-

perspectiva brota

o método centrado sobre o educando. O método provoca uma tal evolução da pessoa, suscetível de observação, que possibilitou a Rogers precisar o conceito de pessoa, aprofundando a compreensão da personalidade e ampliando progressivamen-

te sua teoria. A melhor compreensão da personalidade permiO tiu-lhe escrutar as causas de desintegração da mesma e

meio auso de seu método passou a apresentar-se como um consdequado de reeducação. Esclarscerei, enfim, que Rogers uma escala tatou, no processo de reintegração, a presença de mas

flexível

evolutiva

na

a desembocar

tende

que

manifesta-

pelo função do eu autêntico. O eu autêntico revelou-se-lhe como numa vida em cionamento harmônico e integrado, bem contínua expansão. outros setores Procurando seguir Rogers. verificarei que

se

preocupam

meta

e

que

monstrarei

em

para

este

O método

que

a pessoa

promover

escopo

o

seu

não-diretivo

e alcançar

método

é ajustável

é

a mesma

eficaz.

De-

à educação

e pedagogia passam a ser psicote rapia conseq uentemente, e, isto sua teoria é ampliada. uma prolongamento da outra e com Esclarecerei

aeriana; com

o conceito

de

educação

dentro

da visão

ro-

círculo, afirmanele me será possível ampliar o nas a relação terapêutica, a relação familiar

do que, não ape todo o diálogo humano mas s uno -al sor fes pro o açã rel a ou Toda relação humana bibem conduzido pode ser educativo. sse e amor pela pessoa intere lateral OU multilateral prenhe de

Scanned with CamScanner

11 i

do outro e que se caracteriza

autêntico

é um

Anel pela ausência

encontro

icionade condicio

educativo.

mentos

impostos

te põe

um

interna homem

pressuposta: no caso, a sua concepção filosófica do (1). Esta concepção, por sua vez. pressupõe e recla-

da teoria rogeriaNa crítica pretendo focalizar a abertura beradamenna e evidenciar o problema chave, em que ele deli

limite

externa

experiência

ma

uma

à experiência. está

condicionada

absoluta

realidade

Tentarei

que

ressaltar

por

uma

a fundamente

que toda

experiência

e sustente.

A

pressuposição base condicionou e predeterminou toda ulterior experiência, e para exercer esta atividade deveria, também ela, estar presente na experiência interna, embora possa

não ter sido conscientizada. Não se pode voluntariamente de descobrir

gar a possibilidade

uma

verdade

absoluta,

ne-

sem

contradizer a própria experiência. Dizer que não se pode descobri-la, já é afirmá-la como descoberta. Além disso, somente pressupondo-a, a transcendência do homem adquire sentido.

Viso avançar além das fronteiras estabelecidas por Rogers e tentarei colocar um fundamento metafísico à sua visão psicopedagógica, com o auxílio do novo livro do Professor Antonio

Meneghetti:

“Ontopsicologia

Ao concluir esta complementação

del'Uomo”.

me resta: agradecer ao

Decano P. Abelardo Lobato pela sua disponibilidade e pelo clima humano que na Universidade encontrei e render meu preito de gratidão ao estimado Professor Antônio Meneghetti,

pela ajuda indispensável que me proporcionou e pelo interesse demonstrado e consideração a mim dada. Eu creio, professor, que por sua ajuda me tornei mais eu mesmo, e por isto deixo

aqui

impresso

o meu

muito

obrigado.

O AUTOR

Ce

1.

re

ROGERS,

PP.

337-339.

C.

R.



La

Terapia

Centrata-Sulan

Martinelll,

Firenze,

1970,

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CAPÍTULO

|

O HOMEM E SUA OBRA — A EVOLUÇÃO DE SEU PENSAMENTO E SUA RESSONÂNCIA A) O

“Não

se

pode

HOMEM

compreender

E SUA

OBRA

adequadamente

mento senão sob a condição que se conheça,

pouco,

o contexto

cultural

e pessoal

no

suas

menos

ele

um

afunda

suas

qual

forças

pensa-

pelo

raízes” (1). É importante pois, fazer a “diagnose”, perfeita, do ambiente social com

um

ainda

culturais

que im-

que

en-

volveram e atuaram o pensamento de Rogers, juntamente com suas características e tendências pessoais, porque sua “obra é o fruto da interação entre ele e o seu ambiente” (2) Ce

1. 2,

ROGERS, , C. R. — Psicoterapia e Relazioni KINGET, G. M. — Op. cit, pg. 262

Uman e,

Boring.,

Milano,

1970,

pg.

131.

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14

Na medida em que se conhece o autor melhor se compreenderá seu pensamento (3). porque a obra criada por ele

leva sempre o cunho da originalidade provinda de suas qualidades únicas mas é igualmerte verdade que só pode emer-

gir da interação com

ção envolve a relação na proporção em que

deve adaptar-se-lhe pelo ambiente (7).

os elementos da experiência (4). A criado indivíduo com seu ele não o transforma

sendo

com

isso

plasmado

ambiente (5) e, « controla (6),

e

modificado

Creio que a influência ambiental, na infância, interfere dum modo mais acentuado sobre as tendências pessoais e O comportamento, mas na medida que a liberdade e a maturidade do indivíduo desabrochsm, a harmonia tende a esta-

bilizar-se.

Entendo

entre o indivíduo

ção

em

que

maturidade,

e seu

aquele

como

ambiente;

conseguir

consequentemente

ampliar

seu

a harmoniosa

esta é possível,

abrir-se

à voz

de

interação

na propor-

seu

autoconhecimento.

A

íntimo

e

auto-

compreensão, por sua vez, sempre acarreta uma auto-aceitação e esta não se dá sem uma proporcional abertura ao am-

Liente e consequente compreensão do mesmo pelo indivíduo. Portanto, a pessoa madura, sendo aberta para escutar sua

experiência,

quer

se

origine

do

interior,

quer

do

exterior,

ad-

quirirá uma compreensão realista pessoal e ambiental (8). A melhor compreensão global comporta uma modificação interior e comportamental.

ce;

cresce

nomia

4 4.

5,

porque

A

pessoa

amplia

e independência,

se

sua

aberta

visão

cresce

e conquista

enricuece

porque

e se

enrique-

maior

“leva

em

auto-

conta

ROGERS, G. R. — Psicoterapia e Relazionl Umane, Boringh. Milano, 1970,

pg. 130. Ctr. ROGERS,

pg.

247.

Ctr. ROGERS, pg. 368.

ç

1970,

7. 8.

Cfr. Cfr.

C.

C.

R.



R.

Le



Développement

Psicoterapia

di

de

la

Personne,

Consultazione,

Dunod,

Astrol.

Paris,

Roma,

1970,

1971,

Cir. ROGERS, GC. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cllente, Martinelll, Firenze, pg. 285. pg. 19. Idem, op. cit. nº 6,

po.

332.

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15 (9), adaptando” te en bi am do s te mi as possibilidades e O s li ério conforme seu crit e, qu es rior exte es idad real se àquelas sua originalidade. r ea ad nc dese para ias ssár interior, são nece ão do indivíduo em evoluç rior inte do mun o que o mod e dest É participação. em qualquer propassa a ter sua parte exata de juntamente

dução,

em

esta a situação

com

que

(10). Creio

externo

a do ambiente

O amadurecimento

se concretiza

ser

da

a realidade se coadunam pessoa e em que a originalidade e

para

que



se

pelo

fornecidos

pontos,

nestes

Baseado

obra.

duma

O aparecimento

Rogers,

próprio

tais de sua infância e deduzo que as circunstâncias ambien o que iria seguir na juventude já o orientaram para O caminh

teoria (11). prática, investigação e elaboração de sua

tação do conPenso ser de grande utilidade, na interpre que o cirteúdo de sua obra, partir da análise do ambiente história de cundou, da base cultural que O influenciou e da amento. sua vida que propiciou o aparecimento de seu pens Tentarei, por fim, em sua obra, colher a evolução de seu pensamento e a ressonância que este encontrou entre as mais diversas nações, além da sua.

Interessa-me,

descrever uma

inicialmente,

não

teóricas,

embora

biografia

completa, mas sim, chamar a atenção a elementos que influenciaram o seu pensamento. A interpretação que farei, em que tento estabelecer a relação entre muitos fatos e pensadores

concepções

e suas

possam

falhar

em

pre-

Milano,

1970,

cisão, será um passo não concretizado por Carl Rogers, visto que ele não pretendeu ser juiz em causa própria. Rogers apenas “elenca os fatos e conhecimentos que parecem ter exercido influência sobre sua evolução pessoal e sua obra mas

9. 10.

KINGET, Crr. 1970,

11.

Crr.

G.

M.



ROGERS , Cc . 332.332, pgs. ROGERS,

C.

R.

Psicoterapia R .



m—

Op.

La

cit.

e

Relazlonl laz) I

T era Pp la

nº 9,

Pg

Cen

U mane,

trata

e

Boringhieri,

Sul-Cllente,

Martinelli,

Firenze,

130

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16 se

abstém

de

Carl

Ransom

mente ceitos

estabelecer

uma influência, teóricos” (12).

se

uma

Rogers

estes

fatos

furção,

nasceu

na

exerceram

gênese

a 8 de

de

ianeiro

efetiva-

seus

de

con-

1902,

em

Chicago. A família, apesar de numerosa, ofereceu-lhe um clima de união e felicidade, mas também de rigidez no trabalho

e austeridade no

confiar por

princípios da fé (13 e 12). Carl

que

falta de

de

a falta

família,

da

seio

nos

fosse

filho

contatos

adotivo

sociais

afeto,

(13).

mais

de mais afeto, foi compensada ao estudo (14).

chegando

Desde

a des-

mesmo

logo,

a solidão,

acentuada

dedicação

amplos

por uma

ressentiu,

e, talvez,

por falta

Quando, aos 12 anos de idade, a família transferiu-se para o campo, dois interesses se manifestaram em Carl: a observação da natureza animal, o “que o fez tornar-se um pouco biólogo” (15), e o “interesse velos métodos experimentais da agricultura” (12). O estudo da física e biologia e mesmo da história, no primeiro ano de universidade reforçará seu gosto pelo espírito científico e consequente método experimental

(12).

reira

O

método

lógico

começam

positivo

a delinear-se

que

usará

desde

então.

e sua

própria

car-

Na Universidade de Wisconsin, em 1919, encontrando um novo clima, “não-diretivo”, engaja-se num trabalho em equipe e começa a manifestar uma certa liderança, animando um

grupo

de

rapazes

Por

esta

a sua viagem

mas

pastor

tornar-se

(16).

época,

pensava

em

à China,

ainda

em

1922, onde

foi participar de um congresso mundial de estudantes cristãos, DO

18

13.

14 15.

16.

*

C.

ROGERS,

cfr.

MARQUET,

1972, pg. 17. ctr. ROGERS,

R.

P.



C.

1970, pipe Sê, Op p. — MARQUET, P.E cit.



13,

pg.

B.

Psicoterapia Carl





R. Op.

e

Rogers

Relazioni, o

La

Terapia

cit. nº

13,

pp.

La

Boring.

Libertã

Milano,

della

Centrata-Sul-Cliente, 19

pp.

130-131.

Martinelli,

Firenze,

1970,

Persona,

Astrol.,

Roma,

e 22,

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17 mais libera! quanto à relevou-o a uma reflexão, tornando-se com Helen Eliott con ligião e à política. Em 1924, casou-se que O conduziram trariando o desejo dos pais. São dois dados o segundo,

da família;

a emancipar-se

por contrariar

o gosto

pode-se

crer em

porque o levados pais, e as convicções adquiridas na China,

ram a julgar que “sendo sincero e honesto paterna

crença

num

inscreveu

se

onde

casamento

seu

passou

isso

Creio,

ainda o dominava.

que

estes foram momentos decisivos dependência intelectual (18). Após

com

(17);

diferentes”

religiosas

doutrinas

libertou-se

igualmente,

a sua autonomia

para

Nova

em

a residir

que

e In-

lorque,

e reli-

filosóficos

Instituto de estudos

da

giosos (18) que sustentava “a liberdade de pensamento e respeitava todo esforço de reflexão sincera também se isto afastasse Oo indivíduo da fé” (19). Rogers, nesta nova situação,

em que aprendeu a discutir os problemas religiosos e filosóficos que O interessavam, sentiu a necessidade de buscar uma profissão em que a “liberdade de pensamento não fosse limitada” (20); ora, isto só lhe seria possível se trabalhasse

campo

num

que não

em

lhe fosse imposto

crer numa

doutri-

a todas

autori-

na religiosa determinada. O fascínio pelo sistema de trabalho do Instituto, além de reforçar convicções adquiridas na China,

predispuseram-no

à emancipação

Simultaneamente

políticas e religiosas.

filosóficas,

dades

total frente

des-

cobriu, no mesmo Instituto, “o valor de uma pedagogia nova, de uma aprendizagem não-diretiva, baseada sobre a discusgrupo, sobre

são em

a liberdade

na escolha

trada sobre os interesses do estudante” seu

método

não-diretivo

experiências.

deve

17.

Ro

C.

R.



La

Terapia

18.

ip

Er E



Carl

Rogers

C.



Psicoterapia

19. 20. Rogers

a

Ro

Op.

cit.



R. 17,

pg.

ter suas

(16). Parece-me

raízes

Centrata-Sul-Cliente, o

e

La

Libertã

Relazionl

temas,

dos

della

Umane,

remotas

Martinelli, Persona,

que

nestas

Firenze,

Astrolabio,

Boringhieri,

cen-

Milano,

1970, Roma,

1970,

25.

2

Scanned with CamScanner

18

Creio que numa síntese me é lícito afirmar: na Proporas

em que Rogers cresceu em idade e em experiências Gio quistou maior

independência,

libertando-se

dum

toma

que as normas de pensamento s de vida lhe eram impostas a. exterior

” (21). Afastando-se do seu primeiro ambiente per eo tiu desabrochar sua originalidade e começou a construir E

vida conforme

que

propicia

a liberdade

descoberta,

o crescimento

buscando

interior da pessoa

(22).

Já no segundo ano do seminário começou cursos de psicologia e psiquiatria no “Teachers

universidade

de

Columbia

e,

ali,

entrou

em

o ERR

E

a frequentar College” da

contato

com

as

idéias do pedagogo John Dewey. Creio que Rogers tenha assumido alguns pontos chaves do pensamento deste autor. Ele percebeu que Dewey põe a ciência a serviço da pessoa, usan-

do aquela para promover esta (23) e não para manipulá-la (23); deste modo de encarar resulta a consideração positiva incon-

dicionada que é por Dewey intitulada: “apreciação” oferecida à pessoa (24). O método experimental que Rogers já havia aplicado na agricultura, e posteriormente vira confirmado no estudo da física e da biologia, ficou consolidado por influência de Dewey (25). Este método lógico-positivo assumido por

Rogers

foi,

mais

tarde,

introduzido

na

investigação

terapêu-

tica (26). Na elaboração de sua teoria procurou sempre partir da observação, da experiência (25), formulando hipóteses teóricas provisórias. submetendo-as à verificação, e, com novos dados colhidos na experiência, sujeitou-as a novas modificações

(27); Rogers,

21.

MARQUET, pg. 1972,

22.

Ctr.

8.

cfr. pgs.

id

Ctr. ROGERS, 1970, pg. 160.

25. 26. 27.

idem,

P. 22.

pgs.

em

B. —

verdade,

Carl

Rogers

fez da ciência um

Libertã

o La

della

sistema sem-

Persona,

Astrol.,

Roma,

22-23.

, Paris, 1970, GC. R. — Le Développement de la Personne, Dunod ROGER 273 eS, 166. C.

R.

cfr. KINGET, G. M. — Cfr. Idem, pg. 89. tr. op. cit. nº 24, p9-

Psicoterapia





OP.

cit.

174

e 208.

24,

Relazionl

e pg.

Umane,

Boringhierl,

Milano,

18.

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19 o dogmatismo (28). pre aberto e provisório, contra riando tod Rogers aprendeu a Creio ser possível afirmar que d e Dewey (21), deixando-se guiar confiar mais nos fatos que nas idéias os. Ele concorda ainmais pela experiência que pelos princípi ta lenta e progressiva da com o pedagogo quanto à descober e de conhecê-la toda verdade, não confiando na possibilidad

talmente

de

na possibilidade

(28), ou

descobrir

a verdade

ab-

e soluta (30). A observação ou a experiência empírica é a font

entar as deduções básica do conhecimento e só ela pode sust Rogers um instrulógicas (28). Em síntese: Dewey ofereceu a odo lógicomento valioso para a conquista da verdade: O mét

psicoterapia. Apositivo; método que introduziu no estudo da idade da pessoa lém disso, incutiu-lhe o respeito pela dign

dois elementos

humana;

que

abandonará mais.

não

WilNa mesma universidade dedicou-se à educação com th, iniliam Kilpatrick e, sob a orientação de Leta Hollingwor este e, ciou seu trabalho na psicologia clínica. Atraído por

talvez pelo acolhimento de sua orientadora, deslocou sua atividade para o campo da “Guidance” infantil, pensando seriamente em trabalhar como psicólogo (31). “Institute

no

lugar

um

concederam-lhe

1926

Em

for Child

Guidance”, mas esta clínica psicopedagógica de Nova lorque era animada “por psiquiatras de inspiração freudiana” (32). O contato de Rogers com esta nova orientação deu origem a um conflito que O acompanhará durante a vida. Ei-lo:

“O espírito altamente especulativo do Institute Child Guidance, de vista

e o ponto

tivo, experimental 28.

Cfr. 1970,

29.

ROGERS, pp.

científico

rigorosamente

e estatístico da universidade

C.

R.



Psicoterapia

e

Relazioni

Umane,

obje-

de Columbia,

Boringhieri.,

Milano

137-139.

30.

Cfr. MARQUET, P. B. — Carl Rogers o La 1972, pg. 14. , Cfr. O; ROGERS, , CGCC. R. R. — Le Développement Dio

31.

Cfr. ROGERS, vai

32.

Op.

cit. nº

e friamente

29,

C.

pg.

R.



La

Terapipia

Libertã de

la

della

Persona,

P ersonn e,

o Centrata-Sul-Cliente,

Dunod,

i Martinelli,

Astrol.,

Roma

Paris,

1970,

: Firenze,

1970,

24.

Scanned with CamScanner

20 por influência do pensamento

de Dewey,

geraram em seu in-

terior como que dois mundos completamente diversos” (33 e 34).

Rogers

constatou

então

a cisão

existente

entre

a teoria

e a prática. Este contraste, colhido no ambiente que o circunem

vivenciado

dou, será intensamente

seu

interior.

É o con-

flito que se evidencia como a oposição entre a ciência e a pessoa, a objetividade e a subjetividade (35), entre o positivismo

fenomenológico.

e o existencialismo

lógico

Creio que este antagonismo, inicialmente insolúvel, que o atormentou mas que sempre procurou harmonizar (35), motivou-o a introduzir a investigação na psicoterapia para proteger-se contra a acusação de diletantismo no trabalho terapêu-

tico (36). Evita assim a redução a meros critérios subjetivos.

do trabalho

psicoterapêutico

Em 1928, transferiu-se a Rochester, ao norte do estado de Nova lorque, onde fixou residência por 12 anos. Iniciou ali seu trabalho como psicólogo no “Child Study Depariment” da sociedade para a proteção da infância. Por 8 anos dedicou-se

à prática psicológica, inclusive a colóquios terapêuticos (37). Neste ambiente, isolado de todo contato profissional e universitário mas em constante contato com a experiência, Rogers começou a pôr as bases de sua linha de pensamento referente à psicoterapia e seu método. Decidiu-se por afastar-se sempre

mais do método interpretativo feito pelo psicoterapeuta e passou a confiar na auto-análise realizada pelo cliente, dando ao

próprio cliente o direito de escolher a direção em que pre-

tende mover-se erros

nos

(38). Esta posição está a indicar que existem

ensinamentos

dados

de

modo

autoritário.

Por

isso

cd

33. 34.

85. 26.

É

98,

ROGERS, ROGERS,



Psicoterapla

C. R. GC. R. —

Pla e Relazioni Umane, Boringh. Milano, 1970 132 La Terapia Centrata-Sul-Cliente, Martinelli, Firenze, 1970 “Po. 26.

ctr. ROGERS, 255 G. . R. — Le Développement de Ia Personne, Dunod, Paris, 153-166 e

pp.

cfr.

KINGET,

G.

op.



cit.

B — Carl cit. nº 34, pp. 27-29.

P9RQ2,UET, cir.a, MA197 Rom

cfr.

M.

op.

25. P.



33,

Rogers

Si

o

Lg

Libertã

della

Persona

1970,

Astrol.,

Scanned with CamScanner

21

começou evita toda coerção na relação clínica (39). Foi aí que

aberto para colher novos

a sedimentar o novo sistema sempre

dados provindos da experiência e readaptar Os princípios que

o guiam. Em poucas palavras: foi em Rochester que à originalidade de Rogers tomou corpo.

Além desta situação genérica do contexto ambiental que o envolveu, creio ser indispensável focalizar como o seu bre-

ve

Ranck,

Otto

com

pessoal

contato

um

psicanalista,

mar-

cou-o profundamente. Suas concepções irradiaram uma grande influência sobre Rogers (4). Ele próprio deixou entrever Rochester,

delas veio ao encontro da experiência em

que uma

onde verificou que “é preferível iniciar o tratamento dum cliente sem fazê-lo preceder por uma diagnose” (41). Foi igualmente Ranck que lhe forneceu idéias teóricas para confirmar sua prática terapêutica, reforçando e estabilizando, assim, suas

concepções

(40).

A experiência de Rogers, iluminada pelas idéiase pelo

todo lógico-positivo de Dewey,

o apoio oferecido pelas concep-

ções teóricas de Ranck, reforçada por seu grau de

autonomia,

seus mais

contribuiram

mé-

eficazmente

para que

maturidade e

ele esboçasse

conceitos sobre a psicoterapia, conceitos que o afastaram do pensamento até então em voga.

sempre A inde-

pendência e a originalidade de seu pensamento começaram a revelar-se nos debates da universidade de Ohio onde fora nomeado professor em 1940 em virtude de sua obra escrita

em 1939: “The Clinical Treatment of the Problem Child” (O Tra-

tamento

da

Clínico

Difícil).

Criança

Esta

obra

representa

“o

fruto da experiência acumulada durante os anos de Rochester” (40). Foi a primeira tentativa, em sua pesquisa, de encontrar a ordem na massa dos interventos que os psicólogos 39. 40. 41.

Cir. pg.

ROGERS,

C.

28.

ROGERS, 133.

KINGET,

C. G.

R.



La

Terapia

R.



Pslcoterapla

M.



op.

cit.



e 40,

Centrata-Sul-Cilente, Relazioni pg.

Umane,

Martinelli,

Boringh,

Firenze,

Milano,

1970

1970

1

pg

444,

Scanned with CamScanner

22 clínicos

cípios

da

realizam

com

as crianças.

psicoterapia

A sua nomeação

(42).

Esboçou

(Nota

os

1).

primeiros

para Ohio veio enriquecer

prin-

a experiência

pedagógica que iniciara no “Teachers College” de Columbia em

1935. Ao tomar consciência que seu ponto de ciava das concepções correntes, deu início à temática de seus princípios em 1940 (43) e num opúsculo à universidade de Minesota (44).



recebeu

intitulada

seu

arremate

“Counseling

Consulta).

and

O elemento

quando,

em

1942,

Psychotherapy”

de destaque

deste

vista se distanformulação sisos apresentou Este opúsculo

publicou

a obra

(Psicoterapia

volume

de

é a não-

direção por parte do terapeuta, visto que conforme Rogers, o terapeuta visa promover a pessoa do cliente, sua autonomia, e não apenas resolver um problema concreto que o aflige. na

Após os anos de Ohio, onde aderiu à Sociedade Americade Psicologia Aplicada, Car! Rogers, a convite, passou a

ensinar

na

universidade

de

Chicago,

em

1944

(45).

Ali,

seu

trabalho psicoterápico não foi interrompido. Antes, ele o ampliou. Porém, “os dez anos de Chicago caractsrizaram-se pela atuação de programas de investigação, bastan'e vastos” (46).

O trabalho começou a ser realizado não apenas por Rogers , mas por uma equipe. A diversidade dos membros que colaboravam, membros da administração, do clero, professores e estudantes, provenientes dos mais diversos campos (47), deu chances à aplicação dos princípios rogerianos, colhid os na 42.

Cir.

pg.

ROGERS,

Nota 1. Antes

de

canas

e

43.

Cfr.

B. —

R.

1939,

Personality

P.

C.

28.

sua

tese

Rogers

Ajustment

Carl

— de

MARQUE

P.

Terapia



havia

o La

B.



Carl

44.

Ctr.

op.

cit.



42,

pg.

31.

45.

Cfr.

op.

cit.



43,

pg.

27.

46. 47.

ROGEAS,

pg. 134. cfr. op.

C. cit.

R. nº

— '

43,

alguns

elaborada

Libertã

Nine

della

Rogers

Psicoterapia pg.

Centrata-Sul-Cliente,

publicado

doutorado,

in Children

Rogers

T, 1972, pp. 25-27.

La

e

o

no

Persona,

Libertã

Relazioni

artigos

“Teachers

to Thirteen!

La

Martinelli,

(1931)

Astrol., della

Umane,

em

Firenze,

revistas

College":



Roma,

Cfr.

1970,

ameri-

Measuring

MARQUET,

1972, pg. 26.

Persona,

Astrol.,

Roma,

Boringh.,

Milano, !

1970 b

28.

Scanned with CamScanner

23

“o da pe-

experiência terapêutica, nos mais diversos campos:

(48).

dagogia, sociologia, psicologia industrial e administração”

que

assim

tanto

muito,

escreveu

pessoalmente,

Rogers,

em 1951 veio à luz uma obra bastante completa que resume ceus escritos: “Client-Centered Therapy” (Terapia Centrada sobre o Cliente) (49), além de artigos publicados em revistas

cue fariam parte de outro livro. Na Terapia Centrada sobre O estabeleceu

Cliente, além de precisar vários outros conceitos,

por título “A Terapia Centrada sobre o Cliente” para precisar

melhor seu método não-diretivo. obras

Durante

este

período

de Kierkegaard

universidade

da

dantes

Rogers

e Martin

por sugestão

Buber,

com

as

estu-

de

Kierkegaard

Embora

(50).

de Chicago

contato

em

entrou

não haja determinado seu pensamento e suas convicções pessoais, Rogers encontrou uma perfeita sintonia entre o pensamento deste autor e as suas concepções pessoais adquiridas

na experiência (51), e isto, tanto no campo do ensino (51) como no da aprendizagem autêntica e vital (51). Kierkegaard encorajou-o “a ter confiança em sua própria experiência e a ex-

pressá-la” (52). A linguagem é outro fator de Kierkegaard

que

paz

este

atingiu

Rogers.

mesmo

autor que lhe ensinou

de

dar

Foi a leitura de

forma

às

próprias

Kierkegaard

idéias

que

latentes

o tornou

(51).

a enunciar convicções

Foi

ca-

profun-

das, fornecendo-lhe uma terminologia adequada para expressar realidades vitais, subjetivas, dinâmicas, como, por exem-

plo, a seguinte expressão de Kierkegaard: a pessoa que tende

à maturidade

busca

“ser

aquilo

que

verdadeiramente

é”

(53).

Em síntese, as intuições existenciais de Kierkegaard não so concordaram com as convicções pessoais de Rogers, oriun-

Ce

o

50. 51.

5 3.

ra

R. —

er.

Peslcoterapla e Relazionl

ET, P. B. — Carl Rogers gers

Cfr.

ROGERS,

C.

Cfr.

Idem,

197,

po. 153.

pp.

R. — 153,

Op. cit. nº 49, pg. 87. oROGERS de, 1 C. e RBR — La

Le

Dével

198,

158.

o La

Umane,

Libertã

Boringh.,

della

Milano,

; na, Person

1970

Astrol.e ,

po.

134

Roma,

oPpement de la Personne, Dunod, Paris, 1970,

Terapl p a Centrata-Sul-Cllente,

Martinelli,

Firenze,

1970

Scanned with CamScanner

24 das de sua experiência, mas possibilitaram-lhe dar uma tor. em salvaguardar a digni.

de Kierkegaard

ma. A preocupação

dade da pessoa contra o perigo da manipulação, feita pela

ciência e a consequente redução da pessoa à um objeto (54)

não só concorda com

Dewey mas consolida uma autêntica

convicção rogeriana. Enfim, O apoio e a influência de Kierke. gaard fizeram-no enveredar pela via da subjetividade existencial sem, entretanto, abandonar a via da objetividade (55).

das obras de Kierkegaard e

conhecimenta

que tomou

Desde

Martin Buber, o conflito entre o positivismo lógico e o pensamento existencial, entre a ciência e a pessoa, agravou-se (55). A ciência, de um lado, “nada tem a dizer sobre a experiência

pessoal interior” (54). Entretanto, pode ser usada como instrupara enfraquecer e mesmo

mento

sua dignidade. A pessoa que

sente,

intui,

pensa,

(54)). De

interior, subjetiva e pessoal

lado, existe a realidade

outro

destruir a pessoa

não é um

escolhe,

autômato

crê,

ama,

age

com

mas é alguém e

não

é re-

dutível a um mero objeto. Kierkegaard reforçou a convicção rogeriana acerca do valor único da pessoa e ressaltou sua eminência sobre a ciência. Aléin disso, convenceu-o sobre os perigos da robotização e da inversão de valores que se propaga na sociedade contemporânea (54). Talvez aqui esteja uma pista para solucionar o conflito. análogo

modo

De

a Kierkegaard,

o pensamento

de Buber

veio ao encontro da experiência de Rogers, precisando suas convicções, confirmando suas opiniões, ampliando suas concepções, influenciando-o com seu existencialismo (55) e de sua linguagem

especial, com

modo

ofereceu

importantes

elementos

para

(56). Creio que Buber lhe a relação

intersubjetiva,

pessoal e existencial (57). Foi nele que Rogers encontrou o sentido de “confirmar o outro como pessoa, isto é, aceitá-lo S

D

54 ,

E

RS, G.a R. —a Le Développement de la Personne, Dunod, Paris, 1970, cir. 16RO5-GE 166.

pg.

.

Idem,

ROGERS,

ctr.

op.

PP-

e

A

0, pg. 84. pia. Centrata-Sul-Cliente, Martinelli, Firenze, 197 c. R. — 54,La pg.Tera156 cit. nº

Scanned with CamScanner

25

como processo de devir" (56), que vive e cresce com uma

capacidade

criativa.

Parece-me que Kierkegaard o influenciou, exaltando a rida

queza

individualidade

o

Buber

enquanto

irrepetível,

influ-

enciou, colocando em evidência a polaridade, a necessidade da relação, a exigência intrínseca da sociabilidade para a realização e a plenificação da pessoa (58). O contato com estes filósofos prepararam-no para enveredar pela linha existencialista (59). Rogers, após 12 anos de Chicago, período em que elaborou também alguns artigos, transferiu-se para à universidade de Wisconsin, onde alternou seu trabalho entre O magistério

e a assistência terapêutica. Em 1961 publicou a nova obra “On Becoming a Person” (O Desenvolvimento da Pessoa). Esta obra contém o conjunto de seus artigos de 1952 à 1961.

Antes de publicá-la fez uma pequena tulo, apresentando-a como um todo.

Em

1963

passou

a dedicar-se

japonês,

australiano

introdução

a cada

capí-

à psiquia-

exclusivamente

trabalho tria. Com isso sua experiência clínica estendeu-se ao em contato com os esquizofrênicos (60). Nessa época entrou com

com

povo

o

as novas culturas confirmou

e europeu

contato

O

(60).

ainda mais O valor de suas

lhanidéias, visto que constatou, nessa ocasião, que as seme diças existentes entre OS indivíduos que vivem em culturas versas são grandes (60). O progresso obtido em suas inves-

tigações, os pedidos de psicólogos europeus levaram-no a sistematizar melhor sua teoria, aprofundando-a, precisando-a.

e ampliando-a, e, em colaboração

uma

Kinget publicou

com

nova obra em 1965-1966. Esta obra intitula-se “Psychothérapie et

58.

59. 60.

Relations Cfr.

BUBER,

Humaines” Martin



Yo

(Psicoterapia

y Tu,

Nueva

Vision,

e

humanas),

relações

Buenos

Aires,

1969

pp. 78-98 É Persona,1971, Astro della Paris, ROGERS, GC.P. R.B. —— Psychologle Cfr. MARQUET, o La Libertã EPI, Carl Rogers Existentiello, Cfr. Roma, Astrol., »

1972, pp. 32-28.

ROGERS, C. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane, Boringh. Cfr. 130-131. 61. — pp.

1

Milano, 1970 '

;

Scanned with CamScanner

20

aliás, é sua obra fundamental. Participou, além disso, da “America Psychological Associatian” e pr ecisou melhor seu con-

ceito de pessoa num capítulo da obra publicada em colabora(Psicoloção com outros, em 1965: «Existencial Psycholcgy” t gia Existencial) (62). Creio. que neste capi ulo revelou aceitar esentados por Rollo os fundamentos do conceito de pessoa apr suas

melhor,

ou

(63),

May

fenomenológicas.

pressuposições

hipótese, básica é fudamental-

De Maslow parece-me que assumiu uma humana a sua teoria: a natureza para

à conservação e enriquecimento do organismo efetiva-se caso sejam satisfeitas certas outras tendências fundamentais do mesmo (65). O caminho para satisfazê-las, de acordo com o mesmo

Maslow,

é a autocompreensão

clientes,

como

à tendência

Maslow,

(64). Conforme

positiva

mente

(65).

Claro

que

caso

de

não

Rogers

a-

colheu tais opiniões, sem antes submetê-las ao crivo da experiência terapêutica e encontrar confirmação dos próprios

Oak (66 e 67).

o

demonstra

c

bem

Mrs.

ou

Bryan

O gestaltismo prestou uma grande colaboração à teoria de Rogers. Creio mesmo que toda ela está impregnada duma visão gestaltista. Haja visto o fato que “Rogers rejeita todos os

personalidade”

da

pluralistas

ou

dualistas

sistemas

racional e afetivo. Concebe

toda cisão entre o campo

(68),

o indi-

víduo como uma totalidade psicofísica, uma globalidade de aspectos “fisiológicos, instintivos; intuitivos e conscientes”

(68)

gesitalt. A tendência

uma

“organismo”,

um

à atualização

ne

62. 63. 64.

65. 66 67.

68. 69.

Cfr. Cfr.

ctr. ROGERS, g . T4.

cfr.

1970,

ROGERS, PP.

293

cfr.

ROGERS,

ca

a

Cfr. cfr.

pg.

op.

CG. R. 174.

e

€. p. — 64,



cit.

20.

pó —

é '

PP.

EPI,

Psychologie Existentielle,

C. R. — 94 e 78. Cc. R. —

ROGERS, idem, PP.

Le —

Développement La

Terapia

de

Personne,

la

Centrata-Sul-Cliente, ER Abra

nsu Pslcoterapia di Co 80,

R

84.

Psicoterapia

Paris,

e Relazioni

Umane,

1971,

Dunod,

pg.

Paris,

Martinelli,

91

1970 Firenze

, Roma, 1971, pq. 305

Boringh.,

Milano,

1970

+

144.

Scanned with CamScanner

27 manifesta-se

através

do

organismo

em

sua

totalidade,

e en-

volve 0 todo que tende a fazer do organismo uma unidade em (69). Por isso, o processo

crescimento

do

de amadurecimento

indivíduo, é uma constante integração de novos elementos que

nova

nova, numa

lhe possibilitam “ver os fatos numa relação configuração, numa nova gestalt” (70).

Sendo o organismo um todo integrado e dinâmico e fun-

cionando

plenamente,

um

aflorar de sua criatividade

só pode

todo, uma gestalt. “O processo criativo dentro do sujeito dea imagem

como

globalmente

senvolve-se

confusa que aflora

pouco a pouco quando se forma uma fotografia; não começa de um lado e completa no outro. Tudo acontece junto” (71). visa “diminuir o nível da angústia...

rogeriana

A terapia

e a angústia não é uma emoção específica, é um estado gereralizado que penetra o organismo todo, nos seus aspectos fisiológicos e experimentais” (72). A terapia, portanto, atinge

o organismo “todo, nos seus aspectos afetivos e cognitivos, oferecendo um clima de segurança que envolve a experiência total da pessoa que solicita assistência” (72). O clima de seourança, abrangendo a experiência total do cliente e baixanangústia,

da

o nível

do

possibilita

ao

a to-

“abrir-se

indivíduo

das as suas experiências, sentimentos, pensamentos e reações” (73); em outros termos: seu organismo todo, e não apenas sua consciência, torna-se disponível, completamente aberto à experiência que com isso consegue perceber a gestalt total da situação complexa que o envolve. Essa terapia

pretende sanar o todo, fazer com que o todo funcione plenamente,

internamente,

quer

portamento

(73).

quer

externamente

ou

em

seu

com-

Rogers vê na linguagem do cliente um todo que comunica

tanto seu E É

pensamento

ssa

DEI

»

como

seu

sentimento,

pois,

“o cliente

CG. R. — Psicoterapia di Consultazione, Astrolabio, Roma, CG R. — La Terapia Centrata-Sul-Cliente Martinel li, ,

72.

KINGET, ea

G.

78.

ROGERS,

C. R. —

M.



Psicoterapia

e

Rel azioni

Umane,

i ., Boringh

1971,

pg.

205.

1970,

pp.

Firenze, " 1970,

Milano,

op. cit. nº 72, pp. 246, 244-245

Scanned with CamScanner

28

mesmo falando de outro, fala de si próprio” (74), e a terapia polos,di o realiza também, por que busca integrar ambos OS isso,

Pará

gestalticas.

e técnicas

atitudes

saber captar “o sentimento vivido ae

manifestamente expresso

“tun

da figura, ora um elemento do

ça

Precisa

E não

in

do qustá

a



«

O terapeuta

cado

(74). Quando o terapeuta reflete O sentimento do cliente, ilu-

minando

terlocutor,

oferece-lhe

de

a possibilidade

in-

de seu

da comunicação

panorâmico”

o “fundo

que

estes

configuração

fluída

perceber

elementos podem ser integrados ou reintegrados à figura (75). A “figura”, isto é, a imagem que o cliente se faz do seu próestrutura,

prio eu, “é uma

gestalt ou

uma

que se modifica com elasticidade... quando novas experiências são assimiladas” (76). “A figura, pois, sempre tende a ampliar-se, diferenciar-se e corrigir-se” (77) e, neste processo, reintegrando-se,

O organismo

torna-se

se enriquece (78). -

Em

resumo:

Rogers

concebendo

o

que

todo

um

indivíduo

cresce

como

e

uma

“totalidade psicofísica”, impregnada duma tendência à atualização que é única mas que dinamiza todas as potencialidades, concebe-o como uma estrutura ou gestalt essencialmente

móvel. Esta estrutura ao manifestar-se ou expressar-se sempre

se

comunica

como

um

todo

integrado

ou

por

integrar.

processo de integração ou reintegração, a terapia sempre

No

pro-

cura atingir a globalidade, sanar o todo, a Pessoa, quer por atitudes integradas que são comunicadas pela personalidade

do terapeuta, quer por técnicas reflexivas gestalticas que possibilitam a pessoa a perceber a situação em sua globalidade e reagir como um todo organísmico, capaz duma Criação ui

globo, unificada.

74. 75.

76.

77.

78.

KINGET,

G.

M.

pp. 315, 320.

Cfr.

idem,

Op.

cit

ROGERS,



C.



Psicoterapia

pp.

305-315.

74,

pg.

R. —

Cfr. Idem, pg. 414.

op.

311.

e

Relazionl

cit. nº 74, pg. : ut

a

Umane,

Boringh

9º»

Milano,

1970,

194. miar

Piá ,

,

Scanned with CamScanner

29 uma

te-

que esta mas modificar o todo, melhorar a pessoa, para torne capaz de resolver eficazmente seus problemas.

se

a propor

levou-o

Rogers

de

gestaltista

A visão

rapia que não se esforça em resolver os problemas da pessoa,

feita até aqui, constata-se

a exposição

Conforme

muito rica é variada

gers entrou em contato com uma gama

sua

“seguir

prefere

ele

Entretanto,

de pensamentos.

Ro-

que

própria

taram totalmente estrada. As diversas influências não o sujei te a sua a uma das autoridades. Ele próprio julga que somen

intuição o guiou” (79) e, portanto, confiou mais em sua própria experiência que em qualuuer outra autoridade (79). Ele como afastou-se das idéias do bom senso, que todos aceita m e “as formas

método

(80), e a originalidade de seu

corretas

comunicáveis e suscetíveis de ser efe-

concretas, observáveis,

tivamente integradas às situações interumanas

mais diversas”

que ele se deixou guiar mais pela experiência

(81), confirmam

própria do que pela influência dos outros.

A EVOLUÇÃO DE SEU PENSAMENTO

B)

RESSONÂNCIA

E SUA

experimentais,

descobertas

suas

luz em

projetaram

que

pensadores

novos

com

contato

do

Além

Rogers

(82)

alargou

seus horizontes, ampliando constantemente o campo da própria experiência 79. 80. 81.

82. 83.

MARQUET,

P.

B.

1972, pp. 23, 34.



Cfr. idem. pg. 10. KINGET, G. M. — Do 45.

Cfr.

ROGERS,

C.

Cfr.

ROGERS,

C.

pp. 195, 198-199.

Carl

Rogers

o

Psicoterapla

e

R. — R. —

Le op.

La

Libertã

Relazlonil

Développement cit.



81,

pg.

de

della

Persona,

Umane, s

la

e

crescimento

Seu

(83).

tirocínio

longo

um

por

Astrolabio,

Borinoh gh.

Personne,

Dunod,

Milano,

Paris

Roma

'

1970,

1970

234,

Scanned with CamScanner

30 : é : ão acompanhados por um prosão psicológicos amadurecimento k ! ah é a E ua teoriaÀ e de seu pensamento | porcional aperfeiçoamento de *

e” “Seu sistema não cessa de modificar-se e precisar-s e amplia, abrange novos doseu u p pensamento se corri geaberto ix mínios e se apresenta sempre aberto, incomcm pleto e em revisão (82). 8 (84), emi

(85); por isso, sua obra é inacabada e sujeita a um constante

aperfeiçoamento.

prática terapêutica, sem

preocupações

à

exclusivamente

orientado

é

carreira

sua

de

início

O

Por isto,

teóricas (86).

procurou aplicar metodicamente a diagnose psicológica (87), fielmente

seguindo

A experiência

terapêutica

orientação

a

foi

1929,

isto é, até

inicial,

voga.

em

então

campo

ao

restrita

da criança problemática; a experiência prática em Rochester, porém acrescida pela de Ohio, levaram-no a afastar-se, gra-

dativamente, do uso da diagnose e da interpretação (88). Per-

cebeu que

“que

é o cliente

direção

que

mover-se,

deve

sabe

aquilo

quais

são

que

o atinge

problemas

seus

e em

cru-

ciais e as experiências que estão mais profundamente arraigadas” (88). Concluiu daqui que é melhor confiar no cliente do que em seus conhecimentos, visto que a mera instrução

intelectual

ciona

quando

não

realiza

aprendizagem

não

desnecessária

bora em

agrava

a modificação

autêntica

mas

do

cliente,

apenas

o seu funcionamento

como

preliminar

meio

não

superficial

propor-

(88)

(89). A diagnose

à psicoterapia

1942 admitisse ainda a necessidade

(90)

duma

é

em-

avaliação

inicial das capacidades e disposições do sujeito, bem como do ambiente em que vivia, para verificar a possibilidade do uso da terapia (90). Deve-se considerar que naquela época, B4.

85.

ROGERS,

Cfr.

C.

ROGERS,

pp.

Cfr.

195-201.

85.

87.

Cfr.

KINGET,

88.

89.

90.

Cfr. 1970, Cfr. Cfr.

R. —

Psicoterapia

R.

C.





84,

pg.

ROGERS, pp. 27-29,

C. 29.

R.

M.



op.

cit.

KINGE ROGE T,

RS,

pp. 79 e 61-62.

G.

G.

C.

M. —

R.



Le

120.

e

Relazioni

Développement

op.

cit,

nº 84,



La

Terapia

op.

cit.



84,

Psicoterapia

pg.

Umane,

de

la

Roringh.,

Personne,

di

Dunod

1970

Parte

207,

is, 1970,

,

446.

Centrata-Sul-Cliente, pp.

Milano

Martinelli

447-449.

Consultazione,

Astrolabio

R

,

Fir

oma,

enze,

1971,

Scanned with CamScanner

31

ele só julgava possível a terapia a quem estivesse emotivamente

e

fisicamente

livre

do

controle

familiar

possuisse

ou

idade adequada para adaptar-se, além de gozar um determinado grau de estabilidade psíquica. A terapia não era e não

é, porém,

aplicável a quem

for considerado

psicótico, deficien-

te constitucional ou tenha sofrido danos no cérebro (91). Pode-se notar que já em 1942 ele esboçou alguns tópicos referentes à teoria da psicoterapia e à mudança da personalidade (92). Ressaltou, em sua teoria inicial, que “as qualidades essenciais do terapeuta residem principalmente no campo das atitudes, das emoções e do. “insight”, antes que dos dotes intelectuais” (93). Desde logo Rogers deu precedência às atitudes do terapeuta, à sua personalidade, e não ao uso das técnicas por ele empregadas, não deixou, contudo, de elencar

ainda, uma série de conhecimentos psicológicos e técnicos, indispensáveis à preparação do consultor terapeuta (93). Na medida em que Rogers procurou acentuar mais a importância

da

personalidade

do

terapeuta

e formular

uma

teoria

da

per-

sonalidade que se apoiasse em princípios válidos à natureza humana, reduziu as exigências de preparação intelectual (94). Já em 1951 disse textualmente: “Não afirmamos que o tera-

peuta

tipo

deva

ter uma

especial:

preparação

psicológica,

profissional

psiquiátrica,

e intelectual

médica

ou

de

religiosa”

(95). Fala, porém, da necessidade de um tirocínio de experiên-

cia para constatar suas qualidades pessoais (95). Reforçou sua posição anterior afirmando que a diagnose psicológica não é absolutamente necessária para iniciar a psicoterapia. Acrescentou, porém, a ressalva: pode ser um meio para predispor o terapeuta a atitudes autênticas (95).

91. 92. 93.

94.

95.

Ctr. ROGERS, C. R. — Psicoterapia di Consultazione, aAstrolábio, Roma, 1971, pp. 73-75. ROGERS, C. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane, Boringh., Milano, 1970, pg. 139. Op. cit. nº 91, pp. 252 e 251-254.

Ctr. op. cit. nº 92, pg.

ROGERS,

63

e

63-64.

C.

R. —

176.

La Terapia

Cetrata-Sul-Cliente,

Martinelli,

Firenze,

1970,

pp.

Scanned with CamScanner

32 rapia

Através

que

da

se

terapêutica

atividade

época,

na

apresentava,

com

não-diretiva (96), Rogers chegou a esbogar,

psicote-

da

teoria

e da

metodologia

uma E

“em 1947, uma

série provisória de pro posições teóricas relativas à organizacom seus clienA ção da personalidade » (97). Foi pelo contato

tes, pela observação naturalista dos fenômenos referentes ao

eu e pela sua atitude não-diretiva que Rogers concluiu que a totalidade

uma

movimento,

de

unidade

é uma

personalidade

psicofísica, um organismo; e mais: que neste movimento, a sua tendência permanente à mudança se dá num sentido positivo, racional (98). “Se nós penetrarmos até a nossa natureza

organísmica,

bom

calmente

descobriremos

a natureza

(99). Sendo

e social”

da pessoa racional e positiva, consequentemente e organização

autoconhecimento

de

capacidade

radi-

animal

é um

o homem

que

fundamental

dotada da

própria,

de-

ve ser ela o centro de avaliação, deve estar nela o critério que a conduzem

que seleciona os elementos

ao crescimento.

Ao terapeuta compete, apenas, proporcionar um onde o cliente possa auto-analisar-se e reorganizar-se.

motivo porque, desde 1951, ele deixou de definir seu

clima Eis o

método

como não-diretivo. Este título revela, apenas, a “dimensão do comportamento exterior” (100) além de sugerir que a técnica

seja mais importante que a personalidade (100), passou a definí-lo como terapia centrada sobre o cliente. Com esta expres-

são são

ele pretendeu ressaltar que a análise e a interpretação feitas pelo próprio cliente e que o processo de reorga-

nização se radica na experiência orgânica do cliente (100). Este novo modo de enunciar seu método deixou ampla possi-

bilidade

para

96. 97.

Cfr.

ROGERS,

pg.

130.

Cfr.

ROGERS,

98.

99. 100.

ROGERS.

que

C.

C.

R.

1972,

Crr

P.

pp. 88-89.

KINGET,

R. —



Psicoterapia

Psicoterapia

GC.

R.



B.



Carl

pp. VIII-X. MARQUET,

a autonomia,

G.

M.



Le

op.

e

originalidade

di Consultazione, Relazioni

Développement o

Rogers

cit.



La

97,

de

Umane, la

Libertã

pp.

e liberdade

Astrol.,

Personne,

della

Roma

Boringhierl,

Persona,

Dunod,

1971,

Milano, Paris,

Astrolábio,

do

pg.

21.

1970

1970 Roma

19-21.

Scanned with CamScanner

33

cliente possam manifestar-

não

imediata

do

interpretação

ou

direção

das por uma

e

se

(101). É a experiência

ve

nham a ser

impostas

organismo

a

pelo

no

que

ata e

a

da pessoa. Quando o cen que serve ao enriquecimento jação eXani| smo € esta avaliaçã avaliaçãão for colocado fora do org organismo, e apeterior se desarticular com a experiênci a do

acontece a desintegrasar disso for assumida pelo indivíduo, nvolvimento das ção da personalidade. Em tal caso, O dese comno

esta contradições forças negativas desencadeia e manif

portamento

(102).

teoEstas bases possibilitaram a Ro gers formular uma Esria da personalidade madura ou em plero funciona mento. concorda

não

sua teoria,

em

ta vida plena,

com

um a situação

es” estática mas com um processo, não se identifica com um tado de virtude ou felicidade mas com uma vida em expansão. A pessoa, psicologicamente livre, escolhe esta direção na qual funciona do modo mais completo possível. Isto dinamiza a vida a expandir-se (103).

A pessoa consegue aproximar-se sempre mais da maturidade quando toda iniciativa partiu dela própria. Por isso, condo terapeuta:

é da alçada

não

Rogers,

cluiu

sugerir, tranquilizar, consolar, guiar, emitir preciativo ou estimativo e, até certo ponto, terapeuta

Ao

elucidar.

qualquer juízo anem lhe compete

compreender

sim,

compete,

indagar,

explorar,

o conteúdo

expresso com o sentimento que o acompanha, procurando, através das atitudes de sua personalidade e do reflexo do

sentimento do cliente, comunicar seu acompanhamento

(104).

Compete ao terapeuta co-intuir com o cliente. Portanto, na base do trabalho terapêutico está a empatia que se opõe à

diagnose 101. 102.

Ctr.

.

pp.

Cfr.

(105).

KINGET,

20

e

G.

24.

MARQUET,

1972, pp. 88-91.

108.

Ctr. 1970,

104, 105.

Cfr. Cfr.

Rogers

3

M. P.

ROGERS, C. pp. 182-191.

op. op.

cit. cit

nº nº

101, 101,

— B.

Psicoterapla



R. pp. pp.

Carl —

La

e

Rogers

Relazlonl o La

Terapia

274, 277, 93-94.

297

Libertã

Umane, della

Boringh., Persona,

Centrata-Sul-Cliente, e

Milano, Astrol.

Martinelll,

1970 Roma

Firenzo

326.

Scanned with CamScanner

34

O terapeuta

não

se apresenta

como

cientista e, portanto,

deve evitar a linguagem técnica, abster-se de analisar o clien-

te, e mesmo de deduzir qualquer coisa; de não tratar o sujeito como objeto (106). O terapeuta

senta com

uma

atitude de superioridade,

mas

manipular ou não se apre-

sim de maturi-

dade, porque é exatamente esta que lhe poss ibilita entrar numa relação interpessoal, intersubjetiva (107 e 106). Ele não

se relaciona

como

autoridade-súdito

ou

qualquer

tipo de re-

lação análoga, mas coloca-se em pé de igualdade com o cli-

ente,

embora,

como

alguém

que

pode

ajudá-lo

(107 e 106).

Rogers sempre apoiou-se na prática e na experiência para deduzir ou induzir princípios teóricos e voitou constantemente à experiência para corrigir e reformular suas hipóteses.

Em outros termos, sua teoria, além de obedecer rência lógica, foi verificada e confirmada pela e por este motivo sempre caracterizou-se pela

ou

por um

positivismo

lógico

(108).

a uma coeexperiência, objetividade

Iniciou sua prática tratando crianças, mas mesmo quando a estendeu a adultos, estudantese outros (108), não cesso u

de

ampliá-la,

dedicando-se

a

indivíduos

completamente

nor-

mais e esquizofrênicos crônicos ou agudos bem como a doentes mentais, chegando à conclusão que para estes também

valem as mesmas condições terapêuticas (109-.e 107), universalizando com isso sempre mais suas hipóteses. Entret anto, com esta nova experiência, conscientizou-se que há neces si-

dade de admitir uma diferença de grau nas mesmas condições ou atitudes, não, porém, diferença de qualidade ou condição

(110). Infere-se daqui que os obstáculos da psicose crônic a,

do

baixo

nível social

e intelectual,

iii po 106.

107.

Cfr.

gr

110.

C.

R.



1970, pp. 98, 354 e 244. ctr.

109.

ROGERS,

pp. 155, 164-166, 274. Cfr. ROGERS, GC. R.

21

cfr.

ROGERS, e vide nº 234.

Cfr.

op.

cit.



Développement

La

Terapia

€. R. — Psicoterapia 106, PP- 85-86.

ROGERS,

pg.

Le

€-

n

R. —

da

Psicoterapia

9 107, pg. 258.

instabilidade

de

la

Personne,

Centrata-Sul-Cllente, di

Consultazione,

e Relazionl

Umane,

ou

Dunod,

da falta

Paris,

Martinelli,

Astrol.,

Boringh.,

Roma,

1970,

Firenze, 1971,

Milano

p.

1970

Scanned with CamScanner

35 psicoterapia,

à

consciente

motivação

de

supera-

ser

podem

terapeuta (esdos por uma maior intensidade nas atitudes do Portanto, além pecialmente da compreensão empática) (111). udes exigidas de enunciar o conjunto das qualidades ou atit

para a terapia, urge determinar o grau de intensidade (112)

atitudes

oscilar,

pode

que

segundo

de

o grau

destas

normali-

dade ou anormalidade do cliente. Enunciando numa formulas ção breve: as atitudes terapêuticas são as mesmas para todo

os indivíduos,

só devem

ser tanto

menor

quanto

intensas

mais

for a capacidade, no cliente, em percebê-las (111), e não será possível realizar a terapia com quem não possuir um mí-

nimo

de: capacidade.

dos

Apesar

dos

modificados,

constante quanto e conhecimentos Sua

(112):

progressos aspectos

dos

realizados,

aperfeiçoados,

vista

de

pontos

manteve-se

Rogers

ao primado das atitudes sobre as técnicas ou profissionais intelectuais, psicológicos

hipótese

fundamental

foi

primeiramente,

aplicável,

no campo da terapia individual (113), mas com seu avanço, pelo exercício da prática coletiva, bem como da prática de

ensino (114), seu pensamento prolongou-se ao domínio da educação (115), e pouco a pouco percebeu que os mesmos

princípios

ultrapassavam

sendo

cação,

aplicáveis

o campo

da

à vida

industrial,

à administração

edu-

e da

psicoterapia

fa-

miliar, às relações sociais e-de grupos (116) e mesmo às relações internacionais (114). Ele transpos as implicações significativas contidas na êxperiência psicoterapêutica para outros

setores e, com

isso, descobriu

que

há uma

fundamental

ordem

ou uma lei geral que orienta todas as relações humanas 7

111. 112. 112. 114.

115. 116. 117.

Terapia La R. — C. ROGERS, Cfr. 1970, pp. 251, 259-261. Cfr. ROGERS, C. R. — Psicoterapia e pp.

232,

Centrata-Sul-Cliente, Relazioni

Umane,



R. — Psicoterapia di Consultazione, Astrol., R. — Le Développement de la Personne,

=

th

LES ERA boaA ca ca

5 em! Es BRR O di ay E de

Martinelli,

Boringh.,

89.

Cfr. ROGERS, C. C. Cfr. ROGERS, pp. 197, 234. Cfr. op. cit. nº Cfr. op. cit. nº Cfr. op. cit. nº

AM atada So yo

(117).

Milano,

Firenze, 1970,

Roma, 1971, pg. 82. Dunod, Paris, 1970,

112, pp. 204, 211. 112, pp. 196, 204-205. 112, pp. 196, 202.

Scanned with CamScanner

36 Passou da experiência da relação terapêutica a princípios válidos para todas relações interpessoais e para as relações

intergrupais (118). Rogers iniciou com a prática, observação

e análise dos fenômenos revelados pelo indivíduo único e, numa progressão constante, quase em forma de espiral, chegou a conclusões relativas à toda natureza humana (119). Parece-

me que para estabelecer as condições da relação terapêutica,

ele partiu da experiência, levando em consideração as diferenças de cada indivíduo, o respeito por aquilo que cada um tem de único, em si mesmo ou no ambiente que o circunda,

e, com isso, chegou a determinar atitudes válidas para relação com qualquer pessoa, isto é, atitudes universais que se

resumem num clima de respeito e segurança. Estas atitudes, entretanto, são válidas para toda e qualquer relação singular (120). Na teoria de grupo, ele já se apoiou no princípio da igualdade

da

natureza

uma relação complexa relação singular (120). Talvez, é mais

também

pessoal,

humana

as mesmas

neste

é mais

e, com

se

(121),

o que cada um tem de único, como

de comum isto é, ao

Nesta

base,

possa

de

condições

progressiva

ou

para

afirmar:

pois tanto

para

“o

a

uma

que

respeitar

para confirmar o que tem

ou mais geral, chegou-seàs mesmas

uso

ampliou

atitudes válidas

sentido

geral”

esta

atitudes

universalização

idênticas.

conclusões,

de sua teoria,

parece-

me que inclinou-se a substituir a experiência empírica pela especulação e, diante da amplidãc e complexidade do princípio, notou a dificuldade de uma verificação sistemática. isso, “é excluída uma demonstração completa” (122).

Por

Na proporção em que sua teoria se afastou gradativamen. te de sua fonte, a experiência terapêutica, em que prevaleceu (ee 118.

119. 120

C. R. — Psicot Cfr.0, ROG 205., pp. ERS 197 7 e 212. Cfr. idem, pp. 176-17 121, 204 6 70. Cfr. Ibidem, PP.

erapia

e

Relazlonl

Umane,

Boringh.,

Milano,

al “ROGERS, Terapia cir. op. citG. R.nº — 118La pp. 195, Centrata-Sul-Cliente, 191, 202, 204207, Martinolll, Firenze, 1970, pg. 44,

Scanned with CamScanner

37

a observação e

depositar

confiança

maior

e criar novas

deduzir

para

hipóteses

Não

ou

ampliar

abandonou

começou

organ

reações

suas desco-

O posinIgiaio

a objetividade,

a verificação,

empírica,

a experiência

suas

em

(123).

campos

bertas a novos

“lógico,

sistemáticas, À Rogers

e a verificação

mas passou a admitir o primado da ordem subjetiva (124). Em na proporção

outras palavras,

em

que

amadureceu,

Rogers

respeitou sempre mais a fidelidade e exatidão de seu organismo bem como de sua criatividade (123). Foi desta maneira que

ele enveredou claramente a uma orientação existencialista, subordinando a objetividade à subjetividade e procurando apa

iar suas

empírica

curso

da

hipóteses

(125). Tudo

mais na subjetividade que isso,

porém,

na experiência

aconteceu,

não

e de Kierkegaard.

influência de.Buber

sem

Creio

O .con-

que

O

próprio Rogers confirmou o acima exposto ao afirmar: “o que importa, em relação ao conhecimento científico, é a penetra-

ção da observação e o caráter disciplinado, criador, da reflexão, não o uso de instrumentos e de laboratórios” (126). Esta

orientação

existencialista

permitiu

a Rogers

vislum-

brar uma solução para a dicotomia sujeito-objeto (127) e harmonizar seu conflito interno entre o experimentador (ordem subjetiva) e o cientista (ordem objetiva) entre a pessoa e a ciência (128). Foi a sua concepção existencialista do homem

(125) que o levou a subordinar a ciência à pessoa, visto que

a ciência tem sua origem e evolução na criação subjetiva (129).

A experiência empírica (positivismo lógico) passou a ser o instrumento de correção ou confirmação da criação subjetiva, de modo que na elaboração da ciência, a objetividade deve 128.

Ctr. pp.

ROGERS, 172,

171,

C.

AR.



R.



245.

Le

Développement

124.

Cfr. Ripa! ROGERS, cin A C.

125. 126.

Cfr. idem, pp. 337-339, 319, 323. PERETTI, , André — Liberté et Relations

127.

128. 129.

La

Terapla

Cfr. op. cit. nº 124, pp. 285, 339,

Cfr. Cfr.

op. op.

cit. nº 123, pp. 163-167. cit. nº 123, pp. 172.175.

de

la

Personne,

Centrata -SulSul-Cliente, ;

Humaines, ,

Dunod,

Marti rtinelli,

EPI, » P Paris,

ur

Paris,

1970,

Firenze,

1970,

qu

Scanned with CamScanner

38 estar a serviço

a ciên-

e, consequentomente,

da subjetividade

a eminência

(130). Admitindo

cia deve estar sujeita à pessoa

e a superioridade da pessoa sobre a ciência, isto é, colocando na escala de valores,

e o-

valor fundamental

como

a pessoa,

rigem de todo valor (130), Rogers ampliou o campo da liber. .

dade (130), chegando mesmo a concluir que a pessoa é livre na organização do próprio saber: “o ensino esteja subordinado às condições que favoreçam a originalidade, a autonomia

“e a aquisição pessoal do saber” (131). Portanto, desenvolver a criatividade e a responsabilidade do aluno é um valor supe-

rior à aquisição passiva do saber e, por isso, provocar na pes-

soa,

através

de certas

a aprendizagem

atitudes,

autêntica,

tor-

na-se mais importante que transmitir conhecimentos teóricos, "técnicos ou culturais. A aprendizagem autêntica não é suscetível de comunicação

direta ou

indireta, mas

é uma

ta da própria pessoa e transforma'seu ser, é um tal que a faz ser sempre mais ela própria (132).

conquis-

processo

vi-

Eu diria que Rogers deu maior valor à aprendizagem como um processo de integração da pessoa, isto é, à aprendizagem existencial, pela qual o indivíduo se apropria de si mesmo, que à apréndizagem que o habilita a fazer alguma coisa ou que o leva a conhecer a verdade. Admitindo a primazia desta aprendizagem transformadora e “ex-sistencial”, ele declarou a eminência da “ordem subjetiva, interior, pessoal”

(133) e, portanto, declarou-se sempre mais existencialista. Chegou mesmo a manifestar que o futuro da psicologia não

depende mais tanto do positivismo lógico mas duma

subjetiva, Em

fenomenológica,

131. 132. 195.

135.

Cfr.

(134)

sua obra, “Psicoterapia e Relações

sistematizou 130.

existencial

seu

ROGERS,

pensamento

CG.

R. —

pp. 171, 267-271, 255, 213.

Le

com

Développement

maior de

la

Humanas”,

rigor

(135),

Personne,

Dunod,

Idem, pp 212-214. 157-158. cfr. op. cit. nº 180, pp. ROGERS, C. R. — Psicoterapia e Rela zionini U Umane, Bori cir. ROGERS, G. R. gh., Milano — La Terapia CentrataSul-Cliente, Martinel l,

pp. 3935-239. cfr. op. cit. nº 133, PP- 130, 140, 178-196.

linha

Rogers

aperfeiParis,

1 Pi

1970,

7

Scanned with CamScanner

39 conceitos çoando suas concepções, precisando melhor seus izada (136) e reelaborando tudo numa coerência bem organ

(136).

com sua teoria da persoesboçada não ultrapassou

Apesar do progresso revelado nalidade, sua concepção até então

psicológica, que considera a pessoa CO-

a de uma concepção

mo uma subjetividade, um processo de devir interior. À pessoa

é alguém que “sente, escolhe, crê e age, não como autômato,

(137). Com isso ele deixou entrever um de pessoa e, de modo ainda mais claro,

mas como pessoa” conceito existencial si (137).

mitindo

filosófica

visão

(138).

espontânea

consciência

inscrever-se

decidiu

Rogers

esta

da

a necessidade

apontou

quando

na ótica existencial,

permite

Ele

entrever

de

ad-

que

acolheu a concepção existencial apresentada por May (138). Conforme May, as características ontológicas essenciais que fazem do eu uma pessoa existente são: concentrar-se em si mesmo, a afirmação de si e a proteção do eu, sair de siea cooperação com o outro, a consciência vigilante (aspecto subjetivo do concentrar-se em si mesmo) e a consciência de si (elemento fundamental), e a angústia (139).

Não há dúvida que a evolução do pensamento de Rogers foi grande. Em sua prática, ele passou do uso da diagnose e análise feitas pelo terapeuta à análise e interpretação realizadas pelo próprio cliente, da superioridade do consultor manifesta pelos seus conhecimentos científicos e pela dependência do consulente a uma igualdade entre ambos. Esta possibilita

por

cliente

do

a autonomia

causa

maturidade

da

ex-

pressa pelo terapeuta. Deslocou-se da análise externa à compreensão interior, isto é, da observação à participação, à empatia; da experiência empírica à experiência subjetiva. Na teoria, substituiu a autoridade do profissional pela personalidade

136. 137. 138. 139.

Ctr.

ROGERS,

C.

R.



Psicoterapia

e

Relazioni

Umane,

Boringh.,

Milano,

1970,

pp: 130, 140, 178-196. ROGERS, C. R. — Le Développement de la Personne, Dunod, Paris, 1970, pg. 166. Ctr.

Cfr.

ROGERS

MAY,

C.

Rollo

R. —



op.

Psychologle cit.



138,

Existentielle, pp.

78-88.

EPI,

Paris,

1971,

pp.

91,

94-97.

Scanned with CamScanner

40 e autenticidade

do terapeuta e, por isso ressaltou

à suprema-

cia das atitudes sobre as técnicas. Sem abandonar o positivis-

mo acabou por dar preferência ao existencialismo fenomeno-

lógico.

A prática serviu-lhe para a elaboração da teoria. Procurou articular aquela com essa, vendo na teoria um prolongamento da prática e utilizando esta como base do aperfeiçoamento,

correção

e progresso

pesquisa no campo

daquela.

Não

hesitou

da terapia. De modo

em

análogo,

introduzir a

buscou

har-

monizar a pessoa com a ciência, vendo nesta um produto da-

quela e, por isso, como a pessoa está em constante evolução e expansão, também a ciência tende a dilatar-se, precisar-se

e sistematizar-se dum modo sempre flexível. Ela não pode apresentar-se como sistema rígido ou dogmático. Seu sistema é

dinâmico, apresenta-se sempre incompleto e aberto, tendente a encontrar uma unificação das divergências existentes em terapia (140). Os fatos são os amigos que o apoiaram na elaboração da teoria da psicoterapia e modificação da persona-

lidade. Esta última teoria já comporta certas hipóteses

relati-

vas à personalidade. Partindo delas sistematizou a teoria da personalidade. Ambas ofereceram-lhe as bases para a elaboração da teoria do funcionamento otimal. Com estes elementos tentou a universalização, esboçando uma teoria válida para todas as relações humanas. Esta, por sua vez, permitiu-lhe

estender sua teoria ao campo da vida familiar, à educação, à aprendizagem, à direção de grupos e inter-relação entre os mesmos bem como às relações internacionais (140). Cres-

cendo

e aprofundando

constantemente

sua

teoria,

conseguiu,

através dum conceito psicológico vago da pessoa, chegar ao conceito preciso que ele pensa ser c ontológico existencial. Ele próprio testemunhou sua evolução dizendo: “comecei aplicando um método completamente objetivo. O tratamento psicoterapêutico compreendia a diagnose e a análise das di—————— cir

E

40.

E

ROGERS,

pp. 234, 140.

'

GC.

R. —

Psicoterapia

e Es

Umane,

Boringh.,

Milano,

,

1970

,

Scanned with CamScanner

41

es

de

processo

por um

seguido

ficuldades,

inteira-

reeducação

erminado. Pouco à poudet sal cau to men ele ao o tad mente vol ados se conseguisse result

maiores

obtinha

eu

que

notei

pudesse no qual o próprio enfermo co ógi col psi ma cli um ar cri examié, se ele próorio pudesse isto s, çõe fun as est r umi ass novos meios para resolver tar ten e r de en re mp co ar, nar, analis co

suas dificuldades” (141).

um conjunto de hipó-

apresenta- se como

Seu pensamento

porque ele

rfeiçoam, teses que se modificam, ampliam e ape e sua

obra apreIgualment permanece aberto e inacabado. ita a ulteriores aperfeiçoasenta-se sempre incompleta e suje esabarcando

mentos, aprofundamentos,

porque

O segredo

teja aqui

novos setores. Talvez Rogers

de

“o pensamento

penetra

de seu por vezes distantes de maneira muito vasta nos domínios (142).

de origem”

ponto

inseriu- se nas universidades, , a trabalhar com estudantes, sua te oria

que

Desde

Rogers

e começou início, encontrou

doutorandos

eco

estupenda,

colaboração

uma

te ndo

universitários,

os

entre

tanto

em

1940,

ainda entre

no os

na organiza-

ão de sua teoção das categorias elementares e sistematizaç gir ou amria (143), bem como para confirmar, precisar, corri

. Podepliar seus pontos de vista, através da verificação (143) se ver em suas obras, um elenco de discípulos seus que procuraram

provar,

pela

muitos

experiência,

princípios

teóricos

propostos pela sua teoria, referentes à teoria da terapia (143), à teoria da personalidade

(143),

à educação

(143),

à direção

de grupos (143) e solução de problemas entre grupos (143), isto sem levar em consideração outros que não se encontram em

suas

obras.

Sua teoria cresceu com o apoio e a ajuda de vários discípulos seus. Entre estes convém indicar os que ajudaram na

confirmação

CG. R. —

DR

Ea

143,

de hipóteses

.

ii

,

à e

C. R.

Psychologie

x E a —

mais arrojadas,

Psicoterapia

210-222, 169, 191-192, 204 6 207,

Existentielle, e

EPI,

como Paris,

de la Personne, Relazioni

oni

1971,

Porter e Snypp.

91-92

Dunod é Paris,+ 1970 » Po PO. vil :

Umane, Borigh., Milano, 1970, pp.

Scanned with CamScanner

42

terapeuta atividade verbai do à precisar m a ar der. Eles procur re lação (143) fato e a do cliente, na em cnnstatar O se upo cu en pr o, ssivaRaskin, por exempl ência passa progre ,

da experi

de avaliação

cliente (144). do or ri te in O para mente do exterior o centro

que

d dedicou-se

a verificar a íntima

relação

entre os

Thetfor € constatou que O conicos ológ fisi e fenômenos psicológicos ológico, ressoa em nível fisiolópsic | níve em tensão, da trole firma a unidade organísmica do incon aliás, que, o gico (144), US | divíduo. experiência O valor terapêutico pela confirmou Bergmann pela Butler € Haigh constataram (144). não-diretivo do método terapia, eu se modifica durante a do noção a que experiência, se agrau de valorização que maior um a rumo avançando se avizinha do eu consequentemente, e, real eu do proxima

ideal (144).

que além destas Willoughby certificou-se na experiência uma maior maturidade mudanças internas de atitude, dá-se é frutuosa (144). emotiva no comportamento quando a terapia

o da persoHalkides verificou que o grau de reorganizaçã condições tenalidade depende do grau de intensidade das

rapêuticas,

ampliando,

entrever que um

xando

isso, a teoria de

com

e dei-

que

possi-

medir e discer-

dia, talvez, se poderá

nir, de acordo com uma graduação, bilitam a reorganização (145).

Rogers,

as condições

W. L. Kell, em sua tese, procurou estabelecer a relação existente

entre o conhecimento

de si e a previsão

do. compor

tamento (146).

deduzir que Rogers não Do exposto, pode-se, facilmente, sist ema, , mas um seu de ão trabalhou só na elaboraç

bastante Ds

144. 145.

146.

colaborou

grande

ele,

com

coterapia

e

especialmente

Relazioni

Um ane,

Psi 221-224, 225.229. 219-221, 216-219, 213216, pp. uia 8. ctr.

ROGERS,

Ctr.

Idem,

ctr.

C.

R

PP. 229-23

ROGERS,

O.

A.





Psychologie

Existentielle,

,

EPI, é

p

Boringh.,

aris,

"

1971,

Pd

Milan o, Pg.

1970,

96.

Scanned with CamScanner

43

que desde aquele ano r ma ir af r de po o sm me em diante. “Creio ressos realiescola rogerian a. Os prog a existir uma

começou

tica durante os anos zados no campo da pesquisa psicoterapêu fecundos. O fato

a década de 40 a 50 foram que seguiram em que grupos se empenhaestá na organização de programas el dizer que nos Estados Uram na pesquisa. Creio ser possív escola divi-

ainda hoje, há uma nidos, onde Rogers trabalha s. Na Universidade de Chicago dida em vários grupos ou centro doutor Shlien, empenhado em há um grupo sob a direção do apia rogeriana de duração liestudar a possibilidade duma ter grupo, na mesma universimitada e controlada (147). Outro t e Kirtner visa indicar outros dade, sob a direção de Cartwrigh

Roesler

um

de Wisconsin,

Na universidade gers,

terapêutica.

na mudança

intervêm

que

fatores

e Greenfield,

a relação

precisar

busca

dirigido por Ro-

grupo

entre

à

fisiológicos e psicoreorganização psicológica e os fatores dirigido por Rogers e neurológicos (147). Um segundo grupo,

Gendlin,

de

possibilidade

a

estuda

a

estender

da

aplicação

ou doentes menterapia rogeriana também aos esquizofrênicos esso da terapia tais e, para isso, procuram comparar O proc

m, Regers, na Améentre esquizofrênicos e normais (147): Enfi ca tanto à prárica do Norte, criou uma escola que se dedi Center” da unitica terapêutica, como o caso do “Counseling

(148), como também

“versidade de Chicago

fico, a fim de dar uma resposta a itens teoria e precisar melhor suas hipóteses.

ao estudo cienti-

inacabados

O pensamento: rogeriano está tomando

sua

de

corpo também

na

Milano,

1970,

Europa. A influência: exercida desenvolveu-se “principalmente de maneira indireta, por intermédio de discípulos e estudos dedicados a seus escritos” (149). Embora Rogers já tenha pes-

147. 148.

149,

Cir.

ROGERS,

C.

R.



pp. 232, 233, 234. Cfr. ZAVALLONI, Roberto 1968, pg. 18.

ROGERS,

C.

R. —

Le

Psicoterapia —

e

Educazione

Développement

Relazloni e

Umane,

Personalitã,

de la Personne,

Boringh., Vita

Dunod,

e

Pensiero,

Paris,

1970,

Milano

pg.

VII

Scanned with CamScanner

44 soalmente visitado a Europa, Japão e Austrália para colocar pontos

certos

sobre

idéias

suas

de

fundamentais

educação

(150), creio que sua maior influência a exerça pela ampla di-

fusão de seu livro: “Psicoterapia e Relações Humanas”, já traduzido em várias línguas. Na França ele exerce uma extensa influência, e pode-se claramente notar à presença de uma escola rogeriana. Basta conhecer as obras de M. Pagês, dis-

cípulo de Rogers em Chicago (151), as obras de Peretti, todas

de inspiração não-diretiva, as de Pierre Marquet, sem citar os

tradutores das obras de Rogers e outros. Seu pensamento começou igualmente a tomar pé na Bélgica, especialmente por intermédio da obra recém citada, que aliás representa a sín-

tese mais perfeita de seu pensamento. Na Itália, O pensamento

de Rogers difunde-se pelos escritos de Zavalloni, discípulo de

Rogers

em

Chicago.

Zavalloni

apresenta

uma

síntese

ótima

do pensamento de Rogers na obra “Educazione e Personalitá”. Além

das

traduções

mais

eficiente

de Roseta

Galli, do grupo

outros. A difusão de seu pensamento pelas

unversidades

Florença

acontece de um

da europa,

e a teoria caminham juntas.

de

onde

modo

e

a prática

No Japão, o próprio Rogers estranhou como seu pensamento recebera tão vasta acolhida. No Brasil, embora ainda não se possua obras escritas sobre o pensamento de Rogers, ele

não

deixa

de ser difundido.

A psicoterapia

é praticada

e

ensinada em todos os grandes centros do país. Infelizmente, alguns tentam apresentar apenas o aspecto técnico de sua teoria ou método. Creio que entre nós como em muitos outros

países, pode-se falar de escolas rogerianas' em formação. A

guisa

de

conclusão

a marca

de

pensadores

pretendo

reforçar

a idéia

de

que

seu pensamento diverge muito das concepções tradicionais em voga e diverge mesmo do próprio senso comum. Leva sempre

diferentes

que

o ajudaram

na sua

e

150

4151.

cfr.

1972,

MARQUET,

P9 . 33. Max

Cfr. PAGES,

P.

B.





Carl

:

Rogers

L'Orlêntation

non

o

La

Libertã

directive,

della

Dunod,

Persona,

Paris,

Astrol.,

1970,

pg.

Roma

VII

Scanned with CamScanner

45

formação: Entretanto, a sua longa experiência, com o mais va-

riado tipo de pessoas, serviu de base para iluminar sua intui-

ção que soube criar um métode e uma teoria adaptados à prá-

tica

e

que

Diante duma

correspondem

sociedade

às

que

necessidade de contrapor um

necessidades

procura método

a dignidade da pessoa humana.

contemporâneas.

robotizar o homem



para promover e salvar

Scanned with CamScanner

CAPÍTULO

Il

IA EXPOSIÇÃO DA TEOR NÃO-DIRETIVA de Rogers não “O desenvolvimento do sistema eu prefiro adotar audo uma ordem lógica” (1), mas dar que seu ponto lógica na exposição, sem descui não-diretivo é a prática, a experiência; seu método cisou o mais imediata na experiência. Rogers pre do e pessoa na medida em que esclareceu o méto na terminou conclusões relativas à natureza huma

se deu seuma ordem de partida teve origem conceito de melhor de(2). Embora

da experiência

terapêutica

daa concepção da pessoa possa ser, numa ordem lógica, fun mento para o método não-diretivo, foi O uso deste método que serviu de base para delinear tal conceito e não o inverso; não foi a concepção da pessoa que delimitou o método. Para Rogers, o método

está

mais

próximo

e ele preferiu sempre* partir dos fatos e da experiência, e não

das idéias. Esta é a razão por que, embora eu me deixe pela lógica, nesta apresentação convém partir do método 1.

2.

ROGERS,

C. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane, ' Borin gh., Mila des

Cfr. Idem, pg. 176.

guiar para,

no, 1970, pg. 130.

Scanned with CamScanner

48

no terceiro capítulo, expor a evolução da pessoa sujeita a taj

método,

e tentar, por fim, formular o conceito que daí se ori.

gina.

Pessoalmente, creio que Rogers, mesmo partindo da observação naturalista, se deixou conduzir, sempre por um preeito re. este preconc -conceito que o orientou, E —

pre-

antropológica

concepção

uma

Houve

homem.

ao

ferente

concebida que impregna toda sua teoria, e esta concepção parece-me que precedeu o próprio método; remeto, porém, esta

questão

para

a crítica final.

/A pergunta inicial pode muito bem partiu

ser: donde

realmente

Rogers?

Rogers

iniciou

com

ponto ele concorda

com

a prática,

com

a experiência,

o princípio epistemológico:

cimento começa com a experiência (3), seu pensamento é possível concluir que

e neste

o conhe-

mas do contexto só a experiência

de in-

tegrada pode ser uma base segura para o conhecimento. É preciso “imergir-se nos fatos, avizinhar-se dos fenômenos com o menor número possível de preconceitos, observar naturalisticamente os fatos para descrevê-los e para tirar das descrições as inferências mais elementares que estão imediatamente em evidência” (4). É exatamente este o trabalho de Rogers na prática, na relação terapêutica. Ele entra na relação com

outra pessoa, não como sábio ou médico

seres

humanos

não entram

em

nossas

(5), visto que “os

categotias”

(6), “mas

como pessoa entrando em relações pessoais” (5). Portanto, Rogers parte duma experiência que não vê no outro um objeto, mas um sujeito; não o observa como analista para diag-

nosticá-lo, baseado em conhecimentos

tos preformados,

escutá-lo ii

3.

4.

5.

ctr.

pg.

mas

observa-o

para compreendê-lo

KINGET,

135.

ROGERS,

C.

pg. 109. cfr. ROGERS,

G.

M.

R.



C.

R. —

— La

Terapia

com

(5).

Psicoterapia

que possui ou 'concei-

interesse,

procurando

e e

Relazioni

Umane,

Centrata-Sul-Cliente,

Le Développement

de

Boringh.,

Martinelli,

la Personne,

Dunod,

Milano,

1970

Firenze,

1970

Paris,

1970

pp. , G. R. — Psicoterapia 155158 Psicoterapia didi Consultazion ROGERS º, Astrolablo, Roma, 1971, pg. 151.

Scanned with CamScanner

49

Rogers iniciou com a observação cuidadosa dos fenômenos, tentando compreender seu significado interior. Para esta compreensão urge partir dos fenômenos externos: “dum con-

junto de indícios físicos, às vezes sutis, como a expressão do rosto, da voz, dos gestos, da posição do corpo, que revela,

por vezes;

melhor

as

que

palavras,

estados

sobre-

interiores,

tudo afetivos” (7). Conseguindo colher o conjunto dos fenômenos externamente expressos, ele pôde penetrar com a intuição

menos

ou

sujeito,

pelo

no que é sentido

que ultrapassam

pôde

melhor,

intuir os fenô-

o sentido das palavras e das

expres-

sões fisionômicas.

Entrar no reino do subjetivo e contemplar:

ponsabilidade

aceitamos

intenções, as metas, os valores, a escolha, a percepção de si, a percepção dos outros, os significados pessoais, a res“as

fenomênico

que

da pessoa

com

ou

refutamos,

o inteiro

o seu tecido conectivo

mundo

de signifi-

cados” (8). Estes fenômenos. externos perceptíveis e descritiveis vão desde os delineamentos físicos, com seus elementos sutis e bastante velados, até as expressões verbais, tudo co-

munica, silenciosamente ou sonoramente, uma tela de fundo sobre a qual se descortina e da qual se origina todo pensamento expresso pela pessoa. Precisando melhor, eu diria: todo pensamento expresso assenta suas bases sobre a cortina de

fundo que é o sentimento. “A noção de sentimento, como aqui

vem usada, não só compreende experiências de natureza emotiva e afetiva: angústia, vergonha, inveja, ódio, amor, desejo, mal-estar, mágoa, prazer, etc.; ela abrange tudo quanto tende a revelar o ângulo perceptivo pessoal, da experiência subjetiva,

em particular da experiência que se refere ao próprio eu. As intenções,

impressões,

ção de sentimento” (9).

crenças,

atitudes,

entram

todas

na no-

Ce

js

ROGERS,

pg. 110.

8. 9. Rogers

C.

R.



La

Terapia

Op. cit. nº 7, pg. 325. KINGET, , G. G. MM. — Psicoterapia

pp. 281, 269.

Centrata-Sul-Cliente,

e

Relazioni

Umane,

Martinelli,

Bori oringh.,

Firenze

Mila

o

1970

MO,

4

Scanned with CamScanner

50

Creio ser certo dizer: o sentimento condiciona o pensamento, e por isto, mesmo quando a pessoa não manifesta ex-

pressamente

seu

tura,

O ritmo

sentimento,

ela sempre

de aspectos fisionômicos, como O tom,

O comunica

a expressão

e a intensidade

da

através

do rosto, a pos-

voz,

etc.

(9). Assim

sendo, “a pessoa, mesmo falando de outro, fala de si mesma” (10). É ainda neste sentido que Rogers afirmou que todo conhecimento expresso implica em pactos com o subjetivo e fenomênico (11). Sob este prisma pode-se muito bem afirmar que a linguagem é portadora de um significado objetivo, mas

sempre

manifesta

Simplificando:

um

aspecto

a linguagem

se fala, mas ao mesmo

reflexo,

comunica

subjetivo

eu que

revela, diretamente

tempo, embora

e manifesta

palavra é sempre

do

quem

uma manifestação

a enuncia.

aquilo de que

de modo

fala. A

indireto ou

linguagem

ou

a

reflexa do eu; interessa

captar este fenômeno reflexo, tanto assim “que o trabalho terapêutico consiste em captar e refletir o significado pessoal das palavras..., não o conteúdo intelectual” (12).

E verdade que somente os fenômenos externos se mani-

festam em si mesmos,

mundo

exterior,

precisa-se

e não se trata apenas

embora

penetrar

seja

no mundo

ele

um

de conhecer este

veículo

indispensável;

interior dos significados

pes-

soais, tais como existem no indivíduo ou são por ele experimentados (13). Em resumo: não é a fenomenolo gia ontológica

que

interessa

conhecer,

mas

é a fenomenologia

psicológica

que se deve intuir; esta, porém, manifesta-se através da feno-

menologia

ontológica, isto é, obliquamente.

A fenomenologia

psicológica tem sua origem

num

centro de irradiação. Este centro de irradiaçã o dos fenômenos inte|

10. 11

12. 13

KINGET,

G.

ROGERS,

GC. R. —

pp. 315 e 306.

M.



Psicoterapia La Terapia

Op. cit. nº 10, pg. 92. cfr.

ROGERS,

GC. R. —

e

Relazioni

Umane,

Boringh

Milano,

Centrata-Sul-Cilente, MartinellI, Fi renze,

:

Op. cit. nº 11, pp. 333 6 339,

1970,

1970, 313

Scanned with CamScanner

51 o

fenômenos

pelos

transparecem

fe que º eu é º u zo ti te no hi rs ge eu. Ro o bidos, chamamos ário atingir esta ss ce ne É . 4) (1 e” alidad dinâmico da person or da pessoa ontece No interi

que

riores

exa nomenologia refl el que não é observáv

que ac externamente,

cias e necessidades

radicais da pessoa

de

modo

direto

mas

(14),

ã penetran te e “sem ação rv se ob a um por a íd i tu sta omente é in (15); 6 através deHR * o ri tó ra bo la de ? os rio o usoBE de instrument homem. É dE do za re tu na a e ec proiunempatia que se conh outro € conhecê-lo em do o iv et bj su o nd mu ite perceber o gia do eu que me perm lo no me no fe da ão uiç int didade. É a desvendar as tendêne ade d ivi jet sub da go penetrar no âma É a obser-

humana.

leva à descobrir em que vação a ssoa se sente desprovid pe a ões diç con s quai em ou clima dências latentes (16). Porde ameaças para dinamizar suas ten é a base donde partiu Rogers tanto, a fenomenologia do eu ou condições, e O método que para hipotetizar seus princípios o afirmou que “formulou sustenta sua teoria (17). Ele própri o cuidadosa do fenômesuas hipóteses baseado na observaçã no”

ção

que

(18), ou

naturalista

me

que

desta fenomenologia

“hipóteses

suas

direta dos

na

fundadas

estão

observa-

(18).

fenômenos”

É pela observação da fenomenologia do eu da criança óque Rogers descobriu a existência de uma sabedoria fisiol gica e organísmica (*) que supera a sabedoria consciente (19).

A mesma fenomenologia levou-o a constatar que “a fonte ou critério de valores está dentro da pessoa” (19); e mais: foi

baseado

nesta mesma

14.

RR Cir.

ROGERS,

15.

= e ROGERS,

16. 17.

Cfr. Cfr.

Ie o

ig

C.

KINGET, ROGERS,

C.

C.

; R.

R. . — —

G. M. C. R.

R. —

fenomenologia

La

Terapia e

Relazioni

— —

nº nº

15, pg. 15, pg.

op.

cit. nº

rganísmicano compreende ED E GMa

cit. cit.

14,

pp.

sabedoria

302,

Umane,

hipotetizou

Rogers

-Sul-Cliente Centrata-Sul

Psicot erapia op. op.

que

+

Martinelli,

i Boringhieri,

Firenze,

i Milano,

1970,

36. 176.

299.

orgã gânica

i fisiológica

e

psicológica)

Scanned with CamScanner

52

que o critério regulador do processo de avaliação é constituído de atualização

pela possibilidade

no mundo

que acontece

do eu

(19). Foi intuindo o

interior da pessoa que Rogers co-

uma dissomeçou a vislumbrar que em muitos indivíduos há , isto ciação entre o que eles percebem e O que experimentam

é, entre o que pensam ser e o que sentem; é por isso que o

consultor deve “dar atenção não só ao significado das pala-

vras

do

mas

cliente,

também

aos

sentimentos

preocupar-se mais com o segundo elemento” “poucos

tual”

problemas

são

a mesma

observação

pareciam ao

próprio

(20). É ainda

(20), visto que

exclusivamente

natureza

de

e

expressos

cuidauosa

intelec-

dos fenô-

menos que faz constatar como o sujeito se reorganiza e que esta reorganização se dá pela integração de experiências ou

sentimentos

que

sujeito

ao eu

alheios

pessoal. O ponto culminante da reorganização acontece quando o cliente se torna sua própria experiência (21). É sempre o conhecimento fenomenológico do eu “o instrumento profícuo para compreender aspectos da natureza humana impenetráveis a qualquer instrumento exclusivamente externo” (22). É mediante a observação naturalista e intuitiva do mundo fenomênico da pessoa que se podem formular princípios rela-

cionados com a modificação da personalidade; estas generalizações, por sua vez, podem ser provadas com a mesma metodologia (23). Resumindo:

o ponto

de

partida

de

Rogers

é a.observa-

ção naturalista dos fenômenos; inicialmente ele procura aprender os dados fornecidos pelo sujeito, tal como o próprio sujeito os experimenta e apresenta; isto significa: ver os fe-

20. 21.

22.

23.

ROGERS,

GC.

R.



Psicoterapia

di

Consultazione,

Astrolabio

Roma,

139, 130. ctr. ROGERS, G. R. — Leo Développement de la Personne, Dunod,

pg. 65. ROGERS, 302,

299.

GC.

R. —

tr op. cit n

La

Terapia Centrata-Sul-Cliente,

Martinelli,

Firenze,

1971,

Paris, 1970

pp

1970 pp

o 22, pp. 220-321,

Scanned with CamScanner

53 passa

depois ele de vis ta do cliente (24): nômenos nto de vista pessoal, 6 po seu do s meno fenô mos mes a ver os de a descobrir a capacida a compreendê-los (24). Isto leva e , com as condições qu que está na origem destes fenômenos pod e estabelecer princía tornam eficaz. Apoiado nisto, ele origem n estes princípios. pios e propor um método que tem e a compre-

do ponto

A

volta

ensão

dos

princípios

Além

fenômenos

método,

e o

possibititam bem

como

co-intuição

os

teoria.

sua

ampliar

as leis fundamentais

eu, para encontrar

aperfeiçoar

e

corrigir

pelo

manifestos

fenômenos

dos

compreensão

da

a

à observação,

constante

relativas

à natureza

por

compreen-

rmação ou confirmahumana, dispõe-se de outra fonte de info erimenta os feção, fornecida pela própria pessoa que exp ruanto o observador naturalista parte da obse - Enqs. nômeno

vação

e se esforça

externos

dos fenômenos

colher der o quadro de referência do experimentador, para “o exo significado do fenômeno interno, pode-se dizer que perimentador dirige suas capacidades empáticas para si mesmo, procurando perceber e compreender O significado do que (25). Formulando

interiormente”

ele experimenta

de

outro

mo-

do: o próprio cliente escuta sua experiência interna e apoiado em seu quadro de referência, confirma ou nega o que é in-

pelo observador

tuído ou deduzido

divíduo

conhece

melhor

interno (26). Conhecendo

naturalista. O próprio

in-

referentes

ao

esquema

seu

de

referência

melhor os fenômenos

pessoal

próprio eu, o cliente pode expressá-los verbalmente e com isso contribuir para apontar as tendências fundamentais da própria natureza que, quando coircordam com as conclusões de

outros,

são

24.

Ctr.

25.

ROGERS,

26.

Cfr.

válidas

KINGET, ,

C.

ROGERS,

G.

R.



C.

para

M.

La

R.



Psicoterapia

Terapia



toda

Op.

natureza

e

Relazioni

humana.

Umane '

Centrata-Sul-Cliente, Martinelli,

clt.



24,

pg.

163.

Bor Ing h . '

Milano,

Firenze,

1970

pg

19 7 0,

318

Scanned with CamScanner

54

llustro com dois exempl por

narrado

Bryan,

Rogers.

os: tomo | por primeiro o caso de ; “Nas

de

afirmações

que

Bryan

cente vão de S 159 a S 163 há, por exemplo, a percepção cres ar a rmin que só a análise intelectual não pode dete

do

fato

n sente que é nemudança que nele se opera; 9 próprio Bryamoti vação, alguma ti ipo de cessário descobrir algum outro ça re-

uma parte desta for força dinâmica, e que, pelo menos, contexto, posso dizer side nele mesmo” (27). Explicitando O

que Bryan, na medida em que amplia sua percepção da feeu, é levado

do

nomenologia

a concluir,

mais pelo

embora

atingiu sentimento que pelo pensamento, visto que ainda não

tir uma força um alto grau de integração, que nele deve exis izar sua dinâmica (= tendência à atualização) capaz de real

integração

e amadurecimento.

caso parece ser mais claro, porque

O segundo

muito

já progrediu

seu

em

a pessoa me-

e percebe

auto-conhecimento

lhor suas experiências interiores. A percepção da fenomeno-

logia do eu sendo mais ampla (28), possibilita a pessoa a agir e reagir como um todo, um organismo, que revela uma experiência integrada. Mrs. Oak disse, quase no fim de seu tratamento: “Em meu pensamento, não propriamente meu pensamento, mas meus sentimentos e também no meu pensamento há algo muito mais positivo que o amor, e isto me parece ser mais fácil de realizar, muito menos deprimente. Mas... eu compreendo que isso deva parecer uma rejeição total de muitas coisas, de muitas crenças e, no entanto, parece-me ser verdadeiro. Isto me parece mais positivo” (28). No contexto

vê-se que Oak descobriu em seu próprio fundo, no seu eu base, uma força que não irradia ódio ou busca auto-destruirEi 27,

ROGERS,

28.

305. cfr.

29.

30.

C.

ROGERS,

R. O.

pp. 74-83, 83. 84. idem,

PP.

79-



Psicoterapia

R. —

Le

di

Consultazione,

Développement

de

la

Astrolabio, Pesonne,

Roma,

Dunod,

ROGERS, G. R. — Psicoterapia e Relazionl Umane, Boringh., Cir. 176-177. pp.

PL

1971, Paris

pg 1970

a

RD

Milano, 1970

Scanned with CamScanner

55

demonstra sua funse, mas tende a crescer e enriquecer-se € por

foi confirmado damental sociabilidade (29). Mais uma vez ela consegue perceber Mrs. Oak que, na proporção em que eu, chega à conmais amplamente os fenômenos oriundos do se de modo consclusão que, na base, ela tende a atualizar-

trutivo, crescendo

e enriquecendo-se.

clientes, A confirmação de Bryan, Oak e tantos outros ao confirmaram a hipótese de Rogers referente à tendência zação, desenvolvimento positivo e possibilitaram sua universali a toda

aplicável

tornando-a

(30).

humana

natureza

Baseado no conhecimento fenomenológico do eu, Rogers é hipotetizou, visto que “nenhum método de conhecimento

infalível”

à natureza

relativos

princípios

(31),

humana. .“Co-

nhecendo o que se revela do indivíduo, na situação terapêutica, buscamos o modo de ser de sua natureza” (32). Procurando compreender a fenomenologia de muitos clientes que comunicaram suas vivências interiores, através de reações e

expressões externas, bem como

escutando a narração de auconcluiu que

to-análises realizadas pelos clientes, Carl Rogers

o indivíduo

a capacidade

latente

tem

de

compreender-se,

e a

cápacidade e a tendência latentes de reorganizar-se; esta capacidade implica igualmente numa capacidade inerente de | dirigir-se, orientar-se e controlar-se (33 e 30). A hipótese mencionada iá coloca as bases do método não-diretivo, porque dela se infere que, quando o próprio in-

divíduo

possui

nizar-se,

não

a capacidade

inerente

de

compreender-se,

não

há necessidade que outro o faça em seu lugar, e se está dotado duma capacidade e consequente tendência de reorga-

precisa

um

de

esclarecimento

provindo

do ex-

terior e nem de uma motivação externa, com o escopo de possibilitar ao indivíduo reorganiza”-se; basta que o sujeito apren81. 32, 83.

ROGERS,

pg. 322. ROGERS,

C.

R.



La

Terapia

Centrata-Sul-Cliente,

C. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane,

Cfr. ZAVALLONI, 1968, pg. 89.

Roberto



Educazione

e

Martinelli,

Firenze,

1970,

Boringh., Milano, 1970, pg. 176.

Personalitã,

Vita

e

Pensiero,

Milano,

Scanned with CamScanner

56 experiência

par a concretizar

O auto-conhe-

a. Uma vez que ci ên nd te a ri óp pr da rigir-se cimento, e siga O impulso de orientar-se, di sua

da a escutar

capacidade ele próprio é portador da provir

influências exterde a is ec pr to dis da e controlar-se, na Eua autonomia e o nd ta ei sp re e nt me so é , derá . Pelo contrário, nas auto-realização que po de so es oc pr te nes a independênci o da originalidade.

desenvolviment O e de da ri tu ma a ar nç alca a intrínseca a ado por uma tendênci

Se “o organismo

é anim

dades e à desenvolvê-las li ia nc te po as su as s da to desenvolver enriquecimento” cer a sua conservação €

de modo a favore estas stituir esta tendência € sub de e ad id ss ce ne há (34), não É indispensável, sim, ro. out de ade vid ati a pel capacidades ida para que tudo desabroche dev a er sf mo at a ou ma cli o ar cri e cresça espontaneamente.

tomar consciência da próEscutar a própria experiência, a cada momento, todas as pria situação pessoal, perceber, a. Pergunto as pessoais, é o ponto de partid

vivências intern à experiência agora: como possibilitar a abertura

para que se

scimento? Constadê início e continuidade à tendência de cre

tando penas va ser berar

método

ivíduo, é aque esta tendência à auto-realização no ind se que deuma capacidade ou potência latente, supõe“liatuada. Em tal caso, o método não fará mais que as capacidades já presentes em estado latente” (35). O

não esclarece a pessoa sobre sua situação, não a a-

nalisa, nem

a orienta ou dirige, porque

a pessoa é apta a fa-

zê-lo por si mesma, conforme foi constatado. O método deve pôr em ação suas capacidades; portanto, embora ele seja-nãodiretivo, não significa que seja inativo, visto que a atualização

das potencialidades do indivíduo não é automática, mas exige certas condições

(36).

Examinarei primeiro em qu” sentido o método é não-dire-

tivo, depois verei as condições que o dinamizam. a pç 34.1 36.

nan

ROGERS,PO. CG.177.R. — Psicoterapia e Relazionl Umane, Boringh., Milano,

idem,

cfr. KINGET,

G. M. —

,

1970

»

PO.

144.

,

OP: cit. nº 34, pg. 32.

Scanned with CamScanner

57 Conforme afirmei, a não-diretividade. não é inatividade, é uma neutralidade pela qual se manifesta um desinte-

não

resse pela pessoa, nem tampouco é uma indiferença, median-

te a qual se deixa tudo

quer atitude.

Não

sem comunicar

ta (37). A

um

correr

se trata de uma

formular

tem,

qual-

pura e simples abstenção,

entretanto,

pedagogo

ou

o terapeuta qualquer

tomar

espírito que anima os esforços do terapeu-

não-diretividade

porque

(laissez-faire), sem

juízo valorativo

um

sentido

abstém-se

não-diretivo

(28),

negativo,

isto é, ele

não

de

avalia,

não analisa, não interpreta, não aconselha, não interroga, não desculpa, não tranquiliza e nem consola, não sugere e nem guia o cliente; ele não indica o assunto a debater, não toma iniciativas e nem decisões em lugar do cliente, tanto no sentido de esclarecer a si próprio ou de identificar ou solucionar

seus

problemas,

como

A não-diretividade

é uma

por parte de quem

no

sentido

de

reorganizar

sua

vida.

ausência de todo critério normativo

assiste e se empenha

em

ajudar outra pes-

soa.

que

Embora

pareça

ou

seja

paradoxal,

a não diretividade tem como

te: O

terapeuta

ou

pedagogo

creio

ser

exato

dizer

princípio diretivo, o seguin-

deve

sempre

paitir

do

quadro

de referência do educando

ou interlocutor. “Não se deve con-

frontar.o

o próprio

próprios

rência

do

interlocutor

valores

cliente

com

e opiniões”

significa que

(39).

ponto

Partir

o terapeuta

do

de

vista,

campo

deve

com

de

os

refe-

compreender

o ponto de vista do seu interlocutor como

se o terapeuta fos-

se o interlocutor,

expressar

e não

pode

o terapeuta

mais

que

a reprodução do pensamento com o sentimento do cliente. Poder-se-ia dizer que a não-diretividade está centrada sobre

o quadro de referência do cliente ou educando. Por isto, todo juízo valorativo 37. 28. 39.

Cfr. ZAVALLONI, 1968, pp. 85-90. Cfr. KINGET, G. pg. 28. Idem, pg. 30.

emitido

Roberto M.





pelo

educador,

Educazioni

Psicoterapia

e

e

Personalitã,

Relazionl

Umane,

que Vita

não

e

tem

Pensiero,

Boringh,,

Milano,

sua

Milano, 1970,

Scanned with CamScanner

58

na iniciativa do educando,

origem

é diretivo. Mandar e proi-

bir, isto é, dar ordens e fazer ameaças é impedir a iniciativa do outro e só pode agir no comportamento superficial (40).

Aconselhar é dirigir, enquanto o teraveuta parte do seu

próprio quadro de referência para explicar como seria melhor ao cliente agir. Além disso, pelo conselho e pela persuasão

um indivíduo impõe a um outro a meta a atingir e intervém, com seu ponto de vista, para endereçar o outro na direção

desejada (41). Opinar sobre o mérito, a utilidade, a exatidão, o fundamento de quanto afirma o cliente, é guiar, porque o

terapeuta

indica,

segundo

seu

modo

poderia ou deveria agir (42). ou

Analisar

interpretar é também

de

ver,

como

o cliente

dirigir, visto que o te-

rapeuta, baseado em seus critérios pessoais, pretende iluminar o cliente, orientando-o, porque, em verdade, lhe indica como poderia ou deveria reexaminar a situação (42). Tranquilizar, encorajar ou consolar o outro, não é abster-se de dirigir, porque indiretamente ou diretamente se a-

branda

do problema

a seriedade

tal como

vem

sendo

enca-

rado pelo sujeito, e isto implica numa injustificação do sentimento do outro (42), e não numa aceitação do seu ponto de

vista. Além disso o “tranquilizar... leva o cliente a sentir-se incapaz de julgar e escolher e por isso mesmo, de forjar o

seu

que

destino” (43). indagar ou interrogar implica, igualmente, em dirigir, pora pergunta visa sempre “descobrir dados suplementares

para verificar e aprofundar a discussão” (42), e sob este ângulo o educador orienta a outra pessoa para aspectos que são

importantes ou interessantes, não segundo o esquema do

segundo seu ponto de vista, e educando; ora, isto equivale a

dizer que o problema é mais complexo do que pensa o sujeito. Ainda, o simples jogo de perguntas pode revelar ou ser

e

40.

a 43.

Cfr.



GC.

ROGERS,

pg. 24. Cfr. Idem,

R.



Psicoterapia

di

Consultazione,

Astrolabio,

Roma,

1971,

24.

Pg.

0, pia e Relazionl Umane, Boringh., Milano, 197 era cot Psi — M. G. , GET KIN Cir. pg. 274. idem,

pp.

75



30.

Scanned with CamScanner

59

jamen“vida, a) encor , dúvida ordo, desac o, acord como do eendi compr

etc. (43). observar como : é também dirigir, pois basta epi E e se compreenderá cliente encara o terapeuta e facilmente pode significar para O cliente a sugestão dada pelo terapeuta à caça de conselhos uma ordem ou um conselho. A pessoa ao pensamento do terapeue orientação tende a submeter-se manifesta insegurança ta por julgá-lo mais competente, e isto viduo (44). e maturidade deficiente, por parte do indi

ir O isso, em síntese, tende a modificar ou substitu

Tudo

pelo quadro de referência do e-

ponto de vista do educando,

pi ducador, e tudo o que condiciona o cliente a ser seus pro pri a não ser autônomo, a deixar de apoiar-se em

valores,

as conclusões

adotar

sua

de

própria

não-diretivo.

contraria o método

ganização, cura

a iniciativa

tomar

a não

terapeuta...

do

direção

e or-

mudança

não

pro-

o cliente

“Se esta

resso, mas representa um fenômeno de desenvolvimento e prog é inverde dependência” (45). Creio que a não-diretividade a samente proporcional ao campo de liberdade ou autonomi do indivíduo. Isto significa que. quanto mais amplo for o campo de liberdade do cliente, menor será a diretividade impres-

sa pelo terapeuta.

A não-diretividade,

contudo,

ou de técnicas, mas é antes bre as técnicas, porque não

agir, quanto de um

não é ausência

de atitudes

dar precedência às atitudes se trata tanto de um modo

de ser (46). A não-diretividade

modo

pessoal, por parte do terapeuta. É uma

ge um empenho

sode

exi-

escuta

ativa (47), e neste caso ela tem um sentido positivo, porque o terapeuta ou educador deve envolver o cliente numa atmos-

fera de compreensão, calor, tolerância, segurança, acolhimen-

to e respeito 44. 45. 46.

Cfr.

KINGET,

pp.

28-29.

G.

M.

Idem, pg. 72. dd | EPE rã

47.

Cfr.

op.

48.

Cfr.

idem,

mesmo

(48), e ao

cit.

pg.





Roberto 44,

109.

pg.

Psicoterapia



tempo

e

Educazloni

Relazioni

e

comunicar Umane,

Personalitã,

estas

Boringh.,

Vita

e

Milano,

Pensiero,

atitu1970

Milano,

347.

Scanned with CamScanner

60 Z sempre des. O cliente, por sua vez,

deve conservar sua inde.

o centro de No sentidtiro de a ser ele , mia ono aut e a nci ndê a referente tiv cia pe par tod ini ve de : e del l; soa pes jaççãã o avalia e ão endereço que pretende dar

de si mesmo

hero eteaa

à

sabilidade de reà própria vida. Sobre ele recai toda respon O terapeuta

da própria vida,

organização e auto-realização

quais o cliente tem capacinão deve exercer funções para às , o terapeuta, O auxiliar or iisso, o cliente é o agentete;

Tudo de

a tal ponto

, sedo concentr| a sobre os recu rsos do cliente

que este método se chama também terapia centrada sobre o

cliente ou educando.

a não-diretividade

Encarando

pode-se

este ângulo,

sob

dizer que há uma direção, neste método, e esta tem origem no esquema de referência do terapeuta, em suas convicções. De

fato,

suas

convicções

imprimem

concentrar-se

pois a terapia deve

no

diretividade,

uma

que

visto

cliente,

pela fenomenologia do eu foi confirmado que no próprio educando reside a capacidade de conhecer-se e reintegrar-se; a reintegração ou “mudança terapêutica refere-se essencialmente à noção ou à imagem que o sujeito tem do próprio eu” (49). Baseado

nesta

convicção,

quando

o cliente

busca

a so-

lução de seus problemas no terapeuta, este o dirige no sentido inverso, para que recorra à sua própria capacidade, levando-o, portanto, a concentrar-se sobre si mesmo (50), e isto tanto através das atitudes comunicadas, como pelas técnicas usadas. Além disso, o terapeuta “desloca o fulcro da nar-

ração da periferia para o centro” (50), isto é, ele leva, grada-

tivamente, o indivíduo a deslocar-se da descrição do proble-

ma para a investigação do próprio eu (51 e 52). O sujeito é

dirigido, pelo terapeuta, a passar da descrição dos fatos exter-

nos, do problema intelectual, para analisar-se a si próprio (53), 49. 50. 51.

sa.

KINGET, G. M. — Psicoterapia 285. Cfr. idem, pp. 353-354, 370.

Cfr. 65.ROGERS, pg.

G. R. —

q

Relazion]

Le Développement

Umane,

de

Boringh.,

la Personne,

crr. ROGERS, C. R. — Psicoterapia dj Consultazione, Astrol.,



Milano

Dunod,

Roma

'

"

1970,

Paris

1971,

,

,

pg

1970

"

;

pg. 31

Scanned with CamScanner

61

probleento que está na base do im nt se o eu, o ar lor exp ara apresentado

intelectual

ma

(54).

terapeuta, durante o curso o pel sa res imp o eçã dir a Est ada numa convicção da relação, está igualmente fundament e de compreensão obdad ili sib pos a qual a o und seg pessoal; ensão subjetiva (53), e à jetiva depende do grau de compre duma reorganização do eu e end dep mas ble pro dos solução cepção defor-

-se conta da per do cliente. O cliente precisa dar

mada

ou

limitada

que

o leva

a conceber

O pro blema

(55). Ao terapeuta não-diretivo,

modo- falho

O

de

um

problema

percepção do cliente, para fundamental é corrigir e ampliar a que ele possa reorganizar-se (55):

A terapia não-diretiva

não soluciona os

problemas do

que ele próprio possa a par oa, pess sua a tegr rein mas cliente. blemas. Ora, isto só é Pposencontrar solução para seus pro o do. sujeito, como todo sível caso a terapia gravite em torn a tivo o cliente é orientado dire nãoodo mét No (53). operante a aprenprincipal

ser o agente

de sua

realização;

é orientado

. Portanto, não lhe é dada livre ser a , -se nar rmi ete o-d aut a der deixar de usar suas capaciliberdade de não ser livre e de de tal modo que as potendades. O terapeuta deve portar-se ar em ação. cialidades do indivíduo possam entr

capacidades latenExaminarei agora O modo de atuar as deve aprender a estes. Falei anteriormente que O indivíduo ele deve abrir-se pacutar sua experiência para conhece r-se,

ra tomar

de sua situação

consciência

pessoal.

Portanto,

tudo

r como possicomeça com a abertura. Trata-se, pois, de sabe a ao cresbilitar a abertura à experiência para ativar a tendênci

indivíduo. cimento, para estimular as forças vivas latentes do não Apela-se aqui para certas condições, porque, em verdade, 53,

E 55.

cfr.

KINGET,

G.

M.



pp. 379, 390 e 356. Ctr. ROGERS, e GC. R. e — 124 e 130. Cfr. ALLPORT, G. W. — :

Pslcoterapla

Pslcoterapla Psychologle

e

Relazionl

Umane,

,

Boringh., 9h.,.

Mi lano,

1970,

di Consultazionl, ' Astr ol., Roma, 1971, pp. Existentlelle, EPI, Paris, 1971, pp. 103-104

Scanned with CamScanner

62

é o terapeuta ou pedagogo o agente da mudança que se de.

sencadeia no indivíduo; ele é apenas um auxiliar que “oferece ta”

ou

aprovação

de

livre

atmosfera

uma

desaprovação

moralis-

que

somente

(56).

francamente

era

eu

quando

“Dei-me e

natural,

conta

me

doente

o

quando

tal, eu podia descobrir o que era natural nele,

como

percebia

expressa:

se

assim

Rogers

Então minha empatia e aceitação podiam ser eficazes” (57). O elemento mais importante é ser natural. Ser natural exige um

empenho

mas

é uma

é

pessoal,

radia da personalidade.

as necessidades

bel-prazer e segundo técnicas” (58).

infelizmente,

Hoje,

atitudes

não

a naturalidade

do

são

técnica,

a uma

manipuláveis

momento,

como

a ceder

começa

ir-

se

que

constante

tendência

Por isto, não se reduz “As

(58).

atitude

uma

ao

as

lugar

à artificialidade; a diplomacia toma o lugar da autenticidade e a aparência substitui a congruência. Exatamente por este

motivo, O indivíduo age com delicadeza mesmo quando vive e irradia ou comunica desgosto, amargura, desejo de vingança, etc. Conforme Rogers, são as atitudes artificiais, naturalmente incoerentes que desconcertam as pessoas, que fazem com que elas se protejam atrás duma estrutura defensiva, Na autenticidade ou conatrás duma barreira ou fachada.

gruência, o indivíduo toma consciência do que sente dentro de si próprio (59). Nele, o sentimento e a consciência penetram-se reciprocamente, e, como consequência, tudo o que

acontece

sincero,

organismo

no

sempre

nem

é

pela

apreendido

significa

ser

autêntico,

consciência.

porque

Ser

falar e

agir de acordo com as representações conscientes não significa que as representações conscientes concordem exatamen-

te com O que se experimenta (58). A autenticidade exige um Di

56. 57.

58. 59.

O

ed

-

ROGERS,

CG. R. —

Psicoterapia

di Consultazione,

KINGET,

G. M. —

Psicoterapia

e Relazioni

ROGERS,

pp. 64, 94.

CG.

ctr. MARQUET, 1972, pg. 44.

R.



Psychologie

Existentielle,

EPI,

Astrol.,

Umane,

Paris,

Roma, 1971,

Boringhieri,

1971,

pg.

92.

pg. 86.

Milano,

1970,

P. B. — Carl Rogers o La Libertã della Persona, Astrol., Roma,

|

Scanned with CamScanner

63

“acordo entre a experiêncica do indivíduo e a sua representação na consciência” (60). É a naturalidade ou autenticidade do terapeuta o elemento por excelência, capaz de desfazer as barreiras e provocar a naturalidade no cliente: “Diante daqueles que gem atrás duma máscara, que recitam uma parte, que dizem habitualmente coisas que não sentem, não consegui-

mos mostrar até o fundo a nós próprios” (61). Claro está que para ser autêntico se pressupõe uma €S-

cuta atenta do que se experimenta, uma abertura constante para acolher o que flui da experiência imediata, do sentimento vivido, para melhor compreender-se. “Quanto melhor me compreendo, tanto estou em melhores condições de alcançar o acordo interno” (60), a congruência. Para sermos francamente naturais”, genuínos, “precisamos provar OS sentimentos

que em nós se manifestam” (60), e não agir “como se pro-

vassemos sentimentos calorosos de afeição por outro, e na verdade, não os provamos; como se assumissemos o ponto

de vista do outro, como se nos abstivessemos de julgar, como se aceitassemos o cliente tal comô ele é, como se quisesseetc.” empresa, a direção da tomasse mos que o cliente

autenticidade

(60). Na

é necessário

os dados

que

imediatos

da experiência do indivíduo, os sentimentos e as atitudes que ele prova em relação a outro com quem fala, sejam disponiíveis à sua consciência, e que seu comportamento se sujeite

a estes

sentido,

Neste

(62).

dados

a autenticidade

que o indivíduo “seja ele próprio”, seja tamente ao fictício e à imitação (62).

É a congruência,

do método,

das condições,

entendida,

assim

visto que

faz

real, opondo-se

o elemento

com

dire-

primário

por ela “o terapeuta en-

tra numa relação pessoal direta com o cliente, num encontro de pessoa a pessoa” (61). Ora, isto só é possível, sendo sem reservas ele próprio. O contato pessoal brota da autenticidade e é sempre ela que, sendo comunicada, estabelece a relação 60.

KINGET, pp.

61. 62.

94,

G. 95.

M



Psicoterapia

e

Relazlonl

Umane,

ROGERS, C. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cliente, Cfr. op. cit. nº 60, pp. 265, 267.

Boringhierl,

Martinelli, Firenze,

Milano,

1970,

1970, pg. 90.

Scanned with CamScanner

E

64

entre duas pessoas, em que uma investe O campo experimen-

amento tal da outra; é ela que dá início ao desencade

das po-

| tencialidades do indivíduo. |. nte ser dita ou A autenticidade não precisa necessariame

ente realizada expressa verbalmente, basta que seja internam através das formas" e com isto “não deixará de transparecer

(63), e manifestar-se em atitudes. Entretanto, O terapeuta deve de i mpõem, impedindo-lhe ressar os sentimentos que Se lhe

exp caso de concentrar-se no cliente (63). Neste

precisa emiti-los,

e um sentimento pesmas admitir que “o elemento expresso soal (por exemplo, de tédio), e não algo que faz do outro uma

ão minha e pessoa tediosa” (64). Se expresso como uma reaç não como um juízo sobre o outro, pode levar a uma relação (64).

profunda

mais

Rogers afirma que “o estado de acordo interno... é de primária importância, mas esse estado deve englobar as atitudes de consideração positiva incondicionada e de compreensão empática” (63).

Outra condição que propicia a criação dum

clima favorá-

vel para desencadear a tendência ao desenvolvimento, é a empatia, que sempre pressupõe a autenticidade. A empatia Este consiste na percepção do mundo subjetivo do outro. mundo abarca e abrange as experiências (sensações, percep-

ções,

significados,

cupa

em

cliente,

recordações)

à consciência

do

necessidades

in-

5). ia não se preomomento(6 A empat

num determinado

pulsões,

interpretar

disponíveis

tendências

e

cônscias, existentes no outro, segundo um ponto de vista alheio, mas esforça-se por compreender os dados (a economia

interna, sobretudo emotiva) fornecidos pelo sujeito que os ex-

perimenta, tais e quais como ele os apresenta e apreende (66). A compreensão empática não é uma compreensão que avalia

a partir do exterior, mas que prova os sentimentos do outro

DS

63.

64.

65. 66.

KINGET, pg. 268.

ROGERS,

d

G.

GC.

pg.

91.

cfr.

KINGET,

ctr. ROGERS,

M.



Psicoterapia

R. —

La

e

Terapla

Relazion]

Umane,

Centrata-Sul-Cllente,

Boringhierl,

Martinelll,

Milano,

1970

Firenze,

1970

GC. R. — Op. cit. nº 63, pp. 163.164.

6.

M.



op.

cit.



63

pg.

113.

Scanned with CamScanner

65

mo Se fosse O próco s to fa os e eb rc pe e prova, qu como ele Os (65 ). sujeito

prio

pois, enquanto

se confundem, Empatia e simpatia não

à

oções, e à participaem às te en lm ia nc se es riênsimpatia se refere ontece em termos de expe ac o tr ou do s õe oç em s ão na periência dó outro (67), à ex da o nã e o it je su o ri óp cia do pr i-

ctos, tanto cognit pe as s do o sã en re ap à empatia “refere-se outro” (67). Na empade a ci ên ri pe ex da , os iv dez, a sua vos como emot nfusão do outro, a sua timi tia deve-se

“sentir a co

o injustamente, como Se ad at tr ser de to en im nt se ira, ou O seu der a própria identifossem próprios” (68), “sem todavia per com

dade” (68), isto é, sem

confundir os próprios se ntimentos

os do outro, e nem acrescentar os seus próprios sentimentos

perceber partindo aos do outro. É isto que se chama, também, e subjetivo, pertencende um esquema de referência interno te a outro (69).

tir do interior do Somente quando se compreende a par adia ou comunica (não outro, isto é, por via empática, e se irr o

es) esta compreensã tanto pela linguagem, mas pelas atitud clima de escuta, inteao outro, ele se sentirá envolvido num são em que se consideresse e acolhimento. Nesta compreen ram

os

sentimentos

do

e

outro

em

se

que

co-intuem

suas

“perceber a imporvivências e problemas, ele desperta para tindo-se atingido tância que se atribui à sua pessoa” (70), sen em sua subjetividade.

l ao A empatia gera o clima de segurança indispensáve or indivíduo: este clima lhe possibilita perceber sempre melh

pessoa os seus sentimentos e experiências, e “faz dele uma capaz de avizinhar-se de si mesmo, aprender, modificar-se e evoluir” (70). Somente uma compreensão profundamente sensível do outro, pode atuar suas potencialidades, sem dirigí-lo;

creio mesmo

69%.

70.

69. 70. Rogers

que seja esta a condição

fundamental

da não-

Cfr. ROGERS, C. R. — op. cit. nº 67, pp. 163-164.

Op. cit. nº 68, pp. 94, 93.

pp. 92 e 98. Ctr. ROGERS, C. R. — op. Op. cit. nº 2, pp. 94, 93.

cit.



1,

pp.

163-164.

5

Scanned with CamScanner

66 diretividade,

demonstra

€ la o terapeuta

por

pois,

estar cen.

cliente e este é o elemento do a ênci r refe de dro qua no trado essencial

não-diretividade.

da

lhe possibilita a em. Como a autenticidade do terapeuta eração positiva patia, esta, por sua vez, leva-o a uma consid ender um sujei. do outro. Quanto melhor se consegue compre or aceitação e acolhito, partindo do ponto de vista dele, mai conhece O sujeito, maisers se hor mel nto qua ; ela rev mento se idades que o fazem um al qu as su de o çã ep rc pe ampla é a speito, estima e re de r do ce re me único e, por isso m esmo, As atitudes

simpatia.

ou calor

acolhimento

(71). É desta

outro

de aceitação,

revelam

maneira

respeito,

estima,

simpatia,

positiva

à consideração

pelo

que se dá valor ao outro como

outro, não é pessoa (72). O interesse que Se manifesta pelo a a outra pespossessivo, mas oblativo. O terapeuta “respeit (72), distinta de si, sem pretender possuí-la”

soa

enquanto

o” (72). “é um certo tipo de amor pelo outr

eficácia, caso for A consideração positiva pelo outro terá

do se dá valor ao incondicionada. Será incondicionada, quan sem reserva e sem outro, de modo absoluto, não condicionado, qualquer tipo de juízo” avaliação, “o que implica ausência de

respeito não são (72). O acolhimento, o apreço, o amor € o uitamente; desoferecidos ao outro, por mérito dele, mas grat

ta maneira

ele se sente

se leva em conta o modo

estimado

como

pessoa,

como

se comporia;

não

porque

nada se rejeita

ir; ele é ou desaprova de tudo quanto o outro pretende refer orar ou “tolerado em qualquer conteúdo que deseje referir, expl

descrever, sem restrição alguma (73).

Esta atitude estimula no indivíduo as forças positivas latentes, embora o deixe livre para escolher:o rumo que prefe-

re seguir, os meios que deseja empregar ou a meta que visa alcançar, e neste sentido, a atitude não dirige e nem guia.

e 71.

KINGE ROGERS, G. R., e120-12 5. T Milano, 1970, PP. 1£9

72.

ctr. ROGERS, pp. 94 e 95.

73.

ctr.

cfr.

KINGET,

C. R. ; — G.

M





Psicoterapia

e

Relazioni

La Terapia Centrata-Sul-Cliente, op.

cit.



71,

pp.

Umane,

Martinelli,

Boringh.,

Firenze,

1970,

177-120,

Scanned with CamScanner

67 positiva incondiciona. Discordo da entra em contradição com a autentici dade (74) gruêndesta posição, pois o próprio Rogers referiu que a con e cia deve englobar a consideração positiva incondicionada a empatia (75). Em verdade, quando alguém é transparente ou congruente, só é possível comunicar ou expressar um senPagês

opinou

a € onsideração

que

timento presente na própria pessoa do emissor, e este senticomplexa e mutáeducador, quando

além disso, “existe numa corrente sentimentos” (76). O terapeuta ou

mento, vel de

autêntico, não emite um juízo de valor sobre o outro (77), mas

apenas expõe um sentimento pessoal que, por ser passageiro e não ser uma avaliação do outro, não impede de compreen-

dê-lo e aceitá-lo. Parece-me que a consideração positiva incondicionada não é mais que uma consequência lógica da auExplico:

tenticidade.

implica

autêntico

ser

auto-com-

numa

preensão e esta pressupõe uma abertura da pessoa para melhor perceber o que experimenta. Esta maior abertura para escutar-se a si próprio e compreender-se melhor, faz com que o indivíduo possa abrir-se também ao outro e compreendê-lo melhor.

ta

Considerando que uma ampla auto-compreensão acarreuma proporcional auto-aceitação, igualmente, uma maior

etero-compreensão é seguida por uma etero-aceitação. Entretanto, não se dá uma verdadeira e real etero-compreensão sem uma auto-compreensão e correspondente auto-aceitação.

Pode acontecer que um sujeito expresse verbalmente uma etero-compreensão aparente, e esta aparência acontece exatarém

comunicada,

consciência que

sujeito

ambiguidade, 74. 75. 76.

7.

de modo

porque só pode ser expressa

mente

pois ele nem

PAGÊS,

Ctr.

ROGERS,

pg.

168.

ROGERS,

o

compreender

afirma

Max



C.

R.

Psicoterapia

GC. R. — La Terapla

outro,

compreende

L'Orientation



de

a percepção

e a experiência,

Ctr.

falta

a

que

visto

Non-Directive,

e

Relazioni

Centrata-Sul-Cliente,

po-

não

verbal,

entre

articulação

e o sentimento

comunica

a

do

irradia

e

a si próprio. A ambiDunod,

Umane, Martinelli,

Paris,

1970,

Boringh.,

Firenze,

pg.

VIII.

Milano, 1970

1970

pg.

91

Cfr. MARQUET, P. B. — Carl Rogers o La Libert della Persona, Astrol,as Roma, e

1972,

pp.

68-69.

Scanned with CamScanner

68

gúidade faz com que o receptor capte o que o emissor co.

munica em desacordo com

o que diz, e, precisamente nisso

o emissor revela sua inautenticidade (78). Quando eu percebo

com exatidão o que eu sinto vivencialmente dentro de mim,

eu me compreendo,

e nisto está a congruência ou acordo in.

terno. É a congruência

que me

ticamente o outro, porque, gruente comigo mesmo, eu e o modo como ele encara e portanto, compreendê-lo

minha

tendência

natural

possibilita “compreender

empa-

sendo aberto a ele, por ser conposso co-intuir suas experiências as coisas, como se eu fosse ele, e compreendendo-o, aceitá-lo. A

a julgar ajusta-se

ao

modo

de sentir

e julgar do outro, quando eu co-intuo sua experiência interior, porque eu assumo seu ponto de vista e vejo a sua situa-

ção “como se” eu fosse ele, e assim sou levado não apenas a compreendê-lo, mas a aceitá-lo, acolhê-lo, respeitá-lo, o que significa: ter por ele uma consideração positiva. Quando esta consideração positiva vê no outro o valor da pessoa como ser único, gera a estima por ela. A estima

e o interesse proporcionam um acolhimento sem reservas, isto

é, incondicionado, absoluto; acolhimento em que “não se aceita apenas -«um ou outro sentimento, desaprovando os demais” (79),mas aceita-se a pessoa tal qual é. A autenticidade possibilita a empatia e esta conduz a uma

consideração

positiva incondicionada. Não há contradição en-

tre congruência e consideração ao invés, que uma é a condição, tra, e tanto uma como a outra critério normativo, de todo juízo

positiva incondicionada; creio, ou até a causa remota da ouimplicam na ausência de todo avaliativo do outro, o que faz

com que ambas as condições sejam não-diretivas. Quando uma pessoa está na presença de outra, e reciprocamente uma investe o campo experimental da outra, seja de modo perceptível ou imperceptível (80), e uma delas consegue

comunicar, pelo menos em parte, autenticidade, empatia e con-

Sr ot gun 78.

79. 80.

Cfr.

pg.

KINGET,

267.

ROGERS,

95.

Cfr.

G. M. —

Psicoterapia

e Relazionl

Umane,

Boringh.,

Milano,

1970,

GC. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cllente, Martinelli, Firenze, 1970, pg.

ROGERS,

CG.

R.



op.

cit.



78,

pg.

159.

Scanned with CamScanner

69

e estas atisideração positiva incondicion ada, e a outra perceb

em motudes, em medida mínima (81), a primeira atua OU põe nalivimento as capacidades latentes da segunda e sua perso

dade se modifica. Estas condições conseguem influenciar OU-

tra pessoa sem dirigí-la ou guiá-la; atuam as potencialidades,

deixando que toda iniciativa seja tomada pelo que percebe tais

atitudes. Este condicionamento não intervém na iniciativa e nas

decisões de outra pessoa.e nem sequer aponta metas OU crité-

rios

dinamiza

apenas

mas

normativos,

ção. Por isso é um condicionamento

tra nas capacidades

a tendência

à atualiza-

não-diretivo e se concen-

latentes da pessoa.

Conforme Rogers, são estas as atitudes indispensáveis para ativar o auto-desenvolvimento duma pessoa, mas “se estas atitudes não são, pelo menos em parte, comunicadas ao cliente

per-

e percebidas por ele, se elas não existem em seu mundo

ceptivo, não podem produzir modificação” (81). Ora, isto é afirmar implicitamente que a não-diretividade tem seus limites.

O limite acontece quando numa pessoa sidade nas atitudes com o mais elevado cá-las, e a outra não consegue ou não em medida mínima. Num tal caso, o uso

há o máximo de intenempenho de comuniquer percebê-las, nem do método será inefi-

caz.

“Quanto

pro-

mais perturbado está o cliente, tanto menos

vável é que colha as atitudes do terapeuta” (81), portanto, os indivíduos incapazes de captar tais atitudes num outro, isto é, incapazes de entrar em relação ou comunicação, não poderão ser ajudados pelo método não-diretivo (82). Pode-se dizer que o método não-diretivo não é aplicável a pessoas com distúr-

bios incuráveis (82). Encontra-se grande dificuldade em usar este método com pessoas de “baixo status social e intelectual, psicose crônica e em falta de qualquer motivação consciente”

(83). 81.

Cfr.

ROGERS,

82.

1970, pp. 95, Ctr. KINGET,

83.

pg. 33. Op. cit.



C.

100. GQ M.

81,

pg.

R.

es



La

Terapla

Psicoterapia

Centratata-Sul-Cllonte,

e

Relazionl

Umane,

Martinelll,

Boringh.,

Firenze,

Milano,

1970

Ê

251.

Scanned with CamScanner

TO

não-diretivo é aplicá-

método Por outro lado, “a terapia Ou maioria de indivíduos

vel à grande

que têm

relativamente adequada

chegar a uma Solução

a capacidade de de seus proble-

os próprios promas” (84). Creio que à capacidade de resolver pode percebê-los blemas se dá na medida em que O indivíduoproblemas oscila de dos

ou compreendê-los, e a compreensão

isto significa acordo com o grau de normalidade do indivíduo;

que ela é proporcional

auto-compreensão,

de

à capacidade

porque é na medida em que me conheço que consigo compre-

ender meus problemas. Desta posição infere-se que só O indi-

víduo capaz dum conhecimento reílexo pode servir-se deste método para reorganizar-se, auto-dirigir-se, escolher sua meta,

enfim, ser independente

(85 o 84).

e autônomo

Como complemento do acima exposto, acrescento que o próprio Rogers verificou nos esquizofrênicos, deficientes na capacidade de percepção, que ao servir-se de tal método, não só não progrediam, mas regrediam, aumentando a ansiedade momento,

(86). Esta constatação está a indicar, até o presente

um outro limite. Quem

aplicar este

pretende

método,

tudo

de

deve antes

ser uma personalidade autêntica, capaz de ser natural e equilibrada, ser cheia de compreensão, espontaneidade e calor (86). Parece-me que quanto mais uma pessoa se aproxima do equi-

líbrio manifestado por Cristo, melhor poderá empenhar-se nes-

ta vocação.

Resta-me

esclarecer

como

comunicar

concretamente

es-

tas atitudes não-diretivas. Estas atitudes internas, pelas quais o indivíduo, na relação consigo mesmo, deve ser autêntico e, na

relação

com

outro,

precisa

co-intuir

as vivências

ou

expe-

expressão

exte-

externa

deve

riências do interlocutor e aceitá-lo ou considerá-lo

positivo e incondicionado,

rior para serem ao AE ese 84.

ê

5.

86.

ROGERS, 124, 128,

GC.

necessitam

comunicadas.

R.



Psicoterapia

di

A

de uma

manifestação

c onsultazione, Astrolabio,

de modo

Roma,

1971,

pp.

ctr. KINGET, G. M. — Psicoterapia e Relazion “zlonl Umane, Boringh., Milano, 1970, pg. 33.

ctr. ROGERS, GC. R. — pp. 101-102, 104.

La Terapia

Centrata-Sul-

Cliente,

Martinelli,

Firenze,

1970,

Scanned with CamScanner

71 corresponder

ao estado

interior da personalidade.

É por isso

que na não-diretividade o terapeuta ou educador deve agir CoEngana-se mo pessõa e não como especialista ou técnico (87).

de quem pretende reduzir o método não-diretivo a um conjunto

não existécnicas; e se técnica evoca a noção de objeto (87),

tem técnicas não-diretivas, porque na relação, o outro é resobpeitado como sujeito, como pessoa, e não manipulado como jeto. Se tomarmos “técnica” num sentido restrito, isto é, como

e conexpressão externa das atitudes de congruência, empatia em sideração positiva incondicionada, então, poderemos falar são detécnicas rogerianas, mas, notemos, que estas técnicas

terminadas

pelas atitudes das quais decorrem.

A expressão externa das atitudes pode ser emitida através do aspecto fisionômico ou verbal. O emissor não-diretivo procura refletir a comunicação do interlocutor, expressando adedo quadamente ou dando forma externa, não só ao conteúdo que diz o indivíduo, mas também ao fundo sentimental que guia a expressão. É importante, pois, que a fisionomia, o tom, O ritmo e a intensidade da voz, e mesmo a gesticulação ou posição do corpo comuniquem o que o terapeuta ou educador percebe, no e com o sujeito, da experiência deste, e manifestem que o tera-

comunicar. do

ência

Portanto,

educando,

o que

precisão

de receber com

peuta foi capaz

o cliente quis

não se trata de revelar dados da experi-

dados

este

que

pretende

não

comunicar,

por não os ter assimilado. Parece-me que esta forma indireta de expressar as atitudes é mais eficaz que a forma verbal (88), porque

o emissor

revela ter compreendido

o interlocutor,

sem

correr o perigo de aprová-lo ou desaprová-lo; antes, revela que o acompanha e aceita sem tomar iniciativas por ele e, exatamente com isto, faz com que o indivíduo aprenda a ser autônomo (89).

87.

ctr.

88. 89.

pp. 259, 19. Cfr. idem, pp. 259-269. Cfr. op. cit. nº 87, pp.

KINGET,

G.

M.



Pslcoterapla

e

Relazioni

Umane,

Boringh.,

Milano,

1970,

274-276.

Scanned with CamScanner

72

A segunda forma de expressar as atitudes é a verbal, mas também esta não deve fazer mais que refletir a comunicação

do sujeito e exprimir a unidade das três atitudes presentes no

terapeuta ou pedagogo não-diretivo. “Refletir significa reassumir, parafrasear ou acentuar à comunicação do cliente, tanto

manifesta como implícita” (90). A comunicação implícita, po-

rém, só pode ser revelada, caso seja aceita pelo

indivíduo (90),

O pedagogo reassume a comunicação quando a retoma

ou a re-

produz numa forma equivalente, e em tal caso, “é melhor ser-

vir-se de termos e símbolos usados pelo próprio sujeito” (91).

“O meio mais simples de realizar isto é o de aceitar as palavras do sujeito, repetindo-as ou imitando-as em outras palavras, evitando discutir o conteúdo ou a realidade objetiva” (90).

Toda resposta deve, em síntese, revelar que o pedagogo soube imergir-se no mundo subjetivo do seu interlocutor e soube colher, não apenas o que o outro quis dizer, mas também o sentimento que comunicou. As respostas derivam sempre do quadro de referência do cliente ou educando (92), e expressam . não só as palavras dele, mas também sua intenção. O terapeuta ou educador deve responder “ao que o interlocutor comunica, não ao que revela” (92), porque ele pode revelar,o que não intenciona. Infere-se daqui que o terapeuta ou pedagogo, quando se sente incerto, deve evitar qualquer interpretação (91), porque esta poderá, não concordando com o ponto de vista do cliente, impedir a livre expressão dos seus sentimentos e barrar a dinâmica interna da própria pessoa. A formulação da

resposta deve ser de modo tal que o cliente só possa confirmá-la (90). Ora, isto acontece quando há uma identidade de percepção entre ambos, captada pelo cliente na reprodução

do terapeuta, quando em sintonia com sua expressão fisionô-

mica

(93).

O conteúdo reformulado na resposta deve sempre provir da comunicação do educando, de modo que ele, ao contem-

em

90. 91. 92. 93.

KINGET,

G.

M. —

Pslcoterapla

pp. 297, 293, 281. ROGERS, — Psicoterapia

di

e Relazion!

Consultazione,

ctr. op. cit. nº 90, pp. 283-286, 289. cfr.

op.

cit.



90,

pp.

Umane,

Astrolabio,

:

Boringhierl, Ro

Ê

Milano

;

1970

;

ma, 1971, pp. 203, 281.

297-200.

tm

Scanned with CamScanner

ss 73 plá-la, não a possa negar, antes, possa ver nela, como num espelho, a síntese do que pensa e sente. Quando O cliente aceita,

negá-la ou restringí-la, ele consegue

a resposta sem

perceber

elementos que imperceptivelmente experimentava. Ora, a não-

diretividade

visa fazer

com

que

o indivíduo

consciência

tome

ou perceba de modo autônomo a experiência vivida e com isso supere o desnível entre os fatos experimentados e sua repre-

sentação

(94). É este exatamente

Conforme gerianos

o efeito da resposta-reflexo.

Kinget, existem três modalidades de reflexos ro-

não-diretivos,

mas

convém

lembrar

que

“estas

gorias foram estabelecidas a posteriori, por Rogers”

cate-

(94). Es-

tas técnicas verbais derivam das atitudes e não fazem mais que

confirmar a não-diretividade da relação interpessoal ou dialo-

RA A primeira modalidade é a Reiteração. Na ausência de elementos emotivos, ou, quando não se consegue distinguir entre o conteúdo material e o sentimento da pessoa que pro-

gal.

cura

ajuda,

então

“reassume-se

a comunicação,

revela-se

um

elemento saliente ou simplesmente se reproduzem as últimas palavras” (94). Isto significa usar a reiteração. Reiterar o conteúdo estritamente evidente da comunicação cria um clima de segurança porque “nada se acrescenta ao pensamento do cliente” (94), e ele, por sua vez, se sente acompanhado, compreendido e respeitado. Com isto, suas forças autônomas e em crescimento são ativadas (94). Esta forma de reflexo não “modifica de modo direto o campo da percepção” (94), mas é a que, pela sua -não-diretividade, melhor favorece a iniciativa do indivíduo.

A segunda modalidade de resposta verbal chama-se Reflexo do Sentimento. Quando o terapeuta ou pedagogo nãodiretivo co-intui o sentimento vivido pelo sujeito, embora não manifestamente expresso no que diz, ele pode explicitar este sentimento inserido nas palavras, não para impor ao indivíduo, mas para propor (94). Esta técnica que ilumina o fundo da co94,

Cfr. KINGET, G. M. — Psicoterapia e Relazionl pp. 299-307, 207-308, 310, 309-310, 315.

Umane,

Boringh.,

Milano,

1970,

Scanned with CamScanner

74

sentimento. “Reconhecer adedo flexo ão intitula-se re dai rear municaç do1 sujeito, clarear seus sentiânimo de s do ta m | O insight” verifiquadamente OS es ze fa o, sã es pr ex e vr jar à li um modo mentos, encora ” é essencialmente

O “insight car-se por si” (95). organização da faculer, por isso, comporta a re

novo de perceb

dade perceptiva

(96).

pliar o campo da percepam a a ud aj o ex fl re ta os sp Esta re o, sua reorganização. Entretant do indivíduo, o que fav orece

ção positivo quando embeito efe tal er obt rá ui eg ns co o este reflex ão e do respeito incondiciobido duma verdadeira compreens autêntico (97). Quando, for m que a e ent som eis sív nado, pos se reproduz O seu sentimento, além do pensamento da pessoa a fruto duma compreensão sej ta pos res tal que l áve ens isp é ind nte o que O sujeito sente, empática, e expresse verdadeirame e

sem

qualquer

inserir

escuta

quem

pessoa | de

sentimento

do, a enunciação transelabora o reflexo, porque isto acontecen temente

ação e consequen forma-se numa avaliação ou interpret (97). Esta modalidade deixa de ser uma técnica não-diretiva

de refletir deve

“iluminar o indivíduo,

(97), e

instruí-lo”

sem

ar sua intenção ou para isso não pode fazer mais que explicit exige muita asua atitude (97). A formulação de tal resposta

rência tenção para manter-se sempre dentro do quadro de refe

do cliente.

Dentro

preensão

desta

perspectiva,

e acolhimento

em

se procura

que,

com

equilíbrio,

com-

participar do

ser fiel ou

sentimento do outro, ele se sente impelido a reavaliar-se, deslocando o fulcro da percepção, do problema para o próprio

sentimento

(98), sem

defender-se,

e assim

vimento sua pessoa e seu comportamento.

põe

e mo-

ação

em

A terceira modalidade de reflexo é a Elucidação. É uma resposta que visa “pôr em destaque sentimentos e atitudes que mem

95.

97. 98.

e, Astrol., ROGERS, C. R. — Psicoterapia di Consultazion 201. 95, pp. 171, 204 cir. ROGERS, C. R. — Op. cit. nº Cfr.

KI

,

pp. 321, 322, 307, 310. cfr. Idem, PS. 324.

Ee

,

Roma,

,

9

1971

“4

Mil

,

194

pp

,

e

1

Scanned with CamScanner

75

jeito, mas que por

palavras do SU não derivam diretamente das cação ou do conuni com da das uzi ded dem racionalmente ser quema de deve afastar-se do es não o açã cid elu A texto” (98). ela tende a aproém, como dedução, referência do sujeito, por geralmente

e, portanto, ximar-se da interpretação à autonomia

a tendência

não estimula

diz: “É sempre melhor

(99). Rogers

ar atitudes não ainret erp Int . sos res exp os ent reconhecer sentim afirmaperigoso” (100). Desta

da enunciadas

ção concluo

é extremamente

mo dos

que OS dois primeiros

de

refletir são

OS

enquanto

fa-

Rogers. Ele o afirma dizendo por dos usa s mai os e es melhor deuma interpretação. O fato

uzir que “nada se ganha em ded terminante é aceitar a interpretação”

que

Parece-me

vorece

a atividade

a elucidação

é não-diretiva

pertencente

como

à campo

nteça é necessário percepção. Ora, para que isso aco

da própria

certo

um

da elucidação

Portanto, o emprego

grau de autocompreensão.

O

caso

do sujeito, e só favorece

autônoma

indivíduo a reconheça

(100).

já atingiu um certo grau pode ser válido para um indivíduo que soalmente penso que de desenvolvimento e autonomia (99). Pes ação o grau de lio uso desta técnica deve levar em consider o indivíduo berdade do cliente, e creio ser vantajosa quando sua autocomesteja em condições de aceitá-la para promover Kinget confirmou este ponto de vista ao afirmar: preensão.

o cliente se acha diante

“Quando a exploração é aprofundada e

internas

de contradições

e comportamentos (101).

natural que aflore a elucidação”

é

sentido,

sem

Sendo a elucidação uma operação lógica, um trabalho intelectual, ela manifesta, de modo mais claro, a competência do terapeuta e portanto vem encorajar a dependência do cliente. A elucidação só

é válida quando

o grau

de autonomia

cançado pelo cliente é tal que o esclarecimento

dica 99,

mais,

antes,

Cfr.r. KINGET, pp.

G.

325-328.

100.

E ROGERS, GR. C. R.

101.

Op.

cit.



99,

ajuda-o

M. — — pg.

porque

Psicoterapia

Psicot e rapia 358.

di

e

ele



Relazioni

Consultazlone,

não o preju-

a elucidação

Umane,

Boringh.,

Astrolabio,

al-

'

mo

Milano,

Roma,

,

1971

1970

,

p o

Scanned with CamScanner

76

uma ressonância amplificada do que ele próprio pensa e sente

Uma

perfeita co-intuição

quando

a elucidação

do estado

do cliente

será vantajosa

poderá

e não-diretiva,

Do acima exposto resulta que quanto mais reflexo tende a afastar-se do ponto de vista do

favor de elementos

provindos

do quadro

indicar

a

respostasujeito, em

de referência do te-

rapeuta, tanto menos não-diretiva é uma técnica. Quanto mais

diretiva for a resposta apoiar-se no terapeuta

A não-diretividade

maior será a tendência do cliente em e menor será sua autonomia.

exige

que

tudo

parta

da

iniciativa do

sujeito: o assunto a debater, o campo a explorar, os valores a escolher, as metas a atingir; tudo se apoia sobre suas ne-

cessidades,

sobre

referência.

ele,

mas

Nada

sua

competência,

se faz sem

principalmente

nele.

sobre

ele e tudo

se

seu

realiza

esquema

de

por e com

Uma conclusão concreta do método não-diretivo pode ser a seguinte: amigo, procura escutar a voz de teu interior e ela ensinará a conhecer-te a ti mesmo e relacionar-te com outro em profundidade. Com isto conseguirás ser congruente, aceitando-te e amando-te. Na medida em que te compreenderes e aceitares, terás condições de te abrires para escutar, com-

preender em

e acolher

condições

mais

os que te rodeiam precárias

do

que

e talvez se encontrem

a tua.

Estes,

encontran-.

do em ti uma pessoa aberta e autêntica, sentirão que tua personalidade irradia o calor suficiente para que também eles

possam crescer e amadurecer. Eis a maneira como podes con-

tribuir para transformar uma librada;

zer da

desabrochar

sociedade

fervorosos,

pessoas,

nem

mas

uma

os

numa

pessoa desintegrada,

criança

família humana.

melhores

a compreensão

colhedor comunica

as suas

Não

conselhos

empática,

que

em

numa

equi-

capacidades

e fa-

são

os discursos

transformam

as

que o silêncio a-

mais do que o discurso, o exemplo e o

gesto são mais fortes que as palavras e a pessoa vale mais do que a técnica. Só um clima não-diretivo faz de cada um e de criar uma pessoa madura, capaz de viver autênticamente

uma

calor. atmosfera de paz, harmonia e

Scanned with CamScanner

Ill

CAPÍTULO

O DESENVOLVIMENTO E O CONCEITO DE PESSOA tos mais próxiInicio este capítulo partindo dos elemen ivamente, chegar mos da experiência terapêutica, para, gradat tato com ela, a inferências que sempre mais se afastam do con

até, por fim, precisar o conceito de pessoa.

Quando numa interação humana um indivíduo se porta de modo não-diretivo, por um lapso de tempo, e outro consegue perceber as atitudes comunicadas pelo primeiro (1), poder-

se-ão constatar certos fenômenos de mudança no segundo (1). Estas mudanças externam-se no comportamento, pois “pessoas que conhecem bem os clientes constatam que eles

se comportam com maior maturidade” 1.

Cfr.

ROGERS,

C.

R.



pp. 166, 171, 175, 179.

Psicoterapla

e

Relazioni

(1) após o tratamento. Umane,

Boringh.,

Milano

ATO,

Scanned with CamScanner

78 Cumpre

lução

notar,

porém,

interior, porque

que

o método

não

conduta a partir do exterior (2). Tudo

pessoal

força propulsora da evolução

sujeito.

Esta força

atualização

(1).

A

inata chama-se

citada

dirige e não Corrige a

leva a pressupor que a

está dentro do próprio

tendência

tendência,

da evo.

provém

O comportamento

que

atualizante ou à

ao

expor

o

Método

não-diretivo chamei também

capacidade ou potência, impreg-

diz-se que é uma

“organísmica”

na o indivíduo em sua totalidade psicofísica (3). Neste sentido

tendência

em sua totalidade (2).

ende:

O

organismo,

“Aspectos

tuitivos

na

globalidade

fisiológicos (ou

e conscientes”

(3).

de

ou do organismo

seus

aspectos,

morfológicos),

Portanto,

compre-

instintivos, in-

a concepção

global

ou

organísmica revela “a compeneitração e inseparabilidade dos aspectos físicos e psíquicos do organismo” (2), de modo que

é possível estabelecer um real paralelo entre o pólo físico do desenvolvimento e o psicológico. Se o indivíduo consegue satisfazer as necessidades físicas ou biológicas de seu organismo, desenvolve o aspecto morfológico, e o funcionamento fi-

siológico será ótimo. Se ele satisfaz as necessidades psíquicas do organismo, desencadeia o crescimento da personali- . dade,

e o sujeito

funcionará

psicologicamente

muito

bem

(4).

Há sempre uma interferência dum aspecto no outro, a tal ponto que não é possível. o crescimento psicológico equilibrado, sem um crescimento somático correspondente; o equilíbrio de um está condicionado pelo equilíbrio do outro. Não se dá um processo de modificação psicológica sem uma ressonância fisiológica, e, quando uma capacidade se desenvolve, sempre encontra eco na outra. Tanto uma como outra potencialidade só crescem na interação com o ambiente, e quando o ambienDO

(3

Ctr. KINGET, pp. 166, 171,

G. M. — 175, 179.

Psicoterapia

e

Relazioni

Umane,

Boringh.,

Milano,

1970,

, 1970, P9ROGERS, C. R. — Le Développement de la Personne, Dunod, Paris 20, nota 1. cir. ROGERS, G. R. e KINGET, G. M. — Op. cit. nº 2, pp. 35-36, 179, 216-219, 58.

Scanned with CamScanner

79 ;

é e se oriqu necessidades as satisfazer para te fornece os meios está garantida à ponte te, zan ali atu cia dên ten da ginam gia soal, sem, porém, e promoção do enriquecimento pes a se O intervento clínico

tervenção ativa (4). “Como ae smo, de modo análogo, a im ani org do co ógi iol fis rio líb qui . dos valores nsamentos e sentimentos e

cia profunda dos pe outro pode perturbar

(4).

A concepção

a balança

natural

Ru

organismo,

do

unitária e indissociada

psíquicas

forças

das

seus aspectos psicossomáticos, tem como consequência nº

cessária que, a

lei (!) fisiológica ou morfo

lógica do organismo,

to físico, em senreferente à tendência à atualização do aspec

tido positivo, estende-se ou é válida para O todo, isto é, para

o

organismo,

o

globa

portanto,

e

psicológico

aspecto

a

tendência

também.

en-

atualizante

uma



Apenas

O aspecdiferença quanto ao método ou o modo de constatar. a-se num to físico é observável do exterior e “a hipótese basei psicosistema de referência externo” (5), enquanto o aspecto lógico só é observável entrando em contato com O mundo interior da pessoa, pela empatia (5). A hipótese baseia-se num sistema de referência interno à pessoa, e pode ser confirma-

da pela própria pessoa ou por uma avaliação consensual (6). Para O primeiro, emprega-se o método objetivo, experimental, e para o segundo, o método fenomenológico. Um apoia-se no conhecimento empírico; outro, no conhecimento fenomenológico (6). . não

O princípio ou hipótese da tendência é

um

fato

5.

ROGERS, 321. 317,

C.

6.

Ctr. ROGERS,

observável

externamente.

à atualização O

que

se

física

observa

externamente são 'os efeitos ou resultados da hipótese, que é

R. —

La

C. R. —

Terapia

Centrata-Sul-CIl ente,

Op.

cit. nº 5, pp. 317-332,

Martinelli,

: Firenze,

1970,

pp.'

315

Scanned with CamScanner

80

intuída subjetivamente (6). Igualmente é a observação natura.

lista dos fenômenos psicológicos, da fenomenologia do eu,

referente â ten-

a hipótese

que leva a intuir subjetivamente

dência à atualização psicológica. Não há, portanto, razão pa. fisiol6ra dizer como Kinget que O desenvolvimento do pólo gico à fase adulta, com a presença de fatores que 0 promo. do pólo psíquico

vem, seja um fato; e que O desenvolvimento

seja do organismo, na presença dum clima que lhe favorece, tanto é o feuma hipótese (7). Creio que fato, para Rogers, (8), e hipótese nômeno psicológico, como O fenômeno físico é a tendência à atualização tanto do pólo físico como do pólo psíquico (7). O desenvolvimento morfológico não tem razão a não

psicológico,

de ser mais exato que O desenvolvimento

O qual o conheci-

ser que se aceite o preconceito, conforme

' mento objetivo ou experimental é mais exato que O conhecimento fenomenológico da pessoa. Entretanto, Rogers afirma que “nenhum método de conhecimento é infalível” (8). Logo, tanto um como outro não podem pretender mais que formular

hipóteses, e não leis imutáveis. Além disso, só é possível o

acesso ao mundo fenomenológico da pessoa, através da observação naturalista que empatiza com a experiência subjetiva imediata. Na observação naturalista realizada no contato

ou experiência terapêutica, Rogers constata que no campo fenomênico ou experiencial, isto é, na experiêncica organís-

mica não se -dão somente dados conscientes, fisiológicos, mas instintivos e intuitivos, ou experiências

aspectos

sensoriais e

viscerais que são provadas e nem sempre conscientizadas

(9). Poder-se-ia talvez resumir estes aspectos cônscios e in-

cônscios no termo experiência. “A experiência se refere a tudo que acontece no organismo, em qualquer momento, e que

é

potencialmente

disponível

à consciência .'..

engloba

os

a-

)

ee

.

2)

Cfr. KINGET, 6. M — Pelcoterapia e Relazioni Umane, Boringh.,

PP.

85,

45.

ctr. ROGERS,

C. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cli

pp. 317-322, 315. Cfr.

ROGERS,

C.

R.



Op.

cit.

nº 7,

Pg.

"”

Milano, 1970 ,

,

ente, Martinelli, Firenze, 1970,

246,

Scanned with CamScanner

81

viduo é consciente, como os fe contecimentos de que o indicien te" (10).

nômenos de que não é cons ência,

que

há os

à consci-

da experiência disponíveis

Entre os elementos

O

eu.

do

perceptiva

a estrutura

perfazem

eu não é mais que “um conjunto organizado e mutável de per-

cepções

ao próprio sujeito.

que se referem

Como

exemplo

destas percepções citamos: características, atributos, qualidades e defeitos, capacidades e limites, valores e relações

que o sujeito reconhece descritivos de si próprio e que perce-

be como constituintes de sua identidade” (11). Basta, porém, que esta configuração constitutiva da imagem ou idéia do eu “seja disponível à consciência, embora não seja necessariamente conscicente ou plenamente consciente” (10). Isto não

isto

significa que a noção do eu inclua dados inconscientes,

é, apenas potencialmente simbolizáveis (10). Eu diria, esta noção só inclui o que é virtualmente simbolizado ou consciente, porque a estrutura do eu “engloba, além daquilo de que o indivíduo se dá atualmente conta, todas as experiências passadas ou periféricas capazes de entrar imediatamente no | campo da percepção sob a influência de um estímulo adequado, quer externo, físico ou interno” (11).

rapêutica,

que

certificou-se

um

é

eu

“o

na

relação

te-

elemento

central

da

fenomênico

o campo

observando

Rogers,

não ter outro

e ele parece

experiência subjetiva do cliente...

escopo que o de tornar-se o seu verdadeiro eu” (10). Esta tendência pressupõe a possibilidade de flutuação na idéia que

o sujeito se faz de si mesmo,

e ela flutua,

realmente,

na me-

dida em que suas percepções e conscientizações se modificam. As percepções e conscientizações modificam-se porque os estímulos internos e externos variam, e são eles os causadores das simbolizações conscientes e das percepções. A englobando

consciência, 10,

Ctr. ROGERS, 1970, pg. 246. KINGET,

11. Rogers

G.

M.

C.

A.



Op.

— cit.

efeitos

de

Psicoterapia

e

pp.

26,



10,

estímulos

Relazioni

excitantes

Umane,

Boringh.,

pro-

Milano

54.

6

Scanned with CamScanner

82

venientes de fonte externa e interna, é mais ampla que a per.

cepção, por ser esta efeito apenas de estímulos excitantes provenientes de fonte externa (12). Acontece que tanto a per.

sciência: não são maiso doque parte da es. de to O estímuio, e ressonância ci , fonte ijenial experienc a con

como

cepção

trutura

o não conscientizado.

mesmo

Pertencendo o eu à estrutura perceptiva (13), e esta por sua vez, sendo parte da experiência organísmica total (12), só possibilita ao eu “fazer parte da unidade psicofísica total indi-

cada com o termo organismo” (13), embora seja a parte cen-

tral. Havendo uma diferença entre o eu e a experiência total, em cada momento da experiência, o indivíduo, conscientizando-se dela, pode descobrir que “um grande número de ele-

mentos da experiência aparecem em contradição com a idéia que ele faz de si próprio” (14). É neste caso que se dá a divergência entre o que o sujeito pensa ou julga ser e o que sente ou experimenta realmente (= experiência atual subjeti- va que corresponde ao sentimento que um indivíduo prova ao ter uma experiência = “experiencing”). Não se trata do acúmulo de experiências passadas (15). Tudo isto acontece porque “alguns elementos experienciais não estão incorporados na

estrutura

do

eu”

(12).

esclarecimento

Como

centar o seguinte: o próprio sujeito começa contraste: “eu sou tal e tal, mas experimento

posso

acres-

a perceber um este sentimento

que é sem relação alguma com o que sou” (14). Ora, isto significa que “eu sou um eu que difere duma parte de minha

experiência”

elementos

(16).

sujeito,

O

da experiência que

em

situação,

tal

concordam

com

seleciona

a imagem

“os

do

eu e estes passam a ser disponíveis à consciência... Os deo

12. 13. 14. 15.

16.

Cfr.

KINGET,

ROGERS,

Cfr.

M.

G.

C. R. —

ROGERS,

1970, po. ROGERS,

Ce

G.

149-150. R. —

GC.



Psicoterapia



Op.

cit.



e Relazioni 12,

pp.

36,

Umane,

Op.

La

cit.



Terapia 14,

pg.

Milano,

1970

37.

Le Développement de la Personne,

RH. —

Boringh.,

Dunod,

Paris,

1970

62

Centrata-Sul-Cllonte, Martinel, Firenze, 62,

Scanned with CamScanner

er

onsequent

ncia”bd(17) sáe Ex€ intercep i nterceptados à consciên ão maisi são Imagem negas mente, deformados, falsificados ou A "”

a

e não 6a tornem conformes à imagem do eu,

a ex

org

que se amplia e corrige com novas percepções:

ra on ser negada por enãopp periência que passa a circ vê-s a ânci unst

imagem

do eu. Em

tal

portamento” atualização

Resumindo:

(17).

s

i

fornece

a

conciui-S -

.

dinâmica

inca

o

“idéia do eu aparece como um pesto

organismo,

ao

a

e

energia

ou

mas é regulada ou dirigida, em sua tendência à con

a tendência

e ao desenvolvimento, pela noção do eu. Sendo

atualizante,

a dinâmica

do

impregna de energia também

organismo

ela

totalidade,

sua

em

servação

a noção do eu, visto ser esta o

elemento central do organismo. Neste cia à atualização do eu (17). Ela age riquecer o eu, mas se a noção não experenciais do organismo, há uma

caso, chama-se tendênvisando conservar e enconcorda com os dados cisão na personalidade

(17), e a “tendência à atualização do organismo

pode

obsta-

são

objeti-

cular a tendência à atualização do eu” (17), em vez de desenvolvê-la positivamente. O indivíduo, percebendo a experiência organísmica de modo falsificado e deformado, porque “a experiência comporta elementos não identificados que se referem ao eu” (17), faz com que a imagem do eu impeça o

sujeito de acolher elementos

vamente

suas

enriquecedores.

A tendência

à atualização

necessidades

necessidade

procura

como

manter

reais,

ameaça

mas

à

de experiência

que

do organismo

busca

o indivíduo

noção

que

que faz

satisfazer

percebe de

a estrutura do eu e defender-se

si

da

uma

próprio,

ameaça.

Com isto intercepta experiências reais e consequentemente gera a tensão interior, resultado natural do conflito entre a imagem do eu e a sua experiência verdadeira. É desta ma-

heira que a tendência à atualização do organismo 17.

ROGERS, j C. R. — 152, 145, 184, 144.

Psicoterapia

e

Relazioni

Umane

» B Boringh.,

obstaculiza

Milano,

1970,

pp.

Scanned with CamScanner

84

eu. Por outro lado, pode-se con. a tendênci a à atualização do objetiva, a tendência à atuacluir que se a noção do eu for Esta

lização do eu não será obstaculizada, torna-se

noção



quando

verdadeira

mas

acordo

plenificada.

entre ela e a

spondência enexperiência organísmica; ou quando há “corre pos-

r e aqueles que tre os atributos que o indivíduo crê possui efetivamente”

sui

(18).

Ora,

isto

significa

que

indivíduo

o

daquando progride não faz mais do que “tornar-se O seu ver

deiro eu” (18), conforme constatou o próprio Rogers nas en-

trevistas terapêuticas.

O que modifica durante o curso da terapia é a noção do eu (18), e a modificação se dá no sentido de uma reintegração

de elementos da experiência

negados

ou deformados.

O pro-

cesso de desenvolvimento ou reintegração não é mais que “um constante processo de modificação do campo da percepção, particularmente do setor central, correspondente à estrutura do eu” (19). O eu, porém, não é um simples aglomerado de apreensões, mas uma “Gestalt”, suscetível de sensíveis mudanças a cada mudança perceptiva. Deriva daí que o eu “se modifica, não essencialmente mediante adição e subtração, mas mediante organização e reorganização” (18). Tais fenômenos também foram examinados por Rogers durante a terapia

(18).

Para que se estabeleça o processo de reintegração ou desenvolvimento é necessário que o sujeito não se sinta ameaçado por nenhum fator e consiga reconhecer ou conscientizar-se das experiências até então negadas ou deformadas. É o fenômeno interno do desacordo entre a imagem do

eu e a experiência real vivida que provoca o desequilíbrio da personalidade, a tensão, a confusão, a angústia. O desequili-

brio se expressa no comportamento

que, ao conformar-se tan-

to às exigências organísmicas como à imagem deformada do

a CRE 18.

19,

ROGERS, C. 138, 150-151,

KINGET,

R. — Psicoterapia 156-157.

G. M. —

e

Relazioni

op. cit. nº 18, pg. 305.

Umane,

Boringh.,

Milano,

1970,

pp.

Scanned with CamScanner

85 es

eu,

: mostra-se

desarticulado

a situação

e in coerente

(20). e Numa * sinta livre SOde

o deste gênero é necessário que o indivídu

toda coação

da percepção

para, novamente,

a experiência

com

estabelecer O contato vivida e harmonizar

O à

(21).

e a consciêncica

entre o sentimento

órdo

E

Somente um clima que envolve de segurança O sujeito,

no qual

desfa-

poderá

e acolhido,

compreendido

se sentirá

zer sua estrutura defensiva que deforma, intercepta ou negã

experiências

que

não

concordam

com

a imagem

do

eu

(20).

de perceber a realidade subjetivamente experimentada

(22),

pessoa a exprimir ou acolher apenas certas experiências

(21).

Um clima de calor e afeição pode afrouxar a rigidez no modo

visto que tal clima satisfaz a necessidade de ser amado (consideração positiva) (22) e simultaneamente não condiciona a

A ausência total de juízos normativos estimula-o a tanto. A

consegiência lógica é que as condições oferecem possibilidade ao indivíduo de abrir-se à experiência e acolhê-la livre-

mente exprimindo o que percebe (21). Esse modo de portarse em face da experiência atual faz com que a noção do eu se amplie e se corrija e, portanto, não é mais a experiência que se adapta à noção do eu, mas O inverso, visto que esta

se enriquece pela escuta daquela e assim

aproxima

gradativamente

do

eu

a imagem

real.

do eu se

O clima capaz de satisfazer as necessidades organísmicas provenientes da tendência à atualização, sendo despro-

vido de avaliações

normativas,

não

ameaça,

clas e sentimentos interceptados começam

ciência e corrigir ou reorganizar a imagem rige o desenvolvimento

do

próprio

e as experiên-

a aflorar na cons-

que

indivíduo.

A

regula e dinão-diretivi-

dade atua o desenvolvimento da personalidade rumo à madu-

reza. Quando o indivíduo percebe que é compreendido empaticamente e prova a consideração positiva pro porcionada por a

20.

Cfr. A ROGERS,

pp.

21. 22,

154,

155.

C. CG. R. R, —

Psicotera pla

e

Relazloni

Cfr. KINGET, , G. 6. M. M. — op. . cit.cit. nº 200, pp. Cfr. ROGERS, C. R. — Le Développement

pg. 66.

U

mane,

Boringh,,

Milano,

1970,

38, 39-40, de

la

Personn

9

Dunod,

Paris,

1970

,

Scanned with CamScanner

|

86 pessoa,

outra

de

ne cessidade

sua

é satisfeita e

amado

ser

iasec a à | atualização das potenc com isso a tendência intrín passa em açã o e a experiêncica lidades organísmicas entra (23). A evolução acontece funada ent res rep ser a nte ame nov à pre damentalmente na noção do eu.

im-

da diretividade

oriunda

de insegurança

A condição

pripressa por outro (com proibições, imposições, etc.) leva tos ou

seus sentimen “meiro O indivíduo a não mais expressar

A falta de liexperiências e, depois, a não percebê-los (24). nde-se graberdade em exprimir-se, neste clima opressor, este os eledativamente à comunicação interna, de modo que muit É desta

ência.

de ter livre acesso

deixam

da experiência

mentos

que

maneira

se aprende

a reprimir

à consci-

a exterio-

rização e depois a própria existência dos sentimentos

interio-

res (24). Ao invés, a condição de segurança oriunda da não-diretividage, na qual a pessoa encontra, além da autenticidade, a compreensão empática e a consideração positiva incondicionada, faz com que o indivíduo se sinta capaz de exprimir seus

sentimentos

e

(23)

de

percebê-los

rigidez

interna,

consequentemente

pouco a pouco. Quando se oferecem condições de liberdade ao indivíduo para manifestar seus sentimentos ou experiências ou

para

prová-los,

rompe-se

O bloqueio

noção

eu.

o sujeito pode verificar o desacordo e a sua

periência

prossiga,

sem

sentimentos

os

amor,

apresentar

ou

do

e

existente entre a sua ex-

Caso

ameaças

ou

o clima

e irradiar

experiências

e negados passam a ser adequadamente quentemente integrados à noção do eu.

até

o envolve

que

compreensão

então

deformados

percebidos

e

e conse-

Na medida em que a estrutura do eu for reorganizada e

crescer

o

acordo

entre

o eu

e a experiência,

a

imagem

do

Milano,

1970,

total, tendem eu e o eu real que corresponde à experiência experiências a identificar-se. Nesta progressiva evolução, as ameaçadoras diminuem, as deformações ou intercepções se

eo o 28. 24.

E

Umane, cfr. ROGERS, GC. R. — Psicoterapia e Relazionl 170. 194, pp. 19323, pp. 39-40, 41. ctr. KINGET, 6. M. — op. cit. nº

Boringh.,

| |

Scanned with CamScanner

87

reduzem e o indivíduo, em vez de defender-se torna-se sempre mais aberto para escutar e acolher a própria experiência, aumentando o acordo entre o eu e a experiência e diminuindo

a tensão e a angústia. Tudo isso o leva a alcançar seu verdadeiro eu e avizinhar-se do eu ideal, pois “a terapia centrada

no cliente tem

é o conjunto

ideal

eu

“O

(25).

tual e o eu. ideal”

à-

efeito reduzir a diferença entre o eu

como

das

terísticas que o sujeito gostaria de poder reclamar como

carac-

des-

critivas dele próprio” (26). Neste processo a pessoa aceita-se

ão posia si própria, o que equivale a dizer que a consideraçavaliação

tiva em relação a si próprio aumenta. O centro de alheia. passa a ser O próprio organismo e não mais a opinião Como consequência, demonstra maior autonomia e indepen-

si mesma

a confiar mais em

dência e portanto começa

(26).

A nova situação pessoal reflete-se externamente, porque no a pessoa, conhecendo-se melhor, percebe o mundo exter conde modo mais real e correto. Ela se torna mais capaz de

comportamento,

trolar e dirigir o próprio

consequência

e em

melhora suas relações sociais, porque, aceitando-se a si mesa noma, é capaz de aceitar os outros. Consegue adaptar-se vas situações e a resolver seus problemas. Por fim, revela-se um sujeito criador e eficaz (26). Conforme foi delineado o processo, é fácil ver que o elemento base e essencial donde se originam os demais, é o aumento de acordo interno, de autenticidade (26). “O indivíduo se dirigirá a um ponto no qual ele será mais yerdadeiramente ele mesmo. Ele será de maneira mais unificada o que ele é orgânicamente” (27). A maior congruência entre o

conceito do eu e o conceito do eu ideal torna a pessoa madura

(26),

na experiência. ..

um

feito

funcionamento”

25.

ROGERS,

28. 27.

, C. O. R.

pp.. 228, 201-205. ROGERS,

,



C. q R. —

150, 1865-174. ROGERS,

a ser em

“começa

C.

R. —

19, 85, 84-85, 158.

organismo

(27). La

Le

humano

pessoa

A

Terapia

Psicoterapla

sua consciência torna-se

Centrata-Sul-Cliente

e

Relazioni

Développement

de

É la

completo

Uman e,

*

M B

Personne,

um

o que

mais

ela é

e em

per-

organismo :

Mantinelli, Firenze, 1970,

Milano, 1970, pp otingh. D *

Cunod, Paris, 1970,

E

p'

Scanned with CamScanner

88

inteiro, seu eu total, unificado e instantâneo, seu eu autêntico, único

e irrepetível (28). No momento culminante do processo, a pessoa descobre a que ela pode ser sua experiência... “ela pode definir-se impor à sua expartir de sua experiência, em vez de tentar periência uma definição de seu eu, recusando tomar consciência dos elementos que não se enquadram nesta definição” a (28). Alcançar este auge significa ampliar a imagem do eu ponto de confundir-se com a experiência subjetiva. O sujeito escutando a profundidade de suas reações e emoções e tomando consciência de tudo o que experimenta, escolhe ser ele próprio, seu autêntico eu. Não se torna o eu que pode

o que deve ser, mas O que verdadeiramente

ser e nem

Quando

a pessoa

a experiência,

o eu se funde com

é (29). con-

segue como que identificar-se com O organismo, ser o eu total. Sendo o eu a base diretriz e reguladora, mas tendo atingido a amplidão do elemento dinâmico (a tendência à atualização organísmica), ele não mais impede a eficácia do desenvolvimento organísmico total e global (30). A força que controla ou regula as experiências favoráveis a preservação e

crescimento

com

plenamente

do indivíduo concorda

o próprio

organismo; e o organismo avalia como favoráveis ao enriquecimento as experiências que satisfazem as necessidades da

tendência atualizante. Tal afirmação significa que a tendência à atualização serve de critério à avaliação organísmica. A força reguladora passa a ser O próprio processo de avaliação do organismo (31). Quando a noção do eu é verdadeira, o eu confunde-se com o organismo e a tendência à atualiza-

à tendência à atualização do organis-

ção do eu corresponde mo.

processo

det

28. 29. 30 31

ao

possibilita

situação

Esta

que flui e muda

contínuo

ctr. ROGERS,

C. R. —

Le Développement

cfr.

ROGERS,

GC. R. —

La

ctr.

KINGET,

G.

pp.

158,

65.

pp. 166-176. pp.

cfr.

37-38.

ROGERS,

O.

M.



R. —

Terapia

Psicoterapia Op.

k

cit.

desenvolver-se

sujeito

constantemente,

de la Personne,

Centrata-Sul-Cllente, e

nº 30,

Relazionl pp.

Umane,

179-181.

num

devido O

Dunod, Paris, 1970,

Martinelll,

Firenze,

1970,

Boringh.,

Milano,

1970,

»

Scanned with CamScanner

89

temente

a pessoa

conscientizados.

torna-se

existente

O ser humano

organísmicas,

ou experiências

fluir dos sentimentos

proposição

da

Infere-se

que

acima

de devir...

processo

constante

um

constan-

deixa de ser algo de completo e realizado, pa-

ra tornar-se um ser que.se modifica e cresce livremente, im(32). pulsionado pela dinâmica de sua tendência à atualização al. Não de espir É uma vida que se expande e amplia em forma se fosse é um estado de felicidade ou perfeição como

algo

lsiona, não de estático, porque a energia da tendência impu ção é a um destino, mas em direção a uma vida plena. A dire víduo aberescolhida espontaneamente, organicamente. O indi sua exto à experiência funciona psicologicamente bem, vive

que melhor faperiência e seu organismo tende a escolher o seu comvorece sua conservação e crescimento, e portanto

portamento será o mais satisfatório (33).

que estamos Convém lembrar que Rogers, no ponto em desprender-se, da formulação de sua teoria, começa agora à ica, sem concada vez mais do campo da experiência terapêut do

o comportamento

Se

nal, social

conforme

e moral,

comportamento

é efeito

de

indivíduo

revelaram

força

uma

(33).

lógica

ordem

rigorosa

uma

abandonar

tudo

é naturalmente seus

interna

clientes,

racioe este

próprio

do

su-

jeito, e não resultado duma direção impressa por outra pessoa, conclui-se que a natureza humana, em sua base, é leal e po-

Esta tendência

sitiva.

interna positiva

que as forças externas não impeçam,

concretiza-se

desde

mas sejam favoráveis ao

auto-desenvolvimento. A natureza humana sendo positiva e equilibrada, porque dotada de uma tendência que a faz desenvolver-se num sentido construtivo, caso o clima favoreça, e ainda, sendo o verdadeiro eu do indivíduo seu próprio orga-

nismo integrado, pode-se deduzir que a pessoa, em em.

i

ascimento

a a

S2. 33,

Cfr. . ROGERS,

171, 181-191.. Cfr.

ROGERS,

Pp. 178, 144.

GC. pj Md C.

sua ori-

o de integra-

R. Who — La Terapia Centrata-Sul-Cliente, R.



Psicoterapia

e

Relazlonl

s

Ma rtinelli,

Umane,

Borin

Firenze, 1970, pp, h

9.» Milano,

1970,

Scanned with CamScanner

90

a fatores exter-

devido

que se desintegra

(33). Acontece

ção”

lução de seu ser (34). nos desfavoráveis que interferem na evo ssue do comportamento humano pre

A natural racionalidad de seu nascimento. Isto põe a racionalidade do organismo des a possuir em equivale a um estado de equilíbrio e harmonia e

O or-

quando

que

posição

desta

Deriva

a plenitude.

gérmen

ssivamente ganismo se autoregula, consegue realizar progre monia ree de modo harmônico suas potencialidades. A har

O

todo a

realidade.

sua

percebe

que

organizado



Para

a

criança

com

a

realidade

relação

ao

como

um

apresenta-se

infância,

sua

desde

indivíduo,

em

como

vela-se tanto em relação a si próprio, ambiente que o circunda (35).

experiência

entre

identidade

se fosse

como

experiência

e realidade. Além disso, ela está munida duma tendência intrínseca para desenvolver as capacidades do seu organismo. Na

interação

sua

tendência

favoráveis be

como

inato de vamente,

as experiências que satisfazem orgânica

negativas.

O

(34).

A

à

tendência

renciação,

como

que

perce-

as

de

um

de

sistema

motivação e de controle que corresponde, respectià tendência à atualização e ao processo de avalia-

organísmico

ção

munido

nasce

avalia

as necessidades

e rejeita

à atualização,

menino

ou

considera

ela

atualização

e esta faz com

comporta

que “um

a tendência

certo segmento

à dife-

da expe-

riência se diferencie e simbolize na consciência. O segmento simbolizado corresponde à consciência de existir e agir en-

quanto

indivíduo.

É ele que passa a ser descrito como

si mesmo”

periência

de

indivíduo,

como

A experiência

(34).

de

si

a ex-

mesmo

(do

próprio eu) será constituída de tudo (fatos e acontecimentos) o que é reconhecido de seu campo fenomênico, pelo próprio (34).

prio

referente

Considerando

determinado

num

ao

que

ambiente,

eu,

o

como

indivíduo

a interação

pertencente se

entre

TE

34 35.

crr. ROGERS, CG. R. — Psicoterapia e Relazioni Umane, pp. 178-180, 149. : cfr. ROGERS,

pp. 193-194.

6. R. —

La Terapia Centrata-Sul-Cliente,

encontra

seu

a si prósempre

organismo

Boringh., Milano, 1970, Martinelli,

Firenze, 1970,

Scanned with CamScanner

91

e organiza a consciência de existir

desenvolve

e o ambiente

Esta noção se e gradualmente se forma a noção do eu (36). ntos da enriquece e dilata na proporção em que novos eleme experiência

total vão

integrados

sendo

a ela (36).

uma O desenvolvimento da noção do eu não se dá sem. positiva. À necorrespondente necessidade de consideração

faz a mes” cessidade, porém, é satisfeita quando o sujeito satis

porque ela é bilateral ma necessidade existente em outro, ão exige as mes(36). Deriva daqui que o processo de integraç reintegração, mas condições não-diretivas que o processo de êutica. “O proconforme foi verificado na experiência terap é correlato ao processo de desenvolvimento (ou integração) ele percorre O mesmo cesso de reintegração (37), e portanto reorganização da persocaminho já descrito no processo de

as

e exige

nalidade

mesmas

condições

externas

favoráveis.

dições externas favoGostaria de precisar melhor as con nto natural, num sentido ráveis ao processo de desenvolvime o menino é uma pessoa positivo, por meio duma comparação: var-se e crescer em diem gérmen, mas que tende a conser reção

Assim

plenitude.

da

a tenra

como

planta só se conserva

atingindo sua plenitude, com

e desenvolve,

O concurso

da fer-

ogo, a criança só se tilidade, umidade e calor, de modo anál envolvida por um cliconserva, cresce e amadurece, quando ovada

apr ma de compreensão e aceitação, mas sem que seja pressuamor, sempre ou desaprovada. A compreensão e o oferece. põem equilíbrio e autenticidade por parte de quem os

não Assim como o calor do Sol só faz crescer a planta, caso lhe falte a umidade e a fertilidade, analogamente, a calidez

do amor só possibilita O desenvolvimento da criança, caso derive duma compreensão empática e duma autenticidade. O que o calor do Sol proporciona à planta, o amor humano supedita a criança. O que à umidade, como fonte da seiva, dá à planta; de modo análogo, à compreensão empática da crian36.

37.

Ctr.

k

ROGERS,

pp. 180-181.

É

CC.

Cfr. ZAVALLONI,

1968,

pg.

62.

R.



Psicoterapia

Roberto —

e

Relazioni

Umane,

Borin

gh.

M

Educazione e Personalitá, Vita e Pensi

ilano, 1970, ero,

Milano,

Scanned with CamScanner

92 enticidade faz à ça, e o que a fertilidade faz à planta, à aut

criança.

Em síntese eu creio ser exato dizer que O desenvolvimento da pessoa, tanto em seu processo de integração como de flexíveis

mas

orientação,

sua

na

positivas

“conjunção de

pela

realiza-se

reintegração,

internas

forças

com

instáveis,

e

forças externas (mas de não intervenção), favoráveis à atualização destas forças internas” (38). A mudança construtiva

da personalidade ou o processo de integração e reintegração

conduz o indivíduo a descobrir seu eu verdadeiro “com a tototal”

mada de consciência interna dum estado de organismo

(39). O eu total manifesto no auge deste processo equivale ao organismo total; portanto, a evolução da pessoa “é um processo

pelo

qual

o

homem

se

seu” organismo”

torna

(38).

No ponto culminante o indivíduo aprendeu a simbolizar um estado total e unificado, em que a consciência é simplesmente a luz reflexa do fluir da experiência organísmica (40). “Nes-

te estado do organismo, a experiência, o sentimento e a consciência podem ser inteiramente descritos de uma maneira única e unificada” (39). Tal organismo “representa um orga-

nismo que funciona plenamente” (41). O organismo que funciona plenamente se serve de todos os seus recursos para

abrir-se à situação existencial interna e externa, a fim de provar e aceitar todas as suas experiências, sentimentos, pensa-

mentos e reações. Quando funciona em toda sua complexidade, o organismo, embora não seja infalível, escolherá o com-

portamento

que

melhor

sidades num determinado

atingir o máximo,

atravessa

ma

“em

livremente

satisfaça

o conjunto

momento

razão

experiência,

a sua

pessoa que funciona plenamente”

ta última afirmação que o acréscimo

suas

neces-

(41). Este organismo,

corrente

da

de

de

consciência

representa

também

ao

que

u-

(41). Posso deduzir des-

da consciência total à

e | ——

38.

NE.

39.

ROGERS,

40. 41

Cfr.

Cfr.

KINGET, 84.

47,

G.

C. R. —

ROGERS,

pg. 305.

ROGERS,

M.

C.

C. R.

Psicoterapla

Le Développement R.





e

Relazloni

Umane,

de la Personnez Dunod,



La

Terapla Centrata-Sul-Cliente,

Op.

cit.



38,

Boringh.

pg.

»

Paris,

Martinelll

Milano

5

1970

,

19 re

o,

246.

Scanned with CamScanner

93

experiência em

pessoa

organismo

faz do

funcionamento

pleno

a

funcionante

plenamente

a conscl

que

(42). Concluo

ento fundamental da no” ência da própria experiência é o elem ciência plena da experiência ns co a só ue rq po , soa pes de ção smo em pleno funciona organísmica faz com que O organi nciona de modo perfeito. mento seja uma pessoa que fu

terapêutica que “O próprio organismo,

ia Rogers constatou em sua experiênc núcleo da personalidade do homem é O

uma vida social” (42). cuja essência é de conservar-se e ter sonalidade, conforOra, ser núcleo, coração ou centro da per s escritos, significa posme transparece no contexto de seu ento de si mesmo, todos suir em gérmen, na base ou fundam soa. O próprio os elementos que constituem ou definem a pes

“Percebi que a Rogers comprova tal interpretação dizendo: cura criar numa psicoterapia não é eficaz se O terapeuta pro frase, creio outra pessoa algo que não existe nela” (43). Tal que necessariamente pressupõe nismo contém em si, desde seu

a convicção de que O organascimento, se não de modo

que

Os elementos

potencial ou virtualmente,

atual, pelo menos

definem a pessoa, e o crescimento da pessoa não é mais que

desenvolver suas próprias potencialidades. A pessoa é O organimo e a pessoa em sua plenitude corresponde ao organismo humano total e em pleno funcionamento (42). Portanto, o organismo humano, quer em seu estado potencial, isto é, sem a tomada de consciência de sua experiência (43) = eu potencial (42), quer em seu estado de plenitude, isto é, em

e experiências

perfeita sintonia entre consciência e viscerais

corresponde

(42),

exatamente

sensoriais

conceito

ao

pes-

de

soa. A pessoa em plenitude é seu eu total ou verdadeiro eu

(42). O momento entre o eu potencial e o eu total, em que

vive quase tomado

em

corresponde

pessoa,

toda

genérico,

sentido

seu

pode

identificar-se ao organismo

rar-se e mesmo

atual

ao eu

muito

(43).

bem

ou pessoa.

O

eu

equipa-

“O eu

DD)

a

R. R. —

Cfr. . ROGERS, | C.O

42. Ê

Le

pp. 85-86, 75, 65, 73, 252. ROGERS,

C.

291, 280, 228.

R.



La

Développement

Terapla

de

la P ersonne,

Centrata-Sul-Cliente,

Marti

»

Du

Dunod, Paris, 1970,

nelli, Firenze, 1970, pp,

Scanned with CamScanner

94 é a pessoa específica”

cada

um

(42): dá a maneira

(42).

Tanto

a criança

como

são pessoas, somente fia inconscientemente

o adulto

própria de ser de

psicologicamente

maduro

que a criança para desenvolver-se con. na sabedoria do organismo, enquanto

a pessoa adulta está em condições de confiar conscientemen-

te e por isto seu processo de avaliação é bem (44).

Acontece,

nente

contato

- O adulto maduro

porém,

que

tanto

para

“é a experiência

com

os valores

mais complexo

a criança,

como

que os mantém

presentes”

(44),

em

para

perma-

e tanto

um

co-

mo outro escolhe aquelas experiências que satisfazem as necessidade do próprio crescimento ou que possibilitam “a atualização do eu” (44). eu

“Os únicos elementos constantes da personalidade e do são as capacidades, os limites fisiológicos do organismo

e as necessidades organísmicas, uns contínuos, outros intermitentes, de sobrevivência, de nutrição, de bem estar, de afe-

to, de relações sexuais, etc.” (45). A pessoa na concepção rogeriana não é um ser estático, mas um “pro-jeto”, um ser

“ex-sistente” (46), que “desabrocha e surge” (47) de modo constantemente mutável e emergente. A pessoa é “o ser “exsistente”, que evolui, emerge, submisso à experiência” (48);

é o ser que

te,

vive

de

modo

“exsistencial”

(45).

A pessoa é uma subjetividade que vive, experimenta, senobserva, avalia e escolhe, percebe, pensa, compr eende,

intui, ama, portanto,

se relaciona,

se angustia,

transforma-se

autômato

(49). Não sendo

e

cresce,

decide,

nunca,

a pessoa

um

crê,

age

porém,

objeto

e cria;

como

um

que se mani-

pula ou analisa, um autômato, mas uma subjetividade organi s44.

45. 48. 47.

48.

49.

Ctr. ROGERS,

pp.

279,

C. R. —

280.

ROGERS, G. HR. 242-243.

Pelcolerapia, e . Relezioni. Umene,

pp.

Cr. MAY,

Martinelli,

Boringhieri,

s :

Firenze,

Milano,

, ,

1970,

1970,

HEIDEGGER, Martin -E DellEssenza della Veritã, Fra. Bocca, Milano, 1952. Rollo — Psychol

ROGERRS, ROGERS,

166

La Terapia Centrata-Sul-Cliente,

ss.

R. —

C.

GC.

R.



ogie

:

Op. cit.

Le

Existentielle, nº

47,

Développement

pg.

de

Ep|,

Paris,

la

Personne,

97.

1971,

pg.

Dunod,

14

Paris

1970,

pp.

Scanned with CamScanner

95to taene igeam a r o qa 8 6 a 1 l e espeita, porque d sto mica que se escuta e r ali oressupo ncia, não pode

a experiência lores

como

produzidos

por

à ciê

ser

deve

mas

ela,

lores. e a fonte de todos os va

ii

oO aies l a e v í s s o p é Rogers admite que só aa é aa CO s elementos o t r e c , m o o c n o a m m s u i h n orga a fa o, a pessoa é um ato em evolução. Portant ita por força da ten ê ON 6 c i l p x e o se e t u i q c í l p m um ato i ma Pp veis. lizante e das

com

atualidade

te

en simultaneam

Parece-me

o conceito

potencialida

e

U

de

(50).

o

de ver está em

modo

que este

psico fist

“totalidade

como

organismo

de

favorá

externas

condições

tudo o que a circun E que interage como uma unidade com ente mais obscuros (e Compreende os instintos aparentem entos mais: claramente periências incônscias), como os sentim

provados

organismo

e reconhecidos, não

humano

e a razão

a inteligência

“homo

inteligência:



é

(51).

sapiens

ele participa

mas por sua experiência visceral e sensorial

e ;

do

reino animal inteiro (52), consequentemente, do conceito de pessoa, além da consciência reflexa, outras características deverão fazer parte.

Não há dúvida que seu conceito de pessoa é um conceito “existencial”, conforme já abordei. Está claro, além disso, que ser a autoconsciência,

Rogers

admite

rência

é o atributo

mentalmente

humana,

que

diz

pois

especificamente

mais, confirma que é exatamente o organismo é pessoa (53). Tudo

concordando

Rollo

com

May

“a

50.

o

53,

MASLOW,

e

ra

A.

E sor GENS, ao

ei

H.



B. —

One CG.

Psychologie

Carl

R.



Rogers

expe-

da

Além

leva a pressupor que

Existentlello,

à característica

características

EPI,

Liberiã

bo DONNODE SAAE Psicoterapia

(52).

fundado

por esta característica que

quanto

o La

consciência

humano”

mente humana (54), aceita as demais finem a pesoa existente (54).

51.

a característica

e

Paris,

della

digcia

1971,

Persona,

Personne,

Relazlonl

Umane,

pg.

Rogers,

tipica-

que

55.

Astrolabio,

Dunod,

de-

Paris,

Boringh.,

Roma,

1970,

Milano,

Scanned with CamScanner

96

Explicitando a primeira característica essencial, Rollo May

ma,

está

ataque

é um

centro

este

e atacar

existente

pessoa

“toda

afirma que

à existência”

(54). A-

que

o orga-

crescenta a cláusula que este traço é comum vivos

os seres

a todos

reconhece

Rogers

(54).

si mes-

em

centrada

aos homens e

“nismo é o núcleo da pessoa (55). Além disto, da essência do fazem

núcleo

a sua

parte

sobrevivên-

sua

(55),

conservação

ou cia (56), e por isso propõe um método, pelo qual a pessoa no qual o organismo fica envolvido num clima de segurança, a crítica, a avaliação, a interpretação e a direção são substituídas pela compreensão, o ataque cede seu lugar à tolerân-

cia, ao respeito, ao acolhimento e ao amor, fatores estes que possibilitam o indivíduo a centrar-se em si mesmo e desen-

volver-se, ao invés de defender-se. Por fim, Rogers não hesita em afirmar que as experiências viscerais e sensoriais são reino

do

características

e

(55),

inteiro

animal



elas

a

não

pertence a consciência reflexa. Pode-se concluir que Rogers concorda perfeitamente com Rollo May, e conforme este, O “centrar-se em si mesmo” é uma característica essencial do organismo. Parece-me que esta característica deriva da afeição

.mo

a si mesmo,

amor

ou

de

e isto é algo

natural

ao

organis-

(55).

Como comprovação definitiva basta acrescentar que O próprio Rogers apresenta um argumento ou hipótese demonstrável, para confirmar este primeiro princípio de Rollo May:

“Quanto

demonstra

mais o eu duma um

pessoa

neurótico

comportamento

tanto mais ela

é ameaçado,

defensivo,

ou,

quan-

to mais o eu da pessoa é ameaçado, mais suas maneiras de comportamento

ser e seu

embaraçados”

serão

(57). As

pro-

posições recém citadas vêm ao encontro da explicação referente aos sintomas apresentados pelo neurótico, dadas por ii

Fa

55.

58.

ntlelle, EPI, Paris, 1971, pp. 62, 76-79. e Existe ologiDével r Psych a EROG gea is. 1970, oppement d De 8. — &. +»

pp.

r.

Cfr.

Pg.

81,

75,

e

e

71-72.

86,

C.

R.



Psicoterapia

e

Relazioni

la

Personne,

Umane,

Dunod,

Boringh.,

Paris,

Milano,

1970,

.

Scanned with CamScanner

97

May. Afirma

ele que a neurose é um meio empregado

pelo

indivíduo doente para melhor proteger o centro de sua exis-

tência, contra toda ameaça

(58). “A neurose é uma adapta-

ção necessária para proteger a interioridade, uma maneira de

aceitar o não-ser... a fim de conservar um pouco de ser” (58). Concluindo mesmo,

direi: o organismo,

por estar centrado

si

não-diretivo para garan-

clima de segurança

exige um

em

tir esta característica, e, quando atacado põe-se na defesa

por notar a ameaça, embora a ameaça seja provada sem representação consciente (59). Esta característica é essencial a

todo organismo, visto que não exige consciência reflexa, enser

de

tretanto, não deixa pessoa humana.

essencial

característica

uma

da

O segundo princípio que define toda pessoa existente é “a afirmação de si mesmo e a proteção do eu. Toda pessoa

existente apresenta a característica de querer afirmar-se e a necessidade de proteger o seu eu” (58). Suponho que Rogers

concorda plenamente

tintos fundamentais

com

May, visto que coloca entre os insa si mesmo,

a se-

fundamentais da pessoa humana,

pres-

o amor

organismo:

do

gurança e a independência (60), “a necessidade do desejo de crescimento” (60). Já que a segurança e a autonomia fazem

parte das necessidades

“supô-se que a pessoa, em sua base, necessite afirmar-se. A-

lém disso, considerando que a terapia procura oferecer um clima de segurança para que O indivíduo aprenda a ser autônomo, e tal autonomia corresponde ao seu verdadeiro eu, in-

fere-se que o eu real da pessoa tem como característica o auto-afirmar-se e o autoproteger-se. O clima de segurança, na

presente

não-diretividade,

pela

terapêutica

relação

não

tem outro escopo senão o de satisfazer a necessidade de pro57. 58. 59. 60.

Rogers

EPI,

ROGERS, C. R. — Psychologie Existentielle, MAY, Rollo — op. cit. nº 57, PP- 79, 80.

Cfr. pg.

Cfr.

ROGERS,

149.

ROGERS,

pp. 72, 74, 86.

C.

R.



Psicoterapia

C.

R.



Le

e

Umane,

Relazionl

Développement

de

Paris,

la

1971,

pg.

Boringh.,

Personne,

Dunod,

94. Milano, Paris,

s

1970

1

1970

7

Scanned with CamScanner

98 o eu

teger

ele

se

que

permitir

autonomia,

sua

e promover

cliente

do

afirme.

asi

de amar-se

do indivíduo

A necessidade fundamental

com a ção FE próppri rio é outro elemento que e stá em Íntima rela e. tege necessidade de proteger-se, pois ele se ama, pro uma hiRogers aceita explicitamente O princípio, Ho propor Quanto mais o eu pótese demonstrável que dele se origina: escapa à ameaça, mais seguro será O comportamento do in divíduo” (61). Resta apenas confirmar que esta característica

é essencial à pesoa. A afirmação de si próprio,

“coragem

também,

chama-se

manos,

nos seres hu-

de ser”. Cumpre

notar,

por fim, que tanto Rogers como May são favoráveis à reali-

dade que “o ser humano nunca é dado automaticamente como

é dado

ser”

(62).

gem

indivíduo,

cada

de

Outra

mesmo

às plantas e aos animais,

característica

e cooperar

falta

e o que

com

da

pessoa

outros.

depende

mas

coragem

de

existente

“Toda

pessoa

da cora-

perde

é o sair existente

de

de

si tem

a necessidade e a possibilidade de sair de si própria e coope-

rar com

outros.

Isto implica sempre

num

risco:

se

O ser vivo

avança demais, ele pode

perder seu eu, sua identidade,

crescimento

propõe o mesmo

fenô-

meno que se pode facilmente constatar no mundo biológico” (62). Sucede, ao invés, que se o ser vivo se retrai e rejeita exteriorizar-se, como no caso do neurótico, ele impede seu (62). Rogers

princípio

em

(63);

ainda,

outros

termos, quando define o ser humano como um indivíduo “incorrigivelmente

social

em

seus

desejos”

ou

ao

afirmar que ao núcleo da personalidade do homem lhe é essencial ter uma vida social (63). Tudo iss O significa que “en-

tre

as

características

profundas

(o

C. R. — Psychologie Existentielle, ROGERS, MAY, Rollo — op. cit. nº 61, pp. 80, 81.

EPI,

cessidade 61. 62.

63.

mais

ROGERS,

86,

75.

de

associação

C.

R. —

Le

e de

Développement

comunic

de

a“

pessoa),

Paris,

la Personne,

1971

Dunod,



Pg.

» »

p

Paris,

a

Nne-

94, 1970,

pp.

Scanned with CamScanner

99

ia zo | ta que comunicação de (64). É justamente a necessidade ter cia de associação

homem va-o a te seu

idade sair de si mesmo e a necess finitivamenovar de cooperar com os outros. Para comprova” " deduziº acordo com May, Rogers formulouestáà hipotese livre de toda a-

da deste meaça,

princípio:

tanto

mais

ele

comportamento

lizar um

o eu

mais

“Quanto

a

testemunhará

de participação”

a consciência do centrar-se.

(65). a pessoa nt

que define

A quarta característica essencial

atua

de

necessidade

é

tivo vigilante: “A consciência é o aspec to subje seres Esta consciência manifesta-se em outros

vivos além dos homens,

ser observada

podendo são

(66). Por esta consciência

reconhecidas

as

nos. animais”

e OS

ameaças

(66). O organismo consegue distinguir O de uma experiência sem dar-se conta ple-

perigos exteriores caráter ameaçador

namente, isto é, sem uma tomada de consciência propriamen te dita, deste caráter ameaçador (64). Rogers admite a presença desta capacidade no organismo e o confirma pelo fato de

admitir o centrar-se em

cial, e mesmo

porque

característica essen-

como

si mesmo

do

orga-

conclusão

basta

e preservação

a conservação

nismo só é possível por meio de uma consciência vigilante. Rogers increve-se, ainda no rol dos seguidores da ótica exis-

tencialista,

a qual

participam

do

pertence

May

Como

(65).

acrescentar que Rogers afirmou serem verdadeiros os princípios de May, e o afirmou sem exclusão de princípio algum (65). As características até agora apontadas são comuns a todo ser vivo, em especial à pessoa existente, pois os seres humanos “O

quinto

nível

(66).

biológico

princípio

refere-se

a uma

característica

mente humana: a consciência de si mesmo”

é menos mente 64. 65.

66.

67.

explícito que

humano

ROGERS, pp. 250,

ROGERS,

,

quanto

R.

— —

Psicoterapia Psycologle

e

Cfr.

ROGERS,

a este atributo

Relazionl

Existentlelle,

MAY, Rollo — op. cit. nº 65 pp. B1-82.

pg. 86.

(66). Rogers não

(67). “A consciência de si mesmo

CG. R. 149. C,

May

C.

R.



Le

Développement

Umane, EPI,

de

la

,

Paris,

tipica-

Borin 1971

Personne

especifica-

não ghieri,

PP.

é a simMilano,

94

ro

1970,

BE,

Punod, Parts, 1970,

Scanned with CamScanner

100 consciência

ples de

se

como

reconhecer

no

sujeito

na

quilo que é ameaçado,

universo.

A consciência

a possibilidade

mas

exterior,

ameaça

du ma

e dada diz Kurt Goltstein, é a possibilidad te e var-se acima de sua situação presen ousa a domínio do possível. Sobre ela rep ou ao homem de empregar termos gerais

de

de se observar como

si mesmo

ao homem de elereal para viver no possibilidade dada abstratos, de criar

ia de si mesmo está uma linguagem e símbolos. A consciênc para se erosos meios oferecidos ao homem na base

de

num

liberdacomunicar com seu universo e é ela O fundamento da

de psicológica”

Rogers

(68).

preocupou-se

expressamente

a

estabelecer

em

íntima relação entre a liberdade e a consciência de si próprio,

por meio duma

definição empírica:

Ele constatou

na experiên-

cia empírica que o grau de autocompreensão é O melhor elemento

de previsão do comportamento

(69). Em

o grau de liberdade psicológica depende

outros termos:

da medida de com-

preensão ou conhecimento realista de si próprio, isto é, quanto mais um indivíduo se conhece, menos previsível é seu comportamento, e portanto, mais livre (69). Ora, isso corresponde à declaração de May “que a capacidade de tomar consciência constitui a base da liberdade psicológica” (69).

Creio ser útil fazer uma comparação para esclarecer importância fundamental desta característica. Assim como

tomada de consciência de um novo elemento da experiência

a a

exerce influência sobre toda a estrutura do eu, de modo análogo, a presença duma nova característica ou potência do or-

-«ganismo atinge toda sua estrutura, e portanto, talt” organísmica

é modificada”

(68).

Os

“toda a “Ges-

elementos

mais

sim-

ples do organismo passam a ser condicionados pelo elemento

mais complexo, e a consciência de si mesmo, elemento mais

complexo, por ser específico da pessoa, dá uma nova estrutura às funções mais simples ou funções biológicas do orga-

tocas 68.

69.

MAY

Rollo

ROGERS,



Psychologie

Existentielte,

EPI,

GC. R. — op. cit. nº 68, 96-97,

Paris

+» 1971, pp. 82-83,

|

Scanned with CamScanner

101

nismo. May afirma: “O simples não pode ser compreeridido a

não ser em relação ao mais complexo" (70). As funções mais simples estão revestidas pela consciência reflexa, que é O elemento mais complexo (70). Rogers, através da terapia com-

provou esta hipótese, pois constatou que a evolução da pes-

soa não é mais que a tomada

plena de toda

de consciência

experiência imediata, E quando a consciência nega ou defor-

ma certas experiências, bloqueia seu. crescimento pessoal e gera a neurose ou psicose. Rogers admitiu que O caminho

pessoa integral é a conscientização de si mes-

para ser uma

mo em todas as dimensões. O crescimento pessoal supõe a ento abertura à experiência, pois só ela possibilita O crescim e a compreensão da experiência, e com esta compreensão

consciência das necessidades e potencialidades

toma-se

prias, a fim de satisfazê-las na interação com o ambiente.

pró-

acrescento que a consciência de si próprio reflexa, sendo a característica humana fun-

Para finalizar ou consciência

mendamental e a mais complexa, é o fator de todo desenvolvi

de autoto pessoal húmano, mas pode também ser o fator ente é a destruição (70). A sexta característica da pessoa exist

luta conangústia. “A angústia é O estado do ser humano em luta setra o que ameaça sua existência. .. Uma parte desta mais esrá sempre dirigida contra um objeto fora de si, mas interior” pantoso é significativo em psicoterapia é o conflito de cons(70). Esta angústia Rogers a define como “a tomada

ciência latente, por parte do sujeito, do conflito que existe entre o seu eu e a totalidade de sua experiência (71). Uma tal

tomada de consciência latente não exige representação cons-

ciente ou simbolização. A tensão ou mal-estar se dá sem que

a causa (71). O desenvolvimento da o organismo conheça pessoa não chega a fazer desaparecer a angústia, porque a

vida plena “não é um estado de redução da tensão” (72). Ele explicitamente

admite

70, 71.

MAY,

Rollo —

ROGERS,

pg.

C.

R.

esta característica e a reafirma,

Psychologie --

Existentlelle,

Psicoterapia

e

EPI,

Relazionl

Paris,

Umane,

1971,

pp.

83-84,

Boringhieri,

dedu-

87-88

lero. '

ter ,

154.

Scanned with CamScanner

102 zindo a seguinte hipótese demonstrável: “Uma angústia espe-

cífica não desaparecerá a não ser que o doente perca o medo

de ser aquele cuja possibilidade estava na origem de sua an.

gústia” (73). Compreendendo o sentido de angústia para Rogers, sua proposição pode significar que quando o indivíduo não toma consciência dum elemento da experiência que faz parte

de

seu

ser,

ele

existência, e com

está

renunciando

a uma

parte

de sua

isso a angústia e a tensão se agravam. To-

da parcela de nós mesmos

que não for conscientizada agirá

contra nós. Deduz-se daqui que um elevado grau de angústia está

em

íntima

relação

com

a

desintegração

da

pessoa.

A

reintegração não se dá sem uma correspondente diminuição da angústia, porém nunca a elimina, visto que a reação do or-

ganismo a tudo o que discerne tência permanece (74). ça

Esta característica

nas

escolhas

nunca

pessoais,

como

permite

entretanto,

ameaça

uma

à própria exis-

absoluta seguran-

a pessoa

necessita

es-

colher para crescer. A liberdade, embora seja a faculdade que proporciona independência, autonomia e plenitude à pessoa, pode tornar-se um pesado fardo, e mesmo ser um fardo esmagador

e destruidor

Creio

que

estes

(75).

pressupostos

conceito de pessoa.

Evidentemente,

bastam

para

enunciar

o

ele não equivalerá à ver-

dade definitiva, mas a uma hipótese que “comporta algo de verdade” (73). Naturalmente esta sempre estará sujeita a um reajustamento e ampliação, porque a verdade absoluta é ina-

tingível, conforme

Rogers.

À pessoa, numa concepção existencial, engloba o centrarse em si mesma, expressa na consciência vigilante, atenta às

'ameaças e perigos exteriores; a afirmação de si mesma, que

corresponde à coragem de ser, manifesta em decisões, esco-

SS,

72,

73. 74. 75.

ROGERS,

C.

R.

ROGERS,

C.

pg. 184. cfr. ROGERS,

ctr.

pp.

149

e

cfr. MAY,

154.

C.



R.

La



R. —

Rollo —

Terapla

Centrata-Sul-Cllente,

Peychologio

Psicoterapia

Existentielle,

o Relazioni

EPI,

Umane,

Martinelli,

Paris,

1971,

Boringh.,

Firenze,

Pp-

1970,

94.95.

Milano,

1970,

Op. cit. n9 73, pp. 87-88.

Scanned with CamScanner

103 lhas, e a proteção do eu tendente a conservar seu ser; a ne-

cessidade e a possibilidade de sair de si mesma

sem extra-

viar-se OU Conformar-se plenamente; a cooperação com outros sem a perda de sua identidade; a consciência reflexa, característica

que

penetra

as demais

e possibilita

à pessoa

re-

conhecer-se como sujeito, pois é ela que capacita a tomar de-

cisão, visto que fundamenta a liberdade psicológica; por fim,

a angústia que no confronto consigo mesma provoca a tensão.

Apesar de Rogers denominar princípios ontológicos estas

que iais que definem a pessoa, creio' característicasparteessenc duma conceituação psicológica, visto que

elas

fazem

não explicitam o elemento fundamental, diferenciador e iden-

tificador da pessoa

humana.

Pretendo, antes de concluir, recapitular numa síntese global o conteúdo deste capítulo: a pessoa, em sua evolução, parte do eu potencial, estado em que o organismo humano

está desprovido da consciência livre, da experiência visceral

ta, e sensorial (76). Conscientizando-se da experiência imedia m de conscientiza-se de si próprio e forma com isso a image porque si mesmo. Esta noção do eu corresponde ao eu atual, No pronão compreende ainda a totalidade da experiência. gração, O orcesso de integração que é análogo ao de reinte ta e ganismo abre -se progressivamente à experiência imedia novos elementos que vêm gradativamente se conscientiza de envolvimenenriquecer a noção do eu. Desencadeia-se um des do seu verdadeito crescente e a pessoa move-se em direção ao organismo ro eu, do eu autêntico e real que corresponde No auge, a experiência completo, unificado, instantâneo (77). reciprocamente e imediata e a consciência compenetram-se

de tudo o que o indivíduo toma, instantaneamente, consciência a consciência sente e experimenta dentro de si (78). Quando a pessoa “aproabarca a totalidade da experiência imediata, 78.

Ctr.

77. 78.

Crr. o

pg.

1972,

CG.

ROGERS, 85.

ad

R. —

. 188. p. B. —

Le Carl

Développement Rogers

O La

de

la

E Libertã

Personne,

delia

Dunod,

Persona,

Paris,

Astrol.,

1970,

Roma,

pg. 45.

Scanned with CamScanner

104 eu, torna-

verdadeiro

um

pleno funcionamento,

em

organismo

Ela é um

se pessoa.

seu

(79), torna-se

si mesma”

de

pria-se

organismo total (79), um eu total (80), e por isso mesmo está

à atualiza-

tendência

é constituída

A pessoa

organismo.

do

ção

da

origina

se

evolução

esta

Toda

ao qual constantemente tende, no sem contudo atingi-lo plenamente

do eu ideal permanente,

mais próxima fluir evolutivo

capacidades

de

|i-

mitadas, mas permanentes, que revelam as necessidades fundamentais. Na interação com o ambiente e numa situação favorável, ela satisfaz estas necessidades e realiza ou tende a plenificar suas potencialidades, tornando-se uma pessoa em

plenamente.

funciona

porque

plena expansão,

Entre os elementos permanentes ou constantes que perda pessoa

o conceito

fazem

natural de'

a necessidade

sistematizá-los:

assim

ser possível

creio

humano,

do organismo

ou

amar-se a si próprio (80) ou ter uma consideração positiva de si, e defender-se quando ameaçado, pressupõe o centrar-se iência vigilante para discernir, emboa consco em si meesm ra sem compreender, as ameaças e perigos exteriores que podem prejudicar o indivíduo.

A pessoa procura naturalmente conservar-se e sobreviver (81), e para isso necessita de segurança e autonomia (82). portanto,

Pressupõe-se,

teger-se e a afirmar-se.

que

nela

existe

uma

tendência

a pro-

O organismo humano, sendo dotado de sensibilidade sopessoais cial, e, portanto, da necessidade de relações inter

80.

81. 82. 83.

ROGERS,

Cfr.

ctr.

158.

idem,

C.

ROGERS,

ctr. op. cit n

ROGERS,

1970, pg. 286.



R.

PP.

pg. 250.

cfr.

(83), em seu núcleo,

os outros.

'

e

157,

com

a sair de si e cooperar

ele tende 79.

social

e de responsabilidade

profundas

Q

73,

72.

€.

R.

79,

G

la

Le

Développement

de



Psicoterapia

Relazionl

pp.

74-75.

R. —

La

e

Terapia

Persone, Umane,

Dinod,

Paris,

Boringh.,

Centrata-Sul-Cliente,

1970,

Milano,

Martinelli,

PP:

y

1970,

Firenze,

Scanned with CamScanner

105

“A

necessidade

cer-seà si mesmo

consciência cimento

de explorar

(84) e conhe-

(84), são elementos que apontam

reflexa, por meio

de si própria, dentro

fim, Rogers

a si mesmo"

da qual a pessoa toma conhe-

dum

universo

admite que a mudança

comportamento

não

se dá

estar e a tensão

que

como

para a

sem

uma

distinto de si. Por

da personalidade e do oscilação

na angústia

experimentada pelo cliente (85). Ora, isto significa que o mal-

angústia (85), implicam

característica da pessoa

se chama

na possibilidade ambígua de voltar-se

contra si mesmo, de destruir-se, ou na de construir-se (86).

A pessoa é o todo organísmico que comporta o centro subjetivo da experiência, juntamente com o órgão específico da (87). A pessoa em

percepção

centrar-se em si mesma,

sua essência caracteriza-se

pelo

pela consciência vigilante, pelo sair

de si e cooperar com os outros, pela autoconsciência e angústia. Creio que foi explicitada a totalidade das características essenciais

e o conceito

do organismo

existencial

de

Martinelli,

Firenze,

pes-

soa está formulado. Este conceito, porém, ainda não corresponde a- um conceito metafísico, poque estes elementos não elucidam o fundamento último que faz do sujeito uma pessoa, um ser único e irrepetível, e embora dinâmico, sempre munido de uma identidade própria.

B4. 85.

B6. 87.

ROGERS,

C.

R.



pp. 293, 74-75. Cfr. ROGERS, C.'R.

pp.

Cfr. Cfr.

154,

175-176.

MAYRollo Idem, pp.

La —

Terapla

Centrata-Sul-Cllente,

E Psicoterapia

— Psychologie 48:49.

e

Relazioni :

Exintentielle,

EPI,

Unane,

Paris,

Boringh.,

1971,

pg.

Milano,

1970, 1970,

88.

Scanned with CamScanner

CAPÍTULO

IV

A TEORIA NÃO-DIRETIVA COMO REEDUCAÇÃO AO EU:AUTÊNTICO capítulo

Este

personalidade

perturbação

dência

não

pode

clarecer como

evidência

e o método

ao

o método

alienada

o processo de

mais

desenvolver-se

ou desintegração,

espontânea

sonalidade

pretende

e

descrever

que

no sentido

duma

como

a

crescente

em vez de concretizar sua ten-

amadurecimento. rogeriano

perturbada.

de formação

Além

consegue

Trata-se,

das

disso, visa es-

restaurar pois,

neuroses

de

a per-

pôr

em

e psicoses

reeducação.

nos é desconhecido que Rogers hipotetiza que “as de berço... são completamente autênticas, integradas e congruentes. Se um neonato manifesta afeição, cólera, Não crianças

Satisfação ou apetite não gera dúvidas em nosso espírito. Ele tem medo, ama, tem fome, duma maneira absolutamente trans-

Scanned with CamScanner

108

em nível (1). “Se ele prova à sensação de fome, acorpsicológico e visceral, sua consciencia parece estar em do com sua experiência e sua comunicação está igualmente

parente”

(1). Ele se apresenta

sua consiência”

com

de acordo

como

em uma pessoa unificada, quer se considere sua experiência nível visceral, quer em nível da consciência ou em nível da (1).

comunicação

Notamos facilmente, por outro lado, que um homem encolerizado, ao falar, revela sua cólera através do tom furioso da

voz,

da

gesticulação

ameaçadora,

da

visão

congestionada

e

cintilante ou da atitude agressiva, mas se alguém, repentinamente, lhe dissesse: amigo, não nos encolerizemos por tal hinharia,

pontado

e

mas

num

com

tom

afável...

surpresa

o

indivíduo

e sinceridade:

responderia

“Não

me

desa-

encoleri-

zei, não fiquei ressentido, apenas sublinhei os fatos” (1). “Entretanto, parece evidente que, em nível psicológico, ele provou

a cólera;

porém

sua

consciência

não

correspondeu

à experi-

ência provada. Em tal caso, há uma real não-congruência entre experiência e consciência e entre experiência e comunicação”

(2). Sua comunicação

palavras

e o

que

afirma

pensa.

é ambígua,

expressa

pelas

não há acordo entre as suas atitudes.

Não

se

nega

que

ele

não

suas palavras concordem com a consciência e que, conforme seu ponto de vista, não haja duplicidade ou engano no que e

Acontece

exatamente

assim,

porque

tomou consciência da sua experiência real, vivida no momento. A falta de integração ou harmonia entre consciência e eXperiência gera a incoerência na comunicação. Esta não-congruência não passa de uma atitude defensiva. O indivíduo rejeita tomar consciência da sua experiência atual porque Se sente ameaçado (2). Três elementos concorrem para a con” gruência ou autenticidade: “o acordo da experiência, cons ciência e comunicação” (2). E 1.

2,

-ROGERS, C. R. — Le Développement de la Personne, Dunod, Paris, 1970, P9 atá Idem,

pp.

238-239,

Scanned with CamScanner

109

Cumpre notar que a consciência da criança recém-nascida não é ainda a consciência de si própria ou a consciência reflexa, mas a consciência vigilante: pois, basta esta para reconhecer as ameaças e cessidades de proteção,

cia e desenvolvimento

perigos bem como perceber as neafirmação, conservação, sobrevivên-

(3). Portanto, o neonato já está munido

de um sistema de controle da condição

de satisfação

sua tendência

“que

mantém

o organismo

das necessidades

à atualização”

a par

que emanam

(4) embora

não

de

operativos,

tenha

ainda

de

de-

sabrochado nele a consciência reflexa. “Este processo de avaliação organísmica... este modo complexo de apreciar a experiência é claramente uma função organísmica e não consciente

ou

simbólica.

ceitualizados”

Trata-se

(5). Embora

valores

a criança

“não

se possa

não

con-

reconhe-

cer no que é ameaçada e observar-se como sujeito no universo” (3), “ela sabe escolher ou rejeitar o que, naquele momento, contribui

ou

Tomás de Aquino

não

cia estimativa, que cesso de avaliação No

ao

corresponde ao que organísmica (6).

organismo”

Rogers

não

o menino

avaliação,

do que

os pais a respeito

pelo que pensam

do

(5).

admitiu entre os sentidos internos, a potên-

de

processo

desenvolvimento

chama

pro-

é influenciado

lhe é preferível,

nem pela opinião de um perito ou pela propaganda da televisão, mas sua escolha de valores tem origem dentro dele pró-

prio. “A fonte ou o critério informador do processo de avaliação está dentro da criança... é do interior de sua experiência

Para mim, TT

diz,

lhe

que o organismo

aquilo é mau,

verbais:

aquilo

isto é bom

não”

(7). O

—eeme

Rollo R. C.

— —

Psychologie Pslcoterapla

5;

179. Po. ROGEAS,

C.

A.



La

6 7

Pg. 270. Cfr. ROGERS,

C.

R.

,

agrada,

isto me

Ctr. MAY, ROGERS,

8, 4.

não

termos

em

ROGERS,

C. R. —



Terapia Op.

cit.

Exintentlelle, Relazioni e

1971, Paris, EPI, Boringh., Umane,

Contrata-Sul-Clionte, nº

4,

pg.

Martinelli,

pp. 79-82, 82, 1970, Milano,

Firenze,

1970,

179.

Op. cit. nº 5, pp. 270-271.

Scanned with CamScanner

110

mais interessante a notar é que a criança consegue valores objetivamente justos, isto é, que promovem o seu desenvolvimento (7). As necessidades manifestas pela experiência atual

guiam o comportamento

do menino e ele escolhe, obedecendo

as exigências mais urgentes de seu organismo. É a tendência ao crescimento que provoca a manifestação das necessidades e deseios. Portanto, a tendência à atualização serve de crité-

menino. “Ele dá valor pocomo favoráveis à preser-

rio nas escolhas ou avaliações do sitivo às experiências:que percebe vação

valor

do organismo,

e crescimento

que

às experiências

negativo

percebe

do organismo

e ao crescimento

à preservação evita” (6).

e dá

e por isso as busca,

contrárias

como

e, por

isso, as

Em virtude desta tendência interna ao crescimento, o organismo amplia gradativamente sua esfera, e a consciência (ainda vigilante) da criança tende a dilatar-se e estender-se. A criança começa a “tornar-se o que está potencialmente nela... necessita exprimir e atualizar suas capacidades próprias” (8). É, pois, a força desta tendência ao desenvolvimento que

o

conduz

organismo

o

a alcançar

em

momento

que

ele

diferencia um certo segmento da experiência e este passa a Desabrocha assim, a consser simbolizado na consciência. ciência de si próprio, visto que, “este segmento simbolizado

corresponde à consciência de existir e de agir enquanto indivíduo e pode ser descrito como a experiência do eu” (9).

“A experiência de si próprio (do eu) constitui que se forma a estrutura experiencial chamada:

gem

do eu”

ção

gradual

Ss

organismo

9, 10

ROGERS,

pg.

idem,

180.

seu

com

ROGERS,

po.

de existir, pela

(10). A consciência

forma

C.

C.

R. —

R.



desenvolve-se,

ambiente,

a noção

Le

do eu

Développement

Psicoterapia

e

de

(9). Esta

la Personne,

Relazioni

Umane,

a matéria de idéia ou ima-

interação do

e sua

noção

Dunod,

Paris,

Boringhieri,

organiza-

é estrutu-

1970,

p9- 248.

Milano,

1970,

149.

Scanned with CamScanner

111 rada pelo conjunto dos elementos experienciais disponíveis à consciência que se referem ao “eu”, Ela faz parte do campo da experiência total (10). A imagem do eu é acompanhada, em seu desenvolvimento e exteriorização, pelo desenvolvimento da necessidade de consideração positiva (9). Parece-me que a necessidade de consideração positiva não é mais do que a tomada de consciência ou percepção da “necessidade de amor e afeto existente na criança” (11 e 12). Claro que amor em nível consciente é mais complexo, mas a necesidade como tal seria, talvez, inata ou instintiva (12), existente em todo ser humano de modo contínuo e permanente (9). Pergunto agora: como acontece que o menino, desenvolvimento e crescimento passa de um estado gruência

que

lhe

é

natural,

à não-congruência,

em seu de con-

deixa

de

ser

maturidade,

da

uma pessoa unificada e torna-se uma pessoa desintegrada, como pode-se muito bem ver no caso de adulto acima citado? Será o aparecimento da consciência reflexa a causa da desintegração? Conforme Rogers, não, porque o ser humano tende

naturalmente

a

evoluir

no

sentido

da

autonomia e da integração (13). Note-se, porém, que o desenvolvimento não é automático e necessário, mas flexível e depende

de condições

externas

favoráveis

(13). A criança

não

se desenvolve sem a interação entre seu organismo e o ambiente (14). O ambiente deve permitir à criança viver sua experiência

para

conscientizar-se

seu eu (15). O ambiente

deve

dela

e

integrá-la

fornecer os meios

12,

13. 14

18.

idéia

eia

no

ROGERS,

C. R. —

La Terapia

ROGERS,

C.



Psicoterapia

pg. 271.

AR.

Centrata-Sul-Cllente, e

Relazioni

Umane,

pg. 161. Cfr. KINGET, G. M. — op. cit. nº 12 pp. 45, 42-48. Cfr. ROGERS, C. A. — op. cit. nº 12, pg. 180.

de

para satisfa-

Cmt

11.

à

Martinolll, Boringhierl,

=

Firenze,

1970,

Milano,

1970,

Ctr. KINGET, G. M. — op. cit. nº 12, pg. 45.

Scanned with CamScanner

112 zer as

cresça librá-lo.

necessidades

fundamentais

e amadureça

sem

de seu

organismo

desintegrá-lo,

dividí-lo

ou

para que

desequi-

Por exemplo, caso “se permita a um menino ter seus próprios sentimentos únicos... caso ele nunca tenha que repro-

var seus sentimentos

para ser amado”

ceria no respeito a si próprio como

duta

seria

Do

de

um

exemplo

cessidade

de

equilíbrio

focalizado

amor,

na

pessoa

realista”

por

criança

(16), “o menino cresúnica...

(16).

Rogers

infere-se

(17), é a tal ponto

sua con-

que

a ne-

indispensá-

vel que ela prefere negar seus sentimentos, experiências ou gostos, do que renunciar ao amor. Para satisfazer estas necessidades o menino, quase sempre, deve cumprir o gosto, o desejo ou as normas de outra pessoa que lhe é achegada, como, por exemplo, a mãe. Caso ele lhe desobedeça, é-lhe im-

putado o título depreciativo de “menino mau ou desobediente”. Claro que uma tal atitude ou manifestação de censura e desaprovação, por parte de quem é levado em grande consideração

e de quem

pela criança

mudanças nela, porque isso tudo “tende da consideração positiva” (18). “Toda prova qualquer ação, o menino tende a provação como se a mesma se dirigisse total, à sua pessoa” (18). A criança, de o afeto de tal pessoa e, por outro, nota

feto

aceitar

precisa

certas

do afeto, provoca

ela precisa

exigências

a atenuar a estrutura vez que a mãe desainterpretar esta desaa seu comportamento um lado, teme perder que para manter O à-

da

pessoa

como

boas

e, por isso, de maior valor do que as que seu próprio orga”

nismo propõe como boas ou de valor para seu desenvolvimento. São inferências que a criança faz, observando as reações

16.

17. 18.

R.

C.

ROGERS,



Le

Développement

de

la

Personne,

Duno

d, Paris, 1970, PP

so, 1970, 226, 227. Firen , Martinolll te, Sul-Clion CentrataTerapia La — R. Cfr ROGERS, C.

pg.

Op.

271.

cit.



1,

pp.

161,

182.

Scanned with CamScanner

113

da outra pessoa, sem raciocinar. É igualmente verdade que as aprovações exercem uma pressão idêntica às desaprovações.

É desta maneira que o menino se sentirá forçado a gradualmente aprender de quem ama e necessita de afeto, que “o

que lhe parece bom, muitas vezes é mau para os outros” (19).

Tudo isso faz com que ele, gradativamente, “comece a assumir, em relação a si próprio, a mesma atitude dos outros... isto é, introjete o juízo de valor de um outro, assumindo-o

co-

mo próprio. Nesta altura, perde contato com o seu próprio processo organísmico de avaliação. Abandona a sabedoria de

seu organismo

e, para

conservar o afeto, procura assumir va-

(19). É deixando

outro”

por um

lores estabelecidos

de guiar-

se e regular-se pela avaliação do próprio organismo e assumindo valores impostos por quem a criança ama e é amada, que ela começa a dissociar a unidade de sua pessoa. É subs-

de avaliação

tituindo o critério

atualizante

da tendência

.

pelo

critério de avaliação de outra pessoa, ou outras pessoas que lhe são importantes, que a criança desequilibra ou desintegra sua unidade ou autenticidade pessoal.

“Se

fosse

experiência

ria o modo

em

função

aprender

de

necessidades

várias

permitido

sempre

tável” (20).

do que verdadeiramente

a harmonizar mantê-las

e de

desvio

No início, esse

menino

a um

do processo

em

avaliar a sua das suas

a satisfação estado

ele te-

prova,

de equilíbrio...

de avaliação não é inevi-

No caso citado, o menino satistaz sua necessidade de ser

amado pela mãe, submetendo-se às exigências dela e reproque vando seus próprios sentimentos, porque é desta maneira ele satisfaz

sua

em

a mãe

necessidade

de ser amada

pelo fi-

lho, submetendo-se a ela. Dizendo de um modo abstrato,

so assim

expressar-me:

“o processo

pos-

de satisfação da neces-

CC

19

ROGERS,

C.

R.

20

ROGERA

c.

R.

Rogers

po.





La

Terapia

Psicoterapia

Centrata-Sul-Cllente,

€ Relazionl

Umane,

Martinelll,

Boringhierl,

Firenze,

“970,

Milano,

1970,

183.

8

Scanned with CamScanner

114

sidade de consideração positiva é bilateral” (21). O sujeito satisfaz esta necessidade em ouiros e obtém, através deles,

a satisfação da mesma necessidade presente nele. Acontece quem o suque as pessoas (e no caso do menino, a mãe) por

jeito tem admiração especial, porque res, exemplares, etc., isto é, por quem

para ele. As

pessoa-critério

nar-se

pessoa-critério

preferidas

são

padece sua influência, como as diretrizes

rindo

positiva”,

particularmente

“consideração

uma

de

as considera modelao indivíduo prova uma a força

têm

admira

a

quem

por

normas

ou

avaliações

de

tor-

da

e

diretrizes de sua conduta. Prefe-

pessoa-critério,

o menino

deixa de

quiar-se pelas próprias experiências capazes de satisfazer sua tendência à atualização e, até, deixa de escutá-las. Como é que se explica que o rapazinho chega ao ponto de ser regulado, em seu comportamento, pelas normas de quem lhe é muito caro, por quem nutre confiança e admiração? Tudo acontece porque ele, em sua evolução, descobre a necessidapositiva de si mesmo,

de da consideração

que

necessi-

é uma

dade adquirida e “designa o sentimento de consideração que o próprio sujeito prova frente a certas experiências relativas ao eu, independentemente da manifestação de consideração positiva por parte de outro” (21). Quando as experiências referentes ao eu do menino, em grau de compreender-se, são pela

julgadas

consideração positiva para

periências

dele

(22). A

ela

julga

positiva, consigo

mãe,

às suas

maus,

como

não

ou

dignas

de

o menino, em virtude da consideração mesmo, seleciona apenas aquelas ex-

com que

portanto,

positiva

dirige,

lho

que concordam

consideração

submissão

que

mãe

etc.,

para

filho exige

pelo

normas,

o juízo da mãe

renúncia

leva

o

amar

ou

como

dignas

manifestar uma

condições,

tais como:

a certos sentimentos que

filho

a

deformar,

fe

primir ou negar certos sentimentos negativos que lhe perten-

cem,

e que

tenham

ainda

não

conscientizados

foram

sido. O rapaz, em virtude da consideração

camera 21. 22.

ou talvez já O

ROGERS, C. R. — pp. 181, 161. Ctr. Idem, pg. 182.

Pslcoterapla

e

Relazloni

Umane,

Boringhieri,

positiva

Milano,

1870

Scanned with CamScanner

115 que tem

por si mesmo,

as

ou

lizados

prefere

assumir

impostas

condições

pela

os valores

do

mãe,

conceitua-

perder

que

sua estima ou sentir-se diminuído. Selecionando os valores de acordo com a aprovação ou desaprovação da mãe, ele

não escuta mais a voz e a sabedoria de seu organismo, mas sujeita ou condiciona seu organismo às aspirações, desejos, gostos, avaliações da mãe ou de outras pessoas-critério. Eis

como

“o

comportamento

do

adolescente

passa

a ser

guiado

por fatores introjetados, e a sua função de avaliação torna-se condicionada” (23). O condicionamento, que corresponde à

introjeção tende a estender-se ao organismo todo, isto é, pessoa do rapaz. A aprovação ou desaprovação da mãe,

à a

uma ação ou atitude do filho ou a experiências particulares, têm a tendência de envolver o conjunto todo. O menino" passa

a interpretar como aprovação ou desaprovação de seu comportamento, de sua pessoa. O adolescente, “na tentativa de obter ou manter amor, aprovação, estima, chega a ter uma desconfiança de fundo na própria experiência atual (experiencing), como guia de seu comportamento. Aprende dos outros (e no caso, da mãe) um certo número de valores con-

ceitualizados e os assume

contraste

profundo

jam em

Creio ser evidente,

é a consideração

como

próprios também,

de acordo

positiva

prova”

o que

com

com

condicionada

(24).

caso este-

o acima exposto, da

mãe,

pessoa

em

função

que que

O filho tem em alta consideração, a causa da cisão nele estabelecida. “A necessidade de consideração positiva de si, força o indivíduo

a perceber

a sua

experiência

das

condições impostas” (25) pela mãe, no caso. O filho percebe

ou simboliza

corretamente,

na consciência,

apenas

as expe-

rências que não contrariam o ponto de vista da mãe, deforma nega as experiências que

Ou

propostos

PNR

por

23.

ROGERS,

C.

24,

pg. 183. ROGERS,

C.

2s.

pg.

não

ela.

Interceptando

R.

Psicoterapia

R.

— —

La

Terapia

e

concordam

experiências

Relazioni

Umane,

Centrata-Sul-Cliente,

com

os valores

à consciência

Boringhieri, Martinelli,

Milano,

1970,

Firenze,

1970,

273.

Op. cit. nº 22, pg. 184.

Scanned with CamScanner

116 que

são

realmente

vividas,

a pessoa

divide-se

em

duas

face-

tas, ou se bifurca: de um lado está a própria experiência: e de

outro, a idéia que se faz de si mesmo corresponde cias da pessoa ou das pessoas-critério (26). O desacordo

entre a noção

às exigên-

do eu e a experiência vivida

desenvolve-se em sentido inverso ao que foi descrito no processo de amadurecimento. O sujeito, abandonando a sabedo-

ria de seu organismo,

tos

de

mesmo

vista

de

(27).

Ele

incorporá-los

outros,

para assumir condições, valores ou ponperde

seleciona

ou

integrá-los

o contato

e a confiança

da experiência

os elementos à noção

do

eu,

em

baseando-se

si

para nos

As atitudes ou o juízos ou avaliações das pessoas-critério. comportamento, que se conformam à noção do eu, são identificados,

simbolizados

na

consciência

e

mantidos

portanto,

para enriquecer a estrutura do eu. Os demais são deformados

para adequar-se à idéia do eu, e muitos são negados próprio sujeito como pertencentes ou integrantes do eu.

pelo

Tudo o que é provado pelo sujeito, em nível experiencial, mas que não concorda com a estrutura rígida do eu, é reconhecido como ameaçador, embora não seja conscientemente

ou corretamente simbolizado. O recurso à defesa é o meio de proteger-se

contra

as

No mecanismo

teger a imagem

experiências

ameaçadoras

(26).

de defesa em que o indivíduo procura pro-

do eu, ele recorre à racionalização

(28). Por

ela ele atribui uma razão ética onde não existe ou recorre a uma justificação da parte afetiva (29). Ele protege a imagem do eu também através da compensação (28), minimizando a

moralidade ou perigo que realmente experimenta, colocando a responsabilidade sobre um grupo de pessoas ou punindo-

se a si mesmo 28.

27. 28.

Cfr.

(30). Outro meio de proteção é o recurso à pro-

ROGERS,

C.

pp. 184, 185. Ctr. ROGERS,

pg. 276. Cfr. op.

cit.

R. —

Pslcoterapla

e Relazlonl

Umane,

Boringh.,

Mitano, 1970,

C. R. — La Terapla Centrata-Sul-Cllente, Martinelll, Flronze, nº

26,

pg.

1970,

186.

29.

Cir. MENEGHETTI, Antonio — Ontopsicologia del!Uomo, PUST, Roms, ano 4º .

30.

1971-1972, pp, pp. Cfr. Idem, pp. 54

63 ss. ss.

Scanned with CamScanner

117

jeção (28) pela qual

projeta seu estado de culpa a uma outra

situação

e selecoina

melhante

a esta,

pró-

como

acolhe

que

as experiências

prias. O indivíduo procura livrar-se do mal que o atormenta projetando-0 sobre a consciência alheia (31). Outra forma, sea responsabilidade

projeta

ela, O indivíduo

é a abdicação.

proteção,

ou

defesa

de

do próprio

Por

com-

portamento na autoridade (31). Rogers refere-se ainda a oudo eu.

à imagem

tros meios de proteção

Todo este mecanismo de defesa, por meio do qual a pessoa procura proteger-se atrás duma máscara, eleva o grau

de tensão ou angústia (32), provoca uma insegurança e vulnerabilidade

consequência,

e, como

o indivíduo

equilíbrio (33). Ele começa

visto que perdeu seu

mal

funciona

a viver uma

dualidade em que faz o que não quer e não faz o que quer. É exatamente isto que “ constitui o estado de alienação de si mesmo” (32). É a alienação fundamental da pessoa contemporânea que consiste num estranhar-se a si mesmo, num não num

mais,

reconhecer-se

não

conseguir

que

em

encontrar-se,

se acha num estado de desorganização. Esta desorganização compreende desde o comportamento neurótico (= inadaptação à realidade ou discrepância entre a sua necessidade de ser autêntico e as estruturas sociais), até os “diversos tipos de comportamento psicóticos, irracionais e agudos” (34), inclusive comportamentos esquizofrênicos e catatônicos (34). Creio ser útil acrescentar que neste processo de desin-

muitas outras pessoas-critério, além

tegração ou alienação,

da mãe, concorrem para introjetar valores. Os próprios meios:

de difusão, com seus falsos ídolos, concorrem para à desinteprocesgração. Todos os valores introjetados condicionam o so de avaliação organísmica, e a pessoa, percorrendo o ca-

minho inverso de seu desenvolvimento chega a um estado em

mma

1, s2.

e. 34,

Cfr.

MENEGHETTI,

Ctr.

ROGERS,

1971-1972,

Antonlo

pp. 65-66, 67 ss.

Pp. 185, 184. Ctr. ROGERS,

C.

C.

1970, pp. 275-277. Op. cit. n9 32, pg.

R.

Ontopsicologia

Pslcoterap ia



R.





Le

dell!Uomo,

o Relazion)

Tera pia

Umane,

PUST, Boringh.,

Centrata-Sul-Cllonto,

Roma,

ano

Milano,

Martinofl,

ao. 1970,

Firenze,

186.

Scanned with CamScanner

118 que,

“a estrutura

talmente

do

intelectual

processo

de

de

seus

avaliação

valores

difere

fundamen-

organísmica”

(35).

A es-

trutura intelectual adquirida é estática, rígida, inflexível, e processo organísmico inato é dinâmico, flexível, fluído e mu-

tável (36). Todo este antagonismo se to. A pessoa está cindida em duas.

dos sentimentos e de si próprio, de indivíduo procura valores estáticos e a dinâmica

reflete no comportamenDe um lado, há o fluir

da experiência, e, de outro, a idéia que faz acordo com os elementos introjetados. O guiar o comportamento de acordo com os rígidos que adquiriu, mas em muitos casos,

organísmica

não

se

submete.

Nesta

relação

con-

trastante consigo mesma, a pessoa vive um estado de desintegração, de alienação e elevada angústia, em que a unidade cedeu seu lugar ao conflito interior entre a noção do eu e a experiência, conflito este exteriorizado na conduta contraditória. O conflito ou desintegração pode atingir um estado víssimo de desorganização psíquica, “de luta constante

gra(en-

ire o organismo e o eu), que se traduz num comportamento incongruente, instável, análogo ao que se indica com o nome de personalidade múltipla” (37). Este estado de abalo psíquico

tem

análises

sua

origem,

conforme

improvisamente

ração

(o terapeuta,

ferem

a experiências

por demais

feitas

Rogers,

por

por exemplo).

evidentes,

são

ou

uma

nas

Estas

interpretações

pessoa

ou

de conside-

interpretações, sendo

inegáveis pelo sujeito. Elas se Te-

sentimentos

do

indivíduo,

mas

que

ele ainda não está em condições de assimilá-las e como con-

segiência padece o golpe dum impacto ou choque (38). Em-

bora o indivíduo

consiga

simbolizar

corretamente

a própria

experiência desvelada, devido sua evidência, sofre uma pres” são tal da ameaça que desintegra a própria estrutura do eu, 35. 35.

Sa

8.

ROGERS,

C.

R.

Ctr.

pg.

273.

pg.

276.

idem,

ROGERS,

po.

187.

La



C. R. —

Terapia

Psicoterapia

Centrata-Sul-Cllente,

o Relazionl

Umano,

Martinelli,

Boringhieri,

Firenze,

1970,

Milano,

4970,

Cir. idom, pp. 187-189.

Scanned with CamScanner

119

alterando-a

controle (38).

coonsideravelmente

como

agora,

" Pergunto,

e

isso

or

p

próprio prop

perde o

ps

restabelecer o acordo entre o eu

e a experiência? Como possibilitar sua reorganização e autotado,

Como

alienado?

tado, ou

ção

aos

corrigir

reeducá-lo?

como

“A reeducação

se refere

desequilibrado,

indivíduo

tegrar um

pessoa

reabilitar uma

Como

controle?

a todos

problemas

frentá-los de um

os aspectos

modo

funcionamento

pessoa,

da vida” mas

construtivo”

“dar

rein-

Como

desorganizado,

readestramento

não é um da

seu

perturbada?

desorien-

desarticu-

para aquilo que

(39), não é dar solua habilidade

en-

de

(39). O indivíduo aprende

a confiar em si mesmo e progredir, baseado em suas próprias forças e recursos (40). Portanto, “a reeducação reforça a confiança nas próprias capacidades do sujeito” (39). Reeducar é, pois, re-ex-ducere, isto é, re-conduzir para fora o que está dentro do sujeito. É um retorno às potências implícitas da pes-

soa para explicitá-las. latentes

do

experiências

das neuroses

indivíduo,

incônscias

É dinamizar novamente

a fim de que e com

ele tome

as capacidades

das

consciência

isso se reintegre

e restabeleça

e psicoses.

visto que ele Não se trata, portanto, de dirigir o indivíduo, ganizar-se aprende a ser responsável, por si mesmo e a reor é adquirida com por própria conta (41). A própria modificação

ficação se traos recursos pessoais internos (41). Esta modi conseguida duz num gradual aumento de auto-compreensão si mesmo tal pelo próprio esforço (41), numa aceitação de da tensão e redução das defesás,

diminuição

qual é (42), numa

amplas, nunuma comunicação e colaboração sociais mais (42). Em ma maior independência e autonomia em dirigir-se

o poucas palavras, a reeducação se realiza do interior para

exterior, num clima não-diretivo, em que à pessoa, apoiada Cn

8s.

40. 41. a

R.



Psicoterapia

ROGERS,

C.

Ctr. op.

cit. nº 39, pp.

di

Consultazlone,

Astrolablo,

Roma,

1971,

pg.

216.

Cir. idem, pg. 218. Cfr. Ibidem, pp. 225, 192, 174.

180, 215.

Scanned with CamScanner

120

suas

eu”

(43), até alcançar

no

muitíssimo

unifica

que

as próprias

da

habilidade

da

ou

assim, na reeducação, agente

de

o papel

depende

reeducação,

ou

reintegração

de

processo

(44). Sendo mente,

integração

“uma

à estrutura do

contraditórias (44). A reeducação é, portanto, um de reintegração. Parece que O progresso do indivi-

atitudes” processo

duo,

rejeitadas

anteriormente

experiências

porando

“incor-

reorganizar-se,

procura

capacidades

próprias

em

de

medida

não-diretividade

“o sujeito tem, simultanea-

e cliente...

à

limita-se

O terapeuta

criação de condições favoráveis à realização do cliente” (45). Ele não intervém, não explora, não interpreta as experiências do cliente nem guia suas auto-avaliações, porque tudo deve convergir na autonomia do cliente como pessoa (45).

O cliente desintegrado, incongruente, necessita entrar em contato pessoal com quem esteja integrado, seja congruente e autêntico (46). Ao indivíduo que se descontrolou e desorganizou porque, para satisfazer sua sede de amor e estima, necessitou submeter-se a condições impostas por pessoas que considerava importantes em sua vida, é preciso oferecer o amor e a estima sem exigir condições, é necessário contrapor uma consideração positiva incondicionada (46). “A autonomia não se pode conquistar mediante ensino ou condicionamento” (45). A consideração positiva deve ser manifesta madiante a compreensão do mundo subjetivo do educando e não median-

te aprovação ou desaprovação de suas atitudes e de seu com«SE

si

portamento.

O terapeuta

cesso de reeducação

ou catalisador

quando,

(45) só facilita o pro-

no contato, souber acolher, com-

preender empaticamente, respeitar e amar desinteressadamente o seu cliente. Quando o catalisador consegue comunicar vais atitudes

mediante

a postura,

reações

ou

as

palavras,

e 0 IN

nan RS 43.

ROGERS,

si

ei

46.

C.

e

C.

31.

: KINGET,

pp.

49,

G

50.

Cir. ROGERS,

pg.

51.

A.



R.

M.

Le





Développement

Psicoterapia

Psicoterapia

C. R. —

di

e

de

la.

Personne,

Consultazione,

Relazioni

Umane,

Dunod, Paris,

Astrolabio,

Roma,

Boringhlorl,

. 61. a

a

Milano,

er»

1970, 1970

La Terapia Centrata-Sul-Cllente, Martinelli, Firenze.

Scanned with CamScanner

121

reconstrutiva da personalidade

se a modificação

novamente

Recolocando

o método

de compreensão,

mínimo

um

alcança

terlocutor

não-diretivo,

durante

desencadeia-

(47 e 48).

a questão direi que basta usar um

lapso

de

tempo,

conforme

foi descrito no capítulo Il. O terapeuta, catalisador, e mesmo um amigo (48), conseguirão desblocar “a rigidez perceptiva perceptiva” a flexibilidade e desenvolver do indivíduo (49). Conseguirão

reabilitação

que

concretizam

de

internas

às forças

atuar

reeducação.

sua

reconstrução

e

melhor

“Quanto

o sujeito consegue perceber a consideração positiva incondicionada, baseada na compreensão empática, melhor tenderá a desaparecer sua incongruência” (50).

Os limites da reeducação subordinam-se às possibilidades ou limites do uso do método não-diretivo já indicados no | capítulo.

O clima de segurança que só uma pessoa autêntica pode oferecer, através duma atmosfera de compreensão, acolhimento e calor,

que

agora:

Pergunto

outro

(51).

sua totalidade

em

jeito e o envolve

do

parte do interior do próprio su-

processo

Este

ou dos outros.

desenvolvimento

de

o processo

promove

caminho

o processo

segue

de

rein-

tegração? Em que sentido se dá o desenvolvimento espontãneo? Creio já tê-lo descrito ao apresentar o desenvolvimento

da personalidade, em seu processo de reintegração, no capltulo Ill. O indivíduo, na medida que integra suas experiências, estranhas,

ou

desconhecidas

inicialmente,

ponto em que “o que sente coincide com a consciência

eu é simplesmente

reflexa

avizinha-se

dum

prova”

(52).

o que pensa, ou O

do

que

Ele se orienta à congruência e, por ela, ele é na consciência

rear

47.

Ctr. pg.

48.

o

O.

St.

sa.

Cfr. Pp.

ROGERS,

R.



La

C.

R.



Psicoterapia

51.

ROGERS, 189-190.

KINGET,

G.

Terapia

C.

M. —

op.

Centrata-Sul-Cllento, e

Relazloni

Umane,

Martinelll,

Firenze,

1970,

Boringh.,

Milano,

1970,

cit. nº 48, pg. 421.

ROGERS, CG. R. — op. clt. nº 48, pg. 191.

Cfr. KINGET, G. M. — op. cit. nº 48, pp. 6370.

Op.

cit.



47,

pg.

152.

Scanned with CamScanner

122

(

o que vive na experiência,

funcionamento

e expansão,

tornando-se isto

ele próprio, em

é, tornando-se

seu

pleno

verdadeiro

eu, seu eu auíêniico. A evolução descrita no capítulo ||| corresponde ao modo como a sente e experimenta 0 próprio sujeito (53). Pretendo apresentar agora o processo de modificação ou reintegração da personalidade assim como a vê ou observa naturalmente o terapeuta rogeriano (54). Trata-se duma des-

crição baseada num ponto de referência externo ao do próprio sujeito que a experimenta. Rogers, para descrever os vários es-

tádios do processo, apoiou-se, em sua observação espontãnea, no uso do método fenomenológico. Observando os fenôdmenos, tanto de sua própria evolução pessoal como da evolução dos seus ciientes, Rogers procurou, livrando-se de todo

preconceito,

colher e descrever

os fatos do modo

mais obje-

tivo possível (55). “Ele não está em condições de realizar alguma pesquisa experimental para sustentar seus enunciados” (55) aqui expostos. Existindo um conjunto otimal de condições não-diretivas, o sujeito desinteyrado em seu ser, em seu organismo, “que é a alienação fundamental do homem” (56), não se move apenas de uma certa fixidez a outra, mas ele evolui da fixidez

a mobilidade,

processo”

suprimindo ções

(57). Ele tende

as distorções

e a imagem

Embora

enumere

um 65. 64 55. 56.

Ctr.

pg.

Ctr.

pg.

7 estádios

ou

ROGERS,

C. R. —

pp. P.



si mesmo”

o processo

ele deixa

e, portanto, Psicoterapia

Rogers

o

La

(56).

de reintegração,

se trata de

acontecem

passagens

Consultazlono,

Libertã

as suas a-

que

Centrata-Sul-Cllente,

La Terapia

110-111. Carl B. —

di

não

claro

entre

perdida,

della

Astrolabio, Martinelli, Persona,

Roma,

1971,

Firenze, 1970, Astrol.,

nostin

'

51.

50,

pp.

cit.

fases,



R.

C.

sua unidade

e as contradições

descrevendo

ROGERS,

142.

a “reencontrar

se faz de

contínuo,

229.

Cfr. idem, MARQUET, Op.

que

Rogers,

processo

1972,

57.

“da estrutura rígida à fluida, da estaticidade ao

54,

pg.

114.

A

Scanned with CamScanner

123

bruscas e completas de um estádio a outro (58). Além disso, é possível subdividí-lo em muitos outros estádios. No primeiro estádio, em geral, a pessoa detesta a relação terapêutica ou, pelo menos, não se decide iniciar um trataque

uma



mento.

a pessoa

estaticidade,

autêntica

não

Ela

bloqueada.

está

fixidez e rigidez,

à própria

se abre

por-

ex-

periência, não reconhece seus sentimentos e, portanto, impede não só o desabrochar de sua originalidade e criativida-

de, mas também evita e rejeita comunicar-se com outros, em nível profundo. Vê em tal comunicação uma ameaça, um perigo. Sujeita-se a esquemas pré-fixados e não deseja mudar. Sendo fechado à sua própria experiência, nem se dá conta da existência de problemas (59 e 58).

É no segundo estádio que a pessoa, em alguns casos, procura voluntariamente ajuda. Dá-se uma passagem ao segundo estádio quando o indivíduo se sente acolhido. Ele começa externar seus sentimentos porém descreve-os como fatos passados e não os reconhece como próprios. Emite algumas afirmações contraditórias, ao falar de si próprio, sem as perceber. Percebe seus problemas como alheios a si próprio e, por isso, não se sente responsável por eles. O sujeito vive bastante destacado do que prova e sua experiência atual sub-

pela estrutura da experiência

jetiva está condicionada

passa-

da. Subsistem muitos bloqueios e a pessoa, ao definir-se, tende a fazê-lo de modo muito rígido (60 e 61). Muitos

tram-se

entre

os

que

Sucede

estádio.

terceiro

no

procuram

ajuda

que

psicológica

ao

sentir-se

encon-

plena-

mente aceito pelo terapeuta, catalisador ou amigo, o indivíiduo começa abrir-se sempre mais à experiência imediata, fala

com

maior facilidade de si próprio e, embora expressas

sejam

evoca,

que

pessoais

como

as experiências

objetos

ou

como

DO

58. Ea. 69.

61.

Cfr.

MARQUET,

Ctr.

ROGERS,

1972,

1970,

Cir,

Cir.

pp.

pp.

op.

op.

52,

51.

P. C.

115-116,

cit,

cit.





59,

€8,

Carl

B. — R.



143-156. pp.

pg.

Rogors

La

116-118,

o

Terapla

La

Libertã

della

Persona,

Centrata-Sul-Cllente,

Astrol.,

Martinelli,

Roma, Firenze,

147-156.

593.

Scanned with CamScanner

124 pessado, reconhece as contradições da exexpressa. Raros sentimentos pessoais são

acontecimentos do periência imediata

aceitos e não os reconhece porque os julga maus ou anormais.

exisa inede in(62 e

Começa a dar-se sempre mais conta que os problemas tem no interior dele próprio. Nota, de modo mais claro, ficácia de seus propósitos e escolhas. O próprio estado congruência começa a despertar seu interesse pessoal 63). A pessoa, sentindo-se compreendida e acolhida em as suas dimensões progressivamente a

todas

ou aspectos de sua experiência, relaxa rigidez de seus esquemas pré-fabricados

e dá evasão aos sentimentos. Os sentimentos mais intensos são temidos e descritos como não presentes. Às vezes, mesmo bora contra aceitar com

e descritos

vividos

são

sentimentos

estes

como

presentes

em-

a vontade do indivíduo. Ele ainda é incapaz de frequência e franqueza os próprios sentimentos.

Devido à maior abertura à experiência subjetiva, ela começa a ser menos estranha mas ainda é conscientizada com um pe-

queno atrazo em relação ao momento em que se verifica. A pessoa já percebe com clareza as contradições e discrepâncias entre a experiência e o eu. A rigidez no modo de elabodúvirar a experiência tende a diminuir e mesmo surgem-lhe das sobre a validade dos esquemas pessoais pré-fabricados. frente Embora com temor, assume alguma responsabilidade

aos problemas

gem

correr

de

lhe brota a cora-

pessoais e espontaneamente risco

o

relação

duma

e profunda

estreita

na

ebase do sentimento. Consegue diferenciar e exprimir com xatidão sempre maior os sentimentos, esquemas € significados

pessoais.

Esta pessoa.

últimos

refere-se

síntese

sempre

acrescentar

Convém

três estádios

podem

que

à transformação

diversas

confundir-se

geral da

características

dos

durante O colóquio.

da perso Embora se hipotetize que, numa determinada área

———————————— 62.

63.

Cfr.

ROGERS,

C.

1970, pp. 118-120, cfr. MARQUET, P. 1972, pg. 53.

AR.



La

147-156. B. — Carl

Terapia

Rogers

Centrata-Sul-Cllento,

o La

Libertã

della

Martinelli,

Persona,

-Firenzo,

|. Romê, Astrol.,

á

Scanned with CamScanner

125

nalidade, um estádio inferior não possa anteceder o superior,

pode acontecer, entretanto, que o cliente se encontre no quarto estádio, numa determinada área mas em outro estádio quanto às características referentes a uma área diferente, por exemplo: a sexual (64 e 65). A

compreensão

e aceitação

da

experiência,

das

expres-

sões e do comportamento de uma pessoa que alcançou o quarto estádio, possibilita-lhe a aquisição duma maior liberdade em experimentar o fluir vital do organismo e duma espontaneidade em exprimir-se. No quinto estádio, a pessoa sentese livre em exprimir até sentimentos difíceis em revelar-se embora o faça com certa ânsia e temor. Ela começa a perceber

os

sentimentos

no

momento

de

experimentá-los.

Não

conse-

gue ainda conceitualizar as experiências que manifestam sua realidade mais profunda embora deseje ardentemente ser exato. Ainda que por vezes se amedronte,

satisfeita com os e procura tencem

se

estarreça,

sente-se

muitos sentimentos que a acompanham, aceitavivê-los. Percebe que os sentimentos lhe per-

e deseja

identificar-se

com

eles,

ou

com

a experiên-

cia, para ser seu “eu real”. As contradições são conscientizadas com exatidão e o indivíduo esforça-se por escutar-se melhor e assumir a responsabilidade dos próprios problemas, enfrentando corajosamente toda desarticulação e incongruência

interior.

Estabelece

uma

comunicação

mais

perfeita

consigo

mesmo e com os outros. A personalidade do cliente torna-se mais flexível e com isso se concretiza a primeira mobilidade.

O sujeito tende a transformar-se e avizinhar-se, sempre mais de seu ser orgânico, que é um todo indiviso. A mudança pode

ainda

sofrer

a distensão,

peramento

mesmo 64.

alguma

irregularidade

e mesmo

retroceder,

a queda

das

e defesas

propiciam

desta

porque

ROGRERS,

65.

Ctr.

MARQUET,

65. 67.

Cfr. Ctr.

op. op.

rp.

120-122,

1972, pp. 53-54. cit. cit.

e o indivíduo

se compreende

Ctr.

*970,

fase

barreiras

C.

R.



La

146-.156.

P. B. —

Carl

melhor

fTerapla

Rogers

nº 64, pp. 123-129, nº 65, pg. 54.

passa

a aceitar-se

(66 e 67).

Centrata-Sul-Cliente,

o La

Libertã

della

Martinelli,

Persona,

Astrol.,

mas

o su-

a si

Firenze,

Roma,

146-156.

Scanned with CamScanner

126

se encontra no quinto es-

do cliente que

O acolhimento

muitas vezes dramática, tádio, promove-o a uma nova fase, então inibidos, começam a mas decisiva. Os sentimentos até plem a ser experimentados em fluir cem obstáculos e começa consequência, aceitos. Expresnitude, imediatamente, e, como O

OS próprios sentimentos. sa com liberdade e maior controle atual é subjetiva-

experiência eu deixa de ser um objeto. À nela implicados são aceitos sem mente vivida e os sentimentos está mudando. Uma das que ia ênc sci con a tom soa pes temor. A sonância no polo físico. Este características desta fase é a res os, re-

fisiológica: prantos, suspir eco se revela pela distensão circulação sanguínea e a cona pri pró A ar. cul mus nto ame lax O indivíduo per-

os melhoram. dutividede dos influxos nervos êna e desacordo entre a consci cebe claramente a incongruênci e sua a que se faz de simesmo cia e a experiência, entre a idéi ce dar-se conta, todas as fato o pri pró pelo e, da vivi ade lid rea começa à comunicação interna contradições desaparecem, e à ente, a comunicação ser harmônica e, consequentem

interpes-

esquemas pre-estabelecidos soal torna-se livre e espontânea. Os em. A experiência imediaou os valores introjetados se desfaz e reconhecida dum mota, sendo plenamente conscientizada r todos os problemas do realista, facilita ao indivíduo supera processo irreversível externos e internos. A pessoa entra num serve de guia e não em que a própria experiência imediata lhe mais a opinião alheia (68 e 69).

O sétimo estádio pode ser alcançado

ajuda dum

sem o concurso ou

terapeuta ou catalisador, visto que o indivíduo per-

também cebe sua experiência imediata com toda sua riqueza,

cia tende a expandirfora de relação terapêutica. A experiên dez cede seu lugar à se e incluir novos sentimentos e a rigi

iliza mais. O flexibilidade e à evolução. A pessoa não se foss e reflexa da eu passa a ser a simples consciência subjetiva Eno Peg 68. 69.

So ctr.

pp.

ROGERS,

129-135,

147-156.

ctr. MARQUET, 1972, pp. 54-55.

P.

La



R.

C.

B.



Centrata-Sul-Cliente,

Terapia Carl

Rogers

o

La

Libertã

della

Martinelli, Persona,

Firenze,

1970,

Astro!.

Romã,

Scanned with CamScanner

127

experiência, e o organismo inteiro entra em evolução, tornando-se um processo. Os esquemas pré-estabelecidos, que ele não convalida, são transformados, baseando-se na experiên-

cia atual, e os novos esquemas serão formulados de modo provisório. A comunicação interpessoal torna-se clara e autêntica, porque o indivíduo não falha na comunicação consigo mesmo.

O sujeito vive pienamente

a vida pessoal dando evasão

à sua

originalidade e criatividade. O indivíduo sendo capaz de cons-

cientizar-se e simbolizar os significados da experiência atual, instantaneamente, supera toda incongruência e passa a ser na

consciência o que é na experiência,

mica e autônoma.

todo

harmônico

unidade

dinã-

Ele se torna seu verdadeiro eu que é um

e em

(70 e 71).

isto é, uma

movimento.

Este

é o eu

real, autêntico

Numa síntese creio ser possível recapitular assim: se uma pessoa, por força de condições desfavoráveis chega a um estado de incongruência, alienação ou desintegração, necessita entrar

em

contato

com

uma

pessoa

autêntica

ou

congru-

ente, que lhe comunique compreensão acompanhada de calor e acolhimento sem impor condições. Neste clima favorávei, em que a pessoa se sente segura, ela será gradativamente impulsionada,

por

sua

tendência

a abrir-se

à própria

experiência

duo

a reintegrar-se

inerente

imediata,

ao

desenvolvimento,

desfazendo-se

cefesas, e a tomar consciência desta mesma tual, verificando-a, avaliando-a e corrigindo-a

tende

reorganização

gradativa

ou

reeducar-se.

e auto-controle,

Neste

das

experiência a(72). O indiví-

o sujeito

processo

procura

de

vi-

ver “menos em luta consigo mesmo, mais em paz, menos divídido entre um eu que experimenta e um eu que observa mais unitário,

um 70.

71. A

mais

harmoniosamente

funcionamento Cfr.

ROGERS,

Cfr.

MARQUET,

4970,

pp.

extremamente

C.

R.

1325-140,

1972, po. 55. Cfr. KINGET, pg. 47,

P. B. —

G.



1465-156.

M.



La

Carl

e eficazmente

harmônico

Terapia

Pelcoterapla

e

Martinelll,

Firenzo,

della

Persona,

Astrol.,

Roma,

Umane,

Boringh.,

Milano,

1970,

Libertã

Relazlonl

com

de todas as suas

Centrata-Sul-Clionto,

o La

Rogers

organizado,

Scanned with CamScanner

128 partes”

ela

seu

é

(73).

No

auge

verdadeiramente,

verdadeiro

ser,

de

um

seu

sua

O comportamento

te. Em

seu interior, a pessoa

riências

mente,

e com

negadas

e

será

real,

unidade

natural,

deformadas

bem,

em

MASLOW,

74.

pg. Cfr.

pg.

idêntica

movimento

A. H. —

110. KINGET,

G.

M.

será O que

adequada

a correta

porque as expa-

modo

pessoa educada,

a si

mesma,

aw-

de seu ambian-

desaparecerão

isto é, de

será a si

e,

exterior.

adequado,

porque

integrada.

Será

ra-

autônuma

crescente.

Verso —

com

funcionará bem

cional e social (74). Será uma

tica,

articulado

a percepção

ela se comportará

a pessoa

todo unitário e indissociado, eu autêntico, porque idêntico

mesmo.

to-compreensão

harmonia,

Una

Psicologia

Psicoterapia

e

dellEssoro,

Relazlonl

Umano,

Astrotabio, Roma. Boringh.

Milano.

1971,

Hom, '

47.

Scanned with CamScanner

CAPÍTULO

V

PEDAGÓGICOS

REFLEXOS

DA TEORIA NÃO-DIRETIVA Rogers, na medida em que se esforça por aplicar os princípios e o método psicoterapêutico a novos campos, como no acaso, à educação, afasta-se de seu centro experimental, e

poia-se

sempre

em

mais

dados

estabele-

solidamente

menos

cidos (1). Convém recordar, entretanto, que em relação à pecodagogia ele tenta condensar, em grande parte, elementos r, lhidos em sua experiência de ensino (2) e não tanto deduzi partindo da prática terapêutica.

Este capítulo visa pôr em evidência como e até que pon-

to o método ou

não-diretivo

é aplicável

Parece-me

na educação.

que

pedagogia,

em

na escola

se considera

quando

o aluno

eme

Cfr.

ROGERS,

1870, pg. 141. Ctr. ROGERS, pg. 197. Rogers

GC.

R.

Psicoterapia



R.

CGC



Lo

e

Développement

Relazlon] de

la

Umane,

Personne,

Boringh., Dunod,

Paris,

Milano, 1970,

9

Scanned with CamScanner

130 forças

de

dotada

pessoa

como

a atuali-

tendentes

intrinsecas

zar-se, capaz de adquirir uma aprendizagem autêntica por própria conta, aos mestres não compete dirigir, mas confiar na do

aluno,

oferecendo-lhe

mestre,

sendo

em

capacidade

que

cresça

O

meios

e condições

para

não

será

e amadureça:

primeiro

plano

educador,

eficaz pela vastidão de seus conhecimentos, mas pela personalidade capaz de “instaurar uma relação de confiança e a-

pessoa

como

da”

com

(3)

tenção”

deles.

objeto,

(3).

alunos,

seus

“Negar-se tem

não

como

esforçando-se

pessoa

probabilidade

de

em

e tratar trazer

a

promover

outra

pessoa

aju-

qualquer

A preocupação fundamental de Rogres é salvaguardar a dignidade da pessoa (4), “realçar o valor da pessoa” (4), promover a pessoa (4), proporcionando condições para que ela se torne autônoma e capaz duma “escolha responsável e pessoal, elemento essencial, pelo fato de ser uma pessoa” (5). O importante é preocupar-se em possibilitar que o homem se

torne um “processo de devir, um processo de aquisição de valor e de dignidade pelo desenvolvimento de suas potencialidades” (6). Rogers prefere subordinar a ciência, os valores evolução

e a própria

a pessoa.

dos

ao valor fundamental

valores,

que é

Dentro desta perspectiva, o conhecimento científico não pode ser usado para manipular, controlar ou reduzir a pessoa a um objeto ou robô, ou mesmo para destruir sua originali-

dade e criatividade, destruindo sua liberdade e capacidade de

8.

6a]

4. 6.

ROGERS,

pp.

Ctr.

71,

76.

e E La Terapia Centrata-Sul-Cliento, Martinelli, Firenzê,

C. R. —

ROGERS,

C.

274-275, 257, 212. ROGERS, C. R. — Idem, pg. 270.

R. — Op.

Le cit.

Développement nº

4,

pp.

de

la Personne,

Dunod,

paris,

1970,

di970, PP:

274-275.

Scanned with CamScanner

131 ho-

do

a serviço

estar

deve

ciência

(7). A

e escolha

opção

mem, uma vez que ela tem origem no homem e dele depende, tanto para “ajudá-lo a descobrir novos modos de vida mais plenos e mais ricos" (7), como para informá-lo sobre a ma-

neira de tornar-se um colaborador mais inteligente de sua própria evolução plena, e para esclarecê-lo sobre 0 modo de dinamizar seu espírito criador (7). na supremacia

Baseado

a escola deve empenhar-se soa

do

ele julga que

Deve

interessar-se

da pes-

no desenvolvimento

mais

conhecimentos.

acumular

em

que

do valor da pessoa,

do que

mais com a conduta do indivíduo e sua transformação

com a instrução (8). O professor precisa, antes de tudo, eduprogramas car as pessoas, em vez de sujeitá-las às técnicas e

(8). Ele deve facilitar a aprendizagem autêntica do estudante, em vez de ensiná-lo (9). A aprendizagem autêntica não se reum cosume em saber ler, escrever ou contar (8), porque “é acunhecimento penetrante que não se limita a uma simples da prómulação de saber, mas que se infiltra em cada parte mupria existência. É uma aprendizagem que provoca uma

dança no comportamento do indivíduo, na série das ações que ele escolhe para o futuro, nas suas atitudes e na sua personalidade” (8). Esta aprendizagem eficaz que “não se preocu-

pa só em acumular conhecimentos, mas procura também e sobretudo favorecer o desenvolvimento pessoal” (10), é educativa, transformadora.e impregna a personalidade toda. Uma tal aprendizagem, entretanto, não pode ser transmitida ou “diretamente comunicada a outro” (11). O próprio Rogers afirma:

Cfr. ROGERS, pp. 2698-270.

B.

10. 11.

cit.



cp.

Ctr

MARQUET,

pp.

59-60.

1968. pg. SOGERS,

31. C. R

ZAVALLONI,



R.

C.

Ctr. 1972,

ensinar a uma

que tudo o que se pode

“Parece-me

P.

B.

Roberio —

201,

pp.

7,

Le



— Op.

208,

o

Educazione

e

cit.



la

Dunod,

Personne,

Paris,

é

1970,

268.

Rogers

Call

de

Développement

pessoa

7,

pp.

La

Libertã

Personalitá,

della

Vita

Persona,

e

Astrol.,

Pensiero,

Roma,

Milano,

197-198.

Scanned with CamScanner

132 ntem pouca Ou nenhuma influê relativamente sem utilidade e o (11). Poder-se-la dizer que o” ent tam por com seu cia sobre ensino destrói a aprendizagem.

adquire por comunicase não a ic nt tê au em ag A aprendiz é um ato que parte ela ue rq po , ção tru ins ou ção direta, ensino inteira qual e no qual a pessoa O a par e , duo iví ind o do própri ligência e sua sensibilite in sua m co a nh pe em participa e se oberto pelo próprio indi-

ento é desc dade (12). Este conhecim experiência complexa e a um de o rs cu no do la mi viduo e assi modificar luenciar O comportamento, inf de ça for a m Te al. vit personalidade (11). as atitudes e transformar à Na

da pessoa,

a dignidade

como

descobriu

Rogers

terapêutica

prática

respeitar

pro-

guiá-la ou dirigí-la, e como

sem

ica sem ensino, como desenvocar uma aprendizagem autênt mento e criatividade, sem inscadear sua originalidade, cresci e como deve pensar. Descotruir sobre o que deve conhecer

a, autonomia e maturibriu como promover sua independênci competência (12 e 13). dade, sem comunicar habilidades ou ica tanto como prinO que foi descoberto na relação terapêut

r O desenvolvimencípio ou como meio de ajuda para estimula visam educar a to do indivíduo, é aplicável nas relações que experiência da psipessoa (10). Rogers afirma: “Encontrei na

às

e,

significativas

implicações

coterapia

vezes,

profundas,

soais, para a educação, para as comunicações interpes vida em família, para o processo de criação” (14).

para à

admite O postulado fundamental da teoria de Rogers qu e nômea presença da tendência à atualização no organismo, fe

no 12.

13. 14.

15.

contatos

nos

intuído

Cfr. MARQUET,

1972,

ROGERS,

pp.

Op.

210,

144.

C.

212,

cit nº

ROGERS,

pg.

59-60.

pp.

A.

P. B. —

214.

13,



pp.

C. R. —

Le 193,

terapêuticos

Carl

Rogers

tem

consequê ncias

o La Libortã della Persona, Astrol.,

Développement 210-214.

(15),

de

Psicoterapia e Relazlonl

la

Personne,

Umane,

Dunod,

Boringhierl,

paris,

Roma,

1970,

Milano, 1870,

Scanned with CamScanner

133

muito vastas no campo

pedagógico

organismo,

força

(14), pois essa tendência

não visa apenas satisfazer as necessidades de manutenção do mas

é uma

perar o “status

quo”,

que

impele

expandindo-se

o organismo

em

todos

a su-

os sentidos,

ampliando e enriquecendo todas as potências, capacidades e faculdades, orientando-se em direção duma autonomia, isenta

amadureciem sua in-

de controle imposto por forças externas, e dum mento real. Este progresso o organismo conquista

(15 e 16).

teração com o ambiente

firmar-se natural

e progredir

de

do

e 17).

saber

a fonte

reside

por um

é motivado

no

jor-

do aluno de

pois,

Decorre,

que

crescimento

e do

O sujeito

indivíduo.

(14

apossar-se

aprendizagem

e O desejo

a curiosidade

ra espontaneamente

que

infere-se

postulado,

este

Estabelecido

de

a-

aprender,

tendência

da

motivação

da

natural

de

próprio

interior do

interesse

conhecer o mundo, de descobrir novos elementos, de vencer os obstáculos, de superar os problemas, de conquistar terreno, mesmo à custa de algum insucesso (17).

como

tanto da psicoterapia

da pedagogia.

criar um clima que facilite a aquisição dum

objetivo

é

transformadora

ou

autêntica

aprendizagem

A

devem

mestres

“Os

conhecimento

au-

têntico” (18). São também essas as “condições que o terapeuta deve preencher para que haja uma mudança construtiva ou que surja um conhecimento autêntico” (18). Além dis-

so, o móvel fundamental que impulsiona o indivíduo à assimilação de tal aprendizagem é sua tendência à atualização,

isto tanto para a psicoterapia como para a pedagogia (19). As movimento

condições exigidas para pôr em

16, 17.

18, 19.

Cfr. Cfr. 1972,

PAGES,

Max

P.

MARQUET, pp.

61,



B,

L'Orlentatlon



Carl

Non-Directivo,

Rogors

62.

o

La

Libortã

Dunod,

delta

a tendência atua-

Fe

e

Cir. ROGERS, C. R. — Lo Développement do lo Porsonno, Dun

pp.

Cfr.

207,

op.

203,

cit nº

18,

pp.

206,

970, , od,

po.

Astrol.,

Paris,

18.

Roma, 1970,

210.

Scanned with CamScanner

134 autêntica aprenlizante, a fim de que a pessoa se aposse duma

edudizagem, são idênticas tanto para a terapia como para à o méimplica numa nova consequência: cação (20). Tudo isso todo todo

deve ser O ménão-diretivo usado na relação terapêutica terapeuta, igualmente de toda educação. Assim como ao

OU modelar OS alunos à sua ao professor não compete plasmar e imposta

por ele imagem ou a uma imagem pré-estabelecida as características individuais a seus alunos, e sim respeitar à e-

condições para que de cada um. Compete a ambos criar intelectual, mas ducação não se reduza a uma instrução picie uma evolução integral da pessoa. das

Uma

como

terapia,

em

tanto

condições,

em

pro-

pedago-

ajuda e a assimilar uma gia, que leva o indivíduo a procurar rar-se face a um proaprendizagem autêntica, é a de encont Para que a tendênblema ou em contato com problemas (20).

a necessidade de excia à atualização motive, por exemplo, lo externo ou interplorar ou aprender, é necessário o estímu ito se encontra no, e este estímulo tem origem quando o suje ão da motivação frente a um problema. O problema é a condiç o indivíduo (21). O contato com a prática da vida predispõe para aprender com eficiência (22).

e Há uma diferença fundamental, porém, entre a terapia a pedagogia, porque “o problema em terapia existe no interior da pessoa” (20). O indivíduo, por exemplo, descobre que

não pode controlar-se, ou está dominado por uma ou por conflitos, ou sente-se infeliz em seu trabalho

nal ou em

seu matrimônio.

confusão profissio-

desperta a avidez

Nesta situação

de aprender e resolvê-lo. A pessoa deseja conhecer-se e trans-

formar-se (20). Além disso, em terapia “os recursos de que dispõe o sujeito para adquirir um conhecimento autêntico essubtão nele próprio. A ajuda exterior que o terapeuta pode 20.

21. 22.

Ctr. pp.

Ctr.

ROGERS, 202-209.

ROGERS,

pp. 292-297.

Cfr. MARQUET, 1972, pg. 65.



C.

R.

C.

R. — P.

B.



Le

Développement

la

Personne,

Centrata-Sul-Cliente,

La Terapia Carl

de

Rogers

o

La

Libertã

della

Dunod,

Martinelll, Persona,

paris,

1970,

Firenze,

1970,

Astro).

Roma,

Scanned with CamScanner

135

clima não-di-

seja o mesmo

(23), embora

ministrar é mínima”

retivo oferecido pelo terapeuta que dinamiza os recursos in-

teriores do sujeito.

em peAinda que a eficácia da aprendizagem autêntica, a em condagogia, requeira igualmente que O indivíduo estej

tato

os

o sujeito

ou

nas técnicas

encontrar

os pode

(23),

existência

sua

resolver

para

conhecimento,

de

recursos

concernem

que

problemas

com

real

problemas,

tais

que

a es-

casos

pes-

teorias

a meros cola lhe oferece (23). Os problemas não se reduzem ações conflitos interiores, mas são problemas que as várias situ do inexistenciais da vida criam (24). A existência cotidiana modivíduo o põe em confronto direto com problemas sociais, rais,

pesquisa,

de

soais, etc. Assim,

matemáticos,

filosóficos,

a criança se sente em

quando

por exemplo,

as leis de trânsito, aprender, sente-se

perigo de vida, por desconhecer ansiosamente a necessidade de

da, e esta aprendizagem modifica-a realmente mas despertam ou ativam a curiosidade, e a aprender manifesta-se como uma reação da tualização (25). O problema vivido pelo aluno gente

nâmica

da

diretor

interior

pesquisa”

materiais

recursos

ou

cobrindo

a solução

se realiza”

mento

para

Mediante

que

o sujeito

À

escola

que

problema

do

ela sente estimula-

(24)) Os problenecessidade de tendência à a“constitui um aa di-

os problemas,

fornecer

compete

os utilize,

todas as dimensões.

real, em

aprendizagem

tize uma

(26).

é estimulada.

com

do

a aquisição

os

e concre-

“É des-

conheci-

(26).

/A escola não impõe o material mas coloca-o à disposição dos estudantes (23). “Compete a eles decidir, individuaimente obou em grupo, os meios que empregarão para elucidar seus disjetivos reais e para usar plenamente sua espontaneidade e 23.

ROGERS,

24.

209, ctr.

25.

cir.

26.

C.

R.

207, 206. MARQUET,

Roma,

1972,

ROGERS,

pg.



Lo

Développement

P.

B.



63.

CG.

1970, pp. 293-297. PALMADE, Gay — pg.

R.



Rogers

Carl

La

Pédagogie

Torapla

et

la

de o

Personne, La

Libertã

Dunod, della

Centrata-Sul-Cllonte,

Psychologio

des

Groupes,

Paris,

1970,

Persona,

Martinelll,

EPI,

Paris,

pp.

Astrol,,

Firenze,

1966,

287.

Scanned with CamScanner

136 ponibilidade” (27). Não



necessidade

de

preocupar-se

tanto

com a maneira de motivar a aula, quais as técnicas a usar, etc,, mas há necessidade que os alunos entrem em contato com os

problemas, para que, motivados, aproveitem ao máximo as au-

las, como meio de resolver problemas importantes para a vida deles. Na escola tudo deve ser posto à disposição dos alunos, tanto os recursos materiais como humanos. Nada será imposto, nem programas, nem conteúdos a que sejam obrigados a assistir, nem mesmo os métodos, tais como: exposição,

discussão

em

aula,

conferências,

seminários,

meios

audio-vi-

lhes será imposta uma avaliação exParece que os cursos livres são pre-

suais, etc. Por fim, não terior, mediante exames.

feríveis aos regulares e obrigatórios, e os seminários são mais

eficientes que as conferências impostas. Entretanto, tudo o que foi indicado, quando não imposto, pode ser usado com grande êxito, desde que os alunos o desejem, tanto explícita como implicitamente. Convém que o professor sacrifique seus interesses pessoais e aguarde ser solicitado pelo interesse dos alunos (28). “Deixe-se o estudante livre para escolher, respei-

tando a pessoa para que se determine por si” (28). Serão as exigências requeridas pela vida, em inúmeras situações, e não as exigências do professor, que hão de levar o aluno a admitir certos cursos e certas orientações da escola. O aluno escolherá suas metas e, baseado nelas necessariamente escolherá os

cursos que lhe darão a devida preparação à carreira que visa, basta que esteja informado. O importante é que isso tudo des-

pertará

gem

o

interesse

do

estudante

e

acelerará

sua

aprendiza-

(29).

O professor colocará à disposição dos alunos: livros, car

tazes, esquemas, manuais, documentos, materiais gravados OU registrados, utensílios, etc. Ele “se esforçará em organizar €

procurar a gama mais vasta possível de fontes de conhecimen27.

110.

PERETTI, A. — Pédagogie et Psychologie des Groupes, EPI, Paris, 1966, ag 1970, ROGERS,

C.

28.

Cfr.

29.

pp. 205-212, 211. P. Cfr. MARQUET, 1972,

pg.

R.

B.





Le

Carl

Développement Rogers

o

La

de

la

Libertã

Personne, della

Dunod,

Persona,

Paris,

Astrol.,

Roma,

62.

Scanned with CamScanner

137

to: testes, encontros com personalidades, viagens, material audio-visual, aparatos educativos...” (30). Enfim, sua própria

pessoa, com

ou convicções

suas experiências, estarão

de

a realização

professor

alunos

a serviço do aluno. Todos que

desde

o queiram

contribuir para o seu enriquecimento

possam O

alunos

Os

informar

para

conhecimentos e sentimentos

apelam

objetivos.

seus

poderá

a seus

apresentar

conhecimentos

um

serão meios

pessoal e para

conteúdo

sem,

que

e julguem

quando

entretanto,

os

impor

aos alunos seu modo de pensar ou organizar a matéria; sem mesmo insistir que os alunos sejam seus fiéis seguidores e propaguem seus ensinamentos (31). Rogers parece que não

dá preferência a um ou outro método ou técnica pedagógicos usados pelo mestre para informar e pôr os alunos em contato com os problemas: “Todos são bons, se são desejados” (30). Não



da

apologia

uma

em

técnica

seu

sistema,

uma

mas

preocupação pela pessoa. Entretanto, os métodos ativos devem ter preeminência (32), porque em educação precisa-se ativar a dinâmica interna da pessoa e não introjetar. O método ativo por excelência é o contato com os problemas reais da vida.

O professor

tas a ele

estará

endereçadas,

pronto

sempre

quer

lhe sejam

a responder formuladas

a pergun-

por

um

in-

divíduo, quer pelo grupo. Estará mesmo disposto a ser um conferencista, um conselheiro, um perito em sua matéria (cams do po) (32). Os próprios sentimentos e convicções pessoai professor estarão à livre disposição dos alunos, mas sem que sobre os alunos sejam impostos e nem que venham a exercer

uma

por sua vez, deverá sentir-

influência restritiva. O aluno,

se livre para expressar

seus sentimentos

e conhecimentos

(31).

alunos, quer Ao professor não compete avaliar do exterior Os normativos. Devem por exames obrigatórios, quer por juízos 30.

31. a2.

MARQUET,

P.

197

;

:

Cir. ROGERS

pg.

209.

B.



Carl

Rogers

O

La

Libertã

della

Persona,

Astrol.,

Roma,

Cc. R. — Le Développement de la Personno, Dunod, Paris, 1970,

Ctr. op. cit. nº 30 pg. 63.

Scanned with CamScanner

138

ser as aulas e não os exames que preparam para superar OS e não as normas testes da vida (33). Devem ser as atitudes alunos.

dos

o comportamento

que

modificam

quia

sor nada impõe, a anarPoder-se-ia objetar: se O profes a objeção tem seu á inevitável! Claro que est na aula ser

cabimento

é

maior

o valor

quando

transmissão

na

colocado

da, educação das pessoas, ou ain de conhecimentos e não na coinautêntico, imaturo. O

inseguro, quando o professor é esor, mas se os educadores val seu tem os fat de to nhecimen a uma transformação, na voc pro que o uil naq dos tão interessa “em evitar ento autêntico (33). .., aquisição de um conhecim ade” (33), o e sacrificar a criativid sm mi or nf co ao er ang str con ononos € desenvolver sua aut alu dos soa pes a er ov em prom nos alunos. É necessáino ens O r tra cen con o ári mia, é necess a gopara que o aluno aprenda rio deixar de dirigir e guiar, ce-me a vida. Além disso, pare pri pró sua r igi dir e -se vernar ta dade, em vez de uma vas uri mat ue eg ns co no alu o que se suas de conhecer-se melhor e ver erudição, ele terá condições resdo por outro. Ele assumirá a possibilidades sem ser avalia ponsabilidade

por

aprender

de

de

conta,

própria

recorrer

às

os próprios problemas e ar mul for de o, açã orm inf tontes de tos (34). É necessário confiar progredir em seus conhecimen a confiar em si mesmo: Rogers no aluno para que ele aprenda de a fazer do ensino uma doquer “resistir à violência que ten todos devem aprender OS . mesticagem ao saber passivo..

fatos da mesma

mesmos

uma

democracia

cação

especial.

ensino.

no

(35). Ele pretende

maneira”

Democracia

educa,

que

instalar promo-

isto se exigem, acima de tuvendo a pessoa dos alunos. Para e autêntica e prontos a corad id al on rs pe m co es sor fes pro do, subentende que O magisrer certos riscos. Creio que Rogers profissional, mas é uma VOtério não se reduz a uma carreira

83. 34, 85.

Suponho

= ea

Ctr. pp.

Cfr. 1972, Op.

ROGERS, 202-211.

MARQUET, pg.

cit.

64. nº 23,

R.

C. P. po.

B.



Le



Carl

O professor

até que

Développement Rogers

O

La

de

la

Libertã

Personne, della

deveria ter à Duncd,

Persona,

paris, Astrol.,

1970, Roma,

214.

Scanned with CamScanner

139 coragem de abandonar o magistério ao verificar sua incapacidade de criar um clima educativo dentro das aulas. Resulta da experiência terapêutica “uma importante con-

pedagógica:

seguência ma

O mestre de

a aquisição

que favoreça

deve criar nas aulas um cli-

um

conhecimento

autêntico”

(36). Ora, o clima que provoca tal aprendizagem é o não-direfoi descrito

tivo, conforme

no

capítulo

|. Portanto,

as

condi-

ções não-diretivas que criam esta atmosfera educativa são as

condições exigidas para centrar-se na própria capacidade dos alunos. O mestre deve ter confiança em seus alunos, independentemente da idade deles. Não lhe compete impor uma meta a todos e nem escolher profissões para eles (37). “Rogers recomenda, sem dúvida, aos pais, dar bem cedo aos meninos informações sobre os modelos de comportamento, mas é necessário também deixar, cedo, aos adolescentes a possibilidade de avaliar os próprios comportamentos, de tirar as próprias conclusões e decidir sobre normas e modelos que lhes convém” (38), bem como a carreira a escolher. Não são as sugestões que educam, mas as informações fornecidas com amor, compreensão e retidão. As avaliações e juízos alheios não ajudam o aluno a confiar em si mesmo, a adquirir independência e capacidade criativa para realizar-se e amadurecer. “Deve ser claro, depois disso, que o professor depositará sua confiança fundamental na tendência de seus estudantes em afirmar-se. Ele julgará que sua função consiste em desenvolver uma relação pessoal com seus alunos e criar um clima tal em sua aula que as tendências naturais cheguem à sua plena maturidade” (39). Confiar no aluno, relacionar-se com ele como pessoa, é respeitá-lo, compreendê-lo, permitir-lhe tomar iniciativas, acolhê-lho sem deixar transparecer qualquer

ameaça isento

de

à agressividade

EEEE EE 86.

97.

38. 39.

ameaças

ROGERS,

Cfr.

1972,

C.

R. —

MARQUET,

pg. 65. Idem, pg. 64. Op. cit. nº 36

P.

pg.

em

Le

dos alunos.

que

Développement

B. —

Carl

Rogers

de

la

o La

Personne,

Libertã

humano,

os próprios

se impõem

não

clima

Criar um

Dunod,

della

Paris,

Persona,

1970,

Astrol.,

valo-

pg.

207.

Roma,

210.

Scanned with CamScanner

140 mas

res,

aceitar

procura

se

os

valores

dos

alunos,

à fim

de

tanse, abrindo-se para acolher que eles possam reorganizarseu o para compreender melhor com ia, ênc eri exp a pri pró a to r à . É necessário dar mais valo ros out os r lhe aco e te ien amb colaboração do que à competição. crianrizar OU humilhar uma Desdenhar, desprezar, ridicula . de e re tarda sua aprendizagem fun con a que aça ame uma é ça açado (ameaça que Se diri ame te sen se ino men um “Quando faz de si próprio), uma espécie ge contra a imagem que ele se página as letras e as palavras da de pânico se apossa dele: segue mais ler.

(40) e ele não con começam a embaralhar-se” con, fazê-la rodar em exames, dela bar zom a, anç cri a r Ameaça outros , obrigá-la a ler perante os vencê-la de sua incapacidade envol-

e incapaz, paraliza seu des quando se sente inferiorizada rA criança não consegue estima vimento e sua aprendizagem. a e paporque está desencorajad se ou aceitar-se a si mesma, ia e destas reações que à ausênc ralizada pelo medo. Conclui-s e assimila-

lita a compreensão de ameaça à personalidade faci eriência do próprio aluno é ação dos conhecimentos. “A exp nciado e a aprendizagem concolhida por ele de modo difere

segue

A preocupação como

(40).

desenvolver-se”

mas

ensinar,

fundamental

de “como

do professor

se pode

ajudar

não é de saber

alguém

a apren-

que possibilite O desabrochar der” (41); como criar um clima egrada, criadora, educada, caduma personalidade autêntica, int e de empenhar-se verdadeipaz de assumir a responsabilidad desenvolvimento. ramente em sua própria formação e i-

O professor não fará dos programas

ca a usar, dos conteúdos

a apresentar,

à cumprir, da técn

da motivação

a dar, O

tre o centro da atenção do mes mas , sse ere int seu de centro e interesse não será possesEss no. alu a cad de soa pes a será aluno tomar

ao sivo, mas oblativo. É um interesse que per mite

todas

de

DR “0. 41.

as iniciativas, e lhe oferece

ajuda,

de empenho

MARQUET,

1972,

idem,

pg.

pg.

P. B. —

o máxi mo

de

assistência,

pessoal.

Carl

Rogers

Rom o La Libertã delia Persona, Astrol,

653.

61.

ue

Scanned with CamScanner

141

pede

Rogers não condena os professores à morte e nem

fazer da escola o inspara abolir as escolas. Pretende antes Quer salvar a trumento para salvar e promover as pessoas. sejam

impedindo que dignidade da pessoa dos professores, gravadores, máquinas ou reduzidos ou substituídos por discos,

robôs.

alunos

S6 uma poderá

“conduzir

e

autôno-

conhecimento

a um

o aluno

professores

entre

autêntica

humana

relação

pedagogia de Rogers mo, pessoal e autêntico” (42). A nova (43). faz do aluno o centro da escola decidir sobre tudo. O professor perde a supremacia de de subsidiariedade reParece mesmo que um certo princípio tudo o que o aluno pode ge a pedagogia de Rogers, porque sor. É a pessoa do aluno fazer não deve ser feito pelo profes e promovida. O profesque deve ser compreendida, acolhida sor

não

e

educador

um

lugar,

primeiro

em

será,

um

mero

geração em geração, transmissor de saber que reproduz, de em viver uma atmoso que aprendeu (43). Ele interessar-se-á indispensável ter perfera que provoca uma transformação. É isso não se adquisonalidade e gabarito para tanto, visto que Em e habilidades. re armazenando conhecimentos de fatos tenha seu vamuitos casos o ensino de tais coisas, embora o do que forlor, pode deformar mais a presonalidade do alun

mar. Pode

nos

privar o indivíduo de sua liberdade e torná-lo me(43 e 44). A escola,

autêntico

em

níveis,

e Os

indivíduos

con-

os

todos

mestres que nela trabalham devem esforçar-se em formar pen-

sadores

formistas,

originais

livremente

estereotipados,

que

e criadores,

concluíram

não

(45).

sua educação

Bastam os modernos meios de distrações e recreações passivas e coletivas, para subjugar e sufocar as atividades criadoras (45), para massificar as pessoas e destruir as riquezas individuais de cada um. A educação, no pensamento de Rogers, apresenta-se como uma conquista pessoal sempre inacabada, que pode ser ad42.

43. 44, 45.

ROGERS,

C.

R. —

Cfr. Cfr.

idem, pp. MARQUET,

Cfr.

op.

1972, pg. 60. cit.

Le

Développement

195, 208, P. B. —

nº? 42,

pp.

201, Carl

202. Rogers

de

la Personne,

o La

Libertã

Dunod,

della

Paris,

Persona,

1970,

Astrol.,

pg.

212.

Roma

245-246.

Scanned with CamScanner

142

quirida tanto aprendendo ou

duzis,

em grupo, como em

os diplo-

disso,

decorrência

Como

sozinho.

mesmo

relações indivi-

mas nunca serão fornecidos (46), para que O individuo continue a frequentar a escola, a universidade, a fim de atualizar-

se

pois

e progredir “quem

so contínuo O

de aprendizagem”

(46).

aula,

na

criar,

de

a tática

descobrir

deve

no proces-

não se interessa senão

quer aprender

professor

e na sua educação,

conhecimentos

seus

em

as

condições da relação terapêutica individual e coletiva. Além da confiança, é necessário dar aos alunos, tanto coletiva como individualmente, uma atenção calorosa (47). Esta aceitação

ou

nível

em

quer

acolhimento,

como

intelectual

sentimen-

tal, não exige gratificação, não impõe condições, não comporta avaliações. É uma consideração positiva incondicionada que para com os alunos (48). O mestre não poderá ser um juiz absolve ou condena os alunos, que intervém com avaliações, tais como:

é mau...”

aquilo

“Isto é bom,

acei-

(47). Somente

ou tando todos os sentimentos negativos, como os positivos ambivalentes: somente sendo capaz de admitir a expressão

dos

alunos

dos

sentimentos

atenção

e “dar-lhes

pessoa

como

|

independente, com direito de ter seus próprios sentimentos grue experiências” (48), é que ele conseguirá inserir-se no o do po. “Ele será sempre mais capaz de tornar-se um membr de

escola

proposto

participar

do

pes-

o professor tornar-se-á uma

exprime

que

coa entre as outras,

de

(48). No estilo democrático de

ato coletivo de aprendizagem” por Rogers,

todos,

com

comum

em

aprender

grupo,

opiniões

suas

como

qualquer

ção ou situação outro membro do grupo (47). Uma nova condi dade, o envolve, na qual ele agirá, não por força de sua autori personalidade que se impondo-se, mas pelo equilíbrio de uma mãsalienta na classe, tanto pelos conhecimentos como pela

turidade. 40.

47. 45,

ctr. ROGERS, pp. 198-199.

Cfr.

MARQUET,

C.

P.

1972, pp. 67, 69. Cfr. op. cit. nº 46,

R.



B. — pp.

Le

Développement

Rogers

Carl 204

e

o La

de

la

Libertã

Personne,

Dunod,

della Persona,

aris,

Paris

Astro

1970,

|, Roma,

208.

Scanned with CamScanner

143

seus alunos ele deve-

Para acolher e amar sinceramente

rá compreendê-los: entrar no mundo dos sentimentos e significacdos pessoais (49) deles, sentí-los como se fossem próprios, mas

fensiva,

sentimento

“para

menos

pelo

durante

as aulas,

compreender

tentar

como

cóle-

sua

pessoal,

necessita des-

ou alegria, etc. (50). O mestre

ra, indisposição

vencilhar-se,

o seu

acrescentar

evitando

de uma

uma

atitude de-

pessoa

outra

concebe e experimenta a própria experiência” (50). Quando empatiza ele não apenas simpatiza com seus alunos (51), mas com

seu

de esperanças

“feito de sentimentos,

interior,

mundo

confusas” e medos, de desejos e cóleras, de idéias claras e a mo(52), ele poderá ajudá-los a aprender realmente, isto é, dificar suas atitudes e comportamentos. Captar a complexida-

munde dos significados interiores do aluno, imbuir-se de seu atido subjetivo, comunicando-o através da flexão da voz, da tude física, dos gestos ou da formulação clara dos significados ainda confusos para o aluno (49 e 50) é uma das únicas maneiras de manifestar interesse, consideração e atenção pela pessoa deles.

O

tensões,

professor

para

atento

estar

também

deverá

captar

as

podem

as rivalidades, as simpatias ou antipatias que

manifestar-se entre os alunos (52). Com tino ele saberá avizinhar as idéias divergentes, sem desprezar os sentimentos;

repropô-los numa formulação aceitável, tanto pelo que as emite, como pelo que as recebe. Não é necessário pedir que um

aluno aprove as idéias de outro e nem que as reprove, mas é importante que as compreenda, compreendendo o ponto de referência do outro. O professor funciona aqui como um líder ou conciliador do grupo e, por fim, poderá complementar com explicações adequadas, elementos que ele descobre na complexidade das relações interpessoais (52). 49,

Cfr.

C.

ROGERS,

50.

1970, pp. 82-83. Cir. ROGERS, C. R. — pp. 204-205, 208, 198.

51.

ctr.

62.

op.

cit.



po.

49,

Cfr. MARQUET, P. 1972, pp. 67, 66.

B.

La



R.



Le

Centrata-Sul-Cllente,

Terapia

Développement

de

la

Personne,

Martinelli,

Dunod,

72.

Carl

Rogors

o

La

Libertã

della

Persona,

Firenze,

Paris,

Astrot.,

1970,

Roma,

Scanned with CamScanner

144 sd ele

penetrar

avaliações

cias,

do

no âmago

quem

aluno

conforto

e

é coerente

da realidade

para

tende,

a que

pessoais

que só conseguirá imercompre-

irradiar

Se

e segurança, consigo

mesmo

alheia e desfazer-se ver à realidade

tal

o outro a vê. A coerência exige uma perfeita harmonia a consciência, as vivências, as palavras e à comunica-

como entre ção.



for autêntico.

próprio

das

enomênica

a

, proporcionando-lhe

|

poderá

esquecer-se

a

GSI

Rir

À

interna

comunicação

agradáveis

sejam

quer

entre

ou

experiên-

ou

sentimentos

não, e O pensamento

devem

de

cólera,

por aticoncordar com o que o mestre exprime ou comunica ente (53). tudes e palavras. Ser um todo unificado e transpar esse verbalEmbora nem sempre seja necessário que ele expr confiança, amente seus sentimentos de cólera, indignação, conscientize defeição, compreensão, é indispensável que se e reais. Ao falar les e os aceite como sentimentos próprios em forma de “deve ser leal, transparente, e nunca expressar-se dade experimenjuízos sobre os alunos, mas como uma reali ta pretender ser tada imediatamente por ele (54). Não adian não o é. liberal e compreensivo, quando naturalmente Quando

comunicou

Bárbara

seus

sentimentos

xados, mas expresnão o fez dizendo que os alunos eram rela nte a desordem e a sando sua ira, indignação e desgosto pera m, embora revelassujeira. Bárbara percebeu que agindo assi os em seus sentise seus limites, fora respeitada pelos alun mestre reconheça € mentos (54). Aliás, Rogers insiste que o modo de ser autêntiaceite os próprios limites: “E um ouiro

co” (54). O mestre é uma

tal deve

Seu

portar-se.

pessoa distinta dos alunos e como

trabalho

é possibilitar que

à persona-

ísticas próprias lidade de cada aluno cresça com suas caracter

suas pegadas e não impor-se ou insistir que os alunos sigam o máximo de ma maneira que ele (55). “Ter

e reajam da mes SRS

53. 54. 55.

ctr.

pp.

ctr.

ROGERS,

203-204.

MARQUET,

1972, pp. 68-69. ctr. op. cit. nº

C. R. — P. £3,

B.

Le Développoment



Carl

pg.

208.

Rogers

o La

do Ia Porsonno, Libertã

della

Dunod,

Persona,

Paris. 1970,

ma,

astrol,

Ro

Scanned with CamScanner

145 cuidado para não apresentar-se como

desenvolver

deve

um

Cada

(54).

imitar

um modelo a seguir” ou características

suas

de ser e agir.

pessoais e seu próprio modo

Conforme Rogers, a congruência do professor está acima de qualquer método: “Quando eu penso nos professores que

facilitaram

no

progressos

meus

congruente.

(56),

parece-me

que

de ser uma pessoa efetivamente

cada um teve a propriedade

presente”

conhecimento,

Claro que por parte do estudante se presume a percepque ção de tais qualidades presentes no professor (57), dado sem um mínimo de percepção, mesmo que no professor haja a o máximo de autenticidade, empatia e consideração positiv incondicionada, não se realiza a educação.

Rogers pede que sejam postos de lado os dois meios traconferêndicionais de educação mais empregados: cursos e mécias impostos aos estudantes e sejam substituídos pelo (58).

terapia

em

usado

não-diretivo,

todo

O

não-dire-

método

as contivo, quando empregado na escola, caso reúna todas tados dos dições descritas, alcança em geral os mesmos resul

cursos

tradicionais,

no que

se

refere

ao conhecimento

dos fa-

que tos e programas. Algumas constatações, porém, revelaram em que é ligeiramente inferior, neste aspecto (58). Os pontos “refeeste método supera o sistema pedagógico tradicional rem-se ao ajustamento pessoal, à aquisição autônoma de conhecimentos fora o programa, à criatividade e à responsabi lidade pessoal” (58). Parece-me que Rogers pretendeu sugeo rir que o professor elabore um programa flexível. O métod

preocupa-se acima de tudo em propiciar maior abertura do a-

luno

e consequente

à experiência

maior

compreensão,

tanto

uma

maior

de si próprio, como do mundo exterior. Favorece a maior autoconfiança

e

aceitação

em

si

mesmo,

como

bem

aceitação dos outros. Há um progressivo aumento da capacier

56. 57, 58, Rogers

ROGERS,

Cfr. pg.

Cfr.

C. R. — C.

ROGERS,

299.

op.

cit.



56,

R.

Le Développement —

pp.

La

Terapla

de la Personno,

Dunod,

Centrata-Sul-Cllento,

Paris, 1970, pg. 208.

Martinelll,

Firenze,

1970,

211-212.

10

Scanned with CamScanner

146

dade de resolver os problemas pessoais e controlar O próprio madura e comportamento, O que corresponde a uma pessoa a equilibrada (59). Em poucas palavras: os alunos aprendem adorganizar e reorganizar constantemente sua percepção, e comportamquirem uma compreensão global mais realista é transformam se melhor. Progridem em seus conhecimentos dizagem deem vida o que aprendem, razão por que à apren

O professor não só se atém

les é autêntica.

a informar, mas

a pessoa dos pelas atitudes esforça-se mais em transformar tudo, induz à transalunos. O formador informa, mas acima de

da personalidade

ou evolução

formação

a escola,

Caso

em

vez

do

(60).

conheci mento

ra normas uniformes, inculcar o saber mens eruditos, “equipar os alunos de mais tarde utilizar para se tornarem serão mais eficazes as “máquinas de fessores (61).

autêntico, prefi-

passivo para formar hoinstrumentos que possam homens instruídos” (61), ensinar” do que Os pro-

riano, centrando-se Convém lembrar que o método roge entrem em contato direno aluno, pretende que os estudantes

que to com os problemas reais, ao passo e leis, sa cultura, baseada nos costumes

de os

a tendência prefere que

nospais

do contato com muie mestres preservem os filhos ou jovens disto, Rogers subentíssimos problemas efetivos da vida. Além

aluno e não para tende que o saber será organizado no e pelo

o aluno

(61), com o que ele amplia o campo

da liberdade dos

porém, que em

alunos e dá chances

à criatividade. Acontece,

o uso de seu método

ao indicar tais dificuldades, mas preten-

r pais e di“ensinantes e educadores devem enfrenta alunos sejam guiarigentes de nações que preferem que os ele não visa desencorajar dos” (61). Parece-me, contudo, que geral

ede sua aplide alertar sobre uma situação concreta que imp

cação sem

DS E 59.

mmceremçço

cfr. pp.

60.

61.

medida de cautela e prudência.

uma

ROGERS, 204,

CG.

172-174.

R.



Psicoterapia

e

Relazionl

Umano,

Boringh.,

ions Humaines, EPI, Paris, ctr. PERETTI, A. — Liberté et Relat de la Personno, Dunod, ROGERS, C. A. — Le Développement

1970,

Milano,

1967,

Paris,

pg.

268.

1970,

PP-

214, 213.

Scanned with CamScanner

147

É há

Não

que

dúvida

um

dilema

e

ressaltar,

quis

Rogers

como base o valor da s mo ma to nós ou te: uin seg ser o , libersalvaguardar sua dignidade

creio

pessoa,

esforçando-nos

por

damos mais valor à ciência, aos dade e originalidade, ou nós -as to das pessoas, submetendo en im tr de em s, lei e es um cost o primado da subjetividade ce le be ta es ele que to Vis à ciência. pessoa, prefere

um produto da e apresenta à ciência como a pessoa, € dá a esta o dier ov om pr a par do to mé expor um por ela guiada. O homem ser não e a nci ciê a ar reito de gui deve ser o senhor

e do universo. A ele compet

dirigir o uni-

cuidarncia, mas é necessário ciê a á est o viç ser seu verso e a manipulado pela venha ele próprio a ser

se a fim de que não

ciência que

produziu.

ão educativa que ele aç nt ie or a nov a um õe Rogers prop abranapêutica. Esta orientação ter a ci ên ri pe ex na u descobri profissional (62). Ela não or set o r, ola esc or set ge, além do

s ao sugere, mas “dá informaçõe m ne e a lh se on ac não , ige dir O direito de impõe; apenas reserva-se

indivíduo” (63). Nada no germivisa a que à pessoa do alu propor. Age assim porque idade e independência, na original e a tiv cia ini na sça cre e ne iabilidade. O aluno posoc na e ão uç ol ev na , ole ntr no autoco soo que deseja saber, “mesmo de ser informado sobre tudo ia que suã curiosidade se man par s ma ), (63 o” sm me si bre mas. Os pro-

o com 08 proble feste necessita estar em contat s uns se reduzem a contfliblemas referem-se à existência, ma mas intesão científicos. Para os proble

tos interiores, outros binete que forneça a ajuda riores exige-se da escola um ga “vivem em juta consigo necessária aos alunos, pois os que isam adaptar-se para promesmos e com O ambiente” prec s específicos a terapia nãogredir (63). Para estes problema diretiva

Os mesmo 62. 63.

Ctr.

pg.

tem

a oferecer.

muito

na escola e nas para educar, dirigem

profes sores,

método ROGERS, 66.

ROGERS,

C.

C. R. —

A. —

La Terapia

Psicoterapia

aulas,

sua

Centrata-Sul-Cliente,

embora

atenção

Martinolll,

di Consultazione, Astrolabio,

Roma,

usem

O

mais

aos

Firenzo,

1970

1971,

pg. 243

Scanned with CamScanner

148

problemas

científicos. Tanto

professores

como

º

psicoterapeu-

tas terão como escopo fundamental a aprendizagem

autêntica,

a educação, e por isto usarão o mesmo método que tem orina

gem

tendência

convicção

inatas

de

de

os

alunos

organizar-se

possuírem

ou

e a

a capacidade

reorganizar-se

e regular-

se, orientando-se para uma modificação positiva. Tanto uns como outros deverão interessar-se por todos os problemas lepelos

vantados

alunos.

ao terapeuta

Apenas

oferecer

compete

as condições para que o aluno supere O estado de contradições internas. Aos professores, além das condições para que o aluno cresça e amadureça, urge que coloquem à disposição

dos mesmos os recursos ou lhes indiquem as respectivas fon-

tes, bem como dêem as informações requeridas para que se curtornem aptos a resolver os problemas que encontram no so da própria existência. A ajuda fornecida pelos terapeutas e professores “implica na orientação por parte dos mais ca“o pazes aos menos capazes” (64), mas que visa encorajar amadurecimento psíquico independente” (64). O amadureci-

mento independente não é suscetível de comunicação direta, pois a pessoa não o adquire pelo ensino. O ensino é incapaz

de modificar o comportamento da pessoa, e até pode ser prejudicial. “Na escola, como na psicoterapia, os únicos conhe-

cimentos

víduo

mesmo

são

matem

64. 65.

que

podem

somente

e dos

influenciar

aqueles

que

quais se apropria”

o comportamento

ele

próprio

(65).

descobre

mm

ROGERS, ROGERS,

C. R. — C. R. —

dum

o,

Psicoterapla di Consultazione, Astrotabl Lo Développement do ta Personno, Dunog,

Roma,

Paris,

1971,

4970,

indi-

por si

pg.

248.

pg. 198.

Scanned with CamScanner

CAPÍTULO

VI

EDUCAÇÃO,

DIÁLOGO E LIBERDADE O escopo

deste capítulo é explicitar o que Rogers enten-

de por educação, e evidenciar que

quando

descrever OS dotes que ornam º educador relação humana, o diálogo, em qualquer

não-diretivo

turalmente

orientado

e bem

amadurecimento

ao

isto é, na-

é educativo,

conduzido,

da pes-

psicológico

soa.

O sistema

focaliza O aspecto

de Rogers

educativo

global

o, não se preoiss Por co. ógi col psi or set no nas da pessoa ape busca modificar o ar defeitos hereditários, não san

cupa

em

do-o

pará que

ambiente

e cultural

social

favoreça

adverso,

preparando-o

a educação,

nem

e predispon-

mesmo

Proton

in is so da graça divina descrever de que modo O concur Os problemas biológico, sociopensável à educação integral. olvidos

lógico,

em

seu

moral,

religioso

sistema.

Alguns

fisiológico começam

e teológico segmentos

a ser estudados,

não foram do

aspecto

mas como

desenv

biológico

|

ou

repercussão

Scanned with CamScanner

da

algo

0

N

A

+

de seus

siva universalização

cam

análogo,

O prisma

princípios psicológicos,

eles pas-

encarada

resressonância deste. Por efeito da prog

e como

psicológico

modo

(1). De

sob

mas

sociológica,

dimensão

da

biológica

na

psicológica

dimensão

(2 e 3).

social

âmbito

em

a ser aplicáveis

anismo é dotado duma Rogers está convencido que o org um poder intrínseco de crestonte central de energia (1), com i-

“A tragicidade da cond cimento e transformação positivos. dido a confiança nas ção do homem deriva do fato de ter per es” (4). O processo epróprias forças interiores não conscient ria

, no dinamismo da próp ducativo rogeriano apoia-se, pois seu sistema não se apresenpersonalidade (5). Baseado nisto, prevenção, mas como um método

ta como um programa de rior do indivíduo pode de promoção da pessoa. “O mundo inte re seu comportamento do ter influência mais significativa sob força do

ernos” (6), e é por que os estímulos ambientais ext o não se-tornará joguete do crescimento interior que O indivídu a direção e controle exterambiente (6). e não por força dum nos (7). imposições de leis, casNão é, portanto, com proibições,

fiscalizações ou conselhos que se que faz a educação” (8). A edueduca: “não é a boa correçaão amento dos indivíduos pelo cação não consiste num condicion

tigos e recompensas,

com

controle de seu meio Rogers exige mesmo

m (9). e das satisfações que eles recebe porque um ambiente rico de estímulos,

ímulos externos, o orga“quando o indivíduo é priv ado de est de estímulos internos, nismo humano produz uma quan tidade 1;

2. 3. 4. 5;

6.

7.

Bb.

Cfr.

ROGERS,

1970,

pp.

Ctr.

pp.

ROGERS, 196

ss.

pg.

C.

293.

R. R.

C.

ROGERS,

Cfr.

Op. Cfr.

2339-341,

La



R.

C.

Centrata-Sul-Cllente,

Terapia



Psicoterapia



Le

e

Relazioni de

Développement

la

Umane,

Martinelli,

Boringh.,

Personne,

Dunod,

Milano,

1970,

Paris,

1970,

259.

1968,

cit. nº 1, pg. 309. ZAVALLONI, Roberto

pg.

Educazione



e

Personalitã,

Vita

é

cit.

pp.

207,

PERETTI,

pensiero,

Milano,

48.

339, ROGERS, C. A. — Op. cit. nº 1, pp. 333,

Op.

Firenze,



2,

André

po.



177.

Liberté

et

Relations

Humaines,

EPI,

paris,

1967,

P9-

192.

47.

Scanned with CamScanner

151 às vezes de tipos muito esquisitos... anismo

imperfeito

venção

perturbar

ativa

por

e doente” parte

as forças

de

do

característica de um or-

(10), e de outro

outra

pessoa

equilíbrio

psíquico

lado,

“a inter-

(especialista)

natural”

arrisca

(11). Por-

tanto, educar, no pensamento de Rogers, não é modelar sutilmente os indivíduos à imitação do educador (9), não é submetê-los a imagens apresentadas por outros (10) ou de acordo devem

não

indivíduos

artificial, de imposto

do exterior (10).

manipular,

de escolha

negar a liberdade

memorizando,

passivo

saber

ao

as pesnão imseria

isso

seria

fundamental,

destruir a pesoa humana (13). Educar não conformistas, estereotipados, que concluíPor isso, a educação não é algo de estáa um estado de perfeição, não é uma do-

despersonalizar ou é formar indivíduos ram sua educação. tico que se amolde mesticagem

tudo

porque

(12),

deseja

que

direção

na

de

predeterminado,

de

algo

tornar-se

O educador não estabelece metas, não plasma soas, não faz sentir e pensar de seu modo pessoal,

pulsiona

Os

pela cultura e sociedade.

uma forma preestabelecida

com

(13),

conhecimentos

acumulando

(14), embora

mera via intelectual

se

que

ouvindo

adquire

transmissíveis

e

por

o valor de tais

não se negue

conhecimentos.

A educação é uma aprendizagem as capacidades intelectuais, o caráter influência

nalidade

transformadora

Ela só

(16).

jeito. É impossível Do

9, 10.

sobre

o comportamento

ser conquistada

outrem

o faça em

Ctr.

pp. 267, 47. ROGERS,

C.



R.

KINGET,

G.

M.





R.

C.

ROGERS,

La

Le

Développement

de

la

Centrata-Sul-Cllente,

Terapia

Psicoterapia e

Relazioni

Umane,

12.

Cfr.

op.

14.

Cfr.

PERETTI,

16.

Cfr. ROGERS, C. R. — Op. cit. nº 11, pg. 204.

13,

15.

pelo

seu

profunda

e a perso-

próprio

su-

Paris,

1970,

lhe

lugar ou

CSN

20-40.

n.

que

pode

uma

e por isso exerce

toda se empenha

A pessoa

para a qual concorrem e a personalidade (15).

cit.



10,

pp.

38-40.



Liberté

Op. cit, nº 9, pp. 168 e 266, 214 e 245, 196-210. Andró

Op. cit. nº 10, pg. 65.

et Relations

Dunod,

Personne, Martinelll, Boringh.,

Humaines,

EPI,

Firenze,

Milano,

Paris,

1970,

1970,

1957,

pg.

pg.

pp. 58.

195.

.

Scanned with CamScanner

152

€ 13). A educação é (17 o eçã dir e ino ens te ian med ita transm renascimento do interior e ant ess inc um o. ent um novo nascim pode dar é “favorecer uma or ad uc ed o e qu a ud aj a (18). A únic a maiEi or pes soais do sujJe eito e um valorização maior dos recursos aceitar à inteira potenciali, (18) ” são res exp de possibilidade . Nesque ele à torne real (18) para

do outro, contirmá-lo

dade

=

ducere” te sentido educar é “ex-

des a explicitar suas capacida

-guém

levar para fora, ajudar al-

interiores, é facilitar ou

o potencial, sem pretenpri pró O zar ali atu a o du ví induzir O indi indivíduo (18). O no ste exi não que o r der criar ou introjeta o e O responsável por sm me si de ce ífi art O é próprio sujeito ação, ente de sua própria educ ag O e o eit suj o é Ele si (18). cação, porque O próprio du -e to au a um a liz rea porém, ele não O caminho positivo de seu ue eg rs pe € e gu se os pr só sujeito , para à qual desenvolvimento

a cooperação

numa



do educador

compreensiva

relação

se torna

essencial”

elemento

um

(19).

O facilitador, auxiliar Ou catalizaO educador é o indutor, do-o a iona O educando submeten dor. O educador não condic não

s pessoais, porque isto forças externas, a leis ou exigência ao léu, de, nem tampouco o abandona conduz à autonomia monstrando completo

desinteresse,

porque

O abandono

tude não estimula à autonomia.

também

esta ati-

total da pessoa

de (20). deixa-a à mercê inerte da própria vitalida

inferir que O Parece-me que da teoria rogeriana se pode obedece tamorganismo humano, em seu aspecto psicológico, ecer no estabém a uma hipótese de inércia, tendendo perman do

maturidade

de

que

se encontra,

hu-

relações

faltem

caso

ração. Dois manas que atuem seu crescimento ou sua desinteg ntegração extremos, nas relações humanas, provocam a desi dado e deseducam a pessoa. “Não há absolutamente nenhum DO

17. 18.

19. 20.

Astrolabio, Roma, ROGERS, C. R. — Psicoterapia di Consultazione, Cliente, Martinelli, ctr. ROGERS, C. R. — La Terapia Centrta-Sulpp. 169-172, 68, 84, 290-291, 339.

ZAVALLONI,

1968,

ctr.

ac.

pg.

260.

Roberto

MENEGHETTI,

1972-1973,

pg.

44.



Educazione

Antonio



e

Personalitá,

Ontopsicologia

Vita

dellUomo,

e

1971, pg. 208. Firenze, 1970,

Pensiero,

PUST,

Milano,

Roma,

ano

Scanned with CamScanner

153

que sustente ser eficaz o terapeuta de atitude fria, 'intelectua(21).

lista, analítico”

fria, de

é a atitude

Uma

desinteresse

desprezo, em que o educador se mantém à distância (21 e 29), atitude proprocurando isolar-se desdenhosamente atrás duma

desumana fissional e numa relação impessoal (22). Tal atitude a si mesmo, sentir-se inútil e leva O indivíduo a desprezar-se

educação laxista tútil. Neste extremo que poderíamos intitular afetiva do edu(23), O educador não condivide a experiência antes

(24),

cando

rente (24), o que

destacado

mostra-se

dispõe

cador procura sujeitar O educando condicionar

rígidas,

nos. Com

sua'pessoa

dência

à atualização

(26),

e indife-

(24).

legalista (25), em que o edu-

a leis, introjetar exigências

a avaliações

em seu contato com e altera

ou

exter-

juízos

no desenvolvimento

interfere

tal atitude O educador

progressivo do educando,

a nausear-se

a pessoa

Outro extremo é a educação

emotivamente

à própria ten-

sensivelmente

a tendência

as próprias potencialidado zan ali atu , -se tar ple com a natural a ser guiada, não por sua des (26). Quando a pessoa passa mas por leis impostas, ela tendência natural ao crescimento, (26): em vez de amar-se e lent biva o mod de age e rca se bifu consegue controlar-se. Creio começa a temer-se, porque não cado a temer-se nem à desque o indivíduo não deve ser edu fio que foi a educação lecon Des -se. amar a ém por e, ar-s denh uma

a Kierkegaard

galista imposta

que O dispôs

a produzir

€ foi a educação laxista, filosofia da angústia e do desespero, ilo rouseauneano), que levou do abandono e da indiferença (est paradoxal que pareça, OS Sartre a pensar o ser e O nada. Por

dois

extremos

convergem

em

seus

efeitos

negativos,

porque

leis rígidas, impede-se sua sujeitando o dinamismo interior a ndonando-a desdenhosamenautonomia e crescimento, e aba

22. 23,

Firenze, 1970, PP. Centrata-Sul-Cllento, Martinelll, ROGERS, C. R. — La Terapia 242, 81. EPI, Paris, 1967, PO. 194. té et Relations Humalnes, 1972Ctr. PERETTI, Andró — Liber Roma, PUST, del!Uomo, ontopsicologia — Antonio Ctr. MENEGHETTI,

24. 2E. 28.

Ctr. op. cit. nº 21, pp. 56, 72 e 2988. Cfr. op. cit. nº 23, pp. 44-45. cit. nº 21, Cir. ROGERS, C. AR. — Op.

21.

1972,

pp.

44-45.

pp.

309,

291.

Scanned with CamScanner

154

te incute-se a futilidade da vida que se esvazia de valor e não

co oferece a possibilidade de desenvolver a liberdade interior (27). Desfaz-se o crescimento interior. Se admitirmos a existência de Deus, é bem fácil que am-

bos os extremos levem ao ateísmo: um, porque o indivíduo não suportando o peso de um Deus-Dever, enrigece e se obstina

no pecado;

do valor da vida le-

o esvaziamento

outro, porque

va o indivíduo a desprezá-la e por isso não vale a pena admitir um Deus para conservá-la, muito menos para criá-la. Conforme Rogers, para educar exige-se a participação da pessoa toda do educando (28), mas igualmente, o empenho ativo e pessoal do educador (29). O educador educa, não pe-

lo que sabe,

muito

mas

pelo que é. A sua personalidade

mais

principal de educação

é O instrumento

são em pri-

(30). Não

meiro lugar seus dotes intelectuais (31), nem seus conhecimentos teóricos e profissionais, ou as técnicas que emprega (29), mas suas qualidades pessoais, suas atitudes, que educam (31 e 29).

A

básica

qualidade

educador

do

é ser

autêntico,

sem

máscara ou fachada. Quando o educador sabe ser sem temor, a complexidade dos próprios sentimentos e experiências, e comunicar de modo inequívoco o que é, ele se porta como pessoa, agindo de modo natural e espontâneo (32). A pessoa

aberta

constantemente

será

autêntica

experiência

à própria

(30) e, consequentemente, mais objetiva em conhecer-se a si mesma, tomará consciência de sua estrutura emotiva, de seus limites e defeitos (31), será receptiva e sensível a tudo o que nela acontece e nas relações humanas (32). É cheia de um espírito de observação e intuitiva, e por isso mesmo não é obmera Si

27. 28. 29.

30. 31 32,

Ctr. pp.

C.

ROGERS,

48,

La

R. —

Terapia

71.

Cfr. MARQUET, P. B. — Carl Rogers 1972, pp. 59-60. 245. Op. cit. nº 27, pp. 46, 71, 89,

ctr. KINGET, 100-102.

ctr.

ROGERS,

ctr.

op.

249-251,

193.

cit.



R. 27,

La

Libertã

della

Psicoterapia e Relazionl Umane,

G. M. — . G.

o



Psicoterapia

pp.

76,

80,

96,

di

Consultazione,

Firenze,

Martinelli,

Centrata-Sul-Cliente,

À

Astrol.,

Persona,

Boringh., Astrol.,

1970, Roma,

Milano,

1970, PP.

Roma,

1971,

.

PP-

255,

Scanned with CamScanner

155

jusa, tanto em

das

dos

reações

relação

outros

Mostrar-se-á

(31).

em face

reações, como

às próprias

pessoa

uma

inte-

rada (33), sentir-se-á forte, autôrioma e segura de si mesma e não se perturbará diante das oscilações das atitudes dos

outros;

não

se assustará

se deixará

não

medo

do

outro,

amor;

não

se horrorizará

do

abater pela depressão alheia, nem se sentirá destruída por seu seu

pelo

ódio ou absorvida

e nem

. se escandalizará (33). O educador deve ser senhor de si mesmo, dotado de uma forte capacidade de autocontrole (31). Ele

denota estabilidade, face à instabilidade alheia (30). Nunca (31), pordemonstra uma atitude fria, indiferente e impessoal

que é capaz de estabelecer e manter liames afetivos estreitos (34), porém

a pon-

sentimentalmente,

não se sentirá envolvido

identidade, não to de identificar-se com o outro e perder sua a uma expodendo mais ajudá-lo (35). Esta situação acarretari expressiva e cessiva implicação emotiva. Ele é uma pessoa outros, sem original, capaz de interessar-se vivamente pelos sujeitá-los pretender possuí-los (36), sem propor conselhos e

sua pessoa à própria orientação ou exigir que se moldem em outro e con(36). Tal educador sabe respeitar a integridade do

firmá-lo como nosticado

pessoa, não o vendo como algo de rígido, diagpelo

e formado

passado,

mas

capaz

alguém

como

dor de. desenvolvimento interior e criatividade (36). O educa deve ser capaz de amar gratuitamente as pessoas, sem impor condições e sem emitir juízos de valor (38). Deve ser uma pessoa cheia de calor e compreensão, simples e “apta a entrar completamente no mundo dos sentimentos e dos significados pessoais do outro, a ponto de captar não somente os significados óbvios, mas também os implícitos, de sua experiência, e de reformulá-los

dadeiro educador;

claramente”

(36). Pode

de estabelecer

“se for capaz

ser um ver-

uma

relação

—emeee—e CT

33,

34. 3 5.

.

36,

Ctr. ROGERS, B0-82.

C.

R.



La

Terapia

Centrata-Sul-Cliente,

Martinelli,

Firenze,

pp.

Cir. KINGET, G. M. — Psicoterapia e Relazlonl Umano, Boringh., Milano, 1970,

pg. 88. Ctr. ROGERS,

C.

R.



Psicoterapia

di

: Consultazione,

Astrol.,

Roma,

1971,

pp. 249-251.

Cfr. ROGERS, C. R. — Op. cit. nº 33, pp. 70-71, 80, 82-85.

Scanned with CamScanner

156

de ajuda consigo conscient

mente

mesmo,

sensivel. isto é, se ele puder estar

e e bem disposto para com 08 próprios sen.

de estabelecer u-

probabilidade gran de

timentos, haverá uma

(36). Quem é capaz de ” os tr ou 08 m co a ud aj ma relação de mes. nça e atenção consigo de

relação

uma

instaurar

confia

do udar os outros (36). Quan aj € se rca ni mu co de mo, é capaz o me smo está interrompida, não conseig ns co o çã ca ni a comu com

comunicar-se

guirá

mesma,

logar consigo

(37). A pessoa hábil em dia-

os outros

boa comunicação

duma

possuidora

no

diálogo educativo um rar tau ins rá de po a, pri pró si interior de uir os outros homens str con e se rca ni mu co outros,

com os (38).

o diálogo

“Como

sencial à educação”

à terapia, é igualmente esridade da (39), visto que estimular a matu é essencial

de orientação, tanto no es çõ la re s da po co es é e ad personalid (40).

campo

e terapêutico

profissional

como

educativo,

interpessoal (38): nesta O diálogo é uma comunicação ou um grupo (40). Porsoa pes uma ser e pod ro out interação o ral ou multilateral. Como O diátanto, o diálogo pode ser bilate ança

as forças poderosas de mud logo rogeriano visa libertar ura da personalidade, melhonas pessoas, modificar à estrut es entre os homens (38), levar a rar as relações e comunicaçõ (41), trata-se evidentemente de uma aprendizagem autêntica podem ser

o quem conduz um diálogo educativo. Neste diálog líder de grupo, o terapeuta, o r, esso prof O , ico méd o , pais os No estilo de diálogo, em o orientador educacional, etc. (40). ão dos menos capazes, que um conduz, há uma real “orientaç usado no ensino, na dipelos mais capazes” (42), e pode ser na vida familiar, etc. (41).

reção de grupo, 87. 38.

39.

40. 41.

42.

C. R. Cfr. ROGERS, pp. 229-220. Idem, pp. 229-231.

ZAVALLONI,

1958,

Cfr. pp. Cfr.

po.

ROGERS,

248,

36.

68, 72. cit. nº

C.

AR. —

C.

R.

37,



Le

pp.

La

de

Développement

é

Educazione



Roberto

ROGERS, 69, op.



Terapia

196-210,

Psicoterapia

241

di

|a

Vita

Personalitã,

Centrata-Sul-Cliente, e

; 242.

Consultazione,

e

Penslero,

Martinelli,

Astrolablo,

1970,

Paris,

Dunod,

Personne,

Milano,

Firenze,

Roma,

1971,

1970,

PP.

157.

Scanned with CamScanner

157 Rogers

suger

é

e

qu

e

entre duas ou mais que este tipo de diálogo pode instaurar-se

ca

ca

vontade, d ou dotadas de boa (41), Pessoas

;

pacidade

com

mesmo Me

p pou-

as de poucas qualidades, porque

ele julga que o essenci

o diálogo é o desejo de com(40), , e não Feanto para preender ria o conjunto de qualidades. Conclui-

E humana qui que a seu ver, todo diál ogo ou toda relação a em dis que » Ro se concentra mais na escuta compre-

ni E leva a resultados positivos (38 e 41).

e

jr ba

“Um erro

e

sultor falar demais”

(42). É verdade, porém,

que todo diálogo comporta uma bipolaridade: o falar e o esfic cutar (43). Rogers deu-s e conta que a dificuldade maior está E ar e compreender, porque ainda que se utilize a mesdi

ma

linguagem

uma

usa

um

cada

ngua,

a

devido

diferente,

diferença da pessoa, de seu ponto de vista, de sua especialisuas experiências e sentimentos, de seus humores, que exerce na sociedade e na comunidade em que

zação, de da função

vive (44). A imagem que cada um faz de si mesmo e de seu interlocutor modifica o teor da mensagem. Uma imagem inexata

fazer

pode

outros

dos

do que

mais as pessoas

com

que

as aproximem

as

distanciem

palavras

a um diálogo autênti-

nisso, uma dificuico (44). Creio que Rogers prevê, baseado coriduz o diálogo toma udade para dialogar: quando o que

ma

atitude de superioridade. Além

uma

ou

posição

disso, se

à liberdade e a reso diálogo educativo pretende promover atitude não-democrática que ponsabilidade do educando, uma à dependência

(45) levaria rompesse com qualquer igualdade distâncias, enquanto a relação que suprime as

e submissão,

igualdade, pronão o respeito, e coloca as pessoas em pé de

move

o

crescimento.

comasião mais válida para oc a “é o ic nt tê au o O diálog À el tornar-se da o irrepetív pri pró O r ca fi di mo e preender, ajudar ca, por À compreensão empáti ). (43 o” tr ou do personalidade 43.

ctr.

44.

ch

45.

91.



rolê

ri GET

pg.

Antonio

MENEGHETTI,

G.

M





Liberté

ontopsicologia

Relations

et

psicoterapia

e

Relazionl

dell!lUomo,

Humainos, Umane,

PUST,

EPI,

Roma,

Paris,

Boringh.,

1967,

Milano,

1972-

Pp. 1970,

| Scanned with CamScanner

158

O diálogo, “deve ocupar a maior part

conduz

parte de quem

onar co. do tempo” (44). O condutor ou catalisador deve funci mador... mas mo um espelho (46) “não um espelho frio e defor na totalidade do que é e diz" um espelho que reflete O outro

palávras, aos (45). É necessário dar atenção ao significado das sentimental (46). É presentimentos expressos, à tonalidade

irradia, colher o ciso observar atentamente o que à fisionomia modo direto e reflexo, procuque a mensagem comunica de

indivíduo revela sem rando penetrar eté no âmago do que o fazer Uso imediato (47). É perceber, embora disso não possa

necessário

de vista do outro, suas idéias

do ponto

“perceber,

assisentir quais são seus sentimentos,

e atitudes expressas,

nas, mas seu quadro de referê milar não somente suas palavr ” (48 e 49). Este empenho em cia a respeito do que ele fala o outro,

escutar

como

mas

olhos

OS

com

e ver

outro,

do

despojamento

(50), requer um

o outro”

não

“ver

com

de toda ati-

te abertura total para O den pon res cor uma com iva ens tude def

outro.

visto que sempre se (49), coragem pressupõe Tudo isso ou alterado (48); teme-se sofrer transformado ser de medo tem se tende a influenciar (48), porque justamente uma influência, no universo do outro, assimilando penetrando que, acontece e O risco real de ser transcorre-se referência, de ceu quadro maver as coisas da mesma formado (49): “Nós arriscamos de

nosso próprio ponto modificamos e (49) outro” o neira que à abertura total pacompreensiva, escuta à disso, vista. Além das emoções fortes. Os problecontrole um supõe outro, ra o orde m intelectual. Fundamentais mas, em geral, não são de nte Os não re-

são

conhecidos.

e afetivos, especialme peso aos isso, deve -se dar mais

emotivos

os fatores

Por

aee 46.

47. 48.

49.

50.

cfr.

Psicoterapia



R.

CO.

ROGERS,

142, 139 e 141. idem, pp. 170, 130-131.

PERETTI

André



Liberté

ROGERS,

R.



Le

163,

1£8. C.

221-232, 233. MENEGHETTI, pg.

78.

Antonio

e



Humaines,

Pelations

Développement

Astrol.,

Consultazione,

di

de

Ontopsicologia

EPI,

Personne,

la

dell'Uomo,

Paris,

Dunod, pUST,

sentimentos Roma,

1957, Paris, Roma,

1971,

PP.

pp.

161,

1970,

pP-

1972-1973,

:

Scanned with CamScanner

159

am

sencialmente (47). O diálogo não se passa es , em

a raio

o ri

sentido

que

ivo

São as atitudes profundas

nal ou intejectual,

modificam

e que

dificultam escutar bem

que emitimos ou recebemos, por isso,

da mensagem

O

cação, O diálosão elas que determinam ou impedem a comuni

funções intelectuais go (51 e 52). Não são simplesmente as dade da pessoa (51). se empenham no diálogo, mas a totali

que

indispensável

elemento

emotivo,

o controle

Portanto,

ao

diá-

amente da boa vontade, logo (52), é difícil que dependa unic exige maturidade.

m disso do desejo de cada um, porque alé Rogers sugere, para O diáloCreio que é por causa disso que , a presença dum catalisador, duma

ou

go grupal

terceira

multilateral

pessoa

capaz

de

velar

OS

conduza

que

sentimentos,

e atitudes de cada um, para o diálogo, esclareça as opiniões para facilitar a ios membros da verdade e

aproximar os vár comunicação mútua

(52).

conteúdo do diálogo, não só Por outro lado, podendo ser (53) ou cientimas também a cultural existencial,

a interação

fica,

parece

cultural

mais

indispensável elevado,

além

de

a presença de

um

possuir

com nível

alguém,

emotivo.

controle

mas truir, impor ou moralizar, ins a par á ser não ça en Sua pres mizando as pessoas € na di e, nt me va si en re mp para escutar co solicitado (54). informando-as quando é a atitude que emite iva ens pre com e tud ati da O inverso entos do outro. O compre am ns pe e s ato OS lia ava juízos ou õe ao im como o escutar se op ass , gar jul ao e -s õe op r ende lher O quadro de referênaco de os am ix de nós r, lia falar. Ao ava de ndo o nosso próprio ponto po im e do in ag re ro, out cia do óbice a uma

vista.

Por

isso

comunicação

eee ice 51.

E2. 53.

54.

Rogers

hipotetiza

que

“a

maior

natural de

tendência mútua interpessoal é nossa

s André — Liberté et Relation cfr. PERETTI, 154-157. Le Développement do c'r. ROGERS, C. p. — pp. 231, 233. Ontopsicologia — Antonio MENEGHETTI, ctr. 1973, pg. 77. 209-211. ctr op. cit. nº 52, pp.

Humaines,

la

Personne,

dell!Uomo,

EPI,

Paris,

Dunod, PUST,

1967,

Paris, Rome,

pp.

1970, 1972-

Scanned with CamScanner

160 de

julgar,

de

avaliar,

d

pareceres

os

desaprovar

OU

aprovar

valorativo é um outra pessoa ou outro grupo” (55). Todo juizo

que as coisas têm esquecimento da escuta, de sentir o sabor ponto de vista e torna-se, por seu r mila assi de o, outr o para quadro de referência, uma isso mesmo, uma rejeição de seu (56 e a outra pessoa tal qual é her acol € tar acei em recusa da posição alheia, fecha ção ova apr des OU ção ova apr 57). Toda

cação, impede o diálogo. minha abertura, interrompe à comuni outro e o uma ameaça à pessoa do com

O juízo apresenta-se

depois * o que faz aprovar ou ria, próp ha min de sa defe uma e Enquanto funcionar ataque (56). se” erend def é saprovar caruição, desintegração, desedu defesa só pode resultar dest a comu-

ção. Enquanto

que não se impede

existir diálogo, em

dinamizadas, visto são soa pes da ntes late as nicação, as forç nem são freiadas

direção externa que não são sujeitas a uma e termos, O diálogo promov

por el a. Em outros s cimento a independência, o cre

à autonomia e natural e, consequentemente,

educa.

e reu quadro de referência -me do te par e qu zo juí Todo , outro, deseduca. Infere-se do oa ss pe da sa cu re presenta uma ou acalmar, instruir, zar ili nqu tra r, di ua rs pe portanto, que guiar, e mesmo questionar

selhar, comandar moralizar, sugerir, acon demonstram uma supeto an qu en ar, ret erp int ou interrogar € do diálogo compreensivo,

discordam rioridade sobre o outro, (56). iam à comunicação bloque

porque

Escutar

empaticamente,

julgar; acolher com condições;

amor, sem com

aceitar

com

atenção

nunca

e interesse,

sem

rejeitar ou recusar, ime incondicionalmente

respeito

(58). O m diálogo educativo nu , is ta en am nd fu usão as atitudes pessoa do outro, é ed na do ra nt ce Ou diálogo não-diretivo lo Il cativo... ctr. o capítu pondo

DO

55. 56.

57. £8.

cfr. ROGERS, pg. 230. Ctr.

PERETTI,

150-151, Op. cit. Cfr. 1973,

160. nº ES,

GC.

R.

André

PP.

MENEGHETTI, pg. 78.

— —

Le

Développement

Liberté

2931-232. Antonio



et

de

Realtlons

ontopsicologia

la

Personne,

Humalnes,

dell'Uomo,

Paris,

Dunod,

EPI,

Paris,

pusT,

1967,

Rom2,

1970, PP-

sara

-

Scanned with CamScanner

161 posta

O di

em sua estrutura a resposta

eo

seu valor enquanto

ni

essenciais

em

citadas:

Deo

(60). A eo

cionada

sendo a mais importante

às perguntas dum rr

Cd ninicabaa 4 ideia da bondicssa

mação

Hp ento

qr

(58). A res-

positiva

ia e consideração

(59), tem

Fomuições

incondi-

portanto, não é uma simples réplica

na (61). A resposta que liberta e edudas próprias

sa

idéias (62),

nem

a infor-

psjados; (62) sou pr E e conhecimentos pessoais, quando indequalquer relação com problemas vitais (63). A a oais a ailiiidas: combfesn uactiva por excelência é a expressão das siva e acolhedora, e, quando verbalizada, C E

é a reelaboração exata das idéias e sentimentos da pessoa

que falou, a ponto de satisfazê-la plenamente” (62). Refletir pretendeu

o interlocutor

o que

tudo

comunicar,

resumindo

O

que ele pensa e sente, é o primeiro passo do diálogo, antes

de colocar à disposição do outro ou do grupo, sem impor, conhecimentos e experiências próprias (62). “É necessário estar constantemente alerta para receber os sentimentos do sujeito. É fundamental usar as palavras não mas

apoio,

de

bastão

como

como

instrumentos

cirúrgicos,

de

tal modo que estimulem o processo de amadurecimento... inibir ou esToda expressão tem importância e influência em devem estimular a maturação psicológica” (63). “As palavras O estado de ânimo tar em sintonia com as expressões e com Quem conduz o diálode quem fala”, isto é, do paciente (60).

expressos go só pode reconhecer verbalmente os sentimentos receptor nada de pró(63). A resposta é educativa enquanto o

tanto o significado prio acrescenta e responde fielmente, não

outro intenciona comunicar direto da mensagem, mas o que O que às idéias (63). (64), dando mais peso aos sentimentos

aa 59. 60. 61.

62. 63.

64.

Rogers

Ctr. KINGET, pg. 269. cfr. ROGERS,

pp.

58.

65-66,

ctr.

ROGERS, ROGERS,

Op.

cit.

G.

M.



Psicoterapia

C.

R.



La

cfr.

1973,

61,

pp.

MENEGHETTI, pg.

82.

Relazioni

Boringh.,

Milano,

1970,

Martinelli,

Firenze,

1970,

Umane,

Centrata-Sul-Cliente,

ultazione, Astrolablo, Roma, 1971, 158. GC. R. — Psicoterapi a di Cons de la Personne, Dunod, Paris, 1970, GC. R. — Le Développement

Crr. pp. 232, 209, 207. nº

Terapia

e

243,

149

Antonio

6



131.

Ontopsicologia

dell'Uomo,

PUST,

Roma,

1972-

11

Scanned with CamScanner

162

A técnica reflexiva “não é absolutamente uma condição

essencial para a terapia” (65), para O diálogo. “O uso do si. lêncio pode constituir uma das técnicas que acelera o processo” (63). O silêncio prolongado, porém, durante os primeiros colóquios, pode também rar

com

e

embaraço,

isso

ser um meio de comunicar e ge-

entravar

duma

(66). A própria estruturação

resistência

provocando

processo,

O

entrevista Inti-

verbal (67). Quero ma não se comunica através da informação O fundamento

isso, que

com

dizer,

é a atividade

não

conduz o

por parte de quem

uso da palavra ou de técnicas,

(66), o

diálogo, para bloquear ou encorajar a expressão de atitudes sim sua capacidade

e sentimentos, O livre desabafo (68), mas es. de autocontrole (66), suas atitud

interpretação. A resposta verbalizada, seja ela o reflexo, a sonhos, das assodinâmica da personalidade, a análise dos

uma profunda empaciações livres, etc. enquanto comunicam ionada por parte do tia, uma consideração positiva incondic ntos e técnicas úteis condutor do diálogo, constituem instrume e são educativas. à plena realização da pessoa (69),

a resposta-reflexo (67) Interessa-me agora desenvolver rogeriano. À modalidapor ser a técnica pr eferida no diálogo retação é feita, “servinde mais singela de resposta ou interp pelo sujeito” (70) que do-se dos termos e símbolos usados o a afirmação já expresfala; ou também, “retomar, elaborand modo muito adequado sa pelo cliente” ( 70). Em geral é um crição desprovida de reproduzir os pontos chaves de uma des ção, o interesse, à carga emotiva, visto que manifesta a a ten p arte de quem €sScompreensão, a sintonia e O respeito, por expr essão dos senticuta e como consequência provoca a 65. 66.

67. 68. €9.

70.

C. ROGERS, pp. 58, 65. C. ROGERS, 163, 198.

cfr.

pp.

R.

La

— —

Psicoterapla

G.

M.



Psicoterapia

KINGET,

297.

Cfr.

op.

cit.



66,

pp.

130-139.

Cfr.

op.

cit.



65,

Pp.

65-66.

pp.

203,

135.

cit.



di

R.

339,

Op.

Centrata -Sul-Cllente,

Terapla

66,

Consultazione,

e

Retazionl

Astrolabio,

Umane,

Firenze,

Martinelli,

Roma,

Boringh.,

1971,

Milano,

1970,

pp.

1970,

Scanned with CamScanner

163

o ponto

segundo

importantes,

frases

as

Repetir

mentos.

de

escla recer ou devista de quem fala, sem nada acrescentar, orcionar segurança duzir, é a técnica mais eficaz para prop utor (71). É a técnica e estimular as forças latentes do interloc autônomo. (Cfr. capítulo |, PP. estas respostas devem ser sim-

que educa para ser livre e Convém lembrar que 72-74.

ponto de ser possível reconstruir a ples, con cretas e claras a la, partindo das respostas do que escuta narração de quem fa (71).

to sobre O sigConsiderando que este diálogo põe o acen

nificado

lavras

do

sobre

e não

emotivo

emissor,

e se

imediata, e não na passada

O conteúdo

concentra

na

fletir

comuncar,

tenciona

aqueles

verbalmente

das

pa-

presente,

experiência

a (71), é de capital importânci cap-

em, tar o sentimento inserido na mensag locutor

intelectual

€ aquele que o inter-

refletí-lo.

para

sentimentos

que

Reconhecer

re-

expressos

foram

do adequadamente (72). Esclarecer, reelaboran a, formulando mentos que o emissor se dá cont

e

aqueles senticlaramente Os

aspectos da experiênsignificados que lhe são confusos e os r-

amente consciente (73 e 74). Ve cia da qual ele está escass maneira nebulosa e hesibalizar o que o indivíduo acena de

ões de reconhecer como prótante, caso ele esteja em condiç imentos negativos, como prio (73 e 74). Refletir tanto os sent m qualquer aceno de aos ambivalentes e os positivos (75), se

tação ou desaprovação, mas si a, he , ic ít em cr ag , nd ão so aç ov pr emissor a passar da desde modo compreensivo, favorece O o e sondagem dos prócrição dos problemas a uma exploraçã

à compreensão

Expressar

(76).

prios sentimentos

do senti-

o, antes de mento sem qualquer desprezo é O primeiro pass escuta, e é o recurqualquer justificativa, por parte de quem 71. 72. 73.

74.

75.

76.

Cfr. pp.

308-310,

149

e

Cfr.

Cfr.

1970,

ctr. Cfr.

269

201.

pp.

op.

57,

cit.

cit.

Cfr. KINGET,

R.

83,





72.

72,

72,

365.

pg.

pp.

G. M. —

La



162

140

Relazionl

e

Psicoterapia



R.

C.

ROGERS,

op.

e

C.

ROGERS,

Psicoterap ta



M.

G.

KINGET,

di

Consultazione,

Boringh., Astrol.,

Centrata-Sul-Cliente,

Terapia

e KINGET, e

Umane,

&.

M. —

idem,

pp.

Milano,

Roma, Martinelli,

1971,

1970, pp.

Firenze,

131-136.

146.

op. cit. nº 72, pg. 371.

Scanned with CamScanner

164 orais Sp

ate

para

educar.

Haja visto

o exemplo

citado

por

lança que pede a bicicleta ao pai, e este se encondições precárias. Ela pede porque sente o des-

, a em

gosto e mesmo se sente inferiorizada por não poder divertir-se

com e como os companheiros. O pai, aceitando e acolhendo O sentimento do filho, predispõe-no a entender e aceitar a

condição do próprio pai (77). O pai, concentrando-se no núcleo do problema

que é o sentimento

do filho e não a bicicle-

ta, ele inspira confiança ao filho, além de consideração e res-

peito (77).

comunicado, e não Responder ou refletir o sentimento responder apenas às palavras, favorece a pessoa à corrigir e

do o ampliar progressivamente o autoconhecimento (77). Quan a vertom do reflexo não é autoritário e nem desprezível, mas

resdadeira expressão duma atitude empática e de aceitação eu autênpeitosa, conduz o outro à descoberta do verdadeiro

a exatidão tico, isto é, à verdade de si mesmo (78), a examinar O emisou inexatidão da idéia que ele faz de si mesmo (77). abandonar o sor, sentindo-se compreendido e estimulado a á seriadesalento, a agressividade e a defesa, empenhar-se-

a que mente numa autocrítica e numa transformação progressiv o hafavorecerá a comunicação e modificará O comportament fatos, bitual. O receptor deve ser capaz de ressaltar, não os que mas sobretudo a onda dos fenômenos emotivos e afetivos II, impregnam e carregam sua mensagem (79). (Cfr. capítulo

pp. 73-75.

Ao receptor não compete explicar as estruturas do (80). fala, nem interpretar suas ações e sua personalidade podem existir máximo, ele poderá sugerir “relações que expressos que existem realmente entre vários sentimentos 77. 78. 79. Bo.

e Relazionl Umane, Boringh., Cfr. KINGET, G. M. — Psicoterapia pp. 311-318. pUST, dell"Uomo, Ontopsicologla Antonio — MENEGHETTI, ctr.

1973,

pg.

81.

et Relations Ctr. PERETTI, André — Liberté di ia terap Psico — AR. C. ROGERS, Ctr. pp. 192, 201-202.

que No ou em

Milano,

1970,

Roma,

1972-

154. Humalnes, EPI, Paris, 1967, pg. 1971, Roma, Astrol., Consultazione,

Scanned with CamScanner

165 momentos

já adquirida

reformular

(80), ou

diferentes”

a autocompreensão

(80).

nunca

do diálogo

O condutor

forçar prematuramen-

deve

ndos te o que fala, a examinar seus sentimentos mais profu de ati(81). Deve portanto, evitar conjeturas ou verbalizações estam no tudes completamente implícitas e que não se manif colóquio, mas

no contexto geral. Tudo

apenas se revelam

isso

as respostas representaria uma ameaça ao emissor (81). Enfim, derivar do quaque se referem ao sentimento devem sempre

que escuta (82), para dro de referência do que fala e não do intrínseca do orgaque se evite qualquer desvio da direção

nismo

(82).

do que fala, É possível revelar a comunicação implícita reconhecer “os sentiquando for ele aceitável (82). Pode-se “o fato determimentos escondidos do sujeito” (83), porém

(83). “Quando a internante é a aceitação da interpretação” resistência por parte do pretação é muito direta há uma forte idade de reflexo que se paciente” (83). Essa terceira modal habilidade na formulação chama elucidação (84), requer muita parte de quem escuta, do (82), uma intuição penetrante por

a do que fala (83). mundo subjetivo e da situação psicológic se deduz ou “interpreÉ preciso cautela e prudência quando na

ta algo

que

baseia

se

não

à luz

já levadas

posições

em

traçar uma linha de desituação de colóquio” (85). “É difícil ida e a mal sucedimarcação entre a interpretação bem suced

da”

(85). Aqui

que

creio

vale

o princípio:

em

vez

de exage-

pp. 74-73-75). rar, é melhor esperar! (Cfr. capítulo Il,

momento exato, pode A elucidação, quando enunciada no ar a autocompreensão, despertar o interesse do cliente e aceler ia do lado de quem mas pelo fato de revelar uma compe tênc 81.

Cfr.

ROGERS, 149.

C.

CC.



Psicoterapia

pp.

156,

82.

ctr. KINGET, pp. 283, 403,

83. 84. BE.

Cfr. Ctr. Op.

op. cit. nº 81, pp. 126, 203 op. cit. nº 82, pg. 325. cit. nº 81, pp. 201, 199.

G. M. 293.



Psicoterapia

e

di

Consultazione,

Relazionl

Umane,

Astrol.,

Roma,

1971,

Boringh.,

Milano,

1970,

e 201.

Scanned with CamScanner

166 não for re o a dependência, quando escuta, pode encorajar esponta e pelo cliente (86) neament da confirma ou nhecida

ta técnica pressupõe, além de habilidade e certa agudeza in. telectual, por parte de quem conduz o diálogo e a elabora

certo

grau

muito

útil

e mesmo

Creio

(86).

forte,

mais

influxo

um

e exercer

fala

quem

de

parte

por

intelectual,

maturidade

autonomia,

de

de preparação

que

quando

pode

ser

começam

e de percepção em

indícios de reorganização

a manifestar-se

im

nível mais profundo, por parte do cliente (86). O

atitudes

peles

diálogo,

as forças de crescimento

progride, quando

indivíduo

e técnicas

do educando.

não-diretivas,

liberta

“O fim para o qual o

é livre” (87), não é preestabeleci-

e do ou prefixado pelo educador ou pela sociedad . é previsto, inicialmente, pelo próprio educando

(83), nem

ém um O método dialogal não se destina a fazer de algu uma vez que a ser perfeito, totalmente realizado e pronto, infensa à estaticipessoa hu mana é, por natureza, dinâmica, contínuo processo dade (89). “Uma pessoa que existe é um resso e não o estado em devir” (88). A educação mira O prog completo e estático de perfeição (90). O fim nunca é algo de Não é uma condição (91): “não é um estado de virtude... completamente realizado em que o sujeito é bem adaptado e o processo e não e atualizado” (92). “O acento recai sobre sobre os estados últimos” (91). essor, terapeuta, Quando no diálogo, o condutor (pai, prof educandos uma comanimador ou outra pessoa) permite aos isto é, oferece-lhes pleta liberdade de expressão simbólica, Érim 86. 87.

88.

89. 80. 91. sz.

Cfr. pp.

KINGET,

327-328,

325,

C.

ROGERS,

cfr. pp.

ROGERS,

R. —

C.

169-170.

172,

Ctr.

PUELLES,

A.

ctr

.ROGERS,

C.

drid, 1962, pg.

145.

ctr. Op.

op. cit.

e

Relazioni

Le

Développement

de

la Personne,

M.



366.

R. —

pp. 62-63.

R.

cit. nº 87, PP. nº es, pp. 171,

Terapia

La



Dunod,

Centrata-Sul-Cliente, de

la

Psicoterapia

di

Consultazione,

270, 184.

Paris,

Martinelll,

Personalidad

Fermación

La

Boringh.,

Umane,

Psicoterapia



M.

G.

Humana, Astrol.,

Milano,

1970,

1970, P9- 119.

Firenze,

RIALP, Roma,

1970, Ma-

1971,

274.

Scanned with CamScanner

167 o

no

ia

impor

de

sejam

que

sentir (93), tal Nograado

inteiramente

psicológica

per-

(94), pois que se sente ele próprio ele se desenvolve segurança (95):

ei clima de

!: E Ad irá sadia

para

reservas,

modo de viver aceitante, aberto e disponível à próe livre (96) pria experiência” (94). A pessoa psicologicament é o pólo tende a uma crescente abertura à experiência, que oposto

à defesa

à experiência

(96); ela se abre

esta abertura, começa

interna e, por

a perceber todos os seus impulsos ou

etc.), todas as suas nepulsões (de agressividade, de medo, , seus desejos e exigêncessidades (de amar, ser amado, etc.)

ões subjetivas, enfim, há cias, suas crenças, opiniões e reaç gama da própria realidade uma disponibilidade a toda vasta é acompanhada por uma tura aber Esta 95). e 93 (94, rior inte rna. A pesoa dá a devida igual receptividade à realidade exte

consideração

a cada

estímulo

e acolhe

as

múltiplas

exigên-

s abre seu espírito a todos Os dado

cias sociais e ambientais,

à perceber tudo de modo mais a pass , isso com e, ação da situ s e suas percepções, seus conceito , tivo obje e ista real al, glob Esta abertura

íveis (97, 98 e 95). flex -se nam tor s tese hipó suas a reorganização do mundo ativ grad uma ta por com progressiva relação nova, Nu(99), a pessoa

perceptivo

“yê os fatos numa

Desenvolve-se simultaneamente (99). ” ção ura fig con ma nova próprio (97). Pelo autosi e sobr o vídu indi do o controle interior nte estabelecer O o

indivíduo

procura

incessanteme

necessidades do orgaveis mutá € rsas dive as quilíbrio entre vive: ele se esforça vos do mundo em que controle

nismo e os imperati

por

viver em

harmonia

tanto

como

mesmo,

consigo

o

D

Développement

la

Porsonne,

Dunod,

seu

Paris,

1970,

Roma,

1971,

— Le ctr. ROGERS, GC. R. 0, tinelll, Firenze, 197 . 254-255, 250. trata-Sul-Cliente, Mar Cen a apl Ter La Cc. R. — ROGERS, Boringh., Milano, -174. 173 . 182, € Relazionl Umane, pia era cot Psi — R. C. ps ROGERS, ctr.

93.

84 95.

4970,

865. 97. a

de

com

.

pp. 255, 249-250. PP. op. cit. nº 94,

190

o

186.

ctr. PP- 250, Gun E cfr. op. cit. nº 93, -189. PP- 174, , cit, nº 94, . di C R — pslcotorapia ROGERS oi pp.

Consultazione,

Astrolablo,

205-205.

Scanned with CamScanner

168

ambie osaasr E

ui

cultural

e social

É o autocontrole

(100).

dá à

guiando sua con-

de autodeterminar-se,

a habilidade

que

e agindo livremente, sendo senhor de si próprio (100). Para

uma

pessoa

capaz

de reorganizar

sua percepção

e

de autocontrolar-se, não há necessidade de impor um controle externo aos seus impulsos agressivos, porque a própria ne-

cessidade de ser amado e a tendência a amar equilibrarão os impulsos. A exigência profunda de comunicação e colaboração encarregar-se-ão de regular suas relações sociais (101). O autocontrole pode ser considerado como o escopo essen-

cial

da

educação

perce-

de

condições

está em

aberto

sempre

indivíduo

O

(100).

to, ber a complexidade de sua experiência, em cada momen e integrá-la à personalidade, adquirindo com isso um ótimo em funcionamento, uma personalidade unificada (102), mas

movimento (104),

bem

pessoa,

A

(103).

começa

isto é, quando

funciona

interiormente

quando

o que

a ser na consciência

(104): é na experiência; passa a “ser o que verdadeiramente é”

numa continua

(104). Sua evolução desenrola-se

um processo

(104). reorganização da vida (103) e numa progressiva expansão

dum

A vida dotada

tende-se

capacidade

cação

quer

100.

101.

102. 103. 104. 105.

contínuo

num

“dão

Fromm.

de amar

Esta vida

1968, Cfr.

pp. 265, ROGERS,

1970,

pg.

Ctr.

194.

ROGERS,

205, 142.

276-280. CGC. R.

R.





a capacidade

em

expansão

Educazione



Roberto

C.

(103)

crescimento

que

psicológico, dis-

liberta a plena

(102) e, neste sentido, a terapia e a edu-

ao paciente

Ctr. ZAVALLONI,

ótimo funcionamento

La

liberta a originalidade e

e Personalitã,

Vita O Ponsioro, Martinelll,

Centrata-Sul-Cllente,

Terapia

Psicoterapia

(105), como

de amar”

di

Consultazione,

Cfr. ROGERS, C. R. — Le Développement de pp. 116, 136, 271. Ctr. op. cit. nº 101, pp. 190, 166, 176, 178. ed. FROMM, Erich — Psicanalisi e Religione,

la

Astrol.,

Personne,

Comun itã,

Milano,

Flrenzo, 971,

1971,

Roma,

Dunod,

Milano, PP

P-

1970, paris, Faris,

1971,

Po:

75.

Scanned with CamScanner

169 o espírito

desenvolvendo

a sensibilidade,

criador

des-

(106);

perta e promove a necessidade de relações interpessoais pro-

se (106), fundas (107); restabelece a capacidade de autodirigir-

desenvolve a independência e a autonomia (107) e predispõe

; a pessoa para assumir a responsabilidade da própria vida (106)

e sobreviver em torna a pessoa flexível e capaz de adaptar-se

condições

mas

ser conformista,

sem

mutáveis,

ambientais

au-

uma vida mais

têntica (108). Enfim, a vida plena pressupõe

ampla, mais variada, mutável e rica, em que todas as capaa atividacidades da tendência à atualização entram em plen

s os sende e em que o indivíduo vive mais intensamente todo

timentos auto-regulados (107). A pessoa torna-se menos estrucorturada e determinada pelos automatismos (108), funciona em-

integrado e ordenado,

de modo

e comporta-se

retamente

víduo bora seu comportamento não seja previsível (108). O indi

. “A faz então, a experiência de uma liberdade completa (108) s não sopessoa que funciona plenamente está em condiçõe a liberdade mais mente de provar, mas também de utilizar completa” (108).

-

pelo As condições de liberdade experiencial, oferecidas cialdiálogo (108), prevêem um comportamento que será essen Só a mente livre, autônomo (106), psicologicamente maduro.

vida plena possibilita experimentar uma e comportar-se

com

de acordo

liberdade de escolha (109).

o que escolhe

em sua Parece-me que o Concílio Ecumênico Vaticano Il, do declaração sobre a educação, ao indicar a necessidade correto desenvolvimento da vida, da consecução da verdadei, da ra liberdade, da aquisição do senso de responsabilidade

108. 107. 108. 109.

Cfr. pp.

Ctr.

ROGERS, 274,

272,

ROGERS,

C. C.

A.

1970, pp. 286, 195. Cfr. ROGERS, C. A. —

pp. 249, Cfr. op.

252, 254-255. clt. nº 107, pg.

Développement

Le



R.



La

Terapia

Pslcoterapia

de

la

Personne,

Centrata-Sul-Cllente,

é Relazloni

Umane,

Dunod,

Paris,

Martinelli,

Boringh.,

Milano,

1970,

Firenze,

1970,

192.

Scanned with CamScanner

170 Participação e colabor ação na vida social, da disponibilidade &o diálogo, le v ando em conta o progresso da psicologi a (110) está

tou

110.

em

como

VATICANO

la

Juventud,

plena

resul

II,

ed.

consonância com os fins que Rogers tados de seu método não-diretivo.

consta-

Educación

Cristian a

Concílio

Católica



Ecum.

S.

A.,

Declaração

Madrid,

1966,

Sobre

pg.

la

de

709.

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CAPÍTULO

VII

CRÍTICA E COMPLEMENTO A)

UMA

VISÃO

GLOBAL

Rogers, observando atentamente os fenômenos psicolóungicos e apoiando-se em sua experiência, conseguiu aprof alidar a compreensão da personalidade. Seu mérito e origin do hodade não se evidenciam ao propor uma visão unitária homem ou ao constatar que o mais fundamental e natural no

inmem é bom, porque talvez tudo isso O tenha recebido por fluência do gestaltismo e de Abraham Maslow, embora tenha procurado

Um

submeter

tudo

à experiência

própria.

Creio que a originalidade de Rogers está em seu método. método que nasceu em sua experiência terapêutica e se

adapta

perfeitamente

às

suas

convicções

pessoais.

Este

mé-

todo, sem dirigir ou corrigir o comportamento a partir do exterior, é capaz de atingir a pessoa em seu interior, para modificá-la sem ferí-la, para educá-la efetivamente, sem desres-

Scanned with CamScanner

172 peitá-la.

seu

É um

torpor,

método

que

ajuda

da futilidade e fá-las encontrar

do peso

liberta-as

a tirar a vida das pessoas do

um sentido de viver, dinamizando retamente curar as pessoas, mas

angustiadas

brar as pessoas

suas vidas. Ele visa não dimelhorá-las; tende a equili-

a curar doenças.

e não

método não problemas da pessoa,

os é eficaz para resolver diretamente ormas para ajudar a pessoa (1), transf

tar-se e comportar-se

adequadamente.

Seu

mando-a

e capacitando-a

interiormente

a progredir, a adap-

O método

procura agir

s está diretamente na esfera do sentimento (2), porque Roger que a educação

convencido

deve atingir os fatores fundamen-

não tanto tais, que são os emotivos não reconhecidos (3), e rtilha a idéia os aspectos i ntelectuais (2). Rogers não compa

duma

dupla natureza no homem:

mente

racional.

à sensível e a racional. Por

dine, tente isso não estimula um sistema educativo que subor vel (“inferior”), em prol dominar ou renunciar ao aspecto sensí ar e associar um do racional (“superior”), mas procura integr integrado e autênticaao outro tornando a pessoa um todo A existência

de

duas

forças

contraditórias

no

ação imposta homem não é mais que o resultado duma educ mais o coração, do exterior. Seu método está voltado a educar

formar um homem intea emotividade do que a inteligência, a e readaptação não grado, capaz duma constante renovação anente evolução. conformista, a uma sociedade em perm

Ele não visa, em

intelectuais

e

primeiro

abstratos,

plano,

aguçando

a

inculcar conhecimentos

inteligência

ou

armaze-

ibilita, sim, a pessoa nando conhecimentos na memória. Poss quando madura aprenderá a saber-ser, a amadurecer, porque por própria iniciativa.

tível da O método põe em ressalto o valor único € irrepe homem, do concepção espiritualista

pessoa, 1.

2 3.

evidencia

cfr. ROGERS,

Cfr. Cir.

uma

51. Romã, 1971, pg. 1 Astrol., Consultazione, di C. R. — Psicoterapia

idem, pg. 32. Ibidem, pg. 130.

Scanned with CamScanner

173 ove suas potencialidaom pr e e ad nid dig sua ta pei porque res e nesliberdade. Parece-me qu des, desenvolvendo a autêntic a m a viver uma autêntica deia er nd re ap s soa pes as a te sistem em resolver um Se empenharia mais a cad que em ia, rac moc certos erros ou concriticar

do que os problemas existentes rquia. tribuir para instalar a ana

método

O

os problemas

tradições, as impostos pela pela

homem

pessoas para enfrentar € para superar as con sociais contemporâneos de despersonalização contrariedades e forças sociedade desafia O sociedade (4). Enquanto a prepar a as

rogeriano

vasta

mais

sempre

complexidade

problemas,

de

capacidade criativa da se rea ad nc se de O ia o método propic çar ss o técnico tende a for gre pro o to uan Enq os. ê-l olv para res eriano propõe

a redução

das

horas

e uma

uma educação se

nunca

rog

inacabadas,

sempre

estagnam

e plenificar seu ser. através

contemporânea,

A situação

o sistema

aprendizagem

e nem

concluem

do homem

horas

de trabalho,

(4), para

preencher

de seus

meios

situação

que

que

as

de di-

ça pela habilidade e pefor da uso o r tui sti sub a fusão, procur passo e robotizar as pessoas, ao r iza rav esc a par a nic téc la meios adequados para sal e rec ofe ano eri rog do que o méto e das pesà liberdade e a dignidad

vaguardar a autonomia, ade soas. Enquanto a socied volta

a fim

à naturalidade,

uma

e à diplomacia,

a artificialidade

implantar

cria

de

que

Rogers

e

a

o valor irrepetível

acolhedora

de cada

a sufocar a originalidade

para

pessoa.

desenvolver

A pressão

do indivíduo, e Rogers

=p"

nr

4.

ctr.

pg.

ROGERS,



Le

Développement

de

la Personne,

e

riqueza

propõe O mépe

R.

progresso condicioempática

cultural tende

do não visa simplesmente to mé Seu la. vásal a par todo C.

a

propõe

e o valor

a autenticidade

destruídos. Enquanto O am sej não oa ss pe da co úni ameaça para manipular, da ciência desponta como Rogers propõe a escuta , soa pes a ar in rm te de e nar a compreensão

a

tende

Dunod,

adaptar

TEM

| ERR 1 e be As

Paris,

1970,

245.

Scanned with CamScanner

174

as pessoas

a uma

cultura que

lhorar as pessoas a cultura.

Os

para

que

indivíduos

talvez esteja doente,

possam

maduros

adaptar-se,

levarão

mas

me-

ErsnElorniad

à maturidade

a

E

tura. Parece-me, entretanto, que Rogers se mostra neste ponto, um pouco unilateral: ressalta as forças interiores do indi-

víduo e não sublinha suficientemente

o grande

poder determi-

nante das forçes sociais e ambientais. O aspecto psicológico é posto em relevo, ficando o sociológico um pouco desconsiderado! É uma de suas limitações. Os sociólogos caem mais no outro extremo, sublinhando demasiadamente as forças sociais (5).

con-

Está

aberto.

sempre

apresenta-se

pensamento

Seu

por vencido que a ciência é primordialmente subjetiva (6), e de prinisso não a propõe como um dogma, ou um arcabouço o cípios e leis categóricas e rígidas, mas como um conjunt

de

coerente

e flexíveis.

provisórias

aproximativas,

hipóteses

a um cerO que se alcança são convicções que correspondem definitiva e abto grau de verdade, nunca porém, a verdade

porque as coluta. Isto não equivale a um completo ceticismo, do tempo convicções, quanto mais fortalecidas pelo decorrer e

próximas

mais

aceitas

universalmente

mais

eu

embora

não

verdade

da

e

mais ponto

até que

saiba

por

de, não posso afirmar também correspondem à verdade. É “um mo...

não

Eu

Esta

em

constantemente,

5. 6. 7.

revisão

A mesma

Cfr. MASLOW, pg. 25. ctr. ROGERS, pp. 171-172. P. MARQUET,

A.

H.



C.

R.



B.



Carl

se não

sei”

para

(7).

possibilita

corrigí-lo,

de seu

sistema

una

Psicologia

dell'Essere,

Développement

Le o

La

Libertã

de

della

la

Personne,

Persona,

recolocá-lo,

aperfeiçoá-lo

abertura

Verso

da verda-

que minhas convicções não ceticismo do próprio ceticis-

pensamento

seu

de

abertura

profundá-lo.

mesmo

sei nem

posse

em

lado:

outro

Por

seguras.

estou

serão

integradas,

pessoas

e a-

se caracteriza

Astrol., Dunod,

Astrol.,

Roma, . paris,

Roma,

1972,

1971, 1970, PP

104-105.

Scanned with CamScanner

175

este núcleo em topela possibilidade de distender e ampliar dos

sentidos.

os

Rogers

pedagógicas

tas implicações

facilmente

e origem

margem

porém,

e sociais,

do

teoria

a uma

cer-

com

psicológica,

a dimensão

apenas

abordou

sua visão dá

conhecimento,

9). A partir

ícita (ctr. 8e a uma epistemologia que lhe é impl

nvolver um segmento de sua teoria é igualmente possível dese O psicológico tem ressonânbiológico ou fisiológico, visto que cia no biológico (cfr. 10 e 11). uma

abordar

pode-se

psicológica,

dimensão

Apoiado na

político (cfr. 12 e 13). Seu vasta área do aspecto sociológico e

o núcleo para desenponto de vista presta-se igualmente com mesmo a propor uma ética volver a dimensão ética ou moral, valores sua

por exemplo,

Considere-se,

científica.

dos

teoria

metafí-

à dimensão (14 e 12). Sua visão psicológica é aberta

a natureza fundamentalsica (cfr. 15 e 16). Sua posição sobre a um desenvolvimento mente sadia ou integrada e orientada uma visão religiosa e positivo, fornece uma nova base para icional. Veja-se, por euma teologia natural diferentes da trad

xemplo, humana

e seu

relação

e da

criação

da

o problema

entre

a criatura

criador.

que difunde seus A teoria de Rogers é como um foco possibilidade de reajusraios em todas as direções e por sua

RR



8. 9, 10. 11. 12. 13.

14. 15.

16.

Cfr. pp.

C.

ROGERS, 2239-240,



R.

Le

Développement

159.

Cir. pp. Cfr. 1970, Cfr.

ROGERS, C. R. — Psicoterapla e 136-129, 172-178. La Terapia ROGERS, CG. R. — pp. 239-241. Psicotorapla ROGERS, CG. R. —

pg.

20.

Cfr. Cfr.

cp. op.

cit. cit.

nº nº

8, pp. 9, pp.

ROGERS,

C.

RB.



Relazloni

la

Personne,

Umane,

Boringh.,

Centrata-Sul-Cliente, di

Dunod,

Consultazione,

Paris,

1970,

Milano,

1970,

Firenze,

Martinelll, Astrol.,

Roma,

1971,

259 e 243. 201-202.

Ctr. op. cit. nº 10, pp. 267 ss. Op. cit. nº 8, pp. 259 e 245.

Cir.

de

Psychologie

Existentielle,

EPI,

Paris,

1971,

pg.

95.

Scanned with CamScanner

176 tament

oe

as ARE

das

de.

abertura

E

está voltada a uma

reunificação de to-

s psicológicas que tendem a convergir na verdaRogers,

pec

dam

iar que à verdade, seu

nha,

sem

no momento

suas hipóteses método sempre

em que deseja agir, nee convicções corresponevita um possível erro: o

erro de tomar a direção de outro, condicionando-o a um fim que não seja verdadeiro. O seu método tem uma vantagem sobre os demais, a de permitir à pessoa errar ou acertar sozinão

condicioná-la

corresponda

ao

erro,

caso

O escopo

do

educador

à verdade.

B)

UM

LIMITE DE ROGERS

que abordar a diParece-me que Rogers não faz mais do O

antropológica. Além disso, mensão psicológica da realidade qualitativo, porque não conseu sistema se reduz ao aspecto tivo (17). Este problema getita quan O dar ven des da ain uiu seg conforme sua teoria, eu não ra uma série de incertezas, pois ciente para possibilitar alsufi e dad uri mat de grau o sei qual tido positivo. Numa relação, sen num se erolv env des a guém a de que a autenticidade conseguid qual é a garantia que tenho e autenticidade em oução gra nte rei à ar voc pro e por mim pod lução venha eu a sofrer uma invo que cer nte aco e pod tro? Não ar o progresso no ouade enc des de vez em e desintegração de evolução

sobre o processo tro? A involução não predomina

17,

ctr. ROGERS,

pg.

CG. R. —

Umane, psicoterapia e Relazioni

i Boringh., Milano,

1970,

169.

Scanned with CamScanner

177 positiva (18)? O próprio Rogers afirma: “escutando remos o risco de mudar a nós próprios' * (19 e 20).

nós

cor-

vo para constatar Além da falta de um Instrumento objeti

julgar-so & gido, é difícil e inseguro o ram de maturidade exiafi dizer: “O próprio indivíduo ao rma o mo mes Ele mo. st mes

ia, seu próprio grau de congruênc não é juiz competente de do mé. Revela-se aqui O limite (21) e” ent gru con é não quando ge-se um detorminado exi lado um de todo fenomenológico: vieu possa colher com objeti que a par e ad id ic nt te au grau de e de outro, O ia, ênc gru con da os tiv ica ind dade os fenômenos cobrir O O único recurso para des é co ógi nol ome fen método s” do método fenomenológico, pre uso No e. dad ici ent aut de u gra a autentipara colher com retidão e, dad ici ent aut a supõe-se r o contraste, o reona uci sol a par que -me ece cidade... Par méVejo nisso a prioridade do vo. eti obj odo mét o á ser curso O fenomenológico. sobre va eti obj ão taç men eri todo da exp à realidade e está mais vizinho seguro na investigação

apoio Creio que lhe serve de é mais e, consequentemente, dade.

Claro que outros

podem

da ver-

minha ajudar para cointuir a

au-

juízes em causa próserão es el so ca e ss ne tenticidade, mas de ouconfirmação consensual a um a e rr co re se do ado pria. Quan gar o que afirmo, base ne ou ar id al nv co tros (juízes) para surgem (22), e percebidos os ad nt me ri pe ex s nos fenômeno ruência existente nos ng co de au gr o é ender os problemas: qual só é possível compre e qu ma ir af rs ge Ro juízes?... E de outro, caso O próia nc rê fe re de a em qu um eleempaticamente O es à si próprio. Exige-se m be da en re mp co prio indivíduo autêntico ou congruSer ra pa o sã en re mp vado grau de autoco are 18. 19. 20. 21. 22. Rogers

per eme Ctr.

ROGERS,

4970,

pg.

CG.

235.

ROGERS, C. R. — ctr. ROGERS, C. R

pp. op.

Ctr.

197 cit.

op.

ss. nº?

cit.

19,



Po.

18,

Le

La



n.

Terap la

Développement — Psicoterapia 239.

Po

Centrata-Sul-Cllente,

Martinelll,

Firenze,

Paris, 1970, pg. 233. de la Personne, Dunod, , Bornigh., Milano, 1970 e Relazion! Umane,

321.

12

Scanned with CamScanner

178

oRS

ente. de Por ma

podem

Os juízes

aproximar-se

do esque-

com O própri la e outro e cointuir fenômenos, de acordo Rio ia sujeito, guiados por preconceitos ou levados or e indo demasiada afeição... Todos são elementos

Eros

l

ngir a objetividade do método e possibilitam Í

9,

i

i

.,.

pretende desenvolver a ciência além dos pressu-

o iate

antigos (23), associando ao método da experimentação E (24). Penso, porém, que a obserni

a dos fenômenos, como único recurso quando ação não é possível aplicar a verificação experimental para elaborar a ciência, é ainda bastante inseguro e incerto. Novas luzes serão

para dar consistência

necessárias

ao método

fenomeno-

lógico, a fim de que supere os limites que o fazem de valor indefinido. O próprio Rogers pensa que “somente quando houadequada

integração

ver uma

e equilibrada

entre estes modos

de conhecimento se poderá dispor duma ciência comportao mémental satisfatória” (24). Rogers, pretendendo equiparar todo fenomenológico ao da verificação experimental, encontrou-se numa situação embaraçosa, em que não se sabe mais o grau de verdade conhecida, nem se dispõe mais de uma

vermaneira para confirmar ou negar se o que Se conhece é elaboradadeiro ou falso. Surge desta situação o problema: na

ção

sem

da

e erro

verdade

ciência,

se encontram

possibilidade de distinguir uma do outro.

embaralhados,

A volta à diagnose ;problense guir destrinçar O co se do an qu e S ubParece-me qu será necessário , da aju de ões diç con das ma quantitativo, ANTES pesto Pra sa tar

23. 24.

cfr.

MAY

Rollo

ctr. ROGERS, pp. 321, 326,



C. R. 322.

1971, P9- 36. , EPI, paris, nze, Martinelli, Fire C entr a ata-Sul-Cliente, a nt Terapi a

Psychologi —

La

1970,

Scanned with CamScanner

179 a testes, para saber seu grau

meter

o terapeuta

tanto

ticidade,

conforme

porque,

ducador,

educador

ou

ou auten-

de maturidade

O cliente.

como

O e-

é a autentici-

a teoria de Rogers,

enticidade no cliente, € dade do terapeuta que provoca à aut terapeuta deve ser mais do e dad ici ent aut de u gra o to, portan médio grau

de estar acima dum elevado que o do cliente, além

litar O crescimento dos ou(25). “Uma relação capaz de faci correlata com O crescimento é s inta dist s soa pes o com tros necessário

nte é igualmente que atingi em mim” (26). Do clie Se exige um mínimo de que por , ção cep per de u gra o medir O mas indispensável, para que percepção,

processo

indefinido,

ainda

sentido

se dê em

percepção

e das

cliente

do

positivo e não regressivo preliminares,

condições

método

O presente que

duma

dentro

se acham

rogeriano

só é aplicável

faixa de

é o fator

predizer-se

de

a possibilidade preponderante que embasa (27). ma modificação da personalidade”

(27). “A

U-

a indivíduos

incapa-

Os

normalidade.

apaterapêuticas e mesmo OS inc es tud ati as er ceb per de zes não z fisiológica e psicológica, zes de mudar devido à rigide lema é que a impossibiliob pr O . odo mét do -se vir podem ser malidade exigido para servir-se nor de u gra o er sab de e dad as, e, nas pessoas já perturbad eficazmente do método, pod plo

r. Basta conferir O exem desintegrar mais do que reintegra deNão pretendo com tal reflexão

dos esquizofrênicos. (28). s pode ser que tal modo de sencorajar o uso do método, poi existente em ura defensiva rut est a um de to fru a sej sar pen mim. .

f

ctr.

pp.

ROGERS,

C.

R.

C.

R.



197, 200, 202.

Z8,

HOGERS, pg. 85.

27.

idom,

28.

Ctr.

pg. Ibidem,

— La

Psicoterapia Terapia

e

Relazioni

CUT

e

Umane,

Centrata-Sul-Cliente,

E

ai dE

“A

o pt

Boringh.,

Martinelll,

SB:

spas [à ol:

AI LE Poa

Milano, Firenze,

1970, 1970,

101. pg.

235.

Scanned with CamScanner

180 C)

de preconceitos.

número

PRESSUPOSIÇÃO

nos

pressupor

que

a

seu

O menor

não é possível: deve

pelo me-

do fenômeno

Sabemos,

(pressuposições)

preconceitos

FUNDAMENTAL

com

aproximar-se

fala em

Rogers

;

A

“a ciência sem

que

porém,

(29).

Além

disso,

“cada

implícita

do

homem,

em

Rogers,

psicológica tem implícita uma filosofia do homem” presente

concepção

corrente

objeto”

(30). Creio

está



no início de sua própria experiência terapêutica. Ele

o afirma: “Não entro na relação como sábio ou médico... mas como pessoa a entrar em relações pessoais” (31). Esta suposição

partes, o predispõe

de que o homem

não é um

composto

um

objeto,

de



que equivaleria a uma concepção mecanicista, Rogers em sua observação naturalista. é um

Para ele o homem

todo orgânico,

e O admite,

“mes-

devedora,

parti-

mo que não tenhamos nenhuma metodologia científica adequada para estudar o organismo humano na sua globalidade” gestaltis(32). Esta concepção que está na base da psicologia mesmo que ta, precedeu sua experiência terapêutica e creio a

concepção

“A

predeterminou.

rogeriana

é

organísmica

cularmente, à psicologia da forma e à concepção e olística do homem” (33).

oal. O Para Rogers, a realidade psíquica é o núcleo pess tes não são eu com seus conteúdos experienciais e conscien ou O procesos dados imediatos, como a excitação, o reflexo,

OS vestígios so fisiológico; nem são os dados mediatos, como rre daqui que mnemônicos, temperamento e caráter (29). Deco

Rogers,

ao avizinhar-se

mão

colher

29.

PATALON,

30. 31. 22,

33.

so Fundo,

ROGERS,

pg.

338.

realidade

aquela João



A

R. S., 1960,

C .R. —

dos fenômenos,

Estruturação

pg.

14.

La Terapia

ROGERS, C. R. — Le Développement Op. cit. nº 30, pg. 229.

ZAVALLONI, pg.

psíquica

interessa-lhe de ante-

que da

Totilidade

Genética,

Centrata-Sul-Cliente,

Martinelli,

Firenze,

da

de

Psicologla

la Personne,

Dunod,

E

,

Paris, E

à

com

concorda

Pas-

1970

St

5

1970, pg. 159. 968

Roberto — Educazione e Personalitã, Vita € Pensiero, Milano, Ttb

49.

Scanned with CamScanner

181 pessoal

idéia

experiência

preconcebida.

à

aberto

indivíduo

O

que

Claro

preforma-

pode chegar a corrigir uma concepção

que, em geral, as presda sem a experiência. mas parece-me a guiar a experiência. suposições, verdadeiras ou não, tendem ao escopo a atingir em Penso até que as divergências quanto mais pelos preconceipsicoterapia (cfr. 34) são determinadas

tos

que

de

assumidos

pelos

resultados

O

experiência.

da

na relação, se trata a róprio Rogers reconhece que quando, a tornar-se um objeto, e essoa como um objeto, ela tende ela tende a crescer como quando é considerada como pessoa,

ser o homem um pessoa. Parece-me claro que pressupondo Como decorrência objeto, não será tratado como pessoa...

uma real ajuda psicotedeste ponto de vista, OUso afirmar que o filosófica pressuposrapêutica é possível, caso a concepçã

ta do homem

corresponda

à realidade antropológica.

É pois,

psicologia e operar de mo“indispensável pressupor uma onto uma ajuda real para o hodo ontoterápico. Creio impossível sua ontologia” (35). Entretanto mem se não se admite toda a bem curar muitas neuroses “o psicoterapeuta poderá muito sem do dado metafísico, mas não sem uma explícita referência

pressupô-lo”

(36).

que

fundamental

A pressuposição

corresponde

a uma

l de sujeitar-se à experimen íve cet sus não , iva jet sub convicção vo em Rogers como princípio direti

tação objetiva, impõe-se a Com O tempo ele próprio essa. qui pes sua em e a sua terapi standomado da subjetividade, afa pri o tar sal res em -se çou for cade a submeter tudo à verifi ten que mo vis iti pos do se mais à subjetividade

, conforme Rogers, ção experimental. De fato , dena ciência (37): “a origem l dia mor pri el pap tem sempre ia ncia existem na experiênc ciê da são clu con e senvolvimento não corresponde exa-

à experiência subjetiva” (37). A seu ver, O ZA. os

cfr.

pp.

ROGERS, 359

65.

GC.

R.

La



MENEGHETTI, Antonio 137, igom, pp. 1398-139. ctr. ROGERS, €. R. — pp. 1714-172.

Terapla

Centrata-Sul-Cliente,

Ontopsicologia



Le

dell'Uomo,

Développement

de

ja

Martineltl,

PUST,

Personne,

Roma,

punod,

Firenze, 1972-1973,

Paris,

1970, Po.

1970,

Scanned with CamScanner

182

“O que constitui vivida ea realidade externa. a realidade do menino € a representação que ele

O ambio ia af

ou verificação

experiência

Toda

(38).

o uma realidade verdadeiramente real”

RA

:

entre

disiação

nitida

uma



externo.

pe

não se liberta dos pac-

experimental

o subjetivo, e “a consciência exata da experiência de-

tos com

veria sempre ser expressa sob formas de sentimentos, de perquadro de refecepções e declarações que se referem a um

(39). Desta posição torna-se claro que é pou-

rência interno”

ca

nenhuma

ou

pelo contato com

uma

entre

a diferença

adquirida

experiência

a realidade externa e uma experiência pro-

outra não se vinda da criatividade interior. Tanto uma como identificam necessariamente com a verdade, mas proporcionam convicções pesoais subjetivas (40). ia interior, em Se colocarmos a criatividade, a experiênc por ambas enconpé de igualdade com a experiência objetiva, não são “os sentidos externos trarem-se na subjetividade: que

mais

extremidades

conceito

um

fornecem

concepção

subjetivas. As convicções

pessoais

a convicções

do

global

pressuposições

na subjetividade

se encontram

elas

também

as

fazem parte da experiência, visto

implícitas da pessoa também que

(41),

confins”

ou

do

e pertencem

pressupostas

uma

como

apresentando-se

todo,

homem.

uma convicção pressuposta? Pergunto: Onde tem origem mbém outras pessoas? Ou será ta Será só por influência de a que urge e se impõe? ern int l ura nat e ad id ss ce por uma ne expesuposta origem em outra es pr o çã ep nc co a est á Não ter a situação do pró-

Esclarecendo: riência interna inadvertida? ou desintegrado, não inado egr int do an qu oa ss prio ser da pe maconcepção global i preforih na e ent tam ire ind ou terfer e direta Se sentirá condicio

da? 38 39

indivíduo,

O

am

ROGERS,

C.

R



Psicoterapia

ROGERS,

Cc.

R.



Le

STO:

e

Relazlonl

Développement

de

240.

Si

ctr. idem, pg. 171. MENEGHETT |, Antonio

pg.

não

inconscientemente,



Ontopsicologia

la

Umane, Personne,

deli!Uomo,

Boringhleri, Dunod,

pusT,

Milano, paris,

Roma,

1970,

1970, P9

1972-1973.

9b.

Scanned with CamScanner

183

seu mais S€ aproxima de e qu o çã ep nc co la erir âque

próprio estado de ser?

pode-se deduzir que à afirmativa, seja resposta a Caso do ser da mais da integração des depende 0Xcoberta da verdade o experim ental. À verificação

caçã O rimiaitát que da vemariiofir segurança, enquanto O homem não integrado poder ales pode dar

vi

. Mas o homem ão aç gr te in a su se lhe do ça an k eiramente real que ad rd ve e ad id al re experimentar a seja pela observa, al nt me ri pe ex o çã fica IMPUO, seja pela veri pela intuição interior, seja pela pressução naturalista, seja científico.

o guia em seu progress o e qu al ob gl o çã posi mais descobrir Us não “poderiamos ja Rogers afirma que nó subjacente

ma realidade

so... relações ou ao univer

descobrir

ne naquilo que concer

A investigação

uma

verdade

às pessoas,

científica

não

às

nos

(42).

Pare-

ademais,

pare-

absoluta”

pessoa não ad“a e qu r po su es pr so está a lusões e seria ce-me que tudo is por meio de conc permitirá

nunca

s quire conhecimento iar necessário renunc

válidos a tirar conclusões”

(43);

el ter uma exív ss po im é e qu , Rogers põe

orme ce significar, conf

absoluta

realidade

Se

e,

assim

é,

Rogers

e a experiência nt me ta er “C a. ci ên à experi rém, um limite voluntário válido. Cai-se; po to en im ec nh co para um mente a experiêné o único modo ia ar nt lu vo ta mi li quando se terior, em contradição, ém a intuição in mb ta ce en rt pe ência a é mais aguda cia” (44). À experi ci ên ri pe ex a e nd ou não, e “o ido, seja ela mística fica não tem sent tí en ci ão aç ig st ve a in se (peak experiences), onde a realidade te en am st ju é dizer que ). o que equivale a está ausente” (44 a ci ên ci à e qu verismo a ao absoluto é um impõe com mais ão ns te mo co própria fé ão Parece-me que à e à própria tens qu ta ta ns co rs el. Roge pia. Creio esra te experiência inegáv em , el áv in im vel, mas inel não psicológica é redutí sição, mesmo po su es pr da to experiência tar inserida na periência

da

e

42, 43.

44

ROGERS, 159. ctr.

Idem,

CC. PO:

MENEGHETTI,

pg.

R.



199.

Le

Antonio

Développement —

de

Ontopsic ologia

la

Personne,

delllUomo,

Dunod,

pUsT,

Paris,

Roma,

1970,

P9-

1972-1973,

85.

Scanned with CamScanner

184 jáconscientiDE

ia tal...

o homem

pressupõe

a teoria de Rogers

Toda

suposta, por o uma pessoa dada, e esta realidade pres fundamenmais vez, pode reclamar uma pressuposição

pela verificação expeRogers preocupou-se em confirmar izagem a unir rimental que o homem não é máquina de aprend esfaceladas,

partes

todo

um

mas

se

que

desenvolve,

exata-

composição psíquica tiu admi não ri prió a já ele que mente por o que O condicionou de partes (45). O conceito antropológic espiritua-

conceito filosófico em sua experiência objetiva é um

afirma que “o homem lista e não materialista, pois ele mesmo .

em

sua vida

sua

que

Creio

o universo

interior transcende experiência

terapêutica

(46)

material”

e seu

método

não

confirmar sua concepção. mas ir, rig cor em am par ocu se pre reconfirmou a hipótese duma Não foi em vão que ele sempre O organiscomo

à atualização,

tendência

realidade

a envolver

em subordinar o objetivo ao pou ocu pre se ele que o; mo tod se ar a ciência ao homem, que subjetivo, que procurou sujeit omenológico ao da expefen odo mét O ar oci ass em esforçou o campo da ciência. O que ele ndo lia amp va, eti obj o açã ent rim rosalvaguardar a concepção ant pretendeu implicitamente foi o interiormente, embora cid ven con ava est l qua da pológica, experimentação objetiva. não conseguisse sujeitá-la à eriência terapêutica, como Ainda que tenha apel ado à exp os precon-

de e tenha combatido guia único na busca da ve rda ar mais por um precongui xou dei e s ele ém mb ta fé, ceitos da ência interior que engloba a experi

ceito e pela experiência com os princípios da fé), do da cor con to cei con pre u (se fé da ele: “Devemos avanse Dis va. eti obj ão taç men que pela experi significa mover-se rumo os fat os ar olh e os; fat os çar olhando nças eram

à investigação.

Terminou

a época

em

Estruturação

da

que as difere

a quem se confiava, a um e dad ori aut da voz a pel resolvidas Pd

48. 46.

PATALON,

ctr. Passo

Fundo,

ROGERS,

pg.

C.

João R.

R.

S.



— 1960,

La

À

pg.

23.

Terapla

Pslcologia

Centrata-Sul-Cllente,

da

Total dade

Martinelli,

.

Genética,

Firenze,

7”

1970,

338.

Scanned with CamScanner

185 de igiosa para sustentar um ponto rel te en lm ia nc se es fé de o tip vista e rejeitar outro” (47).

to sua experiência objetiva Eu não sei dizer em que pon .. Creio, porém, que

pressuposição. possa ter modificado sua sição aptou mais à sua pressupo ad se va eti obj a ci ên ri pe a ex u ou modificou. Com mo or sf an tr à que do l cia ou convicção ini ta anto menos global e exa qu , que r rma afi so ou r certo temo desvelar à

o, mais difícil será çã si po su es pr a fôr ra) dei (verda e mais fácil será erta re nc co a ci ên ri pe ex da s verdade atravé forem OS meios de verifi mais

rar; ao invés, quanto

mais

experimental,

cação

suposição... meio

Acredito

exclusivo,

restritos

difícil

será

corrigir

que o uso do método

especialmente

à

se

qualquer

pres-

fenomenológico,

pessoa

é

desinte-

da verdade já imvio des o e ent ilm fac s mai grada, possibilita . Parece-me que à posições Ou preconceitos

como

plícito nas pressu r aos maior força para se impo tem va eti obj ão aç nt experime para modificar uma inmo co m be os, i-l rig cor preconceitos e uma rs concorda: “As vezes ge Ro o pri pró O . iva jet tuição sub ita por todos, mas ace foi s sta nti cie uns alg intuição subjetiva de ). ificação experimental” (48 depois caiu diante da ver

D)

A DEFINIÇÃO

DE PESSOA

do com o Creio que Rogers, de acor elementos pítulo Ill, explicitou apena s os uiu focalizar soa psicológica. Ele conseg da pessoa. permanentes no fluir constante atua lização sões básicas da tendência à las que humana, porém não são e pessoa e

47. 48.

ROGERS, pg.

idem,

354.

pg.

C.

R.



a

Terapla

que Se disse no caque definem a pesas potencialidades Elas são as expresque caracteriza toda evidenciam a iden-

Centrata-Sul-Cliente,

Martinelli,

Firenze,

1970,

318.

Scanned with CamScanner

186 tidade irrepeti etiv a ais

cada ser humano. Não são elas que unica que faz de mim eu mesmo.

e ade

i A árI necess E

oca E

isto é, “indicar ne

nentes,

manifesta-

as

Dl

ad

dife-

permaptar as potencialidades

lógicos” (49), pressupostos fenomeno

mas é preciso també

BA permanentes herou elomen os ar ic uc en mi do uí ss po constantes a tuirO que ele é. Col in a par eu, o pel s s uefa e dar o e temé o meio para desven (50). ca

manifesta

ENE

timum primum” eiramente, ou auto-refletir “o ul que dá a consistênento original e originário icidade.

O fundam

da pessoa,

é a autent

e a realidade

irrepetível

O verdadeiro

, conser da pessoa é a autenticidade, pois

O que se ser autêntico é “ser verdadeiramente ser o que interiormené” (51), “escolher ser ela própria” ( 51), o que profundamente se é” (51), te e realmente se é (51), “ser ano” (51). orme

Rogers,

cidade de ser hum “ser em plenitude a própria uni -se ela mesma” (52), a pessoa nar tor de e ser de so ces pro “No si (52), para “apropriar-se de

a” “procura escutar à si própri põe mesma” (53). Ora, isso pressu dade, ma, seja a própria autentici

que à pessoa seja ela mesdesde sua origem, em seu

tiade interior profunda que iden lid rea a est ém, por ; pio ncí pri ca se resolve no que à nun , soa pes da ser o eir dad fica o ver alquer a pessoa não se torna “qu que por , nou tor se soa pes iamas um processo de potenc a . do na mi er et ed pr de coisa a pessoa ). Infere-se, portanto, que (52 ” vo no re mp se ade lid taneamente potência e ato” ul im “s e, bas ura rut est é, em sua tente extrapor-se, explio nov de re mp se ela (54). Mesmo que e, ela nunca Se plenifica dad ici ent aut sua eu, o pri citar seu pró ua expansão”

totalmente, 49.

50. 51.

mas

se

torna

Antonio MENEGHETTI, pg. 9d. Idem, pg. 110. La C. R. — ROGERS, 166,

175,

176,

181,

“yma

vida

Ontopsicologla



Terapla

em

contín

dell'Uomo,

Centrata-Sul-Cllente,

pUST,

Martinelll,

Roma,

1972-1973,

Firenze,

1970,

178.

157. 172. Paris, 4970, pg: 174, d, no 191, Du pp. ne, 71, m, 19 son Ide de la Per Roma, Le Développement Astrolablo, — R. C. re, sse , l'E del ROGERS ogia Verso una Psicol A. H. — MASLOW, pg. 22. pp.

Scanned with CamScanner

187 e isto “sem nunca ato, ini inf ao de ten ; ite lim (52). Não há um

lienar-se do próprio eu” (55).

próa plenitude de seu ar iz al re à e tend e pode oa A pess devido a temenitude será sempre relativa

prio ser, mas essa pl cada de ser todo ele mesmo, a jo se de te “Es e. del de poralida de si mesmo, sem nãde da xi le mp co e a ez qu ri momento (toda à todo aquele que m mu co jo se de um é da esconder ou temer) uma meta difícil e, de se aat Tr .. a. pi ra te tirou proveito da alcançar” (56). “A de el ív ss po im , to lu so em seu significado ab relativa ao momen(56), sendo

si mesmo” realização plena de

-se uma nova plear in ig or á ar it il ib ss po o or, to, o decorrer do temp uma plenitude ulteri a ar ug | seu rá de ce sempre

te sentido a pes” Nes . iva ess suc e pta numa sequência ininterru autocriarto, um ato a que

nitude

ica e, portan soa se revela como histór leva consigo seu re mp se te en es pr nto se, mas que no mome anto, “a própria autoret ent ; 58) e (57 vo ati transcenfuturo dinâmico e alquer ato” (55) e sempre identidade transcende A pessoa de o próprio tempo.

qu não se resolve

no que Se atua-

re resta a realizar. mp se l ve tá go es in ia nc conliza, porque uma potê no que de si própria e lv so re se o nã oa Igualmente, a pess origina sempre do se o id ec nh co O rque msegue conhecer, po se irredutível a um co arn to ser u se e , ainda desconhecido m Se colhe e se me ho “o , to an rt Po o. epleto auto-conheciment ainda que parte pequ .: .. oa ss pe ma “y e da transcende” (55), o, pode, na sua vi in st de u se do € so níssima deste univer , € estar em grau de al ri te ma so er iv un O m €sinterior, transcender não compreensíveis nu s õe ns me di , da vi a ri viver na próp mento ou no incônsna io ic nd co no o ad nca quema descritivo base da subjetividade, e nu ta ul oc re mp se ce fa subcio” (59); uma seu mistério, e desta objetivável,

completamente ea 55. 58. 57. £B. 59.

Antonlo

MENEGHETTI,

105,

104.

— La

GC. R. — ROGERS, 174. 172, pp. A. H. — cfr. MASLOW, À. H. — , ctr. MASLOW

4971, Op.

pg.

cit.

27.



2,

po.

revela o

Ontopsicologla Terapia

del'Uomo,

Centrata-Sul-Cliente,

Psychologie Verso una

PUST,

Roma,

Martinelll,

1972-1973, Firenze,

PP. 1970,

paris, 1971, pg. 60. Existentlelle, EPI, Roma, Astrolablo, Psicologla dell'Essere,

338.

Scanned with CamScanner

188

titu ida metafisicamente, jetividade inobjetiv ável a pessoa é cons sível e nem suscecompreen e ent nam ple É o elemento nunca va. tivel duma estruturação definiti

da subjeti-

constituinte

físic a sendo A autenticidade meta seu misté rio, como vidade, revela-se em

uma realidade origiao infinito. O rta abe re mp se , vel xprimí a o infinito” nária inesgotável e ine auto-realização

homem (60).

capacidade

uma

“tem

No processo de “aprop

de

riar-

de autose de si mesmo” (61), semenitude absoluta,

alcança à pl a nc nu m me ho o al realizar- se, eguir a posse tot ns co a nc nu m se l da pre tende a expandir- se (60). A fonte inexauríve ser próprio seu do

pressupor sempre além, está a impulsiona O que sem subjetividade e O sustent e no extrapor-se e permanente

e a reclamar

um

absoluto

sob este prisma,

e, limite. A autenticidad

ponibilidade a Deus”

pre

desconhecido

tualizar

plenamente

faz o homem

em

sempre

qu

revela-se como

“dis-

inante, embora sem(60). O Absoluto Orig e, po r ser impossível a-

sua

à

globalidad

dade infinitude da potenciali

humana, |,

capacidade ilimipressupô-lo na própria mano to perpassa O Ser hu

réstea de infini re o tada de crescer. Uma e intuir alguém que semp ar br um sl vi e it e est a lhe perm o, porém o instiga e mp te do io se no antecede e que o forma o a temporal. sobreleva a um destin

o filosófica do homem, çã ep nc co à e qu m mi Tenho para ao Transsubentende a abertura ), (62 rs ge Ro r po a pressupost m uma direção te na pessoa, que te

en cendente. A força pres manie agora como uma -s la ve re va, iti pos te fundamentalmen humacomo uma atração no e o an hum no ino div do festação faz do hode Deus no homem que

no ao divino. É a imagem

mem

uma pessoa.

eee 60.

61. 62.

Ontopsicologia

dell'Uomo,

PUST,

Roma,

1972-1973,

PP:

— MENEGHETT!, Antonio 1970, pg. 157. 6, 7, 6. nne, Dunod, Paris, so er P la de Développement e, 1970, PP: ROGERS, C. R. — Le Martinelli, Firenz Centrata-Sul-Cliente, — La Terapia ctr. ROGERS, C. R. 337-339.

Scanned with CamScanner

189 uilo que

ramente é aq À pessoa preanuncia no que verdadei mpre ulImente é, deve se reà que o ser para mas ser, á poder ao infinito: “EU

trapassar o “status quo”, numa devo ser o que sou” (63).

A autenticidade

tensã o rumo

precede

fundamental

O desenvolvimento

s, sendo originário, ma , te an nd fu e al igin sempor ser elemento or olutivo, e No presente ev so es oc pr do to e O está presente em oa tende a tornar-s ss pe a e qu do da , no prinpre contém O futuro nticidade, pondo-se A aute

ramente. que ela é verdadei

toda de modo implícito, s ma e, nt me al or l ou cípio, antecipa temp tempo se tornará rea o m co só e qu a ulterior plenificação ialidade, ela enc te po a su em a ad o ilimit o concreta, mas send no presente O passad a iz et nt Si o. mp te do inxorbita os limites ado numa relação ss pa O õe sp an tr s , ma sa o futuro em e preanuncia O futuro te (64) e ultrapas

Ser Originan que identifica, incondicionada ao to en em el o é e A autenticidad é o elemento busca do eterno. a subjetividade, a ic if rs ve di e ncia pessoa dividualiza, difere petível de cada re ir a ez qu ri a e única tipõe e funda o sen que dá a ipseidade e qu ela É . A independente iginalidade (64). or e a torna distinta a iv us cl ex r e é portanto l prodo de meu existi a do ser pessoa ic ôn rm ha de da li ável à tota humana determin autenticidade é de da di un of pr teireza da moral, pessoa” ão, iç fundo: “É a in tu in a, ci ên ou consci to ador. Os vários gr te in como pensamen ro nt ce O e lidade unitária e irradia(64), é a potencia são mais do qu o nã , os tr ou e; ela ógicos € é a autenticidad aspectos psicol e qu oa ss pe oa. unitário da físico da pess ta me ções do centro l ta en am nd constitutivo fu autenticidade do a é o çã é o elemento la re da como is importante a não se nega ut pe “O elemento ma ra te O a el pes, já que por negasse como se so terapeuta” (65) ca , oa pess mas Se revela ssoa desintegra pe À a. ud pessoa (65), aj uma cionaria nenh soa não propor é inautêntica. da za li na so er da ou desp 1970, Firenze, li, 2

63.

64. 65.

———

ta-Sul-Cllen Terapla centra

La €C. p. — ROGERS, . 221. Antonio MENEGHETTI, . Ctr o 16, 3. 1973, pp. 8, pp. 63. Op. cit. nº

255,



ontopsicologia

te,

Martinel

dell'Uomo,

pusT,

Roma,

1972-

76.

Scanned with CamScanner

190 UMA

E)

ÉTICA

DE VALORES

centro integrador, eviautenticidade metafísica, como natureza humana” (66). “O da de lda lea al ent dam dencia “a fun tura impulsioA

homem

nada

contraditórias.

forças

duas

por

e não é uma cria

bom

é intrinsec amente

possui

Ele

um

impulso

(67 e 66). Deriva desta se” aregr int € r sce cre a par intrínseco próprio ser” (68), “única lei do homem é seu

posição que à e em seu agir basta

ínseca que ele seja fiel à exigência intr ormidade entre sua escolha e a da autenticidade base. A conf incide igualmente com a vonta“própria estrutura base (68) co da ido à relação incondicionada de do próprio Deus (68), dev

(68). A voz do nosso ser é a to olu Abs ao a ári gin ori ura rut est nossos corações. “O próprio lei do próprio Deus impressa em nosso ser” (69). A exigência Deus é a profundidade última do icidade fundamental (integraintrínseca de fidelidade à autent da criatura a seu criador. A dora) é simultaneamente, tensão e se conscientiza da voz de uta esc ndo qua sce cre Só soa pes prio ser. Deus que se revela no seu pró

secas é o único modo de A fidelidade às exigências intrín não discorda da urgênque po tem no ser o pri pró o r ura estrut , que

urca O ser autêntico cia original, que não distorce Ou bif mal. “Todo a pessoa, que não faz viver no

não

nega

a própri

(70). O mal fere na raiz O pecado é mal porque é fuga do Ser” é uma resposta incompatível com 9 próprio

humano, porque

ser,

cidade.

O

mal

que fala em

66.

67. 68. 69. 70.

O

e consequentemente

é, igualmente,

R.

ROGERS, pp. 193, 308-310.

MENEGHETTI,

La





Antonio

118. Cfr. idem, pp. 114, Ibidem, pg. 103. Op. cit, nº 67, pg.

115,

Terapia

instalando-o

a rejeição

é um

eu profundo;

nosso

C.

deforma,

da vontade

fechamento

Centrata-Sul-Cliente,

Ontopsicologia

dell!Uomo,

na

Martinelli,

pUST,

Roma,

autenti-

de Deus

ao Trans Firenze, 73, 940 3, -191 1972

1970, PP-

110.

9.

Scanned with CamScanner

191 cendente e um

. Só a fidelidade estruturar-se na alienação (71)

a de cada um € à exigência intrínseca dá sentido à existênci preza a VOZ O faz sobreviver e desenvolver-se, mas quem des

o no temda autenticidade base que reclama sua concretizaçã riqueza ú nica da pessoa po, esvazia a vida de sentido, e a mento imposto por exigências irrepetível cede lugar ao nivela

externas

distorcedoras.

pre expressão da autenO bem ou o valor moral será sem autoritário ou da leticidade e não interiorização dum modelo

uma resposta à questão do gislação. Pode-se, de fato, dar (72), entretanbem, com base na análise da natureza humana está “em relação inevitáto, a pessoa, em seu ser profundo, vel

o divino

com

que,

embora

o provoca

transcendendo-o,

do

sas, sob pena da perda íntimo profundo e exige respostas preci , é algo que brota do da integridade” (73). O valor, nesta visão intimo

do

ser

humano,

em

sua

relação

com

O

divino,

como

desenvolve o próprio ser uma preferência pelo que enriquece e apelo do ser que urge (74). “O valor não é uma idéia, mas um ciência do homem” como imperativo de autenticidade na cons iatório é a realiza(73). O critério que regula o processo aval a própria sobrevivência, ção da pessoa, o que contribu i para a sobrevivência crescimento, desenvolvimento interior e para (75). e desenvolvimento dos outros e da espécie valores Pode-se estabelecer uma hierarquia universal de bamorais, observando a orientação geral das pessoas, numa base organísmica de avaliação (75). Os valores teriam como

se as tendências fundamentais do organismo humano. Individualizando a ordem das tendências comuns à natureza humana, teríamos uma hierarquia adaptada à dinamicidade da 71. 72. 73. 74. 75.

PUST, Roma, 1972dell"Uomo, Ontopsicologia — Antonio Cfr. MENEGHETTI, 1973, pp. 9, 103, 110, 114. Erich — Fuga della Libertã, Comunitã, Milano, 1970, pg. 229. Cir. FROMM, Op. cit. nº 71, pp. 137, 17. Ctr. ROGERS, C. R. — La Terapia Centrata-Sul-Cllente, Martinelli, Firenze, 1970, pp. 2693-280. Cfr. op. cit. nº 74, pp. 2820-285.

Scanned with CamScanner

192 e

pessoa

não

da

da

espécie

pessoa

da

relação

Uma

humana.

humana

nova

com

ética

seu

origem

teria

Fim Último, ame

a das bora não o exclua, mas duma escala de valores oriund

Parece-me humana. necessidades fundamentais da natureza omia existente entre que esta ética tenderia à resolver a dicot

iência subjetivo e objetivo (76), isto é, entre a consc

o campo

a lei natural

humana,

humana,

natureza

e à lei eterna,

à subjetividade

porque

tem

profunda, da qual se origina

a consciência. efetuaria, impondo A educação ética não se para que OS valores morais, mas dando condições

sabrochem

do

interior

da

própria

base a

como

pessoa,

das

os valores morais de-

necessidades

moa moralizando, mas se uc ed se o Nã . ser u se radicadas em ológicos da Remov endo os fenômenos psic .

raliza educando a, dá-se à maturidade psicológic do an oc ov pr e o çã desintegra a-se à mara à prática do bem e lev condições e liberdade pa

turidade

eee

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Vérité,

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Nouwelarts

Vita

ed.,

e Pensiero

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Obra realizada nas oficinas gráficas do INSTITUTO

SOCIAL

P. BERTHIER

Rua Senador Pinheiro, 284 — Telefone, 2679 Passo Fundo — Rio Grande do Sul — Brasil

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se dedica

Carl

à educação.

é um

e

à psicologia

Rogers

da

expoentes

dos

que,

Psicologia Humanista

inegavelmente,

hoje se à-

firma como a terceira alternativa entre o freudis-

mo ortodoxo e a psícolocomportamentista

gia

é

objetivista, Há uma nova filosofia e uma concepção nova do homem na psi= Seu cologia rogeriana. mérito está em nos propor um método novo e eficaz porque oriundo da e constante-

experiência

mente aperfeiçoado pela observação sistemática,

A sua psicologia, como solução para salvar a dignidade da pessoa contrao processo de massificação e mecanização do homem, revela uma importância

-. |

incontestável.

Nossa época salienta-se

pela não

competição,

pela

violência

quando

.

e a-

gressividade, e Rogers a-

ponta para o valor da colaboração e do diálogo co-

mo

meios

do amor.

dinamizadores

Editora P, Berthier

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