Resumo Historico do Convento de Santo Antonio e do Santuario do Senhor Santo Christo de Ipojuca [1 ed.]


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Resumo Historico do Convento de Santo Antonio e do Santuario do Senhor Santo Christo de Ipojuca [1 ed.]

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§@)Jffilclill @l Ifll CO) cdl CO)

§ ceilllllnCO) Ir §e&lllttCO) Clln rii�ttCO) . cdl ülllbetnx Dollllrad«» Dignissima Esposa Qlo Snr. Dr.

Antonio

ás

piedosas - virtudes

sll!as

Douradop Homenagens christãs.

JfoMENA.GENS DOS frLHOS DO pE­ RAPHICO pÃo fRANCISCO AO ?LO­ R!OSO fENHOR PANTO FHRISTO DE JPOJUCA.

PAX As presentes notas ltistoricas - embora colhidas no correr de seis longos annos - não fazem jrís á ob1·a completa.

As fontes em

geral deficientes e raras vezes bem accessiveis impedem um traba­ lho de todo

salisfaclorio.

Se o assumpto já por si

é interessante,

mais agmdauel se torna devido ú coliaboração de diversos amigos. Profunda gratidão e sincero "Deus lhe pague" a lodos.

Outro.� ve­

nham trazer as pedras que ainda faltam na recomposição total do glorioso passado deste Monumento ltistorico para formar o encanto de quantos em espírito lhe pezocorrerem os tres seculos de vícloriosa existencia.

De modo especial reconheço e agradeço a honrosa col­

laboração de meu distinclo amigo Sr. Fernando Pio.

Unico histo­

riador dos no.�sos venerandos templos, tem elle ullrapassado as es­ peranças de seus iJmzzmeros admiradores.

E á digna companhia do

caro amigo que confio o romeiJ·o na rapida viagem Recife-Jpojuca "A caminho da hislorica lpojuca". Vae o modesto livro pelo Brasil a{óra convidar aos leitores para o grandioso Jubileu de 275 annos de vida deste Sarztuario como twn­ bem para o Terceiro Congresso Eucharislico Nacional que em 1939 reunirá o Rrasil catholico no Recife e, se Deus quizer, grande parte aos pés do Sr. St0• Christo de lpojuca.

Convento de St0• Antonio, 13 de Junho de 1938. F. V. W.

11

I A CAMINfllO DA HISTORICA IPOJVCA Altendendo gentil convite que me foi dirigido pelo meu muito dilccto amigo e illustrado sacerdote frei Venancio Willekc para es­ crever para o seu livro o capitulo em epigraphc, sinto-me perfeita­ mente a vontade, bordando ligeiros commcntarios em torno dessn opportuna i nícia!iva. Estudioso das nossas ign•jas ás quaes venho dedicando, ha mais de lnslro, todas as minhas energias e horas de lazer, é, innegavel­ mente,

motivo de

satisfação encontrat·

no meu caminho

espírito

como esse do joven guardião do Santuarío de Ipojuca que, affron­ tando a poeira dos archivos c a iudifferença que envolve os seculos que fugiram, apt·esenta-nos, neste instante, magnifica monographia. Dessas iniciativas é que está a carecer a geração actual.

Pre­

cisamos estudar a historia dos nossos antepassados, os seus feitos heroicos, as suas gloriosas tradições, o aperfeiçoamento de nossa raça e das gerações preteritas, atravez desse magnífico documentat·io catholico, sem sophismas ou allegações inju�tas, sem fugitivas con­ clusões onde se percebe, preconcebidamente, o instincto de positivo anliclericalismo.

E. nós outros, que nos collocamos num bemí.,pherio antipoda

n

esses climas perigosos, que encaramos os factos illuminados sob uma faceta sociologica bem diversa a mtúta Jittet·atura que anda por ahi com expressão ultima de verdade, sentimos que a Igreja é cada vez maior, cada vez mais potente c mais eterna ante a luz da historia

e

a realidade da existencia. Foi sempre sob a inspiração dos :)antunrios que a alma catho­ lica brasileira conquistou os grandes feitos de nossa vida política e guerreira. F., materialmente. encontramos a cada passo, nos testa­ mentos dos nossos avoengos. nos ex-votos daqueiJes a quem a fé pro­ duziu milagres, nas promessas alcançadas pelos bataJbadores dos se­ cuJos passados, nas orações fen·orosas que antecediam lodos os fei­ tos ele gloria on de renuncia, em tndo vive, nos mais pequeninos pot·­ menores, o sentido religioso, a crença immonedoura na vida espi­ ritual.

12

·ó

SANTUARIO DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

E o sacct·dote, no seu mais alto sentido de communhão entre o pcccador e o Tmmorlal, nesse delicioso entrelaçamento suujectivo em que a conscicncia vê nn sobina não o emblema material que caraclc­ risa o homem, mas a approximaçiío, pelo seu intermediado, entre a crca!Ílra e o Crcador, no confessionario como no pulpilo, nas trin­ cheiras como no altar, o sacerdote tem sido c continuará a ser, por· lodos os tempos, o espírito concreto rfa religião catholica illuminan­ do e impregnando de myslicismo as paginas de nossa nacionalidade. Ha falsas doutrinas c máos prophetas: não é pelo judaisrno, co­ mo asse,•era um nosso escriptor, que tem florescido a patria lH·asi­ leira; não é da maçonaria, como querem outros, que tccm despon­ tado os mais altos feitos de nossa vida polilica. :.\Jas o que não teme contestação é que a bnlina do sncerdote e o burel do frade humilde apparecem, a cada momento, atn1vez de nossa historia, nos mais bri­ lhantes rasgos de bravu1·a, nos mais notaveis gestos de piedade, de renuncias c até de sacrifícios. E assim tem siclo essa sequencia desde os primeiros passos de nossa infancia: é frei Henrique de Coimbra, celebrando, em terra virgem, o santo sacrifício da primeira missa; é Vieira, é Anchietn, é ' a Sociedade dós Jesuilas nas suas mais notaveis realizações; são os Franciscanos, de armns na mão, no combate aos hollandezes inva sorcs; e frei Caneca e frei :Miguelinho; são ccnto e tantos sacerdotes envolvidos na revolução de 1817; é D . Frei Vital 1\'Iaria Gonçalves de Oliveira e D . Antonio :\!acedo Costa; são as missões franciscanas do alto Amazonas e i\Iatlo Grosso; são os Salcsianos disseminando o nome de Deus pelas regiões aridas e mortifen.ls de nosso lerrilorio; são os Carmelitas e os Capuchinhos accorrendo, pressul'Osos, nos instantes tragicos das grandes epidemias, para levar aos moribundos o nome de Jesus; são os Benedictinos pela penna privilegiada de D . Domingos ele Lorêto Couto; é o pulpito onde frei Rosado pregou o sermão prophetico; é o confessionario que ouviu as ultimas espe­ ranças dos condemnados á forca pelos crimes polil icos; é o altar sobre cujos degráos os restam·adores pernambucanos dobravam, humildes, os joelhos, para render graças aos ceus; são as procissões catholi­ cas de tão marcada influencia em nossa vida social; é, emfim, numa palavra, a propria religião, num entrelaçamento inseparavcl da cruz com a historia . •

E foi por tudo isto que o trabalho de frei Venancio Willeke en· cheu-me a alma da mais sincera alegria. Desses batal11adores, pre­ cisamos nós. E outros estudos hão ele vir para rr1-aior gloria da rc­ Jigiiío e de Deus. :\Ias já ,·ae longa esta exposiçfto, fugindo ao assumpto principal 13

r

DE STO. ANTONIO E DO RESUMO HISTORJCO DO CONVENTO

de minha humilde collaboração . o Santuario de Ipojuca.

Sigamos, com os romeiros, para

M. J. J.

14

p.

SANTUARIO

DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

ITINER.4.RIO

LARGO DAS CINCO PONTAS: Poucas dezenas de metros an­ tes da Igreja de São José, ponto de partida dos excursionistas, avis­ tamos o Largo das Cinco Pontas em cuja an!iga fortaleza, levantada pelos hollandezes, abriga-se, hoje, um quartel de forças do exercito. Foi esta a fortaleza que, em 1630, o general hollandez vVeerdemburgh mandou construir com a denominação de "Frederico Henrique" e que os pernambucanos passaram a chamar de Cinco Pontas pela sua, construção pentagonal-. .No dia 27 de Janeiro de 1654 as tro­ pas pernambucanas tomaram posse desse forte. Tambem neste lar­ go foi arcabuzado o grande patriota Frei Joaquim do Amor Divino Caneca.

,

MATHIZ DE S. JOS�: Sem que possua determinado sentido histori�o vale, em lodo caso, referendas porquanto é hoje a matriz do populoso bairro de São .Tosé. Dividida que foi a freguesia de Santo Antonio pela lei provincial n.0 133 de 1884, a igreja de São .José de Riha Mar passou a ser matriz da nova freguesia. Não sen­ do, entret�nto, possível levar a effeilo semelhante designação tra­ tou-se, imrnediatamente, de fundar uma igreja que, occupando o cen­ tro da freguesia e dotada das proporções necessarias, pudesse preen­ cher os fins a que se destinava. Nascia a matriz de São José. No dia 8 de setembro de 1845 assentou a suª primeira pedra ·o Exmo. e Revmo. Snr. D. .João da Purificação Marques Perdigão, com pom­ posa solemnidade, em terreno por elle proprio doado, servindo de padrinhos, os Exmos. Commendadores José Ramos de Oliveira, Ma­ noel Gonçalves da Silva e .João Pinto de Lemos. No dia 8 de dezembro de 1864 teve lugar a cerimonia da inau­ guração. Na vespera desse dia, pelas 5 horas da larde, S. Ex. Rev.0 Sr. Dr. Vigario Capitular Joaquim Francisco de Farias benzeu-a, so­ lemnemente. Os sinos desta Igreja denominados Santíssimo Sacra­ mento, São José e N. S. da Conceição foram fundidos em Pernam­ buco na casa dos srs. Villaça, Irmão e Cia. PONTE DE AFOGADOS: Ao lado sul desta ponte existiu, ou­ trora, o forte hollandez ele "Príncipe Guilherme". Nesse local, e m 1824, travou�se violento combate entre a s forças imperialistas com­ mandadas pelo g�neral Lima e Silva e as forças republicanas chefia­ das pelo major José Maria J]defonso. Foi pon!o tambem de seria resistencia ao avanço dos amotinados na revolução communista de 1935.



MATRIZ DA PAZ:

Pequenina capella erguida em 1745, augmen15



RESUMO 111:.TORICO DO CONVENTO DE STf)

J'.:\'TO��O E DO

: tada m 1787, quando foi crcada a Tr mandade do mesmo ti tulo. Na sacristia desta Igreja estão os restos mortaes tlo sargento Silvino de l\Iacedo e mais 5 marinheiros do ·'Parnahyba" fusílados na Jmbiri­ beir·a por ordem de Floriano Peixoto. PONTE DE )IOCOTOLO:\lBó: Curiosa a origem dessa denomi­ nação: contam haver existido ali uma africana vendedora de mo­ cotó c lombo cujo pregão a p1·onuncia africana torna>a aguda : mó­ cótó c lombó. Dahi o nome . . . l\lONTES GUARARAPES: Distantes, approximadamenle, r� Jd­ lometros da capital avistamos os trez morros conhecidos como ?!Ion­ tes Guararapes. Lugar de rara celebricbde na historia pemambu­ cana, feriram-se, ali, as duas mais celebres batalhas em que se em­ penharam os restauradores pernambucanos contra as forças hollan­ dczas. Depois da derrota soffrida nos montes Tahocas, em 1645, os hollandczes tentaram atacar as forças pernambucanas, commanda­ das pelo general Francisco Barreto de :\Ienezes: em 19 de abril de 1 ü48, exactamenle vespera do dia em que a Igreja commcmorava a festividade de N . S . dos Pru:�.eres, fere-se a prin1eit·a batalha. Des­ baratados, totalmente, os hollandezcs deixam em campo 515 mor­ tos, 523 feridos iuclusiYe o celebre general Schkoppe. Em 19 de fevereiro de 1G49 voltam os in>asores, numa segunda tentativa. Ba­ talha de inacreditavel violencia, com lances de bravura epica, ter­ mina, ainda, com a victoria das armas pernambucanas, perdendo os hollandezes 170 officiacs. 855 mortos e 90 prisioneiros. Nessa batalha foi ferido o bravo restaurador Henrique Dias. IGREJA DE X. SRA. DOS PRAZEHES: Em acção de graçns pelas duas victorias alcançadas pelas forças pernambucanas mandou Pran­ cisco Barreto de 1\Icnezes, no mesmo local da batalha, erguer a Igre­ ja dos Guararapes, sob a invocação de �. Sra. dos Prazeres, u qual doada aos Bcnedictinos. soffreu grandes modificações em meiados do secnlo XVIII. A salientar nesla Igreja, além do seu passado gloriosamente hls­ torico. alguns paineis existentes na capella mór, relativos á infan­ cia de Jesus, bem assim um maravilhoso ex-voto colloeado na sa­ cristia. l\ier·ecc, tambern, attenÇãO, Ull1a inscripÇÚO COlJOCacJa á en­ trada do templo, escripta conforme apontamentos fornecidos pelo proprio Francisco Barrctto de )Jenezcs e em cunosa ortog1·aphia. SANTO A:\'TON[O DOS .MOXTES ( Enyenllo l'el/10): Interessante a lenda que nos refere Jaboalão no seu ":\'ovo Orbe Serafico" a res­ pei lo desta igrejinha: conta-nos o cbronista franciscano qué'"';t nii­ lagrosa imagem de Santo Antonio, ali venerada,. fôra enconlr::ula em plena matta. �ão existindo, ainda, naquella epoca, capella ou igre16

��-

SANTUARIO DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

a

ja no engenho levaram a imagem para immediações da cidade do Cabo_

capellinha de São José, nas

Qual não foi a surpresa, entre­

tanto, no dia seguinte, ao constatarem que a imagem já não se en­

contrava no altar em que fôra collocada. Em plena mallà;

i.

anteriormente__ -

Pela segunda vez repuzeram-na em seu altar na igrejinha de S. José.

Novamente a imagem desappareceu. tivo.

Uma terceira tentativa ainda

successo _

E voltou ao seu pouso primi­

foi experimentada.

Novo in­

Comprehenderam, assim, os mon1dores do engenho que

o santo havia escolhido para habitação de sua imagem aquelle lo­

cal e, deste modo, apressaram-se a levantar, sem demora, a sua ca­ pellinha.

E esta é a igt·ejinha que avistamos com o suggestivo titulo

de Santo Antonio do� Montes 1lo Engenho Velho-

Foi neste engenho que an�es de abraçar a vida franciscana vi­

veu durante sete annos o piedoso fr. Cosmc de S- Damião.

Fil11o de colonos portuguczcs dedicou-se, na mocidade, á vida

agrícola e, conforme nos refere .Taho�tão, do campo ú casa 1lc pur-­

gar Cosme :õianuel,

o

mancebo, "pelo seu bom genio, officioso e de­

voto" já demonstrava a piedosa vocaç:!o religiosa que o faria ama­

nhã o estimado frade franciscano.

Alé ha poucos annos, existia neste referido engenho um retrato

a oleo de fr. Cosme de S- Damião. JURJSSACA:

Engenho

dos primeiros- dias

do seculo XVIL

Adiante de .Jurissaca, encravada· em plena flor.esta, não se avistando

da estrada de rodagem, alleiam-se as ruínas de uma celebre capelli­

nha sob a invocação de São Gonçalo e onde alguns dos restauradores

A

1I -

tas para expulsão do hollandez invasor. IGREJA DE ALGODOAES:

Sem l'xpressfiõ, his�orica-

( !) ,

A desta­

que pertenceu a o

Santuario el o Santo Christo d e Ipojuca e que, depois d o incendio

deste templo, foi -para ali transferido, con1o doação do Rev. frei Ve­ nanc.io, guardião do Convento de Ipojuca _ . MASSANfiANA:

Engenho onde o grande tribuno, diplomata e

abolicionista Joaquim Aurelio Barretto

parte de stia meninice-

1-

I

pernambucanos pqnnoveram as suas primeiras confabulaçõcs secre­

car, apenas: um altar, lembrando o gothico

l

I

E onde estaria a imagem'?

no mesmo local em que vivia

Nabuco

de Araujo

passou

Foi bapli·sado na capella de São :Matheus

pertencente ao mesmo engenho. TA�ATIKGA:

Engenho fun_9ado antes da

invasão ho!Jancleza

por Cosmc Dias da Fonseca, sob a inVocação de Santa Luzia.

1636 foi vendido a Amador de A1·anjo.

Em

Esse Amador de Araujo tor­

nou-se celebre na guerra contra os hollande:r.es ponrue commanclas­

o

sc um batalhão de patriotas pernambucanos_

17

Nns imruediações deste

RESUMO HISTORICO DO CONVENTO DE STO. ANTONIO E DO

engenho houve o primcil·o choque entre as forças restauradoras com­ mandadas pelo capilão Fagundes, com 20 soldados apenas, e as do coronel hollandez Henrique Haus, que tinha sob suas ordens uma partida de tropas regula1·es. A despeito da notavel inferioridade de · numero os soldadt�s pe rnambuca n os, depois de pequena escaramuça, conseguiram abrir o cerco do inimigo indo juntar-se ás tropas do Commandante Amador Araujo . ENGEI\TJIO PENDEHJU1A:

Partindo do Recife a 2 4 de Junho

de 1645 o coronel hollandez Henrique Haus, com o fito de abater as

tropas que se iam iormando em Ipojuca, encontrou, todavia, deserta aquella povoação. Sabendo, porém, que A mador A1·aujo, proprieta­ rio do engenho Tabatinga, marchava com sua tropa para unir-se ás de João Fernandes Vieira, tomou Haus o caminho que elle seguia, conseguindo alcança-lo no engenho Penderama, onde, pela superio­ ridade de forças que commandava, conseguiu victoria sobre a min­ guada tropa de Amador Araujo.

Engenho de 1638

Fr. Post p.

EKGENHO TRAPICHE: Era senhor deste engenho o Capitão Francisco Dias Delgado que, de Lisbôa, fez vir a actual imagem mi­ lagrosa do Senhor Santo Christo que se venera no Santuario de Ipo­ juca. Conta-se uma deliciosa historia acerca da cruz inteiriça na qual se encontrava, oull·ora, a imagem do Christo: ao chegar a ima­ gem era necessuria uma cruz. O Capitão Dias Delgado offereceu as maltas do seu engenho para que dellas fosse cortada a cruz. Achou­ se, então, uma at·vorc tão semelhante a uma cruz que apenas bastou corta-Ia e nella collocm·-se a imagem do Senhor Crucificado.

Hom·c, tambem, neste local desastroso choque entre as forças revolucionarias, em 1817, c as tropas realistas, sahindo os pernam­ bucanos, da refrega, completamente desbaratados.

18

'

SANTUARIO

DO SENHOR SANTO

CHRISTO DE IPOJUCA

IPO.TUCA: Eis-nos chegados ao fim da peregrinação. Ipojuca, a cidade do santuario milag1·oso, a terra que pelos seus filhos tào va­ Jcntcmcn:e soube defender a liberdade pernambucana contra os in-· vasorcs batavos, Ipojuca, a cidade das romarias e dos milagres, está ã nossa frente. Ouçamos o que della conta o nosso prezado chro­ nista frei Vcnancio Willeke, no seu precioso trabalho que vae ter inicio. Recife

-

1938. FERNANDO

PIO

(Do Instituto Ar . cheologico Histori­ co e Geographico Pernambucano)

19

RESUMO HISTORTCO DO COl\-vENTO DE STO. A�TONIO E DO

O CONVENTO· DE IPOJUCA CONSIDERADO MONUMENTO HISTORICO

" servi�o do Palrimonio Hislorico e Arlislico Nacional Hio de Janeiro, 19 de Fevereiro de 1938.

Illmo. Sr. Frei Yenancio Willeke D. Guardião do Convento de São Francisco de Ipojuca

De accordo com o Decreto-lei n.0 25, de 30 de Xo,·ern­ bro de 1937, communico-Yos, para os deYidos fins. que foi· determinado o lombamen!o, no Lh-ro do Tombo a que se

rt'­

fcre o artigo 4.0, n.0 3 do citado Decreto-lei, da seguinte obrn de architcctura religiosa, sob a vossa guarda. Convento de São Francisco de Ipojuca.

Aguardando vossa resposta au­

nuindo :'1 presente notificação, nos lermos do a•·tigo 7.0 do mesmo Decreto-lei, subscrevo-me, attenciosamente,

(a) Rodrigo M. F. Andmdc, Director

Notificação n.0 86''.

'

20

ESBOÇO- HISTORICO

DO

CONVENTO

E DO SANTVARIO O CONl'ENTO

·

Num canto feliz de Pernambuco - a "Bella Ipojuca" - o can­ sado viajor, que serpcitl a montanha, divisa no allo da serra o t.ri­ secular convento franciscHno. Quem poderá perscrutar os segredos desta veneravel construção ? Entretant.a a cidade de Ipojuca e o seu com·ento relembnun feitos heroicos, paginas glot·iosas da His­ toria-Pau·ia. Os"filhos de Tpojuca mostraram e ainda hoje mnstram tão gene­ roso amor-palrio que hem l)rovam o seu caracter ardeute de bra­ sileiros. Passam esses heroes de geração em geração fazendo d a terra um thesouro precioso de reliauias historicas . Ipojuca, pequena porção da "Terra de Santa Cruz" combateu sempre o bom combate, c .sua historia , parcella da Historia do nosso caro Brasil, vem unida nos sc11s feitos sublimes. ú sauta Religião. Chegada dos FI'mlciscmws a lpojuca Em



1606, religiosos de

' São Francisco aqui vi nh:11n estabelecer

um convento, c com esses frades da pobreza, ch egavam tambem as riquezas do céu. Constava essa pequena communidade de dois confessores: frei Antonio de São Bonveutura, frei Antonio da Assumpção e do coris­ ta frei Antonio dos Anjos enviados lodos p el o Padre Custodio da Ordem no Brasil, frei An ton io da Estr·ella. Os frades fo rarn hospe­ dados em casa de João Dias de Lyr·a, c logo constiluiram um orato· rio na parte baixa ao pé da povoação. Retirada e :wuunda l'inda. dos Franciscanos Em pouco tempo, os religiosos abandonaram o oratorio, por mo­ tivos ignorados, rt>colhendo-sc ao convento de OI inda. Xão satisfei-

21

RESUMO HISTORICO DO CONVENTO DE STO. ANTONIO E DO

los com isso os ipojucanos alcançaram do Pe. Custodio, já então frei Leonardo de Jesus, a promessa de uma nova tentativa. De facto, no capi�ulo de 28 de Outubro de 1606, saiu nomeado superior frei Antonio da Ilha, pregador frei João da Esperança, frei :'lfelchior d a :Magdalena sacerdote, e frei João da :Magdalena corista. Esta nova communidade construiu, no alto da povoação, uma casa de taipa, onde os mesmos frades se recolheram preparando a fundação do convento. Encarregou-se o mestre pedreiro :\fanucl Gonçalves Olinda, da construção amoldando-a á planta do conven­ to do Recife, por elle lambem construido. Lançamento dct Primeira Pedra

Foi o dia 6 de Janeiro de 1608, festa dos Reis Magos, escolhido para o lançamento da primeira pedra deste convento que annos após deveria abriga1·, por um incidente sem valor ás vistas huma­ nas, a imagem milagrosa do Senhor Santo Christo. Desta cerimonia vejamos o archivo colhido ·pelo historiador franciscano frei Antonio de Santa .Maria .Taboatão: "Lembn1nça do dia em que se botou a primeira pedra em o alicerce deste convento ele Santo Antonio, que se fez nesta povoação de São Miguel de Pojuca, a qual pedra trouxeram quatro homens com as suas ves­ tias brancas, em uma padiola de dentro da egreja, on­ de os frades diziam missa. Os homens que a trouxe­ ram foram Antonio Ribeyro de Lacerda, e seu irmão Cosme Dias de Fonseca, (1) o seu cunhado D . .Jero­ nymo de Moura, e Fernão Hodrigues de Castro. Esta pedra foi em procissão com a imagem de Santo An­ tonio sobre ella e, depois de chegar ao alicer·ce a ben­ zeu o custodio frei Leonardo de Jesus, disseram as la­ dainhas e acabadas ellas a puzeram no alicerce e foi assentada pelo pedreiro �liguei Ramos. Antonio Ri­ beyro ao assentar a pedra bolou no alicerce ao longo della obra de (iez cruzados em patacas os quaes rece­ beu o dito pedreiro. Os que ajudaram a assentar a pedra foi o dito Antonio Ribeyro de Lacerda e Vicente Gonçalves e Manoel Gonçalves de Olinda, foi isto em um domingo, rlia de Hei.s, seis de ·Janeiro de 1608 an­ nos e houve missa cantada que a cantou o Pe. Viga­ rio Sebastião Rodrigues na cgreja do Oratorio dos fra­ des. Era 1608". Graças á generostdade dos bemfeilores e á operosidade dos re1l

Senhor do engenho Salg�do

22

r

SANTUARIO DO SENHOR SANTO OHRISTO DE IP"O.TUCA

ligiosos em 1609 a egreja e duas quadras do convento estavam promptas de forma que nesse mesmo anno inauguraram a nova re­ sidencia completando o restante no correr do decennio seguinte. Toda a construÇão conservada - quanto ao essencial - até aos nossos dias trae o espiri:to de pobreza e simplicidade dos então Al­ cant:arinos. ·'

OS PRINCIPAES BEMFEITORES

Todos os moradores da Cidade contribuíram para a constru­ ção do Convento; sendo os mais notaveis dentre elles, o fidalgo An­ tonio Ribeyro de Lacerda, senhor de tres engenhos, morto heroica­ mente no 1.0 combate do forte Ernesto; Cosmo Dias da Fonseca e mui principalruente, Francisco Dias Delgado, "senhor nobre e ri­ co", cujo nome acompanha, em differentes datas, a historia de Ipo­ juca contrib!lindo generosamente para a grande graça da acquisição do Senhor Santo Christo. Por provisão de 29 de Abril de 1620, gosou o Convento da "gra­ ça regia" de uma pensão ammal de 90$000 (noventa mil réis) com­ pensando os serviços prestados pelos Franciscanos que mantinham uma classe de grammatica para estut1o publico e gratuito. PATRIMONIOS DO CONVENTO

!Stobrt um donativo patrimonial do convento instituído pelo ricto e generoso colono Francisco Dias Delgado, encontra-se o se­ guinte em uma informação ministrada ao governo pelo respectivo guardião Frei Jeronymo do Patrocínio de São José, em. epoca po­ rém não firmada (visto que, {>or tres vez�s, occupon o dito cargQ): "Francisco Dias Delgado, proprietario rico da­ quelle tempo da fundação do convento, senhor do en­ genho Trapiche e das terras desta povoação foi quem edificou este convento a sua custa e o entregou aos religiosos franciscanps pelas chaves, como consta da historia da sua fundação; e. doou, além da cerca mu­ rada que temos, mai::; terras extramuros, para logra­ dor e matt!ls para lenha, demarcadas com os compe­ tel}tes marcos, das quaes estivemos sempre de posse até o annC> de 1822, pouco mais ou menús . E tendo o senhor do engenho naquelle tempo, Joaquim Pedro do Hego de levantar outro engenho annex0 ás nossas terras, denominado Bom J�sus ou Conceição Nova, pediu em confiança, os títulos de nossas terras ao pre­ lado actual, que era naquelle tempt) o padre pregador 23

RESUMO HISTORICO DO CONVENTO DE STO. ANTONIO E DO

Frei Antonio de Santa Margarid::t, o qual lh'os deu, como elle mesmo confessou perante testemunhas. E tendo de entregar o convento a outro guardião, e com clle o.'> tilulos das terras, este foi prolellando com des­ culpas, que afinal, nem áquelle nem a outro algum guardião, os entregou mais, e subrepticiarnente as an­ nexou ao seu engenho Com:eiçãQ Nova, que é hojl! do anno de 1826, mais ou menos". Da Chronica do convento tiramos o seguinte: " ... succedeu, na devoção Francisco Dias Delga­ do, homem nobre, natural da cidade do Porto, casado em Prmambuco com D. Catharina Morena, dos prin­ cipaes da terra. A estes se deu o altar ou capella da Senhora da Conceição para serem seus padroeiros, elles e seus successores, e ter�m alli sepultura, para o que apotecaram o sitio da praia chamado Porto das Gallinbas, com as terras a elle annexas, conservando nellas sempre trinta vaccas parideiras por escriplura publica e a pensão de se lhes mandarem dize1· duas missas semanarias por suas almas, e para manterem elles o altar conforme aos mais, ficando por adminis­ trado,·es da capella os herdeir:os que lhe fossem sue­ cedendo, e por prucunHiores para cobrarem e fazerem cumprir estas obrigações os syndicos.. que se fossem seguindo neste convento... É administrador desta capelJa o coronel regente ou commandanle da fregue­ zia Francisco de Mello de .\lbnquerque, por morte de seu irmão mais velho o eoronel regente Antonio de Albuquerque Maranl1ão, fallecido no mez de :Maio des· te mmo de 1763". De outra epoca posterior consta da mesma chronica que os re­

ligiosos de lpojuea embora não fossern encarregados da parochia

tomavam conta da capella úe São Francisco da praia de Maraca­ hype annexa ao Porto de Gallinhas. de epoca anterior á construção

Datam as duas doações acima

do Santuario

pois - segundo a

chronica - o Capitão Dias Delgado "não ficou por seu Pad1·oeiro

(o sobredito fundador), porque a este tempo já havia escolhido a

(capella) da Senhora da Conceição".

Consta ainda o assento feito pelos padres da mesa por occa­

sião da Congregação aos ca deste convento:

21i

de :.\'laio de 1700 e lançado na chroni­

"Advertio-se aqúi tambem, que o Capitulo Proviu-

24

SANTUARIO DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

cial concedeu a Capella de nom Jesus do Conn·nl(, de Pojuca a João de :-\o,·alhas (1) c a seus herdeii·us para perpetua morada de seus corpo:; com obrigac;:ão q�1e fizeram os djtos de darem cem mil reis, lodos os annos, para ornato c mais cousas uccessarias da dita Capella, para o que apotecar.am quatro mil cruzados encab.eçando-os no engenho e terras de Sibiró de Ri­ b a -p·ara rendimento dos cem mil reis ,todos os annos"'. Continúa laconicamente a cbronica: "O que ate o presente não teve cffeito".



..

Dr . Othon

O

F. d e Ol!velra p.

claustro que serviu de cavallariça na guen-� dos hollandezes

tl !Nl'ASXO DOS HOLLANDEZES

Com a üwasão hollandcza chegavam p_::u·a a Ordem scraphlca

no B1·asil grandes · provações. Em 1633, abandonados os principaes

conventos, o Cusloclio frei Cosme de São Damião celebrou o capi­ tulo em Ipojuca onde. se ncbavam refugiados diversos religiosos d� Olinda e Hecife junto com alfaias e outros objectos sagn1dos dos res­ pectivos conventos� Fornm os religiosos de Ipojuca que neste tem­ po assisüram aos soldados do forte de Nazaretb (Cabo) .



l)

João. de Navalhas doou o engenho Salgado aos religiosos carmelltas do

&ccl!e. segundo consta dO archlvo do respec�ivo convento.

25

RESUMO HISTORICO DO CONVENTO DE STO. ANTONIO E DO

Temendo a furia do inimigo, os frádes fizeram conduzir as Jlrc-

- --- ·

__..

...

------

Fr. Pl. p. Expulsão dos Franciscanos

26

1639

t

SANTUA.R.IO DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

ciosidades para esconderijos afastados. Aos 18 de Janeiro de 1637 rcalisou-se o transporte sendo garantido por um forte destacamento â f1·ente do qual viam-se os capitães Estevão Tavora, Assenso da Silva e Henrique Dias, um dos principaes heroes e restaurador de Pernambuco. Dois annos após, em 1639, os batavos invadiram o convento c rcmelleram os Franciscanos ao Recife e depois a Itamaracá de onde foram deportados para as Indias de Castella. "fnstallou-se o inimigo no convento transformando-o em quar­ tel de tropas com ns suas cavallariças commodarnente alojadas nas areas do claustro". Foi tradição vulgar entre religiosos e seculares que, algumas vezes, viram os herejes um frade com uma vant na mão enxotando os cavallos do claustro pela portaria afóra levando-os, rua abaixo, e tomando com elles a estrada que leva ao Recife fustigando-os, quasi uma legua adiante.

i

·

Chamados á presença do commandante os soldados não conse­ guiram descobrir o religioso até que percorrendo a egreja repara­ "Foi ram a imagem de Santo Antonio e pasmados exclamaram: aquelle frade com o menino que lcYou os cavallos". Contam os antigos ser a mesma imagem que ainda hoje se acha á veneração dos fieis devotos desse Santo no allar-mór do convento. Foi no mesmo anno de 1639 que numerosos pregadores calvi­ nistas vieram disseminar a novn seita no Brasil hollandez. Para no emtanto, não faltar a assistencia religiosa aos ipojucanos o Cus­ todio frei Francisco das Xeves, em 1642, resolveu, por occasião do capitulo, mandat· religiosos dando-lhes como superior frei Jacome da Purificação. Fixando residencia provisoria em casa particular celebravam os netos do culto di,•ino, dentro da egreja cedida pelos invasores.

EXPULS.:W DOS HOLLANDEZES

O. anno de 1G45 trouxe afinal o termino de tão gt·a:nde pro\•ação· Vejamos as notas :



"Aos 19 de Junho de 1645 •·cgistrou-se a primeira escaramuça da .insurrOzcs de homens, mulheres e crianças uniam-se ás pr·eces dr.s religiosos para pedir miscricordia ao céo. De subito: "é preciso salvar Santo Christo". Mas, como? As chamas numa carreira louca lambiam o tecto e a nave da igreja; a fumaça fugia pelas janellas. As porias fechadas. Por onde passar ? Intrepidos heróes, não temeram a morte. A machadadas derrubaram o portão do muro e quebrando o vi­ tral ele uma das janellas do Santuario penetraram. i\fas, logo recua­ ram: como chuva impetuosa a fumaça suffocava-os. Derramaram, pois, agua sobre as vestes c num instante arrojaram-se á capella, em busca do pr·ecioso thesouro. Do tamanho natural de um homem, a imagem estava presa á parede e, ó força inaudita! os dois homens que conseguiram entrar arrancnram Jesus Crucificado e com elle nos braços seguiram, em triumpho, pela nave passando pela porta principal donde a multi­ dão os acompanhou até a matriz de São Miguel· Nesse meio tempo, Tpojucn toda se movimentava. Emquanto uns oravam, outros subiam ao telhado em chammas c serravam as li­ nhas que ameaçavam communicar o fogo ao corpo da egreja. Os religiosos tentaram salvar· as sagradas especies da ambula e da cnstodiu; tiveram, porém, que recuar; o altar-mor era uma co· lumna de fogo, de onde as imagens iam caindo, uma por uma, no mar voraz que nada respeitava. Em baixo fornalha anlente, em cima um

HESOMO .RI:."IORTCO DO CONVENTO DE STO. A:-ITONIO E D O

homem - amarrado pelo cinturão e suspenso de uma corda, cerra­ va a cumieira da capella-mor. Em cima ainda tudo era chammas. Sem rio perto, sem agua encanada, sem recurso algum parecia tudo cair victima do incendio. �Ias, o amor tudo vence, e esses hc­ roes, com latas, moringas, jarros, traziam de longe a agua regene­ radora, e uns treze homens em escadas de mãos tentavam apagar o fogo. Caminhões vindos da usina Salgado, com Loneis de agua chegavam, pouco depois, facilitando o serviço. Na visinha usina lpojuca onde, âquella mesma hora, se tinha dado \Jm estrago no ma­ chinísmo, quasi não houve quem fizesse o reparo, pois, Lodos tinham acudido aos religiosos. Ent•·e outros sonetos, que na epoca do incendio descreveram o "ç!jes ater" de Tpojuca damos o �;egt!íntc :

UM POVO DE HER6ES

(A proposito do incendio do CoJn•tmto de SL.0 Christo de lpojuca) . De Santo Christo de lpojuca a imagem Milagrosa escapou do incendio atro:::. Ainda temos aos olhos a pai:::agem Que tanto estarreceu a todos nós. Toda a egreja do fogo na voragem, Um povo revelou feito de heróes. Nunca .�e viu assim tanta coragem. Que gente, pam honrar os seus avós

E

f

preciso salvar o Sa11fo Christo.

Nin{Jllem /ze.�ita mais.

Todos ás clwmmas

Atiram-se a correr para Jesus . . . ;.'

Santo Christo a sol'l'ir, dizem, foi ois lo . . . Com o te11 exemplo, ó povo, o mundo chamas Para salvar o Cl!risto e a sua Cruz. OSCAR BRilND.:rO

Da Academia Pernambucana de Leltras Recife, Abril de l!J35.

40

o

SANTUARIO DO SENHOR. SANTO

CHR.I.STO

DE IPOJUCA

ÁS cinco horas da manhã dum sabbado, vcspera de carnaval, a capella-mó r c grande parte inter­ na do convento eram um montão de escombros c cinzas . . . lpojuca. em :ma grande dor, ol\"idou na­ quelle anno as festas do �Iomo; fo­ ram tres dias de luto e nem uma marcha carnavalesca foi ouYida! Foram dias de adoração aos pés de Jesus Hostia, dias de reparação.

A

Imagem

de

Francisco, que Eng.• Arimbi tou

ao

S. do vol·

Santuario

Os Ipojucanos car­ regam material pa­ ra

a

restauraçlio

do Sa11tuarfo

(...) o

PRIMEIRA PEDRA DO ALTAR-MóR

Não só o mez do incendio, e sim tambem os que se lhe segui­ ram mostraram, quanto o Sr. St0• Christo é qnerido. Longe tudo 41

RESUMO HISTORICO DO CONVENTO DE STO. ANTONIO E DO

quanto traia desanimo c inercia, já, em

de Agosto do mesmo anno,

15

estando novamente coberta a capclla-móÍ· conseguiu-se o lançumento da 1·· pedra do Altar-múr, o novo throno do Deus Crucificado.

Embora toda a igreja estivesse ennegrecicla pelo incendio can­

tou-se uma missa festiva no allar de N. Senhora, cuja assumpção se commemorava, e á tarde obedeceu-se ao mesmo programma que ha

272

annos. fôra realizado por occasião da

1.•

pedra

do Santuario.

Grande multidão de fieis assistiu á imponente procissão em que, além

dos estandartes das associações, saiu um andor com a 1.a pedra do

futuro altar-rnór toda revestida de marmore arlifical, a imagem do Menino .Jesus sob1·e ella e no fundo a bandeira do Sr. St.o Christo· Durante a p1·ocissiío, nas ruas da

cidade, ecoou o cantico com­

posto pelo saudoso filho desta te•Ta Domingos de Albuquerque, em que recorda o incendio:

"Trinta e cinco, um de Jlarço, ruuto e dia, Em que o fogo a teu throno atlingiu, Foi a noite maior ele agonia Que teu povo fiel já sentiu. Contra as chammas lançou-se teu povu, Santo Chrislo, le trouxe nas mãos, Para que no teu lilrono de novo



Soccorresses os nossos irmãos" . Recolhida a mullidüo agradeecu o Pe. superio•· Frei Venancio a

generosa collaboração que, desde o inccndio, recebPra de toda parte

e

passou a explicar a cerimonia que, em breve. seria realizada. De­

pois leu as duas lembranças da t.• pedra de 4 de Novembro de

1663

e da aclual que depois de publicada foi encel'l'ada na propria pedra onde ficará como documento para gerações vindouras-

desta ultima :

Eis o teor

"Louvado seja o Santíssimo Nome de Jesus. No anno da Redempção de 1935, sendo sua san� et· : un bron­ ze, um meião e dois tim-tins com esta afinação : ré-mi-la-si. Diz a chronica do convento que duran:e a guardiania de Frei Francisco de St8• Rosa, em 1 745, "se puzeram os dois sinos". Devem ser os 59

RESUMO

HISTORlCO DO

actrtacs tim-tins.

CONVENTO D'B

STO. ANTONIO E DO

Nadll �abcmo:; da procedencia : se são de Pernam·

buco ou· de Ponugn l .

Aprcsentan-1 os dois sinos relevos decorallivos

sem inscripção nenhuma. Refere o livro dos guardiães ao falar de Frei Matthcus da En­ carnação

(1795-1796)

grande".

Ê o meião com os dizeres "Faustino Alue Guerra o fez

em Lisbôa

1774". 8 libras.

arrobas e

que em tempos deste guar(liiio veiu "o sino

Conforme encontramos no livro citado, peza 37

O bronze a que a chronica não se refere traz o relevo do pa­

droeiro St0• Antonio, com a cruz na mão, "Braga Vil1aça - Pcmambuco

--

e

o nome do fabricante:

1869 " .

Acerca do br·onze existe uma curiosa tradição.

Em

1856

c

1862

grassava o colora morbns viclimando muitos escravos do engenho Conceição Velha, onde hoje fica a usina Ipojuca.

Um bello dia, ou­

vindo tocar ás Ave l\farias no Santuario de lpojuca ·lembrou-se o Coronel Siqueira, dono do engenho, de im•ocar o auxilio do céu, por meio de uma promessa, e deu ordens aos escravos prostrados na senzaia:

"Quem puder, ajoelhe-se para implorar a proteção do

alto" e voltando-se em direção do conYenlo continuou

"�lilagroso

Antonio,. padroeiro desse convento e de Pernambuco inteiro, se de hoje avante, não cal1ir mais ninguem viclima do colera, darei um sino maior que aqucllc que acabamos de ouvir". E como por milagre cessou a epidemia da qual é testemunha o bronze do Thaumalurgo como ex-voto falando aos secnlos futuros.

60

ROMARIAS :E: natoral no homem que sinta avidos desejos de conhecer, de viso, tudo quanto impressiona a sua mente e faz vibrar de enthu­

·

siasmo o. seu coração mormente quando este sentir vem Locar as fibras da sua religiosidade.

O homem, principalmente quando soffre, nota uma necessidaclc imprescindivel de se acolher á sombra daquelle ou daquillo que lhe

possa minorar ns dores; e

a gratidão pelos beneficios recebidos se

aquilata pelo valor e grandeza do "Beneficiador". '

Quando a vida, nos seus multiplos ataques de amargas decep­

ções, quer materiaes quer espirituaes, nos enreda, nas suas teias.

sentimos um unico afa n : procurar em Deus a fonte das consolações. Dahi, muitas vezes; o proposilo de, numa peregrinação a este ou áque!le lugar, apaziguarmos

a colera

do á.Jtissimo numa humilde

offerenda no altar da propiciação. :E: então que o romeiro desprezando as occupações monotonas da vida se dirige para onde espera alcançar a meta dos seus dese­ jos, numa absoluta confiança na misericordia divina·.

M : uitas ve­

zes, vemos em lugar do peregrino supplicante, uma alma inundada de jubilo depôr aos pés do altar o penhor da immorredoura grati­ dão, pelos favores já recebidos. :E: com o espírito rejuvenescido e o coração contente, sentindo uma nova seiva circular em Lodo o seu ser, que o romeiro volta ar­ cando com intrepidez o pesado fardo da vida. Como todas as instituições humanas lambem as romarias têm ás vezes soffrido as influencias maleficas da fraqueza dos seus par­ ticipantes.

A igreja porém, qual mãe carinhosa, zela pelo caracter

cspiritúal c pmo das peregrinações conforme esclarece das seguin­ tes

normas

decretadas ultimamente

pela sagrada Congregação do

Concilio e approvadas pelo St0. Padre Pio XI gloriosamente reinan­ te.

Eil-as :

"I - As peregrinações hão de revestir-se de um caracter venla­ deiramente religioso, sendo lidas e realizadas como actos perten-

61

, '

RESUMO HISTORICO DO CONVENTO DE STO. ANTONIO E DO ...'

centes á piedade chrislã; devem distinguir-se perfeitamente de via­ gens de recreio. Pot· conseguinte, tudo o que desdiz da referida fi-

nalidade religiosa e devota será removido c deve-se evitar tudo o que faça suspeitar que estas peregrinações, sob pretexto de mn fim

62

SANTUARIO DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

religioso, na realidade foram emprehcndidas para fins rle diverti­ mento e passeio. l i - Unicamente a autor·idadc ccclesiaslica tem o direito de Por esse motivo, mesmo em se promover c dirigir peregrinações. tratando de Institutos religiosos ou seus membros. requer-se ao me­ nos a approvação da referida autoridade.

TU - A autoridade ecclcsiaslica ha de cuidar para que qual­ quer peregrinação seja organizada e dirigida por pessoas dignas e nunca deve faltar um sacerdote que exerce as funeções de director espiri-tual .

. ;'

lV - Xa determinação dos preços, os directort>s tratem de pos­ sibilitar a participação lambem aos fieis de condição modesta. Mém das despczas, nada absolutamente se pôde exigir. excluída qualquer· apparencia de lucro. V - Os membros do clero, quer secular quer regular, não se envolvam na administração lechnica das peregrinações. porque isso não convem á dignidade ccclcsiastica. Compc!e La1 encargo a lei­ gos honestos e entendidos, cuja actuação fica sob a \'ig-ilancia da autoridade ecclesiastica para que nada aconteça de incom·eniente à finalidade religiosa das peregrinações e á piedade eh;istã- . A

palavra romaria etymologicamente

deri•n

de Roma.

Com

effeito, desde os primordios da era christã os percl:rinos. •isila•am de preferencia, os tumulos dos Aposto!os São Pedro c São Paulo. No entanto, as peregrinações são tão antigas quan:o a humanidade. Quem desconhece a grandiosa epopéa de J.brahão, aquellc •e­ nerando patriarcha, que num aeto heroico de obedicncia leva o .seu filho unico

Isaac para

a montanha

do sacrifício por ordem

do

Creador ? ó peregrinação summamenle dolorosa.

Ei1-o que trilhando os

caminhos asperrimos do monte acompanha, olhos avidos de pranto, a figura tão suave do seu muito amado filho. está alanceado, a vontade não vacila. rosamente recompensada

quando

1\las, se o coração

E a sua obediencia foi gene­

attingindo

o cimo

da montanha

os seus ouvidos se deliciaram com as mara,•ilhosas prom.essas do Allissirno . Temos,

porém,

verdadeiramente

iniciadas

as

peregrinações

quando, num mandamento divino lransmillido por l\Ioysés ao povo .

de Israel, disse J ehovó : "Todos os teus varões appareçam, tres

ve­

zes por anno dianlc do Senhor teu Deus, no lugar que EUc tiver es­ colhido.

(Deuteronomio XVT, 16) .

Da mesma maneira, assistia a todo judeu elo sexo masculino o dever, de tres vezes ao anno, visitar o templo de Jerusalém, desde que este figurava

como Sanluario nacional.

Remontemos ás bri�

lhantes peregrinações do povo de Israel á Cidade Santa. G3

Com in-

RESUMO HISTORlCO DO CONVENTO DK STO. ANTONJO E DO

tenso enllmsiasmo penetravam elles naquelle Sanluario, ohra prima do gr·ande Rei-Sabio. Com que fervor se proslntvam em adoração Áquelle que os fizera entrar na terra da Promissão. Com extremos de amor, deixaram rolar pelo sagrado recinto as palavras do psal­ mista: "Quão admiraveis são os teus tabernaculos, Senhor dos exer­ cilos. Almeja e dcsfallece a minh'alma pelos atrios do Senhor " . Jesus, Deus Homem, fiel cumpridor da Lei começou, desde os seus verdes annos, a tomar parte nas peregrinações á Sião (S. Lu­ cas li, 4 1 . ) :\faria, a ;\lãe das Dores, alma cheia de amor, despetalava as flores da saudade, visitando os lugares assignalados pelo nascimen­ to, vida e morte do meigo Nazareno. Nessas romarias a sma . Vir­ gem ia acompar�hada pelos Apostolos e Discípulos de seu divino filho . Eis, por que temos como certa a complacencia do alto para es­ tes actos externos de devoção. No principio do chri�tianismo, as peregrinações se dirigiam quasi exclusivamente aos tumnlos dos Apostolos; mais tarde, po­ rém, se estenderam a Jerusalém quando, sob o imperio de Constan­ tino ::uagno, e por iniciativa de sua mãe Sta. Helena. se tornaram acces­ siveis aos christãos aquelles lugares eternamente memoraveis pela vida, paixão e morte de Nosso Senhor. Desde então, não mais têm cessado aquellas visitas aos "luga­ res santos". No dizer de São .Teronymo "Do mundo inteiro Yêm peregrinos em tal pt·ofnsão, que a cidade fica reJ;>leta" . E mais adia11te "Qual a nação que desdenha de enviar seus filhos a visitar os lugares santos ?" De todos os santos peregrinos destacamos, como preito de justa gratidão, o seraphico Patriarcha ele Assis, o glorioso São Francisco que - bem podemos dizer - fez a sua iniciação na humildade, junto aos tumulos dos Apostolos em Roma. Depois, levado pelo ar­ dente desejo do nuu.:lyrio ernprehendeu a peregrinação á Terra San­ ta, precisamente nos tempos das nunca esquecidas Cruzadas. Tan­ to mereceu de Deus o Pobresinho de Assis que ainda hoje são os seus filhos, os zelosos Franciscanos, os gnanlas do Santo Sepulchro. Eis como, a exemplos tantos, accorremos pressurosos aos luga­ res que se salientam pela intervenção milagrosa junto a um lumulo ou uma imagem ou ainda qualquer reliquia que se torna alvo dos romeiros. O Brasil que teve o seu berço á sombra da Cruz cujos primeiros vagidos foram embalados pelas palavras maravilhosas da nossa san-

SANTUARIO DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

ta fé, legado tão ciosamente guardado no amago do nosso ser, não póde deixar de seguir a tradição conservando com amor os lugares que a miscricordia divina assignalon para a sua honra c gloria. Entre todos os Santuarios da Terra de Santa Cruz, realça o que,

---:-

.

Os Romeiros durante a Sta. MiEsa

por sua origem e pelo objecto de sua veneração. mais se assimila á Hisloria-Pa!l"ia; é o templo vetusto do milagroso Crucificado de Ipojuca.

65

l:tESUMO HISTORJCO DO CONVENTO DE STO. ANTONIO E DO

Ipojuca cidadesinha meio adormecida, reclinada num oiteiro. Lá no alto, dominando a. paisagem destaca-se o vulto austero do convento, ! res vezes secular. Quando, numa manhã suave de verão, ouvimos o insistente bim­ balhar dos sinos, logo sabemos: É uma romaria que chega, c em al­ voroço corremos a admirar o espectaculo sempre velho c sempre novo que conforme o testemunho de Frei Jaboatão tem set·vido de scenarlo, em todos os tempos, á nossa velha e lendal"ia cidade. Antigamente dadas as difficuldades de transporte, viam-se ape­ nas romeiros avulsos; muitos delles perfaziam dezenas de leguas ar­ rostando um sem numero de obslaculos para, com o coração frr­ mentc de fé, esperança e amor, se· prostrarem aos pés da imagem sagrada. É bello ver-se no tempo de colheita, campo lodo em flo1·, as le­ vas dos trabalhadores serianejos, homens rudes de physionomia e de trato, cabellos hirsutos, mãos callosas, almas simples ele fé, que não perdem nunca a occasião de, aos pés da cruz. vir receber o Pão dos Fortes, Jesus na sagrada Comnnmhão.

E os religiosos franciscanos que, a exemplo dos seus irmãos da Terra Santa, são os guardiães da milagrosa imagem, a todos re­ cebem cheios de zelo sem distinção de classe ou de nobreza, tra­ gam os romeiros nas suas frontes as cans desfolhadas da saudade, ou as rosas vivas da adólescencia, venham ainda os botões d'ouro da infanda, de tudo elles, nossos it·mãos d'Além-mar tecem pacien­ temente a corôa que há de circumdar o U1rono de Santo Chrislo. Ve1·dadeiramente empolgan�es, graças á direção efficien,le dos nossos Superiores, são as romarias organizadas, que de ba quatro annos passados começaram a se realb:ar ao nosso Sanluario. E isso num crescendo tão animador que, em poucos mezes, conlavamos de­ sascte romarias de differcntes cidades e algumas com mais de cem peregrinos. Por isso, o nosso coração inteil·amente voltado para o divino Crucificado se enche de enthusiasmo, num santo alvoroço, quando ouvimos, ao longe, vozes fatigadas, jovens e viris, num unisono su­ blime de fé, entoando as palaYras tão definidas: Todo dia, agradece 11m romeiro Um miluai·e, uma graça, um {fwor . . .

PEREGRINA

66

�·

S.ANTUARIO DO SENHOR SANTO CHRISTO DJ:: IPOJUCA

ü7

RESUMO BISTORTCO DO COX\E:\-rO DE STO. ANTONIO E DO

PROGR.UI:\IA D.\ QL.lliTA Rü:IIARIA PROl\IOVIDA P€:'la Ordem Terceira de S. Francisco - Recife

AO

�:-. ST0. CHRISTO DE IPOJ-cCA

Aos 12 de Dezembro de 1937. horas - Reunir na Igreja de S. Francisco - Recife.

borns - Oração a pag. 53 ("O Devoto do Snr. St0• Christo") . horas - Partida com call'ticos. Chegada a lpojuca. Recepção n a cidade bai�a. Subida processionat ao San-�uario com canticos. sta. Missa com canticos, pratica e communhão geral. Hecitação da Saudação ao Sr. St0. Christo (pag. 62) . Entrega das petições (urna ao pé da Imagem Milagr·osa. Café. Descanso. 1 1 horas - Via Sacra, Benção do St0• Lenho, Visita ao Senhor :\Iorto .

6

12 horas - "Angelus", Almoço, Descanso. 14 horas - Visita ao :\Ionumento de ::'\. Sr8., Oração e canticos. 15 horas - Pratica, Publicação das petições c graças obtidas com supplicas e ação de graças. Benção elo SSm0• Ben­ ção dos ohjeotos de devoção. Oração de despedi­ da (pag. 65). Cltirna visita ú Imagem �lilagt·osa, Saída pr·ocessional. Partida. Entrada na lgreja de São Francisco - Recife. Offerecimento da Romaria (pag. 66) . OBSERVAÇõES: 1 - A intenção desta romaria - "A Paz do Brasil " . N a romaria, evita-se tudo quanto n ã o combina com esle exer­ 2 cício de fé e penitencia. Deve haver bôa organização, pontualidade e recolhimento. 3 - Durante a viagem, canta-se e reza-se com alguns intcrvallos. No Santuario, os romeiros occupam sempre os bancos reser· 4 vados t�a capella-mór onde fica lambem o estandarte. To­ dos andam com o distinctivo da respectiva associação. 5 - No correr do dia, há occasião para entrada na "PIA UNIÃO dos Devotos do Sr. St0• Christo" (estatutos pag. 15) c na "Via-Sacra Perpetua". A pedido especial dá-se uma benção propria aos romeiros 6 doentes. -

-

-

68

SANTUARIO DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

1

Romarias •·ealizadas neste anno jubilar e que se destacaram pela oplima organização :

..

Associação :

Parochia:

.Tocistas Liga Catbolica J. i\f. .L Apostolado da Oração Liga Catholicn J. M. .T. Liga Catholica J. l\I. J. Liga Catholica J. :\1. J. Religiosas ele S. Anna e Filhas de Maria Ot·dem sa de S. Francisco' Apostolado da Oração Apostolado da Oração Communidade Ft·ancisc.a Conrrat·ia de S. José Ordem 3a de S. Francisco Centro elas Catechislas

S. José-Recife Glor. do Goytá Olinda Graças-Recife S. .Tosé-Recife Cord--Recife S. Amaro-Rec. Recife Hecife Limoeiro Vertentes Recife Franciscanos Recife Usina Cueaú Rio Formoso

Revmo. A.ssisl. eccl. P. Carlos de B. Barretlo P. Rodolfo :Moreira Frei Affonso OF�I. l\Ions. Ambrosino Leite P. Carlos de B. Barretlo P. Antonio Lima Frei Affonso OFl\1. Frei Ignacio OFl\I. P. Femando Passos Frei Ft·ei Frei Frei

Athanasio OFM. Gabriel OF:\f. Alhanasio OFM. F. Solano OFM.

"Vivant sequentcs !"

69

--

('

CI-lRlSTO

MILAGROSO

Embora o termo "milagre" commumente usado não COlTesponda ao senlido estricto da palavra, não deixa, no entanto de interpretar a confiança illimilada com que os fieis se approximam do Sr. Sto. . Christo e que Elle tão ricamente recompénsa. Justamente quando os meios naturaes e a sciencia humana falham é que entra o poder do alto; só então muita gente se lembra de recorrer aos Santos. Pouco importa ao povo que a graça obtida exceda ou não as forças da natureza. Grande numero das graças alcançadas por in­ termedio desta devoção toca á vida espiritual não merecendo por isso enumeração nestas linhas como sejam conversões e regenera­ ções. Exposto isto, adiantamos ainda que aos casos abaixo não com­ pete fé senão simplesmente humana. Cumprindo uma promessa aos pés do Sr. SL0• Christo declarou D . Leoncia Maria da Conceição na presença de sua filha curada e elo Revmo. Frei Clcmcntino ele Bouché: "Esta menina soffria fortes ataques de modo a precisar de tra­ tamento medico; nada, porém, conseguimos. Pelo conft•ario, temia­ se a morte repentina. Recordei-me elo .Milagroso Salvador c a Elle promettemos fazer uma t·omaria e deL-xar como penhor de gratidão as tranças de Julia. Feita a promessa notamos rapidas melhoras. Ipojuca, 26-lll-34" . "Cuyabá, 29 de Junho de 193-L Hevmo. Sr. Padre Superior: Aproveito o ensejo para dizer-lhe que me achando enfermo de um tumor e não podendo andar, sempre deitado, um beiJo dia des­ folhando o Almanak do !Vlensageiro da Fé encontrei em suas pagi­ nas a imagem do Sr. sto. Christo dessa localidade, e logo pedi-lhe que se compadecesse de mim que ha 1 6 dias eslava soffrendo com aquella enfermidade e em breves dias, fiquei completamente bom. No mais Deus gunrde a V . Hevma. Do altento servo e venerador (a) José Julio da Silva" 70

••

SANTUARIO DO SENHOR SANTO CHRISTO DE IPOJUCA

Veiu, aos 23 de Setembro de 1935, o Sr. Matheus Caetano Fages, residente no Recife declarar o seguinte ao Rei. Frei Angelo: "Tendo gasto muito dinheiro com medicos c hospitaes sem alcançar a cura de minha perna promelli ao Sr. St0• Christo fazer uma romaria a este Santuario caso me restabelecesse, promessa esta que vim pagar hoje deixando aos pés da milagrosa imagem n muleta que, durante muito rtempo, me era indispensavel.

Escrevia, aos 26 de Março de 1935, o então Juiz de Direito do Cabo, Dr. l\lunuel Cyrillo Wanderley,· referindo-se á capclla dos Mi­

lagres deste Santuario : "Lá estão os milagres, vindos de toda parte, dos que invocam c alcançam o socorro de St0• Christo. :\luitos ex­ votos são de cera. E tudo isso, junto do luga1· incendiado, ficou in­ columc. E dos homens que o perigo enfrentaram entrando na igreja, su­ bindo escadas com latas dagua para alcançarem e destruirem as la­ baredas, nenhum soffreu o menor accidcnt e " .

Vindo pagar uma promessa aqui n o Santuario a familia d e .J . C. C . aos 22 de Dezembro de 1937 contaram um caso interessantís­ simo. A filhinha de J . C . C . brincando com a boneca um tanto estragada, enguliu um pedaço. Ficou o mesmo preso na garganta sendo sem resultado t·odos os esforços de livrar a criança. Pro­ curaram o medico qne, tirada uma radiographia, declara ser o uni­ co meio o canivete. Resignada a mãe attribulada offerecc á pequena um pouco de leite quando esta de repente ficou roxeada, como que asphyxiada. Xesla suprema ansia, se lembram de invocar o St•. Christo e, de facto, mais elo que esperavam alcançaram - a criança procurando ar, lança o leite e com elle _o pedaço de louça. O me· dico não poudc deixar de reconhecer e os paes agradeciam o mila­ gre a St0• Christo". O fim deste capitulo não é trazer o maior numero possível di! milagres archivados no Santuario.

O christão que se vê em perigo

do corpo ou da alma, não procura saber se o Sr. SL0• Christo d e faclo é milagroso; baseia-se sobre a palavra d e N . Senhor: "Pedi e recebereis". Dahi o grande numero de pedidos que constantement� chegam aos pés da ímageili milagt·os a : em pouco tempo, vicrnm mais

de 5 . 000 (cinco mil) .

Principalmente por occasião das romarias organizadas se en­ chem as urnas dos pedidos. Cada peregrino traz já escriplos os seus desejos c os dos entes queridos a quem não foi dado acompa. nhar a romaria. Antes da despedida publicam-se summariamente os pedidos, e todos os peregrinos em commmn rezam nas intenções 71

ni1;SU!CO HiSTORICO DO CONVENTO DE STO. ANl'OXJO E DO

f"

rccommendadas. Logo após, enquanto o sacerdote incensa gem milagrosa, cantam os fieis o expressivo :

n

ima­

c

con­

1lve, Santo Chrislo, Todo poderoso, Mostrae, nesse Throno, Que sois milagroso. Nó:; l'os adoramos, Filho de Deus vivo. Rm Vós confiamos, Chrislo compassivo.

Raras vezes se ouve rezar e cantar com tanta devoção fiança como nestes momentos solemnes.

72

,

1

VALEI..ME, 1

SANTO

CHRISTO

DE

IPOJUCA ! Parece hontem, mas, já se vão dez annos, de quando, pela pri· meira vez fui conhecer ó Santo Christo de lpojuca. Não vae bem a expressão: pela primeira vez . . . O Santo Christo de Jpojuca é dos meus mais remotos conheci­ mentos. Era-me familiar, desde quando me lembro de ser. Ouvia o seu nome a cada momento, onde quer que houvesse uma afflição, uma dor, um perigo. Repontava aos labios dos que se anguslia>arn com a facilidade de um habito ordenado pelo instincto, se não fôra um imperativo nascido pela fé racional. O operaria a desgarrar-se do alto de um andaime ou o lavra­ dor ao vêr a sua seara definhando pela inclemencia do sol que lhe vinha beber a seiva, tinha a mesma expressão: Vaiei-me Santo Christo de Ipojuca! Certos do milagre, convictos dessa misericordia infinita que não falha, todos invocavam.

. .

Para minha meninice, este Santo Christo deveria ser igual a todos os outros que eu via nos altares. Todo coberto de sangue que brotava de chagas horrorosas, com os pés e as mãos atravessados de cravos e uma corôa de espinhos na cabeça. Tudo isto despertando em mim uma grande aversão, pelos que o crucificaram . Naquelle tempo, sinceramente, cu não pensava nos nossos pe­ cados, só pensava nos judeus . . . Foram c1les que judiaram com Jesus. Dahi, o maior insulto que eu julgava lançar aos outros, era cha­ mar: judeu . . . O Santo Christo seria como aquelles que eu via nos altares, mas, Ipojuca, onde e como seria ? 73

RESUMO HISTORTCO DO CONVEJ. �TO DE STO. ANTONIO E DO

Naquella epocn, tudo que passava além dos meus horizontes lla­ biluacs, ganhava fóros de encantamen lo. Nenhuma differcnça entre essa Ipojucn do Sanlo Christo e os reinos maravi!hosos dos príncipes heroicos dos contos que ouvia. Tudo muito distante, inaccessivel, quasi inverosimil. Com o tempo, melhor discernimento, veio vindo para encurtar distancias. A�é aquella tarde tranquilla, de um céu de azul intenso, enfei­ tado de nuYens afastadas de um sol que a meio caminho do oeci­ denle sacode pela estrada em que vou, sombras bizarras de coquei­ ros, recortando caprichosas filigranas com o cinzel de ouro . claro dos seus raios. Embalado nos meus pensamerltos de snudacle, revia as scenas da minha infancia vivida entre maravilhas de uma natureza faustosa e a serenidade de um ambiente nitidamente christão. Cada vez mais o sol declinava e eu não me interessava por ti, oh! sol que declinas ! Porque pensava intensamente naquelle Santo Christo que é sol em eterno zeni,!h. Sol que não bebe a seiva uas plantas, porque é vidn. . .

"não

morre nunca quem o busca". Ipojuca. Diante do velho convento do Santo Chrislo, senti, antes de tudo, a impressão de que se me abria diante dos olhos uma pagina da historia de Pernambuco onde os factos heroicos se atropcllam, cada qual mais rico de nobreza, não sei qual mais dominado de amor á palria, nem mais dedicado de amor ao Chrislo . Uma pagina da historia, impressionante illuminlll·a . . . Ali, b a tambem "raizes do Brasil". Transpuz, emocionado o portico da casa do Santo Christo. O Santo Christo ela minha meninice, dos operarios, dos lavradores, dos pobrezinhos. Em toda parte conhecido e invocado. Ia vê-lo.

1•

Vendo-o cu acreditava na realisação da graça que pedisse. Uma graça, uma grande graça, que enchesse a minha vida. Pedi : Valei-me, Santo Christo de Jpojuca, para que cu nunca me esqueça de Vós, nem hoje com as minhas alegrias, úem amanhã nas minhas angustias e... na minha ultima hora, sobretudo, valei-me, Santo Christo . Dr. A.LOYSLO .lJ..!RQ['ES 74

NOTAS E ADDITAMEN'TOS As notas seguintes, aprsar de acompanharem o Hislorico do eon­ vento e do Santuario, vem separadas porque não merecem igual in­ tc•·esse a todos os leito•·es. Cómo durante a estadia dos hollanêlezes em Ipojuca o convento ficasse sem conservação, Frei Antonio dos i'l·lat'tyres (guardião em 1650 approximatlamente) rcnlizou grandes concertos na igreja que estava para cahir. O Sncccssor delle Frei João da Luz (guardião até 1 G57) construiu o alpcnd•·e da portaria, o alrio, as escadas e o cru­ zeii·o, o qual ficava no meio da actual rua do convento. Reparou o mesmo superior o interior do convento, trabalhos que continuaram sob os guardiães Frei Manuel da Natividade (1695-1697), Frei �!a­ nue! de Santo Antonio Bexiga (1699-1'700) e Frei José d'Annuncia­ ção (1700-1702).

Frei João do Pillar (1718-1719) adquiriu quatro negros e fez a senzala dos negros casados, na rua do convento, onde ainda existem os alicercqv Continuando as obras da igreja Frei Francisco de Sta. Rosa (17i - Frri - Frei - Frei - Frei - Frei Frei - Frei - Frei - Frei - Frei - Fr·ei - Frei - Frei - Frei - Frei Frei - Frei - Frei - Frri - Frri - Frei - Frei - Frei - Frei ·- Frei - Frei - Frei

- Frei

-

Frei

- Frei - Frei - Fr·ei Frei - Frei - Frei - Frei

)[anuel das i\Iercês João do Pilar Luiz rle S1a. Thereza Francisco de Sto. Thereza João de São Basilio Antonio do Paraizo Amaro do Pilar AJeixo de Sta. Thereza liianuel de St.0 André Luiz de Sta. Thereza Gabriel de Victoria José de Sta. Clara Rogerio do Nascimento João ele Sla. Anna nogel'io (]o Nascimento Fr:mcisco de Sln. Rosa João de Sla. Anna )fanuel do Par:Jiso José da Trindade Saldanha Diogo de S. Diogo Anselmo da Aprcscntoção Eugenio do Espírito Santo Raphael da Conceição Francisco de S. José Antonio da Conceição José de Sta. Anna :Maria José da Trindade Saldanha Raphael da Conceição Alexondr·e df' SIa. )faria José da Circumcisão Thcolonio de Sta. Tbereza de Jesus Caetano do Espírito Santo Lourenço da Enr;•rnação José da Natividade José :\Iaria de Jesus Antonio de S . Boaventura Lourenço da Encarnação José de Sta. Rosa Barrello i\Iallheus d a Encarnação liianucl de St•. Antonio José ilc Sla. Rosa Bnrrelto ' José de Sla. Brigi da Malbius de S . Miguel Francisco das Chagas José de Jesus �Ioria i\Iontenesro· Francisco de Sta. Rita Froncisco de S. Bcrnardo l\Ianuel dos ? Manuel de Sta. Rita Francisco de S. José Almeida Joaquim da Purificação

80

.

I

SANTUAR.IO DO SÊNHóR. SANTO CHRJS'I'O DE IPOJUCA

111 112 113 114 115 llG

.1

117 118 119 120 121 122 123 124 125 12G 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 13!l 140 141 142 143 144 145 146 147 148 14!! 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160

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1810-1811 1811-1814 1 81•1-1816 1816-1818 1818-1819 181!!-1820 1820-1821 1821-1822 1822-1823 1823- ? 1827-1828 1828-1831 1831-1832 1832-1835 1835- ? ? -1841 1841-1843 1843-1 8·16 1846.-1 847 18117-1849 1849-1850 1850-1852 1852-1856 1856-1857 1857-1860 l81i0-1862 1862-18()3 1863-1865 1865-1876 1876-1879 1879-1880 1880-1888 1888-1895 1 895-1902 1902-1904 1904-1907 1907-1912 1912-1916 19Hi-1918 1918-1920 1920-1922 1922-1923 1923 1923-1924 1924-1926 1926-1927 1927-1928 1928-1930 1930-1933 1933-1935 1935-

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Frei José da Conceição Molina Frei :i\'lanuel de Sta. :t\Iiguelina Frei Custodio de Sta. Hosa Galvão Frei Boaventura da Sagrada Família Frei Manuel da Tmmaculada Conceição Frei Firmino de S . Pedro de Alcanlara Frei i\Ianuel de Sta. Rita Campello Frei Antonio de Sta. Margarida Frei Manuel ele Sta. Hita Carnpello Frei Joaquim de Sta. Escolastica Frei Thomaz de Aquino Frei Anastmdo de Sta. Anna Frei Francisco de S . .losé .Magalhães Frei Jeronymo do Patrocínio de S . José Frei Francisco de Sl0• Jgnacio J•rci Bento de K . Sra. das Neves Frei Ignacio da Santíssima Trindade Frei .José de Sta. Lcocadin l\Colla Frei .João Baptista do Espírito Santo Frei José de Sta. Maria Frei José de � . Sra. da Saúde Frei Antonio da Rainha dos Anjos }[achado Frei José de :-1 . Sra. da Saúde Frei Paulino da Soledade Frei Jeronymo do Patrocínio de S. José Frei i\ianuel de N . S1·a . da Saúde Ft·ci Antonio de Sta. Rosa de Lima Frei .José de Sta. Leocadia i\lolta Frei .Tei'Onymo do Patrocínio de S . José Frei Ludgedo da Santíssima Trindade Frei Lourenço da tmmaculada Conceição Frei José de Sta. The1·eza Convento fechado Frei Adalberlo Kirschbaum Frei .José Pohlmann Frei Eugenio Kullmann Frei Lucas Vonnegut Frei Athanasio Krajczyk Frei Seraphim Funke Frei Athanasio Krajczyk Frei Se1·aphim Funkc Frei Malbias Tevcs Frei Casimim Bochtrup Frei Estanislau Cleven frei Capistrano Niggemeier Frei Vicente Senge Frei Pedro Wcstermann Frei J.Ienandro Rulten Frei Francisco Ewers Frei Capistrano Niggemeier Frei Venancio Willekc. 81

tttSUMO HISTORICO DO cm;VEN'l'O DE STO. ANTONIO E -bO

"'O

'

Devoto do Senhor Santo Christo de lpojuca" é o manual dos

romeiros o qual além do resumo historico do Sa-nluario aponta os estatutos da "Pia Cnião dos Devotos do S•·. St.o Christo" c rica esco­ lha ele devoções c canticos, merecendo salientado o dtual das Roma­ rins. Tendo saído em quatr·o edições

- 30 milheiros - .goza o livri­

nho da approYação c bcnçúo dos segninles Prelados: Exm o : Sr. A•·­ cebisp_o �letropolilano, Emmo. Sr. Cardeal do Rio de Jnneiro, .Exmos. Srs· Pt:imaz do Brasil, Arcebispo da Parahyba e Bispos de Gara­ nhuns, Pesqueira, Penedo, llhéos, 1\lanaus e Santarem.

---( : ) --Aos S1·s. Romeiros e congressistlls que via-Reeife fizerem a pe­ regrinação avisamos que - tratando-se de romeiros avulsos - en­ contram os auto-omnibus Heciíe-Ban·eiros no Caes de Sta. R i ta, perto do Grande Hotel, de onde saem diariamente ás

14 horas. Tra­

tando-se, porém, de romarias organizadas é conveniente couducção propria, que siga pela manhã c volle á ta1·de. Neste caso se tc.>l·na indispensavel avisar ao Pe. Dil·eclor do Sanlnario, quanto ao dia da peregrinação, numero dos romeiros c netos de CILILo não contidos

, n o prog•·amnw commun1. Yej;� pagina

llS.

-- ( : ) -Ohras que serão apresl'nladas durante tico N:1cional a l'ealisar-se

o

em Pcmambnco

3 " Congresso Enchal·is­ no mel\

de

Setembro

de 1939 :

- Fernando Pio

1)

}[Jreja tle Seio José do .llanguinlro

2)

l{freja ela Ordem 3.• elo Carmo do Recife - Fernando Pio

3)

A Ordem 3.a de S.

Francisco elo Recife

c

.çuas igrejas

- Fer­

nando Pio

4)

O Sanluario do Sr. Santo Chris/o de Ipojuca- fr. Vcnancio

5)

Um escolaslicu desc()nhecido - {r. Amador Arraes

Willekc

-

O. F. :\I.

- fr.

Romco Pcrea - O. Carm.

ll)

A de{Jradação de {r. Caneca perante a moral e o direito

- F1·.

Romeo Perea - O. Carm. Os ns. 5 e 6 ainda em preparação - Os demais já em circulação. Cada ex. 5$000. As pessas inleressadas nas obras acima deverão dirigir-se ao es· criptor Fernando

Pio - Caixa Postal, 215 - Recife - Pernambuco. 82

OBRAS CO_�SULTADAS Acia aposlolicae Selis

-

1!136.

Aclas rstabelPddu.� ne.da Proz•incia dr St. Antonio do Brasil

JS03.

,A Ordem Tercrirn de S. Francisco elo Rc•ci{e

c

Pcmando Pio - 1938.

s1ws Igrejas

-

A provincia {ranr.i$cann ela lmmncnlada. Conceição àc) Brasil - Frei Basilio Hoe,n·r O. F. �l. Caslriolo lusitano - Frei Raphael de Jesus O. S. B. C�u-onwa do L•