O que é o sindicalismo [2 ed.]

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APRESENTAÇÃO il foi, O ressurgimento da luta sindical no Bras ue, porq ns para muitos, algo inesperado. Para algu onh eciam desc ente lesm simp s, ado apesar de interess do do traba­ o que efetivamente se passava no mun ente faziam lho. Para outros porque premeditadam vida dos de questão de ignorar as reais condições que ainda eles aqu bém tam ia trabalhadores. Hav a da "passi­ acredita vam, apelando para a falsa idéi rar-se resig­ vidade" do povo brasileiro, este encont destinado nado . com o lugar que lhe tinha sido ainda -, ros na sociedade. A todos eles - e a out foi uma ical sind nto ime mov o ressurgimento do surpresa. que Este pequeno livro pretende destacar ar nrol dese esta "surpresa" era algo inevitável no se operáclas a lviam envo que tos dos acontecimen

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ria, sua história e seu sindicalismo. Para tanto, introduz algumas questões preliminares para todos aqueles que, envolvidos ou não na condição de assalariados, buscam principiar no entendimento do que é o sindicalismo. Daí que nos parece desnecessário frisar que ele foge a todas as regras de um trabalho acadê­ mico. Se não bastasse o seu caráter meramente introdutório, destina-se especialmente àquelas pes­ soas cujo cotidiano se desenvolve fora dos muros da universidade. Sob estas condições este texto foi concebido. Nele se encontram duas partes: a primeira mostra as origens do sindicalismo, suas várias con­ cepções, sua importância e os. seus limites dentro da sociedade capitalista moderna. A segunda faz um sintético balanço da história do movimento sindical brasileiro, destacando seus principais momentos, desde a criação das organizações de auxílio mútuo na segunda metade do século XIX até ãs recentes greves dos metalúrgicos do ABC.

1� Parte ORIGENS, EVOLUÇÃO E IMPORTÂNCIA DOS SINDICATOS

RICARDO ANTUNES

Agosto/79

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Lenin , em Oue Fazer?, demonstrou que O mo. v1me � to sindical, quando totalmente isol ado das demais lut as de toda a sociedade , acab a incorr endo numa atuação demasiadamente " economicista " trade-unionista. Da í a importância da atua ção do � comunista s dentro dos sindic atos p ara transfor­ ma r a _ luta tra �e-unionista numa luta mais ampla P elo fr m do sistema ca pita lista, aproveitando os _ v rslu';l b �es � e consciência po lítica que a atuação econo ';l,c? introduz no operário e ele vando esta _ c?ns� 1 �nc1a ao níve l de uma consciência revo lu­ cionaria. Na Rússi? cz arist a, fas e imperi al anterior à _ _ e v o luç ao �oc1 al1sta de 1917, os sindicatos que sur­ � g�ram n os fins do século XIX foram locais de orga­ _ n! z�çao fund�men ta is para o avanço da classe ope ­ raria . E r:17 �ao Petesburgo, por exemplo, o movi­ mento sindica l foi muit o ativo, sendo justamente _ da 1 �ue nasceu a Revolução de F eve reiro, que ante cipou � Revolução Socialista de Outub ro. A pa rtir do mom ento em que a classe ope­ , . rari a tom�u o pode r atr avés da revolução, tornou­ . -�e �ecessari o alte ra r o significado e a função do s s1_ nd1catos. Os sindicatos torn aram-se, sob o socia ­ l1s,:no, uma org anização que englobou a quase to­ talidade dos operários da indústria. Porém com um � ov ? caráter, conforme disse Lenin em Sobre os Smd,catos: o s sindicatos to rnar am-se uma orga ­ nização educadora da massa operária , uma orga -

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o, que dá instrução , uma escola de go vern la o sc e ma u ração , enfi m, uma escola de administ ta­ e pl om c o de comunismo. É uma escola de tip , pois nos mente de sc onhecido no capitalismo mas sim uma_ sindicatos não há mestre s e alunos, setore s ma is escola que c ada ve z mais forma os . . avançados do proleta riado. . ado , os sindi­ ri a t e l ro p o d a dur a dit a Durante artido e o p oder do �sta­ catos situam-se entre o P e L en1_n � do . H ouve inclusive um de bate entr e os si ndi­ Trotsky, em 1921, sob re os vínculos entr Trotsky o catos e o Estado socialista. Enquant icatos, sind s o defendia a n ecessidade de e statizar nstrou o m e d isto é torná-los órgãos est at ais, L enin ainda , o sm ciali que ds sindicatos, mesmo sob o so dos sa e def e d deve riam manter-se como órgão el a p a lut na s e r o d inte resses mate riais dos traba lha refa t la dup a a ? democraci a proletária. Ressalt av eta riado : prol do dura dita a nte ra du s o t a ic sind dos dos si �di