O Mundo Egípcio - Deuses, Templos e Faraós [1]
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JOHN BAINES e JAROMÍR MÁLEK

O MUNDO EGÍPCIO Deuses, Templos e Faraós VOLUME T

edições delidrado

Título do original inglês: Atlas of Ancient Egypt Tradução de: Maria Emília Vidigal

O 1984 Andromeda Oxford Limited

a

a EQUINOX BOOK

DEVISED AND PRODUCED BY ANDROMEDA OXFORD LTD., 11-15 THE VINEYARD, ABINGDON, OXFORDSHIRE 0X14 3PX, ENGLAND

O Desta edição, Edições del Prado, 1996 Cea Bermúdez, 39 - 28003 Madrid

Composto por: Impresso em: Depósito legal: LS.B.N.:

Sistegraf e Videlec Gráficas Reunidas, Espanha M-4732-1996 84-7838-736-6

Impresso em Outubro 1996 Distribuidores exclusivos para todo o Brasil; Fernando Chinaglia Distribuidora, S.A. Rua Teodoro da Silva, 907 Rio de Janeiro Distribuição para Portugal: Midesa, Rua Dr. José Espírito Santo, Lote IA, 1900 Lisboa

As responsabilidades por qualquer discontinuidade das coleções serão única e exclusivamente do editor, sendo a Distribuidora uma mera prestadora de serviços. O editor reserva-se o direito de modificar o preço de venda ou o repertorio si as circunstâncias do mercado assim chegarem a exigir.

Sobrecapa: Templo de Luxor Estátua de Ramsés II (Michel Escobar e Veronique Hemery, INCAFO)

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ÍNDICE 8 Quadro cronológico

10 Introdução

Segunda parte — Viagem Nilo abaixo

Primeira parte — O ambiente

12 22 30 36 38 56 60 62

A geografia do antigo Egipto O estudo do antigo Egipto O panorama histórico Faraós do Egipto Galeria de faraós Arte e arquitectura Convenções de representação Estelas tumulares

68 70 84 106 108

Barcos no Nilo Alto Egipto meridional Tebas J. G. Wilkinson em Tebas Alto Egipto setentrional

Lista de mapas 13 14 15 16 18 21 25 31 31 33 41 41 43 44

47 49

50 53 53 54 67 71 12 89 109

O cenário geográfico do Egipto Os nomos do Alto Egipto Os nomos do Baixo Egipto Densidade populacional no vale do Nilo Topografia do delta Recursos naturais do antigo Egipto Viajantes no Egipto e Sudão antes de 1800 O Egipto do pré-dinástico e dinástico primitivo A região da 2.º catarata nos tempos pré-dinásticos O Egipto no Império Antigo e primeiro período intermédio O Egipto no Império Médio e segundo período intermédio As fortalezas da 2.º catarata no Império Médio O Egipto no Império Novo e terceiro período intermédio O Egipto e o Próximo Oriente (c. 1530-1190a. €.) O Egipto no terceiro período intermédio O Egipto no período tardio, com o estado de Napata-Meroe (712 a. C.-século IV d. C.) O Egipto, o Egeu e o Próximo Oriente no período tardio O Egipto no período greco-romano O Fayum no período greco-romano O Egipto e o Mediterrâneo oriental no período greco-romano Chave para os mapas regionais Alto Egipto meridional O distrito de Assuão O distrito de Tebas Alto Egipto setentrional

O C I G Ó L O N O R C O R D QUA madede o erro Lista completata dede É faraós nas pp p. 34-37 em marg a ' as sujeit À estão outras as Todas Fr tas. absolu são ã * com das marca datas As

6500 à. E. ss

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Paleolítico tardio

4000

3500

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Nagada | (vale do Nilo)

Nagadall (Valedo Nilo)

Merimda (delta)

dação do Estado Fundaç egípcio (finais do Nagada 11) c. 3050

Maadi

Império Antigo 2575-2134 SEREIA 6.

dinastia 2323-2150

1.º período intermédio 2134-2040

2920-2575

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2575-2465

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Periodo dinástico

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9.º-10.º dinastias (Heracleópolis) 21342040

1.º dinastia 2920-2770 2.º dinastia 2770-2649 3.º dinastia 2649-2575

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2134-2040

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Figura de dançarina

em terracota pintada Período Nagada |

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Sociedade

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Cultura de Kerma

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com Biblos

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de Ebla

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Invenção

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Período dinástico primitivo

Destruição Idade do Bronze

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da escrita

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Expansão proto-clamita

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(alfabetização)

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Idade do Bronze

Antigo

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15)

Império Médio 2040-1640

Império Novo

11, dinastia (todo Egipto)

POLO

1550-1070

18.º dinastia 1550-1307

2040-1991

Período de Amarna

12.º dinastia *1991-1783

13.º dinastia 1783-depois de

22.º dinastia 945-712

23.º dinastia c. 828-712

1352-1333

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Período

bizantino

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todo o Egipto) 712-657

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d. C.

Dinastia macedónia

*332-*304

Pormenor da fachada do Grande

Templo de Abu Simbel c. 1270

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de Berlim», de uma

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Dinastia ptolomaica *304- *30) a. €.

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Cabeça de Maya, relevo (n.º 55) c.

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25.º dinastia (Núbia e

1640-1532 17.º dimastia (Tebas) 1640-1550

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38.4 dinastia *4014-*399

770-712 Período tardio 712-332

21.º dinastia 1070-945

15.º dinastia (Hicsos)

Imperadores

e região de Tebas)

3.º Período intermédio 1070-712

1640-1532

27.º dinastia (persa)

25.º dinastia (Núbia

20.º dinastia 1196-1070

1640 o 2.º período intermédio

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24.º dinastia 724-712

19.º dinastia 1307-1196

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(2) Fachada do templo

de Hátor em Dendera. Construção consagrada a 17 de Novembro de

34 d. €. (a decoração é posterior)

Mascara funerária

Ea qresa

de ouro com

incrusta-

ções de Tutankhamon

Figura de bronze com mecrustações da divma esposa Karomana, E: 350)

c. 1325

Ocupação egipcia Estado Kerma

Conquista egípcia (Alta c Baixa Núbia)

Conquista de Kerma

Despovoamento

Retirada

Cultura dos túmulos

Condomínio meroita-

Ascensão de Napata-Meroe

(final da 25.º dinastia)

egípcia

Incursões |

Egipto com

hititas

Biblos

Idade do Bronze Tardio:

25.º dinastia

em Dodekaschoinos

Estado Napata-

Monarquia Israelita

cidades-estado

Mitanni 1520-1330

Domínio hitita Estados neo-hititas

assíria

(Josuéc Juízes)

1.º dinastia de Babilónia

Independência de Assur

Reino Elamita Antigo

c. 1380

Queda de Babilónia

(1595 ou 1531) Dinastia

Reino hitita antigo

Império Hitita

|

Tardio

Assírio

Queda de Nínive

Império Neobabilônio

Linear B

Destruição de Creta Destruição de Micenas

Sub=Micénico

Prolomeus

Sul da Anatólia Gyges da Lídia

Protogeométrico

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Magno

Império Selêucida

Dinastia

sassânida

Geométrico Período orientalizante

Período arcaico

Império

Alexandre

Magno

Romano

Império Selêucida Prolomeus

Periodo clássico

Gregos no Egipto

Alexandre

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Domínio persa

Estados do

Dinastia

Dinastia

Medos

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Queda do

Idade do Bronze

Conquista persa

de Isin

Império Hitita

Cativeiro na Babilónia

Império Bizantino

Judeus no Egipto

2.º dinastia

cassita

Império Seléucida

Império

Expansão elamita

Grupo X

Romano

Alexandre Magno

Expansão

Meroc

Império

Revolta dos Sátrapas

Reinos de Israel e Judá

Queda de

Escrita meroítica

Domínio persa

unificada

Ocupação egípcia c. 1530-1200

Povoamento NCrOTUCO

egípcio

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Guerras pérsicas; ajuda ao Egipto Alexandre

Império Bizantino

Império

Romano

Magno *336-*323

Macedónia

Império Selêucida Prolomeus

4

Império Bizantino

INTRODUÇÃO Os monumentos — pirâmides, templos,

túmulos, estátuas e estelas— representam a mais valiosa fonte para o conhecimento do antigo Egipto. Um estudo dos monumentos egípcios,

quer dos que ainda estão em vários locais do Egipto, quer dos que se encontram em museus e colecções, é um ponto de encontro ideal para especialistas e não especialistas. Não é necessário qualquer conhecimento especial para se ficar impressionado com a grandiosidade e proeza

técnica da Grande Pirâmide de Gizé, para se ficar

encantado com as pinturas dos túmulos particulares do período dos Raméssidas, em Deir el-Medina, ou para se ficar estupefacto perante a opulência e o bom gosto um tanto excêntrico dos objectos encontrados no túmulo de Tutankhamon no vale dos Reis, e que estão agora no Museu do Cairo. Em qualquer caso, o conhecimento pode contribuir para aumentar a

nossa compreensão e prazer.

O objectivo deste livro define-se, portanto,

facilmente: fazer um levantamento sistemático da localização dos monumentos mais importantes do antigo Egipto, uma avaliação da sua importância histórica e cultural e uma breve descrição das suas principais características, com base nos conhecimentos mais actualizados da egiptologia. Outros capítulos e artigos especiais tratam de aspectos gerais da civilização egípcia, permitindo

ao leitor orientar-se no meio do grande volume, a princípio desconcertante, de nomes de sítios, de faraós e de deuses, ajudando-o, ao mesmo tempo,

a compreender as questões mais vastas do desenvolvimento desta sociedade e fornecendo um pano de fundo para a trajectória irregular das cidades e dos seus templos.

Geograficamente, os limites deste livro são esta-

belecidos pelas fronteiras do Egipto, ao longo do Nilo, desde a primeira catarata até ao mar. À principal excepção é a tradicional expansão do Egipto até à Baixa Núbia. Os mapas mostram topograficamente grande parte do conteúdo deste livro e complementam em muitos pontos a informação contida no texto. Os das primeira e terceira partes estão organizados por temas e períodos. Na

segunda parte os mapas referentes a cada secção mostram uma visão pormenorizada e em grande escala das sucessivas fases da nossa viagem, incluindo tanto aspectos antigos como modernos.

O período coberto pelas dinastias de reis autóctones (com as breves excepções do domínio 10

, estrangeiro, entre cerca de 2920 a. C. e 332 a, ES)

constitui o cenário temporal. Mas é essencial algum conhecimento do período pré-dinástico | para se compreender as primeiras fases da história dinástica do Egipto, tendo a cultura do período greco-romano continuado, durante séculos, a ser em grande parte egípcia. Estas duas fases, tratadas, por vezes, em separado, são aqui referidas

e discutidas na altura apropriada.

Ao escrever este livro considerámos como nosso «leitor típico» todo aquele que se interessa pelo antigo Egipto e esperamos ter conseguido eliminar a gíria técnica da egiptologia. Este volume está organizado de forma que não seja necessário lê-lo todo, pois cada secção é compreensível por si mesma. Tem um forte enquadramento geográfico e os locais são tratados de sul para norte. Os antigos egípcios utilizavam eles próprios este método e começavam as suas listas sistemáticas

a partir de Elefantina (Assuão). Muitos livros modernos estão organizados de norte para sul, sendo esta a perspectiva do viajante do século passado que chegava de barco a Alexandria,

seguia daí para o Cairo e, se fosse aventureiro e

estivesse preparado para aceitar algum desconforto, continuava para sul. Optámos por seguir os Egípcios, de modo a vermos o país, tanto quanto possível, do seu próprio ponto de vista. O leitor pode, obviamente, escolher o ponto onde deseja começar a sua viagem. Um

dos nossos objectivos é o de ajudar aqueles que

tencionam visitar o Egipto, sugerindo-lhes locais de interesse e dando-lhes indicações antecipadas. . Os que já viram aquele fascinante país talvez desejem refrescar a memória e, quem sabe, aprofundar a compreensão que têm dele, enquanto os que gostam simplesmente de ler alguma coisa sobre civilizações antigas

podem apreciar uma nova abordagem de uma

das maiores. Esperamos que este livro possa ser útil a estudantes de disciplinas afins na

procura de informação fidedigna sobre

o antigo Egipto.

À primeira parte é, em grande medida, da autoria de John Baines e a segunda parte de Jaromír Málek. A terceira parte é da autoria de ambos. Queremos agradecer particularmente a Helen Whitehouse a sua contribuição para o capítulo «O Egipto na Arte Ocidental», aspecto em que é grande perita. Gostaríamos também de agradecer a Revel Coles, John Rea e John Tait pela ajuda que nos deram nos campos em que são especialistas.

PRIMEIRA PARTE

AMBIENTE CULTURAL

A GEOGRAFIA DO ANTIGO EGIPIO O antigo Egipto foi excepcional pelo seu ambiente e único pela sua continuidade. Esse ambiente é o caso extremo de entre vários oásis culturais e físicos que foram grandes Estados da Antiguidade. E-nos quase impossível perceber este tipo de situação, com o seu misto de elementos geográficos e humanos, tal como nos é difícil compreender o período de tempo abrangido, equivalente a uma vez e meia a era cristã. À situação de quem desenhou a primeira pirâmide, de quem criou o mais antigo edifício de pedra daquelas dimensões no mundo e viveu no único grande Estado unificado da época não pode ser recriada. Qualquer tentativa de compreensão do antigo Egipto deve incluir uma percepção destas e de outras diferenças enormes entre a Antiguidade e a nossa época. Os homens são, no entanto, iguais em toda a parte, e muitos dos nossos conhecimentos pormenorizados de outras civilizações incluem objectos tão vulgares como os que nós próprios utilizamos no dia-a-dia. Ao abordarmos uma civilização desconhecida é necessário conhecermos tanto o vulgar como o exótico, pois ambos são afectados pelas restrições do ambiente. Um explora-o de

forma

rotineira,

o outro

de

modo

mais

criativo,

mas nenhum é independente dele. O Egipto faz parte, no seu contexto geográfico, de uma zona mais vasta no Noroeste de África e, dentro desta região, a sua proximidade em relação ao coração do desenvolvimento agrícola na Ásia ocidental foi, a princípio, muito significativa. O Egipto dinástico

manteve-se bastante fechado durante a maior parte dos

períodos, o que se deveu apenas ao facto nomia ser basicamente agrícola. Para a muitas matérias-primas e dos requisitos uma grande civilização era necessário o terno ou a travessia do deserto, sendo,

de a sua ecoobtenção de necessários a comércio ex-

assim,

impres-

cindível ter-se a perspectiva de uma região mais vasta para se compreender a cultura egípcia. O mesmo se pode dizer quanto à população do país, provavelmente originária de todas as zonas circundantes, e sempre racialmente heterogénea.

As fronteiras do antigo Egipto

Não é fácil definir as fronteiras do Egipto na Antiguidade, tema muito da preferência dos textos antigos e que reflecte a obsessão do Egipto com as demarcações em geral. As principais regiões do país, o vale do Nilo, o delta c o Fayum, eram complementadas por partes das zonas circundantes, sobre as quais os Egípcios exerciam certos direitos, por exemplo o de exploração mineira. A fronteira meridional, situada tradicionalmente na primeira

catarata do

Nilo,

a sul de Assuão,

foi alargada

mais para sul em certos períodos. No Império Novo há, por vezes, textos que designam também por Egipto partes da Núbia que estavam nessa altura incorporadas no Estado. Para além destas expansões do território egípcio, a linha de oásis que vai de Siwa, a norte, à el-Kharga, a sul, quase paralelamente ao Nilo e cerca de 200 km a oeste, foi ocupada e governada por egípcios durante a maior parte do período dinástico, atingindo o auge da sua prosperidade na época romana. Às principais regiões do Epipto formam um oásis flu12

vial no deserto. Assim, o país estava mais isolado dos

seus vizinhos do que os outros estados da Antiguidade é

a sua excepcional estabilidade foi, em larga medida, devida ao seu isolamento, de que é notável indício a total ausência de referências ao Egipto nos textos da Mesopotâmia e da Síria do 3.º milénio antes de Cristo. Talvez até ao século xi a. C., o Egipto atraiu colonos, mas não uma invasão concertada, e os imigrantes cram sempre rapidamente absorvidos pela população. Mas embora grande parte da história egípcia seja uma história

interna, tal não é inteiramente verdade no que se refere às mais vastas, e mal conhecidas, alterações da Pré-História. Embora o oásis do Egipto estivesse já completamente formado em finais do 3.º milénio, é necessário relacionar esta fase da evolução climatérica com as

alterações mais profundas verificadas em períodos anteriores.

Nos milénios que se seguiram ao fim da última era

glaciar (cerca de 10 000 anos antes de Cristo), o vale do

Nilo era uma das zonas que atraíam populações do Sara e de grande parte do Norte de África. Durante o Pleistoceno o vale foi, grande parte do tempo, um pântano intransponível e os níveis do rio eram muito mais elevados do que agora. À medida que, em finais desta fase, o Sara se ia desertificando tornava-se cada vez mais inóspito para os grupos de nómadas que se tinham inicialmente espalhado por grande parte desta região. Já em 15 000 a. C. há uma concentração de povoações do Paleolítico no planalto desértico no limiar do vale, e um pormenor destas culturas pode indicar que sentiam já os efeitos da penúria e de uma pressão demográfica. Algumas das lâminas de sílex encontradas em certas escavaçoes, tanto no Egipto como na Núbia, mostram sinais de terem sido utilizadas para cortar erva, possivelmente

plantas que forneciam grãos de cereais. É este, talvez, o

primeiro indício de consumo de cereais conhecido no mundo, apenas comparável ao do Terraço de Hayonim, na Palestina, o que não constitui prova de uma vida sedentária e agrícola, mas antes de uma utilização intensiva dos recursos por parte de uma população ainda nómada. Este exemplo isolado de «progresso» no Egipto parece não ter tido quaisquer consequências a longo prazo.

Nos anos que vão de cerca de 10 000 a 5000 a. C., veri-

ficou-se uma continuação dos modos de vida do Epipaleolítico e do Paleolítico tardio e não há uma evidente continuidade entre os vestígios deste período e os das culturas posteriores. Estas são normalmente designadas pelos Egípcios por «pré-dinásticas» e são neolíticas e sedentárias, tendo alguns estímulos ao seu desenvolvimento vindo da Ásia ocidental e datam, talvez, de 4500

a. €, até ao início do período dinástico. O ambiente do Egipto do período pré-dinástico ofereceu oportunidades de exploração não muito diferentes das encontradas no início do século xix d. C. Esta analogia é importante porque grande parte do povoamento teve sempre lugar dentro do vale do Nilo e do delta, e não nas franjas do deserto (todas as áreas não atingidas pela cheia são desérticas, ou pelo menos savana desértica, a não ser que se-

Jam irrigadas). É provável que a localização precisa das povoações não tenha mudado muito, tendo a construção

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GEOGRAFIA

DO

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por cima de povoações anteriores à vantagem de a acumulação de escombros elevar a aldeia acima do nível do vale e do perigo de grandes cheias. Tanto pelo facto de povoações anteriores estarem enterradas por debaixo de outras

mais

modernas,

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Nestes

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de formação,

o contacto

entre

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tros de sedimentos se terem depositado sobre todo o vale desde 3000 a. C., o registo arqueológico da fixação de populações na zona inundada e cultivada é quase nulo. Grande parte da arqueologia egípcia é, portanto, muito hipotética. O vale do Nilo foi, no período pré-dinástico e em períodos posteriores, um centro de desenvolvimento da agricultura e, mais tarde, da sociedade urbana no Norte de África (encontra-se agricultura em data anterior mais para ocidente, ao longo da costa mediterrânica). Toda esta região, desde a confluência do Nilo Azul e do Nilo Branco até ao delta, deve ter tido primitivamente uma cultura semelhante, mas no Egipto propriamente dito as diferenças tornaram-se marcadas a partir do início da 1.º dinastia. À concentração de população de várias origens trouxe inovações de diferentes origens, tendo o principal estímulo vindo, talvez, do Próximo Oriente. Uma característica marcante da cultura egípcia de qualquer período é o facto de não ser tecnicamente inovadora. Talvez a própria prodigalidade da terra e da sua água não encorajasse a Invenção.

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Egipto e as regiões vizinhas era mais fácil do que agora, pois a desertificação do Sara não estava ainda completa e o deserto a ocidente do vale do Nilo e, em particular, a oriente alimentava uma

variedade de flora e de fauna e,

talvez, uma população nómada maior do que hoje. Até para os habitantes do vale do Nilo estas regiões tinham alguma importância. Durante a última parte do 4.º milénio é o 3.º, o deserto tornou-se progressivamente mais árido, desenvolvimento este que pode ter sido significativo no que se refere à formação do Estado egípcio. O colapso político que se verificou no final desta fase climática (cerca de 2150 a. €.) pode ter sido desencadeado por cheias insuficientes, que talvez fossem sintoma de uma fase de seca em todo o Norte de África, um pouco como a que teve lugar no Sahel, no princípio dos anos 70, outro período de cheias baixas. O clima e a geografia tiveram um papel importante nestes desenvolvimentos. Não se pode dizer que tenham determinado o seu rumo, pois podem imaginar-se resultados diferentes, mas a verdade é que impediram a continuação dos padrões de subsistência anteriores. O Nilo e as suas inundações foram factores dominantes na organização do recém-formado Estado egípcio.

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barragens e canais. Estes regularizam os níveis da água, desde Sennar, no Nilo Azul, até ao vértice do delta, a norte do Cairo, e a eles se junta o canal de Jonglei, no Nilo Azul, no Sul do Sudão, entre Bahr el-Jebel e o rio Sobat. Em vez de observarmos as con-

Qaw el-Kebir

PANÓPOLIS

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O Nilo é uma fonte de

cheia devido à construção, desde 1830, de uma série de

ANTEÓPOLIS

“4

A queda de chuva no vale do Nilo é quase nula, não ultrapassando os 100-200 mm por ano no delta. Sem o Nilo, a agricultura no Egipto seria inviável, excepto, água mais regular e previsível do que qualquer outro dos grandes rios do mundo, cujos vales são utilizados para irrigação. Na Antiguidade, a sua cheia anual, entre Junho e Outubro, cobria a maior parte do terreno do vale e do delta e permitia, mediante uma gestão cuidadosa da água depositada, a obtenção de uma colheita, Já não é possível observar-se o padrão dessa

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O vale do Nilo

talvez, na costa mediterrânica.

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admistrativas do Egipto, cujas origens remontam do periodo

dinástico primitivo.

Os 22 nomos

do Alto Egipto foram fixados na 5“ dmastia C Os respeciivos

comprimentos ao longo do rio

estão registados no quiosque

de Sesóstris |, em Carnaque, Às divisões deste mapa basciame=se

OL Pi

na interpretação destas medidas

Damahhur A

e não são válidas para todos os períodos.

Para o Baixo Egipto, o

3

número final de 20 nomos só for ETCCO-

estabelecido no periodo

“romano.

O

Fayum e os oásis

não faziam parte deste esquema,

Ê

Kom

— li

jo

|

el-Hisn

O número total de 4º nomos

tinha um valor simbólico: havia

42 juízes dos mortos ce Clemente de Alexandria, um dos primeiros

escritores cristãos (século 11

a. C.), afirma que os Egipeios tinham 42 livros sagrados.

Os nomes sublinhados são os

das antigas capitais de nomos. Onde se apresenta mais de um, isso sigmifica que a capital mudou ou a divisão dos nomos foi

alterada em algum período; onde

não aparece nenhum, isso deve-se

à incerteza sobre qual a capital.

À direita: os nomos do Baixo

Egipto

Esta organização em 20 nomos,

do período greco-romano,

baseia-se em listas que se

encontram nos templos de Edfu e Dendera. Muitas fronteiras de nomos seguem ao longo de



A?

número de nomo

Tukh

nome modemo

SMENE

nome clássico

Pihom

nome bíblico

cursos de água cuja localização

TEKU

reconstituída é hipotética, Os

nomes das capitais conhecidas

personificações, que, em filas,

decoram as bases dos templos.

As insígnias do Alto Egipto e do

Baixo Egipto são: Alto Egipto:

19d

vv

2 Bs ro

meaf

fon

coli

6 Se 14 093

22

nx

19]))

85 18 Oh 2Qus

fas 8 5)

E 16 é

Baixo Egipto:

Bt 5 Yi

dições actuais, temos de bascar-nos em fontes mais an-

tigas, desde documentos faraónicos até à Description de "Égipte, elaborada pela expedição napolcónica, e nos

escritos

dos

de irrigação

do

século xIX.

da monção da Etiópia, e fornecem quase toda a água do rio entre Julho e Outubro (mais cedo no Sudão). Este período corresponde ao tempo das chuvas na savana do centro do Sudão. No Egipto, o caudal do rio atingia o seu mínimo entre Abril e Junho. Em Julho o nível subia c a cheia começava normalmente em Agosto, cobrindo quase todo o vale desde meados de Agosto a fins de Setembro,

f he

moderno

nc

18 áfii 19 Á-»

Corte transversal generalizado do

nha

=

estigios de braços subsidiários do Nil

17%

arrastando os sais do solo e

depositando uma camada de aluviões que cresciam a um ritmo de vários centímetros por século. Depois de o nível da água descer, as principais sementeiras eram feitas em Outubro c Novembro, podendo ser colhidas entre Janeiro e Abril, conforme a espécie. Na Antiguidade, a agricultura era possível na maior parte do vale do Nilo e em grande parte do delta, sendo as principais excepções algumas zonas pantanosas. O vale e o delta formam, em conjunto, uma área de cerca de 34 000 km” (números de 1949-1950). Durante

DESTE

10 0d

7 REr a fik

técnicos

Para se determinar qual a área cultivada em qualquer época do passado é necessário realizar estudos pormenorizados no local. No mapa da página 31 pode ver-se uma estimativa para os períodos mais antigos. As águas do Nilo vêm do Nilo Azul, que nasce nas terras altas da Etiópia, e do Nilo Branco, que, no Sul do Sudão, se divide numa curiosa série de rios mais pequenos e alcança o lago Vitória, na Africa central. O Nilo Branco é alimentado pelas chuvas da região tropical c tem um caudal relativamente constante ao longo do ano, graças ao Sudd, que absorve a maior parte da água na estação chuvosa. O Nilo Azul c o Atbara, que se junta ao Nilo um pouco a norte de Cartum, trazem grandes quantidades de água, proveniente

a

Bem 13 [1

* Egipro

ip

30 mi

o À

12 59

elLishto À)

0

Ot e qi

20A

+

nome antigo

escala 1:1 800 000

estão sublinhados.

Os nomos tinham insígnias, usadas nas cabeças de

— Tronteira de nomo

e

E

e

e

canal Sohagiya e

vel o aa

ie

diques

nalurais

abandonados

Nilo no O

fia

A

|

gem | Po | 6Om Co o É q

vale do Nilo (segundo Butzer).

|

Nos tempos históricos, o rio principalafastousse para leste, deixando marcas das suas

anteriores margens elevadas. A escala vertical está muto exagerada.

H

| [O Jraicaro

|

[EA areas e cascaino — 15000à C [o Jareas 15000 000 a E tosse cascano 3000 3003 E EE E E

es 300a € actuaidade ss 300a E actuabuade

15

A

GEOGRAFIA

DO

ANTIGO

EGIPTO

longos períodos, a superfície do vale tem variado consideravelmente, mas não houve qualquer alteração digna de nota nos últimos 5000 anos. A acumulação de sedimentos e a gestão da água pelo homem levaram, no entanto, a um aumento gradual do solo útil, pois os pântanos que se encontravam na orla do deserto foram tornados cultiváveis e as zonas planas desérticas foram incorporadas na planície sujeita a inundações. O perfil do vale e o padrão pormenorizado das cheias são rele-

vantes para este processo. À água do próprio canal tinha

tendência a desgastar o leito e a acumulação de sedimentos durante as cheias fazia subir o nível das terras mais próximas do rio, onde a corrente era mais forte. Assim,

o perfil do vale é convexo ce os terrenos mais próximos do rio eram mais secos e ficavam mais rapidamente firmes do que os que estavam mais afastados. As cheias não faziam o rio transbordar das margens em toda a sua extensão, mas sim ao longo de canais de inundação que seguiam até às terras mais baixas por trás das margens. A crista da cheia corria mais ou menos em paralelo na zona principal da planície e no rio. A agricultura implicava, na medida do possível, o controlo deste regime de caudal. As zonas da planície eram, até certo ponto, niveladas, formando uma série de

bacias de tamanho considerável que dispunham a terra em socalcos, de modo a ser irrigada por fases, ao longo do rio e de dentro para fora das margens (cada socalco cra quase imperceptivelmente mais baixo do que o anterior, visto que a diferença de nível do rio entre Assuão e o mar é de apenas 85 m). Devido à grande superfície das unidades irrigadas, deve ter sido necessário um certo grau de organização central para permitir uma exploração eficiente do solo. A extensão das unidades úteis teria sido semelhante à das antigas províncias ou nomos, que eram pouco mais de 20, desde a 1.º catarata até ao Sul de Mênfis. No período dinástico, a área irrigada do vale

aumentou

gradualmente,

com

retrocessos

ocasionais,

particularmente cerca do ano 2100 a. C., em parte devido a uma tecnologia mais avançada (na sua maior parte importada) e em parte ao aproveitamento das zonas pantanosas baixas. Nos períodos mais antigos as regiões pantanosas serviam de refúgio a animais selvagens, caçados pelos ricos, e eram fonte de papiro, que servia de material para a escrita e para o fabrico de tapetes, barcos e utensílios.

Estes recursos foram

substituí-

dos pelos da agricultura intensiva e o papiro desapareceu durante a Idade Média. As principais culturas eram os cereais, o Triticum dicoccum (espécie de trigo) para fazer pão e a cevada para fazer cerveja (o trigo foi introduzido no período greco-romano). Para além destas culturas havia ainda as de leguminosas, por exemplo lentilhas e grão-de-bico, alfaces, cebolas e alhos, as de frutos, especialmente tâmaras, uma certa quantidade de forragens para animais, importantes para a obtenção de peles e carne, e de plantas cultivadas para a extracção de óleo, como o sésamo. Pouco se sabe a respeito de ervas aromáticas, especiarias e temperos. O mel era o principal edulcorante e a apicultura deve ter sido uma actividade importante. A carne era um luxo. O gado pastava provavelmente em terrenos pantanosos marginais, em particular no delta. A carne mais apreciada cra a de vaca, mas as de carneiro, porco e cabra eram certamente também consumidas, assim como a de várias espécies de antílope. As aves eram o alimento dos ricos. Também o pombo, actualmente vulgar no Egipto, era comido, tal como acontecia com Os patos, gansos e várias aves de caça, A galinha era desconhecida antes do Império Novo e é provável que só se tenha tornado vulgar no período greco-romano. As 16

menos de 100 pessoas/km

100-200 pessoas/km

mais de 200 pessoas/km capital

capital de nomo cidade grande

cidade pequena fronteira de nomo

número de nomo nome modemo nome clássico

nome antigo

lago Fayum na época do Império Antigo escala: 2.650 000

100 km 50 ml

A

Densidade populacional no vale do Nilo Densidades

populacionais

estimadas dos nomos do vale do

Nilo nos tempos dinásticos (segundo Butzer). As densidades

são mais elevadas nas partes

estreitas do vale c perto da capital, talvez por estas zonas serem já completamente

povoadas desde muito antes c

possivelmente mais fáceis de

explorar. Às provas parecem, contudo, apoiá-las, já que os locais são mais facilmente

preservados onde o deserto está

mais próximo do rio; o resultado

pode, portanto, ser um pouco

exagerado. À população do delta, onde não existem bases para um

cálculo pormenorizado, ultrapassou

possivelmente

ado

vale durante o Império Novo,

Às grandes povoações são indicadas de acordo com a dimensão aproximada,

fornecendo um esboço de guia

uvas eram cultivadas sobretudo na parte ocidental do delta e nos oásis e transformadas em vinho, produto de luxo: há bastantes testemunhos da existência de vinhos tintos e os brancos são conhecidos através de fontes gregas. À bebida alcoólica mais usual era uma cerveja de fabrico caseiro, mas também se fazia vinho de tâmara e de roma. Por último, o papiro e o linho eram duas culturas muito importantes, sendo este último utilizado para quase todo o tipo de vestuário e para velas e cordas (talvez também para extracção de óleo), e também exportado. O óleo de palma era uma importante fonte adicional de fibra.

O delta À imagem do delta é, em geral, semelhante à do vale do Nilo, mas deve ter constituído um maior desafio no seu aproveitamento para a agricultura. Hoje em dia existem ainda zonas impróprias para o cultivo, mas algumas são pântanos e lagunas que podem ter sido criados por pos-

GEOGRAFIA

teriores incursões do mar.

DO

ANTIGO

EGIPTO

Devido às suas condições, o

aproveitamento da terra deve ter sido sempre um elemento importante para o desenvolvimento desta região, o que era já verdade por altura da 4.º dinastia, quando o delta se salienta nas listas de propriedades encontradas nos túmulos menfitas. Pela sua capacidade agrícola, o delta dominou cada vez mais, a partir de cerca de 1400 a. C., a vida política e económica do Egipto. À superfície de terra utilizável era aqui duas vezes superior à do vale do Nilo e o delta estava mais perto do Próximo Oriente, tendo os contactos com esta região tido um papel cada vez mais importante na história egípcia posterior. O delta formou-se

por uma interacção entre o mar, em períodos de níveis elevados, em eras geológicas mais antigas, c a lama depositada pelo Nilo. As regiões propícias a um povoamento permanente eram zonas arenosas entre os braços do Nilo e outros canais. Algumas delas eram já povoadas desde o início do período pré-

suplementar; existem

testemunhos de todas elas em

fontes dinásticas. As aldeias não

estão representadas.

|

As

pi

Z

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E

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Emi

qd

E

Fotografia antiga de um barco

do Nilo, com um carregamento

de cântaros de água. Devido à facilidade de transporte

pelo

no,

os objectos baratos c volumosos são enviados para grandes distâncias, como provavelmente sempre foram. Estes cântaros são fabricados próximo de Qena, onde existem argilas próprias para recipientes porosos que mantêm a água fresca pela evaporação,

Fotografia antiga de um par de

chaduts — braços com pesos € baldes — utilizados para elevar a

água para irrigação (as mulheres que se vécm em primeiro plano estão a recolhê-la para usos

domésticos). O chaduf,

introduzido no Império Novo,

podia elevar água até 3 m, ou

mais, quando ecra utilizado aos pares, como aqui se vê, mas é um trabalho tão intensivo que o seu

valor se limita a culturas horticolas ou para elevar o nível das zonas mundadas.

17

A

DO

GEOGRAFIA

EGIPTO

ANTIGO

Topografia do delta

Topografia do delta, reconstituída para o ano de 4000 a. €. (segundo Butzer) e

comparada com a situação actual.

O delta setentrional era inicialmente constituído por

lagunas e pântanos, tendo sido

,

E Damanhurta.

gradualmente coberto por camadas de lodo do Nilo,

k TelielFaran

e

N,

aumentando lentamente a

superfície de terra que só era

o

k

alagada sazonalmente,

a

A margem mais ao norte pode, no entanto, ter sido mais atraente

para a fixação precoce de

população do que tal poderia

pressupor; há sítios primitivos

no Nordeste e um nomo à volta

do lago Burullus. Como o areias costeras

LJ

acima co nivel de cheia por volta de 4000 a E

posteriormente limpa em relação ao delta meridional, aproximadamente no eixo do

fell el:

O Tell el-Sahale

laguna e terrenos pantanosos

extensão máximai

sugerem os sítios submersos da costa, esta zona pode ter sido

Er Abu Bio

pd

uadi Tumilar.

D Ghia

O desenvolvimento geral dos

mundado sazonalmente

braços do rio, possivelmente

inha de costa e braços do rio modernos principais braços doroe

muito influenciado pelo homem, aponta para uma redução do seu

Eliel Yahudia

4000 a C

número e alteração da sua principal desembocadura em

braços de mo menoresc 4000à C D

sitios de descoberias anlenores ao Império Novo

Sakha nome moderno MELÓPOLIS nome clássico

direcção a oeste. Abu Ravash 1) Co

escala 11 800000

|

0

50) km

2

Õ

lc

35 mi

Mo

|

daferot elAriano

Au Ghrat

bus

“no

As

Laio antigo

RO O MO

Mito]

Zonas

Cuio

estavam

acima

do nivel da cheia em 4000 à. C.

Vad Day

compócme-se de areia e lama e são

lua

muitas vezes conhecidas pela

| Ratuna DÃO Hetan

palavra árabe gezira, «ilha». Às

suas margens são

particularmente favoráveis à

-dinástico, tendo o padrão de expansão sido, possivelmente, em direcção ao Norte. O solo à volta das línguas de areia podia ser utilizado para cultivo e, se fosse mais húmido, para pastagem, e os pântanos, tal como os do vale do Nilo, abrigavam animais selvagens, peixe e papiro. Dadas as características diferentes das duas regiões descritas, a sua utilização agrícola terá tido de ser substancialmente diferente, havendo vestígios de comércio entre elas. No delta não foram encontradas quaisquer cidades grandes datando de períodos mais antigos. Esta aparente falta de centros populacionais pode ter sido devida, em parte, à relativa proximidade de Mênfis, a sul

do vértice do delta, mas pode também ser ilusória, dado

que os locais antigos do delta são muito menos acessiveis do que os do vale do Nilo. Não é de estranhar que o material arqueológico do delta seja apenas uma pequena

parte do do Alto Egipto, o que não reflecte a verdadeira

importância da região

O Fayum A terceira região importante de povoamento antigo

cra o Fayum. É um oásis à beira de um lago, a oeste do vale do Nilo e a sul de Mênfis, alimentado pelo Bahr Yusuf, um braço do Nilo que diverge para oeste, a norte de Asyut, e que termina no Birket Qarun, o lago Moceris da Antiguidade. À extensão do lago que cra, no Neolítico, um pouco inferior à de todo o Fayum, tem vindo gradualmente a diminuir. O lago era já um foco de povoamento no Paleolítico tardio (cerca de

7000 à. C.) e no Ugo. As culturas colectores, mas cultura tinha já

Neolítico e também no Império Anmais antigas cram de caçadores e repor altura do Império Antigo a agrisido, certamente, introduzida. A ex-

ploração intensiva desta zona dependia de se fazer baixar o nível do lago, para aproveitamento de terras. e da utilização da água daí proveniente para irrigar terre-

nos, tanto acima como abaixo do nível normal

do la-

go. Os faraós da 12.º dinastia realizaram importantes obras que devem, a Julgar pela localização de alguns

I8

monumentos, ter reduzido consideravelmente o lago e ganho cerca de 450 km” para o cultivo. Mais tarde, os Ptolomeus tornaram esta região uma das mais próspceras e densamente povoadas do país, com cerca de 1200 km” de terreno agrícola. A maior parte

da área então irrigada é hoje deserta. No Fayum é necessária uma forma de irrigação diferente da utilizada no resto do Egipto, bascada em grande quantida-

de de mão-de-obra em vez de em técnicas avançadas. Nas zonas mais baixas talvez fosse possível obter duas colheitas por ano, o que deve ter sido igualmente verdade em quase toda a região no período ptolomaico. Região semelhante ao Fayum, mas muito menos importante, é o uadi el-Natrun, oásis natural próximo

do delta, a noroeste do Cairo e a sul de Alexandria. A palavra «Natrun» refere-se aos seus lagos salgados. Estes eram, na Antiguidade, a principal fonte de sódio. utilizado para limpeza, para fins rituais, incluindo a mumificação, e para o fabrico de faiança egípcia e de vidro.

Este

oásis

é pobre

em

recursos

agrícolas

c

durante o período bizantino tornou-se refúgio para os ascetas cristãos.

O deserto ocidental

As restantes regiões a tratar eram mais periféricas em relação ao Egipto e só podiam ser mantidas quando havia um governo forte. Os oásis do deserto ocidental produziam algumas culturas valiosas, por exemplo uvas e as melhores tâmaras, c cram também pontos de ligação importantes no comeércio com as regiões remotas. De norte para sul, eram essencialmente quatro os oásis governados pelo Egipto: Bahariya, Farafra, el-Dakhla e cl-Kharga (a leste de el-Dakhla), sendo os dois últimos, de longe, OS mais impor tantes.

Para além destes, o mais remoto Oás is à Oeste

de Siwa foi incorporado no Egipto no período tardio tendo adquirido renome mundial graças à fracassada missão

de Cambises,

em

525 à. C.

(soube-se

recente-

fixação de populações, Os sitios

que aqui se vcem têm dado a

conhecer significativas descobertas pré-império Novo. OQmitem-se aqui alguns outros nomes de localidades que se conhecem através de textos.

A GEOGRAFIA

mente que foram encontrados no deserto vestígios do exército de Cambises), e à posterior consulta aí efectuada por Alexandre Magno ao oráculo. Existem também oásis mais pequenos, a ocidente do Nilo e mais para sul, Kurkur, Dunqul e Salima, que são pontos de paragem onde não foram encontrados quaisquer vestígios da Antiguidade. Há

Único mapa egípcio antigo.

Fragmento de um esboço de

mapa que representa, provavelmente, a região central

do uadi Hammamat, onde há

pedreiras de grauvaque e minas de ouro. Alguns outros fragmentos (que não se vêem aqui) mostram um longo

caminho com poucos pormenores topográficos.

As legendas hieráticas descrevem aspectos naturais € outros que são obra do homem, dizendo o todo

respeito à extracção de uma

estátua meio trabalhada que foi levada para a margem ocidental

de Tebas no ano 6, talvez do

reinado de Ramsés IV. Turim, Museu Egípcio.

testemunhos,

datando

dos

Impérios

Médio

e

Novo, de pessoas que fugiam à justiça ou a perseguições para os oásis de el-Kharga e el-Dakhla, enquanto na 21.º dinastia os exilados políticos eram para lá banidos. Nesse aspecto, esta região era uma faceta da Sibéria egípcia, sendo outro o do trabalho forçado em condições horríveis, com enormes perdas de vidas, nas minas do deserto oriental. Toda a zona a ocidente do vale do Nilo se chamava, na Antiguidade, Líbia. A região costeira a ocidente de Alexandria, até à Cineraica, albergava provavelmente a

DO

ANTIGO

EGIPTO

havido, em certos períodos, um povoamento egípcio permanente nesta região. O Sinai é também fonte de cobre, e em Timna, próximo de Eilat, foram escavadas minas de cobre contemporâneas das 18.:-20.º dinastias egípcias. Estas minas eram provavelmente exploradas pela população local, sob controlo egípcio, não havendo indícios de que os Egípcios extraíssem eles próprios cobre em qualquer outro local do Sinai. É possível que, tal como acontecia com o comércio de cereais entre o Egipto e o Próximo Oriente, os Egípcios extraíssem cobre, não considerando, porém, essa activi-

maioria da população líbia e era menos inóspita do que parece actualmente. Quase todos os vestígios egípcios ali encontrados datam do reinado de Ramsés II, que construiu fortalezas ao longo da costa até Zawyet Umm el-Rakham, a 340 km a ocidente de Alexandria, e do período greco-romano, quando os Ptolomeus construíram, nos estilos grego e egípcio, em Tolmeita, na Cirenaica, a 1000 km de Alexandria. Durante quase toda a história do Egipto os oásis constituíram um posto avançado contra os Líbios, que tentaram, em vários períodos, infiltrar-se. Nos reinados de

Merenre e de Pepi II, o chefe de expedição Harkhuf foi várias vezes até Yam, zona que fica, provavelmente, na região moderna de Kerma e Dongola, a sul da 3.º catarata do Nilo.

Numa

dessas ocasiões,

Harkhuf

seguiu pela «estrada do deserto», deixando o vale do Nilo perto de Abido e passando, certamente, por el-Dakhla. Ao chegar verificou que o governador de Yam tinha ido «correr com o chefe do território líbio para o canto ocidental do céu» — descoberta esta provavelmente

relacionada

com

a estrada

de ocidente,

utilizada nesta expedição. Este pormenor mostra que, para os Egípcios, a «Líbia» se estendia até cerca de 1500 km a sul do mar. As ruínas do Fezzan, que datam, provavelmente, do tempo de Cristo, revelam a possibilidade de o Sul da Líbia ter sido povoado na Antiguidade, enquanto a zona de Uweinat o foi no 3.º milénio antes de Cristo. Em períodos mais antigos a cultura dos Líbios era semelhante à dos Egípcios e é possível que falassem um dialecto da mesma língua, mas os contactos entre eles foram, durante o período dinástico, em boa parte hostis. Dos oásis ocidentais sai um caminho, conhecido hoje

por Darb el-Arbain («o caminho dos 40 dias»), que leva a el-Fasher, capital da província de Darfur, no Sudão ocidental. Harkhuf utilizou a primeira parte deste caminho, mas é possível que, já na Antiguidade, estivesse totalmente aberto ao comércio. Harkhuf viajava com burros, mas a exploração eficaz de tais caminhos deve ter dependido do camelo, introduzido no Egipto, ao que parece, nos séculos vI-v a. C.

O deserto oriental

A leste do Egipto existiam várias fontes importantes de minerais. À que se situava mais a norte era o Sinai, que fornecia turquesas, extraídas pelos Egípcios desde a 3.º dinastia até ao fim do Império Novo, mas não mais tarde (teve-se recentemente notícia de descobertas datando do início do período dinástico). As principais escavações de ruínas egípcias ficam no Sinai oci-

dental,

no

uadi

Maghara

e Serabit el-Khadim,

tendo

dade suficientemente Caso contrário,

prestigiosa para a registarem.

talvez utilizassem mão-de-obra

local,

como em Timna, ou comprassem cobre à população local, ou adquirissem a maior parte do que necessitavam noutro local. O deserto oriental do Egipto fornecia grande quantidade de pedras para a construção e pedras semipreciosas e era o caminho para o mar Vermelho. Algumas pedreiras localizavam-se perto do vale do Nilo, como era o caso de Gebel Ahmar (quartzito) e de Hatnub (alabastro egípcio), mas outras, particularmente as de grauvaque (pedra dura e negra), em uadi Hammamat, e as de ouro, na sua maior parte a sul da latitude de Koptos, implicavam expedições em grande escala. Sem o domínio egípcio sobre a população nómada local, ou sem a sua colaboração, estas minas não podiam ter sido exploradas. Este controlo era-lhes igualmente necessário para poderem utilizar as três principais vias de acesso ao mar Vermelho que seguem pelo uadi Gasssus até Safaga, pelo uadi Hammamat até Quseir e pelo uadi Abbad até Berenike, existindo igualmente um caminho menos importante que vai de cerca de 80 km a sul do Cairo até ao golfo de Suez, de cuja existência há provas que datam do reinado de Ramsés Il. O testemunho mais antigo da utilização destas rotas data do fim do período pré-dinástico (uadi el-Qash, de Koptos a Berenike), podendo estar relacionada com o comércio do mar Vermelho ou com a exploração mineira. Existem provas da utilização das rotas mais a norte em todos os principais períodos da história egípcia e das mais a sul a partir do Império Novo. Nos confins do uadi Gassus encontrava-se um templo da 12.º dinastia e em 1976 foram descobertas ruínas do porto egípcio próximo, da mesma época. Existem mais vestígios, das 25.º e 26.º dinastias (700-525 a. C.), e este

padrão manteve-se provavelmente durante o período persa (séculos vi-v a. C.), altura em que existiam ligações com o Irão, contornando a costa arábica. O periodo romano está representado em sítios como Quseir e Berenike, que eram portos de comércio com a África 19

A

GEOGRAFIA

DO

EGIPTO

ANTIGO

oriental e com a Índia. Embora não existam provas de que os contactos dos Egípcios tivessem chegado tão

longe, tais portos deviam ser utilizados para o comércio com as terras quase míticas do Ponto, que aparece refcrido em textos a partir do Império Antigo. À localização do Ponto não está rigorosamente estabelecida, sendo, para os Egípcios, uma região com várias associações idealizadas, mas é muito provável que se tratasse da região da moderna Eritreia ou Somália, onde há notícia de recentes descobertas dos períodos helenístico e romano. Os artigos que vinham do Ponto eram quase todos exóticos ou de luxo, sendo o mais importante o Incenso. Não se sabe se o comércio com o país do Ponto era a única razão para a navegação no mar Vermelho, para além do acesso a algumas zonas do Sinai. Há notícia de terem sido encontradas pérolas egípcias de 18.º dinastia

na costa a sul do rio Juba,

perto do equador,

isto

mas

não significa que os Egípcios tivessem chegado eles próprios até aí.

A Núbia A fronteira política do Egipto, na 1.º catarata, foi provavelmente estabelecida em fins do período pré-dinástico e princípios do dinástico, substituindo a anterior fronteira natural em Gebel el-Silsila, onde os montes calcários de

cada lado do Nilo dão lugar a arenitos, elemento básico

das rochas até Butana,

no centro do Sudão.

Em

Gebel

el-Silsila os arenitos chegam até cada uma das margens do rio, e era neste local

que se encontrava

a principal

pedreira de onde os Egípcios extraíam, a partir do Império Novo, material para construção. O calcário permitiu que o Nilo formasse uma planície inundável relativamente larga, enquanto a área de terreno útil nas zonas de arenito é muito pequena. A sul de Gebel el-Silsila encontrava-se a primeira província egípcia, ou nomo, cujas principais cidades eram Assuão e Kom

cedo,

Ombo.

O seu estatuto à parte foi, desde

atestado pelo seu nome,

Núbia.

Entre as 1.º e 2.º

cataratas encontrava-se a Baixa Núbia, que foi sempre o

principal alvo para incorporação no Egipto. Inscrições e relevos

na

rocha,

na zona

da 2.º catarata,

datando

de

princípios do período dinástico, mostram o interesse do Egipto por esta terra, nessa altura. Na 4.º e 5.º dmastias quase não havia população permanente na Baixa Núbia. Uma povoação egípcia em Buhen, a norte da 2.º catarata, implica, senão governo, pelo menos hegemonia. Na 6.: dinastia os Egípcios cederam perante os habitantes locais, mas retomaram o controlo durante a 11.º dinastia e, novamente, no fim da 17.º. Os faraós da 18.º dinastia

meus, fazendo estes parte da paisagem estereotipada do

Egipto na antiguidade clássica. Não se sabe como é que os Egípcios pagavam tudo isto, e não há praticamente nenhum vestígio arqueológico egípcio na região subsariana. Desconhece-se a origem de muitos dos produtos — os pigmeus nunca se devem ter expandido para

norte do divisor hidrográfico Nilo-Congo, enquanto alguns dos outros artigos devem ter atravessado a floresta tropical, passando por um certo número de intermediários antes de chegarem ao Egipto. Não nos é fácil avaliar a importância destes produtos para os Egípcios, muitas

vezes de natureza religiosa, mas foram transformados em foco de prestígio comparável actualmente ao das pedras preciosas.

A Palestina e a Síria

A última região importante que é necessário mencionar aqui é a da costa da Palestina. Já no período pré-dinástico existem testemunhos dos contactos entre o Egipto e O Próximo Oriente e o nome de Narmer, último rei pré-

-dinástico,

Palestina.

foi encontrado

em

Tel-Gat e Tel-Arad,

na

O comércio de lápis-lazúli, cuja principal

fonte era, na Antiguidade,

Badakshan,

no Afeganistão,

era então próspero e é possível que o Egipto importasse também metal da Ásia. Há testemunhos, datando do Império Antigo, de ligações entre o Egipto e Biblos, no Líbano, e o barco funerário de Kéops,

o construtor da

Grande Pirâmide, era feito de cedro do Líbano. Há poucas árvores no Egipto e a sua madeira é de má qualidade, por isso a madeira boa teve sempre de ser importada do Próximo Oriente. Durante o Império Médio estas ligações intensificaram-se, enquanto no Império Novo os faraós egípcios conquistaram grande parte desta região, que mantiveram em seu poder durante mais de dois séculos, explorando os povos subjugados e fazendo comércio com os vizinhos. Durante o ressurgimento do poder egípcio, da 22.º à 26.º dinastias, foram de novo conquistadas partes da Palestina, o que se repetiu no período ptolomaico. À posse de parte da Síria-Palestina era um objectivo normal para um regime forte no Egipto, mas verificou-se ser muito mais difícil do que a Núbia. Muito dos progressos na cultura material do Egipto vieram do Próximo Oriente. Em troca destas importações «invisíveis», assim como da madeira,

cobre, talvez

também estanho, prata, pedras preciosas, vinha e óleo, os Egípcios podiam oferecer quatro recursos principais: ouro, excedentes alimentares, linho e, especialmente em períodos mais recentes, papiro. O comércio do ouro € o

domínio egípcio até Kurgus, a sul da rota que atravessam o deserto de Korosko até Esta aquisição de território foi muito ima história posterior, uma vez que se esta-

intercâmbio de produtos africanos importados pelo Egipto são bem conhecidos, mas a exportação de comida e de outros produtos sem prestígio só em casos excepcionais pode ser comprovada. Quase não deixa

de influência egípcia, que viria a dar origem à 25.º dinastia egípcia c ao reino de Napata-Meroe, que se manteve até ao século Iv d. C. A Baixa Núbia parece ter sido considerada como pertencendo de direito ao Egipto e era importante para o acesso a matérias-primas, sobretudo pedras duras e ouro, no deserto de cada lado do Nilo. Num período antigo esta região foi utilizada como fonte de madeira, mas nunca pode ter tido grande importância do ponto de

cionada em textos, sendo a mais conhecida referência

estenderam o das caravanas Abu Hamed. portante para

beleceu em Napata, capital da Alta Núbia, uma cultura

vista agrícola,

dado

a área cultivável

se limitar à uma

estreita faixa de cada lado do rio. Era também, no entanto, a passagem

por onde vinham

muitos dos produ-

tos africanos apreciados pelos Egípcios, que incluíam especiarias, ébano, penas de avestruz e algumas espécies de

babuíno.

Ocasionalmente

vendiam-se e

20

também

pip-

marcas nos registos arqueológicos e quase nunca é men-

escrita um

presente de cereais de Merneptah aos Hititas,

durante um período de fome, o que não constitui comércio. Mas a agricultura egípcia era bastante mais certa e mais produtiva do que qualquer outra no Próximo Oriente e tal como o celeiro de Roma na época imperial era o Egipto, o mesmo pode ter acontecido para o Próximo Oriente em

épocas anteriores.

Os cereais foram

um elemento importante da política externa do período tardio. Podem mencionar-se outras regiões, mais distantes do Egipto, que tiveram importância na história egipeia em alturas diferentes, entre as quais a Mesopotâmia, a Anatólia hitita, Creta e Chipre, que não podem ser aqui examinadas.

Em baixo: afloramento granítico perto de Ássuão, com marcas de extracção. As filas de entalhes semelhantes a dentes mostram onde foram abertas fendas antes de serem inseridas cunhas de madeira. Às cunhas eram molhadas, de modo a incharem,

para separar a pedra. Às cicatrizes que se vêem nalgumas superfícies

foram, possivelmente, feitas com ferramentas de ferro e são,

portanto, posteriores a cerca de 700 a. €. Fundo da página: paisagem da

parte sul do deserto oriental.

Embora esta zona seja um pouco

menos árida do que o deserto ocidental, a organização de

expedições para extracção ou recolha de minerais deve ter

levantado enormes problemas. Mesmo assim, a exploração foi

muito completa; foram poucos

os depósitos minerais

significativos que se encontram

que não tivessem sido explorados na Antiguidade.

A

Recursos naturais do antigo

Egipto

Os locas indicados são aqueles

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Antigas

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dos minerais referidos. É muitas

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precisão estas explorações, mas

muitas delas são exclusivamente greco-romanas, por exemplo as tontes

de esmeralda,

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calcedónia, feldspato, granada,

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(quartzo), serpentina. À oeste do Nilo encontra-se epsita, em 100 km a sul do

Cairo, cosilex espalha-se por

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el-Silsila, são compostos de calcário, sendo apenas marcadas qualidade

de

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e tendo poucos contactos ECONÔMICOS COM O Exterior. A regãão cultivada variava,

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do Nilo, para sul até Gebel

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ANTIGO

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ambos os lados do vale, especialmente entre Luxor cel-Kab. Os montes próximos

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a norte de Asvut). cornalina,

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espalhadas pelo deserto oriental:

As prseiras

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Claudianus. Outras pedras semmpreciosas e minerais encontram-se agata, brecha,

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GEOGRAFIA

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21

O ESTUDO DO ANTIGO EGIPIO

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copta pto, onde é, até hoje, utilizada para fins litúrgicos. Os manuscritos podiam, portanto, ser estudados por quem soubesse árabe, língua em que

os livros elementares coptas eram escritos. Dois séculos

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Polifili (Veneza, 1499). À inscrição «hicroglífica» baseia-

id, e

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2

Obelisco e elefante: ilustração de um mausoléu por Francesco

critos coptas. Os manuscritos estavam redigidos na forma mais recente da língua egípcia, em letras gregas,

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reconhecido na sua maior parte como egípcio e interpretado com a ajuda dos escritos dos autores clássicos sobre o Egipto. Os ilustradores da época não tinham qualquer noção das diferenças entre os seus próprios métodos de representação e os do antigo Egipto, o que leva as suas reproduções a terem apenas uma vaga semelhança com Os originais. Os finais do século xvi e princípios do xvm foram a época das primeiras visitas ao Egipto, em busca de antiguidades. Pietro della Valle (1586-1625) viajou por todo oriental, de 1614 a 1626, e trouxe con-

“at SPLIT

o

característico do cenário de Roma, um núcleo de estudo

o Mediterrâneo

SVB

VS

gregos — de que o Egipto era a fonte da sabedoria. O mesmo se pode dizer do Hieroglyphica, que, segundo se afirmava, descrevia um método de encerrar verdades profundas em sinais pictóricos. No século xvi os estudiosos da Antiguidade dedicaram-se mais do que nunca ao estudo dos vestígios dessa época e, em Roma, principal centro das suas investigações, viram-se de imediato confrontados com objectos egípcios, a maior parte dos quais tinham sido importados para o culto de Ísis, popular nos princípios do Império. Estes objectos encontram-se referidos em antigas publicações de antiguidades e formam, em conjunto com os obeliscos, que continuam a ser um elemento

AEGYPTO

filósofos

AETHIOPIAE

do Louvre.

da

c. 650 a. €. Paris, Museu

+.

originalmente de Tebas,

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Proveniente de Roma (2),

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diferentes, utilizando duas fontes manuscritas do século xvi.

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dos primeiros

Herwart representa o mesmo objecto como se fossem dois

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vindo

inscrições hieroglíficas publicada.

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o pressuposto —

(1620), a mais antiga colecção de

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parte,

G. Herwart von Hohenburg

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glyphica de Horapollo, obra do século 1v d. C. que pretende ser de origem egípcia e dá explicações simbólicas do significado de um certo número de sinais da escrita meroglífica e do Corpus Hermeticus, conjunto de panfletos filosóficos dos primeiros séculos da nossa era, escritos provavelmente no Egipto e contendo ideias egípcias genuínas, intercaladas com material neoplatónico e outro. Os textos deste último tipo defendiim, em grande

gravura em Thesaurus Hicroglyphicorum, de

TO

zidos à luz do dia no século xv, encontrava-se a Hiero-

-leitor principal Petamenope:

A O so k =

tra-

Estátua em bloco do sacerdote-

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ram-se no Renascimento e entre os textos clássicos,

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durante toda a Idade Média, pelos seus monumentos, sobretudo as pirâmides. Alguns peregrinos passaram pelo Egipto a caminho da Terra Santa, especialmente para visitarem locais associados com a estada de Cristo, e acreditava-se mesmo que as pirâmides tinham relação com a história bíblica, sendo consideradas como os «celeiros de José». O interesse e o conhecimento da Antiguidade renova-

Aut Jouis,in Íolo tanta PRA elt fiducia Nilo. Lucas | |

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lembrada,

Às primeiras fases

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Os Europeus têm-se interessado quase continuamente pelo Egipto e vários autores, desde o grego Hekataios de Mileto, no século via. C. (cujo livro se perdeu), até aos nossos dias, têm escrito sobre este país. Quando a civilização do Antigo Egipto se extinguiu, nos finais do período romano, não podia já ser objecto de estudo contemporâneo,

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Colonna, Hypnerotomachia

-se, sobretudo, no friso de um templo romano que se julgava conter hicróglifos egípcios.

Mapa do antigo Egipto, de Abraham Ortelius, Amesterdão, 1595. A divisa diz: «Rico em re-

cursos naturais, o Egipto coloca a sua fé no Nilo e não tem, por isso, necessidade nem de comércio

externo, nem da chuva que cai do

nas suas posições relativas corree-

tas, incluindo Tebas, 125 anos antes de a sua localização ter sido identificada no terreno. Esta in-

de formação provém quase toda fontes clássicas, as úmicas entao

céu» (Lucano, Civil War, 8, 446-

disponíveis para o antigo Egipto, de modo que se vécm, por exemt-

mapas anteriores a 1800, o Norte encontra-se à direita, de modo a

lugares não identificados. À to-

-47). Como em muitos outros

plo, as desembocaduras do no da época clássica. De notar a lista de

poder-se apresentar uma «paisa-

pografia não se baseia em ne-

realização notável, mostrando

inexacta. Londres, Museu Britã-

gem» do Nilo, Este mapa é uma

quase todas as cidades e nomos

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constituiu um grande avanço em relação à obra pioneira de Heinrich Brugsch, mas continua a estar mais pró-

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11 volumes, editado por Adolf Erman e Her-

ximo do princípio do que do fim do estudo do significado das palavras egípcias. Para poder trabalhar longe dos monumentos o egiptólogo precisa de apresentações dos mesmos, de estudos mais pormenorizados sobre textos — hieroglíficos, hieráticos e demóticos — e de inúmeros outros tipos de

T

auxílio. Nestas áreas é talvez Kurt Sethe (1869-1934) o

Relevo de Ramsés H numa batalha contra os «povos do

mar», no seu templo de Medinet Habu, parede exterior norte. Em Medinet Habu, cuja publicação

definitiva foi feita pelo Oriental Institute da Umversidade

de Chicago.

tempo não havia qualquer apresentação completa de monumentos em fotografias a cores e mesmo estas não são inteiramente satisfatórias. Ainda não foi conseguida uma apresentação eficaz do legado único, e em rápida deterioração, dos Egípcios. O mais importante empreendimento epigráfico que se seguiu a Davies foi a fundação em Luxor, em 1924, da Chicago House, estação de estudo do Oriental Institute da Universidade de Chicago. O Oriental Institute foi ele próprio criado por James H. Breasted (1865-1935), fundador efectivo da egiptologia americana e ele próprio investigador de renome, que obteve o apoio de John D. Rockefeller para a Chicago House. A expedição de Chicago produziu o único registo exaustivo de um vasto templo egípcio em fac-símile (Medinet Habu, 1930-1970) e várias outras publicações. Outra obra que estabeleceu critérios comparáveis aos desta, e igualmente

financiada por Rockefeller, foi a apresentação, feita por A. M. Calverley (1896-1959) e M. F. Broome, das partes interiores do templo de Set 1, em Abido. Após uma

acalmia,

recente-

o fluxo de publicações aumentou

mente.

A egiptologia fora do Egipto

|

Embora seja indispensável, a actividade no Egipto constitui apenas uma pequena parte do trabalho dos egiptólogos e é frequente haver pouco contacto entre O campo e o estudo. É muito mais difícil seleccionar nomes para estabelecer uma lista dos principais egiptólogos de secretária do que o é no caso dos trabalhadores de campo, mas é necessário fazê-lo para estabelecer um | equilíbrio. O primeiro objectivo dos egiptólogos foi sempre O de compreender a língua. No princípio deste século F. L. Griffith (1862-1934) e Wilhelm Spiegelberg (1870-1930) €savançaram imenso no conhecimento do demótico, a crita cursiva e língua dos períodos tardio e grecofazer “romano, enquanto Adolf Erman continuava a descobertas em relação às fases mais antigas do egípcio.

investigador mais importante. Começou como gramático, mas contribuiu mais tarde para o estudo de quase todas as áreas desta disciplina e foi o mais prolífero editor de textos, cuja obra continuará a ser indispensável durante muito tempo. Sir Alan Gardiner foi o mais importante editor de textos em papiro, tendo estabelecido novos critérios para o tratamento dos papiros em si e da sua apresentação. O seu colaborador Jaroslav Cerny (1898-1970) foi o grande estudioso de ostracas e de outros documentos cursivos provenientes, sobretudo, de Deir el-Medina. Como exemplos de estudos mais gerais de egiptolo-

gia, deve

referir-se,

mais ou

menos

arbitrariamente,

a

obra de dois escritores que alteraram áreas inteiras desta disciplina, podendo, além destes, encontrar-se outros nomes importantes na bibliografia. Henrich Schafer (1868-1957) publicou a obra fundamental sobre a arte egípcia que analisa o modo como os Egípcios representavam objectos e figuras da natureza (ver as páginas 60-61). Gerhard Fecht transformou igualmente o nosso modo de ver a organização dos textos egípcios. Demonstrou que a maioria deles está escrita numa espécie de métrica e parece que se escrevia mais normalmente cm

«verso»

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que

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«prosa»,

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sário ser-se, pelo menos, versificador, senão pocta, para compor textos. Mas estes mvestigadores aclararam árcas que são muito estranhas aos nossos olhos e ambos revelaram aspectos que são condição prévia para uma verdadeira compreensão das fontes antigas. Em toda a egiptologia o que se tem feito é um prelúdio ao que poderia ser feito. À egiptologia é actualmente uma disciplina académica convencional, cujo estudo está centrado em universidades, museus e institutos arqueológicos nacionais, sendo esta matéria representada em mais de 20 países. Os cerca de 300 egiptólogos cobrem áreas como a lingua, a literatura, a história, a religião ou a arte que, para o mundo moderno, estariam separadas. Isto tem vantagens, pois obriga-os a manterem uma perspectiva geral, mas também desvantagens, no que respeita a trabalho pormenorizado ou a projectos importantes como os dicionários. Infelizmente, o trabalho original em egiprologia tornou-se quase exclusivamente uma actividade academica,

29

q

O PANORAMA O Egipto pré-dinástico

HISTÓRICO

A cultura do Norte de África foi, até ao fim da última era glaciar (cerca de 10 000 a. C.), muito uniforme e a formação gradual do Egipto constituiu uma separação em relação a este cenário, muito afectado por alterações climáticas. Os aspectos mais relevantes deste processo são a rápida aceleração das mudanças, nos séculos que antecederam o período dinástico, e a falta de semelhança entre o estado egípcio da 4.º dinastia e os seus antecedentes pré-dinásticos, talvez meio milémio antes. À cultura egípcia não se tornou estática nessa altura, mas nunca mais voltou a haver uma vaga de crescimento, e pode descobrir-se uma continuidade, desde o Império Antigo até ao período romano, que não se encontra entre o Egipto pré-dinástico e o dinástico. As mais antigas culturas pré-dinásticas não eram uniformes em todo o país e não é fácil relacionar o desenvolvimento das duas regiões principais. No vale do Nilo, as mais antigas culturas neolíticas, sedentárias e produtoras de alimentos são as do Tasiano e do Badariano (dos nomes dos locais em que foram pela primeira vez identificadas, tal como acontece com as que se referem a seguir), que podem não ter sido, de facto, separadas (cerca de 4500 a. C.). Confinam-se a modestos cemitérios provavelmente próximos de povoações hoje desaparecidas. No Fayum, há conhecimento de culturas datando de uma época aproximadamente idêntica, nas margens do lago e ao seu nível, mas existem poucas provas de que aqueles povos fossem agricultores, podendo ter vivido apenas em grande medida da caça e da recolha. Nas margens do delta, as grandes ruínas de Merimda são talvez mais antigas do que as Badari e é possível que tenha existido população sedentária no delta central nessa altura. Conhecem-se várias outras culturas neolíticas na zona da 2.º catarata. O Nagada I (por vezes designado «Amratiano») é,

como os períodos culturais que o precederam, uma cultura local, em pequena escala, mostrando poucos sinais

de estratificação social. É, no entanto, conhecida numa área bastante maior e constitui o prelúdio à fase mais

expansiva de Nagada II (ou Gerzeano), não mostrando quaisquer vestígios de influência exterior, O Nagada II constitui o ponto de viragem no desenvolvimento do Egipto pré-dinástico. Foi a primeira cultura a estabelecer contactos com outros países, tendo-se espalhado por todo o vale do Nilo, a norte de Gebel el-Silsila e até ao Delta. Verifica-se também a existência

de estratificação social e um desenvolvimento de centros populacionais significativos, nomeadamente Hieracônpolis (Kom el-Ahmar), Koptos (Quft), Nagada e Abido. Foi, por outro lado, o último período em que se verificou uma certa uniformidade cultural, que se estendia para sul da 1.º catarata. As culturas núbias deste período,

que

se encontram

até Cartum,

não

são

muito

distintas das do Egipto. É provável que tenha havido trocas em toda esta região e que não houvesse uma autoridade política central. A separação cultural em relação ao grupo núbio A, que se torna visível a sul de Gebel cl-Silsila no Nagada II, acompanha, provavelmente, os começos da organização estatal no Egipto e a definição de uma fronteira política. Este processo leva ao período dinástico primitivo, em que o Egipto se unificou dentro de fronteiras comparáveis às de períodos posteriores, sob um único governante. Não existe uma quebra marcada entre o Nagada Il e o período dinástico primitivo, embora a transformação tenha sido, ao longo dos séculos, quase total.

Durante o Nagada II, alguns motivos artísticos € artigos de tecnologia demonstram a existência de contactos culturais com a Mesopotâmia. É possível que a escrita egípcia tenha sido inventada em resposta ao estímulo vindo da Mesopotâmia,

mas os sistemas dos dois países

Egipto pré-dinástico e dinástico primitivo

Os sítios de tipo egípcio estão

marcados a preto e numerados de acordo com as culturas de que

existem vestígios:

1 do tasiano/badariano 2 do Nagada | 3 do Nagada II

4 culturas do Baixo Egipto e do delta (contemporâneas

do badariano e do Naqada II, mas não uniformes)

5 cultura pré-dinástica do Fayum: 6 Nagada II tardio e dinástico primitivo. Às categorias | a 5 estão lista-

das de forma mais completa do

que a 6. Muitos sítios do pré-dinástico deixaram de ser utiliza-

dos no período dinástico primi-

tivo, talvez por os seus habitantes

já não explorarem tanto o limiar

do deserto e se terem mudado mais para dentro do vale. Em todas as zonas do deserto são vulgares os desenhos na rocha,

de variadíssimas épocas, muitos deles feitos por nómadas. Quase

sempre encontram-se perto das rotas e, na Baixa INúbia, são também

frequentes perto do Nilo. O estilo

destes desenhos continua, no periodo dinástico, a não ser caracteris-

ticamente egípcio. As pedras duras

do deserto oriental foram utilizadas durante os períodos pré-dinástico e

dinástico primitivo.

Não se conhece ao certo o esta-

tuto político das capitais assinala-

das, excepto Abido e Mênrfis.

Os locais de tipo núbio estão

marcados a castanho. Os do grupo À distinguem-se assim: grupo À primitivo (contem-

porâneo do Nagada I tardio e do Naqada HH primitivo).

grupo À clássico e terminal (con-

temporâneos, respectivamente, do Nagada II tardio e da 1.º dinastia).

Os sitios de tipo núblio da região da 2.º catarata incluem: a variante de Cartum,

c. 4500-3500 a. €.

pós-shamarkiano, c. 3500 a. €. adkaniano, c. 4000-

-3200 à. €., e sobrepondo-se ao grupo À clássico. As condições

favoráveis e inúmeros levantamentos levaram à identificação de numerosos sítios de todos estes

tipos, que se conhecem muito melhor do que os seus homólogos egípcios, Página ao lado: a região da 2.º catarata na época pré-dinástica.

À esquerda: objectos provententes de túmulos do Nagada L

À esquerda, estatueta de barro de mulher com à mão direita sob o* selo esquerdo e com coxas € pernas exageradas. Ão centro, vaso de barro vermelho com o topo

preto, com um desenho gravado, de significado incerto. À direita, faca de pedra cuidadosamente tra-

balhada, talvez objecto ritual. Oxtord, Museu Ashmolean.

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M

HISTÓRICO

Hórus, o elemento real oficial do título, e não pelos nomes de nascimento, que são os utilizados nas listas. Em consequência disto, quer a identificação, quer a existência de Menés são discutíveis, mas trata-se, provavelmente, do rei Aha, de cujo reinado data o mais antigo túmulo de Saggara. Os dois principais centros de poder eram, nessa época,

Abido

e Mênfis,

enquanto

em

Hieracômpolis,

po-

voação muito antiga, foram também encontradas importantes ruinas do princípio do período dinástico. As duas divindades guardiãs do faraó do Egipto, Nekhbet e WadJt, pertencem a Hieracômpolis e a Buto (Tell el-Farain), no delta, e é provável que Buto tenha tido igualmente importância num período antigo. Calcula-se a duração da 1.º dinastia em cerca de 150 anos. Foram encontrados em várias partes do país, inclusive no delta, vastos cemitérios deste

período,

com

testemunhos

valiosos,

datando

os

mais admiráveis do longo reinado de Den. A sua difusão indica que havia menos centralização de riqueza do que durante o Império Antigo, altura em que os cemitérios provinciais de importância desaparecem. Existem poucas provas directas da existência de relações entre o Egipto e o Próximo Oriente ou a Líbia durante a 1.º dinastia, mas tal facto pode dever-se .ao acaso.

Na

Núbia,

na zona

da 2.º catarata,

encontrou-se

um grafito, mais ou menos deste período, representando um rei triunfando dos seus inimigos, o que indica que os Egípcios não tinham vindo apenas para fazer comércio. Os

reis eram

enterrados

em

Abido,

num

cemitério

bem para dentro do deserto, enquanto as zonas próximas das de cultivo parecem ter sido destinadas ao culto fúnebre real, podendo ter compreendido edifícios cerimoniais construídos com materiais frágeis, que eram renovados à medida das necessidades. Os túmulos reais eram, eles próprios, de dimensões modestas e foram totalmente saqueados em períodos posteriores, mas O pouco que resta deles é um esplêndido trabalho. Enquanto os faraós e respectiva corte eram enterrados em Abido, alguns altos dignitários tinham imponentes túmulos de tijolo, de tipo diferente, junto da encosta desértica a norte de Saqgara (foram também encontrados túmulos semelhantes noutras escavações). Não devia haver mais do que um ou dois destes funcionários ao mesmo tempo, visto o número de túmulos ser apenas ligeiramente superior ao dos reis, havendo túmulos datados dos reinados daqueles que viveram mais tempo. O conteúdo de algumas das câmaras de armazenamento nas superestruturas destes túmulos foi preservado, incluindo um notável conjunto de objectos de cobre ce, sobretudo, enormes quantidades de vasos de pedra, de várias espécies e feitios. Este tipo de vasos de pedra teve origem nos tempos pré-dinásticos e foi o principal produto de luxo do país até à 3.º dinastia. No princípio da 2.º dinastia, a necrópole real foi transferida para Saggara. Depois do terceiro faraó desta dinastia, Ninctjen, o registo é muito incerto, sendo provável que tenha havido vários pretendentes ao trono e tradi-

ções posteriores incluem 32

nomes de ambos os lados.

nhores descansam nele». Este conjunto é, portanto,

uma

proclamação do fim da luta. O reinado de Khasekhemwy prenuncia a 3.º dinastia. A rainha, Nimaathapi, está associada aos dois primeiros faraós e a arquitectura desta época mostra grandes progressos. O

primeiro

faraó

da 3.º dinastia,

Zanakht

(2649-

-2630), figura obscura, é provavelmente o mesmo

que

Nebka. O seu sucessor, Djoser (2630-2611) é, sobretudo, conhecido como construtor da Pirâmide de De-

graus de Saggara, o mais antigo edifício de pedra daquelas dimensões do mundo. Para além disso, alguns fragmentos de um santuário de Heliópolis, datando do seu reinado, revelam uma iconografia e um estilo egípcios totalmente desenvolvidos. A Pirâmide de Degraus é, em muitos aspectos, uma estrutura experimental,

revelando

muitas alterações no seu plano, mas demonstra um domínio técnico e um poder económico surpreendentes. A época de Djoser foi vista mais tarde como uma idade de ouro do empreendimento e do saber. O nome de Imhotep, provável arquitecto da Pirâmide de Degraus



completamente todos os locais

por período e devemos lembrar-

-nos de que muitas povoações têm sido constantemente

ocupadas, de modo que vestígios

antigos foram destruídos ou estão profundamente enterrados. Por

isso, a distribuição que aqui se

mostra indica mais as descobertas

E

de

de outros sítios. Não cobrem

importantes do que os padrões de

PS

seus nomes

na segunda parte, assim como os

povoamento. Há,

MPE

pelos

vestígios dos períodos relevantes

proporcionalmente, mais indicações de sítios núbios, do

deserto ou dos oásis, devido às melhores condições de

preservação e aos critérios de inclusão menos estritos. Estes mapas mostram reconstituições hipotéticas da topografia antiga, a qual difere da

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conhecidos

todos os sítios de que se referem

DP

sobretudo,

inimigos da mitologia egípcia, que lutam pela obtenção da herança do país — mas é possível que este mito tenha sido formulado depois da 2.º dinastia — e a alteração do título pode ter a ver com a crença do triunfo de Seth, ou com uma diferença de fidelidade local, entre outras possibilidades. À actuação de Peribsen parece ter provocado a oposição de um rei, Khasckhem, de que apenas se conhecem objectos provenientes de Hierakonpolis, no Sul. O rei seguinte, Khasekhemwy, era provavelmente a mesma pessoa que Khasekhem, tendo o seu nome sido encontrado por todo o país em objectos datando presumivelmente de um período posterior à morte de Peribsen. Khasekhem é um nome que faz referência a um «poder» (sekhem) que significa Hórus, enquanto Khasekhemwy se refere a dois «poderes» — Hórus e Seth — tendo por cima as figuras de ambos os deuses e é acompanhado da frase «os dois se-

e topografia Os mapas deste capítulo mostram

ia

reis eram,

ter alterado o seu nome, que seria anteriormente o de Sekhemid, referido a Hórus. Hórus e Seth são dois deuses

Mapas históricos: sítios

moderna na pequena região cultivada do vale do Nilo (apenas nas páginas 31-33), no eixo do meandro mais ocidental do Nilo no vale (segundo Butzer), na

dimensão variável do lago Fayum, nos braços de água do

delta (segundo Butzer e Bietak) e

na provável maior dimensão do golfo de Suez,

Os símbolos a preto e castanho

indicam as localizações. Os

símbolos a azul qualificam os

nomes mas não são localizações.

Alguns aspectos da antiga topografia são demasiado hipotéticos para serem aqui

incluidos. Entre estes contam-se

as possíveis variações da costa do delta (por exemplo,

a terra estava

2.5 m mais acima do nivel do

mar do que no período greco-

-romano) e o «canal oriental»,

cuja finalidade e data são desconhecidas (Império Médio ou período tardio) e de que se podem ver vestígios em fotografias aéreas da região entre o lago Timsah e as proximidades de Tell el-Farama.

tinha o título de mestre escultor, entre outros —, veio

a ser particularmente venerado e era, no período greco-romano, uma divindade popular, associada especialmente à cura de doenças. O seu nome encontra-se também sob a forma de grafito, num esboço do muro à volta da pirâmide do sucessor de Djoser, que foi enterrado quase de imediato numa estrutura modificada em relação ao plano original. Talvez fosse um herói dos trabalhadores da sua própria época. Os edifícios de Djoser salientavam-se do grupo de mastabas maciças de tijolo, datando do seu reinado, a norte de Sagqara, e foi apenas na dinastia seguinte que outros homens tiveram túmulos de pedra. Mas a perfeição do trabalho em relevo estendia-se para além do monumento real e os relevos em madeira, provenientes do túmulo de Hezyre, da mesma época, estão entre os mais

belos da escultura antiga neste material. Embora tivessem sido feitos para um particular, podem ter tido origem numa oficina real. O monumento, ainda mais grandioso, do sucessor de Djoser, Sekhemkeht (2611-2603), quase não passou do nível do chão e ao seu reinado seguiu-se um período obscuro. Este interlúdio antes da 4.º dinastia revela o modo

como os governantes predominavam no registo e, por isso, na nossa visão da história, Quando o faraó e a sua organização eram fortes, os recursos do país podiam ser

O Egipto no Império Antigo e no 1.º período intermédio Locais onde foram encontrados papiros. Há muito poucos papiros do Império Antigo preservados, ao contrário do que acontece com os de períodos posteriores, de que se conhece a proveniência de todos. Locais provinciais com

túmulos decorados, sobretudo de finais do Império Antigo e do |.º período intermédio. A proliferação de tais tâmulos reflecte a descentralização deste

periodo e talvez um nivelamento da riqueza.

Grahitos de expedições do Im-

pério Antigo ao exterior, sobretudo para extracção de minerais, mas na

Núbia também se efectuaram para cor mércio e pilhagem. A maior parte dos é da 6.º dinastia. textos

+ Wawat, Intjete Zagju são estados múbios de finais do lipo Antig

unificados no pot (fronteirassegundo di 4

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nos nomes dos reis. A escrita era utilizada sobretudo para os nomes dos anos, registando, para efeitos de datação, um acontecimento importante para cada ano. Às listas destes nomes de anos constituíram mais tarde os primeiros anais. A 1.º dinastia começa com o lendário Menés, de que se conhece o nome através de listas de faraós egípcios posteriores e de fontes clássicas. Na sua própria época, estes

O primeiro faraó desta dinastia, cujo nome se encontrou em Abido, foi Peribsen, único rei na história do Egipto a usar o título de Seth em vez do de Hórus. Peribsen parece

mm

uma mudança de família real, sugerida pelas diterenças

p

PANORAMA

Ri

O

DINASTIAS

1-4

aproveitados de maneira impressionante, provavelmente através do trabalho em regime de corvei a. Quando o faraó era fraco, o padrão normal de subsis tência mantinha-se, sem prejudicar o tecido económ ico do país,

sem dedicar o seu potencial ao mesmo fim du radouro. Em finais do período dinástico primitivo, o Eg ipto tinha adquirido a sua fronteira meridional clássica, na 1.º catarata, ao mesmo tempo que a sua escrita, administ ração e capacidades técnicas e artísticas tinham praticamente atingido as suas formas clássicas. Tinha-se verificado uma progressiva centralização do poder, que não é visível nos registos, excepto no declínio dos cemitérios provinciais. Esta era a condição necessária aos feitos dos faraós da 4.º dinastia.

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Império Antigo

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A 4.º dinastia foi a época das grandes pirâmides, mas seria errado deixarmos a nossa visão sobre ela ser dominada pela sua sólida durabilidade. Este é, tanto como qualquer outro, um período de mudança e de conflito político.

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tos de que dispomos. Durante o reinado de Snefru teve lugar uma impor-

75 À

50

anais fragmentários da casa real (a Pedra de Palermo) e que pode estar relacionada com inscrições na rocha, na própria Núbia. Esta campanha levou à fundação de uma povoação egípcia em Buhen, que durou séculos e foi provavelmente utilizada como base para expedições mineiras e para o comércio. Entre as 1.º e 4.º dinastias as actividades do Egipto, combinadas, talvez, com um agravamento do clima, parecem ter eliminado o grupo sedentário núbio À, ao que se seguiu, por volta de 2250 a. C., um intervalo, antes da chegada do grupo C. Um factor importante na história das 4.º e 5.º dinastias é o culto solar. À pirâmide verdadeira é provavelmente um símbolo solar, sendo, portanto, o próprio Snefru um inovador solar. Mas a combinação de nomes faraónicos com o do deus-sol, Rá, e a utilização do título real

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zonas baroniais. As sobretudo no delta, cultivadas. Ao conépoca, Metjen não

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mente para desencorajar a criação de propriedades de Metjen situavam-se talvez em terras anteriormente não trário dos mais altos dignitários da

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centro administrativo

> = Hammamal'

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Oisis de el-Dakhiy

f ABIDO O

=

governantes locais

o primeiro

sucessores, pressupondo o mesmo nível de eficiência na economia e na organização. Para além das pirâmides, encontram-se mastabas deste reinado em Meidum e Saggara. Os seus relevos e pinturas contêm os exemplos mais antigos do repertório de temas encontrado nos túmulos de finais do Império Antigo (os túmulos de meados da 4.º dinastia não têm, na sua maioria, decorações). Conhecem-se alguns pormenores da administração da época, especialmente a partir das inscrições no túmulo de Metjen, em Saggara. Atribuíam-se a altos dignitários

O Des el-Gabram

Administrado pelo Egipto: não há ruinas contemporâneas

do

programa

eikh Aliya

Meir O

local, Khuy| provavelmente dejfimais

(2575-2551),

construiu duas pirâmides em Dahshur e terminou — ou talvez tenha construído — a pirâmide de Meidum. Este

oroSa

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na pirâmudelde um rei

Snefru

“Beni Hasan

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mas

150 km L

100 mi

«Filho de Rá» apenas se encontram a partir do reinado (o nome de Raneb, da 2.º dinastia, não tem, de Radjedef provavelmente, qualquer relevância neste aspecto). ÂÃo que parece, a influênciae importância do deus-sol continuou a crescer até meados da 5.º dinastia e as diferentes facções políticas uniam-se no culto a Rá. Dos restantes faraós.da 4.º dinastia, Kcops (2551-2528) e Kéfren (2520-2494) salientam-se pelos seus edi33

O

HISTÓRICO

PANORAMA

ficios,

ficando

Miquerinos

(2490-2472)

bastante

atrás.

O facto de terem construído os seus monumentos num grupo compacto, em Gizé, pode indicar uma solidariedade partidária, enquanto a pirâmide de Radjedef (2528-2520), em Abu Rawash, a escavação de uma pirâmide em Zawyet el-Aryan (cujo nome do construtor não se conhece ao certo) e o túmulo de Shepseskaf (2472-2467), a sul de Saggara, pertenciam, provavelmente, a facções rivais efémeras. À centralização do governo e da autoridade dos dois principais faraós pode ser interpretada a partir dos túmulos, rigorosamente ordenados, em volta das pirâmides. Esta concentração de poder não é, contudo, a causa do poder, já que Snefru, sendo tão forte como

os

seus

sucessores,

não

utilizou

Os

5Clus

métodos.

É possível que não seja coincidência o facto de ele vir, mais tarde, a ter boa reputação e ser divinizado, enquanto Kéops e Kéfren tinham fama de tiranos. Para além dos edifícios, a 4.º dinastia produziu grande parte das mais belas esculturas do Império Antigo e os poucos relevos, inscrições e mobiliário dos túmulos que restam são de igual qualidade. Em termos de cultura material, é o ponto alto daquele período, mas quase não sabemos nada da cultura intelectual e da vida quotidiana. Shepseskaf construiu para si próprio uma mastaba

sólida,

em

vez de

uma

pirâmide,

e este desvio

quase

único pode ter-se reflectido na prática dos faraós da 5.* dinastia. O primeiro, Userkaf (2465-2458), construiu uma pequena pirâmide em Saggara, a leste da Pirámide de Degraus,

e um

Os

instituições

templo do sol perto de Abusir,

cujo modelo foi copiado por cinco dos seus sucessores. templos

eram

separadas

das

pirâmides,

mas estavam estreitamente ligados aos faraós que os construíam, e tinham provavelmente para eles um significado funerário. A continuidade arquitectónica que se pressupõe existir entre as duas dinastias tem um paralelo nas famílias reais. Em ambos os aspectos, Shepseskafé o ponto de viragem,

assim

como

Userkaf.

Khentkaus,

mãe

de

Userkafe Sahure (2458-2446), fazia parte da família real da 4.* dinastia. Não se sabe quem era o pai destes faraós, mas pode ter pertencido a outro ramo do mesmo grande grupo. Apesar desta continuidade, a política interna da 5.º dinastia foi muito diferente da da 4.º. A redução do tamanho das pirâmides não foi acompanhada de um aumento compensatório de outros tipos de construção e esta mudança deve ser reflexo ou de um declínio económico ou de um aumento do consumo de bens que não deixam vestígios. Ao mesmo tempo que há provas evidentes de declínio no final da 6.º dinastia, o nível de actividade nos dois séculos anteriores foi sensivelmente constante. Não há uma explicação simples para este esquema e talvez devêssemos antes perguntar o que é que provocou o desvio em relação à convenção, na extraordinária fase de construção da 4.º dinastia. Na 5.º dinastia os túmulos particulares já não são

colocados

em

filas ordenadas,

nem

circunscritos à um

único local, e a quantidade de decorações aumenta continuamente, o que evidencia uma maior liberdade de expressão — dentro de limites estritos — para a élite, mas não necessariamente um aumento da sua riqueza. Outra alteração significativa diz respeito à localização de alguns túmulos nas províncias, em finais desta dinastia. Os ad-

ministradores provinciais, primitivamente nomeados pelo governo central, foram-se transformando gradualmente em dinastias de governantes locais. Nos finais do Império Antigo existem vastos cemitérios provinciais e este desenvolvimento marca uma diminuição do poder Jd

real que se pode já verificar anteriormente no caso de

altos funcionários,

que já não são membros

da família

real, embora possam vir a pertencer-lhe por casamento. A administração baseada na autocracia e no parentesco dá lugar a algo semelhante a uma burocracia fixa. O nome real mais recente encontrado na povoação egípcia de Buhen é o de Neuserre (2416-2392) e o Egipto

perdeu,

provavelmente

pouco

depois,

O controlo

da

Núbia. Há registo de expedições comerciais egípcias ao Sul, que, algumas gerações mais tarde, substituíram presumivelmente a ocupação permanente. Os últimos faraós da 5.º dinastia não construiram templos do Sol, o que pressupõe uma diminuição da importância do culto solar. Wenis (2356-2323) parece ter sido uma figura de transição anunciando a 6.º dinastia. O complexo de pirâmides que construíu, com a sua pirâmide extraordinariamente pequena, é de grande interesse, tanto pelos relevos da entrada, como pelos textos das paredes das câmaras interiores. E provável que os textos tenham sido utilizados para faraós anteriores, não apontando, portanto, necessariamente, para uma alteração de crença. A prática da sua inscrição foi contí-

nua, desde o reinado de Wenis até à 8.º dinastia,

mas a

selecção é muito variada nas diferentes pirâmides. Sabemos mais da história política da 6.º dinastia do que da de períodos anteriores, mas esta informação é ainda casual, podendo muito do que consideramos como típico ter igualmente acontecido noutras épocas. Isto é particularmente verdade no caso das campanhas militares, como as registadas pelo alto funcionário Weni, no Leste do Egipto. A localização da zona atacada não é certa (logo a leste do delta ou no Sul da Palestina),

Estátua de um prisioneiro

asiático (7), proveniente talvez do

complexo funerário de Djedkare Izezi, em Saqgara. Nos complexos

das 5.º e 6.º dinastias havia muitas destas estátuas representando várias nacionalidades diferentes,

mas os sítios foram tão completamente saqueados que não sabemos como se compunham. Estas estátuas têm

paralelo em cenas em relevo que representam vitórias sobre mimigos. Nova lorque, Museu

Metropolitano de Arte.

DINASTIAS

tes em

todo

o país, mas

não havia

verdadeiro

4-1]

controlo

central, Os funcionários provinciais tinham-se tornado detentores hereditários dos seus cargos e tratavam os respectivos nomos como propriedade sua, cujos interesses defendiam, muitas vezes pela força, contra os vizinhos. A fome cra vulgar e pode ser a chave para a compreensão

deste período, pois já foi sugerido que o colapso político

foi sobretudo devido a uma série desastrosa de cheias insuficientes. Tal explicaria a razão pela qual quase nada aponta para este declínio antes da catástrofe, mas os elementos humanos de uma linhagem de reis fracos e uma administração periclitante devem também ser tidos em conta. À realidade do desastre é confirmada por uma análise das taxas de mortalidade, nos cemitérios, que mostram um marcado aumento nesta época.

O 1.º período intermédio e a reunificação da 11.º dinastia

O 1.º período intermédio (2134-2040) foi a época em que o Egipto esteve dividido, sendo governado pelas 9.º e 10.º dinastias de Heracleópolis (Ihnasya el-Medina) e por outras, de Tebas (a 11.º), sendo possível que, no seu início, os Heracleopolitanos tenham controlado todo o país durante alguns anos. Foram nomarcas, que se pro-

Estela funerária no núbio Senu, toscamente trabalhada,

proveniente de el-Rizeigat, perto de Gebelein. Os textos afirmam

que o dono co filho,

representado mesmo por baixo dele, são núbios. Ambos têm um

artigo de vestuário característico,

semelhante à bolsa de couro dos Escoceses. Eram provavelmente mercenarios. Altura 37 cm.

1.º período intermédio. Bóston,

Museum of Fine Arts.

tal como não é clara a natureza do inimigo. Mas mesmo não se conhecendo a importância destas campanhas, o que é certo é que tiveram lugar. As campanhas registadas nos relevos funerários dos faraós não têm uma relação simples com a realidade. Uma campanha na Líbia ilustrada no complexo de Sahure (2458-2446) é repetida por Neuserre (2416-2392), Pepi I (2289-2255), Pepi II (2246-2152) e, finalmente,

por

Taharga

(690-664),

tratando-se

de

um

acontecimento ritual que corresponde provavelmente a uma campanha anterior ao reinado de Sahure, mas não a qualquer outro acontecimento específico. Por vezes os vestígios arqueológicos realçam a nossa ignorância quanto às relações do Egipto com o Próximo Oriente. Apareceram peças de ourivesaria da 5.º dinastia na Anatólia e alguns vasos de pedra do tempo de Kéfren e de Pepi I foram recentemente escavados em Tell Mardikh, na Síria, capital do importante estado de Ebla, que caiu por volta de 2250 a. C. Apenas nos é possível imaginar qual o grau que estas descobertas implicam. Tal como no Império Médio, o principal canal de comunicação deve ter sido Biblos, onde foram encontrados alguns objectos do Império Antigo. As inscrições dos chefes de expedição nos seus túmulos, em Assuão,

fornecem muita informação sobre o comércio

com o Sul, durante a 6.º dinastia, feito, em parte, através

dos oásis de el-Kharga e el-Dakhla. Entre outros acontecimentos, tais inscrições mostram a fixação do grupo C na Baixa Núbia, primeiro em três principados e mais tarde numa unidade política única, cujas relações com o Egipto se foram gradualmente deteriorando. Esta deterioração é, provavelmente, um aspecto do declínio do poder do Egipto durante o longo reinado de Pepi II (2246-2152), de cuja última parte não se conhecem testemunhos de fontes contemporâneas. Pode verificar-se este declínio nos túmulos particulares da zona de Mênfis, cuja decoração é muito mais modesta do que até então, e que são por vezes completamente subterrâneos, talvez por razões de segurança. Mas embora

possamos

apontar

pormenores

deste

tipo,

nada

prepara o eclipse do poder real e a pobreza que surgiram após Pepi II. Os numerosos faraós dos 20 anos seguintes

(fim da 6.º e 7.º-8.º dinastias) foram nominalmente acei-

clamaram

reis e conseguiram

ser aceites pelos vizinhos,

que deram início às novas dinastias. À princípio, a.mudança para uma soberania dupla não deve ter alterado muito a organização do país, já que as dinastias eram demasiado fracas para exercerem grande influência na política

local.

O seu

poder

aumentou,

contudo,

gra-

dualmente e havia frequentes recontros na fronteira, que ficava quase sempre a norte de Abido. A presença de um número considerável de núbios no Alto Egipto é um indício da violência daquela época. Apesar da pobreza

geral, há um número razoável de monumentos desta época, modestos e frequentemente rudes, construídos

para classes sociais mais baixas do que até então. A dinastia heracleopolitana sofreu frequentes mudanças de soberano e não produziu qualquer faraó digno de nota. O mais importante da mais estável dinastia tebana foi o 4.º, Nebhepetre Mentuhotepe (chamado 1 ou Il por diferentes escritores, 2061-2010), que derrotou a dinastia do Norte e reunificou o país. Mentuhotepe começou com um nome programático, derivado de Hórus, «Que

dá alma às Duas Terras», substituindo-o primeiro por «Divino da Coroa Branca» (a Coroa do Alto Egipto) e, mais tarde, «Unificador das Duas Terras». Estas alterações correspondem, talvez, a fases da reunificação, indicando a segunda que ele unira todo o Alto Egipto e a terceira — epíteto tradicional a que Mentuhotepe deu nova formulação iconográfica — que efectuara a conquista de todo o país. O seu reinado incluiu também actividades na Baixa Núbia (possivelmente no seguimento de campanhas dos seus predecessores) e a construção de um novo e impressionante complexo funerário, em Deir el-Bahari, de que se recuperaram relevos c esculturas. O es-

tilo artístico é mais uma versão apurada de obras do |.º periodo intermédio do que uma recuperação das tradições do Império Antigo e acentua, tal como a localização do complexo, a base local do poder real. Mentuhotepe foi mais tarde considerado um dos fundadores do Egipto. Parte deste prestígio pode ter tido origem na sua própria autoglorificação, pois pode ver-se a sua imagem, em relevo, numa forma mais divinizada do que a da maior parte dos faraós egípcios. Isto tinha provavelmente também por finalidade acentuar o estatuto da realeza numa altura crucial, o que foi continuado pelo seu sucessor.

35

Faraós do Egipto A lista das páginas que se seguem contém os nomes e datas aproximadas da maioria dos faraós importantes, com os nomes das rainhas seguidos da designação R, O título completo de um faraó consistia em cinco elementos principais, dos quais os três primeiros eram referidos por ordem de origem. São eles: (1) Hórus, (2), Duas

Damas,

(3) Hórus

Dourado,

todos

eles epítetos

que parecem referir-se a aspectos da pessoa do faraó como manifestação de uma divindade. O quarto elemento, primeiro nome do cartucho, é antecedido de duas palavras que significam rei e que vieram a ser identificadas com as duas metades do país, e compreende geralmente uma afirmação sobre a relação do deus-sol

Rá com o faraó. O quinto elemento, segundo nome do cartucho, é normalmente o próprio nome de nascimento do rei, precedido da designação «Filho de Rá». Por desconhecer muitas vezes a pronúncia dos nomes, utilizam-se para muitos faraós formas gregas, retiradas da história de Manetho (século im d. C.). Na lista refere-se em geral primeiro o nome próprio, seguido do primeiro cartucho, sempre em itálico. Os faraós da 20.º dimastia usavam Ramsés

como

nome

dinástico

nos

segundos

cartuchos,

tal como os Ptolomaicos cram designados por Ptolomeu. PRÉ-DINÁSTICO c. 3000 Zekhen:

TARDIO

Narmer

PERÍODO DINÁSTICO PRIMITIVO 2920-2575

1.º dinastia

2920-2770

Menes (= Aha?); Djcr; Wad]: Den: Adpb; Semerkhet;, Qaa 2.º dinastia

2770-2649

3.º dinastia Sanáquete (=Nebka?) Djoser (Negerykhet)

2649-2575 2649-2630 2630-261]

Khaba

20(13-2599

Khufu (Kéops)

Radjedef

Kéfren (Rakhbactf)

Menkaure (Miquerinos)

Nebl repetre

2061-2010

2040-1991

2575-2465 2575-2551

2551-2528

2528-2520

2520-2494

2491-2472

2458-2446 2446

24

2

2426-2419

2419-2416 34 1001-2302 2306-2388

23M8-235

Wenis

6.º dinastia Ten

2323-2150 2323-2291

2289-2255

Merenre Nemiyvemzal 2255-2246

36

Inyotef| (Sehertawy) InvotefII (Wahankh) Inyotef III (Nakhtinebtepnufer)

2134-2040 2134-2118 2113-2069 2069-2061

11.º dinastia

3350-2323

Pepi HH (Neferkare)

11.º dinastia

2240-2152

(todo o Egipto)

Nebhepetre

Mentuhotepe Sankhkare Mentuhotepe

2061-2010 2010-1998

1998-1991

Nebtawyre

Mentuhotepe 12.º dinastia Amenembet |

(Sehetepibre)

*1991-1783 * 1991-1962 *107]-1026

Sesóstris |

(Kheperkare) Amenembet

* 1029-1809

Sesóstris |

* [897-]878

Sesóstris [Il

*[878-18d4 12

(Nubkaure)

(Khakbeperre) (Khakauro)

Amenember (Nimadtro) Amencember IV

(Maakhertre) Nefrusobk (Sebekkare)

R

1844-1797 1799-1787

1747-1783

Em cima: um típico conjunto

completo de titulos. «Horus: touro

poderoso, perfeito de aparições

gloriosas; Duas Damas: a realeza permanece como a de Áton (o deus-sOl na idade avançada); Hórus

Dourado: de braço forte, opressor dos Nove Arcos (inimigos tradicionais); Nisut e bity (termos que significam rei); Menkheprure (Rá é duradouro nas suas manifestações): Filho de Rá: Tutmósis (IV), o de aparição

outras fontes, inclusive de alguns testemunhos de carác-

ter astronómico. À margem de erro aumenta, indo de cerca de uma década para o Império Novo e 3.º período intermédio, até 150 anos para o princípio da 1.º dinastia. A maior parte das datas da 12.º dinastia conhecem-se com precisão e as da 18.º e 19.º têm de caber dentro de determinadas

três alternativas,

astronomicamente.

magnífica; querido de Ámon-Rá, dador (ou dádiva) de vida como

Rá.» À direita: escritos hicroglíficos com nomes de reis seleccionados: os que

estão na primeira linha são os

To-

nomes de Hórus. À maior parte dos

restantes são pares de nomes de

das as datas a partir de 664 a. C. são exactas. Todos os governantes locais mencionados na segunda parte estão incluídos nesta

17.º dinastia

lista completa.

InyotefV

meros

indicam

a sua

posição

na

Wegaf (Khutawvyre) | 1783-1779 Amenembetr V (Sekhemkare) 4 Harnedjheriotef (Hetepibre) 9 Amenygemau 1b Sebekhotepe | (Khaankhre)

12

c. 1750

14; Amenemhet

VII (Sedjefakare) 15; Sebekhotepe [1 (Sekhemre-khutawpy) 16; Khendjer (Userkare) 17

c. 1745 Sebekhotepe II (Sekhemre-swadjtawy) 2] c. 1741-1730 Neferhotep | (Khasekhemre) 22 Sebekhotep IV (Khaneterre) 24 Sebekhotep V (Khahotepre) 25

Aya

(Merneferre) 27

c. 1730-1720 c. 1720-1715

c. 1704-1690

Mentuemzaf (Djedankhre) 32c; Dedumosis II (Djedneferre) 37;

Neferhotep HI (Sekhemre-

(Nubkeperre) 1 Sebekemzaf| (Sekhemrewadjkhau) 3; Nebireycraw

(Swadjenre) 6; Sabekamzaf II (Sekhemre-shedtawyv) 10; Tao (ou Djehutio) (Senakhtenre)

Tao II (Djehutio) (Segenenre) Kamósis

(Wadjkheperre)

Amenófis |

1525-1504

(Djeserkare)

1504-1492

Tuimósis ||

1492-1479

(Akheperkare)

(Akheperenre)

Tutumósis II

(Menkheperre) Hatshepsut

R

Tutmósis IV

(Menkheprure) Amenófis [HI (Nebmaatre)

[427-140] 1401-139]

1391-1353

Seti ll

1214-1204

dor durante o reinado de Set ll Siptah

1204-1198

Twosre

1198-1196

(Akhenre-setepenre)

(Sitremeritamum)

R

20.º dinastia 1196-1070 1196-1194 Setenáâquete (Userkhau-re-meryamun) Ramsés HI 1194-1163 (Usermaat-re-meryamun)

1163-1156 Ramsés IV (Hegamaatre-setepenamun) 1156-115] Ramsés V (Usermaatre-sekheperenre)

Ramsés VI

1151-1136

(Nebmaatre-mervamum) 1143-1136 Ramsés VII (Usermaatre-setepenre-mervamun)

Ramses VHI

1136-113]

(Usermaatre-akhenamun) WBI-tHI2 Ramsés IX

(Neterkare-setepenre) Ramsés X

[112-1100

Ramsés XI

LIOO- TOTO

(Khepermaatre-setepenre) (Menmaatre-setepenptah)

(Ankhkheprure) (=Neterttn Rº)

3.º PERÍODO INTERMÉDIO

1323-1319

21.º dinastia Smendes

1070-945 LOZO- TOM

1319-1307

Amenciimsa

HO-U4O

Semenkhkare

1335-1333

Tutankhamon

1333-1323

Khamudi

c. 1542-1532

Harembab

portância, contemporineos da

1473-1458

(Neterkheprurewaenre,1353-1335

c. 1585-1542

im=

1479-1425

IV/Akhenaton

Apophis

EHiesos de menor

1550-1525

Tutmósis |

(Nebkheprure) Ava

(Awoserre e outros)

c. 1555-1550

1550-1307

Amenófis

Sales; Shesli; Khian (Swoserenre)

14

18.º dinastia

2.º PERÍODO INTERMÉDIO 15.º dinastia (Hicsos)

|

1550-1070

Amoósis (Nebpehtire)

1306-1290 1290-1224

(Userkheprure-setepenre) Amenemesse (Menrmire), usurpa-

IMPÉRIO NOVO

Amenófis ||

1640-1532

15

13;

Seti 1 (Menmaatre) Ramsés II

(Usermaatre-setepenre) 1224-1214 Merneptah (Baenre-hotephirmaat)

c. 1640-1635

(Akheprure)

1.º dinastia.

conheciam, e nomes próprios, pelos quais nós os conhecemos hoje.

Numerosos faraós tebanos; os algarismos dão as posições na lista completa.

14.º dinastia Grupo de faraós de menor importância, prováveis contemporãneos da 13.º ou 15.º dinastias

Soberanos

contemporâneos dos faraós os

1640-1550

(Maatkare)

sankhtawy) dla

16.º dinastia

trono, pelos quais os

lista.

13.º dinastia 1782-após 1640 Cerca de 70 faraós. Os mais conhecidos estão listados; os nú-

Hor (Awibre)

2040-1640

2465-2323 2465-2458

Pepil (Meryre)

Vários faraós chamados Khety;

IMPÉRIO MÉDIO

5.º dinastia Userkafl

Dpedkare Izezi

2134-2-4-

2599-2575

2472-2467

Nelerirkare Kaka Shepseskare Ini Raneferel Neuserro Ji Menkauhor

9.:/10.º dinastia (Heracleopolitana)

2134-2040

Mentuhotepe

Shepseskaf Sahure

1.º PERÍODO INTERMÉDIO

2611-2603

IMPÉRIO ANTIGO 2575-2134 4.º dinastia Snefru

Numerosos faraós cféêmeros, incluindo Neferkare

(Tebana)

Khaseckhem(wy)

Huni (7)

2150-2134

Merykare; Ity

Hetepsekhemwy; Rencb, Nineter; Peribsen;

Sekhemkhet

7./8.º dinastia

As datas sobrepostas, numa mesma dinastia, indicam co-regências. Nos casos em que se verifica sobreposição de dinastias, isso significa em geral que eram aceites em zonas diferentes do país. As datas que se conhecem com precisão são antecedidas de*. As datas são calculadas a partir de listas antigas, especialmente as do papiro real de Turim, e de várias

(Kheperkheprure) (Djeserkheprure) 19.º dinastia

Ramses |

(Menpeltire)

1307-1196

1307-1206

1070-712

(Hedjkheperre-setepenre) (Neterkare)

Psusennes |

1040-992

Amenemope

993-984

(Akheperressetepenamun)

(Usermaatre-setepenamun)

HIEROGLI HIEROGLIFICOS

RITOS ESCRITOS

COM NOMES DE REIS SELECCIONADOS AMA!

E

A o |

NL

ê

7 y [

pra

EE

=

RE

+=

Ro

q

PQ

E

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|

fi

Ss

O 444,

9

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Kéops

o

GB

=>

UU

des

U)

Sesóstri

Sesóstris |

>

()

al

O

|

es, Ahmosis

O JU

PRA GPS EE SRD

Peftjau-awybast (Neferkare) :

que

e

777-749 |

:

E

(Shepsesre?)

() 3 E

O

=

O

1

E

Tt

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Sutar rr

4 Shosheng |

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Ptolomeu | Sóter

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E

!

[44posa

E —— Ae / FEIRA x A: E

a

Cleópatra Berenice R

*81-80

Dionísio (Auletes)

724-712

*55-51

Berenice

IV

R

*58.55

770-750 7150-712

712-332

*47-44

Prolomeu XIV

Ptolomeu XV Caesarion *44-30 Houve mais co-regências com rainhas de nome Arsinoe, Bere-

nice e Cleópatra, que não tinham

reinados independentes.

Lsurpalores autsctanes:

Shebitku (Djedkaure)

698-690 —

SIES€

0664-657

A O (nomes sticontrados em

Taharqa

690-664

*672-664

Psamético | (Wahibre)

*664-610

Psamético Il

*595-589



E

*589-570 *570-526

1526-525

*525-404

*525-522

CG UIBDO

Rg

31)

H

aa

A oxIGE

Ps | FiAXCIXES

*486-466 | *465-42

RU

ibério | Caio (Calígula)

*30a. C.-l4d. C.

Cláudio Nero

F1-57 *37-41

*41-54

*54-68

*68-69

Galba

Oto Vespasiano

*69 *69-79

1128

to

Sia

Ss

Trajano

*98-117

erva

1-96

*96-98

Adriano

*117-138

*521-486

Antonino Pio

*138-161

dimento aapardo

DR

Ci

io

dO dinasds

*399-380

Macrino

Nepherites |

*399-380

Psammuthis

*393

Daio

(Userre-setepenptah)

Hakoris

Nenherites pherites o o

*610-595

Cambises

(Khnemmaatre) "

ul O Severo dote x MM

|

*88-8]

7124-712

712698

(Baenre-meryneteru)

À l

| Vryuo

Aa

A

it

“a

fãs

Prolomeu IX Sóter IH

740-725 -

Shabaka (Neferkare)

Dario |

||

AN

Seg

|

X Alexandre

Harwennofre (205-199), Ankhwennofre (199-186),

27.º dinastia (persa)

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(Psamético Il (Ankhkaenre)

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Ptolomeu IV Filopator Ptolomeu XilAuletes 8

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Apries (Haaibre) Amásis (Khnemibre)

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Prolomeu XII

(Neferibre)

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7117-712

PERÍODO TARDIO

Psusenes |

*246-221

*80 Prolomeu XI Alexandre IL Ptolomeu XII Neos *80-58,

(Núbia e região de Tebas)

Ramsés IX

Alexandre HH Magno — *332-323 *323-316 Filipe Arrhidacus *316-304 Alexandre IV E É à ;

Bocchoris (Wahkare)

(Usermaatre € outros)

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E 735-712

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24.º dinastia (Sais)

Tefnakhte

Ramsés |

*332a. C-395d.C.

*22]-2 ilopator tolomeu Prolomeu V Epifânio | *205-180 Ptolomeu VI *180-164, *163-145

Osorkon IV

Ramsés |

-ROMANO

783-773

Kashta (Nimaatre) Pive

Seli |

GRECO-

Pari Ra Ne

Hermópolis, Heraclcópolis, Leontópolis e Tanis; a ordem pre-

=

PERÍODO

Prolomeu HI

de faraós reconhecidas em Tebas,

Tutmósis Il

berano autóctone Khababash (Senentanen-serepenptah)

835-783

Várias linhagens contemporâneas |

|

Período interrompido por um so-

Shoshenk III

cisa está ainda em discussão Pedubast] 828-803 |

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*335-332

Dano HE Codoman

Rad 304-284 *285-246

23.º dinastia

Apophis

*338-336

Dinastia ptolomaica 883-855 Oserkon ll Prolomeu | Sóter | (Usermaatre-setepenamun) go0-835 — Prolomeu TI Takelot] Filadelto (Hedjkheperre-setepenre)

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*343-332 4343-338

Dinastia macedónica

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945-712

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909Takelot] (Usermaatre-setepenamun) -583 Shoshenk II (Hegakheperre-setepenre)

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4959-045

(Sekhemkheperre-setepenre)

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30.º dinastia Nectanebo |

*380-343 *380-362

Macriano e Quicto Aureliano

*260-261 *270-275

Teos (Irmaatenro) Nectanebo ll

*365-360 *360-443

Diocleciano Maximiano

*28+-305 *386-305

(Kheperkare)

(Senedjemibre-setepenanhur)

Probo

Galério

*276-282

*293-311

Galeria de faraós

A representação de um faraó egípcio é mais uma afirma-

ção de ideal do que um retrato. Dos que aqui se apresen-

tam, só Amenófis IV e Ptolomeu IV fogem à norma, sendo um deles altamente estilizado e o outro influencia-

faraós

usavam

normalmente

testa) ce barba postiça.

coroa,

coroas eram a coroa alta e branca, símbolo da realeza por

do pela arte helenística. Os rostos podem representar qualidades gerais. Algumas das figuras mais antigas transmitem uma força impressionante, que se torna requintada. Neferhotep segue a tradição do «rei sofredor» da 12.º dmastia. As cabeças mais recentes são, na sua maior parte, mais suaves. Os

Paleta de Narmer, finais do pré-

Khasekhem, 2.º dinastia

Merenre Nemtyemzaf,

Cobre. 38 m

na

As mais importantes das várias

Rei da 1.º dinastia, c. 2850. Marfim.

(c. 2670). Calcário.

c. 2255.

Neferhotep 1, c. 1741-1730.

Basalto negro.

Shepseskaf, 2472-2467 (7). Diorito.

Rei da 3.º dinastia, c. 2600.

Granito rósco.

e.

ii

(cobra

excelência nos períodos mais antigos, associada a nisut (a palavra normal que significa rei) c ao Alto Egipto, ca coroa azul achatada — o azul é a cor de maior prestígio —, a partir da 18.º dinastia. As outras coroas que se podem ver nestas figuras são o turbante nemes, típico do Império Médio, e dois tipos de barrete. A figura de Merenre é jovem e de cabeça descoberta.

-dinástico (c. 2950). Xisto.

É

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4

Amenótis EV (Akhenaton), vc. 1350. Arenito.

TVutankbamon, Madeira

1333-1323,

e gesso,

Ramsés 1, 1290-1224. Granito negro.

Seu 1, 1305-1290, negro.

Basalto

Rei do 3.º período intermédio,

c. 1000-800. Quartzito.

Prolomeu

2231-225 (2).

IV Flopator,

Xisto

HISTÓRICO

40

montes do mar Vermelho e em

Kassala, no Sueste do Sudão, encontrou-se cerâmica semelhante à

deles. Durante o Império Novo tinham sido completamente assi-

milados pelo Egipto, dando o seu nome, Medjav, à polícia.

No extremo direito: as fortalezas da 2.º catarata

no Império Médio

estátuas do seu sucessor,

A região da catarata é um troço de

Amenemhet II, cujo longo reinado foi aparentemente pacífico. Amenembhet III foi mais tarde divinizado no construiu

uma

das suas duas pirâmides

talezas fronteiriças da 12.º dinastia era o mais vasto grupo antigo so-

e

alguns outros monumentos e onde talvez tenha começado um programa de apr.veitamento de terras. No entanto, Os seus antecessores também se tinham inte essado por esta região e Amenemhet III pode ter colhido os frutos de uma longa iniciativa. Nos reinados de Amenemhet IV (1799-1787) e da rainha Nefrusobk (1787-1783) não houve perda de prosperidade no país, mas a presença de uma mulher no trono indica que a família real se estava a extinguir. Há uma perfeita continuidade no registo arqueológico entre as 12.º e 13.º dmastias, embora a natureza da monarquia pareça ter-se alterado consideravelmente.

tuída a partir de blocos encontrados no 3.º pilone. À cena representa Áton conduzindo o rei à presença de Ámon-Rá Kamutef. O estilo apurado e esmerado inspirou os artistas dos princípios da 18.º dinastia.

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muito navegável. A cadeia de for-

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rápidos de 30 km de comprido,

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Ao mesmo tempo foram escritas bastantes obras literárias importantes e os empreendimentos materiais e imtelectuais desta dinastia tornaram-na posteriormente clássica aos olhos dos Egípcios e aos nossos. Um exemplo deste facto é a escultura em relevo da capela de Sesóstris I, em Carnaque, que serviu de modelo aos artistas do início da 18.º dinastia. Mas, apesar destas realizações dos primeiros reis, há muito mais material preservado datando dos reinados de Sesóstris III (1878-1841), Amenemhet III (1844-1797) e de outros mais recentes do que dos anos entre 2000 e 1900 a. €. O faraó da 12.º dinastia cuja reputação durou mais tempo foi Sesóstris III. Salientou-se, sobretudo, pelas suas campanhas na Núbia, onde alargou a fronteira sul até Semna, no limite sul da 2.º catarata, pelo estabelecimento de novas fortalezas e pela ampliação de outras. Mais tarde veio a ser aí adorado como deus, c o templo de Tutmósis III em Semna é-lhe consagrado, assim como a Dedwen, divindade local. O principal objectivo desta actividade militar pode ter sido o de contrariar a influência dos chefes Kerma, a sul. Durante este reinado teve igualmente lugar uma expedição à Palestina, que parece não ter tido como objectivo a conquista da regiao, mas que foi o começo de um período de grande influência egípcia. Aquela região era então seminómada e só passou a ter população sedentária a partir do fim da 12.º dinastia. Sesóstris [II tinha um exército efectivo

ental, muitos deles mercenários ao serviço de vários soberanos. Nos

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construíu-se muito no Egipto, tendo-se começado a construção da grande série de fortalezas na Baixa Núbia.

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Locais da cultura «pangrave» do 2.º período intermédio, Estes po-

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Idade do Bronze Média dos séculos xvi-XvIL a. €.

O TO E

Amenemhet cra membro de uma família importante de Elefantina. O acto político mais importante de Amenemhet | (1991-1962) foi o de mudar a residência real de Tebas para perto de Mênfis, onde fundou uma cidade chamada Ititawy. «(Amenemhet é) o que se apodera das Duas Terras». O sítio em si era provavelmente uma zona administrativa, que compreendia as pirâmides de Amenemhet [ e Sesóstris I, enquanto a parte principal da cidade continuava localizada em Mênfis. A capital era ao mesmo tempo uma inovação e um retorno às tradições do Império Antigo, que foram também seguidas na arte. No que se refere à política externa, Amenemhet | confirmou a obra de Nebheptre Mentuhotepe na Núbia e conquistou, em várias campanhas durante os últimos anos do seu reinado, toda a região até à 2.º catarata. O chefe destas expedições era Sesóstris I (1971-1926) e a sobreposição de dez anos dos dois reinados foi outra inovação, estabelecendo o padrão institucional de co-regência. Sesóstris I foi o parceiro mais activo durante os anos de governo conjunto. Amenemhet I parece ter sido assassinado, enquanto o filho estava em campanha na Líbia, mas, talvez devido à co-regência, daí não resul-

Sítios onde foram feitas descobertas da cultura palestiniana da

O

grande parte do país. Abriram-se pedreiras, a mais importante das quais a de Uadi Hammamat, e restabeleceu-se a rota do mar Vermelho. Tudo isto indica que o Egipto cra forte, mas a ordem política não durou muito. O vizir de Nebtawyre Mentuhotepe, Amenemhet, foi também o primeiro faraó da 12.º dinastia, mas desconhece-se a forma de transferência do poder para ele.

À direita: o Egipto durante o Império Médio e o 2.º período intermédio

tirar o poder das mãos dos governadores de província. O país foi dividido em quatro «regiões», correspondendo cada uma delas a cerca de metade do vale do Nilo ou do delta. Os documentos do fim da 12.'e da 13. dinastia, cuja origem é sobretudo el-Lahun, dão-nos a impressão de uma organização burocrática generalizada, que acabou por dirigir o país sob o seu próprio impulso. Dentro do Egipto, a mais impressionante herança visível de Sesóstris III é a sua escultura real, que corta com convenções anteriores ao mostrar um rosto envelhecido e preocupado, simbolizando, talvez, os fardos da monarquia, tal como é descrito na literatura da época. Este

7

Os dois últimos faraós da 1.º dinastia conservaram a capital em Tebas. O segundo, Nebtawyre Mentuhotepe, não consta das listas posteriores, talvez por ser considerado um governante ilegítimo. Durante estes dois reinados a construção esteve muito activa em

considerável, cuja organização só recentemente começou a ser compreendida. Sesóstris II empreendeu importantes reformas na administração do Egipto, que parecem ter acabado de re-

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Império Médio

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41

O

PANORAMA

HISTÓRICO

provavelmente até quase ao

sidas. O Egipto manteve,

fim da 13.º dinastia, o controlo da Baixa Núbia,

mas os

contingentes do exército local tornaram-se cada vez mais independentes e fixaram-se como habitantes, alguns dos quais ficaram para trás quando a região foi invadida, a partir do Sul, no início das 15.:-17.º dinastias.

2.º período intermédio

Por volta de 1640 a. C., a posição da 13.º dinastia foi usurpada, não se sabe ao certo como, por um grupo estrangeiro que se designa, convencionalmente, por «Hic-

sos», forma grega de uma «governante

de

terras

frase egípcia que significa

estrangeiras».

Os

Hicsos,

15.º dinastia egípcia, parecem ter sido reconhecidos como principal linhagem real em todo o país, mas toleravam outros concorrentes. É possível que a 13.º dinastia tenha continuado a existir, tal como a 14.º,

como família real, no Noroeste do delta (cuja existência tem sido posta em dúvida). Havia também um grupo paralelo de Hicsos, conhecido como 16.º dinastia, termo

sis, descrevem importantes escaramuças entre Tebas e os Hicsos, que se aliaram aos reis núbios. Kamósis chegou quase até Avaris, capital dos Hicsos, e estendeu as

o Império Novo e03.º

dele após o terceiro ano.

altura em que a região que inclui el-Hiba, e que se estende a sul até

suas campanhas,

a sul, até Buhen,

Império Novo

O sucessor de Kamósis,

mas

nada

sabemos

Amósis (1550-1525), expulsou

finalmente os Hicsos, por volta de 1532 — muitos anos depois das tentativas de Kamósis. O curso da expulsão dos Hicsos foi resumidamente registado por Amósis, fi lho de Ebana, soldado de el-Kab. Após a sua vitória, Amósis continuou a incursão pela Palestina, onde é possível que os Hicsos tivessem aliados ou algum controlo, onde empreendeu campanhas durante alguns anos. Na Núbia lutou a sul até à ilha de Sai, perto da 3.º catarata, ao mesmo tempo que, segundo parece, teve de enfrentar uma revolta no Egipto. O seu reinado deixou algumas inscrições em diferentes partes do país, incluindo uma, em Abido, que mostra a sua piedade familiar para com a

da 2.º catarata até algures na Palestina e era, nessa época,

existência de relações diplomáticas ou comerciais numa

vasta região. O contacto com o estrangeiro trazia con-

sigo certas inovações técnicas, que vieram mais tarde a ter importância. Algumas dessas novidades foram provavelmente trazidas por imigrantes asiáticos, enquanto outras,

especificamente

militares,

talvez

tenham

sido

adquiridas por altura de campanhas, nalguns casos no início da 18.º dinastia. Até essa altura, o Egipto tinha estado tecnologicamente atrasado em comparação com o Próximo Oriente, mas durante o Império Novo ambos estavam mais ou menos a par. De entre as novas técnicas salientam-se a do trabalho em bronze, que subs-

tituiu a importação de ligas de bronze e a utilização de

cobre arseníaco, uma roda de oleiro aperfeiçoada e o tear vertical, a introdução do zebu e de novas culturas horto-

-frutícolas, o cavalo e o carro, arcos compostos e novas formas de cimitarras e outras armas. Num plano diferente, novos instrumentos estiveram na moda e as danças da 18.º dinastia são diferentes das dos períodos anteriores. Com

Segenenre Tao II, da 17.º dinastia, os Tebanos

começaram a sua luta para expulsarem os Hicsos. O primeiro episódio da batalha só é conhecido através de uma história da época do Império Novo, a «Querela de Apophis [rei dos Hicsos] e de Segenenre», mas a múmia de Segenenre mostra que este morreu de morte violenta, talvez em batalha. Duas estelas do seu sucessor, Kamó-

são as do 3.º período interméd io

sujeitos apenas, nominalmente, aos reis do Norte das 21.123

dinastias. À norte de el-Hiba os

reis das 21.º-22.º dinastias

governavam directamente, tendo sido o seu território

posteriormente subdividido em

regiões praticamente autónomas

(ver mapa na página 47)

sua avó, dando-se, nessa altura, notável ênfase às mulhe-

mia bastante mais desenvolvida. Estendia-se desde o sul

indicando a

As divisões políticas assinalada s

sumo-sacerdotes de Tebas,

Amósis deixou um estado unificado, com uma econo-

Oriente bastante distantes uns dos outros,

período intermédio

Assuão, era governada pelos

res da família real.

que talvez cubra simplesmente outros governantes asiáticos que se proclamaram reis, onde quer que se encontrassem. À mais importante destas dinastias foi a 17.º, sucessão de egípcios que governavam a partir de Tebas, controlando o vale do Nilo desde a 1.º catarata até Cusae (el-Qusiya), a norte. No Sul, a Baixa Núbia foi conquistada pelos chefes núbios de Kerma. Havia, portanto, essencialmente três divisões da região que fora controlada pelas 12.º e 13.º dinastias. Durante quase um século parece ter havido paz entre elas. Têm-se encontrado nomes de reis da 15.º dinastia em pequenos objectos provenientes de lugares do Próximo

À direita: o Egipto durante

a principal potência do Próximo Oriente. O filho, Amenófis I (1525-1504), estendeu provavelmente a influência egípcia ainda mais para sul, não se sabendo mais nada da Ásia durante o seu reinado. Do fim da 18.º até à 20.º dinastia, Amenófis e a sua mãe, Amósis-Nofretari,

foram venerados pelos habitantes de Deir el-Medina, que construíram os túmulos reais, talvez por ele ter fundado o complexo institucional a que pertenciam. Parece, no entanto, que o primeiro enterro no vale dos Reis e a fundação da própria aldeia datam do reinado seguinte. Tutmósis I (1504-1492) era parente, por casamento, do seu antecessor, que não tinha, provavelmente, dei-

xado herdeiros varões. Os seus feitos militares foram mais extraordinários do que os de qualquer outro faraó egípcio. Nos primeiros anos do seu reinado chegou ao Eufrates, a norte, e a Kurgus, a montante da 4.º catarata

do Nilo, a sul. Estes feitos definem os limites territoriais

Jamais conquistados pelo Egipto, mas podem não ter sido um salto em frente tão grande como parece. Na Síria-Palestina talvez se tivessem travado batalhas preparatórias,

nos reinados

anteriores,

e parece

que os

Egípcios reivindicaram a posse desta região quando lá não se encontrava nenhuma outra potência importante. Durante o reinado de Amenófis I formou-se, no Norte da Síria, o reino de Mitanni, principal rival do Egipto

durante um século, tendo sido este o adversário de Tut-

mósis I no Eufrates. Os estados insignificantes da Síria e da Palestina que formavam o «império» egípcio estavam ligados ao faraó por juramentos de fidelidade e pagavam-lhe tributo, mas continuavam a governar-se a si próprios e a procurar atingir Os seus próprios objectivos políticos locais. A presença egípcia era mantida por destacamentos militares relativamente pequenos e por alguns oficiais de alta patente, A Núbia era, no entanto, tratada como território colonial e administrada directamente por um vice-rei egípcio, responsável perante o faraó. Ambas as regiões compreendiam territórios que faziam parte do

dote de instituições egípcias, por exemplo templos, mas

os termos mais severos do sistema núbio parecem ter

contribuído para generalizar o despovoamento durante as 19, e 20.º dinastias. Tanto no Próximo Oriente como

À esquerda: dois escaravelhos

com nomes e um cowroid do 2.º

período intermédio, típicos da

época e que são a principal fonte de conhecimentos da história e da administração.

a. O filho mais velho do rei, Ipeg, conhecido a partir de mais de 40

escaravelhos, 15.º dinastia.

b. O soberano dos países estrangeiros («Hicsos»), Khian,

4.º soberano da 15.º dinastia. c. Cowroid do rei Nikare, soberano obscuro, talvez da 16.: dinastia. Esteatite. Altura

máxima, 17,5 mm. Colecção de

Frazer von Bissing. Universidade de Basileia.

Em baixo: cabo de punhal do reinado de Nebkhopeshre Apophis (provavelmente o

mesmo que Awoserre) da 15.º dinastia. O homem que está a caçar antílopes é o «servidor do seu senhor (Apophis), Nahman» (nome semita). Proveniente de

Saqgara. Comprimento do cabo, 11,4 cm. Cairo, Museu Egípcio.

DINASTIAS

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fronteiriça dos kumas-

sacerdotes de Tebas, também

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utilizada como base por

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4

Ambas

se

foram tornando cada vez mais importantes na história do Egipto, mas já na 18.º dinastia o papel da religião

pode ser avaliado pelas doações reais aos templos — sobretudo ao de Ámon, em Carnaque —, em agradeci-I mento pelo êxito na guerra, e pela escolha oracular de alguns faraós pelos deuses. INo que respeita ao exército, alguns dos homens mais importantes deste período eram antigos oficiais do exército e este era, ele próprio, recrutado para trabalhos de construção. A Tutmósis II (1492-1497), cujo reinado deixou pou-

cos vestígios, sucedeu o seu jovem filho, de uma das esposas secundárias, Tutmósis III (1479-1425), tendo

sumos-sacerdotes impostos

pelo Norte, 21.8-23.2 dinastias

Hatshepsut, viúva de Tutmósis II, tido, a princípio, o cargo de regente. Durante os primeiros 20 anos do reinado de Tutmósis III a âctividade militar foi mínima e o

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efeito, existiam duas novas forças na política in-

terna do país: os sacerdotes e o exército.

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na Núbia, a principal razão da presença egípcia era a de garantir as rotas comerciais de longo curso e o acesso a matérias-primas, tendo a defesa sido um objectivo secundário. O comércio e o ouro da Núbia constituíram grande parte da riqueza e poder do país nas relações internacionais. Dentro do Egipto, o corolário das contínuas guerras de expansão foi um numeroso exército permanente. Com

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* el-Amarma 18

Egipto parece ter perdido bastante terreno na Ásia. No

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sétimo ano do reinado de Tutmósis III, clamou-se «rei» feminino (na ideologia via lugar para uma rainha reinante) e parceiro e personalidade dominante até

volta do ano 22, numa co-regência com o sobrinho. É evidente que Tutmósis III concordou, de certo modo, com tal situação, já que durante a maior parte do tempo tinha idade para organizar uma resistência

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contra a sua tia, se assim o desejasse.

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Sob o governo de Hatshepsut distinguiu-se um dos mais importantes plebeus do Egipto, Senenmut, professor e camareiro da sua filha. Foram recuperadas, em es-

o Bir Menik

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cavações na zona de Tebas, cerca de 20 estátuas de Se-

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sor na Ásia. Logo após a morte de Hatshepsut, Tutmó-

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a expulsão daqueles. É como se o facto de rejeitar os Hicsos, que nunca tinham sido alvo de tal vilipêndio, justificasse o não ter seguido a política do seu predeces-

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cera a ordem — afirmação estranha, duas gerações após

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nenmut, tendo este o privilégio único de ser retratado nos relevos do templo de Deir el-Bahari. É possível que a sua pupila, Nefrure, também com lugar proeminente no registo, tivesse sido destinada a futura co-regente ou mulher de Tutmósis III, mas morreu pouco depois de

nado de Hatshepsut. Uma curiosa inscrição no templo de Speos Artemidos, próximo de Beni Hasan, pormenoriza o seu ódio aos Hicsos, afirmando que restabele-

Beit el-Walli ;

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Hatshepsut proegípcia não hagovernou como à sua morte, por

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sis III lançou uma longa série de campanhas no Próxi-

mo Oriente, tendo começado por reconquistar territórios

na Palestina que haviam recentemente escapado à alçada do Egipto. Nos 20 anos seguintes, Tutmósis lutou sobretudo na Síria, onde os Mitanni resistiram com êxito, ten-

do sido obrigado a renunciar aos pontos de expansão mais longínquos no Eufrates. Este conflito iria durar mais uma geração. Tutmósis III lançou também campanhas na Núbia, em finais do seu reinado, e estabeleceu a capital provincial de Napata, perto da 4.º catarata. Tutmósis III construiu em muitos locais e existem tú-

mulos particulares importantes datando deste reinado.

Toda esta actividade é sinal dos benefícios económicos 43

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PANORAMA

HISTORICO

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nome clássico

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virou-se contra a memória de Hatshepsut e ordenou que

as suas imagens em relevo fossem apagadas e substituídas por figuras representando-o a si próprio e aos seus

dois antecessores, e as suas estátuas destruídas. Esta mu-

dança de atitude deve ter sido devida tanto à política interna da altura em que teve lugar como

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final do seu reinado,

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geral. Os novos faraós tinham frequentemente necessi-

dade de reafirmarem a sua autoridade. Os feitos de Amenófis II foram exibições de força que se estenderam à Síria |

— apresentou-se a si próprio como

campanhas

grande atleta — e não

com significado estratégico.

Estas exibições

continham uma mensagem para as potências estrangeiras. No final da campanha do 9.º ano do seu reinado, Amenó-

no Próximo Oriente O Egipto

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no reinado de Tuumoósis |

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ano dee Tutmósis III tomou — fis recebeu presentes (forma normal de contacto diplomá- Es x LA MH TANTAS deMIC Tutankhamon tico) das três principais potências da época, os Hititas, o — —e— snoreinado co-regente o seu filho Amenófis II (1427-1401).

menófis empreendeu campanhas, quer antes, quer de-

pois da morte do pai, e deparou, tal como outros faraós,

com o problema de governantes menores deverem fideli44

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Mitanni e a Babilónia. Os Hititas e a Babilónia emergiam

então de um período de relativa fraqueza, enquanto o Mi-

tanni estava no auge do seu poderio,

=== no reinado de RemsésIl locais na região do Egeu

-Adentiicados muma lista proventente

do templo funeráriode Amendtis HIT

DINASTIA

Tanto

no estrangeiro como

no país, os reinados de

Tutmósis IV (1401-1391) e Amenófis II (1391-1353)

formam uma única fase. O Egipto perdeu mais terreno

a favor do Mitanni

no reinado de Tutmósis IV, mas as

duas potências assinaram

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selando-a com o casamento de uma princesa mitanni como esposa secundária de Tutmósis IV. O tráfego de mulheres num único sentido demonstra que ou o Egipto

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era reconhecido como potência superior ou simplesmente que, nas palavras de Amenófis II ao rei da Ba-

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que a filha do faraó

do

Egipto não é dada a ninguém». Por seu lado, Amenó-

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a paz, antes da morte deste,

e

fis III casou com mais de uma princesa mitanni. A paz trouxe consigo mais um acréscimo da riqueza

do país, pois o número

e dimensões dos monumentos

construídos no reinado de Amenófis III só são compará-

veis aos do reinado, muito mais longo, de Ramsés II, ao

mesmo tempo que se produziam esculturas reais e parti-

Em cinia: carta cm escrita

y

cunciforme, dirigida por

Tushratta de Mitannia Amenofis 1. No fundo da tabuimbha está

uma nota de arquivo a tinta em

egipeio hicrático, do ano 56 do reinado de Amenófis. À carta

acompanhava uma estátua de Ishtar de Nínive, enviada ao

Egipto como divindade curativa. Essa estátua já tinha estado uma

vez no Egipto, na época do

predecessor de Tushratta,

Suttarna 1. Proveniente de Tell el-Amarna. Londres, Museu Britânico.

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Em cima: cartuchos do deus-sol

de Amenófis IV/Akhenaton.

O par da esquerda é a forma

antiga e o da direita a forma moderna. Às traduções encontram-se no texto.

culares em mais larga escala do que nunca. Muitos des-

tes trabalhos são de excelente qualidade. Exploraram-se

novas abordagens no planeamento de toda a região tebana (e provavelmente de Mênfis), com avenidas pro-

cessionais ladeadas de esfinges ligando os principais templos. Um enorme lago artificial na margem ocidental, o Birket Habu, foi o centro de um novo bairro que incluía um palácio real em el-Malgata plo funerário do faraó. Numa alteração ficativa, este divinizou-se a si próprio víduo mais importante deste reinado, lho de Hapu,

e o enorme temideológica signiem vida. O indiAmenhotepe, fi-

era um oficial do exército reformado, que

dirigiu grande parte dos trabalhos de construção e teve a honra de ter o seu próprio templo funerário. Em períodos posteriores foi divinizado, tendo a sua reputação póstuma sido construída a partir do seu estatuto em vida. Amenófis IV (1353-1335) tornou-se príncipe herdeiro após a morte de um príncipe chamado Tutmósis. Começou o seu reinado atribuindo-se o título de sumo-

-sacerdote do deus-sol, papel tradicional dos faraós do Egipto, mas não incorporado nos seus títulos. Formulou então um novo nome dogmático para o deus-sol, «Rá-Harakhty, que se regozija no horizonte do seu

nome de Shu [ou luz] que é o disco solar [Áton)». Este nome foi em breve incorporado num par de cartuchos, atribuindo ao deus a qualidade de um rei, e criou-se uma

nova representação do deus, sob a forma de um disco com raios terminando em mão, que oferece o hieróglifo

que significa «vida» ao faraó e à rainha. O desenvolvimento deste culto, que quase não deixava lugar para nenhuma das divindades tradicionais, excepto o deus-sol, tornou-se, com a autoglorificação, o principal objectivo da vida do faraó. A sua esposa principal, Nefertiti, teve um papel quase tão importante como o dele nestas mu-

danças. Nos primeiros seis anos deste reinado desenvolveu-se um vasto programa de construção em Carnaque,

para além de algumas estruturas noutras cidades. Todos estes edifícios eram decorados com relevos num estilo artístico inteiramente novo. Um dos santuários de CarÀ direita: estátua acocorada de

Amenhotepe, filho de Hapu,

representado como um homem

idoso é corpulento (viveu mais de 80 anos), encontrada em

Carnaque, perto do 7.º pilone. Esta estátua foi mais tarde

venerada co seu nariz voltou a ser

talhado na Antiguidade, Altura,

142 m, Reinado de Amenófis II.

Cairo,

Museu

Egipeio.

das naque continha uma série de estátuas reais colossais,

quais talvez um quarto eram da rainha. Algumas representações da decoração do templo de Tell el-Amarna, de um período posterior deste reinado, apresentam igual o número de colossos do rei e da rainha. Talvez no quinto ano do seu reinado, Amenófis IV O mudou o seu nome para Akhenaton («benéfico para disco») e começou a construção de uma nova capital, no local virgem de Tell el-Amarna, Os restos desta cidade

18

foram cuidadosamente desmantelados no período seguinte, tendo, no entanto, deixado muitos testemunhos valiosos. O grande hino ao Sol de Akhenaton foi inscrito no túmulo do seu mais alto dignitário, Aya, e outros

relevos e pequenos objectos provam o desenvolvimento da sua religião. Por volta do 9.º ano, o nome dogmático do deus foi substituído por um mais purista «Rá, o que governa o horizonte, que se regozija no horizonte no seu nome de Rá, o pai, que voltou como disco solar», mas depois disto pouco mais se desenvolveu e o número de monumentos dos últimos anos deste reinado é pequeno. Provavelmente, na altura da introdução do segundo nome dogmático, Akhenaton fechou templos de outros deuses por todo o país e a palavra «Ámon», e por vezes «deuses» no plural, foi apagada — grande empreendimento que deve ter tido apoio militar. O entusiasmo popular em relação a estas mudanças parece não ter sido grande. Akhenaton teve seis filhas, mas nenhum filho, de Nefertiti, e é provável que o seu segundo sucessor, Tutankhamon,

fosse filho de uma

esposa

secundária,

Kiya,

cuja memória foi perseguida mais tarde neste reinado. Por volta da mesma altura aparece nos monumentos um co-regente que parece ser Nefertiti, usando o seu segundo

nome,

Nefernefruaten,

seguido

de elementos

adicionais e com os atributos da realeza — tal como o fizera Hatshepsut anteriormente nesta dinastia. Os títulos de Nefernefruaten foram rapidamente alterados. Na versão final, Smenkhare substituiu o nome original

— fase que corresponde,

talvez, a um breve reinado da

ex-Nefertiti após a morte de Akhenaton. Tutankhaton, mais tarde Tutankhamon, rapaz de cerca de sete anos, sucedeu-lhe então (1333-1323). No início deste reinado, a nova religião foi abandonada, embora só mais tarde tivesse sido completamente excluída e perseguida, e Mênfis, que tinha sido, durante muito tempo, a principal cidade tornou-se capital do país.

O

PANORAMA

HISTÓRICO

Enquanto Tutankhamon foi faraó, o poder esteve nas mãos de Aya e do general Haremhab. As inscrições de Tutankhamon registam a restauração dos templos, mas nenhum pormenor de política externa, encontrando-se as possessões egípcias no Próximo Oriente em desordem, após as campanhas do rei hitita Suppiluliuma. Aya (1323-1319) ocupou o trono por um breve período, tendo-lhe sucedido Haremhab (1319-1307), normalmente colocado na 18.º dinastia, mas considerado pelos egípcios do século seguinte como o primeiro rei dessa era, a que chamamos 19.º dinastia. Haremhab desmantelou os templos de Amenófis IV em Carnaque e construiu ele próprio bastante nesse local. Anexou também a maior parte das inscrições de Tutankhamon, talvez por achar que registavam os seus próprios feitos. O seu segundo sucessor, Seti I (1305-

-1290), levou a bom

termo este trabalho de restauração,

reparando inúmeros monumentos, mória

de

Akhenaton

e retirando

perseguindo a me-

o nome

deste,

e dos

seus três sucessores, do registo oficial. Seti I também construiu muito. Empreendeu várias campanhas no Próximo Oriente, conseguindo, durante um período de fraqueza dos Hititas, reconquistar temporariamente algumas das possessões egípcias na Síria. Os principais registos destas campanhas são impressionantes relevos de

batalhas, de um

tipo novo

e mais realista.

Nos finais do seu reinado, Seti I associou-se ao filho,

Ramsés II (1290-1224), no trono. O novo faraó herdou os problemas do pai na Síria. Após um êxito no ano 4, defrontou pela primeira vez o exército hitita, no ano 5, numa batalha de resultado indeciso, em Cadesh, que Ramsés apresentou como grande vitória e registou em muitos relevos de templos. Depois de mais alguns combates, durante os anos seguintes, fizeram-se tréguas, seguidas de um

tratado formal, no ano 21. O texto deste

tratado encontra-se preservado nos relevos do templo egípcio de Ramsés II e em tabuinhas cuneiformes acádias da capital hitita Bogazkoy (antiga Hattusa). A paz prolongou-se por mais de 50 anos, confirmada por casamentos de Ramsés II com princesas hititas. Ramsés II construiu mais edifícios e foram-lhe erigidas mais estátuas colossais do que a qualquer outro faraó do Egipto, tendo mandado esculpir o seu nome, ou representar-se em relevos, em muitos monumentos mais antigos. Tal como Amenófis III, foi divinizado em vida e, pela projecção que fez da sua personalidade, tornou, durante séculos, o nome

Ramsés sinónimo da realeza.

Mas o programa oficial de construção não foi acompanhado de tantos trabalhos para personalidades particulares como o de Amenófis III. Muitos projectos datam do início do seu reinado, enquanto os edifícios posteriores dão mostras de um declínio na habilidade dos artífices. Parece que nos últimos anos do seu reinado teve lugar um declínio económico considerável. Um dos mais importantes empreendimentos de Ramsés II foi a transferência da capital para um novo local no delta,

chamado

Per-Ramsés

(«Domínio

dos

Raméssi-

das»), talvez na moderna el-Khatana e Qantir. A família

real era natural desta zona, mas a razão principal dessa

transferência foi provavelmente o facto de o centro económico e internacional do país se ter deslocado para o delta. Esta mudança é uma razão pela qual sabemos menos da história do período tardio do que da do Império Novo. Ramsés II sobreviveu a grande parte da sua enorme família, tendo-lhe sucedido o seu 13.º filho, Merneptah

(1224-1214). No início do seu reinado, Merneptah viu-

46

-se confrontado com uma agressão líbia, a que tinha já feito face Seti I e que levara Ramsés Il a construir fortalezas a ocidente, ao longo da costa mediterrânica. Na região ocidental do delta travou-se uma batalha contra os invasores líbios e contra os «povos do mar» — grupo de tribos com nomes que sugerem uma origem mediterrânica. Os invasores tencionavam fixar-se e tinham trazido as mulheres e os filhos. A batalha foi-lhes, no entanto,

desfavorável,

tendo

alguns

deles fugido,

en-

quanto outros permaneceram à força, como prisioneiros de guerra. Após a morte de Merneptah teve lugar um período de lutas dinásticas que terminou com o breve governo de

uma rainha, Tmosre (1198-1196), viúva de Set 1 (1214-

-1204). Durante este tempo, o verdadeiro poder no país parece ter sido um alto dignitário, Bay, possivelmente de origem síria, que é talvez mencionado sob pseudónimo num documento posterior que apresenta essa pessoa como um génio mau da época. O primeiro faraó da 20.º dinastia, Sethnakhte (1196-1194), refere-se, numa inscrição da época, a um periodo de guerra civil que se prolongou pelo segundo e último ano do seu próprio reinado, tendo terminado com a derrota dos rebeldes. Dá a entender que a desordem era generalizada no país antes da sua chegada, mas al. guns funcionários do tempo de Merneptah sobreviveram até ao de Ramsés III, o que leva a crer que a violência se limitou à corte e aos círculos militares. Ramsés III (1194-1163) herdou uma situação interna estável que explorou em alguns trabalhos de construção, mas foi bastante pressionado a norte por duas tentativas de invasão por parte dos Líbios e por mais um ataque dos «povos do mar», que teve lugar entre aquelas. Todos estes ataques foram contrariados e o Egipto manteve igualmente o controlo do Sinai e do Sul da Palestina. O título de Ramsés III era quase igual ao de Ramsés II e o seu complexo

funerário, em Medinet Habu,

tomou

como modelo o Ramseum de Ramsés II. Este e os outros faraós da 20.º dinastia foram singularmente conservadores na sua apresentação de si próprios, como se não tivessem confiança que chegasse para serem auto-suficientes. Mas enquando os feitos de Ramsés III foram consideráveis, o mesmo não pode ser dito dos seus sucessores. Em 90 anos houve mais oito faraós de nome Ramsés, nome adoptado ao acederem ao trono, para além dos nomes próprios. Todos parecem ter sido descendentes de Ramsés III, mas o trono foi centro de muitas rivalidades, começando com a morte do próprio Ramsés III, antes do que teve lugar uma conspiração entre as suas esposas, para colocar um dos filhos no trono. No exterior, o Egipto perdeu o controlo da Palestina durante esta dinastia e a Núbia foi perdida no final. Os únicos monumentos importantes posteriores ao reinado de Ramsés III são os túmulos reais e o templo de Khon, em Carnaque, que só foi acabado no período ptolomaico. É possível reconstituir grande parte-da administração do país, durante a 19.º e, particularmente, durante a 20.º dinastia, a partir de documentos em papiro e ostraca.

A mais importante alteração a longo prazo foi o facto de grande parte da terra ter passado para a posse dos tem-

plos, em especial para o de Ámon, em Carnaque. O es-

tado e o templo administravam conjuntamente o país, mas o templo de Ámon acabou por tomar praticamente o controlo do Alto Egipto. Os cargos religiosos mais

importantes tornaram-se hereditários e, assim, bastante independentes do faraó, de tal modo que os sumos-

DINASTIAS 18-20

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47

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PANORAMA

HISTÓRICO

-sacerdotes formaram uma dinastia que acabou por rivalizar com ele. Outra prática significativa era o estabelecimento de prisioneiros de guerra em colónias militares. Os Líbios eram o mais importante destes grupos. Embora se tivessem em breve tornado completamente egípcios, mantiveram uma identidade separada, marcada pelo nome tribal Meshwesh (frequentemente abreviado para Ma), tendo-se tornado, com o tempo, a principal força política do país. Enquanto estes elementos desmembravam o Egipto numa sociedade quase feudal, os movimentos de povos

no Próximo Oriente, no início da dinastia, introduziram

aí, mas não no Egipto, a Idade do Ferro. Todo o Mediterrâneo entrou num período de crepúsculo, de que o Egipto sofreu menos do que outros países, mas o Próximo Oriente emergiu tecnologicamente mais avançado e o Egipto perdeu definitivamente a sua posição preponderante. | No reinado de Ramsés XI (1100-1070) o vice-rei da Núbia, Panehsy, travou uma batalha em defesa da zona de Tebas que acabou por perder, retirando-se para

Aniba, na Baixa Núbia, onde foi enterrado. Depois da sua intervenção, a anterior linhagem de sumos-sacerdotes desapareceu do cargo e um militar, de nome Herihor, substituiu-os, no ano 19 do reinado de Ram-

sés. Sacerdote e oficial formavam uma combinação potente e Herihor fez realçar o seu estatuto para além do de qualquer dos seus predecessores, fazendo-se retratar como rei e utilizando um sistema de datação alternativo,

que faz, no país. sucessor, mas por

provavelmente, alusão à presença de dois «reis» Herihor morreu após apenas cinco anos. O seu Pi-ankh, morreu também antes de Ramsés XI, essa altura a virtual divisão do país estava já

estabelecida, embora alguns sumos-sacerdotes posteriores só ocasionalmente reclamassem o título de rei. Tinha-se estabelecido o padrão para o período seguinte.

3.º período intermédio

A Ramsés XI sucedeu Smendes (1070-1044), primeiro faraó da 21.º dinastia, e a Pi-ankh sucedeu Pinudjem 1. Os reis centraram o seu governo em Tanis, no Nordeste do delta, controlando o país a norte de el-Hiba. E possível que fossem descendentes colaterais da família real da 20.º dinastia. À sua capital não tinha sido até então um centro importante e os seus monumentos foram, na sua maioria,

transferidos

de outros

locais no delta.

Ficava

perto da capital dos Raméssidas e a mudança para lá deve ter sido ditada pelo assoreamento das vias fluviais. O vale do Nilo, de el-Hiba a Assuão, era controlado

pelos sumos-sacerdotes tebanos, que reconheciam os faraós tanitas, datados segundo os anos dos seus reinados, e casavam com mulheres da sua família, mas que eram efectivamente governantes de um estado separado. Os Tebanos lembravam-se das suas origens militares e é evidente, pelos seus nomes, que o elemento «líbio» era neles forte. Os Líbios estiveram também activos no Norte do país — principal área de fixação — e Osorkon | (984-978), o obscuro quinto rei da dinastia tanita, ecra membro desse grupo. O último faraó, Psusennes II (959-945), era, possivelmente, também sumo-sacerdote

de Ámon,

unindo os dois reinos na sua pessoa, mas não

os transformando numa unidade.

Shoshenk I (945-924), primeiro faraó da 22.º dinastia,

pertencia a uma família «líbia» de Bubastis (Tell Basta) que tinha tido importância desde, pelo menos, uma geração antes de ter ascendido ao poder, Tirou partido da extinção simultânea da linhagem de sumos-sacerdotes 48

para instalar o seu filho em Tebas,

tentanto assim cen-

tralizar mais uma vez o Egipto. Este precedente foi seguido por alguns dos seus sucessores, mas embora

nunca tivesse havido um governante de Tebas completamente independente, esta região só foi integrada no país 300 anos mais tarde. Shoshenk empreendeu uma campanha na Palestina, registada em alguns relevos de Carnaque, onde iniciou importantes trabalhos de construção.

É possível que te-

nha dado seguimento a uma iniciativa de Siamun (978-

-959) na Ásia, mas o seu empreendimento era mais am-

bicioso. Reatou igualmente relações com dicional parceiro comercial do Egipto na que se mantiveram por várias gerações. A vidades de Shoshenk foi um aumento de que se pode verificar por uma redobrada

construção no início desta dinastia.

Biblos, o tracosta fenícia, base das actiprosperidade actividade na

Após quase um século de paz, a 22.º dinastia, a partir do reinado de Takelot II (860-835), entrou num período de conflito e declínio. A principal causa de agitação foi a nomeação do filho e herdeiro de Takelot, Osorkon, para sumo-sacerdote de Ámon, cargo que este combinava com funções militares. Osorkon foi rejeitado pelos Tebanos, o que levou a um longa guerra civil, registada numa enorme inscrição em Carnaque.

A partir do reinado de Shoshenk III (835-783), que parece ter usurpado o trono destinado ao seu irmão, o

sumo-sacerdote

a realeza

Osorkon,

ficou dividida

em

dois pretendentes diferentes. O primeiro rival era Pedu-

baste I (828-803), da 23.º dinastia, reconhecido a par de Shoshenk III. De então em diante, o caminho estava aberto para que qualquer potentado menor se procla-

masse rei e fosse aceite, sempre que a população local o

achasse conveniente.

Em

finais do século vIII existiam,

portanto, numerosos reis no país com as 22.º e 25.* dinastias reinando simultaneamente, para além de outros reis, ignorados pela lista oficial. Por volta de 770 juntou-se à confusão uma força importante e um rei núbio, Kashta (770-750), cuja capital era em Gebel Barkal, foi aceite como governante do Alto Egipto, até Tebas, marcando a chegada da 25.º dinastia ao Egipto. Enquanto a realeza enfraquecia, o mesmo sucedia

com o sacerdócio de Ámon.

Osorkon

IV, da 23.º dinas-

tia (777-749), instalou a filha, Shepenwepet, num antigo posto, com o título de «divina esposa de Ámon», em Tebas. A partir dessa altura, a «esposa», que não podia casar e determinava a sucessão ao cargo por «adopção», passou a ser um membro da família real e a principal figura religiosa na zona de Tebas. Em períodos posteriores sabemos que o verdadeiro poder se encontrava nas mãos de funcionários do sexo masculino,

oficialmente

subordinados, mas no caso de Shepenwepet tal não é claro. O controlo da 23.º dinastia foi de curta duração. Shepenwepet adoptou em breve Amenirdis I, irmã de Kastia, ao que parece coagida pelos Núbios, mais poderosos. O instigador foi o irmão e sucessor de Kastha, Piye (anteriormente pronunciado Piankhi, 750-712).

Nos finais do século vi as mais importantes facções

no Egipto eram os antepassados da 24.º dinastia, governantes locais em Saís, na região ocidental do delta, e a

25.º dinastia. Por volta de 730, as duas entraram em con-

flito, talvez devido à expansão da influência saíta pelo vale do Nilo, tradicional coutada dos Tebanos, e, portanto, parte da região a que a 25.º dinastia era a principal pretendente. Piye partiu de Napata, numa campanha através do Egipto, e chegou até Mênfis para reclamar a submissão dos governantes locais, em especial de Tefna-

O Egipto no período tardio, com o estado de Napata-Meroe

(712 a. C.-séculorv d. C,) Os sítios estão marcados a preto.

cidades cujos «reis» estão lis-

tados nos anais de Assurbanipal (não é possível identificar no Egipto

vários outros nomes assírios).

Comparar os das campanhas

de Piye, no mapa da página 47,

sítios onde foram encontrados textos em aramaico, língua oficial do Império Persa; estes textos

incluem papiros, ostracas é grafitos

na rocha. À rota da campanha da

Núbia, enviada por Psamético II, em 591 a. €., é hipotética; os

soldados deixaram grafitos em grego e cário, em Buhen e Abu Simbel, e, provavelmente, em Gebel el-Silsila.

Neste mapa aparece o canal que

liga o Nilo ao mar Vermelho. Este canal foi começado a construir por Necao Ile completado por

Dario I, que, por volta de 490, colocou estelas nos locais marcados

com À e mais tarde restaurado por Prolomeu II Filadelfo, Trajanoe Adriano, e por Amr ibn el-Asj,

conquistador muçulmano do Egipto. O seu comprimento, de Tell el-Maskhuta a Suez, era de cerca de 85 km. Os sítios do estado de Napata-

-Meroe estão marcados a castanho.

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DINASTIAS

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e a campanha quase uma missão sagrada lh N EIS Napata era um velho aos males do país. isto i pode ser; verde Ámon e, assim, A ; pode ter pretendido arranjar uma justifi-

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O estado unificado do Egipto e da Núbia era uma grande potência, cujo único rival era, na Próximo Ortente, a Assíria, que se tinha vindo a expandir desde o século 1x. O Império Assírio estendia-se, a sul, até à Palestina, cujos pequenos estados tentavam constante49

HISTÓRICO 1

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isso, ajuda do Egipto. À princípio, os reis núbios não corresponderam a tais avanços, mas em 701 uma força egípcia defrontou o rei assírio Senaquerib (/04-681) na Palestina, ao lado dos reis de Judá. O combate foi inconclusivo e durante 30 anos as duas principais potências mantiveram vários pequenos estados-tampão entre s1. O rei assírio Esarhaddon (681-669) tentou conquistar o Egipto em 674, mas foi derrotado no posto fronteiriço de Sile. Em 671 um novo ataque teve êxito, Mênfis foi conquistada e todo o país forçado a pagar tributo. Taharqga fugiu para sul, mas voltou dentro de dois anos, para retomar Mênfis. Esarhaddon morreu quando voltava ao Egipto para um contra-ataque e a campanha seguinte foi lançada pelo seu filho, Assurbanipal (669-627), por volta de 667. Assurbanipal utilizou o governador de Saís, NecaoI (672-664), que se comportava então como rei, e o filho deste, Psamtik (mais tarde Psamético 1), como principais aliados no restabelecimento do domínio assírio. Em 664, Tantamani (664-657 no Egipto, possivelmente mais tarde na Núbia) sucedeu a Taharga e montou de imediato uma campanha no Egipto, até ao delta (no seu relato deste acontecimento nem sequer menciona os Assírios). O principal opositor dos Núbios era Necao I, que parece ter morrido na luta. Os restantes governantes locais aceitaram Tantamani de bastante bom grado. Em dada altura, entre 663 e 657, Assurbanipal chefiou

em pessoa uma campanha de represálias e saqueou todo o país, enquanto Tantamani fugia para a Núbia. Esta foi a última fase da ocupação assíria, tendo Assurbanipal sido obrigado a combater uma rebelião na Babilónia e Psamético I (664-610) conseguido tornar-se independente dele antes de 653. Estes acontecimentos marcam o fim do isolamento do Egipto no mundo: estava agora relacionado com todos os impérios da Antiguidade. Entre 664 e 657, Psamético I eliminou todos os governantes locais do Baixo Egipto c em 656 fez com que a filha, Nitocris, fosse adoptada por Shepenwepet II como esposa divina seguinte em Tebas, passando por 50

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cima de Amenirdis II. Até ao ano anterior, a datação em

Tebas tinha sido feita com base nos anos do reinado de Tantamani.

As campanhas de unificação de Psamético | foram também significativas de outro modo. Foi ele o primeiro faraó a utilizar mercenários gregos e cários, estabelecendo um exemplo para os 300 anos seguintes. No século 1v já todas as grandes potências utilizavam tropas gregas, condição prévia para o envolvimento num conflito internacional e que determinavam, muitas vezes, O seu curso. Alguns destes mercenários estabeleceram-se no Egipto, formando um núcleo de estrangeiros cujo papel na história do país foi importantíssimo devido à sua especialização no comércio e na guerra. Os Gregos influenciaram também a nossa visão da história desta época, dado que as fontes egípcias são mais escassas do que as clássicas. No período tardio a economia egípcia foi menos auto-suficiente do que anteriormente, visto o metal mais importante, o ferro, ser importado, ao que parece, do Próximo Oriente mais do que da Núbia. O Egipto tinha exportações para oferecer em troca — nomeadamente

cereais e papiro — mas, ao contrário da Grécia e da Anatólia, não tinha cunhagem de moeda e viu-se colocado numa situação desfavorável, devido aos seus sistemas de

trocas mais pesados. A reunificação do Egipto e a imposição de uma administração central em vez de governantes locais trouxe consigo uma continuação do aumento de prosperidade da 25.º dinastia, de que relativamente pouco se pode ver hoje, pois concentrava-se no delta. A principal excepção é um pequeno grupo de grandiosos túmulos particulares, em Tebas, da última parte do século vi. O

reflores-

cimento artístico também continuou e verifica-se um sabor arcaizante na utilização de alguns títulos e textos religiosos, mas este é, em grande parte, um fenómeno superficial. Os faraós deste período podem ter desejado passar por cima da importância dos templos na política nacional e voltar ao passado,

mas não o conseguiram.

a períodos mais seculares,

À direita: figuras de um egipoo

e de um persa, pertencentes à

base de uma estátua de Dario E. encontrada em Susa, Esta base

tem 24 figuras, que representam as províncias do Império Persa,

As figuras estão ajoelhadas com

as mãos levantadas em adoração

ão Fel; OS NOMES ESTÃO escritos cm

ovais por baixo. Esta estátua fot

feita no Egipto, mas as figuras

foram esculpidas de acordo com

um modelo estrangetro.

A estátua como um todo parece ser uma tentativa de wternacionalização de estilo para todo o Império. | cerio, Museu

tram Bastan.

e o Próximo Oriente durante

o periodo tardio Império assírio. Expandiu-se a

partir do século 1x: ocupou a Síria

ca Palestina no vineco Egipto de 671 a c. 657. Destruído pelos Medos e Babilónios em 614-612.

Assim,

Reino de Judá. Principal inimigo

620,

Palestina, até ao cativeiro de 5H6; procurava o auxílio do Egipto,

altura em

que transferiu a sua lealdade para a As-

síria. No século vi, o Egipto continuou a apoiar os inimigos da Babilónia até a Pérsia se ter tornado a principal potência. Necao II (610-595), Psamético II (595-589) e Apries (589-570) desenvolveram a obra de Psamético | e passaram ao ataque. Necao II, dando talvez seguimento a uma iniciativa de Psamético, empreendeu campanhas na Síria, de 610 a 605, mas foi forçado a retirar-se. Em 601 repeliu um ataque do rei babilónio Nabucodono-

geralmente sem éxito. Lídia. Aliou-se a Psamético | contra os Assírios; derrotada pelos Cimérios c. 653

Cária e Jónia. Terras natais de muitos soldados ao serviço

do Egipto a partir do reinado

de Psamético 1.

Império neobabilónico (612-539).

Derrotou o estado sucessor do assírio antes de 605 e atacou o

sor II (604-562), tendo também apetrechado frotas egíp-

Egipto em 591 e 567; destruído por Ciro, da Pérsia, em 539.

cias com trirremes, tanto no Mediterrâneo como no mar

Império persa. Expandiu-se a

Vermelho, tentando ao mesmo tempo ligar o Nilo aquele mar por um canal. No século v esta rota marítima viria a adquirir importância internacional. Há provas de uma posterior perseguição da memória de Necao, que pode justificar o pequeno número de monumentos com o seu nome. Psamético Il empreendeu uma única campanha na Ásia, aparentemente sem efeitos a longo prazo. O seu

seguir aos Medos a partir de 549; na sua máxima extensão incluiu

Sind, a Anatólia, a Cirenaica é O

Egipto. Destruído em 336-323

por Alexandre Magno, que

herdou a mesma extensão, para além de ocupar a Macedônia e a Grécia.

Atenas. Aliada frequente

do Egipto contra os Persas;

expedição de 200 navios para ajudar os rebeldes egípcios no

acto político mais significativo foi, contudo, uma campanha na Núbia, em 591, que pôs fim a 60 anos de rela-

delta ocidental, enviada em 460,

finalmente aniquilada em 454,

ções pacíficas.

Em 385-c. 375 e 360 0 general

O exército invasor,

mas sem que tivesse sido planeada qualquer conquista. Na viagem de regresso, alguns soldados estrangeiros deixaram grafitos em Buhen e Abu Simbel, na Baixa Núbia, a partir dos quais se reconstituiu o curso da campanha. Depois de 591, a memória dos faraós da 25.º dinastia foi perseguida no Egipto. Em 595 a divina esposa de Ámon, Nicotris, que devia andar perto dos 80 anos, adoptou a filha de Psaméti-

a resistência egípcia à Pérsia.

O Egipto pagava em cereais o auxílio atemense.

Cirenaica. Ocupada por colonos

gregos que fundaram uma dinastia local c. 630; em 570

guerras internas levaram Amásis

a apoderar-se do trono do

Egipto. Posteriormente aliada de

Amásis, e incorporada no Império persa c. 515.

co Il, Ankhnesneferibre, como sua sucessora. Ankhnes-

Chipre. Ocupada por Amásis

c. 567-526. EM 389-380, o rei

neferibre tomou posse do cargo em 586 ce ainda estava viva em 525. Assim, apenas duas mulheres foram representantes da família real em Tebas durante 130 anos. Tal como os seus antecessores, Apries apoiou os estados da Palestina contra a Babilónia. O cativeiro dos Judeus na Babilónia teve lugar durante este reinado e mutitos judeus fugiram para o Egipto. À partir do século seguinte, existem registos de uma colónia de judeus na

Euágoras aliou-se ao Egipto

contra a Pérsia.

Naukratis. Posto de comércio

grego, fundado em finais do

século vn e transformado por Amásis na selecta comunidade

grega do Egipto. Os colonos

gregos originais vieram das º

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a Lídia, e mais tarde a Ba-

bilónia, contra a Assíria, até ao declínio desta, depois de

local da Assíria e da Babilónia na

cidades assinaladas com

Psamético I apoiou

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Eram dois os principais aspectos da política da 26.º dinastia no Próximo Oriente: a manutenção de um equilíbrio de poder, por meio de apoio aos rivais da potência dominante num dado momento, e tentativas de repetir as conquistas do Império Novo na Palestina e na Síria.

À esquerda: o Egipto, o Egeu

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DINASTIAS

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ilha Elefantina. Alguns dos que se encontravam no resto do país foram talvez os antepassados da população judia de Alexandria. Em 570, Apries apoiou um governante local líbio, em Cirene, contra colonizadores gregos. Foi enviado un: exército inteiramente egípcio, que foi derrotado e se amotinou em seguida. Apries enviou então um general, Amásis, para abafar a revolta, mas este juntou-se-lhe, proclamou-se faraó (570-526) e mandou Apries para o exílio. Em 567, Apries regressou com uma força invasora babilónia, enviada por Nabucodonosor Il, mas foi derrotado e morto.

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rou-o então com honras reais e registou todo este episódio numa estela, em termos que disfarçam a sua tomada do poder. Do ponto de vista dos Gregos, que são a nossa fonte, a política mais digna de nota de Amásis foi a maneira como tratou os Gregos, cujas actividades comerciais se confinavam à cidade de Naukratis, no delta, enquanto apenas em Mênfis se mantinham soldados estrangeiros em guarnições. Os Gregos achavam que o estatuto especial de Naukratis era um favor que lhes era feito, mas esta política reduzia as possibilidades de fricção entre egípcios e gregos, ao restringir contactos de qualquer espécie. Amásis é igualmente recordado como bêbedo e femeeiro e tanto Heródoto como fontes egípcias posteriores contam histórias para ilustrar estas características. O final do reinado de Amásis foi ensombrado pelo crescente poder da Pérsia, mas foi o seu efémero sucessor, Psamético III (526-525), que teve de enfrentar a invasão persa, imediatamente coroada de êxito. Cambises (525-522), primeiro governante da 27.º dinastia, foi também o primeiro estrangeiro, cujo principal interesse não era o Egipto, a tornar-se faraó. Empreendeu campanhas no Egipto e na Núbia e nos oásis a ocidente de Siwa, mas ambas falharam. Os Egípcios vieram, mais tarde, a sentir amargo ressentimento em relação a este governo, em parte devido a uma tentativa de redução dos rendimentos dos templos politicamente influentes. Dario | (521-486) seguiu uma linha mais conciliadora, encomendando construções de templos, incluindo o de Hibis, no

oásis de el-Kharga, único templo substancialmente completo que resta do período entre 1100 e 300. A importância dos oásis nesta época está, talvez, relacionada

com a importante introdução do camelo pelos Persas. Do mesmo modo, Dario completou o canal entre o Nilo e o mar Vermelho, começado por Necao II, adornando-

-0 com

estelas monumentais,

numa

mistura

de estilos

egípcio e do Próximo Oriente. Até ter ficado assoreado, o canal constituiu uma ligação directa por mar entre a Pérsia e o Egipto. O estilo misto, utilizado pela primeira vez em estátuas de Dario, proclamava o carácter cosmopolita do seu império. O reinado de Dario foi próspero, mas o domínio persa só foi tolerado no Egipto enquanto não houve possibilidade de lhe escapar. A derrota persa na batalha de Maratona, em 490, marcou o início de 80 anos de resistência egípcia, em que os rebeldes vendiam cereais à Grécia em troca de auxílio militar. À região ocidental do delta era o centro da resistência, sendo o domínio persa mais facilmente mantido no vale do Nilo, atingivel pela rota do mar Vermelho, Os Persas utilizavam igualmente tropas estrangeiras, estando às suas ordens à guarnição

judia a

25-27

de

Elefantina.

Encontraram-se,

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cais, alguns papiros em aramaico, língua administrativa do Império Persa. Quase não existem documentos ou monumentos egípeios do periodo entre 480 e 400, 0 que

51

e o empobreci-

Em 404, Amyrtaios de Saís libertou o delta do dominio persa e por volta de 400 todo o país estava nas suas mãos. Tal como alguns dos que anteriormente se ti-

nham revoltado contra os Persas, Amyrtaios intitulou-se rei, mas, ao contrário deles, passou a fazer parte da lista oficial como único governante da 28.º dinastia. Em 399, Nepherites 1, de Mendes (399-393), usurpou o tro-



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PANORAMA

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no, fundando a 29.º dinastia. Psammuthis (393), Harokis (393-380) e ele construíram em numerosos locais € repeliram um ataque persa em 385-383. Nestas batalhas, os Egípcios apoiavam-se em mercenários gregos. No século Iv estes mercenários não tinham qualquer intenção de se fixarem no Egipto e a sua lealdade era variável — O que provou mais de uma vez ser fatal. Nectanebo | (38()-362), general originário de Sebennytos, no delta, usurpou o trono de Nepherites II (380) e fundou a 30.º dinastia. Nas suas inscrições foi bastante franco quanto às suas origens não reais. Deu início a um

período de grande prosperidade, em que se construiu

em todo o país, e as tradições artísticas da 26.º dinastia foram retomadas e desenvolvidas. Em 373 foi derrotada uma invasão persa e na década de 360) Nectanebo | juntou-se a uma aliança defensiva de províncias persas. O seu sucessor, Teos (365-360, com uma co-regência) passou à ofensiva na Palestina, mas foi traído por uma rebelião no Egipto, pela qual um primo, Nectanebo II (360-343), foi colocado no trono, e pela deserção do seu aliado espartano, que se juntou ao novo rei. Nectanebo II conteve uma tentativa de invasão do persa Artaxerxes III Ochus, em 350, mas o ataque de 343 teve êxito. O 2.º período persa (também chamado 31.º dinastia), que durou dez anos, foi ele próprio inter-

rompido durante cerca de dois anos por um faraó natural do Egipto, Khababash, cuja memória permaneceu por muitos anos e que parece ter controlado todo o Baixo Egipto. O governo persa renovado foi opressor e predispôs o país a que aceitasse qualquer outra alternativa.

Período greco-romano

Em 332, Alexandre Magno tomou posse do Egipto sem luta. Durante a sua breve estada foi estabelecido o plano para a construção de Alexandria, tendo Alexandre oferecido sacrifícios aos deuses egípcios e consultado ó orá-

culo de Ámon, no oásis de Siwa. Após a sua morte, Ptolomeu, filho de Lagus, conseguiu ficar como o

Egipto como sua satrapia e enterrou o seu rei em Mênfis (o corpo foi mais tarde transferido para Alexandria). Em fins de 305 ou princípios de 306, Ptolomeu seguiu o

exemplo de outros sátrapas e proclamou-se rei independente do Egipto. Durante os 250 anos seguintes o Egipto foi governado por gregos, mas como país separado, com os seus próprios interesses, mesmo que estes não fossem os da população local. O governo ptolomaico foi, em certos aspectos, tirânico — possivelmente não mais do que os seus precursores autóctones — e provocou levantamentos nacionalistas, mas, ao contrário do que aconteceu com o seu antecessor e com o seu sucessor, centrava-se no Egipto. Uma indicação disto parece ser o facto de os Ptolomeus terem procurado alargar, de forma tradicional, as possessões do Egipto anexando a Palestina e, mais tarde, entrando um pouco pela Baixa Núbia, onde se estabeleceu uma espécie de condomínio com o Estado meroíta. Além disso, Cirene, Chipre (que tinha já estado durante um curto período nas mãos de Amásis), partes da Anatólia e algumas ilhas do mar Egeu ficaram, durante algum tempo, sob controlo ptolomaico. Os reinados dos três últimos Ptolomeus foram um período de desenvolvimento para o Egipto, durante o qual o país foi incluído no mundo helenístico em termos

de agricultura, comércio e, para a população grega, educação. À inovação mais importante na agricultura foi a introdução generalizada de duas culturas por ano. Mut-

tas mudanças económicas eram geridas por monopólios estatais, não sendo certo que os Prolomeus tivessem seguido os mais antigos faraós egípcios neste aspecto. Ha52

Estatuetas greco-egípcias em terracota. À esquerda: o deus egípcio Bes segurando uma faca e um escudo romano. Em cima:

alto-relevo de Héracles-

-Harpocrates (Hórus criança), segurando uma cornucópia e

sentado em cima de uma fénix. Todo este estilo de terracota é mais grego do que egípcio, mas enquanto a primeira figura se aproxima do estilo egípcio, a segunda é quase inteiramente

clássica. Período romano. Cairo, Museu Egípcio.

À esquerda: cabeça de egipeio do século ta, C. em dionto,

de tamanho superior ao natural,

provemente de Mit Ralhina

(Mentfis). Esta peça imponente segue as tradições do retrato do

periodo tardio: apenas o cabelo revela a influência grega. Nova lorque, Museu de Brooklyn.

DINASTIA

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Alexandria

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das possessões ptolomaicas nos reinados de Ptolomeu [l

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SECULO

À direita: par de estátuas, de tamanho acima do natural, de Ptolomeu II Filadelfo e da sua

rainha, Arsinoe II Filadelfa, que

tem na mão esquerda um colar como contrapeso. O estilo e iconografia são inteiramente

egípcios e até aparece o «sorriso» das obras autóctones, Encontradas em 1710;

proveniente do pavilhão imperial nos Jardins de Salusto, no monte Píncio, em Roma, onde foram

colocadas na época de Domiciano

ou Adriano; originárias de

Heliópolis. Granito rósco muito

polido. Roma, Cidade do

Vaticano,

Museu

Grego nano

Egípcio.

II A. C.-SÉCULO

IV D.C.

nante, ao mesmo tempo que, a partir do reinado de Ptolomeu IV Filopator (221-205), se tornavam vulgares as revoltas nativas no Alto Egipto, tendo sido a mais séria delas esmagada já em 85. O Egipto perdeu grande parte das suas dependências estrangeiras, tendo sido mesmo conquistado por Antíoco IV Epifânio, da Síria,

que, em 168, se proclamou rei por um curto período.

No século 1 a fraqueza do governo continuou a aumen-

tar, ainda que tenha trabalhado, por vezes, a favor da população local, Mas a força ensombradora de Roma condenou a independência do Egipto. Os Ptolomeus e os imperadores romanos apareciam nos monumentos como faraós tradicionais e os primeiros fizeram inscrições em egípcio, relatando aqueles feitos que tinham por objectivo beneficiar a população natva. As proclamações públicas, dirigidas a todos, foram registadas em três escritas: hieroglífica, demótica e gre-

ga, sendo a mais famosa um decreto, preservado na pe-

dra de Roseta, promulgado por Ptolomeu V Epifânio

Em baixo: sarcófago de

Artemidoro com retrato,

proveniente de Hawara, no Fayum. O sarcófago inspira-se em modelos do período tardio. Registo superior: Anúbis

embalsama a múmia; centro: Hórus e Toth protegem um emblema de Osiris; em baixo:

a ressurreição de Osiris com Ísis

pairando sobre ele sob a forma de

papagaio de papel. O retrato é

um de muitas centenas, dos quais

muito poucos se encontram ainda

com os caixões. São o único

legado substancial do retrato pintado clássico. Século na. C. Londres, Museu Britânico.

(205-180) em 196 a. C. Ão longo desta dinastia construíram-se templos egípcios tradicionais. Parece que as terras dos templos, que produziam o rendimento diário destes, permaneceram

mais ou menos inalteradas, em relação a períodos anteriores, € Os recursos adicionais, para serem utilizados em programas de construção, provinham, possivelmente, dos reis. Os benefícios para a construção de templos não eram muito afectados pelos altos e baixos da economia, mas podem ter sido uma política real consistente, com o objectivo de atrair o apoio da população e, talvez, de agradar aos deuses locais. No entanto, dentro do templo, o rei que realizava o culto tradicional era uma figura completamente artificial. Em tempos de confusão continuaram a esculpir-se imagens de reis em relevos de templos, mas os cartuchos para os nomes eram deixados em branco. Neste período teve lugar um esplêndido desenvolvimento da escultura particular tradicional, dando mostras da persistente vitalidade e riqueza da élite do país, em-

bora a sua esfera de acção fosse reduzida,

o que se re-

flecte no tom de piedade e resignação em inscrições particulares e de templos. Só no século 1 é que existem, nos seus monumentos, provas claras de receptividade em relação à influência grega. À população grega era, ela própria, cada vez mais influenciada pela religião egípcia, à medida que o período greco-romano avançava. Durante o período ptolomaico teve lugar o mais importante desenvolvimento do culto animal na religião egípcia. Estes cultos atraíam tanto egípcios como gregos e criaram cidades funerárias para a mumificação de animais, peregrinações e consultas a oráculos. Sob o domínio romano (depois de 30 a. C.) deu-se um aumento inicial de prosperidade. Mas a administração melhorada tinha por fim garantir a riqueza de Roma e não desenvolver o Egipto e em finais do século 1d. €. os problemas de impostos excessivos e de coacção oficial cram graves. Alguns imperadores, nomeadamente Adriano (117-138 d. C.), mostraram especial consideração para com o Egipto, sem que tenha alguma vez havido uma alteração política fundamental em benefício da população grega, quanto mais da egípcia, Ao contrário de outras províncias do Império, não foi atribuído ao

Egipto qualquer grau de autonomia local, sendo administrado por um prefeito, sob jurisdição do imperador.

Em termos da posterior fama do Egipto, o período greco-romano foi muito importante. Sob o governo dos Prolomeus os cultos egípcios espalharam-se pelo mundo

mediterrânico, mas a sua maior popularidade teve lugar nos princípios da era imperial, quando os sacerdotes egípcios, tal como muitos objectos, foram para Roma, enquanto os cultos se espalhavam por grande parte do Império. De entre estes salienta-se o de Serápis, deus greco-egipcio criado, no princípio da dinastia ptolomaica. como um híbrido deliberado. O Egipto era também o país exótico par excellence', cuja paisagem era representada de modo fantasioso em pinturas e mosaicos romanos. No período romano construíram-se. no Egipto, templos de estilo autóctone e a religião local continuou a funcionar. Muito poucas estruturas novas foram erigidas depois do século 1 d. C., talvez devido ao empobrecimento geral do pais. mas a decoração das já existentes prosseguiu, mantendo-se mesmo, nos nomes utilizados nos cartuchos, a par das lutas pelo trono imperial. A mais recente inscrição em hicróglitos data de 394 d.C. enquanto os documentos e textos literários demóticos são vulgares até ao século 111. A torça que acabou por destruir a cultura tradicional egipeia e levou à mutilação dos monumentos não foi o Império romano, mas sim O cristianismo, cujo êxito se deveu, em larga medida, ao facto de não ser romano. O Egipto pode, no entanto, ter também contribuído para O cristianismo: o papel da Virgem Maria e a iconografia da Virgem e do Menino assemelham-se impressionantemente ao mito e representação de Ísis e de Hórus criança. O fim da história egípcia antiga, em 395, é a data da se-

paração final do Império romano, por essa altura já fortemente cristão, em Império Romano do Oriente (bizan-

tino) e do Ocidente, pertencendo o Egipto ao Oriente. EO

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À direita: estátua de xisto de

Amenopembat ajoelhado para

oferecer um emblema de Hator

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também está tenso); tratamento

semelhante tem lugar já no Império Antigo, c. 6304. C. Altura, 65 cm. Nova lorque

As formas da arte figurativa egípcia — escultura, relevo e pintura — adquiriram carácter inconfundível por volta do início do período dinástico. Ao mesmo tempo que O

nível das formas de arte decorativa e funcional, tais como obras de pintura de motivos, manufactura de vasos de pedra, escultura de marfim, mobiliário e trabalho em metal, era muito elevado, a arquitectura evoluía rapidamente de então em diante, continuando a desenvol-

ver-se com o domínio de novos materiais e a introdução de novas formas. Desde o início, as obras de arte de

vários géneros constituem o mais importante legado do antigo Egipto, legado este extraordinariamente homogéneo. As alterações na arte ao longo dos diferentes períodos reflectem as alterações na sociedade e clarificam-nas, embora a arte procure a sua inspiração mais noutra arte do que no mundo. À arte egípcia é superfi-

cialmente abordável,

mas,

a outro nível, é muito estra-

nha à arte ocidental. Muito poucas obras egípcias foram criadas como «arte pela arte». Todas tinham uma função, ou como objectos de uso diário, ou, o que é mais comum entre os que se conservam, num contexto religioso ou funerário. Tem-se dito, por vezes, que não deviam ser designadas por «arte»,

mas não existe necessariamente contradição entre o carác-

ter artístico de um objecto e a sua função. Poder-se-ia dizer que a qualidade artística de um objecto é o elemento estético adicional ao seu carácter funcional. O estatuto da arte egípcia como «arte» no espírito dos Egípcios era de grau diferente do da arte ocidental aos olhos dos Ocidentais, mas não existe diferença fundamental em espécie. De facto, os géneros egípcios e ocidentais assemelham-se extraordinariamente. No Egipto, tal como na sociedade ocidental, a arte é um importante foco de prestígio.

Relevo e pintura

O relevo obtém o seu efeito através da modelagem, da luz e da sombra, enquanto as obras de pintura o obtêm pelo traço e pela cor, mas as técnicas de representação são, em

ambos,

basicamente

as mesmas,

sendo

tam-

bém ambos coloridos. O relevo pode ser alto ou baixo; no alto-relevo, a superfície à volta das figura é retirada, até uma profundidade de cerca de 5 mm, de modo que sobressaiam dela; no baixo-relevo, os con-

fica, tornos das figuras são talhados na superfície que vo sendo as figuras modeladas dentro dela. O alto-rele xoera geralmente utilizado em interiores € O bai e, -relevo, que fica melhor ao sol, nos exteriores. Houv no entanto, variações de moda em diferentes períodos, sendo também o baixo-relevo mais barato. Os edificios religiosos mais importantes € OS melhores túmulos particulares eram decorados em relevo. À pin, tura era também utilizada em túmulos particulares onde a má qualidade da pedra tornava o relevo impossível, ou para poupar despesas, ou quando a obra não era permanente e a superfície a cobrir não era própria para relevo, como era o caso dos tijolos nas casas particulares e nos palácios reais. Embora a pintura fosse uma

segunda

escolha,

existem

muitas

Museu de Arte Metropolitano.

magníficas

obras de pintura, cujas técnicas encorajavam os artistas a trabalhar mais livremente do que em relevo. Um

terceiro tipo,

muito

raro, é a representação em

embutido. Um pequeno grupo de cenas de túmulos da 4.º dinastia, em Maidum, foi feito de pasta colorida embutida em pedra,

tendo sido, mais tarde, o vidro e pe-

dras de cor utilizados do mesmo modo sobretudo em pequenos objectos e para pormenores de relevos complicados, método típico do período de Amarna. No Egipto, a escrita e a representação estão intimamente ligadas. Os sinais hieroglíficos são eles próprios figuras cujas convenções, para além das linguísticas e ornamentais que regem a sua justaposição, não são muito diferentes das da representação. Pelo contrário, a maior parte dos quadros contém textos hieroglíficos que po-

dem comentar a cena, fornecer informação não pictórica ou então dominar por completo a componente visual, como acontece em alguns relevos de templos. Nos relevos tumuláres, a figura principal é um hieróglifo muito aumentado, substituindo um sinal omitido no texto, que dá o nome da pessoa. Figura e texto são mutuamente dependentes.

Métodos de representação

Em cima: estátua de Metjet)y,

esculpida num só bloco de

madeira. Este material é explorado numa composição subtil que foge às convenções das estátuas de pé. De notar os pormenores da mão direita, que segura o saiote. Altura, 61,5 cm.

Reinado de Wenis, proveniente

de Saggara. Nova lorque, Museu de Brooklyn.

Em contraste com a arte ocidental e com os truques da

À esquerda: relevo embutido

baseia em nenhum dos dois mais importantes princípios da perspectiva: a utilização do escorço e a adopção de um único ponto de vista para todo o quadro. Em vez disso, as figuras assemelham-se a diagramas daquilo que representam, cujo objectivo é transmitir informação. A superfície do quadro é quase sempre tratada como elemento neutro, não como espaço ilusionístico, sendo

restaurado, mas o salote do

fotografia e do cinema,

os aspectos de figuras. mundo e a norma de

a representação

egípcia não se

espaciais mais comuns em pequenos grupos Estas características são universais em todo o perspectiva só muito lentamente se tornou a representação, parecendo a sua adopção ter

sido, quase em toda a parte, fruto, directo ou indirecto,

da influência grega. Para se comprender os «diagramas» egípcios é necessário familiarizarmo-nos com as suas convenções, um pouco como fazemos quando aprendemos a ler um mapa. Em teoria, as convenções poderiam ser tão arbitrárias como num mapa, mas, de facto, não o são, e à sua própria semelhança a imagens com perspectiva leva muitas vezes o espectador moderno a interpretar toda a

do túmulo de Itet, em Maidum.

A maior parte do embutido está

homem e a perna direita

conservam ainda consideráveis

pedaços da pasta original. Início da 4.º dinastia. Oxford, Museu Ashmolean. Em baixo: alto e baixo-relevo,

segundo Schifer. A, fases da

escultura em alto-relevo. B, fases da escultura em baixo-relevo. €, baixo-relevo com incisões biseladas. D, alto-relevo com

duas espessuras e com uma espessura.

“NEL

— O A A

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em met a

ARTE

É

ARQUITECTURA

ARTE

E

ARQUITECTURA

obra em perspectiva. De entre os sistemas de representação sem perspectiva, O egípcio é o que está mais próximo da imagem

visual.

Permite uma

representação ob-

jectiva e matematicamente precisa, como na figura humana, ce é relativamente fácil de transmitir e compreender, ao contrário das complicadas convenções da antiga arte chinesa ou da da América Central. Devem existir outras razões para este carácter visual que não foram até agora identificadas. Tem sido sugerido que a sua origem esteve na crença dos Egípcios na força recriativa da representação, mas a força desta crença tem sido provavel-

mente exagerada e na sua forma extrema tal ideia implicaria terem eles um espírito mais literal do que é facil-

mente credível. Num plano diferente, as convenções da

representação

artística são,

como

veremos,

um

reposi-

tório de valores egípcios. A forma típica sob a qual os Egípcios representavam um objecto era por meio de uma montagem dos seus aspectos mais característicos, compreendida num enquadramento que fornecia ele próprio grande parte da

informação necessária. Os vários aspectos eram representados sem escorços, o que significa que as formas rectilíneas era apresentadas com precisão. Num tal esquema, a parte da frente e o lado de uma caixa, por exem-

plo, podiam muito bem estar ao lado um do outro. No caso de objectos de superfície curva, o método é mais paradoxal, encontrando-se muito ocasionalmente alguns escorços, embora não sejam significativos para O sistema como um todo (também na verdadeira perspectiva tais objectos causam a maior dificuldade). Há muitas outras convenções que provêm dos princípios básicos. Assim, a parte de um objecto que não estaria visível na realidade pode ser representada em «falsa transparência» ou o conteúdo de algo pode ser apresentado por cima dele. O número de partes representadas e a sua escolha dependem da informação a transmitir, mais do que de considerações de ordem visual. O melhor exemplo de representação de um único objecto é a forma humana, que é um composto complicado. A descrição aqui feita é a da figura de pé, em repouso, havendo muitas variações possíveis de pose € de pormenor. O tipo básico está virado para a direita. A cabeça é um perfil, no qual se vê metade da boca, que pode ser menor do que metade da largura de uma boca de frente. Um olho de frente c uma sobrancelha são colocados no perfil. Os ombros são apresentados em toda a sua largura, mas do lado da frente do corpo a linha da axila à cintura está de perfil, incluindo um mamilo. A extensão do tórax pode apresentar pormenores de vestuário, sendo os mais vulgares colares e alças de vestidos, mas, com excepção de raras figuras que estão voltadas ou em poses invulgares, não representa nenhuma parte específica do corpo. À linha que vai desde a axila posterior à cintura parece igualmente ndo ser mais do que um elemento de ligação. A cintura esta de perfil, assim como as pernas e os pés. O umbigo é colocado perto da linha anterior da cintura, que é muitas vezes saliente nesse ponto (não podia ser apresentado no perfil). A representação dos pés é um exemplo de como esta forma é uma montagem, mais do que o resultado de uma observação visual. Até meados da 18.º dinastia, e muitas

vezes depois dessa altura, ambos os pés eram vistos de dentro, com um único dedo e a curvatura. Como a curvatura não pode ser representada sem a indicação de profundidade, o pé sai todo do chão para a formar. Esta característica adquire vida própria e o segundo pé pode ver-se através do intervalo da curvatura, tendo a convenção do desenho sido interpretada visualmente, Esta é uma das inúmeras construções de origem espontânea do sistema, 58

Na linguagem egípcia, cor, pele e natureza são palavras afins. Uma figura sem cor não estaria completa e a ausência intencional de cor é rara. À cor é tão esquemática como as figuras a que se aplica. Dado que não representam o que se vê, luz e sombra são irrelevantes. À cor é uniforme em toda a figura. Pode ter um único tom ou uma textura ou padrão, tal como os utilizados para os

nós da madeira ou para as peles de alguns animais. O repertório básico de cores é limitado: preto, branco, vermelho, amarelo, azul, verde. A partir da 18.º dinastia a variedade torna-se maior, mas continua a ser simples e clara. As cores não são misturadas e há poucas transições de uma para outra. Apesar da ubiquidade da cor, esta é

dominada pelo traço, não sendo nunca o único meio de transmitir informação. Os contornos são apresentados em cores contrastantes, sobretudo o preto. Existem principalmente duas abordagens à composição de cenas e de paredes completas: dispor os elementos sobre uma superfície neutra ou utilizar a superfície como área plana representada, como fazemos com os mapas. A primeira é quase universal, sendo a segunda apenas utilizada para fins especializados e durante períodos específicos. A base de articulação de acordo com a primeira abordagem é o registo. As figuras estão sobre linhas horizontais, chamadas linhas de base, que podem representar o chão mas que a maior parte das vezes não o fazem e que se encontram intervaladas pela parede acima. As cenas cujos temas se relacionam podem estar ao lado umas das outras num mesmo registo, mas podem ser lidas em sequências, para cima ou para baixo, ao longo de uma parede, ou seguir ambos os princípios. Duas versões diferentes do mesmo conjunto de cenas — por exemplo, uma sequência da sementeira até à colheita — podem ser organizadas de modos opostos, mostrando que a posição na parede, só por si,

Pormenor de cena de caça no

túmulo de Qenamun, em Tebas

(n.º 93). A superficie ponteada representa o deserto e é ao mesmo tempo primeiro e

segundo plano. As árcas em

branco adaptam-se às formas dos

animais e formam os abrigos de alguns deles. Os contornos são, talvez, caminhos. Reinado de Amenófis II.

Falsa transparência. O homem está a mergulhar uma concha

num caldeirão. À concha e o conteúdo são visíveis dentro

do caldeirão, mas não o podiam ser na realidade. Túmulo

de Ramsés

[IL

não transmite informação.

Exemplos do método alternativo de composição, em forma de «mapa», são as plantas de casas e de zonas de deserto. Em qualquer dos casos o contorno que define o mapa — que raramente representa uma localização específica — pode também servir de linha de base para figuras representadas em registos. Muito raramente, um grupo de figuras numa composição tipo «mapa» é representado num conjunto de camadas verticais que coincide

extraordinariamente com imagens de recessão no campo óptico. Este é, no entanto, quase o único aspecto que

aponta para a assunção de um ponto de vista unificador, como acontece na perspectiva. Tal assunção é contrariada por outros aspectos. Uma característica importantíssima de toda a representação egípcia é o tratamento da escala que forma, com a iconografia, o principal meio de expressão ideológica. Dentro de uma figura, as partes são representadas nas suas proporções naturais, e isto é também frequentemente verdade no que se refere a cenas completas,

cujas cenas ele «observa»,

estando

há outra caixa com a forma de dois cartuchos reais, representada no bordo. Túmulo tebano 181. Reinado de Amenófis IL.

mas

há composições que estão inteiramente organizadas por escala à volta das suas figuras principais. Quanto maior for a figura, mais importante é. Nos túmulos privados, uma única figura do dono tem muitas vezes a altura de toda a área em relevo numa parede, chegando a atingir seis registos,

Conteúdo por cima de um objecto. Um homem levanta a tampa de um guarda-jóias; dentro deste

virado

para elas. Pode também ter um tamanho várias vezes maior do que o das figuras da mulher e dos filhos, que têm os braços à volta dos seus tornozelos. De igual modo, o rei domina os seus súbditos. Nos relevos de batalhas do Império Novo, uma enorme figura do faraó

e do seu carro pode ocupar quase metade da área, sendo

o restante preenchido com soldados egípcios, inimigos

Construção interna do sistema.

As curvas dos pés são

representadas como uma curva acima da linha de base. Às patas dos cães são visíveis através do

«buracos inexistente, Estela da 12.º dinastia. Museu de Berhm

(Leste).

ARTE

vencidos e uma fortaleza inimiga, numa colina, contendo minúsculas pessoas, em direcção às quais o faraó estende a mão para as agarrar. À lógica visual interna c à mensagem ideológica sobrepõóem-se à verosimilhança. Os principais relevos em que se verificam poucas variações de escala encontram-se em templos, onde normal-

mente apenas o faraó e as divindades são representados, sendo todos de categoria idêntica dentro do contexto. A escala pode também ser ajustada por razões de estilo. Assim, os portadores de oferendas de todos os períodos levam muitas vezes minúsculos animais, que se lhes sobrepõem às pernas, numa organização que economiza espaço e produz um agrupamento nítido. No extremo oposto, os portadores do século 1v levam, por vezes, às costas invulgares gansos colossais; aqui a razão parece ser a exuberância estilística. - Um outro aspecto ideológico da arte egípcia não é do foro

da

representação,

mas

é quase

tão

fundamental

como se o fosse. Em grande parte das obras que se conservaram há uma persistente idealização, sendo as coisas representadas como deviam ser e não como são. A idealização é, no entanto, tão selectiva como o tratamento da

escala. As figuras mais importantes tomam forma ideali-

Estatueta de madeira de buxo

representando uma jovem serva

levando um vaso de unguento. O equilibrio de um corpo que carrega um peso está bem reproduzido.

Esta figura está

quase liberta das restrições da

maior parte da escultura egípcia.

Altura, 153 cm. Reinado de Amenóáfis HI. Durham,

Museu Gulbenkian de Arte

Oriental.

zada, representada sobretudo através de uma maturidade jovem, enquanto as mulheres são todas jovens € magras. Normalmente estão em repouso. As figuras subordinadas podem, por seu lado, ser representadas como enrugadas, carecas e deformadas e podem estar a discutir ou a lutar. Pormenores como estes são mais comuns nos mais belos túmulos do Império Antigo, onde podem ter sido acrescentados, em parte para dar interesse e individualidade às cenas. Não se encontram nos relevos dos templos, que representam um mundo abstracto e sem tempo.

Escultura

A óbvia semelhança estilística entre a escultura, o relevo

ca

pintura

baseiam-se,

em

parte,

em

técnicas que

lhes

são comuns. Podem existir razões mais fundamentais para os rígidos eixos da escultura, uma vez que esta característica se encontra quase tão espalhada pelo mundo

como

perspectiva,

a representação

mas

tais

razões

a duas

não

são

dimensões,

claras.

sem

Qualquer

que seja a resposta a esta pergunta mais geral, a continuidade e o desenvolvimento paralelo das duas formas são notáveis. Quase todas as estátuas mais Importantes representam uma figura que olha em frente, numa linha perpendicular ao plano dos ombros e cujos membros estão res-

E

ARQUITECTURA

mada como certa e suavizada, provavelmente por razões estéticas. Existem também algumas obras pequenas, so-

bretudo

de madeira

e de finais de 18.º dinastia,

que sc

afastam das regras, representando rotações e contraposto, e mantendo apenas vestígios dos conjuntos normais de eixos de definição. Estas são importantes porque mostram que as formas estritas não eram as únicas de que os Egípcios dispunham.

Técnicas em pintura, relevo e escultura Em

duas

e em

três dimensões,

a base do trabalho

do

artista era o desenho preparatório. Utilizavam-se grelhas quadradas e conjuntos de linhas de orientação, de modo a assegurar uma representação exacta. Para O corpo humano,

as grelhas bascavam-se, até à 26.º dinas-

tia, num quadrado do tamanho do punho da figura a desenhar, que se relaciona proporcionalmente com todas as outras partes do corpo. Em teoria, a grelha tinha de ser desenhada de novo para cada figura de tamanho diferente, mas, na prática, as figuras de menos importância

eram

talvez,

muitas

vezes,

desenhadas

livre-

mente. Os desenhos preliminares eram inscritos dentro das grelhas e transformados no produto final por um processo de correcção e elaboração,

em

várias fases.

E

evidente que os artistas trabalhavam em grupos, sendo, provavelmente, especializados nas tarefas que realizavam. As pinturas eram efectuadas por este processo, utilizando

um

fundo

preparado,

de

pedra

ou

gesso,

com

uma ligeira demão de sulfato de cálcio hidratado. Os relevos eram esculpidos e depois pintados, o que implcava o desenho inicial, o entalhe e, em seguida, novos desenhos que serviam de base à pintura. As obras de escultura começavam por blocos de forma regular, cujos lados principais serviam de superficie para grelhas e desenhos. A pedra era então retirada, com o desenho servindo de guia. À medida que o trabalho ia progredindo, os desenhos eram renovados uma vez e outra, havendo obras quase completas que têm a Estátua em bloco de Peremihos. A linha inclinada dos braços

equilibra a cabeça erguida,

Gramto cinzento, De Tell vl-

=Muqdam. Altura, 46,3 cm, Museu de Brooklyn.

tringidos dentro dos mesmos planos. A maior parte das vezes encontra-se em repouso, sem estar ocupada em nenhuma actividade. A interacção orgânica das partes do corpo quase não é indicada, de modo que as estátuas se assemelham a um «diagrama» a duas dimensões, formando um aglomerado de partes separadas. À analogia sugere que este pode ser um aspecto básico da representação e não um elemento de estilo. Parte da semelhança entre os géneros é devida à dependência da escultura em relação ao desenho, numa versão modificada dá representação egípcia normal, a duas dimensões. As principais excepções à geometria rígida são as cabeças que olham para cima, talvez para ver o Sol, ou para baixo, como as estátuas de escribas, para olharem para um papiro desenrolado no colo. As figuras ajoelhadas, têm, por vezes, os músculos das pernas flectidos mostrando, ao que parece, que a sua pose é um gesto

momentâneo de deferência. Pormenores como este, € leves indicações da coerência orgânica do corpo, são restritos às melhores obras, em que a rigidez normal é to59

o ã ç a t n e s e r p e r de s e õ ç n e v n Co o egípcia tem as suas raízes na cultura

iludade em o compreender, embora seja fácil ser-se e ser dido. Quando o objecto ou cena não é familiar, pod icar impossível identificá-lo, ou não lhe conseguimos apl Nesta uma regra que explique um aspecto intrigante. de repágina estão exemplificados diferentes métodos presentação dentro das regras básicas.

A representaçã baseia em egípcia. Ao contrário da perspectiva, não se minador leis científicas, mas respeita um «mínimo deno

é um comum» que facilita o reconhecimento. Quando dificulobjecto familiar que está representado, não há

homem, ou o braço direito dela

apoiado no braço da cadeira.

A profundidade aparente da ca-

deira é, provavelmente, a sua lar-

gura, e o homem é colocado arbi-

trariamente, de modo que o seu corpo não seja obscurecido pelo

braço da cadeira.

Relações das partes; materiais

O mobiliário é particularmente difícil de representar com clareza, pois é ao mesmo tempo tridimencional e rectilínco. Esta pintura antiga representa divas de duas pernas cujas superfícies se inchnam até ao chão. Apresentami-se

Orientação

As figuras são projectadas para ficarem viradas para a direita e a relação entre a direita e a esquerda

tem importância simbólica.

Quando uma figura está virada para a esquerda, por vezes

mantém as mãos «correctas» para a insígniaque segura. Áquio

em perfil lateral, com e sem indicação da superfície, que deixa de

Os bois com chifres,

bastão está seguro pela mão

esquerda, no prolongamento do

artificialmente deformados,

e o ceptro está numa direita.

chifres esquerdos estão dobrados para baixo, mas quando o boi está voltado para a esquerda o chifre dobrado é aparentemente o «direito». O efeito é tão natural que é muito fácil este pormenor

ilustram este mesmo aspecto. Os

que parece ser um braço direito,

É provavelmente devido a esta

incongruência visual que existem diferentes soluções para este

problema das figuras viradas para a esquerda.

passar despercebido.

ser em esquadria. Parece haver

dois divãs, mas pode tratar-se de dois desenhos do mesmo. Quando duas pessoas estão sentadas numa cadeira, à sua po-

sição social é representada. O homem está à frente da mulher, que

se encontra à sua esquerda, o lado

inferior. Mas nesta posição é IMpossível mostrar o braço direito

Junção de partes:

representação de rotações

e observações ocasionais

Algumas estátuas de mulheres mostram que clas usavam

da mulher à volta do ombro do

Ny

O material de que um objecto €

feito pode ser indicado de formas inesperadas. O abrigo deste homem é feito de esteira de cana verde (pintada de verde) e à sua

cadeira está sobre um tapete. A espessura das «paredes» é suficiente para mostrar que são de esteira; na realidade, não teriam

mais de 2 cm de espessura.

vestidos cujas alças cobriam os

seios. Em relevo tais figuras apresentam um seio nu, porque à

linha anterior do corpo é, neste ponto, um perfil de peito. Às -

alças estão dentro do torso. Quando uma figura se está à

voltar, o esquema normal pode

A,

CRER

A

EPA

NAL ia a E

Da

ser modificado. Há, por vezes,

figuras nuas que apresentam

=

ambos os seios descobertos, de

quo

frente c de perfil. Estas são muitas vezes figuras de tocadoras de

instrumentos, cuja atracção física é importante. Muito raramente algumas figuras em grupos complexos são representadas

completamente de frente, mas

também estas são com pósitas.

Nos desenhos mais livres. tais

como este esboço de uma mulher

soprando para um forno, as figuras são quase um perfil puro

(à excepção do olho). A indicação

de sopro é um pormenor

invulgar. Um texto merático

desalinhado diz que a sua «cabeça está virada para a câmara

(abertura?)» e que ela está «a

soprar para O forno».

Algumas estátuas de leões têm as patas cruzadas, com a cabeça

fazendo um ângulo de 90º com o corpo. Numa pintura o leão parece estar à olhar em frente; não é possível deduzir-se à forma da estátua a partir da pintura. Convenção pura ou

observações características

co

A UC ai

Nalguns casos há regras

consideração o tamanho dos

distinguir formas semelhantes. Os crocodilos apresentam-se sempre de perfile os lagartos são

e abelhas, a diferença é so

arbitrárias que ajudam à

PATA fi

vistos de cima: Tal facto tentem

animais, donde o ângulo à parar do qual são normalmente vistos, Mas no que respetta às moscas convencional

o a ir

ARTE E ARQUITECTURA



Execução de um relevo =

Relevos e pinturas dependiam muito dos desenhos preliminares, preparados de acordo com traços de orientação ou, a partir do Império Médio, dentro de grelhas quadriculadas. Às grelhas eram também desenhadas sobre obras já existentes, para facilitar a cópia.

Pata Ra

Ot EE Te?

PAT PA

No esquema mais antigo, seis

linhas de orientação horizontais

interceptavam as linhas do meio do corpo para definir as suas proporções. As linhas horizontais

eram muitas vezes prolongadas por longas procissões de figuras.

No que se refere à figura humana,

tanto as linhas de orientação como as grelhas funcionavam de acordo com os cânones de

proporções, intimamente

relacionados com as medidas de comprimento normais no ==

-

mp efa

E.

|

]

||

|

-

Egipto. Quando estas foram alteradas, no período tardio,

os cânones foram também modificados. As linhas existentes

são apresentadas a vermelho,

as hipotéticas a amarelo.

À grelha mais antiga baseia-se em 18 quadrados, desde o chão até à

linha do cabelo (a parte acima é de

tamanho variável, de acordo com

o que a figura tem na cabeça), Embora se relacione apenas com figuras escala a escala, cobre, por vezes, toda a superfície que deverá ser preenchida com uma

cena; o desenho poderia então ser ampliado mecanicamente a partir de um esboço mais pequeno. Por vezes a grelha é subdividida.

A grelha mais moderna tem 21

quadrados, até um ponto de medição mais baixo, ao nível dos

olhos. As diferenças de

proporções entre os dois sistemas são mfinitesimais.

As grelhas eram também

utilizadas para desenhar animais,

Neste exemplo os quadrados acima do boi conservaramese, mas a figura em si foi modelada

na pedra, retirando-se a superficie

original e o desenho.

linha do eixo vertical marcada a meio do rosto. Tal como no relevo, as fases finais implicavam o alisar da superfície, apagando as marcas de ferramentas e a aplicação da tinta. A dificuldade técnica da escultura variava muito com os diferentes materiais, mas os Egípcios dominavam, com as ferramentas mais simples, mesmo as substâncias mais duras disponíveis. O trabalho árduo era a principal componente do êxito, mas não pode explicar por si só a arte c a sofisticação dos seus produtos. Todas as técnicas de base tinham já sido adquiridas antes do período dinástico e, assim, o desenvolvimento artístico deu-se sobretudo na elaboração de formas de representação e na iconografia c composição. O equipamento consistia sobretudo em serras de cobre (mais tarde bronze), brocas e cinzéis, todos utilizados com areia molhada como abrasivo, efectuando grande parte do corte, e martelos de pedra muito dura. Estes últimos podiam ser de várias formas, sendo um exemplo, que se

vê na Grande

Pirâmide,

mais ou menos

do tamanho

c

forma de uma bola de ténis. Para a escultura em madeira, as ferramentas e as técnicas eram as da carpintaria. As ferramentas de ferro surgiram por volta de 650 a. C. Nas grandes obras de escultura os problemas técnicos transformavam-se em problemas de engenharia. As primeiras fases do trabalho numa estátua colossal tinham mais em comum com a extracção de pedra do que com a arte. Tais estátuas eram provavelmente transportadas quando quase prontas, de modo a torná-las o mais leves possível, e terminadas no destino. O seu transporte implicava a construção de estradas e barcos especiais e grandes trabalhos de terraplanagem no local definitivo.

"Arquitectura

Os edifícios religiosos constituem a grande maioria das obras arquitectónicas que permaneceram. Quase todos eram tão simbólicos como estritamente funcionais. À natureza exacta do simbolismo nos edificios funerários — pirâmides, mastabas e túmulos cavados na rocha — não está claramente estabelecida, mas no que se reterc aos templos a questão é relativamente clara. No entanto, os princípios são talvez semelhantes em ambos os tipos: recriam o cosmo, ou parte dele. Este cosmo é um cosmo ideal, purificado e à parte do mundo quotidiano, ce a sua relação com este últimoé uma relação de analogia e não de representação directa.O seu objectivo é fazer com que O habitante do templo (ou do túmulo) participe simbolicamente no próprio processo de criação, ou nos ciclos cósmicos, em particular, do Sol. Este simbolismo exprime-se na localização « plano dos templos e na decoração das paredes e tectos. Tudo isto é facilmente observável nos templos do período greco-romano, que possivelmente pouco diferem em significado dos seus precursores do Império Antigo. À estrutura é separada do mundo exterior por um espesso muro circundante de tijolo, imitando, talvez, o estado líquido do cosmo na altura da criação. Dentro deste espaço encontra-se

à sala de entrada,

ou

pilone,

decorada

no

exterior com cenas que representam o faraó matando mimigos. Estas cenas garantem, de modo mágico, que à desordem não deve entrar no templo. O pilonc é o mauior elemento do templo, Visto em secção, encerra a área por detrás dele na sua altura. AO mesmo tempo Os seus dois maciços, com O intervalo entre si, assemelhame=se ao hicróglito

O

que significa «horizonte»,

A orientação teórica da maior parte dos templos é este-oeste (como se baseia no Nilo, e não nos pontos cardeais,

há,

de facto,

uma

variação considerável). bl

Estelas tumulares

As estelas (lajes) tumulares e o caixão com a múmia cram os elementos mais importantes dos túmulos egípcios (por oposição às simples sepulturas). Em geral, a estela identificava o defundo pelo seu nome e título (os Egípcios diziam que «faziam o seu nome viver») c representavam-no sentado a uma mesa

Ão contrário da câmara funerária, a estela tumular es-

tava normalmente acessível ao público. Era o centro do culto funerário do defunto e as oferendas eram trazidas em dias estipulados e colocadas em mesas de oferendas em

frente dela.

coberta de oferendas ou recebendo oferendas de membros da sua família. Nas estelas mais recentes o morto cra representado na companhia de deuses. Este era o estado de coisas ideal, que todos desejavam para o seu ka; a estela ajudava, portanto, a perpetuá-lo eternamente. Nos períodos mais antigos, um elemento importante da estela era uma lista ou representação das provisões de que o ka necessitava para a sua existência. A fórmula hotep-di-nesu, componente constante, assegurava que estas provisões estariam disponíveis: «Uma dádiva que o rei oferece a Osíris, para que este dé ao ka do defunto oferendas-invocações de pão, cerveja, bois, aves, alabastro, roupa e todas as coisas boas e puras de que um deus vive.» Esta fórmula antiga mostra como se julgava que era feito o aprovisiona-

Em Abido conhecem-se estelas

reais da 1.º dinastia (à direita).

Duas delas, de topo arredondado,

simetricamente desenhadas e

soltas, foram colocadas junto a uma das faces da mastaba (em baixo). Continham apenas o nome do rei.

mento do tumulo: o rei apresentava oferendas a Osíris, soberano de todo o mundo dos mortos, € pensava-se

que, através dele, o ka do morto recebia a sua parte. Aos visitantes e aos que por lá passavam pedia-se para o desejo

nela

A porta falsa (à esquerda) era a

desenvolvida a partir da anterior

As estelas provinciais do 1.º período intermédio (à esquerda) trocaram o desenho

estela de nicho. À estela pode ainda ser reconhecida no painel da

decoração simples, como se

estela típica do Império Antigo,

complicado da porta falsa por formas planas rectangulares e de

«fachada de palácio», com a sua

voltassem atrás, à tradição das

porta falsa, mas na «fachada de

palácio» transformou-se num

estelas de nicho. As suas representações cram muitas vezes rudes c a escrita das suas

sistema complexo de ombreiras e

lintéis desenhados ao longo das

linhas das portas verdadeiras (em

baixo). Esta porta simulada ligava o mundo dos vivos ao dos

mortos € pensava-se que o ka podia passar livremente através dela. À porta falsa era geralmente

feita de pedra, mais raramente de

inscrições pobre, mas estes aspectos permitem-nos atribuir

estelas a zonas especificas

do Egipto com uma precisão notável.

ps

contido tornar-se realidade.

assim

SE

fazendo

UPAS Ergo] SRS

fórmula,

LISA

cessa

mm

recitarem

madeira, « fazia parte da parede oeste da capela do túmulo.

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As estelas do Império Médio (à esquerda e à direita) desenvolveram-se a partir das

do 1.º período intermédio e tanto podem ser rectangulares como de topo arredondado, Vartavam imenso no tema e nos textos, Mas foram estabelecidos muitos critérios segundo os quais podem ser datadas (por exemplo o upo de fórmula hotep-di-=nesu) é atribuidas à uma necrópole em particular (por exemplo, a parar

da selecção das divindades nvocadas).

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As superestruturas de tijolo dos

túmulos particulares das três primeiras dinastias tinham uma «fachada de palácio», com um desenho complexo de

reentrâncias (nichos) (em cima).

Na parede do fundo de uma delas, perto do canto sueste da mastaba, encontrava-se uma

estela de nicho de pedra ou de madeira (à esquerda). A «fachada de palácio» era, por vezes, utilizada na capela dentro da mastaba; o número de estelas de nicho foi depois aumentando,

As estelas de laje (em cima) eram

características das mastabas mais

antigas, com superestruturas de

pedra, construídas em Gizé

durante a 4.º dinastia. Colocadas na face oriental das mastabas

Apesar da enorme variedade de

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processos de construção simples.

período tardio.

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Além de formas novas, o aspecto mais impressionante das estelas do

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se pode ver aqui numa estela do

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misteriosos, Os responsáveis pela

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feitas pelos melhores artífices.

interacção de proporções, como

São eles, e não «sistemas»

SCE

túmulos, oferecidas pelo rei e

formas e decoração, Os

desenhadores utilizavam l

eram, tal como os próprios

ARTE

E ARQUITECTURA

de modo que o Sol se «levante» na entrada do pilone,

entrando

os seus raios no santuário,

que está colocado

mesmo sobre o eixo, e seguindo o seu curso através do templo. A parte mais imponente do templo principal é a sala hipóstila, ou de colunas, que resume convenientemente o esquema decorativo do todo. Os capitéis das colunas representam plantas aquáticas e o registo mais baixo das paredes

tem

plantas

semelhantes

em

relevo;

a sala é,

simbolicamente, o pântano da criação. Às arquitraves e o tecto têm relevos representando o céu, de modo que a decoração abranja todo o mundo. Em vez de pântano, o registo mais baixo pode conter portadores de oferendas, trazendo produtos da terra para alimentar o templo. Nenhum deles faz parte do esquema principal, mais abstracto, que consiste em vários registos de cenas, organizadas como um tabuleiro de xadrez, que representam o faraó, virado para dentro, para o santuário, apresentando oferendas e realizando rituais de homenagem ao deus. O deus, que reside no templo, está virado para o exterior, sendo as divindades representadas nos relevos mais diversificadas do que as veneradas num único templo. Muitas cenas representam rituais realizados no templo, mas outras têm um significado menos específico. Do ponto de vista do templo, o intercâmbio entre o faraó e o deus é o centro das actividades do mundo. Grande parte dos relevos do templo é de carácter semelhante. As zonas Interiores têm um chão levantado e um tecto mais baixo

do que a sala hipóstila,

estando,

portanto,

protegidas pela zona exterior, e são mais sagradas. Há um certo número de salas relativamente pequenas, à volta do santuário, cuja parede exterior imita o exterior

de um templo, formando uma estrutura dentro de outra. O santuário representa o morro da criação, relacionado com o pântano da sala hipóstila e, ao atravessar em direcção ao santuário, uma procissão passa pelas fases da criação.

Técnicas

O trabalho em pedra egípcio produziu estruturas talha-

das na rocha, com técnicas semelhantes às da extracção

de pedra, morros sólidos — as pirâmides — e estruturas autónomas mais convencionais. Descreve-se aqui O trabalho nestas últimas. Sabe-se muito pouco de como se planeavam e se inspeccionavam os sítios, sendo a maior parte das reconstituições dos processos quase completamente especulativas. De qualquer modo, havia uma perícia enorme na manutenção de um rigoroso plano e na construção de

uma grande pirâmide ou das paredes inclinadas de um pilone. Os alicerces dos edifícios egípcios eram muitas vezes surpreendentemente fracos, consistindo numa trincheira, cheia de areia e coberta de tosca cantaria (a areia pode mesmo ter tido tanto um objectivo simbólico como funcional). Só no período greco-romano é que existiram alicerces regularmente maciços, de alvenaria adequada, em grande parte construídos a partir de edifícios anteriores, demolidos para dar lugar a outros novos. Em alvenaria a argamassa era utilizada em pequenas quantidades, segundo uma técnica que consistia em colocar uma fila de blocos, nivelá-la pelo cimo, cobrir a superfície com uma fina camada de argamassa, cujo principal objectivo era o de servir de lubrificante, e assentar a fila seguinte. As superfícies e, talvez, as junções salientes dos blocos eram alinhadas antes de estes serem utilizados. Cada bloco era encaixado individualmente no seguinte, já que as junções nem sempre eram verticais ou perpendiculares à superfície. Um único bloco podia até formar um canto interior e os níveis das filas horizontais só podiam ser mantidos numa curta distância. Muitas vezes colocavam-se grampos de madeira nas

junções horizontais por detrás da superfície, de modo a dar uma maior rigidez e evitar o deslize enquanto a arga-

massa secava. O principal objectivo das complicadas

técnicas de junção era, provavelmente, o de minimizar o

desperdício e utilizar o maior lado praticável do bloco. As arestas dos blocos eram cortadas à medida quando estes eram montados, mas a superfície principal ficava em bruto. É provável que os Egípcios trabalhassem sem dispositivos elevatórios mecânicos,

sendo o método básico de

levantar pesos o de enterrar a parede que estava a ser construída por detrás de uma rampa de entulho. Esta era continuamente acrescentada, até que as paredes atingissem a altura total. As pedras eram então alisadas, quer a partir das rampas que iam sendo desmanteladas, quer de andaimes de madeira que eram possivelmente utilizados mais tarde para esculpir as decorações em relevo. As várias fases do trabalho num edifício desenvolviam-se muitas vezes simultaneamente, podendo assim pedreiros,

desenhistas,

estucadores,

de relevos

e

pintores ser todos empregues ao mesmo tempo. Pode ver-se algo disto nos túmulos particulares de Tell el-Amarna e no túmulo de Haremhab (1319-1307), no Vale dos Reis. Dado que poucos túmulos e templos egípcios chegaram a ser inteiramente acabados, a confusão daí resultante pode ter parecido o estado de coisas normal. Templo de Dendera, secção da parede leste. Na espessura da parede maciça encontram-se

É

parapeito do tecto

escultores

séries de câmaras, chamadas

luz do tecto para

criptas, e uma escadaria. O grupo

de criptas inferior é subterrâneo, compreendido dentro dos

alicerces, a cerca de 10 m de

profundidade. A zona do telhado é igualmente pródiga; por cuma da linha do tecto, à esquerda, a parede exterior forma um parapeito de 8,5 m de altura. Os quadrados azuis no nível do chão e nas criptas superiores são

aberturas de acesso a parar do interior do templo. As das emptas superiores estão + m

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acima do chão. Todas estas

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aberturas estavam escondidas na decoração das câmaras que as continham, Século va. O.

SEGUNDA PARTE

VIAGEM NILO ABAIXO

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O território do Egipto tem sido comparado à um lótus, com a pesada flor do delta sobre o caule longo c estreito do vale do Nilo e o rebento do Favyum aconchegando-se a cle. As regiões circundantes, à excepção da cadeia de oásis que segue paralelamente ao rio, a ocidente, cram áridas e inóspitas e, assim, impróprias para habitação sedentária. Duas cidades tiveram papel-chave na história do Egipto, até à cena ter mudado para norte, durante a 19.º dinastia: Mênhis, próximo do vérnce do delta, e Tebas, o seu contrapeso no Sul, Estas constituem dois pontos em que interrompemos a nossa imaginária viagem de barco Nilo abaixo, através do antigo Egipto. A

À'catarata do Nilo, asul, é o nosso ponto de partida

lógico. A Núbia, os oásis co Sinal, embora nunca descritos como

partes

do

Egipto,

foram

colonizados,

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VIAgENs 408 CASES E O

no

caso

dos dois primeiros, e frequentados, no caso do tercerro, 4 tal ponto que a sua inclusão é essencial Subir o no até à Núbia é contudo, uma proposta diferente da de navegar suavemente Nilo abaixo e devemos substutnro

SINAL.

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1 tinham de atravessar águas infestadas de crocodilos enquanto.

A simples jangada, feita de feixes de caules de papiro atados com

pastorcavam O gado no delta,

cordas, foi o mais antigo barco

e objecto de prazer para os que

do Nilo, Tinha uma vida útil

limitada, mas a sua substituição

tarde utilizada Eua

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de madeira.

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O barco era o meio de transporte mais importante

4 Os ventos de norte, favoráveis à navegação rio acima, eram predominantes no vale do Nilo,

nei construção dos barcos egípcios, pelo menos até ao Império Novo, era a ausência de quilha,

A construção do casco de barcos mais pequenos reflectia a falta local de madeira de qualidade.

O construtor de barcos tinlia de utilizar tábuas bastante curtas,

a madeira para as embarcações ; CU pa ra às que

jam

hicroglífica que nas palavras para designar «viajar para norte» («passar rio abaixo») e «viajar

vara sul» («ir de barco rio acima») Ea utilizado osinal de barco

apropriado mesmo quando se a ape por terra Eta

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que eram unidas por respigaé mecha ou atadas umas às outras; MRMoOTes

mas o tráfego rio abaixo regueria remos. Este facto encontra-se de tal modo reflectido na escrita

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As frequentes mudanças de vela para remos requeriam um

simples mas eficaz encaixe para o mastro. Ê

O elemento principal do

maciço remo-leme, preso a um poste c à popa do barco, O barco era dirigido movendo-se lateralmente a cana do leme e rodando, assim, o cabo do remo-

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O que sabemos

dos navios do

antigo Egipto baseia-se em testemunhos pictográficos

(relevos e pinturas), em modelos de barcos encontrados em

túmulos e em descobertas

Período pré-dinástico: 1) Por vezes, embora não sempre, proa e popa com grande inclinação para cima (até as grandes

enterrados (em Gizé e Dahshur).

de papiro ou material

de pé entre o maciço poste do

era accionado por um timonceiro

semelhante; 2) Um ou mais

grandes remos da cauda; 3) Vela

que, no antigo Egipto,

dois grupos (separados pela

Os barcos

rectangular; 4) e 5) Pangais em

navegavam no Nilo variavam

muito segundo a finalidade a que

se destinavam (barcos de

passageiros, de carga, barcas



cerimoniais, etc.), mas um guia

bastante fiável para a sua datação

é-nos dado por: 1) Aspecto do casco; 2) Método de direcção;

3) Tipo de mastro e vela; 4) Remos ou pangais da

cabina central); 6) Decoração da

Império Antigo: 1) Forma

de tipos especializados):

estandarte próximo da cabina,

«clássica» do casco egípcio (sendo

agora a madeira o principal

vezes com proa em forma de

de pé à frente do poste do leme;

material de construção), muitas

N

Império Novo (vasta gama

2) Mecanismo de direcção, geralmente com dois lemes,

especial; 3) Mastro geralmente bipé: vela provavelmente

invulgares.

bifurcado quando se descia o rio;

proa com ramos de árvores (?);

da popa grandes, mas, a partir da 6.º dinastia, com equipamento

cabinas, c 6) Aspectos

leme e o remo leme, geralmente único; 3) Mastro único, que se baixava e apoiava num suporte 4) Cabina à frente do poste do leme.

cabeça de animal; 2) Vários remos

embarcação; 5) Disposição das

Império Médio: 1) Popa mais

alta; 2) O mecanismo de direcção

As fontes escritas são raras €

pouco informativas.

Periodo pré-dináslico

dinastia, remos.

embarcações do Nilo eram

construídas, em grande parte,

isoladas de barcos funerários

trapezoidal, geralmente mais alta do que larga; 4) A partir da 5.º

accionados por um timonciro

Império antigo

3) Vela mais larga do que alta; 4) Castelos da popa e da proa,

com cabina em posição central. Período tardio: 1) Tendência

para uma popa mais alta,

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O ALTO EGIPTO MERIDIONAL

2

Como os Egípcios se orientavam em direcção ao sul, Assuão foi a «primeira» cidade do país a norte da fronteira verdadeira, na ilha de Biga. A parte mais meridional do país encaixa-se nas divisões naturais do 1.º nomo do Alto Egipto, de Biga até norte de Gebel el-Silsila, c dos 2.º-4.º nomos até Tebas. Ambas são mais ou menos iguais em comprimento, ao longo do rio, mas a primeira pertence à cintura de arenito da Núbia, sendo um terreno inóspito e estéril, dominado pelo deserto e rico em minerais. Até hoje o seu carácter é fortemente núbio, Kom el-Ahmar toi um dos mais antigos centros urbanos, mas a sua importância declinou durante o periodo histórico. Talvez devido à posição dominante de Tebas, os distritos a sul foram incluídos, durante o Império Novo,

no território do vice-rei da Núbia.

Neste

troço do rio, o vale é relativamente estreito e não podia alimentar uma população tão numerosa como a zona 70

»

|

de Tebas. Existem, contudo, rotas do deserto para comércio e expedições mineiras, em direcção a este c a oeste, que foram significativas em grande parte dos períodos. Como convém à sua importância de longa data, há numerosos locais de escavação do pré-dinástico e do dinástico primitivo no alto Egipto meridional, Os periodos posteriores mais bem representados são o Império Antigo c o 1.º período intermédio, o princípio do Império Novo ec o período greco-romano. Todos estes foram períodos em que o governo não cra fortemente centralizado, o que bencficiava uma zona periférica. Para além da paisagem magnífica,

que se vê melhor do

rio, OS monumentos mais impressionantes são agora provavelmente as capelas e relicários de Gebel el-Silsila, que recordam a importância da inundação para o Egipto c os grandes templos romanos: Philac, Rom Ombo, Edtu c Esna,

Em cima, à esquerda: à ilha

de Eletantina vista do braço

ormental do rio; em primeiro

plano, as muralhas romanas

restauradas perto do pilómetro.

Em baixo. à esquerda: pavilhão

de Trajano, em Plulac, contas

fundações de uma pequena

capela em primeiro plano: toto1964 antes da

etatia arado en

construção da grande barragem Em cuna, à direta

talcão colossal

de vramto comento d entrada da

sala Impósula do templo de tdtu: provavelmente prolomaico.

Em baxo, à direita: complexo de túmulos de Pepynakhte outros em Qubber el-Hawa, à norte

de Assudo. ad

colunas

escavadas

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sala de entrada, estadas

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estão

APEnOSd.



Elefantina e Assuão Cidade e templos de Elefantina. Túmulos dos Impérios Antigo à Novo, cavados na rocha, em

ta

Lageita

Qubbet cl-Hawa. Obelisco

4

inacabado e colosso mumiforme

a leste de Assuão. Philae

Centro de peregrinação do período greco-romano,

com

templos de Ísis, Arensnuphis, Mandulis, Hátor e outros.

Kom Ombo

Templo greco-romano das triades de Sobek e Haroeris com edificios anexos, dentro de um recinto cercado de muros de tijolo. Gebel el-Silsila Pedreiras de arenito, da 18.º

dinastia ao período greco-

End

el-Moalia

-romano. Capela de Haremhbab

(Grande Speos) cavada na rocha. «Relicários» de reis e dignitários

do Império Novo, cavados na

rocha. Edfu

Templo de Hórus do período ptolomaico, com capela do

nascimento. Vestígios de cidade da maioria dos periodos, com túmulos do Império Antigo ao Novo. Base de pilone de Ramsés III.

Kom el-Ahmar

Povoações e cemitérios pré-

-dinásticos. Cidade e recintos de

ir Abbad

templos com ruinas de todos os períodos, particularmente do início do dinástico, túmulos

apr S MAGNA [E

Kanayis

|

DJEBA IMESEM |!

cavados na rocha, das 6.º à 18.: dinastias.

Pad

El-Kab

estrada principal

Nekhbet e estruturas secundárias

trilho

Recinto da cidade com templo de

de todos os períodos, algumas

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fora do recinto.

«Templos do deserto» de

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4

Sheshmetet, Hátor e outros. Túmulos cavados na rocha,

Uadi el-Shatt el-Rigal

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sobretudo da 18.º dinastia. Esna

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Em cima, à esquerda: restos da

4

zona sagrada da ilha Elefantina,

virada a noroeste, com a aldeia

moderna ao fundo. As paredes de pedra que se vêem datam de muitos períodos diferentes

A

(a porta que está de pé foi restaurada).

À esquerda: colosso mumiforme

nas pedreiras de granito de

Assuão, possivelmente da 19.º dinastia. As saliências rochosas

são características da região das

cataratas, enquanto a pedra que está perto da estátua tem claras

um painel incomparável, em relevo sobre madeira, que cobria a entrada para uma capela funerária de um dos

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da 6.º dinastia,

cujos túmulos

se encon-

tram do outro lado do rio. Um monumento de carácter bastante semelhante era o relicário de Heqgaib, dignitário da 6.º dinastia que foi divinizado após a sua

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notáveis

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[EB Embalse del solo xx escala 1:100 000

Em cima: pilar decorado do túmulo de Setka, em Qubbet

cl-Hawa, finais da 6.º dinastia.

Esta é, talvez, a mais bela obra

em relevo de Assuão. A figura do

morte ce continuou a ser, até ao Império Novo, alvo de

morto tem a pele de leopardo, o satote completo e o cabelo

até ao período greco-romano,

idoso que é descrito como «conde, supervisor do Phyles

um culto local. De muitos dos períodos posteriores, provêm

fragmentos

de

relevo dos templos de Khnum, Satis e Anukis, a tríade de divindades locais, mas nenhuma estrutura comple-

curto próprios de um sacerdote

(grupo de sacerdotes) do Alto Egipto». Àos visitantes do

ta, e poucos elementos in situ. Um pequeno templo de

túmulo depara-se Setka; na tase esquerda do pilar, quase

praticamente intacto até 1820, assim como um edifício de Tutmósis II. Na zona de um templo de Alexandre IV foram escavadas múmias de carneiros sagrados de Khnum, que datam do período greco-romano. As

de animais e figuras com

Amenófis

32055;

marcas de ter sido cortada. A figura em si está muito crodida e o rosto polido por gerações de visitantes.

II, com

colunata,

manteve-se,

no entanto,

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oferendas movendo-se na sua direcção.

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ALTO

EGIPTO

MERIDIONAL

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múmias eram cobertas de requintadas máscaras de cartão dourado, algumas colocadas depois em sarcófagos de pedra que ficaram onde foram encontrados. O monumento mais conhecido que se pode ver hoje na ilha, a leste, é o Nilómetro, escada com marcas de cúbitos ao lado, para medir a altura do rio. Os níveis de cheia aí registados são do período romano. Na margem ocidental, a norte da cidade, em Qubbet el-Hawa, «cúpula ventosa» em árabe, encontram-se

os túmulos, cavados na rocha, dos chefes de expedição do

Império

Antigo,

de nomarcas

do

Império

Médio

importantes

textos

c de alguns dignitários do Império Novo. Os túmulos da 6.º dinastia, alguns dos quais formam complexos familiares

biográficos, O túmulo

interligados,

mas a decoração é escassa e provinciana.

do decano

Sarenput,

to mais impressionante, na decoração,

contêm

da

12.º dinastia, é mui-

tanto na arquitectura

embora tenha também

como

relevos apenas em

algumas partes. As rochas de granito da catarata a sul de Elefantina têm marcas de extracção em

muitos lugares,

estenden-

do-se a zona de pedreira também até uns 6 km a leste do centro da cidade. As ruínas mais impressionantes são um obelisco abandonado e um colosso mumiforme quase acabado. O obelisco ficou defeituoso, mas não se sabe

bem porque é que o colosso nunca foi transportado.

Tanto no rio como em terra há numerosos grafitos antigos, quer comemorando expedições para extracção de pedra, quer com um objectivo mais geral. O maior con-

pora de Diucleciano

templo de

junto destes grafitos encontra-se na ilha de Sehel, 3 km a sul de Elefantina. A cidade de Assuão tem poucas ruínas visíveis, talvez por se ter construído continuamente sobre elas. Os dois pequenos templos do período grego-romano forma-

vam, possivelmente, apenas uma pequena parte da zona sagrada original.

No cimo da página: a zona do

templo de Philae, vista de Biga:

aguarela de David Roberts

(publicada em 1846). Ao fundo

porta E

Arirano

pode ver-se o templo de Biga,

parcialmente convertido em

SE

igreja. À parede do fundo da colunata oeste forma o limite de

Philae e prolonga-se à esquerda

por um cais e pela entrada para a porta de Adriano. Por trás pode ver-se (da direita para a esquerda): 1.º colunata oriental; quiosque de Trajano; 1.º pilone;

Philae No seu grandioso cenário, na 1.º catarata, a luxuriante ilha de Philae foi a mais romântica atracção turística do Egipto do século x1x, mas com a construção da primei-

porta de Plolomeu Il

Imhotep

trava-se o Abaton,

ou «morro puro»,

um dos muitos

quiosque de Trajano

capela de Mandulis

templo de Isis. No telhado do

templo de Ísis há vestígios de casas modernas (retiradas no século x1x).

Em cima: figura de sistro, do reinado de Ptolomeu VI Filometor, na entrada para a sala principal do templo de Hátor, em Philae. Este motivo, muitas vezes

coluna com capitel, compreende

em fundações fazem recuar a história da ilha até ao rei-

nado de Taharga. Philae é o local da mais recente inscrição hieroglífica (394 d. C.) e, mais tarde ainda, de grafitos demóticos (o mais recente é de 452 d. €.). Os Egípcios atribuíram uma etimologia ao nome Philae, «ilha do tempo [de Rá)», o que implica que este local recriava o mundo primordial quando o deus-sol reinava sobre a Terra. Na vizinha ilha de Biga encon-

Ear]

templo de

ra barragem de Assuão passou a ficar submersa grande parte do ano. Hoje em dia, em consequência da construção da Grande Barragem, os templos foram desmantelados e reconstruídos na vizinha ilha de Agilkia. Os monumentos mais antigos deste local datam do reinado de Nectanebo 1, mas alguns blocos descobertos

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[5]

capela do nascimento e 2.º colunata oriental; 2.º pilone e

7

sala de Neclanebo|

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colunala Deste

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uma cabeça de Hator no sinal que

significa ouro (metal de Hátor), ladeada por um par de uraeus, com uma forma de «naos» por cima (o verdadeiro sistro).

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PHILAE (antes da remoção dos templos)

Omiliram-se as construções de lijolo (principalmente as cristãs)

túmulos de Osíris do país. Chegava-se a este túmulo

73

O

ALTO

MERIDIONAL

EGIPTO

À direita: templo de Sobek e

Em baixo: porta de Adriano, em o

Gebel

bosque sagrado de Biga, com à «alma» ressuscitada de Osiris por cima. Por trás está a «paisagem» rochosa de Biga, com uma figura

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da inundação na caverna de onde

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de leste. A parede exterior de tijolo está em primeiro plano, com as paredes exteriores €

de vaca) vertendo leite sobre o

5

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Haroeris, em Kom

Philac: relevo de Ísis (com cabeça

O mais notável dos templos que restam é o de Hátor, encarnando aqui a deusa encolerizada do mito, que foi para a Núbia espalhando a devastação e que teve de ser acalmada por Thot antes de aceder a voltar. As colunas do antepátio do templo contêm figuras de músicos, incluindo a do deus Bes, dando espectáculos para aplacar a deusa. No extremo norte da ilha encontrava-se um templo de Augusto e uma porta, designada por «Porta de Diocleciano» (284-305 d. C.), e entre estes e o templo de Ísis estavam duas igrejas que coexistiram, desde meados do

século Iv d. C., com os cultos pagãos, finalmente supri-

fe

di

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atravessando o pequeno templo de Biga, em frente de Philae. O templo de Ísis constituiu o zénite arquitectónico de Philae e, assim, o mais importante par de divindades daquele período tinha uma ilha para cada um. Ísis era muito mais popular e tinha devotos a norte e a sul. No período ptolomaico teve lugar um curto condomínio entre o Egipto e os reis meroítas, que deixou marcas na decoração do templo de Arensnuphis, construído em nome de Ptolomeu IV e do rei meroíta Argqamani (c. 220-200 a. C.), havendo também grafitos meroítas que datam do século m1 a. C. até ao século HI d. C. De qualquer modo, os edifícios são inteiramente egípcios e foram presumivelmente construídos com recursos egípcios. A parte sueste da ilha continha, possivelmente, habitações. Os peregrinos desembarcavam perto da sala de Nectanebo I, a sul, seguindo para o espaço aberto rodeado pela monumental colunata ocidental e pela primeira

colunata

oriental.

Estas

são,

possivelmente,

estruturas posteriores acrescentadas para cercar o grupo de edifícios e foram talvez inspiradas pelo planeamento dos espaços públicos no mundo clássico. A decoração da colunata ocidental é em grande parte da época romana. À ocidente encontravam-se templos consagrados aos deuses núbios Arensnuphis e Mandulis e o templo de Imhotep, dignitário do faraó Djoser, divinizado, que é também mencionado numa estela ptolomaica de pedra na ilha de Sehel, a norte. No intervalo norte da primeira colunata este encontra-se a porta de Ptolomeu II Filadelfo, que dá para uma pequena capela e para o quiosque de Trajano, muito posterior, perto da costa oriental. A primeira parte do templo de Ísis é composta de elementos isolados. Por trás do primeiro pilone encontra-se um pátio, formado pela capela do nascimento, colocada (contrariamente às convenções) em paralelo com o

midos pelo imperador bizantino Justiniano (527-565 d. C.). A sala hipóstila do templo de Ísis foi transformada em igreja e, como em muitos outros locais, as figuras dos reis e deuses do templo foram desfiguradas.

Kom Ombo Kom Ombo fica num promontório, numa curva do Nilo, no extremo norte da maior região agrícola a sul de Gebel el-Silsila. Graças a técnicas agrícolas aperfeiçoadas, foi muito importante no período ptolomaico, de que datam quase todos os monumentos. No entanto, Champollion viu um portal da 18.º dinastia no muro de vedação sul e encontraram-se neste local blocos do Império Novo espalhados. Parte do antepátio do templo foi erodida pelo TEMPLO DE SOBEK E HAROERIS

e. ir muro de vedação interior

muro de vedação exterior santuários gêmeos corredor interior corredor exterior

sala de oferendas sala hipóstila interior

poço

sala hipóstila exterior

cixo do templo, e pela segunda colunata este, que dá aces-

so à um conjunto de pequenas salas. A decoração destas zonas é do fim do ptolomaico e princípio do romano.

muro de tijolo

O templo principal, por trás, cuja decoração mais antiga data de Ptolomeu TI Filadelfo, contém uma versão abreviada do pilone completo, da entrada e da sala hipóstila,

74

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numa escala menor do que a dos outros grandes templos daquele período, No telhado encontram-se capelas dedicadas a Osíris.

pedra

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capela do nascimento

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EGIPTO

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Figura sentada de um deus com oferendas à frente, incluindo uma

caixa alta, possivelmente de instrumentos cirúrgicos,

colocada num estrado; corredor exterior do periodo romano. TRIus 1 ssestent (EEE rt j

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rio, enquanto a zona por detrás da vedação é pouco explorada, podendo os vestígios antigos ter sido arrastados ou estar enterrados. O rei mais antigo referido no templo é Ptolomeu VI Filometor e grande parte da decoração foi terminada por Prolomeu XII Aulete. No princípio do período romano o pátio foi decorado e o corredor exterior acrescentado. O templo é consagrado a duas tríades de divindades: Sobek, Hátor e Khons e Haroeris (Hórus, o Velho), Tasenetnofret (irmã do deus) e Panebtawy (o senhor das duas terras).

Pormenor colorido do rei, bem

conservado, numa coluna do

antepátio: reinado de Tibério.

A coroa relaciona O rel com Onuris-Shu; o sinal por trás dele

simboliza protecção.

Os

dois últimos

tém

nomes

artificiais, que ex-

primem as funções de companheira que a deusa tinha num grupo assim, e a de majestade do jovem deus. Sobek é a sua tríade são deuses de primeira importância, como se pode ver pelo facto de ocuparem a parte sul, pois o sul é mais importante do que o norte nos esque| mas de ordenação egípcios. A capela do nascimento, mais próxima do ro, perdeu À sua metade oeste. Apoia-se contra 0 pilone do templo principal, talvez porque o espaço fossejá pouco na Antguidade (as traseiras do templo estão igualmente apertadas contra o muro circundante). O pilone tem um portal duplo, primeiro sinal de um plano complexo, em que

há um cixo para cada portal principal e um número geralmente grande de salas intermédias, culminando em dois santuários. Da primeira sala hipóstila sai um corredor que circunda toda a parte interior do templo Cc com-

preende, na sua largura, algumas pequenas câmaras nas

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trasciras. Este é, por sua vez, circundado por uma «gunda parede e corredor que abrange o pátio. Assim duplo eixo acompanha outros aspectos duais. Alg dos relevos do corredor interior e das suas pegu salas estão inacabados, fornecendo uma valiosa clari ção dos métodos dos artistas deste período. Na .> terior do corredor exterior encontram-se algumas cuas invulgares e bizarras e uma representação de um conjunto de instrumentos que se tem tradicionalmente assumido serem de cirurgião. Uma figura de Haroeris, na primeira sala hipóstila, ressuscita uma antiga técnica de adorno de relevos. Tem um buraco em vez de olho, que deve ter sido incrustado com vista a conferir opulência especial e vivacidade à figura do deus. O pequeno relicário romano de Hátor, a sul do pário, é hoje utilizado para armazenar as múmias de crocodilos sagrados de uma necrópole próxima. O poço a norte d> templo é complexo e, devido à elevação deste, muito profundo. Tal como outros poços nos recintos do templo, este permitia que, dentro da zona sagrada, se tirass: água pura, teoricamente proveniente das próprias águas primevas, evitando a poluição do mundo exterior.

Gebel el-Silsila Uns 65 km a norte de Assuão, em Gebel el-Silsila, ingremes falésias de arenito estreitam o curso de água « formam uma barreira natural ao tráfego fluvial.

O nome egípcio antigo para designar este local, Kheny (ou Khenu), que foi traduzido por «O Lugar para Remar», parece reflectir este facto. Às pedreiras locais, em especial as da margem oriental, foram exploradas desde a 18.º dinastia até ao período greco-romano. Na margem ocidental encontra-se à Grande Speos (capela talhada na rocha) de Haremhab. As sete divinda-

des a que a capela cra consagrada estavam representadas, sob a forma de estátuas sentadas, num nicho ao tundo do santuário, com Sobek, o deus-crocodilo local, e o próprio faraó Haremhab entre elas. Numerosos «reh-

cários» (câmaras) talhados na rocha, servindo de cenotáhos, foram construídos a sul da Speos por taraós (Seu l, 75

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dantes estelas de grafitos.

Edtu Edtu, perto do rio e sobranceira ao largo vale circundante, é um local ideal para a fixação, pois está livre de inundações mas não isolada perto do deserto. O templo ptolomaico fazia parte de uma zona maior, que se estendia para leste e sul, por baixo da cidade moderna que deve ter contrabalançado as vastas ruínas a oeste. A parte ocidental tem um muro de vedação interior um exterior que datam do Império Antigo. No interior dos muros e sobre eles encontram-se vestígios da cidade do Império Antigo e do período greco-romano. O muro mais recente sobrepõe-se a uma zona de túmulos de finais do Império Antigo e do 1.º período intermédio, que se estende mais para oeste. Estes túmulos compreendem mastabas bastante grandes, tendo também sido encontradas estelas, estátuas c mesas de oferendas do 2.º período intermédio e do Império Novo. Apenas a base do pilone de um templo de Ramsés II foi prescrvada. Esta está convencionalmente orientada em direcção ao Nilo e deve ter feito parte de uma cstrutura muito mais pequena do que a que lhe sucedeu. O templo mais moderno faz alusão a este precursor, ao alinhar um portal no seu primeiro pátio com um que se encontra entre os dois maciços de um pilonce mais antigo. Forma um complexo com uma pequena porta a sul e, logo a sul desta porta, a casa do nascimento, em ângulo recto com o templo principal. É o templo mais completamente preservado do Egipto e a sua forma é modelar. As inscrições da construção, escritas cm bandas horizontais nas zonas exteriores, dão numerosos pormenores sobre a construção que começou em 237 (Ptolomeu III Evérgeta 1). À parte imterior foi terminada em 212 (Prolomeu IV Filopator) e decorada por volta de 142 (Ptolomeu VIII Evérgeta II). A sala hipóstila exterior foi construída em separado, tendo sido terminada em 124 (Ptolomeu VIII Evérgeta Il). A decoração desta ec de outras partes foi terminada em 57. Em grande parte, o trabalho prosseguia, independentemente da situção política, mas foi suspenso por mais de 20 anos, durante os tumultos no Alto Egipto, nos reinados de Prolomeu IV e Prolomeu V Epifanes. A invulgar orientação do templo, em direcção a sul, Cc, talvez, devida à natureza do local. Por detrás do pilone, o pátio, o único do seu tamanho

que se conscr-

vou, tem colunas com pares de capitéis de formas características, tal como outros edifícios daquele período, gue conferem variedade a formas de outro modo uniformes. Os portais por trás do templo dão acesso a uma zona limitada pelo muro de vedação de pedra que 76

é um prolongamento do muro exterior do pátio. As cenas e inscrições que se encontram aqui e na face exterior do muro de vedação compreendem uma lista de doações de terras ao templo, provavelmente transferidas de um original demótico, uma narrativa da sua função mítica ce um conjunto grandioso de relevos com um texto «dramático» de um ritual em que Hórus venceu o seu inimigo Seth. Um aspecto impressionante da parte interior do templo é a exploração subtil da luz — ou da escuridão. Algumas salas estão completamente às escuras, enquanto noutras a

luz entra por aberturas entre as colunas da sala hipóstila e

por orifícios no tecto ou no ângulo entre O tecto e uma

parede. O percurso é, em geral, da luz para a sombra, recebendo o santuário apenas luz de um eixo. O efeito de tudo isto devia ser incomparavelmente mais rico quando os relevos mantinham as suas cores originais. O naos monolítico, de sienito muito polido, que se encontrava no santuário, devia conter um relicário de madeira com à imagem de culto do deus — provavelmente com 60 em e teita de madeira coberta de ouro c pedras semipreciosas. E o objecto mais anugo do templo, datando de Nectanebo LI,

Cimo da página: vista aérea de norte, tirada em 1932. Vê-seo

templo que domina o local, assim como boa parte da elevação da

cidade. Os relevos monumentais

dos muros exteriores são visíveis mesmo a esta distância.

Em cima: conjunto de capitéis no

antepátio, Duas são formas compósitas, uma tem múltiplas

umbelas (2) de papiro e a outra

uma única umbela com os

pedúnculos decorados. O capitel

com folhas de palmeira é um tipo

antigo de associação solar e

também aquáticojá , que as palmeiras crescem muitas vezes

junto de charcos. As arquitraves têm cenas solares,

À direita: vista do leste da sala

póstila de Edru. À altura co pequeno mtervalo entre as colunas

restringem q sensação de espaço; O resultado retlecie o simbolismo de

pántano ou matagal da sala. Às

colunas têm formas de plantas na

base

Lixas com Motivos

emblematicos por coma é por baixo

das cenas de oferendas centrais.

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As zonas exteriores da capela de nascimento estão muito mais em ruínas, mas o santuário e o deambulatório estão bem conservados. No deambulatório sul os relevos

estão abrigados do constante vento norte e alguns deles conservam a cor, dando uma ideia do efeito dos tons utilizados neste período sobre vastas superfícies. Tal como outros templos mais recentes, Edfu foi esvaziado do seu mobiliário e equipamento quando deixou de

pério Novo foi substituída no seu papel por el-Kab e pertenceu ao território administrado pelo vice-rei de Kush. Podem discernir-se vastas ruínas de povoações pré-dinásticas e de cemitérios, numa extensão de cerca de 3 km ao longo do limite do deserto, a sul e sudoeste de

estátuas colossais de falcões ladeando a entrada e um único junto à porta que dá para a sala hipóstila. Um grupo de estátuas de rapazes nus, de tamanho maior que o natural — provavelmente o jovem deus Ihy ou Harsomtus —, que jaz agora no pátio, deve também ter feito parte da

el-Muissat, sendo particularmente densas a leste do uadi em frente do qual se situa Kom el-Ahmar. Uma estrutura de tijolos cuja finalidade não se conhece ao certo («A Fortaleza»), provavelmente do dinástico primitivo, situa-se a uns 500 m para dentro do uadi. O famoso «Túmulo Decorado 100» foi encontrado no fim do século passado, na parte mais oriental da zona de povoamento/cemitério, tendo-se entretanto perdido.

aspecto austero.

de tamanho modesto (4,5 m por 2 m

ser utilizado. Temos, no entanto, a sorte de ter um par de

decoração monumental do templo, atenuando o seu actual

A parede ocidental decorada com

uma

do

túmulo

subterrâneo,

pintura notável,

de tijolos,

por 1,5 m), era

representando

bar-

cos, animais e homens. Pertencia, possivelmente, a um dos chefes locais de finais do período pré-dinástico e é importante como indicador da crescente estratificação social da sociedade egípcia, assim como documento que mostra as convenções e motivos da arte egípcia em for-

Kom el-Ahmar

mação.

No

Q Kom el-Ahmiar recinto

de um templ

início da

1.º dinastia,

a cidade,

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forma

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gular, conhecida por Kom el-Ahmar, substituiu a povoação mais antiga no limiar do deserto. O seu canto

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Kom el-Ahmar («O Morro Vermelho»), antiga Nekhen, localiza-se um pouco mais de 1 km a sudoeste da aldeia de el-Muissat, na margem ocidental do Nilo. Nekhen teve um papel importante na mitologia egípcia: Juntamente com Nekheb (el-Kab), na margem oposta, representava a contrapartida, no Alto Egipto, das cidades gémeas de Pe e Dep (moderna Tell el-Farain), no delta. As figuras com cabeça de chacal, conhecidas por «As Almas de Nekhen», são, talvez, personificações dos mais antigos soberanos de Nekhen. O deus principal da cidade era um falcão com duas grandes plumas na cabeça (Nekheny, o Nekhenita), desde muito cedo assimilado a Hórus (Hórus, o Nekhenita), e o nome grego da cidade, Hicracômpolis, reconhecia este facto, Nekhen foi o antigo centro do 3,º nomo do Alto Egipto. Durante o Im78

Em cima: pequenas estatuctas votivas de marfim c de taiança, do período dinástico primitivo, provenientes do «Depósito Principal» do templo de Kom el-Ahmar. Oxford, Museu Ashmolean.

À esquerda: leão sentado, cerâmica com cobertura vermelho-brilhante, provavelmente da 3.º dinastia. Esta escultura tem vários aspectos invulgares, em especial o

tratamento esquemático das orelhas e da juba sobre o peito

do animal como se fosse um bibe, imitando um lenço de cabeça, Altura, 42,5 em.

Encontrada no templo. Oxford. Museu Ashmolean.

O

ALTO

EGIPTO

MERIDIONAL

Ponta de cerimónia de calcário do

rei « Escorpião» (do sinal de um escorpião junto ao rosto do rei),

talvez identificado com Narmer.

A cena principal da decoração em

relevo representa uma cerimôma

da fundação de um templo, com o rei cavando a primeira vala.

Altura, 25 cm. Proveniente do

«Depósito Principal». Oxford, Museu Ashmolcan.

Em

sul, que ocupa cerca de um sexto da área total, era O complexo de templos. Este foi parcialmente descoberto durante as mais importantes escavações levadas a

cabo em Hicracômpolis, em 1897-1899. Aos escavadores, J. E. Quibell e F. W. Green, depararam-se grandes dificuldades técnicas, para as quais a arqueologia egípcia não estava ainda devidamente equipada. Na sua forma mais antiga, o templo de tijolo continha

aparentemente um montículo de areia revestida de pedras, talvez o protótipo do sinal hieroglífico com que se escrevia o nome Nckhen. O faraó Narmer foi o principal benfeitor, juntamente com Khasckhem/ |Khasckhemwy. Numa altura posterior, muitos dos

objectos votivos que tinham sido oferecidos ao templo foram reunidos e depositados num esconderijo (o chamado «Depósito Principal»). Não é claro quanto c porque se fez isso, talvez devido à uma reconstrução do templo ou à incerteza dos tempos. Muitos dos

objectos do «Depósito Principal» (paletas, pontas de maças, vasos de pedra, figuras esculpidas cm marfim, etc.) datam da época dos dois faraós de princípios do dinástico já mencionados, embora tenha sido proposta uma data posterior para algumas peças sem incrições, Encontraram-se no templo monumentos de quase todos os períodos posteriores, mas estes não são muito numerosos nem espectaculares, à excepção dos da 6.º dinastia (duas grandes estátuas de cobre represcntando Pepi Le Merenre, uma estela de granito representando um faraó Pepi na companhia de Hórus Hátor, uma base de estátua de Pepi Il, possivelmente também a cabeça de uma imagem de ouro de um talcão),

podendo

nessa

época

ter

sido

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dinastia.

à estrutura. No uadi da «Fortaleza» e nos seus ramos subsidianos foram encontrados túmulos cavados na rocha vom

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el-Kab

Os mais antigos vestígios de actividade humana na zona de el-Kab datam de cerca de 6000 a. C.: o chamado kabiano, uma indústria microlítica que antecede as culturas neolíticas conhecidas no Alto Egipto. A antiga Nekheb, na margem oriental do Nilo, e Nekchn (Kom el-Ahmar), do lado oposto do rio, foram povoações muito importantes durante os períodos pré-dinástico e dinástico primitivo. Esse facto reflectiu-se na elevação da

deusa de Nekhbet,

a deusa-abutre de Nekheb,

ao esta-

tuto de deusa tutelar dos faraós egípcios (juntamente com a deusa-serpente, Wadjit, do Baixo Egipto). Nekhbet era considerada como a deusa do Alto Egipto par excellence'. Conhecida também por «A Branca de Nekhen», era uma das divindades que ajudava aos nasci! Em francês no original.

sendo por isso equiparada,

reais e divinos,

mentos

no

À esquerda: um dos templos do deserto, em el-Kab, o santuário ptolomaico da deusa Sheshmetet,

período greco-romano, à Eileithya grega, quando a cidade se chamava Eileithiyáspolis. Pelo menos desde o início da 18.º dinastia, Nekheb serviu de capital do 3.º nomo do Alto Egipto, embora tenha mais tarde cedido o seu papel a Esna. A vista do recinto da cidade de el-Kab, que mede cerca de 550 m por 550 m e está rodeado de maciços muros de tijolo, é muito impressionante. A muralha contém o templo principal de Nekhbet, com várias estruturas anexas, incluindo uma capela do nascimento, bem como templos mais pequenos, um lago sagrado e alguns cemitérios antigos. É provável que as modestas estruturas dos templos tenham sido erigidas em el-Kab ainda no período dinástico primitivo, facto sugerido pela presença de um bloco de granito com o nome de Khasekhemwy. Durante o Império Médio, Nebheptre Mentuhotepe, Sebekhotepe II (capela do ritual sed) e Neferhotep III (Sekhemre-sankhtawy) deram atenção a este local. As grandes actividades de construção no templo de Nekhbet começaram na 18.º dinastia. Quase todos os faraós deste período deram a sua contribuição, de modo mais ou menos importante, mas Tutmósis Ill e Amenófis Il parecem ter sido os mais proeminentes. Após o inter-

descobrimos algo que parecia uma peça da Antiguidade.... chegámos às ruínas de um templo antigo, consistindo em seis

continuaram a glorificar Nekhbet, ampliando o seu templo. Há também testemunhos de Taharqa, da 25.º

telhados intactos. Um pouco a norte estão os fragmentos de muitos outros pilares partidos

forma sob a qual o templo, agora muito dilapidado,

hieróglifos, etc.» (C. Perry, Vista

tudo, aos reis das 29.º e 30.º dinastias (Hokaris, Nectanebo I e Nectanebo II).

descrevendo as colunas da sala hipóstila de Hakoris, no templo

lúdio do

período

de Tell el-Amarna,

cavado na rocha, visto do sul.

«Num

aos

olhos

dos

arqueólogos

deveu-se,

c bastantes outras ruínas, €, curiosamente, ornadas de

do Levante, 1743, p. 361,

sobre-

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surgiu

local chamado

do templo

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ALTO

EGIPTO

MERIDIONAL

Templo de Khnum, em Kom

cl-Deir, a noroeste de Esna, hoje destruído; gravura feita durante a expedição de Napoleão de 1798-1800.

do dos Raméssidas.

Dois deles, os de Amósis

Penne-

khbe (n.º 2) e Amósis, filho de Ebana (n.º 5), são famosos pelos seus textos biográficos. A captura da capital dos Hicsos, Avaris, o cerco de Sharnuhen, na Palestina, pelo faraó Amósis,

c as campanhas

da Síria e da

Núbia dos reis do princípio da 18.º dinastia estão entre os acontecimentos históricos ali mencionados. Outro túmulo, o do presidente da câmara de Nekheb, Pahery, é notável pelos seus relevos. À noroeste dos

outros,

mais

perto

do

rio,

encontra-se

decor"do, datando provavelmente meu II Evérgeta 1.

um

túmulo

da época de Ptolo-

Esna Esna, a Junyt ou (Ta)scenet do Antigo Egipto, foi designada em grego por Latopolis, devido ao peixe Lates. ah considerado sagrado e enterrado num cemitério a oeste da cidade. Na mesma zona há cemitérios Médio e do período tardio. O templo de Esna fica a cerca meio da cidade moderna. Devido tos de ocupação e de sedimentos,

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AS E EA ações Fachada do templo de Khnum, em Esna, século 1 d. C. As portas

laterais que dão para a sala

hipóstila têm importantes textos

mitológicos c eram as entradas

normais dos sacerdotes.

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Fora do recinto encontravam-se duas capelas, actualmente destruídas. A primeira, a cerca de 750 m a noroeste, foi construída por Tutmósis

IJ, ec a outra, fora do

muro de vedação nordeste, por um dos Nectanebos. A uns 2,2 km a nordeste, na entrada para o uadi Hellal, encontra-se o primeiro dos chamados «templos do deserto», santuário da deusa Shesmetet (Smithis), parcialmente cavado na rocha. Foi construído em grande parte por Ptolomeu VIII Evérgeta Il e Ptolomeu IX Sóter II. Cerca de 70 m a sueste deste está a capela, bem conservada (conhecida por «el-Hammam»), construída pelo vice-rei de Kush,

Setan, durante o reinado de Ramsés Il,

e restaurada sob os Ptolomeus. Era provavelmente consagrada a Rá-Harakhty, Hátor, Amon, Nekhbet e ao

próprio Ramsés II. Mais longe, a cerca de 3,4 km do recinto da cidade, Tutmósis IV e Amenótis IH construiram um templo para Hátor, «Senhora da Entrada do Vale», ve Nekhbet. Uns 400 m a norte da cidade existem túmulos cavados na rocha, sobretudo da primeira metade do perio-

humanos

do Império

de 200 m do no, no à acumulação de detrifica actualmente cerca de 9 m abaixo do nível da rua. À avenida cerimonial. que devia ligar o cais ao templo, desapareceu. O cais tem cartuchos de Marco Aurélio c ainda é utilizado. Os textos do templo relacionam-no com quatro outros naquela zona, três a norte e um na margem oriental, todos cles totalmente desaparecidos, embora ainda se pudesse ver partes deles no século x1x. Em Kom Mer, 12 kma sul, foi recentemente escavado outro templo do mesmo período. O templo é consagrado a Khum c a várias outras divindades, as mais importantes das quais são Neith « Heka, cujo nome significa «poder mágico» e que é aqui uma divindade-criança. No estado em que sc encontra,

consiste

apenas

numa

sala

hipósuila

inteira-

mente preservada, cuja parede oeste formava o principio do templo interior. Esta parede é anterior às restantes, com relevos de Prolomeu VI Filometor c Prolomeu VII Evérgeta IL. O resto da sala hipóstila é o mais recente templo importante conservado, sendo decorado no interior e no exterior com relevos dos séculos retido C. Algumas cenas, nomeadamente à de deuses e rei apanhando aves com redes, são extremamente imponentes. OQ aspecto mais importante da decoração é a sério de textos escritos nas colunas, que fornecem um retrato completo e rico de algumas festas do ano sagrado em Esna, apresentado de forma esquemática num calendário, também inseto muma colunas Para além disso, há

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Armant a Gebelem

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el-Moalla Os monumentos mais importantes de el-Moalla (provavelmente equiparada a Hefat do Antigo Egipto) são dois túmulos do início do 1.º período intermédio, decorados e cavados na rocha, pertencentes a Ankhtifi e Sebekhotepe. Para além das suas pinturas não convencionais, O túmulo de Ankhtifi contém textos biográficos interessantes que descrevem a situação nos nomos do Sul, a seguir ao final do Império Antigo.

No extremo esquerdo, em cima:

túmulo de Ankhtifi, em elMoalla: o morto, num barco de papiro, espetando um peixe com um arpão. Às figuras da mulher e filhas, de pé por trás dele, foram recentemente

destruídas por ladrões de túmulos. Pintura. 1.º período intermédio.

Gebelem

Em cima e no extremo esquerdo,

em baixo: tâmulo de In, em

O nome desta localidade significa o mesmo que em egípcio antigo «Os Dois Montes», pormenor da paisagem mais notável, visível ocidental do Nilo, no local onde confinam nomos egípcios.

Encontraram-se

túmulos

no

monte

em árabe do e deriva do da margem os 3.º e 4.º

ocidental,

en-

quanto no monte oriental havia um templo de Hátor (daí o nome grego da localidade, Pathyris, de Per-Hator, «O Domínio de Hátor», ou Afroditópolis). O templo parece ter já existido na 3.º dinastia e foram

também descobertos relevos, estelas ou inscrições datando do tempo de Nebhepetre Mentuhotepe, de vários faraós da 13.º dinastia (Djedneferre Dedumose II, Djedankhre Mentuemzafe Sekhemre-sankhtawy Neferhotep HI) e da 15.º dinastia (Khian c Awoserre Apophis).

Ba

Gebelein. Três jovens nus, ajoelhados, talvez a fazer

ginástica, e uma cena de transporte e armazenamento de

cereais em celeiros. Pintura. 1.º período intermédio. Turim, Museu Egípcio.

À esquerda: templo ptolomaico de Tod.

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de um dos reis do 2.º período

intermédio. Esta escultura, vista por John Gardner Wilkinson, em

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A antiga luny, na margem ocidental do Nilo, no 4.º nomo do Alto Egipto, era um dos mais importantes locais de culto do deus da guerra, Montu, e capital de todo

o nomo, incluindo Tebas, até ao princípio da 18.º dinastia. Armant, o nome moderno, deriva de lunu-Montu,

Ermont em copta e Hermonthis em grego.

Já na 11.º dinastia, cujos soberanos eram, talvez, ori-

O templo funcionava ainda no período greco-romano, tendo-se encontrado nesta zona alguns papiros em demótico e grego. A cidade situava-se na planície por baixo do monte oriental.

Tod Ao que parece, já no reinado de Uscrkaf, da 5.º dinastia, existia uma capela na antiga Dyerty egípcia (Tuphium do período greco-romano),

na margem

oriental do Nilo.

Importantes actividades de construção, ligadas ao culto

local do deus Montu,

tiveram início no Império Médio,

durante os reinados de Nebhepetre Mentuhotepe, Sankhare Mentuhotepe

e Sesóstris |, mas

os seus templos

estão actualmente destruídos. No Império Novo, [utmósis HI edificou um relicário da barca de Montu, ainda

parcialment conservado, e Amenófis II, Seu |, Amenemesse e Ramsés II ec Ramsés IV levaram a cabo alguns trabalhos de restauração. Ptolomeu VIIL Evérgeta 1] acrescentou ao seu templo um lago sagrado em frente do templo de Sesóstris [e ali perto encontra-se um quiosque do período romano,

ginários de lá, existia em Armant um templo dedicado a Montu, sendo Nebhepetre Mentuhotepe o construtor mais antigo que se conhece com certeza. O templo foi alvo de importantes amplicações durante a 12.º dinastia c o Império Novo, de que os restos do pilone de Tutmósis III são a única parte ainda visível. O templo foi destruído em data incerta, durante o período tardio, e a sua história só pode ser reconstituída através de blocos reutilizados ou isolados. No reinado de Nectancbo II deve ter-se começado a construir um novo templo, trabalho que os Ptolomeus continuaram. A contribuição mais importante para o aspecto deste local foi feita por Cleópatra VII Filopator c Ptrolomeu XV Caesarion, que construíram uma capela do nascimento com um lago. O edifício existia ainda na primeira metade do século passado, mas encontra-se agora completamente destruído. Foram também encontrados dois portais, um dos quais erigido por Antonino Pio. O Buchem (do egípcio antigo bekh), local de enter-

ro de bois sagrados Buchis de Armant, fica no limiar do deserto, a norte de Armant. À sepultura mais antiga data do reinado de Nectanebo Ile o Bucheum toi un zado durante cerca de 650 anos, até ao remado de Diocleciano.

Foi

também

encontrado

o local de sepultura

das vacas «Mãe de Buchis», À volta de Armant existem grandes cemitérios de todas as épocas,

R3

TEBAS

A Waset do Antigo Egipto foi designada pelos Gregos por «Thebai», mas não se sabe por que razão. Tem sido sugerido que a pronúncia dos nomes egípcios Ta-ipet (Ipet-resyt era o templo de Luxor) ou Djeme (Medinet Habu) era semelhante à do da cidade da Beócia, mas este argumento não é muito convincente. Waset ficava no 4.º nomo do Alto Egipto, bem para sul. A sua situação geográfica contribuiu bastante para a importância histórica da cidade: ficava perto da Núbia e do deserto oriental, com os seus valiosos recursos minerais e rotas comerciais, e distante dos centros de poder restritivos do Norte. Os soberanos locais de Tebas dos princípios da história egípcia seguiram políticas expansionistas activas, em especial nos 1.º e 2.º períodos intermédios. Durante este último tais políticas foram disfarçadas como uma reacção egípcia contra os invasores estrangeiros (os Hicsos). São raros os monumentos anteriores ao final do Império Antigo c Wasct pouco mais era

do que uma cidade de província, À sua ascensão a um lugar de relevo teve lugar durante a 11.º dinastia e, embora a capital tivesse sido transferida para Itjtawy no início da 12.º dinastia, Tebas, com o seu deus Ámon, foi considerada centro administrativo do Alto Egipto mcridional.

84

O seu auge teve lugar durante

à 18.º dinastia,

quando eram os dos, na tes, os

a cidade foi capital do país. Os seus mais importantes e ricos e os túmulos, margem ocidental, para a élite dos seus mais luxuosos que o Egipto alguma

templos preparahabitanvez viu.

Mesmo quando, em finais da 18.º dinastia e durante o período dos Raméssidas, a residência e o centro das acti-

vidades reais se transferiram para norte (Tell el-Amarna, Mênfis e Per-Ramsés), os templos tebanos continuaram a prosperar, os monarcas continuaram a ser enterrados no vale dos Reis e a cidade a manter uma certa importância na vida administrativa do país. Durante o 3.º perí-

odo intermédio, Tebas, tendo à sua frente o sumo-sacerdote de Ámon, contrabalançou o reinado dos

faraós das 21.º e 22.º dinastias, cuja sede de governo era em Tanis, no delta. À influência de Tebas apenas terminou no

período

tardio.

À parte principal e, provavelmente, mais antiga da ci-

dade e os templos mais importantes ficavam na margem oriental. Do outro lado do rio, na margem ocidental, ficava a necrópole,

com

túmulos e templos

funcrários,

mas também a parte ocidental da cidade. Amenófis II tinha o seu palácio em cl-Malqata e, durante o período dos Raméssidas, a própria cidade de Tebas estava centrada a norte,

em

Medinet

Habu.

«As pirâmides, as catacumbas e

algumas outras coisas que se — podem ver no Baixo Egipto são consideradas grandes maravilhas, e justamente preferidas ao que O

resto do mundo se possa orgulhar de ter. Mas se estas desafiam à primazia a todo O mundo não egípcio, por um lado, têm, por outro, de conceder a glória da superioridade aos muitos templos antigos, etc., de Saaide [Alto Egipto)» (C. Perry, Vista do Levante, 1743, prefácio).

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Luxor

Túmulos reais

parte das épocas de Amenófis II, Ramsés Ile Alexandre Magno.

Dara Abu cl-Naga: 17.º dinastia.

Templo de Ámon, em grande

dinastias, incluindo túmulo

de Tutankhamon., Deir el-Medina: aldeia de trabalhadores.

menores da 12.º dinastia do

Túmulos particulares

período greco-romano.

Margem ocidental: templos

Deir el-Bahari: templos funerários de Nebhepetre

Mentuhotepe e Hatshepsut e templo de Amon erguido por Tutmoósis LL.

Ramscum: templo funerário de Ramsés IL, Medinet Habu: templo de Ámon,

da 18.º dinastia e posterior, é

templo funerário de Ramsés III. Outros templos funerários, em particular os de Seti 1, em Qurna,

e Amenófis III, com os

«Colossos de Memnon».

|

Vale dos Reis: 18.º a 20.º

Carnaque Recintos de Ámon, Montu

e Mut, com o templo de Khons e numerosos templos e capelas

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el-Tarif: 11.º dinastia,

Túmulos datando da 6.º dinastia

ao período greco-romano.

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no no local do templo de Luxor ou na sua vizinhança, mas o templo que podemos ver hoje em dia foi construído essencialmente por dois faraós, Amenófis III (a par te interior) e Ramsés II (a parte exterior). Vários out ros soberanos contribuíram para as suas inscrições e decora ções em relevo, acrescentando pequenas estruturas ou fazendo alterações, sobretudo Tutankhamon, Haremhab e Alexandre Magno. Um santuário mais antigo, da tríade tebana, foi incorporado no pátio de Ramsés II. O comprimento total do templo, entre o pilone e a parede do fundo, é de quase 260 m. O templo era consagrado a Ámon (Amenemope), que

tomava,

em

Luxor,

a forma do Min

ictifálico.

contemporânea

do santuário imperial.

O templo tem, no frontispício, um pil one de Ramsés 1, com relevos e textos no seu ext erior, relatando a 86

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em estreita ligação com o Grande Templo de Ámon, em Carnaque, e uma vez por ano, durante o segundo e terceiro meses da época das cheias, tinha lugar em Luxor uma longa festa religiosa, durante a qual a imagem de Ámon de Carnaque visitava o seu Ipet-resyt, «lpet do Sul», como era chamado o templo. No final do reinado do imperador romano Diocleciano, logo a seguir ao ano de 300 d. C., a primeira antecâmara da parte interior do templo foi convertida em santuário do culto imperial, servindo a guarnição militar local e a cidade, e os estandardes e insígnias da legião eram lá guardados. Era decorado com magníficas pinturas, ainda visíveis no século xIx, mas quase completamente perdidas actualmente. Uma pequena mesquita de Abu el-Haggag, construída no pátio de Ramsés 11 durante o período dos Aiúbidas (século xi d. C.), ain da lá se encontra. Uma alameda de esfinges de ca beça humana de Nectanebo 1 ligava Carnaque, cerca de 3 km à norte, a Luxor, levando o visitante até a um muro de vedação de tijolo. No antepátio que precedia o templo propriame nte dito encontravam-se várias estruturas posteriores, inclusive uma colunata de Shabaka (mais tarde desman telada) e capelas de Hátor (construída por Iaharga) e de Serápis (construída por Adriano). As paredes de tijolo cozido, visiveis a leste e oeste do templo, são restos da cidade romana,

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início da 18.º dinastia, ou ainda antes, existia um santuá-

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No extremo esquerdo: colunata de Amenófis II vista de

sudoeste, com o pilone de Ramsés Il visível por trás ea.

à mesquita de Abu el-Haggag

direita.

À esquerda: o pilone visto de

norte, com Os restos das colossais

estátuas de pé de Ramsés II, fora

da porta lateral do pátio, e as maciças colunas papiriformes

da colunata processional de Amenófis Hà direita.

À direita: o pilone em 1838,

pouco depois da remoção do obelisco norte, visto pelo artista escocês David Roberts (1796-1864). As colossais estátuas

sentadas de Ramsés II fora

do pilone ainda estavam meio enterradas.

No extremo direito, em cima:

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capitéis em forma de umbelas de papiro fechadas e ábacos e arquitraves com nomes € textos de Amenófis TIL.

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colunas da sala hipóstila, com

Em cima e no extremo direito, em baixo: pinturas das paredes do sacellum romano: secção da parede leste e parte das representações à esquerda da ábside (recanto semicircular criado pela conversão das 1.º e 2.º antecâmaras do templo mais antigo). Registadas por Sir

John Gardner Wilkinson, em 1856,

ou antes (anteriormente à data ci-

tada em estudos especializados). Hoje perderam-se quase completa-

mente.

Página seguinte: duplo pormenor

de uma estátua de granito, de

Amenófis II, com um cartucho de

Memeptah acrescentado. Prove-

niente de Luxor. «O cargo de rei é um belo cargo: como não tem fi-

lho ou irmão que faça os seus monumentos perdurarem, tem de ser um a olhar pelo outro; um homem faz coisas pelo seu antecessor, na esperança de que a sua obra será conservada por quem vier depois» (Papiro de Leninegrado I16A recto, 116-118).

história da famosa batalha contra os Hititas, em Qadesh, na Síria, em 1285 a. C. Em frente do pilone encontravam-se inicialmente dois obeliscos de granito vermelho, de que resta apenas um, de cerca de 25 m de altura,

tendo sido o outro retirado e colocado na Praça da Concórdia, em Paris, em 1835-1836. Várias estátuas colossais de Ramsés II, duas das quais sentadas, ladeiam a

entrada. A porta central do pilone foi decorada em parte por Shabaka. O pátio com peristilo de Ramsés II, por detrás do pilone, tem 74 colunas papiriformes, com cenas do faraó diante de várias divindades. As colunas estão dispostas em dupla fila, dos lado do pátio, e são interrompidas por um relicário que consiste em três capelas (ou estações de

barcas)

de Ámon

(centro),

Mut

(esquerda)

ce Khons

(direita), construídas por Hatshepsut e Tutmósis HI e redecoradas por Ramsés II. Foi certamente à existência deste relicário que causou o considerável desvio dos edifícios de Ramsés Il em relação ao eixo do templo anterior de Amenófis II. Nos intervalos entre as colunas

da fila da frente, na extremidade do pátio, encontram-se

colossais estátuas de pé do faraó.

A entrada para a colunata processional de Amenófis III, a norte, com sete colunas -de cada lado, tem dois colossos sentados de Ramsés Il com a rainha Nefertari junto à sua perna esquerda, enquanto do lado sul se encontram duas duplas estátuas sentadas de Ámon e Mut. As paredes por trás das colunas foram decoradas por Tutankhamon e Haremhab, com relevos representando a festa de Opet, os da parede oeste representam uma procissão de barcas entre Carnaque e Luxor e os da parede leste a sua viagem de regresso. Um antepátio com peristilo, de Amenófis HI, une-se com a sala hipóstila, primeira sala da parte interior do templo, inicialmente coberta. Esta dá acesso a uma série de quatro antecâmaras com salas secundárias. À chamada «Sala do Nascimento», a leste da segunda antecámara, é decorada com relevos representando o «nascimento divino» simbólico de Amenófis LI, resultante da união de sua mãe,

Mutemwia,

e do deus

Ámon.

Ale-

xandre Magno construiu uma estação da barca na terecira antecâmara. O Santuário de Amenótis HI é a última sala no eixo central do templo. 87

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O nome de Carnaque derivado do de uma aldeia moderna próxima (el-Karnak), é utilizado para designar uma vasta aglomeração de ruínas de templos, capelas e outros edifícios de várias épocas, medindo cerca de 1,5 km por, pelo menos, 0,5 km. Esta era a Ipet-isut do Antigo Egipto, «O Mais Selecto dos Locais», principal lugar de culto da tríade tebana, com o deus Amon à frente. mas também de várias divindades «convidadas». Nenhum outro lugar do Egipto deixa uma impressão mais irresistível e duradoura do que este aparente caos de paredes, obeliscos, colunas, estátuas, estelas e blocos decorados. Depois de os soberanos de Tebas c o deus Ámon terem atingido a notoriedade, no princípio do Império Médio, e em especial a partir do início da 18.º dinastia, quando a capital do Egipto foi firmement- estabelecida em Tebas, os templos de Carnaque foram construídos, ampliados, demolidos, acrescentados e restaurados durante mais de 2000 anos. O templo de Ámon era, ideológica e economicamente, a mais importante instituição do género em todo Egipto. Este sítio pode ser convenientemente dividido em três grupos, definidos geograficamente pelos restos das paredes de tijolo que rodeiam o recinto do templo. O maior e mais importante é o recinto central, o templo de Ámon propriamente dito. O recinto norte pertence a Montu, deus local original da zona de Tebas, enquanto o recinto de Mut se situa a sul e está ligado ao de Ámon por uma alameda ladeada de esfinges com cabeça de carneiro. Uma avenida de esfinges ligava Carnaque ao templo de Luxor, sendo os templos de Ámon e Montu ligados ao Nilo por canais.

O recinto de Ámon

O recinto central, em forma de trapézio, compreende o Grande Templo de Ámon, construído ao longo de dois cixos (este-oeste e norte-sul), alguns templos e capelas mais pequenos e um lago sagrado. À leste encontrava-se um templo de Amenófis IV (Akhenaton), construído em enorme escala e hoje completamente destruído, assim como duas estruturas ptolomaicas de menor importância, também actualmente destruídas. Descobriram-se

anda in sistu, na parte oriental do Grande Templo, no chamado «Pátio Central», por detrás do pilone Iv, alguns dos mais antigos edifícios de Carnaque, que datam da época de Sesóstris 1. Pode descrever-se o plano do Grande Templo como consistindo numa série de pilones de várias épocas, com pátios ou paredes entre eles, dando acesso ao santuário principal, Os mais antigos são os pilones Iv e v, construídos por Tutmósis então,

sul.

1, tendo o templo sido, a partir de

ampliado por construções em

direcção a oeste e à

O 1.º pilone é precedido de um cais (possivelmente reconstruído na sua forma actual durante à 25.º dinastia) e de uma avenida de esfinges com cabeça de carnei-

90

ro,

protegendo

o faraó,

a maioria

das

quais

tem

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Cimo da página: esfinges com

nome do sumo-sacerdote de Ámon, Pinudjem I, da 21.º dinastia. A sul da avenida encontram-se várias estruturas mais pequenas, incluindo uma estação da

cabeça de carneiro («crio-

26.º dinastias, com textos ligados à cerimónia do preenchimento dos vasos de tríade tebana. A data do pilo-

serpente, «protegendo» um faraó

mente

Em cima, à esquerda: estátua sem

barca de Psamutis e Hakoris,

e balaustradas das 25. €

ne em si não é conhecida com certeza, sendo provavelda 30.º

dinastia.

O

antepátio,

por

trás

deste

-esfinges») fora do pilone 1.

O carneiro era o animal sagrado de Ámon; o motivo

representando um animal, ave ou ou mesmo um indivíduo vulgar

cra comum na escultura egípcia a duas e três dimensões.

pilone, compreende um triplo relicário de barca de Se-

cabeça de Seti | ajoelhado com

a Ámon,

restaurada e colocada a norte da 4.1 coluna do lado norte da ala central da sala hipóstila,

ti |, que consiste em três capelas contíguas consagradas Mut

restos de um

e Khons.

quiosque

No

centro do pátio existem

de Taharqa,

de construção

in-

vulgar, com cerca de 79 colunas ainda de pé. Um pequeno templo (estação da barca) de Ramsés III dá para o lado sul do antepátio. O 2.º pilone, talvez obra de Haremhab, que reutilizou um elevado número de blocos anteriores para o cons-

uma mesa de oferendas, hoje

Em cima: parte do fundo do

Grande Templo de

leste.

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des exteriores representam campanhas militares destes faraós, na Palestina e na Síria, incluindo a batalha de Ramsés Il em Cadesh. O 3.º pilone foi construído por Amenófis III, mas o pórtico em frente foi decorado por Seti | e Ramsés Il. Foram encontrados numerosos blocos de edifícios anteriores reutilizados neste pilone: um santuário do ritual sed de Sesóstris | (a «Capela Branca», hoje reconstruída a

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construído

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sentações de plantas, aves € animais exóticos. Outros quatro pilones foram acrescentados ao longo

|

0 o irecção lunar

antiga

dos por Tutmósis III. Por trás há um vestíbulo com dois magníficos pilares de granito, ambos ainda de pé, com os emblemas do Alto e do Baixo Egipto. O relicário da barca data do tempo de Filipe Arrhidaeus e fica no local

DE MUT

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mais

14 colunas papiriformes, originalmente dou-

caído).

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da sala hipóstila),

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cluindo uma (a norte) que o representa sentado com a princesa Bentanta. Por trás do pilone, o tecto da sala hipóstila, hoje desaparecido, parte mais impressionante de todo o complexo do templo, era suportado por 154 colunas papiriformes, das quais as 12 da nave central são maiores e têm capitéis de tipo diferente. À deco-

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truir, é precedido de estátuas colossais de Ramsés

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de um novo cixo, que ampliou o Grande Templo de Ámon em direcção a sul, O pátio a norte do 7.º pilone é conhecido por «Pátio do Escondergo» e toi ah que se SRCONTOM,

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O recinto de Mut

O recinto sul compreende o templo de Mut, rodeado de um lago em forma de crescente e de estruturas secundárias, em particular o templo de Khonspekhrod, ini-

milhares de estátuas que estavam inicialmente no templo. Foram também encontrados neste pátio restos de cdifícios anteriores, incluindo pilares de Sesóstris 1 e várias capelas de Amenófis 1. Os 7.º e 8.º pilones foram construídos por Tutmósis HI e o pátio entre eles compreende a sua estação da barca. Os 9.º e 10.º pilones datam do tempo de Haremhab. Encontraram-se muitos talatat, blocos de edifícios de Amenófis IV (Akhenaton), grande parte deles datando da sua mudança para Tell el-Amarna, reutilizados nestes pilones.

No pátio entre eles encontra-se um

templo do

ritual sed de Amenófis II. Perto do canto noroeste do lago sagrado do templo está uma estátua colossal do escaravelho sagrado, que data do tempo de Amenófis III. O templo de Khons fica no canto sudoeste do recinto. Chega-se ao seu propilone (portão no muro de vedação),

construído

por

Ptolomeu

III Evérgeta | e conhe-

cido por «Bab el-Amara», por uma avenida de carneiros

que protegem Amenófis III. O pilone foi decorado por Pinudjem

I, o antepátio por Herihor e a parte interior

por vários Ramsés (pelo menos parte do templo foi construída por Ramsés Il), havendo também alguns relevos ptolomaicos. O templo da deusa-hipopótamo, Opet, que se situa próximo do anterior, foi em grande parte construído por Ptolomeu VIII Evérgeta II. A decoração foi completada por vários soberanos posteriores, entre outros Augusto, e por baixo do santuário, ao fundo do templo, existe uma «Cripta de Osíris» simbólica. Dentro do recinto de Ámon encontram-se ainda quase 20 outras pequenas capelas e templos, compreendendo um templo de Ptah, construído por Tutmósis III,

Shabaka, Templo,

os Ptolomeus e Tibérios (a norte do Grande perto do muro de vedação) e uma capela de

Osíris Hegadjet, «Soberano do Tempo», de Osorkon IV c Shebitku (a nordeste do Grande Templo, perto do muro de vedação).

O recinto de Montu

OQ recinto norte, em forma de quadrado, é o mais peque-

no dos três. Compreende o templo principal varias estruturas mais pequenas (em especial de Harpre e Maat) c um lago sagrado, Em contrado, fora do muro de vedação este, um Ugo de Montu, construído por Tutimósis |. 92

de Montu. os templos 1970 foi entemplo an-

cialmente da 18.º dinastia, e um templo de Ramsés III. O templo de Mut foi construído por Amenófis II, mas, aqui também, o propilone do muro de vedação é ptolomaico (Ptolomeu II Filadelfo e Ptolomeu II Evérgeta 1) e existem construções posteriores adicionais ao templo, feitas por Taharga e Nectanebo I, entre outros. Amenófis III consagrou ao templo centenas de estátuas da deusa-leoa Sakhmet, de granito negro, algumas das quais se podem ainda ver em Carnaque.

«chefes de Retjenu» capturados: registo inferior na parede exterior sul da sala hipóstila, perto do

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pilone 11.

À direita: uma princesa, talvez

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Bentanta, de pé entre os pés de

uma estátua colossal de seu pai,

Ramsés II (com cartuchos de Ramsés VI e do sumo-sacerdote de Ámon, Pinudjem |, da 21.º

dinastia, adicionados).

Restaurada e reerigida em frente do pilone 11 do Grande Templo de Ámon,

do lado norte da entrada.

Em baixo: inúmeros indivíduos particulares tinham estátuas suas nos templos de Carnaque.

A principal função destas esculturas era semelhante à das estelas votivas: perpetuar a presença do doador no templo, de modo que pudesse beneficiar de estar ao lado do deus. À esquerda: o administrador-geral, Senenmut,

contemporâneo de Hatshepsut, no seu papel de professor da princesa Nefrure. Granito negro. Altura, 53 cm. Chicago, Field

Museum of Natural History.

Em baixo: o terceiro profeta de Montu, Pakhelkhons, ajoelhado

com um naos contendo uma

estatueta de Osiris. Granito

negro. Altura, 42 cm. 3.º período

intermédio. Baltimore, Walters

Art Gallery.

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Em frente do templo de Montu encontra-se um cais € uma avenida de esfinges de cabeça humana que dá acesso ao templo pelo lado norte. O propilone, conhecido por Bab el-Abd, foi construído por Ptolomeu HI Evérgeta 1 e Ptolomeu IV Filopator, e o templo por Amenófis III, mas os faraós posteriores, em especial Taharga, fizeram algumas modificações em relação ao plano original.

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“À que está mais a norte, que se diz ser a estátua de Memnon, está coberta de um grande número de

inscrições gregas e latinas, sendo estes testemunhos de pessoas que pretendem tê-la ouvido murmurar ao amanhecer»

(C. Perry, Vista do Levante, 1743, p. 348).

A margem ocidental Os templos Do outro lado do Nilo, frente aos templos de Carnaque,

as ruínas de templos ocupam uma faixa de cerca de 7,5 km. Tratava-se, em grande parte, de templos funerárics reais do Império

Novo,

cuja função

principal

era manter vivo o culto dos falecidos faraós, enterrados nos seus túmulos cavados na rocha, mais para oeste, embora

também

lá fossem

adorados

deuses,

em

especial

Ámon e Rá-Harakhty. Os mais importantes destes templos são os de Deir el-Bahari, o Ramseum e Medinet Habu. O templo funerário de Seti I fica em Qurna, enquanto o sítio do templo de Amenófis III apenas é marcado por enormes estátuas sentadas, os «Colossos de Memnon», e por outras esculturas fragmentárias. Vários dos templos da margem ocidental não são funerários, por exemplo os de Hátor (Deir el-Medina), Thot (Qasr el-Aguz) e Ísis (Deir el-Shelwit), todos do período greco-romano.

Deir el-Bahri

Deir el-Bahari, tradicionalmente ligado ao culto local da deusa-vaca Hátor, quase em frente de Carnaque, foi o lugar escolhido por Nebhepetre Mentuhotepe, da 1.º dinastia, e pela rainha Hatshepsut, da 18.º, para os seus templos funerários (no caso de Mentuhotepe o templo estava directamente ligado ao túmulo, enquanto Hatshepsut preparou para si dois túmulos, um no vale remoto por trás do templo, o uadi Sikket Taget Zaid, e o outro no vale dos Reis. Pouco depois de terminado o templo de Hatshepsut, Tutmósis HE construfu um complexo de templos para o culto do deus Amon (Djescr-akhet) e uma capela de Hátor, entre as duas estruturas anteriores, e um quiosque (Djeser-menu) no pátio do templo de Mentuhotepe.

O templo

(Akh-isut)

Embora

funerário de Nebhepetre

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a ideia básica deva já ter estado presente na 95

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mente dos arquitectos dos complexos de pirâmides do Império Antigo, no Egipto só se tentou um plano que colocava conscientemente as diferentes partes de um templo em terraços de altura variável quando Nebhepetre Mentuhotepe construiu o seu templo de Deir cl-Bahari. Outro elemento novo aqui introduzido, a colunata (pórtico) ao fundo do terraço, teve talvez origem no aspecto dos túmulos saff dos faraós mais antigos da [1.º dinastia. À parte frontal do templo, separada, acedia-se por uma calçada de 46 m de largura à partir do templo do vale, hoje desaparecido, e consiste num antepátio, cercado de muros em três lados, e numa estrutura em forma de mastaba, completamente em ruínas, possivelmente associada ao culto do deus-sol. Na parte oriental do antepátio há uma abertura conhecida por «Bab el-Hosan», ligada por uma longa passagem subterrânea a um túmulo real, provavelmente simbólico, que ficou inacabado. À parte ocidental do antepátio compreendia inicialmente um pomar de tamargueiras e sicómoros, de cada lado de uma rampa ascendente que dava acesso ao

terraço.

Por trás da colunata,

na extremidade

oeste do

pátio, e noutro terraço estavam relevos representando se encontra. Mesmo actualmente, no seu estado de inTopo da página, à esquerda: procissões de barcos, campanhas no estrangeiro, cenas completa conservação, O templo transmite uma harmo- — sºldados tomando parte numa de caça, etc., de que se encontra um grande número de — nia incomparável entre a criação humana e o ambiente atedo ond pequenos fragmentos em vários museus. A mastaba, natural. O efeito do seu aspecto original, com árvores, antro de Hátor, a pa ponto mais distintivo do templo, é rodeada por todos os canteiros de flores e numerosas esfinges e estátuas, devia do templo de Hatshepsut. lados com uma arcada com pilares. Na sua parede oeste ser então ainda mais irresistível. O templo foi construíEm cima: os templos de Dei



seis

relicários

de estátuas

(e,

mais

para

oeste,

tú-

mulos) de senhoras da família real do reinado de Nebhepetre (de norte para sul: Myt, Ashayt, Zadeh, Kawit,

Kemsyt c Henhenet).

A parte interior do templo,

cavada na rocha, consiste

num peristilo e em pátios hipóstilos a este c a oeste da entrada para uma passagem subterrânea que dá acesso,

ao

fim

de uns

150 m.

ao túmulo

propriamente

dito.

Pouco se encontrou do equipamento funcrário real. O relicário talhado na rocha, ao fundo da parte interior do edifício, ecra o principal lugar de culto do falecido taraó no templo, O templo funerário de Hatshepsut (Djeser-d jeseru)

O templo é uma estrutura parcialmente talhad a na rocha1 e parcialmente em terraços. Os seus construto LR res se e ram e desenvolveram as extraordin | |

juitor

tônicas do seu predecessor de 551) 1DO s, do norte do qual 46

do entre os anos 1:22 do reinado de Hatshepsut e Tut-

mósis III, estando associados à sua construção alguns al-. tos funcionários do estado, entre outros o influente «ad-

ministrador geral de Amon», Do

templo

Senenmut.

do vale c do complexo

restam

vestícios

das suas fundações, mas o edifício em ç Ep pelo menos em parte, devido à su à proximidade em relação ao templo posterior de R amsés IV. A cal çada

monumental,

com

cerca de 37 m

de largura,

ladeada

de estimges e com uma capela da barca, dava acesso à uma série de três pátios, em níveis difere ntes, a que se acedia por rampas e separados por coluna tas (pórticos) protegendo

relevos,

hoje famosos.

Estes representam

ba Hedças enormes, especialmente constr uídas para traZer obeliscos de Assuão para o templo de Ámon em CAE A tcoliinata interior), cenas do nascimento « coroação divinas de Hatshepsut

(metade norte da colu-

nata do meio) e uma expe diç | ão comercial por mar à

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hpóstla do Ramseum, vista de sudoeste,

Em cima, à direita: parede leste da sala hipóstila do Ramscum, a sul da entrada, com registo

inferior: pormenor de relevo representando o assalto à fortaleza de Dapur, «cidade que Sua Majestade saqueou na terra de Amor», no ano 8 do reinado de Ramsés II. Não se conhece

à localização exacta desta cidade do Norte da Síria, talvez na

região de Alepo.

edifícios de tijolo que o cercam (o túmulo de Ramsés II fica no vale dos Reis). A disposição interior do templo de pedra é bastante ortodoxa, embora um tanto mais elaborada do que o

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habitual: dois pátios, uma sala hipóstila, uma série de

exótica terra africana do Ponto (metade sul da colunata

do meio). A colunata superior, formada por pilares osíricos ladeados de estátuas colossais da rainha, precedia o pátio superior. As salas abobadadas nos lados

norte e sul deste pátio eram consagradas a Hatshepsut e a seu pai, Tutmósis |, e aos deuses Rá-Harakhty e Ámon. Eram estes os principais cultos praticados no templo. Ao fundo (lado oeste) havia uma série de ni-

chos na

parede,

com

estátuas

da rainha e, na

mesma

parede, uma entrada que dava para o santuário propriamente dito. A sala mais interior do actual santuário foi mandada talhar por Ptolomeu VIII Evérgeta II, sendo o resto da arquitectura do templo espantosamente livre de interferências posteriores. A partir do segundo pátio tinha-se acesso a relicários especiais de Anúbis c Hátor.

O templo funerário de Ramsés Il (Khnemt-waset) | | ou Ramseum

O complexo

funerário de Ramsés

II, descrito por

Dio-

doro, um tanto enganadoramente, como «o túmulo de Osimandias (de Userma-atre, parte do prenome de Ramsés II), hoje conhecido por Ramseum, compreende o templo propriamente dito e alguns armazéns e outros

antecâmaras e salas secundárias, a sala da barca e o santuário. O plano geral do templo é, curiosamente, em forma de paralelogramo, em vez de rectângulo. Este facto deveu-se, provavelmente, a ter-se mantido a orientação de um pequeno templo anterior, consagrado a Tuya, mãe de Ramsés Il, enquanto se colocavam os pilones de modo a ficarem de frente para o templo de Luxor, na margem oriental. O templo de Tuya fica a norte da sala hipóstila do Ramseum. O 1.º e 2.º pilones do Ramscum são decorados com relevos representando, entre outras coisas, a batalha de

Qadesh (também representada em Carnaque, Luxor, Abido e Abu Simbel). Numa plataforma que precede a sala hipóstila encontravam-se, originalmente, dois

colossos de granito de Ramsés II. A parte superior da estátua da esquerda (sul) está actualmente no Museu Bri-

tânico, mas pode ainda ver-se a cabeça da outra no Ramseum. À primeira câmara por detrás da sala hipósula, tem um tecto astronómico e deve ter servido de biblioteca do templo. O habitual palácio do templo ticava à esquerda do primeiro pátio. Medinet Habu Situada frente a Luxor, a antiga Tjamet (ou Djameo), Djeme (ou Djemi), em copta, foi um dos mais antigos 97

TEBAS 5 Festas de Min e Amon

3 Ramses Il apresenta

1 Ramsés ll fiagelando

prisioneiros à AMON

prisioneiros

6 Campanhas contra

e Mul

2 Ramsés Ill na caça

os libios, asiálhcos e «povos do mar»,

4 Cerimônia de Sokar

porta de

Ramsés Ill

O templo funerário de Ramsés III (Khnemt-neheh) O templo estava inicialmente ligado ao Nilo por um canal, aspecto de alguma importância, já que as procissões de barcos eram uma parte importante das festas religiosas, tendo sido construído um cais de desembarque fora do muro de vedação. A entrada para o recinto do templo fazia-se por dois portões fortificados, a leste e a oeste, de que apenas resta o primeiro, por vezes chamado «Pavilhão».

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O templo de Ámon (Djser-iset) O templo original, construído por Hatshepsut e Tutmósis II, sofreu muitas alterações e ampliações no decurso dos 1500 anos seguintes, sobretudo durante as 20. (Ramsés III), 25.º (Shebaka e Taharga), 26.º, 29. (Hakoris) e 30.º dinastias (Nectanebo I) e durante o período greco-romano (Ptolomeu VIII Evérgeta II, Ptolomeu X Alexandre I e Antonino Pio). Estes ampliaram consideravelmente o seu plano, acrescentando uma sala com colunas, dois pilones e um pátio na frente.

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residências de sacerdotes e funcionários. Medinet Habu tornou-se o centro da vida administrativa e económica de toda a região de Tebas, papel que desempenhou durante várias centenas de anos. Começaram mesmo a construir-se ah túmulos e capelas tumulares, em especial as das divinas esposas da 25.º e 26.º dinastias. Este local continuou a ser habitado até à Idade Média (século 1x a. C.).

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administrativos

edifícios

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oficinas,

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armazéns,

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locais da zona de Tebas estreitamente associado a Ámon. Hatshepsut e Tutmósis III construíram ali um templo consagrado a este deus. Ao lado, Ramsés III fez erguer o seu templo funerário, cercando as duas estruturas de grandes muros de tijolo. No interior destes

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Vale dos Reis

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Em cima: Ramsés II, ajoclhado, a ser coroado e a receber um

emblema simbólico do ritual sed

das mãos da tríade tebana: Ámon-Rá entronizado,

acompanhado de Khons e Mut (por trás do faraó, não se vê na fotografia). Parte leste da parede sul da 1.º sala hipóstila do templo

de Ramsés WI, em Medinct Habu,

registo inferior.

Em cima, à direita: vale dos Reis.

O templo em si tem uma arquitectura ortodoxa e parece-se muito com o templo funerário de Ramsés II (o

Ramseum),

de que é, possivelmente,

uma

imitação

consciente. À sul do primeiro pátio ficava o palácio, construído em tijolo, actualmente muito danificado, utilizado pelo faraó durante as festas religiosas que tinham lugar em Medinet Habu. Foram reconhecidas

duas fases na construção deste edifício. As paredes interiores do palácio foram inicialmente decoradas com lindíssimos mosaicos de cerâmica, semelhantes aos que se conhecem noutros palácios da mesma época no delta (Tell el-Yahudiya e Qantir). A «janela das presenças» hgava o palácio ao templo. Alguns dos relevos de Medinet Habu são importantes, não do ponto de vista artístico, mas sim do histórico, já que registam acontecimentos históricos do reinado de Ramsés III: 1.º pilone. No exterior o faraó está representado flagelando prisioneiros estrangeiros diante de Ámon e de Rá-Harakhty, em cenas simbólicas de triunfo. As terras e cidades estrangeiras subjugadas estão representadas

pelos seus nomes, inscritos em anéis com cabeças huma-

nas. Na curta fachada do maciço sul encontram-se cenas de caça.

À esquerda: templo de Ramsés HI: da direita para a esquerda,

primeiro pilone, muro do

primeiro pátio com três portas

c uma «janela das presenças»

ligando o pátio ao palácio, a sul,

segundo pilone e parede sul

do segundo pátio e parte interior do templo.

2.º pilone. No exterior (fachada leste) do maciço sul o faraó apresenta prisioneiros a Amon e Mut. No interior, e também nas paredes norte e sul do segundo pátio, encontram-se representações das festas de Sokar e Min. O exterior do templo. Na parte norte estão representadas campanhas contra os Líbios, Asiáticos e «povos do mar». Nas paredes das câmaras da parte interior do templo

encontram-se cenas mais estritamente religiosas.

Túmulos

reais

E

el-Tarif Os ambiciosos soberanos do princípio da 11.º dinastia tebana, competindo com a (9.-10.º) dinastia de Hera-

cleópolis pela supremacia no Egipto, construíram os seus túmulos em el-Tarif, parte mais meridional da necrópole tebana, em relação ao rio. Embora os túmulos sejam comparáveis, no tipo, aos túmulos regionais contemporâneos de outros lugares, as suas dimensões majestosas e arquitectura verdadeiramente monumental associam-nos ao templo e túmulo funerários do faraó que

acabou por conseguir controlar todo o Egipto, Nebhepetre Mentuhotepe, em Deir el-Bahari. Os túmulos são constituídos por uma escavação feita na rocha, formando um enorme pátio (300 m de comprimento e 60 m de largura). Ao fundo do pátio, uma série de aberturas em forma de porta dão a impressão de uma fachada com pilares. Foi isto que deu aos túmulos o nome de túmulos saff (saff, «fila» em árabe). À câmara funerária, relativamente modesta, e as outras salas, são talhadas na rocha por trás da fachada, sendo o complexo completado por um templo de tijolo. Pouco se conserva da decoração dos túmulos. Conhecem-se três túmulos saff: Inyotef | (Hórus Sehertawy): Saff el-Dawaba. InyotefII (Hórus Wahankh): Saff el-Kisasiya. Inyotef II (Hórus Nakhtnebtepnufer): Saff el-Bagar.

Dra Abu el-Naga

Os soberanos de Tebas da 17.º dinastia c as suas famílias foram enterrados em túmulos modestos, em Dra Abu el-Naga, entre el-Tarife Deir el-Bahan. Conhece-se a posição relativa destes túmulos e a quem pertencem através de um papiro que regista a sua inspecção, por volta de 1080 a. C. (o Papiro Abbotv). Durante as escavações dirigidas por Mariette, antes de 1860, encontraram-se

vários objectos

com

inscrições,

inclusive os chamados «caixões rishi», bem como armas e jóias decoradas. À arquitectura dos túmulos, que devem ter tido pequenas pirâmides de ujolo, é pouco conhecida,

O vale dos Reis («Biban el-Muluk»)

Após a derrota dos Hicsos, os soberanos de Tebas da 18.º dinastia começaram

a construir túmulos num

es-

tilo digno dos faraós de todo o Egipto. O túmulo de Amenófis | ficava provavelmente em Dra Abu el-Naga. Não se conhece ao certo a sua localização, mas a estima de que o rei era alvo por parte da comunidade de trabalhadores especializados, ocupados na construção dos túmulos reais, sugere que foi este O primeiro túmulo do novo tipo. Tutmósis | foi o primeiro a mandar cavar o seu túmulo na rocha de um vale deserto por detrás de Deir el-Bahari, conhecido actualmente por vale dos Reis. Esta zona é dominada pelo pico de el-Qurmn («o Chifre») e o vale tem duas partes principais, o vale oriental, com a maior parte dos túmulos, e o vale ocidental, com os túmulos de Amenófis UI e Aya. O número total de tâmulos é de 62 (o 99

VEBAS

túmulo n.º 62 é o de Tutankhamon, último a ser descoberto), mas alguns deles não são de faraós e está também ainda a ser discutido a quem pertencem outros. Os túmulos cram separados dos respectivos templos funerários, construídos junto das terras cultivadas. As razões da separação do templo e do túmulo não eram apenas de segurança, mas também religiosas c arquitectónicas. O plano dos túmulos reais da 18.º à 20.º dinastia (o último é o de Ramsés XI) no vale dos Reis compreende um longo corredor inclinado, cavado na rocha, com uma ou mais salas (por vezes com pilares), terminando na câmara funerária. Nos túmulos mais antigos o corredor, após certa distância, vira à direita ou à esquerda, geralmente em ângulo recto, mas a partir do fim da 18.º dinastia segue a direito. O seu comprimento podia

ser considerável,

tendo

o de Haremhab

105 m,

o de

Siptah 88 m e o de Ramsés IV 83 m. A decoração dos túmulos é quase exclusivamente religiosa. Há numerosas cenas representando o faraó em presença dos deuses, mas os elementos mais impressionantes são os textos, e ilustrações que os acompanham, de várias composições religiosas («livros»), por exemplo o livro de Amduat («o que está no mundo dos mortos»), de portões, de cavernas, a litania de Rá e outros. Os exemplos mais antigos de tais textos eram feitos de forma a darem a impressão de enormes papiros funerários desenrolados nas paredes dos túmulos. A partir de finais da 18.º dinastia a decoração passou a ser gravada em relevo. Não é fácil imaginar a riqueza e a beleza originais do conteúdo destes sepulcros reais. O de Tutankhamon, único que se encontrou em grande parte intacto, e que permite entrever o que se perdeu, pode muito bem não

Ser pico.

A aldeia dos trabalhadores de Deir-cl-Medina

A vida quotidiana da comunidade de trabal hadores («servidores do Sítio da Verdade») ocupados na constru100

Vale dos Reis

Em cima, à esquerda: túmulo de Haremhab (n.º 57): 0 faraó

oferece vasos de vinho a Harsiese,

de cabeça de falcão, «grande

deus, rei dos deuses, senhor dos céus», e venera Hátor, «rainha de Tebas, senhora de todos os

deuses, dona dos céus» (relevo pintado na parede leste da sala que precede a câmara do sarcófago).

ção dos túmulos reais do vale dos Reis pode ser reconstituída em bastante pormenor a partir de ostracas, papiros e outros vestígios. Podem ver-se as ruínas da aldeia, cercada de muros

(cerca de 70) casas), em

que viveram

os

trabalhadores e respectivas famílias, a partir do reinado de Tutmósis I, num pequeno vale por detrás do monte de Qurnet Murai, em Deir el-Medina. Os túmulos dos

próprios trabalhadores e as capelas dos seus deuses locais

encontram-se ali perto.

O grupo de trabalhadores,

uns 60 ou mais homens,

era dividido em dois «lados», cada um com um capataz, o seu ajudante e um ou mais escribas. O seu superior era o vizir, que se deslocava ocasionalmente, ou mandava um dos «mordomos» reais para visitar o local e inspe cclonar o andamento das obras. Os salários dos trabalhadores eram pagos em espécie, sobretudo em cereai s, ao fim de cada mês. Também lhes eram fornecidos outros produtos, por exemplo peixe e legumes, e, raram ente, carne, vinho, sal, etc. Sinal dos tempos o facto de, durante a 20.º dinastia, ter havido ocasiões em que as

rações se atrasaram, tendo os trabalhadores recor rido, por várias vezes, a manifestações. A mais antiga «movimentação industrial» registada teve lugar no 29.º ano do reinado de Ramsés III. Os trabalhadores ficam normalmente no local do túmulo, no vale dos Reis, durante à «semana» de trabalho de 10 dias, regressando à aldeia para passar os dias de descanso ou as festas religiosas que eram também feriados,

Em cima: túmulo de Tutmósis III (n.º 34): cenas e textos da 3.º «hora» (divisão) do livro

de Amduat (pintura mural da câmara de forma oval do sarcófago).

À esquerda: aldeia

de trabalhadores em Deir el-Medina.

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Futankhamon:

história por contar

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O túmulo de Tutankhamon

(n.º 62 do vale dos Reis) tor

descoberto, em 1922, pelo

ceiptólogo mglês Howard Carter. cujo trabalho toi

financiado por lorde Carnavon. É o único túmulo real do Império

Novo que se encontrou pratie. amente

intacto,



continuará possivelmente para

sempre a ser único neste aspecto. Embora seja a descoberta mais

amplamente publicitada deste

século, e apesar de todo 0

interesse criado junto do público pelas exposições itinerantes por

todo o mundo,

grande parte dos

tesouros de Tutankhamon ainda não foi devidamente avaliada por

eeiptólogos, não tendo, assim,

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esta descoberta excepcional dado

anda toda a sua contribuição para o nosso conhecimento do antigo

Egipto. Os objectos de

Tutankhamon encontram-se no Museu Egípcio do Cairo; as notas

pormenorizadas, tiradas por Carter « pelos seus colaboradores

durante os anos de árdua

desobstrução do túmulo, encontram-se no Insututo Griffith. em Oxford.

Alguns dos objectos

encontrados no túmulo:

Ligados à múmia,

quatro relicários de madeira; sarcófago de quartzito;

|

caixões exterior e médio de madeira;

caixão interior de ouro;

máscara de ouro é ornamentos;

diadema de ouro;

punhal de ouro;

dossel canopo; arca canopa;

Equipamento funerário,

estatuetas do rei;

carros de guerra desmanchados;

canapés « camas; apoios para a cabeça;

|

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(à direita);

cadeiras e bancos; caixas;

vasos e lâmpadas;

arcos, estojos de arcos e escudos;

bastões, chicotes e ceptros; peças de vestuário; paletas para escrever;

tabuleiros de jogos;

jóias;

leques;

instrumentos musicais; modelos de barcos; altares de madeira c ouro; estatuetas de deuses: shawabtis.

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trono de madeira dourada

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TEBAS

No extremo esquerdo: túmulo do vizir Ramósis, em Sheikh Abd cl-

nos do zodíaco.

Provemente de um

túmulo colectivo em Sheikh Abd

Qurna (n.º 55). da primeira parte

c-Qurna. Londres, Museu Britã-

do reinado de Amenófis IV.

Nico,

Relevo.

Em baixo: túmulo do pai do deus Amenemone, em Qurnet Murai (n.º 277), de princípios da 19.º

 esquerda: tábua do fundo do cai-

xão de Sóter, princípios do sé-

culo md. C., com uma representa-

dinastia: episódio do funeral do

ção da deusa Nut rodeada de sip-

morto. Pintura,

Túmulos particulares Os maiores e mais importantes túmulos tebanos estão concentrados em várias zonas da margem ocidental. A começar do Norte, são elas: Dra Abu el-Naga, Deir cl-Bahari, el-Khokha, Asasif, Sheik Abd el-Qurna, Deir cl-Medina e Qurnet Murai. Ào todo, o Serviço de Antiguidades do Egipto atribuiu números oficiais a 409 túmulos,

mas

recentemente

adicionaram-se

a estes

mais

cinco. As datas dos túmulos vão desde a 6.º dinastia ao período greco-romano, mas a maior parte é do Império Antigo. Existem muito mais túmulos, alguns grandes e decorados,

outros

pouco

mais

do

que

simples

sepul-

turas, sendo talvez os mais importantes os do vale das Rainhas, a sul de Deir el-Medina,

e de vales próximos,

mais pequenos, incluindo o «Túmulo das Três Princesas», do reinado de Tutmósis III, no uadi Qubbanet el-Qirud («vale dos Túmulos dos Macacos») com um tesouro em vasos de ouro e prata que se encontra actualmente no Museu Metroplitano de Nova lorque. Como seria de esperar, em el-Tarif e Dra Abu cel-Naga, muitos dos túmulos menos importantes, não incluídos na séric oficial de túmulos tebanos, são contemporâncos dos túmulos reais das 11.º e 17.º dinastias, mas esta última zona em particular continuou a ser utilizada até ao período tardio. O mesmo se pode dizer dos cemi-

térios de Asasife el-Khokha, à volta das rampas que dão

acesso aos templos das 11.' e 18.º dinastias, em Der el-Bahari, e do próprio Deir el-Bahara. Foram encontrados vários esconderijos importantes com sepulturas conjuntas. Em 1891, E. Grébaut e G. Daressy encontraram, em Deir el-Bahari, um grande esconderijo de caixões de «sacerdotes de Ámon» do 3.º período intermédio. Foi a segunda des-

coberta deste tipo, tendo já Mariette encontrado, em 1858, um esconderijo de caixões de «sacerdotes de Montu». O mais espectacular destes esconderijos se-

cretos

foi o encontrado

em

1881,

no túmulo

n.º 320,

no primeiro vale a sul de Deir cl-Bahari. Continha caixões e múmias dos mais famosos faraós do Egipto, da 17,* à 20.º dinastia,

ali reunidos durante a 2 1.º dinastia

por razões de segurança. Alguns dos túmulos de Sheik Abd el-Qurna, à sul de Deir el-Bahari, pertenciam à família do tamoso plebeu Senenmut, do reinado de Hatshepsut. Encontrou-se igualmente um túmulo do 3.º período intermédio (co104

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5), em Deirel-Medina (mn. do reinado de Seu do câmara

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do Euecido colocados tora da entrada do túmulo durante o funeral. Pintura

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nhecido por «túmulo do principe de Gales»), com uns 30 caixões (embora este esconderijo tenha sido estabelecido, pelo menos em parte, na época actual e os sarcófagos trazidos de outros lugares) e outro com | caixões que datam do reinado de Adriano. Como o seu nome o sugere, o vale das Rainhas («Biban el-Harim») contém túmulos de rainhas e outros membros da família real, em especial os dos príncipes da dinastia dos Raméssidas. Quase todos os grandes túmulos tebanos eram cavados na rocha, tendo alguns deles uma superestrutura isolada. Os respectivos planos são muito variáveis, sendo as características que se indicam a seguir apenas de carácter muito geral. Finais do Império Antigo. Uma ou duas salas de forma

irregular,

por vezes

com

pilares.

O

acesso a uma

ou mais câmaras funerárias fazia-se por poços inclinados. Império Médio. A parede do fundo de um antepátio aberto forma a fachada do túmulo. A um longo corredor segue-se uma capela, ligada à câmara funerária por um corredor inclinado. Império Novo. À fachada, com uma fila de «cones

funerários» de cerâmica por cima da porta, é precedida de um antepátio aberto, muitas vezes com estelas. Uma sala «comprida», no eixo central do túmulo, segue-se a

uma sala transversal («larga»), por vezes com estelas nas paredes estreitas. O santuário tem um nicho com estátua ou uma porta falsa. Todas as salas interiores podem ter pilares. O poço da câmara funerária é geralmente cavado no antepátio. Os túmulos dos Raméssidas, em Deir el-Medina, combinam uma superestrutura completa ou parcialmente separada (pilone, pátio aberto, pórtico e capela abobadada com um nicho para estátua e uma pirâmide de tijolo por cima) com câmaras cavadas na rocha, a que se acedia por um poço. Período tardio. Alguns destes túmulos são enormes e os seus planos muito complexos. Pilones de tijolo e pátios abertos precedem uma série de salas subterrâncas, geralmente com pilares, que dão para a câmara funerária. A pintura é o método mais comum de decoração dos túmulos tebanos, mas o relevo também

se encontra com

certa frequência. Os temas incluem tanto cenas da vida quotidiana como cenas religiosas, predominando estas últimas a partir do período dos Raméssidas.

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J. 6. Wilkinson em Tebas Os cgiptólogos modernos apoiam-se nos estudiosos que, muntas vezes em condições incrivelmente difíceis,

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e Costumes dos Antigos Egípcios, incluindo a Sua Vida Privada, Governo, Leis, Artes, Manufacturas,

Agricultura

Comparação

e História Antiga,

de Pinturas,

Esculturas e Monu-

tigos. Foi publicada em 1837, em três volumes, e continuou a ser, durante quase 50 anos, o melhor tratamento geral do antigo Egipto. Valeu ao seu autor O trabalhando; relevo no túmulo tebano n.º 36, do administrador-

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do Senhor das Duas Terras,

Pehsukher Tjenenu, datando do

grau de cavaleiro, em 1839, e fez dele o primeiro egiptólogo inglês de renome. Muitos problemas difíceis têm sido resolvidos pela consulta das cópias de Wilkinson, pois estas apresentam monumentos como eles eram entre 1821 e 1856 (data da sua última visita ao Egipto). O seu trabalho nos túmulos particulares de Tebas é um exemplo caracteristico: muitas das cenas copiadas por Wilkinson foram entretanto danificadas ou completamente destruídas, enquanto outras, incluindo túmulos inteiros, aguardam ainda apresentação ou são agora inacessíveis. ajudam à purificação

de oferendas incensando-as

e efectuando libações: relevo

Paser, vizir de Seti Le Ramsés II.

representados (a contar da esquerda): primeiro registo à

numa cabana e as avesjá depenadas estão penduradas nas vigas. Hásmais três gansos mortos no chão. Hoje danificada, a figura do homem à esquerda está completamente-desaparecida.

sandálias, frabricantes de vasos de

Em baixo, à esquerda: dois

canopos, metalúrgicos; segundo registo, fabricantes de carros de guerra, escultores, marcenciros

extraído de uma cena de contagem de gado: pintura do túmulo tebano n.º 76, do porta-leque à direita do faraó Tjenuna, do reinado de Tutmósis IV. Us homens estão sentados de pernas cruzadas, na posição tipica dos escribas egípcios, segurando um

reinado de Psamético | (esta cena imita em parte um relevo da 6.º

dinastia em Deir el-Gabra wi). São os seguintes os ofícios

contar de cima, artesãos fazendo

pedra, shawabris e vasos

e fabricantes de vasos de pedra;

terceiro registo, marceneiros,

escultores, joalheiros; quarto registo, metalúrgicos, homens transportando uma tábua de madeira; quinto registo, construtores de barcos e escribas.

Hoje muito danificado.

Ao centro, à esquerda: dois

homens de barba depcenando gansos: pintura do túmulo tebano n.º 88 do porta-estandarte

9!

4

reinado de Tutmósis lou

-geral da divina esposa, Ibi, do

a

Baseados

mentos ainda Existentes, com Relatos de Autores An-

Topo da página: artífices

+ E a

as suas notas,

actualmente no Griffith Institute de Oxford, contém informação preciosa sobre os mais variados aspectos do antigo Egipto. Wilkinson publicou os resultados teóricos do seu trabalho em vários livros, mas não todas as suas cópias, estando as que se vêem nos livros frequentemente desfiguradas por uma reprodução deficiente. A sua obra mais importante intitulou-se Usos Religião,

ia

egiptologia compilou o seu corpus básico de material para estudo, uma época de intenso registo e cópia de inscrições, relevos e pinturas egípcios. Algumas das obras publicadas nessa altura continuam a ser ainda hoje, 150 anos depois, indispensáveis numa boa biblioteca de cgiptologia, Quando John Gardner Wilkinson chegou ao Egipto, em 1821, um ano antes de Champollion ter redescoberto os princípios da escrita egípcia, era um jovem de 24 anos. Durante os 12 anos seguintes ali permaneceu continuamente, não havendo quase nenhum sítio com ruínas do antigo Egipto que este infatigável copista não tenha visitado e registado nos seus blocos-notas. O seu interesse era quase obsessivo: nenhuma inscrição, por pequena ou incompleta que fosse, cra demasiado insignificante para ele. Foi um dos primeiros a compreender as convenções do método de representação egípcio, de tal modo que conseguiu fazer cópias

1

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HCAM ret ho EE

foram, na primeira metade do século passado, os pioneiros desta disciplina. Foi um período durante o qual a

Amenófis II. Esta cena tem lugar

escribas e um supervisor,

papiro desenrolado (não se usavam mesas para escrever no antigo Egipto). Os recipientes para Os papiros estão ali ao lado. Hoje está muito danificada.

Ao centro, à direita: o vizir Paser

ea mulher, seguidos de parentes,

do túmulo tebano n.º 106, de

O túmulo ainda não foi

inteiramente publicado e esta

cena está hoje quase

completamente destruida. Em baixo, à direita: uma

dançarina núbia acompanhada

de músicos de ambos Os sexos tocando lira, flauta dupla e harpa: pintura do túmulo tebano n.º 113, do sacerdote, guardador

de segredos do domimo de

Ámon, Keynebu, datando do reinado de Ramsés VIII. Esta dança núbia, talvez chamada

keskes, está representada em vários outros monumentos,

Para além da jovem núbia, os

participantes são os filhos e filhas de Keynebu, o que pode ser indício da popularidade desta dança no período dos raméssidas. Está hoje completamente destruída,

E

a

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L A N O I R T N E T E S ALTO EGIPTO

À esquerda: o nome desta

estatueta de basalto, que está no Museu Ashmolean, em Oxford, o «homem de MacGregor»,

deriva do reverendo Willam Mac Gregor, a quem foi comprada no Sotheby's, em 1922. Este

conhecido coleccionador tinha-a comprado, juntamente com um

conjunto de pequenas figuras de marfim, a um negociante.

Afirmava-se que todos os

objectos tinham sido encontrados

em Nagada, no local que deu a

conhecer tantos artefactos dos

períodos pré-dinástico e dinástico primitivo. À maior parte dos livros sobre a arte egípcia começa com esta magnífica peça embora

O Alto Egipto setentrional estende-se de Tebas a Asyut. Foi o centro do antigo Egipto, berço das suas primeiras dinastias, O Interior que permaneceu egípcio em tempos

de crise e donde, sob a liderança de Tebas, partiram ten-

tativas de uma nova unidade política. Do ponto de vista

económico, o controlo do acesso ao ouro e minerais do

deserto oriental foi sempre de importância primordial, enquanto Tebas, no Sul, ditava, a partir da 11.º dinastia, o curso dos acontecimentos. Naqgada, Qif e Abido dominam a cena durante os períodos pré-dinástico e dinástico primitivo, enquanto Dendera ganhava importância durante o Império Antigo e Abido se tornava centro religioso de todo o país no Império Médio. A ascensão de Tebas durante o Im-

pério Novo

abafou os seus vizinhos a norte,

embora

Abido tenha mantido a sua posição e Qif continuado a ser alvo de preferência para as actividades de construção reais. O templo de Dendera é certamente a estrutura mais impressionante dos finais da Antiguidade nesta região. 108

a sua autenticidade tenha sido recentemente posta em causa, por

motivos estilísticos. Altura,

39 cm. Período pré-dinástico. No extremo, à esquerda:

paisagem típica dos rochedos calcários a ocidente do Nilo, perto de Nag Hammadi, com uma faixa de terreno plano mais estreita, perto do rio. Um geólogo consegue ler a história

das eras glaciares na estratificação das falésias.

Nag el-Madamud Templo da tríade de Montu do período greco-romano, com estruturas secundárias, construído por cima de edifíc ios mais antigos. Nagada e Tukh Cemitérios do pré-dinástico



No € cI-Mustagidda = Deir Tasa

5

1) ANTAEÓPOLIS

talvez do Hórus de Edfu.

Necrópole, incluindo sepulturas de animais.

El-Qasr wal-Saiyad

Túmulos do 1.º período intermédio

e do dinástico primitivo, com mastaba do reinado de Aha. «Pirâmide» de Tukh.

Hiw Dois templos greco-romanos. Cemitérios de todos os períodos.

Qus

Abido Cemitérios de quase todos os

Ruínas do templo ptolomaico de Haroeris e Hequet.

DF Qaw el-Kebir

Segundo grupo de templos,

períodos, incluindo túmulos reais

do dinástico primitivo.

Qiuft Ruínas de templos de Min, desde o Império Médio. Pequeno templo de Min em el-Qala.

Templo de Osíris com capelas

Dendera

Beit Khallaf Mastabas da 3.º dinastia.

Templo de Hátor num recinto com edificiosisecundários.

oE RR

e local de cidade.

Templos cenotáfios, incluindo os de Seti [e Ramsés II.

Akhamim

Capela de Min, cavada na rocha

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por Tutmósis Il e outros em

el-Salamuni. Ruínas de templos de Min e

Repyt do período greco-romano.

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Wannina Templos e túmulos ptolomaicos. Qaw el-Kebir

Túmulos da 12.º dinastia.

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Beit Khallafe

Túmulos cavados na rocha de várias épocas em el-Hawawish e el-Salamuni.

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el-Mahasna & Kom el-Sullan* el-Araba el-Madiuna

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SETENTRIONAI

EGIPTO

Em baixo: lintel de Sesóstris HI

Em baixo, à esquerda: ruinas

proveniente de Nag,

da sala hipóstila exterior de Prolo-

el-Madamud: cena dupla, com

meu VHI Evérgeta II no templo de

Montu,

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o faraó oferecendo pão branco

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(à esquerda) e bolo (à direita)

vistas de norocste.

4 Montu, «Senhor de Tebas». Paris, Museu do Louvre.

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Nag el-Madamud Para além de Carnaque,

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Tod e Armant,

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do an-

tigo Egipto, cerca de 8 km a nordeste de Luxor, foi um importante local de culto de Montu, deus com cabeça de falcão, na região de Tebas. O antigo templo de Madamud. hoje destruído, datava do Império Médio (talvez da época de Nebhepetre Men-

tuhotepe, mas sobretudo de Sesóstris III), mas é possível

que tenha sido construído por cima de um santuário mais antigo. Os faraós dos finais do Império Médio e do 2.º período intermédio, em particular Amenemhet VII (Sedjefakare), Sebekhotepe II (Sekhemre-swadjtawy), da 13.º dinastia, e Sebekemzaf | (Sekhemre-wadjkau),

da

17.º dinastia,

continuaram

a construir ali, mas

ne-

nhum destes edifícios sobreviveu. Há também alguns monumentos espalhados, do Império Novo e do período tardio, que indicam que o local não tinha ainda sido abandonado nessa altura. O templo de Montu, Tattawy e Harpócrates, ainda parcialmente de pé, é do período greco-romano. Foi

construído

por cima de estruturas anteriores,

tendo al-

guns soberanos contribuído para o seu aspecto final. Uma porta no muro de vedação de tijolo, da época de Tibério, é precedida de um cais e de restos de uma avenida de esfinges. A própria fachada do templo é constituída por três quiosques de Ptolomeu XII Auletes, e, à partir daí, tem-se acesso ao pátio de Antonino Pio. A partir da sala hipóstila exterior, de Ptolomeu VIII

Evérgeta II, o plano do templo é convencional. Logo por trás há um segundo templo dedicado ao boi sagrado de Montu. Algumas das suas salas devem ter servido para albergar o próprio animal. As paredes exteriores dos templos foram decoradas por Dominicano « Trajano.

A sul do templo de Montu havia um lago sagrado,

alguns restos de alicerces e blocos provam a existência de um templo, do princípio do ptolomaico (Ptolomeu || Filadelfo, Ptolomeu [II Evérgeta | e Ptolomeu IV Filipator) no canto sudoeste do recinto. Ho

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ALTO

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EGIPTO

SETENTRIONAL

Templo de Seu E relevo

da capela do rei representando

o sacerdote ou divindade

lunmutef diante do faraó

mumificado, que está sentado

num trono em cima do hieróglio para «celebração». O texto é uma

versão elaborada de uma fórmula

de incensação,

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9 Ptah-Sokar

10 Sala de Nefertem B Ptah-Sokar

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13 palácio

12 sala dos barcos

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monumental dessas sado da vedação da Um mosteiro copta, construído sobre os dinástico primitivo.



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forradas de tijolo

com filas de sepulturas secundárias. Estas descobertas incluíam magníficas estelas de pedra com os nomes dos faraós e pequenos objectos, por exemplo selos de argila, marfim e etiquetas de ébano, partes de vasos de pedra e pedaços de mobiliário. O túmulo de Djer, mais tarde considerado como o túmulo do próprio Osiris, estava cercado de cerâmica votiva da 18.º dinastia e posterior. O cemitério é anterior ao começo da 1.º dinastia e foi talvez também o local de sepultura dos últimos reis do período pré-dinástico., Existem mais ruínas do dinástico primitivo na zona do templo de Osíris. Estas compreendem cemitérios, rodeando zonas vazias onde talvez tivessem sido erguidos edifícios temporários para as cerimónias funerárias de determinados reis. Pensa-se que o Shunet cl-Zebib, um muro de vedação maciço de tijolo, situado um pouco para dentro do deserto, tenha sido uma versão

el-Sultan

8 Nelertem

- após

Em 1895-1896 E. Amélincau escavou, em Umm cl-Qaab («Mãe dos Potes», assim chamada devido à ç grande quantidade de cerâmica ali encontrada), uma à — série de túmulos contendo objectos com os nomes de reis do período dinástico primitivo. Depois das cam- a= panhas um tanto insatisfatórias de Amélincau, W. M. Flinders Petrie voltou a trabalhar no local em 1900-1901, tendo descoberto monumentos de todos os reis 5 da 1.º dinastia e de dois da 2.º (Peribsem e Kha-sekhemwy). As superestruturas dos túmulos tinham

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monumentos funerários reais

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Os túmulos reais mais antigos

Ramsés

no extremo norte, estando os

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À esquerda: mapa da zona de

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catacumba e cenotafio do Império Médio

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al zonas, possivelmente O antepaspirâmide de degraus de Saqqara. a norte, parece ter também sido alicerces de enormes paredes do

A cidade e o templo de Osíris

O centro da antiga cidade fortificada é o monte cha mado Kom el-Sultan. O elemento mais importante da cidade deve ter sido o templo, inicialmente consagrad o à Khentamentiu e, à partir da 12.º dinastia, à Osíris. Este templo foi construído em tijolo, tendo apenas alguns elementos, como ombreiras de portas e lintéi s, em pedra, o que justifica, em parte, à sua quase com -

pleta destruição, Os objectos mais antigos alt encon-

No extremo esquerdo: templo de Ramsés II, visto de noroeste. Grande parte da estrutura conservou-se até cerca de 2 m de altura. Em primeiro plano está a série interior de câmaras com cenas funerárias: por trás ficam

duas salas hipóstilas, com pilares quadrados em vez de colunas, c um pórtico. Fora da entrada moderna

ficava

outro

pátio

com

uma capela lateral e um pilone.

Os suportes da estrutura são

de arenito, podendo atingir espessuras consideráveis, mas as superfícies em relevo são

de calcário; as duas portas de entrada são de gramito cinzento. No tempo de Set | encontram-

=se técnicas compósitas semelhantes a estas.

ALTO

Em cima: templo de Ramsés

II,

pátio; boi cevado com guardador,

numa procissão de oferendas rituais. O boi é identificado como pertencendo a este templo. À direita: está outro guardador

e a cabeça de um órix.

Em cima, à direita: templo de

Ramsés |, primeira sala hipóstila na parede norte. Personificação de Dendera, de uma série levando oferendas de comida e libações. A gordura da figura simboliza a abundância e a sua pele azul e cabeleira verde são parte de um padrão decorativo, também simbólico. O texto identifica-o

com o faraó: «Ramsés veio, trazendo oferendas de comida»

(a faixa da direita diz respeito à

figura seguinte). Por cima vê-se parte de uma cena de sacerdotes levando a barca divina em procissão.

trados são do início da 1.º dinastia: um fragmento de vaso de Aha e algumas pequenas figuras de homens, animais e répteis de pedra e faiança. A partir de Kéops, da 4.º dinastia (uma estatueta de marfim, única representação conservada deste faraó), encontraram-se vestígios de quase todos os faraós do Império Antigo até Pepi II. No Império Médio, Nebhepetre Mentuhotepe acrescentou provavelmente um pequeno relicário ao templo já existente e, a partir de então, há vestígios de quase todos os faraós até à 17.º dinastia. Na 18.º dinastia, Amenófis I, Tutmósis Ile Amenófis II empreenderam trabalhos de reconstrução, estando também representados todos os principais Raméssidas, e sobretudo Ramsés II, por um templo completo ali perto, enquanto no período tardio Apries, Amásis e Nectanebo I têm importantes vestígios, tendo o templo conti-

nuado provavelmente a funcionar até ao período greco-romano. Kom el-Sultan é rodeado de grossos muros de tijolo da 30.º dinastia.

Templos cenotáfios reais

Os templos cenotáfios são templos funerários secundários dos seus construtores, servindo divindades regulares e o culto do falecido rei como Osíris. O primeiro faraó que se sabe ter construído um templo deste tipo, uns 3 km a sul de Kom el-Sultan, é Sesóstris Il. Todos os outros edifícios identificáveis na mesma zona parecem estar ligados a Amósis, incluindo o construído para a sua avó, Tetisheri. Conhecem-se, através de textos, vários templos da 18.º dinastia, mas não foram localizados. O templo de Seti | (0 «Memnonium» de Strabo) tem uma planta em forma de L, muito invulgar, mas O seu interior é apenas uma variante da norma. Tem dois pilones

(O

exterior

quase

completamente

destruído),

com

dois pátios e pórticos com pilares, seguidos de duas salas hipóstilas e de sete capelas lado a lado, De sul para norte,

as capelas eram consagradas a Seti 1, Ptah; Rá-Harakhey,

EGIPTO

SETENTRIONAL

Ámon-Rá, Osíris, Ísis e Hórus. A capela de Osíris dá para uma zona consagrada ao culto de Osíris, cobrindo toda a largura do templo e compreendendo duas salas e dois conjuntos de três capelas de Osíris, Ísis e Hórus. O seu elemento mais estranho é uma sala com dois pilares, desenhada de forma a ser completamente inacessivel. O anexo sul do templo compreende câmaras para o culto dos deuses menfitas Nefertem e Ptah-Sokar e uma galeria onde se encontra um magnífico relevo de Seti Le Ramsés Il apanhando um boi com um laço e, do outro lado, uma das poucas listas de faraós do Egipto, servindo aqui ao culto dos antepassados reais. A galeria dá acesso a um conjunto de armazéns, provavelmente utilizados quando o faraó estava de visita, durante as festas. Os relevos das partes interiores do templo, terminados por Seti I, são de uma beleza excepcional. As zonas exteriores, incluindo a primeira sala hipóstila, foram completadas por Ramsés III, em alguns casos por cima das construções de seu pai. Por detrás do templo de Seti 1 e sobre o mesmo cixo está o cenotáfio propriamente dito. Tanto no que respeita à planta como à decoração (sobretudo executada por Merneptah), assemelha-se a um túmulo real, sendo o seu acesso feito pelo norte, por um longo corredor inclinado. As principais câmaras são uma sala que imita uma ilha e outra semelhante a um sarcófago, com um tecto astronômico. Às maciças arquitraves de granito cobriam apenas parte da sala da ilha, sendo o centro aberto. Esta sala destinava-se à recriação das águas primordiais — sendo a ilha rodeada de um lençol de água —, tendo no seu centro a sólida elevação da ilha, onde é possivel que se fizesse germinar cevada, como simbolo da ressurreição de Osíris. Ramsés 1 construiu ele próprio um templo mais pequeno, a noroeste do de seu pai. Este templo é digno de nota pela excelente conservação das cores dos seus relevos, que podem ver-se à luz do Sol. O plano é muito semelhante ao do templo de Medinet Habu. 117

SETENTRIONAL

EGIPTO

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Beit Khallaf Perto da aldeia de Beit Khallaf, uns 20 km a noroeste de Abido, foram encontradas cinco grandes mastabas de tisão 85 mX45

de K.1

jolo (as dimensões

m) com

selos

de argila com os nomes de Zanakht e Netjerykhet (Djoser). Os túmulos foram, provavelmente, feitos para administradores da região tinita dos princípios da 3.º dinastia.



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No extremo esquerdo: mesa de oferendas de Harsiese, proveniente de Akhmim, com

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tuga Akhmim.

Em el-Salamuni, a nordeste de Akhmim, há uma capela consagrada ao deus local, Min. Os Gregos identifiMim

com

Pã e, assim, o nome dado à cidade na

antiguidade clássica era Panópolis. A capela foi provavelmente mandada talhar por Tutmósis II e decorada, durante o reinado de Aya, pelo «Primeiro Profeta de Min», Nakhtmin. Os relevos representam Aya e a mulher, Teye, diante dos deuses locais, e algumas imagens de Ptolomeu TI Filadelfo, cerca de 1000 anos mais recentes,

representando-o

de forma

semelhante,

cionadas pelo seu contemporâneo, mo de Min», Harnakheru, 118

uma ave com cabeça humana),

foram

adi-

o «sacerdote supre-

recebendo libações de uma deusa-árvore. Gramito. Cerca de 56 cm x53 cm. Período ptlolomaico. Londres, Museu Britânico. SALES

“ER

Akhmim (lpu em egípcio antigo, Khmin ou Shmin em copta, donde o termo grego Khemmis e o nome moderno), na margem oriental do Nilo, foi em tempos o centro próspero do importante 9.º nomo do Alto Egipto. Hoje em dia pouco resta da sua glória passada. Nada resta da cidade e, na Idade Média, os templos foram quase inteiramente desmantelados e o material reutilizado em aldeias próximas, não tendo nunca sido sistematicamente explorados os vastos cemitérios da an-

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Akhmim

À esquerda: tampa de um

sarcófago exterior antropóide de Espamai, sacerdote de Akhmim,

da 26.º ou 27.º dinastias. Os textos das pirâmides que se

vêem nesta tampa foram

compilados uns 2000 anos antes.

Madeira. Altura, 2,10 m. Museu

de Berlim Ocidental.

ALTO

EGIPTO

SETENTRIONAL

Wannina

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v dos regstos. Piaomeu f Eladeito dante de Mn e de quiras dunas

Pd

Wannina, uns 10 km a sudoeste de Akhmim, é o sítio de um templo (antiga Hut-Repyt, donde o termo grego Athribis) construído no reinado de Ptolomeu XV Caesarion em honra da deusa Triphis (Repyt). A sul deste templo encontrava-se outro, mais antigo, de Ptolomeu IX Sóter II. Um dos túmulos vizinhos, pertencente aos irmãos Ibpemeny, o jovem, e Pemehyt, de finais do século 1 d. C., tem dois zodíacos no tecto.

Qaw el-Kebir

acima da porta: Aya e rama Teve dante de Min e de outras dundades

3 acmada porta 4a e a ranha Teve diante de Min e de Halor

Vários grandes complexos funerários em terraços, construídos por funcionários do 10." nomo do Alto Egipto na zona da moderna aldeia de Qaw el-Kebir (antiga Tjcbu, mais tarde Djew-ga, a Antaiópolis do período greco-romano), durante a 12.º dinastia, representam o auge da arquitectura funerária particular do Império Médio. Uma calçada dava acesso, a parúr do vale, a uma séric de salas, em parte cavadas na rocha. À sala mais interior da capela estava ligada à câmara funerária por um poço. Nas proximidades encontraram-se cemitérios de outras épocas. Um templo ptolomaico (possivelmente de Prolomeu IV Filopator, ampliado e restaurado por Ptolomeu VI Filometor e Marco Aurélio), localizado perto do rio, foi destruído na primeira metade do século passado

e dante de Horns 2 Melyt 4 Tuimõss di diante de Min

5 Tumoss fl dante de Amon-Rã & Tuímoss W diante De algumas dnindades

Em cima: capela de Min, cavada na rocha, perto de Akhmim. À direita: tam pa de sarcófago de

calcário do profeta Shepen-=min,

filho de Heprenpuy e Tashent-min, possivelmente do período

plotomaico. Os nomes teofóricos (que contêm nomes de divindades) são boa prova da

possivel proveniência deste

Monumento: neste caso os nomes do dono e de sua mãe relacionam-nos com o deus local Min.

Altura, 1.80 m Copenhaga, Ny Curlsbere CGlvprotek. ds

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templo de Ptolomeu XV esarion capela rorgana

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(

templo de-Plolomeu IX Sóter Il. .

túmulo de Ibpemeny “O JOVEM» E

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Fm cima: Wannini.

No extremo direito: cabeça de uma

estátua de Eu, possivelmente da

epoca de Sesóstris III, proveniente

do seu túmulo em Qaw el-Kebir.

Calcário Dur,

pintado, Altura, 25 em.

Museu

Egipeio.

Os dois templos que em tempos se encontravam a oeste da moderna cidade de Akhmim foram construídos em honra a Min (Pã) e à deusa Repyt (Triphis), considerada como sua companheira. Ambos datavam, ao que parece, do período greco-romano,

pois embora tenham

também sido encontrados alguns blocos mais antigos, não se sabe se pertenciam a estes templos ou se tinham sido reutilizados. Nesta zona, em el-Hawawish,

a nordeste de Akhmim,

e em el-Salamuni, uns 3 km mais para norte, conhecem-se vários grupos de túmulos cavados na rocha, de várias épocas. Os tectos dos túmulos do período greco-romano de cl-Salamuni são decorados com zodíacos circulares pintados. Alguns dos túmulos de el-Hawawvish foram feitos durante o Império Antigo e princípios do Império Medio para dignitários do nomo panopolita. Podem-se atribuir a Akhmim muitos monumentos, em especial estelas e sarcófagos, conhecidos através de várias colecções de museus, embora não seja possível estabelecer as circunstâncias exactas da sua descoberta. 119

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III

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