Mano a Mano: Português para Falantes de Espanhol, Volume 2: Intermediário [1 ed.] 036724506X, 9780367245061

Mano a Mano: Português para Falantes de Espanhol vem preencher uma importante lacuna no mercado editorial: a carência de

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Table of contents :
Sumário
Apresentação
Dois dedos de prosa com o(a) professor(a)
UNIDADES
Unidade 1: Ai que saudades …
Unidade 2: Um Brasil de muitos povos
Unidade 3: Fazendo festa!
TINTIM POR TINTIM
Unidade 1: Ai que saudades . . .
Unidade 2: Um Brasil de muitos povos
Unidade 3: Fazendo festa!
AFIANDO A LÍNGUA
Unidade 1: Ai que saudades . . .
Unidade 2: Um Brasil de muitos povos
Unidade 3: Fazendo festa!
Materiais complementares
Com ou sem acento?
As aparências enganam: Quadro contrastivo – Falsos amigos
Quadro contrastivo – Heterotônicos
Quadro contrastivo – Heterogenéricos
Quadros de conjugação verbal
Particípios
Sobre os autores
Créditos
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Mano a Mano: Português para Falantes de Espanhol, Volume 2: Intermediário [1 ed.]
 036724506X, 9780367245061

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Mano a Mano Mano a Mano: Português para Falantes de Espanhol vem preencher uma importante lacuna no mercado editorial: a carência de livros didáticos que, considerando as necessidades específicas de falantes de espanhol, favoreçam um desenvolvimento mais rápido de sua proficiência em português. A coleção reúne uma série de características favoráveis à aprendizagem do português em diferentes contextos (ensino médio, universidades, cursos livres): • •

• • • • •

Convida o(a) aluno(a) a desenvolver sua proficiência em português ao mesmo tempo em que forma uma imagem multifacetada do Brasil, em diálogo com suas próprias construções culturais, desconstruindo discursos estabilizados e ampliando seus horizontes; Favorece o trânsito por múltiplas práticas de letramento, em que circulam diferentes gêneros discursivos, oferecendo oportunidades para que o(a) estudante aprimore suas capacidades de linguagem em contextos reais, ou próximos a situações autênticas de interação; Sensibiliza o(a) aluno(a) para diferentes variedades da língua portuguesa; Permite ao(à) estudante desenvolver suas capacidades léxico-gramaticais e fonéticofonológicas de maneira reflexiva e contextualizada, levando em consideração necessidades específicas de falantes de espanhol; Propõe tarefas semelhantes às encontradas no Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras), do Ministério da Educação brasileiro; É acompanhado por dois cadernos complementares integrados, com explicações detalhadas referentes a recursos léxico-gramaticais e fonético-fonológicos, além de uma série de atividades; Disponibiliza online os vídeos e áudios de tarefas de compreensão oral e de atividades de pronúncia.

Preparado para o desenvolvimento de um curso de até 60 horas em contexto de imersão, ou 90 horas em contexto de não-imersão, Mano a Mano, Volume 2 – Intermediário permite levar falantes de espanhol (como língua materna ou estrangeira/adicional) do início do Intermediário ao início do Intermediário Superior do Celpe-Bras, do início do B1 ao início do B2 do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, ou do início do Intermediário Médio ao início do Avançado Médio na escala do American Council on the Teaching of Foreign Languages. Ana Cecília Cossi Bizon é professora e pesquisadora na área de Português como Língua Estrangeira/Adicional da Universidade Estadual de Campinas, onde realizou seu mestrado e doutorado. Elizabeth Maria Fontão do Patrocínio é mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas e autora de diferentes livros didáticos na área de Português como Língua Estrangeira/Adicional. Leandro Rodrigues Alves Diniz é professor e pesquisador na área de Português como Língua Estrangeira/Adicional da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo realizado seu mestrado e doutorado na Universidade Estadual de Campinas

Mano a Mano: Português para Falantes de Espanhol Volume 2 – Intermediário Ana Cecília Cossi Bizon Elizabeth Maria Fontão do Patrocínio Leandro Rodrigues Alves Diniz

First published 2021 by Routledge 2 Park Square, Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4RN and by Routledge 52 Vanderbilt Avenue, New York, NY 10017 Routledge is an imprint of the Taylor & Francis Group, an informa business © 2021 Ana Cecília Cossi Bizon, Elizabeth Maria Fontão do Patrocínio and Leandro Rodrigues Alves Diniz The right of Ana Cecília Cossi Bizon, Elizabeth Maria Fontão do Patrocínio and Leandro Rodrigues Alves Diniz to be identified as authors of this work has been asserted by them in accordance with sections 77 and 78 of the Copyright, Designs and Patents Act 1988. All rights reserved. No part of this book may be reprinted or reproduced or utilised in any form or by any electronic, mechanical, or other means, now known or hereafter invented, including photocopying and recording, or in any information storage or retrieval system, without permission in writing from the publishers. Trademark notice: Product or corporate names may be trademarks or registered trademarks, and are used only for identification and explanation without intent to infringe. British Library Cataloguing-in-Publication Data A catalogue record for this book is available from the British Library Library of Congress Cataloging-in-Publication Data A catalog record for this book has been requested ISBN: 978-0-367-24506-1 (hbk) ISBN: 978-0-367-24507-8 (pbk) ISBN: 978-0-429-28299-7 (ebk) Typeset in Times New Roman by Apex CoVantage, LLC Visit the eResources: www.routledge.com/9781138096646

Aos estudantes falantes de espanhol com quem tenho convivido, por despertarem em mim não apenas o desafio de um ensino voltado às particularidades do Português/ Espanhol, mas, principalmente, por ressignificarem, dia a dia, as Latinidades que me constituem, cujas nuances não começam nem terminam no Brasil, mas se espalham por mapas sempre à espera de novos traçados. Ana Cecília Cossi Bizon Senti, ao longo da elaboração desse trabalho atravessado por múltiplas identidades, um desejo de contribuição, ainda que de maneira diminuta, a um ensino pautado em bases dialógicas como o proposto por Paulo Freire, a vontade de (co) responder ao propagado alerta de Eni P. Orlandi no que diz respeito à nossa Brasilidade e, finalmente, o prazer de me somar à Voz da Latinidade, sempre expressa em prosa, verso e canto, por Caetano Veloso. A eles, dedico a parcela que me cabe do Mano a Mano. Elizabeth Maria Fontão do Patrocínio Aos alunos que, em seu trânsito pelas porosas fronteiras entre o espanhol e o português, tanto me mostram sobre a fluidez entre o lá e o cá. A todos os pesquisadores e professores de Português como Língua Adicional que fazem do seu ofício um trabalho político de encontro com o outro. Leandro Rodrigues Alves Diniz

Sumário Apresentação xi Dois dedos de prosa com o(a) professor(a)

xv

UNIDADES1 Unidade 1 – Ai que saudades . . . Subtemas

Gêneros estruturantes2

Recursos léxico-gramaticais

1 Recursos fonético­ fonológicos

• fenômenos da oralidade Território do • documentários (C.O. - vídeos) • espaços, ações, brinquedos e característicos de Brincar................4 brincadeiras, materiais variedades prestigiadas • operadores argumentativos I e não-prestigiadas do • gerúndio português brasileiro • cores • recursos léxico-gramaticais característicos de variedades populares do português brasileiro Uma história de • trecho de show – canção: futebol ................8 samba-rock (C.O. – vídeo) • curta-metragem (C.O. - vídeo) • memórias de infância (P.O.)

• palavras do universo do futebol

A infância • poemas (L.) na poesia • conversa na feira de rua (P.O.) brasileira ...........13 • receitas (L.)

• exprimindo preferências (revisão) • imperativo – formas do indicativo e do subjuntivo • frutas, legumes e verduras • recursos léxico-gramaticais para fazer feira

Objetos de • contos (L., P.E.) infância.............22

• pronomes oblíquos • pretérito mais-que-perfeito composto (modo indicativo)

• algumas diferenças entre recursos fonéticofonológicos do português e espanhol (revisão)

• canção: pop rock (T.) Um pouco de tradução, por que não? – Memórias de infância em um rock espanhol ............29 Projetando-se – • documentário (P.O.), curta metragem (P.O.), manual de Baú da infância.............29 brincadeiras/jogos (P.E), poema (P.E) ou conto (P.E), conforme a escolha de cada aluno/grupo 1 Estão indicados apenas os gêneros estruturantes dos temas e subtemas, bem como as principais práticas (leitura, compreensão oral, produção oral, produção escrita) relativas a cada um. A produção oral (P.O.), em particular, permeia grande parte das atividades do livro, sobretudo, por meio de conversas sobre diferentes temas. De maneira análoga, constam no sumário apenas os recursos léxico-gramaticais mais focalizados. 2 C.O. (compreensão oral); P.O. (produção oral); P.E. (produção escrita); L. (leitura); T. (tradução)

Unidade 2 – Um Brasil de muitos povos Subtemas

Gêneros estruturantes2

Recursos léxico-gramaticais

• canção: MPB (C.O. - vídeo)

32 Recursos fonéticofonológicos • sons das letras “e” e “o” em sílaba átona final

• voz passiva Brasil • texto didático (L.) africano................ 36 • verbete de enciclopédia online (L.) • pinturas figurativas (L.) • trecho de artigo científico (L.) • mapa-mental • reportagem de divulgação científica (C.O. - vídeo) • colocação pronominal • sons da letra “x” Brasil dos • gráficos (L.) • citações e paráfrases imigrantes...............45 • comentário em programa de rádio • operadores argumentativos II (C.O. – áudio) • propagandas televisivas (C.O. - vídeo) • seção de livro de história do Brasil (L.) • e-mail (L.) • resumo (P.E.) • trecho da constituição (L.) Abraçando o Brasil ................... 58 • reportagem televisiva (C.O. - vídeo) • entrevistas na TV (C.O. - vídeo) • entrevista de rádio (C.O. – áudio) • e-mail (L.; P.E). • cartaz (P.E.) • videoclipe (C.O. - vídeo) • anúncios de locação (L.) • diálogo com corretor imobiliário (P.O.) • poema (T.) Um pouco de • canção: trova (T.) tradução, por que não? – A figura do negro e do estrangeiro em textos poéticos latino-americanos....77 Projetando-se – • textos para compor um livreto Nossas histórias ......77 bilíngue (P.E.)

• vogal epentética [ɪ] • marcas típicas da oralidade (interjeições, marcadores conversacionais, entre outras) • uso indeterminado do pronome ‘você’ • saudações e despedidas em correspondências • acentuação gráfica • recursos léxico-gramaticais relativos à descrição e locação de imóvel

Unidade 3 – Fazendo festa! Subtemas

Gêneros estruturantes2

Tradições • propagandas televisivas (C.O. de fim vídeo) de ano ......................82 • poema de cordel (C.O. - vídeo) • video postagem em rede social (C.O.) • post em blog (L. / P.E.)

80

Recursos léxico-gramaticais

Recursos fonético­ fonológicos

• presente do subjuntivo • futuro do presente (modo indicativo)

• variantes fonéticas em português brasileiro: [t] e [ʧ]; [d] e [ʤ]; [s] e [ʃ]; [e] e [ɛ] • variantes fonéticas em português angolano

Tradições • fotografias figurativas (L.) de início • reportagem de TV (C.O. - vídeo) de ano ......................91 • posts em redes sociais (L.) • canções: samba, MPB (C.O. – vídeo/áudio) • comentário na Internet (P.E.) É Carnaval! ............97 • crônicas (L.) • reportagem (C.O. - vídeo) • artigo de opinião (P.E.)

• léxico relacionado a carnaval

Tradições de • reportagem (C.O.) meio de ano..........103 • notícia (L.)

• futuro do subjuntivo

De véu e • post em rede social (L.) grinalda .................108 • mensagem de voz em aplicativo de comunicação instantânea (C.O. áudio / P.O.) • canções: MPB, bossa nova, samba, funk, pagode, pop, sertanejo, choro, baião, rock, pop rock (áudios)

• imperfeito do subjuntivo • léxico para descrever músicas • frases úteis para pedir e expressar opinião, concordar, discordar, sugerir

• matéria (T.) Um pouco de tradução, por que não? – Uma tradição mexicana ........... 116 Projetando-se – • entrevista (L.) • textos necessários para organização Folia de imagens.................118 de uma mostra fotográfica (produção de fotos; P.E.; L.)

TINTIM POR TINTIM Unidade 1 – Ai que saudades . . .

124

Recursos léxico-gramaticais • • • • • • • • •

Gerúndio................................................................................................................................................................. 124 Verbos jogar e brincar ........................................................................................................................................... 125 Expressões idiomáticas com cores ......................................................................................................................... 127 Expressões idiomáticas do universo do futebol ..................................................................................................... 128 Sentidos da palavra jeito ........................................................................................................................................ 130 Alimentos e bebidas ............................................................................................................................................... 132 Imperativo – formas do indicativo e do subjuntivo................................................................................................ 133 Pronomes oblíquos ................................................................................................................................................. 143 Pretérito mais-que-perfeito (modo indicativo) ...................................................................................................... 151

Unidade 2 – Um Brasil de muitos povos

154

Recursos léxico-gramaticais • • • • • • •

Voz ativa e voz passiva........................................................................................................................................... 154 Colocação pronominal............................................................................................................................................ 160 Palavras e expressões idiomáticas relacionadas ao corpo humano ........................................................................ 167 Operadores argumentativos II ................................................................................................................................ 169 Uso indeterminado do pronome você..................................................................................................................... 174 Marcadores conversacionais e interjeições ............................................................................................................ 175 Acentuação gráfica ................................................................................................................................................. 179

Unidade 3 – Fazendo festa!

180

Recursos léxico-gramaticais • • • •

Valores do subjuntivo ............................................................................................................................................ 180 Presente do subjuntivo ........................................................................................................................................... 182 Futuro do Presente (modo indicativo).................................................................................................................... 186 Futuro e Imperfeito do subjuntivo.......................................................................................................................... 189

AFIANDO A LÍNGUA Unidade 1 – Ai que saudades . . .

201

Recursos fonético-fonológicos • Revisão: Algumas diferenças entre recursos fonético-fonológicos do português e espanhol................................ 201

Unidade 2 – Um Brasil de muitos povos

204

Recursos fonético-fonológicos • Letras “e” e “o” em sílaba átona final .................................................................................................................... 204 • Sons da letra “x” .................................................................................................................................................... 205 • Vogal epentética [ɪ]................................................................................................................................................. 207

Unidade 3 – Fazendo festa!

209

Recursos fonético-fonológicos • Variantes fonéticas: [t] e [ʧ]; [d] e [ʤ]................................................................................................................... 209 • Algumas variantes fonéticas em variedades brasileiras e não-brasileiras do português ........................................ 211

Materiais complementares Com ou sem acento?

214

215

As aparências enganam: Quadro contrastivo – Falsos amigos Quadro contrastivo – Heterotônicos

224

Quadro contrastivo – Heterogenéricos Quadros de conjugação verbal Particípios 259 Sobre os autores Créditos

263

261

229

226

219

Apresentação

Já no início da década de 1980, Lombello et al. afirmavam que “um curso de português para falantes de espanhol deve realmente ser diferente dos cursos para outros estrangeiros”.1 Embora esse seja um ponto pacífico entre os pesquisadores da Linguística Aplicada, o mercado editorial evidencia, ainda hoje, uma notável carência de materiais didáticos específicos para o ensino de português para hispano-falantes. Escrito por professores e pesquisadores com ampla trajetória na área de Português como Língua Adicional/Estrangeira (PLA/PLE) e desenhado para atender a jovens e adultos que estão aprendendo em diferentes contextos (ensino médio, universidades, cursos livres, em contexto de imersão ou não), Mano a Mano: português para falantes de espanhol objetiva preencher essa lacuna. Nesse sentido, a presente publicação é um gesto político de particular importância no cenário contemporâneo, em face dos intercâmbios econômicos, culturais e científicos do Brasil com os demais países da América Latina e Espanha, bem como com os Estados Unidos, país onde grande parte dos estudantes de português é falante de espanhol, seja como língua adicional, seja como língua materna. Norteado por uma perspectiva sócio-discursiva para o ensino de PLA/PLE, Mano a Mano promove o avanço da proficiência em português a partir de movimentos transculturais, em que o(a) aluno(a) é convidado a formar uma imagem multifacetada do Brasil, em diálogo com suas próprias construções culturais, desconstruindo discursos estabilizados e ampliando seus horizontes. Para tanto, favorece o trânsito por múltiplas práticas de letramento, oferecendo oportunidades para que o(a) estudante aprimore suas capacidades de linguagem em contextos reais, ou próximos a situações autênticas de interação, ao interpretar e produzir textos – orais, escritos e multimodais – de diversos gêneros discursivos, com distintos propósitos e que estabelecem variadas relações de interlocução. Os repertórios léxico-gramaticais e fonético-fonológicos são desenvolvidos de maneira contextualizada, reflexiva e significativa, a partir de uma análise das necessidades específicas dos que falam espanhol, seja como língua materna, seja como língua adicional. Por assumir uma concepção de língua(gem) em harmonia com aquela que embasa o Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) e por apresentar tarefas semelhantes às do exame, Mano a Mano permite que estudantes e profissionais interessados em prestar o exame se familiarizem gradativamente com a natureza e o formato da prova.

xii

Apresentação

Organização da coleção Mano a Mano conta com dois volumes, cada qual possibilita o desenvolvimento de um curso de aproximadamente 60 horas em sala de aula, em contexto de imer­ são, ou 90 horas, em contexto de não-imersão .2 Os volumes estão organizados a partir de unidades temáticas, complementadas por explicações detalhadas e uma série de atividades disponíveis em dois cadernos integrados – o Tintim por tintim e o Afiando a língua −, que focam, respectivamente, recursos léxico-gramaticais e fonético-fonológicos. No quadro a seguir, encontram-se indicados os níveis contemplados nos volumes 1 e 2, tendo em vista as escalas do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras), do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR) e do American Council on the Teaching of Foreign Languages (ACTFL) Níveis correspondentes Celpe-Bras

QECR

ACTFL

Mano a Mano – volume 13

Básico

A2

Intermediário Baixo

Mano a Mano – volume 2

Intermediário

B1

Intermediário Alto

Dessa forma, o volume 1 permite levar falantes de espanhol que nunca tiveram contato significativo prévio com o português até o início do nível Intermediário do Celpe-Bras, do B1 do QECR, ou do Intermediário Médio do ACTFL. O volume 2, por sua vez, permite levar do início do Intermediário ao início do Intermediário Superior do Celpe-Bras, do início do B1 ao início do B2 do QECR, ou do início do Intermediário Médio ao início do Avançado Médio na escala do ACTFL.

Organização das unidades Cada unidade de Mano a Mano está organizada em torno de um tema central, introduzido pela seção Para início de conversa, a qual busca sensibilizar o aluno para o tema a ser desenvolvido por meio de discussões rápidas. O tema central se desdobra em alguns subtemas, estruturados a partir de um ou mais gêneros dis­ cursivos, a partir dos quais são propostas tarefas e/ou atividades de compreensão oral, leitura, produção escrita e/ou produção oral, frequentemente, de maneira integrada. Os vídeos e áudios estão disponíveis no site do Mano a Mano: https:// www.youtube.com/c/ManoaManoPortuguêsparafalantesdeespanhol. O download de alguns áudios pode ser feito acessando: ww.routledge.com/9781138096646. Recursos linguísticos são mobilizados conforme as necessidades em jogo nos gêneros, propósitos e relações de interlocução focalizados. Cada unidade se encerra com três seções:

Apresentação

Um pouco de tradução, por que não? − Propõe a tradução, para o português, de textos de distintos gêneros, produzidos por autores de diferentes países de língua oficial espanhola. Além de oferecer possibilidades para uma reflexão contrastiva entre o espanhol e o português, a seção objetiva favorecer uma reflexão sobre construções culturais do chamado “mundo hispânico”, e seus pontos de convergência e/ou divergência em relação ao “mundo lusófono”. Projetando-se − Propõe um projeto, também relacionado ao tema da unidade, em que os estudantes, por meio de um trabalho colaborativo, produzirão textos em um ou mais gêneros discursivos em situações reais – e não ficcionalizadas – de interação. Organizado em diferentes etapas, o projeto culmina em um produto final, a ser socializado na comunidade escolar e/ou fora dela. Em que pé que eu tô? – Retomando os objetivos apresentados no início da unidade, esta seção apresenta quadros de autoavaliação, a fim de que o(a) estudante possa refletir sobre sua própria aprendizagem, percebendo aspectos em relação aos quais avançou e aspectos em relação aos quais precisa aprimorar. Ao longo de todo o livro, estão presentes alguns boxes, relacionados a “hiperlinks” de textos, tarefas e atividades: As aparências enganam − Contrasta recursos léxico-gramaticais do espanhol e do português que, embora semelhantes à primeira vista, se diferenciam em termos semânticos. Fique de olho! – Chama a atenção para aspectos do português cuja aprendizagem pode causar dificuldade para um falante de espanhol. O português da gente − Focaliza fenômenos típicos do português brasileiro, frequentemente não levados em consideração no ensino dessa língua, devido a uma tradição normativa que desconsidera os fenômenos da variação e mudança linguísticas. Zoom – Dá mais informações sobre palavras, expressões e termos específicos que aparecem nos textos ou nas atividades, podendo contribuir para a ampliação de campos lexicais. Já ouviu falar? − Traz pequenas biografias de escritores, pintores, músicos e outras personalidades mencionadas no livro. Após as unidades, encontram-se dois cadernos complementares, com explicações detalhadas e atividades complementares relativas a recursos linguísticos mobilizados. Esses cadernos, aos quais docentes e estudantes podem recorrer conforme as necessidades que sentirem ao longo do processo de ensino-aprendizagem, são os seguintes: Tintim por tintim − Focaliza recursos léxico-gramaticais Afiando a Língua − Focaliza recursos fonético-fonológicos Ao fim do livro, encontram-se os seguintes materiais, que podem ser consultados conforme as necessidades surgidas ao longo do processo de ensino-aprendizagem:

xiii

xiv

Apresentação

• • • •

Com ou sem acento?, com explicações sobre acentuação gráfica Quadros contrastivos de “falsos amigos”, heterotônicos e heterogenéricos do português e do espanhol Quadros de conjugação verbal Particípios

Mano a Mano, ao tratar do ensino do português na interface com o espanhol, coloca frente a frente duas línguas tão próximas quanto diferentes, intersectadas em suas múltiplas identidades. Esperamos que você se envolva nesse jogo de espelhamento no seu processo de aprendizagem do português. Convidamos você a mergulhar conosco nesse desafio! Vamos lá?

Notas 1 LOMBELLO, L. C.; EL-DASH, L. G.; BALEEIRO, M. A. Subsídios para a elaboração de material didático para falantes de espanhol. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, n. 1, p. 117–132, 1983. 2 Salientamos que esse número estimado de horas – variável em função das características da turma em questão, entre outros fatores – não inclui as atividades realizadas em casa pelos estudantes, conforme o planejamento do(a) professor(a). 3 Considera-se que as capacidades previstas para o nível Elementar do Celpe-Bras, A1 do QECR e Principiante (Baixo, Médio e Alto) do ACTFL são, de modo geral, dadas para um falante de espanhol que nunca teve contato prévio significativo com o português.

Dois dedos de prosa com o(a) professor(a)

Caro(a) colega, Nós, que vivenciamos o dia a dia da sala de aula, sabemos que não há material que fale por si só, que preveja todos os questionamentos que podem ocorrer na construção de novos conhecimentos. Mano a Mano não pretende fugir à regra. Dadas as especificidades do público falante de espanhol, a imprevisibilidade se potencializa. Assim, o fato de que o livro tenha sido planejado de acordo com uma progressão de temas, gêneros discursivos e recursos léxico-gramaticais e fonético-fonológicos – de forma a permitir o gradativo desenvolvimento das diferentes capacidades necessárias para o desenvolvimento das chamadas quatro competências – não impede que o(a) professor(a) antecipe, por exemplo, um determinado aspecto léxico-gramatical. Para tanto, poderá recorrer a explicações e atividades do Tintim por tintim que atendam à demanda do aluno. De maneira análoga, tópicos de pronúncia aprofundados no caderno Afiando a língua poderão ser adiantados conforme as necessidades dos estudantes. Você, professor(a), certamente saberá reconhecer os momentos para adiar, adiantar ou saltar determinados pontos ou atividades do livro, segundo as especificidades de sua turma. Também fica a seu critério a forma de realização dos projetos propostos ao fim de cada unidade, que podem ser desenvolvidos ao longo de algumas semanas do curso, ou paralelamente a outras unidades. Nós, professores de Português como Língua Adicional, trabalhamos, a todo momento, com semelhanças e diferenças que provocam indagações e nos posicionam em um fluxo constante de (re)construções, no qual o “pronto não se repete”. Esperamos que este livro corresponda às suas expectativas, auxiliando-o(a) na desafiadora tarefa de construir relações, conhecimentos e identidades nas interações de sala de aula com seus aprendizes. Esperamos, ainda, que Mano a Mano seja um elemento provocador também para nós, professores, que, como todos, estamos sempre aprendendo na interface com o outro. Bom trabalho! Ana Cecília Cossi Bizon Elizabeth Maria Fontão do Patrocínio Leandro Rodrigues Alves Diniz

Unidade 1 Ai que saudades …

Os anos tornam-se longos na recordação se, ao repensá-los, encontramos numerosos fatos a desenvolver pela fantasia. Por isso, a infância parece longuíssima. Provavelmente, cada época da vida é multiplicada pelas sucessivas reflexões das que se lhe seguem: a mais curta é a velhice, porque nunca será repensada. Cada coisa que nos aconteceu é uma riqueza inesgotável: todo o regresso a ela a aumenta e acresce, dota de relações e aprofunda. A infância não é apenas a infância vivida, mas a ideia que fazemos dela na juventude, na maturidade, etc. Por isso, parece a época mais importante, visto ser a mais enriquecida por considerações sucessivas. PAVESE, Cesare. O ofício de viver: diário de 1935–1945. Lisboa: Relógio d’Água, 2004.

Com efeito, nossa infância não é somente o que de fato vivemos quando crianças, já que, a todo o momento, estamos reconstruindo e ressignificando essa experiência singular. Que tal mergulhar fundo, a partir de agora, nas suas memórias de infância?

2

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

OBJETIVOS ccAo fim desta unidade, você deverá ser capaz de … 9cIdentificar brincadeiras/brinquedos de crianças de diferentes partes do Brasil 9cRefletir sobre o lugar do futebol na vida de muitas crianças brasileiras 9cFazer feira 9cFazer alguns doces muito apreciados por crianças brasileiras 9cProduzir, socializar e fruir textos, inclusive literários, que lançam diferentes olhares sobre a infância ccPara tanto, você deverá avançar em suas capacidades para: 9cConversar sobre os temas anteriores, sobre memórias de infância; conversar para fazer feira 9cOuvir: spot de rádio* 9cAssistir: documentários, trecho de show (samba-rock), curta-metragem, propaganda de TV*, tutorial*, gravação em estúdio – canção: MPB* 9cLer: poemas, receitas, mensagens para redes sociais*, contos, notícia* 9cEscrever: receita, contos, mensagens para redes sociais*, panfleto*, manual de brincadeiras/jogos**, poema** 9cTraduzir: letra de pop rock 9cProduzir: documentário**, curta-metragem** ccPara a interpretação/produção de textos desses gêneros, você necessitará ampliar seus recursos linguísticos relativos aos seguintes pontos: 9cAlgumas diferenças entre recursos fonético-fonológicos do português e espanhol 9cAlimentos e bebidas 9cCores 9cEspaços, ações, brinquedos e brincadeiras, materiais 9cExpressões idiomáticas com cores* 9cExpressão de preferências 9cFenômenos característicos de variedades prestigiadas e não-prestigiadas do português brasileiro 9cFrutas, legumes e verduras 9cPalavras e expressões idiomáticas do universo do futebol 9cGerúndio 9cImperativo – formas do indicativo e do subjuntivo 9cPretérito Mais-que-perfeito (modo indicativo) 9cPronomes oblíquos 9cReceitas 9cIda à feira 9cSentidos da palavra jeito 9cVerbos jogar e brincar* * presente apenas no Tintim por tintim **conforme as escolhas feitas pelo(a) estudante e pela turma quando da realização do projeto ao fim da unidade

Ai que saudades …

PARA INÍCIO DE CONVERSA … 1.

Observe as fotos e discuta com seus colegas:

3

4

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

a) Que memórias essas fotos evocam em você? b) Você conhece todas as brincadeiras, jogos e brinquedos em destaque nas fotos? Escreva, ao lado de cada uma delas, seus nomes, com base na lista seguinte: pipa/papagaio amarelinha balanço bolinha de gude carrinho corda futebol gangorra pique-esconde/esconde-esconde c)

Que outras brincadeiras, jogos e brinquedos foram ou são comuns em seu país? d) Você tem saudades de sua infância? Em caso positivo, do que você mais sente saudades?

AS APARÊNCIAS ENGANAM português pipa/papagaio cachimbo − −

espanhol cometa pipa

Quando eu era criança, eu adorava empinar/ soltar pipa com meu pai. Fumar cachimbo prejudica os pulmões.

Território do Brincar 2.

Você vai assistir a três documentários produzidos pelo programa Território do Brincar. Veja como o programa é apresentado em seu site:

“O programa Território do Brincar é um trabalho de escuta, intercâmbio de saberes, registro e difusão da cultura infantil. Entre abril de 2012 e dezembro de 2013, os documentaristas Renata Meirelles e David Reeks, acompanhados de seus filhos, percorreram o Brasil. Eles visitaram comunidades rurais, indígenas, quilombolas, grandes metrópoles, sertão e litoral, revelando o país através dos olhos de nossas crianças. Renata e David registraram as sutilezas da espontaneidade do brincar, que nos apresenta a criança a partir dela mesma. Em cada encontro surgiam intensas trocas e diálogos, por meio de gestos, expressões e saberes que foram cuidadosamente registrados em filmes, fotos, textos e áudios. Um intercâmbio onde pesquisadores e crianças se encontraram no fazer e no brincar, sempre aprendendo um com o outro”. Disponível em: . Acesso em: 06 ago. 2018.

Após assistir aos vídeos, responda: em que medida você considera que os documentaristas cumpriram os objetivos a que se propuseram? Vídeos disponíveis em: www.youtube.com/watch?v=_Ham4DorpAk www.youtube.com/watch?v=u0THpCXhyjw www.youtube.com/watch?v=MX0u77Ykop8 Acesso em: 30 dez. 2018.

Ai que saudades …

Operadores argumentativos I 3.

Como você viu, os vídeos retratam uma diversidade de espaços, onde diferentes crianças participam de variadas brincadeiras, ou brincam com distintos brinquedos, produzidos com uma série de materiais. Na próxima página, complete as frases exemplificando como a heterogeneidade é construída nos vídeos. Utilize o vocabulário do quadro a seguir, empregando os verbos no gerúndio quando necessário:

Espaços

aldeia indígena – condomínio (fechado) – dunas – favela – litoral – mar – praia – quintal – rio – rua – sala de estar – zona rural – zona urbana

Ações

amarrar – arrumar – correr – costurar – dançar – empinar – empurrar – equilibrar – escorregar – gargalhar – gritar – martelar – montar – pendurar – pular – puxar – recortar – remar – rir – rolar – segurar – serrar – sorrir – varrer

Brinquedos / arco e flecha – barquinho – boneca – brincadeiras de mão – cama de gato – caneca – canoa – Brincadeiras carrinho de rolimã – carrocinha – casinha – cavalinho – chaleira – ciranda – comidinhas – corda – elefante colorido – estilingue – fantasias – máscaras – panela –panelinhas – pipa / papagaio – pique-pega – polícia e ladrão Materiais

areia – barbante – folha de palmeira – garrafa pet – gravetos – madeira – pano – pedra – plástico – tecido

FIQUE DE OLHO! Gerúndio (andando, comendo, saindo …) O gerúndio é formado a partir do radical do verbo, acrescido de -ando, -endo ou – indo. Ao contrário do que ocorre em espanhol, não há irregularidade na formação do gerúndio em português.

O PORTUGUÊS DA GENTE O sufixo de gerúndio – ndo é, frequentemente, pronunciado sem o [d] na linguagem cotidiana. Exemplos: – andando [ãn'dãnʊ] – vendendo [vẽ'dẽnʊ] – assistindo [asis'tĩnʊ] Tintim por tintim (p. 124): Gerúndio

ZOOM • Condomínio (fechado) − conjunto de unidades residenciais habitadas, em geral com portaria 24 horas, em que o acesso de pessoas e veículos é controlado, como forma de oferecer a seus moradores uma sensação de maior segurança. As áreas de uso comum de um condomínio (a exemplo de academia, espaço gourmet, quadras de esporte, piscina, playground, sauna, jardins, salão de festas, churrasqueira) variam conforme seu padrão. Grande parte dos condomínios fechados se localiza em áreas mais afastadas do centro. • favela − conjunto de moradias simples, frequentemente desprovido de infraestrutura de urbanização (rede de esgoto, abastecimento de água potável, coleta de lixo, transporte coletivo etc.), construídas principalmente nas encostas dos morros, nas margens de córregos, rios e canais. Parte da paisagem de diferentes cidades brasileiras, as favelas refletem a desigualdade social no Brasil.

5

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

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FIQUE DE OLHO! A sílaba forte da palavra vídeo é a primeira. a)

Além de retratar crianças que moram no estado de ____________________________, os vídeos ________________________________________________________________________

b) Os vídeos não só mostram um menino _________________________________________, mas também ________________________________________________________________ c)

Os vídeos apresentam tanto ______________________________________________ quanto ____________________________________________________________________

c)

Mais do que _____________________________________________________________, os vídeos _____________________________________________________________________

d) O vídeo ___________________ focaliza ________________________________, ao passo que ______________________________________________________________________ e)

Os vídeos abordam _________________________________________________________ Além disso, _______________________________________________________________

f)

Enquanto o vídeo _____________ mostra ________________________________, o vídeo __________________________________________________________________________

g) Por um lado, há cenas de ________________________________________. Por outro, __________________________________________________________________________ h) __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ i)

__________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________

AS APARÊNCIAS ENGANAM português enquanto assim que – –

Enquanto ele estava brincando de panelinha, a irmã jogava bola. Assim que batia o sinal do intervalo, a turma corria para o pátio da escola.

português cena jantar – –

espanhol mientras en cuanto

espanhol escena cena

A cena final do espetáculo foi linda, não foi? O jantar estava uma delícia. Queria ter repetido, mas fiquei com vergonha.

Ai que saudades …

4.

Apesar da diversidade representada nos vídeos, há elementos que unem todas as crianças. Quais?

Recursos léxico-gramaticais e fonético­ fonológicos: marcas de variedades prestigiadas e não-prestigiadas do português brasileiro 5.

Nos vídeos, aparecem variedades estigmatizadas do português brasileiro, que apresentam marcas que as diferenciam das chamadas variedades “prestigiadas”. a)

ZOOM – CORES verde azul amarelo branco(a) preto(a) cinza laranja vermelho(a) rosa roxo(a) marrom As tonalidades das cores podem ser especificadas por meio das palavras claro ou escuro. Exemplos:

– azul-claro Abaixo, encontra-se uma transcrição aproximada das – azul-escuro explicações das irmãs gêmeas sobre a brincadeira focalizada no início de um dos vídeos. A transcrição tenta reproduzir algumas características fonéticas das falas, e não a escrita convencional:

Aí nóis tem que corrê i ela tem que falá uma cor pra nóis tentarmos corrê pra pegá até na cor . Si ela corrê i alcançá nóis, nóis … aí nóis perdi, ela pega e ganha. Si as … Si nóis duas conseguiu pegá na cor, ela vai i perdi . Si nóis pegá … num pegá i ela pegá nóis antes di nóis chegá na cor, aí ela pega e ganha Cêis intendeu? Observe que, na transcrição, encontram-se tanto marcas típicas do português brasileiro de maneira geral – comuns inclusive nas variedades orais prestigiadas da língua –, quanto marcas da variedade específica falada pelas gêmeas, comumente observadas em variedades populares do português. Identifique-as, acrescentando novos exemplos na segunda coluna do quadro. Em seguida, assinale a penúltima coluna se o fenômeno focalizado disser respeito ao português brasileiro de maneira geral, ou a última caso ele seja mais característico de variedades desprestigiadas:

AS APARÊNCIAS ENGANAM português roxo vermelho – –

espanhol púrpura rojo

Ele ficou com o olho roxo depois do soco que levou. A bandeira do Japão é vermelha e branca. Tintim por tintim (p. 127): Expressões idiomáticas com cores

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8

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Fenômeno Ditongação

Exemplos no vídeo

Marca do português brasileiro de modo geral?

Marca de variedades estigmatizadas do português brasileiro?

Nóis (nós) ___________

Pronúncia da letra “e” com som de [I] em sílaba átona final

i (pronúncia da conjunção “e”) ____________ ____________

Redução do -r de infinitivo

falá (falar) ____________ ____________ ____________ ____________

Redução de palavras

Cêis (vocês) ____________

Falta de concordância entre verbo e sujeito

Nóis duas conseguiu (nós duas conseguimos) ____________

b) Se você fosse o diretor desses vídeos, evitaria falas de crianças que não utilizam as formas mais prestigiadas do português? Justifique. 6.

É possível perceber, nos vídeos, uma divisão de gênero: algumas brincadeiras e alguns brinquedos aparecem mais associados a meninas do que a meninos, ou vice-versa. a) Dê exemplos de brincadeiras/brinquedos que sinalizam essa possível divisão. b) Em seu país, é comum se pensar que “há brinquedos/brincadeiras de meninos, e outras de meninas”? Você concorda com essa afirmação? Tintim por tintim (p. 125): Verbos jogar e brincar

Uma história de futebol 7.

Você ouvirá o samba-rock “Fio Maravilha”, do compositor carioca Jorge Ben, lançado em 1972. Nessa canção, o artista homenageia o jogador de futebol João

FIQUE DE OLHO! Em português, a sílaba forte da palavra futebol é a última. Além disso, observe que essa palavra tem três sílabas, e não duas.

Ai que saudades …

Batista Sales, que ganhou o apelido de “Fio Maravilha” após marcar o gol da vitória, por 1×0 do Flamengo, time de Jorge Ben, contra o Benfica, de Portugal. Após um advogado, amigo de Fio, procurar a justiça para reclamar direitos autorais em favor do jogador, Jorge Ben mudou o nome da canção para “Filho Maravilha”. Embora tenha sido composta em 1972, a canção é, ainda hoje, um clássico em rodas de violão e pistas de dança no Brasil. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

Ouça a canção e responda: a) Como você viu, a canção foi composta para registrar um momento de alegria para a torcida do Flamengo. Na sua perspectiva, os elementos da linguagem musical empregada contribuem para a consecução desse fim? Justifique. b) Considere, agora, a letra da canção: • De que maneira a jogada que resultou no gol da vitória é descrita? • Como o jogador Fio Maravilha é descrito na canção?

Revisão: algumas diferenças entre recursos fonético-fonológicos do português e espanhol 8.

Vamos relembrar algumas diferenças entre o quadro fonético-fonológico do português e do espanhol? a) Escute e repita as duas palavras a seguir, concentrando-se nas sílabas destacadas: Fio Maravilha Você consegue distinguir bem as sílabas “fi” e “vi” dessas palavras? Como você explicaria a diferença de pronúncia entre “f” e “v”? b) Escute e repita agora outras palavras do refrão que têm as letras “f” e “v”: você c)

faz

ver

Escute e repita as palavras a seguir, concentrando-se nos sons nasais destacados. inspiração

emoção

explosão

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

d) Escute e repita as palavras a seguir. As letras destacadas têm o mesmo som nas quatro palavras? Justifique. anjo e) 9.

gente

jogada

chegou

Agora, cante a canção de Jorge Ben, atentando-se à pronúncia dos sons em relação aos quais você tem maior dificuldade.

O futebol está presente em diferentes cantos do Brasil. É muito comum as crianças baterem bola em diversos espaços das cidades e em campinhos da zona rural e de muitas comunidades indígenas.

Você vai assistir a um curta-metragem intitulado “Uma história de futebol”. Enquanto assiste, faça anotações para responder às perguntas a seguir.

Vídeo disponível em: http://portacurtas. org.br/filme/?name=uma_historia_de_ futebol. Acesso em: 30 dez. 2018.

Gênero: Ficção Subgênero: Infantil Diretor: Paulo Machline Elenco: Andréa Di Maio, Anselmo Stocco, Eduardo Santos, Frederico Betcher, José Rubens Chachá, Magda Miranda, Marcos Leonardo Delfino, Tina Rinaldi Duração: 21 min Ano: 1998 Formato: 35mm País: Brasil Local de Produção: SP a)

Logo no início do filme, o narrador faz a seguinte afirmação: A coisa mais importante para um menino de 10 anos é o seu time de futebol . Discuta com seus colegas:

• •

Em seu país essa afirmação também faria sentido? Na época retratada no filme, era comum apenas os meninos jogarem futebol. Você tem ideia de como é isso hoje no Brasil? E em seu país?

Ai que saudades …

b) Anote palavras que pertençam ao universo do futebol e que aparecem ao longo do filme. Elas são iguais em espanhol ou há diferenças? Ex: pelada c)

Conforme relatado pelo narrador, estava assim escalado o time de Zuza e Dico, o Sete de Setembro, de Bauru. Goleiro: Azeitona Zaga: Bala, Espagueti, Tom Mix e Veludo Meio campo: Cosme e Damião Ataque: Arigatô, Pé de Cabra, Dico e Zuza Após assistir ao filme, dê explicações para cada um desses apelidos: •

Azeitona



Bala



Espagueti



Tom Mix



Veludo



Cosme e Damião



Arigatô



Pé de Cabra

d) O técnico do time, Seu Landão, mancava de uma das pernas. O que aconteceu com Seu Landão antes de se tornar técnico dos garotos? f)

Qual era o papel da mãe do Seu Landão no time Sete de Setembro de Bauru?

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JÁ OUVIU FALAR? Edson Arantes do Nas­ cimento, conhecido como Pelé (Três Corações, 23 de outubro de 1940), é um ex-futebolista brasileiro que atuava como meia-atacante, considerado por muitos o maior futebolista da história. Começou sua carreira no Santos Futebol Clube aos 15 anos, entrou na Seleção Brasileira de Futebol aos 16 e venceu sua primeira Copa do Mundo de futebol aos 17. Pelé permaneceu no Santos por quase duas décadas, até 1974. Com o atleta no elenco, o Santos atingiu seu auge nos anos de 1962 e 1963, em que conquistou os torneios intercontinentais. Em 1975, transferiu-se para o New York Cosmos, onde encerrou sua carreira após dois anos nos Estados Unidos. Sua técnica e capacidade atlética foram universalmente elogiadas e, durante sua carreira, ficou famoso por suas habilidades de drible, cabeceio e chute, responsáveis por lances históricos. É o maior artilheiro da história da seleção brasileira e o único futebolista a ter feito parte de três equipes campeãs de Copa do Mundo. Adaptado de: . Acesso em 26 jul. 2018.

AS APARÊNCIAS ENGANAM Lembre-se de que, em português brasileiro, apelido não se refere ao nome de família, e sim, a uma forma – carinhosa, depreciativa, prática – de fazer referência a alguém. Exemplo: –

Eu me chamo Luciana, mas pode me chamar pelo meu apelido: Lu.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

g) A infância dos garotos foi marcada pela Copa do Mundo do Brasil de 1950, em que, na final, no Maracanã, o Brasil perdeu do Uruguai. Que efeito esse evento teve na vida de Dico? h) Transcreva frases presentes no filme que descrevam o menino Dico e sua relação com o futebol. i)

Qual é o apelido pelo qual Dico passou a ser conhecido depois de adulto?

j)

Retome o último trecho da narrativa de Zuza.

Eu também cresci. Hoje eu sou uma pessoa comum, com uma história comum. Se bem que talvez nenhuma história, nenhuma pessoa, sejam realmente comuns. Nem o Azeitona, nem o Bala, nem o Tom Mix, nem o Veludo, nem o Cosme e Damião, nem Arigatô, nem Pé de Cabra, nem eu, e nem o Pelé, que pra mim, vai ser sempre o meu amigo Dico.

JÁ OUVIU FALAR? Marta Vieira da Silva, mais conhecida como Marta (Dois Riachos, 19 de fevereiro de 1986), é uma futebolista brasileira que atua como atacante. Marta já foi escolhida como melhor futebolista do mundo por cinco vezes consecutivas, um recorde entre mulheres e homens. Foi considerada pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009. Em 2015, ela se tornou a Maior Artilheira da História das Copas do Mundo de Futebol Feminino, com 15 gols, e também se tornou a Maior Artilheira da História da Seleção Brasileira (contando a Masculina e a Feminina) com 110 gols. É considerada a maior futebolista de todos os tempos. Fonte: . Acesso em: 01 nov. 2020.

A turma deverá se dividir em grupos. Inspirado(a) pela afirmação do narrador, cada aluno(a) deverá compartilhar, oralmente, uma história de sua infância. Tal como no curtametragem, o título deverá ser “Uma história de …”. Lembre-se de que um episódio aparentemente banal, sob sua perspectiva atual, pode ter sido um evento muito importante para você, na época. Em seguida, cada grupo deverá compartilhar, com toda a turma, a história mais interessante que ouviu.

Tintim por Tintim (p. 128): Expressões idiomáticas do universo do futebol

Ai que saudades …

A infância na poesia brasileira 10. Você lerá um dos poemas mais célebres da literatura brasileira: “Meus oito anos”, escrito por Casimiro de Abreu. Qual é o principal sentimento expresso no poema? Como você definiria esse sentimento? Como você o traduziria para o espanhol?

Meus oito anos Casimiro de Abreu Oh! souvenirs! Printemps! Aurores! V. Hugo Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais!

Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, Da camisa aberta o peito, – Pés descalços, braços nus – Correndo pelas campinas A roda das cachoeiras, Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis!

Como são belos os dias Do despontar da existência! – Respira a alma inocência Como perfumes a flor; O mar é – lago sereno, O céu – um manto azulado, O mundo – um sonho dourado, A vida – um hino d’amor!

Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas, Brincava à beira do mar; Rezava as Ave-Marias, Achava o céu sempre lindo. Adormecia sorrindo E despertava a cantar!

Que aurora, que sol, que vida, Que noites de melodia Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar! O céu bordado d’estrelas, A terra de aromas cheia As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar! Oh! dias da minha infância! Oh! meu céu de primavera! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã! Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delícias De minha mãe as carícias E beijos de minha irmã!

Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! – Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras A sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais!

ABREU, Casimiro de. Meus oito anos. Disponível em: . Acesso em: 07 ago. 2018.

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JÁ OUVIU FALAR? Casimiro José Marques de Abreu (Barra de São João – RJ, 1839 – Nova Friburgo – RJ, 1860) foi um poeta brasileiro, patrono da cadeira n. 6 da Academia Brasileira de Letras. Aos treze anos, muda-se para a cidade do Rio de Janeiro, para trabalhar no comércio. Entre 1853 e 1857, reside em Portugal, onde inicia sua carreira literária. Em 1859, publica seu único livro de poemas − “As Primaveras” −, em que se encontram seus temas prediletos, que o identificam como poeta da segunda geração do romantismo: a nostalgia da infância e da terra natal, o gosto pela natureza, a religiosidade ingênua, o pressentimento da morte, a exaltação da morte, a devoção pela pátria e a idealização da mulher amada. Com vida boêmia, contrai tuberculose, falecendo em 1860, aos 21 anos de idade. Fonte: . Acesso em: 20 out. 2018.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

11. Releia o poema e responda, em grupos, às questões a seguir: a) Descreva o cenário retratado pelo eu-lírico. b) Como era a relação do eu-lírico com sua família, durante sua infância? c) Que comparações o eu-lírico estabelece entre sua infância e sua vida adulta? d) A palavra “aurora” assume o mesmo sentido na primeira e na terceira estrofe? Justifique. e) Observe os seguintes versos: Como são belos os dias Do despontar da existência! – Respira a alma inocência Como perfumes a flor A palavra “como” tem a mesma função em suas duas ocorrências na estrofe anterior? Em espanhol, como ela seria escrita em cada verso? f)

Concentre-se agora, nos aspectos formais do poema, relacionando-os com os possíveis efeitos de sentido produzidos pelo texto: • • • •

Faça a escansão dos demais versos do poema. Quantas sílabas poéticas eles têm? O que você poderia comentar sobre as rimas do poema? De que forma a métrica e as rimas do poema contribuem para a produção dos efeitos de sentido do texto? Como você interpreta a presença dos travessões na segunda estrofe?

ZOOM A escansão de um verso consiste na contagem de suas sílabas poéticas, que não são contadas da mesma maneira como contamos as sílabas gramaticais. Na contagem das primeiras, as principais regras a serem observadas são as seguintes: •

Quando a última sílaba de uma palavra termina em vogal, e a primeira da sílaba seguinte inicia-se por vogal ou pela letra “h” (desde que as duas vogais não sejam fortes), configura-se uma única sílaba poética.



Não se contam as sílabas que estão após a última sílaba forte do verso.

Observe a escansão dos dois primeiros versos do poema lido: eles têm sete sílabas poéticas. Oh! Que sau da des que te 1

2

3

4

5

6

nho

7

Da au ro ra da mi nha vi da 1

2

3

4

5

6

7

Ai que saudades …

12. Procure agora o poema “Ai que saudades”, de Ruth Rocha, e discuta com seus colegas as questões propostas: a)

Compare a maneira como a infância é caracterizada nos dois poemas. b) O poema “Ai que saudades” estabelece um diálogo com o texto “Meus oito anos”. Essa retomada por parte de Ruth Rocha implica a reafirmação do que é dito no poema de Casimiro de Abreu? Comente. c) O termo “saudades” assume os mesmos sentidos nos poemas de Casimiro de Abreu e Ruth Rocha? Por quê? d) Que infância se aproxima mais da vivenciada por você: a descrita por Casimiro de Abreu ou por Ruth Rocha? e) Você acha que a infância caracterizada por algum dos poetas corresponde à da maior parte das crianças brasileiras? Por quê? f) A menina do poema de Ruth Rocha é caraterizada, em um verso, como “sem jeito”. O que você entende por essa expressão? Você também se sentia sem jeito quando criança? g) E você? Tem saudades da sua infância? Comente. Tintim por tintim (p. 130): Sentidos da palavra “jeito”

15

JÁ OUVIU FALAR? Ruth Machado Lousada Rocha (São Paulo – SP, 1931) é uma escritora brasileira de livros infantis. Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Foi orientadora educacional, autora de textos sobre educação para revista Cláudia e coordenadora do departamento de publicações infanto-juvenis da editora Abril. Recebeu diferentes prêmios, incluindo da Academia Brasileira de Letras e oito prêmios Jabuti, tendo sido eleita membro da Academia Paulista de Letras em 2008. Com mais de duzentos títulos publicados, Ruth Rocha já foi traduzida para vinte e cinco idiomas. Dentre suas obras mais conhecidas, está o best-seller Marcelo, Marmelo, Martelo, que já vendeu mais de um milhão de livros. Fonte: . Acesso em: 17 out. 2018.

Exprimindo preferências (revisão) 13. O poema Ai que saudades faz alusão a uma série de fatos cotidianos que podem ser desagradáveis para uma criança. Registre, abaixo, algumas coisas que incomodavam o eu-lírico, utilizando o verbo “gostar”. a)

_____________________________________ ____________________________________

FIQUE DE OLHO! Lembre-se de que o verbo gostar demanda, em português, a preposição de. Observe também que, quando usamos este verbo, a estrutura da frase é diferente da do espanhol.

b) ______________________________________________________________ c)

______________________________________________________________

d) ______________________________________________________________

16

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

14. Traduza para o português as seguintes frases: Espanhol

Português

No me encantaban las remolachas. No le gustaba la espinaca.

15. Escreva, agora, frases respondendo à questão: do que você gostava e não gostava de fazer quando criança. Use os seguintes verbos: gostar (de) – amar – adorar – detestar – odiar – preferir _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________

Imperativo – formas do indicativo

O PORTUGUÊS DA GENTE

– Eu prefiro chocolate branco (do) que preto (linguagem cotidiana) – Eu prefiro chocolate branco ao preto (construção recomendada pela gramática normativa, em desuso no português brasileiro corrente, exceto em textos formais)

16. Dizem que é de pequenino que se torce o pepino. A criança representada no poema de Ruth-Rocha estava sujeita a uma série de ordens, para as quais sempre tinha que “dizer amém”. Copie, a seguir, os versos em que o eu-lírico retoma ordens relativas: a) à aparência pessoal: _______________________________________________________ b) a compromissos escolares: __________________________________________________ c) à maneira de se relacionar com visitas: ________________________________________ d) à organização da casa: ____________________________________________________ e) à proibição de cutucar o nariz: ________________________ FIQUE DE OLHO! ________________________________________________ f) a roupas: _________________________________________ A palavra nariz é mascug) ao horário de ir dormir: _______________________________ lina em português. h) ao modo de andar: __________________________________ – Ele está com o nariz todo avermelhad o devido à i) ao modo de se sentar: _______________________________ gripe. Os verbos dos versos que você copiou estão nas formas indicativas do modo imperativo, bastante utilizadas em português brasileiro, sobretudo com a pessoa com quem se fala (você). Veja o quadro a seguir: Verbo

Presente do indicativo

Imperativo – formas do indicativo

falar (1ª conjugação )

Tu fala(s) Você fala

Fala!

correr (2ª conjugação )

Tu corre(s) Você corre

Corre!

mentir (3ª conjugação )

Tu mente(s) Você mente

Mente!

Observe que essas formas do imperativo são idênticas às do Presente do subjuntivo.

Ai que saudades …

17. Escreva agora algumas ordens ouvidas em sua infância, para as quais você teve sempre que dizer “amém”. Use as formas indicativas do imperativo. Exemplo: – Menino, desliga a televisão e vai dormir!

a)

______________________________________________________________

b) ______________________________________________________________ c)

______________________________________________________________

d) ______________________________________________________________ e)

______________________________________________________________

Campeão, hoje vai o quê? 18. A menina retratada no poema de Ruth Rocha não gostava de espinafre e beterraba. De fato, frequentemente, crianças não são muito fãs de frutas, verduras e legumes … A turma deverá se organizar em trios para simular uma situação de compra em uma feira de rua. Um(a) dos(das) integrantes fará o papel de uma criança; o(a) outro(a) deverá fazer o papel do pai / da mãe dessa criança; a terceira pessoa representará um(a) feirante. Na feira, o pai / a mãe e a criança param em uma barraca. Depois que o pai / a mãe escolhe os primeiros produtos, a criança começa a reclamar, dizendo que não vai comer nada daquilo. O feirante se diverte com a situação e oferece algumas frutas para a criança experimentar. A criança acaba ajudando a escolher alguns dos alimentos que o pai / a mãe levará. Esse tenta pechinchar o valor da compra com o feirante. Ao simular a conversa, recorra ao quadro a seguir quando necessário.

17

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Frutas abacate abacaxi açaí acerola amora banana cajá caqui carambola cereja coco cupuaçu

figo framboesa goiaba jabuticaba jaca jambo kiwi laranja limão maçã mamão manga

maracujá melancia melão morango pequi pera pêssego pitanga tamarindo tangerina uva

brócolis cebola cenoura couve couve-flor espinafre mandioca

milho pepino pimentão rabanete repolho tomate vagem

Verduras e legumes abóbora alface aspargo batata batata-doce berinjela beterraba Atendendo o cliente/freguês – – – –

Pois não? Posso ajudar, senhor(a)? Quer ajuda, moça? moço? Oi, moço(a), hoje vai levar o quê? senhor(a),

Solicitando algo – – –

– –

Você me vê uma dúzia de ovos, por favor? O senhor um pé de alface, A senhora um maço de couve, uma dúzia de bananas, meio quilo de azeitonas, duas caixas de morango, um cacho de uvas, Eu queria um pastel de queijo, por favor. carne, palmito, Moço, não sei escolher abacaxi direito. Você pode me dar uma ajudinha? mãozinha?

Ai que saudades …

Perguntando e informando o preço – – – –

Quanto tá a tapioca? a laranja? a batata? A melancia tá (saindo) quanto? por quanto? R$9,20 (nove e vinte) a dúzia. R$ 0,90 (noventa centavos) o quilo.

Comentando o preço/Pechinchando – – – –

Que barato!/Até que o preço tá bom. Por que o morango tá tão caro? Tá fora de época por acaso? Tá meio caro. Acho que não vou levar, não. Não tá muito em conta não, hein? Dá pra fazer um descontinho?

Fazendo o pagamento – – –

Vocês aceitam cartão de crédito? Posso pagar no cartão de débito? Desculpa, só estou com uma nota de R$100. Você tem trocado?

Finalizando a venda – – –

Confere para ver se o troco tá certinho, por favor. Você quer seu comprovante (do cartão)? Você quer uma sacolinha?

Finalizando a compra – –

Mais alguma coisa?/ O que mais? Hoje é só isso./ Não, é só isso mesmo, obrigado(a).

Tintim por tintim (p. 132): Alimentos e bebidas

19

20

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

19. Se frutas, verduras e legumes, frequentemente, não são populares entre crianças, há vários doces que são quase unanimidade entre elas no Brasil. Um deles é o brigadeiro. Quer saber sua receita? Leia-a abaixo.

Brigadeiro Ingredientes • • • •

1 lata de leite condensado; 4 colheres (sopa) de chocolate em pó; 1/2 colher (sopa) de manteiga; chocolate granulado para enfeitar.

No lugar do chocolate granulado, também se pode usar coco ralado tipo fino.

Preparo 1

2 3 4 5

Derreta a manteiga em uma panela, despeje o leite condensado e o chocolate em pó. Misture sempre em fogo médio a baixo até obter fervura, engrossar e soltar do fundo. Retire do fogo e deixe amornar. Unte as mãos com manteiga e vá enrolando a mistura (mais ou menos uma colher de sopa) em bolinhas. Passe as bolinhas pelo chocolate granulado. Se desejar, coloque-as em forminhas de papel.

Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2018.

Imperativo – Formas do subjuntivo (faça!) Na receita do brigadeiro, são empregados verbos no imperativo. “Derreta a manteiga em uma panela, despeje o leite condensado e o chocolate em pó. Misture sempre em fogo médio a baixo até obter fervura, engrossar e soltar do fundo”. Essas são as formas subjuntivas do modo imperativo, diferentes das formas indicativas, que você estudou há pouco. As formas subjuntivas também são utilizadas em placas, panfletos, manuais de instruções, dentre outros gêneros.

Ai que saudades …

20. Complete o quadro abaixo com as formas subjuntivas do modo imperativo: Imperativo - formas do subjuntivo deixar (Tu)

deixe

(Você)

fazer faça



sirva

faça

(Nós) (Vocês)

servir

sirvamos deixem

O radical das formas subjuntivas do imperativo é formado a partir do radical de qual pessoa do presente do indicativo?

21. Leia agora a receita de outro doce que costuma dar água na boca das crianças: beijinho. Conjugue os verbos entre parênteses na forma adequada.

Beijinho Ingredientes • • • •

1 lata de leite condensado (395 gramas); 2 xícaras (chá) de coco fresco ralado (1 coco); 1 colher (sopa) de manteiga; 1 colher (chá) de baunilha.

Preparo 1 2 3 4

________________________ (Juntar) todos os ingredientes e _____________ (levar) ao fogo, mexendo sempre, até soltar completamente do fundo da panela. ________________________ (Despejar) num prato untado e _______________ (deixar) esfriar. Depois de frio, ________________________ (enrolar) os docinhos e _________ (passar)-os pelo açúcar cristal. ________________________ (Colocar)-os em forminhas de papel e __________ (decorar)-os a gosto, com confeito prateado ou 1 cravo da índia. Rendimento: de 35 a 40 docinhos

Nota: Para a lata grande de leite condensado, ________________________ (usar): • • •

4 xícaras (chá) de coco fresco ralado; 2 e 1/2 colheres (sopa) de manteiga; 1 colher (chá) de baunilha.

Rendimento: de 100 a 110 docinhos. Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2018.

Tintim por tintim (p. 133): Imperativo – formas do indicativo e do subjuntivo

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Objetos de infância 22. Você se lembra de algum objeto que marcou sua infância? Talvez um brinquedo, um diário, uma boneca, um livro … ? Você se lembra de algum episódio relacionado a esse brinquedo? Conte para seus colegas. 23. Você lerá um conto escrito pelo professor peruano Segundo Nilo Mestanza Muñoz, estudante de português. Nele, o autor destaca a importância que um brinquedo teve em sua infância.

Casquinha … meu pedacinho de céu Casquinha era meu palhaço de pano. Ele era muito especial, suave, macio, com camisa vermelha e calça xadrez com suspensórios. Tinha dois olhos grandes como uvas, um nariz avermelhado como tomate e um sorriso malandro, que maravilhava grandes e pequenos. Ele tinha tanto charme e graça que se sobrepunha às musas e aos heróis criados pelos poetas e escritores. Casquinha era um palhaço muito feliz e compartilhava minha caixa junto com meus outros brinquedos. Desde que o conheci, ele somente me trouxe alegrias. Foi meu companheiro e confidente, presente nos momentos mais marcantes de minha vida. Era muito especial, pois, além de ser lindo, foi um presente de minha mãe Rosita. Anos mais tarde, compartilhava um cantinho junto com meus livros. Em meus anos de moleque, foi o companheiro de toda brincadeira. Certa vez, um colega lhe arrancou o nariz. Eu lembro que não sabia costurar, e foi minha primeira experiência com uma agulha e uma linha. Seu nariz ficou tão mal costurado que parecia um cacho de uva pendurado, mas ficou charmoso e engraçado, e fiquei feliz de tê-lo novamente em casa. Mas, como meus avós vivem dizendo, nosso destino está traçado nas estrelas. Eu sabia que teria que partir para outras terras afastadas, lá onde a brisa é mais suave que nuvens de algodão, e onde, após uma sensual chuva de verão, sai o sol. Ainda me lembro do dia em que eu parti. Era uma sexta-feira de inverno. Dei uma olhada em tudo o que me rodeava. Suspirei e vi sentado o grande companheiro de muitas alegrias: era Casquinha! Senti que era a despedida. Seus olhos me olhavam tristes e vidrados. Dei-lhe um abraço. E, como em uma cena de cinema, meus sentimentos me traíram. Não sabendo distinguir entre o real e o imaginário, senti que uma lágrima de Casquinha havia molhado minha alma, e, com essa doce imagem, parti de minha terra, deixando meus seres queridos. Foi a última vez que o vi, e, desde então, sua bela imagem sempre me acompanha, ficando guardada num cantinho muito especial de meu coração. Anos depois, descobri que ele ficou esquecido por um bom tempo, no frio, em um solitário cantinho de meu quarto. Imagino que deve ter começado a encher-se de poeira, até que, certo dia, minha mãe o pegou e deu de presente para alguém. Sei que ele deve estar contente, porque partiu para viver novas aventuras, criando um mundo de magia e fantasia para outra criança. MUÑOZ, Segundo Nilo Mestanza. Casquinha … meu pedacinho de céu, mimeo.

Ai que saudades …

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24. Embora possa variar bastante, a estrutura de um gênero ficcional em que predomina a narração se aproxima, frequentemente, da abaixo apresentada: • Apresentação (definição do espaço, do tempo e dos personagens) • Complicação (perturbação da situação inicial e estabelecimento de uma tensão, que cria uma expectativa no leitor em relação ao que acontecerá na sequência) • Clímax (ponto mais alto de tensão no texto, que mais afeta o protagonista da narrativa) • Desfecho (estabelecimento de um novo estado, diferente daquele do início da narrativa, após a resolução, ou não, da complicação) Analise a estrutura do conto “Casquinha … meu pedacinho de céu”, registrando suas partes no quadro a seguir. Apresentação Complicação Clímax Desfecho

ZOOM

Filmes, romances, histórias em quadrinhos, fábulas, contos … Inúmeros são os gêneros que circulam em nossa sociedade nos quais predomina o tipo narrativo. Leia, abaixo, o que diz o filósofo e linguista búlgaro Tzevtan Todorov sobre uma “narrativa ideal”. “A intriga mínima consiste na passagem de um equilíbrio a outro. Uma narrativa ideal começa por uma situação estável que uma força qualquer vem perturbar. Daí resulta um estado de desequilíbrio; por ação de uma força dirigida em sentido inverso, o equilíbrio é restabelecido; o segundo equilíbrio é semelhante ao primeiro, mas os dois nunca são idênticos. Há, por conseguinte, dois tipos de episódios na narrativa: os que descrevem um estado (de equilíbrio ou de desequilíbrio) e os que descrevem a passagem de um estado a outro”

Todorov, Tzvetan. Poética da prosa. Lisboa: Edições 70, 1971, p. 124.

Entre os diferentes gêneros em que predomina a narrativa, encontra-se o conto, um gênero ficcional conciso, com poucos personagens, que focaliza um único conflito. Em geral, o enredo se desenrola em um único espaço e em um curto período, sendo narrado linearmente, sem flashbacks. Entre os tipos de conto existentes, definidos conforme sua temática, encontram-se os eróticos, os de fada, os de ficção científica, os jocosos, os policiais, os maravilhosos, os psicológicos e os românticos. Alguns dos principais contistas brasileiros são: Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Monteiro Lobato, Lygia Fagundes Telles, Luiz Fernando Veríssimo e Dalton Trevisan. Os angolanos Boaventura Cardoso, João Melo e Ondjaki, os cabo-verdianos Orlanda Amarilis e Manuel Lopes, os moçambicanos Mia Couto e Ungulani Ba Ka Khosa, e os portugueses Patrícia Reis e Valter Hugo Mãe são alguns autores contemporâneos de contos com destaque internacional.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

25. Responda: a) Ao longo do conto, nota-se a personificação de um brinquedo. • Sublinhe palavras e construções por meio das quais se produz essa personificação. • Como você interpreta essa personificação, tendo em vista a temática do texto? b) O conto que você leu pode ser tipificado como psicológico, na medida em que se desenvolve a partir de lembranças e sentimentos do narrador-personagem. Nesse sentido, é possível afirmar que, ao falar sobre Casquinha, o narrador fala antes sobre si próprio do que sobre o palhacinho em si. Como você descreveria o personagem que narra o conto? c) Circule as expressões do conto que dão indícios da passagem do tempo. • Quanto tempo você imagina que se passou do início até o final do conto? • Apassagem do tempo é acompanhada, no conto, por algumas mudanças. Quais? d) Embora Casquinha fosse “o grande companheiro de muitas alegrias”, o narrador-personagem não o levou consigo ao partir. Como você interpreta isso? e) Na sua perspectiva, o que o conto pode simbolizar?

Pronomes oblíquos 26. Um dos recursos utilizados pelo autor do texto “Casquinha … meu pedacinho de céu” para evitar a repetição excessiva da palavra “Casquinha” é o uso dos pronomes o(s) e a(s), que, em variedades prestigiadas do português, são utilizados como complemento direto de verbo. Reescreva as frases abaixo, substituindo “o Casquinha” pelo pronome adequado. a)

Desde que conheci o Casquinha, ele somente me trouxe alegrias. ______________________________________________________________

b) Foi a última vez que vi o Casquinha. ______________________________________________________________ c) … até que, certo dia, minha mãe pegou o Casquinha e deu de presente para alguma criança. ______________________________________________________________ 27. Os pronomes o(s) e a(s) transformam-se em -lo(s) e -la(s) quando ligados a formas verbais terminadas em R, S ou Z, as quais perdem sua letra final. Exemplo: fazer + o = fazê-lo Reescreva a frase abaixo, substituindo “o Casquinha” pelo pronome adequado. … fiquei feliz de ter o Casquinha novamente em casa. _________________________________________________________________ 28. Traduza a frase abaixo para o espanhol. Por que o pronome “lhe” é aí utilizado, ao invés de “o”? Dei-lhe um abraço. _________________________________________________________________ Tintim por tintim (p. 143): Pronomes oblíquos

Ai que saudades …

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Pretérito mais-que-perfeito composto (modo indicativo) Observe o seguinte trecho: •

E, como em uma cena de cinema, meus sentimentos me traíram. Não sabendo distinguir entre o real e o imaginário, senti que uma lágrima de Casquinha havia molhado minha alma, e, com essa doce imagem, parti de minha terra, deixando meus seres queridos.

29. As formas verbais negritadas estão conjugadas no Pretérito Mais-que-perfeito Composto do modo indicativo. Em que circunstância esse tempo é utilizado? a) para fazer referência a um evento no passado anterior a outro evento no passado. b) para fazer referência a um evento no passado simultâneo a outro evento no passado. c) para fazer referência a um evento no passado posterior a outro evento no passado.

Formação Em contextos mais formais, o Pretérito Mais-que-perfeito Composto é formado por um verbo auxiliar (haver), seguido pelo particípio passado do verbo principal. Na linguagem cotidiana, emprega-se o verbo ter como auxiliar. Pretérito Mais-que-perfeito Composto – modo indicativo ter/haver (imperfeito) + Eu tinha/havia … Tu tinha(s)/havias … Você/Ele/Ela/A gente tinha/havia … Nós tínhamos/havíamos … Vocês tinham/haviam … Vocês/Eles/Elas tinham/haviam …

Particípio do verbo principal … deixado … prometido … proibido

30. Você vai ler outro conto sobre um objeto que marcou a infância de um rapaz. A narrativa foi escrita por Franco Bria, nascido na Argentina. Leia-o, conjugando os verbos entre parênteses no Pretérito Perfeito, Imperfeito ou Mais-que-perfeito Composto do indicativo. Ao final, responda: o presente dado pelos pais no fim do conto satisfaz a criança? Por quê?

Minha primeira bicicleta A primeira bicicleta que eu (1) ________________________ (ter) foi uma muito velha que (2) ________________________ (encontrar) no fundo de minha primeira casa, em Salta. Eu (3) ________________________ (ter) nove anos, mas me lembro até de cada risco que ela (4) ________________________ (ter). (5) ______________________ (ser) verde, pequena e (6) ________________________ (possuir) três velocidades, o que me (7) ________________________ (transformar) no rapaz mais famoso do bairro. Todos os meus vizinhos (8) ________________________

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(querer) ser meus amigos. As meninas do bairro me (9) ________________________ (olhar) com admiração, até me lembro como (10) ________________________ (brilhar) os olhos delas quando eu (11) ________________________ (passar), com ar vaidoso, por elas, pela estrada. Nas corridas que aos domingos (12) ________________________ (fazer) na estrada abandonada atrás do hospital, a rapaziada inteira (13) ________________________ (esperar) a minha presença. Os moleques não (14) ________________________ (querer) correr contra mim, por medo de mostrarem-se derrotados frente à mais bonita de nossas vizinhas que, sem dúvida, só (15) ________________________ (ter) olhos para o homenzinho da bicicleta verde. Num domingo, coincidentemente o dia de meu aniversário, (16) _____________ (chegar) à corrida nossa “tia”. (17) ______________________ (ser) a irmã do Viti. Ela (18) ________________ (ter) quatorze anos, mas já (19) ___________________ (ser) um mulherão para nós. Mas ela não (20) ____________________ (chegar) sozinha. (21) ____________________ (chegar) com uma bici­ cleta do futuro, uma que (22) _______________________ (ter) motor. Nesse momento, senti como se meu pai houvesse jogado todos meus melhores brinquedos no lixo. (23) ____________________ (ser) uma sensação inesquecível. Minha bicicleta já não (24) _____________________ (ser) a bicicleta, e eu (25) _____________________ (transformar-se) num rapaz como os outros, com o que não (26) ______________________ (estar) acostumado. Experimentando essa sensação de medo que sente uma criança numa situação de perigo, em que os pais não estão para te ajudar (a maior tragédia para uma criança), eu a (27) ________________________ (desafiar) para uma corrida de um quarteirão. Os detalhes da corrida lhes contarei em outra oportunidade, mas nela, minha bicicleta e eu fomos um só. O mundo inteiro (28) ________________________ (desaparecer), num eterno esforço que (29) ________________________ (fazer) para defender nossa reputação. Poderia escrever um livro inteiro para relatar cada detalhe desse dia, mas o fato é que (30) ________________________ (voltar) para casa, glorioso e imortal, sendo o mesmo ou ainda mais idolatrado (se é que era possível ser ainda mais idolatrado) que no momento anterior à chegada da bicicleta do futuro. Na entrada de minha casa, meu pai e minha mãe (31) ____________ (esperar) -me com uma grande surpresa. Na garagem, (32) _________________ (haver) uma grande caixa de presente. Meus pais (33) ___________________ (comprar) uma nova bicicleta. Eles nunca (34) __________________ (entender) por que aquela caixa, na verdade, nunca (35) ________________________ (ser) aberta. BRIA, Franco. Minha primeira bicicleta, mimeo.

Tintim por tintim (p. 151): Pretérito Mais-que-perfeito (modo indicativo)

Ai que saudades …

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31. Leia o início do conto “Felicidade Clandestina”, de Clarice Lispector, publicado em um livro homônimo. Que tipo de relação você imagina que a narradora-personagem estabelece com a filha do dono da livraria? “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. […]” LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina. In: Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1971.

AS APARÊNCIAS ENGANAM

português ruivo(a) loiro(a) − –

espanhol pelirrojo(a) rubio(a)

Devido a uma mutação genética, todo ruivo tem sardas. Eu era loirinho quando pequeno; hoje, meu cabelo é bem escuro.

JÁ OUVIU FALAR? Nascida em Chechelnyk (Ucrânia) em 1920, Clarice Lispector chegou, em 1922, ao Brasil, onde se naturalizou. Inicialmente, morou com sua família em Maceió, depois, em Recife, de onde se mudou aos quatorze anos. Estabeleceu nova residência no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito. Foi tradutora, jornalista, escritora e ensaísta, consagrando-se como uma das principais figuras da literatura brasileira. Entre suas obras de maior destaque, estão “Laços de família”, “A paixão segundo G. H.”, “A hora da Estrela”. Faleceu em 1977, devido a um câncer de ovário. Fonte: . Acesso em: 08 ago. 2018.

32. Procure a versão integral do conto. Após sua leitura, identifique as partes de sua estrutura. Apresentação Complicação Clímax Desfecho

33. Uma vez que o conto é narrado em primeira pessoa, a imagem que o leitor tende a construir em relação à filha do dono da livraria é parcial. Se tivéssemos a oportunidade de conhecer a perspectiva dessa última personagem, nossas impressões, eventualmente, poderiam ser bastante diferentes. A partir dos elementos do conto original e da sua imaginação, realize o que se pede: a) Faça uma lista de características físicas e psicológicas da filha do dono da livraria. ____________________________________________________________________ b) Registre os diferentes indícios da possível perversidade dessa personagem. ____________________________________________________________________ c) Você acha que ela era efetivamente perversa, como afirma a narradora do conto? Justifique sua resposta. ____________________________________________________________________

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d) Caso você tenha respondido afirmativamente à última questão, quais poderiam ser as motivações dessa perversidade? ______________________________________________________________ e) Por que você imagina que ela escolheu, especificamente, como alvo de sua perversidade, a menina que queria emprestado o livro “Reinações de Narizinho”? ______________________________________________________________ e) O que ela teria sentido ao ser surpreendida pela mãe? ______________________________________________________________ f) Como poderia ser o desfecho da história para a filha do dono da livraria? Ela se arrependeria do que fez? Por quê? ______________________________________________________________ 34. A versão original do conto “Felicidade Clandestina” é narrada pela menina que desejava ansiosamente ler o livro “Reinações de Narizinho”. Lembrando-se disso, sublinhe, nos trechos abaixo, pensamentos e sentimentos que dizem respeito à perspectiva dessa personagem, e que provavelmente não são de conhecimento da filha do dono da livraria. a) “Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria”. b) “Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam”. c) “Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife”. d) “No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo”. 35. Releia o trecho a seguir: “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas”. Ainda levando em conta o foco narrativo do conto original, é possível imaginar que, talvez, a filha do dono da livraria não fosse, fisicamente, da mesma forma como descrita pela sua colega? Explique. 36. Ao longo do conto, o livro “Reinações de Narizinho” é personificado. Retome alguns trechos em que isso ocorre. Como você interpreta essa personificação? 37. O título do conto original é “Felicidade Clandestina”. O que você entende por ele? Este título também poderia ser adequado caso o conto fosse narrado pela filha do dono da livraria? Por quê? 38. O conto Felicidade Clandestina é narrado em primeira pessoa, a partir do ponto de vista da garota que desejava ansiosamente ler o livro “Reinações de Narizinho”. Sua tarefa será a de escrever um novo conto, também em primeira pessoa, mas adotando a perspectiva da personagem “gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos”.

Ai que saudades …

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UM POUCO DE TRADUÇÃO, POR QUE NÃO? Memórias de infância em um rock espanhol 39. Ouça a canção Aquellos años locos, do grupo espanhol El Canto del Loco, e traduza sua letra para o português. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

PROJETANDO-SE Baú da infância 40. Nos baús, guardamos roupas, cobertores, fantasias, brinquedos antigos, pequenos presentes, cartas e bilhetes de amigos e pessoas amadas, objetos que fizeram parte de algum evento importante, um papel de bala, AS APARÊNCIAS uma pétala de flor … coisas pequenas e nem tão pequenas assim. Mais do que objetos, guarENGANAM damos, muitas vezes, lembranças de tempos português espanhol passados, que compuseram momentos de nosbala caramelo/bala sas vidas – e que, muitas vezes, continuam nos caramelo caramelo (no sentido compondo de alguma forma. Você tem ou já de “açúcar ligeiramente teve um baú de memórias, uma caixa ou outro derretido e queimado”) objeto que usou para um fim semelhante? – Estou sem moeda de cinco cenO objetivo deste projeto é, justamente, organitavos. Você quer pegar duas zar, a partir de um trabalho colaborativo, um Baú da balinhas de troco? Infância. Nesse baú – verdadeiro ou produzido artesa– As balas dessa espingarda cosnalmente pela turma −, serão guardados textos produtumam ser de chumbo. zidos por você e por seus colegas, que tematizem uma – Essa calda de caramelo está diversidade de memórias, experiências e perspectivas uma delícia! em relação à infância. Dentro dele, também poderão estar presentes objetos relacionados de alguma forma aos textos. O baú ficará exposto em sua instituição, juntamente com um cartaz que convide as pessoas a abrirem-no e a resgatarem o que está lá no fundo … do baú e, quem sabe, de si próprias. Os textos poderão se basear em memórias pessoais sobre a própria infância, em olhares para aspectos da infância em seu próprio país e/ou no Brasil, entre diversas outras possibilidades. A seguir, você encontra algumas opções de textos, a serem produzidos individualmente ou em grupos, para serem colocados no baú num segundo momento: • • • • •

um documentário em que você focalize uma ou mais brincadeiras ou jogos tradicionais em seu país, gravado em pen-drive; um curta-metragem sobre uma história de infância, gravado em pen-drive; um manual em que você explique como participar de uma ou mais brincadeiras/jogos tradicionais em seu país; um poema inspirado no texto “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu, ou na paródia “Ai que saudades”, de Ruth Rocha; um conto sobre um objeto que marcou sua infância.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Caso haja pen-drives, verifique a possibilidade de disponibilizar um computador ao lado do baú, para que as pessoas possam assistir facilmente aos documentários ou curtas-metragens. Lembre-se de que esses vídeos podem ser produzidos com uma câmera de celular. Atualmente, existem, inclusive, festivais de cinema que aceitam apenas vídeos produzidos por meio de celulares. Bom trabalho!

EM QUE PÉ QUE EU TÔ? 41. Avalie seu processo de aprendizagem ao longo desta unidade, por meio dos quadros a seguir: •

Finalizada a Unidade 1 – Ai, que saudades, sou capaz de: Sim

Parcialmente

Não

Sim

Parcialmente

Não

Identificar brincadeiras/brinquedos de crianças de diferentes partes do Brasil Refletir sobre o lugar do futebol na vida de muitas crianças brasileiras Fazer feira Fazer alguns doces muito apreciados por crianças brasileiras Produzir, socializar e fruir textos, inclusive literários, que lançam diferentes olhares sobre a infância



Agora, sinto-me mais preparado(a) para: Conversar sobre os temas anteriores, sobre memórias de infância; conversar para fazer feira Ouvir: spot de rádio* Assistir: documentários, trecho de show (sambarock), curta-metragem, propaganda de TV*, tutorial*, gravação em estúdio – canção: MPB*, Ler: poemas, receitas, mensagens para redes sociais*, contos, notícia* Escrever: receita, contos, mensagens para redes sociais*, panfleto*, manual de brincadeiras/jogos**, poema** Traduzir: letra de pop rock Produzir: documentário**, curta-metragem** * presente apenas no Tintim por tintim ** conforme as escolhas feitas pelo(a) estudante e pela turma quando da realização do projeto ao fim da unidade

Ai que saudades …



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Ampliei meus recursos léxico-gramaticais relativos aos seguintes pontos: Sim

Parcialmente

Não

Algumas diferenças entre recursos fonéticofonológicos do português e espanhol Alimentos e bebidas Cores Espaços, ações, brinquedos e brincadeiras, materiais Expressões idiomáticas com cores* Expressão de preferências Fenômenos característicos de variedades prestigiadas e não-prestigiadas do português brasileiro Frutas, legumes e verduras Palavras e expressões idiomáticas do universo do futebol Gerúndio Imperativo – formas do indicativo e do subjuntivo Pretérito mais-que-perfeito (Modo indicativo) Pronomes oblíquos – Receitas Ida à feira Sentidos da palavra jeito Verbos jogar e brincar* * presente apenas no Tintim por tintim



Em que aspecto(s) posso melhorar? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________



Que estratégias terei para avançar nesse(s) aspecto(s)? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________

Unidade 2 Um Brasil de muitos povos

A história do Brasil, assim como de tantos outros países, é marcada por uma série de movimentos migratórios. Grande parte da população brasileira é formada pelo encontro – nem sempre pacífico e harmonioso – de vários povos indígenas e povos de  origem europeia, africana, asiática e também de diferentes localidades do continente  americano.  Nesta  unidade,  você  conhecerá  um  pouco  da  história,  das  experiências  e  das construções culturais de alguns dos grupos de imigrantes que constituem o Brasil, ao mesmo tempo em que poderá pensar sobre seus próprios deslocamentos.

Um Brasil de muitos povos

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OBJETIVOS c Ao  fim  desta  unidade,  você  deverá  ser  capaz  de: 99Refletir  sobre  diferentes  tipos  de  deslocamentos 99Identificar aspectos da história dos principais movimentos migratórios no Brasil, incluindo  os  de  africanos  durante  o  tráfico  negreiro 99Apreciar algumas contribuições de construções culturais dos imigrantes 99Compartilhar  as  histórias  de  deslocamentos  que  fazem  parte  de  sua  vida  e  de  sua  família c Para  tanto,  você  deverá  avançar  em  suas  capacidades  para: 99Conversar  sobre  os  temas  anteriores;  conversar  com  corretor  imobiliário;  dramatizar  cena de telenovela* 99Ouvir:  comentário  em  programa  de  rádio,  entrevista  de  rádio 99Assistir:  trecho  de  show  (MPB),  videorreportagens,  propagandas  televisivas,  entrevistas  na TV, cena de telenovela*, videoclipe, vídeo em canal no YouTube* 99Ler:  texto  didático,  verbete  de  enciclopédia  online,  pinturas,  trecho  de  artigo  científico,  gráficos,  seção  de  livro  de  história  do  Brasil,  e-mail,  trecho  da  constituição,  anúncios  de  locação,  biografias* 99Escrever: mapa-mental, resumo, e-mail, cartaz, textos relevantes para compor um livreto  bilíngue 99Traduzir:  poema,  letra  de  canção  (trova)  c Para a interpretação/produção de textos desses gêneros, você necessitará ampliar seus recursos  linguísticos  relativos  aos  seguintes  pontos: 99Acentuação  gráfica 99Colocação pronominal 99Marcadores  conversacionais  e  interjeições 99Nomes de países 99Operadores argumentativos 99Palavras  e  expressões  idiomáticas  relacionadas  ao  corpo  humano 99Sons  das  letras  “e”  e  “o”  em  sílaba  átona  final 99Sons  da  letra  “x” 99Uso indeterminado do pronome você 99Vogal  epentética  [ɪ] 99Voz  passiva * presente apenas no Tintim por tintim

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

PARA INÍCIO DE CONVERSA

1.  Discuta  com  seus  colegas: a)  b)  c)  d) 

O  que  leva  as  pessoas  a  deixarem  seus  países? Quais  os  principais  motivos  que  fazem  com  que  algumas  pessoas  queiram  voltar? Quais  os  principais  motivos  que  levam  algumas  pessoas  a  quererem  ficar? Como  você  imagina  seu  futuro?  Você  imagina  que  vai  querer  continuar  onde  está  ou  vai  querer  se  mudar?  Por  quê? e)  Há muita gente que chega ou que chegou a seu país? Qual a sua procedência?  Quais  os  principais  motivos  dessa  migração? f)    Há  muita  gente  que  parte  de  seu  país?  Quais  os  principais  destinos  dessas  pessoas?  Quais  os  principais  motivos  dessa  emigração? g)  Você considera que os imigrantes estão bem integrados aos demais habitantes  do  seu  país?  Por  quê?

Um Brasil de muitos povos

2.  As experiências de deslocamento fazem parte das vivências do ser humano. Essa temática  é abordada na canção “Encontros e Despedidas”, de Milton Nascimento e Fernando Brant,  interpretada por Maria Rita no álbum “Samba Meu” (2007). Assista ao vídeo e responda:  se você tivesse a oportunidade, você iria a esse show?   

Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018. 

JÁ OUVIU FALAR?   Fernando  Rocha  Brant,  conhecido  como  Fernando   Brant  (Caldas,  09/10/1946 – Belo Horizonte, 12/06/2015), foi um importante compositor  brasileiro. Formado em Direito, entrou no ramo musical em 1966. Ao longo  de sua carreira, fez parceria com Milton Nascimento, Lô Borges, Wagner  Tiso, Márcio Borges, entre outros. Mas foi Milton seu principal parceiro,  com quem compôs mais de 200 canções, entre elas “Travessia”, “Maria,  Maria”, “Canção da América”, “Encontros e Despedidas” e “Nos Bailes da Vida”.    onte: . Acesso: 23 ago. 2018  

Milton Nascimento  nasceu  no  Rio  de  Janeiro  em  26  de  outubro  de  1942. Sua mãe biológica morreu quando tinha dois anos, e sua avó materna o  criou até os seis, quando foi adotado e passou a morar em Minas Gerais. Em  1963, formou, com outros músicos, hoje também renomados, o famoso Clube da Esquina. Em 1966, foi para São Paulo e conheceu Elis Regina, que gravou  sua Canção do Sal. A partir de então, teve sua grande coletânea de discos iniciada, firmando-se     internacionalmente. Recebeu vários prêmios, entre eles, quatro Grammys. É considerado um dos  maiores expoentes da Música Popular Brasileira. Fonte: . Acesso em: 23 ago. 2018

Maria Rita Camargo Mariano nasceu em São Paulo em 19 de setembro  de 1977. Filha de dois ícones da MPB, Elis Regina e Cesar Camargo Mariano,  Maria Rita começou a cantar profi ssionalmente aos 24 anos. Em 2003, lançou  seu primeiro CD, que vendeu mais de um milhão de cópias no Brasil e em mais 30 países. Reconhecida pelo público e pela crítica, venceu prêmios importantíssimos, incluindo  mais de dez Grammys Latinos. Fonte: . Acesso em: 24 ago. 2018.

    Que comentários você poderia fazer sobre …  3.   a voz de Maria Rita? a)    b)    sua expressão facial e corporal?    c)    os instrumentos utilizados no show?     d)    o  cenário?   a reação do público?    e) 

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    a  letra  da  canção,  os  deslocamentos  têm  dois  lados.  Registre  alguns  4.  Conforme versos em que se constrói essa ideia. a)  ______________________________________________________________ b)  ______________________________________________________________ c)  ______________________________________________________________ d)  ______________________________________________________________

Recursos fonético-fonológicos: letras “e” e “o” em sílaba átona final 5.  Transcreva agora a primeira estrofe da canção. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ a)  Circule  a  letra  “e”  em  sílaba  átona  (fraca)  final.  Ela  tem  o  mesmo  som  que  a  letra  “e”  em  palavra  como  “dê”?  Justifique. b)  Circule  a  letra  “o”  em  sílaba  átona  final.  Ela  tem  o  mesmo  som  que  a  letra  “o”  em  palavra  como  “tô”?  Justifique. c)  Em espanhol, também ocorre o fenômeno observado nos itens “a” e “b” desta  atividade? Afiando a língua (p. 204): Letras “e” e “o” em sílaba átona final

Brasil africano Como você viu, a canção fala de pessoas em deslocamentos. No início da história oficial  do  Brasil,  o  principal  contingente  de  imigrantes  foi  de  colonizadores  portugueses,  mas  há  registros  da  entrada  de  outras  nacionalidades,  já  no  século  XVI.  Contudo,  a  presença  mais  marcante  na  formação  do  país  foi,  sem  dúvida,  a  de  diferentes  povos  africanos escravizados e trazidos ao Brasil ao longo de quatro séculos. 6.  Você  vai  ler  dois  trechos  de  textos  que  tematizam  a  imigração.  O  primeiro  foi  retirado de um site  escolar;  o  segundo,  da  Wikipédia.  Em  que  medida  os  textos  se  aproximam  ou  se  afastam?  Justifique.

Texto I Os  colonizadores  portugueses,  nos  primeiros  tempos,  estabeleceram  contato  com  uma  população indígena em constante nomadismo. Os portugueses, embora possuidores de conhecimentos técnicos mais avançados, tiveram que aceitar numerosos valores indígenas indispensáveis à adaptação ao novo meio. O legado indígena tornou-se um elemento da formação do brasileiro. A nova  cultura incorporou o banho de rio, o uso da mandioca na alimentação, cestos de fibras vegetais e um 

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numeroso vocabulário nativo, principalmente tupi, associado às coisas da terra: na toponímia, nos  vegetais e na fauna, por exemplo. As populações indígenas não participaram inteiramente, porém,  do processo de agricultura sedentária implantado, pois seu padrão de economia envolvia a constante  mudança de um lugar para outro. Daí haver o colono recorrido à mão de obra africana.  […]    Surgiu assim o terceiro grupo importante que participaria da formação da população brasileira:     o  negro  africano.  É  impossível  precisar  o  número  de  escravos trazidos durante  o  período  do  tráfico     negreiro, do século XVI ao XIX, mas se admite que  foram cerca de 4 milhões de negros trazidos da África  AS APARÊNCIAS para serem escravizados. O negro africano contribuiu  ENGANAM para o desenvolvimento populacional e econômico do  Em geral, a palavra “sítio” é Brasil e tornou-se, pela mestiçagem, parte inseparável  utilizada,  em  português  brasi leiro,  de seu povo. Os africanos espalharam-se por todo o tercom o  sentido de  “propriedade agríritório brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de  cola pequena”, e não com o sentido criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plande “local”, “lugar”. tações de algodão, fazendas de café e áreas urbanas.  Sua presença projetou-se em toda a formação humana  –    Meu tio mora em  Goiânia, mas  e cultural do Brasil com técnicas de trabalho, música e  passa todos fins de semana no sítio     danças, práticas religiosas, alimentação e vestimentas.  dele, a uns 100 km da capital.  Adaptado de: . Acesso em: 27 fev. 2018. 



Você sabe em que local será a festa? 

Texto II A mais antiga forma de escravidão no Brasil foi dos “gentios da terra” ou “negros da terra”, os índios. A escravização de índios foi proibida pelo  Marquês  de  Pombal.  Eram  considerados  pouco  aptos ao trabalho. Os primeiros escravos negros chegaram ao   Brasil   entre   1539   e   1542,   na   Capitania   de  Pernambuco, primeira parte da colônia onde a  cultura canavieira desenvolveu-se efetivamente.  Foi uma tentativa de solução à “falta de braços  para a lavoura”, como se dizia então. Os principais portos de desembarque de cativos africanos foram, entre os séculos XVI e XVII, os do  Recife e de Salvador, e, entre os séculos XVIII  e XIX, os do Rio de Janeiro e de Salvador – de  onde uma parte seguiu para as Minas Gerais e  para as plantações de café do Vale do Paraíba. A  distância  entre  os  portos  de  embarque  (na  África) e desembarque (no Brasil) era um fator  determinante. Os portugueses, brasileiros e mais tarde os holandeses  traziam  os  negros  africanos  de  suas  colônias  na  África  para  utilizar  como  mão  de 

DEBRET, Jean Baptiste. Escravidão no Brasil,  1768  –  1848.  Disponível  em:  . Acesso em: 25 mar. 2019.

RUGENDAS, Johann Moritz. Capitão   do mato, 1823.     Disponível  em:  . Acesso em: 25 mar. 2019. 

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obra escrava nos engenhos de rapadura do ZOOM Nordeste. […] Eram mais valorizados, para os  trabalhos na agricultura, os negros Bantos ou A rapadura é um Benguela ou Banguela ou do Congo, proveniendoce  de  origem  açotes do sul da África, especialmente de Angola e riana ou canária feito a  Moçambique,  e  tinham  menos  valor  os  vindos  partir do caldo concentrado da cana de do  centro  oeste   da  África,  os  negros  Mina   ou  açúcar. Em forma de pequenos tijolos,  da Guiné, que receberam esse nome por serem surgiu no século XVI, em engenhos de  embarcados no porto de São Jorge  de  Mina, na  açúcar, como solução para o transporte  atual cidade de Elmina, e eram mais aptos para do produto em pequenas quantidades a mineração, trabalho ao qual já se dedicavam  para uso individual. na África Ocidental. Por ser a Bahia mais próFonte    :  .  xima da Costa da Guiné (África Ocidental) do  Acesso em: 27 fev. 2018.  que de Angola, a maioria dos negros baianos é de Guiné. Quilombo é o nome […]    dado aos lugares onde Nas fazendas de cana ou nas minas de ouro     escravos fugidos se (a  partir  do  século  XVIII),  os  escravos  eram  abrigavam.  O  quitratados da pior forma possível. Trabalhavam lombo mais conhecido muito,   de   quatorze   a   dezesseis horas,   o   que   se  na história do Brasil tornou  o  principal  motivo  dos  escravos  fugifoi o de Palmares, rem. Outro motivo eram os castigos, e o outro localizado na antiga capitania de Perera porque recebiam apenas trapos de roupa e nambuco. Tendo entre seus principais uma   alimentação  de   péssima   qualidade   (recelíderes Ganga Zumba e Zumbi, tal biam pouca comida e no máximo duas vezes por  quilombo chegou a ter, na segunda dia). Passavam as noites nas senzalas (galpões  metade  do  século  XVII,  cerca  de  escuros, úmidos e com pouca higiene) acorren20.000  quilombolas,  constituindo-se  tados para evitar fugas. Eram constantemente como  um  símbolo  da  resistência  africastigados fisicamente (quando se distraíam no  cana  à  escravatura.  O  Brasil  conta  trabalho ou por outros motivos, eram amarrados hoje  com  mais  de  2000  comunidades  em um tronco de árvore e açoitados, às vezes,  de  quilombolas  (termo  que  hoje  faz  até perderem os sentidos). Torturando-os física  referência  aos  descendentes  de  escrae psicologicamente, os senhores e seus algozes  vos), espalhadas por diferentes pontos  buscavam  destruir  os  valores  do  negro  e  fordo território nacional. çá-lo a aceitar a ideia da superioridade da raça   Fonte :  .  Brasil Colônia para os escravos. Além de todos  Acesso em: 03 mar. 2018.  esses castigos, havia uma máscara que impedia  os escravos de beberem e fumarem, deixando os  vícios; essa máscara era chamada de “máscara de folha de flandres”. A escravidão no Brasil  levou  à  formação  de  muitos   quilombos   que  traziam  insegurança  e  frequentes   prejuízos   a  viajantes e produtores rurais.    Adaptado de: .    Acesso em: 28 fev. 2018. 

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Voz passiva     Observe  7.    as  seguintes  orações,  retiradas  do  texto  II: 

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FIQUE DE OLHO!  Lembre-se de que, em geral: 

• os nomes de países são acompanhados “A  escravização  de  índios foi por artigos:  proibida  pelo Marquês de Pom– Ele nasceu no Congo/no Brasil/nos EUA. bal. Eram considerados pouco aptos ao trabalho”.  Algumas exceções: Ele nasceu em Portugal/ ii. “Eram mais valorizados, para os Angola/Moçambique/Cuba/Israel.  trabalhos na agricultura, os • os nomes de cidades não  são  acompanegros Bantos ou Benguela ou nhados por artigos:  Banguela  ou  do  Congo,  prove  –  Ele é de Brasília/de Manaus/de Terenientes do sul da África, especialsina/de São Paulo/de La Paz.  mente de Angola e Moçambique […]”.   Algumas  exceções:  Ela  mora  no Rio de  iii.  “Nas  fazendas  de  cana  ou  nas  Janeiro / no Porto / no Cairo. minas  de  ouro  (a  partir  do  século  • O uso do artigo é opcional com o nome XVIII), os   escravos eram tratados Recife. da pior forma possível. […] Eram   −  Você já esteve em/no  Recife?  constantemente castigados  fisica  mente (quando se distraíam no trabalho ou por outros motivos, eram amarrados  em  um  tronco  de  árvore  e  açoitados, às vezes, até perderem os sentidos)”.     i.

As orações acima estão na chamada voz passiva analítica. Elas poderiam ser rees  critas na voz ativa. Observe:  A escravização de índios foi proibida pelo Marquês de Pombal. (Voz Passiva)                              sujeito                          agente da passiva  Marquês de Pombal proibiu a escravização de índios. (voz ativa)                           sujeito                              objeto direto  Responda:    a)  A  oração  “Marquês  de  Pombal  proibiu  a  escravização  de  índios”,  na  voz  ativa,    não é completamente equivalente à oração “A escravização de índios foi proibida  pelo Marquês de Pombal”. Que diferenças de sentido você pode observar?  b)  No  texto  II,  como  você  viu,  há  uma  série  de  orações  na Voz  Passiva Analítica.    Como você interpreta isso?  c)  Apenas  na  primeira  oração  do  enunciado  (i)  o  agente  da  passiva  é  explicitado:    “pelo Marquês de Pombal”. Por que você considera que, nas demais orações, os  agentes não são expressos? Quais poderiam ser os agentes da passiva dos enunciados (ii) e (iii)? 

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d)  Assim como em espanhol, a chamada Voz Passiva Analítica pode ser formada a    partir da maior parte das orações na voz ativa com verbos transitivos diretos (isto  é, que têm um complemento verbal não introduzido por preposição).  •   

O sujeito da oração na voz ativa corresponde ao agente da passiva na voz passiva, o qual pode ser omitido. Quando presente, o agente da passiva é, em geral, introduzido pela preposição “por”.     Na voz passiva, utiliza-se o verbo auxiliar “ser”, acompanhado do verbo principal particípio (exemplo: “foi proibida”).  O tempo e o modo do verbo na voz ativa se mantêm na voz passiva. 

•   •    •   

Exemplo: “proibiu” (pretérito perfeito)  “foi proibida” (pretérito perfeito)   

  Tendo em vista as regras anteriores e seus conhecimentos (intuitivos) em relação  ao espanhol, reescreva os enunciados (ii) e (iii) na voz ativa.    (ii)  ______________________________________________________________    (iii) ______________________________________________________________      Nas  variedades  prestigiadas  do  português,  especiale) mente na escrita, também existe uma construção que,    passiva na  gramática  tradicional,  é  chamada  de  voz sintética. Observe outra possibilidade para se escrever, em um contexto formal, as orações (i) a (iii):  Proibiu-se a escravização de índios (durante o  período pombalino). Considerava-se   que eram poucos aptos ao trabalho. ii. Valorizavam-se  mais,  para  os  trabalhos  na  agricultura, os negros Bantos ou Benguela ou Banguela ou do Congo, provenientes do sul da África, especialmente de Angola e Moçambique.   iii.  Nas fazendas de cana ou nas minas de ouro (a  partir do século XVIII), tratavam-se     os escravos da pior forma possível. i.

 Com  base  nos  exemplos  anteriores,  avalie  se  as  regras abaixo são verdadeiras (V) ou falsas (F):   •   •   • 

A  voz passiva sintética é formada pelo verbo principal na 3ª pessoa + pronome “se”. (  )  Nesse  tipo  de  construção,  o  verbo  fica    sempre  no  singular. (  )  Não  se  expressa  o  agente  da  ação  nesse  tipo  de  construção. (  )  Tintim por tintim (p. 154): Voz ativa e voz passiva    

O PORTUGUÊS DA GENTE Nas construções da chamada voz passiva sintética,  a  gramática normativa recomenda  que o verbo concorde com o sujeito.  Entretanto,  em  português brasileiro cotidiano, é   frequente  que  o  verbo  fique  no singular, mesmo quando o sujeito está no plural.   –   – 

Alugam-se  casas  (construção recomendada pela gramática normativa)  Aluga-se  casas  (construção  condenada  pela  gramática  normativa,  mas  muito frequente) 

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   francês Jean Baptiste Debret (1768–1848) e o alemão Johann Moritz Rugendas  8.  O (1802–1858)  são  dois  importantes  artistas  plásticos  que  passaram  pelo  Brasil  no  século  XIX  e  retrataram  o  cotidiano  e  a  sociedade  local,  notadamente  aspectos  da  presença  de  povos  africanos  no  Brasil.  Debret  integrou  a  Missão  Artística  Francesa  que  chegou  ao  Brasil  em  26  de  março  de  1816,  e  Rugendas  viajou  por  todo  o  Brasil  entre  1822  e  1825. Você conhecerá duas obras de Debret. Ambas retratam aspectos do cotidiano familiar de senhores brancos. a)  Considerando    os aspectos listados abaixo, comente cada uma das pinturas. O que elas  dizem sobre a estrutura da sociedade colonial brasileira e o valor de cada pessoa nessa  sociedade? • • •  • •

espaços retratados ações desempenhadas pelos indivíduos objetos  manipulados posição de negros e brancos posturas das pessoas

b)  O  que  você  sabe  sobre  a  inserção  dos  negros  na  sociedade  brasileira  atual?  Você  considera que elementos retratados nas obras ainda hoje são representativos dessa  inserção?

DEBRET,  Jean-Baptiste.  Um funcionário a passeio com sua família, 1834–1839. Disponível em: .  Acesso em: 30 dez. 2018.

DEBRET,  Jean-Baptiste.  O Jantar,  1835.  Disponível  em:  . Acesso em: 30 dez. 2018.

9.  As  obras  a  seguir,  de  Rugendas,  documentam  práticas  que  se  converteram  em  importantes contribuições culturais dos negros africanos na sociedade brasileira. Uma  delas  se  intitula  “Batuque”  (pintada  entre  1822  e  1825);  outra,  “Capoeira”  (1835).

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RUGENDAS, Johann Moritz. Batuque, 1822–1825.       Disponível  em:  . Acesso em:  30 dez. 2018.

RUGENDAS, Johann Moritz. Capoeira, 1835.       Disponível  em:  . Acesso em: 30 dez. 2018. 

  Leia agora a introdução do artigo científico “As cantigas de capoeira angola: literatura     oral e tradição popular”, escrito por Carla Alves de Carvalho Yahn e Rubens Pereira dos Santos. Qual das duas últimas pinturas poderia ser utilizada para ilustrar o artigo?  A Capoeira Angola é uma arte que abrange   a   dança,  o  teatro,  a   música,  a   literatura e a luta. As correntes que discutem sua origem são contraditórias e incertas. As mais significativas são as que defendem que a Capoeira se originou na África, mais propriamente no sul de Angola, com negros denominados bantu. Esses negros tinham um ritual chamado de N’golo,    que,  traduzindo,  significa  “dança  da  zebra”.  Era  um  ritual  ancestral em que dois guerreiros lutavam. O vencedor poderia escolher sua noiva entre as meninas iniciadas na vida adulta. Há também  as correntes que acreditam que a Capoeira é genuinamente brasileira, tendo se originado nos quilombos por conta da situação em que os  escravos  se  encontravam,  ou  seja,  longe  de   sua   terra,  sendo  dominados  e   escravizados. Assim, o negro sentiu a necessidade de criar técnicas de defesa pessoal, e, dessa forma, criou uma luta camuflada na dança e na música. Mas isso tudo não é nada simples.  Aqui  se  expõem  essas   ideias  de  forma  bastante reducionista pelo fato de esse artigo ser mais  de  caráter  linguístico-literário  do  que  histórico. Como o presente trabalho busca adentrar o universo de uma manifestação cultural de caráter popular, que possui como fundamento  principal a música e a tradição oral, as quais 

FIQUE DE OLHO! As palavras “arte” e “origem” são femi­ ninas em português. “Samba”, por outro lado, é uma palavra masculina. –   



    Inhotim,  localizado  em  BrumadiO nho (MG), é  a sede de  um  dos mais  importantes acervos da arte  contemporânea brasileira. A origem do samba remonta aos antigos batuques trazidos pelos escravos africanos. 

AS APARÊNCIAS ENGANAM português espanhol noivo(a)   nobio(a) (no sentido de “aquele(a)  que  assumiu  compromisso de se casar) namorado   nobio(a)  (no  sentido  de  “aquele(a) que tem uma relação amorosa com    outro(a),  mas  sem  necessariamente  ter  assumido  compromisso de se casar) – Eles são namorados  e  moram  juntos, mas nunca se casaram no papel – vivem em união estável. –  Eles ficaram noivos   na semana passada e o casamento será no fim do ano.  

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possibilitam  a  expressão  de  suas  cantigas,  deve-se  antes  de  tudo  explorar  um   pouco  essa  parte  que  é  um  tanto  rica  e  fascinante  e  relacioná-la  com  o  universo  da  arte  poética,  que  também  tem  por  fundamento  algumas   características   comuns   à  música,  e,  por  consequência,  às  cantigas  de   Capoeira   Angola,  como  é   o  caso da rima, do ritmo, da entoação, do tom e O PORTUGUÊS DA da cadência. GENTE  A Capoeira Angola possui léxico próprio e sua  A palavra “ritmo”, em português linguagem não é somente verbal, sendo também de brasileiro  cotidiano,  é,  em  geral,  proexpressão  corporal  e  musical. Assim,  ela  não  deve  nunciada  com  a  inserção  da  vogal  [i]  ser reduzida à luta (arte marcial), mesmo com sua  após o [t]. Veja, a respeito desse fenôgrande eficiência como tal. Ela tampouco deve ser     meno, a atividade 56 (p. 76).  reduzida à dança folclórica e muito menos a teatro  de rua, pois, antes de tudo, ela funciona, desde seu surgimento no Brasil, como manifestação cultural de raiz africana que busca a liberdade antes de  tudo. É no espaço da roda de Capoeira que os escravos podiam transcender mediante a realidade  em que se encontravam no tempo de cativeiro.  Adaptado  de:  YAHN,  C. A.  de  C.;  SANTOS,  R.  P. As  cantigas  de  capoeira  angola:  literatura  oral  e  tradição  popular.  Revista de Letras,   v.  12,  n.  12,  2010.  Disponível  em:  . Acesso  em:  27 jun. 2018.  

  .   Complete  o  mapa  mental  a  seguir,  utilizando  palavras-chave  para  sintetizar  as  10  informações da introdução do artigo lido anteriormente. Acrescente linhas aos balões, se necessário. 

origens

linguagem

CAPOEIRA

não pode ser reduzida a… 

 11.    Conforme  o  artigo  cuja  introdução  você  leu,  há  “vários  tipos  de  cantigas,  como  as  de mal dizer e escárnio, as de amor, as de devoção, as agio lógicas (que se referem  com  detalhes  a  santos  católicos ou personagens bíblicas), as de sotaque e  desafio,     as  geográficas e de louvação” (YAHN e SANTOS, 2010, p. 4). Procure na Internet, em     grupos, uma cantiga de capoeira que poderia ilustrar bem o seguinte trecho do artigo: 

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“É no espaço da roda de Capoeira que os escravos podiam transcender mediante a realidade em que se encontravam no tempo de cativeiro”. 12.   Modesto Brocos, espanhol naturalizado brasileiro, é também um expressivo pintor  que retratou a sociedade brasileira do século XIX. Uma de suas obras mais importantes é “A redenção de Cam”, de 1895.

BROCOS, Modesto. A redenção de Cam, 1895.  Disponível  em:  . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)  Observe  detalhadamente  a  pintura  e  complete  o  quadro  a  seguir.  Caso  você  não  tenha, neste momento, elementos para abordar algum aspecto, deixe-o em branco. Possíveis impressões causadas pela cena no espectador Relação das personagens retratadas entre si Relação da cena retratada com o título da obra Tema da obra e discussão em torno do tema Estética/estilo da pintura

b)  Leia  o  texto  a  seguir,  que  traz  uma  informação  sobre  o  título  da  obra.  

O título é uma referência ao episódio bíblico da maldição lançada por Noé sobre seu filho,  Cam, e todos os seus descendentes, conforme relatado no livro do Gênesis. Punindo Cam por  zombar  de  sua  nudez  e  embriaguez,  Noé  profetizou  que  ele,  Cam,  seria  “o  último  dos  escravos de seus irmãos”. Conforme relatado por Alfredo Bosi, a crença popular de que

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os descendentes de Cam seriam os povos de pele escura de algumas regiões da África, além das tribos que habitavam a Palestina antes dos hebreus, serviu por muito tempo como argumento de ideólogos e mercadores para validar, durante o período colonial e ao longo do império, o tráfico de escravos africanos para o Brasil. O pecado de Cam seria, assim,     o evento fundador de uma situação imutável e a justa punição divina de todo um povo .   

Adaptado de: . Acesso em: 28 fev. 2018. 

  Observe novamente a pintura de Modesto Brocos e discuta com seus colegas: que relações  é possível estabelecer entre o título da obra e o que ela retrata?   13.  Agora, assista a uma reportagem (até 3 minutos e 50 segundos) em que a historiadora e  antropóloga  Tatiana  Lotierzo  fala  sobre  o  estudo  que  desenvolveu  sobre  essa  famosa  pintura de Brocos.  

 Vídeo disponível em: . Acesso em: 27 fev. 2018. 

   fala da estudiosa vai ao encontro de suas observações? Ela acrescenta muito ao que você  A havia percebido em relação à pintura? Enquanto assiste, faça as anotações necessárias para  complementar suas anotações no quadro da atividade 12a. 14.      Imagine que você é o curador de uma exposição sobre arte figurativa do século XIX em    um  museu  brasileiro.  Com  base  na  sua  análise  da  pintura,  bem  como  no  vídeo  a  que  você assistiu, escreva um pequeno texto que acompanhará a tela “A  redenção de Cam”,  de Modesto Brocos y Gómez. 

Brasil dos imigrantes  Como  você  viu  nas atividades anteriores,  o  quadro  de  Modesto  Brocos y  Gómez  retrata  um processo de branqueamento da população brasileira, que se iniciou no final do século XIX,    a partir da abolição da escravatura (1888).  Por meio dessa política, outros grupos de imigrantes, de diferentes nacionalidades, começaram a entrar no país, trazendo novos traçados para a constituição da população brasileira. Vamos conhecer  um pouco desse mosaico de culturas presentes no Brasil.  15 .  Leia  os  gráficos  e  discuta  com  seus  colegas  as  questões  seguintes.  Imigração para o Brasil Estatística de entrada de imigrantes no Brasil de 1870 a 1953 1,800,000

Imigraçāo no Brasil, por nacionalidade periodos decenais 1884-1893 a 1924-1933 600000 500000

1,600,000

400000

1,400,000

300000

1,200,000

200000

1,000,000 800,000 1,565,835

100000

1,470,687

600,000

Alemāes

400,000

674,318

200,000 0

italianos

portugueses diversos

Espanhóls

Italianos

Japoneses Portugueses Sirios e turcos Outros

644,469

espanhóis

210,825

190,282

118,624

alemães

japoneses

russos

1884-1893

1894-1903

1904-1913

1914-1923

1924-1933

Fontes: . Acesso em:  22 ago. 2017

Adaptado  de:    . Acesso  em:  INSTITUTO BRASILEIRO DE  GEOGRAFIA  E  ESTATÍSTICA . 20  set.  2018. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2000, p. 226.     Disponível  em:  . Acesso em: 22 ago. 2011.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

 a)  Que  dados  interessantes  os  gráficos    lhe  trazem?    Que  motivos  você  imagina  que  contribuíram  para  o  aumento  no  número  b)  de  imigrantes  que  chegaram  ao  Brasil  no  fim  do  século  XIX  e  início  do  século  XX?  c)    Você conhece a proveniência de outros imigrantes no Brasil, além da Alemanha, Espanha, Itália, Japão, Portugal, Síria, Turquia e Rússia?  d)    Você tem alguma informação sobre  a  imigração  no  Brasil  no fim do século     XX  e  início  do XXI? De que países você imagina que provenha a maior  parte  dos  imigrantes  atuais?  e)    O que você sabe sobre a integração dos imigrantes à sociedade brasileira?   16.  Ouça, agora, um podcast  com  a  historiadora  Mary  del  Priore,  participante  do  programa da Rádio CBN chamado  Um Rio de Histórias. No programa em questão, ela  responde  à  seguinte  pergunta  da  entrevistadora:  o  Brasil  é  um  país  de  imigrantes?      Ouça uma primeira vez e faça anotações para preencher o quadro a seguir. O     preenchimento não tem de ser exaustivo, já que não há dados suficientes para todos os itens.  Áudio disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018. 

Povos

Épocas e momentos históricos

Quantidade

Regiões onde se concentraram

Atuação, características e/ ou contribuições

portugueses africanos espanhóis   judeus  cientistas, missionários,  navegantes e piratas     Nova Friburgo (RJ) e São  Leopoldo (RS)  a partir de 1888 

Um Brasil de muitos povos

 

7.  Ouça  uma  segunda  vez. Termine  de  preencher  os  dados  do  quadro  anterior   17.  e responda às questões a seguir:   a)  Um recente movimento de imigrantes ao Brasil vem da Venezuela. Que dados  dessa imigração são destacados pela entrevistada?   b)  Conforme  a  entrevistada,  houve  tentativas  de  assentamento  de  determinadas nacionalidades no Brasil que não deram certo. Quais são elas? Em  que  regiões  os  assentamentos  estavam  previstos?  E  por  que  não  deram  certo?   c)  O  que  aconteceu  em  relação  à  imigração  no  governo  do  presidente  Getúlio  Vargas, na década de 1930?   d)  Que aspiração Mary del Priore expressa ao final de sua entrevista, logo após    desejar um bom fim de semana aos ouvintes do programa?     e)  A  historiadora entrevistada afirma que os africanos que chegaram ao Brasil    na condição de escravos foram “imigrantes contra sua própria vontade”. Você considera esses africanos imigrantes? Por quê?   f )  As informações da historiadora Mary del Priore sobre os imigrantes africanos  são as mesmas presentes nos textos da atividade 6? 

 18.   Observe  os  seguintes  enunciados,  retirados  da  entrevista  que  você  acaba  de  ouvir  e  do  texto  I  da  atividade  6.  Atente-se  para  a  posição  dos  pronomes  negritados:  Entrevista com Mary del Priore  •   •  •  • 

“Mary, hoje você nos     ajuda a entender a crise da imigração”.  “A  gente já teve muros aí, como está se     vendo no mundo”?  “Eu lembro que só quando se  criou ah … o Governo Geral, em 1549, em Salvador,  na Bahia, Bianca, é que os portugueses começaram a chegar de forma recorrente ao Brasil”. “eles [os açorianos] primeiro se    concentram em núcleos … e esses núcleos depois  com o tempo … vão se transformar em grandes cidades”. 

Texto do site Brasil Escola  • 

“O negro africano contribuiu para o desenvolvimento populacional e econômico  do  Brasil  e  tornou- se,    pela  mestiçagem,  parte  inseparável  de  seu  povo.  Os  africanos  espalharam- se  por  todo  o  território  brasileiro,  em  engenhos  de  açúcar,  fazendas de criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão,  fazendas de café e áreas urbanas. Sua presença projetou- se em toda a formação humana e cultural do Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas  religiosas, alimentação e vestimentas”.  Disponível em: . Acesso em: 17 set.  2018. 

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

 Com base nesses exemplos, complete as regras a seguir:  •   

Em português brasileiro cotidiano, os pronomes oblíquos ( me, mim, te, nos, se …)    aparecem  sempre  ________________________  do  verbo  principal. Caso haja, portanto, uma locução verbal, o pronome oblíquo aparecerá  ________________________ os dois verbos. 



Em registros mais formais, sobretudo na escrita, esses pronomes podem vir posicionados,  em  certos  contextos  sintáticos,  ________________________  o  verbo  principal.  Nesses  casos,  deve-se   utilizar   o   hífen   (-)   para  ________________________ o pronome  do verbo. Em  outras palavras, um  pronome oblíquo nunca  forma uma única palavra com o verbo, como pode  acontecer em espanhol.

Tintim por tintim (p. 160): Colocação pronominal     19.  Você  verá  uma  propaganda  feita  em  2010  por  uma  rede  de  televisão  em  homenagem  aos  130  anos  da  imigração libanesa no Brasil.  

 Vídeo  disponível  em:  . Acesso  em:  30  dez.  2018. 

  a)  Que  contribuições  dos  libaneses  à  cultura  brasileira  são  contempladas  na  propaganda, por meio da narração e/ou das imagens?    b)  Que informações novas o vídeo lhe traz?      Veja agora uma propaganda da Caixa Econômica Fed20.  eral  feita  por  ocasião  do  centenário  da  imigração  japonesa no Brasil, em 2008.   

 Vídeo  disponível  em:  .     Acesso em: 30 dez. 2018. 

  a)  Que  atividades  econômicas  desenvolvidas  pelos  japoneses no Brasil aparecem na propaganda?    b)  As imagens do trabalho dos japoneses na agricultura  e a narração sugerem alguma dificuldade? Justifique.        c)  Em diferentes momentos, a propaganda faz alusão  ao  número  1000.  Registre  alguns  fatos  da  história  da família apresentada na propaganda que são contados por meio dessa alusão. Qual a importância de  tal  recurso para a construção da propaganda?   d)  A  sucessão  das  gerações  é  acompa nhada  por  um  progresso nas condições de  vida?  Justifique.    

Um Brasil de muitos povos

21.  Assista  a  um  comercial  produzido  pela  empresa  de  telefonia  de  celular  Tim,  com sede na Itália, e atuante também no Brasil. Nesse vídeo, alguns imigrantes  relatam  episódios  vivenciados  no  país.  O  que  há  de  comum  nesses  relatos?   

 Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018. 

22.      Ainda em relação ao comercial da Tim, discuta com seus colegas as questões a seguir:  a)    Você consegue identificar a origem de alguns dos imigrantes?    b)    O que relata cada um deles?  c)    Ouça novamente a última frase dita pelo japonês na propaganda.  •    Complete:    •   

“O    Brasil  está  no  meu  ________________________  e  na  minha  ________________________”.  Considerando o gesto que ele faz ao final, o que ele pretendia dizer?   

Tintim por Tintim  (p.  167):  Palavras  e  expressões  idiomáticas  relacionadas  ao  corpo humano  d)  Qual (quais) das palavras a seguir você utilizaria para descrever cada episódio?  Justifique suas escolhas.    acolhedor  aproximador    constrangedor

desrespeitoso engraçado machista

ofensivo receptivo surpreendente

 e)  O  que  o  vídeo  sugere  a  respeito  da  relação  entre  brasileiros  e  estrangeiros  no Brasil?   f)  A  propaganda  termina  com  a  seguinte  afirmação:    “Nada  como  uma  boa  comunicação para romper fronteiras”. O que você entende por ela, considerando o contexto da propaganda?   g)  Ao final do vídeo, a Tim é comparada aos imigrantes que foram para o Brasil.    Que  comparação  é  esta?  De  que  forma  ela  contribui  para  a  construção  da  imagem da empresa?   h)  Se você está no Brasil ou tem amigos ou familiares brasileiros, já passou por  uma  situação  semelhante  às  que  são  contempladas  no  comercial  da  Tim?  Relate-a para seus colegas.   23 .  Agora, considere todos os vídeos anteriores.   a)  Você vê alguma semelhança  entre eles no que diz respeito ao que se fala – e  ao que não se fala – sobre a história dos diferentes grupos de imigrantes no Brasil?   b)  A integração dos imigrantes ao Brasil é caracterizada de que forma nos vídeos?  Você acha que essa caracterização é, de alguma forma, idealizada? Por quê? 

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24.  Você lerá uma parte do livro “Brasil: uma biografia”, de Lilia Schwarcz e Heloisa  Starling.  Leia  rapidamente  o  texto  e  grife  as  informações  que  você  considerar  as  mais relevantes.

Um Brasil imigrante, uma babel de línguas Com o fim da escravidão e a consequente desorganização momentânea do sistema de mão de obra, uma série de esforços foi feita no sentido de atrair imigrantes, sobretudo europeus, para o Brasil. A experiência vinha da época do Império, mas  no  contexto  da  Primeira  República  seria  incrementada.  Contando  com  a  concorrência  de  países  como Argentina,  Cuba,  México  e  Estados  Unidos  da América,  o  governo brasileiro teve que se esmerar para vender a ideia do “paraíso terreal”. Grandemente  destinado  ao  campo –  à  formação  de  núcleos  coloniais  oficiais  nos  estados do Sul e em especial às fazendas de café na Região Sudeste –, esse contingente de imigrantes acabaria absorvido pela dinâmica das cidades que cresciam e ofereciam empregos e serviços. Enganados por uma propaganda ilusória, poloneses, alemães, espanhóis, italianos,  portugueses  e,  mais  tarde  (a  partir  dos  últimos  anos  da  década  de  1910),  japoneses foram tomados por uma febre imigratória. O mito da abundância dos trópicos casou-se  bem  com  uma  Europa  que  expelia  sua  população  pobre  e  seus  pequenos  proprietários endividados. Por fim, o considerável aumento populacional em escala  mundial, coadunado com a melhoria de transportes, acabou por colocar à disposição  grandes  grupos  de  camponeses  desempregados.  Estima-se  que  mais  de  50  milhões  de europeus abandonaram seu continente de origem em busca da tão desejada “liberdade”, que vinha sob a forma de propriedade e emprego. A maior parte dos imigrantes transatlânticos dirigiu-se para a América do Norte,  mas 22% deles – em torno de 11 milhões – desembarcaram na América Latina: 38%  eram  italianos,  28%  espanhóis,  11%  portugueses,  e  3%  franceses  e  alemães.  Desse  contingente, 46% se dirigiram à Argentina; 33% ao Brasil; 14% a Cuba, e o restante  dividiu-se entre Uruguai, México e Chile.1 Entre 1877 e 1903, cerca de 71 mil imigrantes entraram por ano no Brasil, sendo 58,5% provenientes da Itália. Entre 1904  e 1930, o número chegou a 79 mil, com os portugueses alcançando 37% do total de  entradas.  Em  1908,  aportaria  aqui  a  primeira  leva  de  imigrantes  japoneses,  radicalizando  ainda  mais  a  babel  de  culturas  que  afluíam  ao  país.  E,  se  as  origens  eram  muitas, em comum havia o desejo de “fazer a América”. Desde o início, o processo de imigração apresentou características distintas. Como  existiam  grandes  áreas  não  ocupadas  no  Sul  do  país,  instalou-se  aí  um  modelo de imigração baseado em pequenas propriedades policultoras. Tanto nos núcleos  do  governo  como  nos  particulares,  a  terra  era  vendida  a  prazo,  em  lotes  de 20 a 25 hectares geralmente distribuídos ao longo dos cursos de água. As propriedades eram, porém, muito isoladas, e seus novos habitantes sujeitos a todo tipo  de  adversidade:  ataques  de  indígenas,  maus-tratos  por  parte  da  população  local,  dificuldades de comércio.

Um Brasil de muitos povos

  Já no caso dos cafezais, e em especial em São Paulo, o modelo que vingou   foi o da imigração estrangeira subvencionada pelo Estado ou pelos proprietários  de terra, para o trabalho direto nas fazendas. Assim, foram poucos os núcleos que  prosperaram no Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina ou Paraná,  enquanto a imigração que visava à cafeicultura se expandiu. Em São Paulo foi  fundamental a ação do governo estadual. Respondendo à pressão dos  próprios  fazendeiros, na década de 1890 começaria o subsídio da União, que cumpriu o  papel de equilibrar o fluxo de pessoas com as necessidades crescentes da econo  mia. Até 1900, a federação financiou de 63% a 80% da entrada de imigrantes; só     a partir da virada do século, com a entrada de espanhóis e portugueses em São Paulo, firmou-se a imigração com subsídio privado por conta da intensificação das       atividades urbano-industriais.   As  dificuldades    financeiras    se  FIQUE DE OLHO! apresentavam já na viagem. Vítimas de exploradores da miséria alheia,   Lembre-se  de  que  a  palavra  “viaos  imigrantes  pagavam   sobretagem”, assim como outras terminadas xas  e  preços  altos  pela  passagem.  em - agem, é feminina em português. Amontoados em navios de má cate– As viagens de muitos imigrantes goria, descobriam logo na travessia eram em condições degradantes. oceânica as diferenças culturais, as quais  se  agudizavam  no  novo  lar.  Os imigrantes não só eram originários de regiões diversas de um mesmo país,  como provinham de países rivais ou com hábitos muito diferentes, de modo que  a  convivência  forçada  gerava  conflitos infindáveis:       alemães do  Norte  brigavam  com os do Sul; japoneses tinham atritos com italianos; poloneses com alemães, e o  conjunto com os locais. As línguas eram várias, os dialetos também, e todos estranhavam a dieta à base de farinha, arroz e feijão e as casas enfileiradas, construí  das com tijolos de barro e teto de palha. Assim, longe de constituírem um grupo  homogêneo, os recém-chegados recriavam nos trópicos seus costumes distintos.  Alguns, vindos das regiões mais setentrionais da Itália, estavam adaptados à vida  nas cidades. Outros, como a maioria originária do Vêneto, apenas reajustavam por  aqui velhos hábitos rurais. Essas populações precisaram substituir a polenta pelo  arroz, conhecer novos legumes e frutas, e aguardar um pouco até poder pendurar  as linguiças e toucinhos secos no teto das casas.  Católicos fervorosos, poloneses e italianos estranhavam o catolicismo rústico  existente no país, e reacendiam sua fé decorando as casas com santos de devoção  e demais símbolos pátrios. Hábitos de higiene também dividiam as populações. Os  italianos tomavam banho uma vez por semana, contentando-se em lavar as mãos e  as partes mais suadas do corpo. Reagiam tanto à fartura de águas dos nacionais que  tomavam banho de rio ou de tina diariamente, quanto ao ofurô coletivo dos japoneses. O estranhamento em relação a este último grupo era, aliás, geral: japoneses só      ficavam satisfeitos quando viam o arroz crescer, e não sabiam deixar a carne-seca de molho para que amolecesse, assim como mal imaginavam que o bacalhau pre    cisava ficar na água para perder o sal. Já o feijão não entrava na dieta deles, muito

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menos a farinha. Diferentemente dos europeus, pouco investiam na melhoria de suas casas: nem sequer as decoravam, até porque todo o dinheiro economizado deveria  ser destinado aos parentes, ou virava pecúlio para um futuro e desejado retorno.2 Apesar dos percalços, a maioria acabou se adaptando às terras brasileiras. A cada  povo seu credo, e também nesse campo a fé se misturou. Curandeiros, bezendeiras,  herbanários  percorriam  fazendas  e,  na  falta  de  médicos  e  remédios,  esses  profissionais  ocuparam  espaços  vazios.  Três  “remédios”  davam  conta  de  uma  coleção  de  males:  óleo  de  fígado  de  bacalhau  purificava;  sal  amargo  liberava  o  estômago  e  curava  constipações;  óleo  de  rícino  era  purgante  eficaz.  Do  Rio  Grande  do  Sul  às  fazendas  paulistas  apelava-se  para  esses  medicamentos  milagrosos,  e,  quando  nada dava certo, a saída era abusar das orações e dos curandeiros. Já na Bahia eram  ifás – porta-vozes das divindades – que cumpriam tal papel, trazendo suas ervas da  África. O mesmo ocorria no Norte, onde imperava um conhecimento ameríndio e o uso alargado das plantas de efeito alucinógeno. Tal qual contaminação, as receitas se misturaram, gerando um receituário “mestiço”. Com  a  chegada  dos  anos  1930,  a  imigração  transoceânica  diminuiu  sensivelmente. Em 1927, por exemplo, o destino de imigrantes que procuravam terras europeias superava em muito o daqueles que preferiam tentar a sorte em outras plagas. Por outro lado, vários países instituíram políticas restritivas, a começar pelos Estados  Unidos, logo seguidos por nações como o Brasil. De 1917 a 1924, os EUA limitaram  a entrada de estrangeiros e em dezembro de 1930 o então presidente Getúlio Vargas  adotou o mesmo tipo de restrição diante daquilo que o historiador Sérgio Buarque de  Holanda  definiu  como  “a  afluência  desordenada  de  estrangeiros”,  que  seria  responsável pelo desemprego das populações locais.3 Contudo, a paisagem humana já estava, a essas alturas, definitivamente alterada.  Até hoje em São Paulo se come uma boa pizza nas noites de domingo; uma macarronada no almoço de sábado, com direito também a quibe e tabule mais ao anoitecer,  ou  um  arroz  chop  suey.  Café  da  manhã  se  completa  com  uma  passada  na  “padaria  do português”, e a salada fica melhor com um azeite espanhol. Talvez tenha sido Juó  Bananère (codinome de Alexander Marcondes Machado, um paulista que nada tinha  de  ascendência  italiana)  quem  melhor  expressou  essa  mistura  incomum.  Escreveu  sua  obra  utilizando  o  patois  falado  pela  colônia  italiana  de  São  Paulo  e  editou  La divina increnca, em 1915, intitulando-se “Gandidato à Gademia Baolista de Letras”.

Notas 1  Zuleika Alvim, “Imigrantes: A vida privada dos pobres do campo”. In: Nicolau Sevcenko  (Org.).  História da vida privada.  São  Paulo:  Companhia  das  Letras,  2001,  p. 221,  v.  3:  República: Da belle époque à era do rádio. 2   Ibid., pp. 283–4. 3  Maria  Thereza  Schorer  Petrone,  “Imigração”.  In:  Boris  Fausto  (Org.),  História geral da civilização brasileira: O Brasil republicano. Rio de Janeiro: Difel, 1977, p. 97, tomo III,  v. 2: Sociedade e instituições (1889–1930). SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015,  p. 323–325.

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 25 .  Compare,  agora,  as  informações  que  você  grifou  com  as  destacadas  por  um(a)  colega. Em que medida elas coincidem? Discuta com seu (sua) colega caso haja  divergências em relação à maior ou menor relevância de certas informações.   26 .  Imagine que você é um novo consultor do Museu da Imigração de São Paulo e  recebeu o e-mail a seguir:   De: [email protected]   Para: [email protected]   



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 Prezado consultor,   Como é de seu conhecimento, estamos atualizando o site do nosso museu. Já criamos uma aba específica     para tratar da história da imigração no Brasil da abolição da escravatura até a década de 1930. Pedimos a  gentileza de que nos envie, até o fim da semana, um texto para compor tal seção. É preciso que o texto:      •  •   

 •  •    •   

tenha entre 300 e 400 palavras.  trace um panorama dos movimentos migratórios no período mencionado. Um bom resumo, com adap tações, da seção “Um Brasil imigrante, uma babel de línguas” do livro “Brasil: uma biografia”, de     Lilia Schwarcz e Heloisa Starling, disponível no acervo de nossa biblioteca, funcionará bem. Também  seria interessante mobilizar dados dos dois gráficos em anexo, que trazem: (i) estatísticas da entrada de     imigrantes no Brasil de 1870 a 1953; (ii) imigração no Brasil, por nacionalidades – períodos decenais  entre 1884 e 1933. Evidentemente, as referências precisam ser devidamente feitas.  explicite a relação dos movimentos imigratórios no fim do século XIX e início do século XX    com a abolição da escravatura e políticas de “embranquecimento” da população. destaque os efeitos da imigração na São Paulo de hoje, em particular, nos hábitos de tantos paulistanos.  Estamos selecionando fotos da cidade para ilustrarem o texto escrito. Seguem algumas em anexo.  seja leve e didático. Isso não significa, evidentemente, que ele deva ser superficial em sua       abordagem. Sugiro que, para deixar o texto mais próximo dos nossos internautas, o senhor se  enderece, em alguns momentos do texto, diretamente a eles. 

 Estamos à disposição em caso de dúvidas. Agradecemos, desde já, sua colaboração.  Atenciosamente, Gisele Junqueira Soares Coordenadora do Setor de Comunicação  Museu da Imigração de São Paulo 

  Que dificuldades    você acha que teria caso tivesse que escrever o resumo solicitado pela coordenadora do Setor de Comunicação do Museu da Imigração de São Paulo?   Nas atividades 27 a 35, a seguir, você poderá se preparar melhor para a realização dessa tarefa. 

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27.  Considerando que o grau de relevância de uma informação do(s) texto(s)-base depende  do  propósito  e  do  público-alvo  do  resumo  que  será  produzido,  responda,  em  duplas: a)  Há  informações  do  texto  de  Schwarcz  e  Starling  que  você  ou  seu  colega  destacaram  nas  atividades  24  e  25  que  são  pouco  relevantes  para  o  resumo  específico  que  você  deverá  produzir?  Em  caso  positivo,  quais? b)  Por outro lado, há informações que você havia considerado menos importantes  anteriormente, e que serão relevantes para o resumo que você escreverá? Em  caso  positivo,  quais?

Citações e paráfrases 28.  Em  um  resumo  como  o  que  você  produzirá  para  o  site  do  Museu  da  Imigração  de  São  Paulo,  é  preciso  fazer  a(s)  devida(s)  referência(s)  ao(s)  texto(s)  no(s)  qual(quais) você está se baseando; caso contrário, você poderá incorrer em plágio.  Converse  com  seu  colega: a)  O  que  você  entende  por  plágio? b)  Como  é  possível  evitar  o  plágio? c)  O  plágio  ocorre  apenas  quando  se  recuperam,  literalmente,  trechos  do(s)  texto(s) original(originais), sem as devidas referências? Ou ele também acontece  quando  se  expressa,  com  outras  palavras,  o  que  foi  dito  no(s)  texto(s)-fonte,  sem  as  referências  necessárias?  Justifique  sua  resposta. 29.  Ao  retomar  um  determinado  texto,  é  possível  utilizar  palavras  literais  do  autor  (citação  direta)  ou  parafraseá-las  (citação  indireta).  Em  que  casos  pode  ser  interessante  utilizar  uma  citação  direta?  Em  que  casos  é  preferível  uma  citação  indireta?  Discuta  com  seus  colegas. 30.  As  normas  de  citação  podem  variar  muito,  conforme  as  regras  seguidas  pelo  veículo no qual o texto será publicado. A seguir, você encontra as normas adotadas  pela  Associação  Brasileira  de  Normas  Técnicas  (ABNT): •  •  • 

As citações diretas com até 3 linhas devem vir entre aspas, incorporadas ao  parágrafo. Deve-se citar o sobrenome do autor, o ano de publicação da obra  e a página. As  citações  diretas  maiores  que  3  linhas  devem  aparecer  em  um  bloco  abaixo  do  texto,  recuado,  com  fonte  menor  e  sem  aspas.  Deve-se  citar  o  sobrenome do autor, o ano de publicação da obra e a página. As citações indiretas não devem vir entre aspas. É preciso citar o sobrenome  do autor e o ano de publicação, mas é desnecessário citar o número da página.

Tendo em vista essas regras, identifique um erro em uma das citações a seguir: Citação direta curta Nas palavras de Schwarcz e Starling (2015, p. 324), “longe de constituírem grupo  homogêneo, os recém-chegados recriavam nos trópicos seus costumes distintos”.

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Citação direta longa Conforme as autoras, “Os imigrantes não só eram originários de regiões diversas de um mesmo país, como  provinham de países rivais ou com hábitos muito diferentes, de modo que a convivência  forçada gerava conflitos infindáveis: alemães do Norte brigavam com os do Sul; japoneses tinham atritos com italianos; poloneses com alemães, e o conjunto com os locais” (SCHWARCZ e STARLING, 2015, p. 324). Citação indireta Ainda  conforme  as  autoras  (2015),  a  convivência  entre  os  vários  imigrantes  era  marcada por variados conflitos, decorrentes de suas diferentes origens e hábitos. 31.  Considerando  que  um  resumo  para  o  site  do  Museu  da  Imigração  de  São  Paulo  exige  um  português  mais  formal,  qual  é  a  única  opção  de  cada  quadro  que  não poderia  substituir  a  palavra  sublinhada? a)  Segundo Schwarcz e Starling (2015), a chegada dos imigrantes ao Brasil durante a Primeira República está diretamente relacionada à reorganização da mão de obra após a abolição da escravatura. Conforme Na visão de

De acordo com Para

Na perspectiva de Pra

b)  Schwarcz e Starling (2015) argumentam que a chegada dos imigrantes ao Brasil durante a Primeira República está diretamente relacionada à reorga­ nização da mão de obra após a abolição da escravatura. afirmam 

defendem 

apontam 

lembram 

falam

32.   Em  uma  citação  indireta,  é  preciso  parafrasear,  isto  é,  dizer,  com  outras  palavras,  o  que  havia  sido  dito  anteriormente. Abaixo,  você  encontra  o  primeiro  parágrafo,  seguido  por  uma  paráfrase  que  o  resume. Trecho original Com o fim da escravidão e a consequente desorganização momentânea do sistema  de mão de obra, uma série de esforços foi feita no sentido de atrair imigrantes, sobretudo europeus, para o Brasil. A experiência vinha da época do Império, mas no contexto da  Primeira República seria incrementada. Contando com a concorrência de países como  Argentina, Cuba, México e Estados Unidos da América, o governo brasileiro teve que  se esmerar para vender a ideia do “paraíso terreal”. Grandemente destinado ao campo – à  formação  de  núcleos  coloniais  oficiais  nos  estados  do  Sul  e  em  especial  às  fazendas  de café na Região Sudeste –, esse contingente de imigrantes acabaria absorvido pela dinâmica das cidades que cresciam e ofereciam empregos e serviços.

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Paráfrase resumindo o trecho Segundo  Schwarcz  e  Starling  (2015),  o  governo brasileiro se esforçou para atrair imigrantes, principalmente europeus, após a abolição da escravatura.  Para  tanto, precisou  vender sua  imagem, considerando a concorrência com outros países que também buscavam mão de obra. Muitos  imigrantes foram para o campo, sendo posteriormente incorporados pelos centros urbanos.

FIQUE DE OLHO! Segundo as autoras, o governo brasileiro procurou atrair imigrantes para substituir a mão de obra escrava. (Según as autoras, ...)  

 Diferentes  recursos  são  mobilizados  para  a  construção  da  paráfrase  anterior.  Analise-a e dê exemplos de alguns desses recursos:   a)   b)   c)   d) 

mudança da classe gramatical de uma palavra:  emprego de palavras/expressões com sentidos próximos:  alteração sintática:  uso de outros operadores argumentativos: 

Operadores argumentativos II     Ao parafrasear, você pode substituir os operadores argumentativos utilizados no  33.  texto original. Leia os trechos abaixo:    i.    “[…]  só  a  partir  da  virada  do  século,  com  a  entrada  de  espanhóis  e  portugueses em São Paulo, firmou-se a imigração com subsídio privado por     conta da  intensificação das atividades urbano-industriais”.    ii. “Os imigrantes não só  eram  originários  de  regiões  diversas  de  um  mesmo  país, como  provinham de países rivais ou com hábitos muito diferentes, de  modo que a convivência forçada gerava conflitos infindáveis […]”      iii.    “As línguas eram várias, os dialetos também, e todos estranhavam a dieta à  base de farinha, arroz e feijão e as casas enfileiradas, construídas com tijolos    de barro e teto de palha. Assim, longe de constituírem grupo homogêneo, os recém-chegados recriavam nos trópicos seus costumes distintos”.  iv. “Apesar dos percalços, a maioria acabou FIQUE DE OLHO! se adaptando às terras brasileiras”.  v. “Tal qual contaminação, as receitas se  Em português, escreve-se “apesar”, e misturaram,  gerando  um  receituário  não “a pesar”, como ocorre em espanhol. ‘mestiço’”. vi.  “De  1917  a  1924,  os  EUA  limitaram  a  entrada  de  estrangeiros  e  em  dezembro    de 1930 o então presidente Getúlio Vargas adotou o mesmo tipo de restrição […].  Contudo, a paisagem humana já estava, a essas alturas, definitivamente alterada”.       Observe o quadro da próxima página. Associe os operadores argumentativos da     primeira coluna, retirados dos trechos anteriores, com os sentidos que expressam (2ª  coluna) e com outros operadores que poderiam substituí-los (listados na 3ª coluna). 

Um Brasil de muitos povos

(i) por conta de

causa

a despeito de em que pese(m)   

(ii) não só … como (também)

comparação

não só … mas também    não apenas … mas também    

(iii) assim

oposição

todavia entretanto no entanto

(iv) apesar de

consequência

assim como da mesma forma que

(v) tal qual

concessão

devido a por causa de   em razão de 

(vi) contudo

adição

dessa maneira desse modo dessa forma

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AS APARÊNCIAS ENGANAM Espanhol todavía sin embargo –   

–   

Português ainda todavia

 A  escravidão  foi  abolida no Brasil em 1888.  Todavia, pode-se dizer    que muitos imigrantes trabalhavam  em  condições  análogas  às  de  escravos. (uso formal)    Infelizmente,   ainda existe  muito  preconceito racial no Brasil.

 34.   Traduza a oração a seguir para o espanhol. O que significa a palavra “enquanto”?      “Assim, foram poucos os núcleos que prosperaram no Espírito Santo, Rio  Grande  do  Sul,  Santa  Catarina  ou  Paraná,   enquanto  a  imigração  que  visava  à  cafeicultura se expandiu”.   __________________________________________________________________  Tintim por tintim (p. 169) : Operadores argumentativos II   35.   Reescreva os trechos a seguir, utilizando as palavras em caixa alta.  Exemplo:  “22%  deles  [os  imigrantes]  –  em  torno de 11 milhões – desembarcaram na América Latina”.   MAIS

Cerca de 20% dos imigrantes – mais de 10 milhões – se diri­ giram  à América Latina.      a)  “Entre 1904 e 1930, o número chegou a 79 mil, com os portugueses alcançando  37% do total de entradas”.      QUASE    Nas primeiras décadas _______________________________________________    b)  “A  partir dos últimos anos da década de 1910, japoneses foram tomados por uma  febre imigratória”.   TOMOU  A     partir do ________________________________________________________  c)    “Tanto nos núcleos do governo como nos particulares, a terra era vendida a prazo  […]”      MAS  Não só ______________________________________________, a terra a prazo.    d)    “Em 1927, o destino de imigrantes que procuravam terras europeias superava em  muito o daqueles que preferiam tentar a sorte em outras plagas”.  ERA Em 1927, o número de imigrantes que procuravam terras europeias __________   _________________________________________________ que o daqueles que  preferiam tentar a sorte em outras plagas.

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36.  Escreva  agora  o  texto  para  compor  o  site  do  Museu  da  Imigração  de  São  Paulo,  atendendo  às  solicitações  feitas  pela  coordenadora  do  Setor  de  Comunicação,  apresentadas  na  atividade  26.

Abraçando o Brasil 37.  De  um  ponto  de  vista  jurídico,  a  nacionalidade  pode  ser  considerada  um  vínculo  jurídico  e  político  entre  o  indivíduo  e  o  Estado.  Ela  pode  ser  alcançada  pelo  nascimento,  ou  adquirida  por  meio  de  naturalização. Leia  o  que  diz  a  Constituição  Brasileira  de  1988  sobre  as  condições  para  a  obtenção da nacionalidade brasileira. Discuta com seus colegas as questões a seguir: Qual a sua opinião sobre as condições jurídicas que definem quem é, e quem  pode naturalizar-se, brasileiro? Elas são semelhantes às que definem quem tem, ou  pode ter, a nacionalidade em seu país? Art. 12. São brasileiros: I – natos: a)  os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,  desde que estes não estejam a serviço de seu país; b)  os  nascidos  no  estrangeiro,  de  pai  brasileiro  ou  mãe  brasileira,  desde  que  qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c)  os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que  sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir  na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de  atingida  a  maioridade,  pela  nacionalidade  brasileira;  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) II – naturalizados: a)  os  que,  na  forma  da  lei,  adquiram  a  nacionalidade  brasileira,  exigidas  aos  originários  de  países  de  língua  portuguesa  apenas  residência  por  um  ano  ininterrupto e idoneidade moral; b)  os  estrangeiros  de  qualquer  nacionalidade,  residentes  na  República  Federativa  do  Brasil  há  mais  de  quinze  anos  ininterruptos  e  sem  condenação  penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro,  salvo  os  casos  previstos  nesta  Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional    de Revisão nº 3, de 1994) § 2º – A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. BRASIL.  Presidência  da  República.  Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: . Acesso  em:  16  set.  2017.

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 38 .  Você já ouviu falar de algum desses estrangeiros que se naturalizaram brasileiros?  O que pode comentar sobre eles?  Tomie Ohtake

Fernando Meligeni

Clarice Lispector

 39.  Assista  a  um  vídeo  (até  6’30’”)  sobre  Tomie  Ohtake,  uma  das  principais  referências  das  artes  plásticas  no  Brasil.  O  vídeo é parte do programa de cultura “O Andante”, produzido pelo Centro de Te  cnologia Educacional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).  Vídeo  disponível  em:   www.youtube.com/watch?v= ACxFrk0ea7U . Acesso em: 13 jan. 2018.

  Imagine  que  você  está  elaborando  uma ficha com dados de Tomie Ohtake, para ser divulgada em uma enciclopédia     virtual. Com base nas informações do vídeo, complete a ficha. Atenção: As infor  mações da ficha não estão, necessariamente, na ordem em que aparecem no vídeo.     Tomie Ohtake Nome completo

  Tomie Nakakubo 

Epíteto Nascimento

 21 de novembro de 1913   Kyoto, Japão 

Nacionalidade Ocupação

ZOOM Um epíteto é uma palavra ou  expressão  que  se  associa  a um nome para qualificá-lo.     Pode ser empregado para pessoas. Exemplos: 

Ano de migração para o Brasil



Ano e local da primeira exposição individual

– 

Movimento estético

–  Primeiras obras :  Obras posteriores : 



Principais características de suas obras

Morte

–  –

– 

 12 de fevereiro de 2015 (101 anos), São  Paulo, Brasil

Castro Alves – o Poeta dos Escravos   Getúlio  Vargas  –  Pai  dos Pobres   Gregório  de  Mattos  –  Boca do Inferno   Pelé – Rei do Futebol  Nelson Rodrigues – Escritor Maldito  Ronaldinho – Ronaldo Fenômeno  Xuxa  –  Rainha  dos    Baixinhos 

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    Assista,  uma  primeira  vez,  a  um  vídeo  (até  4  minutos  e  30  40. segundos)  que  faz  parte  de  um  programa  chamado  “Vida  de  Atleta”, veiculado pela TV  Gazeta, e traz uma entrevista com o  tenista  Fernando  Meligeni,  argentino  naturalizado  brasileiro,  nascido  em  Buenos Aires, Argentina,  em  1971.  Marque  “sim”  ou “não” para cada uma das afirmações do quadro a seguir:     

Vídeo disponível em: . Acesso em:  30 dez. 2018.

Fernando Meligeni …

Sim

Não

 a)   afirma ter colocado nas quadras de tênis os valores    aprendidos com a família.  b)   afirma que os brasileiros nunca se lembram de que    ele tem origem argentina.  c)   começou a jogar tênis por acaso.   d)   veio para o Brasil no fim da adolescência.     e)   veio para o Brasil devido à profissão do pai.     f)   teve total apoio da família quando decidiu se naturalizar.   g)   venceu Sampras em uma partida apertada.   h)   considera que teve uma carreira de sucesso. 

    Assista  ao  vídeo  uma  segunda  vez,  acompanhando  o  texto  de  transcrição  da  41. entrevista, e complete as lacunas. Você mudaria alguma de suas respostas à atividade anterior?  Fernando Meligeni: eu  sou  Fernando  Meligeni  …  eu  sou  ex-tenista  hoje  comentarista  e  ________________________  na  ESPN  …  ________________________  mais  de  quatorze  anos profissional … o esporte pra mim representa … eu acho que tudo porque … eh todos     os  valores  que  ________________________  aprende  em  casa  …  eu  aprendi  com  meus  pais … eu acabei replicando dentro de uma … de uma ________________________ de tênis  né? são aqueles valores básicos de eh … de ________________________ de justiça …  Repórter Máurio Galera: hoje eu vou falar com _______________________________  né? não tem ninguém neste mundo nascido na Argentina que goste tanto do Brasil quanto  você …  Fernando Meligeni: acho  que  não  tem  nenhum  ________________________  que  consegue mudar desse país dessa … dessa qualidade …  Repórter: não  …  hoje  …  as  pessoas  nem  lembram  mais  que  cê  …  que  cê  nasceu  lá  …  né?  Fernando Meligeni: ah lembram … quando eu perco lembram …  Repórter: ah quando eu perco … 

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Fernando Meligeni: quando  eu  ________________________  lembram  …  pode  ter  certeza  … Repórter: só  nessa  hora  … Fernando Meligeni: ah  tem  … Repórter: como que foi essa história de tu sair ________________________ da Argentina  vir  pro  Brasil  depois  ________________________  pra  jogar  lá? Fernando Meligeni: na verdade não foi uma ________________________ … foi uma …  uma  uma  coisa  do  meu  pai  meu  pai  era  fotógrafo  e  …  e  recebeu  uma  ________________________  pra  vir  pro  Brasil  …  comecei  a  estudar  aqui  …  e  o  tênis  apareceu  no  meio  desse  …  vim  pra  entrar  num  clube  jogar  futebol  de  salão  …  faz  ________________________  …  faz  handebol  e  o  tênis  também  …  e  acabei  gostando  do  tênis  …  é  uma  ________________________  né?  e  tem  que  tomar  um  pouco  de  cuidado  porque tem essa coisa de rivalidade … tem as coisas meio ________________________ …  mas  …  eu  sempre  fui  …  eu  tive  uma  certeza  …  eu  eu  fui  ________________________  pelos argentinos e pela família … eu tenho um ________________________ muito grande  pelo  …  pela Argentina  …  minha  mãe  ________________________  quando  eu  me  decidi  me  naturalizar  …  só  que  existe  uma  coisa  muito  da  …  da  personalidade  …  como  eu  vim  muito  cedo  ________________________  … Repórter: acabou  … Fernando Meligeni: mesmo  sendo  filho  de  argentinos  …  eu  eu  acabei  ________________________  um  brasileiro  … Repórter: você  ganhou  ATP  …  ganhou  Pan-Americano  foi  pra  Olimpíada  chegou  na  semifinal  de  Roland  Garros  …  tu  ficou  dez  anos  entre  os  cem  primeiros  do  do  ranking …  teve  algum  jogo  pra  você  que  foi  o  mais  marcante? Fernando Meligeni: tem  a  semifinal  de  Roland  Garros  …  que  nenhum  jogador  quando  é  criança  imagina  que  vai  chegar  na  semi  …  mas  ele  acaba  com  uma  derrota  …  você  tem  a  Olimpíada que é quarto lugar … que é um quase também né? ________________________  vir  com  uma  ________________________  vem  com  um  diploma  … Repórter: é  … Fernando Meligeni: e  aí  tem  dois  momentos  muito  ________________________  …  tem  o  Pan-Americano  …  que  do  lado  …  imprensa  …  do  lado  povo  …  do  lado  público  …  ele  é  ________________________  …  do  lado  conquista  medalha  por  eu  ter  sido  argentino  naturalizado  e  toda  a  minha  história  é  absurdo  …  só  que  tenisticamente  ele  não  é  tão  absurdo  …  porque  eu  já  tinha  ________________________  parado  o  Marcelo  já  não  tava  naquele  ________________________  …

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Repórter: foi  …  foi  seu  último  jogo  profissional  … Fernando Meligeni: é  …  último  jogo  … Repórter: foi  a  medalha  de  ouro  no  Pan? Fernando Meligeni: isso  …  2003  …  agora  tem  a  vitória  sobre  o  Sampras  …  em  99  … Repórter: que  aí  … Fernando Meligeni: que  é  o  …  é  ganhar  do  Federer  hoje  … Repórter: foi ___________________________________ né? foi uma vitória convincente …  cê  deu  uma  ________________________  no  Sampras  … Fernando Meligeni: é foi uma coisa muito louca né? porque … é … ele declarou depois  que  ele  tomou  uma  ________________________  no  saibro  …  então  …  pô  eh  … .  você  tá  no  meio  do  esporte  pra  você  fazer  a  diferença  …  não  vamos  ser  …  ________________________  eh  …  de  que  você  …  ah  eu  jogo  por  isso  …  eu  jogo  por  aquilo … você joga pra ________________________ … você tá na televisão pra também  fazer  uma  coisa  legal  … Repórter: claro  … Fernando Meligeni: o  teu  lado  …  pessoal  que  pô  cê  quer  ser  o  melhor  que  você  pode  ser  … Repórter: sim  … Fernando Meligeni: isso  …  acho  que  todo  mundo  que  …  que  quer  ser  alguma  coisa  vai  vai  ter  essa  …  essa  ________________________  …  e  esse  tipo  de  vitória  ele  te  dá  um  …  uma  referência  de  que  peraí  …  você  não  foi  um  ________________________  …  você  não  foi  …  porque  se  eu  olhar  …  eu  fui  vinte  e  cinco  do  mundo  e  teve  ________________________  que  foi  vinte  e  cinco  vinte  e  quatro  vinte  e  três  vinte  e  dois  …  e  não  foram  só  vinte  e  cinco  …  e  toda  a  ________________________  você  conhece  um  monte de gente que foi isso … . mas na hora que cê volta e fala … ________________________  eu  ganhei  do  Sampras  …  pô  eu  ganhei  do  Chang  eu  ganhei  do  Kafelnikov  eu  ganhei  do  Roddcki … eu ganhei desse eu ganhei daquele eu ganhei isso eu ganhei aquilo … na hora  que  cê  pega  e  vê  …  aí  cê  fala  … Repórter: e  põe  isso  na  …  põe  isso  no  papel  o  papel  tá  longo  né? Fernando Meligeni: aí  cê  fala  …  aí  cê  fala  …  putz  que  legal  né?  eu  tive  minha  carreira  …  podem  falar  o  que  quiser  hoje  …  mas  eu  tenho  eh  …  eu  durmo  ________________________  que  eu  fiz  uma  carreira  muito  legal  … Transcrição  realizada  a  partir  do  vídeo  disponível  em:  . Acesso  em:  30  dez.  2018.

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42.  Retome trechos da  transcrição que  tematizem a relação de Meligeni com o Brasil  e Portugal. •  O  ex-tenista  se  vê  como  brasileiro  e/ou  como  argentino? •  Segundo  Meligeni,  em  que  momentos  específicos  brasileiros  se  lembram  de  que  ele  tem  origem  argentina?  Como  você  interpreta  isso? •  Por  que  você  imagina  que  a  mãe  de  Meligeni  sofreu  quando  ele  decidiu  se  naturalizar  brasileiro? •  Por  que  a  vitória  no  Pan-Americano  lhe  foi  particularmente  significativa,  ainda que, segundo ele próprio, não tenha sido uma conquista tecnicamente importante?

Marcas típicas da oralidade 43.  Na  fala  de  Meligeni,  observam-se  algumas  marcas  típicas  da  linguagem  oral,  especialmente de contextos mais espontâneos. Você consegue inferir, pelo contexto,  o  que  significam  as  palavras/expressões  negritadas  a  seguir? a)  “tem  o  Pan-Americano  …  que  do  lado  …  imprensa  …  do  lado  povo  …  do  lado  público  …  ele  é  absurdo  …  do  lado  conquista  medalha  por  eu  ter  sido  argentino  naturalizado  e  toda  a  minha  história  é  absurdo  …  só que tenisticamente  ele  não  é  tão  absurdo  …  porque  eu  já  tinha  quase  parado  o  Marcelo  já  não  tava  naquele  nível  …  ” b)  e  esse  tipo  de  vitória  ele  te  dá  um  …  uma  referência  de  que  peraí  …  você  não  foi  um  zé-ninguém  …  você  não  foi  …  […]  mas  na  hora  que  cê  volta  e  fala  …  cara  eu  ganhei  do  Sampras  …  pô eu ganhei do Chang eu ganhei do Kafelnikov  […]  na hora que cê pega e vê  …  […]  aí  cê  fala  …  putz que legal né?  eu  tive  minha  carreira  …

Uso indeterminado do pronome você 44.  Observe,  agora,  o  uso  da  palavra  você  na  seguinte  declaração  de  Meligeni: “então  …  pô  eh  …  você  tá  no  meio  do  esporte  pra  você  fazer  a  diferença  …  não  vamos  ser  …  hipócritas  eh  …  de  que  você  …  ah  eu  jogo  por  isso  …  eu  jogo por aquilo … você joga pra fazer diferença … ” a)  A  palavra  “você”,  nos  casos  anteriores,  faz  referência  ao  jornalista  que  entrevista  Meligeni?  Justifique. b)  Como  você  traduziria  o  trecho  anterior  para  o  espanhol? Tintim por tintim (p. 174): Uso indeterminado do pronome você

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Recursos fonético-fonológicos: Sons da letra “x”     Fernando Meligeni é um e x-tenista. A 45.      letra “x” do prefixo “ex” tem qual som?     Assinale  a  opção  correta:  (     (   (   (   

) [s], como em suor   ) [z], como em existir   ) [ks], como em tórax   ) [ ʃ ], como em enxugar  

Escute  novamente  a  primeira  frase  da  entrevista  com  Meligeni  e  confirme    sua  resposta. Afiando a língua (p. 205): Sons da letra “x” 

 46.  Você  verá  agora,  pela  primeira  vez,  um vídeo que focaliza a escritora Clarice Lispector e que é parte de uma entrevista concedida ao jornalista Júlio  Lerner para o programa Panorama, em 1977.  A  entrevista  foi  exibida  novamente  no  programa  “30  Anos  Incríveis”, da TV Cultura, apresentado por Gastão Moreira.  Assista, agora, apenas ao início do vídeo (até  1’05”), em  que  o apresentador Gastão Moreira introduz o programa e fala sobre Clarice Lispector. Anote as principais características da escritora e de sua obra destacadas pelo apresentador. Vídeo disponível em: .    Acesso em: 30 dez. 2018. 

    Agora,  assista  ao  restante  do  vídeo  (de  1’05”  até  6’10”),  anotando  afir47. mações feitas por Clarice Lispector, reações ou atitudes tomadas por ela durante a entrevista. Na sua opinião, elas evidenciam as características destacadas  por  Gastão  Moreira  no  início  do  vídeo?  Em  caso  positivo,  quais? Você acrescentaria alguma outra característica não mencionada pelo  jornalista? 

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    Finalmente, assista pela terceira vez ao vídeo (de 1’05” até 6’10”) e transc48. reva, de maneira tão próxima quanto o possível, parte das respostas de Clarice.  Seu  (sua)  professor(a)  fará  algumas  pausas  e  repetições  para  viabilizar  a  transcrição. Jornalista Júlio Lerner: Clarice Lispector … de onde vem esse … Lispector?  Clarice Lispector: eu  não  sei  …  eu  perguntei  …  ____________________  e  …  eu  perguntei  a  meu  pai  …  desde  quando  havia  Lispector  na  …  na  na  Ucrânia  …  ele  disse  que  de  gerações  e  gerações  anteriores  …  eu  suponho  que  o  Li  …  que  o  nome  foi  rolando  rolando  rolando  …  perdendo  algumas  sílabas  …  e  se  transformando  nessa    de  lis  …  quer  coisa  que  é  …  parece  uma  coisa  …  lis  no  peito  …  em  latim  …  flor  dizer … é uma um um nome que … que quando aparec/ quando eu escrevi o meu primeiro  livro … Sérgio Milliet … e eu era então completamente desconhecida é claro … Sergio  Milliet  diz  assim  …  ________________________________________________________ __________________________________________________________________________ Jornalista: você chegou a conhecer o Sergio Milliet pessoalmente?  Clarice Lispector: nunca … _________________________________________________ _________________________________________________________________________ pra viajar porque eu me casei com um diplomata brasileiro … mas que eu não conheci …  as pessoas que escreveram sobre mim eu não co/… eu não conheci …   Jornalista: Clarice … seu pai … fazia o que profissionalmente?      Clarice Lispector: representação de firmas … coisas assim … quando ele na verdade dava era pra … coisas de espírito …  Jornalista: há alguém na família Lispector … que chegou a escrever alguma coisa?  Clarice Lispector: _________________________________________________________ _________________________________________________________________________ eu tenho uma irmã … Elisa Lispector que escreve romances … e tenho uma irmã chamada  Tânia Kaufman que escreve livros técnicos … Jornalista: você chegou a ler as coisas que sua mãe escreveu?  Clarice Lispector: não eu só soube há poucos meses …  Jornalista: mas não teve condições de ler …  Clarice Lispector: não … soube a informação de um … de uma tia … ________________ _________________________________________________________________________     eu fiquei boba … Jornalista: em diversas … entrevistas que você tem concedido surge … quase que necessariamente  …  a  pergunta  de  …  como  você  começou  …  quando?  isso  é  mais  do  que  …  conhecido …  Clarice Lispector:  eu comecei desde sempre …

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Jornalista: você  começou  aos  sete  anos  de  idade  … Clarice Lispector: eu  sei  …  _________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ é  muito  complicado  pra  explicar  essa  história  …  como  era  …  mas  quando  eu  comecei  a  …  a  ler  e  escrever  …  eu  comecei  a  escrever  também  …  pequenas  histórias  … Jornalista: quando a … jovem … a praticamente adolescente Clarice Lispector … descobre  que  …  realmente  é  a  literatura  …  aquele  campo  de  criação  humana  que  mais  a  atrai  …  a  jovem  Clarice  tem  algum  objetivo  específico  ou  apenas  escrever  sem  determinar  um  tipo  de  público? Clarice Lispector: _________________________________________________________ Jornalista: você podia nos dar uma ideia do que era a produção … da adolescente Clarice  Lispector? Clarice Lispector: _________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Jornalista:  desse  período  você  se  lembra  do  nome  de  alguma  produção? Clarice Lispector: bom  eu  escrevi  um  …  várias  coisas  antes  de  publicar  meu  primeiro  livro  …  eu  já  escrevia  pra  revistas  … .  contos  …  jornais  …  eu  ia  com  a  timidez  enorme  …  mas  uma  timidez  de  ousada  …  eu  era  …  ____________________________________  chegava  lá  nas  revistas  e  dizia:  “eu  tenho  um  conto  …  o  senhor  quer  publicar?”  aí  …  eu  me  lembro  que  uma  vez  foi  o  Raimundo  Magalhães  Júnior  …  que  olhou  …  leu  um  pedaço  …  olhou  pra  mim  e  disse:  “cê  copiou  isso  de  quem?”  eu  disse:  “de  ninguém  é  meu.”  ele  disse:  “cê  traduziu?”  eu  disse:  “não  …”  ele  disse:  “então  eu  vou  publicar  …”  era  sim  …  era  nessa  base. Jornalista: você  publicava  essas  obras  em  …  quais  publicações? Clarice Lispector: _________________________________________________________ Jornalista: Clarice  …  a  partir  …  de  qual  momento  você  efetivamente  decide  assumir  …  a  carreira  de  escritora? Clarice Lispector: _________________________________________________________ Jornalista: por  quê? Clarice Lispector: eu  não  sou  uma  profissional  …  eu  só  escrevo  quando  eu  quero  …  eu  sou  uma  amadora  e  faço  questão  de  continuar  a  ser  amadora  …  profissional  é  aquele  que  …  tem  uma  obrigação  consigo  mesmo  …  consigo  mesmo  …  de  escrever…  ou  então  com  o  outro  …  em  relação  ao  outro  …  agora  eu  …  ____________________________________ _________________________________________________________________________ Transcrição realizada a partir do vídeo disponível em: . Acesso  em:  30  dez.  2018.

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Marcas típicas da oralidade   .  Retome a transcrição das falas do jornalista e de Clarice Lispector.  49    a)   Identifique    momentos  em  que  ocorrem  pausas, hesitações e truncamentos. A ocorrência desses  fenômenos  seria  indício  de  algum  problema de fluência     do  jornalista  e/ou  de  Clarice  Lispector?  Justifique.     b)    É possível observar, na fala de Clarice Lispec  tor, reduções nas palavras “você” e “para”, pronunciadas  como  “cê”  e  “pra”.  É  possível    afirmar,  tendo  em  vista  essas  reduções,  que  a  fala  de  Clarice  Lispector  é  informal?    Justifique.      c)  Observe os seguintes trechos, atentando-se para  as  palavras/expressões  negritadas.  Quais  as  suas funções? Como você as traduziria para o  espanhol?  “bom  …  eu  soube  u/ultimamente  …  pra  minha enorme surpresa … que minha mãe  escrevia  …  não  publicava  …  mas  escrevia”.

ZOOM A fluência  oral  diz  respeito  à  capacidade  de  expressão num fluxo natural    e espontâneo – o que não significa    a  ausência  de  pausas,  hesitações e truncamentos, típicos de textos orais, sobretudo  os  que  não  foram  planejados  anteriormente.  Em  níveis mais baixos de profici  ência em uma língua adicional, esses fenômenos podem  ser  muito  recorrentes  (por  exemplo, devido a dificulda  des  gramaticais,  lexicais  ou  fonético-fonológicas),  o  que  pode  comprometer  a  interação  e,  eventualmente,  exigir  um  esforço  significativo  por    parte do interlocutor.

    “… eu suponho que o Li … que o nome foi     rolando  rolando  rolando  …  perdendo  algumas  sílabas  …  e  se  transformando  nessa      coisa que é … parece uma coisa … lis no peito … em latim … flor de lis   … quer dizer  … é uma um um nome que … que quando aparec/ quando  eu escrevi o meu primeiro livro … Sérgio Milliet … e eu era então completamente desconhecida é claro … Sergio Milliet diz assim … esse escritor  de nome desagradável … certamente um pseudônimo … e não era … era  o meu nome mesmo … ”  Tintim por tintim (p. 175): Marcadores conversacionais e interjeições  50    .  Coloque-se na posição de um membro de uma ONG que luta contra a discriminação aos imigrantes no seu país, e que está organizando uma exposição intitulada  “Eles também não nasceram aqui”. Escolha um estrangeiro que teve um papel importante na história de sua nação, e escreva o texto que fará parte de um cartaz   a ser exibido nessa exposição. Inclua, neste texto, a biografia do(a) escolhido(a)    e descreva a importância dessa pessoa para seu país.

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    A  intensificação dos processos de globaliza51.   ção e a nova geopolítica mundial vêm gerando  grandes  deslocamentos  nos  últimos  anos. Diferentes imigrantes – entre eles, colombianos, venezuelanos, haitianos, sírios,  angolanos e congoleses – têm chegado ao Brasil, contribuindo para a constante renovação das construções culturais brasileiras. Esse processo, entretanto, pode ser, muitas vezes,  marcado por uma série de dificuldades.      Assista a um videoclipe realizado por refugiados com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e da Cáritas Arquidiocesana  de São Paulo. Quais suas primeiras impressões sobre ele?    Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018. 

    Assista ao videoclipe novamente e discuta com seus colegas as questões a seguir:  52.    a)  Quais são os motivos dos deslocamentos retratados no clipe?    b)  Conforme  dois  versos  da  canção,  “O  destino  tanto  faz/desde  que  fiquemos    vivos”. Quais das frases abaixo estão próximas do sentido dos versos originais? Selecione uma ou mais opções para cada coluna.   – O destino é indiferente ( )    – O destino não importa ( )    – O destino é incerto ( ) 

 ainda que fiquemos vivos ( )      mesmo que fiquemos vivos ( )      contanto que fiquemos vivos ( )   

  c)  Observe as diferentes malas que aparecem ao longo do vídeo, bem como as  imagens,  os  dizeres  e  os  objetos  que  elas  carregam.  De  que  forma  tais  elementos participam da construção da narrativa contada no clipe?    d)  Retome  a  seguinte  fala  de  um  dos  imigrantes:  “ It’s not a choice, it’s a cir­ cunstance (“Não é uma escolha, é uma circunstância”). “Eu não sou refugiado,  eu estou refugiado”.   •  Como você interpreta a mudança do inglês para o português nesta fala?  • Considerando as diferenças entre os verbos ser e estar, como você interpreta a última frase?  e)    Um objetivo  da realização do clipe, conforme seus idealizadores, é desconstruir preconceitos. •    Registre afirmações que ajudam a cumprir tal objetivo.    • Tendo em vista sua resposta ao item a, você considera que alguns este  reótipos comuns sobre os países de origem dos participantes do vídeo podem ser reforçados?  f )    Que elementos são mobilizados para construir a ideia de união no clipe? Em  sua resposta, considere, entre outros elementos, a música e letra da canção,  as imagens, os objetos que merecem destaque.  g)    No clipe, é possível observar a presença de elementos musicais e vestimentas  característicos de outros países. Além disso, outras línguas, além do português, são  utilizadas.  Essa  presença  ajuda  ou  prejudica  a  construção  da  ideia  de  união  entre migrantes e brasileiros?  Tintim por tintim (p. 179): Acentuação Gráfica     

Um Brasil de muitos povos

    Você vai ouvir, duas vezes, um áudio (até 7’27”) que traz uma entrevista com  53. Jonathan  Berezovsky,  fundador  e  diretor  da  ONG  Migraflix    e  realizador  do  projeto  Meu Amigo  Refugiado.  Enquanto  ouve,  faça  anotações  para  realizar  a  tarefa a seguir.  

 Áudio disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018. 

Um jornal de grande circulação no Brasil acaba de abrir mais uma edição do Prêmio     Empreendedorismo Social. Como membro da     equipe  da  ONG Migraflix,     você  ficou     responsável por escrever um e-mail de apresentação do projeto Meu   Amigo Refugiado, a fim de concorrer ao prêmio. Em seu texto, você deverá contextualizar o projeto, des  crever seu funcionamento e justificar por que ele merece ser premiado.    Etapa 1 – Selecione as informações tendo em vista o propósito do e-mail.    Informações relevantes para … Contextualizar o projeto

Descrever o funcionamento do projeto

Justificar por que o projeto merece ser premiado

Etapa 2  – Planeje o texto, considerando seu propósito, a relação entre o locutor e o  interlocutor e o gênero.   Que registro deve ser empregado (informal, formal)?  •    Quantos parágrafos terá o texto? Qual o tópico central de cada um deles?  •    Em que ordem as informações serão dadas?  •    Como abrir e fechar o e-mail?  •  Saudações e despedidas em correspondências   Em cartas e e-mails, diferentes são as formas pelas quais se pode saudar o(a) interlocutor(a), ou se despedir dele(a), conforme a relação que se estabelece com ele(a) e  a situação específica. Ainda que suas regras de uso não sejam completamente rígidas,    algumas saudações e despedidas encontram-se organizadas no quadro a seguir conforme  o grau de formalidade que costumam sinalizar. 

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Destinatário(a)

Saudação

Despedida

– alguém que ocupe uma posição hierárquica superior  – alguém com quem se tenha pouca, ou nenhuma, proximidade   –   alguém de quem se deseja marcar  considerável distanciamento devido  à situação comunicativa específica   

 Prezada Sra. Luiza  Alburquerque,  Prezado Prof. Dr. Eduardo  Veiga,  Prezados Srs.,   Prezados colegas, 

Respeitosamente, Cordialmente, Saudações cordiais, Com os melhores cumprimentos,

– pessoa de quem se mantém certo distanciamento  –   pessoa de quem se deseja marcar  certo distanciamento devido à  situação comunicativa específica   

Caro Roberto, Cara Isabela, Caros, Bom dia/Boa tarde/Boa noite, Caros colegas,

Atenciosamente, Abraços, Um grande abraço, Um forte abraço,

 –   pessoa próxima   –   amigo(a)  – familiar

Bom dia/Boa tarde/Boa noite,  Oi, mãe, tudo bem?   Olá, Lucas, tudo tranquilo/beleza?   certo/joia?     Querida tia Carmen,   Luiz,  Oi, gente/pessoal/galera,  Fala, amigão, beleza?  Amor,

Abraços, Um abraço, Um grande abraço, Abração, Um forte abraço,  Beijos,  Um beijo,   Um grande beijo,   Beijão,   Beijinho(s),  Saudades!  Até (mais)! 

Etapa 3 – Escreva a primeira versão do texto. 

FIQUE DE OLHO! ● 

 Em  uma  carta  ou  e-mail  mais  formal, pode-se utilizar, na despedida, a  palavra “Atenciosamente”, seguida pela assinatura. Não se utiliza, neste  caso, “atentamente”, que, em português, é utilizado como advérbio em  frases  como  “Ele  escutou  atentamente as explicações”. 



“Abraços”, “Um abraço” e expressões similares podem ser utilizados  no  fechamento  de  cartas  e  e-mails  informais,  assim  como  em textos mais formais. Por outro  lado, em geral, apenas correspondências mais informais podem ser finalizadas    com  “beijos” ou “um (grande) beijo”.

Etapa 4  –  Revise  o  texto.  Coloque-se  agora  na posição de um membro da comissão julgadora do prêmio. Você ficaria inclinado a pre  miar o projeto a partir do e-mail recebido?  Etapa 5  – Troque o e-mail com um colega e  faça sugestões para o aprimoramento do texto.  Tenha  em  vista  a  adequação  à  situação  de  comunicação estabelecida. Etapa 6  –  Prepare  a  versão  do  texto  a  ser  entregue   ao(à)   professor(a).   Esteja  preparado(a) para escrever uma nova versão,  a  depender  dos  comentários  feitos  pelo(a)  docente.

Um Brasil de muitos povos

Alugando um imóvel  54.    Pablo Pérez é um jovem médico boliviano que acaba de chegar ao Brasil para fazer  uma especialização na Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele veio com sua esposa,  Diana, mas, em breve, trará seus dois filhos: Javier, de 6 anos, e Sebastián, de 2 anos.     Pablo também pretende trabalhar como médico no Brasil e pensa em ficar por, pelo     menos, 5 anos. Os dois estão, temporariamente, na casa de um amigo, até conseguirem  um local para se mudarem. Após várias buscas na Internet, Pablo e Diana selecionaram  quatro imóveis que mais os interessaram, cujos anúncios se encontram a seguir:  Apartamento para aluguel – em Umarizal Umarizal, Belém Informações principais  Imóvel:  Aluguel:     Condomínio:    Área total:   Área útil:   Quartos:   Banheiros:   Suíte:   Vaga: 

Apartamento  R$ 1.300  R$ 800  110m²  110m²  3  3  1  1 

FIQUE DE OLHO! As palavras do espanhol “alquiler” e “alquilar” correspondem, em português, a “aluguel” e “alugar”.

Descrição  Ótimo apartamento com 110 m2. Andar alto. Sala ampla para 2 ambientes com sacada, WC social, cozinha planejada, área de serviço, circulação, 3 quartos, sendo 1  suíte e 1 vaga de garagem. Piso em porcelanato, forro em sanca com gesso, Blindex  nos banheiros, armários modulados em todos os ambientes, pintura em bom estado.  Torres Venezianas, São Brás, Belém   São Brás, Belém  Informações principais  Imóvel:    Aluguel:  Condomínio:      Área total:    Área útil:    Quartos:    Banheiros:    Suíte:    Vaga:    Idade do imóvel: 

Apartamento  R$ 1.500  R$ 375  140m²  80m²  3  2  1  1  3 anos 

ZOOM condomínio: taxa mensal paga por  cada casa ou apartamento de um condomínio  residencial,  a  fim    de  cobrir  despesas  de  manutenção  das  áreas  comuns,  bem  como  despesas  administrativas gerais.

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Descrição  Apartamento  no  3°  andar,  com  piso  cerâmica,  cozinha  americana  completa e área de serviço separada.  03 quartos, sendo 01 suíte, e banheiros  com  Blindex.  Varanda  gourmet  e  01  vaga  de  garagem.  Hidrômetro  separado.  Lazer  completo  com  piscina adulto e infantil, academia, sauna, salão de festas e quadra poliesportiva.

AS APARÊNCIAS GANAM   Em português brasileiro, utiliza-se a   palavra “academia” (e não “ginásio”)    para fazer referência ao local onde as  pessoas  fazem  musculação  ou  outras  atividades físicas. –   

 Faz  duas  semanas  que  não  vou  na academia. Hoje vou malhar de  qualquer jeito! 

Casa residencial para locação, Cidade Velha, Belém Cidade Velha, Belém Informações principais  Imóvel:   Aluguel:   Área total:   Área útil:   Quartos:   Banheiros:   Suíte:   Vaga:   Idade do imóvel: 

Casa  R$ 1.600  95m²  95m²  3  2  1  1  30 anos 

Descrição  Excelente  casa  mobiliada  com  3  quartos,  sala  com  3  ambientes,  2  banheiros,  ampla cozinha, área de serviço arejada, quintal espaçoso e uma vaga de garagem.  Casa  mobiliada  com  fogão,  geladeira,  móveis  de  cozinha,  mesa  e  cadeiras,  sofá,  rack, estantes e camas. Ótima localização no atrativo bairro da Cidade Velha, proporcionando aos moradores da região alguns dos principais pontos turísticos de Belém,  como  a  Igreja  da  Sé,  Santo Alexandre,  Igreja  do  Carmo,  Casa  das  Onze  Janelas, Museus de Arte, entre outros. 

Um Brasil de muitos povos

Apartamento residencial para locação, Coqueiro, Belém Coqueiro, Belém Informações principais  Imóvel:  Aluguel:   Condomínio:   Área total:   Área útil: 

Apartamento  R$ 1.000  R$ 280  55m²  55m² 

 Quartos:   Banheiros:   Suíte:   Vaga:   Idade do imóvel: 

2  2  1  1  6 anos 

Descrição  Apartamento  de  55m2  com  2  quartos,  sendo  1  suíte. Armários  planejados  nos  quartos, na cozinha e na área de serviço. Apartamento mobiliado com fogão, geladeira, sofá, rack, estantes e camas. Área de lazer com quadra poliesportiva, brinquedoteca, salão de jogos, piscina e espaço gourmet. 

 Pablo e Diana foram à imobiliária que  administra os quatro imóveis. Em  trios,  simule a interação entre o casal e um corretor, recorrendo ao quadro a seguir quando necessário. Ao longo da conversa, Pablo e Diana demonstram preferências diferentes.  Após algumas perguntas ao corretor, o casal acaba descartando uma das opções e decidindo visitar apenas três imóveis. Recorra ao quadro a seguir quando necessário. 

Tipos de moradia casa casa térrea/casa geminada sobrado chalé república cobertura casa de campo/casa de praia/casa de temporada casa em condomínio fechado apartamento    flat/apart-hotel    pensionato   kitnet  Partes de uma casa sala de visitas  sala de jantar 

ZOOM Uma república é uma moradia onde vive um  grupo  de  estudantes,  geralmente  provenientes  de  outras  cidades  para  realizar  o  ensino  superior.  Para  muitos  universitários,  morar  em  república  é  uma  alternativa  para  tornar despesas como aluguel, Internet, água  e luz mais acessíveis. 

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

copa  cozinha  quarto quarto de empregada suíte closet escritório despensa banheiro banheiro social lavabo  área de serviço/lavanderia  garagem hall corredor porão sótão alpendre varanda/terraço sacada quintal  jardim  Pedindo informações sobre o imóvel  –  Qual é a área total do imóvel?                              útil   –  Quantos quartos  tem a casa?                        andares          o prédio?   –  A garagem é no subsolo?                        tem portão eletrônico?  – Tem portaria/guarita?                salão de festas?                piscina?                  quadra de esportes?                área de lazer?                elevador?                armário embutido?                cerca elétrica?                   circuito interno de segurança?   –   –   –   –   – 

O bairro é seguro?  A área de serviço já tem tanque?  Os quartos têm carpete?  O gás é canalizado?  O apartamento é mobiliado? 

AS APARÊNCIAS ENGANAM Em português, a palavra “copa” pode se referir ao cômodo de uma casa onde se fazem  refeições do dia a dia, contíguo à cozinha:  – No dia a dia, eu sempre almoço na copa – nunca na sala de jantar.  Não se confunda com a palavra “copa” do espanhol:  – Eu quero uma taça de vinho tinto, por favor. (Eu quero uma copa de vinho tinto …)     Português  escritório   oficina    escrivaninha  – 

 –  – –

 Quando eu passar no exame da OAB, quero  começar a trabalhar em um escritório de advocacia. Quero me especializar em direito  trabalhista.  Que droga! Vou ter que levar meu carro na  oficina de novo! Vamos participar da oficina de teatro que a Lu está organizando?  Tem um monte de papel em cima da minha escrivaninha.   Preciso  organizar  tudo, senão não vou conseguir trabalhar.

Português sacada porão  sótão   –  –  – 

Espanhol oficina    taller  escritorio

Espanhol balcón sótano desván 

 Meu  tio  está  construindo  uma  churrasqueira na varanda dele. Ai, que preguiça de subir dois lances de escada para guardar essas caixas no sótão    …  servem para  Há países em que os porões   proteger de furacões.

Um Brasil de muitos povos

 – É permitido ter animal doméstico?  – Fica perto de ponto de ônibus? – O síndico é gente boa ?             zelador              fina?    – Tem padaria               restaurante      no bairro?  supermercado academia               farmácia   

ZOOM •

gente boa ~ gente fina ~ legal –      expressões  coloquiais  utilizadas  para descrever uma pessoa agra  dável, simpática



O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) é um imposto que  proprietários de casas, apartamentos, salas comerciais e outros tipos de  propriedade  em  regiões  urbanizadas devem pagar à prefeitura.  Em  geral,  nos  contratos  de  aluguel, estipula-se que o pagamento  do IPTU cabe ao inquilino.

Perguntando valores  – Quanto é o aluguel?  – Qual o valor médio do condomínio?   –  A água já está incluída no condomínio?           luz     – O gás já está incluído? – O IPTU  é pago pelo proprietário ou  pelo inquilino?

55    .  Pablo e Diana foram à imobiliária, retiraram as chaves dos três imóveis escolhidos  e os visitaram. O casal decidiu por um dos imóveis e voltou à imobiliária disposto  a fechar negócio. Simule um novo diálogo entre o casal e o corretor, em que:  • o casal apresente ao corretor os motivos que embasaram sua escolha; •  o corretor explique a burocracia necessária para a efetivação do negócio (reconhecer firma em cartório, fazer vistoria, indicar um fiador com imóvel em Belém);       •  Pablo e Diana façam perguntas sobre essa burocracia e demonstrem dificul  dade em compreenderem o vocabulário específico utilizado pelo corretor;   •  o casal argumente que não tem conhecidos que sejam proprietários de imóveis no Brasil; •  o corretor busque, junto ao casal, alternativas que viabilizem a concretização do negócio; •  Pablo e Diana tirem dúvidas sobre o contrato a ser assinado. Recorra ao quadro a seguir quando necessário:   Esclarecendo pontos do contrato de locação –   É  necessário  ter  um  fiador    com imóvel na cidade. Também é possível deixar um cheque caução. –  O contrato é por … meses –    É possível rescindir o contrato sem  pagar multa após … . meses  – O aluguel pode ser pago até o quinto dia útil do mês.       dia ___ de cada mês.  –    Vocês podem receber o boleto bancário por e-mail, ou em sua casa. 

ZOOM •

cheque caução – cheque comum que funciona como garantia de pagamento  de  uma  dívida  relacionada a um bem, produto ou serviço. Só pode ser descontado no caso de desrespeito do compromisso assumido por aquele que assinou o cheque.

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Fechando o negócio –  –  – – –  –

Que  documentos  a  gente  precisa trazer?  Onde eu assino?  Precisa rubricar todas as páginas?  A gente precisa reconhecer firma   em cartório?  Quando  vocês  vão  fazer  a  vistoria?  A gente pode pegar as chaves quando? 

ZOOM • cartório – repartição onde, entre outras  atividades, se registram pes  soas, imóveis, títulos e documentos. • vistoria – processo de levantamento das condições de um local, veículo etc. No caso de contratos de locação, a vistoria, registrada em um laudo, é feita antes da entrega das chaves ao inquilino e após a desocupação do imóvel, a fim     de garantir que esse seja devolvido nas  mesmas  condições  em  que  se  encontrava quando o contrato foi assinado.

AS APARÊNCIAS ENGANAM português   assinatura  disciplina/matéria

espanhol firma    asignatura

−  Só falta a assinatura do proprietário para eu fechar o contrato do aluguel. −  Ainda não sei que disciplinas eu vou fazer neste semestre. Estou esperando a  faculdade soltar os horários.  • –      –

A palavra firma também existe em português, mas é de uso menos frequente:  Hoje eu tenho que ir no cartório, reconhecer firma. (= verificar a autenticidade de uma assinatura)      O contrato deve ter firma autenticada para que seja válido.   

• Como em espanhol, firma também pode significar, em português, empresa.     Meu pai trabalha em uma firma de peças automotivas. – 

Recursos fonético-fonológicos: vogal epentética [ɪ]   .  Ouça a maneira como, tipicamente, os brasileiros pronunciam as seguintes palavras:  56       flat  apart hotel   kitnet    a)   É  possível  observar  a  inserção  da  vogal  [ɪ]  na  pronúncia  dessas  palavras.  Repita-as.      Você  b)   consegue  se  lembrar  de  outras  palavras  em  que  acontece  esse  fenômeno?  Afiando a língua (p. 207): Vogal epentética [ɪ]    

Um Brasil de muitos povos

UM POUCO DE TRADUÇÃO, POR QUE NÃO? A figura do negro e do estrangeiro em textos poéticos latino-americanos       A  turma deverá se dividir em dois ou mais grupos. Alguns grupos ficarão respon57.   sáveis pela tradução do poema “Me   gritaron negra”, da peruana Victoria Santa Cruz;     outros, pela tradução da canção “No me llames extranjero”, do argentino Rafael Amor. Você pode encontrá-los por meio dos links a seguir:   

  Vídeo do poema “Me gritaron negra” disponível em:  

 

  Vídeo da canção “No me llames extranjero” disponível em:  

 

  Acesso em: 30 dez. 2018. 

  Depois de chegar a um consenso sobre a versão final de tradução de cada texto, um     ou mais integrantes de cada grupo deverá recitar o poema/a canção para o restante da  turma. Também é possível, claro, cantar a canção! Em seguida, a turma socializará suas  impressões sobre os textos. 

PROJETANDO-SE Nossas histórias   .  Partindo da pergunta De 58    onde você vem?, sua tarefa neste projeto será produzir    um  livreto  bilíngue  (português/espanhol  ou  outra  língua  falada  em  sua  família)  sobre a história de suas origens, dedicado à sua família. Para isso, procure resgatar  biografias,    histórias  peculiares,  costumes,  tradições,  hábitos  culinários,  festas  e  músicas  típicas  que  você  tenha  recebido  como  herança.  Se  você  tiver  alguma  documentação disponível (certidões, fotos, cartas, receitas, letras de música etc.),  poderá incluí-la em seu livro.   Não se esqueça de:  •  •  • •

Dar um título ao seu pequeno livro; Elaborar um breve texto de apresentação;  Separar temas em diferentes seções; Legendar documentos e fotos incluídos.

 Se desejar, inclua, ainda, agradecimentos e dedicatória.   Antes de serem entregues às famílias, os livretos poderão ser apresentados aos  colegas.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

EM QUE PÉ QUE EU TÔ?   .  Avalie  seu  processo  de  aprendizagem  ao  longo  desta  unidade,  por  meio  dos  59  quadros a seguir:    • 

Finalizada a Unidade 2 – Um   Brasil de muitos povos, sou capaz de:    Sim

Parcialmente

Não

Parcialmente

Não

 Refletir sobre diferentes tipos de    deslocamentos Identificar aspectos da história dos     principais movimentos migratórios no Brasil, incluindo os de africanos durante o tráfico negreiro     Apreciar algumas contribuições de construções culturais dos imigrantes Compartilhar as histórias de deslocamentos que fazem parte de  minha vida e de minha família

  • 

Agora, sinto-me mais preparado(a) para:  Sim Conversar sobre os temas anteriores, conversar com corretor imobiliário;  dramatizar cena de telenovela*   Ouvir: comentário em programa de  rádio, entrevista de rádio   Assistir: trecho de show (MPB),  videorreportagens, propagandas televisivas, entrevistas na TV, cena de telenovela*, videoclipe, vídeo em canal no YouTube*  Ler: texto didático, verbete de  enciclopédia online, pinturas, trecho de artigo científico, gráficos,       seção de livro de história do Brasil, e-mail, trecho da constituição,  anúncios de locação, biografias*      Escrever: mapa-mental, resumo,  e-mail, cartaz, textos relevantes  para compor um livreto bilíngue Traduzir: poema, letra de canção (trova)  * apenas no Tintim por tintim

Um Brasil de muitos povos

• 

Ampliei meus recursos léxico-gramaticais relativos aos seguintes pontos: Sim

Parcialmente

Não

Acentuação gráfica Colocação pronominal Marcadores conversacionais e  interjeições Nomes de países Operadores argumentativos Palavras e expressões idiomáticas  relacionadas ao corpo humano Sons das letras “e” e “o” em sílaba átona final Sons da letra “x” Uso indeterminado do pronome você Vogal epentética [ɪ] Voz passiva

•  Em que aspecto(s) posso melhorar? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ •  Que estratégias terei para avançar nesse(s) aspecto(s)? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________

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Unidade 3 Fazendo festa!

As construções culturais são formadas por tradições que se constroem e recons­ troem em nossas práticas sociais ao longo de anos, décadas, séculos. Essas tradições são atravessadas por aspectos constitutivos dos diferentes territórios, como o meio ambiente e a geografia, os regimes políticos, a estrutura social, as religiões, dentre outros. Algumas tradições são compartilhadas entre muitas pessoas; outras, entre familia­ res e amigos. Algumas estão presentes em vários países, ganhando cores particulares em cada um deles; outras encontram-se apenas em determinadas regiões ou lugarejos de um país. Em relação àquelas que abrangem a maior parte do território brasileiro, podemos destacar as do Natal e do Ano Novo e as do Carnaval. Paradoxalmente, as datas que mais mobilizam os brasileiros vão do sagrado, no caso do Natal, ao profano, no caso do Carnaval. Nesta unidade, vamos tratar de algumas tradições presentes na vida dos brasileiros.

Fazendo festa!

OBJETIVOS c Ao fim desta unidade, você deverá ser capaz de: 9 Identificar algumas tradições comuns no Brasil e em outros países, colocando-as em relação com tradições que fazem parte de seu próprio país 99Refletir sobre aspectos culturais, sócio-históricos e identitários que marcam essas tradições c Para tanto, você deverá avançar em suas capacidades para: 9 Conversar sobre os temas anteriores; gravar mensagem de voz em aplicativo de comunicação instantânea 99Ouvir: canções (MPB, bossa nova, samba, funk, pagode, pop, sertanejo, choro, baião, rock, pop rock), mensagem de voz em aplicativo de comunicação instantânea 99Assistir: propagandas televisivas, poema de cordel, vídeo-postagem em rede social, reportagem de TV, trecho de show (pop rock)* 99Ler: post em blog e em redes sociais, fotografias figurativas, crônicas, notícia, entrevista, poema*, panfleto* 99Escrever: post em blog, comentário na Internet, artigo de opinião, legendas para fotos 99Produzir: fotos para mostra, panfleto* 99Traduzir: matéria c Para a interpretação/produção de textos desses gêneros, você necessitará ampliar seus recursos linguísticos relativos aos seguintes pontos: 9 Frases úteis para pedir e expressar opinião, concordar, discordar, sugerir 99Futuro do Presente (modo indicativo) 99Futuro do Pretérito (modo indicativo)* 99Presente, Futuro e Imperfeito do subjuntivo 99Léxico para descrever músicas 99Léxico relacionado a Carnaval 99Variantes fonéticas em português brasileiro: [t] e [ʧ]; [d] e [ʤ]; [s] e [ʃ]; [e] e [ɛ] 99Variantes fonéticas em variedades não-brasileiras do português * presente apenas no Tintim por tintim

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

PARA INÍCIO DE CONVERSA … 1.

Discuta com seus colegas: a) Em seu país, há tradições marcantes de determinadas épocas do ano? Quais são elas? b) Você conhece algumas práticas brasileiras que poderiam ser consideradas tradições? Fale um pouco sobre aquelas que conhece.

O PORTUGUÊS DA GENTE

Tradições de fim de ano

Lembre-se de que, na maior parte das variedades do português brasileiro, a letra “l”, em fim de sílaba, é pronunciada como uma semivogal [ʊ], e não como [l].

O Natal é uma data importante no Brasil pelo fato de o país ter uma população de maioria cristã. Apesar de guardar características em geral comuns nos lugares onde é celebrada − como a troca de presentes e as reuniões em família −, essa data ganha contornos diferentes em algumas regiões. 2.

3.

Você tem ideia de quais são os principais símbolos do Natal no Brasil e de como os brasileiros, seguidores de distintas religiões ou sem religião, costumam comemorar essa data? Discuta com seus colegas. Você vai assistir a uma propaganda de uma marca brasi­ leira de cosméticos muito conhecida por utilizar matéria-prima da região amazônica para a fabricação de seus produtos. Essa propaganda foi veiculada em dezembro de 2017. Enquanto assiste, faça anotações para responder às questões a seguir.

Exemplos: Natal, Brasil, algum

ZOOM Religiões no Brasil em porcentagem da população Religião

1970 1980 1991 2000 2010

Catolicismo

91,8 89,0 83,3 73,9 64,6

Protestantismo

5,2

6,6

9,0

15,6 22,2

Sem religião

0,8

1,6

4,7

7,4

8,0

Espiritismo

0,7

1,1

1,3

2,0

Religiões afro-brasileiras

0,6

0,4

0,3

1,6

Outras religiões

1,3

1,4

1,8

3,2

Fonte: Recenseamentos demográficos do IBGE de 1970, 1980, 1991, 2000. Livro ‘Atlas da filiação religiosa e indicadores sociais no Brasil’. Dados de 2010: O IBGE e a religião. Revista Veja. Acesso em: 12 out 2017. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_principais_grupos_ religiosos_do_Brasil. Acesso em 02 fev. 2018.

Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

Fazendo festa!

a)

A fabricante de cosméticos que produziu a propaganda se coloca no mercado como uma empresa sustentável. • •



Que recursos presentes no vídeo – texto verbal e imagens – contribuem para veicular essa ideia? Em sua opinião, por que a empresa procura construir a imagem de que contribui para o desenvolvimento sustentável? De que formas seria possível aos consumidores avaliarem se, efetiva­ mente, a política ambiental da empresa é sustentável?

b) Destaque ações/acontecimentos que, no vídeo, ajudam a representar/reforçar: • • c)

o espírito mais “universal” do Natal as particularidades da comemoração do Natal nessa comunidade

No site da fabricante de cosméticos, consta o seguinte texto como introdução ao vídeo: “O Brasil tem muitos Natais. Junto com a gente, a comunidade de São Francisco do Iratapuru, no coração da Amazônia, transformou uma castanheira – árvore da qual vivem – para celebrar a beleza de um natal brasileiro.” Considerando esse texto e o vídeo de maneira mais global, que comentários você faria sobre a imagem de parceria entre a comunidade e a fabricante vei­ culada na propaganda?

d) No final do vídeo, o seguinte texto ganha destaque: “O Brasil tem muitos Natais. E cada Natal tem sua árvore. Qual é o seu Natal?” Agora, discuta com seus colegas: • • •

Como é o Natal em seu país? Quais são os rituais mais comuns? E em sua família, o Natal é comemorado? Há troca de presentes? Em seu país, o comércio e a mídia exploram muito o evento? Comente.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

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4.

Natal e Ano Novo são eventos que, normalmente, evo­ cam desejos de renovação, mudanças, união, reafirma­ ção de amizades, solidarie­ dade, compartilhamento. Você assistirá a um vídeo em que um famoso poeta repentista e cordelista brasi­ leiro, Bráulio Bessa, declama um poema de cordel sobre o Natal. Que crítica é feita nesse texto? Justifique sua resposta com base em trechos do texto. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

JÁ OUVIU FALAR? Bráulio Bessa Uchoa é um poeta de literatura de cordel, declamador e ativista em favor da divulgação da cultura nordestina. Nascido em 1985 em Alto Santo, no Vale do Jaguaribe, Ceará, ficou famoso após apostar na internet para resgatar a tradicional literatura de cordel. Foi dessa forma que seus vídeos com declamações já alcançaram milhões de visualizações, tendo como marcas registradas o sotaque e o inseparável chapéu. Ele também é o criador do projeto “Nação Nordestina”, que divulga a cultura do Nordeste na internet, tendo mais de um milhão de fãs/seguidores. Por tudo isso, Bráulio ganhou a alcunha de “embaixador do Nordeste”. Em abril de 2017, com inspiração na poesia de Patativa do Assaré, Bráulio lançou o livro “Poesia com Rapadura”, pela Editora Cene. Fonte: . Acesso em: 02 fev. 2018.

ZOOM Literatura de Cordel é um gênero literário popular escrito na forma rimada, originado em relatos orais e depois impresso em folhetos. Remonta ao século XVI, quando o Renascimento popularizou a impressão de relatos orais, e mantém-se uma forma literária popular no Brasil. O nome tem origem na forma como tradicionalmente os folhetos eram expostos para venda, em Portugal, pendurados em cordas, cordéis ou barbantes. Alguns poemas são ilustrados com xilogravuras, também usadas nas capas. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos, e os versos têm, frequentemente, sete sílabas. Os autores, ou cordelistas, recitam esses versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, como também fazem leituras ou declamações muito empolgadas e animadas para conquistar os possíveis compradores. Fonte: . Acesso em 02 fev. 2018.

5.

Dê exemplos de recursos poéticos observados no cordel de Bráulio Bessa. Quais os efeitos desses recursos?

6.

Com um(a) colega, assista ao vídeo quantas vezes forem necessárias e transcreva o poema. Em seguida, socialize o texto transcrito com o(a) professor(a) e com os demais colegas para chegarem a uma versão final da transcrição.

Presente do subjuntivo 7.

Retome a transcrição do poema e identifique pedidos feitos ao interlocutor. a) Há algum desses pedidos que você considere particularmente importante nos tempos de hoje? Justifique.

Fazendo festa!

b) A formulação desses pedidos é feita por meio do uso das formas subjuntivas do imperativo, que você estudou na Unidade 1. Complete o quadro a seguir com essas formas do imperativo: Infinitivo

Imperativo – formas subjuntivas

olhar reparar abraçar perdoar esforçar-se convencer fazer

c) 8.

Por que, no caso de um verbo como “fazer”, a forma subjuntiva do impe­ rativo é irregular? Identifique, agora, desejos expressos no poema pelo eu-lírico, introduzidos pela conjunção “que”. a) Tais desejos são expressos no modo verbal conhecido como Presente do subjuntivo. Em reação à sua formação, existe alguma diferença entre o Presente do subjuntivo e as formas subjuntivas do modo imperativo? b) E você? Que desejos tem para o próximo Natal? Complete as frases a seguir usando o Presente do subjuntivo: •

Espero que _________________________________________________



Desejo que _________________________________________________



Tomara que ________________________________________________



Quero que _________________________________________________

Tintim por tintim: Valores do subjuntivo (p. 180) e Presente do subjuntivo (p. 182)

Variantes fonéticas em português brasileiro: [t] e [ʧ]; [d] e [ʤ] 9.

Assista novamente ao vídeo, prestando atenção na pronúncia das letras destacadas nas palavras a seguir. sentido incoerente presente

permitir independente

pratique quente gente

a)

Repita as palavras da maneira como Bráulio Bessa Uchoa, nascido no Ceará, as pronuncia. b) Na maior parte do Brasil, essas palavras são pronunciadas de outro modo. Como? Afiando a língua (p. 209): Variantes fonéticas: [t] e [ʧ]; [d] e [ʤ]

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Outras variantes fonéticas em português brasileiro: [s] e [ʃ ]; [e] e [ɛ] 10. Por fim, assista novamente ao início do vídeo, até 0’45”. De que forma o poeta cearense pronuncia as palavras da primeira coluna? Assine a opção correta na segunda coluna: a) destemido/festa

( ) com som de [s] (como em sabedoria ) ( ) com som de [ʃ] (como em cheio )

b) verdadeiro/Jesus

( (

) com som de [e] (como em Deus ) ) com som de [ɛ] (como em é )

11. Você assistirá agora a um vídeo retirado do site oficial do cantor e compositor Djavan (www.djavan.com.br), publicado em 24 de dezembro de 2015. Enquanto assiste, faça ano­ tações para responder às seguintes perguntas: Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

JÁ OUVIU FALAR? Djavan Caetano Viana (Maceió, 27 de janeiro de 1949) é um cantor, compositor, produtor musical e violonista brasileiro. Entre as características de suas canções, está a frequente alusão à riqueza das cores do dia a dia, o emprego de construções metafóricas e a combinação de ritmo tradicionais sul-americanos com ritmos populares dos EUA, Europa e África.

A quem Djavan dirige seu vídeo? Com quais objetivos? b) Complete, a seguir, algumas das frases ditas por Djavan para expressar seus desejos. Utilize os verbos entre parênteses. “eu queria aproveitar pra desejar um grande ano … um bom ano novo pra Fontes: e . Acesso todo mundo … que todo mundo … em: 30 dez. 2018. seja muito feliz … que os projetos se _________________________________ (realizar) … que a família ____________________________ (estar) … com saúde … todo mundo com saúde todo mundo bem … e e … que ________________________ (poder) todos ter um ano muito melhor do que tivemos esse ano … que a felicidade não __________________________ (economizar) pra vocês … e que todos os projetos ________________________________ … (acontecer) … ___________________________________ (dar) certo … e que ________________________ (seguir) todos felizes para sempre … ” c)

Imagine que você seja um fã de Djavan. Escreva um pequeno texto em resposta ao vídeo do cantor para ser postado em seu site. Que desejos você dirigiria a ele? Utilize o Presente do subjuntivo quando necessário. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

Fazendo festa!

12. Veja agora um vídeo veiculado, no final do ano de 2017, pela Unitel, operadora de telecomunicações em Angola. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

Em que consiste a tradição que a mãe ensina ao filho? Essa tradição também existe em seu país? b) Alguns desejos aparecem projetados na propaganda. Você se identifica com alguns deles? Comente. c) Transcreva as três últimas frases da propaganda, ditas pela locutora. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ d) Como você interpreta as frases finais da propaganda? e) Que relações você estabeleceria entre a frase final e os objetivos da propaganda?

Variantes fonéticas no português angolano 13. Reveja o vídeo. Que marcas de pronúncia do português angolano você destacaria? Tenha em vista a pronúncia das seguintes palavras, entre outras: mágicas noite compartilhar que desejos Unitel Afiando a língua (p. 211): Algumas variantes fonéticas em variedades brasileiras e não-brasileiras do português

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14. No vídeo que você acabou de ver, você conheceu uma tradição comum entre os angolanos no Ano Novo. No Brasil, as comemorações de passagem do ano também são marcadas por tradições bem populares. Leia o texto a seguir, retirado de um blog. Você já conhecia alguma dessas tradições?

Réveillon: festas e tradições no Brasil Por Thaís Lima em 26/12/2016/Cultura Mais um fim de ano chegou e muitas festas de Réveillon acontecerão, em todas as partes do mundo, cada lugar com sua tradição. No Brasil, o Ano Novo é comemo­ rado de diferentes maneiras, de acordo com a crença de cada um. Vou mostrar neste post algumas das tradições mais famosas pelos brasileiros.

Tradições de Réveillon Para comemorar o início de um novo ano, pessoas ao redor do mundo têm uma variedade de superstições e rituais para trazer boa sorte ou deixar os males para trás. A cada ano, as pessoas também querem fazer alguma coisa diferente, seja por fé, seja para se sentirem bem. Aqui no Brasil, temos algumas tradições deAno Novo específicas. Você conhece todas? Confira algumas das mais conhecidas dos brasileiros:

Roupa branca Essa é a tradição mais forte, em que a maioria dos brasileiros se veste de branco durante a virada do ano. Significa paz e purificação espiritual.

Presente para Iemanjá Adeptos e simpatizantes de religiões como umbanda e candomblé vão à praia lançar flores, velas ou qualquer outra oferenda a Iemanjá, a deusa dos mares. Acre­ ditam que, dessa forma, todos os problemas serão levados ao fundo do mar e devol­ vidos em forma de ondas, resultando em sorte para o ano que está por vir.

Fazendo festa!

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Pular 7 ondas Muitos brasileiros pulam sete ondas e fazem pedidos para cada uma delas. 7 é um número espiritual, e ao pular as ondas, você invocará Iemanjá, que te dará forças para passar por cima das dificuldades.

Lentilha A lentilha simboliza a fartura. Desta forma, ela é prato obrigatório na ceia de muitas famílias brasileiras. Inclua-a no cardápio e você terá um ano farto e com muita comida.

Consumo de aves Os supersticiosos acreditam que, na noite de Ano Novo, não se deve consumir aves, como galinha ou frango, pois elas ciscam para trás e isso significa atraso na vida.

Feliz Ano Novo! Adaptado de: . Acesso em: 01 fev. 2018.

FIQUE DE OLHO!

15. Discuta com seus colegas: a)

O que você achou das tradições brasileiras para o Ano Novo? b) Qual você considera a mais comum? E a mais esquisita? Comente. c) Quais dessas tradições estão presentes em seu país? Você costuma praticá-la(s)?



costumar = ter o hábito de –



Eu costumo passar o Réveillon na praia. (Eu acostumo passar o Réveillon na praia.)

acostumar-se = habituar-se –

Faz um ano que me mudei para Curitiba, e ainda não me acos­ tumei com o clima da cidade.

Futuro do presente (modo indicativo) 16. Observe os trechos a seguir: • • • •

Mais um fim de ano chegou e muitas festas de Réveillon acontecerão […] Acreditam que, dessa forma, todos os problemas serão levados ao fundo do mar e devolvidos em forma de ondas […] […] ao pular as ondas, você invocará Iemanjá, que te dará forças para passar por cima das dificuldades. A lentilha simboliza a fartura. […] Inclua-a no cardápio e você terá um ano farto e com muita comida.

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Os verbos negritados encontram-se no Futuro do Presente (modo Indicativo), um tempo que raramente aparece na fala cotidiana, estando restrito, em geral, à escrita mais formal. No dia a dia, predomina a construção “ir + infinitivo”. Exemplo: Mais um fim de ano chegou e muitas festas de Réveillon vão acontecer. a)

Com base nos exemplos anteriores, complete o quadro a seguir, indicando a maneira como se forma o Futuro do Presente para você/ele/ela/a gente e vocês/ eles/elas. Formação do Futuro do Presente – Verbos regulares Eu

infinitivo + -ei

Tu

infinitivo + -á(s)

Você Ele/Ela A gente Nós

infinitivo + -emos

Vocês Eles/Elas

b) Reescreva a frase a seguir, usando o Futuro do Presente, de modo a torná-la mais formal. Vou mostrar neste post algumas das tradições mais famosas pelos brasileiros. __________________________________________________________________ 17. Imagine que você tem um blog sobre assuntos gerais e, assim como Thaís Lima, autora do post que você acabou de ler, decidiu fazer uma postagem sobre as principais tradições de Ano Novo de seu país. O seu texto deverá: • • • •

ter um título, que poderá ser “Tradições de Réveillon” ou outro que achar mais adequado; ter um parágrafo introduzindo o tema; listar e descrever as tradições e/ou rituais de Ano Novo praticados em seu país; finalizar o texto dirigindo-se aos seus leitores.

Tintim por tintim (p. 186): Futuro do Presente (modo indicativo)

Fazendo festa!

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Tradições de início de ano Como você viu, reverências a Iemanjá fazem parte de rituais de fim de ano de muitos brasileiros, especialmente dos que moram no litoral. Mas as homenagens a Iemanjá também acontecem no início de ano, mais especificamente no dia 02 de fevereiro, data em que é feriado municipal em muitas cidades brasileiras. Em outras cidades, o feriado nesse mesmo dia é em comemoração à Nossa Senhora dos Navegantes.

CIUFFO, Leandro Neumann. A Rainha do Mar. Praia do Melo, Natal (RN) – Brasil, 2010. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

FRANTZ, Ricardo André. Nossa Senhora dos Nave­ gantes, na igreja do mesmo nome. Porto Alegre (RS) – Brasil, 2006. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

Por ser um país cuja população é formada por diferentes povos, com diferentes construções culturais e religiosas, são muitos os exemplos de sincretismo que aproximaram o catolicismo, imposto pelos colonizadores portugueses, das religiões de matriz africana, herança de povos da África escravizados e trazidos ao Brasil ao longo de quase quatro séculos. 18. Considere as duas imagens anteriores, de Iemanjá e de Nossa Senhora dos Nave­ gantes. Elas são as representações mais comuns da divindade afro-brasileira e da santa da Igreja Católica em circulação no Brasil. a) Compare as duas imagens, atentando-se para elementos como os seguintes: • corpos e cabelos • vestimentas • objetos e adereços b) Como você interpreta as diferenças entre as imagens? c) Você já tinha ouvido falar de Iemanjá? Essa divindade é cultuada em seu país? Comente.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

19. Você vai assistir a uma reportagem sobre o feriado de 2 de fevereiro. Enquanto assiste, faça anotações para responder às perguntas: Vídeo disponível em: < www.youtube.com/watch?v= iqOzvA_bwu4>. Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

Que elementos verbais e não-verbais da reportagem indicam que as homenagens ao dia de Iemanjá são amplamente difundidas em Salvador? ________________________________________________________________________ b) Conforme a reportagem, quando foram as primeiras homenagens a Iemanjá? Por quem elas foram inicialmente feitas? ________________________________________________________________________ c) O objeto carregado por D. Joelma parece pesado ou não? Justifique. ________________________________________________________________________ d) Por que muitas pessoas fazem oferendas a Iemanjá? Que relações essa prática têm com as características da divindidade mencionadas na reportagem? ________________________________________________________________________ e) Por que, conforme o repórter, as flores são as oferendas mais recomendáveis? ________________________________________________________________________ f) Que pedidos feitos a Iemanjá aparecem na reportagem? ________________________________________________________________________

ZOOM ●

Candomblé é uma religião derivada do animismo africano na qual se cultuam os orixás, voduns ou nkisis, dependendo da nação. É uma das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de três milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil. Dentre as nações africanas praticantes do animismo, cada uma tinha, como base, o culto a um único orixá. Fonte: . Acesso em: 18 mar. 2018.



Umbanda é uma religião brasileira que sintetiza vários elementos das religiões africanas e cristãs, porém sem ser definida por eles. Foi formada no início do século XX no Sudeste do Brasil a partir da síntese com movimentos religiosos como o Candomblé, o Catolicismo e o Espiritismo. É considerada uma “religião brasileira por excelência” com um sincretismo que combina o Catolicismo, a tradição dos orixás africanos e os espíritos de origem indígena. Fonte: . Acesso em: 18 mar. 2018.



Orixás são ancestrais africanos divinizados por terem adquirido um controle sobre a natureza (raios, chuvas, árvores, minérios), sobre os ofícios e as condições humanas (agricultura, pesca, metalurgia, guerra, maternidade, saúde). Cada orixá possui um sistema simbólico particular composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura com a imposição do catolicismo aos negros, cada orixá foi associado a um santo católico, para que pudessem manter o direito ao culto. Fonte: . Acesso em: 18 mar. 2018.

Fazendo festa!

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20. Você lerá agora um post de autoria do pernambucano Eduardo Bione, publicado em sua página no Facebook no dia de Iemanjá. O texto ajuda a dimensionar a importância dessa comemoração, cheia de rituais em muitas cidades do Brasil. Após a leitura, responda às questões.

Eduardo Bione

...

2 de fevereiro de 2018 às 02:22 2 de fevereiro. Dia de Iemanjá ou Quando as duas margens do grande rio encontram-se em festa. Certamente, a maior celebração do sincretismo afro-brasileiro. Dia de saudar a Grande Mãe das Águas, protetora dos pescadores e de todos aqueles que, trazidos para a banda de cá do grande rio, o Atlântico, fincaram as suas raízes e geraram o mais saboroso fruto dessa grande salada chamada Brasilidade. Dandalunda, Yemojá, Yemanjá, “Yèyé omo ejá” [mãe cujos filhos são peixes], Marabô, Inaé, Ísis, Iara, Janaína. Os nomes são vários, mas a Grande Mãe das Águas é uma só e, no seu dia, o rito é agradecer, presentear – mãe Janaína é vaidosa!))) gosta de espelho, perfume, flores – e esperar a sua proteção para mais um ciclo que se inicia. Odôyá! \o/

BIONE, Eduardo. Dia de Iemanjá. Comentário postado no Facebook em 02 de fevereiro de 2018.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

a) Quais são os objetivos do post de Eduardo Bione? b) O texto, construído com linguagem bem poética, faz referência a um encontro. • Que encontro é esse? • Por que o rio de que fala o texto é qualificado como “grande”? • A que faz referência cada uma das margens desse rio? • Quem foi trazido para “a banda de cá do grande rio”? • Qual seria, na sua interpretação do post, o “saboroso fruto dessa grande salada chamada Brasilidade”? • Como Iemanjá é caracterizada no texto? • Essa definição se encaixa na imagem de Iemanjá que aparece na reportagem que você viu na atividade anterior? Comente. • No post, são utilizadas palavras que não têm origem em português. Que efeitos de sentido essas palavras produzem, tendo em vista o objetivo do post? c) No post, são empregados os sinais ))) e \o/. Como você os interpreta, considerando o contexto em que eles aparecem? _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 21. Leia agora mais um texto postado no Facebook fazendo referência ao dia de Iemanjá. Você curtiria a postagem de Joice? Por quê? Joice Berth 2 de fevereiro de 2016 São Paulo Queridas pessoas brancas e/ou gordofóbicas, Hoje é comemorado o dia da grande matriarca da mitologia iorubá, que atende pelo nome de IEMANJÁ. E tenho uma notícia óbvia pra vocês. […] Iemanjá é negra e gorda, e não branca dos cabelos longos e lisos e com o corpo padronizado que atende aos princípios da mídia machista. Também tem mais um detalhe: ela é considerada a mãe de quase todos os orixás, mas não a mãe que sugere a crença católica, cordata e submissa, devotada única e exclu­ sivamente para os filhos e a família, sem nada pedir em troca e sempre à disposição de todos. É a mãe que manda e comanda com mãos firmes e inteligência viva, não tolerando

AS APARÊNCIAS ENGANAM Lembre-se! português longo/comprido largo –



espanhol largo ancho

Eu sempre tive cabelo longo, mas, no ano pas­ sado, resolvi mudar o visual e cortei ele bem curtinho. Eu adoro usar roupa larga quando estou em casa. Detesto coisa apertada!

Fazendo festa!

desobediência e desrespeito e que até cuida FIQUE DE OLHO! amorosamente de seu lar e de sua família, mas não esquece que é uma pessoa com dese­ • Lembre que a palavra jos e planos individuais. “olvidar”, do espanhol, é O sincretismo religioso deveria ser traduzida em português abolido das religiões de matriz africana, ou por “esquecer”. pelo menos ser colocado no lugar que lhe cabe: o lugar de desestabilizador cultural – Acabei me esque­ que obrigou africanos escravizados a dis­ cendo de trazer o livro farçarem suas crenças e suas informações e que você me pediu. formações étnicas. • Nas variedades presti­ Cultuemos os orixás africanos com giadas do português, o respeito e humildade, reservando a des­ adjetivo “bom” tem uma construção do nosso racismo e dos nossos forma irregular nos graus moralismos, que é a maior lição que a mis­ comparativo e superla­ cigenação religiosa vem trazer para nós. tivo: “maior” E cultuemos também os santos católi­ cos, com a devida crítica necessária à for– Anualmente, acontece, mação e aos dogmas construídos em cima em Salvador, a maior de uma cultura opressora. festa do Brasil em Iemanjá é negra, porque sua origem homenagem à Iemanjá. é africana. E gorda, porque representa a mulher de meia idade que já pariu e o corpo foi moldado pelo tempo e pela experi­ ência da maternidade, como é comum entre as mulheres. Muitos dizem: “Mas é só uma imagem, o que importa é a força espiritual.” Mas se é só uma imagem, então por que não a que corresponde à real representação africana? E se é só uma imagem, por que as que adornam os altares das igrejas católicas não são substituídas pela versão negra? Se Nossa Senhora de Fátima é sempre branca, deixem nossa Iemanjá sempre negra. Assim … numa boa … só tirando o racismo da frente, ok? Pelo fim da herança colonial altamente opressora nas religiões de origem africana, assim, numa boa. Odoyá, Mãe d’água! Odociaba, querida Iemanjá! #02defevereiro Curtir Comentar BERTH, Joice. Queridas pessoas brancas e/ou gordofóbicas. Comentário postado no Facebook em 02 de fevereiro de 2016.

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22. Escreva um comentário para a autora. Apresente argumentos que sustentem suas opiniões. 23. Imagine que você também resolveu homenager Iemanjá no dia 2 de fevereiro. Para isso, decidiu postar uma canção em uma rede social de que você faz parte. Qual das canções a seguir você postaria, tendo em vista a letra e a música? Discuta com seus colegas. Vídeo de O Mar Serenou, de Clara Nunes, disponível em: Vídeo de Rainha do Mar, de Dorival Caymmi, disponível em: Vídeo de Dois de fevereiro, de Dorival Caymmi, disponível em: Vídeo de Janaína, de Otto, disponível em: Acesso em: 30 dez. 2018.

JÁ OUVIU FALAR? Clara Francisca Gonçalves P i n h e i ro , mais conhecida como Clara Nunes (Paraopeba, 12 de agosto de 1942 – Rio de Janeiro, 2 de abril de 1983), foi uma cantora e compositora brasileira. É considerada uma das maiores e melhores intérpretes do país. Conhecedora das músicas, danças e das tradições afrobrasileiras, converteu-se à umbanda e levou elementos de culturas africanas para suas canções e vestimentas. Fonte: . Acesso em: 19 set. 2018.

JÁ OUVIU FALAR? Dorival Caymmi ( S a l v a d o r, 30 de abril de 1914 – Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008) foi um cantor, compositor, violonista, pintor e ator brasileiro. Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica. Fonte: . Acesso em: 19 set. 2018.

JÁ OUVIU FALAR? Otto Maximiliano Pereira de Cordeiro Ferreira, ou simplesmente Otto, (Belo Jardim-PE, 28 de junho de 1968) é um cantor, compositor, percussionista e produtor brasileiro. É uma das grandes figuras da nova geração de jovens músicos do Brasil. Fonte: . Acesso em: 19 set. 2018.

Fazendo festa!

É Carnaval! O Carnaval é uma das celebrações mais populares do Brasil, ocorrendo no mês de fevereiro ou no início de março. São quatro dias de festa que têm particu­ laridades nas diferentes regiões do país. Em algumas cidades, as comemorações começam antes do calendário estipulado e se estendem até depois da Quarta-feira de Cinzas.

24. Discuta com seus colegas: a) b) c) d)

As imagens representam o Carnaval que você conhece ou do qual já ouviu falar? O que você sabe sobre o Carnaval no Brasil? Que imagens lhe vêm à cabeça quando pensa em Carnaval no Brasil? Você gostaria de passar um Carnaval no Brasil? Em que cidade? Comente sua escolha.

25. Você vai ler um trecho de uma crônica que tem como tema o Carnaval. Que ideias, sentimentos ou experiências esse trecho suscita em você?

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Homem ou mulher? Ivan Ângelo

JÁ OUVIU FALAR?

Ivan Ângelo (Barbacena, 4 de feve­ Quando menino, aos quatro ou cinco anos, reiro de 1936) é um jornalista, cronista e vi o pintor da nossa casa vestido de mulher no romancista brasileiro. Começou a escre­ Carnaval, dançando na rua, e aquilo foi um ver os primeiros contos em 1954, sendo espanto, uma perturbação, uma maravilha. logo premiado num concurso da pre­ A ideia de que ele era as duas coisas, homem feitura de Belo Horizonte com o conto quando pintava a nossa casa e mulher quando ia Culpado sem crime. Em 1965, mudou­ para a rua, pairou algum tempo em meu espírito. -se para São Paulo, onde fez parte da […] primeira equipe do Jornal da Tarde. Seu Um dia mamãe falou: vamos ver o Carna­ romance A Festa, de 1963, conquistou o val. Naquela tarde de sol, por entre os carros Prêmio Jabuti de 1976 (ano em que foi do corso na avenida ele apareceu, para meu republicado). Ganhou o prêmio nova­ espanto, encantado em mulher. Peruca, batom, mente em 1995 com o livro Amor?. olhos e faces pintados, acrescentara uma pinta, Fonte: . Acesso em: 23 ago. 2018. brada e cantava alegre uma música bem dife­ rente daquelas outras: ‘Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar; dá a chupeta, dá a chupeta pro bebê não chorar’. Hoje entendo-o melhor, embora eu esteja ainda longe da verdade: ali, como mulher, ele era outro homem. […] ÂNGELO, Ivan. Homem ou mulher? In: WERNECK, H. (org.) Boa companhia. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 89.

26. Em duplas, responda às perguntas a seguir: a) Uma das principais características do Carnaval é o fantasiar-se. O texto enfoca a forte lembrança do narrador-personagem, quando criança, sobre uma fantasia muito comum no Carnaval brasileiro: travestir-se de mulher. Indique que impres­ sões o narrador teve sobre essa lembrança, considerando os trechos a seguir. Quando menino, aos quatro ou cinco anos, vi o pintor da nossa casa vestido de mulher no Carnaval, dançando na rua, e aquilo foi um espanto, uma perturbação, uma maravilha. Naquela tarde de sol, por entre os carros do corso na avenida ele apareceu, para meu espanto, encantado em mulher. Hoje entendo-o melhor, embora eu esteja ainda longe da verdade: ali, como mulher, ele era outro homem. b) Considerando o que é narrado no texto, que resposta você daria à pergunta feita no título da crônica? Justifique. c) Você já se fantasiou ou gostaria de se fantasiar? Com qual finalidade? Você considera que essa (possível) experiência foi (ou poderia ser) transformadora em alguma medida?

Fazendo festa!

27. Leia mais uma crônica literária, agora completa. Como é um texto do início do século XX, você encontrará palavras que não são usuais. Não se preocupe com elas nesta primeira leitura; apenas tente inferir o significado pelo contetexto. Depois, você poderá procurá-las no dicionário.

O Morcego Lima Barreto O carnaval é a expressão da nossa JÁ OUVIU FALAR? alegria. O ruído, o barulho, o tantã espan­ cam a tristeza que há nas nossas almas, Afonso Henrique atordoam-nos e nos enchem de prazer. de Lima Barreto Todos nós vivemos para o carnaval. nasceu na cidade Criadas, patroas, doutores, soldados, do Rio de Janeiro todos pensamos o ano inteiro na folia em 13 de maio de carnavalesca. 1881. Foi um dos O zabumba é que nos tira do espírito principais escritores as graves preocupações da nossa árdua do pré-modernismo vida. brasileiro, tendo publicado romances, O pensamento do sol inclemente só contos, poesias e crônicas. Além de é afastado pelo regougar de um qualquer escritor, foi também jornalista, tendo “Iaiá me deixe”. toda a sua obra relacionada a temáti­ Há para esse culto do carnaval sacer­ cas sociais e nacionalistas. Entre suas dotes abnegados. publicações mais conhecidas, está O mais espontâneo, o mais desin­ Triste fim de Policarmo Quaresma, teressado, o mais lídimo é certamente o de 1911. “Morcego”. Fonte: . Acesso: 23 ago. 2018. grave oficial da Diretoria dos Correios, mas, ao aproximar-se o carnaval, Morcego sai de sua gravidade burocrática, atira a máscara fora e sai para a rua. A fantasia é exuberante e vária, e manifesta-se na modinha, no vestuário, nas bengalas, nos sapatos e nos cintos. E então ele esquece tudo: a Pátria, a família, a humanidade. Delicioso esqueci­ mento! … Esquece e vende, dá, prodigaliza alegria durante dias seguidos. Nas festas da passagem do ano, o herói foi o Morcego. Passou dois dias dizendo pilhérias aqui; pagando ali; cantando acolá, sempre inédito, sempre novo, sem que as suas dependências com o Estado se manifestassem de qualquer forma. Ele então não era mais a disciplina, a correção, a lei, o regulamento; era o cori­ bante inebriado pela alegria de viver. Evoé, Bacelar!

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Essa nossa triste vida, em país tão triste, precisa desses videntes de satisfa­ ção e de prazer; e a irreverência da sua alegria, a energia e atividade que põem em realizá-la, fazem vibrar as mas­ sas panurgianas dos respeitadores dos preconceitos. Morcego é uma figura e uma instituição que protesta contra o formalismo, a conven­ ção e as atitudes graves. Eu o bendisse, amei-o, lembrando-me das sentenças falsamente proféticas do sanguinário positivismo do Senhor Tei­ xeira Mendes. A vida não se acabará na caserna posi­ tivista enquanto os “morcegos” tiverem alegria …

AS APARÊNCIAS ENGANAM Lembre-se! português enquanto

espanhol mientras

logo que/ assim que

en cuanto

quanto a en cuanto a – Minha avó tem 80 anos e ela diz que vai pular Carnaval enquanto estiver viva. – Assim que eu chegar em Salvador, eu te aviso. – Quanto ao Carnaval, o que você decidiu fazer?

BARRETO, Lima. O Morcego. In: Correio da Noite, Rio, 02 jan. 1915. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2018.

a)

Sublinhe, no texto, frases que se referem ao Carnaval. De que forma essa festa aparece representada no texto? Em que medida você concorda com essa representação? b) Considere a seguinte descrição da personagem central, Morcego: Durante o ano todo, Morcego é um grave oficial da Diretoria dos Correios, mas, ao aproximar-se o carnaval, Morcego sai de sua gravidade burocrática, atira a máscara fora e sai para a rua. Que máscara é esta que Morcego atira fora? E por que ele a atira? c) Releia a parte final da crônica. Morcego é uma figura e uma instituição que protesta contra o formalismo, a convenção e as atitudes graves. Eu o bendisse, amei-o, lembrando-me das sentenças falsamente proféticas do sanguinário positivismo do Senhor Teixeira Mendes. A vida não se acabará na caserna positivista enquanto os “morcegos” tiverem alegria … • Qual é a posição do narrador da crônica, Lima Barreto, a respeito de Morcego? Justifique. • Por que, no final, o autor utiliza a palavra “morcego” no plural? d) Compare os textos “Homem ou mulher?” e “O Morcego”. É possível aproximar as visões dos dois autores sobre o Carnaval? Comente.

Fazendo festa!

28. Você pôde, por meio da leitura dos textos literários anteriores, refletir sobre alguns aspectos sociais que constituem o Carnaval brasileiro. Para continuar essa reflexão, você assistirá a uma reportagem de uma série intitulada Carnaval S/A – Caminhos da Reportagem, produzida pela TV Brasil, sobre o Carnaval de Salvador (0’ – 5’20”). Antes de assistir à reportagem, tente adivinhar os significados de algumas palavras e termos que aparecem no vídeo, relacionando a primeira e a segunda colunas do quadro a seguir: Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a) bloco de Carnaval

festa alegre e animada ( )

b) escola de samba

gênero musical surgido no estado da Bahia, bastante popular no Carnaval ( )

c) axé

conjunto de pessoas que desfilam, de forma semiorganizada, no Carnaval ( )

d) farra/folia

compartimento que acolhe um público restrito em um evento, com instalações mais confortáveis em relação aos espaços destinados ao restante do público ( )

e) camarote

tipo de agremiação centrada no samba, que se apresenta em espetáculos públicos, geralmente para fins competitivos, ao som de um samba-enredo. Seus membros desfilam a pé ou sobre carros alegóricos ( )

f) trio elétrico

espécie de segurança que segura as cordas que cercam os integrantes do bloco de trio elétrico ( )

g) abadá

folião que não tem abadá ( )

h) pipoca

caminhão adaptado com aparelhos de sonorização para a apresentação de música ao vivo, através de alto-falantes, bastante comum no Carnaval de cidades como Salvador e Rio de Janeiro ( )

i) cordeiro

camisa que identifica os integrantes do bloco, vendida pelos blocos carnavalescos ( )

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29. Imagine que você é o redator de uma revista de cultura e foi encarregado de escrever um artigo de opinião sobre o Carnaval de Salvador, focalizando aspectos sócio-econômicos da festa. Em seu texto, baseado na reportagem da série Carnaval S/A, apresente argumentos a fim de demonstrar que, se, por um lado, o Carnaval tem um impacto importante na economia da Bahia, por outro, ele traz à tona a desigualdade vigente no estado. Para realizar essa tarefa, siga as seguintes etapas: Etapa 1 − Enquanto assiste ao vídeo uma primeira vez, faça anotações que possam ajudá-lo(a) a cumprir o propósito da tarefa. Além disso, confira se você havia identificado adequadamente, na atividade anterior, os sentidos de cada palavra ou termo. Etapa 2 − Assista à reportagem uma segunda vez. Confirme informações relevantes para o propósito em relação às quais você teve dúvida ao ver o vídeo pela primeira vez e complemente-as, de forma a munir-se de mais subsídios para a construção de sua argumentação. Etapa 3 −Planeje seu texto: • Qual será a estrutura geral do seu texto? Quantos parágrafos ele terá? Qual será o tópico principal de cada parágrafo? • Quais serão seus principais argumentos? • Que evidências você trará para sustentá-los? • Em que ordem você apresentará os argumentos e as evidências que os sustentam? De que forma você os articulará entre si? Etapa 4 − Escreva seu texto. Etapa 5 – Revise seu artigo, colocando-se na posição de um possível leitor da revista: • O leitor poderia ser persuadido em relação ao ponto de vista defendido no seu artigo? • O texto é coerente e coeso? • O texto está adequado do ponto de vista lexical, gramatical e ortográfico? O leitor poderia ter alguma dificuldade de leitura devido a inadequações? Etapa 6 – Entregue seu texto a seu (sua) professor(a). Etapa 7 – Após o retorno do(a) docente, reescreva, se necessário, seu texto.

Fazendo festa!

Tradições de meio de ano Quando maio vai se acabando, é hora de começar a pensar em uma tradição que se manifesta em grande parte dos diferentes estados brasileiros: as festas juninas! 30. Discuta com seus colegas: a) O que você sabe sobre as festas juninas brasileiras? b) Se você está ou já esteve no Brasil, já participou de alguma? O que achou? c) Em seu país, há uma tradição semelhante? 31. Você assistirá a uma reportagem sobre a Festa Junina. Complete as anotações a seguir com base nas informações do vídeo: Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

Festa Junina Origens • •



Nasceu na Europa – acontecia durante o solstício de ________________________, para comemorar o início da ________________________ Devido à crescente influência da ______________________ na Europa, passou a ser conhecida como Festa Joanina – homenagem a 3 santos: ________________________

{

________________________ ________________________

Chegou ao Brasil durante ________________________

Transformações da festa no Brasil • •

Fundiu-se aos rituais realizados pelos ________________________ para comemorar a ________________________ Alimentos nativos incorporados aos pratos: ________________________ ________________________

{

Atrações da Festa Junina no Brasil: * * * *

________________________ quadrilha (termo de origem __________) ________________________ e simpatias comes e bebes

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Festa Junina no Nordeste (região onde a Festa Junina tem ________________________ expressividade) • • • •

Duração da festa: ________________________ forte presença do forró concursos para ________________________ Brincadeiras típicas no interior: * ________________________ de sebo * ________________________ de artifício

{

* ________________________ na roça

32. Como você pôde ver no vídeo, fazem parte das tradições das festas juninas as promessas e simpatias para os santos homenageados. E o mais requisitado, sem dúvida, é Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro. Leia um texto retirado do site de uma agência de notícias da cidade mineira de São João del Rei. Você já conhecia alguma dessas simpatias?

É dia de Santo! por van ufsj

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de junho de

2016

Entre milagres e lendas, a devoção popular a Santo Antônio continua forte na região O mês de junho é marcado pelas come­ morações em honra a São João, São Pedro e Santo Antônio. Hoje, dia 13, Santo Antônio de Pádua é lembrado por fiéis e devotos. Sabe­ -se pouco sobre sua origem. A data refere-se a sua morte: 13 de junho de 1231, em Pádua, Portugal. Por sua conduta de caridade em vida, Santo Antônio recebeu o título de padroeiro dos pobres, especialista em encontrar objetos perdidos, além de ser reconhecido como o Santo Casamenteiro.

Fazendo festa!

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Em São João del-Rei, é de costume realizar a trezena – que começa dia 1º de junho e se estende até o dia da comemoração – em honra ao Santo, na Matriz Nossa Senhora de Lourdes e também na Igrejinha de Santo Antônio, no bairro do Tejuco. A festividade é complementada por barraquinhas e comidas típicas do período. Em Itutinga, a festa é maior, já que o santo é padroeiro da cidade. Além da trezena e das barraquinhas, há uma procissão acompanhada pelos fiéis. A devoção dos fiéis é fundamentada AS APARÊNCIAS na vida de Santo Antônio. Ele foi um homem de fé. De acordo com sua histó­ ENGANAM ria, foi visto conversando com o menino Lembre-se! Jesus, e isso o iluminava. “Santo Antônio foi um missionário de Deus, um homem português espanhol de fé que pregava sua palavra”, conta Frei entretanto/todavia/porém sin embargo/ João. Segundo o religioso, a crença de pero que é o Santo Casamenteiro é mito popu­ enquanto entretanto / lar. “Santo Antônio nunca foi casado, não mientras tem por que ser considerado o Santo Casa­ – Muitas superstições são de cunho menteiro. Ele é muito conhecido por suas religioso; outras, entretanto, orações, ‘o santo das orações’”, explica estão relacionadas a coincidênFrei João. cias ou associações. Entretanto, a fama de casamenteiro – Minha avó diz que, se você derrubar é forte. Conceição Cruz é doceira e o pente enquanto penteia o cabelo, devota de Santo Antônio. Este ano vai é melhor se preparar para algum fazer uma simpatia para conseguir um aborrecimento que está por vir. namorado. “Vou fazer a simpatia da bacia d’água. Tenho que escrever os nomes dos possíveis pretendentes em FIQUE DE OLHO! um papel e dobrar. Na véspera do dia 13, português espanhol vou deixar a bacia d’água com os papéis namorado(a) novio(a) no sereno; aquele papel com o nome que apaixonado(a) enamorado(a) amanhecer aberto é o meu pretendente”, conta. Ela acredita fielmente que Santo – Você vai passar seu aniversário Antônio é o Santo Casamenteiro e que, com seu namorado? por sua devoção e fé, realmente encon­ – Eles estão completamente apai­ trará um namorado. xonados um pelo outro e resol­ […] veram ficar noivos depois de três meses de namoro.

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Simpatias para encontrar o amor De cabeça para baixo Nessa simpatia, coloca-se a imagem do Santo Antônio de cabeça para baixo dentro de um copo com água ou cachaça, prometendo deixá-lo nessa situação até encontrar o amado.

Numa fria Pegue a imagem de Santo Antônio e coloque dentro de sua geladeira, dizendo ao Santo que ele só sairá de lá se você conseguir um namorado. Se o Santo demorar para atender seu pedido, tenha uma nova conversa com ele e diga que o colocará no con­ gelador até encontrar a pessoa que procura.

AS APARÊNCIAS ENGANAM Lembre-se! português copo vaso – –

espanhol vaso florero

Eu sempre tomo um copo de leite antes de dormir. Quanto está esse vasinho de violetas?

Sem o menino Jesus Pegue a imagem de Santo Antônio, tire o menino Jesus de seu colo e vire-o para a parede. Prometa devolver o que lhe foi tomado assim que conseguir um namorado.

Sete rosas No dia de Santo Antônio (13/6), coloque sete rosas em um vaso que deve estar em frente a uma imagem do Santo Casamenteiro. Reze para ele, pedindo um novo amor. Quando as pétalas secarem, leve-as para uma igreja onde são realizados muitos casamentos.

Porta do amor Abra a porta da frente de casa para que Santo Antônio permita a entrada de alguém especial na sua vida, dizendo: “Santo Antônio, protetor dos namorados, faça chegar até mim aquele que anda sozinho e que em minha companhia será feliz.” Você pode ainda acender uma vela rosa de qualquer tamanho, em um pires com mel, e pedir a Arcanjo Haniel a verdadeira realização afetiva. Texto/Van: Clara Rita Colaboração: Camille Gallo

FIQUE DE OLHO! A palavra “mel” é mascu­ lina em português. –

O mel é rico em vitami­ nas essenciais para nossa saúde.

Disponível em: . Acesso em: 22 jun. 2018.

Fazendo festa!

33. Marque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das seguintes afirmações. Justifique suas respostas citando, entre aspas, um trecho do texto. a)

Em São João del Rei, a trezena para Santo Antônio é realizada apenas na igreja que recebe seu nome. ( ) b) Frei João reconhece todos os títulos populares conferidos a Santo Antônio. ( ) c) Tanto em São João del Rei quanto em Itutinga, há procissão em homenagem ao Santo. ( ) d) As simpatias mencionadas parecem ser voltadas antes para mulheres hete­ rossexuais solteiras do que para homens. ( )

Futuro do subjuntivo 34. Observe os seguintes trechos, em particular, as formas verbais negritadas: •



• •

“‘Vou fazer a simpatia da bacia d’água. Tenho que escrever os nomes dos possíveis pretendentes em um papel e dobrar. Na véspera do dia 13, vou deixar a bacia d’água com os papéis no sereno; aquele papel com o nome que amanhecer aberto é o meu pretendente’, conta”. “Pegue a imagem de Santo Antônio e coloque dentro de sua geladeira, dizendo ao Santo que ele só sairá de lá se você conseguir um namorado. Se o Santo demorar para atender seu pedido, tenha uma nova conversa com ele e diga que o colocará no congelador até encontrar a pessoa que procura”. “Prometa devolver o que lhe foi tomado assim que conseguir um namorado”. “Quando as pétalas secarem, leve-as para uma igreja onde são realizados muitos casamentos”.

a)

As formas verbais destacadas estão no Futuro do subjuntivo, tempo frequentemente utilizado para indicar possibilidade futura. Que tempo(s) é(são) uti­ lizado(s) em espanhol nesses casos? b) A partir das frases acima, complete os quadros seguintes: Futuro do subjuntivo – Verbos regulares DEMORAR eu Se … Quando … Enquanto … Assim que …

tu

demorar(es)

você ele/ela a gente

comer(es) comer

nós vocês eles/elas

COMER comer

comermos demorarem

comerem

CONSEGUIR conseguir

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c)

Considere agora a seguinte frase: Se você fizer a simpatia da bacia d’água, você poderá descobrir quem é seu(sua) pretendente.

Com base nesse exemplo, bem como nas frases do texto lido em que se nota o uso do Futuro do subjuntivo, julgue as afirmações abaixo verdadeiras (V) ou falsas (F): • •

A forma verbal do Futuro do subjuntivo sempre coincide com a do infinitivo. ( ) O Futuro do subjuntivo “empresta” seu radical da 3ª pessoa do plural do pretérito perfeito do modo indicativo. ( )

35. Reescreva cada uma das superstições mencionadas abaixo, utilizando o Futuro do subjuntivo: a)

Se você ________________________ (colocar) a imagem do Santo Antônio de cabeça para baixo dentro de um copo com água ou cachaça, e ________________________ (prometer) deixá-lo assim até encontrar seu amor, você o(a) encontrará. b) Se você ________________________ (pôr) a imagem de Santo Antônio dentro da geladeira, e lhe ________________________ (dizer) que ele só sairá de lá quando você ________________________ (conseguir) um namo­ rado, ele logo te ajudará. Se ele não ________________________ (atender) a seu pedido rapidamente, diga-lhe que você o colocará no congelador. c) Se você ________________________ (tirar) o menino Jesus do colo da imagem de Santo Antônio e ________________________-lo (virar) para a parede, esse santo deverá ajudá-lo a conseguir um namorado(a). d) Minha avó sempre diz às netas solteiras que, se elas ________________ ________ (rezar) para Santo Antônio, pedindo um novo amor, ele vai ajudar. Por que será que ela não diz isso aos netos também?

De véu e grinalda

Por falar em Santo Antônio, o casamento é um outro evento que, normalmente, é motivo de muita festa e envolve diferentes rituais.

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36. Discuta com seus colegas: a)

Você gosta de cerimônias de casamento? Que sentimentos essas cerimônias provocam em você? b) Como costumam ser os casamentos em seu país? c) Em seu país, casamentos homoafetivos são permitidos? E você sabe como isso funciona no Brasil? d) Se você está no Brasil, já participou de algum casamento? Como foi a experiência? 37. Casamentos podem ser muito diferentes a depender de uma série de questões: regiões, culturas, crenças pessoais e religiosas, idade dos noivos, dentre tantas outras. Você vai ler uma postagem feita no Facebook pela brasileira Angela Satomi Kajita, que, à época, estava trabalhando em uma universidade no Vietnã. No texto, ela relata suas impressões sobre uma cerimônia de casamento local. À medida que ler o texto, sublinhe as práticas que ela observou durante o casamento que lhe causaram estranhamento.

Casamento no Vietnã Agora que as férias acabaram e a Universidade voltou a funcionar, uma das professoras vietnamitas resolveu se casar. A festa foi ontem, e posso dizer que foi uma das experiências mais bizar­ ras que tive até agora. Recebi o convite, todo bonitinho, com data e local marcados. “Não é muito formal”, meus amigos vietnami­ tas me disseram quando eu perguntei que roupa deveria usar. OK. Cheguei lá no meu vestido de bolinha, salto alto, um pouco de maquiagem, e encontrei alguns conhecidos usando jeans e camiseta. Alguns usavam chinelos. Aqui também são comuns os restaurantes especializados em festa de casamento: têm sempre um salão enorme, um palco para apresentações e várias mesas redondas para até 9 pessoas. Os convidados se sentaram, e então os noivos (pelo menos estes se vestiram a caráter!) entraram pela porta principal, caminharam pelo tapete vermelho e subiram no palco junto com os pais, os pajens, etc. Começou o espetáculo: um MC [mestre de cerimônias] apresentou os noivos, fez um breve discurso, e pediu para que eles despejassem champanhe falso sobre uma pirâmide de

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taças, e que cortassem o bolo falso também; AS APARÊNCIAS máquinas lançaram confete dourado no ar, e ENGANAM fogos de artifício pequenos foram acesos no palco. Fotos, muitas fotos. – Os noivos optaram por um bolo Então teve início a comilança: nove, dez de coco com três andares. pratos diferentes, todos servidos ao mesmo – Vamos na feira amanhã? Tô tempo, diretamente na mesa dos convidados. A morrendo de vontade de comer comida estava excelente, como era de se espe­ um pastel de queijo. rar. No palco, uma mulher cantava músicas – A torta de maçã está uma delícia. vietnamitas bregas. Os alunos na minha mesa Posso pegar mais um pedaço? colocavam comida na minha tigela e diziam: Como você traduz cada uma des“Come muito, professora! Come muito!”. sas palavras para o espanhol? Clarissa e Pedro chegaram atrasados, quando nós já tínhamos começado a refeição. Eles se sentaram à nossa mesa e começaram a comer tudo muito vagarosamente. Uma hora depois de começada a festa, vejo que os noivos já estavam posicionados à porta, se despedindo dos convidados que iam embora. De repente, todo mundo começou a se levantar e ir também. Como assim? As pessoas simplesmente comem e vão embora? Clarissa e Pedro ainda comiam. “Os casamentos aqui no Vietnã são sempre assim”, me disse uma aluna. Quando eu disse que no Brasil (e em outros lugares) as festas de casamento duram umas 4 horas ou mais, ela arregalou os olhos incrédula. “QUATRO HORAS? Mas então as pessoas comem MUITO!!” Uma hora e meia depois do início da festa, o Pedro, a Clarissa e eu éramos os últimos convidados da Universidade. Os garçons já limpavam as mesas e arrumavam as cadeiras freneticamente. Só mais duas mesas além da nossa estavam ocupadas, com parentes bêbados do casal. E aí nos levantamos para tirar uma foto com os noivos. Foi só levantarmos que os garçons imediatamente limparam a nossa mesa. Recolheram até os pratos e copos da Clarissa e do Pedro, que ainda estavam cheios. “Acho que é hora de ir embora, né?”, disse a Clarissa. Melhor mesmo. Se não saíssemos já, acho que começariam a jogar baldes d’água no chão. Então foi assim: não tinha bolo e a noiva ZOOM não jogou o buquê, mas foi legal ver todo mundo reunido para aproveitar um monte de comida boa bem-casado: ao som de música vietnamita brega ao vivo – que Também conhecido é essencial para uma experiência completa. Mais como casadinho, ou menos uma hora de festa (meia hora a mais é um doce popu­ para os convidados sem-noção, como a gente) lar em festas de foi o suficiente. casamento, com massa macia, geral­ Diria que foi um saldo positivo. Mas ah, senti mente recheado de doce de leite ou falta de ver a pilha de docinhos e bem-casados na baba de moça. saída … KAJITA, Angela Satomi. Casamento no Vietnã. Comentário postado no Facebook.

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38. Com base no depoimento de Ângela, discuta as questões a seguir: a) Como você explicaria o fato de a professora ter considerado sua experiência no casamento vietnamita “uma das experiências mais bizarras” que teve no país? b) Ao descrever o casamento vietnamita para o qual foi convidada, a autora do post acaba por falar, direta ou indiretamente, de costumes típicos de casamentos brasileiros. Quais? c) Por que, no penúltimo parágrafo, a autora considera a si própria, Clarissa e Pedro como “convidados sem noção”? d) A autora do texto reconhece que hábitos comuns em casamentos brasileiros podem causar estranhamento entre vietnamitas? Justifique sua resposta com base em um trecho do post. e) Como você descreveria a visão da professora a respeito das experiências vividas e das construções culturais vietnamitas abordadas no texto? f) Você acha que, se participasse desse mesmo casamento, também teria a impressão de Ângela? Comente. g) Você diria que, em suas construções culturais, há rituais de casamento que poderiam ser considerados estranhos por outras culturas? Em caso positivo, dê exemplos. h) Você pretende se casar? Se pretende, pensa em fazer alguma cerimônia? Como você a imagina? Se você é casado(a), houve alguma celebração especial? Descreva-a para seus colegas.

Imperfeito do subjuntivo 39. Observe as seguintes frases, atentando-se para os verbos negritados: • “Começou o espetáculo: um MC [mestre de cerimônias] apresentou os noivos, fez um breve discurso, e pediu para que eles despejassem champanhe falso sobre uma pirâmide de taças, e que cortassem o bolo falso também; máquinas lançaram confete dourado no ar, e fogos de artifício pequenos foram acesos no palco”. • “Se não saíssemos já, acho que começariam a jogar baldes d’água no chão”. Responda: a) Em espanhol, há duas opções para a tradução das formas negritadas. Quais? b) Por que motivos o subjuntivo é utilizado nas frases acima? 40. No Brasil, são bem comuns grandes festas de casamento. São muitas as empresas especializa­ das nesse evento. Suponha que, como funcioná­ rio(a) de uma empresa desse tipo, você esteja encarregado(a) da organização de uma cerimônia de casamento e acaba de receber em seu celular, por meio de um aplicativo de comuni­ cação instantânea, uma mensagem de voz, enviada pela noiva. Ouça a mensagem e res­ ponda às perguntas a seguir: a)

A noiva pede que o funcionário a ajude a escolher canções para cinco momentos da cerimônia. Que momentos são esses? b) Conforme a noiva, que cuidados o funcionário deve ter ao escolher as canções? c) Que outros cuidados você acha que o funcionário deve ter ao fazer suas escolhas?

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41. A seguir, você encontra uma lista de canções. Escute-as e discuta, com um(a) colega, quais você considera adequadas ou inadequadas para os diferentes momentos da cerimônia, tendo em vista não só as letras das canções, mas também elementos como melodia, ritmo e harmonia. Lembre-se de considerar os momentos específicos em que cada canção será tocada e as exigências expressas pela noiva em sua mensagem de áudio. É possível também acrescentar canções que não estão na listagem. Utilize as expressões do quadro a seguir quando necessário:

Descrevendo músicas Alguns gêneros musicais: MPB, bossa nova, samba, funk, pagode, pop, sertanejo, choro, baião, rock, pop rock Essa música (não) combina com … ., porque ela é … parece muito boa para …, pois … Eu acho essa música …/Essa música é … genial fantástica / incrível / top (coloquial) animada alegre rápida / acelerada / frenética envolvente bonita profunda cult / engajada/ politizada romântica sensual legal conhecida / popular envolvente acolhedora

pobre / clichê / medíocre / banal / mais do mesmo desanimada triste devagar / lenta / parada entediante / monótona feia superficial brega / piegas repetitiva / cansativa / irritante vulgar chata desconhecida preconceituosa / machista

Essa música tem baixaria. duplo sentido. O(a) cantor(a) é afinado(a) / desafinado(a) tem uma voz agradável/desagradável/rouca/irritante/estridente. A música … é mais adequada/apropriada (do) que …, porque …

Fazendo festa!

Expressar opinião • • • •

Eu penso/ acredito/acho que … Em/Na minha visão, … Em/Na minha opinião, … Em/No meu ponto de vista, …

Pedindo a opinião do interlocutor • O que você acha? • Você não acha isso também? • Você não concorda?

Concordando • • • •

Eu também acho. Concordo. Você tem (toda) razão. Com certeza.

Discordando • Eu entendo o que você está dizendo, mas você não acha que …? • Não sei se concordo com você. • Eu não acho isso não. • De jeito nenhum. • Você está viajando. (coloquial) • Imagina! Você tá brincando? zoando/tirando sarro/tirando da minha cara? (coloquiais) • Você tá louco? (coloquial)

Sugerindo •

Como música para a entrada da noiva, sugiro/sugeriria ..., porque …

• •

Sugiro que, durante a troca de alianças, seja tocada a música ..., já que … Sugeriria que, durante a troca de alianças, fosse tocada a música ..., pois …

• •

É bom que a música de entrada seja … Seria bom que a música de entrada fosse …

• Acho importante que a música final (não) seja … • Seria importante que a música final (não) fosse … Você pode encontrar todas as canções no site do Mano a mano: https://www. youtube.com/c/ManoaManoPortuguêsparafalantesdeespanhol

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Canção 1. Lua de fel Composição: Leandro Dias/ Vital Lima Interpretação: Patricia Bastos www.youtube.com/watch?v= rlJq7S6HBZU 2. Aliança Composição: Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown, Marisa Monte, Pedro Baby e Pretinho da Serrinha Interpretação: Tribalistas www.vagalume.com.br/tribalistas/ alianca.html 3. Eu sei que vou te amar Composição: Tom Jobim e Vinicius de Moraes Interpretação: Tom Jobim www.letras.mus.br/tom-jobim/49040/ 4. Alma gêmea Composição: Peninha Composição e interpretação: Fábio Jr. www.letras.mus.br/fabio-jr/45819/ 5. O meu amor Composição e interpertação: Chico Buarque www.letras.mus.br/chico-buarque/ 45155/ 6. Se Melhorar Estraga Composição: Délcio Luiz Interpretação: Karametade www.youtube.com/watch?v= UjD36hSPtCM 7. Me leva contigo Composição e interpretação: MC Maiquinho www.letras.mus.br/mc-maiquinho/ 1581811/ 8. Porque eu sei que é amor Composição: Sérgio Britto, Paulo Miklos Interpretação: Titãs www.youtube.com/watch?v=19FLkve VgPQ 9. Posso até me apaixonar Composição e interpretação: Dudu Nobre https://www.youtube.com/watch?v= r4jEblDT1VE

Adequada? Momento da cerimônia

Justificativa

Fazendo festa!

Canção 10. Fico assim sem você Composição e interpretação: Abdullah Interpretação: Claudinho e Buchecha https://www.youtube.com/watch?v= gxBW_mxi3wE&list=RDgxBW_ mxi3wE&start_radio=1&t=27 11. Carinhoso Composição e interpretação: Pixinguinha www.vagalume.com.br/pixinguinha/ carinhoso.html 12. Meteoro Composição: Sorocaba Interpretação: Luan Santana www.youtube.com/watch?v= VrLHQgnsYzw 13. É o amor Composição: Zezé Di Camargo Interpretação: Zezé Di Camargo e Luciano www.letras.mus.br/maria-bethania/ 293793/ 14. Anunciação Composição e interpretação: Alceu Valença https://www.youtube.com/watch?v= 19WJeRIcGUM 15. Sutilmente Composição: Nando Reis e Samuel Rosa Interpretação: Skank www.youtube.com/watch?v= v3SQTOZO36E 16. Se eu não te amasse tanto assim Composição: Herbert Vianna e Paulo Sérgio Valle Interpretação: Ivete Sangalo www.youtube.com/watch?v= IEevYALaBqk 17. Oração Composição: João Eduardo Tati e Leo Fressato Interpretação: A banda mais bonita da cidade e Leo Fressato www.youtube. com/watch?v=QW0i1U4u0KE 18. Ciranda da rosa vermelha Composição: Alceu Valença Interpertação: Elba Ramalho www.youtube.com/watch?v=TLC2 UnWiBBM

Adequada? Momento da cerimônia

Justificativa

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Canção

Adequada? Momento da cerimônia

Justificativa

19. Explode coração Composição: Gonzaguinha Interpretação: Maria Bethânia www.youtube.com/watch?v= 7POZ1uT7jm4 20. Me deixas louca Composição: Armando Manzanero Tradução: Paulo Coelho Interpretação: Elis Regina www.vagalume.com.br/elis-regina/ me-deixas-louca.html Outras:

42. Agora, grave uma mensagem de voz de 3 a 5 minutos em resposta à noiva, suge­ rindo as canções e explicando por que você as considera adequadas para cada um dos momentos da cerimônia. Tintim por tintim (p. 189): Futuro e Imperfeito do subjuntivo

UM POUCO DE TRADUÇÃO, POR QUE NÃO? Uma tradição mexicana 43. Você lerá uma matéria jornalística sobre uma festa de origem mexi­ cana. Traduza-a para o português. Você já conhecia essa celebração? Em caso positivo, que outras infor­ mações teria a acrescentar sobre ela?

Fazendo festa!

Ofrendas y calaveras, la celebración a los muertos en México Publicado el 31/10/2016 1:01 GMT El 2 de noviembre de cada año se conmemora en México el Día de Muertos. La población católica de ese país – que es mayoría – conoce la fecha como el día de los Fieles Difuntos. La manera en la que muchos mexicanos rememoran a quienes ya no viven es pintoresca y llama la atención de la gente en distintas latitudes. En los Estados Unidos de América de hecho se celebra también este día, de acuerdo a nuestra cola­ boradora Lupita Peimbert, quien el año pasado escribió: “En todo Estados Unidos, la gente conmemora el 2 de noviembre como el Día de Muertos, celebración mexicana que honra a los fallecidos y convierte a la muerte en algo a tener en cuenta de manera diferente.” Una imagen – o distintas versiones de una imagen – sirve para ilustrar a la perfección esta festividad: el cráneo o el esqueleto humano caricaturizado que los mexicanos llaman calavera. La Calavera Garbancera ahora conocida como La Catrina es una creación del ilustrador mexicano José Guadalupe Posada que ha sido adoptada, replicada y modificada por millones de personas para participar en esta tradicional festividad. La ilustración de la calavera en su versión dulce y comestible ha sido también usada como disfraz y elemento artístico por quienes celebran esta ocasión en los Estados Unidos de América, como lo explica Amber Lena en su blog con una con­ trovertida pieza que generó más de 80 comentarios. Pero hay más parafernalia que un simple esqueleto alrededor de esta cele­ bración. Las ofrendas o altares que cada familia instala con alimentos para los occisos y fotos de los mismos, causan curiosidad o acaso fascinación entre los extraños a esta tradición. En 2010 nuestra colaboradora Andrea Arzaba se expresó así sobre las ofrendas: “Es muy común que las familias mexicanas construyan sus propios altares o pequeños santuarios en sus casas, pues creen que las almas de sus queridos difuntos vendrán por la noche y se llevarán la esencia de las cosas que ponen en el altar”. Mucho más se puede escribir sobre el Día de Muertos en México y mucho se ha escrito ya sobre el tema, por lo pronto basten estas breves líneas para recordar que este es un poliedro con múltiples aristas a estudiar, analizar e incluso, disfrutar. TADEO, J. Ofrendas y calaveras, la celebración a los muertos en México. In: Global voices, 31 out. 2016. Disponível em: . Acesso em: 07 out. 2018.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

PROJETANDO-SE Folia de imagens 44. Conheça o projeto Folia de Imagens lendo a entrevista a seguir. Folia de imagens Imagens da cultura popular por Ana Emília astrolábio nº 21 ano II set. 2017 Folia de Imagens é um projeto coletivo que teve início no carnaval de 2013. Feito por fotógrafos populares, o Folia é um projeto de partilha de imagens da nossa cultura popular, retrato de personagens pouco abordados pelas mídias tradicionais e que fazem do carnaval a maior festa popular do mundo. O Folia de Imagens concedeu uma entrevista exclusiva para o Astrolábio. Veja o que eles têm a dizer pra gente: Como e por que se interessaram em documentar festas populares? Pra pontuar melhor como surgiu esse interesse, é bom informar como tudo começou. No final de 2012, fotógrafos do Imagens do Povo que já carregavam consigo a Fotografia Humanista, ensina­ dos pelo grande fotógrafo e mentor João Roberto Ripper, pensaram em ir além da documentação que já realizavam em favelas, periferias e populações menos favorecidas e, após algumas reuniões, decidiu-se que documentaríamos tam­ bém o carnaval nesses lugares, além dos assuntos que quase sempre são ignorados pela grande mídia, como os trabalhado­ res do carnaval, os bastidores e os blocos menores. Logo após, pensou-se que havia uma imensa gama de manifestações populares, e só o carnaval não daria conta, então, decidimos que o Folia de Imagens tam­ bém documentaria outras festas como o Presente de Iemanjá, Folia de Reis, Caval­ gadas etc.

JÁ OUVIU FALAR? João Roberto Ripper Barbosa Cor­ deiro (Rio de Janeiro, 1953) é fotógrafo e fotojornalista autodidata. Com uma sólida carreira no jornalismo, desempenha um importante papel na defesa dos direitos dos fotógrafos no Brasil. No início da década de 1990, criou a entidade “Imagens da Terra”, sem fins lucrativos, especializada em denúncia social por meio de fotos. JOÃO Roberto Ripper. In: Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: . Acesso em: 02 out. 2018.

Fazendo festa!

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Que aspectos da cultura popular mais aguçam o olhar de vocês? Um dos aspectos é a tradição, que faz com que uma cultura se mantenha viva e pulsante pelos que dela participam, colaboram e vivem. O que as lentes do Folia de Imagens pretendem captar desse universo que é a Cultura Popular Brasileira? Pretendemos mostrar o quão rica é nossa cultura, e ajudar, de alguma forma, para que ela se mantenha viva. A meu ver, essas imagens contribuem para preservar e expor a riqueza da cultura popular. Como acontece a interação dos fotógrafos foliões com as pessoas e os contextos culturais retratados? Na grande maioria das vezes, somos recebidos com muito carinho pelos retratados, pois há o entendimento de que somos importantes para o registro da cultura local. O fato de fotografar mais de uma vez, às vezes anos, diversos lugares, também contribui muito para que confiem em nosso trabalho e sejamos bem recebidos. Confiança é fundamental, e cria laços inclusive de forte amizade entre fotógrafos e fotografados. Sempre que possível, retornamos com os registros para presentear a população local. Uma forma de contrapartida por nos permitirem participar de manifestações tão belas. Por que festas o Folia de Imagens já passou? Presente para Iemanjá, Folia de Reis, Festas de Quilombos diversos, e o Carnaval, inclusive de outros estados. O que as imagens reveladas (feitas) durante o projeto trouxeram de reflexão para o grupo de fotógrafos? A reflexão de que é muito importante o trabalho de registrar a cultura popular. Muita coisa foi se perdendo com o tempo, e o registro fotográfico é de suma impor­ tância para a história de um povo, tanto para a continuidade das festas quanto para a memória. EMILIA, Ana. Folia de imagens. Astrolábio, 21, set. 2017. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2018.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

45. Agora, discuta com seus colegas: a) Qual a relação do título do projeto Folia de Imagens com o que ele se propõe a realizar? b) Que elementos do projeto permitem caracterizá-lo como “fotografia humanista”? c) Na sua opinião, qual a importância de um projeto como esse? Comente. 46. Você e sua turma organizarão a mostra fotográfica Folia de Imagens, inspirada no projeto homônimo que você acabou de conhecer, com o objetivo de divulgar, à comu­ nidade interna e externa da instituição onde você estuda português, distintos olhares para construções culturais do Brasil e/ou de países de língua oficial espanhola. Para tanto, deverão fazer fotos utilizando smartphones ou câmeras fotográficas. A mostra pode ser presencial, nas dependências do local onde você estuda português, ou virtual, por meio da postagem das fotos na homepage ou na rede social da instituição.

Etapas do projeto (i) Discuta com seu(sua) professor(a) a possibilidade de trabalho individual ou em grupos. (ii) Acesse a página de Facebook do Projeto Folia de Imagens: . Passeie pelos arquivos de fotos para conhecer bem o projeto e se inspirar. Na sua opinião, quais são os pontos positivos e negativos dessas fotos? Discuta com seus colegas. (iii) Decida que tradição deseja focar em suas fotografias. Para tanto, você poderá optar por uma das seguintes modalidades: Modalidade 1: fotografias de uma festa de seu país. Modalidade 2: fotografias de uma festa brasileira, caso você esteja no Brasil e tenha essa possibilidade. Muitas são as possibilidades além das que contemplamos nesta unidade. Só para citar algumas …

Fazendo festa!

• Frevo de Olinda • Festa do peão de boaideiro • Bumba meu boi/Boi-Bumbá • Festival Folclórico de Parintins • Procissão dos barcos de São Pedro em Fernando de Noronha • Festa do Círio de Nazaré no Pará • Cavalhadas • Oktoberfest em Blumenau • Festa da Uva • Festa do Porco no Rolete • Festa do Reinado (iv) Em conjunto com seus colegas, faça uma lista de dicas para tirar boas fotos, seja com smartphones, seja com câmeras fotográficas. Caso você tenha pouca experi­ ência com fotografia, procure dicas na internet ou converse com quem entende do assunto. (v) Com base nos preceitos do projeto Folia de Imagens, produza um conjunto de 5 a 10 fotos. (vi) Compartilhe suas fotos com seus colegas. Decida como vocês as organizarão na exposição (virtual ou presencial). É possível, por exemplo, que elas estejam agrupadas conforme a tradição que enfocam. Alternativamente, pode-se agru­ pá-las por elementos que aproximam ou diferenciam as várias tradições retra­ tadas (exemplos: elementos religiosos e profanos; adereços; cores; expressões faciais etc.). Elimine eventuais fotos que não combinem com o todo da expo­ sição, considerando, ainda, o espaço físico disponível (caso a mostra seja presencial). (vii) Elabore, para cada foto, uma legenda. Procure descrever a foto de maneira não óbvia, explorando diferentes recursos de linguagem. Tenha em vista, ainda, a relação da foto em questão com o conjunto de que ela faz parte. (viii) Discuta com seus colegas e seu (sua) professor(a) as formas mais eficazes de divulgar a exposição. Considere possibilidades como panfleto, e-mail, mensagens em redes sociais, cartazes e banners. Produza o material de divulgação. (ix) Caso a mostra fotográfica seja realizada presencialmente, organize o espaço físico. De que forma as fotos serão exibidas (exemplos: em quadros? em murais? penduradas em varais?)? Haverá bancos para os visitantes se sentarem e obser­ varem as fotos? Haverá algum tipo de iluminação especial? Seria interessante pensar em alguma música ambiente? Será disponibilizado um caderno para os visitantes registrarem suas impressões sobre a mostra?

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

EM QUE PÉ QUE EU TÔ? 51. Avalie seu processo de aprendizagem ao longo desta unidade, por meio dos quadros a seguir: •

Finalizada a Unidade 3 – Fazendo festa!, sou capaz de: Sim

Parcialmente

Não

Sim

Parcialmente

Não

Identificar algumas tradições comuns no Brasil e em outros países, colocando-as em relação com tradições que fazem parte de seu próprio país. Refletir sobre aspectos culturais, sócio-históricos e identitários que marcam essas tradições



Agora, sinto-me mais preparado(a) para:

Conversar sobre os temas anteriores; gravar mensagem de voz em aplicativo de comunicação instantânea Ouvir: canções (MPB, bossa nova, samba, funk, pagode, pop, sertanejo, choro, baião, rock, pop rock), mensagem de voz em aplicativo de comunicação instantânea Assistir: propagandas televisivas, poema de cordel, vídeo-postagem em rede social, reportagem de TV, trecho de show (pop rock)* Ler: post em blog e em redes sociais, fotografias figurativas, crônicas, notícia, entrevista, poema*, panfleto* Escrever: post em blog, comentário na Internet, artigo de opinião, legendas para fotos Produzir: fotos para mostra, panfleto* Traduzir: matéria



Ampliei meus recursos léxico-gramaticais relativos aos seguintes pontos: Sim

Frases úteis para pedir e expressar opinião, concordar, discordar, sugerir Futuro do presente (modo indicativo) Presente, Futuro e Imperfeito do subjuntivo Léxico para descrever músicas Léxico relacionado a Carnaval Variantes fonéticas em português brasileiro: [t] e [ʧ]; [d] e [ʤ]; [s] e [ʃ]; [e] e [ɛ] Variantes fonéticas em variedades não-brasileiras do português

Parcialmente

Não

Fazendo festa!



Em que aspecto(s) posso melhorar? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________



Que estratégias terei para avançar nesse(s) aspecto(s)? ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________

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TINTIM POR TINTIM

Unidade 1 Ai que saudades . . .

Gerúndio A formação do gerúndio em português é bastante simples, visto que não há irregu­ laridades. Basta acrescentar as terminações -ando , -endo ou – indo ao radical. Observe: Infinitivo

Gerúndio

1ª conjugação

cantar

cantando

2ª conjugação

beber

bebendo

3ª conjugação

assistir

assistindo

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

1.

a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) k) l)

2.

Lembrando-se de que não há irregularidades na formação do gerúndio em por­ tuguês, complete o quadro a seguir: Infinitivo em espanhol caer reír seguir poder ir pedir dormir leer traer morir sentir preferir

Infinitivo em português

Gerúndio em espanhol

Gerúndio em português

Continue as frases a seguir, conjugando os verbos no gerúndio (ex.: andando, comendo, partindo). Exemplo: Estou terminando minha tese e, por isso, passo o dia inteiro escrevendo no computador.

a) b) c) d) e) f)

Meu irmão é muito desligado. Vive ________________________________. Esses dois aí são muito fofoqueiros. Eles ficam o dia inteiro _________________. Meu vizinho é um chato. Vive ____________________________________. Estou muito cansado. Ando _______________________________________. Esta calça encolheu ou eu que estou _______________________________? O trabalho pode parecer complicado à primeira vista, mas, aos poucos, você vai ________________________. g) Essa menina é muito preguiçosa. Aposto que ela está __________________ agora. h) Minha irmã trabalhava em uma loja, mas agora ela está ___________________.

Verbos jogar e brincar Jogar •

Praticar uma atividade com regras, frequente­ mente em uma disputa, incluindo os esportes de maneira geral. – A gente adora jogar xadrez/damas/ videogame/tênis/basquete/vôlei/futebol/ pingue-pongue … – Esse atacante joga muito bem.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

– –

Ele era muito rico, mas perdeu sua fortuna jogando. Eu nunca joguei no bicho/na loteria.

Brincar •

• • •

Praticar uma atividade de entretenimento, seja com um jogo, seja com um brinquedo. – Meus sobrinhos passaram a tarde brincando de casinha. – Minha irmãzinha de 7 anos adora brincar de médica e de polícia e ladrão. – As crianças tão brincando lá fora. Acho que elas tão jogando Stop/Adedanha. Participar de uma brincadeira (ainda que com regras) típica de crianças. – Todos os dias, os alunos brincam de esconde-esconde/pique-esconde/pega-pega / Não falar a sério – Você tá brincando, né? Em plena sexta-feira à noite, você vai ficar em casa? Com facilidade, sem esforço – Ela é a melhor aluna de Cálculo. Resolve todos os problemas brincando, com o pé nas costas.

Jogo/Brinquedo •

Embora a distinção nem sempre seja clara, o jogo é uma brincadeira com regras que, em geral, definem uma disputa (que pode servir para brincar), enquanto a brincadeira é o ato ou efeito de brincar, distrair-se (com um jogo ou brincadeira). – Quando eu era criança, eu adorava jogo de tabuleiro. Meus favoritos eram Banco Imobiliário e War. – As crianças costumam adorar brincar de massinha. – Vamos jogar bola este fim de semana?

3.

O que estas crianças estão fazendo? Com base nas imagens, construa frases usando os verbos jogar ou brincar no gerúndio, combinados com as palavras a seguir: boliche bolinha de gude boneca carrinho cartas/baralho

futebol médico fantoche xadrez

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

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Expressões idiomáticas com cores Assim como em espanhol, há, em português, uma série de expressões com cores. • • • • • •



Sem graça e sem saber o que dizer, ele deu um sorriso amarelo. Quando eu subi no palco, estava tremendo que nem vara verde. (= tremer muito) Estou verde de inveja do meu primo: ele vai passar dois meses fazendo mochilão pela América do Sul. Ele é palmeirense roxo. Quando o time perde, é melhor não chegar nem perto dele pra não receber patada. (= fanático) Ele acha que tem sangue azul, só porque é filho do prefeito. Francamente … (= ter origem nobre) Ela, que não é boba nem nada, jogou verde para colher maduro. E eu caí que nem um patinho: acabei dizendo para ela que eu não vou estar aqui na segunda. (= conseguir que outra pessoa dê, sem perceber, informações importantes ou estratégicas) Ela se sente a ovelha negra da família. Ela é a única dos irmãos que não seguiu a carreira de Medicina. (= pessoa que se distingue em sua famí­ lia ou em outro grupo social, por se comportar de uma maneira repreensível aos olhos de outras)

O PORTUGUÊS DA GENTE Coloquialmente, a expressão que nem pode ser utilizada no lugar de como, para fazer comparações. – –

Ele é que nem o pai, sem tirar nem pôr. Quando crescer, quero ser que nem você.

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

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4.

Ligue o início de cada frase com sua continuação. a) Nossa, viu o passarinho verde? b) Meu trabalho está muito verde ainda. c) Minha conta bancária já está no vermelho. d) O dono oficial dessa mansão é só o laranja. e) A diretora da escola me deu carta branca. f) Comigo é preto no branco. g) Passei a noite em branco. h) O apartamento dele vale uma nota preta. i) Que bom que esse crime do colarinho branco foi solucionado. j) Essa vitória não pode passar em branco. k) A administração dessa empresa é uma caixa preta.

1) A polícia ainda vai precisar trabalhar muito para descobrir o verdadeiro responsável pelo desvio da verba. ( ) 2) Também, meu salário já está atrasado há cinco dias! Que absurdo! ( ) 3) Muita gente tava envolvida na lavagem de dinheiro. ( ) 4) Não consegui pregar o olho, pensando nos problemas da empresa. ( ) 5) Não gosto de ficar escondendo o jogo não. ( ) 6) Não tenho a menor condição de publicá-lo agora. ( ) 7) Ninguém sabe o que acontece lá. ( ) 8) Posso saber o motivo de tanta alegria? ( a ) 9) Quando vamos bebemorar? ( ) 10) R$1.000.000, jogando baixo. ( ) 11) Posso trabalhar com os alunos da maneira como eu quiser. ( )

FIQUE DE OLHO! As palavras polícia (por­ tuguês) e policía (espanhol) têm sílabas tônicas diferentes, como indica o acento gráfico. Português polícia

Espanhol policía

ZOOM bebemorar (gíria) – come­ morar tomando bebidas alcoólicas –

A gente conseguiu atingir as metas do mês da empresa! Vamos bebemorar? A gente merece!

Consulte a pág. 224 para outros exemplos de heterotônicos.

Expressões idiomáticas do universo do futebol 5.

Conjugue os verbos do quadro a seguir para completar as expressões idiomáticas que aparecem nas frases. baixar comer dar dar dar estar passar pisar ser

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

a) b) c) d) e) f) g) h) i) 6.

________________________ bola: o último dia para se matricular era hoje, e eu me esqueci completamente. Nossa, ________________________ bola fora: perguntei como estava a esposa e ele disse que tinham se separado … Que mico! Estou super acostumado com o jeito dele, então eu nem __________________ bola quando ele veio de novo com grosseria. Eu, se fosse você, também não daria a mínima. Depois que ele levou bronca do chefe, ele ________________________ a bola. Melhor assim. Não estava aguentando a arrogância dele. Como ele estava de saco cheio, resolveu ________________________ a bola pro Pedro, que vai assumir mais este trabalho. Esse professor _______________________ show de bola! Não deixe de fazer matéria com ele. Ela ________________________ com a bola toda: acaba de receber um prêmio internacional de Matemática! Super merecido! Ele tem feito tudo para conquistá-la, mas ela não ________________________ bola pra ele. Ele ________________________ na bola comigo … Prometeu que ia me ajudar, mas, no fim das contas, não fez nada.

Reescreva as frases a seguir utilizando uma das expressões idiomáticas do quadro. Faça as devidas adaptações nas frases quando necessário. a essa altura do campeonato correr pro abraço aos 45 do segundo tempo bater na trave ficar para escanteio pendurar as chuteiras pisar na bola pontapé inicial tirar o time de campo vestir a camisa a)

Vou dar o primeiro passo no projeto, mas depois vocês é que vão tocá-lo. ______________________________________________________________ b) Se as vendas continuarem caindo, a gente vai ter que desistir e fechar a loja. ______________________________________________________________ c) Ele entregou a prova no último minuto. ______________________________________________________________

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

d) Às vésperas da prova, não adianta mais estudar: se você aprendeu, bem; se não aprendeu, amém. ______________________________________________________________ e) Ele é muito comprometido com a empresa. Se ele resolver sair de lá, não vão achar alguém que trabalhe tão bem. ______________________________________________________________ f) Eu não conhecia ninguém na festa e acabei ficando meio abandonado lá. ______________________________________________________________ g) A semana de provas acabou e me saí bem em todas. Chegou a hora de comemorar! ______________________________________________________________ h) Ela decidiu, aos 65 anos, que vai se aposentar para poder aproveitar mais a vida. ______________________________________________________________ i) A chefe mancou feio quando o Jair pediu aumento. Ela disse até que ele recebe muito considerando a qualidade do trabalho dele. ______________________________________________________________ j) Fui aprovada em todas as etapas do processo seletivo, menos a última. Foi por pouco! ______________________________________________________________

Sentidos da palavra jeito 7. Para cada uma das frases abaixo, infira o sentido da palavra jeito, conforme as opções abaixo. (1) (2) (3) (4)

aptidão, propensão maneira de ser modo, maneira torcedura

Não adianta a mãe dele obrigá-la a fazer ballet. Ela não leva o menor jeito para dança. ( ) b) Hoje levantei meio rápido, porque estava atrasado, e me deu mau jeito na coluna. ( ) c) Não me olha desse jeito que eu fico com medo. ( ) d) Ele tem o mesmo jeito da mãe: faz tudo o que puder para te ajudar. ( ) e) Ele chegou super atrasado, mas de um jeito bem tranquilo. ( ) a)

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

8.

A palavra jeito é utilizada em uma série de expressões em português. Veja, abaixo, o sentido de algumas delas e, em seguida, complete as frases empregando uma das expressões. Algumas delas são utilizadas mais de uma vez. • • • • • • • •

a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) k)

dar um jeito: encontrar uma saída para um determinado problema ou situação; organizar; arrumar, consertar, reparar não ter jeito: não ter solução, não ser possível de jeito nenhum: de maneira alguma pelo jeito: ao que tudo indica daquele jeito: bagunçado, desorganizado com jeito: com cautela, prudência sem jeito: acanhado, sem graça Desculpe(m)/Perdoe(m) o mau jeito: expressão utilizada para iniciar uma crítica, ou para se pedir desculpa pelo incômodo causado ou que se pode causar

Meu escritório está uma zona. Vou ter que ________________________ nele, porque senão, não consigo trabalhar. O técnico tentou arrumar meu computador, mas ________________________: perdi mesmo um monte de arquivos importantes. Não sei o que vou fazer, mas vou ter que ________________________ de terminar o trabalho até segunda. Ele pode insistir o tanto que quiser, mas eu não vou ceder _______________. Estou muito a fim do Miguel. Mas ele é muito tímido, e toda vez que dou uma indireta, ele fica ________________________ e muda de assunto. Não repara não, porque não tive tempo de arrumar a casa, e ela está ________________________. Eu adoraria te acompanhar, mas, realmente, ________________________. Estou com a corda no pescoço. Você precisa pedir um aumento ________________________, senão, seu chefe vai se irritar. ________________________, não receberemos nosso pagamento tão cedo. Meu irmão ________________________ na televisão, e agora ela está fun­ cionando bem. ________________________, mas precisava te dar essa notícia. Foi mal.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Alimentos e bebidas 8.

Com base nas opções a seguir, escreva, abaixo da imagem de cada alimento, o seu nome. bolo sorvete bolacha/biscoito sanduíche pipoca gelatina arroz com feijão batata frita macarrão moqueca ovo peixe açaí alface couve-flor cenoura leite refrigerante chá chimarrão abacaxi maçã melancia morango pinhão caju cupuaçu

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

9. Identifique, com base nas imagens da atividade anterior: a) um alimento originário da região amazônica, onde é consumido tradicional­ mente junto com farinha de mandioca ou tapioca. No restante do Brasil, é, em geral, preparado da polpa congelada, batida com xarope de guaraná. b) um alimento muito apreciado no Sul do Brasil, que pode ser cozido, assado ou usado como ingrediente em pratos típicos. c) uma bebida frequentemente apreciada por gaúchos, feita com erva-mate moída, adicionada de água quente. d) um refrigerante feito a partir de uma fruta brasileira. e) um pseudofruto de uma árvore, cujo verdadeiro fruto é uma castanha. f) um fruto de uma árvore amazônica, usado em sorvetes, sucos e vitaminas, e também como ingrediente de bombons. 10. Com base nas imagens anteriores, construa frases usando o verbo gostar e preferir. a) ______________________________________________________________ b) ______________________________________________________________ c) ______________________________________________________________ d) ______________________________________________________________ 11. Em seu país, que comidas e bebidas são populares? Quais são pouco apreciadas? Construa agora frases usando os verbos gostar, adorar, odiar, preferir e curtir. a) ______________________________________________________________ b) ______________________________________________________________ c) ______________________________________________________________ d) ______________________________________________________________ e) ______________________________________________________________

Imperativo – formas do indicativo e do subjuntivo Assim como em espanhol, o português conta com três modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo. Modo Indicativo

Alguns valores – objetividade – realidade – informação

Exemplos – Muitas pessoas pensam que meninos e meninas não podem ganhar os mesmos brinquedos. – É fato que nem todas as crianças brasileiras têm as mesmas oportunidades na vida.

Imperativo – ordens, pedidos, comandos – Menino, vá/vai já para o chuveiro! – recomendações, sugestões – Ensina / Ensine seu filho a respeitar todas as pessoas. Subjuntivo – subjetividade – dúvida – hipótese

– Especialistas recomendam que as crianças brinquem ao máximo nas escolas de Educação Infantil. – O mundo talvez fosse melhor se respeitássemos mais nossas crianças. – Se você continuar teimando, vai ficar de castigo.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Você estudará, agora, o modo imperativo, que é utilizado apenas com os pronomes tu, você, vocês e nós.

Formação Em português brasileiro, o modo imperativo pode ser formado a partir das formas do subjuntivo ou do indicativo. Embora ambos sejam bastante utilizados no Brasil, costuma-se apresentar apenas o primeiro nas gramáticas normativas.

Imperativo – formas do indicativo • • •

As formas indicativas do imperativo coincidem com as do Presente do indicativo no caso da pessoa você. Para tu, o imperativo é formado pelo Presente do indi­ cativo, sem o -s. No caso da pessoa nós, utiliza-se a expressão vamos + infinitivo. Não são utilizadas as formas indicativas do imperativo para a pessoa vocês, sendo preferidas, neste caso, as formas subjuntivas do imperativo. Nesses casos, quando nos dirigimos a várias pessoas, é possível utilizar um termo no singular, com sentido coletivo, acompanhado pelo verbo no singular. Exemplo: Gente/Pessoal/Galera, faz um pouquinho de silêncio, por favor. / Gente/Pessoal/Galera, fazem um pouquinho de silêncio, por favor. cantar

beber

sair

(Tu)

canta

bebe

sai

(Você)

canta

bebe

sai

(Nós)

vamos cantar

vamos beber

vamos sair

(Vocês)

-

-

-

Exemplos:

– – – •

Canta isso direito, menino! Bebe isso logo, moleque! Vamos sair daqui agora!

Alguns verbos, a exemplo de ser e estar, não admitem, no imperativo, as formas indicativas para as pessoas tu e você. Nesses casos, sempre se empregam as formas subjuntivas. – Seja responsável! – Esteja aqui pontualmente às 7h30.

Frases como “É(s) responsável”, “Está(s) aqui pontualmente às 7h30” são inter­ pretadas não como pedidos ou ordens, mas sim como afirmações sobre determinadas pessoas: “(Tu) é(s) responsável”, “(Você/Ele/Ela) é responsável”, “(Tu) está(s) aqui pontualmente às 7h30”, “(Você/Ele/Ela) está aqui pontualmente às 7h30”.

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

Imperativo – formas do subjuntivo •

As formas subjuntivas do modo imperativo, assim como o Presente do subjuntivo, derivam das formas da pessoa eu do Presente do indicativo, acrescidas das terminações abaixo destacadas. cantar



sair

beber

(Tu)

cante

beba

saia

(Você)

cante

beba

saia

(Nós)

cantemos

bebamos

saiamos

(Vocês)

cantem

bebam

saiam

Para a formação das formas subjuntivas do modo imperativo, é fundamental ter em vista o radical do Presente do indicativo, como fica claro no caso dos verbos irregulares: Presente do indicativo

Imperativo – formas do subjuntivo Faça a lição, menina!

Eu faço

Façamos a lição! Façam a lição!



As formas subjuntivas do imperativo para a pessoa “nós” são raras na linguagem cotidiana, em que predomina a construção “vamos + infinitivo” (Exemplo: “Vamos resistir!”). Em textos mais formais, entretanto, sobretudo na escrita, elas podem aparecer, muitas vezes como recurso enfático (Exemplo: “Resistamos!”).

Verbos Irregulares – formas subjuntivas do modo imperativo ser

estar

ver

dar

ir

saber

querer

(Você)

seja

esteja

veja





saiba

queira

(Nós)

sejamos

estejamos

vejamos

demos

vamos

saibamos

queiramos

(Vocês)

sejam

estejam

vejam

deem

vão

saibam

queiram

Negação •

Todas as formas do imperativo, sejam as derivadas do indicativo, sejam as deri­ vadas do subjuntivo, podem ser negadas:

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Formas do indicativo Imperativo afirmativo (Tu)

Anda depressa!

Imperativo negativo Não anda depressa!

(Você)

Anda depressa!

Não anda depressa!

(Nós)

Vamos andar depressa!

Não vamos andar depressa!

(Vocês)



– Formas do subjuntivo Imperativo afirmativo



Imperativo negativo

(Tu)

Ande depressa!

Não ande(s) depressa!

(Você)

Ande depressa!

Não ande depressa!

(Nós)

Andemos depressa!

Não andemos depressa!

(Vocês)

Andem depressa!

Não andem depressa!

É rara a ocorrência da forma “Não andes”, mesmo entre os brasileiros que utilizam cotidianamente o pronome “tu”, ainda que essa seja a forma recomenda pela gramática normativa.

Uso das formas indicativas ou subjuntivas do modo imperativo •



A alternância entre as formas indicativas e subjuntivas do modo imperativo está relacionada, sobretudo, à região geográfica. Grosso modo, as formas subjuntivas (ande, beba, vista) são mais frequentes no Norte e do Nordeste brasileiros. No Sudeste, Centro-Oeste e Sul, predominam as formas indicativas (anda, bebe, veste). O uso das formas subjuntivas do imperativo na fala pode denotar falta de cortesia, sobretudo nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, bem como em algumas áreas do Sul. Nessas regiões, uma frase como “Faça isso” pode soar rude, enquanto “Faz isso” tende a ser julgado mais educado. Evidentemente, o grau de polidez dessas frases também estará relacionado à maneira como elas são ditas. Faça isso. Você faz isso? Você pode fazer isso? Será que você podia/poderia fazer isso?



grau de polidez

Em certos gêneros discursivos, como receitas culinárias, manuais de instruções, placas, provas e exercícios didáticos, há uma predominância quase absoluta das formas subjuntivas do imperativo, em detrimento das formas indicativas. – Coloque em uma panela funda o leite condensado, a margarina e o chocolate em pó. – Leia o texto abaixo e responda às questões que o seguem.

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

12. Você vai assistir a uma propaganda das Lojas Renner. Observe que todos os verbos foram conjugados nas formas indicativas do imperativo. Complete com os verbos que foram retirados do texto da propaganda e, na coluna ao lado, escreva a forma correspondente nas formas indicativas do imperativo. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

Imperativo – formas do indicativo

Imperativo – formas do subjuntivo

Beija!

Vai! Aceita! Come!

Experimenta a Renner!

13. A imagem ao lado circula, por vezes, em redes sociais no Brasil, como o Facebook. Ela faz recomendações para uma vida feliz. Escreva uma mensagem semelhante dando conse­ lhos para o Ano Novo. Utilize as formas subjuntivas do imperativo. 14. Você assistirá a um tutorial em que o amapaense Tiêgo Alencar explica como se come açaí em seu estado. Vídeo disponível em .

a)

Que formas do imperativo o rapaz utiliza no início do vídeo? Complete a frase. Primeiro, _________________ o açaí na tigela, depois _____________ a farinha.

b) Que tipos de farinha podem ser utilizados na preparação do açaí? c) Conforme o rapaz, que comidas costumam acompanhar o açaí no Amapá?

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

15. Veja um vídeo com a canção Do it, de Lenine e Ivan Santos. Que relações você estabeleceria entre o título, a letra e seus elementos musicais, como o ritmo? Vídeo disponível em: www.youtube.com/watch?v=Yte6uhDTcOw. Acesso em: 30 dez. 2018.

16. Procure a letra da canção na Internet. Em seguida, discuta com seus colegas as seguintes questões: a) A música é marcada pela presença abundante de verbos no modo imperativo. • • • •



O que essa presença poderia simbolizar? É possível afirmar que as formas verbais do imperativo caracterizam, de alguma forma, um posicionamento do eu-lírico em relação à vida. Como você descreveria esse posicionamento? Na sua opinião, a quem o eu-lírico se dirige? Considerando que o imperativo é, em geral, utilizado para exprimir ordens, pedidos, conselhos, recomendações, sugestões, orientações, alertas ou avisos, quais os efeitos de sentido produzidos pelo seu uso na canção? São utilizadas, no imperativo, as formas do indicativo ou do subjuntivo?

b) Como você interpreta os versos finais da música (“Não se submeta/Não se submeta”)? Na sua opinião, de que tipo de submissão se trata? c) Como você explicaria cada uma das expressões abaixo? Você concorda com as recomendações veiculadas por elas? Justifique. • • • • •

Se tá fora, entra Se sujou, cai fora Se dá pé, namora Se tá puto, quebre Engrossou, se meta

17. Você conhecerá e produzirá alguns textos relativos à dengue e à chikungunya. a)

Você já ouviu falar dessas doenças? Em caso positivo, o que você sabe sobre elas? Compartilhe seus conhecimentos com seus colegas.

b) O texto a seguir foi adaptado de uma campanha de prevenção do Ministério da Saúde brasileiro. Complete o material a seguir flexionando os seguintes verbos no imperativo. guardar

deixar jogar manter

encher lavar manter

entregar remover

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Adaptado de: . Acesso em: 06 ago. 2018.

c)

Imagine que você é publicitário e ficou responsável por escrever um texto de introdução do material da atividade anterior, para compor um panfleto de prevenção contra a dengue e a chikun­ gunya, que será distribuído nas casas brasileiras. Esse texto deverá ter as principais informações do spot de rádio que integra a campanha, que você ouvirá, bem como um slogan. Disponível em: . Acesso em: 08 ago. 2018.

ZOOM O panfleto é um texto curto, composto por recursos verbais e imagéticos, utilizado para divulgar lançamentos, marcas, promoções, eventos, campanhas políticas e de saúde, entre outros. Em geral, é impresso em papel de baixo custo, para atingir muitas pessoas em pouco tempo, e distribuído em locais por onde circula o público-alvo do panfleto.

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

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18. Veja abaixo uma receita de um alimento tipicamente brasileiro: o pão-de-queijo.

Pão de queijo mineiro 30min Ingredientes • • • • • • •

4 copos (americanos) de polvilho doce (500g) 1 colher de sopa fondor maggi ou sal a gosto 2 copos americanos de leite (300ml) 1 copo americano de óleo (150 ml) 2 ovos grandes ou 3 pequenos 4 copos americanos de queijo minas meia cura ralado óleo para untar

Modo de preparo 1.

Colocar o polvilho em uma tigela grande à parte, aquecer o fondor, o leite e o óleo 2. Quando ferver, escaldar o polvilho com essa mistura, mexer muito bem para desfazer pelotinhas 3. Deixar esfriar 4. Acrescentar os ovos um a um, alternando com o queijo e sovando bem após cada adição 5. Untar as mãos com óleo, se necessário 6. Enrolar bolinhos de 2 cm de diâmetro e colocá-los em uma assadeira untada 7. Levar ao forno médio (180º), pré-aquecido douradinhos 8. Assar até ficarem

AS APARÊNCIAS ENGANAM português copo vaso xícara taça sobremesa – – – – –

espanhol vaso florero taza copa postre

Ele vive fazendo tempestade em copo d’água. Não aguento mais! Minha mãe ganhou um vaso de mar­ garidas lindíssimo. O senhor aceita uma xícara de café? Pega a sua taça de champanhe pra gente brindar! Saúde para todos! O que você vai querer de sobremesa? Fruta ou sorvete?

Não existe, em português, uma palavra específica para a palavra do espanhol “postre”, isto é, o período posterior à refeição: –

Depois do almoço, ficamos conversando por um tempão.

Disponível em: . Acesso em: 08 set. 2011.

a) Como você deve ter observado, os verbos da receita acima estão no infinitivo. Em espanhol, que forma verbal seria geralmente empregada ao se escrever uma receita? b) Reescreva a receita, conjugando os verbos no imperativo. Que formas do impe­ rativo você deve usar: as indicativas ou subjuntivas?

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

19. A seguir, você encontra alguns verbos frequentemente utilizados em receitas. Associe cada um à imagem correspondente. bater cortar derreter despejar esquentar ferver grelhar mexer/misturar provar/experimentar ralar salpicar untar

Para medir 1 lata de … 1 caixa de … 1 garrafa de … 1 pacote de … 1 kilo de … 500 gramas de … 1 colher (de sopa/sobremesa/ chá/café) de … 1 xícara de … 1 pitada de … 1 copo de … Eletrodomésticos fogão geladeira freezer liquidificador batedeira micro-ondas

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

20. A classe se organizará para escrever um caderno de receitas da turma, que poderá ser útil para reuniões festivas do grupo. Se os estudantes tiverem diferentes ori­ gens, cada um poderá trazer uma receita típica de seu país ou região. Para tanto, siga as instruções abaixo: (i) Pense em um prato de que você gosta muito, seja ele doce ou salgado, que talvez seus colegas não conheçam. Se você não sabe como se faz aquela deliciosa torta que você costuma comer na casa de sua avó aos domingos, ou aquele prato típico de seu país, então essa é a oportunidade para você descobrir! (ii) Além dos ingredientes e do modo de preparo, outras informações podem estar presentes em uma receita, como tempo de preparo, rendimento, calo­ rias … Discuta com seus colegas qual será a organização geral de cada receita. (iii) Escreva sua receita. Tenha em vista que ela será lida por pessoas que talvez conheçam muito pouco o seu prato favorito. Dê, portanto, todos os detalhes necessários. Por exemplo, em vez de dizer, simplesmente, que determinado prato deve ser levado ao forno, especifique por quanto tempo. (iv) Revise sua receita. Corrija eventuais inadequações de português e, princi­ palmente, tenha certeza de que você não pulou nenhuma etapa importante! (v) O(a) professor(a) corrigirá as receitas e as devolverá aos alunos, a fim de que sejam feitos os ajustes necessários. (vi) O grupo deverá, em seguida, se organizar para montar o caderno de receitas da turma. (vii) Cada aluno poderá ter um exemplar do caderno, de forma a poder testar as receitas de seus colegas em casa. Mais interessante ainda seria combinar com a turma o dia em que as receitas serão testadas. Na festa de fim de semestre? No dia do aniversário de um colega? Bom apetite!

Pronomes oblíquos Alguns pronomes têm formas especiais quando ocupam uma outra posição sintá­ tica. Assim, por exemplo, nas variedades prestigiadas do português, “eu” não ocupa a posição de objeto direto: – –

Eu vi meu amigo. (sujeito) Ele me viu. (objeto direto)

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Objeto direto Função de sujeito







Função de objeto direto

Eu

Meu pai me viu.

Tu

Meu pai te viu.

Você

Meu pai o (a) viu. (+ formal) Meu pai viu você. Meu pai te viu. (forma não aceita pela gramática normativa)

Ele

Meu pai o viu. Meu pai viu ele. (forma coloquial, não aceita pela gramática normativa)

Ela

Meu pai a viu. Meu pai viu ela. (forma coloquial, não aceita pela gramática normativa)

Nós

Meu pai nos viu.

A gente

Meu pai viu a gente.

Vocês

Meu pai os (as) viu. (+ formal) Meu pai viu vocês.

Eles

Meu pai os viu. Meu pai viu eles. (forma coloquial, não aceita pela gramática normativa)

Elas

Meu pai as viu. Meu pai viu elas. (forma coloquial, não aceita pela gramática normativa)

Os pronomes o, a, os, as transformam-se em lo, la, los, las após formas verbais terminadas em – r , -s ou – z . Essas con­ soantes desaparecem na transformação. – Técnico elogia camisa 10 e promete levá-lo à seleção. (levar + o = levá-lo) – Fi-lo porque o quis. (fiz + o = fi-lo) – Fá-lo como achares melhor. (faz + o = fá-lo) Os pronomes o, a, os, as transformam-se em no, na, nos, nas após formas verbais terminadas em -m , -ão ou -õe . – Quando encontrarem este livro, tra­ gam-no, por favor. (tragam + o = tragam-no) Um verbo terminado em -mos perde o s quando seguido pelo pronome nos . – Encontramo-nos pela tarde.

O PORTUGUÊS DA GENTE •





Frases como “Você estava na festa ontem? Eu bem que te procurei, mas não te achei de jeito nenhum”, ou “Você gostou do presente que ele te deu?”, ainda que usadas coti­ dianamente no Brasil, inclusive por falantes com alto nível de escolari­ zação, são consideradas erradas pelas gramáticas tradicionais, já que, ori­ ginalmente, te é um pronome corres­ pondente a tu, e não a você. Frases como “Eu encontrei ele na festa” também são amplamente utiliza­ das no Brasil. Entretanto, em situações mais formais, recomenda-se o uso dos pronomes oblíquos para a função de objeto: “Eu o encontrei na festa”. Em situações cotidianas nas quais um falante não deseja parecer muito formal (ao dizer, por exemplo, “Eu a vi”) e, ao mesmo tempo, não quer utilizar uma construção condenada pela gramática normativa (dizendo “Eu vi ela”), ele pode optar por deixar implícito o pro­ nome, se já estiver claro, no contexto, o referente: “A Josi tava lá. Eu vi Ø, mas eu não quis falar com ela”.

O PORTUGUÊS DA GENTE Formas como tragam-no, encontra­ mo-nos e, sobretudo, fi­lo e fá-lo prati­ camente desapareceram do português brasileiro, sendo utilizadas, apenas, em contextos escritos muito formais. Cons­ truções como levá-lo, por sua vez, embora pouco frequentes na oralidade, podem ser observadas em falas mais formais.

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

Objeto indireto Função de sujeito

Função de objeto indireto

Função de objeto indireto Formas utilizadas após preposições

Eu

Meu pai me deu uma bicicleta.

Meu pai deu uma bicicleta para mim.

Tu

Meu pai te deu uma bicicleta.

Meu pai deu uma bicicleta para ti.

Você

Meu pai te deu uma bicicleta. (+ coloquial) Meu pai deu uma bicicleta para você. Meu pai lhe deu uma bicicleta.

Ele

Meu pai lhe deu uma bicicleta.

Meu pai deu uma bicicleta para ele.

Ela

Meu pai lhe deu uma bicicleta.

Meu pai deu uma bicicleta para ela.

Nós

Meu pai nos deu uma bicicleta.

Meu pai deu uma bicicleta para nós.

A gente

Meu pai deu uma bicicleta para a gente.

---

Vocês

Meu pai lhes deu uma bicicleta.

Meu pai deu uma bicicleta para vocês.

Eles

Meu pai lhes deu uma bicicleta.

Meu pai deu uma bicicleta para eles.

Elas

Meu pai lhes deu uma bicicleta.

Meu pai deu uma bicicleta para elas.

• Os pronomes o, a, os e as substituem substantivos não precedidos por preposição. – Eu encontrei meu pai ontem. = Eu o encontrei ontem. • Os pronomes lhe e lhes substituem substantivos precedidos pelas preposições a ou para. – Eu vou dizer a verdade para ele. = Eu vou lhe dizer a verdade.

FIQUE DE OLHO! •

Em português, não ocorre duplicação de pronomes em frases como a abaixo.

Espanhol Le di el regalo a mi padre.



Também não ocorre, em português brasileiro contemporâneo, a combinação de dois pronomes, diferentemente do que se observa em espanhol.

Espanhol Ella dijo la verdad a nosotros. Ella nos dijo la verdad. Ella la dijo a nosotros Ella nos la dijo. •

Português Eu dei o presente para/a meu pai. Eu lhe dei o presente. Eu lhe dei o presente a meu pai.

Português Ela disse a verdade para/a nós. Ela nos disse a verdade. Ela a disse para/a nós. Ela nos a disse.

Na maior parte das variedades do português brasileiro, o uso do pronome lhe ocorre apenas em contextos formais, particularmente, na modalidade escrita. Porém, em algumas regiões do Brasil, em especial do Nordeste, “lhe” pode aparecer, em textos cotidianos, como complemento direto, geralmente como equivalente de “te”. Esse uso é, entretanto, condenado pela gramática normativa. Exemplo: “Mateus, eu ainda não lhe apresentei pro meu irmão” (no lugar de “Mateus, eu ainda não te apresentei pro meu irmão”, ou “Mateus, eu ainda não apresentei você pro meu irmão”).

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário



Segundo a gramática normativa, as formas eu e tu não podem ser utilizadas após pre­ posições, a não ser quando são sujeitos de verbos no infinitivo: – Não há nenhum segredo entre mim e ela. – A professora passou uma tarefa para mim/para ti. – A professora passou uma tarefa para eu fazer/para tu fazeres.

Assim, frases como A professora pediu para mim fazer isso ou Não há nenhum segredo entre ela e eu, ainda que frequentes em português brasileiro, são condenadas pela gramática normativa. •



Após as palavras exceto, fora e salvo, utilizam-se, sempre, os pronomes em sua forma de sujeito: – Todos, exceto eu, vão à festa. A gramática normativa recomenda o uso dos pronomes em sua função de objeto quando ocupam a posição de sujeito de um verbo no infinitivo: – Mandou-o ficar quieto.

FIQUE DE OLHO! • Em espanhol, objetos diretos (com­ plementos de verbos não seguidos por preposição) de pessoa ou coisa/ animal personificado são geralmente precedidos pela preposição a . Espanhol – – •

Conocí la casa de mi suegro anteayer. x Conocí al padre de mi novia anteayer. Em português, não existe seme­ lhante regra. Assim, se traduzir­ mos as frases acima, a preposição a não seria empregada em nenhum caso, já que o verbo conhecer não é seguido por preposição:

Português – –

Entretanto, coloquialmente, predomina, em português brasileiro, a construção “Mandou ele ficar quieto”.

Conheci a casa do meu sogro antes de ontem. Conheci o pai da minha namorada antes de ontem. (Conheci ao pai …)

Contrações com a preposição com Assim como em espanhol, alguns pronomes assumem formas especiais após a pre­ posição com. Eu

O Paulo vem comigo.

Tu

O Paulo vai contigo.

Você

O Paulo vai com você.

Ele

O Paulo vai com ele.

Ela

O Paulo vai com ela.

Nós

O Paulo vai conosco.

A gente

O Paulo vai com a gente.

Vocês

O Paulo vai com vocês.

Eles

O Paulo vai com eles.

Elas

O Paulo vai com elas.

Tintim por tintim − Ai que saudades ...



A forma conosco deve ser substituída por com nós quando seguida por uma palavra que reforça seu sentido, como próprios, mesmos, todos, outros e ambos, ou por um numeral. – –



Hoje faz cinco anos que o Paulo trabalha conosco. Hoje faz cinco anos que o Paulo trabalha com nós dois.

O PORTUGUÊS DA GENTE A forma conosco é pouco utilizada em textos do dia a dia, em que predomina o uso de “a gente”. Espanhol Português Ella va con nosostras. Ela vai com a gente. Ela vai conosco.

Embora pouco frequentes no português brasileiro, as formas si e consigo indicam uma ação reflexiva: – – – –

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É muito importante conhecer a si próprio. Eles vivem rindo de si mesmos. (forma mais empregada quotidianamente: Eles vivem rindo deles mesmos.) quando soube que seu gato havia sido atropelado. Ela ficou totalmente fora de si Ele trouxe consigo uma mala cheia de livros. (forma mais empregada coti­ dianamente: Ela trouxe com ela uma mala cheia de livros.)

21. Complete as frases com os pronomes adequados. a) Achei que você confiasse em ___________. Afinal, eu nunca ___________ da minha honestidade. dei motivo para desconfiar b) Quando minha namorada e eu ___________ juntamos, um amigo ___________ deu uma escada. Foi um dos presentes mais úteis que ganhamos. c) Você ___________ liga hoje, ou prefere que eu ___________ ligue? Aí a de semana. gente combina o que vai fazer no fim d) Eu já ___________ conheço há muito tempo, e sei que elas nunca seriam capazes de fazer isso. e) Namoramos por dois anos, mas não existe mais nada entre ela e ___________. f) Tive uma conversa muito franca com meu chefe. Eu resolvi ___________ dizer tudo o que acho. g) Se você está interessado em trabalhar ___________, envie seu currículo para nosso e-mail. h) Acho que ele já tomou a decisão. Só um milagre pode fazê-___________ mudar de ideia. i) Para poder ajudar os outros, você precisa, em primeiro lugar, estar feliz ___________ mesmo. j) Tô indo de carro para a praia. Quer ir ___________? k) O atleta está processando o jornalista que ___________ acusou de doping. l) Eu nunca ___________ emprestei dinheiro, porque ele não costuma honrar seus compromissos. m) Ela ___________ ama mais do que ele pode imaginar. Ele, por outro lado, não ___________ dá a menor atenção.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

22. Reescreva as frases abaixo, tornando-as mais formais. Exemplo: Você convenceu ele a ir na festa? Você o convenceu a ir à festa?

a)

Onde tá a Graciela? Você viu ela? ______________________________________________________________ b) Eu não vou convidar ele para a festa. Fala ZOOM sério, ele é muito mala! _________________________________ • mala/mala sem alça/mala c)

_________________________________ O Pedro fala muito baixo e, por isso, eu não consigo ouvir ele. _________________________________

_________________________________ d) O livro tá aí na sua mesa? Você pode trazer ele para mim? _________________________________ e)

_________________________________ Eu acho ela muito sem noção. Você viu o jeito como ela falou com aquele cara? _________________________________

_________________________________ f) Ela sempre finge que não me vê, mas eu faço questão de cumprimentar ela. _________________________________

sem alça e sem rodinha – pessoa chata, desagradável, insuportável.

– –

Esse cara é um mala. Ninguém aguenta ele! Meu chefe é um mala sem alça e sem rodinha. Nunca vi ele elogiar ninguém.



sem noção – inconveniente; não condizente com a situação



Que menina mais sem noção! Ela atendeu o celular três vezes no cinema! Pode? Esse comentário foi muito sem noção. Não tem nada a ver com nada!



_________________________________ g) Você encontrou elas ontem? _________________________________ _________________________________ 23. Leia, a seguir, um conto sobre um objeto especial na vida do estudante neo­ zelandês Benjamin Parton. Não se preocupe, neste momento, com as lacunas. Por que você imagina que o narrador-personagem se apegou tanto à carteira?

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

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Minha Carteira Eu ganhei ___________________ primeira e única carteira quando tinha quatro anos. Foi um prêmio que ______ pais haviam prometido ___________________ dar caso eu jantasse dez vezes sem reclamar. Eles também prometiam prê­ mios para que eu não fizesse xixi na cama, para que eu vivesse em paz com ___________________ irmã e para que eu aju­ dasse no jardim de vez em quando. A história da carteira é a seguinte. ___________________ pai trabalhava para o Departamento de Bem-Estar, na Nova Zelândia. Um moleque, que morava numa casa do Departamento, roubou a carteira de uma outra criança. Meu pai nunca descobriu de quem o menino ___________________ havia roubado e, pensando que ele não podia deixá-___________________ com o moleque, resol­ veu levá-___________________ para casa e transformá-___________________ num prêmio de bom comportamento … Quando tinha quatro anos, nem tinha dinheiro para colocar nela, mas a carteira era ___________________. Comecei a receber dinheiro dos ___________________ pais: $1.20 por semana. Com um “salário” tão baixo, logo aprendi a não abri-___________________ nunca. Demo­ rei seis meses para fazer ___________________ primeira compra: walkie-talkies. O custo dos apa­ relhos era de $32.50 − que eu guardei na ___________________ carteira e na conta bancária dos correios. Eu comprei walkie-talkies porque ___________________ mãe não ___________________ deixou comprar soldados GI Joe. “Eu não criei ___________________ filhos para a guerra”, ela costumava dizer, “e armas de brinquedo não podem entrar nessa casa”. Hoje, ___________________ carteira tem 22 anos de serviço e nunca foi lavada, nenhuma vez. Várias pessoas tentaram tirá-___________________ de ___________________ para comprar uma mais nova, mais “na moda”. Porém, eu não sou o tipo de pessoa que jogaria amigos de 22 anos fora. ___________________ amizade continua … PARTON, Benjamin. Minha carteira, mimeo.

24. Agora, complete as lacunas do conto anterior com pronomes possessivos (meu, minha …) ou oblí­ quos (me, o, a … ) 25. Imagine que, batendo papo com um amigo, o autor do conto que você leu resolva contar a história de sua carteira. De que maneira ele poderia dizer as frases a seguir, sem repetir exces­ sivamente a palavra “carteira”, se optasse pelas construções mais comuns na oralidade espontânea em português brasileiro? Lembre que, em falas menos monitoradas, o uso de pronomes como o(s), a(s), -lo(s) e -la(s) é pouco comum. a) Um moleque havia roubado a carteira e meu pai não sabia para quem devolvê-la. ____________________________________________________________________ b) Como eu não recebia quase nada, eu logo aprendi que eu não podia abrir minha carteira nunca. ____________________________________________________________________ c) Eu nunca lavei minha carteira. ____________________________________________________________________ d) Várias pessoas tentaram tirar a carteira de mim. ____________________________________________________________________

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

26. Procure e leia o conto “A Espada”, de Luis Fernando Veríssimo. Tal texto pode ser consi­ derado um conto fantástico, na medida em que acontecimentos cotidianos se misturam a eventos surreais. VERISSIMO, Luis Fernando. A espada. In: MACHADO, Ana Maria (org.). Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

a) Identifique elementos presentes no texto que são da ordem do fantástico. b) Como você viu, no conto, quando o pai per­ gunta ao filho, que acaba de completar sete anos, quem lhe deu uma espada, esse lhe responde “Era sobre isso que eu queria falar com você”. Leia a continuação do diálogo, abaixo:

JÁ OUVIU FALAR? Luis Fernando Veríssimo nasceu em Porto Alegre (RS) em 26 de setembro de 1936. Célebre por suas crônicas e contos humorísti­ cos, é também jornalista, tradu­ tor, roteirista de programas de televisão e saxofonista. Entre suas obras, destacam-se, entre outras, as séries Ed Mort, O Analista de Bagé e Comédias da Vida Privada.

“[…] – Pai, eu sou Thunder Boy. – Thunder Boy? – Garoto Trovão. – Muito bem, meu filho. Agora vamos pra cama. – Espere. Esta espada. Estava escrito. Eu a receberia quando fizesse sete anos. O pai se controla para não rir. Pelo menos a leitura de história em quadri­ nhos está ajudando a gramática do guri. “Eu a receberia quando fizesse sete anos. [...]”

Por que motivo o pai tem vontade de rir ao ouvir o filho e considera que a leitura está ajudando sua gramática?

c) Segundo o filósofo e linguista Todorov, “o fantástico dura apenas o tempo de uma hesitação: hesitação comum ao leitor e à personagem, que devem decidir se o que percebem depende ou não da ‘realidade’, tal qual existe na opinião comum” (1975, p. 47). TODOROV, T. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1975.

O texto “A Espada”, de Veríssimo, finaliza com o pedido do pai para que a mãe se sente, para que ele lhe conte algo. Em dupla, crie, oralmente, esse diálogo, dando continuidade ao conto. O pai buscará uma explicação lógica para o ocorrido? Ou, ao contrário, tentará convencer a esposa de que presenciou algo sobrenatural? Como ela reagirá?

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

Pretérito mais-que-perfeito (modo indicativo) •

O Pretérito Mais-que-perfeito Composto é utilizado para se referir a eventos no passado anteriores a outros eventos no passado. Exemplo: Quando cheguei, ela já havia / tinha ido embora. (2a ação) (1a ação)



Esse tempo se forma a partir do verbo haver/ter (conjugado no imperfeito) + infinitivo do verbo principal. Pretérito mais-que-perfeito composto – Modo indicativo ter/haver (imperfeito) + Eu tinha/havia … Tu tinha(s)/havias … Você/Ele/Ela/A gente tinha/havia … Nós tínhamos/havíamos … Vocês tinham/haviam … Vocês/Eles/Elas tinham/haviam …

Particípio do verbo principal … andado … corrido … saído

Nas página 259, você encontra uma lista dos particípios irregulares do português.

AS APARÊNCIAS ENGANAM • O Pretérito Mais-que-perfeito Composto (Eu tinha deixado, Ele havia prometido, Nós tínhamos saído) tem o mesmo sentido do Pretérito Mais-que-perfeito Simples (Eu deixara, Ele prometera, Nós saíramos), o qual pode ser considerado um tempo arcaico no português brasileiro. Essas formas não expressam, em português, uma possibilidade no passado ou um desejo, como ocorre em espanhol. Português amara = tinha amado = havia amado (modo indicativo) Português amasse (modo subjuntivo)

Espanhol había amado (modo indicativo) Espanhol amara = amase (modo subjuntivo)

Exemplos:

• Reencontrou, aos 60 anos, o homem que amara (= havia amado/tinha amado) loucamente durante sua juventude. • Se ele não a amasse de verdade, não teria feito isso. Você estudará a formação do Imperfeito do subjuntivo (amasse) na Unidade 3. Caso já esteja curioso, consulte o Tintim por tintim, página 189.

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27. Traduza as frases abaixo para o português. a)

Cuando vine a Brasil la primera vez, ya había estudiado un poco de portugués. ______________________________________________________________ b) No comió nada, porque había acabado de almorzar. ______________________________________________________________ c) Estaban muy juntos en la discoteca. Tal vez fueran novios. ______________________________________________________________ 28. Leia a notícia abaixo.

Depois de 19 anos, Jan Grzebski sai do coma … Um polonês que permaneceu 19 anos em coma, depois de ter sido atropelado por um trem, surpreendeu os médicos ao retomar a consciência. De acordo com a imprensa polonesa, Jan Grzebski, hoje com 65 anos, ficou espantado com as mudanças na Polô­ nia e em sua família durante o tempo em que permaneceu em coma. “Agora eu vejo pessoas nas ruas com telefones celulares e há tantas coisas boas nas lojas que eu fico tonto”, disse ele à TV do país. “Quando entrei em coma, havia apenas chá e vinagre nas lojas, a carne era racionada e havia imensas filas para abastecer os carros em toda parte.” Grzebski deu os primeiros sinais de que estava saindo do coma em abril, quando começou um intenso trabalho de reabilitação. Uma curiosidade, ele também disse que o que lhe “impressiona hoje são todas essas pessoas que andam por aí falando com seus telefones celulares e nunca param de resmungar. Eu não tenho nada que reclamar.” Quando ele ficou inconsciente, a Polônia, hoje membro da Otan e da União Européia, ainda era um país alinhado à antiga União Soviética. Desde então, o Muro de Berlim ruiu e vários presidentes assumiram o governo do país. Mas não apenas as mudanças no país surpreenderam Grzebski. Ao acordar, ele descobriu que seus quatro filhos já tinham se casado e que agora ele tem 11 netos. O polonês creditou sua sobrevivência ao esforço da mulher, Gertruda, que cuidou dele durante todos os 19 anos. Depois do acidente, os médicos disseram que Grzebski viveria no máximo mais três anos. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2011.

Com base no texto lido, forme frases segundo o modelo abaixo, utilizando o Preté­ rito Mais-que-perfeito Composto do indicativo (tinha feito/havia feito). Quando saiu do coma, Jan Grzebski descobriu que … Exemplo: seus quatro filhos haviam/tinham se casado.

a)

o celular __________________________________________________.

b) a União Soviética ___________________________________________. c)

o Muro de Berlim ___________________________________________.

d) __________________________________________________________.

Tintim por tintim − Ai que saudades ...

29. Imagine agora que um brasileiro, de maneira semelhante ao que aconteceu com o polonês Jan Grzebski, acaba de sair de coma, após quase 20 anos inconsciente. Que fatos ocorridos no Brasil o surpreenderiam? Forme frases utilizando o Pre­ térito Mais-que-perfeito Composto do indicativo. Exemplo: Quando saiu do coma, o gaúcho Paulo de Souza descobriu que o Brasil havia conquistado o pentacampeonato mundial.

a)

______________________________________________________________

b) ______________________________________________________________ c)

______________________________________________________________

d) ______________________________________________________________ 30. Imagine agora que um conterrâneo seu saiu de coma após quase 20 anos. Quais mudanças em seu país mais o surpreenderiam? Forme frases utilizando o Pretérito Mais-que-perfeito Composto do indicativo. a)

______________________________________________________________

b) ______________________________________________________________ c)

______________________________________________________________

d) ______________________________________________________________

153

TINTIM POR TINTIM

Unidade 2 Um Brasil de muitos povos

Voz ativa e voz passiva Voz ativa e voz passiva analítica As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo, foca­ lizando um evento a partir de uma determinada perspectiva, e não outra. Observe as duas orações a seguir: (i) Muitos brasileiros apreciam a culinária árabe. (voz ativa) sujeito agente

complemento direto

(ii) A culinária árabe é apreciada por muitos brasileiros. (voz passiva analítica) sujeito paciente

agente da passiva

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos







Na oração (i), “muitos brasileiros” aparece na posição de sujeito, enquanto, na oração (ii), é “a culinária árabe” que ocupa essa posição sintática. Como efeito, “a culinária árabe” tem mais proeminência/importância na oração (ii) do que na (i). Na oração (i), assim como na maior parte das orações que estão na voz ativa, o sujeito sintático é agente, ou seja, pratica a ação expressa pelo verbo. Por outro lado, na voz passiva, o sujeito é paciente, sofrendo os efeitos da ação expressa pelo verbo. Observe que as orações (i) e (ii) estão no mesmo tempo e modo verbais: o presente do indicativo, neste caso. Na voz passiva analítica, utiliza-se a locução verbal “ser + particípio do verbo principal”.

Agente da passiva •





FIQUE DE OLHO!

O agente da passiva (isto é, o responsável por uma ação verbal na voz passiva) pode, ou não, ser explicitado: – No início do século XX, muitos imigrantes foram incentivados a virem para o Brasil. (oração sem agente da passiva) – No início do século XX, muitos imigrantes foram incen­ tivados pelo governo brasileiro a virem para o país. agente da passiva O agente da passiva não é explicitado quando se considera, a partir de um certo ponto de vista, que é irrelevante mencioná-lo. Ele também não é expli­ citado quando é desconhecido, ou evidente: – Inicialmente, italianos foram trazidos para o Brasil para substituírem a mão de obra escrava. O agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas também pode, por vezes, ser acompanhado pela preposição de: – O escritor peruano ficou cercado de admiradores.

Lembre-se de que, em português, temos três tipos de particípios: (i) particípios com uma única forma regular: – No Brasil, a escravidão foi abolida ape­ nas em 1888. (abolir > abolido) (ii) particípios com uma única forma irregular: – Escravos eram postos à venda em anúncios de jornal. (pôr > posto) (iii) particípios com duas formas: uma regular e outra irregular Esse é o caso do verbo “prender”, cujos particípios são “prendido” (utili­ zado quando o verbo auxiliar é “ter” ou “haver”) e “preso” (utilizado quando o verbo auxiliar é “ser” ou “estar”): –

Voz passiva sintética •



155

Além da voz passiva analítica, observa-se, em por­ tuguês prestigiado escrito, a chamada voz passiva sintética, formada pelo verbo principal na 3ª pessoa (ele/ela) + pronome “se”: – Aprecia-se a culinária árabe no Brasil. Segundo a gramática normativa, “a culinária árabe” é considerada, na oração anterior, o sujeito da oração. Por esse motivo, caso o sujeito esteja no plural, o verbo também deve estar no plural: –

Apreciam-se

verbo no plural



Consulte as página 259 para uma lista de particípios regulares e irregulares do português.

diferentes comidas árabes no Brasil. sujeito no plural

Em menos de 24 horas após o início da Revolta dos Malês, em 1835, o governo português já havia prendido cerca de 200 escravos. Em menos de 24 horas após o início da Revolta dos Malês, em 1835, cerca de 200 escravos já haviam sido presos pelo governo português.

156

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário



É comum, porém, que, no portu­ guês brasileiro cotidiano, a regra anterior não seja seguida:

Aprecia-se diferentes comidas árabes no Brasil. (construção não recomendada pela tradição normativa)

FIQUE DE OLHO! São raras, em português, construções com a ordem sujeito + se + verbo, ao contrário do que espanhol: Espanhol En Brasil, se abolió la esclavitud em 1888. En Brasil, la esclavitud se abolió en 1888.

Português No Brasil, aboliu-se a escravidão em 1888. No Brasil, a escravidão aboliu-se em 1888.

Sujeito indeterminado •

A gramática normativa estabelece uma diferença entre a voz passiva sintética e construções com o sujeito indeterminado. Duas são as construções principais de indeterminação do sujeito em português: (i) verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência anterior ao pronome “eles” ou “elas”: – Dizem que o Pelé é o maior jogador de futebol de todos os tempos. (ii) verbo (sem complemento, ou com complemento introduzido por prepo­ sição) na 3ª pessoa do singular, acompanhado da partícula “se”: – Vivia-se muito bem na casa grande, mas não na senzala. – Fala-se pouco sobre os direitos que ainda são negados aos negros.

1.

O quadro a seguir reúne alguns dados sobre negros com grandes contribuições para a história e cultura do Brasil. Associe as informações das três colunas e construa frases na voz ativa ou passiva. a) O escritor Machado de Assis (1839–1908) b) O escritor Lima Barreto (1881–1922) c) A mãe de santo Menininha do Gantois (1894–1986) d) A empregada doméstica e ativista política Laudelina de Campos Melo (1904–1991) e) O atleta olímpico Adhemar Ferreira da Silva (1927–2001) f) O ator Grande Otelo (1915–1993) g) A ativista de direitos humanos Sueli Carneiro (1950)

conquistar ( ) considerar ( convidar (

) )

eleger (

)

fundar (

)

a primeira medalha de ouro para o Brasil, em 1956 ( ) uma personalidade fundamental na valorização das religiões afro-brasileiras ( ) a primeira Associação das Empregadas Domésticas do Brasil, em 1936 ( ) a Academia Brasileira de Letras em 1897 ( )

a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro, em 2016 ( ) fundar ( ) integrar o Conselho Nacional da Condição Feminina em 1988 ( ) homenagear ( ) o papel de Macunaíma no cinema, em 1969 ( )

Sueli Carneiro h) A sociológa e vereadora interpretar ( ) Marielle Franco (1979–2018)

a Feira Literária de Paraty em 2017 ( )

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

a)

157

_____________________________________________________________

b) _____________________________________________________________ c)

_____________________________________________________________

d) _____________________________________________________________ e)

_____________________________________________________________

f)

_____________________________________________________________

g) _____________________________________________________________ h) _____________________________________________________________ 2.

3.

Leia cada uma das frases a seguir e avalie se é relevante, ou não, o agente da passiva. Caso não seja, risque-o. a) A guerreira Dandara preferiu suicidar-se a ser pega pelos soldados coloniais, em 1694. b) A coletânea Cantos à beira-mar foi escrita por Maria Firmina dos Reis em 1871. c) Por ser negro, o poeta Cruz e Souza (1861–1898) foi impedido, por pessoas racistas, de assumir o cargo de promotor. d) O artista e político Abdias do Nascimento (1914–2011) é, muitas vezes, comparado pelas pessoas ao pastor estadunidense Martin Luther King, devido a seu com­ promisso com os direitos dos negros.

Maria Firmina dos Reis

Passe as frases abaixo para a voz passiva analítica, de modo a colocar em primeiro plano alguns brasileiros negros de grande destaque. Avalie, em cada caso, a necessidade, ou não, de se utilizar o agente da passiva. a) Toda a crítica literária reconhece Machado de Assis como um dos maiores escritores do mundo. _____________________________________________________________ b) A história hegemônica do Brasil acabou por silenciar a escritora Maria Firmina dos Reis. _____________________________________________________________ c)

Em 2015, a Ordem dos Advogados do Brasil concedeu ao escritor e ativista político Luís Gama (1830–1882) o título oficial de advogado. _____________________________________________________________

d) Muitos passaram a chamar o paisagista e arquiteto Mestre Valentim (1745–1813) de “Aleijadinho Carioca”, em referência ao artista do Barroco mineiro. _____________________________________________________________

158

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

4.

Agora, reescreva as frases da atividade anterior na voz passiva sintética: a) _____________________________________________________________ b) _____________________________________________________________ c)

_____________________________________________________________

d) _____________________________________________________________ 5.

Leia algumas informações sobre três líderes negros que resistiram à escravidão durante o período colonial e complete com os verbos na voz passiva analítica: a)

Zumbi dos Palmares foi o último líder do maior quilombo do período colo­ nial: o Quilombo dos Palmares. Resistiu bravamente a uma série de ataques, até a invasão comandada pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. Em 6 de fevereiro de 1694, a capital de Palmares _________________ (des­ truir) e Zumbi _________________ (ferir). Apesar de ter sobrevivido, _________________ (trair) por António Soares, e _________________ (surpreender) pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto. Apunhalado, resistiu, mas _________________ (morrer) com vinte guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Sua cabeça _________________ (cortar), _________________ (salgar) e _________________ (levar) ao gover­ nador Melo de Castro. Em Recife, _________________ (expor) em praça pública no Pátio do Carmo, de modo a acabar com o mito da imortalidade de Zumbi dos Palmares. Adaptado de: . Acesso em: 21 out. 2018.

b) Dandara foi uma guerreira negra do período colonial do Brasil. Após ________________________ (prender), suicidou-se, jogando-se de uma pedreira ao abismo em 6 de fevereiro de 1694, para não _____________ (escravizar) novamente. Foi esposa de Zumbi dos Palmares e com ele teve três filhos. Sua figura ________________________ (envolver) em grande mistério, pois quase não existem dados sobre sua vida e/ou atos. Adaptado de: . Acesso em: 21 out. 2018.

c)

Teresa de Benguela foi uma líder quilombola que viveu no atual estado de Mato Grosso, no Brasil, durante o século XVIII. Foi esposa de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho (ou do Quariterêre), entre o rio Guaporé − a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia – e a atual cidade de Cuiabá. Com a morte de José Piolho, Teresa tornou-se a rainha do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo __________________ (destruir) pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho e a população (79 negros e 30 índios) _________________ (morrer) ou __________________ (aprisionar). Adaptado de: . Acesso em: 21 out. 2018.

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

6.

Você lerá um texto sobre a Revolta dos Malês. a) Leia uma primeira vez o texto, sem se preocupar com a conjugação dos verbos entre parênteses. Em que consistiu essa revolta e qual o seu desfecho? b) Leia uma segunda vez o texto, conjugando os verbos na voz ativa ou passiva. A Revolta dos Malês ________________________ (ser) o maior levante de escravos na Bahia, que ________________________ (acontecer) em Salvador na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835. O movimento ________________________ (ganhar) esse nome devido aos negros de ori­ gem islâmica que ________________________ (organizar) o levante. O termo “malê” ________________________ (ter) origem na palavra imalê, que ________________________ (significar) “muçulmano” no idioma Iorubá. Apenas negros africanos ________________________ (participar) da revolta, que ________________________ (contar) com cerca de 600 homens. A revolta ________________________ (planejar) para acontecer logo pela manhã do dia 25, porque era nessa parte do dia que a maioria da população da época ________________________ (ir) para a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, esvaziando o centro da cidade. Em termos gerais, a ideia inicial ________________________ (ser) começar o levante quando os escravos saíssem para pegar água das fontes públicas, ficando mais fácil reunir parte dos envolvidos. Depois, quando a revolta tivesse início, surgiriam vários incêndios em diversos pontos da cidade para distrair a atenção da polícia. No entanto, a revolta não ________________________ (sair) como o plane­ jado. O levante ________________________ (denunciar) na noite anterior, e as autoridades ________________________ (preparar-se) para impedir o ataque. Assim, a revolta ________________________ (acabar) em menos de vinte e quatro horas. A repressão foi brutal. Os rebeldes que ________________________ (sobreviver) sofreram diversos tipos de penas. Além de casos de deportações e penas de morte, alguns malês ________________________ (condenar) a açoites: de 300 a 1 200 chicotadas, que não ________________________ (dar) de uma vez só para que os con­ denados não morressem rapidamente. O líder malê Pacifico Licutan ________________________ (condenar) a 1200 chibatadas. Os negros nagôs passaram a ________________________ (ver) como ameaças para o sistema de escravidão vigente no país naquele momento. Mesmo der­ rotados, os malês ________________________ (ameaçar) a estrutura social da época. Em decorrência disso, as condições de vida para negros africanos ________________________ (piorar). Eles ________________________ (res­ ponsabilizar) pelo levante e ________________________ (tornar-se) uma espécie de inimigos da população e do seu bem-estar. Esse sentimento em consenso ________________________ (gerar) um ambiente “anti-africano” que ________________________ (desencadear) leis que _______________ _________ (ter) como objetivo controlar e punir os africanos. Adaptado de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_Mal%C3%AAs. Acesso em: 22 out. 2018.

c)

Os verbos na voz passiva concentram-se nos dois parágrafos iniciais ou nos dois finais? Por quê?

159

160

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

7.

Você assistirá a um vídeo do canal no YouTube em que Jana Viscardi analisa a seguinte manchete: Mulher morta pelo ex postou que estava angustiada dias antes do crime: “Coração apertado” Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

Conforme Jana Viscardi destaca, a estrutura sintática da manchete coloca a mulher em primeiro plano, e seu ex-marido, em segundo. Segundo a youtuber: – Que invisibilização essa estrutura sintática acaba por produzir? – Que tipo de impacto essa estrutura sintática pode produzir no leitor da notícia? b) Jana Viscardi destaca que, frequentemente, notícias dessa natureza apresentam características da vítima ou da relação. Na perspectiva da youtuber, que efeitos essa apresentação pode produzir nos leitores? c) Outra crítica feita no vídeo diz respeito ao uso da palavra “idoso” na notícia. Por quê? d) Levando em consideração a argumentação da youtuber, proponha uma outra manchete para a notícia em questão.

Colocação pronominal Os pronomes oblíquos (me, te, o, a, lhe, nos, se…) podem se posicionar em três lugares: • • •

antes do verbo (próclise) – Ex: Não me esconda nada! depois do verbo (ênclise) – Ex: Amo-te mais que a mim mesmo. no meio do verbo (mesóclise) – Ex: Almejar-se-á compreender as razões de tal fenômeno.

Notam-se diferenças consideráveis na maneira como os pronomes oblíquos se posi­ cionam no português brasileiro cotidiano e no português formal.

Colocação pronominal no português brasileiro cotidiano Regra única: Os pronomes oblíquos, quando não estiverem acompanhados de preposição, vêm sempre antes do verbo principal. Observe os exemplos abaixo, em que os verbos principais estão sublinhados: – – –

Te espero às oito, tá bom? Vou te esperar às oito, tá bom? Estou te esperando. Se apressa aí!

FIQUE DE OLHO! Espanhol Te voy a esperar a las ocho. Voy a esperarte a las ocho.

Voy a te esperar a las ocho.

Português Te vou esperar às oito. Vou esperar-te às oito. (construção raríssima em português brasi­ leiro cotidiano) Vou te esperar às oito.

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

161

Colocação pronominal em português formal Nos usos mais formais do português brasileiro, em especial na escrita, a posição dos pronomes oblíquos segue, em geral, as regras típicas do português europeu. •

Casos de ênclise (pronome depois do verbo) Na tradição normativa, estabelece-se que a posição mais comum para o pronome oblíquo é a ênclise, exceto nos casos em que se exige a próclise ou a mesóclise. Considera-se que a ênclise é obrigatória quando o verbo aparecer no início da oração (desde que não esteja no futuro do indicativo ou no futuro do pretérito): – – –



FIQUE DE OLHO! O hífen (-) deve ser utilizado nos casos de ênclise, separando o pronome oblíquo do verbo que o antecede. Espanhol Voy a verlo mañana. Voy a decirle todo.

Português Vou vê-lo amanhã. Vou dizer-lhe tudo.

Nos casos de próclise, não se utiliza o hífen. − Te vejo amanhã!

Contou-me sobre a história de seus antepassados africanos. Explique-me sobre os trâmites para a naturalização. Jamila foi gentil, ensinando-me sobre a cultura libanesa. oração 1 oração 2

Casos de próclise (pronome antes do verbo) Conforme a tradição normativa, a próclise é obrigatória em alguns contextos: Fatores que, conforme a tradição normativa, determinam a próclise

Exemplos

advérbios ou expressões adverbiais (sem pausa)

– Ontem me falou de seus avós angolanos. (mas: Ontem, falou-me de seus avós angolanos). – Aqui se valoriza a diversidade. (mas: Aqui, valoriza-se a diversidade)

conjunções e locuções subordinativas

– Quando o vi, não o reconheci. – Espero que me diga toda a verdade.

enunciados que expressem uma exortação, – Deus te acompanhe! exclamação e em perguntas diretas palavras ou locuções de sentido negativo – Não me trouxe o que eu pedi? – Ninguém lhe deu a informação que buscava. – Nada nos incomoda. preposição “em” + gerúndio

– Em se tratando de história da África, ele é um grande especialista.

pronome ou advérbio interrogativo

– Quem me emprestará o livro de Carolina de Jesus? – Quando me emprestará o livro?

pronomes demonstrativos

– Isso me faz muito mal.

pronomes indefinidos

– Alguém nos contou sobre a chegada dos franceses no Norte e Nordeste do Brasil. – Tudo se acaba um dia.

pronomes relativos

– As informações que me deu estavam erradas.

162

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário



Casos de mesóclise (pronome entre o radical do verbo e as desinências de tempo) O uso da mesóclise não ocorre em português brasileiro cotidiano, sendo restrito a alguns textos formais escritos, como textos jurídicos e religiosos. Na mídia, a mesóclise tende a ser evitada. Conforme a gramática normativa, a mesóclise deve ser utilizada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito sem precedência de palavras que determinam a próclise. Exemplos: – –

Falar-nos-ão da valiosa herança deixada pelos africanos no Brasil. (falarão + nos) Devolver-me-ão a esperança. (devolverão + me) Mas: Não nos falarão da valiosa herança deixada pelos africanos no Brasil. Quando me devolverão a esperança?

Observações •

Quando o verbo não inicia a oração e não há um fator que exija a próclise ou a mesóclise, o pronome oblíquo pode aparecer em diferentes posições: – –



Milton Santos formou-se em Direito. Milton Santos se formou em Direito.

Colocação pronominal em locuções verbais:

Em locuções verbais, diferentes construções são atualmente aceitas pela gramática normativa: Verbo auxiliar + – Ele lhe quer explicar o que aconteceu. (raro em português brasileiro) Infinitivo – Ele quer-lhe explicar o que aconteceu. (raro em português brasileiro) – Ele quer lhe explicar o que aconteceu. (construção mais comum em português brasileiro) – Ele quer explicar-lhe o que aconteceu. (formal) Observação: A ênclise é obrigatória se o pronome oblíquo for o(s) ou (a)s: – Ele vai vê-lo amanhã. (Ele o vai ver amanhã./Ele vai o ver amanhã) Verbo auxiliar + – Com dificuldade, ele me foi explicando. (raro em português brasileiro) Gerúndio – Com dificuldade, ele foi-me explicando. (raro em português brasileiro) – Com dificuldade, ele foi me explicando. (construção mais comum em português brasileiro) – Com dificuldade, ele foi explicando-me. (formal) Verbo auxiliar + – Ele me tinha dito o que aconteceu. (raro em português brasileiro) Particípio – Ele tinha-me dito o que aconteceu. (raro em português brasileiro) – Ele tinha me dito o que aconteceu. (construção mais comum em português brasileiro)

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

8.

163

Você lerá algumas biografias de personalidades de ascendência africana que são referência em diferentes áreas do conhecimento e da cultura brasileira. a) Leia as biografias a seguir, sem se preocupar com os trechos destacados. Qual delas mais lhe chama a atenção? Por quê?

Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido AS APARÊNCIAS como Aleijadinho (Ouro Preto – MG, sem data ENGANAM precisa: 1730 ou 1738 − Ouro Preto – MG, 18 de novembro de 1814), foi um grande escultor, português espanhol entalhador e arquiteto do Brasil colonial. Pouco aleijado(a) lisiado(a) se sabe/sabe-se com certeza sobre sua biografia, afastado(a) alejado(a) tornando muito árduos os trabalhos de pesquisa A palavra “aleijado”, utilizada sobre ele e, ao mesmo tempo, o transformando/ para fazer referência a pessoas transformando-o em uma espécie de ícone que sofreram alguma mutilação, nacional. Se tem/Tem-se como principal fonte é, atualmente, considerada ofen­ documental sobre Aleijadinho uma nota biográ­ siva no Brasil. É preferível utili­ fica escrita quarenta anos depois de sua morte. zar, por exemplo, “pessoa com Sua trajetória é reconstituída principalmente por deficiência”. meio das obras que nos deixou/deixou-nos; porém, há controvérsias, pois a maior parte das – A casa dele fica bastante afas­ mais de quatrocentas criações das obras a ele tada do centro. atribuídas não tem qualquer comprovação docu­ mental. Toda a sua obra, entre talha, projetos arquitetônicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del Rei e Congonhas do Campo. Os principais monumentos que contêm suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis, de Ouro Preto, e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Com um estilo relacionado ao Barroco e ao Rococó, é tido, pela crítica brasileira, quase em consenso, como o maior expoente da arte Colo­ nial no Brasil. Alguns estudiosos estrangeiros lhe conferem/conferem-lhe um lugar ainda mais importante na história da arte no Ocidente, o considerando/ considerando-o como o maior nome do Barroco americano. Se acredita/Acredita-se que o artista sofria de hanseníase, ou alguma outra patologia degenerativa, que lhe valeu/valeu-lhe o apelido de “Aleijadinho”. Adaptado de: . Acesso em: 24 set. 2018

Milton Almeida dos Santos (Brotas de Macaúbas – BA, 03 de maio de 1923 − São Paulo – SP, 24 de julho de 2001) foi um dos maiores geógrafos brasileiros. Graduado em Direito, se destacou/ destacou-se por seus estudos sobre a urbanização em países periféricos e semiperiféricos e sobre a globalização. A obra de Milton Santos se caracteriza/caracteriza-se pelo posicionamento crítico ao sistema capitalista e a seus pressupostos teóricos dominantes na geografia de seu tempo. Em 1994, o geógrafo recebeu o prêmio Vautrin Lud, considerado “o Nobel da Geografia”, tendo sido

164

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

o primeiro e único geógrafo da América Latina a o ganhar/ganhá-lo. Além disso, foi agraciado postumamente em 2006 com o Prêmio Anísio Teixeira. Adaptado de: . Acesso em: 24 set. 2018

Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro – RJ, 23 de abril de 1897 − Rio de Janeiro – RJ, 17 de fevereiro de 1973), foi um maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro. Se iniciou/Iniciou-se musicalmente como integrante do famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. Foi a partir desse grupo que se formou/ formou-se o conjunto Oito batutas, muito ativo a partir de 1919. Na década de 1930, o músico foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves ou Mário Reis. Quando compôs Carinhoso, entre 1916 e 1917, e Lamentos, em 1928, dois dos mais famo­ sos choros, Pixinguinha foi criticado: se considerava/ considerava-se que essas composições eram negativa­ mente influenciadas pelo jazz. Hoje, contudo, são vistas como muito avançadas para a época. Pixinguinha é reputado como um dos maiores compositores da música popular brasileira, que contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva. Adaptado de: . Acesso em: 24 set. 2018

Carolina Maria de Jesus (Sacramento-MG, 14 de março de 1914 – São Paulo, capital, 13 de fevereiro de 1977) foi uma escritora brasileira que se tornou/tornou-se conhecida por seu livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960. Em 1937, após a morte da sua mãe, se viu/viu-se impelida a migrar para a metrópole de São Paulo. Aos 33 anos, desempregada e grávida, se instalou/instalou-se na extinta favela do Canindé, na zona norte de São Paulo. Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora, registrava o cotidiano da comunidade onde morava, nos cadernos que encontrava no material que recolhia, que somavam mais de vinte. Um destes cadernos, um diário que havia começado em 1955, deu origem, justamente, ao seu livro mais famoso, Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada. Desde sua publicação, se vendeu/vendeu-se mais de um milhão de exemplares da obra, que foi traduzida em quatorze línguas, se tornando/tornando-se um dos livros brasileiros mais conhecidos internacionalmente. Carolina de Jesus, que era também compositora e poetisa, hoje é tida como uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. Sua obra permanece objeto de diversos estudos, tanto no Brasil quanto no exterior. Adaptado de: . Acesso em: 24 set. 2018

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

165

Maria da Conceição Evaristo de Brito (Belo Horizonte – MG, 29 de novembro de 1946) é uma escritora brasileira, mestra em Literatura Brasileira e doutora em Literatura Comparada. Muito pobre, a princípio teve de conciliar os estudos trabalhando como empregada domés­ tica. Nenhuma dificuldade a deteve/deteve-a, estreando na literatura em 1990 na série Cader­ nos Negros, publicada pelo grupo Quilombhoje. Suas obras abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe. Seu romance Ponciá Vicêncio foi traduzido para o inglês e publi­ cado nos Estados Unidos em 2007, lhe conferindo/conferindo-lhe projeção internacional. Adaptado de: . Acesso em: 24 set. 2018

b) Releia as biografias. Considerando se tratar de textos formais, publicados em uma enciclopédia online, indique a colocação pronominal mais adequada para cada um dos trechos sublinhados. 9. As frases a seguir referem-se a uma entrevista com a escritora brasileira Conceição Evaristo. Complete-as com um pronome átono na posição adequada, conforme as regras da gramática normativa. Em seguida, assista ao vídeo (até 8’06”) e marque V para as frases verdadeiras, e F para as falsas: Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a) b) c) d) e) f) g) h)

Conceição Evaristo afirma que foram as palavras orais, e não os livros, que ______ introduziram ______ na literatura. ( ) A escritora conta que ______ encontrou ______ com o texto escrito antes de ir para a escola. ( ) Conceição tinha uma tia que ______ contava ______ histórias de Minas Gerais. ( ) Devido à forte relação dos familiares de Conceição com o texto oral, a leitura nunca ______ encantou ______. ( ) A produção de uma redação na escola, quando criança, ______ concedeu ______ um prêmio na escola. ( ) Conceição Evaristo afirma que ______ frustrou ______, em certa medida, no curso de Letras. ( ) A escritora lamenta que o ambiente acadêmico não tenha ______ modificado ______ desde que concluiu seus estudos, no que diz respeito à inclusão de negros. ( ) Para Conceição Evaristo, muitos brasileiros ainda ______ surpreendem ______ ao verem uma mulher negra que não é, por exemplo, cozinheira, lavadeira, sambista ou cantora. ( )

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

10. Assista, agora, a um trecho de uma entrevista (até 4’55”) com o geógrafo Milton Santos, concedida ao programa Jô Soares Onze e Meia em 10 de julho de 1995. Em seguida, realize as seguintes atividades: Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

Anote três informações/afirmações presentes na entrevista que você considere significativas. Explique por que elas lhe pareceram interessantes. •

__________________________________________________________



__________________________________________________________



__________________________________________________________

b) Imagine que dois estudantes brasi­ leiros de Geografia, depois de assistirem à entrevista, tenham iniciado uma conversa sobre Milton Santos. Complete o diálogo a seguir, pre­ enchendo as lacunas apropriadas com os pronomes oblíquos adequa­ dos (me, te, o, lhe …). Utilize a colocação pronominal mais comum no português brasileiro cotidiano: Felipe: Deixa eu ______ dizer ______ uma coisa: eu não tinha a menor ideia que o Milton Santos ______ tinha ______ exilado ______ na França por causa do golpe de 64. Eu achava que tinha sido uma saída voluntária. Cê sabia? Bia: Sabia nada! Eu também ______ surpreendi ______ com isso! Eu não sabia que ele tava preso no Brasil quando colegas franceses convi­ daram ele para trabalhar na França. Agora ______ fala uma coisa, que tô com a memória ruim: onde mesmo que ele trabalhou na França? Felipe: Então, primeiro ele trabalhou na Universidade de Toulouse e depois ele ______ transferiu ______ pra Universidade de Bourdeaux, né? E depois ele foi pra Sorbonne. Que carreira! Bia: Demais! Então, eu já tinha ouvido falar que ele tinha morado e trabalhado em um monte de universidade no exterior, mas nunca ______ passou ______ pela cabeça que era essa a história!

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

Felipe: Trajetória incrível! Mas sabe que ______ pareceu ______ que o Jô, no começo da entrevista, meio que perdeu tempo. Ele podia ter feito perguntas melhores. Imagina só, perguntar quantos grandes talentos das universidades tiveram que ______ afastar ______ naquela época! Como que o Milton Santos ia ter esse número, gente? Bia: É, meio nada a ver mesmo! Ele podia ter ido logo pra Geografia, pra ______ concentrar ______ nas questões sobre globalização, cê não acha? Felipe: Com certeza. Mas sabe que adorei quando o Milton Santos res­ pondeu à divagação do Jô sobre o professor de geografia que ensinava por meio de quadrinhos? Gostei dele dizer que ele ______ inspirou ______ nos grandes professores que teve. Muito legal ele falar que a gente precisa abandonar o “facultês”, “geografês”, e ensinar a geografia e as outras disciplinas como um grande enredo. Bia: Massa mesmo! Apresentar os fatos como um enredo! ______ Vou ______ lembrar ______ disso sempre e adotar na minha vida!

Palavras e expressões idiomáticas relacionadas ao corpo humano 11. No caça-palavras abaixo, há 19 palavras que se referem a partes do corpo humano. Elas estão na vertical, horizontal ou diagonal, não havendo palavras ao contrário. Você terá 3 minutos para localizar o máximo de palavras possíveis. Seu (sua) professor(a) avisará quando o tempo terminar. Será o(a) vencedor(a) aquele(a) que encontrar mais palavras.

BOCA BRAÇO CABEÇA COTOVELO DEDO DENTE JOELHO

LÍNGUA MÃO NARIZ OLHO ORELHA PEITO PERNA

PESCOÇO PÉ ROSTO SOBRANCELHA TESTA

167

168

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

O I F

R B R A Ç

S O D D T

O O

W J

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T

W S

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E P E R N A E

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B

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D C O E N N

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P T E

O S

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O V

T

12. Em português, há uma série de expressões idiomáticas com palavras referentes a partes do corpo humano. Muitas delas são utilizadas para descrever pessoas. Complete as frases a seguir com o nome de uma parte do corpo. Existem expres­ sões equivalentes em espanhol? a) b) c) d) e) f) g) h)

Ele é muito ________________________-dura. Ninguém consegue convencê-lo a mudar de opinião. Haja paciência! Eu não gosto de ficar falando sobre meus planos pro futuro e sobre minhas conquistas. Tem muita gente com ________________________ gordo por aí. Quero distância! Xô! Eu sei que ele fica enrolando no trabalho, mas eu é que não vou ser ________________________-duro e contar pro chefe. Não tenho nada a ver com isso! Larga de ser ________________________-de-vaca! A gente não vai ficar nesse hotel chinfrim pra economizar dez reais na diária! Nem a pau! Acredita que o ________________________-de-pau do nosso colega disse pro professor que ele passou a semana escrevendo o texto? Ele não ajudou com uma linha! Minha priminha tem só quatro anos, mas já fala pelos ________________. Acho que puxou o pai, que também fala mais que a boca. Não tenho a menor paciência com esse meu primo. Ele acha que tem o rei na ________________________, mas é um zé-ninguém. De onde ele tirou tanta arrogância? Ele é carne de ________________________. Nunca vi um cara mais trucu­ lento do que ele. Deus me livre!

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

169

Operadores argumentativos II Valor Causa

Consequência

Operadores argumentativos porque pois visto que já que uma vez que como devido a por conta de em razão de por causa de

Exemplos – A quantidade de obras de Aleijadinho é controversa, porque/pois/ visto que/já que/uma vez que grande parte das criações a ele atribuídas não tem comprovação documental. – Como viveu em Ouro Preto, as obras atribuídas a Aleijadinho encontram-se em cidades mineiras. – Milton Santos é um dos maiores nomes da renovação da Geografia no Brasil, devido a/por conta de/em razão de/por causa de sua inovadora produção acadêmica.

FIQUE DE OLHO! A expressão “devido a” deve, em português, ser seguida por uma construção nominal, e não por um uma oração. – Famílias sem crianças peque­ nas eram as mais procuradas, devido ao maior interesse no trabalho de um braço adulto. – Famílias sem crianças peque­ nas eram as mais procuradas, devido a que o interesse maior era no trabalho de um braço adulto.

– Pixinguinha contribuiu portanto para que o choro encontrasse por isso uma forma musical definitiva. por esse motivo Portanto, /Por isso,/ Por esse por essa razão motivo,/Por essa razão, /Por por conseguinte em decorrência disso conseguinte,/Em decorrência disso,/ Logo,/ Assim,/Desse logo modo, /Dessa maneira,/ assim Consequentemente, é reconhecido desse modo como um dos maiores compositores dessa maneira da música popular brasileira. consequentemente

FIQUE DE OLHO! Em português, escreve-se “portanto”, em uma única palavra.

Oposição

mas porém contudo todavia no entanto entretanto

– Carinhoso é um dos choros mais famosos de Pixinguinha, mas, inicialmente, foi considerado polca. – Carolina de Jesus e Conceição Evaristo são mineiras. Porém,/ Contudo,/Todavia,/No entanto,/Entretanto, Carolina nasceu em Sacramento, e Conceição, em Belo Horizonte.

Adição

e além de não só … mas também não apenas … mas também nem

– Além de escritora, Carolina de Jesus era compositora e poetisa. – Milton Santos ganhou não só/não apenas o Prêmio Vautrin Lud, mas também o Prêmio Anísio Teixeira. – Não há um consenso sobre a doença que acometeu Aleijadinho, e nem sobre a extensão das deformidades provocada por essa patologia.

Alternativa

ou ora … ora

– As canções Lamentos e Carinhoso são classificadas como jazz ou como chorinho? – A posição crítica de Milton Santos ora aparece de maneira sutil, ora aparece com toda a força.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Valor

Operadores argumentativos

Conformidade segundo conforme de acordo com como Comparação

Exemplos – Segundo/Conforme/De acordo com alguns especialistas, Aleijadinho provavelmente não teve hanseníase, já que isso, à época, o excluiria do convívio social. – Como argumentam alguns especialistas, Aleijadinho provavelmente não teve hanseníase, já que isso, à época, o excluiria do convívio social.

assim como – Assim como/Da mesma forma que Carolina de da mesma forma que Jesus, Conceição Evaristo tem origem humilde. enquanto – Conceição Evaristo nasceu na capital mineira, ao passo que enquanto/ao passo que Carolina de Jesus nasceu no interior.

As aparências enganam Português

Espanhol

enquanto (português)

≠ en cuanto (espanhol)

– Enquanto eu estiver vivo, vou lutar contra o racismo e a xenofobia. (~ Durante o tempo em que) – Enquanto os senhores viviam na casa grande, os escravos moravam na senzala. (= valor de simultaneidade)

– En cuanto llegaban a Brasil, los esclavos perdían el derecho de usar su nombre africano. (= valor de posterioridade imediata) Tradução para o português:

– Enquanto filho de pai paraguaio e mãe brasileira, também me sinto imigrante. (~ Na condição de/Como)

– Assim que/logo que chegavam ao Brasil, os escravos perdiam o direito de usar seu nome africano. (Enquanto chegavam... / Apenas chegavam...)

– Eu nasci no Brasil, enquanto meu irmão mais velho nasceu no Paraguai. (~ ao passo que)

– En cuanto a este asunto, ¿alguna otra pregunta? Tradução para o português: – Quanto a este assunto, alguma outra pergunta? (Enquanto a esse …) (~ No que se refere a …/No que diz respeito a …/ Em relação a …)

entretanto (português)

≠ entretanto (espanhol)

– No início do século XX, a maior parte dos – Los señores vivían en la “casa grande”, imigrantes se dirigiu à América do Norte. entretanto los esclavos dormían en la Entretanto, uma parte significativa foi para a “senzala”. (= valor de simultaneidade) América Latina. (~ Porém/Contudo/No entanto) Tradução para o português: = valor de oposição – Os senhores viviam na casa grande, enquanto os escravos dormiam na senzala. (= valor de simultaneidade) ( … entretanto os escravos moravam na senzala.) todavia (português) – No início do século XX, a maior parte dos imigrantes se dirigiu à América do Norte. Todavia, uma parte significativa foi para a América Latina. (~ Porém/Entretanto/Contudo/ No entanto) = valor de oposição

≠ todavía (espanhol) – Los inmigrantes todavía sufren mucha discriminación en diferentes partes del mundo. (= até um determinado tempo) Tradução para o português: – Os imigrantes ainda sofrem muita discriminação em diferentes partes do mundo.

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

13. Reescreva as frases abaixo utilizando as palavras entre parênteses e fazendo as adaptações necessárias. Exemplo: Além de ser um colega muito eficiente, ele é um grande amigo. (não apenas … mas também) Ele é não apenas um colega muito eficiente, mas também um grande amigo.

a)

Como choveu, eu acabei ficando em casa. (devido a) ______________________________________________________________ b) Ela não pôde dirigir, porque havia bebido demais. (em decorrência disso) ______________________________________________________________ c) Ela coordena a equipe com grande habilidade. Todavia, às vezes comete alguns erros graves. (no entanto) ______________________________________________________________ d) Eu fiz os exercícios obrigatórios e os opcionais. (além de) ______________________________________________________________ e) No início do século XX, um brasileiro vivia em média 33 anos. Hoje, sua expectativa de vida ao nascer é de cerca de 70 anos. (ao passo que) ______________________________________________________________ f) É preciso aperfeiçoar a agilidade da escola em relação à compra de livros para a biblioteca. (no que diz respeito a) ______________________________________________________________ g) Ele não fez a menor questão de ir ao meu casamento. Por isso, eu também não vou no dele. (uma vez que) ______________________________________________________________ 14. Complete as frases abaixo, escolhendo uma ou mais opções. (i) Ele é um profissional muito competente. ________________________, conviver com ele diariamente não é muito fácil. a) Todavia

b) No entanto

c) Entretanto

d) Enquanto

(ii) É sempre assim: ________________________ eu trabalho, ele fica jogando conversa fora. a) todavia

b) no entanto

c) entretanto

d) enquanto

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

(iii) Vamos combinar: ________________________ a gente terminar este relató­ rio, a gente vai embora. Não aguento mais ficar aqui. a) assim que

b) logo que

c) entretanto

d) enquanto

15. Você assistirá a um dos episódios da série “Diretores latinos” veiculada pelo canal TNT (veja até 3’39”). Nesse episódio, o diretor em destaque é Hector Babenco (1946–2016), considerado um dos maiores expoentes do cinema latino-americano. O vídeo traz depoimentos do diretor e de atores que trabalharam com ele. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

Depois de assistir uma vez, retome os depoi­ mentos dados por alguns autores, transcritos abaixo. Com base nas informações do vídeo, crie justificativas para cada uma das afirmações feitas pelos atores. Considere aspectos verbais e não verbais, como as imagens dos filmes dirigidos por Babenco. Milton Gonçalves: o Babenco pertence … ao Olimpo daqueles que domi­ nam com perfeição … com qualidade … dominam absolutamente o mister filmar … Justificativa: O Babenco pertence ao Olimpo daqueles que dominam o mister filmar, porque _________________________________________________ ______________________________________________________ Stênio Garcia: esse diretor que eu acho que eu mostrando … essa preocu­ pação de busca … de um resultado … eu mostro toda a qualidade dele na no processo do trabalho dele … Justificativa: Ao mostrar essa preocupação de busca de um resultado, eu mostro toda a qualidade do trabalho dele, já que _____________________ ______________________________________________________________ Marília Pêra: é um homem muito corajoso … além de ser um homem muito … muito talentoso … muito … emocional … o Hector é um tango … Justificativa: O Hector é um tango, pois ____________________________ ______________________________________________________________

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

b) Agora, assista mais uma vez ao vídeo, concentrando-se no relato de Babenco. Em seguida, relacione as colunas A e B, de modo que as informações da coluna B complementem as da coluna A. Coluna A

Coluna B

1) eu não sou mais Argentina nem mais Brasil …

… os dias nos quais a gente visse dois filmes ou três filmes … ( )

2) eu acho que eu sou a personificação do “café au lait”, né? …

… me trouxe um cheiro … uma coisa muito forte daqueles … daquelas noites de calor passadas numa pensão em São Paulo … e eu decidi voltar pra São Paulo … ( )

3) eu acho que toda a minha geração …

… como a única janela que havia para o mundo … eh … fora do meu lar … ( )

4) naqueles cinemas enormes que no verão ficavam lotados … pra sobreviverem no inverno …

… mas obviamente não tinha nem recursos pra pagar um quarto de hotel … ( )

5) não era incomum …

… cresceu … vendo filme … ( )

6) então o cinema entra para mim …

… na Itália … ( )

7) viajei dois anos e meio …

… mas sempre como figurante … que aquilo me dava um sustento … me permitia ter a ilusão de que estava gregariamente acoplado à gente que fazia cinema … ( )

8) queria fazer cinema …

… eu tenho o leite argentino e o café brasileiro … ( )

9) eu fiz dúzias de western espaguetes … eles passavam festivais de cinema eh … de diferentes países diariamente … ( ) classe B na Espanha …

c)

10) fiz filme mais importante …

… eu tenho … eu conheço muito bem o melhor de ambos e o pior de ambos … ( )

11) a lembrança da cultura preta né? alguma poesia que eu já tinha lido brasileira sei lá …

… viajei pela Europa … ( )

Converse com seus colegas: • • • • •

Quando criança, havia cinema em sua cidade? Você se lembra quando foi pela primeira vez ao cinema? A que filme assistiu? Isso foi marcante para você? Você gosta de ir ao cinema ou prefere ver filmes em casa? Assim como Babenco, você já teve a experiência de assistir mais de uma vez ao mesmo filme? Conte como foi isso. Quais são seus filmes preferidos? Por quê?

173

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Uso indeterminado do pronome você O pronome “você” pode, em português, ser utilizado de maneira indeterminada, especial­ mente em textos orais do cotidiano: – Quando você veste a camisa da empresa, você espera ser valorizado. (~ Quando se veste a camisa da empresa, espera­ -se ser valorizado.)

FIQUE DE OLHO! A palavra “um” não pode ser usada para fazer generalizações em português. – Quando um veste a camisa da empresa, um espera ser valorizado.

16. Você já ouviu falar da “lei de Murphy”? Trata-se da crença de que “se algo pode dar errado, dará” ou de que “se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira possível, no pior momento possível”. Veja alguns exemplos: • •

Quando você disca um número errado, nunca dá ocupado. Se você sai de casa com o guarda-chuva, com certeza não vai chover. Mas se você esquece o guarda-chuva em casa, então se prepare porque vai chover. a) O que você acha dessa “lei”? b) Imagine que você é uma pessoa muito pessimista. Construa frases utilizando o pronome você com sentido indeterminado. Exemplo: ~ Quando você joga fora alguma coisa que tem há muito tempo e passou anos sem usar, logo logo você vai precisar dela.



_____________________________________________________________ _____________________________________________________________



_____________________________________________________________ _____________________________________________________________



_____________________________________________________________ _____________________________________________________________



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Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

Marcadores conversacionais e interjeições Marcadores conversacionais • •



São elementos típicos de certos gêneros orais, em particular da conversação espontânea, que ajudam a dar coesão e coerência ao texto falado e a estruturar a interação interpessoal. Podem ser utilizados pelo falante (por exemplo, para sustentar o turno, preen­ cher pausas, (re)organizar o texto, corrigir-se, verificar se o interlocutor o está acompanhando etc.) ou pelo ouvinte (para concordar, para discordar, tomar o turno etc.). Recursos não-verbais também podem desempenhar a função de marcadores conversacionais. Por exemplo, balançar a cabeça para cima e para baixo sinaliza, em geral, concordância; balançá-la de um lado para outro, discordância.

A seguir, você encontra alguns marcadores conversacionais bastante comuns em português brasileiro: buscar apoio/ verificar compreensão do interlocutor concordar/ manifestar compreensão

beleza ?/ certo ?/ de acordo ?/ entendeu ?/ tá entendendo ?/ entendesse (típico de algumas regiões do Nordeste) / tá ligado? (coloquial) / morô? (coloquial) / né ?/ OK ?/ sabe ?/ sacô? (coloquial) / tá claro ?/ tranquilo ?/ visse (típico de alguns lugares do Nordeste) / viu? ahã / certo / claro / com certeza / é / é isso aí / lógico / mhm / isso / isso aí / isso mesmo / ok / ótimo / pois é / pronto (típico de alguns lugares do Nordeste) / tá / tá bom / tá certo / sei / sem dúvida / sim / uhum discordar ahn ahn / calma / certo, mas / como ?/ discordo / duvido / entendi, mas / imagina / não / não, não / não é bem assim / peraí / pois é, mas expressar certa meio que / tipo / tipo assim inexatidão hesitar ãh / assim / hum / e / é / tipo / tipo assim indagar ãh ?/ ahn ?/ ah é ? como ?/ como assim ?/ é ?/ hã? / hein? / mesmo? será ?/ sério ?/ mesmo ?/ o quê ?/ verdade? iniciar/tomar o Aqui, (marcador conversacional típico de alguns lugares de Minas turno Gerais) / Bem, / Bom, / Então, / Eu acho que … / Olha, / Veja, (re)organanizar Pra começar, / A propósito, / Abrindo um parêntese, / Fechando o discurso parêntese, / Como eu tava falando, / Aliás, / A propósito, / Antes que eu me esqueça, / Bom / Bem, / Depois a gente volta nesse ponto, / Voltando ao assunto, / Em relação a isso, / Em resumo, / Resumindo, / Pra concluir, precisar/retificar assim / quer dizer / ou melhor / ou seja

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Interjeições e locuções interjetivas • •

As interjeições são palavras ou expressões invariáveis que traduzem estados emotivos, ou que procuram agir sobre o interlocutor. Em geral, assumem duas funções: (i) sintetizar uma frase exclamativa: Ai! Bati meu dedinho na mesa! (no lugar, por exemplo, de “Está doendo!” ou “Doeu!”) (ii) sintetizar uma frase de apelo ao interlocutor: –

– •

Shh! O filme já começou. (no lugar, por exemplo, de “Fique quieto!”)

O sentido que a interjeição assume em cada contexto depende muito da maneira como ela é dita. A prosódia, em particular, desempenha um papel fundamental. – Meu Deus! Você está de volta! Tô com tanta saudade! (a interjeição expressa alegria) – Meu Deus! Que tragédia. Foi um acidente horrível. (a interjeição expressa tristeza). Advertência: Cuidado! Olhe! Atenção! Olha lá! Alto lá! Calma! Devagar! Vê bem! Volta aqui! Alegria: Oba! Eba! Viva! Olá! Olé! Eia! Uhu! Que bom! Maravilha! Alívio: Ah! Ufa! Arre! Ainda bem! Graças a Deus! Ânimo, coragem: Coragem! Força! Ânimo! Pra frente! Vamos! Vamos lá! Firme! Bora! Bola pra frente! Afastamento: Fora! Cai fora! Vaza! Toca! Xô! Xô pra lá! Passa! Sai! Roda! Arreda! Rua! Xispa (daqui)! Aplauso: Bravo! Bis! Mais um! Aprovação de sabor: Hum! Chamamento: Ei! Ó! Ô! Oi! Alô! Olá! Eh! Hei! Psiu! Psit! (as duas últimas são, em geral, consideradas grosseiras) Desejo: Tomara! Queira Deus! Quem me dera! Se Deus quiser! Discordância: Ah tá! Vai nessa! Só falta! Capaz! Eu, hein! Deus me livre! Nem pensar! Nem a pau! De jeito nenhum! Surpresa! Pelo amor (de Deus)! Só faltava essa! Tem dó! Nem ferrando/ Nem fodendo! (a última pode soar ofensiva para alguns) Dor: Ai! Ui! Dúvida: Hum? Hem? Hã? Ué! Epa! Como assim? Insatisfação/Indignação: Aff! Basta! Credo! Droga! Eta! Eita! Ih! Ixe! Xi! Misericórdia! Nossa! Porcaria! Vixe! Puxa! Caramba! Raios! Só falta! Só faltava essa! Xi! Putz (grila)! Pô! Merda! Bosta! Porra! Puta merda! Puta que pariu! (as cinco últimas podem ser ofensivas para alguns) Medo: Credo! Cruzes! Ui! Ai! Uh! Barbaridade! Que medo! Jesus! Jesus, Maria e José! Nojo: Eca! Credo! Ugh! Que nojo! Satisfação: Oba! Eba! Uhu! Silêncio: Psiu! Shh! Silêncio! Chega! Calado(a)! Quieto(a)! Bico fechado! Socorro: Socorro! Acudam! Gente! Surpresa, espanto: Ah! Caramba! Cacilda! Cacildis! Caraca! Caramba! Céus! Cruz! Meu Deus! (Senhor) Jesus! Nossa! Nossa Senhora! Nó! Nossa! Nossa Senhora! Nossa Senhora da Aparecida! Nu! Oba! Oh! Opa! Pô! Putz! Puxa! Quê? Uai! Ué! Virgem! Virgem Maria! Vixe! Adaptado de: . Acesso em 16 set. 2018.

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

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17. Você vai assistir a uma cena de uma novela que fez muito sucesso, tanto no Brasil quanto em outros países, veicu­ lada em 2012 pela Rede Globo: Ave­ nida Brasil. As personagens principais da novela são Carminha (esposa de Tufão) e Nina, interpretadas, respecti­ vamente, por Adriana Esteves e Débora Falabella. Adriana Esteves

Débora Falabella

Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

A partir do que você assistiu, responda: a) Qual você imagina ser a relação entre as personagens? b) Descreva, em linhas gerais, o que se passa na cena. 18. Leia, agora, a transcrição de um trecho da cena. Identifique os sentidos dos termos em destaque, com base no contexto. Consulte os quadros de marcadores conver­ sacionais e interjeições apresentados nas páginas 175 a 176, quando necessário. Nina: Carminha: Nina: Carminha: Nina:

Carminha: Nina: Tufão: Carminha: Nina: Carminha: Tufão: Carminha: Nina: Carminha: Tufão:

os acidentes domésticos são os piores O PORTUGUÊS … (1) sabia? (toca um celular) DA GENTE e o celular? … tó – forma reduzida de é … é ele? “toma”/“tome” você pegou meu celular? você pegou o meu não pegou? tô te devolvendo um favor … é seu marido … ele deve tá muito preocu­ pado … atende … atende … diz que tá tudo bem … (2) tá? tó … (3) isso … (4) oi amor … psiu … (4) ei Carminha … atendeu atendeu … (6) pô demorou pra atender pra caramba o que aconteceu? tá tá tudo bem … eu … psiu … shh … shh … shh … (6) eu tava tomando banho … de banheira … (7) ah é? e … (8) … como é que tá a Nina … e você? a Nina? … a Nina tá … diz que tô mandando um abraço que eu tô morrendo de saudade … tá mandando um abraço … diz que tá morrendo de saudade … tá … (9) fala fala que a gente também tá sentindo saudade dela … tá sentindo saudade da comida da Nina (10) entendeu? porque a Muricy faz um peixe que é bem mais ou menos … então a gente tá aqui Carminha … qualquer coisa tu liga (11) hein?

19. Em trios, escrevam uma continuidade para a cena, utilizando marcadores e inter­ jeições. Em seguida, apresente a cena para os demais colegas.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

20. Você vai assistir agora a uma cena do capítulo final da novela Avenida Brasil. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

Nesta cena, outros dois personagens estão presentes: Lucinda e Jorginho. Qual é a relação, possivelmente, entre Lucinda e Jorginho? b) Descreva, em linhas gerais, o que se passa na cena. c) Considere as duas cenas que você viu. Que título você daria a cada uma delas? 21. Leia a transcrição a seguir. Carminha: risoto de frango … tô tentando fazer umas coisas diferentes aqui nessa casa porque se depender dessa aí a gente só come bolinho de chuva … Nina: tá muito bom … Jorginho: tá ótimo … surpreendeu hein? Carminha: cê gostou filho? … tudo dica dessa aí … Nina: aprendeu direitinho … Carminha: (resmunga algo) Lucinda: huuum … isso é jeito de falar na mesa? ãh? Carminha: e a velha chata vai me botar de castigo agora é isso? … de quem foi a ideia? Jorginho: já tinha um tempo que … que a mãe Lucinda falava pra gente vir aqui … e a decisão foi da Nina … aí a gente veio … Carminha: você me perdoou? depois de tudo o que eu te fiz? Nina: tô aqui não tô? Carminha: você é realmente superior a mim … eu não seria capaz de fazer o mesmo se eu fosse você … Nina: e você? … você me perdoou? … transformei a sua vida num inferno … Carminha: só tô colhendo o que eu plantei … pelo menos agora eu tô vivendo uma vida de verdade … Nina: não foi isso que eu te perguntei … perguntei se você me perdoou … Carminha: adianta não perdoar? Lucinda: podiam se abraçar agora … eu vou ficar muito feliz se isso acontecer … Carminha: tá satisfeita agora velha? … alguém quer café? a) Identifique os marcadores conversacionais e interjeições na transcrição. b) Consultando os quadros com marcadores conversacionais e interjeições das página 175, insira pelo menos três marcadores discursivos e três interjeições que se adequem às falas das personagens. c) Em quartetos, ensaiem a cena e, depois, apresentem-na para os outros colegas. Após as apresentações, a turma votará quem foram os melhores atores.

Tintim por tintim − Um Brasil de muitos povos

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Acentuação gráfica •

Lembre-se de que, em português, as palavras oxítonas recebem acento gráfico apenas quando terminam em a(s), e(s), o(s), em, ens. Exemplo: Panamá espanhol Perú Haití

português Peru Haiti



Paroxítonas terminadas em ditongo crescente oral, seguido ou não de s, são acentuadas em português. espanhol português Colombia Colômbia Bolivia Bolívia



Não se esqueça de que todas as proparoxítonas são acentuadas em português, assim como em espanhol. Exemplos: África do Sul América México

Para saber mais sobre as regras de acentuação gráfica do português, consulte a pág. 215.

ZOOM • • • •

oxítonas = palavras cuja sílaba forte é a última (Exemplos: Brasil, café, avô, porém) paroxítonas = palavras cuja sílaba forte é a penúltima (Exemplos: Argentina, Chile, Bolívia) proparoxítonas = palavras cuja sílaba forte é a antepenúltima (Exemplo: México) ditongo crescente oral = encontro de uma semivogal como uma vogal, formando um som oral (e não nasal) – Exemplos: comércio, sábia, água, cárie, árduo 22. Quais dos seguintes nomes de países são acentuados? Canada Paraguai Suecia Guiana Argelia Filipinas Venezuela India China Egito Gana Bulgaria Equador Polonia

Japao Libia Nicaragua Tunisia Zambia Ira Singapura Somalia Guiné Jibuti Republica Democratica do Congo São Tome e Principe Republica de Nauru

TINTIM POR TINTIM

Unidade 3 Fazendo festa!

Valores do subjuntivo O uso do modo subjuntivo pode ser determinado por alguns valores semânticos. Listamos os principais a seguir, dando alguns exemplos de expressões que, por assumi­ rem esses valores, são frequentemente acompanhadas pelo subjuntivo em variedades prestigiadas do português.

Sentimento/emoção • • • • • • • •

Estou contente/feliz/triste que ela já esteja voltando. É uma pena que o escândalo acabe em pizza. É ótimo que os jovens estudem filosofia na escola. Sinto que ele não possa estar presente. A vítima lamenta que a pena não tenha sido mais dura. Receio que estejamos no início de uma depressão econômica. Temo que ele não se recupere nunca mais. Eu tenho medo (de) que ele desista de tudo.

ZOOM

A expressão “acabar em pizza” é utilizada para fazer referência a episódios em que alguém permanece impune, apesar de ter cometido algum delito: –

Precisamos pressionar para que os culpados sejam punidos e o escândalo não acabe em pizza.

Tintim por tintim − Fazendo festa!

181

Vontade/desejo • • • • • •

Meu priminho quer que eu compre uma camiseta da seleção para ele. Eu desejo que você seja muito feliz nessa nova etapa de sua vida. Faço questão (de) que você venha. Espero que você faça uma boa viagem. Tomara que não chova amanhã. Você prefere que eu te ligue mais tarde?

Pedido/sugestão/ordem • • • • • • •

Peço que não faça isso novamente. Ator solicita que vídeo seja retirado do ar. Em caso de dúvidas, sugerimos que entrem em contato conosco. Aconselha-se que os quartos sejam bem arejados. A legislação proíbe que uma mesma pessoa ocupe duas vagas simultaneamente em diferentes instituições de ensino superior públicas. É aconselhável que vocês façam todos os exercícios antes da prova. Convém que os relatórios sejam formatados conforme o manual disponível na biblioteca.

Observação: O subjuntivo também é usado com outras expressões que exprimem o propósito do agente de influenciar o comportamento do sujeito do verbo subordinado. • •

Eu preciso que você me faça um grande favor. Ele está insistindo (para) que eu entregue o relatório até o fim da semana.

Dúvida • •

Duvido que ele chegue na hora. Não acredito que ele venha me visitar.

Incerteza • • • •

É possível que ele não se lembre mais de mim. Talvez ele já saiba o que aconteceu. FIQUE DE OLHO! Pode ser que ele seja meio antipático. Suponho que ele não esteja muito contente Em português, escreve-se “talvez”, e com a situação. não “tal vez”, como ocorre em espanhol.

Negação O subjuntivo também é empregado nos casos em que a oração principal expressa uma negação do que é descrito na oração subordinada: • • •

É mentira que ela esteja grávida. Não é verdade que ele esteja sendo discriminado. O presidente nega que o país possua armas nucleares.

182

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Expressões impessoais que indicam probabilidade, possibilidade, necessidade ou opinião • • • • • •

Para se cadastrar, basta que você traga uma cópia do seu CPF. É provável que ele seja efetivado no cargo em breve. É possível que ele não se lembre mais de mim. É importante que você se lembre de tudo isso. É necessário/preciso que o povo saiba o que está acontecendo. É ótimo que ele esteja tão empenhado.

ZOOM Emitido pela Receita Federal, o CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) serve para identificar os contribuintes. Sua numeração contém 11 dígitos, sendo específica para cada pessoa. Além de identificar os contribuintes no imposto de renda, o documento é necessário para prestar concurso público, matricu­ lar-se em uma universidade, abrir conta em banco, pedir um cartão de crédito, contratar serviços como Internet ou TV a cabo, entre muitas outras coisas.

Observação: Expressões nominais que indiquem os valores semânticos anteriormente listados também são, em geral, acompanhadas pelo modo subjuntivo. Exemplos: • •

Expresso aqui o meu desejo de que você possa aproveitar ao máximo essa opor­ tunidade. (~ Desejo que você possa aproveitar …) A ordem de que a dívida seja paga em 48 horas acaba de ser dada pelo juiz. (~ O juiz ordena que a dívida seja paga …)

Presente do subjuntivo Formação O Presente do subjuntivo, assim como as formas subjuntivas do imperativo, se forma a partir da 1ª pessoa do Presente do indicativo. Presente do subjuntivo – Verbos regulares 1ª pessoa – Radical Terminações Presente do indicativo

Presente do subjuntivo

1ª conjugação Eu respeito respeitar

respeit-

-e - e(s) -e - emos - em

(Que) Eu respeite (Que) Tu respeite(s) (Que) Você/Ele/Ela respeite (Que) Nós respeitemos (Que) Vocês/Eles/Elas respeitem

2ª conjugação Eu trago trazer

trag-

-a - a(s) -a - amos - am

(Que) Eu traga (Que) Tu traga(s) (Que) Você/Ele/Ela traga (Que) Nós tragamos (Que) Vocês/Eles/Elas tragam

3ª conjugação Eu abro abrir

abr-

-a - a(s) -a - amos - am

(Que) Eu abra (Que) Tu abra(s) (Que) Você/Ele/Ela abra (Que) Nós abramos (Que) Vocês/Eles/Elas abram

Tintim por tintim − Fazendo festa!

Essa regra não se aplica, entretanto, no caso de alguns verbos irregulares. Nesse caso, será necessário que você memorize as formas do Presente do subjuntivo. Presente do subjuntivo – Verbos irregulares ser

estar

dar

ir

saber

querer

(Que) eu

seja

esteja





saiba

queira

(Que) tu

seja(s)

esteja(s)

dê(s)

vá(s)

saiba(s)

queira(s)

(Que) você (Que) ele/ela (Que) a gente

seja

esteja





saiba

queira

(Que) nós

sejamos

estejamos

demos

vamos

saibamos

queiramos

(Que) vocês (Que) eles/elas

sejam

estejam

deem

vão

saibam

queiram

1.

Tendo em vista a regra de formação do Presente do subjuntivo, complete o quadro a seguir: Infinitivo

1ª pessoa do Presente do indicativo

1ª pessoa do Presente do subjuntivo

andar

Eu ando

Que eu ande

a)

cobrar

b)

deter

c)

dispor

d)

fazer

e)

limpar

f)

manter

g)

refazer

h)

repor

i)

rever

j)

sair

k)

sentir

l)

ter

m) valer n)

ver

o)

vir

2.

Você aprendeu que o Presente do subjuntivo (ex.: que eu faça), assim como as formas subjuntivas do modo imperativo (ex.: faça!), é formado a partir do radical da 1ª pessoa do Presente do indicativo (ex.: eu faço). As formas indicativas do imperativo (ex.: faz!), por sua vez, coincidem com as do Presente do indicativo no caso da pessoa você. A partir dessas informações, complete o quadro a seguir.

183

184

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Infinitivo Presente do indicativo (eu)

Presente do indicativo (você)

a)

cobrir

(eu) cubro

(você) cobre

b)

dizer

(eu) digo

c)

dormir

d)

ler

e)

medir

f)

ouvir

g)

pedir

h)

perder

i)

pôr

j)

preferir

k)

sentir

l)

progredir

m) subir n)

3.

Presente do subjuntivo (você)

Imperativo – formas do subjuntivo (você)

(que você) cubra cubra

Imperativo – formas do indicativo (você) cobre

(você) dorme (que você) leia meça (eu) ouço (você) pede (que você) perca põe (eu) prefiro (você) sente progride (que você) suba

vestir

veste

Faça comentários para cada uma das situações a seguir, utilizando o Presente do subjuntivo. Exemplo: Um amigo seu vai se casar. Desejo que vocês sejam muito felizes!

a)

Seu professor diz que está doente e vai ter que fazer exames médicos. ______________________________________________________________ b) Seu funcionário diz que quer um aumento de salário. ______________________________________________________________ c) Seu filho de dez anos diz que vai assistir TV até meia-noite. ______________________________________________________________ d) Você lê no jornal que seu cantor predileto vai parar de cantar. ______________________________________________________________ e) Seu irmão está com um grande problema: não quer mais continuar no emprego. ______________________________________________________________

Tintim por tintim − Fazendo festa!

4.

185

No texto a seguir, um aluno de português expressa seus desejos em relação a seu país, a Espanha. Leia-o e complete os verbos entre parênteses no Presente do subjuntivo. Desejo que meus compatriotas (1) ___________ (superar-se) a cada dia, que (2) ______________ (encontrar) alternativas interessantes para seus problemas, que (3) ______________________ (abrir) o portão aos touros, que (4) _____________________ (queimar) as “plazas de toros”, que (5) ________________________ (plantar) FIQUE DE OLHO! uma árvore cada um, que (6) _____________________ A palavra “árvore” é feminina (esquecer) as guerras, que (7) __________________ em português. (limpar) as praias, que (8) _____________________ − Dizem que, para a vida ser (abrir) as fronteiras, que (9) _____________________ completa, é preciso plantar (deixar) passar quem quiser, que (10) ___________ uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Você concorda? (lembrar) que nós também fomos imigrantes, que (11) ________________________________ (tirar) as bandeiras, que (12) _____________________ (votar) em branco, que (l3) _____________________ (viajar), que (14) _____________________ (via­ jar), que (15) _____________________ (viajar), que (16) _____________________ (divorciar-se), que (17) _____________________ (apaixonar-se), que (18) _____________________ (casar-se), que (19) _____________________ (ler), que (20) _____________________ (aprender), que (21) _____________________ (reclamar) quando precisar, que não (22) _____________________ (reclamar) demais, que (23) _____________________ (abandonar) o rancor, que (24) _____________________ (desligar) a TV, que (25) _____________________ (falar) mais com seus namorados(as), que (26) _____________________ (fazer) mais sexo, que (27) _____________________ (trabalhar) menos, que (28) _____________________ (escutar) mais música, que (29) _____________________ (tocar) instrumentos, que (30) _____________________ (nadar) pelados no mar, que (31) _____________________ (escalar) uma montanha, que (32) _____________________ (pensar) positivo.

186

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

5.

Com base na estrutura do texto anterior, escreva agora seu próprio texto, expressando seus desejos em relação ao futuro de seu país. Troque seu texto com um(a) colega. Os desejos são semelhantes?

Futuro do Presente (modo indicativo) •

O futuro do presente é um tempo próprio da escrita formal do português, sendo raramente usado no português brasileiro falado, em que predomina a construção “ir + infinitivo”: – –

Meu irmão vai viajar amanhã de manhã. Ministro das Relações Exteriores viajará ao Oriente Médio em abril.

Atenção: Em geral, o futuro do presente, assim como o futuro com o verbo ir, não exprimem, em português, um valor de hipótese. Espanhol María viajó por diez horas. Estará cansada.



Português A Maria viajou por dez horas. Ela deve estar cansada. (Ela estará cansada)

A expressão será que, utilizada sempre em frases interrogativas, expressa uma dúvida. – – –

Será que ele ficou chateado porque eu não fui na festa? Será que vai chover? Por que será que ele contou essa mentira?

Formação O futuro do presente do modo indicativo é formado a partir do infinitivo, acrescido das terminações destacadas a seguir:

Eu Tu Você Ele/Ela A gente Nós Vocês Eles/Elas

cantar cantarei cantará(s) cantará

beber beberei beberá(s) beberá

sairei sairá(s) sairá

sair

cantaremos cantarão

beberemos beberão

sairemos sairão

Tintim por tintim − Fazendo festa!

Verbos irregulares dizer

fazer

trazer

Eu

direi

farei

trarei

Tu

dirá(s)

fará(s)

trará(s)

Você Ele/Ela A gente

dirá

fará

trará

Nós

diremos

faremos

traremos

Vocês Eles/Elas

dirão

farão

trarão

6.

Complete o quadro abaixo com a forma do futuro com o verbo ir ou do futuro do presente, conforme o caso. Futuro Futuro com verbo “ir”

Futuro Simples

a)

Eu vou fazer

Eu farei

b)

Nós vamos comer

Nós comeremos

c) d)

A gente será Você vai poder

e) f)

Ele saberá Tu vai(s) mudar

g)

Vocês permitirão

h)

Ela vai vender

i)

Nós vamos analisar

j) k)

Eu proporei Eu vou dizer

l)

Elas organizarão

m)

Nós faltaremos

n)

Vai chover

o) p)

Ele estará Vocês vão terminar

q)

Você colocará

r)

Você vai fazer

s)

Ele vai trazer

t) u) v)

Elas obedecerão Elas vão abrir Tu irás

187

188

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

7.

Complete as manchetes abaixo conjugando os verbos entre parênteses no Futuro do Presente. a) Maná _____________________ (fazer) shows no Rio e em São Paulo em dezembro b) Cinemas ___________________ (transmitir) jogos da Copa em 3D c)

Debate de hoje ________________________ (ser) decisivo para definir as eleições

d) Seleção brasileira de atletismo ________________________ (treinar) para Olimpíadas no Centro Esportivo Crystal Palace e)

Consultores ________________________ (fazer) avaliação e acompanha­ mento de cursos a distância

f)

Ídolo paralímpico, André Brasil ________________________ (nadar) quatro provas

g) Bancos _____________________ (mudar) horários em dias de jogos do Brasil h) Governo ________________________ (propor) fim de prisão para pequenos traficantes i)

Quilombolas de São Paulo ________________________ (criar) Federação para defender direitos

j)

Prefeitura ________________________ (propor) acordo com inadimplentes

k) Supermercados de Manaus ________________________ (vender) carne de jacaré 8.

Você assistirá ao trecho de um show em que Lulu Santos interpreta sua canção “A cura”. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a) Para você, do que trata a canção? b) Anote os verbos que aparecem no futuro do presente. Por que você considera que eles são recorrentes na canção? c) Imagine que você assistiu ao vídeo na Internet e resolveu deixar um comen­ tário, inspirado na letra da canção. Em seu texto, expresse como o mundo será quando chegar o momento em que todas as raças experimentarão a cura para todo mal. Utilize, quando necessário, os verbos no futuro do presente. Sou apaixonado pelo Lulu Santos! Um dia ainda vou num show dele! ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

Tintim por tintim − Fazendo festa!

189

Esse cara é foda demais! ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Toca e canta demais! ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Também acho que um dia encontraremos a cura para os males que nos afligem nos dias de hoje. Temos que ter esperança sempre! E lutar para chegar lá!

Futuro e Imperfeito do subjuntivo • •

O Imperfeito e o Futuro do subjuntivo podem ser determinados pelos mesmos valores que, frequentemente, determinam o uso do Presente do subjuntivo (veja, a esse respeito, as páginas 182 a 183). O uso do subjuntivo também pode ocorrer devido ao uso de determinadas con­ junções. No quadro a seguir, você encontra conjunções acompanhadas pelo Pre­ sente do subjuntivo (ex.: faça) ou pelo Imperfeito do subjuntivo (ex.: fizesse) em variedades prestigiadas do português. Valor semântico

− −

Exemplo

tempo

antes que até que

concessão

embora mesmo que ainda que por mais que por menos que nem que

finalidade

para que a fim de que

hipótese

caso a não ser que a menos que contanto que desde que sem que

FIQUE DE OLHO! Embora ele tenha muito potencial, é preguiçoso e, por isso, não progride como poderia. (Se bem que ele …)

Por mais que eu me esforce, eu não consigo completar o exercício. Por mais que eu me esforçasse, eu não conseguia completar os exercícios.

190

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Formação Você já aprendeu que, com exceção de alguns verbos, o Presente do subjuntivo se forma a partir da pessoa eu do Presente do indicativo. Já o Imperfeito e o Futuro do sub­ juntivo são formados a partir da pessoa eles do Pretérito Perfeito do indicativo. Observe: FALAR Pretérito Perfeito (modo indicativo)

Imperfeito do subjuntivo

Futuro do subjuntivo

Eu falei

(Se eu) falasse

(Se eu) falar

Tu falaste (falou)

(Se tu) falasse(s)

(Se tu) falar(es)

Você Ele/Ela falou A gente

(Se você) (Se ele/ela) falasse (Se a gente)

(Se você) (Se ele/ela) falar (Se a gente)

Nós falamos

(Se nós) falássemos

(Se nós) falarmos

Vocês falaram Eles/Elas falaram

(Se vocês) (Se eles/elas) falassem

Se vocês Se eles/elas falarem

Sempre que um verbo for irregular no Pretérito Perfeito do indicativo, suas irregu­ laridades aparecerão também nesses dois tempos do subjuntivo:

Pretérito Perfeito (modo indicativo) Eu trouxe Tu trouxeste (trouxe) Você Ele/Ela trouxe A gente Nós trouxemos Vocês trouxeram Eles/Elas trouxeram

TRAZER Imperfeito do subjuntivo (Se eu) trouxesse (Se tu) trouxesse(s) (Se você) (Se ele/ela) trouxesse (Se a gente) (Se nós) trouxéssemos (Se vocês) (Se eles/elas) trouxessem

Futuro do subjuntivo (Se eu) trouxer (Se tu) trouxer(es) (Se você) (Se ele/ela) trouxer (Se a gente) (Se nós) trouxermos Se vocês Se eles/elas trouxerem

Verbos irregulares – Imperfeito do subjuntivo SER/IR ESTAR FAZER PODER QUERER PÔR fosse estivesse fizesse pudesse quisesse pusesse fosse(s) estivesse(s) fizesse(s) pudesse(s) quisesse(s) pusesse(s) fosse estivesse fizesse pudesse quisesse pusesse

Eu Tu Se … Quando … Você Enquanto … Ele/Ela Assim que … A gente Nós fôssemos estivéssemos fizéssemos pudéssemos quiséssemos puséssemos Vocês fossem estivessem fizessem pudessem quisessem pusessem Eles/Elas

TER tivesse tivesse(s) tivesse tivéssemos tivessem

Tintim por tintim − Fazendo festa!

191

Verbos irregulares – Futuro do subjuntivo SER/IR

Se … Quando … Enquanto … Assim que …

Eu

for

FAZER

PODER

QUERER

estiver

ESTAR

fizer

puder

quiser

puser

PÔR

tiver

TER

Tu

for(es)

estiver(es)

fizer(es)

puder(es)

quiser(es)

puser(es)

tiver(es)

Você Ele/Ela A gente

for

estiver

fizer

fizer

quiser

puser

tiver

Nós

formos

estivermos

fizermos

fizermos

quisermos

pusermos

tivermos

Vocês Eles/Elas

forem

estiverem

fizerem

puderem

quiserem

puserem

tiverem

Emprego Um dos empregos mais frequentes do Imperfeito e do Futuro do subjuntivo é nas orações condicionais:

Se + Futuro do subjuntivo,

− − − −

Se Se Se Se

{

→ Futuro do Presente (fará) → Futuro Próximo (vai fazer) → Imperativo – formas do subjuntivo (faça) → Imperativo – formas do indicativo (faz) → Presente do indicativo (faz)

eu puder, passarei em sua casa hoje à noite. eu puder, vou passar na sua casa hoje à noite. você puder, passe/passa lá em casa hoje à noite. eu puder, passo na sua casa hoje à noite.

FIQUE DE OLHO! Diferentemente do que ocorre em espanhol, o Futuro do subjuntivo é amplamente utilizado em português. Espanhol

Português

Si cambias de idea, llámame.

Se você mudar de ideia, me liga.

Cuando lleguen los invitados, serviremos Quando os convidados chegarem, vamos servir el almuerzo. o almoço.

{

Se + Imperfeito do subjuntivo → Futuro do Pretérito – indicativo (faria) [construção recomendada pela gramática normativa] → Pretérito Imperfeito – indicativo (fazia) [construção coloquial]

192

Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

– Se eu tivesse dinheiro, viajaria iria viajar pelo mundo todo. viajava ia viajar

FIQUE DE OLHO! Lembre-se de que a forma amara, do português, não indica condição/hipótese, mas é gramaticalmente equivalente a tinha amado/havia amado. Ela o amara perdidamente antes de saber de sua infidelidade.



(~ Ela o havia amado/tinha amado perdidamente antes de saber de sua infidelidade).

ZOOM O futuro do pretérito é formado a partir do infinitivo, acrescido das terminações destacadas a seguir.

Verbos irregulares dizer

trazer

cantar

beber

diria

faria

traria

Eu

cantaria

Tu

diria(s)

faria(s)

traria(s)

Tu

cantaria(s) beberia(s) sairia(s)

Você Ele/Ela A gente

diria

faria

traria

Você Ele/Ela A gente

cantaria

Nós

diríamos faríamos traríamos

Nós

cantaríamos beberíamos sairíamos

fariam

trariam

Vocês cantariam Eles/Elas

beberia

sair

Eu

Vocês diriam Eles/Elas

9.

fazer

beberia

beberiam

sairia sairia

sairiam

Reescreva as frases a seguir, empregando as conjunções indicadas. a) Apesar de estar com fome, eu não vou comer. Embora _______________________________________________________ b) Apesar das diferenças entre ele e mim, sempre nos demos muito bem. Por mais que ___________________________________________________ c)

Se você não estiver com vontade de vir, sem problemas. Caso você _____________________________________________________ Não venha, a menos que você _____________________________________

d) Alguns meses serão necessários para eles esquecerem essa história. Alguns meses serão necessários para que ______________________________ e)

Ou você termina esse trabalho, ou você não vai sair hoje. Você poderá sair hoje, desde que __________________________________

f)

Arrume toda a casa, antes dela chegar do trabalho. Arrume toda a casa, antes que _____________________________________

Tintim por tintim − Fazendo festa!

10. Tendo em vista as regras de formação do Imperfeito e do Futuro do subjuntivo, complete o quadro a seguir: Infinitivo

Pretérito Perfeito – Imperfeito do subjuntivo modo indicativo

Futuro do subjuntivo

Ex. amar

Eles amaram

Se eles amassem

Se eles amarem

a)

agredir

Eles

Se eles

Se eles

b)

cair

Eles

Se eu

Se eu

c)

competir

Eles

Se você

Se você

d)

compreender Eles

Se ele

Se ele

e)

dar

Eles

Se ela

Se ela

f)

dividir

Eles

Se nós

Se nós

g)

dizer

Eles

Se vocês

Se vocês

h)

estar

Eles

Se eles

Se eles

i)

fazer

Eles

Se elas

Se elas

j)

ir

Eles

Se eu

Se eu

k)

ouvir

Eles

Se você

Se você

l)

partir

Eles

Se ele

Se ele

m)

passear

Eles

Se ela

Se ela

n)

pedir

Eles

Se nós

Se nós

o)

planejar

Eles

Se vocês

Se vocês

p)

poder

Eles

Se eles

Se eles

q)

pôr

Eles

Se elas

Se elas

r)

preferir

Eles

Se eu

Se eu

s)

querer

Eles

Se você

Se você

t)

reduzir

Eles

Se ele

Se ele

u)

saber

Eles

Se ela

Se ela

v)

ser

Eles

Se nós

Se nós

w)

sentir

Eles

Se vocês

Se vocês

x)

ter

Eles

Se eles

Se eles

y)

ver

Eles

Se elas

Se elas

z)

vir

Eles

Se eu

Se eu

11. Frases como “Se você ver seu amigo, você me avisa?”, “Se ele vir aqui, eu peço para ele me ajudar”, “Se você não por isso na geladeira, vai apodrecer” são bastante frequentes entre os brasileiros, ainda que condenadas pelos gramáticos normativos. a) Quais seriam as formas verbais adequadas, segundo a norma culta? b) Como você explica esses “erros”?

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

12. Complete as frases a seguir utilizando o Futuro do subjuntivo: a) Se você ________________________ (querer) um ano farto, coma lentilhas na virada do ano!! b) Se ________________________ (oferecer) flores para Iemanjá, todos os nossos problemas serão levados pro fundo do mar. c) – Hum … Adoro peru! Vou pedir pra minha mãe cozinhar um! – Tá louco? Se você ________________________ (comer) peru na passagem do ano, sua vida vai dar uma marcha à ré! d) – Você vai usar branco no Réveillon? – Acho que não … – Pois devia. Se você ________________________ (usar), vai se sentir em paz e purificar a alma! Não tô te achando muito bem ultimamente. 13. Transforme as frases em sentenças condicionais, utilizando o Futuro do subjuntivo. Exemplo: Não repita isso, ou eu te deixo de castigo!

Se você repetir isso, eu deixarei você de castigo. Se você repetir isso, eu te deixo de castigo. Se você repetir isso, eu vou te deixar de castigo. a)

Você vai tirar o videogame do seu filho? Não faça isso! Ele vai ficar arrasado. ______________________________________________________________ b) Não leve em consideração o que ele diz. Senão, você vai ficar chateado. ______________________________________________________________ c) Tô torcendo pra fazer sol amanhã. Aí eu vou pra praia. ______________________________________________________________ d) É possível que o seguro desse modelo de carro aumente muito. Caso aconteça isso, eu vou vendê-lo. ______________________________________________________________ 14. Faça comentários para cada uma das situações abaixo, utilizando o Futuro do subjuntivo. Exemplo: Sua amiga a convida para ir ao teatro, mas você não sabe se vai. Você diz que vai lhe telefonar, caso decida ir. Se porventura eu mudar de ideia, eu te dou uma ligadinha.

a)

Você combinou com um amigo de ir ao clube amanhã. Mas você acaba de ver na previsão do tempo que pode chover. Você lhe liga e diz: ______________________________________________________________ b) Você está apresentando sua nova casa para seus colegas. Você quer lhes mostrar o quintal, mas lembra que alguém pode ter medo do seu cachorro. O que você lhes diz? Se alguém _________________________________________________

Tintim por tintim − Fazendo festa!

c)

Seu amigo lhe pede a receita do bolo de cenoura que ele comeu em sua casa. Você lhe passa, dizendo para lhe ligar, em caso de dúvidas. Se você ______________________________ _____________________________________

_____________________________________ d) Um antigo devedor seu acaba de lhe ligar, dizendo que vai lhe devolver os R$10.000 que você lhe havia emprestado. Você ainda não tem certeza se vai mesmo receber o dinheiro de volta, mas já conta seus planos a seus amigos: Se ___________________________________________________________ 15. Reescreva suas respostas à atividade anterior, usando a conjunção “caso”. Lembre-se de que essa conjunção não pode ser imediatamente seguida pelo Futuro do subjuntivo. Exemplo: Caso eu mude de ideia, eu te dou uma ligadinha.

a)

______________________________________________________________

b) ______________________________________________________________ c)

______________________________________________________________

d) ______________________________________________________________ 16. Transforme em sentenças condicionais, utilizando o Imperfeito do subjuntivo. Exemplo: Eu não falo francês. Por isso, não vou participar do congresso em Paris. Se eu falasse francês, iria/ia participar do congresso em Paris.

a)

Ela tem muita paciência com o namorado. Por isso, ainda está com ele. ______________________________________________________________ b) Eu tenho que terminar meu relatório. Por isso, não vou com você pro Rio. ______________________________________________________________ c) Ele não toma o menor cuidado com sua saúde. Por isso, fica sempre gripado. ______________________________________________________________ d) Eu não tenho noção de como dançar. Por isso, não vou com vocês na balada. ______________________________________________________________

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

17. Complete as frases a seguir conjugando os verbos entre parênteses no Imperfeito ou no Futuro do subjuntivo, conforme o caso. a) – O meu filho nunca ajuda nas tarefas domésticas. – Ah, se o meu não ________________ (ajudar), eu dava um jeito nele bem rápido. Corta a Internet dele pra ver se ele não muda. b) Eu preciso passar no exame Celpe-Bras. Se eu ________________________ (passar), vou poder me dedicar inteiramente à tese. c) Gostou? Se você ___________________ (querer), faço um cachecol igualzinho a esse pra você! d) Se eu ________________________ (ser) você, não falava mais com a Paula. Ela exagerou dessa vez! e) A gente até pagava esse valor de aluguel, se o apartamento não _________ (ter) um condomínio tão alto! f) – Disseram que ela odeia o curso que faz. – Imagina! Ela jamais investiria tanto tempo de sua vida se ______________ (detestar) o que pesquisa. g) – Eu acho que eu não vou na sua festa, não. – Ah, vê se você anima. Se você ________________________ (vir), você não vai se arrepender. Te garanto! h) Se Deus ________________________ (querer), nós vamos pagar toda a dívida até o final do ano. 18. Leia o poema abaixo, de autoria desconhecida. a) Quais suas impressões sobre o poema? Desejo Desejo, primeiro, que você ________________________ (amar), e que, amando, também ________________________ (ser) amado. E que se não ________________________ (ser), ________________________ (ser) breve em esquecer e esquecendo não ________________________ (guardar) mágoa. Desejo, pois, que não ____________________ (ser) assim, mas se ________________________ (ser), _______________________ (saber) ser sem desesperar.

Tintim por tintim − Fazendo festa!

Desejo também que você ________________________ (ter) amigos que, mesmo maus e inconsequentes, ________________________ (ser) corajosos e fiéis, e que pelo menos em um deles você ________________________ (poder) confiar sem duvidar. E porque a vida é assim, desejo ainda que você ________________________ (ter) inimigos, nem muitos, nem poucos, mas na medida exata para que, algumas vezes, você se ________________________ (interpelar) a respeito de suas próprias certezas. E que, entre eles, ________________________ (haver) pelo menos um que ______ (ser) justo, para que você não se ________________________ (sentir) demasiado seguro. Desejo, depois, que você ________________________ (ser) útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade ________________________ (ser) suficiente para manter você de pé. Desejo ainda que você ________________________ (ser) tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, você ________________________ (servir) de exemplo aos outros. Desejo que você, sendo jovem, não ________________________ (amadurecer) depressa demais, e que, sendo maduro, não ________________________ (insistir) em rejuvenescer, e que, sendo velho, não ________________________ (dedicar-se) ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles ________________________ (escorrer) por entre nós. Desejo por sinal que você ________________________ (ser) triste. não o ano todo, mas apenas um dia. Mas que nesse dia ________________________ (descobrir) que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

Desejo que você ________________________ (descobrir), com a máxima urgência, acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta. Desejo ainda que você ________________________ (afagar) um gato, ________________________ (alimentar) um cuco e ________________________ (ouvir) o joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal, porque, assim, você se sentirá bem por nada. Desejo também que você ________________________ (plantar) uma semente, por mais minúscula que ________________________ (ser), e ________________________ (acompanhar) o seu crescimento, para que você ________________________ (saber) de quantas muitas vidas é feita uma árvore. Desejo, outrossim, que você ________________________ (ter) dinheiro, porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano ________________________ (colocar) um pouco dele na sua frente e ________________________ (dizer) “isso é meu”, só para que ________________________ (ficar) bem claro quem é o dono de quem. Desejo também que nenhum de seus afetos ________________________ (morrer), por ele e por você, mas que se ________________________ (morrer), você ______________________ (poder) chorar sem se lamentar, sofrer e sem se culpar. Desejo por fim que você, sendo um homem, ________________________ (ter) uma boa mulher, e que, sendo uma mulher, ________________________ (ter) um bom homem e que se ________________________ (amar) hoje, amanhã e no dia seguinte, e quando ________________________ (estar) exaustos e sorridentes, ainda ________________________ (haver) amor para recomeçar. E se tudo isso ________________________ (acontecer), não tenho mais a te desejar. b) Retome os desejos negritados. Você concorda com todos eles? Justifique. c) Agora, complete os verbos entre parênteses utilizando o Presente do subjuntivo, o Futuro do subjuntivo ou, ainda, as formas indicativas do imperativo. d) Confira algumas de suas respostas assistindo a um vídeo produzido pela rede de televisão EPTV por ocasião das comemorações de fim de ano. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez 2018.

Tintim por tintim − Fazendo festa!

19. O texto a seguir foi adaptado de um panfleto distribuído durante o Carnaval de 2018 em Belo Horizonte.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

a)

Leia uma primeira vez o texto, sem se preocupar com as lacunas. Qual dos conselhos lhe chama mais a atenção?

b) Releia o texto e conjugue os verbos entre parênteses utilizando o imperativo ou um dos tempos do subjuntivo. c)

Encontre palavras/expressões que, no panfleto, assumem sentidos próximos aos das seguintes palavras: • • • • • •

urina: _______________________________ preservativo: _______________________________ aqueles(as) que pulam o Carnaval: _______________________________ meninas/mulheres: _______________________________ aproveitar: _______________________________ em perigo: _______________________________

d) O panfleto destaca a importância de se respeitarem alguns grupos sociais específicos. Quais? e)

Imagine que, por ocasião de uma festa tradicional, a prefeitura de uma cidade do seu país está produzindo panfletos em diferentes línguas, dando recomen­ dações para que os turistas possam aproveitá-la ao máximo. Você ficou encarregado de produzir a versão em português do seu panfleto. Utilize o imperativo e os tempos do subjuntivo quando necessário, não se esquecendo de incluir uma ou mais imagens no material.

AFIANDO A LÍNGUA

Unidade 1 Ai que saudades . . .

Revisão: Algumas diferenças entre recursos fonético-fonológicos do português e espanhol 1.

Na década de 1990, fez bastante sucesso, tanto no Brasil quanto no exterior, a canção Bate forte o tambor, do grupo amazonense Carrapicho.

JÁ OUVIU FALAR? Carrapicho é um grupo musical surgido nos anos 80 para difundir a cultura amazonense, inclu­ sive a tradição dos bois Garantido (com vestes vermelhas) e Caprichoso (com vestes azuis) da cidade de Parintins. Além de seu fundador, Bopp, produtor e guitarrista da banda, o grupo era composto por quatro bailarinos caracterizados de índios e pelo cantor Zezinho Corrêa. O Carrapicho tornou-se conhecido nacionalmente em 1998, com a toada de boi Tic, Tic, Tac. Outro hit da banda foi Vermelho, também gravado pela cantora Fafá de Belém. O sucesso internacional veio quando o grupo foi convi­ dado por um produtor francês para uma turnê pela Europa. Ganharam discos de Platina Duplo e Ouro em diferentes países, vendendo mais de 15 milhões de CDs. O Carrapicho esteve em atividade de 1980 a 2002, sempre se destacando mundialmente. O grupo se desfez, mas todos continuam amigos. Fonte: < www.letras.com.br/biografia/carrapicho>. Acesso em: 15 out. 2018.

a)

A canção mobiliza uma série de elementos que fazem parte de construções culturais amazonenses. Você já ouviu falar deles? Associe as duas colunas do quadro a seguir, recorrendo à Internet se necessário:

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

a) Boi-Bumbá um dos rios mais extensos e com maior volume de água do mundo ( ) b) caboclo

personagem do folclore brasileiro, presente em diferentes manifestações culturais brasileiras, entre as quais se destaca o Festival Folclórico de Parintins (AM) ( )

c) Amazonas

mestiço de branco com índio ( )

b) Assista agora ao videoclipe.

Vídeo disponível em: < www.youtube.com/watch?v=hqUEbhlRKX4 >. Acesso em: 30 dez. 2018.

c)

Tendo em vista as diferentes linguagens nele mobilizadas, como você des­ creveria a imagem produzida em relação ao Amazonas? Ouça e repita agora as seguintes palavras, diferenciando bem os sons [b], [v] e [f ]: bate povo forte

tambor vem fora

balança vida fez

d) Agora, cante – e dance, por que não? − Bate forte o tambor com seus colegas. 2.

Escute e repita os provérbios abaixo, prestando atenção à pronúncia das letras destacadas. O que eles significam? Existem correspondentes em espanhol? a) Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. b) Águas passadas não movem moinhos. c) Devagar se vai ao longe. d) Há males que vêm para o bem. e) Quem não deve não teme. f ) Antes prevenir do que remediar. g) A união faz a força. h) Quem vê cara não vê coração. i) Quem conta um conto aumenta um ponto. j) Quem espera sempre alcança. k) De grão em grão, a galinha enche o papo. l) Cão que ladra não morde. m) De boas intenções o inferno está cheio. n) O que os olhos não veem o coração não sente. o) Santo de casa não faz milagre. p) Roupa suja se lava em casa.

.3 Você assistirá à esquete “Homem não sabe ouvir ‘não’”, do canal humorístico Porta dos Fundos.

Vídeo disponível em: www.portadosfundos.com.br/video/homem-nao-sabe-ouvir-nao/ . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

Antes de assistir ao vídeo, discuta com seus colegas. Você concorda que “Homem não sabe ouvir ‘não’”? Comente. b) Veja o vídeo uma primeira vez. Que crítica social é feita? c) Ao longo da esquete, a moça pronuncia a palavra “não” de diversas maneiras (com menos ou mais ênfase, de modo mais grave ou mais agudo, com menor ou maior

Afiando a língua − Ai que saudades ...

203

volume de voz …). Seu (sua) professor(a) pausará o vídeo após cada vez em que ela diz a palavra para a turma repetir, imitando seu modo de pronunciar. d) Em duplas, crie uma cena semelhante à que você viu. Após ensaiá-la, inter­ prete para o restante da turma. 4.

Você assistirá a um vídeo em que Diogo Nogueira interpreta um clássico do samba: “Não deixe o samba morrer”, de Edson Con­ ceição e Aloísio Silva. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a) Identifique, na lista baixo, o único instrumento que não está presente no vídeo: flauta transversal violão pandeiro surdo cavaquinho tamborim teclado rebolo _________________________________ b) Na canção, o eu-lírico faz um apelo para que o samba não morra. • Quem é esse eu-lírico? De que escola de samba carioca ele faz parte? • A quem ele faz esse apelo? • Por que ele faz esse apelo? c)

_________________________________ Em sua cultura, há gêneros musicais próximos ao samba? Comente. _________________________________

d) Leia a letra de Não deixe o samba morrer. Quais são as palavras que lhe causam alguma dificuldade de pronúncia? Pratique-as com seus colegas e professor(a). _________________________________ e)

Agora, cante o samba, prestando aten­ ção nas palavras que lhe causam alguma dificuldade de pronúncia. Os (as) que desejarem sambar podem ficar à vontade!

JÁ OUVIU FALAR? Diogo Nogueira (Rio de Janeiro, 26 de abril de 1981) cresceu entre as rodas de samba do Meyer, acompanhando o avô, João Batista Nogueira, grande músico carioca. Antes de decidir-se pela música, Diogo jogou profissionalmente em vários clubes de futebol, mas uma contusão no joelho tolheu esse seu sonho de menino. Além de cantor, faz parte da ala de compositores da Portela, famosa escola de samba do Rio de Janeiro. Fontes: e < http://dicionariompb.com.br/ diogo-nogueira/biografia >. Acesso em: 15 out. 2018.

Edson Gomes da Conceição é com­ positor e letrista baiano, nascido em Sal­ vador em 18 de março de 1937. É um dos autores de um dos maiores suces­ sos do samba de todos os tempos, “Não deixe o samba morrer”. Tem discos gravados e inúmeras composições com autores como Aloísio Silva e Nazareno. Fonte: . Acesso em: 15 out. 2018.

Aloísio Silva Araújo, nascido no Rio de Janeiro em 1910, teve sua pri­ meira composição gravada em 1932 pela Colúmbia: “O dia em que te conheci”. A partir de então, foram muitas as suas músicas e variadas as suas parcerias. Em 1988, no LP Grandes Duplas, foi inclu­ ído seu samba Conversa de Telefone e, no LP No Compasso do Samba, seu maior sucesso: Fui traído, composto com Fran­ cisco Malfitano, seu principal parceiro. Fonte: . Acesso em: 15 out. 2018.

AFIANDO A LÍNGUA

Unidade 2 Um Brasil de muitos povos

Letras “e ” e “o ” em sílaba átona final . Você assistirá ao vídeo oficial 1 de Chegaste ,a versão, em português, de uma canção com­ posta pela porto-riquenha Kany Garcia. O vídeo conta com a participação de Roberto Carlos e Jennifer Lopez. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a) Qual o tema da canção? b) Que palavras do quadro a seguir você utilizaria para descrever a canção? Que outras palavras você utilizaria? Justifique suas impressões.

JÁ OUVIU FALAR? Roberto Carlos Braga (Cachoeiro de Itapemirim, 1941) é um compo­ sitor e cantor brasileiro. Nos anos 60, teve um programa na Rede Globo, juntamente com Erasmo Car­ los e Wanderleia, chamado Jovem Guarda, considerado precursor do rock brasileiro. Na década seguinte, mudou para um repertório fundamentalmente romântico, que perdura até os dias de hoje. Por muito tempo, lançou um disco iné­ dito por ano. Fez milhares de shows, e dezenas de cantores gravaram suas composições, grande parte em parceria com Erasmo. Seus discos já venderam mais de 140 milhões de cópias. Conhecido como Rei, tem um dos maiores fãs clubes do mundo. Fonte: < h ttps://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Carlos>. Acesso em: 06 nov. 2020.

Afiando a língua − Um Brasil de muitos povos

hit chiclete clichê romântica profunda melosa emocionante sensível gostosa irritante envolvente simples sedutora repetitiva c)





Leia as duas regras a seguir. Dê exemplos para cada uma delas, a partir de palavras presentes no refrão de Chegaste.

Em praticamente todas as variedades do português, a letra “e”, seguida ou não de “s”, tem o som de [I] quando está em uma sílaba fraca no final de palavra. Exemplos: _______________________________________________________ Em praticamente todas as variedades do português, a letra “o”, seguida ou não de “s”, tem o som de [ʊ] quando está em uma sílaba fraca no final de palavra. Exemplos: _______________________________________________________

d) Ouça e repita, agora, as palavras a seguir, atentando-se para a pronúncia da letra “e”, que deve ser aberta nesses casos: quero e) 2.

caramelo

sincero

A turma se dividirá em dois grupos: um interpretará os versos cantados por Jennifer Lopez; o outro, por Roberto Carlos.

Ouça e repita, em voz alta, os provérbios abaixo. O que eles significam? Existem correspondentes em espanhol? Não deixe de prestar atenção à pronúncia das letras destacadas. a) b) c) d)

Quem nunca comeu melado quando come se lambuza. Casa de ferreiro, espeto de pau. A palavra é prata, o silêncio é ouro. Amigos, amigos; negócios, à parte.

Sons da letra “x” A letra “x” pode ter 4 sons em português: [ ʃ ], [z], [s] e [ks]. Embora não haja regras exatas, há algumas tendências: (i)  [ʃ ] (como o som inicia de Chile) Trata-se do som mais frequente para a letra x. • • • • •

início de palavra → xerox, xícara após palavras iniciadas em “EN” → enxurrada, enxame após palavras iniciadas em “ME” → mexer, mexerica após um ditongo (encontro de duas vogais na mesma sílaba) → caixa, baixo outros casos → roxo, lixo, abacaxi

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

(ii)  [s] (como o som inicial de sapato) • • •

final de sílaba → exterior, texto no dígrafo “XC” → excelente, excesso. outros casos → auxílio, aproximar, trouxe, máximo

Em algumas variedades do por­ tuguês, como a carioca, a letra x assume o som de [ʃ], e não de [s], em palavras como exterior e texto.

(iii) [z] (como o som inicial de zebra) •

“EX” + vogal → exílio, exemplo, examinar

(iv)  [ks] (como o som de ficção) • • •

final de palavra → dúplex, Alex, tórax termos técnicos → convexo, maxilar, léxico outros casos → léxico, fixo, táxi, anexo, reflexo

3 . Classifique agora as palavras abaixo, conforme o som da letra x. abacaxi abaixo anexo auxílio baixaria boxe clímax complexo deixar eixo enxada enxame enxergar enxugar [ʃ] (como chave)

4.

exagerado exame execução exemplo exercer exibir exigir existente êxodo experiência explicar exportação exprimir extensão

extra faixa faxina fixo flexível fluxo lixo máximo mexer mexerica México peixe prolixo próxima

puxar reflexo sedex sexta sexo taxa táxi texto trouxe xadrez xixi

[s] (como sapato)

[z] (como zebra)

[ks] (como ficç    ão)

suas respostas à atividade anterior escutando o áudio. Repita as palavras Confira após ouvi-las.

Afiando a língua − Um Brasil de muitos povos

Vogal epentética [ ɪ] •

O som [ɪ] é, frequentemente, acrescentado em palavras terminadas em [t], [d], [p], [b], [k], [g] e [f]. Isso pode ser observado na maneira como um brasileiro que tem o português como língua materna tende a pronunciar certas palavras vindas de outras línguas, bem como algumas siglas. Exemplos: kit[ɪ]net[ɪ] Facebook[ɪ] Orkut[ɪ]



O aportuguesamento de algumas palavras estrangeiras dá indícios de tal fenômeno. Exemplos: futebol basquete pingue-pongue



Mac[ɪ] Donald[ɪ]’s download[ɪ] USP[ɪ]

surfe Nova Iorque piquenique

O mesmo fenômeno pode ser observado quando os sons [t], [d], [p], [b], de uma sílaba. Exemplos: [k], [g] e [f] ocorrem no final ad[ɪ]vogado p[ɪ]sicólogo

p[ɪ]neu rit[ɪ]mo



Embora esse seja um fenômeno bastante comum na oralidade, o acréscimo do [ɪ] nesse contexto é criticado por pessoas que têm uma visão mais conservadora em relação à língua.

5.

Você assistirá a uma esquete do canal Porta dos Fundos, chamada Woody Allen.



Vídeo disponível em: < www.youtube.com/watch?v=-tEPNz8E5jc >. Acesso em: 30 dez. 2018.

a) De que forma se constrói o humor na esquete? b) Veja, abaixo, algumas palavras em inglês que aparecem no vídeo. Pronuncie cada uma delas de duas formas: como se fosse o rapaz e como se fosse a moça da esquete. – Woody Allen – De Niro – Marlon Brando – Harry Potter – Ford Fusion Hybrid – Beyoncé – scanner

c) Na parte final do diálogo, o rapaz utiliza algumas palavras e expressões em inglês, inclusive palavrões. Complete a segunda coluna do quadro a seguir com a tradução feita pela moça para cada uma delas. Em seguida, na terceira coluna, registre como você as traduziria para o espanhol.

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

inglês

português

espanhol

a) whatever b) what the fuck c) God d) bullshit e) LOL

d) A esquete termina com o rapaz dizendo o nome da atriz brasileira Regina Casé. Por que sua pronúncia pode soar engraçada para um brasileiro? 6.

A seguir, você encontra alguns estrangeirismos do inglês, utilizados em português. approach board brainstorm briefing brunch budget case coffee-break deadline delivery diet download

dress-code drive-thru Facebook fastfood feedback follow up hot dog hotspot insight Instagram ketchup market share

meeting milk-shake mindset mouse newsletter notebook palmtop pen-drive schedule self-service site smartphone

staff start-up tablet target videogame WhatsApp Wi-Fi workaholic workshop

a) Classifique as palavras anteriores em uma das três colunas a seguir: Mundo empresarial

Tecnologias

Alimentação

b) Qual sua opinião sobre o uso de estrangeirismos? Em seu país, esse fenômeno também é comum? c) Em conjunto com um(a) colega, produza um diálogo inspirado na esquete que você viu. Uma das pessoas deverá utilizar uma série de estrangeirismos, adotando uma pronúncia característica do inglês; a outra terá, em certos momentos, difi­ culdades para entender as palavras, adaptando a pronúncia ao português. Utilize alguns estrangeirismos do quadro anterior, ou outros que você conheça.

AFIANDO A LÍNGUA

Unidade 3 Fazendo festa!

Variantes fonéticas: [t] e [ʧ ]; [d] e [ʤ] •





Na maior parte das variedades do português brasileiro, principalmente da região Sudeste, as letras “t” e “d” são pronunciadas como [ʧ] e [ʤ] quando imediata­ mente seguidas pelo som [i]: tia dia [ʧ]  [ʤ] Quando a letra “e” é pronunciada como [ɪ] (por exemplo, porque está em sílaba fraca final), a regra acima também se aplica: gente desde [ʧ ] [ʤ] Em algumas variedades do português, as letras “t” e “d” têm sempre o som de [t] e [d], independentemente do contexto em que aparecem: tia, dia, gente, desde [t] [d] [t] [d]

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

1.

Você assistirá a um vídeo em que Tim Maia interpreta, ao vivo, uma canção composta por Edson Trindade: Gostava tanto de você. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

Assista ao vídeo uma primeira vez. Você gosta da canção e da interpretação de Tim Maia? Comente. b) Sabendo que Tim Maia nasceu no Rio de Janeiro – região onde o [t] e o [d] estão em alternância com o [ʧ] e [ʤ], conforme o contexto –, qual a pronúncia que você espera para as palavras a seguir? saudades bate c)

senti quarto

tristezas retrato

JÁ OUVIU FALAR? Tim Maia é o nome artístico de Sebastião Rodrigues Maia (Rio de Janeiro, 1942 – Niterói − 1998), reconhecido como um dos maiores ícones da música no Brasil. Cantor, compositor, maestro, produtor musical e instrumentista brasileiro, Tim Maia introduziu os gêneros soul e funk na música popular brasileira. Entre seus principais sucessos, estão Me dê Motivo, Vale Tudo, Não Quero Dinheiro, Só Quero Amar e Destruidor dos Sete Mares. vida medo

Assista ao vídeo uma segunda vez, concentrando-se na pronúncia das palavras anteriores. As expectativas levantadas no item anterior se confirmaram?

. Que tal agora afiar sua língua com alguns trava-línguas? 2 a)

futuro parede

Larga a tia, lagartixa! Lagartixa, larga a tia! Só no dia que sua tia Chamar lagartixa de lagartinha!

b) Para ouvir o tique-taque, Tique-taque, tique-taque, Depois que um tique toca E que se toca um taque.

Afiando a língua − Fazendo festa!

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Algumas variantes fonéticas em variedades brasileiras e não-brasileiras do português Na unidade 3, você assistiu a um vídeo 3. de uma operadora de telecomunicações de Angola, retratando tradições de fim de ano no país. Nele, foi possível perceber que a língua portuguesa é diversa, assim como são diversas as construções cultu­ rais dos países em que ela é língua oficial. Que tal ouvir agora um pouco de outras línguas portuguesas? a) Assista uma vez ao vídeo indicado a seguir, em que falantes de portu­ guês de diversas partes do mundo leem um trecho do livro O paraíso são os outros, do escritor português Valter Hugo Mãe. Assista até 7 minutos. Vídeo disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

Discuta com seus colegas:

JÁ OUVIU FALAR? Valter Hugo Mãe é o nome artístico de Valter Hugo Lemos, um dos mais destacados autores portugueses da atualidade. Nasceu em Angola, na cidade de Henrique de Carvalho (atual Saurimo), em 1971. É graduado em Direito e pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea. Dentre suas obras, traduzidas em inúmeras línguas, encontram-se romances, contos, poemas, além de literatura infantil. Em 2007, foi agraciado com o Prêmio Literário José Saramago pelo romance O remorso de Baltazar Serapião.



De que forma as diferentes pessoas que aparecem no vídeo contribuem para a construção da ideia de diversidade? • Como essa diversidade se relaciona com o tema central do texto de Valter Hugo Mãe? • Que impressões o texto lido e o vídeo causaram em você? b) Assista novamente ao vídeo, atentando-se para a pronúncia dos leitores de cidades de diferentes países. Em seguida, escolha dois leitores cuja pronúncia chame sua atenção de alguma forma e complete o quadro a seguir: Origem

Características marcantes da pronúncia

Impressões que a pronúncia causa em você

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Mano a Mano, Volume 2: Intermediário

4.



Assista agora a uma reportagem da série Sotaques do Brasil, exibida pelo Jornal Hoje (TV Globo). Neste episódio, enfo­ cam-se as diferenças de pronúncia do “s”, que, em algumas regiões do Brasil, é mais chiado. Vídeo disponível em: < www.youtube.com/watch?v=flO hPXEPW9c&list=PLBNH7oMsZqErnfPY9NsODZg 7FV0HYDx1l&index=2 >. Acesso em: 30 dez. 2018.

Conforme a reportagem, quais são as três capitais brasileiras onde a letra de sílaba é pronunciada “s” em fim com mais chiado? b) Qual é a explicação histórica para a ocorrência desse chiado? c) Tente pronunciar as frases abaixo com o “s” chiado: • Esqueci o isqueiro na esquina esquerda da escola. • Esqueci minha escada na esquina da escola. • Tem com casca e descascado. d) Pronuncie as palavras “três” e “arroz” conforme um morador: • de Porto Alegre • do Rio de Janeiro

O PORTUGUÊS DA GENTE Ditongação antes das letras “s” e “z” •

a)



É comum, em diferentes variedades do português brasileiro, acrescentar a semivogal [j] – cujo som é pró­ ximo ao de um [i] – na pronúncia de oxítonas (palavras cuja última sílaba é a forte) e monossílabos tônicos terminados em s ou z . Exemplos: atrás → atrá[j]s mês → mê[j]s nós → nó[j]s repôs → repô[j]s vocês → você[j]s → efica[j]z eficaz capaz → capa[j]z dez → de[j]z faz → fa[j]z talvez → talve[j]z Por esse motivo, as palavras mas e mais têm, na maior parte do Brasil, a mesma pronúncia.

5.

Assista, agora, a uma reportagem da série Sotaques do Brasil que trata da pro­ núncia das vogais.



Vídeo disponível em: < www.youtube.com/watch?v=sJAGpU3uQaM >. Acesso em: 30 dez. 2018.

a)

No início da reportagem, fala-se sobre duas maneiras como a palavra “tele­ visão” é pronunciada. Quais? Que pronúncia predomina na região Centro-Sul? E qual predomina nas regiões Norte e Nordeste? b) Tente reproduzir as palavras e frases abaixo da forma como elas são ditas no vídeo: • Leite quente dá dor de dente na gente (Curitiba – PR) • Alegrete (Alegrete – RS) • Leite quente dói os dente, justamente os da frente (Piracicaba – SP) • de tarde (Recife – PE)

Afiando a língua − Fazendo festa!

c)

Em algumas regiões, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e algumas locali­ dades do Nordeste, é possível observar, frequentemente, que as letras “o” e “e” destacadas nas palavras a seguir não são pronunciadas como [o] e [e]. Como as palavras a seguir podem ser pronunciadas nesses locais? choveu – tomate – botão – costume – menino

d) O que afirma a professora Jacyra Andrade Mota no fim da reportagem? Você concorda com essa afirmação? Justifique.

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Materiais complementares

Com ou sem acento? Em conformidade com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 2009

O Acordo Ortográfico que entrou em vigor em janeiro de 2009 procurou unificar a ortogra­ fia da Língua Portuguesa, que, até então, tinha duas grafias oficiais: a do Brasil e a de Portugal.

O sistema de acentuação gráfica do português tem três objetivos: (1) marcar a sílaba tônica da palavra; (2) registrar o timbre (aberto ou fechado) de algumas vogais; (3) indicar o fenômeno da crase (contração entre a preposição a e o artigo a, ou entre a preposição a e a vogal inicial de alguns pronomes).

Acentos gráficos e diacríticos •

acento agudo (´): Pode ser colocado sobre qualquer vogal, para indicar a posição da sílaba tônica. Quando utilizado sobre as letras e e o , marca também o timbre aberto. Exemplos: viúvo (indica que o “u” é a sílaba forte) café (além de indicar que “fé” é a sílaba forte, marca que a pronúncia do “e” é aberta) avó (além de indicar que “vó” é a sílaba forte, marca que a pronúncia do “o” é aberta)



acento circunflexo (^): Pode ser colocado sobre as letras a, e e o. Além de marcar a sílaba forte, indica que a pronúncia da vogal é fechada. Exemplos: lâmpada, mês, avô

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Materiais complementares − Com ou sem acento?

Segundo o último acordo ortográfico, • No caso da terminação -em, -ens, utilizaas vogais e e o em fim de sílaba, seguidas se o acento agudo, ainda que a pronún­ de m ou n , podem receber o acento agudo cia seja fechada. Exemplo: porém ou circunflexo, em conformidade com a • til (~): Utilizado sobre as vogais a e o, a pronúncia da região. Exemplos: acadê­ fim de indicar que a pronúncia é nasal. mico/académico, fenômeno/fenómeno, sêmen/sémen, bônus/bónus. No Brasil, Exemplos: irmã, ímã, cão, corações costuma-se utilizar o acento circunflexo nesses casos. O acento circunflexo pode ser empregado na terminação -em com um valor dife­ rencial. Exemplo: ele tem/eles têm; ele mantém/eles mantêm •

acento grave ( ` ): indica a fusão entre a preposição a e o artigo a, ou com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo. Exemplos: Eu viajo às duas da tarde. Em relação àquele e-mail, o que você acha que eu devo responder?



trema (¨): Conforme o Acordo Ortográfico de 2009, o trema não é mais utilizado em português, salvo em palavras de origem estrangeira. Exemplos: Bündchen, Müller

Regras de acentuação As palavras do português podem receber acento gráfico apenas na última, penúl­ tima ou antepenúltima sílaba. Uma palavra como especificamente não recebe, portanto, acento gráfico em português.

Monossílabos (palavras com uma única sílaba) Quando acentuar?

Exemplos

Monossílabos átonos Não possuem autonomia fonética, sendo pronunciados de maneira fraca. Não podem ser utilizados sozinhos em uma frase.

• nunca são acentuados

• o, a, os, as • um, uma, uns, umas • me, te, lhe, se

Monossílabos tônicos Possuem autonomia fonética, sendo pronunciados de maneira forte. Podem aparecer sozinhos em uma frase.

• Quando terminam em: • já, lá, pás • pé, mês, dê • A(S) • só, sós, • E(S) • O(S)

Materiais complementares − Com ou sem acento?

Observe que muitos pares de palavras monossilábicas se diferenciam na escrita apenas pelo acento gráfico: • • • • •



217

FIQUE DE OLHO! Monossílabos como céu e dói também são acentuados. Veja as regras complementares de acentuação na seção 3.

Ele é muito responsável e competente. (verbo ser) (conjunção) Nós o vimos, mas ele não nos viu. (pronome reto) (pronome oblíquo) Ela sempre dá um presentinho para a filha da secretária. (verbo dar) (preposição de + artigo a) Tomara que ele dê conta de terminar tudo o que precisa. (verbo dar) (preposição de) Ele diz sempre que o mundo está ameaçado não por pessoas más, mas por aquelas que permitem a maldade. (adjetivo mau) (conjunção) Estou com muito dó do Fábio. Ele não merecia estar passando por isso. (substantivo) (preposição de + artigo o)

Palavras com mais de uma sílaba Quando acentuar?

Exemplos

Oxítonas • Quando terminam em: (palavras com a • A(S) última sílaba tônica) • E(S) • O(S) • EM, ENS

• • • •

Paroxítonas (palavras com a penúltima sílaba tônica)

• caráter, tórax, hífen, vulnerável • táxi, lápis • álbum, álbuns • elétron, elétrons • vírus • bíceps • órfã, órfãs, órgão, bênçãos • Bolívia, Colômbia, seminários

• Quando terminam em: • R, X, N, L • I(S) • UM, UNS • ON(S) • US • PS • Ã(S), ÃO(S) • ditongo oral, seguido ou não de S

Proparoxítonas • sempre são acentuadas (palavras com a antepenúltima sílaba tônica)

Não existem, em português, palavras em que a sílaba forte seja a anterior à penúltima (chamadas de “sobresdrújulas” em espanhol)

Paraná, atrás café, cafés, você, vocês avô, avó, avós porém, parabéns

• América, êxodo

Espanhol cálidamente

Português calidamente

tímidamente timidamente últimamente ultimamente llévatelo

leve isso com você (leve-o consigo)

218

Materiais complementares − Com ou sem acento?

FIQUE DE OLHO! • • •



Também se acentuam as formas verbais monossilábicas ou oxítonas terminadas em a, e, o quando seguidas pelos pronomes -lo(s) e -la(s). Exemplos: amá-lo, fazê-lo, pô-lo, compô-lo Diferentemente do que ocorre em espanhol, oxítonas terminadas em I(S) ou U(S) não levam acento. Exemplos: Haiti, Peru, tu Amaioria das palavras do português é paroxítona e, por isso, a menor parte delas recebe acento gráfico. DICA: Excetuando-se casos específicos, as paroxítonas que não terminam em A(S), E(S), O(S), EM ou ENS recebem acento gráfico. Os prefixos não são acentuados. Exemplos: semi, super, inter

Regras complementares Ditongos e hiatos Quando acentuar?

Exemplos

• ditongos abertos: EI(S) • Em monossílabos tônicos EU(S) • Em oxítonas OI(S)

• • • • • •

(ditongo = duas vogais na mesma sílaba) • hiatos em que o I ou U ocupa a 2ª posição (hiato = sequência de duas vogais em sílabas diferentes)

• Quando estão sozinhos na sílaba (ou acompanhados apenas por um S) • Quando não seguidos por NH • Quando não forem precedidos por uma vogal igual • Quando não vêm após um ditongo, no caso das paroxítonas

réis céu, réus dói fiéis chapéu, chapéus herói, heróis

• aí, saída, saúde, baús • rainha, bainha • xiita • feiura

Acentos diferenciais Há palavras que recebem acento gráfico para serem diferenciadas de outras semelhantes. Verbos ter e vir Derivados dos verbos ter e vir Verbo poder Verbo pôr / Preposição por

Ela tem Ele vem Ele mantém/obtém Ela intervém Ela pôde (passado) Eu vou pôr o livro na estante.

Elas têm Eles vêm Eles mantêm/obtêm Elas intervêm Ela pode (presente) Por favor, não fume aqui.

FIQUE DE OLHO! • • •

Conforme o Acordo Ortográfico de 2009, os ditongos abertos EI(S), EU(S), OI(S) não são mais acentuados em paroxítonas. Exemplos: heroico, ideia . De acordo com esse acordo, palavras paroxítonas como feiura e cheiinha não são acentuadas, diferentemente de oxítonas como Piauí . Palavras como ia, partia, percebia e Maria não são acentuadas em português.

despertarse

ayudar, socorrer

cojín/ almohadón

apodo/ sobrenombre

firma

ver

acudir

almofada

apelido

assinatura

assistir

Espanhol

acordar

Português

asignatura asistir

Preciso da sua assinatura só na última página. Nas demais, basta sua rubrica.

Milhares de brasileiros assistiram à entrevista.

almohada

Você acha que essas almofadas combinam com o meu sofá?

apellido

acudir

Me acuda aqui! Não estou conseguindo carregar todos esses pacotes!

Meu nome é Fernanda, mas pode me chamar de Nanda. Todos aqui usam apelidos.

acordarse

Espanhol

Amanhã tenho que acordar muito cedo, porque viajo às 6 da manhã.

Exemplo em português

frequentar

disciplina (escolar/ acadêmica)

sobrenome

travesseiro

ir, consultar

lembrar

Português

Eu costumo frequentar o barzinho do Zé. Vamos comigo nesta sexta?

Neste semestre, preciso fazer oito disciplinas na universidade, incluindo Cálculo. Vai ser puxado.

Eu me chamo Gilda e meu sobrenome é Costa Aguiar; nome completo, Gilda Costa Aguiar.

Que sono! Tudo o que eu quero é minha cama e meu travesseiro!

Você tem de ir no médico hoje mesmo! Não pode esperar mais!

Saí correndo e não me lembrei de pegar o livro que você me emprestou. Desculpa.

Exemplo em português

Utilize este espaço para se familiarizar com os falsos amigos do português. Registre, no fim do quadro, novos exemplos que você descobrir à medida que avançar no estudo do português. Lembre-se sempre de anotar um exemplo de uma frase, para facilitar sua memorização. No quadro a seguir, encontram-se apenas as acepções mais frequentes das palavras listadas. Em alguns casos, inclusive, para as acepções menos comuns, as palavras empregadas em português e espanhol coincidem. Observe, ainda, que nem todos esses falsos amigos são tão falsos assim. Por exemplo, o verbo sacar pode ser utilizado com sentido semelhante ao que tem espanhol em expressões como sacar a arma e sacar dinheiro. Também utilizamos sacar como gíria: Ah, saquei! (entendi!) Porém, usamos o verbo tirar (e não sacar) em expressões como tirar uma foto, tirar um coelho da cartola e tirar partido de uma situação.

As aparências enganam: Quadro contrastivo – Falsos amigos

aceite de oliva

papa

gritar

cartera

bolsillo

goma

brindar

pelo

calzar

perro

pantalón

azeite

batata

berro

bolsa

bolso

borracha

brindar

cabelo

caber

cachorro

calça

Espanhol

clase

Português

aula

berro bolsa

Eu precisei berrar para ele poder me escutar no meio daquela multidão.

Achei uma bolsa linda que vai combinar com meus sapatos novos.

filhote

cachorro calza

Por incrível que pareça, eu tenho um cachorro e um gato em casa, e eles se dão super bem.

Não gosto de calças muito justas.

meia-calça, legging

calzar

calçar

Esta roupa não cabe mais em mim. Engordei três quilos!

pelo

oferecer, fornecer

bêbado(a)

bolsa

sacola

agrião

batata doce

óleo

vello

brindar

Vamos brindar com vinho! Que o seu casamento te traga muitas felicidades!

Português sala (de aula)

Ela tá tão diferente . . . Acho que cortou o cabelo.

borracho(a)

Podem usar lápis na prova, mas não façam rasuras. Usem uma boa borracha para apagar os erros.

bolso

batata

Vou querer uma porção de batatas fritas e um suco de laranja.

Em lugares muito movimentados, é melhor colocar o celular no bolso do que ficar com ele na mão.

aceite

O azeite é mais saudável do que o óleo de cozinha.

Espanhol aula

Exemplo em português

Amanhã é a última aula antes da prova.

Exemplo em português

– Não gosto de colocar saia curta sem meia-calça. – Preciso de uma legging preta para malhar.

Eu acabo de adotar um filhote de cachorro. Ele é tão bonitinho!

Vesti uma blusa de seda e calcei sapatos altos.

Preciso descolorir os pelos dos braços!

Nossas lojas oferecem produtos de excelente qualidade aos nossos clientes!

Bebi muita cerveja! Acho que já estou bêbada . . .

Essa bolsa marrom está linda. Vou levar.

Muitos mercados estão evitando usar sacolas plásticas que não sejam biodegradáveis.

Eu amo agrião! Adoro o seu gosto azedinho!

Comer batata doce é mais saudável do que comer batata.

Qual é mais poluente: álcool, gasolina ou óleo diesel?

O professor prefere organizar a sala de aula em semicírculo do que em fileiras.

220 Materiais complementares – Quadro contrastivo – As aparências enganam

escena

oculto(a)

pegar (unir mediante sustância)

manifestarse contra

vaso

niños

farmacia

cena

coberto(a)

colar

contestar

copo

criança

drogaria/ farmácia

copa crianza

Aceita um copo d’água?

Adoro crianças! Eu deveria ter sido professora de Educação Infantil.

divertido(a)

mientras

engraçado(a)

enquanto

engrasado(a) en cuanto

Vi um filme muito engraçado sobre casamento! Divertido, mesmo!!!

Enquanto eu estava trabalhando, ele ficou fofocando com o colega.

O afeto é fundamental na criação do bebê.

Dizem que beber uma taça de vinho por dia faz muito bem à saúde.

O entrevistado se recusou a responder à pergunta, porque a considerou invasiva.

Você gosta de café coado ou expresso?

Já pôs os talheres na mesa? Não se esqueceu das colheres para a sopa?

Vou fazer um jantar maravilhoso pra vocês! Aguardem!

Coloco tudo isso nessa caixa de papelão? Ou é melhor colocar na caixa de madeira por conta do peso?

Exemplo em português

assim que/logo que

Me mande mensagem no celular assim que você chegar em casa, pra eu dormir sossegado.

engordurado(a) Eta carne engordurada! Hum . . . É boa! O duro é meu colesterol!

A Helena está grávida de oito meses. Como o tempo passa! Mais um mês e nasce o bebê.

loja de produtos – Está faltando detergente em casa e a de limpeza, faxineira vem amanhã. Vou ter de ir à distribuidora (de loja de produtos de limpeza. medicamentos) – Na distribuidora de medicamentos, é possível achar uma quantidade grande de soro por um preço menor.

criação

taça

responder

coar

talher

jantar

papelão

Português

embarazado(a) grávido(a)

droguería

contestar

Ele contestou a crítica, porque considerou tendenciosa e pouco fundamentada.

Preciso de algum remédio para dor de estômago. Você pode passar na drogaria pra me comprar alguma coisa?

colar

cubierto

O céu tá coberto. Acho que vai chover.

Ctrl + C e Ctrl + V são os atalhos para copiar e colar.

cena

cartón

Espanhol

Bela peça de teatro! Pena que perdi uma cena do primeiro ato . . .

Vai pagar com cartão de crédito?

Exemplo em português

embaraçado(a) avergonzado(a) Márcio é tão tímido! Ficou um pouco embaraçado com a pergunta que fiz!

tarjeta

Espanhol

cartão

Português

Materiais complementares – Quadro contrastivo – As aparências enganam 221

desconfiar, estar raro

empresa

tierno(a)

guitarra eléctrica

ladrar

largo(a)

maleta

mirar/apuntar

novio(a) (no sentido de “aquele/a que assumiu um compromisso de casar-se)

taller

estranhar

firma

gracioso(a)

guitarra

latir

longo(a)

mala

mirar

noivo(a)

oficina

Espanhol

extraño(a)

Português

esquisito(a)

ancho(a) mala mirar novio(a)

Ela sempre teve o cabelo longo, mas agora resolveu mudar o visual e cortou bem curtinho.

Você pode despachar uma mala de até 23kg.

Mirou o alvo e deu um tiro certeiro.

Eles ficaram noivos no mês passado. O casamento vai ser em novembro.

oficina

latir

Os cachorros do vizinho latem o dia todo, não sei o que fazer!

Como esse carro dá defeito! Vai pra oficina de novo!!

guitarra

gracioso(a)

É um rapaz muito gracioso. Encantador mesmo! (adjetivo em desuso em português)

Vou comprar um amplificador para tocar minha guitarra.

firma

extrañar

Estou estranhando muito seu comportamento hoje, você está diferente!

Leonardo está trabalhando em uma nova firma. Ele está adorando o trabalho!

Espanhol exquisito(a)

Exemplo em português

Que moço esquisito! Um dia cumprimenta, no outro, não . . . Muito estranho!

Português

escritório

noivo(a)/ namorado(a)

olhar



largo(a)

bater

violão

engraçado

assinatura

sentir saudades

delicioso(a)

Exemplo em português

Trabalho em um escritório de advocacia há um ano.

– No Brasil, o Dia dos Namorados é comemorado em 12 de junho. – Maio é considerado o mês das noivas. Entretanto, a tradição vem perdendo força no Brasil, e muitos preferem se casar, por exemplo, quando estão de férias.

Olhe nos meus olhos e diga a verdade!

Eu conheço um remédio ótimo para má circulação nas pernas.

A 9 de Julio, em Buenos Aires, é considerada uma das avenidas mais largas do mundo

Meu coração bate forte só de pensar nela. Acho que estou apaixonado.

Vou ter que trocar as cordas do meu violão.

Ele conta umas piadas muito engraçadas.

Em contextos específicos, a palavra “firma” do espanhol corresponde à “firma” do português. – Preciso ir no cartório para reconhecer firma no meu contrato de aluguel.

Fique de olho!

Por favor, coloque sua assinatura no local indicado no final deste documento.

Vou sentir saudades quando você estiver longe.

Que feijoada deliciosa! Repeti duas vezes! Maravilhosa, mesmo!

222 Materiais complementares – Quadro contrastivo – As aparências enganam

gusto

saco

desnudo(a)

cometa/ barrilete

pulpo

listo(a)

ratón

recto

violeta / morado

pelirrojo(a)

ensalada

sordo(a)

sin embargo/ no entanto

paletó

pelado(a)

pipa/papagaio

polvo

pronto(a)

rato

reto

roxo(a)

ruivo(a)

salada

surdo(a)

todavia

Espanhol

paladar

Português

canhoto(a)

zurdo(a)

O entrevistado afirmou que responderia todavía a todas as perguntas para esclarecer os fatos; todavia, tangenciou algumas. (uso formal).

A Língua Brasileira de Sinais é a língua utilizada por grande parte da comunidade surda do país.

salgado(a)

salado(a)

Você prefere salada de frutas ou sorvete de sobremesa?

ainda

loiro(a)

rubio(a)

Ela é ruiva, assim como os pais, que são escoceses.

vermelho(a)

desafio

rojo(a)

reto

A linha precisa ser reta. Ficou um pouco torta.

um pouco

logo

Bati o dedinho do pé na quina do sofá e agora ele tá roxo.

un rato

pronto

A casa estava tão suja que tive medo de que tivesse ratos por lá.

Já são dez e meia! Você ainda não está pronto?

pó/poeira

polvo

Para mim, o polvo é o animal mais bonito do oceano.

careca cachimbo/ charuto

pelado(a)

Benjamin Franklin utilizou uma pipa/ pipa um papagaio para inventar o para-raios.

O ator disse que não tem dificuldades de gravar cenas pelado.

saco / paquete / saco / pacote bolsa

Belo paletó, Rogério! Ficou muito bem com essa calça preta.

palato/céu da boca

Português

paladar

Espanhol

– Acho que falta tempero nessa maionese. – De jeito nenhum! Tá perfeita! Você é que não tem um bom paladar!

Exemplo em português

Meia noite e ele ainda não chegou? Tô ficando preocupado.

Ah, você escreve com a mão esquerda! Não sabia que era canhoto!

Pessoas com pressão alta devem evitar alimentos muito salgados.

A Bruna é morena, mas sua irmã é loira.

O vermelho é a cor da paixão.

Aprender uma língua estrangeira é sempre um desafio.

Tive que esperar um pouco antes de ser atendida pelo médico.

Já vai sair de novo? Volte logo!

Limpei minha estante na semana passada, mas os livros já estão cheios de pó de novo!

O saci, personagem do folclore brasileiro, usa um cachimbo.

Ele tem só trinta anos, mas já está completamente careca.

Meu restaurante gasta um saco / pacote de arroz por dia.

O dentista percebeu que estou com uma pequena ferida no céu da boca.

Exemplo em português

Materiais complementares – Quadro contrastivo – As aparências enganam 223

Quadro contrastivo – Heterotônicos

Utilize este espaço para registrar heterotônicos, isto é, palavras que têm sílabas fortes diferentes em espanhol e em português. Português Casos específicos

Com terminação – crata

Com terminação -amia/-emia

Com terminação em -gia

Espanhol

alguém

alguien

anedota

anécdota

futebol

fútbol

herói

héroe

hidrogênio

hidrógeno

ímã

imán

oxigênio

oxígeno

paralisia

parálisis

polícia

policía

projétil

proyetil

regime

régimen

telefone

teléfono

aristocrata

aristócrata

burocrata

burócrata

democrata

demócrata

bigamia

bigamia

poligamia

poligamia

academia

academia

epidemia

epidemia

pandemia

pandemia

demagogia

demagogia

nostalgia

nostalgia

siderurgia

siderurgia

Materiais complementares – Quadro contrastivo – Heterotônicos

Com terminações em – ia (em geral termos da área da Saúde)

alergia

alergia

anestesia

anestesia

asfixia

asfixia

atrofia

atrofia

bulimia

bulimia

difteria

difteria

euforia

euforia

fobia

fobia

histeria

histeria

magia

magia

225

Quadro contrastivo – Heterogenéricos

As palavras do espanhol e português têm, em geral, o mesmo gênero. As principais exceções você encontra no quadro a seguir. Registre outras à medida que encontrá-las. Português

Espanhol

Letras do alfabeto

Masculinas Femininas – O a é a primeira letra do alfabeto. – La a es la primera letra del alfabeto. – O k, w e y foram incorporados ao – La k, w e y fueron incorporadas alfabeto do português a partir do al alfabeto portugués a partir del último acordo ortográfico. último acuerdo ortográfico.

Dias da semana

Femininos Masculinos – Na segunda-feira, eu tenho prova – El lunes, tengo examen de de espanhol. español. – O curso será às terças e quintas. – El curso será los martes y jueves.

bebidas

a aguardente

el aguardente

a tequila

el tequila

o leite

la leche

o mel

la miel

o sal

la sal

o nariz

la nariz

o sangue

la sangre

a cor

el color

a dor

el dolor

comidas

corpo (humano)

palavras terminadas em -or

Materiais complementares – Quadro contrastivo – Heterogenéricos

palavras terminadas em -agem (português)/-aje (espanhol)

a paisagem

el paisaje

a passagem

el pasaje

a viagem

el viaje

a bagagem

el equipaje

a linguagem

el lenguaje

Palavras o legume terminadas em o costume -ume (português/– umbre (espanhol)

outras palavras

la legumbre la costumbre

o alarme

la alarma

a análise

el análisis

a árvore

el árbol

o cárcere

la cárcel

o computador

la computadora

o creme

la crema

a equipe

el equipo

a origem

el origen

a ponte

el puente

o sinal

la señal

o riso

la risa

o sorriso

la sonrisa

o protesto

la protesta

o massacre

la masacre

227

228

Materiais complementares – Quadro contrastivo – Heterogenéricos



Em espanhol, quando um substantivo feminino começa com “a” ou “ha” tônicos, o artigo definido empregado é “el”, para evitar cacofonia. Em português, não existe semelhante regra, de forma que o artigo “a” é utilizado também antes de palavras femininas começadas por a tônico. Português

Espanhol

a água tratada

el agua tratada

a águia rápida

el águila rápida

a alba inspiradora

el alba inspiradora

a alma pura

el alma pura

a área extensa

el área extensa

a arte brasileira

el arte brasileña

a ave exótica

el ave exótica

fala(s) fala falamos falam

Você Ele/Ela A gente Nós Vocês Eles/Elas

falavam

havia(s)/tinha(s) falado havia/tinha falado havíamos/tínhamos falado

tem (tens) falado

tem falado

temos falado

têm falado

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

haviam/tinham falado

havia/tinha falado

falaram

faláramos

falara

falaras

falara

terão falado

teremos falado

terá falado

terá(s) falado

falariam

falaríamos

falaria

falaria(s)

falaria

Futuro do Pretérito

Futuro do Pretérito Composto

falarão

falaremos

falará

falará(s)

falarei

Futuro do Presente

teriam falado

teríamos falado

teria falado

teria(s) falado

teria falado

Pretérito Mais-que-perfeito

Futuro do Presente Composto

falaram

falamos

falou

falou (falaste)

falei

Pretérito Perfeito

terei falado

falávamos

falava

falava(s)

falava

Pretérito Imperfeito

Pretérito Mais-que-perfeito Composto

falo

Eu Tu

Presente

tenho falado

Eu

Pretérito Perfeito Composto

Na fala cotidiana das pessoas que utilizam o “tu” no Brasil, o verbo costuma vir conjugado na 3ª pessoa do singular. Em situa­ ções mais formais, prefere-se a forma específica da 2ª pessoa do singular. Exemplo: Tu falas (forma padrão) – Tu fala (forma cotidiana)

O PORTUGUÊS DA GENTE

Modo indicativo

Verbos regulares – 1ª conjugação – FALAR

Quadros de conjugação verbal

falem

Vocês Eles/Elas

falarem

falarmos

(Não) Fale (você) (Não) Falemos (nós) (Não) Falem (vocês)

(Não) Fala (você)

(Não) Vamos falar (nós)



falar ter falado falando tendo falado falado

Infinitivo Impessoal

Infinitivo Impessoal – Pretérito

Gerúndio

Gerúndio – Pretérito

Particípio

Formas nominais

(Não) Fale(s) (tu)

Formas do subjuntivo

falassem

falássemos

falar

falar(es)

falar

Futuro

(Não) Fala (tu)

Formas do indicativo

Imperativo

falemos

Nós

falasse

falasse(s)

fale(s)

fale

Tu

falasse

Pretérito Imperfeito

fale

Você Ele/Ela A gente

Eu

Presente

Modo subjuntivo

falar falar(es) falar falarmos falarem falarem

Tu Você Ele/Ela A gente Nós Vocês Eles/Elas Vocês Eles/Elas

Infinitivo pessoal

tivessem falado

tivéssemos falado

tivesse falado

tivesse(s) falado

tivesse falado

Pretérito Mais-queperfeito Composto

Eu

tenham falado

tenhamos falado

tenha falado

tenha(s) falado

tenha falado

Pretérito Perfeito Composto

terem falado

terem falado

termos falado

ter falado

ter(es) falado

ter falado

Infinitivo pessoal – Pretérito

tiverem falado

tivermos falado

tiver falado

tiver(es) falado

tiver falado

Futuro Composto

230 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

vende

vendemos

vendem

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

vendiam

vendíamos

vendia

vendia(s)

vendia

Pretérito Imperfeito vendi

venderam

havia/tinha vendido havíamos/tínhamos vendido haviam/tinham vendido

tem vendido

temos vendido

têm vendido

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

havia/tinha vendido havia(s)/tinha(s) vendido

tenho vendido

tem (tens) vendido

Eu

venderão

venderemos

venderá

venderá(s)

venderei

Futuro do Presente

Futuro do Presente Composto

terão vendido

teremos vendido

terá vendido

terá(s) vendido

terei vendido

vendêramos

vendera

venderas

vendera

Pretérito Mais-que-perfeito

Pretérito Mais-que-perfeito Composto

venderam

vendemos

vendeu

vendeu (vendeste)

Pretérito Perfeito

Tu

Pretérito Perfeito Composto

vendo

vende(s)

Eu

Tu

Presente

Modo indicativo

Verbos regulares – 2ª conjugação – VENDER

teriam vendido

teríamos vendido

teria vendido

teria(s) vendido

teria vendido

Futuro do Pretérito Composto

venderiam

venderíamos

venderia

venderia(s)

venderia

Futuro do Pretérito

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 231

vendêssemos

vendamos

vendam

Nós

Vocês Eles/Elas

vender(es)

(Não) Venda(s) (tu)

(Não) Venda (você)

(Não) Vendamos (nós)

(Não) Vendam (vocês)

(Não) Vamos vender (nós)



Formas do subjuntivo

venderem

vendermos

vender

(Não) Vende (você)

vender ter vendido vendendo tendo vendido vendido

Infinitivo Impessoal

Infinitivo Impessoal – Pretérito

Gerúndio

Gerúndio – Pretérito

Particípio

Formas nominais

Futuro vender

(Não) Vende (tu)

Formas do indicativo

Modo imperativo

vendesse(s)

vendesse

venda(s)

venda

Tu

Você Ele/Ela A gente

vendessem

vendesse

Pretérito Imperfeito

venda

Eu

Presente

Modo subjuntivo Pretérito Mais-queperfeito Composto

vendermos venderem

Vocês Eles/Elas

vender

vender(es)

vender

Infinitivo pessoal

tivessem vendido

tiverem vendido

tivermos vendido

tiver vendido

tiver(es) vendido

tiver vendido

Futuro Composto

terem vendido

termos vendido

ter vendido

ter(es) vendido

ter vendido

Infinitivo pessoal – Pretérito

tivéssemos vendido

tivesse vendido

tivesse(s) vendido

tivesse vendido

Nós

Você Ele/Ela A gente

Tu

Eu

tenham vendido

tenhamos vendido

tenha vendido

tenha(s) vendido

tenha vendido

Pretérito Perfeito Composto

232 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

assistem

Vocês Eles/Elas

assistiam

assistíamos assistiram

havia/tinha assistido havíamos/tínhamos assistido haviam/tinham assistido

tem assistido

temos assistido

têm assistido

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

havia/tinha assistido havia(s)/tinha(s) assistido

tenho assistido

tem (tens) assistido

Eu

assistirão

assistiremos

assistirá

assistirá(s)

assistirei

Futuro do Presente

Futuro do Presente Composto

terão assistido

teremos assistido

terá assistido

terá(s) assistido

terei assistido

assistíramos

assistira

assistiras

assistira

Pretérito Mais-que-perfeito

Pretérito Mais-que-perfeito Composto

assistiram

assistimos

assistiu

assistiu (assististe)

assisti

Pretérito Perfeito

Tu

Pretérito Perfeito Composto

assistimos

Nós

assistia

assistia(s)

assiste(s)

assiste

Tu

assistia

Pretérito Imperfeito

assisto

Você Ele/Ela A gente

Eu

Presente

Modo indicativo

Verbos regulares – 3ª conjugação – ASSISTIR

teriam assistido

teríamos assistido

teria assistido

teria(s) assistido

teria assistido

Futuro do Pretérito Composto

assistiriam

assistiríamos

assistiria

assistiria(s)

assistiria

Futuro do Pretérito

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 233

assista

assistamos

assistam

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

assistirem

assistirmos

assistir

assistir(es)

assistir

(Não) Assista(s) (tu)

(Não) Assista (você)

(Não) Assistamos (nós)

(Não) Assistam (vocês)

(Não) Assiste (você)

(Não) Vamos assistir (nós)



assistir ter assistido assistindo tendo assistido assistido

Infinitivo Impessoal

Infinitivo Impessoal – Pretérito

Gerúndio

Gerúndio – Pretérito

Particípio

Formas nominais

Futuro

Formas do subjuntivo

assistissem

assistíssemos

assistisse

assistisse(s)

assistisse

Pretérito Imperfeito

(Não) Assiste (tu)

Formas do indicativo

Modo Imperativo

assista

assista(s)

Eu

Tu

Presente

Modo Subjuntivo

assistir assistir(es) assistir assistirmos assistirem

Tu Você Ele/Ela A gente Nós Vocês Eles/Elas

Infinitivo pessoal

tivessem assistido

tivéssemos assistido

tivesse assistido

tivesse(s) assistido

tivesse assistido

Pretérito Mais-queperfeito Composto

Eu

tenham assistido

tenhamos assistido

tenha assistido

tenha(s) assistido

tenha assistido

Pretérito Perfeito Composto

terem assistido

termos assistido

ter assistido

ter(es) assistido

ter assistido

Infinitivo pessoal – Pretérito

tiverem assistido

tivermos assistido

tiver assistido

tiver(es) assistido

tiver assistido

Futuro Composto

234 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

éramos

eram

somos

são

Nós

Vocês Eles/Elas

foram

fôramos

fora

foras

fora

havia/tinha sido havíamos/tínhamos sido haviam/tinham sido

tem sido

temos sido

têm sido

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

havia/tinha sido havia(s)/tinha(s) sido

tenho sido

tem (tens) sido

Eu

serão

seremos

será

será(s)

serei

Futuro do Presente

terão sido

teremos sido

terá sido

terá(s) sido

terei sido

Futuro do Presente Composto

Pretérito Mais-que-perfeito

Pretérito Mais-que-perfeito Composto

foram

fomos

foi

foi (foste)

fui

Pretérito Perfeito

Tu

Pretérito Perfeito Composto

era(s)

era

é(s)

é

Tu

era

sou

Pretérito Imperfeito

Você Ele/Ela A gente

Eu

Presente

Modo indicativo

Verbo Auxiliar – SER

teriam sido

teríamos sido

teria sido

teria(s) sido

teria sido

Futuro do Pretérito Composto

seriam

seríamos

seria

seria(s)

seria

Futuro do Pretérito

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 235

fosse

fôssemos

fossem

seja

sejamos

sejam

Você Ele/Ela

Nós

Vocês Eles/Elas

(Não) Seja (você)

(Não) Sejamos (nós)

(Não) Sejam (vocês)



(Não) Vamos ser (nós)



ser ter sido sendo tendo sido sido

Infinitivo Impessoal

Infinitivo Impessoal – Pretérito

Gerúndio

Gerúndio Pretérito

Particípio

Formas nominais

Sê (tu)/Não seja(s) (tu)



Formas do indicativo

forem

formos

for

for(es)

for

Futuro

Formas do subjuntivo

fosse(s)

seja(s)

Tu

Modo imperativo

fosse

seja

Pretérito Imperfeito

Eu

Presente

Modo subjuntivo

ser ser(es) ser sermos serem

Tu Você Ele/Ela A gente Nós Vocês Eles/Elas

Infinitivo pessoal

tivessem sido

tivéssemos sido

tivesse sido

tivesse(s) sido

tivesse sido

Pretérito Mais-queperfeito Composto

Eu

tenham sido

tenhamos sido

tenha sido

tenha(s) sido

tenha sido

Pretérito Perfeito Composto

terem sido

termos sido

ter sido

ter(es) sido

ter sido

Infinitivo pessoal – Pretérito

tiverem sido

tivermos sido

tiver sido

tivere(s) sido

tiver sido

Futuro Composto

236 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

estávamos

estavam

estamos

estão

Nós

Vocês Eles/Elas

havia/tinha estado havia(s)/tinha(s) estado havia/tinha estado havíamos/tínhamos estado haviam/tinham estado

tenho estado

tem (tens) estado

tem estado

temos estado

têm estado

Eu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

Pretérito Mais-que-perfeito Composto

estiveram estarão

estaremos

estará

estará(s)

estarei

Futuro do Presente

Futuro do Presente Composto

terão estado

teremos estado

terá estado

terá(s) estado

terei estado

estivéramos

estivemos estiveram

estivera

estiveras

estivera

Pretérito Mais-que-perfeito

esteve

esteve (estiveste)

estive

Pretérito Perfeito

Tu

Pretérito Perfeito Composto

estava(s)

estava

está(s)

está

Tu

estava

estou

Pretérito Imperfeito

Você Ele/Ela A gente

Eu

Presente

Modo indicativo

Verbo Auxiliar – ESTAR

teriam estado

teríamos estado

teria estado

teria(s) estado

teria estado

Futuro do Pretérito Composto

estariam

estaríamos

estaria

estaria(s)

estaria

Futuro do Pretérito

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 237

estivesse(s)

estivesse

estivéssemos

estivessem

esteja(s)

esteja

estejamos

estejam

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

Está (tu)/Não esteja(s) (tu)

(Não) Esteja (você)

(Não) Estejamos (nós)

(Não) Estejam (vocês)



(Não) Vamos estar (nós)



ter estado estando tendo estado estado

Infinitivo Impessoal – Pretérito

Gerúndio

Gerúndio – Pretérito

Particípio

No cotidiano, frequentemente, omite-se a pri­ meira sílaba do verbo “estar”. Exemplos: Eu tô (estou); A gente tá (está); Eles tavam (estavam).

O PORTUGUÊS DA GENTE

estar

Infinitivo Impessoal

Formas nominais

Formas do subjuntivo



estiverem

estivermos

estiver

estiver(es)

estiver

Futuro

Formas do indicativo

Modo imperativo

estivesse

esteja

Tu

Pretérito Imperfeito

Eu

Presente

Modo subjuntivo

estarem

Vocês Eles/Elas

estar

Você Ele/Ela A gente

estarmos

estar(es)

Tu

Nós

estar

Infinitivo pessoal

tivessem estado

tivéssemos estado

tivesse estado

tivesse(s) estado

tivesse estado

Pretérito Mais-queperfeito Composto

Eu

tenham estado

tenhamos estado

tenha estado

tenha(s) estado

tenha estado

Pretérito Perfeito Composto

terem estado

termos estado

ter estado

ter(es) estado

ter estado

Infinitivo pessoal – Pretérito

tiverem estado

tivermos estado

tiver estado

tiver(es) estado

tiver estado

Futuro Composto

238 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

havia/tinha tido havia(s)/tinha(s) tido

tínhamos

tinham

temos

têm

tenho tido

Nós

Vocês Eles/Elas

Eu

tem (tens) tido

tem tido

temos tido

têm tido

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

Pretérito Perfeito Composto

tinha

tem

Você Ele/Ela A gente tiveram

tivéramos

tivera

tiveras

tivera

haviam/tinham tido

havíamos/tínhamos tido

havia/tinha tido

terão

teremos

terá

terá(s)

terei

Futuro do Presente

terão tido

teremos tido

terá tido

terá(s) tido

terei tido

Futuro do Presente Composto

Pretérito Mais-que-perfeito

Pretérito Mais-que-perfeito Composto

tiveram

tivemos

teve

teve (tiveste)

tinha(s)

tem (tens)

Tu

tive

tinha

Pretérito Perfeito

tenho

Pretérito Imperfeito

(~ deter, manter, obter, reter)

Eu

Presente

Modo indicativo

Verbo Auxiliar – TER

teriam tido

teríamos tido

teria tido

teria(s) tido

teria tido

Futuro do Pretérito Composto

teriam

teríamos

teria

teria(s)

teria

Futuro do Pretérito

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 239

tivéssemos

tivessem

tenhamos

tenham

Nós

Vocês Eles/Elas

(Não) Tenha (você)

(Não) Tenhamos (nós)

(Não) Tenham (vocês)



(Não) Vamos ter (nós)



ter ter tido tendo tendo tido tido

Infinitivo Impessoal

Infinitivo Impessoal – Pretérito

Gerúndio

Gerúndio – Particípio

Particípio

Formas nominais

Tem (tu)/Não tenha(s) (tu)

Indicativo

tiverem

tivermos

tiver

tiver(es)

tiver

Futuro



Subjuntivo

tivesse

tenha

Você Ele/Ela A gente

Modo imperativo

tivesse

tivesse(s)

tenha

tenha(s)

Eu

Pretérito Imperfeito

Tu

Presente

Modo subjuntivo

ter ter(es) ter termos terem

Tu Você Ele/Ela A gente Nós Vocês Eles/Elas

Infinitivo pessoal

tivessem tido

tivéssemos tido

tivesse tido

tivesse(s) tido

tivesse tido

Pretérito Mais-queperfeito Composto

Eu

tenham tido

tenhamos tido

tenha tido

tenha(s) tido

tenha tido

Pretérito Perfeito Composto

terem tido

termos tido

ter tido

teres tido

ter tido

Infinitivo pessoal – Pretérito

tiverem tido

tivermos tido

tiver tido

tiver(es) tido

tiver tido

Futuro Composto

240 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

começo [ɛ]

começa(s) [ɛ]

começa [ɛ]

começamos [e]

começam [ɛ]

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

começar [e]

adoram [ɔ]

adoramos [o]

adora [ɔ]

adora(s) [ɔ]

adoro [ɔ]

adorar [o]

1ª conjugação

bebem [ɛ]

bebemos [e]

bebe [ɛ]

bebe(s) [ɛ]

bebo [e]

beber [e]

movem [ɔ]

movemos [o]

move [ɔ]

move(s) [ɔ]

movo [o]

mover [o]

2ª conjugação

Em algumas regiões do Nor­ deste e do Norte do Brasil, as vogais destacadas de palavras como “começamos”, “adora­ mos”, “bebemos” e “movemos” podem ter a pronúncia aberta.

ZOOM

[e]  e fechado (Ex: ele) [ɛ]  e aberto (Ex: ela) [o]  o fechado (Ex: avô) [ɔ]  o aberto (Ex: avó)

Embora os verbos do quadro a seguir possam ser considerados regulares do ponto de vista da escrita, há uma alternância na pro­ núncia de suas vogais. Observe a pronúncia das vogais destacadas. Observação: Em algumas regiões do Nordeste e Norte do Brasil, as vogais do radical também podem ser pronunciadas abertas para a pessoa “nós”, em palavras como “começamos”, adoramos”, “bebemos”, “movemos”, “seguimos”. É importante observar que há uma considerável variação no grau de abertura da vogal conforme a região.

Verbos com alternância vocálica

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 241

construíam

construíram construíram

dormia

durmo

dorme(s) [ɔ]

dorme [ɔ]

dormimos

dormem [ɔ]

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

dormiam

dormíamos

dormia

dormia(s)

Pretérito Imperfeito

Presente

dormiram

dormimos

dormiu

dormiu (dormiste)

dormi

Pretérito Perfeito

dormiram

dormíramos

dormira

dormiras

dormira

Pretérito Mais-que­ perfeito

Modo Indicativo

DORMIR (~ cobrir, descobrir, engolir, tossir)

Vocês constroem Eles/Elas

dormirão

dormiremos

dormirá

dormirá(s)

dormirei

Futuro do Presente

construirão

construirá

dormiriam

dormiríamos

dormiria

dormiria(s)

dormiria

Futuro do Pretérito

construiriam

construiria

dormisse dormisse(s) dormisse dormíssemos dormissem

durma(s) durma durmamos durmam

Pretérito Imperfeito

Modo Subjuntivo

construíssem

construísse

durma

Presente

construam

construa

dormirem

dormirmos

dormir

dormir(es)

dormir

Futuro

construírem

construir

construir(es)

construímos construíamos construímos construíramos construiremos construiríamos construamos construíssemos construirmos

construíra

construísse(s)

Nós

construiu

construa(s)

construir

construía

construiria(s)

construísse

Futuro

constrói

construirá(s)

construa

Pretérito Imperfeito

Você Ele /Ela A gente

construiu construíras (construíste)

construiria

Presente

construía(s)

construirei

Futuro do Pretérito

constrói(s)

construíra

Futuro do Presente

Tu

construí

Pretérito Mais-queperfeito

construía

Pretérito Perfeito

construo

Pretérito Imperfeito

Modo Subjuntivo

Eu

Presente

Modo Indicativo

CONSTRUIR (~ destruir, reconstruir)

dormido

Particípio

construído

Particípio

242 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

preferia

prefiro

prefere(s) [ɛ]

prefere [ɛ]

preferimos

preferem [ɛ]

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

preferiram

preferimos

preferiu

preferiu (preferiste)

preferi

Pretérito Perfeito

preferiram

preferíramos

preferira

preferiras

preferira

Pretérito Mais-que­ perfeito

preferirão

preferiremos

preferirá

preferirá(s)

preferirei

Futuro do Presente

Vocês progridem Eles/Elas

progrediam

progrediram progrediram

progredirão

progrediriam

progrediria

progridam

progrida

progredisse

progredissem

progredisse

progredisse(s)

progredir

progredirem

progredir

progredir(es)

progredimos progredíamos progredimos progredíramos progrediremos progrediríamos progridamos progredíssemos progredirmos

progredirá

progrida progrida(s)

Nós

progredira

progrediria progrediria(s)

progrediu

progredia

progredirei progredirá(s)

progride

progredira

Você Ele/Ela A gente

progredi

Pretérito Imperfeito

Futuro

preferirem

preferirmos

Modo Subjuntivo

preferissem

prefiram

Presente

preferíssemos

prefiramos

preferir

progrediu progrediras (progrediste)

progredia

Futuro do Pretérito

preferisse

prefira

preferir(es)

progrido

Futuro do Presente

preferisse(s)

prefira(s)

preferir

Futuro

progride(s) progredia(s)

Pretérito Mais-que­ perfeito

Modo Indicativo

Pretérito Perfeito

preferisse

Pretérito Imperfeito

prefira

Presente

Eu

Pretérito Imperfeito

prefeririam

preferiríamos

preferiria

preferiria(s)

preferiria

Futuro do Pretérito

Modo Subjuntivo

Tu

Presente

PROGREDIR (~ agredir, denegrir, prevenir, transgredir)

preferiam

preferíamos

preferia

preferia(s)

Pretérito Imperfeito

Presente

Modo Indicativo

progredido

Particípio

preferido

Particípio

PREFERIR (~ advertir, digerir, divertir-se, ferir, conferir, inferir, referir, transferir, repetir, servir, sugerir, vestir, investir)

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 243

seguia

sigo

segue(s)[ɛ]

segue [ɛ]

seguimos

seguem [ɛ]

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

seguiram

seguimos

seguiu

seguiu (seguiste)

segui

Pretérito Perfeito

seguiram

seguíramos

seguira

seguiras

seguira

Pretérito Mais-que­ perfeito

seguirão

seguiremos

seguirá

seguirá(s)

seguirei

Futuro do Presente

seguiriam

seguiríamos

seguiria

seguiria(s)

seguiria

Futuro do Pretérito

sentia

sinto

sente(s)

sente

sentimos

sentem

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

sentiam

sentíamos

sentia

sentia(s)

Pretérito Imperfeito

Presente

sentiram

sentimos

sentiu

sentiu (sentiste)

senti

Pretérito Perfeito

sentiram

sentíramos

sentira

sentiras

sentira

Pretérito Mais-que­ perfeito

Modo Indicativo

sentirão

sentiremos

sentirá

sentirá(s)

sentirei

Futuro do Presente

sentiriam

sentiríamos

sentiria

sentiria(s)

sentiria

Futuro do Pretérito

SENTIR (~ consentir, pressentir, ressentir, mentir, desmentir)

seguiam

seguíamos

seguia

seguia(s)

Pretérito Imperfeito

Presente

Modo Indicativo

SEGUIR (~ conseguir, perseguir, prosseguir)

seguisse seguíssemos seguissem

siga sigamos sigam

sentisse sentisse(s) sentisse sentíssemos sentissem

sinta sinta(s) sinta sintamos sintam

Pretérito Imperfeito

Futuro

sentirem

sentirmos

sentir

sentir(es)

sentir

Futuro

seguirem

seguirmos

seguir

seguir(es)

seguir

Modo Subjuntivo

seguisse(s)

siga(s)

Presente

seguisse

Pretérito Imperfeito

siga

Presente

Modo Subjuntivo

sentido

Particípio

seguido

Particípio

244 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

subia

subia(s)

subia

subíamos

subiam

subo

sobe(s) [ɔ]

sobe [ɔ]

subimos

sobem [ɔ]

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

Pretérito Imperfeito

Eu

Presente

subiram

subimos

subiu

subiu (subiste)

subi

Pretérito Perfeito

subiram

subíramos

subira

subiras

subira

Pretérito Mais-que­ perfeito

Modo Indicativo

SUBIR (~ acudir, consumir, cuspir, fugir, sumir)

subirão

subiremos

subirá

subirá(s)

subirei

Futuro do Presente

subiriam

subiríamos

subiria

subiria(s)

subiria

Futuro do Pretérito

subam

subamos

suba

suba(s)

suba

Presente

subissem

subíssemos

subisse

subisse(s)

subisse

Pretérito Imperfeito Futuro

subirem

subirmos

subir

subir(es)

subir

Modo Subjuntivo

subido

Particípio

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 245

cabe(s)

cabe

cabemos cabíamos

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Pretérito Imperfeito

dava

dava(s)

dava

dávamos

davam

dou

dá(s)



damos

dão

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

cabiam

cabias

Presente

DAR

Vocês cabem Eles/Elas

cabia

caibo

Eu

cabia(s)

Pretérito Imperfeito

Presente

CABER

déramos deram

demos deram

dera

deras

dera

caiba

caiba(s)

caiba

coubesse

coubesse(s)

coubesse

Pretérito Imperfeito

couber

couber(es)

couber

Futuro

darão

daremos

dará

dará(s)

darei

dariam

daríamos

daria

daria(s)

daria

deem

demos



dê(s)



dessem

déssemos

desse

desse(s)

desse

Pretérito Imperfeito

derem

dermos

der

der(es)

der

Futuro

couberem

Modo Subjuntivo

coubessem

Presente

caibam

Futuro do Pretérito

caberiam

Futuro do Presente

caberão

Pretérito Mais­ que-perfeito

deu

deu (deste)

dei

Pretérito Perfeito

Modo Indicativo

couberam couberam

coubemos coubéramos

caberia

caberia(s)

caberia

Presente

Modo Subjuntivo

caberemos caberíamos caibamos coubéssemos coubermos

caberá

coubera

coube

caberei

Futuro do Futuro do Presente Pretérito caberá(s)

coubera

Pretérito Mais­ que-perfeito

coube couberas (coubeste)

coube

Pretérito Perfeito

Modo Indicativo

Outros verbos irregulares

dado

Particípio

cabido

Particípio

246 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

distribuíam

dizia

diz

dizemos

dizem

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

diziam

dizíamos

dizia(s)

diz(es)

dizia

digo

Tu

Pretérito Imperfeito

Eu

Presente

dissera disséramos disseram

dissemos

disseram

disseras

disse

dissera

disse (disseste)

Pretérito Mais-que­ perfeito

disse

Pretérito Perfeito

Modo Indicativo

distribuíram distribuíram

DIZER (~ contradizer, predizer)

Vocês distribuem Eles/Elas

dirão

diremos

dirá

dirá(s)

direi

Futuro do Presente

distribuirão

diriam

diríamos

diria

diria(s)

diria

Futuro do Pretérito

distribuiriam

distribuiria

digam

digamos

diga

diga(s)

diga

Presente

distribuam

distribua

dissessem

disséssemos

dissesse

dissesse(s)

dissesse

Pretérito Imperfeito

Modo Subjuntivo

distribuíssem

distribuísse

disserem

dissermos

disser

disser(es)

disser

Futuro

distribuírem

distribuir

Particípio

distribuído

Particípio

dito

distribuímos distribuíamos distribuímos distribuíramos distribuiremos distribuiríamos distribuamos distribuíssemos distribuirmos

distribuirá

distribuir(es)

distribuir

Nós

distribuíra

distribuísse(s)

distribuísse

Futuro

distribuiu

distribuía

distribua(s)

distribua

Pretérito Imperfeito

distribui

distribuiria(s)

distribuiria

Presente

Você Ele/Ela A gente

distribuirá(s)

distribuirei

Futuro do Pretérito

distribuiu distribuíras (distribuíste)

distribuíra

Futuro do Presente

distribui(s) distribuía(s)

distribuí

Pretérito Mais-queperfeito

Tu

distribuía

Pretérito Perfeito

distribuo

Pretérito Imperfeito

Modo Subjuntivo

Eu

Presente

Modo Indicativo

DISTRIBUIR (~ atribuir, contribuir, retribuir, instituir, destituir, substituir)

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 247

fazia(s)

fazia

faz(es)

faz

fazemos

fazem

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

fizéramos fizeram

fizemos fizeram

havia

Pretérito Imperfeito

houve

Pretérito Perfeito houvera

Pretérito Maisque-perfeito

Modo Indicativo

Exemplo: Houve quase seis milhões de inscritos no ENEM.

Presente



faziam

fizera

fizeras

fez

fizera

fez (fizeste)

Pretérito Mais­ que-perfeito

fiz

Pretérito Perfeito

farão

faremos

fará

fará(s)

farei

Futuro do Presente

fariam

faríamos

faria

faria(s)

faria

Futuro do Pretérito

façam

façamos

faça

faça(s)

faça

Presente

fizessem

fizéssemos

fizesse

fizesse(s)

fizesse

Pretérito Imperfeito

haverá

Futuro do Presente

haveria

Futuro do Pretérito

haja

Presente

Futuro

houvesse

Pretérito Imperfeito

Modo Subjuntivo

fizerem

fizermos

fizer

fizer(es)

fizer

Modo Subjuntivo

Além de verbo auxiliar, o verbo haver pode ser utilizado, em português brasileiro formal, para indicar existência.

HAVER

fazia

faço

Eu

fazíamos

Pretérito Imperfeito

Presente

Modo Indicativo

FAZER (~ desfazer, perfazer, refazer, satisfazer)

houver

Futuro

feito

Particípio

248 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

ia

íamos

iam

vai

vamos

vão

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

Pretérito Imperfeito

lia

lia(s)

lia

líamos

liam

Presente

leio

lê(s)



lemos

leem

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

LER (~ crer, reler)

ia

ia(s)

vou

vai(s)

Eu

Pretérito Imperfeito

Presente

Tu

IR

leram

lemos

leu

leu (leste)

li

foram

fôramos

fora

foras

fora

Pretérito Mais­ que-perfeito

leram

lêramos

lera

leras

lera

Pretérito Mais­ que-perfeito

Modo Indicativo Pretérito Perfeito

foram

fomos

foi

foi (foste)

fui

Pretérito Perfeito

Modo Indicativo

lerão

leremos

lerá

lerá(s)

lerei

Futuro do Presente

irão

iremos

irá

irá(s)

irei

Futuro do Presente

leriam

leríamos

leria

leria(s)

leria

Futuro do Pretérito

iriam

iríamos

iria

iria(s)

iria

Futuro do Pretérito

lessem

lêssemos

leiamos leiam

lesse

lesse(s)

lesse

Pretérito Imperfeito

leia

leia(s)

leia

fossem

fôssemos

fosse

fosse(s)

fosse

Pretérito Imperfeito for

Futuro

lerem

lermos

ler

ler(es)

ler

Futuro

forem

formos

for

for(es)

Modo Subjuntivo Presente

vão

vamos



vá(s)



Presente

Modo Subjuntivo

lido

Particípio

ido

Particípio

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 249

moía

mói [ɔ]

moemos

moem [ɔ]

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

moeram

moemos

moeu

moeu (moeste)

moí

Pretérito Perfeito

moeram

moêramos

moera

moeras

moera

Pretérito Mais­ que-perfeito

Modo Indicativo

moerão

moeremos

moerá

moerá(s)

moerei

Futuro do Presente

moeriam

moeríamos

moeria

moeria(s)

moeria

Futuro do Pretérito

moam

moamos

moa

moa(s)

moa

Presente

moessem

moêssemos

moesse

moesse(s)

moesse

Pretérito Imperfeito

moerem

moermos

moer

moer(es)

moer

Futuro

Modo Subjuntivo

moído

Particípio

Pretérito Imperfeito

odiava

odiava(s)

odiava

odiávamos

odiavam

Presente

odeio

odeia(s)

odeia

odiamos

odeiam

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

odiaram

odiamos

odiou

odiou (odiaste)

odiei

Pretérito Perfeito

odiaram

odiáramos

odiara

odiaras

odiara

Pretérito Mais­ que-perfeito

Modo Indicativo

ODIAR (~ ansiar, mediar, incendiar, remediar)

odiarão

odiaremos

odiará

odiará(s)

odiarei

Futuro do Presente

odiariam

odiaríamos

odiaria

odiaria(s)

odiaria

Futuro do Pretérito

odeiem

odiemos

odeie

odeie(s)

odeie

Presente

odiassem

odiássemos

odiasse

odiasse(s)

odiasse

Pretérito Imperfeito

Futuro

odiarem

odiarmos

odiar

odiar(es)

odiar

Modo Subjuntivo

odiado

Particípio

* A conjugação do verbo moer se assemelha à de doer , que, entretanto, é conjugado apenas na 3ª pessoa. Exemplo: Meu joelho direito dói no frio.

moíam

moíamos

moía

moía(s)

moo

mói(s) [ɔ]

Eu

Pretérito Imperfeito

Tu

Presente

MOER (~ corroer)

250 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

ouvia

ouço

ouve(s)

ouve

ouvimos

ouvem

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

ouviram

ouvimos

ouviu

ouviu (ouviste)

ouvi

Pretérito Perfeito

ouviram

ouvíramos

ouvira

ouviras

ouvira

Pretérito Mais­ que-perfeito

Modo Indicativo

ouvirão

ouviremos

ouvirá

ouvirá(s)

ouvirei

Futuro do Presente

ouviriam

ouviríamos

ouviria

ouviria(s)

ouviria

Futuro do Pretérito ouvisse ouvisse(s) ouvisse ouvíssemos ouvissem

ouça(s) ouça ouçamos ouçam

Pretérito Imperfeito

ouça

Presente

Futuro

ouvirem

ouvirmos

ouvir

ouvir(es)

ouvir

Modo Subjuntivo

ouvido

Particípio

passeamos passeávamos passeamos

Nós

passeavam

passeava

passeia

Você Ele/Ela A gente

Vocês passeiam Eles/Elas

passeava(s)

passeia(s)

Tu

passeara

Pretérito Mais-que­ perfeito

passearam

passeou

passeará

passeará(s)

passearei

Futuro do Presente

passearia

passearia(s)

passearia

Futuro do Pretérito

passeie

passeie(s)

passeie

Presente

passeasse

passeasse(s)

passeasse

Pretérito Imperfeito

Futuro

passear

passear(es)

passear

Modo Subjuntivo

passearam

passearão

passeariam

passeiem

passeassem

passearem

passeáramos passearemos passearíamos passeemos passeássemos passearmos

passeara

passeou passearas (passeaste)

passeei

passeava

passeio

Eu

Pretérito Perfeito

Pretérito Imperfeito

Presente

Modo Indicativo

passeado

Particípio

PASSEAR (~ bloquear, cercear, custear, folhear, frear, nomear, pentear, presentear, recear, saborear, semear)

ouviam

ouvíamos

ouvia

ouvia(s)

Pretérito Imperfeito

Presente

OUVIR

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 251

pediram

pedíramos

pedira

perdemos

Nós

Vocês perdem [ɛ] Eles/Elas

perde [ɛ]

Você Ele/Ela A gente

perdiam

perdíamos

perdia

perco

perde(s) [ɛ] perdia(s)

Eu

Tu

perdera

perdera

perderam perderam

perdemos perdêramos

perdeu

perdeu perderas (perdeste)

perdi

perdia

Modo Indicativo

pediram

pedimos

pedira pediras

Pretérito Pretérito Pretérito Mais­ Imperfeito Perfeito que-perfeito

pediam

pedíamos

pediu

pediu (pediste)

pedi

Pretérito Pretérito Mais­ Perfeito que-perfeito

Presente

PERDER

Vocês pedem [ɛ] Eles/Elas

pedimos

Nós

pedia

pede [ɛ]

Você Ele/Ela A gente

pedia

peço [ɛ]

pede(s) [ɛ] pedia(s)

Eu

Tu

Pretérito Imperfeito

Presente

Modo Indicativo

PEDIR (~ despedir, expedir, impedir, medir)

pedisse

peça [ɛ]

perderia

perderia(s)

perderia

Futuro do Pretérito

pediriam

pedissem

pedir

perdesse perdesse(s) perdesse

perca

perca

Pretérito Imperfeito perca(s)

Presente

Futuro

perder

perder(es)

perder

Futuro

pedirem

pedirmos

pedir

pedir(es)

Modo Subjuntivo

peçam [ɛ]

pedíssemos

pedisse pedisse(s)

peça [ɛ]

Pretérito Imperfeito

peça(s) [ɛ]

Presente

pediríamos peçamos

pediria

pediria(s)

pediria

Futuro do Pretérito

perderão

perderiam

percam

perdessem

perderem

perderemos perderíamos percamos perdêssemos perdermos

perderá

perderá(s)

perderei

Futuro do Presente

pedirão

pediremos

pedirá

pedirá(s)

pedirei

Futuro do Presente

Modo Subjuntivo

perdido

Particípio

pedido

Particípio

252 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

podemos

Nós puderam puderam

pudemos pudéramos

poderia

poderia(s)

poderia

Futuro do Pretérito

possa [ɔ]

possa(s) [ɔ]

possa [ɔ]

Presente

poderão

poderiam

punha(s)

punha

púnhamos

põe(s)

põe

pomos

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

punham

punha

ponho

Eu

Vocês põem Eles/Elas

Pretérito Imperfeito

Presente

puseram

pusemos

pôs

pôs (puseste)

pus

puseram

puséramos

pusera

puseras

pusera

Pretérito Pretérito Mais­ Perfeito que-perfeito

Modo Indicativo

porão

poremos

porá

porá(s)

porei

poriam

poríamos

poria

poria(s)

poria

Futuro do Futuro do Presente Pretérito

ponham

ponhamos

ponha

ponha(s)

pusessem

puséssemos

pusesse

pusesse(s)

pusesse

Pretérito Imperfeito

puserem

pusermos

puser

puser(es)

puser

Futuro

puderem

Modo Subjuntivo Presente ponha

puder

puder(es)

puder

Futuro

pudéssemos pudermos

pudesse

pudesse(s)

pudesse

Pretérito Imperfeito

possam [ɔ] pudessem

poderemos poderíamos possamos

poderá

pudera

pôde

poderei poderá(s)

pudera

pôde puderas (pudeste)

pude

Futuro do Presente

Modo Subjuntivo

PÔR (~ antepor, contrapor, dispor, expor, impor, opor, propor, repor, supor)

podiam

podíamos

podia

pode [ɔ]

Você Ele/Ela A gente

podia

posso [ɔ]

pode(s) [ɔ] podia(s)

Vocês podem [ɔ] Eles/Elas

Modo Indicativo

Pretérito Pretérito Pretérito Mais­ Imperfeito Perfeito que-perfeito

Eu

Presente

Tu

PODER

posto

Particípio

podido

Particípio

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 253

Vocês querem [ɛ] Eles/Elas

queremos

Nós

queriam

queríamos

quisesse

quiser

quiser(es)

quiser

quererão

quereriam

quisessem

quiserem

queiram

queira

quisesse(s)

quisesse

quiseram quiseram

quereria

queira(s)

queira

Pretérito Imperfeito

Futuro

produzirem

produzir

Modo Subjuntivo

produzissem

produzisse

quereremos quereríamos queiramos quiséssemos quisermos

quererá

quereria(s)

quereria

Presente

produzam

produza

quisemos quiséramos

quisera

quis

quer [ɛ]

Você Ele/Ela A gente

queria

quis quiseras (quiseste)

quere(s) [ɛ] queria(s)

quererá(s)

quererei

quisera

quis

Tu

queria

Futuro do Pretérito

produziriam

Futuro do Presente

produzirão

produziria

Pretérito Pretérito Mais-que­ Perfeito perfeito

Modo Indicativo

produziram produziram

quero [ɛ]

Pretérito Imperfeito

produziam

Eu

Presente

QUERER

Vocês produzem Eles/Elas

produzirá

produzir(es)

produzimos produzíamos produzimos produzíramos produziremos produziríamos produzamos produzíssemos produzirmos

produzira

produzisse(s)

produzir

Nós

produziu

produza(s)

produzisse

Futuro

produzia

produziria(s)

produza

Pretérito Imperfeito

produz

produzirá(s)

produziria

Presente

Você Ele/Ela A gente

produziu produziras (produziste)

produzirei

Futuro do Pretérito

produzia(s)

produzira

Futuro do Presente

produz(es)

produzi

Pretérito Mais-que­ perfeito

Tu

produzia

Pretérito Perfeito

produzo

Pretérito Imperfeito

Modo Subjuntivo

Eu

Presente

Modo Indicativo

PRODUZIR (~ conduzir, deduzir, induzir, introduzir, reduzir, seduzir, traduzir)

querido

Particípio

produzido

Particípio

254 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

ria(s)

ria

ri(s)

ri

rimos

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

sabemos

Nós

Vocês sabem Eles/Elas

sabe

Você Ele/Ela A gente

sabiam

sabíamos

sabia

sabia(s)

sabia

sei

sabe(s)

Eu

Pretérito Imperfeito

riam

Presente

Tu

SABER

Vocês riem Eles/Elas

ria

rio

Eu

ríamos

Pretérito Imperfeito

Presente

RIR (~ sorrir)

soubéramos

soubemos

saberia

saberia

saberia(s)

saiba

saiba(s)

saiba

Presente

soubesse

soubesse(s)

soubesse

Pretérito Imperfeito

Futuro

rirem

rirmos

rir

rir(es)

rir

Futuro

souber

souber(es)

souber

Modo Subjuntivo

rissem

ríssemos

riamos riam

risse

risse(s)

risse

Pretérito Imperfeito

ria

ria(s)

ria

Presente

Modo Subjuntivo

saberão

saberiam

saibam

soubessem

souberem

saberemos saberíamos saibamos soubéssemos soubermos

saberá

soubera

saberei

soube

souberam souberam

ririam

riríamos

riria

riria(s)

riria

Futuro do Pretérito

Futuro do Futuro do Presente Pretérito saberá(s)

soubera

Pretérito Mais­ que-perfeito

rirão

riremos

rirá

rirá(s)

rirei

Futuro do Presente

soube souberas (soubeste)

soube

riram

ríramos

rira

riras

rira

Pretérito Mais­ que-perfeito

Modo Indicativo Pretérito Perfeito

riram

rimos

riu

riu (riste)

ri

Pretérito Perfeito

Modo Indicativo

sabido

Particípio

rido

Particípio

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 255

saía

saíamos

saíam

sai

saímos

saem

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

trazia(s)

trazia

traz(es)

traz

trazemos trazíamos

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

traziam

trazia

trago

Eu

Vocês trazem Eles/Elas

Pretérito Imperfeito

Presente

TRAZER

saía

saía(s)

saio

sai(s)

Eu

Tu

Pretérito Imperfeito

Presente

saíram

saíramos

saíra

saíras

saíra

Pretérito Mais­ que-perfeito

trouxera

Pretérito Mais-que­ perfeito

trarão

trouxéramos traremos

trouxemos

trará

trará(s)

trarei

trouxera

trouxeram trouxeram

sairiam

sairíamos

sairia

sairia(s)

sairia

traga

traga(s)

traga

sair

trouxesse

trouxesse(s)

trouxesse

Pretérito Imperfeito

Futuro

trouxer

trouxer(es)

trouxer

Futuro

saírem

sairmos

sair

sair (saíres)

Modo Subjuntivo

saíssem

saíssemos

saísse

saísse(s)

saísse

Pretérito Imperfeito

Modo Subjuntivo

trariam

tragam

trouxessem

trouxerem

traríamos tragamos trouxéssemos trouxermos

traria

traria(s)

traria

saiam

saiamos

saia

saia(s)

saia

Presente

Presente

Futuro do Pretérito

Futuro do Futuro do Presente Pretérito

sairão

sairemos

sairá

sairá(s)

sairei

Futuro do Presente

trouxe

trouxe trouxeras (trouxeste)

trouxe

Pretérito Perfeito

Modo Indicativo

saíram

saímos

saiu

saiu (saíste)

saí

Pretérito Perfeito

Modo Indicativo

SAIR (~ cair, decair, trair, atrair, contrair, extrair, subtrair)

trazido

Particípio

saído

Particípio

256 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

valia

valho

vale(s)

vale

valemos

valem

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

via

via(s)

via

víamos

viam

vejo

vê(s)



vemos

veem

Eu

Tu

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

Pretérito Imperfeito

Presente vi

Pretérito Perfeito

viram

vimos

viu

viu (viste)

valeram

valêramos

valera

valeras

valera

viram

víramos

vira

viras

vira

Pretérito Mais­ que-perfeito

Modo Indicativo

valeram

valemos

valeu

valeu (valeste)

vali

Pretérito Mais­ que-perfeito

Modo Indicativo Pretérito Perfeito

VER (~ antever, prever, rever)

valiam

valíamos

valia

valia(s)

Pretérito Imperfeito

Presente

VALER (~ equivaler)

verão

veremos

verá

verá(s)

verei

Futuro do Presente

valerão

valeremos

valerá

valerá(s)

valerei

Futuro do Presente

veriam

veríamos

veria

veria(s)

veria

Futuro do Pretérito

valeriam

valeríamos

valeria

valeria(s)

valeria

Futuro do Pretérito valesse(s) valesse valêssemos valessem

valha valhamos valham

vissem

víssemos

vejamos vejam

visse

visse(s)

visse

Pretérito Imperfeito

veja

veja(s)

veja

Presente

virem

virmos

vir

vir(es)

vir

Futuro

valerem

valermos

valer

valer(es)

valer

Futuro

Modo Subjuntivo

valesse

valha(s)

Pretérito Imperfeito

valha

Presente

Modo Subjuntivo

visto

Particípio

valido

Particípio

Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal 257

veio

vinha

vínhamos

vinham

vem

vimos

vêm

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

vieram

viéramos

viera

vieras

viera

Pretérito Mais­ que-perfeito

virão

viremos

virá

virá(s)

virei

viriam

viríamos

viria

viria(s)

viria

Futuro do Futuro do Presente Pretérito

venham

venhamos

venha

venha(s)

venha

Presente

viessem

viéssemos

viesse

viesse(s)

viesse

Pretérito Imperfeito

voa

voamos

voam

Você Ele/Ela A gente

Nós

Vocês Eles/Elas

voavam

voávamos

voava

voava(s)

voava

voo

voa(s)

Eu

Tu

Pretérito Imperfeito

Presente

voaram

voamos

voou

voou (voaste)

voei

Pretérito Perfeito

voaram

voáramos

voara

voaras

voara

Pretérito Mais­ que-perfeito

Modo Indicativo

voarão

voaremos

voará

voará(s)

voarei

Futuro do Presente

voariam

voaríamos

voaria

voaria(s)

voaria

Futuro do Pretérito

voe

voem

voemos

voe

voe(s)

voassem

voássemos

voasse

voasse(s)

voasse

Pretérito Imperfeito

voarem

voarmos

voar

voar(es)

voar

Futuro

vierem

viermos

vier

vier(es)

Modo Subjuntivo Presente

Futuro vier

Modo Subjuntivo

VOAR (~ abençoar, amaldiçoar, aperfeiçoar, coar, doar, perdoar, povoar, soar)

vieram

viemos

veio (vieste)

vim

vem (vens) vinha(s)

vinha

venho

Pretérito Perfeito

Tu

Pretérito Imperfeito

Modo Indicativo

Eu

Presente

VIR (~ convir, intervir)

voado

Particípio

vindo

Particípio

258 Materiais complementares – Quadros de conjugacão verbal

Particípios

Particípios regulares A maior parte dos verbos conta com uma única forma (regular) para o particípio. 1ª conjugação − deixar Particípio

deixado

2ª conjugação − prometer prometido

3ª conjugação − proibir proibido

Particípios com uma única forma irregular Alguns verbos contam com uma única forma (irregular) no particípio, ao menos nas variedades prestigiadas do português. Infinitivo

Particípio

abrir

aberto

cobrir

coberto

dizer

dito

escrever

escrito

fazer

feito

pôr

posto

ver vir

visto vindo

Particípios duplos Alguns verbos têm duas formas possíveis para o particípio. Conforme a gramática normativa, as formas regulares do particípio devem acompanhar os verbos auxiliares ter ou haver, enquanto as formas irregulares devem acompanhar os verbo ser ou estar. Exemplos: • •

Eu ainda não tinha/havia imprimido o trabalho quando ele chegou. O trabalho ainda não foi/está impresso.

260

Materiais complementares – Particípios

Nos usos cotidianos do português, porém, essa regra nem sempre é seguida, mesmo entre falantes com alto grau de escolaridade. TER/HAVER (particípio regular)

SER/ESTAR ( particípio irregular)

aceitar

aceitado

aceito(a)

acender

acendido

aceso(a)

benzer

benzido

bento(a)

completar

completado

(estar) completo(a)

eleger

elegido

eleito(a)

emergir

emergido

emerso(a)

empregar

empregado

empregue

encher

enchido

(estar) cheio(a)

entregar

entregado

entregue

envolver

envolvido

envolto(a)

enxugar

enxugado

enxuto(a)

expressar

expressado

expresso(a)

exprimir

exprimido

expresso(a)

expulsar

expulsado

expulso(a)

extinguir

extinguido

extinto(a)

frigir

frigido

frito(a)

ganhar

ganhado

ganho(a)

gastar

gastado

gasto(a)

imergir

imergido

imerso(a)

imprimir

imprimido

impresso(a)

isentar

isentado

isento(a)

limpar

limpado

limpo(a)

matar

matado

morto(a)

morrer

morrido

morto(a)

pagar

pagado

pago(a)

pegar

pegado

pego(a)

prender

prendido

preso(a)

romper

rompido

roto(a)

salvar

salvado

salvo(a)

soltar

soltado

solto(a)

submergir

submergido

submerso(a)

suspender tingir

suspendido

suspenso(a) tinto(a)

tingido

Sobre os autores

Ana Cecília Cossi Bizon é mestre e doutora em Linguística Aplicada pela Universi­ dade Estadual de Campinas (Unicamp). Nessa mesma instituição, é docente e pesquisa­ dora no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), onde atua no Programa de Graduação em Letras, especialmente na Segunda Habilitação em Português Língua Estrangeira/ Segunda Língua, e no Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada. É tam­ bém aplicadora do exame de proficiência Celpe-Bras na universidade e participa, desde 2006, de sua elaboração e correção. Foi coordenadora geral do Núcleo de Línguas do Programa Idiomas sem Fronteiras (NucLi-IsF/Unicamp, MEC) e, como membro da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (ACNUR/ONU) na Unicamp, é uma das responsáveis por projetos da universidade para o ensino de português a refugiados. Entre 2013 e 2018, participa do programa Mais Médicos para o Brasil (MEC/Ministério da Saúde) como coordenadora e professora do eixo de Língua Portuguesa, sendo responsável pela elaboração de materiais didáticos, avaliações e pelo oferecimento de cursos para médi­ cos cubanos. Já desenvolveu alguns trabalhos para a Divisão de Promoção da Língua Portuguesa, do Ministério das Relações Exteriores, incluindo em Centros Culturais Bra­ sileiros da América Latina e Europa. Publicou os livros didáticos Estação Brasil (2005) e Estação Brasil – edição revisada e ampliada (2017), em autoria com Elizabeth Fontão, além de capítulos de livros e artigos com foco em questões relacionadas ao Português Língua Adicional. Elizabeth Maria Fontão do Patrocínio é mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e trabalha com ensino e produção de materiais didáticos de português para falantes de outras línguas desde o início da década de 1980. Em 1989, publicou seu primeiro livro para aprendizes adultos, Fala Brasil, seguido de Caderno de Exercícios (1993), e, em 2000, Sempre Amigos, voltado ao público jovem e complementado por De professor para Professor (todos editados pela Pontes e em autoria com Pierre Coudry). Juntamente com Ana Cecília Cossi Bizon, lançou, em 2005 e 2017, respectivamente, os volumes Estação Brasil e Estação Brasil­ -Edição Revisada e Ampliada (Editora Átomo e Alínea), destinado a estudantes de nível intermediário, em versão impressa e em e-book. Autora de artigos sobre planejamento, abordagem, método e questões culturais, em diversas coletâneas científicas, também presta consultoria a escolas bilíngues. A convite do Itamaraty, ministrou cursos de for­ mação continuada para professores de Português como Língua Adicional em Centros

262

Sobre os autores

Culturais Brasileiros ligados às embaixadas de vários países, como Itália, França, Ingla­ terra e Chile. Participou da correção de provas do vestibular da Unicamp e da aplicação do exame Celpe-Bras por muitos anos. Ultimamente tem ministrado cursos de Português para Falantes de Espanhol em Havana, Cuba, a convite da comissão organizadora do programa Mais Médicos para o Brasil. É sócio-fundadora da Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) e da Sociedade Internacional de Português Língua Estran­ geira (SIPLE), tendo sido também membro de sua primeira diretoria executiva. Leandro Rodrigues Alves Diniz é bacharel, mestre e doutor em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Desde 2013, é professor e pesquisador na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde atua, particularmente, na área de Português como Língua Adicional (PLA). Nessa universidade, é membro do corpo docente do Programa de Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras) e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (Poslin), e coordenador das disciplinas regu­ lares de PLA, dos cursos online de PLA do Centro de Extensão da Faculdade de Letras (CENEX) e do posto aplicador do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Foi professor visitante na Université Grenoble Alpes, com bolsa do programa CAPES-Print (antiga bolsa de pós-doutorado – dez. 2019 a maio 2020), pesquisador visitante na Ohio State University, com o apoio da Fulbri­ ght (set. a dez. 2018), coordenador do curso de PLA para Candidatos ao Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) na UFMG (2013–2019), membro da equipe de coordenadores do eixo de Português do programa Mais Médicos para o Brasil (2013–2018) e do Conselho Consultivo da Sociedade Internacional Português Língua Estrangeira – SIPLE (2017–2019), vice-presidente da Associação Mineira de Professo­ res de Português Língua Estrangeira – AMPPLIE (2017–2019) e do Programa Idiomas sem Fronteiras - Português (2015–2018), e professor da Universidade Federal da Inte­ gração Latino-Americana (2011–2013). Desde 2012, integra a comissão técnico-cientí­ fica do Celpe-Bras e, desde 2020, é editor-chefe da Revista Interfaces (UFMG), membro do Comitê de Políticas Públicas da Associação Brasileira de Linguística (Abralin) e coordenador do projeto DIPROlínguas (CAPES/COFECUB).

Créditos

Agradecemos a todos(as) os(as) detentores(as) dos direitos autorais dos textos escri­ tos e imagens que gentilmente autorizaram sua utilização em Mano a mano: português para falantes de espanhol. As referências dos textos escritos encontram-se ao longo da obra. As imagens, por sua vez, foram todas retiradas de Shutterstock.com, com exceção das listadas a seguir: Capa: Gettyimages.co.uk

Unidades Unidade 2 •

atividade 2, Já ouviu falar? (Fernando Brant):



atividade 6, Texto II:

• • •

• • •

. Acesso em: 17 jun. 2019. DEBRET, Jean Baptiste. Escravidão no Brasil, 1768–1848. Disponível em: . Acesso em 25 mar. 2019.

atividade 6, Texto II:

RUGENDAS, Johann Moritz. Capitão do mato, 1823. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2019.

atividade 6, Zoom:

. Acesso em: 17 jun. 2019.

atividade 8:

DEBRET, Jean Baptiste. Um funcionário a passeio com sua família, 1839. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

atividade 8:

DEBRET, Jean Baptiste. O Jantar, 1820. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

atividade 9:

RUGENDAS, Johann Moritz. Batuque, 1822–1825. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

atividade 9:

RUGENDAS, Johann Moritz. Capoeira, 1835. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

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Créditos



atividade 12:



atividade 15:





BROCOS, Modesto. A redenção de Cam, 1895. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018. Adaptado de: . Acesso em: 20 set. 2018.

atividade 15:

Adaptado de: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2000, p. 226. Disponível em: . Acesso em: 22 ago. 2011.

atividade 40:

. Acesso em: 17 jun. 2019.

Unidade 3 •

atividade 11, Já ouviu falar? (Djavan):



abertura da seção “Tradições de início de ano”:



• • • • • •

. Acesso em: 17 jun. 2019. CIUFFO, Leandro Neumann. A Rainha do Mar. Praia do Melo, Natal (RN) – Brasil, 2010. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

abertura da seção “Tradições de início de ano”:

FRANTZ, Ricardo André. Nossa Senhora dos Navegantes, na igreja do mesmo nome. Porto Alegre (RS) – Brasil, 2006. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2018.

atividade 23, Já ouviu falar? (Clara Nunes):

. Acesso em: 17 jun. 2019.

atividade 23, Já ouviu falar? (Dorival Caymmi):

. Acesso em: 17 jun. 2019.

atividade 27, Já ouviu falar? (Lima Barreto):

. Acesso em: 17 jun. 2019.

atividade 32:

RODRIGUES ALVES, Maria Laura Tanus. Santo casamenteiro, 2019.

atividade 37, Zoom (bem-casado):

. Acesso em: 17 jun. 2019.

imagens da atividade 44 (texto “Folia de Imagens”):

EMILIA, Ana. Folia de imagens. Astrolábio, 21, set. 2017. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2018.

Tintim por tintim Unidade 1 •

atividade 13:



atividade 17:



Adaptada de imagem que, por vezes, circula em redes sociais no Brasil. Acesso em: 01 maio 2018. Adaptado de: . Acesso em: 06 ago. 2018.

atividade 17, Zoom (panfleto):

. Acesso em: 17 jun. 2019

Créditos

Unidade 2 •

explicações sobre “Voz ativa e voz passiva analítica” (esfirras):



atividade 1 (Sueli Carneiro):



• • • • •

. Acesso em: 18 jun. 2018. . Acesso em: 18 jun. 2018.

atividade 2 (Maria Firmina):

. Acesso em: 17 jun. 2019

atividade 7 (Carolina de Jesus):

. Acesso em: 18 jun. 2018.

atividade 7 (Conceição Evaristo):

. Acesso em: 18 jun. 2018.

atividade 9 (Milton Santos):

. Acesso em: 18 jun. 2018.

atividade 16 (Adriana Esteves)

https://pt.wikipedia.org/wiki/Adriana_Esteves#/media/Ficheiro:Adriana_Esteves_em_2019.jpg. Acesso em: 18 jun. 2018.

atividade 16 (Débora Falabella):

. Acesso em: 18 jun. 2018.

Afiando a língua Unidade 1 •

atividade 4, Já ouviu falar? (Diogo Nogueira):

. Acesso em: 18 jun. 2018.

Unidade 2 •

atividade 1, Já ouviu falar? (Roberto Carlos):

. Acesso em: 17 jun. 2019.

Unidade 3 •

atividade 1, Já ouviu falar? (Tim Maia):



atividade 3, Já ouviu falar? (Valter Hugo Mãe):

. Acesso em: 17 jun. 2019. . Acesso em: 17 jun. 2019.

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