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Portuguese Pages 342 Year 2013
FILOSOFIA
E CUIDADO DE SI Urvva Jornada de Werói.
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Viação dc Adão, uc Michelangelo. A
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Uma imagem interessante para ilustrar a noção de sonho e paraíso pessoal é A criação de Adão, que faz parte dos afrescos pintados por Michelangelo na Capela Cistina. Essa obra é considerada uma das mais represen¬ tativas do período renascentista. Essa época da história e associada a uma retomada (um renascimento) da cultura Clássica greco-romana que permaneceu “adormecida” durante a Idade Média.
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Retrato de Michelangelo atribuído u Sebastiano dei Piombo (14X5
Michelangelo litumurroii (1475-1504) é considerado um dos tnaiogênios do Renascimento. Pintor, escultor e arquiteto, era um altista mterdisciplinai que produzia sua arte nos mais diferentes suportes. Apesar de ser um genial escultor, ganhou grande notoriedade para as gerações futuras em função dos famosos afrescos pintados na C apeta Cistina. A história do processo criativo que le¬ vou Michelangelo a criar lais afrescos é contada no clássico filme Agonia c e.xia.w, de Carol Reed. 1965. ies
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- Introdução
1547).
Podemos observar nessa imagem um Adão com uma postura de grande tranquilidade e um olhar sereno, ao mesmo tempo o corpo possui os músculos ressalta¬ dos bem dentro do ideal de beleza clássica. A figura hu¬ mana ai representada tem uma grande valorização tanto nas formas quanto na expressão; a sensação de altivez e plenitude de Adão está cristalizada nessa imagem. No lado direito vemos a figura de Deus segundo Michelan¬ gelo, também bastante próximo do ideal de beleza física clássica. Deus está muito parecido com as imagens dos deuses gregos, principalmente com Zeus e Posseidon, senhores do Olimpo e dos oceanos, respectivamente. Existe uma clara simetria entre as figuras de Deus e de Adão, principalmente estabelecidas pelos seus tórax expostos. A conexão se dá por meio do toque dos dedos indicadores de cada um deles que acaba de ocorrer. O toque da criação. Esse mesmo contato cria uma linha de continuidade entre os braços dos dois personagens, esta¬ belecendo uma conexão e, portanto, uma grande proxi¬ midade entre as dimensões humana e a divina. Os olhares de Deus e Adão entram em contato reforçando ainda mais essa mesma ligação. De forma alguma Adão parece submisso ou inferior à imagem de divindade; pelo contrário, a parcela humana de Adão se vê refletida na figura divina, um é o espelho do outro, daí uma imagem que representa tão bem a noção de honra, de timé, de sonho ou paraíso individual. Existe uma di¬ vindade criadora da própria realidade em cada indivíduo. De alguma forma, os grandes nomes do Renascimento são artistas que reafirmam essa imagem. Há uma histó¬ ria famosa sobre Michelangelo que representa bem essa ideia. Logo após ter esculpido uma de suas obras mais magníficas, Moisés, ele teria dito à própria escultura: Parla! Ou seja: — Fale! A obra parecia tão viva que Michelangelo se sentiu como um deus que realiza uma
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criação. Introdução -
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do da Vinci,
Temos, também, o exemplo de
cuja autoeslima era tão elevada tipo de conhecimento humano
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mortais. O que são os homens? Deuses
Deuses? Homens imortais.
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Protágoras
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A imagem da criação de Adão vista dessa torna-se bastante provocadora, haja vista que subverte completamente a descrição bíblica do momento da cria ção de Adão por Deus no Genesis. Essa descrição será tratada mais adiante ainda no primeiro capítulo deste
livro.
O paraíso perdido4 O tema do paraíso perdido é recorrente na litera¬ tura, na mitologia universal e, principalmentc, no imagi¬ nário ocidental. Essa ideia surge do pensamento de que algum dia a humanidade encontrará um local paradisíaco onde todas as suas atribulações e problemas acabarão. Não haverá sofrimento, dor, perdas de qualquer espécie; seria a restauração de um estado já vivido pela humani¬ dade, mas que por algum evento, pecado ou transgressão foi perdido pelo homem. Os mitos são muitos; a terra prometida, Shangrilá, Atlântida, o Jardim do Éden, o retomo de D. Sebastião, o retorno do rei Arthur. Todos esses exemplos trazem à tona uma expectativa humana de viver novamente algo que te¬ ria sido perdido em algum momento do desenvolvi mento humano.
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Puraiso perdido. Obro poética do século XVII, escrita por John
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«"ginalmenie publ.cada cm 1067.
Raça de Ouro!i
Primeiro de ouro a raça dos homens mortais (...) tendo despreocupado coração, apartados, longe de penas e misérias; nem temível velhice lhes pesava, (...) festins, em os males todos afastados, alegravam-se (...) espontânea a terra nutriz fruto trazia abundante e generoso e eles, contentes, tranquilos nutriam-se de seus pródigos bens. (O
Trabalho e os Dias, de HESÍODO)
Esses mitos trazem à tona um desejo humano de voltar a um estado de mão sofrimento que já teria sido experimentado e no qual os homens estavam inseridos, não por uma ação ou mérito do indivíduo, mas porque foi concedido como que por uma “graça divina”. Um olhar mais atento para essa questão nos leva a refletir sobre a própria existência e sobre a condição humana de peidas sucessivas, começando pelo próprio momento do nasci¬ mento. O momento do nascimento representa a imagem mais bem acabada da perda de um paraíso heterônimo, afinal enquanto se vivia a vida intrauterina vivenciavase, também, um paraíso individual. Normalmente, esse é um espaço de não sofrimento, não há as sensações de fome, de frio, de carência. Existe ali um sentido de mis¬ tura do feto com a sua mãe. A hcteronomia pode ser en¬ tendida como uma lei, regra ou norma determinada por outra pessoa. O nascimento é também o momento de separação ou perda desse mesmo paraíso e início dc uma série de sofrimentos que antes não existiam: fome, frio, sono, a agressão do meio a partir de luzes e ruídos e a neces¬ sidade de sair de um estágio de conforto para outro de busca ou luta pela sobrevivência. A jornada humana he¬ roica tem o seu início nesse momento e a conquista de um novo paraíso depende, agora, da ação do indivíduo. 'J
1IHSÍODO. O TrubuHio c os Dias. Trail. Mary ile Camargo Neves Laler, ed. Luminuras. 19%, p. 31.
Introdução -
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Cada vez mais, o indivíduo é impelido paraíso entào autónomo, e essa
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passagem sempie
entrar em implica em abandonar uma zona de conforto e uma zona desconhecida, gerando um grau de sofrimento e e medo. O enfrcntamcnto desses sofrimentos e medos a relaçào que o indivíduo estabelece com tais elementos he¬ terá como resultado o ritmo e a dinâmica da jornada roica humana. Nos mitos, essa busca por um paraíso autónomo é cíclica e, em geral, ocorre sempre que se atinge um esta¬ do de zona de conforto em alguma área da vida cotidiana do herói. Fazendo um paralelo entre a jornada dos he¬ róis e a vida das pessoas, podemos pensar na questão da própria felicidade humana, afinal o estado de felicidade habitualmente identifica-se com um período de zona de conforto, contudo esse período sofre uma ruptura asso¬ ciada com uma vontade de ter novas experiências, atingir novos horizontes. É isso que move os heróis a saírem de uma situação de comodidade e buscarem algo maior do que eles experimentaram até então. Ao longo deste livro, faremos uma reconstrução dos caminhos que constituem esse paraíso autónomo na história individual dos alunos e como, mediante uma in¬ vestigação dessa história, pode-se lidar com as saídas das zonas de conforto e a entrada em uma zona desconheci¬ da.
Joseph Campbell: A Jornada do Herói O sonho é o mito personalizado e o mito é o sonho despersonalizado; o mito e o sonho simbolizam, da mesma maneira geral a dinâm' psique. Mas, nos sonhos, as formas são destorcidas pelos problems P ticulares do sonhador, ao passo que, nos mitos, oS problemas e soluções apresentados são válidos diretamente para toda a humanidade6 (Joseph Campbell) 6
CAMPBELL. Joseph. O herói de mil
1ÿ2 - Introdução
faces. Cuhnx
Pensamento: Sào PaÿuTjTÿ ->8~
Joseph Campbell foi um pesquisador norte-ame¬ ricano que estudou uma quantidade enorme de mitos, lendas e histórias de diferentes povos e em localidades diversas. Sua maior contribuição no campo dos estudos mitológicos está certamente no livro Herói de mil faces, no qual busca identificar similaridades entre os diversos mitos que estudou. O pesquisador acaba por encontrar uma linha comum entre esses mitos e toma como fio condutor dessas similaridades a figura do herói. O herói de mil faces aponta passagens bastante claras pela qual os heróis vivem as suas jornadas heroi¬ cas. Basicamente, a jornada do herói repete a própria jornada humana de desafios e conquistas cotidianas, que são transformadas em uma linguagem simbólica para re¬ presentar os desafios vividos pelos indivíduos ao longo das suas vidas. Nas palavras de Campbell:
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Um herói vindo do mundo cotidiano se aventura numa região de prodí¬ gios sobrenaturais; ali encontra fabulosas forças e obtém uma vitória decisiva; o herói retoma de sua misteriosa aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes. (Joseph Campbell)
A experiência da jornada trás para o herói a con¬ quista de um novo patamar de conhecimento, a expansão da realidade que ele vivia até então. Nesse livro, o aluno é convidado a “vestir a máscara do herói” e, portanto, vivenciar as mesmas fases experimentadas pelos heróis nas suas jornadas de autoconhecimento. Nossa proposta de orientação vocacional utilizase, também, da Jornada do escritor: estruturas míticas para escritores, de Christopher Vogler. Esse livro foi es¬ crito com a intenção de ser um guia prático para o Herói de mil faces, de Campbell.
Introdução -
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dc li lines pat a pram umu didatr/açao Uidar a obi a de Campbell estabeleceu trabalho. desta, bastante útil c aplicável ao nosso dc guia pau Os do/e passos do herói nos servirão ale os do/e capítulos do nosso livro. Há um pai escritores público-alvo de Christopher Voglcr, que são os nosso, c c os redatores de roteiros cinematográficos, c o eiras. alunos e estudantes em fase dc escolha das suas can A intenção é que cada indivíduo torne-se um escii tor da sua própria história dc vida, das suas habilidades, competências, talento e sonho. Portanto, a ferramenta fundamental para este trabalho será a linguagem tanto escrita quanto talada. Tanto as aulas quantos os exercícios buscam reor¬ ganizar as experiências de vida do aluno tendo como fio condutor a jornada do herói de Campbell. Assim, buscase uma conscientização acerca dessas passagens, então: Qual foi o seu chamado à aventura? Quem foram os seus principais mestres? Quais são os principais limiares de vida enfrentados? Essas são questões que permeiam o nosso trabalho de orientação. Essa construção busca identificar as potencialida¬ des, bem como as realizações e as limitações .......
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gerando um
individuais,
autoconhecimento facilitador para a tomada de decisões de qualquer tipo, sobretudo as relativas ao campo profissional e de estudos.
. Introdução
Mapa do talento Essa ferramenta foi criada com o objetivo de se estabelecer uma síntese de tildo o que vai sendo inves¬ tigado ao longo do processo de orientação. Ao realizar essa síntese, o aluno terá a experiência de “montar um quebra-cabeça” do seu próprio histórico de vida, ou seja, relativo ao conhecimento que ele possui de si mesmo. Tal síntese facilitará a identificação de possíveis caminhos nos quais o aluno poderá transformar os resul¬ tados de suas várias investigações em ações práticas.
Introdução -
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CAPÍTULO I
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im Aquiles c urn dos principais heróis da mitologia grega. É o per¬ sonagem central do poema Ilíada de Homero, que narra a guerra dos gregos contra os troianos. Nessa cena, Príamo, o rei de Tróia, suplica pelo corpo de seu filho Heitor, que foi morto por Aquiles cm um duelo.
Príamo suplica a Aquiles pelo corpo de Heitor; Alexander A. Iva¬ nov (1824).
Eles devem superar os limites da sua condição humana para atingir essa finalidade e, para isso, devem realizar fei¬ tos que vão além dos limites a eles impostos. Realizam algo maior do que eles próprios, e a cada superação aproximam-se mais da divindade. Essas realizações ocorrem ao longo da sua jornada heroica, e o início dessa jornada normalmente ocorre com uma separação de sua tribo, vila ou grupo original se¬ melhante ao sentido das várias separações da mãe que uma criança experimenta (nascimento, deixar de alimentar-se do leite materno, libertação das fraudas, primeiro dia na esco¬ la, etc. Dessa maneira, a principal função de um herói é a de aprender, emancipar-se e tomar-se de
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autónomo. São símbolos uma alma em transformação e da jornada que cada indivíduo percorre ao longo de sua vida. No decorrer deste livro seremos convidados a “vestir a máscara” do herói e experimentar um pouco desse mergulho em si mesmo com um sentido de emancipação.
- O mundo comum - CAPÍTULO 1
Exercícios do Io capítulo Refletindo com filmes: Troia (2004) Direção: Wolfgang Petersen Procure observar e identificar os diferentes ta¬ lentos/virtudes que cada personagem parece demons¬ trar. Com especial atenção para: Aquiles, Heitor, Ulis¬ ses, Príamo e Paris.
Narradores de Javé (2003)
Direção: Eliane Café O filme explora a importância da cultura oral para os povos e a questão da memória quando a tradição oral passa a ser escrita. Procure refletir acerca da questão da verdade e das suas possíveis interpretações, dependen¬ do das múltiplas visões individuais sobre os fatos de um passado remoto.
Agonia e êxtase (1965)
Direção: Carol Reed O filme é uma verdadeira aula de História acerca do contexto que levou o grande artista do Renascimen¬ to Michelangelo a pintar os afrescos da Capela Sistina. Observe atentamente o momento de inspiração e a cone¬ xão com o divino, que levou o artista a ter a ideia sobre o tema definitivo da pintura.
O mundo comum - CAPÍTULO 1
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A Capela Sistina situa-se no Palácio Apos¬ tólico, residência oficial do Papa. Sua ar¬ quitetura teria sido inspirada nas dimensões do templo de Salomào descritas na Bíblia. Atualmcntc c o local onde sc realizam os conclaves para a eleição dos papas. Rece¬
beu diversas pinturas dos principais artistas do Renascimento, dentre eles os afrescos de Michelangelo são os mais famosos, consti¬ tuindo-se como uma das obras mais impor¬ tantes do gênero humano.
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Refletindo sobre a jornada Neste exercício, vocc deve conduzir uma reflexão sobre os seus próprios paraísos heterônimos, ou seja, as suas zonas de conforto, e transformar em palavras os sentimentos experimentados quando da saída dessa con¬ dição. Ao tomar contato com essas palavras, há a pos¬ sibilidade de se adquirir uma conscientização acerca de como cada um se relacionou com esses eventos. Cria-se um histórico dessa relação e toma-se possível observar se ela é ou não adequada para o seu cotidiano atual.
Atividade 1: O ambiente ideal Neste exercício você deve identificar as princi¬ pais características de um ambiente ideal de vida cotidiana e profissional. A investigação, portanto, centra-se no lugar ou ambiente físico ideal. Para tanto, inicia-se relacionando os lugares onde se morou, depois as carac¬ terísticas negativas desses lugares (elementos dos quais o orientando não gostou e que tenham relação com o lugar. Exemplos: pouco espaço, muito trânsito próximo, distante do centro, muito barulho, etc.). Depois, identificam-se todas as características que você gostou, gosta ou ainda gostaria desses lugares. Normalmente, para cada característica de que não gos¬ tou existe uma de que gostaria. Dessas várias caracte¬ rísticas, ele deverá escolher dez das mais importantes e classificá-las usando a Tabela de Hierarquia de Itens e, depois, passá-las para o Mapa do talento.
O mundo comum - CAPÍTULO 1 -
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Tabela de hierarquia dos itens ao longo Esse c um instrumento que será usado todo o projeto de orientação vocacional. Uma d;,s grandes dificuldades que normalmente se cneom,., com relação a decisões c escolhas de vida tua re¬ lação com o grau de importância que atribuímos a cada um dos elementos dessas escolhas. Em geral, a maior dificuldade está em saber o que é mais importante, dentre um conjunto de opções. Esse instrumento ajudará a tomarmos decisões mais
conscientes nesse sentido.
Passo a passo para o uso da tabela Io - Distribua as opções na coluna de “itens”. Não é necessário preocupai -sc com a ordem dessa distribuição. Cada item agora está associado a um número dc acordo com a sequência das linhas. 2o -Na tabela comparativa, os itens devem ser comparados em pares segundo o seu grau de importância. À medida que se compara, deve-se circular o número ilc preferência. Isso deve ser feito para todos os itens da tabela comparativa. 3 Esse é o momento de somar os resultados de cada item, ou seja, quantas vezes cada um foi circulado. 4o - A classificação final é o resultado dessa soma. Os itens que tiveram uin«* soma maior de escolhas ocuparão uma posição maior na escala de classificação, lim alguns casos, podem ocorrer empates.
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Jÿ56 - O mundo comum - CAPÍTULO 1
Atividade 2: Entrevista com os amigos Esse é o primeiro momento de entrevistas desta proposta de orientação vocacional. O objetivo dessas entrevistas é buscar ouvir discursos e argumentos ex¬ ternos e que possam ser usados para compor as suas próprias habilidades e competências.
Nesta atividade, busca-se a opinião de amigos próximos, que tenham um bom grau de conhecimen¬ to sobre você em práticas cotidianas ou profissionais. Pedem-se duas entrevistas, mas caso queira podemse buscar mais entrevistas. As perguntas e o modo como foram concebidas são sugestões; pode-se, natu¬ ralmente, encontrar as próprias palavras para realizálas, contanto que mantenham o sentido original do exercício. Depois de realizadas as entrevistas, você deve¬ rá fazer uma síntese daquilo que ouviu ou leu, tendo como “termómetro” aquilo que de fato acredita ser verdadeiro nele próprio, estabelecendo, assim, um “filtro” para a sua audição ou leitura. Você deverá conduzir o seu olhar para as suas habilidades e competências, portanto ações realiza¬ das e presentes nas entrevistas. Dessa foima, a aten¬ ção maior deve se dirigir para os verbos e seus com¬ plementos presentes nas entrevistas e que tenham sido realizadas por você. Exemplo: falar em público, escrever com realismo, tratar das pessoas com afeto, etc.
O mundo comum - CAPÍTULO l
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Rolk'lnulo M'IMV ;i jom;ul;i: O imimlo annum voce sc sent in saindo (|L. Kclcmhie c dcNCieva um momento na >ua x u|-, no qual mu "IUMISO" e nuli> cm duvt/ào a uma \ ula mais autónoma. voce nesse momento') Ona.s palasus tiailn/cm melhor os sentimentos vividos por I-
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mundo comum - CAPÍTULO I
Definindo as caraclerísticas do meu “lócus” ideal
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Resultado: soma dos itens 1 2 3 45678 9
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- O mundo comum
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CAPÍTULO 1
do lugar ideal
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Atividade 2: Entrevistas com amigos Ia Entrevista com amigoíat : •
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Qual atividade você já me viu fazendo que foi capaz de trazer um “brilho” paia o momento? O que você acredita ser diferente em mim e especial com relação a outras pessoas? O que você acredita ser o meu talento?
• Síntese daquilo que sinto/acredito ser verdadeiro.
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O mundo comum CAPÍTULO 1 -
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O mundo comum - CAPÍTULO 1 -
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O chamado à aventura O segundo estágio da jomada do herói, segundo Christo¬ pher Vogler, é o chamado à aventura. Nessa fase, o herói, que está em seu mundo comum, recebe um convite para sair do seu estado de inércia e iniciar uma aventura. Tal chamado ocorre por meio de uma conjunção de ele¬ mentos externos e internos ao herói. Ele recebe um sinal obser¬ vável, algo bem objetivo, como: uma carta, um aviso de alguém (mensageiro), um evento que surge inesperadamente. O cha¬ mado é claramente perceptível na realidade do herói. Entretan¬ to, há algo um pouco mais subjetivo que se agita internamente no protagonista da história; de alguma forma ele sente que a sua realidade atual não mais condiz com o que ele gostaria dc vivenciar. Há, portanto, algo maior que o impele a buscar novas ex¬ periências ou novas motivações de vida. Essa intuição do herói traz a notícia de que chegou o momento de mudar.
_ o chamado à aventura - CAPÍTULO 2
Arquétipo do arauto: o mensageiro Na história do Jardim do Éden, que vimos no primeiro capítulo, o caminho para a mudança foi anunciado por um men¬ sageiro - a serpente. Apresentou-se como forma de tentação ou sedução para Eva e convidou-a a experimentar (literalmente) um novo sabor para a sua existência, que se constituía em um novo conhecimento, o conhecimento do bem e do mal, ou a experiência da divindade. Eva foi convidada a se conectar ao mundo do divino, tendo que arcar com o bónus e com o ónus de sua escolha. Originalmente, o termo “arauto” vem do francês heralt e designava o cargo de mensageiro ou porta-voz oficial duran¬ te a Idade Média. Dessa forma, sua principal função era a de anunciar algo: um título de nobreza, uma decisão real, a guerra ou a paz. Arquetipicamente, os arautos anunciam a vinda de uma mudança significativa para o herói, portanto sua principal função é a de anunciar a mudança. Esse personagem fornece a motivação para o início de fato da jornada do herói. O arauto pode apresentar-se sob as mais diversas fonnas: uma força da natureza (chuva, terremoto, vendaval, etc.), persona¬ gens ou situações experimentadas pelo herói. Vejamos outro exemplo: O velho do restelo "A que novos desastres determinas De levar estes reinos e esta gente? Que perigos, que mortes lhe destinas Debaixo dalgum nome preminente1 ? Que promessas de reinos, e de minas D'ouro, que lhe farás tão facilmente? Que famas lhe prometerás? Que histórias? Que triunfos, que palmas, que vitórias?" (Os lusíadas, Canto IV, 94-97)
Preminente: “que ocupa posição mais elevada”.
O chamado à aventura - CAPÍTULO 2 -
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Vasc0 du Gama a tentação de gló. poderá trazer; porém, inse.
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possibilidade do fracasso caso da gananca c da airogancia. armadilhas nas caiam os mesmos
das possibilidades Essa passaeem é bem representativa A metáfora da glória na conquista de que se abrem mundo representa a expansão um novo continente ou um novo aluno em busca de sua vodas dimensões de vida. No caso do cação, a glória está, nesse momento, em conquistar uma nova perspectiva de vida traduzida, pelos enunciados de talento e de sonho.
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Luís de Camões (1524-1580), autor de Os lusíadas, retratado por François Gérard.
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das Cirandes Navegações dos portugueses Os lusíadas: A obra nana em busca de um caminho para as Indies Oncuuus, atrás de suas riquezas: as especiarias Para tan10. era necessário o domínio da navegação pelo oceano Atlântico, conhecido alé enlâo como o mar tenebroso cm lunçâo das umigas histórias acerca de monstros marinhos que devoravam embarcações numas. Alem disso, era necessário um grande investimento de capital material e humano para a preparação e leali/u-m ,1-, . . conunen.e o * aiVieano lodo circundar a
„i„gU ímhaXpmrn ''
| 66 - O chamado â aventura - CAPÍTULO 2
Está colocada, também, a possibilidade de fracasso, que no caso da tripulação de Vasco da Gama seria a perda de todo o investimento material e de vidas colocadas no empreendimen¬ to das navegações. Assim, o arauto anuncia algo magnífico c terrível ao mesmo tempo. Resumindo, o chamado à aventura acontece cm todo o momento no qual vocc se sente convidado a buscar algo maior do que tudo o que se viveu até então. É um momento de intui¬ ção sobre novas vivências, ou quando se manifesta uma vonta¬ de genuína de realizar algo novo.
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Vasco da Gania na índia. Biblioteca do Congresso dos EUA. Aquarela (1880).
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O chamado à aventura - CAPÍTULO 2 -
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Chamado à aventura. Gautanw' a história de Siddhartha para ilustrar o chamado à aven. Siddhartha Gautama, que ficou codo a lura é uns estl,diosos dizem que os eventos V ocorrido por volta do século a.C. Conta 0 fo. criado em meio a grande ri. milo que o príncipe Siddhartha ancestrais e, mais especificamenqueza acumulada pelos seus Ele deveria, por obngaçao, herdar te de seu pai, Suddhodana. educação que era considerada paterno e recebeu toda a o mestres de diferentes artes necessária para isso. Teve vários que foram cuidadosamente escolhidos e acabou se tomando um professor dos seus próprios tutoA história que usaremos
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Mesmo em meio a tamanha riqueza e abun¬ dância, os olhos do príncipe perdiam-se em pen¬ samentos, que o retiravam da sua vida cotidiana. Seu pai tomou o cuidado de estabelecer mura¬ lhas bastante extensas, oferecer todo o conforto e facilidades possíveis, na esperança de que Si¬ ddhartha não sentisse a necessidade de explorar outros mundos, e nem mesmo a cidade ou o país que governaria.
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Lstátua dc Buda. Templo de Bomunsa, na Coreia do Sul.
- O chamado à aventura - CAPÍTULO 2
Um dia, o príncipe ouve uma bela melodia que vinha do outro lado da mura¬ lha, mas surpreendentemente só ele ouvia tal melodia. Aquilo o instigou ainda mais a querer conhecer alem dos muros, c foi o que fez, saiu acompanhado de um amigo para explorar a sua cidade. Logo no início, ele vê um homem velho c fica surpreso: O que aconteceu com aquele homem? Por que a sua pele é enrugada e ele anda vagarosamente? O seu amigo responde que aquele é apenas um homem velho e que a velhice faz parte da condição humana. Até mesmo ele, o príncipe Siddhartha, um dia será velho. Essa afirmação foi completamente desconcertante para o príncipe, que não havia ainda tomado contato com qualquer tipo de sofrimento humano. Mais à frente ele vê um homem doente e sua surpresa é ainda maior. — Por que aquele homem age daquela forma, seus tossidos, seu andar cambaleante, o que há de errado com ele? E o amigo, ainda hesitante, começa a explicar para Siddhartha o que c a doen¬ ça e que dificilmente um homem passa pela vida sem experimentá-la em algum grau, pois isso também faz parte da condição humana. O príncipe, ainda perplexo, vê mais adiante um cadáver no chão. — - O que há com aquela pessoa? Por que está imóvel e seu aspecto é tão frio e tenso? O companheiro de Siddhartha passa, agora, a falar sobre a inevitabilidade da morte e que essa é também uma das condições humanas. Depois dessas três revela¬ ções, o príncipe decide abandonar o palácio e encontrar o conhecimento que liber¬ tará a humanidade de todo o tipo de sofrimento. Sua busca o leva a se tomar Buda ou o iluminado, e o seu caminho ou jornada heroica é vista como um modelo para a minimização ou eliminação do sofrimento humano para os budistas.
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Indicação de Filme: O pequeno Buda, de Bernardo Bertolucci (1993). Um grupo de bu¬ distas tibetanos acredita ter encontrado a reencamação de um grande sábio com o qual conviveram. A reencamação teria recaído em um jovem norte-americano. Os pais, mesmo incrédulos, partem em uma viagem a um país distante e encontram todo um universo de nov as crenças c paradigmas. Em paralelo, a história do príncipe Siddhartha é narrada pelos monges ao jovem rapaz, que se vincula ao sentimento de compaixão e sabedoria daquela cultura milenar.
O chamado à aventura - CAPÍTULO 2 -
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cons.ih.cn,. que estaVa mo*c ica. a Vdh.ce. .locnvn mor para um novo camtnho prop,* Koran, os molivos dc ipic dc precisava miter c existência sua sendo estabelecido pelo pa, para a hbertaçào da Innnantdade ou para o seu so„ho c. ponanto. antónonio cm dtreeào a parecida com a de muitas Pessoas tnuilo c A história do príncipe Stddhartha projetam um a existência segundo os seus vida c comuns cujos pais idealizam uma os sonhos c talentos de seus filhos anular por próprios valores ou desejos c acabam dc seguir o seu próprio cami¬ necessidade a bin algum momento, o indivíduo sente daquilo que ele gostaria verdapróximo mais algo nho c recebe um chamado para acompanhado de um distúrbio interior, e vem chamado dciramcnte. I-m geral, esse que o circunda. uma não acomodação com a realidade e o seguiu. De alguma sentimento um a acesso teve C) príncipe Siddhartha crenças que foram impostas pelo pai, forma, foi capaz de romper com as antigas abraçou um novo caminho. Foi capaz c governante, o idealizava como um grande completamente contrária a tudo o que ela sendo mesmo interior, voz de escutar uma a razão, a lógica e o senso comum afirmavam.
Voz da intuição
“Algumas pessoas ficam confusas porque sabem coi¬ sas sem saber dizer como sabem. Chamamos isso de intui¬
ção.”4
Stanley Keleman
INTUENDUS, A, UM. adj. que se deve ver, observar ou considerar. JMTUENS, ENTIS. adj. que vê, observa, ou considera. 1NTUEOR, ER/S, U/TUS, bRJ. ver ao perto, olhar. Contemplar, examinar, observar. íntueri se: (Flauto) examinar-se a si mesmo. (...)*
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O chamado à aventura - CAPÍ TULO 2
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Henri Bergson (1859-1941). Fotografia pertencen¬ te à coleção George Grantham Bain. Filósofo e diplomata francês de família judaica, recebeu o pré¬ mio Nobcl de literatu¬ ra em 1927. É um dos primeiros pensadores a fazer menção acerca do inconsciente,
Observar com atenção as percepções que tenham como origem a intuição faz parte do processo de tomada de decisões desse projeto de orientação vocacional. Tomemos a origem da palavra intuição, do latim intueri. Esse verbo está relacionado com o ato de ver, observar, contemplar de maneira direta e ime¬ diata algo que se quer apreender. Então, a intuição é a observação que não passa pela me¬ diação da linguagem ou do julgamento de valor. É a contempla¬ ção em seu sentido direto. O filósofo francês Henri Bergson defende a intuição como sendo a apreensão imediata da realidade. É a realidade experimentada de maneira direta sem as mediações da lógica, análise ou julgamentos. Os heróis, de um modo geral, experimentam essa certeza não lógica nesse ponto das suas jornadas. Eles sabem que algo deve mudar externamente c que essa mudança depende da sua toma¬ da de decisão cm ver diretamente (observar ou contemplar) o seu chamado à aventura. O chamado à aventura - CAPÍTULO 2
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provável que você poucas vezes tcnha falai sobre “intuição, ou piadas com vssa
Analisemos a form;, nAo é por acaso. . . de iK|Uis.ç;.o de conhecimento
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na pjcdominanle principalmente após 0 sociedade contemporânea, * iloreseimento do lluminismo na Kuropa do século XVIII. Nesse período, o método argumentativo c a racionalidade ganham o papel principal no fazer ATÿSI dc pCI1Sadores, filósofos c cientistas. l-ssc modo de LH pensar, que tem no método científico as suas bases
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mais importantes, atinge seu auge ao longo do séj culo XIX, quando a crença na racionalidade, na 16fv j gica, na evolução c no mecanicismo abrange todos os aspectos da vida cotidiana. £ É nesse contexto que os modelos educaMm dfiySsj eionais atuais foram criados c suas caracteristicas principais foram estabelecidas: divisão dos saberes SâjgÀ em disciplinas delimitadas, seriaçfio de classes pelo ||2£j! agrupamento dc crianças dc acordo com a sua ida¬ li de, progressão das disciplinas do mais simples para o mais complexo e, sobretudo, a crença de que por meio da memorização de conceitos racionalmente Froulispíciu da Kncxclopédic
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(1772 ). pintado por ( hartes- Nicolas C ochin c orna¬ mentado por Bonaveniurc-Louis Pu vosi O imagem lepiescnia a ru/ão iluminando iodas as ain idades liunianas.
estabelecidos 0 conhecimento seria adquirido pelo indivíduo.
Jluiiniiisino "MuMineiUo cultural au Amigo Regime (Absolutismo) Diversos que poi meio da ra/ão a humanidade t desen\ ol\ iincnlo.
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iloieseimenlo desse imn imeiito oeoireu nu > . 1 v% "século das lu/es" ou da laeionuhdade Aimf U° ° cllle f,cou conhecido como 0 a ,KI l1llss‘itfein do século XVII para 0 XV Hf munes como René Descartes ( 15%-|(>S()j 1 CWl°n ( ,(>42-1727) e John Lock (Ib3-* 1704) const íluem- se como os pieeui desse ieones pensadoies como Montesquieu ( 1(MM“e tem como seus maiores N. Voltaire (iMd-P?#) e Jean-JaequcS Rousseau (P 12-1 77K). (J
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- O chamado á aventuia - CAPÍTULO 2
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0 século XIX abrigou, também, o auge da crença na ideia de que o progresso e o avanço científico seriam as bases deter¬ minantes para o bem-estar e a felicidade da humanidade. É nes¬ se século que ocorre o conjunto de modificações nas relações de trabalho em toda a Europa, que ficou conhecido como Revolu¬ ção Industrial. Tais modificações fundamentadas nos avanços tecnológicos e científicos possibilitaram um enorme crescimen¬ to na produtividade de bens de consumo e, consequentemente, um grande avanço do capitalismo e aumento nos lucros das em¬ presas. A geração dessa enorme riqueza material e a sua concen¬ tração nas mãos de poucos ajudaram a reforçar a crença no cientifícismo, na razão e na lógica como geradores de bem-estar. Afinal, a riqueza material era e ainda é muito associada à noção de felicidade das pessoas. Logo, se a racionalidade re¬ presenta felicidade, a ausência de razão fica associada ao seu oposto. Qualquer tipo de pensamento não racional toma-se logo associado a desordem, caos, desorganização e desarmonia... . Conceitos compreendidos como algo negativo e prejudicial ao ser humano e às relações sociais. Daí o pouco valor atribuído às outras formas de apreen¬ são da realidade, tais como as sensações, os sentimentos ou, ainda, a intuição. A crença absoluta na racionalidade diminui a capacidade de intuir ou de ver diretamente, sem intermediação, a realidade. Por isso, nesse momento da jornada do herói, ele terá que abandonar parte das suas crenças, especialmente as relaciona¬ das ao senso comum de sua época e meio social, para lançar-se em algo desconhecido até então.
Separando o joio do trigo: diferenciando valores filosóficos de crenças silenciosas Em nosso trabalho de orientação vocacional, tomaremos o cuidado de diferenciar valores filosóficos de crenças silencio¬ sas. O chamado à aventura - CAPÍTULO 2 -
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Valores filosóficos são aqueks que, . to de vida, são importantes e sem os quar , , propna a prática ou profissional, geraria conflitos com Por exemplo: um indivíduo que tenha no topo da sua tei lores filosóficos a liberdade muito provavelmente as norm dades para se adaptar a uma atividade que tenha rígi ec de comportamento estabelecidas, lugares rigidamente
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atividades repetitivas, etc. E o que dizer sobre crenças silenciosas? Como elas esse mecanismo?
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A professora Marilena Chauí criou o termo “crenças silenciosas” para desig¬ nar “coisas nas quais acreditamos sem nos dar conta de que acreditamos . Confira um trecho do livro dessa autora: Como se pode notar, nossa vida cotidiana é toda fei¬ ta de crenças silenciosas, da aceitação tácita de evi¬ dências que nunca questionamos porque nos parecem naturais, óbvias. Cremos no espaço, no tempo, na re¬ alidade, na qualidade, na quantidade, na verdade, na diferença entre realidade e sonho ou loucura, entre ver¬ dade e mentira; cremos também na objetividade e na diferença entre ela e a subjetividade, na existência da vontade, da liberdade, da moral, do bem e do mal, da sociedade.6
As crenças, portanto, agem como lentes com as quais inte¬ ragimos com a nossa realidade cotidiana. Vemos o mundo tendo as crenças como mediadoras. As crenças silenciosas costumam apresentar características que permitem a sua identificação. Comportamentos padronizados e mecanizados, automatização das ações, alienação... e a mais intrigante das características: a ausência de conflitos com o mun¬ do externo, haja vista que quando alguém obedece aos padrões estabelecidos externamente, em geral, não vive grandes embates com a sociedade, família, instituições, etc. 'ÿ
CHAUÍ, Marilena. Convite ;i Filosofa. São Paulo: Ática, 1995, p 1 1
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O chamado à aventura - CAPÍTULO 2
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Na realidade, a ausência de conflito externo significa uma perigosa ausência de conflito interno. O indivíduo não conse¬ gue acessar o seu íntimo, e não consegue identificar as naturais diferenças entre a realidade cotidiana e os seus sentimentos e valores mais profundos. Afinal, se uma crença não foi deliberada e consciente¬ mente adquirida pelo indivíduo e constitui boa parte de como se gerencia a realidade, então esse gerenciamento não é autóno¬ mo, e sim heterônomo, ou seja, o indivíduo está vendo e cons¬ truindo a sua realidade pelos olhos de outra pessoa, instituição, grupo ou sociedade. A crença silenciosa é, dessa forma, limitadora das pos¬ sibilidades de acesso do indivíduo a uma verdade de si mesmo. Uma parcela grande do próprio indivíduo fica obscurecida. Po¬ demos observar esse obscurecimento na história de Siddhartha — havia todo um universo interior acerca de si próprio ao qual ele não tinha acesso. Até o momento em que vivia no palácio do pai, ele acre¬ ditava, erroneamente, que o seu destino era tomar-se o rei da¬ quele que já era o maior império vivido pela índia. Havia, por¬ tanto, uma dimensão de Siddhartha com a qual ele não tinha contato e só pôde ter acesso após uma vivência transformadora, uma experiência reveladora. Sendo assim, é necessário investigar a origem das cren¬ ças silenciosas (também podemos chamar de “crenças costu¬ meiras”). Ou, ainda, descobrir como foram adquiridas. O objeti¬ vo é poder abandonar crenças e assumir uma atitude filosófica.
Viver com alitude filosófica Platão é um filósofo que se comunica de forma bastante poética por meio de diálogos. Toda a sua filosofia pode ser apre¬ endida por esses diálogos como se fossem peças teatrais e seus personagens apresentam suas hipóteses sobre os mais variados assuntos, que vão desde a natureza da virtude até a questão do
amor. O chamado à aventura - CAPÍTULO 2
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Mènon é um dos personagens principais de um desses diálogos com o mesmo nome. Ele conversa com Sócrates (mes¬ tre de Platão e usado por ele como personagem em muitos dos seus escritos) acerca de suas teorias sobre a virtude e sobre a possibilidade da virtude ser ou não ensinada. Esse ponto é espe¬ cialmente interessante, pois trata da concepção de cognição de Platão, isto é, como as pessoas aprendem as coisas. A tese de Sócrates (nesse diálogo) é a de que todas as pessoas já saberiam todas as coisas, pois antes de nascerem suas almas viviam no mundo dos deuses e lá podiam contemplar to¬ das as \ eidades de maneira direta. Ao nascerem, se esqueceriam de tudo o que contemplaram, então todo o aprendizado seria. eidade, uma rememoração de algo com o qual já tomaram contato units. O papel do filósofo, nesse sentido, seria o de connu IVK no a telembrar as verdades e, assim, obter conhe¬ cimento.
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- O chamado à aventura - CAPÍTULO 2
Confira um trecho do texto em que isso fica claro: Sócrates: E se na verdade das coisas que são está sempre na nossa a ma , a alma deve ser imortal, não é ? , de modo que aquilo
que acontece não saberes agora — e isto é aquilo que acontece nao te lembras é necessário, tomando coragem, tratares de procurar e de rememorar.
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Mênon: Parece-me que tens razão, Sócrates, não sei como.
Sócrates: Pois a mim também, Mênon . Alguns outros pontos desse argumento, claro, eu não afirmaria com grande convicção. Mas que, acreditando que é pre¬ ciso procurar as coisas que não se sabem, seríamos melhores, bem como mais corajosos e menos preguiçosos do que se acre¬ ditássemos que, as coisas que não conhecemos, nem é possível encontrar nem é preciso procurar — sobre isso lutaria muito se fosse capaz, tanto por palavras quanto por obras. (Mênon, de Platão
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trecho 86b)7
Nesse trecho, Sócrates propõe algo bastante interessante, a ideia de que é ne¬ cessário buscar “relembrar” das coisas que “não se sabe”. Há que se fazer um esfor¬ ço mental e filosófico para “descobrir” algo que ficou encoberto; esse esforço seria uma rememoração. Em outro momento do diálogo, para provar a sua tese, Sócrates dialoga com um escravo de Mênon, que, logo, nunca fora educado, e partindo de perguntas sim¬ ples sobre um problema de geometria faz com que o escravo saia de seu estado de ignorância sobre aquele assunto e resolva por ele mesmo o problema. Mênon assiste admirado esse feito de Sócrates. O método que o filósofo usou teve como fundamen¬ to três passos simples: 1° Observar em que estado encontrava-se a ignorância do escravo; em outras palavras, constatar que ele “não sabe que não sabe” resolver o problema. para a palavra grega psique que tinha A palavra alma utilizada c, na realidade, a tradução diferente do nosso atual. Psique representava - para para os gregos um si : „ Kuni llcado bastante ' como uma energia vital que dirigia as ações e os Platão - um piincípio ’ - a0 termo "psicologia”, lileralmente o estudo
mobilized princípio mobilizador sentidtMiÿsÿudcÿdo daThna.'ou eirToutro JZSZZZZZZZ*
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Manai Iglósius.Rio ilc Jniiriror L.val. PUC-RJ, 20.1
O chamado à aventura - CAPÍTULO 2 -
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resolver o problema está agora, ele
escravo para 2° Demonstrar que a hipótese jnjcial do estágio do conhecimento; errada c. dessa forma, posicioná-lo cm outro deve “saber que nào sabe" a resolução do problema.
conduzir o indivíduo a novas hipóteses, emlo mantinham na tgnorancta ou que livres das antigas crenças (primeira hipótese) que o acerca o pro cma. impediam que ele atingisse o conhecimento verdadeiro V O úlhmo passo consiste em
Para cada uma das passagens há a necessidade de se des¬ locar ou ressignificar antigas crenças silenciosas que agem na lonna como o indivíduo percebe o mundo ao seu redor. Estamos tratando aqui de um deslocamento interno ou psíquico. Imaginemos a seguinte situação: um pai que vem de uma fa¬ mília tradicional de médicos (há três gerações praticamente to¬ dos da família são formados em Medicina) tem duas filhas. A mais velha já é uma médica recém-formada e iniciando a vida profissional, enquanto a mais jovem vive um enorme dilema, pois, apesar de achar bastante natural que todos da sua família cursem Medicina ela mesma vinha sendo preparada para as¬ sumir essa posição de continuidade , ela própria tem outras predileções, outras identificações. Para esse pai, o único caminho ou aquele mais natural é a carreira de medicina para a sua filha mais jovem Ele portan¬ to, tem uma enorme dificuldade de compreender os desejos, as vontades ou as dúvtdas dessa filha mats jovem. Entretanto, a simples ideia de cursar Medicina esta cada vez mais se tomando um ««4 instalado. Todas as idealiza. da iannlia,C'a çoes inteira acerca da
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- O chamado à aventura - CAPÍTULO 2
SÍ15 ,4 C-) C Eurípcdcs (480 aC 406 a'C) a triade máxima ma da dramaturgia grega antiga.
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-A recusa do chamado
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-CAPÍTULO 3
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Um pastor, que por ali passava, ouve o choro da crian¬ ça e a leva até o rei daquela região (Corinto), que, não tendo herdeiros, fica compadecido da história do bebê abandonado e resolve criá-lo como se fosse o seu próprio filho, sem nunca revelar-lhe a história de sua origem. Édipo cresce e um dia, em um banquete no palácio, um homem bêbado levanta-se e acusa o príncipe de ser um filho ilegítimo do rei. Ele fica intrigado com a acusação e resolve procurar o oráculo para ouvir conselhos. O oráculo diz as mes¬ mas palavras que foram ditas quando ele ainda era um bebê, que estava fadado a um dia matar o próprio pai e se casar com a mãe. Extremamente abalado com a profecia, o jovem resolve fugir de Corinto e parte em uma jornada, fugindo também de seu próprio destino. Depois de uma longa caminhada, Édipo depara-se, em uma encruzilhada, com seu “arauto”: uma comi¬ tiva composta por um cocheiro, dois escravos e um aristocrata, um senhor velho, ricamente trajado. Os dois entram em um conflito sobre quem deverá dar a passagem para o outro na estrada. A discussão se aquece, ambos são tomados por uma grande fúria e partem para o confronto corporal. Édipo acaba matando aquele velho aristocrata, além de todos da comitiva, com exceção de um escravo que consegue fugir. Esse escravo é o mesmo que fora anos antes encarregado de levar o bebê, filho de Laio e Jocasta, para ser abandonado em um monte com os pés ligados. Quando ele volta para Tebas e conta o que aconteceu com o rei e sua comitiva, fica enver¬ gonhado de ter fugido e cria uma mentira, dizendo que haviam sido atacados por um bando inteiro de criminosos. Voltando para a jornada de fuga de Édipo, o jovem prín¬ cipe segue viagem até chegar às portas de uma cidade que era guardada por um monstro terrível: a Esfinge.
A recusa do chamado - CAPÍTULO 3 -
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a Esfinge.
Cálitc ático tie figuras vennelhas d, Pintor dc Édipo. Data. a.C. Museu do Vaticano.
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Yanas são as representações da Esfinge na iconogiattn da Antiguidade, mas em geral ela é retratada como um ser que tent cabeça de mulher, empo de leào e asas de águia. Esse monstro fazia enigmas para os viajantes, e aqueles que não fos¬ sem capazes de responder eram devorados por ela. “Deciframe ou devoro-te” era sua frase inicial. Édipo enfrenta o desafio da Is finge, que lhe fa/ a seguinte pergunta: Oiul c o .mima I íjiic' pela manhã anda cm quatro pés. .u ' men > Jta anda cm Jois c, à tank anda cm ties. O jov em príncipe responde que esse ser e o próprio ho¬ mem em suas fases de desenvolvimento. A manhã representan¬ do a primeira infância (ato de engatinhar), a tarde representan¬ do a \ ula adulta (andar ereto) e a noite representando a velhice (andai com a ajuda da hengala, daí as três patas). Dessa forma, a esfinge foi derrotada no seu próprio jogo. \ 'ÿ’idade, que vivia o tormento do convívio com a Es¬ finge. resolve tornar o jovem viajante o seu novo rei, haja vista
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A recusa do chamado - (.'APÍTULQ 3
que o antigo havia sido assassinado. Jocasta era a rainha viúva que acaba pela tradição casando-se com o novo rei. Assim, Édipo toma-se rei. A peça de Sófocles inicia-se no ponto em que Édipo já é rei. Casado com Jocasta, com quem tem quatro filhos (Etéocles, Polinice, Antígona e Ismene) e governa a cidade de Tebas, que passa por uma horrível calamidade as plantações não vingam, os animais estão morrendo, o povo está miserável. O rei envia um emissário ao Oráculo para ter alguma ideia do que está acontecendo c a resposta é a de que os deuses estão casti¬ gando a cidade e não irão parar enquanto o assassino do antigo rei não for descoberto e punido pelo seu crime. Édipo faz um discurso inflamado em praça pública amal¬ diçoando o tal assassino e jurando que não descansará enquan¬ to não o encontrar. Toda a peça acontece em meio às tentativas de Édipo para encontrar o tal assassino, entretanto várias pistas vão surgindo para ligar o próprio rei ao assassinato. A primeira delas é o surgimento de Tirésias, um velho sábio e cego que é convocado por Édipo para apresentar as suas hipóteses sobre o crime. O rei chega a dizer em dado momento: Ó Tirésias, que conheceis todas as coisas, tudo o que se possa averiguai; e o que deve permanecer sob mistério; os signos do céu e os da terra. O velho sábio é muito respeitado na cidade, porém o seu grande conhecimento não vem da racionalidade ou da lógica, mas sim da “arte divinatória”, da sua capacidade de usar a in¬ tuição para descobrir as verdades encobertas. Ele age como um oráculo. E, quando indagado por Édipo para fornecer alguma pista para encontrar o assassino, o velho resiste, já antevendo o que suas palavras poderiam causar. Ainda mais pressionado e tendo sido acusado de estar envolvido na morte do antigo rei Laio, Tirésias acaba cedendo e diz para o rei: “ÿ Afirmo QUE ÉS TU o assassino que procuras!
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SOl-OCLliS. tdipo Rtii. Trad.: J. B. Mello e Souza São Paulo: Ediouro. p 28. Idem p. 30.
A recusa do chamado - CAPÍTULO 3 - 91 |
da acusação do ousadia a com Édipo fica furioso rei'? Não o assassino do
sábio: como poderia ser ele mesmo sinal de tantos dc gian primciio o fazia sentido algum. Esse foi de. outros que surgiram para a revelação da verda an¬ am Jocasta descreve para Édipo a situação transtorno para tigo rei Laio. A descrição parece causai grande seivos, o local, o vencedor da Esfinge; as roupas do rei, os teve com o tudo se encaixava perfeitamente com o conflito que deses¬ aristocrata na encruzilhada. O vencedor da Esfinge esta confirmação perado e apega-se a uma última esperança, que é a da história do escravo que sobreviveu ao ataque dos supostos “salteadores” que mataram o rei Laio. Nesse momento, chega um mensageiro vindo de Corinto. Esse mensageiro é o mesmo pastor que anos antes encontrou Édipo abandonado e o levou para ser criado pelo rei da cidade. Ele traz a notícia que o rei de Corinto morreu e que ele, Édipo, é o novo rei dessa cidade também. Édipo respira aliviado, afinal ele não matou aquele que ele acreditava ser seu pai. Mas, em seguida, o mesmo mensa¬ geiro revela que ele mesmo o encontrou abandonado no monte e com os pés ligados. Ao ouvir essa revelação, Jocasta entra em choque e dentro do palácio comete suicídio, percebendo que se casou com o próprio filho. Édipo, de fato, é o assassino do rei Laio, que era aquele aristocrata que entrara em confronto com Édipo na sua viagem de fuga de Corinto, onde foi criado. Édipo cumpriu todo o seu destino ao tentar fugir dele Estava cego para os sinais que surgiam e que somente pode¬ riam ser percebidos por meio da intuição. A sua racionalidade e soberba (motivos de grande orgulho para ele) agiram de forma a cegá-lo. Em um dado momento, ele diz: (...) eu, Édipo, impus silêncio à terrível Esfln'ge; e não foram as aves (oráculos), mas o raciocínio o que me deu a solução. ”3 Os sinais que surgiam de sua cul Pa eram tào improváveis que somente poderiam ter como origem uma grande conspiração para roubar-lhe o trono, e foi que Édipo Idem p. 31. 1
- A recusa do chamado - CAPÍTULO 3
siislcnlou durante Ioda a peça, a ideia de que Creonte (irmão de Jocasla, porlanlo seu etmhado) tramara para lomar-lhe o trono. lidipo decide cjue a morte é muito pouco como punição para o mais desgraçado dos mortais. O desfecho da peça de SóIdclcs acontece quando ele usa alfinetes de ouro para vazar os próprios olhos, cegando-se.
Iiitcrprcljiçjío i\ In/, da recusa 1'xislcm muitas formas de se interpretar essa narrativa justamenle por ela ser muito rica de elemen¬ tos e símbolos, ( onto exemplo mais famoso, na passa¬ gem do séc ulo XIX para o XX o Dr. Sigmund Freud, pai da Psicanálise, utilizou esse mito para estabelecer um dos conceitos fundamentais para o novo estudo que surgia: a noção de complexo de lidipo. Para o nosso trabalho de orientação vocacional relacionado à jornada do herói, o mito diz muito acer¬ ca do indivíduo que se recusa a aceitar um chamado o herói que, por medo, se ou um desafio de vida nega a enfrentar o seu próprio destino e cvcnlualmenle Irausloima-o com base em suas habilidades pessoais. Ora, então lúlipo deveria aceitar o falo de que estava predestinado a cometia' os dois maiores crimes que. :,c podiam imaginar? Na verdade, cm linguagem mítica não se trata dc aceitar passivamente um des¬ tino, mas dc cnlrcnlá lo e rcssignifien-lo, Representa alt iI>1111 um novo sentido para algo da sua realidade psíquica de dilíeil aceitação pelo pióprio indivíduo.
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Sigmund Ircud ( IX.sn
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mnplnio dc frdlpn I m imilmlo por Signmnd liciid a pailu dc suas nhscr v açóes clinicas. I t t i iinglcHu dc Idipo sei m mu deíirpi mi nu.iricnlc dc eoiiesilo amorosa dn lillio com a mãe c i„, iiiiMímo innpo uma H ventilo nu |>iu, |á (|iic ente constitui um o elemento dc rompimento ou llilei leicni ia urra lig.upin. I icud lena se liispiiado lio nulo gicgo e, mais espceilicaincnlc, na peru h ui| at dc !ióto« Ir. puía a sua leoii/iição, !ÿ ainda hoje laigumcnlc aeciia pela psicanálise. O
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cs: Hermes, que data uma da deusa a Alena, ‘ente de que já se te\e nolicia. e que poderia refletir polido Ião lhe forneceu um escudo de bron/e qualquer imagem como um espelho. esconderijo das Greias — ou em Perseu te\ e. ainda, que ir até o monstios tinham Esses as \elhas". eomo eram conhecidas. si; eram as únicas que entre dividiam conseguiu comum apenas um olho que herói O Górgonas. sabiam o local do esconderijo das depois de obter as devolver roubar-lhes o único olho e prometeu tiveram escolha e nâo velhas As informações de que precisava. revelaram o segredo. que precisava, viajou O jovem herói, agora com tudo o sconderijo do monstro para o extremo Ocidente e encontrou o e sentindo um gianao qual o seu destino estava atrelado. Ainda o escudo de dc medo. Perseu aproxima-se da Medusa e, usando para o monstro, Atená como espelho, para não olhar diretamente certeiro reflete a sua imagem, conseguindo, assim, dar um golpe com a espada e cortar-lhe a cabeça com exatidão. i
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Perseu com a cabeça de Medusa (1804). Estátua dc mármore dc Anto¬ nio Canova (1 757-1822). Data: 1804.
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- A recusa do chamado - CAPÍTULO 3
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A cabeça da Medusa continuava tendo o poder de petrificação mesmo separada do corpo, dessa forma era uma poderosa arma para quem a possuísse. Perseu tratou de guardá-la em um saco firme para usá-la quando necessário. Acontece que o sangue da cabeça escorreu para o chão, e da mistura desse líquido com a terra surgiu o cavalo alado Pégaso, símbolo de beleza, liberdade e associado à fonte da criatividade.
Interpretação simbólica Medusa passou para a história como um símbolo do horror e do medo, sempre associada à imagem deformada de si própria. É como se a sua vítima estivesse olhando para uma parcela de si ou de seus próprios medos capazes de petrificá-la ou paralisá-la em suas ações. Daí a ideia de que o medo paralisa, impede que se continue com projetos, ações, trabalhos ou, em última análise, com a própria vida cotidiana. Perseu representa o indivíduo que assume a tarefa de en¬ frentar os seus próprios medos e que em sua jornada busca ele¬ mentos, armas, ferramentas e conhecimentos para enfrentá-los. Não é à toa que Hermes (deus dos mistérios, da comunicação e das relações comerciais) e Atená (deusa da sabedoria) são os seus companheiros nessa aventura. O escudo oferecido por Atená tem em si o simbolismo do espelho, que está relacionado ao ato da reflexão, de olhar para si mesmo, para os próprios medos e anseios e, então, ser capaz de observar-se utilizando esse instrumento. Por meio da reflexão, o indivíduo identifica as questões mais difíceis acerca de si c, en¬ tão, poderá atribuir um novo sentido a elas. A cabeça da Medusa, que era um símbolo de horror e petrificação, torna-se uma arma poderosa para outras ocasiões. Esse corte (ou ressignificação) tem como consequência o surgimento de algo belo, livre e criativo, representado pelo cavalo Pégaso . Ao ser capaz de atribuir um novo sentido a um medo ou angústia surgem as várias possibilidades criativas para novas atuA recusa do chamado - CAPÍTULO 3 -
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Ferseu liberta Andro¬ meda (1773 - 76). Pin¬ tura de Anton Raphael Mengs. Lremitage, St. Petersburg. Na pintu¬ ra pode-se observar Perseu eom seu cavalo alado Pégaso e à frente está o deus Pros repre¬ sentado com asas.
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- A recusa do chamado - CAPÍTULO 3
Exercícios do 3o capítulo Mapa do Talento (2° preenchimento)
Nessa parte faremos a transcrição da síntese dos exercícios do capítulo 2 (o chamado à aventura) para o Mapa do Talento. 1) Transcreva o resultado final da tabela de hierarquia dos itens: Valores filo¬
sóficos / crenças estruturantes para o Mapa do Talento. Nele o título é: Conjunto de valores filosóficos mais importantes. As crenças e o senso comum:
O senso comum pode ser entendido como uma crença silenciosa coletiva que dita as regras de como as pessoas enxergam o mundo e a realidade que as circunda. Cada época possui suas próprias crenças silenciosas predominantes. Ousar desafiálas representa, em geral, um grande grau de sofrimento para quem empreende essa tarefa. Os filósofos são conhecidos por buscar sempre desvendar uma verdade en¬ coberta e velada pelos costumes das pessoas comuns ou pela influência de poder de uma classe dominante. Tendo essa característica em vista, façamos exercícios de reflexão filosófica acerca das crenças atuais.
Reflexões sobre as crenças atuais 1) Busque identificar as crenças silenciosas mais comuns no seu meio social. 2) Compare essas crenças com a sua época: sempre foi assim? Quando você imagina que essas crenças passaram a agir de forma mais clara na sociedade?
3) Quais são os principais medos cotidianos e coletivos na sociedade? 4) Do que as pessoas em geral têm medo? O nível desse medo, seu grau de
intensidade, é plenamente justificável pensando na realidade que se vive? A recusa do chamado - CAPÍTULO 3 - 99 |
Refletindo com filmes: O sorriso de Monalisa (2003) Dirigido por Mike Newell. 1) Quais são as crenças silenciosas mais evide
na comunidade para a qual
a professora está se inserindo? 2) Em quais sentidos a professora rompe
com os padrões socialmente acei-
tos? 3) No que esses padrões desafiados pela professora cipação das alunas e da sociedade como um todo ?
contribuíram para a ema„.
romper 4) Quais são as ferramentas utilizadas pela piofessoia paia padrões estabelecidos?
com os
Foi apenas um sonho (Revolutionary road) - 2008 Dirigido por Sam Mendes. 1) Como se manifestou a recusa do chamado para Frank, o personagem do marido? 2) Quais eram os principais medos aparentes para Frank e Abril, casal prota¬ gonista do filme?
3) Na cena do almoço entre vizinhos no qual eles recebem a visita do filho “desajustado” da cometora de imóveis, quais são os principais incómodos que aparecem? Quais são as verdades que se revelam?
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- A recusa do
chamado - CAPÍTULO 3
Refletindo sobre a jornada: A recusa do chamado O objetivo deste exercício é mapear as crenças silenciosas limitadoras que estão mais latentes, ou seja, aquelas que mais aparecem em seu cotidiano sem que se dê conta disso. O primeiro passo para realizar esse mapeamento é listar os seus principais medos cotidianos. Chamaremos “medos cotidianos” aqueles mais corriqueiros, os que causam menor repercussão e emoção; são “medinhos” ou apenas receios que se notam no dia a dia. Por mais despretensiosos que pareçam, podem nos fornecer chaves para uma leitura mais profunda adiante. O segundo passo é buscar interpretar cada um desses pequenos medos à luz das crenças silenciosas limitadoras. Aqui, será necessário um olhar de leitura sim¬ bólica em relação ao medo cotidiano. Entenderemos esse medo cotidiano como uma metáfora que tem como fonte original a crença silenciosa. O importante, então, é interpretar a origem desse sinal inconsciente para que possamos realizar um mapeamento que será muito útil na observação de algumas ações automáticas e mesmo de muitas das raízes das dúvidas com as quais convive¬ mos cotidianamente. Seguem alguns exemplos de como realizar a “tradução” dessas metáforas.
Exemplos:
Medo: Medo ou receio de ficar sozinho no escuro. Possível crença: “Algo inesperado e desconhecido pode me atingir.”
Medo: Medo de estar na presença de insetos (baratas, aranhas, etc.) Possível crença: “Algo que invade o meu espaço causa-me incómodo.” Obs.: Lembrando que esses são apenas exemplos, pois para indivíduos diferentes um mesmo medo pode ter diversas interpretações.
A recusa do chamado - CAPÍTULO 3 -
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Atividade I: Eventos importantes
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intervalos de cinco em cinco 0 primeiro passo ó fixar os períodos da vida em anos, preenchendo a primeira coluna da esquerda: pei iodos (casas, escolas, lugares O segundo passo é estabelecer os locais de atividades vida e anotá los na de trabalho ou outra atividade) relacionados àqueles pei iodos de segunda coluna “estudos e trabalho”. O terceiro passo é estabelecer, por meio de tópicos, os eventos, tealizações, pensamentos, atividades, etc. relacionados a cada um dos períodos fixados. Na in¬ fância vão predominar as brincadeiras, os brinquedos e os jogos que mais causavam prazer e identificação, depois outros tipos de atividade podem surgir. Nesse passo do exercício, é importante lembrar que somente entraram atividades prazerosas e com as quais você se identifica ou se identificou; não devem entrar atividades das quais não se é o sujeito atuante ou atividades desagradáveis. Atividade 2: Redações sobre os eventos
O objetivo desta atividade é realizar uma reflexão mais atenta e uma descrição ma.s detalhada sobre os eventos mais importantes já realizados até o presente momento na sua visão. O primeiro passo é observar todo mapeamento de atividades realizado na atividade 1 e, dentre todas elas, escolher as três- niais importantes, aquelas com as quais você mais se identifica ou mais se seníe or£ulhoso por ter realizado n segundo passo e, escrever O uma redaràn íA-1SSe*aÇao ~ ou narraÇão) acerca desse evento. Quanto mais ricas em detalhes e ima » °rem aS reda9°es> maioreS são as possibilidades de se investigar element • °S lmP°rtantes para as suas identificações.
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.A recusa do chamado - CAPÍTULO 3
Refletindo sobre a jornada: A recusa do chamado 1- Faça uma lista dos seus principais medos cotidianos. 2- Identifique quais crenças silenciosas cada um desses medos esconde.
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A recusa do chamado - CAPÍTULO 3
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Períodos
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Estudos e trabalho
Eventos importantes: realizações - Pensamentos - Atividades
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Mercúrio (llermcs) e Apoio, pintura de Francesco Alban í (1578-1660), datada de 1623-25. Hncontra-se na Galeria Nacional de Arte Antiga, Itália. Po¬ demos notar a presença da lira de Apoio, numa representação clássica.
mente
Apoio ouve a melodia exiremaAo encontrar o irmão. produzida pela lira que Hermes hab,inten¬
harmónica
hipnotizado
Pela dedilhava. Apoio fica de imed.ato harmónica, e propõe a Hermes encantado por tamanha beleza que ele acabara de produzir pelos instrumento do troca uma poder. Hermes aceita, estabete
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grados. Aproximação da ca\ erna - CAPÍTl LO 7 - 1771
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Mercúrio e Argos, de Peter Paul Ru¬ bens (1577-1640). Pintura a óleo sobre madeira, datada de 1635-38. Encontra-se na Pinacoteca dos Mestres Antigos, em Dresden, Alemanha.
- Aproximação da caverna - CAPÍTULO 7
Em seguida, Hermes cria um novo instrumento musical, a flauta , que tam¬ bém se torna um objeto de desejo de Apoio. Mas pelo que ele poderia trocar a flauta? A negociação agora se deu em tor¬ no de um instrumento mágico de Apoio: o caduceu de ouro. Essa troca estabelece uma nova habilidade para Hermes: o po¬ der de cura. Afinal, acreditava-se que o caduceu de ouro tinha o poder de trazer à tona a saúde de qualquer corpo enfermo, não importando o tipo ou grau de doença.
Significados simbólicos Hermes não por acaso recebeu a atribuição de Zeus para
ser o deus mensageiro, daí sua ligação com a comunicação. Ele tinha livre acesso aos três níveis de existência c seus domínios: o Olimpo, dos imortais; o reino de Hades, dos mortos; e a Ter¬ ra, dos mortais. Em um de seus diálogos (Fedro), Platão afirma que esse deus seria o criador da escrita grega, ou seja, ele teria transformado aquilo que era apenas memória e oratória cm es¬ crita. O caduceu de ouro , seu instrumento mágico, ficou asso¬ ciado até os dias de hoje como o principal símbolo da medici¬ na. Sua haste central de ouro representa a virtude do corpo ou da alma. Em outras palavras, o talento em sua essência. As serpentes entrelaçadas tinham um simbolismo muito especial na Antiguidade e representavam os ciclos de morte e renascimento, algo muito próximo daquilo que elas vivem de tempos em tempos com a troca da pele. Esse ato representava simbolicamente uma morte para a vida anterior, aquela que não mais servia ou não mais tinha significado, e o renascimento para algo novo, uma vida plena de maior sentido ou mais próxima da própria essência. Aquele que decide viver o talento deve estar dis¬ posto a “morrer” para o antigo e “renas¬ cer” para o novo, ser capaz de reescrever os significados da própria história c rein¬ tegrá-los na vida cotidiana de uma nova forma, mais próxima à saúde da alma e, por consequência, do corpo.
Hermes e o seu Caduceu, (480-70 a.C ). léita por Pintor dc Tarquinia. Localiza-se no Museu do Louvre. França.
Aproximação da caverna - CAPÍTULO 7 -
179|
lambem tinham um importante sigde conquista, liderança ni ficado. As águias eram símbolos cie rapina mats velozes, que e transcendência: cram as at es distâncias, ver mats longe e atacar conseguiiam voar as maiores Daí serem símbolos com :toais eficácia que qualquer outra ave. olhar aquilo que ainda de transcendência, isto é, ser capaz de óbvio, e em função não c real, olhar para além do evidente, do para a matedesse olhar trazer aquilo que ainda não é palpável As asas ilt águia
rialidade. O ato de enunciar o próprio talento também é um ato de criação, afinal se observa urna impressão, uma sensação ou sentimento e realiza-se uma tradução para algo concreto: a pa¬ lavra. O pesquisador Jean Claude Obry afirma que um dos mo¬ mentos mais importantes para a conscientização do talento está na ação de assumir a presidência da própria vida, ou seja, ser o presidente da sua própria existência. Ser capaz de decretar para si mesmo aquilo que se quer, assim como um presidente de um país ou de um empreendimento é capaz de olhar para o que ainda não existe e decretar os caminhos para a concretiza¬ ção ou a materialização daquilo que é o talento do país ou de certo empreendimento. Esse processo de tomar-se o presidente da própria vida muitas vezes implica em re-significá-la, ou seja, “morrer” para o antigo e “renascer” para o novo. Na maioria das vezes o que o ocorre com as pessoas é que a presidência das suas vidas está nas mãos de outra pessoa, em geral uma figura de autoridade como: os pais, um chefe, um líder, um sacerdote ou até mesmo de uma instituição como uma empresa, uma escola ou algo no gênero. É muito comum delegar as responsabilidades condu¬ de zir as próprias decisões ou desejos para esse outro Em geral, tem-se a impressão de ser mais cômodo ou seguro para a pró¬ pria vida. A serpente que troca de pele tem o sentido da ressignificação ®f!s DsHSl WJF1-
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Thot e a Escrita Sagrada A imagem acima faz parte de um papiro egípcio conhe¬ cido como o Livro dos Mortos dos egípcios. Ele descreve todo o processo pelo qual as pessoas que acabam de morrer deve¬ riam passar para entrar no mundo de Osíris e conquistar a vida etema. Como se sabe. os egípcios acreditavam na imortalidade da alma e, em função dessa crença, realizaram suas maiores construções. À esquerda da cena, vê-se o deus Anúbis (deus com ca.
Aproximação da caverna - CAPÍTULO 7
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Aproximação da caverna - CAPÍTULO 7
Atividade 1 : Definindo os objetos com as quais mais gosto de trabalhar: Matérias-primas • Areia • Árvores • Borracha • Cerâmica • Cimento • Compensados • Concreto • Couro • Feltro • Madeira • Materiais de artesanato • Materiais elásticos • Metais • Papel • Papel machê • Parafina • Plantas • Plásticos • Produtos agrícolas • Terra • Têxteis • Tijolos Material manufaturado • Brinquedos
• Equipamentos • Ferramentas * Máquinas • Medidores
Casa, lazer • Abridores de latas • Apartamentos • Aquecedores • Artigos de toalete • Banheiras
• Barracas • Camas • Carpetes • Casas • Colunas • Cosméticos • Equipamentos de cozinha: fornos e fogões, micro-ondas, refrigeradores, freezers, lava-louças • Extintores de incêndio, alarmes de incêndio c contra roubo • Ferramentas de carpintaria • Itens domésticos • Lareiras e chaminés • Lavadoras, secadoras • Lençóis, cobertores • Louça, talheres • Material de lavanderia • Mobília • Panelas c vasilhames • Papel de parede • Produtos de limpe/a • Produtos químicos • Sabões e sabonetes
Aproximação ila cavcma
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• Telhados • Tinta • Toalhas • Trailers • Utensílios de cozinha Objetos variados
• Sapatos • Tecidos • Tinturas e
corantes para tecido
Material elétrico e eletrónico • Aparelhos de TV
• Cameras • Calculadoras • Dinheiro • Microscópios
• Registradoras • Relógios
• Telescópios
Alimentos e equipamentos para processamento de alimentos
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• Dispositivos eletrónicos
•DVD • Equipamentos de som • Gravadores • Jogos eletrónicos • Radares • Rádios Entretenimento
• Alimentos dietéticos • Carnes • Equipamento para fabricação de laticínios • Equipamento para fabricação de vinhos • Pães e bolos • Poços • Suplementos alimentares • Vitaminas
• Baralhos • Brinquedos infantis • Equipamentos para jogos de apostas
Vestuário
• Canetas, tinta, lápis, marcadores
• Equipamento de fiação, tecelagem • Máquinas de costura • Moldes, botões, fechos e zíperes
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• Computadores
Aproximação da caverna - CAPÍTULO 7
• Instrumentos musicais • Jogos • Jogos de tabuleiro
Equipamentos de escritório/comu nieação
• Computadores
• Escrivaninhas e mesas
• Fax, telex, pagers • Fotocopiadoras • Impressoras
• Máquinas de
escrever
• Mesas de telefonia • Telefones celulares • Telefones e secretarias eletrónicas • Telégrafos
• Reatores nucleares • Rodas e turbinas • Transformadores, motores elétricos, dínamos Transporte
Trabalho artístico • Aérea • Facas e lâminas para entalhes • Material de pintura, desenho
Suprimentos de manutenção • Caixas
• Carrinhos de mão • Garrafas • Guindastes • Latas • Manivelas, roldanas, engrenagens, alavancas • Válvulas, botões, interrupto¬ res
Iluminação • Fósforos • Iluminação laser • Lâmpadas • Lanternas, lampiões • Velas
Energia • Baterias • Combustíveis • Dinamite • Propulsão a vento
• Automóveis • Balões • Barcos • Bicicletas • Canais • Corredeiras • Estradas • Lagos • Marítimos • Metrôs • Motocicletas • Motonetas • Oceano • Paraquedas • Planadores • Rios • Sinais luminosos • Terrestre • Trens
Equipamento médico • Anestésicos • Equipamento odontológico • Próteses • Raios X • Remédios • Termómetros • Vacinas Aproximação chi caverna - CAPÍTULO 7 -
197J
Equipamento esportivo
• Equipamento de ginástica • Material de pesca, caça Material agrícola • Arados • Cortadores de grama • Ferramentas de jardinagem • Fertilizantes • Máquinas para colheita • Pás • Pesticida • Picaretas
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- Aproximação da caverna - CAPÍTULO 7
Tabela de Hierarquia dos Itens: Objetos com os quais tenho identificação Tabela comparativa 1 1 1 1 1 1 1 2 3 4 5 6 7 8 2 2 2 2 2 2 3 4 5 6 7 8 3 3 3 3 3 4 5 6 7 8 4 4 4 4 5 6 7 8
1 9 2 9 3 9 4 9
5 5 5 6 7 8 6 6 7 8
5
Itens 1 10
2
2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9 10
10
4 5 6 7 _8__9
10
9 6 9 7 7
8 9 8 9
Classificação
3 4
5 6 7
8
9
Resultado: soma dos itens
TIT 3
Aproximação da caverna - CAPÍTULO 7 - 199|
EBSSEII
Provaçao í£*
O vampiro (1897). do reiratisia inglês Philip Burne-Jones
(1861-1926).
E nos romances de escritores mais recentes, como Stcphcnic Mcycr c a saga Crepúsculo, nem mesmo a luz do sol c um problema. Desde meados do século XIX até hoje. independentemente da forma como esses personagens são apresentados, parecem exercer um misto de fascínio e horror no seu público. E isso não c por acaso. Vampiros são personagens dos tempos que atravessam o capitalismo in¬ dustrial c chegam à era virtual — tempos de extrema solidão c individualismo para a maioria dos jovens das grandes cida¬ des, marcados accntuadamcntc pela ideologia do consumo e do culto à felicidade a todo custo, mesmo que obtida por meios químicos. Contexto cm que a indústria farmacêutica bate recordes sucessivos de venda de antidepressivos. Provação - CAPÍTULO S - 213 |
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Bram Stoker (1847-1912), datada de 1906.
Os vampiros tornam-se um tipo de sombra que se encai¬ xa muito bem em uma era de ausência de ideais, marcada por um grande vazio existencial, herança direta do consumismo desenfreado. Será um medo ou reflexo do coletivo de que to¬ dos podem se tornar mortos-vivos sem sentimentos vagando aleatoriamente? Seres sem perspectiva, aprisionados em unta eternidade desprovida de sentido, a não ser o de sorver ou con¬ sumir a energia vital do outro para tentar combater um vazio que não se preenche.
|214 . Provação - CAPÍTULO 8
Exercícios 8o Capítulo Mapa do Talenlo (6o preenchi memo)
Nessa parte faremos a transcrição da síntese dos exercícios do capítulo 7 (aproximação da caverna) para o Mapa do Talento.
Transcreva o seu enunciado de talento para o Mapa do Talento. O espaço reservado para isso encontra-se no círculo central, na parte inferior. 1)
Transcreva o resultado final da tabela de hierarquia dos itens: Objetos com os quais tenho identificação para o Mapa do Talento. Nele o título é: Tipos com os quais mais gosto de lidar ... (na parte de: Coisas). 2)
Refletindo com filmes:
Batman begins (2005) Direção: Christopher Nolan Observe os motivos da origem do ódio de Bruce Wayne bem como as características dos seus principais inimigos. O que causa a angústia do herói? Como ele lida com esses sentimentos? Quais as características da sombra desse herói?
V de vingança (2006) Direção: James McTeiguc O filme gira em torno de uma sociedade que vive politicamente um estado de permanente tensão social em função do enorme controle exercido pelo governo sobre os cidadãos. Reflita acerca das sombras presentes no filme. Provação - CAPÍTULO 8 - 215 |
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Refleiimlo sobro a jorniulii: aluno uma ccllcxao sobrc a unaSnn no provocar c O obiclivo dcsic exercício
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dc forma essas sombras também podem representar sombras, hm £ct‘d, situação ou pessoa, on em mesma i recorrente na sua realidade, na figura de uma semelhança em algumas cara¬ situações ou pessoas diferentes, mas que guardam a qual o aluno nutre certa terísticas. O importante não é o assunto ou a pessoa com identilicaçao com a história aversão, mas, sim, suas características que tem alguma , uma inteipictdçào de vida do próprio aluno. Deve-se, portanto, fazei uma leituin das sombras que surgiram em primeiro lugar e observar as caiactei ísticas que elas carregam. Confira alguns exemplos na interpretação de situações. Aquelas consideradas incómodas pelo aluno podem ser, por exemplo, situações cm que ele se sente exlremamente pressionado; ou em que se sente livre demais, sem qualquer contorno de outros; ou em que se sente solitário; ou em que é levado a ter o controle excessivo de uma situação; enfim, c uma infinidade de possibilidades. No caso de pessoas, o aluno pode notar que tem uma natural aversão, por exemplo. a pessoas que se enfurecem facilmente; ou àquelas que são lentas demais para reso¬ lução de assuntos; ou àquelas que não são capazes de expressar cm palavras aquilo que sentem; ou àquelas que se negam a observar uma dada realidade; enfim, nesse caso também há uma infinidade de possibilidades. Espera-se que o simples lato de refletir, pensar, escrever ou mesmo verbalizar tais características permita maior clareza sobre possíveis limitações de ação ou de pensamento causadas pelas sombras. Essas limitações podem ter reflexos inespera¬ dos no momento de se definir por uma carreira ou mesmo em decisões cotidianas que se apresentem na sua realidade. Por exemplo, um aluno que encontre como caracteríslica de sua sombra o fato de não gostar de passar por situações de grande exposição. O peso que se atribui a
essa caraclerística pode estar superdimensionada c associada a profissões que conte¬ nham parte dessa caraclerística: advogado, professor, palestrante, vendedor, etc, Hipotetteamente, esse aluno terá a tendência de fugir de profissões que ele, por algum IMO motivo (muitas vezes nao condizente com a realidade), considera que o coloquem na sua situação de sombra. Refletir sobre as sombras poderá ter um efeito dc mini' mizar o peso exagerado que uma tuação possui, ganhando novos ares c abrindo novas possibilidades. - Provação - CAPÍTULO 8
Atividade 1 : Segunda definição de profissões Este é o segundo momento de refletir com atenção acerca das possíveis car¬ reiras a seguir. Deve-se proceder da seguinte maneira: 1- Releia a ordem de prioridades da primeira definição de profissões do 4o capítulo. 2- Realize uma nova avaliação dessa ordem, agora à luz dos novos elementos de conhecimento de que se dispõe. 3- Refaça essa lista excluindo carreiras que não mais fazem sentido. Inclua outras que até então possam não ter entrado e reordene intemamente as carreiras. Algumas que estavam nas primeiras colocações podem cair e outras que estavam em baixo podem subir. Tudo depende dessa nova avaliação.
Atividade 2: Entrevistas com profissionais O objetivo deste exercício é começar um processo de tomada de contato mais real com as carreiras possíveis.
Deve-se escolher e entrevistar três profissionais que seguiram as três primei¬ ras carreiras na ordem da lista estabelecida na atividade 1 . Para isso, o ideal é que se ative a própria rede de relacionamentos: amigos, parentes, amigo de amigo, conhe¬ cidos. etc.
Provação - CAPÍTULO 8 -
217J
Refletindo sobre a jornada: Provação sombras (pessoas «'ou 1 - Procure identificar na sua rc.Hdade atual suas principais siluaçòes de conflito). sombras, refletindo sobre o tip0 2 ~ Identifique as principais caractcr ísticas dessas de energia necessária para supeiá-las
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- Provação - CAPÍTULO K
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Atividade 1 : Segunda definição de profissões Tabela de Hierarquia dos Itens: Profissões parte II
Tabela comparativa
Itens
Classificação
1 1 1 2 3 2 3
1 4 2 4 3 4
1 5 2 5 3 5 4 5
1 6 2 6 3 6 4 6 5 6
1 7 2 7 3 7 4 7 5 7 6 7
1 8 2 8 3 8 4 8 5 8 6 8
1 9 2 9 3 9 4 9 5 9 6 9 7 7 8 9 8 9
1 10 2 10 3 10 4 10 5 10 6 10 7 10 8 10 9
10
Resultado: soma dos itens 1 I 2 I 3 1 4 I 5 6 7 _8__9
2
3 4
5 6
7 8
9 10 10
Provação - CAPÍTULO 8 - 219|
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is (ativando sua rede profissionais Atividade 2: Hntrevisiaseoin de contatos) hnlrcx ista com profissional
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I* opção:
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1 ) Como você sc decidiu por essa
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por quanto tempo você se preparou para entrar no curso deseja¬
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3) Quais as suas principais impressões sobre o curso? (Correspondeu às
suas expectativas? Foi estimulante? Havia atividades extracurriculares? Qual a sua impressão sobre as aulas? E das pessoas que faziam o curso? Etc.)
4) Houve um período de estágio antes de entrar na profissão? Como esse período? (Era remunerado? Quanto? Como era o
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ambiente de traba lho? Como eram os colegas de trabalho? Era um meio competitivo? O trabalho era repetitivo ou estimulante?)
220 - Provação - CAPÍTULO 8
5) Dentro da sua profissão, há outras formas de pratica? Quais são essas formas e como elas atuação além da que você ocorrem?
6) Quais as qualidades e habilidades que você considera indispensáveis para um bom profissional em sua área?
7) Quais são as perspectivas de evolução na sua carreira?
(iniciante / média expe8) Quais são as faixas salariais na sua profissão divida essas faixas em períodos riência / longa experiência)? Se possível, de 5 anos.
Provação - CAPÍTULO 8 - 221 |
Entrevista com profissional -
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4) Houve um período de estágio antes de entrar na profissão? Como foi esse período? (Era remunerado? Quanto? Como era o ambiente de tra¬ balho? Como eram os colegas de trabalho? Era um meio competitivo? O trabalho era repetitivo ou estimulante?)
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Provação - CAPÍTULO 8
5) Dentro da sua profissão, há outras formas de atuação além da que você pratica? Quais são essas formas e como elas ocorrem?
6) Quais as qualidades e habilidades que você considera indispensáveis para um bom profissional em sua área?
7) Quais são as perspectivas de evolução na sua carreira?
8) Quais são as faixas salariais na sua profissão (iniciante / média expe riência / longa experiência)? Se possível, divida essas faixas em perío¬ dos de 5 anos.
Provação - CAPÍTULO 8 - 223|
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Entrevista com profissional - 3a opção: Unlrcvistuilo: 1) Como
você sc decidiu por essa
profissão?
2) Como e por quanto tempo você se preparou
para entiar no curso
desejado?
3) Quais as suas principais impressões sobre o curso? (Correspondeu às suas expectativas? Foi estimulante? Havia atividades extracurriculares?
Qual a sua impressão sobre as aulas? E das pessoas que faziam o curso? Etc.)
4) Houve um período de estágio antes de entrar na profissão? Como foi esse período? (Era remunerado? Quanto? Como era o ambiente de traba¬
lho? Como eram os colegas de trabalho? Era um meio competitivo? O trabalho era repetitivo ou estimulante?)
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Provação - CAPÍTULO 8
5) Dcntio da sua piofissão, há outras formas dc atuação além da que você
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6) Quais as qualidades c habilidades que você considera indispensáveis para um bom profissional em sua área?
7) Quais são as
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Rei Arthur (1903). por Charles Ernest Butler (1864-1918).
- Recompensa - CAPÍTULO 9
Após o grande cnfrcntamcnto realizado pelo herói na fase da sua provação, chega o momento da recompensa. A re¬ compensa relaciona-sc à coleta dos frutos que a vitória sobre a sombra proporciona: é o momento em que o herói sabe, sente, reconhece com clareza sua capacidade de vencer os obstáculos representados pela sombra. Esse reconhecimento pode até ter sinais externos de aprovação, mas ele acontece, fundamental¬ mente, dentro do próprio herói. É o reconhecimento por ter superado a morte simbólica representada pela sombra. Essa c a ocasião de perceber as várias possibilidades que se abrem após um movimento de superação. O momento é de recobrar as forças e festejar tais possibilidades abertas. É comum que o herói passe, então, por uma fase de re¬ visão dos acontecimentos recentes. Sentimentos de saudades e rememoração estão presentes. Quais foram os acontecimentos c as motivações que trouxeram o herói até aqui? O herói toma posse daquilo que veio procurar. A consci¬ e seu talento ência acerca das suas maiores potencialidades de ganha sentido pleno nas suas agora 6 cristalina. Essa conquista não é mais apenas uma insações e na sua re alidade material: concreta. piraçao que o :move, torna-se
Recompensa - CAPÍTULO 9 -
227J
A conquisla do Santo (naal
artunianas' há uma pas. Nos ciclos das lendas medievais com bastante força a questão da sagem clássica que representa conquista heroica. de paz e prosperidade J herói, estabelece um reino Arthur , o .rei de Excalibur, a espada na antiga Grã-Bretanha por intermédio é Lancelot, também do poder. Seu cavaleiro mais habilidoso (esposa de chamado de o primeiro cavaleiro. Ele e Guinevèie em uma união Arthur c rainha) apaixonam-se e traem Arthur sexual. Na sequência, o rei se vê abandonado e perde a espada do poder Excalibur.
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Cavaleiros da Távola
Redonda.
1 Kelerc-sc a uma séiie de contos. lendas e histórias que giram em torno de um Btcianhii lais tonto-, estão repletos de elementos heroicos rei Artur, que teria governado a região da medievais e de temasfictício cristãos.
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- Recompensa - CAPÍTULO 9
o rei
Uca sem a espada, a terra Uca sem rei
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without o s\uml, o world without o king" 7 . A ferida da traição, terida existencial para Arthur, atinge todo o reino, que passa a definhar: os pastos ficam secos, os animais morrem, os campos nào florescem e o povo torna-se miserável. O rei tem como única saída, para a uma tentativa de re¬ torno aos tempos de prosperidade: encontrar o Santo (iraal . Mas o que é o Santo Graal? Esse objeto teria sido o cálice usado por Cristo na Última Ceia com os seus apóstolos. Nessa reunião, Cristo teria estabelecido um ritual de união entre ele (divindade) e os apóstolos (humanidade). Durante a Idade Mé¬ dia1 havia muitas lendas de que essa relíquia realmente existia c era dotada de poderes sobrenaturais de cura ou boa fortuna.
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A reali/ação: a visão cio Santo (iraal para Sn C ialalud, Mi Itors e Su Perenal (também conhecido como: A conquista do (iraal)
lnicia-se a, partir dai, o ciclo de busca do ( iraal Somente tim cavaleiro nobre e puro de espirito set ta digno de reeneontrá-lo e condu/ir o rei e seu remo lunamente a um tempo de paz, prosperidade e ausência de lodo o sofrimento humano um novo estado paradisíaco. Esse cavaleiro e IVrcival. •
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A Última Ceia. Leonardo da Vinci (1495-1498). Sforza e encontra-se no convento Esse afresco foi executado para a igreja do Duque Lodovico patrimónios culturais da humanidade. de Santa Maria delle Grazie em Milão. É um dos maiores
O cavaleiro Percival O diretor John Boorman realizou a mais bem-sucedida adaptação para o cinema das lendas artunianas com o filme Excalibur (1981). Ele utilizou como base de pesquisa o livro Le Morte d’ Arthur (A Morte de Artur), de Sir Thomas Malory, de 1485, e é a mais popular descrição das lendas que envolvem o rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda. Nesse filme, Percival é um jovem camponês que sonha em se tornar cavaleiro e persegue a sua intuição até chegar a Camelot (reino governado por Artur). Lá ele realiza uma ação nobre ao defender a honra da rainha Guinevere, e com isso é sagrado cavaleiro pelo próprio rei. Percival é considerado o cavaleiro de alma pura, o cora|230
- Recompensa - CAPÍTULO 9
ção rnais nobre e leal aos princípios dc honra do código de conuta os cavaleiros . São essas características que levam esse herói a conquistar o Graal, depois de várias aventuras. Quando o rei bebe água do Graal seu poder c reconstituído, ele ganha um novo fôlego dc vida e parte em novas aventuras para regeneiar sua terra, fazendo surgir uma nova era dc paz c prosperi¬ dade no reino. Artur reestabclccc um novo paraíso terrestre.
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A Tentação de PercWal, I por Arthur Hacker ( 1 8r>8-
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Recompensa -CAPÍTULO 9-
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coiuwrto dos I,,,.. com a esfera iliviiu, O Omul Imitiiinii lorn os da os hoiucns mens coin os dOUSOS. |»or meio do < «nial . llOUU'IU quo luibiia no piopno o a ivalivam, possibilii;nu|0 divina lv>cla pm »m csiad,, lombiam so do sua , ,|„ >,m- aw mcsmos: algo a ■oustnis' ' do ,|,i soul»' mi íwiliilado omutla.
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A Corrida das Valki¬ rias (1890). Pintura de óleo sobre tela feita por William T. Maud.
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Lá estando, o indivíduo viveria um estado paradisíaco que consistia em grande abundância: ele poderia devorar um javali inteiro durante uma refeição e, ao cair da tarde, partiam para os seus jogos de combate. Dentre eles, o mais popular consistia em duelos cujo objetivo era esmigalhar o crânio do oponente. Quando isso acontecia, aguardava-se até a manhã do dia seguinte e o derrotado ressurgia, já que ele estava no Valhala.
I 234 - Recompensa - CAPÍTULO 9
Campos Elíseos c Olimpo Na tradição grcco-romana. o equivalente ao paraíso para esses povos eram os Campos Elíseos. Esse um local seria no remo de Hades, para onde iriam todos os homens que desfru¬ tassem de grande honra. Lá havia cachoeiras de vinho que nào causavam embriagues, os ventos eram sempre amenos e pra/erosos e o clima, agradável. As almas podiam permanecer eter¬ namente ou escolher, após mil anos, retomar ao mundo dos mortais. Os Campos Elíseos são uma continuidade da vida terre¬ na honrada. Esse estado de grande prazer desfrutado por alguns viria como uma coroação por uma vida plena de virtudes. Tal proximidade e naturalidade com a qual os gregos entendiam a morte refletem-se também na morada dos deuses: o Olimpo.
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O Olimpo doze principais deuses existe fisicamente, podia região la mais alta montanha naqi escalada. Essa característica mesmo até c ser vista, apontada
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Imortais.
Que são os deuses? Homens moitais. Que são os homens? Deuses Protagoras
Modelos de Paraíso Ao observar os diferentes modelos de paraíso em dife¬ rentes povos e culturas, percebe-se que há algumas características em comum: sempre é um lugar do nào trabalho; abundân¬ cia e prosperidade; não há doenças ou velhice; comunicação direta com o divino, etc.
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Psiqué sendo recebida no Olimpo (1517), por Rafael Sanzio
(1483-1520).
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Recompensa - CAPÍTULO 9
Entictanto, ctn cada caso, há peculiaridades que são pró-
s aquele povo que produziram a sua ideia paradisíaca. ola-se isso claramcnlc quando se comparam os modelos dos povos nóidicos c o dos greco-romanos. No primeiro, o paraíso tem um aspecto essencialmcntc guerreiro c até mesmo violen¬ to, já no segundo, o que marca é a grande proximidade e conti¬ nuidade entre o que é divino e o que c humano. Assim como os povos criam os seus modelos muito par¬ ticulares de céu e paraíso, também as pessoas têm tendência a criar para si modelos paradisíacos sem se dar conta de que o estão fazendo. As pessoas, ao longo dos anos, partindo das referências que possuem, constroem uma imagem individual de paraíso, na qual projetam seus maiores anseios, desejos e sentimentos. Esse paraíso individual é expresso por meio de um senti¬ mento, um sentido de existência que se pretende experimentar antes do momento da morte. Tal sentido prepara o indivíduo para esse momento crucial e inevitável que faz parte da con¬ dição humana. Sócrates afirmava que essa era a mais nobre função da filosofia: preparar o indivíduo para a morte, já que tal preparação lhe dá um sentido de vida, um norte para a sua existência. Esse sentido de existência reside no desejo não expresso pela imortalidade.
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nao teme a morte, ao contrario, uma vjda praticando o seu talento, sente-se tranteira de reflexão. Justamente poi que conquistaram pensadores tic i I quilo com a perspectiva de pertencer a uma elite a honra da imortalidade.
Recompensa - CAPÍTULO 9 -
237]
O Banquete Banquete". q„c
j„ belo diiilotw trechos alguns selecionamos seguir, A autor, Platão, sempre escreve sua Scu amoi. do tema é inteiramenle dedicado ao um- teatro, no qual o filósofo coloca filosofa por meio de diálogos, como se fosse argumentos e reílexòes que deseja pensamentos, os na boca dos seus personagens
comunicar. , de uma reunião de pensadores Em “O Banquete”, a história gira em torno (Agatão) em um concurso de por motivo da comemoração da vitória de um deles u.tltzassem o empo que pa, tragédias. Em meio a essa celebração, foi proposto que e um deus - Eros,. sariam juntos para tecer elogios ao Amor (que para os gregos sobre o Amor c, por hm, o Cada um deles passou, então, a fazer o seu elogio . muita., e atao e mestie foi que último a discursar foi Sócratcs. Esse filósofo Socrates, no inicio da vezes colocado como personagem principal em seus diálogos. sua fala, diz que tudo que aprendeu sobre esse tema foi com uma mulher chamada Diótima. Na sequência estão alguns trechos da fala de Sócrates, que está, na verda¬ de, reproduzindo o que ele se lembra do que aprendeu com essa mulher. Diótima: Todos os homens são fecundos, Sócrates, ou segundo o corpo ou segundo o espírito, e quando atingimos determinada idade, nossa natureza tem vontade de procriar. (...) A união do homem e da mulher é geração, obra divina, participando, assim, da imortalidade o ser mortal, pela concepção e pela geração. (...) sempre que o poder fecundante se aproxima do que é belo, fica jovial e expansivo no seu regozijo, e concebe e procria. (...) É o que explica o alvoroço inefável do ser fecundo e transbordante de seiva diante da beleza (...). (206 D).6 (...) por meio da procriação que os mortais participam da eterni¬ dade e da imortalidade. (...) o desejo da imortalidade está neces-
sariamente ligado ao bem, visto dirigir-se o Amor para a posse perpétua do bem. (207 A). (... ) estou certa que é só pela
imortalidade do mérito e pela fama g oriosa que todos fazem o que fazem, e com tanto maior em,0rem' pois nâ0 há quem ní° ame 3
SSwTotc -T ' Platão. O banquete. Trad.: Carlos Albenu Nunes. Belém: UFPA, 2011. .
Recompensa - CAPÍTULO 9
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criar. E que lhes convém conceber? A sabedoria e as demais vir¬ tudes de que, precisamente, os poetas são os pais, e os artistas dotados de espírito inventivo. (209 A - B)
Convivendo com a beleza, segundo penso, e em contato com ela, gera e dá nascimento às coisas de que, havia muito, sua alma
estava prenhe; perto ou longe, não pensa em mais ninguém, e cria juntamente com ele o produto dessa união. A comunhão de semelhante par é muito mais íntima do que a que se observa entre pais e filhos, porque estreitada com laços afetivos muito mais firmes, visto possuírem em comum filhos mais belos e mais imortais. (209 D).
Sócrates, por meio de Diótima, está afirmando que todos os homens sào fe¬ cundos (capazes de gerar algo) e que buscam a uniào afetiva e amorosa para perpe¬ tuar a si mesmos fisicamente, ou seja, os filhos gerados em uma rclaçào amorosa teriam o sentido verdadeiro de tomar imortais os seus pais, por meios biológicos. Mas. essa perpetuação não se restringe apenas aos filhos; ela ganha muito mais for¬ ça quando relacionada com as obras do espírito inventivo ou criativo. Note que nesses trechos Diótima afirma que a busca c o desejo pelo amor esconde, na realidade, uma busca por gerar obras belas, isto é, criar algo que tenha tanta beleza c correspondência com a humanidade que, no final das contas, tome-se eterno. Criar uma obra ou realizações que possibilitem aos seus criadores conquistar a imortalidade na memória e nos sentimentos das pessoas. Qual é a sua obra? Qual é o legado ou património que você gostaria de dei\ar para os seus descendentes? Pelo que você gostaria de ser lembrado.» Qual é o sen¬ timento ou a sensação que você gostaria de experimentar antes de morrer .» O que o faz sentir-se mais \ ivo? a ’ tradução” desse sentimen¬ O principal objetivo deste capítulo é o de iniciar to paradisíaco individual. Realizar uma investigação que revele esse sentimento cot.d.ano, mas que e pouco observado. Trata-se escondido que tanto faz parte do seu de um enunciado aqui de iniciar a identificação do seu sonho a partir Recompensa - CAPÍTULO 9 -
239J
l:\crdcios Refletindo com filmes: Anles de partir (2007)
Direção: Rob Reiner da vida por me.o da persO filme propõe várias reflexões acerca do sentido SO re o que e fato pectiva de sua imerrupção prematura. Ao final do filiiK PLI1SL tomaram-se valores importantes para os personagens centrais.
O campo dos sonhos (1989) Direção: Phil Alden Robinson Ray Kinsella é um jovem agricultor, casado e pai de uma filha, que se man¬ tém fiel aos seus ideais dos anos 1960, de uma vida simples e tranquila. Tudo muda quando Ray começa a ouvir uma voz inexplicável no meio de sua plantação, que dizia: “se construir, ele virá”. Ele passa a construir um campo de baseball que será o palco para a realização de diversos sonhos. Qual era o sonho de Ray? E os sonhos daqueles que participaram dessa inusi¬ tada aventura?
Gladiador (2000) Direção: Ridley Scott Máximus Décimus Meridius passa de bravo general a escravo e. depois, gla¬ diador logo após o assassinato do imperador Marco Aurélio pelo seu filho Comodo. O lilme está todo estruturado na ascensáo de Máximus e a reconquista de sua honra. Reli, ta sobre como esta estruturado o sonho de Máximus e como isso é retratado no lilme.
240 - Recompensa - CAPÍTULO 9
Refletindo sobre a jornada: Recompensa Este exercício consiste em escrever uma carta com um conteúdo bastante imaginativo. A caita deve sei escrita como se você estivesse no final de sua vida, vi¬ vendo seus últimos momentos. Você deverá ser capaz de entrar nas imagens de uma realidade paiadisíaca, ou seja, como gostaria que estivesse sua vida nesse momento. É muito importante que não haja interferências do tipo: eventos ruins, experi¬ ências mal-sucedidas, fracassos, etc. A carta deve conter apenas experiências vistas por você como positivas. Cria-se, dessa forma, uma imagem idealizada de uma rea¬ lidade que ele gostaria de viver ou experimentar ao longo de sua existência. A idealização neste exercício é crucial, pois ela dará as pistas daquilo que chamamos no projeto de sonho ou paraíso pessoal. Então, não importa o quão irreal possa parecer a carta, o necessário é a qualidade dos sentimentos que estão sendo ali traduzidos em imagens. Nesse momento, também não importa o quão consumista ou supostamente superficial possa parecer a carta; não cabe lançar juízos de valor sobre essa produ¬ ção escrita. O que vale é o quão próxima aquela descrição está daquilo que de fato você gostaria de experimentar ao longo da sua vida.
Recompensa - CAPÍTULO 9 -
24IJ
Atividade 1 : Projeção dos gastos cotidianos O objetivo deste exercício c o de se conscicntizar acerca dos investimentos financeiros necessários para mantê-lo durante os primeiros anos de sua carreira pro¬
fissional.
Deve-se pensar a tabela de preenchimento tendo como referência a vida que vocc gostaria c poderia ter apenas durante o início de sua carreira pro tsstona , ainda não importando qual seja esta. Você deverá projetar os gastos para esses primeiros tempos tomando contato, dessa forma, com uma realidade que muitas vezes lhe é estranha (tipos diversos de contas, obrigações, impostos, etc.) ‘Hspera-sc que o simples contato com esta questão auxilie na composição do quadro da realidade adulta e profissional, podendo tomar-se um importante instru¬
mento de tomada de decisões. A realidade que você pretende é compatível leque dc profissões que está cogitando?
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. Recompensa
- CAPÍTULO 9
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Refletindo sobre a jornada: Recompensa Escreva uma carta imaginativa buscando projetar a sua situação cotidiana quando do final de sua vida. Busque descrever e visualizar, com o máximo de exati¬ dão, a sua casa, as propriedades, os objetos de uso cotidiano, as pessoas à sua volta, familiares, amigos, enfim descreva uma situação ideal, propositalmente idealizada. Não entram aqui situações desagradáveis ou incómodas, apenas elementos que você gostaria de vivenciar no máximo de sua plenitude. Esta carta deve ser endereçada a você mesmo nos dias atuais, portanto o seu “eu” mais velho está dialogando com o seu “eu” mais jovem sobre como conquistou cada uma das coisas descritas ao longo da carta.
Carta de Projeção
Recompensa - CAPÍTULO 9 - 243|
244 . Recompensa - CAPÍTULO 9
\ Moradia:
Anexo 40 (Estimativas de gastos para o colidia no que desejo) Janeiro \Fcverciro\ Março | Abril | Maio \ Junho 1 Julho 1 Agosto \Setembro\ Outubro
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Aluguel/Prestação do imóvel Ágna/Luz/Gás
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O caminho de volta 7 '*11
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2!-ÿ: Ulisses e Penélope ( 1 802), por Johann Heinrich Wilhelm Tischbein (1751-1829), óleo sobre tela. Esse herói é o personagem principal do poema épico A Odisseia, que é. na verdade, uma longa his¬ tória do caminho de volta. Ulisses era também rei da ilha de ítaca. No poema de Homero, o herói vivência diversas aventuras marítimas desde a sua saída de Tróia, cidade conquistada pelos gregos na famosa guerra descrita pela Ilíada.
A cena acima retrata o reencontro de Ulisses com a sua Esposa, Penélope, que durante muito tempo aguardou pacien¬ temente o retomo do marido para a casa.
I 246
-O caminho de volta- CAPÍTULO 10
“o caminho de
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eStagl° da .Í0,nada do herói chama-se 0 experimentou as tones, SCUS m0nStl'0S ÍMcriores e Por lcr venA
ses por ter enf ° eido) esse on H Uma cisão basteme ar ao mundo comum, para 0 lugar de onde veio. Onde toda a jornada tem seu início, lá também terá seu fim. 0 ciclo da jornada não teria sentido de fechamento e cnmento sem essa conclusão. 0 herói deve retornar de onde veio para dividir com sua comunidade todos os ganhos con¬ quistados. Para isso, ele deverá, antes de tudo, decidir-se por esse retomo o que implica em sair do patamar de conforto em que está. 0 herói vivência um patamar de tranquilidade porque nessa fase da jornada todos os grandes enfrentamentos e desco¬ bertas já foram realizados. Ele está plenamente adaptado a esse mundo de aventuras e, por consequência, esse mundo especial o abraçou de fonna acolhedora. Entretanto, tudo isso deve ser abandonado. Será preciso vivenciar um novo patamar de ação, uma nova experiência de desconforto, dedicar-se novamente à aventura. .. o que começa por um momento de crise. A palavra crise é pouco compreendida nos dias atuais. Na verdade, sua raiz é grega, krísis 1 (a mesma origem da pala¬ vra “critério"), e significa “escolha", “julgamento”. Se pensarmos bem, todo momento de crise é também um momento de escolha, de decisão. Decidir-se por algo significa renunciar ou¬ para tra coisa, e vice-versa. Decidir-se por retomar representa o herói deixar de viver um patamar de conforto. Faz-se A função do caminho de volta é a da decisão. realidade das necessário, portanto, tomar contato e assumir a decisão. consequências que surgirão em função dessa
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O caminho devoto -CAPÍTULO
10-
247]
Reaparecimento cln somÿM atualiza as questões relacionadas que já foi enfrentado e assimj. “adversário", à sombra. b>sc a reagrupar suas energjas tendência uma I.ulo pelo herói, tem desesperada de reafirmar-se como tentativa e atacar em uma rdorno A decisão do
obstáculo. com a realidatraz à tona o contato retorno do A decisão com as transformações integrantrastc . eo . o forma, dessa de, e. A simples perspectiva de aplj, ilas ao herói torna-sc cvidcntc. as antigas no cotidiano pode rcativar para mudanças ear essas
crenças que foram enfrentadas. hábitos, desejos, dúvidas, vícios e Os medos, carências, tempo para reaparecerem na crenças podem retirar-se por um fase, é que ressurgem realidade do herói. A diferença, nessa muito reduzido, já que com um poder destrutivo ou paralisador a consciência por meio foram “expostos à luz”, trazidos para de um trabalho deliberado pelo herói. Sigmund Freud, pai da psicanálise, dedicou um estudo de grande importância sobre esse tema. Em Além do princípio de prazer (1920), o psicanalista aponta a tendência das pessoas em retornar aos seus traumas, suas neuroses e repetições. Paradoxalmcnte, os indivíduos parecem extrair certo prazer dessas situações, daí a tendência em revisitá-las, revivê-las de alguma forma. Segundo o autor:
É claro que a maior parte do que a compulsão de repetição faz reviver causa necessariamente desprazer ao Eu, pois traz à luz atividades de impulsos instintuais reprimidos, mas é um desprazer que já consideramos, que não contraria o princípio do prazer, é desprazer para um sistema e, ao mesmo tempo, satisfação para outro.2
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O caminho de volta- CAPÍTULO 10
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Em outras palavras, há uma parte de nós mesmos que deseja nos manter conectados às nossas sombras, de fazer com que tais sombras mantenham-sc presentes em nossa realidade por meio de situações, ações, pensamentos, palavras, etc. Essa tendência de repetição foi chamada por Freud
de Tha natos ou pulsão de morte. O pai da psicanálise não chega a propor uma solução definitiva para essa questão. Ao contrário, é justamente da dinâmica oposição e síntese entre Eros (amor) e Thanatos (morte) que se configura a vida psíquica dos indivíduos. Vale mencionar S que outros expoentes da psicologia e da filosofia voltariam a analisar essa V, * questão nas décadas posteriores, pro¬ pondo diferentes abordagens. De todo modo, o importante para „ nosso trabalho, agora, é reconhecer que a tensão entre amor e sombra faz parte de cada um de nós. E que, se não podemos eliminá-la, ao menos podemos nos relacionar com ela de uma nova maneira, construída a par¬ R tir do ponto de vista transformado do herói, mais experiente e seguro por ter È: enfrentado sua sombra uma ou muitas
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Jovem alado portando uma espada, prova¬ velmente Thanatos. a personificação da morle. Detalhe de um capitel de mármore es¬ culpido no interior do Templo de Artemis em lífcso, por volta de 325-300 aC. Descoberto templo. no canto Sudoeste do
Oc;imi„hode
volta -CAPÍTULO 10-
249]
Nesse
do seu talento e a prinCN impedir a reinsuilaçao da soinbra
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pode mininii/ar pal ferramenta do talemo o indivíduo de do Por meio do enuncia formulas, às repetições incòmo,
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feito), dei¬ nunca algo (fazer Ir além xar minha marca, para conquistar minha própria realização, dando lugar a ranquilidade e ao lazer, sem preocupação e perto daqueles que gosto.
Sinto que crio na minha realidade a liberdade, a tran¬ quilidade e a prosperidade.
Sinto que sou capaz de vi¬ ver com compaixão, extrain¬ do prazer de todos os aspectos da minha vida. 268
-
O caminho de volta- CAPÍTULO 10
Sentir-me admirado por causar emoções nas pessoas e experimentar os
diversos universos que possam existir.
Sinto-me livre para exercer a minha competência para ins¬ pirar as pessoas.
A lê na superação mc con¬ duz à alegria e à independência’ ger;ando respeito à minha volta
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269
cio volta caminho o Refletindo sobre a jornada: 1
— Estabeleça as três principais deci.
to do curso. 2 - Para cada
uma
delas, estabeleça o
elas implicam.
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tr.
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-conjunto" de responsabilidades
Atividade 1 . Estabelecimento do enunciado de sonho Sonho & desejos Desejos: Principais conquistas materiais que eu gostaria de obter ao longo da vida...
Sonho: Minha missão de vida...
O caminho de vofca - CAPÍTULO 10 -
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motivação de Fonte v* -s Ar
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\ iajante sobre o mar de névoa (1818). Pintura a óleo do alemão Caspar David Friedrich. Retrata o clima do período do romantismo alemão (século XIX). quando o mundo, que começa a ser to¬
mado gradativamente pela industrialização, parece tentar reencontrar as suas Ibntcs do motivação para a vida nos tempos em que o homem v ivia uma íntima comunhão com a natureza, c não com o ritmo artificial das máquinas.
|272
- Fonte de motivação - CAPÍTULO 1 1
O décimo primeiro passo da jornada do herói rc cre-se â noção de ressurreição, ou seja, um renascimento por parte
desse personagem,
Tal ressurreição deve ser entendida, com em toda a jor nada, no seu contexto metafórico: trata-se do momento cm que o indivíduo aceita c se íntegra a uma nova identidade, uma nova máscara social maís adequada ao que ele vivência atual¬ mente. É um novo modo de ser, que já fazia parte dele, mas que ainda nào estava evidente, não havia sido trazido à tona. Agora, passados todos os elementos da aventura propria¬ mente dita, o herói pode realizar a confirmação do seu apren¬ dizado, e é essa a principal função da ressurreição: confirmar o aprendizado por parte do indivíduo. Como veremos, o herói terá o seu último grande encon¬ tro com ele mesmo, com a sua esscncia. É, portanto, um mo¬ mento de clímax, e não mais de crise. O indivíduo não está mais vivenciando a indecisão ou o julgamento de qual é o ca¬ minho a ser tomado. Isso já foi realizado. Ele está, agora, expe¬ rimentando a última integração daquilo que ele imaginava que era, com aquilo que ele se tomou. Ele traz para a realidade cotidiana as vivências experimentadas apenas em seu imaginᬠrio até então.
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Estados emocionais As mudanças de comportamento e de aparência do herói tornaram-se evidentes c explícitas. Fisicamente, o herói está diíércntc; sua aparência reflete seu estado interior. Ele está
mais integrado com quem cie é. Hm muitas histórias ou filmes, essa mudança física do herói fica bastante evidente. Como, por exemplo, no clássi¬ co filme Os Dez Mandamentos , que narra a história de vida do profeta hebreu Moisés desde o nascimento até a chegada à chamada Terra Santa, tendo como clímax o recebimento das Fonlc dc motivação - CAPÍTULO 1 1 -
273J
tábuas dos mandamentos de Deus no monte Sinai. Essa cena chama bastante a atenção, pois fisicamente o herói Moisé$ sobe no monte com uma feição ainda jovem c vigorosa e quan¬ do desce com as tábuas dos mandamentos ele está com Jongas barbas brancas, cabelos também bastante grisalhos e um olhar profundo, penetrante e brilhante. Ele, de fato, nesse momento assume uma nova identidade: a do profeta condutor de todo uni povo, o que na metáfora representa toda a humanidade.
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Moisés descendo do Monte Sinai (1866), por Gustave Doré . 7.
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as aguas representa um mergulho na proo-se de toda culpa ou mal que possa oxisnrta pureza, um; b, ---entamente. Ao mesmo tempo, esse mergulho nas aguas o ato metafórico de mergulhar na propria essência e d---o:a
Force de moro ação - CAP1TU.O 1 1 -
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que floresce. Ela já existia reencontrar-se com uma identidade no indivíduo e é reativada pelo ritual. escolhe ser batizado. AsVale ressaltar que o indivíduo vontade, uma nova sume, dessa forma, por livre e espontânea identidade e a integra à sua existência cotidiana.
Catarse A palavra vem do grego “katharsis e significa limpe¬ za, purificação. Na tradição ocidental contemporânea passou a significar o ato de deixar vir à tona uma emoção reprimida ou represada. É caracterizada pelo ponto máximo de conscientização do indivíduo acerca de um assunto e, geralmente, está associada a uma explosão emocional de choro ou risos. Repre¬ senta, enfim, a concretização de sua transformação. Quando relatado em histórias, mitos, lendas e filmes, o momento de catarse provoca a mais elevada emoção e conexão sentimental com aqueles que estão ouvindo essas histórias, o público. Por meio dessa explosão emocional, tanto o herói da história quanto o público entram em sintonia e experimentam uma vivência de purificação profunda, ou seja, passam por uma limpeza interior de sentimentos que, por algum motivo. não podiam até então vir à tona, não se podia tomar contato.
I 276 - Fonte de motivação - CAPÍTULO 1 1
Novamente o tema da morte Algo profundo ligado aos próprios sentimentos até então reprimidos “morre” simbolicamente. Uma parcela do ego do herói deve morrer para que se abra espaço para um novo eu mais coerente com a vida que se quer ter após toda a experiên¬ cia da jornada. Dois filósofos da Antiguidade trataram de forma bastan¬ te interessante e similar o tema da morte em seus ditos e escri¬ tos. O primeiro deles é Sócrates , em um diálogo do filósofo Platão chamado A apologia de Sócrates, que descreve os mo¬ mentos finais de vida do seu mestre. Sócrates foi acusado pelos atenienses de corromper a juventude c criar novos cultos e deu¬ ses. Sua pena foi a morte pela ingestão de cicuta, um veneno poderoso. No diálogo platónico apologia de Sócrates apresentamse os motivos reais e aparentes das acusações, os argumentos de defesa do próprio Sócrates, a condenação e a pena. Nos mo¬ mentos finais da fala do mestre ele divaga acerca do sentido da morte c do quanto a filosofia e os filósofos, que buscam a verdade, devem entendê-la como um processo natural, em vez de temê-la. Sócrates diz que a morte só pode ser um bem, pois para quem morre há duas possibilidades: A primeira é que a morte significa o fim das sensações (já que o corpo não pode mais sentir nada), então isso se asse¬ melharia a um sono extremamente profundo, um sono que de tão profundo não tivesse sequer lembrança de sonho ou qual¬ quer outro tipo de perturbação. Esse sono seria o mais tranqui¬ lo possível e, portanto, isso só poderia ser um bem, nunca um mal. A segunda hipótese é de que existe uma vida para além da morte do corpo e que a alma iria encontrar-se com os seus antepassados ou, ainda, com pessoas ilustres que já morreram
Fonte de motivação - CAPÍTULO 1 1 - 277|
e poderiam conviver c cotilinuar as atividades interrompidas cm vida. Isso. segundo Sóerales, c lambem um ganho. Logo, a morlc so podc scr um hem, e mmea urn mal. Outro filósofo que se ocupa da queslão é Hpieuro (34 1 a.C - 270 a.C.) em nm (exlo chamado ( 'aria a Meneceu ou carta sohre a felicidade. Nesse escrilo, o pensador afirma que nào há hem maior tio que a filosofia. já que ela é capa/ de preparar os homens para as grandes adversidades da vida, dentre as quais a mais terrível: a morle.
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eua o sentido último da existência.
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ara clc, a morte é, ainda, a privação sensações, sendas o que todo bem e todo o mal residem nas sensações. Dessa onna, age sabiamente aquele
que busca extrair da vida tudo o que há de mais saboroso, c, assim, colherá ‘*os frutos de um tempo bem vivido" Para Hpicuro, a prática da filosofia é, também, a prática da busca pela felicidade por meio da reflexão, na medida em que essa disciplina enfrenta as grandes questões da vida hu¬ mana. Refletir significa integrar as questões mais di fleets da condição humana à vida, buscando sempre um contato cada vez maior com a verdade. A morte representa um desses temas com os quais o senso comum nào costuma lidar; é um tema rejeitado pela maioria, apesar de ser parte natural da vida.
O último trabalho de Hércules Uma história capaz de ilustrar com bastante precisão all’1 passagem da jornada do herói é o último trabalho de Hércules. Nesse último trabalho, o herói foi en¬ carregado de capturar ainda vivo o temível cào Cérbero. Esse era o monstro que guar¬ dava a entrada do Hades; tinha três cabeças, cauda de dragão e o dorso envolvido por ca¬ beças de serpentes variadas. Ele era brando com as almas que ali entrassem, mas terrível com os vivos ou com qualquer um que quiw*se sair do reino dos mortos. A entrada mais conhecida e clássica para o mundo de Hades ficava em uma região chafcwátuM Mn mármore dt Hércules e Cérbero, por Amunjn Pavel Wagner (1834 1895). Localiza-se Viena, Áusiria no Palácio de Holburg. em (
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o Rapto de Dejanira peio Centauro Nesso (1755). Óleo sobre tela. Louis-Jean-François Lagrenée por (1724-1805). França. Localizada no Museu Louvre, do
I 328
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o retorno com o elixir - CAPÍTULO 1
Um interessante exemplo mitológico de retorno do herói é o final das aventuras do mais importante dos heróis gregos:
Hercules (Heracles, em grego). Depois de cumprir os do/e trabalhos, Ilércules se casaria com Dcjanira e permaneceria com a esposa durante certo tem¬ po no reino do seu sogro, Pneu. hnlrctanlo, o herói e a esposa resolvem viajar para uma cidade chamada Tráquis e nessa via¬ gem ocorre um grande infortúnio.
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Hciailcs. Dcjanira c Nosso pintado 0111 cerâmica. 1 iicouiia-sc no Museu do Louvre, Franca. Nesso habitava as margens do rio Iveno e praticava o ofício de barqueiro para atravessar os viajantes de utn lado a outro das margens do rio. Primeiramente, o centauro atravessou o herói e, depois, voltou para buscar a sua espo¬ sa. Tomado de grande fúria sexual, o centauro agarra Dcjanira com violência, no intuito de estuprá-la. Hércules, vendo a cena do outro lado do rio, prepara uma () centauro
de suas llechas envenenadas e atinge ccrleuamenle o corarão do centauro. Pouco antes tie o veneno tomar o corpo de Nesso, (
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manchado com o seu sa„. manto um Dcjanira para ele cntrcgii fe.uço po,s se o herói e e afirma que aquele é um poderoso detona de estar apa.xonado usasse aquele manto nunca mais cutdadosamen.e o tal manto. pela sua amada. Dcjanira guardou algumas açoes de seu pas. Sentindo-sc culpado ainda de sacerdotisa de Delfos para sasado. o herói resolve consultar a Pítia, como são conhecidas as her como deveria se purificar. A responder-lhe, ofendendo sacerdotisas de Delfos. recusa-se a a trípode (um banco terrivelmente o herói. Ele resolve roubar em suas consultas) do sagrado que era usado pela sacerdotisa templo. O próprio deus Apoio, senhor do templo de Delfos, surge e os dois entram em batalha. Zeus intervém nessa luta, separando-os com um raio. A Pítia se vê obrigada a enunciar uma “penitencia" para Hércules, que viera até ela com aquele intuito. A sacerdotisa decreta que ele teria que vender a si mesmo como escravo e deveria permanecer em tal condição por trés anos. Assim sendo, a lindíssima rainha Ônfale, da região da Lídia, comprou-o pelo preço de três talentos de ouro. Quando ela descobre que acabara de comprar o próprio filho de Zeus. liberta-o imediatamente e casa-se com o herói. Como Hércules desejava erguer um templo em homena¬ gem ao pai, mandou um servidor até a sua outra esposa. Dejanira, para que ela lhe enviasse um manto que nunca tivesse sido usado para a realização das cerimónias em honra a Zeus. Dejamra, tomada pelos ciúmes do esposo, enviou-lhe o manto com o sangue do centauro, acreditando que ele retoma¬ ria apaixonado pelo efeito do feitiço. Entretanto. essa era uma armadilha, pois assim que o herói vestiu a túnica o veneno que ali havia tomou as carnes do seu corpo, queimando e provocando enorme dor. O manto n5° P°dia ser retirado, pois estava
terrivelmente aderido ao seu corpo. O herói filho de Ze us íetorna,
então, a Tráquis, em meio ao seu grande sofrimento e escala o monte Eta. No topo. o herói ergue uma pira funerária puia si mesmo e. antes que as labaredas do fogo inieiass em a eonsumaçâo de
seu corpo, ouve-
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retorno com o elixir - C APÍTULO l ■>
sc um poderoso trovão que leva o herói para o Olimpo /cus elimina o sofrimento do íilho e o torna um deus,
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A apoteose de Hércules. Localizada no Museu do Alies, em Berlim.
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Significado simbólico do retorno do herói O final da história do mais famoso herói grego pode. a princípio, parecer chocante e trágica demais, entretanto o seu sentido deve ser lido pela perspective simbólica de seus atos e suas realizações. Os doze trabalhos dc Heracles configuram-se como um caminho dc depuração espiritual. Cada um deles mostra-se como uni “laboratório” pura que o herói utilize de forma mais intensa as suas habilidades e competências e siga, assim, paru ()
retorno corn o elixir - CAPÍTULO 12 -
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que c a imortalidade, reunindo-se aos o seu destino final deuses. Heracles c o herói que realiza um conjunto de obras e açòes que tem como resultado uma marca no mundo dos homens. Ele permanecerá na lembrança dos humanos como al¬ guém que fez a diferença. Afinal, os seus feitos inspiram os homens a serem também melhores nos mais variados setores de suas vidas. O fogo purificador do final do mito representa a liber¬ tação máxima do herói com relação aos elementos materiais. Liberta sua essência, capaz de se mesclar à sua parcela divina. ou seja, com a sua melhor parte, a mais honrada e talentosa. O herói compartilha com a humanidade a possibilidade de evoluir, e isso pressupõe a utilização máxima dos talemos com um objetivo em mente: sentir-se pleno pelos seus feitos em vida, experimentar um sentimento de paraíso pessoal e honra.
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\ léraelen conquista a sua honra por meio da* suas ações cm v/da, c isso lhe proporciona a imortalidade, \o herói foi reservado seu lugar de direito entre o* deuses imortais. Dessa forma, ele cumpre o seu destino por meio de um esforço sobre sí mesmo, Ide conseguiu Iranslormar em realidade algo antes apenas imaginado; aproximou o ideal do real. 1'ara o nosso caso, esse mito está pleno de significados, O episódio dcmonslra o quanto cada indivíduo torna-se um he¬ rói de sí mesmo ao Iranslormar cm real algo que antes foi ide¬ alizado, O sonho ou o “paraíso pessoal” deve servir como um norte para a materialização ou a constituição no real daquilo que se deseja, farte dessa idealização ou desse “paraíso” dever{\ ser renunciado, abdicado pelo indivíduo, para que o real se torne possível, ou seja, ao menos próximo ou no sentido de seu ideal,
Comccc fazendo o necessário, depois o que é possível, c de repente você estará fazendo o impossível. intsc atribuída a São írancísco de Assis.
Um dos grandes motivos de angústia e sofrimento no que se refere a profissões, carreiras ou mesmo empreendimen¬ tos e a dificuldade das pessoas em renunciar uma parcela dos seus ideais em beneficio da materialização de algo. Dificilmen¬ te urna carreira trará apenas prazeres; o mesmo acontece com os empregos e as práticas profissionais. Entretanto, quando os primeiros passos são dados e inícia-se a prática ou a materiali¬ zação de algo imaginado, surgem no meio do processo novas possibilidades, novas oportunidades que nos possibilitam che¬ gar cada vez. mais próximos de um ideal, mesmo sem atingi-lo lotalmcnte,
O retomo com o elixir - CAPÍTULO 1 2 -
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I linulanicntiil c|iic lenhamos grandes ideais. grandes so. nhos o uma imagem hem desenhada do nosso “paraíso”. jss nos alimenla psiquicamente, moliva-nos c Ira/ energia Para empreenderas reali/at/òes. l;ulrclanlo é imiilo imporlanlc confrontar esses ideais eom a dimensão da realidade que cslanios vivendo naquele momenlo. Quanlo desse ideal es t;i no ‘ÿ‘ampo do possível para hoje? h nessa dimensão do real que se confi¬ gura o campo do possivol e. eonseqiienlemenle, ahrem-se novas perspeeiivas. nov as possibilidades.
- O retorno eom o elixir -
CAPÍTULO i:
A jornada do indivíduo podemos, a esta
altura do trabalho, sintetizar as passagens da jornada da se¬
guinte fornia: 1°) Um herói encontra-se no seu mundo comum de onde vieram todas as suas crenças e onde se realiza a sua zona de conforto. Entretanto, algo o incomoda... 2o) Ele recebe um chamado para uma aventura que extrapola os limites até então conhecidos, que o convida a experimentar algo completamente novo: 3o) A reação imediata é a da recusa desse chamado, afinal as suas crenças e o seu modo de vida automático veem na aventura um mergulho no desconhecido; 4°) Um mestre surge para romper com esse imobilismo e. em função da gran¬ de identificação entre esses personagens, o herói consegue seguir adiante; 5°) Ele se aventura a atravessar o limite entre o conhecido e o desconhecido e enfrenta os guardiões de limiar, que têm a função de testar a determinação do herói
para a jornada que empreenderá; 6o) Já vivendo um universo totalmente novo e, portanto, desconhecido, ele enfrenta testes e faz aliados como uma forma de se conectar mais com esse mundo que se revela; 7o) Estando adaptado, o herói inicia sua preparação para um grande enfrentamento e traz à tona suas maiores potencialidades para tanto; 8o) Estando de posse das suas maiores potencialidades, o herói enfrenta o seu maior desafio, o conjunto dos seus maiores medos e limitações, representado pela figura da sombra; 9o) As sensações que se obtêm em consequência desse enfrentamento são ex¬ perimentadas na Recompensa. E esse o momento em que se inicia a conexão do herói com o seu paraíso de sonho pessoal; 1 0o) A jornada coloca agora como desafio a questão das decisões, e dentre elas a mais difícil, que é a decisão do retomo para o mundo comum, já que então \ i\e totalmente adaptado ao universo da jornada; 1 Io) Antes de realizar o retomo propriamente dito. o herói deve renascer com uma nova identidade, mais maduro e mais próximo da sua essência: 12°) O ato de compartilhar os ganhos da jornada com os seus iguais e o fecha¬ mento desse ciclo, um verdadeiro ato de amor dirigido ao próximo, ao ofertar o seu talento para a humanidade.
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O reiomo com o elixir CAPÍTULO 1 2
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l:\ercicios do 1 2° Capítulo Mapa do Talento p)“ preenchimento)
Nesta parlo, faremos a transcrição da síntese dos exercícios do capítulo ] 1 t fonte do motivação) para o Mapa do Talento. I 1 lYanseivv a o resultado do seu perfil de personalidade para o Mapa do Ta¬ lento. O mulo para osso preenchimento é: Meu perfil de personalidade.
Refletindo sobre n jornada: O retorno com o elixir O objetivo desta reflexão final é organizar em forma escrita aquilo que você gostaria de \er acontecer em função de sua intervenção, de sua ação no inundo em que \ o e. O que \ oeè gostaria de oferecer para o seu universo e de que forma gosta¬ ria de ser lembrado pelas gerações futuras?
- O retomo com o elixir - CAPÍTULO 12
Refletindo com filmes: Um sonho de liberdade (1994) Direção: Frank Darabont Baseado cm uma novela do cscrilor Stephen King, o filme narra a história de Andy Dufresnc. um banqueiro que passa quase duas décadas cumprindo uma pena por um crime que nâo cometeu. O tema da conquista da felicidade por meio da libercíade é constantcmcntc tratado no filme. Assistindo ao filme, busque identificar o tema do retomo com o elixir. Qual é o elixir para Andy c como se configurou o seu
retomo?
O céu de outubro ( 1 999) Direção: Joe Johnston O adolescente Homcr Hickam mora em uma pequena cidade onde a maiona das famílias vive em função de uma mineradora de carvão. O destino dos jovens, em sua maioria, já está traçado c a crença local determina que a segurança e a sobrevi\ência depende da mineradora. O jovem Homer sonha muito mais alto e quando tem a notícia do lançamento do primeiro satélite soviético, o Sputnik, decide construir e lançar um foguete. Mas, para isso, terá que enfrentar a fúria do pai e a falta de apoio da sociedade local. Procure identificar quais as principais crenças silenciosas enfrentadas por Ho¬ mer e seus amigos ao longo do filme. Como eles venceram essas crenças? O que representou o retomo com o elixir para ele e o seu grupo de amigos?
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O retomo com o elixir CAPÍTULO 1 2
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co Refletindo sobre a jornada: O íetorno De que forma vocè gostaria que o mun do mudasse e intervenção?
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|338 - () retorno com o elixir - CAPÍTULO 12
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em função de sua passagem
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- o retorno com o elixir - CAPÍTULO 1 2