Enciclopédia das Guerras - Conflitos mundiais através dos tempos 858938473X


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Enciclopédia das Guerras - Conflitos mundiais através dos tempos
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ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

Conflitos Mundiais Através dos Tempos

YULBOOKS

M.BOOKS DO BRASIL EDITORA LTDA.

Rua Jorge Americano, 61 — 05083-130 - São Paulo — SP — Tels.: (11) 3645-0409 / 3645 0410 | Fax: (11) 3832-0335 — E-mail: vendasembooks.com.br — Site: www.mbooks.com.br

O 2002 Brown Partworks Limited 2000 O 2005 M. Books do Brasil Editora Ltda.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, guardada pelo sistema RR

al

au transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, seja este eletrônico, mecânico,

e totocópia, de gravação, ou outros, sem prévia autorização, por escrito, da editora.

Original em inglês publicado por Grange Books, The Encyclopedia of Warfare

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Gilbert, Adrian

A Enciclopedia das Guerras

Inclui Índice Remissivo 1. História 2. Guerras

ISBN: 85-89384-73-X

Editor: MILTON MIRA DE ASSUMPÇÃO FILHO Tradutor: Roger Maioli dos Santos Produtora editorial: Salete Del Guerra Revisores de texto: Lucrécia Barros de Freitas/Glauco Peres Damas Coordenação gráfica: Silas Camargo Capa: Douglas Lucas Designer: Matthew Greenfield Cartógrafo: Bill LeBihan Pesquisa de imagens: Susannah Jayes Editoração: ERJ Composição Editorial e Artes Gráficas Ltda.

CRÉDITO DAS IMAGENS: AKG London: 13, 15, 18, 20, 34, 40, 41, 42, 45, 47, 49, 57, 61, 67, 72,73, 77, 89, 97, 98, 100, 104, 110, 112, 126, 127, 131, 135, 141, 143, 144, 145, 146, 154, 164, 172, 177, 178, 188. 189, 190, 194, 201, 209, 210

Bridgeman Art Library: 50

Brown Partworks: National Archives: 174

Corbis: 215 Mary Evans Picture Library: 8, 9,16, 21, 22, 23,30,55 Hulton-Getty Picture Library: 44, 56, 102, 115 Robert Hunt Library: 169, 184, 207, 212, 229, 213, 214, 217, 219, 221, 222, 224, 225, 249, 231, 238, 240, 241, 242, 243, 244, 245, 250, 251, 253, 255, 257, 258, 260, 263, 265, 268, 272, 281, 283, 284 82, Peter Newark: 11, 14, 29, 37, 52, 70, 78, 120, 83, 84, 88, 93,95, 96, 101, 106, 114, 116, 121, 122, 129, 134, 135, 136, 139, 149, 150, 179, 151, 152, 157, 159, 163, 166, 171, 173, 205, 180, 181, 182, 185, 187, 195, 199, 202, 233, 235 Rex Features: 291 294, TRH Pictures: 246, 274, 275, 277, 278,

295, 298, 299 Robert Nickelsberg/Getty Images, 305

Sumário Introdução

6

A Guerra no Mundo Antigo

Õ

A Guerra Medieval

40

A Guerra no Mundo Renascentista

ho

A Guerra no Século XVIII

98

Guerras Revolucionárias e Napoleônicas

126

A Guerra Civil Americana

150

A Face Cambiante da Guerra

180

A Primeira Guerra Mundial

Zilz

A Segunda Guerra Mundial

242,

A Guerra no Mundo Moderno

214

A Guerra do Iraque

300

Glossário

304

Bibliografia

305

Indice Remissivo

306

Introdução guerra desempenhou um papel fundamental no progresso humano, influindo profundamente em mudanças políticas, econômicas e sociais. Com

efeito, a história da humanidade e a

história da guerra encontram-se inextricavelmente associadas, sendo que a ascensão e a queda das civilizações dependem muitas vezes da aplicação de forças militares. Este volume mapeia o desenvolvimento da guerra ao longo de vários milênios, desde suas origens mais remotas na Pré-História até os dias presentes. Até onde se pode afirmar, com base em registros documentais e arqueológicos, o confronto organizado entre guerreiros, em lugar das escaramuças travadas por grupos de indivíduos, deve remontar pelo menos ao sexto ou sétimo milênio antes de Cristo. Mas nosso conhecimento de tais conflitos é necessariamente limitado, e apenas com o advento dos egípcios e sumérios — que deixaram registros pictóricos e escritos — é que pudemos ter idéias claras de como nossos ancestrais mais distantes lutavam. A partir desse período (aproximadamente 3000 a.C.), então, foi possível traçarmos a história da guerra com razoável segurança. O primeiro grande exército foi o dos assírios, cujo conhecimento de estratégias

e táticas,

incluindo

atividades

complexas

como

os

cercos,

definiram os padrões a ser adotados por exércitos clássicos posteriores, Esses últimos incluíam os exércitos dos gregos antigos, mais notavelmente os de Filipe da Macedônia e de seu filho, Alexandre, o Grande, e o dos romanos. O soldado de infantaria detinha as chaves da vitória, fosse ele um

hoplita grego ou um legionário romano. No entanto, após o colapso de Roma no século V d.C., a guerra na Europa se degenerou, e as legiões altamente treinadas deram lugar a bandos de cavaleiros saqueadores e

indisciplinados. No Oriente, contudo, os exércitos do Islã, e posteriormente

os dos mongóis, souberam explorar muito bem a força dos cavalos, erigindo impérios imensos no Oriente Médio e na Eurásia graças ao uso de grandes destacamentos de cavalaria. Apesar da invenção do estribo, que facilitou o controle dos cavalos e daí as formações de cavalaria, aumentando por conseguinte sua eficiência nos campos de batalha, as armas de guerra haviam mudado

por chacinados eram ainda homens os antigos: tempos os desde pouco XV, século do fim ao Próximo arcos. e dardos machados, lanças, espadas,

guerra de campos nos estréia sua teve pólvora da tecnologia a contudo, militar preponderân cia da primórdios os assinalando ocidentais, européia. O sucesso do que se tornou conhecido como estilo ocidental de guerra dependeu de avanços tecnológicos, que possibilitaram aos pequenos exércitos europeus altamente treinados destruir forças muito Ó

INTRODUÇÃO

maiores em praticamente qualquer parte do mundo. Fundamental para essa supremacia toi o poder naval transoceânico, o qual proporcionava

rquezas econômicas pelo comércio internacional e permitia aos exér-

citos europeus atacar por todo o globo de acordo com sua vontade. No final do século XIX, a maior parte do mundo havia sido colonizada ou encontrava-se sob o jugo de europeus e seus descendentes. Durante o século XX, contudo, passadas duas guerras mundiais, o balanço do poder migrou inexoravelmente dos Estados europeus para as duas superpo-

tências, que eram os Estados Unidos e a União Soviética — salvo que essa última, em fins do século, se desbaratou devido ao colapso do comunismo. Hoje, os Estados Unidos ocupam a posição de única superpotência global de fato. Apesar das muitas mudanças que tiveram lugar na história da guerra, certas constantes permanecem. O sucesso na guerra pertence aqueles que se preparam melhor; e o treinamento, o municiamento e a organização dos exércitos são os fatores centrais dessa preparação. Exércitos tão cronologicamente apartados como as legiões de Júlio César e o exército

alemão da Segunda Guerra Mundial apresentavam características similares, beneficiando-se da alta disciplina, de uma liderança flexível e imaginativa, de um firme apoio logístico e de doutrinas táticas eficazes. Além de haver uma preparação adequada, o general e seus líderes políticos devem ter metas afins, concordando que o conflito armado é a melhor alternativa para se alcançar um objetivo e que, uma vez escolhido o canal da guerra, o general disponha dos meios necessários para atingir tal objetivo. Quando a combinação entre metas e meios é deficiente, mesmo as nações mais poderosas podem fracassar — como foi o caso dos Estados Unidos no Vietnã. A liderança é outra das constantes da guerra, e compreende desde o comandante-geral até o mais humilde sargento. Em havendo má liderança, segue-se que o exército terá mau desempenho. O general deve ter um conhecimento sólido de estratégias e táticas, bem como dos demais aspectos técnicos de sua profissão. Também deve confiar em seu plano de

ação e conseguir tomar a iniciativa estratégica, impondo sua vontade ao

oponente. Por fim, deve ser capaz de estabelecer empatia com os soldados e inspirá-los, sabendo do que são capazes e incentivando-os na execução de tarefas as mais árduas. Os grandes capitães da história — Alexandre, o Grande, Aníbal, Júlio César, Frederico, o Grande, e Napoleão Bonaparte — tinham de sobra tais qualidades. Os oficiais de campo devem comandar suas tropas com competência, enquanto os oficiais juniores e os sargentos e cabos necessitam de coragem

e determinação

para

avançar

contra

o perigo, levando

seus

homens a segui-los. Os cinco mil anos de guerra registrada proporcionam um panorama fascinante e instrutivo da história da humanidade. A guerra parece inerente

à condição humana, mas hoje, que a tecnologia militar engendrou meios de

acarretar nossa própria aniquilação, ela deve ser necessariamente limitada. E quanto mais soubermos a seu respeito, maior será nossa capacidade de

restringir suas consequências mais nocivas. fá

E

A Guerra no Mundo Antigo guerra dominou a atividade humana desde muito cedo. Na Pré-História, ela consistia

em conflitos tribais localizados e efêmeros

— embates entre homens a pé armados de instrumentos de madeira ou de pedra. Contudo, por volta da idade clássica — iniciada aproximadamente em 500 a.C. —, as guerras ficaram mais complexas, sendo travadas entre

nações e mesmo impérios. Os conflitos se tornaram mais demorados e as distâncias se estenderam. As táticas militares atingiram os mais elevados

níveis, e diversos generais, sobretudo Alexandre, o Grande, e Aníbal, destacaram-se como líderes de

verdadeira preeminência, com quem os demais comandantes acabavam sendo comparados.

Nosso conhecimento da guerra no período pré-histórico é esparso, baseando-se em descobertas arqueológicas fragmentárias ou evidências comparativas recolhidas em socie-

dades primitivas mais recentes na ilhas do Pacífico e na Nova Guiné. Pesquisas antropológicas sugerem que a guerra préhistórica era limitada em natureza e ditada por rituais. à Quando disputas não podiam ser resolvidas sem o recurso violência. “sítios de batalha” eram preparados pelos comos ront conf de e séri uma a m tava limi se s luta as e , batentes podia ser ação A es. triz dire res maio sem , iros lige individuais

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que , pas tro s sua or omp rec ta ten ) rra gue de ro car no À direita: O imperador persa Dario (no centro, . a.C 331 em ), ela Arb o com ida hec con m bé am (t a el am debandavam durante a Batalha de Gaug

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ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

O Egito Antigo A primeira batalha de que temos conhecimento ocorreu em Megido em 1469 a.C., entre uma força de palestinos e um exército egípcio de 20 mil homens. A surpresa e a mobilidade desempenharam um papel importante na vitória alcançada pelo faraó Tutmés Ill; embora as táticas exatas sejam desconhecidas, os elementos compositivos que durariam séculos já estavam presentes: carros de guerra e unidades de cavalaria e infantaria. s primeiras evidências de uma abordagem sistemática para um conflito foram descobertas durante escavações em sítios arqueológicos no Oriente Médio. quando se dataram certas estruturas fortificadas em Catal Hiiyiik, na Anatólia (7000 a.C.). e em Jericó (6000 a.C.). Todavia, além do fato de que essas cidades primitivas eram protegidas por muralhas, pouco mais se sabe até o surgimento da escrita; nosso conhecimento é, portanto, muito escasso em relação às épocas anteriores a 500 a.C. Mesmo assim, tal conhecimento se concentra no Mediterrâneo e no Oriente Médio, incluindo alguns detalhes sobre a China e a India. Na maior parte do

globo, só podemos tecer conjecturas acerca das causas e

dos métodos de guerra. A guerra no mundo antigo consistia em combates a curta distância. A maioria das armas mísseis cruzaria quando muito algumas dezenas de palmos de distância, nem chegando às centenas. Houve avanços tecnológicos importantes (como o uso do ferro em lugar do bronze) que trouxeram vantagens a uma nação ou outra; houve, ainda, desenvolvimentos táticos significativos, como a falange macedônia; o generalato, tal qual demonstrou brilhantemente Aníbal, foi muito importante; e a logística, como ilustra a notável organização por trás dos triunfos das

A Suméria, no sul da Mesopotâmia, e o Egito foram as primeiras duas áreas de assentamento humano a desenvolver uma civilização urbana com registros escritos, em algum momento entre 3500 a.C. e 3000 a.€. Ambas dispunham do excedente agrícola necessário à criação de sociedades complexas, e a guerra tornou-se parte de sua cultura. Nessa mesma época, elas passaram a

inclusive

objetos,

de

fabrico

no

metais

empregar

armas. As primeiras armas metálicas eram feitas de cobre. mas esse era um elemento tão frágil que tais armas eram usadas mais comumente em cerimônias e não em combates. O verdadeiro salto de desenvolvimento ocorreu em algum ponto do terceiro milênio antes de Cristo, quando os primeiros metalúrgicos começaram a combinar estanho e cobre para fabricar o bronze, uma liga razoavelmente dura que permitia dar fio às armas. Os registros sumérios falam de Sargão da Acádia, um rei da Idade do Bronze que reinou de 2371 a.C. a 2316 a.C. e travou 34 batalhas para criar um império que controlaria a Mesopotâmia. Embora nada se saiba

legiões romanas, foi muitas vezes essencial. Não obstante, no final das contas,

as batalhas

eram

vencidas

ou perdidas pela coragem e confiança dos soldados encarregados de combater e matar. A confiança de que seus líderes € companheiros não os abandonariam, ou de que sua formação de combate e suas à alcançar de capazes eram armas vitória, era fundamental para O su-

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cesso. Assim, com frequência, forças

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DECISIVOS

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principal a o isã div a tra con tas hiti dos sa pre sur que ata (D O

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relativamente pequenas batiam outras forças muito maiores, e, como resultado, algumas organizações militares — como à dos assí-

Ramsés Il encontra forte resistência.

a| (2) Reforços egipcios chegam para ajudar a divisão principal. (3) Segunda onda de reforços egípcios contra os hititas.

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“| (4) Com a ajudo dos novos reforços, Ramsés obriga os hiitas 9 recuar para Cades, mas debanda no dia seguinte.

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rios, dos macedônios e dos romanos

— desfrutaram séculos de sucesso nos campos de batalha.

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À direita: Na Batalha de Codes, a liderança superior de ro Ramsés || foi contrabalançada pelo uso de armas de fer por parte de seus algozes, enquanto seus homens dispunham de espadas e lanças de bronze.

MOVIMENTOS

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À esquerda: Gravura de soldados sumérios avançando em batalha, munidos de elmos e grandes escudos de vime.

A infantaria era recrutada em meio às classes mais pobres da sociedade, e sua função era proporcionar uma massa estável de homens em torno da qual os elementos mais móveis — cavalos e carros de guerra — pudessem manobrar. O que distinguia as grandes civilizações, como a dos sumérios e a dos egípcios, dos Estados menores não era apenas sua superioridade em recursos naturais e humanos, mas a sofisticação

a

maioria dos governantes de sua época, liderasse pessoalmente seus exércitos, tendo de combater o inimigo de próprio punho para conquistar glória pessoal. A primeira batalha que se pode reconstituir com um mínimo de detalhes se deu em 1469 a.C. em Megido, no

norte do atual Israel, entre o faraó Tutmés III, do Egito,

organizacional com que empregavam tais recursos. A Suméria e o Egito formaram os primeiros exércitos

e uma aliança de cidades palestinas. Os palestinos esperavam que o exército egípcio, de 20 mil homens, desferisse um ataque frontal, e haviam distribuído suas forças em uma forte posição defensiva. Tutmés, porém, avançou de uma direção inesperada, tomando seus oponentes de completa surpresa.

de

fato,

com

soldados

uniformemente

armados

e

equipados que lutavam em unidades, e não individualmente. Durante todo um período, carros de guerra puxados por cavalos dominaram os campos de batalha. O estribo, que proporcionaria ao cavaleiro estabilidade na sela, permitindo-lhe trajar armaduras pesadas, brandir grandes armas ou empregar o peso do corpo no arremesso de lanças, não entrou em uso geral senão por volta de 700 d.C. Em um carro de guerra, com um condutor comandando os cavalos, o guerreiro podia atirar flechas ou brandir armas manuais pesadas sobre uma plataforma segura. Os carros de guerra também

Apesar dos dados sobre a batalha de Megido, esse

tipo de informação é raro. E até 750 a.C. a escassez de registros escritos impossibilita um conhecimento seguro de como as operações militares eram conduzidas. Acredita-se que no segundo milênio antes de Cristo os exércitos do Oriente Médio fossem constituídos em grande parte de cavaleiros, carros de guerra € soldados semitreinados que empunhariam possivelmente arcos, fundas, maças ou lanças. O bronze era usado no fabrico

podem ter refletido a hierarquia social, uma vez que as

feitas das armas, e as armaduras, quando usadas, eram de couro, vime, madeira ou tecido forrado.

classes superiores possivelmente os monopolizavam.

11]

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

Esses carros foram levados ao Oriente Médio provavelmente por tribos invasoras vindas do norte, em especial os hicsos, que conquistaram e dominaram o Egito entre 1800 a.C. e 1600 a.C. A mais famosa batalha entre dois exércitos de carros de guerra ocorreu na cidade hitita de Cades, na Síria, em 1294 a.C., entre Ramsés II, do Egito, e as forças a serviço do impéTio hitita. Em 1294 a.C., Ramsés invadiu o território hitita para capturar Cades, às margens do Rio Orontes. Seu exército consistia de quatro divisões: Amurru, Amun, Re e Ptah. Enquanto os egípcios cruzavam o Orontes, espiões hititas supostamente em deserção informaram Ramsés de que o exército hitita estava em Alepo, mais ao norte. verdade

o rei hitita, Muvatális, e seu exército

a batalha de Cades foi particularmente notável pelo uso de armas de ferro por parte dos hititas, enquanto os egípcios se valiam do bronze. O ferro era mais duro

que o bronze e, mais importante, podia receber um fio muito mais cortante. Ele substituiu gradualmente o bronze como material para armas afiadas (e para as pontas de lanças e setas), embora o uso de armaduras

estavam aquartelados em Cades. Ramsés caiu no embuste dos hititas e seguiu adiante com a divisão Amun. A Amurru foi incumbida de dar cobertura às divisões Re e Ptah durante a travessia. Muvatális enviou 2.500 carros de guerra pelo Orontes e atacou a divisão Re enquanto esta cruzava o rio. A ofensiva hitita desbaratou a Re, mas foi por sua vez atacada pela

Amurru — que passou pelos hititas e uniu-se a Ramsés e à divisão Amun. À direita: O Oriente

Médio no apogeu do

de bronze tenha chegado até os tempos romanos. Os hititas viviam no centro da Asia Menor, e por dois séculos combateram os egípcios pelo controle do

que é hoje Líbano, Israel, Palestina e Síria. A ação em Cades permitiu que a influência hitita se estendesse até Damasco e deteve a ressurgência egípcia na Síria. Os hititas também se envolveram em várias guerras na Síria contra os mitanis, povo do norte da Mesopotâmia. Esses conflitos foram travados tendo-se em vista a tributação de Estados menores.

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Batalha de Kish foi vencida pelos assírios.

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Muvatális enviou então outros mil carros de guerra de sua reserva. Eles foram derrotados pelo ataque conjunto das divisões Amurru e Amun. No dia seguinte, Ramsés, cujas forças estavam debilitadas após tantos eventos, recuou pelo Orontes, pois Muvatális tinha ainda 30 mil soldados de infantaria descansados. Embora tenha sido uma espécie de empate renhido,

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O COMBATE COM CARROS DE GUERRA

O carro de guerra de tração eguina tirava

proveito da velocidade nas batalhas. Fileiras de

GUERRA

NO

MUNDO

ANTIGO

Mesopotâmia já no terceiro milênio antes de Cristo.

assentando-se à volta das três cidades-Estado de Assur.

Nínive e Arbela. Em vizinhos — inclusive

tornaram

carros avançavam velozmente em direção ao

uma

grande

guerra constante contra seus os hititas —, os assírios se

potência

militar

no século

XI a.€. O primeiro exército assírio atingiu a costa do Mediterrâneo durante o reinado de Tiglat-Pileser 1 (1120 a.C-1093 a.C.). O Estado assírio organizava-se em torno da guerra, e seus governantes deixaram grande número de gravuras detalhadas glorificando suas muitas campanhas. Ataques de nômades arameus vindos da Babilônia, no sul da Mesopotâmia, interromperam a expansão assíria por volta de 1050 a.C.

inimigo, e os guerreiros disparavam setas contra seus oponentes. Esse tipo de ataque podia infligir baixas numerosas a grupos cerrados de infantaria que não trajassem armadura, já que os soldados não podiam correr rápido o bastante para alcançar os carros ou escapar deles. Antes de cada ataque, os carros de guerra espaçavam-se suficientemente para fazer a curva ao final da arremetida. Isso também permitia que duas fileiras de carros em investida mútua passassem uma pela formação da outra, enquanto os tripulantes atiravam lanças ou

O poder assírio passou, então, por diversos ciclos de declínio, seguidos de fases de expansão militar. Os assírios invadiram a Babilônia, o Irã e o leste da Asia Menor. Todavia, após a morte de Shalmaneser III (824

a.C.), guerras

disparavam flechas. Como os cavalos eram muito valiosos se capturados, ambos os lados preferiam

civis em

território

assírio

permitiram

muitas cidades rebelar-se contra seus senhores.

atacar os alvos menores, que eram os guerreiros.

Todavia, os solavancos que sofria o veículo ao

cruzar terrenos acidentados não permitiam uma mira muito precisa.

Os carros de guerra eram muito frágeis, e a longa haste a que os cavalos eram atrelados

danificava-se facilmente, sendo de difícil

reposição. Para que um carro de guerra fosse eficaz, tanto os tripulantes quanto os cavalos tinham de ser intensamente treinados. O jugo egípcio sobre a Palestina ilustra alguns dos objetivos e métodos da guerra na época. Os egípcios

estabeleceram sua autoridade sobre os palestinos durante o reinado de Amenhotep HI (1390 a.C.-1353 a.C.). Em todas as cidades da região eles construíam uma pequena guarnição, que era suprida e paga pelos habitantes locais. As cidades também enviavam uma soma anual em moeda ou produtos agrícolas — um tributo — ao faraó egípcio. Em troca, podiam recorrer a este para a resolução de conílitos. O faraó ocasionalmente permitia que a guarnição egípcia se unisse ao exército da cidade durante confrontos com um vizinho. Em 1200 a.C., cerca de 500 anos depois que os hicsos

ção migra outra , Médio te Orien o antig o aram assol esses similar abalou a região. Os egípcios chamaram do Mar Povos pio, princí À Mar. do Povos de inimigos

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os hititas, e é possível que tenham destruído

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Acima: Retrato fictício da Batalha de Cades, na qual se estima que um total de 6 mil carros de guerra tenha participado. Não há registro da presença de leões!

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a

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

Assirios e Persas Tanto o império assírio quanto o império persa se notabilizaram pelos exércitos numerosos e bem

organizados que conseguiam pôr em campo. De particular interesse é o fato de que suas forças eram compostas, em grande medida, de povos subjugados pelo império, e não de soldados naturais do país; o exército persa que invadiu a Grécia em 480 a.€., por exemplo, continha homens de 20 províncias do império persa.

O governante assírio Senaquerib (705 a.C.-681 a.C.)

(

nr os egípcios, os assírios não estabeleciam controle político direto sobre as terras que conquistavam. O poder imperial exigia tributos de seus rebelião estava sujeita a selvagens

represálias. A era de debilidade que se seguiu à morte de Shalmaneser III só se encerrou em 745 a.C., ano em que um general assírio chamado Pulu tornou-se rei e assumiu o nome de Tiglat-Pileser III. Ele reorganizou o sistema de governo e o exército. Atenção particular foi dada ao treinamento, ao arsenal de armas, à guerra por sítios e à logística. Antes de Tiglat-Pileser III, o exército assírio era provavelmente uma milícia não permanente composta de soldados que serviam o rei por um certo número de dias ao ano e então retornavam à vida civil. Para aumentar a eficiência militar, o novo rei criou quatro categorias diferentes de soldados. Em primeiro lugar havia a guarda real. Era composta sobretudo de unidades de cavalaria e carros de guerra, embora houvesse uma unidade de infantaria conhecida como “Heróis”. A segunda categoria era o exército permanente do rei, envolvendo cavalaria, carros de guerra e infantaria. Esses soldados envergavam uniformes e eram recrutados em meio aos diversos povos do império; em tempos de paz, eles montavam guarnição em vilas e cidades por todo o território imperial. Em terceiro lugar havia os homens do rei, uma milícia semitreinada, possivelmente similar

ao exército anterior às reformas de Tiglat-Pileser. O quarto grupo, consistindo de todos os demais homens aptos do império, compunha a recruta geral, a ser usada somente em épocas de emergência nacional. Estimou-se que os assírios fossem capazes de pôr em campo cerca de

de mata, seus carros de guerra não tinham muito efeito,

ao contrário do que ocorrera nas planícies da Babilônia. Não obstante, Senaquerib, para ter sucesso, com-

binou a infantaria e a cavalaria. No ano seguinte, ele atacou uma aliança de governantes palestinos apoiados pelos egípcios. A aliança ruiu e Sidga, o rei palestino de Ashkelon, foi deportado para a Assíria. Em uma dada campanha, Senaquerib sitiou uma fortaleza controlada por Judá. As técnicas e máquinas que os assírios desenvolveram formaram a base para as atividades de cerco até o advento da pólvora. Com efeito, uma das razões para a predominância militar assíria estava em sua capacidade de dominar diversas

s

100 mil homens, um número imenso pelos padrões da época, e, mais im-

portante, que pudessem municiá-los por períodos prolongados. Quando da morte de Tiglat-Pileser II, em 727

a.C., as fronteiras da Assíria estavam

seguras, graças à força de seu novo exército e a suas campanhas anuais contra reinos vizinhos. À direita: Tiglat-Pileser III (o segundo a partir da esquerda), imperador da Assíria e inovador militar, toma parte em um cortejo.

14

Ss o

súditos, e qualquer

deixou descrições de suas campanhas, descobertas por arqueólogos no palácio de Nínive, a capital assíria. A primeira batalha de seu reinado ocorreu em 703 a.C., e foi travada contra os babilônios em Kish, na Mesopotâmia. Senaquerib usou seus carros de guerra para atacar a frente de batalha inimiga, e sua cavalaria, para investir contra os flancos. Essas táticas combinadas permitiram aos assírios alcançar resultados decisivos. Em 702 a.C., os assírios promoveram campanhas contra o norte. Nessas regiões montanhosas e cobertas

À direita: Um relevo da época de Assurbanipal (688 a.C— 625 0.€.) mostra arqueiros assírios durante um cerco.

disciplinas da guerra, fosse em ataques conjuntos de carros e cavalaria nas planícies do Oriente Médio. fosse em operações nas montanhas. fosse na guerra por sítio. O império assírio atingiu seu apogeu durante o reinado de Assurbanipal (688 a.C. -625 a.C.), quando controlou todo o antigo Oriente Médio, exceto o Egito. Todavia, o uso do terror acabou por se mostrar adverso, com revoltas rebentando por toda a parte. Em 626 a.C. os babilônios se rebelaram, ganhando a adesão dos medos, do noroeste do Irã, e de tribos citas. Não se sabe exatamente por que o Império veio abaixo em tão pouco tempo, mas em 612 a.C. a própria Nínive foi capturada e destruída. A derrota assíria foi total, já que povos anteriormente subjugados se vingaram destruindo suas cidades e escravizando seus habitantes. Os medos se tornaram a principal potência da região, mas acabaram conquistados por um povo aparentado. os persas, em 559 a.C. No final do século VI a.C. a influência persa na Mesopotâmia cresceu

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enrijecer

império vastíssimo permitju-lhes levar a campo

a.C., e incendiaram-na.

Como preparação para os ataques, os arqueiros

disparavam suas setas contra as formações

inimigas. Ao mesmo tempo, arqueiros montados

os flancos e a retaguarda da Cítia circundavam já tinha sido inimiga. Quando o exército oponente

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arqueiros persas,a abalado pelos mente suficiente

infantaria brandia lanças e escudos e unia-se d ma

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O rei persa, Dario, mobilizou

suas forças e, em 494 a.C., desbaratou a revolta, impondo novamente sua soberania. Ele também se preparou para invadir a Grécia continental, estando irritado sobretudo com Atenas. Em 492 a.C., Dario enviou um grande exército e uma frota marinha para o norte do Mar Egeu; porém, antes de a invasão se concretizar, uma tempestade os obrigou a recuar. Dario não viu nisso senão um passageiro contratempo, e se pôs a planejar outra investida contra a Grécia. Em 490 a.C. uma frota imensa, conduzindo 20 mil soldados persas, deixou a Jônia e atacou a ilha de Naxos e em seguida Erétria. Os persas

a lança para criar uma “barricada” em miniatura.

e

os

concordaram em cooperar. Apesar do desequilíbrio de forças, os gregos tomaram a iniciativa. Os jônios atacaram Sárdis, a capital da satrapia (província) persa da Lídia em 498

províncias de seu império. Os melhores soldados eram os da própria Pérsia e os das tribos guerreiras dos citas, oriundas do norte. A infantaria persa empunhava poderosos arcos compostos, feitos de camadas de madeira e chifre animal. Eles também portavam lanças e escudos leves. O escudo podia ser apoiado contra

ar;

controle,

única comunidade, muito embora vivessem em cidadesEstado apartadas e distribuídas pela região. Todavia, a resposta grega ao pedido de ajuda foi nula, e somente Atenas e Erétria, cidade na ilha egéia de Eubéia,

mais de 100 mil homens, recrutando-os nas vinte

cavala ria, armada de lança s A curtas em uma ,

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recorreram aos demais Estados gregos em busca de auxílio militar. Os gregos antigos consideravam-se uma

exércitos excepcionalmente numerosos pelos padrões do mundo antigo. Heródoto, historiador grego que escreveu sobre as Guerras Persas, afirma que mais de um milhão de soldados tomaram parte na invasão da Grécia em 480 a.C. Trata-se de um exagero, mas os persas poderiam facilmente congregar um exército com



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progressivamente, e, durante o reinado de Ciro I (559 a.C. -529 a.C.), eles suplantaram os medos e os babilônios como principal potência da região. Acabaram conquistando o Egito e a Ásia Menor; e, em 500 a.C., obrigaram a Trácia e a Macedônia, ao norte da Grécia, a reconhecer a soberania do monarca persa. Nas margens egéias da Ásia Menor havia uma efervescente presença grega. Conhecida pelos gregos como Jônia, essa região mantinha relações instáveis com a Pérsia, e, em 488 a.C., quando os persas tentaram

O controle exercido pelos persas sobre um

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capturaram Erétria e a destruíram, dirigindo-se em seguida para o território ateniense e aportando na cidade de Maratona. Ali, o organizado exército persa encontrou um inimigo que descobriria ser imbatível: a falange grega.

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

Os Gregos Antigos Os gregos foram responsáveis pela criação da principal unidade de infantaria de seu tempo, a falange.

O tipo de guerra inextricavelmente associado a ela era o confronto decisivo entre dois corpos de

soldados de moção lenta e grande disciplina, que avançavam de encontro um ao outro em formações cerradas e protegidas, até se engalfinharem em uma exaustiva troca de empurrões e punhaladas que só tinha fim quando um dos lados se rendia.

JAR de cerca de 700 a.C., as cidades-Estado — a forma mais comum de organização política no mundo grego — haviam estabelecido exércitos compostos de fazendeiros e cidadãos relativamente abastados, que se dispunham a lutar por breves períodos e providenciar pessoalmente seu equipamento. Este consistia em um pesado escudo circular de madeira com pouco menos de um metro de diâmetro, coberto de bronze, além de um elmo e uma armadura de bronze, e grevas para proteger as pernas. O armamento ofensivo consistia em uma lança afiada com três metros de comprimento e uma espada curta. Estes soldados couraçados — os hoplitas — tinham grande coesão social, uma vez

que lutavam normalmente para que sua própria cidadeEstado protegesse seu território ou se apossasse de outra cidade-Estado, e traziam históricos sociais similares. Os hoplitas lutavam em fileiras cerradas, com o escudo de um homem protegendo o corpo do vizinho à esquerda. Essa formação era conhecida como falange, termo grego cujo sentido é “estaca”. Os hoplitas avançavam relativamente devagar contra o inimigo, em blocos que tinham por vezes a profundidade de 16 homens,

e, enquanto mantinham sua formação, seus escudos e armaduras proporcionavam uma boa proteção contra as setas e lanças inimigas. Conflitos entre cidades-Estado eram decididos por um único combate em condições igualitárias. Cada lado avançava contra o outro, com seus escudos formando uma barreira crivada de lanças fincadas. Então, após um combate extenuante de trancos e punhaladas, um dos lados acabava por render-se. A falange de hoplitas era relativamente incapaz de manobras, mas a guerra entre gregos, antes de meados do século V a.C., raramente envolvia o uso de armas mísseis ou táticas sofisticadas; na verdade, as cidades-

Estado parecem ter concordado tacitamente em preservar a simplicidade da guerra. O que ela requeria era o brio para travar acirradas lutas mano a mano e disciplina para manter a formação sob o clangor da batalha.

Em Maratona, os atenienses reuniram cerca de 9 mil

hoplitas para combater os invasores persas. Chegando ao local, porém, o exército de Atenas se recusou a travar confronto direto com os persas, e aguardou cautelosamente até avaliar a situação. Os persas, de mau aviso, decidiram dividir suas forças, enviando parte de seu exército pelo mar contra Atenas, enquanto o restante

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À direita: Soldados gregos durante a época das Guerras Persas. A figura central é um hoplita. No batalha, a vanguarda dos hoplitas apontava suas lanças contra o inimigo, enquanto a retaguarda repousava as lanças nos ombros dos soldados dianteiros.

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GUERRA

NO

MUNDO

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Froto grego

A esquerda: À Batalha de Salamina custou aos persas metade de sua frota — cerca de 350 embarcações.

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Os gregos perderam apenas 40 naus durante seu

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MOVIMENTOS DECISIVOS

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À frota grega, menos numerosa, forma sua linha de

ue batalha na seção estreita do canal.

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2) A frota persa, em maior número, avança pela seção

e

É estreita do canal, e seus navios se atravancam.

| O A frota grega avança e supera os persas, que não têm como manobrar.

(4) O restante da frota persa debanda.

avançava plano em laram os frontal do

por terra. Todavia, antes prática, os atenienses escalões centrais para exército dos persas, mas

O exército persa se viu incapaz de superar a pequena força que guardava as Termópilas, até que um desertor grego informou Xerxes sobre uma pequena trilha que conduzia colina acima, permitindo a suas tropas flanquear o destacamento grego. Ele enviou mil dentre seus melhores soldados — os famosos “Imortais” — por essa trilha, e os demais atacariam pela frente. Reconhecendo a fatalidade de sua posição, Leônidas despachou a maior parte de suas forças para um local de segurança, enquanto ele e sua guarda real (juntamente com alguns aliados gregos) firmaram pé. Na batalha que se seguiu, os persas tomaram a passagem, ao custo de sofrer pesadas baixas; todos os espartanos morreram sem se render. Após a Batalha das Termópilas, os persas avançaram contra a Grécia central. Eles capturaram e incendiaram Atenas, mas a população inteira já se havia evadido. Enquanto isso, a frota ateniense mantinha sua posição ao largo da ilha de Salamina. Para conquistar a Grécia, os persas precisavam cruzar o estreito istmo de Corinto. Os gregos tinham uma forte posição defensiva no istmo, e os persas decidiram flanqueá-los enviando tropas terrestres pela retaguarda, em uma operação anfíbia. Todavia, antes de levarem a manobra a efeito, era preciso eliminar a frota defensiva dos gregos. Embora contasse com um número inferior de navios, o almirante grego, Temístocles (524 a.C. -459 a.C.), atraiu a frota persa para as águas estreitas entre o continente e a ilha de Salamina, evitando que os persas explorassem sua vantagem numérica. Os gregos tinham maior destreza bélica, e, em uma peleja confusa e desesperada, infligiram pesadas baixas aos persas.

que pudessem pôr seu atacaram. Eles afunifazer frente à largura suas alas trespassaram

as forças persas, cujas setas não podiam deter o avanço da infantaria pesada. A força grega, em uma brilhante

manobra de encurralamento, tomou o inimigo desprevenido, matou cerca de um terço do exército persa e incendiou vários navios. As forças persas restantes recuaram pelo Egeu até a Jônia. Atenas estava salva. A Batalha de Maratona foi um dos principais momentos nas guerras entre gregos e persas descritas por diversos autores da Grécia. Historiadores gregos e, posteriormente, romanos, nos deixaram muito mais informações sobre a história subsequente a 500 a.C. no Mediterrâneo e no Oriente Médio do que possuímos sobre épocas anteriores. Embora ainda haja muitas lacunas, podemos ter uma confiança maior nas informações disponíveis, já que descobertas arqueológicas e fontes escritas podem ser usadas em conjunção umas com as outras.

As Guerras entre a Grécia e a Pérsia Passada

a derrota

em

Maratona,

Dario

concluiu

que

teria de conquistar a Grécia com uma ofensiva terrestre, mas morreu antes de a invasão poder se efetivar. Seu sucessor. Xerxes, estava igualmente determinado a eliminar o empecilho grego, e, em 480 a.C., recrutou um exército colossal, talvez com 100 mil homens, e usou

uma ponte de barcos para cruzar O Helesponto (Dardanelos) — o estreito que separa a Europa da Ásia Menor. Essa foi a grande fase seguinte das Guerras Persas. Embora algumas cidades-Estado gregas tivessem se

aliado com

os persas, outras, lideradas por Atenas

Depois do contratempo em Salamina, Xerxes regres-

sou à Pérsia com parte de seu exército, embora forças consideráveis tenham permanecido na Grécia, prontas para retomar a campanha. Em 479 a.C., persas e gregos se defrontaram na decisiva Batalha de Platéia, a noroeste

e

de Atenas. Mardônio, o comandante persa, tentou obrigar

Esparta, formaram uma liga de oposição. Os gregos, comandados pelo rei espartano Leônidas, decidiram plantar um destacamento em um gargalo natural co-

os gregos a lutar na planície, onde a cavalaria persa seria

mais eficaz. Quando os gregos tentaram mudar de posição, Mardônio supôs que estivessem fugindo. Ele atacou, mas os gregos se mostraram uma vez mais superiores no combate direto. A Pérsia foi derrotada e Mardônio

com nhecido como Termópilas. Essa passagem estreita, ar evit ia dev ro, out no mar o e o lad um de has montan

que os persas atacassem pelos flancos O exército grego,

foi morto.

numericamente inferior.

17

À esquerda: Um hoplita grego da época da Guerra do Peloponeso,

que assinalou a destruição do poder ateniense e a ascensão de Esparta. Observe os grandes escudos ovais.

comércio, podendo dispor de uma marinha poderosa, de que se valia para erigir um império econômico por todo o Mar Egeu.

As Guerras do Peloponeso

O antagonismo entre Atenas e Esparta degenerou em conflito aberto, no que se tornou conhecido como Primeira Guerra do Peloponeso. Ela teve início como uma guerra entre Atenas e Corinto, cidade aliada de

Esparta, em 460 a.C. (Corinto bloqueava a principal rota de acesso à parte sul da planície grega do Peloponeso — daí o nome da guerra.) Esparta se envolveu três anos depois, derrotou Atenas

na Batalha

de Tanagra

e

então recuou para seu território, no sul do Peloponeso. A guerra terminou em um impasse em 445 a.C., abrindo o período da Paz dos Trinta Anos, apesar de as hostilidades

terem sido retomadas 14 anos depois. Durante a guerra, os atenienses construíram um corredor murado ligando Atenas a

Poucas semanas após a Batalha de Platéia, uma frota grega singrou o Mar Egeu rumo a Micale, na Jônia, e derrotou o exército e a frota persas que ali se haviam instalado. Os jônios. que tinham sido absorvidos pelas forças armadas do império persa, trocaram de lado no começo do conflito e ajudaram a virar a balança em favor dos gregos. Após as vitórias gregas de 479 a.C., a Jônia se tornou parte da Liga de Delos, liderada por Atenas em oposição aos persas. Esta aliança promoveu uma guerra esporádica contra a Pérsia até 448 a.C. Sua estratégia era libertar todas as cidades gregas à volta do Eseu, reunindo-as na órbita econômica e naval de Atenas. Em 466 a.C. uma frota da Liga de Delos derrotou os persas no Rio Eurimedon, na costa da Asia um Menor. Em 448 a.C.. atenienses e persas firmaram

acordo chamado de Paz de Cálias (nome do principal Gréa e a Pérsi a entre ito confl O e). iens aten or negociad cia definhou. embora cada uma continuasse a interferir nos assuntos da outra. Não

obstante

o sucesso dos gregos em resistir ao

has grega as bélic as tátic as e ica polít a , persa império das giu emer as Aten e. ment unda prof do muda viam um guerras como o principal Estado grego, e estabeleceu ado base — s Delo de Liga a — timo marí rio grande impé outros com ções rela nas ão tens a Havi . naval r pode no de ge falan cuja rta, Espa ente velm nota Estados gregos, hoplitas era a melhor do mundo grego.A feroz disciplina supresuá u guro asse a rtan espa vida a va egna impr que macia nas batalhas. Todavia, enquanto Esparta dependia ao s graça era quec enri e iens aten do Esta o a, ultur agric da

seu porto na costa, o Pireu. Isso lhe permitia resistir a cercos prolongados, já que suprimentos trazidos por navios poderiam ser levados até a cidade pela estrada entre as muralhas. Nessa época, a arte do cerco no mundo grego ainda estava na infância, e uma cidade murada poderia resistir por longos períodos, tendo de se preocupar apenas com a ameaça de inanição. Tradicionalmente, os comandantes previam suas inva-

sões para as épocas de colheita. A safra nos campos seria facilmente queimada e o trabalho de um ano se perderia, trazendo como resultado provável uma fome hibernal. Conseqiientemente, era importante derrotar o invasor em batalha antes que ele pudesse devastar os campos. Mas Atenas, com suas “longas muralhas” até o Pireu e sua poderosa marinha, podia contar com suprimentos alimentícios enviados por seus aliados no Egeu, evitando enfrentar os espartanos em batalha aberta. A Paz dos Trinta Anos encerrou-se em 431 a. Atenas e Corinto travaram uma batalha naval próximo

a Corfu e uma batalha terrestre em Potidéia, pequena

cidade no nordeste da Grécia. Isso proporcionou a Esparta um pretexto suficiente para declarar guerra a Atenas. O conflito durou até 404 a.€., com um breve período de paz entre 421 a.C. e 414 a.C. Uma mudança notável na conduta da segunda e maior das guerras do Peloponeso diz respeito à estratégia. Os atenienses sabiam estar se envolvendo em um conflito prolongado. Péricles, o principal líder político de Atenas, persuadiu seus concidadãos de que deviam enviar expedições de navios e hoplitas para atacar os aliados de Esparta por mar, abalando paulatinamente sua determinação. Essa abordagem “indireta” para a guerra assinalou O dramático abandono da estratégia simplista de que as guerras eram vencidas ou perdidas em resultado de

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uma única batalha decisiva entre forças de hoplitas. Esparta tentou retaliar, levando a guerra diretamente

ateniense

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| A guerra também testemunhou mudanças significativas nas operações navais. Os atenienses haviam levado a altos níveis suas técnicas com galeras trirremes. Eles já não precisavam abordar os vasos inimigos e travar combates braçais; conseguiam usar as próprias galeras como armas, e não como meras plataformas de luta para soldados que haviam virado marujos. Os atenienses na-

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contribuição tática para o ofício da guerra na Grécia. Em Leuctra, em 371 a.C., ele fez o primeiro uso registrado de uma ordem de ataque oblíqua. Tradicionalmente, os exércitos de hoplitas formavam a falange posicionando os melhores homens na extremidade direita da linha. Epaminondas, em vez disso, posicionou seus melhores soldados — incluindo a elite da Banda Sagrada Tebana — à esquerda. Em seguida, avançou em uma linha cambaleante, ou oblíqua, garantindo que seus melhores homens enfrentassem o inimigo primeiro. Além disso, ele mais do que dobrou a profundidade normal da falange na ala esquerda, que pode ter chegado a 50 fileiras. Isso proporcionou às tropas um poder de impacto que lhes permitiu varar as fileiras oponentes. A falange prorrompeu adiante e desbaratou as melhores tropas espartanas, incluindo nisso o rei. O exército espartano esmoreceu e, em seguida, ruiu. Em poucos minutos, Epaminondas pôs fim à supremacia militar espartana.

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(393 a.C.) e Abidos (388 a.C.), em Esparta, em uma série de guerras travadas entre 400 a.C. e 362 a.C., quando Atenas e outras cidades desafiaram a supremacia

TRÁCIA

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território

infantaria ligeira, obtendo grandes vitórias em Lecaion

deram aos siracusanos tempo para preparar suas defesas. Os atenienses não lograram êxito durante dois anos. Então, uma grande força espartana e coríntia acorreu em auxílio da cidade e destruiu as forças atenienses. Uma nova derrota em Egos Potamos, em 405 a.C., selou o destino de Atenas, cujos cidadãos estavam sendo esfaimados para render-se. No ano seguinte, Atenas foi obrigada a capitular e a aceitar as condições de paz de Esparta, que incluíam a demolição das “longas muralhas” até o Pireu. A maior mudança na natureza da guerra grega durante a parte final do século V a.C. ocorreu em terra e enfraqueceu a antiga supremacia da falange. Como formação de combate, ela funcionava bem em terreno

Liga de Delos

enfrentou

no

e Esfactéria em 425 a.C. Outro ateniense, Ifícrates (415 a.C. -353 a.C.), tornou-se especialista em táticas de

ponto de transição sobreveio durante a expedição ateniense contra a Sicília (415 a.C. -413 a.C). Em 415 a.C., uma grande frota foi enviada para capturar Siracusa. Uma liderança dividida e táticas sofríveis

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força mista de hoplitas e de infantes ligeiros chamados peltastas. O exército se mostrou muito maleável, podendo levar nos flancos uma força maior, se bem que mais lenta, de hoplitas, para garantir a vitória. Os peltastas originaram-se na Trácia (nome derivado do escudo curvado — pelta— usado por esses escaramuçadores). Demóstenes usou peltastas nas batalhas de Idômene

vam as mudanças de direção da galera que seguia na dianteira. Isso permitia ao esquadrão desempenhar manobras mais complexas e coordenadas do que na tradicional formação de linhas de costado. As táticas atenienses se concentravam no uso do aríete de bronze, localizado no arco dianteiro da galera, logo abaixo da superfície da água, capaz de despedaçar o frágil casco das galeras oponentes. Todavia, apesar da mestria naval dos atenienses, a Guerra do Peloponeso acabou se inclinando para Esparta e seus aliados. O

E

ANTIGO

reduziram a falange a farrapos. Demóstenes sobreviveu, e, em uma batalha posterior, combinou habilmente uma

vegavam em uma formação conhecida como “linha de frente”. Esquadrões de 10 ou 20 trirremes acompanha-

Atenas e a

MUNDO

escudos leves e dardos. O general ateniense Demóstenes tentava persegui-los, mas O Inimigo escapava facilmente da falange, mantendo distância e atirando dardos até que os fatigados hoplitas não mais conseguiram preservar a formação. Os etólios, então, atacaram e

depender perigosamente de importações de comida.

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lutando

ocidental

niense. Em vez de se confinar a ataques sazonais em época de colheita, os espartanos podiam agora atacar as fazendas atenienses o ano todo, obrigando Atenas a

Ê

NO

plano, mas era lenta e morosa, podendo se desorganizar em terreno acidentado. Em 426 a.C., um exército

até Atenas e áreas circunvizinhas e construindo, em 413 a.C., uma fortaleza em Deceléia, em território ate-



GUERRA

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À esquerda: As guerras civis gregas foram travadas sobretudo nas costas mediterrâneas orientais e na Grécia continental.

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

Macedônia e Alexandre, o Grande Embora os Estados gregos tenham aprendido muito sobre a condução da guerra durante os longos anos de conflitos domésticos entre os blocos que se uniram em torno de Atenas e Esparta, as lições também

foram absorvidas e desenvolvidas por outros — mais notavelmente pelo exército macedônio de Filipe Il (382 a.C.-336 a.C.) e de seu genial filho, Alexandre, o Grande (356 a.C.-323 a.C.).

Todavia, ele foi assassinado em 336 a.€., deixando o filho

Macedônia era um Estado ao norte da península grega, cujo povo não era considerado propriamente grego. O monarca constitucional, Filipe, era

Alexandre, de apenas 19 anos, para ser coroado rei. -

ambicioso e um profundo pensador militar; as reformas que promoveu no exército macedônio abriram um processo de mudanças fundamentais nas guerras da Grécia e do Oriente

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Filipe iniciou seu

reinado, a Macedônia já tinha uma das melhores e mais numerosas cavalarias dentre todos os exércitos na esfera de influência grega, de modo que o novo rei concentrou seus esforços em reformar a infantaria. Filipe deu à infantaria uma nova arma, um pique — a sarissa — com cerca de cinco metros de comprimento. mais do que o dobro da lança normal. Era uma arma de difícil manejo, pois tinha grande peso e exigia soldados altamente treinados para ser utilizada com eficácia. Mas a nova infantaria armada de piques — chamada de falangitas — mostrou-se formidável contra as velhas falanges de hoplitas da Grécia. Filipe enfatizou mais o treinamento do que faziam os exércitos não permanentes das cidades-Estado: esse treinamento traria grandes compensações nas muitas campanhas que se seguiram. Como parte de um grande plano para trazer a Grécia sob seu jugo, Filipe se aproveitou de um litígio envolvendo o controle do santuário religioso de Delfos, nas escarpas do monte Parnaso, o que acabou por torná-lo

senhor de todo o norte da Grécia. Quando a segunda grande onda de hostilidades sobreveio em 339 a.C, Tebas e Atenas, que temiam as ambições territoriais de Filipe. se aliaram contra a Macedônia. As forças rivais se defrontaram em Queronéia, na Grécia central, em 338 a.C. As forças atenienses e tebanas totalizavam 35 mil homens. Os macedônios contavam com 30 mil infantes e 2 mil cavaleiros. A batalha foi um triunfo tão grande para o filho de Filipe, Alexandre, quanto para O próprio Filipe. Alexandre comandou a cavalaria, que, como a infantaria de seu pai, empunhava longos chuços

ou lanças. O ataque decisivo da cavalaria de Alexandre eliminou a elite de hoplitas da Banda Sagrada Tebana, e a infantaria de Filipe matou e capturou 3 mil atenienses. A vitória fez de Filipe o senhor da Grécia. Ele usou sua soberania para criar uma nova organização política, a Confederação de Corinto, a qual pretendia usar para promover guerra contra a Pérsia (Esparta estava notavelmente excluída dessas propostas). Filipe foi eleito general da confederação em 337 a.C., e começou à formar um exército e uma marinha para atacar a Pérsia.

Acima: Alexandre, o Grande, foi um dos maiores capitães da história. Suas proezas militares, intelectuais e administrativas jamais foram igualadas por ninguém. Ele foi o maior comandante militar do mundo antigo.

20

À esquerda: O exército de Filipe da Macedônia

derrota os atenienses na Batalha de Queronéia, em

338 a.€., fazendo de Filipe o senhor da Grécia.

O jovem Alexandre, antes de qualquer coisa, precisou impor sua autoridade pessoal sobre a Grécia. Amda que fosse um líder popular e valente, ele se mostrava propenso, quando ébrio, a violentos arroubos de fúria, mesmo contra seus amigos diletos. Alexandre conduziu o exército macedônio à Grécia para obrigar a Confederação de Corinto a elegê-lo general em lugar de seu pai. Então, em 335 a.€., ele foi obrigado a enfrentar um ataque bárbaro contra a Trácia e a Ilíria, no que se saiu brilhantemente. Enquanto a atenção de Alexandre estava voltada para outros misteres, disseminaram-se rumores de sua morte, e Tebas rebelou-se contra o poder dos macedônios. Alexandre propôs negociações, mas foi repelido. Sua reação foi rápida e implacável: ele sitiou Tebas e, apoiado por aliados

mente, havia 1.800 Companheiros divididos em oito esquadrões ou ilae, cada homem se responsabilizando por suas próprias armas e equipamentos. A armadura dos Companheiros era relativamente leve — um elmo, uma couraça de couro ou metal e ocasionalmente

grevas

—,

enquanto

o

armamento

consistia em um escudo circular e um chuço míssil. A exemplo de todas as cavalarias do mundo antigo, os Companheiros não dispunham de estribos, e por isso

eram incapazes de usar seu chuço como lança, preso sob o braço, valendo-se

em

vez disso da técnica de

arremesso contra os oponentes. Capaz de movimentos ligeiros e todavia altamente disciplinados, a cavalaria dos Companheiros era a mais temida de sua época. Um grande contingente de cavalaria pesada era provido

gregos, libertou a guarnição macedônia e capturou a

pela

Tessália,

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forças

montadas

eram

comple-

mentadas por uma cavalaria ligeira armada de dardos. O grosso da infantaria falangita — armado com longas sarissas — era chamado de pezetairoi, sendo recrutado em meio ao campesinato macedônio. Em

cidade com seus 30 mil habitantes. Decretou-se uma variedade grega de represália, conhecida como andra-

podismos, pela qual os edifícios deviam ser trazidos abaixo. os habitantes escravizados e o território redistribuído entre os vitoriosos. As demais cidades-Estado

uma tentativa consciente de fomentar seu esprit de corps, eles receberam o título de Companheiros Infantes. Uma ala mais genuinamente prestigiada era a

ficaram estarrecidas com a severidade da sentença.

Alexandre estava pronto para iniciar sua grande aventura: a conquista do império persa. Ele era o feliz beneficiário do exército macedônio esplendidamente treinado de seu pai, e, embora não houvesse dúvidas quanto a seu gênio militar ou carisma pessoal, O exér-

dos hipaspistas (“escudeiros”), que traziam armaduras mais leves e eram armados de um pique mais curto, com cerca de três metros de comprimento. Seu papel era mover-se rapidamente pelo campo de batalha, proporcionando continuidade tática entre a cavalaria e a falange central dos pezetairoi. Uma infantaria leve — peltastas e psilitos armados de dardos e espadas — era usada para escaramuças no front principal do inimigo, ou para evitar que este tentasse flanquear a falange. Além de sua disciplina e de seu grande entusiasmo em campo, o que tornava o exército macedônio mais eficaz era a maneira pela qual as diversas unidades

cito que marchou pela Ásia Menor e destruiu à hegemonia persa sobre o Oriente Médio permanecia sendo criação de Filipe. O núcleo do exército de Alexandre era composto pelos Companheiros, a cavalaria de elite comandada pessoalmente pelo rei, consistindo em maior parte de

proprietários de terras macedônios, que também atuavam como guarda pessoal do monarca. Original-

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conseguiam trabalhar em estrita cooperação umas com as outras. O cerne do sistema tático macedônio era o uso audacioso da cavalaria (com Alexandre à dianteira) que orbitava a falange. Enquanto a infantaria enfrentava e obstruía o grosso do exército oponente, a cavalaria castigava os flancos ou explorava quaisquer

tinham de estar preparados para o risco de serem arrancados dos cavalos e ter de travar embates braçais, enquanto os falangitas precisavam de nervos rígidos, já que precisavam avançar contra inimigos que expeliriam chuvas de flechas contra o alvo evidente da falange. Para comentadores modernos, o aspecto mais notável do exército macedônio parece ser frequentemente a falange. Para os contemporâneos, no entanto, o uso da cavalaria como arma de choque e a mestria de Alexandre nos cercos mostravam-se mais impressionantes.

desordens na linha inimiga. A genialidade de Alexandre estava em conseguir “ler” astutamente o campo de batalha e descobrir o ponto fraco do inimigo. Ele foi criticado em sua época por sua bravura quase suicida (comentada desde então por quase todos os observadores). pondo-se com freqiiência à frente de suas tropas. sob risco de morte ou de ferimentos graves. Todavia. sua coragem pessoal era parte de sua identificação com as tropas. de que ele esperava um confronto destemido com a morte. Os cavaleiros, desprovidos de estribos, e

a

A Derrota da Pérsia

Alexandre cruzou o Helesponto em 334 a.C. e marchou contra a Ásia Menor, com um exército de 40 mil soldados. Os governantes persas das províncias da Asia Menor tentaram detê-lo no Rio Granico, mas Alexandre

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À esquerda: Alexandre no cerco de Tiro em 332 a.(. Ele levou oito meses para capturar a cidade, após o que

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a derrubou e vendou seus habitantes como escravos.

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A esquerda: Alexandre,

o Gronde (no centro, de

espada em punho),

comanda a cavalaria macedônia contra os persas na Batalha de

Granico. Esse confronto rápido e aguerrido abriu sua bem-sucedida guerra na Pérsia.

tomou rapidamente a iniciativa. Liderando a cavalaria dos Companheiros, ele vadeou o rio e sobrepujou o flanco esquerdo dos persas. A principal falange macedônia engalfinhou-se então com a força persa (cuja

de contingente grande um incluía infantaria mercenários gregos) e derrotou-a contundentemente. Apesar dessa vitória promissora, Alexandre via-se em uma situação potencialmente perigosa. Ele estava

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longe de casa, enquanto os persas poderiam formar um novo exército graças a suas imensas reservas de

soldados, dispondo ainda de uma poderosa frota no Mediterrâneo. Alexandre, contudo, demonstrando a visão estratégica que era uma de suas principais características, preferiu arranjar-se primeiro com a frota. Seu plano era simples, se bem que arriscado. Ele decidiu capturar os principais portos persas ao longo da costa do Mediterrâneo, privando a frota persa das bases necessárias para atacar suas linhas de comunicação com a Grécia. Alexandre tinha poucos recursos navais, e por isso decidiu sitiar os portos persas individualmente. Os macedônios passaram o ano seguinte capturando cidades costeiras, e somente Halicarnasso lhes ofereceu resistência real.

conEm 333 a.C., o imperador persa, Dario III, pela avançou e soldados mil 100 de exército um eregou

Síria com a intenção de cortar a linha de comunicação Isso Menor. Ásia da através Grécia a com de Alexandre sua obrigou Alexandre a abandonar temporariamente a ameaça enfrentar para retroceder e costa pela marcha

persa às margens do Rio Pinaro.

|

derrota Na Batalha de Isso, Alexandre infligiu uma o próprio matando quase Dario, de exército ao maciça ter podem persas mil 50 de Cerca imperador persa.

esumaforam macedônias baixas as perecido, enquanto costume, de como Alexandre, homens. 450 meros das em

comandou sua cavalaria em uma ofensiva decisiva, que cindiu as fileiras persas, enquanto sua infantaria tirou proveito da desordem. Dario fugiu do campo de batalha, deixando que sua esposa e sua família fossem capturadas por Alexandre. Durante os dois anos seguintes, Alexandre marchou rumo ao sul, para a Síria e a Fenícia, conquistando a costa mediterrânea do Oriente Médio e do Egito. Sua tarefa mais difícil foi a captura de Tiro. Alexandre sitiou esse grande porto em janeiro de 332 a.C., mas os defensores se mostraram surpreendentemente resolutos na proteção de sua cidade. Eles resistiram por oito meses antes de os macedônios finalmente penetrarem as muralhas. Tiro foi destruída, e os sobreviventes

do

massacre que se seguiu foram vendidos como escravos. O uso do terror, no caso de Alexandre, era uma medida deliberada e exitosa; ele encontrou pouca resistência ao marchar com seu exército pela costa do Levante para tomar o Egito — onde, em Gaza, recebeu um ferimento no ombro durante uma dura contenda. O povo do Egito, contudo, saudou-o como aquele que os libertaria do sátrapa persa, que sabiamente preferiu se render.

O Encontro Decisivo

Uma vez que as linhas de comunicação de Alexandre estavam a salvo, ele retornou a Tiro, e, em 331 a.l,, avançou para o coração da Pérsia, em direção ao Tigre. Dario reuniu outro grande exército recrutado nas províncias centrais e lestes de seu império e concentrou suas forças em torno da Babilônia, na Mesopotâmia. Esse encontro final entre Dario e Alexandre teve lugar em

Arbela (Gaugamela), cerca de 480 quilômetros ao norte da Babilônia, na planície entre Nínive e Arbela (próximo à atual Irbil, no norte do Iraque); a batalha decidiu o destino do Oriente Médio por centenas de anos futuros.

À direita: A Batalha de Gaugamela foi uma esmagadora derrota para os persas, que se estima terem perdido 50 mil homens.

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LEGENDA Infantaria macedônia

Cavalaria macedânia

Alexandre, por outro lado,

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Cavalaria persa

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perdeu apenas 500.

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— [MOVIMENTOS DECISIVOS) |

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Ala direita de Alexandre ataca e domina

a ala esquerda persa.

| (2) 0 centro do exército de Alexandre avança e penetra por brechas da linha frontal persa. |

(3) A ofensiva persa contra a ala esquerda

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4) Conforme o exército persa se desbarato, as reservas macedônias atacam para

macedônia é finalmente derrotada.

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consumor a vitória.

Alexandre conseguiu formar um exército comum greco-macedônio com cerca de 47 mil homens, o qual, embora a maior força que ele jamais empregara em batalha, estava ainda bem abaixo do exército persa, que pode ter compreendido 200 mil homens. Ambas as alas persas excediam em largura o exército macedônio, e Dario esperava usá-las para cercar seu inimigo ao

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tempo

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que

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guerra

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Os exércitos indianos vinham empregando

elefantes na guerra desde pelo menos o século VI a.C. Seu uso militar generalizado na Europa e no Oriente Médio só ocorreu após as campanhas de

Alexandre em 327 a.C. e 326 a.C. O exército do

contra o centro com

suas melhores tropas. Ele chegou mesmo a aplanar parte do terreno para aumentar a eficácia potencial de seus

carros

de

melhor

infantaria,

os

mercenários gregos, fora destruída em grande parte em Isso). O plano de Alexandre era manter firme sua ala esquerda, enquanto desferia o ataque principal com a ala direita macedônia. Quando a batalha começou, a formação em arco da linha macedônia, que avançava em velocidades variadas, penetrou a cavalaria de Dario e forçou a abertura de brechas no bloco central da infantaria persa — que os macedônios sem tardar aproveitaram. Como de costume, as ações pessoais de Alexandre na batalha foram decisivas. Comandando sua cavalaria dos

Companheiros,

ele

abriu

uma

brecha

na

império selêucida, que sucedeu a Alexandre, foi o que fez o uso mais intensivo de elefantes, mas eles também foram usados por muitos dos Estados do Mediterrâneo durante os séculos IIl a.C. e Il a.C. Em 175 a.C., Antíoco, sucessor de Seleuco, por exemplo, fez um uso particular de elefantes para derrotar um exército de celtas que havia invadido

frente

central esquerda dos persas, pela qual incutiu a melhor infantaria macedônia. Conforme a ala esquerda persa

a Ásia Menor.

Os elefantes eram posicionados normalmente na linha frontal do exército. Eles podiam iniciara “ batalha com uma ofensiva que penetrava à força | ser usados “as tropas inimigas. Também podiam “ contraa cavalaria de exércitos sem elefantes, pois * os cavalos ficavam abalados com o odor dos conduzia de doisa quatro soldados | a m U . as nç la ou os rd da ? de arcos, orre” era por vezes fixada às costas do segurança. maior s geiro passa aos pared e “dar nimetát,ica maior sucesso

começou a dar sinais de fraqueza, Alexandre transferiu

a cavalaria para sua ala esquerda, então sob grande pressão, e ajudou as tropas a resistir contra forças numericamente superiores. O ponto de virada da batalha ocorreu quando

Dario, apavorado, subitamente fugiu do campo. A ini-

ciativa passou a ser totalmente dos macedônios. A vitória de Alexandre foi total; suas forças perseguiram Dario, com sua cavalaria bactriana e uns poucos

mercenários gregos, até Arbela, mas ele escapou para

Medéia, onde posteriormente foi morto por próprios soldados. O império persa veio abaixo.

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Alexandre ocupava então a Babilônia. Pouco depois,

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em 323 a.C., acabou sendo vitimado por uma febre e

morreu — tinha apenas 33 anos.

A morte de Alexandre foi inesperada, e a escolha de seu sucessor coube aos comandantes de seu exército. A esposa e o filho de Alexandre foram mortos enguanto

os generais digladiavam pelo poder. Conhecidos como

diádocos — ou sucessores —, esses belicosos generais

finalmente repartiram o império de Alexandre em três reinos independentes. Antígonos reinou na Grécia; Seleuco (originador do império selêucida), na Pérsia e em grande parte da Ásia Menor; e Ptolomeu, no Egito

o fato de que seu exército encontrava-se unido sob sua

— sendo que esse último estabeleceu uma dinastia que durou até Cleópatra ser derrubada pelos romanos, em 30 a.C. As guerras entre esses reinos sucessores, todos contando com tropas e técnicas herdadas do exército de Alexandre, testemunharam novos desenvolvimentos técnicos. Houve tentativas de tornar as falanges mais destrutivas prolongando os piques; elefantes eram frequentemente usados, sobretudo como uma maneira de assustar os cavalos. Em 275 a.€., Antíoco, o sucessor de Seleuco, fez um uso especial de elefantes para derrotar um exército de celtas que invadira a Asia Menor. Muita engenhosidade entrara na criação de armas para as táticas de cerco, e houve grandes inovações navais, tanto na construção de navios maiores quanto de vasos menores e mais versáteis. Os reinos sucessores cobiçavam tanto o oeste como o leste; em 280 a.C., Pirro, rei do Epiro, no atual norte da Grécia, liderou uma força de 20 mil homens contra a Itália, para ajudar cidades gregas como Tarento, que se viam ameaçadas pelo poder crescente de Roma. Isso foi um presságio do que estava por vir: em outros 250 anos, os romanos derrotariam os reinos sucessores, e a Legião Romana se tornaria a decisiva força de batalha na Europa, no norte da África e no Oriente Médio.

égide. Em contraste, o exército persa era composto de homens de muitas nacionalidades diferentes, poucos

dos quais estavam dispostos a perecer em batalha pelos senhores persas. Um mestre das táticas bélicas. Alexandre também se

mostrou brilhante nos improvisos militares. Em uma campanha subsequente contra tribos do norte da Pérsia, ele encontrou seu caminho bloqueado pelo Rio Jaxarta, cuja margem oposta era guardada pelo inimigo. Alexandre ordenou que seus soldados enchessem suas e as costurassem, convertendo-as

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Ele se pôs a planejar novas conquistas na Europa, mas,

tudo, diversas vantagens, não estando entre as menores

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MUNDO

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lônia. Deparou-se com a imensa tarefa de governar um império que se estendia da Grécia, no oeste, ao Rio Indo, no leste, e do Jaxarta, na Asia central, ao Egito.

que abrigava tesouros imensos. Quando avançou contra a Pérsia propriamente dita, as magníficas ex-capitais Persépolis e Pasárgada vieram abaixo. Persépolis era a capital estabelecida por Xerxes, e Alexandre reduziu seu palácio a cinzas, como vingança pelas atividades persas na Grécia. Em 330 a.C. ele rumou para Medéia, ainda no encalço de Dario, que se havia refugiado na Bactriana, onde o usurpador Besso o depôs e incitou seu assassínio. Após recuperar o cadáver de Dario, Alexandre o enviou a Persépolis para o funeral. Alexandre era sem dúvida um grande general, mais do que páreo para seus inimigos persas. Ele tinha, con-

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Em 324 a.C. ele regressou a sua nova capital na Babi-

conquistou Susa, a grande cidade elamita e capital persa

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jangadas improvisadas, que lhes permitiram cruzar o rio. Conforme atravessavam o Jaxarta, eles receberam cobertura de seus arqueiros. Uma vez que os homens de

Alexandre aportaram em terra firme, as tribos foram sobrepujadas e executadas.

A Invasão da Índia

As ambições de Alexandre iam muito além do já vasto império persa, e, em 327 a.C., ele marchou com seu exér-

cito para a Índia. Em maio do ano seguinte, derrotou um exército indiano na Batalha do Rio Hidaspes. Somente um motim em suas tropas, cansadas das exigências excessivas a que se viam submetidas, impediu que Alexandre continuasse avançando para o leste.

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império de Alexandre se estendia do Mediterrâneo ao Mar da Arábia, mas veio abaixo após sua morte, já que seus

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combateram entre si.

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ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

À República Romana Em um único século, Roma deixou de ser uma cidadezinha provinciana para tornar-se a mais poderosa cidade da Itália, com ambições no exterior que alarmavam a vizinha Grécia. A destreza militar dos

romanos se devia principalmente à organização de seus soldados em legiões e centúrias, o que lhes dava flexibilidade no campo de batalha e um método eficiente de fazer a guerra, algo entre a compacta falange e as espaçadas fileiras celtas. m 396 a.€.. a pequena cidade de Roma, fundada em 153 a.C... finalmente conquistou a independência da soberania etrusca, vencendo uma guerra contra a cidade de Veios, ao norte. Seguiram-se 100 anos de guerra,

durante

os quais

os romanos

estabeleceram

seu

co-

mando sobre a península italiana. Apenas seis anos depois da derrubada do domínio etrusco, um grande bando de guerreiros gauleses invadiu a Itália central e esmagou os romanos na Batalha do Rio Alia, em 390 a.C. Os gauleses tomaram e saquearam Roma, e só partiram quando os romanos aceitaram seus termos de remissão. Todavia, e não pela última vez na história. os romanos demonstraram uma extraordinária capaci-

dade para recobrar-se de desgraças. Transcorridos poucos anos, eles criaram uma Confederação Latina que veio a aumentar seu poder e estender seus domínios. As cidades gregas do sul da Itália observavam a expansão romana com crescentes receios. Então, em 281 a.C., elas recorreram a Pirro (319 a.C.-272 a.C.), rei do Epiro, na Grécia ocidental, em busca de auxílio para combater Roma. Pirro levou um exército de 20 mil homens através do Mar Adriático, incluindo 20 elefantes

— a primeira vez que os romanos enfrentaram tais animais na guerra. Pirro lutou duas batalhas, em Heracléia (280 a.C.) e em Ásculo (279 a.C.). Embora tenha vencido ambas, suas perdas foram

À direita: À primitiva expansão do império de Roma incluiu várias vitórias romanas

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acentuadas, rendendo-

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Império de Roma até 146 a.C. | | | X, Batalhas

na Itália, na Espanha e no norte da África.

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| Q Heracléia 280 a.C.

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Saganto 219 a.C.

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Rio Trébia 218 a.C.

(P Rio Ticino 218 a.C.

| O Ásculo 279 a.C.

(Db Rio Trasímene 218 a.C. (6 Canas 216a.C.

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OQ Agrigento 262 a.C.

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nos à expressão “vitória pírrica”. Em 275 a.C., de qualquer modo, os romanos derrotaram Pirro na Batalha de Benevento, obrigando-o a retirar-se para a Grécia. A base do sucesso militar romano estava na organização de seus soldados em legiões. Originalmente, os romanos haviam lutado em sólidas falanges, como os hoplitas

gregos, mas sua organização tática tornou-se gradualmente muito mais fluida. Uma legião de cerca de 4.200 homens era dividida em unidades chamadas centúrias. com cerca de 70 homens. Estas lutavam em pares, na principal unidade tática, o manípulo (literalmente “punhado”). A infantaria da legião se agrupava em três as duas

primeiras

eram

armadas

de

chuços

e

espadins para talhos e punhaladas, enquanto a terceira tinha lanças de perfuração. O principal equipamento

defensivo era um escudo retangular, mas armaduras de

entre 4.500 e 5.000 homens, abarcava 10 coortes.

A legião era uma unidade flexível e célere. Os manípulos eram posicionados em uma formação de tabuleiro, o que lhes permitia tecer manobras em terreno acidentado. Os legionários portavam uma variedade de armas. Hastários e príncipes levavam dardos de 2 metros, que atiravam a curta distância. O dardo, conhecido como pilo,. tinha uma ponta de metal maleável e um cabo delgado, que tendia a empenar ou romper-se ao atingir o alvo, não podendo ser reaproveitado pelo inimigo. Os

os legionários romanos dominaram os campos de batalha. Todavia, os principais elementos táticos foram mantidos. Unidades relativamente pequenas (de 100 a 500 homens) podiam combinar-se de maneira muito flexível em campo, dando à legião uma vantagem sobre a morosa falange macedônia, especialmente quando o terreno não era plano nem aberto. (Essa flexibilidade também significou que os romanos, ao menos no período republicano, precisavam de relativamente pouca infantaria ligeira. Os legionários desempenhavam todos os papéis da infantaria.) Em segundo lugar, os soldados romanos carregavam suas próprias armas mísseis ou lanças, que, quando atiradas em grande quantidade, podiam romper ou enfraquecer muitos tipos de formações inimigas. Finalmente, o espadim, que era a principal arma dos legionários, impunha suas próprias disciplinas. O soldado romano sabia que teria de se aproximar do inimigo para matá-lo, e que precisaria de espaço para usar o espadim e o escudo durante o combate cerrado.

triários tinham lanças de estocada de 3,5 m. Todos

os soldados portavam ainda um espadim — o gláudio —, que era usado para cutiladas em vez

Os vélitas levavam dardos e ferrões. Um de talhos.

poder de fogo complementar era proporcionado

* por fundeiros earqueiros.

Com isso, os romanos lutavam em uma formação relativamente aberta, sem amontoamento, mas sem requerer

Durante toda a expansão romana e na maior parte do

também o espaço de que os guerreiros celtas, por exemplo, necessitavam para manejar seus machados ou espadas. Para o legionário, não havia nada de romântico danos inflig ir para proje tada era espa da sua lutar; em

máximos,

e ele

tinha

de

ANTIGO

legião de soldados romanos padrão, comportando

A organização, o equipamento e as táticas precisas da legião variaram muito durante os 800 anos em que

impiedosamente

MUNDO

(unidade) de cavalaria com 30 homens. Uma

couro ou metal e elmos também eram usados.

olhar

NO

A legião republicana dos romanos consistia em quatro tipos de soldados de infantaria. Os vélitas eram jovens instruídos para lutar como infantaria ligeira. Os hastários eram um pouco mais velhos e mais experientes. Os príncipes eram veteranos de cerca de 30 anos de idade. Os triários eram os soldados mais velhos. Esses grupos eram organizados em manípulos, ou subdivisões, comportando entre 120 e 160 homens, exceto no caso dos triários, que se organizavam em grupos de 60 a 80 homens. Acima do manípulo estava a coorte. Essa unidade mais ampla consistia em manípulos de vélitas, hastários, príncipes e triários, e em uma turma

Uma Nova e Flexível Forma de Organização

linhas:

GUERRA

império,

os

legionários

estavam

cercados

de

uma

organização robusta, e sabiam disso. Tudo o que eles faziam seguia um padrão — e sua confiança no campo

de batalha decorria dé cada legionário e seus compa-

nheiros conhecerem muito bem seu papel nesse padrão. O sucesso não era inevitável, porém, e Roma tinha rivais. A partir de meados do século TII a.C€., muitas guerras foram travadas contra os cartagineses, durante as quais Roma sofreu graves derrotas.

nos

olhos de seu oponente enquanto O apunhalava. A legião requeria grande coesão interna para atuar imimigo o contr a avan çava que home m O com eficácia.

comp anhe iseus que em confi ança plena ter precisava parte s em advi nha coesã o Essa ros não debandariam. provinham legio nário os s princ ípio, a socia is: de elos e

A Primeira Guerra Púnica

O primeiro cenário da concorrência romano-cartaginesa

pela república Jutan do fazen das, mesm as das todos Conforme limit ado. temp o um por servi ndo muitas vezes isso mudou, além -mar , no poss essõ es obte ndo foi Roma como perm anec esse roma no ser de noçã o a embora eram reforgerai s fatore s Tais impo rtan te. algo muito

foi à Sicília. Desde o início do século V a.C€., ela vinha

sendo causa de conflito entre o Estado norte-africano de Cartago e a cidade-Estado grega de Siracusa, disputa que os romanos encerraram em 264 a.C. — dando início à Primeira Guerra Púnica (Cartaginesa). Um exército

legiõ es, das torno em orga niza ção inten sa cados pela eram acam pame Os ntos como de em termos, digamos, assistênci

romano desembarcou na ilha, e, em 262 a.C., sitiou a

fortaleza cartaginesa de Agrigento. Um exército enviado para dar assistência à cidade sitiada foi derrotado,

as, de outras e médi co apoio do construídos, e exercicio. trei name nto de term os em mas, sobretudo,

Zi).

À esquerda: À Batalha de Canas, em 216 a.C, foi uma

derrota esmagadora para Roma, e a maior vitória de

Anibal.

E

MOVIMENTOS 1)

ataca e põe em

(4) A infantaria cartaginesa

avança contra ambos os flancos da fracassada ofensiva romana,

debandada a ala direita romana

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NO cartaginesa,

A cavalaria vitoriosa, ataca por trós

o centro romano que

(a)

Ti caça

A covalaria cartaginesa

DECISIVOS

avanço. 3) O centro cartaginês

detém a ofensiva romana.

— LEGENDA

13]

SI] Edai

permitindo aos romanos recuperar controle da maior parte da Sicília. A guerra em seguida migrou para o mar. Os cartagineses tinham uma marinha excelente, enquanto os romanos desconheciam essa tradição; porém, os romanos reconheceram suas fraquezas e desenvolveram novas táticas para minimizar sua inferioridade como marinheiros € maximizar sua superioridade no combate direto. Eles conceberam um aparelho denominado corvus (corvo), consistindo em uma prancha com um espigão na ponta, posicionada na frente dos vasos de guerra. Quando uma nau inimiga se aproximava, a prancha era lançada sobre ela; o espigão impedia sua fuga e permitia que os soldados romanos fizessem a abordagem e assumissem a embarcação. Em Milas, em 260 a.C., o corvo permitiu aos romanos obter uma vitória significativa. Em 256 a.C., o Senado romano decidiu atacar Cartago. As duas frotas se encontraram ao largo da costa sul da Sicília, e os romanos venceram uma vez mais Os cartagineses. Em seguida à vitória, os romanos desembarcaram uma grande força no norte da Africa, coman-

dada por Marco Atílio Régulo, que derrotou o primeiro exército de oposição, incentivando alguns cartagineses a propor condições de paz. Todavia, em 255 a.C., um general mercenário de Esparta chamado Xantipo chesou a Cartago, reorganizando suas forças € destruindo o exército de Régulo na Batalha de Túnis. Além disso, a frota romana perdeu mais de 280 naus em uma tempestade. Esses eventos incentivaram Cartago a renovar seus esforços de guerra, e o enfoque voltou a recair sobre a Sicília, com ambos os lados experimentando vitórias e reveses. A maré acabou virando a favor

dos romanos em 242 a.C., quando eles tomaram as bases cartaginesas de Drepano € Lilibéio, derrotando a

marinha de Cartago no ano seguinte. Os cartagineses

aceitaram a derrota e cederam a Sicília aos romanos. Entre 241 a.C. e 219 a.C., Roma se apoderou da Sardenha, enquanto os cartagineses criavam um novo império na Espanha — para o alarme dos romanos, que se aliaram com a cidade de Sagunto, a nordeste, em uma

o a.C. 219 Em expansão. essa parar fazer de tentativa

Tas

(5/Depois de derrotar a cavalaria inimiga, o

lanco direito cartaginês

arremete para consumar

a destruição do exército romano. Ás legiões romanas são cercadas e exterminadas.

Cavalaria romana Infantaria romana

Ba

Cavalaria cartaginesa

Real

Infantaria cartaginesa

jovem general no comando dos cartagineses na Espanha, Aníbal Barca (247 a.C.-183 a.C.), capturou Sagunto. As hostilidades contra Cartago ressurgiram na Segunda Guerra Púnica. Aníbal era um homem de resoluta bravura, de habilidades técnicas e de visão estratégica, e inspirava

FORTIFICAÇÕES E GUERRAS POR CERCO O soldado raso romano carregava um imenso fardo de equipamentos em uma haste

enforquilhada que repousava sobre o ombro. Parte desse fardo incluía ferramentas para cavar

trincheiras durante sítios e para os acampamentos

fortificados que os soldados construfam todas as noites ao marchar próximo ao inimigo. Os sítios ocorriam com frequência na guerra romana, embora os princípios básicos fossem

pouco diversos daqueles desenvolvidos pelos

assírios muitos séculos antes. O primeiro passo era

criar trincheiras e paliçadas ao redor do local a ser sitiado. Em Alésia, durante as guerras de Júlio César na Gália, dois conjuntos de trincheiras e paliçadas foram construídos, um voltado para a cidade e outro para a região exterior, com o objetivo de deter a chegada de reforços. Um dos principais objetivos era evitar que suprimentos chegassem até o exército sitiado. No sítio de Atenas, em 86 a.C., por exemplo, o exército da defesa grega foi reduzido à necessidade de cozer couro como alimento. Para o assalto, podiam ser construídas rampas “imensas, as quais permitiam que torres de guerra “fossem roladas até as muralhas. Se o ataque

" romano lograsse êxito, os civis eram exterminados

" ou vendidos como escravos, e qualquer tesouro

"descoberto era pilhado e enviado a Roma,

A

grande lealdade em seu exército — um dos grandes capitães da história. Ele reconheceu que a maior força de Roma estava em seu controle da Itália. e urdiu um ousado plano para a sua invasão, prevendo a condução de um exército por terra desde a Espanha, passando pelo sul da França e cruzando os Alpes. A marcha começou no início de 218 a.C. e chegou à Itália no outono do mesmo ano. Antes de o inverno sustar as animosidades, Aníbal havia vencido duas batalhas na Itália: no Rio Ticino e no Rio Trébia. Na primavera de 217 a.C., ele emboscou o exército romano enviado em seu encalço ao marchar ao longo do laso Trasímene, na Itália central. Em seguida, Aníbal marchou contra o sul da Itália, onde esperava convencer as cidades a desfazer sua aliança com Roma. O Gênio de Aníbal Sob o comando

de Fábio, os romanos circundaram os

cartagineses, mas evitaram o confronto até que um outro exército ainda maior, de 75 mil soldados, fosse

organizado. No entanto, a estratégia de Fábio foi rejei-

tada pelo governo, e novos comandantes levaram os romanos a campo em Canas, em 216 a.C. Aníbal cercou o exército romano e, em seguida, o destruiu. Foi uma soberba demonstração de gênio tático, durante a qual 60 mil romanos foram mortos, ao custo de apenas 6 mil cartagineses. Uma fraqueza no sistema romano — a qualidade de um alto comando que mudava com frequência — havia sido exposta. Ironicamente, ao expor suas fraquezas, o sistema romano reafirmou suas forças. Os romanos se recusaram a aceitar a rendição, recrutando praticamente toda a população masculina em uma tentativa de derrotar Cartago. Os romanos voltaram à estratégia de Fábio, evitando o confronto aberto com Aníbal, na esperança de esgotálo com ações em pequena escala. Aníbal estava desapontado pelo fato de poucas cidades não romanas na Itália terem se unido a sua causa. Pior ainda, ele tardou a conquistar um porto que permitisse que suprimentos e reforços lhes fossem enviados com presteza do norte da

GUERRA

Em

210

a.C.

Cipião (237 a.C. —

romanas

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MUNDO

senado

enviou

ANTIGO Públio

Cornélio

183 a.C.) para comandar as forças

na Espanha.

Ele capturou

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Cartago, na

costa leste da Espanha, em 209 a.C., antes de derrotar o exército de Asdrúbal em Bécula. Asdrúbal sabia que o exército de Aníbal na Itália não poderia sobreviver muito tempo sem reforços. Ele decidiu, então, após a batalha, levar o restante de seu exército para a Itália. Chegou lá em 207 a.C., e marchou para o sul para unirse a Aníbal. Os romanos, contudo, souberam dos planos de Asdrúbal e o derrotaram no Rio Metauro, onde cerca de 10 mil cartagineses foram massacrados (incluindo o próprio Asdrúbal).

Em 206 a.€C., Cipião massacrou os cartagineses na

Espanha, em Ilipa. Os romanos levaram a guerra diretamente para território cartaginês, quando, em 204 a.C, Cipião invadiu o norte da Africa. Aníbal voltou às pressas para defender Cartago, e enfrentou Cipião em Zama, em 202 a.C. A superioridade da cavalaria de Cipião mostrou-se excessiva para os cartagineses, que foram sumamente vencidos. Aníbal conseguiu fugir, mas foi perseguido pelos romanos pelo resto da vida. O tratado que pôs fim à guerra reduziu Cartago a uma cidade-Estado pequena e emasculada. Cartago e Roma guerrearam novamente em 149 a.C. A cidade de Cartago foi tomada em 146 a.C. e devastada; os habitantes que não morreram de fome, doenças ou em batalhas foram vendidos como escravos. ==

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África. Não foi senão em 212 a.C., que Tarento sucumbiu,

mas, nessa época, as vantagens obtidas em Canas tinham se esfacelado. Em 215 a.C., um exército romano conquistou uma vitória na Espanha sobre o irmão de Aníbal, Asdrúbal, e, em vez de enviar reforços a Aníbal, o conselho cartaginês preferiu enviar tropas para à Espanha. Alhures. em Siracusa, uma facção pró-cartaginesa havia tomado o poder, mas os romanos sitiaram a cidade. Os cartagineses não dispunham do poderio militar para apoiar a um só tempo Aníbal, Siracusa € Asdrúbal. de arred ores os até chego u Aníba l a.C. 211 Em que demon strar para serviu isso Simbo licam ente, Roma. na Mas detê-l o. para nada fazer podia m não os romanos

verdade foi uma indicação de que, embora estivesse Os vencendo batalhas, ele estava perdendo a guerra. aberto. Em comba te travar a nega vam se ainda romanos que se haviam vez disso, eles atacavam as poucas cidades

aliado ao inimigo. Aníbal esperava que abandonassem o cerco de Cápua, sua aliada tante, caso ele marchasse contra Roma. Mas er nt ma ra pa s te en ci fi su ns me ho am deixar ano. capturaram Cápua ainda no mesmo

os romanos mais Imporos romanos O cerco, € E também

Acima: Um soldado romano em campanha, com seu pesado fardo. Na haste de madeira ele carrega panelas, jarros, ferramentas, roupas e telas para o preparo de tendas.

tomaram Siracusa.

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vitória de Cipião em Zama, Roma decisiva na costa oeste da Grécia. de Rodes e Pérgamo. Um exército enviado para enfrentar as forças de

Bitínia e seu principal aliado no Mediterrâneo oriental. Pérgamo; Roma exigiu a entrega de Aníbal, mas este preferiu cometer suicídio. Em 172 a.€., o Senado romano declarou guerra contra o rei Perseu, da Macedônia. Os macedônios tiveram algum sucesso inicial, mas em Pidna, em 168 a.C., os romanos os derrotaram. Ficara então claro que a legião era uma forma de organização militar superior à falange: cerca de 30 mil soldados macedônios foram mortos ou capturados, e o reino tornou-se uma província do império de Roma. Ainda assim, os romanos que lutaram em Pidna descreveram graficamente os perigos de enfrentar de frente a falange, pois nesse caso cada legionário parecia ter de avir-se com dez pontas de lança. Enquanto isso, a longa guerrilha espanhola vinha chegando ao fim. Depois que os cartagineses foram derrotados na Espanha, em 206 a.C., o Senado romano estabeleceu no país uma guarnição permanente de duas legiões. Todavia, os Estados tribais da Península Ibérica não estavam dispostos a trocar o governo cartaginês pelo jugo romano. Por mais de 50 anos a guerra se arrastou, e eram poucos os soldados romanos dispostos a lutar na Espanha, pois havia aí poucas chances de pilhagem — um importante incentivo para os soldados romanos que lutavam fora da Itália. Em 149 a.C., os lusitanos e celtibéricos, do oeste da Espanha, se rebelaram contra os romanos que haviam assassinado seus chefes. Um lusitano chamado Virato, que havia previamente comandado tropas no exército romano, liderou a revolta. Por dez anos ele defendeu a Lusitânia contra os romanos, até ser morto por um traidor, o que levou a revolta ao colapso. Dois anos depois, os celtibéricos voltaram a se rebelar. Eles estabeleceram sua capital em Numância, no nordeste da Espanha, mas em 133 a.C. um exército romano sitiante capturou e destruiu a cidade.

Fipe V da Macedônia. Filipe deteve os romanos em

Híria, mas esses, sob um novo comandante, Tito Quinto Flaminino, bateram o exército macedônio na Batalha de Cinoscéfalas, em 197 a.C. A batalha revelou para o mundo a superioridade da legião taticamente flexível dos romanos sobre a morosa e frágil falange macedônia. Roma declarou, então, que a Grécia pertencia a sua esfera de influência. Assim, a atenção romana voltou-se para a costa oeste

da Asia Menor e para o imperador selêucida Antíoco III. A marinha romana — apoiada por seus aliados em Rodes — derrotou a de Antíoco duas vezes em 190 a.€.

(Na primeira dessas batalhas, um dos esquadrões de Antíoco foi comandado por Aníbal, que encontrara asilo junto ao imperador após fugir de Cartago.) Os romanos elegeram Lúcio Cornélio Cipião, cujo irmão Públio havia vencido em Zama em 202 a.€.. comandante do exército enviado contra Antíoco. Lúcio (juntamente com seu irmão) chegou à Asia Menor e enfrentou o exército de Antíoco em Magnésia. Enquanto desferia um ataque pelos flancos com sua cavalaria, Antíoco deixou sua falange desprotegida. Os romanos forçaram a falange a contrair-se em um quadrado oco. e, ao mesmo tempo, assustaram os elefantes de Antíoco, fazendo-os investir contra os falangitas. Os legionários romanos atacaram € alcançaram uma vitória completa. A Asia Menor estava , a seus pés. Antíoco perdeu todo o seu império na Asia Menor. Também foi exortado a entregar Aníbal, que conseguiu escapar para a Bitínia, na costa norte da Asia Menor. Em 183 a.C., Roma negociou o fim da guerra entre a mo

À esquerda: Na Batalho

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de Ticino, em 218 0.(,, 0 general romano Públio

Cornélio Cipião foi derrotado por Anibal e

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imaginação,

Caio

MUNDO

ANTIGO

E

a cada um o controle das forças militares de uma parte do império. Crasso, no Oriente Médio, e César, na Gália, promoveram guerras para expandir o território romano e fomentar seu prestígio militar. Enquanto a expedição de Crasso contra o reino da Pártia, na Mesopotâmia, terminou em derrota (e em sua morte) em Carras, no ano de 53 a.C., as campanhas de César na Gália foram um sucesso triunfante. César chegou até a

acompanhar duas expedições à Bretanha! em 55 a.C. e 54 a.C., embora não se demorasse no local em nenhuma das ocasiões. A Guerra Civil

A morte de Crasso deixou Pompeu e Júlio César como rivais pelo poder supremo em Roma, o que provocou

uma guerra civil em 49 a.C. Pompeu retirou-se da Itália (com a maioria dos membros do Senado) para reunir um exército na Grécia. Júlio César começou por invadir a Espanha, onde um grande exército leal a Pompeu tinha de ser derrotado. Em seguida regressou à Itália e cruzou o Adriático para desembarcar em Dirráquio, no oeste da Grécia. Depois de capturar o porto, ele avançou contra a Tessália e derrotou Pompeu na Batalha de Farsalo, em 48 a.C. Pompeu fugiu para o Egito, onde foi assassinado. César o seguiu, e encontrou o Egito às vésperas de uma

Mário

(157 a.C.-86 a.C). venceu a Guerra Númida em 106 a.C.

Ele assentou guarnições por toda a Numídia, negando aos norte-africanos

NO

Em 59 a.€., três generais sucessivos, Pompeu, Marco Licínio Crasso e Caio Júlio César (100 a.C. -44 a.C), assumiram o controle efetivo do Senado. O Senado deu

impondo jugo direto sobre todo Estado ou território tribal com acesso ao Mediterrâneo. Passado o problema da Espanha, o sucesso das táticas de guerrilha do rei númida Jugurta, no norte da África, promoveu reformas no exercito romano. Os soldados romanos normalmente custeavam seu próprio equipamento, sendo atraídos pela possibilidade de enriquecimento, mas essas campanhas ofereciam poucos atrativos ao voluntariado. Assim, para atrair voluntários suficientes, o Senado concordou em custear o equipamento. Os cidadãos mais pobres de Roma podiam afinal unir-se ao exército. com a possibilidade de uma concessão de terras ao fim da guerra como incentivo extra. E um número suficiente de voluntários se apresentou; o exército romano tornara-se uma máquina de guerra totalmente profissionalizada, paga e sustentada pela vasta riqueza do império. As Reformas de Mário Um comandante de grande

GUERRA

bases para sua guerrilha. A mais dura-

doura razão para a fama de Mário foi sua reorganização

da legião. Os soldados armados de lanças de estocada (os

triários) passaram a se equipar com lanças mísseis e espadins. enquanto, no plano organizacional, o manípulo foi substituído pela mais numerosa coorte (com até 500 homens) como unidade tática básica. A nova legião mariana. ou imperial, ainda formava três linhas de

guerra civil entre Ptolomeu XII e Cleópatra, monarcas

irmãos, porém rivais. César apoiou Cleópatra, eliminou Ptolomeu e adicionou o Egito efetivamente ao império. Em 45 a.C., após vencer no norte da Africa e na Espanha o que restava dos exércitos favoráveis a Pompeu, ele voltou para Roma. Tendo destruído seus rivais, César parecia invencível, mas em 44 a.C. foi assassinado por nobres que temiam seu crescente poder. Seguiu-se uma outra guerra civil. Os assassinos de César fugiram para a Grécia, onde amealharam um exército. Foram seguidos por uma força comandada por Marco Antônio, ex-braço direito de César, e pelo sobrinho deste último, Otaviano (63 a.C.—14 d.C.). Em Filipos, em 42 a.C, o exército dos assassinos foi derrotado. Otaviano e Marco Antônio dividiram o império entre si; o primeiro ficou com o oeste, cabendo a Marco Antônio o leste, onde ele firmou uma aliança com Cleópatra. Por dez anos Otaviano e Marco Antônio dividiram

batalha. A primeira linha consistia em quatro coortes, com amplos espaços na retaguarda. A segunda, de três coortes, podia avançar, se necessário, para os espaços da primeira linha, formando um longo e coeso front contra o inimigo. A terceira linha (de três coortes) era empregada como reserva, tanto para reforçar um ataque como para dar cobertura a uma retirada. Outra conseguência da homogeneização da infantaria legionária é que ela perdeu algo de sua flexibilidade; em resultado, os romanos tiveram de fazer maior uso de tropas auxiliares para as funções de cavalaria e infantaria ligeira. Um jovem oficial do exército de Mário, chamado Lúcio Cornélio Sula, regressou à Itália e tomou parte em uma guerra para restabelecer o domínio romano sobre uma série de aliados rebeldes. Em seguida, ele conduziu um exército até a costa do Mar Negro, onde Mitridates, rei do Ponto, havia invadido a Grécia. Sula o derrotou em Atenas em 86 a.C., e logo passou a ser o mais poderoso ativo na general em Roma. Ele se tornou cada vez mais

instavelmente

o poder, até que, em 32 a.€., Otaviano

persuadiu o Senado a declarar guerra contra o Egito. Marco Antônio tomou o lado de Cleópatra, e enviou uma frota para a costa oeste da Grécia, para enfrentar a ameaça romana. A frota de Otaviano derrotou a de seus oponentes em Áccio, em 31 a.C. Antônio e Cleópatra

vida política. Disputas entre facções rivais nO Senado como agiu Sula € civil, guerra em degen erado haviam mediador, aumentando ao mesmo tempo sua influência. série uma em primei o ro foi violên cia de Esse rompante a de Roma trans forma riam de guerras que e aC. 82 em rivais genera is os derro tou império. Sula os todos assass inou també m ditadu ra; estabeleceu uma à ditadura renun ciou Sula oposiç ão. da políti cos líderes

cometeram

suicídio,

e

Otaviano

tornou-se

o único

governante do mundo romano, assumindo o título de Augusto. Roma tinha seu primeiro imperador. 1 Bretanha (Britannia) é o nome que os romanos davam à Inglaterra. No século V, a região previamente conhecida como Armórica (no

intervém em 79 a.C. mas seu exemplo de líder militar que políticos dg

atual noroeste da França) passou a chamar-se também Bretanha. Para diferenciá-las, entraram em uso as expressões Grã-Bretanha e Pequena Bretanha (em latim, Britannia Major e Britannia Minor).

os todos que model o O tornou -se na política

contra guerra da ressu rgime o nto Foi copiar iam. manos a reputaestabe leceu que a.C. 65 e a.C. 75 entre Mitridates Pompeu. Cneu roman o, oficial ambic ioso outro um ção de

Vale acrescentar que o nome Grã-Bretanha só se tornaria oficial

com a união das coroas escocesa e inglesa, em 1603. (N. do T.)

|

E

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

O Império Romano Conforme Roma expandiu

suas fronteiras para além de seu reduto natal italiano, o exército viu-se com

crescente frequência tendo de defender as conquistas imperiais, em razão sobretudo da intratabilidade das tribos bárbaras que se lhe opunham. Embora os problemas de logística e recrutamento fossem bem administrados, um indício funesto era a natureza cada vez mais política do generalato e as perturbadoras repercussões que isso tinha para a estabilidade interna de Roma. TD

Depois que as guerras espanholas se encerraram, em 19 a.€., Augusto embarcou em uma nova fase de

o período imperial, houve quatro grandes desenvolvimentos que trouxeram conseqiiências para o exército e para a ciência da guerra. Até o século HH d.C., malgrado algumas tentativas de expandir o território romano, buscou-se em geral a estabilidade e o assentamento de fronteiras viáveis. O segundo maior desenvolvimento foi a imiscuição do exército na política e particularmente na escolha do imperador. Um terceiro fator constante foi a instabilidade da fronteira oriental, que ocasionou conflitos prolongados com os partos e em seguida com os impérios sassânidas. Finalmente, o Império Romano tornou-se objeto de ataque de tribos bárbaras. Todavia, mesmo enquanto o império se esfacelava e o exército sofria mudanças radicais, a habilidade militar romana manteve seus altos níveis. Ao passo que César havia invadido a Gália para conquistar riqueza e glória pessoais, Augusto conquistou territórios para proporcionar ao império fronteiras estáveis e facilmente defensáveis em caso de ataques. Frequentemente, essas fronteiras coincidiam com rios ou cordilheiras. Augusto visitou em primeiro lugar a Gália, e estabeleceu uma série de acampamentos militares ao longo do Rio Reno e próximos a passagens importantes dos Alpes. Em seguida, rumou para a Espanha, para impor o domínio romano sobre as belicosas tribos da região noroeste do país.

expansão. Ele procurou criar uma fronteira fluvial desde o Mar do Norte até o Mar Negro, a princípio seguindo o curso dos rios Reno e Danúbio. Entre 29

2 Germânia era o nome dado pelos romanos à província ocupada pelas tribos germânicas; seu território corresponde aproximadamente ao da atual Alemanha. (N. do T.)

Olmpério Romano até 49 a.C.

O Pidna 168 a.C.

OQ Numância 133 a.C.

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Os Normandos A rivalidade sobre quem sucederia ao trono da Inglaterra culminou na invasão da ilha pelas forças de Guilherme, duque da Normandia, para combater seu rival anglo-saxão, Haroldo Godwineson. O confronto entre suas forças demonstraria a superioridade do cavaleiro normando — em combinação

com os arqueiros — sobre a infantaria anglo-saxã, que se alinhava em barreiras defensivas.

q e o cavaleiro de armadura e o castelo foram os indícios físicos da expansão da cristandade ocidental durante o período que se inicia no século X, houve outros aspectos menos óbvios. mas igualmente importantes: a ganância, a ambição implacável e a disposição de correr riSCOS Se as recompensas fossem suficientemente altas. Os povos que melhor incorporaram esses princípios foram os normandos, descendentes dos vikings que haviam obtido concessões territoriais na França. Os normandos tiveram sucesso sobretudo na Itália e na Inglaterra. A partir do início do século XI, cavaleiros normandos promoveram expedições mercenárias ao sul da

Itália.

Gradualmente.

contudo,

eles

começaram

a

adquirir terras próprias, e seu crescente poder suscitou atritos com o papa Leão IX, cujos territórios situavamse mais ao norte. Em 1053, as forças papais confrontaram os normandos em Civitella, no sul da Itália. O exército normando era composto de guerreiros montados e alinhados segundo a costumeira prática medieval das três formações ou “batalhas”: centro, esquerda e direita. O flanco direito investiu contra a cavalaria papal e a desbaratou. Um grupo de cavaleiros normandos atacou em seguida a infantaria do papa, enquanto as duas outras formações da cavalaria acometeram a frente de batalha. As forças papais foram encurraladas e derrotadas.

A partir de sua base no sul da Itália, os normandos atacaram a Sicília, então sob o domínio dos árabes muçulmanos. Em maio de 1061, Rogério de Hauteville capturou Messina. Ele conseguiu transportar por navio

Abaixo: Uma cena da tapecaria de Bayeux, que relata a história da invasão normanda da Inglaterra em 1066 e a da vitória de Guilherme na Batalha de Hastings.

os cavalos de seu regimento, e então deu início à longa tarefa de conquistar a Sicília. Enquanto Isso, seu irmão mais velho, Roberto Guiscardo, expulsou os bizantinos das demais áreas do sul da Itália. Em 1068, somente Bari, no Mar Adriático, permanecia sob o controle bizantino. Guiscardo a sitiou, mas os defensores se mostraram

resolutos

por

quase

três

anos,

antes

de

finalmente cederem. Em 1081, ele cruzou o Adriático e sitiou a cidade costeira de Durazzo (Durris, na atual Albânia). Um exército bizantino foi enviado para libertá-la. Na batalha que se seguiu, a primorosa cavalaria bizantina, a Guarda Varangiana (ela própria de origem viking), expulsou a cavalaria normanda para o mar. Em seguida, com seu exército à beira da derrota, Guiscardo reuniu os cavaleiros já esmorecidos para um último esforço, que dissipou as forças bizantinas. Uma das razões do sucesso normando estava em sua capacidade de usar cavaleiros e arqueiros de maneira coordenada. Em Durazzo, os arqueiros desempenharam um papel vital ao desordenarem os varangianos (que portavam achas), dispersando-os com flechas e dando aos cavaleiros uma chance de romper suas fileiras. Os bizantinos reconquistaram Durazzo em 1083. Dois anos mais tarde, Guiscardo morreu. Na Sicília, porém, Rogério saiu-se vitorioso; em

1093, ele

havia conquistado a ilha, deixando-a e ao sul da Itália em mãos normandas. Ao longo do século seguinte, forças navais normandas mitigaram a ameaça dos piratas sarracenos que durante dois séculos haviam infestado o Mediterrâneo ocidental. Esse sucesso foi espelhado na Inglaterra. Em janeiro de 1066, Eduardo, o Confessor, rei da Inglaterra, morreu

sem deixar filhos, e foi sucedido por Haroldo Godwineson,

A

| MOVIMENTOS 1 / Arqueiros normandos recuam após 5 um

DECISIVOS | 5 A Gatdana

|

densas fileiras de Haroldo,

3/0 ataque da cavalaria normanda malogra, e o flanco esquerdo

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MEDIEVAL

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MaAcos:

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Infantaria normanda

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GUERRA

tomado o cume da Colina

e

de Senlac, saindo-se

vitoriosos. Ainda assim,

Guilherme quase foi morto

em uma perseguicão que

enveredou pelos bosques atrás da colina, ao topar com um grupo de guarda-costas de Haroldo.

um nobre anglo-saxão. Todavia, o duque Guilherme da Normandia insistiu em sua posição de sucessor legal ao trono. Para sustentar tal pretensão, ele preparou um exército para invadir a ilha e tomar a coroa. A principal força de ataque de Guilherme era a cavalaria, composta de guerreiros de armadura montando pesados corcéis de guerra. Pequenos grupos de cavaleiros normandos costumavam treinar em torneios: posteriormente lutavam lado a lado nos campos de batalha. A armadura do cavaleiro consistia em um colete de malha,

um elmo e um longo escudo em forma de | losango. Suas armas eram uma lança com AS 2.5 m e uma espada chata usada mais para ARE talhos que para cutiladas. A principal tática da cavalaria pesada era o ataque em massa, em que os cavaleiros avança-

deescudo e um armadura uma masiadamente pesados para um soldado de infantaria. Durante o combate, o cavaleiro, em vez de assentar-se sobre a

sela, firmava-se em pé sobre os estribos,

o que lhe dava maior altura e impulsão. À

guerra

entre

monstraria normando

Guilherme

e

a superioridade

Haroldo

do

de-

cavaleiro

sobre a infantaria anglo-saxã, que

se enfileirava em uma parede de escudos. Guilherme desembarcou na costa sul da Inglaterra em 28 de setembro, estabelecendo sua base em Hastings. Nesse momento, O exército de Haroldo se encontrava no norte,

lidando com uma invasão de noruegueses. Em 13 de outubro, Guilherme soube que

Haroldo havia marchado de Londres com seu

encalço, o que

[O “JR

Do

o deixou

vulnerável

a um

ataque da cavalaria. Guilherme simulou então uma retirada da cavalaria, na esperança de que RENT "mais defensores saíssem em cr perseguição colina abaixo. Eles o fizeram, e os cavaleiros deram meia-volta

vam diretamente contra o inimigo, com as

lanças presas sob os braços. Lutar montado dava ao cavaleiro uma grande vantagem, pois lhe permitia usar

exército, e estava já próximo. No dia seguinte, as duas forças se encontraram em Hastings. A infantaria anglosaxã se posicionou na Colina de Senlac e aguardou a arremetida. Inicialmente, os arqueiros, a infantaria e a cavalaria de Guilherme tiveram pouco impacto sobre a linha anglo-saxã. Os infantes de Haroldo lutavam com determinação. Em um dado momento, uma recuada precipitada de um grupo de normandos fez com que parte do exército anglo-saxão saísse em seu

massacraram.

e os

Entre-

mentes, os arqueiros normandos prosseguiram no ataque. Presume-se que, ao cair da noite, uma flecha

tenha atingido Haroldo na face. Cavaleiros normandos romperam então a linha anglo-saxã e o mataram. A resistência desmoronou,

exército

de Haroldo

anglo-saxões



entregaram

o povo

nas

e o restante

do

bateu em retirada. Os

Londres depois de Guilherme assolar e aterrorizar

cercanias

da

cidade. No Natal de 1066, Guilherme da Normandia foi coroado como o rei Guilherme I da Inglaterra. Tinha Início o domínio normando. À esquerda: Roberto Guiscardo, que tentou erigir um

reino normando no sul da Itália, mas morreu antes de alcançar seu intento.

E

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

As Cruzadas As mais célebres dentre as cruzadas são as que forças européias se propuseram a conquistar as para fazer de Jerusalém uma cidade cristã; mas costa do Báltico. No Oriente Médio, os cruzados nas mãos dos adversários.

tiveram lugar no Mediterrâneo oriental, quando terras onde atualmente ficam Israel, Síria e Líbano, também houve cruzadas cristãs na Espanha e na com frequência tomavam lições da pior maneira

Inglaterra e a Sicília não foram as únicas áreas nas quais o sucesso de cavaleiros armados e castelos assinalou a expansão da cristandade ocidental. Cavaleiros alemães impuseram progressivamente sua influência sobre o litoral do Báltico e nos territórios da Polônia e da Boêmia: na Espanha, houve séculos de guerra conforme os reinos cristãos foram conquistando gradualmente os Estados muçulmanos estabelecidos nos séculos VII e VIII. As guerras na Espanha eram vistas como uma cruzada santa. e, em 1212, um exército

internacional de cruzados obteve uma vitória decisiva sobre a dinastia almôada em Las Navas de Tolosa. A Primeira Cruzada foi proclamada pelo papa Urbano II em 1095. Seus objetivos, como descritos por Urbano, eram tornar a ida a Jerusalém segura para os peregrinos e ajudar o Império Bizantino em sua luta contra as forças dos turcos seljúcidas, que se haviam tornado dominantes no Oriente Médio a partir de meados do século XI. Na verdade, o empreendimento tornou-se uma guerra de conquista, e as cruzadas conver-

À direita: Os Estados cristãos no Oriente Médio

MAR NEGRO

e as grandes batalhas e sítios das Cruzadas entre os séculos XI e XIII.

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Estados cruzados

PP” Reino de Jerusalém 1099-1187 BH

Principado de Antioquia 1098-1268

"

Condado de Edessa 1098-1144

7) Condado de Trípoli 1109-1289 x.

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teram-se em uma série de conflitos entre duas religi ões e sistemas políticos diferentes. Em termos estritam ente táticos, Os turcos seljúcidas contavam com uma cav alaria

levemente armada, enquanto os exércitos cr uzados faziam uso de cavalaria pesada. Ao discutir as cruzad as, é importante ter em mente que, embora ambos os lados demonizassem o oponente como um monolito de per-

versidade, a verdade é que nem as forças cristãs nem as muçulmanas jamais estiveram totalmente unificadas. "Durante o ano de 1096, vários exércitos cruzados diferentes, provindos da Europa ocidental, começaram a avançar rumo a Constantinopla. Lá, eles se reuniram sob seus comandantes, Raimundo de Tolosa, Godofredo de Bulhões e Boemundo, filho do líder normando Roberto Guiscardo. Eles penetraram o território

frota

ítalo-inglesa

os

torres contra as muralhas, enquanto os defensores disparavam rochas, setas e fogo grego (que se acredita ter sido uma mistura de enxofre, nafta e cal viva), que

explodia e se inflamava após uma ignição. Os soldados

no alto das torres conseguiram deitar pontes levadiças sobre as muralhas e penetrar à força a cidade. Uma vez

considerada uma arma tão

foi, na verdade,

não devia ser usada contra cristãos, embora autorizasse seu uso contra muçulmanos. Apesar da

“injunção papal, as bestas foram intensamente usadas em todas as partes do mundo cristão. Carregar a besta era uma operação | enta, E

contudo, e mesmo soldados experientes raramente excediam um ou dois disparos por minuto. Para

carregá-la, o arqueiro fazia uso de um gancho

que trazia no cinto, Apontando a arma contra o SEaRd=E tos, fot tona SE |] S5rl tis oa solo e firmando-a com cO pé, ele se acocorava e a

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seguiram pela costa a maior parte do caminho, o que uma

construíram imensas torres de sítio próximo às muralhas norte e sul. Em 14 de julho, eles rolaram as

através seta) (uma projétil um lançar a-lhe permiti de praticamente qualquer armadura da época. Ela

ataque cruzado desbaratou suas forças. Em janeiro de que

Santa. A força cruzada era demasiado pequena para cercar Jerusalém e esfaimá-la até a rendição, e os defensores estavam bem munidos de suprimentos. Os líderes cruzados decidiram tomar a cidade à força, e

ea de anch arco montado de través soumabprr madeira. À tremenda velocidade da besta.

confiar na sorte e saíram para enfrentar os seljúcidas. Os muçulmanos atacaram, mas foram repelidos, e um contra-

permitiu

7 de junho, viram-se às portas da Cidade

“A besta foi uma das mais importantes armas da.

zadas em estado de inanição, debilitando-as. Em 28 de junho, inspirados pela descoberta de uma relíquia sagrada na catedral da cidade, os cruzados resolveram

Jerusalém.

E

nordeste dos principais baluartes cruzados). Em teoria, Jerusalém exercia controle sobre os outros três Estados, mas, na prática, Antioquia, Trípoli e Edessa

alimentos em Antioquia, o que deixou as tropas cru-

contra

MEDIEVAL

a)

Ascalon, que permanecia sob controle egípcio. Os cruzados dividiram suas conquistas no Oriente Médio em quatro Estados, consistindo em uma grande cidade e a área circunvizinha. Os Estados eram Jerusalém, Antioquia, Trípoli e Edessa (que ficava a

o longo sítio precedente, não restavam

avançaram

ig

toda a costa do Mediterrâneo oriental, com exceção de

arqueiros seljúcidas infligiram pesadas baixas à horda cruzada — de até 100 mil homens —, sendo que muitos dos mortos eram peregrinos civis. Para evitar que suas forças sofressem novas baixas, os cruzados deitaram um acampamento defensivo. Em seguida, uma seção de sua cavalaria atacou os seljúcidas pela retaguarda, enquanto a força principal avançou contra o front. O resultado foi uma custosa vitória dos cruzados; eles perderam cerca de 4 mil homens, enquanto os seljúcidas perderam cerca de 3 mil; todavia, o poder da ofensiva dos cavaleiros cruzados fora demonstrado aos turcos. Quase quatro meses após a Batalha de Dorileu, a longa marcha dos cruzados finalmente os levou aos portões da cidade de Antioquia, que estava em mãos seljúcidas. Além de seu valor sentimental como uma das mais antigas comunidades cristãs, Antioquia tinha importância estratégica, situando-se sobre as principais rotas de comércio entre a Asia Menor e a Síria. Os cruzados sitiaram Antioquia durante seis meses, até que um dos espiões de Boemundo persuadiu um oficial seljúcida a permitir que soldados cruzados adentrassem a cidade por uma de suas torres. Em 3 de junho de 1098, eles invadiram Antioquia. Uma vez lá dentro, massacraram os habitantes, tanto cristãos quanto muçulmanos. Eles mal haviam tomado Antioquia quando um exército seljúcida chegou ao local e os sitiou por seu

os cruzados

GUERRA

SD

e judeus. No mês seguinte, os cruzados derrotaram um exército egípcio fora da cidade de Ascalon. Com a ajuda de frotas européias, os cruzados sitiaram e capturaram as demais cidades costeiras da região, entre elas Beirute, Haifa, Trípoli e Tiro. Em 1124, eles controlavam

cavalaria cruzada, mais lenta, porém mais poderosa. Os

1099,

ai

a

lá dentro, eles promoveram a mesma devastação que em Antioquia, massacrando os habitantes muçulmanos

seljúcida na primavera de 1097. A primeira operação dos cruzados foi contra a cidade de Nicéia (Iznik, na atual Turquia). Auxiliados pelo exército bizantino, os cruzados capturaram a cidade, antes de marchar para O sul, em direção à Síria. Em 1º de julho, uma cavalaria seljúcida atacou os cruzados próximo de Dorileu (Eskisehir). Os seljúcidas, armados de arcos, se recusaram a se aproximar da

turno. Após

supridos. Em

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A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

preservaram ciosamente sua independência de qualquer autoridade central. Para defender seus Estados contra a constante ameaça islâmica, os governantes cruzados tinham o benefício adicional de poder recorrer às recém-criadas ordens militares dos templários e dos hospitalários: ordens religiosas compostas de monges guerreiros que empenhavam suas vidas na defesa da Terra Santa contra os infiéis. Elas foram imitadas por muitas outras ordens posteriormente

formadas

na

Europa



como

a dos

Ca-

valeiros Teutões, na Prússia. Tinham um altíssimo senso de determinação e eram governadas com eficácia. Todavia, em um mundo militar feudal, elas sofriam uma desvantagem: a dominância de monges celibatários nas forças do reino de Jerusalém contribuiu para as dificuldades de manter os índices de natalidade. Em 1127. um novo líder seljúcida, Zangi, avançou contra os reinos latinos, e, em 1144, recapturou a cidade de Edessa. Quando a notícia chegou à Europa, os líderes religiosos convocaram uma nova cruzada para retomar a cidade. O rei Luís VII, da França, e o imperador Conrado III, da Alemanha, comandaram essa nova força, que chegou ao Oriente Médio em 1148. Ansiosos por espólios, Luís e Conrado persuadiram o III, de Jerusalém,

rei Balduíno

a atacar

a cidade

As Guerras de Saladino contra os Cruzados

Os seljúcidas, então comandados pelo filho de Zanga, Nur el-Din. continuaram a atacar os Estados cruzados.

Em 1163, a atenção no Oriente Médio desviou-se para o Egito, onde tanto seljúcidas quanto cruzados envolveram-se em tentativas de tomar o país. Um general seljúcida chamado Shirkuh acabou se tornando o principal ministro egípcio, mas morreu pouco depois. Ele por seu sobrinho, Saladino

(1137-93),

que viria a se mostrar um dos mais destacados líderes seljúcidas. Saladino assumiu o pleno controle do Egito em

1171.

Quando

Nur

morreu,

el-Din

em

1174,

Saladino ascendeu ao comando do império seljúcida, livrando-se de todos aqueles que o desafiavam e criando uma base de poder para futuras operações contra os cristãos. Em 1187, ele se sentiu suficientemente forte para declarar uma guerra santa à | | cristandade. Em 1º de julho, o exército de Saladino — de 30 mil homens — cruzou o Rio Jordão e sitiou Tibérias, uma cidade no reino de Jerusalém sob o comando do conde Raimundo. Em 2 de julho de 1187, ele capturou a

cidade;

Raimundo

estava

então

ausente,

mas

cruzadas.

também

em

seu

auxílio.

No

Guido, de Jerusalém, comandou

dia

seguinte,

uma

poder

auxiliar

a outra,

as duas

fazia uso de divisões de infantaria, sobretudo

lanceiros e arqueiros, de variada qualidade.

A Perda de Jerusalém

Saladino passou à ofensiva, e muitas das cidades costeiras renderam-se a suas tropas. No início de outubro,

ele havia capturado o grande prêmio, Jerusalém. Tiro

conseguiu resistir, auxiliada por reforços recémchegados da Europa por mar. No verão de 1189, os cruzados retaliaram, sitiando o grande e estratégico porte de Acre. A perda de Jerusalém foi um profundo choque para o mundo cristão, e provocou a Terceira Cruzada, comandada pelo rei Ricardo I (Coração de Leão), da Inglaterra, e pelo rei Filipe II, da França. As forças de Filipe se aproximaram de Acre na primavera de 1191. Ricardo desembarcou em junho, tendo conquistado a ilha de Chipre, que usaria como base para operações cruzadas no Oriente Médio. Ricardo assumiu o comando do exército cruzado, embora sua liderança fosse contestada por Filipe. Disputas entre os dois monarcas comprometeram a eficiência geral da expedição, e Filipe acabou se dissociando da cruzada. Enquanto isso, Ricardo derrotou um exército que Saladino enviara ao auxílio de Acre, e usou a frota cruzada para romper as linhas marítimas de abastecimento da cidade. Pouco mais de um mês depois, em 12 de julho, Acre rendeu-se aos cruzados. Ricardo era um soldado dos mais capazes, e, como sugere a alcunha “Coração de Leão”, era também um

valente

guerreiro. Tendo

ouvido

que

Saladino

cap-

turara Jafa em 1192, ele conduziu pessoalmente uma

pequena frota de barcos em direção à cidade, saltou na rebentação e vadeou até a margem, lutando durante

sua

todo o percurso. Mas Ricardo também podia ser impiedoso. Depois da captura de Acre no verão de 1191, por exemplo, estima-se que tenha massacrado 3 mil prisioneiros muçulmanos, incluindo grande número de mu-

esposa foi capturada, e a honra exigia que 05 cruzados acorressem

Sem

alas cruzadas viram-se indefesas. Saladino aniquilou ambas. conquistando nisso uma grande vitória, que debilitou como um todo a força combativa dos reinos cruzados. O exército de Saladino incluía tanto soldados profissionais quanto forças improvisadas para a campanha. Entre os primeiros estavam as unidades de elite de seus guarda-costas montados, que, como o próprio Saladino, eram curdos — e não seljúcidas ou árabes, como o grosso do exército islâmico. Outra força montada de elite eram os mamelucos, escravos egípcios treinados como soldados desde a infância. Além dessas tropas de destaque, milhares de cavaleiros eram enviados por governantes muçulmanos locais. Saladino

de

Damasco, aliada dos cruzados. A operação foi um desastre para os cristãos e encerrou a Segunda Cruzada, que mal havia começado.

foi substituído

tropas de Saladino não deram quartel aos cruzados. Na manhã do dia 4, enquanto Guido e seu exército tentavam atingir as fontes de Hattin, os muçulmanos atacaram em grande número. Na atroz contenda que se seguiu, Saladino conseguiu separar a cavalaria e a infantaria

o ré

um exército cruzado

de cerca de 20 mil homens, incluindo 1.200 cavaleiros, Saladino de exército O resgate. de missão uma em

lheres e crianças, O objetivo de Ricardo era retomar Jerusalém, e ele comandou suas forças em uma longa marcha pela costa

inimiga estava à espera, e atacou repetidamente a força

durante o dia de marcha. À noite, fatigados e sedentos, para os cruzados acamparam junto a um poço, só as noite, a Durante seco. estava ele que descobrir

do Mediterrâneo, sendo acompanhado por uma frota de cruzados. As tropas de Saladino atacaram Os

00

À esquerda: Godofredo de Bulhões (de capa vermelha) contempla Jerusalém em julho de 1099, durante a Primeira Cruzada, quando chegam notícias de que suas tropas

transpuseram as paredes da cidade.

Durante a invasão,

os cruzados exterminaram toda a população judia e muculmana.

cruzados em sua marcha para o sul: eles tentaram atrair os cavaleiros para uma perseguição. de modo a poderem isolá-los da força principal e destruí-los quando os cavalos se cansassem. Sob ordens estritas de Ricardo, contudo, os cavaleiros cruzados, de costume obstinado, não reagiram. Percebendo que suas táticas não surtiam efeito, Saladino desferiu um ataque em grande escala contra os cruzados.

As forças da Quarta Cruzada (1204) se deixaram levar pela sedução da pilhagem, e saquearam a cidade de Constantinopla. Depois de espoliá-la completamente, eles criaram um “império latino” na região, que só durou até 1261, quando o Império Bizantino se restabeleceu e expulsou os cruzados. Apesar do saque despudorado de Constantinopla, o ímpeto dos cruzados não perecera. A Quinta Cruzada (1217-22) acossou fortalezas muçulmanas no Egito, mas teve pouco êxito. Mais bem-sucedida foi a Sexta Cruzada (1228-29), que, sob a liderança do santo imperador

Na manhã de 7 de setembro de 1191, os cruzados marchavam contra Arsuf quando uma força muçulmana

de quiçá 20 mil cavaleiros e infantes acossou os hospitalários, que compunham a retaguarda do exército de Ricardo. Os monges guerreiros repeliram os muçulmanos como melhor puderam, mas Ricardo insistiu em que suas forças se mantivessem intactas e não desferissem contra-ataques precipitados. Todavia, incapazes de resistir à promessa de glória eterna por eliminarem os infiéis, os hospitalários atacaram. Ricardo mudou rapidamente de planos, e ordenou imediatamente que seus cavaleiros avançassem em apoio dos hospitalários. Uma parede de cavalaria precipitou-se sobre os muçulmanos e os obrigou a retirar-se. Saladino acabou recuando até Jerusalém. Embora Ricardo chegasse às imediações da cidade santa em 1192, ele foi incapaz de sitiá-la. O exército muçulmano era muito forte, e Saladino havia destruído toda a lavoura da área e envenenado os poços.

romano Frederico II, firmou um tratado com o sultão do Egito para restabelecer o controle cristão sobre Jerusalém. Em 1244, Jerusalém foi uma vez mais

retomada por forças muçulmanas, provocando a Sétima Cruzada (1248-50), comandada por Luís IX da França. Capturado no Egito, Luís conseguiu escapar e dar seguimento à guerra na Palestina, embora fosse incapaz de capturar Jerusalém. Uma Oitava Cruzada, a última, também liderada por Luís IX, tentou em vão capturar Túnis, em 1270. Em 1250, uma casta guerreira — os mamelucos — se apoderou do Egito. Eles haviam aprendido muito com os métodos mongóis e eram cavaleiros eficazes e flexíveis, que utilizavam uma variedade de armas com grande destreza. Sob seu primeiro grande líder, Baibars, eles derrotaram os mongóis (com um tanto de sorte) em Ain Jalut, na Síria, em 1260, e subjugaram gradualmente as demais possessões dos cruzados. A

Em setembro, Ricardo firmou com Saladino um acordo

que permitia que os cruzados permanecessem na costa do Oriente Médio e dava aos cristãos o direito de visitar Jerusalém. Ricardo voltou em seguida para casa;

última cidadela cruzada, Acre, foi capturada por eles em 1291.

Saladino, já doente, morreu no ano seguinte.

Ó |

E

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

Os Mongois e a

Guerra no Oriente A ascensão do império mongol — afetando o sul deveu-se sobretudo à liderança inescrupulosa de velozes de que ele dispunha. Gêngis Khan foi um logística, treinamento e organização, mas, acima homens sob seu comando.

da Ásia, a China, o Oriente Médio e a Europa — Gêngis Khan e aos cavaleiros altamente disciplinados e líder militar de gênio em termos de táticas, estratégia, de tudo, compreendeu como extrair o máximo dos

derrota dos magiares encerrara temporariamente a pressão dos povos das estepes sobre a Europa, mas, no século XIII, uma nova e poderosa ameaça emergiu do império mongol de Gêngis Khan (1167-1227), o maior império continental da história em seu apogeu. Chamado Temujin, em 1206 ele foi aceito como Gêngis Khan (“Grande Líder”) do povo das estepes asiáticas. Ele se orgulhava de suas ambições violentas: “A felicidade consiste em sobrepujar os inimigos, em expulsá-los à vista dos olhos, em despojá-los de seus bens. em saborear seu desespero”. Ele iniciou sua

grande ofensiva invadindo a China, mas disputas com a Corésmia islâmica em 1217 o obrigaram a suspender temporariamente sua campanha. Ele retaliou saquean-

do diversas das maiores cidades da Corêsmia, incluindo

a fabulosa Samarcanda. Exércitos mongóis avassalaram em seguida uma área gigantesca: o norte da India,

o Oriente

Médio

e o sul da

Rússia.

Em

1224, eles

puderam voltar sua atenção uma vez mais para a China.

Porém, em 1227, Gêngis morreu, e a invasão do país foi protelada. O filho de Gêngis, Ogatai, foi escolhido para sucedê-lo.

Ogatai tinha ambiciosos planos de expansão. Mas seus olhos não se voltavam para a China, e sim para o ocidente, em direção à Europa. No inverno de 1237, exércitos comandados por seus sobrinhos Batu e Mangu e pelo grande general Subotai avançaram rumo a oeste, pela Rússia e pela Ucrânia. No início de 1241, eles haviam dominado inteiramente a Rússia e a Ucrânia. Em seguida passaram à Polônia e à Hungria.

À direita: À extensão do império mongol era impressionante, sendo

um testemunho tanto de sua capacidade nos campos de batalha quanto de sua perícia nas áreas da logistica e da administração.

4 » OCEANO * E PACÍFICO ed

Limites do império mongol

Etr

Fronteira das conquistas

HH X ,

de Gêngis Khan Terras invadidas, mas não mantidas pelos mongóis

Terra natal dos mongóis Batalhas 0

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1405: provavelmente um tártaro, e não um mongol). A base de Tamerlão era Samarcanda, no Canado de Jagatai. Em 1369, ele derrubou o cã de Jagatai e, em seguida, conquistou o Il-Canado. Ele voltou sua atenção para a Horda Dourada e derrotou seu cã, Ioktamish, na Batalha do Rio Terek, em 1395, antes de destruir as cidades de Astrakhan e Sarai. Seu último alvo foi a

Índia. Ele atacou em 1398 e tomou Délhi. Em seguida,

rumou para o oeste e comandou seu exército até a Síria e a Anatólia, uma vez mais infligindo o terror a todos os que se lhe opunham. Tamerlão morreu em 1405. Após sua morte, as tribos das estepes não voltaram a repre-

batalha de Hastings, por exemplo), a palavra romana miles descrevia meramente um cavaleiro

protegido por cota de malha. Esses cavaleiros requeriam terra para se proteger: na Inglaterra, o feudo de um cavaleiro — a terra que ele

sentar tamanha ameaça.

Os exércitos mongóis consistiam em céleres soldados montados. Os cavaleiros eram rigorosamente treinados e disciplinados; todavia, ao contrário dos demais exércitos da época, eles se organizavam em formações estritas de dez, cem, mil e finalmente 10 mil homens. Essa última formação, conhecida como touman, era a base da guerra

controlava — tinha entre 1.550 e 1.800 hectares, enquanto na Normandia tinha cerca de 1.300

hectares. Nessa época, contudo, a necessidade que tinha o feudatário de controlar seu território o convertera em algo mais do que um soldado: ele era um cavaleiro com projeção social, e devia viver de acordo com o código da cavalaria. Um dos problemas com os quais os historiadores do período medieval têm de avir-se é a variação de sentido que a expressão “cavalaria armada” tem em diferentes épocas, especialmente quando termos latinos um tanto vagos, como miles, são

mongol, o equivalente da divisão moderna, sendo capaz

de lutar sozinha ou combinar-se com outros toumans.

Em um avanço contra oponentes ou em territórios hostis, por exemplo, os toumans avançavam em paralelo em um front largo, e os comandantes de cada divisão decidiam retroceder ou investir ao entrar em contato com as forças inimigas. Os comandantes mongóis conseguiam controlar essas formações dispersas e velozes com uma série de mensageiros montados e um código de sinais visuais com bandeiras (durante o dia) e setas flamejantes (à noite). Os mongóis sabiam da importância do movimento rápido e controlado para confundir os inimigos,

usados. À distinção entre um cavaleiro e um

sargento ou homem de armas é muitas vezes difícil — especialmente quando obrigações feudais e pagamentos por serviços militares estão

atacando

pelos

flancos

ou

pela

retaguarda;

seus

co-

mandantes costumavam cercar os inimigos e então sobrepujá-los com chuvas de flechas ou ofensivas da cavalaria. A cavalaria leve, sem armadura, que compunha cerca de 60% do exército, desempenhava tarefas de reconhecimento e patrulha. Ela também bombardeava O inimigo com setas e dardos antes que as unidades de cavalaria pesada, armadas de lanças, fossem enviadas para aniquilar os oponentes, já desorganizado. Nas frentes de batalha tática e estratégica, os mongóis demonstravam um conhecimento dos princípios da velocidade, da dispersão e da concentração que nenhum outro exército jamais tivera. Igualmente impressionante era seu domínio da logística, Sempre havia cavalos de reserva, na grande maioria éguas, e o leite equino servia de sustento para os cavaleiros em muitas campanhas. Também é notável a percepção que tinha Gêngis Khan de quando era arriscado dispersar demais suas forças: em 1222, após uma vitória no Punjab, por exemplo, ele retrocedeu para melhor consolidá-la. Finalmente, apesar de seu sucesso, os mongóis estavam dispostos a aprender com os inimigos; com a campanha em Chin, eles aprenderam as técnicas de sítio. Em um

7

A reação européia foi lenta e fragmentada. O neto de Ogatai, Kaidu, derrotou Henrique da Silésia em Liegnitz, na Polônia, enquanto Subotai esmagou uma força húngara no Rio Sajo. Os europeus pareciam estar à mercê dos mongóis, mas a súbita morte de Ogatai veio salvá-los. Seguindo o costume mongol, a família e os exércitos de Ogatai regressaram à Mongólia para escolher um sucessor. À campanha na Europa foi suspensa. Apesar da retirada da Europa, o império mongol continuou a se expandir sob os sucessores de Ogatai. Em 1243, os mongóis derrotaram os seljúcidas e penetraram consideravelmente a Asia Menor. Durante o reinado de Mangu (sucessor de Ogatai), eles iniciaram campanhas contra o Vietnã. Uma das consequências da expansão do império, contudo, foi a perda da unidade central. Ele se dividiu em quatro subimpérios, ou canados. O Canado da Horda Dourada

incluía o noroeste da Asia e a Rússia.O Canado de Jagatai consistia em grande parte da Asia central. A Pérsia e o sudeste asiático eram conhecidos como o Tl-

Canado. A região

o império

MEDIEVAL

lava nominalmente os outros três canados. Uma última onda de conquista teve início em fins do século XIV. Ela foi obra de um dos mais mescrupulosos líderes mongóis, Tamerlão ou Timur, o Coxo (1336-

Um aspecto distintivo da Idade Média era a importância de grupos sociais totalmente dedicados à guerra. Por vezes podia tratar-se de toda uma sociedade, como os mongóis. Outras vezes, porém, tratava-se apenas de um grupo dentro da sociedade. Isso ocorria por todo o mundo: desde os samurais, no Japão, até os mamelucos, que governaram o Egito a partir de 1250. Na Europa, os cavaleiros de armadura tornaram-se igualmente uma instituição social exclusiva. Em meados do século XI (na época da

envolvidos.

sendo

GUERRA

outro campo, eles faziam

uso de especialistas estran-

geiros, como médicos chineses. Também empregavam engenheiros capturados entre os inimigos.

ao redor da capital, Caracorum,

63

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E

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

À Guerra dos Cem Anos Na guerra européia da Baixa Idade Média, a infantaria ganhou importância, e surgiram as armas de pólvora. Essa mudança coincidiu com o desenvolvimento de exércitos mais profissionais, alguns dos quais eram na verdade forças mercenárias internacionais. O surgimento de Estados mais poderosos,

sobretudo a Inglaterra e a França, significou que mais dinheiro podia ser investido na formação de exércitos, o que resultou em guerras de longa duração. Rochester se rendeu a ele em

Pg

200 anos após a Batalha de Hastmes, a infantaria desempenhou um papel secundário nos campos de batalha da Europa. Em numerosos confrontos, os ataques da cavalaria haviam sido decisivos, mas, em Courtrai, em 1302, piqueiros flamengos derrotaram cavaleiros franceses, e em Bannockburn, em 1314, piqueiros escoceses surraram a cavalaria inglesa. O pique também viria a se

XIII, os exércitos ingleses de Eduardo I começaram a fazer uso do arco longo, que haviam descoberto durante guerras no País de Gales. Esse arco era composto de uma barra cônica de madeira — usualmente teixo — com cerca de 1,8 m de comprimento. Arma temível, o arco longo tinha um alcance maior que o da besta (podendo matar um homem a 230 m) e uma velocidade de recarga maior (entre seis e doze setas por minuto, em comparação com as três da besta). Pontas especiais foram desenvolvidas para as setas do arco longo, permitindo que elas penetrassem armaduras ou detivessem cavalos. O arco longo era retesado até atrás da orelha, e requeria não somente força física, como treinamento intensivo. Por essa razão ele demorou para se difundir. Em Falkirk, em 1298, formações de piqueiros escoceses foram destruídas por disparos do arco longo inglês, antes que os cavaleiros montados as aniquilassem; em Halidon Hill,

tornar uma arma mortal nas mãos da infantaria suíça (ver mais à frente). Esses dois eventos, contudo, não bastavam

para assinalar uma mudança decisiva nas guerras da Europa ocidental. O que promoveu efetivamente a mudança foi o desenvolvimento de poderosas armas de disparo e, igualmente importante, sua integração com guerreiros armados a pé ou a cavalo. A besta vinha sendo a mais poderosa arma de disparo na Europa desde o final do século XI, passando pelos séculos XIH e XIII. O rei João da Inglaterra escolheu besteiros como executores quando a guarnição de

À direita: À princípio, os ingleses levaram vantagem nos embates da Guerra dos Cem Anos, mas os franceses alcançaram a vitória decisiva na década de 1450, época em que estavam fazendo um uso eficiente da artilharia contra os baluartes ingleses.

1215. Todavia, no século

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Fronteira do reino da França em 1429

Terras possuídas por Henrique VI da Inglaterra em 1429 Terras possuídas por Carlos VII da França

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duque da Burgúndia

Terras burgúndias que

reconheciam Henrique VI

pera

como rei da França

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GUERRA

MEDIEVAL

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Os ingleses avançam para

provocar um ataque francês.

2) Os ataques da cavalaria Covolaria

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francesa

arqueiros ingleses.

Infantaria francesa Besteiros franceses

7

Artilharia francesa

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Infantaria inglesa

|

Arqueiros ingleses

desmontadas francesas avança

sob fogo cerrado, é detida a

meio caminho e então destruído.

(4) As reservas francesas debandam sem participar da ação.

St. Omer e Tournai. Incapaz de sujeitar as cidades, contudo, ele fez as pazes com Filipe e regressou uma

em 1333, um exército escocês foi derrotado por uma combinação inglesa de arqueiros e homens de armas. Em Bannockburn, em 1314,a incompetência da liderança fez com que o arco longo não fosse usado como cumpria pelos ingleses. A mais importante série de guerras na Europa ocidental durante a Baixa Idade Média foi a Guerra dos Cem Anos, à primeira vista uma querela dinástica entre as coroas da Inglaterra e da França. Todavia, ela ganhou impulso próprio e abarcou outras disputas, como aquelas pela sucessão ao ducado da Bretanha e pela submissão das ricas cidades de Flandres. O rei Filipe VI da França iniciou o conflito ao tentar

confiscar

) (3) A segunda linha de tropas

terras

inglesas

na

Gasconha,

uma

área

vez mais à Inglaterra. A paz não durou: em 1345, Eduardo enviou uma força de 2.500 soldados a Gasconha, após a invasão fran-

cesa de territórios sob controle inglês. Essa, contudo, foi

uma mera ação provisória; no ano seguinte, ele desembarcou na Normandia com um exército de cerca de 20 mil homens. Ele acreditava que a presença de suas tropas na Normandia obrigaria os franceses a remover suas forças de Gasconha, para enfrentá-los mais ao norte.

Eduardo iniciou de pronto uma campanha de devastação para instigar os franceses a atacar suas forças. Seus homens corriam o interior pilhando e incendiando tudo

da

Aquitânia. Eduardo III da Inglaterra não podia dar-se

à frente, e, embora

em

aliado à Inglaterra. Com Filipe em seus calcanhares, a marcha inglesa para o nordeste foi retardada pela procura de um ponto onde cruzar os rios Sena e Somme. Percebendo que não poderia escapar a seus persegui-

dores, Eduardo deu meia-volta e decidiu enfrentar as forças francesas que se acercavam. Os ingleses tinham ciência de que estariam em inferioridade numérica em qualquer batalha maior com os franceses, mas confiavam em suas táticas bélicas superiores para compensar tal desvantagem. No dia 26

de agosto, o exército inglês se preparou para o combate, firmando posições defensivas em uma escarpa perto do vilarejo de Crécy. Eduardo organizou sua força em três divisões, cada uma composta de cavaleiros, homens de armas desmontados e arqueiros. Ele protegeu suas tropas de ataques da cavalaria dispondo fileiras de estacas afiadas em frente à infantaria. O exército francês, de cerca de 60 mil homens, alcançou-os na tarde do dia 26. Na manhã seguinte,

surpresa e destruíram sua força, de 200 navios, em Sluys,

seguida, Eduardo

permanecessem

dezas e preparou-se para acometer os ingleses. Em inferioridade numérica, Eduardo fugiu da Normandia em direção a Flandres, cujos súditos rebeldes tinham se

Ele agravou a disputa ao declarar que, segundo as leis hereditárias, era ele — por via materna — e não Filipe quem detinha o direito à coroa da França. Em 1339, Eduardo comandou uma força de ataque através do Canal da Mancha, pilhando grande parte do nordeste da França. Quando Filipe chegou com o exército francês, Eduardo, cuja força era demasiado pequena para travar combate, retirou-se e voltou para casa. Esse foi um fim inconcluso para a primeira campanha da guerra, mas resultou em um acirramento das atitudes dos dois países. Eduardo planejava regressar à França, mas, antes, tinha de livrar-se da marinha francesa, que havia atacado a costa sul da Inglaterra em 1338 e 1339, representando uma ameaça para quaisquer operações futuras pela Mancha. No verão de 1340, Eduardo descobriu que Filipe estava reunindo suas frotas ao largo da costa de Flandres. Ele se valeu do ensejo e despachou a marinha inglesa pelo canal. Os ingleses tomaram os franceses de

Em

os franceses

Gasconha, Filipe recrutou tropas em Paris e nas redon-

ao luxo de perder essas valiosas possessões (que forneciam vinho a seu país) e preparou-se para a guerra.

no dia 24 de junho.

À esquerda: À vitória inglesa de Agincourt, em 1415, demonstrou uma vez mais a vulnerabilidade de formações densas de cavalaria armada frente q armas de disparo. Para os franceses, a derrota foi especialmente desoladora, pois lhes foi infligida por soldados saídos das classes sociais inferiores.

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GUERRA

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Filipe enviou os besteiros na vanguarda para debilitar a linha inglesa. Esses soldados habilidosos eram mercenários oriundos da cidade italiana de Gênova. mas enfrentaram uma tal torrente de flechas inglesas que se viram obrigados a debandar. Conforme retrocediam, a cavalaria francesa, que avançava logo atrás, atropelou-os, pisoteando-os em grande número. Como consequência, a ofensiva francesa tornou-se um caos. Enquanto flechas continuavam a prorromper sobre os franceses, onda após onda de sua cavalaria rebentava-se sobre as defesas inglesas. Alguns cavaleiros franceses lograram atingir as linhas inglesas, somente para serem detidos pelos guerreiros desmontados de Eduardo. Enfim. os ingleses deixaram o abrigo das estacas e exterminaram o que restara dos extenuados e confusos cavaleiros da França. Quando a luta se encerrou, milhares de soldados franceses, inclusive 1.500 cavaleiros e nobres, jaziam mortos sobre o terreno. Crécy foi o início do fim dos guerreiros montados como os principais soldados medievais. Vencida a batalha, Eduardo marchou para o norte e sitiou a cidade costeira de Calais. Ele queria um porto na costa francesa diretamente voltado para a Inglaterra, de modo que pudesse trasladar suas tropas com um mínimo de tardar. Após um ano de bloqueio por terra e por mar, Calais se rendeu.

mas a quarta, comandada pelo rei francês João II, assumiu a ofensiva. Em vez de aguardar a chegada dos franceses, o Príncipe Negro ordenou que seus soldados atacassem. Ao mesmo tempo, enviou uma força de cavalaria à volta das tropas francesas, para acometê-las pelos flancos e pela retaguarda. Os franceses se viram

O Príncipe Negro

Poitiers, não eram, por assim dizer, representativas da guerra em geral; os pequenos grupos de escaramuçadores e saqueadores eram mais característicos, atraindo soldados e aventureiros de várias regiões da Europa, e agravando a miséria e a devastação resultantes da Morte Negra. Em 1368, os nobres de Gasconha se rebelaram contra seus senhores ingleses e os pesados impostos a que estes os sujeitavam. Como o rei francês, Carlos V, se aliasse

A

Morte

Negra.

a

peste

bubônica

que

devastou

presos

homens,

| | |

em

uma

defensiva,

com

frontal

e lateral, e foram

como prisioneiros, entre os quais o rei João.

Eduardo III ainda ambicionava ser coroado rei da França, mas, com o fracasso de sua campanha de inverno em 1359-60 para tomar a cidade francesa de Rheims, ele renunciou a tais pretensões. Nas negociações de paz que se seguiram, os franceses concordaram em conceder-lhe grandes áreas do sudoeste da França,

não na condição de súdito do rei francês, mas como senhor absoluto. Eles também consentiram em pagar

A Natureza da Guerra

A Inglaterra e a França estavam então oficialmente em paz, mas os franceses continuaram a sofrer nas mãos de

mercenários e outros bandoleiros que assolavam o campo, aterrorizando e roubando a população a seu bel-prazer. As grandes batalhas decisivas, como Crécy e

a

aos rebeldes, Eduardo III voltou a reclamar o trono fran-

cês, e os ingleses invadiram o norte da França. Eles tentaram sua velha tática de saquear os campos, buscando atrair os franceses para a batalha, mas estes adotaram uma nova tática para frustrar tais planos. Sob as ordens de Bertrand du Guesclin, o novo e competente comandante de Carlos V, os franceses se resguardaram

em castelos e cidades fortificadas. Restava aos ingleses

desolar um interior cada vez mais devastado, com raras

um

oportunidades de pilhagem. Enquanto isso, tropas francesas seguiam-nos aonde quer que eles fossem, molestando-os em pequenas acometidas, mas recusando-se a travar confrontos em grande escala. Os ingleses também vinham perdendo seu controle sobre territórios no sudoeste da França, com tropas francesas sitiando e capturando uma sucessão de postos e cidades importantes. Na ocasião da morte de Eduardo, em 1377, os ingleses possuíam pouco mais do que tinham no início da guerra, em 1337. Em 1396, a França e a

parreiral em frente, um pequeno bosque na retaguarda linha principal Sua esquerda. à pantanoso terreno e um e desmontados guerreiros de compunha-se defesa de por dispostos estavam arqueiros os armas; de homens na atacaram franceses Os sebes. e parreiras de trás inicialmanhã de 19 de setembro de 1356. Sobrevelo mente um ataque da cavalaria, que foi prontamente miravam detido pelos arqueiros do Príncipe Negro, que cavalaria da divisão segunda A inimigo. do nos cavalos esses solcavalos, OS sem mas, pé, a avançou francesa Ainda morosos. e trôpegos eram armadura de dados e acometeram assim, alguns chegaram às linhas inglesas confronto duro um Após Negro. Príncipe do as forças que sem não franceses, os repeliram direto, os ingleses ambos os lados sofressem perdas acentuadas. A terceira onda francesa, vendo a sangrenta batalha, destruição à sua frente, retirou-se do campo de

Inglaterra assinaram uma trégua de 30 anos, que, espe-

ravam, levaria a guerra a uma conclusão permanente.

A paz durou até 1415, quando Henrique V, soberano

recém-coroado da Inglaterra, violou os termos do tra-

tado e invadiu a França. Henrique, um monarca diná-

mico e vigoroso, estava determinado a reconquistar as

antigas possessões inglesas. Ele atacou enquanto

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um grande resgate por seu rei cativo, mas João morreu antes de ser libertado pelos ingleses.

inglesas próximo à cidade de Poitiers. O Príncipe Negro posicionou seu exército, de 12 mil posição

os ataques

duramente batidos. Cerca de 3 mil soldados franceses pereceram em Poitiers, e muitos outros foram levados

Europa ocidental na década de 1340, impôs uma pausa temporária às hostilidades. O conflito foi retomado em 1355, quando Eduardo desferiu uma série de ataques no norte e no sudoeste da França. Seu filho Eduardo, o Príncipe Negro, comandou as operações no sudoeste. Em fins do mesmo ano, ele liderou uma expedição de três meses em grande parte do sul da França, fazendo campanhas de Bordéus a Narbona. Quase sem enfrentar oposição dos franceses, seu exército assolou e incendiou um grande número de cidades antes de retornar à base com os espólios. No verão seguinte, o Príncipe Negro saiu em nova pilhagem, dessa vez na França central. Os franceses reagiram e confrontaram as forças sólida

entre

Os

À esquerda: Joana d'Arc lidera os franceses rumo à vitória sobre os ingleses durante a libertação de Orleães, em 1429. Mesmo após

sua execução, em 1431, seu nome continuou a inspirar os franceses, enquanto 0 moral inglês feneceu,

devido aos receios que eles nutriam de haver executado uma santa.

franceses estavam envolvidos em hostilidades contra o

na defensiva, frustrou os ataques franceses, deixando que a cavalaria assumisse a ofensiva e aniquilasse o restante do exército francês. Em 1419, Henrique controlava toda a Normandia, e estava decidido a conquistar o norte da França. Em 1422, contudo, ele morreu, pondo fim às esperanças inglesas de ver encerrar-se rapidamente a guerra com a França. Ele toi sucedido por seu jovem filho Henrique VI. Poucas semanas após a morte de Henrique, o rei francês, Carlos VI, também morreu. O duque da Burgúndia, aliado dos ingleses e inimigo da França, estava ansioso para explorar a situação, e imediatamente declarou Henrique VI da Inglaterra como o novo rei

duque da Burgúndia, com quem firmou uma aliança. Henrique desembarcou na Normandia em agosto e sitiou a cidade de Harfleur, que se rendeu no mês seguinte. Os ingleses iniciaram, então, uma marcha de cerca de 200 quilômetros pelo norte da França até o território inglês de Calais. Para chegar até lá, Henrique teria de cruzar o Rio Somme, mas custou-lhe encontrar um ponto vadeável. Ele conseguiu finalmente transpor o TIO, apenas para topar com o exército francês perto de Agincourt. Em 25 de outubro, a pouca distância dos franceses, Henrique sustou a marcha e assumiu uma posição defensiva. Ele posicionou soldados desmontados e homens de armas no centro e arqueiros nas alas esquerda e direita. Estacas afiadas foram dispostas em frente à linha para evitar que os cavaleiros franceses se aproximassem. Os franceses desferiram um ataque de cavalaria, e os arqueiros ingleses os derrubaram com flechas. À onda seguinte de cavaleiros franceses avançou a pé, através de um pequeno campo arado. Morosos, eles vinham tão aglomerados que mal podiam mexer os braços. Acabaram chegando à linha defensiva inglesa. Nesse momento, contudo, os arqueiros ingleses enxamearam-se ao redor dos desajeitados cavaleiros, golpeando-os com achas, facas e espadas. A segunda onda francesa de cavalaria desmontada também padeceu, e a terceira se encontrava em um impasse, quando Henrique desbaratou o restante das forças inimigas com um ataque da

francês.

Os

inimigos

da

Burgúndia,

nesse

ínterim,

apoiaram o filho de Carlos VI, que foi coroado como o rei Carlos VII da França. Os ingleses retomaram seus ataques: em 1428, conquistaram todo o norte da França e planejaram invadir o sul, onde se aquartelava Carlos

VII. Em outubro, eles atacaram a cidade de Orleães. O

sítio persistiu até abril de 1429, quando um reforço francês finalmente chegou. A força francesa incluía Joana d'Arc, uma jovem camponesa que acreditava que Deus a havia enviado para expulsar os ingleses da França. Inspirados por Joana,

os

franceses

venceram.

No

mês

seguinte,

os

ingleses sofreram nova derrota, em Patay. Joana, todavia, foi capturada pelos aliados burgúndios da Inglaterra, e queimada em uma pira no ano seguinte. Mas o domínio inglês sobre a França foi enfraquecendo, especialmente depois que a aliança anglo-burgúndia se

cavalaria. Seu exército, de 6 mil homens, vencera uma força francesa cinco vezes mais numerosa. Cerca de 5

esfacelou, em 1435.

Após uma trégua de cinco anos (1444-49), os franceses atacaram territórios sob o domínio inglês na Normandia. Os baluartes normandos da Inglaterra caíram um após o outro. Quando Cherbourg rendeu-se, em agosto de 1450, o controle inglês sobre o norte da França estava encerrado. A derrota dos ingleses em Castillon, em julho de 1453, pôs fim à Guerra dos Cem Anos.

mil franceses foram mortos, enquanto os ingleses E | perderam pouco mais de cem homens. Agincourt confirmou uma vez mais a importância da combinação de armas: a infantaria, sozinha, não bastava. A Batalha de Agincourt foi vencida pela hábil coordenação entre infantaria e cavalaria — a infantaria,

0/7

E

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

dos Iurcos

À Ascensão Otomanos

Em praticamente um único século, os turcos otomanos derrubaram o Império Bizantino, renomearam sua

capital como Istambul e estabeleceram firme controle sobre toda a Grécia e grande parte dos Bálcãs. Donos de uma faixa da Ásia Menor, a Anatólia, e outros pontos mais distantes, eles preservaram sua soberania graças às mais poderosas forças navais e terrestres da Europa e do Oriente Médio.

Murad voltou sua atenção para a Hungria. Durante anos, os húngaros haviam combatido a expansão otomana nos Bálcãs, e, em 1441, Murad cruzou o Danúbio e invadiu o país. Os otomanos enfrentaram o hábil general húngaro João Hunyadi (1387-1456), que os expulsou. Em janeiro de 1443, como parte de uma tentativa de erradicar a maré muçulmano-otomana que espreitava o sudeste da Europa, o papa Eugênio IV exortou todos os cristãos a irem à guerra para salvar os Bálcãs e Constantinopla da ameaça otomana. Hunyadi liderou seus “cruzados” pelo território dos turcos, e, naquele verão, os cristãos capturaram diversas cidades otomanas, ao mesmo tempo em que, a leste, os inimigos de Murad atacavam seus territórios na Anatólia.

APS a derrota dos turcos seljúcidas nas mãos dos mongóis, outra potência turca assomou na Ásia

Menor: os otomanos. Com o poder mameluco e mongol

ainda dominando a leste, eles se voltaram para o oeste, e conseguiram se aproveitar do debilitado Império Bizantino. Em meados do século XIV, haviam conquistado grande parte da Asia Menor e prevalecido em território europeu contra um exército húngaro. Por volta de 1370. eles criaram uma instituição militar única — os janízaros —. um corpo composto de crianças cristãs capturadas e instruídas para o ofício soldadesco. Em 1389. em Kosovo. esmagaram um exército comum cristão-balcânico, e. em 1400, passaram a controlar grande parte da península balcânica. A derradeira florescência dos mongóis sob Tamerlão afetou os otomanos, mas a vitória mongol em Ancara, na Anatólia, em 1402, só impôs uma pausa temporária a suas ambições. A partir de 1413, o sultão Mehmed 1 iniciou o processo de dominação otomana sobre a

Enfrentando uma guerra em dois fronts, o sultão julgou

prudente fazer a paz com seus inimigos. No ano seguinte, os cristãos planejaram uma invasão com um exército húngaro apoiado por uma frota veneziana, que

deu seguimento ao projeto de seu pai. Sua primeira campanha foi contra os venezianos, que tinham grandes interesses comerciais e militares no Mediterrâneo oriental. Em 1423, o claudicante Império Bizantino concedeu a Veneza o controle sobre a cidade grega de Tessalônica. Murad considerou isso uma afronta a seu poder, e, em 1425, iniciou uma guerra naval de cinco anos. No final, Tessalônica tombou sob suas forças.

TRANSILVÂNIA

segunda metade do século

XV. O ápice do sucesso otomano ocorreu em

1453, quando Maomé ll capturou Constantinopla.

mar

MOLDÁVIA

SUINAENA z

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em Varna, na costa do

Negro. A frota não apareceu, deixando o caminho livre para um contra-ataque otomano. Em 10 de novembro, os otomanos atingiram Varna e sobrepujaram os cristãos. Hunyadi escapou ao massacre, mas não havia como disfarçar a gravidade da derrota. Embora a Batalha de Varna assinalasse o fim da “cruzada”, Hunyadi prosseguiu em sua missão e, em 1448, voltou a invadir as terras otomanas. Murad enviou 100 mil homens para enfrentar os 25 mil húngaros. A Segunda

Anatólia e os Bálcãs. A partir de 1421, o sultão Murad IH

À direita: À extensão do Império Otomano na

o encontraria

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Batalha de Kosovo foi uma vitória otomana. Os turcos

ficaram muito impressionados com o uso de armas de fogo por parte da infantaria alemã que integrava o

Eça vez que uma arma de fogo A primeira sia foi |: utilizada em uma batalha deuropéia cifoito 1346 dae quando o exercito RR

exércitos raramente usavam armas de pólvora

centro da linha cristã, e seu interesse no uso potencial

das armas de fogo aumentou. Os exércitos turcos costumavam

ser maiores

os de seus oponentes, e suas melhores

tropas

que

eram

a

se convertiam

à fé

Em 1451, Murad II morreu e foi sucedido por seu

"competente filho Maomé II. Antes de fazer novos avan-

canhões usados para esmigalhar muralhas

ços contra os Bálcãs, Maomé decidiu capturar Constan-

citadinas. No sítio de Constantinopla, em 1453, os

do

ja existam em |

enha difunddifundido ido 1450, embora seu uso não se tenha

Sendo nO século seguinte. Essas armas primitivas

de um estopim aceso feito de barbante ou re talhos |

por não ser muito confiável.

três dias após sua queda.

nação do inimigo.

relativamente leves, e as bombardas — grandes

consistiam em um tubo de metal ajustado a um cabo de madeira. Eram disparados pela aplicação

Na”

muçulmana e se submetiam a um rigoroso treinamento militar. O restante da infantaria era uma milícia mal treinada e mal equipada, de pouco uso, exceto na perseguição de inimigos derrotados. Mas os grandes escalões de infantaria que os turcos conseguiam mobilizar em batalha eram vistos como um meio de abalar a determi-

colubrinas, que eram canhões bastante pequenose

rmas de fogo manuais tambem

/

especiais de treinamento, onde

eles estavam as

E

canhões para abrir caminho pelas muralhas, e saquearam a cidade por

tados sobretudo nos Bálcãs. Eram enviados para campos

eram normalmente pesadas, difíceis de transportar, imprecisas e propensas a explodir — mas podiam despedaçar as paredes de castelos. No início do século XV, havia muitos tipos

de 15 e

Eles usaram 70 pesados

|

E 2“

Os janízaros eram a elite da infantaria, sendo recru-

condições da guerra por sítio. Essas armas de sítio

Ro

frente aos turcos otomanos no final de maio de 1453.

seguiriam nas campanhas.

guerra aberta, já que elas se ajustavam melhor às

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Os spahis eram também um núcleo de recrutamento para outras cavalarias, já que cada homem devia convocar e treinar entre dois e seis cavaleiros que o

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tinopla, o último bastião do então exaurido Império Bizantino. O sítio começou em princípios de abril de 1453. Os 10 mil soldados que defendiam Constantinopla

debelaram os primeiros ataques, e os otomanos sofre-

ram duras baixas. Em 29 de maio, o canhão de Maomé

finalmente

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das

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externas da cidade. Um confronto direto se seguiu, mas os defensores tinham tão poucos soldados que foram

obrigados a deixar partes das muralhas internas desguar-

necidas. Os otomanos encontraram um desses pontos e penetraram a cidade. Os defensores foram exterminados quase até o último homem, inclusive Constantino. Isso marcou o fim do Império Bizantino.

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Rumo a um Exército Profissional No início da Guerra dos Cem Anos, um dos melhores exércitos da Europa encontrava-se a serviço de Carlos da Burgúndia. Incluindo muitos veteranos mercenários, era uma força altamente treinada e contava com excelente equipamento. Contudo, encontrou um páreo na infantaria suíça, cuja velocidade e pujança anulavam a vantagem burgúndia de ser um exército plenamente armado. mbora

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alguns nobres continuaram a rejeitar a autoridade do monarca, e bandos mercenários varreram o país. O rei francês restaurou a ordem formando compagnies d'ordonnance, que, comandadas por oficiais leais e confiáveis, deitariam as bases de um exército permanente na França.

Em 1461, Carlos VII morreu. Seu filho, Luís XI, compartilhava o desejo de limitar o poder dos nobres. O principal oponente do rei era Carlos, o Temerário (ou o Irrefletido). duque da Burgúndia, que tentou estabelecer um reino que ombreasse com o da França. Ele formou um exército profissional, muitos de cujos soldados eram veteranos da Guerra dos Cem Anos,

incluindo-se uma parcela recrutada em sua ex-aliada, a Inglaterra. No início da década de 1470, a Burgúndia tinha 8 mil soldados. Cavaleiros de armadura e arqueiros montados representavam a metade; o restante era infantaria — uma combinação de arqueiros, atiradores e piqueiros. Carlos dividiu seu exército em unidades autosuficientes que incluíam os diversos tipos de cavalaria e infantaria, e elas treinavam juntas para garantir a cooperação no campo de batalha. O exército da Burgúndia era temido em muitas partes. Em 1474, por exemplo, Carlos interveio em uma disputa pelo controle da cidade alemã de Neuss, cujos habitantes se haviam rebelado contra o arcebispo de Colônia. Ele apoiou o arcebispo e enviou um exército contra Neuss, sitiando-a. Sua artilharia derrubou

as muralhas,

mas seus soldados não conseguiram adentrar a cidade.

No ano seguinte, o imperador alemão, Frederico II,

se envolveu no conflito e enviou um exército para resgatar Neuss. Carlos voltou seu exército contra as forças de Frederico e abriu fogo com sua artilharia. Frederico debandou, e as negociações

de paz tiveram

início. Carlos concordou em suspender o sítio de Neuss em troca do auxílio de Frederico no futuro. As intervenções de Carlos fora da Burgúndia alarmavam as cidades do sul da Alemanha e os Habsburgos austríacos, que se aliaram aos suíços, cuja infantaria agregava os melhores soldados de seu tempo. Armados de piques, alabardas e bestas, os suíços haviam conquistado durante o século XIV sua autonomia dos Habsburgos da Áustria, notadamente na Batalha de Sempach, em 1386.

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1444, um exército francês massacrou uma

pequena força suíça de 1.500 homens; embora aniguilados, os suíços mataram o dobro de franceses. Assim sendo, não surpreende que, em 1474, eles tenham repelido uma incursão dos burgúndios e avançado contra as fronteiras da Burgúndia. Carlos reagiu em fevereiro de 1476, marchando com um exército de 15 mil homens contra a cidade suíça de Grandson, com O lago de Neuchãtel à sua direita. A infantaria suíça, de

À esquerda: Três soldados do exército burgúndio de Carlos, o Temerário, de cerca de em idos venc m fora mas pa, Euro da ados sold ores melh os e entr vam esta Eles , 1470 numerosas ocasiões pelos suíços.

A

GUERRA

MEDIEVAL

beleceu os suícos como os soldados mais temidos da Europa. Maquiavel escreveu a seu respeito: “Exército algum foi mais expedito do que eles nas marchas ou formações de batalha, pois eles não se sobrecarregavam de armaduras”. Sua mobilidade permitia-lhes despistar seus oponentes e acometê-los quando despreparados. Alguns piqueiros vestiam armaduras parciais — uma capa metálica e um peitoral —, mas muitos preferiam lutar com um cibão de couro ou um colete forrado. Os suíços lutavam em colunas profundas munidos de longos piques e alabardas — um eriçado porco-espinho,

Um dos desenvolvimentos militares mais

interessantes da Idade Média ocorreu na Boêmia, aproximadamente a atual República Tcheca. Ali, conflitos políticos e religiosos engendraram uma

modalidade de guerra baseada no uso de carroças munidas de armas de fogo. João Ziska desenvolveu essa forma de combate como parte do movimento de reforma religiosa dos hussitas, no período de 1419 a 1436. As carroças conseguiam

similar à falange dos tempos clássicos. A alabarda não era tão longa quanto o pique, mas tinha uma pesada ponta cônica de metal, à qual se prendia uma lâmina de machado e um espigão ou gancho adicional usado para

chegar relativamente rápido ao campo de batalha, e representavam um formidável obstáculo defensivo (especialmente quando presas por correntes) após sua chegada. Todavia, a derrota

agarrar rédeas e derrubar cavalos. Em Nancy, foi uma alabarda que derrubou Carlos, o Temerário, com um único golpe que lhe fendeu o crânio. Os piqueirose

dos hussitas, desenvolvimentos na artilharia de

alabardeiros eram precedidos em batalha pela infantaria ligeira, que portava bestas (posteriormente espingardas) e cujo papel era desorganizar o inimigo e desviar a atenção de sua artilharia das colunas de piqueiros.

campo e combinações entre infantaria e cavalaria fizeram com que os métodos de Ziska tivessem pouca difusão fora da Boêmia.

Apesar do sucesso dos suíços em defender sua terra natal, eles não representaram o futuro da guerra. Eram conservadores em suas idéias militares, e não absorveram as mudanças que estavam ocorrendo conforme o século XVI despontou. Acima de tudo, eles não levaram em conta o novo papel das armas de fogo, especialmente

18 mil homens, foi dividida em três colunas cerradas, equipadas com piques. A velocidade do avanço suíço tomou os burgúndios de surpresa: a complexa ação de encurralamento ordenada por Carlos se desorganizou, e o centro se decompôs. O exército de Carlos iniciou então uma retirada, mas os suíços prosseguiram no avanço, eliminando seus homens sempre que os alcançavam. Cerca de mil burgúndios foram mortos em Grandson, além de 200 suíços. Carlos, contudo, não renunciou à ambição de expulsar os suíços de suas terras. Em junho de 1476, ele sitiou o posto fortificado de Morat, com um exército de 20 mil homens. Esperando que os suíços enviassem um exército para resgatar o forte, Carlos ordenou que se cavassem trincheiras, atrás das quais posicionou seus arqueiros e sua artilharia, e aguardou pelo inimigo. O exército suíço, de 25 mil homens, chegou a Morat em 22 de junho. Devido ao

da artilharia, embora sua reputação lhes tenha garantido

uma carreira como mercenários eficientes. O futuro das operações militares estava nos exércitos apoiados por Estados economicamente poderosos, preparados para explorar os recursos nacionais. Para lograr sucesso na guerra, um exército tinha de combinar a recente tecnologia da pólvora com corpos grandes e disciplinados de infantaria e cavalaria. Nisso se destacariam os exércitos do Império Otomano, da França e da Espanha.

mau tempo e a sentinelas inadequadas, os burgúndios

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não tiveram notícia do avanço inimigo, e os suíços chegaram até suas linhas quando a maioria estava re-

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pousando. Os piqueiros e alabardeiros desolaram as defesas semi-abandonadas, matando todos em seu caminho. Uma força substancial de 7 mil burgúndios foi encurralada e exterminada até o último homem. Os suíços e seus aliados tomaram a ofensiva, invadindo o território burgúndio. Carlos reorganizou suas forças e, em 5 de janeiro de 1477, enfrentou os suíços em Nancy. Os burgúndios foram encurralados entre duas forças suíças e, então, repelidos. Carlos foi morto ao tentar reunir suas tropas, e sua derrota e morte puseram fim às pretensões de que a Burgúndia pudesse tornar-se um Estado independente da França. Luís XI tomou imediatamente para a França a maior parte das terras do duque. Carlos possuíra um dos mais modernos exércitos da época, bem treinado e com bom equipamento, mas não o usara com eficácia no campo de batalha. Ele subestimara a velocidade e a pujança da infantaria suíça, que anulou a vantagem do exército burgúndio de ser uma força plenamente armada. A guerra com a Burgúndia esta-

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burgúndio. Em várias ocasiões ele foi derrotado pelas forças suícas, mais ágeis e mais

agressivas, e, em Nancy, no ano de 1477, foi morto enquanto tentava reunir suas forças contra o inimigo.

|

A Guerra no Mundo Renascentista 1494-1700

ste período testemunhou a crescente importância, em campo de batalha, da infantaria munida de armas de fogo, em detrimento da cavalaria. Em geral, os exércitos

se tornaram organizações maiores e mais profissionais, embora a logística tenha

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A guerra nos séculos XVI e XVII — período designado por vezes como a Renascença — passou por uma transformação tão fundamental que foi descrita, com justiça, como uma revolução militar. Na Europa, esse foi um período intensamente belicoso, em que as guerras se tornaram parte da vida política; ao longo dos dois séculos em questão, por exemplo, a Europa teve apenas dez anos de paz, e a Alemanha sofreu uma redução populacional de cerca de 30% por causa dos conflitos. A tecnologia era a força determinante por trás dessa transformação. O desenvolvimento e a difusão de armas de pólvora — tanto canhões quanto armas manuais — foram um fator fundamental, seguido de uma revolução nos projetos de fortificações, que, por sua vez, moderaram a influência das novas armas. Igualmente impor-

foi o surgimento

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As Guerras entre a França e a Espanha na Itália

Em 1494, Carlos Vill da França invadiu a Itália. Naquela época, seu exército era provavelmente o melhor e o mais profissional do mundo. Os dias do recrutamento feudal em massa estavam acabados; o monarca francês marchava com besteiros treinados e mercenários suíços profissionais. Mas foram seus

canhões de bronze que assinalaram a real mudança que a guerra estava sofrendo no final do século XV. (O

s primeiros indícios da revolução militar ocorreram na Jtália, como parte de uma luta dinástica entre a França e a Espanha pelo território e influxo italianos. No final do século XV, a Itália era a região mais rica da Europa, derivando sua prosperidade da agricultura, das manufaturas, das finanças e do comércio. Mas ela não devia sua opulência à unidade política, estando dividida em grande número de Estados, regidos usualmente pelo governo de uma única cidade. Alguns deles, como Milão ou Nápoles, eram grandes e relativamente poderosos. Outros, como Veneza e Florença, eram meramente ricos. Muitos dos Estados italianos, tanto grandes quanto pequenos, buscaram o auxílio de reinos estrangeiros

mais poderosos contra seus vizinhos. E a possibilidade

de grandes recompensas

econômicas

só serviu para

incentivar esses reinos a interferir nas questões políticas da Itália. O rei Carlos VIII da França (1470-98) reclamou o trono de Nápoles. alegando um remoto elo familiar, e, em 1494, preparou-se para invadir a Itália e apoderarse do reino napolitano. A frente de um exército de 25 mil homens, incluindo 8 mil mercenários suíços, Carlos marchou pela “bota” italiana e capturou Nápoles. Sua força incluía grande número de besteiros franceses, e seus canhões de bronze foram instalados sobre carruagens rodantes (o que lhes deu velocidade suficiente para acompanhar a marcha do exército), sendo operados por tripulantes bem treinados. A família que governava Nápoles em 1494 era aparentada com a família real espanhola, e, quando Carlos à» Batalhas tomou o reino, os espanhóis ajudaram a formar uma aliança antifrancesa. 0 0 Outros Estados europeus — o Santo Império Romano, os Estados Pontificais, Veneza e Milão —

dominação

francesa

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na Itália, e se

uniram aos espanhóis na aliança conhecida como Santa Liga. Frente a uma força tão poderosa, Carlos decidiu regressar à França, em 1495, com o grosso de suas tropas. Na viagem de volta, ele se deparou com um exército da Santa Liga em Fornovo, na Itália.

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O exército da aliança, comandado

por Giovanni Gonzaga, era composto em grande parte de condottieri: bandos mercenários italianos que haviam dominado a guerra na Itália durante os dois séculos anteriores. Os condottieri

eram

contratados

por

uma cidade ou Estado por períodos À esquerda: À Itália, no final do século XV, encontrava-se dividida em vários reinos, e foi o palco de uma série de guerras entre a França e a Espanha, com seus respectivos aliados italianos.

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A

GUERRA

fixos e, chegado seu termo de serviço, podiam muito bem vender seus préstimos ao inimigo de seu exempregador. O soldado condottiere não lutava pelo cumprimento de obrigações feudais ou pela honra do

Os soldados de infantaria do exército permanente criado no final do século XV pelo santo imperador romano Maximiliano eram conhecidos como lansquenetes (Landsknechte), expressão que significa “servos terrestres” e que passou a aplicarse a todos os mercenários alemães que imitassem os uniformes coloridos de tais soldados.

Estado; era um verdadeiro mercenário, sempre pronto a vender seus serviços a quem oferecesse mais. Na Itália, o conflito constante entre diferentes bandos de condottieri ocasionou uma redução na violência da guerra, uma vez que, em vez de sofrer pesadas baixas, os condottieri preferiam empenhar-se em elaborados certames de manobras. Mas os mercenários da Suíça e da Alemanha seguiam um outro código,

Os lansquenetes consideravam-se uma sociedade soldadesca, e promoviam elaboradas

valendo-se de sua ferocidade na batalha para garantir empregos regulares e bem pagos. E, em Fornovo, os

cerimônias de iniciação, enfatizando a lealdade à

companhia. Seu armamento consistia em alabardas e piques (menores que os dos suíços), além de um espadim para cutiladas chamado Katzbalger. Os lansquenetes eram de ordinário soldados excelentes, certamente melhores do que as tropas mal treinadas que costumavam enfrentar em campo. Somente as infantarias suíça e espanhola podiam se lhes equiparar. Com efeito, batalhas

um exército francês bem munido de artilharia. A aliança da Santa Liga tentou emboscar seus oponentes em um desfiladeiro em 6 de julho, mas os franceses estavam prontos para a ação. A artilharia francesa repeliu um ataque da cavalaria aliada, antes que um contra-ataque geral varresse os condottieri do campo de batalha. A chuva fizera do solo um atoleiro escorregadio, o que foi fatal para os cavaleiros italianos, que tinham as gargantas cortadas ou as cabeças fendidas enquanto jaziam indefesos em suas armaduras. Os franceses haviam exposto brutalmente a fraqueza militar das cidades-Estado italianas, e continuariam a tazê-lo nas décadas seguintes. A invasão de Carlos VIII foi a primeira de uma série de guerras entre a França e a Espanha, na Itália. Em 1500. as hostilidades pelo controle de Nápoles foram retomadas, já que as duas nações se mostraram incapazes de chegar a um consenso e dividir entre si o Estado napolitano. Em março de 1502, uma frota de galeras espanholas desembarcou em Taranto um exército comandado por Gonzalo Fernández de Córdoba (1453-1515), um dos maiores generais de sua época. Ele comandou uma campanha brilhante, que expulsou os franceses de Nápoles. Na Batalha de Cerignola, em 28 de abril de 1503, ele dispôs sua infantaria, munida de armas de fogo, atrás de uma paliçada, e seu fogo constante repeliu os atacantes franceses e seus mercenários suíços. Foi a primeira batalha na história européia vencida exclusi-

entre suíçose lansquenetes eram acerbamente

travadas, pois cada lado procurava demonstrar sua superioridade sobre o outro. recrutas obrigava os espanhóis a recorrer intensamente a contingentes estrangeiros. Uma das razões por trás do caráter organizado do exército espanhol era que grande parte de seus soldados era recrutada por meio de conscrição. A Ordenação de Valhadolid,

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1494,

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homens com idade entre 20 e 45 anos tinha de prestar serviços militares na Espanha ou no exterior. Os franceses também haviam experimentado esse esquema, mas foram os espanhóis que o fizeram funcionar, criando um sólido núcleo de soldados profissionais. A infantaria espanhola formava a espinha dorsal do

exército, sendo vigorosa e bem disciplinada, mas flexível

o bastante para aproveitar as oportunidades oferecidas por armas de fogo e canhões. E, ao contrário da prática

vamente com armas de pólvora, confirmando a Espanha

vigente

como uma grande potência na Europa. Em 29 de dezembro de 1503, Córdoba planejou cruzar secretamente o Rio Garigliano. Seus engenheiros aproveitaram o mau tempo para construir às encobertas

na

maioria

dos

outros

exércitos,

a infantaria

atraía homens de nascimento nobre. Como escreveu o duque de Alva: “Em nossa nação, nada é mais importante do que dotar a infantaria de fidalgos e homens de posição, de modo que ela não tombe nas mãos de peões e lacaios”. A companhia, de cerca de 200 homens, recrutados e comandados por um capitão, era a menor unidade do exército. Cinco companhias formavam uma colunela

uma ponte sobre o rio, então envolto por brumas. Forças

espanholas cruzaram a ponte e devastaram o acampamento inimigo, pondo em desespero os franceses e

infligindo-lhes pesadas baixas. Em 1505, o novo rei francês, Luís, renunciou prudentemente às pretensões francesas em Nápoles.

(coluna), que combinava todas as diversas armas da infantaria: piqueiros, alabardeiros, arcabuzeiros e homens de espada e escudo. A colunela era comandada por um cabo de colunela (um coronel), e era o protótipo do regimento ou batalhão. O sistema militar espanhol fora codificado pelo rei Fernando em 1505, e

Durante a segunda metade do século XV, a Espanha

se unificou sob a dúplice monarquia de Fernando e Isabel, e conquistou um vasto império no Novo Mundo — um império que geraria imensas riquezas para financiar operações militares na Europa. O exército espanhol foi um dos primeiros na Europa a ser organizado pelo Estado, embora jamais tenha sido um exército nacional, uma vez que a escassez crônica de

representava a primeira tentativa séria, desde os tem-

pos romanos, de desenvolver uma organização militar coerente e regular que utilizasse todos os recursos da

infantaria.

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À esquerda: À Batalha de Púvia, em 24 de fevereiro de 1525, testemunhou o triunfo da infantaria armado

de mosquetes sobre a nobreza montada. Ironicamente, o ataque da cavalaria francesa impediu que seus artilheiros alvejassem a infantaria espanhola.

camada disparando juntos e recuando para a recarga, enquanto os da camada seguinte tomavam seu lugar, e assim

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Na década de 1530, a experiência em campos de batalha incentivou os espanhóis a reunir uma série de colunelas (normalmente três) em formações maiores conhecidas

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tado era uma saraivada contínua de tiros. O surgimento da saraivada teve diversas consequências. Em primeiro lugar, os exércitos se organizaram em destacamentos mais lincares para maximizar a eficácia dos disparos, e com isso maximizaram o tamanho do alvo para os atiradores inimigos. Em segundo lugar, formações lineares expunham mais homens aos rigores do combate face a face, o que requeria maior coragem, proficiência e disciplina. Em terceiro lugar, houve maior ênfase na capacidade das unidades táticas de realizar os movimentos necessários para atirar rapidamente e em concomitância. Com tudo isso, as tropas precisavam praticar mais, e os comandantes eram forçados a dividir seus exércitos em formações menores,

mais fáceis de administrar e instruir. Assim, na Holanda,

as companhias foram reduzidas de 250 homens e 11 oficiais para 120 homens e 12 oficiais, com os últimos fazendo um uso intensivo de manuais de treinamento. O modelo holandês disseminou-se pela Europa, embora, ironicamente, essa reforma militar tenha passado despercebida nos próprios Países Baixos, uma vez que seu exército raramente se expunha a batalhas. Em 1515,a França e a Espanha voltaram a guerrear na Itália, quando o papa Júlio II formou outra Santa Liga para cercear os propósitos franceses em terras

Espanhóis”.

Esses tercios — com pouco mais de 3 mil homens — dominariam a guerra de infantaria por mais de um século. No início do século XVI, uma companhia típica comportava cerca de 200 piqueiros e alabardeiros, e 20 arcabuzeiros. Como consegiência dos confrontos com a infantaria suíça nas guerras italianas, Córdoba substituiu os soldados de espada e escudo por arcabuzeiros, enfatizando a crescente importância do poder de fogo. A quantidade de armas de fogo em relação a outros exércitos cresceu progressivamente, de modo que, no início do século XVII, havia quase equilíbrio entre o número de piqueiros e o de homens munidos de tais

italianas. O campo de batalha transferiu-se para o norte da Itália, onde os exércitos de Luís XII tomaram Milão, em 1499. Em 1512, um exército francês invadiu os Estados Pontificais e conquistou uma vitória sobre uma força hispano-papal em Ravena, em 11 de abril. Grande parte da disciplinada infantaria espanhola conseguiu

armas. Próximo ao fim do século XVI, o arcabuz de mecha começou a dar lugar ao mosquete, que era mais

safar-se na retirada, dispersando a cavalaria francesa ao

potente, se bem que mais pesado e incômodo — o bastante para requerer uma forquilha para o repouso do cano. Todavia, foi um líder militar holandês, Maurício de

manter sua rigorosa formação. Isso ilustrou a ineficácia

da cavalaria contra formações disciplinadas de infantaria. Mas o sucesso francês durou pouco, já que, na Batalha de Novarra, em 6 de junho de 1513, eles foram

Nassau, que, na década de 1590, desenvolveu meios de

incisivamente derrotados por um exército ítalo-suíço, e tiveram de remover-se uma vez mais da Itália. Todavia, a batalha mostrou a crescente letalidade da artilharia contra formações densas de infantaria. Antes de ser

maximizar o poder de fogo da infantaria. Ele tremou suas tropas da maneira advogada pelos autores romanos. Utilizando o rodízio de mosqueteiros, Maurício superou sua era que — antecarga de mosquetes dos fraqueza a lentidão para disparar —, já que a infantaria se cindia em uma série de fileiras, com os soldados da primeira

dominada, a artilharia francesa infligiu 700 baixas à

infantaria suíça, em um período de três minutos.

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N,

mo

GUERRA

Em junho de 1515, o novo rei francês, Francisco I, forjou uma aliança com a cidade-Estado italiana de Veneza e atacou outras cidades-Estado na Itália, concentrando sua atenção em Milão, que estava sob controle suíço. As forças francesa e suíça se defrontaram em Marignano, e, após dois dias de luta. os suíços debandaram. Em dezembro de 1516. o controle francês sobre Milão foi reconhecido relutantemente por toda a Europa ocidental. A paz podia ter durado, não houvesse o governante da Espanha e dos Países Baixos. Carlos I (1500-58), sido eleito santo imperador romano em 1519, tornando-se Carlos V. Ele passou a controlar quase todo o território à volta das fronteiras da França, e estava determinado a sustar as ambições territoriais francesas. Como consequência, Carlos V e Francisco I da França travariam quatro guerras, sobretudo na Itália, durante os 25 anos seguintes. A vantagem oscilou de um lado para o outro, mas o

resultado final dessas guerras foi o estabelecimento da influência hispano-imperial sobre a Itália, às expensas da França. E, ao passo que os franceses perdiam na Itália, eles ganhavam

no norte e no oeste da França,

sobretudo na fronteira com os Países Baixos Espanhóis (a atual Bélgica). A vitória da artilharia francesa em Bicocca. em 27 de abril de 1522, foi um golpe fatal para os suíços, cuja dependência na infantaria os deixava vulneráveis a uma

força bem comandada de homens armados. Na Batalha de Pávia — 24 de fevereiro de 1525 —, a flor da cavalaria francesa foi reduzida a farrapos por arcabuzeiros espanhóis, confirmando o declínio da cavalaria armada como fator determinante nos campos de batalha. Próximo ao fim da pugna, o cavalo do próprio Francisco foi baleado, e ele foi ferido e capturado. A maioria das 8 mil baixas francesas deveu-se a tiros nessa

derrota humilhante. Pávia passou a ser vista como uma batalha central na história da guerra, enfatizando a importância das armas de fogo em mãos da infantaria, mas outras tendências também se vinham anunciando. Como

NO

MUNDO

consequência

da

RENASCENTISTA

revolução

da

pólvora,

novas

der]

for-

tificações com paredes baixas substituíram as velhas e elevadas paredes de pedra do castelo medieval. Os novos fortes tinham uma série de características que os tornavam em grande parte à prova de artilharia. A parede principal, baixa porém muito espessa, era cercada por uma larga vala, e a terra da vala era usada na construção de um talude que descendia da contra-

escarpa em suave inclinação. A combinação entre o talude e a parede baixa era um método muito eficiente de absorver o impacto das balas de canhão dos sitiantes.

As velhas torres do castelo medieval foram substituídas

por bastiões baixos: fortificações triangulares de rocha que se projetavam da parede principal e proporcio-

navam aos defensores campos de tiro entrecruzados. Esse sistema de fortalezas de artilharia, chamado de trace italienne, difundiu-se rapidamente a partir da Itália. Em 1610, por exemplo, havia 50 fortalezas do tipo ao longo dos 960 km da fronteira francesa entre Calais e Toulon. O poder passou do ataque para a defesa, e os sitiantes eram obrigados a cavar trincheiras complexas para evitar a artilharia dos defensores, albergados em segurança atrás das paredes principais e dos bastiões. Como resultado desses desenvolvimentos, batalhas decisivas tornaram-se menos comuns, e a nova ciência das fortificações e do sítio tornou-se cada vez mais importante. Os novos fortes requeriam sítios mais longos e um exército sitiante maior. Por outro lado, um número elevado de fortalezas podia envolver em deveres de guarnição uma grande porcentagem das forças do Estado. Para sua campanha de 1640, por exemplo, o exército espanhol de Flandres planejava ocupar 208 postos distintos no sul dos Países Baixos — o que exigiria 33.399 soldados, de uma força total de 77 mil

homens. Além

disso, a proliferação de fortalezas de

artilharia aumentou o custo total da guerra — em primeiro lugar, aumentando a duração das operações militares,

e, em

segundo,

aumentando

o número

de

soldados e a quantidade de equipamentos necessários para travar uma guerra. À esquerda: À cavalaria francesa em retirada após o malogro em Pávia. À batalha provou que a cavalaria, sozinha, não podia romper uma infantaria disciplinado e coesa, apesar de sua superioridade social.

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ENCICLOPÉDIA

T

A

As Guerras de Religião na França

As Guerras de Religião na França se notabilizaram pela brutalidade entre protestantes e católicos. Do ponto de vista militar, nenhum dos lados alcançou a vitória definitiva, apesar de potências estrangeiras terem favorecido um e outro beligerante. Mesmo o generalato de Henrique de Navarra, por mais excepcional que fosse, não bastou para encerrar as guerras em campo de batalha. C

arlos IX ascendeu ao trono da França aos dez anos, em resultado da morte de seu irmão, Francisco II. Por causa de sua tenra idade, o poder real passou a residir em sua mãe, Catarina de Médicis, e em um nobre eminente, Francisco, duque de Guise. O fervoroso antiprotestantismo de ambos convenceu muitos nobres

protestantes, como Luís, príncipe de Condé, de que deviam tomar as rédeas do poder para salvaguardar da perseguição os adeptos de sua fé. Assim começou a precipitação rumo à guerra civil. Protestantes tentaram assassinar Guise no início de 1562. Como resposta, no dia 1º de março, católicos enfurecidos da cidade de Vassy, no leste da França, massacraram os moradores protestantes. Em abril, Condé e o lorde almirante Gaspard de Coligny, outro nobre protestante, convocaram um levante nacional de protestantes franceses (os huguenotes). Eles tomaram a cidade de Orleães, e lutas irromperam por todo o país. Atrocidades e massacres foram perpetrados por ambos os lados, e se generalizaram. A força dos protestantes se concentrava nas zonas periféricas do país. A da França católica estava na órbita de Paris, na região norte e na Burgúndia. Os protestantes eram geralmente mais fortes nas cidades provincianas, e os católicos, no campo. Os huguenotes também receberam ajuda da monarca protestante da À direita: À Batalha de Dreux,

em 19 de dezembro de 1562. Esse confronto resultou em uma apertada vitória católica. O mais atrativo nessa gravura é ver q

cavalaria sendo incapaz de impressionar o quadrado da infantaria (no alto à esquerda) e um grupo de cavaleiros usando pistolas para deter uma ofensiva

montada do inimigo (no centro à esquerda).

Inglaterra, Elizabeth I. Interferências estrangeiras tornaram-se uma ocorrência comum nas Guerras de Religião da França, já que reinos tanto protestantes quanto católicos tentavam influenciar o resultado do conflito para favorecer seus próprios interesses nacionais e religiosos. Os ingleses enviaram uma expedição para capturar o porto de Le Havre, no Canal da Mancha, então em poder dos católicos. Os huguenotes despacharam igualmente um exército para sitiá-lo. Enquanto seguiam de Orleães para Le Havre, eles combateram um exército católico na Batalha

1562. Os testante rency — vez com

de Dreux, em

19 de dezembro

de

comandantes de ambos os exércitos — o proCondé e o católico duque Anne de Montmoforam capturados. O exército católico, dessa Guise no comando, conseguiu avançar para

Orleães e sitiar a cidade. Quando Guise foi assassinado,

Catarina de Médicis incentivou ambas as facções a negociar um acordo de paz. Essa paz instável durou cinco anos, até que nobres huguenotes,

tendo

à

frente

os

libertados

Condé

e

Coligny, tentaram sequestrar a família real francesa. A tentativa huguenote de tomar Paris falhou, assim como o golpe de Estado. As lutas nas Guerras de Religião

tendiam a ser inconcludentes, com vitórias de um lado

sendo contrabalançadas por sucessos do outro.

PN

GU

E

R R A

NO

MUNDO

RENASCENTISTA

E

Coligny. Médicis parecia ter marcado um ponto decisivo,

Todavia, o traiçoeiro

da Noite

de São

Barto-

lomeu ultrajou protestantes por toda a Europa, e também causou inquietação entre muitos católicos franceses. Um novo grupo emergiu na política francesa:

Os huguenotes franceses receberam auxílio dos

protestantes alemães, que incluíam mercenários de cavalaria pesada conhecidos como Reiter (termo alemão para “cavaleiros”). Esses soldados usavam

católicos que se opunham ao ódio fanático que a família de Guise nutria pelo protestantismo. Após a morte de Carlos IX, em 1574. o líder desse grupo (filho de Henrique II e Catarina de Médicis) foi coroado como Henrique II. Em 1576, ele negociou a Paz de Beaulieu

pistolas de fecho de roda desenvolvidas na

Alemanha no início do século XVI. A pistola de fecho de roda utilizava um mecanismo que consistia em uma mola presa a uma roldana e retesada por meio de uma chave.

com os huguenotes. No entanto, Henrique, duque de Guise, filho do duque Francisco, rejeitou a paz. Com o apoio da Espanha católica, sempre pronta a combater os “hereges”, Guise se preparou para uma nova guerra contra os huguenotes. Ele organizou a Santa Liga para defender os interesses ca-

Pressionar o gatilho fazia com que a mola se distendesse e a roldana girasse contra uma pedra de sílex. As fagulhas geradas pelo atrito inflamavam a pólvora na caçoleta, o que,

massacre

por sua

tólicos. Sob sua influência, Henrique III julgou prudente, em 1585, decretar o fim da tolerância religiosa. Os hu-

vez, detonava a carga principal no cano din pistola. Os Reiter empregavam uma tática chamada de caracole, que combinava o poder de fogo com a ação de choque e exigia altos níveis de disciplina e prática. Uma umidade de cavalaria com várias camadas de profundidade galopava contra o inimigo; a primeira camada disparava as pistolas (cada cavaleiro levava entre duas e quatro) e, então, retrocedia para juntar-se à retaguarda, permitindo que a segunda camada disparasse.

guenotes de toda a França se levantaram sob a liderança de Henrique de Navarra, um de seus principais membros.

O Generalato de Henrique de Navarra

Henrique de Navarra mostrou-se um general capaz. Ele derrotou um exército da Santa Liga em Coutras, no sudoeste da França, em outubro de 1587. Seus mosqueteiros deitaram abaixo a cavalaria católica, e suas tropas montadas a varreram do campo. Em seguida, a infantaria e a cavalaria huguenotes se combinaram para desbaratar a infantaria católica. No ano seguinte, Henrique, duque de Guise, ordenou que soldados da Santa Liga tomassem Paris. Por algum tempo, o rei Henrique II fingiu ser um fantoche da Liga, quando, na verdade, conspirava secretamente contra seus líderes. Henrique de Guise e seu irmão, Luís, foram assassinados em dezembro de 1588. Em retaliação,

Essa sequência continuaria até que todas as

camadas tivessem disparado. O inimigo estaria suficientemente enfraquecido para permitir que os Reiter o acometessem de espada em punho. Condé foi assassinado em março de 1569, depois de ser capturado na Batalha de Jarnac. Coligny, contudo, manteve o curso da guerra, sitiando Poitiers. Um exército católico desfez o cerco e derrotou Coligny e suas forças em Moncontour, em 3 de outubro. Havia paridade de forças entre os exércitos, e ambos faziam uso de mercenários. Os suíços, empregados pelos católicos, tiveram especial deleite em massacrar os lansquenetes alemães que lutavam pelos protestantes. Cerca de 8 mil huguenotes pereceram, enquanto as perdas católicas foram de aproximadamente mil homens. O caminho estava aberto para que o exército católico tomasse La Rochelle, um porto vital para a causa huguenote. Em vez disso, ele sitiou a cidade vizinha de

Henrique foi morto em 1589 por um monge renegado. A sucessão passou, então, a Henrique de Navarra,

que foi coroado como Henrique IV. Entretanto, a Santa Liga negou-se a aceitar a legitimidade do novo rei, e a guerra persistiu. Henrique derrotou as forças da Santa Liga em duas batalhas no norte da França — em Arques, em

1598, e em

Ivry, em

1590. Na

segunda,

ele se viu

obrigado a oferecer termos de rendição aos mercenários suíços de seus oponentes, que continuaram resolutos mesmo com a debandada das demais divisões — uma vez mais demonstrando a relativa invulnerabilidade da infantaria disciplinada. Em seguida, Henrique sitiou Paris, ainda em mãos dos católicos. O rei Filipe II, da Espanha, determinado a apoiar a Liga, ordenou que seu comandante nos Países Baixos, Alessandro Farnese, duque de Parma, invadisse a França. Parma avançou contra Paris, obrigando Henrique a levantar o cerco. Os dois anos seguintes viram Henrique e Parma envolvidos em uma guerra de manobras, durante a qual nenhum obteve uma vantagem permanente. Em um engenhoso lance político que resolveu o impasse religioso, Henrique renunciou a sua fé protes-

Saint-Jean d' Angely, dando tempo aos huguenotes para

formar um novo exército no sudoeste do país. Em 1570, Coligny expediu seu exército pelo centro da França até Paris. Conforme se aproximava da capital, Catarina de Médicis convenceu Carlos IX a negociar um acordo de paz. Com Coligny estava Henrique de Navarra (1553-1610), um parente protestante da família real francesa. Os huguenotes arranjaram seu casamento com

Margarida”, uma irmã de Carlos IX. Em 1572, milhares de

protestantes se reuniram em Paris para celebrar o casamento. Isso foi conveniente para Catarina de Médici, que, na verdade, estava tramando contra Os protestantes. Na noite de 23/24 de agosto, soldados católicos assassinaram milhares de protestantes desarmados nas ruas, em uma orgia de violência. Entre as vítimas estava O próprio

tante e, em julho de 1593, converteu-se ao catolicismo.

Ele entrou em Paris devidamente o trono promulgou em 1598, França e pôs um fim

4 Trata-se da famosa rainha Margot. (N. do T.)

/9

em março de 1594, para assumir francês. O Edito de Nantes, que ele garantiu a liberdade religiosa na às guerras.

mA

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

Os Turcos

Otomanos

A expansão otomana fora temporariamente interrompida em 1503, com o fim da guerra contra Veneza. O sultão, Bayazid Il, julgava as guerras expansionistas demasiado custosas e arriscadas. Não era uma visão compartilhada por seus filhos, um dos quais, Selim |, após sair vitorioso de uma guerra civil, via o Oriente Médio e a Europa cristã como novas terras a serem acrescidas ao Império Otomano. 4 elim I (1467-1520) voltou-se primeiramente contra a Pérsia, que apolara um de seus irmãos durante a guerra civil. A vitória na Batalha de Chaldiran, em agosto de 1515. permitiu que seu exército capturasse a capital Persa, Tabriz, em setembro. Os otomanos não exploraram

sua

vantagem,

contudo,

e, após

um

A vitória em Merj-Dabik permitiu aos turcos ocupar a Síria. Eles continuaram em seu avanço rumo ao sul, para ameaçar o próprio Egito. Em janeiro de 1517, na

Batalha de Ridanieh, os egípcios destacaram um imen-

so contingente de artilharia, mas o alcance superior dos canhões turcos foi decisivo. A cavalaria mameluca foi incapaz de suportar o bombardeamento, e atacou impetuosamente as linhas turcas. Sua ofensiva desesperada rompeu parte das fileiras imimigas, mas um contraataque os repeliu, e eles foram corridos do campo de

motim

dos janízaros (a elite da infantaria), Selim retirou suas forças, permitindo que o governante persa, o xá Ismail,

recuperasse a capital.

Selim reuniu seu exército em 1516, somente para saber que a Pérsia e o Egito mameluco haviam firmado uma aliança para confrontá-lo. Ele levou seu exército para a Síria, onde as forças egípcias se congregavam. Os dois exércitos se enfrentaram em

batalha. Selim conquistou, então, o Egito.

Nessa altura, os otomanos dominavam o Oriente Médio e o Mediterrâneo oriental. Outros governantes muçulmanos recorriam a Selim em busca de auxílio. Os cristãos da Espanha ameaçavam o governante islâmico de Argel, Khair-ed-Din. Ele disse a Selim que o

Merj-Dabik. A cavalaria mameluca atacou as posições de Selim, mas a disciplinada artilharia turca e

seus arcabuzeiros desorganizaram os cavaleiros, e a morte do comandante mameluco culminou na retirada geral dos egípcios.

reconheceria

como

senhor

seu

RÚSSIA

Oriente Médio, pelo

norte da África e pela Europa oriental.

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MAR MEDITERRÂNEO

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em 1590

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troca,

Selim

protegesse Argel dos espanhóis. Como os argelinos possuíam uma poderosa frota, que seria de grande uso

À direita: No final do século XVI, o Império Otomano havia se espalhado por todo o

“sx

se, em

250 mi “400 km F.

80

de

para os otomanos em campanhas posteriores Mediterrâneo, Selim aceitou a oferta prontamente.

1565. quando

contra os construído

1566), retomou o cerco e passou a maior parte de seu reinado guerreando contra a Europa cristã.

João, que haviam em Malta. A força

Solimão morreu no ano seguinte. Durante seu reinado, o Império Otomano chegou ao ápice de seu poder. Seu filho, Selim II, decidiu consolidar o poder turco no Mediterrâneo oriental, e, em 1570, atacou a ilha de Chipre, governada pelos venezianos. Os turcos trou-

defesas eram excepcionalmente robustas. Solimão mobilizou um exército de 100 mil homens contra os 7/00 cavaleiros e os 6 mil soldados de Rodes. Os defensores lutaram com suprema determinação, e

xeram abaixo as muralhas de Nicósia, em 9 de setembro

de 1570, enquanto Famagusta rendeu-se a eles em 3 de agosto de 1571. Em Famagusta, a guarnição foi executada pelos turcos logo após a rendição.

infligiram aos turcos baixas imensas. Para minimizar O

O papa Pio V, em resposta ao início da guerra entre

derramamento de sangue, Solimão entrou em negociações com os extenuados defensores, que puderam evacuar Rodes. Apenas 180 cavaleiros e 1.500 soldados sobreviviam, muitos deles feridos. Eles se estabeleceram em Malta em 1530. presente que lhes dera o santo imperador romano Carlos V.

Veneza e a Turquia, formou uma Santa Liga para promover uma “cruzada” contra os turcos. A Liga reuniu uma frota em Messina, na Sicília, comandada por Dom Áustria

da

João

(1547-718).

A

frota

cristã,

formada

sobretudo por navios venezianos e espanhóis, consistia em 200 galeras e seis galeaças — em uma força total de mais de 80 mil homens (20 mil eram soldados; a maioria

A Campanha na Hungria e na Austria

dos demais, remadores). Em outubro de 1571, a força cristã avançou pelo Golfo de Corinto, onde uma grande

Solimão voltou-se novamente para o norte, e atacou a Hungria em 1526. No mesmo ano, ele destruiu o exér-

frota turca estava atracada, em Lepanto.

cito húngaro na Batalha de Mohacse devastou o país. Em 1529, os turcos atacaram a Austria e sitiaram Viena. mas os austríacos haviam montado poderosas defesas. e resistiram à investida otomana. Como resultado, Solimão preferiu retirar-se a prosseguir no sítio inverno adentro. Esse contratempo foi seguido de a Austria, em

expedição

outra

s1 24 mil mortos.

permitiam a instalação de equipamentos de artilharia. Completadas por valas largas e profundas, as novas

contra

Cavaleiros de São uma nova fortaleza

uma

resistiram a todos os ataques, e, quando um reforço cristão chegou, os turcos se retiraram, deixando atrás de

as fortificações da cidade de Rodes. As altas muralhas originais foram substituídas por paredes de 9 metros de altura e 12 metros de espessura, com bastiões que

turca

enviou

turcos. fazendo uso de artilharia pesada, destroçaram a fortaleza e tentaram derrubar suas muralhas. Os defensores, cerca de 600 cavaleiros e 9 mil soldados,

São João de Jerusalém. Após resistirem a um primeiro cerco turco em 1480, os cavaleiros reforçaram em muito

ofensiva

Solimão

expedicionária de Solimão, contudo, toi derrotada, graças à briosa defesa da ilha pelos cavaleiros. Os 60 mil

Após uma ofensiva nos Bálcãs, em 1521. em que capturou Belgrado, Solimão voltou sua atencão para Rodes. Em junho de 1522, ele desembarcou forças na ilha, então controlada pela Ordem dos Cavaleiros de

outra

RENASCENTISTA

O primeiro grande contratempo turco sobrevelo em

no

O sucessor de Selim, Solimão. o Magnífico (1494 —

uma

MUNDO

NO

A GUERRA

A Batalha de Lepanto

A frota otomana, comandada por Ali Pasher, aceitou o desafio e se fez ao mar para acometer a frota cristã. Os turcos tinham

alguns navios a mais —

270 galeras —,

mas um poder de fogo consideravelmente menor. Em 7

1532,

de outubro de 1571, as duas frotas se encontraram, cada

que também terminou em fracasso. A Turquia tinha, então, inimigos por todos os lados.

uma com três divisões. Enquanto se aproximavam, os turcos foram castigados pela artilharia das galeaças, sofrendo grandes estragos e tombando em desordem. O colapso de suas alas central e direita os obrigou a debandar. Os cristãos capturaram 117 galeras e 274 canhões. Lepanto foi a primeira grande batalha naval a ser decidida pelo poder de fogo.

Os persas invadiram o leste do império, enquanto Carlos V despachou a frota espanhola e atacou o

Peloponeso, na Grécia. A aliança de Solimão com Khaired-Din proporcionou-lhe as forças navais necessarias para enfrentar os cristãos no Mediterrâneo, o que lhe permitiu voltar-se para o leste, contra os persas. O sucesso no oriente, contudo, foi acompanhado de derrotas no Mediterrâneo. Carlos V capturou Túnis em 1535, cama durante Khair-ed-Din de frota a derrotando de Corfu, ilha a capturar de turca tentativa Uma panha. em 1537, em falhou, venezianos, dos sob o domínio crista. frota uma de oportuna chegada da consegiiência turcos em dos favor a virar a começou só maré A

Em

1574, Selim II morreu, e um governante fraco,

Murad III, tornou-se sultão. Um ataque turco a Viena em

1593

falhou, e, em

1595, os súditos

cristãos

nas

províncias da Transilvânia, da Valáquia e da Moldávia se rebelaram contra seus senhores islâmicos. Murad

morreu em 1595, e seu sucessor, Maomé III, logrou uma

série de sucessos em sua campanha na Hungria, promovida no ano seguinte. O exército dos Habsburgos

cristã, frota à derrotou Khair-ed-Din 1538, quando na comandada por Andrea Doria, ao largo de Preveza, à recuar preferiu Doria Andrea Grécia. costa oeste da tarde, mais anos Três desfavoráveis. condições lutar em e mas Argel, capturar tentaram os espanhóis pôde Khair-ed-Din navios. seus destruiu tempestade ocidental, e;

tentou deter o avanço turco na Batalha de Kerestes, em

outubro de 1596. Os turcos se saíram vitoriosos após um embate de três dias, e a crise do Império Otomano na Europa viu-se temporariamente aplacada. A guerra arrastou-se por outros dez anos, confinando-se, sobretudo, às regiões fronteiriças da Transilvânia. Mas os conflitos entre os dois lados seriam retomados a seu tempo.

colocar uma frota no Mediterrâneo às costas aterrorizou ele seguintes, anos 20 os durante

da Espanha, da França e da Itália.

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A ENCICIOF

À Armada Espanhola O auxílio que Elizabeth | enviara aos protestantes dos Países Baixos Espanhóis levou o rei Filipe II, da Espanha, a organizar uma grande frota para invadir a Inglaterra. Isso sustaria o suporte aos rebeldes

holandeses e restituiria a Inglaterra ao aprisco católico. No entanto, novas táticas navais frustrariam as

esperanças de Filipe e provocariam a ruína de sua grande Armada. E”

1588. o rei Filipe ordenou que sua Armada, composta por 130 navios, deixasse o porto na Espanha, subisse o Canal da Mancha e se reunisse ao exército espanhol nos Países Baixos. Em seguida, a Armada conduziria uma expedição espanhola para conquistar a Inglaterra. Do ponto de vista de Filipe, os ingleses, além de apoiar os rebeldes holandeses, saqueavam territórios e navios espanhóis no Caribe — e sua punição era mais do que devida. Ao passo que a Batalha de Lepanto assinalara o ápice (e quase imediatamente o fim) da guerra por galeras, a luta dos ingleses contra a Armada representou o aparecimento de um novo tipo de guerra naval. Dois fatores foram preponderantes. Em primeiro lugar, a batalha foi travada por navios transoceânicos que já não precisavam seguir o contorno das costas, podendo viajar para qualquer local do globo. Em segundo lugar, a batalha representou a vitória do poder de fogo sobre a ação de choque, sendo que, a partir de 1588, os confrontos navais seguiriam o padrão geral estabelecido pelos vitoriosos Ingleses.

Os navios espanhóis comportavam mais de 2.400 canhões, dos quais 1.100 eram armas pesadas e de curto alcance, destinadas a despedaçar cascos de madeira ou destruir os canhões do oponente. Os restantes eram, na maioria, armas pequenas e antipessoais, para o uso contra a tripulação e os soldados inimigos. As táticas espanholas consistiam em acercar-se dos navios inimigos e

usar seu armamento pesado para causar-lhes estragos terríveis a curta distância. Em seguida, as naus espanholas se atracavam com os navios atingidos, e seus tripulantes os Invadiam para dominá-los no combate manual.

Os ingleses dispunham de um número similar de navios, mas levavam vantagem na artilharia e na

destreza marítima. A frota possuía 1.800 canhões, em maioria colubrinas de tiros leves e de longo alcance. Os ingleses, sabendo de suas vantagens, planejaram atacar a distância, evitando abordagens e subjugando paulatinamente os espanhóis. A maioria dos vasos ingleses era mais leve e mais ágil do que suas contrapartidas espanholas, e seus capitães, homens como Sir Francis Drake (1540-1596), conheciam esplendidamente as marés e as correntes do Canal da Mancha. A Armada avistou a Inglaterra pela primeira vez em 29 de julho de 1588. No dia seguinte, a marinha inglesa, comandada pelo lorde almirante Howard de Effingham (1536-1624), amerissou a partir de Plymouth. A Armada se pôs em formação de combate, adotando uma grande forma de crescente. O confronto entre as duas frotas começou durante a manhã de 31 de julho. Howard atacou a retaguarda da formação espanhola, e seus navios mantiveram distância. Os canhões

de longo alcance dos ingleses danificaram vários navios espanhóis, mas somente um deles foi a pique, em consequência dos tiros leves que empregavam. O coman-

dante espanhol, o duque de Medina Sidonia (15501619), percebeu que os ingleses não tinham a menor intenção de travar combate a curta distância. Ele, então,

ordenou que seus capitães navegassem em um círculo defensivo, acreditando que tal formação ofereceria maior proteção.

Não houve luta no dia 1º de agosto. No dia seguinte, porém, os ventos do leste favoreceram a Armada, e Medina Sidonia se pôs na ofensiva. Duas batalhas distintas foram travadas entre espanhóis e ingleses. As naus de comando das duas frotas trocaram canhonadas, À esquerda: Navios da Armada Espanhola partem para o Canal da Mancha. À campanha se converteu em uma série contínua de batalhas contra os navios menores e mais velozes dos ingleses, que desfizeram as esperanças dos espanhóis de desembarcar tropas nas ilhas britânicas.

À direita: Francis Drake era um dos mais capazes dentre os comandantes navais ingleses que combateram a Armado. Odiado no Espanha, seus feitos incluiam a destruição de 20 navios de guerra espanhóis no porto de Cádiz. Do dei

enquanto outros vasos ingleses coniluíam para atacar o San Martín, de Medina Sidonia. Um oficial do San Martin que.

estimou

para

mas outros apareceram durante o dia, e a Armada se rea-

grupou lentamente. A batalha

tiros

80

disparados pelos espanhóis. os ingleses dispararam 500.

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Também dessa vez os dispa-

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ros ingleses tiveram efeito limitado, e. quando sua munição se esgotou, eles tive-

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durou nove horas, Se e, embora nenhum navio tosse alum-

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dado, os espanhóis sotreram baixas consideráveis.

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Medina

mentos

Com ventos calmos, no dia 3 de agosto. a frota espanhola

e, por isso, evitou o combate. embora ERES houvesse uma acirrada pugna no dia 4. “8 E frota

em

Armada

esta-

tomar alguma decisão sem tardar. Embora fosse um plano

condições favoreciam os espanhóis. sua

quatro

da

vam em níveis perigosamente baixos, e cumpria

estava pronta uma vez mais para a luta. Howard sabia que as

dividiu

que-

ria regressar a Calais, mas os ventos sopravam na direção errada. Os manti-

ram de abandonar a ação.

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Sidonia

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drões para a batalha. um exemplo precoce nas |

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navegar para o norte e a Grã-Bretanha e a Ir-

regressar

à

Espanha.

A

Armada enfrentou um tempo terrível. Os

táticas marítimas. A ação teve início pela manhã. mapas eram escassos e imprecisos, e os macom um ataque do esquadrão de Howard contra a -rinheiros espanhóis desconheciam as condições locais: esquerda da Armada. Posteriormente, na mesma manhã. dezenas de navios soçobraram, engolidos por mares dois outros esquadrões atacaram o centro espanhol. A montanhosos ou arremessados de encontro a penedos. batalha se encerrou com um ataque de Sir Francis Drake | Cerca de 11 mil espanhóis perderam a vida, a maioria contra a ala direita espanhola. Uma vez mais, o conflitose na viagem em redor das ilhas britânicas. Mais de 60 desfez depois que a munição inglesa se reduziu. navios espanhóis se perderam: os ingleses capturaram e afundaram 15; e 19 outros se extraviaram ao largo das

O Primeiro Ataque com Navios

Ambos

os lados evitaram

o combate

durante

costas escocesa e irlandesa. Não se sabe o que foi feito

os dois

dos demais, mas é provável que tenham naufragado.

dias seguintes. A Armada chegou ao porto de Calais e lançou âncora. Medina Sidonia veio a saber que o exército espanhol nos Países Baixos não poderia embarcar senão na semana seguinte. Essa falha de coordenação entre o exército e a marinha deixou a Armada sujeita a ataques durante a ancoragem em

A Armadae a Guerra no Mar A derrota da Armada foi muito

celebrada pelos ingleses, que viam a batalha como uma forma de livramento nacional da tirania católica espanhola. No campo estritamente militar, a batalha foi bem menos

Calais. Para agravar os problemas de Medina Sidonia,

decisiva;

em

pouco

tempo

os

espanhóis

haviam

uma frota holandesa bloqueara os portos nos Países Baixos espanhóis, impedindo o reabastecimento da Armada, que possuía pouquíssima munição.

compensado suas perdas. E, embora se refreassem de novas tentativas de invadir a Inglaterra, sua guerra contra os holandeses persistiu, e a fortuna naval inglesa

Os marinheiros ingleses prepararam oito deles, e,com o

impediram que os espanhóis se acercassem e usassem

Na manhã de 7 de agosto, os comandantes ingleses decidiram enviar brulotes — velhas embarcações lotadas de material combustível — contra os espanhóis.

sofreu um paulatino declínio. No entanto, os eventos de 1588 apontaram o futuro da guerra naval. Os navios ingleses, mais ágeis,

cair da noite, enviaram-nos contra a Armada. Medina Sidonia Já esperava esse estratagema, e havia destacado

suas táticas de abordagem e a ação de choque de sua numerosa e excelente infantaria. Embora houvessem

um conjunto de pequenos barcos para repelir qualquer

navio que

se aproximasse

de sua frota. Na

causado

prática,

poucos

estragos



já que

permaneceram

distância para evitar a artilharia pesada dos espanhóis

contudo, apenas dois brulotes foram afastados, e, para evitar as chamas, as naves espanholas levantaram âncoras e se fizeram ao mar. Na confusão decorrente dessa difícil manobra noturna, grande parte da Armada acabou se dispersando. Na manhã de & de agosto, Medina Sidonia descobriu

a

(que incluía balas de canhão com mais de 20 quilos) —, os ingleses acertaram muito mais tiros. O sucesso da artilharia naval inglesa assinalou o aparecimento de um novo tipo de guerra naval: aquela por canhonadas laterais com navios largos para águas profundas. De resto, tais navios, por terem uma capacidade de carga

sua nau de comando sob o ataque de toda a frota inglesa. Somente cinco navios espanhóis puderam ajudar no início,

maior do que a das galeras, aumentaram o escopo geral das operações navais.

83

À Guerra

dos Trinta Anos

Um episódio semicômico em Praga, em maio de 1618, deflagrou uma das guerras mais selvagens da Europa, que teria um efeito profundo no desenvolvimento do combate em terra, tanto no tocante às

táticas utilizadas em batalha quanto no modo como os exércitos seriam municiados durante as

campanhas. A guerra também produziria um dos generais mais inovadores de inícios do período moderno:

Gustavo Adolfo da Suécia.

Guerra dos Irinta Anos foi em parte uma luta interna pela sucessão ao poder no desarranjado Santo Império Romano. em parte uma contenda ideológica entre protestantismo e catolicismo, e em parte uma rixa dinástica entre as casas reais de Habsburgo. Vasa e Bourbon. Nessa época. a Alemanha não era um país unificado, mas uma reunião de 300 Estados que, ao menos

nominalmente, reconheciam a soberania do santo imperador romano, que era católico. Conflitos entre o imperador e os vários Estados alemães haviam sido endêmicos durante toda a Idade Média, mas a Reforma Protestante transformou essas disputas, convertendo Estados protestantes e católicos em dois blocos de poder concorrentes. A União Evangélica Protestante era combatida pela Liga Católica, e a combinação entre fervor religioso e ambição política foi como um barril de pólvora — detonado pela chamada crise da defenestração de Praga, em maio de 1618. No dia 22 desse mês, um grupo de protestantes atirou pela janela dois conselheiros e um oficial do santo imperador romano Matias, expressando sua indignação ante um decreto desse último que suspendia a tolerância à religião protestante por todo o império. As vítimas não se feriram na queda, mas aterrissaram em um imenso e fresco monte de estrume! O imperador Matias morreu em março de 1619, e foi sucedido por Ferdinando II, um entusiasta religioso de formação jesuíta determinado a punir o ultraje protestante em Praga. Por seu turno, os protestantes da Boêmia escolheram um nobre alemão, Frederico, como seu rei, e invadiram a Áustria. A Liga Católica Imperial desferiu um contra-ataque, escolhendo como seu comandante o experiente e habilidoso Johan Tserclaes, conde de Tilly (15591632). Tilly esmagou o principal exército boêmio, sob o comando do príncipe Cristiano de Anhalt-BernMontanha da Batalha berg, na Branca, em 8 de novembro de 1620,

em uma vitória que restaurou o domínio imperial sobre Praga e a Boêmia. À esquerda: Gustavo Adolfo, rei da Suécia, foi um

inovador militar que fez do exército sueco a suprema forca de combate de meados do século XVII. Ele era, também, um competente general.

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especialmente no

Alemanha. Conforme o

conflito progrediu, a terra foi lentamente destituído de alimentos e abrigo, o que resultou em epidemias e fome generalizadas. Para agravar os suplícios da população, os exércitos envolviam-se em saques avassaladorese cometiam muitas atrocidades.

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À esquerda: À maioria das lutas durante a Guerra

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As terras de Frederico tanto no leste quanto no centro da Alemanha ficaram abertas a ataques, e, no verão de 1622, ele passou a viver como refugiado na França. O que restou do exército da união boêmioevangélica, comandado pelo conde Ernst von Mansfeld, vagou impotente pelo norte da Alemanha e pelos Países Baixos, suprindo suas necessidades com pilhagens. No verão de 1623, parecia que a “Guerra Boêmia” chegara a um fim. O católico Santo Império Romano havia derrotado o principal desafio protestante. Mas, para isso, recebera auxílio da Espanha, que, na época, estava em guerra com a França. O cardeal Richelieu (15851642), principal ministro do rei francês, temia a influência austro-espanhola na Alemanha, e firmou uma aliança com diversos Estados protestantes, inclusive a Dinamarca e a Suécia. Em 1625, os conflitos recomeçaram. Incentivado pelos franceses, o rei dinamarquês, Cristiano IV, conduziu um exército à Alemanha. O santo imperador romano Ferdinando II contratara nesse ínterim um general mercenário, Albrecht von

na

região

do

Mar

Báltico.

O

ambicioso

mercenário começou a atacar os portos do Báltico, mas tais medidas alarmaram o rei da Suécia, Gustavo Adolfo

(1594-1632). Richelieu, sempre disposto a envolver-se

em assuntos alemães, incentivou os suecos a intervir na

Alemanha em prol da causa protestante.

Com receios genuínos de uma expansão imperial na

região báltica, Gustavo Adolfo decidiu invadir o norte

da Alemanha e ajudar seus companheiros protestantes.

Em 10 de julho de 1630, ele invadiu a cidade de Stettin,

próximo ao Mar Báltico, e passou o outono capturando fortalezas na região para proteger sua longa linha de suprimentos até a Suécia. Gustavo Adolfo foi o maior soldado de seu tempo. Embora possuísse um bom conhecimento estratégico e tivesse uma visão tática penetrante, sua grande força estava na administração e organização militar. Incapaz

de contratar mercenários, os suecos desenvolveram um sistema de alistamento que resultou no primeiro exército nacional a ser recrutado, equipado, municiado e pago pelo Estado. Gustavo fora influenciado pelas teorias de Maurício de Nassau, que enfatizava a importância do poder de fogo e da mobilidade, em lugar da dependência da época nas ações de choque. No exército sueco, o mosquete era mais leve (dispensando o repouso), e seu calibre e produção foram padronizados nas oficinas estatais suecas. Eles se tornaram a principal arma da infantaria, e os piqueiros foram em grande parte relegados ao papel de proteger os mosqueteiros de ataques da cavalaria (embora ainda tivessem de assumir a ofensiva quando necessário).

Wallenstein (1583-1634), para comandar o exército imperial. Wallenstein e Tilly lutaram exitosamente contra os protestantes. O exército de Mansfeld foi der-

rotado enquanto sitiava Dessau, como resultado de um ataque surpresa de Wallenstein em 25 de abril de 1626.

Tilly infligiu uma dura derrota ao rei Cristiano na Batalha de Lutter, em 27 de agosto de 1626; o restante do exército derrotado de Cristiano fugiu para o norte. Uma vez mais a guerra parecia estar próxima do fim. Richelieu fez as pazes com a Espanha e retirou-se da aliança. Ferdinando II fez de Wallenstein o comandante

89

Nesse momento crítico, Ferdinando dispensou Wallenstein de seus serviços, temendo que o rico general tentasse estabelecer uma base de poder independente. As principais forças católicas ficaram sob o comando de Tilly. Desde novembro de 1630, o exército imperial vinha sitiando Magdeburgo, onde havia grandes provisões de comida que Tilly cobiçava para suas próprias forças. Quando a cidade caiu, em 20 de maio de 1631, os sitiantes a saquearam impiedosamente; 30 mil pessoas morreram nas mãos dos homens de Tilly e nas chamas que consumiram a cidade. O saque de Magdeburgo aumentou a resolução dos protestantes alemães, convencidos de que não receberiam a menor mercê dos católicos. Em busca de provisões, Jilly recuou para o sul, adentrando a Turíngia. Nisso, foi perseguido por Gustavo e seu exército. Os dois lados buscaram posições vantajosas entre julho e agosto de 1631, antes de se atracarem em Breitenfeld, em 17 de setembro. Os suecos tinham uma artilharia melhor e mais abundante do que o exército imperial, mas a eficácia de ambas as forças era praticamente a mesma, por causa da inclusão das relutantes forças saxãs no exército de Gustavo.

Gustavo Adolfo, auxiliado por Torstensson, seu

comandante de artilharia, renovou totalmente a artilharia sueca, fazendo dela uma ala separada

com a mesma importância da cavalaria e da infantaria. A mobilidade era o fator principal, e os

canhões de campanha passaram a ser mais leves e a ter menor calibre. Uma maneira precoce de artilharia montada também foi desenvolvida:

espingardas leves, de dois quilos, capazes de

disparar tiros de metralha. Essas espingardas “regimentais” dependiam de unidades de infantaria que providenciassem munição extra de maneira imediata. Gustavo também fez importantes mudanças organizacionais. Até então, os canhoneiros haviam sido operários civis contratados, não sujeitos ao comando e controle militar. Gustavo preferiu alistar seus canhoneiros no exército, para poder treiná-los e discipliná-los como ao restante de suas forças.

A Batalha de Breitenfeld

O exército sueco levara a um novo nível as idéias táticas e organizacionais tidas pelos espanhóis no século X VI. Quatro companhias de infantaria (cada uma com 72 mosqueteiros e 54 piqueiros) constituíam um batalhão: até oito batalhões formavam um regimento, e

A batalha se abriu com canhonadas. Afligida pela precisão dos tiros suecos, a cavalaria do flanco imperial esquerdo avançou e tentou flanquear a ala direita sueca, mas foi antecipada e repelida em um contraataque. Tilly, em seguida, atacou as forças saxãs na ala esquerda do exército de Gustavo. Os saxões foram derrotados, e Tilly ordenou que suas tropas avançassem e flanqueassem a esquerda sueca. Gustavo, contudo, conseguiu girar seu exército para enfrentar as tropas de Tilly, anulando a vantagem imperial. A batalha fremia no centro, mas o poder de fogo superior dos suecos venceu invariavelmente. Quando Gustavo ordenou um ataque geral, a infantaria imperial se desbaratou e fugiu sob o fogo da artilharia sueca. Tilly, que estava ferido, sofreu 7 mil baixas e 6 mil aprisionamentos, de um total de 36 mil soldados. Gustavo teve pouco mais de 6 mil homens mortos ou feridos em seu exército de 42 mil. Breitenfeld fora uma

de dois a quatro regimentos, uma brigada. Com isso, Gustavo deitou os princípios organizacionais básicos que seriam adotados por todos os exércitos europeus

no final do século XVII e no XVIII. O treinamento e a rígida disciplina militar foram os marcos do sistema sueco, e, para incentivar a mobilidade, as pequenas unidades deviam ser capazes de mover-se em conjunção entre si e com unidades maiores. Desde os tempos romanos que os diversos elementos de uma formação militar não eram capazes de se mover e lutar com tamanha eficiência. Em sua cavalaria, Gustavo dispensou o sistema do caracole e organizou os cavaleiros em três ou quatro camadas. dando ênfase à ação de choque com a espada,

batalha renhida, e a vantagem coube aos homens mais

de modo que a pistola se tornava uma arma suplementar. a ser utilizada nos momentos de confusão depois que o inimigo estivesse desordenado. Essas reformas tiveram um efeito transformador nas táticas do exército sueco. O velho sistema de formações maciças, baseado no tercio, foi substituído por uma no fogo, de poder O enfatizava que linear, abordagem da caso da infantaria, e a ação de choque, no caso cavalaria. Uma das consegiiências das táticas lineares

bem treinados. Foi também um triunfo do novo sistema militar sobre o antigo. O exército imperial se dividira em quadrados com 30 homens na profundidade e 50 na largura, apoiados por 27 canhões de campanha. Os suecos e seus aliados tinham 51 canhões pesados, sendo que cada regimento sueco incluía ainda uma bateria de quatro canhões leves, cindindo-se em seis fileiras. A batalha foi decidida pela infantaria, pela disciplina e pelo poder de fogo, e os mosqueteiros suecos foram o

Isso, ataques. a vulneráveis mais flancos os tornar foi O tentar a comandantes Os incentivava por sua vez, mais deixava-os tempo, mesmo ao e, flanqueamento

elemento determinante, voltando rajadas devastadoras | contra o inimigo. Breitenfeld teve uma imensa importância tática e

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estratégica, uma vez que outros exércitos se prontifica-

ram em imitar o triunfante sistema sueco.

Passada essa vitória, Gustavo renunciou a avançar

contra Viena, prevendo que isso deixaria suas linhas de

comunicação com o Báltico muito vulneráveis a ataques imperiais. Ele passou o inverno providenciando

80

DP

A

GUERRA

uma base logística para as campanhas do ano seguinte: em 22 de setembro de 1631 ocupou Erfurt. um

importante entroncamento de estradas, e. então. em 11

de dezembro, capturou a cidade de Mogúncia. Em abril do ano seguinte, Gustavo Adolfo retomou

sua marcha para o sul da Alemanha. Durante o verão de 1632, ele planejava invadir tanto a Baviera quanto a Austria a partir do oeste, marchando ao longo do Rio Danúbio. Sua primeira atitude foi tomar a fortaleza de Donauwórth, em 27 de março. Frente a essa nova ameaça, Ferdinando reconvocou Wallenstein, para lutar ao lado do idoso Tilly. Tilly moveu seu exército para a margem leste do Rio Lech, no sul da Baviera, onde construiu um acampamento fortificado. Em 10 de abril, Gustavo chegou ao Lech, na cidade de Augsburgo. Ele ordenou a seus

engenheiros que improvisassem uma ponte. e conseguiu que seu exército cruzasse o rio. Em 16 de abril, os suecos atacaram o acampamento imperial; Tilly foi morto e seu exército foi obrigado a retirar-se.

O rei sueco avançou Danúbio acima, somente para encontrar seu caminho bloqueado pela fortaleza imperial de Ingolstadt. Não lhe ocorreu nenhum meio de tomar Ingolstadt sem incorrer em baixas impensáveis em território inimigo. Seu plano de tomar Viena foi abandonado e ele avançou para o norte, em direção a Nurembergue. Enquanto isso, o restante do exército de Tilly se havia reunido às forças de Wallenstein em Fiúrth, em 11 de julho. Eles construíram um grande acampamento fortificado e se prepararam para a chegada de Gustavo. O próprio Gustavo aguardava reforços. Seus inimigos imperiais tinham cerca de 50 mil soldados, e superavam numericamente suas forças. Ele conteve seu avanço até agosto, quando seus escalões chegaram finalmente a 45 mil homens. Seu primeiro ataque foi

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desferido em 31 de agosto, ocorrendo diariamente até 4 de setembro. Mas Wallenstein escolhera bem sua posição. A artilharia de Gustavo não encontrava po-

sição

sucesso

alguma as

lhe permitisse

que

trincheiras

católicas;

os

bombardear ataques

de

com

sua

infantaria foram repelidos com baixas acentuadas. Impedido de lutar a seu modo, Gustavo Adolfo levantou acampamento e marchou de Fiirth para o noroeste, incerto quanto a seu passo seguinte. Wallenstein, contudo, dividira suas forças, e Gustavo,

quando soube disso, atacou prontamente o exercito imperial em Liitzen. Gustavo comandou um ataque da cavalaria, coberta pela infantaria, contra o flanco direito de Wallenstein. Ele repeliu a cavalaria imperial,

mas Wallenstein atacou pelo centro, e Gustavo deu meia-volta para ajudar na luta. O centro sueco resistiu,

e o exército imperial foi obrigado a se retirar. Ambos os lados sofreram muitas baixas, a mais importante das quais foi a do próprio Gustavo, morto em um atravancamento entre cavalaria e infantaria. Embora a morte do rei fosse um desastre para a causa protestante, o exército sueco prosseguiu na guerra. Wallenstein se recobrou da derrota em Liitzen e

venceu

os suecos

em

Steinau,

em

1633.

Ferdinando,

anda com receios do poder excessivo de seu comandante, encomendou seu assassínio em 23 de fevereiro de 1634. Apesar da eliminação de Wallenstein, as tropas imperiais voltaram a derrotar os suecos na Batalha de Nórdlingen, em 6 de setembro. No ano seguinte, o eleitor da Saxônia pediu paz em nome dos Estados protestantes. Isso resultou na Paz de Praga, assinada em maio de 1635, pela qual os governantes alemães católicos e protestantes, cujos territórios estavam devastados pela guerra, concordaram em encerrar o conflito — e se empenharam em remover da Alemanha os suecos e outros elementos estrangeiros. À esquerda: À Batalha de Breitenfeld foi um

triunfo das táticas suecas, que combinaram mobilidade e poder de

fogo para derrotar um oponente mais experiente.

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VIMENTOS

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DECISIVOS

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cavalaria da Liga Católica circunda o flanco direito sueco.

SUECOS

(2)A cavalaria sueca desfere um contra-ataque bem-sucedido. (3)0 flanco direito da Liga Católico derrota o anco esquerdo sueco. (4) Os suecos repelem a ala direita católica.

| (5)O contra-ataque do Liga Católica é repelido. |(6)O exército sueco persegue a Liga Católica em fuga.

|

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Infantaria

LIGA CATÓLICA EEE

CovalariaDa | Artilharia

Infantaria

Cavalaria | | Artilharia

e sd

À direita: Um retrato

algo idealizado de soldados da época da Guerra dos Trinta Anos. Na

verdade, a severidade das

campanhas reduzia as roupas q andrajos e dava aos soldados de qualquer

exercito uma aparência

similar: puída.

Richelieu, cuja estratégia fora usar os exércitos de outras nações para cercear os Habsburgos na Alemanha, entrou na guerra abertamente em 1635, ao lado da Suécia. Sua intenção era simplesmente conquistar territórios para a França nas fronteiras norte e leste do país. às expensas da Espanha e do Santo Império Romano. As campanhas dos anos seguintes — a fase final da Guerra dos Trinta Anos — foram particularmente destrutivas. A primeira conquista da França se deu em 17 de dezembro de 1638, quando um exército francês capturou Breisach, na margem leste do Reno. Eles também se envolveram em lutas nos Países Baixos Espanhóis, no noroeste da Itália e na própria Espanha. No leste da Alemanha, o exército sueco prosseguiu em sua campanha contra o santo imperador romano. Comandados por Johan Banér (1596-1641), que se tornou marechal-de-campo, e por Torstensson, os suecos derrotaram por repetidas vezes exércitos maiores, embora a devastação decorrente de sua exploração das terras locais lhes houvesse granjeado a profunda inimizade de todos os povos alemães, a despeito de sua

religião. Em 1643, um

exército espanhol

comandado

tarias desorganizadas ou rompidas. Condé circulou com a cavalaria a infantaria espanhola à esquerda de sua linha, para atacar os vitoriosos cavaleiros inimigos, expulsando-os do campo. Em seguida, ele voltou sua cavalaria contra a infantaria inimiga. Esta, contudo, se havia reunido em formações densas para resistir-lhe, e ele teve de usar sua artilharia e seus mosqueteiros para abrir brechas nas fileiras espanholas, que seus cavaleiros em seguida exploraram. No ano seguinte, os franceses capturaram a cidade renana de Philippsburg. Isso lhes permitiu avançar contra a Baviera; uma vez lá, contudo, eles constataram

que os campos devastados não teriam como sustentar um exército. A guerra na Alemanha encerrou-se após uma invasão sueca da Baviera, em 1648. Em 24 de outubro, a França, o Santo Império Romano, os protestantes alemães e a Suécia firmaram uma paz nos termos do Tratado da Vestfália. A França e a Suécia ganharam territórios, e o santo imperador romano — cujo poder fora em grande parte reduzido — concordou em tolerar o protestantismo na Alemanha. A Guerra dos Trinta Anos sublinhou a importância dos suprimentos e as terríveis consequências sociais de rupturas no processo logístico. A doutrina prevalecente do período presumia que o campo local poderia sustentar os exércitos, mas o movimento constante de forças cada vez maiores sobre a mesma área privou totalmente o interior de alimentos, provisões e, finalmente, de pessoas. A fome se tornou comum e, exacerbada pela crueldade de um conílito religioso, levou à morte provavelmente oito milhões de pessoas. Estima-se que um terço da população da Alemanha tenha perecido. Gustavo Adolfo tentou implementar um sistema prático de logística com bases de abastecimento, estendendo-se até a Suécia, mas, com o passar do

por

Francisco de Melo avançou dos Países Baixos contra Paris, e, em 13 de maio, sitiou a fortaleza de Rocroi. O comandante francês, o duque Louis d'Enghien, pos-

teriormente príncipe de Condé (1621-86), teve notícia do avanço espanhol e decidiu atacar. Na Batalha de a derrocou d'Enghien maio, de 19 em travada Rocroi. cavalaria inimiga com uma impetuosa ação de choque, isolando a infantaria espanhola, que acabou moída pela mil 8 de foram espanholas perdas As francesa. artilharia homortos é 7 mil capturados, de um total de 25 mil em um mens; as perdas de d'Enghien foram de 4 mil,

da ilustração uma foi Essa homens. mil 23 de exército de cerradas unidades contra fogo de poder do eficácia

tempo, ele se deteriorou, e o exército sueco tornou-se

tão rapace quanto qualquer outro. Wallenstein teve provavelmente mais sucesso nessa esfera, utilizando sua mente comercial para abastecer suas forças. E certo

infantaria. A batalha ilustrou o papel decisivo que a cavalaria infancontra somente embora época, nessa ter podia

88

k !

que, após a Guerra dos Trinta Anos, os comandantes passaram a ter mais ciência da necessidade de suprir seus exércitos em campo sem devastar as terras circunvizinhas. Todavia, foi o modelo sueco que prevaleceu sobre todos os outros. Graças à relativa eficiência de seu tesouro, de seu sistema tributário e de sua administração, Gustavo Adolfo pôde criar uma marinha para

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sueco. Como descobririam os franceses mais adiante, no século XVII. os custos de manter grandes forças militares podiam ser proibitivos. No que se refere aos números em campo, o problema da subsistência determinou em grande parte a dimensão dos exércitos. A disponibilidade de forragem para os cavalos e víveres para os soldados levava os exércitos às áreas mais férteis da Europa. Eles podiam viver da terra, mas isso tendia a alienar a população local e afetava a disciplina militar, algo que ocorreu com triste regularidade durante a Guerra dos Trinta Anos. A alternativa era provir-se por meio de depósitos previamente abastecidos ou dos lentos comboios e barcos fluviais. Isso, porém, no início dos século XVII, requeria um sistema administrativo fora do alcance da maioria dos Estados.

proteger suas terras costeiras dos poloneses e dinamar-

queses e assegurar o salvo-conduto de tropas suecas pelo Báltico. Mas as exigências da guerra de meados do século XVII mostraram-se excessivas até mesmo para Os recursos da Suécia, em razão do que os suecos tiveram de arrecadar tributos nas áreas que ocupavam. Assim, principados amistosos na Alemanha contribuíam com a causa, enquanto príncipes e cidades hostis eram obrigados a pagar resgate para não serem saqueados. Além disso, o exército sueco requeria alojamento, alimentação e forragem das regiões que controlava. No final das contas, ele se tornou um imenso parasita (em 1650, suas fileiras compreendiam 70 mil homens). tendo de pilhar para sobreviver. Ironicamente, o sucesso da Suécia lhe trouxe uma gama de territórios bálticos — a Estônia. a Livônia, Bremen e a maior parte da Pomerânia —. que tinham de ser mantidos em tempos de paz e defendidos em tempos de guerra. Essas despesas, combinadas com o pesado tributo em vidas humanas que os suecos sofreram em sua participação na Guerra dos Trinta Anos. se mostrariam um pesado fardo financeiro para o Estado

A necessidade de conduzir milhares de carroças e canhões por péssimas estradas também afetava a

velocidade e dimensão da guerra, e a transitabilidade de vias lamacentas e rotas fluviais limitava as campanhas aos meses entre abril e outubro. O canhão médio de campanha pesava três toneladas e exigia de 8 a 10 cavalos ou bois para ser transportado. Isso significa que poucos exércitos avançavam mais de 8 quilômetros por dia. Acompanhantes também retardavam o avanço. Em 1610. por exemplo, estima-se que pelo menos 4 mil mulheres, crianças e carroças acompanhavam cada tercio de 3 mil homens na Europa central, enquanto os exércitos turcos muitas vezes triplicavam seu poder de combate com escravos e acompanhantes. À esquerda: O duque Louis d'Enghien, esplêndido general, leva suas tropas francesas à vitória sobre os espanhóis na Batalha de Rocroi, em

1643. Foi necessária uma combinação entre

artilharia e cavalaria para, finalmente, desbaratar q disciplinada infantaria espanhola.

89

E A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS ti

À Guerra Civil Inglesa Uma rebelião escocesa obrigou Carlos | da Inglaterra (1600-49) a reconvocar o Parlamento em 1640.

Este lhe concedeu os fundos necessários para suprimir o levante, mas a um preço. Carlos, em troca, teria

de concordar com diversas reformas políticas e religiosas. Em 1641, entretanto, depois que católicos irlandeses se rebelaram, as relações entre o rei e o Parlamento tornaram-se ainda mais instáveis. A

Inglaterra descaía para a guerra civil.

s membros do Parlamento, receando que Carlos houvesse fomentado a rebelião irlandesa para justificar o recrutamento de uma força de repressão. tentaram obter controle sobre o reduzido exército inglês. Puritanos e outros protestantes radicais passaram a dominar o Parlamento. Políticos mais moderados. desejando a reforma, mas não a revolução, puseram-se ao lado do rei. Os dois pólos não conseguiram chegar a um acordo, e a Inglaterra precipitou-se na guerra civil. Os partidários de Carlos estavam principalmente no norte e oeste da Inglaterra, enquanto o Parlamento tinha o apoio das regiões leste e sul, inclusive da rica cidade de Londres, com suas tropas treinadas (a milícia). A maioria

dos grandes portos ingleses (como Bristol) e a marinha também estavam em mãos puritanas, o que restringia o auxílio que Carlos poderia receber de simpatizantes abastados da Europa. A Inglaterra não possuía exército permanente, e havia poucos soldados profissionais no início da guerra. As primeiras campanhas refletiram esse amadorismo

generalizado, mas, com o tempo, e graças à experiência,

soldados treinados e comandantes capazes começaram a surgir. Na primeira grande batalha, travada em Edgehill, em outubro de 1642, o Parlamento tentou impediu Carlos de chegar a Londres. O confronto foi inconcludente, embora os parlamentares acabassem levando a pior. O caminho para Londres ficou aberto, mas Carlos não aproveitou a oportunidade. Ele estabeleceu sua base em Oxford, que permaneceu o centro das operações realistas? pelo restante da guerra. O sucesso realista nas batalhas predominou nas campanhas de 1643. Eles se beneficiaram de sua liderança dinâmica e da presença da briosa cavalaria comandada pelo príncipe Rupert (1619-82), sobrinho do rei. Os parlamentares adotaram uma estratégia defensiva, em parte por causa da inexperiência militar, mas também em resultado da inquietação que muitos sentiam por combater seu soberano. Em 1643, o exército dos realistas ao norte obteve

Áreas dos

parlamentares

| 38

Áreas dos realistas *&

Batalhas

vitórias em Adwalton Moor, Yorkshire, em junho, e em Lansdown, no sudoeste, em julho, enquanto Rupert

tomou o grande porto de Bristol no mesmo mês. Londres parecia aberta a avanços realistas do norte, do sudoeste e de Oxford, mas Carlos desejava capturar o porto interior de Gloucester, no oeste, o que proporcionou tempo ao Parlamento para salvar Londres, com uma força de auxílio sob o comando do conde de Essex. Em seu retorno a Londres, o exército de Essex enfrentou os realistas na Primeira Batalha de Newbury. Ela terminou

em um impasse, e Carlos recuou para Oxford.

Em setembro, o panorama estratégico mudou, com os

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1644

Inglaterra, com o passar do tempo, fez com que diminuíssem as esperanças de vitória dos realistas, especialmente quando a Escócia se uniu à guerra contra o rei, em 1644,

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À esquerda: O domínio parlamentar sobre Londres e sobre as partes mais ricas da

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Pactuantes Escoceses se unindo à causa do Parlamento. Na primavera de 1644, os realistas se descobriram sob

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5 Por questão de simplicidade, o autor usa os termos parlamentares € e realistas para designar respectivamente os seguidores do Parlamento

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de cabeças do rei. Mais tradicionalmente, os primeiros são chamados do T.) redondas (roundheads) e os últimos, de cavaleiros (cavaliers).(N.

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em 14 de junho de 1645. Ela eliminou

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efetivamente quaisquer esperanças que, porventura, Carlos |

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tivera de vencer a guerra. O fator decisivo foi a disciplinada e bem treinada cavalaria do Novo Exército Modelo, que começou por derrotar a cavalaria realista e levou à



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posterior rendição da infantaria.

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2) À cavalaria ligeira dos parlamentares dispara contra a cavalaria realista, que investe.

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6) Tropas parlamentares avançam para consumar a derrota do centro realista.

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pressão crescente. Em maio, o conde de Leven chegou à Inglaterra à frente de uma força de 21 mil escoceses para unir-se ao exército de Sir Thomas Fairfax, no norte, e ao Exército da Associação Leste, do conde de Manchester,

conseguiram

escapar

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junho

de

1645, em

Naseby,

Fairfax,

coman-

dante-em-chefe do Novo Exército Modelo, e Cromwell,

comandante de sua cavalaria, travaram combate com Rupert. Os parlamentares enviaram um exército de 14 mil homens contra a força realista, de 7.500. Rupert opôs-se a lutar, mas imperou a voz dos demais coman-

dantes realistas. A batalha se iniciou com um ataque da cavalaria realista rompendo a ala esquerda da linha parlamentar, enquanto a cavalaria de Cromwell, na direita dos parlamentares, desferiu repetidos ataques contra a esquerda realista, que começou a

príncipe Rupert, que tencionava libertar a cidade. Os dois exércitos, em 2 de julho de 1644, se confrontaram em Marston Moor. As forças de Rupert, menos numerosas que as dos oponentes, foram vencidas pela treinada cavalaria de Oliver Cromwell (1599-1658) e pela infantaria superior dos parlamentares. Essa vitória decisiva deu ao Parlamento o controle do norte. No sul, o Parlamento perdeu a chance de capturar, em Oxford, Carlos, e, assim, encerrar a guerra. Já na Segunda Batalha de Newbury (27 de outubro), os reanúmero,

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em Yorkshire. Eles sitiaram a cidade realista de York, o que atraiu para o norte um exército sob o comando do

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(5) A cavalaria parlamentar ataca o centro realista.

3 A cavalaria parlamentor esmaga a ala esquerda realista.

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(a) O centro da infantaria realista avança.

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Exército

Modelo começou a afastar os realistas. Apesar dos esforços de Carlos para reunir seus homens, suas linhas se romperam. Muitos dos soldados realistas sobreviventes

fugiram

da

batalha,

mas

3.500

foram

capturados. Rupert entregou Bristol em setembro. Após o colapso das forças realistas que restavam e a perda de Oxford, Carlos rendeu-se aos escoceses em julho, esperando obter termos de rendição favoráveis, porém,

dos

parlamentares. Tais eventos evidenciaram para os líderes parlamentares que era preciso fazer um reestudo de suas forças.

O debate parlamentar durante a guerra encerrou-se com a vitória da ala radical do movimento, que exigia a plena vitória militar sobre o rei. Cromwell, um dos parlamentares radicais, conquistou apoio político graças à criação de um “Novo Exército Modelo”, uma força profissional de infantaria, cavalaria e artilharia a

após longos debates, Parlamento, em 1647.

os

escoceses

o entregaram

ao

As negociações de Cromwell com Carlos fracassa-

ram, e, em dezembro, os escoceses, receando os efeitos que as mudanças teriam sobre a Escócia, concordaram

ser liderada por comandantes experientes. Sob o comando geral de Fairfax, o Novo Exército

em lutar por Carlos, e outra guerra civil irrompeu. Em 1648, um exército escocês invadiu a Inglaterra, mas foi sumamente batido pelas forças de Cromwell na Batalha de Preston.

Modelo incorporou muitas das lições deixadas pela Guerra dos Trinta Anos, devendo bastante aos princípios de Gustavo Adolfo quanto ao poder de fogo e à mobilidade combinados com uma boa organização e uma disciplina rígida.

Carlos

foi

executado

em

janeiro

de

1649,

e os

parlamentares suprimiram dois levantes na Irlanda e na Escócia entre 1649 e 1652.

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A Luta da França pela Supremacia O fim da Guerra dos Trinta Anos não encerrou as hostilidades entre a França e a Espanha. No entanto, o custo proibitivo dos conflitos deflagrou uma série de guerras civis na França,

conhecidas como Guerras da Fronda. Em janeiro de 1650, o cardeal Giulio Mazarino, principal ministro da França, aprisionou um de seus mais importantes oponentes, Louis, príncipe de Condé. A guerra recomeçou em fevereiro, com os rebeldes sendo auxiliados pela Espanha. F

m julho de 1652,0 principal general realista, Henri. visconde de Turenne (161175), derrotou Condé (recém-libertado da prisão) nas imediações de Paris. Condé recuou para o nordeste da França, onde, apoiado por seus aliados espanhóis. continuou a representar

ningen, em julho (durante a qual Tromp foi morto). Os holandeses concordaram com as condições de paz em abril de 1654. A rivalidade econômica resultou na Segunda Guerra Anglo-Holandesa (1664-67), durante a qual a mesa virou em favor dos holandeses. Os ingleses foram derrotados na Batalha dos Quatro Dias (1666), e sofreram a humilhação de ver navios holandeses subindo o Medway para destruir as docas de Chatham. O Tratado de Breda daí resultante confirmou a superioridade holandesa. A Terceira Guerra Anglo-Holandesa (1672-173) envolveu os franceses, que, por essa ocasião, estavam aliados com os ingleses em um conflito geral com a

uma ameaça à coroa francesa. O quadro estratégico mudou em 1657, quando os franceses receberam apoio da Inglaterra — que se pegara a golpes com a Espanha após se apropriar da possessão espanhola da Jamaica, dois anos antes. Uma pequena força inglesa desembarcou na França, e o exército comum anglo-francês

sitiou o porto de Dunquerque, sob domínio espanhol. Uma força espanhola marchou para desfazer o sítio,

mas, em 14 de junho de 1658, foi derrotada por Iurenne

Holanda. Um embate acirrado na Baía de Sole, em 28 de maio de 1672, durante o qual os holandeses foram

na Batalha das Dunas. A vitória nas Dunas permitiu aos franceses tomar a maior parte das fortalezas ao longo de sua fronteira com os Países Baixos Espanhóis. Os espanhóis pediram paz, e a resultante

Paz dos Pirineus, assinada em

obrigados a debandar, foi seguido de vitórias holandesas no Canal de Schooneveldt e em Texel. Embora os holandeses tivessem a vantagem tática, a guerra havia exaurido seus recursos, e sua marinha já não dominava o Canal da Mancha e o Mar do Norte. As Guerras Anglo-Holandesas confirmaram a importância do poder de fogo naval, sugerida inicialmente pela vitória inglesa sobre a Armada. Os navios de guerra eram construídos especialmente para a artilharia em massa com canhões pesados. Os pequenos canhões antipessoais foram quase totalmente abandonados em prol de fileiras de canhões em vários conveses, destinados a afundar ou inutilizar naus inimigas.

no-

vembro de 1659, pôs fim à guerra entre Espanha e França. O tratado confirmou o declínio da Espanha como uma das principais potências européias. A segunda metade do século XVII também testemunhou uma guerra entre a França e o restante da Europa ocidental pelo poder militar e político, e entre a Holandae a Inglaterra pelo poder econômico no comércio

ultramarino.

As Guerras Anglo-Holandesas

A rivalidade comercial entre a Inglaterra e a Holanda que , vos uti sec con ais nav tos fli con s trê em u ro degene rras tiveram início em 1652 e duraram até 1673. As gue ões foram uma consegiência da luta entre as duas naç Mar no ca pes a e bal glo io rc mé co o re sob os eit dir pelos a coles ing ta fro a um 2, 165 de io ma Em te. Nor do com um mandada por Robert Blake trocou canhonadas p. om Ir en rt Ma por o ad nd ma co ês nd la ho esquadrão

O Controle das Frotas

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As frotas aumentaram em tamanho, o que dificultou em muito a coordenação em meio à fumaça e confusão da batalha. Bandeiras sinalizadoras eram usadas, mas tinham limitada serventia, especialmente quando uma frota de 30 ou mais navios estivesse navegando em fila. Na marinha real inglesa, um sistema de “Instruções de Combate” foi desenvolvido para estabelecer uma doutrina tática fixa, atendendo, como se esperava, a

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quaisquer eventualidades. Embora as “Instruções de

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Combate” fossem úteis para coordenar o movimento dos navios, elas sufocavam a iniciativa.

Durante a Terceira Guerra Anglo-Holandesa, o rei Luís XIV da França reclamou a posse dos Países Baixos

92

À esquerda: O general francês Henri de la Tour d' Auvergne, visconde de Turenne, leva as forcas francesas à vitória na Batalha das Dunas em

1658. Sua vitória infligiu

baixas de 6 mil homens

aos espanhóis; suas baixas foram de 400 homens.

Espanhóis, e sua reivindicação enfrentou a oposição dos Países Baixos Unidos (a Holanda). que temiam as ambições territoriais francesas. Em maio de 1672, o

Os demais Estados europeus começaram a se unir contra Luís, temendo que ele planejasse a conquista de outras partes da Europa. Uma aliança antifrancesa, a Liga de Augsburgo, foi criada em julho de 1686. Luís podia ter evitado a guerra, mas preferiu tomar a iniciativa

exército francês invadiu a Holanda, ao que os holandeses, em menor número, responderam abrindo os diques que impediam que o Mar do Norte inundasse o país. Foi uma medida desesperada que lhes trouxe imensos prejuízos econômicos, mas que deteve o

exército francês.

Os

romano,

holandeses

Leopoldo

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I, o rei da Espanha,

e, em setembro de 1688, invadiu a Alemanha. Seu único

aliado, o católico Jaime II, da Inglaterra, perdeu o trono em dezembro do mesmo ano, quando um protestante, posteriormente o rei Guilherme III, foi convidado pelos chefes protestantes ingleses a tomar posse da coroa inglesa. Jaime II refugiou-se na Irlanda em 1689. A guerra entre a França e uma combinação de Estados que incluía a Espanha, a Inglaterra, a Holanda e o Santo Império Romano foi declarada em 1689. Em 1690, as forças de Luís obtiveram vitórias, na Batalha de

imperador

Carlos

II, e o

governante do Estado alemão de Brandemburgo a se unir a eles contra os franceses. Uma das principais ambições de Luís era estender o território francês pela margem oeste do Rio Reno, e o ressurgimento das hostilidades, em 1674, fez com que as atenções se voltassem para o Reno. Durante sua campanha na Renânia, de 1674 a 1675. Turenne derrotou segui-

Beachy Head, sobre uma frota anglo-holandesa e sobre

um exército aliado na Itália. Mas a derrota de Jaime II na Batalha do Boyne — na Irlanda, em julho — eliminou todas as chances que Luís teria de triunfar sobre a Inglaterra. A guerra marítima acabou por favorecer os aliados. Em 1692, uma vitória naval anglo-holandesa em La Hougue, ao largo da costa norte da França, ocasionou a perda de 15 navios de guerra franceses. O desfalque mostrou-se decisivo, pois os franceses não tinham como repor esses caríssimos navios, o que obrigou Luís a abandonar seus planos de invadir a Inglaterra. Os exércitos franceses nos Países Baixos Espanhóis, no noroeste da Itália e no nordeste da Espanha absorviam a maior parte das finanças do governo, deixando pouco dinheiro para novos navios de guerra.

damente seus inimigos. As rígidas táticas defensivas desses últimos, sem embargo de seu grande número,

permitiram

a Turenne

triunfar

em

muitas

ocasiões.

Entretanto, ele foi morto por uma bala de canhão perdida na Batalha de Sassbach, perto de Estrasburgo, em 27 de julho de 1675, enquanto preparava suas forças para um ataque. À guerra prosseguiu por outros três anos, até que o ministro das finanças de Luís o convenceu de que as despesas levariam a França à bancarrota. Tratados de paz, encerrando o conflito, foram assinados entre 1678 e 1679, e deram a Luís territórios tanto ao norte quanto ao leste da França.

93

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Jaime Il. Guilherme tinha 34 mil homens, enquanto; Jaime só pudera reunir 23 mil soldados de variada qualidade.

Em terra, os franceses tiveram

maior sucesso, aproveitando-se das discussões que intensificavam o processo decisório dos comandantes aliados. especialmente na Itália. Na Holanda, o exército francês granjeou vitórias em Steenkerke, em 1692,e em Neerwinden, no ano seguinte. Na Espanha, Barcelona foi sitiada pelos franceses em 1694, c a cidade. graças à intervenção de uma frota inglesa, resistiu até 1697. A essa altura, porém, o custo da guerra pesava duramente sobre todos os combatentes, e a maioria estava ansiosa por encerrar o conflito. No outono de 1697,0 Tratado de Ryswick foi assinado, encerrando a guerra. A França foi obrigada a devolver grande parte dos territórios

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exército derrotado.

e (5) Os católicos recuam livremente para Dublin.

O Exército Francês

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O exército francês, nessa época, era provavelmente o melhor da Europa. Em 1693, com cerca de 400 mil homens, ele foi comandado com mestria por uma série de grandes capitães: Turenne, Condé, Luxemburgo e Villars. Os franceses adotaram o sistema organizacional sueco, cuja formação básica de infantaria era o batalhão, com 600 a 800 homens. Em batalha, essa unidade costumava organizar-se em linhas de seis homens de profundidade, com os piques no centro e os mosquetes no flanco. O exército formava diversas linhas de batalha, com os batalhões dispostos como em um tabuleiro de xadrez. Dois terços dos homens eram mosqueteiros, e um destacamento desses devia apoiar a cavalaria. O intervalo entre os batalhões devia ter a mesma dimensão que sua fronte, permitindo que a segunda linha — que vinha normalmente 300 ou 400 passos atrás — O atravessasse. Atrás da segunda linha, a duas vezes essa | distância, punha-se uma força-reserva. A cavalaria francesa consistia de cavalaria pesada, carabineiros. cavalaria leve e dragonários. Os carabineiros perfaziam cerca de 3 mil homens € armavam-se

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exército e ao longo das fronteiras do país. Os franceses, por exemplo, possuíam uma cadeia de fortalezas, cada uma plenamente equipada com todas as provisões necessárias ao exército. Assim, um exército em marcha podia usar qualquer uma delas como base, sabendo que encontraria tudo de que necessitasse, inclusive artilharia

pesada. Todavia, a existência desses fortes dificultava em muito a movimentação rápida do inimigo, e a guerra

tendia a se converter em uma questão de sítios pontuados por batalhas ocasionais. Consequentemente, a construção e a tomada de fortalezas tornaram-se dois dos principais objetivos da guerra. O marechal Sébastien le Prestre de Vauban (16331707) dominou a guerra por fortificações e sítios durante o reinado de Luís XIV. Vauban tomou as técnicas surgidas no início do século XVI e levou-as a um novo patamar, graças a sua habilidade geométrica e a seu olho prático para avaliar situações diversas. Suas fortificações seguiam um modelo em que o

corpo principal da fortaleza era cercado por uma série de valas, paredes baixas e trincheiras (durante sua vida, ele construiu 33 novas fortalezas e remodelou 3 mil outras). Vauban fez excelente uso dos bastiões — pequenos fortes triangulares construídos logo após as paredes da fortaleza principal e arranjados de modo a assegurar que qualquer ataque contra à muralha

portade carabinas e espadas, enquanto os dragonários

isso, Com baioneta. recém-inventada a e vam mosquetes infanda e cavalaria da vantagens as combinavam eles em regimento, um de — cresceu número seu é taria, de 1690. 1650, para 43 regimentos, no exército francês Europa na guerra da distintivos mais aspectos dos Um das importância crescente a foi XVII século do finais em com fortificadas cidades de Cadeias sítios. dos fortalezas e eram fortificadas) suprimento de (bases seus magazines do avanço de rota provável da longo construídas ao

principal recebesse fogo cerrado de três direções. Ele em aperfeiçoou os fortes ao longo da fronteira francesa, uma linha defensiva que permaneceu altamente eficaz século XVIII adentro.

94

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À direita: A Batalha do Boyne foi uma vitória limitada do rei p protestante católico Guilherme III sobre o rei MR nte Gui

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À esquerda: A batalha naval

de La Hougue foi travada entre frotas francesas e angloholandesas em 1692. À derrota

francesa fez com que Luis XIV tivesse de abandonar sua projetada invasão da Inglaterra com 30 mil homens.

A guerra por sítio também progrediu sob Vauban, que conduziu pessoalmente cerca de 50 operações. Ele integrou o uso da artilharia em todos os estádios do sítio. sendo que. até então, ela tendia a ser usada somente em pontos seguros e a longa distância. A meta tinal era conseguir que a artilharia ofensiva rompesse as muralhas. Engenheiros de sítio, ou sapadores, aproximavam-se das muralhas em trincheiras (sapas) em ziguezague. evitando que os defensores atirassem diretamente contra elas. Uma vez que as sapas se acercassem do forte, uma linha de trincheiras, correndo paralelamente às muralhas da fortaleza, era cavada. A artilharia de longo alcance dava cobertura à escavação das sapas e de uma segunda linha de trincheiras paralelas. Outras divisões de artilharia com morteiros avançavam em seguida para dar cobertura a uma ter-

ceira trincheira paralela, antes que se ordenasse o bombardeamento final para romper as paredes. Tais linhas paralelas permitiam que mais fogo fosse voltado contra os defensores, davam maior proteção aos sapadores e aumentavam a oportunidade de ataques simultâneos de pontos diferentes. Fardos de ramagens ou mato eram muitas vezes usados para encher as valas € o fosso (se houvesse) antes do ataque. Um ou dois dias de bombardeio eram necessários até que a terceira paralela abrisse uma brecha na parede inimiga. Seguia-se, então, o assalto. Os escritos técnicos de Vauban tornaram-se um elemento-chave nos estudos militares, e, embora publicado após sua morte, seu tratado Dos Sítios e das Fortificações

tanto refletiu quanto influenciou a ciência da construção e a tomada de fortalezas durante quase um século. atégas

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Os Otomanos

em Declínio

Os reveses em Malta, em 1565, e em Lepanto, em 1571, encerraram a maré alta do Império Otomano. A partir de então, ele foi obrigado a promover uma série de guerras defensivas para proteger seus territórios dos Estados cristãos europeus, em crescente expansão no século XVII. Embora ainda fosse poderoso, o Império Otomano entrara em uma fase de paulatino declínio. s sultões otomanos, cujo Império incluía as terras fronteiriças ao norte do Mar Negro, entraram em conflito com a Ucrânia, sob domínio polonês, no início do século XVII. Bandos de cossacos operando a partir da Ucrânia saquearam terras turcas ao redor do Mar Negro. precipitando a Guerra Turco-Polonesa de 1620-21. Nenhum dos lados saiu em vantagem do confito, e. em 1621, a Polônia e o sultão turco, Osman II, concordaram com uma trégua que pôs termo à guerra. Contudo. os ataques dos cossacos continuaram — um continuo lembrete, para as autoridades turcas, da necessidade de vigilância para assegurar a integridade do Império Otomano. A Turquia enfrentava dificuldades cada vez maiores para controlar os povos subjugados e defender suas fronteiras. Osman tentou aumentar seu controle sobre o país. eliminando alguns dos privilégios dos janízaros, o corpo de elite da infantaria turca. Os janízaros se opuseram e o derrubaram. substituindo-o por seu 1r-

mão, mais maleável, em 1622. Os janízaros dominaram na prática o governo turco até a ascensão de Murad I, em 1638, um sultão forte o bastante para dobrá-los. Eles adotaram quase o mesmo papel que a guarda pretoriana em Roma, e seu comportamento foi igualmente

daninho para a fortuna do Estado que deviam estar

servindo.

Conflitos com Veneza

Durante grande parte do século XVII, a Turquia viu-se embrenhada em conflitos com os venezianos pelo controle do Mediterrâneo oriental. Corsários cristãos — muitos deles naus venezianas — tinham uma longa história de ataques contra carregamentos turcos. Em 1645, navios partidos da Ilha de Creta, controlada por Veneza, capturaram um vaso turco que transportava as esposas do sultão Ibrahim I. Esse ultraje levou os turcos a tomar prontas providências, e um exército de 50 mil a 75 mil homens foi

transportado para Creta. Auxiliados por gregos locais, que nutriam uma antiga antipatia pelos venezianos, os turcos tomaram duas das três maiores fortalezas da ilha: em 1645, Canéia caiu

e, em 1646, Retino. Eles pareciam prestes a capturar a ilha como um todo. Todavia, a fortaleza

de Candia

resis-

tiu a um cerco de 21 anos (1648-69), com a marinha veneziana enviandolhe suprimentos, em um esforço determinado para preservar sua base em Creta. Em 1656, um novo grão-vizir (ministro-chefe) assumiu o controle do governo turco. Mohammed Koprulu tentou reverter o lento declínio do império. Ele reorganizou a frota turca, de modo que, no final da década de 1650, ela era páreo para a marinha veneziana, e pôde capturar diversas ilhas venezianas no Mar Egeu. Koprulu também interveio na Transilvânia. O governante dessa região semi-independente do Império

À esquerda: Dois membros da elite das forças armadas

otomanas: um janizaro (à direita) e um artilheiro (a esquerda). Esses dois grupos eram altamente treinados, mas grande parte dos exércitos otomanos era composto de recrutas destreinados.

À esquerda: Forcas de auxílio sob o polonês Jan Sobieski atacam as tropas

turcas que sitiavam Viena,

em setembro de 1683. Os otomanos sofreram uma derrota esmagadora,

que assinalou o fim das esperancas turcas de subjugar a grande cidade.

No entanto, a inquietação popular na Hungria alarmava Sobieski. A parte da Hungria regida pelos Habsburgos se havia rebelado contra seus governantes, em 1678, e os rebeldes recorreram aos turcos em busca de apoio. Em 1682, Kara Mustafa Koprulu exigiu que o Santo Império Romano concedesse independência à Hungria. Quando o imperador se recusou, uma imensa

Otomano. Gyôrgy Rakoczy. com o apoio do santo imperador romano, ignorava as declarações turcas de soberania sobre seu reino. Os turcos despacharam um exército para derrubar Rakoczy, mas ele o derrotou na Batalha de Lippa, na Transilvânia. em maio de 16558. Todavia, depois que tártaros da Criméia chegaram para unir-se aos turcos, Rakoczy foi obrigado a fugir para a Hungria dos Habsburgos. Ele voltou no ano seguinte e expulsou seu sucessor, que tinha o apoio turco, somente para sofrer derrota e morte em 1660, na

força de invasão turca, com até 200 mil homens, sitiou

Viena, em 1683. A pequena guarnição austríaca, de 15 mil soldados, não dispunha de artilharia pesada, mas conseguiu resistir aos sitiantes enquanto aguardava auxílio exterior. No final de agosto, Sobieski deixou Varsóvia e marchou para o sul, rumo a Viena; seu exército, de 30 mil homens, cobriu 250 quilômetros em apenas 15 dias. Próximo a Viena, Sobieski teve reforços de soldados

Batalha de Fenes, na Transilvânia. Seu sucessor, János

Kemény, foi morto na Batalha de Nagyszollos, também na Transilvânia, em janeiro de 1662.

Conflitos com o Santo Império Romano

Os turcos assumiram o controle direto da Transilvânia e, em seguida, invadiram o Santo Império Romano. Na Batalha do Rio Raab, na Hungria, em agosto de 1664, um exército imperial deteve os turcos. O sucessor de Mohammed Koprulu, Fazil Ahmed Koprulu, deu continuação à política de vigorosa oposição à autonomia da Transilvânia. O tratado que encerrou essa guerra, em 1664, confirmou que a Transilvânia per| manecia sendo parte do Império Otomano. Entre 1671 e 1677, uma guerra contra a Polônia

alemães e austríacos, e suas tropas chegaram a 75 mil homens. Em 12 de setembro, o exército aliado atacou os

turcos, com o apoio da guarnição vienense. A princípio, o combate foi inconclusivo, até que um ataque de cavalaria comandado por Sobieski virou a maré da batalha e obrigou os turcos a recuar — e abandonar permanentemente o sítio de Viena. O exército turco jamais voltaria.

A Batalha de Viena marcou o fim da ameaça turca à Europa Central. Os últimos anos do século

acrescentou territórios ucranianos ao império, mas eles

foram perdidos após uma guerra com a Rússia, em 1681. A guerra com os poloneses levara à eleição do grande general Jan Sobieski (1624-96) como rei da Polônia. Ele sabia que a Turquia voltaria cedo ou tarde a atacar a Polônia. Sobieski assinou um tratado com o

A VII viram a Santa Liga, composta pelo Santo Impé-

rio Romano, por Veneza e pela Polônia, conquistando terras às expensas turcas. Embora os turcos recuperassem parte do território, sua derrota na Batalha de Zenta, na Hungria, em 1697, restituiu a Hungria e a Iransilvânia ao santo imperador romano. As ambições turcas de ter uma influência dominante na Europa oriental e central estavam definitivamente encerradas.

Santo Império Romano, em março de 1683, acreditando

que a aliança lhe proporcionaria as melhores chances de derrotar os turcos e resolver o problema de uma vez

por todas.

97

À Guerra no Século XVIII 1700-99

esse período, a transformação da guerra

de combates em escala “meramente

continental” em confrontos verdadeiramente globais tornou necessária uma

nova compreensão da política internacional e da

diplomacia, além de aplicações conjuntas de

armas navais e terrestres. Embora houvesse novos desenvolvimentos, como na logística e na

organização, outros aspectos da mudança foram

mais limitados, e o confronto era, com frequência, evitado — a menos que as chances fossem suficientemente favoráveis.

No século XVIII. a Europa estava começando a exercer seu poder militar e sua influência política sobre o globo. As guerras ocorreram em três importantes zonas geográficas. A primeira era a própria Europa, onde choques entre várias dinastias levavam a graduais mudanças no equilíbrio de poder. A segunda área compreendia as colônias ultramarinas das potências européias e regiões ao redor — sobretudo nas Américas e na Índia. A terceira grande área acompanhava a fronteira da Europa cristã com o Império Otomano muçulmano. A partir do século XIV, exércitos e frotas otomanas ameaçaram continuamente a Europa. Todos os países da península balcânica, chegando até às atuais Hungria e Romênia, foram parte do Império Otomano. Em 1683, Viena chegou a ser sitiada por exércitos otomanos. Durante o século XVIII, contudo, uma mudança decisiva teve lugar: as forças otomanas foram derrotadas em várias guerras, e O longo processo de desmantelamento desse grande império | teve Início. As guerras entre os grandes Estados europeus assumiram

um papel preponderante aos olhos dos observadores da época, embora em longo prazo eventos externos à Europa viessem a

ter maior importância. Houve diversos temas recorrentes nessas guerras. O primeiro foi a continuada importância da França e dos Habsburgos austríacos como as maiores potências do continente: o segundo foi o declínio de duas potências da

Europa ocidental: a Espanha e a Holanda; o terceiro foi a

ascensão da Prússia como grande potência militar; o quarto foi de des o tic Bál o ndo ina dom ha vin que , cia Sué da io lín dec o

sia, meados do século XVII; e o quinto foi a ascensão da Rús

em grande parte à custa da Suécia.

tado no À direita: Um dos grandes capitães da história, Frederico, o Grande, da Prússia (mon lha de cavalo branco), saúda suas tropas após a vitória sobre os austríacos e os sax0es na Bata Hohenfriedberg, em 1745. O confronto custou aos austríacos 16 mil baixas.

98

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(1620-48) normalmente inexistia, se bem que nem sempre. Ainda assim, houve grandes atrocidades e guerras nas quais a sociedade civil serviu de alvo, como na tentativa das autoridades britânicas, após a Rebelião Jacobita e a Batalha de Culloden (ver quadro na próxima página). em 1745-46, de pôr um fim ao sistema de clãs das terras altas da Escócia.

A Face da Batalha

Estrategicamente, a guerra na “era da razão” tendia a favorecer manobras complexas em detrimento das batalhas decisivas que se tornariam o centro do

pensamento estratégico após as Guerras Napoleônicas. Os generais eram muitas vezes incentivados a evitar O confronto, a menos que tivessem vantagens esmagadoras. A movação militar durante esse período foi similarmente limitada. As armas, as táticas e os níveis de gencralato evoluíram lentamente. A infantaria continuou a mover-se em colunas rígidas para, então, se dividir em linhas. que caíram das seis camadas do final do século XVII para metade desse número. O pique, durante tanto tempo a melhor arma de infantaria para deter a cavalaria, desapareceu finalmente no término do século XVII, e. em seu lugar, a baioneta proporcionou aos mosqueteiros a capacidade de se protegerem de ataques de cavalaria. A artilharia se padronizou e tornou-se cada vez mais móvel, dando

À direita: Soldados do

exército prussiano de

Frederico, o Grande. Por

meio de estrita disciplina e

de exercícios infindáveis,

os prussianos alcançaram um alto grau de eficiência militar. Um batalhão

prussiano, por exemplo,

podia disparar cinco vezes por minuto, com cada um dos oito pelotões do batalhão constituindo uma unidade de fogo à parte.

aos

canhões

um

papel

de

maior

relevância

batalhas. A cavalaria, em geral, desempenhou

nas

um papel

menos importante em campo. embora o exército prussiano tivesse um grande líder de cavalaria em von Sevdhtz. Os soldados de infantaria deviam ser capazes de realizar manobras básicas e lutar de maneira ordenada. Suas táticas e instruções eram praticadas fregiientemente em tempos de paz, para que cada soldado e oficial soubesse o que se esperava de cada um: obediência e disciplina, e a capacidade de seguir ordens no calor da batalha. Como o alcance efetivo dos mosquetes era limitado, as trocas de tiros se davam a curta distância, com a vitória cabendo ao lado que melhor desempenhasse os movimentos necessários para carregar e recarregar um mosquete de antecarga sob fogo cerrado. A artilharia e os mosquetes envolviam os campos de batalha em nuvens de fumaça, tornando difícil distinguir entre amigo e inimigo. Em parte como conseqiiência disso, os soldados vestiam uniformes padronizados (e normalmente bastante coloridos), facilitando a identificação em meio ao “nevoeiro da guerra”. Durante o século XVII, a única inovação militar, de fato, foi a criação das tropas ligeiras a partir da década de 1740. Esse foi um processo lento, já que a maioria dos generais desconfiava de todas as formas de atividade militar que não pudessem ser diretamente controladas. Todavia, conforme o século avançou, as tropas ligeiras (especialmente a infantaria) foram ganhando um papel maior nas operações militares, lutando em formações mais soltas, para as quais a flexibilidade e a iniciativa individual eram fundamentais.

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À esquerda: Tropas britânicas tentam atacar as defesas francesas no Forte Ticonderoga, na América do Norte, em 8 de julho de 1758. O ataque demonstrou a futilidade de

ataques frontais contra uma

infantaria regular em posições fortificadas. Os britânicos sofreram 1.500 baixas.

A origem das tropas ligeiras remonta a duas regiões contemporâneas. mas geograficamente apartadas. Os austríacos foram os primeiros a adotar as tropas oriundas de suas regiões fronteiriças a leste: a cavalaria ligeira dos hussardos, da Hungria, e a infantaria ligeira pandour, ou grenzer, da Croácia. Essas tropas irregulares tinham uma longa história de escaramuças com os turcos, e passaram a desempenhar uma função similar combatendo os prussianos e franceses. Assim que seu valor se demonstrou nas campanhas, elas foram introduzidas em outras nações européias. A outra fonte das táticas de infantaria ligeira estava além do Atlântico, onde ameríndios e silvícolas demonstravam sua habilidade militar nos terrenos acidentados e arborizados da América do Norte. Uma das principais razões para a desconfiança envolvendo a infantaria ligeira era o receio de que houvesse deserções caso os indivíduos pudessem atuar por conta própria. As fileiras da maioria dos exércitos eram integradas em princípio por profissionais que

haviam

escolhido

uma

carreira

militar.

Na

Os highlanders jacobitasº eram um clã de guerreiros escoceses, e não soldados profissionais. Sua principal “tática” era uma investida selvagem contra o inimigo; caso ela não surtisse efeito, a derrota dos highlanders seria quase certa, especialmente se estivessem lira uma força de infantaria bem treinada. Na Batalha de Culloden, em 1746, o dugue de

Cumberland usou sua artilharia para matar e mutilar os highlanders, provocando o restante a atacá-lo. O assalto dos highlanders foi retardado pelo

cruzamento do atoleiro de Culloden, e nisso muitos

outros foram dizimados pelos tiros de mosquete. O duque também havia criado uma nova tática para a luta manual. Em tal situação, um soldado normalmente usava a baioneta para atacar o homem à sua frente. O highlander muitas vezes conseguia desviar o golpe da baioneta com o escudo (preso ao braço esquerdo) para, em seguida, apunhala r e com a espada que o oponent

prática,

contudo, a maioria dos homens era alistada à força e

disciplinada brutalmente para atuar com eficiência e manter-se em linha, disparando ainda que sob o fogo

inimigo. Em alguns casos, homens eram até mesmo sequestrados: Frederico Guilherme I, da Prússia, o pai de Frederico, o Grande, montou seu famoso regimento de guardas raptando soldados altos de outros exércitos, ou mesmo das profissões civis. Esses exércitos setecentistas também refletiam a estratificação de suas sociedades. Seus oficiais, em absoluta maioria, provinham da aristocracia e da fidalguia

rural, e os de status superior serviam em regimentos de

cavalaria, e não de infantaria.

“trazia na mão direita. Em Culloden, cada soldado

do governo atacava o highlander à sua direita, “lançando a baioneta contra o flanco desprotegido do oponente. Essa tática exigia nervos frios e confianç a de nos colegas into massa Ran * demonstrava-se altamente eficaz. ER

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A Grande Guerra do Norte Em 1700, quando as potências bálticas da Dinamarca, da Polônia e da Rússia decidiram atacar a

principal potência da região, a Suécia, elas subestimaram o novo e jovem monarca, Carlos XII. Ele demonstraria como a ousadia e o brilhantismo tático podem virar uma batalha mesmo a favor de forças

em imensa inferioridade numérica, muito embora suas ações também demonstrassem que o grande comandante é, de fato, aquele que sabe quando parar. A

s guerras limitadas produziram, sim, muitos comandantes dignos de nota. Os dois maiores generais do período foram o duque de Marlborough (1650-1722), da Inglaterra. e Frederico, o Grande (1712-86). da Prússia — homens aos quais poucos outros na história podem se comparar. Eles demonstraram uma imaginação estratégica de primeira ordem, combinada com um comando absoluto dos detalhes táticos. Também houve diversos de menor estatura, que incluíam Carlos XII. da Suécia (1682-1718). o príncipe Eugênio (1683-1736) e dois generais franceses. o duque de Villars (1653-1734) e Maurice de Saxe (1696-1750). Desses. o mais estranho era indubitavelmente Carlos XII. um tático quase genial que se negou cegamente a reconhecer qualquer obstáculo em seu caminho — traço

que quase causou a destruição de seu país. No final do século XVII, a predominância da Suécia na região do Báltico vinha sendo desafiada pela Dinamarca, pela Polônia e pela Rússia. Carlos tornara-se rei da Suécia em 1697, e, em função de sua juventude e inexperiência, as outras potências iniciaram a Grande Guerra do Norte. Em abril de 1700, os dinamarqueses invadiram o ducado de Schleswig. um aliado da Suécia. Os poloneses sitiaram a cidade de Riga (atualmente capital da Látvia), de governo sueco, enquanto os russos, liderados por Pedro, o Grande (1672-1725), sitiaram o porto de Narva. Carlos preferiu lidar primeiro com a Dinamarca.

Contra os conselhos de oficiais experientes, Carlos transportou impetuosamente suas forças por águas tidas como intransponíveis e ameaçou Copenhague. Os dinamarqueses quase imediatamente concordaram em encerrar as hostilidades. Carlos, em seguida, planejou atacar os poloneses. Contudo, mudou de idéia e avançou contra os russos. Seu pequeno exército (de 8 mil homens) repeliu uma força russa nos arredores de Narva em 18 de novembro de 1700, e, dois dias depois, acometeu o grosso do exército russo. A Batalha de Narva foi breve e sangrenta. A disciplinada força de Carlos, em inferioridade de cinco para um, fez em pedaços os russos. Em junho de 1701, Riga foi libertada por Carlos; os russos e poloneses debandaram, atônitos. Carlos avançou, então, contra a Polônia. Em 9 de julho, na Batalha de Dunamunde, os suecos derrotaram um exército russo que ficara em seu caminho. As lutas foram interrompidas durante o inverno, mas Carlos voltou a avançar no ano seguinte, e, em 14 de maio de 1702, ocupou Varsóvia. Apesar da captura da cidade, a campanha prosseguiu até setembro de 1706, quando o monarca

polonês, Augusto

II, foi obrigado

a aceitar as

condições suecas, que incluíam a renúncia ao trono da Polônia e o cancelamento da aliança com a Rússia. Pedro, o Grande, tendo perdido seus dois aliados, propôs assinar

um tratado de paz. Carlos, contudo, estava disposto a vingar-se, e recusou as condições russas. À esquerda: À

Batalha de Narva, travada em novembro de 1700, ilustrou o sucesso que pode ter a iniciativa ousada em uma batalha. Sob uma

tempestade de neve, os suecos, menos numerosos, derrotaram o exército russo em apenas duas horas de luta.

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Em retrospecto, a decisão de Carlos de concentrar seus esforços na Polônia pode ser vista como um erro. Apesar da derrota em Narva, a Rússia contava com imensas reservas de soldados. e. enquanto Carlos atuava na Polônia, os russos puderam formar um novo exército. Isso lhes permitiu, em agosto de 1704, recapturar Narva. Em 1º de janeiro de 1708, Carlos levou seu exército de 45 mil homens ao território russo. A princípio, a invasão foi bem-sucedida. Carlos infligiu uma derrota à Rússia em Holowczyn, no leste da Polônia, em 4 de julho, mas foi incapaz de acometer o exército principal. Os russos sabiam que, àquela altura, não poderiam se comparar aos suecos em batalha aberta. Pedro, o Grande, esperou, ordenando que o exército principal evitasse o confronto recuando para o coração da Rússia, seguindo a tática da “terra devastada”. No avanço pela Rússia, as forças de Carlos cruzavam um território em que a lavoura e a forragem haviam sido destruídas; conforme se afastava da base, seu exército passou a carecer de víveres. Fome, frio intenso e moléstias começaram a debilitar as fileiras suecas. Em outubro de 1708, Carlos e seu exército minguante estavam em uma verdadeira enrascada. Em vez de recuar para o território sueco ou mesmo

aguardar suprimentos, Carlos voltou-se para o sul e rumou para a Ucrânia. Ele pretendia firmar uma aliança

com os cossacos; nesse ínterim, ordenou que um de seus generais, Adam Lewenhaupt, providenciasse um comboio de provisões no Báltico e se unisse a ele na Ucrânia. Pedro enviou um exército para a Ucrânia, e a capital cossaca de Baturin foi incendiada. Uma força russa atacou a coluna de suprimentos de Lewenhaupt e, embora ele ainda chegasse até Carlos, os suprimentos se perderam totalmente.

A sorte de Carlos não melhorou. O inverno foi o mais gélido de que se tinha memória, e, na primavera, a força de Carlos se havia reduzido para 25 mil homens. Ele precisava de uma vitória, e achou que poderia

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103

torçar batalha com os russos sitiando Poltava, no sul da Rússia. Avançou en masse, mas tal era a superioridade material dos russos que os suecos é que se viram em uma arapuca. Em 28 de junho, Carlos, embora em grande inferioridade numérica, decidiu atacar. Os russos,

porém,

absorveram

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então,

liberaram tal poder de fogo que a força sueca se desintegrou. Os suecos tiveram quase 10 mil mortos e mais de 15 mil homens capturados. Os russos perderam ao todo menos de 5 mil soldados. Carlos fugiu para o território de domínio turco ao sul de Poltava. Os russos avançaram para libertar a Polônia e restauraram no trono Augusto II. Os três exaliados também se puseram a conquistar territórios suecos à volta do Báltico. Entrementes, em outubro de 1710, Carlos persuadiu os turcos a declarar guerra

contra os russos.

Um exército turco de 200 mil homens reuniu-se junto

à fronteira com contra ele, mas,

a Rússia. Pedro, o Grande, avançou talvez por excesso de confiança, foi

derrotado às margens do Rio Pruth. Os turcos ofereceram generosas condições de paz — para o grande desgosto de Carlos. Este continuou a propor guerra, e os turcos o puseram sob prisão domiciliar. Carlos, contudo,

em novembro de 1714, fugiu para a Suécia.

Sua chegada à Suécia pareceu trazer novo alento a suas assediadas forças. Ele formou rapidamente um exército de 20 mil homens e, em 1716, conseguiu impedir uma invasão dano-norueguesa. Em seguida, em 1717, invadiu a Noruega. Entretanto, em 11 de dezembro de 1718, foi morto enquanto sitiava a cidade de Fredriksten. A guerra prosseguiu até a assinatura do Tratado de Nystad, em agosto de 1721. A paz confirmou a Rússia como a principal potência do Báltico. Carlos XII demonstrara-se um bom líder de homens na batalha, mas, em longo prazo, um mau estrategista. Afinal, os resultados desse conflito, conhecido como Grande Guerra do Norte, confirmaram o eclipse terminal da Suécia como grande potência.

À Guerra da Sucessão Espanhola O século XVIII se abriu na Europa com uma grande guerra dinástica. O rei Carlos Il da Espanha

morreu, em 1700, sem deixar herdeiros, e legou seu trono a um neto de Luís XIV da França.

Os Habsburgos austríacos também tinham um pretendente, e, em 1701, irrompeu a guerra entre a

Austria e a França, deflagrada pela invasão francesa dos Países Baixos Espanhóis; dois grandes blocos logo se consolidaram, com outros Estados tomando parte no conflito. (O

S franceses também avançaram contra o norte da Itália, então controlado pela Austria, mas foram derrotados na Batalha de Chiari, em 1º de setembro de 1/01. por um exército austríaco sob o comando do príncipe Eugênio.

Demais potências européias — notadamente a GrãBretanha, a Prússia e outros Estados alemães, a Holanda e, mais tarde, Portugal — uniram-se aos austríacos e formaram uma Grande Aliança. com o objetivo de aplacar O que receavam podia vir a ser uma união avassa-

ge

ladoramente poderosa entre a França e a Espanha. A França forjou alianças com os Estados italianos de Sabóia e Mântua. e com o Estado alemão da Baviera. Uma guerra geral irrompeu em 1702 e durou até 1713.

A Grã-Bretanha declarou guerra à França em 15 de maio de 1702, e imediatamente enviou o general John Churchill, conde de Marlborough, para assumir o comando das forças britânicas e holandesas na Holanda. Embora não tivesse autoridade direta sobre os soldados holandeses, Marlborough fez o que pôde para melhorar o nível geral. Durante a pausa hibernal nas campanhaspor , exemplo, ele dedicou plena atenção a exercícios militares e à precisão de tiro dos soldados de infantaria, treinando-os na artilharia com pelotões de 50 homens e na formação de quadrados ocos para repelir ataques de cavalaria. As formações lineares que dominavam os campos de batalha exigiam muita prática para que o poder de fogo da infantaria fosse plenamente aproveitado. O grosso dos combates dependia dos batalhões de infantaria, que então incluíam homens armados com mosquetes e baionetas com fecho de pederneira. Dentro do batalhão havia uma companhia de granadeiros, selecionados por seu porte e força física e armados de granadas simples (além de seus mosquetes), usadas para desalojar os defensores em fortificações de campo. Com o tempo, esses homens se tornaram uma elite com a função de | tropa de choque. As primeiras operações de Marlborough foram prejus dicadas pela indisposição das autoridades holandesade conceder-lhe o controle sobre suas forças. Ainda assim, enquanto Eugênio continuava a combater os franceses na

Itália, ele iniciou uma operação para conquistar as partes

inferiores dos rios Reno e Mosa, no trecho em que eles CE

fluem para o Mar do Norte. Entre setembro e outubro,

várias cidades se lhe renderam, e, como resultado, ele À direita: O príncipe Eugênio, da Áustria, foi um dos maiores soldados de seu tempo. Um mestre em estratégias e táticas, ele demonstrava em campo uma coragem temerária é

esperava o mesmo de seus homens. Tornou-se um amigo dileto de Marlborough, com quem trabalhava em harmonia.

acabou obtendo o título de duque de Marlborough. O único contratempo da Grande Aliança foi a derrota de um exército do Estado alemão de Baden para os franceses, comandados pelo competente Claude de Villars, na Batalha de Friedlingen, em outubro. Para a campanha de 1703, Marlborough planejava descer com seu exército ao longo do Reno, para estabelecer ligações com os austríacos e retomar os fortes dos franceses nos Países Baixos Espanhóis, antes de se apoderar do importante porto da Antuérpia. Os franceses, nesse ínterim, planejavam marchar contra Viena, a capital austríaca. Marlborough conseguiu firmar uma rota graças à captura de Bonn, em maio de 1703, mas falhou contra as poderosas defesas da Antuérpia. O avanço francês começou bem. O marechal de Villars derrotou duas forças da Grande Aliança em Munderkingen e

Hochstadt.

Porém,

a Baviera, aliada

da França, já não

estava disposta a cooperar, e, após uma altercação com o eleitor da Baviera, Villars renunciou a seu posto. Apesar desse malogro, os franceses mantiveram a pressão em 1703. O marechal Camille de Tallard atacou pelo Reno, tomando uma fortaleza fronteiriça em setembro e ameaçando a Austria pelo sul da Alemanha. O inverno deu a ambos os lados tempo para reconsiderar suas estratégias. Em 1704, os franceses decidiram concentrar-se na tomada de Viena, deixando apenas uma força de resistência para ocupar Marlborough nos Países

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mortos e feridos. Blenheim foi uma derrota avassaladora para a França; as esperanças de capturar Viena se desfizeram, e a Baviera caiu sob o controle austríaco.

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partir da Holanda, tinha três objetivos difíceis: salvar Viena, expulsar os franceses da Alemanha e obrigar a Baviera a encerrar sua aliança com a França. Em abril de 1704,a França e seus aliados tinham mais de 80 mil soldados na Baviera, enquanto os austríacos haviam reunido cerca de 70 mil. Mas Marlborough avançava pelo Reno com aproximadamente 35 mil homens. Era intenção da Grande Aliança unir suas forças, enquanto os franceses esperavam derrotá-los antes que conseguissem se agrupar. Com uma série de marchas que confundiu totalmente os franceses, o príncipe Eugênio e Marlborough se encontraram em Blenheim, uma pequena aldeia ao norte do Danúbio, em 12 de agosto. As duas forças estavam equilibradas. Marlborough e Eugênio comandavam 56 mil soldados, enquanto os franceses e seus aliados bávaros perfaziam cerca de 60 mil. Ao meio-dia, as forças da Grande Aliança foram dispostas em linhas de batalha. A contenda teve início

O ano seguinte, 1705, foi inconcludente, mas, em

1706,

Marlborough,

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Países

Baixos,

conquistou outra vitória sobre os franceses. A batalha, em Ramillies, deveu-se à convicção francesa de que Marlborough tencionava capturar Namur; eles enviaram por volta de 60 mil soldados, sob o marechal François de Villeroi, para proteger a cidade. Villeroi, que não era páreo para Marlborough, foi detido em sua marcha para Namur e organizou seus 60 mil homens em uma linha longa e parcialmente fortificada, disposta em terreno elevado. Ele não tinha a menor intenção de atacar, deixando que Marlborough tomasse a iniciativa. As táticas de Marlborough foram uma obra-prima de coordenação, bastante similares às usadas em Blenheim. Ele enviou parte de seus 60 mil soldados para sugerir que tencionava derrotar a ala esquerda francesa, na esperança de que Villeroi movesse suas reservas do centro e da direita da linha francesa para reforçar a ala esquerda. O embuste funcionou. Marlborough desferiu, então, seu ataque principal contra a enfraquecida direita francesa. Os franceses lutaram com determinação, mas foram sobrepujados. Vendo que o momento decisivo chegara, Marlborough ordenou o avanço total de seu exército, e os franceses foram varridos do campo de batalha. Ramillies teve resultados importantes. Em primeiro lugar, causou a dispensa de Villeroi, que foi substituído em agosto de 1706 pelo mais capaz Louis Josef, duque de Vendôme. Em segundo lugar, a vitória de Marlborough levou à captura de algumas fortalezas importantes, além de milhares de soldados inimigos. Em terceiro lugar, Vendôme estava na Itália lutando contra

em 13 de agosto, com Eugênio atacando a ala esquerda

inimiga e uma coluna britânica acometendo os franceses na aldeia de Blenheim. Tais movimentos destinavam-se a obrigar o marechal Tallard a recorrer a suas reservas. Desconcertado pelos dois ataques, Tallard recorreu de fato às reservas, que foi enviada em maioria para Blenheim. A luta ao redor da vila foi renhida e os bri-

tânicos sofreram bastante, mas o primeiro objetivo de

Marlborough fora atingido.

À tarde, Marlborough liberou sua cavalaria contra o

centro francês. Os franceses resistiram por uma hora, mas acabaram cedendo às investidas. Tallard foi capturado e seus homens fugiram. Uma catástrofe total só foi evitada porque parte do exército de Tallard conseguiu escapar antes que Marlborough concluísse sua manobra de encurralamento.

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Marlborough teve consequências desastrosas para a campanha dos franceses em solo italiano. Eugênio estava em menor número que os franceses, e enfrentava um inimigo reforçado que tentava

Os franceses e bávaros, ainda assim, sofreram baixas ter-

ríveis: aproximadamente 40 mil mortos, feridos e capturados. Marlborough perdeu cerca de 12 mil homens, entre

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A esquerda: John Churchill, duque de Marlborough, foi um dos grandes capitães da história, e seu charme e cortesia o faziam avantajar-se na diplomacia necessária em querras de coalizão.

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asssm que um exército da Grande Aliança chegasse para substituí-lo. Vendôme, por seu turno, decidiu atacar primeiro. Naquele verão, ele tentou despistar Marlborough. e teve algum sucesso, capturando, em julho, Ghent e Bruges, embora soubesse que seu tempo estava se esgotando. Se não entrentasse Marlborough logo em batalha, Eugênio chegaria da Alemanha central, dificultando em muito sua missão. Marlborough também estava ansioso pela batalha, malgrado o exército de Eugênio não houvesse chegado. Em primeiro lugar, ele sabia que Vendôme estava com a iniciativa. Em segundo lugar, o moral das forças holandesas sob seu comando estava debilitado. Ele precisava de uma vitória para revigorar seus aliados. Fugênio, que acorria com seu exército ao encontro de Marlborough, concordou. O exército de Marlborough cobriu notáveis 45 quilômetros em menos de um dia. Em 11 de julho, seus homens estavam à vista dos franceses. Um dos generais de Vendôme sugeriu a retirada, mas Vendôme sabia que uma retirada poderia pôr em risco sua comunicação com a França, e, por isso, dispôs suas forças ao longo das elevações ao norte de Oudenarde. A batalha resultante não envolveu a grande técnica de Blenheim ou Ramillies. O que contou foi a firmeza de comando, os nervos frios sob fogo cerrado e a disciplina das tropas. Uma vez mais, Marlborough e Eugênio mostraram-se mais hábeis, e suas forças levaram a melhor. A vitória de Marlborough em Oudenarde ec a chegada do exército de Eugênio lhe deram uma vantagem numérica sobre os franceses. Ele tinha cerca de 120 mil homens para opor aos 96 mil do exército francês. Marlborough planejou invadir a própria França, mas foi impedido pelos receosos holandeses. Em vez disso, ele evitou Vendôme e sitiou Lille em agosto. Vendôme tentou impedi-lo, avançando contra Bruxelas,

re

capturar Turim. Ainda assim, em 7 de setembro de 1707, cle decidiu atacar uma seção isolada da linha francesa. O combate foi acirrado. mas uma investida repentina da guarnição turinesa decidiu o dia. Os franceses foram atingidos em duas direções e sucumbiram. Voltaram em fuga para a França, e suas demais guarnições no norte da Itália se renderam com o passar do ano. Ambos os lados buscaram a vantagem durante o ano de 1707. sem grandes resultados. Em 1708, ambos tentaram sair à frente. Marlborough, com 70 mil homens, planejava encontrar-se com os 35 mil de Eugênio, que marcharia para o norte a partir da Alemanha central

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À direita: A Batalha de Blenheim foi travada em 13 de agosto de 1704, e foi a maior vitória de Marlborough. Os franceses perderam mais de 38 mil homens, entre mortos, feridos e aprisionados.

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Embora o palco decisivo da Guerra da Sucessão Espanhola fosse a Europa, houve lutas consideráveis no

A Batalha de Malplaquet

Villars levou cerca de 90 mil homens para tomar posição em Malplaquet, onde construiu rapidamente uma linha de fortificações de campo. Marlborough deixou 20 mil homens para manter a pressão sobre Mons e conduziu 90 mil soldados seus e de Eugênio para enfrentar os franceses. Os dois exércitos se encontraram em 11 de setembro de 1709, e o plano refletiu o sucesso anterior. Eugênio devia atacar a direita francesa, enquanto

Novo Mundo, sobretudo no Caribe e na América do Norte. Nessas áreas, o conflito ficou conhecido como

Guerra da Rainha Ana (a monarca inglesa do período). A guerra na América do Norte foi travada pelos franceses e espanhóis contra os ingleses. Todos os três tinham colônias na região, e usaram seus próprios colonizadores e ameríndios em suas campanhas.

Entre 1702 e 1704, a luta se concentrou no sul da América do Norte. Em 1702, ameríndios e colonizadores ingleses das Carolinas atacaram a

atacaria a esquerda. Essas eram, porém,

cidade espanhola de Santo Agostinho. A cidade caiu, mas a guarnição espanhola recuou para um forte e repeliu os atacantes, que debandaram quando navios de guerra espanhóis chegaram em cena. Entre 1703 e 1704, ambos os lagos promoveram assaltos “repentinos contra assentamentos e missões isolados. “No norte, os franceses pilharam assentamentos “coloniais ingleses desde o Maine até Connecticut, e * em duas ocasiões moveram grandes operações

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VI, da Áustria. Os demais membros da Grande Aliança,

alguém que fazia renascer os temores do grande império Habsburgo de outrora. Com isso, a campanha na Espanha ruiu, por causa da desconfiança entre os aliados.

XVIII

negociar enquanto estivessem fortalecidos. Em abril de 1713, a guerra terminou com o Tratado de Utrecht, assinado por todas as nações beligerantes, exceto a Austria. A Grã-Bretanha reconheceu o direto do francês Filipe V ao trono da Espanha, enquanto a França garantiu que os tronos espanhol e francês permaneceriam separados. Os espanhóis foram obrigados a abrir mão de suas possessões nos Países Baixos e da maior parte delas na Itália, em favor da Austria.

rendeu-se a suas tropas em 29 de julho, após o que ele se dirigiu a Mons. Os franceses receavam tal perda, e Villars recebeu ordens de marchar contra Marlborough.

que haviam ido à guerra antes de qualquer coisa para evitar que um único monarca reinasse sobre duas grandes potências, não queriam decerto que tal monarca emergisse de suas próprias fileiras, especialmente em se tratando de

SÉCULO

removido do comando no final de 1711. Eugênio ficou com tropas insuficientes para promover uma ofensiva significativa ou mesmo preservar as conquistas já feitas. Os franceses sentiram essa fraqueza e se apressaram a

recolheu-se a acampamentos de inverno. Marlborough acreditava. então. ter duas opções: ou evitar batalha e despistar os franceses ou obrigá-los a deixar seus fortes. Ele supunha poder atrair os franceses, sitiando cidades importantes sob seu domínio. Tournai

simulações destinadas a fazer com que Villars usasse suas reservas, enfraquecendo com isso seu centro. Quando Marlborough desferiu o que esperava fosse um ataque decisivo, os franceses se vergaram, mas conseguiram reorganizar sua linha. Marlborough empenhou suas últimas reservas na batalha, e acabou obrigando os franceses a se retirar, embora estes o fizessem em boa ordem. Malplaquet foi um combate equilibrado, decidido pelo espírito de luta do soldado comum e pela determinação dos comandantes aliados de prosseguir no ataque — apesar de terem mais de 20 mil mortos e feridos —, enquanto os franceses haviam sofrido 14 mil baixas. Mons se rendeu em 26 de outubro. Em 1710, a Grande Aliança estava desmoronando. Ela havia proposto um príncipe austríaco como rei da Espanha em lugar do neto de Luís XIV. Esse príncipe, que se autodenominava Carlos II da Espanha, havia comandado um exército aproveitando-se da insatisfação dos catalães no norte da Espanha, e usara o poder naval mglês para promover uma campanha de sucesso em solo espanhol. Em 1710, as forças de Carlos tomaram Madn, mas ele foi derrotado no mesmo ano em Villa Viciosa e obrigado a abrir mão da capital. Todavia, em abril de 1711, o Habsburgo no poder, o imperador José, morreu em Viena, e Carlos III, da Espanha, tornou-se também Carlos

NO

A Grande Aliança também perdeu seu maior comandante. Marlborough. acusado de corrupção, foi

dezembro, a cidade fortificada rendeu-se a Eugênio. Com a chegada do inverno, Marlborough decidiu abandonar a lógica militar convencional. Ele resolveu expulsar os franceses — que provavelmente esperavam uma trégua no inverno — de algumas cidades importantes nos Países Baixos Espanhóis. Ghent e Bruges caíram em janeiro de 1709. Satisfeito. Marlborough decidiu aguardar até a primavera, e seu exército

Marlborough

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ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

À Guerra da Sucessão Austriaca Após o Tratado de Utrecht, a Europa manteve-se relativamente pacífica por 26 anos. A partir de 1740,

contudo, o “sistema de Estados” foi abalado por uma série de guerras provocadas pelas ambições de

Frederico Il, da Prússia. Embora as artes e a filosofia o interessassem, ele se sentia ainda mais atraído

pela guerra e pela política, e o exército versátil e bem treinado que herdara de seu pai lhe proporcionou

os meios de alcançar seus objetivos.

m outubro de 1745, o santo imperador romano e

governante

Habsburgo

da

Áustria,

Holanda apoiaram a Austria, embora não estivessem em condições de oferecer auxílio direto. A Baviera e a França aguardavam o apoio de Frederico, mas os prussianos haviam assinado uma trégua secreta com a Austria. Frederico salvaguardou a posse da Silésia, e a paz permitiu que os austríacos concentrassem suas forças contra os bávaros e os franceses. Maria Teresa acreditava ambiciosamente que seu exército poderia derrotar os dois outros, o que lhe permitiria, então, recuperar a Silésia de Frederico. Forças austríacas invadiram a Baviera em 27 de dezembro e capturaram Munique. Os exércitos bávaro e francês se mostraram ineficazes, e os prussianos intervieram para lidar com os austríacos. A difícil vitória de

Carlos VI.

morreu. Ele foi sucedido por sua filha Maria Teresa. cuja posição era ainda incerta, e Carlos Alberto, eleitor da Baviera, asseverou seu direito de tornar-se santo imperador romano. Frederico II invadiu, então. a província habsburguesa da Silésia, iniciando uma série de guerras que acabariam estabelecendo a Prússia

como uma grande potência européia. O sucesso do jovem príncipe na Silésia surpreendeu a Europa. A Prússia era um Estado alemão pequeno e relativamente atrasado, com uma população de apenas 2,5 milhões de homens. O segredo estava em seu exército — considerando-se sua população, as forças prussianas eram bastante numerosas: 80 mil homens,

Frederico em Chotusitz, em 17 de maio de 1742, obri-

gou Maria Teresa a assinar um tratado confirmando o direito de Frederico sobre a Silésia. Enquanto a guerra na Boêmia e no sul da Alemanha prosseguia, o foco mudou para o noroeste da Europa, onde o rei Jorge Il reunira uma força multinacional de 40 mil homens e avançou pelo Rio Reno. Os franceses destacaram uma força de 30 mil homens para detê-la. Os dois exércitos se defrontaram em Dettingen, em 27 de

comparados com os 100 mil da Áustria (de uma

população imperial de 20 milhões de habitantes). Que a Prússia fosse capaz de pôr em campo tal exército era algo que se explicava por uma sociedade militarista em que os oficiais provinham normalmente

dos Junkers, a classe os soldados rasos campesinato. Para recebiam privilégios

de proprietários de terra, enquanto eram convocados em meio ao servir como oficiais, os nobres especiais na sociedade prussiana. Se

junho de 1743. Jorge, embora valente, não era nenhum

gênio militar. Um ataque da cavalaria francesa quase eliminou a ala esquerda britânica. Jorge, cujo cavalo fugira, sacou da espada e comandou pessoalmente a infantaria em um ataque a pé. A manobra funcionou, e os franceses debandaram após um combate agressivo. Notavelmente, os dois países ainda não haviam declarado guerra.

a quantidade de homens fosse insuficiente, empregavamse tropas mercenárias de outros Estados germânicos. As

vitórias

de Frederico, o Grande,

foram

obras-

primas das táticas setecentistas; a versatilidade e destreza superiores de seu exército lhe permitiam desenvolver certos métodos de ataque, sobretudo em ordem oblíqua,



em que seu exército concentrava esforços contra um

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flanco do inimigo evitando contato com o outro.

A conquista prussiana da Silésia granjeou para Frederico o perpétuo ódio de Maria Teresa, que passou o

resto da vida tentando recuperá-la. Durante o inverno de 1740-41, um exército austríaco chegou à Silésia vindo das montanhas dos Sudetos. Frederico reuniu suas tropas dispersas e confrontou os austríacos em Mollwitz, no sul

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A França e a Grã-Bretanha declararam guerra oficialmente em abril de 1744. Três exércitos franceses se tormaram: um deles se preparou para invadir a Holanda: outro. comandado posteriormente pelo marechal Maurice de Saxe. foi disposto ao longo da parte média do Reno para enfrentar os austríacos: o terceiro recebeu ordens de apoiar os ataques espanhóis contra o norte da Itália, sob domínio austríaco. Os austríacos atacaram primeiro, contudo, avançando através do Reno. Os prussianos estavam alarmados com os sucessos austríacos, e, em agosto de 1744, aliaram-se aos fran-

canhões a curta distância acabou detendo a imensa coluna, enquanto ataques da cavalaria obrigaram os sobreviventes a recuar, embora de modo ordenado. Cumberland debandou, e os franceses ficaram de posse do campo de batalha. Ambos os lados sofreram cerca de 7.500 baixas. Tirando vantagem da vitória, os franceses puderam conquistar Flandres em setembro. A Rebelião Jacobita de 1745 distraiu momentaneamente os britânicos, mas só teve uma influência limitada no conflito principal entre Prússia e Áustria. Frederico permitiu que os austríacos avançassem contra Breslau, após o que promoveu uma rápida marcha noturna, estando pronto para o combate na madrugada de 4 de junho. A desigual Batalha de Hohenfriedberg se encerrou anda pela manhã. Tomados de surpresa, os austríacos sofreram 16 mil baixas; Frederico não chegou a ter mil. Frederico avançou em seguida contra a Boêmia, mas os austríacos não estavam dispostos ao combate após o malogro de Hohenfriedberg. Frederico, vendo seu exército minguar sob o peso de doenças, recuou para a

ceses contra a Áustria. Frederico invadiu a Boêmia e

capturou Praga. Avançou em seguida para ameaçar Viena. Os austríacos prontificaram-se a bloquear o avanço prussiano. Reconhecendo que estava isolado e à mercê da força conjunta dos exércitos austríacos, Frederico recuou para a Silésia. Animados, os austríacos mvadiram a Baviera, e até março haviam dominado a maior parte da região. : Em janeiro de 1745, a Austria, a Grã-Bretanha, a

Holanda e a Saxônia formaram uma aliança para opor-se a França, à Baviera e à Prússia. Em 22 de abril, a Prússia perdeu um aliado importante, quando a Austria e a Baviera assinaram um tratado de paz. Essa última renunciou a suas pretensões ao trono austríaco, enquanto

Silésia. Em

mas Frederico não se deixou impressionar e os expulsou para a Boêmia após confrontos em Katholisch, Hennersdorf e Górlitz. Em 1746, o desejo de Maria Teresa de seguir adiante com a guerra foi abalado por vitórias prussianas (e pela remoção das forças britânicas do noroeste da Europa), e ela concordou com um tratado de paz. Uma vez mais, foi obrigada a reconhecer a soberania da Prússia sobre a Silésia. À guerra arrastou-se até 1748, quando foi assinado o Tratado de Aix-la-Chapelle, em 18 de outubro. A maioria dos territórios conquistados foi devolvida aos proprietários originais, embora a Prússia mantivesse a

a Áustria restituiu as terras bávaras que capturara. Em maio, os franceses renovaram a guerra no noroeste

da Europa. O marechal de Saxe esperava atrair o inimigo

para uma batalha aberta, sitiando Tournai, em Flandres. Õ

plano funcionou, e em Fontenoy, em 10 de maio, os rivais se encontraram: uma força francesa de 52 mil homens e um exército multinacional de 50 mil homens liderado pelo

duque de Cumberland, da Grã-Bretanha.

|

Silésia. O direito de Maria Teresa de governar a Áustria

Saxe posicionou seus homens atrás de trincheiras e

fortificações

protegidas

outubro, os austríacos invadiram a Prússia,

pela artilharia. Cumberland

foi reconhecido. A situação de antes da manteve — com uma diferença importante: estava à frente de um Estado prussiano mais do que nunca. E esse era um poder que contra seus rivais nos anos seguintes.

enviou uma maciça coluna de 15 mil homens contra o centro francês e, apesar da saraivada de tiros, atravessou a primeira linha francesa. Saxe, contudo, organizou uma segunda linha de defesa, e o fogo de mosquetes e

109

guerra se Frederico poderoso ele usaria

À Guerra dos Sete Anos O Tratado de Aix-la-Chapelle foi meramente uma trégua, já que a determinação de Maria Teresa de recuperar a Silésia não diminuíra — e, em 1756, uma “Revolução Diplomática” virou a balança contro

a Prússia. A Grã-Bretanha, governada pela dinastia hanoveriana, havia reconhecido a posse prussiana da Silésia em troca de garantias sobre Hanôver. Isso obrigou a França a se alinhar com os Habsburgos,

os maiores rivais do trono francês nos 250 anos anteriores. o

om a entrada da Rússia e de Estados menores. como

a Saxônia, na aliança franco-austríaca, passou a haver um formidável peso numérico contra a Prússia. Como o supremo estrategista que era, Frederico sabia que, embora as forças que enfrentava fossem numericamente muito poderosas, elas teriam dificuldades em se combinar. Ele acreditava ser capaz de vencer cada uma individualmente, em razão do que tomou a iniciativa e atacou primeiro. A Saxônia foi o alvo. Em 29 de agosto de 1756, Frederico a invadiu à frente de 70 mil homens, adentrando Dresden em 10 de setembro, antes de marchar contra uma força austríaca que viera ao auxílio saxão. Os dois exércitos se defrontaram em Lobositz, em 1º de outubro. Os austríacos foram derrotados, e o exército da Saxônia foi incorporado às forças armadas prussianas. Frederico avançou em seguida contra a Austria, invadindo a Boêmia em abril de 1757. Ele comandou 65 mil homens contra o exército austríaco perto de Praga, em 6 de maio. Os austríacos, vencidos, recuaram para Praga e foram prontamente sitiados. Frederico utilizou metade do exército para impedir a aproximação de uma força de resgate. Ele combateu a força austríaca, de 60 mil homens, em Kolin, no dia 18 de junho, mas levou a pior. Sofreu 13.500 baixas. abandonou o sítio de Praga e retirou-se da Boêmia. A essa altura, ele tinha de se haver com ameaças de todos os lados. Um exército francês de 100 mil homens invadiu o Estado de Hanôver, enquanto um exército

conjunto franco-austríaco atravessou a zona central do Reno. Um terceiro exército, de 100 mil homens, avançava da Boêmia para o sul da Prússia. Cerca de 100 mil russos estavam atacando pelo leste da Prússia, e um

exército sueco de 16 mil homens rumava para o sul através do Báltico. Em 26 de julho, os aliados britânicos de Frederico foram batidos em Hastenbeck, Hanôver, pelos

franceses,

enquanto

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derrotaram uma

força prussiana em Gross-Jágersdorf, em 30 de julho. Forças austríacas também atacaram Berlim em outubro. A situação de Frederico era calamitosa, mas ele que seus manteve a cabeça fria. Foi auxiliado pelo fato de

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imensa

coluna, de cerca de 40 mil homens, pela

retaguarda do franco esquerdo de Frederico. Este reagiu imediatamente: moveu seu exército inteiro, de apenas 21 mil homens, para o sul, e realizou um giro de 90 graus. Quando o inimigo, mais lento, pôde desferir o ataque lateral, Frederico encontrou-o frente a frente. A artilharia prussiana dizimou a coluna inimiga. A isso se seguiu uma investida da cavalaria da Prússia. Frederico liquidou O Inimigo com um ataque de sua disciplinada infantaria. Menos de 90 mimutos após o Início, a batalha estava acabada: com a perda de menos de 600 homens, os prusstanos infligiram baixas de 10 mil homens aos franceses e austríacos. Frederico não descansou após o sucesso de Rossbach — gua principal preocupação era a Silésia, então parte do

sul da Prússia. Uma grande força austríaca já havia derrotado os prussianos em 22 de novembro em Breslau. Frederico empenhou-se em uma dura marcha com seus homens, cobrindo 270 quilômetros em apenas 12 dias para encontrar-se com os sobreviventes de Breslau. Ele possuía 30 mil homens para enfrentar os 65 mil austríacos.

A

GUERRA

NO

SÉCULO

XVIII

E

À esquerda: À Guerra dos Sete Anos se desenrolou em grande parte da Europa central. Embora os prussianos estivessem em inferioridade numérica frente a uma coalizão de países, Frederico mobilizou seu disciplinado exército para derrotar seus inimigos antes de estes poderem se agrupar.

sianas menores

na Saxônia. Seu exér-

cito cobriu mais de 30 quilômetros

os dia. Os prussianos alcançaram austríacos em Hochkirch, no dia 14 de outubro. Frederico chegou às raias do desastre: 80 mil austríacos cercaram seus 30 mil prussianos durante a noite,

(7 Minden 1759 / X Hanôve ;

)

o

Ex Hastenbeck NV

por

1757

e um ataque matutino quase aniquilou

seu exército. Frederico conseguiu retomar a Freiberg 1762,-7 759 Breslau”, iniciativa sobre os austríacos no final do Lobesitz fre x 147 ano, mas sofreu perdas imensas. Embora seu exército ainda fosse o melhor a, nando da Europ ele vinha decli lenta, BAVIERA * BOÊMIA X Olma tz 1758 A É mas seguramente, em qualidade e quana | Area aproximada da Prússia e seus domínios — tidade. Quando a primavera de 1759 la | rc dE Je | Fronteira do Santo Império Romano No ÁUSTRIA à chegasse, ele teria uma vez mais de lutar BR x Batalha B ente para proteger a Prússia. duram af | | 290mi A campanha de 1759 começou com E 0 300 km uma ofensiva anglo-prussiana contra os franceses nas cercanias de Frankfurtam-Main. A Batalha de Minden, travada Em 6 de dezembro, as duas forças se encontraram em 1º de agosto, devia ter sido uma esmagadora vitória em Leuthen. O exército austríaco foi disposto ao longo dos 45 mil soldados anglo-prussianos sobre a força de uma faixa de 8 quilômetros, com cavalaria em ambos superior de 60 mil franceses. Um avanço da infantaria os flancos e o grosso de suas reservas à esquerda. Um britânico-prussiana desbaratou o centro da linha franpântano protegeu-lhes a ala direita. Frederico ludibriou cesa, mas a cavalaria britânica, ou antes seu comandante, Lorde Sackville, deixou de desferir o ataque decisivo. Os totalmente os austríacos, desferindo um ataque simufranceses, à beira do desastre, conseguiram escapar, emlado contra sua ala direita e, em seguida, enviando o bora sofrendo na casa de 10 mil baixas e abandonando grosso de seu exército para sobrepujar seu flanco mais de 100 canhões no campo. O comandante aliado, o esquerdo. Leuthen foi um exemplo brilhante da ordem duque Ferdinand de Brunswick, perseguiu os franceses, de ataque oblíqua de Frederico: os austríacos perderam mas suas tropas foram revocadas por Frederico. 7 mil soldados entre mortos e feridos, enquanto 12 mil A Prússia voltou a enfrentar sérios problemas no homens e 100 canhões foram capturados. leste. Em 23 de julho, forças russas haviam derrotado Os prussianos aproveitaram sua vantagem avanum pequeno exército prussiano e tinham se unido aos cando contra o território austríaco, em maio de 1758. austríacos. Esses dois exércitos, totalizando cerca de 80 Frederico, porém, foi obrigado a voltar-se para enfrenmil homens, estavam prestes a penetrar a região leste da tar os russos, que ameaçavam o leste da Prússia. Em Prússia. Frederico levou seus 50 mil homens através do meados de agosto, uma marcha árdua havia trazido os

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prussianos às proximidades de Kustrin, que se encontrava sitiada por 45 mil soldados russos. Frederico empreendeu o perigoso cruzamento do Rio Oder à noite, e chegou às costas dos russos.

Aos russos não restava opção senão lutar.A Batalha de Zorndorf, no dia 25, viu 45 mil russos a postos contra os 36 mil homens de Frederico. Este tentou derrotar o flanco direito russo e, em seguida, o esquerdo, mas os russos se mostraram obstinados na defesa. Foram

somente os ataques da cavalaria de Frederico, sob o comando do general Friedrich Wilhelm von Seydlitz, que decidiram o dia, obrigando os russos a debandar.

Cerca de 19 mil russos pereceram, enquanto Frederico perdeu aproximadamente 12 mil soldados. Uma das mais sangrentas batalhas da guerra, Zorndorf deteve o | avanço russo contra o leste da Prússia. Em seguida, Frederico precisou avançar contra um

grande

exército austríaco que ameaçava

forças prus-

Rio Oder, próximo a Kunersdorf, e planejou, em 12 de agosto, um ousado ataque em duas frontes.

A batalha foi um dois ataques foram Frederico continuou vando com isso uma finalmente percebeu

desastre para os prussianos. Seus repelidos com baixas acentuadas. a investir com pertinácia, agrasituação já desesperada. Quando que não poderia derrotar o exér-

cito austro-russo, cerca de 19 mil dentre seus melhores

soldados haviam sido aniquilados. Frederico se desesperou: havia perdido a nata de seu exército; pensou mesmo em abdicar do trono. Ele teve sorte em não ser perseguido pelas forças austro-russas, que estavam igualmente abaladas pelo combate, tendo sofrido mais de 15 mil baixas. De qualquer modo, ele se

recobrou de seu desalento e recuperou em parte seu

antigo vigor. No final do verão de 1758 e início do inver-

no de 1759, Frederico recriou seu principal exército, atraindo novos recrutas e absorvendo unidades dos 111

À direita: A Batalha

de Leuthen, em 1757,

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foi q maior vitória de Frederico.

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para deter o ataque Ed

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apressadamente soldados da ala direita para q esquerda, mas eles se atravancaram indefesos.

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exércitos dos demais comandantes. Ele também foi afortunado — como ocorreu com fregiiência em sua carreira — quando os russos tiveram de abandonar suas

posições no leste da Prússia por causa da escassez de

víveres. Com os russos fora do caminho e um novo exército às suas costas. Frederico voltou a atacar os austríacos.

Seu alvo era o exército do marechal Leopold von Daun, que capturara Dresden em setembro. Frederico não comandou pessoalmente o ataque. Enviou um de seus generais, Friedrich von Finck, mas suas forças eram demasiado pequenas para a missão. Na Batalha de Maxen, travada em 21 de novembro de 1759, os prussianos foram duramente surrados. Foi sorte de Frederico a batalha ter ocorrido no fim da estação; com o inverno se aproximando, ambos os lados interromperam suas operações.

VW

Na primavera de 1760, um exército austríaco de 100 mil homens, sob o comando de von Daun, estava na

Saxônia; um outro exército de 50 mil, sob o general

Gideon von Loudon, estava na Silésia; e forças russas e suecas estavam prestes a assolar a Pomerânia. O plano baseou-se acertadamente nas informações de que Frederico não tinha condições de lidar com todas essas forças de uma só vez. Caso ele se concentrasse em uma delas, as demais estariam livres para marchar contra Berlim. Frederico enfrentou von Daun com cerca de 40 mil homens sob seu comando. Havia aproximadamente 35 mil soldados prussianos protegendo a Silésia e outros 15 mil no norte, para proteger a Pomerânia. O duque de Brunswick tinha 70 mil homens, mas enfrentava mais de 120 mil franceses a oeste. Brunswick conseguiu repelir os franceses pelo Reno, mas uma derrota em KlosterKamp, em 16 de outubro, pôs

fim

a sua

ofensiva.

Frederico,

enquanto isso, lutava no leste, e, entre junho e julho, correu de

uma ameaça a outra. Frederico estava desesperado por melhorar sua posição estratégica. Escolhendo o ataque como melhor

forma

de

defesa,

ele

investiu pela Silésia. Avançando velozmente com seu exército, ele conseguiu confrontar os austríacos em Liegnitz, em 15 de agosto.

Os austríacos puderam congregar 60 mil homens, e aguardavam a

À esquerda: Prussianos no ataque. O exército prussiano baseava-se na premissa, comum na maiorio dos exércitos da época, de que o soldado raso podia receber treinamento, mas não confiança.

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A chegada de 30 mil russos. Frederic O descobriu que eles estavam divididos em metades de siguais, e resolveu atacar a mais fraca. À noite. ele ma rc hou contra os 24 mil austríacos comandados por Loudon, que, embora se dando conta de que fora surpi ecendi do, decidiu atacar os prussi

io duramente ss força ED di Frederic cas anos.

sos, enviando ao comandante russo um a mensagem torjada segundo a qual o exército austríaco fora inteiramente derrotado em Liegnitz. A arma ção funcionou, € Os russos debandaram. Frederico planejava acometer os austríacos de Daun,

mas descobriu que Berlim. capital da Prú ssia, fora capturada em 9 de outubro e parcialmente destru ída. [le correu para o norte e obrigou a força austro-russa a retirar-se, mas isso permitiu aos austríacos conc entrar suas forças em Torgau, que Frederico decidiu atacar em 3 de novembro. Os dois lados tinham aproximadamente o mesmo porte, com cerca de 50 mil homens. Frederico concebeu um ataque ambicioso. Ele levaria metade de seu exército em torno da ala direita da posição austríaca c atacaria por trás. A outra metade teria de desferir um ataque frontal, enquanto ele acometia a retaguarda. O início do ataque frontal prussiano foi percebido pelos soldados austríacos, e houve troca de tiros. Frederico imaginou erroneamente que o ataque

ataque,

mas

o confronto

foi

inconclusivo.

e ele

hostilidades

XVIII

SÉCULO

NO

recomeçaram

em

1761.

E

Frederico

conseguiu reunir cerca de 100 mil homens, mas enfrentava 300 mil austríacos e russos na Silésia. Lutando na defensiva, ele conseguiu resistir a eles, e a campanha foi abandonada com a chegada do inverno. Frederico,

contudo, perdeu parcialmente o apoio de seus aliados

britânicos; um novo rei, Jorge III, chamou à Inglaterra a

rec uaram, sabendo que a l Da avano n çan vae em suaOdir eção. Frederico lançou mão de um ardil para ludibriar os rus

principal tivera início. Ele decidiu se pôr também

As

GUERRA

ao

foi

repelido.A investida frontal prussiana finalmente afetou

os austríacos, e Frederico renovou seus esforços. Os austríacos se dispersaram e foram obrigados a retirar-se.

mas Frederico perdeu 17 mil homens entre mortos, feridos e aprisionados. Os exaustos prussianos não puderam dar seguimento a sua vitória, já que ambos os lados recolheram-se a acampamentos hibernais.

maior parte de seu exército e reduziu os subsídios para a Prússia. Em 1762, a governante russa, a imperatriz Elisabete,

morreu e foi sucedida por Pedro III, que, sendo um

admirador de Frederico, concordou, em 15 de maio, com um tratado de paz. A Suécia também se retirou da guerra, deixando Frederico livre para concentrar-se na Austria e na França. O exército anglo-prussiano do dugue de Brunswick venceu os franceses em Wilhelmstal, em 24 de junho. Frederico espelhou esse sucesso derrotando os austríacos em Burkersdorf, em 21 de julho. Em Freiberg, em 29 de outubro, os austríacos voltaram a perder. Essas vitórias não podiam ocultar o fato de que todas as nações em guerra estavam exauridas. Um

armistício

foi

decretado,

e

o

Tratado

de

Huber-

tusburgo foi assinado em 16 de fevereiro de 1763, por cujos termos a Áustria reconhecia a soberania prussiana sobre a Silésia. A despeito das mortes e destruição sofridas pela Prússia, Frederico convertera seu Estado em uma potência dominante na Europa central, e um dos principais participantes nas questões européias. Até as guerras revolucionárias da França, na década de 1790, a Europa continental manteria sobretudo a paz. Durante o período 1740-63, o exército da Prússia demonstrou-se o melhor da Europa, e outras nações passaram a adotar o modelo prussiano. No final do

reinado

de Frederico, a maioria

dos exércitos

estava

emulando o treinamento constante no qual ele tanto Insistira. À esquerda: A Batalha de Minden, travada em

1º de agosto de 1759, foi um triunfo para a infantaria britânica, mas o exército angloprussiano privou-se de

na

LEGENDA

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| Infantaria aliada

Os franceses avançam para atacar os aliados.

(2) Parte das forças aliadas avança para enfrentar os franceses, em um ataque simulado. (9) Õ principal exército aliado avança contra os

franceses.

(4) A infantaria britânica ataca a cavalaria

reunida no centro da linha francesa, e a

desbarato.

(5)A cavalaria aliada não aproveita a ruptura,

permitindo que os franceses recuem em ordem. |

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uma vitória esmagadora em decorrência da recusa da cavalaria britânica em atacar. Embora tenham sido derrotados, os franceses

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À Guerra Naval A dimensão e a destreza da Real Marinha Britânica foram a espinha dorsal da expansão imperial da Grã-Bretanha por todo o mundo. Mesmo agindo em conjunto, seus inimigos tinham dificuldade em

representar uma ameaça sustentada para sua proficiência nos mares. Os navios e a tecnologia marítima

eram em grande parte similares, mas, no momento do combate, os fatores cruciais eram a qualidade e a audácia dos comandantes e as capacitações dos marinheiros. fue naval assumiu grande importância nos conflitos europeus do século XVIII, em parte por causa da relevância de campanhas fora da massa continental. No transcorrer do século, a Real Marinha

Britânica afirmou constantemente sua superioridade sobre as forças navais de todos os demais países (sendo

seus rivais mais importantes as marinhas espanhola e

francesa), e deitou as bases para a expansão do Império Britânico na primeira metade do século XIX. Durante grande parte do século XVIII, as marinhas seguiam planos de batalha padronizados, baseados na formação de linha de frente, com um navio seguindo diretamente atrás do outro. Uma frota em batalha tentava pôr-se a barlavento. o que lhe permitia retirar-se ou acometer o inimigo a seu critério. Uma vez que a batalha tivesse início, as duas linhas opostas se acercavam mutuamente, até que, a curta distância, elas tentavam derrotar a rival com bombardeios. O navio que conseguisse tolerar por mais tempo a troca de tiros era o vencedor. Na Real Marinha, essas táticas foram estritamente formalizadas nas chamadas “Ordens de Batalha”, que definiam como os confrontos navais deviam ter lugar. Os navios de todas as marinhas eram bastante parecidos. Eram de velas quadrangulares em três mastros, e levavam um número variável de canhões em vários conveses. Quanto maior o navio, maior o número

de conveses e canhões. Os maiores tinham um peso máximo de 2.500 toneladas, uma tripulação de aproximadamente mil homens e 100 canhões em três cona como conhecidos veses. Eram “primeira classe”, a maior das seis classificações de navios de guerra. Os navios da primeira e das ligeiramente menores segunda e terceira classes eram denominados “navios da linha”, no sentido de que eram poderosos O

bastante para assumir posição na linha | principal de batalha. Durante o século XVIII, descobriu-

se que

o navio

de terceira classe com

dois conveses e 74 canhões era o mais

eficiente de todos, sendo capaz de se

garantir em

batalha, mas

muito

mais

À direita: Um dos dois únicos navios perdidos durante a vitória sobre os franceses na Batalha da Baía de Quiberon, em 1759, socobra em um recife. A batalha demonstrou o audácia dos almirantes da Real Marinha.

versátil e manobrável do que os morosos navios de segunda e primeira classes. Os franceses foram os primeiros a adotar os navios de terceira classe e as fragatas — essas últimas, vasos leves e ligeiros com 20 a 40 canhões em um único convés. O projeto geral dos navios não mudou grande coisa ao longo do século, embora duas inovações tenham melhorado em muito sua manobrabilidade. A primeira foi o advento de fundos de cobre para a seção subaquática do casco. O casco de carvalho era frequentemente carcomido por um verme naval (o teredo), e o folheamento a cobre oferecia uma solução ideal para um problema custoso. A segunda inovação foi a substituição da cana usada para manobrar o leme do navio por uma série de cabos e polias que ligavam o leme a uma roda. Esse novo sistema tornava a pilotagem menos fatigante e o barco mais manobrável. As duas mais poderosas marinhas da época eram a britânica e a francesa. A Real Marinha da GrãBretanha tinha o maior número de navios e, em geral, possuía os melhores marinheiros. Os franceses tinham as melhores embarcações, embora não as pilotassem tão bem, e os britânicos tendiam a ser mais agressivos em ação. Por exemplo, na Batalha da Baía de Quiberon, travada em 1759 ao largo da costa oeste da França, os franceses acreditavam que o almirante britânico, Hawke, não arriscaria levar suas naus a águas repletas de recifes, em mar revolto, para atacá-los. Mas Hawke fez exatamente isso, e afundou sete navios de guerra franceses como resultado de sua atitude ousada.

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À esquerda: O almirante britânico Sir John Byng é executado após q condenação por

“negligência do dever na batalha”, quando de seu fracasso em salvar a ilha de Minorca dos franceses. Sua morte também ilustrou a obsessão da Real Marinha na época por manter formações de linha de frente nas batalhas.

Os franceses tiveram, contudo, um oficial naval de destaque no século XVIII. O almirante Pierre André de Suffren (1729-88) lutou na Guerra da Sucessão Austríaca, na Guerra dos Sete Anos e na Guerra Revolucionária Americana. Era um comandante audaz. com uma boa mente tática e estratégica, o que lhe permitia despistar e derrotar oponentes com fregiência mais numerosos. ÃO passo que os capitães franceses normalmente deviam zelar por seus recursos relativamente escassos. os capitães da Real Marinha deviam acometer o inimigo em todas as oportunidades; a falta de agressão podia ser severamente punida. O destino do almirante Sir John Byng (1704-57) oferece um bom exemplo da atitude drástica da Real Marinha com relação a comandantes que ela supunha carecerem do espírito de luta. Byng estava tentando levantar o cerco francês de Port Mahon, capital da ilha mediterrânea de Minorca. Ele enfrentou uma frota francesa de força equiparável à sua em 20 de maio de 1756, mas teve dificuldades em dispor seus navios na requerida formação de linha de frente. Os franceses tiraram vantagem disso e danificaram severamente vários dos navios de Byng antes de ele escapar da refrega. Byng acreditava não ter mais

esperanças de libertar a guarnição sitiada de Port Mahon e regressou à base britânica de Gibraltar, no sul da Espanha. O infeliz foi julgado pela corte marcial, condenado e executado. Durante a segunda metade do século XVIII, um grupo de jovens oficiais da marinha britânica passou a dispensar cada vez mais as “Ordens de Combate”, preferindo uma atitude mais aberta e flexível em suas táticas navais. Eles constataram que o velho sistema de linha de frente deixava muito a desejar na busca de vitórias decisivas. Afirmaram que uma frota britânica dividida em esquadrões dispersos se sairia melhor se acometesse o inimigo em ângulos retos para, então, romper e desordenar a linha de batalha inimiga. Os navios britânicos, em seguida, manobrariam em pequenos grupos, concentrando seu poder de fogo contra um ou dois vasos inimigos por vez. Essas táticas exigiam grande

perícia na artilharia e na pilotagem, e requeriam que o comandante do navio principal tivesse firmeza de nervos. A primeira vez que tais táticas foram usadas em combate foi na Batalha dos Santos, travada em 12 de abril de 1782, nas Indias Ocidentais, durante a Revolução Americana, por cuja ocasião uma frota britânica sob o comando do almirante George Rodney derrotou uma frota francesa. A linha francesa foi rompida em dois pontos e, embora Rodney não aproveitasse sua vantagem com o necessário vigor, a batalha

demonstrou

a eficácia

das

novas

táticas,

aprimoradas durante a luta vindoura revolucionária e napoleônica. -

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Em setembro de 1782, os defensores britânicos de

Gibraltar, durante três anos sitiados pelas forças francesas e espanholas, constataram que suas balas de canhão tinham pouco ou nenhum efeito sobre o maciço madeiramento das naves inimigas. Uma solução para esse problema foi usar balas incandescentes para incendiar os navios. As balas aquecidas eram postas no cano dos

canhões com tenazes e, então, disparadas; a

pólvora no cano não explodia, pois buchas secas eram posicionadas entre ela e o projétil incandescente. Em 12 de setembro, mais de 8 mil balas de

canhão especiais foram disparadas. No dia seguinte, todos os navios inimigos haviam

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- explodido ou se consumido em chamas até a linha

“da água ,go havia passado, e a guarnição O peri itânica, embora extenuada e quase es - sobreviveu até a cheg ada d e p r o v i s é REAR O po oieES AB AN UÃS Cs compd ae UR SD rae

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Guerras

A guerra naval tornara-se importante durante o século XVIIl em função da colonização européia do mundo. As rivalidades em alto-mar, contudo, eram meramente uma dimensão extra dos terríveis prélios

que tinham lugar em terra por toda a América e o Caribe. Espanha e Portugal haviam colonizado a América do Sul já no século XVI, enquanto áreas mais ao norte concentravam os interesses de todas as

grandes potências européias.

o Caribe e na América do Norte, a Espanha, a França e a Grã-Bretanha tinham importantes colônias, enguanto na India havia estabelecimentos comerciais dirigidos pela Holanda, por Portugal, pela França e pela Grã-Bretanha, sendo os dois últimos países os mais Importantes. A Espanha e a Holanda estiveram entre os principais combatentes nas lutas coloniais do século X VII, mas, no século XVIII. ambas passaram a ter menos poder do que a Grã-Bretanha e a França — e O século foi marcado pelo confronto constante entre essas duas potências, particularmente na América do Norte, no Caribe e na India. Em todas as três regiões, a GrãBretanha encerrou o século em uma posição dominante. em parte graças ao poder da Real Marinha. A recompensa por tal sucesso era a riqueza decorrente da dominação do lucrativo comércio de itens valiosos, desde tabaco, peles e algodão até tecidos, chá ou até mesmo escravos. Assim, na Europa, a Guerra da Sucessão Espanhola

(1702-13) foi acompanhada na América do Norte pela chamada “Guerra da Rainha Ana”, durante a qual as tentativas britânicas de tomar a parte francesa do Canadá foram repelidas. O período 1740-63 testemunhou a retomada dos conflitos na América do Norte (usualmente chamados de Guerras Franco-Indianas),

bem como no Caribe e na India (com efeito, a GrãBretanha entrou em guerra com a Espanha em 17/39, um ano antes do início da Guerra da Sucessão Austríaca, por razão de disputas comerciais — em um conflito conhe-

cido entre os britânicos como “Guerra

da Orelha de

Jenkins”). As guerras na Índia persistiram ao longo do século, enquanto a Grã-Bretanha consolidava sua posição: e os franceses intervieram na Guerra Revolucionária Americana (1776-83) contra os britânicos. As

pugnas

não

ocorriam

somente

entre

nações

que

houve

européias: governantes de tribos indígenas desempenharam um papel importante nessas guerras junta-

mente

com

os

poderes

coloniais,

sendo

também conflitos entre colonizadores e os povos nativos.

Na América do Norte, por exemplo, muitos colonizadores

britânicos viam os ameríndios como meros obstáculos a serem varridos do caminho. Conforme as colônias na costa leste cresciam, os colonizadores rumavam para o oeste, ansiosos por explorar e desenvolver novos territórios. Mas os ameríndios, como é compreensível, resistiram à perda de suas terras. O século XVII testemunhou muitas guerras em pequena escala entre os ameríndios e as grandes potências européias, com suas respectivas comunidades de colonizadores. No papel, pelo menos, os ameríndios

tinham muitas vantagens — no geral, possuíam a superioridade numérica e eram lutadores habilidosos, com um profundo conhecimento de suas terras. Os colonizadores viviam em propriedades rurais ou assentamentos pequenos e dispersos, e as grandes potências européias, com frequência, não se dispunham a enviar mais do que forças regulares simbólicas para

proteger suas colônias distantes na América do Norte.

A maior parte do tempo, as colônias tinham de cuidar de sua própria defesa. Elas contavam com milícias formadas pelos homens aptos em idade militar, embora estes

fossem

civis

armados,

e

não

soldados treinados. A maioria lutava para proteger sua própria fazenda ou a de seus vizinhos, mas não se dispunha a viajar grandes distâncias nem lutar longamente contra os índios, especialmente quando tinham de voltar para casa para fazer a colheita. Os governos em relutavam também coloniais acorrer ao auxílio de colônias vizinhas. À esquerda: Os guerreiros de Pontiac vigiam o Forte Detroit durante o levante contra os britânicos. O chefe foi obrigado a

levantar o sítio após a derrota em Bushy Run.

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GUERRA

NO

SÉCULO

XVIIIE

esse não era o caso dos colonos, que reagiam a uma der-

rota convocando reforços para prosseguir na ofensiva contra o inimigo. Uma das ameaças mais importantes ao controle britânico na América do Norte ocorreu em fins da Guerra dos Sete Anos (1756-63), em uma campanha promovida por Pontiac, chefe do povo Ottawa e simpatizante dos franceses. Após a partida de muitos colonizadores tran-

Em junho de 1675, o líder dos Wampanoags, Filipe

[seu nome tribal era Metacomet), desferiu uma série

de ataques contra assentamentos coloniais europeus no sul da Nova Inglaterra. Filipe se opunha ao constante movimento de colonizadores europeus em

suas terras tribais, e à conversão de muitos dos

ceses do Canadá no final da guerra, as autoridades britá-

membros de sua tribo à fé cristã. Doze assentamentos ingleses em Massachusetts foram destruídos antes que a Confederação da Nova Inglaterra declarasse guerra aos ameríndios. Filipe, contudo, foi traído e sofreu uma dura

nicas permitiram que novos colonos adentrassem territórios até então de ocupação francesa. No processo, esses colonos tomaram terras dos ameríndios, e os britânicos pouco fizeram para detê-los. Pontiac ficou indignado com isso, e, em 1762, conseguiu reunir muitas das tribos ameríndias contra os britânicos. O recrutamento em outras tribos proporcionou-lhe cerca de 900 guerreiros para lidar com os colonizadores britânicos e norte-americanos. Quando a luta começou efetivamente, no ano seguinte, Pontiac decidiu atacar tantos fortes britânicos quanto fosse possível. Ele constatou que as forças britânicas na América do Norte estavam muito dispersas; se atacasse em diversos pontos, as apartadas guarnições britânicas não conseguiriam se unir contra ele. Em 7 de maio de 1763, Pontiac comandou um ataque surpresa contra Detroit, um forte mantido pelos britânicos. Seus planos, na verdade, eram conhecidos pelos britânicos. que repeliram o ataque. Em vez de recuar, porém, Pontiac decidiu sitiar o forte. Quando os defensores do Detroit assomaram pelos portões para atacar os sitiantes, no final de julho, eles foram derrotados na Batalha de Bloody Ridge e obrigados a recuar novamente para a segurança do forte. Na primeira semana de agosto, uma coluna de resgate britânica, comandada pelo coronel Henry Bouquet, foi emboscada pelos homens de Pontiac. Bouquet, contudo, dispôs suas carroças de suprimentos em um círculo para proteger seus homens. Os ameríndios prosseguiram em seu ataque e foram derrotados pelo poder de fogo superior dos soldados britânicos. Essa luta, a Batalha de Bushy Run, foi decisiva. Bouquet conseguiu salvar o Forte Pitt (também sob sítio), deixando Pontiac sem escolha, exceto suspender o sítio de Detroit. A aliança ameríndia se esfacelou após Bushy Run. Embora Pontiac e um punhado de seus seguidores mais fiéis tentassem forjar uma nova

derrota na Luta do Grande Pântano, em Rhode

Island. Ele foi morto em Mount Hope, em agosto de 1676, depois que seu esconderijo foi revelado aos colonos por um de seus seguidores. Após a morte de Filipe, sua cabeça foi cortada pelos colonos e exibida em um mastro em Plymouth — um aviso para quaisquer ameríndios que pensassem em se rebelar contra as colônias. À guerra se encerrou no sul da Nova Inglaterra em 1676, mas arrastou-se no norte até 1678. Os

colonizadores perderam 500 homens entre mortos e capturados, e 12 a 20 assentamentos coloniais foram abandonados ou destruídos. Os colonizadores, à primeira vista, pareciam mal preparados para arranjar-se com os ameríndios, mas tinham a vantagem da tecnologia superior, que incluía armas de fogo e artilharia, além da organização militar superior. E os ameríndios distavam de estar unidos em

sua lida com os colonizadores. Muitas vezes, as tribos se

aliavam com os colonos, caso estes combatessem algum de seus tradicionais inimigos nativos. Os ameríndios achavam muitas vezes difícil formar uma fronte unida contra os colonizadores. Quando uma batalha ou escaramuça era vencida. eles não chegavam a tirar vantagem: nas guerras nativas, uma única vitória normalmente decidia o resultado de toda a guerra, mas

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e, em 17/66, com um tratado de paz permanente. Em 1769, Pontiac acabou

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aliança antibritânica, esta não se materializou, e, assim, em 1765, Pontiac foi obrigado a concordar com uma trégua

À esquerda: Os principais confrontos da Guerra do Rei

Filipe, na década de 1670, e do levante de Pontiac, na década

de 1760. A derrota dos ameríndios, em ambos os conflitos,

permitiu aos colonizadores europeus avançar para o oeste na América do Norte.

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As Guerras Anglo-Francesas na América do Norte Para as potências européias rivais, as lutas contra os ameríndios eram menos importantes do que seus próprios confrontos. A Grã-Bretanha e a França estavam em combate na América do Norte no final do século XVII, e esse conflito prosseguiu no início do século XVIII, com o período decisivo sobrevindo após 1752, quando os franceses começaram a avançar para o vale de Ohio, considerado pelos britânicos sua principal área de assentamento. quando os franceses atacaram. Washington e sua milícia resistiram, mas acabaram tendo de se render. Tanto os franceses quanto os britânicos se puseram a enviar novos soldados para a América do Norte. Os primeiros a chegar, na primavera de 1755, foram o general Edward Braddock e seus dois regimentos de infantaria britânica. Determinou-se que quatro ataques distintos deviam ser promovidos contra os franceses. Braddock devia liderar uma força de 1.500 soldados britânicos e 450 milicianos coloniais contra o Forte Duquesne. Era uma jornada difícil, através de florestas densas e obscuras, por caminhos que não passavam de trilhas. A coluna, carregada qual marchasse para uma guerra na Europa, avançou muito lentamente.

s franceses controlavam uma área da América do Norte que se estendia desde a distante costa nordeste, acompanhando o Rio St. Lawrence, até a área ao redor dos Grandes Lagos, além de um território imenso. conhecido então como Louisiana. que se estendia no sentido oeste desde os Grandes Lagos até as Montanhas Rochosas. e no sentido sul até a costa do Golfo do México. Os britânicos detinham a maior parte da costa leste, onde uma população crescente. ampliada pela imigração. tentava evitar o confinamento territorial. Em julho de 1752. tropas francesas devastaram um posto comercial

britânico no vale de Ohio, área que os

britânicos e seus colonos consideravam sua por direito. No início de 1754. o governador Robert Dinwiddie ordenou a um jovem oficial, o coronel George Washington (1732-99), e a um bando de milicianos da Virgínia que construíssem um forte no entroncamento dos rios Allegheny e Monongahela (na atual área de Pittsburgh). Os planos de Washington foram arruinados pelos franceses, que já haviam construído uma paliçada — o Forte Duquesne — na junção. Washington, em consegiiência, construiu o Forte Necessity, na vizinha Great Meadows, mas ele estava ainda inacabado

Um Novo Tipo de Guerra

Se Braddock esperava enfrentar os franceses em uma batalha aberta ao estilo europeu, com soldados trocando tiros de mosquete a curta distância com o inimigo, estava muito enganado. Os franceses e seus aliados ameríndios, que não excediam 900 homens, emboscaram repetidamente os britânicos durante a marcha pela floresta.

Atirando por detrás de árvores, moitas e galhos caídos,

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eles destruíram grande parte da fronte e dos flancos da coluna, enquanto os britânicos tentavam realizar manobras de praça de armas em meio à mata cerrada. O pânico se estabeleceu. Alguns dos soldados britânicos fugiram, deixando que pequenos grupos de seus companheiros contivessem os franceses que se acercavam para a matança. Braddock foi baleado e metade de seus homens foi morta, enquanto Washington, voluntário

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na coluna, conseguiu organizar a retaguarda conduzir o restante da

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Àesquerda: À geografia determinou em grande parte orumo dos campanhos durante as Guerras Anglo-

Francesas, com cursos d'água sendo as principais rotas usadas pelas forças de cada lado.

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GUERRA

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SÉCULO

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À esquerda: As defesas francesas em torno de Quebec eram

extensivas, dificultando, para os britânicos, o estabelecimento de linhas de sítio e quase os obrigando a abandonar a iniciativa.

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(1) Em 9 de junho, os britânicos se movem para o novo acampamento, |

(2)Em 12 de setembro, Wolfe conduz suas tropas em barcos de fundo plano.

(3) Na noite de 12 de setembro, soldados britânicos escalam o penhasco.

4) Na manhã de 13 de setembro, o ataque francês é repelido nas Planícies de Abraão.

Não havia, porém. como disfarçar a gravidade da derrota. A única força considerável de britânicos na região fora destruída. Os franceses e seus aliados ameríndios estavam livres para avançar pelo Rio Ohio, atacando a seu critério fazendas e assentamentos isolados. A segunda expedição a tentar deter o avanço francês do Canadá em direção ao sul formou-se localmente. O general William Johnson foi enviado de Albany para Crown Point à frente de 3.500 milicianos coloniais e algumas centenas de ameríndios. Uma força francesa de 2 mil soldados, milicianos franco-canadenses e ameríndios, avançou para deter a coluna de Johnson.

Os soldados europeus empregados na guerra não eram treinados para pensar ou lutar como indivíduos. Seu papel era manter-se em formação cerrada e trocar tiros a curta distância com o

pudessem ser efetivamente postas em prática.

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Todavia, tais locais eram raros nas florestas densas | 2h

e nas elevações escarpadas da América do Norte. Je

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construir uma paliçada, o Forte William Henry, e posicionar ali alguns soldados como força de defesa. Os franceses, nesse ínterim, recuaram para Ticonderoga. A guerra começou a rumar para um impasse — até 1756, quando o início da Guerra dos Sete Anos na Europa transformou a situação estratégica na América do Norte. Tanto a Grã-Bretanha quanto a França enviaram reforços para a América, em um esforço por conseguir conquistas territoriais. Dois generais inimigos cruzaram o Atlântico: o marquês Louis Joseph de (1712-59),

da

França,

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Loudoun, da Grã-Bretanha, em julho. Montcalm era um homem charmoso, popular entre os soldados. Todavia, sua posição no Canadá era delicada e difícil. Ao chegar, ele descobriu que não tinha o menor controle sobre as milícias locais e as tropas coloniais. Esses acréscimos valiosos a seu parco regimento de soldados eram comandados pelo governador, o marquês de Vaudreuil. As relações entre os dois homens foram sempre tensas, mesmo depois que Montcalm recebeu autoridade sobre Vaudreuil. Apesar dos problemas, Montcalm estava determinado a deixar sua marca, e, em agosto, cruzou o Lago Ontário. Ele promoveu um ataque relâmpago contra Oswego e, em seguida, assentou-se em Ticonderoga. A resposta britânica foi morosa, e Loudoun não interveio

ra os franceses na Nova Escócia. Os franceses, contudo, haviam reforçado a guarnição do forte e enviado uma frota para o porto. Como a frota britânica se disper-

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Assim, ele decidiu

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Quando a primavera de 1758 trouxe um clima mais favorável, Loudoun recebeu ordens de mover uma

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As duas forças se confrontaram na cabeceira do Lago George, e a batalha, travada em 8 de setembro de 1755. foi uma decisiva vitória de Johnson. O comandante francês, Ludwig Dieskau, foi capturado, mas Johnson não pôde aproveitar sua vantagem, pois os milicianos invocaram seus direitos para não terem de

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sasse em uma tempestade, a expedição foi cancelada e Loudoun regressou a Nova York.

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Com o grosso das forças britânicas na América do Norte envolvido na malograda expedição a Louisboure,

a fronteira ficou desesperadamente desprovida de soldados que repelissem os ataques franceses. Montcalm tirou vantagem disso e sitiou o Forte William

Henry. Em grande inferioridade numérica diante dos 5 mil soldados, milicianos e ameríndios de Montcalm, a guarnição

britânica

resistiu

bravamente,

mas

o

forte

não conseguiria tolerar os estragos causados pela artilharia francesa. Montcalm. como um comandante clemente, ficou impressionado com a defesa britânica e ofereceu termos de rendição a seu líder. A guarnição poderia partir com armas e bandeiras, desde que seus membros concordassem em não travar novas lutas. Os termos foram aceitos. Os eventos que se seguiram permanecem controversos. A guarnição britânica deixou o Forte William Henry em 9 de agosto de 1757, para regressar a Albany. Uma vez fora do forte, contudo, a coluna foi emboscada pelos aliados ameríndios de Montcalm. Muitos foram massacrados, inclusive a maioria das mulheres e crianças. O que se sabe é que Montcalm ficou horrorizado com o massacre, pois sempre fizera grandes esforços por evitar a matança de prisioneiros e civis indefesos. Em seguida, então. ele destruiu o Forte William Henry e levou seu exército a um acampamento de inverno. Uma consequência infeliz do massacre foi aumentar o assombro e horror com que ele começava a ser visto por britânicos e americanos, Indignados pelo massacre no Forte Wiliam Henry, os britânicos se prepararam para redobrar seus esforços contra os franceses na primavera de 1758. Sob a liderança dinâmica de um novo primeiro-ministro, William Pitt, eles desenvolveram uma estratégia em

duas frontes. Loudoun foi substituído pelo general James Abercrombie, que recebeu ordens de atacar Ticonderoga e Duquesne. O general Jeffrey Amherst

recebeu a tarefa de atacar Louisbourg. Montcalm, esperava-se, não conseguiria lidar com ambas as ameaças simultaneamente. A expedição de Amherst teve início em maio de 1758. A fortaleza foi cercada por 9 mil soldados britânicos e 500 milicianos coloniais. Era um osso duro de roer, e ambos os lados demonstraram profusão de recursos durante o sítio. Mas a superioridade material britânica acabou prevalecendo, e a fortaleza foi obri-

gada a se render em 27 de julho, com um dos oficiais britânicos, o general James Wolfe (1732-59). sendo

altamente elogiado. A captura de Louisbourg, a principal base francesa no Canadá, foi um grande sucesso britânico — mas um sucesso acompanhado de um desastre. Enquanto Amherst atacava Louisbourg, Abercrombie tentava cumprir sua parte no plano, mas com pouco sucesso. Ele desferiu tolamente um ataque frontal pleno em & de julho contra o destacamento francês que protegia a rota principal para Ticonderoga. Abercrombie tinha 12 mil homens sob seu comando; Montcalm tinha

apenas 3 mil, e compensava sua escassez numérica posicionando seus homens atrás de uma vala protegida por galhos afiados e uma cerca de madeira. Seguras por trás de tais barreiras, suas tropas cobriram de tiros a ofensiva britânica. Abercrombie sofreu 1.500 baixas em Ticonderoga — além da perda do comando. Os franceses, contudo, sofreram dois contratempos no segundo semestre de 1758. Em novembro, eles foram obrigados a abandonar o Forte Duquesne (que foi renomeado como Forte Pitt pelos ingleses), após o ataque de uma coluna liderada pelo general John Forbes. Além

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ambas

as

ocasiões, as forças coloniais americanas tiveram um papel essencial em determinar o resultado do confronto.

À esquerda: A vitória de Wolfe em Quebec, em 13 de setembro de 1759, confirmou a Grã-

Bretanha como a maior potência na América do Norte colonial. Durante a

batalha, os homens de Wolfe cobriram de tiros as fileiras francesas que avancavam. À disciplinada artilharia britânica desordenou o inimigo, que voltou em fuga para a cidade. Wolfe e seus homens seguiram-lhe no encalço, mas o comandante britânico foi baleado três vezes durante q perseguição, e o último liro o matou.

120

À

GUERRA

NO

SECULO

XVIII

À esquerda: Louis Joseph,

marquês de Montcalm, era um soldado treinado nas disciplinas

formais da guerra setecentista, e, na América do Norte, aproveitouse qo máximo da geografia local. Ele ingressou no exército francês em 1724, aos 12 anos de idade,

e, em 1756, foi promovido q major-general e enviado para o Canada com uma comissão reduzida. Sua morte, após a Batalha de Quebec, foi uma amarga perda para a França.

Elas demonstraram a flexibilidade e as técnicas especializadas de combate que, frequentemente, faltavam aos regimentos regulares do exército britânico. Os silvícolas, como grandes atiradores e peritos em campo, podiam enfrentar as milícias franco-canadenses e os ameríndios em seu próprio jogo. Em 1759, ano decisivo da guerra, os britânicos lançaram uma ofensiva em três frentes contra os franceses. Os alvos eram o Forte Niágara, o Forte Ticonderoga e Quebec. Cerca de 2 mil soldados britânicos, sob o comando do general John Prideaux, capturaram o Forte Niágara em 25 de julho. Uma grande força mista de soldados coloniais e britânicos sob Amherst tomou Ticonderoga no dia seguinte e, então, capturou Crown Point. A batalha decisiva, contudo, foi por Quebec. Os britânicos, comandados pelo general Wolfe, desembarcaram, em 26 de junho, abaixo da cidade. Eles enfrentaram uma grande força francesa sob Montcalm,

fartamente suprida de artilharia e abrigada atrás de muralhas defensivas acima do Rio St. Lawrence. Wolfe passou dois infrutíferos meses tentando dispor seus homens em um local de onde pudessem atacar Quebec. O inverno se aproximava, e o apoio naval de Wolfe preparava-se para deixar o St. Lawrence e evitar ser encurralado pelo gelo, quando foi descoberta uma trilha estreita conduzindo morro acima até a face oeste de Quebec.A trilha levava a um terreno plano, as Planícies de Abraão, às portas da cidade — o ideal para uma batalha convencional.

Na noite de 12 de setembro, Wolfe e seus homens desembarcaram e, tendo à frente o coronel William

Howe, escalaram o penhasco sem ser avistados. Quando a manhã rompeu, a força mista britânico-colonial, de 5 mil homens, estava disposta para a batalha na planície. Montcalm constatou que não lhe restava opção senão deixar o abrigo da cidade e enfrentar os britãnicos: caso contrário, suas linhas de abastecimento

seriam rompidas e suas forças acabariam forçadas à rendição pela fome. Os franceses, com cerca de 4.500 homens, marcharam para cima dos britânicos. Infelizmente, para Montcalm, o governador colonial, o marquês de Vaudreuil, recusoulhe o uso da artilharia e da milícia da guarnição — forças que poderiam ter influenciado a seu favor o desfecho da batalha. Quando os franceses se acercaram de seus oponentes, uma rajada única e disciplinada irrompeu das fileiras britânicas. Quando a fumaça se assentou, a ofensiva fran-

cesa estava encerrada; centenas dos soldados de Montcalm estavam mortos ou feridos; os sobreviventes recuaram para Quebec. Wolfe, contudo, não pôde apro-

veitar a vitória. Tanto ele quanto Montcalm morreram de ferimentos de batalha. Wolfe morreu no mesmo dia, enquanto Montcalm definhou até o dia seguinte. A morte de Montcalm foi um golpe particularmente duro para os franceses, que perdiam um comandante de mente aberta que demonstrava grandes habilidades táticas e um conhecimento efetivo de como usar a geografia da América do Norte em prol de seu país. Ele via as vastas florestas como recursos para tomar os inimigos de surpresa, e não como barreiras que impediam o “devido exercício da guerra”. Os franceses fizeram uma tentativa frustrada de

retomar Quebec na primavera de 1760. Todavia, após haverem perdido seu principal comandante e seu melhor

exército de campo em Quebec, e tendo de enfrentar três colunas britânicas que marchavam contra Montreal, sua derrota mostrou-se inevitável. Em 8 de setembro de 1760, Vaudreuil rendeu-se aos britânicos, pondo fim ao controle francês sobre o Canadá. A dominação britânica do Canadá foi confirmada, em fevereiro de 1763, pelos termos do Tratado de Paris. A rajada única das tropas de

Wolfe às portas de Quebec, em 13 de setembro de 1759, havia selado o destino do Canadá.

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À Luta Européia pela Índia ndia era o assento de um dos maiores impérios do mundo, o dos governantes mogóis. Esse império, porém, já não era a potência que fora nos séculos XVI e XVII. No

início do século XVIII, a

Derrotas ante os afegãos no noroeste, a ascensão de uma nova e poderosa confederação militar — os maratas, no Decã, na Índia central — e a ossificação gradual das instituições do poder estatal haviam

reduzido em muito a pujança mogol. ID

urante grande parte da primeira metade do século, a Grã-Bretanha e a França estabeleceram bases costeiras na India, a partir das quais negociavam com governantes locais. Ambos os países criaram organizações semi-independentes para supervisionar esse

comércio com o subcontinente: a Companhia Britânica das Índias Orientais e a Companhia Francesa das Índias Orientais. Essas duas entidades, que também atuavam como representantes políticas de seus países, eram rilvais acerbas. Ambas exploravam divisões locais entre príncipes e senhores de guerra. e ambas tinham

exér-

citos particulares, embora também recebessem auxílio das forças armadas regulares de seus países em época de guerra declarada. Os primeiros choques entre a França e a GrãBretanha na India ocorreram como resultado de eventos na Europa, durante a Guerra da Sucessão Austríaca. Os

franceses. comandados pelo marquês Joseph Dupleix (1697-1763). capturaram a principal base britânica, em

Madras, em 1/46, e, então, tentaram capturar o Forte St. George. Este só foi salvo pela chegada oportuna de

reforços sob o comando do almirante Edward Boscawen. Os britânicos, em seguida, tentaram capturar a principal base francesa, em Pondichéry, em 1748.

As duas companhias, embora supostamente em paz,

valiam-se de conflitos locais para promover suas ambições. Soldados franceses alinhavam-se com senhores da guerra em rebelião contra seus governantes legítimos, enquanto os britânicos auxiliavam os poderes estabelecidos. A maré de eventos estava a favor dos franceses, cuja influência cresceu conforme os rebeldes ganharam poder. Os britânicos pareciam incapazes de impedir que os franceses ampliassem seu controle sobre o subcontinente. Dupleix, com apoio local, governava uma grande faixa do sul da Índia. No segundo semestre de 1751, contudo, a sorte britânica sofreu uma renovação.

O Sucesso de Robert Clive

Isso se deveu em grande parte a Robert Clive (172574), até então um opaco funcionário subalterno da Companhia Britânica das Índias Orientais em Madras. Sua carreira militar teve início em 1748, quando ele se apresentou como voluntário e foi feito oficial júnior. Sua chance veio quando um exército indiano, aliado aos franceses, sitiou Triquinópolis, em 1751. Clive reuniu 500 soldados

e três canhões

em

Madras, mas, em

vez de

marchar diretamente contra Triquinópolis, ele capturou Arcot, a capital do governante indiano que sitiara a cidade. O filho do governador, o rajá Sahib, foi imedia-

tamente enviado para retomar Arcot à frente de 10 mil homens. sitiando em seguida as forças de Clive. O sítio se arrastou, é a pequena força de Clive foi reduzida para apenas 120 soldados europeus € 250 sepoys (tropas nativas que lutavam pelos britânicos). Sentindo que os britânicos estavam perto da derrota, os indianos desferiram um ataque derradeiro. Uma manada de elefantes atacou os portões da cidade. Clive ordenou que seus homens disparassem contra Os

elefantes, para feri-los e induzi-los ao pânico; isso foi feito, e os animais pisotearam muitos dos sitiantes. A bem-sucedida defesa de Arcot por Clive foi mais do que um feito brioso de armas. Ela também teve uma

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GUERRA

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SÉCULO

XVIII

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À esquerda: À conquista britânica na Índia foi uma combinação de diplomacia

engenhosa e destreza militar. Batalhas entre vastos exércitos de recrutas maltreinados e mal-equipados e tropas européias disciplinados sublinharam a superioridade das últimas.

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do comodoro Anne Antoine d'Ache foi derrotada por um esquadrão britânico comandado pelo almirante

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A Consolidação do Poder

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Os britânicos estenderam, então, sua influência, aproveitando-se das rivalidades entre os vários governantes indianos. Era um jogo arriscado, pois os indianos esperavam algo em troca. Quando os britânicos se recusaram a apoiar Haidar Ali, governante de Misore (Karnataka), contra os maratas, ele renegou seus supostos aliados. Em setembro de 1780, Ali derrotou uma pequena força britânica e avançou contra Madras. Mas seu sucesso durou pouco: em 1º de junho de 1781, suas tropas foram esmagadas em Porto Novo. Um apoio limitado dos franceses, particularmente

Ê

influência importante no futuro da Índia, uma vez que

os aliados indianos da França começaram a perder a fé nos franceses. Dupleix, embora não fosse responsável por Arcot, foi dispensado em 1754. Com os franceses em temporária desordem, a posição britânica parecia mais assegurada. Mas indianos poderosos também tinham ambições. e. em junho de 1756, 0 governante de Bengala, Suraja Dowla, atacou Calcutá. Após um sítio de quatro dias, a cidade sucumbiu, e o tratamento brutal que Dowla dispensou a seus 146 prisioneiros europeus só serviu para açular nos britânicos a sede de vingança. Em 2 de janeiro de 1757, Clive recapturou Calcutá. Sua tarefa seguinte era tomar Chandernagore, sob domínio francês, para, em seguida, sair à cata de Suraja Dowla. Clive enfrentou os bengalis em junho. No dia 23, sua

diminuta força de 3 mil soldados confrontou o exército bengali, de 50 mil homens, em Plassey. Em uma das mais notáveis batalhas unilaterais da história, Clive avançou

contra o inimigo. Todo general precisa de sorte, e ele teve a boa fortuna de uma tempestade ter umedecido a pólvora do inimigo, enquanto a de seus homens permanecia seca. A dramática vitória britânica encerrou virtualmente a resistência bengalh. Ela também solapou ainda mais o prestígio francês na India, já que os franceses

jamais haviam conquistado tamanha vitória. Dowla foi assassinado poucos dias depois, e seu substituto, Mir Jafar, tornou-se um aliado britânico. Bengala passou seguramente à esfera de influência britânica na India. 5 Em 1758, os franceses enviaram reforços para a Índia sob o general Lally, um irlandês. Lally deixou Pondichéry e marchou contra o Forte St. David. Este se rendeu a ele em 2 de julho, e Lally voltou sua atenção para Madras, que conseguiu resistir ao cerco — sobretudo por meio do abastecimento naval. A maré da guerra se reverteu quando os britânicos infligiram uma derrota a Lally em Masulipatam, em 25 de janeiro de 1759.

Francesa das Indias Orientais foi fechada

em 1769, dando aos britânicos um monopólio virtual na exploração comercial do subcontinente indiano.

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apenas uma questão de tempo até que Lally tivesse de se render, o que ocorreu em 15 de janeiro de 1761. A

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franceses. Lally foi derrotado em Wandiwash, em 22 de janeiro de 1760. Em seguida, os franceses retiraram-se para sua base em Pondichéry, que os britânicos sitiaram

Baia de Bengala

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britânicos

na captura da base britânica de Trincomalee, no Ceilão

(Sri Lanka), em agosto de 1782, sustentou a guerra por algum tempo. Grande parte dos esforços da França

dependia do almirante Suffren. Mas a morte de Haidar Ah, o fim do apoio francês e a coroação de um novo governante em Misore, Tippoo Sahib, que favorecia a paz, trouxeram, em 1783, um fim ao conflito. Sahib, contudo, buscou vingança pela humilhação que sofrera Misore. Em 1789, ele atacou Travancore. O

comandante britânico, Lorde Cornwallis, capturou Bangalore e, então, sitiou Seringapatam, onde Tippoo Sahib buscara refúgio. A guerra se encerrou em 1792, e os britânicos, vitoriosos, conquistaram metade de Misore.

Em

1799, os britânicos procuraram

eliminar as

possessões francesas que restavam na Índia. O governador britânico, Richard Wellesley, ordenou que Tippoo Sahib dispensasse as unidades francesas sob seu coman-

do. Assim se fez, mas Sahib continuou a trabalhar com os franceses; em consequência, em 1799, os britânicos ataca-

ram e sitiaram Seringapatam. Tippoo Sahib morreu defendendo a cidade. O irmão mais novo de Richard Wellesley, Arthur, lutou com distinção e foi feito governador de Seringapatam. Em seguida, ele lançou as fundações de uma brilhante carreira militar, ampliando o controle britânico sobre a Índia. Sua vitória em Assaye, em 1803, quando seus 5 mil soldados derrotaram um exército franco-indiano de 50 mil homens, confirmou a promessa. O teste supremo viria alguns anos depois, quando, como duque de Wellington, ele estaria destinado a enfrentar o poderio da França napoleônica na Europa.

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As Guerras de Catarina, a Grande Embora o sucesso das potências européias pelo mundo afora indicasse a força da tecnologia e da organização militar da Europa, a maioria dos europeus impressionava-se mais com vitórias próximas de

casa — como a derrota da antiga potência inimiga do Império Otomano. Em 1683, forças otomanas sitiaram Viena, mas essa seria a última ameaça séria que elas representariam na região. A

s instituições do Império Otomano vinham se tornando menos eficazes — longas guerras contra a Pérsia no século XVII haviam minado seus recursos, e à inovação que caracterizara corpos de elite como os janízaros declinava progressivamente. Havia pouco interesse interno em reformas e muitas províncias tinham se tornado virtualmente independentes, deixando de contribuir para a força geral do império. Assim, após a libertação de Viena. os Habsburgos comandaram uma ofensiva dos exércitos da Santa Liga (tropas polonesas e venezianas tiveram um papel predominante) para conquistar a Hungria. Então, de 1714 a 1718, forças habsburguesas sob o comando do príncipe Eugênio promoveram uma série de bem-sucedidas campanhas contra os turcos, consolidando-se na Hungria e tomando Belgrado. Na década de 1730, contudo, os otomanos retomaram Belgrado e derrotaram invasores russos na Criméia.

Tendo detido os Habsburgos, os otomanos ganhariam um novo inimigo na Rússia, que se tornara uma grande potência sob Pedro, o Grande, e teria posteriormente um papel importante na Guerra dos Sete Anos sob a imperatriz Elisabete. Seis meses após a morte de Elisabete, sua nora, Catarina, tomou o poder em um golpe de Estado. Catarina pôs a Rússia em um curso de expansão, usando os recursos de seu grande território para criar um exército imenso. A primeira grande expedição militar de Catarina, a Grande (como ela viria a se tornar), teve como alvo um grupo de nobres poloneses conhecido como Confede-

ração de Bar”. Eles se opunham ao crescente envolvimen-

to da Rússia na Polônia e criticavam seu próprio governo pró-russo. A rebelião, que se iniciou em 1768, foi aplacada

pelos russos, mas os rebeldes haviam recorrido ao auxílio

da Turquia. Os turcos, na verdade, haviam ignorado os pedidos de assistência, mas tropas russas perseguiram alguns dos rebeldes até território turco, destruindo nisso uma cidade e fazendo com que a Turquia lhes declarasse guerra. O exército russo marchou para o sul, derrotando

os turcos no Cáucaso e, em seguida, invadindo os Bálcãs, em 1769. O comandante russo, o conde Piotr Rumiantsev,

esmagou um exército turco no Rio Dniester, tomou a cidade de Jassy e conquistou as províncias turcas da Moldávia e da Valáquia.

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As Conquistas Russas

frequentemente de armas. de fogo F o) ara li

Subseqiuentemente, a Rússia apoiou revoltas no Egito e na Grécia, então sob o domínio turco. Os levantes não

em caso de necessidade. Forças de caval ri

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Na

batalha naval de Chesme, travada junto à costa turca do Mediterrâneo, em 6 de julho de 1770, uma força russa liderada pelo almirante Aleksei Orlov sobrepujou uma frota turca. E, em agosto, Rumiantsev, tirando vantagem de sua vitória no Dniester, derrotou uma força turca que se reunira para expulsá-lo da Moldávia. Em 1771, as forças de Catarina continuaram a fazer incursões em território turco. O príncipe Vassili Dolgoruki avançou pela Criméia, conquistando a península.

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Em 1772, os turcos abriram negociações de paz. Esse gesto conciliatório, contudo, foi simplesmente um embuste para permitir-lhes recompor suas forças.

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7 Bar era uma fortaleza na Podólia, atual Ucrânia. (N. do T.)

124

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GUERRA

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SÉCULO

XVIII

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À esquerda: Catarina, a Grande, concentrou-se em expandir o *,

império russo para o oeste, às expensas especificamente de dois Estados mais fracos: a Polônia e o Império Otomano.

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Terras conquistadas por Catarina, a Grande 1762-96

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Quando ela sucumbiu, ele ordenou o massacre de todos os defensores turcos, após o que foi promovido. Apesar dessas

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vitórias, a Rússia ansiava por chegar a um

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MAR NEGRO

A guerra voltou a irromper em 1773. mas os turcos só

encontraram novos desastres. Rumiantsev avançou para

o sul margeando o Danúbio, indo para cima do principal exército de campo turco, que se aquartelara em Shulma. O general Aheksandr Suvarov enfrentou-os em Shulma, em junho de 1774, conguistando uma celebrada vitória. O fastio começava a se instaurar, e o Tratado de Kuchuk Kainaryji foi assinado em 16 de julho: a Rússia devolveu parte dos territórios que capturara, mas obteve um significativo acesso ao Mar Negro, uma extensão aquática cujas margens até então haviam pertencido unicamente aos turcos. O Império Otomano jamais se recuperou dessa mudança no equilíbrio de poder. A paz durou 14 anos. Os russos se mancomunaram

com tribos locais para obter o controle da Geórgia, governada pelos turcos, enquanto estes incentivaram

tribos da Criméia a rebelar-se contra seus novos senhores. Todavia, em 1788, Suvarov derrotou os turcos

isso, um século após o sítio de Viena (de 1683), o Império Otomano estava em retirada, agarrando-se sofregamente a suas possessões européias contra potências maiores. Foi uma mudança significativa no

equilíbrio de poder. Catarina, a Grande, também tinha em vista o grande, porém frouxamente administrado, território da Polônia. Em 1772, ela chegou a um acordo com a Áustria e a Prússia, por via do qual cada uma se apossou de partes das terras polonesas. Houve, em 1792, uma nova partição entre a Rússia e a Prússia. Em 1794, nacionalistas poloneses, liderados por Thaddeus Kosciusko, começaram a se rebelar contra o desmembramento de seu país. As forças mal-armadas de Kosciusko foram logo obrigadas a recuar para Varsóvia, que foi sitiada no final de agosto. Os poloneses, em grande inferioridade numérica, contando com 35 mil soldados e 200 canhões, defenderam sua capital com grande bravura, repelindo dois assaltos dos exércitos rUsso-prussianos, cujos números totais eram de 100 mil soldados e 250 canhões. Incrivelmente, no início de setembro, o sítio foi desmantelado pelos poloneses. Mas a vitória durou

pouco. Em

em Kinburn, impedindo-os, com isso, de reconquistar a

acordo de paz com a Turquia otomana, em decorrência da ressurgência de problemas na Polônia, onde os prussianos tentavam aumentar sua influência política. O Tratado de Jassy foi assinado em 9 de janeiro de 1792: os russos devolveram a Moldávia e a Bessarábia aos turcos, mas retiveram os territórios ao leste do Rio Dniester. Com

10 de outubro, na Batalha de Maciejowice,

Kosciusko, com apenas 7 mil homens, foi decisivamente derrotado. Ele foi ferido e capturado, e a rebelião des-

Criméia. Os russos também se saíram bem pelo mar. John Paul Jones, o herói naval da Guerra Revolucionária Americana, comandou a frota russa em ação nas duas Batalhas de Liman, em junho de 1788. |

moronou

em pouco tempo. A Polônia, em 1795, desa-

pareceu como país independente.

O foco da guerra trasladou-se para a Moldávia, em 1789. Os austríacos a invadiram pelo oeste, enquanto os russos avançavam do norte. O exército unido russoaustríaco teve um retumbante sucesso na Batalha de Foscani, em 1º de agosto, obrigando os turcos a debandar para o Rio Danúbio. Com outros ataques nos Bálcãs e a perda de Belgrado, os turcos se alarmaram e tentaram negociar um tratado com a Austria. O acordo de paz, em 1791, permitiu que a Turquia retivesse Belgrado, mas a obrigou a ceder o controle sobre outras partes dos Bálcãs. Es Os turcos tiveram de lidar com uma revolta na Grécia, em 1790, o que prejudicou sua capacidade de concentrarse na resistência aos russos. Então, em 22 de dezembro, o

Entre 1788 e 1790, Catarina, a Grande, também travou

uma guerra contra a Suécia. Apesar de duas derrotas iniciais, os suecos se recuperaram suficientemente para atacar a marinha

russa, em julho de 1790. A

batalha

deixou a frota russa em frangalhos, sendo que 53 navios foram afundados pelos suecos. Em 15 de agosto de 1790, seguiu-se a paz entre os dois países. Em 1790, a Europa era um continente com grande

perícia na conduta da guerra, cuja tecnologia e organização bélica eram muito superiores às de quaisquer outras sociedades pelo mundo. No período de 1792 a 1815, essa perícia seria levada ainda mais longe, já que a condução da guerra sofreria uma nova virada sob um dos maiores comandantes da história: Napoleão Bonaparte.

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Guerras Revolucionárias

e Napoleônicas 1775-1815 período que se estende do início da

Revolução Americana, na década de 1770, até o fim das Guerras

Napoleônicas, em 1815, foi uma época de imensas

mudanças sociais, políticas, econômicas e militares.

Os exércitos republicanos da era abriram oportunidades para os homens de talento, e um tema dominante foi o da liberdade e do direito das pessoas de se autogovernarem como cidadãos livres de um novo Estado-Nação em armas.

As mudanças militares ocorreram primariamente nos domínios das táticas e da organização. O antigo modo linear de guerra, que enfatizava o poder de fogo da infantaria, foi desafiado por um novo sistema tático que favorecia a mobilidade em campo. Surgindo em um debate entre pensadores militares franceses após a Guerra dos Sete Anos, a teoria tornou-se uma realidade nas guerras da Revolução Francesa, a partir de 1/92. As novas táticas francesas envolviam escaramuçadores que avançavam em colunas ofensivas adiante da força principal. Essa mobilidade mostrou-se muitíssimo eficaz e foi amplamente copiada. A exceção era a Grã-Bretanha, cujo pequeno exército ainda contava com uma infantaria de alta qualidade atirando em massa em linhas cada vez mais estreitas (somente os britânicos reduziram sua formação linear de três para duas fileiras). Dominando o período, como é óbvio, estava Napoleão Bonaparte (1769-1821). Seu gênio era o da visão estratégica,

que lhe permitia levar suas tropas a um campo de batalha de sua preferência, em que o inimigo geralmente se via em desvantagem. Em frequente inferioridade numérica, era comum que ele conseguisse aplicar forças superiores nos pontos decisivos. Ele travou e venceu mais batalhas do que qualquer outro grande general. Napoleão teve a felicidade de poder recorrer às energias e ao exército nacionais. Os exércitos se haviam organizado como instituições distintas que lutavam segundo o alvitre do monarca. Em decorrência da revolução — algo pressagiado por eventos na América do Norte —,O orgulho pelo exército nacional se afirmou, dando ao cidadão tanto o direito quanto o dever de empunhar armas. de leão Napo de tiva tenta a foi , 1812 de mbro sete de 7 em ada trav , dino Boro de lha Bata A À direita: a destruir 0 exército russo durante a campanha na Rússia. Seu insucesso acabou condenando campanha ao fracasso, não obstante a ocupação de Moscou.

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A Revolução Americana A Revolução Americana testemunhou a transformação das 13 colônias na costa leste da América do Norte em um novo país estabelecido sobre os direitos do indivíduo, onde os homens eram cidadãos

do Estado, e não súditos da coroa. Como no caso posterior da revolução na França, a Revolução Americana foi um violento levante que assinalou o aparecimento de um novo Estado mediante a provação da guerra. A da

S causas da guerra não importam a este estudo. As colônias americanas ficavam a 4.800 quilômetros (Grã-Bretanha. e essa distância era a principal

vantagem dos colonos. Embora os exércitos coloniais tivessem dificuldades em reter seus soldados por mais

de uns poucos meses antes que eles voltassem para casa, normalmente era possível substituí-los por outros

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recrutas locais. Os substitutos dos soldados britânicos tinham de cruzar o Atlântico. Esse simples fato tornava os generais britânicos cautelosos para além da conta. Os líderes britânicos mostraram-se deficientes em desenvolver planos e coordenar suas forças difusas para superar tal desvantagem. Os líderes americanos, em contraste, fizeram o melhor uso de seus recursos. George Washington (1732-99) se tornou um líder militar excepcional e inspirador, enquanto muitos americanos tinham o hábito de usar armas de fogo na caça e habilidades e técnicas de campo suficientes para tomar parte em ofensivas contra um posto avançado ou uma coluna de abastecimento. Participar de batalhas formais era um outro assunto, mas, com boa liderança e treinamento, as técnicas podiam ser adquiridas. à Batalhas ; Após alguns contratempos em 1775, as principais forças O Bunker Hill 1775 britânicas na América tiveram € Ticonderoga 1775/77 melhor sorte no segundo seA Quebec 1775 mestre de 1776. Sob o comanO Valcour Island 1776 do de dois irmãos, o general Sir William Howe e o almirante O Trenton 1776 OQ Long Island 1776

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(B Camden 1780 (6 Cowpens 1781 ED Guilford Courthouse 1781

6) Hobkirk's Hill 1781 EB Eutaw Springs 1781 €8 Batalha dos Cabos 1781

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tégia britânica era tomar Nova York. Eles começaram por desembarcar uma força de aproximadamente 32 mil homens em Staten Island, em julho, incluindo 9 mil mercenários alemães de Hesse. Washington tinha sua base na

Ilha

de

Manhattan,

mas

também posicionou tropas em Long Island. O general Howe atacou e derrotou os homens de Washington na Batalha de Long Island, em 27 de agosto. Posteriormente, Washington teve

de

evacuar

Nova

York,

após derrotas em Harlem Heights (16 de setembro) e White Plains (28 de outubro). Ele e seu exército recuaram para a Pensilvânia. Nesse ínterim, o Congresso havia promulgado a Declaração da

À esquerda: À princípio, a Revolução Americana ocorreu sobretudo no norte, mas 0 foco 1781. mudou posteriormente para o sul, com a batalha decisiva tendo lugar em Yorktown, em

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À esquerda: Washington cruza o Delaware em dezembro de

1776. Isso foi parte de uma manobra desesperada em busca de uma vitória que elevasse o moral e impedisse a desintegração de seu exército. O plano funcionou e ele

triunfou plenamente sobre a guarnição hessiana de Trenton, fazendo mil prisioneiros.

Independência, em 4 de julho de 1776; após tais vitórias britânicas, contudo, parecia que a Revolução da América estava em maus lençóis. Além disso, o governo

britânico

desenvolveu

novos

planos.

Lorde

George

Germain, secretário colonial estabelecido em Londres. estava incumbido das operações britânicas. Ele

concebeu uma estratégia segundo a qual o general John Burgoyne investiria para o sul a partir do Canadá, seguindo em direção a Albany, Nova York, enquanto Howe levaria parte de seu exército de Nova York para o norte, indo ao encontro de Burgoyne. Se tudo corresse bem, os britânicos dividiriam as colônias americanas ao meio. A idéia parecia boa no papel, mas levá-la a efeito requeria uma estrita cooperação entre os dois comandantes, e, em parte como resultado da liderança incerta de Germain, em Londres, eles não casaram seus planos. O general Burgoyne rumou com seu exército para o sul a partir do Canadá, e, em julho de 1777, capturou o Forte Ticonderoga, como parte do plano para encontrar as forças britânicas em Nova York. Em agosto, ele soube que Howe não marcharia de Nova York para ajudá-lo, mas decidiu levar adiante a estratégia original e prosseguir em seu avanço. Em setembro, seu exército cruzou o Rio Hudson e investiu contra as principais forças americanas, em Saratoga. Tanto na Batalha de

Freemans” Farm, em 19 de setembro, como na Batalha

de Bemis Heights, em 7 de outubro, os britânicos atacaram postos americanos bem preparados e foram repelidos com baixas numerosas. Após a derrota em Bemis Heights, eles se viram em inferioridade numérica e cada vez mais isolados; em 17 de outubro, Burgoyne e seus 6 mil soldados renderam-se ao comandante americano, o general Horatio Gates. Enquanto Burgoyne rumava para o desastre, Howe levava seu exército pelo mar rumo ao sul, para atacar a capital — a Filadélfia. As forças defensivas de Washington foram derrotadas na Batalha do Brandywine, em 11 de setembro de 1777. Howe capturou a cidade em 26 de setembro. As forças de Washington estavam em uma maré particularmente baixa nesse momento.

Todavia, o ponto de transição fora atingido. Um

conselheiro

alemão,

o barão

Friedrich

von

Steuben,

chegou ao acampamento do exército continental em Valley Forge, na Pensilvânia, e seu treinamento ajudou a converter os milicianos e voluntários americanos em um exército. Mais importante ainda, quando chegaram

à Europa as notícias da vitória em Saratoga, a França abriu discussões sobre uma aliança com representantes americanos. A aliança foi firmada em fevereiro de 1778,

e a guerra entre a Grã-Bretanha e a França se seguiu em junho.

Um ano mais tarde, em junho de 1779, a Espanha declarou guerra aos britânicos, e, no final da década de 1780,a Grã-Bretanha e a Holanda também estavam em guerra. Com novos compromissos defensivos, os sobrecarregados exército e marinha britânicos tinham menos chance de tomar a iniciativa. A aliança francesa produziu uma mudança nos planos britânicos. O general Henry Clinton tornou-se o novo comandante-em-chefe dos britânicos e recebeu ordens de deixar a Filadélfia e recolher-se com sua força principal em Nova York. A Batalha de Monmouth, em New Jersey, em 28 de junho, foi o único grande confronto de 1778. Nenhum

dos lados obteve uma vitória clara, mas, daí em diante, os britânicos abandonaram suas tentativas de restabelecer o controle sobre as colônias centrais e sobre a Nova Inglaterra. Em lugar disso, puseram suas espe-

ranças em novas conquistas ao sul. Sucessos britânicos se seguiram em

Charleston, na Carolina

1780, quando

do Sul, foi capturada

e uma

batalha importante foi vencida em Camden, em agosto. Mas os britânicos, liderados então pelo general Charles Cornwallis (1738-1805), constataram que quaisquer destacamentos do exército principal estavam sujeitos a

ser encurralados e batidos. O novo comandante americano no sul, o general Nathanael Greene, travou batalha com Cornwallis em Guilford Courthouse, na Carolina do Norte, em março

de 1781. A luta bastou para persuadir Cornwallis de que

era necessário

abandonar

seus

esforços

pela

manu-

tenção da Geórgia e das Carolinas. Ele marchou para o

norte, rumo à Virgínia, e, em agosto de 1781, estabele-

ceu uma base em Yorktown. Apoiado e reforçado por seus aliados franceses, Washington decidiu atacar Yorktown. Os britânicos tinham cerca de 8 mil homens para defender a cidade; Washington tinha 9.500 americanos e 7.800 franceses. Em 19 de outubro de 1781, Cornwallis se rendeu.

A guerra estava praticamente encerrada. O Tratado

de Paris foi elaborado em novembro de 1782 e, finalmente, assinado em 30 de novembro de 1783. Os Estados

Unidos foram reconhecidos como nação independente.

129

As Guerras Revolucionarias

da França

O apoio francês às 13 colônias pode ter contribuído para a derrota da Inglaterra, mas também arruinou

a França. Tentativas de resolver esse problema levaram à revolução em 1789 e à derrubada das

instituições que alicerçavam a monarquia absoluta. Governos em outras partes consideraram as novas

idéias políticas uma ameaça e tentaram impedir seu “contágio”, enquanto a França se preparava para

exportar um novo tipo de guerra.

tensão cresceu, e, em abril de 1792, 0 novo governo beligerante da França declarou guerra à Austria e a Prússia. A princípio, o exército do governo revolucionário era desorganizado, e seus soldados eram maltreinados. As tropas prussianas capturaram cidades e fortalezas no nordeste da França, mas avançaram com cautela e deram tempo aos franceses para reunir suas forças. Os dois lados se encontraram em Valmy, na França, em 20 de setembro de 1792. Um violento ataque de canhões persuadiu os prussianos a se retirarem. Poucas semanas depois. os franceses derrotaram os austríacos em Jemappes. A França encontrou tempo para respirar. Dois dias após Valmy. os revolucionários declararam que a França era uma república. O rei Luís XVI foi executado em janeiro de 1793, e líderes novos e radicais assumiram o comando. O regicídio alarmou os monarcas

da Europa, e a Grã-Bretanha, a Espanha e a Holanda se uniram à Austria e à Prússia em uma aliança antifrancesa conhecida como Primeira Coalizão. No primeiro semestre de 1793, os franceses levaram a melhor. O governo da França — o Comitê de Segurança Pública — decretou uma levée en masse (conscrição em massa). Muitos se entusiasmavam por defender a nação, e, com o tempo, os recrutas imaturos se tornaram veteranos. Esses homens não estavam preparados para aceitar a estrita disciplina necessária às formações rígidas do exército prussiano, por exemplo: tampouco havia tempo para treiná-los. Os velhos exércitos do século XVIII haviam adotado formações cerradas não apenas para maximizar o poder de fogo, mas para obrigar soldados indispostos a perma-

necer nas fileiras — eles não empregavam tropas em formações soltas por recearem deserções. Com o ardoroso

Exército Revolucionário Francês, tais considerações eram desnecessárias. e as forças se tornaram mais flexíveis. Grandes quantidades de soldados eram usadas como escaramuçadores, disparando sob cobertura contra as

A Revolução Francesa impôs uma mudança

radical ao recrutamento de soldados. O alistamento de todos os jovens fisicamente aptos tornou-se uma prática comum na França, e,

posteriormente, na maior parte da Europa. Governos nacionais tentaram cada vez mais dar treinamento militar a todos os jovens em tempos de paz, e mobilizar o maior número possível em

tempo de guerra. Nas primeiras fases da revolução, muitos dos

soldados franceses eram voluntários entusiastas e,

embora não fossem soldados profissionais, estavam determinados a combater os guerreiros treinados das outras nações européias para

|

preservar o que consideravam sua nova liberdade.

foi formado O primeiro exército nacional francês

segundo uma lei de 1793, que resumia a nova

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tendência à guerra absoluta: “Os jovens devem lutar; os casados devem fabricar armase | ão ar ic br fa es er lh mu as s; to en im nt ma transportar

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linhas ordenadas do inimigo e contra os oficiais da oposição. O exército francês conseguia adaptar-se a terrenos acidentados com muito mais prontidão do que seus oponentes, como demonstraram suas vitórias em Arcola (pântanos) e em Rivoli (terreno escarpado). Com o passar do tempo, essas formações soltas deixaram de implicar falta de disciplina; eram antes demonstrações de disciplina flexível. Durante as Guerras Revolucionárias, tornou-se cada vez mais comum a ordre mixte, em que uma brigada de infantaria avançava com batalhões alternados em formações de linha e coluna — em uma combinação entre mobilidade e poder de fogo. Nesse novo exército, todos os homens — e não apenas os nobres — podiam tornar-se oficiais, e muitos dos comandantes mais ilustres da França eram de origens humildes. Napoleão gracejava que todos os seus soldados levavam um bastão de marechal na bagagem. O sistema de comando francês abrira uma carreira para os talentos. Como consegiiência da levée en masse, o exército da França cresceu maciçamente e os números ameaçaram sobrecarregar o sistema, de modo que, nos dois anos seguintes, eles foram reduzidos e a qualidade aumentou. Grande parte do crédito cabe a Lazare Nicolas Carnot (1753-1823), que proporcionou estrutura € disciplina para usar o entusiasmo revolucionário na criação de um exército eficiente.

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em Fredericksburg, ele obrigou o exército da União a retirar-se após

vários dias de acirrado confronto. Sua vitória, contudo, foi ambígua, já que seu general mais prestimoso, “Muralha” Jackson, foi morto acidentalmente por seus próprios homens.

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principal de Hooker, os soldados da União, deixados em Fredericksburg, tomariam a cidade e estariam em posição para acometer sua nova retaguarda. Hooker julgava que Lee estivesse preso entre as duas forças

de

da liderança de seu

apresentou-se

ao

pre-

sidente com uma lista dos generais que desejava afastar.

No fim das contas, Lincoln se livrou substituindo-o pelo beberrão Hooker.

de

unionistas.

O plano de Hooker exigia que a força principal da União, no Ermo, agisse rapidamente. Em 30 de abril, ele fez alto na orla do Ermo, próximo a uma vila chamada Chancellorsville. Seus generais esperavam que ele continuasse avançando para o descampado, onde o porte superior do Exército do Potomac lhes daria maior vantagem em batalha. Mas Hooker se negou a ir adiante, tomado de insegurança após perceber que Lee não recuaria e estava pronto para a luta. Como Hooker, Lee dividiu seu exército. Ele deixou 10 mil homens em Fredericksburg, sob o comando do general Jubal Early (1816-94), e levou o restante ao Ermo. Quando soube que Hooker se havia detido, Lee ordenou um ataque. Em 2 de maio, “Muralha” Jackson rodeou com 28 mil homens a ala direita de Hooker.

Burnside,

Durante a primavera de 1863, os exércitos tanto de Hooker quanto de Lee permaneceram inativos. Nenhum deles, de resto, estava em condições de atacar. O exército da União sofria com a falta de ânimo, que Hooker ajudou a corrigir melhorando o nível das provisões e promovendo maior disciplina militar. As tropas de Lee, em contrapartida, estavam muito confiantes, graças à recente sequência de vitórias, mas faltavam-lhes víveres e equipamentos. As tropas de Hooker montavam a aproximadamente 120 mil homens, o dobro do número que tinha Lee sob seu comando. Mas Lee ainda detinha as fortes posições defensivas em Fredericksburg, onde vencera Burnside. Hooker sabia ter poucas chances de vencer Lee com um ataque frontal, e por isso decidiu arrancálo da toca flanqueando os confederados. Em fins de abril de 1863, Hooker comandou cerca de 75 mil soldados para o oeste ao longo do Rappahannock e cruzou o rio no passo dos Estados Unidos.

Em seguida, adentrou conhecida como Ermo

Quando Jackson atacou, os soldados da União, que faziam a refeição noturna, foram tolhidos no contrapé.

O assalto confederado destruiu o corpo comandado pelo general Oliver Otis Howard (1830-1909). Jackson avançou para fazer o reconhecimento de uma passagem sobre o Rappahannock e evitar que o exército de Hooker recuasse para Washington, mas foi baleado acidentalmente por um de seus homens

uma área de mata cerrada da Virgínia. Enquanto 1sso,

enquanto voltava no escuro. Ele morreu pouco depois,

de perto soldado s mil 47 de cerca deixava Hooker mil Fredericksburg. Lee tinha ao todo pouco mais de 50 Se militar. dilema duro um enfren tava e homens Fredeatacasse as forças da União deixadas em

em decorrência de complicações causadas pela amputação de seu braço esquerdo. Com a perda desse general exímio, Lee foi obrigado a se reagrupar.

ricksburg, Hooker, com o exército principal, atacaria

Em 3 de maio, os confederados retomaram a ofensiva. Hooker foi ferido na luta, e preocupou-se

sua retaguarda. Se, por outro lado, atacasse O exército

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Mais em proteger sua linha de retirada pelo passo dos Estados Unidos do que em atacar. A essa altura, as tropas unionistas em Fredericksburg, lideradas pelo

Lee Invade o Norte Na primeira semana de junho de 1863, Lee começou a marchar de Fredericksburg em direção à Pensilvânia.

O avanço de Sedgwick em Salem Church, em 4 de maio. No dia seguinte, Hooker retirou-se cruzando o Rappahannock. Lee decidiu, então, usar a vantagem obtida em Chancellorsville para invadir o norte uma

Lincoln concedera aos escravos libertos garantias de que poderiam servir no exército. Lincoln, longe de alarmar-se com o avanço norte de Lee, esperava que, caso ele fosse derrotado dentro do

general John Sedgwick (181364), haviam começado a avançar. Lee dividiu uma vez mais seu exército e deteve

vez mais.

No caminho, suas tropas capturaram negros libertos e os reenviaram à Virgínia como escravos. Em contraste,

território da União

e a uma grande

distância de suas

À direita: A Batalha de

Gettysburg, em 1863, que durou três dias, é vista como o ponto de

virada da guerra no leste. Depois de seu desfecho e da retirada dos confederados para a Virgínia, dezenas de milhares de soldados se encontravam mortos ou

gravemente feridos.

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à 1] (1)0 avanço confederado é bloqueado por forças da União enquanto ambos os lados fazem 7 | avançar as reservas. Às tropos da União recuam | para o platô ao sul de Gettysburg.

(2) Forças confederadas desferem ataques

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confederados avançam contra o centro da linha

da União. Uns poucos alcançam a linha unionista, mas o restante é repelido. A batalha

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tivamente encerrada.

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À esquerda: O combate em Gettyshurg foi especialmente violento, como mostra essa

ilustração em que se vêem soldados confederados e unionistas trocando tiros e travando combate direto.

bases, seu exército pudesse ser destruído. Um pensilvaniano, o general George Gordon Meade (181572), substituiu Hooker, em 28 de junho, como líder do

Exército do Potomac. Hooker renunciara porque seu plano para encurralar o exército de Lee fora descartado por seus superiores. Meade queria lutar, assim como Lee. Seus exércitos colidiram em Gettysburg, na Pensilvânia,

onde, em

1º de julho, soldados

confede-

rados que iam à cidade procurar sapatos foram alvejados pela cavalaria unionista. Nem Lee nem Meade se haviam preparado efeti-

vamente para a batalha, mas ela absorveu proporções

crescentes dos dois exércitos. Ao chegar, na tarde de 1º

de julho, Lee concluiu que poderia derrotar ao menos uma parte do exército da União. Ele ordenou um avanço geral contra as tropas unionistas dispostas em semicírculo em torno de Gettysburg. A luta continuou até o anoitecer. A pressão constante das tropas sulistas chegando ao campo de batalha Os rompessem. se União da linhas das parte que fez com em soldados do general Oliver Howard, que eram um em sucumbiram germano-americanos, maioria para recuaram União da soldados Os crítico. momento assumindo Gettysburg até o platô a sudeste da cidade, | Culp. de e Cemitério do colinas nas posições julho. de 2 seguinte, dia no recomeçou A batalha (1821Longstreet James general ao ordens Lee enviou chave A Meade. de esquerdo flanco o 1904) para atacar na extremidade para a linha unionista era uma colina fosse que Presumia-se Redondo. sul chamada Morrinho general ane do comando o sob tropas por defendida mais fáci ser acreditava este mas Sickles (1819-1914), manhã, a durante e, frente, sua à defender o terreno de Pomar O como conhecidas ocupou posições (uma Demônio do Toca a e Trigo de Pêssegos, o Campo

área repleta de rochas carcomidas). Mas as novas posições expunham seus dois flancos a ataques. Quando se deu conta do perigo, Sickles avistou os confederados de Longstreet vindo em sua direção. Longstreet, contudo, tardou a iniciar a batalha. Ele não desferiu seu ataque senão no final da tarde. Seus homens lutaram intensamente pelo Campo de Trigo, pelo Pomar de Pêssegos e pela Toca do Demônio, e os confederados acabaram ganhando terreno no Morrinho Redondo. Parecia que o exército da União seria flanqueado, até que o engenheiro-chefe de Meade, o general Gouverneur Warren (1830-82), enviou tropas até o Morrinho Redondo para impedir sua captura pelos homens de Longstreet. Em 3 de julho, Lee enviou sua única divisão descansada, comandada pelo general George Pickett (1825-75), juntamente com duas outras divisões, para atacar o centro da Serra do Cemitério. O ataque de 15 mil dentre os melhores homens de Lee foi acompanhado do maior bombardeio de artilharia até então visto na história americana. Cerca de 150 dos homens

de Pickett chegaram à posição unionista, mas um número muito maior foi morto ou ferido. Os sobreviventes recuaram para as linhas confederadas. A Batalha de Gettysburg estava encerrada. Durante os três dias de luta afoita, Meade perdeu 25

mil homens entre mortos, feridos ou desaparecidos; Lee perdeu 28 mil. Em 4 de julho, uma tempestade impediu Meade de perseguir os confederados, e Lee iniciou a

lenta e dolorosa retirada para a Virgínia. Gettysburg foi o ponto de virada na guerra. A batalha esfacelou o ímpeto combativo do Exército da Virgínia Setentrional, daí em diante, Lee abandonaria quaisquer esperanças de derrotar a União assumindo a ofensiva, e travaria batalhas em defesa da Confederação.

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Grant Toma Vicksburg Até finais de dezembro de 1862, apesar de seus esforços, todas as tentativas do general Grant e seus oficiais para chegar a Vicksburg foram frustradas. Um dos piores reveses para a União ocorreu em julho, quando a frota do almirante Farragut fracassou ao tentar destruir um couraçado confederado, o Arkansas, próximo a Vicksburg. Como resultado, a frota unionista foi obrigada a recuar pelo Mississippi em direção a New Orleans.

sem as posições confederadas em torno de Vicksburg, mas o clima úmido do início de 1863 e as condições pantanosas obrigaram-no a abandonar esse plano. Uma tentativa em março de cruzar o Rio Yazoo, bem ao norte de Vicksburg, foi empreendida por Grant, mas também culminou em fracasso. O general John Pemberton (181481), comandante confederado em Vicksburg, pôde tirar alguma satisfação das frustrações de Grant, crendo que levara um triunfo sobre seu oponente.

terreno em torno de Vicksburg favorecia os defensores confederados: pântanos bloqueavam o caminho para a cidade a partir do norte, e a largura do Mississippi tornava o cruzamento difícil e arriscado, especialmente em se considerando que a artilharia confederada encimava as margens do rio nas cercanias da cidade. Como o grosso do exército de Grant se encontrava

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Vicksburg,

havia meios de ele avançar para o leste, exceto rumando em sentido norte e cruzando o rio próximo a Memphis, no Tennessee, ou, então, seguindo para o sul. Cruzar o Mississippi ao sul de Vicksburg exigia canhoneiras e meios de transporte para os soldados. Mas não era para os barcos passar por Vicksburg e chegar às tropas unionistas que marchavam por terra. Grant já tentara chegar a leste da cidade marchando do norte, mas descobrira que tal manobra exporia suas linhas de suprimento a ataques da cavalaria confederada. O general unionista concluiu que, de algum modo, teria de aproximar-se de Vicksburg pelo sul. Ele ordenou que se escavasse um canal para que suas tropas evitas-

Mas, na noite de 16-17 de abril, o comandante unio-

nista David Porter conseguiu que 12 navios smgrando o Mississippi passassem pelos canhões confederados em Vicksburs. Grant comandou, então, seu exército em direção ao sul, para encontrar a frota de Porter. Em 30 de abril de 1863, o exército da União foi transportado pelo Mississippi em Bruinsburg, 30 milhas ao sul de Vicksburg. Grant assumia um grande risco. Sua força estava agora ao sul de Vicksburg, e não havia meios fáceis de abastecê-la a partir da base em Memphis. Grant, contudo, ordenou que seus soldados vivessem da terra, obtendo alimento nas fazendas e plantações do Mississippi

À direita: Como se vê

nesse mapa, os planos de Grant para tomar

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Vicksburg dependiam de cruzar o Mississippi ao sul

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Exército da União, abril de 1863

Marcha de flanqueamento do exército da União, 20-30 de abril

Ataques simulados da União, 29-30 de abril

Avanços do exército da União, 1º-19 de maio Exército contederado, abril de 1863

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À esquerda: Assim que chegaram a leste de

Vicksburg, os soldados da União puderam entrincheirar-se para um bombardeio de seis semanas, até a cidade se render.

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enquanto marchavam para atacar Vicksburg pelo leste.

Em 1º de maio, os generais unionistas John McClernand

(1812-90) e James B. McPherson (1828-64) derrotaram uma força confederada em Port Gibson, libertando as baterias em Grand Gulf, que Grant usaria como base. O próximo alvo seria a capital do estado do Mississippi, Jackson. Se as tropas unionistas conseguissem tomar a capital, sua retaguarda estaria segura enquanto avançassem contra Vicksburg. Em “7 de maio, Grant iniciou sua marcha para nor-

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Durante as fases iniciais da Guerra Civil, nem o

exército da União nem o da Confederação

pensaram muito sobre o que fazer com os prisioneiros de guerra. Se soldados fossem capturados, era comum que os comandantes da região elaborassem acordos para trocá-los de

maneira local e improvisada.

“Mas, durante o ano de 1862, o número de prisioneiros feitos por ambos os lados cresceu

“ rapidamente, quando baluartes como o Forte “Donelson se renderam, superando os recursos locais

16 de maio, Grant derrotou Pemberton na Batalha da

Colina dos Campeões. Dois dias depois, as tropas da União chegaram às portas da própria Vicksburg. Grant esperava que um rápido ataque pudesse subjugar a cidade e evitar um sítio prolongado. Assim, em 19 de maio, o corpo de Sherman atacou o lado norte da cidade, mas foi repelido com a perda de mil homens.

tão foi ataque O bombarde ada. foi cidade a seis semanas,

em recolher-s e Vicksburg de população a fez que intenso

“dos comandantes. Em julhode 1862, ambos os

lados concordaram com um sistema formal de trocar

prisioneiros. O arranjo vigorou até que os.

confederados começaram a capturar soldados

- negros que lutavam pela União. Esses soldados eram — “ou mortos ou vendidos como escravos ot ER ER E er sÕ

* aprisionados sem esperança de troca. Como Ros antera reação, ea fas irao] saci Spec tina a * a União suspendeu todos ais trocas de prisioneiros. |EN Assim, diante, osBERRO soldados pspuro dos rama aSA ça | RÃem À ossada iam desde velhos fortes —* mantidos o

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prosua via Pemberto n mas postos, seus determinação homens visão de víveres reduzir-se cada vez mais, é seus de esperança s tinha não que sabendo Em 3 de julho, a EC socorro, Pemberton pediu termos de rendição mas incondicio nal, rendição a exigiu princípio, Este, a logístico problema do lembrar-s e ao idéia de mudou Ra 29 transporta r TE prisioneir os pelos representado pads dos parte maior a requereri a mil prisioneiros necessários para suprir seu exército. Consequente-

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pras

com cavernas. Os defensores confederados mantiveram

começavam lentamente a esfaimar-se.

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voltassem para casa com a condição estrita de que não mais empunhassem armas. No dia seguinte, a cidade de Vicksburg se rendeu, e o controle unionista do Rio Mississippi dividiu inevitavelmente a Confederação em duas. Um dia antes, no leste, Lee fora derrotado em Gettysburg. O futuro da Confederação parecia selado.

ral Johnston avançava do Tennessee para Jackson, enquanto Pemberton deixava Vicksburg. As tropas de Grant chegaram a Jackson em uma semana, para descobrir que Johnston ali chegara no dia anterior; Johnston, porém, só tinha 6 mil soldados sob seu comando. As forças da União, com quatro vezes esse número, assolaram as trincheiras inimigas em torno da cidade, expulsando Johnston e suas tropas para o leste, em 14 de maio. Voltando rapidamente seu exército para o oeste, em

Ele Vicksburg. sitiar de teria que admitiu Grant reuniu canhões e batelões carregados de morteiros, e, por

EE

mente, Grant libertou os confederados, permitindo que

deste. Suas tropas defrontavam-se com a possibilidade de ficarem presas entre dois exércitos confederados: o gene-

Em 22 de maio, o exército avançou em massa e, uma vez | mais, sofreu numerosas baixas.

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O Tennessee

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à União

O Exército do Cumberland, do general William Rosecrans, conquistou uma importante vitória na Batalho

de Murfreesboro, no Tennessee. Mas a batalha, que durou do final de dezembro de 1862 até janeiro de 1863, ceifou a vida de muitos soldados da União e resultou em milhares de baixas. Tão danoso foi o

efeito que o exército de Rosecrans passou toda a primavera de 1863 se reorganizando. Nº

início de junho, Rosecrans estava finalmente pronto para prosseguir em sua campanha pelo Tennessee. Mas a longa primavera também dera ao comandante confederado, o general Braxton Bragg, tempo para recolher a maior parte da safra nas fazendas do centro do estado. Tais provisões proporcionaram o trigo tão desesperadamente necessário aos famintos soldados da Confederação. As tropas de Bragg detinham muitas das passagens existentes no terreno escarpado dos Montes Cumberland. Mas Rosecrans simplesmente flanqueou tais defesas e voltou a marchar contra Murfreesboro; os

confederados abandonaram o oeste do Tennessee e recuaram para Chattanooga. Lincoln exortou Rosecrans

a pressionar mais duramente os confederados, mas o general permaneceu em Murfreesboro por outras seis semanas. Ele empregou esse tempo para reunir suprimentos para seu avanço contra o próximo alvo, Chattanooga, no Tennessee. O exército de Rosecrans se

pôs em marcha em meados de agosto. Em Richmond, o presidente confederado Jefferson Davis reconheceu o perigo representado por Rosecrans. Então, ele decidiu enviar reforços a Bragg, tomando tropas da Virgínia, para serem comandadas pelo general James Longstreet, e enviando-as por trem até o

À direita: Essa ilustração

mostra o momento em que

as tropas da União dominaram os soldados confederados na Serra dos Missionários, às portas de Chattanooga. À serra era um posto crucial e, quando se rendeu a Grant, foi uma mera questão de tempo antes de o Tennessee curvar-se como um todo.

Tennessee. Bragg aguardou a chegada dessas unidades antes de iniciar operações ofensivas. Em 6 de setembro, Rosecrans ocupou Chattanooga e, em seguida, rumou para o sul, em direção a Atlanta, na Geórgia. Os vários corpos do exército da União encontravam-se, contudo, muito dispersos, sendo incapazes de prestar auxílio mútuo se acossados. O

maior dos corpos, comandado pelo general George Thomas (1816-70), posicionava-se junto ao riacho de Chickamauga, próximo à cidadezinha georgiana de La Fayette. Bragg achava que poderia atacar pelo flanco e pela frente desse corpo, com boas chances de sucesso. Infelizmente, para ele, os comandantes de seus corpos subordinados se opuseram ao plano de ataque, Julgando-o por demais arriscado. Bragg tentou novamente

em

11 de setembro, e, uma

vez mais, seus co-

mandantes objetaram ao plano. As unidades expostas

de Thomas finalmente perceberam o perigo e se retiraram. Bragg queria atacar outro corpo da União, o do

general

setembro,

Thomas mas

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(1819-903),

comandantes

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novamente

se

opuseram e não chegou a haver ataque. O frustrado Bragg aguardou seis dias antes de chegarem a um plano consensual, e, nesse momento, muitos dos reforços de Longstreet já haviam chegado a

À esquerda: Tropas da Unido avançam para a

vitória durante o ataque contra as defesas confederadas no Monte Lookout, próximo a Chattanooga, em 24 de novembro de 1863.

Em meados de outubro, o exército de Rosecrans se encontrava em dificuldades, e Lincoln ordenou que dois corpos do Exército do Potomac acorressem em seu auxílio. O comando dessa força foi confiado ao general Joseph Hooker. Ao mesmo tempo, o general Sherman, com quatro divisões, foi enviado do Mississippi. E, como parte de uma grande reorganização da estrutura

campo. A má sorte de Bragg, contudo, persistiu. Thomas reorganizou suas defesas na noite anterior ao ataque,

mudando de posição, de modo que as tropas de Bragg atacariam parte de sua frente, e não o seu flanco. Em 19 de setembro, as tropas sulinas acometeram a esquerda unionista em Chickamauga, onde havia tropas de Thomas a postos. Elas ganharam muito pouco terreno, pois a área

era densamente

de comando

florestada, quase

impossibilitando ataques coordenados. Naquela noite, Longstreet chegou com o restante de seu corpo. A

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da União, Grant

recebeu

o comando

de

todas as forças unionistas entre os montes Apalaches e o Rio Mississippi. Ele substituiu Rosecrans por Thomas, embora concordasse com o plano de Rosecrans de estabelecer uma linha de suprimentos a oeste de Chattanooga. Isso foi feito em 23 de outubro. Em 23 de novembro, Grant ordenou que suas tropas avançassem para dar início à Batalha de Chattanooga. Os homens de Hooker escalaram o Monte Lookout, um importante posto acima de Chattanooga, detido pelos confederados. No dia seguinte, as tropas de Hooker expulsaram as três brigadas confederadas do cimo do monte. Enquanto isso, Sherman atacou a direita de Bragg, não alcançando senão um magro sucesso. As posições confederadas ali eram mais fortes do que se esperava, e as tropas de Sherman ainda estavam exaustas da marcha para Chattanooga. Em 25 de novembro, Grant pediu a Thomas que comandasse o Exército do Cumberland de Chattanooga contra o centro de Bragg, na Serra do Missionário. Ao

mesmo

tempo, Sherman

retomaria O

ataque contra a esquerda confederada. Após tremendo confronto, os homens de Thomas expulsaram os confederados da Serra do Missionário, e logo todo o exército sulista estava em debandada. O Exército do Cumberland vingara a derrota em Chickamauga, e O Tennessee se livrou das tropas confederadas.

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À Guerra de Atrito de Grant Após sua derrota em Gettysburg, em julho de 1863, Lee conduziu a maior parte do Exército da Virgínia Setentrional através do Rio Potomac até os confins um pouco mais seguros da Virgínia. A essa altura,

Lincoln estava furioso com seus generais no palco leste por não perseguirem Lee. Em março de 1864, Grant substituiu Henry Halleck como general-em-chefe dos exércitos dos Estados Unidos. U

ma das primeiras ordens de Grant em seu novo

papel foi que Meade, que permanecia à frente do

Exército do Potomac, perseguisse o Exército da Virgínia Setentrional, explicando: “O exército de Lee será o seu alvo. Aonde quer que ele vá, você também irá”. Grant planejava trazer o exército de Lee a um impasse. Em 4 de maio, Grant assumiu o comando pessoal da nova campanha e, juntamente com Meade, seguiu para o sul com o Exército do Potomac. A armada cruzou o

Rio Rapidan — próximo ao passo que Hooker usara

em seu caminho para a derrota em Chancellorsville, em

maio de 1863 — e avançou pelo terreno acidentado

conhecido como o Ermo. A batalha, selvagem e conturbada, teve início em 5 de maio e estendeu-se por dois dias. Em 7 de maio, Grant retomou a ofensiva e tentou circundar o flanco direito de Lee. Embora conseguisse evitar a manobra de flanqueamento de Grant, Lee ficou surpreso com a deter-

minação das forças unionistas, que pareciam dispostas a avançar a despeito das baixas. A batalha prosseguiu em Courthouse,

Spotsylvania

de

9

em

maio,

mais

um

confronto sangrento que custou a ambos os lados numerosas baixas. Os ataques de Grant foram pouco a pouco repelindo Lee. Após uma semana em que ambos os lados receberam das

reforços

capitais

rivais,

Grant

o

marchou

para

onde

as tropas

sudeste. Em junho, ele atacou Lee em Cold Harbor, 15

quilômetros

confederadas

ao oeste de Richmond, aguardavam

fortificações

em

terrestres.

Muitos soldados da União estavam convencidos de que o ataque fracassaria, e centenas escreveram seus nomes

de modo

fatalista em pedaços de papel, fixando-os ao

uniforme para permitir que seus corpos fossem facil-

mente reconhecidos e enviados para casa para o funeral. E. de fato, muitos pereceram no dia 3 de junho, em um Ê Lee. de centro o contra baldado ataque Grant perdeu mais de 50 mil soldados em um mês de luta praticamente contínua. Foi a maior média de

baixas

em

toda

perdeu

a guerra. Lee

quase

meta-

de desse número, mas Grant começara com um exército

de 120 mil homens, enquanto

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sem

obter

uma

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Lee que a brutalmente demonstro u significativa, de baixas termos em necessário fosse que o toleraria ; à para alcançar a vitória final. A at Potomac do Exército O conduziu Grant Quando

Uma apenas constituiu isso 1864, de maio o Ermo, em forças as expulsar buscavam que de três ofensivas em consistiam duas outras As Virgínia. da confederadas

uma marcha pelo Vale do Shenandoah e em um ataque

a Richmond, margeando-se o Rio James rumo ao norte. A ofensiva do Shenandoah destinava-se a capturar a cidade de Staunton, mas só chegou até a cidadezinha de

New Market, onde foi derrotada em 15 de maio.

Esperava-se mais do avanço pelo Rio James, que

incluía 30 mil homens sob o comando do general Benjamin Butler (1818-93). Quando este chegou a Ber-

muda Hundred, a base unionista entre os rios James e

Appomattox, encontrou lá somente 10 mil soldados confederados, sendo que poucos soldados lá estavam entre o exército de Butler e a capital sulista. Se Butler houvesse subido rapidamente pela Orla do James, poderia ter capturado o alvo arredio de tantos esforços da União. A lentidão de Butler deu tempo ao comandante sulista, o general Beauregard, para reunir reforços. Na Batalha

do Penhasco

de Drewry,

em

16 de maio, os

soldados de Beauregard atacaram e expulsaram Butler

para Bermuda Hundred. Embora Butler estivesse a salvo de ataques em sua linha de trincheiras, ele não tinha como usar suas forças para ajudar Grant. Em que pesasse a seu fracasso, ele pelo menos posicionara um exército próximo a Richmond.

Um Novo Plano em Três Etapas

Grant optou, então, por um plano de ataque em três etapas. As tropas da União no Shenandoah tentariam uma vez mais avançar para o sul. Ao mesmo tempo, a cavalaria do Exército do Potomac, comandada pelo general Sheridan, seguiria para o oeste até o Shenandoah. A força de Sheridan destruiria as ferrovias em seu avanço, e, quando se encontrasse com as tropas unionistas do Shenandoah, agiriam juntas para impedir que víveres e outras provisões chegassem até Lee. Grant levaria o exército de Meade através do Rio James e capturaria Petersburg. O Exército do Potomac começou a marchar no dia 12 de junho. Uma das maiores pontes de plataformas flutuantes — pontões — da história foi montada sobre o Rio James, e, em 14 de junho, grande parte das tropas da União o havia cruzado. Em 15 de junho, o corpo principal de Grant se acercou de Petersburg. Ele montava a cerca de 15 mil soldados: somente 2 mil confederados, comandados por

Beauregard, defendiam a cidade virginiana. A inatividade dos comandantes da União em frente de Petersburg deu tempo aos confederados para enviar tropas à cidade ameaçada. No momento em que Grant chegou com o grosso de seu exército — 65 mil soldados da União —, Lee já acorrera com reforços.

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avançar, os soldados unionistas se detiveram. Uma vez

mais a chance de uma decisão rápida se esvaiu, e Meade e Grant resignaram-se a sitiar Petersburg. Por oito meses, os exércitos da União e da Confederação disputaram nas trincheiras de Petersburg. Incapaz de tomar a cidade de assalto, Grant tentou

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tinha tropas suficientes para vigiar os 55 quilômetros de trincheiras que protegiam Petersburg. Finalmente, em

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janeiro de 1865, o mau tempo isolou Petersburg de Richmond, e os que ficaram na cidade começaram a morrer de fome. No final de março de 1865, Lee concluiu que devia abrir uma brecha nas linhas de Grant ao redor de Petersburg e recuar para o oeste com o que restava de seu exército.

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Sheridan derrotou Early no Riacho Cedar, em 19 de outubro, e, com o Shenandoah em mãos unionistas, Lee perdeu sua principal fonte de víveres. Durante os meses invernais de 1864-65, o exército de Lee minguou, pois seus até então leais soldados começaram a desertar em grandes números. Lee não

a m uzia cond que vias ferro e adas estr as per interrom ou Sé Petersburg, na esperança de que Lee se retirasse ao

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Acima à esquerda: O general-em-chefe Grant, visto aqui fora de sua tenda, assumiu o comando da ofensiva final para derrotar o Exército da Virgínia Setentrional, de Lee. Acima à direita: À campanha de Grant para tomar Richmond envolveu grandes movimentos curvados para oleste e o sul da capital confederada, e um longo sítio em Petersburg.

Em 18 de junho, Grant ordenou uma acometida de todo o exército. Eles descobriram que Lee e Beauregard haviam retirado suas tropas das linhas de trincheiras e recuado para mais perto da cidade; em vez de

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ENCICLOPEDIA

DAS

GUERRAS

Atlanta, Franklin e Nashville No verão de 1864, a Guerra Civil avançava para a fase final. Não se tratava de saber se o Sul se renderia, mas, sim, quando. A União tinha os homens, as armas e o equipamento para avassalar o Sul.

E, todavia, os confederados lutavam. O general Sherman planejou marchar pela Geórgia, destruindo tudo de valor que encontrasse. Essa campanha, conhecida como Marcha para o Mar, foi brutal, mas decisiva.

acometê-lo em uma batalha decisiva. Esse processo se repetiu em Allatoona (25 de maio) e no Monte Kennesaw (23 de junho), onde os confederados voltaram a infligir pesadas baixas às tropas unionistas antes de se retirarem para novas posições defensivas.

H

nquanto Grant e Lee se agrediam nos confins exíguos da Virgínia, no oeste, os exércitos do general William Sherman (promovido ao comando de todos os exércitos da União no oeste, em março de 1864) e do general confederado Joseph Johnston tinham muito mais espaço para manobrar. A campanha de 1864 de Sherman teve início em 5 de maio. Ele avançou para o sul a partir de Chattanooga,

Embora Johnston houvesse retardado o avanço de Sherman, no final de junho, as tropas da União estavam

fechando o cerco sobre Atlanta. A cidade era vital para a Confederação: era um pólo comercial, o centro de um sistema essencial de transporte e uma das principais fornecedoras de armas para os exércitos sulistas. Para o

no Tennessee, e encontrou Johnston e seu exército em

frente de Dalton, Geórgia. Em vez de promover um ataque frontal, Sherman tentou flanquear Johnston, enviando 30 mil homens sob o general James

Sul, a cidade tinha de ser defendida a todo custo.

Jefferson Davis tinha pouco apreço por Johnston, e, em 17 de julho, o substituiu pelo general John Hood (183179). Dois dias após assumir o comando, Hood atacou o exército de Sherman no Riacho Peachtree. O ataque progrediu bem a princípio, até que as tropas confederadas se embrenharam em ravinas. Os regimentos da União subiram às bordas das ravinas e dispararam para baixo, alvejando as massas da infantaria confederada, cujo avanço se deteve. Hood perdeu quase 5 mil soldados sem proveito algum, e, todavia, retomou a ofensiva em Decatur, a 8 quilômetros de Atlanta, em 22 de

McPherson para capturar a cidadezinha de Resaca, na retaguarda da principal posição confederada. Mas a

cautela

de McPherson,

diante

resistência

da modesta

confederada, permitiu a Johnston escapar do ardil e adotar novas posições ao sul de Resaca. Em 13 de maio, Sherman iniciou um ataque de três dias contra o exército de Johnston em Resaca. Após lutas intensas, durante as quais as tropas unionistas

sofreram duras baixas, Johnston removeu seu exército para Cassville, frustrando os esforços de Sherman para

julho, e em Ezra Church, a sudoeste de Atlanta,

À direita: Embora as tropas sulistas retardassem a sustentada marcha de Sherman contra Atlanta, elas não

em 28 de julho. Ambos os assaltos falharam na tentativa de impedir o avanço de Sherman contra a cidade.

puderam impedir que as forcas da União

capturassem a importante

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de agosto. Com o caminho finalmente aberto,

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sitiou Atlanta,

com sua artilharia de campo e destruindo a última ferrovia que conduzia à cidade. Hood decidiu retirar-se de Atlanta após perder uma

Avanços da União

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cidade confederada.

Sherman

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| charam para Atlanta. Sherman concluíra que, para obrigar o Sul a se render, cumpria solapar tanto sua vontade política como seus meios econômicos para prosseguir na guerra. Em 15 de novembro, ele

incendiou totalmente Atlanta e avançou com

seu exército para o importante porto sulista de Savannah, na Geórgia. Em uma orgia de

destruição, seus soldados queimaram tudo o que não puderam pilhar em uma faixa georgiana de 65 quilômetros entre Atlanta é Savannah, chegando, em 21 de dezembro de 1864, ao porto.

A perda de Atlanta e Savannah foi um golpe mortal para o Sul. Para a Confederação, há

176

A

muito Já não havia esperanças de vitória, mas seus generais continuavam a lutar, no anseio de que, se evitassem uma derrota total poderiam

obter melhores termos de paz ca so o Nórie se cansasse da guerra. | o Embora houvesse abandonado At lanta em 1º

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AMERICANA À esquerda: Juntas, as batalhas de Franklin e Nashville, no final de 1864, encerraram as

esperanças dos líderes sulistas de recapturar o

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nessee, e Atlanta. Sherman contav a com essa ferrovia para manter suas forças abaste cidas, e. por 18so, enviou tropas para expulsar Hood para

A cavalaria confederada de Nathan Bedford Forrest (182177) avançou pelo Tennessee para cortar as linhas de suprimentos nortistas. Depois que Forrest regressou de sua campanha

CIVIL

KENTUCKY

de setembro, Hood ainda tinha 40) mi l soldados sob seu comando, que ele usou para romper a linha ferroviária entre Chattanooga, no Ten-

O Alabama, A marcha de Sherman pela Geórgi a até Savannah só foi possível porque ele deixou metade de seu exército no Tennessee. sob o comando do general George Thomas. para reprimir qualquer ameaça de Hood.

GUERRA

Nashville

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Hood cruzou o Rio Tennessee no Alabama e avançou para o norte, adentrando o Tennessee. A princípio, ele tentou derrotar a força unionista comandada pelo general John Schofield (1831-1906), em 14 de novembro. Schofield tinha ordens de Thomas para retardar a marcha de Hood contra Nashville. Hood tentou flanquear Schofield, mas o comandante unionista retirou-se para posições defensivas à roda de Franklin, 25 quilômetros ao sul de Nashville. Hood pressionou duramente Schofield, determinado a trazer as forças da União à batalha. Em 30 de

novembro de 1864, ele ordenou imprudentemente que

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e não tinha a menor chance de sucesso.

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retomar o estado para, em seguida, marchar pelos Apalaches e alcançar as forças de Lee na Virgínia. O esquema, porém, era demasiado ambicioso,

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Schofield teve 2.300 mortos e feridos em uma força de 32 mil homens. Schofield removeu suas tropas de Franklin para

Nashville, onde se encontrou com Thomas; juntas, suas

forças perfaziam 60 mil homens. Hood ficara com pouco mais de 20 mil soldados e marchava contra Nashville, onde chegou em 2 de dezembro. As defesas ao redor da cidade eram excepcionalmente fortes, e mesmo Hood reconheceu que qualquer ataque estaria fadado ao fracasso. Mas a rede, então, se fechava sobre as forças confederadas, pois Thomas rumava impetuosamente para Nashville. Quando Thomas assumiu efetivamente a ofensiva, em

15 de dezembro, as tropas sulistas, em menor número,

conseouiram repeli-lo. Mas o alívio foi temporário, já que,

suas tropas atacassem em terreno aberto a bem guar-

no gia seguinte, as forças unionistas voltaram a atacar e

ou feridos. Entre os mortos confederados estavam Seis

cm janeiro de 1865, foi destituído de seu comando.

necida força unionista. Quase 7 mil dentre os 2/7 mil confederados que atacaram em Franklin foram mortos generais e muitos outros oficiais seniores. Em contraste,

romperam as linhas confederadas. O exército sulista perdeu toda a coerência como força de combate, e Hood,

Após a destruição do exército

de Hood na Batalha de Nashville,

o único impedimento para uma vitória rápida e definitiva da União eram Lee e mais o que restava do Exército da Virgínia Setentrional. O

comando

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Lee,

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recendo de todo tipo de provisões, estava disposto a lutar, mas as probabilidades lhes eram por demais avessas. Exércitos da União cercavam o Exército da Virgínia Setentrional por todas as direções. À esquerda: Esse quadro retrata a Batalha de Jonesboro, em 31 de agosto de 1864, a última tentativa sulista de impedir que as forças de Sherman tomassem Atlanta.

A

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUER

À União Preservada Apesar de exaustos e famintos, os soldados confederados lutaram por toda a primavera de 1865, e houve, na verdade, alguns nichos de férrea resistência por parte das tropas sulistas. Ainda assim, a

guerra se abeirava de seu termo, e mesmo os generais confederados vinham se resignando ao inevitável. Em Washington, os políticos nortistas começavam a discutir como lidar com o Sul após a guerra.

fevereiro de 1865, Jefferson Davis fez de Lee comandante-em-chefe de todos os exércitos confederados. O comando duraria pouco. No final de março de 1865, Lee percebeu que não podia mais permanecer em Petersburg, e que o sítio da União estava as raias do sucesso. Embora retirar-se da cidade significasse que Richmond estaria quase fadada a sucumbir, esse era um sacrifício que o comandante confederado estava disposto a fazer para salvar o que restava do Exército da Virgínia Setentrional. Em 22 de fevereiro, Lee reinstituiu o general Joseph Johnston no comando das forças que tentavam deter Sherman, o qual avançava pela Carolina do Sul. Sher-

grande força, com duas divisões de cavalaria e um corpo de infantaria, sob o comando do general Philip Sheridan, para o sudoeste de Petersburg, no intuito de bloquear a tencionada fuga de Lee para as Carolinas. Em 2 de abril, Grant ordenou um ataque geral contra Petersburg. Por toda a linha, os infantes unionistas deixavam as trincheiras e acometiam as defesas sulis-

do Sul, em 17 de fevereiro de 1865. Naquela noite, a cidade foi destruída pelo fogo. Sherman avançou pela Carolina do Norte, tencionando tomar a cidade de

abril de 1865.

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man, contudo, ocupara

Goldsboro. Em

a Columbia, capital da Carolina

19 de março, em Bentonville, Johnston

conseguiu deter o avanço unionista, mas os confederados não conseguiram romper a linha da União, e dois dias depois Johnston foi obrigado a retirar-se. A tentativa de Lee de escapar de Petersburg teve início com um ataque contra o Forte Stedman, no intuito de atrair tropas unionistas do ponto em que se

planejava

abrir a brecha. O

embuste, contudo, malo-

erou, infligindo grandes perdas aos confederados. Grant, que dispunha de mais de 120 mil homens, em contraste com os menos de 60 mil de Lee, preparava-se para acometer diretamente o general-em-cheie dos confederados. O comandante da União enviou uma À direita: Em dezembro

de 1864, nas imediações do Forte Fisher, cavaleiros unionistas e confederados se engalfinharam. Os confederados conseguiram retardar as

tropas unionistas por

algumas semanas, mas, em 15 de janeiro de 1865, o forte sucumbiu.

tas. Os soldados do front de Lee lutaram bravamente,

tentando ganhar tempo para uma evacuação. No dia seguinte, as forças confederadas finalmente abandonaram Petersburg, e, dentro de horas, as tropas da União adentraram Richmond. A capital confederada, que amargou um grande incêndio enquanto seus oficiais e defensores fugiam, rendeu-se formalmente em 3 de

O Ultimo Bastião de Lee

O restante do Exército da Virgínia Setentrional rumou para o oeste e encontrou-se com a guarnição de Richmond na aldeia de Amelia Springs. Em 5 de abril, os confederados iniciaram uma corrida contra as tropas de Sheridan, que tentavam conter Lee até a chegada da principal força da União. Em 9 de abril, próximo a uma estação ferroviária chamada Appomattox Court House, Lee deparou dois corpos de infantaria unionista à sua frente e outros dois que chegavam pela retaguarda. Ele estava encurralado. Sabendo que a resistência seria inútil, o general-em-chefe dos confederados se rendeu. No mesmo dia, Grant encontrou-se com Lee em uma

residência em Appomattox, de propriedade de Wilmer

A

GUERRA

CIVIL

AMERICANA

À esquerda: Na noite de 2-3 de abril de 1865, enquanto as tropas sulistas e a maior parte dos líderes civis fugiam, a capital confederada, Richmond, ardia em chamas. O grande incêndio causou prejuízos tremendos à cidade, que ainda crepitava quando as tropas unionistas chegaram.

Embora o Sul não pensasse seriamente em usar

seus escravos afro-americanos como soldados, eles

contribuíram efetivamente para os esforços de guerra. Sem escravos, as plantações e fazendas não teriam conseguido alimentar os exércitos confederados ou proporcionar capital para a compra de armas e equipamentos. Os negros atuaram com os exércitos em campo,

desempenhando funções operárias e construíram as fortificações que protegeram muitos dos principais portos sulistas.

O Norte empregou escravos libertos ou fugidos;

McLean. Ironicamente, no início da guerra, McLean vivia próximo à junção de Manassas, mas sua casa foi destruída

cerca de 200 mil “contrabandos” (escravos fugidos) trabalharam como carroceiros,

durante a Primeira Batalha do Bull Run, e ele se mudou

cozinheiros e lavradores nos exércitos nortistas. Mais significativamente, os negros no Norte tomaram parte na luta quando o Ato Miliciano de julho de 1862 permitiu a Lincoln recrutar soldados entre “pessoas de descendência africana”. Os primeiros soldados afro-americanos a lutar pertenciam a um regimento do Kansas, envolvido

para Appomattox pensando que seria mais seguro. Na sala de estar de McLean, Grant e Lee ocuparam mesas separadas e definiram os termos de rendição do Exército da Virgínia Setentrional. Mais para o sul, Sher-

man, em 26 de abril, aceitou a capitulação de Johnston, e, em 26 de maio de 1865, o último dos exércitos confe-

derados, comandado pelo general Edmund Kirby Smith (1824-93), deitou as armas.

em uma escaramuça em Missouri, em outubro de

1862. Mas essa tropa foi ofuscada na época pelos dois regimentos reunidos pelo governador

O grande arquiteto da vitória nortista, Abraham Lincoln, não viveu para testemunhar a completa rendição de seu inimigo sulista. Em 14 de abril de 1865, enquanto via uma peça em Washington, Lincoln foi assassinado por um ator simpatizante da Confederação chamado John Wilkes Booth. O opositor de Lincoln,

abolicionista de Massachusetts, John Andrew. Um desses regimentos, o 54th Massachusetts, comandado por Robert G. Shaw (1837-63), um

jovem oficial branco de Boston, conquistou duradoura fama por seu ataque contra o Forte Wagner, na Carolina do Sul, em julho de 1863. Muitos soldados do regimento foram mortos,

Jefferson Davis, foi capturado próximo a Irwinville, na

Geórgia, em 10 de maio, e aprisionado até sua soltura

precoce, em 1867.

inclusive Shaw, em um brioso porém baldado

A Conturbada Reconstrução A morte de Lincoln foi, ironicamente, um golpe para o Sul no período pós-guerra. Diversamente de muitos dos políticos do Norte, Lincoln esperava adotar uma política , Mas . dos era fed con s ado est exos com o açã ili onc rec de cesem 1867-68, a intransigência sulista no tocante à con

ataque, e um dos sobreviventes tornou-se o. primeiro negro a conquistar a Medalha de Honra. do Congresso. A determinação do 54th. Massachusetts contribuiu muito para convencer os nortistas de que os soldados negros prestavam-se a muitas funções além das de guarnição. Unidades de afro-americanos tiveram um papel tão fundamentais quanto importante em batalhas Vicksburge Nashville. Ao todo, 186 mil afro-

iu aos mit per os rav esc exaos ais leg os eit dir nos ple de são trução. republicanos nortistas aprovar OS Atos de Recons dos um a cad , tos tri dis co cin em Sul o am dir cin s Esses ato onista, com uni l era gen um de le tro con o sob ou fic is qua 1866 e Em is. loca vos ati isl leg ãos órg os re sob autoridade ovados, em apr am for is Civ os eit Dir dos s Ato os 5, 187

americanos lutaram no exército da União durante

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frequentemente nos ex-escravos, que viviam aterrorizados e impedidos de votar ou adquirir propriedades. A Guerra Civil e a era da Reconstrução deixaram um persistente legado de amargura para muitos norte-americanos.

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À Face Cambiante da Guerra 1853-1913

século XIX foi um período transicional extremamente sangrento no campo

bélico. No intervalo de cem anos entre

a Batalha de Waterloo, em 1815, e o início da Primeira Guerra Mundial, os conflitos militares se

desenvolveram mais rápida e dramaticamente do que em qualquer século anterior. Conforme novos avanços tecnológicos se difundiram e a Revolução Industrial se impôs, mudanças na

artilharia, no transporte, nas comunicações e na

construção naval alteraram completamente a

face da guerra ao redor do mundo.

Em geral, o século XIX foi uma época de expansão colonial e de tensões crescentes entre e por parte das nações mais poderosas da Europa. Guerras assolaram o globo como um todo, da Guerra Franco-Prussiana, na Europa central, e das batalhas ameríndias, nas planícies norte-

americanas, até as Guerras dos Bôeres, na Africa do Sul, e

a Guerra Russo-Japonesa, no Pacífico norte. Cada um desses conflitos apresentou um amálgama único de antigos e novos aspectos da guerra. Para lidar com a face progressivamente cambiante da guerra, os líderes militares tiveram de adotar estratégias e métodos renovados e inovadores. O mais famoso e influente proponente do planejamento pré-guerra foi um

prussiano, Carl von Clausewitz (1780-1831), veterano das Guerras Napoleônicas. Em seu livro Da Guerra (1819), ele analisou suas próprias experiências militares e tentou elaborar uma abordagem metódica para a guerra em geral. Alfred Thayer Mahan (1840-1914), um norte-ameripela ewitz Claus fizera que o naval a guerr pela fez cano, Upon ower Seap of ence Influ The livro Seu terrestre. sobre imo Marít Poder do ência Influ (A 5 -178 1660 History,

discutirpara base como usado foi , 1783) 1660a História, se o papel das marinhas no mundo moderno. nos os avanç com a inad comb , tégia estra A ênfase na e ras, lhado metra à carga retro de rifles armamento s — de fenôum a guerr da fez —, os in ar bm su de couraçados a . nunca que do fero mortí mais o it mu e meno mais preciso que 0 do a ulo séc do rra gue a hor mel umo res r ita mil nto À direita: Talvez nenhum outro eve e a a G a e ant dur ica tân Bri a eir tragicamente fútil ataque do Brigada Lig e do comanda i a e nte oga arr à s ado oci ass o, mig ini do s ore o posicionamento superi vos cavaleiros. bra de as ten cen de ato ens ins re sac mas no m ara ult res , britânico

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À Guerra

da Criméia

Depois de 1815, a Guerra da Criméia foi o primeiro conflito substancial entre grandes potências européias. A Grã-Bretanha e a França puseram de lado sua desconfiança mútua e tomaram armas contra a Rússia, que vinha tentando difundir sua influência pelos escombros do Império Otomano,

especialmente na Turquia. A guerra é mais bem lembrada pela qualidade sofrível da liderança de todas as partes e pelas condições atrozes e pestilentas dos feridos.

EN

causas declaradas da Guerra da Criméia (185356) foram a ambição da Rússia de estender sua influência pelo território ao redor do Mar Negro e a pretensão do czar Nicolau I (1796-1855) de possuir direitos exclusivos para a proteção de cristãos ortodoxos e santuários cristãos dentro do islâmico Império Otomano, especialmente em Jerusalém. Ao mesmo tempo, os russos controlavam o Mar Negro a partir de sua base em Sebastopol, na Criméia, e desejavam apossar-se do Dardanelos, a única rota marítima do Mar Negro para o Mediterrâneo. A França e a Grã-Bretanha receavam esse plano de expansão russa nos Bálcãs e no Mediterrâneo, e apolaram os turcos, especialmente depois que tropas russas marcharam pelas províncias romenas da Valáquia e da Moldávia, sob o controle otomano. Em outubro de 1853, a Turquia, assento do Império Otomano, declarou guerra à Rússia, enquanto a GrãBretanha e a França enviaram forças navais para

proteger Constantinopla, capital do Império Otomano, e o Dardanelos. A batalha terrestre em Oltenitza, travada em 4 de novembro de 1853, encerrou-se a favor dos turcos, mas,

poucas semanas depois, foi sucedida pela importante vitória naval russa em Sinop, em que a frota russa | esmagou os turcos. Os russos tomaram a Bulgária, então governada

iniciativa e invadiram a pelos otomanos, sitiando

Silístria. Tanto a Grã-Bretanha quanto a França declararam guerra à Rússia, em março de 1854, enviando um exército conjunto para Varna, na Bulgária. Outros Estados europeus também se sentiram ameaçados pela invasão russa da Bulgária, e os austríacos

enviaram

tropas para a região do Danúbio, pronti-

ficando-se a acometer os russos caso estes prosseguissem em seu avanço pelos Bálcãs. Diante da pressão dos austríacos, no início de agosto, os russos abandonaram o sítio de Silístria e se retiraram totalmente da Bulgária.

A Segunda Fase da Guerra

Após a retirada russa, os aliados — a Grã-Bretanha, a França, a Prússia e a Austria — enviaram propostas de paz aos russos, incluindo garantias de que estes deixariam os otomanos em paz. A Rússia rejeitou as propostas e a guerra prosseguiu, ampliando-se em escopo. A partir de então, a estratégia adotada pelos franceses e britânicos concentrou-se em aniquilar o poder russo no Mar Negro, o que envolvia a captura do Porto de Sebastopol, na Criméia. Em 7 de setembro de 1854, uma expedição foi enviada

para a Criméia. Ela era comandada conjuntamente pelo britânico Lorde Fitzroy Raglan (1788-1855), veterano de 66 anos das Guerras Napoleônicas, e pelo francês Armand de Saint-Arnaud (1796-1854), acometido na época de um grave surto de cólera.

À direita: Nesse quadro, linhas da infantaria britânica

avançam contra os russos

durante a Batalha do Rio Alma, em 20 de setembro de 1854. Após um confronto acirrado, os russos foram finalmente forçados a debandar no final do dia.

182

A

FACE

CAMBIANTE

DA

GUERRA

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A esquerda: Esse mapa indica os principais pontos de batalha da Guerra da Criméia, que irrompera, em parte,

S 9'odessa e

devido ao desejo russo de obter o controle do Dardanelos, o único acesso do Mar Negro ao Mediterrâneo.

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o outro em

Balaklava, para os britá-

nicos. Tanto Kamiesch quanto Balaklava

ficam ao sul de Sebastopol, e, para

alcançá-las, os aliados tiveram primei-

ramente de marchar circundando o porto, abandonando a linha de retirada até as praias do desembarque original. Ao mesmo tempo, Menshikov marchou com seu novo exército no encalço dos aliados.

O Sítio de Sebastopol

E O

As defesas de Sebastopol, particularmente as que se voltavam para Kamiesch e Balaklava, estavam longe de concluídas quando do início do sítio, em outubro de 1854. Os aliados,

Batalhas

|

0

contudo, não

dos engenheiros que erigiam as defesas russas, o coronel

Franz Todleben, fortalecesse sua posição. O sítio aliado também foi retardado pela morte de Saint-Arnaud (29 de setembro) e pela escassez de engenheiros e equipamentos para o início das operações. O substituto de SaintArnaud foi o general François Canrobert (1809-95). O bombardeio de Sebastopol começou em 17 de outubro, mas os aliados tinham à mão uma tarefa mais

urgente: Menshikov, que chegara à região, vinha tentando interpor-se entre as tropas aliadas que sitiavam Sebastopol e sua base principal em Balaklava. A Batalha de Balaklava (25 de outubro) consistiu,

(1789-1869), que era também um veterano das Guerras Napoleônicas, seguia à frente de 37 mil soldados para

enfrentar o exército aliado. às Os dois exércitos se encontraram primeiramente,

na verdade, em diversas batalhas em uma. Os russos

conseguiram capturar várias fortificações elevadas dos turcos, mas os ataques de cavalaria que se seguiram foram repelidos por uma investida brilhante da Brigada

ikov margens do Rio Alma, em 20 de setembro. Mensh e no do rio as encost das longo ão tropas suas posicionou Os aliados u, começo luta a o Quand além. platô mais mas dade, dificul grande sem Alma o conseguiram cruzar repelir para nte durame lutar de teve a infantaria britânica Jutassem lados os ambos a Embor platô. os russos do O para ndo retira se am acabar aguerridamente, OS TUSSOS Na batalha, os

perderam 6 mil homens.

os

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cooperaçã a ando ibilit imposs porto pelo canal, e contra à cidade.

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o, caminh do fora mente raria Com Menshikov tempo à tomar mas opol, Sebast de os aliados chegaram à vista russos Os . simples nada seria cidade fortificada não a RE O gados naufra haviam bloqueado com navios

;

em um ataque aliado ne aliados os va, ofensi Antes de iniciarem sua aproa nas segura naval base uma de cisariam EE qd r barca desem isse des, que lhe permit pesada, proporcionasse

abrigo às tropas €

essa vanta-

gem, e deram tempo para que o chete

As forças britânicas e francesas deixaram Varna em um comboio de mais de 150 navios de guerra e atracaram na Península da Criméia, na Baía de Calamita, em meados de setembro. Sebastopol fica a 50 quilômetros da praia da atracadura, e, em 19 de setembro, os aliados — compreendendo, então, 50 mil infantes britânicos, franceses e turcos, 128 canhões e mil cavaleiros britânicos — iniciaram a marcha contra a cidade. Ao mesmo tempo, o comandante russo, o príncipe Alieksandr Menshikov

reforços. seus com em reunir se para norte, to enquan baixas, mil 3 am aliados sofrer

exploraram

cais lo s i o D . s a c s a v e n s a d or i p á N o m s e m o r u g e € s , s e s e c porto n a r f os a r a p , h sc e i m a K m e m u , s o d i h l o c foram es

Britânica,

em

inferioridade

numérica,

e pelo

fogo do 93rd Highlanders, a famosa “Linha Vermelha”. A fase seguinte da batalha — a investida da Brigada Ligeira — mostrou-se um desastre para os aliados. Em função possivelmente de uma ordem mal escrita, da tolice de um jovem oficial que identificou incorretamente a posição russa a atacar ou da cabeça dura do comandante, Lorde James Cardigan (1797-1868), a Brigada Ligeira Britânica avançou pelo vale errado e acabou atacando o principal exército russo. Os russos dispunham-se por três faces do estreito vale pelo qual prorrompeu a brigada. Conforme avancavam, os cavaleiros britânicos foram varridos: a princípio, por tiros de canhão e, chegando mais perto, por descargas de rifle. Notavelmente, eles conseguiram

seu de milha uma de cerca a russa, aria artilh a até chegar ponto de partida, mas foram recebidos pela descansada cavalaria inimiga, sendo obrigados a se retirar pelo mesmo vale sob o fogo dos canhões russos.

183

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À esquerda: Essa

ilustração mostra o local de onde a artilharia britânica bombardeou as defesas russas em volta de Sebastopol. O sítio durou quase um ano — de outubro de 1854 até setembro de 1855.

As perdas

para a brigada

oficiais e soldados

foram

britânicos iniciaram

numerosas:

673

o ataque; 247

não voltaram, e daqueles que voltaram muitos estavam feridos. Além disso, quase 500 cavalos se perderam. Cardigan, por seu turno, escapou sem um arranhão. Somente um ataque em massa de unidades da cavalaria francesa impediu que as perdas fossem ainda maiores durante a retirada da Brigada Ligeira. Em um único golpe, os aliados perderam uma de suas melhores formações de cavalaria. Como observou um general francês a respeito do ataque: “Magnífico, mas não é guerra”. Apesar do ataque malogrado, à Batalha de Balaklava em se firmaramaliados os impasse; um em se encerrouBalaklava, mas os russos ganharam terreno ao norte do

porto. Em

5 de novembro, Menshikov decidiu atacar

Balaklava novamente. mal A subsegiiente Batalha de Inkerman foi não que generais por lados, os ambos comandada em

que se refrega, A controle. grande exercer conseguiam

deu

sobretudo

entre

infantes

britânicos

e russos,

o extenuante o Encerrad dia. do parte maior a ocupou de reforços oportuna chegada à graças confronto, 3 mil de cerca sofrido haviam britânicos franceses, os l mi 10 de is ma am er rd pe o, ud baixas: os russos, cont homens.

O Impacto da Opinião Pública ra atravessar à fase pa am er lh co re se s do la os Ambos

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orla de Sebastopol, de modo que os soldados aliados nessas linhas sofriam de escassez de víveres, com seus

exércitos tendo de arrastar suprimentos sobre o árduo terreno pantanoso. A maior parte das tropas aliadas não dispunha de abrigo ou vestes de inverno, e, para piorar as coisas, as instalações médicas eram muito limitadas, com

as doenças, a fome e o frio vitimando

muitos soldados. A indignação pública na Grã-Bretanha, resultante da leitura de matérias do Times sobre o padecimento dos soldados, ajudou a remediar o problema. O sistema de abastecimento foi gradualmente organizado em

linhas mais salutares, e, graças ao excepcional trabalho

de Florence Nightingale (1820-1910) e de suas enfermeiras no hospital central de Scutari, próximo a Constantinopla, o atendimento médico melhorou dramaticamente. Enquanto reforços da Sardenha chegavam para apoiar os aliados, a primeira batalha do novo ano ocorreu em 17 de fevereiro de 1855. O novo comandante russo na Criméia, o príncipe Mikhail Gorchakov (1795-1861), ordenou que seu exército de campo atacasse uma estrada e uma ferrovia que os aliados vinham construindo para ligar Balaklava às tropas ao foi, ria Eupató de a Batalh A opol. Sebast de redor deteve turca força uma € morno, ro recont um o, contud os russos a meio caminho. intene vitória a com ram anima se Os aliados deio bombar Um sítio. de ões operaç suas sificaram das parte grande iu destru abril de 18 e maciço entre 8 ataque um am antevi russos Os opol. Sebast defesas de

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A ataque a Sebastopol, renunciou, e foi substituído pel general Aimable Pélissier (1794-1864) RA A ns o 24 caio, Os aliados conquistaram, sim. uma

grande vantagem, quando uma bem-sucedida operação

contra Kerch, na margem leste da není de SAE 0 sustou península, fluxo de supri pa primentos russos para a Criméia pelo Mar de zov.

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volta

da

própria

Sebastopol,

os

aliados

[eso veram suas diferenças e desferiram um bemusar dei are contra as defesas externas do porto, Em

seguida, eles voltaram sua atenção para dois dos

principais

fortes

que

protegiam

Sebastopol:

os

franceses atacaram o Malakov, e os britânicos. o Redan.

As operações gêmeas, realizadas na noite de 17-18 de

junho,

toram, a princípio, um completo fracasso. As

tropas francesas avançaram desordenadamente e foram dizimadas pelos rifles russos; as colunas britânicas

foram esmagadas no mortal fogo cruzado de mais de 100 canhões russos. Os aliados sofreram 4 mil baixas: os russos sofreram um pouco menos. O idoso comandante

britânico, Lorde Raglan, morrera poucos dias antes, sendo substituído pelo general James Simpson. Após o desastre do ataque noturno, os aliados se puseram a bombardear Sebastopol até a rendição, sabendo que o porto estava agora isolado. As perdas da guarnição russa ultrapassavam 300 soldados por dia, e tornou-se Óbvio que o porto sucumbiria se uma força de resgate não conseguisse intervir. Gorchakov enviou parte de seu exército de campo contra 35 mil aliados que ocupavam um

platô acima

de um riacho, em 16

de agosto. A luta, conhecida como Batalha da Ponte de Traktir, durou cinco horas: Gorchakov foi obrigado a debandar, e o nó se fechou em torno

de Sebastopol. Os aliados gundo ataque

planejaram um secontra à fortaleza

de Malakov, a ter início em 8 de setembro. O ataque foi precedido por um maciço bombardeio de três dias. Na noite de 8 de setembro, os fran-

ceses prorromperam de suas trincheiras, a menos de 30 metros do Malakov, e capturaram o forte após certo combate braçal. O ataque britânico contra a fortaleza de Redan, contudo, foi detido pelos russos. Os franceses, no Malakov, voltaram às os canhões contra o Redan, €

tropas russas que O defendiam retiraram-se. Sem a proteção dos fortes externos de Malakov e Redan, Se-

bastopol

não

poderia

sobreviver.

er nd fe de am nt te ) da er qu es (na sas rus as op À direita: As tr protegia dos franceses a fortaleza de Malakov, que

ncheiras Sebastopol. Esse uso remoto da guerra de tri trouxe a vitória os franceses.

FACE

CAMBIANTE

DA

GUERRA

Gorchakov ordenou que a guarnição do forte se evadisse

e que suas fortificações fossem destruídas.

A guerra foi efetivamente encerrada pela queda de

Sebastopol, mas operações menores se arrastaram até fevereiro de 1856. seguidas pela assinatura de um tratado de paz em março. O custo fora pesado para ambos os lados. Embora o total de baixas montasse a quase 250 mil homens, somente 70 mil dentre as baixas aliadas ocorreram no campo de batalha. O restante dos soldados morreu de doenças, fome e frio, sendo que metade dos russos pereceu de causas similares. O Tratado de Paris (1856) ratificou os termos de paz, pelos quais a integridade do Império Otomano foi garantida; o estatuto de autonomia política da Moldávia e da Valáquia foi reconhecido; e a Rússia renunciou a seu papel autodeclarado de protetora dos cristãos ortodoxos nos domínios turcos. A bem dizer, pouca coisa mudou em resultado da guerra. Em um sentido,

contudo,

a

Criméia

marcou

um

ponto

de

transição. A partir de então, os exércitos europeus prestariam maior atenção ao bem-estar de seus

soldados. A provisão de víveres, vestimentas, abrigo e

cuidados médicos mento da guerra.

tornou-se

central para

o planeja-

GUE

(1

A ENCICLOP EDIA. DAS

O Motim Indiano Em meados do século XIX, os britânicos já vinham governando a Índia há um século, e, todavia, sua posição era mais delicada do que admitiam. Até então, eles haviam permitido que partes da Índia

fossem governadas por reis rivais, para evitar o surgimento de uma força indiana unida. Também

haviam formado um exército com sete vezes mais indianos do que europeus. Mas, em 1857, um incidente em uma guarnição do exército deflagrou um levante que quase pôs fim ao jugo britânico.

soldados

cobrindo aproximadamente toda a região do Rio Ganges. Os britânicos reagiram enviando uma força de cerca de 3 mil homens

os oficiais britânicos en-

e, juntos, atacaram

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três semanas, e Wheeler, no

final de junho, sem esperanças de resgate, concordou com os termos de rendição. Em 27 de junho, sua guarni-

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seu número

muito reduzido para que tivessem esperanças imediatas de retomar a cidade. Embora o motim não possuísse chances efetivas de erradicar os britânicos da Índia, o conflito se disseminou e outras guarnições britânicas foram sitiadas pelos rebeldes. Em Lucknow, Sir Henry Lawrence (1806-57) tinha apenas 1.720 homens para proteger a cidade, incluindo 712 sepoys leais, além de 1.200 não-combatentes. Sir Hugh Wheeler, em Cawnpore, contava apenas com um punhado de soldados para proteger seus 200 civis. Cawnpore foi sitiada pelos rebeldes

quanto estes participavam das preces dominicais com

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ocorreram desde Délhi, no norte, até Calcutá, no leste,

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ção e os não-combatentes, em maioria

mulheres e crianças britânicas, marcharam com a promessa de acesso seguro

“a Allahabad. Eles jamais chegaram ao refúgio, contudo. Enquanto subiam em embarcações, os rebeldes abriram fogo, matando-os em grande parte. As mulheres sobreviventes e seus filhos foram aprisionados, mas subsequentemente mortos, em 15 de julho, e seus corpos foram atirados em um poço. À esquerda: O Motim Indiano durou de 1857 até 1858 e a Índeia. chegou perto de encerraro domínio britânico sobr Esse mapa mostra os locais das principais batalhas da rebelião.

186

0





e

as esposas. Nessa, que foi a primeira das muitas atrocidades perpetradas por ambos os lados, a maioria dos europeus foi morta antes que os sepoys recuassem para Délhi, a cerca de 40 quilômetros de distância. As tropas indianas em Délhi e muitos civis locais se uniram aos sepoys de Meerut, declarando o governante mogol Bahadur Shah (1775-1862) seu líder. Muitos europeus foram mortos em Délhi, mas uns poucos encontraram refúgio no assentamento britânico fora da cidade, antes de fugirem para Meerut e Umballa. À notícia do levante alastrou-se pela Índia, e revoltas similares

inquietação entre indianos e britânicos na guarnição de Meerut vinha fervendo há algum tempo. Os oficiais britânicos com fregiência maltratavam seus sepoys (soldados indianos locais) e, para agravar as coisas, espalhou-se entre estes últimos o rumor de que os britânicos haviam criado um novo cartucho de papel para rifles chamado Minié, o qual, para proteger-se da umidade, se recobria de uma graxa feita de gordura de vaca ou de porco. Antes do uso, o cartucho de papel tinha de ser aberto com os dentes. Mas as vacas eram sagradas para os hindus, e os porcos eram considerados “impuros pelos muçulmanos. Em 10 de maio de 1857, mais de 80 sepoys em Meerut se negaram a usar os cartuchos Minié e foram aprisionados por desobedecer a ordens. Indignados com esse tratamento, outros sepoys libertaram os 80 A

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GUERRA

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À esquerda: Forças

britânicas tomam o Portão da Caxemira na entrada de Délhi, dominada pelos amotinados desde maio de 1857. O sítio britânico, para retomar q cidade, teve início em 14 de setembro de 1857, e estendeu-se por seis dias

antes de eles poderem

finalmente derrotar os amotinados indianos.

Sir Henry Havelock (1795-1857), à frente de 2.500 em para socorrer Lucknow soldados, marchou princípios de julho. Em nove dias (de 7 a 16 de julho), Havelock viajou 200 quilômetros e derrotou os re-

am

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beldes em três recontros. No último desses, os britânicos

retomaram Cawnpore. Dentro da cidade, eles encontraram os restos retalhados dos prisioneiros britânicos no fundo do poço. Os britânicos deram largas a sua fúria, massacrando muitos indianos, rebeldes ou não. Havelock aguardou a chegada de reforços a Cawnpore antes de retomar sua marcha para Lucknow,

em 20 de setembro.

O Fim das Esperanças Mogóis Os britânicos conquistaram

Délhi no mesmo

uma

|

vitória notável em

dia. A força inicial de 3 mil homens

s, que atacava a cidade capturou alguns pontos essenciai de os orç ref os pel ar rd ua ag de e tev s ma ho, jun em 8 de er as artilharia pesada e infantaria antes de acomet

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espessas muralhas de Délhi. Em

outono

de

1857,

muitos

dos

soldados

da

guarnição

começaram a perecer de fome, moléstias e exaustão. Uma segunda força de resgate britânica, sob o comando de Sir Colin Campbell (1792-1863), chegou de Cawnpore a Lucknow em 14 de novembro, mas foi repelida de volta para Cawnpore na semana seguinte. Os britânicos de Campbell, em Cawnpore, passaram meses à espera de reforços antes de armarem uma expedição para expulsar os rebeldes de Lucknow. O principal acréscimo ao comando de Campbell foram 10 mil soldados gurcas do Nepal, mercenários altamente profissionais que lutavam pelos britânicos. Após uma semana de combate rigoroso, as forças de Campbell recapturaram Lucknow, em 16 de março de 1858. Os três primeiros meses de 1858 também viram as forças britânicas de Sir Hugh Rose (1801-85) retomar o controle da Índia central. Rose infligiu duas derrotas aos amotinados, em fevereiro e março. Em seguida, ele avançou contra a cidade de Jhansi, um centro da

rebelião, e a sitiou. Rose derrotou uma força rebelde de 20 mil homens em 1º de abril e retomou a cidade dois

14 de setembro, cerca

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dias depois. As forças rebeldes foram derrotadas por Rose em diversas outras ocasiões, mas sua vitória decisiva ocorreu em Gwalior, em 19 de junho. Dos dois líderes rebeldes presentes, um, a rani de Jhansi, foi morto, € O outro, Tantia Topi (1810-59), fugiu. Topi foi capturado e executado em 18 de abril de 1859, mas, por essa altura, o Motim Indiano já estava encerrado. Isso assegurou até o que o governo britânico na Índia perdurasse século seguinte.

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Às Guerras de Unificação da Itália

Em meados do século XIX, a península Itálica consistia em uma série de Estados e reinos independentes, aparentemente governados por monarcas, mas, na verdade, controlados pelo Império Austro-Húngaro.

Alguns italianos, contudo, queriam encerrar a dominação austro-húngara e substituir os Estados

apartados por um país forte, unificado e independente. O movimento por uma Itália unida foi conhecido

como Risorgimento. m

1831, Giuseppe

Mazzini

(1805-72) formou

um

grupo chamado Jovem Itália, ambicionando educar e

inspirar os italianos a insurgir-se contra o governo reacionário de muitos monarcas locais e a dominação estrangeira do Império Austro-Húngaro. Esses ideais incorporaram-se posteriormente ao movimento do Risorgimento (literalmente, “ressurgência”), e, pelas duas décadas que se seguiram, houve ocasionais escaramuças de segunda importância, cuja maioria foi silenciada de imediato pelos austríacos. A despeito das derrotas, o sentimento de nacionalismo italiano crescera, e, em 1848, o movimento unificou-se sob a liderança do rei Carlos

Alberto (1798-1849), da Sardenha. A principal possessão do rei na península era o Piemonte, na fronteira entre a França e o norte da Itália, área que se tornou o foco geográfico do movimento pela unificação. A princípio, o entusiasmo demonstrado pelos nacionalistas italianos tomou os austríacos de surpresa, e eles tiveram de se retirar para o “quadrilátero” de fortalezas no norte da Itália, em Mântua, Verona, Peschiera e Legnago.

Mas os austríacos se recobraram rapidamente e, sob o comando do marechal-de-campo Joseph Radetsky (1766-1858), convocado após sua reforma, eles derro-

taram os italianos na Batalha de Custoza, em 23-25 de julho de 1848. As cidades-Estado italianas que haviam

apoiado o Risorgimento começaram a Sair de campo

assim que o exército de Radetsky avançou

À direita: O aventureiro

imperador Napoleão III, do França, observa suas tropas enquanto elas avançam contra as forças austro-húngaras em Solferino, em 1859. Os franceses venceram a batalha, que se estendeu por todo o dia, mas cerca de 40 mil soldados de ambos os lados foram ou mortos ou feridos.

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(1820-78), que foi obrigado a aceitar as duras condições de paz austríacas. Embora o levante italiano de 1848-49 tenha tido pouco efeito, ele atraiu os franceses para a região. Sob a liderança aventureira de Luís Napoleão (1808-73) — Napoleão III a partir de 1852 —, os franceses estavam dispostos a aumentar sua influência na Itália, especialmente às expensas de seus rivais austríacos. Durante os confrontos, uma força francesa desembarcara na região para proteger os Estados Pontificais (situados à roda de Roma), sob o pretexto de proteger o papa especificamente e os interesses católicos em geral. Embora os franceses fossem obrigados a se retirar após o encerramento das hostilidades, eles continuavam determinados a ampliar sua influência sobre as questões italianas. Em março de 1859, o Piemonte se aliou com a França para tentar uma vez mais expelir a Austria do norte da Itália. O plano era que o Piemonte se tornasse a potência dominante na Itália, enquanto a França receberia os territórios fronteiriços de Sabóia e Nice. A guerra que se seguiu é mais lembrada pelas batalhas de Magenta (4 de

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Como consegiiência da liderança indiferente, ambos os

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(24 de junho), no norte

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Carlos Alberto em favor de seu filho, Vítor Emanuel II

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pelo norte

da Itália. O golpe final contra o levante sobreveio com a derrota do principal exército piemontês em Novarra, em 23 de março de 1849. A perda levou à abdicação de

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lados sofreram baixas numerosas, embora os franceses

prevalecessem ao final. Em Solferino, um observador

civil, o suíço Jean Henri Dunant (1828-1910), ficou tão horrorizado

pelo

sofrimento

dos

posteriormente a Cruz Vermelha.

feridos

que

fundou

Após a derrota dos austríacos em Solferino, os fran-

ceses passaram a recear uma Itália unida e, de súbito, renunciaram ao plano original. Embora concedesse ao Piemonte a região da Lombardia, a subsequente Paz de Zurique permitiu que a Áustria retivesse a Venécia, a área ao redor de Veneza. A medida enfureceu muitos patriotas italianos, que se dispuseram a levar adiante a guerra. Em 11 de maio de 1860, um grupo de nacionalistas

italianos, os “Mil Camisas Vermelhas” — assim chamados em virtude de suas distintivas camisetas rubras —, co-

mandados por um dos seguidores de Mazzini, Giuseppe

Garibaldi (1807-82), desembarcou na ilha da Sicília, parte

o do independente Reino de Nápoles. Garibaldi tinha do premiê do e II Emanuel Vítor de tácito apoio Camisas Os (1810-61). Cavour di Camillo Piemonte, na ilha, € napolitanas tropas as debelaram Vermelhas operações, de base como Sicília a usando Garibaldi, continental. Itália à para agosto, de 22 em navegou, capEm

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setembro,

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CAMBIANTEI

Acima: Em 6 de maio de 1860, os nacionalistas italianos de Garibaldi, que montavam a quase mil homens, embarcam em botes no porto de Gênova, no norte da Itália, para iniciar sua jornada rumo à Sicília. Garibaldi tomou subsequentemente a ilha, no que constituiu o primeiro passo em sua campanha pela unificação.

verno atacaram e derrotaram Garibaldi, em agosto de 1862. Em 1866, Garibaldi fez uma nova tentativa de impor o controle italiano sobre os Estados Pontificais, após uma temporária retirada francesa de Roma. Mas ele não possuía o respaldo do governo italiano, e a empreitada fracassou. Negando-se a esmorecer, ele tentou novamente em 1867, mas foi duramente batido pelos franceses na Batalha de Mentana, em 3 de novembro, sendo capturado (embora libertado pouco depois). Essa última derrota pôs fim às campanhas de Garibaldi na Itália. Os austríacos abriram mão da Venécia, em 1866, em

resultado de sua derrota diante dos prussianos na Guerra das Sete Semanas. A Itália prudentemente aliara-se com

a Prússia, e, embora

as forças italianas

fossem derrotadas pelos austríacos na batalha terrestre de Custoza (24 de junho) e na batalha naval de Lissa (20 de julho), a Itália ganhou a Venécia como consegiiência do Tratado de Viena, que encerrou a guerra. Roma acabou tornando-se parte de uma Itália independente em 1870, quando os franceses removeram dela sua guarnição, em decorrência da declaração de guerra contra a Prússia. Um exército italiano de 60 mil homens tomou a cidade em 20 de setembro. Menos de duas semanas depois, Roma foi formalmente incorporada à Itália, tornando-se sua capital. As guerras de não já Itália à € m, encerrava se finalmente unificação

Vermelhas

Os invadiu então, Piemonte, O turaram Nápoles. porto napolitano o sitiou Garibaldi Pontificais. Estados 1860, de fevereiro de 13 em de Gaeta, que sucumbiu Itália Uma rendeu. se Nápoles de após o que o Reino Os 1861. de março de 17 em Unida foi proclamada uma vez ocupados foram contudo, Estados Pontificais, em mãos permanecia Venécia à € mais pelos franceses, Os Estados incorporar tentou Garibaldi austríacas. proreceava governo novo o mas Pontificais à Itália, o papa devia que em insistiam que vocar os franceses, tradíciodomínios seus sobre exercer autoridade leais ao g0italianas forças nais. Consequentemente,

homem era — como observou de certa feita vez um

de

e sim um ”, geográfica o “expressã mera uma — espírito novo Estado-nação.

189

A Ascensão da Prússia ao Poder Pela metade do século XIX, a Prússia era o mais ambicioso de todos os Estados alemães, e via-se em

querela com a maioria deles, inclusive o Império Austro-Húngaro. Antes de entrar em guerra com a Austria, a Prússia decidiu obter o controle da província germano-dinamarquesa de Schleswig-Holstein!º, Em 1848, os prussianos haviam fracassado em uma tentativa de conquistá-la, mas, em

mais preparados, e em pouco tempo a capturaram e anexaram.

1864, estavam

o ano seguinte, o líder político da Prússia, o conde Otto von Bismarck (1815-98), provocou uma crise com a Austria, que objetara à ocupação de SchleswigHolstein. Diversos outros Estados alemães, temendo o poder crescente da Prússia, apoiaram a Áustria.

O século XIX foi dominado pelo aumento do poder de fogo da infantaria. No segundo quartel do

e a seus

aprimoradas pela substituição da pederneira pelo

Em junho de 1866, a Prússia declarou guerra à Áustria aliados

alemães,

especialmente

século, as armas de infantaria, a princípio, foram

a Baviera,

Hanôver e a Saxônia. A Itália, aliada da Prússia, também declarou guerra à Austria. Embora fossem vencidos em

terra e no mar, os italianos conseguiram deter grande número de tropas austríacas ao sul dos Alpes. A subsequente Guerra Austro-Prussiana, também conhecida como Guerra das Sete Semanas, foi um triunfo para a Prússia. Ela pareceu justificar as manobras políticas de Bismarck e sua fé no general Helmuth Karl von Moltke (1800-91), chefe do estado-maior prussiano. Três exércitos prussianos marcharam através da Silésia e da Saxônia para atacar tropas austríacas, enquanto uma força prussiana menor, de 50 mil homens, sob o general Eduard Vogel von Falkenstein (1797-1885), derrotou o exército hanoveriano em Langensalza (27-29 de junho). No sudeste da Alemanha, Moltke empregou a malha ferroviária e as linhas telegráficas para coordenar o movimento de seus três exércitos principais. O Exército Prussiano do Elba e o Primeiro Exército confluíram e detiveram em seu avanço elementos da principal força austríaca em Miinchengritz (27 de junho) e em Gitschin (29 de junho). O Segundo Exército Prussiano saiu-se igualmente vitorioso em Nachod, em 27 de junho, após o que rumou para Gitschin. Os exércitos prussianos combinados, totalizando 220 mil homens, tentaram então acometer em bata-

lha a principal força austríaca

em

Kó-

niggrátz. A bata-

lha ocorreu em 3 de julho, mas não se mostrou favo-

rável

aos

prus-

sianos em suas fases iniciais. Às

ofensivas da Prússia se depararam com

mais confiável sistema de percussão, e, em

seguida, pelo raiamento do cano das armas, que aumentava tanto o alcance quanto a precisão.

O rifle de Minié disparava um projétil cônico cuja

base oca expandia-se após o disparo, para ajustar-

se às raias do cano. Ele foi a arma dominante da infantaria nas décadas de 1850 e 1860. O rifle de retrocarga foi um novo avanço: o fuzil de agulha Dreyse utilizava um alfinete de disparo para

acionar uma espoleta na base do projétil. Essa arma podia disparar duas vezes mais rápido que o

Minié — cerca de sete tiros por minuto. O advento de cartuchos metálicos na década de 1880 aumentou ainda mais o poder de fogo da infantaria, possibilitando a produção de rifles com

carregador e ação de ferrolho, como o Mauser

alemão, o Lebel francês e o Lee-Metford britânico.

O resultado foi uma média de 10 a 15 disparos por minuto em campo de batalha.

ferozes reações austríacas.A confusão dos destacamentos do Exército do Elba e do Primeiro Exército acabou,

contudo, por se resolver, e Moltke ordenou que o Segundo Exército lhes acorresse ao auxílio. O Segundo Exército atacou a seção norte da linha austríaca no início da tarde. Os prussianos fustigaram o centro da formação austríaca, obrigando-a a debandar. Os austríacos tiveram 45 mil baixas; os prussianos, 10 mil. Kôniggrãtz assegurou a plena vitória prussiana, e O Tratado de Praga, assinado em 23 de agosto de 1866, fez da Prússia a líder de uma nova Confederação da Alemanha do Norte, contendo todos os Estados alemães acima do Rio Meno. A Austria, por seu turno, foi proibida de imiscuir-se em assuntos alemães. 10 Topônimos

que, em

Holsácia. (N. do T.).

Portugal,

assumem

as formas

Eslésvico

e

À esquerda: Helmuth Karl von Molike revolucionou totalmente a estrutura militar da Prússia, o que incluiu a transformação do estado-maior de tal modo que as campanhas militares fossem planejadas e organizadas nos mínimos detalhes, muito antes de a luta começar

190

A Guerra Franco-Prussiana No início do ano de 1870, o imperador Napoleão HI

(1808-73) e o governo francês se alarmaram com a tentativa de Bismarck de instalar no trono espanhol um membro da família real prussiana (os Hohenzollerns). Os franceses acreditavam que, com Hohenzollerns nos tronos espanhol e prussiano, eles estariam sujeitos a uma guerra em duas linhas de frente no futuro próximo. Em 15 de julho de 1870, a França declarou guerra à Prússia. Vários Estados alemães — Baden, a Baviera e Wiirttemberg — se aliaram com a Prússia um dia depois. Moltke já vinha se preparando havia algum tempo para a guerra com a França. Os planos de mobilização prussianos, que envolviam o transporte de centenas de milhares de soldados por vias férreas até a fronteira com a França, transcorreram normalmente. A mobiliza-

GUERRA

DA

CAMBIANTE

FACE

A

mil soldados do Segundo Exército se concentraram em torno de Bingen e Mannheim; e o Terceiro Exército (145 mil homens) estacionou entre Landay e Germersheim.

A princípio, somente 220 mil soldados franceses, comandados pelo imperador e seu ministro da guerra, o marechal Edmond Leboeuf (1809-88), estavam disponíveis para a ação. Eles se dividiram em olto corpos militares dispersos pela fronteira e em fortalezas próximas. A primeira batalha ocorreu em Saarbriicken, em 2 de agosto. Foi um recontro menor, mas ocasionou à francês. Os oito corpos se

reorganização do comando

consolidaram em dois grandes comandos: o Exército da Alsácia, comandado pelo marechal Marie MacMahon (1808-93),

e o Exército

da

sob

Lorena,

o marechal

e

Achille Bazaine (1811-88), embora nenhum deles possuísse um Estado-maior regular para supervisionar

se na estrema francesa. O Primeiro Exército, de 60 mil

Enquanto tais mudanças tinham lugar, o Terceiro Exército prussiano surpreendeu parte das forças de MacMahon na Batalha de Weissenburg, em 4 de agosto. Os franceses estavam em menor número e, após perderem 1.500 homens, retrocederam para uma posição mais defensiva. Mas os prussianos não permitiram que

ção

francesa,

em

contraste,

foi desordenada,

lenta

incompleta. Os prussianos também conseguiram descobrir a completa ordem de batalha das forças armadas francesas, uma vantagem vital para o posicionamento de seus exércitos. Durante a última semana de julho, três exércitos prussianos, totalizando quase 400 mil homens, reuniram-

as operações.

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os prussianos, os

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estavam em retirada, rumando para Chãâlons-sur-Marne, onde chegaram no dia 14. As perdas francesas contabilizaram 17 mil, enquanto os prussianos perderam cerca de 10 mil homens. Entrementes, o Primeiro e o Segundo Exércitos prussianos receberam

ordens de atacar o Exército da Lorena,

de Bazaine. Esse último estava cindido em três grupos bastante apartados,

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6 de agosto, o

Terceiro Exército atacou em Frósch-

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foram os 30 mil homens do general Charles Frossard, que ocupavam o terreno elevado em Spicheren. Em 6 de agosto, os prussianos tentaram cercálos, com números crescentes de tropas prussianas acorrendo ao local de batalha. Bazaine não se dispunha a auxiliar Frossard e, para evitar o encurralamento, os franceses se retiraram.

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modo pelo qual a campanha transcorria; seus exércitos haviam vencido várias batalhas e os franceses estavam

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À esquerda: Na Guerra das Sete Semanas, em 1866, cujos sítios de batalha figuram nesse mapa, a máquina militar prussiana mostrou-se muito superior à de sua velha rival, a Austria.

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O exército francês, na Guerra Franco-Prussiana,

equipava-se com o rifle de retrocarga Chassepot, assim chamado em função do oficial francês responsável por seu desenvolvimento. A arma era a mais avançada de seu tempo, sendo superior

aos rifles Dreyse, mais antigos, utilizados pelos prussianos. O Chassepot tinha um mecanismo de disparo melhor que o do Dreyse, o que permitia aos

soldados franceses disparar mais rapidamente que seus oponentes prussianos. Ele também utilizava projéteis mais leves, com o que os franceses podiam carregar um número maior deles para a ação. Apesar dessas vantagens, o Chassepot apresentava vários problemas. O cano se sujava rapidamente com pólvora e requeria limpeza frequente; sua munição se deteriorava em pouco

tempo, especialmente em condições úmidas; e o coice vicioso dificultava a mira. Mas, talvez, o maior

problema dos franceses estivesse no fato de que muitos de seus soldados haviam tido pouca experiência com a arma antes do início da guerra, e os níveis da artilharia eram frequentemente baixos.

em retirada em todo o front. Ele ordenou, então, que O cês. fran io itór terr pelo m sse nça ava s cito exér três seus Terceiro Exército deu caça a MacMahon, enquanto O Primeiro e o Segundo Exércitos perseguiam Bazaine; seu principal objetivo era impedir que as forças de Bazaine e MacMahon se unissem. O Segundo Exército prussiano alcançou Bazaine no dia 16, em Mars-la-Tour. Sem esperar que O grosso de suas tropas chegasse ao campo de batalha, o comandante ou atac ), 8-85 (182 Karl h dric Frie cipe prín o , cito do exér forças suas de ante rest o que ndo sabe s, cese fran os cavalaria ouviria o tumulto e acorreria em seu auxílio. A ltos assa de série uma eu mov pro s lado os de ambos outras As . tarde a nte dura ente opon o ra cont violentos ao ente ualm grad aram cheg Karl h unidades de Friedric ue ataq um para to pron iu sent se ele e campo de batalha, os dois , noite da cair AO s. cese fran os ra definitivo cont

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Essa . Metz de a alez fort a mil homens para os sian prus Os , dizer bem À . Paris contudo, o isolou de tke Mol € na, Lore da cito Exér haviam cercado seu Se s lida expe em foss ine Baza ordenou que as tropas de t. a te elot Grav de ias alde as platô que ocupavam entre confinadas em ser de s ante , Metz de Privat para o oeste O -se aram torn ias alde duas As no interior da cidade. ra. guer da zes atro mais os foco de alguns dos confront forças às ue ataq o nou orde ke Em 18 de agosto, Molt ndo Segu O t. Priva St. € te elot de Bazaine entre Grav A to. assal O iou inic , Exército prussiano, nã esquerda rodada eira prim da l foca o pont o foi aldeia de St. Privat

do combate. Os prussianos enviaram mais de 10 mil homens contra a guarnição francesa do início da manhã até o anoitecer. Diante da ofensiva prussiana, os franceses, finalmente, foram obrigados a se retirar de St. Privat. Enquanto a luta por St. Privat se desenrolava, uma segunda batalha era travada em Gravelotte, na direita prussiana. A ofensiva prussiana se atravancou em uma ravina e chegou perto do colapso perante a determinada resistência francesa. Se Bazaine houvesse ordenado um contra-ataque, era possível que os prussianos batessem em retirada, mas o comandante francês não agiu, dando-lhes tempo para reorganizar suas forças. A perda de St. Privat, e sua subsequente exploração pela Guarda Prussiana e o corpo de saxões, tornou a posição francesa insustentável. Bazaine aquartelou-se nas fortificações de Metz, que, em seguida, foi sitiada pela Prússia. Com Bazaine acoutado em Metz, os prussianos avançaram contra as forças de MacMahon. Este se encontrava em Châlons desde 14 de agosto, e, no dia 21, recebera ordens de marchar ao auxílio de Bazaine. Seu

exército, acompanhado por Napoleão II, rumou para o

norte, esperando virar para leste em direção a Metz. Essa manobra o deixou muito vulnerável a ataques. Moltke ordenou que o Primeiro Exército e partes do Segundo mantivessem a pressão sobre Metz, enviando ao mesmo tempo o Terceiro Exército e o restante do Segundo — o chamado Exército do Mosa — para enfrentar MacMahon. O Exército do Mosa travou duas batalhas contra as forças de MacMahon: em Nouart, em 29 de agosto, e em Beaumont, um dia depois. Essas batalhas obrigaram MacMahon a afastar-se ainda mais de Metz. Em uma terceira

batalha

em

Bazeilles,

no

dia

31,

as

forças

francesas vergaram-se de encontro ao Rio Mosa, em Sedan. Uma vez mais os prussianos conseguiram isolar de Paris um grande exército francês. A Batalha de Sedan, em 1º de setembro de 1870, foi uma catástrofe para os franceses. MacMahon, que se ferira em Bazeilles, foi substituído pelo general Auguste Ducrot. O novo comandante estava em uma situação quase impossível: seu exército tinha o Mosa nas costas e enfrentava mais de 200 mil soldados prussianos que avançavam do norte, do oeste € do sul. Os franceses tinham de escapar da arapuca que se fechava.

Ducrot enviou sua cavalaria contra os prussianos, mas ela foi desbaratada a tiros de rifle. A artilharia prussiana, do Sedan saraivou peças, 400 de mais em consistindo platô à volta da cidade. A cavalaria alemã foi repelida pelo fogo das recém-desenvolvidas metralhadoras Mitrailleuse, mas o tempo se esgotava para os franceses. No final da tarde, eles recuaram para Sedan. de A batalha estava encerrada, mas o substituto Ducrot, Emmanuel de Wimpffen, tentou persuadir Napoleão a desferir um último ataque. Napoleão, permissão julgando que a medida seria insensata, negou

branca, bandeira sob Sedan de muralhas as e deixou

(179 e Guilherm a nte pessoalme render-se para 83 levando seguiu-o, Wimptfen 1888), o rei prussiano. mil 15 de Mais cativeiro. o para mil soldados franceses

OS idos; desaparec ou feridos mortos, franceses estavam

prussianos perderam 9 mil homens.

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exército

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exército conseguiu escapar para lutar um outro dia. Outro exército francês, em marcha para Belfort, chegou aos arredores da fortaleza em meados de fevereiro. Embora as tropas francesas perfizessem 150

lizou rapidamente o que que Testa re va das as MUda | forças armadas França. Cerca de 120 mil ex-soldados foram agregados,

com 80 mil gardes mobiles (jovem recrutas) e 300 mil gardes nattonales (reservas mais velhos). Embora não

mil

forças

sitiassem

a capital.

Os

prussianos, contudo, estavam perigosamente dispersos. Eles estavam envolvidos em dois grandes sítios (Metz e Paris), suas linhas de comunicação com a Prússia estavam sendo atacadas por bandos de francs-tireurs

franceses (guerrilheiros franco-atiradores) e o governo

da Terceira República, estabelecido na cidade de Tours,

vinha recrutando novos exércitos de campo nas províncias do país. Para o alívio dos prussianos, Metz sucumbiu em 27 de outubro. Bazaine e mais de 170 mil soldados franceses se renderam após resistirem a um sítio de 54 dias. Depois de dominar Metz, soldados prussianos marcharam pelos vales do Rio Loire e seus afluentes, de encontro ao novo exército francês do Loire, que se preparava para marchar até Paris. As operações foram todavia inconcludentes, e se arrastaram por todo o inverno. Em 9 de novembro, os franceses venceram a Batalha de Coulmiers, obrigando os prussianos a se retirar da cidade de Orleães, que foi, contudo, retomada por eles em 4 de dezembro.

francês

comandado

No

pelo

em uma guerra que saíra desastrosamente errado para os franceses. O Tratado de Frankfurt, que encerrou formalmente a guerra, foi severo com os franceses, obrigando-os a entregar as províncias fronteiriças da Alsácia e da Lorena, e a pagar reparações maciças. Os alemães mantiveram um exército de ocupação na França até que

a quantia fosse paga, e não concluíram a evacuação

Faidherbe

Louis

general

mais de cem dias, um dos poucos focos de brilhantismo

exército

norte da França, um

e. foram

Os prussianos enviaram um exército de resgate para Belfort e expeliram os franceses para o sul em direção à Suíça, deixando a guarnição isolada. Lançado de encontro à fronteira, o comandante francês adentrou a Suíça com 83 mil homens, que foram postos à chave pelos suíços. Em 26 de janeiro de 1871, a guarnição de Paris promoveu um derradeiro ataque para atravessar as linhas de sítio prussianas.A tentativa falhou, e Trochu acedeu a um armistício com os prussianos. Em 28 de janeiro, Paris se rendeu à Prússia. Os soldados franceses regulares e os sardes mobiles, na capital, foram aprisionados, e os fortes da cidade foram cedidos aos prussianos. Somente Belfort continuava a resistir. Em um exemplo soberbo de guerra defensiva, o comandante da guarnição, o coronel Pierre Denfert-Rochereau, resistiu até 15 de fevereiro, quando, afinal, recebeu das autoridades francesas ordens de rendição. O sítio durara por

jorça poderosa cm quanto montava a guarnecer as extensas fortificações de Paris. Moltke não tinha a menor intenção de desferir ataques dispendiosos contra as defesas parisienses, e

suas

inexperientes

eram

estes

homens,

derrotados por 60 mil prussianos em 15-17 de janeiro.

'ossem pareo para Os prussianos em batalha, eram uma

que

GUERRA

(1818-89) também causava problemas aos invasores prussianos. Faidherbe travou uma batalha renhida com os prussianos em Halluin, em 23 de dezembro, e uma outra em Bapaume, em 2 e 3 de dezembro de 1871. Embora fosse derrotado em St. Quentin no dia 19, seu

Sedan e a outra metade sitiada em Metz. 0 a nl estava aberto para Paris, e a guerra parecia sera

ordenou

DA

CAMBIANTE

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senão em setembro de 1883.

À esquerda: À Guerra Franco-Prussiana

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apresentou batalhas momentosas e alguns dos maiores prejuízos em vidas desde as Guerras Napoleônicas — na verdade, foi a

mais importante guerra européia entre 1815 e

1914. Tendo-se alastrado desde o Reno até o oeste de Paris, ela ocasionou o fim do Segundo Império da França e fez da Prússia a suprema

potência militar da Europa.

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Mudanças na Guerra Naval Embora não houvesse grandes confrontos entre frotas após a Batalha de Trafalgar, em 1805, a guerra

naval passou por mudanças drásticas no século XIX. Novos materiais de construção, tipos variados de

energia mecânica e novas e devastadoras armas anunciaram o fim dos navios de madeira. E vasos de guerra menores foram desenvolvidos, ameaçando, na virada do século, o papel dos grandes couraçados. (oe ao longo do século XIX, e mais ainda em sua segunda metade, os velhos vasos de

meira vez pelo USS Monitor na Batalha de Hampton Roads, em 1862, durante a Guerra Civil Americana. A torre, guarnecida e instalada sobre o convés, podia revolver-se, permitindo aos canhões do navio disparar em praticamente qualquer direção. Os canhões de antecarga foram substituídos por novos canhões raiados de retrocarga. A pólvora deu lugar à carga mais confiável e potente de cordite (um explosivo sem fumaça feito de nitrato de celulose e nitroglicerina). As balas de canhão mostravam-se inúteis contra revestimentos de ferro ou aço, e foram dispensadas em prol de projéteis cônicos explosivos, projetados para penetrar a maioria das carcaças blindadas dos navios. Embora os novos couraçados tivessem menos canhões do que os antigos navios de linha, os seus eram mais precisos e tinham maior alcance. Como consequência, as batalhas navais já não ocorriam em raios de

guerra feitos de madeira e movidos a vela deram lugar

a couraçados de ferro — movidos a vapor.

e posteriormente

de aço —

A princípio, os velhos navios de linha feitos de madeira foram simplesmente revestidos de ferro para

aumentar

sua resistência, mantendo nisso as velas como

seu principal meio de propulsão. O período seguinte de desenvolvimento testemunhou o surgimento de navios com cascos inteiramente de ferro e motores a vapor, muito embora as velas ainda fossem usadas para propósitos auxiliares. As velas foram sendo efetivamente abandonadas conforme os motores se mostraram mais confiáveis. O primeiro couraçado genuíno foi a fragata francesa Gloire (1859), seguida pelo Warrior da Real Marinha, inaugurado na Grã-Bretanha em 1860. O primeiro couraçado a dispensar totalmente a moção a velas foi o britânico Devastation, projetado em 1869. Os vasos de guerra também foram transformados por avanços armamentistas. Os velhos navios de madeira tinham canhões dispostos em fileiras em ambos os flancos, como muitos dos primeiros couraçados. A verdadeira revolução na artilharia naval adveio com a torre de tiro giratória, que foi posta em ação pela pri-

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quais, no final do século XIX, mediam-se em quilômetros. O final do século XIX também testemunhou o advento gradual de uma nova e devastadora arma, o torpedo submarino. O melhor dentre os muitos projetistas de torpedos foi o inglês Robert Whitehead (1823-1905), cujo primeiro projeto foi implementado em 1866. Esses primeiros torpedos eram disparados por navios de

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centenas de metros, mas a distâncias muito maiores, as

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À esquerda: À Batalha de Lissa, representada aqui, teve lugar no Mar Adriático, em 1866; nela a marinha austríaca derrotou uma frota italiana superior. Embora ambos os lados dispusessem de couracados, os italianos tinham canhões mais modernos. À razão para a vitória austríaca foi o fato de eles terem abalroado os navios italianos.

Como resultado, as marinhas equipadas de couraçados

continuaram a usar 0 E: abalroamento, como já vinham

fazendo havia séculos com os

vasos de madeira, até que os canhões navais ganharam maior precisão, impedindo um contato

tão próximo entre naus inimigas.

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À esquerda: O Devastation, um vaso de guerra britânico movido a carvão e lançado em 1871, foi o primeiro

navio a dispensar completamente as velas.

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superfície, e foram responsáveis pelo desenvolvimento de um novo tipo de navio de guerra, o torpedeiro. Os torpedeiros eram projetados para ser velozes e comportar grande número de tubos de torpedo. Eram considerados tão ameaçadores para os grandes navios de madeira ou ferro que um novo vaso de guerra foi

desenvolvido para enfrentá-los. Esse vaso era o destróier (originalmente “destruidor de torpedeiros”), um navio veloz provido de torpedos e canhões. O primeiro deles, o Havock britânico, surgiu em 1893. O torpedo mostrou sua plena eficácia, contudo, ao associar-se a um novo tipo de embarcação, o submarino, que podia viajar sob a água. Os primeiros submarinos de sucesso foram projetados pelo americano J. P

Holland (1840-1914), e esses navios “Holland” foram usados pelas marinhas britânica e americana. O sub-

marino moderno foi possibilitado por importantes inovações técnicas no final do século XIX. Em primeiro lugar, houve o desenvolvimento de um motor de combustão interna pequeno o bastante para ajustar-se a um submarino, de maneira a ser usado para sua propulsão na superfície. Em segundo lugar, estava o motor

elétrico, alimentado por baterias, que, por não requerer suprimento de ar, permitia que o submarino viajasse sob a água por distâncias maiores. A transição das velas para a energia a vapor fez com que a autonomia de um navio de guerra se restringisse à quantidade de carvão (e posteriormente de óleo) que ele conseguisse transportar a cada vez. Conseqiuentemente, as potências detentoras de grandes marinhas adquiriram estações de reabastecimento em pontos estratégicos ao redor do mundo. A Grã-Bretanha, a principal potência marítima no século XIX, fez acordos com governantes locais ou estabeleceu grandes bases navais em colônias britânicas, de Cingapura às Ilhas Malvinas, onde os navios podiam munir-se de carvão. Na década de 1890, a espinha dorsal de uma frota moderna era o couraçado (de 12 mil a 15 mil toneladas),

um navio relativamente lento mas bem armado e equipado com canhões pesados. Abaixo do couraçado vinha o cruzador (de 7 mil a 12 mil toneladas), navio

capaz de ações independentes, mais rápido que um couraçado, mas com menos armamentos e munido de canhões menores. O cruzador leve (de 2 mil a 4 mil

toneladas) era usado como vaso de reconhecimento, enquanto o destróier (de 300 toneladas a 600 toneladas) tornou-se uma espécie de cavalo de carga naval, sendo capaz de desempenhar uma variedade de tarefas. Próximo à virada do século, conforme as nações industriais se tornavam mais ricas e mais eficazes na construção naval, sua rivalidade em termos de porte e

pujança da marinha se intensificou. Em 1883, a GrãBretanha tinha 41 couraçados, em comparação aos 33

da França, da Rússia e da Prússia combinadas. Em 1897, contudo, a margem se estreitara bastante, até que, no início do século XX, a supremacia naval britânica estava seriamente ameaçada, especialmente pela Alemanha, que conseguia construir navios mais rápido do que os britânicos. Em

1906, entretanto,

a Grã-Bretanha

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primazia lançando o Dreadnought, que se tornou o modelo do couraçado moderno. O Dreadnought era movido a turbinas (o que o tornava tão rápido quanto os cruzadores), tinha uma blindagem mais resistente do que quaisquer outros navios da época e levava dez canhões de grande porte em cinco torres de tiro. A Alemanha deu pronto início à produção de seus próprios Dreadnoughts, planejando construir 16 deles entre 1908 e 1911. Nos anos anteriores a 1914, a GrãBretanha e a Alemanha se viram empenhadas em uma

agressiva corrida naval, cada qual construindo naus cada vez mais poderosas e mais rápidas, de modo que, no início da Primeira Guerra Mundial, os dois países tinham conjuntamente 33 Dreadnoughts em ação e outros 19 em construção, transformando a guerra naval de modo definitivo.

195

A

ENCICLOPEDIA

DAS

GUERRAS

As Guerras Amerindias Do final da Guerra Civil até a década de 1890, houve confrontos quase contínuos entre o exército dos Estados Unidos e diversas tribos ameríndias. Os conflitos decorriam do número sempre crescente de

exploradores brancos que colonizavam terras tribais e territórios de caça no oeste. As batalhas

resultantes consistiam usualmente em assaltos relâmpago pelas tribos envolvidas, que, em seguida,

eram perseguidas pela cavalaria americana. O

giram o movimento dos colonizadores brancos. Mas esse não foi senão um efêmero contratempo na incansável marcha dos colonos para o oeste. Em meados da década de 1870, os sioux e cheyennes declararam uma guerra conjunta aos colonizadores brancos que haviam adentrado as Colinas Negras, uma área sagrada para ambas as tribos. O levante foi

exército dos Estados Unidos embrenhou-se em uma campanha no Wyoming e no sul de Montana, em

1866-67. As tribos sioux, cheyenne e arapaho se opuseram à construção de novos fortes na Trilha de Boze-

man, que se estendia pelas Montanhas Rochosas e cruzava terras reservadas por tratado aos ameríndios. O conflito tornou-se conhecido como Guerra de Nuvem Vermelha, nome de um chefe sioux. Nuvem Vermelha (1822-1909) sitiou os fortes Reno, Phil Kearny e €. F. Smith, e aniquilou uma força de cavalaria comandada pelo capitão William Fetterman (1833-66), em 21 de dezembro de 1866. Em 2 de agosto de 1867, um destacamento de guerra sioux comandado por Nuvem Vermelha atacou lenhadores próximo ao Forte Phil Kearny, sendo repelido por soldados munidos de armas de repetição. A Guerra de Nuvem Vermelha encerrou-se com o

liderado por Cavalo Doido (1842-77) e Touro Sentado (1831-90), ambos chefes sioux. No

para o Rio Yellowstone, foi inconclusivo.

Cavalo Doido retirou-se para evitar o encurralamento,

enquanto Crook recuou para reorganizar seu exausto

“a machadinha e a faca. Machadinhas com lâmina

comando. Terry, contudo, ignorava a batalha de Crook, e

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para se posicionarem atrás dos sioux. Custer alcançou Cavalo Doido

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Powder. Após um início promissor, Crook acabou tendo de retirar-se. Crook foi privado do comando geral, embora permanecesse envolvido na campanha. O general Alfred Terry assumiu a liderança e enviou duas colunas de soldados às Colinas Negras, ao encontro de Crook. Em 17 de junho, os homens desse último toparam com Cavalo Doido e cerca de 5 mil guerreiros. Crook estava em inferioridade numérica de cinco para um, mas O resultado da Batalha do Rosebud, um riacho que fluía

“As armas tradicionais usadas pela maioria dos . “ameríndios eram o arco e flecha, a lança, a clava,

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Nuvem Vermelha prometeu renunciar a todas as atividades guerreiras, enquanto as autoridades dos Estados Unidos abandonariam seus fortes e restrin-

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Unidos

general George Crook (1829-90) para orquestrar uma campanha contra o levante. Em 17 de março, à frente de 800 cavaleiros, Crook surpreendeu Cavalo Doido em

de Forte Laramie, assinado em abril de 1868.

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próximo a Lapwai (atual Lewiston), Idaho. José acabou concordando com a mudança, mas alguns colonizadores brancos foram mortos por um grupo de guerreiros Nez Percés, e um destacamento de cavalaria foi enviado pelo general Oliver Howard (1830-1909) para cercar a tribo. José e seus guerreiros revidaram com grande brio, praticamente destruindo o destacamento na Batalha de White Bird Canyon, em 17 de junho. Perseguido por soldados americanos, José conduziu

sua tribo (apenas 700 pessoas, incluindo 300 guerreiros) em uma grande jornada de aproximadamente 3.200 quilômetros, que os levou através de Oregon, Idaho, Wyoming e Montana, no fito de cruzar a fronteira com o Canadá. Durante a fuga de quatro meses, José derrotou Howard na Batalha do Clearwater (11-12 de julho), em Idaho, e, então, conquistou vitórias nas batalhas do Rio Big Hole (9-10 de agosto) e do Riacho Canyon (13 de setembro), ambas em Montana, Os Nez Percés estavam a apenas 50 quilômetros do Canadá, no Monte Bear's Paw, quando foram alcançados pelo general Nelson Miles (1839-1925) em 30 de setembro, José lutou por quatro dias, apesar da inferioridade

exército e evitar destacamentos muito

do a render-se a Crook em duas oca-

siões, conseguiu

escapar

ambas

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vezes. Após a segunda fuga, em março de 1886, o exército enviou Miles para pôr fim ao levante. Jerônimo tinha um pequeno bando de guerreiros para proteger mais de 100 mulheres e crianças. Miles, em comparação, tinha cerca de 5 mil soldados e 500 batedores ameríndios sob seu comando.

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Apesar da desigualdade, Jerônimo , evitou todas as tentativas de captura de Miles. Durante mais de cinco meses, ele a

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ziguezagueou pelo Arizona e pelo Novo México, sempre um passo à frente de Miles. Jerônimo jamais foi batido em campo de batalha, mas, em 4 de setembro de 1886, ele optou por se render.

O Massacre em Wounded Knee

Em 1890, os Estados Unidos haviam dominado as tribos do oeste, mas restava um último e trágico ato a se desenrolar. Em 15 de dezembro, Touro Sentado foi morto em uma batalha na Dakota do Sul, e a liderança dos sioux passou a um chefe de nome Pé Grande. O exército enviou o coronel James Forsyth para reconduzir Pé Grande e seus seguidores à reserva. Forsyth encontrou-se com Pé Grande em Wounded Knee, na Dakota do Sul, matando-o e a aproximadamente 200 de seus seguidores, incluindo mulheres e crianças. Durante a escaramuça, a cavalaria teve 25 mortos e 39 feridos. Essa “batalha” em Wounded Knee foi o último incidente de importância nas longas e destrutivas guerras durante as quais as tribos ameríndias dos Estados Unidos abriram mão de seus redutos natais. No processo, elas perderam muito de sua cultura e de seu estilo

tradicional de vida, diante da constante expansão oeste dos colonizadores brancos. 197

EA

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

A Guerra dos Zulus Em 1 1 de dezembro de 1878, as autoridades coloniais britânicas no sul da África enviaram um conjunto de impossíveis exigências ao rei zulu Cetewayo [1827-84) — exigências que, na prática obrigariam os zulus a abrir mão de suas terras e de sua independência. Cetewayo events de imediato; embora não nutrisse o menor desejo de guerrear com os britânicos, ele estava determinado a

proteger seu povo da invasão.

ob o comando de Lorde Frederick Chelmsford (1827-1905), os britânicos reuniram uma força invasora de 5 mil soldados regulares britânicos e mais de 8 mil recrutas nativos. Embora possuísse poucos cavalos e carroças para o transporte de mantimentos, Chelmsford decidiu invadir a Zululândia em três pontos. Como muitos de seus contemporâneos, ele não tinha a menor dúvida de que um moderno exército britânico munido de canhões e rifles seria mais do que páreo para um oponente tribal. PE) e

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clavas de madeira, eram exímios lutadores no confronto a curta distância. Também eram muito organizados: Cetewayo tinha um exército de 40 mil homens

divididos em vários regimentos (ou impis). Cada um podia cobrir a pé muitos quilômetros por dia, e seguia um plano de batalha de comprovado sucesso. Um exército zulu, ao avistar o inimigo, organizava-se em

quatro partes. O bloco central do exército acometia o

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Os zulus, na verdade, eram guerreiros formidáveis. Armados de chuços de estocada e arremesso, escudos e

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se esgotar, e o front britânico foi dominado. Os zulus invadiram o acampamento, matando a maioria dos presentes: menos de 60 europeus e 400 nativos escaparam. Em seguida, os zulus atacaram um posto de abastecimento britânico na

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inimigo de frente para imobilizá-lo, enquanto os dois blocos laterais se expandiam e o circundavam. O bloco final ficava como reserva, pronto para eliminar o inimigo, caso necessário. A invasão britânica teve início em 11 de janeiro de 1879, mas viu-se logo em apuros. A coluna central, com

/ OCEANO ÍNDICO

À esquerda: À Guerra dos Zulus, em 1879, foi instigada

pelos britânicos, que desejavam expandir seus territórios no sul

da África. As principais batalhas e sítios da guerra são

assinalados nesse mapa, assim como um quadro em que se mostram as áreas ao redor da Zululândia.

A

O EXERCITO ZULU

CAMBIANTE

Os atacantes zulus foram

Os zulus tinham um sistema militar bem

organizado. A unidade militar básica, o impi equivalia aproximadamente a um regimento e podia variar em porte, comportando desde 500

até 5 mil homens, embora o impi médio

comportasse por volta de 1.500 guerreiros. As unidades militares eram compostas de guerreiros da mesma idade, sendo que cada regimento tinha um uniforme cerimonial distinto e portava escudos ovais feitos de couro bovino. Os guerreiros mais jovens tendiam a ter escudos negros, enquanto os mais velhos os tinham brancos ou avermelhados. As principais armas dos zulus incluíam um chuço de estocada com uma lâmina larga e comprida, e um chuço mais leve para arremessos. Alguns zulus tinham, sim, armas de fogo, mas eram artefatos em geral antiquados, de 1879. Todavia, os zulus capturaram grande número de rifles modernos após esmagar uma força britânica na Batalha de Isandhlwana. As forças zulus eram afamadas pela celeridade de seus movimentos. Os guerreiros avançavam em geral 30 quilômetros por dia, embora distâncias de até 60 quilômetros já houvessem sido cruzadas. Em contraste, uma unidade britânica

teria sorte se marchasse mais por dia durante a campanha. sem grande estorvo, enquanto requeriam grande número de

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de 15 quilômetros Os zulus viajavam os britânicos bois e carroças para

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menos mil guerreiros morreram. Os britânicos passaram a maior parte de abril c maio de 1870 reunindo tropas para uma segunda invasão da Zululândia. Nessa ocasião, nada foi deixado ao acaso e, tendo aprendido com seus erros, os soldados seguiram ordens restritas de construir fortificações rígidas ao pararem à noite. No final de maio, Chelmsford estava pronto para invadir uma vez mais a Zululândia.

A Artilharia Pesada da Segunda Invasão

A segunda invasão britânica foi bem menos complexa que

a

primeira.

Uma

única

coluna

foi

empregada,

compreendendo 4.500 soldados europeus e mil recrutas nativos. Chelmsford planejava rumar diretamente para a capital zulu, Ulundi, forçando os zulus a enfrentá-lo em um terreno de sua própria escolha. Em 4 de julho, os soldados britânicos avançaram contra Ulundi em formação oblonga, com canhões e metralhadoras em cada ângulo. Os zulus morderam a isca e 20 mil guerreiros atacaram as posições britânicas. Nenhum, contudo, conseguiu chegar à linha britânica, tal era a chuva de balas e explosivos. Quando os zulus deram sinais de abatimento, lanceiros britânicos atacaram

dos

retângulos e os desbarataram. Os zulus perderam no mínimo 1.500 guerreiros, enquanto os britânicos sofreram apenas 100 baixas. A Batalha de Ulundi deitou abaixo os pilares do poder zulu. Cetewayo foi capturado em 28 de agosto de 1879, e suas terras foram incorporadas ao Império Britânico.

mas

foi sitiada. O

sítio durou

do fim de

janeiro até o início de abril, quando uma coluna de resgate derrotou uma força zulu em Gingindlovu. Hlobane foi o ponto de virada na Guerra dos Zulus, assinalando a última vitória zulu. Um dia depois, uma força britânica demonstrou quão devastadora podia ser a artilharia moderna. Em 29 de março de 1879, em Kambula, 2.700 soldados britânicos enfrentaram um

exército zulu de 20 mil guerreiros. Os britânicos luta-

ram entrincheirados e atrás de carroças, sobre um platô. À direita: Essa ilustração mostra um guerreiro zuly em trajes cerimoniais, com escudo e Jança, comuns no século XIX. Durante a guerra contra os britânicos, contudo, o mesmo guerreiro usaria trajes muito mais simples e mais leves para entrar efetivamente em batalha.

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correnteza de Rorke. O posto era defendido por 139 soldados, 35 dos quais estavam adoecidos, ao passo que os zulus tinham cerca de 3.500 guerreiros. Era um local bem fortificado, e, em uma batalha que durou da tarde de 22 de janeiro até a manhã seguinte, os britânicos repeliram os sitiantes. Essa vitória britânica, contudo, foi seguida de novos contratempos. Os zulus derrotaram uma força britânica em Hlobane, em 28 de março. A coluna britânica mais ao sul, após uma vitória em Nyezane, firmou acampamento

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transportar seus suprimentos e munições.

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da Grã-Bretanha

As Guerras no Egito

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as Ess s. ico tân bri os ra pa o jet pro no s õe aç s sua eu nd ve to Egi o e s, paí o ra pa o iv ss ce ex ro ei nc famerddiodafi s nae as ambições territoriais do líder Ismail Pasha (1830-95) tornaram o governo bastante impopular. HF

m 1881, a inquietação no Egito culminou em uma rebelião de grande porte liderada por Ahmet Arabi (1839-1911), ameaçando os interesses estraté-

gicos e econômicos tanto da França quanto da GrãBretanha na região. Ambos os países temiam que suas naus mercantes e militares tivessem acesso negado ao Canal

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Em novembro de 1883, próximo a El Obeid, os madistas aniquilaram uma expedição militar egípcia de 7 mil homens, comandada por oficiais britânicos. Um dos generais do Mádi, Osman Digna (1840-1926), esmagou uma segunda expedição próximo a Trinkatat, no leste do Sudão. Os britânicos, que tinham relativamente poucos soldados no Egito e no Sudão,

navios bombardearam o porto egípcio de Alexandria, onde, durante o mês anterior, diversos europeus haviam sido mortos por seguidores de Arabi. O bombardeio foi seguido pelo desembarque de 25 mil soldados britânicos. Os britânicos saíram ao encalço do exército principal de Arabi. Durante um confronto em Tel el-Kebir, na manhã de 13 de setembro de 1882, os soldados de Arabi foram derrotados. Os britânicos

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assumiam, então, uma posição dominante nos assuntos

Kitchener

Te| el=Kebir

egípcios. Enquanto a Grã-Bretanha tomava efetiva posse do Egito, uma província sob o controle egípcio mais ao sul, o Sudão, era assolada por uma rebelião de inspiração religiosa liderada por Mohammed Ibn Ahmed el-Sayyid Abdullah (1848-85), conhecido como o Mádi, ou “Guiado pelo Profeta”. Os seguidores do Mádi, ou madistas, eram vida uma levavam e muçulmana seita uma rigorosa linusar beber, proibido Era-lhes pobreza. de simples festivais. em parte tomar ou dançar baixa, guagem em organizavam se madistas os militares, Em termos combinavam unidades similares aos regimentos, que se camelos montava exército do Parte maiores. em corpos Suas pé. a soldados de era maioria ou cavalos, mas a embora escudos, e espadas chuços, em armas consistiam IMmais ou, barganhas mediante rifles fossem obtidos em derrotados dos ou portante, tirados dos mortos s e õe nh ca am ar ur pt ca ém mb ta batalhas. Os madistas ra pa is ma am av us os m ré po s, ra umas poucas metralhado em e qu do lo Ni o Ri do o ng lo ao s defender assentamento a st di ma ca ti tá l pa ci in pr A l. pa ci in batalhas do exército pr erir st de o, tã en e, o ig im in do a in rd su envolvia acercar-se à denen re rp su o d o t é m a, ci ân st di um ataque a curta tes. en ri pe ex in os ad ld so ra nt co az temente efic

À direita: Por aproximadamente 20 anos,

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A

esquerda:

Essa

impressão de um artista

da Batalha de Omdurman, em 2 de setembro de 1898, mostra canhoneiras britânicas no Nilo disparando em apoio das

tropas de Kitchener, que combatem os madistas.

À pesada artilharia das forças britânicas mostrou-se demasiada para os combatentes sudaneses.

nas mãos de um de seus generais, o califa Abdullah (1846-99). Após uma longa pausa para resolver problemas no Egito, os britânicos promoveram outra expedição para retomar o Sudão. Comandada pelo general Herbert Kitchener (1850-1916), a expedição teve início em

ordenaram a evacuação desse último até que pudessem reunir uma força suficientemente grande para derrotar os madistas. Um oficial britânico, Charles Gordon (1833-85), recebeu ordens de supervisionar a evacuação do Sudão e estabeleceu sua base na capital sudanesa de Khartoum, localizada no ponto em que se encontram os rios Nilo Azul e Nilo Branco. Gordon chegou em janeiro de 1884, mas, antes que pudesse promover a retirada ordenada das forças anglo-egípcias, as tropas do Mádi sitiaram a cidade. Gordon tinha poucos recursos militares, e, com o prolongamento do sítio, a escassez de víveres e munição agravou ainda mais sua posição. Após uma considerável protelação, o governo britânico finalmente reconheceu a necessidade de enviar

1896. Seu exército, de 25 mil soldados, incluía unidades

britânicas, egípcias e sudanesas. Kitchener planejou a campanha minuciosamente. Ele ordenou que se construísse uma ferrovia para O transporte de tropas até o norte do Sudão e encomendou grande número de vapores fluviais para baixas profundidades, capazes de singrar as corredeiras do Nilo. Kitchener avançou lenta mas continuamente em 1896. O avanço Nilo acima prosseguiu em 1897, e, em agosto, suas forças obtiveram uma vitória em Abu Hamed. Durante a primeira metade de 1898, a expedição britânica avançou consideravelmente pelo Sudão adentro. Em agosto, Kitchener estava pronto para avançar contra o principal exército madista, que se posicionava à volta de Omdurman, a pouca distância de Khartoum. Ele dispôs suas tropas em forma de ferradura, com o Nilo às costas e uma barricada protetora de espinhos (a zareba) à sua frente. O exército tinha o apoio de metralhadoras (Maxims, que disparavam 600 tiros por minuto) e canhões, e podia contar com o suporte de artilharia dos vapores fluviais. Kitchener esperou que os madistas atacassem. Em 2 de setembro, as forças madistas, com cerca de 40 mil homens, avançaram contra o exército de

uma expedição de reforço, mas as tropas teriam de viajar longas distâncias por desertos hostis do Cairo até Khartoum, uma jornada de mais de 1.600 quilômetros. A única rota realmente prática para Khartoum era o Rio Nilo, embora suas zonas elevadas estivessem vedadas ao tráfego fluvial pesado por uma série de corredeiras. A expedição partiu para Khartoum, em outubro de 1884, mas o progresso foi dolorosamente lento. Quando a força expedicionária estava em Korti, a cerca de 300 quilômetros de Khartoum, decidiu-se enviar uma coluna mais ágil por terra até a cidade. Essa força, conhecida como Coluna do Deserto, debelou dois ataques dos madistas, em Abu Klea, no dia 17, e em Abu Kru, dois dias depois. Em 21 de janeiro, barcos a vapor que haviam escapado de Khartoum fizeram contato com a Coluna do Deserto, uma prova clara de que Gordon ainda resistia. Após o que se mostraria uma demora fatal, alguns dos barcos, atulhados de soldados, seguiram rio acima. Chegaram a Khartoum no dia 28, mas a cidade sucumbira dois dias antes, após um sítio de mais de 300 dias. Gordon fora morto no ataque final, e os britânicos concluíram sua retirada do Sudão. Em junho de 1885,0 Mádi morreu, e o império que ele criara foi deixado

Kitchener. Acometeram as linhas britânicas, mas foram

rechaçadas por uma procela de tiros de rifle, metralhadora e canhão. As baixas madistas em Omdurman foram muito numerosas: 10 mil mortos, um número igual de feridos e 5 mil capturados. As baixas de Kitchener ficaram abaixo de 500, e suas tropas ocuparam Omdurman após a batalha. Com os madistas derrotados, a Grã-Bretanha estava livre para assumir O pleno controle do Egito e do Sudão.

201]



A ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

À Guerra Hispano-Americana A Guerra Hispano-Americana foi a maior operação ultramarina promovida pelas forças armadas americanas até então. Os Estados Unidos estavam indignados pelo modo pelo qual os civis cubanos

vinham sendo removidos de seus lares e reunidos em campos, onde muitos pereciam. Então, em 15 de fevereiro de 1898, o USS Maine foi misteriosamente posto a pique ao ancorar no porto de Havana.

A Espanha foi responsabilizada, e a guerra tornou-se inevitável. (o

nichos da imprensa americana, particularmente os jornais do magnata da mídia William

Randolph

Hearst,

fomentaram

o

sentimento

anti-

hispânico e clamaram por guerra para vingar as mortes dos 250 tripulantes vitimados no USS Maine. Ao mesmo tempo, figuras poderosas no governo e no mundo comercial estavam ansiosas por proteger ou promover os interesses ultramarinos dos Estados Unidos, especialmente nos campos açucareiros de Cuba. Embora houvesse vozes em Washington que se opunham a ações militares diretas, em 25 de abril de 1898 os Estados Unidos declararam guerra à Espanha. A guerra tinha duas áreas de operações: as colônias espanholas nas Filipinas e Cuba. Embora os Estados Unidos houvessem declarado guerra, seu reduzido exército distava de estar pronto para a guerra. Cerca de 200 mil homens se apresentaram como voluntários para a ação, mas, antes, eles tinham de ser equipados e treinados para tal. Nesse ínterim, de qualquer modo, a marinha americana foi enviada para combater os espanhóis.

A Luta nas Filipinas As primeiras atividades Quando

Dewey

a guerra

tiveram

foi declarada,

(1837-1917),

lugar nas Filipinas.

o comodoro

comandante

da

George

esquadra

US

Asiatic, estava se reabastecendo no porto de Hong Kong.

Ele

ordenou

cruzadores

que

e duas

seus

navios, que

canhoneiras

incluíam

menores,

cinco

rumassem

diretamente para a capital filipina de Manila, a desdém da ameaça representada pelas minas marítimas espanholas. O objetivo de Dewey em Manila era destruir

a pequena frota espanhola que guardava o porto. A flotilha americana chegou ao largo de Manila durante a noite de 30 de abril de 1898, e levou sua esquadra para as águas cerradas da Baía de Manila no dia seguinte. A esquadra espanhola, de quatro cruzadores, três canhoneiras e uma diversidade de vasos mais antigos, sob o comando do almirante Patricio Montojo, ancorou em Cavite, sob a proteção de suas baterias de artilharia costeiras. A batalha começou pela manhãzinha e encerrou-se no início da tarde. A esquadra espanhola, cujas armas eram inadequadas, foi totalmente destruída, como os canhões de defesa costeira de Cavite. Encerrada a batalha, cerca de 380 soldados espanhóis jaziam mortos ou feridos, ao passo que não houve mortos dentre os americanos, e somente oito feridos. Dewey tinha Manila à sua mercê, mas precisou aguardar a chegada de unidades do exército americano para completar a ocupação da cidade. Cerca de 10 mil soldados americanos comandados pelo general Wesley Merritt se acercaram de Manila,

em 30 de julho, e desembarcaram em Cavite. Uma vez em

À esquerda: Essa pintura retrata um dos ataques dos soldados americanos em sua

tentativa de capturar a estrategicamente importante

colina de San Juan, próximo de Santiago, em Cuba. As forças americanas se viram sob fogo cerrado, mas, apesar das baixas acentuadas, tomaram a colina em 1º de julho de 1898.

A

DA

CAMBIANTE

FACE

GUERRA

IR

À direita: À Guerra Hispano-Americana de 1898 teve dois grandes palcos de operação, as Filipinas (mapa principal) e Cuba (detalhe).

*,

Os americanos venceram em ambas as áreas, e sua vitória

os pôs a caminho de se tornarem uma grande potência

Formosa

no cenário mundial.

(Taiwan)

na rebelião

de 1896

contra

em

13

US Asiatic

4

DE

300 mi 450 km

OCEANO

PACÍFICO

os

espanhóis. Não havia esperanças para a guarnição espanhola em Manila, muito atastada de casa para esperar reforços. As

forças americanas atacaram agosto, e a cidade se rendeu.

Coquadra

0

terra firme, essas tropas sitiaram prontamente Manila, sendo auxiliadas por guerrilheiros filipinos sob o comando de Emilio Aguinaldo (1869-1964), uma figura de proa



Batalhas

MAR DA CHINA MERIDIONAL

de

Comutando para Cuba

Dre

Com a derrota espanhola nas Filipinas, o foco da guerra mudou para Cuba, onde os espanhóis reforçaram as defesas insulares. Em 29 de abril de 1898, o almirante espanhol Pascual Cervera (1839-1909) navegou para Cuba a partir das Ilhas de Cabo Verde, à frente de quatro cruzadores e três destróieres. Cervera conseguiu evitar o bloqueio

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YBAHAMAS

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Mindanao

R..

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250 mi

0

400 km

Baia de Santiago Ee Daiquirí&gs Jamaica

naval norte-americano em torno de Cuba,

e sua frota ancorou em Santiago, na costa sul da ilha, em 19 de maio. Embora surpreendido pela chegada de Cervera, o comandante da esquadra norte-

americana nas proximidades, o contra-almirante William Sampson (1840-1902), reagiu rapidamente. Ele rumou para

Santiago

e encurralou

os espanhóis, de modo

a

garantir que eles não impediriam o desembarque de forças terrestres norte-americanas em Cuba. O general William Shafter (1835-1906) foi escolhido para liderar a força de invasão norte-americana. Ele recebeu o comando de 17 mil soldados, que começaram a desembarcar em Daiquiri, a leste de Santiago, em 22 de

junho.

Os

desembarques

levaram

três dias, mas

ocor-

reram sem entraves. A guarnição espanhola em Cuba não interferiu. A maioria dos soldados americanos era regular, mas havia também unidades de voluntários, inclusive a Primeira Cavalaria Voluntária, mais conhe-

cida como

Rough

Riders

(os “Bravos

Guerreiros”).

Shafter, porém, teve de se haver com numerosos problemas: suas unidades de cavalaria careciam de cavalos,

na.



faltavam-lhes alguns equipamentos vitais, e muitos de seus o homens tombaram vítimas de doenças tropicais. Shafter avançou com suas forças para sitiar Santiago. Os espanhóis tinham 35 mil soldados na área, mas apenas 13 mil foram mobilizados para defender a cidade. Antes que Shafter pudesse fechar o cerco sobre Santiago, contudo, cumpria-lhe enfrentar os 1.200 soldados espanhóis dispostos em San Juan, uma cadeia de montanhas estendendo-se ao longo da estrada para Santiago. Os espanhóis lutaram aguerridamente, e os norte-americanos sofreram pesadas baixas antes de chegarem ao cume de San Juan. A tomada da cordilheira, consumada na tarde de 1º de julho de 1898, praticamente selou o destino de Santiago.

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Se a queda de San Juan foi um duro golpe para os espanhóis, o que se seguiu foi um desastre de igual porte. Em 3 de julho, Cervera decidiu tirar sua esquadra da baía de Santiago, evitando que ela caísse em mãos norteamericanas. A US Atlantic Fleet, contudo, o aguardava. Sampson estava afastado dali, e o comando fora confiado ao comodoro Winfield Schley (1839-1909). Percebendo o avanço da frota espanhola, Schley ordenou que seus navios investissem prontamente contra o inimigo. Na perseguição que se seguiu, os navios dos Estados Unidos dispararam 8 mil tiros contra os espanhóis. Menos de 200 atingiram o alvo, mas bastaram para destruir a frota espanhola. Todos os seis navios espanhóis foram obrigados a atracar em conseqgiiência da artilharia pesada norte-americana. Os espanhóis perderam cerca de 500 marinheiros entre mortos e feridos, e aproximadamente 1.800 homens foram aprisionados. As baixas norte-americanas foram mínimas: um morto e um ferido. A Batalha da Baía de Santiago encerrou efetivamente a Guerra Hispano-Americana. Santiago rendeuse em 17 de julho, e a ilha de Porto Rico, pertencente às Índias Ocidentais Espanholas, seguiu o exemplo em 25

de agosto. O fim da guerra foi confirmado pelo Tratado

de Paris, assinado

em

10 de dezembro

de 1898. Em

resultado do tratado, a Espanha foi obrigada a outorgar independência a Cuba e a ceder as Filipinas, Porto Rico

e a ilha de Guam, no Pacífico, aos Estados Unidos, por

20 milhões de dólares. Os Estados Unidos alcançaram grande prestígio com a guerra e se tornaram uma grande potência no Pacífico. A Espanha, por outro lado, que fora uma das primeiras potências coloniais, perdia suas últimas colônias no Pacífico e na América Latina.

208

MA

ENCICLOPÉDIA

DAS

GUERRAS

As Guerras dos Bôeres À primeira Guerra dos Bôeres foi provocada pela tomada britânica do Transval, em abril de 1877, mas as lutas não tiveram início senão quando os bôeres formaram sua própria república em fins de dezembro de 1880. Eles atacaram tropas britânicas e sitiaram suas guarnições, mas a ação principal € ne pr teve lugar nas cercanias de Laing's Nek, um estreito nos montes Drakensberg, separando a República Bôer das áreas de ocupação britânica.

O

s bôeres, fazendeiros de extração holandesa, não contavam com um exército treinado, mas espe-

invasão. Os britânicos recusaram; o Estado

para uma

ravam que todos os homens combatessem. Eram muito

Livre de Orange aliou-se à República dos Bôeres, e a guerra irrompeu em outubro.

em fileiras cerradas e trajavam uniformes vermelhos. constituíam um alvo fácil. Entre janeiro e fevereiro de 1881, os britânicos fracassaram primeiramente ao tentar tomar Laing's Nek, e, em seguida, ao tentar capturar o Monte Majuba. Nessa última batalha, 100 dentre 500 soldados foram mortos, com outros 180 sendo feridos ou capturados. A derrota

conseguissem levar reforços para o sul da Africa, lutavam em unidades locais conhecidas como comandos, compostos tipicamente de algumas centenas de soldados. Eles não tinham oficiais propriamente treinados para a função; seus líderes militares eram eleitos por seus homens. Todos lutavam a cavalo e eram capazes de avançar em grande velocidade. A maioria eram fazendeiros e atiradores excelentes, que haviam

velozes e lutavam usualmente do cimo de elevações ou em trincheiras. Os britânicos, por sua vez, que avançavam

Os bôeres, que atacaram antes que os britânicos

britânica em Magjuba ocasionou um tratado de paz, assinado em 5 de abril de 1881, reconhecendo os direitos

aperfeiçoado

suas

habilidades

pela

caça.

Também

conheciam a geografia do sul da África com muito mais

de existência da República dos Bôeres no sul da África.

clareza dos que os britânicos. Apesar da derrota e do tratado, a Grã-Bretanha conOs bôeres abriram sua ofensiva com colunas montadas que acometeram três guarnições britânicas. Bôeres tinuava determinada a assumir o controle dos territórios do Transval sob o comando de Piet Cronjé (1835-1911) bôeres. Em 1899, o presidente da República dos Bôeres, sitiaram Mafeking, enquanto bôeres do Estado Livre de Paul Kruger (1825-1904), exigiu a retirada das forças Orange cercaram Kimberley. A principal força bôer, britânicas que se agregaram em Natal, possivelmente comandada por Petrus Joubert (18341900), venceu quatro batalhas em outubro — Laing's Nek, Talana Hill, Elandslaagte e Nicholson's Nek — e tomou a guarnição REPUBLICA SUL-AFRICANA de Ladysmith. + (TRANSVAL) Apesar de terem poucos soldados Mafeking O q 1899-1900 prontamente disponíveis, os britânicos sn JonannesDurgo: decidiram libertar todas as três cidades a SUAZILANDIA um só tempo. Uma força de 10 mil Vereeniging 2 homens comandada pelo general Lorde Laíng's Nek ra NA E Tr Paul Methuen (1845-1932) dirigiu-se a ses Nicholson's NEK 4899 “ : + Kimberley. Cerca de 7 mil bôeres, lideA : o + A Talana Hill 1899 LIVRE ESTADO =" Au rados conjuntamente por Cronjé e por DE ORANGE Jacobus De la Rey (1847-1914), viajaram as NORTE Paardebera Kop” Spion para o sul para deter Methuen. 1900. 7 1900 * Vaal O plano dos comandantes bôeres era Kre NZ e 1900 ocupar posições elevadas em frente dos 4 h smit Cady O nplsaménntair 1806-1900. : tein mfon britânicos e, então, varrê-los a tiros de 3loe rsfontein? ) og rifle enquanto eles avançassem pelas BASUTOLÂNDIA ao [CET

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Batalhas

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Ferrovias

ae OCEANO ÍNDICO | 200 mi

300 km

| |

planícies abertas logo abaixo. Methuen uma investida frontalfronti contra o a

tez. inimigo,

que se posicionava ao longo das margens do Rio Modder, em 28 de novembro. Foi um fracasso. Em 10 e 11 de dezembro, ele enviou suas forças contra ;

ar

À esquerda: Esse mapa apresenta as principais batalhas e sítios

que ocorreram durante as Guerras dos Bôeres. Na maior parte dos

embates, os bôeres ludibriaram e Flanquearam as tropas britânicos.

GUERRA

DA

CAMBIANTE

FACE

A

À esquerda: No início da Segunda Guerra dos Bôeres (1899-1902), a cavalaria

britânica, aqui vista deixando seu acampamento para acometer o inimigo, enfrentava

grave carência de homens, o que permitia aos cavaleiros bôeres transitar como bem

quisessem pelas zonos de conflito sul-africanas.

os bôeres em Magersfontein e perdeu mil homens sem lograr resultado algum. Enquanto as tropas de Methuen eram castigadas pelos bôeres, o general Sir Redvers Buller (1839-1908) comandou outros 20 mil soldados britânicos em direção a Ladysmith. Também ele encontrou a derrota. Na Batalha de Colenso, os bôeres não se homiziaram no cimo das colinas, mas ao sopé dessas. Enquanto avançavam pelas planícies abertas aos olhos do oponente, os britânicos disparavam contra as inexistentes posições bôeres nas elevações. Eles sofreram aproximadamente mil baixas, ao passo que os bôeres só declararam 50 mortos ou feridos. Os jornais britânicos batizaram a série de derrotas de dezembro de “Semana Negra”, e um desconcertado governo britânico interveio para substituir Buller.

como bitter-enders (“amargo-finistas”), estavam determinados a continuar lutando. Eles promoveram uma campanha de guerrilha, desferindo ataques contra postos avançados britânicos, emboscando pequenas colunas de tropas e destruindo linhas ferroviárias. Os britânicos reagiram de três maneiras. Em primeiro lugar, empregaram colunas ligeiras de cavalaria e infantaria montada para dar caça aos bôeres. Em segundo lugar, construíram uma rede de pequenos fortes ligados por arame farpado, negando ao inimigo a liberdade de movimento. Em terceiro lugar, na medida mais polêmica de todas, começaram a destruir fazendas bôeres e a arrebanhar mulheres e crianças em campos, privando os bôeres do apoio local de que necessitavam para sobreviver. Como

1907,

receberam

No

final

de janeiro,

Roberts

embarcou

em

delas

torno

em

do flanco

dos

bôeres, forçando-os

retirar-se. Kimberley foi libertada em 15 de fevereiro. Em

bôeres

a

18 de fevereiro, os britânicos colidiram com os

em

Paardeberg.

Eles

optaram

por

sitiar O

acampamento bôer e obrigaram Cronjé, com cerca de5

mil colado

a render-se a dia 27. Um dia depois, na

terceira tentativa, Buller finalmente chegou à guarnição

de Ladysmith. Mafeking foi retomada em 17 e 18 de

de forma

política.

drástica sua destreza como

Militarmente,

a

atiradores, uma

lição dolorosa aprendida nas Guerras dos Boêres, que,

em 1914, lhes seria muito útil.

Um aspecto polêmico da estratégia militar

britânica na fase final das Guerras dos Bôeres foi

o uso forçado de campos de concentração. Estes eram lotados com idosos, mulheres e crianças que haviam auxiliado as tropas bôeres, ou suspeitos

disso. Antes de esses civis serem levados aos

“campos, suas fazendas eram destruídas.

— Os campos eram redutos insalubres. O saneamento era no mínimo inadequado, a água.

" indispensável era frequentemente escassa ou |

be

pia

poluída, e a comida que havia era de má

qualidade. Havia pouca atenção médica disponível.

Cerca de 120 mil pessoas foram internadas em

s, “cae mpo estima-se que 20 mil morreram em | " consegiência de esnudesnutriç trição ou moléstias, |

Uns poucos britânicos tentaram melhorar as — Mo

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SO SH, da África e

maio, encerrando sete meses de sítio dos bôeres.

* condenatório 5

terras bôeres, capturando as cidades fundamentais de Johannesburgo (31 de maio) e Pretória (5 de junho). A guerra parecia encerrada, mas alguns bôeres, conhecidos

| “condições no: j mortalide de E NON

Os britânicos avançaram, então, contra o coração das

autonomia

guerra expôs muitas das fraquezas existentes na organização e nas táticas das forças britânicas. Durante a década seguinte, os britânicos começaram a melhorar

uma

campanha para expulsar os bôeres de Kimberley. Poucas semanas depois, parte de seu exército avançou contra tropas inimigas que bloqueavam a rota mais direta para a cidade, enquanto ele liderava o restante

foram

bôeres

repúblicas

ao Império Britânico, mas, a partir de

incorporadas

implementadas, contudo, os britânicos

sofreram novas derrotas. Buller, ainda tentando chegar a Ladysmith, foi detido pelos bôeres em Spion Kop (23 de janeiro) e Vaal Kranz (5 de fevereiro).

as

resultado,

1902.

Em janeiro de 1900, o comando geral das forças britânicas foi conferido ao marechal-de-campo Sir Frederick Roberts (1832-1914), que percebeu que a principal vantagem dos bôeres estava em sua mobilidade. Ele decidiu aumentar a proporção de cavalaria em suas próprias forças e fazer um uso intenso de tropas montadas canadenses e australianas. Enquanto essas eram

um

quando

finalmente,

acordo de paz foi assinado em Vereeniging, em maio de

Virando a Maré

melhorias

encerrou-se,

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ENCICLOPEDIA

DAS

GUERRAS

A Rebelião dos Boxers No final do século XIX, passou a haver crescente ressentimento entre muitos chineses diante da progressiva interferência de várias potências estrangeiras, inclusive a Grã-Bretanha, a Alemanha, o Japão e a Rússia, nos assuntos nacionais da China. Esse ressentimento era manifesto na sociedade

secreta conhecida como Boxers; no verão de 1900, começando em Pequim, esse grupo se pôs a atacar e executar estrangeiros e chineses que se haviam convertido ao Cristianismo. N

o início do verão de 1900, o poder na China estava nas mãos da imperatriz viúva Tzu Hsi (1834-1908), que depusera havia pouco seu jovem sobrinho, o imperador Kuang-hsu (1871-1908). No início do levante,

Tzu Hsi declarou às potências estrangeiras que estava tentando eliminar a ameaça dos Boxers, enquanto, na verdade, membros de seu círculo privado na corte imperial ajudavam o grupo às encobertas. Altos oficiais da corte criticavam as injustas medidas comerciais que haviam sido impostas aos chineses, e simpatizavam com muitas das metas do movimento Boxer. Os ataques dos Boxers contra estrangeiros se intensificaram em 9 de junho de 1900, quando parte do

Os Boxers, também conhecidos como Harmoniosos

Punhos Justiceiros, eram membros de uma

sociedade secreta chinesa. No final do século XIX,

eles conquistaram muitos simpatizantes na corte da China, os quais, como eles próprios, ressentiam-se da presença estrangeira em solo chinês. Houve dois pontos predominantes de conflito. Em primeiro lugar, missionários estrangeiros vinham tendo crescente sucesso em converter chineses ao Cristianismo. Em segundo lugar, potências estrangeiras haviam colonizado portos importantes na costa chinesa, a partir dos quais monopolizavam

o comércio da China para seu próprio benefício. Nas últimas décadas do século, contra um |

os Boxers cenário de enchentes e surtos de fome, entre os insatisfação fomentar a começaram

chineses comuns, atribuindo a culpa por sua

pobreza à inescrupulosa exploração estrangeira a

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“Os Boxers se puseram a atacar estrangeirose

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circuito

hípico

de

Pequim

foi incendiada.

Dois

dias

depois, o embaixador japonês foi assassinado. Esses eventos fizeram com que as várias legações estrangeiras fortificassem suas embaixadas; todavia, no dia 19, O embaixador alemão foi assassinado. No final da tarde do dia seguinte, as legações se viram pela primeira vez sob o fogo chinês. Uma força de socorro internacional, com 2 mil soldados sobretudo britânicos, alemães, russos e americanos, liderados por um almirante britânico, Sir

Edward Seymour (1840-1929), já estava a caminho de

auxiliar as legações. As tropas de Seymour, que haviam deixado sua base com os Fortes de Taku no mesmo dia em que o hipódromo de Pequim fora incendiado, rumavam para Tientsin pelas margens do Rio Pei-ho. De Tientsin, elas esperavam viajar por trem até Pequim, cerca de 160 quilômetros ao norte. Todavia, Seymour jamais chegou a Pequim. A combinação de ataques de Boxers, vias férreas destruídas e escassez de suprimentos deteve seu avanço a cerca de 50 quilômetros da capital, na aldeia de An Ting. A coluna de socorro, debelando ataques dos Boxers

apoiados por unidades do exército regular chinês, recuou para Tientsin, chegando aos subúrbios periféricos da cidade em 26 de junho. A essa altura, contudo, os Boxers estavam no controle de partes da cidade, e, como resultado, Seymour assumiu uma posição defensiva nos arredores de Tentsin. Enquanto isso, outras forças multinacionais estavam chegando à foz do Pei-ho. Os comandantes decidiram atacar os Fortes de Taku, que guardavam o portão fluvial de Tientsin, e, então, avançar contra a cidade. Os fortes

de barro seco foram tomados em 17 de junho, e parte da força multinacional acorreu a Tientsin. A seção européia

da cidade estava sob ataque, mas os Boxers e os soldados do exército chinês foram contidos, graças em grande parte às defesas preparadas por um jovem engenheiro, Herbert Hoover (1874-1964), que posteriormente viria a

ser presidente dos Estados Unidos.

Após lutas acirradas e baixas acentuadas em ambos os lados, em 23 de julho Tientsin foi finalmente varrida das forças chinesas.. Elaboraram-se planos para avancar contra Pequim, sendo que, a essa altura, a força multinacional consistia em 20 mil soldados, incluindo

10 mil japoneses, 4 mil russos, 3 mil britânicos, 2 mil

americanos, 800 franceses, 200 alemães, 58 austríacos e 53 italianos.

O avanço

norte

foi extremamente

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ataques dos Boxers faziam com que o progresso fosse lento. Mas, em 12 de agosto, a cidade de Tungchow, a 18 quilômetros de Pequim, foi ocupada pelos estrangeiros. que decidiram atacar a capital chinesa dois dias depois — embora não se soubesse naquele momento se as embaixadas estavam nas mãos dos chineses, já que não havia comunicação, |

força internacional impôs um duro tratado de paz aos chineses, incluindo multas pesadas e o desmantelamento

da sociedade dos Boxers. O impacto da Rebelião dos Boxers acabou levando à derrubada da dinastia Manchu, em 1912. Foi a primeira vez que as principais potências do mundo agiram juntas para seu benefício mútuo. Todavia, a solidariedade que mostraram na lida com a Rebelião dos Boxers não estava fadada a durar. Cinco anos após a rebelião, os japoneses e russos estariam em guerra, e, após 14 anos, praticamente todos os que haviam enviado tropas em socorro das embaixadas em Pequim estariam se enfrentando na Primeira Guerra Mundial.

Em Pequim

As embaixadas, defendidas por cerca de 400 soldados regulares e vários civis armados, estavam resistindo, mas sofriam muito com a escassez de víveres e água. Em 25 de junho, os Boxers atearam fogo a edifícios comerciais, na esperança de que as chamas chegassem às embaixadas, e, em 13 de julho, explodiram uma mina sob a embaixada francesa. Artilharia pesada e francoatiradores acresciam os perigos enfrentados pelos defensores das embaixadas e pelos europeus e cristãos chineses que se aquartelavam sob suas paredes e barricadas. A batalha final para a libertação das embaixadas teve início em 14 de agosto. Embora as diversas forças

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Acima: Para chegar a Pequim e resgatar as embaixadas sitiadas, a força multinacional tinha primeiro de derrotar os Boxers que se haviam aquartelado às margens do

Rio Pei-ho. Esse mapa mostra os principais confrontos no trajeto para Pequim, em 1900.

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americanos disparando contra as paredes de Pequim para liber tar sob ataques a cidade, dos Boxers. Até esse momento, a força de resgate internacional não tinha notícias das condições ou do destino de seus compatriotas e dos cristãos chineses sitiados na cidade.

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À esquerda: Essa fotografia, tirada em 14 de agosto de

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degenerou em uma corrida; cada força estrangeira queria a glória de chegar primeiro a sua própria embaixada. A corrida foi vencida estreitamente pelos britânicos, mas o afoitamento por alcançar a embaixada mostrou claramente que a aliança multinacional estava se esfacelando, porquanto cada nacionalidade punha seus interesses em primeiro lugar. Pelos dias que se seguiram, o restante de Pequim foi capturada, e os aliados deixaram a capital chinesa para esmagar os nichos restantes da resistência Boxer. No final de outubro, as operações foram encerradas. Além de saquear e destruir muitas obras de arte chinesas, a

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estrangeiras às portas de Pequim houvessem recebido cronogramas e objetivos bem delimitados, o ataque

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DAS

GUERRAS

A Guerra Russo-Japonesa No início do século XX, o Japão passou a ter uma posição progressivamente dominante no Pacífico

norte. Mas, para aumentar seu controle na região, ele teria primeiro de reduzir a influência local da

Rússia. Em 1904, os japoneses decidiram mover guerra contra a Rússia com três objetivos em mente: capturar Porto Artur, a principal base naval russa na região; destruir a frota russa no Extremo Oriente;

e aniquilar o exército russo na Manchúria. s japoneses

não

promulgaram

uma

de 1904. Eles avançaram para o norte em direção ao

declaração

Rio Yalu, a fronteira coreana com a província russa da

formal de guerra, e, em 8 de fevereiro de 1904, des-

Manchúria. O bloqueio de Porto Artur continuou, mas a chegada de um dinâmico oficial da marinha russa, O almirante Stiepan Makarov (1849-1904), ameaçou desfazer o impasse. Makarov promoveu uma série de assaltos súbitos, cuidando de evitar batalhas de grande porte com a principal frota japonesa, sob o comando do vice-almirante Heihachiro Togo (1847-1934). Esses ataques russos tiveram sucesso até que o navio de comando de Makarov, o Petropavlovsk, colidiu com uma mina, em 13 de abril. A tripulação inteira, inclusive Makaroy, pereceu. A morte de Makarov teve um efeito devastador sobre o moral em Porto Artur, e o bloqueio japonês foi interrompido. Os russos, cientes da ameaça a Porto Artur e dos desembarques japoneses na Coréia, tentaram reunir suas forças para repelir a invasão. O comandante militar russo, o general Alieksei Kuropatkin (1848-1925), sabia estar em menor número e precisar de tempo para reforçar suas tropas, mas seu superior, O almirante Ievgueni Aliekseiev, discordou e exigiu ação imediata. A insensatez do plano ficou patente no final de abril, quando os japoneses esmagaram uma pequena força russa às margens do Rio Yalu. O Japão manteve a pressão sobre os russos durante o mês de maio, desembarcando tropas 60 quilômetros ao nor-

feriram um ataque surpresa com torpedeiros contra a frota russa ancorada no cais de Porto Artur. Danos consideráveis foram causados, após o que os japoneses bloquearam o porto. A guerra foi declarada dois dias depois. No papel, a Rússia, com um exército permanente de 4 milhões e meio de soldados, devia ser um inimigo intimidador para o Japão, que tinha um exército permanente de apenas 280 mil homens, além de 400 mil reservas. Mas os Japoneses sabiam que os russos só possuíam 150 mil homens ao alcance de Porto Artur, e que lhes seria muitíssimo difícil transportar o grosso de seu exército pela ferrovia Transiberiana, que se estendia por 9.300 quilômetros de Moscou a Porto Artur, com uma pausa de 160 quilômetros no Lago Baikal. À ação rápida deu a vantagem ao Japão. Após o ataque surpresa no início de fevereiro, os japoneses mantiveram a iniciativa e deram sequência à ofensiva de Porto Artur com um desembarque em Chemulpo, na península da Coréia, em 17 de fevereiro

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deste de Porto Artur, e começando a avan-

çar contra a base. Outra força terrestre japonesa desembarcou por essa altura a oeste do Yalu. Em 25 de maio, tropas japonesas avancaram contra os russos que protegiam a

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avançadas de Porto Artur. Com dez vezes mais homens do que a força russa, de 5 mil soldados, os japoneses desfecharam seguidos assaltos frontais. As baixas japonesas foram numerosas (4.500 ho-

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À esquerda: A Guerra Russo-Japonesa foi um grande sucesso para o Japão, tanto em terra quanto no mar. Esse mapa mostra os locais dos confrontos mais importantes desse conflito.

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À esquerda: Em 8 de fevereiro de 1904, em um afaque surpresa antes de q guerra ser formalmente declarada, navios de guerra

japoneses abriram fogo contra as defesas russas que protegiam Porto Artur, como

se ilustra aqui. Ao mesmo tempo, os japoneses

torpedearam os navios de guerra russos ancorados no cais do porto.

nas proximidades como base naval para a concentração de outro grande contingente. O sítio de Porto Artur

teve início, efetivamente, em junho de 1904.

Os navios russos de Porto Artur, finalmente, receberam ordem de debandar, mas a tentativa acabou em desastre na Batalha do Rio Amarelo, em 10 de

agosto. Os 19 navios do almirante Vilgelm Vitgeft foram alcançados pelos japoneses comandados por Togo. A flotilha russa foi bombardeada durante 90 minutos: um

dos

navios

foi afundado,

e os

demais,

muitos

deles

danificados, buscaram refúgio em portos neutros ou dispararam em fuga para Porto Artur. Os japoneses iniciaram seus ataques terrestres contra Porto Artur no início de agosto, mas sofreram grandes baixas sem nenhum proveito considerável. Nem mesmo a chegada da artilharia pesada para sítio bastou para romper a resistência russa. Mas, aos poucos, o equilíbrio de forças virou-se contra os defensores. O combate se concentrava em uma posição russa conhecida como Colina dos 203 Metros. Se ela tome o

restante

basse,

Porto

Artur

colina

durou

de 27 de novembro

da

marinha

russa

estariam à mercê dos japoneses. A batalha final pela a 5 de dezembro,

quando os japoneses finalmente a tomaram. Porto Artur não poderia sobreviver, e os russos, em 2 de janeiro de 1905, se renderam. Enquanto o sítio progredia, tropas russas tentavam ejetar as forças japonesas da Manchúria. Seus primeiros

ataques, em 1904, foram repelidos, e elas tiveram de se

retirar. Os japoneses perseguiram os russos e os enfrentaram em uma batalha inconcludente em Liaoyang (3 de setembro). Os russos começaram a recuar para Mukden, seu centro de operações, e cada

lado procurou as posições mais favoráveis, preparandose para o confronto que decidiria a guerra terrestre. A Batalha de Mukden envolveu mais de 300 mil soldados em cada lado, espalhados e entrincheirados ao longo de mais de 60 quilômetros. O prélio teve início em 21 de fevereiro de 1905, e durou até 10 de março. Os japoneses venceram estreitamente a batalha, obrigando os russos a aceitar a plena vitória do Japão. As lutas terrestres estavam encerradas, mas os russos sofreram um novo desastre no mar.A Batalha de Tsushima,

travada

em

27-28

de

maio

entre

a frota

báltica russa — liderada pelo almirante Zinovi Rojdestvenski — e uma frota japonesa — comandada por Togo —, permanece um dos mais taticamente decisivos confrontos navais de todos os tempos. A frota báltica percorrera metade do mundo somente para ser aniquilada nos estreitos entre a Coréia e o Japão. Os navios de Togo sobrepujaram os russos na artilharia e nas manobras. Durante os dois dias de batalha, a frota russa — de oito couraçados, oito cruzadores, nove

destróieres e uma série de embarcações menores — foi dizimada por canhões de longo alcance e torpedeamentos. Após derrotas tão catastróficas em terra e no mar, os russos aceitaram os termos do Tratado de Portsmouth, arranjados pelo presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, em 6 de setembro de

1905. O Japão tomou posse de Porto Artur e outros territórios vizinhos; os russos tiveram de retirar-se da Manchúria; e a Coréia foi reconhecida como pertencendo firmemente à esfera de influência japonesa. Em um só golpe, os japoneses se tornaram a força dominante no Pacífico norte.

209

A ENC

A Guerra nos Balcãs Em 1911, a Itália, que desejava erigir seu próprio império no norte da África, declarou guerra ao Império Otomano (que sofria continuado declínio havia um século), no intuito de se apoderar da Líbia, então dominada pelos turcos. Ao mesmo tempo, os ex-domínios turcos da Bulgária, da Grécia e da Sérvia, incentivados pela Rússia, formaram a Liga Balcânica, com o objetivo de arrancar Montenegro

dos turcos e expulsar esses últimos da Europa.

Liga Balcânica, em aliança com o pequeno Estado de Montenegro, declarou guerra à Turquia, em 8 de outubro de 1912. Juntos, a Liga e Montenegro podiam congregar 350 mil soldados, enquanto os turcos tinham menos de 250 mil homens disponíveis na Europa. Próximo ao fim de outubro, forças de cada um dos países balcânicos adentraram os territórios europeus da Turquia. Os gregos, sob o comando do príncipe Constantino (1868-1923), avançaram pela Macedônia turca vindos do sul, e derrotaram uma força otomana em Elasson, em 23 de outubro. Apesar do sucesso inicial, Cons-

tantino

não

tardou

a sofrer reveses, a princípio em

Venije Vardar, e, em seguida, em Kastória e Banitsa. Em 5 de novembro, contudo, os gregos bateram seus adversários e proclamaram uma importante vitória em Venije. O exército grego avançou para o leste em direção a Salônica. Tanto os gregos quanto os búlgaros cobiçavam esse importante porto, que proporcionaria a seu possuidor o domínio do Mar Egeu. Enquanto isso, os sérvios, liderados pelo general Radomir Putnik (1847-1917), avançaram pela Macedônia a partir do norte, derrotaram os turcos em Kumanovo, em 24 de outubro, e os obrigaram a debandar

para Monastir. A Batalha de Monastir, ocorrida em 5 de novembro, foi um confronto equilibrado, com sérvios e turcos dando mostras de grande bravura. Um impetuoso ataque sérvio contra uma posição turca foi repelido, com numerosas baixas para os atacantes. Mas ele enfraqueceu o centro turco e permitiu aos sérvios promover uma ofensiva frontal, que abriu brechas na posição turca. Ameaçados por uma força grega que avançava pelo sul, os turcos recuaram, tendo perdido 20 mil homens na batalha. Os gregos capturaram a fortaleza de Salônica quatro dias depois, sitiando uma série de outras guarnições turcas, inclusive Scutari. Os turcos não tiveram melhor sorte na Trácia, onde enfrentaram os búlgaros. Três pequenos exércitos búlgaros avançaram com um amplo front e derrotaram os turcos em Seliolu e Kirk Kilissa, no final de outubro. Os turcos recuaram para Constantinopla (a atual Istambul) para integrar uma linha defensiva de 55 quilômetros entre Liilé Burgas e Bunar Hisar. Dois dos exércitos búlgaros avançaram para o leste no encalço dos turcos, enquanto o terceiro sitiou a cidade de Adrianopla. Os ataques búlgaros contra a linha defensiva turca

e em Liilé Burgas, em 28-29 de outubro, lograram êxito,

os defensores recuaram em direção a Constantinopla. Eles assumiram posição ao longo da Linha de Chatalja, sua última barreira defensiva antes da capital turca. Os búlgaros tentaram atravessar à linha durante o mês de

e , baldados am mostrar se esforços seus mas novembro,

Constantinopla se salvou. Em resultado da intervenção de paz das principais potências européias, conferências um impôs io armistíc um e o, dezembr em tiveram início fim temporário à guerra. embro dez em fim do to per sse ive est cãs Bál dos rra Gue ra mei Pri a À esquerda: Embora pos tro tra mos o açã str ilu Esta . lar itu cap a ou neg se a qui Tur da de 1912, o novo governo te, em ofo hol um de da aju a com a, opl ian Adr em cos tur os alv búlgaras disparando contra fevereiro de 1913.

210

A À direita: As duas guerras dos Balcas não somente puseram fim à

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presença do Império Otomano na Europa como

criaram novos Estados. Elas também trouxeram à

superfície muitas hostilidades regionais. Esse mapa mostra 0 escopo dos conflitos do

Adriático ao Mar Negro.

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As negociações de paz se frustraram, contudo, em decorrência das exigências incompatíveis dos vários Estados. Exigiu-se que a Turquia abrisse mão da maior parte de suas possessões européias, e um novo Estado

forças foram detidas pela coalizão servo-grega. Em 2 de julho, forças sérvias sob o comando de Putnik repeliram

última medida sofresse a acerba oposição da Sérvia e de Montenegro. Mas a principal causa de discórdia estava nos receios bem fundados da Bulgária de que a Grécia e a Sérvia estivessem conspirando para dividir entre si a Macedônia, às expensas dos búlgaros. A Liga Balcânica podia estar unida em sua determinação de derrotar os turcos, mas suas ambições regionais seriam sua ruína. Para complicar ainda mais os problemas, o governo turco foi derrubado em janeiro de 1913 e substituído por um grupo ferrenhamente nacionalista conhecido como “Jovens Turcos”, liderados por Enver Bey (1881-1922). O novo governo turco estava determinado a levar adiante a guerra, na esperança de obter melhores condições de paz para a Turquia. Apesar de seus esforços, em 1913 os exércitos turcos sofreram novas derrotas. As cidades turcas de Yannina (3 de março), Adrianopla (26 de março) e Scutari (22 de abril) sucumbiram à Liga Balcânica, obrigando os turcos a pedir paz. O resultante Tratado de Londres fez com que a Iurquia perdesse praticamente todas as suas possessões nos Bálcãs.

Os búlgaros foram arrastados em pouco tempo à mesa de negociações, e, em 10 de agosto de 1913, o Iratado de Bucareste pôs fim à guerra. A Bulgária foi obrigada a ceder a maior parte dos territórios que conquistara durante a guerra contra a Turquia, além de perder parte de suas terras ao norte para a Romênia. A

da

Albânia

seria

criado

no

Adriático,

A Segunda Guerra dos Bálcãs

A

Liga

Balcânica

não

sobreviveu

embora

poderio

Primeira Guerra dos Bálcãs, e as rivalidades nacionais

logo desfizeram a aliança. Esperando obter uma fatia

maior da Macedônia e, acima de tudo, o porto de Salônica, a Bulgária, em 30 de maio de 1913, atacou os sérvios, antes de declarar guerra contra a Sérvia e a Grécia. Os búlgaros subestimaram grosseiramente o

suas

ex-aliadas,

e, em

30

de junho,

suas

os búlgaros e, apesar de uma contra-ofensiva frustrada,

esses últimos foram virtualmente derrotados. A situação desesperadora em que se viam os búlgaros agravou-se quando, em 15 de julho, a Romênia aliou-se à Sérvia e à Grécia contra a Bulgária. Com grande presteza, as tropas romenas avançaram contra a capital búlgara de Sófia. Ao mesmo tempo, aproveitando-se dos problemas da Bulgária com a Sérvia, a Grécia e a Romênia, os turcos retomaram Adrianopla.

essa

a sua vitória na

de

Grécia, por outro lado, recebeu Creta e o sul da Mace-

dônia, enquanto a Sérvia ganhou Kosovo e o norte da Macedônia, embora a Áustria a obrigasse a abrir mão de suas conquistas na recém-formada Albânia. Mas a paz nos Bálcãs não duraria muito, e a região continuou turbulenta, já que as ambições concorrentes dos Estados balcânicos foram suplementadas pelas ambições maiores de duas potências rivais, a Rússia e a Austria-Hungria. A Bulgária se ressentia das perdas que sofrera no final da Segunda Guerra dos Bálcãs, enquanto a Turquia lambia suas feridas e, com a ajuda da Alemanha, punha-se a modernizar suas forças armadas. Um ano mais tarde, em Sarajevo, na Bósnia, o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, por um nacionalista sérvio, lançaria os Bálcãs no caos e provocaria o início da Primeira Guerra Mundial.

Zi

1914-18 Primeira Guerra Mundial foi o primeiro

grande conflito a envolver plenamente as

potências da Revolução Industrial. Forças imensas combateram em terra, no mar e, pela

primeira vez na história militar, no ar. A tecnologia e a produção industrial se tornaram chaves para o sucesso no campo de batalha. A vitória já não dependia somente dos soldados, mas, também, da capacidade dos civis e das indústrias nacionais para proporcionar às forças armadas a imensa

quantidade de armamentos e suprimentos

necessários para levar adiante a guerra.

As origens imediatas da Primeira Guerra Mundial estão nas hostilidades entre o Império Austro-Húngaro e o Estado vizinho da Sérvia com relação ao domínio da Bósnia, um Estado de predominância eslava sob a jurisdição austríaca. Em 28 de junho de 1914, um jovem nacionalista sérvio, Gavrilo Princip (1894-1918), assassinou o arquiduque Francisco Ferdinando (1863-1914), que fazia uma visita oficial à capital bósnia de Sarajevo. O arquiduque era herdeiro do trono austro-húngaro, e seu assassinato deflagrou uma explosão diplomática. Apesar das apologias sérvias pelo incidente. a Áustria ameaçou a Sérvia com a guerra.A Sérvia, contudo. estava protegida por sua aliada eslava, a Rússia, e as ameaças austríacas foram o primeiro passo rumo à uma guerra geral européia. As origens mais amplas da Primeira Guerra Mundial haviam se que s alista nacion dades rivali às muito devem desenvolvido na Europa durante o século XIX. À concor dando se vinha éias europ cias potên es grand as rência entre por do Jutan país cada com co, políti e mico econô nos níveis

colônias pelas luta A . outros dos custa à poder maior alcançar aintern dades rivali as ificou intens e mercados econômicos — as alianç de a sistem O onou ocasi vez, sua por cionais, O que, ão pitaç preci a para ulo estím de fator um ém que foi tamb ê rumo à guerra. Poas r forma para m unira se ia Áustr a A Alemanha e . França da e a Rússi da ção oposi a ram sofre tências Centrais, e hostil era ha, retan Grã-B a éia, europ cia A outra grande potên a com al inform o arranj um sse possuí a à Alemanha e, embor alianças. de formal a sistem do m marge à França, permaneceu | , iva ens def a alh bat de ca táti a nov uma se fos não À direita: À guerra de trincheiras, embora tal. Aqui, den Oci nt Fro no e ent alm eci esp l, dia Mun rra Gue ra ra mei imei Pri da tornou-se o simbolo indelével se qua por eu end est se que a alh bat uma em , dun Ver em dos ira soldados franceses estão entrinche todo o ano de 1916 e resultou em um milhão de baixas.

212

e

À direita: Em agosto de 1914, tropas alemãs invadiram q Bélgica, e são vistas aqui adentrando Bruxelas. Embora, a princípio, avançassem ininterruptamente, em poucos meses se entrincheiraram em uma

linha defensiva que se estendia do Canal da Mancha, no norte, até q

Suiça, no sul. Ambos os lados se

mantiveram em torno dessa linha,

conhecida como o Front Ocidental, pelo restante da guerra.

A Itália, por outro lado, estava formalmente aliada às Potências Centrais, em 1914, mas permaneceu neutra até

1915, quando ingressou oficialmente na guerra ao lado

Em termos de organização militar, a

da França e da Grã-Bretanha. ser

Grã-Bretanha, em 1914, era a exceção entre os

No começo, as alianças européias destinavam-se a de

natureza

essencialmente

defensiva,

mas

países europeus. Outros Estados davam à maioria de seus jovens um treinamento militar mais rudimentar, planejando convocá-los para o serviço em grandes “exércitos de cidadãos” em tempo de guerra. A Grã-Bretanha, em vez disso, contava com uma força menor de soldados profissionais regulares. Os soldados britânicos eram bem treinados e tinham melhor qualidade do que seus equivalentes europeus, mas muitos pereceram nos meses iniciais da Primeira Guerra Mundial.

uma

série de incidentes internacionais — no Marrocos (1905), na Bósnia (1908-09) e em Agadir (1911) — aumentou a tal ponto a tensão que as potências se polarizaram em dois campos armados. Os estadosmaiores começaram a urdir planos para a probabilidade de um conflito aberto. A situação estratégica era geograficamente determinada: a Alemanha e a Áustria-Hungria detinham o

centro, “cercadas” pela França e a Rússia, enquanto à

Grã-Bretanha ocupava uma posição periférica. Em 1912-13, a Alemanha passou a preocupar-se cada vez mais com o ascendente poderio econômico da Rússia, sua com seus milhões de quilômetros de ferrovias — e s de consequente capacidade para transportar milhõe or ai -m do ta es o e —, z ide rap va ati rel m co soldados to rci exé O que es ant rra gue a r ga vo ad a ou ss alemão pa no io lín dec vo ati rel do em ag nt va ar tir e ss ui eg russo cons poderio industrial e militar da Alemanha. em ag nt va a em ss ve ti is ra nt Ce s ia nc Embora as Potê va ra pa de ha an em Al à as, ern int has lin de operar em nts fro s doi em ra er gu a um de e ad id il se com a possib O . ema dil e ess iam let ref os ic ég at tr es — e seus planos fun s ano Os e nt ra du ão em al chefe do estado-maior von ed fr Al e nd co o foi damentais de 1980-1905 e de o, íod per e ess e nt ra Du Schlieffen (1833-1913). a um ou or ab el n ffe lie Sch e, rt mo certo modo até sua um te en lm ia ic in r ha ec sf de em estratégia que consistia a, em golpe

rápido

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contra

No final de 1914, os generais britânicos se

deram conta de que a guerra duraria mais do que uns poucos meses, e que seria necessário expandir seu exército. Todavia, as baixas e o porte originalmente reduzido de suas forças fizeram com que levasse quase dois anos para que os britânicos reunissem um exército amplo e eficaz o bastante para a atuação no front. O exército britânico na França era conhecido como Força Expedicionária Britânica (BEF), e foi

comandado inicialmente pelo general Sir John

French (1852-1925), até sua substituição pelo

general Sir Douglas Mig (1861-1926) no final de 1915. Durante os anos

“ expandiu-se em tamanho,

de 1915-16, a BEF

de modo que, em junho

* de 1916, havia 58 divisões britânicas no Front

os 1916, de meados de port nona EaTaRo o Sa Naa pa dO a de GRAS ab no! | em, papel um britânicos puderam desempenhar totalmente ao do exército " geral equiparável a dos franceses. * mobilizado

a França, par

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214

A

O plano de Schlieffen ecra um lance arriscado. dependendo da velocidade da mobilização alemã em comparação com a russa e da plenitude da vitória sobre os franceses. Essas variáveis eram problemáticas o bastante para o alto comando alemão, mas o plano tornou-se impopular em virtude de sua erotesca inflexibilidade: qualquer que fosse a proveniência das ameaças às Potências Centrais, a Alemanha precisava invadir imediatamente a França. No final de julho de 1914, levantaram-se dúvidas quanto à conveniência de atacar a oeste, já que a fonte dos conflitos estava nos Bálcãs, mas o estado-maior alemão silenciou a dissidência insistindo em que mudar a programação dos trens lançaria o exército alemão em completa desordem, tornando-o vulnerável aos inimigos. Uma vez tomada a decisão, não haveria retorno. Esse foi o primeiro grande ato de insensatez da Primeira Guerra Mundial: a estratégia se subordinara as exigências das agendas ferroviárias. De mais a mais, embora isso fosse de pouco interesse para Schlieffen e seus acólitos de planejamento, a invasão da França constituiria uma violação da neutralidade belga e holandesa. A Prússia fora uma consignatária da fundação de uma Bélgica independente e neutra — assim como a Grã-Bretanha. Confiante no apoio alemão, a Áustria-Hungria fraudou os esforços diplomáticos sérvios por atalhar conflitos, e, em 29 de julho de 1914, declarou guerra

contra o reino balcânico. A Rússia, então, mobilizou suas

forças fronteiriças. Em 1º de agosto, a Alemanha declarou guerra à Rússia, e, dois dias depois, promulgou uma declaração de guerra contra a França. Em 3 de agosto, tropas alemãs invadiram a Bélgica, e, no dia seguinte — para cumprir o voto de neutralidade belga —, a Grã-Bretanha declarou guerra à Alemanha.

As Armas da Grande Guerra

PRIMEIRA

demasiado

era

ambos

guarnecidas. Generais os

lados,

afoitos

Batalha de Ypres, em 1915. Embora o gás inspirasse terror ao ser usado pela primeira vez, os soldados do front acabaram se habituando a ele, e, especialmente

após o surgimento de máscaras contra gás, ele deixou de constituir um fator de vitória na guerra. Veículos blindados foram o próximo grande desen-

volvimento a tentar inverter o cenário estratégico em favor da mobilidade. Utilizando placas blindadas, motores de combustão interna e lagartas de tração, os primei-

ros veículos do tipo — chamados de tanques — fizeram, em 1916, sua estréia, na Batalha do Somme. Embora o tanque lograsse alguns êxitos táticos entre 1916 e o final da guerra, ele carecia da velocidade e confiabilidade para ser uma arma verdadeiramente decisiva. O motor de combustão interna também ensejou artefatos aéreos. O primeiro aeroplano alçou vôo em 1903, e, em

sem

suficientemente

fos-

treinados,

verificando, a infantaria em

ambos

os

bom-

as principais

armas; todavia, a inconclusiva Batalha da Jutlândia, em

1916, foi o único grande recontro entre frotas principais. Uma arma relativamente nova, o submarino, também começou a desempenhar um papel essencial na guerra. Submarinos eram usados para afundar naus inimigas

e, mais

importante,

para

atacar

navios de suprimentos inimigos. A guerra no mar também testemunhou o Início da aviação naval.

Contrariamente ao mito, os líderes militares depositavam grandes esperanças na tecnolo-

marra

os lados

potências

grandes

No mar, os couraçados permaneciam

Si) RD)

artilharia poderia abrir brechas nas defesas inimigas. Mas, como acabou se

das

reconhecimento se haviam unido os caças, bardeiros e os aviões de ataque terrestre.

gia, mas, a desdém de seu grande potencial, o aparato militar que recebiam era em geral insuficiente. No final, a vitória coube ao lado que tivera a vontade e os meios materiais para agientar por mais tempo. E, muito embora as tropas alemãs fossem, a maioria das vezes, superiores às inimigas em treina-

a

a

1914, os exércitos

tinham suas próprias divisões de aviação para atuar como tropas de reconhecimento aéreo. Conforme a guerra se desenvolveu, também progrediu a tecnologia da aviação, que expandiu em muito o alcance e a qualidade dos aviões militares. Em 1918, ao avião de

por

e os canhoneiros

conseguir

para

alemães inaugurando o uso do gás venenoso na Segunda

promover manobras ofensivas, debatiam-se contra uma combinação única de circunstâncias

empregada,

vulnerável

Como consegiiência, os comandantes procuraram novas tecnologias para resolver o impasse nas trincheiras. Armas químicas foram um passo adiante, com os

em

militares. A artilharia parecia ter as melhores chances de romper defesas, destruindo as posições inimigas e, pela provisão de uma barreira rastejante, protegendo as tropas de ataque. Se uma quantidade suficiente de canhões fosse

e

MUNDIAL

explorar quaisquer oportunidades estratégicas.

Durante a maior parte da guerra, o embate no Front Ocidental caracterizou-se pela combinação entre trincheiras, arame farpado e metralhadoras, todos os quais favoreciam a operação defensiva, o que praticamente impossibilitava avanços da infantaria por terreno aberto contra posi-

ções

lenta

GUERRA

JAN,

mento, táticas e liderança, os

Aliados dispunham dos meios materiais e do número de soldados para vencer uma guerra de atrito. À esquerda: o Conde Alfred von Schlieffen, chefe do

estado-maior alemão na virada do século, concebeu a estratégia para o ataque bifrontal — primeiro contra q França e, em seguida, contra a Rússia.

E

A

ENCICLOPEDIA

DAS

GUERRAS

O Front Ocidental

1914-15

A estratégia da França no início da Primeira Guerra Mundial baseava-se no Plano XVII, cujo fito era vingar a derrota humilhante de 1870-71 e retomar os ex-territórios franceses da Alsácia e da Lorena, por meio de um assalto frontal pela fronteira franco-alemã. Inicialmente, a França mobilizou mais de um milhão de soldados em cinco exércitos, e o plano era enviar três deles para a Alsácia e a Lorena. franceses contra a Alsácia e a Lorena fracassaram miseravelmente. A trôpega e mal dirigida ofensiva francesa foi facilmente repelida, e os franceses tiveram de retirar-se para além da fronteira, após sofrer baixas acentuadas. Embora em retirada, Joffre manteve a calma e preservou o controle de suas forças, ao passo que Moltke começou a dar sinais de fadiga. No início de setembro, os Aliados se haviam retirado do norte da França, recuando quase até Paris, mas o flanco direito alemão vinha ficando cada vez mais exposto, conforme os alemães avançavam pelo Rio Marna. Os franceses haviam reunido forças de reserva, e Joffre explorou habilmente a situação. Na Batalha do Marna, travada entre 4 e 10 de setembro, tropas francesas e britânicas

amina dO francês, o general Joseph Joffre (1852-1931), sabia que a Alemanha poderia tentar flanquear suas forças avançando contra a França

pela

Bélgica, e, por

isso, manteve

seus

outros

dois

exércitos na reserva, para protegê-lo disso. Os franceses, contudo, subestimaram o porte das forças alemãs enviadas contra eles, as quais totalizavam mais de 1,5 milhão de soldados.

O Plano Schlieffen alemão seria posto em prática pelo general Helmuth von Moltke (1848-1916), sucessor de Schlieffen como chefe do estado-maior e sobrinho do grande Helmuth Karl von Moltke, que compusera os exércitos prussiano e alemão no século XIX. A idéia de Schlieffen fora concentrar o grosso do exército alemão na ala direita, que marcharia pela Bélgica, atravessaria

rapidamente

o norte

detiveram os alemães, e um Moltke nervoso ordenou uma debandada geral.

da França,

tomaria Paris e, em seguida, daria meia-volta para atacar as grandes forças francesas que avançavam para os territórios da Alsácia e da Lorena. A invasão alemã teve início com um avanço pela neutra Bélgica, em 3 de agosto de 1914. Os alemães debelaram facilmente o pequeno exército belga, usando canhões superpesados para destroçar a fortaleza na fronteira belga em Liêge. Bruxelas foi capturada no dia 20. A recém-chegada Força Expedicionária Britânica e os dois exércitos franceses de reserva tentaram deter o avanço alemão pela fronteira entre a Bélgica e a França. Os alemães levaram a melhor nesses confrontos, e os Aliados foram obrigados a recuar para a França.

A resistência aliada na Batalha do Marna confirmou o fracasso do Plano Schlieffen. Em vez de remover a França da guerra em questão de semanas, os generais alemães teriam de enfrentar o pesadelo de uma guerra em dois fronts. Moltke foi, então, substituído pelo general Erich von Falkenhayn (1861-1922). Embora Marna houvesse sido uma derrota estratégica para os alemães, a luta continuou. Os alemães e os aliados concentravam-se,

exércitos

então, no leste da

França, ao norte de Paris, mas havia poucas tropas entre essas posições e o Canal da Mancha ao norte. Ambos os lados tentaram manobrar pela estrema norte de suas respectivas linhas, procurando flanquear o opo-

Nesse ínterim, o grosso do exército francês vinha tentando implementar o Plano XVII, mas os ataques

nente.

Do final de setembro até novem-

bro, batalhas viciosas, mas hesitantes, X

foram travadas ao longo do Rio Aisne, e, então, na Artésia e na Picardia, regiões do norte da França, antes de se moverem finalmente para a Bélgica, circundando Ypres. Essas tentativas cada vez mais desesperadas de descobrir um flanco aberto do inimigo se tornaram conhecidas como

Batalhas

— -— Front Ocidental,

dezembro Extensão máxima

das conquistas

alemãs, setembro Ofensiva do

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“Corrida para o Mar”. Nenhum dos

di

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lados venceu a corrida, e 1914 chegou

ao fim com os exércitos exaustos se entrincheirando em um front con-

À esquerda: Em 1914, os alemães haviam cruzado o leste

da França, mas foram detidos no Marna. Em dezembro, ambos os lados já haviam cavado as trincheiras que dariam o tom à guerra.

216

MUNDIAL

GUERRA

PRIMEIRA

À esquerda: Após meses de luta inesperadamente renhida e custosa, os soldados alemães e britânicos se reúnem brevemente para celebrar o Natal, em 1914,

As ofensivas aliadas de 1915 ocorreram em três fases distintas: do início do ano até o início da primavera: durante o início do verão; e uma vez mais no outono. Os ataques foram realizados em duas áreas: na

região da Champanha, a nordeste de

da

Mancha,

sudoeste.

no

noroeste,

até

a

fronteira

suíça,

no

Generais de ambos os lados, que não esperavam que a guerra durasse mais que alguns meses, foram obrigados a reavaliar a situação. Seus exércitos estavam esgotados, faltavam-lhes agasalhos e mantimentos, e não parecia haver caminho óbvio e rápido para a vitória antes da primavera de 1915. Em agosto de 1914, os soldados de um e outro lado

esperavam que a guerra estivesse “encerrada no Natal”. Muitos haviam lutado com entusiasmo, julgando a guerra a um só tempo justa e patriótica, qual fosse um meio de escaparà fastidiosa vida civil. No final do ano, esse otimismo estava sepultado sob o gélido barro das trincheiras e as baixas maciças de quatro meses terríveis de guerra moderna. Quase um milhão de homens estavam mortos ou feridos em cada lado.

A Luta nas Trincheiras

Ao longo de toda a guerra, os franceses posicionaram a maioria de suas tropas no flanco aliado do Front Ocidental, e seus generais desejavam retomar as partes da França que os alemães haviam capturado em 1914. O problema era romper as cada vez mais robustas defesas alemãs. Posições

defensivas consistiam usualmente em linhas de trincheiras defendidas por arame farpado. A infantaria que as atacasse seria detida pelos arames e dizimada pelo fogo de metralhadoras e canhões. Os atacantes precisavam descobrir algum meio de abrir fendas no arame farpado, atravessar as trincheiras inimigas e destruir as metralhadoras e os canhões. Também precisavam deter os contra-ataques e, o mais

importante, coordenar sua artilharia com o movimento de suas próprias tropas. Uma resposta era usar o bombardeio por canhões, mas franceses e britânicos constataram não possuir armas e munição suficientes para isso. A maioria de seus canhões disparava projéteis Shrapnel, que eram ineficazes contra trincheiras; eles precisavam de

canhões pesados que disparassem balas explosivas, e ambas as coisas eram escassas em 1915.

feridos, e os

britânicos

perderam

outros

280

mil

soldados. O fracasso britânico na Batalha de Loos, em setembro, ocasionou a nomeação de um novo comandante no Front Ocidental em finais de 1915, o

general Sir Douglas Haig.

Os alemães, em geral, mantiveram

a defensiva

no

oeste em 1915, embora promovessem uma breve ofensiva ao redor de Ypres em abril, a qual ganhou notoriedade pelo uso inaugural do gás venenoso como arma de guerra.

Em 22 de abril de 1915, tropase Ditanicasee francesas que defendiam linhas ao norte da * cidade belga de Ypres viram uma nuvem esverdeada assomar das trincheiras alemãs e “avançar em sua direção, impelida pelo vento. Os primeiros soldados que ela alcançou foram

* acometidos de falta de ar e sufocamento; outros, “aterrorizados, correram por suas vidas. Ai nuvem

sapeidalenoo era composta de gás clorino venenoso, “8 representou o primeiro uso em larga escala de “Uma arma química na: guerra moderna. | nnelis

Ros alemães não tinham. previsto quão eficaz.

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tínuo de 640 quilômetros que se estendia desde o Canal

Paris, e na Artésia, próximo à extremidade norte do Front Ocidental. Semanas de confronto resultavam na tomada de uma ou duas milhas de território, mas às expensas de baixas imensas. Os franceses tiveram 1,3 milhão de homens mortos e

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ENCICLOPEDIA

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GUERRAS

DAS

1914-15

A Guerra no Leste

Passado pouco tempo da guerra, os exércitos austro-húngaros se viram às voltas com forças tanto russas

quanto sérvias. As muitas batalhas, especialmente contra os russos, que seriam conhecidas coletivamente como Front Oriental, ocorreram por vezes a centenas de quilômetros de distância. Embora as baixas alcançcassem a casa dos milhões nos dois primeiros anos no leste, a guerra por trincheiras não

foi ali tão característica quanto no oeste.

m 1914, o chefe do estado-maior austro-húngaro, o general Franz Conrad von Hótzendorf (18521925), desenvolveu planos grandiosos para ofensivas simultâneas contra os sérvios e os russos — e foi batido H

por ambos. Os sérvios, em menor número, combateram

os austríacos até chegarem, em agosto e setembro de 1914,

impasse,

a um

enquanto

os

russos

devastaram

grande parte da província austro-húngara da Galícia. No

despertar

do conflito, os soldados

austríacos

esta-

vam despreparados para a guerra moderna, e muitos dos povos subjugados do império eram hostis aos intuitos belicosos da Austria-Hungria. Os russos, em

uma tentativa de ajudar seus aliados

franceses, invadiram a província alemã da Prússia Oriental, em agosto de 1914. Essa invasão foi confiada ao Grupo Armado de Jilinski, consistindo no Primeiro Exército, sob o comando do general Pavel Rennenkampf (1854-1918), que atacaria pelo leste, e do Segundo Exército, comandado pelo general Alieksandr Samsonov (1859-1914), que atacaria a Prússia Oriental pelo sul. Em 20 de agosto, o Primeiro Exército obteve uma modesta vitória tática em Gumbinen, o que lançou o comandante alemão, o general Max von Prittwitz (1848-1917), em um pânico temporário. Como conse-

de sua

quência

sugestão

de

abandonar

a Prússia

Oriental, Prittwitz foi substituído no comando pelo coronel-general Paul von Hindenburg (1847-1934), com

o major-general Erich Lundendorff (1865-1937) como

chefe de seu estado-maior. Embora

Imediatamente após a batalha, os alemães, empregando uma vez mais suas ferrovias, voltaram-se para o leste e, durante a primeira semana de setembro, expulsaram Rennenkampf da Prússia Oriental, em uma série de confrontos conhecidos como Batalha dos Lagos Masurianos. Apesar das recentes e atrozes baixas, os russos retomaram a ofensiva rumando para o sul pelo terri-

tório alemão da Silésia. O ataque, contudo, foi detido por um avanço alemão contornando Lódz em novem-

bro. Durante o outono de 1914, batalha sucedeu bata-

lha, com cada lado obtendo a vantagem temporariamente, sem ser capaz de assegurar um resultado estratégico definitivo. Em 1915, o impasse no Front Ocidental e o suplício dos exércitos austro-húngaros obrigaram o chefe do estado-maior alemão, o general von Falkenhayn, a adotar uma nova estratégia, centrada em uma grande ofensiva contra a Rússia. Após amargos confrontos de

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em inferioridade numérica, os alemães ti-

nham diversas vantagens. Os dois exércitos russos que se opunham a eles atuavam praticamente isolados um do outro, e suas transmissões radiofônicas

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UGRÂNIA

À direita: Em 1914, os

exércitos austro-húngaros estavam mal equipados para travar uma querra

moderna, embora ocasionalmente

conseguissem capturar

soldados inimigos. Aqui, prisioneiros russos,

capturados no início da guerra, são fotografados com os guardas austríacos.

inverno nos Cárpatos, os alemães se prepararam para desterir o golpe de misericórdia contra os russos na Galícia. Um recém-formado Undécimo Exército Alemão, sob o comando do general August von Mackensen (1849-1945), foi secretamente enviado ao setor de Gorlice-Tarnóvia, onde teria lugar a ofensiva principal.

Após um breve e intenso bombardeio, em 2 de maio, a

infantaria alemã avançou contra as devastadas linhas russas. A penetração alemã, seguida de uma exploração cuidadosamente planejada, tomou as tropas russas totalmente de surpresa. Em apenas duas semanas, os alemães avançaram

mais

de

130

quilômetros,

e,

no

final

de

maio,

número e flanqueados, os sérvios — soldados e civis — foram obrigados a debandar pelas montanhas da Albânia. Forças britânicas e francesas desembarcaram em Salônica, na Grécia, mas seu avanço foi barrado pelos búlgaros. Navios anglo-franceses foram enviados para recolher os sobreviventes da extenuante marcha pelas montanhas albanesas, mas esse foi o único auxílio que as potências ocidentais puderam oferecer a sua aliada

balcânica,

e

o

ano

de

1915

testemunhou

a

temporária da “brava pequena Sérvia”.

morte

o

Undécimo Exército havia feito sozinho mais de 150 mil prisioneiros. Os russos começaram a recuar por todo o

A Alemanha foi a primeira das grandes nações a reconhecer a importância das estradas de ferro para a condução da guerra. Já em 1842, um esquema foi adotado na Prússia para construir uma rede de ferrovias estratégicas que permitiria operações simultâneas contra a França e a Rússia. No início da Primeira Guerra Mundial, as

front, e, em 4 de agosto, Varsóvia sucumbiu, sendo que, três semanas depois, Brest-Litovsk estava em mãos

alemãs. O avanço comandado pelos alemães persistiu até setembro, quando se deteve em função de terem os russos finalmente firmado um novo front capaz de sustar-lhes a ofensiva. As forças austro-alemãs haviam feito grandes conquistas. Não somente avançaram cerca de 500 quilômetros, como infligiram estimados dois milhões de baixas aos russos. Para qualquer outra nação, uma derrota tamanha teria sido um golpe mortal, mas a Rússia não somente sobreviveu como intensificou a expansão de sua indústria de guerra, e, em 1916, estava até mesmo planejando operações ofensivas. No sul, a Sérvia permaneceu um espinho no dorso das Potências Centrais durante todo o ano de 1915, e

ferrovias estratégicas que a Alemanha construíra

no oeste lhe possibilitaria concentrar forças para a “invasão da França. Isso lhe permitiu enviar rapidamente suas tropas pela Bélgica e contra Paris. Rea

— A França também usou com eficiência suas * ferrovias: sua mobiliza

ção geral teve início em 2

de ag osto de 1214, e o transporte de tropas dos

a Tyami

setembro, elaboraram planos para eliminar de vez o empecilho sérvio. O marechal-de-campo August von

*- alojamentos para o front começou ao meio-dia do dia 5, R encO errando-snoe o dia E R GR19. Entre essas duas — - datos, cerca de 4.500 trens militares pe

forças combinadas austro-germano-búlgaras contra a Sérvia. Em outubro, os exércitos austro-alemães

fronta Força Expedicionária Britânico — Porcí se vê que as ferrovias se haviam torna ae

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estas, quando assinaram um tratado com a Bulgária em

Mackensen

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(1849-1945) foi enviado para dirigir as

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contra a Turquia

A Guerra

O Império Otomano, sediado na Turquia, aliara-se com as Potências Centrais, em outubro de 1914. Isso se mostrou um imenso problema para os russos, já que os turcos impediam que navios britânicos ou

franceses cruzassem o Estreito de Dardanelos em direção ao Mar Negro, para suprir a Rússia com os canhões e a munição tão necessários.

início de 1915, uma frota anglo-francesa foi enviada para bombardear fortes turcos em cada um dos lados do Dardanelos. Essa operação pareceu Nº

transcorrer bem, e, em

18 de março, um

ataque naval

em plena escala teve início. Todavia, em um momento crítico do confronto, quatro couraçados aliados colidiram subitamente com minas e soçobraram, e a frota aliada se retirou. Os Aliados, em seguida, decidiram promover um ambicioso desembarque anfíbio na península de Galípoli, no lado noroeste do Dardanelos, e avançar por terra contra a capital turca, Constantinopla. Infelizmente, para eles, os turcos aproveitaram o tempo para enviar tropas até a região e erigir um formidável complexo defensivo. Quando os Aliados iniciaram os desem-

barques,

em

25 de abril, os turcos já haviam

tropas suficientes para deter o assalto nas praias.

reunido

A força aliada, que incluía um contingente substancial da Austrália e da Nova Zelândia, logo descobriu que o que havia sido planejado como uma destra manobra estratégica convertera-se em uma outra versão do Front Ocidental, com poucas alternativas de ataque frontal contra as bem guarnecidas posições inimigas, distribuídas no alto de colinas acima das trincheiras aliadas. Apesar de seus esforços, os Aliados não conseguiram

ir além da praia ao redor de Sedd El Bahr.

Eles tentaram retomar o avanço com desembarques

em um outro conjunto de praias à roda da baía de Suvla, em agosto. A princípio, os turcos foram tolhidos de surpresa, mas a liderança débil e a má organização

dos britânicos arruinaram qualquer chance de sucesso.

Finalmente, próximo ao fim de 1915, um novo plano

aliado foi concebido, envolvendo a retirada das forças terrestres. Recuar sob o nariz dos turcos era uma operação complexa e perigosa, mas foi planejada e executada brilhantemente. Nenhuma vida aliada se perdeu durante a dúplice retirada, em dezembro de 1915 e janeiro de 1916. Nas lutas preliminares, contudo,

cada lado havia sofrido cerca de 250 mil baixas. A campanha no Dardanelos fora uma derrota humilhante para os Aliados, que haviam subestimado o poder combativo das forças turcas. Eles encontrariam uma determinação similar ao combater os turcos em outros palcos da guerra.

A Batalha dos Impérios

Conforme a guerra avançou, a Grã-Bretanha tornou-se a principal oponente da Turquia, quando mais não tosse

porque as possessões coloniais britânicas faziam fronteira com o Império Otomano. Os britânicos haviam MAR DE

MAÁRMARA

Galípolia

(E

ocupado o Egito para assegurar a proteção do Canal de

ol

Suez, um elo vital na rota entre a Grã-Bretanha

Sd

e os

territórios do Império Britânico na Índia, na Austrália e na Nova Zelândia. O Canal de Suez era vulnerável a ataques da Palestina turca, e, em janeiro de 1915, 20 mil soldados turcos cruzaram os 160 quilômetros do deserto do Sinai que separam a Palestina e o Egito. A força turca, todavia, era muito pequena para ser eficaz, e

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quando atacou as fileiras britânicas, em 2 de fevereiro, os

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Fortalezas turcas

Desembarques aliados, abril-agosto de 1915

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Aliados a derrotaram facilmente, obrigando os turcos a | recuar para a Palestina. Em função de seu comprometimento em outras áreas, nenhum dos lados fez muito nesse front até o verão de À esquerda: A campanha aliada por capturar a península de Galipoli foi a mais lo inep a ranç lide À ra. guer a toda nte dura os ânic brit s pelo ada cut exe e ent dam desajeita que ao lar simi ra chei trin de ra guer de fipo um rar tole a os ânic brit ados sold obrigou os vinha se desenrolando no Front Ocidental,

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1916. quando os britânicos iniciaram uma marcha pelo Deserto do Sinai. O avanço foi lento, pois as tropas precisavam construir uma rede de água e uma ferrovia

para O transporte de seus mantimentos. A única batalha

de nota teve lugar em Romani, em agosto de 1916, quando um ataque turco contra a marcha aliada foi repelido. No início de 1917, os britânicos já haviam avançado quase até Gaza, na Palestina. Em junho de 1916, os árabes que habitavam o que é hoje a Arábia Saudita se rebelaram contra seus senhores turcos. Eles capturaram a cidade santa de Meca e começaram a atacar postos avançados turcos. Os britãnicos enviaram canhões e conselheiros para ajudar os árabes, em especial T. E. Lawrence (1888-1935), posterormente conhecido como “Lawrence da Arábia”. Esse e o principal líder árabe, Faisal ibn Hussein, comandaram as forças árabes em um ataque ousado e bem-sucedido contra o porto de Agaba, em julho de 1917. A partir dessa

nova

base,

os árabes

deram

seguimento

a suas

operações de guerrilha contra guarnições isoladas e as longas linhas de comunicação turcas, que se estendiam por toda a Arábia e o sul da Palestina. Os britânicos também tiveram problemas com grupos nativos. À partir de finais de 1915, as forças britânicas no Egito enfrentaram um novo inimigo, os senussis, um povo muçulmano assentado na Líbia. Em dezembro de 1915, os senussis invadiram o Egito pelo oeste. Os britânicos utilizaram forças montadas e carros blindados munidos de metralhadoras para contrabalançar a mobilidade dos senussis no deserto, derrotando-os em feve-

reiro de 1916. Os senussis passaram, então, a uma campanha de guerrilha, promovendo ataques relâmpago e emboscadas, mas evitando batalhas em grande escala. Eles aprisionaram mais de 100 mil soldados aliados antes de fazerem a paz, em abril de 1917. Em março de 1917, as tropas britânicas, sob o

comando do general Sir Archibald Murray (1860-1945), acreditavam-se prontas para invadir a Palestina. Elas

atacaram pela costa nas proximidades de Gaza, em 26 de março. A princípio, o ataque transcorreu bem: as forças turcas estavam cercadas e à beira da debandada quando, em resultado de um erro de sinalização, o comandante britânico removeu da batalha algumas unidades. Os turcos se recobraram e repeliram os britânicos de volta à linha de partida. Um segundo ataque britânico foi similarmente repelido durante o mês seguinte. O governo britânico demitiu Murray e acionou o general Edmund Allenby (1861-1936), com ordens de capturar

Jerusalém até o Natal.

PRIMEIRA

GUERRA

MUNDIAL

À parte a guerra contra o Império Otomano, os

Aliados estavam enredados em uma série de campanhas na África, contra os alemães. A

guerra na África envolveu soldados europeus e locais, muitos deles negros africanos, apoiados por grande número de civis e não-combatentes, que desempenhavam funções logísticas. As colônias alemãs do Togo e do Camarões eram muito pequenas e isoladas para oferecer grande resistência. A África Sudoeste Alemã (atual

Namíbia) foi invadida por uma força sul-africana,

auxiliada por algumas tropas britânicas. Os sul-africanos capturaram rapidamente as poucas linhas ferroviárias no país e tomaram a capital,

Windhoek, em maio de 1915. Os alemães se

renderam logo em seguida. A África Oriental Alemã, que hoje pertence sobretudo à Tanzânia, era a mais importante das

colônias africanas da Alemanha, e mostrou-se a

de mais árdua captura. O comandante alemão, o coronel Paul von Lettow-Vorbeck (1870-1964), era um mestre da guerrilha. Ele nunca teve mais de 16 mil homens sob seu comando (somente um quarto deles europeus), mas, em várias ocasiões, viu-se perseguido por mais de 130 mil soldados aliados.

Apesar disso, ele ainda estava lutando em novembro de 1918, e só se rendeu após a derrota alemã na Europa.

Allenby organizou suas forças durante o verão e planejou um ousado ataque para outubro. Em vez de avançar pela costa, como antes, ele decidiu avançar por

terra a partir de Bersabéia, a sudoeste de Jerusalém. Era um plano arriscado, pois os turcos detinham todas as melhores fontes agiiíferas da região desértica; os britânicos teriam de capturá-las nas primeiras horas da batalha para assegurar a suas unidades montadas um suprimento adequado de água. O planejamento cuidadoso de Allenby compensou: os britânicos tomaram Bersabéia em 31 de outubro, e as tropas turcas foram obrigadas a retirar-se em direção ao norte. Allenby e seus homens adentraram Jerusalém em 8 de dezembro, cumprindo seu prazo com algumas semanas de antecedência. O avanço britânico pela Palestina sofreu uma pausa temporária por causa da escassez de homens, já que unidades haviam sido transferidas para a Europa para refrear a ofensiva dos alemães na primavera de 1918.

À esquerda: Próximo ao fim da guerra, a artilharia pesada

britânica na Mesopotâmia, aqui fotografada, tornou-se uma parte integral da bem-sucedida campanha para derrotar o Império Otomano.

À esquerda: Os soldados turcos, alguns dos quais são vistos aqui no início da guerra, estavam mal equipados em comparação aos seus inimigos aliados, e, todavia, mantiveram uma resistência resoluta em todos 05

momentos.

região, em torno de Baku, no Mar

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O outro palco importante da guerra envolvendo tropas britânicas e turcas

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os russos

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do

Conflitos na Mesopotâmia

com

1914,

climáticas que enfrentariam. O comandante britânico, o major-general Charles Townshend (1861-1924), se pôs a avançar pelo Rio Tigre acima em maio de 1915. Em setembro, os homens de Townshend haviam alcançado vitórias tanto em Al-Qurna quanto em Kut-al-Amara. Os turcos recuaram para Ctesífon, cerca de 30 quilômetros ao sul de Bagdá. As tropas de Townshend os atacaram ali

chegou a Alepo, no norte da Síria, e, em

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iniciaram um movimento pelo norte. A Grã-Bretanha enviou tropas da Índia para o Golfo Pérsico com o objetivo primário de proteger o curso d'água de Shatt al-Arab, em 6 de novembro; barcaças e forças terrestres capturaram Basra, em 25 de novembro. A força defensiva inicial fora maciçamente reforçada durante o outono e o inverno de 1914, e os britânicos decidiram invadir a Mesopotâmia e avançar contra Bagdá. Mas nem as tropas nem os comandantes tinham ciência da dificuldade do terreno e das condições

No final do verão de 1918, a chegada de reforços indianos permitiu a Allenby retomar seu avanço. O resultado foi uma vitória em Megido, em 19 de setembro. Allenby fez bom uso de suas forças montadas, bem como do pequeno número de aeroplanos à sua disposição. Os turcos foram rechaçados, e seu exército começou a se desintegrar. O vitorioso exército aliado atingiu a capital síria de Damasco em 1º de outubro de 1918, adentrando a cidade quase ao mesmo tempo que Lawrence e as forças guerrilheiras árabes. Durante a última semana do mês, o avanço aliado

30 de outubro, a Turquia se rendeu. Em pouco mais de um mês, Allenby havia avançado 570 quilômetros, capturando 75 mil turcos ao custo de apenas 5.600

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PRIMEIRA

GUERRA

MUNDIAL

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À direita: Depois que as tropas britânicas

se renderam em Kut, os Aliados viraram q maré na Mesopotâmia (atual Iraque),

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finalmente derrotando os exércitos do

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Império Otomano, em 1918.



Os turcos tinham cerca de 18 mil homens, e Townshend, cerca de 11 mil. O

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ataque de Townshend quase desbaratou o inimigo no primeiro dia de batalha. Os turcos conseguiram resistir, contudo, e, no quarto dia, o exército de Townshend havia sofrido na casa de 4 mil baixas. As perdas turcas foram maiores, mas os soldados britânicos e indianos estavam extenuados. Os britânicos haviam avançado cerca de 650 quilômetros a partir do mar e sofriam de escassez de mantimentos, recuando consegientemente para Kut-al-Amara, apenas para serem cercados pelos turcos. Seguiu-se um sítio longo e desesperado, e, embora os britânicos tentassem resgatar a guarnição, os homens de Townshend foram obrigados a se render

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Kut-al-Amara 1915, 1916; 1917

em 29 de abril de 1916.

Durante o segundo semestre de 1916, os britânicos reuniram novas forças, e. em

dezembro

do mesmo

ano, estavam prontos para subir o Tigre a partir de sua

»X. Batalhas

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ESEIN base em Basra. O novo comandante, Sir Frederick Maude (1864-1917), era um general melhor que seu superconfiante predecessor, e seu exército fora bastante reforçado. As tropas de Maude derrotaram os turcos, sob o comando de Khalil Pasha, em duas batalhas: em Kut-al-Amara, em fevereiro de 1917, e em Bagdá, no início de março. Após esses sucessos, os britânicos capturaram a própria Bagdá, em 11 de março. A essa altura, Maude sensatamente deteve suas forças, evitando campanhas no temível calor do verão.

Os britânicos fizeram avanços importantes no início do

outono, mas Maude, que muito havia feito para recucólera perar as perdas britânicas após Kut, morreu de em novembro. Com Bagdá bem guarnecida, os británicos decidiram suspender seu avanço nã Mesopotâmia

pela maior parte de 1918. de

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Após os desastres no Front Oriental, em novembrodo 1917, as forças

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GOLFO PÉRSICO

da Pérsia e na região do Mar Cáspio. O avanço britânico pela Mesopotâmia foi posto de lado no primeiro semestre de 1918, quando uma força comandada pelo general Lionel Dunsterville foi enviada de Bagdá para o noroeste, adentrando a Pérsia em direção a Baku, no Mar Cáspio. Após as vitórias aliadas na Palestina, em setembro

de 1918, ficara óbvio para os britânicos que o Império Otomano estava à beira do colapso. Em outubro, forças britânicas na Mesopotâmia receberam ordens de unirse ao avanço geral aliado. Uma vez mais, o objetivo era um complexo de campos petrolíferos, dessa vez em torno de Mosul, no norte da Mesopotâmia. O Sexto Exército turco foi rapidamente batido em poucos dias de luta e rendeu-se em 30 de outubro, o mesmo dia em que os turcos acederam a um armistício geral. Em

seguida,

os

britânicos

avançaram

mais

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norte

e

ocuparam Mosul duas semanas depois, vitória que assinalou o desfecho das lutas na Mesopotâmia,

220

À Guerra no Mar À princípio, as marinhas britânica e alemã estavam equipadas com os mais sofisticados couraçados, e o

único confronto em alto-mar entre as frotas inimigas — a Batalha da Jutlândia — mostrou-se

inconcludente. De resto, os alemães, com seus U-Boote!!, concentraram-se em destruir carregamentos

britânicos no Atlântico norte. Todavia, o mais infame ataque de um U-Boot foi o desferido contra o navio

de passageiros Lusitania, que provocou a entrada dos Estados Unidos na guerra. os cem anos que precederam a Primeira Guerra Mundial, a Grã-Bretanha possuiu a marinha mais forte e a maior frota mercante do orbe. O comércio marítimo era vital para a prosperidade da Grã-Bretanha e para a própria sobrevivência do povo britânico.

Durante

a

década

de

1890,

contudo,

a Alemanha

começou a erigir uma poderosa marinha que ameaçava

diretamente

a superioridade

britânica.

O

intensivo

programa alemão de construção naval levou a uma corrida armamentista e incentivou a Grã-Bretanha a firmar uma aliança antialemã com a França. O surgimento de um novo navio de guerra — o Dreadnought — deu aos britânicos uma vantagem na corrida pela marinha mais pujante, mas a Alemanha

logo seguiu no encalço. Quando a guerra teve início, em 1914, a Real Marinha Britânica tinha 29 Dreadnoughts

em serviço, em comparação aos 18 da Alemanha. A parte seus poderosos motores com turbinas a vapor, o Dreadnought era importante pela distribuição de seu armamento, que consistia em canhões pesados, todos do

mesmo calibre, montados sobre torres de tiro sobre a linha central da embarcação. Como consequência, os

canhões pesados de um Dreadnought eram capazes de disparar com idêntica eficácia tanto a bombordo quanto a estibordo.

11 U-Boote: Abreviatura alemã de Unterseeboote (“embarcações submarinas”). Assim eram conhecidos os submarinos alemães. (N. do T)

À direita: O HMS Dreadnought original, retratado aqui pouco

depois de seu surgimento, em 1906. Em 1914, as marinhas tanto britânica quanto alemã copiaram e aprimoraram seu

projeto, convertendo-o no modelo do moderno couraçado.

A estratégia britânica para a guerra naval baseavase no bloqueio. Ele protegeria o comércio britânico, sobretudo ao aprisionar nos portos de origem os navios de guerra alemães, e seria um meio eficaz de impedir o comércio realizado pelas naus mercantes alemãs. Os alemães possuíam muitos navios de guerra velozes — conhecidos como “devastadores do comércio” —, tendo causado sérios danos a embarcações comerciais britânicas no início da guerra, mas a Real Marinha acabou por afundá-los ou cercá-los. Ao mesmo tempo, o comércio marítimo alemão sofreu uma virtual parada, impedindo que bens estrategicamente importantes — como a borracha e certos produtos farmacêuticos — chegassem à Alemanha.

A Única Grande Batalha Marítima

Os alemães deram à sua principal força naval o título de Frota do Alto-Mar, mas ela passou a maior parte do tempo no porto. A posição geográfica da Grã-Bretanha bloqueava efetivamente o acesso alemão aos oceanos: somente canais estreitos conduziam do Mar do Norte ao Oceano Atlântico, e eram vigiados pelas forças navais britânicas ou protegidos por campos minados. Para chegar a alto-mar, a Alemanha teria primeiro de derrotar a Grande Frota da Real Marinha. Os alemães constataram que, caso a Grande Frota fosse vencida, a Grã-Bretanha seria vitimada pela fome

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PRIMEIRA

GUERRA

MUNDIAI À esquerda: Os restos do

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couraçado britânico HMS Invincible são vistos nessa foto. À maior parte da tripulação afundou com q navio durante a Batalha da Jutlândia.

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somente em uma ocasião — 31 de maio de 1916 — a Frota do Alto-Mar saiu para o Mar do Norte com a intenção de travar um confronto em plena escala com os britânicos. A consegiente Batalha da Jutlândia, que ocorreu cerca de S0 quilômetros a oeste da costa da Dinamarca, teve início após o meio-dia e durou até o anoitecer. Os alemães se saíram melhor nas fases iniciais, mas os britânicos, com 37 Dreadnoughts contra os 21 alemães

(ambos os lados haviam acelerado seu já maciço programa naval desde 1914), logo assumiram a vantagem. Jellicoe quase encurralou os alemães, e seu comandante, o almirante Reinhard Scheer (1863-1928),

foi obrigado a organizar uma retirada. A tarde, então, era

opaca e nublada, e a visibilidade piorara em decorrência da fumaça dos canhões e chaminés dos 250 navios envolvidos na batalha. Os alemães se embrenharam nas tênebras e escaparam antes da manhã seguinte. Após a Batalha da Jutlândia, o bloqueio britânico permaneceu tão eficiente quanto antes, enquanto a Frota do Alto-Mar alemã ficou detida nos portos pelo restante da guerra, sem contribuir em nada para os esforços militares alemães. Se os navios da frota de superfície alemã não realizaram mostrou-se

uma

arma potente. A Primeira Guerra Mundial foi o primeiro conflito em que submarinos foram empregados em grande quantidade, e, ao longo de toda a guerra, submarinos de ambos os lados aproveitaram todas as chances possíveis para afundar navios de guerra

inimigos. Em

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navio de passageiros Lusitania, em 5 de maio de 1915,

no qual morreram 1.198 pessoas, inclusive 128 norteamericanos. Os alemães renovaram seus ataques irrestritos por um breve período, em 1916, porém os sustaram uma vez mais perante as novas objeções norteamericanas. No início de 1917, os alemães concluíram que o perigo de atrair os Estados Unidos para a guerra era um risco aceitável quando se tratava de derrotar os Aliados. Eles calcularam que poderiam afundar navios suficientes para subjugar a Grã-Bretanha pela fome, e. ainda que isso significasse uma declaração norteamericana de guerra, acreditavam que a guerra estaria vencida antes de os Estados Unidos estarem prontos para lutar efetivamente pelos Aliados. A estratégia alemã chegou muito perto de dar frutos. Os U-Boote afundaram mais de mil navios britânicos, em 1817, e a Real Marinha não conseguiu desenvolver um método eficaz para derrotar a ameaça submarina. Em maio de 1917, o governo britânico calculou que havia no país alimentos para apenas seis semanas. Como último recurso, os britânicos criaram um sistema de comboio comercial que, para o alívio do governo britânico, pareceu funcionar. Progressos na tecnologia anti-submarina — cargas de profundidade,

Alemanha, em abril de 1917. Além de fracassarem em

seus esforços de guerra contra o comércio e o abastecimento britânicos, os U-Boote não conseguiram impedir O transporte de tropas dos Estados Unidos para a França através do Atlântico, em 1917-18.

fevereiro de 1915, a Alemanha decidiu

usar U-Boote para promover seu próprio bloqueio, afundando navios mercantes britânicos e neutros nas águas costeiras da Grã-Bretanha. Esse primeiro período

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minas aprimoradas, hidrofones — também frustraram a campanha dos U-Boote. Em 1918, as perdas de carregamentos britânicos foram metade das perdas de 1917. Os submarinos alemães não conseguiram esfaimar a Grã-Bretanha. Pior ainda para os alemães, a última campanha irrestrita de guerra submarina fora a principal causa da tão esperada declaração de guerra dos Estados Unidos contra a

Levando a Guerra para as Profundezas de U-Boote

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de guerra submarina irrestrita durou até setembro de 1915, quando os alemães fizeram uma pausa diante dos amargos protestos dos Estados Unidos e de outros países neutros. Um fator importante influenciando a opinião pública norte-americana foi o afundamento do

Os líderes navais alemães eram muito cautelosos, e

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e perderia por conseguinte a guerra. A Grã-Bretanha, por seu turno, reconhecia igualmente sua dependência da Grande Frota. Isso conferia imensa responsabilidade ao seu comandante, o almirante John Jellicoe (18591935), um marinheiro competente que cometeu poucos erros durante seu tempo de comando.

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Verdun

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Apesar da ferocidade do bombardeio, os alemães ficaram surpresos ao encontrar nichos de tropas francesas ainda resistindo. A incisiva pressão alemã acabou minando a resistência francesa, e os alemães avançaram

F m 1916. 0 chefe do estado-maior alemão, o general von Falkenhayn, decidiu desferir um golpe mortal contra o exército francês, que já se encontrava enfraquecido pelos quase dois milhões de baixas desde o início da guerra. Falkenhayn planejou “sangrar a França até a morte”, atacando uma seção da linha que os franceses se dispunham a defender a despeito do número de baixas. A saliência ao redor da fortaleza de Verdun foi escolhida como solo de matança, já que permitia aos alemães dirigir o máximo de sua artilharia contra os defensores. A artilharia serviria como pedra angular do plano alemão, ao passo que ataques limitados da infantaria tomariam pontos essenciais para obrigar as reservas francesas a se precipitarem no “moinho” dos canhões alemães. Quinto

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No mesmo dia, o general Henri Phillippe Pétaim (1856-1951) foi escolhido para comandar o Segundo Exército, que defendia Verdun. Pétain era um excelente tático, com

1.200 canhões (mais da metade de calibre pesado) do Quinto Exército iniciaram o bombardeio, o mais devas-

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Wilhelm alargou o front de assalto, e, durante abril e maio, os alemães travaram acerbas batalhas pela posse

tador jamais visto até então em uma guerra. Posteriormente, naquele mesmo dia, grupos de infantaria alemã avançaram contra as debilitadas trincheiras francesas.

Rio Mosa

por

mas 300 caminhões diários transportavam homens e munição para sua defesa, através do que se tornou conhecido como La Voie Sacrée (“A Via Sagrada”). As baixas alemãs em Verdun se acumulavam progressivamente diante da crescente artilharia e dos impetuosos contra-ataques do Segundo Exército. Por toda a primavera, o confronto se estendeu, e, para a consternação dos alemães, também eles descobriram que suas tropas eram esmagadas em um “moinho”. O príncipe

Verdun, e compreendia seis divisões de assaltos, com outras três em reserva. Em 21 de fevereiro de 1916, os

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de zelo

único acesso a Verdun estava sob artilharia constante,

príncipe Wilhelm (1882-1951), foi incumbido de atacar

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imediatamente se pôs a organizar o abastecimento, o reforço e o socorro de suas desesperadas tropas. O

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inescrupulosamente, capturando o importante baluarte do Forte Douaumont, em 25 de fevereiro.

das colinas e elevações na margem leste do Rio Mosa. Os franceses começaram a fraquejar em junho, mas Joffre exortou seus comandantes a agúentar um pouco mais, sabendo que a iminente ofensiva anglo-irancesa no Somme e uma ofensiva russa no Front Oriental diminuiriam a pressão sobre os exaustos defensores. Com isso, a solicitação de Pétain, em 23 de junho, de retirar suas forças para a margem esquerda do Mosa foi recusada. A batalha persistiu, e os franceses conseguiram manter o terreno. Em 1º de julho de 1916, a ofensiva aliada no Somme obrigou os alemães a encerrarem suas operações em Verdun, enquanto, no final do mês, os franceses assumiram a ofensiva e retomaram a maior parte do terri-

da iores anter fases em ães alem os para do perdi tório guerra. As baixas totais ocorridas na longa batalha excederam os 300 mil homens em cada lado, e, enquanto o surrado exército francês preservou Verdun, o instigandispe foi yn, enha Falk al gener o o, alemã plano dor do Front do ndo coma de e equip pela o ituíd subst e sado tf. ndor Lude e rg enbu Hind von ais gener os Oriental,

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MUNDIAL

GUERRA

PRIMEIRA

À direita: À ofensiva anglo-francesa ao longo do Rio Somme durou de julho até novembro de 1916. Uma vez encerrada, os Aliados só haviam avançado 15 quilômetros, tendo perdido, porém, 600 mil soldados e infligido entre 400 mil e 600 mil baixas aos alemães.

Durante o verão de 1916, enquanto a Batalha de Verdun ainda se desenrolava, os Aliados decidiram finalmente executar uma ofensiva que Joffre de há muito planejara, mas que fora adiada por causa de Verdun. A ofensiva se concentraria em uma linha próximo ao Rio Somme, e os britânicos deveriam desempenhar o papel principal, com o apoio de 12 divisões francesas. O ataque principal viria do Quarto Exército britânico, comandado pelo general Sir Henry Rawlinson. Cerca de 14 divisões britânicas foram incumbidas do ataque inicial, juntamente com cinco divisões francesas ao sul do Somme. Os britânicos confiavam sobretudo em sua divisão expandida de artilharia, que incluía mais de 2 mil peças de artilharia e quantidades substanciais de munição. Em um bombardeio preliminar de oito dias, mais de 1,7 milhão de projéteis foram disparados — o suficiente, segundo pensava o alto comando britânico, para destruir as defesas alemãs. Mas os britânicos não possuíam canhões confiáveis de calibre pesado, um terço dos tiros saiu de esguelha e os refúgios alemães se mostraram mais resistentes do que se esperava. Confiantes em que os canhões haviam cumprido sua função, contudo, a infantaria britânica subiu as encostas em perfeita ordem na manhã de 1º de julho de 1916, somente para ser dizimada por tiros certeiros dos canhões e metralhadoras alemães. De uma força de ataque de cerca de 100 mil homens, mais de 57 mil viraram baixas no primeiro dia de luta, com aproximadamente 20 mil mortos logo de início. O ataque britânico foi detido a meio caminho. Ao entardecer de 1º de julho, vários oficiais alemães, aturdidos com a matança, concederam uma trégua tem-

porária para que parte dos soldados gravemente feridos pudesse ser resgatada do campo. Outros feridos britãnicos rastejaram para seus abrigos sob o véu da noite, mas muitos ficaram expostos até perecerem por seus ferimentos; foi o maior número de baixas que um exército jamais sofreu em um único dia na história da guerra. Os franceses, cujo ataque fora reforçado pela artilharia pesada, tomaram os alemães de surpresa e fizeram conquistas consideráveis a um custo relativamente baixo. O contraste entre suas táticas flexíveis de infantaria e as linhas retas e rígidas de seus aliados foi

um fator de peso nas duras baixas sofridas pelos britânicos. Mais importante, contudo, foi o fracasso da artilharia britânica em derrubar as defesas. Embora um terrível contratempo para os britânicos, o 1º de julho foi somente o primeiro dia da grande ofensiva de verão, que continuaria até novembro. Lições foram aprendidas e métodos mais flexíveis foram adotados. Um bem-sucedido ataque matinal, em 14 de julho, demonstrou grandes aprimoramentos nas ativi-

dades do estado-maior britânico. Mas os ataques logo se

viram atolados na desesperada guerra de trincheiras,

especialmente

depois que os alemães

adotaram

uma

política de contra-ataques vigorosos; o comandante do Segundo Exército alemão, o general Fritz von Below (1853-1918), instruiu seus homens “a manter suas

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posições atuais a qualquer custo; o inimigo precisará abrir caminho sobre pilhas de cadáveres”. Essa ordem determinou os 330 ataques ou contra-ataques alemães que entrecortaram o avanço aliado pelo Somme. Em 15 de setembro, os britânicos expediram seus tanques Mark I, no que constituiu o primeiro uso de tais veículos em uma guerra. Embora, em 1916, não fossem

considerados um fator de vitória, os tanques causaram grandes danos, tendo tomado os alemães de surpresa.

As conquistas locais, porém, resultavam nulas, pois os

tanques eram demasiado lentos e pouco confiáveis para o afã da guerra no Front Ocidental. A última fase da batalha se encerrou com a captura de Beaumont Hamel, em 13 de novembro, quando uma chuva gélida converteu o campo de batalha em um mar de lama enregelada, impossibilitando operações efetivas. A ofensiva de cinco meses causara 415 mil perdas

britânicas, mais de 200 mil francesas e entre 400 mil e

600 mil alemãs. Resultando em grande perda de vidas e em parcos ganhos territoriais, Verdun e o Somme simbolizaram o horror da guerra de trincheiras no Front Ocidental. Embora os alemães preservassem a linha do Somme, as baixas que sofreram representaram, nas palavras de um oficial alemão, “o barrento túmulo do exército alemão”. Os britânicos, embora também sofressem baixas imensas,

emergiram como uma força totalmente profissionalizada, capaz de tomar lugar no Front Ocidental em posição de igualdade com seus aliados franceses. O exército francês, porém, penara amargamente durante os dois anos de constante derramamento de sangue, e, após as batalhas de Verdun e do Somme, seus poderes de resistência começavam a se esgotar,

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ENCICLOPEDIA

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fronteira entre a Áustria-Hungria e a Itália, e alguns políticos italianos desejavam anexar a seu país tais

rio Impé o ra cont dos Alia aos se unis se a Itáli a que para o razã l cipa prin a iu titu cons Essa localidades. Austro-Húngaro e as outras Potências Centrais. A

s forças

problemas que seus homens realmente enfrentavam em Ps campo. O único trecho do front de Isonzo que permitia operações militares tinha cerca de 30 quilômetros de largura, e, como quer que Cadorna planejasse, seus ataques acabavam defrontando-se com posições austrohúngaras bem preparadas. Durante 1915, Cadorna travou quatro batalhas ao longo do Isonzo; os italianos tiveram 180 mil baixas, em comparação aos 120 mil dos austro-húngaros, e não ganharam terreno algum. A Quinta Batalha do Isonzo (março de 1916) foi um malogro similar, após o qual os austro-húngaros também se puseram a arquitetar um ataque. Eles conseguiram ampliar suas forças na região, recebendo reforços liberados pela derrota da Sérvia no final de 1915. O chefe do estado-geral austro-húngaro, o general Conrad von Hótzendorf, ignorava as realidades da luta em tal terreno tanto quanto Cadorna. Ele ordenou

estivessem

embora

austro-húngaras,

intensamente empenhadas na guerra contra a Rússia e a Sérvia, permaneciam na defensiva no front italiano desde que a Itália declarara guerra em maio de 1915. A iniciativa estratégica estava em mãos italianas, e suas forças promoveram uma série de ataques ao

longo da disputada fronteira com a Áustria-Hungria.

A luta teve lugar em duas regiões: no distrito do Trentino — ao norte do Lago Garda e nos Montes Dolomitas — e às margens do Rio Isonzo, próximo ao ponto onde ele desemboca no Mar Adriático. O terreno inóspito de ambas as regiões dificultava em muito as ações ofensivas, mas as altas montanhas do Trentino eram uma barreira particularmente árdua de transpor, tendo-se tornado o resguardo de tropas montanheiras. O chefe do estado-maior italiano, o general Luigi Cadorna (1850-1928), decidiu concentrar-se no setor de Isonzo, enquanto tropas especializadas em montanhas foram enviadas ao Trentino. Cadorna, que não era experimentado em batalhas, urdiu elaborados planos no papel, dando pouca ou nenhuma atenção aos

uma ofensiva na região do Trentino, mas não verificou

se ela seria praticável nos íngremes despenhadeiros alpinos.

À direita: À campanha na Itália foi uma das mais difíceis de toda a guerra. O terreno, em grande parte montanhoso, era 0 que

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acrescia os perigos

enfrentados pelas tropas.

Suprir os exércitos tornou-se

um pesadelo, especiolmente

durante os meses do inverno.

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— - — Fronteira com a Áustria-Hungria, 1914 | Linha de frente, junho de 1916 - — — = [inha de frente, outubro de 1917

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Batalhas

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A Os austro-húngaros concentraram 160 mil homens contra 100 mil italianos nesse setor, e fizeram

conquistas substanciais com a ofensiva iniciada em 14 de maio de 1916. Todavia, o mau tempo e o terreno montanhoso impediram-nos de aproveitar o impulso, e,

no final do mês, seu ataque se refreou até a imobilidade. Pouco depois, todas as reservas austro-húngaras restantes foram convocadas para deter uma ofensiva russa no Front Oriental.

Mais Batalhas Infrutiferas

Os Italianos retomaram a ofensiva na região do Isonzo, com batalhas se sucedendo sem nenhum resultado tangível, exceto pela cumulativa lista de baixas. A Sexta

Batalha do Isonzo (agosto) foi seguida pela Sétima (setembro), pela Oitava (outubro), pela Nona (novembro) e, então, após uma pausa hibernal, pela Décima (maio de 1917). Apesar de os italianos serem entre duas e três vezes mais numerosos que os defensores austro-húngaros, seu avanço total nas primeiras dez batalhas foi de meros 18 quilômetros. Somente um ataque, a Sexta Batalha, que tomou a cidadezinha de Gorizia na margem austro-húngara do rio, pôde ser considerado remotamente um sucesso. Apesar desses fracassos, Cadorna não estava disposto a desistir. Em agosto de 1917, ele reuniu sua principal força de ataque e iniciou a Décima Primeira Batalha do Isonzo. Dessa vez os italianos se saíram melhor, avançando nove quilômetros em um setor. lemendo uma invasão inimiga, os austro-húngaros pediram a ajuda de seus aliados alemães, e a chegada dos reforços ao front de Isonzo obrigou Cadorna a abandonar a ofensiva. A chegada de tropas alemãs de alto nível ao front italiano alterou o balanço de poder em favor das Potências Centrais, que decidiram assumir a ofensiva. As forças italianas ainda tinham uma ligeira superioridade numérica sobre o inimigo, mas os soldados alemães e austro-húngaros estavam concentrados em setores cruciais, sendo treinados em novas táticas de batalha e equipados com um novo tipo de gás ve-

nenoso. Ao atacar, em 24 de outubro, eles escancararam

o front italiano. Essa Batalha de Caporetto foi um desastre para os italianos, que foram obrigados a recuar 110) quilômetros até o Rio Piave. O avanço das Potências Centrais só foi detido quando reforços franceses e britânicos chegaram para ajudar os italianos. Em junho de 1918, os austro-húngaros atacaram

uma vez mais, porém seus generais haviam subestimado

a recuperação italiana após o desastre em Caporetto. Embora a força austro-húngara fizesse algum progresso

inicial, a resistência

ataque

de

surpresa

italiana

obrigou

aumentou

os

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contra-

austro-húngaros

a

debandar. Em outubro de 1918, com os alemães e seus

aliados retirando-se em todos os demais fronts, o novo

chefe

do

estado-maior

italiano,

o general

Armando

À direita: Dois soldados italianos equipados com máscaras contra gás cumprem tarefas de vigília no setor de Isonzo do front italiano. Linhas extensas de trincheiras tornavam as ofensivas dispendiosas em termos de baixas, especialmente porque o terreno tendia q concentrar os ataques em pequenas áreas.

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SRTA

PRIMEIRA

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MUNDIAI

Diaz (1861-1928), concluiu ter chegado o momento para uma nova ofensiva italiana. Assistido por substanciais forças britânicas e francesas. os Aliados atacaram através do Rio Piave e no Trentino, em 23 de outubro de 1918. As extenuadas e oscilantes forças austro-húngaras, mostrando então pouco entusiasmo por uma guerra que não podiam vencer, sucumbiram. Mais de 300 mil austro-húngaros

foram aprisionados na derradeira ofensiva aliada, conhecida como Batalha de Vittorio Veneto. Foi a maior vitória italiana na guerra, e a mais decisiva. No

dia seguinte, ao fim da batalha, 28 de outubro, os austrohúngaros pediram um armistício às potências aliadas, e este entrou em vigência em 4 de novembro de 1916. A luta na Itália foi terrivelmente dispendiosa em termos de vidas perdidas, e a matança fútil toi certamente comparável às baixas ocorridas em Flandres.

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ENCICLOPEDIA

À Guerra no Ar Embora balões de ar quente e aeronaves mais leves que o ar tomassem parte na Primeira Guerra

Mundial, o futuro da aviação militar estava nos aviões mais pesados que o ar, movidos por um ou mais

motores. Usados em número limitado em 1914, no final da guerra esses aviões estavam desempenhando um

papel

importante ao apoiar as operações terrestres, bem como ao cumprir missões de

bombardeamento a longas distâncias. HF

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agosto

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era

de

1914,

a Aéronautique

provavelmente

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Militaire

poderosa

da

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eficiente das nascentes divisões aéreas, com aproxima-

damente 130 aviões na linha de frente. Em 1918,o poder aéreo se tornara um componente vital de qualquer plano de batalha, e, para efeitos de comparação, no fim da guerra a Real Força Aérea britânica tinha mais de 22 mil aviões. Embora a força aérea tomasse parte em todos os palcos da guerra, ambos os lados enviaram suas divisões mais poderosas para o Front Ocidental. A batalha aérea sobre as trincheiras tornou-se tão atroz e

mortífera quanto a luta terrestre. Os aviões usados por todos os lados em 1914 eram frágeis e de pouca potência. Não possuíam armas; seu

único papel militar era o de reconhecimento. olhos

e ouvidos

do

exército,

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usado

1914,

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pela

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França

típico

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no solo, mas rádios simples foram pouco a pouco sendo introduzidos, o que tornou a comunicação muito mais

eficaz. Para todos os tipos de missão, o avião de reconhecimento tinha de sobrevoar uma área específica em

um curso retilíneo e uniforme. Isso o tornava vulnerável aos caças, que haviam sido desenvolvidos como contramedida ao reconhecimento aéreo, bem como à

artilharia terrestre — os aviões não eram mais do que estruturas de madeira e lona.

No começo, os pilotos de caças usavam pistolas e outras armas manuais para tentar derrubar seus inimigos, mas as metralhadoras eram obviamente muito

mais

eficazes do que a cavalaria, embora suas capacidades fossem limitadas em muitos outros aspectos. Os pilotos não tinham meios de enviar as informações que descobriam às tropas amigas, a menos que regressassem a seu próprio território para deixar uma mensagem, ou aterrissassem e a enviassem pessoalmente.

O Ritmo de Desenvolvimento

foguetes luminosos para enviar sinais aos observadores

Grã-

aviões

disponíveis. Era um biplano desarmado “impelidor” (com o motor e O propulsor instalados sob a fuselagem) com uma velocidade máxima de cerca de 100 km/h. No ca ógi nol tec a anç mud da o ritm o , anos tro qua de aço esp na o açã atu em — IH S-X d Spa caça o que o anh tam foi mais França e nos Estados Unidos — era duas vezes s ora had ral met duas ava lev € man Far o que ido ráp m

como armamento.

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'A maioria dos bombardeios aéreos na Primeira Guerra Mundial foi realizada contra posições e instalações militares no front ou perto deste, mas, “em 1918, os aviões começaram a atacar alvos por irás das linhas| inimigas. Tais ataques, voltados je picante contra fábricas de munição ou centros “de transporte, foram os primeiros exemplos de * bombardeio estratégico. “ Um avião alemão lançou bombas em Paris

bas o primeiro mês da guerra, enquanto o - primeiro ataque a longa distância dos Aliados foi “ realizado pelos britânicos ainda em 1914, tendo

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MUNDIAI À esquerda: Tripulação

terrestre alema carrega um bombardeiro Gotha de longo alcance antes de um ataque contra o sul da Inglaterra, em agosto de 1918.

mais eficazes. Um requisito necessário a um caça eficiente era uma metralhadora instalada na dianteira. Tais metralhadoras funcionavam bem com aviões do tipo “impelidor”, mas os projetistas logo descobriram que elas tinham um desempenho limitado. Aviões do tipo “trator”, com o motor e o propulsor na dianteira, podiam em geral voar mais rápido e mais alto, o que era uma vantagem óbvia para um caça, mas o arco do propulsor impedia que a metralhadora disparasse para frente. O problema foi resolvido por Anton Fokker, um engenheiro holandês que trabalhava na Alemanha. Ele projetou um mecanismo de sincronização, ou interruptor, que detinha os disparos da metralhadora no momento em que uma das lâminas do propulsor estivesse em frente ao cano. Esse aparelho foi usado pela primeira vez no verão de 1915, e deu aos alemães plena superioridade aérea até a primavera de 1916, por cuja ocasião os Aliados já haviam desenvolvido suas próprias versões do interruptor.

Heróis do Céu

Os melhores pilotos tornavam-se famosos como ases do espaço. Os jornais e as fontes de propaganda governamental alardeavam suas missões e os descreviam como cavaleiros dos dias modernos, justando com o inimigo acima

das nuvens, embora

raramente mencionassem

curta expectativa de vida dos aeronautas. Pilotos como Eddie Rickenbacker, o principal ás norte-americano, com

26 “mortes”, e Billy Bishop, do Canadá, com

um

a

histórico de 72 aviões derrubados, tornaram-se celebridades. Mas, para a maioria dos pilotos, a possibilidade de sobrevivência era no mínimo tão pálida como para o soldado comum nas trincheiras, ou talvez até mais, já que os pára-quedas só entraram em cena no final da guerra.

O principal ás da Alemanha, o barão Manfred von Richthofen — o Barão Vermelho —, derrubou pelo menos 80 aviões inimigos, mais do que qualquer outro piloto; porém, em 1918, até mesmo ele foi morto. Os aviões de bombardeio também sofreram uma transformação drástica. Não demorou para que as granadas lançadas manualmente por um membro da tripulação fossem substituídas por bombas maiores transportadas em um porta-bombas. Em 1918, os bombardeiros incluíam as grandes modalidades com dois

e

quatro

motores,

destinadas

a

bombardeios

estratégicos de longo alcance contra o país inimigo, e máquinas menores para o uso no campo de batalha, sendo essas últimas as precursoras do moderno avião de ataque terrestre. Alguns chegavam a incluir revestimento blindado para proteger o piloto e os componentes cruciais do fogo inimigo durante missões em baixa altitude. Além do poder de atingir cidades e metrópoles, os bombardeiros também davam aos comandantes a capacidade de atacar as formações de reserva dos inimigos. O balanço do poder aéreo no Front Ocidental oscilava de um lado para outro, conforme novos projJetos de aviões eram implementados e detinham temporária vantagem sobre o inimigo em termos de armamentos, velocidade, poder de manobra ou velocidade de ascensão. Os alemães tiveram dois períodos de superioridade nesse sentido: do verão de 1915 até a primavera de 1916,e do outono de 1916 até a primavera de 1917. A situação esteve mais equilibrada em outros tempos da guerra, embora, em meados de 1918, os Aliados houvessem acumulado uma imensa superioridade material, que os alemães não podiam sonhar em superar.

28)

Impasse no Ocidente Ambos os lados tinham grandes planos para encerrar a guerra no Front Ocidental, em 1917. O general Robert Nivelle (1856-1924), que acabara de se sair bem nos estádios finais da Batalha de Verdun, foi promovido ao comando geral do exército francês. Sua ofensiva maciça teria início na primavera,

enquanto os britânicos também planejavam um grande ataque para 1917. Ambos terminaram em um terrível massacre.

mente qualquer avanço aliado. Ele chegou até mesmo a recuar voluntariamente de uma grande área de território francês capturado, a chamada Linha de Hindenburg. Ele sabia que os franceses e britânicos continuariam com operações ofensivas, e, ao adotar uma estratégia defensiva, esperava que lhe fosse possível sofrer menos baixas e exaurir os Aliados. A retirada alemã para a Linha de Hindenburg obrigou o general Nivelle a modificar seus planos de ataque no último minuto, embora ele ainda acreditasse que seus soldados franceses poderiam romper as linhas alemãs e vencer a guerra. Infelizmente, para os franceses, os alemães estavam muito bem preparados, e tinham informações confiáveis dos planos de Nivelle.

s terríveis baixas que o exército alemão sofrera durante a Batalha do Some e a de Verdun, em

1916.

por

pouca

convenceram dos alemães Ele concluiu uma faca de

ou

nenhuma

conquista

territorial,

o general Ludendorff — o cérebro militar — a adotar uma nova estratégia em 1917. que batalhas desenfreadas de atrito eram dois gumes para o exército, e, em longo

prazo, beneficiariam os Aliados, que tinham mais homens e recursos do que a Alemanha imperial. Ludendorff ordenou que o exército alemão aban-

donasse sua velha tática de contra-atacar automatica-

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| inha de frente, 31 de julho de 1917

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resultaria em uma vitória decisiva, e, em

quatro dias, os franceses reduziram seus

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sofrido cerca de 120 mil

baixas. Ataques limitados continuaram durante a segunda semana de maio, mas sem alcançar os ganhos prometidos por Nivelle.

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lhas anteriores, os resultados não foram tão ruins, mas as altas expectativas que Nivelle fomentara ocasionaram grande desapontamento, e recriminações abundaram por todo o exército e o governo. Nas trincheiras, os soldados rasos franceses sentiam-se traídos. Além do dreno

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se amotinar, a maioria negando-se a

retomar

operações

ofensivas

contra

os

alemães, e alguns até mesmo se reusando a seguir quaisquer ordens dos oficiais.

À esquerda: À Batalha de Passchenduele foi a maior ofensiva do

exército britânico em 1917. À combinação entre o tempo úmido e a resistência do inimigo converteu-a em um massacre que resultou em poucos ganhos — os britânicos sofreram 300 mil baixas.

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MUNDIAL

À esquerda: À Batalha de Cambrai, em

novembro de 1917, foi uma indicação do que os fanques podiam realizar, não obstante o fato de que a maioria sofreu

panes ou foi destruída no primeiro dia. Foi um prenúncio da guerra futura.

Nivelle foi privado do comando em 15 de maio, e substituído por Pétain. O novo comandante conquistou a confiança dos homens e os motins se arrefeceram, mas já haviam constituído um profundo choque para os Aliados, e levaria meses para que o exército francês se recobrasse. Como consegiiência, o ônus da luta no Front Ocidental passaria do exército francês para o britânico. O marechal-de-campo Douglas Haig e os demais generais britânicos jamais haviam depositado muita fé no plano de Nivelle, embora houvessem concordado em

apoiá-lo com um avanço limitado em abril. A prefe-

rência de Haig era por uma ofensiva no extremo norte do Front Ocidental, ao redor de Ypres. A Terceira

Batalha

de Ypres,

ou, como

se tornou

popularmente conhecida, a Batalha de Passchendaele, começou em julho. Após um bombardeio preliminar, teve início o avanço da infantaria, em 31 de julho. Os alemães ocupavam

uma

posição fortificada, torna-

da ainda mais temível por casamatas de concreto engenhosamente ligadas e armadas de metralhadoras. Embora os britânicos tivessem mais canhões e superioridade aérea, as condições pantanosas do terreno e o

clima favoreciam a defesa. Começada a batalha, tiveram início as chuvas torrenciais, e, ao mesmo tempo, cargas

de artilharia fizeram em pedaços o sistema de drenagem terrestre. O resultado foi que o campo de batalha virou um pântano. Os britânicos mantiveram a ofensiva até meados de novembro. Por essa altura, haviam sofrido cerca de 300 mil baixas e conquistado meros 8 quilômetros de terreno. Os alemães também haviam sofrido duras baixas, a tal ponto que o alto comando alemão começou a nutrir dúvidas acerca de quanto tempo seu

exército sobreviveria natureza.

a

investidas

recorrentes

de

tal

A Batalha de Cambrai

A Batalha de Cambrai, que começou em 20 de novembro, encerrou as operações ofensivas no Front Ocidental em 1917. Embora fosse pouco mais que um assalto prolongado, ela alcançou fama por ter sido a primeira batalha do mundo comandada por tanques. Cerca de 320 tanques britânicos abriram uma brecha nas linhas alemãs, mas os britânicos careciam de reservas que avançassem e aproveitassem a brecha. Durante a luta do primeiro dia, mais da metade dos tanques britânicos ou foram destruídos ou sofreram pane, e o restante sofreu um destino similar nos dois dias seguintes. Contra-ataques resolutos e bem administrados dos alemães repeliram os britânicos na maioria das áreas e capturaram novos territórios em outras partes. O ano de 1917 acabou, portanto, com todos os

exércitos

tendo sofrido baixas terríveis com

aparentemente

mínimos.

ganhos

Os Aliados, contudo, tinham

um trunfo que poderiam usar nas lutas do ano seguinte: a chegada do exército dos Estados Unidos. A posição alemã a favor da guerra submarina irrestrita voltara a opinião pública norte-americana contra a Alemanha, enquanto, durante a guerra, uma íntima parceria econômica entre os Aliados e os Estados Unidos se havia desenvolvido. A gota d'água para os Estados Unidos fora a descoberta da interferência diplomática alemã em assuntos méxico-americanos. Em 6 de abril de 1917, os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha, Para os alemães, as esperanças de alcançar a vitória minguavam rapidamente.

290

A:

ENCTELC

Colapso no Oriente Em

1917, a Rússia era um edifício em ruínas, prestes a desabar. As baixas maciças sofridas durante três

anos de guerra, combinadas com levantes sociais internos, resultaram no colapso dos esforços russos de guerra em 1917. Conforme o exército russo se desmantelava, o Front Oriental tornava-se um setor

tranquilo para o alto comando alemão, que comutou as tropas para o Front Ocidental, na França. urante o ano de do poder militar Ofensiva Brusilov — comandante russo, o 1926) —

1916, contudo, o colapso iminente russo ainda não se evidenciara. A assim chamada em função de seu general Alieksei Brusilov (1853-

tinha por alvo a Austria-Hungria, e, tendo-se

estendido de junho a outubro, foi a operação militar russa de maior sucesso na guerra. O sucesso de Brusilov chegou mesmo a persuadir um país até então neutro, a Romênia, a ingressar na guerra ao lado dos Aliados. Mas o triunfo russo se mostraria efêmero e finalmente ilusório. Ao praticamente eliminar da guerra o exército austro-húngaro, os russos fizeram com que a Alemanha assumisse o total controle das operações no Front Oriental. Um dos principais objetivos de guerra dos alemães era dominar totalmente a Europa oriental e

explorar a economia da região. A Romênia foi o primeiro país a descobrir quão inescrupulosa podia ser essa política. A Romênia ingressou na guerra esperando arrancar territórios da Austria-Hungria, mas a decisão acabou por se mostrar desvairada e equívoca. Em uma campanha de três semanas em novembro e dezembro de 1916, um exército alemão devastou quase toda a Romênia. Durante o restante da guerra, grãos e petróleo extraídos da Romênia ajudariam a alimentar e

Apesar da crescente insatisfação no exército russo, o ministro da guerra, A. F. Kerenski, decidiu retomar as ações ofensivas para reanimar suas forças e o povo russo. Conhecida como Ofensiva Kerenski, a operação teve início em 1º de julho de 1917. Houve algum progresso nos estádios iniciais, mas um devastador contra-ataque alemão deixou os russos em um beco sem saída. Os soldados russos já haviam sofrido que bastasse, e começaram a recuar à revelia das ordens de seus oficiais. Na famosa frase de Lenin, “eles votaram

com os pés”. A partir de agosto, o exército começou a desmoronar, com deserções e motins sendo cada vez mais comuns entre as unidades.

Novas Táticas

Em setembro, os alemães exploraram a vitória sobre a Ofensiva Kerenski com uma ofensiva própria — o ataque e captura do porto báltico de Riga pelo Oitavo Exército, do general von Hutier (1857-1934). O ataque se notabilizou pelo que foi provavelmente o primeiro exemplo de “artilharia programada”, com os canhões alemães atacando seus alvos sem tiros preliminares de longa distância. A artilharia programada restabeleceu as vantagens da surpresa no ataque, e seria vastamente usada no Front Ocidental, em 1918.

Dentro da própria Rússia, a fraqueza do governo provisório permitiu que a facção bolchevique do Partido Social-Democrata assumisse o poder em novembro de 1917 (a famosa Revolução “de Outubro” — assim chamada por causa da vigência, entre os russos, do antigo calendário juliano, com cerca de 15 dias de discrepância em relação ao sistema internacional). Sob a liderança determinada de V. IT. Lenin

abastecer as operações de guerra alemãs.

Perdas Russas Catastróficas

A queda da Romênia levou a uma extensão do front russo ao Mar Negro, e serviu como um novo dreno para as reservas de soldados do país. No final de 1916, estimava-se que o total de perdas da Rússia estava na casa dos cinco milhões.A escassez de víveres no amargo inverno de 1916-17 ocasionou tumultos nas grandes a e entr ão taç uie inq de nte sce cre a ond uma e cidades maa io me em , 1917 de ço mar Em a. russ população no na ipli disc da o aps col ao e sa mas em es açõ nifest e o, ost dep foi Il u ola Nic czar o , tica polí na e to exérci

(1870-1924) e de Leon Trotski (1879-1940), os bolcheviques tiveram pouca dificuldade em derrubar o

governo, e, uma vez no poder, se puseram prontamente a solicitar condições de paz à Alemanha, Em dezembro de 1917, os líderes bolcheviques abriram negociações com os alemães. Um armistício foi firmado no dia 15, e as conversas para chegar-se a um

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enviaram suas tropas para a Rússia. Os bolcheviques, que dispunham de limitados recursos militares, foram

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obrigados a ceder. Pelo Tratado de Brest-Litovsk, assinado em 3 de março de 1918, a Alemanha assumiu

o controle de bem mais de 25% da população russa, de

715% dos recursos de carvão e ferro da Rússia e de uma

234

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vasta faixa territorial cobrindo o que constitui hoje os Estados

independentes

da

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Lituânia, da Bielo-Rússia e da Ucrânia. Forças alemãs avançaram por todas essas áreas para explorá-las em benefício da Alemanha. Com o final da luta contra a Rússia, muitas das formações alemãs até então empenhadas no Front Oriental foram transferidas para a França, onde os líderes alemães planejavam novas ofensivas para 1918. O resultado dess as batalhas também determinaria se a Alemanha seria capaz de derrotar os Aliados no Ocidente e manter seu novo império na Europa oriental. A ofensiva ocidental seria à última chance da Alemanha de escapar à derrota. Embora a Rússia houvesse perdido muito território, seu nascente Exército Vermelho, sob a direção de Trotski, se tornaria uma força poderosa, salvo que essencialmente campesina em natureza. Trotski era um administrador e organizador incansável. que basicamente

PRIMEIRA

GUERRA

MUNDIAL

transformou as forças armadas bolcheviques de uma milícia andrajosa em uma força de combate efetiva e altamente motivada. Seus métodos envolviam o emprego de oficiais czaristas no comando do Exército Vermelho, e a garantia de que os soldados rasos receberiam suprimentos e recompensas por seus préstimos. Ele usou extensivamente a malha ferroviária russa, transportando forças de um setor para o outro durante a guerra civil contra os chamados Brancos (um conjunto informe de monarquistas, antibolcheviques e nacionalistas). Dessa maneira, ele contribuiu para preservar O jovem Estado comunista. Também não hesitou em infligir punições severas caso as circunstâncias o autorizassem. Estranhamente, isso também ajudou a aumentar o moral, já que os soldados viam que a incompetência não seria tolerada, especialmente no alto comando. O contrário valera nos exércitos do czar, o que fora causa de tantas e tantas mortes. À esquerda: Lenin

discursa para uma multidão às portas de uma estação ferroviária em São Petersburgo, em

abril de 1917. Ele

encerrou a participação russa na Primeira

Guerra Mundial.

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DAS

ENCICIOPEDIA

à

A Última Cartada da Alemanha À primeira vista, a Alemanha estava em uma posição excelente para vencer a guerra em 1918. Tendo trazido os conflitos no leste a um fim satisfatório, a ditadura militar de Hindenburg e Ludendorff podia concentrar-se no Front Ocidental. Mas o tempo estava se esgotando para os alemães, especialmente com a chegada iminente de centenas de milhares de soldados norte-americanos. e expulsar os britânicos para o norte e os franceses para o sul. Uma vez capturado Amiens, ele presumia, os

as as tropas norte-americanas não chegariam em grande número senão no verão, e Ludendorff e outros altos oficiais alemães acreditavam que isso lhes proporcionaria uma breve oportunidade para uma ofensiva de ou tudo ou nada na primavera. Os alemães haviam conseguido defender-se com êxito no Front Ocidental durante os anos de 1916 e 1917, embora em M

inferioridade

numérica. Agora, com

a Rússia

britânicos e os franceses seriam incapazes de apoiar-se uns aos outros, e lhe seria então possível derrotar os

dois exércitos separadamente. O ataque alemão teve início em 21 de março de 1918, com um bombardeio de cinco horas com quase 10 mil

canhões e morteiros. Três exércitos alemães reforçados enfrentavam dois exércitos britânicos (um deles de-

fora da

guerra, eles poderiam transferir tropas do Front Oriental e superar em número os Aliados — pelo menos até que os norte-americanos acorressem aos montes. Os planejadores alemães decidiram concentrar seu ataque na junção dos exércitos francês e britânico, ou perto dela, com o objetivo de explorar as diferentes prioridades nacionais: os franceses se sentiriam compelidos a bloquear o avanço alemão contra Paris, enquanto os britânicos ficariam mais preocupados em defender o norte da França e os portos do Canal da Mancha. A comunicação por estradas e ferrovias entre essas áreas nortistas e o restante da França passava pela cidade de Amiens. Ludendorff planejava atacar Amiens

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foram destruídos, mas a maioria foi inutilizada, tendo sua comunicação cortada e seus homens imobilizados por uma chuva de cápsulas de gás venenoso.

Ao fim do primeiro dia de batalha, os britânicos estavam em retirada, e 20 mil de seus homens já haviam

sido aprisionados. Em 25 de março, os alemães haviam avançado cerca de 40 quilômetros, um avanço maior e mais rápido do que o ocorrido em qualquer outra batalha no Front Ocidental desde 1914. Parecia que a grande estratégia de Ludendorff estava também

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Desse ponto em diante, os Aliados trabalharam juntos com muito mais eficácia. Embora os ataques alemães ainda ganhassem terreno, seu avanço estava sendo detido no setor mais importante, perto de Amiens. No início de abril, Ludendorff aceitou relutantede britânicos os expelir por esforços seus que mente

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cativo aos britânicos. Na verdade, a gravidade da situação levou a uma cooperação ainda maior entre ingleses e franceses. Em 26 de março, os governos britânico e francês escolheram o general Ferdinand Foch (1851-1929) para coordenar suas operações no Front Ocidental e super-

no Amiens haviam falhado, e ele suspendeu a ofensiva mil dia 5. Ambos os lados haviam sofrido cerca de 250 s, em baixas, mas essas eram baixas que os alemãe

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230

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concluíra que os britânicos eram seus principais oponentes, mas acreditava que não conseguiria penetrar suas fileiras até que houvesse atraído o grosso das

MUNDIAL

GUERRA

PRIMEIRA

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ofensivas anteriores. Seus substitutos eram inexperientes e menos agressivos em batalha, ce a maior parte

das unidades de infantaria alemã achava-se, então, duramente debilitada. Todavia, incapaz de pensar em

reservas aliadas para o sul. Ele transferiu sua artilharia e suas Teservas restantes de tropas de assalto para a área

outras opções, Ludendorff ordenou duas novas ações

do Chemin des Dames, no setor do Rio Aisne. Em 27 de maio, um bombardeio relâmpago voltou a ocorrer. O comandante francês no local atrapalhou-se em seus planos de defesa, e os Aliados foram repelidos ao longo de um front de 40 quilômetros.

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conquistando terreno pelos primeiros dois ou três dias antes de ser rechaçada pelos Aliados. Mais agourento

para os alemães foi o fato de que os Aliados conseguiram debelar tais ataques sem recorrer a todas as reservas. O balanço de poder virara irrevogavelmente em favor dos Aliados no Front Ocidental, e Foch planejava uma série de ofensivas para expulsar os alemães de volta a sua terra natal, infligindo-lhes a derradeira derrota.

No final de maio, a ofensiva alemã havia ganhado

outros 50 quilômetros de terreno. Eles chegaram ao Rio Marna, em Château-Thierry, e pareciam prestes a avançar contra Paris. Mas não era isso o que estava por vir, pois suas tropas estavam exaustas e as reservas aliadas encontravam-se a postos para um contraataque.

ATI

Pela primeira vez na guerra, tropas norte-americanas desempenharam um papel significativo na contenda. O general John Pershing (1860-1948) foi posto no comando das tropas enviadas à Europa, a Força Expedicionária Americana (AEF). Os primeiros norte-americanos chegaram à Europa em julho de 1917, e, em maio de 1918, Pershing planejava ter um milhão de soldados prontos para a ação. As tropas norte-americanas de Pershing travaram suas primeiras ba-

talhas em Cantigny, Château-Thierry e

no Bosque de Belleau, no final de maio e em junho de 1918. Em Can-

tigny, a Primeira Divisão dos Estados Unidos capturou a aldeia assim cha-

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deter os alemães, repelindo-os em seguida na Batalha do Bosque de Belleau, no início de junho. Em 4 de junho, Ludendorff suspendeu a ofensiva alemã. Ludendorff concluiu que teria de continuar atacando para preservar sua vantagem, mas muitos integrantes de

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tropas norte-americanas chegassem. Ela começou auspiciosamente, mas, em seguida, perdeu o fólego.

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O Colapso das Potências Centrais Em julho de 1918, a ofensiva alemã no oeste terminou em fracasso, e chegou a vez de os Aliados revidarem.

Reforçados pelos norte-americanos, exércitos aliados começaram a contra-atacar por todo o front. O

exército alemão, com as reservas esgotadas e os ânimos esmorecidos, retirou-se. Sua grande cartada

falhara, e ele agora aguardava a derrota fatal ante a imensa superioridade material e numérica inimiga. derradeira e desesperada ofensiva de Ludendorfí, em 1918, deu aos Aliados a deixa para tomarem a iniciativa. A operação alemã, conhecida como Segunda Batalha do Marna, teve início em 15 de julho. Ludendorff planejou avançar em dois fronts, a leste e a oeste da cidade de Reims, mas o eficaz serviço de inteligência dos Aliados e suas argutas táticas defensivas detiveram as ofensivas leste e oeste a meio caminho. A oeste da

cidade, os alemães saíram-se algo melhor, e conseguiram conduzir uma grande força através do Rio Marna. Passados dois dias. porém, haviam chegado a um impasse na luta contra os franceses, que contavam com assistência norte-americana. Ludendorff constatou que seus homens estavam expostos e vulneráveis na grande saliência que haviam aberto na linha aliada. Infelizmente, para os alemães, os comandantes aliados também haviam detectado essa fraqueza, e estavam prontos para atacar antes que Os alemães conseguissem recuar da saliência. O avanço aliado teve início em 18 de julho, e o assalto devastou o flanco direito alemão. A maioria das tropas de ataque provinha do décimo e do sexto exércitos franceses, mas as formações incluíam unidades norte-americanas, britânicas e até mesmo algumas italianas. À direita: Forças dos Estados Unidos se aproximam do front antes do início de sua ofensiva contra os alemães na Segunda Batalha do Marna, em julho de 1918. Tropas norte-americanas chegavam à França no ritmo de 300 mil homens por mês.

A ofensiva teve o apoio de 2 mil canhões, 1.200 aviões e mais de 500 tanques. Essas armas contribuíram para que a marcha ganhasse quase 13 quilômetros de terreno no primeiro dia. No momento em que os generais aliados suspenderam o avanço para reorganizar suas forças, em princípios de agosto, todo o território que os alemães haviam capturado nos setores do Aisne e do Marna, em maio e junho, havia sido retomado. Nesse ínterim, as forças aliadas estavam prontas para aumentar a pressão sobre os alemães. Depois das vitórias sobretudo francesas em julho, os britânicos estavam prontos para assumir a frente em agosto. O Quarto Exército britânico foi secretamente reforçado e promoveu um ataque esmagador pelo setor do Somme em 8 de agosto (a Batalha de Amiens). Assim como a maioria dos ataques aliados a partir de então, ele lançou mão de uma combinação entre infantaria, artilharia, tanques e aviões para romper as linhas inimigas. Os alemães foram tomados de surpresa e recuaram até 15 quilômetros ao longo do front de ataque, de 30 quilômetros, no primeiro dia. Os comandantes alemães ficaram aturdidos ao descobrir que parte de suas forças na linha de frente havia entrado em pânico ou se rendido após sofrer uma

A À direita: À otensiva comandada pelos Estados Unidos em St. Mihiel foi um ataque conjunto de forças norte-americanas e francesas. À meta era penetrar um bojo na linha de frente alemã. Ao custo de 7 mil baixas norte-omericanas, o ataque

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oposição mínima. Ludendorff chegou a ponto de chamar o dia 8 de agosto de “dia negro do exército alemão”. Os britânicos mantiveram o avanço por quase uma semana, mas, dia após dia. seu progresso se tornava mais lento. Os tanques haviam desempenhado um papel importante no sucesso inicial, porém somente seis dos 414 usados no primeiro dia ainda estavam em condições de uso em 12 de agosto. Muitos haviam sido destruídos pela artilharia alemã, mas um número maior simplesmente pifara ou emperrara em terreno acidentado.

vantagem do sucesso era outra. Nenhum dos lados dispunha de forças mecanizadas capazes de irromper pela brecha inicial nas linhas inimigas e converter o avanço tático em uma

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decidiram suspender seu avanço para o leste de Amiens e concentrar seus esforços mais ao norte.

O Terceiro Exército britânico atacou com êxito nessa área entre 21 e 29 de agosto, e, no final do mês, o Primeiro Exército assumiu a frente ainda mais ao norte. Mudando o local de ataque constantemente, os Aliados conseguiam evitar que os alemães dispusessem suas

reservas em pontos críticos da linha, e, ao mesmo tempo, preservavam o ímpeto de seu avanço. No início de setembro, os alemães constataram que o bojo de suas linhas ao redor de St. Mihiel, no Rio Mosa, estava sujeito a um ataque dos Aliados. Eles decidiram debandar, mas as ordens de retirada chegaram tarde demais. Em 12 de setembro, o Primeiro Exército dos Estados Unidos, liderado pelo general Pershing, atacou

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quando a batalha se encerrou, todo o bojo da linha alemã havia sido capturado, juntamente com 15 mil pri-

sioneiros alemães, a um custo de menos de 7 mil baixas

norte-americanas. Em meados de setembro, o avanço aliado pelo front havia retomado todo o território que os alemães conquistaram no primeiro semestre do ano, e outros em áreas como St. Mihiel. Os alemães estavam de volta à Linha de Hindenburg. Os ataques aliados recomeçaram em 27 de setembro, e foram as forças britânicas que desferiram o golpe decisivo. Ludendorff esperava resistir tempo suficiente para convencer os Aliados a concordar com um tratado de paz favorável à Alemanha. Foi um choque para ele quando ataques britânicos cuidadosamente planejados devastaram a resguardada Linha de Hindenburg no espaço de três dias.

À direita: Tropas afro-

e

americanas avançam para

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o front na floresta de Argonne, em novembro de 1918, o mês em que se encerrou q Primeira Guerra Mundial.

a Mais para o sul, os franceses e norte-americanos iniciaram uma nova ofensiva em Argonne. A AÉEF tinha de ser transferida para o norte, até sua posição inicial, com o máximo de presteza, manobra que poderia mostrar-se excessiva para a organização do estado-

maior norte-americano. Uma vez iniciada a batalha, os

soldados norte-americanos demonstraram grande resolução para atacar as posições alemãs, mas seu progresso perdeu velocidade por causa de deficiências logísticas. Não obstante, eles se negaram a sustar O avanço, que prosseguiu durante 47 dias de luta quase constante. Uma vez que o abastecimento das tropas de ataque foi normalizado (com a ajuda dos oficiais dos estados-maiores francês e britânico), os norte-americanos repeliram firmemente os alemães. De então até o fim da guerra, em novembro, ocorreram poucas batalhas de porte espetacular, havendo antes uma série continuada de pequenos de munidas alemãs Tropas aliadas. forças das avanços duro, páreo um cia fregiiên com eram metralhadoras bem número UM mas as, numeros infligindo baixas luta, da ir st si de à u ço me co os ad ld maior de so 7 . do an rt se de ou s do ia Al s ao rendendo-se a o id rd pe am vi ha as it ól ac as su A Alemanha e

de l na fi no ta lu à u io nc nu re guerra. A Bulgária l de na fi no es ad id il st ho as ou rr ce en setembro, a Turquia Austroo ri pé Im O , ro mb ve no de outubro, e, no início z pa de s õe aç ci go Ne o. nd Húngaro estava se esfacela e ad rd ve na m ra ça me co s do entre a Alemanha e os Alia de s mê lo pe e -s am ar st ra ar no final de setembro, mas em ir st si in am av nt te a nd ai outubro, já que os alemães s io ór it rr te os r te re se is it rm am acordo que lhes pe E . al nt ie or pa ro capturados na Eu a lh co es a nh ti o nã ha an em Al A realidade era que à es ev gr m co e o oi ap m Se s. do ia senão aceitar os termos al uma em se ond te er nv co ra er e protestos contra à gu fuam er as em al as iv ct pe rs pe revolução interna, as da s ma le ob pr 05 ra pa o zã ra nestas. Mas a principal era O s õe aç ci go ne de sa me à Alemanha em chegar

exército alemão: ele havia sido derrotado em batalha, mas seus líderes militares ainda se negavam a admitir esse fato humilhante. Os planos do exército alemão haviam sido essenciais para o início da guerra, em 1914. Os generais da Alemanha tinham virtualmente governado o país durante a maior parte da guerra, e insistiam em obter plena vitória militar, qualquer que fosse o custo — ignorando as oportunidades para uma paz negociada

que poderia ter beneficiado o povo alemão. Essa estra-

tégia falhara, e os Aliados estavam prestes a devastar a Alemanha



se não no final de 1918, certamente

na

primavera de 1919. Um novo governo civil assumiu o poder na Alemanha no início de outubro. Ludendorff foi obrigado a renunciar, em 27 de outubro, a seu posto como principal planejador militar da Alemanha, abrindo o caminho para que o governo alemão finalmente concordasse com os Aliados em pôr fim à luta. O armistício entrou em vigor às 11 horas da manhã de 11 de novembro de 1918. Pessoas de todos os países esperavam que O conflito houvesse sido a “guerra para acabar de vez com a guerra”. Os custos de uma guerra que durara quatro anos € m fora peus euro dos Esta os s todo e quas em lugar tivera ares, milit lhas bata em s mada esti es mort As maciços. para as nações beligerantes, foram as seguintes: Fran ia, ça, 1.357.800; Império Britânico, 908.370; Rúss

civis); de ões milh 2 sos mbro asso de m (alé 1.700.000 5; 13.71 ica, Bélg 5; 50.58 os, Unid dos Esta 390; Itália, 462. 335.700; nia, Romê mil: 3 ro, eneg Mont mil; 45 Sérvia,

anha, Alem 300; o, Japã ; 7.222 , ugal Port mil; 5 Grécia,

mil; 325 uia, Turq 500; 922. ria, Hung 1.808.546; Áustriao mais de pouc total um az perf Isso 4. 75.84 , ária Bulg

de os camp nos nte some os mort de de oito milhões 22 mios de exce os ferid de total ro núme batalha. O 6.642.000. em s mada esti são civis de es mort as lhões, e

A

mera

dimensão

das baixas

chega

à atordoar

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ma fosalgu Se a, prov uma foi ela sentidos, e, todavia,

240

A se necessária, de que as metralhadoras e as peças de artilharia haviam tornado os ataques frontais da infantaria quase suicidas. E, contudo. os exércitos tanto francês quanto alemão entraram na guerra com doutrinas táticas que enfatizavam a importância de

Finlândia e os Estados

teoria. os meios de explorar

brechas no front oponente antes que reservas inimigas pudessem ser mobilizadas. No fim das contas. isso só se

tornaria maneira

aparente na Segunda Guerra Mundial, De similar, o desenvolvimento da aviação deu

uma nova dimensão à guerra. Em

GUERRA

MUNDIAL! total inde-

bálticos alcançaram

pendência à custa da Rússia. A Turquia perdeu seu império árabe para se tornar uma república, bascada em suas terras originais na Asia Menor. No início da década de 20, à Europa alcançara uma certa ordem política, mas o Tratado de Versalhes não garantiria um acordo de paz permanente. À Alemanha fora humilhada. e a ascensão dos nazistas ao poder, em 1930, assinalou o reinício da grande corrida de poder pela dominação nacional da Europa. Tragicamente, a Primeira Guerra Mundial não conseguira resolver esse problema — fora a primeira rodada de um conflito que voltaria a degenerar em guerra aberta, em 1939.

tomar e manter a iniciativa. Conforme a guerra progredia, desenvolvimentos importantes tinham lugar. O transporte motorizado

deu aos comandantes, em

PRIMEIRA

1918. os aviões eram

fatores importantes na guerra tanto por terra quanto

pelo ar. Uma vez mais, isso se tornaria evidente na Segunda Guerra Mundial, quando a superioridade aérea se tornou crucial para o sucesso das ofensivas terrestres tanto alia-

das quanto do Eixo. A luz do maciço esforço na-

cional feito pelos Aliados para

alcançar a vitória, não surpreende que eles houvessem

procurado impor duras condições de paz às Potências Centrais, especialmente a Alemanha. Pelos termos do Tra-

a

tado de Versalhes, a Alsácia e a Lorena foram restituídas à

França, e a Alemanha perdeu outros territórios no leste,

notavelmente

o novo

Estado

da Polônia. Além da imposição de duras reparações, as forças armadas da Alemanha foram severamente reduzidas: a força

aérea

foi

abolida,

a marinha

não pôde ter submarinos nem navios capitais, enquanto o exército, que se tornou conhecido como a Reichswehr, foi restringido a 100 mil

homens. , O antigo império da Austria-Hungria foi totalmente

desmantelado, dando existência aos novos Estados da lugoslávia, da Tchecoslováquia e da Polônia. A Rússia bolchevique foi isolada pelas potências ocidentais, enquanto a

À direita: Alguns dos prisioneiros feitos pelos Aliados no fim do verão de 1918. Ironicamente, o moral dos soldados alemães começou a ruir quando eles alcançaram os bem fornidos depósitos aliados para além das linhas — seus estoques já estavam minguando.

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1939-45 Segunda Guerra Mundial permanece o mais violento e devastador conflito na história humana. O que começou como

uma disputa essencialmente regional, em 1939, converteu-se em uma guerra global que culminou

no lançamento da bomba atômica sobre o Japão

seis anos depois. Mais de 50 milhões de pessoas foram mortas na guerra, dois terços sendo civis. Além disso, o conflito ideológico entre o Eixo e

os Aliados ajudou a dar ao conflito seu caráter particularmente violento.

A dimensão das baixas na Segunda Guerra Mundial refletiu não somente a extensão e a natureza da guerra, mas também as armas utilizadas. A luta terrestre envolveu poucas armas que já não tinham sido usadas na Primeira Guerra Mundial, mas elas se tornaram muito mais mortais na guerra subsequente. O poder e a confiabilidade do motor de combustão interna aumentaram muito, possibilitando o surgimento de tanques ligeiros, bem armados e blindados. A artilharia, conforme a guerra progrediu, também se tornou muito mais móvel. No final da guerra, a infantaria tinha seus próprios meios mecânicos para O traslado de tropas, o que lhe proporcionava uma certa proteção em campo de batalha e aumentava em muito sua mobilidade. Em agudo contraste com os campos lamacentos de 1914-18, a Segunda Guerra Mundial testemunhou um renascimento do movimento no campo de batalha. E o movimento, combinado com o poder de fogo, tornou-se a pedra angular do sucesso militar. No mar, o couraçado, embora ainda importante, cedeu lugar a duas embarcações cuja esfera de atuação ficava acima é abaixo da superfície: o porta-aviões e o submarino. A era dos navios de guerra que se arrastavam à vista uns traeram navais batalhas As fim. ao chegava dos outros

frente a encontrassem se rivais frotas as que sem vadas alvos na atacar de capazes eram aviões os que já frente,

Subbases. suas de distância de quilômetros a superfície pelo Eixo tanto efeito grande com usados foram marinos comerembarcações destruir para Aliados pelos quanto marítimo, comércio do dependiam que países os e ciais,

duramente. soireram Japão, o e Grã-Bretanha a como ar. no ocorreu guerra da condução na A maior mudança

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acelerado

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de ro emb nov em , awa Tar de ilha na o and lut s ano ric ame tenor À direita: Fuzileiros navais dos 100 e ent som to uan enq , tos mor 985 s iro ile fuz aos am tar cus 1943. Cinco dias de batalha 4.700 soldados da guarnição japonesa sobreviveram.

242

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À direita: Camisas marrons nazistas colando cartazes que exortavam os alemães a boicotar lojos de judeus nos anos 30. Hitler escrevera em Mein Kampf (Minha Luta): “Assim cheguei a crer que devo agir em nome do Deus

Criador: ao me defender dos judeus, estou agindo a servico do Senhor”. Uma vez no poder, os nazistas iniciaram a perseguição

sistemática dos judeus, criando leis

que os impediam de tomar parte no

vida quotidiana, como ao excluí-los do servico civil e de outras

profissões.

desenvolvimento de aviões altamente eficazes para caça, bombardeio e transporte. Como conseqgiiência, cidades inteiras foram arruinadas por vastas armadas aéreas, e, em 1945, o avião a jato tornou-se uma realidade. Pela primeira vez, tropas terrestres podiam precipitar-se do ar para a batalha, com planadores ou com pára-quedas. Uma das maiores mudanças na guerra, possibilitada em grande parte pela comunicação radiofônica, foi a coordenação efetiva de forças terrestres, marítimas e aéreas em desembarques anfíbios. A guerra no Pacífico, por exemplo, foi vencida pelos Estados Unidos por meio da aplicação inteligente de técnicas de guerra

anfíbia, e os desembarques

na Normandia,

em

1944,

permanecem a maior operação combinada entre ar, terra e mar de todos os tempos. O progresso tecnológico fez com que os soldados da linha de frente necessitassem de mais equipamentos, o que, por seu turno, fez com que quantidades crescentes de homens e mulheres servissem na guerra sem lutar diretamente. Sua função era conseguir que os soldados chegassem ao campo de batalha e continuassem lutando. As estimativas sugerem que cada homem em ação requeria quatro ou cinco que o provessem de alimentação, vestimentas, armas, munição € Serviços médicos. A Segunda Guerra Mundial também transformou O panorama político do globo: o declínio da Europa foi espelhado pela emergência dos Estados Unidos e da União Soviética como superpotências da Era Nuclear que dominariam o cenário mundial por meio século. Entre ambos, os Estados Unidos eram muito superiores 1não expans A ente. micam econo quanto tanto militar

aumendustrial nos Estados Unidos, entre 1940 e 1944,

no o advers efeito m nenhu sem ano, ao 15% de tava mais os e soment , guerra da final No ia. econom da setor civil itens e ão produç de nte excede seu com , Estados Unidos materiais, puderam

revitalizar a economia

mundial, O

disda é ll Marsha Plano do édio interm por m que fizera mico econô auxílio em s dólare de s bilhõe 13 de tribuição aos Estados europeus.

Mas a União Soviética comunista rejeitava a hegemonia norte-americana, e se pôs a criar sua própria esfera de influência. Essa competição resultou na Guerra Fria: o surgimento de dois blocos na Europa, a migração da rivalidade européia para o resto do mundo, uma crescente corrida armamentista e o advento de

alianças soviéticas e ocidentais por todo o globo. A criação das Nações Unidas, embora incapaz de assegurar a paz mundial, ajudou a evitar a guerra desenfreada entre os dois blocos.

As Causas da Segunda Guerra Mundial

O Tratado de Versalhes, que se seguiu à derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, causou profundo ressentimento na Alemanha. Além de ser privada de colônias ultramarinas, a Alemanha perdeu territórios fronteiriços (sobretudo para a França e a Polônia) e foi obrigada a pagar aos Aliados duras reparações de guerra. Esse espírito de amargura nacional foi astutamente explorado pelo demagogo de direita Adolf

Hitler (1889-1945)

para favorecer as metas

de seu

Partido Nacional-Socialista (Nazista). Na balbúrdia política da Alemanha do pós-guerra, Hitler emergiu como um orador habilidoso, discursando para exsoldados e operários descontentes. Em 1923, ele havia

obtido o controle do novo Partido Nazista, que ganhou

E força nos anos 20. A subida de Hitler ao poder na Alemanha toi prece-

dida pela de Mussolini na Itália. Benito Mussolini (1883-1945) foi outro ditador fascista que subira ao po-

der em 1922. Seu regime lograra alguns êxitos notáveis, como na construção de estradas, na organização do orçamento e na reforma agrária, e ele também reforçou seu exército, sua marinha e sua força aérea. Ele gloriO como Mediterrâneo ao referia-se e guerra a ficava : Mare Nostrum — “Nosso Mar”, No Extremo Oriente, um Japão militarista anexou à tor renoCoréia e tomou totalmente a Manchúria, que assmaram meada Manchukuo. Em 1936, os japoneses

244

A

MUNDIAL

GUERRA

SEGUNDA

durante a crise nos a um acordo pacífico, Daladier teve uma de Munique. concessões da França

com a Alemanha e a Itália o Pacto Anticomintern (que se opunha às atividades subversivas do “Comintern”. O sistema dos partidos comunistas internacionais sob o comando soviético), tornando-se assim parte do Eixo Roma-Berlim-Tóquio. A penúria econômica resultante da Grande

foram parcialmente mobilizados Sudetos, mas o país era favorável e o premiê francês Edouard recepção de herói após o Acordo O sucesso de Hitler em extrair

prego em massa vieram a calhar para os nazistas. Hitler prometeu ao povo alemão que subverteria o Tratado de Versalhes, sanaria as chagas econômicas do país e levaria a Alemanha de volta a uma posição dominante na Europa. Após vitórias consideráveis nas eleições para o Reichstag (o Parlamento alemão), Hitler foi nomeado chanceler, em janeiro de 1933. Quase imediatamente, os nazistas começaram a solapar as instituições do Estado alemão e a consolidar seu próprio poder. Os comunistas e outros partidos de esquerda foram brutalmente suprimidos, os sindicatos comerciais

Reich alemão de terras habitadas por maiorias de fala alemã. Todavia, em março de 1939, ele cruzou esse limite, anexando o restante da Tchecoslováquia (habitada por eslavos de fala tcheca). Isso alertou a Grã-Bretanha e a França quanto a suas reais Intenções, e, no verão de 1939, quando ele exigiu dos poloneses a restituição do Corredor de Danzig, os governos britânico e francês assinaram um tratado com a Polônia, comprometendo-se a auxiliá-la no caso de uma invasão alemã.

Depressão do início dos anos 30 e os receios do desem-

toram proibidos e a perseguição aos judeus teve efetivo início. Em agosto de 1934, Hitler tinha confiança suficiente em sua posição para dispensar o Parlamento

alemão e declarar-se Fiihrer (líder). A Alemanha tornava-se um Estado totalitário. A revelia do Tratado de Versalhes, a Alemanha começou a rearmar-se, concentrando-se em agressivos instrumentos de guerra como tanques, bombardeiros e U-Boote. O poderio crescente das forças armadas alemãs levou Hitler a adotar uma política externa progressivamente beligerante. Ele tirou proveito da abstenção ou incapacidade das outras grandes potências em desincentivar suas ambições territoriais. A União Soviética e os Estados Unidos não eram membros

da

Liga

das

e ambos

Nações,

os

Estados

adotaram uma política de não-intervenção em assuntos mundiais. A Grã-Bretanha e a França eram as duas maiores potências da Liga, mas, enfraquecidas por seus esforços na Primeira Guerra Mundial, nenhuma delas

teve a disposição

de pôr um

freio às exigências de

Hitler.A bem dizer, as democracias ocidentais careciam

de vontade para enfrentar o expansionismo alemão e japonês, ao que se acrescia o fato de que tanto na GrãBretanha quanto na França vigorava a crença de que o Tratado de Versalhes fora muito severo com a Alemanha e que algumas das reivindicações de Hitler eram de fato “justas”.

Conquistas Territoriais Alemãs

Em

1936,

a Alemanha

reocupou

a Renânia,

e da

o

Grã-Bretanha

então, suas exigências

animou

adiante.

a seguir

à restituição

limitavam-se

alemãs

marcharam

contra

a Austria,

que

Hitler não se deixou abalar pela nova resolução dos Aliados Ocidentais, sobretudo porque assinara um pacto secreto de não-agressão com a União Soviética. Ele considerava os comunistas soviéticos seus InImIgos

naturais, e o pacto era pouco mais que um ardil temporário que permitiria à Alemanha evitar a possibilidade de uma guerra em dois fronts. Pelos termos do tratado, a Alemanha teria liberdade de ação na Polônia;

em

troca, a União

Soviética

receberia

territórios

no

leste da Polônia e teria influência nos Estados bálticos. Entre junho e agosto de 1939, houve uma série de incidentes fronteiriços entre a Alemanha e a Polônia, agravando a tensão internacional e levando a repetidas advertências da França e da Grã-Bretanha. Em 1º de

setembro de 1939, forças alemãs invadiram a Polônia; dois dias depois, a Grã-Bretanha e a França declararam

guerra à Alemanha. A Segunda Guerra Mundial havia começado. ÉDa Ea + oet| A

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se

tornou, então, parte integral do Reich alemão. Ainda em 1938, Hitler pressionou a Tchecoslováquia a ceder seus territórios na região dos Sudetos, onde havia grande quantidade de pessoas de etnia alemã. Uma conferência internacional teve lugar em Munique, em setembro de 1938, sancionando o desmembramento da Tchecoslováquia. O exército e a marinha franceses

ao

O Prelúdio da Guerra

enfrentar oposição da França ou da Inglaterra. Iropas alemãs também foram enviadas à Espanha em auxílio das forças do general Franco, que combatiam o governo espanhol. A Guerra Civil Espanhola (1936-39) daria ao exército e à aeronáutica da Alemanha lições valiosas na condução da guerra moderna. Em março de 1938, tropas

Até

Acima: Os principais agentes em Munique (da esquerda para a direita): Neville Chamberlain, Edouard Daladier, Adolf Hitler e Benito Mussolini.

Vitória do &l izkreg Em 1939, o exército alemão estava muito à frente de seus rivais no tocante à guerra mecanizada. A doutrina do Blitzkrieg (Guerra Relâmpago), com suas táticas de velocidade e impacto, foi uma nova

abordagem para a guerra, e, quando liberada, teve resultados espetaculares. A Polônia foi conquistada

em 27 dias; a Dinamarca, em 24 horas; a Noruega, em 23 dias; a Holanda, em cinco; a Bélgica, em

18; e a França, em pouco mais de cinco semanas.

chave para o sucesso alemão durante as primeiras fases da Segunda Guerra Mundial estava na destra combinação entre poderosas unidades de tropas blindadas e de aviação, coordenadas pela comunicação a rádio. Essa foi a pedra angular da filosofia do Blitzkrieg. O soldado que mais fez para promover a luta armada na

Alemanha

foi um

ex-oficial sinaleiro, Heinz

Guderian

(1888-1953). Sua crença na firme ação ofensiva, fortalecida por tanques, granjeou-lhe inimigos e aliados no exército alemão. Felizmente, para Guderian, ele conquistou o favor de Hitler, que, em geral, incentivava

soluções ousadas para problemas de ordem militar ou política. Em 1937, Guderian foi nomeado comandante de um corpo com três divisões Panzer — a maior formação do tipo existente na época. O Blitzkrieg foi posto em prática quando as tropas alemãs penetraram a Polônia. Os alemães mobilizaram 1,5 milhão de soldados em cinco exércitos; os poloneses haviam conseguido mobilizar pouco menos de um milhão de homens quando os alemães atacaram. Na primeira fase da ofensiva alemã, a Luftwaffe (a força aérea alemã) atacou bases aéreas polonesas e teve tal êxito que, em questão de dias, a aeronáutica polonesa

deixara de existir como força efetiva de combate. Isso

feito, a Luftwaffe agiu em apoio das operações terrestres e bombardeou cidades e metrópoles polonesas à vontade. O ataque do exército alemão foi intensificado por nove divisões mecanizadas que vararam facilmente as defesas fronteiriças da Polônia. O exército polonês fora disposto a distâncias excessivas ao longo da fronteira, permitindo às velozes forças alemãs circundar formações polonesas isoladas. Na falta de boa comunicação a rádio e de meios eficazes de transporte mecânico, as lentas e morosas unidades do exército polonês foram sumamente destruídas pelos alemães. Após penetrar as defesas fronteiriças, tanques alemães avançaram para o coração da Polônia, de modo que, em 7 de setembro, as unidades de vanguarda estavam a apenas 40 quilômetros de Varsóvia. O grosso do exército polonês se viu cercado. Uma tentativa dos poloneses de debandar pelo Rio Bzura foi detida e, então, esmagada pelos alemães em 17 de setembro. No mesmo dia, forças soviéticas invadiram a Polônia pelo leste. A ação soviética tornou a situação desesperançada para os poloneses. Em

18 de setembro. o governo

po-

lonês fugiu para a Romênia (e então para a França e a Grã-Bretanha, onde estabeleceu um governo exilado). Pequenos focos de tropas polonesas continuaram a resistir, mas a campanha estava efetivamente encerrada com a captura de Varsóvia, em 27 de setembro. Após a queda da Polônia, a atenção da Alemanha e dos Aliados passou a concentrar-se na Escandinávia. Os alemães dependiam intensamente de importações de minério de ferro da Suécia, que eram enviados à Alemanha pelo porto norueguês de Narvik. Os británicos e franceses começaram a cogitar à carregamentos, desses intercepção muito embora eles ocorressem em águas territoriais norueguesas. Hitler tomou

ciência da possível interferência aliada e, conivente com a exigência da marinha

alemã de obter acesso aos portos norue-

gueses, decidiu invadir a Noruega.

À esquerda: Um dos tanques Panzer IN da Alemanha.

g. Blindados e velozes, eles eram a figura de proa do Blitzkrie

A

No âmago do conceito de Blitzkrieg estava a divisão Panzer ("couraça”). Sua figura de proa era um poderoso destacamento de tanques, embora cada divisão tivesse suas próprias unidades de infantaria, engenharia,

antitangues, artilharia e antiaéreas.

As divisões Panzer não eram empregadas usualmente para atacar o ponto mais forte do

inimigo, concentrando-se antes em áreas de debilidade para penetrar profundamente as linhas inimigas, de modo a causar o máximo de desordem e impedir que elas retomassem a iniciativa. Evitavam-se as principais defesas inimigas ou tropas por demais numerosas. A pujança do ataque Panzer era sobrelevada pelo

apoio que lhe dava a Luftwaffe. Bombardeiros de mergulho atacavam concentrações de tropas inimigas, quartéis-generais e pontos de comunicação como pontes, agindo como uma espécie de “artilharia aérea”.

A Noruega possuía um pequeno partido fascista liderado por Vidkun Quisling, que apoiaria seguramente qualquer invasão alemã. A invasão ocorreu efetivamente em 9 de abril de 1940, e envolveu um plano ousado que envolvia unidades aéreas, navais e terrestres para tomar simultaneamente posições centrais em Oslo, Kristiansand, Stavanger, Bergen, Trondheim e Narvik. Embora tolhidas de surpresa pela velocidade da operação alemã, a Grã-Bretanha e a França enviaram tropas para a Noruega.

A Conquista da Noruega

Os alemães esperavam alcançar a supremacia marítima

nas águas ao redor da Noruega, mas sofreram muitas

baixas diante das forças locais e da Real Marinha britânica. Durante as duas batalhas navais de Narvik (10 e 13 de abril), dez destróieres alemães foram afun-

dados. enquanto, mais ao sul, o cruzado Bliicher foi posto a pique e o minicouraçado Liitzow foi danificado.

Enquanto isso, unidades aéreas alemãs tomaram os aeródromos da Noruega. Isso lhes permitiu reforçar a invasão e enviar caças e bombardeiros contra navios da Real Marinha que patrulhavam a costa norueguesa. Embora os noruegueses enfrentassem resolutamente esse ataque gratuito, eles careciam de controle estraté-

gico e de armas e equipamentos condizentes. Os alemães haviam capturado muitos depósitos militares noruegueses, privando os reservistas convocados às pressas das armas mais básicas. Forças franco-britânicas (apoiadas por tropas polonesas recém-fugidas da Polônia) desembarcaram em Narvik (14 de abril) e Trondheim (18 de abril), mas careciam de equipamentos adequados, enquanto a confusa cadeia de comando obstruía ações decisivas. A tentativa dos Aliados de preservar Trondheim acabou em fracasso, e suas tropas foram obrigadas, em

GUERRA

MUNDIAL

3 de maio, ou a render-se ou a debandar. No porto norte de Narvik. os Aliados se saíram melhor, e acabaram arrancando a cidade das mãos alemãs, em 28 de maio. Por essa altura, contudo, a Invasão alemã da França e dos Países Baixos mudara as prioridades estratégicas dos Aliados. Narvik foi abandonada em 8 de junho, e a Noruega caiu sob o controle alemão. A Noruega e a Dinamarca permaneceram sob ocu-

pação alemã pelo restante da guerra, e Quisling acabou nomeado governante fantoche da Noruega. A campanha alemã na Noruega foi um triunfo de planejamento e

execução decisiva, em acentuado contraste com as equívocas meias medidas adotadas pelos Aliados. Todavia, o triunfo de Hitler não fora total. Os alemães haviam sofrido grandes prejuízos navais, o que impediria a marinha alemã de mobilizar forças suficientes para empreender uma invasão crível da Grã-Bretanha naquele mesmo ano. E, embora as fontes alemãs de

minério de ferro estivessem asseguradas, grande número

de soldados alemães restante da guerra.

ficou atrelado

à Noruega

pelo

Triunfo no Oeste

Apesar de seu sucesso, a campanha na Noruega sempre foi um espetáculo de fundo. A atenção de Hitler se concentrava na destruição dos exércitos aliados a oeste, na França. O plano alemão requeria que o Grupo B do exército (sob o comando do general Bock) promovesse uma ofensiva potente, mas limitada, através dos Países Baixos, de modo a subjugar a Holanda e a Bélgica (dois países que desejavam permanecer neutros, e nos quais não havia forças aliadas) e atrair tropas francesas e britânicas. Enquanto isso, o golpe principal — liderado por divisões Panzer — seria desferido mais ao sul pelo

Grupo

A

(sob

o general

Rundstedt),

na

região

montanhosa das Ardenas. O inspirado plano alemão foi em grande parte obra do general Erich Manstein (1887-1973), um soldado brilhante que então agia como chefe do estado-maior do Grupo A. Embora ambos os lados estivessem equiparados em números e poder de

fogo, os alemães tinham considerável superioridade em organização, treinamento e liderança. Em 10 de maio de 1940, tropas alemãs do Grupo B invadiram a Holanda e a Bélgica. Despreparados para a guerra móvel, os holandeses foram rapidamente subjugados e obrigados a aceitar termos de rendição em 15 de maio. Os belgas recuaram para posições defensivas e aguardaram a chegada de reforços franceses e britânicos. O exército belga tinha grande confiança em uma linha extensiva de fortificações, incluindo a fortaleza de Eben Emael, que muitos consideravam inexpugnável. Mas em um ataque audaz — comandado por paratropas transportadas em planadores —, a fortaleza foi capturada, o que permitiu aos alemães aprofundar seu passo pela Bélgica, acometendo e manietando as formações aliadas. Entrementes, as divisões Panzer do Grupo A abriam caminho pelos desfiladeiros arbóreos das Ardenas, assomando, em 13 de maio, para esmagar as frágeis defesas francesas no Rio Mosa, Encontrando pouca oposição, elas avançaram para o Canal da Mancha. O aturdido alto comando aliado fez tentativas débeis de

24/ TA

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sediava. Mussolini, convencido de que a França estava derrotada, promoveu uma invasão do sul francês em 10) de junho, somente para ver suas 32 divisões repelidas por seis divisões francesas nos Alpes Marítimos. Foi um prenúncio das humilhações militares do porvir. O exército francês fora dispensado (salvo por uma

alemas, mas, em

geral, elas foram insuficientes e tardias. Em 17 de maio, o coronel Charles de Gaulle (1890-1970) atacou os alemães em Montcornet, mas sua pequena força de tanques só podia causar pouca impressão às colunas de ataque alemãs. Em 21 de maio,

um contra-ataque britânico em Arras causou certa consternação inicial ao alto comando alemão, mas a situação foi resolvida pela ação enérgica do comandante da Sétima Divisão Panzer, o major-general Erwin Rommel (1891-1944). Apenas dez dias depois do início da ofensiva, tanques do Décimo Nono Corpo Panzer, de Guderian, chegaram à costa em Abbeville, criando o

pequena

de

autodefesa),

embora

a

marinha francesa continuasse a existir. Como

governo

francês já não

era

um

poderosa

o novo

aliado, os britânicos

tinham imensos receios de que tais navios fossem usa-

dos contra a Grã-Bretanha. Em 3 de julho de 1940, na-

vios de guerra britânicos foram enviados para Mersel-Kébir, a principal base francesa na Argélia, exigindo que os navios fossem entregues, ou pelo menos imobilizados. Embora os franceses não tivessem o menor intuito de permitir a usurpação alemã, eles se negaram a aceitar as exigências britânicas. Em resposta, os britânicos abri-ram fogo, afundando ou danificando vários navios e matando 1.297 marinheiros franceses. Compreensivelmente, o incidente gerou grandes rancores franceses em relação à Grã-Bretanha, mas ele demonstrou ao mundo — e aos norte-americanos em particular — que os britânicos seriam implacáveis no prosseguimento da luta contra Hitler. Em uma breve campanha, os alemães haviam conquistado toda a Europa ocidental. Somente a GrãBretanha e seu vasto império restavam para opor-se às forças armadas de Hitler. Revigorado pelos discursos

“Corredor Panzer” que passou a dividir os exércitos aliados em dois. Flanqueada e em face do desastre, a Força Expedi-

cionária Britânica (BEF) recuou para o porto de Dun-

querque. preparando-se para uma retirada. Embora isso deixasse os franceses em uma posição ainda mais desesperada, a situação britânica também se mostrava insustentável, especialmente quando os belgas, em 28 de maio, se renderam. Ao todo, cerca de 338 mil homens (um terço deles franceses) evadiram-se de Dunquer-

que, mas a BEF

força

deixou para trás toda a sua artilharia,

seus veículos e seus suprimentos. A operação foi celebrada como um triunfo em alguns quartéis, e, embora preservasse o núcleo do exército britânico, na realidade só confirmou a superioridade alemã nos campos de batalha. Estando a Holanda, a Bélgica e a

Grã-Bretanha

fora

do

páreo,

os

alemães voltaram-se para o sul para lidar com o restante do exército

*

O

com os alemães. Hitler insistiu em que a rendição francesa deveria ocorrer em Compiêgne, no mesmo vagão ferroviário que fora usado para O armistício de 1918. No espaço de seis semanas, Hitler derrotara totalmente a França, sua principal oponente, € obrigara o exército britânico a se aquartelar para

ECA

Investida alemã, 13-15 de maio

|.

Contra-ataque de Gaulle, 17 de maio

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Panzer na dianteira, os alemães var-

meiro-ministro, assinou um armistício

Ataques alemães

| ==

francês, que tentava firmar uma nova linha para proteger Paris e o interior. Em 5 de junho, com as divisões

reram as defesas francesas: Paris tombou no dia 14; unidades de ataque capturaram Lião no dia 20; e, no dia Philippe Pétam 22. o marechal (1856-1951), recém-nomeado pri-

Batalhas

Paris sucumbe, 14 de junho

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França, mas permitiram que Pétaim montasse uma administração fantoche no sul da França sob o nome de Vichy, cidade onde a administração se À direita: O ataque alemão no oeste, em maio de 1940, chave para um avanço blindado pelas Ardenas.

248

pot

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além do canal. Os alemães ocuparam imediatamente o norte e o oeste da

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do novo primeiro-ministro, Winston Churchill (18741965), o povo britânico preparou-se para a iminente invasão alemã. Hitler ordenara a elaboração de um

plano

de

invasão

(a

Operação

Leão

Marinho),

mas,

antes que a marinha alemã pudesse transportar as divisões Panzer pelo Canal da Mancha, a Luftwaffe teria de conquistar o controle do espaço aéreo sobre o sul da Inglaterra. Para concertar a invasão, a marinha também teria de tomar o Canal da Mancha da Real Marinha, o que seria impossível sem a superioridade aérea alemã.

A Batalha da Gra-Bretanha

A

luta

pela

superioridade

aérea,

conhecida

Acima: Pilotos da RAF correm para os caças Hurricane durante a Batalha da Grã-Bretanha. Ao todo, a RAF perdeu 915 aviões, enquanto as perdas da Luftwaffe foram de 1.733 aviões.

como

Batalha da Grã-Bretanha, foi um embate acirrado, e a

primeira campanha a ser promovida somente por aviões rivais. Ao longo do verão de 1940, esquadrões da Luftwaffe, partindo sobretudo de bases no norte da França, atacaram aeródromos da Real Força Aérea (RAF) por todo o sul da Inglaterra. O comando de caças da RAF tinha a vantagem significativa de um extensivo sistema de alerta por radar e de um líder de grande capacidade, Sir Hugh Dowding (1882-1970). Dowding fez o que pôde com suas forças limitadas para repelir os atacantes, embora, durante o mês de agosto e no início de setembro, a RAF viesse perdendo mais pilotos do que seria capaz de repor, e seus aeródromos estivessem sendo devastados pelos bombardeiros alemães. Durante esse período, mais de 450 caças britânicos foram destruídos, enquanto 103 pilotos da RAF foram mortos e outros 128 foram feridos.

O ponto de transição da batalha sobreveio quando Hermann Góring, comandante-em-chefe da Luftwaffe, removeu as forças que vinham atacando os caças e aeródromos da RAF e incumbiu-as do bombardeio de Londres. A capital britânica estava além do alcance dos melhores caças alemães, o que deixava os bombardeiros desprotegidos. Perdas vultosas obrigaram os alemães a recorrer a bombardeios noturnos. O povo de Londres e de outras grandes cidades britânicas sofreu imensamente durante o “Blitz”, mas esses ataques deram à RAF tempo para se recompor. Incapaz de derrotar a RAF em batalha, em 12 de outubro Hitler suspendeu por período indefinido a Operação Leão Marinho. Hitler presumia que a invasão da Grã-Bretanha seria relativamente irrelevante. No outono de 1940, seu principal foco de interesse convergiu para a

invasão da União Soviética. Ele sempre planejara conquistar a União Soviética, país que detestava e cujo povo queria escravizar. Contudo, não há dúvidas

de que a Batalha da Grã-Bretanha foi uma das vitórias cruciais da guerra, quando mais não fosse porque permitiu que a Grã-Bretanha servisse como trampolim para quaisquer invasões futuras da Europa de ocupação nazista.

249

Hitler Volta-se para o Leste A Operação Barba-Roxa, o ataque alemão contra a União Soviética em junho de 1941, foi a maior invasão terrestre da história. Seu sucesso inicial foi colossal, com exércitos soviéticos inteiros sendo

cercados e destruídos em vastas batalhas de circundamento. Mas, em 1941, os alemães não

conseguiram tomar Moscou e destruir o Exército Vermelho, e sua ofensiva de 1942 terminou em um desastre em Stalingrado, marcando o ponto de virada da guerra. A

crença de Hitler de que poderia esmagar impunemente a União Soviética acabou se mostrando seu maior erro. Por invadir o território soviético sem ter vencido primeiro a Grã-Bretanha, ele foi obrigado a combater em dois fronts pelo restante da guerra. A Alemanha não tinha como enfrentar a pujança da União Soviética e dos Aliados Ocidentais ao mesmo tempo, sobretudo depois que os Estados Unidos entraram na guerra, em 1941, e depois que as forças soviéticas foram totalmente mobilizadas. O plano alemão para invadir a União Soviética foi cognominado Barba-Roxa (alcunha de um imperador alemão

medieval,

Frederico

Barba-Roxa),

e previa-se

que não se estenderia por mais de quatro meses. Na época, essa parecia uma estimativa moderada. No lado

aliado, a maioria dos observadores concordava em que a

invasão alemã daria certo. O chefe do estado-maior do Império Britânico, por exemplo, calculou que o Exército

Vermelho

soviético duraria meras seis semanas. Algu-

mas fontes do serviço secreto britânico acreditavam que a União Soviética se renderia em apenas dez dias. Tais temores talvez se justificassem em conseguência dos maciços expurgos de altos oficiais realizados no final dos anos 30 pelo líder soviético Iosif Stalin (1879-1953). Não bastando a escassez de oficiais treinados e capacitados, o Exército Vermelho estava mal equipado e via-se em maior parte sob o controle de oficiais políticos

comunistas (comissários), com escassíssimas habilidades militares, O plano alemão incluía um ataque por um front de 3.200 quilômetros pelos grupos Norte, Central e Sul do exército. A meta alemã era tomar Moscou e Leningrado e aniquilar o Exército Vermelho a oeste da linha Dvina/Dnieper (Hitler não queria perseguir um exército inimigo em fuga pelo interior da Rússia), em uma série de grandes batalhas de circundamento que levaria o exército alemão às margens do Volga, 480 quilômetros a leste de Moscou. Hitler acreditava que 1sso seria factível em quatro meses. Cada exército consistia em uma série de divisões de infantaria e uma divisão Panzer, contando com o apoio da Luftwaffe. Unidades terrestres foram transportadas através da Europa de ocupação alemã, mas, julgando-se retrospectivamente, fica claro que elas não estavam suficientemente equipadas para a tarela à mão. Para que a invasão tivesse êxito, os alemães necessitariam de um vasto sortimento de robustos veículos motores; eles tinham, porém, muito poucos, e, os que tinham, dificilmente funcionariam em condições climáticas extremas. Tal era a confiança dos planejadores alemães, contudo, que eles não esperavam ter de lutar durante o inverno. O número de divisões blindadas alemãs foi duplicado, sobretudo pelo despojamento

das unidades

existentes de metade de seus tanques e a transferência À esquerda: Tropas alemãs avançam sob a cobertura de um tanque de fabricação tcheca durante as primeiras semanas da Operação BarbaRoxa. Nesse período, as conquistas alemãs foram maciças, já que os exércitos

de Hitler tomaram Minsk e Smolensk, fazendo respectivamente 290 mil e 100 mil prisioneiros. Uma vitória maior ocorreu quando Kiev foi tomada, em 19 de setembro de 1941, com 665

mil soldados soviéticos sendo capturados. Mas as reservas do Exército Vermelho pareciam inesgotaveis.

À esquerda: Dois tanques alemães Panzer Ill avançam por uma aldeia soviética durante a tentativa de tomar Moscou no final de 1941. Por essa época, a maioria das unidades Panzer tivera seu

poder de combate reduzido em 50%, e as unidades de infantaria estavam em condições similares. No início de dezembro a contraofensiva soviética teve início, reforçada por 100 novas divisões. O exército alemão foi repelido com o

prosseguimento da ofensiva em 1942.

desses últimos para as novas formações. Embora ques

Mark

III

e

IV,

mais

potentes,

houvessem

tanem

grande parte substituído os leves e impróprios Mark I e I,a Alemanha ainda carecia de quantidades suficientes de veículos blindados para acometer o Exército Vermelho. A malha ferroviária russa, que poderia ter sido

usada para enviar suprimentos às unidades alemãs em seu avanço pela União Soviética, empregava uma bitola diferente das ferrovias da Alemanha, e todos os bens tinham de ser baldeados no ponto de mudança da bitola. Conflitos nos Bálcãs, que atraíram grandes forças alemãs para o sul da Europa entre abril e maio de 1941, retardaram o início da Barba-Roxa por um período crucial de cinco semanas, durante as quais a Wehrmacht conquistou a Iugoslávia, a Grécia e a ilha de Creta, em uma campanha relâmpago. Houve, na verdade, algumas vantagens na partida reagendada para 22 de junho, sobretudo o tempo favorável e os longos dias de verão.

Barba-Roxa — O Ataque

No alvorecer do dia 22, desde

A Guerra Política e Racial

A luta no Front Oriental foi a mais acirrada da história das guerras. Não somente houve quantidades imensas de soldados empenhados em pugnas em uma área gigantesca, que se estendia do Báltico ao Mar Negro, como a natureza da luta foi implacável. Hitler acreditava tratar-se ali de uma guerra de extermínio, e as torças armadas alemãs foram instruídas a agir de maneira

Central

(sob

o Círculo Artico até o

o marechal-de-campo

Judeus,

comunistas

e oficiais

do

lado, os soldados alemães sabiam que, caso fossem capturados, seriam executados ou tratados como mão-

de-obra escrava. A despeito da celeridade de seu avanço, os alemães também descobriram ser necessário abrir mão de grandes números de soldados — homens de que mal podiam privar-se — para conter guerrilheiros soviéticos nas áreas conquistadas. Embora houvessem sofrido uma

série

de

derrotas

calamitosas,

os

soldados

do

Exército Vermelho continuavam a lutar. Nas vastidões ermas ocupadas pelos alemães na Rússia e na Ucrânia, soldados soviéticos acometidos pelo avanço alemão promoviam uma guerrilha brutal contra os invasores. Em meados de julho, o Exército Vermelho passara por consideráveis mudanças organizacionais. Os comandantes receberam maior independência para tomar suas próprias decisões, e altos oficiais mantidos nas prisões de Stalin desde os anos 30 foram libertados. Embora levasse tempo para que tais melhorias tivessem efeito, elas foram um indício promissor do futuro do Exército Vermelho. Durante julho e agosto, os exércitos alemães repeliram o Exército Vermelho. Em 19 de julho, o

Bock)

continha o grosso das forças Panzer alemãs, e seu alvo era Moscou. O progresso inicial foi acelerado, e as unidades alemãs de tanques travaram grandes prélios de circundamento com os aturdidos soviéticos. A

captura de Minsk, em 29 de julho, encurralou mais de

300 mil soldados soviéticos. O Grupo Sul (do marechalde-campo Rundstedt) avançou pela Ucrânia, mas, com poucas forças mecanizadas e tendo de cruzar vastas distâncias, fez um progresso menos surpreendente. O tanque foi a arma decisiva da guerra no Front Oriental, mas as unidades blindadas alemãs se depara-

Zi SAN

consoante.

governo eram mortos na hora, enquanto os prisioneiros eram tratados com tal desleixo que a vasta maioria dos seis milhões de soldados soviéticos capturados no Front Oriental pereceu em razão de fome e doenças. De seu

Mar Negro, um exército de mais de três milhões de homens avançou contra a União Soviética. A Luftwaffe devastou as grandes linhas de aviação soviéticas que encontrou no solo, e unidades blindadas alemãs avançaram de maneira similar ao que haviam feito na França. O Grupo Norte do exército (comandado pelo marechal-de-campo Leeb) acorreu pela região do Báltico, e, em 14 de julho, as unidades de vanguarda estavam se acercando de Leningrado, a segunda cidade da União Soviética, que foi prontamente sitiada. O

Grupo

ram com um inimigo considerável nos tanques KV-1 e 1-34 da Rússia. Eram resistentes e mais do que páreo para os tanques alemães que os enfrentavam em batalha. Somente a disposição tática vastamente superior das forças blindadas alemãs virou a balança em favor dos invasores.

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Linha de frente, junho de 1942

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A esquerda: À ofensiva de verão dos alemães, em 1942, destinava-se a tomar o Cáucaso e suas ricas reservas de petróleo.

no Japão, descobrira que os japoneses não tencionavam atacar seu país, de modo que as tropas da Sibéria poderiam ser transferidas para o leste para defrontar os alemães. No final de 1941, a ameaça imediata contra

Moscou desaparecera. Os ferozes contra-ataques do Exército Vermelho

continuaram em janeiro e fevereiro

de 1942, mas foram sustentados pelos alemães, que haviam assumido posições defensivas formidáveis. A situação degenerou em um impasse durante o degelo da primavera, que quase impossibilitou o movimento de homens e máquinas. Em 8 de maio de 1942, os alemães

MAR NEGRO

avanço do Grupo Central sobre Moscou foi retardado pelo fato de Hitler insistir, à revelia dos conselhos de seus oficiais, em destacar forças blindadas importantes para auxiliar o Grupo Sul no cerco de Kiev. Embora a

manobra,

concluída

em

setembro,

fizesse

600

mil

prisioneiros soviéticos, ela retardou o progresso contra o objetivo principal da campanha: Moscou. Com a aproximação do inverno, a corrida para

Moscou, cognominada Operação Tufão, intensificou-se, mas os alemães avançaram tarde demais. A chuva se

instaurou e vastos mares de lama literalmente atolaram essas as Passad . rastros seus em Panzer es as divisõ os do pegan cair, a ou começ a ratur tempe a chuvas, com dos equipa m estava Poucos s. parado despre alemães para sua buía contri o intens frio o e o, invern de roupas 750 mil de mais bro, novem Em baixas. de lista crescente . onados aprisi ou s ferido , mortos am estav alemães capacidade sua é o, exaust estava o alemã to exérci O

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retomaram os ataques para anular as conquistas feitas pelo Exército Vermelho durante a ofensiva de inverno. Hitler decidiu transferir o ponto de ataque de Moscou para as regiões ricas em minério no sul da Ucrânia e no (Cáucaso. Avanços substanciais foram feitos na Criméia. Sebastopol, um dos principais portos soviéticos, foi capturado no início de julho, e cerca de 100 mil soldados do Exército Vermelho foram eliminados. A ofensiva dos alemães na primavera foi rapidamente seguida pelo início de seu ataque de verão, em 28 de julho, cognominado Azul. Ele tinha como alvos Rostov (o portão para o Cáucaso e seus campos petrolíferos) e Stalingrado, mais ao norte no Rio Volga. Ao decidir atacar esses alvos simultaneamente, Hitler

cindiu e enfraqueceu suas já dispersas forças, e abriu uma brecha perigosa entre os dois grupos militares envolvidos.

A Corrida para Stalingrado

A corrida para o leste teve início em 13 de julho. Tropas alemãs do Grupo À rapidamente capturaram Rostov, mas o avanço contra Stalingrado, pelo Grupo B, foi retardado pelo envio de novas forças para o sul. Exasperado pela lentidão do avanço contra Stalingrado, Hitler removeu unidades das forças destinadas a auxiliar no ataque contra Rostoy e as redirecionou pa-

ra seu outro alvo. O avanço do Grupo A, no sul, com-

prometido pela inadequação de recursos, chegou a uma

virtual parada ao sopé das Montanhas do Cáucaso, com a atenção alemã voltada para a tentativa de tomar Stalingrado. Durante todo o outono de 1942, o Sexto Exército alemão, comandado pelo general Friedrich Paulus (1890-1957), lutou por Stalingrado, no que os alemães ratos . dos ra “guer ou krieg, Ratten O como designaram

25

A

Durante o avanço inicial dos alemães na União Soviética, centenas de milhares de soldados do

Exército Vermelho foram capturados. A Convenção de Genebra, uma série de normas regrando o tratamento de prisioneiros, era reconhecida pela maioria dos países, mas o desprezo com que Hitler via os povos da Europa oriental resultou em que muitos fossem mortos de imediato ou obrigados a trabalhar até a morte. Soldados alemães capturados pelos soviéticos, por seu turno, podiam esperar represálias atrozes. Poucos dos alemães

internados em campos de prisioneiros de guerra

soviéticos retornaram a sua terra natal, a maioria morrendo de doenças, fome e excesso de trabalho.

Outros prisioneiros aliados tiveram melhor sorte nas mãos dos alemães. A maioria era enviada a campos alemães de prisioneiros de guerra, onde

eram tratados usualmente de acordo com a

Convenção de Genebra. As condições estavam

longe de luxuosas, mas os prisioneiros recebiam ao menos um tratamento razoável. A Cruz

Vermelha podia enviar-lhes víveres e outros artigos quotidianos. Uns poucos prisioneiros de guerra na

Alemanha conseguiram escapar (freguentemente com o auxílio de movimentos da resistência

européia), mas a vasta maioria aceitou sua sina e

aguardou a libertação.

MUNDIAL

GUERRA

SEGUNDA

A acerba contenda em meio às ruínas urbanas foi um pesadelo. Cada metro da cidade foi disputado. Os defensores soviéticos promoveram deliberadamente uma guerra de atrito, enfraquecendo e exaurindo as

forças

alemãs.

O

general

(1900-82),

Chuikov

Vasili

comandante soviético em Stalingrado, tinha recursos que bastavam somente para manter sua posição. Paulus, a princípio, recebeu reforços generosos, que, todavia,

foram incapazes de progredir em meio aos escombros

da cidade. Os alemães começaram finalmente a padecer

escassez de homens e munição, e o pêndulo da batalha

voltou-se para o Exército Vermelho.

A Armadilha Soviética se Fecha em Stalingrado

Durante

crescentes

setembro

e outubro,

enquanto

se precipitavam

alemães

de soldados

quantidades

no

moinho da artilharia, as defesas laterais de um e outro

lado de Stalingrado foram confiadas a soldados inexperientes e de má qualidade (sobretudo romenos € s húngaros). Ao mesmo tempo, as forças soviéticaem torno da cidade vinham sendo continuamente revigoradas para um contra-ataque. Em 19 de novembro, quando

o inverno

se acercava,

o Exército

Vermelho

Exército

Vermelho

atacou em ambos os flancos da cidade. Quatro dias depois, o movimento em torquês se fechou, deixando o Sexto Exército alemão e o Quarto Exército Panzer encurralados dentro e ao redor de Stalingrado. Embora os alemães fizessem tentativas de cruzar Stalingrado em dezembro, e o marechal-de-campo Erich Manstein conseguisse penetrar 56 quilômetros da

cidade

até

o

dia

19,

o

cerco

do

persistiu. O Grupo A fora incapaz de chegar à região petrolífera ao redor de Baku (no Mar Cáspio), e via-se às vésperas

de ser acometido por forças soviéticas que avançavam contra Rostov. Sob a liderança fria de Manstein, as tropas desse grupo foram removidas da região do Cáucaso, mas os homens do Sexto

Exército em Stalingrado estavam condenados. Sob crescente pres-

são

soviética,

o

foco

de

Stalin-

grado tornou-se cada vez menor, e, em 31 de janeiro de 1943, Paulus (que acabara de ser nomeado marechal-de-campo por Hitler) rendeu-se. Mais de 100 mil alemães marcharam para o cativeiro, dos quais poucos retornariam, e mil unidades Panzer haviam sido destruídas. Stalingrado foi o ponto de virada na guerra do Front Oriental, e uma das batalhas mais decisivas de todo o conflito.

À esquerda: Soldados alemães nas ruínas de Stalingrado. À batalha pela cidade aniquilou o Sexto Exército da Wehrmacht.

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A Guerra no Mar Além dos confrontos em terra, algumas das batalhas mais importantes da Segunda Guerra Mundial

foram travadas no mar, particularmente pelo controle de rotas marítimas, como as que abasteciam à Grã-Bretanha através do Atlântico norte. m resultado da Conferência de Washington

(1921-

22). a expansão naval das principais potências marítimas foi restringida, como parte de uma tentativa de

evitar a corrida armamentista que contribuíra para a

irrupção da guerra em 1914. Nos anos 30, contudo, a Alemanha e o Japão ignoraram as restrições e se puseram a erigir marinhas poderosas. Os Estados Unidos e a GrãBretanha viram-se compelidos a seguir o exemplo. A marinha alemã, particularmente sua frota de submarinos, logo promoveria uma guerra mortal para deter o fluxo de suprimentos aliados entre a América do

Norte

e a Grã-Bretanha

através do Atlântico norte, e

também entre a Grã-Bretanha e a União Soviética. O serviço de U-Boote alemão, comandado pelo almirante Karl Dônitz (1891-1980), era considerado uma elite; sua tripulação era altamente treinada e predisposta à ação. A batalha pelo controle das rotas marítimas do Atlântico foi a mais longa e mais importante campanha naval da guerra. Escrevendo suas memórias de pós-

Os principais comandantes de submarinos da

Kretschmer e Joachim Schepke, receberam a Cruz

A Ameaça dos U-Boote A queda da Noruega e da França em 1940 transformou a

de Cavaleiro com Folhas de Carvalho, uma das mais altas condecorações da Alemanha nazista.

situação estratégica, permitindo que vasos alemães operassem a partir de portos noruegueses e do oeste da

Prien conquistou sua medalha por um audaz ataque contra um couraçado ancorado da Real

Marinha, em 1.4 de outubro de 1939. Conduzindo

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França. O número de navios mercantes afundados auos boi com dos ão teç pro a ra bo Em e. ent uam tin con tou men melhorasse, as perdas permaneciam altas, e Os U-Boote Dus. ada ali s ida med tra con às os uiv esq -se mostravam um sualg ter a am sar pas s ico tân bri os 2, 1-4 194 rante hores cesso, com melhorias na detecção por sonar, mel

de os boi com s seu r sta afa m ra de pu s ado Ali no mar. Os navios iar env e e oot U-B de s ida hec con concentrações

t a e N a t s o p o Frienjo Sede — le oo Ub os ra bo Em o, ad on oi aprisi a

danificado em uma batalha com navios da Real Marinha ao largo do Rio da Prata, sendo obrigado a retirar-se para o porto uruguaio de Montevidéu. Encurralado pela chegada de novos vasos britânicos, O Graf Spee foi posto a pique por seu capitão, que, em seguida, cometeu suicídio. O Scharnhost e o Gneisenau saíram pelo Atlântico em três missões de assalto: novembro de 1939, fevereiro de 1940 e janeiro-março de 1941. Embora essas missões não afundassem grande número de navios mercantes

protegidos comboios muito mais vulneráveis às hordas de U-Boote à espreita.

fora dele. Os três mais famosos, Gunther Prien, Ofto

“um alto preço por

Atlântico sul, mas, em 13 de dezembro, foi alcançado e

dos Aliados, elas foram eficazes em debelar os esforços da Real Marinha em uma área extensa, deixando os mal

Alemanha recebiam o mesmo tipo de adulação que se prodigalizava aos grandes pilotos de caças. Eram muito louvados em seu país, e muito temidos

“de

guerra, Churchill diria: “A Batalha do Atlântico foi a única coisa que realmente me preocupou durante a guerra”. Os comandantes navais alemães tentaram, com todos os meios de que dispunham, destruir carregamentos mercantes suficientes para esfaimar a Grã-Bretanha e forçá-la a sair da guerra, e, na primavera de 1943, pareciam muito perto da vitória. Todavia, a maior ameaça nos primeiros meses da guerra adveio dos navios de superfície da Alemanha, que incluífam o minicouraçado Graj Spee e os couraçados Gneisenau e Scharnhorst. O Graf Spee alcançou fama precoce em 1939, durante uma cruzada pelo

nou reforços desesperadamente

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necessários, embora, à

os vas do can ata o ess suc em ess tiv e ot Bo princípio, os Uamericana. te les ta cos na mar o vam gra sin que sem escolta

254

A

O início de 1943 demonstrou-se a fase crucial na Batalha do Atlântico, conforme números crescentes de U-Boote deixavam sua marca. Em março. 82 navios mercantes foram afundados, e os estoques de alimentos da GrãBretanha ficaram perigosamente baixos. Com mais de 200 submarinos no Atlântico norte. o serviço alemão de U-Boote arriscou tudo em um derradeiro esforço por romper o sistema de comboios. Em uma sucessão de

renhidas de

navios

batalhas,

aliados

e o

a

quantidade

aprimoramento

da

crescente

euerra

anti-

submarina se fizeram sentir. Em maio, 41 U-Boote foram atundados, com a perda de somente 34 navios mercantes. Dônitz foi obrigado a deixar a batalha — os comboios haviam levado a melhor. Os navios alemães de superfície causaram algum

temor

aos

britânicos,

mas

por

pouco

tempo.

O

couraçado alemão Bismarck foi afundado em maio de 1941 após uma longa perseguição no Atlântico norte, que testemunhou o soçobro do cruzador britânico Hood. O navio-irmão do Bismarck, o Tirpitz, estava atracado na Noruega e, juntamente com o Scharnhorst. representava uma ameaça constante para os comboios aliados que singravam o Oceano Ártico até Murmansk. na Rússia. O Tirpitz foi danificado por mini-submarinos A-craít em setembro de 1943 (e posteriormente afundado por Lancasters do Comando de Bombardeiros), e o Scharnhorst foi afundado em dezembro de 1843, na Batalha de Cabo Norte.

A Batalha Naval no Mediterrâneo

Em 1940, os britânicos tinham uma grande força naval

no Mediterrâneo, destinada a proteger Malta, Gibraltar

e bases britânicas no Egito e preservar as importantes

rotas navais mediterrâneas até o Oriente Médio, através do Canal de Suez. Quando a França se rendeu e a Itália

declarou guerra aos Aliados, em junho de 1940, os britânicos se viram em uma posição muito difícil. Embora possuíssem uma marinha poderosa, os italianos estavam invariavelmente carentes de combustível, o que restringia sua capacidade de promover operações ofensivas; além disso, significativamente, eles não possuíam porta-aviões. Em novembro de 1940, os britânicos empregaram um destacamento de aviões torpedeiros transportados em porta-aviões para afundar um navio de guerra italiano e danificar seriamente outros dois, ancorados no porto de Taranto. Foi uma

lição sobre o poder da aviação naval, que influenciou

diretamente o ataque japonês contra Pearl Harbor, em dezembro de 1941.

SEGUNDA

GUERRA

MUNDIAI

A idéia de usar comboios surgira durante a Primeira Guerra Mundial, e envolvia o

agrupamento de vasos mercantes e sua proteção

por navios de escolta. Reimplantados após certo tardar durante a Segunda Guerra Mundial, os

comboios se mostraram um método eficaz para reduzir a perda de cargas. A chave para o

sistema era o papel das escoltas, que consistiam

em corvetas e destróieres com armamentos mais pesados e cujo papel era conduzir os lentos navios

mercantes de maneira ordenada, contra-atacando quaisquer U-Boote que encontrassem.

Durante os primeiros estádios da Batalha do Atlântico, havia escoltas insuficientes para dar cobertura à maioria dos comboios, o que proporcionava presas fáceis aos U-Boote alemães. Todavia, conforme a guerra progrediu, novos vasos de escolta entraram em serviço, e, com o advento de uma tecnologia melhor para a detecção de submarinos, notavelmente o sonar e

mais tarde o radar, os comboios tornaram-se

progressivamente mais seguros. Enquanto as escoltas, menores e mais lentas, permaneciam junto aos vasos mercantes, grupos independentes

de destróieres atuavam em parceria com aviões no

papel de caçadores assassinos. No verão de 1943, os comboios, já adequadamente protegidos, mostraram-se páreos para os U-Boote.

A necessidade de apoiar as forças britânicas no norte da Africa dispersou gravemente a Real Marinha, já

então em inferioridade numérica, deixando-a vulnerável

a aviões do Eixo que alçassem vôo de bases terrestres no Mediterrâneo. Quando unidades da Luftwaffe começaram a operar a partir da Sicília, no início de 1941, as perdas britânicas sobrelevaram-se. Malta, em particular, estava sujeita a ataques recorrentes de bombardeiros do Eixo. A ilha era uma parada vital entre

o Mediterrâneo ocidental e oriental, e os britânicos, por sua vez, enviaram submarinos baseados em Malta

contra carregamentos alemães e italianos que supriam as forças do Eixo no norte da África. Ao mesmo tempo, os alemães redirecionaram os U-Boote do Atlântico contra os britânicos. A combinação entre ataques aéreos e submarinos do Eixo enfraqueceu seriamente a posição da Real Marinha no Mediterrâneo, em inícios

de 1942. Durante todo esse ano, a Luftwaffe continuou a assolar os comboios britânicos e Malta. ' Quando a maré do conflito terrestre no norte da Africa virou-se a favor dos Aliados no final de 1942, os navios de guerra alemães e italianos foram privados de bases avançadas a partir das quais operar. Esse foi,

talvez, o fator decisivo da luta nessa região, e, no final de 1943, a supremacia naval aliada foi restabelecida

sobre a maior parte do Mediterrâneo.

À esquerda: Um U-Boot alemão sob ataque no Oceano Atlântico, durante uma operação olemã contra navios mercantes aliados que levavam suprimentos para a Grã-Bretanha.

A

ENCIC

OPEDLIA

DA

Norte-Africana

A Campanha

A entrada da Itália no conflito após a declaração de guerra de Mussolini contra a França e a

Grã-Bretanha, em junho de 1940, converteu o norte da África em um palco crucial da guerra, porquanto ofensivas italianas foram promovidas a partir da Líbia para capturar o estrategicamente vital Canal de Suez. Embora os italianos fossem detidos, Hitler enviou Erwin Rommel em reforço de seus aliados, e a campanha norte-africana se estenderia por três anos antes que as forças do Eixo fossem

finalmente derrotadas.

britânico

Apesar do pequeno porte de suas forças, Rommel não relutou em preparar uma ofensiva contra os britânicos, cujas vulneráveis linhas de abastecimento estendiam-se para o oeste desde o Rio Nilo até Beda Fomm. Quando

marechal Graziani, não ser um homem de movimentos

nicas em El Agheila, Agedabia e Benghazi sucumbiram



início de setembro de 1940, pouco mais de 35 mil soldados britânicos no Egito enfrentaram mais de 200 mil italianos posicionados na Líbia. O general Sir Archibald

Wavell

(1883-1950),

comandante

o ataque ocorreu, em 31 de março de 1941, as bases britã-

no Oriente Médio, foi afortunado por seu oponente, o

rapidamente ante a temerária investida alemã.

ousados. Ele se recusou a iniciar uma ofensiva até que Mussolini ameaçou dispensá-lo.

Embora obrigados a recuar para o Egito, os britãnicos estavam determinados a impedir que Tobruk caísse em mãos alemãs. O porto foi cercado, e, em 10 de abril, os primeiros ataques ocorreram. Tobruk era defendido por 15 mil homens (muitos deles australianos). As tropas aliadas repeliram assaltos recorrentes e sobreviveram a bombardeios aéreos e da artilharia. A maioria permaneceu no subterrâneo, em abrigos à prova de bombas, durante os bombardeios. Apesar de seu empenho, Rommel não logrou capturar Tobruk.

Em 13 de setembro, cinco divisões italianas cruzaram

o Egito a partir da Cirenaica. Os italianos avançaram cuidadosamente até Sidi Barrani, onde construíram uma série de acampamentos fortificados. Apesar de sua

inferioridade numérica, Wavell acreditava que um contra-ataque bastaria para expulsar os italianos do Egito. Os britânicos contra-atacaram em 9 de dezembro, avançando pelo deserto norte-africano em uma série de investidas espetaculares lideradas pelo comandante da força, o general Richard O'Connor. Os italianos foram derrotados vezes e vezes seguidas. Em 22 de janeiro de 1941, o importante porto italiano de Tobruk sucumbiu aos britânicos. Em resultado de uma manobra audaciosa de O'Connor, os britânicos avançaram pelo acidentado deserto da Cirenaica para interceptar os italianos em Beda Fomm. Ao todo, aproximadamente 130 mil italianos foram capturados nos dois meses de ofensiva. Hitler já havia decidido que não admitiria uma derrota italiana no norte da Africa, com o que as primeiras unidades alemãs começaram a chegar à capital da Líbia, Trípoli, no início de fevereiro de 1941. O

Gazala e a Queda de Tobruk A campanha teve seu fluxo e contrafluxo pela faixa costeira do norte da África durante o ano seguinte, com ataques deparando contra-ataques. Em 1941, após um

período dedicado à reunião de reforços, os britânicos

promoveram uma grande ofensiva (a Operação Cruzado), que, após lutas renhidas em Sidi Rezegh, debilitou as forças blindadas de Rommel, obrigando-o a recuar para seu ponto de partida. Em fevereiro de 1942, Rommel voltou a avançar de seu porto em El Agheila e expulsou as forças dispersas uma vez mais uma

Gazala. Após

de

a Linha

para

carismático comandante dos Panzer, Erwin Rommel, foi

derrota contundente ao

maio de 1942, infligindo uma

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Principais batalhas Principais ofensivas aliadas, 1942-43

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Desem barques aliados, novembro de 1943

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forças do Eixo atacaram com pleno vigor, em fins de

enviado para comandar o improvisado exército alemão do deserto, que foi logo chamado de Afrika Korps.

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À esquerda: À luta no norte da África, entre 1940 e 1943, concentrou-se na estreita faixa costeira e na posse de portos como Trípoli e Tobruk. Conforme a querra progrediu, as forças do Eixo, sob Rommel, foram castigados pela crescente superioridade

aérea e maritima dos Aliados no Mediterrâneo, que afundavam seus navios de abastecimento.

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Oitavo Exército após um assalto e aéreas, Tobruk britânicos foram O

britânico em Gazala. Em 21 de junho, bem coordenado entre forças terrestres foi tomado com pouca resistência, e os expulsos de volta para o Egito.

comandante

britânico,

o

general

Sir

Claude

Auchinleck (1884-1981), decidiu fazer uma parada em El Alamein, meros 90 quilômetros ao leste de Alexandria e do Canal de Suez. Suas tropas se entrincheiraram em uma posição guarnecida ao sul da depressão de Qattara. Essa faixa baixa e intransponível do deserto obrigou Rommel a recorrer a um ataque frontal pela faixa costeira. Em 7 de julho, as forças já extenuadas de Rommel — que careciam de petróleo — sustaram passo. Insatisfeito com o comando de Auchinleck no deserto ocidental, Churchill o substituiu. O general Bernard Montgomery (1887-1976) assumiu o comando direto do Oitavo Exército, em 13 de agosto. Rommel atacou Montgomery na primeira semana de setembro, em Alam Halfa, mas os preparados britânicos conseguiram repelir a ofensiva alemã com pouca dificuldade. Rommel seguiu para a Alemanha em dispensa médica, adoecido e esgotado por seus esforços em busca de uma vitória decisiva no norte da África. Em 23 de outubro de 1942, Montgomery iniciou à estrategicamente decisiva Segunda Batalha de El

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turmas

Alamein. Uma imensa barragem de artilharia fulminou as linhas alemãs, precedendoo avanço da infantaria pelos campos minados inimigos. A luta renhiu em um impasse até 3 de novembro, quando Rommel (que regressara em 23 de outubro) ordenou a retirada de suas debilitadas forças. Em 5 de novembro, Hitler exigiu que Rommel

suspendesse o recuo. Contudo, a pressão

britânica e a necessidade de encontrar uma defensível obrigaram Rommel a levá-lo adiante.

linha

Acima: Alguns dos 38 mil prisioneiros italianos feitos pelos britânicos durante a contraofensiva do general Sir Archibald Wavell na Líbia, em dezembro de 1940.

O golpe final para os alemães e italianos veio em 8 de novembro de 1942, na Operação Tocha, quando mais de 100 mil soldados norte-americanos e britânicos, comandados pelo general Dwight D. Eisenhower (1890-1969), desembarcaram na Argélia e no Marrocos. Foi o primeiro grande envolvimento de forças terrestres norte-americanas na guerra contra Hitler. A Argélia e o Marrocos eram colônias francesas submetidas à autoridade do governo de Vichy, na França, então controlada pelos alemães, mas os Aliados foram poupados de tomar atitudes drásticas graças à rendição das tropas de Vichy, que não ofereceram senão uma parca resistência. Embora reforçadas por Hitler, as tropas do Eixo na Tunísia tiveram de assumir uma posição defensiva. Os Aliados avançavam lentamente, prejudicados pelo terreno montanhoso e pelo tempo ruim do inverno. Rommel infligiu uma derrota incisiva às inexperientes forças dos Estados Unidos em Kasserine, em fevereiro de 1943, mas foi incapaz de explorar seu sucesso em decorrência da falta de recursos. Eisenhower reuniu suas tropas e, apoiado por Montgomery, em abril, começou a avançar contra a linha do Eixo. Hitler substituiu Rommel

pelo general Jiirgen Arnim, mas o novo comandante estava em uma posição desesperada. Túnis rendeu-se em 7 de maio, e, no dia 14, as forças alemãs e italianas que restavam no norte da África estavam em cativeiro. A vitória norte-africana foio primeiro triunfo aliado no cenário total da guerra. As perdas totais do Eixo no norte da África foram estimadas em 620 mil homens, enquanto os Aliados perderam estimados 258 mil.

25/

O Blitzkrieg Japonês no Pacifico Durante os anos 30, o Japão se tornou um Estado intensamente nacionalista. Privados do acesso direto a matérias-primas vitais (os Estados Unidos haviam imposto ao Japão um embargo sobre o aço e o petróleo na década de 30), os japoneses planejaram destruir as forças norte-americanas no Pacífico,

enquanto conquistas nas Índias Orientais Holandesas, na Malásia e nas Filipinas criariam a “Grande Esfera da Co-prosperidade do Leste da Ásia”, gerando, assim, a auto-suficiência econômica. aéreo contra a base naval norte-americana Ou em Pearl Harbor, nas ilhas do Havaí, teve início em uma manhã de domingo, em 7 de dezembro de 1941, dia escolhido por pressupor-se que grande parte da Frota Americana do Pacífico estaria atracada. A primeira onda

de

ataques

consistiu

em

183

aviões

torpedeiros

e

bombardeiros de mergulho protegidos por caças; eles partiram de seis porta-aviões que haviam chegado até a distância de 400 quilômetros das ilhas do Havaí. Embora fossem detectados pelos operadores de radar, os aviões japoneses foram confundidos com um esquadrão de bombardeiros norte-americanos voando nas cercanias. A surpresa japonesa foi total. Enquanto parte da força japonesa atacava caças norte-americanos

estacionados em vários aeródromos,

os torpedeiros sobrevoaram o ancoradouro em direção aos

atracados

couraçados

ao

largo

da

Ilha Ford,

em

Pearl Harbor. Seis dos couraçados foram logo afundados ou gravemente danificados. Uma segunda onda, de 167 aviões, atacou depósitos de combustíveis e pistas de decolagem. Os japoneses acreditavam que, ao afundarem os couraçados, haviam incapacitado a frota norte-americana. Todavia,

os porta-aviões

Enterprise,

Lexington e Saratoga não estavam em Pearl Harbor, e eventos subsequentes demonstrariam que os porta-

aviões,

e não

os

couraçados,

seriam

os navios

importantes no palco da guerra no Pacífico. O ataque japonês contra Pearl Harbor arrastou os Estados Unidos imediatamente para a guerra. Às potências do Eixo acorreram ao apoio

mais

de 1942. A perda de Cingapura foi a principal derrota militar britânica. A celeridade do avanço japonês tolheu de guarda aberta as complacentes potências ocidentais. Desembarques anfíbios do Japão nas Indias Orientais Holandesas, ricas em petróleo, ocorreram entre janeiro e março de 1942, e logo dominaram os mal organizados defensores. As grandes forças armadas filipinas, com apoio norte-americano — sob o comando do general Douglas MacArthur (1880-1964) —, também se mostraram vulneráveis à investida dos japoneses. Embora uma ação desesperada da retaguarda na península de Batan e na Ilha de Corregidor detivesse o avanço japonês, a resistência se encerrou em 6 de maio de 1942. Os britânicos sofreram novas humilhações quando os japoneses passaram da Tailândia a Burma, obrigandoos a retirar-se para a fronteira com a India. Houve tentativas dos Aliados de organizar suas forças navais para interceptar as frotas invasoras japonesas, mas também elas culminaram em fracasso. A Força Z, dos britânicos, compreendendo o couraçado Prince of Wales e o cruzador Repulse, foi destruída ao largo da Malásia, em 10 de dezembro de 1941 — ambos os navios sendo afundados por aviões japoneses. Uma flotilha anglo-holandesa que tentou defender as Indias Orientais foi repelida com baixas acentuadas na Batalha do Mar de Java, em 27 de fevereiro de 1942.

do Japão, declarando guerra aos norte-

americanos. A Segunda Guerra Mundial tornava-se, então, um conflito efetivamente global. Pearl Harbor foi somente parte de uma audaciosa guerra de conquista

Pesados ataques aéreos japonesa. foram promovidos contra as Filipinas,

e uma força-tarefa naval foi enviada

de para invadir as colônias britânicas Hong Kong e da Malásia. Cingapura, que fica na extremidade sul da Malásia no e era a principal base britânica

varrinte rapidame foi asiático, sudeste

da pelos japoneses, e a guarnição britânica se rendeu em 15 de fevereiro tra Pearl À direita: O ataque surpresa dos japoneses con

Harbor deixou 2.280 militares mortos e 1.109 feridos.

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remanescentes, seria usada como isca para atrair a frota

decisiva na Batalha do Mar das Filipinas, em junho de 1944. O “Grande Tiro ao Alvo nas Marianas” custou aos japoneses três porta-aviões e mais de 400 aviões, perdas para eles intoleráveis. A Batalha do Mar das Filipinas deu fim a quaisquer esperanças reais que os japoneses nutriam de sustar o avanço norte-americano pelo Pacífico. Com poderosas unidades navais cobrindo os desembarques anfíbios, o

Entre 23 e 25 de outubro, uma série de batalhas foi

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principais ilhas Marianas, foi desferido em 21 de julho de 1944. As lutas em Guam e nas ilhas vizinhas de Saipan e Tinian se encerraram em agosto. A captura das Marianas fo1 vital para o bombardeio norte-americano, já que elas se situam ao alcance de tiro das ilhas japonesas. A campanha nas Filipinas se abriu, em 22 de outubro de 1944, quando o Sexto Exército, do general Walter Krueger, desembarcou em Leyte. Porém, essa ação de sucesso foi obscurecida pela batalha naval pelo golfo de Leyte. Os japoneses sabiam muito bem que o estabelecimento de bases aéreas norte-americanas em

Leyte, a apenas 480 quilômetros do sudeste de Luzon, tornaria sua posição nas Filipinas insustentável — e,

sem as Filipinas, não somente seu acesso aos abastados

recursos

do

sul

seria

cerceado,

como

também

seu

perímetro defensivo para a proteção das ilhas nacionais seria fatalmente rompido. Os japoneses já haviam planejado uma operação de última instância, cognominada Sho-Go, para o caso de os norte-americanos fazerem alguma tentativa de recapturar as Filípinas. Como parte da operação, eles planejavam atrair a Terceira Frota de Halsey para uma ação naval e esmagá-la, no afã de salvar as Filipinas. O

norte-americana a uma armadilha.

travada nas águas em torno das Filipinas. Quando os japoneses recuaram, sua marinha praticamente deixara de existir como força combativa. Quatro porta-aviões, três couraçados e 22 outros navios de guerra foram lançados às profundezas. Cerca de 500 aviões japoneses foram destruídos e 10.500 marinheiros e aeronautas foram mortos. As perdas dos Estados Unidos foram relativamente leves: três pequenos porta-aviões, três

destróieres e 200 aviões, além de 2.800 mortos e mil feridos. Em desespero, os japoneses começaram a

formar

unidades

Kamikaze

(“Vento

Divino”)

para

deter o avanço do colosso norte-americano, mas não lhes foi possível deter os desembarques em Luzon, que tiveram início em 9 de janeiro de 1945. Após sua bem-sucedida invasão da península malaia, em 1942, os japoneses avançaram contra Burma. Em 7 de março, Yangon rendeu-se aos japoneses: em 29 de

abril, Lashio, uma cidade importante na Estrada de Burma (uma serpeante rota de abastecimento que cruza Burma pelas montanhas em direção à China), estava em mãos japonesas. Uma limitada ofensiva britânica contra a costa noroeste de Burma, em Arakan, foi promovida em dezembro de 1942, sendo, porém, repelida com baixas acentuadas. Em março de 1944, os japoneses finalmente

iniciaram sua propalada invasão da Índia, atacando as

cidades

general

de

Kohima

Sir William

e Imphal.

Slim

Os

britânicos, sob

(1891-1970),

obrigaram

o

os

Japoneses a se retirar. Em novembro de 1944, os britânicos haviam cruzado o Rio Chindwin e estavam perto de Mandalay. A captura de Wanting pelos chineses, em Janeiro de 1945, permitiu a reabertura da Estrada de Burma. Yangon sucumbiu aos britânicos em maio. Enquanto Slim se preparava para a libertação da

plano exigia a participação de todos os grandes navios de guerra que lhes restavam. Estes foram divididos em duas forças de assalto, enquanto uma terceira força,

consistindo nos quatro grandes porta-aviões japoneses

Malásia, os japoneses se renderam.

267

A

ENCICLOPEDIA

DAS

GUERRAS

A Derrota da Alemanha Nazista O Dia D, a maior invasão anfíbia da história, abriu o Segundo Front contra os alemães na Europa. Enquanto quantidades maciças de soldados e equipamentos aliados chegavam ao noroeste da Europa, o Exército Vermelho irrompia pela Polônia e os Bálcãs. Diante da derrota fatal, todavia, a Wehrmacht continuava a promover uma exímia defesa, enquanto, por sobre suas cabeças, frotas de bombardeiros

aliados reduziam as cidades alemãs a destroços. A

s campanhas aliadas no norte da África, em 1942, e na Itália, em 1943-44, retardaram o início da invasão do noroeste da Europa. Durante todo o ano de 1943, Stalin exortou os Aliados Ocidentais a abrirem um “segundo front” para retirar parte da pressão

exercida sobre o Exército Vermelho, o qual imobilizava, então, a grande massa do exército alemão. Mas os planejadores aliados não se afobariam, sabendo que,

para

uma

expedição

anfíbia ter sucesso, o balanço

de

forças deveria favorecê-los em grande medida, e que um fracasso seria desastroso. Enquanto os Aliados acresciam continuamente suas

forças na Grã-Bretanha, em 1943-44, Hitler se punha a

construir defesas costeiras — a Muralha do Atlântico — para repelir qualquer invasão. Ambos os lados sabiam que, se a Alemanha fosse obrigada a lutar simultaneamente no Front Oriental e no oeste europeu, ela perderia a guerra. A decisão de invadir a Europa pela Normandia foi aceita entre os Aliados no final de 1943, e o planejamento da Operação Overlord coube ao general Montgomery, comandante da invasão. O controle geral fora confiado ao recém-nomeado supremo comandante aliado, o general Eisenhower.

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Elaborados planos de despiste foram implementados, dependendo, em grande parte, de mensagens de rádio e agentes duplos. Falsas transmissões radiofônicas eram enviadas para sugerir que o Primeiro Grupo do Exército dos Estados Unidos — formação que só existia no papel — promoveria uma invasão pela parte mais estreita do Canal

da Mancha,

de

Dover

a Calais. Na

realidade, a maciça força invasora estava se reunindo no sul da Inglaterra para um ataque planejado contra cinco

praias na Normandia, bem distante de Calais e suas defesas. A força, consistindo em aproximadamente três

milhões de homens, seria apoiada por um maciço bombardeio aéreo e naval. O controle dos ares era uma parte vital do plano aliado, e ataques contra bases da Luftwaffe foram priorizados. Além disso, planejou-se uma campanha de bombardeios de interdição no norte da França, com o objetivo de romper as comunicações por vias férreas e rodoviárias e isolar as praias da Normandia de prontos reforços alemães. O ludíbrio aliado mostrou-se muito eficaz, e quase todos os comandantes alemães acreditaram que o ataque se daria na área de Calais. Os generais alemães não concordavam, porém, quanto às táticas corretas a serem adotadas para repelir a força invasora. O comandante das forças alemãs na Europa ocidental, o marechal-de-campo Rundstedt, acre==» ditava haver poucas esperanças de refrear os aliados nas praias, e favorecia a manutenção de uma poderosa reserva para desferir contra-ataques. O marechal-de-campo Rommel, então comandante do Grupo B do exército, insistia em que o poderio aéreo aliado poderia destruir as unidades de reserva alemãs antes de elas poderem confrontar os invasores, e defendia um

plano para o combate nas praias. Rommel era o único alto comandante aliado que já havia experimentado, em primeira mão, a pujança aérea aliada, e seus

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justificavam. Hitler impôs

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conciliatório que não satisfez nenhum dos generais.

À esquerda: Forças norte-americanas desembarcam durante o Dia D, a invasão aliada da Normandia. No final de 6 de junho, o assentamento foi assegurado, e cinco divisões aliadas estavam na praia.

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GUERRA

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À esquerda: Os Aliados atingiram a fronteira alemã no final de 1944, mas suas linhas de abastecimento estavam então



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alguma resistência, mas, nas três praias, as tropas supe-

raram as defesas marítimas alemãs e avançaram continente adentro. Mais para o oeste, o desembarque norte-americano na praia de Omaha foi dificultado pela rebentação intensa, por escarpas íngremes e por uma resistência muito mais ferrenha dos alemães. As perdas foram numerosas, mas, no final do primeiro dia de luta, um pequeno e tênue território fora conquistado. Em Utah, a outra praia de desembarque norte-americana, as tropas encontraram menos resistência. No anoitecer de 6 de junho, as forças aliadas estavam em terra, e assentamentos nas Do praias haviam sido estabelecidos. Hitler tardou a reagir às notícias da invasão; ainda acreditando que os desembarques na Normandia eram um engodo, ele protelou a transferência das tropas da

dadas pelo general Patton, obrigou os

não escaparam a tempo; encurralados

por britânicos que avançavam pelo sul

de Caen e por norte-americanos que a contornavam pelo nordeste, cerca de 50 mil alemães foram obrigados a se render na ravina de Falaise-Argentan em meados de agosto. A situação militar que se impunha ao alto comando alemão foi agravada por desembarques anfíbios dos aliados no sul da França, em

15 de agosto. O

Alemanha. O ataque teve início em 17 de setembro, e,

embora algumas das pontes fossem capturadas intactas, a principal, em Arnhem, continuou em mãos alemãs. A derrota em Arnhem demonstrou que, embora os alemães estivessem recuando, eles estavam longe de serem vencidos. Enquanto os exaustos Aliados se detinham pelo inverno de 1944-45, os alemães planejavam um derradeiro contra-ataque pelas Ardenas, cenário de sua grande invasão em 1940. No final de 1944, Hitler tinha ainda 65 divisões com que defender a fronteira ocidental da Alemanha. Mas pouquíssimas eram formações de front devidamente equipadas, e muitas eram compostas de idosos e rapazotes. Armamentos e combustível eram escassos. Apesar da realidade militar de que a derrota o encarava

mais continente adentro. A resistência alemã foi sempre

um dos destruíram canal no tempestades e determinada, portos artificiais de concreto Mulberry, construídos para praia. facilitar o desembarque de tropas e suprimentos na de Forças norte-americanas capturaram O porto

Cherbourg em 26 de junho, e, em 1º de julho, os aliados

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mecanizadas norte-americanas, coman-

um assalto aéreo em grande escala, com forças angloamericanas, contra a Holanda. Montgomery afirmava que, capturando as principais pontes sobre o Reno, os Aliados conquistariam uma rota fácil para a própria

aos desembarques, permitindo aos Aliados avançar ainda

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atraía reservas alemãs que poderiam ter detido seu avanço. Finalmente, O progresso avassalador das formações

Eisenhower apoiou, sim, o plano de Montgomery de

para a Normandia durante as semanas que se seguiram

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Caen

defesas. O general Eisenhower deu seguimento ao plano de avançar com um front amplo, provocando discussões entre seus comandantes de campo, Montgomery e Patton, que ansiavam por concentrar esforços em suas respectivas linhas de ataque.

na luta, até ser tarde demais. Ataques aéreos aliados molestaram as divisões alemãs que se encaminhavam

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de

os Aliados e deu aos alemães tempo para preparar suas

região de Calais e negou-se a envolver as reservas Panzer

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julho, enquanto a batalha em

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Sétimo Exército dos Estados Unidos liderou um avanço pelo Vale do Ródano, alcançando elementos das forças de Patton, em 11 de setembro. A Segunda Divisão Blindada Livre dos franceses e a Quarta Divisão de Infantaria dos Estados Unidos haviam libertado Paris, em 25 de agosto. O otimismo de que a guerra logo findaria era intenso nos acampamentos aliados, mas a falta de suprimentos retardou

Coberta por um toldo aéreo de mais de 10 mil aviões, a força anfíbia aliada singrou o Canal da Mancha e desembarcou nas praias da Normandia no Dia D: 6 de junho de 1944. Tropas britânicas e canadenses prorromperam por terra nas praias que lhes foram designadas: Gold, Juno e Sword. Esses desembarques encontraram

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alemães a debandar. Muitos, contudo,

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MAR DO NORTE

Avanços aliados,





por demais alongadas, e o avanço perdera ímpeto.

Dosombarque do Dia D,

mantinham no solo quase todos os aviões, mas unidades norte-americanas ao norte e ao sul do bojo mantiveram pé. Reforços aliados foram enviados às pressas para a batalha e lutaram com determinação para defender as importantes junções rodoviárias de St. Vith e Bastogne. Uma escassez aguda de combustível prejudicou o ataque alemão. Embora unidades Panzer chegassem

firmemente, Hitler decidiu, nessa última ofensiva, redimir a sorte da Alemanha. Tropas britânicas e canadenses haviam travado uma dura batalha em outubro e novembro para limpar as Ilhas ocupadas pelos alemães na foz do estuário de Scheldt. que conduzia ao importante porto da Antuérpia. Os primeiros mantimentos chegaram ao porto em 28 de novembro. e, daí em diante, a posição aliada no

perto de capturar o imenso depósito de combustível ao sul de Spa, elas acabaram por ser repelidas. Os veículos alemães viam esvaziar-se seus tanques, e o avanço se deteve, enquanto reforços aliados, contando com o apoio de aviões de ataque terrestre, começaram a comprimir o bojo alemão. A cidade sitiada de Bastogne

tocante a suprimentos começou a melhorar. Por isso mesmo, a recaptura do porto tornou-se uma prioridade alema. Para seu ataque pelas Ardenas, Hitler amalgamou 24 divisões, dez delas blindadas, organizadas no Quinto e no Sexto Exércitos 55 Panzer, com o apoio do Sétimo.

foi libertada em 26 de dezembro. Em fins de janeiro de 1945, todas as conquistas prévias dos alemães se haviam perdido. A última cartada de Hitler no oeste fracassara. Os aliados prosseguiram, então, em seu avanço pelo Reno, a última grande barreira física entre eles e o coração da Alemanha. Hitler, tipicamente, negou-se a

O alto comando aliado julgava que um ataque pelas

matas cerradas das Ardenas seria improvável nos rigores do inverno. Aquele setor da linha aliada foi considerado “tranquilo”, e as unidades ali posicionadas estavam dispersas. Hitler tencionava penetrar a linha, dividir as forças britânicas e norte-americanas e, então, voltar-se para o norte, em direção à Antuérpia. O ataque sobreveio em 16 de dezembro, e os alemães obtiveram plena surpresa. Eles desbarataram as forças norte-americanas que os enfrentavam ao longo de cem quilômetros do front. Os defensores foram prejudicados por nuvens de baixa altitude que

sancionar qualquer retirada para além do rio, condenando muitos de seus soldados restantes a campos de prisioneiros de guerra. Unidades inimigas encurraladas em Colmar se haviam rendido em 9 de fevereiro. Em 7 de março, os aliados tiveram um golpe de sorte, quando uma patrulha de infantaria norte-americana capturou,

À direita: À ofensiva dos

alemães pelas Ardenas foi uma cartada que falhou,

Berlim

custando a Hitler 120 mil mortos, feridos e

Hanóver

desaparecidos. As perdas materiais incluíam 600 tanques, 1.600 aviões e 6 mil

Magdeburgo

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veículos. Embora o ataque

retardasse por seis semanas as operações aliadas a oeste, ele

consumiu as parcas reservas

alemãs, que poderiam ter sido usadas no Front Oriental. Com

a retomada do avanço aliado

q oeste, os alemães só

puderam oferecer uma resistência simbólica.

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forças soviéticas cruzaram

Iugoslávia,

guerrilheiros com apoio comunista expulsaram do país os alemães que recuavam, tomando a capital, Belgrado, em 20 de outubro. No final de outubro, a Primeira Frente Báltica soviética avançou pelo Báltico e aden-

trou a Prússia Oriental. Com o inverno se aproximando, porém, as operações ofensivas soviéticas foram interrompidas.

avançavam contra Berlim, o Ruhr — centro industrial da

Alemanha — foi destruído em abril, juntamente com 300 mil soldados alemães. No início de maio, unidades norteamericanas haviam chegado ao Rio Elba, encontrandose com forças soviéticas que avançavam do leste.

A última ofensiva soviética da guerra foi movida em 12 de janeiro de 1945. Sobrepujados pelo mero peso de

homens

debandaram.

alemães

os

e armamentos,

No Front Oriental, após a parada de finais de 1943, forças soviéticas promoveram uma série de ofensivas por toda a extensão do front, em 1944, tencionando

debelado. Cruzando a fronteira austríaca, forças soviéticas, em 15 de abril, tomaram Viena. Berlim foi o

objetivo seguinte. Três exércitos soviéticos iniciaram o ataque final contra Berlim no dia 16. O Exército

expelir os invasores alemães de todas as terras soviéticas. O Exército Vermelho penetrou o território romeno — local dos vitais campos petrolíferos de Hitler — em 26 de março. As tropas alemãs e romenas

Vermelho cercou a cidade em 25 de abril, o mesmo dia

em que forças norte-americanas se encontraram com tropas soviéticas em Torgau, no Rio Elba. A Batalha de Berlim foi atroz, com o Exército Vermelho avançando contra o último bastião do poder nazista: a casamata sob a chancelaria onde se homiziava Adolf Hitler, que cometeu suicídio em 30 de abril. O restante das forças alemãs aceitou os termos de rendição incondicional dos Aliados, que foram assinados em 7 de maio de 1945. A guerra na Europa estava encerrada.

encurraladas na Criméia foram derrotadas, e o restante

fugiu para o oeste através do Mar Negro. Sebastopol foi

capturada em 12 de maio. Quando o comando soviético iniciou a ofensiva de verão, em 1944, havia poucas dúvidas quanto a seu desfecho. Duas imensas investidas soviéticas penetraram a linha mantida pelo Grupo Central do exército alemão. Cognominada Operação Bagration, essa ofensiva destinava-se a expulsar as forças alemãs da PARAR (UE SO SEA Bielo-Rússia, na fronteira ocidenLinha de frente, janeiro de 1944 | — tal da União Soviética, e pôr o FD — — Linha de frente, março de 1945 Exército Vermelho a distância de tiro de Varsóvia. O ataque co*& Principais batalhas meçou em 22 de junho, avançando NS

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contra Minsk (capturada em 3 de julho), e as forças alemãs no setor se vergaram sob a marreta do Exército Vermelho.

cito Vermelho se negou a cruzaro Vístula para ajudar os poloneses, mas, após uma luta épica, o levante polonês foi esmagado pelos

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À direita: No Front Oriental, o exército alemão foi

sobrepujado pela superioridade numérica do Exército Vermelho.

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alemães, em fins de setembro.

O foco da ofensiva mudou, então, para o sul, com forças soprofundaviéticas avançando mente pela Romênia e a Hungria;

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marechal Jukov atingiu o Rio Oder em 31 de janeiro. Um derradeiro contra-ataque alemão foi desferido, mas

Avanços do Exército Vermelho

O avanço soviético cruzou a fronteira soviético-polonesa e deteve-se bem ao leste de Varsóvia, em 7 de agosto. Poucos dias antes, o refugiado exército nacional da Polônia se levantara contra a guarnição alemã em Varsóvia. Não se sabe ao certo por que o Exér-

ist

ambas as nações pediram paz no início de setembro. A Bulgária mudou de lado em 8 de setembro, quando

em perfeito estado, a ponte de Remagen sobre o Reno. permitindo que tropas norte-americanas adentrassem a Alemanha sem nenhuma oposição significativa. O Reno foi atravessado uma vez mais no dia 22, quando Patton o transpôs em Oppenheim. Os britânicos de Montgomery o cruzaram em Wesel, no dia 23. A resistência efetiva dos alemães começou a ruir. Enquanto exércitos soviéticos

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MUNDIAL

GUERRA

SEGUNDA

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A Derrota do Japão No início de 1945, ficou claro que o Japão estava sendo batido no Pacífico. À indústria norteamericana vinha produzindo quantidades imensas de navios e aviões, que afundavam os navios mercantes e de guerra japoneses, enquanto a força aérea norte-americana vinha reduzindo as cidades iaponesas a entulho. Os japoneses, no entanto, continuavam a lutar, e somente o uso das bombas

atômicas poupou os aliados de uma invasão do próprio Japão. N

o início de 1945, com as Filipinas virtualmente asseguradas, os planejadores norte-americanos no Pacífico avançaram para a fase seguinte da guerra: dois grandes ataques anfíbios contra Iwo Jima e Okinawa — a última sendo parte do próprio Japão. Iwo Jima foi o primeiro alvo de ataque, em 19 de fevereiro de 1945. Os japoneses construíram uma complexa série de fortificações, a maioria subterrânea, à prova dos mais intensos bombardeios norteamericanos. A frota invasora dos Estados Unidos levou o Quinto Corpo Anfíbio a sua posição, em 18 de

fevereiro. Os desembarques foram precedidos de um maciço bombardeio naval. Ainda assim, os fuzileiros navais foram recebidos por artilharia pesada ao pisarem a praia, sofrendo 2.240 baixas somente no primeiro dia. Uma vez em terra, eles se voltaram para o sul para atacar a saliência do monte Suribachi, que fora tomado no dia 23. O restante dos 23 mil homens da força japonesa resistiu até 20 de março.

No

final de março,

os aeródromos

de

Iwo

Jima

estavam sendo usados contra o Japão, permitindo que

caças escoltassem bombardeiros contra alvos em todo o

território japonês. A captura da ilha foi um importante passo na campanha estratégica de bombardeio, mas o preço em baixas norte-americanas foi elevado: mais de 6.800 fuzileiros morreram e mais de 18 mil foram feridos. Somente 216 japoneses foram aprisionados. O almirante Nimitz resumiu o desempenho dos fuzileiros em Iwo Jima com as seguintes palavras: “A bravura incomum foi uma virtude comum”. Conforme findava a contenda por Iwo Jima, os norte-americanos se preparavam para atacar Okinawa. O assalto foi o maior e mais ambicioso de toda a campanha do Pacífico. Um bombardeio naval sustentado sobre Okinawa teve início em 23 de março, e foi acompanhado de uma imensa campanha aérea. A invasão em si começou em 1º de abril de 1945. Um corpo de fuzileiros navais e outro do exército proporcionaram a força de assalto para os desembarques, que, diversamente do que ocorrera em Iwo Jima, oposição pouca encontraram imediata. A maioria dos 130 mil homens da guarnição de Okinawa se retirara para fortificações defensivas mais para o interior, especialmente no sul da ilha. Tropas norte-americanas tomaram o norte de Okinawa em meados

de

abril,

antes

de

se

voltarem contra as preparadas defesas da Linha Shuri, no sul. Em 3 de maio, os japoneses desferiram um contra-ataque pleno, porém baldado, enquanto, nos mares

à volta

de Okinawa,

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ques suicidas com aviões Kami-

kaze foram dirigidos contra a frota norte-americana. Ao todo, 21 navios foram afundados e outros 43 foram tirados de ação pelos pilotos Kamikaze. Em Okinawa, tropas terrestres norte-americanas desfechaÀ esquerda: Fuzileiros navais norte-americanos sob fogo na praia durante as lutas na ilha de Iwo Jima.

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SEGUNDA

GUERRA

MUNDIAL

À esquerda: Em agosto de 1945, o Japão estava de joelhos, mos seu povo continuava lutando. Somente as bombas atômicas encerraram a guerra.

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ram um assalto, em 11 de maio, sob terríveis condições climáticas. Elas expulsaram os japoneses de volta para o terreno montanhoso na ponta sul da ilha. Chegando às colinas em 1º de junho, os norte-americanos promoveram um ataque final que acabou por derrotar o inimigo, o qual lutara praticamente até o último homem.

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norte-americanas de um tratamento justo. Uma luta insensata prosseguiu até 21 de junho, mas, a essa altura, as perdas japonesas já montavam a mais 100

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americanos foram os primeiros a usar uma bomba do tipo. A que foi lançada sobre Hiroshima era. chamada de “Fat Man” ("Homem Gordo"). Fora

produzida por Robert Oppenheimer e pela equipe: que trabalhava no secreto projeto Los Alamos. Aproximadamente 80 mil pessoas morreram em

e 75% dos. edifícios resultado direto da explosão, da cidade, erigidos sobretudo em madeira, Re sa destruídos por rajadas ou pelo eg, Nes semanas —|

e meses subsequentes, outros70 mil sucumbiram,mo

aos efeitos de queimaduras «e ea radiação.

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bloqueio naval norte-americano em torno do Japão, por navios de superfície e submarinos, começou a se fazer sentir, a tal ponto que, no verão de 1945, o Japão se encontrava esfacelado como entidade econômica, e seu povo estava à beira de morrer de fome.

Apesar disso, a vontade japonesa de persistir na guerra parecia não diminuir, e um plano de invasão foi apresentado: um primeiro assalto em novembro e o segundo em março de 1946. Todavia, eventos em outros lugares tornariam tais planos desnecessários. Em 16 de julho de 1945, a primeira bomba atômica do mundo foi detonada em Alamogordo, no Novo México. Em 6 de agosto, uma bomba atômica foi explodida sobre Hiroshima. A isso se seguiu a declaração soviética de guerra contra o Japão e a invasão da Manchúria pelo Exército Vermelho, em & de agosto, o que abalou totalmente as forças japonesas na região. Uma segunda bomba

atômica

foi

lançada

em

Nagasaki,

em

9 de

agosto. Seis dias depois, o imperador japonês anunciou

sua decisão de se render; os termos foram assinados a bordo do USS Missouri, em 2 de setembro, trazendo ao

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OCEANO ÍNDICO

A Guerra no Mundo Moderno fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, não simbolizou o início de

uma era de paz. Os vários Aliados

que haviam vencido a Alemanha e o Japão logo se cindiram em linhas políticas: um grupo

foi dominado pelos Estados Unidos; o outro,

pela União Soviética. Os Estados Unidos e a União Soviética instigaram o conflito não declarado conhecido como Guerra Fria, que

durou até a década de 80. Posteriormente,

conflitos etnocêntricos e nacionalistas

assolaram a arena internacional.

A guerra, desde 1945, foi dominada por rápidos avanços na tecnologia militar. Armas de todos os tipos se tornaram mais poderosas, flexíveis e capazes de infligir baixas imensas. Os aviões, por exemplo, podem voar mais rápido, mais longe, portar uma variedade maior de armas e atingir alvos com maior precisão do que nunca. O surgimento da tecnologia inteligente está revolucionando as armas militares, e continuará a fazê-lo. Todavia, os equipamentos modernos são caríssimos e propensos a falhas mecânicas; poucos países podem financiar imensos exércitos modernos, e aqueles que podem investem grandes somas para manter suas armas em condições de serviço.

Após 1945, a mais característica modalidade de guer-

ra a se desenvolver foram as guerras de libertação nacional. Tratava-se usualmente de conflitos no Terceiro Mundo — notavelmente na África e na Ásia —, onde nações lutavam para se livrar de seus ex-mestres coloniais. A velocidade da mudança foi muitas vezes notável. Na África, em 1945, por exemplo, a vasta maioria dos no Estados era governada ou administrada por europeus;

espaço de poucas décadas, os europeus haviam partido como um todo. Em consequência da Guerra Fria, muitos

mais desses conflitos assumiram um caráter político sendo amplo, com muitas lutas essencialmente nacionais

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União

Soviética (e até certo ponto a China) apoiou

Ásia, ativamente grupos nacionalistas na Africa e na aos nos stor tran ar caus de meio o com simplesmente Estados Unidos e ao Ocidente.

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A China Revolucionaria Se os Estados Unidos e a União Soviética eram incontestavelmente as duas superpotências do mundo em 1945, um outro concorrente emergiu na forma do antigo “dragão adormecido”:

a China. Durante os séculos XIX e XX, a China foi vítima de intervenções recorrentes de potências externas, e foi só depois da vitória comunista em 1949 que o país começou a se desenvolver como uma das grandes potências militares no cenário mundial.

história da China moderna remonta a 1911, quando uma revolução derrubou a antiga dinastia Manchu e o país se tornou uma república. A revolução, contudo, não deu à China o governo forte de que ela necessitava para encerrar anos de inquietação política. A maior parte da China era controlada por senhores da guerra, que agiam como ditadores locais em suas próprias esferas de influência. Em 1926, o principal partido político na república chinesa, o nacionalista Kuomintang, iniciou uma campanha militar contra os senhores da guerra. Os exércitos do Kuomintang eram comandados pelo general Chiang Kai-shek (1893-1975). Contavam com o apoio do Partido Comunista Chinês, que fora fundado em 1921 e firmara com eles uma aliança. A campanha de Chiang Kai-shek contra os senhores da guerra foi bem-sucedida,

muito

ele

1927,

e, em

obtido

havia

posição fortalecida, ele, então, se voltou contra seus aliados comunistas, de quem desconfiava. Esfacelou o partido e matou muitos milhares de comunistas, além de esmagar levantes em cidades como Cantão e Xangai. Os comunistas que sobreviveram à repressão de Chiang Kai-shek fugiram para o campo. Em 1928, Chiang estabeleceu um governo nacionalista em Nanquim, e, em pouco tempo, foi amplamente reconhecido como governante legítimo do país. Os comunistas continuaram

a resistir-lhe, contudo,

e estabeleceram

um

governo próprio na província de Jiangxi, em 1931. Mao Tsé-tung (1893-1976), filho de um camponês, assumiu

a liderança do Partido Comunista Chinês. Tradicionalmente, o marxismo ensinara que os operários urbanos deviam ser a figura de proa da revolução, mas Mao afirmou que os camponeses da China poderiam servir de base para uma revolução, promovendo a guerra no campo. A princípio, contudo, parecia que acabar poderiam os comunistas

o

controle da maior parte da China. Sentindo-se em uma

escorraçados da China, e, em 1934, eles

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tiveram de fugir de Jiangxi para evitar o extermínio pelas forças de Chiang. Passadas as tribulações da Longa Marcha, como ficou conhecida a fuga comunista de Jiangxi, eles chegaram à remota província de Shaanxi, em 1935.

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para a vitória comunista. Ao passo que

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(ou os nacionalistas)

— roubavam comida dos camponeses, os comunistas também

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fardo de dívidas e altos aluguéis, banindo ou matando oficiais locais que

coletavam dinheiro. O Kuomintang era

identificado com os senhores da guer-

ra, que os camponeses detestavam, enquanto as tropas de Mao mataram milhares de senhores e de outros chamados “opressores”.

À esquerda: Este mapa apresenta as principais batalhas da Guerra Civil Chinesa nos anos 30 e 40, incluindo 0 ópica Longa Marcha, que entrou para o folclore comunista chinês.

A

GUERRA

NO

MUNDO

MODERNO

À esquerda: Mao Tsé-tung proclama a criação da comunista República Popular da China, Ee

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diante de uma multidão de mais de 300 mil pessoas no centro de Pequim, em 1º de outubro de 1949. Os nacionalistas, sob Chiang Kai-shek, fugiram para a ilha de Taiwan,

onde estabeleceram um regime rival.

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nacionalistas. As forças comunistas, conhecidas desde 1946 como Exército de Libertação Popular (ELP), foram fortalecidas por grandes quantidades de equipamentos capturados e pelos desertores nacionalistas, que se alistavam no ELP às dezenas de milhares, Em 1948, o ELP estava em pleno controle da Manchúria. Em seguida, as forças comunistas avançaram para o sul. Elas infligiram uma derrota catastrófica aos exércitos de Chiang em uma batalha em torno de Jin Xian em outubro, na qual 500 mil soldados nacionalistas foram mortos, feridos ou aprisionados. Por essa

Em

invasão japonesa da China. Os bem armados e disciplinados japoneses fizeram amplas incursões pela China, obrigando Mao e Chiang a declarar uma trégua para melhor resistirem ao invasor — criando o Front Unido Antijaponês. Apesar dessa aliança, forças japonesas logo ocuparam a maior parte do norte e do leste da China. Embora confrontos eclodissem ocasionalmente entre nacionalistas e comunistas, a trégua e ep a mma

até a expulsão

dos japoneses

a liderança nacionalista em Taiwan legítimo de toda a China.

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Segunda

1945,

“como peixes no mar”.

Embora mais fracos militarmente que seus inimigos, os revolucionários tinham maior vontade

“de luta. Negando-se a firmar terreno diante de

forças inimigas superiores, os guerrilheiros

“revolucionários só travavam batalha quando tinham no local uma vantagem suficiente em

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Suas tropas ofensiva para retomar a Manchúria. conseguiram ocupar as cidades manchurianas, mas, em seguida, foram cercadas por forças comunistas rurais, resultando em uma sucessão de derrotas sofrida pelos

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o governo

no campo. Suas forças comunistas sobreviveram entre os camponeses, para usar suas palavras,

permitiu que as forças de Mao ali se estabelecessem, em 1945-46. Chiang Kai-shek, de mau aviso, promoveu uma

NA

como

que uma guerra revolucionária tinha de começar

Mundial,

Guerra

Mao

Entre 1927 e 1949, Mao Tsé-tung desenvolveu uma teoria de “guerra popular”, baseada em sua experiência da luta na China e de sua leitura de antigos autores militares chineses. Ele acreditava

rasos sofriam de falta de incentivo, e a deserção era comum. Em contraste, os comunistas conseguiam recrutar centenas de milhares de novos soldados em | meio às fileiras campesinas. A União Soviética, que ocupara a província chinesa no

Pequim,

1949, em

de

cida pelos Estados Unidos, que, até 1972, reconheceram

contudo, tornara-se corrupta e impopular; os soldados

Manchúria

outubro

Tsé-tung proclamou a República Popular da China. Chiang e seus seguidores, que haviam fugido para a ilha de Formosa, a atual Taiwan, continuaram a se proclamar como o legítimo governo chinês. Eles ficaram a salvo de assaltos comunistas graças à proteção ofere-

a guerra entre nacionalistas e comunistas voltou a | fremir. No papel, os nacionalistas tinham forças maiores. Também contavam com o apoio dos Estados Unidos, embora isso não incluísse o envio de tropas norteamericanas para a China. A liderança do Kuomintang,

da

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comunista,

Os comunistas promoveram uma guerrilha de ataques relâmpago e emboscadas contra os Japoneses em áreas ocupadas da China rural. Isso lhes permitia difundir sua influência sobre grandes áreas do campo, e, no processo, convencer grandes seções da sociedade rural chinesa de que os comunistas eram os reais defensores da independência chinesa. Chiang, por seu turno, foi amplamente acusado por não ter impedido a

ocupação japonesa antes de qualquer coisa. Em

desmo-

nacionalistas

áreas

ronava; a paga dos soldados era irrisória, anulando sua única razão de luta. Os exércitos do Kuomintang começavam a ruir. Em abril de 1949, o ELP cruzou o Rio Yang-tsé e começou a ocupar o sul da China. Nos últimos meses do ano, quase toda a China continental estava sob controle

1937, a situação política foi transformada pela

durou basicamente China, em 1945.

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Imediatamente

após a rendição japonesa, em 1945,

Ho Chi Minh (1890-1969) ocupou a cidade de Hanói, no norte, e se declarou presidente da independente República Democrática do Vietnã, com capital em Hanói. No sul — onde o movimento era mais fraco e os britânicos haviam disposto tropas para supervisionar a rendição japonesa —, o poder colonial francês foi restaurado. No norte, contudo, o Viet Minh permaneceu no controle. Em 6 de março de 1946, a França reconheceu formalmente a República Democrática do Vietnã como uma parte politicamente autônoma do

império francês. Tranquilizado por essa medida conciliatória, Ho permitiu que forças francesas adentrassem

Hanói e Haiphong, o principal porto. Em

novembro

de

1946,

contudo,

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a guerrilha. Mais numeroso e bem armado do que antes,

o Viet Minh castigou os franceses com emboscadas e escaramuças. Os guerrilheiros lentamente estenderam sua influência sobre grande parte do norte rural, aterrorizando os líderes das aldeias e matando oficiais do governo que permaneciam leais aos franceses. Esses ataques marcaram o início da Guerra FrancoIndochinesa, que durou até a derrota francesa, em 1945. A vizinha China curvou-se aos comunistas em 1949, o que abriu rotas de suprimentos e portos seguros para o Viet Minh em território chinês. Postos avançados franceses próximos da fronteira chinesa ficaram

vulneráveis a ataques. Em 1950, deu-se uma disputa acirrada pelo domínio de uma importante estrada, o

único elo entre Hanói e Cao Bang, cidade vital na fronteira com a China. O Viet Minh acabou vencendo a luta por Dong Khe, chave para a estrada, e um grande número de soldados franceses em Cao Bang foi morto. Animado

com

esse sucesso, em

1951

Giap

decidiu

desferir uma ofensiva para tomar o importante delta do Rio Vermelho e possivelmente encerrar a guerra. Mas os franceses eram, então, comandados pelo general Jean de Lattre de Tassigny, que construíra fortificações para defender o delta. Os assaltos do Viet Minh foram debelados com baixas numerosas. Giap recobrou-se rapidamente de seu erro e recorreu uma vez mais às táticas de guerrilha, para as quais os franceses não

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MODERNO

MUNDO

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GUERRA

À direita: À guerra do Viet Minh contra os franceses, entre 1946 e 1954, consistiu sobretudo em emboscadas e ações de depredação e fuga. Dien Bien Phu foi um confronto mais

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pediram aos Estados Unidos que empregassem seu poder aéreo — e mesmo a bomba atômica — para impedir uma vitória do Viet Minh. O governo dos Estados Unidos se negou a isso, e Dien Bien Phu foi devastada em 7 de maio. A derrota em Dien Bien Phu representou um choque profundo para os franceses, que começaram a procurar meios de encerrar a guerra. Eles aceitaram a independência do Laos, do Camboja e do Vietnã, embora o último Estado fosse temporariamente dividido em dois, no 17º paralelo, até que houvesse eleições nacionais. As eleições, contudo, nunca ocorreram. O Vietnã do Norte tornou-se um Estado comunista sob Ho Chi Minh, e o Vietnã do Sul foi

nas

encostas posteriores das colinas que circundavam a base. Fora do alcance da artilharia francesa, os canhões bombardearam as tropas sitiadas. Os defensores

governado pelo regime do político vietnamita Ngo Dinh Diem, com apoio norte-americano. As sementes

da futura Guerra do Vietnã foram plantadas nessa paz conciliatória.

franceses lutaram com amarga determinação, mas, sem

reforços, sabiam estar condenados. Em vão os franceses

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terreno quase intransponível (ou assim supunham os franceses), O general Giap reuniu e municiou um exército de quase 40 mil homens em torno da base francesa, incluindo até mesmo artilharia pesada fornecida pelo governo chinês, favorável ao Viet Minh. O campo de decolagem da base, de que os franceses dependiam para seu reabastecimento, foi devastado pela artilharia quase imediatamente após o início da ofensiva do Viet Minh. Embora os franceses enviassem por pára-quedas suprimentos e reforços, estes eram inadequados para Ed | defendero posto. do

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Navarre foi incumbido de redimir a situação francesa, que vinha se agravando rapidamente. Navarre apostou em uma batalha decisiva em Dien Bien Phu, cerca de 320 quilômetros para o oeste de Hanói, buscando acometer em confronto aberto o Viet Minh. Soldados franceses, os primeiros dentre 15 mil, foram lançados de pára-quedas em Dien Bien Phu, em novembro de 1953. A base que Navarre construída em Dien Bien Phu destinava-se a servir de engodo: ela seria o campo de matança onde ele destruiria o Viet Minh. Giap, cujas forças haviam crescido tanto em tamanho quanto em experiência, aceitou ansiosamente o desafio. Seria realmente um campo de matança — para os franceses. Navarre subestimou totalmente as capacidades de seu oponente. A chave para a vitória do Viet Minh em Dien Bien Phu foi a logística. Em março de 1954, em um

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À Luta pela Coréia Após a derrota do Japão, em 1945, a Coréia foi dividida em uma zona de ocupação soviética ao norte e uma zona dos norte-americanos ao sul. A primeira se tornou a República Democrática Popular da Coréia, de regime comunista, governada por Kim Il Sung, enquanto a zona norte-americana tornou-se a

República da Coréia, sob Syngman Rhee. A rivalidade ideológica e as ambições territoriais tornaram o conflito inevitável. Ele sobreveio em junho de 1950.

impedir a difusão do comunismo pelo globo, os Estados Unidos desejavam intervir militarmente em defesa da

partir de 1949, a tensão entre as Coréias do Norte e do Sul agravou-se, e houve atritos frequentes entre suas forças ao longo do 38º paralelo, fronteira entre os

Coréia do Sul, e solicitaram à Organização das Nações Unidas (ONU) que autorizasse a intervenção armada. Por acaso, o representante soviético da ONU, que poderia ter votado contra a decisão da entidade, afastara-se dela temporariamente em protesto contra uma outra questão. A ONU, dessa forma, enviou uma força para a Coréia do Sul.

dois países. Em 25 de junho de 1950, Kim Il Sung promoveu uma invasão maciça do sul. Determinados a

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Embora muitos outros países — como a Grã-Bretanha, a França, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia — auxiliassem os esforços da ONU, cerca de 300

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mil dos 345 mil soldados que lutaram na Coréia vinham dos Estados Unidos. As forças da ONU foram postas sob o comando do general Douglas Mac-

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repelir os invasores norte-coreanos. A ofensiva inicial norte-coreana, consistindo em assaltos maciços de infantaria, derrubou as defesas oponentes, e a capital sul-coreana de Seul caiu em mãos comunistas. Iropas tanto sul-coreanas quanto norte-americanas foram obrigadas a recuar para uma posição em torno do porto de Pusan, no sul, defendendo uma área que se tornou conhecida como o Perímetro de Pusan. Após reforçar o Perímetro, MacArthur contra-atacou com um ousado desembarque anfíbio em Inchon, um porto atrás da linha de frente norte-coreana e a oeste de Seul, em 15 de setembro. As

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forças norte-coreanas, por demais estendidas, foram tomadas de guarda aberta. No final do mês, as forças da ONU haviam recapturado Seul e os nortecoreanos estavam em plena retirada. O governo comunista da China deu claros avisos de que interviria no conflito caso as forças da ONU

invadissem

a Coréia

do Norte. Mas

À esquerda: A Guerra da Coréia envolveu o Ocidente e a China em um conflito que alcançara um impasse após um ano de luta. Dois anos subsequentes de derramamento de sangue não resultaram em nada.

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GUERRA

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À esquerda: Um soldado norte-americano revista um

prisioneiro chinês enquanto um sul-coreano mantém guardo.

O mero peso numérico deu às forças chinesas consideráveis ganhos territoriais no início da guerra.

comida, munição e reforços, eles se detiveram cerca de 70 quilômetros ao sul de Seul. Em 25 de janeiro de 1951, a ONU iniciou um contraataque. Dessa vez, ela empregou seu maciço poder de fogo, tanto em artilharia quanto em ataques aéreos, com efeitos devastadores. O “molnho de carne” da ONU, como

ficou

conhecido esse uso intensivo do poder de fogo, infligiu mais baixas do que mesmo os chineses poderiam tolerar. De janeiro a março de 1951, os soldados da ONU retomaram o terreno até o 38º paralelo, recapturando, em 14 de março, Seul.

Totalmente comprometido com a

MacArthur

não

tinha

a menor

intenção

vitória,

enviadas

à Coréia, mas, conforme

prosseguiu

e suas

linhas

de

abastecimento

elevar

superiores políticos de MacArthur, em Washington, se

fartaram de seus desafios à autoridade constitucional do presidente. Em 11 de abril, ele foi substituído no comando pelo general Matthew Ridgway. No final de maio de 1951, a guerra alcançara um impasse. Uma contra-ofensiva comunista no final de abril fracassara após uma resistência heróica da 292 Brigada Britânica, no Rio Imjin. Uma última ofensiva chinesa em maio não conseguiu ir além do 38º paralelo. O front estabilizou-se aproximadamente sobre a linha da fronteira entre as duas Coréias antes da guerra. Ambos os lados promoveram assaltos e realizaram

o

avanço da ONU, tropas chinesas (os “Voluntários do Povo”) já haviam começado a cruzar secretamente o Rio Yalu. Em 25 de novembro, um exército de cerca de 300 mil soldados assumira posições em volta da vanguarda de avanço da ONU. Sem tanques ou suporte aéreo, os chineses dependiam de ataques em massa; seus soldados de infantaria receberam ordens de avançar contra as tropas da ONU a despeito das baixas. Os homens de MacArthur foram superados pela surpresa e pela habilidade inimiga na luta noturna — além de por seu grande número. Em outra virada súbita, as desmoralizadas forças da ONU estavam logo batendo em retirada para o sul. Algumas unidades da ONU revidaram com distinção. A Primeira Divisão dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, comandada pelo general Oliver Smith, foi cercada por oito divisões chinesas na área do Reservatório de Chosin. Smith e suas tropas realizaram uma épica retirada combativa perante ataques recorrentes e um inverno amargamente gélido, entre 27 de novembro e 9 de dezembro. No fim das contas, o avanço chinês acabou sem

combustível,

queria

novamente as apostas. Ele não somente planejava uma nova invasão da Coréia do Norte, como desejava bloquear a China continental, atacar bases e indústrias chinesas na Manchúria e usar tropas nacionalistas chinesas de Formosa (Taiwan) contra os comunistas. Ele considerou até mesmo o uso da bomba atômica para obrigar os chineses a sair da guerra. Mas os

de deter, na

fronteira norte-coreana, seu avanço de Seul rumo ao norte. Ele disse ao governo norte-americano: “A menos e até que o inimigo capitule, considero toda a Coréia aberta a nossas operações militares”. Na última semana de agosto. forças da ONU haviam avançado para o norte a até 100 quilômetros do Rio Yalu, fronteira entre a Coréia do Norte e a província chinesa da Manchúria. Os comunistas chineses haviam preparado sua resposta. Em outubro de 1950, a China entrou na guerra ao lado da Coréia do Norte. A princípio, somente forças chinesas relativamente reduzidas foram

MacArthur

bombardeios

de

artilharia, mas

não

houve

batalhas

em escala total. As negociações de paz se abriram em julho. Levou dois anos para que os negociadores concordassem com um armistício, que foi assinado em 27 de julho de 1953. Muitos milhares haviam morrido durante as discussões. A situação na Coréia voltou quase exatamente ao que havia sido antes do início da guerra, com o país dividido entre um norte comunista e um sul americanista. A Guerra da Coréia custou a vida de aproximadamente 84 mil soldados da ONU e da Coréia do Sul. O custo em baixas norte-coreanas e chinesas não pode ser calculado com precisão, mas ficou provavelmente entre um e dois milhões de mortos e feridos. As tensões na região não se encerraram com o armistício de 1953, e ambas as Coréias continuaram a se ver com suspeição, sentimento que somente agora se vem abatendo.

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cavam a estender-se até o ponto de ruptura. Com pouca

28|

Guerras de Libertação Nos trinta anos decorridos entre 1945 e 1975, as potências européias se desfizeram de seus impérios, salvo por ralos resquícios. Em certos casos, essa recuada do império consistiu no transferência razoavelmente digna de poder para sucessores designados; porém, em outros, ela só ocorreu depois

que grupos nacionalistas promoveram terríveis campanhas contra as autoridades coloniais.

Tais campanhas obrigaram os exércitos europeus a desenvolver táticas contra-insurrecionais. francesa. Em 1956, a França concedeu a independência aos vizinhos mais próximos da Argélia, a Tunísia e o Marrocos, mas sentiu que poderia manter o pé em solo argelino. Combatentes da FLN conseguiram usar a Tunísia como porto seguro, obrigando os franceses a construir uma barreira, a Linha de Morice, para impedilos de passar de um país a outro. Em pouco tempo, a FLN obteve o apoio da população muçulmana, que, muito naturalmente, se ressentia de ser tratada como gente de segunda classe em seu próprio país. Houve massacres e contramassacres brutais, conforme a FLN atacava famílias de pieds noirs, e os pieds noirs, juntamente com o exército francês, retaliavam com ataques aleatórios contra muçulmanos. A FLN se estabeleceu secretamente na região do casbah (mercado velho) muçulmano de Argel, a capital argelina, e, a partir desse propugnáculo de ruas estreitas e casebres, perpetrou atentados terroristas contra a parte européia da cidade. Em janeiro de 1957, o general Jacques Massu, comandante de paratropas, recebeu ordens de limpar Argel dos terroristas da FLN. Massu promoveu uma campanha aparentemente muito bem-sucedida. Na chamada Batalha de Argel, ele saturou o casbah com soldados que saíam à cata de combatentes e armas da FLN de casa em casa, criando pontos de vistoria em locais importantes. As informações obtidas com tais medidas foram confirmadas pelo interrogatório de indivíduos suspeitos de pertencer à FLN, muitas vezes envolvendo o uso de tortura. Massu pôde traçar um

s franceses travaram duas grandes guerras coloniais contra insurretos nacionalistas. A primeira foi na Indochina: a segunda, na Argélia. A guerra na Argélia teve início em 1954, quando a guerra na Indochina aproximava-se do fim. Um grande território no norte da Africa, a Argélia não era tecnicamente uma colônia, mas uma parte da França. Era dominada por cerca de um milhão de colonos europeus, conhecidos como pieds noirs (“pés-pretos”). Os outros 90% da população eram ou árabes ou berberes muçulmanos. O

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centenas de membros do grupo nacionalista argelino Front de Libération Nationale (Frente de Libertação Nacional — FLN), formado por um grupo de radicais

muçulmanos, iniciaram uma campanha na Argélia, eles

pareciam

pouca

representar

ameaça

à autoridade

Bandos de mercenários brancos tornaram-se uma força importante na África durante e após a retirada dos poderes coloniais. As forças militares locais eram com frequência tão fracas que umas poucas tropas de mercenários bem armados, um ter iam pod s, aze aud iais ofic por s ada and com impacto determinante nos conflitos. exno e ent alm gin ori am gir sur os ári cen mer Os Congo belga, nos anos 60, onde a independência s lito conf os bad tur con de e séri uma por a foi seguid as belg e s cese fran os, ânic brit iais Ofic . civis -ecrutavam homens sobretudo da Rodésia e danas idos part rsos dive aos io apo em Sul do África em o, ent mom o dad um Em s. guerras congolesa — mar tra a am gar che os 1967, alguns mercenári

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Os regiões sob O controle do exército francês. operações de grandes de série Uma então, promoveram, dos baluartes os avassalando busca e destruição, ilheiros. Libération Em 1960, a ala militar da FLN, a Armée de ELN),só — Nacional Libertação de Nationale (Exército

282

À direita: Milicianos do Quênia marcham em patrulha. À insurreição contra os guerrilheiros Mau Mau durou de 1952 q 1956, e custou 12 mil vidas.

podia sobreviver em regiões montanhosas remotas. Com cerca de 500 mil soldados iranceses intensamente armados na Argélia, além de outros 150 mil milicianos anti-ELN, as autoridades tinham a situação militar sob pleno controle. Mas a situação política degenerara em um confronto desastroso entre oficiais do exército francês e pieds noirs, de um lado. e o governo irancês, de outro. Os líderes políticos da França desejavam encerrar o conflito na Argélia. O custo

em homens e dinheiro era mais do que o povo francês toleraria voluntariamente, e a maneira pela qual essa guerra de tortura e massacre vinha sendo promovida também causava muitas reações desfavoráveis na França. Mas os líderes do exército francês e os pieds noirs estavam totalmente comprometidos com a preservação de uma Argélia francesa. Em maio de 1958, com a cooperação de alguns oficiais do exército francês, os pieds noirs tomaram o controle de cidades argelinas. Eles exigiam um governo francês comprometido com a Argélia francesa. Os oficiais do exército pensaram até mesmo em enviar tropas a Paris por avião, para tomar o poder e instaurar um governo militar. Sob essa pressão, o governo da Quarta República francesa veio abaixo. O ex-soldado Charles de Gaulle (1890-1970), herói da Segunda Guerra Mundial, foi nomeado presidente de um novo governo. Uma vez no poder, de Gaulle começou a defender a idéia da autonomia da Argélia. Ele suprimiu vigorosamente as tentativas de rebelião do exército na Argélia, em 1960 e 1961. Apesar de uma campanha terrorista da Organisation Armée Secrête (Organização do Exército Secreto — OES), grupo dedicado a preservar o domínio

acordo, em março de 1962, pela inde-

pendência argelina.

dA

A Vitória da Grã-Bretanha Os britânicos, na mostraram como

é

foram enviadas para atacar alvos guerrilheiros iden-

colônia sudeste-asiática da Malásia, uma campanha contra-insurrecional

tificados. As autoridades britânicas também começaram a transferir os intrusos chineses, que montavam a mais de 400 mil, para aldeias protegidas onde ficavam sob o controle das autoridades. Depois que o general Sir Gerald Templer foi nomeado alto comissário da Malásia e comandante-emchefe, em 1952, tais políticas militares foram intensi-

podia ser promovida e vencida. A Emergência Malaia, como ela veio a ser conhecida, durou de 1948 a 1960. O Partido Comunista Malaio (PCM) iniciou uma grande campanha de guerrilha, em 1948. Os comunistas tinham certo apoio entre os habitantes de etnia chinesa da Malásia, uma minoria considerável que totalizava 40% da população do país. Os malaios, por outro lado, estavam quase totalmente unidos em sua oposição ao levante guerrilheiro. Com isso, o PCM podia contar no máximo com o apoio de uma minoria da população malaia. As forças guerrilheiras do PCM, conhecidas como Exército de Libertação da Raça Malaia, tentaram

ficadas. Porém, grande parte dos resultados positivos obtidos pelos britânicos devia-se à idéia de que, nas palavras de Templer, a resposta para atividades guerrilheiras “não está em mandar mais tropas para a selva, e sim nos corações e na mente das pessoas”. Os britânicos adotaram, além disso, uma solução política paralela-

primeiro estabelecer bases em áreas populosas, mas elas se mostraram demasiado vulneráveis a contra-ataques das forças coloniais britânicas. Os guerrilheiros logo se

mente a seus esforços contra-insurrecionais, culminando

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na concessão de independência à Malásia, em 1957. Fora um exemplo modelar de como combater insurretos.

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francês da Argélia, de Gaulle negociou com

transferiram para bases em áreas selváticas remotas, onde conseguiam escapar facilmente do avanço de grandes formações do exército britânico. Todavia, a selva era um ambiente difícil para os guerrilheiros. Eles só sobreviveram graças ao apoio dos “intrusos” chineses. Estes eram chineses que, durante as agruras da Grande Depressão dos anos 30 e a ocupação japonesa da Malásia em 1941-45, haviam se refugiado em terras desocupadas na orla da mata. Suas aldeias ficaram quase totalmente fora do controle governamental, e eram uma fonte de alimentos, remédios e recrutas para os guerrilheiros. Os comunistas promoveram uma campanha sustentada de ataques terroristas e sabotagens, tendo por alvo especialmente membros das forças policiais locais e administradores europeus de plantações de látex e minas de estanho. Em 1950, a situação de segurança estava se deteriorando, e novas medidas eram claramente necessárias. O general Sir Harold Briggs foi nomeado diretor de operações, e, sob sua orientação, ações coordenadas entre a polícia, o exército e as autoridades civis substituíram os esforços puramente militares contra os guerrilheiros. Houve uma ênfase na coleta de informações, e pequenas unidades do exército

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Guerras Arabe-israelenses Em 1947, a Grã-Bretanha, que controlava a Palestina desde a Primeira Guerra Mundial, concluiu que já não poderia governar a região diante do crescente terrorismo judeu e árabe. A ONU interveio para encerrar a violência, e determinou que a Palestina deveria ser dividida em dois Estados distintos: um

judeu e um árabe. Os árabes rejeitaram a solução. Estava pronto o cenário para uma sucessão de

guerras breves, porém intensas.

m 14 de maio de 1948, líderes judeus declararam a É independência de sua parte da Palestina e deram ao novo Estado o nome de Israel. No processo, muitos árabes foram removidos de suas casas e terras, e a tensão recrudesceu em violenta hostilidade. Israel foi, então, invadida pelos Estados árabes do Egito, da Síria, do

Iraque, do Líbano e da Transjordânia (atual Jordânia). Em tais condições, essa primeira guerra entre os

judeus e seus vizinhos árabes foi um combate desigual que os israelenses deviam ter perdido. Mas a Força de Defesa Israelense (FDlI) tinha a vantagem de defender uma área pequena com boa comunicação interna, e muitos israelenses haviam adquirido treinamento militar antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Uma vez que os ataques árabes careciam em grande parte de coordenação, os israelenses puderam transferir suas forças entre os diferentes fronts para enfrentar cada ameaça conforme surgisse. Eles também começaram a receber quantidades consideráveis de modernos equipamentos militares da Europa e, especialmente, dos Estados Unidos. Durante o primeiro mês de luta, os israelenses assumiram o controle da parte norte do Rio Jordão, expulsando os sírios e libaneses que avançavam pelo norte e os iraquianos a oeste. Em 11 de julho, a ONU negociou uma trégua, que foi todavia rompida um mês depois, quando os egípcios atacaram pelo front sul.À FDI conseguiu repelir os egípcios em alguns dos prélios

mais atrozes da guerra, ao mesmo tempo em que desferia

suas

próprias

ofensivas

contra

Os

contra os egípcios. Eles assumiram o controle do deserto

de Negev e invadiram o território egípcio em Abu Awegila, em 27 de dezembro. A pressão internacional os obrigou a renunciar a uma invasão do próprio Egito, mas eles haviam claramente vencido a guerra. Divididos e desmoralizados, os Estados árabes anuíram a um armistício com Israel entre 24 de fevereiro e 20 de julho de 1949. As linhas do armistício tornaram-se, com efeito, as fronteiras do novo

Estado. Israel passou a consistir da parte da Palestina concedida originalmente aos judeus pelo plano de

partição da ONU, em 1947, mais metade de Jerusalém e

áreas nas fronteiras libanesa ao norte e egípcia ao sul. A Jordânia continuou a ocupar a Margem Oeste do Rio Jordão e a seção leste de Jerusalém, enquanto o Egito detinha a Faixa de Gaza. O primeiro conflito árabe-israelense deixou a região em um estado insustentável. Nenhum dos países árabes reconhecia

o

direito

de

existência

de

Israel,

e

eles

continuaram a encarar o Estado israelense como um ocupante ilegal de território árabe. Centenas de milhares de árabes palestinos haviam deixado suas casas na região que se tornara Israel, e viviam como refugiados despojados em campos à volta das fronteiras israelenses.

Os israelenses, por seu turno, viam seu território como de

difícil defesa, e procuravam uma chance de expandir as fronteiras de Israel até linhas mais defensíveis. Em 1952, um grupo de oficiais militares liderados por Gamal Abdel Nasser (1918-70) tomou o poder no Egito.

sírios, na Galiléia, e os jordânios, em

torno da cidade de Jerusalém. Em meados de julho, quando uma

trégua entrou em vigor, Os

segunda

israelenses

mente

a

haviam

iniciativa

aproveitaram

tomado

plena-

estratégica. Eles

a pausa nos

conflitos

para fortalecer seus exércitos € OIBd-

de 28 Em decisivo. ataque um nizar outubro, a FDI iniciou uma ofensiva

na Galiléia, na fronteira com o Líbano,

varrendo em três dias as forças árabes da região. Os israelenses puderam, então, concentrar todas as suas forças '

no À direita: Forças armadas de Israel avançam pelo Líba ão em tanques blindados norte-americanos durante a Operaç Paz na Galiléia, em junho de 1982.

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cessar-fogo em 7 de novembro. As forças francesas, britânicas e israelenses foram retiradas do Egito sob a supervisão de monitores da ONU. Durante os dez anos seguintes, árabes e israelenses viveram lado a lado em uma paz inquieta. Foi, todavia, uma época de importantes mudanças na região. Os maiores Estados árabes antiisraelenses, o Egito e a Síria, conquistaram o apoio da União Soviética, enquanto os Estados Unidos se envolveram gradualmente no apoio a Israel. A economia israelense floresceu e o país cresceu em população e poderio militar. Muitos árabes palestnos deixaram de acreditar que os Estados árabes derrotariam algum dia Israel por meio de ações militares convencionais. Em resposta, um negociante e

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MUNDO

vantagem das linhas internas para mover suas forças de um lado a outro.

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À esquerda: Esse mapa das primeiras Guerras Árabe-Israelenses mostra a posição estratégica precária de Israel no Oriente Médio. Se os árabes houvessem coordenado seus ataques, eles teriam vencido. Da maneira pela qual as coisas correram, Israel pôde usar

Território conquistado por

0

GUERRA

militante palestino, Yasser Arafat (1929-2004), criou o

De

TD

movimento guerrilheiro A! Fatah para perpetrar ataques armados contra Israel. Em 1964, os Estados árabes criaram por sua conta a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que se tornou o órgão coordenador dos comandos árabes antiisraelenses. Em 1967, ataques de guerrilha contra Israel e contra-ataques israelenses contra bases guerrilheiras nos países árabes vizinhos se tornaram mais frequentes, e ambos os lados começaram a sentir que um novo confronto militar se aproximava. Em maio, Nasser enviou suas tropas para o Sinai, ordenou aos observadores da ONU que deixassem a fronteira com Israel e declarou o fechamento do estreito de Tiran aos carregamentos israelenses. Israel julgou haver nisso causa suficiente para a guerra, e decidiu desferir um assalto preemptivo.

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Nas primeiras horas de 5 de junho de 1967, a Força Aérea Israelense (FAI) atacou bases aéreas egípcias,

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Em julho de 1956, Nasser anunciou a tomada egípcia do

Canal de Suez, que, então, se encontrava sob o controle

da Grã-Bretanha e da França. Acreditando que a nacionalização do canal ameaçava seus interesses estratégicos, os governos britânico e francês responderam firmando um acordo secreto com Israel para atacar o Egito. Em 29 de outubro de 1956, a FDI invadiu o Sinai e avançou contra o Canal de Suez. Essa foi a razão préarranjada para que a Grã-Bretanha e a França atacassem o Egito e assumissem o controle do canal, sob o pretexto de protegerem a passagem internacional das lutas. Em 5 de novembro, os israelenses tinham total

controle da península do Sinai. Soldados de paratropa

britânicos e franceses foram lançados na região de Porto Said e, no dia seguinte, forças francesas e britânicas

desembarcaram na extremidade mediterrânea do canal, Mas a França e a Grã-Bretanha não haviam levado em conta o equilíbrio global de poder. Suas ações foram condenadas tanto pela União Soviética quanto pelos Estados Unidos como um exemplo de colonialismo antiquado e uma clara violação da independência egípcia. A pressão internacional as obrigou a aceitar um

285

com efeitos devastadores. Quase toda a Força Aérea Egípcia foi destruída em duas horas. Em seguida, a FAI voltou sua atenção para os aliados egípcios, a Jordânia e a Síria, infligindo danos similares a sua aeronáutica. Com pleno comando dos ares, os israelenses esmagaram o exército egípcio na península do Sinai, vencendo uma

série de batalhas de tanques no deserto contra forças armadas superiores. Em 9 de junho, os israelenses estavam no controle da margem leste do Canal de Suez. Entrementes, os jordânios, em 5 de junho, haviam desferido uma ofensiva em apoio dos egípcios. Depois de confrontos acirrados, os israelenses os expulsaram e, no dia 7, tomaram controle de toda a Margem Oeste e de Jerusalém. A FDI estava livre para concentrar sua atenção nos sírios, que ocupavam posições fortificadas nas colinas de Golã, a região montanhosa do norte de Israel, dominando a Galiléia. Em 9 de junho, um assalto combinado entre infantaria, tanques e aviões israelenses capturou as colinas de Golã e pôs os sírios em desordenada fuga. Em 10 de junho de 1967, a Guerra dos Seis Dias, como ela se tornou conhecida, estava encerrada. Essa guerra deixou Israel em posse da Margem Oeste, das colinas de Golã, da Faixa de Gaza e do Sinai. A vitória

Nesse ínterim, batalhas similarmente atrozes tiveram

lugar

Golfo de Suez, ela se tornou conhecida como Linha de Bar-Lev, em decorrência do chefe do estado-maior israelense, o general Chaim Bar-Lev.

A linha era um complexo de casamatas, trincheiras e baluartes a ser ocupado por infantes

munidos de armamentos leves. Por trás dela, duas estradas em sentido norte-sul foram construídas,

permitindo que veículos blindados e canhões autopropulsados chegassem rapidamente ao apoio de qualquer ponto da linha que sofresse ataques dos egípcios. Quando os egípcios promoveram sua ofensiva do Yom Kippur através do Canal de Suez, em 1973, a Linha de Bar-Lev tinha poucos homens e não representou grande obstáculo. Também se afirmou que sua existência contribuiu para o excesso de confiança dos israelenses, o que os deixou menos preparados para as sérias batalhas

militar, contudo, não foi seguida de sucessos políticos Estados

desgostosos do que nunca, e palestinas na Margem Oeste e uma ameaça potencialmente israelenses. A ONU condenou israelense

dessas

áreas

e

do

árabes

estavam

mais

as grandes populações em Gaza representavam séria à segurança dos a continuada ocupação Sinai,

aumentando

o

isolamento de Israel. A Guerra dos Seis Dias não foi sucedida pela paz. O da os vind tos men ipa equ os nov com ado orç ref o, Egit ra cont to atri de ha pan cam uma iou inic a, étic Sovi ão Uni que Israel através do Canal de Suez, em 1969-70, o se Não a. terr em e ar no s nto fro con os séri resultou em de ão ess suc uma de mas , enta viol rra gue tratava de pa s que cho de e ia, lhar arti de e ataques aéreos e a uma am uír str con ses elen isra Os entre tropas. a er en def para v, -Le Bar de fortificações, a Linha po gru O isso, to uan Enq . Suez de margem leste do Canal nd een a forç à -se nou tor , fat Ara Al Fatah, de dos nta ate à er orr rec a am sar pas OLP e os palestinos É a. caus suà er mov pro para terroristas internacionais as e vez uma u odi ecl rta abe Em 1973, a guerra E 8 e ç p de 6 em feriado judeu do Yom Kippur, nes , inai no ses elen isra as e a Síria atacaram forç re é

Golã, de nas coli na e , Suez de Canal

Linha de à te men ida rap Os egípcios atravessaram m o c s a d a m r A s. sa fe de as com parc

Lev, que só contava

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ao acaso.

um

avanço

inicial dos

1.854 mortos era elevada para seus padrões. A resposta

que encontrariam em 1973.

Os

Golã, onde

pelo coração do Sinai. Os israelenses reagiram com velocidade e potência esmagadoras. Eles destruíram grande parte das forças blindadas egípcias e, em 15 de outubro, firmaram pé na margem oeste do Canal de Suez. Isso isolou o Terceiro Exército egípcio na margem leste do canal, deixando o Cairo virtualmente à mercê de Israel. Ao mesmo tempo, a FDI abriu caminho pela Síria, ameaçando a capital síria de Damasco. Com os Estados Unidos e a União Soviética totalmente comprometidos com lados opostos na guerra, tornou-se essencial um cessar-fogo, para evitar o risco de uma guerra global entre as duas superpotências. Os Estados árabes do petróleo também tinham começado a suspender carregamentos para a Europa ocidental e a América do Norte. Um cessar-fogo foi aceito por ambos os lados, em 22 de outubro. Embora Israel acabasse uma vez mais vitorioso, a Guerra do Yom Kippur foi um golpe severo para a determinação israelense. A perda de

por 160 quilômetros entre o Mar Mediterrâneo e o

diplomáticos.

colinas de

sírios foi repelido pelos israelenses, porém, uma vez mais, ao custo de baixas imensas. O ponto de virada da Guerra do Yom Kippur veio em 14 de outubro, quando os egípcios tentaram um avanço por demais ambicioso

Em março de 1969, as forças israelenses que ocupavam a península do Sinai concluíram a construção de uma fortificação defensiva ao longo da margem leste do Canal de Suez. Estendendo-se

ou

nas

inicial para a guerra revelou níveis perturbadores de displicência. Os Estados árabes, por outro lado, haviam conquistado prestígio. Depois da Guerra do Yom Kippur, um hábil e intensivo trabalho diplomático conseguiu finalmente firmar a paz entre o Egito e Israel, nos acordos de Camp David, em 1978. Esse acordo foi arranjado pelo presidente norte-americano Jimmy Carter entre o primeiro-ministro de Israel, Menachim Begin, e o presidente do Egito, Anuar Sadat. Ele foi finalizado em Camp David, reduto do presidente em Maryland, e assinado em Washington, em 26 de março de 1979. Mas o problema essencial dos árabes palestinos, que ainda requeriam um país natal, continuou sem solução.

A Invasão do Líbano O

antagonismo

entre

grupos

políticos

|

cristãos

e

muçulmanos no Líbano e a presença de grande quantidade de combatentes armados da OLP ajudaram a reduzir o Líbano a um estado de guerra civil a partir de 1975. Em março de 1978, os israelenses promoveram

de uma súbita invasão do sul do Líbano, na tentativa

os destruir bases guerrilheiras palestinas. Todavia, s mê No te. nor o a par s mai am uar rec s palestino de ás atr do xan dei , ram ira ret se es ens ael isr os te, seguin zona uma har rul pat a par se len rae -is pró a íci mil uma si

tropas no sul do Líbano, onde também se posicionaram pacificadoras enviadas pela ONU. Em junho de 1982, os israelenses empreenderam uma ão raç Ope a : ala esc or mai em , ano Líb do o asã inv segunda

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da

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imigos, Israel destruiu a maior parte da ae ronáutica síria e de seus sistemas de artilharia antiaérea, quas e sem

sofrer perdas em sua própria força aérea. A partir de meados de junho, a FDI mantev e sob sítio

a parte oeste de Beirute, quartel-general da OL P. que era defendido por um misto de palestinos, sírios e muçulmanos libaneses. O sítio durou por mais de dois meses, durante os quais os israelenses sujeitaram a cidade a bombardeios aéreos e ataques de artilharia. Chegou-se finalmente a um acordo para que os

ocupados Gaza.

Essa

dos

territórios

turbulência,

conhecida

palestina

na

Margem

Oeste

À direita: As guerras que Israel fravou em 1967-73 foram de se pos a ora emb , ais ori rit ter mos ter em s ida ced -su bem to mui Gaza e da Margem Deste gerassem problemas em longo prazo.

MODERNO

E

Antevendo intermináveis distúrbios civis e ataques terroristas, em 1993 o governo israelense do primeiroministro Yitzhak Rabin finalmente arriscou a paz. Rabin e Arafat assinaram um acordo de paz que deu autonomia política aos palestinos na Margem Oeste e em Gaza. Em troca, a OLP aceitou o direito de existência de Israel. Arafat foi eleito líder da nova Autoridade Palestina em janeiro de 1996. No entanto, o controle de Jerusalém ec a questão de um Estado independente palestino continuaram sem resposta.

1978-82 — Israel invade

o Libano

MAR

MEDITERRÂNEO

ARDA | ÍMGALILEIA

COLINAS DE GOLÃ

1967 — Ocupadas por Israel

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Tel Aviv 6

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Tio Jordão

1973 — A Síria ataca os israelenses

FAIXA DE GAZA 1967 — Ocupada por Israel

” Porto Said

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CANAL DE SUEZ 1967 — Atacado por Israel

v | 1968-70 — "Guerra de atrito" e | através do canal

Suez el

1973 — O Egito ataca forças israelenses próximo ao canal

PENÍNSULA DO SINAI 1967 — Ocupada por Israel

1973 — O Egito ataca Israel

e em

como Intifada, representou um novo tipo de desafio para OS soldados israelenses, que tentavam manter à ordem e afirmar sua autoridade perante jovens que atiravam pedras e manifestantes que entoavam hinos.

MUNDO

FRONTEIRA ENTRE ISRAEL E O LÍBANO

Médio não garantiria a segurança dos israelenses. Em 1987, distúrbios generalizados irromperam em meio à população

NO

T

combatentes palestinos deixassem Beirute sob a supervisão de uma Força Multinacional (FMN). A evacuação foi concluída em agosto, e a FMN retirouse em 10 de setembro, sendo que, quatro dias depois, os israelenses avançaram para a seção oeste de Beirute. Os aliados de Israel em meio à milícia cristã libanesa promoveram um notório massacre de civis palestinos indefesos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila. A milícia fora admitida aos campos pelos israelenses para procurar terroristas palestinos, que podiam ter participado do assassinato do recémeleito presidente do Líbano. A FMN foi reposicionada às pressas em 20 de setembro, mas sua presença só contribuiu para aumentar o caos selvagem em que o Líbano imergiria nos anos subsequentes. Em 23 de outubro de 1983, 297 membros das unidades norte-americana e francesa da FMN foram mortos durante atentados terroristas por suicidas libaneses contra suas barracas. A FMN retirou-se no ano seguinte. Os israelenses também efetuaram uma retirada lenta e paulatina, embora tentassem manter o controle de uma parte do sul do Líbano, junto à fronteira com Israel. Ao longo da década de 80, tornouse cada vez mais claro que a superioridade militar de Israel no Oriente

GUERRA

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À Guerra Fria Os Estados Unidos e a União Soviética foram aliados durante a Segunda Guerra Mundial, mas suas

diferenças políticas assomaram à superfície assim que as lutas se encerraram. Em março de 1946, discursando em Fulton, Missouri, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill resumiu a divisão

política da Europa ao referir-se a uma “cortina de ferro” que descera sobre a Europa, dividindo-a entre o oriente comunista e o ocidente capitalista. voltada contra a União Soviética. Essa última formou uma aliança similar com os países da Europa oriental, o Pacto de Varsóvia, em 1955. A notícia de que a União Soviética havia testado sua primeira bomba atômica em 1949 foi seguida pela queda da China continental aos comunistas. Tais eventos levaram os receios norteamericanos do comunismo a um novo escalão de

de governos comunistas que passaram (E a controlar os países de ocupação soviética no leste da Europa, entre 1945 e 1947 — e que, na verdade, eram Estados de partido único, baseados no poder irrestrito de sua polícia secreta —, ofendeu profundamente a opinião ocidental. Em março de 1947, o presidente Harry S. Truman (1884-1972) declarou o comprometimento dos Estados Unidos em evitar a difusão do

ansiedade.

No ano seguinte irrompeu a Guerra da Coréia, precipitando os Aliados Ocidentais, sob a égide da ONU, em uma guerra declarada ao comunismo. O governo dos Estados Unidos se refreou do uso de armas atômicas e tomou medidas para evitar que a guerra se alastrasse. A União Soviética apoiou tanto os norte-coreanos quanto os chineses comunistas que os auxiliaram durante os conflitos, mas não comprometeu diretamente suas próprias forças. Estabeleceu-se, assim, o padrão da Guerra Fria: os Estados Unidos e a União Soviética promoveriam sua rivalidade de todas as maneiras possíveis, sem confrontar-se diretamente. Nos anos 50, as duas superpotências embarcaram em uma corrida de armas nucleares que duraria até 1987. A princípio, as duas rivais se concentraram em produzir bombas mais poderosas, a serem lançadas contra o alvo

comunismo. O primeiro teste para esse compromisso

norte-americano

a União

quando

1948,

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ocorreu

Soviética bloqueou o acesso a Berlim Ocidental, que fora ocupada por forças norte-americanas, britânicas e francesas desde 1945, mas que se encontrava na Alemanha Oriental, de controle soviético. Os norteamericanos e britânicos criaram uma ponte aérea que manteve Berlim Ocidental suprida com alimentos e combustíveis sob condições as mais árduas, de junho de 1948 até setembro de 1949. A União Soviética renunciou a sua tentativa de expelir os Aliados de Berlim Ocidental, em 1949, mas o confronto entre Oriente e Ocidente se intensificou. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi formada, agremiando os países da Europa ocidental, os Estados Unidos e o Canadá em uma aliança militar À direita: Privados da oportunidade de um confronto direto — o risco de destruição global era excessivo —, os Estados

Unidos e a União Soviética se aproveitaram de conflitos no Terceiro Mundo para favorecer suas próprias metas e agredir

superpotência rival. Armas soviéticas mataram soldados norte-americanos no Vietnã,

enquanto armas ocidentais

mataram soldados soviéticos no Afeganistão. Centenas de milhares de nativos também

pereceram nessas centelhas da Guerra Fria.



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divisão encerrou-se no final da década de 80, quando a União

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Soviética veio abaixo.

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por aviões de grande autonomia. A primeira bomba de hidrogênio, testada pelos norte-americanos em 1952, foi logo

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reproduzida 1962.

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mentais (ICBMSs), os quais, em geral, lançam uma bomba atômica menor, mas

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em quantidades muito maiores e com maior probabilidade de atravessar as

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o norte-americano Atlas-D, entrou em serviço em 1958. No ano seguinte, os Estados Unidos passaram a dispor de mísseis balísticos Polaris, lançados por submarinos, cada um deles armado com várias ogivas nucleares. A União Soviética demonstrou que poderia acompanhar os desenvolvimentos norte-americanos,

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defesas inimigas. O primeiro ICBM eficaz,

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como as da Segunda Guerra Mundial. O foco da corrida armamentista mudara a essa altura para o desenvol-

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equivalente à de um milhão de toneladas do explosivo trinitrotolueno — TNT), o que representa 3 mil bombas atômicas

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embora, na maioria, com um passo de desvantagem.

com

Estados Unidos em eventos ultramarinos, mas era

hostil ao comunismo e suspeitava dos planos do líder soviético losif Stalin. Quando a Grã-Bretanha declarou que já não podia continuar resistindo à pressão comunista sobre a Grécia e a Turquia,

países vitais para a segurança do Ocidente, Truman reconheceu que os Estados Unidos deviam assumir essa responsabilidade. Em 12 de março de 1947, ele anunciou:

“Acredito que deva ser a política dos Estados Unidos apoiar povos livres que vêm resistindo à subjugação por minorias armadas ou pressões

estratégico

progrediu

o advento de novas armas. Em

juntamente

meados

de 1960,

ataques nucleares por meio de sistemas defensivos espaciais, encerrando com isso a destruição mútua assegurada de que dependia o entrave nuclear.

externas”. Essa “Doutrina Truman”, afirmando a .

oposição dos Estados Unidos à difusão mundial do .

internas, revoltas de meio por fosse — comunismo fosse por pressão de forças comunistas —, difoua. | política externa norte-americana durante os pone pes Ata

pensamento

tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética planejaram iniciar seu contra-ataque antes da chegada dos mísseis inimigos. Isso resultou em um entrave nuclear conhecido como MAD, ou Destruição Mútua Assegurada. No mundo da MAD, cada lado tinha ciência de que não poderia iniciar uma guerra, pois seria igualmente destruído. O mais próximo que as superpotências chegaram da guerra nuclear foi a crise dos mísseis em Cuba, em 1962, quando a União Soviética planejou posicionar mísseis nucleares de médio alcance em território cubano. No impasse subsequente, a guerra esteve perigosamente perto de eclodir. Nos anos 80, novas medidas desestabilizaram o equilíbrio nuclear. Elas incluíram a instalação na Europa de mísseis norte-americanos Cruise com ogivas nucleares e a operação “Guerra nas Estrelas”, ou Iniciativa de Defesa Estratégica. Essa última buscava proporcionar aos Estados Unidos a capacidade de resguardar-se de

Durante o inverno de 1946-47, o presidente Harry S. Truman teve de decidir se retomaria a tradicional política norte-americana de isolamento. Truman podia ter reduzido as forças armadas norte-americanas e suspendido o envolvimento dos

AQ anos seguintes.

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289

O súbito colapso do poder soviético, e, em seguida,

da própria União Soviética, entre 1987 e 1991, trouxe ao fim a quadragenária Guerra Fria, já que uma das superpotências, a União Soviética, perdera tanto a vontade política de sustentar a corrida pela supremacia mundial quanto a capacidade financeira de competir com os Estados Unidos, muito mais ricos.

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A Ameaça do Terrorismo As democracias ocidentais têm sido tradicionalmente alvo de grupos terroristas, sejam extremistas

árabes, organizações de esquerda (frequentemente apoiadas por regimes comunistas) ou nacionalistas

violentos. Em seus esforços por alcançar metas muitas vezes extravagantes, tais grupos recorreram a raptos, sequestros e assassínios, com resultados no mais das vezes horrendos. A resposta foi a formação de unidades de elite para combater grupos terroristas. ma das mais sangrentas campanhas terroristas do período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial foi a promovida por judeus palestinos contra o governo britânico, que controlava o território, e os árabes palestinos do local. A comunidade judaica estava tentando criar um Estado independente, mas sofria a oposição da população árabe local, enquanto os britânicos tentavam preservar a ordem. Os judeus recorreram a táticas de terror para obrigar os britânicos a deixar a Palestina. Um incidente notável foi a explosão do quartel-general da administração britânica em Jerusalém, o hotel King David, pelo grupo terrorista judeu Irgun, em julho de 1946. A bomba matou 91 pessoas, muitas delas civis. O Irgun na verdade 13)

telefonara

alertando sobre a bomba, mas o aviso fora

ignorado pelos oficiais britânicos no hotel. Os britânicos também enfrentaram outras campanhas terroristas por grupos que buscavam independência, notavelmente na Ilha de Chipre (1955-58) e em Aden (1963-67).

Um Problema Global

Foi somente no final da década de 60, porém, que o terrorismo se tornou uma atividade internacional e uma ameaça à estabilidade do mundo. O surgimento do terrorismo internacional resultou em grande parte de dois fenômenos simultâneos: o crescimento de grupos árabes palestinos dedicados à derrubada do Estado a rem ext de as idéi de são difu a e el Isra de judeu esquerda entre certos grupos da Europa. O Al Fatah, grupo palestino liderado por Yasser a, avi Tod . 1964 em el Isra ra cont s que ata Arafat, iniciou a stin Pale da o açã ert Lib a para r ula Pop foi a Frente fora s alvo ar atac a , 1968 de ir part à u, eço com (FPLP) que Os a. stin pale a caus à de ida lic pub de Israel para dar ão viaç a Al, El a ra cont udo ret sob ataques voltavam-se litude. A amp or mai am har gan logo mas aérea israelense, munção olu rev uma de e part o com FPLP via sua luta os , dos era mod es árab s ado Est Os s alvo dial, e tomava por = is. enta ocid ões naç Estados Unidos e outras aviões. de tro ues seq O era sica clás A tática terrorista nos nça ura seg de itas estr Na ausência de medidas embarcar l fáci ser am rir cob des tas aeroportos, os terroris estrá-los, sequ ida, segu em e, es aviõ com armas em e Sol rto opo aer um em obrigando o piloto a pousar reféns, o com os eir sag pas Os e Lá,eles manteriam o avião os outr de ão rtaç libe a e ent e fariam exigências — usualm anteriores.

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na Jordânia,

menos que quatro aviões — britânico e um suíço — e por jato israelense na Holanda. conduzidos ao Campo de

onde

acabaram

detonados

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frente às câmeras de TV do mundo. A resposta imediata aos segquestros foi um ataque contra grupos armados palestinos pelas forças do rei Hussein, da Jordânia, que expulsaram os palestinos do país, obrigando-os a se mudar para o Líbano e a Síria. A visão da FPLP de que a luta palestina fazia parte de uma luta revolucionária mundial tornava natural que ela se aliasse a grupos terroristas de esquerda, os quais vinham se formando na Europa no final dos anos 60. Esses grupos eram de dois tipos distintos. O primeiro consistia em estudantes ou intelectuais de classe média, como o notório “Carlos, o Chacal? (Ilich Ramirez Sanchez), que se desiludira com a política pacífica depois do malogro dos movimentos estudantis e operários que varreram a Europa ocidental em 1968. Eles decidiram recorrer à luta armada. Os exemplos mais notáveis foram a Facção do Exército Vermelho na Alemanha Ocidental, também conhecida como gangue de Baader-Meinhof, e as Brigadas Vermelhas, na Itália. O segundo tipo de movimento terrorista europeu era essencialmente nacionalista, como o Exército Republicano Irlandês (o IRA, na época conhecido como IRA Provisional), na Irlanda do Norte, e o movimento separatista basco, na Espanha. Ambos se envolveram em campanhas terroristas em escala considerável nos anos 70.

Terroristas Palestinos

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u elo rev que o, tud con a, Ási da a ist ror ter po gru um Foi pela primeira vez ao mundo a extensão dos contatos internacionais palestinos. Em 30 de maio de 1972, três membros do Exército Vermelho japonês estavam entre no ão avi um de m ra ca ar mb se de que os eir sag os pas ael. Isr em v, Avi Tel a o xim pró , Lod de rto opo aer as Disparando indiscriminadamente € atirando granad m 26 de mão nas instalações do aeroporto, eles matara pessoas e feriram outras 76. a sob ino est pal po gru ro out mas P, FPL a foi Não direção

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MUNDO

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À esquerda: Os destroços do Boeing 747 detonado enquanto sobrevoava Lockerbie, na Escócia, em dezembro de 1988. Extremistas libaneses estavam por trás do ultraje.

todo o mundo haviam estado mal preparados para enfrentar a onda de

terrorismo

Negociadores alemães concordaram em providenciar um avião para que os terroristas e seus reféns partissem para a Tunísia. No aeroporto, contudo, policiais atiradores tentaram matar os terroristas. Seguiu-se um tiroteio, e todos os reféns foram mortos antes que os últimos terroristas fossem capturados. Em 1973, a causa palestina ganhara a atenção mundial. Os principais líderes palestinos, incluindo Arafat, decidiram encerrar a campanha

de terrorismo

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internacional, mas havia muitos grupos palestinos menores dispostos a levar adiante a tradição terrorista.

O governo do Iraque apoiava o líder terrorista Abu Nidal, que arquitetou uma série de atentados, especialmente contra palestinos que favoreciam um acordo com Israel. O líder líbio Muamar Kadafi criou seu próprio movimento terrorista, a Juventude Nacional Árabe para a Libertação da Palestina (JNALP). A rede internacional da FPLP foi herdada por Wadi Haddad, líder das operações ultramarinas do movimento, e ele prosseguiu na campanha independentemente. A campanha de terror de Haddad, de 1973 a 1978,

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dependia em grande medida de seu elo com a Facção do

Exército Vermelho alemã e com o venezuelano Carlos,

o Chacal, que planejava as operações européias. Terroristas do Baader-Meinhof tomaram parte no rapto dos principais ministros mundiais do petróleo em Viena, na Áustria, em dezembro de 1975 — operação

que tencionava “punir” Estados do Oriente Médio favoráveis ao Ocidente por não apoiarem os palestinos. parte no tomaram também Terroristas alemães sequestro de Entebbe, em Uganda, em 1976, que foi encerrado por um esquadrão antiterrorista israelense.

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us passageiros a bordo eram judeus, O sucesso em Entebbe, em que a maioria dos reféns

foi resgatada, demonstrou que o mundo se tornava um local menos fácil para os terroristas. Os governos de

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partir do início da década de 70, eles começaram a organizar esquadrões antiterroristas, coordenar serviços secretos e oferecer resistência ao terrorismo. Unidades especializadas como a britânica SAS (Serviço Aéreo Especial), a alemã Grenzschutzgruppe (GSG 9 — Grupo de Proteção da Fronteira) e a norteforam Force Delta americana treinadas no combate ao terrorismo. O ponto de virada na luta contra o terrorismo internacional sobreveio em outubro de 1977. O BaaderMeinhof tomou como refém um negociante da Alemanha Ocidental, Hanns-Martin Schleyer, e exigiu a libertação de todos os seus membros detidos em prisões

alemãs, inclusive de sua liderança. Ao mesmo tempo, um

avião da Lufthansa foi sequestrado por terroristas palestinos para apoiar as exigências da Facção do Exército Vermelho. A GSG 9 — auxiliada por dois agentes do SAS — seguiu o avião sequestrado até Mogadishu, na Somália.

Lá. eles o atacaram e libertaram os reféns, matando ou

capturando todos os terroristas. O IRA e o movimento basco foram muito mais duradouros por estarem profundamente arraigados em minorias hostis ao governo: os católicos na Irlanda do Norte e os bascos na Espanha. O IRA sustentou uma campanha terrorista contra os britânicos tanto na Irlanda do Norte quanto na Grã-Bretanha durante 27 anos, de 1970 a 1997, com

um e outro cessar-fogo. Os

bascos iniciaram sua campanha contra o governo e as autoridades espanholas, em 1967; até hoje estão lutando. O terrorismo de direita também é ultraviolento. Na Itália, terroristas de direita tiravam muito mais vidas do

que as Brigadas Vermelhas, matando 80 pessoas, por exemplo, em uma única explosão na estação ferroviária de Bolonha, em 1980. Nos Estados Unidos, a detonação do edifício Alfred P. Murrah em Oklahoma City, em abril de 1995, no qual 168 pessoas morreram, foi obra de extremistas de direita. A lista de ultrajes terroristas não dá mostras de que se encerrará. Incidentes de destaque incluem a explosão de um Jumbo da Pan-American que sobrevoava Lockerbie, na Escócia, em dezembro de 1988, matando

270 pessoas. Apesar do emprego de recursos maciços para combater o terrorismo, ele permanece uma amea-

ça para a paz e a estabilidade!”,

12 O texto original data de 2000, sendo, portanto, anterior à destruição do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, em Nova York — até hoje o mais colossal atentado terrorista da história. (N. do T.)

291

do Vietnã

A Guerra

O apoio norte-americano ao corrupto regime sul-vietnamita de Ngo Dinh Diem, como baluarte contra a difusão do comunismo na região, consumiu gradualmente os recursos militares dos Estados Unidos. No início da década de 60, havia umas poucas centenas de conselheiros militares no Vietnã do Sul; em 1969, mais de 600 mil militares estavam envolvidos na tentativa de derrotar o Vietcongue e seus

partidários no Vietnã do Norte.

transportados pela Trilha de Ho Chi Minh, que se estendia do Vietnã do Norte, atravessando o Laos e o Camboja, até o Vietnã do Sul. Em 1961, os Estados Unidos, que já vinham treinando o exército sulvietnamita (ERV — Exército da República do Vietnã), começaram a pôr em ação conselheiros militares e pilotos de helicóptero. O governo dos Estados Unidos estava muito preocupado com a situação no sudeste da Asia. O Laos, outro dos países da antiga Indochina

m 1959, guerrilheiros comunistas sul-vietnamitas (FLN), de Libertação Nacional da Frente conhecida popularmente como Vietcongue, iniciaram uma campanha para derrubar Diem. Apoiado pelo Vietnã do Norte, o levante da FLN alastrou-se rapidamente por grande parte do Vietnã do Sul rural. Muitas das armas e mantimentos do Vietcongue eram

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complexa guerra civil, e seria um alvo fácil para uma tomada de poder comunista. Baseando sua política na “teoria dominó” — de que a queda de um regime pró-norte-americano no sudeste da Ásia poderia resultar na queda de outros —, as administrações norte-americanas se viram compelidas a deter o poder comunista no Vietnã do Sul a praticamente qualquer custo. Em 1963, os Estados Unidos apoiaram um golpe sul-vietnamita contra Diem, porquanto o consideravam demasiado ineficaz e impopular para derrotar os comunistas. Diem foi morto no golpe, que instaurou um novo governo. Mas isso só lançou o Vietnã do Sul em nova instabilidade política, atrelando os Estados Unidos ainda mais ao país. Enquanto isso, o movimento de guerrilha comunista continuava a avançar, superando as forças do governo em comprometimento, apoio popular e habilidades de combate. Em 1964, parecia somente uma questão de tempo até que a capital sul vietnamita, Saigon, sucumbisse à FLN.

O secretário de Defesa norteamericano, Robert McNamara, juntamente com outros líderes políticos e militares

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desejo de circunscrever o conflito e evitar uma guerra com alguma das grandes potências comunistas (a Rússia ou a China) excluiu a possibilidade de uma invasão do norte. Os norte-americanos decidiram aumentar a agosto

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dos

Estados

de

Unidos no Vietnã do Norte levou ao incidente do Golfo de Ionkin, quando um destróier norte-americano, o USS Maddox, que contornava a costa do país, foi atacado por vasos norte-vietnamitas. Um incidente similar foi propalado, mas não confirmado, dois dias depois. Qualquer que seja a verdade quanto a esse obscuro incidente, ele proporcionou um pretexto para bombardeios norteamericanos contra o Vietnã do Norte e para a aprovação de uma resolução, conferindo, ao presidente Lyndon B. Johnson, carta branca para aumentar o envolvimento dos Estados Unidos no Vietnã.

Mas o problema dos norte-americanos era que, por mais êxitos militares que lograssem, eles não pareciam mais próximos de uma vitória decisiva. O bombardeamento do Vietnã do Norte só reforçou a resolução dos norte-vietnamitas de continuar lutando. A rota de suprimentos do Vietnã do Norte para os combatentes no sul, a Trilha de Ho Chi Minh, continuava a funcionar —

apesar de ataques aéreos norte-americanos em grande escala contra a rota e os comboios que a percorriam. Enquanto isso, a dimensão das baixas norte-americanas na guerra começava a preocupar o público dos Estados Unidos; 9.378 norte-americanos morreram no

áreas a 25 quilômetros de Saigon. Embora munidos de equipamentos leves, eram muito destros nas artes guerrilheiras da ocultação, da emboscada e do ataque | surpresa. Westmoreland decidiu usar o que considerava suas duas grandes vantagens sobre o Vietcongue: mobilidade e poder de fogo. O uso de unidades de helicópteros permitia que soldados norte-americanos avançassem rapidamente para o coração do território vietcongue em busca do inimigo. Uma vez estabelecido o contato, os comandantes norte-americanos recorriam à maciça capacidade destrutiva do poderio aéreo, da artilharia

Vietnã, em 1967. Uma crescente minoria nos Estados Unidos se desavinha com a guerra em si. Era difícil

distinguir entre guerrilheiros e camponeses no Vietnã do Sul, e as forças norte-americanas nem sempre se preocupavam com essa distinção. A ação militar norteamericana resultou na destruição de aldeias, na ruína de safras e no assassínio ou mutilação de civis. Os críticos observaram que tais coisas eram infligidas aos sulvietnamitas, o mesmo povo que os norte-americanos haviam sido enviados para proteger. O momento crítico da guerra norte-americana no Vietnã ocorreu no início de 1968. Em 31 de janeiro, guerrilheiros do Vietcongue e tropas norte-vietnamitas atacaram mais de cem cidades e aldeias por todo o Vietnã do Sul. Essa Ofensiva do Tet (nome do feriado vietnamita em que ela teve início) foi um claro fracasso militar. Contra-ataques dos norte-americanos e de forças do ERV reconquistaram todas as cidades ou distritos tomados nos ataques iniciais, infligindo duras baixas, das quais o Vietcongue jamais se recuperou plenamente.

montada e dos canhões navais norte-americanos, buscando destruir as formações guerrilheiras. A medida

do sucesso passou a ser a “contagem de corpos” — o número de comunistas mortos, publicado regularmente pelos norte-americanos.

Ao enviarem quantidades crescentes de soldados ao Vietnã do Sul, chegando a mais de 480 mil no final de 1967, os Estados Unidos tiveram indubitável sucesso da

campanha

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* ser invadidas durante a Guerra do Vietnã.

soldados do exército norte-vietnamita, controlava efetivamente cerca de 70% do Vietnã do Sul, incluindo

o ímpeto

MODERNO

dúzia de Howitzers de 105 mm ou 155 mm. Caso a base fosse atacada, seu comandante poderia convocaro apoio de um pujante destacamento aéreo, incluindo helicópteros militares, aviões de carga adaptados como de tirdeo asa fixa, aviões de ataque “ plataformas " Terrestre e mesmo bombardeiros B-52. Muito poucas * bases de artilharia dos Estados Unidos chegaram a

Em fevereiro de 1965, os Estados Unidos iniciaram o bombardeamento sistemático do Vietnã do Norte, campanha conhecida como Operação Rolling Thunder. No mesmo mês, Fuzileiros Navais norte-americanos desembarcaram em Da Nang, no Vietnã do Sul, sendo as primeiras unidades de combate terrestre envolvidas na guerra. No final do ano, 181 mil soldados norte-americanos estavam operando no Vietnã do Sul. Comandados pelo general William C. Westmoreland (n. 1914), eles assumiram a maior parte da responsabilidade por combater o Vietcongue, em lugar do ineficiente exército sul-vietnamita. A tarefa dos soldados norte-americanos era árdua. O Vietcongue, apoiado por quantidades crescentes de

conter

MUNDO

base de artilharia consistia normalmente em meia

A Intensificação do Envolvimento Norte-americano

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As bases para o suporte de artilharia foram um elemento essencial nos planos norte-americanos para travar a Guerra do Vietnã. Situadas em áreas onde se poderia esperar contato com guerrilheiros, elas deviam proporcionar cobertura às patrulhas de infantaria e contribuir para a “contagem de corpos”, infligindo baixas maciças às unidades inimigas que as atacassem. No âmago da base de artilharia tradicional estava o heliporto. Um círculo de minas e arame farpado constituía suas fronteiras. Dentro da base, um anel de covas protetoras proporcionava um amplo campo de disparo. A bateria de tiro na

pressão sobre o Vietnã do Norte para persuadir seus líderes a suspender a guerra no sul. Em

GUERRA

guerrilheira. As

grandes operações, como à Cedar Falls, em janeiro de

1967, e a Junction City, de fevereiro a maio do mesmo ano, reconquistaram, ao menos temporariamente, áreas do país há muito mantidas pelo Vietcongue.

293

À direita: A infantaria

norte-americana troca tiros

com “Charlie” (o Vietcongue) no Vietna. Os guerrilheiros eram oponentes fugidios, e não pensavam duas vezes em abandonar o terreno caso a derrota os ameacasse. Essas táticas eram

frustrantes para os

soldados norte-americanos no local.

Todavia, a Ofensiva do Tet constituiu um choque profundo para o público norte-americano, que ficou

assombrado ao ver guerrilheiros tentando tomar a Embaixada dos Estados Unidos, em Saigon, após três anos de esforços por suprimi-los. Isso fez com que tanto o público quanto os líderes norte-americanos passassem a duvidar de que a Guerra do Vietnã pudesse

ser vencida. Em março de 1968, o presidente Johnson declinou o pedido do general Westmoreland de mais soldados para combater no Vietnã e da extensão das operações para O Laos e o Camboja. Em lugar disso, Johnson reduziu a escala dos bombardeios no Vietnã do Norte, no primeiro passo rumo a negociações com os comunistas. As conferências de paz tiveram início em Paris, no mês de maio, mas a guerra seguiu seu curso. Entre a primavera de 1968 e o outono de 1969, período em que a guerra no Vietnã do Sul prosseguiu com ferocidade que não diminuía, o poder de fogo norteamericano começou gradualmente a fazer efeito. As lutas do remotas regiões em mais vez cada se concentravam costeiras. país, distantes de Saigon € das demais cidades de Agência da Fênix Programa o isso, Enquanto

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antibelicistas e cobertura

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Richard M. Nixon foi eleito presidente, em novembro de 1968.

Embora

intensamente

anticomunista,

Nixon

comprometera-se a trazer de volta os soldados norteamericanos que estavam no Vietnã. O público dos Estados Unidos não toleraria por mais tempo as imensas baixas norte-americanas. Além disso, em 1969, 0 exército norte-americano no Vietnã vinha perdendo o brio, com alta incidência de abuso de drogas e sentimentos antibelicistas se manifestando nas fileiras. Ao mesmo tempo em que promovia a retirada de

tropas em 1969, Nixon também expandiu a guerra para atacar bases norte-vietnamitas no Camboja. Ele

autorizou bombardeios no Camboja e assaltos terrestres tanto lá quanto no Laos. Os norte-americanos também apoiaram a derrubada do governante cambojano, o prín-

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desestabilizar o governo do Camboja e provocar um aumento nas atividades do movimento de guerrilha comunista cambojano, o Khmer Vermelho. Em março de 1972, a natureza da luta no Vietnã transformou-se fundamentalmente. Com tropas terrestres norte-americanas sendo rapidamente

despachadas

e deixando de tomar parte em funções de combate, a

liderança norte-vietnamita decidiu invadir o Vietnã do Sul. Os ataques do exército norte-vietnamita foram debelados graças à combinação entre o poder aéreo dos Estados Unidos e uma resistência inesperadamente ferrenha do ERV, mas um cessar-fogo, em outubro, deixou os norte-vietnamitas em controle das principais Sul. áreas fronteiriças no norte e no oeste do Vietnã do

Após uma última demonstração do poder norteamericano na segunda metade de dezembro de 1972, nas alvos devastaram B-52 bombardeiros quando cidades

294

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A Guerra do Vietnã foi chamada de “primeira guerra televisiva”. Reportagens diárias na TV

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dependiam

dos Estados Unidos para dinheiro, sue equipamentos; quando o Congresso

suspendeu o auxílio militar em 1974,0 Vietnã do Sul foi condenado. O fim chegou com notável prontidão. Uma série de avanços do exército norte-vietnamita teve início em dezembro de 1974, e, em março do ano seguinte, ficara claro que o ERV estava desmoronando. Os Estados Unidos se negaram a intervir para salvar seu ex-aliado. Em 30 de abril, em meio a cenas caóticas em Saigon, com norte-americanos e altos oficiais sul-vietnamitas fugindo em helicópteros, tanques norte-vietnamitas invadiram a ex-capital. Enquanto o Vietnã do Sul era tomado pelos comunistas, o mesmo ocorria nos vizinhos Laos e Camboja.

levavam a guerra aos lares norte-americanos, com

uma vividez inatingida pelos meios de comunicação anteriores. Embora sob a instrução e direção de

oficiais da imprensa militar, os jornalistas da mídia

impressa e televisiva podiam, em geral, fazer uma cobertura livre da guerra. Com freguência, eles enviavam matérias pintando um quadro lúgubre da situação militar, especialmente durante a Ofensiva do Tet, em 1968. Os jornalistas também

destacavam o sofrimento dos civis na guerra, fomentando com isso sentimentos antibelicistas

(o caso mais notável foi o massacre de civis sul-

O Custo da Guerra

vieinamitas por tropas norte-americanas na aldeia

A guerra teve um efeito devastador no Vietnã, que foi oficialmente unificado em junho de 1976. Milhões de camponeses foram mortos, feridos ou desalojados. Um terço das terras no sul estava envenenado com sprays químicos ou devastado por bombas e cápsulas de artilharia. A ascensão comunista não trouxe um fim ao

de My Lai, em março de 1968).

Alguns líderes militares sentiam que a imprensa,

a bem dizer, perdera a guerra no Vieinã ao

solapar o moral nacional, quando o exército

estava prestes a vencer o conflito. Desde o Vietnã, as forças armadas norte-americanas se

sofrimento, nem um termo à luta. O regime do Khmer

determinaram a controlar a cobertura da mídia em

Vermelho, instaurado na capital cambojana de Phnom Penh, em 1975, mostrou-se de pronto mais extremo e brutal do que jamais se presumira possível, expulsando a população das cidades para o campo e convertendo-a

tempos de guerra. Parece evidente, entretanto, que

foi antes a natureza da Guerra do Vietnã, com

suas baixas elevadas e a ausência de vitórias

decisivas ou metas claramente compreendidas, que solapou o apoio público nos Estados Unidos.

em mão-de-obra escrava. No Vietnã, em si, a vida era

difícil, tanto pelos efeitos da guerra quanto administração da economia.

Estados Unidos assinaram um acordo de paz com o Vietnã do Norte e a FLN, em 23 janeiro de 1973. Na época do tratado de paz, mais de 46 mil soldados norteamericanos haviam morrido em ação no Vietnã. Nas áreas em que o exército norte-vietnamita e o ERV se confrontavam, lutas ocasionais em pequena escala prosseguiram pelos anos de 1973 e 1974. Os norte-vietnamitas reforçaram metodicamente suas provisões e equipamentos para retomar a ofensiva. Em

pela má

dezembro de 1978, os vietnamitas invadiram o

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Camboja em peso e expulsaram o governo do Khmer Vermelho. A China, que apoiava esse último, invadiu o Vietnã, em uma breve guerra fronteiriça, no ano seguinte. O Khmer Vermelho continuou a promover uma guerrilha brutal contra os vietnamitas até que, em 1989, o Vietnã retirou suas tropas. A eclosão ocasional de lutas e de complexos conflitos políticos continuou no Camboja durante toda a década de 90. À esquerda: O colapso do sul. Tropas norte-

vietnamitos correm pela

base aérea de Tan Son Nhut, em Saigon, em 1975. O colapso do sul foi repentino e total.

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As Guerras do Golfo O Golfo Pérsico é uma área de grande relevância econômica e estratégica, especialmente para o Ocidente, que depende de seu petróleo. Nos anos 80, os ocidentais apoiaram o líder iraquiano,

Saddam Hussein, em sua guerra contra o radical regime muçulmano do aiatolá Khomeini, no Irã.

Mas o Ocidente foi obrigado a tomar medidas contra o próprio Saddam quando ele ocupou o Kuwait, em agosto de 1990. pós confrontos crescentes nas fronteiras, Saddam Hussein (n. 1931) ordenou uma grande invasão do

inspirados pelo zelo religioso e patriótico, e revidaram com total descaso pelas perdas humanas. A Guarda Revolucionária Iraniana, consistindo dos seguidores

sul do Irã, em 22 de setembro de 1980. Durante o mês seguinte, os iraquianos tomaram a cidade de Khorramshahr, mas não conseguiram tomar a importante cidade portuária e refinadora de Abadan. As forças armadas do Iraque eram superiores às do Irã em tanques,

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levar vantagem no campo de batalha, Saddam tomou a decisão de usar armas químicas, mas teve pouco sucesso. Foi o último ato de um conflito que ninguém parecia capaz de vencer. Um cessar-fogo foi acertado em agosto, encerrando uma guerra que vitimara pelo menos um milhão de pessoas.

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do Iraque para além da fronteira. O conflito estancou logo em um entrave, com ambos os lados incapazes de obter uma vitória decisiva. E nenhum deles demonstrou muita imaginação ou flexibilidade: os iraquianos usavam seu poder de fogo para infligir baixas prodigiosas aos iranianos,

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revolução islâmica do Irã se espalhasse. Mas Saddam logo se revelou uma ameaça ainda maior para a paz € a estabilidade do Oriente Médio do que os líderes religiosos iranianos. A guerra com o Irã deixara o IraSua dívidas. em atolado que capacidade de pagá-las era comprometida pela queda no preço do petróleo, provocada em parte pela À esquerda: À 1980 até agosto caracterizou por fortificações —

Guerra Irá-lraque durou de setembro de de 1988. Em pouco tempo, ela se linhas aprofundadas de trincheiras e e pela grande matança.

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aumentar a pressão sobre o Kuwait, reabrindo uma antiga e, em grande parte. especiosa disputa territorial. Colunas armadas iraquianas invadiram o Kuwait em 2 de agosto — em menos de 24 horas, o país estava sob controle iraquiano. A ONU respondeu impondo

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duras sanções econômicas aos iraquianos, impedindo que o Iraque e outros países negociassem entre si. Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e outros países enviaram forças para a Arábia Saudita. O destacamento inicial de forças contra Saddam, denominado Operação Escudo do Deserto, destinava-se a defender a Arábia Saudita e suas vastas reservas de petróleo de um possível ataque do Iraque. Em novembro, contudo,

os Estados Unidos decidiram sobrelevar suas forças na região, aumentando de 200 mil para 500 mil o número de soldados na Arábia Saudita. A Grã-Bretanha e a Fran-

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O stealth (“procedimento secreto”) — termo usado para designar as diversas tecnologias que dificultam a identificação de uma aeronave pelos radares inimigos — tornou-se um elemento vital

Schwarzkopf (n. 1934), comandante norte-americano das forças da Coalizão no Golfo, iniciou a campanha com um ataque aéreo. A Operação Tempestade do

sfealth: o F-117 Blackhawk e o bombardeiro B-2.

maticamente

Deserto, ofensiva aérea contra o Iraque, foi iniciada na

noite de 16-17 de janeiro de 1991. Durante as semanas que se seguiram, aviões e mísseis destruíram siste-

O Blackhawk entrou em serviço pela primeira vez na invasão do Panamá, em dezembro de 1989, durante a Guerra do Golfo, em 1991.

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para a guerra moderna. Os Estados Unidos foram o primeiro país a desenvolvere utilizar aviões

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intensificaram sua participação, e o Egito

e a Síria contribuíram com o envio de tropas — formando o que seria chamado um conjunto de forças

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À esquerda: A Operação Sabre do Deserto foi a ofensiva terrestre promovida contra as forças iraquianas no Kuwait, Os iraquianos foram em 23 de fevereiro de 1991. Es esmagados em quatro dias

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bombardeio que haviam sofrido por ar e por terra. Em 27 de fevereiro,SERA a cidade do Kuwait foi tomada por : tropas da Coalizão. Os Estados Unidos ordenaram um

cessar-fogo na manhã de 28 de fevereiro — exatamente cem horas depois de a Operação Sabre do Deserto ter

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início. As baixas da Coalizão foram de 1%

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Os Conflitos no Futuro Acreditava-se que o fim da Guerra Fria traria consigo um período de paz para o mundo. Essa visão um tanto simplória foi abalada na década de 90, quando grande número de viciosos conflitos raciais e

nacionalistas irromperam em diversas partes do globo — em resultado de rancores e disputas territoriais de longa data. Além disso, a proliferação de armas nucleares e químicas só veio a agravar a instabilidade mundial.

mbora tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética tenham promovido grandes reduções no número e nas modalidades de armamentos nucleares desde o fim da Guerra Fria, outros países vêm tentando desenvolver armas similares de destruição em massa. Apesar de negarem a reconhecer a posse de armamentos nucleares, Israel e a Africa do Sul quase

potências do mundo, é muito possível que as usem em conflitos regionais e localizados. O Paquistão e a India, por exemplo, têm uma longa disputa sobre áreas da Caxemira que ambos requerem como suas, e guerrearam duas vezes nas décadas passadas (como ambos os países são hoje potências nucleares, Os riscos elevaram-se em muito — ironicamente, por terras em

investigaram o programa de armas do Iraque após a Guerra do Golfo, em 1991, descobriram um grande

grande parte inabitáveis). Além disso, há rumores persistentes de que materiais para o fabrico de armas nucleares vazaram da ex-União Soviética, chegando

novos ou emergentes usem tais armas contra as grandes

grupos étnicos ou religiosos em disputa pelo poder econômico ou político. O exemplo mais óbvio de guerra étnica e religiosa em tempos recentes ocorreu no ex-Estado federalista

certamente dispõem deles. Os inspetores da ONU

que

cronograma para o desenvolvimento de mísseis e ogivas nucleares. Tanto a India quanto o Paquistão realizaram grande número de testes com artefatos nucleares, em 1998, e a Coréia do Norte testou mísseis capazes de transportar armas nucleares. Esses incidentes sugerem que o número de membros do “Clube Nuclear” aumentará no futuro. Embora seja improvável que os países nucleares

mais provavelmente a países ansiosos por desenvolver seus próprios armamentos. Os conflitos no futuro imediato serão mais prováveis entre países vizinhos com rivalidades antigas e arraigadas, ou dentro de um único país onde haja

À direita: Durante a guerra éinica na ex-lugoslúvia, nos anos 90, soldados croatas disparam contra oponentes sérvios na cidade de Vukovar. O conflito nesse ex-Estado federalista continha muitos dos fatores que floresceram no mundo pós-Guerra Fria: conflitos étnicos, nacionalismo extremo e várias cisões

religiosas.

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À esquerda: Um soldado do

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exercito norte-americano vigia aldeões da Somália, na África Oriental, em dezembro de 1992. Os problemas que as forças norte-americanas enfrentaram

na região, inclusive o de como agir com energia, mas sem

violência, diante da provocação intensa dos nativos, evidenciaram as dificuldades de empregar militares em operações pacificadoras.

concertado entre Grã-Bretanha, China, União

da Iugoslávia, durante a década de 90. Ah, sérvios, croatas e bósnios (cristãos e muçulmanos) entraram em combate para criar suas próprias nações independentes ou para purgar suas regiões de outros grupos étnicos. O conflito proporcionou ao mundo uma nova expressão — “limpeza étnica” —, que significava, na verdade, o assassinato, a tortura e a expulsão forçada de outros

Dumbarton Oaks, realizada em Washington, em

convivido

Soviética e Estados Unidos na conferência de

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os quais, até então, se tinha

décadas.

Findadas

as hostilidades,

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conflito voltou a fremir mais ao sul, na ex-república iugoslava de Kosovo, conforme forças sérvias e

outubro de 1944. A entidade entrou em vigência em 24 de outubro de 1945. A ONU continha

albanesas lutaram pelo controle da província. As grandes potências mundiais sempre estiveram

originalmente apenas 51 países, mas, hoje, compreende mais de 180.

dispostas a intervir diretamente em outros países, desde

Todos os membros da Assembléia Geral da

que as condições fossem favoráveis. Por vezes, a inter-

ONU — sua câmara de debates — podem ter até

cinco delegados, com um voto único em qualquer

venção se deve a razões humanitárias, como a assistência

Conselho de Segurança consistindo em cinco membros permanentes — a Grã-Bretanha, a

segurança internacionais.

guerra na Iugoslávia e durante a guerra civil entre senhores rivais na Somália, na Africa Oriental, no início dos anos 90. Outras vezes, porém, nações poderosas utilizam sua pujança militar por razões mais complexas. Os Estados Unidos invadiram a ilha caribenha de Granada, em outubro de 1983. O pretexto apresentado era proteger civis norte-americanos e restaurar a ordem após o assassinato do líder da ilha, mas os Estados Unidos também desejavam evitar que Granada intensificasse

Conselho de Segurança e, ocasionalmente, a Assembléia Geral podem se oferecer para negociar

As guerras persistirão pelo futuro sondável, e serão provavelmente muito destrutivas — pelo menos em

de civis encurralados na luta, como foi o caso durante a

questão apresentada. A ONU possui também um

China, a França, a Rússia e os Estados Unidos —

e dez outros países, escolhidos dentre os demais membros, que servem mandatos de dois anos. O

Conselho de Segurança é tido como a

entidade responsável

principal

por manter à paz e à

Se houver guerra entre membros da ONU, o

suas ligações com o líder cubano Fidel Castro.

escala local. Não parece haver grande possibilidade de

entre as facções beligerantes, arranjar um cessar-

um confronto global, nem de uma guerra que envolva o

fogo e proporcionar forças para supervisionar esse

último. As forças pacificadoras da ONU, | identificadas por seus elmos azuis, só podem lutar

uso de armas nucleares. E de esperar que agências como as Nações Unidas consigam evitar conflitos

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io. onam auxílio humanitár ONU também proporci

futuros, mas, como mostra a história, esse raramente foi o caso. E provável que a guerra e o terrorismo continuem a infligir sofrimento a muitos povos por todo o globo. Além disso, a maior disponibilidade de materiais para o fabrico de armamentos nucleares e a disposição de certos países de vendê-los a quem pagar mais não contribuem nada para fazer do mundo um lugar mais

maciçamente nos anos 90.

da humanidade.

| em autodefesa, e devem retirar-se caso o país hospedeiro o solicite. O único momento em au ES forças da ONU tiveram efetivamente de combater outras forças sem que o fosse por autodefesa foi durante a Guerra d Coréia (1950-53). Forças da

A escala geral das operações da ONU aumentou |

seguro. Estamos adentrando uma era incerta na história

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Tendo em vista a “manutenção da paz e segurança internacional”,|” o plano de fundar a Organização das Nações Unidas (ONU) foi

A Guerra do Iraque por José Ailton Garcia

O Oriente Médio permanece uma das áreas mais conturbadas pela guerra em todo o mundo. Assolada por conflitos étnicos e religiosos, e alvo dos interesses das grandes potências globais, a região tem sido palco de conflitos recorrentes e duradouros, como os que há tempos se desenrolar entre Israel e a Palestina. Entre esses conflitos, destaca-se a atual Guerra do Iraque, cujos principais eventos tiveram lugar após o lançamento da edição americana deste livro. O presente capítulo foi elaborado exclusivamente para a edição brasileira, com o intuito de conferir maior atualidade

a seu conteúdo.

Preliminares: Território e População Iraquianos

O Iraque surgiu no fim da Primeira Guerra Mundial, em

1917, tendo

sido

criado

pela

Grã-Bretanha,

que

reuniu três províncias do antigo Império Otomano. Cada província era dominada por um grupo étnico tradicionalmente inimigo dos demais. Dois dos três grupos são árabes muçulmanos

tantes: os xiitas, que a maioria (62%), e país, que perfazem é constituído pelos culmanos mas não ocupam o norte

de inclinações confli-

vivem no sul do país e constituem os sunitas, radicados no centro do 35% da população. O outro grupo curdos, que são muárabes, e atualmente do país. Há também

infantis de desnutrição crônica, segundo o Programa Mundial de Alimentos da ONU. As taxas de mortalidade infantil mais do que duplicaram nos últimos dez anos. Os dois rios principais do Iraque, o Tigre e o Eufrates, estão atualmente muito poluídos, carregando esgoto a céu aberto e exalando extremo mau cheiro sob

uma temperatura média de 45ºC, o que contribui para a disseminação de doenças. Os embargos impostos pela ONU impedem a importação de canos, sob a alegação de que estes serviriam para o fabrico de armas. A venda

minorias de cristãos, assírios € turcomanos.

A língua oficial é o árabe, embora no Curdistão esta seja ensinada como segundo idioma, depois do curdo. Essa variedade religiosa e étnica tem grande influência na direção política do Iraque, há muito marcada pela rivalidade entre xiitas € sunitas. O traçado original do Iraque abarcava o território do Kuwait, mas este foi desmem»rado em 1920 pela Inglaterra e pelos EUA, para se tornar um emirado independente com cerca de 750 poços de petróleo. Atualmente o Iraque faz fronteira ao norao sul Irã, O com leste ao Turquia, a te com

ao 0€Se Saudita Arábia a e Kuwait o com situação Essa Jordânia. a e Síria a com te a um de ro nt ce no ís pa O e põ geográfica é ca ti lí po e ad id il ab st in zona de grande cultural. s ma le ob pr OS , ra er gu a se Não bastas A s. so ro me nu e es av gr o sã ue aq sociais do Ir

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iraquiana em 2003 girava em

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300

A proibida, e sua população convive com isso há 12 anos. Há informações de que cerca de 3 mil crianças morrem anualmente vítimas da falta de medicamentos e condições hospitalares. Com a economia do país em frangalhos, a maioria da população depende de cestas básicas distribuídas pelo governo.

difícil. A

Saddam, que já era considerado um dos líderes de seu

partido, assumiu a vice-presidência e foi incumbido de organizar uma rede de polícias secretas destinada a perseguir e prender dissidentes e desafetos do partido e do governo. Os ministérios da saúde e da educação também ficaram sob a coordenação de Saddam, que realizou vultosos investimentos nessas áreas e instituiu o Dia do Conhecimento. Saddam passou a ser visto como um homem interessado no desenvolvimento e no progresso de seu país.

duração

prevista das reservas iraquianas é de 140 anos. Durante o governo de Saddam Hussein, as companhias exploradoras norte-americanas e inglesas foram substituídas por companhias estatais, aumentando a influência iraquiana no mercado mundial de petróleo. As reservas petrolíferas do Iraque têm sido uma constante nos conflitos que assolam a região já há várias décadas. Outra constante é a figura de seu governante.

As Primeiras Guerras

Essa imagem estava fadada a não durar. Em 1969 o Iraque assinou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, e constantes Inspeções passaram a ser realizadas por comissões da ONU. Mas a intenção pacífica não vingou. Em julho de 1979, Saddam, apoiado pelos EUA, tornou-se o líder do Partido Baath e do Conselho do Comando Revolucionário, e assumiu a presidência do Iraque, num momento em que O general Ahmed Hassan al-Bakr, sob a alegação de que

a”

Saddam Hussein

A história de Saddam Hussein se confunde com a história atual do Iraque e do mundo. Ele esteve envolvido em muitos dos mais importantes acontecimentos mundiais nos últimos 20 anos. Sua vida desde cedo se entrelaça com a política de seu país. Em 1958, enquanto Saddam cursava o penúltimo ano de direito, um golpe militar derrubou a monarquia e foi proclamada a República do Iraque. Criou-se então o Conselho de Soberania do Iraque, sendo proclamado primeiro-ministro o brigadeiro Abdul-Karim Kassim. Foram assassina-

precisava receber cuidados médicos, renunciou a todos

os seus cargos. Em setembro de 1980, ainda com o apoio dos EUA — que se opunham ao regime dos aiatolás — Saddam ordenou que tropas iraquianas invadissem o Irã. Tinha início uma guerra que se estenderia por oito anos e vitimaria quase um milhão de pessoas.

Em 1981, Israel bombardeou a Central Nuclear Ira-

= od

TP,

dos o rei Faiçal II, seu filho, o príncipe Abdulillah, e o

4

primeiro-ministro Nuri al-Said. Saddam se formou em 1959 pela Universidade do Cairo, no Egito, após o que, tendo se unido a um grupo militante, tentou assassinar iraquiano. Tentativa primeiro-ministro o então fracassada: ferido e perseguido por seu envolvimento no atentado, Saddam fugiu de volta para o Egito. Em junho de 1961, Abdul-Karim Kassim provocou polêmica ao afirmar que o recém-independente emirado do Kuwait pertencia ao Iraque. Tropas britânicas e árabes posicionaram-se no Kuwait para responder à ameaça. Em fevereiro de 1963 o Partido Baath, cuja presença no palco político se tornaria decisiva, tomou o poder por meio de um golpe militar, e Kassim foi assassinado. Abdul Salam Mohammed Aref assumiu então a presidência. Em novembro do mesmo ano, Aref expulsou do país o Partido Baath. Em 1964, Saddam, já casado, retornou ao Iraque, no momento mesmo em que o Partido Baath, com o apoio dos EUA, tentava retomar o poder. O golpe fracassou e Saddam foi preso. Durante os quatro anos em que viveu

quiana, sob a alegação de que ela seria usada para o fabrico de uma bomba atômica. Saddam negou a construção da bomba. Invocou o tratado assinado em 1979 e as inspeções da ONU, afirmando que, com base nessa agressão, os países árabes passavam a necessitar da bomba como meio de autodefesa. Em 2 de agosto de 1990, Saddam ordenou que suas tropas invadissem o Kuwait. Quatro dias depois a ONU, por intermédio do Conselho de Segurança, condenou a invasão, exigindo a retirada das tropas e impondo sanções econômicas ao Iraque. Em 17 de janeiro de 1991, forças lideradas pelos EUA deram início à Guerra do

Golfo (ver capítulo específico), a qual se estendeu até 28 de fevereiro. As tropas de Saddam, incapazes de resistir, deixaram o Kuwait. Em

abril e maio de 1991,

Saddam se viu incapaz de impedir a criação de uma zona de exclusão aérea ao norte do Iraque por tropas

norte-americanas, britânicas e francesas. Resultou daí

um território destinado aos curdos iraquianos, onde as tropas do Iraque não poderiam entrar. Em abril de

301 >

MODERNO

sumiu o poder, depondo Abd ar-Rahman Mohammed Aref com um golpe militar apoiado pelos americanos. O general Ahmed Hassan al-Bakr tornou-se presidente, assumindo igualmente o posto de primeiro-ministro e criando o Conselho do Comando Revolucionário (RCC), composto por nove membros. Nesse momento,

Apesar do suplício do povo, o Iraque é dono da segunda maior reserva de petróleo do planeta. Somente no sul do país, onde vive a maioria xiita, existem mais de mil poços. No norte, habitado pelos curdos muçulmanos, a quantidade é também prodigiosa. Na região sunita eles existem em menor número, já que seu o mais

MUNDO

Em julho de 1968, o Partido Baath finalmente reas-

Os Poços de Petróleo

é considerado

NO

na prisão, ele se dedicou a estudos políticos, lendo especialmente obras relacionadas a Lenin e Stalin.

de anestésicos e antibióticos ao Iraque é igualmente

escoamento

GUERRA

ENCICLOPEDIA

MA

DAS

Gl pósitos primordiais

1991, Saddam foi obrigado a aceitar os termos da Resolução 687 do Conselho de Segurança da ONU, com o que se declarou o fim da Guerra do Golfo. Os

A Guerra Atual A destruição das torres gêmeas do World Trade Center por um grupo de terroristas da organização Al Qaeda, em 11 de setembro de 2001, agravou como nenhum

outro evento as preocupações mundiais com o terro-

rismo. Em 30 de janeiro de 2002, o presidente dos EUA, George W. Bush, declarou que o Iraque, juntamente

o Irã e a Coréia do Norte, integrava o “eixo do

mal”, por ter em seu poder armas de destruição em massa e apoiar o terrorismo internacional. Passado um ano do atentado, Saddam ouviu Bush afirmar que era obrigação da ONU forçar o desarmamento do Iraque. O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade a resolução 1441, obrigando o Iraque a se livrar das armas de destruição em massa ou enfrentar “sérias consequências”. lraque o que disse Saddam 2002, de novembro Em da resolutermos os todos incondicionalmente aceitava inspetores ção 1441. No mesmo mês ele permitiu que os da

ONU,

após

uma

interrupção

de

quatro

anos,

A situação, porém, país. no trabalho seu -eassumissem de ultimato o sobreveio março continuava tensa, e em O país deixar para horas 48 tinha Bush: o líder iraquiano escalão primeiro do membros os com e com sua família no morreria que replicou porém, do governo. Saddam, de 2005, de março 20 Em país. seu Iraque, defendendo

O Iraque. contra guerra declararam os EUA O desarmar eram guerra Os objetivos propalados da de So e químicas armas Iraque de suas supostas sa am

ção

em

massa:

derrubar

o então

presidente

mentes às € corações os Hussein: conquistar a democracia ao Susa E

a exploração

do petróleo na

região e a expansão da área de influência geopolítica

termos da Resolução 687 impunham ao Iraque a eliminação de suas armas químicas e de destruição em massa, sob a supervisão dos inspetores da ONU, além do pagamento, com petróleo iraquiano, de todas as despesas de guerra, que oscilavam em torno de 300 bilhões de dólares. Em maio de 1996 a ONU continuava mantendo as sanções econômicas contra o Iraque, apoiadas sobretudo por exportadores de petróleo concorrentes, como a Arábia Saudita e o Kuwait. Houve, porém, uma suspensão parcial do bloqueio, e Saddam aceitou o acordo de “petróleo por comida”, por cujos termos o Iraque poderia comercializar seu petróleo com vistas à aquisição de alimentos e bens de primeira necessidade, excluídos antibióticos e anestésicos, sob a supervisão direta da ONU. As sanções só seriam abrandadas em 1999, após duros conflitos com os Estados Unidos e a Inglaterra. O Iraque era então um país castigado pela guerra e pela miséria da população.

com

eram

a

o

quianos; € levar o aval ne obteve não ela Apesar desses objetivos, seus pro que de suspeitas apoio da ONU: reinavam

dos EUA — o que explicaria a insistência americana na intervenção

armada.

Os

americanos

eram

apoiados

principalmente pela Grã-Bretanha, pela Austrália e por outros aliados, dentre eles a Itália e a Espanha. A ONU, a França e a Alemanha lideravam a oposição diplomática à guerra.

A falta de aval não bastou para deter a máquina de

guerra americana. Seguiu-se o lançamento de bombas contra Bagdá, particularmente contra palácios e pré-

dios estatais. Acreditou-se por momentos que Saddam houvesse perecido no bombardeio, mas ele fez imediatamente um discurso à nação, afirmando que resistiria aos ataques ordenados por “Bush Júnior”. Em 7 de abril de 2003, ele apareceu em meio à multidão

de Bagdá, saudando os iraquianos e reiterando seus votos de resistir até a morte. Na mesma noite, aviões de guerra dos EUA bombardearam a área residencial da

cidade, depois que relatórios da inteligência indicaram que Saddam e seus dois filhos podiam estar ali, juntamente com outros líderes. Mas não se confirmou o destino do líder iraquiano. A ofensiva americana contava com armamentos de tecnologia altamente sofisticada. Nos vinte primeiros

dias da guerra os EUA disparariam mais de 750 mísseis de cruzeiro Tomahawk e mais de 18 mil bombas de precisão. Mesmo o possível uso da bomba atômica não foi totalmente descartado por Bush. O Iraque, em contrapartida, contava com pequeno poder de fogo e com milhares de soldados despreparados e sem qualquer tecnologia.

Suas

armas,

submetidas

dental, já vinham sendo fiscalizadas e da guerra. Um conflito tão desigual sustentar. Em 9 de abril de 2003, o guerra, Bagdá caiu. Forças militares

à vigilância

oci-

destruídas antes não poderia se vigésimo dia da dos EUA pror-

romperam pela cidade, enfrentando pouca resistência

das tropas iraquianas. O regime de Saddam Hussein,

que vigorava desde 16 de julho de 1979, não teve como deter o avanço das tropas invasoras, sendo deposto

pelas mesmas forças que o haviam anteriormente apoiado. A queda de Saddam, simbolizada pela derrubada de sua estátua na Praça do Paraíso, mostrou-se

inevitável. Seus filhos Udai e Qusay foram mortos após

€ recompensa, uma de troca em delatados sido terem

sua própria captura ocorreu em 13 de dezembro de do exército o todo e extinto foi Baath Partido O 2003.

Iraque foi dissolvido. O presidente Bush, a bordo de um dos maiores e mais poderosos navios de guerra do

enmundo, anunciou o fim das hostilidades de grande

vergadura no Iraque. cedo. tão concretizou se não prenunciada Mas a paz Os Hussein, Saddam de regime do derrubada a Após em revoltas provocou que o país, no EUA continuaram Os contra lutar a passou que geral, meio à população

de sucessão uma de palco tornou se “nvasores. O Iraque menores confrontos e sequestros ataques terroristas,

302

A

GUERRA

NO

MUNDO

MODERNO

E

À esquerda: À derrubada da estátua simbolizou a queda de Saddam Hussein.

de emergência, o que permite ao governo decretar toques de recolher, criar postos de controle e deter quaisquer indivíduos suspeitos de atividades escusas. Em março de 2005 os mortos norte-americanos perfaziam cerca de 1.500 homens: quanto aos iraquianos, eram já 145 mil, cifra para a qual não havia comprovação oficial.

Reverberações da Guerra

Após meses de ocupação e de governo provisório sob a tutela dos EUA, ocorreram em 30 de janeiro de 2005 as primeiras eleições democráticas no Iraque em 40 anos. Seu objetivo principal foi eleger membros para a Assembléia Nacional Constituinte, que irá redigir uma nova constituição para o país e nomear o novo primeiro-ministro iraquiano. No final do ano devem ocorrer novas eleições para um governo permanente. O resultado das eleições, oficializado em fevereiro de 2005, conferiu aos xiitas (há muito excluídos do governo) 140 das 275 cadeiras da Assembléia Nacional. A coalizão xiita Aliança Iraquiana Unida obteve 47,6% dos votos — o correspondente a 60% dos votos totais. Embora conferindo-lhes a maioria das cadeiras, o resultado não os dispensa de forjar alianças

entre as forças ocupantes e militantes locais. O trabalho de pacificação e reconstrução do país entremeou-se de episódios violentos e amiúde atrozes. Os fedayins e mujahedins (corpos paramilitares iraquianos) causaram grandes problemas aos soldados da coalizão, chegando a matar civis ocidentais e a dependurar seus corpos em pontes na cidade de Fallujah, bastião da resistência sunita. Como retaliação, as forças de ocupação desfecharam um grande ataque contra a cidade, deixando milhares de mortos espalhados pelas ruas, para serem devorados por cães e abutres. Episódios similares vêm ocorrendo regularmente sob a atenção detida da mídia internacional, em consequência do que mobilizações contra a ocupação americana eclodem em grande parte do planeta. O fato de que não se encontraram armas de destruição em massa nem armas químicas no Iraque só agrava a situação. Outro fator agravante são as dis-

com outros partidos, especialmente com os curdos. Os

sunitas, que haviam sido a minoria governante durante o regime de Saddam, se opuseram enfaticamente à realização de eleições sob a ocupação americana. Na província sunita de Al Anbar, por exemplo, somente

2% dos eleitores votaram. A vitória xiita ameaça agravar a insurgência dos sunitas, e também levanta a questão de uma possível reaproximação iraquiana com o Irã, país predominantemente xiita — reaproximação

que os EUA pretendem a todo custo impedir. À presença americana no Oriente Médio

provavelmente não se encerrará tão cedo, e pode ainda estender-se ao Irã e à Síria — ao Irã pela possibilidade de este se tornar uma potência nuclear, e à Síria pelo acobertamento e suporte dados ao terrorismo mundial. Quanto ao Iraque, seus novos rumos dependerão, entre outras coisas, das alianças forjadas pelos partidos dominantes na assembléia, do incerto apoio sunita ao governo e do relacionamento dos xiitas com o Irã. Com tudo isso, a Guerra do Iraque permanece um assunto em aberto.

crepâncias entre as diversas fontes de informação, que ajustam números e dados conforme suas inclinações políticas e contribuem para o clima geral de incerteza. O que é certo é que as hostilidades não se encerraram tão cedo como previa Bush. Passados quase dois anos da queda de Bagdá, os conflitos persistem. Desde novembro de 2004 o país se encontra em estado oficial

303

DA

e RE

arcabuz Espécie de arma de fogo portátil, Desenvolvido no século N Vl, era fabricado em tamanhos e calibres padronizados, arma de retrocarga

Rifle ou peça de

artilharia carregada

pela culatra, c

não pela boca. armas inteligentes

Termo usado

pelos militares para designar armas, tais como bombas e mísseis, com

grande probabilidade de atingir o alvo. Algumas delas, usualmente misseis. têm um computador de

bordo passível de ser programado

para conduzir a arma até seu alvo

após o disparo. Outras incluem

bombas capazes de dirigir-se a um alvo “iluminado” (identificado) por um raio laser.

arqueiros montados Soldados a cavalo cuja principal arma era o

arco. Raramente vestiam armadura,

e usavam sua velocidade para evitar forças inimigas. avião de ataque terrestre Tipo especial de aeronave. Seu papel, como uma espécie de “artilharia

STE SE LSD

r.

E

4

normalmente artilharia. couraçado

de guerra

CRS

La

Aa

Originalmente um navio

blindado do século XIX.

Construído em madeira e movido a vapor, o madeiramento acima da

água era revestido por uma carapaça férrea protetora.

defesa em profundidade Termo que designa sucessivas linhas de

trincheiras ou outras fortificações. divisão blindada

Formação de

combate compreendendo tanques, infantaria mecanizada, baterias de artilharia, canhoneiras antitanques e unidades de reconhecimento. divisão Bloco constituinte básico de um corpo, a divisão consiste em duas ou três brigadas, comportando aproximadamente 10 mil soldados. Dreadnought Couraçado de grande velocidade, com blindagem

resistente e armamentos pesados. O primeiro foi construído pelos

britânicos em 19061.

barragem Bombardeio normalmente prolongado da artilharia, que costuma preceder

escaramuçadores

bloqueio

Forma de estratégia naval

promovida por tropas ou navios de

guerra. Sua meta não é tanto

destruir a marinha inimiga, e, sim,

mantê-la no porto, impedindo-a de se fazer ao mar.

bombardeio estratégico

O uso de

bombardeiros de longo alcance para anular a capacidade inimiga de promover a guerra, devastando suas indústrias e seus sistemas de transporte. Na Segunda Guerra

Mundial, os aliados utilizaram uma política de bombardeamento ininterrupto contra a Alemanha, a partir de 1943. canhão antitanque Peça de artilharia destinada especificamente a destruir veículos blindados, como tanques. Tais canhões disparam balas capazes de perfurar a blindagem. Eram ou rebocados ou instalados no chassi adaptado de um tanque. canhão autopropulsado Tipo de peça móvel de artilharia capaz de

moção própria, não tendo de ser rebocado por outro veículo. cartucho Carga de pólvora e projétil envolvidos em papel. casamata Fortificação pequena é

de baixa, usualmente de concreto ou

aço. Abriga uma metralhadora para deter ataques inimigos. coluna Tipo de formação militar em que a profundidade da unidade (número de fileiras de homens) é maior do que sua largura. colunela Termo de origem espanhola usado pela primeira vez no final do século XVe início do de XVI para designar uma unidade bo infantaria comandada por um ca de colunela (líder de coluna). entre corpo Grande força que inclui culo 20 mil e 30 mil soldados. No sé XIX, os corpos podiam consistir somente de cavalaria ou de infantaria, mas continham

emboscadas e ataques relâmpagos, usualmente contra forças inimigas maiores. A meta é debilitar o

oponente, solapando sua determinação até que ele renuncie à luta.

guerras limitadas Conflitos nos

quais um ou ambos os lados se

enfrentam tendo objetivos particulares. A Guerra do Golfo, em

1991, foi limitada no sentido de que o objetivo era expulsar as tropas

iraquianas do Kuwait, e não invadir

e conquistar o Iraque. guerrilha Tipo de guerra adotado usualmente por forças em inferioridade numérica diante de grandes exércitos. Os guerrilheiros desferem ataques seguidos de rápida debandada, armam emboscadas e atacam os pontos fracos do inimigo. homem de armas Soldado profissional da Idade Média, usualmente comandado por um lorde ou cavaleiro.

encosta anterior Posição tática

exposta, na face de uma colina voltada para o inimigo.

uma ofensiva.

mas frequentes patrulhas,

ambas, além da

alada”, é atingir alvos inimigos que

ameacem o avanço de forças aliadas.

amgo

Infantes treinados

para lutar em ordem aberta, diversamente das fileiras cerradas dos soldados comuns. Usados para preparar o caminho para um ataque principal ou desorganizar um contra-ataque espicaçando o inimigo.

espingarda Na guerra, tipo primitivo de arma de fogo com curto alcance,

consistindo de um cano pesado encaixado em um cabo de madeira. Tinha pouca precisão. estado-maior Grupo de oficiais altamente treinados, usualmente especialistas em um aspecto particular da guerra, como o suprimento e movimento das tropas. falange Denso bloco de lanceiros desenvolvido pelos gregos e copiado por outras nações antigas. forças especiais Forças aéreas, terrestres e navais que, em função de seu treinamento, de suas armas e de seu equipamento especializados, são usadas para realizar operações difíceis e perigosas, que geralmente se põem além da capacidade dos soldados comuns. Tais unidades podem operar em pequenos grupos atrás das linhas inimigas ou ser treinadas em métodos antiterroristas.

hoplita Soldado de infantaria pesada, encontrado sobretudo na Grécia. Os hoplitas trajavam armaduras e portavam um grande escudo. Suas armas principais eram uma espada e um chuço.

investida Dominação estrita de uma guarnição por uma força militar.

lindes Linhas de fortificações que

combinação de certas quantidades

de salitre, enxofre e carvão vegetal,

Foi provavelmente desenvolvida

pelos chineses no século IX, mas passou a ser usada regularmente em guerras na Europa a partir de meados do século XIV. quadrado

Formação defensiva

adotada por soldados de infantaria

ameaçados pela cavalaria. Os

soldados fixavam baionetas voltadas para fora e disparavam contra os cavaleiros atacantes. Os avanços da

cavalaria raramente conseguiam penetrar um quadrado, mas a

formação era vulnerável à artilharia

por ser um alvo grande e usualmente estacionário.

raiamento Técnica aplicada nos canos de rifles e peças de artilharia para permitir-lhes disparar a maiores distâncias e com maior precisão.

regimento Unidade militar com entre 500 e mil homens, desenvolvida no século XVII.

reservas Tropas mantidas à parte durante o início de um ataque. Costumam entrar na batalha para explorar qualquer vantagem obtida nas fases iniciais da ofensiva, ou

para bloquear avanços inimigos. reservistas Homens (e hoje também mulheres) que tiveram treinamento

comunicação que se estendem para

militar e regressaram à vida civil. Voltam às suas unidades em tempo de guerra. sapador Tipo de engenheiro militar.

longuíssimas, o que pode ameaçar

estreita e ziguezagueante que o

logística Municiamento de tudo o que um exército requer para lutar com eficácia. Compreende víveres,

inimiga. Shrapnel Tipo de bala de canhão explosiva desenvolvida pelo inglês Henry Shrapnel, em 1784. Seus

protegiam as fronteiras do Império

Romano.

linhas exteriores Linhas de

além do front. São usualmente

seu movimento e abastecimento.

indumentária, armas e assim por diante. Designa, além disso, a gestão dos detalhes envolvidos em uma operação militar. milícia Civis que passaram por certo grau de treinamento militar. Convocados para a ação em tempos de emergência nacional ou local. monitor Tipo de navio de guerra munido de uma ou mais torres giratórias de tiro, cada uma contendo um ou mais canhões.

morteiro Tipo de canhão leve e de

curto alcance, consistindo em um

tubo circular de metal apoiado sobre

um bipé. Os projéteis são posicionados no tubo é arremessados em um arco precipitante. Pode disparar vários

galeaça Grande galera movida a velas e remos, usada por vários países do Mediterrâneo nos séculos XVI e XVU. guerra convencional Conflito em que os envolvidos utilizam todos os meios à disposição para obter plena vitória, não chegando, porém, ao uso de armas nucleares. r guerra de atrito Estratégia milita baseada na idéia de consumir gradualmente os exércitos ea até indústria de guerra do imImigo, lutar. que esse já não seja capaz de de Para ambos os lados, a guerra ixas atrito costuma envolver ba grande numerosas e destruição em

escala.

pólvora Explosivo preparado pela

tiros por minuto, sendo particularmente útil para atirar por sobre obstáculos, como uma colina, nau longa Embarcação de guerra viking movida a remos e com uma única vela. Esses vasos de madeira e eram extremamente manobráveis, ernas, podiam navegar em águas int

ajustando-se bem à baixas

profundidades. vada paralela Trincheira de sítio ca des usualmente em paralelo às pare da rtir da fortificação inimiga, e a pa . qual a artilharia pode atacar aria peltasta Soldado de infant funda, ligeira equipado com uma um arco ou um dardo.

|

níhtos erra não convencionalCo

as, sa que não há grandes batalh

304

O termo vem de “sapa”, a trincheira

sapador cava em direção à fortaleza

projéteis consistem em uma cápsula

férrea enchida com balas de

mosquete e uma carga explosiva que

estoura no ar depois de atingir o alvo. soldado de paratropa Soldado altamente treinado lançado em zona de guerra por pára-quedas ou

transportado em planador. As

paratropas são usadas para tomar

alvos vitais de surpresa, antes do exército principal. Portam usualmente armamentos leves. Todos os soldados de paratropa dos Estados Unidos são voluntários. torpedo Arma para destruir navios. Diversamente dos modernos torpedos autopropulsados, os usados na Guerra Civil Norte-Americana consistiam em um dispositivo

explosivo ajustado a uma longa verga de madeira. À verga era fixada a um pequeno vaso, que rumava contra um alvo. O dispositivo se detonava ao contato. trincheira Posição defensiva profunda, estreita e frequentemente em ziguezague, cavada no solo e protegida por montes de terra e arame farpado. Elas também possuíam abrigos à prova de balas, onde os soldados podiam se proteger de ataques da artilharia. voluntário Indivíduo que se torna soldado por escolha própria. 13 O termo significa destemido. (N. do T.)

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305

MISSIVO Nota: Os números de págima em itálico

se referem a ilustrações ou otografias.

Os números de página em negrito sc referem a mapas.

a

Bálcãs, Guerras dos, 210-1] Balduino II, rei de Jerusalém, 60 balões de ar quente, 230

Banda Sagrada bárbaros, 30-7

A

Ad Decimum, Batalha de (533 d.C.), 43 Adrianopla, Sítio de, 210

Africa Primeira Guerra Mundial, 221

Segunda Guerra Mundial, 256-7

Tebana, 19,20

Barba-Roxa. Operação, 250-1 Bar-Lev, Linha de, 286 bases de artilharia, 293 Bautzen, Batalha de (1813). 140

Bécula, Batalha de (209 2.€.).29

Belisário, 42-5, 44 Below, general Fritz von, 227

afro-americanos, 179, 240

Berlim, Batalha de (1945),271

agentes duplos, 265

Bismarck, conde Otto von, 190 Bladensburg., Batalha de (1814), 143

Agência de Inteligência Central (CIA), 294

bestas, 38. 59, 64,65, 74

Agincourt, Batalha de (1415). 40,67 Aisne, Segunda Batalha do (1817),232 Alemanha na Segunda Guerra

Blenheim, Batalha de (1704), 105, 106 Blitzkrieg, 246-7

Alexandre, o Grande (Alexandre II,

Boêmia, 32-3

Bloody Ridge. Batalha de (1763), 117

Mundial, 244-55. 260-4, 268-7]

Bliicher, marechal-de-campo von, 140-1

rei da Macedônia), 20-5

Allenby, general Edmund. 221

Bôeres, Bolívar, bombas ver

Amenhotep III, faraó, 13 América do Norte na Guerra Anglo-

Borodino, Batalha de (1812), 126-7,138 Boyne, Batalha do (1690), 93, 94

Alfredo, o Grande, 51

Ália, Batalha do Rio (390 a.€.). 26 Alma, Batalha de (1854), 182, 183

Francesa, 118-19, 118 América do Sul, guerras de libertação na. 146-7

América Latina, 146-7

ameríndias, guerras, 116-17, 144-5 ameríndios, 116-17, 144-45, 197

Anglo-Francesas na América do Norte, Guerras, 118-19, 118

Anglo-Holandesas, Guerras, 92-3

Aníbal, 28-30 Antietam, Batalha do (1862). 16] Antíoco III, rei da Síria. 30 Agaba, Batalha de (1917),221

árabes, 46-7

Árabes-Israelenses, Guerras, 284-7 Arabi, Ahmet, 200-1 Arafat, Yasser, 285-6, 290

Arbela (Gaugamela), Batalha de

(331 à.€.),8-9,23-4 arcos, 45, 47,52

Argel, Batalha de (1957), 282 Argentina, 146-7

Armada Espanhola, 82-3 armadura, 21,55

armas de ferro, 10-12

Guerra dos, 204-5, 204 Simón, 146-7 atômicas, 273, 288-9 também armas nucleares

Bonaparte, Napoleão, 131-41, 132 Braddock, general Edward, 118 Bragg, general Braxton, 172-3

Brandywine, Batalha do (1777), 129 Breitenfeld, Batalha de (1631), 86-7,87

Brigada Ligeira, investida da, 180-1, 183 Briggs, general Sir Harold, 283 Brusilov, general Alieksei, 234 Bull Run, Primeira Batalha de (1861), 154-5, 154, 155 Bull Run, Segunda Batalha de (1862), 160-1 Buller, general Sir Redvers. 205 Burgoyne, general John, 129 Burma, 267

Burnside, general Ambrose, 166-7

Bushy Run, Batalha de (1763), 117 Butler, general Benjamin, 174 C Cabo Norte, Batalha do (1943), 255

Cades, Batalha de (1294 a.C.), 10,12,13

Cadorna, Calinico, Cambrai, Camisas

general Batalha Batalha Marrons

Luigi, 228-9 de (296 d.C.), 36 de (1917), 233 nazistas, 244

artilharia antiaérea, 287 artilharia sueca, 86

Ásculo, Batalha de (279 a.C.), 26

Carlos I, rei da Inglaterra, 90-1

armas químicas, 215, 217, 296

Arnhem, Batalha de (1944), 269

artilharia, 86-7, 94-5, 100-1, 199

assírios, 13-15, 15

Assurbanipal, rei da Assíria, 15 atenienses, 16-19

Átila, o Huno, 37 Austerlitz, Batalha de (1805), 132. 133 australianos, soldados, 220 Áustria, 81 Guerra dos Sete Anos, 110-13 Guerras Napoleônicas, 140-1

Guerras Revolucionárias

Francesas, 130-1

Áustria-Hungria na Primeira Guerra

Mundial, 228-9 Austro-Prussiana, Guerra, 190-3 aviões

Primeira Guerra Mundial, 230-1

Segunda Guerra Mundial, 264-5

B

Babilônia, 12, 13, 14,15 202 Baía de Manila, Batalha da (1898), Baía de Santiago, Batalha da (1898), 203 Balaklava, Batalha de (1854), 183

cavaleiros, 52,53, 57,58-61,04-7 Cavalo Doido, 196

César, Júlio, 31

Cetewavo, rei dos zulus, 198-9 Chaldiran, Batalha de (1515),80 Cháãlons, Batalha de (451 d.€.),37

Chancellorsville, Batalha de (1863),

Demóstenes, 19

Destruição Mútua Assegurada (MAD), 289

Devastation, 194, 195

Dewey, comodoro George, 202 Dia D, 268-9

Diaz, general Armando, 229

ChelImsford, Lorde Frederick, 198-9

Dien Bien Phu, 279 Diocleciano, 37 doenças, 138, 182, 185, 187,203,253 Dónitz, almirante Karl, 254 Dorileu, Batalha de (1097), 59

China, 38-9. 206-7, 276-7, 276

Drake, Sir Francis, 82-3, 83 Dreadnought, HMS, 195, 224

167,167

Chattanooga, Batalha de (1863), 172-3, 172

cheyennes, 196-7 Chiang Kai-shek, general, 276

Churchill, John (duque de

Marlborough). 104-7,106 Churchill, Winston, 249 Cipião, Públio Cornélio, 29

Ciro I, rei da Pérsia, 15 Citia, 15

Dowding, Sir Hugh, 249

Dreux, Batalha de (1562), 78, 78

Duan, Leopold von, 112-13

Dunamunde, Batalha de (1701), 102 Dunsterville, general Lionel, 223

Dupleix, marquês Joseph, 122

Civil Norte-americana, Guerra, 150-79,

E

Clark, general Mark, 260

Eduardo III, rei da Inglaterra, 65 Eduardo,o Confessor, rei da Inglaterra, 56

153

Cláudio 11,37

Cláudio, 33 Cleópatra, rainha do Egito, 25,31

Eduardo, o Príncipe Negro, 66

Clive, general Robert, 122-3, 122

Eisenhower, general Dwight D., 257,

Clinton, general Henry, 129

códigos, 63, 254

Colina de Malvern, Batalha da (1862), 159

Colina de San Juan, Batalha da (1989), 202,203

Colina dos Campeões, Batalha da (1863),171 comboios, proteção dos, 254-5

comunismo (China), 276-7 Confederação (Guerra Civil Americana), 152-79

Conrado III, imperador da Alemanha, 60

Constantino, 37

Constantinopla, 42, 47,59,68,69, 69,

Egito antigo, 10-13 Egos Potamos, Batalha de (405 a.€,), 19 268-9 El Alamein, Batalha de (1942),257 El Obeid, Batalha de (1883),200

Elizabeth I, rainha da Inglaterra, 82 Epaminondas, 19 escravidão, 152-3 Esfactéria, Batalha de (425 a.C.),19 Eshowe, Batalha de (1879), 199

eslavos, 45

espadins, 27,31

Espanha, 74-7, 146-7 Esparta, 17, 18-20 esquadrões antiterroristas, 291 Estados Unidos, 142-5

Declaração de Independência, 129 Guerra da Coréia, 280-1

182,210

Guerra do Vietnã, 292-5

Corcéis/cavalos de guerra, 53, 57,61

Guerra Fria, 288-9 Marinha, 142-3, 144,153 Primeira Guerra Mundial, 225, 237

Coréia, Guerra da, 280-1, 280

Campbell, sir Colin, 187 Canadá, 119-21 Cantigny, Batalha de (1918), 237 Caporetto, Batalha de (1917), 229 Cápua, Sítio de (211 a.C.),29 Cardigan, Lorde James, 185

armas nucleares, 288-9, 298-9

Cavaleiros Teutões, 60)

Carlos Alberto, rei da Sardenha, 188

Corinto, 18 Corinto, Confederação de, 20 Cornwallis, general Charles, 129 Correnteza de Rorke, Batalha da (1879), 199 corvus, 28

cossacos, 139 Coulmiers, Batalha de (1866), 193

couraçados primitivos, 165, 194-5 Courtrai, Batalha de (1302), 64

Crécy, Batalha de (1345), 65-6

crise dos mísseis em Cuba, 289 cristãos ortodoxos, 182, 185 cristãos, 42, 48, 68-9

Carlos IX, rei da França, 78-9 Carlos Magno (Carlos, o Grande), 48-9

Crittenden, general Thomas, 172-3

Carlos VII, rei da França, 67 Carlos VIII, rei da França, 74-5

Crook, general George, 196

Cromwell, Oliver, 91

Cronjé, Piet, 204

Carlos Martelos, rei dos francos, 48, 49

cruzadas, 54, 58-61

Cruzado, Operação, 256

Carlos XII, rei da Suécia, 102-3

cruzados, 59-61

Carlos, o Temerário, duque da

Cuba, 203

Burgúndia, 70-1 carros de guerra, 11-13, 38, 39 cartagineses, 27-30 Cartago, 27, 28,29

Cumberland, duque de, 109

Custer, tenente-coronel George, 196

Custoza, Batalha de (1848), 188, 189

catafratos, cavaleiros, 43,45 Catarina, a Grande, 124-5 católicos franceses, 78-9 cavalaria

D

42 Dara, Batalha de (530 d.C.), Dardanelos, 220

bizantina, 42-3

9, 15,25 Dario III, rei da Pérsia, 8156, 172, Davis, Jefferson, 152-3, 152, | 176,178

francesa, 94

les, 248, 283 de Gaulle, coronel Char

Assíria, 14

do Egito antigo, 11

s, 132-3 Davoul, marechal Loui

macedônia, 20, 21, 22, 24

ção, 161 Declaração de Emancipa Délhi, sítio de, 187 Delos, Liga de, 18

Persa, 15

pesada, 52-3

Reiter, 79 romana, 27,36

Delta Force, 291

300

Eugênio, príncipe da Áustria, 104-7, 104 Eupatória, Batalha de (1855), 184

Exército de Libertação Popular, 277

exército francês no Renascimento, 94-5

exército norte-vietnamita, 293-5

Exército Republicano Irlandês (IRA), 290-1 Eylau, Batalha de (1807), 133

F Fairfax, Thomas, 91 falanges, 20, 25, 27 falangitas, 20, 22,30 Falkirk, Batalha de (1298), 64 Farman MF-7, 230 Ferdinando, arquiduque Francisco, 212

Ferdinando, duque de Brunswick, 111 Ferrovias, 219 feudalismo, 48

Filipe II, rei da Espanha, 79, 82 Filipe II, rei da Macedônia, 20-1

Filipe V, rei da Macedônia, 30 Filipe VI, rei da França, 65 Filipinas, 202-3

Filipos, Batalha de (42 a.C.), 51

Flaminino, Tito Quinto, 30 Foch, general Ferdinand, 236-7 fogo grego, 59

Fontenoy, Batalha de (1745), 109, 109 Força Aérea do Exército dos Estados

Unidos (USAAE), 264-5 força aérea israelense, 285 Força da Defesa Israelense (FDD, 284-6

Força Expedicionária Americana (AEE), 237,240

Ff

Força Expedicionária Britânica (BEF),

Guerra de 1812,142-3, 142 Guerra do Golfo, 296-7 Guerra dos Cem Anos, 64-7 Guerra Fria, 288-9 Guerra do Vietnã, 292-5 Indochina, 278-9 Malásia, 283

214, 248

fortalezas, 77, 94-5, 95 Forte Laramie, Tratado de. 196

França, 78-9, 104-7

Guerra da Criméia, 182-5 Guerra da Sucessão Austríaca. 08-09

Segunda Guerra Mundial, 251 guerra medieval, 40-71 guerra naval Guerra Anglo-Holandesa, 92-3

Guerra dos Cem Anos, 64-5

Guerras Napolecônicas, 140-1

Guerras

Revolucionárias, 130-1

India, 122-3 Renascimento, 74-7, 92-5

Guerra Civil Americana, 165 Guerras Persas, 15-17

Segunda Guerra Mundial, 244-5

Lepanto, Batalha de (1571),8]

Franco-Prussiana, Guerra, 190-3. 193 francos, 48-9 Frankfurt, Tratado de, 193

século XVIII, 114-15

Guerra no Pacífico na Segunda Guerra Mundial, 244, 258-9. 265

Franklin, Batalha de (1864), 150-1 Fredericksburg, Batalha de (1863), 166 Frederico Il, imperador da Alemanha.

Guerra Persa, Primeira (524-532 d.C), 42

guerra por sítios, 53, 55, 55, 59, 94-5, 95

TO

assírios, 14-15 romanos, 28

Frederico, o Grande, 98-9,110-13. 10

Freemans Farm, Batalha de (1777), 129

guerreiros monges, 60

French, general Sir John, 214

Frente de Libertação Nacional (FLN). 292

sociedades, 63 guerrilha, 137, 197, 204-5,221,277, 278, 2179, 293 Guilherme 1, rei da Inglaterra, 57 Gustavo Adolfo, rei da Suécia, 84-9, 84

Frente Popular para a Libertação da

Palestina (FPLP), 290 Friedlingen, Batalha de (1702), 104 Front de Libération Nationale (FLN),

H

282 Frota do Alto Mar, 224-5

Haig, general Sir Douglas, 214,217,233

fuzileiros navais norte-americanos,

Hampton Roads, Batalha de (1862),

242-3, 259, 266, 272-3, 272 Guerra da Coréia, 28]

165

Harris, Sir Arthur, 265

Guerra do Vietnã, 293

Harrison, William Henry, 144 Havelock, Sir Henry, 187

G

Hawke, almirante, 114 Hearst, William Randolph, 202

Gaeta, sítio de, 189

galeras, 82-3

Henrique de Navarra, 79

Galério, 34, 36

Henrique V, rei da Inglaterra, 66-7

Galípoli, 220, 220

Garibaldi, Giuseppe, 189 gás clorino, 217

gás, ataques com, 217, 229

Gaugamela (Arbela), Batalha de (331 à.€.). 8-9,23-4

pauleses, 26, 32 Genebra, Convenção de, 253 Gêngis Khan, 62-3 germânicas, tribos, 32-3 Gettysburg, Batalha de (1863), 156, 168,

169, 169 Gingindlovu, Batalha de (1879), 199

godos, 36, 37 Gola, Colinas de, 286-7

Góring, Hermann, 249 Gotha, 230, 231 Grã-Bretanha

Egito, 200-1

Guerra da Criméia, 182-5 Guerra da Sucessão Austriaca,

Hispano-Americana, Guerra, 202-3, 203

hititas, 12 Hitler, Adolf, 244-7, 245, 252, 268-71 Hlobane, Batalha de (1879), 199

Ho Chi Minh, 278

Hoffman, coronel Max, 218

Holanda, 104-7

Hong Kong na Segunda Guerra

Mundial, 258

Hooker, general Joseph, 166-8, 173 Hoover, Herbert, 206

hoplitas, 16, 16, 18,20 Hótzendorf, general Franz Conrad von, 218 Howard de Effingham, 82-3

Howard, general Oliver Otis, 167, 196-7 Howe, almirante Lorde Richard, 128-9 Howe. general Sir William, 128-9

hussitas, 71

Grande Guerra do Norte, 102-3

Grande Muralha da China, 39

Grandson, Batalha de (1476), 70-1

Granico, Batalha de (334 a.C.), 22,23

Grant, general Ulysses S., 162-5, 173-6, 175,178-9

Greene, general Nathanael, 129

gregos antigos, 16-19

gregos, 16-19 Grenzschutzgruppe (GSG 9),291 Grouchy, marechal de, 141 Guai Ling, Batalha de (341 a.€.), 39 Guderian, Heinz, 246

guerra antiga, 8-39

Guerra da Criméia, 182-5 Guerra da Rainha Ana, 107,116

Jerônimo, 197 Jerusalém, 58-61 Jervis, almirante John, 134 Joana d'Arc, 67,67

Jotfre, general Joseph, 216, 226

Johnston, general Albert Sidney, 156-7, 162

Joubert, Petrus, 204

judeus, 244,251 Justiniano I, imperador da Pérsia, 42 Jutlândia, Batalha da (1916), 215, 224, 225

Juventude Nacional Árabe para a

Libertação da Palestina (JNALP),

291

K Kambula, Batalha de (1879), 199

Kearny, general Stephen Watts, 149 Khartoum, sítio de (1885),201 Khmer Vermelho, 294, 295

King, almirante Ernest J., 266

Kish, Batalha de (703 a.C.), 12,14 Kitchener, general Herbert, 201 Kôniggrátz, Batalha de (1866), 190 Kuang-hsu, imperador da China, 206 Kursk, Batalha de (1943), 262-3 Kut-al-Amara, Batalha de (1916).223 Kutuzov, general Mikhail, 132, 138-9 Kuwait na Guerra do Golfo, 296-7

la Tour d' Auvergne, Henri de, 93

Índia, 122-3

Grã-Bretanha, Batalha da, 249

J

Hidaspes, Batalha do (327 a.C.),25 Hiroshima, 265, 273

hunos, 42-3

Segunda Guerra Mundial, 244-5

Renascença, 74-7 Segunda Guerra Mundial, 260-1 Iugoslávia, 298-9 Iwo Jima, Batalha de (1945), 272-3

L

108-9 Guerras Napoleônicas, 140-1 Guerras Revolucionárias da França, 130-1

Isso, Batalha de (333 a.€.),23 Itália Guerra da Unificação, 188-9 Primeira Guerra Mundial, 228-9

Heracléia, Batalha de (280 a.C.), 26 hicsos, 12-13

Hurricanes, 249

Hussein, Saddam, 296-7

Hutier, general von, 234

I Império Bizantino, 42-5, 43 Império Carolíngio, 48-9

Império Otomano, 80-1, 80, 96-7, 182-5,

La Hougue, Batalha de (1692),93,95 Lago Erie, Batalha do (1813), 142 Lago Garda, Batalha do (268 d.C.), 37 lanças, 45, 47, 49,51,52 Lawrence, Sir Henry, 186

Lawrence,T. E. (Lawrence da Arábia), 221-2 Leão Marinho, Operação, 249 Leboeuf, marechal Edmond, 191

Lecaion, Batalha de (393 a.C.), 19 Lee, general Robert E., 153, 157-61, 159, 166-9 Leipzig, Batalha de (1813), 140 Lenin, V. 1.,234,235

Leônidas, rei de Esparta, 17 Lepanto, Batalha de (1571),81,82 Lettow-Vorbeck, Coronel Paul von, 221 Leuthen, Batalha de (1757), 112 Líbano, 286-7

Ligny, Batalha de (1815), 141 limpeza étnica, 299 Lincoln, Abraham, 152

Macedônia, 20-5

Mackensen, general August von, 219 madistas, 200-1 Magenta, Batalha de (1859), 188 magiares, 50, 52,62

Magnésia, Batalha de (190 a.€.),30 Magruder, general John, 156 Makarov, almirante Stiepan, 208 Malplaquet, Batalha de (1709), 107 Manzikert, Batalha de (1071),45

Mao Tsé-tung, 276-7 Maomé, 47

Mar das Filipinas, Batalha do (1944), 2617

Mar de Bismarck, Batalha do (1943), 266

Mar de Coral, Batalha do (1942),259 Maratona, Batalha de (490 a.€C.), 16-17 Mardônio, 17

Mário, Caio, 31

Marna, Batalhas do, 216. 238

Mars-la-Tour, Batalha de (1870), 192

Masséna, general André, 131 Massu, general Jacques, 282 Maude, Sir Frederick, 223 Mazzini, Giuseppe, 188-9 McClellan, general George, 155-7, 166 MeCulloch, general Ben, 155 McDowell, general Irvin, 154-5, 158 McNamara, Robert, 292-3 Meade, general George Gordon, 169

Medina Sidonia, 82-3 medos, 15

Megido, Batalha de (1469 a.C.), 10-11

Megido, Batalha de (1918), 222 Menshikovy, príncipe Alieksandr, 183 Mentana, Batalha de (1867), 189

Merritt, general Wesley, 202 Mesopotâmia, 10-11, 222 Methuen, general Lorde Paul, 204-5

metralhadoras, 180, 199, 200 México, 145 México-Americana, Guerra, 148-9, 148

Milas, Batalha de (260 a.C.), 28

Minden, Batalha de (1759). 111,113 Moltke, general Helmuth Karl von, 190, 190,216 Moltke, general Helmuth von, 216

mongóis, 62-3, 62,68

Monmouth, Batalha de (1778), 129

Monte Cassino, Batalha de (1943-44), 261 Monte Lactéria, Batalha de (553), 44 Montenegro, 210

Montgomery, general Bernard, 257, 268-9 Montojo, almirante Patricio, 202 Moore, general Sir John, 136 Movimento Boxer, 206-7

movimento separatista basco, 290-1 muçulmanos, 46-7

N

Louis d'Enghien, duque, 88-9, 89

Nagasaki, 265, 273 Naisso, Batalha de (269 d.C.),37 Napoleônicas, Guerras, 132-4]

Loos, Batalha de (1915),217 Loudon, Lorde, 119

Irgun, 290

Luís XIV, rei da França, 92, 94

Isonzo, Batalha de (1917), 229

Ma Ling, Batalha de (353 4,€,),39 MacArthur, general Douglas, 258, 280

Longstreet, general James, 169

Lobositz, Batalha de (1756), 110 lombardos, 45, 49 Long Island, Batalha de (1776), 128

Lucknow, sítio de (1857-58), 187

Luftwaffe, 246, 247, 249,250 Luís VII, rei da França, 60 Luís XI, rei da França, 70-] Luís XII, rei da França, 76

Luís XVI, rei da França, 130 Lusitania, 224, 225

Lyon, general Nathaniel, 155

EE

M

Lissa, Batalha de (1866), 194

Ludendorff, general Erich, 218, 232

Isandhlwana, Batalha de (1879), 198 Islã, 46-7

REMISSIVO

Mukden, Batalha de (1904), 209 Murfreesboro, Batalha de (1863), 165 Murray, general Sir Archibald, 221 Mussolini, Benito, 260-1 Muvátalis, rei dos hititas, 12

210-11,220-3 influência da mídia na Guerra do Vietnã, 295 Inglaterra Guerra Civil, 90-1, 90 Guerra dos Cem Anos, 64-5 Iniciativa de Defesa Estratégica, 289

Iraque, 296-7, 300-303

NDICE

Armada Espanhola, 82-3 Guerra de 1812, 142-3

Primeira Guerra Mundial, 224-5

Segunda Guerra Mundial, 254-5, 258-9 Narses, dd-5 Narva, Batalha de (1700), 102

Naseby, Batalha de (1645), 91,91

Nashville, Batalha de (1864), 177 Nasser, Gamal Abdel, 284-5

a

INDICE

a

REMISSIVO aa

naus longas, 51 Navarre, general Henri, 279

Nelson, almirante Horatio, 135 Nero, 33 Nez Percés, 196-7

Nicolau I, czar, 182 Nicolau TI, czar, 234

Nilo, Batalha do (1798), 135,135 Nimitz, almirante Chester W.,259 Nínive, 13-14

Santos, Batalha dos (1782), 115

Portugal, 146-7 Povos do Mar

(filisteus), 15

Pretoriana, Guarda, 34

Price, gencral Sterhng, 155

Primeira Guerra Mundial, 212-41

Front ocidental, 216-17,232 Front oriental, 218-19, 234-5

guerra contra a Turquia, 220-3

projéteis explosivos, 194,217

protestantes franceses, 78-9

Normandia, desembarques na, 244, 261,

Prússia, 108-9, 110-13, 130, 140-] Ptolomeu XII, rei do Egito, 31 Púnicas, Guerras, 27-9 Putnik, general Radomir, 210

normandos, 56-7

Q

Nivelle, general Robert, 232-3

Nixon, Richard M., 294 nórdicos, 50-1

268-9

norte da África na Segunda Guerra Mundial, 256-7

norte da África, 256-7

Guerra do Pacífico, 258-9, 266-7,

272-3

Queronéia, Batalha de (338 a.€.), 20,21 Quiberon, Batalha de (1759), 114, 114 Quisling, Vidkun, 247

Nova Zelândia, soldados da, 220

Radetsky, marechal-de-campo Joseph,

O O'Connor, general Richard, 256

Oak Grove, Batalha de (1862), 159 Okinawa, Batalha de (1945),272-3 Oltenitza, Batalha de (1853), 182

Omdurman, Batalha de (1898), 201,20]

Orelha de Jenkins, Guerra da, 116 Organização das Nações Unidas

Rabin, Yitzhak, 287 188

rádio, comunicação por, 246 Raglan, Lorde Fitzroy, 182 Ramsés II, faraó, 10, 12 Rattenkrieg (Guerra dos Ratos), 253 Rawlinson, general Sir Henry, 227 Real Força Aérea, 230, 249, 264-5

Real Marinha, 131, 134-5, 194-5 Primeira Guerra Mundial, 224-5

século XVIII, 114-15 Segunda Guerra Mundial, 247,

(ONU)

Guerra da Coréia, 280-1 Guerra do Golfo, 297 Guerra Fria, 288-9

Guerras Árabe-israelenses. 284-7

origens, 299

Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), 288

Organização para a Libertação da

Palestina (OLP), 285

ostrogodos, 35, 43-4

Oto I, imperador da Alemanha, 52

Overlord, Operação, 268-9

P

254-5

realistas ingleses, 90-1 Rei Filipe, Guerra do, 117 Renascença, 72-97

Rennenkampf, general Pavel, 218

República Romana, 26-31 Resena, Batalha de (243 d.€.),35 Revolução Americana, 128-9, 128 Ricardo I (Coração de Leão), rei da

Inglaterra, 60-1

Richthofen, Manfred von (Barão Vermelho), 231

Ridanieh, Batalha de (1517), 80 Ridgway, general Matthew, 281

Panzer III, tanques, 257

Panzer IV, tanques, 246 Paris, Tratado de (1856), 185, 203

parlamentares ingleses, 90-1

Partido Comunista Malaio (PCM), 283

Passchendaele, 233 Patton, general Paulus, general Pávia, Batalha

Batalha de (1917), 232,

George S., 260, 269,271 Friedrich, 252, 253 de (1525), 76, 77,77

Pearl Harbor, Batalha de (1941), 255,

258, 2568 Pélissier, general Aimable, 185 Peloponeso, Guerras do, 18-19 Pemberton, general John, 170-1

Península, Guerra da, 136-7

persas, 14-15

Perseu, rei da Macedônia, 30

Pershing, general John, 237

Pérsia, derrota da, 22-3 226, Pétain, general Henri Phillippe, 233, 236

Pidna, Batalha de (168 a.C€.),30

Pirro, rei do Epiro, 25, 26,27 Pitt, William, 120 122, 123 Plassey, Batalha de (1757), Platéia, Batalha de (479 a.C.),17 123 Pocock, almirante George, Polônia, 124-5, 244-5 103, 103 Poltava, Batalha de (1709), eu, Cneu, 31

5), 185 e de Traktir, Batalha da (185

Pontiac, 117

Pope, general John, 160, 163

Porta-aviões, 258-9

Porto Artur, sítio de (1904), 209

Scheer, almirante Reinhard, 225

Schlieffen, conde Alfred von, 214,215

Schwarzkopf, general Norman, 297 Sebastopol, Batalha de (1942), 252 Sebastopol, sítio de, 183-5, 184 Sedgewick, general John, 168

Segunda Guerra Mundial, 242-273 Blitzkrieg, 246-9 causas da, 244-5 derrota alema, 268-9

derrota japonesa, 272-3 Front oriental, 250-3, 262-3 guerra aérea, 249, 264-5

Queenston, Batalha de (1812), 142

R

Novarra, Batalha de (1513), 76

Sargão, rei da Acádia, 10-1] sarissas, 21

Dia D, 268-9

Noruega na Segunda Guerra Mundial, 247

Sapor, 35-6

rifles, 150, 161, 180, 185, 186, 190, 192, 196, 198, 199, 200 Rio Amarelo, Batalha do (1904), 209

Rio Big Hole, Batalha do (1877), 197

Rio Little Bighorn, Batalha do (1876),

196 Roberts, marechal-de-campo Sir

Frederick, 205 Rocroi, Batalha de (1643), 88, 89 Roda de Carroça, Operação, 266

guerra naval, 254-5 Itália. 260-1

Seis Dias, Guerra dos, 285-6 Seixo, Operação, 261 Selim II, 81 seljúcidas, 58, 60 semínolas, 145

Senaquerib, rei da Assíria, 14 sequestros de aviões, 290-1 Serra de Pea, Batalha da (1862), 163 Serviço Aéreo Especial (SAS), 291] Sete Anos, Guerra dos, 110-13, 111 Sete Dias, Campanha dos (Guerra Civil Americana), 158-9 Sete Semanas, Guerra das, 190-3, 191

Seven Pines, Batalha de (1862), 158 Seymour, Sir Edward, 206 Shafter, general William, 203

Ticonderoga, Batalha de (1758), 101 Tiglath-Pileser I, rei da Assíria, 13 Tiglath-Pileser III, rei da Assíria, 14, 14 Tippecanoe, Batalha de (1811), 142 Tiro, sítio de (332 à.€.), 22,23

Tobruk, Batalha de (1941-42),256-7

Tocha, Operação, 257

torpedos, 194-5

Tournai, sítio de (1340),65

Touro Sentado, 196

Tours, Batalha de (732 d.C.), 48, 49

Townshend, major-general Charles, 223 Trafalgar, Batalha de (1805). 132, 135

Trajano, 34 Trébia, Batalha de (218 a.€.),29

trincheira, guerra por, 156,212-13,217

Trinta Anos, Guerra dos, 84-9, 100

Tripolitana, Guerra, 144-5, 144 Trochu, general Jules, 193

Truman, presidente Harry 8.,288-9 Tsushima, Batalha de (1905), 209 Tufão, Operação, 252

Túnis, Batalha de (255 a.C.), 28 Turco-Polonesa, Guerra, 96-7 turcos otomanos, 68-9 Tutmósis III, faraó, 11

U U-Boote, 225, 254-5, 255 Ulundi, Batalha de (1879), 199

União (Guerra Civil Americana), 15079 União Soviética Guerra da Coréia, 280-1 Guerra Fria, 288-9

Segunda Guerra Mundial, 250-3,

Shalmaneser III, rei da Assíria, 13-14 Sharpe, Christian, 161

Shenandoah, Vale do, 156-8, 158 Sheridan, general Philip, 174, 178

Shiloh, Batalha de (1862), 164, 164 Sicília, 19

Sidga, rei de Ashkelon, 14

Simpson, general James, 185

Sioux, 196-7 Siracusa, 19, 27, 29 Smith, general Oliver, 281

Solferino, Batalha de (1859), 188, 188

Somme, Batalha do (1916), 215, 226-7, 227 sonar, 254, 255 Sorge, Richard, 252

Spad S-XIII, caça, 230

St. Omer, sítio de (1340), 65 Stalin, Losif, 250

Stalingrado na Segunda Guerra

Mundial, 252-3, 253 Steuben, Barão Friedrich von, 129 submarinos, 180, 195, 225, 254-5

Sucessão Austríaca, Guerra da, 108-9,

Rogers's Rangers, 119

108

Rolling Thunder, Operação, 293

Sucessão Espanhola, Guerra da, 104-7

romanos, 26-37

Suez, Canal de, 200

Roma, 26-37

Suécia, 102-3

Romênia na Segunda Guerra Mundial,

Suffren, almirante Pierre André de,

115, 123

234-5 Rommel, general Erwin, 248, 256-257, 268 Rose, Sir Hugh, 187 Rosebud, Batalha de (1876), 196

44 Táginas, Batalha das (552 d.C.), 44,

142, 144 Tâmisa, Batalha do Rio (1813),

Tannenberg, Batalha de (1914), 218 Tarawa, Batalha de (1943), 242-3 de, 278 Tassigny, general Jean de Lattre Taylor, general Zachary, 148

Rossbach, Batalha de (1757), 110 Rússia, 102-3, 110-13, 124-5 Guerra da Criméia, 182-5

tecnologia inteligente, 274 tecnologia stealth, 297 142 Tecumseh, chefe shawnee,

ver também União Soviética 138-9 Rússia, Campanha na (1812), Russo-Japonesa, Guerra, 208-9

82), 200 Tel el-Kebir, Batalha de (18

eração, 297 Tempestade do Deserto, Op : , 283 Templer, general Sir Gerald a.C.) 1 0 (48 das a lh ta Ba Termópilas,

S

191 Saabrilcken, Batalha de (1866), Saladino, 60-1

errorismo, 290-1

90 a.C.) 17 Salamina, Batalha de (4

palestinos, 287, 290-1 EL 196 Terry, general Alfred,

dr, 218 Samsonov, general Alieksan pez de, 145, Santa Anna, presidente Ló 148-9 -7 Santo Império Romano, 96

, 172 ge or Ge l ra ne ge , as om Th 8 a.€,),29, 30 (21 do a lh ta Ba , ino Tic

308

V Valmy, Batalha de (1792), 130, 131 vândalos, 42-3 Varsóvia, Pacto de, 288-9

Verdun, Batalha de (1916), 226-7, 226 Versalhes, Tratado de, 241 Vicksburg, 164-5, 170-1

Viena, sítio de (1529),81

Viena, sítio de (1683),97 Viena, Tratado de, 189

Vietcongue, 292-5

Vietnã, Guerra do, 292-5

vikings, 50-1

Villeneuve, almirante Pierre de, 135

Vimeiro, Batalha de (1808), 136

Viminácio, Batalha de (601 d.C.), 45

visigodos, 48

Vítor Emanuel II, rei da Sardenha, 188-9

Vitória, Batalha de (1813), 136, 137 Vittorio, Batalha de (1918), 229

W

Washington, general George, 118, 1289,129 Waterloo, Batalha de (1815), 137, 141

Wavell, general Sir Archibald, 256

Weissenburg, Batalha de (1866), 191

T

Rosecrans, general William S., 165

262-3,271 ver também Rússia

Wellington, Arthur Wellesley, duque de, 136-7 Westmoreland, general William C., 293 Wheeler, Sir Hugh, 186

Whitehead, Robert, 194-5

Wolfe, general James, 120-1

Wounded Knee, Batalha de (1890),

197

Y

Yamamoto, almirante Isoroku, 259 Ypres, Segunda Batalha de (1915),215

Ypres, Terceira Batalha de (1917), 233

Z

29 Zama, Batalha de (202 a.€.), Zorndorf, Batalha de (1758), 11

Zulus, Guerra dos, 198-9, 198

A

ENnNcIiCLOPÉDIA

REMOTA

E RECENTE.

DAS

E REVELA

BÉLICOS O

GUERRAS

NO

DESENVOLVIMENTO

O

É UM

PAPEL

DESTINO DA

DESENVOLVIMENTO ANÁLISES

DAS

TÁTICAS

Císar, CAPÍTULOS

MILITARES

ESPECÍFICOS

DOS

E NAPOLEÃO, SOBRE

DA

DO

DA

DECISIVO

HISTÓRIA DOS

CONFLITOS

HUMANAS. ATRAVÉS

DOS

TEMPOS

ARMAMENTOS É DA TECNOLOGIA

ANTIGOS

EGÍPCIOS,

OS GRANDES

A PRIMEIRA

E AS CuERRAS

MAS

GUERRA

MARÍTIMA

DOS

PANORAMA

SOCIEDADES

TECNOLOGIA

DA GUERRA

ANÍBAL

TRÁGICO

DAS

À EVOLUÇÃO

GRANDE

GoLro

GREGOS

E ROMANOS

ESTRATEGISTAS

E A SEGUNDA

E DO

NAVAL

IRAQUE

CuERRAS

MUNDIAIS