430 29 122MB
Portuguese Pages 258 [259] Year 2006
Grandes civilizações do passado iu
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Graham-Campbell
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Título original: Cultural Atlas of The Viking World
Edição Brasil:
Direção: José Luis Sânchez, Meritxell Almarza Tradução: Carlos Nougué Revisão: Fabiana Camargo, Meritxell Almarza
Diagramação: Estúdio Matiz Iustração da capa:
Reconstrução de um barco viking.
O Ted Spiegel
Hustração da quarta capa:
Lvangelhos de Lindisfarne (século VII),
Cotton MS Nero D. iv f. 210b: Biblioteca Britânica.
Ilustração página 1:
Pedra de Lindisfarne, do século XI e localizada no mosteiro com o mesmo
O Ted Spiegel
nome.
O Andromeda Oxford Limited O 2006, The Brown Reference Group plc The Brown Reference Group plc (incorporating Andromeda Oxford Limited) 8 Chapel Place Rivington Street London EC2A 3DQ
O 2006, Ediciones Folio, S.A.
Rambla de Catalunya,135 08008 Barcelona
ISBN: : 84-413-2270-8 D.L.: B. 45930-2006
All rights reserved. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida por nenhum
meio sem autorização do editor.
Printed in Spain
JAMES GRAHAM-CAMPBELL
OS VIKINGS
SUMÁRIO 8 10
Quadro cronológico Prólogo
Primeira parte: a origem dos vikings 12 22
Aterra, o clima e os povos A Escandinávia antes dos vikings
Segunda parte: o período viking na Escandinávia 38 58 78
100
Sociedade, realeza e guerra Avida quotidiana
Cidades, comércio e ofícios
Saber e religião
Terceira parte: a expansão viking 122 148
184
A Europa Ocidental O mundo celta
A Rússia e o Oriente
Quarta parte: o fim do mundo viking 200
O finalea época pós-viking
2924
Glossário
231 237 245
251
Bibliografia Lista de ilustrações Índice toponímico
Índice analítico
Lista de Mapas
Artigos especiais 26 34 42 46 56 62 64 67 16 90 94 98 102 108 112 138 180 202
O sacrifício do pântano
Sepulturas reais do período de Vendel
A embarcação-tâmulo de Oseberg
A Gotlândia
As fortalezas reais da Dinamarca Avida no lar
O ócio O vestuário
Os barcos vikings
A talha da madeira
Metalurgia ornamental
A arte viking Às runas
Os deuses pagãos
A lenda de Sigurd Estilos anglo-escandinavos A navegação viking
As igrejas de aduelas
Sítios arqueológicos 30 32 80 82 86 101 118 128 136 150 158 162 172 174 178 186 190 192 204 215 216 220
Eketorp Helgô Hedeby Ribe Birka A estrada elevada de Iarlabanki Jelling Acampamento de inverno de Repton York Jarlshof Ilha de St. Patrick Dublin Stông Brattahlid L' Anse-aux-Meadows Rúgen Staraya Ladoga Novgorod Sigtuna Orphir Birsay Thingyellir
13 14 17 29 49 69 79 89 115 126 129 131 134 140 144 147 153 167 173
176
177 189 196 200 208 211 219
Escandinávia física Os solos da Escandinávia O clima da Escandinávia A vegetação da Escandinávia
Povoações da Idade do Ferro na Escan dinávia
A época viking na Escandinávia Cemitérios da época viking na Escandinávia Os vikings como comerciantes Manufaturas e artesanato A expansão do cristianismo Incursões vikings na Europa Ocidental, séculos VII e IX Campanhas vikings na Inglaterra, 865-885 Campanhas vikings na Inglaterra, 892-895 A presença escandinava na Inglaterra A recuperação de Danelaw A presença viking na Normandia Os vikings na Bretanha A marca escandinava no mundo celta Povoações vikings nas ilhas Feroe Povoações vikings na Islândia Povoações vikings na Groenlândia Rotas vikings através do Atlântico Norte A influência escandinava no Báltico Oriental e na Rússia
O Império Bizantino e o califado abássida A Escandinávia no século Xl A viagem de Ingvar ao Oriente O recomeço da atividade viking na Inglaterra
O Norte da Grã-Bretanha e a Irlanda durante o período nórdico
JGICO ESCANDINÁVIA
700
800
850
Década de ê 790. neInício
Década de 800. Godofredo, rei odda
Década de 850. Osautorizam reis Horik, o Velho, e 4 em, Ansgar à
das incursões vikings na Europa Ocidental.
Dinamarca, em guerra com Carlos Magno;
Horik, o jovem, à
do e a
Dim
e Ribe; Ansga!
constrói a segunda parte do Danevirke e estabelece colonos de Reric em Hedeby.
edificar igrejas em Hedeby volta a Birka.
em Hedeby
Década de 880, Haroldo, o Cabelos Belos,
Década de 820. Primeira viagem do
tenta unificar a Noruega.
| 810. Assassinato de Godofredo. c. 825. Primeiras cunhagens dinamarquesas
missionário Ansgar à Dinamarca c a Birka,
Suécia (829-831).
c. 870-c. 940, Haroldo, o Cabelos Belos, reida Noruega.
:
9
Sao Denenação dos bispos de Haga NE Ribe e Arhus, Dinamarca. c. 984960. ni ee
Haakon, o B =
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Om, rei da
SEO ae cristianismo.enta CONVEItET sea Povo ag
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c. 890. Batalha de Hafrsfjord, Noruega.
834. Embarcação-tâmulo de Oseberg, Noruega.
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1
Pedra pintada, Gollândia, séculos VII-IX
GRA-BRETANHA
E IRLANDA
Máscara zoomórfica, embarcação-húmulo de Oseberg, c. 800-850
Cabeceira de cama, Gokstad, e. 900
793. Ataque vikingao
Década de 830. Reinício dos ataques
850. Primeiro acampamento de inverno
902. Os vikings são expulsos de Dublin.
Década de 790. Primeiras
839. Primeiro acampamento de inverno
Década de 860. Intensa atividade viking na
Danelaw.
Escócia e na Irlanda.
841. Longphort viking em Dublin.
866. O Grande Exército, na Anglia oriental, 867. Os dinamarqueses conquistam York.
mosteiro de Lindisfarne. — vikingsã Inglaterra.
incursões vikings na
vikingna Irlanda.
viking na Inglaterra.
Inglaterra.
y
902-954. Os anglo-saxoes recuperam o
c. 917, Refiundação de Dublin.
937. Batalha de Brunanhurh, Inglaterra.
870. Os vikings matam Edmundo (depois São Edmundo), rei da Anglia oriental, c. 870. Estabelecimento do condado das Orcades.
871-899. Alfredo, o Grande, rei de Wessex.
8735-874, Acampamento invernal dos vikings
em Repton, Derbyshire.
876-879. Estabelecimento permanente dos vikings na Inglaterra.
878. Batalha de Edington e tratado de Wedmore; divisão da Inglaterra.
EUROPA
CONTINENTAL
799. Começam as
incursões na França.
SUD. Coroação do imperador Carlos
911. Fundação da Normandia pelo chefe |
Magno.
8599-802, Expedições vikings à Espanha
viking Rollo.
incursões vikings no império franco.
fortificadas para bloquear os rios.
930. Os vikings são expulsos da Bretanha.
Década de 840. Primeiro acampamento
Novgorod.
814. Morte de Carlos Magno; sucede-o Luis, o Piedoso. Década de 830. Crescimento das 834-837. Incursões anuais a Dorestad.
de inverno vikingna França.
844. Incursão viking na Espanha. 845. Saque de Hamburgo e Paris.
Primeiro danegeld pago pelos francos.
ATLÂNTICO NORTE
8560-857. Os vikings saqueiam Paris,
c. 800. Eremitas irlandeses nas ilhas Feroe e na Islândia,
e ao Mediterrâneo ocidental. 861. Novo saque de Paris. 862. Carlos, o Calvo, constrói pontes
c. 862. Ródik/Ryurik, governante de
912. Piratas vikings no mar Cáspio. 914. Os vikings conquistam a Bretanha. 926-933. Expansão da Normandia.
866. Incursão viking na Espanha.
c. 882. Novgorod e Kiev, unidas. 885-886. Assédio de Paris.
c. 860. Povoações nórdicas nas ilhas Feroe.
c. 870-c, 930, Povoações nórdicas na Islândia,
980. Fundação do Althing islandês.
=
1050
1000
O 958/9. Gorm, o Velho, rei da Dinamarca,
c. 1000, Batalha de Svôld e morte de
958-987. Haroldo Dente Azul, rei da
1019-1085. Canuto, o Grande, rei da
é enterrado em Jelhng.
| Dinamarca. =
c. 960. Conversão ao cristianismo de
Haroldo Dente Azul.
o te
c. 964-1000. Olaf Tryggvason, rei da Noruega.
* 968. Reforço do Danevirke.
| c. 970. Fundação de Sigtuna, Suécia. Ra E= E
970/1, Câmara de Mammen, Dinamarca. c. 980, Construção das fortalezas circulares
da ponte de Ravning Enge, Dinamarca.
c. 987-1014. Svein, o Barba Fendida, rei da | Dinamarca.
Olaf Tryggvason. Dinamarca.
1027. Primeira igreja de pedra em
1047-1066. Haroldo Hardradi, rei da Noruega,
1030. Batalha de Suklestad e morte de
1070. Adam de Bremen descreve o templo
Hedeby.
1066-1093. Olaf Kyrre, rei da Noruega.
Noruega.
pagão de Uppsala. c. 1070. Edificação da igreja de aduelas de Umes, Noruega.
a Dinamarca.
depois São Canuto (1100).
1035-1047. Magnus, o Bom, rei da
1042-1047. Magnus unifica a Noruega e
c. 995-1021/2. Conversão ao cristianismo
Escandinávia,
1066. Haroldo Hardradi invade a Inglaterra,
mas é derrotado e morto. Os eslavos destroem
Olaf Haraldsson, depois São Olaf.
1103. Arcebispado de Lung para toda a
1047-1074. Svein Estridsson, rei da Dinamarca.
Roskilde, Dinamarca. 1028. Canuto estimula a rebelião contra
Olaf Haraldsson, rei da Noruega.
1100
1086. Morte de Canuto, rei da Dinamarca,
1096-1108. Eric Ejegod, rei da Dinamarca.
de Olof Skotkonung, rei da Suécia; bispado ' de Skara.
995. Olaf Tryggvason unifica a Noruega.
Cruz pendente, Islândia, séculos X-XI
Casco de Gjermundbu, século X 954. Eric, o Machado Sangrento, é expulso de York e morre na batalha de Stainmore.
1002. Ethelred ordena o massacre dos dinamarqueses na Inglaterra.
1066. Haroldo Hardradi, rei da Noruega, morre na batalha de Stamford Bridge,
à Inglaterra. Batalha de Tara, Irlanda.
Fendida, conquista a Inglaterra. Batalha
1066. Batalha de Hastings: os normandos
980. Reinício dos ataques dinamarqueses
1014. O dinamarquês Svein, o Barba
Inglaterra.
c. 985-1014. Sigurd, o Forte, conde das
de Clontarf, Irlanda.
991, Batalha de Maldon, Inglaterra.
das Ôrcades.
conquistam a Inglaterra. 1066-1087. Guilherme 1, rei da Inglaterra. 1069. Uma frota dinamarquesa ataca a
Inglaterra.
1079. Godfred Crovan, rei de Man, vence
Orcades.
1014-1065. Thorfinn, o Poderoso, conde
1016-1035. Canuto, o Grande, rei da 1042, Morte de Hardacnuto, rei da
Inglaterra.
c. 1050. Bispado nas Órcades.
| 0980-1015, Vladimir, príncipe da Rússia.
* Década de 980. Conversão ao cristianismo
1103. Morte de Magnus, rei da Noruega,
durante uma incursão na Irlanda. . 1117. Magnus, santo padroeiro das Orcades,
é assassinado em Egilsay.
Inglaterra.
na batalha de Skyhill, 1085. Os dinamarqueses preparam a invasão da Inglaterra, mas desistem,
1015-1054. Jaroslav, principe de Kiev, c. 1040. Expedição a oriente de Ingvar.
1066. Invasão normanda da Inglaterra,
c. 1000. Conversão ao cristianismo da Islândia. Edificação da igreja de
1056. Skálholt, primeiro bispado da Islândia. 1067-1148, Ari Thorgilsson, historiador da Islândia.
1091, Os normandos conquistam a Sicília. 1096-1099. Primeira Cruzada.
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do RD a Mara
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Som LT ET NA à fla, a CUP Ts am
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"da Rússia. Formação da guarda varegue.
Cruz de Gunilda, marfim de morsa, c. 1150
Thjodhild, em Brattahlid. Viagens a Vinland, na América do Norte.
1106. Hólar, segundo bispado da Islândia.
c. 1125. Gardar, primeiro bispado da
Groenlândia.
PRÓLOGO A época viking foi carregada de dramaticidade, tanto nas terras natais escandinavas como nos países estrangeiros onde os vikings fizeram comércio, ou invadiram
e colonizaram. No entanto, muitas das mudanças pro-
fundas provocadas foram resultado de esforços pacifi-
cos e de evoluções progressivas. Este livro trata de pessoas e de
lugares,
é um
atlas cultural
de um
vasto
mundo nórdico, centrado na Dinamarca, na Noruega e
na Suécia, mas que se estende para oeste até o outro lado do Atlântico e para leste até as costas do mar Negro e do mar Cáspio, e para sul até o Mediterrâneo. O mundo dos vikings pode ser visto como uma rede de rotas marítimas e fluviais percorridas pelos barcos que hoje simbolizam a época viking. As mcursões dos vikings pela Europa Ocidental comecaram em finais do século VIII, quando aqueles piratas
pagãos saquearam mosteiros indefesos, povoações e centros de comércio. À época viking propriamente dita contava apenas três séculos quando os escandinavos cessaram a violência para oeste, embora no século XII
conquistassem os países bálticos e eslavos, impondo o cristianismo à força. Uma das maiores transformações
da época viking foi a conversão dos países escandinavos ao cristianismo, juntamente com o estabelecimento de uma cultura escrita, uma transição que requereu vários começos fracassados e uma lenta progressão do século IX ao XI. A época viking foi também a que viu a formação das três nações européias da Dinamarca, Noruega e Suécia, como resultado de processos de consolidação interna que tiveram o seu início antes da época viking. Naturalmente, os problemas políticos internos e o exílio forçado dos pretendentes rivais e dos líderes desapossados podem ter tido tanta relação com a expan-
são escandinava como a ameaça de fome ou de escassez
de terras no solo pátrio, ou qualquer outra explicação entre as propostas para tão notável fenômeno. No entanto, nunca entenderemos cabalmente
este aspecto
do período viking, dado que há muito poucos escritos sobre a Escandinávia anterior a 1200, embora a arqueologia esteja lançando luz sobre fortificações e outros monumentos que refletem a centralização crescente do poder naquele período. Uma
terceira transformação que a Escandinávia so-
freu durante a época viking consistiu numa sofisticação econômica crescente graças à riqueza criada pelo saque
e pelo comércio. Uma das consequências mais evidentes deste processo foi a fundação de cidades com centros para o comércio e o artesanato. A arqueologia des-
cobriu recentemente que, pelo menos na Dinamarca,
este processo já estava em curso antes do começo do periodo viking. Apesar de o estudo de fontes contemporãneas, como os trabalhos de escritores anglo-saxões,
francos e árabes — e a inscrições rúnicas da Escandiná-
via — lançarem muita luz sobre a época viking, assim como as famosas sagas escritas nos séculos XIII e XIV,
10
devemos recorrer à arqueologia para completar a nossa
descrição da vida durante a época viking. As últimas décadas presenciaram grandes progressos nas escavações de todo o mundo viking.
Por isso, este livro foi escrito, na sua maior parte, por arqueólogos que realçam muitas das descobertas mais
recentes, particularmente através das descrições que
completam o texto principal. Este atlas cultural é fruto do nedy e da sua equipe. Embora sua existência, a sua substância uma equipe de quatro autores. expõem o cenário escandinavo
trabalho de Susan Renseja o responsável pela foi proporcionada por Os capítulos 1 e 5, que antes e durante o perío-
do viking, foram escritos pela Dra. Helen Clarke, minha
antiga colega em arqueologia medieval na faculdade de
Londres, enquanto o professor Ray Page, do Colégio de Corpus Christi em Cambridge, nos privilegiou com a sua particular competência, colaborando no capítulo 6,
“Saber e Religião na Escandinávia” Os capítulos 7 e 10,
sobre os vikings na Europa
Ocidental e Oriental, são
obra de Neil Price, que estudou a arqueologia dos vi-
kings em Londres e York, antes de empreender uma ex-
periência de trabalho de campo na Suécia; os capítulos 8 e 9, que tratam do impacto escandinavo no oeste celta da Grã-Bretanha e da Irlanda, e da expansão nórdica
no norte do oceano Atlântico, foram escritos pelo Dr. Colleen Batev, do museu de Glasgow, especialista em escavações e estudos sobre os vikings em Caithness e nas Órcades. O capítulo final, “O final e a época pós-viking”, utiliza as colaborações destes autores. Entre aqueles que ajudaram a fazer este livro, agradecemos especialmente ao professor Sean McGrail, da Universidade de Oxford, pela sua assessoria sobre os barcos vikings e por escrever o artigo das páginas 180 e 181. Os artigos das páginas 42-43, 64-65, 90-91, 94-95-, 98-99, 138-139 e 158-159 são de minha responsabilidade, bem como as legendas das ilustrações no texto principal. Terminarei com uma nota de esclarecimento: é impossível estar totalmente seguro ao citar nomes e palavras vikings. Onde haja uma forma atual reconhecida
de um nome pessoal, é essa que será adotada. Onde não existe, tentamos simplificar a forma original para torná-la acessível aos leitores, suprimindo terminações,
acentos ou diacríticos e substituindo formas de letras
pouco correntes por outras mais comuns: por exemplo, em vez de algumas antigas letras nórdicas d e p, utiliza-
mos as equivalências atuais de de th. Assim, Haraldr Hararaai figura como Haraldr Hardradi, e Sigvatr pórdardson como Sigvart Thordarson (as palavras citadas em nórdico antigo aparecem geralmente em itálico). Utilizaram-se os nomes atuais dos lugares, quando existem. Caso contrário, e na medida do possível, utilizouse a forma local ou a que consta. JAMES GRAHAM-CAMPBELL
PRIMEIRA PARTE
A ORIGEM DOS VIKINGS
A TERRA, O CLIMA E OS POVOS
a Escandinávia atual: Noruega, Suécia e Dinamarca. Unidos, cobrem
uma imensa superficie que se estende do
cabo Norte (Nordkapp), dentro do Círculo Polar Ártico
a 71º de latitude, à fronteira entre a Dinamarca e a Alemanha, a cerca de 55º de latitude. É um conjunto de ter-
ras que mede cerca de 790.000 quilômetros quadrados.
Não é surpreendente que haja grande diversidade na paisagem e no clima dentro desta zona imensa. A flora e a fauna, a base econômica e até o caráter dos habitantes variam de uma região para outra; é assim na atualidade,
e as diferenças podem ter sido mais acentuadas em épo-
cas anteriores à chegada da tecnologia e das comunica-
ções atuais.
a o
Os povos que hoje conhecemos como vikings tinham as suas terras de origem em três países que, juntos, formam
Na Noruega e na Suécia, que, juntas, formam a península Escandinava, o subsolo é de granito pré-câmbrico, coberto a oeste e a norte por rochas mais recentes que formam a cadeia de altas montanhas, e a sul por pedra
calcária e cretácea na sua maior parte. Durante o período
de glaciação, que se iniciou há
1500000 anos e finalizou há cerca de 13000, as pesadas
geleiras avançaram para sul a partir das regiões árticas,
cobrindo grande parte do hemisfério norte. Chegaram
A esquerda. Os invernos
nórdicos são longos e rigorosos
eaneve pode gelar durante meses nos vales e portos do interior.
Não é muito surpreendente que os esquis tenham sido inventados na Escandinávia nos tempos
pré-históricos para manter as
comunicações nestas condições,
quando se sabe que os trenós e os patins foram usados na época viking.
ORAR
OU
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A TERRA,
O CLIMA
E OS POVOS
g dos milênios a sua : longo Central, mas mas ao Europa Central, até até aa Europa extensão
flutuou.
Não
obstante,
durante
todo
esse
tem-
po cobriram grande parte da península Escandinava, Com o avanço = das épocas mais frias, a terra foi esmagada e aplanada, e em alguns lugares o seu peso afundou-a centenas de metros abaixo do seu nível original. Quando as geleiras retrocederam durante as fases mais quentes, o gelo derretido deixou depósitos de seixos e de pedras que tinham sido colhidos e transportados no seu avanço para o sul e deixaram atrás de si relevos de morena. Por isso, grande parte da península é coberta de solos estéreis, cheios de cascalho e pouco adequados para a agricultura e a silvicultura. As regiões do Sul da Suécia (as atuais províncias da Escânia e da Olândia) e da Dinamarca só estiveram cobertas por geleiras quando estas alcançaram a sua máxima extensão nos períodos mais frios, e têm menos depósitos glaciários e mais solos férteis com pedra calcária e cretácea cobertos de argila, além dos seixos glaciários. Quando as geleiras se derreteram, a terra livrou-se da grande pressão que o peso do gelo tinha exercido sobre ela e começou a voltar ao nível original. Essa “modificação estática” ou “elevação de terra” foi um processo continuo desde o final do último período glaciário, há cerca de 13000 anos, e ainda prossegue, com bastante rapidez no norte e mais lentamente no sul. No interior da parte setentrional da península Escandinava, a terra ainda se está elevando a um ritmo de aproximadamente 1 metro por século. Nas regiões centrais da Noruega e da Suécia, a alteração não é tão pronunciada, mas a elevação é de 50 centímetros por século. Só não há altera-
OD
ESET
300 im
m
ii
200 mi
-
ções na altura da terra no Sul da Escandinávia, onde o
efeito das geleiras não foi tão forte. Ao derreterem-se as geleiras no final do último período glaciário, o nível do mar também se elevou, sendo mais notável a sua crescente altura no Sul da Escandinávia, onde a modificação estática era menos pronunciada. Por exemplo, por volta de 8000 a.C., a Dinamarca fazia parte de uma massa de terra bifurcada sobre os atuais países Gra-Bretanha, Dinamarca e Sul da Suécia. Levou vários milênios para adquirir a sua forma atual, quando a terra situada entre o oeste da Jutlândia e a Inglaterra foi inundada pela água do mar, formando o mar do Norte e os estreitos entre as ilhas dinamarquesas e Gresund, o braço de mar entre Sjaelland (Lalândia) e Skâne (Escânia). À medida que as geleiras se derretiam, os povoadores penetravam a Escandinávia para se estabelecer na nova terra, viajando lentamente para o norte conforme o gelo
ja recuando. A Dinamarca, liberta do gelo desde 13.000
a.C., foi ocupada em primeiro lugar, mas o povoamento foi impossível nas zonas mais a norte até alguns milênios depois. No entanto, por volta de 8000 a.C. a maior parte da Escandinávia estava disponível para a ocupação. Esses primeiros povoadores foram provavelmente os antepassados dos que viveram na região durante a época viking (os três séculos a partir do ano 800).
A Escandinávia raramente foi submetida a novas vagas de povos imigrantes, embora sempre tenha estado aber-
ta a influências culturais da Europa continental. O intercâmbio fez-se em mais de uma direção. Antes e durante
o período viking, houve movimentos de populações e de influências culturais do Leste da Suécia para o Sudoes-
te da Finlândia e à volta das costas bálticas (atualmente Estônia, Letônia e Lituânia). Nos séculos V e VI da nossa
era, houve movimentos da população da costa oeste da
Dinamarca e (em menor medida) da Noruega para o Leste da Inglaterra, e na própria época vikingas migrações do Oeste da Escandinávia fizeram com que novas 14
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A TERRA,
Climas e solos da Escandinávia
Apesar da latitude, os países escandinavos têm um clima
suave, como resultado da influência moderadora das aguas
quentes da corrente do golto, | empurradas para à Escandinávia por ventos do oeste. Ao longo da
comunidades se estabelecessem
no Norte do Atlântico:
nas ilhas Feroe. Islândia, Groenlândia e até na América. Ainda no século XIX, migrações em massa contribuido Oeste médio dos Estados Unidos e do Canadá.
Ainda hoje o território escandinavo tem uma popu-
lação de pouco mais de 17 milhões de pessoas. A maior densidade de população encontra-se na Dinamarca,
A região oriental é muito mais
de pessoas vivem numa superfície de pouco mais de
precipitações cai em forma de
414 400 km* A Noruega,
a costa ocidental apresenta, comparativamente, climas mais
tes, e a Suécia, mais de dez vezes maior que a Dinamarca,
seca, e a maioria das
neve. Sob a influência marinha,
suaves, tanto no inverno como no verão (a direita, ao centro é
abaixo); na zona oriental, onde as influências continentais são mais fortes, as temperaturas
alcançam níveis mais extremos,
com um inverno longo e frio
e um verão curto e quente,
O clima das montanhas da Noruega e da Suécia é também muito rigoroso. Os solos da região (à esquerda) são,
geralmente, de podzol (terrenos
o menor
dos
três
países,
onde
cerca
de
5 milhões
oito vezes maior que a Dina-
marca, aproximadamente, só tem 4 milhões de habitantem uma população
de cerca de 8 milhões. A distribui-
ção foi muito parecida na época
viking, embora
com
muito menos gente; viviam principalmente nas regiões
do Sul da Escandinávia, sendo os povos cada vez mais dispersos e escassos conforme se avançasse para o norte.
As regiões árticas e subárticas da Noruega e da Suécia estavam, como agora, habitadas pelos lapões (ou saamis),
etnicamente diferentes dos povos escandinavos do sul.
Os lapões conservaram a sua própria cultura e os seus
ácidos, porosos e de baixa
costumes ancestrais até épocas muito recentes e relacio-
abundam a turba e os pântanos.
e da Rússia que com os seus vizinhos estrangeiros do sul.
qualidade); nas zonas alagadas Abaixo. A montanhosa costa
ocidental da Noruega é
recortada pelos fiordes que as
geleiras formaram: o fiorde de Sogne é o maior de todos. Estes
vales marinhos proporcionam recantos protegidos de terra
para o cultivo, enquanto as
suas águas normalmente tranquilas permitem uma
comunicação fácil de barco
entre as povoações, que, de
contrário, estariam isoladas.
preco
naram-se mais com os seus parentes lapões da Finlândia
Noruega A Noruega distingue-se pelo seu litoral imensamente
longo — mais de 20000 quilômetros no total —, recortado
por grande quantidade de estreitos fiordes (vales glaciários inundados) que se estendem terra adentro por mutitos quilômetros entre altas montanhas escarpadas. Há uma enorme quantidade de ilhas perto da costa. O terreno predominantemente montanhoso do país
1
mm
1500
ram para levar a cultura escandinava para comunidades
costa ocidental da Noruega, as montanhas costeiras forçam o ar quente a levantar-se, até que as
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O CLIMA
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A TERRA, O CLIMA E OS POVOS
sempre tornou difícil a viagem por terra, e através dos séculos de ocupação as comunicações dependeram, sobretudo, do mar. Às populações concentravam-se na terra habitável próxima dos fiordes, e muitas comunidades pequenas cresceram isoladas umas das outras, cada uma com a sua própria cultura. Os habitantes dos fiordes sempre se caracterizaram pela sua grande independência. No interior da Noruega setentrional, os invernos são longos e rigorosos, com temperaturas muito abaixo do ponto de congelamento; uma neve espessa cobre a terra durante muitos meses do ano. No litoral o clima é muito menos severo com a corrente do golfo, mantendo durante todo o inverno os portos a norte, como, por exemplo, Narvik, livres do gelo. O clima, portanto, levava também ao estabelecimento costeiro, sen-
do a pesca e a caça das baleias os principais meios de sustento. O gado (resguardado durante o inverno) pode manter-se nas condições climáticas do litoral tanto no
Oeste como no Norte da Noruega, e as vacas, as ovelhas, as cabras e os cavalos eram e são criados para obter carne, leite e queijo e dispor de transporte. Embora as temperaturas relativamente suaves da costa permitissem, entre outros, o cultivo de árvores frutíferas, sobretudo nos
locais onde o solo é mais favorável, a agricultura nunca
foi de grande importância no conjunto do país, e ainda na atualidade apenas 3% da terra é aproveitada para o cultivo, principalmente no sul e no leste. O pescado procedente das magníficas zonas de pesca costeiras dos oceanos Atlântico e Ártico continua a ser até hoje um elemento básico da dieta norueguesa, antigamente completada com aves marinhas, que abundam ao longo da costa, e seus ovos. Até o final da Idade Mé-
dia, O peixe seco foi o artigo de exportação mais importante do país. Os mamíferos marinhos, como as focas e as morsas, eram caçados por causa das suas peles e, no
caso das morsas, por causa do marfim. A Noruega tem poucos bosques, dado que a sua altitu-
de é em grande parte superior ao limite arbóreo, e os que existem são bosques de coníferas, pinheiros e abetos. As árvores de folha caduca, como o carvalho, o freixo e a faia, crescem no sul misturados com as coníferas,
e provavelmente nunca foram uma característica muito dominante da vegetação. O extremo norte é coberto de tundra, um terreno aberto e plano, de subsolo gelado e com escassa vegetação, com taiga (bosque conífero) um
pouco mais a sul. Nessas regiões do norte, encontram-se renas, alces e ursos, bem como animais menores, como
a raposa ártica, a marta, o lince e o esquilo, e todos eles
foram caçados em todas as épocas para a alimentação, pela sua pele ou pela sua cornadura. Na época viking, estas matérias-primas eram trocadas por luxos que só se podiam conseguir na Europa continental, cuja indústria era mais desenvolvida.
Suécia A Suécia tem um comprimento total de 1.500 quilômetros de norte a sul. Ao longo da sua fronteira com a Noruega, partilha o seu terreno montanhoso, mas a maior
parte do país está menos de 500 metros acima do nível
do mar, predominando uma paisagem ondulada e co-
berta de bosques de coníferas. Abundam os lagos e os
rios navegáveis, que através dos séculos serviram de arté-
rias para o tráfico fluvial. Ao norte, espalha-se a tundra. As terras planas e baixas estão situadas em três zonas diferentes da Suécia Central e Meridional: à volta do lago Vânem a oeste, onde se encontra a fértil planície de Vastergótland e o vale de Gôta; a leste, centrando-se nos grandes lagos de Hjálmaren e Mãlaren e limitando a sul
Acima. Os bosques de coniferas,
que cobrem regiões inteiras da
Noruega e da Suécia, são o habital
natural dos animais que eram caçados por causa da sua pele. Os comerciantes vikings trocavam
as peles a oriente e a ocidente por
mercadorias de luxo, como sedas e vinho.
A vegetação da Escandinávia (página seguinte, acima). À vegetação caducifólia é a típica da maior parte da Dinamarca e do Sul da Suécia, misturando-se com coníferas mais ao norte, À taiga cobre praticamente o resto da região. À tundra — uma região
À direita. Os lagos e as vias
e de escassa vegetação — cobre
do ferro.
aberta e plana, de subsolos gelados as áreas de permafrost do extremo norte e das zonas montanhosas,
navegáveis interiores eram
importantes para a comunicação
durante a época viking na
Suécia, quer em barco no verão, quer sobre o gelo no inverno:
o lago Siljan, que aqui mostramos, encontra-se em Dalarna, uma
importante região de estação
acima do limite das neves perpétuas,
com a planície de Ostergôtland e a norte com Dalâven; e
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A TERRA, O CLIMA E OS POVOS
ao sul, onde as terras planas de Skane e de Halland têm muitas características semelhantes às da Dinamarca. Nessas regiões, podem ver-se bosques de folha caduca, principalmente de carvalho, álamo-branco e faia. São as áreas férteis e de cultivo da Suécia. Até o século XVII, Skâne esteve praticamente isolada da terra do norte pelos densos bosques de Smaland.
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Até então, fez na realidade parte do reino da Dinamar-
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A TERRA, O CLIMA
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O meio ambiente sueco proporcionava os mesmos recursos naturais que o norueguês. Os animais selvagens do norte eram caçados pela sua carne e pela sua pele; as aves marinhas e os peixes (embora menos os mamíferos
marinhos)
eram
apanhados
ao longo
das
costas; as suas selvas e bosques proporcionavam madeiras macias e duras para a construção e para muitos outros fins. A Suécia também tem abundantes jazidas de
minério de ferro que foram progressivamente exploradas até épocas recentes; o cobre foi extraído primeiramente na Idade Média. Embora não seja densamente povoada, a Suécia foi sempre capaz de manter um maior povoamento que a sua vizinha Noruega.
Dinamarca A Dinamarca pertence à mesma formação geológica que a Suécia Meridional e as terras planas que bordejavam a costa sul do mar Báltico. Às suas terras são baixas — O ponto mais alto só está 173 metros acima do nível do mar —, com um litoral longo se se comparar com a massa de terra formada pela península da Jutlândia e centenas de ilhas grandes e pequenas. Atualmente, a Dinamarca tem grandes extensões de campos de cultivo e muito pouco arvoredo. Esta paisagem é produto dos últimos 200 anos, durante os quais se enxugaram os pântanos, arrotearam os terrenos baldios e cortaram os bosques para dar lugar às terras agrícolas. Até o final da Idade Média, grande parte da Dinamarca era coberta de árvores de folha caduca. Prados, marismas e pântanos ladea-
vam os seus numerosos rios e rodeavam os lagos, muitos
dos quais foram enxutos há pouco tempo. O clima da Dinamarca é mais temperado e regular que o do restante da Escandinávia, e isso se reflete na flora e na fauna; não tem os mamíferos cujas peles enrtqueceram os seus vizinhos do norte em épocas anteriores. A sua economia baseou-se na agricultura por muito tempo; as suas terras, mais secas, podiam
ser cultivadas,
e o gado era criado nos pastos verdes das suas pradarias. Os peixes e as aves selvagens provinham do mar e dos rios do interior.
Como a Noruega e a Suécia, a Dinamarca se divide em várias regiões. A maior é a península da Jutlândia, ligada ao continente europeu. Ao longo da história, as inovações culturais procedentes do nordeste europeu chegavam primeiro à Jutlândia e daí se espalharam pelo resto do país e depois pela Noruega e pela Suécia, muitas vezes depois de um considerável lapso de tempo. Em quase todas as épocas, foi a região mais rica da Dinamarca; não foi por acaso que a Jutlândia se tornou o centro principal do poder real quando a Dinamarca emergiu como Estado unificado no século X. As ilhas dinamarquesas, em especial as maiores, Fiô-
nia (Fyn) e Zelândia (Sjaelland), têm características di-
ferentes. Em épocas anteriores, tiveram os seus próprios sistemas de governo. As regiões mais orientais da Dina-
marca tinham relações culturais mais estreitas com os
povos do mar Báltico do que com os do Noroeste da Europa, e muitas características eslavas (por exemplo, o
À esquerda. A península de Jutlândia liga a baixa Dinamarca com o continente europeu. Às suas praias ocidentais, ao contrário da costa
acidentada da Noruega, são
expostas à força do mar, o que não era um obstáculo para os
navegadores da época viking, pois
foram invasores ou comerciantes.
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estilo da olaria e os métodos de construção naval) são ali evidentes na época viking. A ilha de Bornholm é também diferente, mais semelhante às ilhas suecas da Got-
não seja de raça escandinava, as suas
no Sul do mar Báltico, cerca de 140 quilômetros a leste
Central é caracterizada pelos
bosques de coníferas e pelos
Finlândia seja o pais nórdico que está mais a leste e o seu povo
costas ocidentais € meridionais
cairam sob a influência da Suécia e da Gotlândia durante a época viking.
lândia e da Olândia que à própria Dinamarca. Situa-se
da costa oriental da Zelândia, onde se encontra a atual
capital da Dinamarca, Copenhague. É como uma anomalia num país em que em todo o restante é uniforme.
No entanto, só fica a 30 quilômetros da costa sueca de
Skâne, que, junto com Halland, foi dominada pelos dinamarqueses até ao século XVII. Ao contrário destas
duas províncias, Bornholm permaneceu politicamente
unida à Dinamarca, embora no âmbito cultural nunca o
estivesse por completo. Página seguinte. As ilhas de
Lofoten encontram-se próximo
de extremo norte do litoral atlântico
da Noruega; apesar da sua situação
setentrional, a corrente do golfo às mantém temperadas e úmidas,
tendo sido habitadas desde tempos
- Témotos por comunidades pesqueiras. À costa ocidental da
Noruega, com o seu escudo de
ilhas € Os seus inumeráveis fiordes,
proporcionava uma rota marítima do sul, tendo dado nome ao país, — 9 “caminho do norte”,
Finlândia Do outro lado do golfo de Bótnia, defronte da Suécia, encontra-se a Finlândia. Este país não foi a terra natal dos vikings. O seu povoamento não tem ascendência escandinava: o finlandês pertence ao grupo de línguas ugro-finlandesas e se relaciona estreitamente com o estônio, falado nas costas meridionais do golfo da Finlândia; mantém algum parentesco, ainda que afastado, com o húngaro e o turco. No entanto, o Sudoeste da Finlândia foi muito influenciado pela Suécia, especial-
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tenha cadeias montanhosas. Durante as glaciações, esteve completamente coberta de geleiras que modelaram a paisagem, recobrindo-a de um solo de cascalho nada adequado para a agricultura. No extremo setentrional se espalham as tundras, e mais ao sul a paisagem se caracteriza pelos bosques de coníferas e por numerosos lagos. O território finlandês é um pouco maior
que o norueguês, com cerca de 363.000 km?. As regiões árticas e subárticas ainda são habitadas por lapões do mesmo grupo cultural que os que vivem no Norte da Noruega, da Suécia e da Rússia, mas a maioria da população finlandesa, que atualmente conta com cerca de 5
milhões de pessoas, vive ao longo das costas ocidental e
meridional, Esta região foi visitada e, em parte, ocupada pelos vikings suecos, sendo aqui que se encontram os principais restos arqueológicos da colonização do periodo viking. Posteriormente, tornou-se a parte do rei-
no medieval da Suécia e esteve sob o domínio sueco até o século XIX.
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A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS A esquerda. As pontas de m
Os primeiros escandinavos foram povos nômades, que viviam da caça, da pesca e da colheita de plantas silvestres. Viviam em acampamentos temporários, situados ao longo das costas, nas margens
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rios e dos lagos para se beneficiarem dos seus recursos alimentares: peixes, crustáceos, mamíferos e aves marinhas, e os animais que rondavam pelos campos próximos. Perseguindo a caça, mudavam o lugar do seu acampamento, e, portanto, deixaram poucos vestígios
pedra na sociedade neolítica, para além do seu uso fund amenta como ferramenta de trabalho ) para desbravar a terra.
Página seguinte, acima. À entrada
bordejada de pedras para um grande túmulo de corredor (ou de
além das suas ferramentas e armas, feitas de sílex e de
outras pedras, e de algumas sepulturas de pessoas, que foram enterradas junto dos acampamentos. Este tipo de existência migratória e muito disseminada prosseguiu por cerca de 4000 anos, e os arqueólogos conhecem-na com o nome de Mesolítico.
passadiço) em Gillhõg, Skâne, na
Suécia: os tâmulos com corredor eram usados pelas comunidades
agricolas neolíticas para depositar
os ossos dos esqueletos que tinham estado expostos anteriormente.
A revolução neolítica
Uma enorme mudança teve lugar na Escandinávia Meridional por volta de 4000 a.C., quando o cultivo e a criação de gado começaram a substituir a caça como princi-
pal meio de sustento. Essa alteração foi o prenúncio do grande período da pré-história seguinte, o Neolítico, que durou mais de 2000 anos. O novo modo de subsistência chegou à Escandinávia procedente do sul, e pode ter sido introduzido por grupos de imigrantes da Europa continental. No entanto, é pouco provável que houvesse uma imigração em grande escala, e a população nativa continuou a viver como os caçadores do período anterior. Depois de se adotar a agricultura, modificou-se a forma de povoamento. As populações ocuparam as suas casas durante perío-
dos mais longos, cultivando a terra ao lado, que tinha
sido conquistada ao bosque primitivo. Mas aquelas colônias também não seriam ocupadas por muitos anos, dado que os campos circundantes rapidamente se tornariam improdutivos por causa do uso excessivo e da falta de adubo; os habitantes transferiam-se então para ou-
tro lugar, onde podiam tratar e cultivar uma nova terra. As colônias semipermanentes eram pequenas, formadas por algumas poucas casas que alojavam pouco mais que um grupo familiar, e estavam espalhadas por todo o
país, sob a forma de fazendas isoladas mais do que aldeias. Não obstante, os costumes funerários destes povos
agrícolas primitivos mostram que tinham certo sentido de identidade comunal. Eram sepultados em grandes monumentos construídos com enormes pedras conhecidas como megálitos (por isso, são chamados túmulos me-
galíticos). Consistiam numa enorme câmara central bas-
tante alta para uma pessoa em pé e numa passagem que comunicava com ela. O conjunto era coberto por um túmulo de terra rodeado por um círculo de pedras menores em posição vertical. Restos de vasilhas de cerâmica encontrados dentro e à volta da entrada destes túmulos,
que alojavam muitos cadáveres, indicam que o enterro era acompanhado de ritos complicados que incluíam um festim e talvez um sacrifício, exigindo a participação dos habitantes de uma grande área, cujo núcleo era o tâmulo comunal. O que hoje entendemos por socieda-
de começava a evoluir.
Estas comunidades agrícolas primitivas são mais co-
nhecidas na Escandinávia Meridional (Dinamarca, o Sul
da Suécia e o Sudeste da Noruega). Além de terem ali
A direita. A talha de pedra na
com os novos impulsos culturais e tecnológicos propagados do continente europeu para o norte. Nos bosques e
Suécia Central, é um testemunho misterioso da atividade de culto.
um
clima mais temperado, entravam antes em contato
Idade do Bronze na Escandinávia, como este grupo de Bohuslân, na
na tundra do extremo setentrional, a caça, a pesca € a re-
Representam homens, animais,
e as alterações na economia e na cultura se deram muito
“marcas de taça”, redondos e
colha continuaram a ser os principais meios de sustento,
barcos, armas e diferentes simbolos dos quais os mais comuns são as
mais lentamente. No entanto, algumas ferramentas e armas encontradas no norte são de origem meridional e
pouco profundos, cinzelados na superfície da pedra, agrupados ou associados com outras talhas.
mostram que houve relações entre as duas regiões.
Os agricultores neolíticos usavam ferramentas e armas mais variadas que os seus antepassados caçadores, mas estas anda eram feitas de materiais locais. O sílex e outras pedras eram talhados para fazer cunhas de machado que se fixavam a cabos de madeira e se usavam para cortar árvores e roçar a terra. Faziam foices de fio cortante com pedaços afiados de sílex para colher os cultivos.
As pontas de flecha que usavam para caçar também eram feitas de sílex. Com o passar do tempo, a forma de alguns utensílios, especialmente as armas, foi muito elaborada, requerendo grande habilidade para o seu fabrico. Os machados de combate de pedra polida e os punhais de sílex testemunham a sofisticação que os artesãos podiam alcançar com aqueles materiais aparentemente intratáveis. No final do Neolítico, no 2.º milê-
nio a.C., a pedra e o sílex começaram a ser substituídos pelo bronze em armas simples como os machados achatados e os punhais. Essa modificação marcou a transição para a Idade do Bronze. A Idade do Bronze
O bronze é uma liga de cobre e estanho. Estes dois metais procedentes da Europa Central e Ocidental tiveram de ser introduzidos na Escandinávia no período pré-histórico. A utilização do bronze deve ter marcado
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A ESCANDINÁVIA
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. Ss uma alteração acentuada na economia da Escandinávia primitiva, introduzindo-a numa rede mais ampla de contatos culturais e tornando-a mais aberta às influências do exterior. A Idade do Bronze começou na Dinamarca por volta
de 1800 a.C. e durou mais de 1000 anos. A sua cultura penetrou muito mais devagar nas regiões setentrionais da península Escandinava, embora os achados de objetos de bronze de estilo uniforme em toda a Escandiná-
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via indiquem que houve relações entre o norte e o sul,
como em períodos anteriores. Na Idade do Bronze, o
comércio favoreceu estes contatos: trocavam-se matérias-primas, sobretudo peles e couros, por cobre e estanho para fazer bronze, ou por armas de bronze, como
espadas e machados que se importavam da Europa Central e das ilhas Britânicas. Quase toda a nossa informação sobre a Idade do Bronze na Escandinávia tem origem nos túmulos ou nos objetos de bronze e de metais preciosos que foram enterrados ou depositados, provavelmente como oferendas religiosas, em pântanos, rios e lagos. Encontraram-se numerosos túmulos daquele período. Os corpos eram enterrados sob montículos de terra ou de pedra (túmulos). Alguns dos tâmulos na Dinamarca e na Suécia Meridional eram enormes e ainda hoje têm cerca de 3 a 4 metros de altura. Situavam-se em elevações que dominavam a paisagem muitos quilômetros ao redor. À cremação, com os ossos incinerados colocados em vasilhas de cerâmica sob os túmulos, era algo corrente nos últimos séculos da Idade do Bronze, mas em épocas anteriores predominava a inumação (enterro do corpo não incinerado). Esses túmulos têm muito para nos contar. A Dinamarca é especialmente rica em restos de inumações da Idade do Bronze. Em alguns túmulos, os 23
A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS
troncos de carvalho ocos serviam de ataúde para o cadaver, que era enterrado totalmente vestido e acompanhado das suas posses, incluindo artigos de higiene pessoal
como navalhas de barbear e pinças. Em alguns casos, a umidade do chão conservou as peças de la do defunto, e
por estas soubemos que os homens usavam túnicas justas, cobertas com capas e toucados simples. As mulheres usavam
roupas de duas peças e cobriam
a cabeça com
uma redezinha muito elaborada ou uma touca, Podemos assim visualizar O aspecto das pessoas que viviam na Escandinávia naqueles tempos. Sabe-se muito pouco sobre o estabelecimento de colónias na Idade do Bronze, mas os poucos indícios que existem sugerem que a população daquela época ecra essencialmente formada por camponeses que viviam em
fazendas longas e retangulares, com um estábulo numa
extremidade. Algumas fazendas eram agrupadas, formando pequenas aldeias. As vasilhas de cerâmica, geralmente usadas para O armazenamento e a preparação de alimentos, eram provavelmente feitas pelas mulheres nas fazendas para o seu uso próprio. No início, os uten-
sílios agrícolas continuavam a ser de pedra e de sílex, sendo o bronze reservado para armas e objetos decorativos que refletiam a posição social. Mas no final da Idade do Bronze — em meados do 1.º milênio a.C. - o bronze era usado para todos os utensílios, incluindo as folhas das foices que se utilizavam para a colheita. Muitos desses utensílios de bronze foram provavelmente feitos por fazendeiros-artesãos locais, mas também foi preciso haver especialistas em metalurgia para fazer os objetos mais elaborados, os que mais se encontraram nos pântanos como ofertas votivas. Incluem instrumentos musicais parecidos com as trombetas, conhecidos como lur, que consistiam num tubo, uma boquilha e um “pavilhão” liso; as representações dos lur encontradas nas gravuras em rocha suecas sugerem que eram usados em cerimônias rituais. Também se encontraram capacetes com adornos complicados, escudos, recipientes de bronze e de ouro, bem como jóias de mulher, que indicam que a Idade do Bronze foi um período de grande riqueza em grande parte da Escandinávia Meridional. A sociedade da Idade do Bronze parece ter sido dominada por uma classe dirigente rica e poderosa. Os esplêndidos bens mortuários de bronze e de ouro concentrados em alguns túmulos masculinos indicam que a pessoa ali enterrada pertenceu a uma classe dirigente, e a presença de uma só fazenda imensa numa aldeia de casas pequenas também pode indicar alguma forma de hierarquia interna. Os depósitos votivos da Idade do Bronze sugerem também manifestações de chefia: o rico e o poderoso acalmavam o deus ou espírito local que habitava o lugar com uma esplêndida oferenda, e ao mesmo tempo asseguravam a sua posição sobre os rivais com uma exibição de notável esbanjamento. A Idade do Ferro: as origens da época viking
Em meados do 1º milênio a.C€., sucedeu outra revolução
tecnológica, quando o ferro substituiu o bronze como material para a maioria das ferramentas e das armas. A
idéia de utilizar o ferro veio, como o uso do bronze, da
Europa Central, mas desta vez o metal não teve de ser
importado. No leito dos lagos da Noruega, da Suécia e da Dinamarca, há abundantes fontes de minério de ferro, que se pode conseguir facilmente. Conhecidos
como minério do pântano ou minério do lago, estes de-
pósitos eram apanhados sem necessidade de escavação. O minério em si não é de grande qualidade e contém muitas impurezas, mas os escandinavos aprenderam rapidamente a extrair ferro utilizável fundindo em fornos 24
simples. As ferramentas e as armas feitas pelos ferreiros do início da Idade do Ferro eram poucas e simples, mas a habilidade e a capacidade dos artesãos escandinavos aumentou ao longo dos séculos, até que os seus produtos se encontraram em pé de igualdade com qualquer outro feito em toda a Europa. A Idade do Ferro na Escandinávia durou cerca de 1500 anos e foi dividida pelos arqueólogos em várias fases cronológicas. A Idade do Ferro Primitiva (também chamada Idade do Ferro Celta ou Idade do Ferro Pré-
Romana)
abrange os primeiros 500 anos do período. A
Idade do Ferro Romana assinala a época em que o Império Romano dominava o continente europeu (do século [ao IV), e influía na cultura escandinava, apesar de
a Escandinávia nunca ter feito parte do império. Os séculos V e VI são conhecidos como o período de migração (em referência às migrações em massa de leste para oeste através da Europa); na Dinamarca, este período também se chama Idade do Ferro Germânica Primitiva. O século VII e o início do século VIII são conhecidos como o período de Vendel (na Suécia), período merovíngio (na Noruega) ou Idade do Ferro Germânica
Acima. Um ataúde de carvalho CONSCrvOLLO COTpO inteiramente
vestido de uma jovem (de 18 a 20
anos aproximadamente) do início
da Idade do Bronze, em Egtved,
Jutlândia, Dinamarca. Usava uma
saia de fio é uma blusa com mangas
até o cotovelo. O seu corpo tinha sido colocado sobre um couro €
tapado com um cobertor antes de O ataúde ser fechado.
A ESCANDINÁVIA ANTES DOS
Avançada (na Dinamarca). Depois vem a época viking, cujo início é datado geralmente por volta de 800. O final desta época coincide com a introdução do cristianismo na Escandinávia, no final do século X na Dinamarca e um pouco depois nos outros lugares.
uma fazenda primitiva da Idade
do Ferro, que compreende uma típica casa longa com anexos, situados dentro de um recinto cercado. A fazenda pode ser vista no Centro Experimental Arqueológico Histórico de Lejre,
nos arredores de Copenhague,
ções de colônias ocupadas durante este período foram
recente e extensamente escavadas. Hodde, na Jutlândia,
é uma das povoações rurais do século I a.C que se encon-
A Idade do Ferro Primitiva (séculos V a.C.-I a.C.)
traram nessa região, e tem muitas caracteristicas que €stão presentes nas aldeias dinamarquesas até o início do período viking. Na sua extensão máxima, Hodde contou com 27 fazendas, cada uma composta de uma casa longa,
da Idade do Ferro Primitiva, cujas habitações deveriam
edifícios anexos menores, talvez celeiros ou oficinas. Cada complexo era rodeado de uma vala, e a aldeia intelra era cercada por uma vala comum com portas que pel mitiam o acesso direto de cada fazenda aos seus campos. Havia uma área aberta (um “campo comunal” ou “praça do povo”) no centro dos povoados. Uma das fazendas era muito maior que as restantes, podendo ser a do chefe da aldeia, para alojamento de sua família e criados. A metalurgia, a olaria, a tecelagem e a fiação eram ativt-
Os primeiros cinco séculos da Idade do Ferro na Escandinávia permanecem relativamente desconhecidos, dado que se conhecem pouquíssimas povoações desse período. À agricultura devia ser ainda o meio econômico de subsistência, mas a evidência de um agravamento climático nos últimos séculos da Idade do Bronze sugere que a produtividade pode ter decaído. Grontoft, uma população rural do Oeste da Jutlândia que data de 200 a.€., dá-nos alguns elementos sobre os fazendeiros
Abaixo. Uma reconstrução de
VIKINGS
ser muito semelhantes às dos seus predecessores, agrupadas em povoados rodeados de valas. Em Grontoft vi-
viam provavelmente cerca de 50 pessoas e 60 reses, mas é difícil saber se isso era uma comunidade de tamanho
médio. No entanto, há sinais de que as povoações rurais
estavam aumentando em número e tamanho no final da Idade do Ferro Primitiva. Uma vez mais, os indícios provêm principalmente da Dinamarca, onde várias povoa-
com a habitação e o estábulo sob o mesmo teto € dois
dades correntes; a vida da aldeia, porém, baseava-se na
criação de gado e na agricultura, seguindo as tradições da Idade do Bronze, mas em maior escala.
Outros lugares da Jutlândia mostram que ao lado dessas aldeias havia também povoações agrícolas menores, apenas com duas ou três fazendas; mas não sabemos por que havia tão grandes variações na escala de povoamento no campo dinamarquês.
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O sacrifício do pantano Hoje, mal podemos imaginar as razões pelas quais na Es-
candinávia, desde o Neolítico até ao final do período viking, eram lançados aos pântanos, aos lagos caosriosos
corpos das pessoas e dos animais, bem como uma variedade de artefatos, que compreendiam armas e até barcos
de guerra.
Mas devemos estar bem conscientes de que eram ali colocados como oferendas votivas ou sacrifícios aos deuses. Dada a quantidade de depósitos recuperados, quando se enxugava a terra para o cultivo, é evidente que era uma prática muito difundida. Os diferentes tipos de objetos que foram encontrados sugerem que as oferendas se faziam, provavelmente, acompanhadas de orações rituais com algum propósito particular, como uma colheita
abundante, a fertilidade de homens, mulheres e animais
ou o êxito de uma batalha. Os primeiros depósitos feitos no Neolítico consistiam principalmente em armas de pedra e sílex. Na Idade do
Bronze, faziam-se sacrifícios mais elaborados. Deposita-
vam-se coleções de objetos pessoais e domésticos, como caldeiros, provavelmente para comemorar o falecimento de uma pessoa importante ou poderosa. Também se sacrificavam armas de bronze, especialmente espadas. Muitas vezes, as folhas tinham sido primeiro dobradas sobre elas mesmas ou inutilizadas de qualquer outra maneira, deduzindo-se que isso se fazia para representar o “assassinato” ritual de um inimigo. Também eram mortos animais, sobretudo cavalos, como parte do ritual. O sacrifício humano perece ter-se estendido no século | a.C.: a maior parte das provas existentes desta prática provém da Dinamarca, onde os corpos dos homens e das mulheres executados dessa maneira se conservaram nos solos ácidos das turfeiras. A Idade do Ferro Romana e o período de migração presenciaram um retorno ao predomínio dos sacrifícios de armas no campo dinamarquês.
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A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS
Abaixo. Os objetos de bronze,
A prática de fazer oferendas votivas e sacrifícios continuou por toda a Idade do Ferro. À enorme maioria das oferendas recuperadas são armas e vasilhas de cerâmica ou de metal que contêm alimentos e animais, mas várias descobertas espetaculares de sacrifícios humanos foram feitas nas turfeiras da Jutlândia. Essa “gente do pântano” — alguns corpos estão expostos em museus dinamarque-
de aproximadamente 300 aC, encontrados em Hassle, na
província sueca de Narke, devem
ter pertencido a um chete da Idade do Bronze daquela região. O caldeiro de bronze que continha
todos os outros achados foi feito na Grécia; os cubos cilíndricos,
ses em incrível estado de conservação — nos permite re-
construir com exatidão espantosa o físico e o aspecto de algumas pessoas que viveram nas colônias escandinavas durante a Idade do Ferro Primitiva. Quase todos esses corpos foram encontrados aciden-
talmente por gente que extraía turfa dos pântanos da Jutlândia, embora alguns também tenham sido encontrados em situações parecidas nas ilhas dinamarquesas e em outras partes do Noroeste da Europa. Sabemos que são vítimas sacrificadas porque seus pés e mãos estão atados e em alguns casos têm um nó corredio à volta do pescoço. Alguns também tiveram seu pescoço cortado A acidez dos solos de turfa conservaram-lhes a pele e o cabelo e até o conteúdo do estômago de modo tão extraordinário, que podemos descobrir pormenores tais como o seu modo de se pentear e até o que comiam. Sabemos, por exemplo, que o homem de Grauballe, próximo de Silkeborg, na Jutlândia, tinha comido papas de cevada, aveia e trigo com algumas sementes de erva pouco antes de lhe cortarem o pescoço, num dia do século I a.C. A idade do Ferro Romana (séculos LIV)
Embora o depósito de sacrifícios nas terras úmidas tivesse continuado durante toda a Idade do Ferro Romana, podem observar-se algumas alterações notáveis na natureza das oferendas. Quase todos os objetos que pertencem a este período são armas de guerra e, especialmente na Escandinávia Meridional, são de origem romana. Pode supor-se com segurança que foram despojos de guerra recuperados na batalha e atirados ao lago, pântano ou rio como oferenda de gratidão pela vitória na guerra. Estes depósitos podem, portanto, indicar que houve numerosas escaramuças naquela época entre os escandinavos e os vizinhos do sul, que embora não fizes-
sem parte do Império Romano eram aliados dos romanos e tinham armas romanas. Alguns escandinavos poderiam também ter deixado suas pátrias para servir como mercenários nas armadas romanas, regressando ao lar, depois de cumprido o seu serviço, com objetos de valor e artigos luxuosos de fabricação romana. Muitos desses objetos chegaram aos túmulos simbolizando talvez a vida aventureira e a alta posição social dos indivíduos ali enterrados. Nem todos os produtos do Império Romano chegaram à Escandinávia por esses meios. Nos quatro séculos
* Página anterioy; à esquerda. O homem no agora em exposição de Tol und, * Museu de Si ceborg na no
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Noruega, na Dinamarca e na Suécia Central e Meridional, mas no final do período são mais comuns na ilha
de Gotlândia, situada no meio do mar Báltico. A distri-
buição dos achados assinala as rotas por onde passavam as mercadorias de comércio da Europa Central e Meridional: ao longo do Elba e do Reno e pelo litoral ocidental até à costa báltica, Gotlândia e Suécia Central.
As jóias, a cerâmica e as moedas (denários) testemunham este comércio. Tiveram uma influência importante no desenvolvimento posterior dos estilos artísticos e dos artefatos escandinavos. É difícil saber com certeza quais os produtos escandinavos que se trocavam pelos objetos romanos, mais duradouros, mas sem dúvida as peles do norte desempenharam um papel importante. Os produtos agrícolas, em particular os cereais e os couros de reses, eram também muito solicitados pelas legiões romanas e provavelmente constituíam a maior parte das mercadorias enviadas para o sul. Os indícios assinalam que as atividades agrícolas aumentaram na Escandinávia nesses séculos, e é mais que provável que isso se desse em resposta à um mercado mais amplo. As aldeias da Dinamarca aumentaram em número, tamanho e complexidade, e na Noruega a agricultura se tornou, pela primeira vez, O fator mais importante da economia. Foram ocupadas € tratadas novas terras para os cultivos e para a pecuária, e sabe-se, com certeza, que se criou gado em algumas pequenas comunidades pesqueiras dispersas ao norte do Círculo Polar Ártico. Nos séculos da Idade do Ferro Romana, podem descobrir-se, pela primeira vez, os inícios da organização social e política na Escandinávia que, finalmente, levaram à formação de reinos alguns séculos depois, sendo de supor que os contatos culturais e comerciais com o Império Romano tenham desempenhado papel importante nesta evolução. A melhor prova de centralização política provém da Dinamarca, onde surgiu uma classe de guerreiros que se assumiram como chefes, dominando várias regiões, com uma riqueza procedente do controle sobre o comércio e a posse de terras, e talvez com responsabilidades religiosas. Recentemente, investigou-se um centro a partir do qual um desses chefes pode ter operado, em Gudme, próximo da costa oriental da ilha Fiônia, na Dinamarca. Ali se estabeleceu uma colônia no século I a.6., que
aumentou de tamanho e riqueza ao longo dos séculos
seguintes. À sua época mais próspera foi no final da
Idade de Ferro Romana (os séculos Ill e IV), mas conti-
nuou ocupada pelo menos até ao final do século VI. As escavações mostraram que a colônia era formada por casas longas do tipo rural corrente, mas os objetos que se descobriram dentro e à volta dela são totalmente diferentes dos que normalmente se encontram nas colônias agrícolas daquela época. Os acessórios de ouro das armas, os anéis de ouro e os pedaços cortados de ouro e de prata indicam que aquele não foi só um centro agricola, e o caráter excepcional de Gudme acentua-se com a descoberta de pequenas figurinhas estampadas nas folhas finas de ouro, normalmente associadas a centros de culto no período de migração posterior. O próprio nome Gudme tem conotações religiosas: signífica “o lar de Deus”. Um povoamento contemporâneo encontra-se em Lundeborg, na costa, a cerca de 5 quilômetros. As investigações revelaram que não foi uma colônia permanentemente habitada, sendo temporariamente ocupada, talvez no verão e na primavera; foi um centro de comér-
cio e de manufaturas, onde se importavam mercadorias de luxo, se faziam jóias e reparavam barcos. Por conseguinte, parece ter servido de mercado ou de feira e o lo-
cal onde teriam desembarcado os visitantes (muitos de-
les possivelmente peregrinos) a caminho de Gudme.
Dankirke, próximo da costa ocidental da Jutlândia, parece ter sido a base do poder de uma chefia que controlou a região meridional da Jutlândia. Outras povoações do mesmo tipo têm de ter existido na Dinamarca e 2
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A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS
Acima. Uma das caracteristicas
mais enigmáticas da arqueologia escandinava do periodo de
migração é uma série de figurinhas
de pão-de-ouro que são interpretadas como oferendas
votivas, Cerca de 1300 destas placas
diminutas provêm da povoação de Sorte Mulde, na ilha de Bornholm,
uma descoberta extraordinária. Uma das que aqui são mostradasé a de um homem com uma longa capa e um bastão, enquanto o outro saúda levantando a mão.
na península Escandinava durante a Idade do Ferro Romana, mas até agora não foram achadas, embora se conheçam os seus equivalentes do período de migração. O período de migração (séculos V-VI) O século V foi um período de grande confusão no continente europeu ao finalizar o Império Romano, sendo este substituído por novas unidades geográficas como o Império Franco (atualmente a França e a Holanda) e o reino visigótico da península Ibérica. Este processo iniciou-se com o movimento em massa de povos que atravessaram a Europa, de leste para oeste, mas as grandes migrações só atingiram levemente a Escandinávia. Alguns zarparam do oeste para o sul da Dinamarca para se estabelecer no Leste da Inglaterra; outros podem ter emigrado do Sudoeste da Noruega para o Norte da Inglaterra. Mas, contrastando com o que estava sucedendo em quase todo o Noroeste da Europa, o período de migração na Escandinávia parece ter sido de estabilida28
Ou estará prestando juramento?
de e de prosperidade, com uma agricultura e um comércio florescentes. Na Noruega, a expansão agrícola que tinha começado no período anterior prosseguiu. Escavaram-se muitas povoações no Sudoeste do país que parecem representar propriedades isoladas dedicadas à pecuária, com alguns cultivos nos pequenos campos adjacentes. As casas longas e retangulares, feitas de pedra, albergavam as pessoas e o gado. Uma propriedade típica consiste numa casa alongada com várias dependências menores, rodeada de um muro de pedra e com terrenos para o gado também cercados de pedras. Encontraram-se propriedades semelhantes em Olândia e Gotlândia, onde se praticava a mesma agricultura. A distribuição dispersa dessas propriedades diferencia-as das povoações em aldeias da Dinamarca, cuja extensão continua-
va à aumentar.
O comércio e os trabalhos manuais floresceram no período de migração. Estas atividades parecem ter-se
Acima, à esquerda, Este “bracteado” do período de migração da Suécia era evidentemente um adorno
de prestígio e pode ter servido de amuleto protetor. Os bracteados
são pingentes em forma de disco com uma face de ouro, que no início imitavam os medalhoes
romanos com o busto do imperador. O desenho foi-se
transformando progressivamente
em estilos escandinavos, que
incluíam a proliferação dos
bordos concêntricos, como Se
pode ver aqui.
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Povoações da Idade do Ferro na Escandinávia. Ao contrário da
maior parte da Europa, os séculos
precedentes à época vikingna Escandinávia foram de estabilidade e de expansão da agricultura € das povoações rurais. Os rituais pagãos, como a deposição de oferendas votivas ou os sacrifícios humanos, foram muito espalhados até a
chegada do cristianismo durante a época viking. Embora a relação entre religião e comércio ainda esteja por investigar, os achados arqueológicos evidenciam que os
centros religiosos começaram a
estabelecer-se durante os períodos
A direita. Esta placa de bronze do século VI faz parte de uma série
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de quatro achadas numa povoação
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Olândia. Serviam de matrizes para decoração de capacetes parecidos que
foram
encontrados
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mascara de cabeça de lobo. A cena
pode estar relacionada com o culto de Odin.
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comerciais e de mercado; a
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povoação religiosa de Gudme
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manteve estreitas relações com
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Lundeborg, a poucos quilômetros de distância, e com Helgo,
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na Suécia Central, dois centros
religiosos e comerciais. Algumas evidencias de povoações pré-
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vikings, como Borg, em Lofoten, Hovgarden, na Suécia Central,
destacados,
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parucipando de um baile ritual. Um deles usa um capacete com cifres pontudos, e o outro, uma
também acumulavam funções
revelam a existência de edificios
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Vendel e Valsgarde. Este exemplar representa dois guerreiros
de migração e de Vendel e que
e Hógom, no extremo norte,
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residências de cheles ou de classes
sociais altas.
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Área de
Área de extração de minério
de ferro antes de 700 a. C.
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centro comercial
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escala1:15. 000.000
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Eketorp
Abnixo. Às escavações revelara
toda a extensão de Ekctorp mo A muralha circular e os edificio toram construídos com pedra
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calcária. A reconstrução em
tamanho natural do local pôde
manter-se graças ao bom estado d conservação das fundações. :
Eketorp, uma das 16 fortalezas circulares definitivamen-
te identificadas na Ilha da Olândia, na altura da costa da
Suécia, é a única que foi inteiramente escavada. Foi construída, pela primeira vez, por volta do ano 300, e durante os primeiros cem anos da sua existência esteve esporadicamente ocupada. Os restos pertencentes a este período são conhecidos pelo nome de Eketorp I. Até o ano 400, uma área muito maior foi cercada por uma muralha de pedra e ocupada por 53 edifícios. Esta instalação é conhecida
por Eketorp
II. Embora
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seja descrita
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como fortificação, era sobretudo uma aldeia agrícola. Viviam ali entre 150 e 200 habitantes, numas doze fazen-
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das, criando ovelhas, vacas, porcos e cavalos. Estes se
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mantinham no interior durante o inverno, mas no verão
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pastavam nos campos dos arredores, onde se cultivava cevada, trigo, centeio e aveia. Esta dieta era completada com a caça e a pesca, e os ocupantes também fabricavam objetos de bronze simples e forjavam ferramentas e armas de ferro. Ektorp II foi abandonada por volta de 700. Foi ocupada de novo na época viking tardia, por volta do ano 1000, mas em escala menor; esta última ocupação é conhecida por Eketorp III.
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formada por uma habitação, um
estábulo e as dependências. Toda a
muralha e parte dos edificios foram
reconstruidas.
À direita. Eketorp II foi
reconstruído como um “museu
vivo” na verdadeira localização. Os
visitantes podem assim fazer uma
idéia de como era a vida numa
aldeia defendida da Idade do
Ferro, antes da época viking. As
vacas são guardadas num estábulo,
e os porcos, as ovelhas e as galinhas andam à solta € passciam entre os edifícios.
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Acima. Cada uma das fazendas era
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A ESCANDINÁVIA ANTES DOS
combinado na Suécia moedas de no do leste te da Índia
ar de À direita. À muralha circul adas; Eketorp H tinha três entr tros cercava uma área de 5.000 me
quadrados. Os 53 edificios
ficavam junto à muralha
periférica e num bloco central.
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Entrada
Um só poço abastecia todos
os habitantes.
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VIKINGS
em lugares como Helgo, no lago Malaren, Central. Aqui, objetos importados como ouro (solidi) procedentes do Império Romae uma estatueta de Buda originária do Norforam encontrados junto dos moldes e dos
crisóis que se usavam para fundir as jóias de bronze do país. Em Helgô também se acharam algumas figurinhas em folhas de ouro parecidas com as que se encontraram em Gudme, sugerindo que Helgô também pode ter sido um local de práticas religiosas. Estas figurinhas — diminutas placas de ouro fino estampadas com figuras masculinas ou femininas — eram oferendas votivas e foram encontradas em muitos outros sítios, mas a maior concentração que se conhece está em Sorte Mulde, na ilha de Bornholm, no Sul do mar Báltico, onde
se acharam nada menos que 2.300 nas escavações de 1986 e 1987. Sorte Mulde deve ter sido o centro de che-
Pozo
fia de Bornholm, que controlava o comércio marítimo
do Sul do mar Báltico. Foi o centro de produção de artesanato na ilha e parece que foi também o foco religioso da ilha. Lugares como Gudme, Helgó e Sorte Mulde sugerem que os ritos associados à crença religiosa se foram concentrando em povoações específicas durante o período de migração. O depósito de oferendas votivas em pântanos, lagos e rios, principal manifestação da religião em
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épocas anteriores, terminou no século VI.
A partir do século VI, os sacrifícios faziam-se normalmente com seres humanos, e os objetos preciosos como as figurinhas em folhas de ouro € os bracteados de ouro (pingentes parecidos com moedas de ouro) eram enterrados em terra seca, quase sempre na proximidade
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residência de um chefe importante. Esta modificação fundamental na prática deve significar uma alteração igualmente profunda nas idéias religiosas e sociais, € sugere que os chefes regionais desempenhavam o papel de líderes políticos e religiosos, sendo de algum modo os intermediários entre os deuses e o povo. O período de migração foi em quase toda a Escandinávia um tempo
de
modificação
religiosa,
política
e social
num
ambiente de prosperidade crescente: a agricultura tornou-se mais produtiva, e o comércio desenvolveu-se. Contrastando com o continente europeu, deve ter sido um tempo de paz. E, no entanto, cerca de 1.500 fortalezas de defesa estavam sendo construídas mais ou menos ao mesmo tempo. À maioria delas não foi escavada,
e é difícil datá-las com exatidão, mas a primeira fase da fortaleza de Eketorp, na Olândia, por exemplo, remon-
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ta com certeza aos séculos IV e V, e outros exemplares investigados indicam uma ocupação na mesma data, aproximadamente. A construção de fortalezas é normatmente atribuída a períodos de agitação, mas a maioria dos especialistas atuais pensa que as fortalezas da Escandinávia no período de migração foram construídas por razões totalmente diferentes. Provavelmente representam centros de uma sociedade bem organizada, na qual os centros regionais de poder eram demarcados e claramente visíveis para as populações dos arredores. O período de Vendel (séculos VII-VIII) A última fase da Idade do Ferro antes do advento da cultura viking deve o seu nome a um povoamento na Suécia Central, cujos túmulos ricos assinalam a presença de
uma dinastia real nos anos que precederam a época viking. Tinham começado a surgir centros de poder regional na Escandinávia, especialmente na Dinamarca, nas
poliprimeiras fases do período do ferro, e as entidades
ticas do período de Vendel deveriam, portanto, ser consideradas como a culminação de fatos precedentes € 31
Helgo As escavações de Helgó, na ilha de Ekeô, no lago Malaren,
demonstraram que esta era uma importante localidade manufatureira e comercial nos séculos imediatamente anteriores à época viking. Parece que foi sobretudo um centro de fabricação de jóias de bronze, que foram tao
populares nos períodos de migração e de Vendel, uma vez que se encontraram muitos milhares de moldes usa-
Abaixo. O lugar de Helgô consiste em varios grupos de edifícios —
mostrados aqui como retângulos —
situados em terraços artificiais, numa encosta da ilha de Ekero
orientada para norte. Cada terraço
suportava vários edifícios de madeira, compridos e retangulares,
alguns dos quais eram habitações, e
dos para o vazado de broches e de outros objetos decorativos nos edifícios do lugar. Transportava-se para al o mineral de ferro, do Norte da Suécia, para forjar ferramentas, armas e objetos de uso doméstico diário. Neste local foram numerosos e magníficos os achados, que durante muito tempo se tornaram desconcertantes, dado que, em muitos outros aspectos, Helgô parece ter sido uma povoação agrícola perfeitamente comum: os seus edifícios são do tipo dos encontrados nas fazendas da Idade do Ferro em outras partes da Suécia Central, e
simultaneamente — talvez só usassem dois ao mesmo tempo —, dado que, embora a povoação tenha estado ocupada durante 400 anos, a população total nunca pôde ter sido numerosa. O forte ca
os bens mortuários dos cemitérios, que rodeiam o lugar, não são particularmente ricos. Parte da importância de Helgo pode dever-se ao fato de ter sido um centro de culto para a religião pagã. Esta opinião é apoiada pela presença de estatuetas de pão-de-ouro parecidas com as que se encontraram em outros lugares religiosos, como Gud-
o local habitado datam de antes
me, na Dinamarca. Provavelmente, também
outros, oficinas. Nem
grupos eram ocupados
todos os
maioria dos cemitérios que rodeiam
desta povoação.
que o nome de Helgó signifique “ilha Santa”.
ILHA EKERÓ
é revelador
D
A esquerda. A riqueza
surpreendente gerada pelos habitantes de
Helgo € ilustrada neste tesouro de 47 moedas de ouro romanas,
cunhadas no Império oriental e ocidental, nos séculos V e VI.
É possivel que no princípio tenham
sido mais, dado que a pulseira de
ouro foi provavelmente feita com o ouro das moedas fundidas. Não se
sabe como nem por meio de quem
chegaram a esta ilha remota na
Suécia Central, Uma possível explicação reside no fato de
Helgo ter sido um centro de extenso comércio de mercadorias, como Es
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peles procedentes do norte,
muito solicitadas nas terras do Mediterrâneo.
À direita. Esta extremidade superior de um báculo de bispo
foi encontrada nas escavações de
Helgo. E de bronze vazado, magnificamente decorada com
mcrustações de vidro e de esmalte,
e tem uma cabeça de homem
entre
as fauces de um animal selvagem,
Todas estas características indicam que é de fabricação celta, e pode ter sido feita na Gra-Bretanha
Ocidental ou na Irlanda durante o
século VII, Como os outros objetos
de origem remota encontrados em Helgo, a sua presença ali continua misteriosa. Foi sugerido que
missionários poderiam ter visitado as ilhas antes de o cristianismo se
estabelecer oficialmente naquela região da Suécia,
À esquerda. Esta estatueta de bronze
de Buda sentado num trono de loto, de apenas 8,4 centimetros de altura, evidencia as relações
extraordinariamente extensas de
Helgô. Foi feita em algum lugar da India no século Vl ou VII, e
provavelmente chegou a Helgô, na última fase da sua povoação na
época viking, na bagagem de algum viajante que teria regressado do Oniente através dos rios da Rússia.
Parece que foi considerada um amuleto: quando foi encontrada, tinha uma estreita faixa de couro à
volta do pescoço e de um braço.
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33
Sepulturas reais do período de Vendel EEE
O centro da região de Uppland, dominado pelos svears, ficava em Gamla Upsala, a cerca de 10 quilômetros da cidade atual de Upsala. Aqui estão os três grandes tâúmulos funerários, com
cerca de 20 metros de altura, atri-
buídos aos reis sevears do século VI. Foram escavados no século XIX, e descobriu-se que continham cremações com suntuosos bens mortuários, como jóias de ouro com
incrustações de granada, que datam
de prin-
cípios do período de Vendel. O lugar conservou a sua importância durante a época viking, servindo de centro de religião pagã “oficial” da época. Houve sempre uma
profunda associação da realeza à religião, e o próprio rei foi provavelmente o sacerdote principal. Também se pensa que Vendel e Valsgárde, a norte de Gamla Upsala, foram centros importantes desde 600 até o final da época viking. Em ambos os lugares, foram encontrados e escavados cemitérios. Nas sepulturas do século VII, colo-
cavam-se os corpos dentro de barcos, e os túmulos que cobriam as sepulturas eram bastante baixos, em oposição aos de Gamla Upsala. Pela qualidade dos bens mortuários, está claro que a gente ali enterrada era de alta posição social - chefes poderosos, se não autênticos reis.
A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS
não como inovações. À sua importância reside de proporcionarem uma base para O que se ia zir: o surgimento de reinos característicos na vikinge a autêntica cristalização dos reinos da da Noruega e da Dinamarca no início da Idade
no fato produépoca Suécia, Média.
O cemitério de Vendel na província de Uppland encontra-se na margem leste do rio Fyris, que flui para
o sul até o lago Mãlaren.
Os dirigentes dos
svears
(suíones, segundo Tácito), uma população ou tribo mencionada pelos escritores latinos do período romano como a força dominante no Báltico e que deram o seu nome ao país (Suécia), foram enterrados neste cemitério. Os seus corpos foram colocados em barcos
com seu equipamento pessoal, disposto à sua volta como prova da sua categoria. Encontrou-se um cemttério idêntico em Valsgárde, um pouco mais ao sul na
mesma
margem
do Fyris, e 27 quilômetros
adiante,
próximo da foz deste rio, no lago Málarem, encontra-
se Gamla Upsala, o centro religioso dos svears, com
seus grandes túmulos funerários, Os opulentos bens mortuários — armaduras muito decoradas, jaezes de cavalo, copos de vidro e equipa-
mentos
de cozinha,
incluindo
caldeiros — e o uso
frequente de barcos nos enterros de Vendel e de Valsgârde podem tornar-se uma prova da criatividade e do consumo notáveis de riqueza por parte de uma ou de várias famílias que controlavam as terras e a população numa ampla região. São os melhores exemplos que temos de um centro real naquela época. À riqueza e o poder dos svears derivava provavelmente do seu controle do comércio que circulava pelo rio Fyris, transportando peles e ferro do norte até os centros do sul. Quase todos os enterros dessa data na mesma região contêm bens mortuários de má qualidade, e por conseguinte podemos supor que a maioria da população que vivia em estabelecimentos rurais não desfrutava do mesmo nível de vida ou dos mesmos luxos que os ocupantes dos cemitérios de Vendel e de Valsgarde. À expansão de autoridades poderosas centrais na Escandinávia durante o período de Vendel conduziu a outros desenvolvimentos, como o estabelecimento de
centros mercantis e de trabalhos de artesãos. Alguns destes, como Ribe, na Dinamarca, por exemplo, tornaram-se depois povoados da época viking, mas outros, como ÁAhus em Skâáne, Suécia, floresceram no século VII e depois foram abandonados. Naquela época também se empreenderam trabalhos de engenharia em grande escala. Danevirke, uma grande fortificação no
Acimaà esquerda. Esta litografia de Gamla Upsala do século XIX mostra os três “túmulos dos reis” com a
igreja do século XII em segundo
Sul da península da Jutlândia, começou a ser construí-
da por volta de 737. Devia ser um extraordinário obstáculo, formado por uma muralha de terra revestida de madeira de 10 metros de largura, aproximadamen-
E put inçato
plano, É uma vista tomada do —* sudoeste, e hoje já está um pouco
te, com um fosso em frente, cuja escavação proporcio-
— mudada. Segundo a tradição, o
“túmulo do leste é a sepultura do rei
nou provavelmente a terra para a muralha. A barreira estendia-se para o sudoeste a partir do fiorde de Schlei, no extremo oeste, e media cerca de 7 quilôme-
- Egil,o túmulo central, a do rei Aun, E —eotúmulo do oeste, a do rei Adilis —
Eariedesimembros da dinastia — Amglimga,
mencionada na história
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Parte superior. Um capacete de
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ferro, com adornos de bronze,
na esquerda. O cemitério de Valsgarde. | encontrado numa embarcação-
—“sbúmulos funerários, cuja datação |
túmulo do século VII, em Vendel:
WMmaisda Epoca viking, podem ver-se
nariz em forma de máscara. Os
abrange do período de Vendel a
montículo atrás da casa moderna.
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tem uma proteção para os olhos e o
viajando —, e lhes davam
e utensílios de cozinha.
Amiúo € eram acompanhados de
— Ca aloe ecãesdecaça.
cemitério de Vendel eram
elaboradamente decorados com
desenhos estilizados de animais entrelaçados, que deram origem
chifres — teriam sido de um tipo
ao nome do estilo de Vendel, Podemos vê-lo neste desenho da parte central de um escudo
Vendel e de Valsgarde destacam-se
numa embarcação-tâmulo de
capacetes vikings - que não tinham
semelhante a este, As sepulturas de
— dando a entender que
Acima. Muitos dos achados no
pelas suas magníficas armaduras.
Este guerreiro foi enterrado com um escudo, duas espadas e outras
armas, todas da melhor qualidade e
admiravelmente decoradas.
circular, que foi encontrado
Vendel. A parte central é de ferro chapado com bronze; o
próprio escudo teria sido feito
com madeira coberta de couro,
e decompós-se.
tros de comprimento. A escavação do canal de Kanha-
ve na ilha de Samsg, por volta de 726, foi também
impressionante. Foi aberta uma passagem de cerca de 1 quilômetro de comprimento e 11 metros de largura
através de um estreito istmo ao norte da ilha e afundada para permitir a passagem de embarcações de pouco calado. Os seus lados inclinados foram revestidos de madeira, e a totalidade da obra requereu uma habilidade técnica considerável, bem como a disponibilidade de importante mão-de-obra. Todos esses êxitos prepararam terreno para os posteriores desenvolvimentos do período viking. 35
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SEGUNDA PARTE
O PERÍODO VIKING NA ESCANDINÁVIA
A R R E U G E A Z E L A E R E, AD ED CI SO ter sido de pura pirataria: estes invasores, que vinham
Para os historiadores, a época
viking começa
convencio-
nalmente com o primeiro ataque que se conhece de
uma frota norueguesa ao indefeso mosteiro de Lindis-
farne, uma ilha perto da costa nordeste da Inglaterra, em 798, e termina no século XI após a conversão ao cristianismo de todos os países escandinavos. Para os arqueólogos, que recorrem a provas materiais como sinais de mudança cultural mais que a acontecimentos históricos para anunciar novos períodos na história da
humanidade,
as datas são um pouco diferentes. Uma
mudança cultural pode derivar de muitos fatores e manifesta-se de diferentes maneiras. As alterações internas podem produzir uma nova organização social, com no-
vos centros de poder e de hierarquias sociais; estas po-
dem derivar de influências externas, como o que está sucedendo nas terras adjacentes, de invasões do exterror ou de maior conhecimento do mundo exterior como resultado de esferas mais amplas de intercâmbio e de comércio. É bastante evidente que essas modificações tiveram
lugar na Escandinávia durante o século VIII, devido sobretudo aos contatos com o continente cristão. Aqui, reinos muito organizados, cuja origem remontava à ci-
vilização romana, estavam tornando-se muito poderosos e tentavam ampliar-se. Eles puseram os olhos nas
principalmente da Noruega e da Dinamarca, tinham descoberto como era fácil roubar os lugares ricos da Europa Ocidental, e os seus ataques-relâmpago eram favorecidos pelos seus velozes barcos de grande maleabilidade. Na segunda metade do século IX, surgiu uma nova fase, pois os vikings deixaram a pirataria e começaram a colonizar. Os seus barcos transportavam agora grupos de colonizadores com seus equipamentos domésticos e outros fornecimentos para os novos lares nas ilhas Órcades e Shetland, Islândia e Groenlândia e, depois, até na América do Norte. Foram sobretudo os noruegueses que viajaram nesta direção. Os dinamarqueses fixaram a sua atenção nos países mais povoados, como a Inglaterra e a França, primeiro enviando expedições combatentes e depois instalando-se. Os Suecos dirigi-
ram-se principalmente para o leste; as suas viagens levaram-nos ao Sudoeste da Finlândia, para o sul e o leste báltico, e depois através da Rússia até Bizâncio
(Cons-
tantinopla, atualmente Istambul) e até o mar Cáspio e mesmo Bagdá Um menor número de gente procedente de Vastergôtland, na Suécia Central, com acesso ao oeste, também viajou para as ilhas britânicas. Toda essa gente recebe hoje comumente o nome de vikings. À origem O
Os vikings
O
terras dos nórdicos pagãos cujos países eram fonte de
produtos muito solicitados no sul cristão, como, por exemplo: peles, marfim de morsa, âmbar. O fato de o norte ser pagão era também um desafio para a Igreja cristã, e as tentativas de conversão foram feitas em con-
junto com os interesses políticos e comerciais. Assim, a Escandinávia foi-se abrindo cada vez mais às influências do continente. Podemos ver provas disso, por exemplo, nas alterações dos estilos artísticos que adornavam as jóias e outros objetos decorativos fabricados e usados pelos escandinavos naquela época. Às mercadorias importadas do sul indicam também que a Escandinávia estava buscando contatos mais estreitos com os vizinhos continentais. À cerâmica e o vidro da Renânia encontram-se em maiores quantidades, especialmente na Jutlândia, e as moedas (uma forma de troca totalmente estranha
aos
escandinavos)
definir
um
período
começaram
a circular
em
pequenas quantidades e até foram cunhadas ali por algum tempo. Os arqueólogos recorrem a esse tipo de coisas para de
modificação
cultural
como
aquele que pensam que se deu na Escandinávia nos séculos VI-VII. Assim, o início da época viking pode ver-se claramente no afastamento do estilo de vida do período de Vendel e na aproximação a um estilo diferente — uma cultura diferente — na segunda metade do século VIII. A incursão de Lindisfarne em 793 é, portanto, a manifestação externa de um processo que se iniciou 50 anos antes: a introdução da Escandinávia na Europa,
Durante 50 anos depois do ataque inicial a Lindisfarne, Os vikings saquearam, com frequência cada vez maior, as costas das ilhas britânicas e a margem oeste do continente europeu, invadindo os mosteiros indefesos onde havia ricas coleções em forma de pratinhos de igreja e de outros objetos requintados. Podemos fazer uma idéia daquilo que os vikings levaram pelas peças de metal muito adornadas que foram encontradas em alguns túmulos da Escandinávia. Esta fase inicial parece 38
À esquerda. Esta decoração esmaltada de um recipiente de bronze é característica do
artesanato irlandês, embora fosse
encontrada num túmulo viking pagão em Myklebostad, na
Noruega Ocidental. Esta peça de metalurgia tão admirável fazia
parte dos despojos levados para à Escandinávia pelos primeiros invasores vikings, que atacaram
nas ilhas mosteiros e outros lugares Britânicas c na Europa Ocidental.
vela | Página 36. Sem o barco à
viking talvez não existisse a época
Às experiências que se fizeram com reconstruções de barcos
vikings demonstraram à sua
capacitava maleabilidade, que 05
. a levar a cabo ataques surpresa
SOCIEDADE,
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Acima. Os invasores wikings € OS exércitos nunca teriam alcançado os seus objetivos sem um armamento de primeira classe.
Esta coleção norueguesa de
espadas de ferro, pontas de lança e
lâminas de machado dos séculos IX e X,ao lado de um capacete do
túmulo do chefe em Gjemundbu,
na Noruega, está exposta num dos 64 escudos de madeira encontrados no barco de Gokstad.
do nome é obscura. É pouco mencionado em fontes contemporâneas, e quando surge refere-se a homens
que partiram “à viking”, isto é, que deixaram suas casas €
sua pátria e adotaram a pirataria, preferindo essa forma de vida aos trabalhos agrícolas normais. “Vik” significa
baía ou enseada nas línguas escandinavas, € pode acon-
tecer que o termo “à viking” derive dos lugares onde os piratas se faziam ao mar Ou se refira às águas protegidas onde se ocultavam antes de atacar a sua presa. E também possível que “Vik” se referisse aos lugares de comércio na Europa continental e nas ilhas Britânicas visitados pelos vikings, dado que muitos deles eram conhecidos como “wic” (que significa estabelecimento comercial), por
exemplo, Hamwic, próximo do atual Southampton, na
Inglaterra, e Quentovic, no Norte de França. No século VIII houve um desenvolvimento comercial enorme no
Norte da Europa, e a riqueza desses povos tê-los-ia tornado atraentes alvos para a pirataria e a colonização.
Talvez os vikings fossem, no princípio, as pessoas que vIsitavam estes lugares, como piratas ou como comerciantes pacíficos. Para os escritores contemporâneos, as pessoas da Escandinávia não eram conhecidas na Europa como vikings. Chamavam-nos nórdicos ou escandinavos, e dessa derivação surgiu o termo nórdico, usado agora em alternativa ao de viking. Qualquer que fosse a sua derivação, viking nunca foi usado para o conjunto dos escandinavos, e só foi de uso comum com o aparecimento
de movimentos nacionalistas escandinavos no século XIX. Nessa época, os vikings começaram a ser representados por capacetes com chifres, os quais, inexplicavelmente, se associam hoje à sua imagem popular, mas não têm nenhuma base histórica.
REALEZA
E GUERRA
No início da época viking, os dinamarqueses, os noruegueses e os suecos falavam todos aproximadamente a mesma
língua,
conhecida
por eles e pelos forasteiros
tárias, que são uma praga das sociedades modernas, sem dúvida devido à dieta sem açúcar dos vikings. E, quando as incursões vikings estavam no seu ponto culminante, grande parte da população deve ter ficado pacificamen-
Acima. Uma pedra decorada da
Gotlândia representa marinheiros içando a vela na popa de um barco. Estão protegidos por uma fila de
como a “língua dinamarquesa” (mas hoje chamada nórdico antigo pelos linguistas). Pertencia ao ramo germãnico de línguas que se falavam à volta do mar do Norte e compartilhava raízes comuns com o anglo-saxão e o alto alemão antigo, mas tinha-se afastado o suficiente para que os contemporâneos a tomassem por língua independente. No decurso do período viking, desenvolveram-se diferentes variações fonéticas nas diferentes regiões da Escandinávia. Esses dialetos formaram a base do dinamarquês, do norueguês e do sueco modernos, mas podiam ser entendidos por todos os escandinavos (como
ou trabalhando como artesãos. As razões que levaram tantos a tomar a decisão de deixar a Escandinávia naquela época, para participar das expedições invasoras ou estabelecer-se para além dos mares, continuam um mistério, mas a superpopulação nas terras nativas, a falta de terreno cultivável e os conflitos entre diferentes facções são algumas das razões que se propuseram. Provavelmente, todos esses fatores desempenharam papel decisivo nas grandes migrações vikings nos séculos IX e X.
O exame antropológico dos esqueletos recuperados das inumações indica que os vikings tinham estatura mé-
A hierarquia social Os dados obtidos pela arqueologia, especialmente nos
ainda acontece com os seus derivados modernos).
dia, um pouco menor que a da população escandinava atual. É óbvio que algumas pessoas, podemos supor que
dos estratos sociais mais altos da sociedade, eram mais
altas, mais robustas e geralmente mais saudáveis que outras, cujos esqueletos mostram evidentes deformações causadas pela má nutrição e pelo trabalho penoso.
A mortalidade infantil era maior que agora, e a esperança de vida, mais curta, embora não fosse raro que algumas pessoas vivessem cerca de 40 a 50 anos. Uma maior longevidade era pouco frequente. As doenças mais cor-
rentes, refletidas nos restos dos esqueletos, eram o reumatismo e a artrite, mas há poucos sinais de cáries den40
escudos sobre postos seguros ao seu
te em suas casas, cuidando dos seus rebanhos e cultivos
lado. E provável que os homens que andavam “à viking” tivessem este aspecto.
túmulos com notáveis contrastes entre os bens mortuários dos ricos e dos pobres, e também nas inscrições rúnicas e nas escassas referências das fontes escritas, sugerem que a sociedade viking era muito estratificada. Dentro de cada unidade territorial, havia uma estrita hierarquia, com
um chefe ou um
rei no comando
e
uma aristocracia que o apolava e proporcionava combatentes quando necessário. À seguir vinham os latifun-
diários de menor categoria, os fazendeiros e os comer-
ciantes, que completavam uma classe de homens livres
(e também serviam como reserva de combatentes), e
no estrato mais baixo estavam os escravos.
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SOCIEDADE,
REALEZA
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prata do À direita. Uma moeda de
o Barba rei dinamarquês Svein, ), 1014 Fendida (falecido em das
é uma cunhada em 995. Esta
ndinavas primeiras moedas esca me de que se cunharam com o no l simbólico o rea u m rei € um retrat y
s anglona cara; imitam as originai o.
No revers saxãs com uma Cruz
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SOCIEDADE,
Antes da época viking, o poder já se concentrava em volta de um punhado de famílias dinásticas que controlavam a riqueza de uma região. O dirigente local era também um chefe militar, chefe religioso, administrador e garantidor da paz dentro da área que controlava. À riqueza consistia sobretudo na posse de terras, nos produtos dessa terra e nos impostos pagos em
produtos
pelas pessoas que a trabalhavam; mas, quando a socieda-
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de evoluiu e o poder se tornou mais centralizado, as re-
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ceitas reais passaram a ser obtidas através de taxas de mercado ou de direitos alfandegários. Alguns representantes do rei, que exerciam enorme poder em seu nome e no deles próprios, ficavam nos povoados e em outros lugares das suas terras.
Uma das formas mais claras com que um rei podia
proclamar o seu poder era cunhar moedas. O fato de cunharem moedas em Ribe e Hedeby, na Dinamarca, por breves períodos nos séculos VIII e IX, embora na
DHT ascs dar io "UT,
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Escandinávia não se estabelecesse firmemente um sistema monetário até o século XI, dá fortes motivos para supor que houve controle real sobre estes dois povos vikings primitivos. É particularmente significativo que Olof Skôtkonung
(c. 995-1021/2), reconhecido como o pri-
meiro rei que controlou todo o centro da Suécia, fosse o primeiro a cunhar moedas na cidade de Sigtuna, que fundou, a partir de 995. Na Noruega, as moedas foram cunhadas pela primeira vez aproximadamente na mesma época, com Olaf Tryggvason (c. 964-1000). No século XI, quando os países se tornaram mais unidos e os reis adquiriram maior poder, a emissão de moedas transformou-se em algo corrente. Embora o poder real fosse hereditário, a sucessão fácil de pai para filho não estava assegurada de nenhuma maneira, pois qualquer membro masculino da família podia impor o seu direito à sucessão. Isso dava origem muttas vezes a disputas familiares. A luta dinástica foi particularmente forte entre os filhos e os netos de Haroldo I Hargafre, o Cabelo Belo (reinou de c. 870-c. 940), 0 primeiro rei reconhecido da Noruega. Por vezes, os potenciais pretendentes passavam longos períodos no exílio, acumulando riqueza em campanhas no estrangeiro,
com o objetivo de recrutar uma armada e regressar à pátria para tentar assegurar a sucessão à força. Outras vezes, chegava-se a um acordo, segundo o qual dois reis podiam governar simultaneamente, ou se dividia o país em regiões, cada uma com o seu próprio senhor feudal, como acontecia muitas vezes na Noruega do século X.. Os reis e suas rainhas eram enterrados com grande
luxo, sob grandes túmulos funerários que, por vezes, ti-
nham mais de 20 metros de largura ao nível do chão. Alguns desses túmulos foram escavados, e dentro deles se acharam bens mortuários de enorme magnificência. Alguns dos achados mais espetaculares se deram no Sudeste da Noruega, mais notavelmente em Oseberg e Gokstad, no fiorde de Oslo. As escavações empreendidas em Oseberg no início do século XX revelaram que
teixo com aros de latão encontrado
no espólio de Oseberg. Foi colocado no interior de outro balde, colocado por sua vez num
barril na proa do barco. Este tipo de baldes era importado.
da época viking da Noruega. Quando um dos tâmulos foi destruído pela escavação de cascalho há cerca de 150 anos, registraram-se os restos de um barco, e alguns magníficos objetos que datavam de 900 foram salvos. Na Dinamarca, investigaram-se vários túmulos funerários. Em jJelling, na Jutlândia Central, uma povoação associa-
da aos reis da Dinamarca do século X, escavaram-se dois
túmulos. A câmara de madeira em um deles foi datada
em 958/959 pela análise dos anéis das árvores, conten-
uma mulher jovem, supõe-se que uma rainha, foi enter-
do, provavelmente, o túmulo do rei Gorm,
gos que teria usado em vida, como, por exemplo, trenós
mortuária do século X, num
rada ali por volta de 834. O seu corpo tinha sido colocado num barco magnificamente talhado, e ao seu lado estavam todos os utensílios riquíssimos da sua vida quotidiana: camas, roupa da cama e todo tipo de objetos domésticos. Estavam também incluídos outros arti-
Acima. Um balde de madeira de
candinávia, tradicionalmente associados com a casa real
o último
grande governante pagão da Dinamarca, o qual, depois, voltou a ser enterrado na igreja adjacente pelo seu filho Haroldo Dente Azul, que era cristão. Encontraram-se impressionantes bens mortuários que indicam uma grande riqueza e uma classe social alta numa câmara túmulo de Mammen,
na
para o transporte de inverno e carruagens para viagens
Jutlândia. Os anéis das árvores nos postes da câmara
corpo de uma mulher mais velha, possivelmente uma
cluíam roupa bordada e o famoso machado de Mam-
de verão. Ao seu lado, na câmara mortuária, estava O criada ou escrava. Em Borre, um pouco mais a norte de Oseberg, encon-
tra-se a maior concentração de grandes túmulos da Es-
mortuária, que continha o corpo e os seus bens (que im-
men), mostram que as árvores usadas para fazê-los foram cortadas em 970/971; o enterro deve ter sido feito
pouco depois.
41
A embarcação-túmulo de Oseberg O túmulo de Oseberg junto ao fiorde de Oslo, no Sudes-
te da Noruega, escavado em 1904, continha a sepultura mais magnificamente equipada que se conhece da época viking. Pertencia a uma mulher que tinha sido enterrada com um acompanhante em 834: podemos ter certeza disso porque a análise recente dos anéis da árvore mostrou que os carvalhos usados para construir a câmara mortuária foram cortados nesse ano. Embora as suas Jóias tenham sido roubadas, a quantidade e a qualidade dos artefatos que restavam e que foram encontrados junto dela eram extraordinários. A câmara mortuária está disposta por trás do mastro de um barco elegante, talvez para proporcionar transporte aos falecidos. Estavam também incluídos um carro, quatro trenós e 12 ou mais cavalos; a idéia de fazer
a
uma longa viagem é reforçada pela provisão de uma tenda e de alimentos, que compreendem um boi e um bal-
Eis
o = aê
pi
o
Aa
Jogo de utensílios de cozinha e ferramentas agrícolas. Na mesma câmara, entre vários artigos pessoais, estavam restos de teares para tecer uma trança que se tinha deixado inacabada. A natureza suntuosa dos bens mortuários de Oseberg revela a posição da mulher, cuja família foi capaz de dispor de tanta riqueza em sua honra. Obvia-
= E A ie
de de maçãs. Havia cinco camas, arcas de armazenamento, lâmpadas de azeite, uma cadeira, uma tapeçaria, um
esse ai
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mente, deve ter sido alguém da mais alta posição social,
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É,
isso
provavelmente uma rainha.
Acima. Os recipientes e outros
objetos de madeiras da época viking raras vezes remanesceram.
Esta seleção de bens mortuários de
Oseberg compreende dois baldes
de latão precedentes da Irlanda,
e a maior parte deles tem adornos
esmaltados na asa. Estas têm forma
de figuras humanas numa postura parecida a de Buda. Acima, à direita. À escavação da
embarcação de Oseberg foi dirigida em 1904 pelo professor Gabriel Gustafson, que aqui vemos
diante da popa elegantemente decorada: a câmara mortuária já foi retirada. A base na qual foi
colocado o barco foi coberta com argila azul, e isto fez com que tanto
o barco como o seu conteúdo se
conservassem úmidos, evitando a
decomposição. No entanto, o peso
do tâmulo quebrou as madeiras em muitos pedaços. Estas foram cuidadosamente reconstruídas.
42
SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA
As classes baixas da sociedade
Abaixo da família real e da aristocracia, vinham os homens livres, um grupo muito diverso que abrangia todos os níveis sociais, desde os criados próximos do rei até os servos, formando a classe mais ampla na Escandinávia da época viking. A maioria deles eram fazendeiros. Tinham direito a possuir armas e a usá-las e a assistir e a falar
no
Thing,
uma
assembléia
de
todos
os
homens livres numa região particular que se celebrava regularmente (pelo menos uma vez por ano, por vezes
mais frequentemente)
para estabelecer leis, resolver
disputas sobre a terra e julgar delitos de violência e de roubo. As decisões eram tomadas por grupos escolhidos. Conhecem-se várias localizações de Thing (a mais
famosa fica em Thingyvellir, na Islândia), que geralmente consistiam num montículo baixo e plano rodeado de um fosso pouco profundo e de uma muralha. Thingé um elemento frequente nos topônimos escandinavos, que indica a presença desse lugar de reunião, e vestígios semelhantes procedentes da Escócia e de outras partes do mundo viking ocidental indicam que os vtkings levaram esta forma de governo para as suas colô-
nias do ultramar. Na Escandinávia, no entanto, ao au-
mentar o poder real, o rei pôde usar a sua autoridade
para rejeitar ou manipular as decisões do Thing.
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de terra, era O determinante
principal da relativa posição social e da importância dos homens livres. Alguns possuíam propriedades imensas que eram arrendadas e trabalhadas pelos arrendatários. As fazendas ou senhorios situados nos centros de algumas dessas grandes propriedades ainda são visíveis hoje, geralmente marcadas por enormes túmulos funerários. No final da época viking, muitos dos ricos latifundiários mandaram erigir monumentos com inscrições rúnicas que os glorificavam e às suas famílias. A classe mais baixa da sociedade era formada pelos escravos. Sabemos pouco deles, embora as referências em fontes escritas deixem claro que desempenhavam papel fundamental na economia. São difíceis de localizar no registro arqueológico. Os túmulos com poucos bens mortuários ou os que não têm nenhum podem ser o dos escravos, mas é duvidoso que lhes permitissem sequer a dignidade de ser enterrados num cemitério. Um escravo morto não tinha valor, e, provavelmente, desfa-
E mo
Es
e
A riqueza, em
ziam-se dele sem cerimônias. Alguns túmulos duplos contêm um corpo ricamente ornamentado e outro sem posses, podendo ser os enterros de um senhor ou senhora e de um escravo executado como sacrifício humano. A descrição de um funeral viking no rio Volga no século X que Ibn Fadlan, um comerciante árabe, nos deixou nos mostra esse tipo de acontecimento:
“O que fazem é isto... se ele (o defunto) é rico, reú-
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o. NTE w
O carro de Oseberg,
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| dequatrorodas, absolutamente — nãoéum modelo comum, embora
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certamente utilizados “yu
É para o transporte habitual, mas é
* magnificamente talhado de
* modo próprio para um veiculo
* cerimonial. O suporte que sustenta
*
* Oseu corpo desmontável acaba
em cabeças humanas. Esta parte
"| desmontável é decorada na frente
“Com uma cena de serpentes, que
gunsidentificam como o herói aro EO
nem a sua riqueza e dividem-na em três partes: uma para a sua família, outra para lhe proporcionar roupas, e uma terceira parte para o nabidh que bebem no dia em que a escrava é executada e enterrada junto do seu senhor... Quando morre um chefe, a sua família pergunta aos seus escravos e escravas: Quem morrerá com ele?” Então uma diz: “Serei eu.” Se disse isto, já não pode voltar atrás... quase todas as que acedem são mulheres...” De vez em quando o corpo de escravos nativos aumentava com cativos adquiridos em incursões no estrangeiro. Alguns eram devolvidos às pátrias como trabalhadores forçados, outros eram embarcados para ser vendidos nos mercados de escravos do leste, pois os escravos eram uma mercadoria importante que se vendia em troca de grandes quantidades de prata no comércio dos vikings com o califado abássida de Bagdá.
, morto ao ser € UM POÇO de serpentes.
Acima. Uma estreita sanefa de
tapeçaria foi encontrada em
=
fragmentos na câmara mortuaria de Oseberg. Era tecida com las de cor e segundo várias técnicas, Esta cena mostra uma procissão
de figuras armadas, homens €
mulheres a pé e a cavalo, acompanhadas de carros puxados por cavalos. Esta ex traordinária
remanescência é uma recordação
dramática do pouco que se sabe
agora das tapeçarias cheias de cor
que teriam decorado as paredes
dos ricos na época viking.
No alto da página. Uma
reconstrução de uma cama que estava colocada na proa do barco
de Oseberg. As tábuas da sua
cabeceira são talhadas com formas de cabeças de animais, que eram pintadas. Outras quatro camas, que
incluem aquela onde jazia à
mulher morta, foram encontradas,
bem como roupa da cama estofada
de penas. As camas não faziam parte dos móveis domésticos normais. As camas de Oseberg desmontavam-se facilmente, € podiam ser usadas em viagem.
|
|
43
SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA
O aparecimento dos reinos escandinavos
A transformação da Dinamarca, da Noruega e da Suécia em países unificados, cada um dirigido por um único governante, aconteceu no período viking Não existem muitos documentos sobre o processo, dado que os escritos se limitam a referências isoladas em histórias continentais contemporâneas. Os Anais Reais Francos mencionam ocasionalmente reis dinamarqueses nos séculos
VIII e IX, e encontramos mais informação na Vida de Ansgar, escrito por Rimberto no final do século IX. A úl-
tima fonte continental sobre a Escandinávia no período vikingé o livro de Adam de Bremen: História dos Arcebispos de Hamburgo-Bremen, que foi escrito no final do século XI e se baseia em descrições de testemunhas oculares
facilitadas por informadores. Como todas essas obras foram escritas por clérigos cristãos em terras pagãs, temos de levar em conta algum preconceito da sua parte, mas no conjunto parecem ser bastante realistas. Dão-nos nomes de lugares e de pessoas, alguns dos quais podem ser confirmados pelas posteriores sagas islandesas. As sagas islandesas proporcionam também uma fonte histórica, mas foram escritas principalmente no século XII — isto é, pelo menos dois séculos depois do fim da época viking— e, portanto, devem ser tratadas com prudência. Não obstante, com base nisso e em provas materiais como a construção de grandes monumentos e de trabalhos de engenharia que evidentemente foram feitos sob uma direção real, é óbvio que os três países surgiram como poderes independentes o mais tardar no final do século XI. Muito se sabe sobre a Dinamarca, onde é possível encontrar os primeiros sinais do poder real centralizado
na fundação da povoação de Ribe, na escavação do canal de Kanhave e na construção do Danevirke, obras tal-
vez impulsionadas pelo rei Agantyr, que conhecemos pela biografia de São Willibrord, bispo de Utreque, que visitou o “selvagem povo dinamarquês” no início do séê-
culo VIII. Um pouco depois, em 808, o rei Godofredo é mencionado
nos Anais Reais Francos em relação com a
construção da segunda fase do Danevirke, e também se diz que instalou comerciantes na primeira cidade viking de Hedeby (então na Dinamarca, agora na Alemanha). Mencionam-se
outros reis no século IX, incluindo os
reis unidos Horik, o Velho, e Horik, o Jovem, que permitiram ao missionário alemão Ansgar construir igrejas em Hedeby e Ribe em 850. Não se conhecem os nomes dos reis dos cem anos posteriores. Em
meados do século X, uma nova dinastia,
fundada pelo rei Gorm, surgiu na Jutlândia Central, com centro em Jelling. Gorm, de quem se sabe pouco, foi sucedido por seu filho Haroldo Dente Azul em 958-959. Colocou uma enorme lápide rúnica no cemitério de Jelling, na qual proclamava orgulhosamente que tinha conquistado toda a Dinamarca e a Noruega e tornado cristãos os dinamarqueses. Durante o seu reinado, Haroldo defendeu o seu domínio com uma cadeia de fortalezas (por vezes chamada a fortaleza real da Dinamarca) e iniciou outras grandes obras de engenharia, como a ponte em Ravning Enge, no caminho para Jelling. Em 987, aproximadamente, foi destronado por seu filho Svein, o Barba Bifurcada, falecido em 1014, que depois conquistou a Inglaterra em 1013. Svein foi o primeiro de uma série de reis que governaram a Dinamarca e a Inglaterra
até 1042, controlando também o Sul da Noruega. A unificação norueguesa
Com o seu longo e acidentado litoral e as suas altas montanhas que tornavam muito dificeis as comunicações no interior, a Noruega era um país difícil de submeter ao governo de um só homem. No início da época
viking, numerosas chefaturas salpicaram os arredores da
costa norueguesa, desde a ilha Lofoten no extremo norte até Vestfold e Ostfold Ferozmente
próximo
independentes,
do fiorde de Oslo.
nenhum
desejava subme-
O ter-se a um comando supremo exterior, e a norma era conflito mais que a cooperação. A escavação de uma fazenda dos séculos VIII e IX em Borg, nas ilhas Lofoten, permite-nos fazer uma idéia da vida que esses primitivos chefes noruegueses levavam. Devia ter sido ocupada por
uma família cuja riqueza e posição derivavam principalmente das ricas zonas pesqueiras da região. Não obstante. o vidro e a cerâmica da Renânia que se encontraram ali demonstram que Borg não era uma comunidade pesqueira comum, mas um lugar ocupado por uma família de grande posição com contatos com O mundo exterior: No a pátria de um dos senhores do norte. Reunir essas chefaturas independentes num só remo foi uma empresa sangrenta cuja consecução necessitou de 200 anos. Os ricos enterros dentro dos grandes túâmu-
los de Oseberg e Borre testemunham a presença de uma dinastia dirigente no Sudeste da Noruega nos séculos VIII e IX, e sabemos por referências na poesia e nas sagas que Borre foi um centro de realeza no período viking. O primeiro rei que de certa maneira conseguiu uma unificação foi Haroldo I Hargafre, o Cabelo Belo. Unificou
Vestfold com o sudoeste da Noruega por volta de 880 e ao fazer isso parece ter desagradado a muita gente. Esta pode ter sido a razão pela qual tantos noruegueses emigraram para as ilhas escocesas e para a Islândia no final do século IX. O Norte da Noruega permaneceu fora desta união, sendo governado independentemente por uma família de condes fundada em Lade, próximo de Trondheim, em Trgndelag, a qual teve de conseguir o comando supremo dos outros chefes. Nos séculos seguintes, houve constante conflito entre o norte e o sul,
com os reis dinamarqueses desempenhando por vezes papel destacado no sul. Às vezes, os condes de Irgnde-
lag apoiavam o governante do sul, mas outras vezes não, e as sagas falam de muitas batalhas e disputas mortais. No final do século X, Olaf Trygevason, bisneto de Haroldo I Hargafre, regressou à Noruega do seu exílio no estrangeiro (onde tomou parte em ataques vikings à Inglaterra) e tomou Irgndelag como base de onde se propunha consolidar seu controle sobre toda a costa oeste. Mas depois da sua morte (numa batalha naval em Svôld no ano
1000, lutando contra a força aliada de
Olof Skotkonung da Suécia e Svein, o Barba Bifurcada,
da Dinamarca) o país se fragmentou de novo, e durante
os 15 anos que se seguiram o comando esteve dividido entre os condes de Trgndelag no norte e os reis dina-
marqueses e suecos no sul. À introdução do cristianismo foi um fator importante na unificação da Noruega. Olaf Iryggvason, que se converteu em seu exílio na Inglater-
ra, tentou impor a nova religião (e contribuiu para a sua introdução na Islândia), mas houve um ressurgimento da crença paga depois da sua morte; foi o seu sucessor Olaf Haraldsson (1015-1030) que conseguiu que a nova religião tivesse aceitação geral. Depois da sua morte na batalha de Stiklestad em 1030, foi proclamado santo com o nome de Santo Olaf da Noruega. Viriam depois
outros anos de agitação, mas no final do século XI a
Noruega era já um país cristão.
Desenvolvimentos na Suécia e na Finlândia Não está claro que a Suécia estivesse unificada sob um único governante na época viking. A maioria das provas de uma incipiente dinastia real provém do período anterior — dos grandes túmulos funerários dos svears de Uppland em Vendel, Valsgârde e Gamla Upsala, que era
SOCIEDADE,
Acina. As escavações de Borg,
em Vestvágey, uma ilha em
Lofoten, revelaram os restos da
casa de um chefe do início da
época viking, de mais de 80 metros de comprimento; fica na colina
baixa do primeiro plano desta vista aérea. Os seus proprietários
possuíam objetos de ouro, bem como de cerâmica e vidro
procedentes da Europa Ocidental que refletiam a sua alta posição
social, No entanto, a maioria dos achados é de natureza doméstica,
sendo a agricultura e a pesca a base do sustento da família.
um famoso centro de culto pagão durante o período viking. Conhecem-se grandes tâmulos semelhantes com
bens mortuários de alta posição social em Hovgárden,
em Adelsô, uma ilha do lago Máãlaren onde também se encontram os restos de um posterior castelo real medieval. No entanto, há poucos dados sobre a época viking. Mencionam-se reis de vez em quando; por exemplo, sabemos pela Vida de Ansgar, de Rimberto, que o rei Bjorn acolheu o missionário na cidade de Birka, na ilha de Bjôrkô, do lago Málaren, por volta de 820, depois de este visitar Hedeby e Ribe na Dinamarca. Mas só em finais do século X é que sabemos de um rei que tenha governado para além do território dos svears. Este foi o rei Olof Skôtkonung, que exerceu a sua autoridade em toda a Suécia Central, desde a costa oriental até a oci-
dental. Parece claro que, como na Dinamarca e na Noruega, o cristianismo desempenhou papel significativo na unificação da Suécia. Olof era um cristão e fundou o primeiro bispado sueco em Skara, em Ostergotland. No entanto, foram os seus sucessores que levaram a cabo a conversão do país a uma nova fé no final do século XI. A Finlândia foi paga por mais tempo, até o século XII. Embora se mencionem “reis” em fontes escritas posterio-
REALEZA
E GUERRA
res, as regiões dominadas por reis suecos — a costa sudoeste e as ilhas Áland — foram provavelmente governadas por vários pequenos chefes. A Finlândia não se unificou de nenhuma forma até muito depois da época viking. Fortificações
As lutas dinásticas e os combates armados que acompa-
nharam o processo de formação do Estado fizeram do
período viking uma época de grande incerteza e agitação. Os povos se estavam tornando mais prósperos e necessitavam de maiores defesas contra os ataques piratas. No final do século X, os vikings tinham-se tornado especialistas na construção de muralhas. Antes dessa época,
as fortificações na Escandinávia eram construídas prin-
cipalmente para definir e proteger fronteiras ou para proporcionar lugares de refúgio à população em tempos de conflito. O exemplo mais notável de obra de defesa linear é o Danevirke, nome dado à série de muralhas construídas
em épocas diferentes que, juntas, formam uma cadeia de cerca de 30 quilômetros de comprimento através do estreito sul da Jutlândia. Em 808, o rei dinamarquês Godofredo prolongou a muralha original de terra
A Gotlândia Na época viking, a ilha da Gotlândia (uma província sueca desde a Idade Média) foi praticamente um Estado independente. Os seus solos de pedra calcária proporcionavam terra fértil para o cultivo, e era em grande medida auto-suficiente, embora as matérias-primas necessárias para a fabricação — minério de ferro, pedra finamente betada para fazer pedras de amolar, vidro para avelórios,
âmbar e prata — tivessem de ser todas importadas. A sua
cultura era muito diferente em vários aspectos da Suécia continental; por exemplo, as pedras decoradas — lápides
de pedra calcária esculpidas com cenas mitológicas e re-
presentações de barcos e de guerreiros — são desconhecidas fora da Gotlândia. As jóias feitas na ilha para ser usadas pelas mulheres eram também de tipo diferente das
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Lundbjarsa,
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O rengegane 5)
piada
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do restante da Escandinávia. Eram frequentemente de
grande qualidade e — junto com as imensas quantidades de prata encontradas em tesouros ocultados na época viking— são uma prova da grande riqueza da ilha. Mas não estamos totalmente certos de saber como foi adquirida. Embora a sua posição no meio do mar Báltico situasse a Gotlândia no centro das rotas comerciais em finais do período medieval, não há muito que indique que tivesse extensas ligações comerciais na época viking. Pa-
| Aarqueologia da Gotlândiaé
rece que teve estreitas relações com a ilha de Olândia, ali
| Tica em monumentos préuikinae mam
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FIOJE, muitos já não são visi (eis,
mas alguns fortes da ilha=hã)
| aproximadamente 100 = estão)
graças à pirataria, atacando os barcos mercantes que iam
bem conservados, sobretudo o. forte de Torsburgen, que cobre | uma área de 156 hectares cal muralha em volta dositode
e vinham pelas rotas do mar Báltico. Caso seja verdade, os vikings foram verdadeiramente os saqueadores da lenda popular.
Vaste
, na costa acidental ra
mas das pedras decoradas, Algu erguidas como monumentos: s ivoesta comemoratainda
Museu Godands Forms:
ique também conserva
[ouroe prataachadosma
ouro e prata: o ornamento a
Abaixo. Este broche em forma de
h
ouro é um animal em filigrana €
tambor teria sido usado por uma
H
granulação, e o de prata tem uma
mulher da Gollândia como adorno
no meio do peito. E característico da joalheria de alta qualidade
só existem na Gotlandia, e realçam
Goilândia na época viking.
a sua diferença cultural do resto da Escandinávia.
O broche é de bronze decorado a
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decoração de plantas de estilo de Ringerike. Os broches deste tipo
fabricada pelos artesãos nativos da
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| vikings e sítios arqueológicos.
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perto, e com as zonas costeiras do Sudeste do Báltico. Foi sugerido que os ilhéus da Gotlândia se tornaram ricos
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es,
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SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA Abmixo, Foram
encontrados
na
Gotlândia cerca de 700 tesouros
de moedas de prata da época
wking (principalmente árabes,
inglesas c alemas) e jóias.
Representam
a riqueza acumulada
dos Ilhéus, talvez adquirida graças à pirataria. Este tesouro, que pesa
mais de 10 quilos, foi colocado
num recipiente de bronze e enterrado por volta de 1140 no
solo de uma fazenda de Burge.
Consistia em cerca de 83,000 moedas alemãs, pulseiras e outras
jóias feitas na Gotlândia. Mais
da metade de seu peso é formado por barras de prata, muitas delas
provenientes da Rússia,
começada cerca de 75 anos antes. Os Anais Reais Francos
afirmam que construiu uma linha de defesa desde o Báltico até o mar do Norte, mas na realidade os seus prolongamentos terminavam próximo da costa na mesma região de terra pantanosa onde acabava a muralha original, mas mais para oeste. A muralha de Godofredo só foi quebrada pela Estrada do Exército (haervejen), um caminho pré-histórico ou canada, também conhecido pelo nome de Caminho de Bois, que percorria a península da Jutlândia em todo o seu comprimento €e passava por uma porta bem defendida da muralha, Cerca de 160 anos depois, a última fase da época viking do Danevirke foi completada pelo rei Haroldo
Dente Azul. Ele juntou os dois muros às fortificações no-
vamente erguidas em torno da cidade de Hedeby no seu extremo oriental, construindo uma
muralha de terra
muito forte, de até 13 metros de largura, revestida de torrão e coroada por uma paliçada de madeira. Em todas essas primeiras fases da construção, o Danevirke foi feito com terra e madeira. Até o século XII, não se util-
zaram materiais mais duradouros, como a pedra e o tijolo. Não obstante, o Danevirke demonstrou ser um mo-
numento perdurável e com um êxito tão espetacular no seu propósito de defesa, que foi reforçado durante a guerra com a Prússia em 1864, e até defendido com barreiras antitanques na Il Guerra Mundial. Os fortes precedem também o grande período de fortificação do século X: há quase 1.000 só na Suécia,
onde coroam os cumes dos outeiros rochosos na paisagem acidentada, sendo especialmente numerosos na região de Máãlaren. Não é fácil datar esses monumentos, que consistem em muros pedregosos feitos com enormes cantos arredondados de granito, a partir das provas arqueológicas; não há fontes escritas que nos guiem, e alguns deles podem ser anteriores ao período viking. Mas muitos contêm restos da ocupação viking, bem como de períodos anteriores, tendo sido utilizados (ou utilizados de novo) pelos vikings para defesa comunal. Alguns desses fortes suecos, como Stenbyborg, na ilha de Adelsó do lago Malaren, onde também há grandes túmulos funerários do período pré-viking, asso-
ciam-se com o poder real; outros, como Gâseborg, em Járfalla, próximo de Estocolmo, podem ter servido tanto de refúgio como de centro de culto religioso. Um exemplo especialmente impressionante é o forte de Runsa, numa península que sobressai na parte norte do
À esquerda. O pequeno centro de comércio de Paviken, reconstituído aqui, encontra-se junto a uma lagoa
resguardada na costa ocidental da Gotlândia, que não dispunha de bons portos naturais. Ali as matérias-
primas necessárias para a fabricação
de avelórios e o trabalho de ferreiro eram importados, e construíam-se € reparavam-se barcos.
À direita. A população da Gotlândia
começou por erguer monumentos
comemorativos em forma de pedras decoradas e esculpidas no século V, tendo a tradição perdurado durante toda a época viking. A escultura de pedra quase não se praticava em
nenhum outro lugar da
Escandinávia antes do século X.
As cenas vividas que representam
proporcionam-nos provas de coisas como os estilos de roupa, de armadura e como se aparelhavam os
barcos. O exemplar aqui mostrado é proveniente de Tangelgárde, no Norte da Gotlândia.
lago Malaren. Tem uma muralha interna e outra externa; a primeira rodeia os restos dos edifícios, e a segunda estende-se ao longo do que foi a margem do lago na época viking. Este forte deve ter sido ocupado esporadicamente e por períodos de tempo muito longos, mas também deve ter servido de refúgio temporário para a
população rural dos arredores. Um cemitério muito próximo contém um túmulo importante marcado com pedras verticais (algumas de até 2 metros de altura) colocadas em forma de barco. É rodeado de túmulos menos impressionantes, sugerindo que Runsa pode ter tido algum significado de culto. A cidade de Birka, na ilha de Bjórko do lago Malaren,
era já um centro florescente no século IX. O forte sobre a colina (borg) perto da sua extremidade sul deve ter servido de forte e de refúgio até o povo rodear-se de muralhas defensivas no século X. O forte de Birka consiste numa muralha de terra e de pedra que rodeia o lado de uma colina cujo cume oeste é naturalmente defendido por um alcantilado cortado a pique contra o lago. O forte (hochburg), que domina a cidade de Hedeby, na Dinamarca, certamente teve propósito semelhante. O forte coroa um afloramento de argila no norte da povoação, 47
SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA
mas, como a paisagem é geralmente tão plana, este tipo de monumento
não abunda na Dinamarca.
A ilha de Gotlândia tem cerca de 100 fortes, nem todos da época viking. O maior fica em Torsburgen, próximo da costa este. À sua grande muralha de pedra calcária estende-se ao longo de dois quilômetros em volta do cume de uma vertente empinada, com 7 metros de altura e 24 metros de largura em algumas partes, fazendo deste forte um dos monumentos arqueológicos mais impressionantes de toda a Suécia. As escavações mostraram
que remonta ao século IV, mas foi usado de novo no início do século X. Outra edificação defensiva na Gotlândia de considerável interesse, embora não seja um forte, é
Bulverket, no lago Tingstâde Trásk, no Norte da ilha. Encontra-se nas águas pouco profundas da margem do lago, consistindo numa série de plataformas celulares de madeira, construídas juntas para formar os quatro lados de um quadrado, cada um de 170 metros de comprimento. No início suportavam edifícios. O quadrado central é aberto, e toda a estrutura é rodeada de uma paliçada de estacas de madeira pesada apertadas entre si. Esta edificação está admiravelmente conservada graças à sua loca-
lização saturada de água e é única na Escandinávia. Os
métodos utilizados na sua construção recordam as técni-
cas de construção utilizadas pelos escravos do Báltico
meridional e oriental, e, no início, pode ter sido cons-
truída por imigrantes da Gotlândia. O seu propósito não está muito claro, mas o topônimo Tingstãde sugere que era parte de um Thing na época viking, quando foi construída e ocupada, não tendo sido, portanto, exclusiva-
mente utilizada como estrutura defensiva. A longa e estreita ilha da Olândia tem 16 fortes pré-vikings, dos quais pelo menos dois, Ismanstorp e Eketorp, também foram utilizados na época viking. Consistem ambos numa parede circular de pedra calcária que circunda os restos dos edifícios. Ismanstorp tem diá-
metro de 127 metros; a sua parede sobrevive com uma altura de 2,5 metros e pelo menos nove entradas que a interrompem, o que sugere que, provavelmente, não teria sido uma fortificação muito segura. No entanto, parece ter sido usado como refúgio na época da sua construção e, depois, na época viking. O forte da Idade do Ferro
de Eketorp, abandonado como estabelecimento permanente por volta de 700, salvo para uso esporádico como refúgio, foi ocupado de novo por volta de 1000, quando os edifícios de pedra anteriores foram reconstruídos com madeira e a parede de pedra completada com uma defesa externa. Contrastando com Ismanstorp, a parede de Ektorpe só tem três entradas e dá a impressão de ter
sido uma fortificação muito mais formidável, tendo servido, talvez, de quartel-general de uma guarnição encarre-
gada de defender a parte sul da ilha dos ataques marítimos. Os achados da sua última fase indicam que também foi um centro mercantil de considerável riqueza e importância. Apesar das suas atividades comerciais, não se transformou em cidade fortificada da época viking. Estas possuíam defesas completamente diferentes. Defesas das povoações Antes do século X, as cidades vikings não tinham defesas, embora pudessem
ter, como Hedeby e Birka, um
forte a curta distância. O fato de as cidades serem povoações abertas até então, indica-nos que a vida devia ser muito pacífica nos séculos VIII e IX, permitindo que as
atividades urbanas se desenvolvessem sem ameaças do exterior. As condições modificaram-se claramente no sé-
culo X, que testemunhou uma grande campanha de construção de muralhas. Hedeby, por exemplo, construiu a grande muralha que a ligou com as defesas exter48
nas do Danevirke e que hoje continua visível, elevandose a 10 metros de altura em algumas partes. No entanto,
começou como uma lombada de terra muito pequena,
de apenas 3 metros de altura, coroada por uma paliçada de madeira, e alcançou as suas dimensões posteriores
através de repetidas reconstruções e restaurações. Quan-
do alcançou a sua altura final, provavelmente já não
necessitava de uma paliçada para torná-la defensável, pa-
recendo nesse aspecto diferente das outras muralhas. A
sua forma semicircular, no entanto, é muito característica
das defesas envolventes das povoações vikings. Hedeby tinha-se estendido ao longo das margens de uma enseada, Haddeby Noor. O principal objetivo das defesas era proteger a cidade da terra. A muralha semi-
Acima. O Danevirke (um sistema
de terraplanagens lineares
construído em diferentes épocas, e que atravessa a base da península
da Jutlândia) formava a fronteira sul da Dinamarca durantea
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época viking; e protegia também
Hedeby, a cidade em vias de desenvolvimento. Cada uma das suas muralhas de terra tinha uma paliçada de madeira e dava
para um fosso, de modo que 05
que cruzavam a fronteira só
podiam passar pela única porta que havia. Era, portanto, uma
fortificação considerável.
circular rodeava, portanto, a área onde ficava a cidade,
com os seus dois extremos estendendo-se até as águas do Noor, mas toda a margem estava à mercê dos ataques marítimos Esse perigo foi afastado até certo ponto com
a construção de uma paliçada submarina que protegia o
porto das aproximações pelo leste. Pode ver-se uma disposição semelhante em Birka, mas aqui a muralha da povoação é muito mais estreita que a de Hedeby e certamente teve sempre de necessi-
tar da proteção adicional de uma paliçada. É também
muito provável que a muralha de Birka nunca tivesse terminado. Hoje só é visível a parte norte, e o longo tre-
Páginas 50-51. A fortaleza viking
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sivelmente nunca foi construído. O comprimento da muralha que ainda sobrevive descreve uma curva suave,
sugerindo que foi concebida para rodear uma área
semicircular, com a extremidade norte da muralha pro-
longando-se até a margem do lago Malaren. O porto era protegido por uma linha curva de estacas e de madeiras bloqueadoras. E impossível dizer se se construíram defesas do porto semelhantes em Árhus, na Jutlândia, uma cidade fundada no século X e rodeada por uma importante muralha de terra e de madeira desde o Início; o porto atual apagou qualquer marca de um predecessor da época viking.
A forma das defesas de Arhus, no entanto, ajusta-se mui-
to às de Hedeby e de Birka, assim como a muralha semi-
circular que defendia Vástergarn, na ilha de Gotlândia.
As escavações demonstraram que esta também foi cons-
truída no século X. Finalmente, algumas fortificações
urbanas descobertas recentemente em Ribe, na Dina-
marca, fazem pensar que esta cidade também esteve rodeada por um sistema defensivo semicircular no século X. As escavações trouxeram à luz os restos de um fosso
de 1 metro de profundidade e 8 metros de largura, com alguns vestígios de uma lombada de terra adjacente, e os curtos trechos do fosso que foram achados seguem
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por terra e por mar dos piratas vikings ou dos invasores eslavos, como os que foram destruir Hedeby em 1066.
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Um plano de defesa comum No entanto, um grupo de povoações na Dinamarca mostra claramente um plano comum. Às chamadas fortalezas da Dinamarca foram todas construídas na segunda metade do século X, ocupadas por um período muito curto e depois abandonadas para nunca mais ser ocupadas. Três dos fortes (Aggersborg e Kyrkat, na Jut-
lândia, e Trelleborg, na Zelândia) foram escavados, po-
dendo a sua planta e os edifícios ser reconstruídos em pormenor. O quarto (Nonnebakken) jaz sob a cidade
de Odense, na Fiônia, e quase todos os seus rastros desa-
pareceram há muito tempo. Um quinto foi recentemente encontrado numa povoação da costa meridional de Skane, também chamado Irelleborg. O seu achado não foi uma grande surpresa; a coincidência do seu nome sempre sugeriu aos especialistas que um forte semelhante ao de Trelleborg, na Dinamarca, podia ter sido construído ali. Todos os fortes eram exatamente circulares
no seu plano, embora diferentes no seu diâmetro. O in-
terior era rodeado de uma paliçada de terra e de madeira, com um fosso externo, e dividido em quartos por
ruas que se cruzayam em ângulo reto no centro exato do círculo. Dentro de cada quarto, situavam-se longos edifícios com lados curvos. A semelhança com os planos
dos fortes, a precisão com que foram traçados e a habili-
dade com que foram construídos distinguem-nos de todas as outras fortificações da época viking, sugerindo
fortemente que foram feitos segundo as instruções de uma só pessoa. À razão que levou à construção desses extraordinários
fortes foi matéria de polêmica desde a escavação de
Trelleborg, na Dinamarca (o primeiro a ser localizado),
na década de 1940. A primeira idéia foi que os fortes fo-
52
ram construídos como guarnições e lugares de reunião
À direita, Belas e Prát icas:
para o exército que invadiu a Inglaterra duran te o reina-
quatro espadas da época
demonstraram que foram construídos por volta de 980, quando Haroldo Dente Azul, o pai e predecessor de Svein, era rei da Dinamarca. À escavação provou que existiram só por um período muito curto, provavelmente 20 anos ou talvez muito menos. Por outro lado, se tivessem sido feitos para alojar guerreiros que atacavam à Inglaterra pelo mar, deveriam ficar perto da costa, junto dos portos onde as frotas se reuniriam. No entanto, os fortes encontravam-se nas proximidades das rotas terrestres, mais que das marítimas, exceto Aggersborg, no Limfjord, situado junto de um canal navegável. Todos se localizam no Norte e no Leste do país e são orientados para o Báltico, mais que para o mar do Norte. O seu papel na conquista da Inglaterra do século XI pode, portanto, ser excluído. Todas as provas apontam para Haroldo Dente Azul como o seu impulsionador, provavelmente para impor e manter a ordem no reino que ele tinha consolidado e convertido ao cristianismo recentemente. Eram sem dúvida fortalezas, provavelmente guarnecidas, mas os seus habitantes não se limita-
empunhadura, os quais
do de Svein, o Barba Bifurcada, no início do século XI. No entanto, os anéis de árvore nas madeiras dos fortes
vam a atividades guerreiras; atrás dessas muralhas, vi-
viam ourives e ferreiros, e alguns dos edificios eram utilizados como celeiros e estábulos. A explicação mais plausível, portanto, é que os fortes dinamarqueses fossem centros de poder real dos quais as forças armadas podiam ser rapidamente enviadas para controlar as regiões circundantes e fazer respeitar a autoridade do rei. Cobrar-se-iam tributos e impostos em produtos à população rural, e os fortes serviriam de tesourarias onde a riqueza acumulada pelo rei podia manter-se a salvo e ser transformada em ornamentos preciosos para o rei e para a sua corte nas oficinas ali existentes. Guerra e armas Todos os homens livres tinham o direito de usar armas na época viking. Tinham de se alistar nas fileiras quando lhes era pedido pelo senhor feudal ou pelo rei. Em algumas regiões, notadamente na Suécia Central, as pessoas também eram requisitadas para guarnecer e armar os barcos. Com este propósito, a terra era dividida em uni-
dades que compreendiam certo número de fazendas, e cada uma delas tinha de proporcionar um barco totalmente equipado quando lhe pediam. Os vikings combatiam geralmente a pé. O fato de se enterrarem os cavalos com alguns vikings ricos indica que houve alguns guerreiros montados, mas isto não era habitual. Os barcos de guerra vikings eram usados principalmente para transportar exércitos para as bata-
lhas campais; os combates marítimos eram menos correntes, embora se mencionem alguns nas fontes escritas. O mais conhecido é a batalha de Svôld, em 1000, aproximadamente. As narrações em fontes inglesas e francas das batalhas campais travadas pelos vikings na Europa Ocidental testemunham a força e a habilidade dos seus corpos combatentes. Os vikings infundiam ter-
ror aos seus opositores e lutavam a ferro e fogo por todo o Noroeste da Europa. Às armas que fizeram tantos estragos foram a espada, a lança e o machado de combate. Utilizaram-se também facas de combate, arcos e flechas. As descrições em talhas contemporáneas, como as pedras decoradas e comemorativas encontradas na Gotlândia, dão-nos uma idéia do aspecto desses guerreiros vestidos para a batalha com capacete e cota de malha e totalmente armados. Podemos aprender muito mais nos túmulos dos países escandinavos,
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com um
compri-
mento de 70 a 80 centimetros, eram leves e flexíveis, fortes e afiadas. Algumas eram importadas do Império Franco, mas os seus cabos eram feitos e montados na Escandinávia, sendo muitas vezes adornados com os estilos artísticos preferidos dos vikings. A espada franca mais famosa era a de Ulfberht, cujo nome figura em muitas lâminas de espada. As lâminas de fabricação escandinava não eram infe-
riores aos exemplares importados mais exóticos. Também eram afeitas com um método conhecido como “soldadura modelo”, que consistia em soldar compridos aros de ferro de composição ligeiramente diferente for-
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era ricamente ornamentada,
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com a sua lâmina de ferro delgada e afiada de cerca de 50 centímetros de comprimento e enfiada numa haste de madeira através de uma arandela. Algumas lanças, bem como as espadas de melhor qualidade, deviam ser armas de prestígio. As suas lâminas eram de soldadura de modelo, com gumes e pontas afiadas, e as arandelas
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empunhadura
de madeira cobertas com couro forrado de lã. À lanolina da lã teria servido para preservar a lâmina de perder o lustre e de oxidar. As espadas mais esplêndidas eram guardadas em bainhas magníficas adornadas com enfeites de bronze ou douradas à volta da boca e na ponta (a conteira). Em muitos túmulos foram encontrados enfeites de bainha, embora os materiais orgânicos da bainha | propriamente dita tivessem desaparecido. As espadas de dois gumes eram utilizadas para aplicar um corte no inimigo, causando sem dúvida lesões terriveis. Os ossos mutilados dos esqueletos desenterrados em Hedeby e em outras partes dão uma idéia da espêcie de ferimentos causados. As facas curtas de combate, de um só gume, eram concebidas para ser espetadas no inimigo quando se chegava a um combate corpo a corpo, e os guerreiros vikings usavam às vezes a espada e
—————— o
muitos dos quais contêm o equipamento dos combatentes, que com eles era enterrado. A espada era a melhor de todas as armas, muito apreciada pelo seu poder combatente e como símbolo de posição social: quanto mais elevado era o status social do guerreiro, mais magnífica era a espada. Muitas vezes a
2
REALEZA
SOCIEDADE,
Abaixo. Às lâminas de machado
vo do artesão era aligeirar a lâmina sem reduzir a sua força e aumentar a sua flexibilidade. Após mil anos debaixo da terra, quase todas as lâminas das espadas que
eram adamasquinadas com prata ou bronze. À maior parte das lanças encontradas nos túmulos, porém, são mais simples e não são adornadas, embora sejam muito eficazes. Conquanto o machado de combate seja popularmente associado aos vikings, no conjunto parece ter sido menos preferido como arma que a espada e a lança. Foram
delas ainda têm desenhos maravilhosos na sua superficie. As espadas eram usadas em bainhas feitas com tiras
na Escandinávia Ocidental. Eram feitos de modo bastante simples: soldava-se um fio cortante a um bloco de
especificamente aperfeiçoados para ser usados em batalha pelos
um núcleo, e um gume feito com um aço mais
mando
duro e afiado era soldado nos lados. Depois, polia-se a lâmina, e uma ranhura longitudinal (conhecida como apisoador) era afiada em todo o comprimento. O objeti-
foram recuperadas estão muito corroídas, mas algumas
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e pontas de lança procedentes do rio Tâmisa, em Londres, são lúgubres recordações do retorno
dos exércitos vikingsà Inglaterra
durante o reinado de Ethelred Il
(979-1016). Qualquer machado pode ser sempre usado como arma, mas Os que aqui são mostrados, com suas longas “Tâminas dentadas”, eram
guerreiros escandinavos,
SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA
Ácima. Nem todos os machados
eram simplesmente funcionais.
Este machado cerimonial tem
ornamentos adamasquinados nas
duas faces da lâmina. Foi enterrado pum túmulo de câmara de classe
social alta construído em 970 em
Mammen, Jutlândia, e pode
ter sido feito numa oficina real
do rei Haroldo Dente Azul A sua
decoração, de grande qualidade (neste lado com a forma de um
pássaro com asas parecidas a
gavinhas), deu o seu nome ao
estilo de Mammen da arte viking.
ferro, e na extremidade se encaixava um cabo de madeira e se fixava bem. A maioria dos machados de combate não eram adornados e não se distinguiam dos machados de trabalho; supõe-se que sejam machados de combate pelo fato de terem sido encontrados em túmulos junto com outras armas. Alguns exemplares são muito mais esplêndidos e devem ter sido feitos para cerimônias ou exibições. O melhor, de longe, é o machado do túmulo real ou aristocrata de Mammen, na Jutlândia. É adamasquinado com prata segundo os primorosos modelos que dão seu nome ao estilo artístico de Mammen, é é difícil imaginar que alguma vez tenha sido utilizado em combate; foi provavelmente um símbolo de
riqueza, de posição social e de poder. Os arcos e as flechas também eram usados na guerra,
mas
provavelmente
mais
na caça. Ainda
remanesce
grande número de pontas de flechas de ferro de várias formas, embora as suas hastes de madeira tenham normalmente desaparecido. Os arcos de madeira são mais
raros, uma vez que, sendo feitos de madeira, geralmente
se decompuseram totalmente, mas encontrou-se um in-
teiro num terreno alagado de Hedeby. Mede 92 centímetros de comprimento e é feito de teixo, uma madeira muito flexível que se usava para fazer arcos na Idade Média. Os vikings defendiam-se em batalha com escudos redondos que lhes protegiam o corpo do ombro à coxa.
Eram feitos de madeira, muitas vezes de lima, coberta
com couro. Este podia, depois, ser adornado com armações de metal e símbolos, e às vezes era pintado de cores
vivas. O canto do escudo era reforçado com uma faixa
de ferro e tinha uma saliência de ferro no centro para proteger a mão que o segurava. Da madeira dos escudos pouco se conservou, mas O Seu tamanho pode ser calcuJado, bem como o tipo de adorno que tinham, pelos
acessórios de metal que restaram. Os escudos encontrados na embarcação funerária de Gokstad têm um metro
de diâmetro, e esse era provavelmente o tamanho normal. Outros meios de proteção eram o capacete € a armadura que os vikings usavam. No entanto, é tão raro encontrá-los nos túmulos ou em outros sítios arqueológicos, que parece pouco provável que fossem usados
normalmente, e eram certamente prerrogativa dos mais altos estratos sociais. O único capacete da idade viking que se conservou foi achado num túmulo de Gjermunndbu, na Noruega. E evidente que ali foi enterrado
um homem importante, pois além do capacete ele tinha uma cota de malha e uma bela espada com uma empunhadura adamasquinada com prata e cobre. Tanto o capacete como a cota de malha se encontravam em condição fragmentária quando foram achados, mas o capacete
foi reconstruído e está agora no Museu de Oldsakasmling, em Oslo. O capacete de ferro é abobadado, com um penacho central e uma espécie de viseira para proteger o nariz e as faces. Um pouco da cota de malha pende por trás para proteger o pescoço. O restante da cota de malha tinha provavelmente a forma de túnica curta que se usava sobre um gibão acolchoado ou de couro para proporcionar proteção adicional. Conhecem-se outros capacetes, mas só através de ilustrações pictóricas. Os capacetes dos guerreiros representados nas pedras decoradas da Gotlândia são invariavelmente cônicos e têm uma proteção nasal, Uma estatueta
de Sigtuna, na Suécia, talhada em cornadura de alce,
também tem um capacete cônico com uma proteção nasal, que é adornada com um motivo de anéis e pontos. E impossível dizer se esses capacetes eram feitos de ferro como o modelo de Gjermundbu; podem ter sido de um
material menos resistente, como o couro. No entanto, sa-
bemos com certeza que nenhum deles tinha chifres. Equipamentos como esse pertenceram provavelmente aos ricos e poderosos entre as forças vikings, ou aos combatentes profissionais que formavam os exércitos privados ou eram os guarda-costas de reis e senhores
feudais, especialmente na Noruega. As espadas maravi-
lhosas com empunhaduras adornadas e lâminas francas, os capacetes e as túnicas de cota de malha teriam sido desconhecidos pela grande maioria dos combatentes, fazendeiros e pescadores que eram instados a servir nas épocas de conflitos e a cumprir suas obrigações para com o seu senhor. Esses homens usariam armas simples, provavelmente só o seu machado de trabalho, que lhes servia de arma de batalha. 55
As fortalezas reais da Dinamarca a muralha. Os planos dos fortes são tão semelhantes, que
As fortalezas da Dinamarca do século X são uma das provas mais evidentes que temos de uma estrutura de poder centralizado na Dinamarca em finais da época viking. Atualmente são conhecidas cinco dessas fortalezas: Trelleborg na ilha da Zelândia, Nonnebakken na Fiônia, Fyrkat e Aggershorg na Jutlândia, e (encontrada só no final da década de 1980) Trelleborg em Skâne. A maior parte da nossa informação sobre as fortalezas é proveniente de
só podem ter sido obra de uma única autoridade organtzadora, provavelmente a do rei, e, dada a regularidade
da disposição, não é surpreendente que, no princípio,
fossem concebidos para uma função puramente militar: concluiu-se que os edifícios devem ter servido de quar-
Trelleborg, na Zelândia, e de Fyrkat, que foram extensa-
mente escavadas. Os fortes têm um plano meticulosamente regular. A muralha de terra e de madeira circular tem quatro entradas equidistantes, e as ruas axiais dividem o interior em quatro segmentos ou quadrantes. Em Trelleborg e Fyrkat, cada um destes quadrantes continha quatro edifícios dispostos em quadrado: em Aggersborg, parece que havia 12 edifícios em cada um. Em Trelleborg, outros 15 edifícios eram dispostos concentricamente
à muralha,
mas fora dela, numa
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téis, talvez para o exército reunido por Svein, o Barba Fendida, para invadir a Inglaterra no princípio do século XI. Esta opinião já não é aceita. A escavação dos edifícios em Eyrkat revelou que alguns eram usados como habita.
ções, outros como oficinas onde trabalhavam os ferrei=
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| ros e os joalheiros. Encontraram-se mulheres e crianças enterradas no cemitério exatamente atrás da muralhas | Além disso, a análise dos anéis de árvore indicou que a | madeira usada nos edifícios de Trelleborg provinha de árvores cortadas por volta de 980, no reinado de Harol- | do Dente Azul. Os de Fyrkat deram resultados semelhantes, e os edifícios não mostram sinais de ter sido reparados, sugerindo que não puderam ser usados por mais de 20 ou 30 anos. Se, como se supõe agora, as fortalezas fo-
zona
exterior defendida. Todas as construções eram de carva-
lho, e as ruas eram revestidas de madeira. A construção dos fortes deve ter requerido uma plani-
ram usadas como centros de administração real onde se
ficação e uma técnica de engenharia consideráveis. Para
cobravam impostos, e como pontos de controle da popu-
construir o forte de Fyrkat, por exemplo, o lugar teve, primeiro, de ser nivelado e alargado, e transportaram-se 10.000 metros cúbicos de torrão e de terra para construir
lação local, a sua curta vida e rápido abandono dão a en-
tender que as mudanças políticas em finais do século os tornaram desnecessários. A esquerda. Vistaaéreade
Trelleborg, Zelândia, tomada
0
oeste. Encontra-se na pontade —
uma península baixa que na época viking era rodeada de terra pantanosa. A muralha de terra
|
circular com suas quatro entradas
pode ser vista claramente; em
segundo plano há uma muralha
|
menor, que encerra umaárea externa. Os buracos dos postes foram marcados com betão, E mostrando a sua forma curva, e |
uma reconstrução de tamanho
|
natural de uma das casas aparece.
em primeiro plano.
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À direita. Esta reconstituição de |
um dos edifícios de Fyrkatfoi | erguida junto às instalaçõesda. década de 1980. As paredes
compridas são arqueadas,€
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portanto o telhado tambémé
curvo. Um dos postes externos
inclinados sustenta a parte
superior das paredes. Na reconstrução de Trelleborg, 0 Ea
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dividido em três compartimentos uma grande sala no centro6
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ruas assoalhadas
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À esquerda A ponta de um machado de combate de um túmulo de Fyrkat. Montada num cabo comprido de madeira, eram necessárias ambas as
mãos para brandir esta arma terrivel. Os machados de combate eram especialmente usados pelos vikings da Noruega e da Dinamarca, e
tornaram-se o simbolo da ferocidade
nórdica para a gente da Europa Ocidental que sofreu os seus ataques.
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porta edifícios
No alto da página. Esta
impressão do artista sobre a
Acima. À regularidade do plano de Fyrkat - com quatro edifícios compridos simetricamente
nos achados das escavações. A face externa da muralha é
quadrante, ruas que se cruzam em ângulos retos, e um perímetro
reconstrução apresenta uma
fortaleza real de Fyrkat baseada
revestida com madeiras pesadas, encaixadas para impedir que os atacantes a escalasse, Um dos
quatro quadrantes não tinha sido escavado.
colocados dentro de cada
exatamente circular — dá à fortaleza um aspecto claramente militar, mas investigações recentes demonstraram que não
era apenas um quartel. Os
edifícios serviam de habitações,
oficinas, armazéns e estábulos,
57
poeniá
A VIDA QUOTIDIANA Os principais cereais cultivados nas fazendas escandinavas durante a época viking eram a cevada, o centeio e a aveia, e algum trigo que também se cultivava na Dinamarca. Embora se tenha encontrado pão de trigo em alguns túmulos de Birka, na Suécia Central, não há provas evidentes que demonstrem que se cultivava o trigo nas proximidades da localidade, e ele pode ter sido importado como produto alimentício de luxo. Também era comum o cultivo de ervilha, feijão, couve e tubérculos.
Comunidades rurais
A maioria dos vikings eram fazendeiros. Até os que fizeram incursões na Europa Ocidental, ou navegaram para oriente ou para ocidente como comerciantes, geralmente regressaram à sua pátria e à sua fazenda, trazendo com eles os seus despojos ou os seus ganhos. Dado que a agricultura teve tanta importância, é estranho que saibamos relativamente pouco sobre ela. As melhores provas provem da Dinamarca, que tinha a área mais extensa de terra cultivável. Escavaram-se muitas aldeias agricolas nos últimos anos, e também se conhecem vários estabelecimentos rurais na Suécia Central, onde o cultivo também era importante. Na Noruega, este se limitava ao sul, e não se sabe praticamente nada sobre as fazendas agrícolas.
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Na Dinamarca, a investigação arqueológica reconhe-
ceu indícios de alguns dos campos onde se cultivava, bem como de alguns dos métodos agrícolas usados. Encontraram-se, em Ribe, traços simples na superficie
da terra sob a cidade viking. Esses traços provam que se
utilizou um arado para afofar a terra antes de semeá-la.
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A VIDA QUOTIDIANA
À esquerda. Durante o século XI, um imponente monte de areia
cobriu subitamente este campo de Lindholm Hoje. Quando a areia foi retirada, o campo apareceu exatamente como estava antes da tempestade fatal, incluindo até as e as marcas de rodas
através de lombadas paralelas separadas por sulcos estreitos. Nao se sabe que cultivos cresciam aqui.
Acima. Uma seleção de ferramentas
de ferro usadas pelos agricultores vikings encontradas na Noruega.
As que se encontram mais amiúde,
tanto nos túmulos dos homens como nos das mulheres, são as
lâminas de foice (no centro) que
eram usadas para a colheita; outras
ferramentas, como as lâminas de
gadanha (acima) e partes de arado (à direita) geralmente aparecem nas sepulturas de homens. Como o
feno, a folhagem era uma fonte
importante de forragem de inverno para 0 gado, conhecendo-se umas “facas de folha” especiais (abaixo), embora estas se encontrem menos
amiúde nos túmulos.
O arado primitivo era de madeira e só fazia sulcos na superficie da terra sem a remover; foi utilizado habitual-
disposição, partilham várias características comuns. Consistiam em seis ou sete edifícios de diversos tama-
mente até finais do período viking, quando se introduziu um arado mais pesado, com uma relha de ferro calçado. Fez-se um achado excepcional em Lindholm Hgje, no Norte da Jutlândia, na década de 1950, quando os arqueólogos retiraram a capa espessa de areia levada pelo vento que tinha submergido o local e posto fim à ocupação no século XI, e acharam por baixo um campo da época viking fossilizado, com os seus sulcos compridos, ligeiramente curvos, e ainda intactos desde a última vez que aquele campo foi arado com uma ferra-
nhos, encerrados dentro de um recinto cercado. O edifício maior era a habitação, que tinha um estábulo
Outras ferramentas agrícolas devem ter sido muito co-
espaço central aberto onde nunca se construiu e que
numa extremidade com compartimento para 50 ani-
mais. As dependências incluíam celeiros e forjas, e ca-
menta de ferro calçado.
banas de terra batida que podem ter alojado os escravos ou os trabalhadores da fazenda. Geralmente, havia um poço escorado com madeira dentro do recinto. Cada fazenda deve ter sido ocupada por uma só familia, e todas dão a impressão de ter sido muito prósperas entre os séculos VIII e X. Em Saedding, os edifícios dentro dos seus recintos cercados estão situados à volta de um
muns em todas as povoações rurais, mas não remanesce-
deve ter servido de “campo da aldeia” comunal; em Vor-
ram muitas. Os cereais e o feno eram colhidos com foices de ferro, e a vegetação era cortada para forragem com uma ferramenta especial, conhecida como faca de folha. Encontraram-se forquilhas e pás de madeira, e os manguais e os crivos para malhar e crivar sementes também teriam sido feitos de madeira. Os barris e as cestas eram utilizados para o armazenamento, e o feno cultivado para a forragem pode ter sido transportado dos campos em carros. As aldeias dinamarquesas da época viking eram rodeadas de campos cultiváveis, mas também eram bem localizadas em relação às pastagens. À criação de animais era tão importante como o cultivo, e efetivamente à criação de gado era provavelmente a atividade predominante em muitas aldeias. Também se criavam porcos e ovelhas. Na península Escandinava, O pastoreio era ainda mais importante, e praticava-se a transumância (migração sazonal) nas zonas altas (como ainda hoje se pratica em alguns sítios). No verão, Os rebanhos e as manadas seriam
conduzidos aos terrenos de pastagens mais altos quando o pasto era bom, e no outono, trazidos para as fazendas do vale. Durante os invernos duros, o gado era posto ao abrigo, sendo então alimentado no estábulo com o feno cultivado no verão nos pastos do vale, e cortado e arma7 zenado como forragem com esse fim. Das aldeias agrícolas escavadas na Dinamarca, as mais conhecidas ficam em Saedding e Vorbasse, na Jutlândia Central. Embora não sejam idênticas no seu plano ou
basse, as fazendas eram dispostas ao longo da estrada da
aldeia, quatro para norte e três para sul. Esta diferença na disposição global sugere que cada um variava segun-
do a sua função social.
Estas povoações não estão localizados sob as aldeias de hoje, mas encontram-se a pouca distância. Durante os 300 anos da época viking, nem sempre ocuparam o mesmo local, mas deslocavam-se para uma nova localização alguns metros em cada geração mais ou menos. Em determinado momento, pensou-se que as fazendas do período viking da Suécia Central eram separadas dos seus vizinhos, como são hoje, e que talvez jazessem
sob as fazendas atuais — em outras palavras, sugeria-se que as mesmas instalações agrícolas tinham sido continuamente ocupadas por mais de 1.000 anos. No entanto, as escavações de aldeias da época viking em Polliata e Sanda, na região de Málaren, deixaram claro que este não era o caso, supondo que sejam típicas. Apesar de muito menores que as aldeias da Dinamarca, cada uma tinha várias fazendas com uma habitação e dependências, que lembram os agrupamentos dinamarqueses. As aldeias do vale de Maãlaren parecem ter-se deslocado de vez em quando, como o fizeram as da Dinamarca, e portanto é pouco provável que se tenham localizado onde se encontram agora as fazendas atuais. As comunidades agrícolas da Noruega na época viking não são muito conhecidas. Acharam-se muitas fazendas do período pré-viking no Sudoeste do país, mas a 59
A VIDA QUOTIDIANA
época viking em si está pouco representada. À razão disto pode dever-se ao fato de que ali as fazendas eram se-
paradas e dispersas, e portanto
são dificeis de encon-
trar hoje. Uma das poucas fazendas do período viking que foi escavada na Noruega é a povoação dos séculos
IX e X de Ytre Moa, no extremo interior do fiorde de Sogne. Não é uma aldeia de tipo dinamarquês, mas uma única fazenda separada, de seis ou sete pequenos edifícios mais ou menos quadrados, cada um usado para um propósito diferente; por exemplo, habitaçao, celeiro ou estábulo. As formas dos edifícios e os méto-
dos da sua construção
também
diferem das de suas ré-
plicas dinamarquesas. Todos os edificios de Ytre Moa não têm mais que uns poucos metros quadrados, com grossas paredes de pedra e torrão com revestimento de madeira no interior. À dificuldade de localizar povoações da época viking na paisagem norueguesa significa que ainda se necessita trabalhar muito até que a agricultura desse país possa ser inteiramente compreendida. Em algumas partes da Escandinávia — particularmente ao longo das costas norueguesas — a pesca desempenhou papel ainda mais importante que a agricultura na economia do período viking Encontraram-se muitos utensílios de pesca que provam que se usavam redes, sedelas e arpões. Também se caçavam focas e morsas nas águas do norte. O marfim das presas das morsas era muito apreciado em toda a Europa naquela época; só
no século XIII começou
a ser substituído pelo marfim
de elefante em grandes quantidades, e o comércio declinou. Às peles das morsas eram cortadas em faixas, e fa-
ziam-se expedições de pesca regulares ao norte na épo-
ca da desova, quando os rios transbordavam de peixes. Pelas grandes quantidades de espinhas de peixe e de conchas recuperadas dos montes de lixos das casas nas cidades, é evidente que o peixe e os crustáceos se destacavam na dieta do período viking. Em Birka, por exem-
plo, o peixe teria sido pescado no lago Malaren e nos rios que desaguavam
nele, mas também
está claro que
era transportado a grandes distâncias do mar, provavelmente salgados em barris para conservá-los. Casas Os vikings da Escandinávia construíam principalmente
com
madeira, embora a pedra e o torrão também
fos-
sem utilizados em algumas regiões, particularmente na Noruega. Nada restou das próprias casas ao nível do
chão, e portanto temos de nos fiar na interpretação e re-
construção de provas arqueológicas, recuperadas atra-
vés da escavação, para termos uma idéia dos edifícios
em que viviam os vikings. Por exemplo, as marcas dos buracos dos postes na terra (que se distinguem do solo circundante por diferenças de cor e de textura) permitem aos arqueólogos calcular o comprimento e o plano de um edifício construído com madeira. A forma básica do edifício era a mesma em toda a Escandinávia: retangular, por vezes com paredes curvas e de comprimento
variável. Os edifícios escavados em Saedding, na Dinamarca, têm quase 50 metros de comprimento; em Borg,
Loften, na Noruega, um chegava até a medir 83 metros de comprimento. À largura, no entanto, não costumava medir mais de 5 metros e dependia das dimensões das vigas de madeira que suportavam o teto. Estas, por sua vez, eram suportadas por fileiras de postes que percorriam o comprimento do edifício e o dividiam longitudinalmente em três secções, que consistiam numa nave central e duas naves laterais bastante mais estreitas. Contudo, por vezes, os postes eram encaixados nas paredes, e estas então suportavam as extremidades dos pares do telhado. Esta última disposição proporcionava um espa60
À esquerda. Um anzol de ferro
e um arpão dentado com um peso de pedra da rede procedente da Noruega. Este arpão foi
encontrado próximo de uma
queda d'água e pode ter sido US? para pescar salmão.
|
A VIDA QUOTIDIANA
Acima, Um rio na Suécia
Central, A pesca costeira e de água doce contribuía em grande parte para a dieta na Escandinávia da época viking, e até havia algum comércio de
produtos de pesca.
co interno ininterrupto, e predominou até o final da se teriam parecido época viking. As mansões aristocratas provavelmente a estes edifícios rurais, mas teriam sido mais amplas e mais ricamente mobiliadas — o enorme comprimento da casa de Borg sugere que foi a habitação de um chefe. Não foi escavada nenhuma
mansão
real, excetuando possivelmente os edifícios nos fortes | reais do século X na Dinamarca. Na Dinamarca, os bosques de folha caduca proporcionavam carvalhos para construir a armação
das casas, €
aveleiras e salgueiros para entrelaçar os painéis de vime que cobriam os espaços entre os postes verticais das paredes. Estes eram revestidos em seguida com uma mistu-
ra de argila e de estrume para que resistissem às intempéries. Este tipo de preenchimento é conhecido como
ticaniçada e revestimento. Os edifícios nos fortes reais a não nham paredes de madeira sólida, mas estas aind
foram encontradas em nenhum estabelecimento agri-
cola; requeriam grandes quantidades de carvalho e pro-
vavelmente estariam acima das possibilidades do fazendeiro médio. Não há muitos carvalhos na Suécia e na Noruega, salvo no extremo meridional, e por isso as madeiras macias
(de coníferas) eram usadas para a construção. Estas pro-
vinham das compridas madeiras horizontais que eram empilhadas uma sobre a outra e tinham encaixes nos cantos para formar junturas sólidas. O comprimento de cada edificio dependia do dos troncos de árvore disponíveis, e por isso estas casas consistiam frequentemente em séries de cômodos independentes unidos pelas extremidades para formar um só bloco. No entanto, por vezes, a fazenda consistia em vários edifícios dispersos,
cada um com a sua própria função. As madeiras mais baixas das paredes assentavam geralmente sobre uma fileira de pedras que formavam uma soleira, e isto impedia que a madeira apodrecesse em contato com o solo 61
Avida no lar Muito do que sabemos sobre a vida doméstica na Escandinávia da época viking provém dos utensílios domésticos que continham os bens mortuários das sepulturas. Muitas vezes, no entanto, estes se encontram
nos túmulos
de
indivíduos ricos, e é provável que as casas mais comuns — especialmente as do campo — tivessem poucas posses.
Tudo o que as pessoas tinham era feito por elas mesmas,
desde as roupas, jogos e utensílios de cozinha até às pró-
prias casas. Só as ferramentas de ferro e produtos como
pentes, broches e colares eram fornecidos por artesãos
ambulantes, ou comprados nas cidades em troca de produtos agrícolas. Os artigos de luxo importados, como especiarias, vinho e seda, eram destinados principalmente as populações urbanas cosmopolitas. Está claro que os homens e as mulheres desempenhavam papéis diferentes em casa. O homem trabalhava nos campos da fazenda, pescava e caçava, enquanto a mulher preparava a comida
(a que implicava moer o grão para a farinha, cozer no forno e ordenhar), fiava a lã das ovelhas da fazenda e trabalhava com o tear ou com a agulha. Nas casas mais ricas, os criados e os escravos deviam executar muitas das tarefas domésticas. Os homens tinham de estar afastados do lar por longos períodos, como navegantes, guerreiros ou comerciantes, deixando que a mulher guardasse a casa e se encarregasse do trabalho doméstico.
Acima e à direita. À pa para
cozinhar e o caldeiro de ferro (parte superior) faziam parte do equipamento doméstico de uma família norueguesa. As papas, os estufados, a carne € o peixe cozido
eram preparados no caldeiro, e a pá era provavelmente utilizada
para fazer o pão ázimo sobre o lume. Os recipientes de madeira eram mais correntes que os de ferro e provavelmente foram
talhados e modelados pelos
homens da casa. O pequeno balde (ao centro) é feito com aduelas de
freixo unidas com aros de vime, c a escudela (parte inferior) é de olmo.
A sua asa era perfurada, para que
pudesse ser pendurada quando não estivesse sendo usada.
62
A VIDA QUOTIDIANA
À esquerda.
O interior de uma
casa da época viking. bascado na que foi escavada em Hedeby, foi
reconstruída
Prlh. d
no Museu de
Moesgard, em Arhus, Dinamarca. A lareira comprida, aberta, € 0
tamanho natural de uma casa da
de Hedeby, encontra-se no Museu
Moestgárd, na Dinamarca, Mede
calor e de luz e o único meio
12 metros por 5 metros e tem
cozinhar. Um caldeiro de
paredes de caniçada e revestimento
ferro está suspenso do testo com uma corrente; uma tigela de
numa armação de madeira,
enquanto os contrafortes externos
esteatita, outra de madeira e uma
escudela também de madeira
suportam o peso do telhado de
os móveis - apenas um tamborete
construída por volta de 870, tinha
ovelhano banco de terra erguido contra o muro. À maior parte das
salas, uma das quais continha um
palha. Esta casa de Hedeby,
estão junto ao lume. Sao escassos
uma sala central, entre outras duas
* coberto com uma pele de
forno de cocção.
É pessoas dormia no solo. Os dois
"
À esquerda. Esta reconstrução de
cidade da época viking, procedente
de centro da casa: uma fonte
*
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Abaixo. Este blocause de troncos horizontais com esquinas empalmadas é um dos muitos
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» pelasmulheres. O tear maior,
métodos diferentes de construção
seus pesos de pedra para om “cos
com madeira que se usavam na Escandinávia da época viking.
trançara urdidura (parte "en ix
= inferior esquerda), era utilizado
=para tecer lã; o menor fabricava
"as faixas mais estreitas de lã mais
“fina,
ou talvez de linho (este
| sra é ultivado na Escandinávia
nidional). Os alfinetes de o (parie inferior direita) eram
izados para ajustar o fio
enquanto se tecia. Os produtos
acabados eram alisados
egando-os sobre uma tábua iba de baleia com um orde vidro (abaixo). td
1
molhado. À soleira também pode ter suportado um chão de madeira, que desse modo teria estado separado e protegido da decomposição. As soleiras de pedra são muitas vezes toda a prova que resta dos edifícios numa povoação rural. Uma extremidade das casas-habitação era usada
como celeiro para armazenar os cultivos ou se dividia em estábulos para o gado. Viver debaixo do mesmo telhado que os animais proporcionava-lhes uma fonte de calor central bastante fétido. Desse modo se asseguravam também que os seus animais estavam a salvo dos ladrões de gado, pois o gado era uma riqueza. Os cômodos habitados da casa tinham uma lareira no meio do chão para
dar calor, luz e meio de cozinhar. Não havia chaminés, e
a fumaça da lareira saía pelas clarabóias do teto, que era coberto de palha, torrão ou tabuinhas de madeira, segundo a disponibilidade de materiais locais. Havia bancos ao longo das paredes. Geralmente eram parte integrante da estrutura e consistiam em montículos de terra aplanados e reforçados com vime por dentro. Havia poucos móveis mais, e os bancos serviam tanto de assento como de cama. Neles se faziam trabalhos manuais simples, como fiar, tecer e fazer cestos, mas algumas fazen-
das tinham edifícios separados para as atividades particulares. Em Saedding foi encontrado, por exemplo, uma forja, e muitas fazendas teriam um abastecimento semelhante para fazer e reparar as ferramentas essenciais. As cabanas de terra batida, que são uma característica das aldeias dinamarquesas do período viking, também podem ter sido utilizadas como oficinas para tecer, fazer cerâmica primitiva e trabalhos semelhantes. Os edifícios das cidades não necessitavam de espaço para armazenar o grão ou guardar o gado, sendo por isso menores que os do campo. Às melhores provas que temos de casas da cidade provêm de Hedeby, onde as
condições de submersão conservaram os alicerces e as
partes mais baixas das paredes de edifícios de madeira, e até a empena completa de uma casa, de cerca de 5 metros de altura. As casas de Hedeby eram retangulares, com cerca de 12 metros de comprimento por 5 metros de largura. As paredes eram feitas de postes verticais e cobertas por caniçada ou revestimento, € eram escora-
das do exterior por postes inclinados. Havia três com-
partimentos: o maior era a vivenda central, que conti-
nha a lareira, e os menores, um em cada extremidade,
proporcionavam espaço para o armazenamento e áreas de trabalho para os comerciantes e artesãos da cidade
que ocupavam essas casas. Uma das casas de Hedeby contém um forno num dos compartimentos menores, mas os fornos não eram frequentes na Escandinávia na época viking, como era também pouco comum uma cozinha independente. À maior parte da luz dentro das casas era proveniente do lume no compartimento central, possivelmente reforçada por lâmpadas de azeite, mas alguns postigos teriam deixado entrar um pouco de luz exterior. Bancos de terra com madeira na frente eram colocados ao longo das paredes junto à lareira; o chão era de terra batida. As sólidas portas de madeira podiam ser fechadas a chave. A vida doméstica A casa era o centro da vida viking. Ali se encontrava calor, alimento e refúgio. Os habitantes trabalhavam ali nas suas tarefas diárias e ali relaxavam com jogos de mesa, tocando música ou escutando as histórias contadas pelos poetas sobre os deuses e as façanhas dos antigos heróis. A vida decorria em volta da comprida lareira central. O lume de lenha raramente se apagava, mas, 63
O ócio Os jogos de apostas com dados foram jogados desde a antiguidade, e está claro que os vikings também relaxavam ou se excitavam desta maneira; os dados encontrados nos
túmulos da época viking são frequentemente grandes e oblongos.
Também
se encontraram
tabuleiros de jogo,
que incluem um de lado duplo procedente da embarcação- túmulo de Gokstad, na Noruega, bem como numerosas peças de jogos que combinavam a sorte com a destreza: alguns eram jogos de posição, parecidos com os três em linha, mas também se jogavam jogos de perseguição semelhantes ao da raposa e dos gansos. Um tipo de jogo de guerra em particular, que se jogava em toda a Escandinávia durante a época viking, era conhecido com o nome de Anefatafl. Segundo as muitas referências que dele se fazem nas sagas islandesas, parece que foi um jogo que exigia grande destreza, mas, apesar disso, não sobreviveu ao progresso do xadrez, que o substituiu no início da Idade Mé-
À direita. As peças do jogo eram
feitas de muitos materiais e de
todas as formas e tamanhos,
base lisa ou com pontos de
com
apoio, segundo o tipo de
tabuleiro. Jogos de peças que incluem “reis foram encontrados em túmulos da
época viking. Estes exemplares
variados foram achados na cidade sueca de Lund.
Abaixo. Entre os poucos instrumentos musicais que
remanesceram da época viking, estão as flautas, como esta de
Sigtuna, na Suécia. São parecidas
com a flauta de bico moderno, e foram feitas com ossos compridos de animais ou de pássaros, com números variáveis
de buracos para os dedos.
dia: as peças de xadrez, talhadas em marfim de morsa e
de origem escandinava, encontradas na ilha de Lewis,
nas Hébridas, pertencem ao século XII, no final do pe-
riodo nórdico. As regras do hnefatafl não estão registradas, mas os achados de peças de jogo e o conhecimento de jogos posteriores indicam que era jogado entre dois Jogadores que tinham forças desiguais e objetivos diferentes — um rei com um exército pequeno era atacado por um exército maior que tentava encurralar o rei. Os banquetes proporcionavam um entretenimento de interior para os que estavam mais desafogados financeiramente e eram ocasiões não só para beber e exceder-se em geral, mas também para escutar recitais de poemas e de histórias de escaldos profissionais, para a música e a dança. No entanto, pouco sabemos desta última. Encontraram-se poucos instrumentos musicais, porque eram feitos de madeira e outros materiais perecíveis, mas sabemos que eram tocadas a harpa e a lira, bem como flautas simples e flautas pastoris e um tipo de violino. As atividades ao ar livre incluíam provas de força e de destreza. À importância do treino com armas conduziu
naturalmente à competição em esgrima, lançamento de
dardo e tiro com arco. Os jogos de pelota eram jogados por prazer e também eram desfrutados pelos espectadores. As lutas de cavalos também eram muito populares: contendas em que cavalos de cobrição, especialmente
selecionados, seriam incitados a lutar um contra o outro a vista e ao odor de éguas presas pela arreata. As histórias islandesas fazem muitas referências a este esporte, uma vez que com frequência ele originava combates e lutas entre os proprietários opostos. Evidentemente, o relaxamento também podia dar-se em privado, em ocupações tão solitárias como tocar uma flauta ou talhar um pau. As crianças tinham os seus brinquedos, e alguns dos
que remanesceram, como armas de madeira e barcos de
brinquedo, indicam que elas se entretinham com jogos imitativos. Para os adultos, muitas vezes não havia nenhum limite definido entre o ócio e as coisas feitas a sério; os animais eram caçados tanto para alimento como por esporte, embora a nobreza tenha tido, como sempre, mais tempo para o último, e a falcoaria tenha sido uma ocupação reservada à aristocracia. Sabemos pelas sagas que a “natação e os jogos de tabuleiro” eram esportes que deviam ser ensinados a um jovem 7arl, ou conde.
À esquerda. A falcoaria era O
esporte dos nobres. Pode estar representada nesta aspa de cruz
do século X, uma escultura
anglo-escandinava de Sckburn, em Co, Durham — embora este cavaleiro, que leva o pássaro no pulso, debaixo de uma serpente, também tenha sido interpretado como uma representação do deus pagão Odin.
Parte superior direita. Esta pedra us
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“no tabuleiro” (at tafli): o jogo
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da decoração sugere que pode ter
sido feito em Dublin, no século X.
O número de espaços no tabuleir
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vos do cavalo. Estes cavalos mi pedra A esentados numa Uppland, na
madeira (à direita) foi encontrado num local irlandês nativo, em
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hnefatafl. O tabuleiro de hnefatafl de
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do século XI
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65
A VIDA QUOTIDIANA quando necessitava ser novamente reativado, batia-se
uma pederneira contra um degrau. À carne e o peixe constituíam a maior parte da dieta. Aos animais domêsticos (vacas, ovelhas, porcos, cabras e aves de capoeira)
juntavam-se a caça e as aves silvestres.
;
Tanto a carne como o peixe eram defumados, secos ou salgados no verão e no outono para garantir provisões suficientes para os longos meses de inverno. A carne era cozinhada principalmente em toscas vasilhas de barro ou tigelas de esteatite colocadas nas brasas do lume, ou num caldeiro de ferro suspenso sobre as chamas com uma corrente também de ferro. Faziam-se garfos de ferro para retirar a carne do líquido fervente. Ocasionalmente uma peça de carne especialmente tenra podia ser assada num espeto.
;
Introduz-se a chave
na parte inferior da fechadura.
particularmente no Sul da Escandinávia, e eram muitas
A chave se encaixa
vezes feitos de pedra de lava importada da Renânia, na Alemanha. O pão era ázimo e seria cozido ao fogo numa placa de metal ou de pedra para ficar bastante espesso. Os legumes eram cultivados nos campos em volta, e as bagas e outros frutos eram colhidos nos bosques ou eram importados. O achado de caroços de ameixa em fossos de lixo em Hedeby sugere que eram trazidas da Europa Central, por exemplo. O queijo era feito com
nos dentes da mola,
leite de vaca, de cabra e de ovelha, talvez sobretudo
como um modo de aproveitamento do excedente. Os pratos eram lavados com grandes quantidades de cerveJa, feita de cevada, e de hidromel, feito de mel fermentado e água. Também se fazia bjorr, possivelmente um licor preparado com suco de fruta fermentada. Os copos teriam sido de madeira ou de cerâmica; os chifres para beber também eram usados. As vasilhas de vidro importadas só teriam sido usadas por estratos superiores da sociedade. As malgas, as tigelas, as colheres e as panelas eram de madeira, e quase todas desapareceram, porque se decompuseram ou porque os objetos de madeira quebrados teriam sido lançados ao fogo, como fon-
A chave desliza e
empurra os dentes da mola para cima, abrindo a fechadura.
te cômoda de combustível. Conservaram-se, no entanto,
bém foram fabricados por carpinteiros especializados. Dos bens mortuários encontrados em túmulos funerários reais e aristocráticos, podemos deduzir que muitas mansões aristocratas eram mobiliadas com mesas, bancos de madeira ou cadeiras e possivelmente até com camas: uma cadeira e camas, por exemplo, foram encontradas junto com a rainha do século IX em Oseberg, na Noruega. Foram também encontrados fragmentos de tapeçaria. No entanto, a gente comum tinha poucas posses como
essas, contentando-se com tamboretes e arcas nas quais guardavam a sete chaves os objetos de valor (como jóias, prata e roupa). Envoltos em cobertores ou peles, não dor-
miam em camas, mas em bancos fixos: quanto mais perto da lareira, mais elevado era o seu status em casa.
Na maioria das casas, ocupando um lugar contra a pa-
rede,
teria estado o tear vertical de pesos e urdidura
para tecer a roupa de lã usada pela família, e também para fazer as velas dos barcos vikings. Por serem de madeira, nenhum tear da época viking remanesceu completo. No entanto, há muitos exemplares de pesos de argila cozida ou de pedra que mantinham os fios verticais (a urdidura) esticados.
chaves eram COITeEntes : o Escandináv ia durante Rã
séculos XLe XII, e dali
à Islândia e à Groenlãn dia Crra,
ramente de trigo. A farinha era moída a mão com pedras de amolar circulares ou pequenos moinhos manuais. Estes remanesceram em grande quantidade e
membros da casa, mas algumas vasilhas foram feitas com torno, dando a entender que alguns bens da casa tam-
ediça. Estas fe C hadur.e
chegaram também à Inglat
O pão era feito de cevada, centeio e legumes, mais ra-
alguns exemplares em terra alagada. À maior parte tem a aparência de ter sido talhada a mão, provavelmente por
À esquerda. Se ção de um cadeado de caixa com em forma de T para ab E fio 5 tura Como se usav “ a co ma form a característica de uma Cha corr
Também
se faziam tecidos de tábua, com pequenos
bastidores de madeira ou de cornadura retangulares, para fazer correias, tranças e faixas de motivos complexos para decorar a roupa. À tesoura para a roupa e o pente utilizado para cardar a lã antes de fiá-la eram de ferro; as espirais que dobram o fuso de madeira com o seu peso eram de ferro, de cerâmica ou ocasionalmente de âmbar.
As agulhas e os alfinetes eram de ferro ou de osso, e as mulheres os tinham muitas vezes dentro de pequenos recipientes cilindricos que penduravam nos seus broches. Alguns objetos de vidro em forma de bolo encontrados em túmulos de mulheres podem ter sido usados para alisar rugas, e também se sugeriu que as placas de barba de baleia talhada, quase sempre encontradas em
túmulos de mulheres ricas, eram utilizadas como tábuas para alisar ou plissar a roupa. À fiação, o tecido e a cos-
tura mantiveram ocupadas as mulheres quase constantemente. O achado de peças de jogo feitas de osso, cornadura, vidro e âmbar prova que o homem tinha mais tempo para relaxar. O Anefatafl, um jogo parecido com o de damas, era muito jogado. Encontraram-se animais, barcos, espadas e piões de madeira em muitos sítios, o que demonstra que as crianças tinham jogos simples. Numerosas representações de mulheres e de homens indicam que ambos os sexos usavam cabelo comprido;
q
A VIDA QUOTIDIANA
O vestuário As distinções sociais, que são evidentes em tantos aspec-
É À direita. Estilos opostos de
tos da vida da época viking, refletiam-se no tipo de roupa
roupa masculina: (parte superior) um homem
que os homens e as mulheres usavam: o estilo e o corte
alta usa um casaco de linho
das mesmas peças de roupa, os panos usados e a qualida-
não tingido e umas calças folgadas até aos joelhos, de fio
de dos broches ou enfeites que as seguravam determina-
de urdidura fina. A sua capa
vam claramente a riqueza e a posição social da pessoa que os usava. Os acessórios, sendo de metal, foram recuperados em grandes quantidades dos cemitérios e povoações da época viking que foram escavados, mas os restos do tecido são muito mais difíceis de conseguir. Podemos saber algo graças às marcas de pano deixadas, como parte do processo de fabricação, no dorso dos broches de ferro fundido, mas os melhores indícios que temos provêm de uns fardos de roupa abandonados, que
se encontraram conservados no lodo do porto de Hedeby; tinham sido utilizados como material de embalagem
ou talvez para alcatroar os barcos. Proporcionaram uma fonte extraordinária de informação sobre os diferentes
tipos e qualidades de pano na época vikinge os métodos de confecção. As modas mudavam lentamente naqueles tempos, razão por que podemos ter certeza de que os estilos reconstruídos a partir deste achado representam o conjunto da época viking.
da classe
de lã retangular é segura no
ombro direito. Outro homem rico usa um blusão cortado e cintado, adornado com pele, sobre uma camisa de linho.
Umas faixas de pano (pultees) apertam as calças abaixo dos
joelhos (no centro). À roupa de um escravo ou de um criado
era feita de pano de la toscamente tecida. Era roupa
folgada, desenhada para o trabalho (parte inferior). Acima, Os broches e os enfeites de bronze eram usavados nos
9PST
(pes
ombros para segurar as capas dos homens, € por vezes eram
de prata, com desenhos
trabalhados. Este exemplar de bronze procedente da Dinamarca é bastante pequeno, e é enfeitado com cabeças de tres vikings com o cabelo
penteado e os bigodes caídos.
À direita. Os pares de broches ovalados eram parte integrante do aparato feminino e são os
mais correntes de todos os que se encontraram da época
viking. À maioria era de bronze
de muito má qualidade, com
desenhos simples; outros = como O par que aqui “apresentamos — eram dourados e decorados com desenhos
complicados de animais. Na sua
parte inferior, há uma saliência perfurada que permite pendurar colares entre eles. À broche
em forma de trevo segurava uma
peça de roupa exterior.
«Abaixo. Tanto o homem como a mulher usavam sapatos de
couro abertos, com uma forma semelhante à das sapatilhas. Os “homens também usavam botas
“altase baixas atadas na frente é
do lado. O material mais
Corrente era a pele de vaca, mas
“as botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra.
À direita. Três broches seguram o
vestido da mulher de alta posição
social (acima): o do pescoço aperta
a túnica de mangas compridas, que
vai até os tornozelos, de linho,
elegantemente plissada, enquanto
o par que faz um jogo segura as
alças do vestido com peito ajustado, comprido até a barriga da perna. A roupa de rua dos ricos era
quente e impermeável (abaixo).
Esta mulher veste uma peça de roupa exterior de mangas
compridas de lã de boa qualidade, que pode ter sido acolchoada com
penas Muitas vezes, costam-se adornos de trança com cores que contrastavam, incorporando por vezes muitos fios dourados, à volta
do pescoço e sob a parte da frente.
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alguns homens o usavam enrolado num carrapito na nuca, outros o cortavam, enquanto as mulheres por vezes arranjavam as compridas madeixas soltas em estilos bastante complicados, apanhando-as sobre a cabeça. Os pentes encontrados em abundância nos lugares escavados sugerem que aquela gente dispensava cuidado e atenção ao seu cabelo, talvez com o propósito de erradicar os piolhos. Os homens costumavam cuidar com esmero da barba e do bigode. Usavam calças e uma túnica comprida coberta com uma capa, enquanto as mulheres
vestiam múltiplas camadas de roupas compridas até o tornozelo, tanto de lã como de linho. Um só alfinete de cabeça de aro ou um broche em forma de aro segurava as capas dos homens no ombro, e as roupas das mulheres eram mantidas no lugar com um par de broches (ge-
ralmente ovalados, embora os estilos variassem de uma
região para outra), um em cada ombro, além de outro no pescoço. Os costumes funerários Durante muito tempo os povos escandinavos conservaram suas crenças religiosas tradicionais. Prestavam culto a deuses pagãos e enterravam seus mortos segundo os rituais pagãos, e os objetos que eram enterrados com o morto com, supomos, propósitos religiosos são hoje
uma fonte de informação incalculável sobre o seu modo
de vida. Os vikings praticavam dois tipos de enterros: a cremação e a inumação. Em ambos, o cadáver parece
ter sido enterrado com a roupa do dia-a-dia, e estava normalmente provido das posses pessoais e dos utensilios que teria usado em vida. Por vezes o cadáver era enterrado dentro de um barco ou de um carro. Isto nos leva a supor que se considerava necessário algum modo de transporte para levar o defunto para o outro mundo, e o enterro com
cavalos
(encontrado
sobretudo
na
Dinamarca e em Birka, na Suíça) pode sugerir o mes-
mo. No entanto, parece estar claro que o enterro com barco ou com carro era reservado às pessoas ricas € pode simplesmente ter sido a maneira de realçar a alta posição social e importância do defunto. Nas comunidades rurais da Noruega e do Leste da Suécia Central, a cremação era a forma mais comum
de
enterro até o final do período. As câmaras de cremação nos túmulos agrupam-se em volta das fazendas da época viking, geralmente em afloramentos rochosos. Como estes lugares não são adequados para o cultivo, os túmulos não foram destruídos pela agricultura atual e ainda hoje lá estão claramente visíveis. A falta de escavações que estabeleçam a presença de edifícios agrícolas (só empreendidas recentemente na Suécia e ainda quase desconhecidas na Noruega), esses túmulos fornecem a única indicação das localizações das fazendas da época viking. Por conseguinte, foram usados para localizar com toda a precisão centros de população e calcular o número de habitantes, particularmente na região de Malaren, a leste da Suécia Central, sugerindo que a população pode ter aumentado 50% na época viking. Na maioria dos casos, o corpo que ia ser incinerado era vestido e adornado com jóias e broches de enfeite ou de utilidade, e era incinerado numa pira. Os ossos in-
cinerados e as jóias fundidas eram recolhidos, e dispu-
nha-se deles de várias maneiras, dando a entender que se observavam vários rituais religiosos. Na Suécia Central, por exemplo, os restos queimados eram geralmente separados cuidadosamente da cinza e do carvão da pira funerária e eram colocados num recipiente de cerãmica, que era então depositado num buraco cavado na terra; em algumas regiões da Finlândia, eram espalhados pela terra. Os restos incinerados, enterrados ou espalhados, eram cobertos com um montículo de terra ou
Acima. Estes túmulos funerários
|
marcam um dos cemitérios que
rodeiam a cidade da época viking de Birka, na Suécia. Os costumes
funerários variavam, regional € socialmente, durante a época
vikingna Escandinávia, e praticavase
tanto a cremação como a
inumação. Estima-se que há cerca de 3.000 túmulos em Birka, dos
quais cerca de 1.100 foram
escavados; muitas deles contêm
abundantes bens mortuários,
que deram muita luz sobre
as vidas e aúvidades dos ocupantes
das povoações.
Páginas 70-71, Alguns dos Cárinos
da época viking mais esplêndid
são as embarcações-túmulo, mê
a colocação de pedras em forças
ona de barco pode ter proporc uma alternativa simbólica.
rte 0 Estas colocações fazem pa je cemitério de Lindholm He
no Norte da Jutlândia. Os
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contornos de pedra que ll drados m círculos, qua he compreende crem e triângulos rodeiam às
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OCEANO ÁRTICO
Cemitérios da época viking na Na ERC pré-cristã na
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os de cremação e os de 10; OS primeiros Noruega e na maior parte da Suécia e da Finlândia,
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cram marcados simplesmente com pedras, que eram colocadas de modo diferente segundo a localidade, indicando uma vez mais as diferentes práticas religiosas. Em Lindholm Hgje, no Norte da Jutlândia, por exemplo, e em outros lugares, muitos dos túmulos são marcados com disposições de pedras em forma de barco Na Suécia Central podem ser marcados por túmulos circulares, ou por colocações triangulares de pedras, por vezes com lados côncavos. A influência viking sueca é evidente nas ilhas Aland,
onde há cremações nos túmulos, mas na Finlândia há uma fusão de tradições e práticas. No sudoeste, os bar-
cos funerários eram correntes, mas não se ergueram túmulos sobre os restos incinerados, que se espalhavam
simplesmente pela terra. Mais para o interior, as cremações e Inumações eram cobertas com montes de pedras
e de terra. À inumação tornou-se algo corrente no Su-
doeste da Finlândia no século XI, talvez indicando a apropriação de costumes cristãos, mas os bens mortuá-
rios continuaram a ser enterrados nos túmulos finlandeses por mais um século. A cremação dos corpos também era algo comum nas cidades da época viking da Noruega, Dinamarca e Suécia. Os cemitérios, que por vezes compreendiam grande
número
de túmulos, ficavam perto da povoação.
Em
Birka, por exemplo, conhecem-se pelo menos 3.000 tú-
mulos dos 200 anos de existência da cidade (nem todos são cremações), e pode ter havido até 7.000 enterros em
Hedeby. Outras povoações vikings, como Kaupang, no Sudeste da Noruega, são igualmente rodeadas de imensos campos de túmulos. E muito provável que Ribe, na
Dinamarca, também fosse rodeada de cemitérios, mas
até agora só se acharam alguns túmulos. A prática da inumação suscita uma série de perguntas dificeis de responder. Com a introdução do cristianismo, foi substituída gradualmente a cremação em todos os lugares, mas sabemos que foi adotada por alguns povos escandinavos por volta do início do período viking.
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cluem dos quais três (que in ram o quart elegante exem plar) fo Ee magnificamente talhados; simp é um modelo corrente
A VIDA QUOTIDIANA
Na Jutlândia Meridional, onde prevaleci a a inumação, isto pode ter sido resultado de influências das terras cristianizadas do sul, mas nas outras regiões o seu uso é mais
problemático. Por exemplo, por que razão a popula ção da ilha báltica da Gotlândia recorreu a este rit o essencialmente estrangeiro? Provavelmente nunca o saberemos. Embora a inu mação se praticasse tora dessas regiões principais, as provas arqueológicas indicam que era um rito confinado às cla sses superiores da sociedade, ou a estrangeiros. O último caso era mais evidente nas cidades da época viking; os estrangeiros traziam consigo os seus próprios rituais e crenças
religiosas. Algumas
das melhores
provas que
temos de túmulos de inumação provêm das cidades de
Birka e de Hedeby. Na primeira, os comerciantes vinham sobretudo do leste, da Rússia ou até de mais longe. Se os comerciantes tinham a infelicidade de morrer em Birka, eram enterrados segundo os costumes da sua pátria. E quase todos eram enterrados juntos no seu próprio ce-
mitério, perto da fortaleza que dominava a cidade.
As escavações em Birka no século XIX encontraram
numerosos túmulos do tipo chamado “túmulo de câmara”. Cavava-se um buraco na terra e escorava-se com madeira. Colocava-se depois o corpo do defunto, completamente vestido, na câmara, rodeando-o de objetos de uso quotidiano. Por vezes, metiam-se cavalos nesses túmulos, e não se conhecem sacrifícios humanos. Encontraram-se túmulos de câmara igualmente ricos em Hedeby, e o costume de enterrar corpos em câmaras subterrãneas foi muito comum em toda a Jutlândia, especialmente
no século X. Esses enterros são as inumações
mais impressionantes que se conhecem na Escandinávia da época viking, mas também se encontraram outras formas de inumação. Os corpos eram enterrados em ataúdes, metidos em buracos na terra, ou talvez envolvidos
numa mortalha de casca de álamo-branco. Como os corpos e o seu equipamento não eram incinerados, os objetos de metal enterrados com eles estão muitas vezes em excelente estado de conservação. Os enterros descritos anteriormente contêm os restos de homens e de mulheres comuns (alguns mais ricos
que outros), que pertenciam à comunidade agrícola ou mercantil. À riqueza impressionante de objetos encontrados nos enormes túmulos funerários de pessoas reais ou aristocratas já foi descrita num parágrafo anterior do
livro. Em fins do século X, o costume de enterrar com ri
cos bens mortuários tinha desaparecido na Dinamarca, e se estava tornando cada vez menos comum em outros lugares (diferentemente da Finlândia), sem dúvida como resultado do triunfo final do cristianismo sobre a região pagã. A partir de então, a prática da inumação nos túmulos orientados de leste para oeste e sem equipamento acompanhante prevaleceu em toda a Escandijá não servem de fonte de informanávia, e os enterros ção sobre a vida quotidiana e a morte.
Viagens e comunicações
Na Escandinávia da época viking, as vias de comunica-
ção eram, evidentemente, marítimas, ao longo dos ex-
tensos litorais da Noruega e da Suécia e passando por entre numerosas ilhas junto às suas costas. Os portos naturais ao longo das costas proporcionavam enseadas seguras de noite, facilitando o transporte marítimo, e os sistemas de lagos e de rios podiam ser utilizados para avançar pelo interior, dentro dos centros de povoamento. As extensões de bosque impenetrável, os pântanos e as montanhas eram numerosos obstáculos para viajar por terra em grande parte da Escandinávia. No entanto,
os vikings viajavam por terra quando era necessário, O
que
era mais fácil no
inverno,
sobretudo
no
norte,
quando a terra úmida e pantanosa gelava e se podiam usar trenós, esquis e patins.
Conhecem-se vários tipos de trenós. O mais simples e ligeiro era o trenó de esquis, que consistia num corpo ligeiro montado sobre esquis e puxado a mão. Foi utilizado para transportar cargas leves e compactas, como as peles de animais caçados nas regiões setentrionais da Suécia, Noruega e Finlândia. Os trenós mais pesados eram usados para transportar mercadorias mais volumosas. Eram puxados por animais de tiro, como cavalos ou bois, cujos cascos eram guarnecidos de pregos de ferro ou ganchos para que não resvalassem nas superfícies geladas. Encontraram-se exemplares destes trenós robustos nas naves funerárias de Oseberg e Gokstad. Os esquis eram utilizados no Norte da Escandinávia
já desde a Idade do Bronze. Conhecem-se pelo menos 100 exemplares de todos os períodos pré-históricos só na Finlândia, e cerca de 30 deles remontam ao período viking. Para fazer os esquis, eram escolhidos pinheiros, que podiam ter até 2 metros de comprimento, dado que
—YF A VIDA QUOTIDIANA À esquerda, Os Patins de « se
usavam sob Fe q gelo | e Que são achados COTT Ente
de Lund. Faziam -se m
Tal
etatársicos de elos:
e alavam-se ag pé co
couro. O patin ador tom impulso para a frente e de um bastão que,
Possuía uma po por Vezes, nta d Ç ferro,
as resmas naturais da madeira lubrificavam a parte inferior para que deslizassem mais suavemente sobre a terra coberta de neve. Os patins eram feitos de ossos compridos de cavalos, vacas ou alces, e eram aplanados na superficie e atados aos pés. Não eram como os patins que conhecemos hoje, mas como esquis muito curtos que eram colocados diretamente debaixo dos pés. O patinador impulsionava-se sobre o gelo com dois paus com uma conteira de ferro. Em outras épocas do ano, quase toda a gente teria viajado a pé, exceto os ricos e as pessoas importantes, que o faziam montados em cavalos. O equipamento equestre — com estribos, esporas e bridas — fazia normalmente parte dos bens mortuários nos enterros de alta posição
social. As bridas de couro decompuseram-se, deixando apenas as armações, que muitas vezes eram de bronze dourado marcado com adornos para que contassem onde tinham estado. Também se encontraram os adornos de arcos de arneses de madeira, provavelmente para engatar os cavalos aos carros, Construíram-se estradas para a viagem por terra. À Estrada do Exército, que percorre a península da Jutlândia, é o melhor dos exemplos que remanesceram. Percorre as terras mais altas junto à linha divisória das águas, e aproxima-se do que se poderia chamar uma “estrada geral” ou auto-estrada de hoje, embora quase toda a sua extensão fosse um caminho sem revestimento. O revestimento das estradas (quase sempre de madeira) só era colocado em regiões difíceis, como as terras pantanosas, e na sua forma mais simples consistia em tojos e
de suporte nas suas fundações, e uma incalculável quantidade de madeiras formaram a sua superestrutura. Não pode ter sido uma ponte típica daquela época. À quantidade de riqueza e de mão-de-obra que implicou a sua construção sugere que foi construída com um objetivo específico, provavelmente pelo rei Haroldo Dente Azul para realçar a entrada do seu centro real. Conhecem-se outras pontes da Suécia do século XI. São quase sempre marcadas por pedras runas que relatam a construção da
ponte, muitas vezes por uma mulher, em memória do fi-
lho ou do marido, ou — como no caso da ponte de Iarlabanki, em Taby, na Suécia Central — por um latifundiá-
rio para destacar o seu prestígio local. Essas pontes são o que hoje chamaríamos terraplanagens, um caminho elevado de pedras, coberto com areia ou seixo que proporciona um caminhar seco através de uma corrente de água ou de uma zona pantanosa. É interessante o fato de o número destas “pontes” ter aumentado depois da introdução do cristianismo no final do período viking: Talvez não tenhamos encontrado ainda muitas pontes anteriores, mas parece mais provável que com o cristianismo organizado veio a necessidade de melhorar as comunicações entre as igrejas e os centros missionários. Barcos e construção naval
Uma forte dependência da viagem e do transporte marítimo levou os vikings a tornar-se hábeis construtores de
barcos e excelentes marinheiros. As suas embarcações
ramos espalhados para criar uma superficie bastante estável. Em outros casos, podia ser feito com troncos de
variavam de barcos de guerra compridos, estreitos e de pouco calado a barcos mais robustos (ou bastante fortes para suportar o bater das ondas e do vento) que levaram os colonizadores e a sua bagagem para oeste, para as
Em toda a Escandinávia, os numerosos rios e nascen-
carga mais robustos. Também se construíam diferentes barcos de pesca, ferryboats e barcos para as viagens pelo
árvore apertados uns contra os outros, ou até com madeiras bem trabalhadas.
tes que correm através da paisagem tinham de ser atravessados pelo viajante. Até finais da época viking, os vaus e as terraplanagens foram a maneira mais corrente de cruzá-los. As pontes não parecem ter sido construídas até fins do período viking. A ponte de Ravning Enge, cerca de 10 quilômetros a sul do centro real de Jelling, na Jutlândia Central, construída em 980, é uma estrutura surpreendente. Tem 700 metros de comprimento, 5 metros de largura, e podia suportar um peso de 5 toneladas. Utilizaram-se mais de 1.000 postes de carvalho 74
ilhas do Atlântico Norte, e ainda os barcos mercantes de
interior. À enorme diferença em velocidade e comodi-
dade entre as viagens por mar e por terra é resumida pelo clérigo alemão Adam de Bremen, ao escrever sobre a Suécia por volta de 1070. Ele relata que o tempo de na-
vegação de Skâáne, na Suécia Meridional, a Sigtuna, no
lago Málaren, foi de cinco dias, e que a viagem por terra durou um mês. Grandes ou pequenos, os barcos vikings tinham várias características em comum. Os cascos eram construidos com tábua trincada, feita de pranchas sobrepostas que
es
A VIDA QUOTIDIANA eram unidas com rebites de ferro e calafetadas para tor-
ná-las estanques, geralmente com betume e pêlos de animal. Os cascos eram feitos sobre uma quilha comprida e profunda, que formava a armação do barco: uma sobrequilha
(ou reforço do mastro)
era colocada por
cima daquela para suportar a base do mastro. Os talhaPErRPA eT o
popas curvavam-se com elegância; nos barcos
mais prestigiados, as proas terminavam em cabeças de
dragão feroz ou em espirais adornadas com acessórios
de metal. Os lemes eram enormes remos. seguros ao lado de estibordo da popa e manuseados pelo timoneiro através da cana. Utilizavam-se tanto as velas como os remos para mo-
ver os barcos, e por vezes as duas coisas ao mesmo tempo. O gênio dos vikings era combinar os dois métodos
com um casco realmente apto para navegar: o casco de um barco a vela tem de ter uma maior largura e os lados mais altos que um navio movido só a remos. Este problema foi resolvido com a introdução da quilha, que dava força, estabilidade e flexibilidade ao barco. Além disso, a invenção do mastro de vela que podia ser içada ou
arreada, enquanto o barco estava em movimento, impli-
cou que os barcos dependessem menos dos caprichos do vento. As velas foram introduzidas a partir do longín-
Abaixo. Este par de estribos
adamasquinados com prata e cobre provêm da sepultura de um cavaleiro esplendidamente equipada do Norre Longelse, em
o achado casual de barcos nos túmulos, como ruínas, ou
Langeland, Dinamarca. Embora geralmente os arreios do cavalo corrente nas sepulturas da época viking em toda a Escandinávia, os estribos e
submersos em portos onde um dia fizeram parte das defesas. Em Skuldelev, no fiorde de Roskilde, na ilha dina-
não abundam tanto,
sendo artigos da classe social alta.
A maior parte data da última parte
do período.
O
E
meg)
quo Sul da Europa exatamente antes do início da época viking. Nas pedras decoradas da Gotlândia, que remontam aos séculos VII e VIII, há representações de barcos com velas quadradas e retangulares, e não há razão para supor que estas se diferenciavam das velas usadas pelos vikings. Contudo, já não resta nenhuma. As provas das variedades dos barcos vikings procedem
)
1. GalZE Ra
marquesa da Zelândia, por exemplo, cinco barcos foram afundados como parte de um bloqueio através da boca do fiorde no início do século XI. Dois deles eram barcos de guerra, e, juntamente com outro encontrado nas ruínas fora do porto em Hedeby, proporcionaram uma informação valiosa sobre este tipo de embarcações. Os três são de pouco calado, compridos (um de Skuldeley media 30 metros) e estreitos, com provisões para uma viagem. O mais importante é que está claro que tinham assentos para 18 pares de remadores, e é evidente que se fazia avançar os barcos fundamentalmente com os remos, mas eles também tinham uma vela que se podia içar ou arriar à vontade. Os remos aumentavam a velocidade, mas também tornavam o barco mais maleável
durante manobras delicadas como varar ou atracar. Era o tipo de barco que os vikings teriam usado para os seus ataques surpresa aos mosteiros da Europa Ocidental. O bloqueio de Skuldelev também continha as ruínas dos barcos mercantes. O maior tinha 16,5 metros de comprimento, era feito de madeira de pinho e era capaz de carregar cerca de 40 toneladas; pode ter transportado peles e outras mercadorias dos centros mercantis da Escandinávia para mercados do oeste. Foram encontrados restos de outros barcos mercantes parecidos em Askeskãrr, na Suécia Ocidental, e em Kalstad,
perto de Kaupang, no Sudeste da Noruega, e no porto
de Hedeby. Todos os barcos eram mais largos, em proporção com o seu comprimento, que os barcos de guerra, tinham um porão que podia armazenar mercadorias, e dependiam das velas mais que dos remos para à sua impulsão. A velocidade não era essencial. O que realmente era necessário eram barcos facilmente manobráveis que pudessem atravessar o mar sem naufragar ou afundar: os remos só eram necessários quando o barco entrava no porto e tinha de ser atracado junto ao mo-
lhe. O barco de Askeskãrr, por exemplo, só dispunha de um par de remos. Estes barcos eram concebidos para navegar nas águas costeiras em volta da Escandinávia e no alto-mar para ocidente. Os guerreiros e comerciantes que saíam para leste pelos rios da Rússia até Bizâncio e ao mar Cáspio necessitavam de embarcações menores e mais ligeiras que esses barcos robustos, e que pudessem ser retiradas da água e levadas ou rebocadas em rotas especialmente
construídas, que consistiam em barrancos pouco pro-
fundos revestidos de madeira para evitar rochas e outros
obstáculos semelhantes. A grande maioria das embarcações utilizadas pelos vikings não eram os barcos de guerra nem os barcos mercantes, ambos de longa distância, mas uma variedade de pequenos barcos concebidos para a pesca ou o transpor te de gente, mercadorias, notícias locais ou mexericos de uma povoação para outra; alguns navegavam ao longo da costa, mas a maioria ia e vinha pelas rotas navegaveis de lagos e de rios do interior. Surpreendentemente, temos muito poucos indícios destas embarcações, mas encontrou-se um pequeno barco de pesca ou ferry-
boat em razoável estado de conservação em Skuldeley, e
o barco no túmulo de Gokstad tinha a bordo três pequenos botes a remo, incluindo um faering de quatro remos. Este não media mais de 6,5 metros de comprimento. Também foram encontrados restos fragmentários de pequenos botes em embarcações-túmulo na Noruega, na Dinamarca e na Suécia. Uma delas — um pequeno bote a remo com cinco pares de remos, do cemitério de Valsgárde, na Suécia Central — foi reconstruída e submetida a testes. Outras reconstruções semelhantes ajudaram os especialistas a descobrir coisas sobre o modo como eram construídos os barcos vikings e como eram aparelhados para navegar de vento em popa e virar de bordo. Por exemplo, dois dos barcos encontrados em Skuldelev foram meticulosamente copiados e longamente experimentados no mar. Em fins da década de 1980, uma réplica de um barco encontrado em Tingstâde Irásk, na Gotlândia, que bem
pode ter navegado pelos rios russos, foi construída e navegou, avançou com remos e seguiu com êxito até Bizâncio (atualmente Istambul) na Turquia, uma viagem que durou cerca de três meses. Infelizmente, não se achou ainda nenhum
estaleiro
da época viking, mas as escavações arqueológicas trouxeram ao nosso conhecimento locais onde se davam as re-
parações de barcos. Em um deles, localizado em Paviken, na ilha da Gotlândia, encontraram-se vestígios de
uma “doca seca” na qual os barcos podiam atracar enquanto se faziam os consertos, juntamente com numerosas ferramentas e rebites de barco. Foi explorado um lugar particularmente interessante no rio de Fribrgdre,
na ilha dinamarquesa de Falster. Muitas madeiras frag-
mentárias de barco ali descobertas indicam que este lugar era uma oficina de abate de barcos; as madeiras re-
cuperadas dos barcos velhos seriam provavelmente utilizadas de novo para reparar outros barcos. Localiza-
se no extremo leste da Dinamarca, perto da costa báltica meridional, uma região que dá mostras frequentes de influência eslava. Podemos verificá-lo em Fribradre, por
exemplo, no uso de cavilhas de madeira para reforçar os
encaixes, um método que os eslavos preferiam ao dos pregos de rebite, geralmente usados pelos construtores
de barcos escandinavos. Uma pequena embarcação en-
contrada em Hedeby que mostra uma combinação se-
melhante de técnicas de construção escandinavas e esla-
vas foi provavelmente construída no Báltico Oriental.
75
Os barcos vikings Os barcos não representavam apenas um meio de transporte corrente para os vikings: a sua importância manifes-
ta-se no papel que desempenharam nos rituais religiosos
da época viking. A gente de alta posição social era fre-
quentemente enterrada nos seus barcos. Foi a escavação de alguns dos grandes túmulos funerários da Escandiná-
via no século XIX que começou por revelar aos olhos modernos o esplendor e a perfeição do barco viking. A embarcação magnífica, descoberta na sepultura do século
mulo funerário do século IX em Gokstad, também na No-
ruega. Este era provavelmente o tipo de barco usado pelos primeiros vikings para atravessar os mares para as suas
novas terras a ocidente. A autêntica diversidade dos barcos da época viking foi demonstrada em 1957, quando em Skuldelev, na Dina-
marca, se recuperou um grupo de barcos no fundo do fiorde de Roskilde, onde permaneciam desde que ti-
nham sido deliberadamente afundados no século XI para formar um bloqueio. As diferentes formas indicavam que dois deles eram barcos de guerra, enquanto outros tinham funções especializadas, como cargueiros, barcos de pesca ou ferryboats. Conservavam-se pormenores
suficientes para sugerir como tinham sido construídos os barcos de Skuldelev, proporcionando informação sobre o tipo de madeira escolhida, a sucessão das etapas de construção (mostradas no desenho na parte superior da página seguinte) e as técnicas de carpintaria utilizadas. Também se tornou possível deduzir como tinham sido seguros
os mastros, e a provável forma e tamanho das velas (ver o
desenho de Skuldelev 3, na parte superior direita).
Os recentes testes marítimos com reconstruções de
tamanho natural de três dos barcos de Skuldelev demonstraram como se conduziam bem com o remo ou com a vela.
Acima. O barco de Gokstad, do
século IX, pode ser visto no Museu
trabalhado e foi encontrado em
melhor estado de conservação. A
do Barco wiking em Byvgdey, próximo
sua navegabilidade foi demonstrada
barco de Oseberg. Embora o barco de Gokstad seja menos ornamentado, é magnificamente
1880, quando uma réplica navegou da Noruega à América, atravessando as águas agitadas do Atlântico Norte.
de Oslo, o qual também conserva o
76
pouco depois do seu achado em
os barcos de guerra vikings,
para deixar espaço para a carga. O convês nas extremidades
era para a vigia (da proa) e o
timoneiro (na popa). Havia pouca proteção para a tripulação, mas a carga ia provavelmente coberta com couros.
mulher de alta posição social
em Oseberg nunca foi destinado a atravessar o Atlântico. No entanto, facultou numerosos
indícios sobre a construção naval
viking. Um traço característico de
todos os barcos viking era o casco
Vela
Mastro
Cordame
Estai Figura de proa Leme
Buracos para os remos Cordame Espaço para remos e botalós Suporte do mastro
proa e na popa. O calado ligeiro
até quando estava carregado, permitia ao barco entrar pela margem e pelos rios pouco profundos, e a quilha profunda
e as madeiras do fundo inclinado reduziam o desvio quando se navegava contra o vento.
E
funerário do século IX de uma
mares curvos da mesma altura na
ma
conhece pelo nome de Skuldelev >, nham o vau mais largo que
de forma simétrica, com os talha-
e
não há nada que supere o barco encontrado em outro tú-
especializados, como o que se
Abaixo. O barco magnificamente decorado encontrado no túmulo
7
interior. Quanto à habilidade para a construção naval,
Acima. Barcos mercantes
don OU má
te um “iate real”, desenhado para as águas costeiras e do
co =]
(à direita), era essencialmen-
SO
IX de Oseberg, na Noruega
Acima. À forma e curvos dos barcos com pranchas de uniam na quilha.
os talha-mares obtinham-se madeira que se O casco era
feito com prancha trincada a começar da quilha e dos
talha-mares, seguros com pregos
de ferro. Todas as cavernas eram presas depois ao casco, mas não à
quilha, para conseguir mais
capacidade de manobra. A parte inferior do mastro era reforçado
com um suporte pregado à
quilha. Nos barcos mais antigos, o mastro era reforçado com
grossa caverna conhecida como suporte do mastro.
717
viking. Foi, por exemplo, a evolução de um sistema de
mi die mm md e | Ear e me pingo
comércio bem organizado, com rotas internas centradas
em pontos de reunião e embarques, o que proporcionou o estímulo para um desenvolvimento urbano precoce. Antes disso, a maior parte das pessoas vivia em pequenas povoações predominantemente agrícolas. As primeiras cidades na Escandinávia eram lugares com
uma
concentração
de população
relativamente
dpi
a
E
densa, que ganhava a vida através do comércio e da fabricação de mercadorias concebidas principalmente
borg, próximo de Gudme,
provavelmente em relação
com o seu papel como centros de culto. Isso pode refletir a falta de comércio em grande escala antes daquela época, mas também pode indicar uma ausência de dirigentes com poder e autoridade para fundar povoações Portanto, não podemos dizer realmente que havia cida-
des na Escandinávia antes de 700, mas depois dessa data é óbvio que começaram a existir e aumentaram gradualmente em número e tamanho.
pl1 sd L É emo
tância. Alguns desses lugares podem ter crescido espontancamente porque estavam situados nas encruzilhadas de rotas de comunicação, mas a maioria parece ter sido fundada deliberadamente por um rei ou por um grande latifundiário, sem dúvida com a intenção de adquirir receitas, impondo pedágios às mercadorias que se importavam ou exportavam da cidade. Até ao início do século VIII, há poucos sinais de desenvolvimento urbano incipiente na Escandinávia, embora o comércio e os oficios florescessem em alguns lugares, como Helgó e Lunde-
za
para o mercado local; a agricultura tinha menos impor-
Abaixo. Um bocado de âmbar atirado pelo mar numa praia da Jutlândia. As matérias-primas eram a base do comércio
escandinavo durante a época
vikinge incluíam luxos exóticos
como o marfim de morsa do
Ártico e o âmbar do mar Báltico.
Este último era muito usado para fazer avelórios, mas também para
amuletos, que eram fabricados em oficinas urbanas, tanto no
país como no estrangeiro,
ie com e 6] tg Se
Comércio e desenvolvimento urbano Por mais de 200 anos, os vikings fizeram uso das suas habilidades para a navegação e das suas embarcações de alto-mar para dominar as rotas do Norte da Europa. As matérias-primas locais disponíveis eram muito solicitadas na Europa Ocidental: peles, penas, madeira e alcatrão, minério de ferro, xisto para fazer pedras de amolar (para amolar as lâminas), esteatite para os recipientes de cozinha, peixe salgado, peles de foca e marfim de morsa, e o âmbar encontrado nas costas do mar Báltico. Para Bizâncio e para leste exportavam-se peles, mel, cera, marfim e escravos (capturados em incursões no oeste). À organização necessária para despachar estas mercadorias para os mercados estrangeiros era um processo complicado: as matérias-primas tinham de se acumular no seu lugar de origem, ser transportadas para a costa e só então juntar-se em carregamentos e ser carregadas nos barcos mercantes. Importavam-se também outras mercadorias de terras longínquas para o comércio. A prata era uma das mais importantes. Outras mercadorias importadas incluíam seda, especiarias e jóias procedentes do leste, e vinho, vidro, cerâmica e armas procedentes da Europa Ocidental e Central. A imagem dos vikings como negociantes e comerciantes é menos romântica que a sua imagem como guerreiros, Invasores e piratas, mas foi através do negócio e do comércio que inovações e modificações significativas foram introduzidas na Escandinávia durante o período
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CIDADES, COMÉRCIO E OFÍCIOS
incluindo Ribe e Dublin
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78
“ Os vikings como comerciantes Na época viking, a Escandinávia foi o centro de uma extensa rede comercial, Às expedições oceânicas vikings deram-lhes o domínio dos mares do Noroeste da Europa, e as suas embarcações de fácil manejo facilitaram-lhes a navegação pelos nos da Europa Central e pela Rússia para fazer comércio com
Bizâncio e com as inbos que controlavam o acesso às rotas centro-asiáticas. As matérias-primas
vikings eram trocadas por prata e artigos de luxo: sedas, especiarias
e mel para apaladar os alimentos, vinho, cerâmicas e vidro da
“+ Renânia, e espadas francas.
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A direita. A localidade da
“Terra Negra” de Birka é agora
uma terra de prados de cada
lado do caminho que vai da costa (onde se encontra o porto)
até a aldeia moderna, que
confina com as árvores no
segundo plano. A terra povoada : EA de arvores que fica mais além é Grônoó, que ecra uma ilha
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CIDADES, COMÉRCIO E OFÍCIOS
Inglaterra anglo-saxa. Na Suécia, apresenta-se como kóping (como o Lôddekóôpinge) e na Inglaterra como ceap (Cheapside, em Londres) ou ceping ou cieping (Chipping Sodbury). Basicamente significa mercado, e isso é o que parece ter sido Kaupang. O nome de Kaupang está agora ligado a uma fazenda, e não há sinal visível da povoação do século IX, embora
os numerosos túmulos funerários dos arredores sejam principalmente
do século IX. Atualmente,
um
prado
desce suavemente pela margem de um fiorde bem protegido do mar por ilhas e baixios. As escavações em pequena escala que ali foram feitas revelaram um grupo de seis edifícios dispostos mais ou menos paralelamente a margem. Achados de escória de ferro e bronze, crisóis e desperdícios de fabricação de contas de vidro dão a entender que alguns, pelo menos, eram oficinas para fazer ferramentas de ferro e jóias simples, mas a falta de lares domésticos e a ausência de lixos domésticos põe em dúvida a ocupação permanente dos edifícios. Também se descobriu a localização de um estaleiro; provavelmente satisfazia as necessidades de viajantes como Ottar, cujo barco sofreu danos na sua fastidiosa viagem ao longo das costas norueguesas. Pelo menos dois molhes de madeira sobressaíam da água, cujos extremos do lado da terra foram construídos com alicerces de pedra para segurá-los à margem. Também se encontrou ali uma corda para amarrar os barcos junto dos molhes. Provavelmente, as atividades de Kaupang não eram no mesmo nível que as de Ribe, Hedeby ou Birka, mas sem dúvida eram extensas e de grande amplitude. Ali se encontrou cerâmica da Renânia, das ilhas Britânicas e dos países bálticos, bem como balanças e pesos, o equipamento imprescindível de um comerciante. As mercadorias importadas provavelmente eram trocadas por matérias-primas locais, especialmente o xisto e a esteatite. Encontraram-se os restos de um barco com um carregamento de pedras de amolar de xisto em Kálsund, a
cerca de 15 quilômetros da cesta. Não obstante, embora
só uma pequena parte do lugar tenha sido escavada, a impressão geral é que era um acampamento usado unicamente durante o verão para a fabricação e o comércio. Ali não se vê nenhuma das características próprias de uma cidade, como uma disposição organizada de ruas e de casas. Kaupang diferencia-se das autênticas cidades em outros aspectos importantes: não possuía nenhum sistema de defesa quando a necessidade de fortificações se tornou premente no século X e não foi substituída por uma cidade posterior. O abandono de Kaupang por volta de 900 pode ter sido resultado de alterações do nível do mar ou do declínio de sua importância ao diminuir a influência dinamarquesa na Norue-
ga
Meridional
(estava
claramente
comercial com base em Hedeby).
vinculada
à rede
Kaupang não é caso único. Um mercado temporário existia em Skuldevig, na costa norte da ilha da Zelândia, na Dinamarca, sem dúvida porque a localização protegida proporcionava um porto bem situado. Há sinais de ocupação periódica do século VIII até o século XII, mas nada indica que houve ali edifícios alguma vez. Os fornos ao ar livre e as fundações pouco profundas e revestidas de argila é tudo o que resta deste mercado transitório; as fundações revestidas de argila podem representar os pisos dos telheiros ou tendas temporárias que se montavam quando o mercado estava em progressão. Como os vestígios deixados atrás por estruturas tão
instáveis são tão difíceis de identificar, não há maneira
de saber quantos centros mercantis semelhantes existam em lugares protegidos próximo das costas da Es-
candinávia. No entanto, conhecem-se dois estabeleci88
mentos semelhantes com restos um pouco mais bem conservados em Áhus e Lôddekôpinge em Skâne, agora na Suécia, mas então parte da Dinamarca. Ahus, na margem norte do rio Helge, foi fundada na primeira metade do século VIII como centro mercantil temporário que se especializou no trabalho manual, sobretudo na fabricação de avelórios. A descoberta de pequenas moedas de prata ou sceattas do mesmo tipo que as que se encontraram em abundância em Ribe mostra a sua impor-
tância como centro mercantil, mas não há sinais de que
a povoação estivesse organizada em base permanente. As marcas dos edifícios são escassas, e estas são de chocas de chão rebaixado que se instalavam fácil e rapidamente, provavelmente nunca com a intenção de ocupáà las todo o dia. Depois de quase 50 anos, o estabelecimento em Ahus
foi abandonado e fundado novamente algumas centenas de metros rio abaixo, em terra virgem. Esta povoação cobria uma área de aproximadamente 10 hectares e existiu desde a segunda metade do século VIII até o início do IX, quando também foi abandonado, provavelmente para voltar a situar-se em outro lugar. Esta segunda povoação era muito mais consistente que a primeira, com numerosos edifícios e uma grande dependência de trabalho de bronze para a sua economia. À cerâmica procedente das costas do báltico meridional e da Renãnia prova a extensão dos seus contatos comerciais. Não obstante, Áhus nunca teve características urbanas.
O mesmo acontece com Lôddekópinge, no rio Lódde, a oeste de Skâne, onde alguns edifícios de chão rebaixado que remontam ao século IX se agrupam dentro de uma pequena área numa margem envolvente. As escavações demonstraram de modo concludente que estes edifícios eram ocupados de forma intermitente, talvez só por um curto período de tempo em cada ano, ou até a intervalos mais longos. Há indícios para supor que o comércio era a principal ocupação naquele tempo, dado que foram ali encontrados objetos procedentes da Europa Ocidental e do Báltico. O lugar foi abandonado por volta de 900, e começou uma nova povoação numa aldeia, não numa cidade, próxima, Paviken, na ilha de
Gotlândia, que parece ter sido outro centro mercantil temporário. Embora as escavações não tenham revelado nenhuma marca de edifícios permanentemente ocupa-
dos, há provas consideráveis de atividade comercial e
manufatureira. Moedas árabes e alguns pesos indicam que teve contatos com o leste, e algumas pequenas tesserae de vidro importadas do Norte de Itália, que se usavam para fabricar avelórios, também foram encontradas. Tinha também um estaleiro e era um centro de grande atividade pesqueira, a julgar pela quantidade de acessórios de pesca encontrados ali. Embora houvesse outros
lugares semelhantes na Gotlândia, os quais tinham laços comerciais com a Suécia e o Báltico oriental, nenhum re-
velou tanta abundância de provas como Paviken. Alguns
quilômetros ao sul de Paviken, encontra-se Vastergarn,
uma localidade rodeada de uma muralha semicircular. Pode ter sido feita para proteger Paviken, que estava indefesa, mas as limitadas escavações que se levaram a cabo não nos permitem sabê-lo cientificamente. Também se sabe que na Finlândia existiram centros mercantis temporários. As escavações recentes de Hãmeelinna (em sueco, Tavastehus), na margem do lago
Vanajavesi, no interior Sudoeste do país, revelaram uma área aproximadamente de 6 hectares de extensão que contém edifícios, um porto e uma muralha. O lugar foi ocupado desde 800, aproximadamente, até o final do século XIII, e pela natureza dos achados está claro que servia de centro mercantil para as vizinhanças circundantes:
Manufaturas e Ofícios
A crescente Prosperidad Escandinávia viking aumE Se procur
a de bens Ma nual a tanto para prop ósitos a como simplesm ente de Eae tais como broc hes, aveló a bridas de montar ia, ds e os mercados de tempo Cidades
am Ta os a principais centros de da foram
manufatura, com áreas de
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1
oficinas no interio
fortaleza real da Dinam
oa
século X. Até algumas alcari
por exemplo, Lundbjãrs € Frójel
na Gotlândia, contaram co
artesãos entre os seus hah;
Estas duas localidades
1
a
especializaram nos broches com
cabeça de animal, favoritos das
mulheres da Gotlândia. A mais
comum das formas de Joalheria
feminina encontrada
amplamente em quase toda a
Escandinávia foram os broches
ovais; os broches arredondados
abundavam mais na Finlândia E no Centro da Suécia, Moldes de
argila utilizados em joalheria de
bronze também se encontraram em muitos centros urbanos.
Objetos quotidianos, como
pentes feitos de chifre de cervo ou de alce, eram possivelmente
trabalho de artesãos itinerantes
que viajavam de terra em terrae produziam seus objetos segundo a procura; isso explicaria o porquê de a forma e adecoração dos pentes serem virtualmente idênticas em todo o mundo
| | |
viking. Um dos maiores
empreendimentos € ofícios teria sido a construção de barcos, mas | a evidência arqueológica dissoé |
escassa. Conhecem-se, no
entanto, alguns parques de
reparação de embarcações, por
exemplo, em Kaupang e
Fribrodre À. Estabeleceramse
poucas casas de cunhagemantes
do ano 1000; o número
aumentou significauvamente durante o século XI coma centralização do poder real.
|
Lago
A talha da madeira
A direita, Um po ste COM cabe an
imal, talhado em Uto-reles:
€
Faz par com outr o e foi c
ca om outros dois na Câ mara “Sado m ortuária de Oseberg. As
são cobertas com plac às de iss
decoração que ocup a todo o espa
E]
ço disponível é embelezad
com numerosos Pr egos de É O ad
A madeira era o meio natural com que trabalhavam os escultores na época viking. As facas deveriam estar sem-
pre à mão, mas utilizava-se uma ampla gama de ferramentas — cinzel, goiva e lima — para executar algumas das obras-primas da talha de madeira, que hoje são raras remanescências desse período. Entre as que se conservaram, estão muitos e variados objetos de madeira da sepultura de Oseberg, que datam do início do século IX. À rica variedade da sua talha permite-nos fazer uma idéia da habilidade dos artesãos que trabalhavam a madeira naquela época. O estudo dos objetos de Oseberg demonstra que são obra especial de vários escultores consumados, e provavelmente representam os produtos de uma só oficina sob patronato real no Sudeste da Noruega. Parece que uma geração trabalhou ao lado da seguinte, dado que algumas talhas têm um aspecto antiquado, enquanto outras
estão na vanguarda das inovações estilísticas, que dita-
ram a moda de grande parte da arte escandinava durante o século IX. Algumas mostram uma moderação na sua execução que não é usual na arte wking, enquanto ou-
tras foram talhadas num relevo elaborado, com formas
sobrepostas visíveis umas através das outras. Às superficies eram, por vezes, lisas ou finamente pormenorizadas, outras vezes ornamentadas com protuberâncias metálicas, ou se destacavam os motivos com pintura. Os desenhos parecem ter sido generosamente decorativos, criados a partir de animais ou de pássaros estilizados. Este tipo de adorno pode ver-se claramente no próprio barco e nos trenós. O carro cerimonial tem elementos de uma iconografia mais complexa, mas a série única de cinco postes com cabeça de animal é algo
por demais enigmático. Sem nenhuma função evidente,
supõe-se terem sido objetos de culto. A colocação de quatro deles na mesma câmara mortuária bem poderia significar que de algum modo possuíam poderes protetores.
À direita. A proa do barco de
Oseberg enrola-se graciosamente numa cabeça de serpente,
transformando a embarcação numa autêntica “serpente
marinha”. Ambas as caras da proa €
da popa são talhadas por cima da linha da flutuação com frisos de
animais retorcidos, cada um
ligeiramente distinto do seguinte,
com o qual se entrelaça. Não pode
ter havido muitos barcos tão generosamente talhados como
este; provavelmente, era um iate
real, feito para ser utilizado em
águas resguardadas.
: orno animal não se rita O reve stimento de madeira o i a
mas retorce-se aqui e ali de um modo que torna dificil
a
compreensão dos dese nhos embora na verdade esteja m, sob controle. Este estilo caracteristicamente enérgi co:
Sempre
substituiu o estilo que pode vers
no mesmo barco,
já
E
|
CIDADES, COMÉRCIO E OFÍCIOS
nao há provas de que a localidade tenha desenvolvido relações comerciais mais amplas. No entanto, dois centros mercantis na costa — Turku (em sueco, Abo) e Uusikau-
punki (em sueco, Nystad) — entravam numa rede de comércio mais ampla graças às suas proximidades com a Suécia.
Do
mesmo
modo,
as ilhas Aland, no
meio
do
golfo de Bótnia e a meio do caminho entre a Finlândia e a Suécia, comercializavam extensamente com a Estônia e a Gotlândia, mas, embora houvesse um centro mercantil no período viking, não existiu ali nenhuma autên-
tica cidade até aos primeiros tempos modernos.
Os ofícios vikings
Além de serem fazendeiros, navegantes, comerciantes e
piratas, os vikings eram artesãos que fabricavam
(além
dos produtos de uso diário) jóias admiráveis, armas elegantes e práticas, talhas de madeira complexas e pedras gravadas. O alto nível da sua destreza pode observar-se no seu manuseio de materiais muito diferentes, desde metais preciosos até cornaduras e ossos. À maior parte das provas arqueológicas indica que os oficios eram exercidos principalmente nas cidades e centros mercantis, praticando-se uma grande variedade de artes. O couro era curtido, e com ele se faziam sapatos, bainhas, cintu-
se
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rões e outros produtos. A lã e o linho eram tecidos em teares verticais, e com este se cortavam peças de roupa. À madeira era talhada em enorme quantidade de objetos domésticos, especialmente vasilhas e outros recipientes,
E)
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e
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a
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]
e com ela também se faziam caixas e arcas, muitas das quais levavam fechaduras e ferragens decorativas. Em contraste com períodos posteriores, a cerâmica era pouco usada, e unicamente em Hedeby há provas contun-
dentes de fabricação urbana de cerâmica; uma que outra pode ter sido fabricada no campo com um estilo primitivo. Em muitas casas, os recipientes usados para preparar a comida eram de esteatite; extraída na Noruega, prova-
velmente era esboçada na própria pedreira e acabada nos locais para onde se exportavam os blocos de pedra. ir
mo
Acima. Esta cena figurativa é talhada num dos lados do carro de Oseberg (há outra, exposta na
parte da frente). As representações pictóricas não são freguentes na arte viking, e desconhece-se o
e
significado destas. À cena mostra
uma mulher de autoridade com o cabelo solto e um colar muito
trabalhado. Ela impede que um
homem armado ataque o outro,
montado a cavalo e acompanhado
pelo seu cão de caça. O resto da
parte principal do carro é talhado
com animais em forma de faixa,
que se entrelaçam para formar frisos decorativos.
Áes
Uma das quatro
cabeças de homem talhadas,
Dra
PT es E
o
ERA Pia.
mo
AA
seminaturais, que formava as extremidades do suporte que fixava a parte principal do carro. As talhas tridimensionais e as representações humanas são
muito raras na arte viking. Embora
de aspecto terrível, o rosto do
A metalurgia O ferro era de extrema importância para os vikings, sendo usado para fazer ferramentas e armas, para a construção naval e para muitos outros propósitos. O minério de ferro encontrado nos pântanos e lagos era, muitas ve-
zes, de muito má qualidade, mas, não obstante, uma va-
liosa fonte de matérias-primas. O mineral fundia-se em fornos simples próximo do seu lugar de origem, no campo. O ferro bruto resultante era moldado em barras e transportado para os centros
(cidade ou o campo),
onde os ferreiros o transformavam em ferramentas e outros artefatos. À descoberta de uma arca de madeira num pântano de Mástermyr, na Gotlândia, indica que os ferreiros fabricavam uma ampla seleção de ferramentas. Os pregos e rebites que fabricavam deveriam ser muito solicitados nos estaleiros, onde trabalhavam alguns dos maiores especialistas dos artesãos vikings. Os artesãos mais estimados eram os fabricantes de armas, de cujas sólidas, afiadas e flexíveis espadas e ele-
gantes mas mortais lanças dependia o êxito dos vikings na batalha. Trabalhando com materiais intratáveis sob
grandes dificuldades, ocupavam a posição mais alta en-
uma barba bem cuidada, e um
tre todos os artesãos vikings e devem ter sido bem recompensados pelos seus lavores e sua habilidade. Trabalhavam muitas vezes para um senhor particular, proporcio-
no trabalho de criação destas
afiando as velhas. Infelizmente, ainda não se descobriu
homem parecido com uma
máscara, com os olhos fora de
órbita, tem um bigode enorme €
gorro na cabeça. Pode ver-se uma personalidade artística disuntiva
quatro cabeças, sendo cada uma
delas diferente. No entanto, o seu
significado não é perceptível para nós.
nando-lhe armas, a ele e seus criados, e restaurando e
nenhuma oficina usada por um armeiro; os nossos co-
nhecimentos sobre a destreza e as técnicas implicadas provêm dos mesmos produtos acabados.
91
CIDADES, COMÉRCIO
E OFICIOS
Os armeiros conheciam em pormenor as qualidades dos materiais com que trabalhavam, selecionando um tipo de ferro para o núcleo das armas, outro para os fios cortantes, e muitas vezes soldando aros de diferente dureza para aumentar a flexibilidade das folhas, sobretudo das espadas. Esta técnica de soldadura modelo se praticava mais na primeira parte do período. A ourivesaria e a arte do bronzista O ouro e a prata eram usados para fazer jóias e outros adornos para os membros distintos da sociedade. O ouro era mais apreciado que a prata, por ser mais raro, e
era adquirido fundindo jóias (e talvez moedas)
proce-
dentes da Europa Ocidental e Oriental. Nos séculos que precederam o período viking, chegaram à Escandinávia grandes quantidades de moedas de ouro no final do período romano, particularmente à Gotlândia e à Jutlândia
Meridional, e algumas delas puderam ser usadas por ourives da época viking para fazer colares e pulseiras, e também broches, que eram cheios de adornos com filigranas e granulação. A prata era usada para adamasquinar desenhos em outros metais, especialmente o ferro, como no machado de
Mammen;
também era usada nas broches, brincos e cor-
rentes, bem como nos colares e pulseiras de vários padrões-peso, que, evidentemente, serviam como forma de pagamento numa época em que se usava pouco a moeda. Encontram-se sobretudo em tesouros de prata: muitos são planos e simples, mas outros consistiam em fios trançados e completamente retorcidos. A enorme quantida-
de de desperdício de aros (conhecidos como prata de cobre), que também foram encontrados, é um sinal de
que as transações comerciais eram pagas em prata que se pesava. Os pratos dos comerciantes, usados para pesar pedaços cortados de prata, encontram-se muitas vezes
nos túmulos do período viking na Escandinávia. 92 e
Até meados do século X, a maior parte da prata que entrava na Escandinávia vinha das minas de prata da Transoxiânia, na Ásia Central, então parte de um grande território governado por árabes muçulmanos que se estendia de Bagdá às fronteiras da India. À prata vinha para a Escandinávia para ser fundida geralmente sob a
Acima, Uma pequena seleção das ferramentas, que compreendeas.
moedas cúficas pela escrita (assim chamada pela cidade de Kufah, no atual Iraque) usada em suas inscrições. Alguma prata chegou à Escandinávia sob a forma de jóias elaboradas, como pulseiras de estilo permiano importadas da região do Volga, na Rússia. No final do período, esses fornecimentos foram substituídos por prata procedente de minas da Europa Central. As mulheres e os homens das classes inferiores da sociedade tinham de se
200 objetos no total. O seu dono. era evidentemente um ferreiro quiue podia trabalhar com ferro e Sã
forma de moedas;
estas se conhecem
com o nome
de
que os ferreiros e os carpinteiros.
utilizavam, contidas numa arcade.
1: carvalho encontrada em Mastermyr, na Gotlândia. Aarca continha também matérias-pn em bem como produtos fabricados parte ou acabados, isto é, qa
bronze, além de ser carpinteiroe . de fazer carroças. Devia ser um
artesão ambulante que perdeuas | ferramentas quando atravessava| um grande pântano. A e a
contentar com jóias de metais considerados inferiores, geralmente bronze, que, por vezes, era dourado com a
intenção de parecer mais refinado. Encontraram-se fragmentos de moldes de argila usados para fundir bronze em vários lugares, particularmente em Ribe, Hedeby e Birka, o que faz supor que os bronzistas eram sobretudo habitantes urbanos. Deviam ser membros importantes da comunidade manufatureira, fabricando Jóias de bronze, e outros objetos de uso diário, como alfinetes e agulhas,
chaves
e fechaduras
de caixas.
Os
membros ricos da sociedade recorriam aos bronzistas para que lhes fizessem ferragens decorativas para os seus arneses, e placas que se punham nas arcas de madeira e similares. No conjunto, no entanto, as suas mercadorias não eram de muito boa qualidade e provavelmente eram feitas para satisfazer as necessidades dos consumidores locais. A melhor prova que temos dos seus métodos de produção é proveniente de Ribe, onde se encontraram numerosos restos de oficinas de bronzistas que remontam a 800, aproximadamente. Ali, e provavelmente em ou-
À direita. Os ourives fundiam moedas e resíduos de prataP a, | fazer anéis e broches, bem CN
outro tipo de adornos. Muitaãodo pulseiras e colares são feitos€ varas retorcidas e até trançãoio
como se pode ver nesta sele E
procedente do tesouro deseo Dinamarca. Observem-selê
os broches ia
filigrana e um simples és Duna corrente muito trabalhada, bem comoé
fragmentos de metal
d
es pagar a peso. O tesouro
e continha também 140 mo” ao as, das quais à aire sortid
árabe (da Ásia Center
escondido na segunda século X.
e ED
CIDADES, COMÉRCIO E OFÍCIOS
tros luga res, os bronzistas trabal havam o | ça
ao ar livre, protegendo-se da intemperie com uma frágil proteção con-
'ão necessitavam de muitos apar, elhos: uma pequena forja (geralmente um simples buraco) tra
o vento.
N
alimentada com carvão vegetal, na qual os lingotes de
bron ASze ou os resíduos se fundiam em crisóis, a um for-
no adjacente, no qual o molde se podia manter quente enquanto o bronze fundido se vertia nele. O equipamento portátil do bronzista consisti a de crisóis, moldes, modelos
para os produtos
acabados.
pinças para segu-
rar Os crisóis candentes, e pequenas li mas e cinzéis nara
,
j
| 7, | F N
4 q
O
ai
as
retocar os produtos acabados depois de arrefecidos e li bertados do molde. Os crisóis eram feitos de argila temperada
com areia,
para resistir ao intenso calor necessário para fundir o
bronze.
Geralmente eram mais ou menos cilíndricos, com uma pequena asa próxima da borda que se podia agarrar com as pinças. Quando o bronze estava em estado
liquido, o crisol era retirado das brasas da forja com as pinças. Era necessário mão firme e cuidadosa para ver-
ter o metal fundido no gargalo do molde, para se asse-
Metalurgia ornamental Durante o período viking, fabricava-se em série muita me-
talurgia ornamental, sobretudo os broches de mulher.
Isto implica, normalmente, a fabricação de uma série de moldes de argila a partir de um padrão comum, cada um dos quais era usado uma vez, porque a utilização repetida
de um só molde era impossível, dado que o molde de ar-
gila normal tinha de ser quebrado para libertar o adorno vazado antes de acabá-lo a mão (ver abaixo). Um molde para este tipo de utilização podia ser feito de um modelo
recêm-criado ou, mais frequentemente, de um objeto já acabado. No entanto, durante a última parte da época viking, há indícios de que a fabricação em série de meta-
Abaixo. Os broches ovalados eram o tipo de jóia mais comum
na época viking, usados aos pares
para segurar as alças dos ombros no vestido feminino. A matoria era fabricada em série, vazada de bronze em moldes de argila de duas partes, que se desfaziam em
pedaços de pois de usados, como
estes procedentes de uma oficina
de joalheiro em Ribe, na Dinamarca.
À direita. Este broche de ouro em
forma de disco (muito ampliado)
é um dos dois que se encontraram em Homelund, na Dinamarca
(c. 1000). É feito em placas, e o
superior é estampado com uma matriz posteriormente embelezada com trabalho de filigrana; o adomo das plantas é influenciado pelos estilos da Europa Ocidental, Página seguinte, abaixo. Uma matriz de joalheiro (patrícia) do tpo usado na fabricação do
penduricalho de filigrana dourada
de Hedeby, mostrado à sua direita.
lurgia ornamental também se efetuava através do vazado múltiplo em moldes talhados em cornadura, ou até em
madeira. Estes moldes podiam ser usados para as ligas de
chumbo
(peltre), que tinham um
ponto de fusão sufi-
cientemente baixo para não destruir o molde. Os broches baratos fabricados desta maneira parecem ter sido vendidos muito bem nas cidades em desenvolvimento. Outra forma de fabricação em série era utilizada pelos Joalheiros que trabalhavam para clientes mais ricos, capazes de pagar ouro e prata. Utilizava-se uma matriz para estampar desenhos básicos em relevo sobre uma folha de metal, que depois eram decorados com um trabalho de filigrana muito delicado. Estes adornos — um dos produtos que requeriam mais habilidade na metalurgia da época viking— podem ser equiparados às peças mais admiráveis da Idade Média.
.um açãoade icd A faebrr À esqu lados requer”
aa
par de broches ova
dois moldes de argila, cadaum
1
em duas partes. Primeiro, UM
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molde-padrao estampado com
um broche antigo (ou umrec | formado com cera) é utilizado ; a
para vazar um par de modelos ds |.
cera, que se cobrem comargiê |
(1). À cera derrete-se Cév
e umas (2), e introduzem-s os dc Es para
a
cavilhas de cera
;
o
5
do broche (3). Depois (4) Dado e edaço de pano impr A a é prensado dentro do mo o para fixar à espessura do final; então, faz-se 0 QUO 1
com a argila, aquece-se O MK
rass * E4 retr raae i a cer para ext
pano; finalmente VO tama juntar-se as duas parte» a
para ser usadas (5-0). O é
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. fundido é verudono marroefecido E que, uma vez uente,
é quebrado (7-8), e Se A
ss broche para que seja acaDat
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E OFÍCIOS
gurar de que enchia todos os complexos contornos do modelo que se tinha imprimido na argila e para evitar que se formasse qualquer bolha de ar. Então, deixava-se arrefecer gradualmente o molde junto do forno. Quan-
7 ] E
ET SAO
do o metal que estava dentro arrefecia e solidificava, o
molde era tirado do forno e quebrado para que revelasse o seu conteúdo. O broche ou a placa recém-vazados
eram retocados então, limando-se qualquer metal exce-
dente, e nesta fase podia acrescentar-se algum adorno especial. Se o objeto tinha de ser dourado, também o douravam nesse momento. Os pedaços partidos do molde costumavam ser jogados no chão em volta do forno. Encontraram-se milhares de pedaços nas escavações, os quais proporcionaram indícios de como eram feitos os moldes. Estampava-se um modelo (muitas vezes um broche verdadeiro ou então um protótipo especialmente fabricado) numa lousa pequena ou argila preparada, ou se aplicavam finas camadas de argila sobre a sua superficie para fazer um pa-
drão. A seguir, vertia-se cera líquida no padrão, a qual
era retirada quando estava fria e rija. Podiam fazer-se várias cópias de cera idênticas a partir de um padrão. A parte superior do molde era feita pressionando a argila em volta da cópia de cera e aquecendo-a. Conforme se ia derretendo a cera, o desenho do molde de cera ficava na argila endurecida. Na cavidade oca do molde se
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colocava um pedaço de tecido de lã coberto de cera e mais argila pressionada por cima para formar o fundo. Aquecia-se tudo uma vez mais, e, quando a cera já se tinha derretido, separavam-se as duas metades e tirava-se o tecido. Então, voltava-se a juntar as duas partes do molde e cobria-se o conjunto com uma mistura fina de argila e de água, para fixá-las juntas firmemente. Colocava-se o molde no forno, para aquecê-lo antes de verter o bronze fundido na cavidade deixada pelo tampão de tecido, Isso evitava que se rachasse com o calor do metal fundido. Com este método, podiam fazer-se muitos produtos idênticos a partir de um só padrão. Um dos adornos de bronze mais comuns era o broche oval, e encontraram-
7
A
se centenas deles em túmulos de mulheres da classe alta
que datam dos séculos IX e X. Estes broches não eram usados simplesmente como adornos, mas eram parte in-
RD
tegrante da indumentária de uma mulher de alta posi-
ção social e eram postos um em cada ombro para segurar o vestido. Portanto, faziam-se, pelo menos, dois de
n
cada tipo, mas encontraram-se tantos que tinham idên-
ticos desenhos, que se pode supor que fossem produzidos praticamente em massa. Não obstante, embora um bronzista particular possa ter sido especialmente hábil
em fabricar um tipo de objeto concreto, os achados nas
oficinas de Ribe mostram que teria sido capaz de se dedicar a praticamente qualquer coisa que necessitasse do vazado em bronze.
A fabricação de avelórios
Os avelórios de vidro também eram feitos aos milhares. A maioria das provas provém das cidades ou centros
nr E » pa”
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mercantis dos séculos VIII e IX — Ribe, Áhus, Paviken e Kaupang — e os métodos utilizados eram sempre idênticos. O vidro dos copos, que no início era importado de
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Renânia, proporcionava a matéria-prima a partir da qual se faziam os avelórios, e pequenos cubos de vidro de cores vivas, por vezes cobertos com pão-de-ouro, eram acrescentados para conseguir diferentes tons e matizes. Estes cubos de vidro, ou tesserae, eram provavelmente feitos no Norte de Itália, para ser usados nos mo-
saicos religiosos. Proporcionam uma prova gráfica das distâncias que se percorriam transportando mercado-
95
CIDADES,
COMERCIO
E
OFICIOS
rias naquela época. Importavam-se também toscos torrões de vidro azul que eram usados neste oficio. Como
os bronzistas. os fabricantes de avelórios traba-
; ar livre. O seu equipamento
era também simples: um forno, varas de ferro para fazer avelórios € vários pi atinhos de metal. À matéria-prima era fundida no forno, e depois uma pequena por-
vara metálcão de vidro derretido era levada para uma
ava ligeica. Fazia-se girar esta enquanto O vidro solidific bre uma superfície ramente. antes de fazê-lo rodar so érica, que plana para fazer uma conta cilíndrica ou esf Se desprendia
da vara para endurecer.
Nesta
fase, po-
para fazer contas diam aplicar-se fios de vidro colorido
complexa is ma a ic cn té a um e -s do an us , as ad om policr
de À esquerda. Esta seleção
da colares da época viking ntém e da Gotlândia co Suécia ngentes muitos avelórios € pi
ro de. exóticos, alguns de vid as. Os dois de cima tém
cores viv
por Lã vidros e comalinas um
dos.
unidas, enquanto as moedas, elre a aros, são do rei Eth com lon (falecido em 1016). Os ave
de filigrana, que mostram
características de tradições ss
ocidentais e orientais, por OU provavelmente feitos da Gotlândia.
CIDADES, COMÉRCIO
para fabricar mosaicos de avelór 1Os, à qual incluía a fusão e depois o corte de barras d e vi dro multicolores. As oficinas dos fabricantes de av elór ios podiam ser reconhecidas pelos restos que rod etam os fornos: gotas e finos fios de vidro de diferentes cores, que caíram ao chão durante o processo de fabr icação. Também se acharam algumas varas de ferro. Em Paviken, na Gotlândia, uma vara ainda tinha segura uma conta: o vidro pode ter arrefecido e endurecido antes de se de “ender da vara. di Faziam-se também avelórios com ou tros materiais SObretudo ambar— os bocados de resina de pinheiro fossi
lizada alaranjada e amarelo-leão que se en contravam nas praias do mar Báltico e (em quantidade s muito menores) da costa do mar do Norte na Jutlân dia. Embora grande parte fosse enviada por mar para os mercados ocidentais, muitos avelórios talhados de âmba r foram encontrados em túmulos do período viking. Tamb ém eram talhados em âmbar as peças de Jogos, pingentes e amuletos. Fabricação de pentes Os pentes são encontrados em grandes quantidades em todos as povoações da época viking que foram escavadas, e também são comuns nos túmulos. Todos os estratos sociais tinham de possuí-los: alguns têm um adorno muito belo (entre os mais admiráveis, alguns tinham incrusta-
ções de bronze) e outros são bastante simples. A julgar pelo número de pentes encontrado, os vikings deviam levar sempre consigo um pente, usá-lo e perdê-lo com
frequência. Os fabricantes de pentes eram artesãos muito hábeis e especializados que sempre teriam um mercado flutuante para as suas mercadorias. À fabricação de pentes era
feita principalmente nas cidades, e encontrou-se a maté-
Acima, A fabricação de pentes era um ofício especializado. Nas cidades vikings escavadas, encontraram-se provas de oficinas de especialistas. Os métodos de fabricação
uniformizaram-se, e os modelos de um só lado são muito parecidos em todo o mundo wiking. A cornadura era o material mais utilizado, devido à sua solidez natural; o
canto e as placas de bicos eram seguras com rebites de ferro.
ria-prima com que se fabricavam os pentes (cornadura de cervo na Escandinávia Meridional e cornadura de alce no Norte) junto com pentes inteiros e incompletos, bem como com produtos meio fabricados. Os pentes eram feitos com várias peças diferentes que utilizavam quase toda a cornadura. Talhavam-se duas placas com longas peças retas, fazia-se nelas uma crista ligeiramente curva e decoravam-se com desenhos geométricos. Depois, fixava-se uma em cada lado de uma série de placas retangulares mais finas, e finalmente estas eram limadas em dentes. Qualquer que fosse o material usado, os pentes da época viking são muito semelhantes tanto na forma como no método de fabricação, e exemplares praticamente idênticos foram encontrados em quase todo
o mundo viking, desde Dublin, no oeste, até Novgorod,
no leste. Isto fez supor que os artesãos de pentes eram
itinerantes, que viajavam de um lugar para outro para
fabricar e vender as suas mercadorias onde eram soli-
citadas.
Estilos artísticos Os vikings gostavam muito dos adornos. Todos os seus
artefatos, incluindo os seus barcos e as suas casas, eram envoltos num fantasioso movimento decorativo, toman-
do muitas vezes a forma de animais muito estilizados. Os estilos artísticos muito característicos que preferiam fo-
ram resultado do que houve antes; no entanto, durante
a época viking, incorporaram-se influências estrangeiras, produzindo desenhos muito originais de forma tipicamente escandinava. As influências européias não che-
garam a dominar até a chegada do cristianismo, quando
os últimos estilos vikings foram substituídos pela arte românica da Europa ocidental.
E OFÍCIOS
A maior parte da nossa informação sobre a arte viking
provém
dos objetos enterrados nos túmulos, o que nos
dá uma imagem bastante unilateral, pois as coisas que remanesceram são principalmente de metal ou de pedra. Só alguns exemplares de talha de madeira e tecidos decorados se conservaram fortuitamente para assinalar-nos que os joalheiros não eram os únicos artistas e artesãos que fabricavam artigos impressionantes. Com o fim de a estudarem e compararem, a arte viking foi classificada pelos especialistas em diferentes estilos, cujos nomes derivam do lugar onde se achou pela primeira vez um objeto que possuía o motivo específico ou grupo de motivos que identifica esse estilo em particular. A bela e bárbara arte dos vikings pode ser desfrutada e observada por si própria. É também uma ferramenta muito útil para os arqueólogos que usam os estilos gradualmente envolventes como indicadores cronológicos para datar as estrutu-
ras e características arqueológicas. O estilo de Broa, cujo
nome se deve a um túmulo de Broa, na Gotlândia, com-
preende objetos que foram feitos e usados na segunda metade do século VIII e em parte do IX. Como todos os estilos, compõe-se de motivos animais muito estilizados, seja em forma de faixa e entrelaçados com gavinhas, seja com corpos mais arredondados e pequenas garras que agarram outros animais. Este motivo se chama animal de garras. Os animais de garras também estão presentes no
estilo de Oseberg, que se tornou habitual entre 800 e
875. Os objetos da embarcação funerária de Oseberg, que remonta a 834 e dá nome ao estilo, incluem grande parte das poucas talhas de madeira da época viking que se conservaram até hoje e dão-nos uma idéia da enorme quantidade de talhas de madeira que se perderam. Ornamentos de arnês de bronze dourado encontra-
dos num túmulo funerário de Borre, na Noruega, dão
nome ao estilo de Borre, usado para decorar artigos de adorno pessoal durante os cem anos posteriores a 850. E um estilo mais formalizado e geométrico que os precedentes, e os seus motivos mais característicos consistem numa cadeia de círculos e quadrados entrelaçados, chamada cadeia de anéis. Este estilo não se encontra só na Escandinávia; tanto o autêntico estilo Borre como as suas variantes decoram objetos achados em povoações vikings estrangeiras, da Islândia à Rússia. O mesmo acontece com os outros quatro estilos artísticos vikings restantes, embora muitas vezes os objetos encontrados fora da Escandinávia tenham uma forma rebaixada e provincial do estilo. O estilo de Jelling da primeira metade do século X, cujo nome se deve a uma taça encontrada num túmulo de Jelling, na Dinamarca (a datação dos anéis de árvore é de 958-959), caracteriza-se pelos animais em forma de cinta curvada em S que se entrelaçam e se sobrepõem uns aos outros. Um ma-
chado desenterrado no túmulo de Mammen,
também
na Dinamarca, e cuja datação segundo os anéis de árvo-
re é de 970-971, tipifica o estilo Mammen, da segunda
metade do século X. Como o estilo de Ringerike, em grande parte limitado à pedra e cujo nome se deve à re-
gião do Sudeste da Noruega, que foi a fonte do arenito
vermelho usado para monumentos comemorativos de pedra talhada, é famoso pelos animais seminaturalistas
quase eclipsados por gavinhas de plantas entrelaçadas. O último estilo da época viking, o estilo de Urnes, teve origem em 1050, aproximadamente, e manteve-se em todo o mundo viking até o século XII, O seu nome devese à igreja de aduelas de Urnes, no fiorde de Sogne, na Noruega, cujas magníficas talhas de madeira são outra recordação da grande habilidade dos vikings. O seu motivo principal consiste num elegante quadrúpede lutando com uma criatura parecida com uma serpente. 97
E CD
a
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ço
A arte viking
o e
A arte escandinava da época viking era essencialmente decorativa, com os seus modelos baseados em vários ani-
mais estilizados, embora tenha havido épocas em que os motivos de plantas ou faixas entrelaçadas se tornaram
populares.
A arte viking estava aberta à influência da Europa Ocidental, mas as idéias estrangeiras eram selecionadas e adaptadas ao gosto escandinavo. A continuidade essencial no seu desenvolvimento pode ser facilmente determinada, embora pareça que houve períodos curtos de inovação
artística, geralmente
seguidos
por períodos
mais longos de conservadorismo. Um desses períodos de
mudança se deu no século VIII (o “estilo de Broa”), lan-
çando os fundamentos da arte viking propriamente dita, que começa com o “estilo de Oseberg”: outro ocorreu no século X, com a criação do chamado “estilo de Mam-
men”, segundo parece sob o patrocínio do rei Haroldo Dente Azul e da corte dinamarquesa de Jelling. Hoje, costuma dividir-se a arte viking em seis estilos sucessivos: Oseberg, Borre, Jelling, Mammen, Ringerike e Urnes. Mas, quando estava na moda um estilo novo, este
não substituía imediatamente o antigo. Ao mesmo tempo, grande parte das jóias fabricadas em série quase não seguiam a corrente principal do desenvolvimento artístico. Uma inovação importante durante a época viking tardia foi a introdução da escultura de pedra. Anteriormen-
te, sô houve pedras decoradas da Gotlândia. Além destas, poucas cenas pictóricas remanesceram na Escandinávia da época viking, sendo a tapeçaria de Oseberg
q
go
uma exceção notável,
Extremo esquerdo. Adornos de
arnês de bronze dourado, de
Broa, Gotlândia, de finais do século
VII. Eles exibem uma mistura de animais nativos € outros animais e pássaros introduzidos da
Europa Ocidental, nomeadamente
um “animal de garras” característico, Os motivos de Broa foram utilizados nas talhas de Oseberg,
bem como no barco (à esquerda). Elas formam a base do estilo de
Oseberg do século IX.
Acima. Um pingente de um Es
sueco (enterrado a em 940), COMP "dO: forma de um “animal de estilo de Borre,
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com uma cab Era
parecida a uma máscara, UM Ep aa E
em forma de pretzele patas com É
garras. O “animal de garras e
provavelmente de origem dbp
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pular foi introduzido na arte escandina
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durante o século VIII, e foi P Po
ativos por muito tempo, es elaçadas de Borre se preferisse de faixas geométricas entres o E +
98
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direteita. O mont ixoà os der
nto medo
Abaixo. A fase final da arte viking
guido pt | ao oo emoratvoem er an Jelling nos oldo
com
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m idamente imitada, be
estilizados são o motivo mais
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novo motivo que
importante e formam a base de elegantes desenhos serpenteados.
faces: um leao
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a pedra nica ná
ICE. naquela altura.
Ea e
|
foi denominada estilo de Umes devido às magnificas talhas de madeira da Igreja de Umes, na Noruega. Uma vez mais, os animais
om uma serpente. domínio de um
vo
Este pequeno broche de prata
procedente de Hindholm Hoje,
ulo É característico do es
DESENVOLVIMENTO TEMPORAL
Duração aproximada dos estilos
artisticos vikings 8º
Ca)
Tt
na Dinamarca, é um exemplo excelente de metalurgia, embora estes broches de entalhe tenham
assim chamado machado devido aos adornos do
esceu de Mammen, que flor de do E ante a segu nda meta ur o uma século X, desenvolvend pode sei versão exuberante que
sido encontrados por toda a
Escandinávia. O estilo, originado em meados do século XI, manteve-se durante o século XII, quando a
im da «ta nos painéis de marf
moda da decoração românica
ha E ca de Bamberg. berg, na Aleman ar (à direita).
européia se propagou pela Escandinávia.
* A esquerda. O estilo de Jelling
deve seu nome aos animais em
forma de 5 da taça de prata procedente da câmara mortuária
real, no túmulo do norte de Jelling, na Dinamarca. Estes animais em
* forma de faixa são entrelaçados, formando um desenho misturado,
como também se pode ver num
ameês (acima, à esquerda) de
Mammen, na Dinamarca. Este * acaba em cabeças de animal com a boca aberta, cada uma com um “animal de garras” na boca; as
*
rédeas do cavalo passam pelo buraco central. O estilo de
* Jelling floresceu durante a
— primeira metade do século X, coincidindo parcialmente com o
E
anterior estilo de Borre c o posterior de Mammen.
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À esquerda. O cata-vento de Heggen, na Noruega,
provavelmente pertence à proa
de um barco viking, este lado exibe dois animais que parecem leões,
semelhantes aos da pedra de
Jelling (no centro, à esquerda), mas com argolas que tomam à
forma de cacho, constituindo suas
jubas e caudas em estilo de
Ringerike. Este floresceu durante a
primeira metade do século XI, ea pedra de Vang (à direita), do Sudeste da Noruega, proporcionanos um exemplo típico, no qual o
animal tem menos importância
que o motivo das plantas. Os modelos folheados procedentes da Europa Ocidental predominaram durante esta fase da arte do período viking tardio. 99
Para os povos educados segundo uma cultura escrita, é difícil entender como podem existir a literatura € O saber sem livros. No entanto, embora os vikings não tivessem livros até caírem sob a influência do cristianismo, isso não significa que não tivessem literatura ou até algum tipo de saber. Ari Thorgilsson (1067-1148) escre-
em memória de Ful, seu
q
companheiro, Ele encontrou a
a
OR
morte... quando os reis lutaram”
ea
A tradição oral
O
A esquerda. Um a máscara terr i omamenta esta pedra Núnica E Arhus, na Dinama contam que “ rca: as inseri E Cunulv e O Alask e Rolf er igiram esta Dea
em
SABER E RELIGIÃO
O
veu o seu Livro dos Islandeses (uma história da Islândia) no início do século XII e teve de descrever aconteci-
mentos que tinham ocorrido cerca de 250 anos antes. Não dispunha de documentos escritos que o guiassem e, portanto, retirou o seu material, como
nos revela, “dos
SS
relatos de Teit, meu pai adotivo, o homem mais erudito
que jamais conheci, filho do bispo Isleif, e de meu tio Thorkel Gellisson, cuja memória remontava até muito atrás, e de Thrurid Snorradottur, que, além de ser bem
informado, era totalmente digno de crédito”. Em outras palavras, contava com os testemunhos transmitidos oralmente de geração em geração: a tradição oral.
O islandês Snorri Sturlusson contava também com a memória do povo para escrever a sua história dos reis noruegueses no início do século XIII. Na sua introdução à obra, informa-nos que “na corte do rei Haroldo (cerca de 900)
houve poetas, e as pessoas ainda conhe-
cem os seus poemas e os poemas de poetas da corte de todos os reis que governaram a Noruega desde então. E não pomos em dúvida o que se diz nesses poemas reci-
tados perante os mesmos soberanos ou seus filhos. Supomos que o que aí se diz sobre as suas batalhas e as suas façanhas é verdadeiro. Porque é costume do poeta elogiar o homem a quem está recitando. Mas ninguém teria ousado relatar ao homem histórias de aventuras que todo o mundo — e o próprio homem também — sabia que eram disparates ou falsidades. Isso seria uma demonstração de desprezo, não de vanglória”. Este é um tipo de saber que os vikings cultos tinham: um conhecimento da história dos grandes homens do
seu povo, como se contava nos poemas recitados na casa
real. Os cantos dos escaldos, os poetas de corte profissionais, tinham formas muito complexas, com uma rima muito trabalhada, ritmo e combinações aliteradas. Usa-
vam-se frases misturadas e termos especiais eliminados da linguagem da fala quotidiana. Os poetas faziam muitas vezes alusão às aventuras ou características dos deuses pagãos escandinavos, que, supunha-se, os ouvintes reconheceriam Era difícil entender os poemas e ainda mais difícil apresentá-los. Um poeta da corte necessitava de muita preparação e conhecimentos memorizados consideráveis. E também a sua audiência. Outro âmbito do saber estava na lei. Os vikings eram gente que sentia muito respeito pela lei, embora isso não seja o que se pensa hoje deles. A assembléia local (Thing) fazia e administrava a lei, que se conservava na memória dos anciãos juristas. Esta lei controlava a sociedade e continha as ambições dos homens importantes se o poder político e a autoridade estavam ali para fazê-
la cumprir. Segundo as sagas islandesas, o procedimento legal era complexo e preciso, e os métodos de julgamento, tanto nos pleitos civis como nos criminais, dependiam de uma rigorosa adesão a um código de práticas próprio. Um caso poderia perder-se se fosse defen-
dido de forma equivocada, se não fossem escolhidos os
assessores adequados, se não fosse apresentada a au100
diência apropriada. Portanto, o êxito na lei dependia dos conhecimentos adquiridos com a escuta antes da leitura, sentando-se ao pé de legisladores mais velhos,
confiando à memória os pormenores de julgamentos passados e observando os processos das audiências.
Runas Apesar de não terem livros, os vikings pagãos não eram iletrados. Usavam uma escrita composta de letras chamadas runas. Hoje está na moda atribuir todo tipo de poderes mágicos aos usuários do alfabeto rúnico. Isso são disparates. As runas eram só uma escrita alfabética simples que podia ser adaptada para vários usos: comemorativos, jurídicos, práticos. À magia foi uma aplicação que os vikings lhe deram, e também não era especialmente importante. Os caracteres rúnicos também eram
especificamente uma escrita nórdica. Há runas primitivas em várias regiões da Europa — na Inglaterra, nos Paí-
SABER E RELIGIÃO
ses Baixos, na Alemanha e na Europa Central —, bem
À estrad de Dota
como na Escandinávia e no mundo viking. Mas é no nor-
;
te que as runas sobreviveram mais tempo e deixaram mais exemplos. Apareceram ali muito antes da época viking e mantiveram-se em uso muito depois da introdução do cristianismo e da escrita romana: na realidade,
até o princípio dos tempos modemos.
A estrada elevada de Iarlabanki é uma estrada comprida e elevada
na mforior direita. À vista domi
|
norte, o a partir do extremodras as pe ; ucé ladeado pelas du iginal; or o çã si po na a nd ai as ic cn . As «ão separadas por 6,5 metros | que se vêem mais E: não têm onge ao longo da estrada, rições; outras pedras menores
insc
mento. E analam o seu compri truída A sr| ada elevada foi cons
| com pedras cobertas de areia € de asralho e tinha uma altura
cerca de 30 centimetros.
que
percorre
a terra baixa e argilosa entre
Táby e Vallentuna, cerca de 15 quilômetros ao norte de Estocolmo. O seu nome deve-se a um latifundiário local que a mandou construir no século IX. Sabemos isto porque larlabanki também ergueu um grupo de pedras rúnicas que enaltecia a sua importância local e os seus êxitos. Quatro das pedras que restam mencionam sua “ponte”. Aparentemente, encontravam-se em dois pares de cada extremo da estrada elevada; duas continuam no
seu extremo norte. Têm textos estreitamente relacionados: larlabanki ergueu estas pedras durante a sua própria vida e fez esta estrada elevada para a salvação da sua
alma. Toda a Táby lhe pertencia. Deus assista a sua alma. Nas outras pedras aprendemos que possuía toda a regiao, construiu um local de reunião e abriu um caminho. E evidente que desejava registrar a sua fama pessoal e o seu ato de caridade cristã, que ajudava os viajantes, melhorando o sistema de estradas dos arredores.
Além disso, na Escandinávia se desenvolveram sinais característicos, muito simplificados. A escrita rúnica
consiste mais em linhas retas que em linhas curvas, e geralmente se pensa que se desenvolveu para gravar em madeira, dado que as linhas retas são mais fáceis de gravar numa matéria de grão resistente. Rapidamente se usaram as runas em outros materiais: em osso, metal e pedra. Em certa época, o alfabeto rúnico teve 24 letras, mas no início da época vikinga quantidade tinha sido reduzida a 16. Aquelas letras não bastavam para representar todos os sons das línguas nórdicas, e O soletrar
era muito idiossincrásico. Isso faz com que os textos rúnicos vikings sejam dificeis de interpretar. Os exemplos mais impressionantes de escritos rúnicos vikings podem ser vistos nas pedras rúnicas. Estas podem ser pedras verticais ou cantos arredondados, vertentes rochosas com textos gravados nelas ou grupos de pedras colocados cerimonialmente, das quais uma, ou várias, têm uma inscrição. À maioria dos textos parece ter um propósito comemorativo, embora os eruditos modernos sugiram que alguns possam ter implicações jurídicas. Notadamente, uma inscrição de pedra rúnica faz constar publicamente a morte de uma pessoa importante (por vezes a morte longe da sua casa) e, portanto, deixa
claro que os herdeiros tomam posse das propriedades. Muitas vezes, mencionam-se pormenorizadamente as terras que o homem possuía e dão-se os nomes de seus parentes, definindo-se o parentesco. Uma inscrição deste tipo encontra-se numa pedra de Hallestad, em Skane,
pedras rúnicas
pedras não inscritas
linha da estrada de larlabanki
Abaixo. A pedra de larlabanki é um monumento comemorativo cristão
e tem uma cruz central apropriada.
A inscrição, em runas de “ramo
longo”, é talhada no corpo de duas
serpentes. O texto é dividido em
duas partes, começando pela cabeça da serpente e serpenteando
até a cauda.
Suécia: “Asgaut erigiu esta pedra em memória de Erra, seu irmão; e era o criado de Toki. Agora esta pedra permanecerá no túmulo” Mas um texto rúnico pode ser mais complexo que este, e dar pormenores das façanhas de um homem, as circunstâncias da sua morte, O seu parentesco com as pessoas importantes, os limites da sua propriedade etc. Por exemplo, a pedra rúnica de Da-
lum, em Vastergóôtland, Suécia, declara: “Toki e os seus
irmãos erigiram esta pedra em memória dos seus irmãos. Um deles encontrou a morte no ocidente e o outro no oriente.” Ou a misteriosa pedra de Rada, também
de Vastergôtland: “Torkel levantou esta pedra em memória de seu filho Gruma, que encontrou a morte quando os reis combateram juntos” Só podemos interrogar-nos sobre quem terão sido estes reis. Por vezes, os epitáfios rúnicos, como os das épocas posteriores, terminam em verso. Um de Gripsholm, em
Sôdermanland, Suécia, faz parte de um grupo que relata uma desastrosa expedição vikinga um lugar chamado Serkland (uma região habitada por gente de pele morena, provavelmente território árabe) que acabou com a morte de vários jovens aventureiros, e diz assim: “Tola mandou colocar esta pedra em memória de seu filho Haroldo, irmão de Ingvar: Como homens viajaram longe por ouro E no leste alimentaram a águia,
Eeicórico e 1980, Tem
Morreram no Sul, em Serkland”
AO ac Hit =
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Estocolmo
Algumas pedras rúnicas são abertamente pagãs, acabando com uma frase como: “Que Tor santifique estas Runas”. Mas as pedras rúnicas continuaram nos tempos cristãos e pode ter havido uma oração ao Deus cristão,
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101
Às runas O alfabeto rúnico escandinavo tem a sua própria ordem
de letras e deve o seu nome, futhark, aos seus primeiros
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sons. Iambém era mconseguúente, pois uma palavra podia ser representada com runas diferentes de maneiras diferentes. Por conseguinte, os textos rúnicos são muitas vezes dificeis de interpretar. Em fins da época viking, foi reconhecida esta deficiência e criaram-se runas novas para preencher as lacunas.
l
EO
impreciso, apenas com representações aproximadas dos
5
Runas de ramo curto
plo, embora houvesse variantes do a. Entre as consoan-
tes, não havia caracteres específicos para d, ge p; ke b eram usadas no seu lugar. O soletrar rúnico era portanto
a
-
nham caracteres individuais suficientes para representar todos os sons da língua, e não eram bem distribuídos. Não havia letras para as vogais comuns 0 € e, por exem-
0
Ep2
senvolvidas para escrever inscrições menos cerimoniosas: sinais de propriedade, sinais pintados e coisas do gênero. Os primeiros futhark eram ineficazes, dado que não ti-
I
il
mais simples que as de ramo longo, e podem ter sido de-
ELARLTE CNDE
Runas de ramo longo
dr RS ee E
caracteres. Na época viking havia duas versões principais, mas elas misturavam-se, e por vezes as formas de um futhark invadiam o outro. Os dois tipos são conhecidos como runas de ramo longo (também chamadas runas dinamarquesas) e runas de ramo curto (também conhecidas por runas sueco-norueguesas ou comuns). Como eram desenhadas para ser talhadas na madeira ou na pedra, e não para ser escritas com uma pena, as runas são geralmente formadas por linhas retas — um só traço vertical e um ou mais inclinados. Não se faz distinção entre as maiúsculas e as minúsculas. As letras de ramo curto são
Acima, à direita. Desenhos estilizados
À direita. Este imponente grupo de
formas que disunguem um tipo do
na Suécia (anteriormente parte
de ramo longo (parte supenor) eram utilizadas geralmente na Dinamarca e ocasionalmente em outras partes, muitas vezes em
localização original. Duas das
de ramo longo e ramo curto. Às
outro são h, n,a,s, tb, m. Às runas
monumentos. As runas de ramos curtos (abaixo) eram utilizadas
habitualmente na Noruega e na
Suécia e em suas colinas. Uma
mistura das duas escritas parece
ter sido característica dos monumentos rúnicos da ilha de Man. Estes dois tipos, conhecidos
pedras em Bjórketerok, Blekinge,
da Dinamarca), mantêm-se na sua pedras não levaram inscrições. A terceira, de 4 metros de altura,
tem um texto rúnico cuja língua
indica que é muito antigo; talvez
remonte ao século VIL As suas letras rúnicas são de forma arcaica.
A inscrição não se entende bem, mas fala de “runas de poder” e invoca uma maldição sobre
quem destrua o monumento
como fulhark conciso,
comemorativo. Desconhece-se a intenção da colocação desta pedra.
futhark mais antigo, de 24 letras,
Abaixo. Uma caixa de pente feita
desenvolveram-se a partir do
que data do século anterior à época viking. Foram usados durante toda a época viking, mas foram
progressivamente substituídos pela
escrita romana quando o cristianismo foi introduzido no mundo escandinavo.
102
com comadura de cervo, procedente de Lincoln, na
Inglaterra, datada do século X ou XI. Tem uma inscrição em
runas de ramo longo: kamb: kothan: kiari thorfastr (“Thorfastr fez um bom pente”).
sos
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x Pai ! f PIC
TA aro
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SABER E RELIGIÃO
como na pedra de Valleberga, em Sk âne: “Sven e Thorgot engiram estes monu no: mentos em memória de Manni e Sveni; que De Us assista às suas almas: e repousam em Londres”. Um senhor podia colocar uma pedra em memória de um
criado morto ao seu serviço, como fez o rei em He-
deby, no sul da Jutlândia: “O rei Sv ein ergueu esta pedra
] | 1 IN STE A [DNA
em memória de Skarthi, o seu homem, que viajou para o ocidente, mas agora encontrou a mo rte em Hedeby.” Isto informa do acontecimento no sécu lo XI em que o rei dinamarquês Svein cercou e tomou He deby com uma força de ocupação. Por vezes, se um ho mem não | va em que o seu senhor ou os seus sucessores confia colocariam uma pedra, ele próprio erigia uma, como a de Vásby, em Uppland, Suécia, que declara que “Ali fez colocar esta pedra em sua própria honra. Cobrou o danegelá de Canuto na Inglaterra. Que Deus assista a sua alma”. Participar numa incursão vikingna Inglaterra era um ato muito pouco cristão, mas Ali pensou que fosse um episódio da sua vida digno de mencionar. Para o historiador, é uma prova importante de que o exército viking do rei dinamarquês Canuto teve mercenários suecos nas suas fileiras. E, obviamente, os comemorados em pedras rúnicas não eram só homens, embora estes predominassem. A pedra rúnica norueguesa mais esplêndida provém de Dynna, em Hadeland. E um pilar esbelto adornado com talhas dos três reis magos, de Jesus e da estrela de Be-
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lo.
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FELVN UI SAUNA já ); perl HAI
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lém. O texto informa de um ato de caridade cristã, a
construção de uma ponte para ajudar o viajante cansado: “Gunnvor, filha de Thryrik, construiu uma ponte em memória de sua filha Astrid. Era a moça mais manhosa
(hábil) de Hadeland”. Hã inscrições em outros objetos que não são de
j
)
vezes declarações de proembora sejam muitas pedra, à E
Ostergôand, Rôk, emrúnicas pedradasde pedras Àé uma mais
memória Varin eminestimável escrito por literário —documento
fabricação celta encontrada na Noruega à (não se , sabe
conhece, preenchendo cada
inscrição mais longa que se
Aointdioica Fpoca anE Contém uma oitava, bem
priedade bastante prosaicas, como a de uma caixa de
exatamente onde)
com o texto:
“Rannveig possui esta
impressionantes da Suécia. Tema |
espaço disponível. Talhada em
caixa” Ainda mais interessante é um texto em verso num — runas de ramo curto, é um
colar de prata de um tesouro viking encontrado em Sen-
ja (Troms, Noruega). Diz assim:
“Fizemos uma visita aos amigos da Frísia
E fomos nós que repartimos os despojos de guerra.”
As inscrições rúnicas são correntes em algumas regiões da Escandinávia e pouco frequentes em outras, não se sabendo qual a razão. Pode ser um sinal de densidades de população relativas, mas também é provável que reflita condições sociais ou políticas — algumas classes po-
alusões complexas a canções €
lendas perdidas.
inscrições indicam uma mistura de gente de fala nórdica e de fala celta. Também
aqui, as pedras rúnicas con-
servaram uma informação histórica que não podemos obter de outras fontes. A escrita rúnica era essencialmente prática, pois um
viking podia encontrar um pedaço de madeira em qualquer lugar, tendo sempre em seu poder uma faca no cinto. Os caracteres são fáceis de aprender e fáceis de gravar. Mas a escrita dificilmente podia ser usada para
para semelhantes luxos. Calcula-se que só na Suécia re-
mento comemorativo de um chefe dinamarquês em
algumas regiões devia haver mais dinheiro disponível
ço de madeira ou até numa pedra vertical. Um monu-
manescem cerca de 2500 inscrições rúnicas que datam de antes de 1300, na Dinamarca muito menos, talvez
Karlevi, na ilha sueca da Olândia, conserva um poema num rebuscado tipo de verso chamado drottkvett (“métri-
ca cortesã”), muito usado pelos escaldos. |
os vikings também deixaram inscrições em algumas das
Às sagas islandesas
nas Hébridas, na Irlanda e na ilha de Man, e em certas
tém conteúdo histórico. Não obstante,
Er
Embora o significado da palavra islandesa saga seja “história, nem todas as obras que hoje chamamos sagas os informes his-
regiões da Inglaterra € da Escócia. No entanto, há va-
tóricos que temos sobre a Escandinávia durante a época
| cões rúnicas vikings procedentes da Islândia ou da Nor| mandia, embora ambas fossem colonizadas pelos
de narrativa em prosa, as Sagas dos reis (Konunga sôgur) e as Sagas dos islandeses (Islendingadógur). Como foram es-
comemos So rúnica que nero moça chama data LO ] tita
como
escrever extensamente, embora se pudesse de vez em quando gravar um poema de até oito linhas num peda-
regiões que colonizaram: na Rússia Ocidental, na costa norte da Alemanha, nas ilhas Orcades, nas Shetland e
RSfaceado nascimento,
de Vaemod, seu filho morto—
dem ter tido mais condições que outras para erigir monumentos comemorativos rúnicos; provavelmente em
350, e na Noruega ainda menos, fora das últimas cidades vikings que agora se estão escavando. Não obstante,
Sire de Belé eus ca : Ra
ane
zios surpreendentes, p ois não parece que haja inscri-
vikings. A ilha de Man, no mar da Irlanda, é um caso es-
pecial,
porque,
:
embora seja diminuta, remanesceram
cerca e 30 pedras rúnicas, e os nomes que figuram nas
viking provêm em grande parte de dois tipos principais
critas principalmente no século XIII, isto ê, quase dois séculos depois do final da época viking, a sua veracidade
como provas históricas requer um exame profundo. a
o
103
SABER E
RELIGIÃO At esquerda. Uma
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abrntg ar ftiga a boi DAS alla tar
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REppaasaar frio É e bag Gosto bo mor esed piE aa fi ff at gampaa as Fi E fonttá eim oRRASta a | E
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oRes PE biqtas
tinats há od Rios” in
Cada ômegates TS bp often: Btadr tomo fer bomkt. Cs foro pa fam FAO Qrnr-a gun A ota
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A narração Sagas dos reis começa com relatos puramente lendários dos primeiros governantes escandinavos e prossegue com a vida do primeiro rei de toda a Noruega, Haroldo, o Cabelo Belo, cujo governo começou, segundo a data tradicional, em 870. Depois se segue a sucessão completa dos reis noruegueses até o final do período vikinge mais além. Haroldo teve muitos filhos, e a consequente história da monarquia norueguesa consiste, em grande parte, em lutas dinásticas entre diferentes ramos da família, misturadas com períodos turbulen104
ibea
Num
escrito em
Snorri Stur luson, 1930, E
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frequentes conflitos com os agricultores poderosos e os latifundiários que dominavam as assembléias provinciais norueguesas no inicio da Idade Média. As sagas
também dizem algo do parentesco entre os governantes da Noruega e os das terras escandinavas vizinhas. Embora os poemas escáldicos sejam citados muitas vezes para dar autoridade histórica a suas declarações, as sagas são
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rações. Tratam da natureza da primeira povoação e dos
problemas de sobrevivência num ambiente intimidati-
vo, da tentativa de impor o império da lei e do conflito entre esta e os métodos tradicionais de resolver disp utas
entre clãs poderosos, como a inimizade hereditá ria e o
pagamento de uma compensação. Costumam chamar -
se Sagas de Família porque as suas tramas se centram em parentescos familiares e famílias políticas. A sua extensão varia de um relato curto ao que quase equivale a um romance longo, como é o caso da Saga de Nial, por exemplo.
Algumas,
como
a Saga de Egil Skallagrimsson,
contam as façanhas de islandeses no estrangeiro, seja
como comerciantes e aventureiros, seja como poetas nas
cortes de soberanos escandinavos. Outras, como a Saga de Gisli Sursson, descrevem a vida encurralada do proscrito na Islândia e a sua luta pela sobrevivência. Outras se limitam de novo à história de determinada região, como Eyrbyggjasaga, que se situa na península de Snaefellsnes, na Islândia Ocidental. As Sagas dos islandeses são escritas num estilo narrativo plano e simples. Isto, junto com os seus pormenores sobre a vida quotidiana e as condições de trabalho na Islândia medieval, lhes dá um ar de autenticidade que induziu alguns leitores a considerá-las como informes historicamente fiéis da vida na época viking. A opinião moderna, no entanto, tende a considerá-las mais como
romances históricos, muitas vezes baseados na realidade ou na tradição local, mas elaborados com invenções
pós-vikings.
A poesia escáldica Embora os versos escáldicos, como vimos, fossem gravados, ocasionalmente, em runas sobre pedras ou pedaços de madeira, quase tudo o que sabemos deles nos chega de outro modo. Com a chegada do cristianismo, os escandinavos adquiriram o uso da escrita romana e rapidamente começaram a escrever textos na língua nórdica: as transcrições remanescentes mais antigas são do século XII, depois do final do período viking. Um dos assuntos que mais interessava aos escandinavos — sobretudo noruegueses e islandeses — era a história dos seus
próprios países. Como vimos, esta história proporcionou o tema de algumas das suas obras literárias em prosa medievais mais importantes, as Sagas dos reis e as Sagas
dos islandeses. Para obterem o material, os autores destas sagas recorreram à poesia dos escaldos que tratavam de assuntos históricos, como nos diz que fez o islandês
; Snorri Sturluson. Como vimos, a poesia escáldica era escrita para ser recitada em público e era transmitida graças à recitação € € à recordação. As suas figuras caracteristicas — as TIMAS as formas aliteradas — foram sem dúvida desenvolvidas a recorpara auxiliar a memória, ajudando o recitador
dos sédar a forma de cada verso. Os escritores de sagas sua proculos XII e XIII citavam esta poesia para ilustrar ou justificar as argumento seu ao vigor acrescentar sa,
até suas declarações, e desta maneira se conservaram
e complexo hoje. Como o verso era difícil de entender
estrona sua forma, os copistas posteriores escreveram vezes com muitas e completo por entender as sem fes 1nprosadores Outros partes. algumas mal preenderam peso às suas ventariam trechos de verso para dar e autenticidade, de aparência uma dar-lhes ou histórias
estas passagens devem ser distinguidas das autênticas citações vikings. Por todas essas razões, o estudo dos textos escáldicos é cheio de dificuldades. Alguns dos poemas que remanescem são o que os islandeses chamavam de “versos soltos”, estrofes soltas que comentam contendas e incidentes contemporâneos. Outros tomam a forma de grupos de estrofes que compõem poemas mais longos, muitas vezes recitados em honra de reis ou de che-
fes guerreiros. Têm diferentes graus de elaboração formal, por vezes com um estribilho, outras vezes não. Evidentemente, a forma com que se apresentava um poema incluía um protocolo, e deve ter sido importante saber que chefe tinha direito a um drápa — que tinha um estribilho — e a qual se podia enganar com um flokkr, que não o tinha. Infelizmente, não há informações de então de como
um escaldo recitava o seu poema perante o chefe escolhido, e temos de acreditar em histórias posteriores. Estas podem conter muitas invenções. Evidentemente, um poema de glória a um grande rei devia ser recitado em público. Não se tirava proveito de elogiar um homem em privado. Isso significava que o poema tinha de competir com toda a algazarra da casa real, pelo que comumente se começava por pedir silêncio. Depois, seguia-se uma série de estrofes que definiam as qualidades do rei geralmente aguerrido e bem-sucedido Era aconselhável
para o poeta elogiar também a generosidade do rei, pois, apesar de tudo, era um profissional e esperava ser recompensado. Um poema importante podia ter 20 ou mais versos e uma estrutura de três partes, com parágrafos de abertura e de encerramento, enquadrando um
grupo central de estrofes e de estribilhos. No entanto, nem todos os poemas continham elogios. O escaldo dependia menos do seu senhor que os outros
cortesãos, pois não era um membro permanentemente unido ao séquito real e, portanto, podia por vezes ser
persuadido a dar conselhos desagradáveis. Sigvat Thordarson foi o poeta da corte do rei norueguês do século
XI Magnus, cujo pai, Olaf Haraldsson, tentou introduzir 105
SABER E
RELIGIÃO
o cristianismo na Noruega e morreu numa batalha com latifundiários rebeldes em Stiklestad, próximo de
Trondheim, em
1030. Quando
Magnus subiu ao trono,
começou a vingar-se dos que se tinham oposto a seu pai e tornou-se muito impopular. Um grupo da corte escolheu Sigvat para a missão de mostrar a Magnus a loucura dos seus atos. Num poema chamado “Os versos de pala-
vras claras”, Sigvat preveniu Magnus dos perigos que corria se não se emendasse e definiu as qualidades que um bom rei deveria ter. A poesia escáldica é diferente de muitas outras obras literárias nórdicas primitivas de que se conhecem os nomes dos poetas; os versos são atribuídos a escaldos particulares. O que remanesce provém principalmente da Escandinávia Ocidental, e os poetas são noruegueses ou, em data um pouco posterior, islandeses. Remanescem al-
guns poemas da corte dinamarquesa. Provavelmente
houve escaldos suecos — embora não se conheçam as suas obras -, € cortes menores, como a dos condes das
Orcades, que também tiveram os seus poetas.
As eddas É difícil, e muitas vezes estranha, a linguagem da poesia escáldica, e a complexidade da sua métrica levou o poe-
ta e historiador Snorri Sturluson a escrever, talvez na dé-
cada de 1220, um livro de consulta para os jovens poetas que desejavam compor versos semelhantes. É a obra 106
chamada Ldda Menor (ou Edda em prosa), uma das obras
mais importantes que remanesceram da Islândia medieval. E dividida em três partes. A última chama-se “A lista de metros” e contém mais de 100 exemplos de diferentes modelos de versos com comentários e descrições de
Snorri. Às duas primeiras partes tratam do conteúdo e da linguagem da poesia escáldica. Dão uma explicação das referências mitológicas e heróicas contidas na poesta e das palavras que são usadas para definir diferentes temas poéticos. Para grande parte da sua informação, Snorri contava com outro tipo de poesia primitiva, a Edda Maior (ou Edda poética). A poesia éddica é anônima e geralmente tem uma forma muito mais simples que a escáldica. A maior parte dela se conserva num só manuscrito, chamado Codex Regius, antigamente na Biblioteca Real de Copenhague, mas agora guardado em Reykjavik, na Islândia. Há também um ou outro poema do mesmo tipo em outros manuscritos. O Codex Regius foi escrito no século XIII, mas o material que contém procede de um amplo período e aparentemente de vários países. Parte dele é quase certamente da época viking. Os poemas têm diferentes temas. Alguns são mitológicos, contam relatos dos deuses pagãos escandinavos, do início e do fim do mundo, e referem a sabedoria tradicional. Outros são heróicos, e narram as façanhas famosas dos grandes reis e guerreiros dos povos germânicos primiti-
Acima. À ilha de Drangey, em
Skagafjordur, no Norte da Islândia, é o local onde se desenrola a cena
de um importante episódio da
Saga de Grettir. O herói, Gretur,O
Forte, é condenado por assassinato e, como último recurso, refugiase
na remota ilha de Drangey — uma
fortaleza natural com alcantis por todos os lados =, onde consegue sobreviver comendo aves marinhas e ovos, bem como 08
borregos levados para pastar alino verão. Por fim, seus inimigos,
incapazes de alcançá-lo de
qualquer outra forma, tramaram sua morte com um sortilégio.
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sua vida, escrita no início
do século XIII. As ilustrações marginais na parte inferior
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na Noruega, retirada do Flateyjarbok. A miniatura é enquadrada na inicial de abertura da saga dedicada à
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islandês do século XIV sobre a morte de Santo Olaf em 1030, na Batalha de Suúklestad,
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107
Os deuses pagaos Os deuses e as deusas da Escandinávia formam dois gru-
pos. A maioria pertence à família dos deuses nórdicos chamados
esir (Ases), mas há um
importante — e portan-
to influente — grupo menor, conhecido pelo nome de vanir (Vanes). Os dois grupos têm qualidades e modos de comportamento eles
pPdrceer
muito
remontar
aos
diferentes, e a distinção entre tempos
prê-vikings.
No
mito
nórdico, os deuses aparecem como duas tribos em guerra que, após um longo período de conflito, chegam a um acordo,
dando
cada um
reféns ao outro. Isto explica a
presença dos vanir— os deuses da riqueza, da fertilidade
e do deleite físico — entre os esir.
Niord e seu filho e filha, Freyr e Freija, são vanir. Niord é um deus da viagem pelo mar e do empreendimento mercantil, do dinheiro e da propriedade, enquanto seus filhos são divindades da fertilidade e do amor sexual: Freyr e Freija têm uma relação incestuosa que os esirnão aceitam.
Os vanir, e Freija em particular, relacionam-se
com a prática do sedir, um tipo de magia que permitia aos seus praticantes controlar os outros e adquirir conhecimentos
especiais, mas também
causava afemina-
ção, condição inaceitável para a maioria dos nórdicos, O maior grupo dos deuses, os esir, inclui algumas divin-
dades nórdicas ses Odin e Tor. complexa com poderoso, mas
mais famosas, como os dois grandes deuEstes dois são opostos. Odin é uma figura muitos atributos, alguns deles sinistros. E traiçoeiro, e especialista em magia. Inter-
vém muitas vezes disfarçado nos assuntos dos homens. É
uma espécie de deus da guerra, porque apóia os grandes
guerreiros, mas frequentemente acaba por entregá-los à
morte. Em histórias posteriores, é apresentado como o deus do soldado profissional. A sua famosa arma é a poderosa lança Gungnir, e ele monta um cavalo de oito patas chamado Sleipnir. Tem sua morada no Valhalá, onde reúne os famosos combatentes mortos em batalha, pre-
parando-se para o Ragnarók, o dia final.
Tor é uma divindade mais simples e menos inteligente, é mais o deus dos homens comuns. É fisicamente poderoso; armado com o seu grande martelo Miofnir, luta com os gigantes e os demônios e defende Asgard, a fortaleza dos deuses. Em algumas das suas aventuras, está acompanhado pelo deus Loki, que é uma figura ambígua, aparecendo por vezes como um companheiro travesso, mas também como alguém malvado e traiçoeiro
cujos atos finalmente acabam com o império dos deuses no Ragnarók. Foi Loki quem inventou a morte do deus Baldr, o formoso e bem amado.
Entre os deuses menos conhecidos está Tyr, deus dos guerreiros. Só sobrevive um grande mito sobre ele; só tem uma mão porque o lobo Fenrir lhe arrancou a outra quando tentava escapar de uma armadilha colocada pelos deuses. Outro deus pouco conhecido é Heimdall. Ele guarda os caminhos de Asgard, e fará soar o alarme com seu corno quando começar o grande dia do Ragnarók. Também conhecemos nomes de diversas deusas, que incluem Frigg, consorte de Odin, Narina, a mulher de Baldr, e Sif, casada com Tor. No entanto, só Freija aparece frequentemente nos mitos remanescentes.
108
a
R
Ee
Pr ir
|
ae
A esquerda. Esta figura fálica
representa, provavelmente, Frevr. o deus da fertilidade, cujo ídolo no templo de Upsala era representado (segundo Adam de Brenten) com um grande pênis ereto, Como deus da produtividade, Freyr era o
A esquerda. Um pingente do século X de prata vazada, onginário da
especialmente férteis levariam o
e está recebendo um guerreiro
Freyr”. Esta pequena estatueta de
Valhala. Estas mulheres sobrenaturais se encarregavam de escolher os melhores combatentes,
Suécia, representa a figura de uma mulher oferecendo um chifre para beber. Provavelmente é uma
valquíria, palavra que significa “a
que escolhe os que loram mortos”,
patrono do agricultor, e Os campos
morto na mansão de Odin, o
seu nome: Freysakr, “trigal de bronze
(de 6,9 centimetros de
altura) provém de Rallinge, Sodermanland, na Suécia.
entre os homens mortos na
batalha, de que o exército de Odim ja necessitar para lutar na grande
batalha contra os demônios no Ragnarok.
H
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a
e
a
gu
CARA
7
pi
pe
“esquerda. Esta estatueta de
Acima. Este pormenor de uma
Sronze (de 6,9 centímetros
pedra ornada do século VII
“Ga Islândia representa
da Gotlândia, mostra um homem
ix altura) procedente do Norte
Tor com te o deus Eos Yelmen
4 martelo Miollnir, um dos
E, no
"S tesouros dos deuses,
Es We que ajuda Tor a defender
e SiBantes ee dos monstros E — tentam destruí-los. Foi feito “PPP UM anão, cuja estirpe se ABES
E
Ée “mn
o tacava : pel a habilidade. Tor
9 COMO arremesso e arma
Bm
E SUSsoTa,
mi
qr
é provavelmente ele
PeRTesenta rr Eni e SINOS
coroado com a figura de um
varrão. O deus Freyr tinha um
E
procedente de Tjângvide, na ilha
varrão chamado Gullitmbursti
montando um cavalo de oito
mesmo anão que fabricou O
Odin, Sleipnir. Descrito como “o
mais rápido que qualquer cavalo €
primitivo, Sleipnir era o resultado | da união entre o deus Loki
O brilho das suas cerdas.O varrão deste capacete pode indicar que
de cobrição gigan te,
proteção
patas; provavelmente é o cavalo de melhor dos corcéis” num poema
(disfarçado de égua) e um cavalo
À direita. Esta estatueta de um
combatente tem um capacete
martelo de Tor. Podia galopar
iJjuminava a noite mais escura com se trata de um combatente sob a de Freyr. Uma
o
sapo
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CAS:
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É
dos
Wa
palavra
do antigo nórdico que denomina *
E
Re
(“Cerdas douradas”), feito pelo
ENA
a
Na
e
um combatente nobre, iófur,
a ei significa literalmente “javali”.
109
SABER E
RELIGIAO
Midgardsorm,
também
chamada
lormungand.
Na
maior parte do tempo, estes monstros estão bem guar-
dados.
Fenrir
atado
e acorrentado
a uma
rocha, Lor-
mungand no fundo do mar. Quando chegar o dia final,
s, O sairão do seu cativeiro e se unirão às forças das treva
horrível Loki e um obscuro grupo de demônios e gigantes. Estes atacarão os deuses, que cairão depois de uma valente defesa, e o mundo será consumido pelo fogo. Os deuses o previram, e naturalmente Odin reuniu um exército de grandes guerreiros na sua grande mansão
A esquerda, Os te souros lendar; dos mit os nórdicos sã o
e AWibuído muitas vezes ao trabalh O dosanões aqui, um destes ANDES É repr
esentado na sua forja
pormenor de uma pia bat a sécu
lo XII, na ilha da Gotlândia maLdo
do Valhallá dentre os heróis mortos na batalha, mas sabe
de antemão que a sua resistência é inútil e que ele e todos os seus parentes estão condenados. Esta é uma mitologia adequada a uma raça guerreira, em que as matancas e as traições são moeda corrente, e em que um homem importante demonstra a sua grandeza lutando contra um destino que sabe inevitável. O mito nórdico da criação do gênero humano é muito primitivo. Três deuses, Odin, Hoenir e Lodur, caminhavam pela costa marítima e encontraram dois pedaços de lenha, provavelmente madeira flutuante. Pegaram os pe-
daços de madeira e deram-lhes forma humana, um macho e uma fêmea. Depois cada um dos deuses acrescentou características humanas: sopro e vida, razão e
movimento: fala, ouvido e visão. Desses dois seres, disse
zeram a estrutura do mundo,
do mar, do céu e das nu-
vens: dentro desse mundo, vive uma diversidade de criaturas, os mesmos
deuses,
homens,
anãos, duendes
e
gigantes de vários tipos. Ali vivem também vários monstros sinistros que acabarão com os deuses no dia final ou Ragnarók. Os mais conhecidos são o lobo Fenrir e a Serpente do Mundo, 110
uma cabeça de boi,
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va de Freyr. De modo que a história teve um final feliz, mas deixou Freyr sem a sua espada, e ele, portanto, não poderia usá-la para defender os deuses no Ragnarok.
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tinuará ali até que, segundo uma versão, volte de novo depois do Ragnarók. Este é o mito do deus “moribundo”, conhecido dos estudantes de religião comparada.
ças, e finalmente obteve a promessa de Gerd de ser noi-
+
sa
sair da residência de Hel, deusa dos mortos, mas ele con-
:
mônio”, no qual o deus da fertilidade se acasala com a Terra para fazé-la frutificar. Este deus é representado na lenda nórdica por um relato do deus Freyr e seu amor por uma moça gigante, Gerd. Freyr viu-a pela primeira vez quando estava sentado no grande trono de Odin, Hlidskialf, de onde podia ver o mundo inteiro. Apaixonou-se tão profundamente dela, que não podia dormir nem beber e enviou seu servo Shirnir para lhe fazer propostas. À recompensa de Shirnir seria receber a famosa espada de Freyr, que podia lutar motu proprio. O mensageiro fez a perigosa viagem ao norte, uma região frequentada por gigantes, e ofereceu presentes suntuosos à gigante. Quando ela os rejeitou, ele recorreu a amea-
]
La!
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Hodr lançasse uma seta de agárico contra Baldr, matando-o imediatamente. Os deuses tentaram, em vão, fazê-lo
Outro tipo de mito muito comum é o “sagrado matri-
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resplandecente, chamada Muspell. No grande vazio fluía um rio que gelou, camada sobre camada. Ali onde confinavam as duas regiões, o gelo derreteu-se e formou um gigante de neve, Ymir, de quem descendem todos os gigantes do mundo. Depois formou uma vaca, Audhumla, que lambeu o gelo salgado. Conforme lambia, uma figura com forma humana surgia do bosque: era Buni, de quem descendia a maioria dos grandes deuses. Os deuses Odin, Vile e Vi mataram Ymir, e do seu corpo fi-
agarra o seu anzol, cuja isca é
ro
gelada e nebulosa, chamada Niflheim, outra cálida e
fundo do barco, razão por que a luta é violenta quando a Serpente
E,
Mitos e lendas Entre os maiores mitos estão aqueles que explicam o princípio e o fim do mundo. Não é surpreendente que nenhum seja muito preciso. No início não havia nada, só o vazio, mas este se estendia entre duas regiões, uma
esquerda atravessou as tábuas do
lia E
vos da Europa continental. Graças aos poemas éddicos, e ao fato de Snorri os ter voltado a contar, adquirimos grande parte dos conhecimentos que hoje temos dos mitos pagãos e das crenças da Escandinávia primitiva, incluindo os nomes dos deuses, o parentesco de uns e de outros e as suas lutas com poderes inimigos. Mas temos de ser prudentes no uso da informação, dado que a nossa fonte é literária, não científica. Alguns poemas podem ter sido escritos depois da chegada do cristianismo. Também devemos supor que a mitologia paga era a mesma em todas as regiões da Escandinávia.
meses depois. Da mulher pobre proveio a classe escrava, da segunda a classe trabalhadora livre, e da rica a classe dos nobres e finalmente a realeza. Por conseguinte, segundo o mito, Heimdall foi o progenitor do gênero humano no seu aspecto social. Vários são os mitos relativos aos mesmos deuses. Um dos mais admiráveis fala do amado deus Baldr, de quem o sinistro Loki tinha tanto ciúme, que planejou a sua morte. Badr era invulnerável às armas feitas com qualquer material, exceto o agárico, o qual era tão insignificante, que não tinha sido incluído no juramento de não atentar contra a vida dos deuses. Loki informou-se disso e conseguiu que o deus cego
colocado, mas sua perna
e
E
que vai pescar a Serpente do Mundo. O martelo de Tor está
E
cada um dos casos, a mulher deu à luz uma criança nove
Ê pad? É p e E a Na Pe a Ba F:
da igreja de Altuna, em Uppland, Suécia, ilustra a lenda de Tor em
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mente a um casal pobre, a um médio e a um rico. Em
Abaixo. Esta cena na pedra rúnica
E
Snorri, descende toda e qualquer pessoa. Mas os humanos são animais sociais, e remanesce um poema curioso, Rigsthula (“A canção de Rig”), que descreve como apareceram as diferenças sociais neste mundo. O grande deus Heimdall estava passeando pelo mundo e adotou o nome de Rig. Foi a três casas que pertenciam respectiva-
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Aama, Entre as cenas enigmálticas de uma das pedras rúnicas da
Gotlândia, procedente de Ardre,
há uma que pode ilustrar um
incidente do relato de Volund
— (Wayland), o ferreiro, contado na
Edda Volund foi capturado por um ri que o obriga a trabalhar na
metalurgia real; vinga-se matando
- Osfilhos do rej e seduzindo sua
filha antes de escapar, adotando a
| forma de um pássaro. Aqui, à
direita da metalurgia (indicada
* Pelomartelos e pelas tenazes),
- há dois cadáveres sem cabeça,
enquàan esque rda há uma figura to
Pare comci um pássa daro e outra deumamulher.
Para os poetas que relataram estes mitos, Os mais importantes tratavam do hidromel, a bebida que concede a inspiração para criar poesias magníficas. Foi criada, no princípio, por um par de anãos, Fialar e Galar, que mataram um gigante chamado Kvasir e misturaram O seu a sangue com mel, fazendo assim O hidromel. Depois a bebida chegou às mãos de um gigante, Suttung, que hidromel e guardava em três caldeiros. Odin cobiçava o Gunnlod, que roubou-o de Suttung, seduzindo sua filha
o deixou beber dos três caldeiros. transforMas Odin esvaziou-os e empreendeu o vôo com apamado em águia. Suttung perseguiu-o, também a Asgard gar che uiu seg con n Odi mas a, águi de ia rênc nos baldes el rom hid O u ito urg reg e es) deus dos o rein (o Dessa altue nas talhas que os deuses tinham preparado. favoritos. seus dos er lqu qua a lo ecêforn e pod ra, Odin Sacrifício, culto e crença
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os lmit es est da di me que em er sab el sív pos Hoje não é s realmening vik 08 que em ilo aqu m ta en es pr re terários s nas suas vidas ato s seu os ava gui que ou m ra ta di re te ac r sta con m ra ze fi não s ing vik os ri óp pr quotidianas. Os
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pormenores da sua religião paga, e os cristãos que entraram em contato com eles estiveram pouco dispostos a
descobrir o paganismo ou a dar-lhe credibilidade; se o mencionavam, era geralmente em termos depreciativos. Ethelweard, o cronista inglês do século X, fala de Vuo-
then, o antepassado dos reis anglo-saxões, e diz que “os incrédulos nórdicos”, isto é, os dinamarqueses, os norue-
gueses e os suecos, “são oprimidos por uma tentação tão grande, que até hoje o veneram como a um deus” (Ethelweard está aqui equiparando Vuothen a Odin.) O pregador inglês do século XI Elfric escreveu um sermão “Sobre os falsos deuses” no qual referia que Júpiter “se chama Tor em algumas nações, alguém que os povos dinamarqueses amam acima de tudo”. O único templo pagão de que temos uma informação pormenorizada é o de Gamla Upsala, na Suécia Central, que foi descrito pelo clérigo alemão Adam de Bremen no século XI. Diz este que todo o edifício era dourado.
O templo continha ídolos de três deuses, estando o mais poderoso, Tor, colocado no meio, entre Odin e Freyr.
Adam passa a definir os diferentes atributos e qualida-
des destes deuses, de acordo com a crença dos suecos.
111
A lenda de Sigurd [Eee
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As histórias e caracteres, que são a matéria essencial da lenda nórdica, derivam da tradição germânica da Euro-
pa Central, mas é na literatura da Escandinávia medieval que estão mais bem conservadas. O compositor alemão Richard Wagner (1813-1883) recorreu aos mitos nórdicos para a inspiração de muitos dos seus dramas musicais e óperas, especialmente as aventuras dos grandes heróis germânicos Siegmund e Siegfried, pai e filho. A história de Sigurd (Siegfred) é contada em vários poemas da Edda poética, e Sonorri Sturluson também a resume na sua Edda em prosa. O relato em prosa do século XIII, a Saga do rei Volsung e seus descendentes, é o mais acessível
para o leitor moderno ( Volsunga Saga).
Sigurd era o filho póstumo do grande herói Siegmund. Criou-se com um ferreiro chamado Regin, que provinha de uma família especialista em magia. Regin fez com que Sigurd ficasse descontente com o seu destino na vida e animou-o a melhorá-lo, procurando o tesouro guardado por um dragão chamado Fafnir. Na realidade, Fafnir era irmão de Regin e tinha-se batido pela propriedade do tesouro. Regin decidiu fazer uma espada para Sigurd com a qual tinha de matar o dragão, mas as duas primeiras que fez fizeram-se em pedaços quando Sigurd as experimentou, O que levou Regin a fazer uma terceira espada com os fragmentos da antiga espada do pai de Sigurd, Siegmund. Esta era perfeita, afiada e resistente.
Regin acompanhou Sigurd até o terreno baldio onde se escondia o dragão. Encontraram as pegadas que Faf-
nir deixara ao Ir até o seu bebedouro. Eram enormes, e
Sigurd ficou inquieto. Regin aconselhou-o a matar o
monstro,
cavando
um
buraco
e escondendo-se
nele,
para que quando o dragão viesse beber pudesse apunhalá-lo no baixo ventre. Isso foi o que fez Sigurd. Quando o dragão morreu, Regin apresentou-se reclamando uma parte do tesouro, uma vez que tinha proporcionando a espada. Regin e Sigurd disputaram entre si, mas finalmente Sigurd acedeu ao pedido de Regin: que assasse o coração do dragão e o desse a ele para que o comesse. Sigurd assou o coração num espeto. Quando o suco da carne começou a crepitar, ele examinou o coração com o
dedo para ver se estava assado. Escaldou o dedo e levou-
o à boca para arrefecê-lo, bebendo assim o sangue da
carne. Nesse instante adquiriu a capacidade de com-
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preender a linguagem dos pássaros que chilreavam nos arbustos à volta. Eles revelaram-lhe que Regin tinha a intenção de traí-lo e apoderar-se do tesouro, e sugeriram
que cortasse a cabeça a Regin. Seguiu este conselho, comendo depois parte do coração de Fafnir, antes de montar em seu cavalo Grani, um magnífico animal que tinha sido gerado por Sleipnir, o corcel de Odin, e escolhido a conselho de Odin. Seguiu as pegadas do dragão até a sua
guarida, onde encontrou o monte de ouro e outros te-
souros, mais do que aquilo que dois ou três cavalos normais poderiam carregar juntos, embora o seu cavalo Grani tenha conseguido transportar todo o tesouro sem dificuldade. Não sabia que o tesouro tinha uma maldição que provocaria o desastre a quem o possuísse.
Partindo a cavalo, Sigurd chegou à mansão de um rei,
onde conheceu uma mulher, Brunilda, pela qual se apai-
xonou, e eles trocaram anéis e promessas de mútua fidelidade. Depois de permanecer ali por algum tempo, Sigurd partiu em busca de novas aventuras e chegou com o seu tesouro à corte do rei Giurki, que tinha três filhos, Gunnar, Hogni e Guttorm, e uma linda filha, Gudrun. Ele causou grande impressão, e Cremilda, a mãe, propôs unir-se a Sigurd com a sua família. Deu-lhe uma poção mágica que o fez esquecer Brunilda e apaixonar-se por Gudrun, casando-se com ela; para selar a aliança, Sigurd, Gunnar e Hogni prestaram juramento de irmandade de sangue.
Por sua vez, Gunnar dispôs-se a conquistar Brunilda, e Sigurd aceitou ajudá-lo. Ela vivia numa mansão rodeada de uma barreira de fogo, e tinha prometido casar-se somente com o homem que conseguisse atravessar as chamas para pretendê-la. Gunnar não o podia fazer, mas Sigurd, com o seu grande corcel, poderia. Desse modo, Sigurd e Gunnar trocaram de aspecto, e Sigurd, disfarçado do seu amigo, conquistou Brunilda. Dormiram jun-
tos, mas Sigurd colocou eles para conservar a sua o anel que ele lhe tinha tinham comprometido,
a espada desembainhada entre castidade. Recebeu de Brimilda dado anteriormente, quando se e o entregou depois à sua espo-
sa, Gudrun. Gunnar e Brunilda casaram-se e foram viver
na corte de Giuki. A memória de Sigurd não voltou senão nesse momento, e ele recordou o seu anterior contrato de amor com Brunilda.
Acima. À porta decorativa da
Igreja de Hylestad, na Noruega,
contém cenas da história de o eab
Sigurd. Da esquerda paraa
direita aparecem: (1) Sigurd, +
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com um capacete como o her Ói
deve ter levado, a experimentando asespadas de y Ei Regin e cortando com elass abre
uma bigorna. À primeira espada | E acaba por quebrar-se,é Re gi,
em segundo plano, preparase para fazer a segunda. (2) Com
um ajudante para fazer sopra | á fole, Regin forja o metal da. 4 E lâmina da terceira espada.Es sta =
ele a fez a partir dos fragment NS de Gram, a espada de Sigmi nd, que se desfez em pedaços 28 quando Odin lhe opôsasua |7
lança na batalha, quebrando, (3) Sigurd, protegendo aacom,mo,
E escudo do veneno do draga Fafnir, segue o conselho de 5a Do | | Regin e cravaa espada no ventre se do animal. (4) Regin ficou. E
|
adormecido, guardando à
espada, enquanto Sigurdassão | =
coração de Fafnir num espeto no lume. Acaba de queimarà
mão e leva-aà boca para aliviara
dor. Quando bebe o sangue do dragão, dá-se conta de que é
capaz de compreender 0 queos
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pássarosà sua volta estão
dizendo (5) Sigurd segue O conselho dos pássaros € mata Regin. As versões escritasdi
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que Sigurd o decapitou, nã
aqui ele segue uma linha de conduta independente € parte
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(0). no simplesmente em dois. no Grani, o magnifi ico caval.
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Sigurd, carrega o teso
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Dois dos pássaroséq e
aconselharam Sigurd está a meio da folhagem.
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À direita. Como me da edras rúnicas succas,
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a de Dravle, tea
tem a sua inscriçãota numa serpente. 0e
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interpretou-a como, 04
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pedra, talhouses
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Gudrun e Brunilda disputavam entre si para ver quem tinha o melhor marido. Brunilda vangloriava-se de que o seu era o mais valente, dado que tinha atravessado um anel de fogo por ela, e então Gudrun revelou
o engano de que Brunilda fora vítima — ou seja, que tinha sido Sigurd disfarçado de Gunnar quem a tinha conquistado — e demonstrou-o mostrando a Brunilda o seu próprio anel, que Sigurd dera a Gudrun. Brunilda enfureceu-se e tramou a vingança. Disse a Gunna que sabia que era Sigur quem a tinha conquistado, e provocou-lhe ciúmes revelando que ela e Sigurd tinham dormido juntos, mas sem mencionar a espada que se mantivera entre os dois. Incitou assim Gunnar a maquinar a morte de Sigurd. Fez com que seu irmão Hogni conspirasse com ele, argumentando que com a morte de Sigurd herdariam o seu trono e o poder que exercia. Mas, sendo irmãos de sangue de Sigurd, não era corre-
to que eles mesmos o matassem. Seu terceiro irmão, Guttorm, que não tinha nenhum vínculo com Sigurd, aceitou matá-lo em troca de altas honrarias. Guttorm foi duas vezes aos aposentos de Sigurd quando este se encontrava na cama, mas nas duas vezes Sigurd o olhou com seus olhos penetrantes, e ele não se atreveu a cometer o ato. Na terceira vez que Guttorm se aproximou dele, Sigurd estava dormindo, e Guttorm desembainhou a espada e cravou-a nele. Sigurd acordou e, mo-
vendo-se espasmodicamente, pegou sua espada e lançou-a contra Guttorm, partindo-o em dois. Gudrun,
deitada junto de Sigurd, acordou ensopada de sangue e encontrou-o
morrendo
em
seus braços.
Quando
se
acalmou, Brunilda olhou-a e riu estrepitosamente. Brunilda zombou dos irmãos fazendo-os notar que
sem Sigurd seriam muito mais fracos na batalha, e reve-
lou a Gunnar que Sigurd tinha colocado a espada entre eles quando se tinham deitado juntos e, portanto, tinha cumprido a sua palavra. Reuniu as suas riquezas, deu-as aos seus criados e apunhalou-se. Enquanto jazia moribunda, pediu que a queimassem na pira funerária junto de Sigurd, com a espada desembainhada entre eles. Assim foi feito, e o tesouro maldito ficou nas mãos de
Gunnar e Hogni, prontos para levar a cabo outros atos infames.
113
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por testemunhos
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que este culto pagão se manteve na Suécia durante mais tempo que em outras terras escandinavas. No entanto, Adam também pode ter sido influenciado pelas narrativas bíblicas dos templos. Os topônimos facilitam uma informação adicional sobre as localizações pagas. Por exemplo, Odense, na Fiónia, na Dinamarca, é o “vi de Odin”
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car os deuses, e os seus corpos, todos juntos, misturados, eram pendurados nas árvores do pequeno bosque sagrado perto do templo. Adam cita o testemunho de “um certo cristão” que tinha visto 72 corpos de várias crianças enforcadas no pequeno bosque. Disto se deduz que
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Tor preside ao ar, domina o trovão e o relâmpago, os ventos e as tempestades, o bom tempo e os cultivos; à sua figura tem um cetro. Odin (cujo nome, disse Adam, significa concretamente “fúária”) controla a guerra € à coragem, e o seu ídolo é uma figura armada. Freyr é o deus da paz e do deleite físico, e a sua figura tem um pénis enorme. Todos os deuses têm os seus próprios sacerdotes, e as pessoas oferecem sacrifícios aos deuses para obter benefícios apropriados, a Tor em épocas de escassez e de pragas, a Odin para a vitória, e a Freyr para casais fecundos. Segundo Adam, os templos serviam de centro de culto público. Cada nove anos havia uma festa maior, à qual todos os de todas as províncias suecas, incluindo os cristãos batizados, tinham de assistir. Sacrificavam-se vítimas masculinas, incluindo cães, cavalos e homens, para apla-
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(vi significa santuá-
aparece várias vezes na
Noruega, significa “o templo de Tor” No entanto, geralmente dependemos de fontes escandinavas posteriores
para os pormenores da crença e do culto pagão, e essas devem ser tratadas com muita precaução. Na primeira
parte da sua história dos reis noruegueses Heimskringla, Snorri Sturluson descreve os costumes que Odin estabeleceu para os povos nórdicos: “Decretou que todos os mortos deviam ser queimados e colocados na pira funerária com todas as suas posses. Também disse que todo o mundo devia entrar no Valhalá com todos os bens que tinha na pira, e que também desfrutaria do uso do que ele mesmo tinha enterrado na terra, e as cinzas deviam ser levadas para o mar ou enterradas na terra, e os tâmulos deviam erguer-se em memória dos homens importantes... E devia haver um sacrifício no princípio do inverno para um ano próspero, e no solstício do inverno para a regeneração, e um terceiro no verão, que era um sacrifício para a vitória.” Em outro local, Snorri conta a história de uma festa
de sacrifício que pôs em apuros o rei cristão da Noruega
Haakon, o Bom
(934-960). O papel tradicional do rei
era presidir à festa, que se celebrava todos os anos no
outono, e comer a carne de cavalo de praxe. Mas Haakon não pôde conciliar isso com a sua fé cristã. Desejou jantar à parte com os seus amigos, mas foi forçado a entrar na grande sala e sentar-se na cadeira da presidência, o lugar de honra. Em vez de brindar por Odin, fez o sinal da cruz sobre o chifre de beber, e só se livrou da censura porque um devoto encontrou a desculpa de que estava fazendo o sinal do martelo de Tor. Em conjunto, foi um dia desastroso para Haakon e custou-lhe muito
apoio político. Nos invernos seguintes, quando se celebrava uma festa sacrificatória maior em Trgndelag, os
agricultores locais obrigaram Haakon a comer, de bom
grado ou à força, a comida pagã de figado de cavalo e a beber a taça sem se benzer.
Os eruditos modernos têm tendência a retirar importância à grandeza das celebrações maiores tão prolixamente — e talvez imaginativamente — descritas nas sagas 114
e a destacar em seu lugar os aspectos mais locais do culto. Como os povos germânicos em geral, os escandinavos não tinham uma casta sacerdotal bem determinada: o sacerdote também era um chefe secular, chefe de uma
família ou de uma sociedade local. Quanto a isso, as dagas dos islandeses têm interesse especial, embora, de novo, sua data tardia e seu fundo cristão possam fazer com que a sua informação seja pouco crível. No entan-
to, elas dão a entender que a religião pagã nórdica era
estreitamente unida ao ciclo anual e à hierarquia social secular. O chefe local chamava-se godi, uma palavra que
em princípio significava “sacerdote”, mas que pelo menos na Islândia denotava também uma distinção secular.
O termo também aparece como um título de status (talvez religioso) numa inscrição rúnica dinamarquesa. A Eyrbyggasaga do século XIII descreve um godi local semelhante, e, apesar da sua data tardia, provavelmente contém muitos dados autênticos que foram transmiti-
dos através da tradição oral. A saga fala de um latifun-
diário norueguês chamado Thorolf, apodado Moatrarskegge um grande devoto do deus — donde o seu nome. Vivia em finais do século IX, quando o rei Haroldo, o Cabelo Belo, estava submetendo o Sul da Noruega ao controle real à custa das famílias antigas de agricultores livres. Entristecido com as mudanças políticas, Thorolf
consultou o seu “querido amigo” Tor, que o aconselhou
a emigrar. Por isso, Thorolf reuniu os seus subordinados
e demoliu o seu “templo”, que provavelmente significa a
Acima, Esta reconstrução do
templo pagão de Old Upsala foi retirado da História dos pomos nórdicos, de Olaus Magnus,
publicada em 1555. É baseada na descrição de Adam de Bremen,
de aproximadamente 1070, que fazia observações sobre a
corrente dourada que rodeava O telhado, bem como sobre uma
árvore adjacente, de folha
perene, e uma nascente sagrada na qual se sacrificavam vitimas humanas afogando-as. Abaixo. O deus Tor era o: simbolizado pelo seu martel este molde de esteauta
procedente de Trendgárden, Hs
Jutlândia, Dinamarca, sign
ça
que o ferreiro local podia dar escolher aos seus clientes do
de século X entre um martelo
Tor ou uma cruz crista.
SABER E RELIGIÃO
grande casa solarenga da fazenda familiar. Às vigas principais foram carregadas no seu barco, e o grupo familiar
ianismo t s i r c o d ao ivas de t a t n e t s a imeir avos ao n i d n a c s e erter 05 no
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ersões jentemente, estas conv
s, e a escondiam interesses político ve introdução da nova fé te Lade, em resultados diferentes: foco de Trondelag, foi um aúvo
os resistência. Os missionári os ingleses foram muito ativ na durante todo o século X
de Olaf Noruega, mas até a morte em Haraldsson (Santo Olaf)
mo Stiklestad (1030) o cristianis
icial. não se tornaria a religião of Da Noruega, 0 cristianismo
ia e a expandiu-se para a Islând ândia durante as primeiras
Groenl
décadas do século XI. A conversão da Suécia, o último país, não se completou senão em meados do século XL.
partiu em direção à Islândia. Quando o barco se aproximou
da ilha, lançaram
os
postes que tinham segurado o assento de honra na mansão familiar. Estes representavam a autoridade de Thorolf como chefe de família e provavelmente também
como sacerdote de Tor; a figura de Tor (ou talvez o seu nome ou símbolo) estava gravado num deles. À saga conta-nos que “Thorolf chegou a um acordo segundo o qual se estabeleceria na Islândia, onde Tor lhes ordena-
ra que desembarcassem” Por conseguinte, quando os
postes foram lançados a um promontório na costa ocidental, um lugar que Thorolf chamou Thorsnes (e esse continua a ser o seu nome), Thorolf apresentou o seu
pedido para atracar ali, e ali construiu um templo. À descrição que a saga faz do templo parece, de forma suspeita, a de uma igreja cristã, e portanto, geralmente, não é hoje aceita, mas contém alguns pormenores distintivos:
“No
meio
do chão,
encontrava-se
um
pilar
como um altar, e nele havia um anel penanular (isto é, com a forma de um anel quase completo), de vinte onças de peso, e todos os juramentos deviam ser prestados sobre ele. O sacerdote devia levar no braço este anel em
todas as reuniões jurídicas.” (Sabemos por outras fontes que prestar juramento sobre um anel sagrado tinha importância especial na sociedade nórdica.) “No pilar também devia haver uma pia sacrificatória, e nela uns “raminhos” sacrificatórios [...] eram usados para aspergir da pia o sangue chamado hlaut, isto é, o sangue derramado pelos animais que eram consagrados aos deuses.” O autor da saga menciona outro aspecto da santidade dessa área, uma montanha sagrada perto dali “que ele (Thorolf) chamava Helgafell (Monte Sagrado),
crendo que quando morresse entraria nessa montanha, de e toda a sua família naquele promontório”. O fato
an
Thorolf estabelecer seu lugar de reunião na ponta do promontório onde Tor, representado pelos postes do as-
s essento, chegou a terra é uma confirmação dos laço
treitos entre a religião e a organização social.
A conversão ao cristianismo
era uma das últiNo início do século IX, a Escandinávia
Norte da no am tav res que smo ani pag do s eza tal mas for tato com O Europa. Os vikings teriam entrado em con s viagens sua as e ant dur as eir man as vári de cristianismo s e comerore zad oni col tas, pira o com ro gei ran est pelo m a longa viaciantes Por exemplo, os vikings que fizera depaham tin ro Neg mar o até sia Rús da rios gem pelos ental quando ori smo ani sti cri do s eja igr as com o rad a servir na par ou os, óci neg r faze a par io ânc Biz visitaram as dizem-nos sag As go. gre dor era imp do l soa pes guarda as cristerr em io érc com O m ava tic pra que que os vikings cristianismo um r ita ace a tos pos dis m ava est es vez tãs às os clientes. com es açõ rel suas as r lita faci a par ico ból sim vavelmente, Os colonos nórdicos no estrangeiro, pro que parece ter o l, loca ão igi rel a pel s ado nci lue inf m era dos primeiUm s. nça cre de a âne cel mis uma provocado Huelgi Eyvindarson, ros colonizadores da Islândia foi
ridas, Héb s ilha nas ado cri , que por co Fra o chamado Dizem que era o. tad men ali bem fora não a anç cri ndo qua
Cristo, mas rezaem a tav edi acr fé; sua na o fus con “muito
se encontrava va a Tor quando viajava por mar € quando
s rúnicas çõe cri ins , Man de ilha Na ”. ceis difí ões em situaç
em lápides do século X em língua escandinava aparecem esculpias cen têm is qua das s uma alg tãs, cris zes cru com , o que das adicionais retiradas de mitos nórdicos pagãos igiosas. rel s nça cre de ão fus con uma e ent ram cla ica ind
de pedra, Em Killaloe, na Irlanda, um fragmento de cruz
im, que comemora um escandinavo chamado Thorgr igo tem inscrições gravadas em runa e em ogam, O ant do alfabeto celta. O mais extraordinário é que em finais
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século IX os colonos dinamarqueses estavam pondo em
circulação uma cunhagem comemorativa de Santo Edmundo, rei cristão anglo-saxão da Anglia Oriental,
quando os vikings invasores o mataram em 870. Vários incidentes deixam claro que alguns dirigentes ocidentais utilizaram o cristianismo como meio de diplomacia para que eles se colocassem do seu lado. Foi o que fez Alfredo, o Grande, da Inglaterra em 892/8985, quando, segundo a Crônica anglo-saxã, dois exércitos vikings operavam na Inglaterra Meridional, um menor acampado em King's Milton e um grande com a sua base em Appledore, ambos em Kent. Para impedir que unissem suas forças, Alfredo e o seu delegado Ethelred apadrinharam os dois filhos de Hastein, o chefe do exército menor, estreitando ainda mais o vínculo e dandolhe dinheiro e obtendo juramentos e reféns. Mas não
funcionou. Hastein devastou o reino de Alfredo e, se-
gundo disse o cronista com indignação, também a província administrada por Ethelred. Mais de um século depois, o rei inglês Ethelred II, o Indeciso, teve mais êxito. Em 994 fez um pacto com Anlaf (Olaf 1 Tryggvason, depois rei da Noruega), que, aliado ao rei dinamarquês
Svein, o Barba Bifurcada, tinha impedido um ataque ao
reino. Ethelred pagou um tributo a Anlaf, mas também o apadrinhou na sua confirmação: “e”, acrescenta o cronista, “Anlaf prometeu que nunca voltaria à Inglaterra com intenções hostis — e, de fato, cumpriu a promessa”. As estratégias diplomáticas de Athelstan, rei da Ingla-
terra de 924 a 939, tiveram alcance maior. Segundo a
Saga de Haroldo, o Cabelo Belo, de origem irlandesa, ele introduziu na sua corte Haakon, o filho de Haroldo, uma
tradição que está de acordo com o caráter de Athelstan,
como indicam as fontes inglesas. Por isso o apodo de
Haakon é filho adotivo de Athelstan, nos relatórios nórdi-
cos. Athelstan
deu ao rapaz uma
educação
cristã e,
quando seu pai morreu, apolou-o na sua reivindicação
do trono norueguês, em oposição a seu meio-irmão
mais velho, Erik Machado Sangrento. Haakon destituiu
Erik por volta de 935 e tentou introduzir o cristianismo na Noruega, mas encontrou a oposição dos agricultores livres noruegueses, que desconfiavam de qualquer inovação, temendo que fosse uma tentativa de violar os seus direitos. Mas Haakon acabou por não ter êxito, e a sua
ode fúnebre, composta após a sua morte, provocada por
ferimentos sofridos numa batalha em 960, é de estilo pa-
gão. No entanto, a presença de um ou outro nome inglês — Sigefridus de Glastonbury, por exemplo — entre os que se tornaram bispos da Noruega no século X indica que a Igreja inglesa fez um esforço missionário importante naquela época. A partir dessa altura, o cristianismo desempenhou papel importante na religião e na política norueguesas,
embora os sucessores diretos não se inclinassem demasiado para ele. Efetivamente, o grande conde Haakon de Lade, que governou o país em finais do século X, era muito conhecido porque simpatizava com os pagãos. Foi substituído por Olaf I Tryggvason em 995, um soberano dos mais carismáticos que durante os cinco anos em que governou a Noruega desejou ardentemente, segundo a tradição, introduzir de novo o cristianismo. Na juventude, tinha-se convertido durante um exílio prolongado no estrangeiro (embora haja várias informa-
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Abaixo. Os dois grandes tâmulos de
Jelling estão um de cada lado do
cemitério atual que rodeia a igreja medieval.
Numa
linha que une o
cimo dos túmulos, e exatamente a
meio caminho entre eles, encontram-se as duas pedras
rúnicas, uma erguida por Gorm e a outra por Haroldo. Debaixo do túmulo sul estão os restos de uma colocação de pedras anteriores.
Jeling Dominando a cidade mercantil de Jelling, na Jutlândia Oriental, há dois grandes tâmulos que figuram entre os monumentos mais impressionantes da Escandinávia da época viking. Entre eles, encontra-se uma igreja de pedra medieval. O túmulo situado a norte é o maior tâmulo funerário da Dinamarca, mas a sua câmara funerária — que segundo os anéis de árvore data aproximadamente de 958 — está vazia. O propósito do túmulo situado mais a sul é mais incerto: nunca conteve uma sepultura e provavelmente era um monumento comemorativo. A meio caminho entre os dois túmulos, há duas pedras rúnicas. A ms-
crição da menor reza assim: “O rei Gormfez fez estes monumentos em memória de sua esposa, Thyra, o ador-
no da Dinamarca.” A maior diz; “O rei Haroldoordenou
que se fizessem estes monumentos em honra de seu pai, Gorm,
e de sua mãe, Thyra.
Foi este mesmo
Haroldo
quem conquistou toda a Dinamarca e a Noruega e converteu os dinamarqueses ao cristianismo” Esta pedra se retere claramente a Haroldo Dente Azul, que se tornou cris-
tão por volta de 960. A explicação mais plausível é que depois da sua conversão trasladou o corpo do pai, Grom, um pagão, do túmulo norte para um sepulcro na igreja que tinha construído.
Acima. Esta taça de prata é um dos
poucos objetos encontrados na
câmara funerária do túmulo norte. Tem um adorno muito pormenorizado de animais, é de grande qualidade e dá uma idéia do esplendor dos bens mortuários
LO NORTE
que devem ter sido enterrados juntamente com Gorm. Página seguinte, acima. Às duas
pedras rúnicas de Jelling são uma
fonte importante de informação sobre a dinastia real do século X na Dinamarca. À esquerda estã o pequeno monumento
comemorativo erguido por Gorm
para a sua rainha. À direita, a pedra
que Haroldo ergueu para enaltecer seus pais e a si mesmo. E cuidadosamente talhada em suas três faces.
À direita. Nesta vista de Jelling, o mais próximo dos túmulos
contém a câmara funerária de
Gorm. Podem ver-se as pedras rúnicas exatamente do outro
lado da igreja.
Abaixo. Uma seção do túmulo
norte. À câmara funerária foi
escavada num túmulo já existente, talvez da Idade do Bronze. Ele foi coberto com uma camada de
pedras e depois com terra,
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SABER E RELIGIÃO
confirmado na Inglaterra. Até que ponto Olaf ecra um cristão comprometido, ou utilizou a nova religião como
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enérgicos e muitas vezes cruéis aos pagãos noruegueses. Uma diz: “O rei Olaf celebrou uma reunião com os reis
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abandonarem o país ou se batizarem.” Ainda mais im-
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SOS | nismo nos códigos jurídicos da Noruega, depois de uma
sessão maior do conselho celebrada em Hordaland por volta de 1024, e de ter apoiado a atividade dos bispos misstonários ingleses na Noruega e nas terras vizinhas — Sigfrid, Grimkil, Rudolf e Bernard são todos conhecidos de nome. A morte de Olaf na batalha chegou a ser interpretada como a morte de um mártir, e os peregrinos afluíam ao lugar do seu enterro, Nidaros (Trondheim).
Sobre a introdução do cristianismo na Islândia, temos
um relato mais autorizado, que o historiador Ari Thor-
gilsson nos deixou no seu Livro dos irlandeses. Como vimos, Ari obteve o seu material de relatos orais que podem remontar à época da conversão. Conta ele que Olaf Tryggvason tentou levar o cristianismo à Islândia, enviando um sacerdote turbulento chamado Thangbrand numa missão de conversão. Os islandeses, talvez indignados porque um rei norueguês estivesse tentando impor a sua autoridade ao seu país, em geral não gostavam dele, embora alguns chefes da comunidade aceitassem os novos ensinamentos. À partida de Thangbrand, deprimido, depois de ter entrado em conflito com os islandeses hostis, enfureceu tanto Olaf, que este ameaçou com represálias qualquer islandês que fosse à sua corte. Dois chefes islandeses acederam à sua pressão, concordando em expor o caso em favor do cristianismo na
assembléia anual de Thingvellir. No debate que se se-
guiu, os cristãos e os pagãos acabaram por dizer que não podiam estar de acordo, mas tinham de aceitar religiões e leis diferentes. Ao chegar-se a este ponto, o “porta-voz da lei”, o presidente da assembléia, fez uma intervenção. Embora fosse pagão, argumentou que não podia
haver dois sistemas jurídicos no mesmo país, uma vez que Isso provocaria a anarquia, e propôs um compro-
misso segundo o qual todo o mundo seria oficialmente
cristão, mas os pagãos podiam conservar os seus costu-
mes é fazer sacrifícios aos seus deuses em privado. À pro-
posta foi aceita, mas pouco depois as concessões feitas ao
paganismo foram abolidas. O primeiro bispo da Islândia, Isleif, era filho de um dos primeiros convertidos. Seu
filho sucedeu-o, estabelecendo o bispado em Skálholt,
no Sul da Islândia. Depois foi consagrado um segundo bispo, Jon, com seu bispado em Hólar, no Norte.
119
SABER E RELIGIÃO
O cristianismo chegou à Groenlândia de modo semelhante, introduzido por Leif, filho do fundador da colôónia, Erik, o Vermelho,
no início do século XI. De regres-
so à Groenlândia vindo da Noruega, onde se tinha convertido ao cristianismo, Leif trouxe um sacerdote com ele para ensinar a nova religião. Apesar de entrar
em choque com a opinião do pai, que se aferrava aos an-
tigos costumes pagãos, a posição de Leif ganhou
ascen-
dência. Foi estabelecido um bispado episcopal em Gardar, no Sul do país, um lugar descrito por um papa do século XV como localizado “no fim do mundo”.
Os missionários alemães
A conversão das nações escandinavas orientais (os dina-
marqueses e os suecos) tomou um curso diferente. Aqui
as forças importantes eram o Império Franco, no sul, e o
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Norte, que se conseguiu algum triunfo.
no estreito da de propagar o mas não senão o Apóstolo do
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bispado episcopal de Hamburgo-Bremen, península da Jutlândia. Houve tentativas cristianismo para o norte no século VIII, no século IV, por meio da obra de Ansgar,
rânea escrita pelo seu colega e sucessor, Rimberto. Depois de o rei dinamarquês exilado, Haroldo Klak, ter sido batizado em Ingelheim, na Renânia, em 826, Ansgar teve a oportunidade de viajar com ele para pregar O cristianismo. O único êxito deste primeiro pastor foi a fundação de uma pequena escola, talvez em Hedeby, no Sul da Jutlândia. Houve uma segunda oportunidade em 829, quando Ansgar foi requisitado para uma missão arriscada na Suécia. Foi nessa ocasião que visitou a influente cidade comercial de Birka, no lago Malaren, onde estabeleceu um posto de missão, converteu o prefeito local, Herigar, e construiu uma capela. Ansgar voltou à corte imperial em 831 e foi designado primeiro arcebispo de Hamburgo (transferindo-se para Bremen depois de Hamburgo ter sido destruída pelos vikings em 845). O papa conferiu a Ansgar a tarefa de converter os dinamarqueses e os suecos ao cristianismo, e foi enviado um bispo para a Suécia, Gaudbert, que depois foi expulso “pelo ardor dos pagãos”. Na década de 850, Ansgar voltou ao norte, fundou uma igreja em Hedeby para atender a pequena comunidade cristã, que já ali existia, e em 852 regressou à Suécia. O rei e as comunidades jurídicas de Birka e de Upsala autorizam-no a pregar e a construir uma igreja em Birka. Uma viagem final à Dinamarca em 854 consolidou a igreja de Hedeby, e levou à fundação de uma segunda, em Ribe. No entanto, os efeitos da missão de Ansgar foram pouco dura-
douros, e em fins do século IX a Suécia e a Dinamarca
voltaram ao paganismo. Considerações políticas voltaram a converter os dina-
marqueses ao cristianismo — a pressão do imperador ale-
mão na fronteira da Dinamarca Meridional na primeira metade do século X. Sabemos menos do que gostaríamos sobre este período da história dinamarquesa, € muitas vezes temos de nos fiar em fontes recentes. Estas nos dizem que o arcebispo Unni de Hamburgo-Bremen levou uma
missão ao rei da Dinamarca em 930, mas este demons-
trou ser um pagão obstinado chamado Gorm. Foi com O
reinado de seu filho e sucessor, Haroldo Dente Azul que
os dinamarqueses se tornaram oficialmente cristãos por volta de 960. Segundo uma versão, a conversão de Haroldo ocorreu depois de o missionário Poppo demonstrar através de uma prova muito dura o poder superior da sua religião. Desta conversão orgulhava-se Haroldo na sua inscrição na maior das pedras rúnicas de Jelling. Estabeleceram-se bispados em Hedeby, Ribe (onde Odinkar ser120
“Reaas
De Ansgar, um monge da abadia de Corvey, na Vestfália, na Alemanha, temos uma biografia latina contempo-
viu durante 40 anos no início do século XI) e Árhus.
Depois, apesar de um lapso nos primeiros anos do rei-
nado de Svein, o Barba Fendida (987-1014), filho e sucessor de Haroldo, a Dinamarca foi por fim nominal-
mente cristã, estabelecendo-se mais bispados em Roskilde e Lund. Em um dos seus momentos cristãos,
Svein enviou um bispo inglês, Gotebaldo, à Igreja de Skâne. Durante o reinado do filho de Svein, Canuto, o
Grande (1018-1035), que também foi rei da Inglaterra, a Igreja recebeu mais reforços de missionários ingleses — os bispos Bernardo em Akâne, Gerbrando na Zelândia e Reginberto na Fiônia — e depois houve influências tanto inglesas como alemãs no cristianismo dinamarquês. Na Suécia, o processo de conversão foi posterior e durou muito tempo. Isso se deveu em parte à natureza dividida da sua população. À gente de Ostergótland e Vastergotland, no Sul, estava mais próxima da influência cristianizadora da Europa continental, enquanto os svears, que viviam no centro da Suécia em volta do lago Málaren, eram pagãos acérrimos. Reis particulares do século X aceitaram missões cristãs no país, e o rei Olaf Skótkonung, que reinou de 990 a 1021/1022, aceitou o batismo e aumentou a expansão do cristianismo, fundando
o primeiro bispado sueco em Skara, em Ostergôtland.
Sucessivos soberanos favoreceram a causa cristã, e a re-
ligião propagou-se progressivamente por todas as pro-
víncias do país, fundando-se bispados em Upsala e, no final do período viking, em Linkôping. A propagação do cristianismo é traçada nas inscrições rúnicas de pedras comemorativas. Os textos que contêm sentimentos cristãos aparecem a partir do princípio do século XI na Suécia Meridional, mas muito depois nas regiões mais centrais do país, onde algumas formas de paganismo parecem ter durado muito tempo. Efetivamente, em fins do século XI houve épocas em que bispos cristãos receavam ocupar os seus bispados. O grande templo pagão de Gamla Upsala parece ter durado relativamente muito tempo no período “cristão” da história sueca, e é muito provável que formasse um centro de oposição à nova fé.
A esquerda. À face principal da
grande pedra rúnica erigida em
Jelling pelo rei Haroldo Dente Azul, da Dinamarca, contêm a
maior parte da inscrição rúnica que exalta seus pais (e a ele
próprio). O texto continua à volta da parte superior dos outros dois
lados; um representa a crucificação de Cristo (mostrada na página
anterior), e o outro a cena deum
animal parecido com um leão
entrelaçado com uma serpente
(página 99).
TERCEIRA PARTE
A EXPANSÃO VIKING
EUROPA OCIDENTAL As primeiras incursões na Inglaterra, 793-865
“793: neste ano apareceram presságios terríveis na Nor-
túmbria, que assustaram muito as pessoas. Consistiam em imensos torvelinhos e relâmpagos, e viam-se dragões chamejantes voando pelo ar. Aqueles sinais foram imediatamente seguidos por uma época de grande fome, e pouco depois, em 8 de junho do mesmo ano, os homens
pagãos destruíram a igreja de Deus em Lindisfarne, saqueando e matando.” Com estas palavras, retiradas da Crônica anglo-saxã, os vikings aparecem pela primeira vez nos anais da história inglesa. Durante os três séculos seguintes, iriam dominar os acontecimentos do país até o ponto de os reinos anglo-saxões ficarem à beira da destruição. A presença escandinava deixou uma marca tão profunda na paisagem inglesa, que ainda hoje restam marcas dela. Embora a incursão no mosteiro de Lindisfarne seja a primeira que se registrou nos documentos que possuímos, é provável que os contatos entre a Inglaterra e a Escandinávia existissem desde muito antes. No próprio período pré-viking dos séculos VII e VIII, certas semelhanças entre os estilos artísticos da Inglaterra e da Es-
candinávia indicam, sem dúvida, um grau de contato
através do mar do Norte. Naquela época, a Inglaterra estava dividida em vários reinos e sub-reinos, e é possível que alguns deles tenham sido fundados por gente de origem escandinava. As provas mais decisivas que temos disso são provenientes da Anglia Oriental, onde alguns objetos, em particular o capacete e o escudo da grande
embarcação-túmulo do século VII em Sutton Hoo, são
quase idênticos aos dos lugares suecos contemporâneos como os cemitérios de Valsgârde e Vendel, em Uppland. Embora o guerreiro de Sutton Hoo e seu parente não
sejam provavelmente
escandinavos, não há dúvida de
que havia uma associação consciente, através do uso de objetos e de símbolos, com uma tradição cultural escandinava. Às razões podem residir numa identificação
com as crenças pagãs dos países escandinavos. Na época
da sepultura de Sutton Hoo, o cristianismo estava ex-
pandindo-se na Inglaterra, e os objetos suecos como o capacete — talvez usados como símbolos de poder aristocrático ou até real - podem ser considerados afirmações
anticristãs de solidariedade com os antigos costumes pagãos. Não esqueçamos que o paganismo persistiu na Suécia até meados do século XL. Esta tentativa de fazer perdurar as primeiras religiões na Inglaterra falhou, e no final do século VII, quando ocorreram as primeiras incursões vikings, O país era inteiramente cristão havia mais de cem anos. Embora a antiga identificação com a Escandinávia não tivesse sido esquecida, também
não se manteve. As fontes escritas
inglesas contemporâneas, como a Crônica anglo-saxã, não fazem distinção entre os escandinavos da Dinamar-
ca, da Noruega ou da Suécia. Normalmente, todos são mencionados como dene — “dinamarqueses” — ou são simplesmente descritos como pagãos. Várias referências documentais enigmáticas, que datam da época da incursão de Lindisfarne, podem estar relacionadas com a atividade viking. Sabemos, por
exemplo, que o rei Offa da Mércia, no Centro e no Sul do país, que então era um dos reinos mais poderosos, ordenou a defesa da costa meridional contra uma ameaça de guerreiros pagãos não especificados em 792: uma anotação na Crônica anglo-saxã no ano de 789 diznos que durante o reinado do rei Beorhtric de Wessex (786-802) três barcos que levavam escandinavos chegaram a Pordand, no sudoeste. Estes escandinavos eram provavelmente comerciantes; o seu assassinato registrado num documento real pode ter sido resultado de um mal-entendido, mais do que de violência premeditada. Como os invasores de Lindisfarne, os vikings de Porland parecem ter sido noruegueses, havendo uma característica norueguesa marcante em muitos dos primeiros ataques às ilhas Britânicas. Não obstante, é provável que as E
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À esquerda. O escultor que talhou os guerreiros brandindo século suas armas nesta lápide do de IX, procedente do mosteiro Lindislarne, pode ter evocado a deliberadamente a devastador
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Abnixo, Espólio viking: esta ferragem de bronze dourado, com o seu adorno anglo-saxão do
século VII em forma de cruz,
coberta de animais estilizados e
entrelaçados, foi retirada da capa
de um missal para ser usada como pingente. Foi encontrada no túmulo de uma mulher, em
Bjorke, na Noruega Ocidental,
tripulações dos barcos vikings contivessem guerreiros de
mais de uma nacionalidade, o que aumentou a confusão inglesa sobre a identidade dos seus perseguidores nórdicos. Quando as notícias dos devastadores ataques vikings
se difundiram, a reação inglesa foi de horror e indigna-
ção. Pouco depois da destruição da igreja dedicada a St. Cuthbert em Lindisfarne, o eminente clérigo Alcuíno, que era um oficial na corte do imperador Carlos Magno em Aquisgran, escreveu ao rei da Nortúmbria: “Nunca antes tinha havido tanto terror na Grã-Bretanha como o que padecemos agora de uma raça pagã, nem se pensa-
va que se pudesse fazer semelhante incursão vinda do mar. Olhai a Igreja de St. Cuthbert salpicada do sangue dos sacerdotes de Deus, despojada de todos os seus ornamentos. O lugar mais venerável da Grã-Bretanha foi presa dos povos pagãos.” Em 794, o ano que se seguiu à
incursão de Lindisfarne, um segundo mosteiro de Nortúmbria, em Monkwearmouth ou Jarrow (os anais são
confusos), foi queimado pelos invasores vikings. Era esta indiferença pela santidade da Igreja, mais que os outros aspectos da ferocidade dos vikings, o que inspirava tanto pavor às suas vítimas cristãs. Como pagãos, Os vikings eram considerados por muitos dos analistas ingleses como uma sentença de Deus pelos pecados das pessoas, e as predições do profeta Jeremias tiveram eco através
das amargas guerras que se seguiram: “Do norte virá um mal que arruinará todos os habitantes da terra.
Depois da violência inicial da incursão de 793, a Inglaterra desfrutou de uma paz virtual durante mais de 30 anos, enquanto as frotas vikings concentravam os seus ataques contra a Irlanda, Mas essa seria apenas uma breve trégua, dado que por volta de 830 se viu que os escan124
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EUROPA OCIDENTAL
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Iria estar livre de uma presencç: andinav -; | à presença escandinay a. Durante 15 - 265 anos (até J5) os ataques regulares continuaram, e nes-
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As escavações feitas na zona de Wood Quay, de Dublin, nas fundações anteriores para proporcionar uma base num lugar entre o rio Liffey e a Catedral de Christchuch, firme. Por conseguinte, havia várias camadas sucessivas desde 1960, descobriram indícios da cidade da época vi- | de habitação dentro do período de povoação da época. hingque são de uma qualidade excepcional devido à naviking (c. 920 —1 100) — há 13 só na Rua de Fishamble tureza pantanosa do solo. Foi possível identificar alguAlém disso, quando os anglo-normandos recuperarama mas das vivendas de madeira dos habitantes vikings, que
terra da margem
se encontravam em parcelas cercadas, junto com edificios secundários — balneários, estábulos, currais, oficinas
combros domésticos da povoação viking como enchi mento. O exame cuidadoso de todo este material facil
e armazéns. À natureza pantanosa do solo foi sempre,
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evidencia os extensos contatos de
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da época viking; proporcionando provas de diversasativ
vem ter sido pisados pelo gado trazido dos campos cir-
Azona artesã da cidade parece ter-se situado no extremo |
dades, como a talha de madeira e de osso e a curtimenta,
cundantes. Por serem feitas de madeira, as casas tiveram
oriental da Rua Maior, e os membros mais ricos da comu |
10 É ou 20 anos, e, como os limicada = : de ser reconstruídas
pelas A suas|; o : nidade viking, que podem ser aidentificados
grandes casas e pelos seus magníficos artefatos, viviamna
tes de propriedade não variavam, as casa novas foram
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zona da Praça de Christchurch.
construídas no mesmo lugar das antigas: punha-se tepe
o.
À esquerda. Uma moeda de Shitric Barba de Seda, o governador do Dublin viking, que estabeleceu a
primeira casa da moeda na Irlanda, por volta de 997.
Abaixo. Uma reconstrução de uma
rua no Dublin do século X, bascada nas escavações na Rua Fishamble.
Mostra uma série de parcelas
adjacentes, cada uma com uma casa de madeira e, em alguns casos, com dependências. As parcelas,
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separadas por cercas de caniçadas,
seguem a direção naturaldosolo. 4
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pantanosas garantiam a manutenção de muitos artigos de madeira, como vasilhas torneadas e aduelas de barris .
Este cajado, encontrado na Ru a de Fishamble, é muito
trabalhado. Foi magnificamen te elaborado numa característi ca versão de Dublin do estilo de
Ringerike, corrente na
Escandinávia do século XI.
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cultural com a
população irlandesa local. A insígnia em forma de anel caracteristica dos irlandeses foi adotada e manufaturada em grande escala pelos vikings. Foram encontrados exemplares tão a norte como a Islândia e tão a oeste como a Terra Nova. Os escandinavos também copiavam, muitas vezes em variantes muito mais toscas, broches de forma penanular, magnificamente executados
na Irlanda. Os vikings encontraram muito mais na Irlanda, especialmente a admirável metalurgia que levaram para a
oficinas irlandesas. Uma peça de espada em forma de cruz, procedente do recife de Smalls, no Sudoeste do
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Há outras indicações de intercâmbio
CELTA
Noruega após as primeiras incursões. Em finais do período viking, os estilos de decoração escandinavos, como o de Ringerike e o de Urnes, modificaram-se nas
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País de Gales, por exemplo, tem um adorno do estilo característico de Urnes irlandês, e o estilo de Ringerr-
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ke pode ser observado em artefatos de madeira procedentes de Dublin. Embora a decoração da pedra esculpida mostre sinais de elementos hiberno-nórdicos modificados, este estilo não é tão comum na Irlanda como no outro lado do mar da Irlanda. No entanto, eles podem ter preferido a madeira à pedra como meio para talhar, e por isso não restam exemplares. Às pe-
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dras com inscrições rúnicas que se encontram separadas, como uma conhecida em Baginish, no Oeste da Irlanda, devem bastar para preencher provas materiais.
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Os vikings de Dublin Sabe-se muito mais sobre Dublin que sobre qualquer outra cidade da Irlanda durante a época viking, embora só o seja por ali terem sido levadas a cabo investigações
arqueológicas. Dublin atraía os vikings pela sua localização num importante vau do rio Liffey, que servia de fronteira entre os reinos de Brega e Leinster. Em 841,
Abaixo. Uma vista aérea das
escavações de Wood Quay. À
Praça de Christchurch está diante da catedral, em segundo
plano, com a extremidade
oriental da Rua Maior à sua direita. Entre elas, encontra-se à
Rua de Winetavem, que desce até o rio Lifley; a Rua de Fishambre, à esquerda, marco
de outro limite da localização.
ou XI Xs As casas dos século
foram encontradas à sua direita, entre a curva e a catedral. Às
primeiras fortificações em terra da povoação viking estão
eles estabeleceram um longphort num lugar que não foi localizado, mas que poderia ter sido o do mosteiro irlandês em Kilmainham.
Não foi achado nenhum indício de ocupação ante-
rior ao século X nas extensas escavações empreendidas
em Dublin na década de 1960. Sabemos que os nórdrcos foram temporariamente expulsos da sua primeira colônia em Dublin em 902, e que muitos deles se instalaram no Noroeste da Inglaterra e na ilha de Man. Vol-
taram por volta de 917, e está claro que então Dublin foi fundada de novo na localização que hoje continua a ocupar. Durante o século X, Dublin enriqueceu fazendo co-
exatamente em frente; foram substituídas no início do século
mércio com outros centros em volta do mar da Irlanda, como Chester e Bristol. As escavações revelaram vários
cheia de escombros do Dublin
quais os ferreiros, curtidores, fabricantes de pentes e ta-
XII pela muralha de pedra que pode ver-se dividindo o lugar em duas partes. A área de terra
viking encontra-se diante desta muralha; era contida por revestimento de madeira.
À esquerda. Um fragmento de
osso encontrado na Rua Maior,
cuidadosamente talhado no
estilo de Ringerike, como uma amostra da prática de um
artesão.
edifícios de madeira bem conservados, que remontam à época viking. Muitos deles continham as oficinas nas
lhadores de madeira exerciam o seu ofício. Os ricos dirigentes de Dublin aproveitaram a situação incerta da Inglaterra naquela época para aumentar o seu poder do outro lado do mar da Irlanda, reivindicando a auto-
ridade sobre a ilha de Man e arrebatando o controle do reino de York aos dinamarqueses, e mantendo-o até 925. Em 980, no entanto, foram vencidos pelos irlandeses de Munster na batalha de Tara, e a cidade pagou um tributo importante. Os distúrbios posteriores entre os nórdicos da Irlanda fizeram com que os vikings de Waterford assumissem o comando de Dublin durante um breve período em 994, e Dublin nunca pôde recuperar
a posição preeminente de que gozava anteriormente entre os nórdicos irlandeses.
163
O ATLÂNTICO NORTE
Como vimos, vários dos vikings que deixaram a Noruega para fazer incursões ao longo das costas da Escócia e da Irlanda permaneceram ali como agricultores. Mas alguns deles — ou alguns da segunda geração de colonos — rapidamente navegariam de novo para ocidente, desta vez com destino ao Atlântico Norte: as ilhas Feroe, a Islândia e, finalmente, a Groenlândia e a América do Nor-
te. Outros fizeram a viagem diretamente para oeste parndo da Noruega. Muitos sustentam que a casualidade
desempenhou
o papel
principal
na
migração
viking
para ocidente, mas a esta distância no tempo é difícil saber até que ponto a necessidade e a resolução, mais que a simples curiosidade e os ventos dominantes, os guiou na procura de novas terras. Não há dúvida de que a viagem era perigosa. Havia que ultrapassar os obstáculos perigosos naturais do
Atlântico Norte, como os icebergs, não nos surpreenden-
do ouvir falar de afundamentos de barcos com as suas tripulações. Não sabemos muito sobre os métodos de navegação vikings. Nas águas costeiras, teriam usado sinais conhecidos para guiar os barcos, e, quando não avistavam terra, provavelmente calculavam a sua posição em relação com o porto do país ou o ponto de destino utilizando algum tipo de medida padrão, como um mastro graduado ou uma pedra-do-sol, para calcular a
altura aparente do Sol ou da Estrela Polar à noite (“na-
vegação de altura”). Foi-se adquirindo progressivamen—
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te um conjunto de conhecimentos sobre rotas, épocas de navegação entre lugares conhecidos, marés, ventos e correntes que foi transmitido de geração em geração;
meios de que não dispunham, no entanto, os primeiros
aventureiros que cruzaram as águas desconhecidas do Atlântico Norte. Os escritores de sagas não hesitaram acerca do seu valor, enquanto os desembarques conseguidos posteriormente ficaram por registrar como se fossem acontecimentos comuns. O fator significativo no impulso para o ocidente através do Atlântico Norte, em oposição às viagens vikings mais para o sul, é que o motivo principal parece ter sido
a colonização — a ocupação de terras e a exploração — antes que as correrias e os saques. Estas terras novas não eram habitadas, o que altera a
nossa maneira de ver hoje os acontecimentos. Ao contrário das incursões vikings na Europa Ocidental, onde os cronistas contemporâneos dentre a população local estavam à mão para descrever os seus atos de pirataria, não havia ninguém para facilitar uma informação de primeira mão sobre o que aconteceu no Atlântico Norte. À nossa informação documental provém principalmente das sagas, que — como já se assinalou no capítulo anterior — foram escritas muito depois dos acontecimentos e certamente depois de a história ter sido embelezada na transmissão. Apesar de todas as glórias e proezas vikings que as sagas contam, os nórdicos não foram os primeiros a chegar às ilhas do Atlântico Norte. O monge irlandês
Dicuil, escrevendo na França em 825, diz-nos no Livro da dimensão da Terra (Liber de Orbis Mensura Terrae) que desde 700, aproximadamente, existia, entre certos monges 164
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mais ousados, o costume de atravessar as águas inexploradas nas suas frágeis embarcações (provavelmente, simples barcos de couro conhecidos pelo nome de curraghs), estabelecendo-se na primeira ilha desabitada que encontravam e construindo celas simples onde viviam como eremitas, dedicando sua vida a Deus. Os vikings que encontraram estes monges na ilhas Feroe, e também na Islândia, chamaram-nos papar (os pais). Como correspondia ao seu estilo de vida, os eremitas, pelo visto, fugiram dos imigrantes; Ari Thorgils-
son conta-nos que deixaram
para trás os seus livros,
smos e báculos. No entanto, há poucas provas da sua
ocupação, Para além dos escritos de Dicuil e de Ari, só
remanescem alguns topônimos e restos arqueológicos
efêmeros.
As ilhas dos cordeiros É Dicuil quem nos proporciona a nossa primeira visão histórica das ilhas Feroe, um grupo de ilhas de margens escarpadas situadas no Atlântico Norte, a meio caminho entre as Shetland e a Islândia: “Há muitas outras ilhas no oceano ao norte da GraãBretanha, onde se pode chegar partindo das ilhas Britãnicas que estão mais ao norte em dois dias e duas noites de navegação, com velas desfraldadas e vento favorável |...]. Certo homem santo me comunicou que [...] de-
sembarcou numa delas. Nessas ilhas, eremitas que na-
vegaram desde Scotia (Irlanda) viveram ali desde há
cem anos aproximadamente. Mas [...] agora por causa dos piratas nórdicos elas estão vazias de anacoretas e cheias de inumeráveis cordeiros e de grande número de aves marinhas.” 166
Por isso sabemos que havia cordeiros nas ilhas antes da chegada dos nórdicos por volta de 860-870; por conseguinte, não é raro que os colonizadores as chamassem ilhas Faereyjar, ou ilhas dos Cordeiros. Deixemos que a Saga dos ilhéus das Feroe (Faereyinga Saga) nos proporcione a identidade do primeiro colonizador nórdico: “Havia um homem chamado Grim Kamban; foi o primeiro homem que se estabeleceu nas ilhas Feroe. Mas no tempo do rei Haroldo, o Cabelo Belo, muita gente fugiu (da Noruega) por causa da sua tirania. Alguns se decidiram pelas Feroe e se estabeleceram ali, enquanto outros foram para outros países desabitados.” Apesar de o escritor afirmar que era norueguês, o nome celta Kamban indica que Grim pode ter sido um colonizador escandinavo procedente das ilhas Hébridas ou da Irlanda. Vários cruzeiros de pedra com gravuras simples, como as que se encontraram em Skúvoy, junto com alguns to-
pônimos que contêm o elemento papa, foram tradicional: mente considerados como dados que corroboram a informação de Dicuil sobre a presença de monges irlandeses nas ilhas. No entanto, não se fez nenhum achado arqueológico relacionado com os lugares cujo nome integravam papa, e a forma simples dos cruzeiros gravados não prova por si própria a sua data tão antecipada. Argumentou-se recentemente que as amostras de pólen da ilha de Mykines demonstram que se cultivavam cereais na ilha no século VII. Não obstante, a data das amostras de pólen é dis-
cutível. Se os três elementos de informação pudessem ser estabelecidos com certeza, as declarações que apóiam o informe de Dicuil seriam realmente convincentes.
Acima. As ilhas Feroe, sem árvores,
erguem-se no oceano Atlântico, a meio caminho entre as Shetland
e a Islândia. Têm um clima que não permite praticamente
nenhum cultivo, c os habitantes
dependem da criação de ovelhas €
da pesca para o seu sustento,
Os primeiros colonos nórdicos
chegaram no século IX. Então, como agora, as vertentes
escarpadas das ilhas limitaram a povoação na faixa costeira.
Povoações vikings nas ilhas Feroe Durante a época viking, as
povoações estiveram limitadas,
como atualmente, às faixas costeiras da ilha. De qualquer modo, a distribuição do topônimo
aergi — uma palavra relacionada
com a criação de gado - sugere —
que alguns membros da população camponesa talvez se tenham
tornado pastores temporariamente,
levando o gado a pastar nas terras altas. Foi estudada uma grande quantidade de povoações da época viking— em forma de fazendas
individuais, comunais ele. =, incluindo, nos últimos anos,
algumas fazendas nas terras altas. Os achados materiais deste
período são muito escassos, à
exceção de Toftanes. Só foram
encontrados dois grupos de esculturas da época viking:
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O ATLÂNTICO NORTE
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à causa do indício de
tas ilhas Feroe anterior à época viking:
A Saga dos ilhéus das F eroe diz-nos os nomes dos colonÊ
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zadores e dos lugares onde se estabeleceram nas diferentes ilhas: por exemplo, sabemos que um certo Thrand tinha a sua fazenda em Gótu, em Eysturoy. Embora a veracidade da fonte na sua totalidade seja agora posta em dúvida e ela não possa ser usada como um guia exato da primeira fase de colonização, ou landnám, das Ilhas Feroe, traçaram-se os planos dos sítios mencionados nela e descobriram-se semelhanças espantosas com
os modelos
de povoações atuais. Não obstante, dado
que os declives escarpados das ilhas, que emergem abruptamente do mar, limitam a zona de terra disponível para construir, esta correspondência de zonas de povoação que ajuda os arqueólogos na identificação dos lugares também pode criar problemas, já que as pessoas não se sentem entusiasmadas com o fato de se fazerem escavações em sua casa ou em seu jardim.
Escavaram-se cerca de 16 sítios nórdicos nas Feroe,
mas poucos revelaram artefatos que remontem à colónia viking inicial; a maioria dos objetos recuperados,
cuja data se pode calcular, pertencem ao século XI. As provas de colonização mais antigas remontam aos últimos anos do século X e encontraram-se em Kvívik e Fuglajórdhur. Mas parte da localidade de Kvívik, construída junto da costa, sofreu a erosão das ondas e há indicações de que alguns lugares anteriores podem terse destruído do mesmo modo. A fazenda de Kvivik é o que melhor se conservou de todos os restos da época viking que hoje podem ser vistos nas ilhas Feroe. Consiste
numa sólida vivenda retangular com largas paredes de
pedra e de tepe de um metro de altura, a qual contém
uma grande lareira central e um buraco para brasas.
Embora uma extremidade desta construção se tenha
perdido no mar, resta uma entrada lateral numa das paredes remanescentes, que conduz diretamente a um riacho contíguo. Exatamente ao lado deste edifício há um estábulo que agora também está incompleto por causa da erosão do mar, e que deve ter alojado, aproximada-
mente, uma dezena de vacas em compartimentos de pedra. Acharam-se marcas de relva e córtices de álamobranco que formavam o telhado, um método que os colonizadores trouxeram da Escandinávia e que continuou a ser de uso comum nas Feroe até muito recentemente. A prova do carbono 14 nestes indícios confirma uma
data inicial na fase de colonização
dedicada
à
construção. As casas das ilhas Feroe também eram cons-
truídas com paredes de madeira e de pedra, feitas do mesmo
modo
que as casas escandinavas, embora
isso
requeira a importação de madeira para estas ilhas sem árvores. Tanto Kvívik como Fuglafjtordhr, que é um lugar parecido, mas não tão bem conservado, encontram-
se nos limites das povoações atuais. Em Toftanes, no sul de Leirvik, em Eysturoy, onde uma área mais ampla esta-
va disponível para a investigação, escavaram-se quatro edifícios, entre os quais alguns parecem ter sido reconstruídos. Estas escavações maiores tiveram grande significado para a nossa compreensão da economia das ilhas Feroe durante a primeira fase de colonização. O complexo consiste numa habitação com uma lareira central, um
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armazém e duas construções mais, que provavelmente incluíam uma cozinha. Um número excepcionalmente grande de achados (cerca de 500 no total) foi recuperado, incluindo recipientes de esteatite (provavelmente trazidos da Escandinávia), contas de vidro, pedras de amolar de xisto e, o que é mais interessante, pela nature2a excepcional das provas, vários artigos de madeira 167
O ATLÂNTICO
NORTE
Acima. A escavação de Kvivik, em
Streymoy, revelou o exemplar clássico de uma fazenda da época viking das Feroe, a qual compreende uma casa de 20 metros de comprimento e, paralelo a esta, um estábulo para o
gado no inverno, ambos construídos com grossas paredes de terra € de pedra. À casa tem uma porta lateral,
que dá acesso ao riacho adjacente,
e uma lareira central empedrada;
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bem conservados, que incluem um tabuleiro de jogo. A prova do carbono 14 nestes artigos confirma que o lugar estava ocupado nos séculos IX e X. Os animais guardados na propriedade eram sobretudo cordeiros, como continua hoje a ser nas ilhas, mas também se encontra-
ram alguns restos de vaca e de porco. Toftanes era obviamente um complexo agrícola de tamanho e importância consideráveis. Durante os meses de primavera e de verão, os animais deste tipo seriam levados para pastos ou invernadas elevados. Este sistema de criação de
animais em uso na Noruega foi rapidamente adotado pelos fazendeiros vikings em outras regiões montanhosas; já vimos a sua presença na Escócia e na ilha de Man. Neste último caso, o elemento celta de alguns topônimos, aergi, pode ser prova de uma povoação da época viking, e este costuma ser o caso nas ilhas Feroe, provavelmente uma indicação de que os primeiros colonizadores vieram da Grã-Bretanha Ocidental, como Grim Kamban pode ter feito. As investigações arqueológicas recentes concentraram-se nestas fazendas de planalto. 168
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Em Argisbrekka, por exemplo, foram encontradas várias casas feitas com paredes de tepe, de uma construção muito diferente da de outros edifícios da época viking nas ilhas, e isso sugere que era uma povoação só ocupada no verão, com a fazenda principal nas imediações de Eidhi, a aldeia mais próxima. A recente descoberta de um grupo de túmulos pagãos em Sandur, na ilha meridional de Sandoy, proporcionou novas provas de uma anterior presença viking. As escavações feitas ali junto da igreja revelaram restos de extensas colônias, que incluem uma série importante de igrejas de madeira primitivas, a mais antiga das quais se associa a um tesouro de moedas do século XI. Esta localidade ocupa uma zona de terra baixa e de
livre desaguamento, muito diferente dos escarpados declives de basalto vulcânico e tufo das ilhas setentrio-
nais, e, obviamente, teve uma história de colonização
tão longa como qualquer ilha Feroe. Apesar da sua no-
tável concentração de restos da época viking, este lugar
não é mencionado na Saga dos ilhéus das Feroe.
o seu interior teria estado revestido
de madeira, enquanto o telhado de tepe e de córtice de álamo se apoia;
em duas filas de postes, Entreoc
achados feitos ali sc encontrava um cavalo de brinquedo (à esquerda)
um semental talhado em madeira de abeto; o barco de by inquedo, de
salgueiro, mostrado junto dele, é
de outra povoação da epoca viking. em Argisbrekka, em Eysturoy,
:
Até o achado dos túmulos pagãos em San dur, pratica-
mente as únicas sepulturas vikings que se conhec ja m nas
ilhas Feroe estavam em Tjgrnuvik, no extr emo norte de Streymoy. Descobriu-se ali um grupo de túmulos ma rca-
dos com pedras numa área de desmo ronamento de terras, na ponta de uma enseada. Er am
tão escassos os bens
O ATLÂNTICO NORTE
Islândia: a terra do gelo
À Islândia encontra-se no meio do Atlântico a cerca de
800 milhas da costa do Sudoeste da Noruega. Os barcos
que se faziam ao mar dos países escandinavos teriam demorado entre uma semana e um mês para chegar ali. Mesmo fazendo escala nas Shetland e nas Feroe, a via-
mortuários que continham, que se suge riu que as pessoas ali enterradas teriam sido víti mas de um n aufrágio.
gem devia ser muito perigosa. As paisagens inóspitas da
gs, confirma a identidade cultural destas pessoas. A
perficie, e a terra de cultivo limita-se à franja costeira e aos vales do sul e do sudoeste. Não obstante, a partir de S60, os povoadores vikings começaram a chegar ali em
Uma insígnia simples em forma de anel, de desenho Irlandes do século X que se tornou habitual entre os vih; 11
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distribuição destas insígnias aneladas. da Terra Nov a à
Escandinávia, demonstra que houve uma rede de contatos culturais que unia as colônias do Atlântico Norte.
Islândia formaram-se com vulcões e gelo; os campos de lava e as geleiras cobrem quase três quartos da sua su-
grande número, num movimento colonizador que parece ter sido levado a cabo em circunstâncias muito dife-
—
SRA,
O ATLÂNTICO NORTE
rentes das que se introduziram nas Shetland e nas Órcades, ou nas ilhas Feroe, na esfera de influência viking Os
historiadores medievais islandeses pensavam que teria sido a tirania impiedosa que o rei Haroldo exercia sobre
os camponeses livres da Noruega o que teria levado muitos deles a procurar
uma
liberdade
política nas novas
terras a ocidente; outros sustentaram que a colonização foi incitada pela escassez de terras nos lugares de origem. Não há dúvida, no entanto, de que alguns dos pri-
meiros povoadores vinham da Grã-Bretanha e da Irlan-
da.
Uma
vez
mais,
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quem
nos
dá
a primeira
informação escrita sobre a ilha. A exatidão da sua descrição de fenômenos tão naturais como o sol da meia-noite é uma prova convincente da confiabilidade das suas fontes como
testemunhos oculares:
“Faz agora trinta anos que os sacerdotes (clerici) que viveram nesta ilha desde o primeiro dia de fevereiro até o primeiro dia de agosto me disseram que não só no
solstício de verão, mas também
nos dias anteriores e
posteriores, o sol poente esconde-se na hora do anoite-
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cer como se estivesse atrás de uma pequena colina, e,
portanto, não há escuridão durante este período de tempo, e qualquer tarefa que um homem deseje realizar, incluindo procurar piolhos na sua camisa, se pode fazer exatamente como em plena luz do dia. Os que escreveram que o mar é gelado à volta da ilha estão enganados
[...] mas depois de um
dia de navegação
daqui
para o norte encontrarão o mar gelado.”
Esta e outras referências documentais, que fazem alusão aos santos celtas que vagueavam pelo norte, como São Brandão, indica que “Thule” (agora identificada como a Islândia) era habitada desde 60 a 70 anos antes da chegada dos vikings. Não obstante, não há nenhuma prova arqueológica convincente que apóie uma presença pré-viking na Islândia. Alguns poucos topônimos com
Abaixo. Os péiseres e os ma nanciais
quentes (como o queaquise mostra) são um elemento
impressionante da paisagem
islandesa que contrasta fort emente
papa no Sudeste da Islândia foram motivo de muitos debates, mas as recentes escavações na ilha de Papey não lo-
com o seu gelo glaciário.
calizaram
colônias vikings, chamou-se assim
nenhum
rastro de povoação
que remonte
a
uma época anterior ao século IX. As provas que em dado momento se supunham confirmar uma atividade viking
Reiquiavique (“baia embaciada”)
o lugar de uma das primeiras
por causa do vapor que emanava dos numerosos mananciais quentes no Sudoeste da ilha,
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Hi stóri a das antiguidades do reino da Noruega (H istoria de Antiquitate Regum Norvagiensium), de cerca de 1180. O Livro
da
colonização
(Landnámaboók),
originariamente
compilado por Ari junto com outros na primeira metade do século XII, é a principal fonte de informação referente ao landnám ou fase de colonização. Proporcionanos os nomes e biografias de 430 colonos com as suas reivindicações de terras. Por isso, é uma fonte única. ou
conjunto de fontes, e entre outras coisas acabou por ser
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muito útil para os arqueólogos, indicando-lhes onde podiam localizar as colônias primitivas. Segundo o Livro da colonização, o primeiro colono permanente da Islândia foi um homem chamado Ingolf. Quando avistou terra, contam que atirou os dois pilares de madeira do assento de honra que tinha trazido consigo da Noruega para o oceano, para ver onde encalhariam. Demorou dois ou três anos para localizar onde tinham ido parar, mas finalmente encontrou-os num lugar do Sudoeste da Islândia que conhecemos pelo nome de Reiquiavique. Hoje, a capital da ilha deve o seu nome, que significa “baía embaciada”, às fontes de água quente natural dos arredores. Embora as escavações no centro da antiga cidade tenham achado restos da época viking, não se encontrou nada que os una diretamente à fazenda original de Ingolf, Segundo informação de Ari Thorgilsson, a colonização da Islândia completou-se em 60 anos, entre 870 e 930. Muitos dos primeiros colonos eram pagãos, e foram encontradas várias sepulturas com magníficas coleções
longe suficientes para representar a população original, | pois se calculou que cerca de 20000 pessoas vieram para a Islândia durante o período de colonização, aumentan-
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gor ra, ger são aago nas ilhaí s VestmannaHa São matérialmente, discussao. No passado, a e xistência de pe » Matéria de quenosva sin os ' pia alguns Etúmulos pagãos fez pensar que indica em uma na Islânc presença irlandesa pré-viking | ha, mas agora isto também está em questão porque nao se encontraram outras semelhantes na Irlanda. As sinetas podem ter sid -T SãO muul letetos. Emm to am todc do o caso, tal como nas ilhasS Fe:Feroe,: cgadaa do cheg dos nórddi iccaoss provocCOU ou o o afaí astamento dos s £ bapa. A chegada dos nórdicos à Islând ia é descrita no | di dos istandeses (IslendingabóR), escrito por Ari Thorgilss o chamado “pai da história irlandes: “No início do rs lo XII, mas não faz menção aos escandinavos a a atribui a descoberta da Islândia: o sueco Cardar nai son € os noruegueses Naddodd e Floki. Os seus nomeos | chegam-nos atr avês das fontes latinas primitivas, a Históna da Noruega (História Norvegiae), escrita em 1170 ea
O ATLÂNTICO NORTE
Ls
do posteriormente a população até 60.000, aproximadamente. Cada palmo de terra fértil foi explorado pelos fazendeiros nórdicos, e os que chegaram depois do período principal de colonização só puderam escolher terras pobres. Um destes atrasados foi Erik, o Vermelho, um criminoso e desterrado político da Noruega. Como o interior da Islândia era em grande parte coberto de gelo ou de lava, a colônia nórdica concentrouse na franja costeira e nos vales largos do sudoeste. À área mais densamente povoada parece ter sido o vale 171
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fazer recipientes deste tipo nos paises escandinavos.
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1939 as escavações de Stông, no vale de Thjórsá, na
Islândia Meridional, encontraram restos de um pequeno complexo agrícola que datava da época viking tardia. Estavam enterrados sob camadas de escombros vulcânicos lançados pelo monte Hekla. As paredes de tepe, construídas sobre fundações de pedra, tinham-se mantido em excelente estado de conservação. As investigações
posteriores descobriram os restos estruturais de duas fases anteriores de ocupação sob estes edifícios, e é possível que Stông, uma das várias povoações nórdicos da regiao, remonte à fase inicial da colonização islandesa, descrita no Landnámabók. Em 1974, para celebrar os mil e cem anos da colonização, fez-se uma reconstrução da
casa solarenga de Stông, no lugar mais acessível, um pouco afastado do lugar original.
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O complexo de Stông, escavado em 1939, consistia numa casa
principal, um estábulo
independente com compartimentos para o gado, um possível celeiro e uma forja para
forjar o ferro do pântano local;
junto ao riacho, há uma cerca
para animais (acima à esquerda), E difícil imaginar o que pode ter parecido o lugar no período
nórdico, dado que a lava e a pedra-pomes ocultam agora 05 contornos originais da terra.
Como as paredes de pedra e de tepe estavam tão bem conservadas
pela camada protetora de detritos vulcânicos, foi possível
reconstruir a casa de Stông com
um alto grau de exatidão (4
esquerda). Foram colocados com
cuidado alguns quadrados de
tepe sobre as fundações de pedra para construir as paredes exteriores. O telhado também
era coberto de tepe. As paredes €
o telhado foram revestidos coma uma camada de madeira isolante.
O interior da casa (acimajé
dividido em duas salas principais, cada uma com uma lareira E
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central e bancos para dormir: esta disposição, que conservava O
calor, também se encontra nas
casas islandesas medievais
posteriores. Duas ramificações de um lado da casa foram descritas
convencionalmente como vacara e sanitários, mas investigações
recentes sugerem que numa
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delas se efetuavao processo dalã,
cuja preparação requeria 0 uso da urina.
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O ATLÂNTICO NORTE
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nas terras costeiras do Oeste e do
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também corroborados pelas
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encontradas em povoações e
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particularmente densa nas
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g era ser conhecido pelo nome de Thingyvellir. O Althin ), presidido pelo lógsôgumadr (o homem que recita as leis que era escolhido pelos chefes locais ou godar, e propor icionava à tribuna para estabelecer leis e atender que o «as. Tradicionalmente, supõe-se que a primeira reuniã e do Althing aconteceu em 930, e esta data se mantev para assinalar o nascimento da Islândia como nação in: ao dependente, livre de qualquer tipo de controle real
icos ân lc vu os it tr de de o rt be co mo er Thjórsá. Hoje é um vulcões da s re io ma s do um a, kl He e nt mo expelidos pelo fino e ad id iv at de se fa em ou tr Islândia. Sabe-se que en vikinge a oc ép da as nd ze fa as ri vá € ; ng nal do período viki a, Em muitos nz ci de o nt ma um b so m posteriores jaze dado que , ão iç ru st de a su da ta da casos, pode saber-se da erupm co es ar ul ic rt pa va la de se identificaram camadas m tão exaja se o nã s ta da as ra embo a ções documentadas, antes. rtas como se pensava e uma das mais impo
en assinaescrever no final do século XI, Adam de Brem
lou que “os islandeses não têm outro rei além das leis” O Althing era o veículo de todas as decisões importan, tes com relação ao conjunto da colônia. O cristianismo por exemplo, foi introduzido oficialmente depois de longas discussões no Althing em 1000, embora se permitissem as práticas pagãs em privado a quem assim o desejasse. Abaixo do Althing estavam Os Things regionais, que e se reuniam regularmente para resolver assuntos locais
pensou qu Se o mp te o it mu r Po
1104. Supuem do ci te on ac tinha es çõ up er as st de es nt ta fazenda da no do an ab o provocado nha-se que esta tinha escavado pela a, rs jó Th le va do rte vestigain Stông, no extremo no es nt ce re as o, nt No enta primeira vez em 1939. cessivos de su os od rí pe os ri vá uve estão ções revelaram que ho s õe uç tr ns co de os up Dois gr ocupação deste lugar. ni a
na do ra nt co en foi e qu ca a por baixo do Um XII. e I XI s lo cu nos sé ré e a ocupação prosseguiu o çã up er a um de te proceden e, nt re fe di va la de da ma paredes de de s õe uç tr ns co s formou-se numa da taclisca O e qu ta en st su l ra ge a opinião a pode, de fato,
rsnes, ouvir queixas. Foi em um deles, o Thing de Tho
que Erik, o Vermelho, cujo temperamento fogoso fazia
da Isconjunto com a cor de seu cabelo, foi desterrado com lândia em aproximadamente 980 por assassinato, resultados transcendentes.
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O ATLÂNTICO
NORTE
Brattahlid Foi em Brattahlid, numa encosta escarpada que domina Einksfjord, que Erik, o Vermelho, construiu a sua granja em
casa, a parte mais antiga do edifício.
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cristianismo através do seu filho, Leif, o Ditoso.
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As paredes são de data tardia, mas
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como fazenda de Erik, o Vermelho.
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Abaixo. Plano do edificio de lepe e de pedra tradicionalmente descrito
finais do século X. Esta se tornaria o centro da Colônia Oriental da Groenlândia. Conhecidos agora pelo nome de Qagssiarssurk, que significa “pequena enseada desconhecida”, os restos de três grandes complexos agrícolas e um lugar de reunião ainda são visíveis hoje. Embora um dos complexos agrícolas se conheça popularmente pelo nome de “fazenda de Erik, o Vermelho”, a maioria das estruturas de pedra pertencem aos séculos XIII e XIV ou finais do período de ocupação da Colônia Oriental. No entanto, os arqueólogos revelaram as marcas de estruturas anteriores sob as ruínas visíveis. Foi identificada mais positivamente a localização da igreja de tepe construída pela mulher de Erik, Thjodhild, depois de se ter convertido ao
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Acima. O grande complexo agricola a que pertencia a casa que se apresenta à esquerda estendia-se por uma agradável encosta que domina Eiriksflord, em Brattahlid.
Os edifícios que podem ser vistos hoje foram construídos em
diferentes séculos. A igreja, ao lado
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Groenlândia nórdica, e portanto as
ferramentas tiveram de ser tratadas com muito cuidado: esta caixa de madeira para tesoura de tosquiar foi encontrada num estábulo de
Sandnes, na Colônia Ocidental.
À direita. Os fiordes internos da Groenlândia proporcionavam terras protegidas para os colonos nórdicos e campo para à
agricultura, Um período de clima relativamente suave em toda a
região do Atlântico Norte durante
a época viking fez com que a vida
chamou Greenland
(Terra verde). Iinha vindo à procu-
ra de colonos para fundar ali uma nova colônia, e a saga conta que lhe deu este nome para que soasse mais atraente. A isto se denominou a maior burla da história,
embora os que hoje visitam a Groenlândia no verão fiquem surpreendidos com a quantidade de terra verde que encontram, sobretudo ao longo dos fiordes costeiros e nos vales interiores da Groenlândia Meridional. Talvez Enk tenha sido um pouco difamado; comparada com a propriedade de terra pouco fértil que lhe tinham dado na Islândia, a Groenlândia bem pode ter sido um nome apropriado.
preparar uma expedição de 25 barcos, e por volta de 985
zarparam rumo à Groenlândia. Só 14 barcos lá chegaram, contornando o cabo de Farewell para atingir os fiordes protegidos da baía de Julienháb, como hoje se chama o lugar onde havia um ancoradouro seguro, boa pesca e terra para o pastoreio. Estabeleceu-se ali a Colônia Oriental. Erik escolheu os lugares mais favoráveis para si mesmo, e a sua fazenda em Brattahlid, na ponta do Eiriksford, tornou-se o centro político da colônia. Alguns membros do grupo de colonos de Erik continuaram a navegar mais 650 quilômetros ao longo da costa até chegarem ao refúgio de Godthâbsfjord (também é o seu nome moderno).
Fundaram ali a Colônia Ocidental — que fica muito mais a norte que a Colônia Oriental. As fontes escritas
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mercadoria muito apreciada na
Conta-se que Erik reuniu voluntários suficientes para
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riacho, está a localizaçãoda ig a
À esquerda. O ferro foi uma
Gunnbjon UlfKrakuson, que tinha sido desviado da sua rota por tempestades violentas quando 1a da Noruega para a Islândia. Erik teve êxito na sua procura. Três anos depois regressou à Islândia falando de uma terra que
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estábulos e currais. Ao sul, per odo a
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ali fosse mais fácil que agora e,
portanto, ainda mais atraente para a colonização.
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O ATLÂNTICO NORTE
dizem-nos que a Colônia Oriental consistia em mais de
190 fazendas, e a Colônia Ocidental em cerca de 90; entre elas há um grupo menor de cerca de 20 fazendas, Imaginariamente denominada Colônia Central. Nestes
últimos anos, os extensos levantamentos de planos e es-
cavações indicaram que esses números são demasiado
baixos. Identificaram-se os restos de quase 450 fazendas só na Colônia Oriental, e pensa-se que muitos deles são contemporâneos em geral.
Nas zonas principais da colonização, as fazendas nórdicas agrupavam-se nas partes mais abrigadas dos fiordes interiores, onde as condições climáticas eram me-
nos extremas que nas costas. Os climatologistas pensam
que o conjunto
da região do Atlântico Norte
experi-
mentou um clima relativamente suave entre os séculos IX e XII, fazendo com que a terra que hoje é improdutiva pudesse ser usada para cultivar forragem e permitin-
do assim a criação de gado, que durante o inverno ficava
no estábulo. No entanto, as condições de vida nas colô-
Acima. Um peso de tear com o
martelo de Tor gravado,
encontrado num celeiro da
fazenda de Enk. Provavelmente,
data dos primeiros tempos da colonização, durante o período de transição do paganismo para o cristianismo.
À esquerda. Do lugar escavado da
igreja de Thjodhild vcem-se as águas de Einiksfjord, que hoje estão geladas de outubro a maio. À
paisagem que os colonizadores
encontraram na Groenlândia não
tinha árvores, € por isso os edificios foram construídos com tepe e
pedras € revestidos com madeira encontrada à deriva.
nias da Groenlândia devem ter sido duras, especialmente na Colônia Ocidental, que ficava mais Colônia Oriental a ocupação nórdica se costa, e puderam encontrar-se zonas de mente baixas e suavemente onduladas.
a norte. Só na estendeu até a pasto relativaAqui, em todo
King's caso, a declaração do escritor do século XIII do
e Mirror de que “na Groenlândia há fazendas grandes o belas” parece ter sido exata. Um estudo dos ossos de animal encontrados em sitios de colônias nórdicas na Groenlândia, junto com outros indícios, demonstra que além de cordeiros (que ainda cabras, são criados na Groenlândia) se criavam vacas €
fato que parece surpreendente dadas as limitações cliesmáticas atuais. No entanto, quase metade dos ossos da metacavados em sítios da Colônia Oriental, e mais
sobretudo de dos da Colônia Ocidental, são de focas,
pade focas-harpas. É claro que a caça desempenhava pel muito importante na economia nórdica. Também se matavam
renas,
e a sua carne
seria provavelmente
O ATLÂNTICO NORTE ma
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complementada com cordeiro na dieta nórdica. Faziamse expedições regulares ao Nordrseta, os terrenos de caça no extremo norte, onde os colonos nórdicos teriam competido com os caçadores indígenas inuits pelos recursos naturais. A maioria dos lugares examinados até agora na Groenlândia pertence ao final do período nórdico. No entan-
to, a escavação de uma fazenda em Narssap, na Colônia
Oriental, sugere uma data de ocupação no período de
colonização inicial. E uma construção simples, parecida
com as que têm data comparável nas ilhas Feroe. O lugar mais famoso da Groenlândia fica na Brattahhd, numa agradável encosta que domina Eiriksfjord, na Colônia Oriental. Ali pode ver-se uma edificação conhe-
cida como “a fazenda de Erik, o Vermelho”, junto com
os restos de dois outros grupos de fazendas. No entanto, nenhuma dessas estruturas pode remontar a Erik, e quase não existem marcas visíveis das fases iniciais da ocupação. No centro do complexo há uma igreja magnífica. Esta substituiu a simples estrutura de tepe que ficava a sul e que hoje quase não se distingue, e que recebeu o nome de “Igreja de Thjodhild”, pois assim se chamava a mulher de Erik. Esta se converteu ao cristianismo depois de o seu filho Leif ter regressado à Groenlândia, vindo da Noruega encarregado pelo rei Olaf Tryggvason da missão de introduzir a nova religião na colônia, e construíram-lhe uma pequena igreja coberta de relva, para ela e para alguns seguidores. Erik, no entanto,
recusou-se
a abandonar
as suas
crenças pagãs, e Thjodhild depois não quis viver com 176
Escala 1. 2.600.000 ui irado
ele, o que, segundo o escritor da saga, “o incomodava muito” Um extenso levantamento de planos revelou os lugares de muitas fazendas, algumas com igrejas, ao longo do vale Qordlortoq até o norte, que une Airiksford e Isafjord. Um lugar de povoação em Sandnes, na zona do fiorde
interior da Colônia Oriental, que estava ocupada antes
do século XII, ultimamente atraiu muito à atenção dos
arqueólogos. Consiste num grupo de edifícios agrícolas, que incluem dois estábulos consideráveis e uma forja, além de uma igreja pequena, embora esta última esteja agora submersa pelo fiorde. Parece claro que Sandnes tinha poder territorial no fiorde interior sobre uma rede de outras fazendas menores. As condições geladas do solo mantiveram os restos de Sandnes em excelent e estado de conservação. Os edifícios agrícolas foram construídos com tepe e pedra, como na Islândia, e restam alguns fragmentos de madeira que demo nstram que as paredes, às vezes, tinham tábuas por dentro. As paredes ainda se erguem até uma altura consider ável. Os artefatos de madeira achados no lugar — por exemplo, uma capa usada para guardar a tesoura, encontrada
num dos estábulos — lançaram uma luz importante so-
bre o modo de vida praticado pelos audaciosos fazendeiros daquelas longínquas povoações nórdicas.
A colônia de Vinland Entre os colonizadores que navegaram com o grupo original de Erik, o Vermelho, à Groenlândia em 985, estavam os pais de um certo Bjarni Herjolfsson. Depois e na-
Povoações vikings na
Groenlândia (acima)
A maior parte da longa costa da Groenlândia é extremamente
inóspita, à exceção dos locais onde
os fiordes entram profundamente
terra adentro, Os colonizadores escandinavos estabeleceram-se em
três povoações, muito separadas
entre si, ao longo da costa
ocidental, A maior de todas, a
Colônia Oriental, cresceu em volta de Eiriksfjord. Erik, o Vermelho, estabeleceu-se em Bratrahlid.
O bispado de Gardar, estabelecido no início do século XII, ficava também na Colônia Oriental.
Rotas vikings através do
Atlântico Norte (à direita) Os vikings navegaram para O
ocidente da Escandinávia até as
Órcades, as Shetland, as Feroc e à
Islândia, saltando de ilha em ilha.
A Groenlândia foi avistada pela
primeira vez quando um barco que se dirigia para a Islândia foi afastado do seu rumo. Erik,O
Vermelho, partiu para o Ocidente
para verificar a sua existência e iniciar a colonização. Bjami Herjolfsson, de Herjolfsnes, nã Colônia Oriental, foi, muito
provavelmente, o primeiro europe E a vislumbrar a América do quando o seu barco ant
afastado do rumo, Foi o filho « 7 Erik, Leif, quem refez O
nino
de Bjarni para descobrir Vin
Thorfinn Karlsefni estabelecen— posteriormente uma povoação *
vida muito curta.
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O ATLÂNTICO NORTE
Enk, ele decidiu reconstituir a viagem de Bjarni na direção contrária. Deixando a Colônia Oriental, navegou ao longo da costa da Groenlândia e passou diante da Colônia Ocidental, até chegar à ilha de Disko. Daí cruzou o estreito de Davis e chegou a Helluland, agora identifica-
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da como a ilha Baffin. Continuando para sul, encontrou a costa do Lavrador (Markland), povoada de árvores tal
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como Bjarni a descrevera, e depois continuou, navegando durante mais dois dias, até chegar a um promontório de terra a sudoeste que chamou Vinland (“Terra das uvas”), devido às uvas silvestres ou bagas que encontrou ali. Leif e o seu grupo desembarcaram e passaram ali o inverno antes de regressar à Groenlândia. Geralmente, é hoje aceito o fato de os vikings terem
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chegado à Terra Nova, na altura do continente norte-
americano. As sagas relatam mais uma tentativa de estabelecer uma colônia nórdica ali; efetivamente, no ano
seguinte, o irmão de Leif, Thorwald, dirigiu uma expe-
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dição a Vinland, mas uma flecha matou-o numa escara-
Acima. O “Mapa de Vinland” é um desenho do mundo executado a
nae unta que pretende ter sido a sua feito no século XV, embora
autenticidade tenha sido
acaloradamente discutida.
resenta a Groenlândia quase
exatamente como uma ilha e
registra à descoberta de Vinland
por Bjami e Leif, mas agora muitos que este mapa é uma falsificação do século XX.
quele mesmo ano, ele saiu da Islândia com um cargueiro para juntar-se a eles, mas o barco foi desviado pelo vento e continuou a navegar para ocidente através do oceano até que avistou terra plana coberta de árvores, à
qual chamou Markland (“Terra dos bosques”). Bjarni não desembarcou, mas navegou ao longo da costa para norte, passando diante da terra deserta, montanhosa e rochosa, Helluland
(“Terra das rochas planas”), e de-
| pois para leste, para chegar à Groenlândia. Bjarni foi provavelmente o primeiro nórdico que avistou a América do Norte. Foi Leif, o Ditoso, o filho de
Erik, o Vermelho, quem ali desembarcou pela primeira vez, entre dez a quinze anos depois. Segundo a Saga de
muça com um grupo de americanos nativos. Dizem que Thorfinn Karlsefni estabeleceu uma colônia de 60 a 160 pessoas poucos anos depois, mas parece que durou apenas três anos. A hostilidade permanente da população indígena, a que os vikings chamavam skraelingar, um termo algo pejorativo, foi sem dúvida um fator de fracasso, mas também parece que se alongaram demasiado as rotas de fornecimento com base na Groenlândia. Até há pouco tempo, parecia que os vikings não tinham deixado nenhuma prova da sua presença física na América do Norte. Mas em 1965 se deu o achado surpreendente de um mapa que, aparentemente, datava do século XV, e que mostrava uma terra chamada Vinland, a oeste da ilha da Groenlândia. Defendeu-se que ele só pode ter sido traçado a partir de mapas anteriores de viajantes nórdicos, e que portanto oferecia uma prova clara (se
177
od r
L'Anse-aux-Meadows
-AAige-aux-Meadows
A colônia nórdica de L'Ánse-aux-Meadows encontra-se na ponta mais setentrional da Terra Nova; ela proporciona a única prova que temos para datar a presença viking
na América do Norte. A história da identificação do lu-
gar, em princípios da década de 1960, parece uma saga moderna. O arqueólogo norueguês Helge Ingstad, ao
procurar estabelecer a verdade sobre as histórias do descobrimento de Vinland feito por Leif, o Ditoso, acabou convencido de que as condições de navegação dominan-
tes teriam levado os barcos da Groenlândia a esta região
da costa da Terra Nova. A tradição local registrou a recordação de um grupo de edifícios num lugar da baía de Epaves, junto ao ribeiro do Pato Preto. Na investigação foram achadas as fundações de várias casas construídas
com tepe, as quais, sem dúvida alguma, pareciam os edi-
ficios nórdicos da Groenlândia e da Islândia
À direita. As pradarias do Norte da Terra Nova devem ter parecido acolhedoras aos navegantes
nórdicos depois da sua viagem ao longo da árida costa de Helluland (ilha de Baffin) e dos bosques de
Markland (Lavrador). No entanto,
a hostilidade dos americanos
nativos locais pode ter sido uma
razão pela qual a colônia de L'Anse-aux-Meadows foi efemera. Ainda não há meio de saber se era realmente Vinland, ou se esta se encontrava ainda mais para sul.
O ATLÂNTICO NORTE
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não no final do século XIX. e agora, geralmente se con-
sidera que o mapa é uma falsificação do século XX. A O alvoroço
e a polêmica posterior suscitados pelo
Mapa de Vimland” desviaram a atenção do trabalho arqueológico, que então estava sendo levado a cabo e que proporcionou provas indiscutíveis da presença nórdica na Terra Nova. Na década de 1960, o norueguês Helge Ingstad, juntamente
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sua companheira
e esposa,
também arqueóloga, começou a escavar um sítio em L'Anse-aux-Meadows, na ponta do promontório a norte da Terra Nova. Depois de várias temporadas de escavação, descobriram, diante de uma baía pouco profunda, um pequeno complexo de edifícios de pedra e de tepe, formando um arco junto a um riacho de água doce. A prova do carbono 14 demonstrou que o lugar esteve ocupado no período viking, e o esmagador balanço de provas — nada menos que vários artefatos nórdicos, que
incluíam uma insígnia anelada de bronze — indicou
que se tratava de uma colônia nórdica. Executaram-se ali fundições de ferro e trabalhos de forja — sobretudo
para a fabricação de rebites de ferro, que eram fundamentais para reparar os barcos —, e os grupos de americanos nativos daquela região não utilizavam os metais em finais do século X nem durante o século XI. Os edifícios também se diferenciam dos indígenas em tamanho, estilo e construção. Mas era Vinland a terra das
uvas silvestres? É pois muito pouco provável que se en-
contrassem
uvas crescendo
nessas latitudes, até nas
condições climáticas mais suaves dos séculos X e XI,
embora possam existir em regiões muito mais para sul.
De qualquer modo,
discute-se bastante a suposta rela-
ção de Vinland com as uvas, dado que poderia tratar-se de alguma espécie de bagas, ou talvez o nome
tenha
um significado completamente diferente. O achado em Mame, ao sul, de uma simples moeda de prata do rei norueguês Olaf Kyrri (1066-1093) também não lanca muita luz sobre a identificação de Vinland. Assim
À esquerda. Alguns dos edifício— s de L' Anse-aux-Meadows foram ção
construídos junto à localiza na da colônia, se nos baseamos evidência das escavações. As
e 08 análises demonstraram qu blocos de tepe usados para as € construir as paredes das cas cobrir os telhados foram madeira de cortados ali. Os lintéis m feitas, e as próprias portas fora ira de provavelmente, com ma devia que encontrada à deriva, ao longo da margem
Acima. Os nórdicos escolheram
uma pequena baía pantanosa em L'Anse-aux-Meadows para o seu
estabelecimento e construiram as
lado suas casas € telheiros de um
dorio, com uma oficina de a ferreiro do outro lado. À maiori das casas consiste em duas
construções erguidas lado a lado,
uma arrumação em duplicado
que era típica dos edificios
nórdicos na Groenlândia e que teria ajudado a conservar O calor.
abundar — o nome de baía e
! 05 de on r ga lu “o ca ionifi rsão lançados pelo ma
Euoços centrais As marcas das lareirasdentro das e os bancos laterais completarama edificios E nficação com os lugares. nórdicos de outros
Acima. Esta simples insígnia
anelada de bronze foi um dos achados mais significativos do
jugar. É de origem nórdica, de um tipo encontrado em todas as regiões ocidentais do
mundo viking.
como os artefatos nórdicos encontrados nas regiões árticas da América do Norte, foi encontrada num lugar
nativo, €, mais que uma povoação local, indica ativida-
des comerciais. O mais provável é que L' Anse-aux-Meadows fosse a “porta” de Vinland, mas uma localização mais precisa de Vinland terá de esperar o posterior achado e autentificação de coisas nórdicas na América
do Norte. Embora ignoremos se a localização de L' Anse-auxMeadows continua a ser a única prova de uma verdadeira presença nórdica na América do Norte, está claro que a povoação de Vinland teve extensão reduzida e curta duração. Incapazes de estabelecer boas relações com os americanos nativos, e com as rotas de forneci-
mentos vitais, cortadas com demasiada facilidade pelo mau tempo, a vida deve ter sido cada vez mais insegura para os colonizadores que viviam no outro extremo do mundo viking, e podemos imaginar facilmente o seu alivio quando regressaram à relativa segurança da Groenlândia, supondo que não fosse a fome ou a guerra O que acabou com as suas povoações. Resta a possibilidade remota de que algumas comunidades nórdicas tenham sido absorvidas pela população nativa, mas neste caso à sua cultura material distintiva se teria diluído rapidamente, sem deixar marcas no registro arqueológico. 179
À navegação viking
única direção fixa, sem levar em conta a altura e a estação, é quando o Sol está no ponto mais alto (zênite) da sua trajetória diária, ao meio-dia: a esta direção chama-
mos sul. Não é fácil calcular as direções quando o Sol está em outro ponto, mas pode fazer-se com algum grau de exatidão nas viagens de poucos dias de duração com pou-
cas alterações de latitude, recorrendo aos conhecimentos
sobre os movimentos do Sol memorizados em terra antes da viagem. Thirslund e Vebaek sugerem que a bússola solar dos vikings lhes permitia fazer cálculos muito mais precisos, possivelmente com uma margem de + 5º.
180
o bordo marcavam os 32 graus da
bússola, e o gnômon sobressaia verticalmente do centro do disco.
Para verificar qual é o rumo do
barco, gira-se o disco até que a sombra do gnômon
toque a curva
apropriada, e então se lê a posição nos entalhes.
1) a
F 7 E
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do
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tempo, de vento, e os indícios de terra para além do horizonte, Estes métodos empíricos simples de navegação oceânica foram muito utilizados durante milênios por muitas civilizações marítimas antigas: chineses, fenícios e gregos no Mediterrâneo, e os vikings. Geralmente, pensase que predominaram as técnicas não instrumentais até a introdução da bússola magnética no século XII. No entanto, agora parece possível que no século IX ou X os marnheiros árabes no oceano Indico possam ter usado um simples pau ou tábua (kamal) para medir a altura da Estrela Polar. Como esta está relacionada com a latitude do observador, era possível usar um tipo de navegação latitudinal, que simplifica muito o problema de navegação. Alguns eruditos sugeriram que os vikings também usavam técnicas de navegação latitudinal nas suas viagens pelo Atlântico, mas não se sabe se tinham algum instrumento simples parecido com o kamalárabe, ou se podiam calcular a altura da Estrela Polar, a olho, com precisão suficiente. Há poucos anos, o capitão Sgren Thirslund e o arqueólogo dinamarquês C. L. Vebaek levantaram a hipótese de os vikings terem tido uma simples bússola solar. O curso aparente do Sol pelos céus de oriente para ocidente depende da altura do observador e da época do ano. A
madeira, de 7 centimetros de diâmetro, Os entalhes que rodeiam
»
de
Abaixo. No início, o objeto teria sido um círculo completo de
uai
os sinais de mudança
equinócios e no solstício do verão.
rua =EA
cuidadosamente
no disco de madeira — uma reta e outra curva — pareciam corresponder ao curso do Sol nos
ca
observavam
varia segundo a altura e a estação do ano, e as duas linhas gravadas
Pe ; 4
velocidades, por sua vez, eram calculadas fazendo uso do saber herdado e da experiência pessoal sobre o modo como funcionavam os barcos numa grande variedade de circunstâncias. Além disso, estes primeiros navegadores
Incisas na superficie do disco correspondiam a curvas gnomônicas, a linha traçada pela sombra projetada por um gnômon (um ponteiro ou cone de madeira, como num relógio de sol). A curva
a
ao Sol e às estrelas, à direção do vento e à ondulação. As
reconheceu que duas linhas
io
nenhum outro instrumento, estes primeiros navegadores usavam métodos ambientais de navegação para se orientarem pelos mares sem caminhos. Usava-se um tipo de avaliação baseado nos cálculos do rumo seguido e na velocidade obtida. As direções eram calculadas em relação
foi escavado em 1946-48 por €. L. Vabaek num lugar nórdico próximo do fiorde de Uunartog, na Colônia Oriental da Groenlândia. Vários anos depois deste achado, o capitão E. V. Selver
ge
terra. Sem bússola magnética, carta de navegação nem
de lariço, que data do ano 1000 é
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cializar e saquear. As primeiras viagens eram costeiras € entre ilhas, com terra sempre à vista. Nestas condições, usavam-se as técnicas de pilotagem visual: o marinheiro verificava a sua posição com relação às referências da terra, como alcantis característicos, um estuário ou um promontório proeminente, e com relação às referências do mar, como bancos de areia ou recifes. Por volta de 1000 a.6., empreendiam-se viagens em alto-mar, sem avistar
5
do os mares do mundo para explorar, colonizar, comer-
A direita. A evidência da bússola solar viking se baseia neste disco de madeira quebrado, de abeto ou
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Há mais de 40.000 anos que os homens navegam, cruzan-
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RÚSSIA E O ORIENTE A expansão viking além-mar examinada até agora se limitou ao Ocidente. Os escandinavos que navegaram nessa
direção eram principalmente noruegueses e dinamarqueses, coisa muito natural dada a sua situação geográfica e a
antiga orientação para ocidente dos seus contatos culturais. Os vikings suecos percorreram também longas distâncias entre os séculos IX e X, mas naturalmente se fixaram no Oriente, onde encontraram culturas muito diferentes. Para lá das terras eslavas do Báltico Meridional e Oriental (a região ocupada hoje em dia pela parte oriental da Alemanha, Polônia, Lituânia, Letônia e Estô-
nia), as suas viagens os levaram através do golfo da Fin-
lândia até os grandes sistemas de rios russos do Volchov-
Lovat-Dniepre e do Volga, a sul e a leste, até as terras férteis
do Império Bizantino e o Califado Abássida dos árabes. Dali podiam ligar-se com as antigas rotas comerciais que se estendiam até a India e a China.
Os suecos no Báltico Oriental As tribos eslavas pagãs que viviam próximo das margens
meridionais e orientais do Báltico estavam, naquela épo-
ca, consolidando-se como grupos nacionais maiores, de modo muito parecido com o que estava acontecendo na Escandinávia. As tribos dos eslavos ocidentais — que incluíam os obodritas, os wiltzios e os rúgios no território
oriental da atual Alemanha,
e os volínicos e os pomerá-
nios na Polônia Ocidental — tinham várias povoações costeiras de grande importância na esfera da atividade comercial báltica. Devem ter sido muito conhecidos dos mercadores da Escandinávia Oriental e mais além, incluindo os árabes, que, por vezes, enviavam embaixadas e missões comerciais ao extremo norte. À arqueologia descobriu muitas destas povoações, e fizeram-se achados es-
pecialmente importantes em Árkona e Ralswiek, na ilha de Rúgen, no Báltico Meridional, a capital dos rúgios, onde se encontraram
os restos de um centro comercial,
de uma fortaleza e de um dos maiores templos pagãos das terras eslavas.
Outros centros mercantis costeiros, em Menzlim, Ros-
tock, Mecklenburg e Oldenburg Truso e Kolobrzeg
(Alemanha)
e Wolim,
(Polônia), têm caracteristicas pareci-
das com as da Escandinávia Oriental e da Gotlândia. Por exemplo, em Wolin, uma ilha na foz do Oder, os arqueólogos acharam os restos bem conservados de uma cidade ribeirinha; as casas de madeira e as ruas rodeadas de mu-
ralhas com paliçadas se parecem muito com as cidades vikings contemporâneas de Hedeby e Birka, Os edifícios continham detritos procedentes de uma ampla gama de atividades artesãs, com objetos especialmente belos talhados em âmbar do Báltico. Wolim também era um centro de culto eslavo, e escavou-se um templo muito trabalhado, que segundo a análise dos anéis de árvore remonta a 966, aproximadamente. Os escandinavos conheciam Wolim pelo nome de Jomsborg, e durante o século X pode ter sido a base da semilendária associação guerreira viking que se conhece pelas sagas com o nome de Jomsvíkings (vikings de Joms). Parece provável que os comerciantes vikings tenham se estabelecido permanentemente em alguns desses centros mercantis do Báltico. Escavou-se um grande número de túmulos vikings nos arredores da cidade de Menzlin, junto do rio Peene, na parte oriental da Alemanha, e é possível que um grupo de elite de guerreiros escandinavos tivesse ali uma povoa184
ção estável, numa margem do rio de onde podiam controlar o acesso à cidade. Para os vikings, a importância destes centros mercantis eslavos ocidentais residia no fato de estarem situados junto à foz do Oder e do Vístula, as grandes artérias de comércio que permitiam o acesso, via Danúbio, ao mar Negro, e a Bizâncio (Constantinopla na Idade Média e Istambul na atualidade), e portanto à riqueza do Império Bizantino. Esta rota tinha trechos bastante difíceis de percorrer, e muitos vikings suecos optaram por viajar até Bizâncio seguindo a rota do leste, que passava através do golfo da Finlândia. No caminho encontraram — e talvez ajudassem a estabelecer — pequenos ceniros mercantis costeiros controlados pelos eslavos orientais em lugares como Druzno, na Polônia Oriental, Kaup na costa de Kaliningrado, Grobin na Letônia e Tallin na Estônia. Depois, navegaram em seus barcos mercantes subindo o rio Neva até o lago Ladoga e a foz do rio Volchov. Dai desceram para o sul até Novgorod, no lago Ilmen, e daqui entraram na rota fluvial do Lovat-Dniepre, que conduzia ao mar Negro e a Bizâncio.
As povoações russas e o problema dos rús No extremo norte desta rota, nas proximidades do lago Ladoga, ficava um dos centros mercantis mais antigos da Europa Oriental, Staraya Ladoga (Ladoga, a Velha). Ladoga, que os vikings chamavam Aldeigjuborg, serviu de
À direita. Os brincos em forma de
meia-lua eram uma moda eslava mais que escandinava durante a
época viking, embora estes
exemplares se encontrassem na
suécia, bem como o pingente em
forma de meia-lua (parte central).
Este estilo era produzido sobretudo na Rússia Ocidental, mas
provavelmente também na Polônia, Os adornos de prata para os
pingentes de cristal de rocha têm
uma granulação típica eslava, enquanto a granulação dos avelórios tem um caráter mais russo, Neste caso, tanto os
pingentes como os avelórios
podem ter sido feitos na Gollândia, onde foram encontrados e onde os ourives mostram muitos sinais de influências orientais.
Abaixo. Este adorno de prata e quatro borlas de entalhe foram encontrados junto à cabeça de um homem no tâmulo de Birka, na
Suécia, que data do século X:
tinham estado agarradas a um
gorro que pelo menos em parte foi de seda. A granulação geométrica
da ferragem cônica é característica
do trabalho de ourivesaria de estilo kievano-russo, e por isso este
chapéu de alta categoria terá sido feito na região de Dniepre. Foi sugerido que estes gorros eram recompensas pelo serviço na guarda dos governantes de Rús.
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Rugen Rúgen é uma pequena ilha situada a poucas milhas da
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costa da parte oriental da Alemanha, diante das praias meridionais da Suécia e ao alcance da anterior povoação
viking de Hedeby. Na época viking, foi um centro político
e mercantil dos rúgios, uma poderosa tribo eslava. As es-
cavações revelaram duas povoações principais em Rú-
gen. Um centro mercantil em Kalswiek, situado na baia do Grande Jasmund, uma grande enseada ao norte da
ilha, esteve ocupado de finais do século VIII ao século X. As escavações descobriram uma povoação permanente de cerca de 20 parcelas de casas que consistia numa habitação principal com oficinas e lojas comerciais secundárias, dispostas em fila ao longo da margem. Cada parcela tinha o seu próprio molhe, com uma série de docas originais de embarque na margem, reforçadas por pilares de madeira. Em
Ralswiek, exercia-se uma grande varie-
dade de trabalhos artesanais, fabricando mercadorias
acabadas que eram negociadas com comerciantes estran-
geiros — encontraram-se ali objetos importados de toda a
zona báltica. Na praia próxima, havia um pequeno lugar
de oferendas,
talvez relacionado com
sacrifícios para
uma boa navegação ou um bom comércio. Mais de 400 túmulos funerários foram encontrados numa terra alta, a leste da povoação, e muitos dos bens mortuários indi. cam que uma população escandinava considerável vivia junto com os eslavos nativos. O segundo lugar importante, o templo-fortaleza de Arkona, num promontório do norte, era o centro religioso dos rúgios. Ali se encontrava
o templo do deus Svantevit, a quem os eslavos rezavam para obter cultivos férteis e êxito na guerra. Os ritos da colheita também estavam relacionados com um grande
mercado, e os achados arqueológicos indicam que havia
comerciantes da Europa Ocidental presentes nestas oca-
siões a partir do século IX. Tais atividades parecem ter sido estritamente temporais, pois Arkona não parece ter
estado continuamente ocupada.
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baía de Jasmund
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À esquerda. A enseada pouco profunda que formava o porto
protegido de Ralswiek na época viking está agora entulhada. Um banco de areia protegia a entrada das docas, onde cabiam numerosas embarcações. A disposição da
povoação, com parcelas de casas que desciam até a margem, tem muito em comum com cidades vikings da mesma época.
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À direita. Um dos achados mais impressionantes de Rúgen é este
tesouro de ouro de Hiddensee,
provavelmente feito na Dmamarca em finais do século À Os pingentes
cruciformes de filigrana adornados
com entrelaçamentos faziam parte,
provavelmente, de um colar maior. O outro tesouro, encontrado num cesto tecido numa casa de Ralswiek, continha 2.270 moedas, procedentes na sua maioria de
casas de cunhagem de moedas
árabes e asiáticas do século IX.
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O sítio do templo-
fortaleza de Arkona continua a ser hoje um lugar dramático, situado sobre alcantis batidos pelo mar. À imponente muralha de terra
construída através do estreito promontório, onde ainda se encontra, pode ser vista facilmente,
e no princípio era encimada por
um caminho de madeira coberto. Uma porta fortificada rematada por uma alta torre dava acesso à area cercada. Grande parte da área
interior da fortaleza, que inclui o lugar do templo, foi destroçada
pela ação das ondas.
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Acima. Embora hoje nada reste do
também os rituais da colheita, nos
era provavelmente parecido com o do edifício de culto eslavo escavado em Gross-Raden, na Alemanha. Esta reconstrução apresenta um
comida e bebida a Svantevit, incluindo um pão de mel especial do tamanho de um homem. Às
templo de Svantevit, o seu aspecto
edifício de dupla parede com tábuas verticais encimadas por cabeças humanas talhadas,
rodeado por uma estacaria, Este recinto retangular é como o de Arkona, descrito pelo historiador
dinamarquês Saxo Gratitmaticus por volta de 1200. Ele menciona o grande ídolo do deus ocupando uma câmara interior, adornado com togas roxas e saciado com O
tesouro sacrificatório, e descreve
quais um sacerdote oferecia
escavações de Arkona descobriram
enormes depósitos de ossos de animal que podem ser os restos
daquelas festas. O recinto do templo alojava o estábulo de um
grande cavalo branco, que se pensava que era montado por
Svanteiit quando fez a guerra contra os inimigos rúgios: uma companhia especial de 300
cavaleiros estava a serviço do deus,
e um espólio de guerra era
consagrado ao templo.
187
RÚSSIA E O ORIENTE
res mais ricos que foram encontrados no mundo viking.
Novgorod era o mais setentrional dos dois centros principais de atividade escandinava na rota fluvial russa, e o segundo tinha base em Kiev (Ucrânia), que os vikings chamavam
Koenugarer. À povoação
de Estados, relacionado com a centralização do poder e a
expansão de redes comerciais e de mercados. Não obs-
tante, de todos os povos bálticos, os escandinavos foram
sem dúvida os que viajaram mais longe, e a sua influência estendeu-se por todas as regiões do mundo que conheceram; a presença permanente de escandinavos na Rússia,
revelada pelo cemitério de Ladoga, é só um aspecto deste processo geral mais amplo. Os vikings navegaram para o sul pelo Volchov, vindos de Staraya Ladoga, e passando diante de numerosas povoações eslavas na planície irrigada, até que chegaram ao que chamaram Hólmgardr (“a colônia nas ilhas”), situada
na paisagem úmida da foz do lago Ilmen. Quando os pri-
188
cresceu nas
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margens do Dniepre, o rio a que os escandinavos chega-
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um grupo étnico em particular, insistindo antes na inte-
grante de um processo europeu mais amplo de formação
(rúgios, volínicos, pPomerânios),
bálticos (lituanos, letões, kurian os
estonianos) e finlandeses - era um crisol de muitas culturas. Os
comerciantes escandinavos eram assíduos visitantes de todas as
povoações e mercados espalhados pelas suas margens, e em muitos
deles se estabeleceram
definitivamente. Os vikings também se encaminharam para leste,
entrando em contato com as tribos eslavas do lago Ladoga e dos rios
Novgorod, no Volchoy, converteu.
está concluído. Não obstante, a maioria dos eruditos atuais evita estender-se em generalizações com relação a
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ração e nas atividades mútuas de todos os povos ativos no Báltico Oriental: escandinavos, eslavos, bálticos e finlandeses. Não há dúvida de que o contato entre os escandinavos e as tribos eslavas estimulou uma troca cultural e um comércio além-mar na região, mas poucos argumentariam (como aconteceu no passado) que os vikings foram realmente responsáveis pelo estabelecimento de cidades e de cidades-estados. Antes pelo contrário, o desenvolvimento de centros mercantis fortificados que cresceram na época viking em volta das costas do Báltico da Escandinávia até a Rússia pode ser visto como inte-
Nos séculos IX e X, o Báltico Oriental — povoado por eslavos
e
tegrado do Estado que começou a evoluir a partir das povoações dos nús nórdicos. A capital ficava em Novgorod; as povoações-satélites, como Gorodisce e a localidade fortificada próxima de Gorodok, desempenhavam papéis específicos na estrutura política em vias de desenvolvimento. Estava também presente um elemento religioso, do primitivo templo pagão eslavo do deus Perun numa ilha próxima de Gorodisce — talvez o centro maior e mais importante no leste — até a posterior rede de igrejas cristãs que se construíram ao longo das margens e das ilhas na nascente do rio Volchov. A riqueza e a verdadeira amplitude da base do poder de Novgorod foram demonstradas ao longo de 60 anos de escavações feitas na cidade pelos arqueólogos russos, em alguns dos luga-
Bizantino e ao Califado Abássida, tornou-se o centro in-
a
equipe de remadores” Este termo seria um modo bastante natural para os vikings primitivos de se descrever a si próprios quando se encontravam com novos povos, dado que o seu mundo por vezes deve efetivamente ter parecido limitado para os seus pequenos barcos viajando sozinhos numa terra imensa e desconhecida. O debate sobre as origens étnicas da Rússia atual fez furor nos estudos históricos e arqueológicos durante décadas e ainda não
Oriental e na Rússia
Volchov, Lovate Dniepre, que cram os caminhos naturais para
-
cos, mas deriva da palavra sueca ródr, que significa “uma
A influência escandinava no Bálti
cia de dois príncipes que governavam Novgorod, Toda a região das ilhas e lagoas com o nome de portas de Novgorod”, que controlava o acesso do rio ao Império
À
dos rús”) é uma das razões que leva o debate a ser tão apaixonado. O mais provável é que a palavra tenha raízes na palavra báltico-finlandesa ruotsi, que significa “sue-
como
centro administrativo e militar, para além de ser residên-
h
sua evidente relação com o nome Rússia (isto é, “a terra
fortaleza”), e Gorodisce parece ter permanecido
te
nas descrições que tantas vezes se fazem dos vikings russos como uma classe exclusivamente masculina de intrépidos comerciantes guerreiros. As escavações dos edificios dentro da mesma cidade mostram como ela evoluiu nesse período, e têm muito que nos dizer sobre a natureza das primeiras atividades vikings na Rússia. Saber até que ponto os vikings influenciaram a formação do Estado russo primitivo e das suas cidades é um dos aspectos mais intrigantes e polêmicos do seu papel no leste. Os escandinavos que se aventuraram e se estabeleceram no leste eram conhecidos como rús ou rhos entre as pessoas com quem entravam em contato, e há provas documentais de que eles próprios usavam este nome; os significados ou origens do termo não estão claros, mas a
para ocidente, onde as
mercadorias manufaturadas no lugar eram transportadas em troca de artigos importados. Em meados do século X, a povoação ampliou-se até Novgorod (que significa nova
Rara
uma existência mais estável e agrícola que a que aparece
lações comerciais estendiam-se
pd
uma residência principesca e presença militar. À arqueologia de Ladoga e seus interiores proporciona valiosas indicações de qual era o tipo de gente daqueles primeiros exploradores e a natureza das suas relações com a população eslava nativa. Os testemunhos dos cemitérios de vários tipos que rodeiam a povoação indicam que, muito provavelmente, tanto as mulheres como os homens escandinavos estavam presentes em Ladoga, e isso implica
mercantil muito ativo, que nos séculos IX e X foi habitado por uma mistura de escandinavos e de eslavos. As suas re-
al á do
depois (no século X) um grande centro fortificado, com
como Gorodisce. Ali as escavações revelaram um centro
PRE
culo VIII) um pequeno centro mercantil, e tornando-se
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sia, e a localidade desenvolveu-se, sendo no início (no sé-
Erg
rante toda a história do contato escandinavo com a Rús-
meiros escandinavos chegaram à região no princípio da época viking, só havia uma pequena povoação numa ilha do sul da cidade moderna de Novgorod, conhecida então
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primeiro porto de escala na longa viagem para o sul du-
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Bizâncio e para a Ásia. Os eslavos chamavam mis aos homens do norte. No final do século IX,
se na capital de um extenso território, o reino nórdico de Rús,
governado também por escandinavos e por eslavos. O
território mis abrange as terras de numerosas tribos eslavas; os
achados arqueológicos refletem esta diversidade.
Abaixo. Elizabeth, a filha do
príncipe Jaroslav, o Sábio
(10161054), é representada aqui
numa pintura mural do século XI na grande Igreja de Santa Sofia em Kiev, construída durante o seu reinado. Casou-se com Haroldo Hardradi (1015-1066), o famoso do leste que aventureiro viking serviu na guarda do imperador
bizantino antes de herdar o trono da Noruega em 1047.
RUSSIA E O ORIENTE
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Staraya Ladoga (Ladoga, a Velha) foi fundada no século VIH; tinha uma população mista de escandinavos e de eslavos, e era o mercado
ua
Abaixo. O plano das zonas
colonizadas é dos lugares escavados
de Staraya Ladoga, espalhados
pela nbeira do rio Volchov e seus afluentes, mostra claramente a
distribuição e o carater variado dos cemitérios ao redor da colônia.
A separação em
três “zonas
ideológicas” que o arqueólogo russo Lebedev e outros consideram
inequivoca torna a distribuição das
zonas de povoação e das tumbas
em uma mostra coerente, disposta
como uma afirmação deliberada de
poder e influência política.
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Staraya Ladoga
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principal
do Norte da Rússia na
época viking inicial, antes do aparecimento de Novgorod e Kiev nos séculos IX e X. Embora não fosse uma autêntica cidade, Ladoga era um centro manufatureiro muito ativo, e nas suas ruas estreitas se exerciam muitos ofícios e indústrias especializadas. As escavações descobriram pequenas oficinas e pátios na zona central, que depois foram rodeados de defesas. Depois da conversão ao cristianismo, foram construídas pelo menos oito igrejas e mosteiros dentro e em volta do lugar. Toda a povoação era rodeada de cemitérios de diferentes tipos, alguns com cremações sob túmulos e outros com simples inuma-
ções. Os diversos rituais implicados são uma indicação da origem étnica e da posição social do falecido, e é evidente
que cada um dos cemitérios tinha caráter específico, com
sepulturas de pobres e de ricos escandinavos ou eslavos. A situação dos cemitérios de cada tipo também é impor-
tante, uma vez que alguns são mais proeminentes que outros. Junto com as evidências da povoação, a combinação de túmulos e de fortificações foi considerada por alguns
eruditos como uma complexa rede de inter-relações entre os eslavos nativos e os colonos escandinavos, com a povoação de Ladoga cuidadosamente dividido em zonas de
controle étnicas, política e religiosas. Se isto for correto, poderá lançar luz sobre os mecanismos sofisticados que houve após a expansão e a colonização da época viking.
À direita, Este objeto de bronze
Montículos sopka
de função indeterminada, que
data do século VIII, é uma das
peças mais belas que se
Outros montícul de cremaçã oso Montículo comprido
encontraram em Staraya Ladoga. Só tem 4,5 centimetros de comprimento e pode ter sido uma chave; alternadamente, O
cabo oco inferior pode ter-se
encaixado numa pequena vara
para algum uso ritual. A parte superior é adornada com a
E
cabeça de um homem barbudo, de cabelo comprido e
cuidadosamente penteado; os dois chifres com cabeça de
pássaro unem-se atrás dele, e ele
pode representar Odin com seus A
corvos serventes, A cabeça foi
furada talvez para ser usada
como um amuleto pendente. k
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A localização moderna de Staraya
Ladoga (acima) € dominada pelo telhado pontiagudo da fortaleza medieval da esquerda. À primeira
ocupação mercantil estava situada
nesta zona, ao longo da margem
do Volchov, onde ele se une ao afluente do Ladoshka, no centro
da imagem. A direita do Ladoshka
está a povoação secundária: foi aqui que se encontrou um possível
templo escandinavo, na rua dos varegues”. A chamada zona
se aristocrática de Ladoga encontra-
a mais à esquerda, fora da vista. Est fotografia foi tirada do cemitério escandinavo de Plakun, onde os túmulos baixos contrastam fortemente com os altos túmulos cônicos conhecidos por sopkinas periferias da Ladoga, como este
(à esquerda) no cemitério de
Velema. Estes tâmulos contém objetos eslavos enterrados de um modo cuja origem é provavelmente escandinava.
À direita. A escavação do centro mercantil de Ladoga proporcionou magníficos achados, nao
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de ferro de meados do século VIH,
tão bem conservada, que as tenazes
ainda se podem abrir e fechar. O amuleto de Odin (centro, a
esquerda) tinha sido colocado sobre
as ferramentas dentro da caixa
na qual foram encontradas, talvez
para proteger o valioso conteúdo dos ladrões.
191
a
Novgorod O povoamento da cidade de Novgorod, que se encontra na Rússia Ocidental, exatamente no norte do lago Imen, começou
no século X., quando
os escandinavos e os esla-
vos se mudaram para lá vindos da ilha defendida de Gorodisce, algumas milhas mais a sul. Esta tinha estado ocupada desde a época viking inicial. O rio Volchov, que corre para norte até o lago Ladoga, divide Novgorod em duas partes: a margem de Sofia no lado oeste e a margem dos comerciantes no leste. No centro da povoação da margem de Sofia, encontra-se a cidadela, ou kremlin, que era rodeada por uma muralha no século X e continua a ser dominada pela Catedral de Santa Sofia, com as suas cúpulas douradas e as suas torres, construída no século XI: este edifício de pedra substituiu uma estrutura anterior de madeira no mesmo lugar. Fora do kremlin, só a margem dos comerciantes era defendida na época viking. Embora a cidade medieval fosse nominalmente governada por um príncipe, na verdade era regida por uma série de assembléias populares (veche), uma para cada uma das cinco “partes” ou bairros administrativos em
que a cidade se dividia: três na margem de Sofia e duas na margem
dos comerciantes; na época viking, só havia
três “partes”. Discutiu-se muito sobre se a origem deste
sistema de autogoverno era escandinava ou eslava. As “partes” também poderiam ter regulado as operações mercantis da cidade e ter sido os centros de atividades
artesanais particulares. Às escavações em grande escala
da cidade medieval nos depósitos alagados, de até seis metros de espessura, descobriram bairros inteiros de oficinas e habitações de artesãos, cada uma dentro de
um pequeno pátio, e dispostos ao longo de ruas empe-
dradas e tortuosas. Entre os numerosos artefatos que foram recuperados, muitos deles de madeira e de couro, há uma famosa coleção de cartas escritas em casca de
álamo-branco que testemunham um grau considerável
de alfabetização entre os habitantes da cidade. Encontraram-se brinquedos infantis, ídolos religiosos e másca-
ras, móveis, roupas e instrumentos musicais, apresen-
tando todos eles uma visão incomparável da vida urbana
da época viking.
A esquerda. Novgorod durante
Acima. Uma das descobertas mais
as margens de Sofia e a dos
Novgorod é a rede de ruas de
a Idade Média inicial, mostrando comerciantes. À zona central da
cidade à volta da ponte era controlada pelo kremlin e pelos
recintos da Corte de Jaroslav.
A disposição das ruas que aqui
se apresenta deriva das fontes do século X ao século XIV e das
escavações: a datação exata das ruas é incerta, Pode versc a rede
de igrejas concentradas ao longo
da rua que vai de norte para sul
cidade. Umas linhas paralelas de
álamo-branco e de pinho
como trilhos de estrada de ferro,
que depois se cobriam com um revestimento de madeiras transversais; este formava à
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superfície utilizada pelas
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veículos. As ruas eram reparadas
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pessoas, pelos animais e pelos
pela administração e pelas
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do sítio de Troitskiy.
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comerciantes, as zonas dominadas
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com frequência: em algumas zonas foram encontrados até
na margem de Sofia, e no
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À combinação de achados de madeira bem conservada e de Hustrações de manuscritos torna possível a reconstituição do Paco
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com uma exatidão
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oficinas e dependências menores: a construção
primorosa do
telhado e do pórtico é
característica da arquitetura russa
primitiva. As estruturas que aqui
se apresentam datam do final da época viking.
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três andares se encontra dentro
do pátio cercado, rodeada de
À esquerda, Esta tpica igreja russa primitiva, de plano quadrado, com uma torre central com cúpula em forma de cebola e janelas altas é estreitas, é uma das várias que remanescem no lugar da Corte de Jaroslav, a zona no centro da povoação da margem dos comerciantes que era usada para a
assembléia popular do veche. As escavações revelaram possíveis
vestígios do palácio de Jaroslav,
cujo nome se deve a um dos
primeiros príncipes da cidade.
Acima. Entre os tesouros de Santa Sofia, há um par de portas de bronze maciço, adornadas em relevo com pequenas figuras e cenas bíblicas, que mostram muitas semelhanças de estilo artstico e de desenho com a quase contemporânea tapeçaria de Bayeux. As portas devem ter sido
feitas para a Igreja de Santo Olot na Sigtuna — que também se
conservou- e levadas para
Novgorod depois de uma incursão russa na Suécia no início da
Idade Média. Uma teoria alternauva
situa a sua origem em Magdeburgo, na Alemanha.
193
RUSSIA
E O ORIENTE
Desyatinnaya, que, acabada em 966 e construída por artesãos bizantinos, marcou o início de um autêntico estilo de arquitetura russa.
Vladimir reforçou as defesas da cidade com a construção de uma cidadela fortemente defendida (o kremlin)
em Staokievskaya. Ali, as escavações revelaram os restos de um extenso complexo de edificios administrativos e de estruturas cerimoniais, com residências para os oficiais da corte, os sacerdotes e os chefes guerreiros locais. Estas eram rodeadas de habitações mais humildes, que incluíam estruturas de chão rebaixado. À atividade industrial parece ter-se limitado deliberadamente à parte baixa da cidade, separada da corte dos príncipes de Kiev. Kiev estendeu-se ainda mais durante o reinado de Jaroslav (1015-1054), adquirindo fortificações ainda mais sólidas. Então começou a construir-se a monumental Cate-
dral de Santa Sofia, que ainda está de pé. Muitas outras povoações dentro da região do Estado ms primitivo mostram sinais da presença escandinava. Entre elas, destacam-se a povoação e o cemitério escavados de Gnezdovo, o predecessor da atual Smolensk. Eles ficavam a melo ca-
vam depois de navegar para o sul a partir de Novgorod pelo Lovat, e de rebocar os seus barcos em dois curtos trechos de terra. O Dniepre se liga diretamente ao mar Negro, e dali à grande
cidade
de
Bizâncio
no
Bósforo;
o estreito que
conduz ao Mediterrâneo ficava a uma distância fácil de navegar. Kiev desenvolveu-se de modo parecido ao de Novgorod, e no século X parece que foi governada por escandinavos, embora a população estivesse misturada com esla-
vos. À Primeira crônica russa, do início do século XII, uma das nossas fontes principais para a história primitiva da região, afirma que a dinastia de Kiev foi fundada no século IX pelo escandinavo Rórik e passou aos seus sucessores Helgi, Ingvar e Helga, a mulher deste último. A Crônica faz constar estes nomes nas suas formas eslavas: Ryurik, Oleg, Igor e Olga. Durante os séculos X e XI, os governantes de Kiev começaram a aparecer com nomes eslavos como Svjatoslav, Madimir e Jaroslav, e isso seguramente reflete uma crescente indefinição na distinção entre a po-
pulação escandinava e eslava, exatamente como
se viu
nas colônias vikings da Inglaterra e da Normandia. A partir de meados do século X, vemos que rús é o termo corrente que designa o Estado em vias de desenvolvimento, embora a cultura esteja cada vez mais dominada pelos eslavos. Na Idade Média propriamente dita, Kiev tinha substituído Novgorod, sendo o centro do Estado russo. As escavações de Kiev da época viking corroboraram de forma impressionante a evidência das histórias escritas acerca do seu desenvolvimento primitivo. Às povoações cresceram em torno de três colinas. Uma delas, a Starokievskaya, tinha sido o lugar de um importante
templo
pagão no período pré-viking, e no século IX tinham sido
construídas fortificações com estruturas de madeira nas
suas encostas; havia uma ocupação secundária nas outras colinas. Starokievskaya continuou a desempenhar uma
função ritual como cemitério central da cidade em crescimento. No final do século IX e no século X, os comer-
ciantes e artesãos estabeleceram-se em volta do sopé das
colinas (a zona do Podol), e durante o reinado de Vladi-
mir (980-1015) a cidade ainda continuou a crescer, cons-
truindo várias igrejas, que incluía a magnífica igreja de 194
 esquerda. A Porta Dou rada
d Kiev foi construi da durante : reinado de Jarosl av o Sábio E e
ntrada principal da ci dade e parte inte
grante das suas Novas e
fortificações. No início teve wu al tura de 12,5 metros (a a
que a da muralha Cont igua)
mas esta aumentou quando o
acrescentou a Igreja da
Anunciação, A fachada foi
revestida de tijolos, especi alme
desenhados quando aestrúbic a e oniginal foi restaurad
em 1989,
ee çada
Abaixo. Depois de navegar para o
sul a partir de Novgorod pelo rio Lovat, e de atravessar dois curtos
trechos terrestres, os escandinavos
chegavam ao rio Dniepre, que os
levava até o mar Negro e daí para Bizâncio. Hoje, uma estátua do príncipe Vladimir (960-10] 5),
cuja dinastia foi fundada pelo escandinavo Rorik, ergue-se
do rio, dominando a cidade de
Kiev, que iria substituir Novgorod
como centro do Estado russo da Idade Média,
RÚSSIA E O ORIENTE
mir Mho da rota de Novgorod a Kiel v, no lugar onde os viaz
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im barcos do Lovat até o Dniepre.
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muitos artefatos
quali embora ia asos eme us dade, dese rem nasseiii m os objet eslavos, con a quam do mis são Pskov e Izborsk, na Cujos habitantes podem ter vindo do lago Ladoga no século X. O número de artefatos escandinavos aumenta na Rússia a partir do final do século IX
ate o século X, mas mais para lestejá não se encontra nenhum, à exceção das povoações do Volga. Esta distribuição confirma de modo espantoso os limites da atividade direta dos escandinavos no Estado russo primitivo.
A rota viking para Mikligardr
Embora as suas colônias na Rússia se convertessem num dos legados mais perduráveis da época viking, é pouco provável que os escandinavos tivessem a intenção de colonizar quando saíram pela primeira vez para percorrer os rios da Europa Oriental. O seu objetivo foi sempre chegar a Bizâncio, a cidade fundada pelo imperador Constantino no ano 330. O Império Romano e a própria cidade de Roma tinham caído sob o ataque cada vez mais implacável das tribos bárbaras nômades da Europa Cen-
tral no século V, e no final do século VI, e durante o sécu-
lo VII, o centro do poder se tinha mudado para o Mediterrâneo Oriental. Bizâncio tinha substituído Roma
como capital do império decapitado. Na época viking, a
cidade atravessou o Bósforo, tornando-se uma urbe imponente, e seria a maior povoação que os escandinavos jamais tinham visto. As grandes muralhas de pedra da cidade, as suas magníficas catedrais e igrejas, os seus bazares exóticos e, sobretudo, a esplêndida corte do imperador bizantino impressionaram os visitantes nórdicos, e estes a chamaram simplesmente Mikligardr (a grande cidade). Bizâncio atraía os escandinavos por várias razões. Pri-
meiramente, e acima de tudo, era um caminho para o co-
mércio e a riqueza. À cidade chegavam mercadorias do Mediterrâneo Oriental, do Norte da África e das grandes extensões asiáticas. Ali os vikings podiam conseguir sedas e bordados, frutos exóticos e vinhos, especiarias e jóias requintadas. Encontraram-se abundantes provas deste comércio na Escandinávia e em todo o mundo viking. 7 Áama. O maior tesouro de prata da
encontrado em Gnezdovo em 1868, Este tesouro do século X Consiste principalmente em entos, muitos dos quais são 7
de caráter escandinavo ou eslavo.
Junto dos clássicos colares de “Yarinhas trançadas, há um anel
único com protuberâncias
Omamentadas com filigranas.
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duas povoações do século X, um em York e o outro em
Lincoln, demonstrou até que pertenciam ao mesmo fa-
bricante. Em troca desses produtos luxuosos, os vikings comercializavam peles dos bosques nórdicos e outras mercadorias que incluíam escravos. O império oferecia outras possibilidades para os guerreiros que tinham navegado nas suas chalupas, por vezes
a remo e outras tendo de rebocá-los, através da Rússia e
da Ucrânia. Era necessário um contínuo fornecimento de soldados para os exércitos que estavam lutando nas fronteiras do império ou mantendo a paz dentro deste. Os bizantinos reconheceram as qualidades dos combatentes vikings desde o princípio, e no final do século X a guarda pessoal do imperador era inteiramente composta de mercenários escandinavos, que ofereceram a sua lealdade em troca de prata e de uma posição privilegiada na corte imperial. Pode até ter sido um desses homens, Halfdan, quem gravou seu nome em caracteres rúnicos numa balaustrada da grande basílica de Hagia Sophia (depois uma mesquita, agora um museu), em Istambul. Os “guardas varegues”, como se chamavam, eram famosos pelo seu gosto pela bebida e pelos seus terríveis machados de combate; ser membro da guarda converteu-se
num escalão reconhecido na carreira de muitos vikings famosos. Um dos mais conhecidos foi Haroldo Hardradi da
Noruega
(1015-1066),
que foi um
notável capitão
de
guardas e lutou vários anos na Sicília, na Itália e na Bulgária. Segundo as sagas, disse-se que Haroldo Hardradi teve uma aventura com a imperatriz e participou de um golpe
de Estado com êxito; não teria sido o único escandinavo
envolvido na política bizantina. Pelo menos em duas ocasiões os escandinavos lutaram contra o império, quando 196
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as frotas guerreiras de Kiev atacaram as muralhas de Bi-
zâncio no final do período
viking. Em
uma
ocasião, o
príncipe russo até cravou o seu escudo nas portas da cida-
de, fazendo uma demonstração plástica do seu desprezo pelo poder do imperador e dos bizantinos que estavam refugiados lá dentro. O significado exato do nome “varegue” (varjagi nas fon-
tes russas, varango: nas gregas bizantinas) aplicado aos vi-
kings orientais não está muito claro. Aparece junto ao rús
nas fontes, mas parece ter tido uma associação mais guer-
reira que este último termo. Os varegues aparecem como mercenários e guarda-costas dos príncipes russos nos séculos XI e XII, e houve tentativas de fazer remontar a palavra ao termo escandinavo vár, que significa um voto de lealdade muito apropriado para soldados profissionais. Em Staraya Ladoga, um nome de estrada que data dos tempos medievais e continua a ser usado hoje em dia significa “rua do varegue” e pode indicar que se tratava de um bairro escandinavo da povoação. Numa demonstração palpável do lugar perdurável dos escandinavos na consciência popular do leste, um dos maiores porta-aviões da primeira esquadra soviética recebeu o nome de “varegue”. Para um maior conhecimento da rota fluvial concreta que os vikings tomavam até o mar Negro, devemos recorrer às fontes bizantinas e, em particular, a um documento secreto do imperador Constantino Porfirogeneta, que resume as estratégias de política exterior em meados do
século X. Ele menciona os rús nórdicos, considerando-os
apaziguadores contra a agressão das tribos eslavas hostis. A arriscada viagem que os escandinavos faziam, descendo pelo Dniepre todos os meses de junho quando o gelo já se tinha derretido, volta com força à vida quando lemos como
conduziam
os seus barcos, confrontando-se
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O Império Bizantino e o Califado Abássida
Nos séculos IX e X, o islã expandiuse até a Espanha, a oeste, e até o Norte da India, aleste;no Mediterrâneo Oriental e na Ásia Menor, só o Império Bizantino
conseguiu resistir. Os escandinavos lutaram como mercenários nos
exércitos imperiais. Depois de 750, após a mudança dinástica dos
Abássidas pelos Omiíadas (exceto
na Espanha), instalou-se uma nova
capital mais para leste e iniciou-se a exploração em massa de minas de
prata na Ásia Central. Foram estas ricas fontes de prata, ao lado do
produto do comércio realizado nas
rotas que ligavam a Ásia Central à India e à China, € Bizâncio ao
Mediterrâneo e à Africa, que
levaram os vikings a navegar pelos
grandes rios russos, pelo mar Cáspio e pelo mar Negro,
com sete fortíssimas corredeiras e defendendo-se dos ata-
ques dos bandidos eslavos. Até na fonte grega, todas as corredeiras têm nomes escandin avos reconhecíveis e des
critivos: Essupi (o Devorador), Baru foros (a Força das Ondas), Strukun (o Corcel), Gelandri (o Grito Grande] UI. vorst (o Fosso da Ilha), Leanti (o Risonho). O nome que
se deu a uma das corredeiras, Aifur (S empre Ruidoso), encontra-se numa
das pedras rúnicas suecas de Pilgãrds,
na Gotlândia, erigida em memória de um homem chamado Hrafn pelos seus quatro irmãos que o acompa nharam numa expedição a oriente. As inscrições rúnicas suecas contêm várias referências à rota fluvial a Bizâncio. Algumas das recordações mais perduráveis do imp ulso
viking para oriente se encontram em tributos a pessoas como Spialbodi, “que encontrou a morte em Novgorod” (pedra rúnica de Sjusta, em Uppland), e Rognvald, “chefe de uma tropa de homens na Grécia” (Ed en Uppland).
A rota da prata do Volga e o Califado Abássida Enquanto alguns suecos faziam a viagem para sul de Staraya até a Rússia e descendo o Mar Negro, outros seguiam uma rota ainda mais ambiciosa, que ia diretamente para oriente, para as terras das tribos búlgaras, os nômades khazars, e finalmente para os desertos da Arábia e para a sede do califado de Bagdá. Depois do lago Ladoga, esses viajantes entravam no Alto Volga, passando por povoações em Beloozero, Jaroslavl, Vladimir e Murom; foram encontrados artefatos escandinavos em todos
esses lugares. Pode ser que os escandinavos tenham viajado em grupos familiares, mais que em expedições de mercadores solitários, a julgar pelo número elevado de túmulos de mulher que foram encontrados ao longo da rota; nem
sequer há razões para excluir a possível pre-
sença de comerciantes
femininos. O Volga forma um
grande meandro no Bulgar (junto à localização da cida-
RÚSSIA E O ORIENTE
de moderna de Kazan)
quando se desvia para sul até o
mar Cáspio. Este marca o extremo oeste da Rota da Seda, a rota comercial terrestre que passava por Sarabanda e
Tashkent e chegava à China. Ali se tinha desenvolvido
um grande centro mercantil controlado pelas tribos esla-
vas. Sabemos que os comerciantes escandinavos tiveram
de se encontrar com as caravanas que percorriam a Rota
da Seda, porque foram encontradas sedas chinesas em tú-
mulos de Birka, na Suécia Central. Estes achados, junta-
mente com a estátua de Buda, encontrada no sítio pré-viking de Helgó, até nos podem permitir especular sobre a extraordinária possibilidade de que os escandinavos tenham viajado até a China ou até o subcontinente indiano.
Bulgar era o primeiro dos mercados em que os escandinavos encontravam os artigos de prata maciça do mundo já no séárabe. O comércio no Volga pode ter começado culo VIII, com os acordos entre o Califado Abássida e as tribos khazars do Baixo Volga. Os Abássidas assumiram o
poder no mundo islâmico por volta de 750, apoiando a revolta popular contra as injustiças da família que governava anteriormente, os Omíadas Depois de rejeitar a anti-
ga capital de Damasco, na Síria, como
uma fortaleza dos
a nova dinastia estabeleceu finalmente a sua
Omíadas,
base de poder em Bagdá, às margens do rio Tigre, no lraque moderno. No início da época viking; a cidade tinha-se expandido muito, prosperando com as enormes reservas de prata dos domínios do califado. As minas principais encontram-se no Afeganistão e foram descobertas no seculo IX, junto com as fontes mais ricas no vale de Panshir. localizadas outras minas na Ásia Central, onde
Foram
hoje ficam o Usbequistão, o Quirguistão e O Tajiquistão. A produção era enorme: a maior parte da prata era transformada em moedas, e até a relativamente insignificante mina de Radrad, no Iêmen, produzia prata suficiente para cunhar um milhão de moedas por ano. Os Abássidas
À direita. Esta inscrição rúnica
desgastada, que foi gravada numa
balaustrada de mármore da Igreja de Hagia Sofia em Bizâncio, só é parcialmente legível, mas o nome Halfidan foi decifrado.
Descobriram-se outras pinturas rúnicas na mesma galeria.
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197
RÚSSIA E O ORIENTE
tornaram-se muitíssimo ricos com o comércio da prata, que chegava até a Índia.
o Sri Lanka, a China e a Pérsia.
Os vikings parecem ter começado a aproveitar as fontes
de prata árabes no início do século IX, adquirindo moedas, que tinham sido cunhadas algumas décadas antes.
Tornou-se o seu metal mais apreciado, e o seu apetite pela
prata foi enorme. Foram encontradas mais de 60.000 moedas árabes em mais de 1.000 tesouros só na Escandinávia, junto com muitas outras nas colônias vikings. Está
claro que só se guardava uma proporção pequeníssima da prata importada em forma de moedas; a maior parte era fundida e refundida em barras ou em jóias. Os vikings compravam a prata com artigos parecidos com os que comercializavam em Bizâncio: peles, escravos, falcões, mel, machados, marfim de morsa e espadas de aço. A partir do mercado de Bulgar, a rota fluvial do Volga penetrava nas terras dos nômades khazars A sua capital era Lil, nas margens do mar Cáspio, e eles controlavam todo o território por onde passava o caminho para o sul da rota do Volga. A política dos califas tinha todo o interesse em gerir melhor as saídas para a prata devido à con-
corrência dos mercados de Bulgar e Khazar, e tanto o cali-
fado como os mercados do norte desejavam manter boas relações com os khazars. As influências khazars chegaram até à Suécia, onde algumas modas em joalharia e roupa intima refletiam gostos orientais. Isto é evidente, por exemplo, em muitos dos objetos encontrados em túmulos de Birka. Alguns dos objetos de inspiração oriental, como
anéis retorcidos e entrançados que são normalmente en-
contrados, foram adotados por toda a Escandinávia. De Itil, os navegantes vikings podiam cruzar o mar Cáspio e prosseguir por terra ao longo da rota de caravanas, de
Gorgan a Bagdá e à corte do califa. Foram encontrados, de novo, na Escandinávia artefatos que só podiam proceder do centro do califado, os quais incluíam alguns exemplares de cerâmica árabe especialmente belos. Nem todas as viagens dos escandinavos para o Oriente foram pacíficas, ou feitas apenas com propósitos comerciais. Os invasores vikings empreenderam várias expedições na região, as quais incluem um ataque importante a Baku e às margens do mar Cáspio em 912. O comércio da prata com os Abássidas foi diminuindo progressivamente durante o século IX, quando as minas se esgotaram e o califado ficou destroçado pelas guerras civis, pelas campanhas externas e pela sangria de uma série de projetos de construção esbanjadores, como a cidade real de Samarra. Esta ocupava uma extensão de 35 quilômetros ao longo das margens do Tigre, e demorou 46 anos para ser construída. Em 892, o tesouro abássida esta-
va vazio, mas descobriram-se, a essa altura, novas e impo-
nentes fontes de prata no Afeganistão, e a economia árabe se foi recuperando lentamente. Os clientes samânidas que governavam a Transoxiânia, a região que incluía as grandes cidades comerciais de Samarcanda ao norte do
rio Oxus (Ámu Darya), rapidamente começaram a produ-
zir enormes quantidades de moedas, que chegaram à Rússia e ao mundo
viking. Depois do começo do século X,
moedas procedentes dessas fontes mais a oeste são mais abundantes que as pertencentes à primeira fase de produção de prata no século IX. Só na Rússia, foram recuperadas de tesouros várias centenas de milhares de moedas
árabes. Essa exportação de prata ainda a maior do califa-
do continuou de modo quase constante até 965 aproxi-
madamente, quando, por sua vez, as minas samnitas se es-
gotaram. Embora ainda circulassem moedas procedentes do leste na Escandinávia nos anos 980 e 990, os vikings tnham começado a fixar-se em fontes européias para o seu abastecimento de prata, especialmente nas novas minas das montanhas de Harz, na Alemanha Central. 198
Em 1015 a importação de prata árabe tinha cessado completamente, e o laço com o Oriente estava quebrado. Durante a época de expansão do comércio da prata, O Califado Abássida enviou muitos mensageiros diplomáticos e mercantis às terras nórdicas para negociar condi-
Acima. Um monte de várias
baixadores do islamismo eram muitas vezes homens de grande educação e conhecimento, e deixaram registros pormenorizados das suas viagens. Às primeiras impressões de Ibn Fadlan sobre um grupo de comerciantes escandinavos com que tratou em 922 merecem ser citadas pela sua surpreendente declaração de testemunha ocu-
báltica e nos rios russos. À procura da prata árabe, que se extraía em
ções comerciais e explorar novos mercados. Aqueles em-
lar, cujos pormenores concordam muito bem com as pro-
vas arqueológicas sobre os vikings: “Vi os rús quando chegaram na sua viagem comercial e acamparam no Volga. Nunca vi exemplares físicos mais perfeitos, altos como palmeiras, louros e corados; não
usam túnicas nem cafetãs, mas os homens vestem uma
peça de roupa que cobre um lado do corpo e deixa a
mão livre. Cada homem
tem um machado, uma espada e
uma faca, que levam sempre consigo [...]. Todas as mulheres trazem no peito uma caixa de ferro, prata, cobre
ou ouro [...] cada caixa tem uma anilha a que está agar-
rada uma faca. As mulheres usam colares de ouro e de prata [...] os seus adornos mais apreciados são contas de vidro verde.” Depois de descrever as oferendas feitas aos deuses pagaos por essa gente, aparentemente rude, com a esperança de fazer bons negócios, Ibn prossegue citando a oração pragmática de um aventureiro viking: “Gostaria que me enviasses um comerciante com muitos dinares e dirhames, que me compre tudo o que eu quiser e não discuta nada do que eu diga.” Parece ironia que as descrições contemporâneas mais pormenorizadas que temos sobre os vikings venham da
periferia do seu mundo. As fontes árabes proporcionam-
nos uma informação incomparável da vida diária dos escandinavos que viajavam — as suas roupas e modas, comportamentos, ritos funerários e guerras -, fazendo da expansão viking para oriente um dos acontecimentos mais extraordinários da época.
moedas de prata encontradas na Suécia, principalmente árabes e bizantinas, recorda-nos que a prata, acima de tudo, foi o ímã
que atraiu os escandinavos para o
leste, incitando-os a fazer
incursões e comércio na regiao
enormes quantidades naquela
época, chegaram até ao mar Cáspio pelo Volga, embora sem dúvida se realizassem muitos
negócios rio acima, no grande mercado de Bulgar.
QUARTA PARTE
O FIM DO MUNDO VIKING
Dinamarca Como já vimos, a urbanização estava mais avançada na Dinamarca que nos outros países escandinavos no final do século X. Um número considerável de cidades, estradas, pontes e obras semelhantes foram completadas durante o reinado de Haroldo Dente Azul, em meados do
século X; este processo foi, na sua maior parte, continuado por seu filho Svein, o Barba Bifurcada (que reinou de c. 987 a 1014) e, posteriormente, pelos reis dinamarque-
ses do século XI. No entanto, é óbvio que os programas de engenharia civil de Dente Azul pareceram excessivos a muitos dos seus súditos, cujos impostos tinham de cobrir a maior parte dos seus enormes custos. Insinuou-se que foi a impopularidade dos projetos esbanjadores de Haroldo o que levou seu filho a revoltar-se contra ele, conseguindo a expulsão de Haroldo do reino e a suces-
No final do século XI, o reino dinamarquês tinha vá-
rios bispados, que requeriam a construção de catedrais. No início, empregaram-se artesãos e pedreiros da Inglaterra e da Europa continental para a sua construção. À Catedral de Odense, por exemplo, construída em 1080, contém características procedentes da Alemanha, da Itália e da Inglaterra, que se atribuíram à presença de clérigos ingleses ali. Quando o país se inte=
DT
ig
O
casas de cunhar moeda e a extensão do patronato eclesiástico no norte pagão recém-convertido desempenharam o seu papel no contínuo crescimento do poder centralizado e da realeza. Ao mesmo tempo, houve uma expansão da população rural, com o correspondente movimento de povoação para zonas de terra mais marginais e alguma modificação de práticas agrícolas. Todos estes fatores introduziram alterações materiais na paisagem escandinava no final do período viking.
DiE
mas de fundação urbana, o estabelecimento de novas
existência de uma única fé no país - em oposição aos costumes muito diversos e variáveis da religião pagã — como uma força útil para a unificação da Dinamarca que, unindo o povo, contribuía também para estabelecer um Estado político único. Uma segunda razão pode encontrar-se na ideologia da realeza: um patrono generoso da Igreja era um atributo apropriado para um monarca que desejava ser tratado como um igual pelos reis da Europa continental. Os decretos referentes ao apoio da Igreja que Canuto, o Grande (falecido em 1035), promulgou como rei da Inglaterra desde 1016 e fez aplicar na Dinamarca quando herdou o trono em 1018 ilustram a situação. À igreja de pedra mais antiga que se conhece na Dinamarca é uma fundada em Roskilde pela irmã de Canuto, em 1027. Depois, a pedra converteu-se no material mais utilizado para construir igrejas, e os primitivos edifícios de madeira, como o que está construído em Jelling — talvez por Haroldo Dente Azul para receber os restos de seu pai, pagão — foram substituídos, naquela época, por outros de tufo poroso.
Maçã
A Escandinávia no século XI O século XI viu o fim da transição dos reinos escandinavos para Estados nacionais, um processo que tinha começado nos séculos anteriores. Os ambiciosos progra-
CR
O FINAL E A ÉPOCA PÓS-VIKING
A Escandinávia no século XI
No início do século XI, os povos
escandinavos tinham alcançado
um elevado grau de coesão política, e os Estados nacionais começavam a formar-se. Ao longo do século, a concentração de
poder na mão dos reis refletiu-se
no rápido desenvolvimento
de autênticos centros urbanos —
cidades planificadas sob a proteção real com novas casas de cunhagem de moeda e centros
administrativos. O cristianismo implantou-se definitivamente no
século XI em toda a Escandinávia,
construindo-se grande quantidade de igrejas e estabelecendo-se bispados. Por volta 1100,
os três países escandinavos estavam já firmemente situados na órbita política e ideológica da Europa cristã. Eu
são de Svein. Naturalmente, as fortalezas circulares de
Haroldo, como Trelleborg e Fyrkat, que poderiam ter sido centros administrativos para a cobrança de impostos, não foram utilizadas na época de Svein. Depois do reinado de Haroldo, uma nova obra de construção foi
sem dúvida parcialmente consolidada graças à prata obtida através da repetição em massa de incursões na Inglaterra, uma fonte de receitas reais mais apreciada que o dinheiro obtido através do sistema tributário. Quando a cidade de Hedeby entrou em decadência
depois de 1000, as suas funções foram assumidas pela
povoação próxima de Schleswig; Ribe floresceu sob o patrocínio real, bem como Arhus, Lund, Odense, Ros-
kilde e Viborg, todas fundadas antes ou por volta de
1000. As escavações acharam as ruas e os edifícios do sé-
culo XI de muitas destas cidades, com material especial-
mente bom em Árhus, onde se encontraram os restos
dos edifícios compartimentados, cada um com bancos à volta das paredes e uma lareira num canto. Lund também proporcionou informação valiosa. No rico solo orgânico, conservaram-se vários níveis de ruas firmes cuidadosamente alinhadas; algumas estradas eram inteiramente feitas com bocados de couro desperdiçados na fabricação de objetos. Remanesceram muitos edifícios de madeira, juntamente com os seus conteúdos. Os achados incluem artigos familiares como brinquedos de crianças e até uma cadeira pequena com a parte da frente fechada para acolher uma criança pequena e impedir que corresse por toda a parte. Os reis dinamarqueses apoiaram com entusiasmo a Igreja estabelecida nos territórios recém-convertidos ao cristianismo por várias razões. Primeiro, viam o fato da
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O FINAL E À ÉPOCA PÓS-VIKING
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caram-se de tal maneira, que um viking do século IX nao os teria reconhecido. Noruega
Em contraste com a Dinamarca, a Norue ga não experi-
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gles ima moeda do rei in uma entre a HI (979) 016), na ram ce se encontra
nto urbano até mead E os o século XI. Por razões que ainda se desconhecem. os pequenos mercados sazonais, como Kaupang, não che garam à tornar-se cidades na Noruega, como aconteceu com outros em outras partes da Escandinávia; não foi senão no ano 1000 que autênticas cidades estabeleceram =
século o d l na fi o n s a s dinamarque 50 %1. Em cerca de + e no início do fizeram Si osingleses bras aos os de 950.000 li
«ment a fonte de res -uma valios
receitas. roldo Abaixo. O batismo de Ha
m Dente Azul, que aparece nu de barril, é representado numa placa do século XI
na Igreja
dia, uma de de Tamdrup, na Jutlân
e uma série de sete, feita de cobr
stram cenas dourado, na qual se lu o Poppo. Crê-se que o
da vida em Sã r O Tel canto conseguiu converte
do-o dinamarquês impressionan
ntar um com a sua proeza de ague
ferro candente.
nenhum
desenvolvime
(ron dicim (Nidaros para os vikings), no norte, e 1en e Oslo, no sudoeste. Trondheim, sobr >
senvolveu-se rapidamente ao longo do rio sp se a sede real dos reis noruegueses. As escavações nos depósitos alagados debaixo da cidade atual revelaram os restos de parcelas, casas e pátios cuidadosamente dispostos, juntamente com os detritos procedentes da atividade manufatureira que se realizava dentro deles. Oslo mostrou estruturas diretamente comparáveis que datam do século XJ. E quase certo que ambas as cidades foram fundadas por mandato real. Só uma autoridade centralizadora como a que os reis noruegueses possuíam naquela época pode ter estabelecido as zonas de comércio protegi-
das que permitiram o florescimento do artesanato, das atividades industriais e das empresas comerciais. Na verdade, todas as cidades podem ter sido propriedade pessoal do rei, que as alugaria ou arrendaria a comunidades de artesãos e oficiais reais. Pode ter havido uma relação recíproca: em troca de proteção, o rei teria exigido a sua parte paga em impostos e pedágios O esplendor da corte real também era sem dúvida enriquecido pelos melhores produtos que esses centros urbanos ofereciam. No
seu centro, encontravam-se as residências reais, rodea-
das das mansões do séquito e dos guarda-costas do rei. No final do século, as casas de cunhagem
de moeda, as
igrejas e as catedrais juntaram-se a elas, passando a fazer parte do aparato de poder e autoridade que se teria considerado apropriado para um grande rei. Posteriormen-
te, na de nal
fundaram-se mais cidades, em Bergen e Stavanger, costa ocidental da Noruega e em Tonsberg, próximo Oslo. Todas revelaram materiais arqueológicos de fido século XI.
Como
se assinalou anteriormente, o cristianismo de-
sempenhou um papel essencial na formação da Noruega como Estado no final do século X e durante o XI. As primeiras igrejas que foram construídas eram de madeira. Não remanesceu nenhuma estrutura completa desse período, mas conservaram-se muitos dos seus planos graças aos buracos dos postes debaixo dos seus sucessores de pedra dos séculos XIL e XIII, e por vezes podem identificar-se várias fases de reconstrução, dado que os edifícios de madeira eram destruídos frequentemente pelo fogo, e as tábuas de madeira que ficavam no piso apodreciam e precisavam ser substituídas. O grande número de igrejas construídas com aduelas de madeira detalhadamente adornadas que permanecem desde o século XII dá-nos uma idéia de como eram as primeiras igrejas norueguesas. As mais belas, como Borgund e Urnes, ambas na Noruega Ocidental, figuram entre os edifícios de madeira mais bem conservados de toda a Europa medieval. Por vezes as madeiras das igrejas anteriores, de finais da época viking, se encontram incorporadas na sua estrutura, e por elas podemos vislumbrar como deveriam ser magnificamente talhadas. Suécia
À exceção de Sigtuna, que parece ter assumido as funções de cidade-ilha de Birka, provavelmente abandona-
da entre meados e
finais do século X, a urbanização
não se desenvolveu muito na Suécia até o século XIL A partir de inscrições de moedas, pudemos saber que Sigtuna foi traçada, quase certamente, por mandato real, numa urbanização realizada ao longo de uma estrada,
seguindo um braço do lago Malaren As escavações demonstraram a existência de várias igrejas na cidade, junto com propriedades urbanas parecidas com as conhecidas nas cidades do final da época viking na Dinamarca e na Noruega. Em certo sentido, Sigtuna pode ser considerada uma capital primitiva que funcionava como centro real, eclesiástico e administrativo para a dinastia que controlava À Suécia Central e Oriental. Embora a transição da povoação urbana de Birka para Sigtuna possa ter sido, em parte, incitada pela descida do nível do mar, que comecou a secar os portos de Birka, provavelmente houve raa z0es mais complexas depois da decisão de transladar maior povoação da Suécia. Birka pode ter continuado difiÀ ser habitada durante mais tempo sem grandes no culdades, mas a situação de Sigtuna, exatamente
uma centro do Estado em expansão, teria oferecido poder real do centro um para favorável mais posição mais adeque um lugar isolado no meio de um lago 201
As igrejas de aduelas A esquenta. À Igreja de Borgund, no fiorde de Sogne, na Norue Ocidental, é sem dúvida um dos exemplos mais admiráveis de
A cultura viking deixou muitas marcas do seu breve apogeu, mas um tipo de monumento especialmente único remanesceu em forma de igrejas de aduelas, que se encontram em grandes quantidades na Noruega e (embora em menor grau) em outros países escandinavos. A construção de aduelas foi uma evolução
tetura da época viking, e começou a igrejas durante o século XI: a técnica edifícios domésticos um pouco antes. simples, o método de construção de
igrejas de aduelas que se
conservaram. À sua estrutura básica
remonta ao século XIII: as magníficas cabeças de animal e os
tardia na arqui-
múltiplos telhados foram
utilizar-se para as aparece em alguns Na sua forma mais aduelas parece-se
provavelmente acrescentados um
século depois. Esta decoração
muito trabalhada é típica das
igrejas posteriores, € por vezes
alcançava extraordinânia
sofisticação e beleza,
com a construção de um barril — uma fileira de madeiras
verticais encaixadas e ligeiramente curvas mantinha-se no lugar apertada entre duas madeiras horizontais com ranhuras nas partes superior e inferior da parede. Isto faz com que as madeiras da parede se elevem, protegendo-se assim da umidade e da putrefação. As igrejas de madeira anteriores, construídas com postes fixos na terra, só teriam durado uma geração. Não resta nenhuma igreja de aduelas do século XI que permaneça intacta, mas encontraram-se fragmentos das suas madeiras talhadas, conservadas na estrutura dos seus sucessores medievais e em outros edificios: há exemplos notáveis procedentes de Flatatunga, na Islândia, e Hemse, na Suécia. No entanto, foi nas igrejas cons-
truídas em finais da época vikinge nos séculos XIle XII
que a construção de aduelas alcançou a sua forma mais
evoluída e sofisticada. As igrejas de aduelas dessa época estão espalhadas pela paisagem norueguesa, onde permanecem monumentos admiráveis dos êxitos artísticos e arquitetônicos dos escandinavos medievais durante a sua
Parte inferior esquerda. Os animais
graciosos entrelaçados que
emolduram a porta em forma de olho de fechadura da Igreja de Urnes, perto de Borgund, foram
talhados no século XI, e deram seu
nome ao estilo de Urnes, da época wking tardia.
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W/7//4
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Abaixo. Os interiores das igrejas de aduelas cram magnificamente trabalhados — como aqui em Borgund =, e a intricada construção das madeiras
acrescenta um elemento de elegância simples que não é popularmente associado aos vikings “guerreiros”. O aspecto dispendioso e muito adornado de muitas aduelas faz com que nos
interroguemos sobre se as casas da época viking também eram cobertas de adornos deste tipo.
mi. a
À
integração na esfera cultural da Europa crista.
202
As igrejas de aduelas do século XI tinham um plano retangular simples, muitas vezes com um
pequeno presbitério quadrado
acrescentado à nave e, menos frequentemente, naves laterais.
As igrejas posteriores embelezaram este desenho, e geralmente se centravam em torno de quatro
postes de apoio, colocados num
quadrado, que atingiam grande altura dentro do edifício e levantavam o nível do telhado:
Borgund (na imagem representativa
da esquerda) é um exemplo típico. Às vezes, desenvolviam-se
disposições com postes centrais
numa arcada, e o conjunto das estruturas era desenhado com uma série de quadrados sucessivos (à
esquerda e no plano da parte superior).
Apesar destas elaborações, os elementos essenciais da técnica
de construção com aduelas não
variaram desde a época viking até boa parte do período medieval: mostra-se o desenvolvimento do método (acima) desde as suas origens, com a construção
rápida de terra, passando por uma fase intermédia de quatro postes € viga de umbral, até a forma final,
em que toda a estrutura se eleva sobre o piso.
203
Sigtuna
3
TE
Em finais do século X, talvez por volta de 970, a pequena
cidade de Sigtuna foi fundada ao longo de um braço setentrional do lago Maãlaren,
na Suécia Central.
Como
Birka, à qual sucedeu, provavelmente estava sob controle
real. Desde o início, Sigtuna foi disposta num plano retangular com uma rua central que seguia a margem do lago. Algumas casas compridas e estreitas ladeavam am-
bos os lados da rua — provavelmente mais de 100 —, com a
residência do rei ocupando um lugar no centro da cidade. Pelo menos desde 995, o rei Olof Skôtkonung pôs
em circulação moedas com a legenda “Sigtuna de Deus, e o lugar da primeira casa da moeda na Suécia foi escavado junto à residência real. Foram também encontrados ali restos de oficinas de ferreiros e de artesãos de alta posição social. Sigtuna era uma cidade cristã, e as prováveis localizações de pelo menos sete igrejas foram identificadas, juntamente com vários cemitérios próximos. Muitos dos depósitos arqueológicos de Sigtuna estão alagados e conservam alguns dos melhores materiais da época viking na Suécia. As escavações perto do recinto real revelaram quatro vivendas completas, sucessivamente re-
Abaixo. O nível da água em volta de
Sigtuna era cinco metros mais alto
no final da época viking que
atualmente, e foram localizadas camadas de ocupação ao longo da
construídas em 10 fases de ocupação desde o século X até o século XIII Os terrenos que davam para a rua eram ocupados por oficinas e edifícios com vivendas traseiras, muitas vezes com a profundidade de até cinco estruturas numa parcela do século XI À riqueza dos achados teste-
margem primitiva. O eixo do
povoação sobrevive hoje como Stora
gatan (Rua Maior); o lugar anterior do recinto real no seu centro encontra-se hoje sob o Museu de
Sigtuna. O plano também mostra os
túmulos funerários pagãos e os
munha o trabalho artesanal com metais, tecidos, osso,
cemitérios cristãos que rodeiam a
cornadura e outros materiais.
cidade, e a distribuição das igrejas.
Área de povoados do séc. XI [23]
Cemitérios pagãos Cemitérios cristãos
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Linha costeira em 1000
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Pedras núnicas de inguar
E Prorota váv elde da expedição
(1036-1041)
ua
escala 1:18.750.000 O
2.
Abaixo, Uma das pedras de Ingvar, a pedra rúnica de Varpsund em Uppland. Comemora a Gunnlev, ud capitão
de barco que “foi morto no leste junto com
Ingvhr” e
“constata que “sabia muito bem como governar nd
um
barco”.
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4
a tb AO Cunnnntnnna
AD
o
5: +
quado para as estruturas políticas fragmentadas dos séculos anteriores. Qualquer que seja a verdade sobre o tema, Sigtuna é um caso especial. As numerosas e pequenas povoações comerciais em volta da costa báltica, em lugares como Lôddkópinge, Kópingsvik, Paviken e Frójel, geralmente não se transformaram em centros urbanos mais vastos. Visby, na Gotlândia, que pelo visto assumiu o papel de Paviken no século XI, e as duas cidades das terras suecas ocl-
dentais, Lôdôse e Skara, são exceções. Em muitos aspectos, a organização política e religiosa da Suécia no final da época vikingé bastante mais obscura que no resto da Escandinávia. Como já assinalamos, as nossas fontes docu-
mentais são poucas e estão, sobretudo, relacionadas com a
atividade missionária; os anais da Europa Ocidental prestam pouca atenção aos acontecimentos da Escandinávia Oriental, dado que tinham um efeito insignificante na Inglaterra ou no Império Franco. Ainda sabemos relativamente pouco sobre o desenvolvimento da realeza sueca e o processo de conversão ao cristianismo. As missões de
Ansgar na Suécia no século IX acabaram por fracassar,
mas, dentro da quase total ausência de fontes escritas para os séculos X e XI, só sabemos que um rei cristão,
206
Olof Skôtkonung, governava o Oeste do país por volta do ano 1000, e que fundou o primeiro bispado da Suécia em Skara, em 1014. Um segundo bispado, que ficava próximo, estabeleceu-se em Upsala na década de 1060. Não há dúvida de que o paganismo estava florescendo nas planícies de Uppland, no norte, até no final do século XI. Um certo rei Svein restabeleceu o paganismo durante algum tempo depois do reinado de Olof, e esse acontecimento foi comemorado com o cognome Blot-Sven (blot significa sacrifício pagão). O grande templo pagão em Upsala, talvez o maior centro de culto da Escandinávia, pormenorizadamente descrito pelo horrorizado Adam de Bremen em 1070, não caiu em desuso até aproximadamente 1110, e é provável que o culto pagão privado continuasse depois durante gerações. A Igreja não começou realmente a desenvolver o seu poder na Suécia, sempre a mais selvagem e remota das terras escandinavas, senão muito depois de encerrada a época viking. Não se sabe praticamente nada das primeiras igrejas suecas. No entanto, algumas tábuas de
parede ornamentadas que remanesceram em algumas povoações sugerem que eram provavelmente semelhantes às construções de aduelas norueguesas.
A viagem de Ingvar
Uma das mais ambiciosas
aventuras de toda a época viking
foi a viagem da Suécia Central até os grandes rios da Rússia, que um jovem capitão chamado Ingvar
fez no comando de uma pequena frota entre 1036 e 1041. O que
torna esta viagem diferente de outras anteriores ou posteriores é
que Ingvar e os seus seguidores viajaram mais longe que ninguém, até a Ásia Central. Uma extraordinária série de pedras rúnicas na Suécia Central recorda
Os numerosos mortos em terras
longínquas. Pela distribuição das pedras comemorativas, podemos
deduzir a zona que a aventura de Ingvar cobriu; é possível que à viagem fosse uma campanha
militar bem organizada. Nas sagas islandesas, a viagem de Ingvar
termina num desastre, coma
expedição destroçada nas planícies
orientais.
O FINAL E À ÉPOCA PÓS-VIKING
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Os arqueólogos discutiram durante anos sobre o percurso exato da viagem de Ingvar, pois as pedras não o especificam e a única fonte escrita que menciona a viagem, uma saga medieval posterior, é uma história cheia de monstros e belas princesas, onde a verdade é difícil de determinar. No entanto, é provável que Ingvar seguisse a rota de Bizâncio, navegasse à volta do mar Negro e daí abrisse caminho por terra até o mar Cáspio. Pode ter ido mais longe, mas é óbvio que a sua viagem foi considerada algo tão extraordinário, que acabou por se tornar quase mítica. Ao que parece, a expedição confrontou-se com um terrível desastre nas terras desconhecidas da Ásia, e poucos foram os sobreviventes que regressaram à região de Malaren para contar a história. As pedras erigidas pelos parentes e amigos dos que morreram, talvez colocadas muitos anos depois, quando as notícias da catástrofe chegaram à Suécia, são uma con-
tribuição própria da ideologia vikinge também a comemoração de uma viagem que igualava e superava as grandes viagens dos séculos IX e X.
A fase final da O nascimento dos nacionais marcha a fase
expansão viking da Dinamarca e da Noruega como Estana primeira metade do século XI pôs em final da expansão vikinga ocidente, quan-
as suas do os seus reis começaram a ter de demonstrar
capacidades políticas e a pôr à prova o seu poder num cenário europeu mais amplo. O primeiro passo neste processo foi o reatamento das guerras contra à Inglaterra. As incursões vikings voltaram a começar em 980, ao fim de um interregno de quase 30 anos, depois de os ingleses terem recuperado o Danelaw dos seus governan-
mo rei vites escandinavos, e de ter sido destituído o últi
Acima. Um harpista toca harpa, um ferreiro trabalha na bigorna e um
lavrador ara seus campos com uma
Junta de bois, Estas cenas num manuscrito escrito no ano 1000 em Canterbury têm o propósito de
ilustrar histórias do Antigo Testamento, mas hoje nos
permitem vislumbrar a vida da
Inglaterra durante o reinado de
Ethelred II, na época em que as mcursões vikings recomeçaram com grande ferocidade.
king em York, em 954. As incursões tomaram a forma de uma dupla série de ataques à costa meridional da Inglaterra e ao Norte do País de Gales. Estes últimos tiveram início a partir das colônias hiberno-nórdicas na Irlanda e dos arredores do mar da Irlanda. Provavelmente não foram tentativas de conquista, nem sequer um plano premeditado de caça de tesouros, como por vezes se afirmou. É muito mais provável que os vikings estabelecidos na Irlanda voltassem à sua prática de saque temporário oportunista, temro comando do seve pelo pido rrom inte As pedras de Ingvar ente riam pora oci en documental conv al ri te ma de ez ss ca es (957-975). Este ressurgimenfico Pací o r, Edga Apesar da ês ingl rei em s, ca ni rú mp inscrições co as dr pe de as m crédito à acusaalgu en nt se eris ce conf z talve e idad nal. ' as ativ da to a am ic lp lo XI, que sa cu sé do s da ta lred Il da Ethe ra e cont rt feita gico enér o pouc rno gove de sua maior pa ção em iores que ma o it mu s de da ti an qu dúvida de que haja não ora emb xã, o-sa angl ica Crôn pela paisagem sueca em e nt fo a são um ia áv in nd ca Es da e rt pa a excessivamente deprimente o riçã desc uma dá e font a aqualquer outr li mi fa de a em memóri as id ig er r e u Q o Indeciso, é uma . , lred as Ethe ov de o apod O ado. rein seu s do ta única de pr ui (m s mortos ma ar de s o r i e h n a p m o go unraed, que na verdade anti ês ingl do ução trad má os res, amigos € c e br so , zes ate mais ve às o, nt ta m a t n o c ifica “mal aconselhado”. sign os e vezes elas nos br so to an qu s o t os monumen m a r a vindos do leste eram clarad ra n ater e Ingl m à o ues c ataq n de Os e l e pe qu pa o penhando m e s e d er qu rentes. Não dife o , muit ) m ções ambi por s vado moti e € ment ão que comemorava ss os de suce at , as rr te de e ad ed rqueses estavam ama din reis os o pont que até as mos sabe r e d declarações de propri n e e à compr s o n m a d u j a ram à eça com s, mas co di s, rsõe rí incu ju s eira prim nas s o a os t lvid oc n envo e ép m u c da do no final ia éc Su na s te en rr nas expedições co ativo o muit l pape um ar enh emp a des e n â r o p idéias e as atitudes nte contem fo a ic ún via o ss Com no 980. em a ues ataq e dos as ço qu ome rec ao o ir sã segu a e logo | g n viki inávia. nd ca Es a m s entos de prata e ecim m forn os X da lo sécu do eém final no mos, m u de tes, estão as an ss re te in is ma es çõ Abássida se tinham ri fado Cali “nsc do e ia Rúss da tes eden proc và m ia og l que el ra nt Ce ia éc Su só os tinha da ha man Ale as na dr es font s nova as e , o de 30 pe tado esgo di ande expe gr a m u n as nt ju m a r ialmente. Os desenvolvimentos polítiparc s que morre r um capitão chamado Ingvar. ído titu subs rias pessoant - à orie e dirigida po e centralização cent cres a e ávia ndin Esca da tiro dent cos m a , mencion as ad am ch o Sã m si as ar à monarquia um torn a do eça com am tinh r pode do o, ld ro As pedras de Ingvar, ntes, até Ha ga ve na e o rc ados dos elev ba os cust de Os ; es caro tã o pi muit ca to , men ndi os ree ir emp mone numa pedra erigida
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ambiciosos programas de engenharia civil, a construção de estradas e as obras defensivas de Haroldo Dente Azul na Dinamarca já foram assinalados, e os séquitos militares reais também consumiam grande parte da riqueza do novo reino. Se o custo da monarquia estava aumentando, o mesmo acontecia com o custo da tomada do poder. Os aspirantes à usurpação e os exilados reais, que tinham sido uma característica destacada da política viking desde as primeiras incursões no século IX, teriam sentido também a necessidade crescente de dinheiro. Estes fatores podem contribuir para explicar o recomeço de tais in-
cursões no final do século X e no início do século XI,
pois é óbvio que os que tomavam parte nelas não tinham interesse em conquistar terras. Às incursões só tinham um objetivo, a obtenção da maior riqueza transportável possível. Nos dez anos seguintes, as incursões intensificaram-se muito dramaticamente. As frotas vikings eram grandes e 208
Inglaterra e do País de Gales,
de 1009, exércitos reais dinamarqueses, sob as ordens de
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escala 13,850 000
atacaram objetivos do oeste da
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ataques, os hibemo-nórdicos
enquanto a leste e a sul a frota procedente da Escandinávia infligia desmoralizadoras derrotas
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de incursões escandinavas assolou a Inglaterra, interrompendo os anos de relativa calma que país tinha
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Inglaterra vitingna Entre 980 e 1009, uma nova onda
atuavam sob o comando real como forças bem coordenadas; na verdade, como autênticas armadas nacionais.
Além disso, várias frotas governadas por pretendentes reais hostis também participavam nas incursões. Por exemplo, Olav Iryggvason, que se tornou rei da Norue-
ga em 995, dirigiu uma frota de 93 embarcações contra
o Sudeste da Inglaterra, em 991. Os ingleses opuseram resistência armada às incursões, mas na época da campanha de Iryggvason tinham decidido continuar com a política de pagar danegelds, numa tentativa de evitar posteriores ataques. Isto foi em consequência da desastrosa derrota para os dinamarqueses na batalha de Maldon, no Essex (um dos mais famosos poemas escritos em inglês antigo celebra a sua resistência heróica, conquanto condenada ao fracasso). No entanto, o pagamento de 4.500 quilos (10.000 libras) de prata aos dinamarqueses parece que teve o efeito de animá-los a retornar em maior número, apesar das tentativas desesperadas de Ethelred de mobilizar os ingleses. Em 994, Olaf Tryggva-
uma dinastia escandinava no trono
da Inglaterra.
O FINAL E A ÉPOCA PÓS-VIKING
son retornou, desta vez al:
cada. À sua empres Rap a foi pe 7
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pensada com umici pagamento de 7.250 quilos (16.000 libras) de prata.
Os danegelds continuaram a ser pagos com somas cada vez maiores: 11.800 quilos (24.000 libras) de prata em 1002; 16.000 quilos (36.000 libras) em 1007; e 22.000 quilos (48.000 libras) em 1012. Isso era uma sangria econômica enorme, e o desespero crescente do governo inglês pode ser observado na terrível ordem dada por E-
thelred de matar todos os dinamarqueses que vivessem na Inglaterra no dia de São Bartolomeu (13 de novem-
bro)
de 1002; a realidade desta ordem
é confirmada
numa carta de Oxford que fala dos dinamarqueses que se acolheram numa igreja. O registro arqueológico parece confirmar a pouca segurança desta época agitada. Encontraram-se vários tesouros que datam deste perío-
do no Sudeste da Inglaterra, dando a entender que as pessoas enterravam a sua riqueza para protegê-la do roubo, verificando-se um aumento correspondente na quantidade de moedas de prata inglesas encontradas
abaixo. À estrada elevada entre a
Essex, tha de Northey e a costa de róximo de Maldon, fica coberta
com a maré alta. Foi por ela, durante a campanha de Olof Tryggvason em 991, que uma força
viking atravessou para se confrontar com um exército inglês sob o
comando de Byrthnoth. A derrota dos ingleses foi uma virada decisiva no reinado de Ethelred.
nos tesouros escandinavos. Só na Gotlândia, recuperaram-se mais de 50.000 moedas. É óbvio que vários dos invasores vinham da Suécia, ao contrário dos ataques do século IX; esta modificação parece estar relacionada com a crescente centralização do Estado russo, que limitava o campo de ação dos suecos para as operações vikings a leste. Várias peças rúnicas da Suécia comemoram os homens que morreram lutando na Inglaterra, e algumas mencionam os danegelds. Uma pedra de Yttergárde, por exemplo, conta-nos que um certo UI teve a sorte de receber três partes: “A primeira
toi a que pagou Tosti, depois pagou Thorkel e depois Canuto.” Para além do saque e da extorsão, muitos escandina-
vos tomaram um
terceiro caminho para a riqueza, pois
em 1012 e 1013 vários vikings sob o comando de Thorkel, o Alto, lutaram como mercenários do lado inglês.
A medida que os escandinavos enriqueciam com a prata da Inglaterra, os seus horizontes aumentavam e as incursões tomavam uma dimensão política nova. Svein, o Barba Bifurcada, começou claramente a conceber a idéia de conquistar toda a Inglaterra. Semelhante empreendimento, se tivesse tido êxito, tê-lo-ia convertido no rei mais poderoso da Escandinávia. Não parece que participasse pessoalmente nas campanhas de 1009-1012, mas provavelmente foram dirigidas por ele, e em 1013 voltou à Inglaterra com uma frota impressionante,
diri-
gida por ele próprio. Os ingleses, esgotados, foram inca-
pazes de resistir ao violento ataque, e em 1013 Svein foi
aceito como rei pela população do Danelaw; depois de Ethelred fugir para França, o seu reconhecimento estendeu-se a toda a Inglaterra. No entanto, Ethelred pôde regressar em 1014, quando a Crônica anglo-saxá registra o “feliz acontecimento” da morte de Svein. Os últimos dois anos do reinado Ethelred decorreram com ele lutando numa guerra perdida de antemão com Canuto, o filho de Svein, que tinha ficado no Danelaw
com o seu exército. Quando Ethelred morreu em 1016, o seu filho Edmundo opôs uma feroz resistência aos vtkings, fazendo-os recuar atravessando o Sul do país, e ganhando o apodo de Costas de Ferro. Não obstante, também ele morreu naquele mesmo ano, e os ingleses nao e
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uma cruz de ouro de altar. Este é um retrato pouco frequente de um rei viking. Vemos Canuto rodeado de anjos; a mão de Deus assinala o seu direito divino de realeza. mas Canuto mantém uma mão sobre sua espada
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Na Dinamarca, praticava-se um patrocínio semelhante. É claro que havia laços artísticos entre Os dois países. Uma das introduções mais importantes de Canuto na Inglaterra foi o estilo de Ringerike, que então era corrente na Dinamarca €e que os artistas ingleses empregaram em novas formas, como adorno de manuscritos. Uma lápide fragmentada que foi encontrada no cemitério de St. Paul em Londres no século XIX proporcionou um dos melhores exemplos do estilo que temos na Inglaterra ou na Dinamarca. Um animal magnífico, que no início foi pintado de vermelho, branco e preto, anda com passada larga através da pedra, com uma serpente parecida com uma faixa enroscada nas patas. Uma inscrição rúnica em nórdico antigo faz constar que “Esta pedra foi erigida por Ginna e Toki”. Canuto foi por diversas ocasiões lutar em guerras na Escandinávia, e em 1026 foi derrotado por um exército aliado dos reis da Noruega e da Suécia, na batalha de Holy River na Suécia. Em 1028, aproveitou-se das disputas entre os latifundiários noruegueses e o rei Olaf Haraldsson para fomentar uma rebelião. Utilizando uma vez mais as forças inglesas. Canuto foi proclamado rei da
Acima. Canuto, o Grande, tinha moedas cunhadas com o seu nome em ambos os lados do mar do
Norte. Imitando a prática inglesa
estabeleceu uma rede de casas de
cunhagem na Dinamarca, À mais importante ficava em Lund, agora
na Suécia, onde esta moeda foi cunhada.
A esquerda. Quando se tornou rei de
Inglaterra, em 1016, Canuto casou-
se com Emma
(chamada Elfgyfu pelos ingleses), a
viúva de Ethelred II. Aqui o casal
real é representado no Liber Vitae oferecendo uma cruz de altar ao novo mosteiro de Winchester, sob
as bênçãos de Cristo como
Majestade. O filho de Canuto e Emma, Hardacnuto, ocupou o
trono da Dinamarca e da Inglaterra durante um curto período de tempo. Eduardo, o Confessor, filho
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Noruega em Trondheim; Olaf Haraldsson morreu dois
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da Normandia
anos depois na batalha de Stiklestad tentando recuperar o seu trono. As moedas cunhadas em Sigtuna que leva-
de Ethelred e de Emma, foi
proclamado rei da Inglaterra em
1042,
vam a inscrição “Canuto, rei dos suecos” são um sinal de
que a sua autoridade era também reconhecida na Suécia. Canuto esteve presente em Roma na coroação do imperador Conrado II, em 1027, quando pôde ocupar um lugar entre os governantes da Europa, e ao morrer, em 1035, estava justificado no seu direito a reinar sobre
um império imenso: Inglaterra, Dinamarca, Noruega e
Suécia Meridional. tiveram outra alternativa senão aceitar Canuto como rei. Este dividiu imediatamente o país entre os seus comandantes. Canuto € os seus sucessores escandinavos
governariam a Inglaterra por quase 30 anos. O império de Canuto, o Grande
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Quando Svein morreu, o reino dinamarquês passou para Haroldo, o herdeiro de Canuto, enquanto Canuto consolidava a posição dos dinamarqueses na Inglaterra.
forças inglesas para empreender uma campanha na Dinamarca e garantir o trono. Alcançou o seu objetivo em 1019 e então governou um território maior que o de qualquer viking que o tivesse precedido, pondo-se a forjar um império que dominaria as terras à volta do mar do Norte. Passava a maior parte do tempo na Inglaterra, talvez porque isso realçasse o seu prestígio e a sua posição como governante europeu. Com este fim, casou-se tam-
bém com a viúva de Ethelred e voltou a editar o código jurídico de Ethelred com o seu próprio nome. À cunhasem de uma moeda comum para a Inglaterra e a Dinamarca acentuou a fusão das duas partes do seu reino. Da sua capital em Winchester, no Sul da Inglaterra, Canuto governava como o modelo de monarca cristão, e assegurava-se de que toda a gente soubesse do seu apoio aos mosteiros. Uma página do Livro da vida (Liber Vitae), que contém “os nomes de todos os irmãos € mon-
ges e dos associados e benfeitores, vivos e mortos” do novo mosteiro de Winchester, representa Canuto e sua mulher, Emma (Elfevfu), obsequiando o bispo com 210
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O FINAL E A EPOCA PÓS-VIKING
1047 ia con
herdou o trono norueguês e voltou-se
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eira, áveis batalhas, dado que ampreenderam uma campanha violenta de
incursões e de contra-ataques, caracterizados pela trai-
ção e pela vingança. O famoso estandarte de Haroldo, o
Devastador de Terras, tremulou sobre grande parte da Dinamarca, e até Hedeby foi queimada. No entanto, a
guerra chegou a um ponto morto, e em 1064 os dois governantes acordaram fazer as pazes. À essa altura Haroldo já tinha 50 anos, tinha lutado na maior parte do
mundo conhecido e reinara em todas as partes da Escandinávia. Em 1066 empreendeu a sua última aventura, que ia proporcionar um final histórico à época v?king, se não de fato, pelo menos em espírito.
Eduardo, o Confessor, da Inglaterra morrera sem deixar herdeiro. Em meio a alguma controvérsia, Haroldo Godwinson, que fora um dos principais conselheiros de Eduardo, foi proclamado rei no dia seguinte. A notícia foi avidamente recebida na Noruega, dado que Haroldo Hardradi viu uma oportunidade para invadir a Inglaterra e proclamar-se sucessor natural de Canuto. Estimularam-no Tostig, o irmão de Haroldo Godwinson, antigo conde da Nortúmbria, que tinha sido exilado da Inglaterra no ano anterior, e também o conde das Orcades.
O império de Canuto, O Grande
Depois da morte de Edmundo, o Gostas de Ferro, Canuto, O Grande, mousse rei da Inglaterra e iniciou um processo de conquista e diplomacia que o haveria de levar a
dominar grande parte das terras
que o mar do Norte banha. Em
IO1& subiu ao trono da Dinamarca;
em 1028 conquistou a Noruega; € porvolta de 1030 estendia a sua nfluência por grande parte da Suécia. Não há evidências de ter
dado a si próprio tais títulos; em
todo caso, considerava-se o rei de
grande número de povos. De qualquer forma, na data da sua morte governava mais território
que nenhum outro rei viking antes oudepois dele, e mereceu o
cognome de o Grande, com que foi
distinguido pela última geração de escandinavos.
A esquerda. Esta pedra do cemitério
de St. Paul, em Londres, fez parte deum sepulcro. A decoração é um dos exemplos mais belos do estilo
artístico de Ringerike de todo o mundo viking. Agora não se sabe quem foram Ginna e Toki, mencionados na inscrição rúnica,
mas pensa-se que o sepulcro foi erigido durante o reinado de Canuto.
À direita. Os vikings que se
estabeleceram na região do Loire,
na França, assolaram Angers no “spo;
Século IX, quando São Aubino era
nesta vida do santo, escrita em aproximadamente 1100, eles
São pintados em seu barco
dispostos para atacar. No entanto, Estes guerreiros eram armados à
Mmancira do século X1, com longas
Cotas de malha e escudos em forma
de cometa, como os que Os
normandos usaram na batalha de
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Es € que se
em ver na
peçaria de Bayeux. O artista pôs O
temo de governo no lado errado
do barco.
No entanto,
como
pode
acontecer com
muitos em-
preendimentos criados com ambição pessoal, o império de Canuto desintegrou-se com a sua morte. O seu filho, Hardacnuto, que o sucedeu tanto no trono inglês como
no dinamarquês em 1040, não fez muito para travar O
seu declínio. Depois da sua morte num banquete em 10492, a coroa inglesa regressou à antiga linha real, quan-
de do Eduardo, o Confessor, o único filho sobrevivente
de Ethelred II, foi proclamado rei, após o seu regresso um exílio de 25 anos na Normandia.
Haroldo Hardradi revelou a sua grande destreza militar como tático ocultando os seus planos aos ingleses e reuo, nindo as suas forças secretamente. No final do verã
Haroldo Godwinson foi apanhado completamente de surpresa com a notícia de que uma frota norueguesa de 900 barcos tinha navegado pelo estuário de Humber e adesembarcado em Riccall, no rio Ouse. À ele se junt ram rapidamente as frotas de Tostig e a do conde das
erra Haroldo Hardradi e a invasão da Inglat r, em janeiro de so es nf Co o o, rd ua Ed de e rt mo a Com história na io ód is ep mo ti úl O ou it ip ec pr 1066, quase se na Inglaterra. os av in nd ca es s do to re di to en im do envolv Ga Norei o , on rs da ar gu Si o ld ro Ha Foi instigada por pelo poder, te en am ad iç rn ca en tão u to lu ruega, que di KGover: ra rd Ha de o ad id el ap foi que rapidamente de raio do
chamava-o en em Br de am Ad ). ro ve Se nante das mais ilustres a um foi o ld ro Ha de norte”. A carreira reputaa um e lh ule va e XI, lo do mundo viking no sécu fama como um
a da ur oc pr d su à ; to nu Ca de ção igual à ão | evidente da ç a r t s n o m nc e d a um 2. fim em si mesmo € res tiveram io er st po s ng ki vi ls Te OS | idéia muito clara que
própria mitologia. a estanh ti o d l o r a H , n o s s d de Olaf Haral na idade, e tide os an 15 m o c iklestad do na batalha de St itar às consequências a
ra ev pa ia éc Su à ra pa do gi nha fu para à Rúsou aj vi o d l o r a H , ia Suéc ev, mas da morte de Olaf. Da Ki de av sl ro Ya de o O serviç sia, onde entrou para , onde io nc zâ Bi é at l, su ra pa urou rapidamente se avent numerosas as su As . r o d a r e p m i do se uniu aos varegues m famoa r e e st le no r o d a r e p DF m i do iço nturas a Servi
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tinha deixado ra er at gl In na to nu ac A morte de Hard rdacnuto tinha
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O FINAL
E A EPOCA POS-VIKING
A esquerda. Esta cena da tapeçaria de Baveux mostra o duque Guilherme reunido em conselho
em Hastings, depois do
desembarque normando em Penvensev, a 28 de setembro de
LOGO. Guilherme = sentado entre os seus meios-irmãos, o bispo Odo
Bayeux e Roberto, conde de
Morram — está segurando sua
espada com a ponta virada para
cima. À tapeçaria, provavelmente
feita pelo bispo Odo, é um registro
único dos acontecimentos da conquista e uma valiosa fonte de informação sobre os descendentes
dos wkings, os normandos, seus barcos e suas armas.
Órcades, formando uma força combinada talvez de 300
barcos e de 9.000 soldados. Poucos dias depois de ter desembarcado, o exército de Hardradi tinha destroçado as milícias da Nortúmbria em Gate Fulford. Fizeram reféns entre a população da cidade próxima de York, e Hardradi instalou-se para consolidar o seu domínio na Nortúmbria antes de se deslocar para sul. Em meados de setembro, acampou o seu exército em Stamford Bridge, a 22
quilômetros dos seus barcos em Riccall e a 12 quilômetros de York. Sem que Hardradi o soubesse, Haroldo Godwinson tinha iniciado uma marcha desesperada para norte com todas as tropas que pôde reunir logo que foi informado do desembarque norueguês. Em poucos dias, o seu exército estava em Tacaster, nos arredores de York. Os noruegueses ainda desconheciam a sua presença quando em 25 de setembro, após uma marcha de 27 quilômetros, o exército inglês caiu sobre eles em Stamford Bridge. O primeiro sinal da sua aproximação foi o reflexo do sol da manhã nas suas armas quando surgiram no horizonte: “como o sol num campo de gelo quebrado”, como depois o descreveu uma saga norueguesa. No início, Haroldo Hardradi tentou negociar uma trégua à maneira antiga, prometendo não lutar se o outro lhe desse todo o norte. A resposta de Haroldo chegou até nós: “Ceder-te-ei sete pés de terra inglesa ou quanto su-
peras em altura os outros homens” A batalha foi violenta, longa e decisiva. Foi o maior combate em solo inglês desde Brunanburh em 937, e os dois exércitos lutaram durante todo o dia. O rei norueguês chamou os reforços dos barcos ancorados em Riccall, que vieram em socorro com todo o seu arsenal. Apesar dos seus esforços, os noruegueses, esgotados, foram aniquilados; Harald Hardradi, o último grande rei viking; morreu com uma flecha na garganta. Os ingleses perseguiram os noruegueses que fugiam, durante toda a noite, até aos seus barcos em Riccall. A matança foi tão grande, que dos 300 barcos invasores só 24 regressaram à Noruega. Os mortos ficaram no campo de batalha, e os seus ossos permaneceram com um sinal durante gerações. Enquanto
os felizes sobreviventes cruzavam
o mar,
Haroldo Godwinson e o exército inglês voltaram para 212 a
ser ao a
sul, como resposta às notícias que Haroldo temia. O duque Guilherme da Normandia tinha desembarcado em Pevensey, na costa sul da Inglaterra, com um exército normando que também tentava conquistar o país. Guilherme da Normandia e a conquista da Inglaterra Enquanto Haroldo Hardradi tinha estado planejando a sua invasão na sua capital de Trondheim, planos semelhantes tinham sido traçados na Fortaleza de Falaise, na
Normandia, por parte de Guilherme. Este tinha nascido por volta de 1027, era filho ilegítimo do duque Roberto, o quarto descendente direto do viking Rollon, a quem
foi cedida a Normandia em 911. O pai de Guilherme tinha morrido
em
1035, e na ausência de um
legítimo
herdeiro passou a infância entre amargas lutas políticas que tinham ameaçado destruir o ducado. Ao atingir a maturidade, Guilherme fez valer com êxito o seu direito
à sucessão e impôs a sua autoridade a todos os aspectos da sociedade normanda. Lutou implacavelmente contra os reis Capetos de França nas suas fronteiras, reorganizando o exército e introduzindo o desenvolvimento de unidades de cavalaria muito capacitadas; em 1066 a máquina de guerra normanda não tinha, provavelmente, rival na Europa. Como Canuto, Guilherme era um fiel patrocinador da Igreja. Construiu a magnífica Abadia de Jumiêges, entre muitas outras fundações religiosas, e estava permanentemente ansioso por mostrar-se um fiel servidor do papa de Roma. Seu meio-irmão Odo era bispo de Bayeux. Às dinastias da Normandia e da Inglaterra contraíram
parentesco através de casamentos durante o reinado de Canuto, e desta aliança Guilherme retirou o seu direito
ao trono inglês. Tinha aproveitado a oportunidade de insistir nisso até quando Eduardo, o Confessor, ainda estava vivo. Por volta de 1064, Harold Godwinson visitara a Normandia, onde tinha sido hóspede do duque Guilherme. As circunstâncias deste encontro não estão claras; a explicação mais provável é que Haroldo se desviou da sua rota devido a uma tempestade quando se encontrava a caminho da Irlanda. No entanto, não há dúvida de que enquanto esteve ali se viu obrigado a jurar lealdade a Guilherme e acordou apoiá-lo depois da morte
de Eduardo. Quando Guilhe rme soube que Haroldo ti nha assumido ele mesmo o pode r, parece que se enfure ceu tanto, que lançou à capa contra o rosto e recusou-se a falar. Ordenou imediatamente que cons truissem uma frota para invadir a Inglaterra, e teve -a pronta em princípios de setembro. O ni na que tinha conduzido o exército norueguês através do m l até re a os mec rom 7 Ss cone finadon s no porto de Dieppe, na costa da França. Em 97 de setemb ro quando a frota pôde zarpar, Haroldo Hadradi já tinha morrido em Stamford Bridge. Uma vez do lado do canal. o exército de Guilherme desembarcou sem oposição e empreendeu imediatamente a construção de uma base fortificada. A partir dali, preparou-se para se encontrar com os ingleses numa batalha, já que, ao contrário dos noruegueses, Guilherme sabia que Haroldo estava a caminho. O exército inglês partiu de York pela costa meri-
dional, uma distância de 400 quilômetros, em 9 dias, incapaz de parar e esperar reforços. A força contava com
cerca de 7.000 soldados, entre os quais havia muitas milícias camponesas, e todas estavam esgotadas depois da
batalha de Stamford Bridge, que tinha ocorrido poucos dias atrás. Guilherme tinha mais ou menos o mesmo número de tropas, mas as suas forças incluíam centenas de
arqueiros e companhias de cavaleiros montados. Os dois exércitos encontraram-se em 14 de outubro num lugar que se acha no extremo da aldeia moderna de Battle, em Sussex, a cerca de 14 quilômetros de Hastings. O exército inglês espalhou-se por toda uma cordilheira que dominava um vale pantanoso onde estavam
posicionados os normandos; no centro, Haroldo agru-
pava os seus guarda-costas à volta do estandarte do dra-
O FINAL E À ÉPOCA PÓS-VIKING
gao de Wessex. Ao anoitecer, os normandos avançaram
e depararam com uma resistência feroz. Os seus cavalos
resvalaram no barro, e a sua infantaria teve de retroce-
der debaixo de uma chuva de lanças, rochas e paus,
dado que os ingleses lançavam tudo o que estava à mão. O contingente bretão do exército de Guilherme se dispersou e fugiu, arrastando muitas das tropas normandas. Era como se Haroldo tivesse conseguido duas grandes vitórias em quinze dias. No entanto, quando as tropas inglesas deixaram a cordilheira e correram para eles, Guilherme reorganizou os seus homens e a cavalaria normanda regressou, cortando em dois o exército inglês no vale, Depois, foi apenas uma questão de tempo. Enquanto os ingleses recuavam através da cordilheira, a guarda real à volta de Haroldo estava tão apinhada, que os corpos dos mortos não podiam cair, segundo dizem os cronistas normandos. Primeiro morreram dois irmãos de Haroldo, e depois o próprio Haroldo. Não podemos ter certeza de se lhe acertaram no olho com uma seta, segundo os rumores que correram depois da batalha, mas alguns normandos afirmaram que o próprio Guilherme cavalgou sobre o muro de escudos ingleses para atingir o rei. A história da batalha é contada em muitas fontes inglesas e normandas, mas o registro de maior vivacidade se encontra no bordado conhecido como a tapeçaria de Bayeux. Esta foi encomendada — provavelmente por Odo de Bayeux — a bordadores ingleses para comemorar o triunfo normando. Depois da vitória de Hastings, o exército de Guilherme invadiu o norte com pouca resistência. No dia de Natal de 1066, foi coroado rei da Inglaterra na Abadia de Westminster, em Londres, e assim conseguiu, como
À direita. Estas peças de xadrez
de marfim do século XII foram
lalhadas na Noruega Ocidental, talvez em
Trondheim, que era um importante centro do
Comércio de marfim de morsa.
“tNlencem à maior e mais
importante série destas peças
que se conhece da Idade edia, incluindo os restos de
Auatro jogos quase completos.
Stu achado na ilha de Lewis,
Nas Hébridas exteriores, faz Tessaltar o fato de as ilhas
SQdentais da Escócia ainda
a “rem politicamente parte
ôreino da Noruega.
213
O FINAL E A EPOCA PÓÔS-VIKING
uma geração.
Embora
uma frota dinamarquesa
tenha
tentado conquistar o Norte da Inglaterra em 1069, os exércitos dinamarqueses estavam igualmente exaustos após 17 anos de guerra com Hardradi, e as ambições expansionistas suecas tinham sido neutralizadas no mesmo conflito. Em 1098, as fortunas da Noruega se tinham recuperado o suficiente para que o rei Magnus empreendesse a última expedição viking autêntica a ocidente, fazendo incursões pelas ilhas Hébridas e pela ilha de Man, e até lutando contra os normandos no País de Gales. Mas, embora os barcos noruegueses continuassem a fustigar a costa irlandesa no século XIII, a tradição viking na Europa Ocidental praticamente morreu
com Haroldo Hardradi em Stamford Bridge, e foi finalmente enterrada quando seu filho trouxe o seu corpo para Trindheim em 1067. A esfera do poder na Europa Setentrional tinha-se transferido da Escandinávia e do mar do Norte para os países de ambos os lados do canal da Mancha. O último legado nórdico na Escócia A presença escandinava durou muito mais tempo no Noroeste da Grã-Bretanha que no Sul. Após o período inicial de incursões nas ilhas da Escócia e na parte seten-
trional do território britânico, os colonos nórdicos cria-
ram profundas raízes que ainda hoje podem ser localizadas em topônimos remanescentes e em outros elementos da língua: efetivamente, o norn — uma variação regional da língua norueguesa — era falado e entendido nas ilhas Orcades no século passado. Alguns estilos de construção de telhado também são uma prova da perdu-
rável influência norueguesa.
norueguesas
em
expansão
e
os
centros
manufatu-
R
des
o
Caithness nasceu muito cedo. A presença de artefatos noruegueses característicos, como pentes de cornadura ou vasilhas de esteatite, em muitos lugares da Escócia dá a entender que houve contatos diretos com as cidareiros, não se pondo em dúvida que os reis noruegueses exerceram uma poderosa influência política nas colónias ocidentais através dos condes. Na época do conde
Thorfinn, no século XI, os condes tinham-se converti-
do em dirigentes locais importantes com ambições ter-
ritoriais que se estendiam
para ocidente, até o mar da
Irlanda. A Saga dos ilhéus das Orcades refere que por volta de 1037-1039: “O conde Thorfinn estava muito ocupado com os homens das Hébridas e os irlandeses, e sentiu que estava muito necessitado de ajuda quanto a forças [...]. Então, no início da primavera o conde Thorfinn enviou uma mensagem ao seu parente o conde Rognvald pedindo-lhe que fosse com ele num cruzeiro de guerra, e que trouxesse todos os homens que pudesse. Durante o inverno, Thorfinn e Rognvald devastaram as costas das Hébridas e da Irlanda, e todas as partes da costa ocidental da Escócia. Thorfinn arrasava todas as terras por onde passava.” A Saga dos ilhéus das Órcades proporcionou-nos as provas documentais mais imediatas que temos da ocupação nórdica das ilhas no século XI. Embora a fonte precise ser tratada com o mesmo
tão oa
pôde fazer ofensivas em grande escala durante mais de
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rei norueguês
Shetland
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Orcades,
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que
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cuidado que as outras sagas,
por ter sido escrita depois dos acontecimentos que relata, provavelmente em centros de estudos irlandeses, a Saga dos ilhéus das Órcades inclui pormenores que dão a entender que foram utilizados informantes locais. Só alguém com conhecimento direto das encostas perto do Bu em Orphir, por exemplo, poderia ter dado a descrição exata que contém dessa paisagem particular. Uma coleção de inscrições rúnicas que foram gravadas por nórdicos que se refugiaram na sepultura de càmaras neolítica de Maes Howe, nas Orcades, aproxi-
IDT
Bridge
os seus antepassados do durante tanto tempo. Os e a conquista normanda As perdas de Stamford
TO
viking de quinta geração, o que norte não tinham podido fazer efeitos do desastre norueguês tiveram grande repercussão.
Abaixo. Uma vista aérea de Freswick Links, na costa nordeste da Escócia Continental, onde se encontraram
abundantes provas de ocupação No
final do período nórdico, quando à pesca em grande escala cra uma parte importante da economia |
local. A área foi a de uma povoação
picta nativa, mas não há nada que
indique uma presença escandinava em Caithness durante a primeira parte da época viking.
214
O FINAL
E À ÉPOCA PÓS-VIKING
Orphir ma
Orphir, nas Orcades, era um das muitas povoações importantes controladas pelos condes das Órcades durante
o período nórdico tardio. A Saga dos ilhéus das Órcades dános uma descrição da residência que o cond e Paul Hakonsson ali construiu no século XII: “Havia uma grande
e
E
à
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centes escavações am os restos de um o horizontal de pedra, junto
aos edifícios popularmente tentificados como à casa das , *de Paul pro raa cã
a. Mais afastado,
a
ro lago artificial do moinho, que pode ter sido
ído no período nórdico, e o
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lugar da metalurgia, conhecido por Lavacron. EE
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casa de bebidas [...] com muitos e enormes tonéis de cerveja [...] e em frente da casa, apenas a poucos passos,
Acima. Uma costela de vaca com
da Escócia. O seu desenho pode
estrumeira de Orphir. À inscrição
é aúnica igreja circular medieval
ficava uma igreja magnífica.” Embora muitos e variados edifícios fossem popularmente identificados como a
mansão do conde (ou o Bu do Conde), eles pertence a m
muitos períodos. culo XII ainda se ram um moinho lurgia do período
Abaixo. A igreja redonda de Orphir
No entanto, uma parte da igreja do sémantém de pé, e as escavações revelaa água e o lugar de uma grande metanórdico tardio.
basear-se na Igreja do Santo
Sepulcro de Jerusalém, em consequência de uma visita à Terra Santa feita pelo conde Haaron no século XII Foi
parcialmente demolida quando se construiu uma igreja posterior —
que já não está de pé — pelo seu lado oeste, mas uma parte
uma inscrição, encontrada numa rúnica diz *... este osso estava
em...”. Os milhares de espinhas de
bacalhau e grãos de cevada
queimados encontrados na
estrumeira completam a nossa
mformação, dando-nos uma idéia da dieta dos habitantes nórdicos de Orphir.
substancial da abside arredondada ainda se mantém intacta.
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ainda mais dos homens
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do Le mortuário, bem-estar, de de e o ni tt re e o a são vi a um s no ond da deixados para trás, p am av st an e qu os av in j
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ção sucessiva, e os edifícios dos séculos XI e XII cobrem
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ter-se desenm ce re pa is ca lo de poder s XI e XII, os lo cu sé OS e nt ra du ndado
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(a base permanente
diaii Birsay n ee ai m o c s i a u q di si oy qu Tu s, de ca Ór ir nas e Fresw Thorfinn) E Orph nd la et Sh em of sh rl Ja Rousay, Westness em
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em Caithness. muitas evidênm ra la ve re s re ga lu destes As escavações a na ÉEsic rd nó ça en es pr ma ti úl ureza da t a n à e r b o cons cias tas das povoações são bastante grandes, €
econômicas s õe nç fu s nte ere dif m co difícios E casas a Ea E estábulos, lareiras, oficinas de Ro de pedra. Como s õe uç tr ns co te en lm ra ge es) lar (oie , partic u Fo
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10S
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referido anteriormente, em muitos lugares — por exemplo, Birsay e Jarlshof — há provas de períodos de ocupamuitas vezes os de povoações vikings anteriores ou até os de povoações pictas. Em Birsay, por exemplo, as fundações de várias estruturas subretangulares procedentes de várias épocas de ocupação estão apinhadas à volta de uma igreja do século XII. As vezes, no entanto — como
em Sandwick, em Shetland -, um lugar parece ter estado ocupado pela primeira vez pelos escandinavos no século XI ou XIL. Os indícios sobre o modo de vida desses agricultores € pescadores chegam-nos de várias maneiras. Um moinho horizontal, provavelmente usado para moer grãos, foi encontrado em Orphir, e a análise do pólen levada a cabo cevada, em vários lugares indica que se cultivavam a
a
ouaveia e o linho. Densos montes de espinhas de peixe e em tros detritos encontrados em esterqueiras achadas Freswick mostram que se pescava em grande escala.
215
A direita. O plano do lugar
Birsay
principal de Birsay mostra o agrupamento complexo de
estruturas de diferentes épocas
na ponta do alcantil, com
edifícios nórdicos sobrepostos a
restos pictos anteriores, em
contraste com os contomos
mais simples das casas nórdicas mais acima, no declive.
f
a
DE
Abaixo. A escavação deste simples edificio de pedra c de barro,
encontrado isolado numa estreita
lingua de terra ao sul de Brough,
tornou-se uma tarefa difícil. Como
foi construido no século X, a erosão
ajudou a que a sua situação no alto do alcantil se tornasse
exWemamente precária,
importante durante o período picto, quando era um centro manufatureiro que produzia uma metalurgia de grande qualidade. Os restos dos edifícios de ambos os períodos estão mais concentrados no lado sul da ilha, orientados para terra firme. Na borda do alcantil, os colonos nórdicos construíram diretamente sobre a povoação picta, utilizando pedras das suas estruturas, sendo
por isso muito difícil distinguir uma fase de construção da outra. Os restos pictos estão debaixo dos edifícios nórdicos agrupados à volta da igreja do século XII. En-
qu
Ea
OTTO
tas de relva, de vários grupos de edifícios nórdicos. Com
propósitos práticos de desaguamento, estavam alinha-
das acima e abaixo do declive; um colono que optasse
por construir sua casa no meio do declive poderia ter motivos para se lamentar da sua decisão. Foram identifi-
cadas estruturas nórdicas e pictas isoladas em outras partes da ilha, e foram também achadas várias sepulturas e edifícios nórdicos em terra firme diante da ilha. Um dos mais importantes, no centro da aldeia moderna
de Birsay, é um edificio de pedra de mais de 1 metro de altura em alguns pontos e de pelo menos 12 metros de largura.
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OÓrcades a descreve como um centro importante de poder político e eclesiástico nos séculos XI e XII. As escavações demonstraram que Brough também foi um lugar
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controu-se ali uma bela pedra simbólica, com uma águia e três guerreiros esculpidos, a qual marca, supostamente, o túmulo de três homens. Mais acima, na encosta, podem ver-se claramente as fundações de pedra, cober-
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A pequena ilha de Brough of Birsay, na ponta noroeste das Orcades, foi identificada durante muito tempo como um lugar nórdico, dado que a Saga dos ilhéus das
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Abaixo, Conservaram-se muito poucos artefatos nos solos argilosos de Brough, embora se
corcovada de Brough of Birsay com a maré alta, Não estamos
vasilhas de esteatita, avelórios e
totalmente desligada do
tenham encontrado vestígios de
100 pés
continente no período wiking, mas
pente da época viking tardia, uma
boa localização defensiva natural.
Insígnia e um dente de foca com caracteres múnicos.
e
certos de que a ilha estivesse
moldes de argila. Estes ossos e
outras peças são distintivos: um
ad
Na parte inferior. A forma
está claro que proporcionava uma
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alcantn
ancoradouros
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edifícios noruegueses sobrepostos
área de grandes
concentrações pictas
217
O FINAL
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Pesos de pesca, uma grande variedade de facas e de
ossos e muitas outras ferramentas e objetos de uso diário encontrados nas últimas povoações nórdicas completam a ilustração de uma economia trabalhadora e de
subsistência. A vida dessas comunidades agrícolas deve ter sido perturbada, muitas vezes, pelas guerras e lutas. Há sinais de um considerável aumento de povoações fortificados (Rastali) em finais do período nórdico, como o Castelo
de Cubbie Roo (Kolbein Hruga na Saga dos ilhéus das Orcades), em Wyre. Estas imponentes torres quadradas de pedra, rodeadas de profundas terraplanagens, são muito diferentes das torres de pedra circulares da Idade do Ferro, que abundam mais no Norte da Escócia e nas ilhas, mas que também ocupam posições visíveis na paisagem, estando situadas no alto das colinas. A riqueza e o poder dos condes das Orcades reflete-se na abundância dos seus edifícios eclesiásticos importantes. A localização da igreja do mosteiro de Thorfinn, em Birsay, mencionada na Saga dos ilhéus das Orcades, suscita uma controvérsia considerável: alguns argumentam que se encontrava em Brough of Birsay, outros sustentam
que ficava na aldeia de Birsay, no continente, junto à
atual igreja paroquial. Os restos da igreja circular de Orphir e a Catedral de St. Magnus de Kirkwall, nas Orcades, são muito mais sólidos e substanciais. Os recursos necessários para construir estas estruturas complicadas e as influências longínquas dão a entender que naquela época as Órcades tinham chegado a desempenhar um papel ativo no cenário europeu. Embora seja provável que a igreja circular de Orphir seja de origem escandinava, também há quem defenda que se inspirou na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. Esta se tornou um modelo generalizado para as igrejas da Europa Ocidental depois de a cidade ter sido tomada dos árabes pelo exército da Primeira Cruzada em 1009, e indica um pos-
sível vínculo com o movimento das cruzadas. A catedral de Kikwall é um magnífico edifício românico que reflete a grandiosidade arquitetônica da Cate-
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dral de Durham, no Nordeste da Inglaterra, e efetivamente se sabe que na sua construção intervieram pedreiros de Durham. E dedicada a São Magnus, o martiri-
zado Magnus Erlendsson, que se criou nas Orcades e foi assassinado em Egilsay por volta de 1117. Depois, tornou-se o padroeiro das Orcades. O fato de a catedral das ilhas Feroe, em Kirkjubour, também ser dedicada a São
Magnus é uma indicação da força duradoura dos laços entre as zonas de povoação nórdica no Ocidente e no Atlântico Norte. As Orcades e as Shedand permaneceram dentro da esfera de influência escandinava durante mais três séculos, chegando a fazer parte da Escócia em 1468, quando foram oferecidas pelo rei da Dinamarca (a quem se tinha cedido a Noruega e as suas possessões
em 1397) como dote de casamento da sua filha com Jaime III da Escócia.
O reino de Man e das ilhas Os ataques do conde Thorfinn à costa ocidental da Escócia podem ter chegado à ilha de Man, embora hoje não
haja nada que o confirme no registro documental. Sabese muito pouco sobre a organização política em Man até 1079, quando Godred Crovan estabeleceu a sua autoridade em toda a ilha após a batalha de Skyhill e fundou uma dinastia de governantes em Man. Julga-se que estendeu a influência da ilha para o norte, até as Hébridas, criando o reino de Man e das ilhas. Mais ou menos nessa época foi fundada a diocese de Sodor e Man, com sua catedral na ilha de St. Patrick, o único porto protegido da costa ocidental de Man. Quando Nidaros (depois Trondlheim) se tornou arcebispado em 1152, Sodor e Man passaram a ser de sua jurisdição e aceitaram a sua autoridade, aliando-se à Igreja norueguesa e não à escocesa ou à inglesa. Com os anos, a ilha de St. Patrick se tornou um centro eclesiástico importante. Em 1098 o rei Magnus, o Pernas Nuas, renovou os direitos da Noruega de exercer o poder político nas Hébridas e no mar da Irlanda, dirigindo uma expedição ao Ocidente. Apesar de Magnus ter finalmente fracassa-
Acima. Por volta de 1150,
segundo a Saga dos ilhéus das Orcades, “um homem muito
importante chamado Kolbein
Hruga, que cultivava a terra em
Wyre, nas Orcades [...], construiu
ali um magnífico forte de pedra,
uma fortaleza realmente sólida”, Os seus restos, conhecidos pelo
nome de Castelo de Cubbie Roo,
ainda podem ser vistos - uma
torre de pedra, com dependências
domésticas, dentro de fosso escavado na rocha -, sendo o
primeiro castelo de pedra construído na Escócia.
O Norte da Grã-Bretanha e da Irlanda durante o período nórdico
final (à direita) O condado das Orcades, as
Shetland e Caithness (o Condado
do Norte) esteve sob a autoridade dos reis da Noruega no período
nórdico final, A Noruega conservou a soberania nominal das Hébridas, mas no final do século XI estas
estavam sob o controle da ilha de Man, cuja influência se estendia pelo Norte da Irlanda e parte do Nordeste de Inglaterra. As Hébridas dividiram-se em quatro
grupos para efeitos administraúvos, mas em 1156 se perderam Islay € Mull, depois da conquista de Argyll. Nesta data, os bispos de Man
tinham aceitado a autoridade dos
arcebispos de Nidaros, na Noruega. Em poucos anos, a invasão anglo-
normanda da Irlanda acabou com 0 reino viking de Dublin e de outras cidades hiberno-nórdicas. No
tempo em que a presença nórdica no Noroeste da Inglaterra e no mar da Irlanda era substituída pela escocesa e pela inglesa, a coroa norueguesa tentou restabelecer à sua autoridade sobre Man e as Hébridas. O desastre militar de Largs, em 1263, sepultou as
ambições políticas norueguesas na
região. O Condado do Norte permaneceu na órbita escandinava até 1468.
O FINAL E À EPOCA PÓS-VIKING
das as ilhas enviavam representantes ao parlamento cen-
tral ou Thing, que se reunia (como indica o primeiro elemento do seu nome) em Tynwald, na ilha de Man: estes representantes devem ter sido os membros mais poderosos da sociedade nórdica. Sendo a ilha mais rica e
importante, Man enviava 16 representantes, e cada um dos quatro grupos das Hébridas enviava quatro, o que fazia outros 16. No entanto, em 1156, depois de um descendente de Crovan, Godofredo II, ter sido derrotado
numa batalha na pequena ilha de Colonsay, os grupos sulistas de Mul e Islay foram perdidos a favor de Somerled, o governante da costa de Argyll, no continente escocês. Portanto, o número de representantes das Hébridas ficou reduzido a oito, formando um total de 24 — esse continua a ser o número de representantes na câmara do parlamento atual da ilha, a Câmara de Chaves. É um
vínculo vivo com o passado escandinavo da ilha, uma vez que descende diretamente do Thing: A presença inglesa na Irlanda a partir do século XILe a força crescente do reino da Escócia no século XHI foram
pondo fim à influência nórdica no mar da Irlanda. A Noruega tentou voltar a impor a sua autoridade nas Hébridas e na região circundante, mas foi derrotada pelos escoceses na Batalha de Largs, em 1263. Três anos depois, os últimos interesses noruegueses em Man e nas ilhas foram oficialmente adquiridos pela coroa escocesa.
Os nórdicos na Irlanda
Na Irlanda, a debilidade crescente dos nórdicos de Du-
blin confirmou-se com a batalha de Clontaf, em 1014, Órquando o exército, aliado a forças escandinavas das cades, da ilha de Man, da Islândia e da Normandia, foi
decisivamente derrotado pelos irlandeses dirigidos por
Brian Boru, o rei de Munster e nessa altura grande rei da
Irlanda. Vários irlandeses de Leinster lutaram ao lado dos dublinenses, temendo a supremacia do reino de Munster. Embora Boru — que morreu na batalha — tenha sido aclamado por escritores posteriores como aquele que salvou a Irlanda dos nórdicos, a sua morte provocou uma pequena turbulência dinástica e uma luta política
À direita. O punho de uma
espada irlandesa encontrada com
sua bainha em Lough Derg, Co
Tipperary: esta é anglo-escandinava
icamente desaf gr é s ha il s la pe co li bé ço an do, o seu av poeta de corte, Bjorn, o Mane-
crito num poema do seu s vikings õe rs cu in as r ra mb le faz e qu lo ta, com um esti
na forma, com a guarnição e O
de outrora:
internos ornados com festões até as ferragens do punho, embora
ciaram-se As famintas aves rapaces sa os mortos, ig im in s do ue ng sa o m co ye Em Sk a de Tiree ri tá li so a st co na s bo lo os E o sangue m co ho el rm ve de s da lu pe es Tingiram suas fauc | coagulado. . dos: cu es os ss no os am pr es ay nd Nas planícies de Sa é o céu, at e -s ou ev el a ç a m u f a y De Isla brilhante or nd le sp re do as lt vo o Subiu dand e a ilha. br so e -s em gu er t re do s Os homen fugiram es nt ge as e yr nt Ki de l Ao su idas de vermelho,
guarda-mão curvados e os bordos
anatureza da sua admirável decoração adamasquinada indique que é de fabricação irlandesa
de 1100, aproximadamente. Os
artesãos irlandeses daquela época
tinham absorvido influências dos
estilos de Ringerike e de Umes,
da arte viking tardia.
espadas ting as ss no as m co s a d a t s u Ass ça
avan o n i d a l a p e nt le va o E o noss nórdicos. os ig im in os n a M entar em Para enfr
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Thingyvellir (que significa “Planície do parlamento”), no Sudoeste da Islândia, é o mais famoso dos numerosos lugares de Thing ou lugares da assembléia pública do mundo uiking. Era ali que o Althing, a assembléia nacional dos islandeses, se reunia ao ar livre durante duas semanas cada verão: a localização 48 quilômetros a leste de Reykjavik era acessível a todos os colonos, embora muitos tivessem de fa-
zer uma longa viagem a cavalo para chegar ali. Também havia um sistema de Things regionais que estavam sob a autoridade dos godar, os dirigentes locais. Os godar também desempenhavam um papel influente no Althing: Cada godar devia defender os casos dos homens da sua região no Althing, e em contrapartida podia recorrer ao seu apoio armado nas suas lutas com outros godar. A função
essencial
do
Thing na sociedade
nórdica,
como lugar onde todos os homens livres numa região se podiam reunir, discutir problemas e solucionar injustiças, reflete-se no modo como o sistema foi levado das pá-
trias escandinavas a muitas regiões do mundo viking Erik, o Vermelho, proscrito por assassinato pelo Thing de Jae-
ren, no Sudoeste da Noruega, e depois pelo Thing de Thorsnes, na Islândia, estabeleceu o seu próprio Thing junto à povoação que fundou em Brattahlid, na Groen-
lândia. Gardar, situada não muito longe dali, também ti-
nha a sua própria localidade Thing. Na Escócia Setentrional, os nomes de Dingwall (Sutherland) e Tingwall (Órcades) testemunham a presença anterior de lugares de reunião, e Tynwald, na ilha de Man, continua a sero
lugar onde se reúne o Parlamento de Man, tendo conser-
vado o seu significado legal durante mais de 1.000 anos,
A data tradicional que se atribui à fundação do Althang (930) permite, sem dúvida, à Islândia afirmar que tem a assembléia nacional mais antiga da Europa, embora não
tenha desfrutado dos seus poderes ininterruptamente: foi abolida por um período do século XIX e voltou a estabelecer-se depois, como resposta ao crescente movimento nacionalista da Islândia. Na época viking, a decisão mais transcendental do Althing'foi a que se tomou no ano: 1000, quando, após um prolongado debate, o cristianismo foi reconhecido como religião oficial na colônia,
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deses pelas suas frotas e pelo seu controle das rotas ma-
; ritin tas. Por vezes irlandeses e dublinenses combatiam entre si. Por exemplo, os homens de Dublin atacaram e .
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. ! queimaram Waterford em 1087, e uma força aliada de Dublin, Wexford e Waterford levou a cabo um assalto a
Cok um ano depois. Apesar da sua participação crescente nos assuntos políticos dos irlandeses e de certo grau
de integração cultural (refletido no uso dos estilos de
Ringeike e Urnes pelos artesãos irlandeses), os escandi-
navos continuaram a diferenciar-se da população irlandesa em vários aspectos importantes. Conservaram a sua
própria língua, as suas próprias leis e costumes, e, mais ainda, continuaram a viver e a comercializar nas cida-
des, quando os irlandeses continuavam a não urbanizarse. Quando os escandinavos se converteram ao cristianismo,
provavelmente
no
início do século
XI, não
adotaram a forma irlandesa de organização eclesiástica, baseada nos mosteiros, mas enviaram sacerdotes
(que
no início eram irlandeses, a julgar pelos seus nomes) para a Inglaterra, para que fossem consagrados como bispos para as cidades pelo arcebispo de Canterbury. No século XII, os dirigentes anglo-normandos da Inglaterra começavam a mostrar um interesse crescente pelos assuntos da Irlanda. Foram animados pelas autoridades religiosas, que desejavam estender a sua influência à Irlanda e levar a cabo uma reforma da Igreja irlandesa. As cidades vikings fortificadas eram lugares-chave para empreender uma invasão, pois serviam de fortalezas feitas e permitiam manter rotas de abastecimento com a Inglaterra. Em 1169, uma força anglo-normanda dirigida por Ricardo de Clare, o Arco Poderoso, conquistou Waterford, Wexford e Dublin. Sob o comando de Ansculfo,
o último rei de Dublin, a frota dublinense fugiu, mas foi derrotada quando regressou em 1171, junto com aliados de Man e das ilhas = a última vez que o exército nórdico lutou na Irlanda. Depois e naquele mesmo ano, o rei inglês Henrique II instalou a sua corte em Dublin, entregando a cidade aos colonizadores ingleses. À presença viking na Irlanda desapareceu, para ser substituída nas cidades pelos ingleses. Desde então a história da Irlanda tomou uma direção totalmente diferente.
O final da independência islandesa Por mais de 200 anos, após a sua fundação, a colônia nórdica na Islândia prosperou, orgulhosa da sua independência das terras norueguesas. Em 1100, a população oscilava entre 70.000 e 80.000,
número que não foi ultrapassado até o início do século XX. O governo do país estava nas mãos dos godars, os dirigentes locais que se encarregavam de administrar as leis nas suas próprias regiões. Graças ao papel que tinham desempenhado na sociedade pagá como guias religiosos e guardiões dos templos, podiam conservar a propriedade e o controle das igrejas locais. Com o tempo, os godars tornaram-se muitos poderosos à medida que a terra se foi concentrando em menos mãos. Às sa-
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tárias. Esta crescente confusão política deu aos reis intervir nos assuntos de inte d portuniidade no r Neguesesu ma oportun
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da Islândia.
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ja irlandesa. A propriedade das terras passou dos godars
laicos para a Igreja, e foi imposto o dízimo (imposto relijá estavam gioso). Os agricultores humildes da Islândia 221
O FINAL.
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sob uma pressão econômica crescente. O excesso de pastoreio em algumas áreas da ilha tinha causado problemas de erosão do solo, e, junto com o rigor crescente do clima, reduzia-se a quantidade de terra disponível para a agricultura. À vida se estava tornando cada vez mais dura para muita gente na colônia. O debate e a incerteza sobre a data das erupções do vulcão Hekla — que há algum tempo se pensou que tinha causado o abandono de muitas fazendas no vale de Thjórsá, densamente povoado, em finais da época viking— já foram mencionados no capítulo anterior, relacionados com a datação da fazenda de Stông. Como se referiu, os estudos recentes das camadas de lava do vale
indicam que a maior erupção, responsável pelo fato de algumas partes do vale se tornarem inabitáveis, não aconteceu senão em princípios do século XIII. As escavações recentes de lugares de povoamento no vale corroboraram estes achados: especialmente, a descoberta de
artefatos característicos, como cerâmica importada e pentes de cornadura, proporciona provas de atividade nórdica nesta região Mas é provável que ali os fazender-
ros estivessem suportando uma miséria crescente, e a co-
brança de impostos pode ter acelerado o falecimento de muitos deles, como aconteceu em outras partes da ilha. Em 1238, os bispos noruegueses ocuparam todas as se-
des episcopais da Islândia, proporcionando uma sólida
plataforma de apoio aos reis da Noruega. Os barcos islandeses já estavam nas mãos dos comerciantes noruegueses, que importavam todas as mercadorias de que a ilha dependia. Os poucos godars que ficavam na Islândia não puderam resistir por mais tempo à força das exigências da Noruega, e um após outro transferiram a sua lealdade para o rei Haakon IV (1204-1263), decidindo assim o
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destino da República islandesa. Entre os indecisos, esta-
va Snorri Sturluson, um dos eruditos islandeses mais instruídos da época, autor da Edda em prosa, que figurava entre as maiores obras de literatura islandesa. Devido à sua indecisão, foi assassinado em Reykholt, em 1241. A extinção da independência islandesa contrastava totalmente com a esperançosa fundação inicial da colônia. O desmoronamento
da colônia da Groenlândia
A degradação climática teve um efeito ainda mais dramático na população nórdica da Groenlândia que na da Islândia. Sabemos que a colônia, tanto na povoação oriental como na ocidental, foi ativa e floresceu ainda durante boa parte do século XIII. Por volta de 1125,
fundou-se uma diocese em Gardar, na povoação orlental, e os grandes celeiros e estábulos que rodeiam o com222
plexo da catedral evidenciam a importância da Igreja na vida da colônia. Neles se armazenavam os dízimos pagos em forma de produtos agrícolas e de marfim de morsa, os quais o bispo norueguês residente impunha aos seus
Acima. Estabeleceu-se uma sede
paroquianos. À diminuta colônia, mesmo
conduzia à parte da residência do
no extremo
do mundo conhecido, incorporou-se assim à estrutura
da Igreja católica. Em
1260, a Groenlândia
seguiu o
exemplo da Islândia e submeteu-se oficialmente ao rei norueguês, introduzindo um maior grau de interferência nos assuntos da Groenlândia, e reforçando a sua parte integrante nas redes políticas e comerciais da Europa. O papel central que a Igreja desempenhava é claramente visível no registro arqueológico. Além do complexo da catedral em Gadar, conhecem-se 17 igrejas só na Co-
episcopal em Gardar, na Colônia Oriental, em consequência da consagração de um bispo em Lund para a Groenlândia, por volta de 1125. Um caminho de lousas
bispo, junto da catedral, bem como aos estábulos e aos celeiros.
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XIV, como curopéias do século nte o continuaram a estar dura
seu século XV, apesar do geográfico e do
afastamento
seu crescente isolamento. qi
lônia Oriental. É ev idente que várias delas foram ed ificios de pedra
admir avelmente construído s, de estrutura parecida com a das Igrejas cons truídas na Noruega naquela époc a.
iso Sacerdote norueguês que servia na Groenlândia por volta de 1350, Ivar Bardar son — à fonte de muitos gos nossos conhecimentos po rmenorizados sobre os acontecimentos na Groenlândia — é o primeiro a falarnos da deserção da Colônia Ocid ental naquela época Quando as condições climáticas se tornaram mais duras com o começo do que os meteorol ogistas denominaram Ein E aà a vida tornou-se insustenra posto nórdico longínquo, que Ja vivia nas margens da existência A . escavação do lugar de uma povoação em Nipaitsoq, na Colô nia Oci-
dental, desocupada em 1350, faz-nos uma descrição gráfica das condições nas quais foi abandona do: com toda à
evidência, os últimos ocupantes resistiram até a ultima vaca, e até os cães tinham sido sacrificados e comidos. Antes de o agravamento das condições e do aumento do banco de gelo tornarem estas viagens perigosas, parece que se manteve uma tênue presença nas regiões do Ártico entre a Groenlândia e a América do Norte durante algum
O FINAL E À ÉPOCA PÓS-VIKING
tempo depois do abandono da colônia de Vinland. Parece que efetivamente houve uma expansão progressiva da Colônia Ocidental na costa da Groenlândia até a ilha de Disko e Upernavik, ea recuperação de objetos como várias es-
tatuetas de madeira com roupas “européias”, encontradas
na ilha de Baffin numa povoação esquimó do século XIII,
dá a entender que houve alguma forma de contato através
do estreito de Davis. Alguns objetos metálicos, que incluem um fragmento de cota de malha, encontrados no Ártico canadense apóiam esta teoria. E provável que estes objetos fossem adquiridos quando os inuits entraram em contato com os nórdicos mais nas suas viagens de caça de longa distância do que no curso de um comércio regular. Com a degradação do clima, estas viagens se teriam tornado menos frequentes e arrojadas. No entanto, há provas de que os nórdicos
ainda se aventuravam no Nordrseta, os territórios de caça do Norte da Groenlândia, no século XIV. Uma ins-
crição rúnica encontrada em Kingigtorssuag, praticamente a 73º de latitude norte, faz constar que três ho-
mens nórdicos estiveram ali em finais de abril, tendo
provavelmente passado o inverno ali. Pode ter acontecido que o desespero os tenha levado para o norte, quando a luta pela sobrevivência os forçou a competir direta-
mente com os caçadores inuits, OS quais, por sua vez, se
estavam deslocando mais para o sul em busca de recursos alimentares. Durante o “Pequeno Período Glaciário”, a Groenlândia experimentou um arrefecimento de pelo menos 2 graus centígrados. Isto pode ter provocado a extensão do limite meridional do banco de gelo ártico e o aumento da incidência de enormes icebergs nos mares que rodeiam a Groenlândia. Como consequência destes perigos, os comerciantes europeus que trabalhavam nas águas atlânticas — no século XIV vinham sobretudo dos portos ingleses, mais do que dos da Noruega ou do Báltico — foram persuadidos a procurar peles e marfim em outros lugares. Os bispos designados para Gardar estavam cada vez menos dispostos a visitar a sua remota diocese. Isolada, sem os abastecimentos essenciais, a colô-
nia da Groenlândia extinguiu-se progressivamente. Quase nada sabemos dos seus últimos anos, nem quando chegou ao seu fim. Um fragmento de informação diz-nos que em 1406 um islandês que tinha sido desviado pelo vento até a Groenlândia ficou ah alguns anos e
se casou em Hyvalsgy. Depois voltou à Islândia. Sabemos apenas isto, € o registro escrito permanece silencioso. A arqueologia proporciona um pouco mais de infor-
mação. A escavação do cemitério e dos edifícios da fa-
zenda familiar de Bjarni Herjolfsson, em Herjolísnes, dá-nos uma idéia do final da colônia na Groenlândia. As condições de gelo permanente conservaram as roupas funerárias dos seus últimos habitantes em excelente estado. Alguns objetos estão muito usados e remendados, mas alguns corpos tinham capuzes compridos e pontiagudos, que eram a última moda na Europa durante o século XV. Pode-se aprender muito comparando as roupas de lã das pessoas enterradas em Herjolfsnes com as roupas encontradas num lugar inuit quase contemporâneo em Qilakitsoq. Ali os corpos estavam vestidos com peles e couros. Por isso, o registro arqueológico insinua uma das razões pelas quais a colônia nórdica fracassou. Era uma simples questão de sobrevivência dos que estavam em melhores condições. | Ão contrário dos inuits indígenas, os habitantes nórdicos da Groenlândia não conseguiram adaptar-se às condi-
a ções de mudança, e, por isso, a colônia mais remota
ocidente acabou por se extinguir, pondo lentamente fim ao mundo dos vikings.
223
E
GLOSSÁRIO
Abássidas. Dinastia de califas, descendentes de al-Abbas tio do profeta Maomé, Derrubou a din astia dos Omiadas em /49 e transferiu a capital para Bagd á, onde permaneceu até 1258, ano em foi saqueada pelos mong óis Aduelas, igreja de. Igreja edificada co m aduelas de madeira, num processo semelhante ao da con strução de um barril.
Althing. Assembléia nacional islandesa, que se reunia anualmente durante duas semanas ao ar livre em Tingyelli r. Anéis das árvores, datação através das, ou den docrono
logia. À idade de uma árvore pode ser calculada através do aumento anual do número de anéis que formam o tronco. O ritmo de crescimento dos anéis depende do clima, podendo por isso ser comparadas sequências de árvores velhas — das quais sabemos a idade — e restos de madeira encontrados em sítios arqueológicos. Em condições ideais
Carbono 14, datação através do. O carbono é um isótopo radioativo que se encontra na atmosfera e que os seres vivos absorvem. Quando uma planta ou um animal morrem, a proporção de carbono 14 começa a diminuir a um ritmo conhecido. Por isso é possível medir a quantidade residual de carbono 14 num pedaço de matéria orgânica — madeira ou osso — e calcular a sua antiguidade. A sua confiabilidade é
bastante elevada, mas há que levar sempre em conta uma
margem de erro que limita bastante o seu uso em produtos muito recentes (a partir da Idade Média).
Carolíngios. A dinastia real que substituiu os merovíngios
quando Pepino II se tornou rei dos francos em 751. O Impé-
Anglo-escandinavo. Termo que se aplica à miscigenação entre escandinavos e anglo-saxões na Inglaterra a partir do século IX.
rio Carolíngio, fundado por Carlos Magno, rei dos francos (771-814) e imperador do Ocidente (800814), abrangia grande parte do Império Romano do Ocidente, do mar do Norte até a Itália; foi dividido em três partes em 843 e declinou rapidamente. Em termos culturais, carolíngio é o período compreendido entre c.750-c. 900 na Europa Ocidental.
Anglos. Povo de origem germânica, procedente da península dinamarquesa da Jutlândia, e que, juntamente com os
Casas compridas. Termo pelo qual são conhecidos os edificios oblongos que albergam uma vivenda e um estábulo
de conservação, é possível datar com extrema precisão nu-
merosos episódios da época viking.
saxões, se estabeleceu na Grã-Bretanha no século Iv, se-
sob o mesmo teto. No estábulo, guardava-se o gado duran-
Anglo-saxão. Termo que designa a maioria dos colonos
Celta/céltico. Termo que engloba um grande grupo de povos indo-europeus espalhados pelo Noroeste da Euro-
guindo a retirada romana. Deram o nome ao país, à sua gente e ao seu idioma.
germanos
estabelecidos na Grã-Bretanha,
derivado dos
grupos majoritários de emigrantes do continente, os anglos e os saxões. Cronologicamente, dá nome ao período compreendido entre a primeira invasão germânica no século v e a conquista normanda de 1066, mas também ao idioma dos anglo-saxões na Inglaterra (também conhecido como inglês antigo).
Asgard. A fortaleza dos deuses na mitologia nórdica.
forma Animal de garras. Motivo ornamental estilizado em nos estilos arde animal com grandes garras, muito popular antecedentes s seu os re; Bor de e g ber Ose de s ing vik os tic tís do século VII. devem ser procurados no estilo de Broa
mano, com caRo o ri pé Im do de ta Me o. ri Bizantino, Impé m-
opla, hoje Ista in nt ta ns Co s oi ep (d io nc zâ Bi pital em europeia do em rg ma na a eg gr a ni lô co bul), uma antiga imperador lo pe 0 33 em o ad nd Fu estreito do Bósforo.
pério do OciIm do o ps la co ao eu iv ev Constantino, sobr 1453 pelos otomanos turem ão iç i ru st de a su a até
dente, do cultural grega le O u o v r e s n o c al nt cos o Império Orie e entre nt po de iu rv Se e qu o mp te go e romano, ao mesmo
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Burh. Nome de fortificação anglo-saxã, embora geralmente se aplique aos povoamentos edificados pelo rei Alfredo e os seus sucessores para se defender dos dinamarqueses.
o Oriente e a Europa. Bracteado.
, Pingente em Fins
eda Ou cido com uma mo
ma de disco, de metal fino, parefor acecrnarlalhos
dra, espalhado pelo pe de ar ul rc ci io íc if ed Broch. Tipo de has, e cujas oriil as o nd ui cl in a, ci có Es da te e pelo Oes te
Nor
ximadamente. A maioria dos ro ap C. a. 0 50 gens remontam à r contemporâneos da mudanse m ce re pa entanto,
brochs, no
ça de era.
te o inverno, ao mesmo tempo que se obtinha mais uma fonte de calor.
pa, e que inclui irlandeses, escoceses, galeses etc. Por ex-
tensão, também designa os idiomas, a arte e a cultura.
Cinco Vilas, as. Termo que designa as cinco cidades do Danelaw: Lincoln, Nottingham, Berby, Leicester e Stamford. Conde. Título nobiliário inglês (earl), derivado do nórdico antigo (eorl) da época viking, que significa oficial ou vice-rei. Crônica anglo-saxã. Compilação de anais (pequenos relatos e anotações), iniciada durante o reinado de Alfredo, o
Grande (871899), e continuada posteriormente. É a maior fonte documental sobre a atividade militar viking na Inglaterra.
Danegeld. Tributo pago aos invasores dinamarqueses pelas suas vítimas na Europa Ocidental, especialmente na Inglaterra, para evitar os seus ataques. Danelaw. Nome dado às regiões da Inglaterra onde se estabeleceram os dinamarqueses em finais do século Ix, após a partilha feita em 880 por Alfredo, o Grande. No momento da sua máxima extensão, abrangia todas as terras situadas a norte e a leste da Via Watling, a via romana que ia de Londres a Chester.
Danevirke. Conjunto de muralhas, terraplanagens e fortificações edificado durante longos períodos, que protegia a península da Jutlândia e constituía a fronteira nos territórios vikings da Dinamarca
(atualmente, na Alemanha). A
dendocronologia proporcionou a data de 737; investigações recentes sugeriram que as fases iniciais podem ter
227
GLOSSÁRIO sido muito anteriores. O comprimento
total é de cerca de
30 quilômetros. Dendocronologia. Ver Anéis das árvores, datação através dos.
Edda. Nome das obras da literatura em nórdico antigo: a Edda antiga (ou poética), que contêm antigos temas e motivos heróicos e mitológicos da época viking, e a Edda moderna (ou em prosa), um livro de aprendizagem para os poetas, redigido pelo poeta e historiador islandês Snorri Sturluson, talvez em
1220.
Epoca viking. Período da história escandinava compreendido entre os séculos IX e XI, iniciado com as primeiras incursões na Europa Ocidental em finais do século vil.
Escaldo. De Shald, palavra em nórdico antigo que significa poeta. Os escaldos eram poetas cortesãos profissionais e compunham e recitavam de memória poemas e sagas complexos.
Escoceses. Povo originário do Nordeste da Irlanda que se estabeleceu na Escócia no século v, à custa dos pictos, e fun-
dou o reino de Dalriada. Em meados do século 1x, absorveram os pictos e posteriormente deram o nome ao país. Eslavos. Grupos de origem indo-européia da Europa Central e Oriental,
Filigrana. Técnica decorativa usada na joalharia de ouro e
de prata, consistindo na aplicação de fios finos soldados à
superficie de um objeto, muitas vezes em combinação com o granulado.
Francos. Tribo germânica estabelecida Inicialmente a leste do Reno e que se deslocou para oeste em finais do século HI. O reino franco cresceu com Clóvis (481-511), que ocupou parte da Gália romana, mas a sua extensão máxima foi atingida com Carlos Magno (ver Carolíngios). Posterior-
Grande Exército. À Crônica anglo-saxã descreve o exército di-
namarquês de 865-871 como “grande”, o estabelecimento posterior na Nortúmbria, Mércia e Ânglia Oriental (876880) deu origem à criação do Danelaw.
Granulado. Técnica decorativa usada na joalharia de ouro ou de prata, consistindo em soldar pequenas esferas (granulos) à superficie de um objeto, muitas vezes em combi-
nação com a filigrana. Guardas varegues. Corpo de guarda-costas escandinavos dos últimos imperadores bizantinos.
Hiberno-nórdico. Termo aplicado à mistura de elementos
culturais nórdicos e irlandeses (Hibernia é o nome em latim de Irlanda) do século IX.
Hnefatafl. Termo em nórdico antigo de um jogo de mesa muito divulgado por toda a Escandinávia durante a época viking, não conhecemos as regras, mas sabemos que é uma espécie de jogo de guerra entre dois exércitos, que requeria muita habilidade.
Idade do Bronze. Período histórico europeu durante o qual o bronze — liga de cobre e de estanho — se tornou a matéria-prima para a fabricação de objetos e armas. Às datas variam segundo as diferentes regiões, mas para a Europa abrange o período entre 2000 a.C. e 700 a.C. Idade do Ferro. Período histórico durante o qual o ferro, substituindo o bronze, se tornou a matéria-prima para a fabricação de objetos e armas. Na Europa começou em princípios do 1.º milênio a.6€. e terminou com a expansão romana, embora na Escandinávia se prolongasse até ao período de migrações dos séculos VI e VII, e até depois. Inumação. Prática de enterrar os mortos, em oposição à
cremação ou exposição do corpo.
mente, deram o nome à França.
Frísios. Os habitantes das terras costeiras e das ilhas entre o Reno e o Elba (Frísia), reputados comerciantes do sécu-
Landnám. Termo em nórdico antigo para designar um povoamento ou colônia.
vezes sem conta, dos ataques vikings. A Frísia foi finalmente conquistada por Carlos Magno.
Longphort. Termo com o qual se designavam os primeiros acampamentos de inverno dos vikings durante o século IX. Costumavam situar-se junto aos rios, procurando a prote-
lo vi. O seu comércio florescente de Dorestad foi presa,
Futhark. Alfabeto rúnico, chamado assim pelas suas seis primeiras letras.
Germânico. As línguas germânicas foram indo-europeu (ver também Celta/céltico preendem as grandes famílias: as línguas Norte da Europa e — a oeste — o alemão, dês e o inglês. O termo também dá nome arte e cultura,
um dos ramos do e Eslavo) e comescandinavas do o frísio, o holanaos povos e à sua
Godar. Termo em nórdico antigo que originariamente de-
signava um “sacerdote” pagão. Na época viking, estes “sacer-
dotes” se tornaram líderes seculares, e é possível que o termo aluda a um status ou classe social.
228
ção dos barcos.
Neolítico. Termo com o qual se designa o período histórico posterior ao Mesolítico, caracterizado pelo aparecimento da agricultura e pelo aperfeiçoamento de ferramentas
de pedra, pela cerâmica etc. E um termo muito amplo e pode aplicar-se em diferentes regiões, proporcionando datas diferentes, mas no Sul da Escandinávia começa por vol-
ta do 4.º- milênio a. €.
Nórdico. O idioma da época viking na Escandinávia, mais conhecido por nórdico antigo, termo que acabou por substituí-lo. Distinguem-se o nórdico ocidental, falado na Noruega e na Islândia, e o nórdico oriental, falado na Di-
GLOSSÁRIO namarca
durante as
ena ú
É]
Suécia,
com
pequenas
diferenças
e as últimas etapas da época viking
surgid
a
Nordrevar 2: Nord eyar “mo em nórd ico antigo que significa ilha do é que designava as Orcades e as Shetland
Relicári ipi ixi | Neário. Recipiente ou caixinha na qual se guardam as relíquias de um santo.
Runas. Às letras do alfabeto germânico, consistindo em linhas retas incisas na madeira ou na pedra.
Vordsdse e ta. Teermo em nórórdi Nor dico antigo que significava territós de caça, situados a norte da Colônia Ocidental ; na Gronelân elând diia. Ali se caçavam alces, renas, ursos polares morsas e narvais (pelo seu marfim). |
Omíadas. Primeira dinastia de califas árabes, no poder desde o século vir e derrubada pelos Abássidas em 749
Riús. Nome dado aos escandinavos que viajavam e se estabeleciam a leste, Posteriormente, daria nome à Rússia (a
terra dos rús).
Sacrifícios em pântanos. Nome dado aos objetos — corpos
humanos e de animais, armas etc. — lançados deliberadamente aos pântanos e às zonas alagadas, particularmente
Papar. Nome dado pelos vikings, ao chegar à Islândia, aos 1
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eremitas islandeses que viviam ali. Remanescem
certos to-
pônimos, como Papey, nas ilhas Féroe, nas Orcades e nas ôni j é Ê Shetland.
Pedras pintadas. Termo que designa as pedras funerárias erguidas na ilha báltica da Gotlândia entre os séculos V e VI. Pedras runas (ou rúnicas). Pedra com inscrições rúnicas
gravadas.
Período de migrações. Período de amplos movimentos em massa de grupos humanos durante os séculos V e VI (entre os quais se encontra o dos anglo-saxões na Inglaterra). Cosra tuma ser associado ao colapso do Império Romano, embo as migrações germânicas se tenham iniciado antes.
da Idade e fas ima últ à ído ibu atr me No . del Ven de Período ca viking. O seu épo da es ant , vil e VII s ulo séc nos ro, do Fer l com tra Cen cia Sué da ão aç vo po ma nu em nome tem orig túmulos ricos. norte da linha no a, ci có Es da es nt ta bi ha s go Pictos. Os anti fontes em ti pic mo co s do na io nc me que une Forth € Clyde, a seja, de fato, ad eg ch a su a ra bo em II, romanas do século foram absorvidos Ix, lo cu sé do os ad me Em muito anterior. Ocidental a ci có Es à o ad eg ch am nh pelos escoceses, que ti da Irlanda. s te en ed oc pr IV, lo cu sé durante o
ente ou modeid es pr o a bi ce re e qu Porta-voz da lei. Nome candinavas (ver Thing).
onais es gi re s ia lé mb se as s da r rado —, saa es nd la is al on ci na assembléia — g n i h t l A do so ca No hava O en mp se de em qu o it e el l era um oficia bemos que anos. cargo durante três
quando os a, ic rd nó a i g o l o t i Final na m Ragnarôk. O Dia antes e o mun-
stros e gig n o m r po s o d a t o r r e deuses serão d .
fogo o l e p o d i m u s n do será co
alfabeto rúnide s po ti is do s do m Nome de u época
durante a o ad us , o) rt cu o m a r inavo (ver
ico n ú r o t e b a f l a de s s dois tipo o d m u e d e m o N época vià Rama curta. e t n a r u d o d a s u longo), o m a r er (v o v a n i d n eguesa. ru esca no oec su na ru ém mb ta kinge às vezes chamado
na Dinamarca, mas também no Noroeste da Europa.
Saga. Nome dado às narrativas orais islandesas e escandinavas.
Soldadura modelo. Técnica usada pelos armeiros vikings para fabricar espadas, consistindo em feixes de ferro compris se dos soldados juntos formando um núcleo, a cujos lado mplares juntava um fio feito com um aço mais duro. Os exe mais notáveis de espadas foram obra de armeiros francos. ilhas do Sudreyjar Termo em nórdico antigo que significa revive no tisul e designava as ilhas Hébridas. O nome sob tulo do bispo de Sodor e Man.
ao país. me no deu que l tra Cen cia Sué da o pov O ar. Sve durante a Conhece-se muito pouco da sua história política época viking.
do solo distinta, ção ora col a um m co a Arc . tas Pre ras Ter
ade viking resultado do povoamento intensivo, como à cid de Birka na Suécia.
e a coleent alm atu e ec nh co se l qua o pel o rm Te o. our Tes oferta votição de objetos enterrados de uma só vez como de quallos vásal a par ou os) tan pân em os íci rif Sac r (ve va quer ameaça, como
época grande militar
é o caso da maioria dos tesouros da
de viking. A informação obtida nestes tesouros é e importância para estudar a atividade comercial durante a época viking.
etc. de que Tesserae. As pequenas peças de vidro, mármore se compõe um mosaico. a assemThing. Termo em nórdico antigo para designar um bléia (ver também Althing)em extrair Trepanação. Operação cirúrgica consistindo uma pequena peça de osso do crânio.
importantes tiTúmulo de corredor. Nome de um dos mais -história pré na ns mu co São as. tic alí meg s ura ult sep pos de que desemeuropéia e consistem num corredor comprido
lajes, e s nde gra m co a ert cob , ria erá fun ra ma câ boca numa o de terra. posteriormente enterrado sob um montícul in, habitado Od de rd ga As em o ci lá pa de an gr O Valhalá. defender os deua s to on pr a, alh bat em os rt mo is ró por he ses no Ragnarok.
229
GLOSSÁRIO
Valquírias. Grupo de deusas da mitologia nórdica, encarregadas de conduzir os heróis mortos em combate ao Valhalá, Vanir. Na mitologia nórdica, os deuses da saúde, da fertilida-
Viking. Termo em nórdico antigo usado para designar os povos escandinavos — ou de origem escandinava —
de e do prazer físico: Nior, o seu filho Freyr e a sua filha Fréia.
Vinland. Termo em nórdico antigo que significa terra das uvas, dado à região da América do Norte avistada por escandinavos.
durante a época viking. Em sentido estrito, vikingr significa
salteador ou pirata.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES te
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Abreviaturas
8 * SUPemOT; Se = superior esquerda; sd = sup erior direita: c = centro; ce = cen tro es querda; cd = centro direita: i = inf e-
nor; 1€ = inferior esqu erda; id = inferi or direita: ic = infenor
centro; e = esquerda; d = direita
IA = Instituto de Arqueologia, Universidade de Londres MND = Museu Nacional da Dinamarca, Copenh ague MND2
= Museu Nacional da Dinamarca, Gronelând ia
RIKS = Riksan tikvaricâmbeter, Estocolmo
28e
Bracteado de ouro, período de migração, Suécia (MNH): AWF | Placa de ouro, Sorte Mulde: de Fra Stamme til Sta i Danmark, 2
29
Placa de bronze, Torslunda, Olândia, s. VI AWF
30ci
Reconstrução RIKS
30-31s
Vista aérea de Eketorp: RIKS (foto Bengt Edgren)
32-33
Moedas de ouro, Helgô (MNH): Studio Gra-
uma
de
Eketorp:
fazenda,
nath, Estocolmo
331
Buda, Helgô (MNH): Studio Granath, Esto-
338
Báculo, Helgô Estocolmo
34s
Litografia de Gamla Upsália, Suécia, 18571859, obra de Carl Johan Billmark: Biblioteca Universitária, Upsala
341
Vista aérea do cemitério de Valsgârde: RIKS (foto Jan Norman)
35s
Capacete de Vendel (MNH): AWF
Guardas: reconstrução da tapeçaria de Oseberg
351
Escudo procedente das necrópoles de Vendel: de La Necropole de Vendel, de H. Stolpe e T. J. Arne, Estocolmo: 1927
2-6
36
Réplica de barco: TS
37
Estatueta de âmbar, época
MNH
= Museu Nacional de História, Estocolmo
TS = Ted Spiegel
UOO = Universitetets Oldsaksamling, Oslo
AWF = Arquivo Werner Forman. Londres CAY= Sociedade Arqueológica de York
Reconstrução de Marion Cox inspirada em motivos vikings
colmo
(MNH):
Studio
Zelândia (MND): AWF
Granath,
viking, Feddet,
8-9
Reconstrução de John Fuller
1
Ornamentos em forma de cabeça de cavalo,
38
Recipiente de bronze, Mykelebostad, Norue-
12
Paisagem invernal, Harvedalen: Jan Rietz/ Tiofoto, Estocolmo
39
14-15
Fiorde norueguês: Zefa. Londres
Capacete, espadas e punhais: UOO jan og Krogvold)
16
Urso: Ragnar Andersson /Tiofoto, Estocolmo
40
Pedra decorada, Gotlândia, pormenor de um barco: TS
17
Lago Siljan, em Mora, Suécia: B. & G. Alexan-
41
Moeda de Svein, o Barba Bifurcada: MND
4lie
Reconstrução de John Fuller
42sd
Escavação em Oseberg: UOO
42ce
Utensílios de Oseberg: Museu Nacional de
Idade do Bronze, Jutlândia (MND): AWF
der, Dorset
18
Costa dinamarquesa: Rnudsens fotosenter, Oslo
18-19
Finlândia: Zefa
20-21
Vista de Maessom
22
jerggaard, Pontas de machado, Hagelb dia, c. 3000 a.C.: MND
23s
Túmulo de corredor: Bilhuset, Estocolmo
231
Talhas de
24
25
26si 261
Lofoten:
Bildhuset/Per Zelân-
Gerry Johansson/
rt pedra, Bohuslan, Suécia: Robe
res nd Lo y. ar br Li e ur Pt g in rd Ha a. C.: MND Mulher vestida de Egtved, c. 1400 psd
Estocolmo
26/27
Ando,
Idade do Ferro, Lejgre, Zelândia, Hans Hamarskióld/Tiofoto,
ortados dal dade do ferendas de arugigoOS os |) 1m MNH
SEDE: Hassle,
Narke,
Suécia:
MND Homem de Tollund:
ndesLa s he sc gi lo ão ch Ar m: da Barco de Ny museum, Schleswig
a, s. VILIX, Museu de História de Bergen foto Ann Mari Olsen)
(foto Ko-
Antiguidades, Oslo
49e
Carro de Oseberg: Museu Naval Viking, Bygday/UOO
43s
Cama de Oseberg: UOO
431
Tapeçaria Oslo
44-45
Borg, Lofoten: Sigrid Christie, Oslo
á4bie
Broche em forma de tambor, de bronze deco-
46id
Reconstrução de Paviken: de Gutar och Vikin-
(UOO):
Knudsens
rado a ouro e prata, Martens, s. XI: MNH
Fotosenter,
Gotlândia,
gar ed. por Ingmar Jansson, de Historia à Fichformat: 1982: MNH
47s
Tesouro de Burge I, Gotlândia: MNH
47id
Pedra pintada, Gotlândia, s. VII-IX: MNH
48
O Danevirke: JoA/Museu Viking, Haithabu
50-51
Fortaleza de Fyrkat, Dinamarca: TS 239
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Estribos adamasquinados com cobre e prata, Langeland: MND
Espadas (MNH): loA Machados e lanças encontradas no Tâmisa: Museu de Londres Machado de Mammen, penhague
(MND),
AUT
Barco de Gokstad: Ancient Art and Architecture Collection) L. Ellison
Museu Nacional, CGo-
Vista aérea de Trelleborg:
Forkild
Nordam-Ullitz & Balslev, Hjgrring
Reconstrução de Maltings Partnership Âmbar numa praia da Jutlândia: TS
Balslev/
Tesouro de Fólhagen, Gotlândia, final do s. X:
Fortalezas reais da Dinamarca
60-61i 601 62s
MNH /Rungliga Myntkabinettet, Estocolmo
Machado de combate, s. X, Fyrkat: MND
80
Reconstrução de Maltings Partnership
Reconstrução de um edifício de Fyrkat: Karsten Kristiansen, Morke
8ls
Vista aérea de Hedeby: Museu arqueológico do estado de Schleswig
Campo de Lindholm: Museu de História de Aalborg
Slcd
Moedas de Hedeby: Frances Lincoln Publis-
Lâminas de foice, de gadanha e peças de arado de ferro, época viking, Noruega: UOO
82-83s
Ribe vista do leste: Den Antikvariske Samling,
Rio Jamtland, Suécia: Christer Frediksson/
82-831
Manufatura de vidro: Den Antikvariske Sam-
Anzol de ferro e arpão dentado, época viking, Noruega: UOO
84-85
Kaupang: UOO
86sd
Peças de jogo de vidro, Birka: MNH
86ie
Tesouro de prata, Birka: Carl Lôfman/Pro-
86-87
Reconstrução de Maltings Partnership
87sd
Vista aérea de Birka: TS
90
Pormenor da proa de um barco, Oseberg: UOO (foto Erik Irgens Johnsen)
Bruce Coleman Ltd. Londres
Cômodo principal da casa reconstruída em Hedeby: Museu Forhistorisk, Moesgard
“hers. Londres
Ribe, Dinamarca
ling, Ribe (foto Fredsgaard Nielsen)
media, Hasselby
G2ie
Reconstrução de John Fuller
62ic
Peças de tear: CAY
62id
Alfinetes: Studio Granath, Suécia
63ce
Reconstrução de John Fuller
63s
Casa de Hedeby: Else Roesdahl, Universidade de Arhus
90-91
Bastão
63cd
Blocause de troncos: Bengt Olof Olsson/ Bildhuset, Estocolmo
9lc
Pormenor de uma talha, Oseberg (UOO): AWF
64-65 s
Peças de jogos: Kulturen, Lund
9li
Cabeça de homem talhada, Oseberg (UOO): TS
64c
Flauta, Museu
92
Coleção de ferramentas, Mastermyr: MNH
64i
Nobre caçando, Sockbum: CAY
93
Ourivesaria de prata, c. 975: MNH
65s
Representação de dois homens deranto numa pedra-runa: CAY/Sten. M-Rosenlund
94sd
Fabricação de broches com molde, Ribe c.
Hill FRPS
de Sigtuna: CAY/Simon
lan
64-651
Luta de cavalos, pedra, Hãggeby: CAY
65id
Tabuleiro de Hnefatafl, Museu Nacional da Irlanda, Dublin
66
Reconstrução de Mathings Partnership
67s
Broche, Dinamarca: MND
67c
com
cabeça
de animal,
Escandinávia (UOO): AWF
800: Den
Sntikvariske Samling,
Rita Fredsgaard Nilsen,)
c. 800850,
Ribe
(foto
94je
Reconstrução de Maltings Partnership
95
Broche de ouro de Hornelund: MND
951
Filigrana
Sapatos: loÃ/UOO
96
Colares, Suécia: MNH
67ie
Sapatos: Kulturen, Lund
97
Pentes,
67d
Reconstrução de Maltrings Partnership
Ferragens de arnês de bronze, Broa, c. 800,
68s
Cemitério de Birka: James Graham-Campbell
981e
70-71
Barcos em Lindholm Hgje: TS
98-99
Reconstrução de John Fuller; diagrama de
72
Rua de Risby: IoA/Mognus Schou Joegen-
99s
Capacete de Bamberg, segunda metade do
73 74
240
son, Copenhague
Patins: Kulturen, Lund
Hasselby
100
Museu
Arqueológico
Birka:
Viking,
do
Haitha-
Estado
de
Carl O. Lófman/Promedia,
Gotlândia: MNH
Chris Munday
s.
X, Escandinávia:
nique
Trenó encontrado na embarcação-túmulo de
Oseberg, Noruega, s. IX: UOO
bu/Museu Schleswig
dourada:
Museu
Nacional,
Mu-
Pedra rúnica, c. 1000: Museu Forhistorisk,
Moesgárd
1Olce
Estrada
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
elevada
de
Bengt A. Lundberg)
10lie
102c
; | | | 1
1021
Pedra rúnica d
ki: RIKS (foto
ae
Iarl
tmb
q:
RIES
Sto
strada elevada de Iarlaban-
Bengt A. Lundberg)
Irês pedras rúnicas, Biórk Bengt A. Lundberg)
Crônica anglo-saxã, MS 173 ff. 13 b-14: Colégio Corpus Christi, Cambridge.
128c
Reconstrução de John Fuller
128d
Reconstrução de Maltings Partnership, baseada em desenhos de Martin Biddle e Birthe Kjolbye-Biddle, Oxford
128i
Vista de Repton: Martin Biddle e Birthe Kjolbye-Biddle, Oxford
130s
Moeda da Ânglia Oriental: Museu Ashmo-
130c
Moeda de prata de Alfredo, o Grande. Lon-
132
Vista de Wallingford: Coleção da Universidade de Cambridge
133se
Moeda de prata do Danelaw: Museu Ashmo-
E
Caixa de pen te, cornadura de cervo, Lincoln s. X. Museu Britânico
103d
Pedra de Rók, Jan Rietz/ Tiofoto, Estocolmo
103e
Pedra rúnica de Hadeland, No ruega. UODO
104
Página do “Heimskringla”, de Snorri Sturlu son, Islândia, s. XIV: Den Arnamagnacansk e
|
Samling, Copenhague
105
125
Pedra de Karlevi, Olândia: RIKS
A. Lundberg)
(fot
E
lean, Oxford
dres: Museu Ashmolean, Oxford
lean, Oxford
106-107
Ilha de Drangey: Mats Wibe Lund/Icelandic Photo and Press Service, Reiquiavique
133i
107
“Flateyjarbok”: Stofnun Arna Magnussonar, Islândia
Evangelhos de Lindisfarne, Cotton MS Nero D. iv £. 210 b: Biblioteca Britânica
136-137s
Escavações Coppergate: CAY
108-109
Reconstrução de John Fuller
136-137
Achados de Coppergate: CAY
11 se
Figura de anão de uma pia batismal, Gotlân-
136
Cena de rua do Jórvik Viking Center, York: GAY
137
Cruz de Middleton: Museu de Man/C. M, Di-
110id 111 112-113s 1131e
114s
114c 116
dia, s. XII (MNH): AWF
Pedra rúnica de Altuna, Suécia, s. XI: RIKS (foto Bengt A. Lundberg)
Representação de Odin numa pedra pintada da Gotlândia (MNH): AWF
Cenas da lenda de Sigurd, igreja de Hylestad, Noruega: AWF
Lenda de Sigurd na pedra de Dravle, Uppland: RIKS (foto BengtA. Lundberg) Reconstrução do templo de Upsália, segundo a História dos povos nórdicos, de Olaus Magnus, de 1555: Biblioteca Bodleian, Oxford D Molde, cruz e martelo de Thor, s. X: MN
delag, Martírio de Santo Olaf, s. XIV, Tron Noruega
127
, Uppland: RIKS ra No , tã is cr ca ni rú o çã ri sc In
118s
Taça de Jelling: MND
118 119sd
4118-119 120 121 122 123 124s 124
(foto Bengt A. Lundberg)
rtnership Pa gs in lt Ma de ão uç tr ns Reco
e Gorra, Jelling: o ld ra Ha de s ca ni rú as Pedr MND
Balslev vista de Jelling: 10oA/ T. lling: CAY Je , o d l a r a H de ca ni rú Pedra
storic Scotland Hi : ia le ba de so os de Placa
e: TS Pedra de Lindisfarn
Britânico u e s u M : o o H on tt Su Capacete de E
sisidade de erer iviv Un da o çã le Co à : fa Of : “que de t / Crown Copyrigh
a
Ann
bridge
erde bronze dourado, Northumb
rgen (foto Be , ia ór st Hi da u se Mu VIE
Mari
Olsen)
xon, Canterbury
1381e
Fragmento de escultura de Coppergate: CAY
138d
Cruz de Gosforth: C. M. Dixon, Canterbury
139se
Broche de Pitney, Somerset, s. XI: IoÃ/Museu Britânico
139sd
Guerreiro de Sockburn: C. M. Dixon, Canter-
bury
139id
Manuscrito anglo-saxão de estilo Ringerike, s. XI: Biblioteca Universitária de Cambridge, MS ff 1.23, f. 37 v.
139
Lápide sepulcral, Ingleby Arncliffe, N. Yorks-
141
Tesouro de Cuerdale: Museu Britânico
142
Afresco de nobre franco, Oratório de S. Benedito, Roma: Scala, Florência
143
Annales Xantenses, s. IX, Codex Cotton Tiberius
144
Taça carolíngia: MND
145
Broches de bronze, Pitres: Museu de Antiguidades do Departamento Marítimo do Sena
hire, início do s. X, Catedral de Durham
CXE Biblioteca Britânica
(foto Yohann Deslandes)
148
Broch of Gurnes: Historic Scotland
149
Vista de Mull, Escócia: Geoff Dore/Bruce Coleman Limited. Londres
150sd
Gravura, Jarlshof: Corporação do Museu Na-
l5lse
Vista de Jarlshoff: Historic Scotland
152
Tesouro de Skaill, Órcades: TS
154s
Embarcação-túmulo, Westness: CAY
154i
Sepultura de Westness: CAY
cional da Escócia, Edimburgo
241
LISTA DE ILUSTRAÇÕES Vista geral de L'Anse-aux-Meadows: Canada/B. Wallace
178-179b
Reconstrução de edifícios, L' Anse-aux-Mea-
Cronk ny Merriu, Man: Patrimônio Nacional de Man, IoM
179
Insígnia de bronze, L' Anse-aux-Meadows, 1000: Parks Canada
Braaid, Man: Patrimônio Nacional de Man, IoM
180s
Bússola solar: MND
Balladoole, Man, IoM
157
Parks
178-179
Lápide de Slab, Man: de Man, IoM
Man:
Patrimônio Nacional
Patrimônio
Nacional
de
158s
Moeda do tesouro de Kirk Michael: Patrimôónio Nacional de Man, Iom
158c
dows: R. Baumgartner/ Explorer, Paris
c.
180i e 181se Reconstrução de Maltings Partnership 181sd
Esteatite com curva gnomônica gravada: MND
Colar: loA/Corporação Arqueológica da ilha
181i
A Saga Siglar, réplica de um barco viking, no porto de Roskilde: Rex Features/Rob Walls
159
Vista aérea: Corporação Arqueológica da ilha
182-183
Vista da baía de Disko, Gronelândia: Zefa/
160-161
Arca de Rainvak, de origem escocesa ou pic-
184
Ferragem de prata (MNH): Studio Granath,
1I6ld
Espadas encontradas em Kilmainham-Island-
185
Joalheria de influência eslava: MNH
186-187
Vista de Rúgen: Maus Hamann, Berlim
187sd
Tesouro de Hidensee: Rômish-Germanisches
Museu Nacional da Irlanda, Dublin
187sd
Reconstrução de Maitings Partnership
1621-163
Reconstrução de Maltings Partnership
188
Afresco de Elizabeth, filha de Jaroslav, s. XI,
163se
Cajado de estilo hiberno-nórdico: Nacional da Irlanda, Dublin
190
163sd
Escavações em Wood Quay, Dublin: TS
Amuleto ou chave, Staraya Ladoga, meados do s. VIII: Museu Hermitage, Sampetersburgo
163i
Osso talhado, Dublin: Irlanda, Dublin
190-191
Túmulos sopki, Staraya Ladoga: Estocolmo
191s
Vista de Staraya Ladoga: Neil Price, Estocolmo
19lid
Ferramentas de ferreiro de bronze e de ferro,
Rede de ruas de madeira, Novgorod: Neil Pri-
162ce
162c
164-165
de St. Patrick, Man
de St. Patrick, Man
to, s. VIII: MND
bridge, s. X: MND
Redezinha de seda: Museu Nacional de Irlan-
da, Dublim
Moeda cunhada por Sihtric, o Barba de Seda:
Museu
Museu
Nacional
da
Sol da meia-noite na Islândia: Eckart Pott/ Bruce Coleman Limited. Londres
Hunter
Estocolmo
Zentralmuseum, Mainz (foto V. Iserhardt)
Santa Sofia, Riev: TS
Neil price,
meados do s. VIII: Museu Hermitage, Sampetersburgo
166-167
Ilhas Féroe: W. Ferchland/Zefa. Londres
168c
Escavações em Kyívik, Féroe: Chris Morris
192
168s
Cavalo e barco de brinquedo, madeira, Féroe: Fogroya Formminnissavn, Thorshamn
193s
169
Paisagem vulcânica, Islândia: Zefa. Londres
Reconstrução de V. A. Kolchin Drevi Rús: Gorod, Zamok, Selo, Moscou
170-171
Géiseres e mananciais
193ie
Igreja da Transfiguração, Novgorod: Neil Price, Estocolmo
1931d
Portas de Sigtuna, Novgorod: Neil Price, Estocolmo
194s
Porta dourada, Kiev: CAY
1941
Vista de Dniepre: TS
195s
Tesouro de Gnedzovo, s. X: Museu Hermita-
1951
Têxtil bizantino: Kulturen, Lund
197
Runas de Halfdan, Hagia Sofia: IS
198
Moedas árabes (MNH): AWF
199
Crucifixo de Áby, Jutlândia, Dinamarca, c.1000: MND
17le
171d 172s
1721
quentes, Islândia: Ro-
bert Harding Picture Library. Londres Broche de bronze, s. X, Islândia: Nacional da Islândia, Reiquiavique
Museu
Página do Landnámabók, cópia do s. XVII: Stofnun Arna Magnussonar, Reiquiavique Tigela: Museu Nacional da Islândia, Reiquia-
vique
lanComplexo de Stông: Mats Wibe Lund/ Ice
dic Photo and Press Service Reiquiavique
ce, Estocolmo
ge, Sampetersburgo
174
Caixa de madeira para tesouras: MND2
175e
Vista de Brattahlid: CAY
175sd
Peso de tear gravado: MND
175i
Vista da Gronelândia: Mats Wibe Lund/Icelandic Photo and Press Service Reiquiavique
201se
Moeda do Danegeld, Ethelred Il: MND/Coin
177
“Mapa de Vinland”: copyright 1965, Universidade de Yale
201lie
Batismo de Haroldo Dente Azul, igreja de Tamdrup, Jutlândia, s. XII: MNC
Department
242 Haga
e
4
a”
1"
eh pa 4
ag
es ee a
TE
=p.
202s
Relevos de Urnes: TS
2021d
Interior da igreja St Legervaibano
e Borgund:
;
Zodiaque,
Reconstrução de Maltings Partne rship
204
Ovo da Ressurreição, Sigtuna: Museu de Sigtuna
a mi f
!
d
203
205 |
Igreja de Borgund: AWF
202i1e
204-205;
4
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Inscrição rúnica
(Museu
Simon lan Hi FRPS
de
S;
de Sigtuna): CAY/
Cornadura de alcÉe em forma de cab e ça humana, s. XI-XII, Sigtuna, Suécia: TS
213
Peças de xadrez, Londres
214
Vista de Freswick Links: Colleen Batey
215s
Osso com inscrição rúnica, Orphir: Colleen Batey
215c
Vista da igreja circular de Orphir: Historic Scotland
216-217
Vista de Birsay: Historic Scotland
216ie
Vista das escavações de Birsay: Colin Morris
217sd
Pente, insígnia, dente: Historic Scotland
Lewis:
Michael
Holford.
206
Pedra, Gripsholm: IoA/Sten. M-Rosenlund
218
Castelo de Cubbie's Roo: Historic Scotland
207
Manuscrito, estilo de Winchester, Biblioteca Bodleian
219
Punho de uma espada irlandesa de origem anglo-escandinava: Museu Nacional da Ir-
209
Estrada elevada, Northey, Maldon, Essex: Lin-
210si
c. 1000:
da Proud, Oxford Canuto e Emma,
do Liber Vitae, Winchester,
c. 1031: Biblioteca Britânica, Stowe MSS 944
210sd
Moeda de Canuto: Museu Britânico. Londres
210i
Pedra do cemitério de St. Paul: AWF
211
Guerreiros vikings, English MS, s. XI: Biblioteca Nacional, Paris
212
Cena do tapete de Bayeux: Michael Holford. Londres
landa
220
Vista de Thingvellir: Mats Wibe Lund/Icelan-
22 se
“Thingyellir, reunião do Althing, de William
22h 222s
dic Photo and
Press Service
Collingwood: Museu Britânico
Báculo do bispo, Thingyellir, c. 1100: Museu
Nacional da Islândia, Reiquiavique
“Pedra rúnica, Kingigstorssuaq: MNDZ
222c
Caminho em Gardar: MND2
223
Têxtil da Gronelândia: MND2
Todos os mapas são obra de John Brennan Agradecimentos pelos mapas: A fonte Para o ma
sesmontre t
nandling til “meniração do mapa da página 167 é A. C. Larsen, Vikingetidsgarde i Nordatlanten, Specialeaf 5, Lnstitoto de ArqueoliEia Pré-histórica e Clássica, Universidade de Copenhague, por publicar. crens: 10 1992,
inci
af byggetraditioner og bosaettelyse anal gisk colo Arha nd, Isla pa e gard ste aeld De , sson jalm Vilh a da página 173, V. orn
ndnamstidens Island: 1993, por publicar.
243
ÍNDICE TOPONÍMICO
«q ÍNDICE TOPONÍMICO scrição do ntrada inclui uma de físico — e O um elemento
cada E
ce for
, ais ao qual pertence
permo”. atual do
ino Unido. plo. Jura (1), Re asterisco (po entrada seguida de um l (por territoria E uma nidade reino ou ia
a, dies plo. U ma provinci em região)
79,89
akrar (Di
GO" LON tand (Finlândia)
19º59'L,
60º00"N iand 0'L,(Fin13,lând 29,ia), 49, 69, 89, 189, 200 90"0(i.) 4245'0,19
37º550'N
pet
ni
Alborg (Dinamarca), 57º03 N 9º56'L, q, 200
48º38'N 1º55'0, 147
an
Alexandria (Egrto), 31º19'N 20º55'L, Õ ar afub amiadiyah (Irã) 35º36'N
alskog (Suécia), S7º19ºN 18º53'L, 46
Amiens (França), 49º54'N 2º18'L, 126 Ango (Suécia), 6PºSY'N
o
15º406'L,
46
Angers (França), 47º29N 0932 0, 79, 26
Ânelia Oriental*, 115, 126, 129, 131,
34, 140
Anundshõg (Suécia), 59º37ºN 16º30'L, 49 Arábia”, 196
Archenficld (Reino Unido), 52º03'N PAO, 140
Ardre (Suécia), 57º22ºN 18º38'L, 46
Arhus (Dinamarca), 56º L0'N 10º13'L, 13, 49, 89, 115, 200. 211
Arkels Tingstad (Suécia), 59º30'N 18º06'L,, 49
Arklow Urlanda), 52º48"N 609'0, 153
Arminiyah (Armênia), 39º50'N 44º40'L, 196
Arran (1.) (Reino Unido), 55º35'N
5º15'0,153 Arzon (França), 47º33'N 2º54º'0, 147 Ashdown (Reino Unido), 51º22º'N
135'0, 153 tia (Reino Unido), 54º45"N 918 0, 153 Atenas (Grécia), 38º00'N 23º44'L, 196
Athelney (Reino Unido), 51º03'N 2560, 129
Augerum
189
Berezany (1.) (Ucrânia), 46º38'N
32º36'L, 79
Bergen (Noruega), 60º25'N 5º20'L 13. 173
(Alemanha), 59º39'N
19º25 L, 13
Beuzit (França), 48º30'N 4º160, 147 Birka (Suécia), 59º29'N 17º80'L, 49, 79, 89,115, 189 Bizâncio (Turquia),
79,189, 1965, 206
41º02"N 98º58'L,
Bizantino, Império*, 126, 189, 196 Blavet (7.) 14%
428 0,158 Blois (França), 47º36'N 1º20'L, 196 Blôndudalur (x) 173 Hogan (Islândia), 57º49'N ]Bº44'L, Ból : ae
(Islândia), 65º02'N 927950,
Bonhunt (Reino Unido), 52º04'N 0º11'L, 184
(Suécia), 56º08"N 15º47'L, 69
Aulne (4,), 147
Avranches (França), 48º42'N I27'O,
144 Axbridge (Reino Unido), 51º18ºN 2490, 151
79, 126
Bordoy (i.) (Dinamarca), 62º15'N
GS0MO, 167 Borg. (Noruega), 68"06'N 18º20'L, 29, Bornholm (1.) (Dinamarca), 55º02'N
15º00'L, 13, 29, 49, 69, 89 aii (Noruega), 59º24N 10º29'L, 29, >
Borremose (Dinamarca), 56"49'N 9º32'L, 29
Botglum (Dinamarca), 57º81'N Oº00"L, 200 Bothnia, Golfo de 13, 29, 49, 69, 79, 89, 189, 2000, 211 Boulogne (França), 5Oº43N
129
Desraia
1ºS7'L,
(França), 48º29'N 9º] I'L,
Bourges (França), 47º05'N 2º25'L, 126
Braaid (Reino Unido), 54º09'N 4340, 158
Braddan (Reino Unido), 54º09'N 45º25'0, 176, 177
Breidhafjórdhur (bata) (Islândia),
65º18'N 28º20"), 178
(Alemanha), 53º05'N 8º48'L,
BI
18º35'L, 46 Baffin (1.) (Canadá), 68º40'N 7ON0'O, da ad
(1
3,3
3º90'N? 44º96'L,: 79
Edo
ju hs
=
Sa jão), 40º22'N 49º53'L,
196 Baleares (i.) (Espanha) 39º21º'N 3º03'L, 126
Balkhash (lago) (Cazaquistão), 46º40'N 75º00'L,
196
Ballaugh (Reino Unido), 54º18'N 4280, 158 Ballinaby (Reino Unido), 55º46'N 6340, 158
Bamb
(Reino Unido), 55º36'N
470, 208
Bangor (Reino Unido), 54º89'N 5º4V'0,
156, 219
Bardney (Reino Unido), 53º13'N 0º19"), 140
Barra (1) (Reino Unido), 56º59N Tº28'0, 153
Barton Blount (Reino Unido), 52º53'N
1º46'0, 134
fans (Reino Unido), 51º16'N 1º05'0, 1
Basra (Iraque), 30º30'N 47º50'L, 196
pe nro (França), 47º12'N 1º45'0, Bath (Reino Unido), 51º23'N 2º22'0,
181, 208
Batz (França), 48"45'N 4º00'0, 147 Baviera”, 126
pane (França), 49º16'N 0420, 126, 44
º17"'N 18350, Ene34 (Reino Unido), 54 Bedford (Reino Unido), 52º08'N
0º29'0, 129, 184, 140 o (Irlanda) 52º12º'N 'OE, 126 Belle lle (França), 47º20'N 8º10'0, 147 loozero (Rússia) 59º58'N 87º49'L, 89 Benfleet (Reino Unido), 51º88'N
0º84'L, 181
Bryant's Gill (Remo Unido), 54º25'N
2560, 134 . Buckden (Reno Unido), 52º18'N
(Reino Unido), 5e2200'N
istão), 39º47'N
64º96'L, 79, 196
Buss (Rússia), 54º12'N 48º36'L, 79, 96 Bulverket (Suécia), 57º44ºN 18º34'L, 46, 49 Burgsvik (Suécia), 57º05'N 18º14 L, 46 Burbham (Reino Unido), 50º52ºN sv0, 131 Busalt (França), 47º5]'N 2º58'0, 147 Buttington (Rano Unido), 52º41'N 800,13] nha), 35º32'N 6º18'0, 126 Cádis 49º] 1'N 0º22'0, 14d Caen e, Caithness* 153,219
N Cambridge (Reino Unido), 52º13º 0º08'L, 129, 140, 208 Camphill (Reino Unido), 54º]4'N rat 198'0, 134
1º05'L, 129, 208 . intia* 126 Vro, Caslingford (Irlanda), 54º02'N GI1
Cargo 19
io, Império* 126, 129, 131, t (Tunísia), 36º54 N 10º16'L,
Cass ny Hawin
É
(Reino Unido), 54º06'N
4º36'0, 153 (Reino Unido), e Casthal Ballgawn50, o 158 54º] 9'N 5º4 Catholme (Reino Unido), 52º45'N Oo) 4320480'º2N 7'44ºN 00'1ºL,80L,196 o. (França), 126
Gosgorth (Reino Unido), 54º26'N
Christchurch (Reino Unido). 50º344N
1450, 131 Cirene (Líbia), 32º48'N STº54'L, 196
24920, 134 Clermont-Ferrand (França), 45º47'N 3º05'L, 126 Clbberswick (Reino Unido), G0'49'N Oº50'O, 153 Clonfert (Irlanda), 53º15'N 8º06'0, 126 (Irlanda), 53º26'N
Clonmacnolse
STO, 126 Clontarf (Irlanda), 55º2Y'N 6º07'0,219 Close ny Choilagh (Reino Unido), 54º04"'N 4º40'0, 153 Clyst (Reino Unido), 50º44'N 3º26'0, 208 Colchester (Reino Unido), 51º54'N Oº54'L, 140 Colônia (Alemanha), 50º56'N 6º57'L. 126 Colônia Central”, 176 Colônia Ocidental *, 176
Colônia Oniental*, 176 Colonsay (1.) (Reino Unido), 56º04N 6º13'0, 153, 219
Connaught*, 153, 219
c (Dinamarca), 55º43'N 1,13
eia 2º94
Córdova califado de*, 196 Córdova emirado de*, 126 Corinto (Grécia), 37º56'N 22º25'L, 196 Cork (Irlanda), 51º54ºN 8º28'0, 126, 158
Comualha* 147
À at (1.) E(França). 4 2º00'N : 9º10'L, l 26
Coutances (França), 49º03'N 1º29'0, 144
Cncklade (Reino Unido), 51º39'N
Cúmbria* 219
Dal (x.) 13, 29, 49, 69, 89, 200, 206 Dalriada*, 153 Damasco (Síria), 33º30'N 36º19'L, 196 Dankirke (Dinamarca), 55º19'N 8º47'L, 29
Dean (Reino Unido), 51º55'N 1º50'0,
208 Dee (r.) 153, 219 Derty (Reiro Unido), 52º55'N 1º28'0, 134, 140 Derg Lough (Irlanda), 52º57'N 8º18'0, 153 Die
Di
França), 49º55'N 1º05'L, 144
(canal) (Dinamarca), sr 61º45'N 6º40'0, 167
Disko (1.) (Dinamarca), 69º45'N
58º00'0, 176, 177
Dives (1) 144
Dniepre (r.) 79, 189, 196, 206
Dnietre (1) 189, 196 Doarlish Cashen (Reino Unido),
54º] Q'N 4º42'0, 153
Dol (França), 48º34'N Domnonee* 147
1º8T'0, 147
Don (x) 189, 196 nets
aÃ
(r.
52º04'N 5º07'L,
à Holenda),
(Noruega), 59º45'N 10º15'L,
nus 13
Canterbury (Reino Unido), 51 17
47
Eidhi (Dinamarca), 62º18'N 706 L,
(MATO, 129 Chippenham (Reino Unido), 5Iº27'N 2070, 120 Chisbury (Reino Unido), 51º26'N 138'0,131 Chorezm ( Uzbequistão), 42º20'N 59º59'L, 79
Davis (estrato), 176, 177
1º00'0, 13]
;
Gooderstone (Reino Unido), 52º37'N
Danúbio (r.) 79, 126, 189, 196
0º15'0, 134
Ed
Edington (Reino Unido), 51º17N
1º27'Q, 208
Broweroch*, 147
Bug (r) 189 Bu E a (
Chichester (Reino Unido), 50º50'N
Cuckamsley (Reino Unido), 51º30'N
Broa (Suéga), 57º30'N 18º25'L, 46 Broby (Suécia), 59º33'N 17º34'L, 49 Brough of Deermness (Reino Unido),
Buckingham
Goltho (Reino Unido), S314NONT'O,
54º07'N 4º34'0, 153
º5' 0, 131 Bridport (Reino Unido), 50º43'N 470, 13] Bro (Suécia), 57º40'N 18º24'L, d6
58º58'N 2244'0, 153
Badelundeviken (Suécia), S7PITN
Ebro (r.), 126
131, 134
Cronk ny Mernu (Reino Unido),
Bridgnorth (Reino Unido), 52º33"N
(Riesta) 55º00'N 32º04'L,
Eaton Socon (Reno Unido), 52º13'N
1º51'0, 131
Bretanha* 126
Gnezdovo
Cherson (Ucrânia), 44º86'N SS3ºSI'L, 196 Chester (Reino Unido), SSP'N 2550,
Corseul (França), 48º30'N PI VOO, 147 Cotentin (pen) (França), 50ºLV'N (300, dd
Brauahlid (Dinamarca), 61º00'N
Eashing (Reino Unido), 31º14ºN
79, 189 Gokstad (Noruega), 5POUN 10º02'L,
Có
4º830'0, 153
Ernst
(Ucrânia), 51º30'N ST IS'L,
Claughton Hall (Reino Unido), 53º46'N
Block Eary (Reino Unido), 54º17'N
Bordeaux (França), 44º50'N 0340,
s0º00'L, 196
Amu Darya (7), 79, 196
SPSS
Berlim
namarca), 61º28"N 6º45 0,
a-Andalus
Berezan (1,) (Ucrânia), 46º39'N
20180,
14º20'L, 29, 49,
55t55'N
aus (Suécia),
Ennio
4º 15'0, 134
Bergthórshvoll (Idandia), 63º36'N
0'N (Dinamarca), 57º0o
GL, 49,89
(Reino Unido), 53º18'N
79,115, 200
«ida, Califado”, 126
is
Benllech
va (r.) 196
(Reinô Unido), 57 I7N
DL
nrorO, 153 Droitwich (Reino Unido), 52º16'N 129
2100,
Dublin esti 53º97'N 6º18'0, 79, Ê 158,
ocidental (r.) 18, 29, 69, 79, 89,
and eesi
a
anda) : 58º39'N 6º26'0, : 126 (Reino Unido), 55º13'N
Bono, 126 (i.) (Irlanda), 51º36'N 10170, D
15
Dyer (cabo)
(Canadá) 66º40'N
6LI0'O, 176
Dyfed*, 131, 134, 208
040,13]
018'0,134
Go
134
Ed (Suécia), 59º27'N 17º58'L, 49 - 2070,129 Efeso (Turquia), 37'53'N 27º19'L, 196 167 Eigg (1.) (Reino Unido), 56º53"N 609), 153 EiriksGord (fiorde) (Dinamarca), BI0S'N 45º26'0, 176 Eirikssradir (Jelândia), 65º08N
274070, 173 Eketorp (Suécia), 56º15'N 16º30'L, 49 Elba (1.) 13, 29, 49, 69, 79, 89, 126, 196 Elbeuf (França), 49º VN VOTL, 14d Eldey (1.) (Islândia), 634 N 229580, 173 Elisenhof (Alemanha), 54º29'N 9º04'L, 49 Enekropgen (Dinamarca), 55º04N 15º09'L, 60 Engleficld (Reino Unido), 51º28'N OO, 129 Eorpebuman (Remo Unido), 51º02ºN "49'L, 131
Eme, Lough (Reino Unido), 54º28'N
(Suécia), 59º20'N 18º05'L, 13
Eufrates (x) 79, 196 Eure (r.), 144
Evreux (França), 49º03'N 1º] V'L, 126, ldd Exeter (Reino Unido), 50º49'N 3º37'O, 129, 131, 208 Eysturoy (1.) (Dinamarca), 62º] 4ºN 6º59'0, 167
Fair (i) (Reino Unido), 59º32'N 1º38'0, 153
Falaise (França), 48º54ºN QIVO, 1dd
Falster (1,) (Dinamarca), 54º30'N
12º00'L, 49, 69, 89 Farewell (cabo) (Dinamarca), 59º45'N 49º30'0, 176, 177 2590, 134 Farmnham (Reino Unido), 51º13ºN 0º49'0, 18] Fãro (1.) (Suécia), 57º55'N 19º10'L, 46
Faxaflói (baia) (Islândia), 64º25'N
22400, 173 Fécamp (França), 49º45'N 0º23'L, 144 Feroe (i.) (Dinamarca), 62º00'N
7º00'0, 79, 167, 177 nani (golfo) 13, 29, 49, 69, 79, 89, 18 Fleury (França), 47º56'N 1º55'L, 126 Flintinge (Dinamarca), 5447"'N 11º53'L, 69 Fole (Suécia), 57º39'N 18º28'L, 46
18º04'L,
49
ão (Suécia), 59º4]"N
1º11'L, 208 Forth, Firth of (Reino Unido), 56º10'N 2º56'0, 153 Foulum (Dinamarca), 56º33'N 9º25'L, 69
Fréêneuse (França), 49º] 'N OIL,
(mts) (Reino Unido),
Grampianos
56º55'N 4º00'0, 153 Granastadir (Islândia), 65º 19ºN 18º20'0, 173
Grauballe (Dinamarca), 56º 13ºN
q3S'L, 29 Great Ouse (r.), 129, 131, 134, 140, 208
Gredelby (Suécia), 59º47'N 17º40'L, 49
Grelutóltir 29400, Grey Abbey 5º33'0,
(Islândia), 65º47N 173 (Reino Unido), 54º32'N 219
18º00'0, 173 Grobin (Letônia), 56º81"'N 21º15'L, 189 Grodbygárd (Dinamarca), 55º04'N 14º56'L, 69 Grodno (Bielomissia), 53º40'N
23º50'L, 189 Groix (França), 47º39'N 3º27'0, 147
Gronelândia (1.) (Dinamarca), B8ºD0 N
40º00'0, 115, 176, 177
Grov (Dinamarca), 61º"IY'N GºIFO,
L67 Gudingsikrama (Suécia), 57º36'N 18º47'L, 46 Gudme (Dinamarca), 55º09'N 10º46'L, 29 Guérande (Reino Unido), 47º20'N 2º25'0, 147 Guildford (Reino Unido), 51º14ºN 0º35'0, 129 3040, 153 Gwent*, 134 Gwynedd*, 131, 134, 208, 219
Halikko (Finlândia), 60º24ºN 23º05'L, 49 Halwell (Reino Unido), 50º26'N 3º41' O, 131 Hamar (Noruega), 61º06'N 10º27'L, 89, 200 Hamburgo (Alemanha), 53º33'N
10º00'L, 13, 79, 115 Hâmeenlinna (Finlândia), 61º00'IN 24º25'T,, 49, 89 Hammars (Suécia), 7º47'N 18º50'L, 46 5º00'L,
(fiorde) (Noruega), 62º00'N
15, 29, 49, 69, 89
Hastings (Reino Unido), 50º51'N
0º36'L, 131 Hébridas (i.) (Reino Unido), 58º00'N 700'0,79, 177,219 Hébridas exteriores (1.) (Reino Unido),
57º40'N 7º85'0, 153
(Alemanha), 5º32ºN 93F'L,
Hedeby
144 Freswick (Reino Unido), 58º35'N 206'0, 153
49,69, 79, 89, 115, 200
Hejnum (Suécia), 5S7º4J'N 18º42'L, 46 (mt) (Islândia), 64'00'N
Hekla
Fribadre À (Dinamarca), 54º53'N
12º04'L, 89
Frisia* 126
Frôjel (Suécia), 57º24ºN 18º 4'L, 46, 89 Fuglafjgrdhur (Dinamarca), 62º14ºN GO, 167 Fugloy (i.) (Dinamarca), 62º21'N 6º15'0, 167 Furness (Reino Unido), 54º08'N 3º15'0, 219
Eykat (Dinamarca), 56º89'N 9º59'L, 49,
89 Fyn (i.) (Dinamarca), 56º15ºN 10º30'0, 15, 29, 49, 69, 89, 115
Gainsborough (Reino Unido), 53º23'N
0º46'0, 208 Gales*, 126
19º45"0, 173 Helgô (Suécia), 59º15ºN 17º44'L, 29, 49, 79, 89, 189 Helluland*, 177
Helsingborg (Suécia), 56º05'N 12º45'L,
13
Helsinki (Finlândia), 60º08'N 25º00'L, 13 Héradsvôotm (r.), 173
Hereford (Reino Unido), 52º04N 2430, 131
Herjolfsdalur (Islândia), 63º25'N
0º15'0, 173
Herjolísnes (Dinamarca), B0º04'N 241'0, 176, 177
Hesmouitor (França), 48º43'N 3º49'0, 14
Heysham (Reino Unido), 54º03'N 2530,
Galiza e Astúrias*, 126
Hinnay
Galloway*, 208, 219 Gamia Upra (Suécia), 59º55'N
Gammelby (Dinamarca), 55º28'N
Bº35'L, 126
Gante (Bélgica) 51º02'N 3º42'L, 126
Gardar (Dinamarca), 61º00'N 45º23'0, 115, 176 Gáseborg (Suécia), 59º25'N 17º54'L, 49 Gávie (Suécia), GOº4L'N 17º10'L, 13 Cdansk (Polônia), 54º22ºN 18º38'L, 13 Ss,
ID
(mt) (Noruega), ; 13 (Reino Unido), 51º53'N 129
134
(i.) (M
), 68230"
N
16º00'L, 13, 99.49, 69, B9
17º38 L, 29, 69,115
Chttertind 8º32'L, Gloucester 2140,
18º30'L, 15, 29, 46, 69,89, 115, 189, 200 Gralich (Ucrânia), 51º12'N 25º00'L, 189
Hardanger
Folkstone (Reino Unido), 51º05'N
Clâma (r.), 13, S a
Gotlândia (1.) (Suécia), 57º30'N
Gumess (Reino Unido), 59º06'N
Farndon (Reino Unido), 53º06'N
Folklandstin
PITO, 153 Gota (r), 13, 29, 49, 69,89 Goteborg (Suécia), 57º45'N 12º00'L, 13 Gothemsâm (r.), 46
Grimsey (1.) (Islândia), 65º33N
7480, 153 Escócia* 208, 219 Escócia, 1 de* 219 Estocolmo
OPI9'L, 134 Gorgan (rã), 36º50'N 54º29'L, 79
N
Hitis (Finlândia), 60º12'N 21º55'L, 89 Hjalmaren (lago) (Suécia), 59º10'N 15º45'L, 29, 69, 89 Hofsjókull (geleira) (Islândia), 64º50'N INTO, 173
seta nr (Islândia), 65º42ºN ITOV O, 17
Hôgom (Suécia), 62º15'N 17º25'L, 29 (Islândia), 65º44ºN 19070, Hólar 115, 173 Hominde (Dinamarca), 54º42'N
124, 49
Hook Norton (Reino Unido), 52º02'N 1º85'0, 134
247 =
NA,
E
a
a AA
PPA
vo by
O
Mais
INDICE TOPONIMICO Horbv (Dinamarca), Sb d4O'N VAGO, Hornavan (temo) (Sueca), 6615 NM
20
L740'L, 15, 29, 49,60, 80 Hov (Dinamarca), 55º55'N 6450, 167 Hovgarden (Sueda), 59º20'N 16º1I'L, 24, 69 Howth Urianda) 53º29ºN 6040, 153 Hoxne (Reino Unido), 52º2V'N TIL, 129 Hudson (estrato), 177 Humber (x), 134, 140, 208 Húnaflói (bata) (Ieindia), 65ºMIUN MPSTO, 173
(Reino Unido), 52"20 N
Huntingdon
DIVO, 40 Hvalgy (Dinamarca). GUS N 4450,
176
Hvitá (r), 173
Hvitárholt (Islândia), 649º0WN 207160,
173
larlabanki (Succia), 59º30'N
18º06'L,
Iriqivah (Tunisia), 35º48'N
10º38'L,
40
196
chester
"40,
(Reino Unido), 5Iº00'N
129, 140
Merup (Dinamerea), 55º15'N 9º20'L, 29 men
(lago) (Rússia), 5BºLA"N 31º22'L,
189 Inan (lago) (Finlândia), 60ºDO'N 28º00 E. 13, 29, 49, 69, 89
Indo (x.), 196 Indre (França), 47º06'N 1º37'0,147
Inglaterra* 208, 211, 219 Ingleby (Reno Unido), 52º44ºN 1º30'0, 134
Inishmurry (1.) (Irlanda), 54º26'N 8470, 126 Injebreck (Reino Unido), 54º15'N 4º30'0, 153 lona (1.) (Reino Unido), 56º20'N 6º25'0, 126, 219
Ipswich (Reino Unido), 52º04ºN VOS, 134, 208
Isafjord (fiorde) (Dinamarca), G1º10'N 4PSO O, 176
Islândia (1.) (Oceano Atlântico), 64º45"N 18º00'0,79,115,177
Islay (1.) (Reino Unido), 55º45'N 6º20'0,
153, 219
Isleifstadir (Islândia), 64º43'N
21º28'0, 173 Ismanstorp (Suécia), 56º52'N 16º50'L, 49 Jul (Rússia), 46º22º'N 48º00'L, 79, 196
Ivigtut (Dinamarca), G1ºLO'N 48º00'0,
176 Izborsk (Estônia), 57º48'N 26º54'L, 189 Jaravallen (Suécia), 55º25"N 19º] T'L, 69
Jarishof (Reino Unido), 59º54YN PISO, 153 Plim ( (Rússia), 57 3EN
39º52'L, 189
elling (Dinamarca), 55º45N 9º29'L, 69,115, 200
Jerusalém (Israel), 31º47'N 35º1S'L, 196
Kirkjubpur
(Dinamarca), GIºSSIN
Lutsk (Usriânia), D0º42"N 95º15'L
Lvdford (Reino Unido), MOº30'N
6º47"0,115,167 Kirkwall (Reino Unido), 58º59'N
2º58"0, 115. 153
RKivik (Dinamarca),
628º0T'N 700,
Kjolen mts.) (Noruega), 62º'05/N Sº39 L,
15
167
Hlaksvik (Dinamarca), GE TIN
ES O,
Kar fr), 13, 29, 49, 69, 80 Hlaufanes (Islândia), 65º52'N
18400,
167 173
Kepp (Noruega), 58º43ºN 5º40'L, 29 Kola fr), 13
Rolobrzeg (Polónin), SAN 189
15ºS5'L,
hópavogsthingstadir (Islândia), B4ºD6'N 21º53'0, 178
Ropingsvik (Suera), 36º57'N 16º45', 48 Korselitse (Dinamarca), 54º47'N 11º53'L, 29 RKoscl (Alemanha), 54º28'N 9º50'1, 49 Kovno (Litunia), 54º59ºN 928º55'L, 189
Kragelund (Dinamarea), 56º12ºN qa
29
Kristiansand (Noruega), 58º08'N
8º01'L, 13 Krokdalur (1.), 173 Papas oi (Suécia), 59º22'N 16ºSI1'L, 44 Kunoy (31.) (Dinamarca), 62º18'N 6º39'0,167 Kursk (Riissta), 51º45'N S6º14'L, 189 RKutaisi (Geórgia), 42º15'N 42º49'L, 206 La Hague 144
(França), 49449ºN 1º56'0,
Ladby (Noruega), 55º27'N 10º39'L, 69 Lade (Noruega), 63º27'N 1O0º5T'L, 115
Ladoga (lago) (Rússia), G1º00'N
32º00'1,, 13, 29, 49, 69, 89, 189, 206 Laht (Finlândia), 61º00'N 25º40'L, 49 Lambay (1.) (Irlanda), 53º30'N G07'O, 153 Landevennec 470,
147
(França), 48º18ºN
ama (geleira) (Islândia), 64º43'N 2 OVO, 178 Langpott (Reina Unido), 51º02ºN
(Ulfreckstord) (Reino Unido),
54º51'N 5º49 0,153
Le Saint (França), 48º07'N 3º34º0, 147 a 2900 Unido), 51º49'N 0020,
Lechon (França), 48º27'N 2º03'0, 147
Leicester (Reino Unido), 52º358'N 1º05'0, 129, 134, 140
Leigh on Sea (Rano Unido), 51º35ºN
“40'L, 134
Leinster* 158, 219
ostedalsbreen (mis.) (Noruega),
Lejre (Dinamarca), 7º05'N 9º54'L, 49 Lindisfamne (1.) (Reino Unido), 55º41'N
62º00'N 7º30'L, 13
Jumidges 4
(França), 49º50'N 0º50'L,
Jura (1.) (Reino Unido), 55º58'N 5º55'0, 153
Jutlândia (pen.) (Dinamarca), 56º00'N 9º00'L, 18, 115, 200
Kaldbak (Dinamarca), 62º04'N 6º49'0,
167 Kalinin
o (Rússia), 54º40"N
20º30'L, 13
Kalmarsand (Suécia), 59º32'N 17º34'L, 49
Kalsoy (1.) (Dinamarca), 62º18'N 6470, 167
Karlskrona (Suécia), 56º10'N 15º85'L,
18
Kategat (canal), 13, 29, 49, 69, 89 Kaupang (Noruega), 59º04'N 10º02'L, 49, 79, 89
Kebnekaise (mt) (Suécia), 67º55'N
18º35'L, 18
Kem (r), 13
Kemi (r.), 18, 29, 49, 69, 89 Ketilsfjord
) (Dinamarca),
60º EN 45º10'0, 176 Kiel (Alemanha), 54º20'N 10º08'L, 13 Kiev (Ultrânia), 50º28'N 30º29'L, 79, 189, 196, 206 Rildale (Reino Unido), 54º28'N TOY O, 134
Kiloran (baia) (Reino Unido), 56º04ºN 6120, 153
Kingigtorssua
6º"D0'O, 176
(Dinamarca), 72º253'N
Kirk Andreas (Reino Unido), 54"22ºN
4º26'L, 158 Kirk Michael (Reino Unudo), 54º17'N 4º35'0, 158
248
Leixlip (Irlanda), 53º22'N 6º30'0, 153 470,
Linkóping
126, 153
(Suécia), 58º25'N 15º35'L,
13,115, 200 Lisboa (Portugal), 38º44'N 9º08'0, 126 Lisieux (França), 49º09'N 0º1&'L, 144 Litile Minch (estreito) (Reino Unido),
57º40'N 6º50'0, 53 Litile Pazton (Reino Unido), 52º50'N QTO, 134 Locminé (França), 47º56'N ?º5/'0, 147 Loctudy (França), 47º50'N SVO, 147 (Suécia), 55º49'N Lôddekópin 12º50'0, 49, 69 Lôdose (Suécia), 57º44ºN 12º55'0, 200
Lofoten (i.) (Noruega), 68º15'N Or, 15, 29, 49, 69, 89 (Bielorrússia), 54º16'N io º50'L, 189 Loire (r.), 79, 126, 147 Lolland (i.) (Dinamarca), 54º50'N 11º30'L, 13, 29, 49, 69, 89 Lombardia*, 126 Londres (Reino Unido), 51º32ºN 0706'0, 79, 126, 129, 131, 140, 208, 211 Lorrha (Irlanda), 53º00'N 8º20'0, 126 Lothian*, 208 Louth (Irlanda), 53º45'N 6º80'0, 126 Lovat* (r.), 189 Lule (r.), 183, 29, 49, 69, 89 Luleà (Suécia), 65º35'N 22º10'L, 13 Luna (Itália), 44º04'N 10º06'L, 126 Lund (Suécia), 55º42'N 13º0'L, 49, 89, 115, 200, 211
fama
do,
(Suécia), 5747TN 18º25L,
Lundeborg (Dinamarca), 55º07'N 10º45'L, 29
Rance (1). 147
153
13] Lvsufjord (lorde) (Dinamarca), G3º530'N 3500. 176 Lyubech (Ucrania). 51º53'N SPOT,
Nortúmbria*,
Lang (fino Unido) 9V IN Z5TO
| 8%
Madinat-al-Salam (Jraque), 33º20'N 44º30'L 196 Macre (Noruega), 64º07'N 1IFI9'L, 29 Mainz (Alemanha), 50º00'N 8º 16'L, 79 Malaren
(lago) (Suecia), 59º30'N
17 00'L, 13, 29, 49, 69, 89, 189, 200,
206
Maldon
208
(Reino Unido), 51º458ºN QT,
Malew (Reino Unsdo), 54º06'N 4390,
153 Mailmesburv (Reino Unido), 51º35'N
7200,
153,219
PSrO,
134, 140
N
115, 126, 129, 131
2º05"0, 181
33º15'L, 189
Nydam
(Dinamarca), 54º56'N 9º42'L, 29
Odense (Dinamarca), 55º24'N 10º25'L, 13, 29, 49, 89, 115, 200, 211 Oder (r), 13, 29, 49,69, 79, 89, 189, 196
Odessa (Ucrânia), 46º30'N 30º46'L, 189
Maughold (Reino Unido), 54º18'N
69 Man (1.) (Reino Unido), 5415 N 4º30'0, 115, 129, 131, 153, 208, 219
Mártens (Suécia), 57º08'N 18º17'L, 46 Massérac (França), 4P4UN 1550, 147 Mastermyr (Suécia), 57º15'N 18º13'L, 46 41970,153
Maxant (França), 47º58'N 2000,
147
Meath*, 219 Meaux (França), 48º58'N 2º54'L, 126 Mércia*, 155, 126, 129, 131, 134, 140
Mérida dinamarquesa”, 134, 140
Mersea (Reino Unido), 51º48'N 0º55'L, 131 Middle Harling (Reino Unido), 52º38ºN 0º42'L, 134 Midvágur (Dinamarca), 62º03'N 7º13'0,167 Mikkeli (Finlândia), G1º44'N 27º 15'L, 49 Milton (Reno Unido), 51º18ºN 0º54'L,
Moray*, 219 Mo
nwg*, 131, 134
Mieasoa (Russia), 55º45'N 37º42'L, 189 Mouais (França), 47"40'N 18340, 147 Mull (1.) (Reino Unido), 56º28'N 5º56'0, 153, 219 Munster*, 153
Murmansk (Rissia), 68"59'N33º08'L,
13 Murom (Rússia), 55º04'N 42º049'L, 189 Mykines (1.) (Dinamarca), 62º08'N 7850, 167 ato Myrdalsjókull (geleira) (Islândia), 63º40'N SD O. 173 o
(França), 47 14N
1º35'0, 126,
Narbonhe (frança), 41º11'N 3º00'L, Mass
(Dinamarca), 61º00'N 46000,
Narvíqu
(Noruega), 68º26'N 17º25'L,
Nasi (lago) (Finlândia), 61º30'N o3º50'L, 18, 29, 49, 69, 89 Neagh, Lough (Reino Unido), 54º36'N 6260,
153
Neman (x), 13, 29, 69, 89, 189
Nene (x), 129, 131, 134, 208 Nicomédia (Turquia), 40"48"N
29º55'L, 196 Nidaros ver Thondheim susana Nilo (1.), 196 ; (Dinamarca), Nipai EOOOiO, 176 Noirmouder (1) (França), 47º00'N 2º15'0, 147 (i) (Dinamarca), 61º58'N Nólsoy ESTO, 167 Nonnebakken (Dinamarca), 55º24ºN 10º25'L, 49 (Dinamarca) 62º12ºN 6º30'L, Nerd 16 Nordragaty (Dinamarca), 6212'N
BaAGÕE, 167
Norte (cabo) (Noruega 3, 71º10'N
95º45'L, 13, 29, 49, 69, 89, 177 Norte, territórios de caça do*, 176
North Elmham (Reino Unido), 52º45"'N
0º56'L, 134
10,
126, 153, 219
Raunds (Reino Unido), 52º90U'N 0º33'0 134
Rennes*, 147
- 9ºW70,153, 177,219 Orebro (Suécia), 59º17'N 15º13'L, 13 Orléans (França), 47º5 EN 1º54'L, 79, 126
(Dinamarca), 56º15 N 9º51 L,
Rathlin (1) (Reino Unido), 55º 18'N
Novgorod Severskiy (Ucmânia), 52º00/N
79, 189, 206
Markland*, 177
Mammen
49
Novgorod (Raussta), 58º30'N 31º20'L,
Oka (1), 189 Oland (1.) (Succa), 56º50'N 16º50'L, 13, 29, 49, 69, 189, 200 Omgárd (Dinamarca), 56º07'N 8º26'L, 48 Onega (lago) (Russa), 62º00'N - 35º30'L, 13, 189
Malmo (Suécia). 55º36'N 13º00'L, 13
Rapola (Finlândia), G1º00'N 24º00'T,
Reading (Reno 0570, 129, Redon (França), Renfrew (Reino 2º43'0, 219
Norwich (Reino Unido), 52º38'N 1º17'L, 134, 208 Nottingham (Remo Unido), 52º57'N VIH O, 129, 134, 140
Oissel (França), 49º2VY'N VOG'L, 144
Moray, Argyll de*, 219
Lame
58º0'N 5500,
Northampton (Heino Unido), 5214
Lea (r.), 129, 131, 140
51º380'N 55º45'0, 177 (Reino Unido), 55º48'N 4º52'0, 19
(estrito) (Reino Unido,
North Uist (1) (Reino Unido), 57º35'N
Lavrador*, 177 Lavret (França), 48º5]'N Sº00'0, 126 Le Mans (França), 48º0[7'N 0º10'L, 126
L'Anse-aux-Meadows (Canadá),
North Minch
06 O, 131,208 Lympne (Remo Unido), 51º05N J"02'T. 131
131 Minsk (Bielormissia), 53º5['N 27º30'L, 13, 189 Misr (Egito), 30º00'N 31º20'L, 196 Mjosa (lago) (Noruega), 60º50'N 10º50'L, 13, 29, 49, 69, 89 Mont St. Michel (França), 48"38'N V29'0, 144, 147 Morávia”, 126 Moray Firth (Reino Unido), 57º40"N 3º50'0, 153
2º510,131 Lanlerf (França), 48º38'N 3º00 0,219
ôkuldalur (x.), 173
orasan*, 196
189
Orcades (1.) (Reino Untdo), 59º00'N
Omes
(r.), 144
Orphir (Reino Unido), 58º56'N 3º08'0,
153 (Noruega), 59º16'N 10º25'L, 69 Oseberg Oslo (Noruega), 59º50'N 10º45'L, 13, - 9,89, 200. Ostergoiand*, 115, 200 Ottarshôgen (Suécia), 60º13'N 17º50L, 29 Oulu (Finlândia), 65"00'N 25º26'L, 13
Oulu (lago) (Finlândia), 64º30'N
27º00 L, 15, 29, 49, 69,89 Ouse (r), 129, 131, 134, 208 Oxford (Reino Unido), 51º45'N 1º15'0, 131, 208 EAR
(França), 48º07'N 2º10'0,
l
Papa Stour (1) (Reino Unido), 60º20'N
1º420, 153
Papey (Islândia), 64º36'N 14º]7'0, 173
Paris (França), 48º52'N 2º20'L, 79, 126 Parville (França), 49º06'N 1º05'L, 1d4
Paviken (Suécia), 57º29'N 18º19'L, 46, 49, 79, 89
Peipus (lago) (Raissia (Estônia), 58º30'N
7º30'L, 13, 29, 49, 69, 89, 189 Penselwood (Reino Unido), 51º05"N 270, 208 Pentland Firth (Reino Unido), 58º40'N 3000, 153 Péran (França), 48º26'N 2º48'0, 147 a
(Ucrânia), 50º05'N 31º28'L,
189 Périgueux (França), 45º12'N 0º44'L, 126
Pêrsia*, 196 Pictos, reino dos*, 126 Pielinen (lago) (Finlândia), 63º20'N
29º50'L, 13, 29, 49, 69, 89 Pilton (Reino Unido), 51ºL0'N 2º35'0, 131 Pinhoe (Reino Unido), 50º49'N 3º29'0, 208 Pinsk (Bielornissia), 52º08'N 26º0I'L, 189
Unido), 51º27'N 134 +7º39'N 2º05'0, 147 Unido), 55º59'N
Rennes (França), 48º06'N
1º40'0, 147
Reno (x), 79, 126, 196 Repton (Reino Unido), 52º50'N 1º390, 129, 134 Réville (França), 49º37ºN 1ºIS'O, 144 Reykholt (Islândia), 64º40'N 21" 150, 173 Ribblchçad (Reino Unido), S4º10'N
2140,
134
Ribe (Dinamarca), 55º 19'N ST,
49,
79,89, 115, 200, 211 Riga (Letônia), 56º55'N 24º08'L, 13, 79, 189, 196
Ringsted (Dinamarca), 55º28'N LIS49L, 49,89, 200 Risle (x), 144 Roaland*, 200
Roberishaven (Reino Unido), 38º39N
3º01'1,, 153
Ródano
(x), 126
Roma (Jtália), 41º54'N 12º29'L, 79, 1a6
Roskilde (Dinamarca), 55º 39N
12º07'L, 13, 89, 115, 200, 21]
Ross*, 153, 219
Ross, Arpyll de*, 219 Rostock (Alemanha), 54º06'N 12º09'L, 189 Rouen (França), 49º26'N 1º05'L, 79, 126, 144
Roum (Dinamarca), 56º30'N B'º48'L, 29 Ruffiac (França), 47º48'N 2º15'0, 147 Rúgen (1,) (Alemanha), 54º30N 3º30'L, 13, 29, 49, 69, 189 Rum (i.) (Reino Unido), 57º00'N 6º20'0, 153 Runsa (Suécia), 59º32'N 18º12'L, 49 Saaremaa (1.) (Estônia), 5Bº30'N 29º30'L,, 13, 29, 49, 69
Sabhall (Reino Unido), 54º2V'N 5450, 219 Saedding (Dinamarca), 55º28'N 8º28'L, 49 Salfron Walden (Reino Unido), 52º02ºN
0º15'L, 134 Saimaa (lago) (Finlândia), 61º20'N 28º00'L, 13, 29, 49, 69, 89, 189
Saintes (França), 45º44'N 0º38'0, 126
Salisbury (Reino Unido), 51º04N
148'0, 129, 208 Saltee (i.) (Urlanda), 52º08'N 6º36'0, 153 Samarcanda ( uistão), 39º40'N
66º57'L, 79, 19
Sampetersburgo (Rússia), 59º55'N
30º25'L, 13 Sanda (Suécia), 59º35'N 17º45'L, 49 Sandavágur (Dinamarca), 62º03'N
7080, 167
Sandnes (Dinamarca), 64º12'N
50º16'0, 176
Sandoy (1.) (Dinamarca), 61º50'N BELO,
167
sanear (Dinamarca), G1º50'N 6º48'0, Sandwich (Reino Unido), 51º16'N 1º21'L, 208
Sandwick (Reino Unido), 60º00'N rIfO,
153
Porlock (Reino Unido), 51º14'N 3º36'0,
Santon Downham (Reino Unido),
Portchester (Reino Unido), 50º48'N
São Jorge (canal), 128, 129, 131, 134,
14ô
1º06'L, 131 Portland Bill (Reino Unido), 50ºSV'N 227 O, 126
.
55º 04'N 42º04'L, 189
Poutrocoet*, 147
140 Saraya Rússia (Rússia), 58"00'N 31º22'L, 189 Sarah (?.) (Mátia), 40º00'N 9º00'L,
Praga
Sastis (Reino Unido), 51º84'N 0º42'0,
Powys*, 134
(Reprública Tcheca), 5Oº0G'N 4º26'L, 79
Pripet (x), 189
Pronsk (Rússia), 5P07'N 39º36'L, 189 Prut (r.), 189 Pskov (Rússia), 57º48'N 28º26'L, 189 Pu Er (Ucrânia), 5Iº2V'N 38º53'L, 189 Pyasozero (lago) (Rússia), 66º00'N 31º00'L, 1
Qilakistoq EMA
(Dinamarca), 70º39'N 176
Quentovic (França), 50º30'N 1º37'L,
fa es uimper (França),), 48º00'N- 4º06'0 O,
ao
Quimperlé (França), 47255'N Sº81'0, 145 Rampside (Reino Unido), 54º05"N s10'0, 134
131
Saxônia*, 126 Sées (França), 48º36'N Oº10'L, 144 Sepgozero (lago) (Rússia), 63º15'N 33º40'L, 13 Sena Mota) (França), 50º00'N 0º300,
Smnja o(2.) (No Fl 6920'N 17º30'L, (Noruega), [5 29, 49, 69, 89
Sever (r.), 129, 181, 184, 140, 208
Shaftesbury (Reino Unido), 51º00'N 2º12'0,181
Shannon (x), 153, 219 Sherson (Reino Unido), SI4PN
2º12'0, 208
|
Sheuand ft, (Reino Unido), 60º20'N 115'0, 79, 126, 153, 177, 219 Shoesbury (Reino Unido), 51º31'N 0º49'L, 131
Sicília (1) (Jtélia), 37º30'N 14º00L, 126 Sigtuna (Suécia), 59º36'N 1744 L, 49, 89, 115, 189, 200, 211
INDICE TOPONÍMICO écia), B0'S0'N 14º40'L, tan (logo) (Su sig 99,49,69,89
St, Tudy (França), 47'54'N 4º16'0, 147 SL Fr
L, 69 e e suácia) 55º35'N 1454º2º30'5' N
Cano",
L, o Seria), 449º42'N 19º16'
aa
196
dia
N
0 (1) (Dinamerea), SOPS
salanar. 13.99, 49, 69, 89, 115 :
-
dito
(Russia), 52º35'N 392461,
ua
er (Noruega), 58º5B'N 5º45'L,
3,
200
Steinfinnastadir (Islândia), 6345'N 19º45'"0,173
dentyborg (Suécia), 59º24ºN 17º98'L,
Skelling Michael (Irlanda), 51º47'N
NE To
J0'S0'L, 126 skelling, The fi.) (1 nanda), 51º47"N 10*30'L, 153 sen (Noruega), 59º12ºN 9º36'L, 49,
(Noruega), B4º09'N 12º00'L,
Stông (Islândia), G4º10'N 19º47'0, 173
Storsjon (lago) (Suécia), G310'N
skopunarfggrdhut (canal) Dinamarca), 61º55'N 6º50'0, 167
Skuldelev (Dinamarca), 55º48'N 12º02'L, 49 Skúvoy (1.) (Dinamarea), GIATN 48 O, 167 Skve (1) (Reino Unido), 57º20'N 6º15'0,
158, 219
Skyhill (Reino Unido), 54º19'N 4º250,
919 e Si (Dinamarca), 55º24ºN 11º28'L, q Slusegárd (Dinamarca), 55º00'N
15º07'L, 69 Smerwick (Irlanda), 52º12ºN 10º23'0,
153 Smiss (Suécia), 57º15'N 18º39'L, 46
14º20'L, 13, 29, 49,69, 89 Strangford (Reino Unido), 54º928'N : 5º35'0, 153 trangnãás (Suécia), 59º04º'N 16º95'L,
200.
Stratheclyde e Cumbria*, 208
189
Sodertalje (Suécia), 59º1Y'N 17º39'L, 49
1€ ES, 59, 49,69, 89 Saltuvik (Dinamarca), 61º53'N 6590, 167 Solway Firth (Reino Unido), 54º50"N 3º45'0, 153 Sonning (Reino Unido), 5Iº29'N (550, 184 Sorte Mulde (Dinamarca), 55º04'N 15º09"0, 29 r (Dinamarca), 55º04ºN
42º04'L, 189 South Uist (1.) (Reino Unido), 57º15ºN 7º90'L, 153, 219
uia
(Polônia), MP4SYN 28º15'L,
(Dinamarca), 6213N 64Q,
1
Taby (Suécia), 59º29'N 18º04'L, 49 Tafta (Suécia), 57º31ºN 18º06'L, 46 Talacre (Reino Unido), 53º20'N 3º24'0, 134 Tallin (Estônia), 59º99'N 24º48'L, 18, 189 Tamisa (1), 129, 181, 134, 134, 140, 208 Tamnaren (lago) (Suécia), G0º10'N 17º95'L, 206 (Finlândia), 61º32'N 28º45'L, Tampere
18,49
Southwark (Reino Unido), 51º30'N
Tan gelgárde (Suécia), 5Tº49'N 18º40'L,
0"06'0, 181
ar ga 147
69º13'L, 79
(França), 4715'N 1º270,
Tavistock (Reino Unido), 50º83'N
St Bee's (Reino Unido), 54º29'N 3º36'0, 219 $t. Bricuc (França), 48º31"'N
147 219
SL RE Rute 1º41'L, 1
St. Gildas de Ran 250'0,
14
Tay
.
(França), 47º80'N
Rilda (1.) Lino Unido),
8º54'0, 15
0'0, 147 St. Malo (França), 48º39'N 2º0 2120,
St Méen (França), 48º117'N 147 St. Melaine (França), 48º13'N 1370, . 147 St. Nazaire (França), 47º17N 9º12'L, 147 St Neots (Reino Unido), 52º14º'N 0º16'0, 134
| ança), 50º45'N 2º15'L'L, . 126 St. Omer (Fr St. Patrick (1.) (Reino Unido), 54º14 N : 449"0, 153 St Petroc (eo Unido), 50º35'N 4570, 20
É
St Philibert (França), 46º59'N 1º31'0,
147
St Pol de Lean (França), 48º42'N
, 400'0, St. Suliac (França), 48º36'N 155'0, 147
(r), 153
Teignton (Reino Unido), 50º53'N
no
2º17'O, 147 St. Jacut (França), 48'36'N 57º 49"N
St.
4º08'0, 208
Torto, 129, 131, 134, 140, 153, 208
2º45'0,
(França), 49º12ºN
1400, 134
Tashkent (Uzbequistão), 41º16'N
(x), 153, 219
de rind (Dinamarca), 55º56'N 9º09'L,
aa Sberg (Noruega), 59º 16'N 10º25'L, Topoze ro (lago) (Raissia), 65º45"'N 32%(W'L, 13 ao (Reino Unido), 5Sº18º'N 045, Tome (1), 18, 29, 49, 69, 89 dora Res (Rússia), 56º80'N S1º40'L, 189
Torsbu 46, 4
n (Suécia), 57º26'N
denalount
18º45ºL,
(França), 43º37'N Iº97'L,
Tours (França), 47'29Y'N 0º49'L, 126 Frente (Dinamarca), 56º22'N 9º00'L, Trans (França), 48º30'N 1º35'0, 147 Trebizonda ( Turquia), 41º00'N 59º45'L, 189, 196
RARE
(França), 4847'N 3140,
47
destebon 4
(Suécia), 55º2W'N 19º 10'L,
“S0'O, É Tejo (1), 126,1 Teltenhall (Reino Unido), 52º42'N 22800, 140 Tempsfot (Reino Unido), 52º06'N
Oº2B'L, 140
Terranova (1.) eu
48º30'N
Bo0'O, 1 ae (Reino Unido), 51º22'N 1º15'L, 129 Therford (Reino Unido), 52º25'N | 0º45'L, 129, 134, 140 Thingvellir (Islândia), 64º15'N 91º06'0, 115, 173 iórsá
(Dinamarca), 55º17'N
Tromsg (Noruega), 69º40'N 19º00'L, 13 Trgndelag*, 115
Trondheim (Nidaros) (Noruega),
63º36'N 10º23'1, 13, 89, 115, 200, 211
Truso (Polônia), 54º22'N 18º88'L, 79,
189 Tuloma (r.), 13
Tuna Alsike (Suécia), 58º45'N 17º'4S'L, 09
Tuna Badelunda (Suécia), 58º4[7'N 16º33'L, 69
(1), 173
Thormey (Reino Unido), 52º87'N anos 0º07'0, 131 Thórsham Comte 6ºº02'N 2470, 16 22º34'0, mide (Islândia), D4º59'N 206 e, (Geórgia), 41º48'N 44º48'L, Tigre (r), 79, 196 Tirconnell*, 219 56º80'N Tiree (1) (Rano Unido), 6º50'0, 153 Tirowen*, 219
Tungnaá (r.), 173 Tuquoy (Reino Unido), 59º20'N 3º00'0, 58
Turku (Finlândia), 60º67'N 22º15'L, 49
Turov (Bislomissia), 52º0F'N 27º40'L, 189 Tyne (r.), 129, 131, 153, 208 Tynemouth (Reino Unido), 55º01'N 1º24'0, 126 Tynwald (Reino Unido), 54º15'N 4º36'0 158 Udal (Reno Unido), 57º40'N Fº27'0, 153
153, 219
Ume (x), 13, 29, 49, 69, 89 Underhoull (Reino Unido), 60º49'N 0º59'0, 153
Upland*, 200
Upsália (Suécia), 59º55'N 17º38'L, 115, 200, 206, 211 Utrecht (Holanda), 52º04º'N 5º0T'L, 126
Uusikaupunki (Finlândia), 60º48'N
21º30'L, 49
Va (Suécia), 56º09'N 13º45'L, 29 GS Vaasa (Finlândia),
Vágar
(i.) (Dinamarca),
À 13
| 50, 167 Valence (França), 44º56'N 4º54 L, 126 Vallebarga (Suécia), 55º23'N 14º04L, 69 Valspârde (Suécia), 60º1V'N I71I'L, , 69 Vãnem (lapo) (Suécia), 59º00'N 13º SLOTS, 29, 49, 69, 89, 200 Vanhalinna (Finlândia), 60º36'N 22284'L, 49 Vannes (França), 47º40'N 2º44º0, 147 Varsóvia (Polônia), 52º15'N 21º00'L, 13 Vaskinde (Suécia), 57º41'N 18º22'L, 46 Vasterãs (Suécia), 59º36'N 16º82'L, 200 Vastergarn (Suécia), 57º24'N 18º14'L, 46, 49
Vastergôland*, 115, 200
14º30'L, 13, 29, 49, 69, 89, 200 Vaxjo (Suécia), 56º5YN 14º50'L, 200 Vellinge (Suécia), 55º28'N 13º0T'L, 69 Vendo (Suecia), 60º13'N 17º50'L, 29, 39 Vermon (França), A9"19'N 1º98'L, 144
Vertou (França), 471 N 1º25'L, 147 Vesterálen
(1,) (Noruega), 68º55'N
Vestmanna
(Dinamarea), 62º00"N
15º00'L, 13, 29, 49, 69,89
TINO,167 Vestmanna (1.) (Islândia), 63º30'N 20º20'0, 115, 173
Vidoy (1) (Dinamarca), 62º20'N Ga07ro, 167 Viken*, 115 Vilaine (x), 147
Vilnius (Lituânia), 54º40'N 25º19'L,
13
Vinland*, 177
(Dinamarea), 56º28'N 9º25'L, Virborg 49,89, 115, 200, 211 Vire (r.), 14d Visby (Suécia), 5TºS7'N 1Sº20'L, 46,
189, 200
Vistula (r.), 13, 29, 69, 79, 189, 196
30º 1F'L,
( Russia), 56º08'N dOº25'L,
(Ucrânia), 50º5I'N 248º 19º, a 189 Volchov (x), 189
(r.), 79, 189, 196, 106
Volpa
Vorbasse (Dinamarca), 55º36'N 9º08'L, 49 Vowlan (Reino Unido), 54º20'N 4º23'0, 153
Vyrozero (lago) (Rissia), 63º80'N AOL,
5
Wallingford (Reino Unido), 51º36N 1070, 129, 131, 208 Waltham (Reino Unido), 50º57'N 1130, 208
Walthamstow (Reino Unido), 51º42ºN
OºD1'L, 134
Wareham (Reino Unido), 50º4I'N
2º08'0, 129, 131 Warwick (Reino Unido), 52º17'N Jº'36'0, 131 1 0'L, 196 Wasil (Uraque), 32º17'N 44º Watchet (Reino Unido), 51º10'N
Yo, 131, 208 Waterford (Irlanda), 52ºL6'N 7º08'0, 158 Wedmore (Reino Unido), 51º14ºN
a49"0, 120
Wensley (Reino Unido), 54º 19'N 2º04'L,
134
Ulfrecksfjord ver Lane
Ulster*,
Vattem (lago) (Suécia), 58º30'N
189 asa
11º15'L, 49,89
13,
Vatnajókull (geleira) (Islândia), 64º20'N 1700'O. 178
Vitebsk (Bielomissia), 55º L0'N
Tune (Noruega), 59º15'N 10º55'L, 69
Syr Darya (x), 79
Tamworth (Reino Unido), 52º89'N
79, 181, 208
f
Trent (x), 129, 131, 134, 140, 208 Tribos eslavas ocidentais*, 126 Tribos eslavas orientais*, 126
7º15'0,167 Suir (7.), 153 Sulgrave (Reino Unido), 52º07'N 080, 134 Sundsvall (Suécia), 62º22'N 17ºP0'L, 13
Vasterheie (Suécia), 57º35'N 18º,
(Dinamarca), GO14'N PALO,
Suduroy (1.) (Dinamarca), 61º32ºN
Southampton (Reino Unido), 50º54'N 1230,
aus
Trelleborg
Streymoy (1.) (Dinamarca), 62º 'N “UNO, 167
pa
rg
Tjornuvik (Dinamarca), 69º TIN TOMO, 167 Tmutorokan (Rússia), 45º00'N 56º39'L, 189
Stralhelyde*, 126, 153
Sutherland”, 153 Suzdal (Rússia), 56º23'N 41º27'L, 189 Svinoy (1.) (Dinamarca), 6217N 6180, 167
Smolensk (Rússia), 54º49'N 32º04'L,
Se
0290, 134,140, 208 52º 47"L, 79, 189
o
em
is
(Espanha), 4224 7"N Bº5S'O,
Starava Ladoga (Rissia), 59º54'N
gkara (Suécia), GRº22"N 13º25'L, 115,
Sogdiana*,
uilia
o
Stamford (Reino Unido), 59º39'N
.
200, 211
126, 144
2070, 134
89 a (canal), 15, 29, 49,69, 43'0, Sail (Reino Unido). 58º56 N 2º 3 etalho (Istândia), 64º08'N 20º3T'L, e 15,173 N 20º00'0, 64º07' ia), (istând san 173 kane*, 115, 2(M)
120,
Stafford (Reino Unido), 59º48'N
(r), 179
atrá
/
(França), 48º45'N
St Wandnille (França), 49º39ºN (ras:
(Reino Unido), sm Folds 134 di
a
Wessex*, 115, 126, 129, 131, 134, 140 Westness (Reino Unido), 59º09'N
040, 153 Wexford (rlanda), 52"20'N 6º28'0, 153 Wharram Percy (Reino Unido), 5$ºOIN 0º43'0, 134 Whithom (Reino Unido), 54&º44ºN 4º25'0, 153, 219 Wicklow (Urlanda), 52º59'N 6º03'0,
153 Wight (1.) (Reino Unido), 50º40'N º17'0, 129, 208 Williton (Reino Unido), 51º09ºN
3º20'0, 129 Wilton (Reino Unido), 51º05ºN 1º57'0, 129, 131, 208 Winchester (Reino Unido), 51º04ºN
1190, 131, 208, 211 Wolin (Polônia), 53º51'N 14º38'L, 79, 189 Worcester (Reino Unido), 52º] VN
2º13'0, 131 Wroxeter (Reino Unido), 52º4V'N 2229'0, 140
Wye (x), 134
Yngaren (lago) (Suécia), 58º50N 6º35'L, 206 York (Reino Unido), 53º58'N 1º050, 79
Yite Moa (Noruega), 60182ºN 7º05"L, 49
249
; MA - ddPENHA | |
E
=
INDICE ANALÍTICO
INDICE ANALÍTICO
Ártico 12, 15, 16, 19, 165,
À
223
apássida, califado 43, 184,
“188, 197-198, 207
Adam de Bremen
(missio-
nário alemão) 44, 75, 109,
111, 114, 173, 206, 211
adelsô, Suécia 44, 47 Afeganistão 197, 198 África 127, 146, 195
Agantyr, rei da Dinamarca 44, 84 Aggersborg, fortaleza de, Dinamarca 52, 56 agricultura 16, 18, 22, 25, 97,28, 31, 48, 58-60, 151, 164, 166, 167-168, 174, 175, 222 Ahus, Suécia 35, 88 Al-Tartushi (comerciante
árabe) 81
Alain, o Grande, governan-
Ea
fo Eh a
TE
ads
==
te da Bretanha 146
Aland, ilhas, Finlândia 45, 72,91 Alcuin (clérigo inglês) 124 Alemanha 84, 101, 103, 120, 136, 198, 201, 207
ver também Rúgen
Alfredo, o Grande, rei de
Wessex 85, 115, 116, 127, 129, 130, 131, 132 alimentos 64, 66 Althing 173, 220, 221 Altuna, pedra(s) rúnica(s) de Suécia 110
Âmbar 78, 82, 96
América do Norte 14-15,
38, 164, 176-179, 223
Americanos indígenas
(skraelingar) 177, 178
Anais de Santo Bertin 127 Anais Irlandeses 154, 159, 160 Anais Reais Francos 44, 45 Andreas, lápide funerária de, Man 155, 158
Angers, França 211 Anglesey, ilha de Ongul,
País de Gales 158, 160 Ânglia Oriental, Inglaterra 1292 127, 129-133, 142
Anglo-escandinavos, estilos, ver Inglaterra, intercâmbio cultural
Anglos 148 Annagassan, Irlanda 160
Annales Xantenses 142 Ansculfo, rei de Dublin 221
Ansgar (missionário) 44,
81, 83, 84, 115, 120, 206
Appledore, Kent 116
Árabes 48, 1927, 146, 147, 184, 189, 197-198
Ardre, pedras rúnicas de, Gotlândia 111
Argisbrekka, Feroe 168
Argyll 148, 219 Arhus, Dinamarca 52, 100. 120, 200
Ari Thorgilsson (historiador islandês) 100, 119, 171 Arkona, templo-fortaleza de, ver Rúgen
Armas 52, 54-55 época viking 39, 64, 91-92, Idade do 26 Idade
52, 54-55, 57, 137 ferro 91-99 Bronze 28, 924, do Ferro 24
Neolítico 22 romanas 27
arústicos, estilos 38, 55, 90,
97, 98, 99, 137, 138, 139 Askerkar, barco de, Suécia 75
Asser (biógrafo de Alfredo, o Grande)
159
Assistência Pastoral 130
Altheney, Inglaterra 130 Althestan, rei da Inglaterra
116, 142, 146 Atlântico Norte 164-181
Ayres, Man 155
B
Birka Suécia 45, 47, 48,59,
58, 60, 68, 72, 78, 81, 8485, 86, 87, 92, 118, 120, 184, 195, 197, 198, 201, 204 Birsay, Órcades 150, 215, 216, 217,218 Bizâncio (Constantino-
pla/Istambul/Mikligardr) 39, 75, 78, 79, 84, 86, 115, 135, 136, 147, 184, 189, 194, 195, 196, 197, 198, 206, 207,211
Bizantino, Império 184,
188, 195-198
Balladoole, Man 155, 156,
157
Ballateare, Man 157
Ballinderry, Irlanda 160 Báltico, mar 14, 18, 19, 27, 38, 45, 47, 48, 84, 96, 184,
188, 189 Bamberg, arca de, Alema-
nha 99 Bangor, País de Gales 159 Barcos 38, 40, 74-75, 76, 79, 88, 91, 164, 180-181 Bardsey, País de Gales 160 Bayeux, França 145 Bayeux, tapete de 212, 215 Beda, o Venerável (historiador inglês) 134 Beginish, Irlanda 165 Beloozero, Rússia 197 Beorhtric, rei de Wessex
122 Bernard (bispo inglês) 119, 120
bússola 180-181
Colônia Ocidental, Groen-
de, Órcades 1592
CU Caithness, Escócia 148, 150, 151, 152, 154, 214, 215, 219
Colonsay, Hébridas 154, 219
lândia 174-176, 177, 182, PD? DAS
Caldey, País de Gales 159,
160
Canuto, o Grande, rei da
de, Suécia 102
Bjórko, Suécia 45, 47, 84, 85, 86, 87
Bjorn, rei da Suécia 45, 84
Bjorn, o Costas de Ferro (chefe viking) 127, 146, 147 Bjorn, o Manco (poeta da corte) 218
155 Camp de Péran, França 146
Inglaterra e Dinamarca
cristianismo enterros 118,
Carlos, o Calvo, rei franco
143 Carlos, o Simples, rei franco 145
Carlos Magno, imperador
Carolíngio, Império 125,
Brattahlid, Groenlândia 174, 175, 176, 220 Bremen, Alemanha 120
Bretanha 144, 145-146, 147, 148, 159 brinquedos 64, 66, 168 Bristol, canal de 158, 160 Bristol, Inglaterra 163 Broa, estilo de 97, 98
Bronze, Idade do 22, 23-24,
26, 29, 150 bronze, metalurgia do 88, 92-93, 95 Brunanburth (batalha, 937) 142, 212 Bryant”s Gill, Inglaterra 135
Buckquoy, Órcades 150 Bulgar 197, 198 Bulverket, edifício do lago, Gotlândia 48 Buge, tesouro de, Gotlândia 47
imperador de Bizâncio 195, 196
viking 35, 52, 55, 122, 197 Carew, cruz de pedra de, País de Gales 160
capacetes 40 Idade do Bronze 24, 29 época
Bornholm, Dinamarca 19,
bracteado 28
pondentes aos paises Constantino Porfirogeneta, Copenhague, Dinamarca
Carmarthen, País de Gales
Borre, Noruega 41, 44, 97 Bótnia, golfo de 19, 91 Braaid, Man 155, 156, 157
comércio 27, 31, 32, 28, 43, 48, 78, 79, 81, 83-85, 88, 91, 135, 159, 160, 134, 188, 189, 195-198 ver também as entradas corres-
108, 120, 138, 139, 200, 208, 209-211, 212
Block Eary, Man 155 Bohuslan, Suécia 22 Borg, Lofoten 29, 44, 45, 61
28, 31 Borre, estilo de 97, 98, 99, 138
lândia 174, 175, 176, 177, Colônia Oriental, Groen-
223 Bjorke, missal de, Noruega 124
Bjoketorp, pedra rúnicas
Collingwood, W. G. (artista inglês) 221
2922, 223
Calfog Man, Man
Borgund, Noruega 201, 203
Baffin, ilha de 177, 178, 223 Bagdá, Iraque 38, 43, 80, 197, 198 Baku, Azerbaijão 198 Baleares, ilhas 140
Colby, País de Gales 159
Bjarni Herjolfsson (mari-
nheiro viking) 176, 177,
Codex Regius 106
burhs 131, 132, 133, 135, 141-141 Burrav, tesouro de prata
1924, 142, 143, 144, 145 158
1927, 131, 142, 143, 144, 145, 147 casa da moeda 41, 88, 136, 162, 200, 204 casas 60-63, 81, 83-84, 156, 157, 168, 172 Cápsio, mar 39, 75, 146, 197, 198, 206, 207
Cass ny Howin, Man 156 Castletown, túmulo de,
Escócia 154 cavalos 64, 74, 75 redéas 74, 75, 98, 99 Celtas 32, 138, 142, 147, 148-163 cerâmica 27, 38,91, 135 Chartres, França 142, 145 chefes 24, 27, 28, 31, 45
Cherburgo, França 145 Chester, Inglaterra 132, 163 China 184, 195, 197, 198 cidade 48, 52, 63, 78-85, 88, 200, 201, 206
19 Cork, Irlanda 160, 221 cozinha 66 utensílios 26, 62, 144, 146 135, 138, 158, 204 136, 188, 200-2083,
139, 155, 157igrejas 99, 118, 192, 193, 194, 206, 212, 215,
918, 222-223 introdução
do 25, 38, dd, 45, 54, 59, 73, 74, 100, 101, 105, 106, 111, 1114-116, 119120, 122, 124, 137, 145, 173, 176, 190, 200-201, 206, 220-223 missionários 32, 84, 116, 119, 120, 148 obras literárias e artísticas 44, 86, 101, 102, 103, 193, 207
“Crônica Anglo-saxônica 116,
122, 125, 127, 128, 129, 130, 132, 134, 135, 207, 209 Cronk ny Merriu, Man 155, 156 Cubbie Roo, castelo de Órcades 218 Cuerdale, tesouro de,
Inglaterra 141
D Dalalven, Suécia 17
Dalriada, reino de 148
Cinco Vilas 135
Dalum, pedra (s) rúnica (s)
clima 12, 14, 15, 16, 18, 25, 222, 225 Clontarf (batalha, 1014) 219
Damasco 197 danegeld 103, 125, 127, 144,
Close ny Chollagh, Man 155, 156
de, Suécia 101
159, 201, 208-209 Danelaw 129, 131-137, 141-142, 207, 209
253
dp
E
ÍNDICE ANALITICO
Danevirke, Dinamarca 35, 44, 45, 47, 48, 81,83, 124 Dankirke, Dinamarca 28
Dyed, País de Gales 158, 159
Davis, estreito de 177, 223 dentes de morsa 78, 88, 213
Dynna, pedra(s) rúnica(s) de, Noruega 103
povoamento viking 44, 150-154, 213, 214, 215,
159, 160, 162, 163, 219, 221
218, 219 topônimos 150151, 153
escravos, 43, 62, 78
Derby, Inglaterra 134, 135,
escudos 24, 39, 55
Deuses 108, 109, 110-111, 114-115,137 ver também
esculturas cruzes 138, 155,
cristianismo e paganismo
Dicuil (monge irlandês)
164, 166, 170
Dinamarca 12 agricultura 18, 22, 48, 58-59
97, 99 marfim 213 pedra
Ed, pedra(s) rúnica(s) de,
Suécia 197
Lddas (Maiore Menor) 106,
caminhos e estradas 72,
74 casas 61, 63,81, 83-84 comércio 27, 88 como
estado nacional 207 costumes funerários 26, 68, 69, 72, 73, 75, 118 fim
da época viking 200, 201,
207-209, 210, 213 flora e fauna 16, 18 fortificações 35, 45, 47, 48,52, 5657,
61 geologia 14, 18
história antes dos vikings
111, 112, 222 Edgar, o Pacífico, rei da Inglaterra 207, 208 Edington, batalha de, 129, 130 Edmundo, rei da Ânglia Oriental (Santo
Edmundo) Edmundo
115, 130
II, o Costas de
Ferro, rei da Inglaterra 209, 211 Eduardo, o Confessor, rei
22, 23, 24, 25 igrejas 115, 118, 200-201] incursões e pirataria 38, 125, 143144, 200, 207, 208-209 engenharia 56, 200, 208
da Inglaterra 210, 211, 212-213 Eduardo, o Maior, rei da Inglaterra 141, 142 Egilsay, Órcades 218
minério de ferro 24
Egtved, Dinamarca 24
Eidhi, Feroe 168
movimentos de população 14, 15, 28
Eiriksfjord, Groenlândia
paisagens 18 pedras
174, 175, 176
rúnicas 100, 102, 118, 120, 197 poder real 18, 35, 43-44, 52, 200, 207, 208, povoamentos 52, 58-59, 63,
56-57, 118, 210 38-39, 48, 83-84, 88,
200 povoamentos pré-
vikings 25, 27, 31 religião 38, 44, 111, 114, 115, 118, 120, 200 território
17, 135 viagens e comunicações 48, 72, 74, 184 Dingwall, Escócia 43, 150,
220 Disko, ilha de Groenlândia 177, 223 Dniepre, rio 184, 189, 194, 195, 197 Doarlish Cashen, Man
Domesday Book 134
156
Dorestad, Frísia 143 Drangey, ilha de, Islândia 106
Drávle, pedra(s) rúnica(s) de, Suécia 113 Drimore, Hébridas 152
Druzno, Polônia 184 Dublin, Irlanda 97, 135, 141, 142, 152, 153, 158,
254
É
160 madeira 64, 90,91,
Eketorp, Oland 30, 31, 48
Elfric (pregador inglês) 111 Elizabeth, esposa de Haraldo Hardradi 188 Emma (Elfgyfu), esposa de Canuto 210
época pré-viking 22-55 época pré-viking final 200-
223 Erik, o Machado Sangrento
(chefe viking) 116, 127,
22, 24, 47,91, 97,98, 116, 122, 136, 137, 138, 139, 155, 157-158, 160, 163 Eslavos 19, 75, 83, 143, 184, 186, 187, 188, 189, 190, 192, 194, 195, 196, 197 Espadas 26, 39, 52, 54, 79, 91, 128, 219
Espanha 127, 146-147, 197 Essex, Inglaterra 132, 142, 208, 209 Estocolmo, Suécia 85, 101 Estônia 14, 91, 184, 195 Estrada do Exército,
Dinamarca 74 Estradas e caminhos 48, 72, 74, 101, 200 Ethelred, chefe de Mércia
142 Ethelred I, rei da Inglaterra
(colonizador da Groenlândia) 119, 171,
1738-174, 176, 177, 220 Ermentário de Noirmoutier (monge franco) 143 Escandinávia climas e solos 15 enterros 69, época
viking 16, vegetação ver
também os diferentes países
Escócia Celtas 142, 148, fim
da época nórdica 213, 214-215, 218, 219 igrejas
215 incursões vikings 217, 148-151, 214 inscrições rúnicas 103, 214, 215
inicial 24, 26, 27-28
ferro, metalurgia do 91-92, 174 Ferro, minério de 24, 78, 91 Finlândia comércio 88, 91, costumes funerários 68, 712, 73 flora e fauna 19,
geologia 19 idioma 19
paisagens 19 poder real
44, 45 população 14, 19 povoamento viking 19, 60 povoamentos 88, 91 religião 45 território 19 viagens e comunicações 73-74 Finlândia, golfo de 19, 184 Fishguard, País de Gales 160 Flatatunga, Islândia 202 Flateyjarbok 107 flautas 64 fortificações 30, 31, 35, 45,
47-48, 52, 148, 156 fortalezas reais
130 Ethelred II, o Indeciso, rei da Inglaterra 54, 116, 127, 201, 207, 208, 209, 210, 211
dinamarquesas 44, 56-57, 88 França 28, 38, 127, 142-147,
Ethelweard (cronista
Franco, Império 28, 120,
Ethewulf, conde 130
Freswick Links, Escócia
inglês) 111
Etherflaed, filha de
Alfredo, o Grande 142
Evangelhos de Lindisfarne 133 Exércitos 125, 127, 129132, 141
Exeter, Inglaterra 130 Eyrbygejasaga 105, 114
Eysturoy, Feroe 167, 168
142
Erik, o Vermelho
migração (ões), período de inicial (celta /préromano) 24-25, 27 romana final ver Vendel, periodo de romana
148,211,212 128, 131, 1492-146, 164 150, 214, 215 Fribrodre, rio, Dinamarca 75, 88 Frísia 125, 126, 142, 143 Frojel, Gotlândia 88,
Fejo, Dinamarca 145 Feroe, ilhas 14, 164, 166-
169, 170, 171, 176, 218
ferramentas agricultura 59, 174 época viking 41, 59, 91-92, 191 ferro 91-92, 174 Idade do Bronze 24, Idade do Ferro 24
Neolítico 22 Ferro, Idade do 24-28, 29, 392, 148, 150, 156, 218 germânica ver
54, 35, 38, 40, 44, 54, 59, 62, 73, 74, 84, 86, 135, 154, 157, 169, 171, 184,
41, 42, 48, 64, 66, 79, 97, 118, 158, 161, 197, 198
pagãos 34, 135, 152, 154,
155, 156-157, 160, 168169, 204 rito de sutte 157
túmulos de corredor (ou de passadiço) 22 Vendel,
período de 31, 35
furthark 102 Fyn, Dinamarca 18, 27, 56,
120 Fyris, rio, Suécia, 39, 85
Fyrkat, fortaleza de,
Dinamarca 48, 52, 56-57, 200
G Gamila (a Velha) Upsália, Suécia 34, 35, 44, 111,
114, 120 Gardar, Groelândia 120,
176, 220, 222, 223 Gaseborg, forte de, Suécia
47
Gaudbert (bispo) 120 Gaut (escultor) 158
Gerbrando (bispo) 120 Gibraltar 146, 147 Gillhôg, túmulo de corredor, Suécia 22 Gjermundbu, capacete de, Noruega 39, 55 Gnezdovo
(Smolensk),
Rússia 195 Godofredo, rei da
funerárias, cerimônias carros 34, 35, 68, 69, 74, 90, 91 cremação 23, 68,
Godred Crovan, rei de Man
Fuglafjor ur, Feroe 167
enterros reais 34, 35, dl, 4, 69, 73 época viking 38,
fechadura 66
oferendas funerárias 24,
206
69 cristas 118, 135, 138, 139, 15, 157-158, 204
F
Neolítico 22, 26
Dinamarca 44, 45, 47, 81, 143 218
Godred II, rei de Man 219
Gokstad, embarcaçãotúmulo de, Noruega 39,
41,55, 64, 69, 73, 75, 76
40, 41, 42-43, 47, 54, 68, 69, 70-73, 75, 84, 118, 128, 135, 137, 145, 148, 152, 154, 155, 161, 168169, 171, 190-191, 223
Goltho, Inglaterra 135
136, 137, 138, 155, 169
Gota, rio, Suécia 16, 17
esculturas de pedra 122, Idade do Bronze 23-24, 26 inumação 24, 68, 69, 73 naves-tâmulo 26, 34, 35, 42-43, 55, 64, 68, 69, 72, 14, 75, 76, 90-91, 122, 146, 154, 155, 156, 160
Gorm, rei da Dinamarca
41, 44, 118, 120 Gorodisce, Rússia 188, 192
Gosforth, cruz de,
Inglaterra 137, 138
Gotebaldo (bispo) 120 Gotlândia, Suécia 17-18, 19, 31, 69, 73, 197, 206 como centro comercial 27,46, 88,91, 184
fortificações 47-48, 52
ofícios 46, 88, 96, 184 edras pintadas 40, 46, 47,52, 55, 64, 75, 98, 109, 111 vestígios
arqueológicos 46-47, 75, 19,91, 92, 96, 110
Gótu, Feroe 167
verno e leis 43, 100, 119, 173, 219, 220
grande Exército 125, 127,
129-130, 136, 142, 144,
146 grauballe, Dinamarca 21 great Orme”s Head, País de Gales 160
—
ato
TER
Green Shiel, Lindisfarne, Inglaterra 135 Grim Kamban (colono das Feroe) 166, 168 Grimkil (bispo) 119
Grimbsby, Inglaterra 134 Gripsholm, pedra (s) rúnica (s) de, Suécia 101 Grobin, Letônia 184
Groix, embarcação-tâmulo de, França 146 Groenlândia 177
agricultura 175 caça 176 época viking, fim da, 222-
999 inscrições rúnicas
223 paisagens 174 povoamento viking 14,
38, 164, 174-176, 177, 179, 2292-2923 religião 115, 119-120, 174, 222-223
Grontoft, Dinamarca 25
Gross-Raden, Alemanha 187 Gudme, Dinamarca 27, 28, 29, 31, 32 Guilherme da Normandia, duque (Guilherme, O
Conquistador) 134, 212214
Gunnbjôrn Ulf-Krakuson (marinheiro viking) 174 Gurness, Escócia 148 Gustafson, Gabriel
(arqueólogo norueguês)
42
Guthrum (chefe viking) 129, 130-131
Gwyendd, País de Gales 158, 159
H Haakon, conde de Lade 104, 116, 215
Haakon, o Bom, rei da Noruega 114, 116
Haakon IV, rei da Noruega 222
ÍNDICE ANALÍTICO
Hagelbjergeard,
Dinamarca 929 Halland, Suécia 14, 17.19
Hallestad, pedra(s)
rúnica(s) de, Suécia 101 Hamburgo, Alemanha 190
Hâmeenlinna, Finlândia 58
Hamwic (Southhampton), Inglaterra 39 Haraldo (chefe na Frísia) 143 Haraldo, o Cabelos Belos, rei da Noruega 41, 44, 103, 104,114.116.151, 166, 170
Haraldo Dente Azul, rei da
Dinamarca 41, 44, 47, 48,
52,55 56, 74, 98, 99, 115, 118, 120, 200, 201, 208, 210 Haraldo Klak, rei da Dinamarca 120
Haraldo Sigurdarsson (Hardradi), rei da Noruega 188, 196, 211213, 214 Hardacnuto, rei da Dinamarca 210, 211
Haroldo Gowindson, rei da Inglaterra 211-213 Harz, montes, Alemanha
198 Hassle, Suécia 20
Helga (Olga), governante de Kiev 194
Helgi Eyvindarson (o Fraco)
115
Helgô, Suécia 29, 31. 32-38, 78, 197 Buda estátua de. 31, 33, 197 Hemse, Suécia 209 Henrique II, rei da Inglaterra 291]
Herigar, prefeito de Birka 84, 120
Herjolfsnes, Groenlândia 176, 223
Hiddensee, tesouro de,
Alemanha 187 hierarquia social 40-43
História da Noruega (Historia Norvegiae) 171 História das antigiiidades do Reino da Noruega (História de antiquitate Regum
Norvagiensium) 171
História dos arcebispos de
Hamburgo-Bremen 44 História dos Povos Nortenhos 114
hnefatafl 64, 65, 66
Hodde, Dinamarca 25 Hôgom, Suécia 29
Hólar, Islândia 119 Hólmgardr 88
Holy River (batalha, 1026)
Hastein (hasteinn) (chefe viking) 116, 127, 131, 132, 146, 147 Hastings (batalha, 1066) 212, 213
210 Horik, o Velho e o Jovem,
reis da Dinamarca 44 Hornelund, pregadeira de, Dinamarca 94
Healfdene (Halfdan) (chefe viking) 127, 130,
Hovgarden, Suécia 29, 44 Humber, rio, Inglaterra
Hébridas (Sudreys, ilhas do
Hvalsoy, Groenlândia 223 Hylestad, igreja de, Noruega 113 Hywel Dda (Howell, o
133
Sul) ilhas 103, 115, 148, 150, 151, 152, 154, 158, 160, 213, 214, 9218-219
Hedeby,
142, 211-212
Bom), governante de Gwynedd 159
Dinamarca
(conhecida como
Haithabu , Alemanha)
143 45, 47,81, 83-84, 85,
costumes funerários 72, 3 decadência 200, 211
escavações arqueológicas 54, 55, 63, 66, 67, 75, 80-
81 fortificações 47, 48,15, em 1 a j e r g i 1 8 0 8 , 2 5
92, 94 , 1 9 , 1 4 s o i c í f 120 o
as 63, d n e v i v 0 8 , 75 o port 81 de, Hegger, cata-vento
Noruega 99
|
írculo do Heimshringla (O C
, 114 Mundo) 35, 104 ndia 172, â l s I , e t n o m , a l k He 178, 222
Incursões e pirataria 38-39, 40, 75, 124, 125, 127, 143-144, 147, 148-151, 198, 200, 207-209, 211| 212, 213-214 India 32, 184, 198 Ine, rei de Wessex 127 Ingelheim, Alemanha 120 Inglaterra 14, 28 conquista normanda 212-214 costumes funerários 128,
134, 137, 138 danegeld
103, 125, 127, 159, 201, 208-209 esculturas de pedra 136, 137, 138, 139, 210 incursões e campanhas vikings 38, dá,
52, 54, 103, 115-116, 122133 inscrições rúnicas 101, 158, 160, 210, 211 137, 138, 141, 201, 210
invasões norueguesas (1066) 211-213 oficios 135, 136 povoamento viking 129-131, 133-141 recomeço dos ataques (c. 980-1016) 200, 207, 210 religião 115-116, 122, 124, 130, 137 topônimos 39-40, 43, 88, 134-135, 155 Ingleby, Inglaterra 137, 139 Inglof (colono islandês) Va Ingstad, Helge (explorador norueguês) 178 Ingvar (Igor), governante de Kiev 194 Ingvar, “o que viajou longe”, 101, 103, 105, 116, 120, 158, 160, 163, 197, 206, 207, 210, 211, 214, 215, 223 insígnias 67 nuit 174, 176, 223 lona, Hébridas 148
Irlanda 33, 153, 219 costumes funerários 160rúnicas 163, ofícios 38,
Iarlabanki, estrada elevada
de, Suécia 74, 101
Ibn Fadlan, comerciante
árabe 43, 198 Idade do Ferro pré-romana ver Ferro, Idade do, romana inicial
Jêmen 198
Igrejas de aduelas 99, 202203 IImen, lago, Rússia 184, 192
164, 165, 166, 169-178, 176, 219, 221-222 religião 44, 114-115, 119, 2921-299
sagas 44, 64, 100, 103106, 107, 114-115, 171, 206, 221, 222 Islay, Hébridas 219 Isleif (primeiro bispo da Islândia) 119
Ismanstorp, forte de, Otland 48
Itália 96, 127, 143, 146-147, 201 Itil (capital de Khazar)
198 Ivar Bardarson (sacerdote
norueguês) 222 Izborsk, Rússia 195
intercâmbio cultural 134,
161 incursões vikings na 125, 127, 214 inscrições
l
169, 170 povoamento viking 14, 38, 44, 163,
162 povoamento viking
65, 103, 135, 141, 142, 152, 160-161, 162, 163, 170, 207, 219, 221
Irlanda, mar de 152, 153, 154, 158, 160, 163, 207, 218, 219 Isafjórd, Groenlândia 176
Islândia agricultura 222,
época viking, fim da 221222 governo € leis 173, 220, 221 paisagens 165,
J
Jaime III, rei da Escócia 218
Jarlshof, Shetland 150, 151,
215 Jaroslav, o Sábio (governante de Kiev) 188, 194, 211 Jaroslavi, Rússia 197 Jarrow, Inglaterra 124
Jelling, estilo de 97, 98, 99,
138 Joalharia época 46, 67, 82, 86, 98, 94, 95, 96, 184, 187, 195,
viking 38, 88, 91, 92, 97, 98, 152, 198 Idade
do Bronze 24, Idade do
Ferro romana 27 período de migração (ões) 28, 31, 32 Vendel, período de
32, 34 Jomsvikings 184 Jon (bispo de Hólas) 119 Jotvik ver York Jurby, Man 155
Jutlândia, Dinamarca 14,
18, 25, 27, 35, 38, 45, 47, 48, 52, 56, 73, 74, 81, 83584, 92, 96
K Kalstad, barco de Noruega 75 Kalsund, barco afundado
de, Noruega 88
Kanhave, canal de,
Dinamarca 35, 44
255
ÍNDICE ANALÍTICO
Karlevi, pedra(s) rúnica(s) de, Suécia 103, 105 kRastali 218
Kaup, Rússia 184 Kaupang, Noruega 72, 895,
Leitvik, Feroe 167 Lejre, Dinamarca 61 Letônia 14, 184
Magnus Eerlendsson
(São
Magnus) 218 Magnus, o Pernas Nuas, rei
Lewis, ilha de, Hébridas 64, 154, 213,219
da Noruega 105, 211,
Liffey, mo, Irlanda 161, 162,
214, 218
Kent, Inglaterra 130, 131 Khazar, nômades 197, 198
Limenck, Irlanda 160 Limfjord, Dinamarca 52
Maãlaren, lago, Suécia 17, 31,32, 35, 44, 45, 47,60, 68, 75, 84, 85, 86, 120, 201, 204, 207
Kiev (Kônugardr), Rússia
Lincoln, Inglaterra 102,
Maldon (batalha, 991) 208,
88, 95 Kells, Irlanda 148
184, 189, 190, 194, 195, 196, 205 Killaloe, cruz de, Irlanda
115 Kilmainham-Islandbridge, cemitérios de, Irlanda
160, 161, 163 Kirolan, baía de, Hébridas 154
Kingigtorssuag, Groenlândia 223 King's Milton, Inglaterra
116
King's Mirror 176 Kirbister, Orcades 150
Kirkjubour, Feroe 218 Kirkwall, Orcades 218
Kneep, Lewis, Hébridas
154
Knock e Doonee, Man 156
163
135, 136, 196
Lindholm Hgje, Dinamarca 59, 68, 72, 99
Lindisfarne, Inglaterra 38, 122, 124, 127, 133, 135, 148
Lindsey, Inglaterra 125 Linkóping, Suécia 120 literatura 44, 100, 103-106, 107, 1112-113, 1114-115 Lituânia 14, 184
Little Paxton, Inglaterra 135 Livro da Dimensão da Terra (Liber de Orbis Mensura Terrae) 164, 166 Livro da Vida (Liber Vitae) 210 Livro dos islandeses (Islen-
dingabók)
100, 119, 171
209 Mammen, Dinamarca 41, 55, 97,99 Mammen, estilo de 55, 97, 98, 99 Mammen, machado de Dinamarca 41, 55, 92,99 Man, ilha de 43, 102, 103, 115, 135, 152, 153, 154158, 160, 163, 200, 213, 218-219 “Mapa de Viland” 177, 179
Maàstermyr, ferramentas de, Gotlândia 91, 92
Maughold, ilha de Man 154 Mecklennurg, Alemanha 184 Mediterrâneo, mar 127, 146-147, 194 Menzlin, Alemanha 184
Knowth, Irlanda 160
Llancarfan, País de Gales
mercados 85, 88, 91, 184,
Roo) 218 Kolobrzeg, Polônia 184
159 Llandudno, País de Gales 159 Llantwit, País de Gales 159
188 Mércia, Inglaterra 129, 130, 141, 142
Kolbein Hruga (Cubbie
Kópingsvik, Suécia 206 Kosel, Dinamarca 83 Kvivik, Feroe 167, 168
L La Hague, França 145 Lade, Noruega 44, 114, 115 Ladoga, lago, Rússia 184, 188, 189 192, 197 Lagore, Irlanda 160 lanças 39, 52, 54, 91 Landnámabók (Livro da Colonização) 171, 173 L'Anse-aux-Meadows, Canadá 176, 178, 179 Lapões 15, 19
Largs (batalha 1263) 219 Lavrador 177, 178 Lea, rio, Inglaterra 131, 132 Lebedev (arqueólogo russo) 190
Leicester, Inglaterra 135 Leif, o Ditoso, filho de Erik, o Vermelho 119-
120, 174, 176, 177, 178 Leinster, Irlanda 163, 219
256
Loddekôpinge, Suécia 88,
206 Lôodose, Suécia 206 Lofoten, ilhas 19, 29, 44, 45 Loire, rio, França 127, 129, 143, 146, 147, 211
Londres Inglaterra 54, 125, 130, 132, 137
Loug Neagh, Irlanda 160 Lough Derg, Irlanda 160
Lovat, rio, Rússia 184, 189, 194, 195 Luís, o Piedoso, imperador franco 143, 145 Luna, Itália 147
Lund, Dinamarca 64, 74, 120, 195, 200, 222 Lundbjãrs, Gotlândia 88
Lundeborg, Dinamarca 27, 29, 78 Lundy, Inglaterra 160 lur 24
M machados 22, 39, 52, 54-55, 57 Maes Howe, Orcades 215
merovíngio, período ver Vendel, período de Mesolítico 22
Metalurgia 91-92, 94, 138, 174, 216 Middleton, cruzes de,
Inglaterra 137
Migração (es), período de (início da Idade do Ferro
germânica) 24, 26, 27,
28, 29, 31, 32, 64 Milford Haven, País de
Murom, Rússia 197 musicais, instrumentos 24,
64 Mykines, Feroe 166
Myklebostad, monte, Noruega 38
N Nantes, França 146
Narssag, Groenlândia 176
Narvik, Noruega 16 navegação 164, 176, 180-
147, 158-159, 160, 164, 166, 210
Monkwearmouth, Inglaterra 124 Mull, Hébridas 219
Munster, Irlanda 163, 219
44, 111, 114, 115,116, 119, 201 unificação 44
Novgorod, Rússia 97, 184, 188, 189, 190, 192-198, 194, 195, 197 Nydan, barco da Dinamarca 26
181
Negro, mar 115, 146, 184, 194, 196, 197, 207
Neolítico 22,26 Neva, rio, Rússia 184
Nevern, cruz de, País de Gales 160 Nidaros ver Trondheim
Nipaitsoqg, Islândia 223 Noirmoutier, França 146,
147 Nominoe (chefe bretão)
145, 146
Nonnebakken, fortaleza de, Dinamarca 52, 56
Nora, pedra(s) rúnica(s) de, Suécia 116 Nordseta 176, 223 Normandia 143, 144, 145, 146, 212-213, 219
Normandos 145, 212-214,
221
Norre Longelse, enterro de, Dinamarca 75 Norte, mar do 14, 45, 96
Nortúmbria, Inglaterra
122, 124, 125, 129, 130, 132, 133, 134, 142, 148, 212
Noruega 12 agricultura 16, 22, 27, 28, 48, 60, 164
fim da época viking 201,
monges e mosteiros 127,
148, 164, 201 religião 38,
Nottingham, Inglaterra 135
mitos e lendas 106, 108, 109, 110-111 112-113, 137 mobiliário 43, 63, 66 47, 79, 81, 86, 88, 92, 93, 129, 130, 132, 136, 141, 144, 152, 158, 159, 161, 163, 187, 197-198, 201, 204, 209, 210
16, 28, 38, 48, 35, 135,
13-14, 184
Milton, País de Gales 160
moedas 27, 31, 33, 38, 41,
208, 211 povoamentos
viagens e comunicações
baleias 16, casas 60-61 chefias 44 comércio 16,
Gales 160
poder real 35, 43-44, 103104, 114, 116, 151,901,
27, 84, 88 como estado nacional 207 costumes funerários 68, 69, 72, 75 207, 211-214, 218, 219, 221-222 flora e fauna 16
geologia 14 história antes dos vikings 22 idioma 214 igrejas 201, 202-203 incursões e pirataria 38, 124, 151, 207, 208, 211212, 213-214 minério de
ferro 24 movimentos da população 14, 15
paisagens 14, 15-16, 19
pedras rúnicas 102, 103 pesca 16, 44, 48, 60
O ócio 64-65
Odense, Dinamarca 52,
114, 200 Oder, rio, Alemanha 27, 184 Odinkar (bispo de Hedeby) 120 Odo (bispo de Bayeux) 212, 213 Offa, dique de, Inglaterra 124 Offa, rei da Mércia 122,
124
ofícios 31, 38, 41, 46, 62,
63, 82, 86, 88, 91-97, 136, 138, 139, 160, 162, 184, 186, 190, 198 Olaf Haraldsson, rei da Noruega (Santo Olaf)
44, 105, 107, 115, 116,
119, 210, 211 Olaf Kyrre, rei da Noruega 179 Olaf Tryggvason (Anlaf), rei da Noruega 4l, 44, 107, 116, 127, 176, 208, 209 Oland, ilha de, Suécia 17, 19, 29, 30, 31, 46, 48, 103 Oldenburg, Alemanha 184 Olof Skôtkonnung, rei da Suécia 41, 44, 45, 120,
204, 206 Omíadas, dinastia 146, 197
Órcades, conde das 211,
212, 215, 218
Órcades, ilhas (Nordreys,
ilhas do Norte) 38, 103, 106, 148, 150, 151, 152, 154, 170, 176, 214, 215, 216-217, 218, 219
Orphir, Órcades 214, 215, 218 Oseberg, estilo de 97, 98
çãogserbers: embarca ga 41, cúmulo de, Norue 4943, 44. 69, 73, 74, 76,
90:91, 97, 98
oslo, forde de 42, 44
1 gslo, Noruega 20 pstergótland, Suécia, 17, 103, 120
e ottar (comerciant
norueguês) 85, 88
ouro 32, 92 152, 161, 187
quse, rio, Inglaterra 131, 136, 212
oxford, Inglaterra 132,
133, 137, 209
oxus (Amu Datya), rio 198
DR.
41, 43-45, 592, 5657, 108104, 114,116,11151 8,, 200, 201, 206, 207, 208, 234; 211 poesia 64, 100, 103, 110, 218-219 éddica 106, 111, 112, 222 escáldica 104, 105-106 Pollista, Suécia 60 Polônia 184
Pomerânios 184, 189 pontes 48, 74
população, distribuição da
14-15, 24, 28
Port Grenaugh, Man 156
Portland, Inglaterra 122, 124
Portugal 146
p od
poder real 18, 27, 84, 35,
Paganismo 2, 34, 38, 44, 45, 68, 73, 101, 106, 108, 109,11, 114-116, 119120, 122, 124, 137, 145, 173, 188, 200, 206 enterros 34, 135, 152,
154, 155, 156-157, 160, 168-169, 204 País de Gales 142, 158-160, 207 pântano, sacrifícios em ver sacrifícios Papey, Islândia 170 Papígeo, Escócia 150 patins 12, 73, 74
Paul Hakonsson, conde das
Órcades 215 Paviken, Suécia 47, 75, 88, 95, 96, 206
pedras de amolar 78, 84, 88, 136 pedras pintadas 40, 46, 47, 52,55, 64, 75, 98, 109, 111
pedras rúnicas ou runas 65, 100, 101, 102, 103, 105, 110, 113, 118, 120, 197, 205, 206, 207, 209 Peel, castelo de, Man 158 peles 78, 84, 88 pendentes 184 pentes 68, 82, 88, 96-97, 102 Pentland Firth, Escócia 150
Povoamentos centros comerciais 48, 85, 88,91, 184, 188 defesas 48, 52 Idade do Bronze 24 Idade do Ferro 25, 29, 30, 32 Neolítico 22 rurais 30, 58-60, urbanos 48, 52,
63, 78, 81-83-85, 200, 201, 206 ver também os
diferentes nomes de países e cidades
Powis, País de Gales 158
Prata 46, 47, 78, 79, 83, 84, 99,93, 141, 145, 152, 158, 159, 161, 184, 195, 197-198, 207, 208-209
Pregadeiras 32, 46, 67, 68,
88, 992, 98, 94, 95, 99, 139, 145, 152, 154, 163, 171
Priestholm, País de Gales
160 Primeira Crônica Russa 194 Pskov, Rússia 195
Q
Qagssiarssuk, Groenlândia 174 Qilakitsog, Groenlândia 223 Qordlotog, vale de, Groenlândia 176 Quentovic, França 39, 143 Quovyloo, Órcades 150
pesca 16, 18, 44, 48, 60, 61, 151, 215, 218
Pevensey, Inglaterra 212
pictos 130, 148-1 52, 160, 214, 215, 216
Pilgârds, Gotlândia 197
Pisa, Itália 146 Pimey, pregadeira de, Inglaterra 139 Pitres, enterro de, França 145
R Rada, pedra(s) rúnica(s)
de, Suécia 101 Radrad, Iêmen 198 Ragnaldo, rei de Dublin 141, 142 Rallinge, Suécia 109
ÍNDICE ANALÍTIC 'O
Rallswiek ver Rúgen
Rathlin, Irlanda 160 Raunds, Inglaterra 135
Raving Enge, Dinamarca
44, 74 Reginberto (bispo inglês) 120
Runsa, forte de, Suécia 47
rús 184, 188, 189, 194, 196, 198
Rússia comércio 79, 99,
190, 115, 184, 188, 207
costumes funerários 190191 inscrições rúnicas 103, ofícios 190
religião ver cristianismo e
paganismo Renânia 38, 44, 66, 79, 88,
povoamentos vikings 39, 184-195, 209, 21 povos indígenas 15, 184, 188 religião 190 vias fluviais 15, 184, 189, 194, 195, 197, 206
95, 120, 160
Repton, Inglaterra 128, 129, 137
Réville, França 145
Reykholt, Islândia 2292 Reykjavik, Islândia 106, 170,171 Ribblehead, Inglaterra 135 Ribe, Dinamarca 35, 41, 44, 45, 52, 72, 81, 82, 83-84, 85, 88, 92-93, 94, 95, 120, 200 Ricardo JJ, duque da Normandia 145 Ricardo de Clare, Arco Poderoso 221 Rigsthula, “a Canção de Rig” 110 Rimberto (autor de
Vida de Ansgar) 44, 49, 84, 120
Ringerike, estilo de 46, 97, 98, 99, 138, 163, 210, 219, 211, 221
Risby, Dinamarca 72 Roberto, duque da Normandia 212
Rochester, Inglaterra 129,
131 Rognvald, conde das
Órcades 151, 197, 214
Rok, pedra(s) rúnica(s) de,
Suécia 103
Rollo (Gôngu-Hrólfr), governante da
Normandia 145, 140, 212 Roma, Itália 146, 195, 210
romântico, estilo 97, 99,
139 Romana, Império 27, 28, 38, 136, 148, 195
Rórik (Ryurik), governante
de Kiev 142, 143, 194 Roskilde, Dinamarca 76, 120, 183, 200 Rostock, Alemanha 184
Rousay, Órcades 215
Ruão, França 145
Rota da Seda 197
São Willibrord, bispo cle
Utreque 44
Saxo Grammaticus (historiador
dinamarquês) 187
Scar, enterro de, Orcades
154, 156
Scheli, fiorde, Dinarmaca
35, 80, 81
Schleswig, Alemanha 81, 33, 84, 200 Sciringesheal 88
Scollock, Páis de Gales 160 Scrabster, Escócia 150
> sacrifícios 31, 41, 1l4 em pântanos 26, 27,
Saedding, 59, 60, 63
Saga de Egil Skallagrimsson
105 Saga de Rerik 177 Saga de Gisli Sursson 105 Saga de Grettir 106
Saga de Haraldo, o Cabelos
Belos 116
Saga de Nial 105 Saga do Rei (santo) Olaf 151 Saga do Rei Volsung e dos seus Descendentes (Volsunga saga) 12 Saga dos Ilhéus das Feroe (Faereyinga saga) 166, 167, 168 Saga dos Hhéus das Órcades 151, 152, 214, 215, 216, 218 Saga dos Islandeses (Islendingasôgur) 103-105,
114
Saga Siglar, reconstrução de um barco viking, 181
Samânida, dinastia 198
Samarcanda, Uzbequistão 198
seda 79, 83, 84, 136, 184, 195-96, 197 Sejro, Dinamarca 93 Selby, Inglaterra 134 Sena, rio, França 127, 142,
143, 145, 146 Senja, tesouro de, Noruega 103 Sete Vilas 135
Sevilha, Espanha 46 Sheppey, ilha de, Inglaterra 125 Shetland, ilhas (Nordreys ou ilhas do Norte) 38,
108, 148, 150, 151, 170, 176, 214, 215, 218, 219
Sigafrid (bispo) 119 Sigefridus de Glastonbury (bispo) 116
Sigtuna, Suécia 41, 44,55,
64, 75, 84, 85, 201, 204205, 206, 210
Sigurd, lenda de 112-115 Sigvat Thordarson (poeta da corte) 105 Sihtric, o Barba de Seda, rei de Dublin 162
Siljan, lago, Suécia 16 Simy Folds, Inglaterra 135 Síria 197 Sjaelland, Dinamarca 14, 18, 19, 52, 56, 75, 88, 120
Samarra, Rússia 198 Samso, Dinamarca 35
Sjusta, pedra(s) rúnica(s)
Sandnes, Groenlândia 176,
Skáltholt, Islândia 119 Skâne, Suécia 14, 17, 19,
Sanda, Suécia 60
174
Sandoy, Déroe 168
Sandwick, Shetland 215
Santo Cuthbert 124, 133
Santo Edmundo ver
Edmundo, rei da Ânglia Oriental
Santos Magnus ver Magnus
187 Runas 100-101, 102-103, 115
Santo Olaf ver Olaf Haraldsson, rei da Noruega
Alemanha 184, 180,
São Columba 148
Scorradale, Orcades 150
Rudolf (bispo) 119 Rúgen,
São Brabdão 170
Erlendsson
de, Suécia 197
Skaill, Órcades 150, 152
35, 56, 75, 88, 101, 120
Skara, Suécia 45, 120, 206
Skerne, Inglaterra 137 Skien, Noruega 201 Skokholm, País de Gales 160 Skomer, País de Gales 160 Skuldelev, bloqueio naval de, Dinamarca 75, 70, 181 Skuldevig, Dinamarca 88
257
ÍNDICE ANALÍTICO Skóvoy, Feroe
209 flora e fauna 16, 18 fortificações 47-48, 52
166
Skye, Escócia 219 Skyhill (batalha,
1079) 218
Smaland, Suécia 17 Snaefell, Man, 134, 154
Snorri Sturluson
(historiador €e escritor
islandês)
100, 104, 105,
106, 110, 112, 114, 222 Sockburn, esculturas de, Inglaterra 64, 139 Sordertálje, Suécia 84 Sodor e Man, diocese de,
158, 218 Sogne, fiorde de, Noruega 14, 60, 97, 202 Sglver, capitão €. V. 180 Somerled, governante de Argyll 219
geologia 14, 17 história antes dos vikings 22, 23 igrejas 206 incursões e
142
Stamford, Inglaterra 135,
212
Stamford Bridge (batalha,
1066) 212, 213 Staraya (a Velha) Ladoga (Aldeigiuborg) 188, 190191, 195, 196, 197 Stavanger, Noruega 201
Steep Holm, Inglaterra 160 Stenbyborg, forte de, Suécia 47 Stiklestad (batalha, 1030)
44, 105, 107, 115, 116, 119, 210, 211 Stông, Islândia 172, 173, 222 Stratheycle, Escócia 130, 148
Streymoy, Feroe 168, 169 Stroma, Escócia 152
Suécia 12 agricultura 22,
54 Underhoull, Shetland 151
Vinland (Terra das uvas)
Thorfinn, conde das
17 pedras rúânicas 65, 102, 103, 105, 110,118, 116, 197, 205, 206, 207, 209 pesca 18, 60, 61 poder real 34, 35, 43-45,
201, 206 população 15, 18 povoamentos 30, 31,
48, 52, 84-85, 88, 201
povoamentos pré-vikings 31 religião 38, 45, 114, 115, 116, 120, 206
território 19 unificação comunicações 73-74, 184 vias fluviais 16, 17, 73-74
St. Poppo 120, 201 Satinmore (batalha, 954)
Thjodhild, igreja de, Groenlândia 174, 175, 176
ferro 18, 24 paisagens 16-
Sorte Mulde, Dinamarca
211
vida quotidiana 58-77
pirataria 209 minêrio de
44-45 viagens e
St. Paul, pedra(s) rúnica(s) de, Londres 139, 210,
Ultberth (armeiro franco)
Thjórspa, vale de, Islândia 172, 173, 222
Somme, rio, França 143
28, 3] Southampton, Inglaterra 39, 125 St. Clair-sur-Epte, França 145 St. David, País de Gales 158-159 St. Neots, Inglaterra 135 St. Patrick, ilha de, Irlanda 154, 157, 158, 218
Thinslund, Seren, 180
Sulgrave, Inglaterra 135
Surby, Man 155
Órcades 214, 215, 218
Thorfinn Karlsefni (líder da colônia em Vinland)
176, 177 Thirkel, o Alto
(mercenário viking) 209 Thorolf Mostrarkegg
(colono na Islândia) 114 115
Thorsnes, Islândia 115,
173, 220
Thorwald (irmão de Leaf, o Ditoso) 177
Thyra, esposa do rei Gorm 118
Tingstâde Trásk, Gotlândia
Tingwall, Órcades 150,
Sutherland, Escócia 148, 150, 151
Tjangyvide, pedra pintada
túmulo de, Inglaterra 122
suears 34, 35, 44, 45, 84, 120 Svein 1 (Svein, o Barba Bifurcada, rei da Dinamarca) 41, 44, 52, 56, 103, 116, 120, 200, 208, 209, 210 Svein II, rei da Dinamarca 211 Svold (batalha, c. 1000)
Swainsthorpe, Inglaterra
134 Swansea, País de Gales 160
1 Taby, Suécia 74, 101 Tadcaster, Inglaterra 212
Tallin, Estônia 184 Tamdrup, igreja de,
Dinamarca 201
Tamisa, rio, Inglaterra 54,
125, 131, 132, 137, 142, Tara (batalha, 980) 163
Terranova, Canadá 163,
177, 178, 179 têxtil 63, 66, 91
Thanet, ilha de, Inglaterra
220
de, Gotlândia 109
Tjgrnuvik, Feroe 169 Toftanes, Feroe 166, 167168 Tollund, homem de 26 Tonsberg, Noruega 201 topônimos 39-40, 43, 88, 114, 134-135, 144, 150-151, 153, 155, 159160, 166, 168, 170 Torsburgen, forte de,
Gotlândia 47, 48
Torslunda, Óland 29 Tostig, conde de
Nortúmbria 211, 212 Transoxiânia 92, 198
Trelleborg, fortaleza de, Skâne Suécia 52, 56 trenós 12, 73
Trgndelag 44, 114, 115 Trgndelag, condes de 44 Trondheim (nidaros),
Noruega 104, 116, 119,
Tynwald, Man 43, 219, 220
Thingyvellir, Islândia 45,
Udal, North Uist, Hébridas 150, 152
258
Upernavik,
Groenlândia
223
Upland, Suécia 34, 35, 44, 108, 116, 122, 197, 106
Upsália, Suécia 109, 120, 206 Urnes, 116, 219, Urnes, 201,
estilo de 97, 98, 99, 138, 139, 163, 202, 221 Noruega 97, 99, 202
Uunartoq, fiorde de,
Groenlândia 180, 181
v
176-179, 223 Visby, Gotlândia 47, 206
Viístula, rio, Polônia 27, 184 Vladimir, governante de Kiev 194 Vladimir, Rússia 197 Volchovy, rio, Rússia 184, 188, 189, 190, 191, 192
Volga, rio, Rússia 43, 92,
184, 189, 195, 197-198 Vorbasse, Dinamarca 59 votivas, oferendas 22, 23, 924, 26, 27, 28, 29,31 Vowlan, Man 156
W Wagner, Richard
(compositor alemão) Walcheren, Frísia 143
Valleberga, pedra(s) rúnica(s) de, Suécia 103 Valsgárde 29, 34, 35, 44, 69, 75, 122 Vanajevesi, lago, Suécia 16 Vang, pedra de, Noruega 99 Varegue, guarda 188, 196,
211
Varpsund, pedra(s)
rúnica(s), Suécia 206
Vasby, pedra(s) rúnica(s),
| de Suécia 103 Vastergam, Gotlândia 47. 53,88 Vastergôtland, Suécia 17,
38, 101, 120 Vatnahverfi, Groenlândia 183 Vebaek C. L. (arqueólogo dinamarquês) 180
112
Wallingford, Irlanda 160, 163, 221
Wedmore, Inglaterra 129,
130, 131, 134
Wessex, Inglaterra 127, 129, 1380-133, 141-142, 213 Westness, enterro de,
Órcades 148, 154, 155, 156, 215
Weston, cruz de, Inglaterra
137 Wexford, Irlanda 160, 221
Wharram Percy, Inglaterra 135 Whithorn, Escócia 152 Wiltzios 184, 189
Winchester, Inglaterra 210 Wolin (Jomsborg), Polônia 184 Wolins 184, 189
Vendel, estilo de 35 Vendel, período de
(período merovíngio/Idade do Ferro germânica final) 25, 29, 31, 32, 35, 38, 145
vestidos e penteados 24, 67,
35, 68, 69, 72, 75 fim da
119, 173, 220, 221
91
Turku, Finlândia 91
Tuquoy, Órcades 215
U
época viking 201, 206,
Unsikaupunki, Finlândia
Vendel, Suécia 29, 34, 35,
125 Thing 43, 48, 100, 174, 219,
220 ver também Althing
120
158, 201, 210, 212, 213, 914, 218, 219, 221 Truso, Polônia 184
48, 59-60, comércio 18, 27, 31, 32, 88, 91
costumes funerários 34,
Hamburgo-Bremen
48, 75
Sussex, Inglaterra 132
Sutton Hoo, embarcação-
Unni, arcebispo de
vidro 38, 95-96
44, 69, 122 Vestfold, Noruega 44, 88 68, 86, 184, 205, 223
Vestmanna, ilhas de,
Islândia 170 viagens e comunicações 72, 73-75, 184, 194, 195, 197 Viborg, Dinamarca 200 Vida de Ansgar 44, 45 vida no lar 62-63, 66, 68
x xadrez 64, 213
Y York (Jorvik), Inglaterra 129, 130, 135, 136, 138, 141, 142, 163, 196, 207, 212, 213 60 Ytre Moa, Noruega Yttergârde, pedra(s) rúnica(s), Suécia 209
Grandes civilizações do passado
ISBN
B4-413-2270-B