Os Vikings 8441322708


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Os Vikings
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Grandes civilizações do passado iu

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James

Graham-Campbell

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(OS VIKINGS

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PORTAL

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Título original: Cultural Atlas of The Viking World

Edição Brasil:

Direção: José Luis Sânchez, Meritxell Almarza Tradução: Carlos Nougué Revisão: Fabiana Camargo, Meritxell Almarza

Diagramação: Estúdio Matiz Iustração da capa:

Reconstrução de um barco viking.

O Ted Spiegel

Hustração da quarta capa:

Lvangelhos de Lindisfarne (século VII),

Cotton MS Nero D. iv f. 210b: Biblioteca Britânica.

Ilustração página 1:

Pedra de Lindisfarne, do século XI e localizada no mosteiro com o mesmo

O Ted Spiegel

nome.

O Andromeda Oxford Limited O 2006, The Brown Reference Group plc The Brown Reference Group plc (incorporating Andromeda Oxford Limited) 8 Chapel Place Rivington Street London EC2A 3DQ

O 2006, Ediciones Folio, S.A.

Rambla de Catalunya,135 08008 Barcelona

ISBN: : 84-413-2270-8 D.L.: B. 45930-2006

All rights reserved. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida por nenhum

meio sem autorização do editor.

Printed in Spain

JAMES GRAHAM-CAMPBELL

OS VIKINGS

SUMÁRIO 8 10

Quadro cronológico Prólogo

Primeira parte: a origem dos vikings 12 22

Aterra, o clima e os povos A Escandinávia antes dos vikings

Segunda parte: o período viking na Escandinávia 38 58 78

100

Sociedade, realeza e guerra Avida quotidiana

Cidades, comércio e ofícios

Saber e religião

Terceira parte: a expansão viking 122 148

184

A Europa Ocidental O mundo celta

A Rússia e o Oriente

Quarta parte: o fim do mundo viking 200

O finalea época pós-viking

2924

Glossário

231 237 245

251

Bibliografia Lista de ilustrações Índice toponímico

Índice analítico

Lista de Mapas

Artigos especiais 26 34 42 46 56 62 64 67 16 90 94 98 102 108 112 138 180 202

O sacrifício do pântano

Sepulturas reais do período de Vendel

A embarcação-tâmulo de Oseberg

A Gotlândia

As fortalezas reais da Dinamarca Avida no lar

O ócio O vestuário

Os barcos vikings

A talha da madeira

Metalurgia ornamental

A arte viking Às runas

Os deuses pagãos

A lenda de Sigurd Estilos anglo-escandinavos A navegação viking

As igrejas de aduelas

Sítios arqueológicos 30 32 80 82 86 101 118 128 136 150 158 162 172 174 178 186 190 192 204 215 216 220

Eketorp Helgô Hedeby Ribe Birka A estrada elevada de Iarlabanki Jelling Acampamento de inverno de Repton York Jarlshof Ilha de St. Patrick Dublin Stông Brattahlid L' Anse-aux-Meadows Rúgen Staraya Ladoga Novgorod Sigtuna Orphir Birsay Thingyellir

13 14 17 29 49 69 79 89 115 126 129 131 134 140 144 147 153 167 173

176

177 189 196 200 208 211 219

Escandinávia física Os solos da Escandinávia O clima da Escandinávia A vegetação da Escandinávia

Povoações da Idade do Ferro na Escan dinávia

A época viking na Escandinávia Cemitérios da época viking na Escandinávia Os vikings como comerciantes Manufaturas e artesanato A expansão do cristianismo Incursões vikings na Europa Ocidental, séculos VII e IX Campanhas vikings na Inglaterra, 865-885 Campanhas vikings na Inglaterra, 892-895 A presença escandinava na Inglaterra A recuperação de Danelaw A presença viking na Normandia Os vikings na Bretanha A marca escandinava no mundo celta Povoações vikings nas ilhas Feroe Povoações vikings na Islândia Povoações vikings na Groenlândia Rotas vikings através do Atlântico Norte A influência escandinava no Báltico Oriental e na Rússia

O Império Bizantino e o califado abássida A Escandinávia no século Xl A viagem de Ingvar ao Oriente O recomeço da atividade viking na Inglaterra

O Norte da Grã-Bretanha e a Irlanda durante o período nórdico

JGICO ESCANDINÁVIA

700

800

850

Década de ê 790. neInício

Década de 800. Godofredo, rei odda

Década de 850. Osautorizam reis Horik, o Velho, e 4 em, Ansgar à

das incursões vikings na Europa Ocidental.

Dinamarca, em guerra com Carlos Magno;

Horik, o jovem, à

do e a

Dim

e Ribe; Ansga!

constrói a segunda parte do Danevirke e estabelece colonos de Reric em Hedeby.

edificar igrejas em Hedeby volta a Birka.

em Hedeby

Década de 880, Haroldo, o Cabelos Belos,

Década de 820. Primeira viagem do

tenta unificar a Noruega.

| 810. Assassinato de Godofredo. c. 825. Primeiras cunhagens dinamarquesas

missionário Ansgar à Dinamarca c a Birka,

Suécia (829-831).

c. 870-c. 940, Haroldo, o Cabelos Belos, reida Noruega.

:

9

Sao Denenação dos bispos de Haga NE Ribe e Arhus, Dinamarca. c. 984960. ni ee

Haakon, o B =

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Om, rei da

SEO ae cristianismo.enta CONVEItET sea Povo ag

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c. 890. Batalha de Hafrsfjord, Noruega.

834. Embarcação-tâmulo de Oseberg, Noruega.



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1

Pedra pintada, Gollândia, séculos VII-IX

GRA-BRETANHA

E IRLANDA

Máscara zoomórfica, embarcação-húmulo de Oseberg, c. 800-850

Cabeceira de cama, Gokstad, e. 900

793. Ataque vikingao

Década de 830. Reinício dos ataques

850. Primeiro acampamento de inverno

902. Os vikings são expulsos de Dublin.

Década de 790. Primeiras

839. Primeiro acampamento de inverno

Década de 860. Intensa atividade viking na

Danelaw.

Escócia e na Irlanda.

841. Longphort viking em Dublin.

866. O Grande Exército, na Anglia oriental, 867. Os dinamarqueses conquistam York.

mosteiro de Lindisfarne. — vikingsã Inglaterra.

incursões vikings na

vikingna Irlanda.

viking na Inglaterra.

Inglaterra.

y

902-954. Os anglo-saxoes recuperam o

c. 917, Refiundação de Dublin.

937. Batalha de Brunanhurh, Inglaterra.

870. Os vikings matam Edmundo (depois São Edmundo), rei da Anglia oriental, c. 870. Estabelecimento do condado das Orcades.

871-899. Alfredo, o Grande, rei de Wessex.

8735-874, Acampamento invernal dos vikings

em Repton, Derbyshire.

876-879. Estabelecimento permanente dos vikings na Inglaterra.

878. Batalha de Edington e tratado de Wedmore; divisão da Inglaterra.

EUROPA

CONTINENTAL

799. Começam as

incursões na França.

SUD. Coroação do imperador Carlos

911. Fundação da Normandia pelo chefe |

Magno.

8599-802, Expedições vikings à Espanha

viking Rollo.

incursões vikings no império franco.

fortificadas para bloquear os rios.

930. Os vikings são expulsos da Bretanha.

Década de 840. Primeiro acampamento

Novgorod.

814. Morte de Carlos Magno; sucede-o Luis, o Piedoso. Década de 830. Crescimento das 834-837. Incursões anuais a Dorestad.

de inverno vikingna França.

844. Incursão viking na Espanha. 845. Saque de Hamburgo e Paris.

Primeiro danegeld pago pelos francos.

ATLÂNTICO NORTE

8560-857. Os vikings saqueiam Paris,

c. 800. Eremitas irlandeses nas ilhas Feroe e na Islândia,

e ao Mediterrâneo ocidental. 861. Novo saque de Paris. 862. Carlos, o Calvo, constrói pontes

c. 862. Ródik/Ryurik, governante de

912. Piratas vikings no mar Cáspio. 914. Os vikings conquistam a Bretanha. 926-933. Expansão da Normandia.

866. Incursão viking na Espanha.

c. 882. Novgorod e Kiev, unidas. 885-886. Assédio de Paris.

c. 860. Povoações nórdicas nas ilhas Feroe.

c. 870-c, 930, Povoações nórdicas na Islândia,

980. Fundação do Althing islandês.

=

1050

1000

O 958/9. Gorm, o Velho, rei da Dinamarca,

c. 1000, Batalha de Svôld e morte de

958-987. Haroldo Dente Azul, rei da

1019-1085. Canuto, o Grande, rei da

é enterrado em Jelhng.

| Dinamarca. =

c. 960. Conversão ao cristianismo de

Haroldo Dente Azul.

o te

c. 964-1000. Olaf Tryggvason, rei da Noruega.

* 968. Reforço do Danevirke.

| c. 970. Fundação de Sigtuna, Suécia. Ra E= E

970/1, Câmara de Mammen, Dinamarca. c. 980, Construção das fortalezas circulares

da ponte de Ravning Enge, Dinamarca.

c. 987-1014. Svein, o Barba Fendida, rei da | Dinamarca.

Olaf Tryggvason. Dinamarca.

1027. Primeira igreja de pedra em

1047-1066. Haroldo Hardradi, rei da Noruega,

1030. Batalha de Suklestad e morte de

1070. Adam de Bremen descreve o templo

Hedeby.

1066-1093. Olaf Kyrre, rei da Noruega.

Noruega.

pagão de Uppsala. c. 1070. Edificação da igreja de aduelas de Umes, Noruega.

a Dinamarca.

depois São Canuto (1100).

1035-1047. Magnus, o Bom, rei da

1042-1047. Magnus unifica a Noruega e

c. 995-1021/2. Conversão ao cristianismo

Escandinávia,

1066. Haroldo Hardradi invade a Inglaterra,

mas é derrotado e morto. Os eslavos destroem

Olaf Haraldsson, depois São Olaf.

1103. Arcebispado de Lung para toda a

1047-1074. Svein Estridsson, rei da Dinamarca.

Roskilde, Dinamarca. 1028. Canuto estimula a rebelião contra

Olaf Haraldsson, rei da Noruega.

1100

1086. Morte de Canuto, rei da Dinamarca,

1096-1108. Eric Ejegod, rei da Dinamarca.

de Olof Skotkonung, rei da Suécia; bispado ' de Skara.

995. Olaf Tryggvason unifica a Noruega.

Cruz pendente, Islândia, séculos X-XI

Casco de Gjermundbu, século X 954. Eric, o Machado Sangrento, é expulso de York e morre na batalha de Stainmore.

1002. Ethelred ordena o massacre dos dinamarqueses na Inglaterra.

1066. Haroldo Hardradi, rei da Noruega, morre na batalha de Stamford Bridge,

à Inglaterra. Batalha de Tara, Irlanda.

Fendida, conquista a Inglaterra. Batalha

1066. Batalha de Hastings: os normandos

980. Reinício dos ataques dinamarqueses

1014. O dinamarquês Svein, o Barba

Inglaterra.

c. 985-1014. Sigurd, o Forte, conde das

de Clontarf, Irlanda.

991, Batalha de Maldon, Inglaterra.

das Ôrcades.

conquistam a Inglaterra. 1066-1087. Guilherme 1, rei da Inglaterra. 1069. Uma frota dinamarquesa ataca a

Inglaterra.

1079. Godfred Crovan, rei de Man, vence

Orcades.

1014-1065. Thorfinn, o Poderoso, conde

1016-1035. Canuto, o Grande, rei da 1042, Morte de Hardacnuto, rei da

Inglaterra.

c. 1050. Bispado nas Órcades.

| 0980-1015, Vladimir, príncipe da Rússia.

* Década de 980. Conversão ao cristianismo

1103. Morte de Magnus, rei da Noruega,

durante uma incursão na Irlanda. . 1117. Magnus, santo padroeiro das Orcades,

é assassinado em Egilsay.

Inglaterra.

na batalha de Skyhill, 1085. Os dinamarqueses preparam a invasão da Inglaterra, mas desistem,

1015-1054. Jaroslav, principe de Kiev, c. 1040. Expedição a oriente de Ingvar.

1066. Invasão normanda da Inglaterra,

c. 1000. Conversão ao cristianismo da Islândia. Edificação da igreja de

1056. Skálholt, primeiro bispado da Islândia. 1067-1148, Ari Thorgilsson, historiador da Islândia.

1091, Os normandos conquistam a Sicília. 1096-1099. Primeira Cruzada.

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"da Rússia. Formação da guarda varegue.

Cruz de Gunilda, marfim de morsa, c. 1150

Thjodhild, em Brattahlid. Viagens a Vinland, na América do Norte.

1106. Hólar, segundo bispado da Islândia.

c. 1125. Gardar, primeiro bispado da

Groenlândia.

PRÓLOGO A época viking foi carregada de dramaticidade, tanto nas terras natais escandinavas como nos países estrangeiros onde os vikings fizeram comércio, ou invadiram

e colonizaram. No entanto, muitas das mudanças pro-

fundas provocadas foram resultado de esforços pacifi-

cos e de evoluções progressivas. Este livro trata de pessoas e de

lugares,

é um

atlas cultural

de um

vasto

mundo nórdico, centrado na Dinamarca, na Noruega e

na Suécia, mas que se estende para oeste até o outro lado do Atlântico e para leste até as costas do mar Negro e do mar Cáspio, e para sul até o Mediterrâneo. O mundo dos vikings pode ser visto como uma rede de rotas marítimas e fluviais percorridas pelos barcos que hoje simbolizam a época viking. As mcursões dos vikings pela Europa Ocidental comecaram em finais do século VIII, quando aqueles piratas

pagãos saquearam mosteiros indefesos, povoações e centros de comércio. À época viking propriamente dita contava apenas três séculos quando os escandinavos cessaram a violência para oeste, embora no século XII

conquistassem os países bálticos e eslavos, impondo o cristianismo à força. Uma das maiores transformações

da época viking foi a conversão dos países escandinavos ao cristianismo, juntamente com o estabelecimento de uma cultura escrita, uma transição que requereu vários começos fracassados e uma lenta progressão do século IX ao XI. A época viking foi também a que viu a formação das três nações européias da Dinamarca, Noruega e Suécia, como resultado de processos de consolidação interna que tiveram o seu início antes da época viking. Naturalmente, os problemas políticos internos e o exílio forçado dos pretendentes rivais e dos líderes desapossados podem ter tido tanta relação com a expan-

são escandinava como a ameaça de fome ou de escassez

de terras no solo pátrio, ou qualquer outra explicação entre as propostas para tão notável fenômeno. No entanto, nunca entenderemos cabalmente

este aspecto

do período viking, dado que há muito poucos escritos sobre a Escandinávia anterior a 1200, embora a arqueologia esteja lançando luz sobre fortificações e outros monumentos que refletem a centralização crescente do poder naquele período. Uma

terceira transformação que a Escandinávia so-

freu durante a época viking consistiu numa sofisticação econômica crescente graças à riqueza criada pelo saque

e pelo comércio. Uma das consequências mais evidentes deste processo foi a fundação de cidades com centros para o comércio e o artesanato. A arqueologia des-

cobriu recentemente que, pelo menos na Dinamarca,

este processo já estava em curso antes do começo do periodo viking. Apesar de o estudo de fontes contemporãneas, como os trabalhos de escritores anglo-saxões,

francos e árabes — e a inscrições rúnicas da Escandiná-

via — lançarem muita luz sobre a época viking, assim como as famosas sagas escritas nos séculos XIII e XIV,

10

devemos recorrer à arqueologia para completar a nossa

descrição da vida durante a época viking. As últimas décadas presenciaram grandes progressos nas escavações de todo o mundo viking.

Por isso, este livro foi escrito, na sua maior parte, por arqueólogos que realçam muitas das descobertas mais

recentes, particularmente através das descrições que

completam o texto principal. Este atlas cultural é fruto do nedy e da sua equipe. Embora sua existência, a sua substância uma equipe de quatro autores. expõem o cenário escandinavo

trabalho de Susan Renseja o responsável pela foi proporcionada por Os capítulos 1 e 5, que antes e durante o perío-

do viking, foram escritos pela Dra. Helen Clarke, minha

antiga colega em arqueologia medieval na faculdade de

Londres, enquanto o professor Ray Page, do Colégio de Corpus Christi em Cambridge, nos privilegiou com a sua particular competência, colaborando no capítulo 6,

“Saber e Religião na Escandinávia” Os capítulos 7 e 10,

sobre os vikings na Europa

Ocidental e Oriental, são

obra de Neil Price, que estudou a arqueologia dos vi-

kings em Londres e York, antes de empreender uma ex-

periência de trabalho de campo na Suécia; os capítulos 8 e 9, que tratam do impacto escandinavo no oeste celta da Grã-Bretanha e da Irlanda, e da expansão nórdica

no norte do oceano Atlântico, foram escritos pelo Dr. Colleen Batev, do museu de Glasgow, especialista em escavações e estudos sobre os vikings em Caithness e nas Órcades. O capítulo final, “O final e a época pós-viking”, utiliza as colaborações destes autores. Entre aqueles que ajudaram a fazer este livro, agradecemos especialmente ao professor Sean McGrail, da Universidade de Oxford, pela sua assessoria sobre os barcos vikings e por escrever o artigo das páginas 180 e 181. Os artigos das páginas 42-43, 64-65, 90-91, 94-95-, 98-99, 138-139 e 158-159 são de minha responsabilidade, bem como as legendas das ilustrações no texto principal. Terminarei com uma nota de esclarecimento: é impossível estar totalmente seguro ao citar nomes e palavras vikings. Onde haja uma forma atual reconhecida

de um nome pessoal, é essa que será adotada. Onde não existe, tentamos simplificar a forma original para torná-la acessível aos leitores, suprimindo terminações,

acentos ou diacríticos e substituindo formas de letras

pouco correntes por outras mais comuns: por exemplo, em vez de algumas antigas letras nórdicas d e p, utiliza-

mos as equivalências atuais de de th. Assim, Haraldr Hararaai figura como Haraldr Hardradi, e Sigvatr pórdardson como Sigvart Thordarson (as palavras citadas em nórdico antigo aparecem geralmente em itálico). Utilizaram-se os nomes atuais dos lugares, quando existem. Caso contrário, e na medida do possível, utilizouse a forma local ou a que consta. JAMES GRAHAM-CAMPBELL

PRIMEIRA PARTE

A ORIGEM DOS VIKINGS

A TERRA, O CLIMA E OS POVOS

a Escandinávia atual: Noruega, Suécia e Dinamarca. Unidos, cobrem

uma imensa superficie que se estende do

cabo Norte (Nordkapp), dentro do Círculo Polar Ártico

a 71º de latitude, à fronteira entre a Dinamarca e a Alemanha, a cerca de 55º de latitude. É um conjunto de ter-

ras que mede cerca de 790.000 quilômetros quadrados.

Não é surpreendente que haja grande diversidade na paisagem e no clima dentro desta zona imensa. A flora e a fauna, a base econômica e até o caráter dos habitantes variam de uma região para outra; é assim na atualidade,

e as diferenças podem ter sido mais acentuadas em épo-

cas anteriores à chegada da tecnologia e das comunica-

ções atuais.

a o

Os povos que hoje conhecemos como vikings tinham as suas terras de origem em três países que, juntos, formam

Na Noruega e na Suécia, que, juntas, formam a península Escandinava, o subsolo é de granito pré-câmbrico, coberto a oeste e a norte por rochas mais recentes que formam a cadeia de altas montanhas, e a sul por pedra

calcária e cretácea na sua maior parte. Durante o período

de glaciação, que se iniciou há

1500000 anos e finalizou há cerca de 13000, as pesadas

geleiras avançaram para sul a partir das regiões árticas,

cobrindo grande parte do hemisfério norte. Chegaram

A esquerda. Os invernos

nórdicos são longos e rigorosos

eaneve pode gelar durante meses nos vales e portos do interior.

Não é muito surpreendente que os esquis tenham sido inventados na Escandinávia nos tempos

pré-históricos para manter as

comunicações nestas condições,

quando se sabe que os trenós e os patins foram usados na época viking.

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A TERRA,

O CLIMA

E OS POVOS

g dos milênios a sua : longo Central, mas mas ao Europa Central, até até aa Europa extensão

flutuou.

Não

obstante,

durante

todo

esse

tem-

po cobriram grande parte da península Escandinava, Com o avanço = das épocas mais frias, a terra foi esmagada e aplanada, e em alguns lugares o seu peso afundou-a centenas de metros abaixo do seu nível original. Quando as geleiras retrocederam durante as fases mais quentes, o gelo derretido deixou depósitos de seixos e de pedras que tinham sido colhidos e transportados no seu avanço para o sul e deixaram atrás de si relevos de morena. Por isso, grande parte da península é coberta de solos estéreis, cheios de cascalho e pouco adequados para a agricultura e a silvicultura. As regiões do Sul da Suécia (as atuais províncias da Escânia e da Olândia) e da Dinamarca só estiveram cobertas por geleiras quando estas alcançaram a sua máxima extensão nos períodos mais frios, e têm menos depósitos glaciários e mais solos férteis com pedra calcária e cretácea cobertos de argila, além dos seixos glaciários. Quando as geleiras se derreteram, a terra livrou-se da grande pressão que o peso do gelo tinha exercido sobre ela e começou a voltar ao nível original. Essa “modificação estática” ou “elevação de terra” foi um processo continuo desde o final do último período glaciário, há cerca de 13000 anos, e ainda prossegue, com bastante rapidez no norte e mais lentamente no sul. No interior da parte setentrional da península Escandinava, a terra ainda se está elevando a um ritmo de aproximadamente 1 metro por século. Nas regiões centrais da Noruega e da Suécia, a alteração não é tão pronunciada, mas a elevação é de 50 centímetros por século. Só não há altera-

OD

ESET

300 im

m

ii

200 mi

-

ções na altura da terra no Sul da Escandinávia, onde o

efeito das geleiras não foi tão forte. Ao derreterem-se as geleiras no final do último período glaciário, o nível do mar também se elevou, sendo mais notável a sua crescente altura no Sul da Escandinávia, onde a modificação estática era menos pronunciada. Por exemplo, por volta de 8000 a.C., a Dinamarca fazia parte de uma massa de terra bifurcada sobre os atuais países Gra-Bretanha, Dinamarca e Sul da Suécia. Levou vários milênios para adquirir a sua forma atual, quando a terra situada entre o oeste da Jutlândia e a Inglaterra foi inundada pela água do mar, formando o mar do Norte e os estreitos entre as ilhas dinamarquesas e Gresund, o braço de mar entre Sjaelland (Lalândia) e Skâne (Escânia). À medida que as geleiras se derretiam, os povoadores penetravam a Escandinávia para se estabelecer na nova terra, viajando lentamente para o norte conforme o gelo

ja recuando. A Dinamarca, liberta do gelo desde 13.000

a.C., foi ocupada em primeiro lugar, mas o povoamento foi impossível nas zonas mais a norte até alguns milênios depois. No entanto, por volta de 8000 a.C. a maior parte da Escandinávia estava disponível para a ocupação. Esses primeiros povoadores foram provavelmente os antepassados dos que viveram na região durante a época viking (os três séculos a partir do ano 800).

A Escandinávia raramente foi submetida a novas vagas de povos imigrantes, embora sempre tenha estado aber-

ta a influências culturais da Europa continental. O intercâmbio fez-se em mais de uma direção. Antes e durante

o período viking, houve movimentos de populações e de influências culturais do Leste da Suécia para o Sudoes-

te da Finlândia e à volta das costas bálticas (atualmente Estônia, Letônia e Lituânia). Nos séculos V e VI da nossa

era, houve movimentos da população da costa oeste da

Dinamarca e (em menor medida) da Noruega para o Leste da Inglaterra, e na própria época vikingas migrações do Oeste da Escandinávia fizeram com que novas 14

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A TERRA,

Climas e solos da Escandinávia

Apesar da latitude, os países escandinavos têm um clima

suave, como resultado da influência moderadora das aguas

quentes da corrente do golto, | empurradas para à Escandinávia por ventos do oeste. Ao longo da

comunidades se estabelecessem

no Norte do Atlântico:

nas ilhas Feroe. Islândia, Groenlândia e até na América. Ainda no século XIX, migrações em massa contribuido Oeste médio dos Estados Unidos e do Canadá.

Ainda hoje o território escandinavo tem uma popu-

lação de pouco mais de 17 milhões de pessoas. A maior densidade de população encontra-se na Dinamarca,

A região oriental é muito mais

de pessoas vivem numa superfície de pouco mais de

precipitações cai em forma de

414 400 km* A Noruega,

a costa ocidental apresenta, comparativamente, climas mais

tes, e a Suécia, mais de dez vezes maior que a Dinamarca,

seca, e a maioria das

neve. Sob a influência marinha,

suaves, tanto no inverno como no verão (a direita, ao centro é

abaixo); na zona oriental, onde as influências continentais são mais fortes, as temperaturas

alcançam níveis mais extremos,

com um inverno longo e frio

e um verão curto e quente,

O clima das montanhas da Noruega e da Suécia é também muito rigoroso. Os solos da região (à esquerda) são,

geralmente, de podzol (terrenos

o menor

dos

três

países,

onde

cerca

de

5 milhões

oito vezes maior que a Dina-

marca, aproximadamente, só tem 4 milhões de habitantem uma população

de cerca de 8 milhões. A distribui-

ção foi muito parecida na época

viking, embora

com

muito menos gente; viviam principalmente nas regiões

do Sul da Escandinávia, sendo os povos cada vez mais dispersos e escassos conforme se avançasse para o norte.

As regiões árticas e subárticas da Noruega e da Suécia estavam, como agora, habitadas pelos lapões (ou saamis),

etnicamente diferentes dos povos escandinavos do sul.

Os lapões conservaram a sua própria cultura e os seus

ácidos, porosos e de baixa

costumes ancestrais até épocas muito recentes e relacio-

abundam a turba e os pântanos.

e da Rússia que com os seus vizinhos estrangeiros do sul.

qualidade); nas zonas alagadas Abaixo. A montanhosa costa

ocidental da Noruega é

recortada pelos fiordes que as

geleiras formaram: o fiorde de Sogne é o maior de todos. Estes

vales marinhos proporcionam recantos protegidos de terra

para o cultivo, enquanto as

suas águas normalmente tranquilas permitem uma

comunicação fácil de barco

entre as povoações, que, de

contrário, estariam isoladas.

preco

naram-se mais com os seus parentes lapões da Finlândia

Noruega A Noruega distingue-se pelo seu litoral imensamente

longo — mais de 20000 quilômetros no total —, recortado

por grande quantidade de estreitos fiordes (vales glaciários inundados) que se estendem terra adentro por mutitos quilômetros entre altas montanhas escarpadas. Há uma enorme quantidade de ilhas perto da costa. O terreno predominantemente montanhoso do país

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costa ocidental da Noruega, as montanhas costeiras forçam o ar quente a levantar-se, até que as

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sempre tornou difícil a viagem por terra, e através dos séculos de ocupação as comunicações dependeram, sobretudo, do mar. Às populações concentravam-se na terra habitável próxima dos fiordes, e muitas comunidades pequenas cresceram isoladas umas das outras, cada uma com a sua própria cultura. Os habitantes dos fiordes sempre se caracterizaram pela sua grande independência. No interior da Noruega setentrional, os invernos são longos e rigorosos, com temperaturas muito abaixo do ponto de congelamento; uma neve espessa cobre a terra durante muitos meses do ano. No litoral o clima é muito menos severo com a corrente do golfo, mantendo durante todo o inverno os portos a norte, como, por exemplo, Narvik, livres do gelo. O clima, portanto, levava também ao estabelecimento costeiro, sen-

do a pesca e a caça das baleias os principais meios de sustento. O gado (resguardado durante o inverno) pode manter-se nas condições climáticas do litoral tanto no

Oeste como no Norte da Noruega, e as vacas, as ovelhas, as cabras e os cavalos eram e são criados para obter carne, leite e queijo e dispor de transporte. Embora as temperaturas relativamente suaves da costa permitissem, entre outros, o cultivo de árvores frutíferas, sobretudo nos

locais onde o solo é mais favorável, a agricultura nunca

foi de grande importância no conjunto do país, e ainda na atualidade apenas 3% da terra é aproveitada para o cultivo, principalmente no sul e no leste. O pescado procedente das magníficas zonas de pesca costeiras dos oceanos Atlântico e Ártico continua a ser até hoje um elemento básico da dieta norueguesa, antigamente completada com aves marinhas, que abundam ao longo da costa, e seus ovos. Até o final da Idade Mé-

dia, O peixe seco foi o artigo de exportação mais importante do país. Os mamíferos marinhos, como as focas e as morsas, eram caçados por causa das suas peles e, no

caso das morsas, por causa do marfim. A Noruega tem poucos bosques, dado que a sua altitu-

de é em grande parte superior ao limite arbóreo, e os que existem são bosques de coníferas, pinheiros e abetos. As árvores de folha caduca, como o carvalho, o freixo e a faia, crescem no sul misturados com as coníferas,

e provavelmente nunca foram uma característica muito dominante da vegetação. O extremo norte é coberto de tundra, um terreno aberto e plano, de subsolo gelado e com escassa vegetação, com taiga (bosque conífero) um

pouco mais a sul. Nessas regiões do norte, encontram-se renas, alces e ursos, bem como animais menores, como

a raposa ártica, a marta, o lince e o esquilo, e todos eles

foram caçados em todas as épocas para a alimentação, pela sua pele ou pela sua cornadura. Na época viking, estas matérias-primas eram trocadas por luxos que só se podiam conseguir na Europa continental, cuja indústria era mais desenvolvida.

Suécia A Suécia tem um comprimento total de 1.500 quilômetros de norte a sul. Ao longo da sua fronteira com a Noruega, partilha o seu terreno montanhoso, mas a maior

parte do país está menos de 500 metros acima do nível

do mar, predominando uma paisagem ondulada e co-

berta de bosques de coníferas. Abundam os lagos e os

rios navegáveis, que através dos séculos serviram de arté-

rias para o tráfico fluvial. Ao norte, espalha-se a tundra. As terras planas e baixas estão situadas em três zonas diferentes da Suécia Central e Meridional: à volta do lago Vânem a oeste, onde se encontra a fértil planície de Vastergótland e o vale de Gôta; a leste, centrando-se nos grandes lagos de Hjálmaren e Mãlaren e limitando a sul

Acima. Os bosques de coniferas,

que cobrem regiões inteiras da

Noruega e da Suécia, são o habital

natural dos animais que eram caçados por causa da sua pele. Os comerciantes vikings trocavam

as peles a oriente e a ocidente por

mercadorias de luxo, como sedas e vinho.

A vegetação da Escandinávia (página seguinte, acima). À vegetação caducifólia é a típica da maior parte da Dinamarca e do Sul da Suécia, misturando-se com coníferas mais ao norte, À taiga cobre praticamente o resto da região. À tundra — uma região

À direita. Os lagos e as vias

e de escassa vegetação — cobre

do ferro.

aberta e plana, de subsolos gelados as áreas de permafrost do extremo norte e das zonas montanhosas,

navegáveis interiores eram

importantes para a comunicação

durante a época viking na

Suécia, quer em barco no verão, quer sobre o gelo no inverno:

o lago Siljan, que aqui mostramos, encontra-se em Dalarna, uma

importante região de estação

acima do limite das neves perpétuas,

com a planície de Ostergôtland e a norte com Dalâven; e

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16

A TERRA, O CLIMA E OS POVOS

ao sul, onde as terras planas de Skane e de Halland têm muitas características semelhantes às da Dinamarca. Nessas regiões, podem ver-se bosques de folha caduca, principalmente de carvalho, álamo-branco e faia. São as áreas férteis e de cultivo da Suécia. Até o século XVII, Skâne esteve praticamente isolada da terra do norte pelos densos bosques de Smaland.

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Até então, fez na realidade parte do reino da Dinamar-

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A TERRA, O CLIMA

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O meio ambiente sueco proporcionava os mesmos recursos naturais que o norueguês. Os animais selvagens do norte eram caçados pela sua carne e pela sua pele; as aves marinhas e os peixes (embora menos os mamíferos

marinhos)

eram

apanhados

ao longo

das

costas; as suas selvas e bosques proporcionavam madeiras macias e duras para a construção e para muitos outros fins. A Suécia também tem abundantes jazidas de

minério de ferro que foram progressivamente exploradas até épocas recentes; o cobre foi extraído primeiramente na Idade Média. Embora não seja densamente povoada, a Suécia foi sempre capaz de manter um maior povoamento que a sua vizinha Noruega.

Dinamarca A Dinamarca pertence à mesma formação geológica que a Suécia Meridional e as terras planas que bordejavam a costa sul do mar Báltico. Às suas terras são baixas — O ponto mais alto só está 173 metros acima do nível do mar —, com um litoral longo se se comparar com a massa de terra formada pela península da Jutlândia e centenas de ilhas grandes e pequenas. Atualmente, a Dinamarca tem grandes extensões de campos de cultivo e muito pouco arvoredo. Esta paisagem é produto dos últimos 200 anos, durante os quais se enxugaram os pântanos, arrotearam os terrenos baldios e cortaram os bosques para dar lugar às terras agrícolas. Até o final da Idade Média, grande parte da Dinamarca era coberta de árvores de folha caduca. Prados, marismas e pântanos ladea-

vam os seus numerosos rios e rodeavam os lagos, muitos

dos quais foram enxutos há pouco tempo. O clima da Dinamarca é mais temperado e regular que o do restante da Escandinávia, e isso se reflete na flora e na fauna; não tem os mamíferos cujas peles enrtqueceram os seus vizinhos do norte em épocas anteriores. A sua economia baseou-se na agricultura por muito tempo; as suas terras, mais secas, podiam

ser cultivadas,

e o gado era criado nos pastos verdes das suas pradarias. Os peixes e as aves selvagens provinham do mar e dos rios do interior.

Como a Noruega e a Suécia, a Dinamarca se divide em várias regiões. A maior é a península da Jutlândia, ligada ao continente europeu. Ao longo da história, as inovações culturais procedentes do nordeste europeu chegavam primeiro à Jutlândia e daí se espalharam pelo resto do país e depois pela Noruega e pela Suécia, muitas vezes depois de um considerável lapso de tempo. Em quase todas as épocas, foi a região mais rica da Dinamarca; não foi por acaso que a Jutlândia se tornou o centro principal do poder real quando a Dinamarca emergiu como Estado unificado no século X. As ilhas dinamarquesas, em especial as maiores, Fiô-

nia (Fyn) e Zelândia (Sjaelland), têm características di-

ferentes. Em épocas anteriores, tiveram os seus próprios sistemas de governo. As regiões mais orientais da Dina-

marca tinham relações culturais mais estreitas com os

povos do mar Báltico do que com os do Noroeste da Europa, e muitas características eslavas (por exemplo, o

À esquerda. A península de Jutlândia liga a baixa Dinamarca com o continente europeu. Às suas praias ocidentais, ao contrário da costa

acidentada da Noruega, são

expostas à força do mar, o que não era um obstáculo para os

navegadores da época viking, pois

foram invasores ou comerciantes.

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inumeráveis lagos. Embora a

estilo da olaria e os métodos de construção naval) são ali evidentes na época viking. A ilha de Bornholm é também diferente, mais semelhante às ilhas suecas da Got-

não seja de raça escandinava, as suas

no Sul do mar Báltico, cerca de 140 quilômetros a leste

Central é caracterizada pelos

bosques de coníferas e pelos

Finlândia seja o pais nórdico que está mais a leste e o seu povo

costas ocidentais € meridionais

cairam sob a influência da Suécia e da Gotlândia durante a época viking.

lândia e da Olândia que à própria Dinamarca. Situa-se

da costa oriental da Zelândia, onde se encontra a atual

capital da Dinamarca, Copenhague. É como uma anomalia num país em que em todo o restante é uniforme.

No entanto, só fica a 30 quilômetros da costa sueca de

Skâne, que, junto com Halland, foi dominada pelos dinamarqueses até ao século XVII. Ao contrário destas

duas províncias, Bornholm permaneceu politicamente

unida à Dinamarca, embora no âmbito cultural nunca o

estivesse por completo. Página seguinte. As ilhas de

Lofoten encontram-se próximo

de extremo norte do litoral atlântico

da Noruega; apesar da sua situação

setentrional, a corrente do golfo às mantém temperadas e úmidas,

tendo sido habitadas desde tempos

- Témotos por comunidades pesqueiras. À costa ocidental da

Noruega, com o seu escudo de

ilhas € Os seus inumeráveis fiordes,

proporcionava uma rota marítima do sul, tendo dado nome ao país, — 9 “caminho do norte”,

Finlândia Do outro lado do golfo de Bótnia, defronte da Suécia, encontra-se a Finlândia. Este país não foi a terra natal dos vikings. O seu povoamento não tem ascendência escandinava: o finlandês pertence ao grupo de línguas ugro-finlandesas e se relaciona estreitamente com o estônio, falado nas costas meridionais do golfo da Finlândia; mantém algum parentesco, ainda que afastado, com o húngaro e o turco. No entanto, o Sudoeste da Finlândia foi muito influenciado pela Suécia, especial-

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mente no período viking. Muitas características vikings, como estilos artísticos, tipos de jóias e de armas, podem encontrar-se aqui a partir do século IX, e por isso a Finlândia é considerada também um país viking. Geologicamente, a Finlândia é muito semelhante às regiões do Centro e do Norte da Suécia, embora não

tenha cadeias montanhosas. Durante as glaciações, esteve completamente coberta de geleiras que modelaram a paisagem, recobrindo-a de um solo de cascalho nada adequado para a agricultura. No extremo setentrional se espalham as tundras, e mais ao sul a paisagem se caracteriza pelos bosques de coníferas e por numerosos lagos. O território finlandês é um pouco maior

que o norueguês, com cerca de 363.000 km?. As regiões árticas e subárticas ainda são habitadas por lapões do mesmo grupo cultural que os que vivem no Norte da Noruega, da Suécia e da Rússia, mas a maioria da população finlandesa, que atualmente conta com cerca de 5

milhões de pessoas, vive ao longo das costas ocidental e

meridional, Esta região foi visitada e, em parte, ocupada pelos vikings suecos, sendo aqui que se encontram os principais restos arqueológicos da colonização do periodo viking. Posteriormente, tornou-se a parte do rei-

no medieval da Suécia e esteve sob o domínio sueco até o século XIX.

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A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS A esquerda. As pontas de m

Os primeiros escandinavos foram povos nômades, que viviam da caça, da pesca e da colheita de plantas silvestres. Viviam em acampamentos temporários, situados ao longo das costas, nas margens

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pedra na sociedade neolítica, para além do seu uso fund amenta como ferramenta de trabalho ) para desbravar a terra.

Página seguinte, acima. À entrada

bordejada de pedras para um grande túmulo de corredor (ou de

além das suas ferramentas e armas, feitas de sílex e de

outras pedras, e de algumas sepulturas de pessoas, que foram enterradas junto dos acampamentos. Este tipo de existência migratória e muito disseminada prosseguiu por cerca de 4000 anos, e os arqueólogos conhecem-na com o nome de Mesolítico.

passadiço) em Gillhõg, Skâne, na

Suécia: os tâmulos com corredor eram usados pelas comunidades

agricolas neolíticas para depositar

os ossos dos esqueletos que tinham estado expostos anteriormente.

A revolução neolítica

Uma enorme mudança teve lugar na Escandinávia Meridional por volta de 4000 a.C., quando o cultivo e a criação de gado começaram a substituir a caça como princi-

pal meio de sustento. Essa alteração foi o prenúncio do grande período da pré-história seguinte, o Neolítico, que durou mais de 2000 anos. O novo modo de subsistência chegou à Escandinávia procedente do sul, e pode ter sido introduzido por grupos de imigrantes da Europa continental. No entanto, é pouco provável que houvesse uma imigração em grande escala, e a população nativa continuou a viver como os caçadores do período anterior. Depois de se adotar a agricultura, modificou-se a forma de povoamento. As populações ocuparam as suas casas durante perío-

dos mais longos, cultivando a terra ao lado, que tinha

sido conquistada ao bosque primitivo. Mas aquelas colônias também não seriam ocupadas por muitos anos, dado que os campos circundantes rapidamente se tornariam improdutivos por causa do uso excessivo e da falta de adubo; os habitantes transferiam-se então para ou-

tro lugar, onde podiam tratar e cultivar uma nova terra. As colônias semipermanentes eram pequenas, formadas por algumas poucas casas que alojavam pouco mais que um grupo familiar, e estavam espalhadas por todo o

país, sob a forma de fazendas isoladas mais do que aldeias. Não obstante, os costumes funerários destes povos

agrícolas primitivos mostram que tinham certo sentido de identidade comunal. Eram sepultados em grandes monumentos construídos com enormes pedras conhecidas como megálitos (por isso, são chamados túmulos me-

galíticos). Consistiam numa enorme câmara central bas-

tante alta para uma pessoa em pé e numa passagem que comunicava com ela. O conjunto era coberto por um túmulo de terra rodeado por um círculo de pedras menores em posição vertical. Restos de vasilhas de cerâmica encontrados dentro e à volta da entrada destes túmulos,

que alojavam muitos cadáveres, indicam que o enterro era acompanhado de ritos complicados que incluíam um festim e talvez um sacrifício, exigindo a participação dos habitantes de uma grande área, cujo núcleo era o tâmulo comunal. O que hoje entendemos por socieda-

de começava a evoluir.

Estas comunidades agrícolas primitivas são mais co-

nhecidas na Escandinávia Meridional (Dinamarca, o Sul

da Suécia e o Sudeste da Noruega). Além de terem ali

A direita. A talha de pedra na

com os novos impulsos culturais e tecnológicos propagados do continente europeu para o norte. Nos bosques e

Suécia Central, é um testemunho misterioso da atividade de culto.

um

clima mais temperado, entravam antes em contato

Idade do Bronze na Escandinávia, como este grupo de Bohuslân, na

na tundra do extremo setentrional, a caça, a pesca € a re-

Representam homens, animais,

e as alterações na economia e na cultura se deram muito

“marcas de taça”, redondos e

colha continuaram a ser os principais meios de sustento,

barcos, armas e diferentes simbolos dos quais os mais comuns são as

mais lentamente. No entanto, algumas ferramentas e armas encontradas no norte são de origem meridional e

pouco profundos, cinzelados na superfície da pedra, agrupados ou associados com outras talhas.

mostram que houve relações entre as duas regiões.

Os agricultores neolíticos usavam ferramentas e armas mais variadas que os seus antepassados caçadores, mas estas anda eram feitas de materiais locais. O sílex e outras pedras eram talhados para fazer cunhas de machado que se fixavam a cabos de madeira e se usavam para cortar árvores e roçar a terra. Faziam foices de fio cortante com pedaços afiados de sílex para colher os cultivos.

As pontas de flecha que usavam para caçar também eram feitas de sílex. Com o passar do tempo, a forma de alguns utensílios, especialmente as armas, foi muito elaborada, requerendo grande habilidade para o seu fabrico. Os machados de combate de pedra polida e os punhais de sílex testemunham a sofisticação que os artesãos podiam alcançar com aqueles materiais aparentemente intratáveis. No final do Neolítico, no 2.º milê-

nio a.C., a pedra e o sílex começaram a ser substituídos pelo bronze em armas simples como os machados achatados e os punhais. Essa modificação marcou a transição para a Idade do Bronze. A Idade do Bronze

O bronze é uma liga de cobre e estanho. Estes dois metais procedentes da Europa Central e Ocidental tiveram de ser introduzidos na Escandinávia no período pré-histórico. A utilização do bronze deve ter marcado

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A ESCANDINÁVIA

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. Ss uma alteração acentuada na economia da Escandinávia primitiva, introduzindo-a numa rede mais ampla de contatos culturais e tornando-a mais aberta às influências do exterior. A Idade do Bronze começou na Dinamarca por volta

de 1800 a.C. e durou mais de 1000 anos. A sua cultura penetrou muito mais devagar nas regiões setentrionais da península Escandinava, embora os achados de objetos de bronze de estilo uniforme em toda a Escandiná-

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via indiquem que houve relações entre o norte e o sul,

como em períodos anteriores. Na Idade do Bronze, o

comércio favoreceu estes contatos: trocavam-se matérias-primas, sobretudo peles e couros, por cobre e estanho para fazer bronze, ou por armas de bronze, como

espadas e machados que se importavam da Europa Central e das ilhas Britânicas. Quase toda a nossa informação sobre a Idade do Bronze na Escandinávia tem origem nos túmulos ou nos objetos de bronze e de metais preciosos que foram enterrados ou depositados, provavelmente como oferendas religiosas, em pântanos, rios e lagos. Encontraram-se numerosos túmulos daquele período. Os corpos eram enterrados sob montículos de terra ou de pedra (túmulos). Alguns dos tâmulos na Dinamarca e na Suécia Meridional eram enormes e ainda hoje têm cerca de 3 a 4 metros de altura. Situavam-se em elevações que dominavam a paisagem muitos quilômetros ao redor. À cremação, com os ossos incinerados colocados em vasilhas de cerâmica sob os túmulos, era algo corrente nos últimos séculos da Idade do Bronze, mas em épocas anteriores predominava a inumação (enterro do corpo não incinerado). Esses túmulos têm muito para nos contar. A Dinamarca é especialmente rica em restos de inumações da Idade do Bronze. Em alguns túmulos, os 23

A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS

troncos de carvalho ocos serviam de ataúde para o cadaver, que era enterrado totalmente vestido e acompanhado das suas posses, incluindo artigos de higiene pessoal

como navalhas de barbear e pinças. Em alguns casos, a umidade do chão conservou as peças de la do defunto, e

por estas soubemos que os homens usavam túnicas justas, cobertas com capas e toucados simples. As mulheres usavam

roupas de duas peças e cobriam

a cabeça com

uma redezinha muito elaborada ou uma touca, Podemos assim visualizar O aspecto das pessoas que viviam na Escandinávia naqueles tempos. Sabe-se muito pouco sobre o estabelecimento de colónias na Idade do Bronze, mas os poucos indícios que existem sugerem que a população daquela época ecra essencialmente formada por camponeses que viviam em

fazendas longas e retangulares, com um estábulo numa

extremidade. Algumas fazendas eram agrupadas, formando pequenas aldeias. As vasilhas de cerâmica, geralmente usadas para O armazenamento e a preparação de alimentos, eram provavelmente feitas pelas mulheres nas fazendas para o seu uso próprio. No início, os uten-

sílios agrícolas continuavam a ser de pedra e de sílex, sendo o bronze reservado para armas e objetos decorativos que refletiam a posição social. Mas no final da Idade do Bronze — em meados do 1.º milênio a.C. - o bronze era usado para todos os utensílios, incluindo as folhas das foices que se utilizavam para a colheita. Muitos desses utensílios de bronze foram provavelmente feitos por fazendeiros-artesãos locais, mas também foi preciso haver especialistas em metalurgia para fazer os objetos mais elaborados, os que mais se encontraram nos pântanos como ofertas votivas. Incluem instrumentos musicais parecidos com as trombetas, conhecidos como lur, que consistiam num tubo, uma boquilha e um “pavilhão” liso; as representações dos lur encontradas nas gravuras em rocha suecas sugerem que eram usados em cerimônias rituais. Também se encontraram capacetes com adornos complicados, escudos, recipientes de bronze e de ouro, bem como jóias de mulher, que indicam que a Idade do Bronze foi um período de grande riqueza em grande parte da Escandinávia Meridional. A sociedade da Idade do Bronze parece ter sido dominada por uma classe dirigente rica e poderosa. Os esplêndidos bens mortuários de bronze e de ouro concentrados em alguns túmulos masculinos indicam que a pessoa ali enterrada pertenceu a uma classe dirigente, e a presença de uma só fazenda imensa numa aldeia de casas pequenas também pode indicar alguma forma de hierarquia interna. Os depósitos votivos da Idade do Bronze sugerem também manifestações de chefia: o rico e o poderoso acalmavam o deus ou espírito local que habitava o lugar com uma esplêndida oferenda, e ao mesmo tempo asseguravam a sua posição sobre os rivais com uma exibição de notável esbanjamento. A Idade do Ferro: as origens da época viking

Em meados do 1º milênio a.C€., sucedeu outra revolução

tecnológica, quando o ferro substituiu o bronze como material para a maioria das ferramentas e das armas. A

idéia de utilizar o ferro veio, como o uso do bronze, da

Europa Central, mas desta vez o metal não teve de ser

importado. No leito dos lagos da Noruega, da Suécia e da Dinamarca, há abundantes fontes de minério de ferro, que se pode conseguir facilmente. Conhecidos

como minério do pântano ou minério do lago, estes de-

pósitos eram apanhados sem necessidade de escavação. O minério em si não é de grande qualidade e contém muitas impurezas, mas os escandinavos aprenderam rapidamente a extrair ferro utilizável fundindo em fornos 24

simples. As ferramentas e as armas feitas pelos ferreiros do início da Idade do Ferro eram poucas e simples, mas a habilidade e a capacidade dos artesãos escandinavos aumentou ao longo dos séculos, até que os seus produtos se encontraram em pé de igualdade com qualquer outro feito em toda a Europa. A Idade do Ferro na Escandinávia durou cerca de 1500 anos e foi dividida pelos arqueólogos em várias fases cronológicas. A Idade do Ferro Primitiva (também chamada Idade do Ferro Celta ou Idade do Ferro Pré-

Romana)

abrange os primeiros 500 anos do período. A

Idade do Ferro Romana assinala a época em que o Império Romano dominava o continente europeu (do século [ao IV), e influía na cultura escandinava, apesar de

a Escandinávia nunca ter feito parte do império. Os séculos V e VI são conhecidos como o período de migração (em referência às migrações em massa de leste para oeste através da Europa); na Dinamarca, este período também se chama Idade do Ferro Germânica Primitiva. O século VII e o início do século VIII são conhecidos como o período de Vendel (na Suécia), período merovíngio (na Noruega) ou Idade do Ferro Germânica

Acima. Um ataúde de carvalho CONSCrvOLLO COTpO inteiramente

vestido de uma jovem (de 18 a 20

anos aproximadamente) do início

da Idade do Bronze, em Egtved,

Jutlândia, Dinamarca. Usava uma

saia de fio é uma blusa com mangas

até o cotovelo. O seu corpo tinha sido colocado sobre um couro €

tapado com um cobertor antes de O ataúde ser fechado.

A ESCANDINÁVIA ANTES DOS

Avançada (na Dinamarca). Depois vem a época viking, cujo início é datado geralmente por volta de 800. O final desta época coincide com a introdução do cristianismo na Escandinávia, no final do século X na Dinamarca e um pouco depois nos outros lugares.

uma fazenda primitiva da Idade

do Ferro, que compreende uma típica casa longa com anexos, situados dentro de um recinto cercado. A fazenda pode ser vista no Centro Experimental Arqueológico Histórico de Lejre,

nos arredores de Copenhague,

ções de colônias ocupadas durante este período foram

recente e extensamente escavadas. Hodde, na Jutlândia,

é uma das povoações rurais do século I a.C que se encon-

A Idade do Ferro Primitiva (séculos V a.C.-I a.C.)

traram nessa região, e tem muitas caracteristicas que €stão presentes nas aldeias dinamarquesas até o início do período viking. Na sua extensão máxima, Hodde contou com 27 fazendas, cada uma composta de uma casa longa,

da Idade do Ferro Primitiva, cujas habitações deveriam

edifícios anexos menores, talvez celeiros ou oficinas. Cada complexo era rodeado de uma vala, e a aldeia intelra era cercada por uma vala comum com portas que pel mitiam o acesso direto de cada fazenda aos seus campos. Havia uma área aberta (um “campo comunal” ou “praça do povo”) no centro dos povoados. Uma das fazendas era muito maior que as restantes, podendo ser a do chefe da aldeia, para alojamento de sua família e criados. A metalurgia, a olaria, a tecelagem e a fiação eram ativt-

Os primeiros cinco séculos da Idade do Ferro na Escandinávia permanecem relativamente desconhecidos, dado que se conhecem pouquíssimas povoações desse período. À agricultura devia ser ainda o meio econômico de subsistência, mas a evidência de um agravamento climático nos últimos séculos da Idade do Bronze sugere que a produtividade pode ter decaído. Grontoft, uma população rural do Oeste da Jutlândia que data de 200 a.€., dá-nos alguns elementos sobre os fazendeiros

Abaixo. Uma reconstrução de

VIKINGS

ser muito semelhantes às dos seus predecessores, agrupadas em povoados rodeados de valas. Em Grontoft vi-

viam provavelmente cerca de 50 pessoas e 60 reses, mas é difícil saber se isso era uma comunidade de tamanho

médio. No entanto, há sinais de que as povoações rurais

estavam aumentando em número e tamanho no final da Idade do Ferro Primitiva. Uma vez mais, os indícios provêm principalmente da Dinamarca, onde várias povoa-

com a habitação e o estábulo sob o mesmo teto € dois

dades correntes; a vida da aldeia, porém, baseava-se na

criação de gado e na agricultura, seguindo as tradições da Idade do Bronze, mas em maior escala.

Outros lugares da Jutlândia mostram que ao lado dessas aldeias havia também povoações agrícolas menores, apenas com duas ou três fazendas; mas não sabemos por que havia tão grandes variações na escala de povoamento no campo dinamarquês.

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O sacrifício do pantano Hoje, mal podemos imaginar as razões pelas quais na Es-

candinávia, desde o Neolítico até ao final do período viking, eram lançados aos pântanos, aos lagos caosriosos

corpos das pessoas e dos animais, bem como uma variedade de artefatos, que compreendiam armas e até barcos

de guerra.

Mas devemos estar bem conscientes de que eram ali colocados como oferendas votivas ou sacrifícios aos deuses. Dada a quantidade de depósitos recuperados, quando se enxugava a terra para o cultivo, é evidente que era uma prática muito difundida. Os diferentes tipos de objetos que foram encontrados sugerem que as oferendas se faziam, provavelmente, acompanhadas de orações rituais com algum propósito particular, como uma colheita

abundante, a fertilidade de homens, mulheres e animais

ou o êxito de uma batalha. Os primeiros depósitos feitos no Neolítico consistiam principalmente em armas de pedra e sílex. Na Idade do

Bronze, faziam-se sacrifícios mais elaborados. Deposita-

vam-se coleções de objetos pessoais e domésticos, como caldeiros, provavelmente para comemorar o falecimento de uma pessoa importante ou poderosa. Também se sacrificavam armas de bronze, especialmente espadas. Muitas vezes, as folhas tinham sido primeiro dobradas sobre elas mesmas ou inutilizadas de qualquer outra maneira, deduzindo-se que isso se fazia para representar o “assassinato” ritual de um inimigo. Também eram mortos animais, sobretudo cavalos, como parte do ritual. O sacrifício humano perece ter-se estendido no século | a.C.: a maior parte das provas existentes desta prática provém da Dinamarca, onde os corpos dos homens e das mulheres executados dessa maneira se conservaram nos solos ácidos das turfeiras. A Idade do Ferro Romana e o período de migração presenciaram um retorno ao predomínio dos sacrifícios de armas no campo dinamarquês.

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A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS

Abaixo. Os objetos de bronze,

A prática de fazer oferendas votivas e sacrifícios continuou por toda a Idade do Ferro. À enorme maioria das oferendas recuperadas são armas e vasilhas de cerâmica ou de metal que contêm alimentos e animais, mas várias descobertas espetaculares de sacrifícios humanos foram feitas nas turfeiras da Jutlândia. Essa “gente do pântano” — alguns corpos estão expostos em museus dinamarque-

de aproximadamente 300 aC, encontrados em Hassle, na

província sueca de Narke, devem

ter pertencido a um chete da Idade do Bronze daquela região. O caldeiro de bronze que continha

todos os outros achados foi feito na Grécia; os cubos cilíndricos,

ses em incrível estado de conservação — nos permite re-

construir com exatidão espantosa o físico e o aspecto de algumas pessoas que viveram nas colônias escandinavas durante a Idade do Ferro Primitiva. Quase todos esses corpos foram encontrados aciden-

talmente por gente que extraía turfa dos pântanos da Jutlândia, embora alguns também tenham sido encontrados em situações parecidas nas ilhas dinamarquesas e em outras partes do Noroeste da Europa. Sabemos que são vítimas sacrificadas porque seus pés e mãos estão atados e em alguns casos têm um nó corredio à volta do pescoço. Alguns também tiveram seu pescoço cortado A acidez dos solos de turfa conservaram-lhes a pele e o cabelo e até o conteúdo do estômago de modo tão extraordinário, que podemos descobrir pormenores tais como o seu modo de se pentear e até o que comiam. Sabemos, por exemplo, que o homem de Grauballe, próximo de Silkeborg, na Jutlândia, tinha comido papas de cevada, aveia e trigo com algumas sementes de erva pouco antes de lhe cortarem o pescoço, num dia do século I a.C. A idade do Ferro Romana (séculos LIV)

Embora o depósito de sacrifícios nas terras úmidas tivesse continuado durante toda a Idade do Ferro Romana, podem observar-se algumas alterações notáveis na natureza das oferendas. Quase todos os objetos que pertencem a este período são armas de guerra e, especialmente na Escandinávia Meridional, são de origem romana. Pode supor-se com segurança que foram despojos de guerra recuperados na batalha e atirados ao lago, pântano ou rio como oferenda de gratidão pela vitória na guerra. Estes depósitos podem, portanto, indicar que houve numerosas escaramuças naquela época entre os escandinavos e os vizinhos do sul, que embora não fizes-

sem parte do Império Romano eram aliados dos romanos e tinham armas romanas. Alguns escandinavos poderiam também ter deixado suas pátrias para servir como mercenários nas armadas romanas, regressando ao lar, depois de cumprido o seu serviço, com objetos de valor e artigos luxuosos de fabricação romana. Muitos desses objetos chegaram aos túmulos simbolizando talvez a vida aventureira e a alta posição social dos indivíduos ali enterrados. Nem todos os produtos do Império Romano chegaram à Escandinávia por esses meios. Nos quatro séculos

* Página anterioy; à esquerda. O homem no agora em exposição de Tol und, * Museu de Si ceborg na no

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da alguma, contato pacífico entre os povos escandina| vos e as regiões romanizadas do sul. Alguns dos objetos “od mais esplêndidos, como copos de vidro, de bronze e de E metais preciosos que foram recuperados poderiam ter chegado à Escandinávia através do intercâmbio de ae 1 o] [TT ento, ; prendas entre famílias dirigentes de cada lado da fronteira, mas outros objetos mais correntes chegaram, sem

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Noruega, na Dinamarca e na Suécia Central e Meridional, mas no final do período são mais comuns na ilha

de Gotlândia, situada no meio do mar Báltico. A distri-

buição dos achados assinala as rotas por onde passavam as mercadorias de comércio da Europa Central e Meridional: ao longo do Elba e do Reno e pelo litoral ocidental até à costa báltica, Gotlândia e Suécia Central.

As jóias, a cerâmica e as moedas (denários) testemunham este comércio. Tiveram uma influência importante no desenvolvimento posterior dos estilos artísticos e dos artefatos escandinavos. É difícil saber com certeza quais os produtos escandinavos que se trocavam pelos objetos romanos, mais duradouros, mas sem dúvida as peles do norte desempenharam um papel importante. Os produtos agrícolas, em particular os cereais e os couros de reses, eram também muito solicitados pelas legiões romanas e provavelmente constituíam a maior parte das mercadorias enviadas para o sul. Os indícios assinalam que as atividades agrícolas aumentaram na Escandinávia nesses séculos, e é mais que provável que isso se desse em resposta à um mercado mais amplo. As aldeias da Dinamarca aumentaram em número, tamanho e complexidade, e na Noruega a agricultura se tornou, pela primeira vez, O fator mais importante da economia. Foram ocupadas € tratadas novas terras para os cultivos e para a pecuária, e sabe-se, com certeza, que se criou gado em algumas pequenas comunidades pesqueiras dispersas ao norte do Círculo Polar Ártico. Nos séculos da Idade do Ferro Romana, podem descobrir-se, pela primeira vez, os inícios da organização social e política na Escandinávia que, finalmente, levaram à formação de reinos alguns séculos depois, sendo de supor que os contatos culturais e comerciais com o Império Romano tenham desempenhado papel importante nesta evolução. A melhor prova de centralização política provém da Dinamarca, onde surgiu uma classe de guerreiros que se assumiram como chefes, dominando várias regiões, com uma riqueza procedente do controle sobre o comércio e a posse de terras, e talvez com responsabilidades religiosas. Recentemente, investigou-se um centro a partir do qual um desses chefes pode ter operado, em Gudme, próximo da costa oriental da ilha Fiônia, na Dinamarca. Ali se estabeleceu uma colônia no século I a.6., que

aumentou de tamanho e riqueza ao longo dos séculos

seguintes. À sua época mais próspera foi no final da

Idade de Ferro Romana (os séculos Ill e IV), mas conti-

nuou ocupada pelo menos até ao final do século VI. As escavações mostraram que a colônia era formada por casas longas do tipo rural corrente, mas os objetos que se descobriram dentro e à volta dela são totalmente diferentes dos que normalmente se encontram nas colônias agrícolas daquela época. Os acessórios de ouro das armas, os anéis de ouro e os pedaços cortados de ouro e de prata indicam que aquele não foi só um centro agricola, e o caráter excepcional de Gudme acentua-se com a descoberta de pequenas figurinhas estampadas nas folhas finas de ouro, normalmente associadas a centros de culto no período de migração posterior. O próprio nome Gudme tem conotações religiosas: signífica “o lar de Deus”. Um povoamento contemporâneo encontra-se em Lundeborg, na costa, a cerca de 5 quilômetros. As investigações revelaram que não foi uma colônia permanentemente habitada, sendo temporariamente ocupada, talvez no verão e na primavera; foi um centro de comér-

cio e de manufaturas, onde se importavam mercadorias de luxo, se faziam jóias e reparavam barcos. Por conseguinte, parece ter servido de mercado ou de feira e o lo-

cal onde teriam desembarcado os visitantes (muitos de-

les possivelmente peregrinos) a caminho de Gudme.

Dankirke, próximo da costa ocidental da Jutlândia, parece ter sido a base do poder de uma chefia que controlou a região meridional da Jutlândia. Outras povoações do mesmo tipo têm de ter existido na Dinamarca e 2

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A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS

Acima. Uma das caracteristicas

mais enigmáticas da arqueologia escandinava do periodo de

migração é uma série de figurinhas

de pão-de-ouro que são interpretadas como oferendas

votivas, Cerca de 1300 destas placas

diminutas provêm da povoação de Sorte Mulde, na ilha de Bornholm,

uma descoberta extraordinária. Uma das que aqui são mostradasé a de um homem com uma longa capa e um bastão, enquanto o outro saúda levantando a mão.

na península Escandinava durante a Idade do Ferro Romana, mas até agora não foram achadas, embora se conheçam os seus equivalentes do período de migração. O período de migração (séculos V-VI) O século V foi um período de grande confusão no continente europeu ao finalizar o Império Romano, sendo este substituído por novas unidades geográficas como o Império Franco (atualmente a França e a Holanda) e o reino visigótico da península Ibérica. Este processo iniciou-se com o movimento em massa de povos que atravessaram a Europa, de leste para oeste, mas as grandes migrações só atingiram levemente a Escandinávia. Alguns zarparam do oeste para o sul da Dinamarca para se estabelecer no Leste da Inglaterra; outros podem ter emigrado do Sudoeste da Noruega para o Norte da Inglaterra. Mas, contrastando com o que estava sucedendo em quase todo o Noroeste da Europa, o período de migração na Escandinávia parece ter sido de estabilida28

Ou estará prestando juramento?

de e de prosperidade, com uma agricultura e um comércio florescentes. Na Noruega, a expansão agrícola que tinha começado no período anterior prosseguiu. Escavaram-se muitas povoações no Sudoeste do país que parecem representar propriedades isoladas dedicadas à pecuária, com alguns cultivos nos pequenos campos adjacentes. As casas longas e retangulares, feitas de pedra, albergavam as pessoas e o gado. Uma propriedade típica consiste numa casa alongada com várias dependências menores, rodeada de um muro de pedra e com terrenos para o gado também cercados de pedras. Encontraram-se propriedades semelhantes em Olândia e Gotlândia, onde se praticava a mesma agricultura. A distribuição dispersa dessas propriedades diferencia-as das povoações em aldeias da Dinamarca, cuja extensão continua-

va à aumentar.

O comércio e os trabalhos manuais floresceram no período de migração. Estas atividades parecem ter-se

Acima, à esquerda, Este “bracteado” do período de migração da Suécia era evidentemente um adorno

de prestígio e pode ter servido de amuleto protetor. Os bracteados

são pingentes em forma de disco com uma face de ouro, que no início imitavam os medalhoes

romanos com o busto do imperador. O desenho foi-se

transformando progressivamente

em estilos escandinavos, que

incluíam a proliferação dos

bordos concêntricos, como Se

pode ver aqui.

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Povoações da Idade do Ferro na Escandinávia. Ao contrário da

maior parte da Europa, os séculos

precedentes à época vikingna Escandinávia foram de estabilidade e de expansão da agricultura € das povoações rurais. Os rituais pagãos, como a deposição de oferendas votivas ou os sacrifícios humanos, foram muito espalhados até a

chegada do cristianismo durante a época viking. Embora a relação entre religião e comércio ainda esteja por investigar, os achados arqueológicos evidenciam que os

centros religiosos começaram a

estabelecer-se durante os períodos

A direita. Esta placa de bronze do século VI faz parte de uma série

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de quatro achadas numa povoação

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Olândia. Serviam de matrizes para decoração de capacetes parecidos que

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pode estar relacionada com o culto de Odin.

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povoação religiosa de Gudme

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manteve estreitas relações com

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Lundeborg, a poucos quilômetros de distância, e com Helgo,

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na Suécia Central, dois centros

religiosos e comerciais. Algumas evidencias de povoações pré-

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vikings, como Borg, em Lofoten, Hovgarden, na Suécia Central,

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parucipando de um baile ritual. Um deles usa um capacete com cifres pontudos, e o outro, uma

também acumulavam funções

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Vendel e Valsgarde. Este exemplar representa dois guerreiros

de migração e de Vendel e que

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calcária. A reconstrução em

tamanho natural do local pôde

manter-se graças ao bom estado d conservação das fundações. :

Eketorp, uma das 16 fortalezas circulares definitivamen-

te identificadas na Ilha da Olândia, na altura da costa da

Suécia, é a única que foi inteiramente escavada. Foi construída, pela primeira vez, por volta do ano 300, e durante os primeiros cem anos da sua existência esteve esporadicamente ocupada. Os restos pertencentes a este período são conhecidos pelo nome de Eketorp I. Até o ano 400, uma área muito maior foi cercada por uma muralha de pedra e ocupada por 53 edifícios. Esta instalação é conhecida

por Eketorp

II. Embora

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seja descrita

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como fortificação, era sobretudo uma aldeia agrícola. Viviam ali entre 150 e 200 habitantes, numas doze fazen-

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das, criando ovelhas, vacas, porcos e cavalos. Estes se

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mantinham no interior durante o inverno, mas no verão

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pastavam nos campos dos arredores, onde se cultivava cevada, trigo, centeio e aveia. Esta dieta era completada com a caça e a pesca, e os ocupantes também fabricavam objetos de bronze simples e forjavam ferramentas e armas de ferro. Ektorp II foi abandonada por volta de 700. Foi ocupada de novo na época viking tardia, por volta do ano 1000, mas em escala menor; esta última ocupação é conhecida por Eketorp III.

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formada por uma habitação, um

estábulo e as dependências. Toda a

muralha e parte dos edificios foram

reconstruidas.

À direita. Eketorp II foi

reconstruído como um “museu

vivo” na verdadeira localização. Os

visitantes podem assim fazer uma

idéia de como era a vida numa

aldeia defendida da Idade do

Ferro, antes da época viking. As

vacas são guardadas num estábulo,

e os porcos, as ovelhas e as galinhas andam à solta € passciam entre os edifícios.

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Acima. Cada uma das fazendas era

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A ESCANDINÁVIA ANTES DOS

combinado na Suécia moedas de no do leste te da Índia

ar de À direita. À muralha circul adas; Eketorp H tinha três entr tros cercava uma área de 5.000 me

quadrados. Os 53 edificios

ficavam junto à muralha

periférica e num bloco central.

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Entrada

Um só poço abastecia todos

os habitantes.

ada e)

VIKINGS

em lugares como Helgo, no lago Malaren, Central. Aqui, objetos importados como ouro (solidi) procedentes do Império Romae uma estatueta de Buda originária do Norforam encontrados junto dos moldes e dos

crisóis que se usavam para fundir as jóias de bronze do país. Em Helgô também se acharam algumas figurinhas em folhas de ouro parecidas com as que se encontraram em Gudme, sugerindo que Helgô também pode ter sido um local de práticas religiosas. Estas figurinhas — diminutas placas de ouro fino estampadas com figuras masculinas ou femininas — eram oferendas votivas e foram encontradas em muitos outros sítios, mas a maior concentração que se conhece está em Sorte Mulde, na ilha de Bornholm, no Sul do mar Báltico, onde

se acharam nada menos que 2.300 nas escavações de 1986 e 1987. Sorte Mulde deve ter sido o centro de che-

Pozo

fia de Bornholm, que controlava o comércio marítimo

do Sul do mar Báltico. Foi o centro de produção de artesanato na ilha e parece que foi também o foco religioso da ilha. Lugares como Gudme, Helgó e Sorte Mulde sugerem que os ritos associados à crença religiosa se foram concentrando em povoações específicas durante o período de migração. O depósito de oferendas votivas em pântanos, lagos e rios, principal manifestação da religião em

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Muralla

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Muros divisorios

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épocas anteriores, terminou no século VI.

A partir do século VI, os sacrifícios faziam-se normalmente com seres humanos, e os objetos preciosos como as figurinhas em folhas de ouro € os bracteados de ouro (pingentes parecidos com moedas de ouro) eram enterrados em terra seca, quase sempre na proximidade

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residência de um chefe importante. Esta modificação fundamental na prática deve significar uma alteração igualmente profunda nas idéias religiosas e sociais, € sugere que os chefes regionais desempenhavam o papel de líderes políticos e religiosos, sendo de algum modo os intermediários entre os deuses e o povo. O período de migração foi em quase toda a Escandinávia um tempo

de

modificação

religiosa,

política

e social

num

ambiente de prosperidade crescente: a agricultura tornou-se mais produtiva, e o comércio desenvolveu-se. Contrastando com o continente europeu, deve ter sido um tempo de paz. E, no entanto, cerca de 1.500 fortalezas de defesa estavam sendo construídas mais ou menos ao mesmo tempo. À maioria delas não foi escavada,

e é difícil datá-las com exatidão, mas a primeira fase da fortaleza de Eketorp, na Olândia, por exemplo, remon-

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ta com certeza aos séculos IV e V, e outros exemplares investigados indicam uma ocupação na mesma data, aproximadamente. A construção de fortalezas é normatmente atribuída a períodos de agitação, mas a maioria dos especialistas atuais pensa que as fortalezas da Escandinávia no período de migração foram construídas por razões totalmente diferentes. Provavelmente representam centros de uma sociedade bem organizada, na qual os centros regionais de poder eram demarcados e claramente visíveis para as populações dos arredores. O período de Vendel (séculos VII-VIII) A última fase da Idade do Ferro antes do advento da cultura viking deve o seu nome a um povoamento na Suécia Central, cujos túmulos ricos assinalam a presença de

uma dinastia real nos anos que precederam a época viking. Tinham começado a surgir centros de poder regional na Escandinávia, especialmente na Dinamarca, nas

poliprimeiras fases do período do ferro, e as entidades

ticas do período de Vendel deveriam, portanto, ser consideradas como a culminação de fatos precedentes € 31

Helgo As escavações de Helgó, na ilha de Ekeô, no lago Malaren,

demonstraram que esta era uma importante localidade manufatureira e comercial nos séculos imediatamente anteriores à época viking. Parece que foi sobretudo um centro de fabricação de jóias de bronze, que foram tao

populares nos períodos de migração e de Vendel, uma vez que se encontraram muitos milhares de moldes usa-

Abaixo. O lugar de Helgô consiste em varios grupos de edifícios —

mostrados aqui como retângulos —

situados em terraços artificiais, numa encosta da ilha de Ekero

orientada para norte. Cada terraço

suportava vários edifícios de madeira, compridos e retangulares,

alguns dos quais eram habitações, e

dos para o vazado de broches e de outros objetos decorativos nos edifícios do lugar. Transportava-se para al o mineral de ferro, do Norte da Suécia, para forjar ferramentas, armas e objetos de uso doméstico diário. Neste local foram numerosos e magníficos os achados, que durante muito tempo se tornaram desconcertantes, dado que, em muitos outros aspectos, Helgô parece ter sido uma povoação agrícola perfeitamente comum: os seus edifícios são do tipo dos encontrados nas fazendas da Idade do Ferro em outras partes da Suécia Central, e

simultaneamente — talvez só usassem dois ao mesmo tempo —, dado que, embora a povoação tenha estado ocupada durante 400 anos, a população total nunca pôde ter sido numerosa. O forte ca

os bens mortuários dos cemitérios, que rodeiam o lugar, não são particularmente ricos. Parte da importância de Helgo pode dever-se ao fato de ter sido um centro de culto para a religião pagã. Esta opinião é apoiada pela presença de estatuetas de pão-de-ouro parecidas com as que se encontraram em outros lugares religiosos, como Gud-

o local habitado datam de antes

me, na Dinamarca. Provavelmente, também

outros, oficinas. Nem

grupos eram ocupados

todos os

maioria dos cemitérios que rodeiam

desta povoação.

que o nome de Helgó signifique “ilha Santa”.

ILHA EKERÓ

é revelador

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A esquerda. A riqueza

surpreendente gerada pelos habitantes de

Helgo € ilustrada neste tesouro de 47 moedas de ouro romanas,

cunhadas no Império oriental e ocidental, nos séculos V e VI.

É possivel que no princípio tenham

sido mais, dado que a pulseira de

ouro foi provavelmente feita com o ouro das moedas fundidas. Não se

sabe como nem por meio de quem

chegaram a esta ilha remota na

Suécia Central, Uma possível explicação reside no fato de

Helgo ter sido um centro de extenso comércio de mercadorias, como Es

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peles procedentes do norte,

muito solicitadas nas terras do Mediterrâneo.

À direita. Esta extremidade superior de um báculo de bispo

foi encontrada nas escavações de

Helgo. E de bronze vazado, magnificamente decorada com

mcrustações de vidro e de esmalte,

e tem uma cabeça de homem

entre

as fauces de um animal selvagem,

Todas estas características indicam que é de fabricação celta, e pode ter sido feita na Gra-Bretanha

Ocidental ou na Irlanda durante o

século VII, Como os outros objetos

de origem remota encontrados em Helgo, a sua presença ali continua misteriosa. Foi sugerido que

missionários poderiam ter visitado as ilhas antes de o cristianismo se

estabelecer oficialmente naquela região da Suécia,

À esquerda. Esta estatueta de bronze

de Buda sentado num trono de loto, de apenas 8,4 centimetros de altura, evidencia as relações

extraordinariamente extensas de

Helgô. Foi feita em algum lugar da India no século Vl ou VII, e

provavelmente chegou a Helgô, na última fase da sua povoação na

época viking, na bagagem de algum viajante que teria regressado do Oniente através dos rios da Rússia.

Parece que foi considerada um amuleto: quando foi encontrada, tinha uma estreita faixa de couro à

volta do pescoço e de um braço.

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33

Sepulturas reais do período de Vendel EEE

O centro da região de Uppland, dominado pelos svears, ficava em Gamla Upsala, a cerca de 10 quilômetros da cidade atual de Upsala. Aqui estão os três grandes tâúmulos funerários, com

cerca de 20 metros de altura, atri-

buídos aos reis sevears do século VI. Foram escavados no século XIX, e descobriu-se que continham cremações com suntuosos bens mortuários, como jóias de ouro com

incrustações de granada, que datam

de prin-

cípios do período de Vendel. O lugar conservou a sua importância durante a época viking, servindo de centro de religião pagã “oficial” da época. Houve sempre uma

profunda associação da realeza à religião, e o próprio rei foi provavelmente o sacerdote principal. Também se pensa que Vendel e Valsgárde, a norte de Gamla Upsala, foram centros importantes desde 600 até o final da época viking. Em ambos os lugares, foram encontrados e escavados cemitérios. Nas sepulturas do século VII, colo-

cavam-se os corpos dentro de barcos, e os túmulos que cobriam as sepulturas eram bastante baixos, em oposição aos de Gamla Upsala. Pela qualidade dos bens mortuários, está claro que a gente ali enterrada era de alta posição social - chefes poderosos, se não autênticos reis.

A ESCANDINÁVIA ANTES DOS VIKINGS

não como inovações. À sua importância reside de proporcionarem uma base para O que se ia zir: o surgimento de reinos característicos na vikinge a autêntica cristalização dos reinos da da Noruega e da Dinamarca no início da Idade

no fato produépoca Suécia, Média.

O cemitério de Vendel na província de Uppland encontra-se na margem leste do rio Fyris, que flui para

o sul até o lago Mãlaren.

Os dirigentes dos

svears

(suíones, segundo Tácito), uma população ou tribo mencionada pelos escritores latinos do período romano como a força dominante no Báltico e que deram o seu nome ao país (Suécia), foram enterrados neste cemitério. Os seus corpos foram colocados em barcos

com seu equipamento pessoal, disposto à sua volta como prova da sua categoria. Encontrou-se um cemttério idêntico em Valsgárde, um pouco mais ao sul na

mesma

margem

do Fyris, e 27 quilômetros

adiante,

próximo da foz deste rio, no lago Málarem, encontra-

se Gamla Upsala, o centro religioso dos svears, com

seus grandes túmulos funerários, Os opulentos bens mortuários — armaduras muito decoradas, jaezes de cavalo, copos de vidro e equipa-

mentos

de cozinha,

incluindo

caldeiros — e o uso

frequente de barcos nos enterros de Vendel e de Valsgârde podem tornar-se uma prova da criatividade e do consumo notáveis de riqueza por parte de uma ou de várias famílias que controlavam as terras e a população numa ampla região. São os melhores exemplos que temos de um centro real naquela época. À riqueza e o poder dos svears derivava provavelmente do seu controle do comércio que circulava pelo rio Fyris, transportando peles e ferro do norte até os centros do sul. Quase todos os enterros dessa data na mesma região contêm bens mortuários de má qualidade, e por conseguinte podemos supor que a maioria da população que vivia em estabelecimentos rurais não desfrutava do mesmo nível de vida ou dos mesmos luxos que os ocupantes dos cemitérios de Vendel e de Valsgarde. À expansão de autoridades poderosas centrais na Escandinávia durante o período de Vendel conduziu a outros desenvolvimentos, como o estabelecimento de

centros mercantis e de trabalhos de artesãos. Alguns destes, como Ribe, na Dinamarca, por exemplo, tornaram-se depois povoados da época viking, mas outros, como ÁAhus em Skâáne, Suécia, floresceram no século VII e depois foram abandonados. Naquela época também se empreenderam trabalhos de engenharia em grande escala. Danevirke, uma grande fortificação no

Acimaà esquerda. Esta litografia de Gamla Upsala do século XIX mostra os três “túmulos dos reis” com a

igreja do século XII em segundo

Sul da península da Jutlândia, começou a ser construí-

da por volta de 737. Devia ser um extraordinário obstáculo, formado por uma muralha de terra revestida de madeira de 10 metros de largura, aproximadamen-

E put inçato

plano, É uma vista tomada do —* sudoeste, e hoje já está um pouco

te, com um fosso em frente, cuja escavação proporcio-

— mudada. Segundo a tradição, o

“túmulo do leste é a sepultura do rei

nou provavelmente a terra para a muralha. A barreira estendia-se para o sudoeste a partir do fiorde de Schlei, no extremo oeste, e media cerca de 7 quilôme-

- Egil,o túmulo central, a do rei Aun, E —eotúmulo do oeste, a do rei Adilis —

Eariedesimembros da dinastia — Amglimga,

mencionada na história

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Parte superior. Um capacete de

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ferro, com adornos de bronze,

na esquerda. O cemitério de Valsgarde. | encontrado numa embarcação-

—“sbúmulos funerários, cuja datação |

túmulo do século VII, em Vendel:

WMmaisda Epoca viking, podem ver-se

nariz em forma de máscara. Os

abrange do período de Vendel a

montículo atrás da casa moderna.

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tem uma proteção para os olhos e o

viajando —, e lhes davam

e utensílios de cozinha.

Amiúo € eram acompanhados de

— Ca aloe ecãesdecaça.

cemitério de Vendel eram

elaboradamente decorados com

desenhos estilizados de animais entrelaçados, que deram origem

chifres — teriam sido de um tipo

ao nome do estilo de Vendel, Podemos vê-lo neste desenho da parte central de um escudo

Vendel e de Valsgarde destacam-se

numa embarcação-tâmulo de

capacetes vikings - que não tinham

semelhante a este, As sepulturas de

— dando a entender que

Acima. Muitos dos achados no

pelas suas magníficas armaduras.

Este guerreiro foi enterrado com um escudo, duas espadas e outras

armas, todas da melhor qualidade e

admiravelmente decoradas.

circular, que foi encontrado

Vendel. A parte central é de ferro chapado com bronze; o

próprio escudo teria sido feito

com madeira coberta de couro,

e decompós-se.

tros de comprimento. A escavação do canal de Kanha-

ve na ilha de Samsg, por volta de 726, foi também

impressionante. Foi aberta uma passagem de cerca de 1 quilômetro de comprimento e 11 metros de largura

através de um estreito istmo ao norte da ilha e afundada para permitir a passagem de embarcações de pouco calado. Os seus lados inclinados foram revestidos de madeira, e a totalidade da obra requereu uma habilidade técnica considerável, bem como a disponibilidade de importante mão-de-obra. Todos esses êxitos prepararam terreno para os posteriores desenvolvimentos do período viking. 35

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SEGUNDA PARTE

O PERÍODO VIKING NA ESCANDINÁVIA

A R R E U G E A Z E L A E R E, AD ED CI SO ter sido de pura pirataria: estes invasores, que vinham

Para os historiadores, a época

viking começa

convencio-

nalmente com o primeiro ataque que se conhece de

uma frota norueguesa ao indefeso mosteiro de Lindis-

farne, uma ilha perto da costa nordeste da Inglaterra, em 798, e termina no século XI após a conversão ao cristianismo de todos os países escandinavos. Para os arqueólogos, que recorrem a provas materiais como sinais de mudança cultural mais que a acontecimentos históricos para anunciar novos períodos na história da

humanidade,

as datas são um pouco diferentes. Uma

mudança cultural pode derivar de muitos fatores e manifesta-se de diferentes maneiras. As alterações internas podem produzir uma nova organização social, com no-

vos centros de poder e de hierarquias sociais; estas po-

dem derivar de influências externas, como o que está sucedendo nas terras adjacentes, de invasões do exterror ou de maior conhecimento do mundo exterior como resultado de esferas mais amplas de intercâmbio e de comércio. É bastante evidente que essas modificações tiveram

lugar na Escandinávia durante o século VIII, devido sobretudo aos contatos com o continente cristão. Aqui, reinos muito organizados, cuja origem remontava à ci-

vilização romana, estavam tornando-se muito poderosos e tentavam ampliar-se. Eles puseram os olhos nas

principalmente da Noruega e da Dinamarca, tinham descoberto como era fácil roubar os lugares ricos da Europa Ocidental, e os seus ataques-relâmpago eram favorecidos pelos seus velozes barcos de grande maleabilidade. Na segunda metade do século IX, surgiu uma nova fase, pois os vikings deixaram a pirataria e começaram a colonizar. Os seus barcos transportavam agora grupos de colonizadores com seus equipamentos domésticos e outros fornecimentos para os novos lares nas ilhas Órcades e Shetland, Islândia e Groenlândia e, depois, até na América do Norte. Foram sobretudo os noruegueses que viajaram nesta direção. Os dinamarqueses fixaram a sua atenção nos países mais povoados, como a Inglaterra e a França, primeiro enviando expedições combatentes e depois instalando-se. Os Suecos dirigi-

ram-se principalmente para o leste; as suas viagens levaram-nos ao Sudoeste da Finlândia, para o sul e o leste báltico, e depois através da Rússia até Bizâncio

(Cons-

tantinopla, atualmente Istambul) e até o mar Cáspio e mesmo Bagdá Um menor número de gente procedente de Vastergôtland, na Suécia Central, com acesso ao oeste, também viajou para as ilhas britânicas. Toda essa gente recebe hoje comumente o nome de vikings. À origem O

Os vikings

O

terras dos nórdicos pagãos cujos países eram fonte de

produtos muito solicitados no sul cristão, como, por exemplo: peles, marfim de morsa, âmbar. O fato de o norte ser pagão era também um desafio para a Igreja cristã, e as tentativas de conversão foram feitas em con-

junto com os interesses políticos e comerciais. Assim, a Escandinávia foi-se abrindo cada vez mais às influências do continente. Podemos ver provas disso, por exemplo, nas alterações dos estilos artísticos que adornavam as jóias e outros objetos decorativos fabricados e usados pelos escandinavos naquela época. Às mercadorias importadas do sul indicam também que a Escandinávia estava buscando contatos mais estreitos com os vizinhos continentais. À cerâmica e o vidro da Renânia encontram-se em maiores quantidades, especialmente na Jutlândia, e as moedas (uma forma de troca totalmente estranha

aos

escandinavos)

definir

um

período

começaram

a circular

em

pequenas quantidades e até foram cunhadas ali por algum tempo. Os arqueólogos recorrem a esse tipo de coisas para de

modificação

cultural

como

aquele que pensam que se deu na Escandinávia nos séculos VI-VII. Assim, o início da época viking pode ver-se claramente no afastamento do estilo de vida do período de Vendel e na aproximação a um estilo diferente — uma cultura diferente — na segunda metade do século VIII. A incursão de Lindisfarne em 793 é, portanto, a manifestação externa de um processo que se iniciou 50 anos antes: a introdução da Escandinávia na Europa,

Durante 50 anos depois do ataque inicial a Lindisfarne, Os vikings saquearam, com frequência cada vez maior, as costas das ilhas britânicas e a margem oeste do continente europeu, invadindo os mosteiros indefesos onde havia ricas coleções em forma de pratinhos de igreja e de outros objetos requintados. Podemos fazer uma idéia daquilo que os vikings levaram pelas peças de metal muito adornadas que foram encontradas em alguns túmulos da Escandinávia. Esta fase inicial parece 38

À esquerda. Esta decoração esmaltada de um recipiente de bronze é característica do

artesanato irlandês, embora fosse

encontrada num túmulo viking pagão em Myklebostad, na

Noruega Ocidental. Esta peça de metalurgia tão admirável fazia

parte dos despojos levados para à Escandinávia pelos primeiros invasores vikings, que atacaram

nas ilhas mosteiros e outros lugares Britânicas c na Europa Ocidental.

vela | Página 36. Sem o barco à

viking talvez não existisse a época

Às experiências que se fizeram com reconstruções de barcos

vikings demonstraram à sua

capacitava maleabilidade, que 05

. a levar a cabo ataques surpresa

SOCIEDADE,

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Acima. Os invasores wikings € OS exércitos nunca teriam alcançado os seus objetivos sem um armamento de primeira classe.

Esta coleção norueguesa de

espadas de ferro, pontas de lança e

lâminas de machado dos séculos IX e X,ao lado de um capacete do

túmulo do chefe em Gjemundbu,

na Noruega, está exposta num dos 64 escudos de madeira encontrados no barco de Gokstad.

do nome é obscura. É pouco mencionado em fontes contemporâneas, e quando surge refere-se a homens

que partiram “à viking”, isto é, que deixaram suas casas €

sua pátria e adotaram a pirataria, preferindo essa forma de vida aos trabalhos agrícolas normais. “Vik” significa

baía ou enseada nas línguas escandinavas, € pode acon-

tecer que o termo “à viking” derive dos lugares onde os piratas se faziam ao mar Ou se refira às águas protegidas onde se ocultavam antes de atacar a sua presa. E também possível que “Vik” se referisse aos lugares de comércio na Europa continental e nas ilhas Britânicas visitados pelos vikings, dado que muitos deles eram conhecidos como “wic” (que significa estabelecimento comercial), por

exemplo, Hamwic, próximo do atual Southampton, na

Inglaterra, e Quentovic, no Norte de França. No século VIII houve um desenvolvimento comercial enorme no

Norte da Europa, e a riqueza desses povos tê-los-ia tornado atraentes alvos para a pirataria e a colonização.

Talvez os vikings fossem, no princípio, as pessoas que vIsitavam estes lugares, como piratas ou como comerciantes pacíficos. Para os escritores contemporâneos, as pessoas da Escandinávia não eram conhecidas na Europa como vikings. Chamavam-nos nórdicos ou escandinavos, e dessa derivação surgiu o termo nórdico, usado agora em alternativa ao de viking. Qualquer que fosse a sua derivação, viking nunca foi usado para o conjunto dos escandinavos, e só foi de uso comum com o aparecimento

de movimentos nacionalistas escandinavos no século XIX. Nessa época, os vikings começaram a ser representados por capacetes com chifres, os quais, inexplicavelmente, se associam hoje à sua imagem popular, mas não têm nenhuma base histórica.

REALEZA

E GUERRA

No início da época viking, os dinamarqueses, os noruegueses e os suecos falavam todos aproximadamente a mesma

língua,

conhecida

por eles e pelos forasteiros

tárias, que são uma praga das sociedades modernas, sem dúvida devido à dieta sem açúcar dos vikings. E, quando as incursões vikings estavam no seu ponto culminante, grande parte da população deve ter ficado pacificamen-

Acima. Uma pedra decorada da

Gotlândia representa marinheiros içando a vela na popa de um barco. Estão protegidos por uma fila de

como a “língua dinamarquesa” (mas hoje chamada nórdico antigo pelos linguistas). Pertencia ao ramo germãnico de línguas que se falavam à volta do mar do Norte e compartilhava raízes comuns com o anglo-saxão e o alto alemão antigo, mas tinha-se afastado o suficiente para que os contemporâneos a tomassem por língua independente. No decurso do período viking, desenvolveram-se diferentes variações fonéticas nas diferentes regiões da Escandinávia. Esses dialetos formaram a base do dinamarquês, do norueguês e do sueco modernos, mas podiam ser entendidos por todos os escandinavos (como

ou trabalhando como artesãos. As razões que levaram tantos a tomar a decisão de deixar a Escandinávia naquela época, para participar das expedições invasoras ou estabelecer-se para além dos mares, continuam um mistério, mas a superpopulação nas terras nativas, a falta de terreno cultivável e os conflitos entre diferentes facções são algumas das razões que se propuseram. Provavelmente, todos esses fatores desempenharam papel decisivo nas grandes migrações vikings nos séculos IX e X.

O exame antropológico dos esqueletos recuperados das inumações indica que os vikings tinham estatura mé-

A hierarquia social Os dados obtidos pela arqueologia, especialmente nos

ainda acontece com os seus derivados modernos).

dia, um pouco menor que a da população escandinava atual. É óbvio que algumas pessoas, podemos supor que

dos estratos sociais mais altos da sociedade, eram mais

altas, mais robustas e geralmente mais saudáveis que outras, cujos esqueletos mostram evidentes deformações causadas pela má nutrição e pelo trabalho penoso.

A mortalidade infantil era maior que agora, e a esperança de vida, mais curta, embora não fosse raro que algumas pessoas vivessem cerca de 40 a 50 anos. Uma maior longevidade era pouco frequente. As doenças mais cor-

rentes, refletidas nos restos dos esqueletos, eram o reumatismo e a artrite, mas há poucos sinais de cáries den40

escudos sobre postos seguros ao seu

te em suas casas, cuidando dos seus rebanhos e cultivos

lado. E provável que os homens que andavam “à viking” tivessem este aspecto.

túmulos com notáveis contrastes entre os bens mortuários dos ricos e dos pobres, e também nas inscrições rúnicas e nas escassas referências das fontes escritas, sugerem que a sociedade viking era muito estratificada. Dentro de cada unidade territorial, havia uma estrita hierarquia, com

um chefe ou um

rei no comando

e

uma aristocracia que o apolava e proporcionava combatentes quando necessário. À seguir vinham os latifun-

diários de menor categoria, os fazendeiros e os comer-

ciantes, que completavam uma classe de homens livres

(e também serviam como reserva de combatentes), e

no estrato mais baixo estavam os escravos.

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SOCIEDADE,

REALEZA

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prata do À direita. Uma moeda de

o Barba rei dinamarquês Svein, ), 1014 Fendida (falecido em das

é uma cunhada em 995. Esta

ndinavas primeiras moedas esca me de que se cunharam com o no l simbólico o rea u m rei € um retrat y

s anglona cara; imitam as originai o.

No revers saxãs com uma Cruz

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SOCIEDADE,

Antes da época viking, o poder já se concentrava em volta de um punhado de famílias dinásticas que controlavam a riqueza de uma região. O dirigente local era também um chefe militar, chefe religioso, administrador e garantidor da paz dentro da área que controlava. À riqueza consistia sobretudo na posse de terras, nos produtos dessa terra e nos impostos pagos em

produtos

pelas pessoas que a trabalhavam; mas, quando a socieda-

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de evoluiu e o poder se tornou mais centralizado, as re-

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ceitas reais passaram a ser obtidas através de taxas de mercado ou de direitos alfandegários. Alguns representantes do rei, que exerciam enorme poder em seu nome e no deles próprios, ficavam nos povoados e em outros lugares das suas terras.

Uma das formas mais claras com que um rei podia

proclamar o seu poder era cunhar moedas. O fato de cunharem moedas em Ribe e Hedeby, na Dinamarca, por breves períodos nos séculos VIII e IX, embora na

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o

Escandinávia não se estabelecesse firmemente um sistema monetário até o século XI, dá fortes motivos para supor que houve controle real sobre estes dois povos vikings primitivos. É particularmente significativo que Olof Skôtkonung

(c. 995-1021/2), reconhecido como o pri-

meiro rei que controlou todo o centro da Suécia, fosse o primeiro a cunhar moedas na cidade de Sigtuna, que fundou, a partir de 995. Na Noruega, as moedas foram cunhadas pela primeira vez aproximadamente na mesma época, com Olaf Tryggvason (c. 964-1000). No século XI, quando os países se tornaram mais unidos e os reis adquiriram maior poder, a emissão de moedas transformou-se em algo corrente. Embora o poder real fosse hereditário, a sucessão fácil de pai para filho não estava assegurada de nenhuma maneira, pois qualquer membro masculino da família podia impor o seu direito à sucessão. Isso dava origem muttas vezes a disputas familiares. A luta dinástica foi particularmente forte entre os filhos e os netos de Haroldo I Hargafre, o Cabelo Belo (reinou de c. 870-c. 940), 0 primeiro rei reconhecido da Noruega. Por vezes, os potenciais pretendentes passavam longos períodos no exílio, acumulando riqueza em campanhas no estrangeiro,

com o objetivo de recrutar uma armada e regressar à pátria para tentar assegurar a sucessão à força. Outras vezes, chegava-se a um acordo, segundo o qual dois reis podiam governar simultaneamente, ou se dividia o país em regiões, cada uma com o seu próprio senhor feudal, como acontecia muitas vezes na Noruega do século X.. Os reis e suas rainhas eram enterrados com grande

luxo, sob grandes túmulos funerários que, por vezes, ti-

nham mais de 20 metros de largura ao nível do chão. Alguns desses túmulos foram escavados, e dentro deles se acharam bens mortuários de enorme magnificência. Alguns dos achados mais espetaculares se deram no Sudeste da Noruega, mais notavelmente em Oseberg e Gokstad, no fiorde de Oslo. As escavações empreendidas em Oseberg no início do século XX revelaram que

teixo com aros de latão encontrado

no espólio de Oseberg. Foi colocado no interior de outro balde, colocado por sua vez num

barril na proa do barco. Este tipo de baldes era importado.

da época viking da Noruega. Quando um dos tâmulos foi destruído pela escavação de cascalho há cerca de 150 anos, registraram-se os restos de um barco, e alguns magníficos objetos que datavam de 900 foram salvos. Na Dinamarca, investigaram-se vários túmulos funerários. Em jJelling, na Jutlândia Central, uma povoação associa-

da aos reis da Dinamarca do século X, escavaram-se dois

túmulos. A câmara de madeira em um deles foi datada

em 958/959 pela análise dos anéis das árvores, conten-

uma mulher jovem, supõe-se que uma rainha, foi enter-

do, provavelmente, o túmulo do rei Gorm,

gos que teria usado em vida, como, por exemplo, trenós

mortuária do século X, num

rada ali por volta de 834. O seu corpo tinha sido colocado num barco magnificamente talhado, e ao seu lado estavam todos os utensílios riquíssimos da sua vida quotidiana: camas, roupa da cama e todo tipo de objetos domésticos. Estavam também incluídos outros arti-

Acima. Um balde de madeira de

candinávia, tradicionalmente associados com a casa real

o último

grande governante pagão da Dinamarca, o qual, depois, voltou a ser enterrado na igreja adjacente pelo seu filho Haroldo Dente Azul, que era cristão. Encontraram-se impressionantes bens mortuários que indicam uma grande riqueza e uma classe social alta numa câmara túmulo de Mammen,

na

para o transporte de inverno e carruagens para viagens

Jutlândia. Os anéis das árvores nos postes da câmara

corpo de uma mulher mais velha, possivelmente uma

cluíam roupa bordada e o famoso machado de Mam-

de verão. Ao seu lado, na câmara mortuária, estava O criada ou escrava. Em Borre, um pouco mais a norte de Oseberg, encon-

tra-se a maior concentração de grandes túmulos da Es-

mortuária, que continha o corpo e os seus bens (que im-

men), mostram que as árvores usadas para fazê-los foram cortadas em 970/971; o enterro deve ter sido feito

pouco depois.

41

A embarcação-túmulo de Oseberg O túmulo de Oseberg junto ao fiorde de Oslo, no Sudes-

te da Noruega, escavado em 1904, continha a sepultura mais magnificamente equipada que se conhece da época viking. Pertencia a uma mulher que tinha sido enterrada com um acompanhante em 834: podemos ter certeza disso porque a análise recente dos anéis da árvore mostrou que os carvalhos usados para construir a câmara mortuária foram cortados nesse ano. Embora as suas Jóias tenham sido roubadas, a quantidade e a qualidade dos artefatos que restavam e que foram encontrados junto dela eram extraordinários. A câmara mortuária está disposta por trás do mastro de um barco elegante, talvez para proporcionar transporte aos falecidos. Estavam também incluídos um carro, quatro trenós e 12 ou mais cavalos; a idéia de fazer

a

uma longa viagem é reforçada pela provisão de uma tenda e de alimentos, que compreendem um boi e um bal-

Eis

o = aê

pi

o

Aa

Jogo de utensílios de cozinha e ferramentas agrícolas. Na mesma câmara, entre vários artigos pessoais, estavam restos de teares para tecer uma trança que se tinha deixado inacabada. A natureza suntuosa dos bens mortuários de Oseberg revela a posição da mulher, cuja família foi capaz de dispor de tanta riqueza em sua honra. Obvia-

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de de maçãs. Havia cinco camas, arcas de armazenamento, lâmpadas de azeite, uma cadeira, uma tapeçaria, um

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mente, deve ter sido alguém da mais alta posição social,

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É,

isso

provavelmente uma rainha.

Acima. Os recipientes e outros

objetos de madeiras da época viking raras vezes remanesceram.

Esta seleção de bens mortuários de

Oseberg compreende dois baldes

de latão precedentes da Irlanda,

e a maior parte deles tem adornos

esmaltados na asa. Estas têm forma

de figuras humanas numa postura parecida a de Buda. Acima, à direita. À escavação da

embarcação de Oseberg foi dirigida em 1904 pelo professor Gabriel Gustafson, que aqui vemos

diante da popa elegantemente decorada: a câmara mortuária já foi retirada. A base na qual foi

colocado o barco foi coberta com argila azul, e isto fez com que tanto

o barco como o seu conteúdo se

conservassem úmidos, evitando a

decomposição. No entanto, o peso

do tâmulo quebrou as madeiras em muitos pedaços. Estas foram cuidadosamente reconstruídas.

42

SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA

As classes baixas da sociedade

Abaixo da família real e da aristocracia, vinham os homens livres, um grupo muito diverso que abrangia todos os níveis sociais, desde os criados próximos do rei até os servos, formando a classe mais ampla na Escandinávia da época viking. A maioria deles eram fazendeiros. Tinham direito a possuir armas e a usá-las e a assistir e a falar

no

Thing,

uma

assembléia

de

todos

os

homens livres numa região particular que se celebrava regularmente (pelo menos uma vez por ano, por vezes

mais frequentemente)

para estabelecer leis, resolver

disputas sobre a terra e julgar delitos de violência e de roubo. As decisões eram tomadas por grupos escolhidos. Conhecem-se várias localizações de Thing (a mais

famosa fica em Thingyvellir, na Islândia), que geralmente consistiam num montículo baixo e plano rodeado de um fosso pouco profundo e de uma muralha. Thingé um elemento frequente nos topônimos escandinavos, que indica a presença desse lugar de reunião, e vestígios semelhantes procedentes da Escócia e de outras partes do mundo viking ocidental indicam que os vtkings levaram esta forma de governo para as suas colô-

nias do ultramar. Na Escandinávia, no entanto, ao au-

mentar o poder real, o rei pôde usar a sua autoridade

para rejeitar ou manipular as decisões do Thing.

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forma

de terra, era O determinante

principal da relativa posição social e da importância dos homens livres. Alguns possuíam propriedades imensas que eram arrendadas e trabalhadas pelos arrendatários. As fazendas ou senhorios situados nos centros de algumas dessas grandes propriedades ainda são visíveis hoje, geralmente marcadas por enormes túmulos funerários. No final da época viking, muitos dos ricos latifundiários mandaram erigir monumentos com inscrições rúnicas que os glorificavam e às suas famílias. A classe mais baixa da sociedade era formada pelos escravos. Sabemos pouco deles, embora as referências em fontes escritas deixem claro que desempenhavam papel fundamental na economia. São difíceis de localizar no registro arqueológico. Os túmulos com poucos bens mortuários ou os que não têm nenhum podem ser o dos escravos, mas é duvidoso que lhes permitissem sequer a dignidade de ser enterrados num cemitério. Um escravo morto não tinha valor, e, provavelmente, desfa-

E mo

Es

e

A riqueza, em

ziam-se dele sem cerimônias. Alguns túmulos duplos contêm um corpo ricamente ornamentado e outro sem posses, podendo ser os enterros de um senhor ou senhora e de um escravo executado como sacrifício humano. A descrição de um funeral viking no rio Volga no século X que Ibn Fadlan, um comerciante árabe, nos deixou nos mostra esse tipo de acontecimento:

“O que fazem é isto... se ele (o defunto) é rico, reú-

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o. NTE w

O carro de Oseberg,

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| dequatrorodas, absolutamente — nãoéum modelo comum, embora

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certamente utilizados “yu

É para o transporte habitual, mas é

* magnificamente talhado de

* modo próprio para um veiculo

* cerimonial. O suporte que sustenta

*

* Oseu corpo desmontável acaba

em cabeças humanas. Esta parte

"| desmontável é decorada na frente

“Com uma cena de serpentes, que

gunsidentificam como o herói aro EO

nem a sua riqueza e dividem-na em três partes: uma para a sua família, outra para lhe proporcionar roupas, e uma terceira parte para o nabidh que bebem no dia em que a escrava é executada e enterrada junto do seu senhor... Quando morre um chefe, a sua família pergunta aos seus escravos e escravas: Quem morrerá com ele?” Então uma diz: “Serei eu.” Se disse isto, já não pode voltar atrás... quase todas as que acedem são mulheres...” De vez em quando o corpo de escravos nativos aumentava com cativos adquiridos em incursões no estrangeiro. Alguns eram devolvidos às pátrias como trabalhadores forçados, outros eram embarcados para ser vendidos nos mercados de escravos do leste, pois os escravos eram uma mercadoria importante que se vendia em troca de grandes quantidades de prata no comércio dos vikings com o califado abássida de Bagdá.

, morto ao ser € UM POÇO de serpentes.

Acima. Uma estreita sanefa de

tapeçaria foi encontrada em

=

fragmentos na câmara mortuaria de Oseberg. Era tecida com las de cor e segundo várias técnicas, Esta cena mostra uma procissão

de figuras armadas, homens €

mulheres a pé e a cavalo, acompanhadas de carros puxados por cavalos. Esta ex traordinária

remanescência é uma recordação

dramática do pouco que se sabe

agora das tapeçarias cheias de cor

que teriam decorado as paredes

dos ricos na época viking.

No alto da página. Uma

reconstrução de uma cama que estava colocada na proa do barco

de Oseberg. As tábuas da sua

cabeceira são talhadas com formas de cabeças de animais, que eram pintadas. Outras quatro camas, que

incluem aquela onde jazia à

mulher morta, foram encontradas,

bem como roupa da cama estofada

de penas. As camas não faziam parte dos móveis domésticos normais. As camas de Oseberg desmontavam-se facilmente, € podiam ser usadas em viagem.

|

|

43

SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA

O aparecimento dos reinos escandinavos

A transformação da Dinamarca, da Noruega e da Suécia em países unificados, cada um dirigido por um único governante, aconteceu no período viking Não existem muitos documentos sobre o processo, dado que os escritos se limitam a referências isoladas em histórias continentais contemporâneas. Os Anais Reais Francos mencionam ocasionalmente reis dinamarqueses nos séculos

VIII e IX, e encontramos mais informação na Vida de Ansgar, escrito por Rimberto no final do século IX. A úl-

tima fonte continental sobre a Escandinávia no período vikingé o livro de Adam de Bremen: História dos Arcebispos de Hamburgo-Bremen, que foi escrito no final do século XI e se baseia em descrições de testemunhas oculares

facilitadas por informadores. Como todas essas obras foram escritas por clérigos cristãos em terras pagãs, temos de levar em conta algum preconceito da sua parte, mas no conjunto parecem ser bastante realistas. Dão-nos nomes de lugares e de pessoas, alguns dos quais podem ser confirmados pelas posteriores sagas islandesas. As sagas islandesas proporcionam também uma fonte histórica, mas foram escritas principalmente no século XII — isto é, pelo menos dois séculos depois do fim da época viking— e, portanto, devem ser tratadas com prudência. Não obstante, com base nisso e em provas materiais como a construção de grandes monumentos e de trabalhos de engenharia que evidentemente foram feitos sob uma direção real, é óbvio que os três países surgiram como poderes independentes o mais tardar no final do século XI. Muito se sabe sobre a Dinamarca, onde é possível encontrar os primeiros sinais do poder real centralizado

na fundação da povoação de Ribe, na escavação do canal de Kanhave e na construção do Danevirke, obras tal-

vez impulsionadas pelo rei Agantyr, que conhecemos pela biografia de São Willibrord, bispo de Utreque, que visitou o “selvagem povo dinamarquês” no início do séê-

culo VIII. Um pouco depois, em 808, o rei Godofredo é mencionado

nos Anais Reais Francos em relação com a

construção da segunda fase do Danevirke, e também se diz que instalou comerciantes na primeira cidade viking de Hedeby (então na Dinamarca, agora na Alemanha). Mencionam-se

outros reis no século IX, incluindo os

reis unidos Horik, o Velho, e Horik, o Jovem, que permitiram ao missionário alemão Ansgar construir igrejas em Hedeby e Ribe em 850. Não se conhecem os nomes dos reis dos cem anos posteriores. Em

meados do século X, uma nova dinastia,

fundada pelo rei Gorm, surgiu na Jutlândia Central, com centro em Jelling. Gorm, de quem se sabe pouco, foi sucedido por seu filho Haroldo Dente Azul em 958-959. Colocou uma enorme lápide rúnica no cemitério de Jelling, na qual proclamava orgulhosamente que tinha conquistado toda a Dinamarca e a Noruega e tornado cristãos os dinamarqueses. Durante o seu reinado, Haroldo defendeu o seu domínio com uma cadeia de fortalezas (por vezes chamada a fortaleza real da Dinamarca) e iniciou outras grandes obras de engenharia, como a ponte em Ravning Enge, no caminho para Jelling. Em 987, aproximadamente, foi destronado por seu filho Svein, o Barba Bifurcada, falecido em 1014, que depois conquistou a Inglaterra em 1013. Svein foi o primeiro de uma série de reis que governaram a Dinamarca e a Inglaterra

até 1042, controlando também o Sul da Noruega. A unificação norueguesa

Com o seu longo e acidentado litoral e as suas altas montanhas que tornavam muito dificeis as comunicações no interior, a Noruega era um país difícil de submeter ao governo de um só homem. No início da época

viking, numerosas chefaturas salpicaram os arredores da

costa norueguesa, desde a ilha Lofoten no extremo norte até Vestfold e Ostfold Ferozmente

próximo

independentes,

do fiorde de Oslo.

nenhum

desejava subme-

O ter-se a um comando supremo exterior, e a norma era conflito mais que a cooperação. A escavação de uma fazenda dos séculos VIII e IX em Borg, nas ilhas Lofoten, permite-nos fazer uma idéia da vida que esses primitivos chefes noruegueses levavam. Devia ter sido ocupada por

uma família cuja riqueza e posição derivavam principalmente das ricas zonas pesqueiras da região. Não obstante. o vidro e a cerâmica da Renânia que se encontraram ali demonstram que Borg não era uma comunidade pesqueira comum, mas um lugar ocupado por uma família de grande posição com contatos com O mundo exterior: No a pátria de um dos senhores do norte. Reunir essas chefaturas independentes num só remo foi uma empresa sangrenta cuja consecução necessitou de 200 anos. Os ricos enterros dentro dos grandes túâmu-

los de Oseberg e Borre testemunham a presença de uma dinastia dirigente no Sudeste da Noruega nos séculos VIII e IX, e sabemos por referências na poesia e nas sagas que Borre foi um centro de realeza no período viking. O primeiro rei que de certa maneira conseguiu uma unificação foi Haroldo I Hargafre, o Cabelo Belo. Unificou

Vestfold com o sudoeste da Noruega por volta de 880 e ao fazer isso parece ter desagradado a muita gente. Esta pode ter sido a razão pela qual tantos noruegueses emigraram para as ilhas escocesas e para a Islândia no final do século IX. O Norte da Noruega permaneceu fora desta união, sendo governado independentemente por uma família de condes fundada em Lade, próximo de Trondheim, em Trgndelag, a qual teve de conseguir o comando supremo dos outros chefes. Nos séculos seguintes, houve constante conflito entre o norte e o sul,

com os reis dinamarqueses desempenhando por vezes papel destacado no sul. Às vezes, os condes de Irgnde-

lag apoiavam o governante do sul, mas outras vezes não, e as sagas falam de muitas batalhas e disputas mortais. No final do século X, Olaf Trygevason, bisneto de Haroldo I Hargafre, regressou à Noruega do seu exílio no estrangeiro (onde tomou parte em ataques vikings à Inglaterra) e tomou Irgndelag como base de onde se propunha consolidar seu controle sobre toda a costa oeste. Mas depois da sua morte (numa batalha naval em Svôld no ano

1000, lutando contra a força aliada de

Olof Skotkonung da Suécia e Svein, o Barba Bifurcada,

da Dinamarca) o país se fragmentou de novo, e durante

os 15 anos que se seguiram o comando esteve dividido entre os condes de Trgndelag no norte e os reis dina-

marqueses e suecos no sul. À introdução do cristianismo foi um fator importante na unificação da Noruega. Olaf Iryggvason, que se converteu em seu exílio na Inglater-

ra, tentou impor a nova religião (e contribuiu para a sua introdução na Islândia), mas houve um ressurgimento da crença paga depois da sua morte; foi o seu sucessor Olaf Haraldsson (1015-1030) que conseguiu que a nova religião tivesse aceitação geral. Depois da sua morte na batalha de Stiklestad em 1030, foi proclamado santo com o nome de Santo Olaf da Noruega. Viriam depois

outros anos de agitação, mas no final do século XI a

Noruega era já um país cristão.

Desenvolvimentos na Suécia e na Finlândia Não está claro que a Suécia estivesse unificada sob um único governante na época viking. A maioria das provas de uma incipiente dinastia real provém do período anterior — dos grandes túmulos funerários dos svears de Uppland em Vendel, Valsgârde e Gamla Upsala, que era

SOCIEDADE,

Acina. As escavações de Borg,

em Vestvágey, uma ilha em

Lofoten, revelaram os restos da

casa de um chefe do início da

época viking, de mais de 80 metros de comprimento; fica na colina

baixa do primeiro plano desta vista aérea. Os seus proprietários

possuíam objetos de ouro, bem como de cerâmica e vidro

procedentes da Europa Ocidental que refletiam a sua alta posição

social, No entanto, a maioria dos achados é de natureza doméstica,

sendo a agricultura e a pesca a base do sustento da família.

um famoso centro de culto pagão durante o período viking. Conhecem-se grandes tâmulos semelhantes com

bens mortuários de alta posição social em Hovgárden,

em Adelsô, uma ilha do lago Máãlaren onde também se encontram os restos de um posterior castelo real medieval. No entanto, há poucos dados sobre a época viking. Mencionam-se reis de vez em quando; por exemplo, sabemos pela Vida de Ansgar, de Rimberto, que o rei Bjorn acolheu o missionário na cidade de Birka, na ilha de Bjôrkô, do lago Málaren, por volta de 820, depois de este visitar Hedeby e Ribe na Dinamarca. Mas só em finais do século X é que sabemos de um rei que tenha governado para além do território dos svears. Este foi o rei Olof Skôtkonung, que exerceu a sua autoridade em toda a Suécia Central, desde a costa oriental até a oci-

dental. Parece claro que, como na Dinamarca e na Noruega, o cristianismo desempenhou papel significativo na unificação da Suécia. Olof era um cristão e fundou o primeiro bispado sueco em Skara, em Ostergotland. No entanto, foram os seus sucessores que levaram a cabo a conversão do país a uma nova fé no final do século XI. A Finlândia foi paga por mais tempo, até o século XII. Embora se mencionem “reis” em fontes escritas posterio-

REALEZA

E GUERRA

res, as regiões dominadas por reis suecos — a costa sudoeste e as ilhas Áland — foram provavelmente governadas por vários pequenos chefes. A Finlândia não se unificou de nenhuma forma até muito depois da época viking. Fortificações

As lutas dinásticas e os combates armados que acompa-

nharam o processo de formação do Estado fizeram do

período viking uma época de grande incerteza e agitação. Os povos se estavam tornando mais prósperos e necessitavam de maiores defesas contra os ataques piratas. No final do século X, os vikings tinham-se tornado especialistas na construção de muralhas. Antes dessa época,

as fortificações na Escandinávia eram construídas prin-

cipalmente para definir e proteger fronteiras ou para proporcionar lugares de refúgio à população em tempos de conflito. O exemplo mais notável de obra de defesa linear é o Danevirke, nome dado à série de muralhas construídas

em épocas diferentes que, juntas, formam uma cadeia de cerca de 30 quilômetros de comprimento através do estreito sul da Jutlândia. Em 808, o rei dinamarquês Godofredo prolongou a muralha original de terra

A Gotlândia Na época viking, a ilha da Gotlândia (uma província sueca desde a Idade Média) foi praticamente um Estado independente. Os seus solos de pedra calcária proporcionavam terra fértil para o cultivo, e era em grande medida auto-suficiente, embora as matérias-primas necessárias para a fabricação — minério de ferro, pedra finamente betada para fazer pedras de amolar, vidro para avelórios,

âmbar e prata — tivessem de ser todas importadas. A sua

cultura era muito diferente em vários aspectos da Suécia continental; por exemplo, as pedras decoradas — lápides

de pedra calcária esculpidas com cenas mitológicas e re-

presentações de barcos e de guerreiros — são desconhecidas fora da Gotlândia. As jóias feitas na ilha para ser usadas pelas mulheres eram também de tipo diferente das

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do restante da Escandinávia. Eram frequentemente de

grande qualidade e — junto com as imensas quantidades de prata encontradas em tesouros ocultados na época viking— são uma prova da grande riqueza da ilha. Mas não estamos totalmente certos de saber como foi adquirida. Embora a sua posição no meio do mar Báltico situasse a Gotlândia no centro das rotas comerciais em finais do período medieval, não há muito que indique que tivesse extensas ligações comerciais na época viking. Pa-

| Aarqueologia da Gotlândiaé

rece que teve estreitas relações com a ilha de Olândia, ali

| Tica em monumentos préuikinae mam

ae

FIOJE, muitos já não são visi (eis,

mas alguns fortes da ilha=hã)

| aproximadamente 100 = estão)

graças à pirataria, atacando os barcos mercantes que iam

bem conservados, sobretudo o. forte de Torsburgen, que cobre | uma área de 156 hectares cal muralha em volta dositode

e vinham pelas rotas do mar Báltico. Caso seja verdade, os vikings foram verdadeiramente os saqueadores da lenda popular.

Vaste

, na costa acidental ra

mas das pedras decoradas, Algu erguidas como monumentos: s ivoesta comemoratainda

Museu Godands Forms:

ique também conserva

[ouroe prataachadosma

ouro e prata: o ornamento a

Abaixo. Este broche em forma de

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ouro é um animal em filigrana €

tambor teria sido usado por uma

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granulação, e o de prata tem uma

mulher da Gollândia como adorno

no meio do peito. E característico da joalheria de alta qualidade

só existem na Gotlandia, e realçam

Goilândia na época viking.

a sua diferença cultural do resto da Escandinávia.

O broche é de bronze decorado a

118º

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decoração de plantas de estilo de Ringerike. Os broches deste tipo

fabricada pelos artesãos nativos da

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| vikings e sítios arqueológicos.

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perto, e com as zonas costeiras do Sudeste do Báltico. Foi sugerido que os ilhéus da Gotlândia se tornaram ricos

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] El; Es

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es,

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SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA Abmixo, Foram

encontrados

na

Gotlândia cerca de 700 tesouros

de moedas de prata da época

wking (principalmente árabes,

inglesas c alemas) e jóias.

Representam

a riqueza acumulada

dos Ilhéus, talvez adquirida graças à pirataria. Este tesouro, que pesa

mais de 10 quilos, foi colocado

num recipiente de bronze e enterrado por volta de 1140 no

solo de uma fazenda de Burge.

Consistia em cerca de 83,000 moedas alemãs, pulseiras e outras

jóias feitas na Gotlândia. Mais

da metade de seu peso é formado por barras de prata, muitas delas

provenientes da Rússia,

começada cerca de 75 anos antes. Os Anais Reais Francos

afirmam que construiu uma linha de defesa desde o Báltico até o mar do Norte, mas na realidade os seus prolongamentos terminavam próximo da costa na mesma região de terra pantanosa onde acabava a muralha original, mas mais para oeste. A muralha de Godofredo só foi quebrada pela Estrada do Exército (haervejen), um caminho pré-histórico ou canada, também conhecido pelo nome de Caminho de Bois, que percorria a península da Jutlândia em todo o seu comprimento €e passava por uma porta bem defendida da muralha, Cerca de 160 anos depois, a última fase da época viking do Danevirke foi completada pelo rei Haroldo

Dente Azul. Ele juntou os dois muros às fortificações no-

vamente erguidas em torno da cidade de Hedeby no seu extremo oriental, construindo uma

muralha de terra

muito forte, de até 13 metros de largura, revestida de torrão e coroada por uma paliçada de madeira. Em todas essas primeiras fases da construção, o Danevirke foi feito com terra e madeira. Até o século XII, não se util-

zaram materiais mais duradouros, como a pedra e o tijolo. Não obstante, o Danevirke demonstrou ser um mo-

numento perdurável e com um êxito tão espetacular no seu propósito de defesa, que foi reforçado durante a guerra com a Prússia em 1864, e até defendido com barreiras antitanques na Il Guerra Mundial. Os fortes precedem também o grande período de fortificação do século X: há quase 1.000 só na Suécia,

onde coroam os cumes dos outeiros rochosos na paisagem acidentada, sendo especialmente numerosos na região de Máãlaren. Não é fácil datar esses monumentos, que consistem em muros pedregosos feitos com enormes cantos arredondados de granito, a partir das provas arqueológicas; não há fontes escritas que nos guiem, e alguns deles podem ser anteriores ao período viking. Mas muitos contêm restos da ocupação viking, bem como de períodos anteriores, tendo sido utilizados (ou utilizados de novo) pelos vikings para defesa comunal. Alguns desses fortes suecos, como Stenbyborg, na ilha de Adelsó do lago Malaren, onde também há grandes túmulos funerários do período pré-viking, asso-

ciam-se com o poder real; outros, como Gâseborg, em Járfalla, próximo de Estocolmo, podem ter servido tanto de refúgio como de centro de culto religioso. Um exemplo especialmente impressionante é o forte de Runsa, numa península que sobressai na parte norte do

À esquerda. O pequeno centro de comércio de Paviken, reconstituído aqui, encontra-se junto a uma lagoa

resguardada na costa ocidental da Gotlândia, que não dispunha de bons portos naturais. Ali as matérias-

primas necessárias para a fabricação

de avelórios e o trabalho de ferreiro eram importados, e construíam-se € reparavam-se barcos.

À direita. A população da Gotlândia

começou por erguer monumentos

comemorativos em forma de pedras decoradas e esculpidas no século V, tendo a tradição perdurado durante toda a época viking. A escultura de pedra quase não se praticava em

nenhum outro lugar da

Escandinávia antes do século X.

As cenas vividas que representam

proporcionam-nos provas de coisas como os estilos de roupa, de armadura e como se aparelhavam os

barcos. O exemplar aqui mostrado é proveniente de Tangelgárde, no Norte da Gotlândia.

lago Malaren. Tem uma muralha interna e outra externa; a primeira rodeia os restos dos edifícios, e a segunda estende-se ao longo do que foi a margem do lago na época viking. Este forte deve ter sido ocupado esporadicamente e por períodos de tempo muito longos, mas também deve ter servido de refúgio temporário para a

população rural dos arredores. Um cemitério muito próximo contém um túmulo importante marcado com pedras verticais (algumas de até 2 metros de altura) colocadas em forma de barco. É rodeado de túmulos menos impressionantes, sugerindo que Runsa pode ter tido algum significado de culto. A cidade de Birka, na ilha de Bjórko do lago Malaren,

era já um centro florescente no século IX. O forte sobre a colina (borg) perto da sua extremidade sul deve ter servido de forte e de refúgio até o povo rodear-se de muralhas defensivas no século X. O forte de Birka consiste numa muralha de terra e de pedra que rodeia o lado de uma colina cujo cume oeste é naturalmente defendido por um alcantilado cortado a pique contra o lago. O forte (hochburg), que domina a cidade de Hedeby, na Dinamarca, certamente teve propósito semelhante. O forte coroa um afloramento de argila no norte da povoação, 47

SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA

mas, como a paisagem é geralmente tão plana, este tipo de monumento

não abunda na Dinamarca.

A ilha de Gotlândia tem cerca de 100 fortes, nem todos da época viking. O maior fica em Torsburgen, próximo da costa este. À sua grande muralha de pedra calcária estende-se ao longo de dois quilômetros em volta do cume de uma vertente empinada, com 7 metros de altura e 24 metros de largura em algumas partes, fazendo deste forte um dos monumentos arqueológicos mais impressionantes de toda a Suécia. As escavações mostraram

que remonta ao século IV, mas foi usado de novo no início do século X. Outra edificação defensiva na Gotlândia de considerável interesse, embora não seja um forte, é

Bulverket, no lago Tingstâde Trásk, no Norte da ilha. Encontra-se nas águas pouco profundas da margem do lago, consistindo numa série de plataformas celulares de madeira, construídas juntas para formar os quatro lados de um quadrado, cada um de 170 metros de comprimento. No início suportavam edifícios. O quadrado central é aberto, e toda a estrutura é rodeada de uma paliçada de estacas de madeira pesada apertadas entre si. Esta edificação está admiravelmente conservada graças à sua loca-

lização saturada de água e é única na Escandinávia. Os

métodos utilizados na sua construção recordam as técni-

cas de construção utilizadas pelos escravos do Báltico

meridional e oriental, e, no início, pode ter sido cons-

truída por imigrantes da Gotlândia. O seu propósito não está muito claro, mas o topônimo Tingstãde sugere que era parte de um Thing na época viking, quando foi construída e ocupada, não tendo sido, portanto, exclusiva-

mente utilizada como estrutura defensiva. A longa e estreita ilha da Olândia tem 16 fortes pré-vikings, dos quais pelo menos dois, Ismanstorp e Eketorp, também foram utilizados na época viking. Consistem ambos numa parede circular de pedra calcária que circunda os restos dos edifícios. Ismanstorp tem diá-

metro de 127 metros; a sua parede sobrevive com uma altura de 2,5 metros e pelo menos nove entradas que a interrompem, o que sugere que, provavelmente, não teria sido uma fortificação muito segura. No entanto, parece ter sido usado como refúgio na época da sua construção e, depois, na época viking. O forte da Idade do Ferro

de Eketorp, abandonado como estabelecimento permanente por volta de 700, salvo para uso esporádico como refúgio, foi ocupado de novo por volta de 1000, quando os edifícios de pedra anteriores foram reconstruídos com madeira e a parede de pedra completada com uma defesa externa. Contrastando com Ismanstorp, a parede de Ektorpe só tem três entradas e dá a impressão de ter

sido uma fortificação muito mais formidável, tendo servido, talvez, de quartel-general de uma guarnição encarre-

gada de defender a parte sul da ilha dos ataques marítimos. Os achados da sua última fase indicam que também foi um centro mercantil de considerável riqueza e importância. Apesar das suas atividades comerciais, não se transformou em cidade fortificada da época viking. Estas possuíam defesas completamente diferentes. Defesas das povoações Antes do século X, as cidades vikings não tinham defesas, embora pudessem

ter, como Hedeby e Birka, um

forte a curta distância. O fato de as cidades serem povoações abertas até então, indica-nos que a vida devia ser muito pacífica nos séculos VIII e IX, permitindo que as

atividades urbanas se desenvolvessem sem ameaças do exterior. As condições modificaram-se claramente no sé-

culo X, que testemunhou uma grande campanha de construção de muralhas. Hedeby, por exemplo, construiu a grande muralha que a ligou com as defesas exter48

nas do Danevirke e que hoje continua visível, elevandose a 10 metros de altura em algumas partes. No entanto,

começou como uma lombada de terra muito pequena,

de apenas 3 metros de altura, coroada por uma paliçada de madeira, e alcançou as suas dimensões posteriores

através de repetidas reconstruções e restaurações. Quan-

do alcançou a sua altura final, provavelmente já não

necessitava de uma paliçada para torná-la defensável, pa-

recendo nesse aspecto diferente das outras muralhas. A

sua forma semicircular, no entanto, é muito característica

das defesas envolventes das povoações vikings. Hedeby tinha-se estendido ao longo das margens de uma enseada, Haddeby Noor. O principal objetivo das defesas era proteger a cidade da terra. A muralha semi-

Acima. O Danevirke (um sistema

de terraplanagens lineares

construído em diferentes épocas, e que atravessa a base da península

da Jutlândia) formava a fronteira sul da Dinamarca durantea



época viking; e protegia também

Hedeby, a cidade em vias de desenvolvimento. Cada uma das suas muralhas de terra tinha uma paliçada de madeira e dava

para um fosso, de modo que 05

que cruzavam a fronteira só

podiam passar pela única porta que havia. Era, portanto, uma

fortificação considerável.

circular rodeava, portanto, a área onde ficava a cidade,

com os seus dois extremos estendendo-se até as águas do Noor, mas toda a margem estava à mercê dos ataques marítimos Esse perigo foi afastado até certo ponto com

a construção de uma paliçada submarina que protegia o

porto das aproximações pelo leste. Pode ver-se uma disposição semelhante em Birka, mas aqui a muralha da povoação é muito mais estreita que a de Hedeby e certamente teve sempre de necessi-

tar da proteção adicional de uma paliçada. É também

muito provável que a muralha de Birka nunca tivesse terminado. Hoje só é visível a parte norte, e o longo tre-

Páginas 50-51. A fortaleza viking

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dinamarquesa de Fyrkat; à

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várias que se construíram d e o reinado de Haroldo Dente no final do século X.

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SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA

cho que a teria ligado ao forte sobre a colina (borg) pos-

sivelmente nunca foi construído. O comprimento da muralha que ainda sobrevive descreve uma curva suave,

sugerindo que foi concebida para rodear uma área

semicircular, com a extremidade norte da muralha pro-

longando-se até a margem do lago Malaren. O porto era protegido por uma linha curva de estacas e de madeiras bloqueadoras. E impossível dizer se se construíram defesas do porto semelhantes em Árhus, na Jutlândia, uma cidade fundada no século X e rodeada por uma importante muralha de terra e de madeira desde o Início; o porto atual apagou qualquer marca de um predecessor da época viking.

A forma das defesas de Arhus, no entanto, ajusta-se mui-

to às de Hedeby e de Birka, assim como a muralha semi-

circular que defendia Vástergarn, na ilha de Gotlândia.

As escavações demonstraram que esta também foi cons-

truída no século X. Finalmente, algumas fortificações

urbanas descobertas recentemente em Ribe, na Dina-

marca, fazem pensar que esta cidade também esteve rodeada por um sistema defensivo semicircular no século X. As escavações trouxeram à luz os restos de um fosso

de 1 metro de profundidade e 8 metros de largura, com alguns vestígios de uma lombada de terra adjacente, e os curtos trechos do fosso que foram achados seguem

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por terra e por mar dos piratas vikings ou dos invasores eslavos, como os que foram destruir Hedeby em 1066.

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Um plano de defesa comum No entanto, um grupo de povoações na Dinamarca mostra claramente um plano comum. Às chamadas fortalezas da Dinamarca foram todas construídas na segunda metade do século X, ocupadas por um período muito curto e depois abandonadas para nunca mais ser ocupadas. Três dos fortes (Aggersborg e Kyrkat, na Jut-

lândia, e Trelleborg, na Zelândia) foram escavados, po-

dendo a sua planta e os edifícios ser reconstruídos em pormenor. O quarto (Nonnebakken) jaz sob a cidade

de Odense, na Fiônia, e quase todos os seus rastros desa-

pareceram há muito tempo. Um quinto foi recentemente encontrado numa povoação da costa meridional de Skane, também chamado Irelleborg. O seu achado não foi uma grande surpresa; a coincidência do seu nome sempre sugeriu aos especialistas que um forte semelhante ao de Trelleborg, na Dinamarca, podia ter sido construído ali. Todos os fortes eram exatamente circulares

no seu plano, embora diferentes no seu diâmetro. O in-

terior era rodeado de uma paliçada de terra e de madeira, com um fosso externo, e dividido em quartos por

ruas que se cruzayam em ângulo reto no centro exato do círculo. Dentro de cada quarto, situavam-se longos edifícios com lados curvos. A semelhança com os planos

dos fortes, a precisão com que foram traçados e a habili-

dade com que foram construídos distinguem-nos de todas as outras fortificações da época viking, sugerindo

fortemente que foram feitos segundo as instruções de uma só pessoa. À razão que levou à construção desses extraordinários

fortes foi matéria de polêmica desde a escavação de

Trelleborg, na Dinamarca (o primeiro a ser localizado),

na década de 1940. A primeira idéia foi que os fortes fo-

52

ram construídos como guarnições e lugares de reunião

À direita, Belas e Prát icas:

para o exército que invadiu a Inglaterra duran te o reina-

quatro espadas da época

demonstraram que foram construídos por volta de 980, quando Haroldo Dente Azul, o pai e predecessor de Svein, era rei da Dinamarca. À escavação provou que existiram só por um período muito curto, provavelmente 20 anos ou talvez muito menos. Por outro lado, se tivessem sido feitos para alojar guerreiros que atacavam à Inglaterra pelo mar, deveriam ficar perto da costa, junto dos portos onde as frotas se reuniriam. No entanto, os fortes encontravam-se nas proximidades das rotas terrestres, mais que das marítimas, exceto Aggersborg, no Limfjord, situado junto de um canal navegável. Todos se localizam no Norte e no Leste do país e são orientados para o Báltico, mais que para o mar do Norte. O seu papel na conquista da Inglaterra do século XI pode, portanto, ser excluído. Todas as provas apontam para Haroldo Dente Azul como o seu impulsionador, provavelmente para impor e manter a ordem no reino que ele tinha consolidado e convertido ao cristianismo recentemente. Eram sem dúvida fortalezas, provavelmente guarnecidas, mas os seus habitantes não se limita-

empunhadura, os quais

do de Svein, o Barba Bifurcada, no início do século XI. No entanto, os anéis de árvore nas madeiras dos fortes

vam a atividades guerreiras; atrás dessas muralhas, vi-

viam ourives e ferreiros, e alguns dos edificios eram utilizados como celeiros e estábulos. A explicação mais plausível, portanto, é que os fortes dinamarqueses fossem centros de poder real dos quais as forças armadas podiam ser rapidamente enviadas para controlar as regiões circundantes e fazer respeitar a autoridade do rei. Cobrar-se-iam tributos e impostos em produtos à população rural, e os fortes serviriam de tesourarias onde a riqueza acumulada pelo rei podia manter-se a salvo e ser transformada em ornamentos preciosos para o rei e para a sua corte nas oficinas ali existentes. Guerra e armas Todos os homens livres tinham o direito de usar armas na época viking. Tinham de se alistar nas fileiras quando lhes era pedido pelo senhor feudal ou pelo rei. Em algumas regiões, notadamente na Suécia Central, as pessoas também eram requisitadas para guarnecer e armar os barcos. Com este propósito, a terra era dividida em uni-

dades que compreendiam certo número de fazendas, e cada uma delas tinha de proporcionar um barco totalmente equipado quando lhe pediam. Os vikings combatiam geralmente a pé. O fato de se enterrarem os cavalos com alguns vikings ricos indica que houve alguns guerreiros montados, mas isto não era habitual. Os barcos de guerra vikings eram usados principalmente para transportar exércitos para as bata-

lhas campais; os combates marítimos eram menos correntes, embora se mencionem alguns nas fontes escritas. O mais conhecido é a batalha de Svôld, em 1000, aproximadamente. As narrações em fontes inglesas e francas das batalhas campais travadas pelos vikings na Europa Ocidental testemunham a força e a habilidade dos seus corpos combatentes. Os vikings infundiam ter-

ror aos seus opositores e lutavam a ferro e fogo por todo o Noroeste da Europa. Às armas que fizeram tantos estragos foram a espada, a lança e o machado de combate. Utilizaram-se também facas de combate, arcos e flechas. As descrições em talhas contemporáneas, como as pedras decoradas e comemorativas encontradas na Gotlândia, dão-nos uma idéia do aspecto desses guerreiros vestidos para a batalha com capacete e cota de malha e totalmente armados. Podemos aprender muito mais nos túmulos dos países escandinavos,

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mento de 70 a 80 centimetros, eram leves e flexíveis, fortes e afiadas. Algumas eram importadas do Império Franco, mas os seus cabos eram feitos e montados na Escandinávia, sendo muitas vezes adornados com os estilos artísticos preferidos dos vikings. A espada franca mais famosa era a de Ulfberht, cujo nome figura em muitas lâminas de espada. As lâminas de fabricação escandinava não eram infe-

riores aos exemplares importados mais exóticos. Também eram afeitas com um método conhecido como “soldadura modelo”, que consistia em soldar compridos aros de ferro de composição ligeiramente diferente for-

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era ricamente ornamentada,

a faca. A arma ofensiva mais eficaz de todas era a lança,

com a sua lâmina de ferro delgada e afiada de cerca de 50 centímetros de comprimento e enfiada numa haste de madeira através de uma arandela. Algumas lanças, bem como as espadas de melhor qualidade, deviam ser armas de prestígio. As suas lâminas eram de soldadura de modelo, com gumes e pontas afiadas, e as arandelas

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empunhadura

de madeira cobertas com couro forrado de lã. À lanolina da lã teria servido para preservar a lâmina de perder o lustre e de oxidar. As espadas mais esplêndidas eram guardadas em bainhas magníficas adornadas com enfeites de bronze ou douradas à volta da boca e na ponta (a conteira). Em muitos túmulos foram encontrados enfeites de bainha, embora os materiais orgânicos da bainha | propriamente dita tivessem desaparecido. As espadas de dois gumes eram utilizadas para aplicar um corte no inimigo, causando sem dúvida lesões terriveis. Os ossos mutilados dos esqueletos desenterrados em Hedeby e em outras partes dão uma idéia da espêcie de ferimentos causados. As facas curtas de combate, de um só gume, eram concebidas para ser espetadas no inimigo quando se chegava a um combate corpo a corpo, e os guerreiros vikings usavam às vezes a espada e

—————— o

muitos dos quais contêm o equipamento dos combatentes, que com eles era enterrado. A espada era a melhor de todas as armas, muito apreciada pelo seu poder combatente e como símbolo de posição social: quanto mais elevado era o status social do guerreiro, mais magnífica era a espada. Muitas vezes a

2

REALEZA

SOCIEDADE,

Abaixo. Às lâminas de machado

vo do artesão era aligeirar a lâmina sem reduzir a sua força e aumentar a sua flexibilidade. Após mil anos debaixo da terra, quase todas as lâminas das espadas que

eram adamasquinadas com prata ou bronze. À maior parte das lanças encontradas nos túmulos, porém, são mais simples e não são adornadas, embora sejam muito eficazes. Conquanto o machado de combate seja popularmente associado aos vikings, no conjunto parece ter sido menos preferido como arma que a espada e a lança. Foram

delas ainda têm desenhos maravilhosos na sua superficie. As espadas eram usadas em bainhas feitas com tiras

na Escandinávia Ocidental. Eram feitos de modo bastante simples: soldava-se um fio cortante a um bloco de

especificamente aperfeiçoados para ser usados em batalha pelos

um núcleo, e um gume feito com um aço mais

mando

duro e afiado era soldado nos lados. Depois, polia-se a lâmina, e uma ranhura longitudinal (conhecida como apisoador) era afiada em todo o comprimento. O objeti-

foram recuperadas estão muito corroídas, mas algumas

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e pontas de lança procedentes do rio Tâmisa, em Londres, são lúgubres recordações do retorno

dos exércitos vikingsà Inglaterra

durante o reinado de Ethelred Il

(979-1016). Qualquer machado pode ser sempre usado como arma, mas Os que aqui são mostrados, com suas longas “Tâminas dentadas”, eram

guerreiros escandinavos,

SOCIEDADE, REALEZA E GUERRA

Ácima. Nem todos os machados

eram simplesmente funcionais.

Este machado cerimonial tem

ornamentos adamasquinados nas

duas faces da lâmina. Foi enterrado pum túmulo de câmara de classe

social alta construído em 970 em

Mammen, Jutlândia, e pode

ter sido feito numa oficina real

do rei Haroldo Dente Azul A sua

decoração, de grande qualidade (neste lado com a forma de um

pássaro com asas parecidas a

gavinhas), deu o seu nome ao

estilo de Mammen da arte viking.

ferro, e na extremidade se encaixava um cabo de madeira e se fixava bem. A maioria dos machados de combate não eram adornados e não se distinguiam dos machados de trabalho; supõe-se que sejam machados de combate pelo fato de terem sido encontrados em túmulos junto com outras armas. Alguns exemplares são muito mais esplêndidos e devem ter sido feitos para cerimônias ou exibições. O melhor, de longe, é o machado do túmulo real ou aristocrata de Mammen, na Jutlândia. É adamasquinado com prata segundo os primorosos modelos que dão seu nome ao estilo artístico de Mammen, é é difícil imaginar que alguma vez tenha sido utilizado em combate; foi provavelmente um símbolo de

riqueza, de posição social e de poder. Os arcos e as flechas também eram usados na guerra,

mas

provavelmente

mais

na caça. Ainda

remanesce

grande número de pontas de flechas de ferro de várias formas, embora as suas hastes de madeira tenham normalmente desaparecido. Os arcos de madeira são mais

raros, uma vez que, sendo feitos de madeira, geralmente

se decompuseram totalmente, mas encontrou-se um in-

teiro num terreno alagado de Hedeby. Mede 92 centímetros de comprimento e é feito de teixo, uma madeira muito flexível que se usava para fazer arcos na Idade Média. Os vikings defendiam-se em batalha com escudos redondos que lhes protegiam o corpo do ombro à coxa.

Eram feitos de madeira, muitas vezes de lima, coberta

com couro. Este podia, depois, ser adornado com armações de metal e símbolos, e às vezes era pintado de cores

vivas. O canto do escudo era reforçado com uma faixa

de ferro e tinha uma saliência de ferro no centro para proteger a mão que o segurava. Da madeira dos escudos pouco se conservou, mas O Seu tamanho pode ser calcuJado, bem como o tipo de adorno que tinham, pelos

acessórios de metal que restaram. Os escudos encontrados na embarcação funerária de Gokstad têm um metro

de diâmetro, e esse era provavelmente o tamanho normal. Outros meios de proteção eram o capacete € a armadura que os vikings usavam. No entanto, é tão raro encontrá-los nos túmulos ou em outros sítios arqueológicos, que parece pouco provável que fossem usados

normalmente, e eram certamente prerrogativa dos mais altos estratos sociais. O único capacete da idade viking que se conservou foi achado num túmulo de Gjermunndbu, na Noruega. E evidente que ali foi enterrado

um homem importante, pois além do capacete ele tinha uma cota de malha e uma bela espada com uma empunhadura adamasquinada com prata e cobre. Tanto o capacete como a cota de malha se encontravam em condição fragmentária quando foram achados, mas o capacete

foi reconstruído e está agora no Museu de Oldsakasmling, em Oslo. O capacete de ferro é abobadado, com um penacho central e uma espécie de viseira para proteger o nariz e as faces. Um pouco da cota de malha pende por trás para proteger o pescoço. O restante da cota de malha tinha provavelmente a forma de túnica curta que se usava sobre um gibão acolchoado ou de couro para proporcionar proteção adicional. Conhecem-se outros capacetes, mas só através de ilustrações pictóricas. Os capacetes dos guerreiros representados nas pedras decoradas da Gotlândia são invariavelmente cônicos e têm uma proteção nasal, Uma estatueta

de Sigtuna, na Suécia, talhada em cornadura de alce,

também tem um capacete cônico com uma proteção nasal, que é adornada com um motivo de anéis e pontos. E impossível dizer se esses capacetes eram feitos de ferro como o modelo de Gjermundbu; podem ter sido de um

material menos resistente, como o couro. No entanto, sa-

bemos com certeza que nenhum deles tinha chifres. Equipamentos como esse pertenceram provavelmente aos ricos e poderosos entre as forças vikings, ou aos combatentes profissionais que formavam os exércitos privados ou eram os guarda-costas de reis e senhores

feudais, especialmente na Noruega. As espadas maravi-

lhosas com empunhaduras adornadas e lâminas francas, os capacetes e as túnicas de cota de malha teriam sido desconhecidos pela grande maioria dos combatentes, fazendeiros e pescadores que eram instados a servir nas épocas de conflitos e a cumprir suas obrigações para com o seu senhor. Esses homens usariam armas simples, provavelmente só o seu machado de trabalho, que lhes servia de arma de batalha. 55

As fortalezas reais da Dinamarca a muralha. Os planos dos fortes são tão semelhantes, que

As fortalezas da Dinamarca do século X são uma das provas mais evidentes que temos de uma estrutura de poder centralizado na Dinamarca em finais da época viking. Atualmente são conhecidas cinco dessas fortalezas: Trelleborg na ilha da Zelândia, Nonnebakken na Fiônia, Fyrkat e Aggershorg na Jutlândia, e (encontrada só no final da década de 1980) Trelleborg em Skâne. A maior parte da nossa informação sobre as fortalezas é proveniente de

só podem ter sido obra de uma única autoridade organtzadora, provavelmente a do rei, e, dada a regularidade

da disposição, não é surpreendente que, no princípio,

fossem concebidos para uma função puramente militar: concluiu-se que os edifícios devem ter servido de quar-

Trelleborg, na Zelândia, e de Fyrkat, que foram extensa-

mente escavadas. Os fortes têm um plano meticulosamente regular. A muralha de terra e de madeira circular tem quatro entradas equidistantes, e as ruas axiais dividem o interior em quatro segmentos ou quadrantes. Em Trelleborg e Fyrkat, cada um destes quadrantes continha quatro edifícios dispostos em quadrado: em Aggersborg, parece que havia 12 edifícios em cada um. Em Trelleborg, outros 15 edifícios eram dispostos concentricamente

à muralha,

mas fora dela, numa

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téis, talvez para o exército reunido por Svein, o Barba Fendida, para invadir a Inglaterra no princípio do século XI. Esta opinião já não é aceita. A escavação dos edifícios em Eyrkat revelou que alguns eram usados como habita.

ções, outros como oficinas onde trabalhavam os ferrei=

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| ros e os joalheiros. Encontraram-se mulheres e crianças enterradas no cemitério exatamente atrás da muralhas | Além disso, a análise dos anéis de árvore indicou que a | madeira usada nos edifícios de Trelleborg provinha de árvores cortadas por volta de 980, no reinado de Harol- | do Dente Azul. Os de Fyrkat deram resultados semelhantes, e os edifícios não mostram sinais de ter sido reparados, sugerindo que não puderam ser usados por mais de 20 ou 30 anos. Se, como se supõe agora, as fortalezas fo-

zona

exterior defendida. Todas as construções eram de carva-

lho, e as ruas eram revestidas de madeira. A construção dos fortes deve ter requerido uma plani-

ram usadas como centros de administração real onde se

ficação e uma técnica de engenharia consideráveis. Para

cobravam impostos, e como pontos de controle da popu-

construir o forte de Fyrkat, por exemplo, o lugar teve, primeiro, de ser nivelado e alargado, e transportaram-se 10.000 metros cúbicos de torrão e de terra para construir

lação local, a sua curta vida e rápido abandono dão a en-

tender que as mudanças políticas em finais do século os tornaram desnecessários. A esquerda. Vistaaéreade

Trelleborg, Zelândia, tomada

0

oeste. Encontra-se na pontade —

uma península baixa que na época viking era rodeada de terra pantanosa. A muralha de terra

|

circular com suas quatro entradas

pode ser vista claramente; em

segundo plano há uma muralha

|

menor, que encerra umaárea externa. Os buracos dos postes foram marcados com betão, E mostrando a sua forma curva, e |

uma reconstrução de tamanho

|

natural de uma das casas aparece.

em primeiro plano.

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À direita. Esta reconstituição de |

um dos edifícios de Fyrkatfoi | erguida junto às instalaçõesda. década de 1980. As paredes

compridas são arqueadas,€

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portanto o telhado tambémé

curvo. Um dos postes externos

inclinados sustenta a parte

superior das paredes. Na reconstrução de Trelleborg, 0 Ea

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escavações de Fyrkate à reinterpretação dosrestos

arqueológicos provam quea reconstrução de Fyrkat deve SF | ú

correta. O interior da casaé

dividido em três compartimentos uma grande sala no centro6

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extremidade.

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um quarto menor em cada |

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ruas assoalhadas

paliçada

À esquerda A ponta de um machado de combate de um túmulo de Fyrkat. Montada num cabo comprido de madeira, eram necessárias ambas as

mãos para brandir esta arma terrivel. Os machados de combate eram especialmente usados pelos vikings da Noruega e da Dinamarca, e

tornaram-se o simbolo da ferocidade

nórdica para a gente da Europa Ocidental que sofreu os seus ataques.

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porta edifícios

No alto da página. Esta

impressão do artista sobre a

Acima. À regularidade do plano de Fyrkat - com quatro edifícios compridos simetricamente

nos achados das escavações. A face externa da muralha é

quadrante, ruas que se cruzam em ângulos retos, e um perímetro

reconstrução apresenta uma

fortaleza real de Fyrkat baseada

revestida com madeiras pesadas, encaixadas para impedir que os atacantes a escalasse, Um dos

quatro quadrantes não tinha sido escavado.

colocados dentro de cada

exatamente circular — dá à fortaleza um aspecto claramente militar, mas investigações recentes demonstraram que não

era apenas um quartel. Os

edifícios serviam de habitações,

oficinas, armazéns e estábulos,

57

poeniá

A VIDA QUOTIDIANA Os principais cereais cultivados nas fazendas escandinavas durante a época viking eram a cevada, o centeio e a aveia, e algum trigo que também se cultivava na Dinamarca. Embora se tenha encontrado pão de trigo em alguns túmulos de Birka, na Suécia Central, não há provas evidentes que demonstrem que se cultivava o trigo nas proximidades da localidade, e ele pode ter sido importado como produto alimentício de luxo. Também era comum o cultivo de ervilha, feijão, couve e tubérculos.

Comunidades rurais

A maioria dos vikings eram fazendeiros. Até os que fizeram incursões na Europa Ocidental, ou navegaram para oriente ou para ocidente como comerciantes, geralmente regressaram à sua pátria e à sua fazenda, trazendo com eles os seus despojos ou os seus ganhos. Dado que a agricultura teve tanta importância, é estranho que saibamos relativamente pouco sobre ela. As melhores provas provem da Dinamarca, que tinha a área mais extensa de terra cultivável. Escavaram-se muitas aldeias agricolas nos últimos anos, e também se conhecem vários estabelecimentos rurais na Suécia Central, onde o cultivo também era importante. Na Noruega, este se limitava ao sul, e não se sabe praticamente nada sobre as fazendas agrícolas.

na T

Na Dinamarca, a investigação arqueológica reconhe-

ceu indícios de alguns dos campos onde se cultivava, bem como de alguns dos métodos agrícolas usados. Encontraram-se, em Ribe, traços simples na superficie

da terra sob a cidade viking. Esses traços provam que se

utilizou um arado para afofar a terra antes de semeá-la.

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A VIDA QUOTIDIANA

À esquerda. Durante o século XI, um imponente monte de areia

cobriu subitamente este campo de Lindholm Hoje. Quando a areia foi retirada, o campo apareceu exatamente como estava antes da tempestade fatal, incluindo até as e as marcas de rodas

através de lombadas paralelas separadas por sulcos estreitos. Nao se sabe que cultivos cresciam aqui.

Acima. Uma seleção de ferramentas

de ferro usadas pelos agricultores vikings encontradas na Noruega.

As que se encontram mais amiúde,

tanto nos túmulos dos homens como nos das mulheres, são as

lâminas de foice (no centro) que

eram usadas para a colheita; outras

ferramentas, como as lâminas de

gadanha (acima) e partes de arado (à direita) geralmente aparecem nas sepulturas de homens. Como o

feno, a folhagem era uma fonte

importante de forragem de inverno para 0 gado, conhecendo-se umas “facas de folha” especiais (abaixo), embora estas se encontrem menos

amiúde nos túmulos.

O arado primitivo era de madeira e só fazia sulcos na superficie da terra sem a remover; foi utilizado habitual-

disposição, partilham várias características comuns. Consistiam em seis ou sete edifícios de diversos tama-

mente até finais do período viking, quando se introduziu um arado mais pesado, com uma relha de ferro calçado. Fez-se um achado excepcional em Lindholm Hgje, no Norte da Jutlândia, na década de 1950, quando os arqueólogos retiraram a capa espessa de areia levada pelo vento que tinha submergido o local e posto fim à ocupação no século XI, e acharam por baixo um campo da época viking fossilizado, com os seus sulcos compridos, ligeiramente curvos, e ainda intactos desde a última vez que aquele campo foi arado com uma ferra-

nhos, encerrados dentro de um recinto cercado. O edifício maior era a habitação, que tinha um estábulo

Outras ferramentas agrícolas devem ter sido muito co-

espaço central aberto onde nunca se construiu e que

numa extremidade com compartimento para 50 ani-

mais. As dependências incluíam celeiros e forjas, e ca-

menta de ferro calçado.

banas de terra batida que podem ter alojado os escravos ou os trabalhadores da fazenda. Geralmente, havia um poço escorado com madeira dentro do recinto. Cada fazenda deve ter sido ocupada por uma só familia, e todas dão a impressão de ter sido muito prósperas entre os séculos VIII e X. Em Saedding, os edifícios dentro dos seus recintos cercados estão situados à volta de um

muns em todas as povoações rurais, mas não remanesce-

deve ter servido de “campo da aldeia” comunal; em Vor-

ram muitas. Os cereais e o feno eram colhidos com foices de ferro, e a vegetação era cortada para forragem com uma ferramenta especial, conhecida como faca de folha. Encontraram-se forquilhas e pás de madeira, e os manguais e os crivos para malhar e crivar sementes também teriam sido feitos de madeira. Os barris e as cestas eram utilizados para o armazenamento, e o feno cultivado para a forragem pode ter sido transportado dos campos em carros. As aldeias dinamarquesas da época viking eram rodeadas de campos cultiváveis, mas também eram bem localizadas em relação às pastagens. À criação de animais era tão importante como o cultivo, e efetivamente à criação de gado era provavelmente a atividade predominante em muitas aldeias. Também se criavam porcos e ovelhas. Na península Escandinava, O pastoreio era ainda mais importante, e praticava-se a transumância (migração sazonal) nas zonas altas (como ainda hoje se pratica em alguns sítios). No verão, Os rebanhos e as manadas seriam

conduzidos aos terrenos de pastagens mais altos quando o pasto era bom, e no outono, trazidos para as fazendas do vale. Durante os invernos duros, o gado era posto ao abrigo, sendo então alimentado no estábulo com o feno cultivado no verão nos pastos do vale, e cortado e arma7 zenado como forragem com esse fim. Das aldeias agrícolas escavadas na Dinamarca, as mais conhecidas ficam em Saedding e Vorbasse, na Jutlândia Central. Embora não sejam idênticas no seu plano ou

basse, as fazendas eram dispostas ao longo da estrada da

aldeia, quatro para norte e três para sul. Esta diferença na disposição global sugere que cada um variava segun-

do a sua função social.

Estas povoações não estão localizados sob as aldeias de hoje, mas encontram-se a pouca distância. Durante os 300 anos da época viking, nem sempre ocuparam o mesmo local, mas deslocavam-se para uma nova localização alguns metros em cada geração mais ou menos. Em determinado momento, pensou-se que as fazendas do período viking da Suécia Central eram separadas dos seus vizinhos, como são hoje, e que talvez jazessem

sob as fazendas atuais — em outras palavras, sugeria-se que as mesmas instalações agrícolas tinham sido continuamente ocupadas por mais de 1.000 anos. No entanto, as escavações de aldeias da época viking em Polliata e Sanda, na região de Málaren, deixaram claro que este não era o caso, supondo que sejam típicas. Apesar de muito menores que as aldeias da Dinamarca, cada uma tinha várias fazendas com uma habitação e dependências, que lembram os agrupamentos dinamarqueses. As aldeias do vale de Maãlaren parecem ter-se deslocado de vez em quando, como o fizeram as da Dinamarca, e portanto é pouco provável que se tenham localizado onde se encontram agora as fazendas atuais. As comunidades agrícolas da Noruega na época viking não são muito conhecidas. Acharam-se muitas fazendas do período pré-viking no Sudoeste do país, mas a 59

A VIDA QUOTIDIANA

época viking em si está pouco representada. À razão disto pode dever-se ao fato de que ali as fazendas eram se-

paradas e dispersas, e portanto

são dificeis de encon-

trar hoje. Uma das poucas fazendas do período viking que foi escavada na Noruega é a povoação dos séculos

IX e X de Ytre Moa, no extremo interior do fiorde de Sogne. Não é uma aldeia de tipo dinamarquês, mas uma única fazenda separada, de seis ou sete pequenos edifícios mais ou menos quadrados, cada um usado para um propósito diferente; por exemplo, habitaçao, celeiro ou estábulo. As formas dos edifícios e os méto-

dos da sua construção

também

diferem das de suas ré-

plicas dinamarquesas. Todos os edificios de Ytre Moa não têm mais que uns poucos metros quadrados, com grossas paredes de pedra e torrão com revestimento de madeira no interior. À dificuldade de localizar povoações da época viking na paisagem norueguesa significa que ainda se necessita trabalhar muito até que a agricultura desse país possa ser inteiramente compreendida. Em algumas partes da Escandinávia — particularmente ao longo das costas norueguesas — a pesca desempenhou papel ainda mais importante que a agricultura na economia do período viking Encontraram-se muitos utensílios de pesca que provam que se usavam redes, sedelas e arpões. Também se caçavam focas e morsas nas águas do norte. O marfim das presas das morsas era muito apreciado em toda a Europa naquela época; só

no século XIII começou

a ser substituído pelo marfim

de elefante em grandes quantidades, e o comércio declinou. Às peles das morsas eram cortadas em faixas, e fa-

ziam-se expedições de pesca regulares ao norte na épo-

ca da desova, quando os rios transbordavam de peixes. Pelas grandes quantidades de espinhas de peixe e de conchas recuperadas dos montes de lixos das casas nas cidades, é evidente que o peixe e os crustáceos se destacavam na dieta do período viking. Em Birka, por exem-

plo, o peixe teria sido pescado no lago Malaren e nos rios que desaguavam

nele, mas também

está claro que

era transportado a grandes distâncias do mar, provavelmente salgados em barris para conservá-los. Casas Os vikings da Escandinávia construíam principalmente

com

madeira, embora a pedra e o torrão também

fos-

sem utilizados em algumas regiões, particularmente na Noruega. Nada restou das próprias casas ao nível do

chão, e portanto temos de nos fiar na interpretação e re-

construção de provas arqueológicas, recuperadas atra-

vés da escavação, para termos uma idéia dos edifícios

em que viviam os vikings. Por exemplo, as marcas dos buracos dos postes na terra (que se distinguem do solo circundante por diferenças de cor e de textura) permitem aos arqueólogos calcular o comprimento e o plano de um edifício construído com madeira. A forma básica do edifício era a mesma em toda a Escandinávia: retangular, por vezes com paredes curvas e de comprimento

variável. Os edifícios escavados em Saedding, na Dinamarca, têm quase 50 metros de comprimento; em Borg,

Loften, na Noruega, um chegava até a medir 83 metros de comprimento. À largura, no entanto, não costumava medir mais de 5 metros e dependia das dimensões das vigas de madeira que suportavam o teto. Estas, por sua vez, eram suportadas por fileiras de postes que percorriam o comprimento do edifício e o dividiam longitudinalmente em três secções, que consistiam numa nave central e duas naves laterais bastante mais estreitas. Contudo, por vezes, os postes eram encaixados nas paredes, e estas então suportavam as extremidades dos pares do telhado. Esta última disposição proporcionava um espa60

À esquerda. Um anzol de ferro

e um arpão dentado com um peso de pedra da rede procedente da Noruega. Este arpão foi

encontrado próximo de uma

queda d'água e pode ter sido US? para pescar salmão.

|

A VIDA QUOTIDIANA

Acima, Um rio na Suécia

Central, A pesca costeira e de água doce contribuía em grande parte para a dieta na Escandinávia da época viking, e até havia algum comércio de

produtos de pesca.

co interno ininterrupto, e predominou até o final da se teriam parecido época viking. As mansões aristocratas provavelmente a estes edifícios rurais, mas teriam sido mais amplas e mais ricamente mobiliadas — o enorme comprimento da casa de Borg sugere que foi a habitação de um chefe. Não foi escavada nenhuma

mansão

real, excetuando possivelmente os edifícios nos fortes | reais do século X na Dinamarca. Na Dinamarca, os bosques de folha caduca proporcionavam carvalhos para construir a armação

das casas, €

aveleiras e salgueiros para entrelaçar os painéis de vime que cobriam os espaços entre os postes verticais das paredes. Estes eram revestidos em seguida com uma mistu-

ra de argila e de estrume para que resistissem às intempéries. Este tipo de preenchimento é conhecido como

ticaniçada e revestimento. Os edifícios nos fortes reais a não nham paredes de madeira sólida, mas estas aind

foram encontradas em nenhum estabelecimento agri-

cola; requeriam grandes quantidades de carvalho e pro-

vavelmente estariam acima das possibilidades do fazendeiro médio. Não há muitos carvalhos na Suécia e na Noruega, salvo no extremo meridional, e por isso as madeiras macias

(de coníferas) eram usadas para a construção. Estas pro-

vinham das compridas madeiras horizontais que eram empilhadas uma sobre a outra e tinham encaixes nos cantos para formar junturas sólidas. O comprimento de cada edificio dependia do dos troncos de árvore disponíveis, e por isso estas casas consistiam frequentemente em séries de cômodos independentes unidos pelas extremidades para formar um só bloco. No entanto, por vezes, a fazenda consistia em vários edifícios dispersos,

cada um com a sua própria função. As madeiras mais baixas das paredes assentavam geralmente sobre uma fileira de pedras que formavam uma soleira, e isto impedia que a madeira apodrecesse em contato com o solo 61

Avida no lar Muito do que sabemos sobre a vida doméstica na Escandinávia da época viking provém dos utensílios domésticos que continham os bens mortuários das sepulturas. Muitas vezes, no entanto, estes se encontram

nos túmulos

de

indivíduos ricos, e é provável que as casas mais comuns — especialmente as do campo — tivessem poucas posses.

Tudo o que as pessoas tinham era feito por elas mesmas,

desde as roupas, jogos e utensílios de cozinha até às pró-

prias casas. Só as ferramentas de ferro e produtos como

pentes, broches e colares eram fornecidos por artesãos

ambulantes, ou comprados nas cidades em troca de produtos agrícolas. Os artigos de luxo importados, como especiarias, vinho e seda, eram destinados principalmente as populações urbanas cosmopolitas. Está claro que os homens e as mulheres desempenhavam papéis diferentes em casa. O homem trabalhava nos campos da fazenda, pescava e caçava, enquanto a mulher preparava a comida

(a que implicava moer o grão para a farinha, cozer no forno e ordenhar), fiava a lã das ovelhas da fazenda e trabalhava com o tear ou com a agulha. Nas casas mais ricas, os criados e os escravos deviam executar muitas das tarefas domésticas. Os homens tinham de estar afastados do lar por longos períodos, como navegantes, guerreiros ou comerciantes, deixando que a mulher guardasse a casa e se encarregasse do trabalho doméstico.

Acima e à direita. À pa para

cozinhar e o caldeiro de ferro (parte superior) faziam parte do equipamento doméstico de uma família norueguesa. As papas, os estufados, a carne € o peixe cozido

eram preparados no caldeiro, e a pá era provavelmente utilizada

para fazer o pão ázimo sobre o lume. Os recipientes de madeira eram mais correntes que os de ferro e provavelmente foram

talhados e modelados pelos

homens da casa. O pequeno balde (ao centro) é feito com aduelas de

freixo unidas com aros de vime, c a escudela (parte inferior) é de olmo.

A sua asa era perfurada, para que

pudesse ser pendurada quando não estivesse sendo usada.

62

A VIDA QUOTIDIANA

À esquerda.

O interior de uma

casa da época viking. bascado na que foi escavada em Hedeby, foi

reconstruída

Prlh. d

no Museu de

Moesgard, em Arhus, Dinamarca. A lareira comprida, aberta, € 0

tamanho natural de uma casa da

de Hedeby, encontra-se no Museu

Moestgárd, na Dinamarca, Mede

calor e de luz e o único meio

12 metros por 5 metros e tem

cozinhar. Um caldeiro de

paredes de caniçada e revestimento

ferro está suspenso do testo com uma corrente; uma tigela de

numa armação de madeira,

enquanto os contrafortes externos

esteatita, outra de madeira e uma

escudela também de madeira

suportam o peso do telhado de

os móveis - apenas um tamborete

construída por volta de 870, tinha

ovelhano banco de terra erguido contra o muro. À maior parte das

salas, uma das quais continha um

palha. Esta casa de Hedeby,

estão junto ao lume. Sao escassos

uma sala central, entre outras duas

* coberto com uma pele de

forno de cocção.

É pessoas dormia no solo. Os dois

"

À esquerda. Esta reconstrução de

cidade da época viking, procedente

de centro da casa: uma fonte

*

|

Abaixo. Este blocause de troncos horizontais com esquinas empalmadas é um dos muitos

| teares apoiados às paredes devem ter sido usados diariamente

» pelasmulheres. O tear maior,

métodos diferentes de construção

seus pesos de pedra para om “cos

com madeira que se usavam na Escandinávia da época viking.

trançara urdidura (parte "en ix

= inferior esquerda), era utilizado

=para tecer lã; o menor fabricava

"as faixas mais estreitas de lã mais

“fina,

ou talvez de linho (este

| sra é ultivado na Escandinávia

nidional). Os alfinetes de o (parie inferior direita) eram

izados para ajustar o fio

enquanto se tecia. Os produtos

acabados eram alisados

egando-os sobre uma tábua iba de baleia com um orde vidro (abaixo). td

1

molhado. À soleira também pode ter suportado um chão de madeira, que desse modo teria estado separado e protegido da decomposição. As soleiras de pedra são muitas vezes toda a prova que resta dos edifícios numa povoação rural. Uma extremidade das casas-habitação era usada

como celeiro para armazenar os cultivos ou se dividia em estábulos para o gado. Viver debaixo do mesmo telhado que os animais proporcionava-lhes uma fonte de calor central bastante fétido. Desse modo se asseguravam também que os seus animais estavam a salvo dos ladrões de gado, pois o gado era uma riqueza. Os cômodos habitados da casa tinham uma lareira no meio do chão para

dar calor, luz e meio de cozinhar. Não havia chaminés, e

a fumaça da lareira saía pelas clarabóias do teto, que era coberto de palha, torrão ou tabuinhas de madeira, segundo a disponibilidade de materiais locais. Havia bancos ao longo das paredes. Geralmente eram parte integrante da estrutura e consistiam em montículos de terra aplanados e reforçados com vime por dentro. Havia poucos móveis mais, e os bancos serviam tanto de assento como de cama. Neles se faziam trabalhos manuais simples, como fiar, tecer e fazer cestos, mas algumas fazen-

das tinham edifícios separados para as atividades particulares. Em Saedding foi encontrado, por exemplo, uma forja, e muitas fazendas teriam um abastecimento semelhante para fazer e reparar as ferramentas essenciais. As cabanas de terra batida, que são uma característica das aldeias dinamarquesas do período viking, também podem ter sido utilizadas como oficinas para tecer, fazer cerâmica primitiva e trabalhos semelhantes. Os edifícios das cidades não necessitavam de espaço para armazenar o grão ou guardar o gado, sendo por isso menores que os do campo. Às melhores provas que temos de casas da cidade provêm de Hedeby, onde as

condições de submersão conservaram os alicerces e as

partes mais baixas das paredes de edifícios de madeira, e até a empena completa de uma casa, de cerca de 5 metros de altura. As casas de Hedeby eram retangulares, com cerca de 12 metros de comprimento por 5 metros de largura. As paredes eram feitas de postes verticais e cobertas por caniçada ou revestimento, € eram escora-

das do exterior por postes inclinados. Havia três com-

partimentos: o maior era a vivenda central, que conti-

nha a lareira, e os menores, um em cada extremidade,

proporcionavam espaço para o armazenamento e áreas de trabalho para os comerciantes e artesãos da cidade

que ocupavam essas casas. Uma das casas de Hedeby contém um forno num dos compartimentos menores, mas os fornos não eram frequentes na Escandinávia na época viking, como era também pouco comum uma cozinha independente. À maior parte da luz dentro das casas era proveniente do lume no compartimento central, possivelmente reforçada por lâmpadas de azeite, mas alguns postigos teriam deixado entrar um pouco de luz exterior. Bancos de terra com madeira na frente eram colocados ao longo das paredes junto à lareira; o chão era de terra batida. As sólidas portas de madeira podiam ser fechadas a chave. A vida doméstica A casa era o centro da vida viking. Ali se encontrava calor, alimento e refúgio. Os habitantes trabalhavam ali nas suas tarefas diárias e ali relaxavam com jogos de mesa, tocando música ou escutando as histórias contadas pelos poetas sobre os deuses e as façanhas dos antigos heróis. A vida decorria em volta da comprida lareira central. O lume de lenha raramente se apagava, mas, 63

O ócio Os jogos de apostas com dados foram jogados desde a antiguidade, e está claro que os vikings também relaxavam ou se excitavam desta maneira; os dados encontrados nos

túmulos da época viking são frequentemente grandes e oblongos.

Também

se encontraram

tabuleiros de jogo,

que incluem um de lado duplo procedente da embarcação- túmulo de Gokstad, na Noruega, bem como numerosas peças de jogos que combinavam a sorte com a destreza: alguns eram jogos de posição, parecidos com os três em linha, mas também se jogavam jogos de perseguição semelhantes ao da raposa e dos gansos. Um tipo de jogo de guerra em particular, que se jogava em toda a Escandinávia durante a época viking, era conhecido com o nome de Anefatafl. Segundo as muitas referências que dele se fazem nas sagas islandesas, parece que foi um jogo que exigia grande destreza, mas, apesar disso, não sobreviveu ao progresso do xadrez, que o substituiu no início da Idade Mé-

À direita. As peças do jogo eram

feitas de muitos materiais e de

todas as formas e tamanhos,

base lisa ou com pontos de

com

apoio, segundo o tipo de

tabuleiro. Jogos de peças que incluem “reis foram encontrados em túmulos da

época viking. Estes exemplares

variados foram achados na cidade sueca de Lund.

Abaixo. Entre os poucos instrumentos musicais que

remanesceram da época viking, estão as flautas, como esta de

Sigtuna, na Suécia. São parecidas

com a flauta de bico moderno, e foram feitas com ossos compridos de animais ou de pássaros, com números variáveis

de buracos para os dedos.

dia: as peças de xadrez, talhadas em marfim de morsa e

de origem escandinava, encontradas na ilha de Lewis,

nas Hébridas, pertencem ao século XII, no final do pe-

riodo nórdico. As regras do hnefatafl não estão registradas, mas os achados de peças de jogo e o conhecimento de jogos posteriores indicam que era jogado entre dois Jogadores que tinham forças desiguais e objetivos diferentes — um rei com um exército pequeno era atacado por um exército maior que tentava encurralar o rei. Os banquetes proporcionavam um entretenimento de interior para os que estavam mais desafogados financeiramente e eram ocasiões não só para beber e exceder-se em geral, mas também para escutar recitais de poemas e de histórias de escaldos profissionais, para a música e a dança. No entanto, pouco sabemos desta última. Encontraram-se poucos instrumentos musicais, porque eram feitos de madeira e outros materiais perecíveis, mas sabemos que eram tocadas a harpa e a lira, bem como flautas simples e flautas pastoris e um tipo de violino. As atividades ao ar livre incluíam provas de força e de destreza. À importância do treino com armas conduziu

naturalmente à competição em esgrima, lançamento de

dardo e tiro com arco. Os jogos de pelota eram jogados por prazer e também eram desfrutados pelos espectadores. As lutas de cavalos também eram muito populares: contendas em que cavalos de cobrição, especialmente

selecionados, seriam incitados a lutar um contra o outro a vista e ao odor de éguas presas pela arreata. As histórias islandesas fazem muitas referências a este esporte, uma vez que com frequência ele originava combates e lutas entre os proprietários opostos. Evidentemente, o relaxamento também podia dar-se em privado, em ocupações tão solitárias como tocar uma flauta ou talhar um pau. As crianças tinham os seus brinquedos, e alguns dos

que remanesceram, como armas de madeira e barcos de

brinquedo, indicam que elas se entretinham com jogos imitativos. Para os adultos, muitas vezes não havia nenhum limite definido entre o ócio e as coisas feitas a sério; os animais eram caçados tanto para alimento como por esporte, embora a nobreza tenha tido, como sempre, mais tempo para o último, e a falcoaria tenha sido uma ocupação reservada à aristocracia. Sabemos pelas sagas que a “natação e os jogos de tabuleiro” eram esportes que deviam ser ensinados a um jovem 7arl, ou conde.

À esquerda. A falcoaria era O

esporte dos nobres. Pode estar representada nesta aspa de cruz

do século X, uma escultura

anglo-escandinava de Sckburn, em Co, Durham — embora este cavaleiro, que leva o pássaro no pulso, debaixo de uma serpente, também tenha sido interpretado como uma representação do deus pagão Odin.

Parte superior direita. Esta pedra us

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“no tabuleiro” (at tafli): o jogo

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da decoração sugere que pode ter

sido feito em Dublin, no século X.

O número de espaços no tabuleir

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vos do cavalo. Estes cavalos mi pedra A esentados numa Uppland, na

madeira (à direita) foi encontrado num local irlandês nativo, em

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baixo.

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hnefatafl. O tabuleiro de hnefatafl de

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do século XI

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Gokstad únha 15 x 15,0 mesmo que um de York do secu lo X.

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65

A VIDA QUOTIDIANA quando necessitava ser novamente reativado, batia-se

uma pederneira contra um degrau. À carne e o peixe constituíam a maior parte da dieta. Aos animais domêsticos (vacas, ovelhas, porcos, cabras e aves de capoeira)

juntavam-se a caça e as aves silvestres.

;

Tanto a carne como o peixe eram defumados, secos ou salgados no verão e no outono para garantir provisões suficientes para os longos meses de inverno. A carne era cozinhada principalmente em toscas vasilhas de barro ou tigelas de esteatite colocadas nas brasas do lume, ou num caldeiro de ferro suspenso sobre as chamas com uma corrente também de ferro. Faziam-se garfos de ferro para retirar a carne do líquido fervente. Ocasionalmente uma peça de carne especialmente tenra podia ser assada num espeto.

;

Introduz-se a chave

na parte inferior da fechadura.

particularmente no Sul da Escandinávia, e eram muitas

A chave se encaixa

vezes feitos de pedra de lava importada da Renânia, na Alemanha. O pão era ázimo e seria cozido ao fogo numa placa de metal ou de pedra para ficar bastante espesso. Os legumes eram cultivados nos campos em volta, e as bagas e outros frutos eram colhidos nos bosques ou eram importados. O achado de caroços de ameixa em fossos de lixo em Hedeby sugere que eram trazidas da Europa Central, por exemplo. O queijo era feito com

nos dentes da mola,

leite de vaca, de cabra e de ovelha, talvez sobretudo

como um modo de aproveitamento do excedente. Os pratos eram lavados com grandes quantidades de cerveJa, feita de cevada, e de hidromel, feito de mel fermentado e água. Também se fazia bjorr, possivelmente um licor preparado com suco de fruta fermentada. Os copos teriam sido de madeira ou de cerâmica; os chifres para beber também eram usados. As vasilhas de vidro importadas só teriam sido usadas por estratos superiores da sociedade. As malgas, as tigelas, as colheres e as panelas eram de madeira, e quase todas desapareceram, porque se decompuseram ou porque os objetos de madeira quebrados teriam sido lançados ao fogo, como fon-

A chave desliza e

empurra os dentes da mola para cima, abrindo a fechadura.

te cômoda de combustível. Conservaram-se, no entanto,

bém foram fabricados por carpinteiros especializados. Dos bens mortuários encontrados em túmulos funerários reais e aristocráticos, podemos deduzir que muitas mansões aristocratas eram mobiliadas com mesas, bancos de madeira ou cadeiras e possivelmente até com camas: uma cadeira e camas, por exemplo, foram encontradas junto com a rainha do século IX em Oseberg, na Noruega. Foram também encontrados fragmentos de tapeçaria. No entanto, a gente comum tinha poucas posses como

essas, contentando-se com tamboretes e arcas nas quais guardavam a sete chaves os objetos de valor (como jóias, prata e roupa). Envoltos em cobertores ou peles, não dor-

miam em camas, mas em bancos fixos: quanto mais perto da lareira, mais elevado era o seu status em casa.

Na maioria das casas, ocupando um lugar contra a pa-

rede,

teria estado o tear vertical de pesos e urdidura

para tecer a roupa de lã usada pela família, e também para fazer as velas dos barcos vikings. Por serem de madeira, nenhum tear da época viking remanesceu completo. No entanto, há muitos exemplares de pesos de argila cozida ou de pedra que mantinham os fios verticais (a urdidura) esticados.

chaves eram COITeEntes : o Escandináv ia durante Rã

séculos XLe XII, e dali

à Islândia e à Groenlãn dia Crra,

ramente de trigo. A farinha era moída a mão com pedras de amolar circulares ou pequenos moinhos manuais. Estes remanesceram em grande quantidade e

membros da casa, mas algumas vasilhas foram feitas com torno, dando a entender que alguns bens da casa tam-

ediça. Estas fe C hadur.e

chegaram também à Inglat

O pão era feito de cevada, centeio e legumes, mais ra-

alguns exemplares em terra alagada. À maior parte tem a aparência de ter sido talhada a mão, provavelmente por

À esquerda. Se ção de um cadeado de caixa com em forma de T para ab E fio 5 tura Como se usav “ a co ma form a característica de uma Cha corr

Também

se faziam tecidos de tábua, com pequenos

bastidores de madeira ou de cornadura retangulares, para fazer correias, tranças e faixas de motivos complexos para decorar a roupa. À tesoura para a roupa e o pente utilizado para cardar a lã antes de fiá-la eram de ferro; as espirais que dobram o fuso de madeira com o seu peso eram de ferro, de cerâmica ou ocasionalmente de âmbar.

As agulhas e os alfinetes eram de ferro ou de osso, e as mulheres os tinham muitas vezes dentro de pequenos recipientes cilindricos que penduravam nos seus broches. Alguns objetos de vidro em forma de bolo encontrados em túmulos de mulheres podem ter sido usados para alisar rugas, e também se sugeriu que as placas de barba de baleia talhada, quase sempre encontradas em

túmulos de mulheres ricas, eram utilizadas como tábuas para alisar ou plissar a roupa. À fiação, o tecido e a cos-

tura mantiveram ocupadas as mulheres quase constantemente. O achado de peças de jogo feitas de osso, cornadura, vidro e âmbar prova que o homem tinha mais tempo para relaxar. O Anefatafl, um jogo parecido com o de damas, era muito jogado. Encontraram-se animais, barcos, espadas e piões de madeira em muitos sítios, o que demonstra que as crianças tinham jogos simples. Numerosas representações de mulheres e de homens indicam que ambos os sexos usavam cabelo comprido;

q

A VIDA QUOTIDIANA

O vestuário As distinções sociais, que são evidentes em tantos aspec-

É À direita. Estilos opostos de

tos da vida da época viking, refletiam-se no tipo de roupa

roupa masculina: (parte superior) um homem

que os homens e as mulheres usavam: o estilo e o corte

alta usa um casaco de linho

das mesmas peças de roupa, os panos usados e a qualida-

não tingido e umas calças folgadas até aos joelhos, de fio

de dos broches ou enfeites que as seguravam determina-

de urdidura fina. A sua capa

vam claramente a riqueza e a posição social da pessoa que os usava. Os acessórios, sendo de metal, foram recuperados em grandes quantidades dos cemitérios e povoações da época viking que foram escavados, mas os restos do tecido são muito mais difíceis de conseguir. Podemos saber algo graças às marcas de pano deixadas, como parte do processo de fabricação, no dorso dos broches de ferro fundido, mas os melhores indícios que temos provêm de uns fardos de roupa abandonados, que

se encontraram conservados no lodo do porto de Hedeby; tinham sido utilizados como material de embalagem

ou talvez para alcatroar os barcos. Proporcionaram uma fonte extraordinária de informação sobre os diferentes

tipos e qualidades de pano na época vikinge os métodos de confecção. As modas mudavam lentamente naqueles tempos, razão por que podemos ter certeza de que os estilos reconstruídos a partir deste achado representam o conjunto da época viking.

da classe

de lã retangular é segura no

ombro direito. Outro homem rico usa um blusão cortado e cintado, adornado com pele, sobre uma camisa de linho.

Umas faixas de pano (pultees) apertam as calças abaixo dos

joelhos (no centro). À roupa de um escravo ou de um criado

era feita de pano de la toscamente tecida. Era roupa

folgada, desenhada para o trabalho (parte inferior). Acima, Os broches e os enfeites de bronze eram usavados nos

9PST

(pes

ombros para segurar as capas dos homens, € por vezes eram

de prata, com desenhos

trabalhados. Este exemplar de bronze procedente da Dinamarca é bastante pequeno, e é enfeitado com cabeças de tres vikings com o cabelo

penteado e os bigodes caídos.

À direita. Os pares de broches ovalados eram parte integrante do aparato feminino e são os

mais correntes de todos os que se encontraram da época

viking. À maioria era de bronze

de muito má qualidade, com

desenhos simples; outros = como O par que aqui “apresentamos — eram dourados e decorados com desenhos

complicados de animais. Na sua

parte inferior, há uma saliência perfurada que permite pendurar colares entre eles. À broche

em forma de trevo segurava uma

peça de roupa exterior.

«Abaixo. Tanto o homem como a mulher usavam sapatos de

couro abertos, com uma forma semelhante à das sapatilhas. Os “homens também usavam botas

“altase baixas atadas na frente é

do lado. O material mais

Corrente era a pele de vaca, mas

“as botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra.

À direita. Três broches seguram o

vestido da mulher de alta posição

social (acima): o do pescoço aperta

a túnica de mangas compridas, que

vai até os tornozelos, de linho,

elegantemente plissada, enquanto

o par que faz um jogo segura as

alças do vestido com peito ajustado, comprido até a barriga da perna. A roupa de rua dos ricos era

quente e impermeável (abaixo).

Esta mulher veste uma peça de roupa exterior de mangas

compridas de lã de boa qualidade, que pode ter sido acolchoada com

penas Muitas vezes, costam-se adornos de trança com cores que contrastavam, incorporando por vezes muitos fios dourados, à volta

do pescoço e sob a parte da frente.

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alguns homens o usavam enrolado num carrapito na nuca, outros o cortavam, enquanto as mulheres por vezes arranjavam as compridas madeixas soltas em estilos bastante complicados, apanhando-as sobre a cabeça. Os pentes encontrados em abundância nos lugares escavados sugerem que aquela gente dispensava cuidado e atenção ao seu cabelo, talvez com o propósito de erradicar os piolhos. Os homens costumavam cuidar com esmero da barba e do bigode. Usavam calças e uma túnica comprida coberta com uma capa, enquanto as mulheres

vestiam múltiplas camadas de roupas compridas até o tornozelo, tanto de lã como de linho. Um só alfinete de cabeça de aro ou um broche em forma de aro segurava as capas dos homens no ombro, e as roupas das mulheres eram mantidas no lugar com um par de broches (ge-

ralmente ovalados, embora os estilos variassem de uma

região para outra), um em cada ombro, além de outro no pescoço. Os costumes funerários Durante muito tempo os povos escandinavos conservaram suas crenças religiosas tradicionais. Prestavam culto a deuses pagãos e enterravam seus mortos segundo os rituais pagãos, e os objetos que eram enterrados com o morto com, supomos, propósitos religiosos são hoje

uma fonte de informação incalculável sobre o seu modo

de vida. Os vikings praticavam dois tipos de enterros: a cremação e a inumação. Em ambos, o cadáver parece

ter sido enterrado com a roupa do dia-a-dia, e estava normalmente provido das posses pessoais e dos utensilios que teria usado em vida. Por vezes o cadáver era enterrado dentro de um barco ou de um carro. Isto nos leva a supor que se considerava necessário algum modo de transporte para levar o defunto para o outro mundo, e o enterro com

cavalos

(encontrado

sobretudo

na

Dinamarca e em Birka, na Suíça) pode sugerir o mes-

mo. No entanto, parece estar claro que o enterro com barco ou com carro era reservado às pessoas ricas € pode simplesmente ter sido a maneira de realçar a alta posição social e importância do defunto. Nas comunidades rurais da Noruega e do Leste da Suécia Central, a cremação era a forma mais comum

de

enterro até o final do período. As câmaras de cremação nos túmulos agrupam-se em volta das fazendas da época viking, geralmente em afloramentos rochosos. Como estes lugares não são adequados para o cultivo, os túmulos não foram destruídos pela agricultura atual e ainda hoje lá estão claramente visíveis. A falta de escavações que estabeleçam a presença de edifícios agrícolas (só empreendidas recentemente na Suécia e ainda quase desconhecidas na Noruega), esses túmulos fornecem a única indicação das localizações das fazendas da época viking. Por conseguinte, foram usados para localizar com toda a precisão centros de população e calcular o número de habitantes, particularmente na região de Malaren, a leste da Suécia Central, sugerindo que a população pode ter aumentado 50% na época viking. Na maioria dos casos, o corpo que ia ser incinerado era vestido e adornado com jóias e broches de enfeite ou de utilidade, e era incinerado numa pira. Os ossos in-

cinerados e as jóias fundidas eram recolhidos, e dispu-

nha-se deles de várias maneiras, dando a entender que se observavam vários rituais religiosos. Na Suécia Central, por exemplo, os restos queimados eram geralmente separados cuidadosamente da cinza e do carvão da pira funerária e eram colocados num recipiente de cerãmica, que era então depositado num buraco cavado na terra; em algumas regiões da Finlândia, eram espalhados pela terra. Os restos incinerados, enterrados ou espalhados, eram cobertos com um montículo de terra ou

Acima. Estes túmulos funerários

|

marcam um dos cemitérios que

rodeiam a cidade da época viking de Birka, na Suécia. Os costumes

funerários variavam, regional € socialmente, durante a época

vikingna Escandinávia, e praticavase

tanto a cremação como a

inumação. Estima-se que há cerca de 3.000 túmulos em Birka, dos

quais cerca de 1.100 foram

escavados; muitas deles contêm

abundantes bens mortuários,

que deram muita luz sobre

as vidas e aúvidades dos ocupantes

das povoações.

Páginas 70-71, Alguns dos Cárinos

da época viking mais esplêndid

são as embarcações-túmulo, mê

a colocação de pedras em forças

ona de barco pode ter proporc uma alternativa simbólica.

rte 0 Estas colocações fazem pa je cemitério de Lindholm He

no Norte da Jutlândia. Os

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OCEANO ÁRTICO

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onde há cremações nos túmulos, mas na Finlândia há uma fusão de tradições e práticas. No sudoeste, os bar-

cos funerários eram correntes, mas não se ergueram túmulos sobre os restos incinerados, que se espalhavam

simplesmente pela terra. Mais para o interior, as cremações e Inumações eram cobertas com montes de pedras

e de terra. À inumação tornou-se algo corrente no Su-

doeste da Finlândia no século XI, talvez indicando a apropriação de costumes cristãos, mas os bens mortuá-

rios continuaram a ser enterrados nos túmulos finlandeses por mais um século. A cremação dos corpos também era algo comum nas cidades da época viking da Noruega, Dinamarca e Suécia. Os cemitérios, que por vezes compreendiam grande

número

de túmulos, ficavam perto da povoação.

Em

Birka, por exemplo, conhecem-se pelo menos 3.000 tú-

mulos dos 200 anos de existência da cidade (nem todos são cremações), e pode ter havido até 7.000 enterros em

Hedeby. Outras povoações vikings, como Kaupang, no Sudeste da Noruega, são igualmente rodeadas de imensos campos de túmulos. E muito provável que Ribe, na

Dinamarca, também fosse rodeada de cemitérios, mas

até agora só se acharam alguns túmulos. A prática da inumação suscita uma série de perguntas dificeis de responder. Com a introdução do cristianismo, foi substituída gradualmente a cremação em todos os lugares, mas sabemos que foi adotada por alguns povos escandinavos por volta do início do período viking.

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A VIDA QUOTIDIANA

Na Jutlândia Meridional, onde prevaleci a a inumação, isto pode ter sido resultado de influências das terras cristianizadas do sul, mas nas outras regiões o seu uso é mais

problemático. Por exemplo, por que razão a popula ção da ilha báltica da Gotlândia recorreu a este rit o essencialmente estrangeiro? Provavelmente nunca o saberemos. Embora a inu mação se praticasse tora dessas regiões principais, as provas arqueológicas indicam que era um rito confinado às cla sses superiores da sociedade, ou a estrangeiros. O último caso era mais evidente nas cidades da época viking; os estrangeiros traziam consigo os seus próprios rituais e crenças

religiosas. Algumas

das melhores

provas que

temos de túmulos de inumação provêm das cidades de

Birka e de Hedeby. Na primeira, os comerciantes vinham sobretudo do leste, da Rússia ou até de mais longe. Se os comerciantes tinham a infelicidade de morrer em Birka, eram enterrados segundo os costumes da sua pátria. E quase todos eram enterrados juntos no seu próprio ce-

mitério, perto da fortaleza que dominava a cidade.

As escavações em Birka no século XIX encontraram

numerosos túmulos do tipo chamado “túmulo de câmara”. Cavava-se um buraco na terra e escorava-se com madeira. Colocava-se depois o corpo do defunto, completamente vestido, na câmara, rodeando-o de objetos de uso quotidiano. Por vezes, metiam-se cavalos nesses túmulos, e não se conhecem sacrifícios humanos. Encontraram-se túmulos de câmara igualmente ricos em Hedeby, e o costume de enterrar corpos em câmaras subterrãneas foi muito comum em toda a Jutlândia, especialmente

no século X. Esses enterros são as inumações

mais impressionantes que se conhecem na Escandinávia da época viking, mas também se encontraram outras formas de inumação. Os corpos eram enterrados em ataúdes, metidos em buracos na terra, ou talvez envolvidos

numa mortalha de casca de álamo-branco. Como os corpos e o seu equipamento não eram incinerados, os objetos de metal enterrados com eles estão muitas vezes em excelente estado de conservação. Os enterros descritos anteriormente contêm os restos de homens e de mulheres comuns (alguns mais ricos

que outros), que pertenciam à comunidade agrícola ou mercantil. À riqueza impressionante de objetos encontrados nos enormes túmulos funerários de pessoas reais ou aristocratas já foi descrita num parágrafo anterior do

livro. Em fins do século X, o costume de enterrar com ri

cos bens mortuários tinha desaparecido na Dinamarca, e se estava tornando cada vez menos comum em outros lugares (diferentemente da Finlândia), sem dúvida como resultado do triunfo final do cristianismo sobre a região pagã. A partir de então, a prática da inumação nos túmulos orientados de leste para oeste e sem equipamento acompanhante prevaleceu em toda a Escandijá não servem de fonte de informanávia, e os enterros ção sobre a vida quotidiana e a morte.

Viagens e comunicações

Na Escandinávia da época viking, as vias de comunica-

ção eram, evidentemente, marítimas, ao longo dos ex-

tensos litorais da Noruega e da Suécia e passando por entre numerosas ilhas junto às suas costas. Os portos naturais ao longo das costas proporcionavam enseadas seguras de noite, facilitando o transporte marítimo, e os sistemas de lagos e de rios podiam ser utilizados para avançar pelo interior, dentro dos centros de povoamento. As extensões de bosque impenetrável, os pântanos e as montanhas eram numerosos obstáculos para viajar por terra em grande parte da Escandinávia. No entanto,

os vikings viajavam por terra quando era necessário, O

que

era mais fácil no

inverno,

sobretudo

no

norte,

quando a terra úmida e pantanosa gelava e se podiam usar trenós, esquis e patins.

Conhecem-se vários tipos de trenós. O mais simples e ligeiro era o trenó de esquis, que consistia num corpo ligeiro montado sobre esquis e puxado a mão. Foi utilizado para transportar cargas leves e compactas, como as peles de animais caçados nas regiões setentrionais da Suécia, Noruega e Finlândia. Os trenós mais pesados eram usados para transportar mercadorias mais volumosas. Eram puxados por animais de tiro, como cavalos ou bois, cujos cascos eram guarnecidos de pregos de ferro ou ganchos para que não resvalassem nas superfícies geladas. Encontraram-se exemplares destes trenós robustos nas naves funerárias de Oseberg e Gokstad. Os esquis eram utilizados no Norte da Escandinávia

já desde a Idade do Bronze. Conhecem-se pelo menos 100 exemplares de todos os períodos pré-históricos só na Finlândia, e cerca de 30 deles remontam ao período viking. Para fazer os esquis, eram escolhidos pinheiros, que podiam ter até 2 metros de comprimento, dado que

—YF A VIDA QUOTIDIANA À esquerda, Os Patins de « se

usavam sob Fe q gelo | e Que são achados COTT Ente

de Lund. Faziam -se m

Tal

etatársicos de elos:

e alavam-se ag pé co

couro. O patin ador tom impulso para a frente e de um bastão que,

Possuía uma po por Vezes, nta d Ç ferro,

as resmas naturais da madeira lubrificavam a parte inferior para que deslizassem mais suavemente sobre a terra coberta de neve. Os patins eram feitos de ossos compridos de cavalos, vacas ou alces, e eram aplanados na superficie e atados aos pés. Não eram como os patins que conhecemos hoje, mas como esquis muito curtos que eram colocados diretamente debaixo dos pés. O patinador impulsionava-se sobre o gelo com dois paus com uma conteira de ferro. Em outras épocas do ano, quase toda a gente teria viajado a pé, exceto os ricos e as pessoas importantes, que o faziam montados em cavalos. O equipamento equestre — com estribos, esporas e bridas — fazia normalmente parte dos bens mortuários nos enterros de alta posição

social. As bridas de couro decompuseram-se, deixando apenas as armações, que muitas vezes eram de bronze dourado marcado com adornos para que contassem onde tinham estado. Também se encontraram os adornos de arcos de arneses de madeira, provavelmente para engatar os cavalos aos carros, Construíram-se estradas para a viagem por terra. À Estrada do Exército, que percorre a península da Jutlândia, é o melhor dos exemplos que remanesceram. Percorre as terras mais altas junto à linha divisória das águas, e aproxima-se do que se poderia chamar uma “estrada geral” ou auto-estrada de hoje, embora quase toda a sua extensão fosse um caminho sem revestimento. O revestimento das estradas (quase sempre de madeira) só era colocado em regiões difíceis, como as terras pantanosas, e na sua forma mais simples consistia em tojos e

de suporte nas suas fundações, e uma incalculável quantidade de madeiras formaram a sua superestrutura. Não pode ter sido uma ponte típica daquela época. À quantidade de riqueza e de mão-de-obra que implicou a sua construção sugere que foi construída com um objetivo específico, provavelmente pelo rei Haroldo Dente Azul para realçar a entrada do seu centro real. Conhecem-se outras pontes da Suécia do século XI. São quase sempre marcadas por pedras runas que relatam a construção da

ponte, muitas vezes por uma mulher, em memória do fi-

lho ou do marido, ou — como no caso da ponte de Iarlabanki, em Taby, na Suécia Central — por um latifundiá-

rio para destacar o seu prestígio local. Essas pontes são o que hoje chamaríamos terraplanagens, um caminho elevado de pedras, coberto com areia ou seixo que proporciona um caminhar seco através de uma corrente de água ou de uma zona pantanosa. É interessante o fato de o número destas “pontes” ter aumentado depois da introdução do cristianismo no final do período viking: Talvez não tenhamos encontrado ainda muitas pontes anteriores, mas parece mais provável que com o cristianismo organizado veio a necessidade de melhorar as comunicações entre as igrejas e os centros missionários. Barcos e construção naval

Uma forte dependência da viagem e do transporte marítimo levou os vikings a tornar-se hábeis construtores de

barcos e excelentes marinheiros. As suas embarcações

ramos espalhados para criar uma superficie bastante estável. Em outros casos, podia ser feito com troncos de

variavam de barcos de guerra compridos, estreitos e de pouco calado a barcos mais robustos (ou bastante fortes para suportar o bater das ondas e do vento) que levaram os colonizadores e a sua bagagem para oeste, para as

Em toda a Escandinávia, os numerosos rios e nascen-

carga mais robustos. Também se construíam diferentes barcos de pesca, ferryboats e barcos para as viagens pelo

árvore apertados uns contra os outros, ou até com madeiras bem trabalhadas.

tes que correm através da paisagem tinham de ser atravessados pelo viajante. Até finais da época viking, os vaus e as terraplanagens foram a maneira mais corrente de cruzá-los. As pontes não parecem ter sido construídas até fins do período viking. A ponte de Ravning Enge, cerca de 10 quilômetros a sul do centro real de Jelling, na Jutlândia Central, construída em 980, é uma estrutura surpreendente. Tem 700 metros de comprimento, 5 metros de largura, e podia suportar um peso de 5 toneladas. Utilizaram-se mais de 1.000 postes de carvalho 74

ilhas do Atlântico Norte, e ainda os barcos mercantes de

interior. À enorme diferença em velocidade e comodi-

dade entre as viagens por mar e por terra é resumida pelo clérigo alemão Adam de Bremen, ao escrever sobre a Suécia por volta de 1070. Ele relata que o tempo de na-

vegação de Skâáne, na Suécia Meridional, a Sigtuna, no

lago Málaren, foi de cinco dias, e que a viagem por terra durou um mês. Grandes ou pequenos, os barcos vikings tinham várias características em comum. Os cascos eram construidos com tábua trincada, feita de pranchas sobrepostas que

es

A VIDA QUOTIDIANA eram unidas com rebites de ferro e calafetadas para tor-

ná-las estanques, geralmente com betume e pêlos de animal. Os cascos eram feitos sobre uma quilha comprida e profunda, que formava a armação do barco: uma sobrequilha

(ou reforço do mastro)

era colocada por

cima daquela para suportar a base do mastro. Os talhaPErRPA eT o

popas curvavam-se com elegância; nos barcos

mais prestigiados, as proas terminavam em cabeças de

dragão feroz ou em espirais adornadas com acessórios

de metal. Os lemes eram enormes remos. seguros ao lado de estibordo da popa e manuseados pelo timoneiro através da cana. Utilizavam-se tanto as velas como os remos para mo-

ver os barcos, e por vezes as duas coisas ao mesmo tempo. O gênio dos vikings era combinar os dois métodos

com um casco realmente apto para navegar: o casco de um barco a vela tem de ter uma maior largura e os lados mais altos que um navio movido só a remos. Este problema foi resolvido com a introdução da quilha, que dava força, estabilidade e flexibilidade ao barco. Além disso, a invenção do mastro de vela que podia ser içada ou

arreada, enquanto o barco estava em movimento, impli-

cou que os barcos dependessem menos dos caprichos do vento. As velas foram introduzidas a partir do longín-

Abaixo. Este par de estribos

adamasquinados com prata e cobre provêm da sepultura de um cavaleiro esplendidamente equipada do Norre Longelse, em

o achado casual de barcos nos túmulos, como ruínas, ou

Langeland, Dinamarca. Embora geralmente os arreios do cavalo corrente nas sepulturas da época viking em toda a Escandinávia, os estribos e

submersos em portos onde um dia fizeram parte das defesas. Em Skuldelev, no fiorde de Roskilde, na ilha dina-

não abundam tanto,

sendo artigos da classe social alta.

A maior parte data da última parte

do período.

O

E

meg)

quo Sul da Europa exatamente antes do início da época viking. Nas pedras decoradas da Gotlândia, que remontam aos séculos VII e VIII, há representações de barcos com velas quadradas e retangulares, e não há razão para supor que estas se diferenciavam das velas usadas pelos vikings. Contudo, já não resta nenhuma. As provas das variedades dos barcos vikings procedem

)

1. GalZE Ra

marquesa da Zelândia, por exemplo, cinco barcos foram afundados como parte de um bloqueio através da boca do fiorde no início do século XI. Dois deles eram barcos de guerra, e, juntamente com outro encontrado nas ruínas fora do porto em Hedeby, proporcionaram uma informação valiosa sobre este tipo de embarcações. Os três são de pouco calado, compridos (um de Skuldeley media 30 metros) e estreitos, com provisões para uma viagem. O mais importante é que está claro que tinham assentos para 18 pares de remadores, e é evidente que se fazia avançar os barcos fundamentalmente com os remos, mas eles também tinham uma vela que se podia içar ou arriar à vontade. Os remos aumentavam a velocidade, mas também tornavam o barco mais maleável

durante manobras delicadas como varar ou atracar. Era o tipo de barco que os vikings teriam usado para os seus ataques surpresa aos mosteiros da Europa Ocidental. O bloqueio de Skuldelev também continha as ruínas dos barcos mercantes. O maior tinha 16,5 metros de comprimento, era feito de madeira de pinho e era capaz de carregar cerca de 40 toneladas; pode ter transportado peles e outras mercadorias dos centros mercantis da Escandinávia para mercados do oeste. Foram encontrados restos de outros barcos mercantes parecidos em Askeskãrr, na Suécia Ocidental, e em Kalstad,

perto de Kaupang, no Sudeste da Noruega, e no porto

de Hedeby. Todos os barcos eram mais largos, em proporção com o seu comprimento, que os barcos de guerra, tinham um porão que podia armazenar mercadorias, e dependiam das velas mais que dos remos para à sua impulsão. A velocidade não era essencial. O que realmente era necessário eram barcos facilmente manobráveis que pudessem atravessar o mar sem naufragar ou afundar: os remos só eram necessários quando o barco entrava no porto e tinha de ser atracado junto ao mo-

lhe. O barco de Askeskãrr, por exemplo, só dispunha de um par de remos. Estes barcos eram concebidos para navegar nas águas costeiras em volta da Escandinávia e no alto-mar para ocidente. Os guerreiros e comerciantes que saíam para leste pelos rios da Rússia até Bizâncio e ao mar Cáspio necessitavam de embarcações menores e mais ligeiras que esses barcos robustos, e que pudessem ser retiradas da água e levadas ou rebocadas em rotas especialmente

construídas, que consistiam em barrancos pouco pro-

fundos revestidos de madeira para evitar rochas e outros

obstáculos semelhantes. A grande maioria das embarcações utilizadas pelos vikings não eram os barcos de guerra nem os barcos mercantes, ambos de longa distância, mas uma variedade de pequenos barcos concebidos para a pesca ou o transpor te de gente, mercadorias, notícias locais ou mexericos de uma povoação para outra; alguns navegavam ao longo da costa, mas a maioria ia e vinha pelas rotas navegaveis de lagos e de rios do interior. Surpreendentemente, temos muito poucos indícios destas embarcações, mas encontrou-se um pequeno barco de pesca ou ferry-

boat em razoável estado de conservação em Skuldeley, e

o barco no túmulo de Gokstad tinha a bordo três pequenos botes a remo, incluindo um faering de quatro remos. Este não media mais de 6,5 metros de comprimento. Também foram encontrados restos fragmentários de pequenos botes em embarcações-túmulo na Noruega, na Dinamarca e na Suécia. Uma delas — um pequeno bote a remo com cinco pares de remos, do cemitério de Valsgárde, na Suécia Central — foi reconstruída e submetida a testes. Outras reconstruções semelhantes ajudaram os especialistas a descobrir coisas sobre o modo como eram construídos os barcos vikings e como eram aparelhados para navegar de vento em popa e virar de bordo. Por exemplo, dois dos barcos encontrados em Skuldelev foram meticulosamente copiados e longamente experimentados no mar. Em fins da década de 1980, uma réplica de um barco encontrado em Tingstâde Irásk, na Gotlândia, que bem

pode ter navegado pelos rios russos, foi construída e navegou, avançou com remos e seguiu com êxito até Bizâncio (atualmente Istambul) na Turquia, uma viagem que durou cerca de três meses. Infelizmente, não se achou ainda nenhum

estaleiro

da época viking, mas as escavações arqueológicas trouxeram ao nosso conhecimento locais onde se davam as re-

parações de barcos. Em um deles, localizado em Paviken, na ilha da Gotlândia, encontraram-se vestígios de

uma “doca seca” na qual os barcos podiam atracar enquanto se faziam os consertos, juntamente com numerosas ferramentas e rebites de barco. Foi explorado um lugar particularmente interessante no rio de Fribrgdre,

na ilha dinamarquesa de Falster. Muitas madeiras frag-

mentárias de barco ali descobertas indicam que este lugar era uma oficina de abate de barcos; as madeiras re-

cuperadas dos barcos velhos seriam provavelmente utilizadas de novo para reparar outros barcos. Localiza-

se no extremo leste da Dinamarca, perto da costa báltica meridional, uma região que dá mostras frequentes de influência eslava. Podemos verificá-lo em Fribradre, por

exemplo, no uso de cavilhas de madeira para reforçar os

encaixes, um método que os eslavos preferiam ao dos pregos de rebite, geralmente usados pelos construtores

de barcos escandinavos. Uma pequena embarcação en-

contrada em Hedeby que mostra uma combinação se-

melhante de técnicas de construção escandinavas e esla-

vas foi provavelmente construída no Báltico Oriental.

75

Os barcos vikings Os barcos não representavam apenas um meio de transporte corrente para os vikings: a sua importância manifes-

ta-se no papel que desempenharam nos rituais religiosos

da época viking. A gente de alta posição social era fre-

quentemente enterrada nos seus barcos. Foi a escavação de alguns dos grandes túmulos funerários da Escandiná-

via no século XIX que começou por revelar aos olhos modernos o esplendor e a perfeição do barco viking. A embarcação magnífica, descoberta na sepultura do século

mulo funerário do século IX em Gokstad, também na No-

ruega. Este era provavelmente o tipo de barco usado pelos primeiros vikings para atravessar os mares para as suas

novas terras a ocidente. A autêntica diversidade dos barcos da época viking foi demonstrada em 1957, quando em Skuldelev, na Dina-

marca, se recuperou um grupo de barcos no fundo do fiorde de Roskilde, onde permaneciam desde que ti-

nham sido deliberadamente afundados no século XI para formar um bloqueio. As diferentes formas indicavam que dois deles eram barcos de guerra, enquanto outros tinham funções especializadas, como cargueiros, barcos de pesca ou ferryboats. Conservavam-se pormenores

suficientes para sugerir como tinham sido construídos os barcos de Skuldelev, proporcionando informação sobre o tipo de madeira escolhida, a sucessão das etapas de construção (mostradas no desenho na parte superior da página seguinte) e as técnicas de carpintaria utilizadas. Também se tornou possível deduzir como tinham sido seguros

os mastros, e a provável forma e tamanho das velas (ver o

desenho de Skuldelev 3, na parte superior direita).

Os recentes testes marítimos com reconstruções de

tamanho natural de três dos barcos de Skuldelev demonstraram como se conduziam bem com o remo ou com a vela.

Acima. O barco de Gokstad, do

século IX, pode ser visto no Museu

trabalhado e foi encontrado em

melhor estado de conservação. A

do Barco wiking em Byvgdey, próximo

sua navegabilidade foi demonstrada

barco de Oseberg. Embora o barco de Gokstad seja menos ornamentado, é magnificamente

1880, quando uma réplica navegou da Noruega à América, atravessando as águas agitadas do Atlântico Norte.

de Oslo, o qual também conserva o

76

pouco depois do seu achado em

os barcos de guerra vikings,

para deixar espaço para a carga. O convês nas extremidades

era para a vigia (da proa) e o

timoneiro (na popa). Havia pouca proteção para a tripulação, mas a carga ia provavelmente coberta com couros.

mulher de alta posição social

em Oseberg nunca foi destinado a atravessar o Atlântico. No entanto, facultou numerosos

indícios sobre a construção naval

viking. Um traço característico de

todos os barcos viking era o casco

Vela

Mastro

Cordame

Estai Figura de proa Leme

Buracos para os remos Cordame Espaço para remos e botalós Suporte do mastro

proa e na popa. O calado ligeiro

até quando estava carregado, permitia ao barco entrar pela margem e pelos rios pouco profundos, e a quilha profunda

e as madeiras do fundo inclinado reduziam o desvio quando se navegava contra o vento.

E

funerário do século IX de uma

mares curvos da mesma altura na

ma

conhece pelo nome de Skuldelev >, nham o vau mais largo que

de forma simétrica, com os talha-

e

não há nada que supere o barco encontrado em outro tú-

especializados, como o que se

Abaixo. O barco magnificamente decorado encontrado no túmulo

7

interior. Quanto à habilidade para a construção naval,

Acima. Barcos mercantes

don OU má

te um “iate real”, desenhado para as águas costeiras e do

co =]

(à direita), era essencialmen-

SO

IX de Oseberg, na Noruega

Acima. À forma e curvos dos barcos com pranchas de uniam na quilha.

os talha-mares obtinham-se madeira que se O casco era

feito com prancha trincada a começar da quilha e dos

talha-mares, seguros com pregos

de ferro. Todas as cavernas eram presas depois ao casco, mas não à

quilha, para conseguir mais

capacidade de manobra. A parte inferior do mastro era reforçado

com um suporte pregado à

quilha. Nos barcos mais antigos, o mastro era reforçado com

grossa caverna conhecida como suporte do mastro.

717

viking. Foi, por exemplo, a evolução de um sistema de

mi die mm md e | Ear e me pingo

comércio bem organizado, com rotas internas centradas

em pontos de reunião e embarques, o que proporcionou o estímulo para um desenvolvimento urbano precoce. Antes disso, a maior parte das pessoas vivia em pequenas povoações predominantemente agrícolas. As primeiras cidades na Escandinávia eram lugares com

uma

concentração

de população

relativamente

dpi

a

E

densa, que ganhava a vida através do comércio e da fabricação de mercadorias concebidas principalmente

borg, próximo de Gudme,

provavelmente em relação

com o seu papel como centros de culto. Isso pode refletir a falta de comércio em grande escala antes daquela época, mas também pode indicar uma ausência de dirigentes com poder e autoridade para fundar povoações Portanto, não podemos dizer realmente que havia cida-

des na Escandinávia antes de 700, mas depois dessa data é óbvio que começaram a existir e aumentaram gradualmente em número e tamanho.

pl1 sd L É emo

tância. Alguns desses lugares podem ter crescido espontancamente porque estavam situados nas encruzilhadas de rotas de comunicação, mas a maioria parece ter sido fundada deliberadamente por um rei ou por um grande latifundiário, sem dúvida com a intenção de adquirir receitas, impondo pedágios às mercadorias que se importavam ou exportavam da cidade. Até ao início do século VIII, há poucos sinais de desenvolvimento urbano incipiente na Escandinávia, embora o comércio e os oficios florescessem em alguns lugares, como Helgó e Lunde-

za

para o mercado local; a agricultura tinha menos impor-

Abaixo. Um bocado de âmbar atirado pelo mar numa praia da Jutlândia. As matérias-primas eram a base do comércio

escandinavo durante a época

vikinge incluíam luxos exóticos

como o marfim de morsa do

Ártico e o âmbar do mar Báltico.

Este último era muito usado para fazer avelórios, mas também para

amuletos, que eram fabricados em oficinas urbanas, tanto no

país como no estrangeiro,

ie com e 6] tg Se

Comércio e desenvolvimento urbano Por mais de 200 anos, os vikings fizeram uso das suas habilidades para a navegação e das suas embarcações de alto-mar para dominar as rotas do Norte da Europa. As matérias-primas locais disponíveis eram muito solicitadas na Europa Ocidental: peles, penas, madeira e alcatrão, minério de ferro, xisto para fazer pedras de amolar (para amolar as lâminas), esteatite para os recipientes de cozinha, peixe salgado, peles de foca e marfim de morsa, e o âmbar encontrado nas costas do mar Báltico. Para Bizâncio e para leste exportavam-se peles, mel, cera, marfim e escravos (capturados em incursões no oeste). À organização necessária para despachar estas mercadorias para os mercados estrangeiros era um processo complicado: as matérias-primas tinham de se acumular no seu lugar de origem, ser transportadas para a costa e só então juntar-se em carregamentos e ser carregadas nos barcos mercantes. Importavam-se também outras mercadorias de terras longínquas para o comércio. A prata era uma das mais importantes. Outras mercadorias importadas incluíam seda, especiarias e jóias procedentes do leste, e vinho, vidro, cerâmica e armas procedentes da Europa Ocidental e Central. A imagem dos vikings como negociantes e comerciantes é menos romântica que a sua imagem como guerreiros, Invasores e piratas, mas foi através do negócio e do comércio que inovações e modificações significativas foram introduzidas na Escandinávia durante o período

a

CIDADES, COMÉRCIO E OFÍCIOS

incluindo Ribe e Dublin

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78

“ Os vikings como comerciantes Na época viking, a Escandinávia foi o centro de uma extensa rede comercial, Às expedições oceânicas vikings deram-lhes o domínio dos mares do Noroeste da Europa, e as suas embarcações de fácil manejo facilitaram-lhes a navegação pelos nos da Europa Central e pela Rússia para fazer comércio com

Bizâncio e com as inbos que controlavam o acesso às rotas centro-asiáticas. As matérias-primas

vikings eram trocadas por prata e artigos de luxo: sedas, especiarias

e mel para apaladar os alimentos, vinho, cerâmicas e vidro da

“+ Renânia, e espadas francas.

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A direita. A localidade da

“Terra Negra” de Birka é agora

uma terra de prados de cada

lado do caminho que vai da costa (onde se encontra o porto)

até a aldeia moderna, que

confina com as árvores no

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CIDADES, COMÉRCIO E OFÍCIOS

Inglaterra anglo-saxa. Na Suécia, apresenta-se como kóping (como o Lôddekóôpinge) e na Inglaterra como ceap (Cheapside, em Londres) ou ceping ou cieping (Chipping Sodbury). Basicamente significa mercado, e isso é o que parece ter sido Kaupang. O nome de Kaupang está agora ligado a uma fazenda, e não há sinal visível da povoação do século IX, embora

os numerosos túmulos funerários dos arredores sejam principalmente

do século IX. Atualmente,

um

prado

desce suavemente pela margem de um fiorde bem protegido do mar por ilhas e baixios. As escavações em pequena escala que ali foram feitas revelaram um grupo de seis edifícios dispostos mais ou menos paralelamente a margem. Achados de escória de ferro e bronze, crisóis e desperdícios de fabricação de contas de vidro dão a entender que alguns, pelo menos, eram oficinas para fazer ferramentas de ferro e jóias simples, mas a falta de lares domésticos e a ausência de lixos domésticos põe em dúvida a ocupação permanente dos edifícios. Também se descobriu a localização de um estaleiro; provavelmente satisfazia as necessidades de viajantes como Ottar, cujo barco sofreu danos na sua fastidiosa viagem ao longo das costas norueguesas. Pelo menos dois molhes de madeira sobressaíam da água, cujos extremos do lado da terra foram construídos com alicerces de pedra para segurá-los à margem. Também se encontrou ali uma corda para amarrar os barcos junto dos molhes. Provavelmente, as atividades de Kaupang não eram no mesmo nível que as de Ribe, Hedeby ou Birka, mas sem dúvida eram extensas e de grande amplitude. Ali se encontrou cerâmica da Renânia, das ilhas Britânicas e dos países bálticos, bem como balanças e pesos, o equipamento imprescindível de um comerciante. As mercadorias importadas provavelmente eram trocadas por matérias-primas locais, especialmente o xisto e a esteatite. Encontraram-se os restos de um barco com um carregamento de pedras de amolar de xisto em Kálsund, a

cerca de 15 quilômetros da cesta. Não obstante, embora

só uma pequena parte do lugar tenha sido escavada, a impressão geral é que era um acampamento usado unicamente durante o verão para a fabricação e o comércio. Ali não se vê nenhuma das características próprias de uma cidade, como uma disposição organizada de ruas e de casas. Kaupang diferencia-se das autênticas cidades em outros aspectos importantes: não possuía nenhum sistema de defesa quando a necessidade de fortificações se tornou premente no século X e não foi substituída por uma cidade posterior. O abandono de Kaupang por volta de 900 pode ter sido resultado de alterações do nível do mar ou do declínio de sua importância ao diminuir a influência dinamarquesa na Norue-

ga

Meridional

(estava

claramente

comercial com base em Hedeby).

vinculada

à rede

Kaupang não é caso único. Um mercado temporário existia em Skuldevig, na costa norte da ilha da Zelândia, na Dinamarca, sem dúvida porque a localização protegida proporcionava um porto bem situado. Há sinais de ocupação periódica do século VIII até o século XII, mas nada indica que houve ali edifícios alguma vez. Os fornos ao ar livre e as fundações pouco profundas e revestidas de argila é tudo o que resta deste mercado transitório; as fundações revestidas de argila podem representar os pisos dos telheiros ou tendas temporárias que se montavam quando o mercado estava em progressão. Como os vestígios deixados atrás por estruturas tão

instáveis são tão difíceis de identificar, não há maneira

de saber quantos centros mercantis semelhantes existam em lugares protegidos próximo das costas da Es-

candinávia. No entanto, conhecem-se dois estabeleci88

mentos semelhantes com restos um pouco mais bem conservados em Áhus e Lôddekôpinge em Skâne, agora na Suécia, mas então parte da Dinamarca. Ahus, na margem norte do rio Helge, foi fundada na primeira metade do século VIII como centro mercantil temporário que se especializou no trabalho manual, sobretudo na fabricação de avelórios. A descoberta de pequenas moedas de prata ou sceattas do mesmo tipo que as que se encontraram em abundância em Ribe mostra a sua impor-

tância como centro mercantil, mas não há sinais de que

a povoação estivesse organizada em base permanente. As marcas dos edifícios são escassas, e estas são de chocas de chão rebaixado que se instalavam fácil e rapidamente, provavelmente nunca com a intenção de ocupáà las todo o dia. Depois de quase 50 anos, o estabelecimento em Ahus

foi abandonado e fundado novamente algumas centenas de metros rio abaixo, em terra virgem. Esta povoação cobria uma área de aproximadamente 10 hectares e existiu desde a segunda metade do século VIII até o início do IX, quando também foi abandonado, provavelmente para voltar a situar-se em outro lugar. Esta segunda povoação era muito mais consistente que a primeira, com numerosos edifícios e uma grande dependência de trabalho de bronze para a sua economia. À cerâmica procedente das costas do báltico meridional e da Renãnia prova a extensão dos seus contatos comerciais. Não obstante, Áhus nunca teve características urbanas.

O mesmo acontece com Lôddekópinge, no rio Lódde, a oeste de Skâne, onde alguns edifícios de chão rebaixado que remontam ao século IX se agrupam dentro de uma pequena área numa margem envolvente. As escavações demonstraram de modo concludente que estes edifícios eram ocupados de forma intermitente, talvez só por um curto período de tempo em cada ano, ou até a intervalos mais longos. Há indícios para supor que o comércio era a principal ocupação naquele tempo, dado que foram ali encontrados objetos procedentes da Europa Ocidental e do Báltico. O lugar foi abandonado por volta de 900, e começou uma nova povoação numa aldeia, não numa cidade, próxima, Paviken, na ilha de

Gotlândia, que parece ter sido outro centro mercantil temporário. Embora as escavações não tenham revelado nenhuma marca de edifícios permanentemente ocupa-

dos, há provas consideráveis de atividade comercial e

manufatureira. Moedas árabes e alguns pesos indicam que teve contatos com o leste, e algumas pequenas tesserae de vidro importadas do Norte de Itália, que se usavam para fabricar avelórios, também foram encontradas. Tinha também um estaleiro e era um centro de grande atividade pesqueira, a julgar pela quantidade de acessórios de pesca encontrados ali. Embora houvesse outros

lugares semelhantes na Gotlândia, os quais tinham laços comerciais com a Suécia e o Báltico oriental, nenhum re-

velou tanta abundância de provas como Paviken. Alguns

quilômetros ao sul de Paviken, encontra-se Vastergarn,

uma localidade rodeada de uma muralha semicircular. Pode ter sido feita para proteger Paviken, que estava indefesa, mas as limitadas escavações que se levaram a cabo não nos permitem sabê-lo cientificamente. Também se sabe que na Finlândia existiram centros mercantis temporários. As escavações recentes de Hãmeelinna (em sueco, Tavastehus), na margem do lago

Vanajavesi, no interior Sudoeste do país, revelaram uma área aproximadamente de 6 hectares de extensão que contém edifícios, um porto e uma muralha. O lugar foi ocupado desde 800, aproximadamente, até o final do século XIII, e pela natureza dos achados está claro que servia de centro mercantil para as vizinhanças circundantes:

Manufaturas e Ofícios

A crescente Prosperidad Escandinávia viking aumE Se procur

a de bens Ma nual a tanto para prop ósitos a como simplesm ente de Eae tais como broc hes, aveló a bridas de montar ia, ds e os mercados de tempo Cidades

am Ta os a principais centros de da foram

manufatura, com áreas de

artesanato desenvolvend

satisfazer as necessidades das dra

crescentes populações yr

dos Campos circundantes. As esc

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1

oficinas no interio

fortaleza real da Dinam

oa

século X. Até algumas alcari

por exemplo, Lundbjãrs € Frójel

na Gotlândia, contaram co

artesãos entre os seus hah;

Estas duas localidades

1

a

especializaram nos broches com

cabeça de animal, favoritos das

mulheres da Gotlândia. A mais

comum das formas de Joalheria

feminina encontrada

amplamente em quase toda a

Escandinávia foram os broches

ovais; os broches arredondados

abundavam mais na Finlândia E no Centro da Suécia, Moldes de

argila utilizados em joalheria de

bronze também se encontraram em muitos centros urbanos.

Objetos quotidianos, como

pentes feitos de chifre de cervo ou de alce, eram possivelmente

trabalho de artesãos itinerantes

que viajavam de terra em terrae produziam seus objetos segundo a procura; isso explicaria o porquê de a forma e adecoração dos pentes serem virtualmente idênticas em todo o mundo

| | |

viking. Um dos maiores

empreendimentos € ofícios teria sido a construção de barcos, mas | a evidência arqueológica dissoé |

escassa. Conhecem-se, no

entanto, alguns parques de

reparação de embarcações, por

exemplo, em Kaupang e

Fribrodre À. Estabeleceramse

poucas casas de cunhagemantes

do ano 1000; o número

aumentou significauvamente durante o século XI coma centralização do poder real.

|

Lago

A talha da madeira

A direita, Um po ste COM cabe an

imal, talhado em Uto-reles:



Faz par com outr o e foi c

ca om outros dois na Câ mara “Sado m ortuária de Oseberg. As

são cobertas com plac às de iss

decoração que ocup a todo o espa

E]

ço disponível é embelezad

com numerosos Pr egos de É O ad

A madeira era o meio natural com que trabalhavam os escultores na época viking. As facas deveriam estar sem-

pre à mão, mas utilizava-se uma ampla gama de ferramentas — cinzel, goiva e lima — para executar algumas das obras-primas da talha de madeira, que hoje são raras remanescências desse período. Entre as que se conservaram, estão muitos e variados objetos de madeira da sepultura de Oseberg, que datam do início do século IX. À rica variedade da sua talha permite-nos fazer uma idéia da habilidade dos artesãos que trabalhavam a madeira naquela época. O estudo dos objetos de Oseberg demonstra que são obra especial de vários escultores consumados, e provavelmente representam os produtos de uma só oficina sob patronato real no Sudeste da Noruega. Parece que uma geração trabalhou ao lado da seguinte, dado que algumas talhas têm um aspecto antiquado, enquanto outras

estão na vanguarda das inovações estilísticas, que dita-

ram a moda de grande parte da arte escandinava durante o século IX. Algumas mostram uma moderação na sua execução que não é usual na arte wking, enquanto ou-

tras foram talhadas num relevo elaborado, com formas

sobrepostas visíveis umas através das outras. Às superficies eram, por vezes, lisas ou finamente pormenorizadas, outras vezes ornamentadas com protuberâncias metálicas, ou se destacavam os motivos com pintura. Os desenhos parecem ter sido generosamente decorativos, criados a partir de animais ou de pássaros estilizados. Este tipo de adorno pode ver-se claramente no próprio barco e nos trenós. O carro cerimonial tem elementos de uma iconografia mais complexa, mas a série única de cinco postes com cabeça de animal é algo

por demais enigmático. Sem nenhuma função evidente,

supõe-se terem sido objetos de culto. A colocação de quatro deles na mesma câmara mortuária bem poderia significar que de algum modo possuíam poderes protetores.

À direita. A proa do barco de

Oseberg enrola-se graciosamente numa cabeça de serpente,

transformando a embarcação numa autêntica “serpente

marinha”. Ambas as caras da proa €

da popa são talhadas por cima da linha da flutuação com frisos de

animais retorcidos, cada um

ligeiramente distinto do seguinte,

com o qual se entrelaça. Não pode

ter havido muitos barcos tão generosamente talhados como

este; provavelmente, era um iate

real, feito para ser utilizado em

águas resguardadas.

: orno animal não se rita O reve stimento de madeira o i a

mas retorce-se aqui e ali de um modo que torna dificil

a

compreensão dos dese nhos embora na verdade esteja m, sob controle. Este estilo caracteristicamente enérgi co:

Sempre

substituiu o estilo que pode vers

no mesmo barco,



E

|

CIDADES, COMÉRCIO E OFÍCIOS

nao há provas de que a localidade tenha desenvolvido relações comerciais mais amplas. No entanto, dois centros mercantis na costa — Turku (em sueco, Abo) e Uusikau-

punki (em sueco, Nystad) — entravam numa rede de comércio mais ampla graças às suas proximidades com a Suécia.

Do

mesmo

modo,

as ilhas Aland, no

meio

do

golfo de Bótnia e a meio do caminho entre a Finlândia e a Suécia, comercializavam extensamente com a Estônia e a Gotlândia, mas, embora houvesse um centro mercantil no período viking, não existiu ali nenhuma autên-

tica cidade até aos primeiros tempos modernos.

Os ofícios vikings

Além de serem fazendeiros, navegantes, comerciantes e

piratas, os vikings eram artesãos que fabricavam

(além

dos produtos de uso diário) jóias admiráveis, armas elegantes e práticas, talhas de madeira complexas e pedras gravadas. O alto nível da sua destreza pode observar-se no seu manuseio de materiais muito diferentes, desde metais preciosos até cornaduras e ossos. À maior parte das provas arqueológicas indica que os oficios eram exercidos principalmente nas cidades e centros mercantis, praticando-se uma grande variedade de artes. O couro era curtido, e com ele se faziam sapatos, bainhas, cintu-

se

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rões e outros produtos. A lã e o linho eram tecidos em teares verticais, e com este se cortavam peças de roupa. À madeira era talhada em enorme quantidade de objetos domésticos, especialmente vasilhas e outros recipientes,

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a

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fa

]

e com ela também se faziam caixas e arcas, muitas das quais levavam fechaduras e ferragens decorativas. Em contraste com períodos posteriores, a cerâmica era pouco usada, e unicamente em Hedeby há provas contun-

dentes de fabricação urbana de cerâmica; uma que outra pode ter sido fabricada no campo com um estilo primitivo. Em muitas casas, os recipientes usados para preparar a comida eram de esteatite; extraída na Noruega, prova-

velmente era esboçada na própria pedreira e acabada nos locais para onde se exportavam os blocos de pedra. ir

mo

Acima. Esta cena figurativa é talhada num dos lados do carro de Oseberg (há outra, exposta na

parte da frente). As representações pictóricas não são freguentes na arte viking, e desconhece-se o

e

significado destas. À cena mostra

uma mulher de autoridade com o cabelo solto e um colar muito

trabalhado. Ela impede que um

homem armado ataque o outro,

montado a cavalo e acompanhado

pelo seu cão de caça. O resto da

parte principal do carro é talhado

com animais em forma de faixa,

que se entrelaçam para formar frisos decorativos.

Áes

Uma das quatro

cabeças de homem talhadas,

Dra

PT es E

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ERA Pia.

mo

AA

seminaturais, que formava as extremidades do suporte que fixava a parte principal do carro. As talhas tridimensionais e as representações humanas são

muito raras na arte viking. Embora

de aspecto terrível, o rosto do

A metalurgia O ferro era de extrema importância para os vikings, sendo usado para fazer ferramentas e armas, para a construção naval e para muitos outros propósitos. O minério de ferro encontrado nos pântanos e lagos era, muitas ve-

zes, de muito má qualidade, mas, não obstante, uma va-

liosa fonte de matérias-primas. O mineral fundia-se em fornos simples próximo do seu lugar de origem, no campo. O ferro bruto resultante era moldado em barras e transportado para os centros

(cidade ou o campo),

onde os ferreiros o transformavam em ferramentas e outros artefatos. À descoberta de uma arca de madeira num pântano de Mástermyr, na Gotlândia, indica que os ferreiros fabricavam uma ampla seleção de ferramentas. Os pregos e rebites que fabricavam deveriam ser muito solicitados nos estaleiros, onde trabalhavam alguns dos maiores especialistas dos artesãos vikings. Os artesãos mais estimados eram os fabricantes de armas, de cujas sólidas, afiadas e flexíveis espadas e ele-

gantes mas mortais lanças dependia o êxito dos vikings na batalha. Trabalhando com materiais intratáveis sob

grandes dificuldades, ocupavam a posição mais alta en-

uma barba bem cuidada, e um

tre todos os artesãos vikings e devem ter sido bem recompensados pelos seus lavores e sua habilidade. Trabalhavam muitas vezes para um senhor particular, proporcio-

no trabalho de criação destas

afiando as velhas. Infelizmente, ainda não se descobriu

homem parecido com uma

máscara, com os olhos fora de

órbita, tem um bigode enorme €

gorro na cabeça. Pode ver-se uma personalidade artística disuntiva

quatro cabeças, sendo cada uma

delas diferente. No entanto, o seu

significado não é perceptível para nós.

nando-lhe armas, a ele e seus criados, e restaurando e

nenhuma oficina usada por um armeiro; os nossos co-

nhecimentos sobre a destreza e as técnicas implicadas provêm dos mesmos produtos acabados.

91

CIDADES, COMÉRCIO

E OFICIOS

Os armeiros conheciam em pormenor as qualidades dos materiais com que trabalhavam, selecionando um tipo de ferro para o núcleo das armas, outro para os fios cortantes, e muitas vezes soldando aros de diferente dureza para aumentar a flexibilidade das folhas, sobretudo das espadas. Esta técnica de soldadura modelo se praticava mais na primeira parte do período. A ourivesaria e a arte do bronzista O ouro e a prata eram usados para fazer jóias e outros adornos para os membros distintos da sociedade. O ouro era mais apreciado que a prata, por ser mais raro, e

era adquirido fundindo jóias (e talvez moedas)

proce-

dentes da Europa Ocidental e Oriental. Nos séculos que precederam o período viking, chegaram à Escandinávia grandes quantidades de moedas de ouro no final do período romano, particularmente à Gotlândia e à Jutlândia

Meridional, e algumas delas puderam ser usadas por ourives da época viking para fazer colares e pulseiras, e também broches, que eram cheios de adornos com filigranas e granulação. A prata era usada para adamasquinar desenhos em outros metais, especialmente o ferro, como no machado de

Mammen;

também era usada nas broches, brincos e cor-

rentes, bem como nos colares e pulseiras de vários padrões-peso, que, evidentemente, serviam como forma de pagamento numa época em que se usava pouco a moeda. Encontram-se sobretudo em tesouros de prata: muitos são planos e simples, mas outros consistiam em fios trançados e completamente retorcidos. A enorme quantida-

de de desperdício de aros (conhecidos como prata de cobre), que também foram encontrados, é um sinal de

que as transações comerciais eram pagas em prata que se pesava. Os pratos dos comerciantes, usados para pesar pedaços cortados de prata, encontram-se muitas vezes

nos túmulos do período viking na Escandinávia. 92 e

Até meados do século X, a maior parte da prata que entrava na Escandinávia vinha das minas de prata da Transoxiânia, na Ásia Central, então parte de um grande território governado por árabes muçulmanos que se estendia de Bagdá às fronteiras da India. À prata vinha para a Escandinávia para ser fundida geralmente sob a

Acima, Uma pequena seleção das ferramentas, que compreendeas.

moedas cúficas pela escrita (assim chamada pela cidade de Kufah, no atual Iraque) usada em suas inscrições. Alguma prata chegou à Escandinávia sob a forma de jóias elaboradas, como pulseiras de estilo permiano importadas da região do Volga, na Rússia. No final do período, esses fornecimentos foram substituídos por prata procedente de minas da Europa Central. As mulheres e os homens das classes inferiores da sociedade tinham de se

200 objetos no total. O seu dono. era evidentemente um ferreiro quiue podia trabalhar com ferro e Sã

forma de moedas;

estas se conhecem

com o nome

de

que os ferreiros e os carpinteiros.

utilizavam, contidas numa arcade.

1: carvalho encontrada em Mastermyr, na Gotlândia. Aarca continha também matérias-pn em bem como produtos fabricados parte ou acabados, isto é, qa

bronze, além de ser carpinteiroe . de fazer carroças. Devia ser um

artesão ambulante que perdeuas | ferramentas quando atravessava| um grande pântano. A e a

contentar com jóias de metais considerados inferiores, geralmente bronze, que, por vezes, era dourado com a

intenção de parecer mais refinado. Encontraram-se fragmentos de moldes de argila usados para fundir bronze em vários lugares, particularmente em Ribe, Hedeby e Birka, o que faz supor que os bronzistas eram sobretudo habitantes urbanos. Deviam ser membros importantes da comunidade manufatureira, fabricando Jóias de bronze, e outros objetos de uso diário, como alfinetes e agulhas,

chaves

e fechaduras

de caixas.

Os

membros ricos da sociedade recorriam aos bronzistas para que lhes fizessem ferragens decorativas para os seus arneses, e placas que se punham nas arcas de madeira e similares. No conjunto, no entanto, as suas mercadorias não eram de muito boa qualidade e provavelmente eram feitas para satisfazer as necessidades dos consumidores locais. A melhor prova que temos dos seus métodos de produção é proveniente de Ribe, onde se encontraram numerosos restos de oficinas de bronzistas que remontam a 800, aproximadamente. Ali, e provavelmente em ou-

À direita. Os ourives fundiam moedas e resíduos de prataP a, | fazer anéis e broches, bem CN

outro tipo de adornos. Muitaãodo pulseiras e colares são feitos€ varas retorcidas e até trançãoio

como se pode ver nesta sele E

procedente do tesouro deseo Dinamarca. Observem-selê

os broches ia

filigrana e um simples és Duna corrente muito trabalhada, bem comoé

fragmentos de metal

d

es pagar a peso. O tesouro

e continha também 140 mo” ao as, das quais à aire sortid

árabe (da Ásia Center

escondido na segunda século X.

e ED

CIDADES, COMÉRCIO E OFÍCIOS

tros luga res, os bronzistas trabal havam o | ça

ao ar livre, protegendo-se da intemperie com uma frágil proteção con-

'ão necessitavam de muitos apar, elhos: uma pequena forja (geralmente um simples buraco) tra

o vento.

N

alimentada com carvão vegetal, na qual os lingotes de

bron ASze ou os resíduos se fundiam em crisóis, a um for-

no adjacente, no qual o molde se podia manter quente enquanto o bronze fundido se vertia nele. O equipamento portátil do bronzista consisti a de crisóis, moldes, modelos

para os produtos

acabados.

pinças para segu-

rar Os crisóis candentes, e pequenas li mas e cinzéis nara

,

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| 7, | F N

4 q

O

ai

as

retocar os produtos acabados depois de arrefecidos e li bertados do molde. Os crisóis eram feitos de argila temperada

com areia,

para resistir ao intenso calor necessário para fundir o

bronze.

Geralmente eram mais ou menos cilíndricos, com uma pequena asa próxima da borda que se podia agarrar com as pinças. Quando o bronze estava em estado

liquido, o crisol era retirado das brasas da forja com as pinças. Era necessário mão firme e cuidadosa para ver-

ter o metal fundido no gargalo do molde, para se asse-

Metalurgia ornamental Durante o período viking, fabricava-se em série muita me-

talurgia ornamental, sobretudo os broches de mulher.

Isto implica, normalmente, a fabricação de uma série de moldes de argila a partir de um padrão comum, cada um dos quais era usado uma vez, porque a utilização repetida

de um só molde era impossível, dado que o molde de ar-

gila normal tinha de ser quebrado para libertar o adorno vazado antes de acabá-lo a mão (ver abaixo). Um molde para este tipo de utilização podia ser feito de um modelo

recêm-criado ou, mais frequentemente, de um objeto já acabado. No entanto, durante a última parte da época viking, há indícios de que a fabricação em série de meta-

Abaixo. Os broches ovalados eram o tipo de jóia mais comum

na época viking, usados aos pares

para segurar as alças dos ombros no vestido feminino. A matoria era fabricada em série, vazada de bronze em moldes de argila de duas partes, que se desfaziam em

pedaços de pois de usados, como

estes procedentes de uma oficina

de joalheiro em Ribe, na Dinamarca.

À direita. Este broche de ouro em

forma de disco (muito ampliado)

é um dos dois que se encontraram em Homelund, na Dinamarca

(c. 1000). É feito em placas, e o

superior é estampado com uma matriz posteriormente embelezada com trabalho de filigrana; o adomo das plantas é influenciado pelos estilos da Europa Ocidental, Página seguinte, abaixo. Uma matriz de joalheiro (patrícia) do tpo usado na fabricação do

penduricalho de filigrana dourada

de Hedeby, mostrado à sua direita.

lurgia ornamental também se efetuava através do vazado múltiplo em moldes talhados em cornadura, ou até em

madeira. Estes moldes podiam ser usados para as ligas de

chumbo

(peltre), que tinham um

ponto de fusão sufi-

cientemente baixo para não destruir o molde. Os broches baratos fabricados desta maneira parecem ter sido vendidos muito bem nas cidades em desenvolvimento. Outra forma de fabricação em série era utilizada pelos Joalheiros que trabalhavam para clientes mais ricos, capazes de pagar ouro e prata. Utilizava-se uma matriz para estampar desenhos básicos em relevo sobre uma folha de metal, que depois eram decorados com um trabalho de filigrana muito delicado. Estes adornos — um dos produtos que requeriam mais habilidade na metalurgia da época viking— podem ser equiparados às peças mais admiráveis da Idade Média.

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aa

par de broches ova

dois moldes de argila, cadaum

1

em duas partes. Primeiro, UM

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molde-padrao estampado com

um broche antigo (ou umrec | formado com cera) é utilizado ; a

para vazar um par de modelos ds |.

cera, que se cobrem comargiê |

(1). À cera derrete-se Cév

e umas (2), e introduzem-s os dc Es para

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cavilhas de cera

;

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5

do broche (3). Depois (4) Dado e edaço de pano impr A a é prensado dentro do mo o para fixar à espessura do final; então, faz-se 0 QUO 1

com a argila, aquece-se O MK

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para ser usadas (5-0). O é

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E OFÍCIOS

gurar de que enchia todos os complexos contornos do modelo que se tinha imprimido na argila e para evitar que se formasse qualquer bolha de ar. Então, deixava-se arrefecer gradualmente o molde junto do forno. Quan-

7 ] E

ET SAO

do o metal que estava dentro arrefecia e solidificava, o

molde era tirado do forno e quebrado para que revelasse o seu conteúdo. O broche ou a placa recém-vazados

eram retocados então, limando-se qualquer metal exce-

dente, e nesta fase podia acrescentar-se algum adorno especial. Se o objeto tinha de ser dourado, também o douravam nesse momento. Os pedaços partidos do molde costumavam ser jogados no chão em volta do forno. Encontraram-se milhares de pedaços nas escavações, os quais proporcionaram indícios de como eram feitos os moldes. Estampava-se um modelo (muitas vezes um broche verdadeiro ou então um protótipo especialmente fabricado) numa lousa pequena ou argila preparada, ou se aplicavam finas camadas de argila sobre a sua superficie para fazer um pa-

drão. A seguir, vertia-se cera líquida no padrão, a qual

era retirada quando estava fria e rija. Podiam fazer-se várias cópias de cera idênticas a partir de um padrão. A parte superior do molde era feita pressionando a argila em volta da cópia de cera e aquecendo-a. Conforme se ia derretendo a cera, o desenho do molde de cera ficava na argila endurecida. Na cavidade oca do molde se

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colocava um pedaço de tecido de lã coberto de cera e mais argila pressionada por cima para formar o fundo. Aquecia-se tudo uma vez mais, e, quando a cera já se tinha derretido, separavam-se as duas metades e tirava-se o tecido. Então, voltava-se a juntar as duas partes do molde e cobria-se o conjunto com uma mistura fina de argila e de água, para fixá-las juntas firmemente. Colocava-se o molde no forno, para aquecê-lo antes de verter o bronze fundido na cavidade deixada pelo tampão de tecido, Isso evitava que se rachasse com o calor do metal fundido. Com este método, podiam fazer-se muitos produtos idênticos a partir de um só padrão. Um dos adornos de bronze mais comuns era o broche oval, e encontraram-

7

A

se centenas deles em túmulos de mulheres da classe alta

que datam dos séculos IX e X. Estes broches não eram usados simplesmente como adornos, mas eram parte in-

RD

tegrante da indumentária de uma mulher de alta posi-

ção social e eram postos um em cada ombro para segurar o vestido. Portanto, faziam-se, pelo menos, dois de

n

cada tipo, mas encontraram-se tantos que tinham idên-

ticos desenhos, que se pode supor que fossem produzidos praticamente em massa. Não obstante, embora um bronzista particular possa ter sido especialmente hábil

em fabricar um tipo de objeto concreto, os achados nas

oficinas de Ribe mostram que teria sido capaz de se dedicar a praticamente qualquer coisa que necessitasse do vazado em bronze.

A fabricação de avelórios

Os avelórios de vidro também eram feitos aos milhares. A maioria das provas provém das cidades ou centros

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mercantis dos séculos VIII e IX — Ribe, Áhus, Paviken e Kaupang — e os métodos utilizados eram sempre idênticos. O vidro dos copos, que no início era importado de



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Renânia, proporcionava a matéria-prima a partir da qual se faziam os avelórios, e pequenos cubos de vidro de cores vivas, por vezes cobertos com pão-de-ouro, eram acrescentados para conseguir diferentes tons e matizes. Estes cubos de vidro, ou tesserae, eram provavelmente feitos no Norte de Itália, para ser usados nos mo-

saicos religiosos. Proporcionam uma prova gráfica das distâncias que se percorriam transportando mercado-

95

CIDADES,

COMERCIO

E

OFICIOS

rias naquela época. Importavam-se também toscos torrões de vidro azul que eram usados neste oficio. Como

os bronzistas. os fabricantes de avelórios traba-

; ar livre. O seu equipamento

era também simples: um forno, varas de ferro para fazer avelórios € vários pi atinhos de metal. À matéria-prima era fundida no forno, e depois uma pequena por-

vara metálcão de vidro derretido era levada para uma

ava ligeica. Fazia-se girar esta enquanto O vidro solidific bre uma superfície ramente. antes de fazê-lo rodar so érica, que plana para fazer uma conta cilíndrica ou esf Se desprendia

da vara para endurecer.

Nesta

fase, po-

para fazer contas diam aplicar-se fios de vidro colorido

complexa is ma a ic cn té a um e -s do an us , as ad om policr

de À esquerda. Esta seleção

da colares da época viking ntém e da Gotlândia co Suécia ngentes muitos avelórios € pi

ro de. exóticos, alguns de vid as. Os dois de cima tém

cores viv

por Lã vidros e comalinas um

dos.

unidas, enquanto as moedas, elre a aros, são do rei Eth com lon (falecido em 1016). Os ave

de filigrana, que mostram

características de tradições ss

ocidentais e orientais, por OU provavelmente feitos da Gotlândia.

CIDADES, COMÉRCIO

para fabricar mosaicos de avelór 1Os, à qual incluía a fusão e depois o corte de barras d e vi dro multicolores. As oficinas dos fabricantes de av elór ios podiam ser reconhecidas pelos restos que rod etam os fornos: gotas e finos fios de vidro de diferentes cores, que caíram ao chão durante o processo de fabr icação. Também se acharam algumas varas de ferro. Em Paviken, na Gotlândia, uma vara ainda tinha segura uma conta: o vidro pode ter arrefecido e endurecido antes de se de “ender da vara. di Faziam-se também avelórios com ou tros materiais SObretudo ambar— os bocados de resina de pinheiro fossi

lizada alaranjada e amarelo-leão que se en contravam nas praias do mar Báltico e (em quantidade s muito menores) da costa do mar do Norte na Jutlân dia. Embora grande parte fosse enviada por mar para os mercados ocidentais, muitos avelórios talhados de âmba r foram encontrados em túmulos do período viking. Tamb ém eram talhados em âmbar as peças de Jogos, pingentes e amuletos. Fabricação de pentes Os pentes são encontrados em grandes quantidades em todos as povoações da época viking que foram escavadas, e também são comuns nos túmulos. Todos os estratos sociais tinham de possuí-los: alguns têm um adorno muito belo (entre os mais admiráveis, alguns tinham incrusta-

ções de bronze) e outros são bastante simples. A julgar pelo número de pentes encontrado, os vikings deviam levar sempre consigo um pente, usá-lo e perdê-lo com

frequência. Os fabricantes de pentes eram artesãos muito hábeis e especializados que sempre teriam um mercado flutuante para as suas mercadorias. À fabricação de pentes era

feita principalmente nas cidades, e encontrou-se a maté-

Acima, A fabricação de pentes era um ofício especializado. Nas cidades vikings escavadas, encontraram-se provas de oficinas de especialistas. Os métodos de fabricação

uniformizaram-se, e os modelos de um só lado são muito parecidos em todo o mundo wiking. A cornadura era o material mais utilizado, devido à sua solidez natural; o

canto e as placas de bicos eram seguras com rebites de ferro.

ria-prima com que se fabricavam os pentes (cornadura de cervo na Escandinávia Meridional e cornadura de alce no Norte) junto com pentes inteiros e incompletos, bem como com produtos meio fabricados. Os pentes eram feitos com várias peças diferentes que utilizavam quase toda a cornadura. Talhavam-se duas placas com longas peças retas, fazia-se nelas uma crista ligeiramente curva e decoravam-se com desenhos geométricos. Depois, fixava-se uma em cada lado de uma série de placas retangulares mais finas, e finalmente estas eram limadas em dentes. Qualquer que fosse o material usado, os pentes da época viking são muito semelhantes tanto na forma como no método de fabricação, e exemplares praticamente idênticos foram encontrados em quase todo

o mundo viking, desde Dublin, no oeste, até Novgorod,

no leste. Isto fez supor que os artesãos de pentes eram

itinerantes, que viajavam de um lugar para outro para

fabricar e vender as suas mercadorias onde eram soli-

citadas.

Estilos artísticos Os vikings gostavam muito dos adornos. Todos os seus

artefatos, incluindo os seus barcos e as suas casas, eram envoltos num fantasioso movimento decorativo, toman-

do muitas vezes a forma de animais muito estilizados. Os estilos artísticos muito característicos que preferiam fo-

ram resultado do que houve antes; no entanto, durante

a época viking, incorporaram-se influências estrangeiras, produzindo desenhos muito originais de forma tipicamente escandinava. As influências européias não che-

garam a dominar até a chegada do cristianismo, quando

os últimos estilos vikings foram substituídos pela arte românica da Europa ocidental.

E OFÍCIOS

A maior parte da nossa informação sobre a arte viking

provém

dos objetos enterrados nos túmulos, o que nos

dá uma imagem bastante unilateral, pois as coisas que remanesceram são principalmente de metal ou de pedra. Só alguns exemplares de talha de madeira e tecidos decorados se conservaram fortuitamente para assinalar-nos que os joalheiros não eram os únicos artistas e artesãos que fabricavam artigos impressionantes. Com o fim de a estudarem e compararem, a arte viking foi classificada pelos especialistas em diferentes estilos, cujos nomes derivam do lugar onde se achou pela primeira vez um objeto que possuía o motivo específico ou grupo de motivos que identifica esse estilo em particular. A bela e bárbara arte dos vikings pode ser desfrutada e observada por si própria. É também uma ferramenta muito útil para os arqueólogos que usam os estilos gradualmente envolventes como indicadores cronológicos para datar as estrutu-

ras e características arqueológicas. O estilo de Broa, cujo

nome se deve a um túmulo de Broa, na Gotlândia, com-

preende objetos que foram feitos e usados na segunda metade do século VIII e em parte do IX. Como todos os estilos, compõe-se de motivos animais muito estilizados, seja em forma de faixa e entrelaçados com gavinhas, seja com corpos mais arredondados e pequenas garras que agarram outros animais. Este motivo se chama animal de garras. Os animais de garras também estão presentes no

estilo de Oseberg, que se tornou habitual entre 800 e

875. Os objetos da embarcação funerária de Oseberg, que remonta a 834 e dá nome ao estilo, incluem grande parte das poucas talhas de madeira da época viking que se conservaram até hoje e dão-nos uma idéia da enorme quantidade de talhas de madeira que se perderam. Ornamentos de arnês de bronze dourado encontra-

dos num túmulo funerário de Borre, na Noruega, dão

nome ao estilo de Borre, usado para decorar artigos de adorno pessoal durante os cem anos posteriores a 850. E um estilo mais formalizado e geométrico que os precedentes, e os seus motivos mais característicos consistem numa cadeia de círculos e quadrados entrelaçados, chamada cadeia de anéis. Este estilo não se encontra só na Escandinávia; tanto o autêntico estilo Borre como as suas variantes decoram objetos achados em povoações vikings estrangeiras, da Islândia à Rússia. O mesmo acontece com os outros quatro estilos artísticos vikings restantes, embora muitas vezes os objetos encontrados fora da Escandinávia tenham uma forma rebaixada e provincial do estilo. O estilo de Jelling da primeira metade do século X, cujo nome se deve a uma taça encontrada num túmulo de Jelling, na Dinamarca (a datação dos anéis de árvore é de 958-959), caracteriza-se pelos animais em forma de cinta curvada em S que se entrelaçam e se sobrepõem uns aos outros. Um ma-

chado desenterrado no túmulo de Mammen,

também

na Dinamarca, e cuja datação segundo os anéis de árvo-

re é de 970-971, tipifica o estilo Mammen, da segunda

metade do século X. Como o estilo de Ringerike, em grande parte limitado à pedra e cujo nome se deve à re-

gião do Sudeste da Noruega, que foi a fonte do arenito

vermelho usado para monumentos comemorativos de pedra talhada, é famoso pelos animais seminaturalistas

quase eclipsados por gavinhas de plantas entrelaçadas. O último estilo da época viking, o estilo de Urnes, teve origem em 1050, aproximadamente, e manteve-se em todo o mundo viking até o século XII, O seu nome devese à igreja de aduelas de Urnes, no fiorde de Sogne, na Noruega, cujas magníficas talhas de madeira são outra recordação da grande habilidade dos vikings. O seu motivo principal consiste num elegante quadrúpede lutando com uma criatura parecida com uma serpente. 97

E CD

a

di E

ço

A arte viking

o e

A arte escandinava da época viking era essencialmente decorativa, com os seus modelos baseados em vários ani-

mais estilizados, embora tenha havido épocas em que os motivos de plantas ou faixas entrelaçadas se tornaram

populares.

A arte viking estava aberta à influência da Europa Ocidental, mas as idéias estrangeiras eram selecionadas e adaptadas ao gosto escandinavo. A continuidade essencial no seu desenvolvimento pode ser facilmente determinada, embora pareça que houve períodos curtos de inovação

artística, geralmente

seguidos

por períodos

mais longos de conservadorismo. Um desses períodos de

mudança se deu no século VIII (o “estilo de Broa”), lan-

çando os fundamentos da arte viking propriamente dita, que começa com o “estilo de Oseberg”: outro ocorreu no século X, com a criação do chamado “estilo de Mam-

men”, segundo parece sob o patrocínio do rei Haroldo Dente Azul e da corte dinamarquesa de Jelling. Hoje, costuma dividir-se a arte viking em seis estilos sucessivos: Oseberg, Borre, Jelling, Mammen, Ringerike e Urnes. Mas, quando estava na moda um estilo novo, este

não substituía imediatamente o antigo. Ao mesmo tempo, grande parte das jóias fabricadas em série quase não seguiam a corrente principal do desenvolvimento artístico. Uma inovação importante durante a época viking tardia foi a introdução da escultura de pedra. Anteriormen-

te, sô houve pedras decoradas da Gotlândia. Além destas, poucas cenas pictóricas remanesceram na Escandinávia da época viking, sendo a tapeçaria de Oseberg

q

go

uma exceção notável,

Extremo esquerdo. Adornos de

arnês de bronze dourado, de

Broa, Gotlândia, de finais do século

VII. Eles exibem uma mistura de animais nativos € outros animais e pássaros introduzidos da

Europa Ocidental, nomeadamente

um “animal de garras” característico, Os motivos de Broa foram utilizados nas talhas de Oseberg,

bem como no barco (à esquerda). Elas formam a base do estilo de

Oseberg do século IX.

Acima. Um pingente de um Es

sueco (enterrado a em 940), COMP "dO: forma de um “animal de estilo de Borre,

gar

1

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com uma cab Era

parecida a uma máscara, UM Ep aa E

em forma de pretzele patas com É

garras. O “animal de garras e

provavelmente de origem dbp

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pular foi introduzido na arte escandina

e

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durante o século VIII, e foi P Po

ativos por muito tempo, es elaçadas de Borre se preferisse de faixas geométricas entres o E +

98

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direteita. O mont ixoà os der

nto medo

Abaixo. A fase final da arte viking

guido pt | ao oo emoratvoem er an Jelling nos oldo

com

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m idamente imitada, be

estilizados são o motivo mais

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novo motivo que

importante e formam a base de elegantes desenhos serpenteados.

faces: um leao

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a pedra nica ná

ICE. naquela altura.

Ea e

|

foi denominada estilo de Umes devido às magnificas talhas de madeira da Igreja de Umes, na Noruega. Uma vez mais, os animais

om uma serpente. domínio de um

vo

Este pequeno broche de prata

procedente de Hindholm Hoje,

ulo É característico do es

DESENVOLVIMENTO TEMPORAL

Duração aproximada dos estilos

artisticos vikings 8º

Ca)

Tt

na Dinamarca, é um exemplo excelente de metalurgia, embora estes broches de entalhe tenham

assim chamado machado devido aos adornos do

esceu de Mammen, que flor de do E ante a segu nda meta ur o uma século X, desenvolvend pode sei versão exuberante que

sido encontrados por toda a

Escandinávia. O estilo, originado em meados do século XI, manteve-se durante o século XII, quando a

im da «ta nos painéis de marf

moda da decoração românica

ha E ca de Bamberg. berg, na Aleman ar (à direita).

européia se propagou pela Escandinávia.

* A esquerda. O estilo de Jelling

deve seu nome aos animais em

forma de 5 da taça de prata procedente da câmara mortuária

real, no túmulo do norte de Jelling, na Dinamarca. Estes animais em

* forma de faixa são entrelaçados, formando um desenho misturado,

como também se pode ver num

ameês (acima, à esquerda) de

Mammen, na Dinamarca. Este * acaba em cabeças de animal com a boca aberta, cada uma com um “animal de garras” na boca; as

*

rédeas do cavalo passam pelo buraco central. O estilo de

* Jelling floresceu durante a

— primeira metade do século X, coincidindo parcialmente com o

E

anterior estilo de Borre c o posterior de Mammen.

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PTI

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À esquerda. O cata-vento de Heggen, na Noruega,

provavelmente pertence à proa

de um barco viking, este lado exibe dois animais que parecem leões,

semelhantes aos da pedra de

Jelling (no centro, à esquerda), mas com argolas que tomam à

forma de cacho, constituindo suas

jubas e caudas em estilo de

Ringerike. Este floresceu durante a

primeira metade do século XI, ea pedra de Vang (à direita), do Sudeste da Noruega, proporcionanos um exemplo típico, no qual o

animal tem menos importância

que o motivo das plantas. Os modelos folheados procedentes da Europa Ocidental predominaram durante esta fase da arte do período viking tardio. 99

Para os povos educados segundo uma cultura escrita, é difícil entender como podem existir a literatura € O saber sem livros. No entanto, embora os vikings não tivessem livros até caírem sob a influência do cristianismo, isso não significa que não tivessem literatura ou até algum tipo de saber. Ari Thorgilsson (1067-1148) escre-

em memória de Ful, seu

q

companheiro, Ele encontrou a

a

OR

morte... quando os reis lutaram”

ea

A tradição oral

O

A esquerda. Um a máscara terr i omamenta esta pedra Núnica E Arhus, na Dinama contam que “ rca: as inseri E Cunulv e O Alask e Rolf er igiram esta Dea

em

SABER E RELIGIÃO

O

veu o seu Livro dos Islandeses (uma história da Islândia) no início do século XII e teve de descrever aconteci-

mentos que tinham ocorrido cerca de 250 anos antes. Não dispunha de documentos escritos que o guiassem e, portanto, retirou o seu material, como

nos revela, “dos

SS

relatos de Teit, meu pai adotivo, o homem mais erudito

que jamais conheci, filho do bispo Isleif, e de meu tio Thorkel Gellisson, cuja memória remontava até muito atrás, e de Thrurid Snorradottur, que, além de ser bem

informado, era totalmente digno de crédito”. Em outras palavras, contava com os testemunhos transmitidos oralmente de geração em geração: a tradição oral.

O islandês Snorri Sturlusson contava também com a memória do povo para escrever a sua história dos reis noruegueses no início do século XIII. Na sua introdução à obra, informa-nos que “na corte do rei Haroldo (cerca de 900)

houve poetas, e as pessoas ainda conhe-

cem os seus poemas e os poemas de poetas da corte de todos os reis que governaram a Noruega desde então. E não pomos em dúvida o que se diz nesses poemas reci-

tados perante os mesmos soberanos ou seus filhos. Supomos que o que aí se diz sobre as suas batalhas e as suas façanhas é verdadeiro. Porque é costume do poeta elogiar o homem a quem está recitando. Mas ninguém teria ousado relatar ao homem histórias de aventuras que todo o mundo — e o próprio homem também — sabia que eram disparates ou falsidades. Isso seria uma demonstração de desprezo, não de vanglória”. Este é um tipo de saber que os vikings cultos tinham: um conhecimento da história dos grandes homens do

seu povo, como se contava nos poemas recitados na casa

real. Os cantos dos escaldos, os poetas de corte profissionais, tinham formas muito complexas, com uma rima muito trabalhada, ritmo e combinações aliteradas. Usa-

vam-se frases misturadas e termos especiais eliminados da linguagem da fala quotidiana. Os poetas faziam muitas vezes alusão às aventuras ou características dos deuses pagãos escandinavos, que, supunha-se, os ouvintes reconheceriam Era difícil entender os poemas e ainda mais difícil apresentá-los. Um poeta da corte necessitava de muita preparação e conhecimentos memorizados consideráveis. E também a sua audiência. Outro âmbito do saber estava na lei. Os vikings eram gente que sentia muito respeito pela lei, embora isso não seja o que se pensa hoje deles. A assembléia local (Thing) fazia e administrava a lei, que se conservava na memória dos anciãos juristas. Esta lei controlava a sociedade e continha as ambições dos homens importantes se o poder político e a autoridade estavam ali para fazê-

la cumprir. Segundo as sagas islandesas, o procedimento legal era complexo e preciso, e os métodos de julgamento, tanto nos pleitos civis como nos criminais, dependiam de uma rigorosa adesão a um código de práticas próprio. Um caso poderia perder-se se fosse defen-

dido de forma equivocada, se não fossem escolhidos os

assessores adequados, se não fosse apresentada a au100

diência apropriada. Portanto, o êxito na lei dependia dos conhecimentos adquiridos com a escuta antes da leitura, sentando-se ao pé de legisladores mais velhos,

confiando à memória os pormenores de julgamentos passados e observando os processos das audiências.

Runas Apesar de não terem livros, os vikings pagãos não eram iletrados. Usavam uma escrita composta de letras chamadas runas. Hoje está na moda atribuir todo tipo de poderes mágicos aos usuários do alfabeto rúnico. Isso são disparates. As runas eram só uma escrita alfabética simples que podia ser adaptada para vários usos: comemorativos, jurídicos, práticos. À magia foi uma aplicação que os vikings lhe deram, e também não era especialmente importante. Os caracteres rúnicos também eram

especificamente uma escrita nórdica. Há runas primitivas em várias regiões da Europa — na Inglaterra, nos Paí-

SABER E RELIGIÃO

ses Baixos, na Alemanha e na Europa Central —, bem

À estrad de Dota

como na Escandinávia e no mundo viking. Mas é no nor-

;

te que as runas sobreviveram mais tempo e deixaram mais exemplos. Apareceram ali muito antes da época viking e mantiveram-se em uso muito depois da introdução do cristianismo e da escrita romana: na realidade,

até o princípio dos tempos modemos.

A estrada elevada de Iarlabanki é uma estrada comprida e elevada

na mforior direita. À vista domi

|

norte, o a partir do extremodras as pe ; ucé ladeado pelas du iginal; or o çã si po na a nd ai as ic cn . As «ão separadas por 6,5 metros | que se vêem mais E: não têm onge ao longo da estrada, rições; outras pedras menores

insc

mento. E analam o seu compri truída A sr| ada elevada foi cons

| com pedras cobertas de areia € de asralho e tinha uma altura

cerca de 30 centimetros.

que

percorre

a terra baixa e argilosa entre

Táby e Vallentuna, cerca de 15 quilômetros ao norte de Estocolmo. O seu nome deve-se a um latifundiário local que a mandou construir no século IX. Sabemos isto porque larlabanki também ergueu um grupo de pedras rúnicas que enaltecia a sua importância local e os seus êxitos. Quatro das pedras que restam mencionam sua “ponte”. Aparentemente, encontravam-se em dois pares de cada extremo da estrada elevada; duas continuam no

seu extremo norte. Têm textos estreitamente relacionados: larlabanki ergueu estas pedras durante a sua própria vida e fez esta estrada elevada para a salvação da sua

alma. Toda a Táby lhe pertencia. Deus assista a sua alma. Nas outras pedras aprendemos que possuía toda a regiao, construiu um local de reunião e abriu um caminho. E evidente que desejava registrar a sua fama pessoal e o seu ato de caridade cristã, que ajudava os viajantes, melhorando o sistema de estradas dos arredores.

Além disso, na Escandinávia se desenvolveram sinais característicos, muito simplificados. A escrita rúnica

consiste mais em linhas retas que em linhas curvas, e geralmente se pensa que se desenvolveu para gravar em madeira, dado que as linhas retas são mais fáceis de gravar numa matéria de grão resistente. Rapidamente se usaram as runas em outros materiais: em osso, metal e pedra. Em certa época, o alfabeto rúnico teve 24 letras, mas no início da época vikinga quantidade tinha sido reduzida a 16. Aquelas letras não bastavam para representar todos os sons das línguas nórdicas, e O soletrar

era muito idiossincrásico. Isso faz com que os textos rúnicos vikings sejam dificeis de interpretar. Os exemplos mais impressionantes de escritos rúnicos vikings podem ser vistos nas pedras rúnicas. Estas podem ser pedras verticais ou cantos arredondados, vertentes rochosas com textos gravados nelas ou grupos de pedras colocados cerimonialmente, das quais uma, ou várias, têm uma inscrição. À maioria dos textos parece ter um propósito comemorativo, embora os eruditos modernos sugiram que alguns possam ter implicações jurídicas. Notadamente, uma inscrição de pedra rúnica faz constar publicamente a morte de uma pessoa importante (por vezes a morte longe da sua casa) e, portanto, deixa

claro que os herdeiros tomam posse das propriedades. Muitas vezes, mencionam-se pormenorizadamente as terras que o homem possuía e dão-se os nomes de seus parentes, definindo-se o parentesco. Uma inscrição deste tipo encontra-se numa pedra de Hallestad, em Skane,

pedras rúnicas

pedras não inscritas

linha da estrada de larlabanki

Abaixo. A pedra de larlabanki é um monumento comemorativo cristão

e tem uma cruz central apropriada.

A inscrição, em runas de “ramo

longo”, é talhada no corpo de duas

serpentes. O texto é dividido em

duas partes, começando pela cabeça da serpente e serpenteando

até a cauda.

Suécia: “Asgaut erigiu esta pedra em memória de Erra, seu irmão; e era o criado de Toki. Agora esta pedra permanecerá no túmulo” Mas um texto rúnico pode ser mais complexo que este, e dar pormenores das façanhas de um homem, as circunstâncias da sua morte, O seu parentesco com as pessoas importantes, os limites da sua propriedade etc. Por exemplo, a pedra rúnica de Da-

lum, em Vastergóôtland, Suécia, declara: “Toki e os seus

irmãos erigiram esta pedra em memória dos seus irmãos. Um deles encontrou a morte no ocidente e o outro no oriente.” Ou a misteriosa pedra de Rada, também

de Vastergôtland: “Torkel levantou esta pedra em memória de seu filho Gruma, que encontrou a morte quando os reis combateram juntos” Só podemos interrogar-nos sobre quem terão sido estes reis. Por vezes, os epitáfios rúnicos, como os das épocas posteriores, terminam em verso. Um de Gripsholm, em

Sôdermanland, Suécia, faz parte de um grupo que relata uma desastrosa expedição vikinga um lugar chamado Serkland (uma região habitada por gente de pele morena, provavelmente território árabe) que acabou com a morte de vários jovens aventureiros, e diz assim: “Tola mandou colocar esta pedra em memória de seu filho Haroldo, irmão de Ingvar: Como homens viajaram longe por ouro E no leste alimentaram a águia,

Eeicórico e 1980, Tem

Morreram no Sul, em Serkland”

AO ac Hit =

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velha

Estocolmo

Algumas pedras rúnicas são abertamente pagãs, acabando com uma frase como: “Que Tor santifique estas Runas”. Mas as pedras rúnicas continuaram nos tempos cristãos e pode ter havido uma oração ao Deus cristão,

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101

Às runas O alfabeto rúnico escandinavo tem a sua própria ordem

de letras e deve o seu nome, futhark, aos seus primeiros

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sons. Iambém era mconseguúente, pois uma palavra podia ser representada com runas diferentes de maneiras diferentes. Por conseguinte, os textos rúnicos são muitas vezes dificeis de interpretar. Em fins da época viking, foi reconhecida esta deficiência e criaram-se runas novas para preencher as lacunas.

l

EO

impreciso, apenas com representações aproximadas dos

5

Runas de ramo curto

plo, embora houvesse variantes do a. Entre as consoan-

tes, não havia caracteres específicos para d, ge p; ke b eram usadas no seu lugar. O soletrar rúnico era portanto

a

-

nham caracteres individuais suficientes para representar todos os sons da língua, e não eram bem distribuídos. Não havia letras para as vogais comuns 0 € e, por exem-

0

Ep2

senvolvidas para escrever inscrições menos cerimoniosas: sinais de propriedade, sinais pintados e coisas do gênero. Os primeiros futhark eram ineficazes, dado que não ti-

I

il

mais simples que as de ramo longo, e podem ter sido de-

ELARLTE CNDE

Runas de ramo longo

dr RS ee E

caracteres. Na época viking havia duas versões principais, mas elas misturavam-se, e por vezes as formas de um futhark invadiam o outro. Os dois tipos são conhecidos como runas de ramo longo (também chamadas runas dinamarquesas) e runas de ramo curto (também conhecidas por runas sueco-norueguesas ou comuns). Como eram desenhadas para ser talhadas na madeira ou na pedra, e não para ser escritas com uma pena, as runas são geralmente formadas por linhas retas — um só traço vertical e um ou mais inclinados. Não se faz distinção entre as maiúsculas e as minúsculas. As letras de ramo curto são

Acima, à direita. Desenhos estilizados

À direita. Este imponente grupo de

formas que disunguem um tipo do

na Suécia (anteriormente parte

de ramo longo (parte supenor) eram utilizadas geralmente na Dinamarca e ocasionalmente em outras partes, muitas vezes em

localização original. Duas das

de ramo longo e ramo curto. Às

outro são h, n,a,s, tb, m. Às runas

monumentos. As runas de ramos curtos (abaixo) eram utilizadas

habitualmente na Noruega e na

Suécia e em suas colinas. Uma

mistura das duas escritas parece

ter sido característica dos monumentos rúnicos da ilha de Man. Estes dois tipos, conhecidos

pedras em Bjórketerok, Blekinge,

da Dinamarca), mantêm-se na sua pedras não levaram inscrições. A terceira, de 4 metros de altura,

tem um texto rúnico cuja língua

indica que é muito antigo; talvez

remonte ao século VIL As suas letras rúnicas são de forma arcaica.

A inscrição não se entende bem, mas fala de “runas de poder” e invoca uma maldição sobre

quem destrua o monumento

como fulhark conciso,

comemorativo. Desconhece-se a intenção da colocação desta pedra.

futhark mais antigo, de 24 letras,

Abaixo. Uma caixa de pente feita

desenvolveram-se a partir do

que data do século anterior à época viking. Foram usados durante toda a época viking, mas foram

progressivamente substituídos pela

escrita romana quando o cristianismo foi introduzido no mundo escandinavo.

102

com comadura de cervo, procedente de Lincoln, na

Inglaterra, datada do século X ou XI. Tem uma inscrição em

runas de ramo longo: kamb: kothan: kiari thorfastr (“Thorfastr fez um bom pente”).

sos

SO e

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x Pai ! f PIC

TA aro



SABER E RELIGIÃO

como na pedra de Valleberga, em Sk âne: “Sven e Thorgot engiram estes monu no: mentos em memória de Manni e Sveni; que De Us assista às suas almas: e repousam em Londres”. Um senhor podia colocar uma pedra em memória de um

criado morto ao seu serviço, como fez o rei em He-

deby, no sul da Jutlândia: “O rei Sv ein ergueu esta pedra

] | 1 IN STE A [DNA

em memória de Skarthi, o seu homem, que viajou para o ocidente, mas agora encontrou a mo rte em Hedeby.” Isto informa do acontecimento no sécu lo XI em que o rei dinamarquês Svein cercou e tomou He deby com uma força de ocupação. Por vezes, se um ho mem não | va em que o seu senhor ou os seus sucessores confia colocariam uma pedra, ele próprio erigia uma, como a de Vásby, em Uppland, Suécia, que declara que “Ali fez colocar esta pedra em sua própria honra. Cobrou o danegelá de Canuto na Inglaterra. Que Deus assista a sua alma”. Participar numa incursão vikingna Inglaterra era um ato muito pouco cristão, mas Ali pensou que fosse um episódio da sua vida digno de mencionar. Para o historiador, é uma prova importante de que o exército viking do rei dinamarquês Canuto teve mercenários suecos nas suas fileiras. E, obviamente, os comemorados em pedras rúnicas não eram só homens, embora estes predominassem. A pedra rúnica norueguesa mais esplêndida provém de Dynna, em Hadeland. E um pilar esbelto adornado com talhas dos três reis magos, de Jesus e da estrela de Be-



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lém. O texto informa de um ato de caridade cristã, a

construção de uma ponte para ajudar o viajante cansado: “Gunnvor, filha de Thryrik, construiu uma ponte em memória de sua filha Astrid. Era a moça mais manhosa

(hábil) de Hadeland”. Hã inscrições em outros objetos que não são de

j

)

vezes declarações de proembora sejam muitas pedra, à E

Ostergôand, Rôk, emrúnicas pedradasde pedras Àé uma mais

memória Varin eminestimável escrito por literário —documento

fabricação celta encontrada na Noruega à (não se , sabe

conhece, preenchendo cada

inscrição mais longa que se

Aointdioica Fpoca anE Contém uma oitava, bem

priedade bastante prosaicas, como a de uma caixa de

exatamente onde)

com o texto:

“Rannveig possui esta

impressionantes da Suécia. Tema |

espaço disponível. Talhada em

caixa” Ainda mais interessante é um texto em verso num — runas de ramo curto, é um

colar de prata de um tesouro viking encontrado em Sen-

ja (Troms, Noruega). Diz assim:

“Fizemos uma visita aos amigos da Frísia

E fomos nós que repartimos os despojos de guerra.”

As inscrições rúnicas são correntes em algumas regiões da Escandinávia e pouco frequentes em outras, não se sabendo qual a razão. Pode ser um sinal de densidades de população relativas, mas também é provável que reflita condições sociais ou políticas — algumas classes po-

alusões complexas a canções €

lendas perdidas.

inscrições indicam uma mistura de gente de fala nórdica e de fala celta. Também

aqui, as pedras rúnicas con-

servaram uma informação histórica que não podemos obter de outras fontes. A escrita rúnica era essencialmente prática, pois um

viking podia encontrar um pedaço de madeira em qualquer lugar, tendo sempre em seu poder uma faca no cinto. Os caracteres são fáceis de aprender e fáceis de gravar. Mas a escrita dificilmente podia ser usada para

para semelhantes luxos. Calcula-se que só na Suécia re-

mento comemorativo de um chefe dinamarquês em

algumas regiões devia haver mais dinheiro disponível

ço de madeira ou até numa pedra vertical. Um monu-

manescem cerca de 2500 inscrições rúnicas que datam de antes de 1300, na Dinamarca muito menos, talvez

Karlevi, na ilha sueca da Olândia, conserva um poema num rebuscado tipo de verso chamado drottkvett (“métri-

ca cortesã”), muito usado pelos escaldos. |

os vikings também deixaram inscrições em algumas das

Às sagas islandesas

nas Hébridas, na Irlanda e na ilha de Man, e em certas

tém conteúdo histórico. Não obstante,

Er

Embora o significado da palavra islandesa saga seja “história, nem todas as obras que hoje chamamos sagas os informes his-

regiões da Inglaterra € da Escócia. No entanto, há va-

tóricos que temos sobre a Escandinávia durante a época

| cões rúnicas vikings procedentes da Islândia ou da Nor| mandia, embora ambas fossem colonizadas pelos

de narrativa em prosa, as Sagas dos reis (Konunga sôgur) e as Sagas dos islandeses (Islendingadógur). Como foram es-

comemos So rúnica que nero moça chama data LO ] tita

como

escrever extensamente, embora se pudesse de vez em quando gravar um poema de até oito linhas num peda-

regiões que colonizaram: na Rússia Ocidental, na costa norte da Alemanha, nas ilhas Orcades, nas Shetland e

RSfaceado nascimento,

de Vaemod, seu filho morto—

dem ter tido mais condições que outras para erigir monumentos comemorativos rúnicos; provavelmente em

350, e na Noruega ainda menos, fora das últimas cidades vikings que agora se estão escavando. Não obstante,

Sire de Belé eus ca : Ra

ane

zios surpreendentes, p ois não parece que haja inscri-

vikings. A ilha de Man, no mar da Irlanda, é um caso es-

pecial,

porque,

:

embora seja diminuta, remanesceram

cerca e 30 pedras rúnicas, e os nomes que figuram nas

viking provêm em grande parte de dois tipos principais

critas principalmente no século XIII, isto ê, quase dois séculos depois do final da época viking, a sua veracidade

como provas históricas requer um exame profundo. a

o

103

SABER E

RELIGIÃO At esquerda. Uma

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Cada ômegates TS bp often: Btadr tomo fer bomkt. Cs foro pa fam FAO Qrnr-a gun A ota

e

[o

A narração Sagas dos reis começa com relatos puramente lendários dos primeiros governantes escandinavos e prossegue com a vida do primeiro rei de toda a Noruega, Haroldo, o Cabelo Belo, cujo governo começou, segundo a data tradicional, em 870. Depois se segue a sucessão completa dos reis noruegueses até o final do período vikinge mais além. Haroldo teve muitos filhos, e a consequente história da monarquia norueguesa consiste, em grande parte, em lutas dinásticas entre diferentes ramos da família, misturadas com períodos turbulen104

ibea

Num

escrito em

Snorri Stur luson, 1930, E

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frequentes conflitos com os agricultores poderosos e os latifundiários que dominavam as assembléias provinciais norueguesas no inicio da Idade Média. As sagas

também dizem algo do parentesco entre os governantes da Noruega e os das terras escandinavas vizinhas. Embora os poemas escáldicos sejam citados muitas vezes para dar autoridade histórica a suas declarações, as sagas são

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rações. Tratam da natureza da primeira povoação e dos

problemas de sobrevivência num ambiente intimidati-

vo, da tentativa de impor o império da lei e do conflito entre esta e os métodos tradicionais de resolver disp utas

entre clãs poderosos, como a inimizade hereditá ria e o

pagamento de uma compensação. Costumam chamar -

se Sagas de Família porque as suas tramas se centram em parentescos familiares e famílias políticas. A sua extensão varia de um relato curto ao que quase equivale a um romance longo, como é o caso da Saga de Nial, por exemplo.

Algumas,

como

a Saga de Egil Skallagrimsson,

contam as façanhas de islandeses no estrangeiro, seja

como comerciantes e aventureiros, seja como poetas nas

cortes de soberanos escandinavos. Outras, como a Saga de Gisli Sursson, descrevem a vida encurralada do proscrito na Islândia e a sua luta pela sobrevivência. Outras se limitam de novo à história de determinada região, como Eyrbyggjasaga, que se situa na península de Snaefellsnes, na Islândia Ocidental. As Sagas dos islandeses são escritas num estilo narrativo plano e simples. Isto, junto com os seus pormenores sobre a vida quotidiana e as condições de trabalho na Islândia medieval, lhes dá um ar de autenticidade que induziu alguns leitores a considerá-las como informes historicamente fiéis da vida na época viking. A opinião moderna, no entanto, tende a considerá-las mais como

romances históricos, muitas vezes baseados na realidade ou na tradição local, mas elaborados com invenções

pós-vikings.

A poesia escáldica Embora os versos escáldicos, como vimos, fossem gravados, ocasionalmente, em runas sobre pedras ou pedaços de madeira, quase tudo o que sabemos deles nos chega de outro modo. Com a chegada do cristianismo, os escandinavos adquiriram o uso da escrita romana e rapidamente começaram a escrever textos na língua nórdica: as transcrições remanescentes mais antigas são do século XII, depois do final do período viking. Um dos assuntos que mais interessava aos escandinavos — sobretudo noruegueses e islandeses — era a história dos seus

próprios países. Como vimos, esta história proporcionou o tema de algumas das suas obras literárias em prosa medievais mais importantes, as Sagas dos reis e as Sagas

dos islandeses. Para obterem o material, os autores destas sagas recorreram à poesia dos escaldos que tratavam de assuntos históricos, como nos diz que fez o islandês

; Snorri Sturluson. Como vimos, a poesia escáldica era escrita para ser recitada em público e era transmitida graças à recitação € € à recordação. As suas figuras caracteristicas — as TIMAS as formas aliteradas — foram sem dúvida desenvolvidas a recorpara auxiliar a memória, ajudando o recitador

dos sédar a forma de cada verso. Os escritores de sagas sua proculos XII e XIII citavam esta poesia para ilustrar ou justificar as argumento seu ao vigor acrescentar sa,

até suas declarações, e desta maneira se conservaram

e complexo hoje. Como o verso era difícil de entender

estrona sua forma, os copistas posteriores escreveram vezes com muitas e completo por entender as sem fes 1nprosadores Outros partes. algumas mal preenderam peso às suas ventariam trechos de verso para dar e autenticidade, de aparência uma dar-lhes ou histórias

estas passagens devem ser distinguidas das autênticas citações vikings. Por todas essas razões, o estudo dos textos escáldicos é cheio de dificuldades. Alguns dos poemas que remanescem são o que os islandeses chamavam de “versos soltos”, estrofes soltas que comentam contendas e incidentes contemporâneos. Outros tomam a forma de grupos de estrofes que compõem poemas mais longos, muitas vezes recitados em honra de reis ou de che-

fes guerreiros. Têm diferentes graus de elaboração formal, por vezes com um estribilho, outras vezes não. Evidentemente, a forma com que se apresentava um poema incluía um protocolo, e deve ter sido importante saber que chefe tinha direito a um drápa — que tinha um estribilho — e a qual se podia enganar com um flokkr, que não o tinha. Infelizmente, não há informações de então de como

um escaldo recitava o seu poema perante o chefe escolhido, e temos de acreditar em histórias posteriores. Estas podem conter muitas invenções. Evidentemente, um poema de glória a um grande rei devia ser recitado em público. Não se tirava proveito de elogiar um homem em privado. Isso significava que o poema tinha de competir com toda a algazarra da casa real, pelo que comumente se começava por pedir silêncio. Depois, seguia-se uma série de estrofes que definiam as qualidades do rei geralmente aguerrido e bem-sucedido Era aconselhável

para o poeta elogiar também a generosidade do rei, pois, apesar de tudo, era um profissional e esperava ser recompensado. Um poema importante podia ter 20 ou mais versos e uma estrutura de três partes, com parágrafos de abertura e de encerramento, enquadrando um

grupo central de estrofes e de estribilhos. No entanto, nem todos os poemas continham elogios. O escaldo dependia menos do seu senhor que os outros

cortesãos, pois não era um membro permanentemente unido ao séquito real e, portanto, podia por vezes ser

persuadido a dar conselhos desagradáveis. Sigvat Thordarson foi o poeta da corte do rei norueguês do século

XI Magnus, cujo pai, Olaf Haraldsson, tentou introduzir 105

SABER E

RELIGIÃO

o cristianismo na Noruega e morreu numa batalha com latifundiários rebeldes em Stiklestad, próximo de

Trondheim, em

1030. Quando

Magnus subiu ao trono,

começou a vingar-se dos que se tinham oposto a seu pai e tornou-se muito impopular. Um grupo da corte escolheu Sigvat para a missão de mostrar a Magnus a loucura dos seus atos. Num poema chamado “Os versos de pala-

vras claras”, Sigvat preveniu Magnus dos perigos que corria se não se emendasse e definiu as qualidades que um bom rei deveria ter. A poesia escáldica é diferente de muitas outras obras literárias nórdicas primitivas de que se conhecem os nomes dos poetas; os versos são atribuídos a escaldos particulares. O que remanesce provém principalmente da Escandinávia Ocidental, e os poetas são noruegueses ou, em data um pouco posterior, islandeses. Remanescem al-

guns poemas da corte dinamarquesa. Provavelmente

houve escaldos suecos — embora não se conheçam as suas obras -, € cortes menores, como a dos condes das

Orcades, que também tiveram os seus poetas.

As eddas É difícil, e muitas vezes estranha, a linguagem da poesia escáldica, e a complexidade da sua métrica levou o poe-

ta e historiador Snorri Sturluson a escrever, talvez na dé-

cada de 1220, um livro de consulta para os jovens poetas que desejavam compor versos semelhantes. É a obra 106

chamada Ldda Menor (ou Edda em prosa), uma das obras

mais importantes que remanesceram da Islândia medieval. E dividida em três partes. A última chama-se “A lista de metros” e contém mais de 100 exemplos de diferentes modelos de versos com comentários e descrições de

Snorri. Às duas primeiras partes tratam do conteúdo e da linguagem da poesia escáldica. Dão uma explicação das referências mitológicas e heróicas contidas na poesta e das palavras que são usadas para definir diferentes temas poéticos. Para grande parte da sua informação, Snorri contava com outro tipo de poesia primitiva, a Edda Maior (ou Edda poética). A poesia éddica é anônima e geralmente tem uma forma muito mais simples que a escáldica. A maior parte dela se conserva num só manuscrito, chamado Codex Regius, antigamente na Biblioteca Real de Copenhague, mas agora guardado em Reykjavik, na Islândia. Há também um ou outro poema do mesmo tipo em outros manuscritos. O Codex Regius foi escrito no século XIII, mas o material que contém procede de um amplo período e aparentemente de vários países. Parte dele é quase certamente da época viking. Os poemas têm diferentes temas. Alguns são mitológicos, contam relatos dos deuses pagãos escandinavos, do início e do fim do mundo, e referem a sabedoria tradicional. Outros são heróicos, e narram as façanhas famosas dos grandes reis e guerreiros dos povos germânicos primiti-

Acima. À ilha de Drangey, em

Skagafjordur, no Norte da Islândia, é o local onde se desenrola a cena

de um importante episódio da

Saga de Grettir. O herói, Gretur,O

Forte, é condenado por assassinato e, como último recurso, refugiase

na remota ilha de Drangey — uma

fortaleza natural com alcantis por todos os lados =, onde consegue sobreviver comendo aves marinhas e ovos, bem como 08

borregos levados para pastar alino verão. Por fim, seus inimigos,

incapazes de alcançá-lo de

qualquer outra forma, tramaram sua morte com um sortilégio.

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do século XIII. As ilustrações marginais na parte inferior

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na Noruega, retirada do Flateyjarbok. A miniatura é enquadrada na inicial de abertura da saga dedicada à

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islandês do século XIV sobre a morte de Santo Olaf em 1030, na Batalha de Suúklestad,

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107

Os deuses pagaos Os deuses e as deusas da Escandinávia formam dois gru-

pos. A maioria pertence à família dos deuses nórdicos chamados

esir (Ases), mas há um

importante — e portan-

to influente — grupo menor, conhecido pelo nome de vanir (Vanes). Os dois grupos têm qualidades e modos de comportamento eles

pPdrceer

muito

remontar

aos

diferentes, e a distinção entre tempos

prê-vikings.

No

mito

nórdico, os deuses aparecem como duas tribos em guerra que, após um longo período de conflito, chegam a um acordo,

dando

cada um

reféns ao outro. Isto explica a

presença dos vanir— os deuses da riqueza, da fertilidade

e do deleite físico — entre os esir.

Niord e seu filho e filha, Freyr e Freija, são vanir. Niord é um deus da viagem pelo mar e do empreendimento mercantil, do dinheiro e da propriedade, enquanto seus filhos são divindades da fertilidade e do amor sexual: Freyr e Freija têm uma relação incestuosa que os esirnão aceitam.

Os vanir, e Freija em particular, relacionam-se

com a prática do sedir, um tipo de magia que permitia aos seus praticantes controlar os outros e adquirir conhecimentos

especiais, mas também

causava afemina-

ção, condição inaceitável para a maioria dos nórdicos, O maior grupo dos deuses, os esir, inclui algumas divin-

dades nórdicas ses Odin e Tor. complexa com poderoso, mas

mais famosas, como os dois grandes deuEstes dois são opostos. Odin é uma figura muitos atributos, alguns deles sinistros. E traiçoeiro, e especialista em magia. Inter-

vém muitas vezes disfarçado nos assuntos dos homens. É

uma espécie de deus da guerra, porque apóia os grandes

guerreiros, mas frequentemente acaba por entregá-los à

morte. Em histórias posteriores, é apresentado como o deus do soldado profissional. A sua famosa arma é a poderosa lança Gungnir, e ele monta um cavalo de oito patas chamado Sleipnir. Tem sua morada no Valhalá, onde reúne os famosos combatentes mortos em batalha, pre-

parando-se para o Ragnarók, o dia final.

Tor é uma divindade mais simples e menos inteligente, é mais o deus dos homens comuns. É fisicamente poderoso; armado com o seu grande martelo Miofnir, luta com os gigantes e os demônios e defende Asgard, a fortaleza dos deuses. Em algumas das suas aventuras, está acompanhado pelo deus Loki, que é uma figura ambígua, aparecendo por vezes como um companheiro travesso, mas também como alguém malvado e traiçoeiro

cujos atos finalmente acabam com o império dos deuses no Ragnarók. Foi Loki quem inventou a morte do deus Baldr, o formoso e bem amado.

Entre os deuses menos conhecidos está Tyr, deus dos guerreiros. Só sobrevive um grande mito sobre ele; só tem uma mão porque o lobo Fenrir lhe arrancou a outra quando tentava escapar de uma armadilha colocada pelos deuses. Outro deus pouco conhecido é Heimdall. Ele guarda os caminhos de Asgard, e fará soar o alarme com seu corno quando começar o grande dia do Ragnarók. Também conhecemos nomes de diversas deusas, que incluem Frigg, consorte de Odin, Narina, a mulher de Baldr, e Sif, casada com Tor. No entanto, só Freija aparece frequentemente nos mitos remanescentes.

108

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|

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A esquerda. Esta figura fálica

representa, provavelmente, Frevr. o deus da fertilidade, cujo ídolo no templo de Upsala era representado (segundo Adam de Brenten) com um grande pênis ereto, Como deus da produtividade, Freyr era o

A esquerda. Um pingente do século X de prata vazada, onginário da

especialmente férteis levariam o

e está recebendo um guerreiro

Freyr”. Esta pequena estatueta de

Valhala. Estas mulheres sobrenaturais se encarregavam de escolher os melhores combatentes,

Suécia, representa a figura de uma mulher oferecendo um chifre para beber. Provavelmente é uma

valquíria, palavra que significa “a

que escolhe os que loram mortos”,

patrono do agricultor, e Os campos

morto na mansão de Odin, o

seu nome: Freysakr, “trigal de bronze

(de 6,9 centimetros de

altura) provém de Rallinge, Sodermanland, na Suécia.

entre os homens mortos na

batalha, de que o exército de Odim ja necessitar para lutar na grande

batalha contra os demônios no Ragnarok.

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CARA

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“esquerda. Esta estatueta de

Acima. Este pormenor de uma

Sronze (de 6,9 centímetros

pedra ornada do século VII

“Ga Islândia representa

da Gotlândia, mostra um homem

ix altura) procedente do Norte

Tor com te o deus Eos Yelmen

4 martelo Miollnir, um dos

E, no

"S tesouros dos deuses,

Es We que ajuda Tor a defender

e SiBantes ee dos monstros E — tentam destruí-los. Foi feito “PPP UM anão, cuja estirpe se ABES

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o tacava : pel a habilidade. Tor

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é provavelmente ele

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coroado com a figura de um

varrão. O deus Freyr tinha um

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procedente de Tjângvide, na ilha

varrão chamado Gullitmbursti

montando um cavalo de oito

mesmo anão que fabricou O

Odin, Sleipnir. Descrito como “o

mais rápido que qualquer cavalo €

primitivo, Sleipnir era o resultado | da união entre o deus Loki

O brilho das suas cerdas.O varrão deste capacete pode indicar que

de cobrição gigan te,

proteção

patas; provavelmente é o cavalo de melhor dos corcéis” num poema

(disfarçado de égua) e um cavalo

À direita. Esta estatueta de um

combatente tem um capacete

martelo de Tor. Podia galopar

iJjuminava a noite mais escura com se trata de um combatente sob a de Freyr. Uma

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do antigo nórdico que denomina *

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(“Cerdas douradas”), feito pelo

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Na

e

um combatente nobre, iófur,

a ei significa literalmente “javali”.

109

SABER E

RELIGIAO

Midgardsorm,

também

chamada

lormungand.

Na

maior parte do tempo, estes monstros estão bem guar-

dados.

Fenrir

atado

e acorrentado

a uma

rocha, Lor-

mungand no fundo do mar. Quando chegar o dia final,

s, O sairão do seu cativeiro e se unirão às forças das treva

horrível Loki e um obscuro grupo de demônios e gigantes. Estes atacarão os deuses, que cairão depois de uma valente defesa, e o mundo será consumido pelo fogo. Os deuses o previram, e naturalmente Odin reuniu um exército de grandes guerreiros na sua grande mansão

A esquerda, Os te souros lendar; dos mit os nórdicos sã o

e AWibuído muitas vezes ao trabalh O dosanões aqui, um destes ANDES É repr

esentado na sua forja

pormenor de uma pia bat a sécu

lo XII, na ilha da Gotlândia maLdo

do Valhallá dentre os heróis mortos na batalha, mas sabe

de antemão que a sua resistência é inútil e que ele e todos os seus parentes estão condenados. Esta é uma mitologia adequada a uma raça guerreira, em que as matancas e as traições são moeda corrente, e em que um homem importante demonstra a sua grandeza lutando contra um destino que sabe inevitável. O mito nórdico da criação do gênero humano é muito primitivo. Três deuses, Odin, Hoenir e Lodur, caminhavam pela costa marítima e encontraram dois pedaços de lenha, provavelmente madeira flutuante. Pegaram os pe-

daços de madeira e deram-lhes forma humana, um macho e uma fêmea. Depois cada um dos deuses acrescentou características humanas: sopro e vida, razão e

movimento: fala, ouvido e visão. Desses dois seres, disse

zeram a estrutura do mundo,

do mar, do céu e das nu-

vens: dentro desse mundo, vive uma diversidade de criaturas, os mesmos

deuses,

homens,

anãos, duendes

e

gigantes de vários tipos. Ali vivem também vários monstros sinistros que acabarão com os deuses no dia final ou Ragnarók. Os mais conhecidos são o lobo Fenrir e a Serpente do Mundo, 110

uma cabeça de boi,

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va de Freyr. De modo que a história teve um final feliz, mas deixou Freyr sem a sua espada, e ele, portanto, não poderia usá-la para defender os deuses no Ragnarok.

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tinuará ali até que, segundo uma versão, volte de novo depois do Ragnarók. Este é o mito do deus “moribundo”, conhecido dos estudantes de religião comparada.

ças, e finalmente obteve a promessa de Gerd de ser noi-

+

sa

sair da residência de Hel, deusa dos mortos, mas ele con-

:

mônio”, no qual o deus da fertilidade se acasala com a Terra para fazé-la frutificar. Este deus é representado na lenda nórdica por um relato do deus Freyr e seu amor por uma moça gigante, Gerd. Freyr viu-a pela primeira vez quando estava sentado no grande trono de Odin, Hlidskialf, de onde podia ver o mundo inteiro. Apaixonou-se tão profundamente dela, que não podia dormir nem beber e enviou seu servo Shirnir para lhe fazer propostas. À recompensa de Shirnir seria receber a famosa espada de Freyr, que podia lutar motu proprio. O mensageiro fez a perigosa viagem ao norte, uma região frequentada por gigantes, e ofereceu presentes suntuosos à gigante. Quando ela os rejeitou, ele recorreu a amea-

]

La!

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Hodr lançasse uma seta de agárico contra Baldr, matando-o imediatamente. Os deuses tentaram, em vão, fazê-lo

Outro tipo de mito muito comum é o “sagrado matri-

, E:

Rr =

resplandecente, chamada Muspell. No grande vazio fluía um rio que gelou, camada sobre camada. Ali onde confinavam as duas regiões, o gelo derreteu-se e formou um gigante de neve, Ymir, de quem descendem todos os gigantes do mundo. Depois formou uma vaca, Audhumla, que lambeu o gelo salgado. Conforme lambia, uma figura com forma humana surgia do bosque: era Buni, de quem descendia a maioria dos grandes deuses. Os deuses Odin, Vile e Vi mataram Ymir, e do seu corpo fi-

agarra o seu anzol, cuja isca é

ro

gelada e nebulosa, chamada Niflheim, outra cálida e

fundo do barco, razão por que a luta é violenta quando a Serpente

E,

Mitos e lendas Entre os maiores mitos estão aqueles que explicam o princípio e o fim do mundo. Não é surpreendente que nenhum seja muito preciso. No início não havia nada, só o vazio, mas este se estendia entre duas regiões, uma

esquerda atravessou as tábuas do

lia E

vos da Europa continental. Graças aos poemas éddicos, e ao fato de Snorri os ter voltado a contar, adquirimos grande parte dos conhecimentos que hoje temos dos mitos pagãos e das crenças da Escandinávia primitiva, incluindo os nomes dos deuses, o parentesco de uns e de outros e as suas lutas com poderes inimigos. Mas temos de ser prudentes no uso da informação, dado que a nossa fonte é literária, não científica. Alguns poemas podem ter sido escritos depois da chegada do cristianismo. Também devemos supor que a mitologia paga era a mesma em todas as regiões da Escandinávia.

meses depois. Da mulher pobre proveio a classe escrava, da segunda a classe trabalhadora livre, e da rica a classe dos nobres e finalmente a realeza. Por conseguinte, segundo o mito, Heimdall foi o progenitor do gênero humano no seu aspecto social. Vários são os mitos relativos aos mesmos deuses. Um dos mais admiráveis fala do amado deus Baldr, de quem o sinistro Loki tinha tanto ciúme, que planejou a sua morte. Badr era invulnerável às armas feitas com qualquer material, exceto o agárico, o qual era tão insignificante, que não tinha sido incluído no juramento de não atentar contra a vida dos deuses. Loki informou-se disso e conseguiu que o deus cego

colocado, mas sua perna

e

E

que vai pescar a Serpente do Mundo. O martelo de Tor está

E

cada um dos casos, a mulher deu à luz uma criança nove

Ê pad? É p e E a Na Pe a Ba F:

da igreja de Altuna, em Uppland, Suécia, ilustra a lenda de Tor em

EE

mente a um casal pobre, a um médio e a um rico. Em

Abaixo. Esta cena na pedra rúnica

E

Snorri, descende toda e qualquer pessoa. Mas os humanos são animais sociais, e remanesce um poema curioso, Rigsthula (“A canção de Rig”), que descreve como apareceram as diferenças sociais neste mundo. O grande deus Heimdall estava passeando pelo mundo e adotou o nome de Rig. Foi a três casas que pertenciam respectiva-

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SABER E RELIGIAO

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Aama, Entre as cenas enigmálticas de uma das pedras rúnicas da

Gotlândia, procedente de Ardre,

há uma que pode ilustrar um

incidente do relato de Volund

— (Wayland), o ferreiro, contado na

Edda Volund foi capturado por um ri que o obriga a trabalhar na

metalurgia real; vinga-se matando

- Osfilhos do rej e seduzindo sua

filha antes de escapar, adotando a

| forma de um pássaro. Aqui, à

direita da metalurgia (indicada

* Pelomartelos e pelas tenazes),

- há dois cadáveres sem cabeça,

enquàan esque rda há uma figura to

Pare comci um pássa daro e outra deumamulher.

Para os poetas que relataram estes mitos, Os mais importantes tratavam do hidromel, a bebida que concede a inspiração para criar poesias magníficas. Foi criada, no princípio, por um par de anãos, Fialar e Galar, que mataram um gigante chamado Kvasir e misturaram O seu a sangue com mel, fazendo assim O hidromel. Depois a bebida chegou às mãos de um gigante, Suttung, que hidromel e guardava em três caldeiros. Odin cobiçava o Gunnlod, que roubou-o de Suttung, seduzindo sua filha

o deixou beber dos três caldeiros. transforMas Odin esvaziou-os e empreendeu o vôo com apamado em águia. Suttung perseguiu-o, também a Asgard gar che uiu seg con n Odi mas a, águi de ia rênc nos baldes el rom hid O u ito urg reg e es) deus dos o rein (o Dessa altue nas talhas que os deuses tinham preparado. favoritos. seus dos er lqu qua a lo ecêforn e pod ra, Odin Sacrifício, culto e crença

|

os lmit es est da di me que em er sab el sív pos Hoje não é s realmening vik 08 que em ilo aqu m ta en es pr re terários s nas suas vidas ato s seu os ava gui que ou m ra ta di re te ac r sta con m ra ze fi não s ing vik os ri óp pr quotidianas. Os

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pormenores da sua religião paga, e os cristãos que entraram em contato com eles estiveram pouco dispostos a

descobrir o paganismo ou a dar-lhe credibilidade; se o mencionavam, era geralmente em termos depreciativos. Ethelweard, o cronista inglês do século X, fala de Vuo-

then, o antepassado dos reis anglo-saxões, e diz que “os incrédulos nórdicos”, isto é, os dinamarqueses, os norue-

gueses e os suecos, “são oprimidos por uma tentação tão grande, que até hoje o veneram como a um deus” (Ethelweard está aqui equiparando Vuothen a Odin.) O pregador inglês do século XI Elfric escreveu um sermão “Sobre os falsos deuses” no qual referia que Júpiter “se chama Tor em algumas nações, alguém que os povos dinamarqueses amam acima de tudo”. O único templo pagão de que temos uma informação pormenorizada é o de Gamla Upsala, na Suécia Central, que foi descrito pelo clérigo alemão Adam de Bremen no século XI. Diz este que todo o edifício era dourado.

O templo continha ídolos de três deuses, estando o mais poderoso, Tor, colocado no meio, entre Odin e Freyr.

Adam passa a definir os diferentes atributos e qualida-

des destes deuses, de acordo com a crença dos suecos.

111

A lenda de Sigurd [Eee

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As histórias e caracteres, que são a matéria essencial da lenda nórdica, derivam da tradição germânica da Euro-

pa Central, mas é na literatura da Escandinávia medieval que estão mais bem conservadas. O compositor alemão Richard Wagner (1813-1883) recorreu aos mitos nórdicos para a inspiração de muitos dos seus dramas musicais e óperas, especialmente as aventuras dos grandes heróis germânicos Siegmund e Siegfried, pai e filho. A história de Sigurd (Siegfred) é contada em vários poemas da Edda poética, e Sonorri Sturluson também a resume na sua Edda em prosa. O relato em prosa do século XIII, a Saga do rei Volsung e seus descendentes, é o mais acessível

para o leitor moderno ( Volsunga Saga).

Sigurd era o filho póstumo do grande herói Siegmund. Criou-se com um ferreiro chamado Regin, que provinha de uma família especialista em magia. Regin fez com que Sigurd ficasse descontente com o seu destino na vida e animou-o a melhorá-lo, procurando o tesouro guardado por um dragão chamado Fafnir. Na realidade, Fafnir era irmão de Regin e tinha-se batido pela propriedade do tesouro. Regin decidiu fazer uma espada para Sigurd com a qual tinha de matar o dragão, mas as duas primeiras que fez fizeram-se em pedaços quando Sigurd as experimentou, O que levou Regin a fazer uma terceira espada com os fragmentos da antiga espada do pai de Sigurd, Siegmund. Esta era perfeita, afiada e resistente.

Regin acompanhou Sigurd até o terreno baldio onde se escondia o dragão. Encontraram as pegadas que Faf-

nir deixara ao Ir até o seu bebedouro. Eram enormes, e

Sigurd ficou inquieto. Regin aconselhou-o a matar o

monstro,

cavando

um

buraco

e escondendo-se

nele,

para que quando o dragão viesse beber pudesse apunhalá-lo no baixo ventre. Isso foi o que fez Sigurd. Quando o dragão morreu, Regin apresentou-se reclamando uma parte do tesouro, uma vez que tinha proporcionando a espada. Regin e Sigurd disputaram entre si, mas finalmente Sigurd acedeu ao pedido de Regin: que assasse o coração do dragão e o desse a ele para que o comesse. Sigurd assou o coração num espeto. Quando o suco da carne começou a crepitar, ele examinou o coração com o

dedo para ver se estava assado. Escaldou o dedo e levou-

o à boca para arrefecê-lo, bebendo assim o sangue da

carne. Nesse instante adquiriu a capacidade de com-

112

a

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1

preender a linguagem dos pássaros que chilreavam nos arbustos à volta. Eles revelaram-lhe que Regin tinha a intenção de traí-lo e apoderar-se do tesouro, e sugeriram

que cortasse a cabeça a Regin. Seguiu este conselho, comendo depois parte do coração de Fafnir, antes de montar em seu cavalo Grani, um magnífico animal que tinha sido gerado por Sleipnir, o corcel de Odin, e escolhido a conselho de Odin. Seguiu as pegadas do dragão até a sua

guarida, onde encontrou o monte de ouro e outros te-

souros, mais do que aquilo que dois ou três cavalos normais poderiam carregar juntos, embora o seu cavalo Grani tenha conseguido transportar todo o tesouro sem dificuldade. Não sabia que o tesouro tinha uma maldição que provocaria o desastre a quem o possuísse.

Partindo a cavalo, Sigurd chegou à mansão de um rei,

onde conheceu uma mulher, Brunilda, pela qual se apai-

xonou, e eles trocaram anéis e promessas de mútua fidelidade. Depois de permanecer ali por algum tempo, Sigurd partiu em busca de novas aventuras e chegou com o seu tesouro à corte do rei Giurki, que tinha três filhos, Gunnar, Hogni e Guttorm, e uma linda filha, Gudrun. Ele causou grande impressão, e Cremilda, a mãe, propôs unir-se a Sigurd com a sua família. Deu-lhe uma poção mágica que o fez esquecer Brunilda e apaixonar-se por Gudrun, casando-se com ela; para selar a aliança, Sigurd, Gunnar e Hogni prestaram juramento de irmandade de sangue.

Por sua vez, Gunnar dispôs-se a conquistar Brunilda, e Sigurd aceitou ajudá-lo. Ela vivia numa mansão rodeada de uma barreira de fogo, e tinha prometido casar-se somente com o homem que conseguisse atravessar as chamas para pretendê-la. Gunnar não o podia fazer, mas Sigurd, com o seu grande corcel, poderia. Desse modo, Sigurd e Gunnar trocaram de aspecto, e Sigurd, disfarçado do seu amigo, conquistou Brunilda. Dormiram jun-

tos, mas Sigurd colocou eles para conservar a sua o anel que ele lhe tinha tinham comprometido,

a espada desembainhada entre castidade. Recebeu de Brimilda dado anteriormente, quando se e o entregou depois à sua espo-

sa, Gudrun. Gunnar e Brunilda casaram-se e foram viver

na corte de Giuki. A memória de Sigurd não voltou senão nesse momento, e ele recordou o seu anterior contrato de amor com Brunilda.

Acima. À porta decorativa da

Igreja de Hylestad, na Noruega,

contém cenas da história de o eab

Sigurd. Da esquerda paraa

direita aparecem: (1) Sigurd, +

;

com um capacete como o her Ói

deve ter levado, a experimentando asespadas de y Ei Regin e cortando com elass abre

uma bigorna. À primeira espada | E acaba por quebrar-se,é Re gi,

em segundo plano, preparase para fazer a segunda. (2) Com

um ajudante para fazer sopra | á fole, Regin forja o metal da. 4 E lâmina da terceira espada.Es sta =

ele a fez a partir dos fragment NS de Gram, a espada de Sigmi nd, que se desfez em pedaços 28 quando Odin lhe opôsasua |7

lança na batalha, quebrando, (3) Sigurd, protegendo aacom,mo,

E escudo do veneno do draga Fafnir, segue o conselho de 5a Do | | Regin e cravaa espada no ventre se do animal. (4) Regin ficou. E

|

adormecido, guardando à

espada, enquanto Sigurdassão | =

coração de Fafnir num espeto no lume. Acaba de queimarà

mão e leva-aà boca para aliviara

dor. Quando bebe o sangue do dragão, dá-se conta de que é

capaz de compreender 0 queos

EN

pássarosà sua volta estão

dizendo (5) Sigurd segue O conselho dos pássaros € mata Regin. As versões escritasdi

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que Sigurd o decapitou, nã

aqui ele segue uma linha de conduta independente € parte

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(0). no simplesmente em dois. no Grani, o magnifi ico caval.

de

Sigurd, carrega o teso

Fani

Dois dos pássaroséq e

aconselharam Sigurd está a meio da folhagem.

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À direita. Como me da edras rúnicas succas,

epi

a de Dravle, tea

tem a sua inscriçãota numa serpente. 0e

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interpretou-a como, 04

Fafnir e, papado:

pedra, talhouses

apunhalando-o no

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Gudrun e Brunilda disputavam entre si para ver quem tinha o melhor marido. Brunilda vangloriava-se de que o seu era o mais valente, dado que tinha atravessado um anel de fogo por ela, e então Gudrun revelou

o engano de que Brunilda fora vítima — ou seja, que tinha sido Sigurd disfarçado de Gunnar quem a tinha conquistado — e demonstrou-o mostrando a Brunilda o seu próprio anel, que Sigurd dera a Gudrun. Brunilda enfureceu-se e tramou a vingança. Disse a Gunna que sabia que era Sigur quem a tinha conquistado, e provocou-lhe ciúmes revelando que ela e Sigurd tinham dormido juntos, mas sem mencionar a espada que se mantivera entre os dois. Incitou assim Gunnar a maquinar a morte de Sigurd. Fez com que seu irmão Hogni conspirasse com ele, argumentando que com a morte de Sigurd herdariam o seu trono e o poder que exercia. Mas, sendo irmãos de sangue de Sigurd, não era corre-

to que eles mesmos o matassem. Seu terceiro irmão, Guttorm, que não tinha nenhum vínculo com Sigurd, aceitou matá-lo em troca de altas honrarias. Guttorm foi duas vezes aos aposentos de Sigurd quando este se encontrava na cama, mas nas duas vezes Sigurd o olhou com seus olhos penetrantes, e ele não se atreveu a cometer o ato. Na terceira vez que Guttorm se aproximou dele, Sigurd estava dormindo, e Guttorm desembainhou a espada e cravou-a nele. Sigurd acordou e, mo-

vendo-se espasmodicamente, pegou sua espada e lançou-a contra Guttorm, partindo-o em dois. Gudrun,

deitada junto de Sigurd, acordou ensopada de sangue e encontrou-o

morrendo

em

seus braços.

Quando

se

acalmou, Brunilda olhou-a e riu estrepitosamente. Brunilda zombou dos irmãos fazendo-os notar que

sem Sigurd seriam muito mais fracos na batalha, e reve-

lou a Gunnar que Sigurd tinha colocado a espada entre eles quando se tinham deitado juntos e, portanto, tinha cumprido a sua palavra. Reuniu as suas riquezas, deu-as aos seus criados e apunhalou-se. Enquanto jazia moribunda, pediu que a queimassem na pira funerária junto de Sigurd, com a espada desembainhada entre eles. Assim foi feito, e o tesouro maldito ficou nas mãos de

Gunnar e Hogni, prontos para levar a cabo outros atos infames.

113

Adam

estava informado

por testemunhos

rio). Torshov,

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que este culto pagão se manteve na Suécia durante mais tempo que em outras terras escandinavas. No entanto, Adam também pode ter sido influenciado pelas narrativas bíblicas dos templos. Os topônimos facilitam uma informação adicional sobre as localizações pagas. Por exemplo, Odense, na Fiónia, na Dinamarca, é o “vi de Odin”

,

EFE

car os deuses, e os seus corpos, todos juntos, misturados, eram pendurados nas árvores do pequeno bosque sagrado perto do templo. Adam cita o testemunho de “um certo cristão” que tinha visto 72 corpos de várias crianças enforcadas no pequeno bosque. Disto se deduz que

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a

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Tor preside ao ar, domina o trovão e o relâmpago, os ventos e as tempestades, o bom tempo e os cultivos; à sua figura tem um cetro. Odin (cujo nome, disse Adam, significa concretamente “fúária”) controla a guerra € à coragem, e o seu ídolo é uma figura armada. Freyr é o deus da paz e do deleite físico, e a sua figura tem um pénis enorme. Todos os deuses têm os seus próprios sacerdotes, e as pessoas oferecem sacrifícios aos deuses para obter benefícios apropriados, a Tor em épocas de escassez e de pragas, a Odin para a vitória, e a Freyr para casais fecundos. Segundo Adam, os templos serviam de centro de culto público. Cada nove anos havia uma festa maior, à qual todos os de todas as províncias suecas, incluindo os cristãos batizados, tinham de assistir. Sacrificavam-se vítimas masculinas, incluindo cães, cavalos e homens, para apla-

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SABER F RELIGIÃO

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(vi significa santuá-

aparece várias vezes na

Noruega, significa “o templo de Tor” No entanto, geralmente dependemos de fontes escandinavas posteriores

para os pormenores da crença e do culto pagão, e essas devem ser tratadas com muita precaução. Na primeira

parte da sua história dos reis noruegueses Heimskringla, Snorri Sturluson descreve os costumes que Odin estabeleceu para os povos nórdicos: “Decretou que todos os mortos deviam ser queimados e colocados na pira funerária com todas as suas posses. Também disse que todo o mundo devia entrar no Valhalá com todos os bens que tinha na pira, e que também desfrutaria do uso do que ele mesmo tinha enterrado na terra, e as cinzas deviam ser levadas para o mar ou enterradas na terra, e os tâmulos deviam erguer-se em memória dos homens importantes... E devia haver um sacrifício no princípio do inverno para um ano próspero, e no solstício do inverno para a regeneração, e um terceiro no verão, que era um sacrifício para a vitória.” Em outro local, Snorri conta a história de uma festa

de sacrifício que pôs em apuros o rei cristão da Noruega

Haakon, o Bom

(934-960). O papel tradicional do rei

era presidir à festa, que se celebrava todos os anos no

outono, e comer a carne de cavalo de praxe. Mas Haakon não pôde conciliar isso com a sua fé cristã. Desejou jantar à parte com os seus amigos, mas foi forçado a entrar na grande sala e sentar-se na cadeira da presidência, o lugar de honra. Em vez de brindar por Odin, fez o sinal da cruz sobre o chifre de beber, e só se livrou da censura porque um devoto encontrou a desculpa de que estava fazendo o sinal do martelo de Tor. Em conjunto, foi um dia desastroso para Haakon e custou-lhe muito

apoio político. Nos invernos seguintes, quando se celebrava uma festa sacrificatória maior em Trgndelag, os

agricultores locais obrigaram Haakon a comer, de bom

grado ou à força, a comida pagã de figado de cavalo e a beber a taça sem se benzer.

Os eruditos modernos têm tendência a retirar importância à grandeza das celebrações maiores tão prolixamente — e talvez imaginativamente — descritas nas sagas 114

e a destacar em seu lugar os aspectos mais locais do culto. Como os povos germânicos em geral, os escandinavos não tinham uma casta sacerdotal bem determinada: o sacerdote também era um chefe secular, chefe de uma

família ou de uma sociedade local. Quanto a isso, as dagas dos islandeses têm interesse especial, embora, de novo, sua data tardia e seu fundo cristão possam fazer com que a sua informação seja pouco crível. No entan-

to, elas dão a entender que a religião pagã nórdica era

estreitamente unida ao ciclo anual e à hierarquia social secular. O chefe local chamava-se godi, uma palavra que

em princípio significava “sacerdote”, mas que pelo menos na Islândia denotava também uma distinção secular.

O termo também aparece como um título de status (talvez religioso) numa inscrição rúnica dinamarquesa. A Eyrbyggasaga do século XIII descreve um godi local semelhante, e, apesar da sua data tardia, provavelmente contém muitos dados autênticos que foram transmiti-

dos através da tradição oral. A saga fala de um latifun-

diário norueguês chamado Thorolf, apodado Moatrarskegge um grande devoto do deus — donde o seu nome. Vivia em finais do século IX, quando o rei Haroldo, o Cabelo Belo, estava submetendo o Sul da Noruega ao controle real à custa das famílias antigas de agricultores livres. Entristecido com as mudanças políticas, Thorolf

consultou o seu “querido amigo” Tor, que o aconselhou

a emigrar. Por isso, Thorolf reuniu os seus subordinados

e demoliu o seu “templo”, que provavelmente significa a

Acima, Esta reconstrução do

templo pagão de Old Upsala foi retirado da História dos pomos nórdicos, de Olaus Magnus,

publicada em 1555. É baseada na descrição de Adam de Bremen,

de aproximadamente 1070, que fazia observações sobre a

corrente dourada que rodeava O telhado, bem como sobre uma

árvore adjacente, de folha

perene, e uma nascente sagrada na qual se sacrificavam vitimas humanas afogando-as. Abaixo. O deus Tor era o: simbolizado pelo seu martel este molde de esteauta

procedente de Trendgárden, Hs

Jutlândia, Dinamarca, sign

ça

que o ferreiro local podia dar escolher aos seus clientes do

de século X entre um martelo

Tor ou uma cruz crista.

SABER E RELIGIÃO

grande casa solarenga da fazenda familiar. Às vigas principais foram carregadas no seu barco, e o grupo familiar

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ersões jentemente, estas conv

s, e a escondiam interesses político ve introdução da nova fé te Lade, em resultados diferentes: foco de Trondelag, foi um aúvo

os resistência. Os missionári os ingleses foram muito ativ na durante todo o século X

de Olaf Noruega, mas até a morte em Haraldsson (Santo Olaf)

mo Stiklestad (1030) o cristianis

icial. não se tornaria a religião of Da Noruega, 0 cristianismo

ia e a expandiu-se para a Islând ândia durante as primeiras

Groenl

décadas do século XI. A conversão da Suécia, o último país, não se completou senão em meados do século XL.

partiu em direção à Islândia. Quando o barco se aproximou

da ilha, lançaram

os

postes que tinham segurado o assento de honra na mansão familiar. Estes representavam a autoridade de Thorolf como chefe de família e provavelmente também

como sacerdote de Tor; a figura de Tor (ou talvez o seu nome ou símbolo) estava gravado num deles. À saga conta-nos que “Thorolf chegou a um acordo segundo o qual se estabeleceria na Islândia, onde Tor lhes ordena-

ra que desembarcassem” Por conseguinte, quando os

postes foram lançados a um promontório na costa ocidental, um lugar que Thorolf chamou Thorsnes (e esse continua a ser o seu nome), Thorolf apresentou o seu

pedido para atracar ali, e ali construiu um templo. À descrição que a saga faz do templo parece, de forma suspeita, a de uma igreja cristã, e portanto, geralmente, não é hoje aceita, mas contém alguns pormenores distintivos:

“No

meio

do chão,

encontrava-se

um

pilar

como um altar, e nele havia um anel penanular (isto é, com a forma de um anel quase completo), de vinte onças de peso, e todos os juramentos deviam ser prestados sobre ele. O sacerdote devia levar no braço este anel em

todas as reuniões jurídicas.” (Sabemos por outras fontes que prestar juramento sobre um anel sagrado tinha importância especial na sociedade nórdica.) “No pilar também devia haver uma pia sacrificatória, e nela uns “raminhos” sacrificatórios [...] eram usados para aspergir da pia o sangue chamado hlaut, isto é, o sangue derramado pelos animais que eram consagrados aos deuses.” O autor da saga menciona outro aspecto da santidade dessa área, uma montanha sagrada perto dali “que ele (Thorolf) chamava Helgafell (Monte Sagrado),

crendo que quando morresse entraria nessa montanha, de e toda a sua família naquele promontório”. O fato

an

Thorolf estabelecer seu lugar de reunião na ponta do promontório onde Tor, representado pelos postes do as-

s essento, chegou a terra é uma confirmação dos laço

treitos entre a religião e a organização social.

A conversão ao cristianismo

era uma das últiNo início do século IX, a Escandinávia

Norte da no am tav res que smo ani pag do s eza tal mas for tato com O Europa. Os vikings teriam entrado em con s viagens sua as e ant dur as eir man as vári de cristianismo s e comerore zad oni col tas, pira o com ro gei ran est pelo m a longa viaciantes Por exemplo, os vikings que fizera depaham tin ro Neg mar o até sia Rús da rios gem pelos ental quando ori smo ani sti cri do s eja igr as com o rad a servir na par ou os, óci neg r faze a par io ânc Biz visitaram as dizem-nos sag As go. gre dor era imp do l soa pes guarda as cristerr em io érc com O m ava tic pra que que os vikings cristianismo um r ita ace a tos pos dis m ava est es vez tãs às os clientes. com es açõ rel suas as r lita faci a par ico ból sim vavelmente, Os colonos nórdicos no estrangeiro, pro que parece ter o l, loca ão igi rel a pel s ado nci lue inf m era dos primeiUm s. nça cre de a âne cel mis uma provocado Huelgi Eyvindarson, ros colonizadores da Islândia foi

ridas, Héb s ilha nas ado cri , que por co Fra o chamado Dizem que era o. tad men ali bem fora não a anç cri ndo qua

Cristo, mas rezaem a tav edi acr fé; sua na o fus con “muito

se encontrava va a Tor quando viajava por mar € quando

s rúnicas çõe cri ins , Man de ilha Na ”. ceis difí ões em situaç

em lápides do século X em língua escandinava aparecem esculpias cen têm is qua das s uma alg tãs, cris zes cru com , o que das adicionais retiradas de mitos nórdicos pagãos igiosas. rel s nça cre de ão fus con uma e ent ram cla ica ind

de pedra, Em Killaloe, na Irlanda, um fragmento de cruz

im, que comemora um escandinavo chamado Thorgr igo tem inscrições gravadas em runa e em ogam, O ant do alfabeto celta. O mais extraordinário é que em finais

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século IX os colonos dinamarqueses estavam pondo em

circulação uma cunhagem comemorativa de Santo Edmundo, rei cristão anglo-saxão da Anglia Oriental,

quando os vikings invasores o mataram em 870. Vários incidentes deixam claro que alguns dirigentes ocidentais utilizaram o cristianismo como meio de diplomacia para que eles se colocassem do seu lado. Foi o que fez Alfredo, o Grande, da Inglaterra em 892/8985, quando, segundo a Crônica anglo-saxã, dois exércitos vikings operavam na Inglaterra Meridional, um menor acampado em King's Milton e um grande com a sua base em Appledore, ambos em Kent. Para impedir que unissem suas forças, Alfredo e o seu delegado Ethelred apadrinharam os dois filhos de Hastein, o chefe do exército menor, estreitando ainda mais o vínculo e dandolhe dinheiro e obtendo juramentos e reféns. Mas não

funcionou. Hastein devastou o reino de Alfredo e, se-

gundo disse o cronista com indignação, também a província administrada por Ethelred. Mais de um século depois, o rei inglês Ethelred II, o Indeciso, teve mais êxito. Em 994 fez um pacto com Anlaf (Olaf 1 Tryggvason, depois rei da Noruega), que, aliado ao rei dinamarquês

Svein, o Barba Bifurcada, tinha impedido um ataque ao

reino. Ethelred pagou um tributo a Anlaf, mas também o apadrinhou na sua confirmação: “e”, acrescenta o cronista, “Anlaf prometeu que nunca voltaria à Inglaterra com intenções hostis — e, de fato, cumpriu a promessa”. As estratégias diplomáticas de Athelstan, rei da Ingla-

terra de 924 a 939, tiveram alcance maior. Segundo a

Saga de Haroldo, o Cabelo Belo, de origem irlandesa, ele introduziu na sua corte Haakon, o filho de Haroldo, uma

tradição que está de acordo com o caráter de Athelstan,

como indicam as fontes inglesas. Por isso o apodo de

Haakon é filho adotivo de Athelstan, nos relatórios nórdi-

cos. Athelstan

deu ao rapaz uma

educação

cristã e,

quando seu pai morreu, apolou-o na sua reivindicação

do trono norueguês, em oposição a seu meio-irmão

mais velho, Erik Machado Sangrento. Haakon destituiu

Erik por volta de 935 e tentou introduzir o cristianismo na Noruega, mas encontrou a oposição dos agricultores livres noruegueses, que desconfiavam de qualquer inovação, temendo que fosse uma tentativa de violar os seus direitos. Mas Haakon acabou por não ter êxito, e a sua

ode fúnebre, composta após a sua morte, provocada por

ferimentos sofridos numa batalha em 960, é de estilo pa-

gão. No entanto, a presença de um ou outro nome inglês — Sigefridus de Glastonbury, por exemplo — entre os que se tornaram bispos da Noruega no século X indica que a Igreja inglesa fez um esforço missionário importante naquela época. A partir dessa altura, o cristianismo desempenhou papel importante na religião e na política norueguesas,

embora os sucessores diretos não se inclinassem demasiado para ele. Efetivamente, o grande conde Haakon de Lade, que governou o país em finais do século X, era muito conhecido porque simpatizava com os pagãos. Foi substituído por Olaf I Tryggvason em 995, um soberano dos mais carismáticos que durante os cinco anos em que governou a Noruega desejou ardentemente, segundo a tradição, introduzir de novo o cristianismo. Na juventude, tinha-se convertido durante um exílio prolongado no estrangeiro (embora haja várias informa-

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À direita. A conversão da Suécias

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Abaixo. Os dois grandes tâmulos de

Jelling estão um de cada lado do

cemitério atual que rodeia a igreja medieval.

Numa

linha que une o

cimo dos túmulos, e exatamente a

meio caminho entre eles, encontram-se as duas pedras

rúnicas, uma erguida por Gorm e a outra por Haroldo. Debaixo do túmulo sul estão os restos de uma colocação de pedras anteriores.

Jeling Dominando a cidade mercantil de Jelling, na Jutlândia Oriental, há dois grandes tâmulos que figuram entre os monumentos mais impressionantes da Escandinávia da época viking. Entre eles, encontra-se uma igreja de pedra medieval. O túmulo situado a norte é o maior tâmulo funerário da Dinamarca, mas a sua câmara funerária — que segundo os anéis de árvore data aproximadamente de 958 — está vazia. O propósito do túmulo situado mais a sul é mais incerto: nunca conteve uma sepultura e provavelmente era um monumento comemorativo. A meio caminho entre os dois túmulos, há duas pedras rúnicas. A ms-

crição da menor reza assim: “O rei Gormfez fez estes monumentos em memória de sua esposa, Thyra, o ador-

no da Dinamarca.” A maior diz; “O rei Haroldoordenou

que se fizessem estes monumentos em honra de seu pai, Gorm,

e de sua mãe, Thyra.

Foi este mesmo

Haroldo

quem conquistou toda a Dinamarca e a Noruega e converteu os dinamarqueses ao cristianismo” Esta pedra se retere claramente a Haroldo Dente Azul, que se tornou cris-

tão por volta de 960. A explicação mais plausível é que depois da sua conversão trasladou o corpo do pai, Grom, um pagão, do túmulo norte para um sepulcro na igreja que tinha construído.

Acima. Esta taça de prata é um dos

poucos objetos encontrados na

câmara funerária do túmulo norte. Tem um adorno muito pormenorizado de animais, é de grande qualidade e dá uma idéia do esplendor dos bens mortuários

LO NORTE

que devem ter sido enterrados juntamente com Gorm. Página seguinte, acima. Às duas

pedras rúnicas de Jelling são uma

fonte importante de informação sobre a dinastia real do século X na Dinamarca. À esquerda estã o pequeno monumento

comemorativo erguido por Gorm

para a sua rainha. À direita, a pedra

que Haroldo ergueu para enaltecer seus pais e a si mesmo. E cuidadosamente talhada em suas três faces.

À direita. Nesta vista de Jelling, o mais próximo dos túmulos

contém a câmara funerária de

Gorm. Podem ver-se as pedras rúnicas exatamente do outro

lado da igreja.

Abaixo. Uma seção do túmulo

norte. À câmara funerária foi

escavada num túmulo já existente, talvez da Idade do Bronze. Ele foi coberto com uma camada de

pedras e depois com terra,

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11

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SABER E RELIGIÃO

confirmado na Inglaterra. Até que ponto Olaf ecra um cristão comprometido, ou utilizou a nova religião como

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livres da Noruega ao controle real, é uma questão de in-

o incêndio dos

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gãos eminentes) mostraram, sem dúvida, uma aproxlmação forçada ao cristianismo. Após a sua morte em batalha no ano 1000, houve outra reação anticristã — pelo menos segundo alguns escritores nórdicos. O triunfo da nova religião chegou com o reino de Olaf Haraldsson (1015-1030), o rei que posteriormente se transformou em Santo Olaf da Noruega. As muitas sagas que se escreveram depois da sua morte na batalha de

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Stklestab, a norte de Trondheim, falam dos seus ataques

enérgicos e muitas vezes cruéis aos pagãos noruegueses. Uma diz: “O rei Olaf celebrou uma reunião com os reis

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tessem, que lhes dava a escolher entre serem executados,

abandonarem o país ou se batizarem.” Ainda mais im-

| | portante é o fato de ter conseguido introduzir o cristia-

SOS | nismo nos códigos jurídicos da Noruega, depois de uma

sessão maior do conselho celebrada em Hordaland por volta de 1024, e de ter apoiado a atividade dos bispos misstonários ingleses na Noruega e nas terras vizinhas — Sigfrid, Grimkil, Rudolf e Bernard são todos conhecidos de nome. A morte de Olaf na batalha chegou a ser interpretada como a morte de um mártir, e os peregrinos afluíam ao lugar do seu enterro, Nidaros (Trondheim).

Sobre a introdução do cristianismo na Islândia, temos

um relato mais autorizado, que o historiador Ari Thor-

gilsson nos deixou no seu Livro dos irlandeses. Como vimos, Ari obteve o seu material de relatos orais que podem remontar à época da conversão. Conta ele que Olaf Tryggvason tentou levar o cristianismo à Islândia, enviando um sacerdote turbulento chamado Thangbrand numa missão de conversão. Os islandeses, talvez indignados porque um rei norueguês estivesse tentando impor a sua autoridade ao seu país, em geral não gostavam dele, embora alguns chefes da comunidade aceitassem os novos ensinamentos. À partida de Thangbrand, deprimido, depois de ter entrado em conflito com os islandeses hostis, enfureceu tanto Olaf, que este ameaçou com represálias qualquer islandês que fosse à sua corte. Dois chefes islandeses acederam à sua pressão, concordando em expor o caso em favor do cristianismo na

assembléia anual de Thingvellir. No debate que se se-

guiu, os cristãos e os pagãos acabaram por dizer que não podiam estar de acordo, mas tinham de aceitar religiões e leis diferentes. Ao chegar-se a este ponto, o “porta-voz da lei”, o presidente da assembléia, fez uma intervenção. Embora fosse pagão, argumentou que não podia

haver dois sistemas jurídicos no mesmo país, uma vez que Isso provocaria a anarquia, e propôs um compro-

misso segundo o qual todo o mundo seria oficialmente

cristão, mas os pagãos podiam conservar os seus costu-

mes é fazer sacrifícios aos seus deuses em privado. À pro-

posta foi aceita, mas pouco depois as concessões feitas ao

paganismo foram abolidas. O primeiro bispo da Islândia, Isleif, era filho de um dos primeiros convertidos. Seu

filho sucedeu-o, estabelecendo o bispado em Skálholt,

no Sul da Islândia. Depois foi consagrado um segundo bispo, Jon, com seu bispado em Hólar, no Norte.

119

SABER E RELIGIÃO

O cristianismo chegou à Groenlândia de modo semelhante, introduzido por Leif, filho do fundador da colôónia, Erik, o Vermelho,

no início do século XI. De regres-

so à Groenlândia vindo da Noruega, onde se tinha convertido ao cristianismo, Leif trouxe um sacerdote com ele para ensinar a nova religião. Apesar de entrar

em choque com a opinião do pai, que se aferrava aos an-

tigos costumes pagãos, a posição de Leif ganhou

ascen-

dência. Foi estabelecido um bispado episcopal em Gardar, no Sul do país, um lugar descrito por um papa do século XV como localizado “no fim do mundo”.

Os missionários alemães

A conversão das nações escandinavas orientais (os dina-

marqueses e os suecos) tomou um curso diferente. Aqui

as forças importantes eram o Império Franco, no sul, e o

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Norte, que se conseguiu algum triunfo.

no estreito da de propagar o mas não senão o Apóstolo do

no

bispado episcopal de Hamburgo-Bremen, península da Jutlândia. Houve tentativas cristianismo para o norte no século VIII, no século IV, por meio da obra de Ansgar,

rânea escrita pelo seu colega e sucessor, Rimberto. Depois de o rei dinamarquês exilado, Haroldo Klak, ter sido batizado em Ingelheim, na Renânia, em 826, Ansgar teve a oportunidade de viajar com ele para pregar O cristianismo. O único êxito deste primeiro pastor foi a fundação de uma pequena escola, talvez em Hedeby, no Sul da Jutlândia. Houve uma segunda oportunidade em 829, quando Ansgar foi requisitado para uma missão arriscada na Suécia. Foi nessa ocasião que visitou a influente cidade comercial de Birka, no lago Malaren, onde estabeleceu um posto de missão, converteu o prefeito local, Herigar, e construiu uma capela. Ansgar voltou à corte imperial em 831 e foi designado primeiro arcebispo de Hamburgo (transferindo-se para Bremen depois de Hamburgo ter sido destruída pelos vikings em 845). O papa conferiu a Ansgar a tarefa de converter os dinamarqueses e os suecos ao cristianismo, e foi enviado um bispo para a Suécia, Gaudbert, que depois foi expulso “pelo ardor dos pagãos”. Na década de 850, Ansgar voltou ao norte, fundou uma igreja em Hedeby para atender a pequena comunidade cristã, que já ali existia, e em 852 regressou à Suécia. O rei e as comunidades jurídicas de Birka e de Upsala autorizam-no a pregar e a construir uma igreja em Birka. Uma viagem final à Dinamarca em 854 consolidou a igreja de Hedeby, e levou à fundação de uma segunda, em Ribe. No entanto, os efeitos da missão de Ansgar foram pouco dura-

douros, e em fins do século IX a Suécia e a Dinamarca

voltaram ao paganismo. Considerações políticas voltaram a converter os dina-

marqueses ao cristianismo — a pressão do imperador ale-

mão na fronteira da Dinamarca Meridional na primeira metade do século X. Sabemos menos do que gostaríamos sobre este período da história dinamarquesa, € muitas vezes temos de nos fiar em fontes recentes. Estas nos dizem que o arcebispo Unni de Hamburgo-Bremen levou uma

missão ao rei da Dinamarca em 930, mas este demons-

trou ser um pagão obstinado chamado Gorm. Foi com O

reinado de seu filho e sucessor, Haroldo Dente Azul que

os dinamarqueses se tornaram oficialmente cristãos por volta de 960. Segundo uma versão, a conversão de Haroldo ocorreu depois de o missionário Poppo demonstrar através de uma prova muito dura o poder superior da sua religião. Desta conversão orgulhava-se Haroldo na sua inscrição na maior das pedras rúnicas de Jelling. Estabeleceram-se bispados em Hedeby, Ribe (onde Odinkar ser120

“Reaas

De Ansgar, um monge da abadia de Corvey, na Vestfália, na Alemanha, temos uma biografia latina contempo-

viu durante 40 anos no início do século XI) e Árhus.

Depois, apesar de um lapso nos primeiros anos do rei-

nado de Svein, o Barba Fendida (987-1014), filho e sucessor de Haroldo, a Dinamarca foi por fim nominal-

mente cristã, estabelecendo-se mais bispados em Roskilde e Lund. Em um dos seus momentos cristãos,

Svein enviou um bispo inglês, Gotebaldo, à Igreja de Skâne. Durante o reinado do filho de Svein, Canuto, o

Grande (1018-1035), que também foi rei da Inglaterra, a Igreja recebeu mais reforços de missionários ingleses — os bispos Bernardo em Akâne, Gerbrando na Zelândia e Reginberto na Fiônia — e depois houve influências tanto inglesas como alemãs no cristianismo dinamarquês. Na Suécia, o processo de conversão foi posterior e durou muito tempo. Isso se deveu em parte à natureza dividida da sua população. À gente de Ostergótland e Vastergotland, no Sul, estava mais próxima da influência cristianizadora da Europa continental, enquanto os svears, que viviam no centro da Suécia em volta do lago Málaren, eram pagãos acérrimos. Reis particulares do século X aceitaram missões cristãs no país, e o rei Olaf Skótkonung, que reinou de 990 a 1021/1022, aceitou o batismo e aumentou a expansão do cristianismo, fundando

o primeiro bispado sueco em Skara, em Ostergôtland.

Sucessivos soberanos favoreceram a causa cristã, e a re-

ligião propagou-se progressivamente por todas as pro-

víncias do país, fundando-se bispados em Upsala e, no final do período viking, em Linkôping. A propagação do cristianismo é traçada nas inscrições rúnicas de pedras comemorativas. Os textos que contêm sentimentos cristãos aparecem a partir do princípio do século XI na Suécia Meridional, mas muito depois nas regiões mais centrais do país, onde algumas formas de paganismo parecem ter durado muito tempo. Efetivamente, em fins do século XI houve épocas em que bispos cristãos receavam ocupar os seus bispados. O grande templo pagão de Gamla Upsala parece ter durado relativamente muito tempo no período “cristão” da história sueca, e é muito provável que formasse um centro de oposição à nova fé.

A esquerda. À face principal da

grande pedra rúnica erigida em

Jelling pelo rei Haroldo Dente Azul, da Dinamarca, contêm a

maior parte da inscrição rúnica que exalta seus pais (e a ele

próprio). O texto continua à volta da parte superior dos outros dois

lados; um representa a crucificação de Cristo (mostrada na página

anterior), e o outro a cena deum

animal parecido com um leão

entrelaçado com uma serpente

(página 99).

TERCEIRA PARTE

A EXPANSÃO VIKING

EUROPA OCIDENTAL As primeiras incursões na Inglaterra, 793-865

“793: neste ano apareceram presságios terríveis na Nor-

túmbria, que assustaram muito as pessoas. Consistiam em imensos torvelinhos e relâmpagos, e viam-se dragões chamejantes voando pelo ar. Aqueles sinais foram imediatamente seguidos por uma época de grande fome, e pouco depois, em 8 de junho do mesmo ano, os homens

pagãos destruíram a igreja de Deus em Lindisfarne, saqueando e matando.” Com estas palavras, retiradas da Crônica anglo-saxã, os vikings aparecem pela primeira vez nos anais da história inglesa. Durante os três séculos seguintes, iriam dominar os acontecimentos do país até o ponto de os reinos anglo-saxões ficarem à beira da destruição. A presença escandinava deixou uma marca tão profunda na paisagem inglesa, que ainda hoje restam marcas dela. Embora a incursão no mosteiro de Lindisfarne seja a primeira que se registrou nos documentos que possuímos, é provável que os contatos entre a Inglaterra e a Escandinávia existissem desde muito antes. No próprio período pré-viking dos séculos VII e VIII, certas semelhanças entre os estilos artísticos da Inglaterra e da Es-

candinávia indicam, sem dúvida, um grau de contato

através do mar do Norte. Naquela época, a Inglaterra estava dividida em vários reinos e sub-reinos, e é possível que alguns deles tenham sido fundados por gente de origem escandinava. As provas mais decisivas que temos disso são provenientes da Anglia Oriental, onde alguns objetos, em particular o capacete e o escudo da grande

embarcação-túmulo do século VII em Sutton Hoo, são

quase idênticos aos dos lugares suecos contemporâneos como os cemitérios de Valsgârde e Vendel, em Uppland. Embora o guerreiro de Sutton Hoo e seu parente não

sejam provavelmente

escandinavos, não há dúvida de

que havia uma associação consciente, através do uso de objetos e de símbolos, com uma tradição cultural escandinava. Às razões podem residir numa identificação

com as crenças pagãs dos países escandinavos. Na época

da sepultura de Sutton Hoo, o cristianismo estava ex-

pandindo-se na Inglaterra, e os objetos suecos como o capacete — talvez usados como símbolos de poder aristocrático ou até real - podem ser considerados afirmações

anticristãs de solidariedade com os antigos costumes pagãos. Não esqueçamos que o paganismo persistiu na Suécia até meados do século XL. Esta tentativa de fazer perdurar as primeiras religiões na Inglaterra falhou, e no final do século VII, quando ocorreram as primeiras incursões vikings, O país era inteiramente cristão havia mais de cem anos. Embora a antiga identificação com a Escandinávia não tivesse sido esquecida, também

não se manteve. As fontes escritas

inglesas contemporâneas, como a Crônica anglo-saxã, não fazem distinção entre os escandinavos da Dinamar-

ca, da Noruega ou da Suécia. Normalmente, todos são mencionados como dene — “dinamarqueses” — ou são simplesmente descritos como pagãos. Várias referências documentais enigmáticas, que datam da época da incursão de Lindisfarne, podem estar relacionadas com a atividade viking. Sabemos, por

exemplo, que o rei Offa da Mércia, no Centro e no Sul do país, que então era um dos reinos mais poderosos, ordenou a defesa da costa meridional contra uma ameaça de guerreiros pagãos não especificados em 792: uma anotação na Crônica anglo-saxã no ano de 789 diznos que durante o reinado do rei Beorhtric de Wessex (786-802) três barcos que levavam escandinavos chegaram a Pordand, no sudoeste. Estes escandinavos eram provavelmente comerciantes; o seu assassinato registrado num documento real pode ter sido resultado de um mal-entendido, mais do que de violência premeditada. Como os invasores de Lindisfarne, os vikings de Porland parecem ter sido noruegueses, havendo uma característica norueguesa marcante em muitos dos primeiros ataques às ilhas Britânicas. Não obstante, é provável que as E

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À esquerda. O escultor que talhou os guerreiros brandindo século suas armas nesta lápide do de IX, procedente do mosteiro Lindislarne, pode ter evocado a deliberadamente a devastador

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século VII em forma de cruz,

coberta de animais estilizados e

entrelaçados, foi retirada da capa

de um missal para ser usada como pingente. Foi encontrada no túmulo de uma mulher, em

Bjorke, na Noruega Ocidental,

tripulações dos barcos vikings contivessem guerreiros de

mais de uma nacionalidade, o que aumentou a confusão inglesa sobre a identidade dos seus perseguidores nórdicos. Quando as notícias dos devastadores ataques vikings

se difundiram, a reação inglesa foi de horror e indigna-

ção. Pouco depois da destruição da igreja dedicada a St. Cuthbert em Lindisfarne, o eminente clérigo Alcuíno, que era um oficial na corte do imperador Carlos Magno em Aquisgran, escreveu ao rei da Nortúmbria: “Nunca antes tinha havido tanto terror na Grã-Bretanha como o que padecemos agora de uma raça pagã, nem se pensa-

va que se pudesse fazer semelhante incursão vinda do mar. Olhai a Igreja de St. Cuthbert salpicada do sangue dos sacerdotes de Deus, despojada de todos os seus ornamentos. O lugar mais venerável da Grã-Bretanha foi presa dos povos pagãos.” Em 794, o ano que se seguiu à

incursão de Lindisfarne, um segundo mosteiro de Nortúmbria, em Monkwearmouth ou Jarrow (os anais são

confusos), foi queimado pelos invasores vikings. Era esta indiferença pela santidade da Igreja, mais que os outros aspectos da ferocidade dos vikings, o que inspirava tanto pavor às suas vítimas cristãs. Como pagãos, Os vikings eram considerados por muitos dos analistas ingleses como uma sentença de Deus pelos pecados das pessoas, e as predições do profeta Jeremias tiveram eco através

das amargas guerras que se seguiram: “Do norte virá um mal que arruinará todos os habitantes da terra.

Depois da violência inicial da incursão de 793, a Inglaterra desfrutou de uma paz virtual durante mais de 30 anos, enquanto as frotas vikings concentravam os seus ataques contra a Irlanda, Mas essa seria apenas uma breve trégua, dado que por volta de 830 se viu que os escan124

|

EUROPA OCIDENTAL

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também grande mobilidade, dad OS Mavasores unham — pério Carolíngio, um grande corpo de dinamarqueses devido ema parte às capaci ass d ) a AME O seu exito era - tinha vindo para a Inglaterra à procura de um novo obWS p ades

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jetivo, um estabelecimento permanente, O advento do rande Exército” marcou uma virada decisiva nas rela-

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Iria estar livre de uma presencç: andinav -; | à presença escandinay a. Durante 15 - 265 anos (até J5) os ataques regulares continuaram, e nes-

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Quase todas as nossas informações contemporâneas das

se ano se taz referência pela primeira vez ao pagamento

primeiras incursões vikings foram escritas como as histó-

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As escavações feitas na zona de Wood Quay, de Dublin, nas fundações anteriores para proporcionar uma base num lugar entre o rio Liffey e a Catedral de Christchuch, firme. Por conseguinte, havia várias camadas sucessivas desde 1960, descobriram indícios da cidade da época vi- | de habitação dentro do período de povoação da época. hingque são de uma qualidade excepcional devido à naviking (c. 920 —1 100) — há 13 só na Rua de Fishamble tureza pantanosa do solo. Foi possível identificar alguAlém disso, quando os anglo-normandos recuperarama mas das vivendas de madeira dos habitantes vikings, que

terra da margem

se encontravam em parcelas cercadas, junto com edificios secundários — balneários, estábulos, currais, oficinas

combros domésticos da povoação viking como enchi mento. O exame cuidadoso de todo este material facil

e armazéns. À natureza pantanosa do solo foi sempre,

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evidencia os extensos contatos de

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da época viking; proporcionando provas de diversasativ

vem ter sido pisados pelo gado trazido dos campos cir-

Azona artesã da cidade parece ter-se situado no extremo |

dades, como a talha de madeira e de osso e a curtimenta,

cundantes. Por serem feitas de madeira, as casas tiveram

oriental da Rua Maior, e os membros mais ricos da comu |

10 É ou 20 anos, e, como os limicada = : de ser reconstruídas

pelas A suas|; o : nidade viking, que podem ser aidentificados

grandes casas e pelos seus magníficos artefatos, viviamna

tes de propriedade não variavam, as casa novas foram

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zona da Praça de Christchurch.

construídas no mesmo lugar das antigas: punha-se tepe

o.

À esquerda. Uma moeda de Shitric Barba de Seda, o governador do Dublin viking, que estabeleceu a

primeira casa da moeda na Irlanda, por volta de 997.

Abaixo. Uma reconstrução de uma

rua no Dublin do século X, bascada nas escavações na Rua Fishamble.

Mostra uma série de parcelas

adjacentes, cada uma com uma casa de madeira e, em alguns casos, com dependências. As parcelas,

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separadas por cercas de caniçadas,

seguem a direção naturaldosolo. 4

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estavam colocados no solo das ruas entre parcelas, e de-

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A esquerda. As condições

pantanosas garantiam a manutenção de muitos artigos de madeira, como vasilhas torneadas e aduelas de barris .

Este cajado, encontrado na Ru a de Fishamble, é muito

trabalhado. Foi magnificamen te elaborado numa característi ca versão de Dublin do estilo de

Ringerike, corrente na

Escandinávia do século XI.

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cultural com a

população irlandesa local. A insígnia em forma de anel caracteristica dos irlandeses foi adotada e manufaturada em grande escala pelos vikings. Foram encontrados exemplares tão a norte como a Islândia e tão a oeste como a Terra Nova. Os escandinavos também copiavam, muitas vezes em variantes muito mais toscas, broches de forma penanular, magnificamente executados

na Irlanda. Os vikings encontraram muito mais na Irlanda, especialmente a admirável metalurgia que levaram para a

oficinas irlandesas. Uma peça de espada em forma de cruz, procedente do recife de Smalls, no Sudoeste do

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Há outras indicações de intercâmbio

CELTA

Noruega após as primeiras incursões. Em finais do período viking, os estilos de decoração escandinavos, como o de Ringerike e o de Urnes, modificaram-se nas

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País de Gales, por exemplo, tem um adorno do estilo característico de Urnes irlandês, e o estilo de Ringerr-

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ke pode ser observado em artefatos de madeira procedentes de Dublin. Embora a decoração da pedra esculpida mostre sinais de elementos hiberno-nórdicos modificados, este estilo não é tão comum na Irlanda como no outro lado do mar da Irlanda. No entanto, eles podem ter preferido a madeira à pedra como meio para talhar, e por isso não restam exemplares. Às pe-

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dras com inscrições rúnicas que se encontram separadas, como uma conhecida em Baginish, no Oeste da Irlanda, devem bastar para preencher provas materiais.

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Os vikings de Dublin Sabe-se muito mais sobre Dublin que sobre qualquer outra cidade da Irlanda durante a época viking, embora só o seja por ali terem sido levadas a cabo investigações

arqueológicas. Dublin atraía os vikings pela sua localização num importante vau do rio Liffey, que servia de fronteira entre os reinos de Brega e Leinster. Em 841,

Abaixo. Uma vista aérea das

escavações de Wood Quay. À

Praça de Christchurch está diante da catedral, em segundo

plano, com a extremidade

oriental da Rua Maior à sua direita. Entre elas, encontra-se à

Rua de Winetavem, que desce até o rio Lifley; a Rua de Fishambre, à esquerda, marco

de outro limite da localização.

ou XI Xs As casas dos século

foram encontradas à sua direita, entre a curva e a catedral. Às

primeiras fortificações em terra da povoação viking estão

eles estabeleceram um longphort num lugar que não foi localizado, mas que poderia ter sido o do mosteiro irlandês em Kilmainham.

Não foi achado nenhum indício de ocupação ante-

rior ao século X nas extensas escavações empreendidas

em Dublin na década de 1960. Sabemos que os nórdrcos foram temporariamente expulsos da sua primeira colônia em Dublin em 902, e que muitos deles se instalaram no Noroeste da Inglaterra e na ilha de Man. Vol-

taram por volta de 917, e está claro que então Dublin foi fundada de novo na localização que hoje continua a ocupar. Durante o século X, Dublin enriqueceu fazendo co-

exatamente em frente; foram substituídas no início do século

mércio com outros centros em volta do mar da Irlanda, como Chester e Bristol. As escavações revelaram vários

cheia de escombros do Dublin

quais os ferreiros, curtidores, fabricantes de pentes e ta-

XII pela muralha de pedra que pode ver-se dividindo o lugar em duas partes. A área de terra

viking encontra-se diante desta muralha; era contida por revestimento de madeira.

À esquerda. Um fragmento de

osso encontrado na Rua Maior,

cuidadosamente talhado no

estilo de Ringerike, como uma amostra da prática de um

artesão.

edifícios de madeira bem conservados, que remontam à época viking. Muitos deles continham as oficinas nas

lhadores de madeira exerciam o seu ofício. Os ricos dirigentes de Dublin aproveitaram a situação incerta da Inglaterra naquela época para aumentar o seu poder do outro lado do mar da Irlanda, reivindicando a auto-

ridade sobre a ilha de Man e arrebatando o controle do reino de York aos dinamarqueses, e mantendo-o até 925. Em 980, no entanto, foram vencidos pelos irlandeses de Munster na batalha de Tara, e a cidade pagou um tributo importante. Os distúrbios posteriores entre os nórdicos da Irlanda fizeram com que os vikings de Waterford assumissem o comando de Dublin durante um breve período em 994, e Dublin nunca pôde recuperar

a posição preeminente de que gozava anteriormente entre os nórdicos irlandeses.

163

O ATLÂNTICO NORTE

Como vimos, vários dos vikings que deixaram a Noruega para fazer incursões ao longo das costas da Escócia e da Irlanda permaneceram ali como agricultores. Mas alguns deles — ou alguns da segunda geração de colonos — rapidamente navegariam de novo para ocidente, desta vez com destino ao Atlântico Norte: as ilhas Feroe, a Islândia e, finalmente, a Groenlândia e a América do Nor-

te. Outros fizeram a viagem diretamente para oeste parndo da Noruega. Muitos sustentam que a casualidade

desempenhou

o papel

principal

na

migração

viking

para ocidente, mas a esta distância no tempo é difícil saber até que ponto a necessidade e a resolução, mais que a simples curiosidade e os ventos dominantes, os guiou na procura de novas terras. Não há dúvida de que a viagem era perigosa. Havia que ultrapassar os obstáculos perigosos naturais do

Atlântico Norte, como os icebergs, não nos surpreenden-

do ouvir falar de afundamentos de barcos com as suas tripulações. Não sabemos muito sobre os métodos de navegação vikings. Nas águas costeiras, teriam usado sinais conhecidos para guiar os barcos, e, quando não avistavam terra, provavelmente calculavam a sua posição em relação com o porto do país ou o ponto de destino utilizando algum tipo de medida padrão, como um mastro graduado ou uma pedra-do-sol, para calcular a

altura aparente do Sol ou da Estrela Polar à noite (“na-

vegação de altura”). Foi-se adquirindo progressivamen—

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te um conjunto de conhecimentos sobre rotas, épocas de navegação entre lugares conhecidos, marés, ventos e correntes que foi transmitido de geração em geração;

meios de que não dispunham, no entanto, os primeiros

aventureiros que cruzaram as águas desconhecidas do Atlântico Norte. Os escritores de sagas não hesitaram acerca do seu valor, enquanto os desembarques conseguidos posteriormente ficaram por registrar como se fossem acontecimentos comuns. O fator significativo no impulso para o ocidente através do Atlântico Norte, em oposição às viagens vikings mais para o sul, é que o motivo principal parece ter sido

a colonização — a ocupação de terras e a exploração — antes que as correrias e os saques. Estas terras novas não eram habitadas, o que altera a

nossa maneira de ver hoje os acontecimentos. Ao contrário das incursões vikings na Europa Ocidental, onde os cronistas contemporâneos dentre a população local estavam à mão para descrever os seus atos de pirataria, não havia ninguém para facilitar uma informação de primeira mão sobre o que aconteceu no Atlântico Norte. À nossa informação documental provém principalmente das sagas, que — como já se assinalou no capítulo anterior — foram escritas muito depois dos acontecimentos e certamente depois de a história ter sido embelezada na transmissão. Apesar de todas as glórias e proezas vikings que as sagas contam, os nórdicos não foram os primeiros a chegar às ilhas do Atlântico Norte. O monge irlandês

Dicuil, escrevendo na França em 825, diz-nos no Livro da dimensão da Terra (Liber de Orbis Mensura Terrae) que desde 700, aproximadamente, existia, entre certos monges 164

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mais ousados, o costume de atravessar as águas inexploradas nas suas frágeis embarcações (provavelmente, simples barcos de couro conhecidos pelo nome de curraghs), estabelecendo-se na primeira ilha desabitada que encontravam e construindo celas simples onde viviam como eremitas, dedicando sua vida a Deus. Os vikings que encontraram estes monges na ilhas Feroe, e também na Islândia, chamaram-nos papar (os pais). Como correspondia ao seu estilo de vida, os eremitas, pelo visto, fugiram dos imigrantes; Ari Thorgils-

son conta-nos que deixaram

para trás os seus livros,

smos e báculos. No entanto, há poucas provas da sua

ocupação, Para além dos escritos de Dicuil e de Ari, só

remanescem alguns topônimos e restos arqueológicos

efêmeros.

As ilhas dos cordeiros É Dicuil quem nos proporciona a nossa primeira visão histórica das ilhas Feroe, um grupo de ilhas de margens escarpadas situadas no Atlântico Norte, a meio caminho entre as Shetland e a Islândia: “Há muitas outras ilhas no oceano ao norte da GraãBretanha, onde se pode chegar partindo das ilhas Britãnicas que estão mais ao norte em dois dias e duas noites de navegação, com velas desfraldadas e vento favorável |...]. Certo homem santo me comunicou que [...] de-

sembarcou numa delas. Nessas ilhas, eremitas que na-

vegaram desde Scotia (Irlanda) viveram ali desde há

cem anos aproximadamente. Mas [...] agora por causa dos piratas nórdicos elas estão vazias de anacoretas e cheias de inumeráveis cordeiros e de grande número de aves marinhas.” 166

Por isso sabemos que havia cordeiros nas ilhas antes da chegada dos nórdicos por volta de 860-870; por conseguinte, não é raro que os colonizadores as chamassem ilhas Faereyjar, ou ilhas dos Cordeiros. Deixemos que a Saga dos ilhéus das Feroe (Faereyinga Saga) nos proporcione a identidade do primeiro colonizador nórdico: “Havia um homem chamado Grim Kamban; foi o primeiro homem que se estabeleceu nas ilhas Feroe. Mas no tempo do rei Haroldo, o Cabelo Belo, muita gente fugiu (da Noruega) por causa da sua tirania. Alguns se decidiram pelas Feroe e se estabeleceram ali, enquanto outros foram para outros países desabitados.” Apesar de o escritor afirmar que era norueguês, o nome celta Kamban indica que Grim pode ter sido um colonizador escandinavo procedente das ilhas Hébridas ou da Irlanda. Vários cruzeiros de pedra com gravuras simples, como as que se encontraram em Skúvoy, junto com alguns to-

pônimos que contêm o elemento papa, foram tradicional: mente considerados como dados que corroboram a informação de Dicuil sobre a presença de monges irlandeses nas ilhas. No entanto, não se fez nenhum achado arqueológico relacionado com os lugares cujo nome integravam papa, e a forma simples dos cruzeiros gravados não prova por si própria a sua data tão antecipada. Argumentou-se recentemente que as amostras de pólen da ilha de Mykines demonstram que se cultivavam cereais na ilha no século VII. Não obstante, a data das amostras de pólen é dis-

cutível. Se os três elementos de informação pudessem ser estabelecidos com certeza, as declarações que apóiam o informe de Dicuil seriam realmente convincentes.

Acima. As ilhas Feroe, sem árvores,

erguem-se no oceano Atlântico, a meio caminho entre as Shetland

e a Islândia. Têm um clima que não permite praticamente

nenhum cultivo, c os habitantes

dependem da criação de ovelhas €

da pesca para o seu sustento,

Os primeiros colonos nórdicos

chegaram no século IX. Então, como agora, as vertentes

escarpadas das ilhas limitaram a povoação na faixa costeira.

Povoações vikings nas ilhas Feroe Durante a época viking, as

povoações estiveram limitadas,

como atualmente, às faixas costeiras da ilha. De qualquer modo, a distribuição do topônimo

aergi — uma palavra relacionada

com a criação de gado - sugere —

que alguns membros da população camponesa talvez se tenham

tornado pastores temporariamente,

levando o gado a pastar nas terras altas. Foi estudada uma grande quantidade de povoações da época viking— em forma de fazendas

individuais, comunais ele. =, incluindo, nos últimos anos,

algumas fazendas nas terras altas. Os achados materiais deste

período são muito escassos, à

exceção de Toftanes. Só foram

encontrados dois grupos de esculturas da época viking:

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colóização

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O ATLÂNTICO NORTE

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à causa do indício de

tas ilhas Feroe anterior à época viking:

A Saga dos ilhéus das F eroe diz-nos os nomes dos colonÊ

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zadores e dos lugares onde se estabeleceram nas diferentes ilhas: por exemplo, sabemos que um certo Thrand tinha a sua fazenda em Gótu, em Eysturoy. Embora a veracidade da fonte na sua totalidade seja agora posta em dúvida e ela não possa ser usada como um guia exato da primeira fase de colonização, ou landnám, das Ilhas Feroe, traçaram-se os planos dos sítios mencionados nela e descobriram-se semelhanças espantosas com

os modelos

de povoações atuais. Não obstante, dado

que os declives escarpados das ilhas, que emergem abruptamente do mar, limitam a zona de terra disponível para construir, esta correspondência de zonas de povoação que ajuda os arqueólogos na identificação dos lugares também pode criar problemas, já que as pessoas não se sentem entusiasmadas com o fato de se fazerem escavações em sua casa ou em seu jardim.

Escavaram-se cerca de 16 sítios nórdicos nas Feroe,

mas poucos revelaram artefatos que remontem à colónia viking inicial; a maioria dos objetos recuperados,

cuja data se pode calcular, pertencem ao século XI. As provas de colonização mais antigas remontam aos últimos anos do século X e encontraram-se em Kvívik e Fuglajórdhur. Mas parte da localidade de Kvívik, construída junto da costa, sofreu a erosão das ondas e há indicações de que alguns lugares anteriores podem terse destruído do mesmo modo. A fazenda de Kvivik é o que melhor se conservou de todos os restos da época viking que hoje podem ser vistos nas ilhas Feroe. Consiste

numa sólida vivenda retangular com largas paredes de

pedra e de tepe de um metro de altura, a qual contém

uma grande lareira central e um buraco para brasas.

Embora uma extremidade desta construção se tenha

perdido no mar, resta uma entrada lateral numa das paredes remanescentes, que conduz diretamente a um riacho contíguo. Exatamente ao lado deste edifício há um estábulo que agora também está incompleto por causa da erosão do mar, e que deve ter alojado, aproximada-

mente, uma dezena de vacas em compartimentos de pedra. Acharam-se marcas de relva e córtices de álamobranco que formavam o telhado, um método que os colonizadores trouxeram da Escandinávia e que continuou a ser de uso comum nas Feroe até muito recentemente. A prova do carbono 14 nestes indícios confirma uma

data inicial na fase de colonização

dedicada

à

construção. As casas das ilhas Feroe também eram cons-

truídas com paredes de madeira e de pedra, feitas do mesmo

modo

que as casas escandinavas, embora

isso

requeira a importação de madeira para estas ilhas sem árvores. Tanto Kvívik como Fuglafjtordhr, que é um lugar parecido, mas não tão bem conservado, encontram-

se nos limites das povoações atuais. Em Toftanes, no sul de Leirvik, em Eysturoy, onde uma área mais ampla esta-

va disponível para a investigação, escavaram-se quatro edifícios, entre os quais alguns parecem ter sido reconstruídos. Estas escavações maiores tiveram grande significado para a nossa compreensão da economia das ilhas Feroe durante a primeira fase de colonização. O complexo consiste numa habitação com uma lareira central, um

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armazém e duas construções mais, que provavelmente incluíam uma cozinha. Um número excepcionalmente grande de achados (cerca de 500 no total) foi recuperado, incluindo recipientes de esteatite (provavelmente trazidos da Escandinávia), contas de vidro, pedras de amolar de xisto e, o que é mais interessante, pela nature2a excepcional das provas, vários artigos de madeira 167

O ATLÂNTICO

NORTE

Acima. A escavação de Kvivik, em

Streymoy, revelou o exemplar clássico de uma fazenda da época viking das Feroe, a qual compreende uma casa de 20 metros de comprimento e, paralelo a esta, um estábulo para o

gado no inverno, ambos construídos com grossas paredes de terra € de pedra. À casa tem uma porta lateral,

que dá acesso ao riacho adjacente,

e uma lareira central empedrada;

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bem conservados, que incluem um tabuleiro de jogo. A prova do carbono 14 nestes artigos confirma que o lugar estava ocupado nos séculos IX e X. Os animais guardados na propriedade eram sobretudo cordeiros, como continua hoje a ser nas ilhas, mas também se encontra-

ram alguns restos de vaca e de porco. Toftanes era obviamente um complexo agrícola de tamanho e importância consideráveis. Durante os meses de primavera e de verão, os animais deste tipo seriam levados para pastos ou invernadas elevados. Este sistema de criação de

animais em uso na Noruega foi rapidamente adotado pelos fazendeiros vikings em outras regiões montanhosas; já vimos a sua presença na Escócia e na ilha de Man. Neste último caso, o elemento celta de alguns topônimos, aergi, pode ser prova de uma povoação da época viking, e este costuma ser o caso nas ilhas Feroe, provavelmente uma indicação de que os primeiros colonizadores vieram da Grã-Bretanha Ocidental, como Grim Kamban pode ter feito. As investigações arqueológicas recentes concentraram-se nestas fazendas de planalto. 168

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Em Argisbrekka, por exemplo, foram encontradas várias casas feitas com paredes de tepe, de uma construção muito diferente da de outros edifícios da época viking nas ilhas, e isso sugere que era uma povoação só ocupada no verão, com a fazenda principal nas imediações de Eidhi, a aldeia mais próxima. A recente descoberta de um grupo de túmulos pagãos em Sandur, na ilha meridional de Sandoy, proporcionou novas provas de uma anterior presença viking. As escavações feitas ali junto da igreja revelaram restos de extensas colônias, que incluem uma série importante de igrejas de madeira primitivas, a mais antiga das quais se associa a um tesouro de moedas do século XI. Esta localidade ocupa uma zona de terra baixa e de

livre desaguamento, muito diferente dos escarpados declives de basalto vulcânico e tufo das ilhas setentrio-

nais, e, obviamente, teve uma história de colonização

tão longa como qualquer ilha Feroe. Apesar da sua no-

tável concentração de restos da época viking, este lugar

não é mencionado na Saga dos ilhéus das Feroe.

o seu interior teria estado revestido

de madeira, enquanto o telhado de tepe e de córtice de álamo se apoia;

em duas filas de postes, Entreoc

achados feitos ali sc encontrava um cavalo de brinquedo (à esquerda)

um semental talhado em madeira de abeto; o barco de by inquedo, de

salgueiro, mostrado junto dele, é

de outra povoação da epoca viking. em Argisbrekka, em Eysturoy,

:

Até o achado dos túmulos pagãos em San dur, pratica-

mente as únicas sepulturas vikings que se conhec ja m nas

ilhas Feroe estavam em Tjgrnuvik, no extr emo norte de Streymoy. Descobriu-se ali um grupo de túmulos ma rca-

dos com pedras numa área de desmo ronamento de terras, na ponta de uma enseada. Er am

tão escassos os bens

O ATLÂNTICO NORTE

Islândia: a terra do gelo

À Islândia encontra-se no meio do Atlântico a cerca de

800 milhas da costa do Sudoeste da Noruega. Os barcos

que se faziam ao mar dos países escandinavos teriam demorado entre uma semana e um mês para chegar ali. Mesmo fazendo escala nas Shetland e nas Feroe, a via-

mortuários que continham, que se suge riu que as pessoas ali enterradas teriam sido víti mas de um n aufrágio.

gem devia ser muito perigosa. As paisagens inóspitas da

gs, confirma a identidade cultural destas pessoas. A

perficie, e a terra de cultivo limita-se à franja costeira e aos vales do sul e do sudoeste. Não obstante, a partir de S60, os povoadores vikings começaram a chegar ali em

Uma insígnia simples em forma de anel, de desenho Irlandes do século X que se tornou habitual entre os vih; 11

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distribuição destas insígnias aneladas. da Terra Nov a à

Escandinávia, demonstra que houve uma rede de contatos culturais que unia as colônias do Atlântico Norte.

Islândia formaram-se com vulcões e gelo; os campos de lava e as geleiras cobrem quase três quartos da sua su-

grande número, num movimento colonizador que parece ter sido levado a cabo em circunstâncias muito dife-



SRA,

O ATLÂNTICO NORTE

rentes das que se introduziram nas Shetland e nas Órcades, ou nas ilhas Feroe, na esfera de influência viking Os

historiadores medievais islandeses pensavam que teria sido a tirania impiedosa que o rei Haroldo exercia sobre

os camponeses livres da Noruega o que teria levado muitos deles a procurar

uma

liberdade

política nas novas

terras a ocidente; outros sustentaram que a colonização foi incitada pela escassez de terras nos lugares de origem. Não há dúvida, no entanto, de que alguns dos pri-

meiros povoadores vinham da Grã-Bretanha e da Irlan-

da.

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vez

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informação escrita sobre a ilha. A exatidão da sua descrição de fenômenos tão naturais como o sol da meia-noite é uma prova convincente da confiabilidade das suas fontes como

testemunhos oculares:

“Faz agora trinta anos que os sacerdotes (clerici) que viveram nesta ilha desde o primeiro dia de fevereiro até o primeiro dia de agosto me disseram que não só no

solstício de verão, mas também

nos dias anteriores e

posteriores, o sol poente esconde-se na hora do anoite-

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cer como se estivesse atrás de uma pequena colina, e,

portanto, não há escuridão durante este período de tempo, e qualquer tarefa que um homem deseje realizar, incluindo procurar piolhos na sua camisa, se pode fazer exatamente como em plena luz do dia. Os que escreveram que o mar é gelado à volta da ilha estão enganados

[...] mas depois de um

dia de navegação

daqui

para o norte encontrarão o mar gelado.”

Esta e outras referências documentais, que fazem alusão aos santos celtas que vagueavam pelo norte, como São Brandão, indica que “Thule” (agora identificada como a Islândia) era habitada desde 60 a 70 anos antes da chegada dos vikings. Não obstante, não há nenhuma prova arqueológica convincente que apóie uma presença pré-viking na Islândia. Alguns poucos topônimos com

Abaixo. Os péiseres e os ma nanciais

quentes (como o queaquise mostra) são um elemento

impressionante da paisagem

islandesa que contrasta fort emente

papa no Sudeste da Islândia foram motivo de muitos debates, mas as recentes escavações na ilha de Papey não lo-

com o seu gelo glaciário.

calizaram

colônias vikings, chamou-se assim

nenhum

rastro de povoação

que remonte

a

uma época anterior ao século IX. As provas que em dado momento se supunham confirmar uma atividade viking

Reiquiavique (“baia embaciada”)

o lugar de uma das primeiras

por causa do vapor que emanava dos numerosos mananciais quentes no Sudoeste da ilha,

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Hi stóri a das antiguidades do reino da Noruega (H istoria de Antiquitate Regum Norvagiensium), de cerca de 1180. O Livro

da

colonização

(Landnámaboók),

originariamente

compilado por Ari junto com outros na primeira metade do século XII, é a principal fonte de informação referente ao landnám ou fase de colonização. Proporcionanos os nomes e biografias de 430 colonos com as suas reivindicações de terras. Por isso, é uma fonte única. ou

conjunto de fontes, e entre outras coisas acabou por ser

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muito útil para os arqueólogos, indicando-lhes onde podiam localizar as colônias primitivas. Segundo o Livro da colonização, o primeiro colono permanente da Islândia foi um homem chamado Ingolf. Quando avistou terra, contam que atirou os dois pilares de madeira do assento de honra que tinha trazido consigo da Noruega para o oceano, para ver onde encalhariam. Demorou dois ou três anos para localizar onde tinham ido parar, mas finalmente encontrou-os num lugar do Sudoeste da Islândia que conhecemos pelo nome de Reiquiavique. Hoje, a capital da ilha deve o seu nome, que significa “baía embaciada”, às fontes de água quente natural dos arredores. Embora as escavações no centro da antiga cidade tenham achado restos da época viking, não se encontrou nada que os una diretamente à fazenda original de Ingolf, Segundo informação de Ari Thorgilsson, a colonização da Islândia completou-se em 60 anos, entre 870 e 930. Muitos dos primeiros colonos eram pagãos, e foram encontradas várias sepulturas com magníficas coleções

longe suficientes para representar a população original, | pois se calculou que cerca de 20000 pessoas vieram para a Islândia durante o período de colonização, aumentan-

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gor ra, ger são aago nas ilhaí s VestmannaHa São matérialmente, discussao. No passado, a e xistência de pe » Matéria de quenosva sin os ' pia alguns Etúmulos pagãos fez pensar que indica em uma na Islânc presença irlandesa pré-viking | ha, mas agora isto também está em questão porque nao se encontraram outras semelhantes na Irlanda. As sinetas podem ter sid -T SãO muul letetos. Emm to am todc do o caso, tal como nas ilhasS Fe:Feroe,: cgadaa do cheg dos nórddi iccaoss provocCOU ou o o afaí astamento dos s £ bapa. A chegada dos nórdicos à Islând ia é descrita no | di dos istandeses (IslendingabóR), escrito por Ari Thorgilss o chamado “pai da história irlandes: “No início do rs lo XII, mas não faz menção aos escandinavos a a atribui a descoberta da Islândia: o sueco Cardar nai son € os noruegueses Naddodd e Floki. Os seus nomeos | chegam-nos atr avês das fontes latinas primitivas, a Históna da Noruega (História Norvegiae), escrita em 1170 ea

O ATLÂNTICO NORTE

Ls

do posteriormente a população até 60.000, aproximadamente. Cada palmo de terra fértil foi explorado pelos fazendeiros nórdicos, e os que chegaram depois do período principal de colonização só puderam escolher terras pobres. Um destes atrasados foi Erik, o Vermelho, um criminoso e desterrado político da Noruega. Como o interior da Islândia era em grande parte coberto de gelo ou de lava, a colônia nórdica concentrouse na franja costeira e nos vales largos do sudoeste. À área mais densamente povoada parece ter sido o vale 171

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fazer recipientes deste tipo nos paises escandinavos.

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1939 as escavações de Stông, no vale de Thjórsá, na

Islândia Meridional, encontraram restos de um pequeno complexo agrícola que datava da época viking tardia. Estavam enterrados sob camadas de escombros vulcânicos lançados pelo monte Hekla. As paredes de tepe, construídas sobre fundações de pedra, tinham-se mantido em excelente estado de conservação. As investigações

posteriores descobriram os restos estruturais de duas fases anteriores de ocupação sob estes edifícios, e é possível que Stông, uma das várias povoações nórdicos da regiao, remonte à fase inicial da colonização islandesa, descrita no Landnámabók. Em 1974, para celebrar os mil e cem anos da colonização, fez-se uma reconstrução da

casa solarenga de Stông, no lugar mais acessível, um pouco afastado do lugar original.

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O complexo de Stông, escavado em 1939, consistia numa casa

principal, um estábulo

independente com compartimentos para o gado, um possível celeiro e uma forja para

forjar o ferro do pântano local;

junto ao riacho, há uma cerca

para animais (acima à esquerda), E difícil imaginar o que pode ter parecido o lugar no período

nórdico, dado que a lava e a pedra-pomes ocultam agora 05 contornos originais da terra.

Como as paredes de pedra e de tepe estavam tão bem conservadas

pela camada protetora de detritos vulcânicos, foi possível

reconstruir a casa de Stông com

um alto grau de exatidão (4

esquerda). Foram colocados com

cuidado alguns quadrados de

tepe sobre as fundações de pedra para construir as paredes exteriores. O telhado também

era coberto de tepe. As paredes €

o telhado foram revestidos coma uma camada de madeira isolante.

O interior da casa (acimajé

dividido em duas salas principais, cada uma com uma lareira E

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central e bancos para dormir: esta disposição, que conservava O

calor, também se encontra nas

casas islandesas medievais

posteriores. Duas ramificações de um lado da casa foram descritas

convencionalmente como vacara e sanitários, mas investigações

recentes sugerem que numa

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delas se efetuavao processo dalã,

cuja preparação requeria 0 uso da urina.

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O ATLÂNTICO NORTE

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Alocalização dos topônimos da

era geração estabelecida na Iândia, extraídos do Landnámbók, mostra uma maior concentração

nas terras costeiras do Oeste e do

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também corroborados pelas

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encontradas em povoações e

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particularmente densa nas

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g era ser conhecido pelo nome de Thingyvellir. O Althin ), presidido pelo lógsôgumadr (o homem que recita as leis que era escolhido pelos chefes locais ou godar, e propor icionava à tribuna para estabelecer leis e atender que o «as. Tradicionalmente, supõe-se que a primeira reuniã e do Althing aconteceu em 930, e esta data se mantev para assinalar o nascimento da Islândia como nação in: ao dependente, livre de qualquer tipo de controle real

icos ân lc vu os it tr de de o rt be co mo er Thjórsá. Hoje é um vulcões da s re io ma s do um a, kl He e nt mo expelidos pelo fino e ad id iv at de se fa em ou tr Islândia. Sabe-se que en vikinge a oc ép da as nd ze fa as ri vá € ; ng nal do período viki a, Em muitos nz ci de o nt ma um b so m posteriores jaze dado que , ão iç ru st de a su da ta da casos, pode saber-se da erupm co es ar ul ic rt pa va la de se identificaram camadas m tão exaja se o nã s ta da as ra embo a ções documentadas, antes. rtas como se pensava e uma das mais impo

en assinaescrever no final do século XI, Adam de Brem

lou que “os islandeses não têm outro rei além das leis” O Althing era o veículo de todas as decisões importan, tes com relação ao conjunto da colônia. O cristianismo por exemplo, foi introduzido oficialmente depois de longas discussões no Althing em 1000, embora se permitissem as práticas pagãs em privado a quem assim o desejasse. Abaixo do Althing estavam Os Things regionais, que e se reuniam regularmente para resolver assuntos locais

pensou qu Se o mp te o it mu r Po

1104. Supuem do ci te on ac tinha es çõ up er as st de es nt ta fazenda da no do an ab o provocado nha-se que esta tinha escavado pela a, rs jó Th le va do rte vestigain Stông, no extremo no es nt ce re as o, nt No enta primeira vez em 1939. cessivos de su os od rí pe os ri vá uve estão ções revelaram que ho s õe uç tr ns co de os up Dois gr ocupação deste lugar. ni a

na do ra nt co en foi e qu ca a por baixo do Um XII. e I XI s lo cu nos sé ré e a ocupação prosseguiu o çã up er a um de te proceden e, nt re fe di va la de da ma paredes de de s õe uç tr ns co s formou-se numa da taclisca O e qu ta en st su l ra ge a opinião a pode, de fato,

rsnes, ouvir queixas. Foi em um deles, o Thing de Tho

que Erik, o Vermelho, cujo temperamento fogoso fazia

da Isconjunto com a cor de seu cabelo, foi desterrado com lândia em aproximadamente 980 por assassinato, resultados transcendentes.

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O ATLÂNTICO

NORTE

Brattahlid Foi em Brattahlid, numa encosta escarpada que domina Einksfjord, que Erik, o Vermelho, construiu a sua granja em

casa, a parte mais antiga do edifício.

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cristianismo através do seu filho, Leif, o Ditoso.

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como fazenda de Erik, o Vermelho.

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Abaixo. Plano do edificio de lepe e de pedra tradicionalmente descrito

finais do século X. Esta se tornaria o centro da Colônia Oriental da Groenlândia. Conhecidos agora pelo nome de Qagssiarssurk, que significa “pequena enseada desconhecida”, os restos de três grandes complexos agrícolas e um lugar de reunião ainda são visíveis hoje. Embora um dos complexos agrícolas se conheça popularmente pelo nome de “fazenda de Erik, o Vermelho”, a maioria das estruturas de pedra pertencem aos séculos XIII e XIV ou finais do período de ocupação da Colônia Oriental. No entanto, os arqueólogos revelaram as marcas de estruturas anteriores sob as ruínas visíveis. Foi identificada mais positivamente a localização da igreja de tepe construída pela mulher de Erik, Thjodhild, depois de se ter convertido ao

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Acima. O grande complexo agricola a que pertencia a casa que se apresenta à esquerda estendia-se por uma agradável encosta que domina Eiriksflord, em Brattahlid.

Os edifícios que podem ser vistos hoje foram construídos em

diferentes séculos. A igreja, ao lado

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outros edifícios mostrados aqui eisãSão

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Groenlândia nórdica, e portanto as

ferramentas tiveram de ser tratadas com muito cuidado: esta caixa de madeira para tesoura de tosquiar foi encontrada num estábulo de

Sandnes, na Colônia Ocidental.

À direita. Os fiordes internos da Groenlândia proporcionavam terras protegidas para os colonos nórdicos e campo para à

agricultura, Um período de clima relativamente suave em toda a

região do Atlântico Norte durante

a época viking fez com que a vida

chamou Greenland

(Terra verde). Iinha vindo à procu-

ra de colonos para fundar ali uma nova colônia, e a saga conta que lhe deu este nome para que soasse mais atraente. A isto se denominou a maior burla da história,

embora os que hoje visitam a Groenlândia no verão fiquem surpreendidos com a quantidade de terra verde que encontram, sobretudo ao longo dos fiordes costeiros e nos vales interiores da Groenlândia Meridional. Talvez Enk tenha sido um pouco difamado; comparada com a propriedade de terra pouco fértil que lhe tinham dado na Islândia, a Groenlândia bem pode ter sido um nome apropriado.

preparar uma expedição de 25 barcos, e por volta de 985

zarparam rumo à Groenlândia. Só 14 barcos lá chegaram, contornando o cabo de Farewell para atingir os fiordes protegidos da baía de Julienháb, como hoje se chama o lugar onde havia um ancoradouro seguro, boa pesca e terra para o pastoreio. Estabeleceu-se ali a Colônia Oriental. Erik escolheu os lugares mais favoráveis para si mesmo, e a sua fazenda em Brattahlid, na ponta do Eiriksford, tornou-se o centro político da colônia. Alguns membros do grupo de colonos de Erik continuaram a navegar mais 650 quilômetros ao longo da costa até chegarem ao refúgio de Godthâbsfjord (também é o seu nome moderno).

Fundaram ali a Colônia Ocidental — que fica muito mais a norte que a Colônia Oriental. As fontes escritas

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mercadoria muito apreciada na

Conta-se que Erik reuniu voluntários suficientes para

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riacho, está a localizaçãoda ig a

À esquerda. O ferro foi uma

Gunnbjon UlfKrakuson, que tinha sido desviado da sua rota por tempestades violentas quando 1a da Noruega para a Islândia. Erik teve êxito na sua procura. Três anos depois regressou à Islândia falando de uma terra que

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estábulos e currais. Ao sul, per odo a

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ali fosse mais fácil que agora e,

portanto, ainda mais atraente para a colonização.

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O ATLÂNTICO NORTE

dizem-nos que a Colônia Oriental consistia em mais de

190 fazendas, e a Colônia Ocidental em cerca de 90; entre elas há um grupo menor de cerca de 20 fazendas, Imaginariamente denominada Colônia Central. Nestes

últimos anos, os extensos levantamentos de planos e es-

cavações indicaram que esses números são demasiado

baixos. Identificaram-se os restos de quase 450 fazendas só na Colônia Oriental, e pensa-se que muitos deles são contemporâneos em geral.

Nas zonas principais da colonização, as fazendas nórdicas agrupavam-se nas partes mais abrigadas dos fiordes interiores, onde as condições climáticas eram me-

nos extremas que nas costas. Os climatologistas pensam

que o conjunto

da região do Atlântico Norte

experi-

mentou um clima relativamente suave entre os séculos IX e XII, fazendo com que a terra que hoje é improdutiva pudesse ser usada para cultivar forragem e permitin-

do assim a criação de gado, que durante o inverno ficava

no estábulo. No entanto, as condições de vida nas colô-

Acima. Um peso de tear com o

martelo de Tor gravado,

encontrado num celeiro da

fazenda de Enk. Provavelmente,

data dos primeiros tempos da colonização, durante o período de transição do paganismo para o cristianismo.

À esquerda. Do lugar escavado da

igreja de Thjodhild vcem-se as águas de Einiksfjord, que hoje estão geladas de outubro a maio. À

paisagem que os colonizadores

encontraram na Groenlândia não

tinha árvores, € por isso os edificios foram construídos com tepe e

pedras € revestidos com madeira encontrada à deriva.

nias da Groenlândia devem ter sido duras, especialmente na Colônia Ocidental, que ficava mais Colônia Oriental a ocupação nórdica se costa, e puderam encontrar-se zonas de mente baixas e suavemente onduladas.

a norte. Só na estendeu até a pasto relativaAqui, em todo

King's caso, a declaração do escritor do século XIII do

e Mirror de que “na Groenlândia há fazendas grandes o belas” parece ter sido exata. Um estudo dos ossos de animal encontrados em sitios de colônias nórdicas na Groenlândia, junto com outros indícios, demonstra que além de cordeiros (que ainda cabras, são criados na Groenlândia) se criavam vacas €

fato que parece surpreendente dadas as limitações cliesmáticas atuais. No entanto, quase metade dos ossos da metacavados em sítios da Colônia Oriental, e mais

sobretudo de dos da Colônia Ocidental, são de focas,

pade focas-harpas. É claro que a caça desempenhava pel muito importante na economia nórdica. Também se matavam

renas,

e a sua carne

seria provavelmente

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complementada com cordeiro na dieta nórdica. Faziamse expedições regulares ao Nordrseta, os terrenos de caça no extremo norte, onde os colonos nórdicos teriam competido com os caçadores indígenas inuits pelos recursos naturais. A maioria dos lugares examinados até agora na Groenlândia pertence ao final do período nórdico. No entan-

to, a escavação de uma fazenda em Narssap, na Colônia

Oriental, sugere uma data de ocupação no período de

colonização inicial. E uma construção simples, parecida

com as que têm data comparável nas ilhas Feroe. O lugar mais famoso da Groenlândia fica na Brattahhd, numa agradável encosta que domina Eiriksfjord, na Colônia Oriental. Ali pode ver-se uma edificação conhe-

cida como “a fazenda de Erik, o Vermelho”, junto com

os restos de dois outros grupos de fazendas. No entanto, nenhuma dessas estruturas pode remontar a Erik, e quase não existem marcas visíveis das fases iniciais da ocupação. No centro do complexo há uma igreja magnífica. Esta substituiu a simples estrutura de tepe que ficava a sul e que hoje quase não se distingue, e que recebeu o nome de “Igreja de Thjodhild”, pois assim se chamava a mulher de Erik. Esta se converteu ao cristianismo depois de o seu filho Leif ter regressado à Groenlândia, vindo da Noruega encarregado pelo rei Olaf Tryggvason da missão de introduzir a nova religião na colônia, e construíram-lhe uma pequena igreja coberta de relva, para ela e para alguns seguidores. Erik, no entanto,

recusou-se

a abandonar

as suas

crenças pagãs, e Thjodhild depois não quis viver com 176

Escala 1. 2.600.000 ui irado

ele, o que, segundo o escritor da saga, “o incomodava muito” Um extenso levantamento de planos revelou os lugares de muitas fazendas, algumas com igrejas, ao longo do vale Qordlortoq até o norte, que une Airiksford e Isafjord. Um lugar de povoação em Sandnes, na zona do fiorde

interior da Colônia Oriental, que estava ocupada antes

do século XII, ultimamente atraiu muito à atenção dos

arqueólogos. Consiste num grupo de edifícios agrícolas, que incluem dois estábulos consideráveis e uma forja, além de uma igreja pequena, embora esta última esteja agora submersa pelo fiorde. Parece claro que Sandnes tinha poder territorial no fiorde interior sobre uma rede de outras fazendas menores. As condições geladas do solo mantiveram os restos de Sandnes em excelent e estado de conservação. Os edifícios agrícolas foram construídos com tepe e pedra, como na Islândia, e restam alguns fragmentos de madeira que demo nstram que as paredes, às vezes, tinham tábuas por dentro. As paredes ainda se erguem até uma altura consider ável. Os artefatos de madeira achados no lugar — por exemplo, uma capa usada para guardar a tesoura, encontrada

num dos estábulos — lançaram uma luz importante so-

bre o modo de vida praticado pelos audaciosos fazendeiros daquelas longínquas povoações nórdicas.

A colônia de Vinland Entre os colonizadores que navegaram com o grupo original de Erik, o Vermelho, à Groenlândia em 985, estavam os pais de um certo Bjarni Herjolfsson. Depois e na-

Povoações vikings na

Groenlândia (acima)

A maior parte da longa costa da Groenlândia é extremamente

inóspita, à exceção dos locais onde

os fiordes entram profundamente

terra adentro, Os colonizadores escandinavos estabeleceram-se em

três povoações, muito separadas

entre si, ao longo da costa

ocidental, A maior de todas, a

Colônia Oriental, cresceu em volta de Eiriksfjord. Erik, o Vermelho, estabeleceu-se em Bratrahlid.

O bispado de Gardar, estabelecido no início do século XII, ficava também na Colônia Oriental.

Rotas vikings através do

Atlântico Norte (à direita) Os vikings navegaram para O

ocidente da Escandinávia até as

Órcades, as Shetland, as Feroc e à

Islândia, saltando de ilha em ilha.

A Groenlândia foi avistada pela

primeira vez quando um barco que se dirigia para a Islândia foi afastado do seu rumo. Erik,O

Vermelho, partiu para o Ocidente

para verificar a sua existência e iniciar a colonização. Bjami Herjolfsson, de Herjolfsnes, nã Colônia Oriental, foi, muito

provavelmente, o primeiro europe E a vislumbrar a América do quando o seu barco ant

afastado do rumo, Foi o filho « 7 Erik, Leif, quem refez O

nino

de Bjarni para descobrir Vin

Thorfinn Karlsefni estabelecen— posteriormente uma povoação *

vida muito curta.

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O ATLÂNTICO NORTE

Enk, ele decidiu reconstituir a viagem de Bjarni na direção contrária. Deixando a Colônia Oriental, navegou ao longo da costa da Groenlândia e passou diante da Colônia Ocidental, até chegar à ilha de Disko. Daí cruzou o estreito de Davis e chegou a Helluland, agora identifica-

O a

da como a ilha Baffin. Continuando para sul, encontrou a costa do Lavrador (Markland), povoada de árvores tal

ta

O a

como Bjarni a descrevera, e depois continuou, navegando durante mais dois dias, até chegar a um promontório de terra a sudoeste que chamou Vinland (“Terra das uvas”), devido às uvas silvestres ou bagas que encontrou ali. Leif e o seu grupo desembarcaram e passaram ali o inverno antes de regressar à Groenlândia. Geralmente, é hoje aceito o fato de os vikings terem

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chegado à Terra Nova, na altura do continente norte-

americano. As sagas relatam mais uma tentativa de estabelecer uma colônia nórdica ali; efetivamente, no ano

seguinte, o irmão de Leif, Thorwald, dirigiu uma expe-

tm Pa,

gi

dição a Vinland, mas uma flecha matou-o numa escara-

Acima. O “Mapa de Vinland” é um desenho do mundo executado a

nae unta que pretende ter sido a sua feito no século XV, embora

autenticidade tenha sido

acaloradamente discutida.

resenta a Groenlândia quase

exatamente como uma ilha e

registra à descoberta de Vinland

por Bjami e Leif, mas agora muitos que este mapa é uma falsificação do século XX.

quele mesmo ano, ele saiu da Islândia com um cargueiro para juntar-se a eles, mas o barco foi desviado pelo vento e continuou a navegar para ocidente através do oceano até que avistou terra plana coberta de árvores, à

qual chamou Markland (“Terra dos bosques”). Bjarni não desembarcou, mas navegou ao longo da costa para norte, passando diante da terra deserta, montanhosa e rochosa, Helluland

(“Terra das rochas planas”), e de-

| pois para leste, para chegar à Groenlândia. Bjarni foi provavelmente o primeiro nórdico que avistou a América do Norte. Foi Leif, o Ditoso, o filho de

Erik, o Vermelho, quem ali desembarcou pela primeira vez, entre dez a quinze anos depois. Segundo a Saga de

muça com um grupo de americanos nativos. Dizem que Thorfinn Karlsefni estabeleceu uma colônia de 60 a 160 pessoas poucos anos depois, mas parece que durou apenas três anos. A hostilidade permanente da população indígena, a que os vikings chamavam skraelingar, um termo algo pejorativo, foi sem dúvida um fator de fracasso, mas também parece que se alongaram demasiado as rotas de fornecimento com base na Groenlândia. Até há pouco tempo, parecia que os vikings não tinham deixado nenhuma prova da sua presença física na América do Norte. Mas em 1965 se deu o achado surpreendente de um mapa que, aparentemente, datava do século XV, e que mostrava uma terra chamada Vinland, a oeste da ilha da Groenlândia. Defendeu-se que ele só pode ter sido traçado a partir de mapas anteriores de viajantes nórdicos, e que portanto oferecia uma prova clara (se

177

od r

L'Anse-aux-Meadows

-AAige-aux-Meadows

A colônia nórdica de L'Ánse-aux-Meadows encontra-se na ponta mais setentrional da Terra Nova; ela proporciona a única prova que temos para datar a presença viking

na América do Norte. A história da identificação do lu-

gar, em princípios da década de 1960, parece uma saga moderna. O arqueólogo norueguês Helge Ingstad, ao

procurar estabelecer a verdade sobre as histórias do descobrimento de Vinland feito por Leif, o Ditoso, acabou convencido de que as condições de navegação dominan-

tes teriam levado os barcos da Groenlândia a esta região

da costa da Terra Nova. A tradição local registrou a recordação de um grupo de edifícios num lugar da baía de Epaves, junto ao ribeiro do Pato Preto. Na investigação foram achadas as fundações de várias casas construídas

com tepe, as quais, sem dúvida alguma, pareciam os edi-

ficios nórdicos da Groenlândia e da Islândia

À direita. As pradarias do Norte da Terra Nova devem ter parecido acolhedoras aos navegantes

nórdicos depois da sua viagem ao longo da árida costa de Helluland (ilha de Baffin) e dos bosques de

Markland (Lavrador). No entanto,

a hostilidade dos americanos

nativos locais pode ter sido uma

razão pela qual a colônia de L'Anse-aux-Meadows foi efemera. Ainda não há meio de saber se era realmente Vinland, ou se esta se encontrava ainda mais para sul.

O ATLÂNTICO NORTE

necessário fosse) de que tinh: : AmérAt icaa do à ado cheg am | 5 , 1 Norte. No entant o

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não no final do século XIX. e agora, geralmente se con-

sidera que o mapa é uma falsificação do século XX. A O alvoroço

e a polêmica posterior suscitados pelo

Mapa de Vimland” desviaram a atenção do trabalho arqueológico, que então estava sendo levado a cabo e que proporcionou provas indiscutíveis da presença nórdica na Terra Nova. Na década de 1960, o norueguês Helge Ingstad, juntamente

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sua companheira

e esposa,

também arqueóloga, começou a escavar um sítio em L'Anse-aux-Meadows, na ponta do promontório a norte da Terra Nova. Depois de várias temporadas de escavação, descobriram, diante de uma baía pouco profunda, um pequeno complexo de edifícios de pedra e de tepe, formando um arco junto a um riacho de água doce. A prova do carbono 14 demonstrou que o lugar esteve ocupado no período viking, e o esmagador balanço de provas — nada menos que vários artefatos nórdicos, que

incluíam uma insígnia anelada de bronze — indicou

que se tratava de uma colônia nórdica. Executaram-se ali fundições de ferro e trabalhos de forja — sobretudo

para a fabricação de rebites de ferro, que eram fundamentais para reparar os barcos —, e os grupos de americanos nativos daquela região não utilizavam os metais em finais do século X nem durante o século XI. Os edifícios também se diferenciam dos indígenas em tamanho, estilo e construção. Mas era Vinland a terra das

uvas silvestres? É pois muito pouco provável que se en-

contrassem

uvas crescendo

nessas latitudes, até nas

condições climáticas mais suaves dos séculos X e XI,

embora possam existir em regiões muito mais para sul.

De qualquer modo,

discute-se bastante a suposta rela-

ção de Vinland com as uvas, dado que poderia tratar-se de alguma espécie de bagas, ou talvez o nome

tenha

um significado completamente diferente. O achado em Mame, ao sul, de uma simples moeda de prata do rei norueguês Olaf Kyrri (1066-1093) também não lanca muita luz sobre a identificação de Vinland. Assim

À esquerda. Alguns dos edifício— s de L' Anse-aux-Meadows foram ção

construídos junto à localiza na da colônia, se nos baseamos evidência das escavações. As

e 08 análises demonstraram qu blocos de tepe usados para as € construir as paredes das cas cobrir os telhados foram madeira de cortados ali. Os lintéis m feitas, e as próprias portas fora ira de provavelmente, com ma devia que encontrada à deriva, ao longo da margem

Acima. Os nórdicos escolheram

uma pequena baía pantanosa em L'Anse-aux-Meadows para o seu

estabelecimento e construiram as

lado suas casas € telheiros de um

dorio, com uma oficina de a ferreiro do outro lado. À maiori das casas consiste em duas

construções erguidas lado a lado,

uma arrumação em duplicado

que era típica dos edificios

nórdicos na Groenlândia e que teria ajudado a conservar O calor.

abundar — o nome de baía e

! 05 de on r ga lu “o ca ionifi rsão lançados pelo ma

Euoços centrais As marcas das lareirasdentro das e os bancos laterais completarama edificios E nficação com os lugares. nórdicos de outros

Acima. Esta simples insígnia

anelada de bronze foi um dos achados mais significativos do

jugar. É de origem nórdica, de um tipo encontrado em todas as regiões ocidentais do

mundo viking.

como os artefatos nórdicos encontrados nas regiões árticas da América do Norte, foi encontrada num lugar

nativo, €, mais que uma povoação local, indica ativida-

des comerciais. O mais provável é que L' Anse-aux-Meadows fosse a “porta” de Vinland, mas uma localização mais precisa de Vinland terá de esperar o posterior achado e autentificação de coisas nórdicas na América

do Norte. Embora ignoremos se a localização de L' Anse-auxMeadows continua a ser a única prova de uma verdadeira presença nórdica na América do Norte, está claro que a povoação de Vinland teve extensão reduzida e curta duração. Incapazes de estabelecer boas relações com os americanos nativos, e com as rotas de forneci-

mentos vitais, cortadas com demasiada facilidade pelo mau tempo, a vida deve ter sido cada vez mais insegura para os colonizadores que viviam no outro extremo do mundo viking, e podemos imaginar facilmente o seu alivio quando regressaram à relativa segurança da Groenlândia, supondo que não fosse a fome ou a guerra O que acabou com as suas povoações. Resta a possibilidade remota de que algumas comunidades nórdicas tenham sido absorvidas pela população nativa, mas neste caso à sua cultura material distintiva se teria diluído rapidamente, sem deixar marcas no registro arqueológico. 179

À navegação viking

única direção fixa, sem levar em conta a altura e a estação, é quando o Sol está no ponto mais alto (zênite) da sua trajetória diária, ao meio-dia: a esta direção chama-

mos sul. Não é fácil calcular as direções quando o Sol está em outro ponto, mas pode fazer-se com algum grau de exatidão nas viagens de poucos dias de duração com pou-

cas alterações de latitude, recorrendo aos conhecimentos

sobre os movimentos do Sol memorizados em terra antes da viagem. Thirslund e Vebaek sugerem que a bússola solar dos vikings lhes permitia fazer cálculos muito mais precisos, possivelmente com uma margem de + 5º.

180

o bordo marcavam os 32 graus da

bússola, e o gnômon sobressaia verticalmente do centro do disco.

Para verificar qual é o rumo do

barco, gira-se o disco até que a sombra do gnômon

toque a curva

apropriada, e então se lê a posição nos entalhes.

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tempo, de vento, e os indícios de terra para além do horizonte, Estes métodos empíricos simples de navegação oceânica foram muito utilizados durante milênios por muitas civilizações marítimas antigas: chineses, fenícios e gregos no Mediterrâneo, e os vikings. Geralmente, pensase que predominaram as técnicas não instrumentais até a introdução da bússola magnética no século XII. No entanto, agora parece possível que no século IX ou X os marnheiros árabes no oceano Indico possam ter usado um simples pau ou tábua (kamal) para medir a altura da Estrela Polar. Como esta está relacionada com a latitude do observador, era possível usar um tipo de navegação latitudinal, que simplifica muito o problema de navegação. Alguns eruditos sugeriram que os vikings também usavam técnicas de navegação latitudinal nas suas viagens pelo Atlântico, mas não se sabe se tinham algum instrumento simples parecido com o kamalárabe, ou se podiam calcular a altura da Estrela Polar, a olho, com precisão suficiente. Há poucos anos, o capitão Sgren Thirslund e o arqueólogo dinamarquês C. L. Vebaek levantaram a hipótese de os vikings terem tido uma simples bússola solar. O curso aparente do Sol pelos céus de oriente para ocidente depende da altura do observador e da época do ano. A

madeira, de 7 centimetros de diâmetro, Os entalhes que rodeiam

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de

Abaixo. No início, o objeto teria sido um círculo completo de

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os sinais de mudança

equinócios e no solstício do verão.

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cuidadosamente

no disco de madeira — uma reta e outra curva — pareciam corresponder ao curso do Sol nos

ca

observavam

varia segundo a altura e a estação do ano, e as duas linhas gravadas

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velocidades, por sua vez, eram calculadas fazendo uso do saber herdado e da experiência pessoal sobre o modo como funcionavam os barcos numa grande variedade de circunstâncias. Além disso, estes primeiros navegadores

Incisas na superficie do disco correspondiam a curvas gnomônicas, a linha traçada pela sombra projetada por um gnômon (um ponteiro ou cone de madeira, como num relógio de sol). A curva

a

ao Sol e às estrelas, à direção do vento e à ondulação. As

reconheceu que duas linhas

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nenhum outro instrumento, estes primeiros navegadores usavam métodos ambientais de navegação para se orientarem pelos mares sem caminhos. Usava-se um tipo de avaliação baseado nos cálculos do rumo seguido e na velocidade obtida. As direções eram calculadas em relação

foi escavado em 1946-48 por €. L. Vabaek num lugar nórdico próximo do fiorde de Uunartog, na Colônia Oriental da Groenlândia. Vários anos depois deste achado, o capitão E. V. Selver

ge

terra. Sem bússola magnética, carta de navegação nem

de lariço, que data do ano 1000 é

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cializar e saquear. As primeiras viagens eram costeiras € entre ilhas, com terra sempre à vista. Nestas condições, usavam-se as técnicas de pilotagem visual: o marinheiro verificava a sua posição com relação às referências da terra, como alcantis característicos, um estuário ou um promontório proeminente, e com relação às referências do mar, como bancos de areia ou recifes. Por volta de 1000 a.6., empreendiam-se viagens em alto-mar, sem avistar

5

do os mares do mundo para explorar, colonizar, comer-

A direita. A evidência da bússola solar viking se baseia neste disco de madeira quebrado, de abeto ou

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Há mais de 40.000 anos que os homens navegam, cruzan-

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RÚSSIA E O ORIENTE A expansão viking além-mar examinada até agora se limitou ao Ocidente. Os escandinavos que navegaram nessa

direção eram principalmente noruegueses e dinamarqueses, coisa muito natural dada a sua situação geográfica e a

antiga orientação para ocidente dos seus contatos culturais. Os vikings suecos percorreram também longas distâncias entre os séculos IX e X, mas naturalmente se fixaram no Oriente, onde encontraram culturas muito diferentes. Para lá das terras eslavas do Báltico Meridional e Oriental (a região ocupada hoje em dia pela parte oriental da Alemanha, Polônia, Lituânia, Letônia e Estô-

nia), as suas viagens os levaram através do golfo da Fin-

lândia até os grandes sistemas de rios russos do Volchov-

Lovat-Dniepre e do Volga, a sul e a leste, até as terras férteis

do Império Bizantino e o Califado Abássida dos árabes. Dali podiam ligar-se com as antigas rotas comerciais que se estendiam até a India e a China.

Os suecos no Báltico Oriental As tribos eslavas pagãs que viviam próximo das margens

meridionais e orientais do Báltico estavam, naquela épo-

ca, consolidando-se como grupos nacionais maiores, de modo muito parecido com o que estava acontecendo na Escandinávia. As tribos dos eslavos ocidentais — que incluíam os obodritas, os wiltzios e os rúgios no território

oriental da atual Alemanha,

e os volínicos e os pomerá-

nios na Polônia Ocidental — tinham várias povoações costeiras de grande importância na esfera da atividade comercial báltica. Devem ter sido muito conhecidos dos mercadores da Escandinávia Oriental e mais além, incluindo os árabes, que, por vezes, enviavam embaixadas e missões comerciais ao extremo norte. À arqueologia descobriu muitas destas povoações, e fizeram-se achados es-

pecialmente importantes em Árkona e Ralswiek, na ilha de Rúgen, no Báltico Meridional, a capital dos rúgios, onde se encontraram

os restos de um centro comercial,

de uma fortaleza e de um dos maiores templos pagãos das terras eslavas.

Outros centros mercantis costeiros, em Menzlim, Ros-

tock, Mecklenburg e Oldenburg Truso e Kolobrzeg

(Alemanha)

e Wolim,

(Polônia), têm caracteristicas pareci-

das com as da Escandinávia Oriental e da Gotlândia. Por exemplo, em Wolin, uma ilha na foz do Oder, os arqueólogos acharam os restos bem conservados de uma cidade ribeirinha; as casas de madeira e as ruas rodeadas de mu-

ralhas com paliçadas se parecem muito com as cidades vikings contemporâneas de Hedeby e Birka, Os edifícios continham detritos procedentes de uma ampla gama de atividades artesãs, com objetos especialmente belos talhados em âmbar do Báltico. Wolim também era um centro de culto eslavo, e escavou-se um templo muito trabalhado, que segundo a análise dos anéis de árvore remonta a 966, aproximadamente. Os escandinavos conheciam Wolim pelo nome de Jomsborg, e durante o século X pode ter sido a base da semilendária associação guerreira viking que se conhece pelas sagas com o nome de Jomsvíkings (vikings de Joms). Parece provável que os comerciantes vikings tenham se estabelecido permanentemente em alguns desses centros mercantis do Báltico. Escavou-se um grande número de túmulos vikings nos arredores da cidade de Menzlin, junto do rio Peene, na parte oriental da Alemanha, e é possível que um grupo de elite de guerreiros escandinavos tivesse ali uma povoa184

ção estável, numa margem do rio de onde podiam controlar o acesso à cidade. Para os vikings, a importância destes centros mercantis eslavos ocidentais residia no fato de estarem situados junto à foz do Oder e do Vístula, as grandes artérias de comércio que permitiam o acesso, via Danúbio, ao mar Negro, e a Bizâncio (Constantinopla na Idade Média e Istambul na atualidade), e portanto à riqueza do Império Bizantino. Esta rota tinha trechos bastante difíceis de percorrer, e muitos vikings suecos optaram por viajar até Bizâncio seguindo a rota do leste, que passava através do golfo da Finlândia. No caminho encontraram — e talvez ajudassem a estabelecer — pequenos ceniros mercantis costeiros controlados pelos eslavos orientais em lugares como Druzno, na Polônia Oriental, Kaup na costa de Kaliningrado, Grobin na Letônia e Tallin na Estônia. Depois, navegaram em seus barcos mercantes subindo o rio Neva até o lago Ladoga e a foz do rio Volchov. Dai desceram para o sul até Novgorod, no lago Ilmen, e daqui entraram na rota fluvial do Lovat-Dniepre, que conduzia ao mar Negro e a Bizâncio.

As povoações russas e o problema dos rús No extremo norte desta rota, nas proximidades do lago Ladoga, ficava um dos centros mercantis mais antigos da Europa Oriental, Staraya Ladoga (Ladoga, a Velha). Ladoga, que os vikings chamavam Aldeigjuborg, serviu de

À direita. Os brincos em forma de

meia-lua eram uma moda eslava mais que escandinava durante a

época viking, embora estes

exemplares se encontrassem na

suécia, bem como o pingente em

forma de meia-lua (parte central).

Este estilo era produzido sobretudo na Rússia Ocidental, mas

provavelmente também na Polônia, Os adornos de prata para os

pingentes de cristal de rocha têm

uma granulação típica eslava, enquanto a granulação dos avelórios tem um caráter mais russo, Neste caso, tanto os

pingentes como os avelórios

podem ter sido feitos na Gollândia, onde foram encontrados e onde os ourives mostram muitos sinais de influências orientais.

Abaixo. Este adorno de prata e quatro borlas de entalhe foram encontrados junto à cabeça de um homem no tâmulo de Birka, na

Suécia, que data do século X:

tinham estado agarradas a um

gorro que pelo menos em parte foi de seda. A granulação geométrica

da ferragem cônica é característica

do trabalho de ourivesaria de estilo kievano-russo, e por isso este

chapéu de alta categoria terá sido feito na região de Dniepre. Foi sugerido que estes gorros eram recompensas pelo serviço na guarda dos governantes de Rús.

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Rugen Rúgen é uma pequena ilha situada a poucas milhas da

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costa da parte oriental da Alemanha, diante das praias meridionais da Suécia e ao alcance da anterior povoação

viking de Hedeby. Na época viking, foi um centro político

e mercantil dos rúgios, uma poderosa tribo eslava. As es-

cavações revelaram duas povoações principais em Rú-

gen. Um centro mercantil em Kalswiek, situado na baia do Grande Jasmund, uma grande enseada ao norte da

ilha, esteve ocupado de finais do século VIII ao século X. As escavações descobriram uma povoação permanente de cerca de 20 parcelas de casas que consistia numa habitação principal com oficinas e lojas comerciais secundárias, dispostas em fila ao longo da margem. Cada parcela tinha o seu próprio molhe, com uma série de docas originais de embarque na margem, reforçadas por pilares de madeira. Em

Ralswiek, exercia-se uma grande varie-

dade de trabalhos artesanais, fabricando mercadorias

acabadas que eram negociadas com comerciantes estran-

geiros — encontraram-se ali objetos importados de toda a

zona báltica. Na praia próxima, havia um pequeno lugar

de oferendas,

talvez relacionado com

sacrifícios para

uma boa navegação ou um bom comércio. Mais de 400 túmulos funerários foram encontrados numa terra alta, a leste da povoação, e muitos dos bens mortuários indi. cam que uma população escandinava considerável vivia junto com os eslavos nativos. O segundo lugar importante, o templo-fortaleza de Arkona, num promontório do norte, era o centro religioso dos rúgios. Ali se encontrava

o templo do deus Svantevit, a quem os eslavos rezavam para obter cultivos férteis e êxito na guerra. Os ritos da colheita também estavam relacionados com um grande

mercado, e os achados arqueológicos indicam que havia

comerciantes da Europa Ocidental presentes nestas oca-

siões a partir do século IX. Tais atividades parecem ter sido estritamente temporais, pois Arkona não parece ter

estado continuamente ocupada.

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À esquerda. A enseada pouco profunda que formava o porto

protegido de Ralswiek na época viking está agora entulhada. Um banco de areia protegia a entrada das docas, onde cabiam numerosas embarcações. A disposição da

povoação, com parcelas de casas que desciam até a margem, tem muito em comum com cidades vikings da mesma época.

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À direita. Um dos achados mais impressionantes de Rúgen é este

tesouro de ouro de Hiddensee,

provavelmente feito na Dmamarca em finais do século À Os pingentes

cruciformes de filigrana adornados

com entrelaçamentos faziam parte,

provavelmente, de um colar maior. O outro tesouro, encontrado num cesto tecido numa casa de Ralswiek, continha 2.270 moedas, procedentes na sua maioria de

casas de cunhagem de moedas

árabes e asiáticas do século IX.

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O sítio do templo-

fortaleza de Arkona continua a ser hoje um lugar dramático, situado sobre alcantis batidos pelo mar. À imponente muralha de terra

construída através do estreito promontório, onde ainda se encontra, pode ser vista facilmente,

e no princípio era encimada por

um caminho de madeira coberto. Uma porta fortificada rematada por uma alta torre dava acesso à area cercada. Grande parte da área

interior da fortaleza, que inclui o lugar do templo, foi destroçada

pela ação das ondas.

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Acima. Embora hoje nada reste do

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era provavelmente parecido com o do edifício de culto eslavo escavado em Gross-Raden, na Alemanha. Esta reconstrução apresenta um

comida e bebida a Svantevit, incluindo um pão de mel especial do tamanho de um homem. Às

templo de Svantevit, o seu aspecto

edifício de dupla parede com tábuas verticais encimadas por cabeças humanas talhadas,

rodeado por uma estacaria, Este recinto retangular é como o de Arkona, descrito pelo historiador

dinamarquês Saxo Gratitmaticus por volta de 1200. Ele menciona o grande ídolo do deus ocupando uma câmara interior, adornado com togas roxas e saciado com O

tesouro sacrificatório, e descreve

quais um sacerdote oferecia

escavações de Arkona descobriram

enormes depósitos de ossos de animal que podem ser os restos

daquelas festas. O recinto do templo alojava o estábulo de um

grande cavalo branco, que se pensava que era montado por

Svanteiit quando fez a guerra contra os inimigos rúgios: uma companhia especial de 300

cavaleiros estava a serviço do deus,

e um espólio de guerra era

consagrado ao templo.

187

RÚSSIA E O ORIENTE

res mais ricos que foram encontrados no mundo viking.

Novgorod era o mais setentrional dos dois centros principais de atividade escandinava na rota fluvial russa, e o segundo tinha base em Kiev (Ucrânia), que os vikings chamavam

Koenugarer. À povoação

de Estados, relacionado com a centralização do poder e a

expansão de redes comerciais e de mercados. Não obs-

tante, de todos os povos bálticos, os escandinavos foram

sem dúvida os que viajaram mais longe, e a sua influência estendeu-se por todas as regiões do mundo que conheceram; a presença permanente de escandinavos na Rússia,

revelada pelo cemitério de Ladoga, é só um aspecto deste processo geral mais amplo. Os vikings navegaram para o sul pelo Volchov, vindos de Staraya Ladoga, e passando diante de numerosas povoações eslavas na planície irrigada, até que chegaram ao que chamaram Hólmgardr (“a colônia nas ilhas”), situada

na paisagem úmida da foz do lago Ilmen. Quando os pri-

188

cresceu nas

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margens do Dniepre, o rio a que os escandinavos chega-

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um grupo étnico em particular, insistindo antes na inte-

grante de um processo europeu mais amplo de formação

(rúgios, volínicos, pPomerânios),

bálticos (lituanos, letões, kurian os

estonianos) e finlandeses - era um crisol de muitas culturas. Os

comerciantes escandinavos eram assíduos visitantes de todas as

povoações e mercados espalhados pelas suas margens, e em muitos

deles se estabeleceram

definitivamente. Os vikings também se encaminharam para leste,

entrando em contato com as tribos eslavas do lago Ladoga e dos rios

Novgorod, no Volchoy, converteu.

está concluído. Não obstante, a maioria dos eruditos atuais evita estender-se em generalizações com relação a

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ração e nas atividades mútuas de todos os povos ativos no Báltico Oriental: escandinavos, eslavos, bálticos e finlandeses. Não há dúvida de que o contato entre os escandinavos e as tribos eslavas estimulou uma troca cultural e um comércio além-mar na região, mas poucos argumentariam (como aconteceu no passado) que os vikings foram realmente responsáveis pelo estabelecimento de cidades e de cidades-estados. Antes pelo contrário, o desenvolvimento de centros mercantis fortificados que cresceram na época viking em volta das costas do Báltico da Escandinávia até a Rússia pode ser visto como inte-

Nos séculos IX e X, o Báltico Oriental — povoado por eslavos

e

tegrado do Estado que começou a evoluir a partir das povoações dos nús nórdicos. A capital ficava em Novgorod; as povoações-satélites, como Gorodisce e a localidade fortificada próxima de Gorodok, desempenhavam papéis específicos na estrutura política em vias de desenvolvimento. Estava também presente um elemento religioso, do primitivo templo pagão eslavo do deus Perun numa ilha próxima de Gorodisce — talvez o centro maior e mais importante no leste — até a posterior rede de igrejas cristãs que se construíram ao longo das margens e das ilhas na nascente do rio Volchov. A riqueza e a verdadeira amplitude da base do poder de Novgorod foram demonstradas ao longo de 60 anos de escavações feitas na cidade pelos arqueólogos russos, em alguns dos luga-

Bizantino e ao Califado Abássida, tornou-se o centro in-

a

equipe de remadores” Este termo seria um modo bastante natural para os vikings primitivos de se descrever a si próprios quando se encontravam com novos povos, dado que o seu mundo por vezes deve efetivamente ter parecido limitado para os seus pequenos barcos viajando sozinhos numa terra imensa e desconhecida. O debate sobre as origens étnicas da Rússia atual fez furor nos estudos históricos e arqueológicos durante décadas e ainda não

Oriental e na Rússia

Volchov, Lovate Dniepre, que cram os caminhos naturais para

-

cos, mas deriva da palavra sueca ródr, que significa “uma

A influência escandinava no Bálti

cia de dois príncipes que governavam Novgorod, Toda a região das ilhas e lagoas com o nome de portas de Novgorod”, que controlava o acesso do rio ao Império

À

dos rús”) é uma das razões que leva o debate a ser tão apaixonado. O mais provável é que a palavra tenha raízes na palavra báltico-finlandesa ruotsi, que significa “sue-

como

centro administrativo e militar, para além de ser residên-

h

sua evidente relação com o nome Rússia (isto é, “a terra

fortaleza”), e Gorodisce parece ter permanecido

te

nas descrições que tantas vezes se fazem dos vikings russos como uma classe exclusivamente masculina de intrépidos comerciantes guerreiros. As escavações dos edificios dentro da mesma cidade mostram como ela evoluiu nesse período, e têm muito que nos dizer sobre a natureza das primeiras atividades vikings na Rússia. Saber até que ponto os vikings influenciaram a formação do Estado russo primitivo e das suas cidades é um dos aspectos mais intrigantes e polêmicos do seu papel no leste. Os escandinavos que se aventuraram e se estabeleceram no leste eram conhecidos como rús ou rhos entre as pessoas com quem entravam em contato, e há provas documentais de que eles próprios usavam este nome; os significados ou origens do termo não estão claros, mas a

para ocidente, onde as

mercadorias manufaturadas no lugar eram transportadas em troca de artigos importados. Em meados do século X, a povoação ampliou-se até Novgorod (que significa nova

Rara

uma existência mais estável e agrícola que a que aparece

lações comerciais estendiam-se

pd

uma residência principesca e presença militar. À arqueologia de Ladoga e seus interiores proporciona valiosas indicações de qual era o tipo de gente daqueles primeiros exploradores e a natureza das suas relações com a população eslava nativa. Os testemunhos dos cemitérios de vários tipos que rodeiam a povoação indicam que, muito provavelmente, tanto as mulheres como os homens escandinavos estavam presentes em Ladoga, e isso implica

mercantil muito ativo, que nos séculos IX e X foi habitado por uma mistura de escandinavos e de eslavos. As suas re-

al á do

depois (no século X) um grande centro fortificado, com

como Gorodisce. Ali as escavações revelaram um centro

PRE

culo VIII) um pequeno centro mercantil, e tornando-se

to dia, ale ET do, É É jE e e a pia

sia, e a localidade desenvolveu-se, sendo no início (no sé-

Erg

rante toda a história do contato escandinavo com a Rús-

meiros escandinavos chegaram à região no princípio da época viking, só havia uma pequena povoação numa ilha do sul da cidade moderna de Novgorod, conhecida então

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primeiro porto de escala na longa viagem para o sul du-

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Bizâncio e para a Ásia. Os eslavos chamavam mis aos homens do norte. No final do século IX,

se na capital de um extenso território, o reino nórdico de Rús,

governado também por escandinavos e por eslavos. O

território mis abrange as terras de numerosas tribos eslavas; os

achados arqueológicos refletem esta diversidade.

Abaixo. Elizabeth, a filha do

príncipe Jaroslav, o Sábio

(10161054), é representada aqui

numa pintura mural do século XI na grande Igreja de Santa Sofia em Kiev, construída durante o seu reinado. Casou-se com Haroldo Hardradi (1015-1066), o famoso do leste que aventureiro viking serviu na guarda do imperador

bizantino antes de herdar o trono da Noruega em 1047.

RUSSIA E O ORIENTE

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Staraya Ladoga (Ladoga, a Velha) foi fundada no século VIH; tinha uma população mista de escandinavos e de eslavos, e era o mercado

ua

Abaixo. O plano das zonas

colonizadas é dos lugares escavados

de Staraya Ladoga, espalhados

pela nbeira do rio Volchov e seus afluentes, mostra claramente a

distribuição e o carater variado dos cemitérios ao redor da colônia.

A separação em

três “zonas

ideológicas” que o arqueólogo russo Lebedev e outros consideram

inequivoca torna a distribuição das

zonas de povoação e das tumbas

em uma mostra coerente, disposta

como uma afirmação deliberada de

poder e influência política.

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Staraya Ladoga

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principal

do Norte da Rússia na

época viking inicial, antes do aparecimento de Novgorod e Kiev nos séculos IX e X. Embora não fosse uma autêntica cidade, Ladoga era um centro manufatureiro muito ativo, e nas suas ruas estreitas se exerciam muitos ofícios e indústrias especializadas. As escavações descobriram pequenas oficinas e pátios na zona central, que depois foram rodeados de defesas. Depois da conversão ao cristianismo, foram construídas pelo menos oito igrejas e mosteiros dentro e em volta do lugar. Toda a povoação era rodeada de cemitérios de diferentes tipos, alguns com cremações sob túmulos e outros com simples inuma-

ções. Os diversos rituais implicados são uma indicação da origem étnica e da posição social do falecido, e é evidente

que cada um dos cemitérios tinha caráter específico, com

sepulturas de pobres e de ricos escandinavos ou eslavos. A situação dos cemitérios de cada tipo também é impor-

tante, uma vez que alguns são mais proeminentes que outros. Junto com as evidências da povoação, a combinação de túmulos e de fortificações foi considerada por alguns

eruditos como uma complexa rede de inter-relações entre os eslavos nativos e os colonos escandinavos, com a povoação de Ladoga cuidadosamente dividido em zonas de

controle étnicas, política e religiosas. Se isto for correto, poderá lançar luz sobre os mecanismos sofisticados que houve após a expansão e a colonização da época viking.

À direita, Este objeto de bronze

Montículos sopka

de função indeterminada, que

data do século VIII, é uma das

peças mais belas que se

Outros montícul de cremaçã oso Montículo comprido

encontraram em Staraya Ladoga. Só tem 4,5 centimetros de comprimento e pode ter sido uma chave; alternadamente, O

cabo oco inferior pode ter-se

encaixado numa pequena vara

para algum uso ritual. A parte superior é adornada com a

E

cabeça de um homem barbudo, de cabelo comprido e

cuidadosamente penteado; os dois chifres com cabeça de

pássaro unem-se atrás dele, e ele

pode representar Odin com seus A

corvos serventes, A cabeça foi

furada talvez para ser usada

como um amuleto pendente. k

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A localização moderna de Staraya

Ladoga (acima) € dominada pelo telhado pontiagudo da fortaleza medieval da esquerda. À primeira

ocupação mercantil estava situada

nesta zona, ao longo da margem

do Volchov, onde ele se une ao afluente do Ladoshka, no centro

da imagem. A direita do Ladoshka

está a povoação secundária: foi aqui que se encontrou um possível

templo escandinavo, na rua dos varegues”. A chamada zona

se aristocrática de Ladoga encontra-

a mais à esquerda, fora da vista. Est fotografia foi tirada do cemitério escandinavo de Plakun, onde os túmulos baixos contrastam fortemente com os altos túmulos cônicos conhecidos por sopkinas periferias da Ladoga, como este

(à esquerda) no cemitério de

Velema. Estes tâmulos contém objetos eslavos enterrados de um modo cuja origem é provavelmente escandinava.

À direita. A escavação do centro mercantil de Ladoga proporcionou magníficos achados, nao

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como esta coleção de ferramentas

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de ferro de meados do século VIH,

tão bem conservada, que as tenazes

ainda se podem abrir e fechar. O amuleto de Odin (centro, a

esquerda) tinha sido colocado sobre

as ferramentas dentro da caixa

na qual foram encontradas, talvez

para proteger o valioso conteúdo dos ladrões.

191

a

Novgorod O povoamento da cidade de Novgorod, que se encontra na Rússia Ocidental, exatamente no norte do lago Imen, começou

no século X., quando

os escandinavos e os esla-

vos se mudaram para lá vindos da ilha defendida de Gorodisce, algumas milhas mais a sul. Esta tinha estado ocupada desde a época viking inicial. O rio Volchov, que corre para norte até o lago Ladoga, divide Novgorod em duas partes: a margem de Sofia no lado oeste e a margem dos comerciantes no leste. No centro da povoação da margem de Sofia, encontra-se a cidadela, ou kremlin, que era rodeada por uma muralha no século X e continua a ser dominada pela Catedral de Santa Sofia, com as suas cúpulas douradas e as suas torres, construída no século XI: este edifício de pedra substituiu uma estrutura anterior de madeira no mesmo lugar. Fora do kremlin, só a margem dos comerciantes era defendida na época viking. Embora a cidade medieval fosse nominalmente governada por um príncipe, na verdade era regida por uma série de assembléias populares (veche), uma para cada uma das cinco “partes” ou bairros administrativos em

que a cidade se dividia: três na margem de Sofia e duas na margem

dos comerciantes; na época viking, só havia

três “partes”. Discutiu-se muito sobre se a origem deste

sistema de autogoverno era escandinava ou eslava. As “partes” também poderiam ter regulado as operações mercantis da cidade e ter sido os centros de atividades

artesanais particulares. Às escavações em grande escala

da cidade medieval nos depósitos alagados, de até seis metros de espessura, descobriram bairros inteiros de oficinas e habitações de artesãos, cada uma dentro de

um pequeno pátio, e dispostos ao longo de ruas empe-

dradas e tortuosas. Entre os numerosos artefatos que foram recuperados, muitos deles de madeira e de couro, há uma famosa coleção de cartas escritas em casca de

álamo-branco que testemunham um grau considerável

de alfabetização entre os habitantes da cidade. Encontraram-se brinquedos infantis, ídolos religiosos e másca-

ras, móveis, roupas e instrumentos musicais, apresen-

tando todos eles uma visão incomparável da vida urbana

da época viking.

A esquerda. Novgorod durante

Acima. Uma das descobertas mais

as margens de Sofia e a dos

Novgorod é a rede de ruas de

a Idade Média inicial, mostrando comerciantes. À zona central da

cidade à volta da ponte era controlada pelo kremlin e pelos

recintos da Corte de Jaroslav.

A disposição das ruas que aqui

se apresenta deriva das fontes do século X ao século XIV e das

escavações: a datação exata das ruas é incerta, Pode versc a rede

de igrejas concentradas ao longo

da rua que vai de norte para sul

cidade. Umas linhas paralelas de

álamo-branco e de pinho

como trilhos de estrada de ferro,

que depois se cobriam com um revestimento de madeiras transversais; este formava à

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superfície utilizada pelas

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veículos. As ruas eram reparadas

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pessoas, pelos animais e pelos

pela administração e pelas

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do sítio de Troitskiy.

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estendiam-se ao longo da rota

sudoeste da margem dos

comerciantes, as zonas dominadas

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com frequência: em algumas zonas foram encontrados até

na margem de Sofia, e no

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surpreendentes das escavações des cm

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À combinação de achados de madeira bem conservada e de Hustrações de manuscritos torna possível a reconstituição do Paco

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com uma exatidão

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oficinas e dependências menores: a construção

primorosa do

telhado e do pórtico é

característica da arquitetura russa

primitiva. As estruturas que aqui

se apresentam datam do final da época viking.

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três andares se encontra dentro

do pátio cercado, rodeada de

À esquerda, Esta tpica igreja russa primitiva, de plano quadrado, com uma torre central com cúpula em forma de cebola e janelas altas é estreitas, é uma das várias que remanescem no lugar da Corte de Jaroslav, a zona no centro da povoação da margem dos comerciantes que era usada para a

assembléia popular do veche. As escavações revelaram possíveis

vestígios do palácio de Jaroslav,

cujo nome se deve a um dos

primeiros príncipes da cidade.

Acima. Entre os tesouros de Santa Sofia, há um par de portas de bronze maciço, adornadas em relevo com pequenas figuras e cenas bíblicas, que mostram muitas semelhanças de estilo artstico e de desenho com a quase contemporânea tapeçaria de Bayeux. As portas devem ter sido

feitas para a Igreja de Santo Olot na Sigtuna — que também se

conservou- e levadas para

Novgorod depois de uma incursão russa na Suécia no início da

Idade Média. Uma teoria alternauva

situa a sua origem em Magdeburgo, na Alemanha.

193

RUSSIA

E O ORIENTE

Desyatinnaya, que, acabada em 966 e construída por artesãos bizantinos, marcou o início de um autêntico estilo de arquitetura russa.

Vladimir reforçou as defesas da cidade com a construção de uma cidadela fortemente defendida (o kremlin)

em Staokievskaya. Ali, as escavações revelaram os restos de um extenso complexo de edificios administrativos e de estruturas cerimoniais, com residências para os oficiais da corte, os sacerdotes e os chefes guerreiros locais. Estas eram rodeadas de habitações mais humildes, que incluíam estruturas de chão rebaixado. À atividade industrial parece ter-se limitado deliberadamente à parte baixa da cidade, separada da corte dos príncipes de Kiev. Kiev estendeu-se ainda mais durante o reinado de Jaroslav (1015-1054), adquirindo fortificações ainda mais sólidas. Então começou a construir-se a monumental Cate-

dral de Santa Sofia, que ainda está de pé. Muitas outras povoações dentro da região do Estado ms primitivo mostram sinais da presença escandinava. Entre elas, destacam-se a povoação e o cemitério escavados de Gnezdovo, o predecessor da atual Smolensk. Eles ficavam a melo ca-

vam depois de navegar para o sul a partir de Novgorod pelo Lovat, e de rebocar os seus barcos em dois curtos trechos de terra. O Dniepre se liga diretamente ao mar Negro, e dali à grande

cidade

de

Bizâncio

no

Bósforo;

o estreito que

conduz ao Mediterrâneo ficava a uma distância fácil de navegar. Kiev desenvolveu-se de modo parecido ao de Novgorod, e no século X parece que foi governada por escandinavos, embora a população estivesse misturada com esla-

vos. À Primeira crônica russa, do início do século XII, uma das nossas fontes principais para a história primitiva da região, afirma que a dinastia de Kiev foi fundada no século IX pelo escandinavo Rórik e passou aos seus sucessores Helgi, Ingvar e Helga, a mulher deste último. A Crônica faz constar estes nomes nas suas formas eslavas: Ryurik, Oleg, Igor e Olga. Durante os séculos X e XI, os governantes de Kiev começaram a aparecer com nomes eslavos como Svjatoslav, Madimir e Jaroslav, e isso seguramente reflete uma crescente indefinição na distinção entre a po-

pulação escandinava e eslava, exatamente como

se viu

nas colônias vikings da Inglaterra e da Normandia. A partir de meados do século X, vemos que rús é o termo corrente que designa o Estado em vias de desenvolvimento, embora a cultura esteja cada vez mais dominada pelos eslavos. Na Idade Média propriamente dita, Kiev tinha substituído Novgorod, sendo o centro do Estado russo. As escavações de Kiev da época viking corroboraram de forma impressionante a evidência das histórias escritas acerca do seu desenvolvimento primitivo. Às povoações cresceram em torno de três colinas. Uma delas, a Starokievskaya, tinha sido o lugar de um importante

templo

pagão no período pré-viking, e no século IX tinham sido

construídas fortificações com estruturas de madeira nas

suas encostas; havia uma ocupação secundária nas outras colinas. Starokievskaya continuou a desempenhar uma

função ritual como cemitério central da cidade em crescimento. No final do século IX e no século X, os comer-

ciantes e artesãos estabeleceram-se em volta do sopé das

colinas (a zona do Podol), e durante o reinado de Vladi-

mir (980-1015) a cidade ainda continuou a crescer, cons-

truindo várias igrejas, que incluía a magnífica igreja de 194

 esquerda. A Porta Dou rada

d Kiev foi construi da durante : reinado de Jarosl av o Sábio E e

ntrada principal da ci dade e parte inte

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fortificações. No início teve wu al tura de 12,5 metros (a a

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Anunciação, A fachada foi

revestida de tijolos, especi alme

desenhados quando aestrúbic a e oniginal foi restaurad

em 1989,

ee çada

Abaixo. Depois de navegar para o

sul a partir de Novgorod pelo rio Lovat, e de atravessar dois curtos

trechos terrestres, os escandinavos

chegavam ao rio Dniepre, que os

levava até o mar Negro e daí para Bizâncio. Hoje, uma estátua do príncipe Vladimir (960-10] 5),

cuja dinastia foi fundada pelo escandinavo Rorik, ergue-se

do rio, dominando a cidade de

Kiev, que iria substituir Novgorod

como centro do Estado russo da Idade Média,

RÚSSIA E O ORIENTE

mir Mho da rota de Novgorod a Kiel v, no lugar onde os viaz

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im barcos do Lovat até o Dniepre.

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muitos artefatos

quali embora ia asos eme us dade, dese rem nasseiii m os objet eslavos, con a quam do mis são Pskov e Izborsk, na Cujos habitantes podem ter vindo do lago Ladoga no século X. O número de artefatos escandinavos aumenta na Rússia a partir do final do século IX

ate o século X, mas mais para lestejá não se encontra nenhum, à exceção das povoações do Volga. Esta distribuição confirma de modo espantoso os limites da atividade direta dos escandinavos no Estado russo primitivo.

A rota viking para Mikligardr

Embora as suas colônias na Rússia se convertessem num dos legados mais perduráveis da época viking, é pouco provável que os escandinavos tivessem a intenção de colonizar quando saíram pela primeira vez para percorrer os rios da Europa Oriental. O seu objetivo foi sempre chegar a Bizâncio, a cidade fundada pelo imperador Constantino no ano 330. O Império Romano e a própria cidade de Roma tinham caído sob o ataque cada vez mais implacável das tribos bárbaras nômades da Europa Cen-

tral no século V, e no final do século VI, e durante o sécu-

lo VII, o centro do poder se tinha mudado para o Mediterrâneo Oriental. Bizâncio tinha substituído Roma

como capital do império decapitado. Na época viking, a

cidade atravessou o Bósforo, tornando-se uma urbe imponente, e seria a maior povoação que os escandinavos jamais tinham visto. As grandes muralhas de pedra da cidade, as suas magníficas catedrais e igrejas, os seus bazares exóticos e, sobretudo, a esplêndida corte do imperador bizantino impressionaram os visitantes nórdicos, e estes a chamaram simplesmente Mikligardr (a grande cidade). Bizâncio atraía os escandinavos por várias razões. Pri-

meiramente, e acima de tudo, era um caminho para o co-

mércio e a riqueza. À cidade chegavam mercadorias do Mediterrâneo Oriental, do Norte da África e das grandes extensões asiáticas. Ali os vikings podiam conseguir sedas e bordados, frutos exóticos e vinhos, especiarias e jóias requintadas. Encontraram-se abundantes provas deste comércio na Escandinávia e em todo o mundo viking. 7 Áama. O maior tesouro de prata da

encontrado em Gnezdovo em 1868, Este tesouro do século X Consiste principalmente em entos, muitos dos quais são 7

de caráter escandinavo ou eslavo.

Junto dos clássicos colares de “Yarinhas trançadas, há um anel

único com protuberâncias

Omamentadas com filigranas.

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alguns exemplares de sedas esas em Birka, a maior parte É

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glaterra. À análise de pedaços de seda encontrados em

duas povoações do século X, um em York e o outro em

Lincoln, demonstrou até que pertenciam ao mesmo fa-

bricante. Em troca desses produtos luxuosos, os vikings comercializavam peles dos bosques nórdicos e outras mercadorias que incluíam escravos. O império oferecia outras possibilidades para os guerreiros que tinham navegado nas suas chalupas, por vezes

a remo e outras tendo de rebocá-los, através da Rússia e

da Ucrânia. Era necessário um contínuo fornecimento de soldados para os exércitos que estavam lutando nas fronteiras do império ou mantendo a paz dentro deste. Os bizantinos reconheceram as qualidades dos combatentes vikings desde o princípio, e no final do século X a guarda pessoal do imperador era inteiramente composta de mercenários escandinavos, que ofereceram a sua lealdade em troca de prata e de uma posição privilegiada na corte imperial. Pode até ter sido um desses homens, Halfdan, quem gravou seu nome em caracteres rúnicos numa balaustrada da grande basílica de Hagia Sophia (depois uma mesquita, agora um museu), em Istambul. Os “guardas varegues”, como se chamavam, eram famosos pelo seu gosto pela bebida e pelos seus terríveis machados de combate; ser membro da guarda converteu-se

num escalão reconhecido na carreira de muitos vikings famosos. Um dos mais conhecidos foi Haroldo Hardradi da

Noruega

(1015-1066),

que foi um

notável capitão

de

guardas e lutou vários anos na Sicília, na Itália e na Bulgária. Segundo as sagas, disse-se que Haroldo Hardradi teve uma aventura com a imperatriz e participou de um golpe

de Estado com êxito; não teria sido o único escandinavo

envolvido na política bizantina. Pelo menos em duas ocasiões os escandinavos lutaram contra o império, quando 196

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as frotas guerreiras de Kiev atacaram as muralhas de Bi-

zâncio no final do período

viking. Em

uma

ocasião, o

príncipe russo até cravou o seu escudo nas portas da cida-

de, fazendo uma demonstração plástica do seu desprezo pelo poder do imperador e dos bizantinos que estavam refugiados lá dentro. O significado exato do nome “varegue” (varjagi nas fon-

tes russas, varango: nas gregas bizantinas) aplicado aos vi-

kings orientais não está muito claro. Aparece junto ao rús

nas fontes, mas parece ter tido uma associação mais guer-

reira que este último termo. Os varegues aparecem como mercenários e guarda-costas dos príncipes russos nos séculos XI e XII, e houve tentativas de fazer remontar a palavra ao termo escandinavo vár, que significa um voto de lealdade muito apropriado para soldados profissionais. Em Staraya Ladoga, um nome de estrada que data dos tempos medievais e continua a ser usado hoje em dia significa “rua do varegue” e pode indicar que se tratava de um bairro escandinavo da povoação. Numa demonstração palpável do lugar perdurável dos escandinavos na consciência popular do leste, um dos maiores porta-aviões da primeira esquadra soviética recebeu o nome de “varegue”. Para um maior conhecimento da rota fluvial concreta que os vikings tomavam até o mar Negro, devemos recorrer às fontes bizantinas e, em particular, a um documento secreto do imperador Constantino Porfirogeneta, que resume as estratégias de política exterior em meados do

século X. Ele menciona os rús nórdicos, considerando-os

apaziguadores contra a agressão das tribos eslavas hostis. A arriscada viagem que os escandinavos faziam, descendo pelo Dniepre todos os meses de junho quando o gelo já se tinha derretido, volta com força à vida quando lemos como

conduziam

os seus barcos, confrontando-se

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O Império Bizantino e o Califado Abássida

Nos séculos IX e X, o islã expandiuse até a Espanha, a oeste, e até o Norte da India, aleste;no Mediterrâneo Oriental e na Ásia Menor, só o Império Bizantino

conseguiu resistir. Os escandinavos lutaram como mercenários nos

exércitos imperiais. Depois de 750, após a mudança dinástica dos

Abássidas pelos Omiíadas (exceto

na Espanha), instalou-se uma nova

capital mais para leste e iniciou-se a exploração em massa de minas de

prata na Ásia Central. Foram estas ricas fontes de prata, ao lado do

produto do comércio realizado nas

rotas que ligavam a Ásia Central à India e à China, € Bizâncio ao

Mediterrâneo e à Africa, que

levaram os vikings a navegar pelos

grandes rios russos, pelo mar Cáspio e pelo mar Negro,

com sete fortíssimas corredeiras e defendendo-se dos ata-

ques dos bandidos eslavos. Até na fonte grega, todas as corredeiras têm nomes escandin avos reconhecíveis e des

critivos: Essupi (o Devorador), Baru foros (a Força das Ondas), Strukun (o Corcel), Gelandri (o Grito Grande] UI. vorst (o Fosso da Ilha), Leanti (o Risonho). O nome que

se deu a uma das corredeiras, Aifur (S empre Ruidoso), encontra-se numa

das pedras rúnicas suecas de Pilgãrds,

na Gotlândia, erigida em memória de um homem chamado Hrafn pelos seus quatro irmãos que o acompa nharam numa expedição a oriente. As inscrições rúnicas suecas contêm várias referências à rota fluvial a Bizâncio. Algumas das recordações mais perduráveis do imp ulso

viking para oriente se encontram em tributos a pessoas como Spialbodi, “que encontrou a morte em Novgorod” (pedra rúnica de Sjusta, em Uppland), e Rognvald, “chefe de uma tropa de homens na Grécia” (Ed en Uppland).

A rota da prata do Volga e o Califado Abássida Enquanto alguns suecos faziam a viagem para sul de Staraya até a Rússia e descendo o Mar Negro, outros seguiam uma rota ainda mais ambiciosa, que ia diretamente para oriente, para as terras das tribos búlgaras, os nômades khazars, e finalmente para os desertos da Arábia e para a sede do califado de Bagdá. Depois do lago Ladoga, esses viajantes entravam no Alto Volga, passando por povoações em Beloozero, Jaroslavl, Vladimir e Murom; foram encontrados artefatos escandinavos em todos

esses lugares. Pode ser que os escandinavos tenham viajado em grupos familiares, mais que em expedições de mercadores solitários, a julgar pelo número elevado de túmulos de mulher que foram encontrados ao longo da rota; nem

sequer há razões para excluir a possível pre-

sença de comerciantes

femininos. O Volga forma um

grande meandro no Bulgar (junto à localização da cida-

RÚSSIA E O ORIENTE

de moderna de Kazan)

quando se desvia para sul até o

mar Cáspio. Este marca o extremo oeste da Rota da Seda, a rota comercial terrestre que passava por Sarabanda e

Tashkent e chegava à China. Ali se tinha desenvolvido

um grande centro mercantil controlado pelas tribos esla-

vas. Sabemos que os comerciantes escandinavos tiveram

de se encontrar com as caravanas que percorriam a Rota

da Seda, porque foram encontradas sedas chinesas em tú-

mulos de Birka, na Suécia Central. Estes achados, junta-

mente com a estátua de Buda, encontrada no sítio pré-viking de Helgó, até nos podem permitir especular sobre a extraordinária possibilidade de que os escandinavos tenham viajado até a China ou até o subcontinente indiano.

Bulgar era o primeiro dos mercados em que os escandinavos encontravam os artigos de prata maciça do mundo já no séárabe. O comércio no Volga pode ter começado culo VIII, com os acordos entre o Califado Abássida e as tribos khazars do Baixo Volga. Os Abássidas assumiram o

poder no mundo islâmico por volta de 750, apoiando a revolta popular contra as injustiças da família que governava anteriormente, os Omíadas Depois de rejeitar a anti-

ga capital de Damasco, na Síria, como

uma fortaleza dos

a nova dinastia estabeleceu finalmente a sua

Omíadas,

base de poder em Bagdá, às margens do rio Tigre, no lraque moderno. No início da época viking; a cidade tinha-se expandido muito, prosperando com as enormes reservas de prata dos domínios do califado. As minas principais encontram-se no Afeganistão e foram descobertas no seculo IX, junto com as fontes mais ricas no vale de Panshir. localizadas outras minas na Ásia Central, onde

Foram

hoje ficam o Usbequistão, o Quirguistão e O Tajiquistão. A produção era enorme: a maior parte da prata era transformada em moedas, e até a relativamente insignificante mina de Radrad, no Iêmen, produzia prata suficiente para cunhar um milhão de moedas por ano. Os Abássidas

À direita. Esta inscrição rúnica

desgastada, que foi gravada numa

balaustrada de mármore da Igreja de Hagia Sofia em Bizâncio, só é parcialmente legível, mas o nome Halfidan foi decifrado.

Descobriram-se outras pinturas rúnicas na mesma galeria.

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197

RÚSSIA E O ORIENTE

tornaram-se muitíssimo ricos com o comércio da prata, que chegava até a Índia.

o Sri Lanka, a China e a Pérsia.

Os vikings parecem ter começado a aproveitar as fontes

de prata árabes no início do século IX, adquirindo moedas, que tinham sido cunhadas algumas décadas antes.

Tornou-se o seu metal mais apreciado, e o seu apetite pela

prata foi enorme. Foram encontradas mais de 60.000 moedas árabes em mais de 1.000 tesouros só na Escandinávia, junto com muitas outras nas colônias vikings. Está

claro que só se guardava uma proporção pequeníssima da prata importada em forma de moedas; a maior parte era fundida e refundida em barras ou em jóias. Os vikings compravam a prata com artigos parecidos com os que comercializavam em Bizâncio: peles, escravos, falcões, mel, machados, marfim de morsa e espadas de aço. A partir do mercado de Bulgar, a rota fluvial do Volga penetrava nas terras dos nômades khazars A sua capital era Lil, nas margens do mar Cáspio, e eles controlavam todo o território por onde passava o caminho para o sul da rota do Volga. A política dos califas tinha todo o interesse em gerir melhor as saídas para a prata devido à con-

corrência dos mercados de Bulgar e Khazar, e tanto o cali-

fado como os mercados do norte desejavam manter boas relações com os khazars. As influências khazars chegaram até à Suécia, onde algumas modas em joalharia e roupa intima refletiam gostos orientais. Isto é evidente, por exemplo, em muitos dos objetos encontrados em túmulos de Birka. Alguns dos objetos de inspiração oriental, como

anéis retorcidos e entrançados que são normalmente en-

contrados, foram adotados por toda a Escandinávia. De Itil, os navegantes vikings podiam cruzar o mar Cáspio e prosseguir por terra ao longo da rota de caravanas, de

Gorgan a Bagdá e à corte do califa. Foram encontrados, de novo, na Escandinávia artefatos que só podiam proceder do centro do califado, os quais incluíam alguns exemplares de cerâmica árabe especialmente belos. Nem todas as viagens dos escandinavos para o Oriente foram pacíficas, ou feitas apenas com propósitos comerciais. Os invasores vikings empreenderam várias expedições na região, as quais incluem um ataque importante a Baku e às margens do mar Cáspio em 912. O comércio da prata com os Abássidas foi diminuindo progressivamente durante o século IX, quando as minas se esgotaram e o califado ficou destroçado pelas guerras civis, pelas campanhas externas e pela sangria de uma série de projetos de construção esbanjadores, como a cidade real de Samarra. Esta ocupava uma extensão de 35 quilômetros ao longo das margens do Tigre, e demorou 46 anos para ser construída. Em 892, o tesouro abássida esta-

va vazio, mas descobriram-se, a essa altura, novas e impo-

nentes fontes de prata no Afeganistão, e a economia árabe se foi recuperando lentamente. Os clientes samânidas que governavam a Transoxiânia, a região que incluía as grandes cidades comerciais de Samarcanda ao norte do

rio Oxus (Ámu Darya), rapidamente começaram a produ-

zir enormes quantidades de moedas, que chegaram à Rússia e ao mundo

viking. Depois do começo do século X,

moedas procedentes dessas fontes mais a oeste são mais abundantes que as pertencentes à primeira fase de produção de prata no século IX. Só na Rússia, foram recuperadas de tesouros várias centenas de milhares de moedas

árabes. Essa exportação de prata ainda a maior do califa-

do continuou de modo quase constante até 965 aproxi-

madamente, quando, por sua vez, as minas samnitas se es-

gotaram. Embora ainda circulassem moedas procedentes do leste na Escandinávia nos anos 980 e 990, os vikings tnham começado a fixar-se em fontes européias para o seu abastecimento de prata, especialmente nas novas minas das montanhas de Harz, na Alemanha Central. 198

Em 1015 a importação de prata árabe tinha cessado completamente, e o laço com o Oriente estava quebrado. Durante a época de expansão do comércio da prata, O Califado Abássida enviou muitos mensageiros diplomáticos e mercantis às terras nórdicas para negociar condi-

Acima. Um monte de várias

baixadores do islamismo eram muitas vezes homens de grande educação e conhecimento, e deixaram registros pormenorizados das suas viagens. Às primeiras impressões de Ibn Fadlan sobre um grupo de comerciantes escandinavos com que tratou em 922 merecem ser citadas pela sua surpreendente declaração de testemunha ocu-

báltica e nos rios russos. À procura da prata árabe, que se extraía em

ções comerciais e explorar novos mercados. Aqueles em-

lar, cujos pormenores concordam muito bem com as pro-

vas arqueológicas sobre os vikings: “Vi os rús quando chegaram na sua viagem comercial e acamparam no Volga. Nunca vi exemplares físicos mais perfeitos, altos como palmeiras, louros e corados; não

usam túnicas nem cafetãs, mas os homens vestem uma

peça de roupa que cobre um lado do corpo e deixa a

mão livre. Cada homem

tem um machado, uma espada e

uma faca, que levam sempre consigo [...]. Todas as mulheres trazem no peito uma caixa de ferro, prata, cobre

ou ouro [...] cada caixa tem uma anilha a que está agar-

rada uma faca. As mulheres usam colares de ouro e de prata [...] os seus adornos mais apreciados são contas de vidro verde.” Depois de descrever as oferendas feitas aos deuses pagaos por essa gente, aparentemente rude, com a esperança de fazer bons negócios, Ibn prossegue citando a oração pragmática de um aventureiro viking: “Gostaria que me enviasses um comerciante com muitos dinares e dirhames, que me compre tudo o que eu quiser e não discuta nada do que eu diga.” Parece ironia que as descrições contemporâneas mais pormenorizadas que temos sobre os vikings venham da

periferia do seu mundo. As fontes árabes proporcionam-

nos uma informação incomparável da vida diária dos escandinavos que viajavam — as suas roupas e modas, comportamentos, ritos funerários e guerras -, fazendo da expansão viking para oriente um dos acontecimentos mais extraordinários da época.

moedas de prata encontradas na Suécia, principalmente árabes e bizantinas, recorda-nos que a prata, acima de tudo, foi o ímã

que atraiu os escandinavos para o

leste, incitando-os a fazer

incursões e comércio na regiao

enormes quantidades naquela

época, chegaram até ao mar Cáspio pelo Volga, embora sem dúvida se realizassem muitos

negócios rio acima, no grande mercado de Bulgar.

QUARTA PARTE

O FIM DO MUNDO VIKING

Dinamarca Como já vimos, a urbanização estava mais avançada na Dinamarca que nos outros países escandinavos no final do século X. Um número considerável de cidades, estradas, pontes e obras semelhantes foram completadas durante o reinado de Haroldo Dente Azul, em meados do

século X; este processo foi, na sua maior parte, continuado por seu filho Svein, o Barba Bifurcada (que reinou de c. 987 a 1014) e, posteriormente, pelos reis dinamarque-

ses do século XI. No entanto, é óbvio que os programas de engenharia civil de Dente Azul pareceram excessivos a muitos dos seus súditos, cujos impostos tinham de cobrir a maior parte dos seus enormes custos. Insinuou-se que foi a impopularidade dos projetos esbanjadores de Haroldo o que levou seu filho a revoltar-se contra ele, conseguindo a expulsão de Haroldo do reino e a suces-

No final do século XI, o reino dinamarquês tinha vá-

rios bispados, que requeriam a construção de catedrais. No início, empregaram-se artesãos e pedreiros da Inglaterra e da Europa continental para a sua construção. À Catedral de Odense, por exemplo, construída em 1080, contém características procedentes da Alemanha, da Itália e da Inglaterra, que se atribuíram à presença de clérigos ingleses ali. Quando o país se inte=

DT

ig

O

casas de cunhar moeda e a extensão do patronato eclesiástico no norte pagão recém-convertido desempenharam o seu papel no contínuo crescimento do poder centralizado e da realeza. Ao mesmo tempo, houve uma expansão da população rural, com o correspondente movimento de povoação para zonas de terra mais marginais e alguma modificação de práticas agrícolas. Todos estes fatores introduziram alterações materiais na paisagem escandinava no final do período viking.

DiE

mas de fundação urbana, o estabelecimento de novas

existência de uma única fé no país - em oposição aos costumes muito diversos e variáveis da religião pagã — como uma força útil para a unificação da Dinamarca que, unindo o povo, contribuía também para estabelecer um Estado político único. Uma segunda razão pode encontrar-se na ideologia da realeza: um patrono generoso da Igreja era um atributo apropriado para um monarca que desejava ser tratado como um igual pelos reis da Europa continental. Os decretos referentes ao apoio da Igreja que Canuto, o Grande (falecido em 1035), promulgou como rei da Inglaterra desde 1016 e fez aplicar na Dinamarca quando herdou o trono em 1018 ilustram a situação. À igreja de pedra mais antiga que se conhece na Dinamarca é uma fundada em Roskilde pela irmã de Canuto, em 1027. Depois, a pedra converteu-se no material mais utilizado para construir igrejas, e os primitivos edifícios de madeira, como o que está construído em Jelling — talvez por Haroldo Dente Azul para receber os restos de seu pai, pagão — foram substituídos, naquela época, por outros de tufo poroso.

Maçã

A Escandinávia no século XI O século XI viu o fim da transição dos reinos escandinavos para Estados nacionais, um processo que tinha começado nos séculos anteriores. Os ambiciosos progra-

CR

O FINAL E A ÉPOCA PÓS-VIKING

A Escandinávia no século XI

No início do século XI, os povos

escandinavos tinham alcançado

um elevado grau de coesão política, e os Estados nacionais começavam a formar-se. Ao longo do século, a concentração de

poder na mão dos reis refletiu-se

no rápido desenvolvimento

de autênticos centros urbanos —

cidades planificadas sob a proteção real com novas casas de cunhagem de moeda e centros

administrativos. O cristianismo implantou-se definitivamente no

século XI em toda a Escandinávia,

construindo-se grande quantidade de igrejas e estabelecendo-se bispados. Por volta 1100,

os três países escandinavos estavam já firmemente situados na órbita política e ideológica da Europa cristã. Eu

são de Svein. Naturalmente, as fortalezas circulares de

Haroldo, como Trelleborg e Fyrkat, que poderiam ter sido centros administrativos para a cobrança de impostos, não foram utilizadas na época de Svein. Depois do reinado de Haroldo, uma nova obra de construção foi

sem dúvida parcialmente consolidada graças à prata obtida através da repetição em massa de incursões na Inglaterra, uma fonte de receitas reais mais apreciada que o dinheiro obtido através do sistema tributário. Quando a cidade de Hedeby entrou em decadência

depois de 1000, as suas funções foram assumidas pela

povoação próxima de Schleswig; Ribe floresceu sob o patrocínio real, bem como Arhus, Lund, Odense, Ros-

kilde e Viborg, todas fundadas antes ou por volta de

1000. As escavações acharam as ruas e os edifícios do sé-

culo XI de muitas destas cidades, com material especial-

mente bom em Árhus, onde se encontraram os restos

dos edifícios compartimentados, cada um com bancos à volta das paredes e uma lareira num canto. Lund também proporcionou informação valiosa. No rico solo orgânico, conservaram-se vários níveis de ruas firmes cuidadosamente alinhadas; algumas estradas eram inteiramente feitas com bocados de couro desperdiçados na fabricação de objetos. Remanesceram muitos edifícios de madeira, juntamente com os seus conteúdos. Os achados incluem artigos familiares como brinquedos de crianças e até uma cadeira pequena com a parte da frente fechada para acolher uma criança pequena e impedir que corresse por toda a parte. Os reis dinamarqueses apoiaram com entusiasmo a Igreja estabelecida nos territórios recém-convertidos ao cristianismo por várias razões. Primeiro, viam o fato da

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O FINAL E À ÉPOCA PÓS-VIKING

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totalmente

na esfera cultural cristã da Eu ropa continental, os seus ambientes rurais e urbanos sai

caram-se de tal maneira, que um viking do século IX nao os teria reconhecido. Noruega

Em contraste com a Dinamarca, a Norue ga não experi-

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gles ima moeda do rei in uma entre a HI (979) 016), na ram ce se encontra

nto urbano até mead E os o século XI. Por razões que ainda se desconhecem. os pequenos mercados sazonais, como Kaupang, não che garam à tornar-se cidades na Noruega, como aconteceu com outros em outras partes da Escandinávia; não foi senão no ano 1000 que autênticas cidades estabeleceram =

século o d l na fi o n s a s dinamarque 50 %1. Em cerca de + e no início do fizeram Si osingleses bras aos os de 950.000 li

«ment a fonte de res -uma valios

receitas. roldo Abaixo. O batismo de Ha

m Dente Azul, que aparece nu de barril, é representado numa placa do século XI

na Igreja

dia, uma de de Tamdrup, na Jutlân

e uma série de sete, feita de cobr

stram cenas dourado, na qual se lu o Poppo. Crê-se que o

da vida em Sã r O Tel canto conseguiu converte

do-o dinamarquês impressionan

ntar um com a sua proeza de ague

ferro candente.

nenhum

desenvolvime

(ron dicim (Nidaros para os vikings), no norte, e 1en e Oslo, no sudoeste. Trondheim, sobr >

senvolveu-se rapidamente ao longo do rio sp se a sede real dos reis noruegueses. As escavações nos depósitos alagados debaixo da cidade atual revelaram os restos de parcelas, casas e pátios cuidadosamente dispostos, juntamente com os detritos procedentes da atividade manufatureira que se realizava dentro deles. Oslo mostrou estruturas diretamente comparáveis que datam do século XJ. E quase certo que ambas as cidades foram fundadas por mandato real. Só uma autoridade centralizadora como a que os reis noruegueses possuíam naquela época pode ter estabelecido as zonas de comércio protegi-

das que permitiram o florescimento do artesanato, das atividades industriais e das empresas comerciais. Na verdade, todas as cidades podem ter sido propriedade pessoal do rei, que as alugaria ou arrendaria a comunidades de artesãos e oficiais reais. Pode ter havido uma relação recíproca: em troca de proteção, o rei teria exigido a sua parte paga em impostos e pedágios O esplendor da corte real também era sem dúvida enriquecido pelos melhores produtos que esses centros urbanos ofereciam. No

seu centro, encontravam-se as residências reais, rodea-

das das mansões do séquito e dos guarda-costas do rei. No final do século, as casas de cunhagem

de moeda, as

igrejas e as catedrais juntaram-se a elas, passando a fazer parte do aparato de poder e autoridade que se teria considerado apropriado para um grande rei. Posteriormen-

te, na de nal

fundaram-se mais cidades, em Bergen e Stavanger, costa ocidental da Noruega e em Tonsberg, próximo Oslo. Todas revelaram materiais arqueológicos de fido século XI.

Como

se assinalou anteriormente, o cristianismo de-

sempenhou um papel essencial na formação da Noruega como Estado no final do século X e durante o XI. As primeiras igrejas que foram construídas eram de madeira. Não remanesceu nenhuma estrutura completa desse período, mas conservaram-se muitos dos seus planos graças aos buracos dos postes debaixo dos seus sucessores de pedra dos séculos XIL e XIII, e por vezes podem identificar-se várias fases de reconstrução, dado que os edifícios de madeira eram destruídos frequentemente pelo fogo, e as tábuas de madeira que ficavam no piso apodreciam e precisavam ser substituídas. O grande número de igrejas construídas com aduelas de madeira detalhadamente adornadas que permanecem desde o século XII dá-nos uma idéia de como eram as primeiras igrejas norueguesas. As mais belas, como Borgund e Urnes, ambas na Noruega Ocidental, figuram entre os edifícios de madeira mais bem conservados de toda a Europa medieval. Por vezes as madeiras das igrejas anteriores, de finais da época viking, se encontram incorporadas na sua estrutura, e por elas podemos vislumbrar como deveriam ser magnificamente talhadas. Suécia

À exceção de Sigtuna, que parece ter assumido as funções de cidade-ilha de Birka, provavelmente abandona-

da entre meados e

finais do século X, a urbanização

não se desenvolveu muito na Suécia até o século XIL A partir de inscrições de moedas, pudemos saber que Sigtuna foi traçada, quase certamente, por mandato real, numa urbanização realizada ao longo de uma estrada,

seguindo um braço do lago Malaren As escavações demonstraram a existência de várias igrejas na cidade, junto com propriedades urbanas parecidas com as conhecidas nas cidades do final da época viking na Dinamarca e na Noruega. Em certo sentido, Sigtuna pode ser considerada uma capital primitiva que funcionava como centro real, eclesiástico e administrativo para a dinastia que controlava À Suécia Central e Oriental. Embora a transição da povoação urbana de Birka para Sigtuna possa ter sido, em parte, incitada pela descida do nível do mar, que comecou a secar os portos de Birka, provavelmente houve raa z0es mais complexas depois da decisão de transladar maior povoação da Suécia. Birka pode ter continuado difiÀ ser habitada durante mais tempo sem grandes no culdades, mas a situação de Sigtuna, exatamente

uma centro do Estado em expansão, teria oferecido poder real do centro um para favorável mais posição mais adeque um lugar isolado no meio de um lago 201

As igrejas de aduelas A esquenta. À Igreja de Borgund, no fiorde de Sogne, na Norue Ocidental, é sem dúvida um dos exemplos mais admiráveis de

A cultura viking deixou muitas marcas do seu breve apogeu, mas um tipo de monumento especialmente único remanesceu em forma de igrejas de aduelas, que se encontram em grandes quantidades na Noruega e (embora em menor grau) em outros países escandinavos. A construção de aduelas foi uma evolução

tetura da época viking, e começou a igrejas durante o século XI: a técnica edifícios domésticos um pouco antes. simples, o método de construção de

igrejas de aduelas que se

conservaram. À sua estrutura básica

remonta ao século XIII: as magníficas cabeças de animal e os

tardia na arqui-

múltiplos telhados foram

utilizar-se para as aparece em alguns Na sua forma mais aduelas parece-se

provavelmente acrescentados um

século depois. Esta decoração

muito trabalhada é típica das

igrejas posteriores, € por vezes

alcançava extraordinânia

sofisticação e beleza,

com a construção de um barril — uma fileira de madeiras

verticais encaixadas e ligeiramente curvas mantinha-se no lugar apertada entre duas madeiras horizontais com ranhuras nas partes superior e inferior da parede. Isto faz com que as madeiras da parede se elevem, protegendo-se assim da umidade e da putrefação. As igrejas de madeira anteriores, construídas com postes fixos na terra, só teriam durado uma geração. Não resta nenhuma igreja de aduelas do século XI que permaneça intacta, mas encontraram-se fragmentos das suas madeiras talhadas, conservadas na estrutura dos seus sucessores medievais e em outros edificios: há exemplos notáveis procedentes de Flatatunga, na Islândia, e Hemse, na Suécia. No entanto, foi nas igrejas cons-

truídas em finais da época vikinge nos séculos XIle XII

que a construção de aduelas alcançou a sua forma mais

evoluída e sofisticada. As igrejas de aduelas dessa época estão espalhadas pela paisagem norueguesa, onde permanecem monumentos admiráveis dos êxitos artísticos e arquitetônicos dos escandinavos medievais durante a sua

Parte inferior esquerda. Os animais

graciosos entrelaçados que

emolduram a porta em forma de olho de fechadura da Igreja de Urnes, perto de Borgund, foram

talhados no século XI, e deram seu

nome ao estilo de Urnes, da época wking tardia.

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Abaixo. Os interiores das igrejas de aduelas cram magnificamente trabalhados — como aqui em Borgund =, e a intricada construção das madeiras

acrescenta um elemento de elegância simples que não é popularmente associado aos vikings “guerreiros”. O aspecto dispendioso e muito adornado de muitas aduelas faz com que nos

interroguemos sobre se as casas da época viking também eram cobertas de adornos deste tipo.

mi. a

À

integração na esfera cultural da Europa crista.

202

As igrejas de aduelas do século XI tinham um plano retangular simples, muitas vezes com um

pequeno presbitério quadrado

acrescentado à nave e, menos frequentemente, naves laterais.

As igrejas posteriores embelezaram este desenho, e geralmente se centravam em torno de quatro

postes de apoio, colocados num

quadrado, que atingiam grande altura dentro do edifício e levantavam o nível do telhado:

Borgund (na imagem representativa

da esquerda) é um exemplo típico. Às vezes, desenvolviam-se

disposições com postes centrais

numa arcada, e o conjunto das estruturas era desenhado com uma série de quadrados sucessivos (à

esquerda e no plano da parte superior).

Apesar destas elaborações, os elementos essenciais da técnica

de construção com aduelas não

variaram desde a época viking até boa parte do período medieval: mostra-se o desenvolvimento do método (acima) desde as suas origens, com a construção

rápida de terra, passando por uma fase intermédia de quatro postes € viga de umbral, até a forma final,

em que toda a estrutura se eleva sobre o piso.

203

Sigtuna

3

TE

Em finais do século X, talvez por volta de 970, a pequena

cidade de Sigtuna foi fundada ao longo de um braço setentrional do lago Maãlaren,

na Suécia Central.

Como

Birka, à qual sucedeu, provavelmente estava sob controle

real. Desde o início, Sigtuna foi disposta num plano retangular com uma rua central que seguia a margem do lago. Algumas casas compridas e estreitas ladeavam am-

bos os lados da rua — provavelmente mais de 100 —, com a

residência do rei ocupando um lugar no centro da cidade. Pelo menos desde 995, o rei Olof Skôtkonung pôs

em circulação moedas com a legenda “Sigtuna de Deus, e o lugar da primeira casa da moeda na Suécia foi escavado junto à residência real. Foram também encontrados ali restos de oficinas de ferreiros e de artesãos de alta posição social. Sigtuna era uma cidade cristã, e as prováveis localizações de pelo menos sete igrejas foram identificadas, juntamente com vários cemitérios próximos. Muitos dos depósitos arqueológicos de Sigtuna estão alagados e conservam alguns dos melhores materiais da época viking na Suécia. As escavações perto do recinto real revelaram quatro vivendas completas, sucessivamente re-

Abaixo. O nível da água em volta de

Sigtuna era cinco metros mais alto

no final da época viking que

atualmente, e foram localizadas camadas de ocupação ao longo da

construídas em 10 fases de ocupação desde o século X até o século XIII Os terrenos que davam para a rua eram ocupados por oficinas e edifícios com vivendas traseiras, muitas vezes com a profundidade de até cinco estruturas numa parcela do século XI À riqueza dos achados teste-

margem primitiva. O eixo do

povoação sobrevive hoje como Stora

gatan (Rua Maior); o lugar anterior do recinto real no seu centro encontra-se hoje sob o Museu de

Sigtuna. O plano também mostra os

túmulos funerários pagãos e os

munha o trabalho artesanal com metais, tecidos, osso,

cemitérios cristãos que rodeiam a

cornadura e outros materiais.

cidade, e a distribuição das igrejas.

Área de povoados do séc. XI [23]

Cemitérios pagãos Cemitérios cristãos

menpa Igreja sl

Linha costeira em 1000

E a Linha costeira atual



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(1036-1041)

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escala 1:18.750.000 O

2.

Abaixo, Uma das pedras de Ingvar, a pedra rúnica de Varpsund em Uppland. Comemora a Gunnlev, ud capitão

de barco que “foi morto no leste junto com

Ingvhr” e

“constata que “sabia muito bem como governar nd

um

barco”.

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5: +

quado para as estruturas políticas fragmentadas dos séculos anteriores. Qualquer que seja a verdade sobre o tema, Sigtuna é um caso especial. As numerosas e pequenas povoações comerciais em volta da costa báltica, em lugares como Lôddkópinge, Kópingsvik, Paviken e Frójel, geralmente não se transformaram em centros urbanos mais vastos. Visby, na Gotlândia, que pelo visto assumiu o papel de Paviken no século XI, e as duas cidades das terras suecas ocl-

dentais, Lôdôse e Skara, são exceções. Em muitos aspectos, a organização política e religiosa da Suécia no final da época vikingé bastante mais obscura que no resto da Escandinávia. Como já assinalamos, as nossas fontes docu-

mentais são poucas e estão, sobretudo, relacionadas com a

atividade missionária; os anais da Europa Ocidental prestam pouca atenção aos acontecimentos da Escandinávia Oriental, dado que tinham um efeito insignificante na Inglaterra ou no Império Franco. Ainda sabemos relativamente pouco sobre o desenvolvimento da realeza sueca e o processo de conversão ao cristianismo. As missões de

Ansgar na Suécia no século IX acabaram por fracassar,

mas, dentro da quase total ausência de fontes escritas para os séculos X e XI, só sabemos que um rei cristão,

206

Olof Skôtkonung, governava o Oeste do país por volta do ano 1000, e que fundou o primeiro bispado da Suécia em Skara, em 1014. Um segundo bispado, que ficava próximo, estabeleceu-se em Upsala na década de 1060. Não há dúvida de que o paganismo estava florescendo nas planícies de Uppland, no norte, até no final do século XI. Um certo rei Svein restabeleceu o paganismo durante algum tempo depois do reinado de Olof, e esse acontecimento foi comemorado com o cognome Blot-Sven (blot significa sacrifício pagão). O grande templo pagão em Upsala, talvez o maior centro de culto da Escandinávia, pormenorizadamente descrito pelo horrorizado Adam de Bremen em 1070, não caiu em desuso até aproximadamente 1110, e é provável que o culto pagão privado continuasse depois durante gerações. A Igreja não começou realmente a desenvolver o seu poder na Suécia, sempre a mais selvagem e remota das terras escandinavas, senão muito depois de encerrada a época viking. Não se sabe praticamente nada das primeiras igrejas suecas. No entanto, algumas tábuas de

parede ornamentadas que remanesceram em algumas povoações sugerem que eram provavelmente semelhantes às construções de aduelas norueguesas.

A viagem de Ingvar

Uma das mais ambiciosas

aventuras de toda a época viking

foi a viagem da Suécia Central até os grandes rios da Rússia, que um jovem capitão chamado Ingvar

fez no comando de uma pequena frota entre 1036 e 1041. O que

torna esta viagem diferente de outras anteriores ou posteriores é

que Ingvar e os seus seguidores viajaram mais longe que ninguém, até a Ásia Central. Uma extraordinária série de pedras rúnicas na Suécia Central recorda

Os numerosos mortos em terras

longínquas. Pela distribuição das pedras comemorativas, podemos

deduzir a zona que a aventura de Ingvar cobriu; é possível que à viagem fosse uma campanha

militar bem organizada. Nas sagas islandesas, a viagem de Ingvar

termina num desastre, coma

expedição destroçada nas planícies

orientais.

O FINAL E À ÉPOCA PÓS-VIKING

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Os arqueólogos discutiram durante anos sobre o percurso exato da viagem de Ingvar, pois as pedras não o especificam e a única fonte escrita que menciona a viagem, uma saga medieval posterior, é uma história cheia de monstros e belas princesas, onde a verdade é difícil de determinar. No entanto, é provável que Ingvar seguisse a rota de Bizâncio, navegasse à volta do mar Negro e daí abrisse caminho por terra até o mar Cáspio. Pode ter ido mais longe, mas é óbvio que a sua viagem foi considerada algo tão extraordinário, que acabou por se tornar quase mítica. Ao que parece, a expedição confrontou-se com um terrível desastre nas terras desconhecidas da Ásia, e poucos foram os sobreviventes que regressaram à região de Malaren para contar a história. As pedras erigidas pelos parentes e amigos dos que morreram, talvez colocadas muitos anos depois, quando as notícias da catástrofe chegaram à Suécia, são uma con-

tribuição própria da ideologia vikinge também a comemoração de uma viagem que igualava e superava as grandes viagens dos séculos IX e X.

A fase final da O nascimento dos nacionais marcha a fase

expansão viking da Dinamarca e da Noruega como Estana primeira metade do século XI pôs em final da expansão vikinga ocidente, quan-

as suas do os seus reis começaram a ter de demonstrar

capacidades políticas e a pôr à prova o seu poder num cenário europeu mais amplo. O primeiro passo neste processo foi o reatamento das guerras contra à Inglaterra. As incursões vikings voltaram a começar em 980, ao fim de um interregno de quase 30 anos, depois de os ingleses terem recuperado o Danelaw dos seus governan-

mo rei vites escandinavos, e de ter sido destituído o últi

Acima. Um harpista toca harpa, um ferreiro trabalha na bigorna e um

lavrador ara seus campos com uma

Junta de bois, Estas cenas num manuscrito escrito no ano 1000 em Canterbury têm o propósito de

ilustrar histórias do Antigo Testamento, mas hoje nos

permitem vislumbrar a vida da

Inglaterra durante o reinado de

Ethelred II, na época em que as mcursões vikings recomeçaram com grande ferocidade.

king em York, em 954. As incursões tomaram a forma de uma dupla série de ataques à costa meridional da Inglaterra e ao Norte do País de Gales. Estes últimos tiveram início a partir das colônias hiberno-nórdicas na Irlanda e dos arredores do mar da Irlanda. Provavelmente não foram tentativas de conquista, nem sequer um plano premeditado de caça de tesouros, como por vezes se afirmou. É muito mais provável que os vikings estabelecidos na Irlanda voltassem à sua prática de saque temporário oportunista, temro comando do seve pelo pido rrom inte As pedras de Ingvar ente riam pora oci en documental conv al ri te ma de ez ss ca es (957-975). Este ressurgimenfico Pací o r, Edga Apesar da ês ingl rei em s, ca ni rú mp inscrições co as dr pe de as m crédito à acusaalgu en nt se eris ce conf z talve e idad nal. ' as ativ da to a am ic lp lo XI, que sa cu sé do s da ta lred Il da Ethe ra e cont rt feita gico enér o pouc rno gove de sua maior pa ção em iores que ma o it mu s de da ti an qu dúvida de que haja não ora emb xã, o-sa angl ica Crôn pela paisagem sueca em e nt fo a são um ia áv in nd ca Es da e rt pa a excessivamente deprimente o riçã desc uma dá e font a aqualquer outr li mi fa de a em memóri as id ig er r e u Q o Indeciso, é uma . , lred as Ethe ov de o apod O ado. rein seu s do ta única de pr ui (m s mortos ma ar de s o r i e h n a p m o go unraed, que na verdade anti ês ingl do ução trad má os res, amigos € c e br so , zes ate mais ve às o, nt ta m a t n o c ifica “mal aconselhado”. sign os e vezes elas nos br so to an qu s o t os monumen m a r a vindos do leste eram clarad ra n ater e Ingl m à o ues c ataq n de Os e l e pe qu pa o penhando m e s e d er qu rentes. Não dife o , muit ) m ções ambi por s vado moti e € ment ão que comemorava ss os de suce at , as rr te de e ad ed rqueses estavam ama din reis os o pont que até as mos sabe r e d declarações de propri n e e à compr s o n m a d u j a ram à eça com s, mas co di s, rsõe rí incu ju s eira prim nas s o a os t lvid oc n envo e ép m u c da do no final ia éc Su na s te en rr nas expedições co ativo o muit l pape um ar enh emp a des e n â r o p idéias e as atitudes nte contem fo a ic ún via o ss Com no 980. em a ues ataq e dos as ço qu ome rec ao o ir sã segu a e logo | g n viki inávia. nd ca Es a m s entos de prata e ecim m forn os X da lo sécu do eém final no mos, m u de tes, estão as an ss re te in is ma es çõ Abássida se tinham ri fado Cali “nsc do e ia Rúss da tes eden proc và m ia og l que el ra nt Ce ia éc Su só os tinha da ha man Ale as na dr es font s nova as e , o de 30 pe tado esgo di ande expe gr a m u n as nt ju m a r ialmente. Os desenvolvimentos polítiparc s que morre r um capitão chamado Ingvar. ído titu subs rias pessoant - à orie e dirigida po e centralização cent cres a e ávia ndin Esca da tiro dent cos m a , mencion as ad am ch o Sã m si as ar à monarquia um torn a do eça com am tinh r pode do o, ld ro As pedras de Ingvar, ntes, até Ha ga ve na e o rc ados dos elev ba os cust de Os ; es caro tã o pi muit ca to , men ndi os ree ir emp mone numa pedra erigida

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Svein, o Barba Bifurcada, e de seu

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ambiciosos programas de engenharia civil, a construção de estradas e as obras defensivas de Haroldo Dente Azul na Dinamarca já foram assinalados, e os séquitos militares reais também consumiam grande parte da riqueza do novo reino. Se o custo da monarquia estava aumentando, o mesmo acontecia com o custo da tomada do poder. Os aspirantes à usurpação e os exilados reais, que tinham sido uma característica destacada da política viking desde as primeiras incursões no século IX, teriam sentido também a necessidade crescente de dinheiro. Estes fatores podem contribuir para explicar o recomeço de tais in-

cursões no final do século X e no início do século XI,

pois é óbvio que os que tomavam parte nelas não tinham interesse em conquistar terras. Às incursões só tinham um objetivo, a obtenção da maior riqueza transportável possível. Nos dez anos seguintes, as incursões intensificaram-se muito dramaticamente. As frotas vikings eram grandes e 208

Inglaterra e do País de Gales,

de 1009, exércitos reais dinamarqueses, sob as ordens de

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escala 13,850 000

atacaram objetivos do oeste da

aos exércitos de Ethelred IL Depois

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ataques, os hibemo-nórdicos

enquanto a leste e a sul a frota procedente da Escandinávia infligia desmoralizadoras derrotas

lugares atacados pelos vikings

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de incursões escandinavas assolou a Inglaterra, interrompendo os anos de relativa calma que país tinha

tesouros lechados

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Inglaterra vitingna Entre 980 e 1009, uma nova onda

atuavam sob o comando real como forças bem coordenadas; na verdade, como autênticas armadas nacionais.

Além disso, várias frotas governadas por pretendentes reais hostis também participavam nas incursões. Por exemplo, Olav Iryggvason, que se tornou rei da Norue-

ga em 995, dirigiu uma frota de 93 embarcações contra

o Sudeste da Inglaterra, em 991. Os ingleses opuseram resistência armada às incursões, mas na época da campanha de Iryggvason tinham decidido continuar com a política de pagar danegelds, numa tentativa de evitar posteriores ataques. Isto foi em consequência da desastrosa derrota para os dinamarqueses na batalha de Maldon, no Essex (um dos mais famosos poemas escritos em inglês antigo celebra a sua resistência heróica, conquanto condenada ao fracasso). No entanto, o pagamento de 4.500 quilos (10.000 libras) de prata aos dinamarqueses parece que teve o efeito de animá-los a retornar em maior número, apesar das tentativas desesperadas de Ethelred de mobilizar os ingleses. Em 994, Olaf Tryggva-

uma dinastia escandinava no trono

da Inglaterra.

O FINAL E A ÉPOCA PÓS-VIKING

son retornou, desta vez al:

cada. À sua empres Rap a foi pe 7



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pensada com umici pagamento de 7.250 quilos (16.000 libras) de prata.

Os danegelds continuaram a ser pagos com somas cada vez maiores: 11.800 quilos (24.000 libras) de prata em 1002; 16.000 quilos (36.000 libras) em 1007; e 22.000 quilos (48.000 libras) em 1012. Isso era uma sangria econômica enorme, e o desespero crescente do governo inglês pode ser observado na terrível ordem dada por E-

thelred de matar todos os dinamarqueses que vivessem na Inglaterra no dia de São Bartolomeu (13 de novem-

bro)

de 1002; a realidade desta ordem

é confirmada

numa carta de Oxford que fala dos dinamarqueses que se acolheram numa igreja. O registro arqueológico parece confirmar a pouca segurança desta época agitada. Encontraram-se vários tesouros que datam deste perío-

do no Sudeste da Inglaterra, dando a entender que as pessoas enterravam a sua riqueza para protegê-la do roubo, verificando-se um aumento correspondente na quantidade de moedas de prata inglesas encontradas

abaixo. À estrada elevada entre a

Essex, tha de Northey e a costa de róximo de Maldon, fica coberta

com a maré alta. Foi por ela, durante a campanha de Olof Tryggvason em 991, que uma força

viking atravessou para se confrontar com um exército inglês sob o

comando de Byrthnoth. A derrota dos ingleses foi uma virada decisiva no reinado de Ethelred.

nos tesouros escandinavos. Só na Gotlândia, recuperaram-se mais de 50.000 moedas. É óbvio que vários dos invasores vinham da Suécia, ao contrário dos ataques do século IX; esta modificação parece estar relacionada com a crescente centralização do Estado russo, que limitava o campo de ação dos suecos para as operações vikings a leste. Várias peças rúnicas da Suécia comemoram os homens que morreram lutando na Inglaterra, e algumas mencionam os danegelds. Uma pedra de Yttergárde, por exemplo, conta-nos que um certo UI teve a sorte de receber três partes: “A primeira

toi a que pagou Tosti, depois pagou Thorkel e depois Canuto.” Para além do saque e da extorsão, muitos escandina-

vos tomaram um

terceiro caminho para a riqueza, pois

em 1012 e 1013 vários vikings sob o comando de Thorkel, o Alto, lutaram como mercenários do lado inglês.

A medida que os escandinavos enriqueciam com a prata da Inglaterra, os seus horizontes aumentavam e as incursões tomavam uma dimensão política nova. Svein, o Barba Bifurcada, começou claramente a conceber a idéia de conquistar toda a Inglaterra. Semelhante empreendimento, se tivesse tido êxito, tê-lo-ia convertido no rei mais poderoso da Escandinávia. Não parece que participasse pessoalmente nas campanhas de 1009-1012, mas provavelmente foram dirigidas por ele, e em 1013 voltou à Inglaterra com uma frota impressionante,

diri-

gida por ele próprio. Os ingleses, esgotados, foram inca-

pazes de resistir ao violento ataque, e em 1013 Svein foi

aceito como rei pela população do Danelaw; depois de Ethelred fugir para França, o seu reconhecimento estendeu-se a toda a Inglaterra. No entanto, Ethelred pôde regressar em 1014, quando a Crônica anglo-saxá registra o “feliz acontecimento” da morte de Svein. Os últimos dois anos do reinado Ethelred decorreram com ele lutando numa guerra perdida de antemão com Canuto, o filho de Svein, que tinha ficado no Danelaw

com o seu exército. Quando Ethelred morreu em 1016, o seu filho Edmundo opôs uma feroz resistência aos vtkings, fazendo-os recuar atravessando o Sul do país, e ganhando o apodo de Costas de Ferro. Não obstante, também ele morreu naquele mesmo ano, e os ingleses nao e



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uma cruz de ouro de altar. Este é um retrato pouco frequente de um rei viking. Vemos Canuto rodeado de anjos; a mão de Deus assinala o seu direito divino de realeza. mas Canuto mantém uma mão sobre sua espada

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Na Dinamarca, praticava-se um patrocínio semelhante. É claro que havia laços artísticos entre Os dois países. Uma das introduções mais importantes de Canuto na Inglaterra foi o estilo de Ringerike, que então era corrente na Dinamarca €e que os artistas ingleses empregaram em novas formas, como adorno de manuscritos. Uma lápide fragmentada que foi encontrada no cemitério de St. Paul em Londres no século XIX proporcionou um dos melhores exemplos do estilo que temos na Inglaterra ou na Dinamarca. Um animal magnífico, que no início foi pintado de vermelho, branco e preto, anda com passada larga através da pedra, com uma serpente parecida com uma faixa enroscada nas patas. Uma inscrição rúnica em nórdico antigo faz constar que “Esta pedra foi erigida por Ginna e Toki”. Canuto foi por diversas ocasiões lutar em guerras na Escandinávia, e em 1026 foi derrotado por um exército aliado dos reis da Noruega e da Suécia, na batalha de Holy River na Suécia. Em 1028, aproveitou-se das disputas entre os latifundiários noruegueses e o rei Olaf Haraldsson para fomentar uma rebelião. Utilizando uma vez mais as forças inglesas. Canuto foi proclamado rei da

Acima. Canuto, o Grande, tinha moedas cunhadas com o seu nome em ambos os lados do mar do

Norte. Imitando a prática inglesa

estabeleceu uma rede de casas de

cunhagem na Dinamarca, À mais importante ficava em Lund, agora

na Suécia, onde esta moeda foi cunhada.

A esquerda. Quando se tornou rei de

Inglaterra, em 1016, Canuto casou-

se com Emma

(chamada Elfgyfu pelos ingleses), a

viúva de Ethelred II. Aqui o casal

real é representado no Liber Vitae oferecendo uma cruz de altar ao novo mosteiro de Winchester, sob

as bênçãos de Cristo como

Majestade. O filho de Canuto e Emma, Hardacnuto, ocupou o

trono da Dinamarca e da Inglaterra durante um curto período de tempo. Eduardo, o Confessor, filho

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Noruega em Trondheim; Olaf Haraldsson morreu dois

eg e

da Normandia

anos depois na batalha de Stiklestad tentando recuperar o seu trono. As moedas cunhadas em Sigtuna que leva-

de Ethelred e de Emma, foi

proclamado rei da Inglaterra em

1042,

vam a inscrição “Canuto, rei dos suecos” são um sinal de

que a sua autoridade era também reconhecida na Suécia. Canuto esteve presente em Roma na coroação do imperador Conrado II, em 1027, quando pôde ocupar um lugar entre os governantes da Europa, e ao morrer, em 1035, estava justificado no seu direito a reinar sobre

um império imenso: Inglaterra, Dinamarca, Noruega e

Suécia Meridional. tiveram outra alternativa senão aceitar Canuto como rei. Este dividiu imediatamente o país entre os seus comandantes. Canuto € os seus sucessores escandinavos

governariam a Inglaterra por quase 30 anos. O império de Canuto, o Grande

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Quando Svein morreu, o reino dinamarquês passou para Haroldo, o herdeiro de Canuto, enquanto Canuto consolidava a posição dos dinamarqueses na Inglaterra.

forças inglesas para empreender uma campanha na Dinamarca e garantir o trono. Alcançou o seu objetivo em 1019 e então governou um território maior que o de qualquer viking que o tivesse precedido, pondo-se a forjar um império que dominaria as terras à volta do mar do Norte. Passava a maior parte do tempo na Inglaterra, talvez porque isso realçasse o seu prestígio e a sua posição como governante europeu. Com este fim, casou-se tam-

bém com a viúva de Ethelred e voltou a editar o código jurídico de Ethelred com o seu próprio nome. À cunhasem de uma moeda comum para a Inglaterra e a Dinamarca acentuou a fusão das duas partes do seu reino. Da sua capital em Winchester, no Sul da Inglaterra, Canuto governava como o modelo de monarca cristão, e assegurava-se de que toda a gente soubesse do seu apoio aos mosteiros. Uma página do Livro da vida (Liber Vitae), que contém “os nomes de todos os irmãos € mon-

ges e dos associados e benfeitores, vivos e mortos” do novo mosteiro de Winchester, representa Canuto e sua mulher, Emma (Elfevfu), obsequiando o bispo com 210

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Quando Haroldo morreu em 1018, Canuto utilizou as

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O FINAL E A EPOCA PÓS-VIKING

1047 ia con

herdou o trono norueguês e voltou-se

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DOS os reis € À

eira, áveis batalhas, dado que ampreenderam uma campanha violenta de

incursões e de contra-ataques, caracterizados pela trai-

ção e pela vingança. O famoso estandarte de Haroldo, o

Devastador de Terras, tremulou sobre grande parte da Dinamarca, e até Hedeby foi queimada. No entanto, a

guerra chegou a um ponto morto, e em 1064 os dois governantes acordaram fazer as pazes. À essa altura Haroldo já tinha 50 anos, tinha lutado na maior parte do

mundo conhecido e reinara em todas as partes da Escandinávia. Em 1066 empreendeu a sua última aventura, que ia proporcionar um final histórico à época v?king, se não de fato, pelo menos em espírito.

Eduardo, o Confessor, da Inglaterra morrera sem deixar herdeiro. Em meio a alguma controvérsia, Haroldo Godwinson, que fora um dos principais conselheiros de Eduardo, foi proclamado rei no dia seguinte. A notícia foi avidamente recebida na Noruega, dado que Haroldo Hardradi viu uma oportunidade para invadir a Inglaterra e proclamar-se sucessor natural de Canuto. Estimularam-no Tostig, o irmão de Haroldo Godwinson, antigo conde da Nortúmbria, que tinha sido exilado da Inglaterra no ano anterior, e também o conde das Orcades.

O império de Canuto, O Grande

Depois da morte de Edmundo, o Gostas de Ferro, Canuto, O Grande, mousse rei da Inglaterra e iniciou um processo de conquista e diplomacia que o haveria de levar a

dominar grande parte das terras

que o mar do Norte banha. Em

IO1& subiu ao trono da Dinamarca;

em 1028 conquistou a Noruega; € porvolta de 1030 estendia a sua nfluência por grande parte da Suécia. Não há evidências de ter

dado a si próprio tais títulos; em

todo caso, considerava-se o rei de

grande número de povos. De qualquer forma, na data da sua morte governava mais território

que nenhum outro rei viking antes oudepois dele, e mereceu o

cognome de o Grande, com que foi

distinguido pela última geração de escandinavos.

A esquerda. Esta pedra do cemitério

de St. Paul, em Londres, fez parte deum sepulcro. A decoração é um dos exemplos mais belos do estilo

artístico de Ringerike de todo o mundo viking. Agora não se sabe quem foram Ginna e Toki, mencionados na inscrição rúnica,

mas pensa-se que o sepulcro foi erigido durante o reinado de Canuto.

À direita. Os vikings que se

estabeleceram na região do Loire,

na França, assolaram Angers no “spo;

Século IX, quando São Aubino era

nesta vida do santo, escrita em aproximadamente 1100, eles

São pintados em seu barco

dispostos para atacar. No entanto, Estes guerreiros eram armados à

Mmancira do século X1, com longas

Cotas de malha e escudos em forma

de cometa, como os que Os

normandos usaram na batalha de

;

Es € que se

em ver na

peçaria de Bayeux. O artista pôs O

temo de governo no lado errado

do barco.

No entanto,

como

pode

acontecer com

muitos em-

preendimentos criados com ambição pessoal, o império de Canuto desintegrou-se com a sua morte. O seu filho, Hardacnuto, que o sucedeu tanto no trono inglês como

no dinamarquês em 1040, não fez muito para travar O

seu declínio. Depois da sua morte num banquete em 10492, a coroa inglesa regressou à antiga linha real, quan-

de do Eduardo, o Confessor, o único filho sobrevivente

de Ethelred II, foi proclamado rei, após o seu regresso um exílio de 25 anos na Normandia.

Haroldo Hardradi revelou a sua grande destreza militar como tático ocultando os seus planos aos ingleses e reuo, nindo as suas forças secretamente. No final do verã

Haroldo Godwinson foi apanhado completamente de surpresa com a notícia de que uma frota norueguesa de 900 barcos tinha navegado pelo estuário de Humber e adesembarcado em Riccall, no rio Ouse. À ele se junt ram rapidamente as frotas de Tostig e a do conde das

erra Haroldo Hardradi e a invasão da Inglat r, em janeiro de so es nf Co o o, rd ua Ed de e rt mo a Com história na io ód is ep mo ti úl O ou it ip ec pr 1066, quase se na Inglaterra. os av in nd ca es s do to re di to en im do envolv Ga Norei o , on rs da ar gu Si o ld ro Ha Foi instigada por pelo poder, te en am ad iç rn ca en tão u to lu ruega, que di KGover: ra rd Ha de o ad id el ap foi que rapidamente de raio do

chamava-o en em Br de am Ad ). ro ve Se nante das mais ilustres a um foi o ld ro Ha de norte”. A carreira reputaa um e lh ule va e XI, lo do mundo viking no sécu fama como um

a da ur oc pr d su à ; to nu Ca de ção igual à ão | evidente da ç a r t s n o m nc e d a um 2. fim em si mesmo € res tiveram io er st po s ng ki vi ls Te OS | idéia muito clara que

própria mitologia. a estanh ti o d l o r a H , n o s s d de Olaf Haral na idade, e tide os an 15 m o c iklestad do na batalha de St itar às consequências a

ra ev pa ia éc Su à ra pa do gi nha fu para à Rúsou aj vi o d l o r a H , ia Suéc ev, mas da morte de Olaf. Da Ki de av sl ro Ya de o O serviç sia, onde entrou para , onde io nc zâ Bi é at l, su ra pa urou rapidamente se avent numerosas as su As . r o d a r e p m i do se uniu aos varegues m famoa r e e st le no r o d a r e p DF m i do iço nturas a Servi

ave am em 1054, r a b a c a s a m , g n i k i v o sas em todo O mund lugar na m u ar ur oc pr ra pa norte quando regressou ão

Noruega.

tinha deixado ra er at gl In na to nu ac A morte de Hard rdacnuto tinha

ndinávia. Ha ca Es na r de po de o zi um va itórios dinarr te us se s do a ni ra be cedido, em vida, à so s agora Svein, o

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211

O FINAL

E A EPOCA POS-VIKING

A esquerda. Esta cena da tapeçaria de Baveux mostra o duque Guilherme reunido em conselho

em Hastings, depois do

desembarque normando em Penvensev, a 28 de setembro de

LOGO. Guilherme = sentado entre os seus meios-irmãos, o bispo Odo

Bayeux e Roberto, conde de

Morram — está segurando sua

espada com a ponta virada para

cima. À tapeçaria, provavelmente

feita pelo bispo Odo, é um registro

único dos acontecimentos da conquista e uma valiosa fonte de informação sobre os descendentes

dos wkings, os normandos, seus barcos e suas armas.

Órcades, formando uma força combinada talvez de 300

barcos e de 9.000 soldados. Poucos dias depois de ter desembarcado, o exército de Hardradi tinha destroçado as milícias da Nortúmbria em Gate Fulford. Fizeram reféns entre a população da cidade próxima de York, e Hardradi instalou-se para consolidar o seu domínio na Nortúmbria antes de se deslocar para sul. Em meados de setembro, acampou o seu exército em Stamford Bridge, a 22

quilômetros dos seus barcos em Riccall e a 12 quilômetros de York. Sem que Hardradi o soubesse, Haroldo Godwinson tinha iniciado uma marcha desesperada para norte com todas as tropas que pôde reunir logo que foi informado do desembarque norueguês. Em poucos dias, o seu exército estava em Tacaster, nos arredores de York. Os noruegueses ainda desconheciam a sua presença quando em 25 de setembro, após uma marcha de 27 quilômetros, o exército inglês caiu sobre eles em Stamford Bridge. O primeiro sinal da sua aproximação foi o reflexo do sol da manhã nas suas armas quando surgiram no horizonte: “como o sol num campo de gelo quebrado”, como depois o descreveu uma saga norueguesa. No início, Haroldo Hardradi tentou negociar uma trégua à maneira antiga, prometendo não lutar se o outro lhe desse todo o norte. A resposta de Haroldo chegou até nós: “Ceder-te-ei sete pés de terra inglesa ou quanto su-

peras em altura os outros homens” A batalha foi violenta, longa e decisiva. Foi o maior combate em solo inglês desde Brunanburh em 937, e os dois exércitos lutaram durante todo o dia. O rei norueguês chamou os reforços dos barcos ancorados em Riccall, que vieram em socorro com todo o seu arsenal. Apesar dos seus esforços, os noruegueses, esgotados, foram aniquilados; Harald Hardradi, o último grande rei viking; morreu com uma flecha na garganta. Os ingleses perseguiram os noruegueses que fugiam, durante toda a noite, até aos seus barcos em Riccall. A matança foi tão grande, que dos 300 barcos invasores só 24 regressaram à Noruega. Os mortos ficaram no campo de batalha, e os seus ossos permaneceram com um sinal durante gerações. Enquanto

os felizes sobreviventes cruzavam

o mar,

Haroldo Godwinson e o exército inglês voltaram para 212 a

ser ao a

sul, como resposta às notícias que Haroldo temia. O duque Guilherme da Normandia tinha desembarcado em Pevensey, na costa sul da Inglaterra, com um exército normando que também tentava conquistar o país. Guilherme da Normandia e a conquista da Inglaterra Enquanto Haroldo Hardradi tinha estado planejando a sua invasão na sua capital de Trondheim, planos semelhantes tinham sido traçados na Fortaleza de Falaise, na

Normandia, por parte de Guilherme. Este tinha nascido por volta de 1027, era filho ilegítimo do duque Roberto, o quarto descendente direto do viking Rollon, a quem

foi cedida a Normandia em 911. O pai de Guilherme tinha morrido

em

1035, e na ausência de um

legítimo

herdeiro passou a infância entre amargas lutas políticas que tinham ameaçado destruir o ducado. Ao atingir a maturidade, Guilherme fez valer com êxito o seu direito

à sucessão e impôs a sua autoridade a todos os aspectos da sociedade normanda. Lutou implacavelmente contra os reis Capetos de França nas suas fronteiras, reorganizando o exército e introduzindo o desenvolvimento de unidades de cavalaria muito capacitadas; em 1066 a máquina de guerra normanda não tinha, provavelmente, rival na Europa. Como Canuto, Guilherme era um fiel patrocinador da Igreja. Construiu a magnífica Abadia de Jumiêges, entre muitas outras fundações religiosas, e estava permanentemente ansioso por mostrar-se um fiel servidor do papa de Roma. Seu meio-irmão Odo era bispo de Bayeux. Às dinastias da Normandia e da Inglaterra contraíram

parentesco através de casamentos durante o reinado de Canuto, e desta aliança Guilherme retirou o seu direito

ao trono inglês. Tinha aproveitado a oportunidade de insistir nisso até quando Eduardo, o Confessor, ainda estava vivo. Por volta de 1064, Harold Godwinson visitara a Normandia, onde tinha sido hóspede do duque Guilherme. As circunstâncias deste encontro não estão claras; a explicação mais provável é que Haroldo se desviou da sua rota devido a uma tempestade quando se encontrava a caminho da Irlanda. No entanto, não há dúvida de que enquanto esteve ali se viu obrigado a jurar lealdade a Guilherme e acordou apoiá-lo depois da morte

de Eduardo. Quando Guilhe rme soube que Haroldo ti nha assumido ele mesmo o pode r, parece que se enfure ceu tanto, que lançou à capa contra o rosto e recusou-se a falar. Ordenou imediatamente que cons truissem uma frota para invadir a Inglaterra, e teve -a pronta em princípios de setembro. O ni na que tinha conduzido o exército norueguês através do m l até re a os mec rom 7 Ss cone finadon s no porto de Dieppe, na costa da França. Em 97 de setemb ro quando a frota pôde zarpar, Haroldo Hadradi já tinha morrido em Stamford Bridge. Uma vez do lado do canal. o exército de Guilherme desembarcou sem oposição e empreendeu imediatamente a construção de uma base fortificada. A partir dali, preparou-se para se encontrar com os ingleses numa batalha, já que, ao contrário dos noruegueses, Guilherme sabia que Haroldo estava a caminho. O exército inglês partiu de York pela costa meri-

dional, uma distância de 400 quilômetros, em 9 dias, incapaz de parar e esperar reforços. A força contava com

cerca de 7.000 soldados, entre os quais havia muitas milícias camponesas, e todas estavam esgotadas depois da

batalha de Stamford Bridge, que tinha ocorrido poucos dias atrás. Guilherme tinha mais ou menos o mesmo número de tropas, mas as suas forças incluíam centenas de

arqueiros e companhias de cavaleiros montados. Os dois exércitos encontraram-se em 14 de outubro num lugar que se acha no extremo da aldeia moderna de Battle, em Sussex, a cerca de 14 quilômetros de Hastings. O exército inglês espalhou-se por toda uma cordilheira que dominava um vale pantanoso onde estavam

posicionados os normandos; no centro, Haroldo agru-

pava os seus guarda-costas à volta do estandarte do dra-

O FINAL E À ÉPOCA PÓS-VIKING

gao de Wessex. Ao anoitecer, os normandos avançaram

e depararam com uma resistência feroz. Os seus cavalos

resvalaram no barro, e a sua infantaria teve de retroce-

der debaixo de uma chuva de lanças, rochas e paus,

dado que os ingleses lançavam tudo o que estava à mão. O contingente bretão do exército de Guilherme se dispersou e fugiu, arrastando muitas das tropas normandas. Era como se Haroldo tivesse conseguido duas grandes vitórias em quinze dias. No entanto, quando as tropas inglesas deixaram a cordilheira e correram para eles, Guilherme reorganizou os seus homens e a cavalaria normanda regressou, cortando em dois o exército inglês no vale, Depois, foi apenas uma questão de tempo. Enquanto os ingleses recuavam através da cordilheira, a guarda real à volta de Haroldo estava tão apinhada, que os corpos dos mortos não podiam cair, segundo dizem os cronistas normandos. Primeiro morreram dois irmãos de Haroldo, e depois o próprio Haroldo. Não podemos ter certeza de se lhe acertaram no olho com uma seta, segundo os rumores que correram depois da batalha, mas alguns normandos afirmaram que o próprio Guilherme cavalgou sobre o muro de escudos ingleses para atingir o rei. A história da batalha é contada em muitas fontes inglesas e normandas, mas o registro de maior vivacidade se encontra no bordado conhecido como a tapeçaria de Bayeux. Esta foi encomendada — provavelmente por Odo de Bayeux — a bordadores ingleses para comemorar o triunfo normando. Depois da vitória de Hastings, o exército de Guilherme invadiu o norte com pouca resistência. No dia de Natal de 1066, foi coroado rei da Inglaterra na Abadia de Westminster, em Londres, e assim conseguiu, como

À direita. Estas peças de xadrez

de marfim do século XII foram

lalhadas na Noruega Ocidental, talvez em

Trondheim, que era um importante centro do

Comércio de marfim de morsa.

“tNlencem à maior e mais

importante série destas peças

que se conhece da Idade edia, incluindo os restos de

Auatro jogos quase completos.

Stu achado na ilha de Lewis,

Nas Hébridas exteriores, faz Tessaltar o fato de as ilhas

SQdentais da Escócia ainda

a “rem politicamente parte

ôreino da Noruega.

213

O FINAL E A EPOCA PÓÔS-VIKING

uma geração.

Embora

uma frota dinamarquesa

tenha

tentado conquistar o Norte da Inglaterra em 1069, os exércitos dinamarqueses estavam igualmente exaustos após 17 anos de guerra com Hardradi, e as ambições expansionistas suecas tinham sido neutralizadas no mesmo conflito. Em 1098, as fortunas da Noruega se tinham recuperado o suficiente para que o rei Magnus empreendesse a última expedição viking autêntica a ocidente, fazendo incursões pelas ilhas Hébridas e pela ilha de Man, e até lutando contra os normandos no País de Gales. Mas, embora os barcos noruegueses continuassem a fustigar a costa irlandesa no século XIII, a tradição viking na Europa Ocidental praticamente morreu

com Haroldo Hardradi em Stamford Bridge, e foi finalmente enterrada quando seu filho trouxe o seu corpo para Trindheim em 1067. A esfera do poder na Europa Setentrional tinha-se transferido da Escandinávia e do mar do Norte para os países de ambos os lados do canal da Mancha. O último legado nórdico na Escócia A presença escandinava durou muito mais tempo no Noroeste da Grã-Bretanha que no Sul. Após o período inicial de incursões nas ilhas da Escócia e na parte seten-

trional do território britânico, os colonos nórdicos cria-

ram profundas raízes que ainda hoje podem ser localizadas em topônimos remanescentes e em outros elementos da língua: efetivamente, o norn — uma variação regional da língua norueguesa — era falado e entendido nas ilhas Orcades no século passado. Alguns estilos de construção de telhado também são uma prova da perdu-

rável influência norueguesa.

norueguesas

em

expansão

e

os

centros

manufatu-

R

des

o

Caithness nasceu muito cedo. A presença de artefatos noruegueses característicos, como pentes de cornadura ou vasilhas de esteatite, em muitos lugares da Escócia dá a entender que houve contatos diretos com as cidareiros, não se pondo em dúvida que os reis noruegueses exerceram uma poderosa influência política nas colónias ocidentais através dos condes. Na época do conde

Thorfinn, no século XI, os condes tinham-se converti-

do em dirigentes locais importantes com ambições ter-

ritoriais que se estendiam

para ocidente, até o mar da

Irlanda. A Saga dos ilhéus das Orcades refere que por volta de 1037-1039: “O conde Thorfinn estava muito ocupado com os homens das Hébridas e os irlandeses, e sentiu que estava muito necessitado de ajuda quanto a forças [...]. Então, no início da primavera o conde Thorfinn enviou uma mensagem ao seu parente o conde Rognvald pedindo-lhe que fosse com ele num cruzeiro de guerra, e que trouxesse todos os homens que pudesse. Durante o inverno, Thorfinn e Rognvald devastaram as costas das Hébridas e da Irlanda, e todas as partes da costa ocidental da Escócia. Thorfinn arrasava todas as terras por onde passava.” A Saga dos ilhéus das Órcades proporcionou-nos as provas documentais mais imediatas que temos da ocupação nórdica das ilhas no século XI. Embora a fonte precise ser tratada com o mesmo

tão oa

pôde fazer ofensivas em grande escala durante mais de

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rei norueguês

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tão graves,

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cuidado que as outras sagas,

por ter sido escrita depois dos acontecimentos que relata, provavelmente em centros de estudos irlandeses, a Saga dos ilhéus das Órcades inclui pormenores que dão a entender que foram utilizados informantes locais. Só alguém com conhecimento direto das encostas perto do Bu em Orphir, por exemplo, poderia ter dado a descrição exata que contém dessa paisagem particular. Uma coleção de inscrições rúnicas que foram gravadas por nórdicos que se refugiaram na sepultura de càmaras neolítica de Maes Howe, nas Orcades, aproxi-

IDT

Bridge

os seus antepassados do durante tanto tempo. Os e a conquista normanda As perdas de Stamford

TO

viking de quinta geração, o que norte não tinham podido fazer efeitos do desastre norueguês tiveram grande repercussão.

Abaixo. Uma vista aérea de Freswick Links, na costa nordeste da Escócia Continental, onde se encontraram

abundantes provas de ocupação No

final do período nórdico, quando à pesca em grande escala cra uma parte importante da economia |

local. A área foi a de uma povoação

picta nativa, mas não há nada que

indique uma presença escandinava em Caithness durante a primeira parte da época viking.

214

O FINAL

E À ÉPOCA PÓS-VIKING

Orphir ma

Orphir, nas Orcades, era um das muitas povoações importantes controladas pelos condes das Órcades durante

o período nórdico tardio. A Saga dos ilhéus das Órcades dános uma descrição da residência que o cond e Paul Hakonsson ali construiu no século XII: “Havia uma grande

e

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à

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centes escavações am os restos de um o horizontal de pedra, junto

aos edifícios popularmente tentificados como à casa das , *de Paul pro raa cã

a. Mais afastado,

a

ro lago artificial do moinho, que pode ter sido

ído no período nórdico, e o

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lugar da metalurgia, conhecido por Lavacron. EE

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casa de bebidas [...] com muitos e enormes tonéis de cerveja [...] e em frente da casa, apenas a poucos passos,

Acima. Uma costela de vaca com

da Escócia. O seu desenho pode

estrumeira de Orphir. À inscrição

é aúnica igreja circular medieval

ficava uma igreja magnífica.” Embora muitos e variados edifícios fossem popularmente identificados como a

mansão do conde (ou o Bu do Conde), eles pertence a m

muitos períodos. culo XII ainda se ram um moinho lurgia do período

Abaixo. A igreja redonda de Orphir

No entanto, uma parte da igreja do sémantém de pé, e as escavações revelaa água e o lugar de uma grande metanórdico tardio.

basear-se na Igreja do Santo

Sepulcro de Jerusalém, em consequência de uma visita à Terra Santa feita pelo conde Haaron no século XII Foi

parcialmente demolida quando se construiu uma igreja posterior —

que já não está de pé — pelo seu lado oeste, mas uma parte

uma inscrição, encontrada numa rúnica diz *... este osso estava

em...”. Os milhares de espinhas de

bacalhau e grãos de cevada

queimados encontrados na

estrumeira completam a nossa

mformação, dando-nos uma idéia da dieta dos habitantes nórdicos de Orphir.

substancial da abside arredondada ainda se mantém intacta.

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ainda mais dos homens

mam-nos

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do Le mortuário, bem-estar, de de e o ni tt re e o a são vi a um s no ond da deixados para trás, p am av st an e qu os av in j

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ção sucessiva, e os edifícios dos séculos XI e XII cobrem

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ter-se desenm ce re pa is ca lo de poder s XI e XII, os lo cu sé OS e nt ra du ndado

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(a base permanente

diaii Birsay n ee ai m o c s i a u q di si oy qu Tu s, de ca Ór ir nas e Fresw Thorfinn) E Orph nd la et Sh em of sh rl Ja Rousay, Westness em

de

em Caithness. muitas evidênm ra la ve re s re ga lu destes As escavações a na ÉEsic rd nó ça en es pr ma ti úl ureza da t a n à e r b o cons cias tas das povoações são bastante grandes, €

econômicas s õe nç fu s nte ere dif m co difícios E casas a Ea E estábulos, lareiras, oficinas de Ro de pedra. Como s õe uç tr ns co te en lm ra ge es) lar (oie , partic u Fo

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10S

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referido anteriormente, em muitos lugares — por exemplo, Birsay e Jarlshof — há provas de períodos de ocupamuitas vezes os de povoações vikings anteriores ou até os de povoações pictas. Em Birsay, por exemplo, as fundações de várias estruturas subretangulares procedentes de várias épocas de ocupação estão apinhadas à volta de uma igreja do século XII. As vezes, no entanto — como

em Sandwick, em Shetland -, um lugar parece ter estado ocupado pela primeira vez pelos escandinavos no século XI ou XIL. Os indícios sobre o modo de vida desses agricultores € pescadores chegam-nos de várias maneiras. Um moinho horizontal, provavelmente usado para moer grãos, foi encontrado em Orphir, e a análise do pólen levada a cabo cevada, em vários lugares indica que se cultivavam a

a

ouaveia e o linho. Densos montes de espinhas de peixe e em tros detritos encontrados em esterqueiras achadas Freswick mostram que se pescava em grande escala.

215

A direita. O plano do lugar

Birsay

principal de Birsay mostra o agrupamento complexo de

estruturas de diferentes épocas

na ponta do alcantil, com

edifícios nórdicos sobrepostos a

restos pictos anteriores, em

contraste com os contomos

mais simples das casas nórdicas mais acima, no declive.

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a

DE

Abaixo. A escavação deste simples edificio de pedra c de barro,

encontrado isolado numa estreita

lingua de terra ao sul de Brough,

tornou-se uma tarefa difícil. Como

foi construido no século X, a erosão

ajudou a que a sua situação no alto do alcantil se tornasse

exWemamente precária,

importante durante o período picto, quando era um centro manufatureiro que produzia uma metalurgia de grande qualidade. Os restos dos edifícios de ambos os períodos estão mais concentrados no lado sul da ilha, orientados para terra firme. Na borda do alcantil, os colonos nórdicos construíram diretamente sobre a povoação picta, utilizando pedras das suas estruturas, sendo

por isso muito difícil distinguir uma fase de construção da outra. Os restos pictos estão debaixo dos edifícios nórdicos agrupados à volta da igreja do século XII. En-

qu

Ea

OTTO

tas de relva, de vários grupos de edifícios nórdicos. Com

propósitos práticos de desaguamento, estavam alinha-

das acima e abaixo do declive; um colono que optasse

por construir sua casa no meio do declive poderia ter motivos para se lamentar da sua decisão. Foram identifi-

cadas estruturas nórdicas e pictas isoladas em outras partes da ilha, e foram também achadas várias sepulturas e edifícios nórdicos em terra firme diante da ilha. Um dos mais importantes, no centro da aldeia moderna

de Birsay, é um edificio de pedra de mais de 1 metro de altura em alguns pontos e de pelo menos 12 metros de largura.

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OÓrcades a descreve como um centro importante de poder político e eclesiástico nos séculos XI e XII. As escavações demonstraram que Brough também foi um lugar

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controu-se ali uma bela pedra simbólica, com uma águia e três guerreiros esculpidos, a qual marca, supostamente, o túmulo de três homens. Mais acima, na encosta, podem ver-se claramente as fundações de pedra, cober-

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A pequena ilha de Brough of Birsay, na ponta noroeste das Orcades, foi identificada durante muito tempo como um lugar nórdico, dado que a Saga dos ilhéus das

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Abaixo, Conservaram-se muito poucos artefatos nos solos argilosos de Brough, embora se

corcovada de Brough of Birsay com a maré alta, Não estamos

vasilhas de esteatita, avelórios e

totalmente desligada do

tenham encontrado vestígios de

100 pés

continente no período wiking, mas

pente da época viking tardia, uma

boa localização defensiva natural.

Insígnia e um dente de foca com caracteres múnicos.

e

certos de que a ilha estivesse

moldes de argila. Estes ossos e

outras peças são distintivos: um

ad

Na parte inferior. A forma

está claro que proporcionava uma

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alcantn

ancoradouros

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edifícios noruegueses sobrepostos

área de grandes

concentrações pictas

217

O FINAL

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Pesos de pesca, uma grande variedade de facas e de

ossos e muitas outras ferramentas e objetos de uso diário encontrados nas últimas povoações nórdicas completam a ilustração de uma economia trabalhadora e de

subsistência. A vida dessas comunidades agrícolas deve ter sido perturbada, muitas vezes, pelas guerras e lutas. Há sinais de um considerável aumento de povoações fortificados (Rastali) em finais do período nórdico, como o Castelo

de Cubbie Roo (Kolbein Hruga na Saga dos ilhéus das Orcades), em Wyre. Estas imponentes torres quadradas de pedra, rodeadas de profundas terraplanagens, são muito diferentes das torres de pedra circulares da Idade do Ferro, que abundam mais no Norte da Escócia e nas ilhas, mas que também ocupam posições visíveis na paisagem, estando situadas no alto das colinas. A riqueza e o poder dos condes das Orcades reflete-se na abundância dos seus edifícios eclesiásticos importantes. A localização da igreja do mosteiro de Thorfinn, em Birsay, mencionada na Saga dos ilhéus das Orcades, suscita uma controvérsia considerável: alguns argumentam que se encontrava em Brough of Birsay, outros sustentam

que ficava na aldeia de Birsay, no continente, junto à

atual igreja paroquial. Os restos da igreja circular de Orphir e a Catedral de St. Magnus de Kirkwall, nas Orcades, são muito mais sólidos e substanciais. Os recursos necessários para construir estas estruturas complicadas e as influências longínquas dão a entender que naquela época as Órcades tinham chegado a desempenhar um papel ativo no cenário europeu. Embora seja provável que a igreja circular de Orphir seja de origem escandinava, também há quem defenda que se inspirou na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém. Esta se tornou um modelo generalizado para as igrejas da Europa Ocidental depois de a cidade ter sido tomada dos árabes pelo exército da Primeira Cruzada em 1009, e indica um pos-

sível vínculo com o movimento das cruzadas. A catedral de Kikwall é um magnífico edifício românico que reflete a grandiosidade arquitetônica da Cate-

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dral de Durham, no Nordeste da Inglaterra, e efetivamente se sabe que na sua construção intervieram pedreiros de Durham. E dedicada a São Magnus, o martiri-

zado Magnus Erlendsson, que se criou nas Orcades e foi assassinado em Egilsay por volta de 1117. Depois, tornou-se o padroeiro das Orcades. O fato de a catedral das ilhas Feroe, em Kirkjubour, também ser dedicada a São

Magnus é uma indicação da força duradoura dos laços entre as zonas de povoação nórdica no Ocidente e no Atlântico Norte. As Orcades e as Shedand permaneceram dentro da esfera de influência escandinava durante mais três séculos, chegando a fazer parte da Escócia em 1468, quando foram oferecidas pelo rei da Dinamarca (a quem se tinha cedido a Noruega e as suas possessões

em 1397) como dote de casamento da sua filha com Jaime III da Escócia.

O reino de Man e das ilhas Os ataques do conde Thorfinn à costa ocidental da Escócia podem ter chegado à ilha de Man, embora hoje não

haja nada que o confirme no registro documental. Sabese muito pouco sobre a organização política em Man até 1079, quando Godred Crovan estabeleceu a sua autoridade em toda a ilha após a batalha de Skyhill e fundou uma dinastia de governantes em Man. Julga-se que estendeu a influência da ilha para o norte, até as Hébridas, criando o reino de Man e das ilhas. Mais ou menos nessa época foi fundada a diocese de Sodor e Man, com sua catedral na ilha de St. Patrick, o único porto protegido da costa ocidental de Man. Quando Nidaros (depois Trondlheim) se tornou arcebispado em 1152, Sodor e Man passaram a ser de sua jurisdição e aceitaram a sua autoridade, aliando-se à Igreja norueguesa e não à escocesa ou à inglesa. Com os anos, a ilha de St. Patrick se tornou um centro eclesiástico importante. Em 1098 o rei Magnus, o Pernas Nuas, renovou os direitos da Noruega de exercer o poder político nas Hébridas e no mar da Irlanda, dirigindo uma expedição ao Ocidente. Apesar de Magnus ter finalmente fracassa-

Acima. Por volta de 1150,

segundo a Saga dos ilhéus das Orcades, “um homem muito

importante chamado Kolbein

Hruga, que cultivava a terra em

Wyre, nas Orcades [...], construiu

ali um magnífico forte de pedra,

uma fortaleza realmente sólida”, Os seus restos, conhecidos pelo

nome de Castelo de Cubbie Roo,

ainda podem ser vistos - uma

torre de pedra, com dependências

domésticas, dentro de fosso escavado na rocha -, sendo o

primeiro castelo de pedra construído na Escócia.

O Norte da Grã-Bretanha e da Irlanda durante o período nórdico

final (à direita) O condado das Orcades, as

Shetland e Caithness (o Condado

do Norte) esteve sob a autoridade dos reis da Noruega no período

nórdico final, A Noruega conservou a soberania nominal das Hébridas, mas no final do século XI estas

estavam sob o controle da ilha de Man, cuja influência se estendia pelo Norte da Irlanda e parte do Nordeste de Inglaterra. As Hébridas dividiram-se em quatro

grupos para efeitos administraúvos, mas em 1156 se perderam Islay € Mull, depois da conquista de Argyll. Nesta data, os bispos de Man

tinham aceitado a autoridade dos

arcebispos de Nidaros, na Noruega. Em poucos anos, a invasão anglo-

normanda da Irlanda acabou com 0 reino viking de Dublin e de outras cidades hiberno-nórdicas. No

tempo em que a presença nórdica no Noroeste da Inglaterra e no mar da Irlanda era substituída pela escocesa e pela inglesa, a coroa norueguesa tentou restabelecer à sua autoridade sobre Man e as Hébridas. O desastre militar de Largs, em 1263, sepultou as

ambições políticas norueguesas na

região. O Condado do Norte permaneceu na órbita escandinava até 1468.

O FINAL E À EPOCA PÓS-VIKING

das as ilhas enviavam representantes ao parlamento cen-

tral ou Thing, que se reunia (como indica o primeiro elemento do seu nome) em Tynwald, na ilha de Man: estes representantes devem ter sido os membros mais poderosos da sociedade nórdica. Sendo a ilha mais rica e

importante, Man enviava 16 representantes, e cada um dos quatro grupos das Hébridas enviava quatro, o que fazia outros 16. No entanto, em 1156, depois de um descendente de Crovan, Godofredo II, ter sido derrotado

numa batalha na pequena ilha de Colonsay, os grupos sulistas de Mul e Islay foram perdidos a favor de Somerled, o governante da costa de Argyll, no continente escocês. Portanto, o número de representantes das Hébridas ficou reduzido a oito, formando um total de 24 — esse continua a ser o número de representantes na câmara do parlamento atual da ilha, a Câmara de Chaves. É um

vínculo vivo com o passado escandinavo da ilha, uma vez que descende diretamente do Thing: A presença inglesa na Irlanda a partir do século XILe a força crescente do reino da Escócia no século XHI foram

pondo fim à influência nórdica no mar da Irlanda. A Noruega tentou voltar a impor a sua autoridade nas Hébridas e na região circundante, mas foi derrotada pelos escoceses na Batalha de Largs, em 1263. Três anos depois, os últimos interesses noruegueses em Man e nas ilhas foram oficialmente adquiridos pela coroa escocesa.

Os nórdicos na Irlanda

Na Irlanda, a debilidade crescente dos nórdicos de Du-

blin confirmou-se com a batalha de Clontaf, em 1014, Órquando o exército, aliado a forças escandinavas das cades, da ilha de Man, da Islândia e da Normandia, foi

decisivamente derrotado pelos irlandeses dirigidos por

Brian Boru, o rei de Munster e nessa altura grande rei da

Irlanda. Vários irlandeses de Leinster lutaram ao lado dos dublinenses, temendo a supremacia do reino de Munster. Embora Boru — que morreu na batalha — tenha sido aclamado por escritores posteriores como aquele que salvou a Irlanda dos nórdicos, a sua morte provocou uma pequena turbulência dinástica e uma luta política

À direita. O punho de uma

espada irlandesa encontrada com

sua bainha em Lough Derg, Co

Tipperary: esta é anglo-escandinava

icamente desaf gr é s ha il s la pe co li bé ço an do, o seu av poeta de corte, Bjorn, o Mane-

crito num poema do seu s vikings õe rs cu in as r ra mb le faz e qu lo ta, com um esti

na forma, com a guarnição e O

de outrora:

internos ornados com festões até as ferragens do punho, embora

ciaram-se As famintas aves rapaces sa os mortos, ig im in s do ue ng sa o m co ye Em Sk a de Tiree ri tá li so a st co na s bo lo os E o sangue m co ho el rm ve de s da lu pe es Tingiram suas fauc | coagulado. . dos: cu es os ss no os am pr es ay nd Nas planícies de Sa é o céu, at e -s ou ev el a ç a m u f a y De Isla brilhante or nd le sp re do as lt vo o Subiu dand e a ilha. br so e -s em gu er t re do s Os homen fugiram es nt ge as e yr nt Ki de l Ao su idas de vermelho,

guarda-mão curvados e os bordos

anatureza da sua admirável decoração adamasquinada indique que é de fabricação irlandesa

de 1100, aproximadamente. Os

artesãos irlandeses daquela época

tinham absorvido influências dos

estilos de Ringerike e de Umes,

da arte viking tardia.

espadas ting as ss no as m co s a d a t s u Ass ça

avan o n i d a l a p e nt le va o E o noss nórdicos. os ig im in os n a M entar em Para enfr

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Thingyvellir (que significa “Planície do parlamento”), no Sudoeste da Islândia, é o mais famoso dos numerosos lugares de Thing ou lugares da assembléia pública do mundo uiking. Era ali que o Althing, a assembléia nacional dos islandeses, se reunia ao ar livre durante duas semanas cada verão: a localização 48 quilômetros a leste de Reykjavik era acessível a todos os colonos, embora muitos tivessem de fa-

zer uma longa viagem a cavalo para chegar ali. Também havia um sistema de Things regionais que estavam sob a autoridade dos godar, os dirigentes locais. Os godar também desempenhavam um papel influente no Althing: Cada godar devia defender os casos dos homens da sua região no Althing, e em contrapartida podia recorrer ao seu apoio armado nas suas lutas com outros godar. A função

essencial

do

Thing na sociedade

nórdica,

como lugar onde todos os homens livres numa região se podiam reunir, discutir problemas e solucionar injustiças, reflete-se no modo como o sistema foi levado das pá-

trias escandinavas a muitas regiões do mundo viking Erik, o Vermelho, proscrito por assassinato pelo Thing de Jae-

ren, no Sudoeste da Noruega, e depois pelo Thing de Thorsnes, na Islândia, estabeleceu o seu próprio Thing junto à povoação que fundou em Brattahlid, na Groen-

lândia. Gardar, situada não muito longe dali, também ti-

nha a sua própria localidade Thing. Na Escócia Setentrional, os nomes de Dingwall (Sutherland) e Tingwall (Órcades) testemunham a presença anterior de lugares de reunião, e Tynwald, na ilha de Man, continua a sero

lugar onde se reúne o Parlamento de Man, tendo conser-

vado o seu significado legal durante mais de 1.000 anos,

A data tradicional que se atribui à fundação do Althang (930) permite, sem dúvida, à Islândia afirmar que tem a assembléia nacional mais antiga da Europa, embora não

tenha desfrutado dos seus poderes ininterruptamente: foi abolida por um período do século XIX e voltou a estabelecer-se depois, como resposta ao crescente movimento nacionalista da Islândia. Na época viking, a decisão mais transcendental do Althing'foi a que se tomou no ano: 1000, quando, após um prolongado debate, o cristianismo foi reconhecido como religião oficial na colônia,

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O FINAL E A ÉPOCA PÓS-VIKING

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O Eros da lei encontra-se na

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no centro do quadro.

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dE at aram cid as qual na rei E , ades vikings se colocaram ao lado de um irlandês e depois de outro. Eles eram úteis aos irlan-

deses pelas suas frotas e pelo seu controle das rotas ma-

; ritin tas. Por vezes irlandeses e dublinenses combatiam entre si. Por exemplo, os homens de Dublin atacaram e .

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. ! queimaram Waterford em 1087, e uma força aliada de Dublin, Wexford e Waterford levou a cabo um assalto a

Cok um ano depois. Apesar da sua participação crescente nos assuntos políticos dos irlandeses e de certo grau

de integração cultural (refletido no uso dos estilos de

Ringeike e Urnes pelos artesãos irlandeses), os escandi-

navos continuaram a diferenciar-se da população irlandesa em vários aspectos importantes. Conservaram a sua

própria língua, as suas próprias leis e costumes, e, mais ainda, continuaram a viver e a comercializar nas cida-

des, quando os irlandeses continuavam a não urbanizarse. Quando os escandinavos se converteram ao cristianismo,

provavelmente

no

início do século

XI, não

adotaram a forma irlandesa de organização eclesiástica, baseada nos mosteiros, mas enviaram sacerdotes

(que

no início eram irlandeses, a julgar pelos seus nomes) para a Inglaterra, para que fossem consagrados como bispos para as cidades pelo arcebispo de Canterbury. No século XII, os dirigentes anglo-normandos da Inglaterra começavam a mostrar um interesse crescente pelos assuntos da Irlanda. Foram animados pelas autoridades religiosas, que desejavam estender a sua influência à Irlanda e levar a cabo uma reforma da Igreja irlandesa. As cidades vikings fortificadas eram lugares-chave para empreender uma invasão, pois serviam de fortalezas feitas e permitiam manter rotas de abastecimento com a Inglaterra. Em 1169, uma força anglo-normanda dirigida por Ricardo de Clare, o Arco Poderoso, conquistou Waterford, Wexford e Dublin. Sob o comando de Ansculfo,

o último rei de Dublin, a frota dublinense fugiu, mas foi derrotada quando regressou em 1171, junto com aliados de Man e das ilhas = a última vez que o exército nórdico lutou na Irlanda. Depois e naquele mesmo ano, o rei inglês Henrique II instalou a sua corte em Dublin, entregando a cidade aos colonizadores ingleses. À presença viking na Irlanda desapareceu, para ser substituída nas cidades pelos ingleses. Desde então a história da Irlanda tomou uma direção totalmente diferente.

O final da independência islandesa Por mais de 200 anos, após a sua fundação, a colônia nórdica na Islândia prosperou, orgulhosa da sua independência das terras norueguesas. Em 1100, a população oscilava entre 70.000 e 80.000,

número que não foi ultrapassado até o início do século XX. O governo do país estava nas mãos dos godars, os dirigentes locais que se encarregavam de administrar as leis nas suas próprias regiões. Graças ao papel que tinham desempenhado na sociedade pagá como guias religiosos e guardiões dos templos, podiam conservar a propriedade e o controle das igrejas locais. Com o tempo, os godars tornaram-se muitos poderosos à medida que a terra se foi concentrando em menos mãos. Às sa-

s Os imponentes Aesquerda. |É detava dos - um alcanti llir de Thingye

|lugares mais espetacularese

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gas islandesas relatam as numerosas rivalidades que sur-

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tárias. Esta crescente confusão política deu aos reis intervir nos assuntos de inte d portuniidade no r Neguesesu ma oportun

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giram entre eles, causando disputas e inimizades heredi-

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da Islândia.

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7

o do arcebispado de Nidaros, as Com o estabeleciment ses

autoridades eclesiásticas da Noruega aumentaram Os seus esforços para acabar com a independência da Igre-

ja irlandesa. A propriedade das terras passou dos godars

laicos para a Igreja, e foi imposto o dízimo (imposto relijá estavam gioso). Os agricultores humildes da Islândia 221

O FINAL.

E A EPOCA

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sob uma pressão econômica crescente. O excesso de pastoreio em algumas áreas da ilha tinha causado problemas de erosão do solo, e, junto com o rigor crescente do clima, reduzia-se a quantidade de terra disponível para a agricultura. À vida se estava tornando cada vez mais dura para muita gente na colônia. O debate e a incerteza sobre a data das erupções do vulcão Hekla — que há algum tempo se pensou que tinha causado o abandono de muitas fazendas no vale de Thjórsá, densamente povoado, em finais da época viking— já foram mencionados no capítulo anterior, relacionados com a datação da fazenda de Stông. Como se referiu, os estudos recentes das camadas de lava do vale

indicam que a maior erupção, responsável pelo fato de algumas partes do vale se tornarem inabitáveis, não aconteceu senão em princípios do século XIII. As escavações recentes de lugares de povoamento no vale corroboraram estes achados: especialmente, a descoberta de

artefatos característicos, como cerâmica importada e pentes de cornadura, proporciona provas de atividade nórdica nesta região Mas é provável que ali os fazender-

ros estivessem suportando uma miséria crescente, e a co-

brança de impostos pode ter acelerado o falecimento de muitos deles, como aconteceu em outras partes da ilha. Em 1238, os bispos noruegueses ocuparam todas as se-

des episcopais da Islândia, proporcionando uma sólida

plataforma de apoio aos reis da Noruega. Os barcos islandeses já estavam nas mãos dos comerciantes noruegueses, que importavam todas as mercadorias de que a ilha dependia. Os poucos godars que ficavam na Islândia não puderam resistir por mais tempo à força das exigências da Noruega, e um após outro transferiram a sua lealdade para o rei Haakon IV (1204-1263), decidindo assim o

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destino da República islandesa. Entre os indecisos, esta-

va Snorri Sturluson, um dos eruditos islandeses mais instruídos da época, autor da Edda em prosa, que figurava entre as maiores obras de literatura islandesa. Devido à sua indecisão, foi assassinado em Reykholt, em 1241. A extinção da independência islandesa contrastava totalmente com a esperançosa fundação inicial da colônia. O desmoronamento

da colônia da Groenlândia

A degradação climática teve um efeito ainda mais dramático na população nórdica da Groenlândia que na da Islândia. Sabemos que a colônia, tanto na povoação oriental como na ocidental, foi ativa e floresceu ainda durante boa parte do século XIII. Por volta de 1125,

fundou-se uma diocese em Gardar, na povoação orlental, e os grandes celeiros e estábulos que rodeiam o com222

plexo da catedral evidenciam a importância da Igreja na vida da colônia. Neles se armazenavam os dízimos pagos em forma de produtos agrícolas e de marfim de morsa, os quais o bispo norueguês residente impunha aos seus

Acima. Estabeleceu-se uma sede

paroquianos. À diminuta colônia, mesmo

conduzia à parte da residência do

no extremo

do mundo conhecido, incorporou-se assim à estrutura

da Igreja católica. Em

1260, a Groenlândia

seguiu o

exemplo da Islândia e submeteu-se oficialmente ao rei norueguês, introduzindo um maior grau de interferência nos assuntos da Groenlândia, e reforçando a sua parte integrante nas redes políticas e comerciais da Europa. O papel central que a Igreja desempenhava é claramente visível no registro arqueológico. Além do complexo da catedral em Gadar, conhecem-se 17 igrejas só na Co-

episcopal em Gardar, na Colônia Oriental, em consequência da consagração de um bispo em Lund para a Groenlândia, por volta de 1125. Um caminho de lousas

bispo, junto da catedral, bem como aos estábulos e aos celeiros.

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icos últimos groenlandeses nórd s moda estavam muito a par das

XIV, como curopéias do século nte o continuaram a estar dura

seu século XV, apesar do geográfico e do

afastamento

seu crescente isolamento. qi

lônia Oriental. É ev idente que várias delas foram ed ificios de pedra

admir avelmente construído s, de estrutura parecida com a das Igrejas cons truídas na Noruega naquela époc a.

iso Sacerdote norueguês que servia na Groenlândia por volta de 1350, Ivar Bardar son — à fonte de muitos gos nossos conhecimentos po rmenorizados sobre os acontecimentos na Groenlândia — é o primeiro a falarnos da deserção da Colônia Ocid ental naquela época Quando as condições climáticas se tornaram mais duras com o começo do que os meteorol ogistas denominaram Ein E aà a vida tornou-se insustenra posto nórdico longínquo, que Ja vivia nas margens da existência A . escavação do lugar de uma povoação em Nipaitsoq, na Colô nia Oci-

dental, desocupada em 1350, faz-nos uma descrição gráfica das condições nas quais foi abandona do: com toda à

evidência, os últimos ocupantes resistiram até a ultima vaca, e até os cães tinham sido sacrificados e comidos. Antes de o agravamento das condições e do aumento do banco de gelo tornarem estas viagens perigosas, parece que se manteve uma tênue presença nas regiões do Ártico entre a Groenlândia e a América do Norte durante algum

O FINAL E À ÉPOCA PÓS-VIKING

tempo depois do abandono da colônia de Vinland. Parece que efetivamente houve uma expansão progressiva da Colônia Ocidental na costa da Groenlândia até a ilha de Disko e Upernavik, ea recuperação de objetos como várias es-

tatuetas de madeira com roupas “européias”, encontradas

na ilha de Baffin numa povoação esquimó do século XIII,

dá a entender que houve alguma forma de contato através

do estreito de Davis. Alguns objetos metálicos, que incluem um fragmento de cota de malha, encontrados no Ártico canadense apóiam esta teoria. E provável que estes objetos fossem adquiridos quando os inuits entraram em contato com os nórdicos mais nas suas viagens de caça de longa distância do que no curso de um comércio regular. Com a degradação do clima, estas viagens se teriam tornado menos frequentes e arrojadas. No entanto, há provas de que os nórdicos

ainda se aventuravam no Nordrseta, os territórios de caça do Norte da Groenlândia, no século XIV. Uma ins-

crição rúnica encontrada em Kingigtorssuag, praticamente a 73º de latitude norte, faz constar que três ho-

mens nórdicos estiveram ali em finais de abril, tendo

provavelmente passado o inverno ali. Pode ter acontecido que o desespero os tenha levado para o norte, quando a luta pela sobrevivência os forçou a competir direta-

mente com os caçadores inuits, OS quais, por sua vez, se

estavam deslocando mais para o sul em busca de recursos alimentares. Durante o “Pequeno Período Glaciário”, a Groenlândia experimentou um arrefecimento de pelo menos 2 graus centígrados. Isto pode ter provocado a extensão do limite meridional do banco de gelo ártico e o aumento da incidência de enormes icebergs nos mares que rodeiam a Groenlândia. Como consequência destes perigos, os comerciantes europeus que trabalhavam nas águas atlânticas — no século XIV vinham sobretudo dos portos ingleses, mais do que dos da Noruega ou do Báltico — foram persuadidos a procurar peles e marfim em outros lugares. Os bispos designados para Gardar estavam cada vez menos dispostos a visitar a sua remota diocese. Isolada, sem os abastecimentos essenciais, a colô-

nia da Groenlândia extinguiu-se progressivamente. Quase nada sabemos dos seus últimos anos, nem quando chegou ao seu fim. Um fragmento de informação diz-nos que em 1406 um islandês que tinha sido desviado pelo vento até a Groenlândia ficou ah alguns anos e

se casou em Hyvalsgy. Depois voltou à Islândia. Sabemos apenas isto, € o registro escrito permanece silencioso. A arqueologia proporciona um pouco mais de infor-

mação. A escavação do cemitério e dos edifícios da fa-

zenda familiar de Bjarni Herjolfsson, em Herjolísnes, dá-nos uma idéia do final da colônia na Groenlândia. As condições de gelo permanente conservaram as roupas funerárias dos seus últimos habitantes em excelente estado. Alguns objetos estão muito usados e remendados, mas alguns corpos tinham capuzes compridos e pontiagudos, que eram a última moda na Europa durante o século XV. Pode-se aprender muito comparando as roupas de lã das pessoas enterradas em Herjolfsnes com as roupas encontradas num lugar inuit quase contemporâneo em Qilakitsoq. Ali os corpos estavam vestidos com peles e couros. Por isso, o registro arqueológico insinua uma das razões pelas quais a colônia nórdica fracassou. Era uma simples questão de sobrevivência dos que estavam em melhores condições. | Ão contrário dos inuits indígenas, os habitantes nórdicos da Groenlândia não conseguiram adaptar-se às condi-

a ções de mudança, e, por isso, a colônia mais remota

ocidente acabou por se extinguir, pondo lentamente fim ao mundo dos vikings.

223

E

GLOSSÁRIO

Abássidas. Dinastia de califas, descendentes de al-Abbas tio do profeta Maomé, Derrubou a din astia dos Omiadas em /49 e transferiu a capital para Bagd á, onde permaneceu até 1258, ano em foi saqueada pelos mong óis Aduelas, igreja de. Igreja edificada co m aduelas de madeira, num processo semelhante ao da con strução de um barril.

Althing. Assembléia nacional islandesa, que se reunia anualmente durante duas semanas ao ar livre em Tingyelli r. Anéis das árvores, datação através das, ou den docrono

logia. À idade de uma árvore pode ser calculada através do aumento anual do número de anéis que formam o tronco. O ritmo de crescimento dos anéis depende do clima, podendo por isso ser comparadas sequências de árvores velhas — das quais sabemos a idade — e restos de madeira encontrados em sítios arqueológicos. Em condições ideais

Carbono 14, datação através do. O carbono é um isótopo radioativo que se encontra na atmosfera e que os seres vivos absorvem. Quando uma planta ou um animal morrem, a proporção de carbono 14 começa a diminuir a um ritmo conhecido. Por isso é possível medir a quantidade residual de carbono 14 num pedaço de matéria orgânica — madeira ou osso — e calcular a sua antiguidade. A sua confiabilidade é

bastante elevada, mas há que levar sempre em conta uma

margem de erro que limita bastante o seu uso em produtos muito recentes (a partir da Idade Média).

Carolíngios. A dinastia real que substituiu os merovíngios

quando Pepino II se tornou rei dos francos em 751. O Impé-

Anglo-escandinavo. Termo que se aplica à miscigenação entre escandinavos e anglo-saxões na Inglaterra a partir do século IX.

rio Carolíngio, fundado por Carlos Magno, rei dos francos (771-814) e imperador do Ocidente (800814), abrangia grande parte do Império Romano do Ocidente, do mar do Norte até a Itália; foi dividido em três partes em 843 e declinou rapidamente. Em termos culturais, carolíngio é o período compreendido entre c.750-c. 900 na Europa Ocidental.

Anglos. Povo de origem germânica, procedente da península dinamarquesa da Jutlândia, e que, juntamente com os

Casas compridas. Termo pelo qual são conhecidos os edificios oblongos que albergam uma vivenda e um estábulo

de conservação, é possível datar com extrema precisão nu-

merosos episódios da época viking.

saxões, se estabeleceu na Grã-Bretanha no século Iv, se-

sob o mesmo teto. No estábulo, guardava-se o gado duran-

Anglo-saxão. Termo que designa a maioria dos colonos

Celta/céltico. Termo que engloba um grande grupo de povos indo-europeus espalhados pelo Noroeste da Euro-

guindo a retirada romana. Deram o nome ao país, à sua gente e ao seu idioma.

germanos

estabelecidos na Grã-Bretanha,

derivado dos

grupos majoritários de emigrantes do continente, os anglos e os saxões. Cronologicamente, dá nome ao período compreendido entre a primeira invasão germânica no século v e a conquista normanda de 1066, mas também ao idioma dos anglo-saxões na Inglaterra (também conhecido como inglês antigo).

Asgard. A fortaleza dos deuses na mitologia nórdica.

forma Animal de garras. Motivo ornamental estilizado em nos estilos arde animal com grandes garras, muito popular antecedentes s seu os re; Bor de e g ber Ose de s ing vik os tic tís do século VII. devem ser procurados no estilo de Broa

mano, com caRo o ri pé Im do de ta Me o. ri Bizantino, Impé m-

opla, hoje Ista in nt ta ns Co s oi ep (d io nc zâ Bi pital em europeia do em rg ma na a eg gr a ni lô co bul), uma antiga imperador lo pe 0 33 em o ad nd Fu estreito do Bósforo.

pério do OciIm do o ps la co ao eu iv ev Constantino, sobr 1453 pelos otomanos turem ão iç i ru st de a su a até

dente, do cultural grega le O u o v r e s n o c al nt cos o Império Orie e entre nt po de iu rv Se e qu o mp te go e romano, ao mesmo

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Burh. Nome de fortificação anglo-saxã, embora geralmente se aplique aos povoamentos edificados pelo rei Alfredo e os seus sucessores para se defender dos dinamarqueses.

o Oriente e a Europa. Bracteado.

, Pingente em Fins

eda Ou cido com uma mo

ma de disco, de metal fino, parefor acecrnarlalhos

dra, espalhado pelo pe de ar ul rc ci io íc if ed Broch. Tipo de has, e cujas oriil as o nd ui cl in a, ci có Es da te e pelo Oes te

Nor

ximadamente. A maioria dos ro ap C. a. 0 50 gens remontam à r contemporâneos da mudanse m ce re pa entanto,

brochs, no

ça de era.

te o inverno, ao mesmo tempo que se obtinha mais uma fonte de calor.

pa, e que inclui irlandeses, escoceses, galeses etc. Por ex-

tensão, também designa os idiomas, a arte e a cultura.

Cinco Vilas, as. Termo que designa as cinco cidades do Danelaw: Lincoln, Nottingham, Berby, Leicester e Stamford. Conde. Título nobiliário inglês (earl), derivado do nórdico antigo (eorl) da época viking, que significa oficial ou vice-rei. Crônica anglo-saxã. Compilação de anais (pequenos relatos e anotações), iniciada durante o reinado de Alfredo, o

Grande (871899), e continuada posteriormente. É a maior fonte documental sobre a atividade militar viking na Inglaterra.

Danegeld. Tributo pago aos invasores dinamarqueses pelas suas vítimas na Europa Ocidental, especialmente na Inglaterra, para evitar os seus ataques. Danelaw. Nome dado às regiões da Inglaterra onde se estabeleceram os dinamarqueses em finais do século Ix, após a partilha feita em 880 por Alfredo, o Grande. No momento da sua máxima extensão, abrangia todas as terras situadas a norte e a leste da Via Watling, a via romana que ia de Londres a Chester.

Danevirke. Conjunto de muralhas, terraplanagens e fortificações edificado durante longos períodos, que protegia a península da Jutlândia e constituía a fronteira nos territórios vikings da Dinamarca

(atualmente, na Alemanha). A

dendocronologia proporcionou a data de 737; investigações recentes sugeriram que as fases iniciais podem ter

227

GLOSSÁRIO sido muito anteriores. O comprimento

total é de cerca de

30 quilômetros. Dendocronologia. Ver Anéis das árvores, datação através dos.

Edda. Nome das obras da literatura em nórdico antigo: a Edda antiga (ou poética), que contêm antigos temas e motivos heróicos e mitológicos da época viking, e a Edda moderna (ou em prosa), um livro de aprendizagem para os poetas, redigido pelo poeta e historiador islandês Snorri Sturluson, talvez em

1220.

Epoca viking. Período da história escandinava compreendido entre os séculos IX e XI, iniciado com as primeiras incursões na Europa Ocidental em finais do século vil.

Escaldo. De Shald, palavra em nórdico antigo que significa poeta. Os escaldos eram poetas cortesãos profissionais e compunham e recitavam de memória poemas e sagas complexos.

Escoceses. Povo originário do Nordeste da Irlanda que se estabeleceu na Escócia no século v, à custa dos pictos, e fun-

dou o reino de Dalriada. Em meados do século 1x, absorveram os pictos e posteriormente deram o nome ao país. Eslavos. Grupos de origem indo-européia da Europa Central e Oriental,

Filigrana. Técnica decorativa usada na joalharia de ouro e

de prata, consistindo na aplicação de fios finos soldados à

superficie de um objeto, muitas vezes em combinação com o granulado.

Francos. Tribo germânica estabelecida Inicialmente a leste do Reno e que se deslocou para oeste em finais do século HI. O reino franco cresceu com Clóvis (481-511), que ocupou parte da Gália romana, mas a sua extensão máxima foi atingida com Carlos Magno (ver Carolíngios). Posterior-

Grande Exército. À Crônica anglo-saxã descreve o exército di-

namarquês de 865-871 como “grande”, o estabelecimento posterior na Nortúmbria, Mércia e Ânglia Oriental (876880) deu origem à criação do Danelaw.

Granulado. Técnica decorativa usada na joalharia de ouro ou de prata, consistindo em soldar pequenas esferas (granulos) à superficie de um objeto, muitas vezes em combi-

nação com a filigrana. Guardas varegues. Corpo de guarda-costas escandinavos dos últimos imperadores bizantinos.

Hiberno-nórdico. Termo aplicado à mistura de elementos

culturais nórdicos e irlandeses (Hibernia é o nome em latim de Irlanda) do século IX.

Hnefatafl. Termo em nórdico antigo de um jogo de mesa muito divulgado por toda a Escandinávia durante a época viking, não conhecemos as regras, mas sabemos que é uma espécie de jogo de guerra entre dois exércitos, que requeria muita habilidade.

Idade do Bronze. Período histórico europeu durante o qual o bronze — liga de cobre e de estanho — se tornou a matéria-prima para a fabricação de objetos e armas. Às datas variam segundo as diferentes regiões, mas para a Europa abrange o período entre 2000 a.C. e 700 a.C. Idade do Ferro. Período histórico durante o qual o ferro, substituindo o bronze, se tornou a matéria-prima para a fabricação de objetos e armas. Na Europa começou em princípios do 1.º milênio a.6€. e terminou com a expansão romana, embora na Escandinávia se prolongasse até ao período de migrações dos séculos VI e VII, e até depois. Inumação. Prática de enterrar os mortos, em oposição à

cremação ou exposição do corpo.

mente, deram o nome à França.

Frísios. Os habitantes das terras costeiras e das ilhas entre o Reno e o Elba (Frísia), reputados comerciantes do sécu-

Landnám. Termo em nórdico antigo para designar um povoamento ou colônia.

vezes sem conta, dos ataques vikings. A Frísia foi finalmente conquistada por Carlos Magno.

Longphort. Termo com o qual se designavam os primeiros acampamentos de inverno dos vikings durante o século IX. Costumavam situar-se junto aos rios, procurando a prote-

lo vi. O seu comércio florescente de Dorestad foi presa,

Futhark. Alfabeto rúnico, chamado assim pelas suas seis primeiras letras.

Germânico. As línguas germânicas foram indo-europeu (ver também Celta/céltico preendem as grandes famílias: as línguas Norte da Europa e — a oeste — o alemão, dês e o inglês. O termo também dá nome arte e cultura,

um dos ramos do e Eslavo) e comescandinavas do o frísio, o holanaos povos e à sua

Godar. Termo em nórdico antigo que originariamente de-

signava um “sacerdote” pagão. Na época viking, estes “sacer-

dotes” se tornaram líderes seculares, e é possível que o termo aluda a um status ou classe social.

228

ção dos barcos.

Neolítico. Termo com o qual se designa o período histórico posterior ao Mesolítico, caracterizado pelo aparecimento da agricultura e pelo aperfeiçoamento de ferramentas

de pedra, pela cerâmica etc. E um termo muito amplo e pode aplicar-se em diferentes regiões, proporcionando datas diferentes, mas no Sul da Escandinávia começa por vol-

ta do 4.º- milênio a. €.

Nórdico. O idioma da época viking na Escandinávia, mais conhecido por nórdico antigo, termo que acabou por substituí-lo. Distinguem-se o nórdico ocidental, falado na Noruega e na Islândia, e o nórdico oriental, falado na Di-

GLOSSÁRIO namarca

durante as

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Suécia,

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pequenas

diferenças

e as últimas etapas da época viking

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Nordrevar 2: Nord eyar “mo em nórd ico antigo que significa ilha do é que designava as Orcades e as Shetland

Relicári ipi ixi | Neário. Recipiente ou caixinha na qual se guardam as relíquias de um santo.

Runas. Às letras do alfabeto germânico, consistindo em linhas retas incisas na madeira ou na pedra.

Vordsdse e ta. Teermo em nórórdi Nor dico antigo que significava territós de caça, situados a norte da Colônia Ocidental ; na Gronelân elând diia. Ali se caçavam alces, renas, ursos polares morsas e narvais (pelo seu marfim). |

Omíadas. Primeira dinastia de califas árabes, no poder desde o século vir e derrubada pelos Abássidas em 749

Riús. Nome dado aos escandinavos que viajavam e se estabeleciam a leste, Posteriormente, daria nome à Rússia (a

terra dos rús).

Sacrifícios em pântanos. Nome dado aos objetos — corpos

humanos e de animais, armas etc. — lançados deliberadamente aos pântanos e às zonas alagadas, particularmente

Papar. Nome dado pelos vikings, ao chegar à Islândia, aos 1

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eremitas islandeses que viviam ali. Remanescem

certos to-

pônimos, como Papey, nas ilhas Féroe, nas Orcades e nas ôni j é Ê Shetland.

Pedras pintadas. Termo que designa as pedras funerárias erguidas na ilha báltica da Gotlândia entre os séculos V e VI. Pedras runas (ou rúnicas). Pedra com inscrições rúnicas

gravadas.

Período de migrações. Período de amplos movimentos em massa de grupos humanos durante os séculos V e VI (entre os quais se encontra o dos anglo-saxões na Inglaterra). Cosra tuma ser associado ao colapso do Império Romano, embo as migrações germânicas se tenham iniciado antes.

da Idade e fas ima últ à ído ibu atr me No . del Ven de Período ca viking. O seu épo da es ant , vil e VII s ulo séc nos ro, do Fer l com tra Cen cia Sué da ão aç vo po ma nu em nome tem orig túmulos ricos. norte da linha no a, ci có Es da es nt ta bi ha s go Pictos. Os anti fontes em ti pic mo co s do na io nc me que une Forth € Clyde, a seja, de fato, ad eg ch a su a ra bo em II, romanas do século foram absorvidos Ix, lo cu sé do os ad me Em muito anterior. Ocidental a ci có Es à o ad eg ch am nh pelos escoceses, que ti da Irlanda. s te en ed oc pr IV, lo cu sé durante o

ente ou modeid es pr o a bi ce re e qu Porta-voz da lei. Nome candinavas (ver Thing).

onais es gi re s ia lé mb se as s da r rado —, saa es nd la is al on ci na assembléia — g n i h t l A do so ca No hava O en mp se de em qu o it e el l era um oficia bemos que anos. cargo durante três

quando os a, ic rd nó a i g o l o t i Final na m Ragnarôk. O Dia antes e o mun-

stros e gig n o m r po s o d a t o r r e deuses serão d .

fogo o l e p o d i m u s n do será co

alfabeto rúnide s po ti is do s do m Nome de u época

durante a o ad us , o) rt cu o m a r inavo (ver

ico n ú r o t e b a f l a de s s dois tipo o d m u e d e m o N época vià Rama curta. e t n a r u d o d a s u longo), o m a r er (v o v a n i d n eguesa. ru esca no oec su na ru ém mb ta kinge às vezes chamado

na Dinamarca, mas também no Noroeste da Europa.

Saga. Nome dado às narrativas orais islandesas e escandinavas.

Soldadura modelo. Técnica usada pelos armeiros vikings para fabricar espadas, consistindo em feixes de ferro compris se dos soldados juntos formando um núcleo, a cujos lado mplares juntava um fio feito com um aço mais duro. Os exe mais notáveis de espadas foram obra de armeiros francos. ilhas do Sudreyjar Termo em nórdico antigo que significa revive no tisul e designava as ilhas Hébridas. O nome sob tulo do bispo de Sodor e Man.

ao país. me no deu que l tra Cen cia Sué da o pov O ar. Sve durante a Conhece-se muito pouco da sua história política época viking.

do solo distinta, ção ora col a um m co a Arc . tas Pre ras Ter

ade viking resultado do povoamento intensivo, como à cid de Birka na Suécia.

e a coleent alm atu e ec nh co se l qua o pel o rm Te o. our Tes oferta votição de objetos enterrados de uma só vez como de quallos vásal a par ou os) tan pân em os íci rif Sac r (ve va quer ameaça, como

época grande militar

é o caso da maioria dos tesouros da

de viking. A informação obtida nestes tesouros é e importância para estudar a atividade comercial durante a época viking.

etc. de que Tesserae. As pequenas peças de vidro, mármore se compõe um mosaico. a assemThing. Termo em nórdico antigo para designar um bléia (ver também Althing)em extrair Trepanação. Operação cirúrgica consistindo uma pequena peça de osso do crânio.

importantes tiTúmulo de corredor. Nome de um dos mais -história pré na ns mu co São as. tic alí meg s ura ult sep pos de que desemeuropéia e consistem num corredor comprido

lajes, e s nde gra m co a ert cob , ria erá fun ra ma câ boca numa o de terra. posteriormente enterrado sob um montícul in, habitado Od de rd ga As em o ci lá pa de an gr O Valhalá. defender os deua s to on pr a, alh bat em os rt mo is ró por he ses no Ragnarok.

229

GLOSSÁRIO

Valquírias. Grupo de deusas da mitologia nórdica, encarregadas de conduzir os heróis mortos em combate ao Valhalá, Vanir. Na mitologia nórdica, os deuses da saúde, da fertilida-

Viking. Termo em nórdico antigo usado para designar os povos escandinavos — ou de origem escandinava —

de e do prazer físico: Nior, o seu filho Freyr e a sua filha Fréia.

Vinland. Termo em nórdico antigo que significa terra das uvas, dado à região da América do Norte avistada por escandinavos.

durante a época viking. Em sentido estrito, vikingr significa

salteador ou pirata.

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nor; 1€ = inferior esqu erda; id = inferi or direita: ic = infenor

centro; e = esquerda; d = direita

IA = Instituto de Arqueologia, Universidade de Londres MND = Museu Nacional da Dinamarca, Copenh ague MND2

= Museu Nacional da Dinamarca, Gronelând ia

RIKS = Riksan tikvaricâmbeter, Estocolmo

28e

Bracteado de ouro, período de migração, Suécia (MNH): AWF | Placa de ouro, Sorte Mulde: de Fra Stamme til Sta i Danmark, 2

29

Placa de bronze, Torslunda, Olândia, s. VI AWF

30ci

Reconstrução RIKS

30-31s

Vista aérea de Eketorp: RIKS (foto Bengt Edgren)

32-33

Moedas de ouro, Helgô (MNH): Studio Gra-

uma

de

Eketorp:

fazenda,

nath, Estocolmo

331

Buda, Helgô (MNH): Studio Granath, Esto-

338

Báculo, Helgô Estocolmo

34s

Litografia de Gamla Upsália, Suécia, 18571859, obra de Carl Johan Billmark: Biblioteca Universitária, Upsala

341

Vista aérea do cemitério de Valsgârde: RIKS (foto Jan Norman)

35s

Capacete de Vendel (MNH): AWF

Guardas: reconstrução da tapeçaria de Oseberg

351

Escudo procedente das necrópoles de Vendel: de La Necropole de Vendel, de H. Stolpe e T. J. Arne, Estocolmo: 1927

2-6

36

Réplica de barco: TS

37

Estatueta de âmbar, época

MNH

= Museu Nacional de História, Estocolmo

TS = Ted Spiegel

UOO = Universitetets Oldsaksamling, Oslo

AWF = Arquivo Werner Forman. Londres CAY= Sociedade Arqueológica de York

Reconstrução de Marion Cox inspirada em motivos vikings

colmo

(MNH):

Studio

Zelândia (MND): AWF

Granath,

viking, Feddet,

8-9

Reconstrução de John Fuller

1

Ornamentos em forma de cabeça de cavalo,

38

Recipiente de bronze, Mykelebostad, Norue-

12

Paisagem invernal, Harvedalen: Jan Rietz/ Tiofoto, Estocolmo

39

14-15

Fiorde norueguês: Zefa. Londres

Capacete, espadas e punhais: UOO jan og Krogvold)

16

Urso: Ragnar Andersson /Tiofoto, Estocolmo

40

Pedra decorada, Gotlândia, pormenor de um barco: TS

17

Lago Siljan, em Mora, Suécia: B. & G. Alexan-

41

Moeda de Svein, o Barba Bifurcada: MND

4lie

Reconstrução de John Fuller

42sd

Escavação em Oseberg: UOO

42ce

Utensílios de Oseberg: Museu Nacional de

Idade do Bronze, Jutlândia (MND): AWF

der, Dorset

18

Costa dinamarquesa: Rnudsens fotosenter, Oslo

18-19

Finlândia: Zefa

20-21

Vista de Maessom

22

jerggaard, Pontas de machado, Hagelb dia, c. 3000 a.C.: MND

23s

Túmulo de corredor: Bilhuset, Estocolmo

231

Talhas de

24

25

26si 261

Lofoten:

Bildhuset/Per Zelân-

Gerry Johansson/

rt pedra, Bohuslan, Suécia: Robe

res nd Lo y. ar br Li e ur Pt g in rd Ha a. C.: MND Mulher vestida de Egtved, c. 1400 psd

Estocolmo

26/27

Ando,

Idade do Ferro, Lejgre, Zelândia, Hans Hamarskióld/Tiofoto,

ortados dal dade do ferendas de arugigoOS os |) 1m MNH

SEDE: Hassle,

Narke,

Suécia:

MND Homem de Tollund:

ndesLa s he sc gi lo ão ch Ar m: da Barco de Ny museum, Schleswig

a, s. VILIX, Museu de História de Bergen foto Ann Mari Olsen)

(foto Ko-

Antiguidades, Oslo

49e

Carro de Oseberg: Museu Naval Viking, Bygday/UOO

43s

Cama de Oseberg: UOO

431

Tapeçaria Oslo

44-45

Borg, Lofoten: Sigrid Christie, Oslo

á4bie

Broche em forma de tambor, de bronze deco-

46id

Reconstrução de Paviken: de Gutar och Vikin-

(UOO):

Knudsens

rado a ouro e prata, Martens, s. XI: MNH

Fotosenter,

Gotlândia,

gar ed. por Ingmar Jansson, de Historia à Fichformat: 1982: MNH

47s

Tesouro de Burge I, Gotlândia: MNH

47id

Pedra pintada, Gotlândia, s. VII-IX: MNH

48

O Danevirke: JoA/Museu Viking, Haithabu

50-51

Fortaleza de Fyrkat, Dinamarca: TS 239

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Estribos adamasquinados com cobre e prata, Langeland: MND

Espadas (MNH): loA Machados e lanças encontradas no Tâmisa: Museu de Londres Machado de Mammen, penhague

(MND),

AUT

Barco de Gokstad: Ancient Art and Architecture Collection) L. Ellison

Museu Nacional, CGo-

Vista aérea de Trelleborg:

Forkild

Nordam-Ullitz & Balslev, Hjgrring

Reconstrução de Maltings Partnership Âmbar numa praia da Jutlândia: TS

Balslev/

Tesouro de Fólhagen, Gotlândia, final do s. X:

Fortalezas reais da Dinamarca

60-61i 601 62s

MNH /Rungliga Myntkabinettet, Estocolmo

Machado de combate, s. X, Fyrkat: MND

80

Reconstrução de Maltings Partnership

Reconstrução de um edifício de Fyrkat: Karsten Kristiansen, Morke

8ls

Vista aérea de Hedeby: Museu arqueológico do estado de Schleswig

Campo de Lindholm: Museu de História de Aalborg

Slcd

Moedas de Hedeby: Frances Lincoln Publis-

Lâminas de foice, de gadanha e peças de arado de ferro, época viking, Noruega: UOO

82-83s

Ribe vista do leste: Den Antikvariske Samling,

Rio Jamtland, Suécia: Christer Frediksson/

82-831

Manufatura de vidro: Den Antikvariske Sam-

Anzol de ferro e arpão dentado, época viking, Noruega: UOO

84-85

Kaupang: UOO

86sd

Peças de jogo de vidro, Birka: MNH

86ie

Tesouro de prata, Birka: Carl Lôfman/Pro-

86-87

Reconstrução de Maltings Partnership

87sd

Vista aérea de Birka: TS

90

Pormenor da proa de um barco, Oseberg: UOO (foto Erik Irgens Johnsen)

Bruce Coleman Ltd. Londres

Cômodo principal da casa reconstruída em Hedeby: Museu Forhistorisk, Moesgard

“hers. Londres

Ribe, Dinamarca

ling, Ribe (foto Fredsgaard Nielsen)

media, Hasselby

G2ie

Reconstrução de John Fuller

62ic

Peças de tear: CAY

62id

Alfinetes: Studio Granath, Suécia

63ce

Reconstrução de John Fuller

63s

Casa de Hedeby: Else Roesdahl, Universidade de Arhus

90-91

Bastão

63cd

Blocause de troncos: Bengt Olof Olsson/ Bildhuset, Estocolmo

9lc

Pormenor de uma talha, Oseberg (UOO): AWF

64-65 s

Peças de jogos: Kulturen, Lund

9li

Cabeça de homem talhada, Oseberg (UOO): TS

64c

Flauta, Museu

92

Coleção de ferramentas, Mastermyr: MNH

64i

Nobre caçando, Sockbum: CAY

93

Ourivesaria de prata, c. 975: MNH

65s

Representação de dois homens deranto numa pedra-runa: CAY/Sten. M-Rosenlund

94sd

Fabricação de broches com molde, Ribe c.

Hill FRPS

de Sigtuna: CAY/Simon

lan

64-651

Luta de cavalos, pedra, Hãggeby: CAY

65id

Tabuleiro de Hnefatafl, Museu Nacional da Irlanda, Dublin

66

Reconstrução de Mathings Partnership

67s

Broche, Dinamarca: MND

67c

com

cabeça

de animal,

Escandinávia (UOO): AWF

800: Den

Sntikvariske Samling,

Rita Fredsgaard Nilsen,)

c. 800850,

Ribe

(foto

94je

Reconstrução de Maltings Partnership

95

Broche de ouro de Hornelund: MND

951

Filigrana

Sapatos: loÃ/UOO

96

Colares, Suécia: MNH

67ie

Sapatos: Kulturen, Lund

97

Pentes,

67d

Reconstrução de Maltrings Partnership

Ferragens de arnês de bronze, Broa, c. 800,

68s

Cemitério de Birka: James Graham-Campbell

981e

70-71

Barcos em Lindholm Hgje: TS

98-99

Reconstrução de John Fuller; diagrama de

72

Rua de Risby: IoA/Mognus Schou Joegen-

99s

Capacete de Bamberg, segunda metade do

73 74

240

son, Copenhague

Patins: Kulturen, Lund

Hasselby

100

Museu

Arqueológico

Birka:

Viking,

do

Haitha-

Estado

de

Carl O. Lófman/Promedia,

Gotlândia: MNH

Chris Munday

s.

X, Escandinávia:

nique

Trenó encontrado na embarcação-túmulo de

Oseberg, Noruega, s. IX: UOO

bu/Museu Schleswig

dourada:

Museu

Nacional,

Mu-

Pedra rúnica, c. 1000: Museu Forhistorisk,

Moesgárd

1Olce

Estrada

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

elevada

de

Bengt A. Lundberg)

10lie

102c

; | | | 1

1021

Pedra rúnica d

ki: RIKS (foto

ae

Iarl

tmb

q:

RIES

Sto

strada elevada de Iarlaban-

Bengt A. Lundberg)

Irês pedras rúnicas, Biórk Bengt A. Lundberg)

Crônica anglo-saxã, MS 173 ff. 13 b-14: Colégio Corpus Christi, Cambridge.

128c

Reconstrução de John Fuller

128d

Reconstrução de Maltings Partnership, baseada em desenhos de Martin Biddle e Birthe Kjolbye-Biddle, Oxford

128i

Vista de Repton: Martin Biddle e Birthe Kjolbye-Biddle, Oxford

130s

Moeda da Ânglia Oriental: Museu Ashmo-

130c

Moeda de prata de Alfredo, o Grande. Lon-

132

Vista de Wallingford: Coleção da Universidade de Cambridge

133se

Moeda de prata do Danelaw: Museu Ashmo-

E

Caixa de pen te, cornadura de cervo, Lincoln s. X. Museu Britânico

103d

Pedra de Rók, Jan Rietz/ Tiofoto, Estocolmo

103e

Pedra rúnica de Hadeland, No ruega. UODO

104

Página do “Heimskringla”, de Snorri Sturlu son, Islândia, s. XIV: Den Arnamagnacansk e

|

Samling, Copenhague

105

125

Pedra de Karlevi, Olândia: RIKS

A. Lundberg)

(fot

E

lean, Oxford

dres: Museu Ashmolean, Oxford

lean, Oxford

106-107

Ilha de Drangey: Mats Wibe Lund/Icelandic Photo and Press Service, Reiquiavique

133i

107

“Flateyjarbok”: Stofnun Arna Magnussonar, Islândia

Evangelhos de Lindisfarne, Cotton MS Nero D. iv £. 210 b: Biblioteca Britânica

136-137s

Escavações Coppergate: CAY

108-109

Reconstrução de John Fuller

136-137

Achados de Coppergate: CAY

11 se

Figura de anão de uma pia batismal, Gotlân-

136

Cena de rua do Jórvik Viking Center, York: GAY

137

Cruz de Middleton: Museu de Man/C. M, Di-

110id 111 112-113s 1131e

114s

114c 116

dia, s. XII (MNH): AWF

Pedra rúnica de Altuna, Suécia, s. XI: RIKS (foto Bengt A. Lundberg)

Representação de Odin numa pedra pintada da Gotlândia (MNH): AWF

Cenas da lenda de Sigurd, igreja de Hylestad, Noruega: AWF

Lenda de Sigurd na pedra de Dravle, Uppland: RIKS (foto BengtA. Lundberg) Reconstrução do templo de Upsália, segundo a História dos povos nórdicos, de Olaus Magnus, de 1555: Biblioteca Bodleian, Oxford D Molde, cruz e martelo de Thor, s. X: MN

delag, Martírio de Santo Olaf, s. XIV, Tron Noruega

127

, Uppland: RIKS ra No , tã is cr ca ni rú o çã ri sc In

118s

Taça de Jelling: MND

118 119sd

4118-119 120 121 122 123 124s 124

(foto Bengt A. Lundberg)

rtnership Pa gs in lt Ma de ão uç tr ns Reco

e Gorra, Jelling: o ld ra Ha de s ca ni rú as Pedr MND

Balslev vista de Jelling: 10oA/ T. lling: CAY Je , o d l a r a H de ca ni rú Pedra

storic Scotland Hi : ia le ba de so os de Placa

e: TS Pedra de Lindisfarn

Britânico u e s u M : o o H on tt Su Capacete de E

sisidade de erer iviv Un da o çã le Co à : fa Of : “que de t / Crown Copyrigh

a

Ann

bridge

erde bronze dourado, Northumb

rgen (foto Be , ia ór st Hi da u se Mu VIE

Mari

Olsen)

xon, Canterbury

1381e

Fragmento de escultura de Coppergate: CAY

138d

Cruz de Gosforth: C. M. Dixon, Canterbury

139se

Broche de Pitney, Somerset, s. XI: IoÃ/Museu Britânico

139sd

Guerreiro de Sockburn: C. M. Dixon, Canter-

bury

139id

Manuscrito anglo-saxão de estilo Ringerike, s. XI: Biblioteca Universitária de Cambridge, MS ff 1.23, f. 37 v.

139

Lápide sepulcral, Ingleby Arncliffe, N. Yorks-

141

Tesouro de Cuerdale: Museu Britânico

142

Afresco de nobre franco, Oratório de S. Benedito, Roma: Scala, Florência

143

Annales Xantenses, s. IX, Codex Cotton Tiberius

144

Taça carolíngia: MND

145

Broches de bronze, Pitres: Museu de Antiguidades do Departamento Marítimo do Sena

hire, início do s. X, Catedral de Durham

CXE Biblioteca Britânica

(foto Yohann Deslandes)

148

Broch of Gurnes: Historic Scotland

149

Vista de Mull, Escócia: Geoff Dore/Bruce Coleman Limited. Londres

150sd

Gravura, Jarlshof: Corporação do Museu Na-

l5lse

Vista de Jarlshoff: Historic Scotland

152

Tesouro de Skaill, Órcades: TS

154s

Embarcação-túmulo, Westness: CAY

154i

Sepultura de Westness: CAY

cional da Escócia, Edimburgo

241

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Vista geral de L'Anse-aux-Meadows: Canada/B. Wallace

178-179b

Reconstrução de edifícios, L' Anse-aux-Mea-

Cronk ny Merriu, Man: Patrimônio Nacional de Man, IoM

179

Insígnia de bronze, L' Anse-aux-Meadows, 1000: Parks Canada

Braaid, Man: Patrimônio Nacional de Man, IoM

180s

Bússola solar: MND

Balladoole, Man, IoM

157

Parks

178-179

Lápide de Slab, Man: de Man, IoM

Man:

Patrimônio Nacional

Patrimônio

Nacional

de

158s

Moeda do tesouro de Kirk Michael: Patrimôónio Nacional de Man, Iom

158c

dows: R. Baumgartner/ Explorer, Paris

c.

180i e 181se Reconstrução de Maltings Partnership 181sd

Esteatite com curva gnomônica gravada: MND

Colar: loA/Corporação Arqueológica da ilha

181i

A Saga Siglar, réplica de um barco viking, no porto de Roskilde: Rex Features/Rob Walls

159

Vista aérea: Corporação Arqueológica da ilha

182-183

Vista da baía de Disko, Gronelândia: Zefa/

160-161

Arca de Rainvak, de origem escocesa ou pic-

184

Ferragem de prata (MNH): Studio Granath,

1I6ld

Espadas encontradas em Kilmainham-Island-

185

Joalheria de influência eslava: MNH

186-187

Vista de Rúgen: Maus Hamann, Berlim

187sd

Tesouro de Hidensee: Rômish-Germanisches

Museu Nacional da Irlanda, Dublin

187sd

Reconstrução de Maitings Partnership

1621-163

Reconstrução de Maltings Partnership

188

Afresco de Elizabeth, filha de Jaroslav, s. XI,

163se

Cajado de estilo hiberno-nórdico: Nacional da Irlanda, Dublin

190

163sd

Escavações em Wood Quay, Dublin: TS

Amuleto ou chave, Staraya Ladoga, meados do s. VIII: Museu Hermitage, Sampetersburgo

163i

Osso talhado, Dublin: Irlanda, Dublin

190-191

Túmulos sopki, Staraya Ladoga: Estocolmo

191s

Vista de Staraya Ladoga: Neil Price, Estocolmo

19lid

Ferramentas de ferreiro de bronze e de ferro,

Rede de ruas de madeira, Novgorod: Neil Pri-

162ce

162c

164-165

de St. Patrick, Man

de St. Patrick, Man

to, s. VIII: MND

bridge, s. X: MND

Redezinha de seda: Museu Nacional de Irlan-

da, Dublim

Moeda cunhada por Sihtric, o Barba de Seda:

Museu

Museu

Nacional

da

Sol da meia-noite na Islândia: Eckart Pott/ Bruce Coleman Limited. Londres

Hunter

Estocolmo

Zentralmuseum, Mainz (foto V. Iserhardt)

Santa Sofia, Riev: TS

Neil price,

meados do s. VIII: Museu Hermitage, Sampetersburgo

166-167

Ilhas Féroe: W. Ferchland/Zefa. Londres

168c

Escavações em Kyívik, Féroe: Chris Morris

192

168s

Cavalo e barco de brinquedo, madeira, Féroe: Fogroya Formminnissavn, Thorshamn

193s

169

Paisagem vulcânica, Islândia: Zefa. Londres

Reconstrução de V. A. Kolchin Drevi Rús: Gorod, Zamok, Selo, Moscou

170-171

Géiseres e mananciais

193ie

Igreja da Transfiguração, Novgorod: Neil Price, Estocolmo

1931d

Portas de Sigtuna, Novgorod: Neil Price, Estocolmo

194s

Porta dourada, Kiev: CAY

1941

Vista de Dniepre: TS

195s

Tesouro de Gnedzovo, s. X: Museu Hermita-

1951

Têxtil bizantino: Kulturen, Lund

197

Runas de Halfdan, Hagia Sofia: IS

198

Moedas árabes (MNH): AWF

199

Crucifixo de Áby, Jutlândia, Dinamarca, c.1000: MND

17le

171d 172s

1721

quentes, Islândia: Ro-

bert Harding Picture Library. Londres Broche de bronze, s. X, Islândia: Nacional da Islândia, Reiquiavique

Museu

Página do Landnámabók, cópia do s. XVII: Stofnun Arna Magnussonar, Reiquiavique Tigela: Museu Nacional da Islândia, Reiquia-

vique

lanComplexo de Stông: Mats Wibe Lund/ Ice

dic Photo and Press Service Reiquiavique

ce, Estocolmo

ge, Sampetersburgo

174

Caixa de madeira para tesouras: MND2

175e

Vista de Brattahlid: CAY

175sd

Peso de tear gravado: MND

175i

Vista da Gronelândia: Mats Wibe Lund/Icelandic Photo and Press Service Reiquiavique

201se

Moeda do Danegeld, Ethelred Il: MND/Coin

177

“Mapa de Vinland”: copyright 1965, Universidade de Yale

201lie

Batismo de Haroldo Dente Azul, igreja de Tamdrup, Jutlândia, s. XII: MNC

Department

242 Haga

e

4

a”

1"

eh pa 4

ag

es ee a

TE

=p.

202s

Relevos de Urnes: TS

2021d

Interior da igreja St Legervaibano

e Borgund:

;

Zodiaque,

Reconstrução de Maltings Partne rship

204

Ovo da Ressurreição, Sigtuna: Museu de Sigtuna

a mi f

!

d

203

205 |

Igreja de Borgund: AWF

202i1e

204-205;

4

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Inscrição rúnica

(Museu

Simon lan Hi FRPS

de

S;

de Sigtuna): CAY/

Cornadura de alcÉe em forma de cab e ça humana, s. XI-XII, Sigtuna, Suécia: TS

213

Peças de xadrez, Londres

214

Vista de Freswick Links: Colleen Batey

215s

Osso com inscrição rúnica, Orphir: Colleen Batey

215c

Vista da igreja circular de Orphir: Historic Scotland

216-217

Vista de Birsay: Historic Scotland

216ie

Vista das escavações de Birsay: Colin Morris

217sd

Pente, insígnia, dente: Historic Scotland

Lewis:

Michael

Holford.

206

Pedra, Gripsholm: IoA/Sten. M-Rosenlund

218

Castelo de Cubbie's Roo: Historic Scotland

207

Manuscrito, estilo de Winchester, Biblioteca Bodleian

219

Punho de uma espada irlandesa de origem anglo-escandinava: Museu Nacional da Ir-

209

Estrada elevada, Northey, Maldon, Essex: Lin-

210si

c. 1000:

da Proud, Oxford Canuto e Emma,

do Liber Vitae, Winchester,

c. 1031: Biblioteca Britânica, Stowe MSS 944

210sd

Moeda de Canuto: Museu Britânico. Londres

210i

Pedra do cemitério de St. Paul: AWF

211

Guerreiros vikings, English MS, s. XI: Biblioteca Nacional, Paris

212

Cena do tapete de Bayeux: Michael Holford. Londres

landa

220

Vista de Thingvellir: Mats Wibe Lund/Icelan-

22 se

“Thingyellir, reunião do Althing, de William

22h 222s

dic Photo and

Press Service

Collingwood: Museu Britânico

Báculo do bispo, Thingyellir, c. 1100: Museu

Nacional da Islândia, Reiquiavique

“Pedra rúnica, Kingigstorssuaq: MNDZ

222c

Caminho em Gardar: MND2

223

Têxtil da Gronelândia: MND2

Todos os mapas são obra de John Brennan Agradecimentos pelos mapas: A fonte Para o ma

sesmontre t

nandling til “meniração do mapa da página 167 é A. C. Larsen, Vikingetidsgarde i Nordatlanten, Specialeaf 5, Lnstitoto de ArqueoliEia Pré-histórica e Clássica, Universidade de Copenhague, por publicar. crens: 10 1992,

inci

af byggetraditioner og bosaettelyse anal gisk colo Arha nd, Isla pa e gard ste aeld De , sson jalm Vilh a da página 173, V. orn

ndnamstidens Island: 1993, por publicar.

243

ÍNDICE TOPONÍMICO

«q ÍNDICE TOPONÍMICO scrição do ntrada inclui uma de físico — e O um elemento

cada E

ce for

, ais ao qual pertence

permo”. atual do

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a, dies plo. U ma provinci em região)

79,89

akrar (Di

GO" LON tand (Finlândia)

19º59'L,

60º00"N iand 0'L,(Fin13,lând 29,ia), 49, 69, 89, 189, 200 90"0(i.) 4245'0,19

37º550'N

pet

ni

Alborg (Dinamarca), 57º03 N 9º56'L, q, 200

48º38'N 1º55'0, 147

an

Alexandria (Egrto), 31º19'N 20º55'L, Õ ar afub amiadiyah (Irã) 35º36'N

alskog (Suécia), S7º19ºN 18º53'L, 46

Amiens (França), 49º54'N 2º18'L, 126 Ango (Suécia), 6PºSY'N

o

15º406'L,

46

Angers (França), 47º29N 0932 0, 79, 26

Ânelia Oriental*, 115, 126, 129, 131,

34, 140

Anundshõg (Suécia), 59º37ºN 16º30'L, 49 Arábia”, 196

Archenficld (Reino Unido), 52º03'N PAO, 140

Ardre (Suécia), 57º22ºN 18º38'L, 46

Arhus (Dinamarca), 56º L0'N 10º13'L, 13, 49, 89, 115, 200. 211

Arkels Tingstad (Suécia), 59º30'N 18º06'L,, 49

Arklow Urlanda), 52º48"N 609'0, 153

Arminiyah (Armênia), 39º50'N 44º40'L, 196

Arran (1.) (Reino Unido), 55º35'N

5º15'0,153 Arzon (França), 47º33'N 2º54º'0, 147 Ashdown (Reino Unido), 51º22º'N

135'0, 153 tia (Reino Unido), 54º45"N 918 0, 153 Atenas (Grécia), 38º00'N 23º44'L, 196

Athelney (Reino Unido), 51º03'N 2560, 129

Augerum

189

Berezany (1.) (Ucrânia), 46º38'N

32º36'L, 79

Bergen (Noruega), 60º25'N 5º20'L 13. 173

(Alemanha), 59º39'N

19º25 L, 13

Beuzit (França), 48º30'N 4º160, 147 Birka (Suécia), 59º29'N 17º80'L, 49, 79, 89,115, 189 Bizâncio (Turquia),

79,189, 1965, 206

41º02"N 98º58'L,

Bizantino, Império*, 126, 189, 196 Blavet (7.) 14%

428 0,158 Blois (França), 47º36'N 1º20'L, 196 Blôndudalur (x) 173 Hogan (Islândia), 57º49'N ]Bº44'L, Ból : ae

(Islândia), 65º02'N 927950,

Bonhunt (Reino Unido), 52º04'N 0º11'L, 184

(Suécia), 56º08"N 15º47'L, 69

Aulne (4,), 147

Avranches (França), 48º42'N I27'O,

144 Axbridge (Reino Unido), 51º18ºN 2490, 151

79, 126

Bordoy (i.) (Dinamarca), 62º15'N

GS0MO, 167 Borg. (Noruega), 68"06'N 18º20'L, 29, Bornholm (1.) (Dinamarca), 55º02'N

15º00'L, 13, 29, 49, 69, 89 aii (Noruega), 59º24N 10º29'L, 29, >

Borremose (Dinamarca), 56"49'N 9º32'L, 29

Botglum (Dinamarca), 57º81'N Oº00"L, 200 Bothnia, Golfo de 13, 29, 49, 69, 79, 89, 189, 2000, 211 Boulogne (França), 5Oº43N

129

Desraia

1ºS7'L,

(França), 48º29'N 9º] I'L,

Bourges (França), 47º05'N 2º25'L, 126

Braaid (Reino Unido), 54º09'N 4340, 158

Braddan (Reino Unido), 54º09'N 45º25'0, 176, 177

Breidhafjórdhur (bata) (Islândia),

65º18'N 28º20"), 178

(Alemanha), 53º05'N 8º48'L,

BI

18º35'L, 46 Baffin (1.) (Canadá), 68º40'N 7ON0'O, da ad

(1

3,3

3º90'N? 44º96'L,: 79

Edo

ju hs

=

Sa jão), 40º22'N 49º53'L,

196 Baleares (i.) (Espanha) 39º21º'N 3º03'L, 126

Balkhash (lago) (Cazaquistão), 46º40'N 75º00'L,

196

Ballaugh (Reino Unido), 54º18'N 4280, 158 Ballinaby (Reino Unido), 55º46'N 6340, 158

Bamb

(Reino Unido), 55º36'N

470, 208

Bangor (Reino Unido), 54º89'N 5º4V'0,

156, 219

Bardney (Reino Unido), 53º13'N 0º19"), 140

Barra (1) (Reino Unido), 56º59N Tº28'0, 153

Barton Blount (Reino Unido), 52º53'N

1º46'0, 134

fans (Reino Unido), 51º16'N 1º05'0, 1

Basra (Iraque), 30º30'N 47º50'L, 196

pe nro (França), 47º12'N 1º45'0, Bath (Reino Unido), 51º23'N 2º22'0,

181, 208

Batz (França), 48"45'N 4º00'0, 147 Baviera”, 126

pane (França), 49º16'N 0420, 126, 44

º17"'N 18350, Ene34 (Reino Unido), 54 Bedford (Reino Unido), 52º08'N

0º29'0, 129, 184, 140 o (Irlanda) 52º12º'N 'OE, 126 Belle lle (França), 47º20'N 8º10'0, 147 loozero (Rússia) 59º58'N 87º49'L, 89 Benfleet (Reino Unido), 51º88'N

0º84'L, 181

Bryant's Gill (Remo Unido), 54º25'N

2560, 134 . Buckden (Reno Unido), 52º18'N

(Reino Unido), 5e2200'N

istão), 39º47'N

64º96'L, 79, 196

Buss (Rússia), 54º12'N 48º36'L, 79, 96 Bulverket (Suécia), 57º44ºN 18º34'L, 46, 49 Burgsvik (Suécia), 57º05'N 18º14 L, 46 Burbham (Reino Unido), 50º52ºN sv0, 131 Busalt (França), 47º5]'N 2º58'0, 147 Buttington (Rano Unido), 52º41'N 800,13] nha), 35º32'N 6º18'0, 126 Cádis 49º] 1'N 0º22'0, 14d Caen e, Caithness* 153,219

N Cambridge (Reino Unido), 52º13º 0º08'L, 129, 140, 208 Camphill (Reino Unido), 54º]4'N rat 198'0, 134

1º05'L, 129, 208 . intia* 126 Vro, Caslingford (Irlanda), 54º02'N GI1

Cargo 19

io, Império* 126, 129, 131, t (Tunísia), 36º54 N 10º16'L,

Cass ny Hawin

É

(Reino Unido), 54º06'N

4º36'0, 153 (Reino Unido), e Casthal Ballgawn50, o 158 54º] 9'N 5º4 Catholme (Reino Unido), 52º45'N Oo) 4320480'º2N 7'44ºN 00'1ºL,80L,196 o. (França), 126

Gosgorth (Reino Unido), 54º26'N

Christchurch (Reino Unido). 50º344N

1450, 131 Cirene (Líbia), 32º48'N STº54'L, 196

24920, 134 Clermont-Ferrand (França), 45º47'N 3º05'L, 126 Clbberswick (Reino Unido), G0'49'N Oº50'O, 153 Clonfert (Irlanda), 53º15'N 8º06'0, 126 (Irlanda), 53º26'N

Clonmacnolse

STO, 126 Clontarf (Irlanda), 55º2Y'N 6º07'0,219 Close ny Choilagh (Reino Unido), 54º04"'N 4º40'0, 153 Clyst (Reino Unido), 50º44'N 3º26'0, 208 Colchester (Reino Unido), 51º54'N Oº54'L, 140 Colônia (Alemanha), 50º56'N 6º57'L. 126 Colônia Central”, 176 Colônia Ocidental *, 176

Colônia Oniental*, 176 Colonsay (1.) (Reino Unido), 56º04N 6º13'0, 153, 219

Connaught*, 153, 219

c (Dinamarca), 55º43'N 1,13

eia 2º94

Córdova califado de*, 196 Córdova emirado de*, 126 Corinto (Grécia), 37º56'N 22º25'L, 196 Cork (Irlanda), 51º54ºN 8º28'0, 126, 158

Comualha* 147

À at (1.) E(França). 4 2º00'N : 9º10'L, l 26

Coutances (França), 49º03'N 1º29'0, 144

Cncklade (Reino Unido), 51º39'N

Cúmbria* 219

Dal (x.) 13, 29, 49, 69, 89, 200, 206 Dalriada*, 153 Damasco (Síria), 33º30'N 36º19'L, 196 Dankirke (Dinamarca), 55º19'N 8º47'L, 29

Dean (Reino Unido), 51º55'N 1º50'0,

208 Dee (r.) 153, 219 Derty (Reiro Unido), 52º55'N 1º28'0, 134, 140 Derg Lough (Irlanda), 52º57'N 8º18'0, 153 Die

Di

França), 49º55'N 1º05'L, 144

(canal) (Dinamarca), sr 61º45'N 6º40'0, 167

Disko (1.) (Dinamarca), 69º45'N

58º00'0, 176, 177

Dives (1) 144

Dniepre (r.) 79, 189, 196, 206

Dnietre (1) 189, 196 Doarlish Cashen (Reino Unido),

54º] Q'N 4º42'0, 153

Dol (França), 48º34'N Domnonee* 147

1º8T'0, 147

Don (x) 189, 196 nets



(r.

52º04'N 5º07'L,

à Holenda),

(Noruega), 59º45'N 10º15'L,

nus 13

Canterbury (Reino Unido), 51 17

47

Eidhi (Dinamarca), 62º18'N 706 L,

(MATO, 129 Chippenham (Reino Unido), 5Iº27'N 2070, 120 Chisbury (Reino Unido), 51º26'N 138'0,131 Chorezm ( Uzbequistão), 42º20'N 59º59'L, 79

Davis (estrato), 176, 177

1º00'0, 13]

;

Gooderstone (Reino Unido), 52º37'N

Danúbio (r.) 79, 126, 189, 196

0º15'0, 134

Ed

Edington (Reino Unido), 51º17N

1º27'Q, 208

Broweroch*, 147

Bug (r) 189 Bu E a (

Chichester (Reino Unido), 50º50'N

Cuckamsley (Reino Unido), 51º30'N

Broa (Suéga), 57º30'N 18º25'L, 46 Broby (Suécia), 59º33'N 17º34'L, 49 Brough of Deermness (Reino Unido),

Buckingham

Goltho (Reino Unido), S314NONT'O,

54º07'N 4º34'0, 153

º5' 0, 131 Bridport (Reino Unido), 50º43'N 470, 13] Bro (Suécia), 57º40'N 18º24'L, d6

58º58'N 2244'0, 153

Badelundeviken (Suécia), S7PITN

Ebro (r.), 126

131, 134

Cronk ny Mernu (Reino Unido),

Bridgnorth (Reino Unido), 52º33"N

(Riesta) 55º00'N 32º04'L,

Eaton Socon (Reno Unido), 52º13'N

1º51'0, 131

Bretanha* 126

Gnezdovo

Cherson (Ucrânia), 44º86'N SS3ºSI'L, 196 Chester (Reino Unido), SSP'N 2550,

Corseul (França), 48º30'N PI VOO, 147 Cotentin (pen) (França), 50ºLV'N (300, dd

Brauahlid (Dinamarca), 61º00'N

Eashing (Reino Unido), 31º14ºN

79, 189 Gokstad (Noruega), 5POUN 10º02'L,



4º830'0, 153

Ernst

(Ucrânia), 51º30'N ST IS'L,

Claughton Hall (Reino Unido), 53º46'N

Block Eary (Reino Unido), 54º17'N

Bordeaux (França), 44º50'N 0340,

s0º00'L, 196

Amu Darya (7), 79, 196

SPSS

Berlim

namarca), 61º28"N 6º45 0,

a-Andalus

Berezan (1,) (Ucrânia), 46º39'N

20180,

14º20'L, 29, 49,

55t55'N

aus (Suécia),

Ennio

4º 15'0, 134

Bergthórshvoll (Idandia), 63º36'N

0'N (Dinamarca), 57º0o

GL, 49,89

(Reino Unido), 53º18'N

79,115, 200

«ida, Califado”, 126

is

Benllech

va (r.) 196

(Reinô Unido), 57 I7N

DL

nrorO, 153 Droitwich (Reino Unido), 52º16'N 129

2100,

Dublin esti 53º97'N 6º18'0, 79, Ê 158,

ocidental (r.) 18, 29, 69, 79, 89,

and eesi

a

anda) : 58º39'N 6º26'0, : 126 (Reino Unido), 55º13'N

Bono, 126 (i.) (Irlanda), 51º36'N 10170, D

15

Dyer (cabo)

(Canadá) 66º40'N

6LI0'O, 176

Dyfed*, 131, 134, 208

040,13]

018'0,134

Go

134

Ed (Suécia), 59º27'N 17º58'L, 49 - 2070,129 Efeso (Turquia), 37'53'N 27º19'L, 196 167 Eigg (1.) (Reino Unido), 56º53"N 609), 153 EiriksGord (fiorde) (Dinamarca), BI0S'N 45º26'0, 176 Eirikssradir (Jelândia), 65º08N

274070, 173 Eketorp (Suécia), 56º15'N 16º30'L, 49 Elba (1.) 13, 29, 49, 69, 79, 89, 126, 196 Elbeuf (França), 49º VN VOTL, 14d Eldey (1.) (Islândia), 634 N 229580, 173 Elisenhof (Alemanha), 54º29'N 9º04'L, 49 Enekropgen (Dinamarca), 55º04N 15º09'L, 60 Engleficld (Reino Unido), 51º28'N OO, 129 Eorpebuman (Remo Unido), 51º02ºN "49'L, 131

Eme, Lough (Reino Unido), 54º28'N

(Suécia), 59º20'N 18º05'L, 13

Eufrates (x) 79, 196 Eure (r.), 144

Evreux (França), 49º03'N 1º] V'L, 126, ldd Exeter (Reino Unido), 50º49'N 3º37'O, 129, 131, 208 Eysturoy (1.) (Dinamarca), 62º] 4ºN 6º59'0, 167

Fair (i) (Reino Unido), 59º32'N 1º38'0, 153

Falaise (França), 48º54ºN QIVO, 1dd

Falster (1,) (Dinamarca), 54º30'N

12º00'L, 49, 69, 89 Farewell (cabo) (Dinamarca), 59º45'N 49º30'0, 176, 177 2590, 134 Farmnham (Reino Unido), 51º13ºN 0º49'0, 18] Fãro (1.) (Suécia), 57º55'N 19º10'L, 46

Faxaflói (baia) (Islândia), 64º25'N

22400, 173 Fécamp (França), 49º45'N 0º23'L, 144 Feroe (i.) (Dinamarca), 62º00'N

7º00'0, 79, 167, 177 nani (golfo) 13, 29, 49, 69, 79, 89, 18 Fleury (França), 47º56'N 1º55'L, 126 Flintinge (Dinamarca), 5447"'N 11º53'L, 69 Fole (Suécia), 57º39'N 18º28'L, 46

18º04'L,

49

ão (Suécia), 59º4]"N

1º11'L, 208 Forth, Firth of (Reino Unido), 56º10'N 2º56'0, 153 Foulum (Dinamarca), 56º33'N 9º25'L, 69

Fréêneuse (França), 49º] 'N OIL,

(mts) (Reino Unido),

Grampianos

56º55'N 4º00'0, 153 Granastadir (Islândia), 65º 19ºN 18º20'0, 173

Grauballe (Dinamarca), 56º 13ºN

q3S'L, 29 Great Ouse (r.), 129, 131, 134, 140, 208

Gredelby (Suécia), 59º47'N 17º40'L, 49

Grelutóltir 29400, Grey Abbey 5º33'0,

(Islândia), 65º47N 173 (Reino Unido), 54º32'N 219

18º00'0, 173 Grobin (Letônia), 56º81"'N 21º15'L, 189 Grodbygárd (Dinamarca), 55º04'N 14º56'L, 69 Grodno (Bielomissia), 53º40'N

23º50'L, 189 Groix (França), 47º39'N 3º27'0, 147

Gronelândia (1.) (Dinamarca), B8ºD0 N

40º00'0, 115, 176, 177

Grov (Dinamarca), 61º"IY'N GºIFO,

L67 Gudingsikrama (Suécia), 57º36'N 18º47'L, 46 Gudme (Dinamarca), 55º09'N 10º46'L, 29 Guérande (Reino Unido), 47º20'N 2º25'0, 147 Guildford (Reino Unido), 51º14ºN 0º35'0, 129 3040, 153 Gwent*, 134 Gwynedd*, 131, 134, 208, 219

Halikko (Finlândia), 60º24ºN 23º05'L, 49 Halwell (Reino Unido), 50º26'N 3º41' O, 131 Hamar (Noruega), 61º06'N 10º27'L, 89, 200 Hamburgo (Alemanha), 53º33'N

10º00'L, 13, 79, 115 Hâmeenlinna (Finlândia), 61º00'IN 24º25'T,, 49, 89 Hammars (Suécia), 7º47'N 18º50'L, 46 5º00'L,

(fiorde) (Noruega), 62º00'N

15, 29, 49, 69, 89

Hastings (Reino Unido), 50º51'N

0º36'L, 131 Hébridas (i.) (Reino Unido), 58º00'N 700'0,79, 177,219 Hébridas exteriores (1.) (Reino Unido),

57º40'N 7º85'0, 153

(Alemanha), 5º32ºN 93F'L,

Hedeby

144 Freswick (Reino Unido), 58º35'N 206'0, 153

49,69, 79, 89, 115, 200

Hejnum (Suécia), 5S7º4J'N 18º42'L, 46 (mt) (Islândia), 64'00'N

Hekla

Fribadre À (Dinamarca), 54º53'N

12º04'L, 89

Frisia* 126

Frôjel (Suécia), 57º24ºN 18º 4'L, 46, 89 Fuglafjgrdhur (Dinamarca), 62º14ºN GO, 167 Fugloy (i.) (Dinamarca), 62º21'N 6º15'0, 167 Furness (Reino Unido), 54º08'N 3º15'0, 219

Eykat (Dinamarca), 56º89'N 9º59'L, 49,

89 Fyn (i.) (Dinamarca), 56º15ºN 10º30'0, 15, 29, 49, 69, 89, 115

Gainsborough (Reino Unido), 53º23'N

0º46'0, 208 Gales*, 126

19º45"0, 173 Helgô (Suécia), 59º15ºN 17º44'L, 29, 49, 79, 89, 189 Helluland*, 177

Helsingborg (Suécia), 56º05'N 12º45'L,

13

Helsinki (Finlândia), 60º08'N 25º00'L, 13 Héradsvôotm (r.), 173

Hereford (Reino Unido), 52º04N 2430, 131

Herjolfsdalur (Islândia), 63º25'N

0º15'0, 173

Herjolísnes (Dinamarca), B0º04'N 241'0, 176, 177

Hesmouitor (França), 48º43'N 3º49'0, 14

Heysham (Reino Unido), 54º03'N 2530,

Galiza e Astúrias*, 126

Hinnay

Galloway*, 208, 219 Gamia Upra (Suécia), 59º55'N

Gammelby (Dinamarca), 55º28'N

Bº35'L, 126

Gante (Bélgica) 51º02'N 3º42'L, 126

Gardar (Dinamarca), 61º00'N 45º23'0, 115, 176 Gáseborg (Suécia), 59º25'N 17º54'L, 49 Gávie (Suécia), GOº4L'N 17º10'L, 13 Cdansk (Polônia), 54º22ºN 18º38'L, 13 Ss,

ID

(mt) (Noruega), ; 13 (Reino Unido), 51º53'N 129

134

(i.) (M

), 68230"

N

16º00'L, 13, 99.49, 69, B9

17º38 L, 29, 69,115

Chttertind 8º32'L, Gloucester 2140,

18º30'L, 15, 29, 46, 69,89, 115, 189, 200 Gralich (Ucrânia), 51º12'N 25º00'L, 189

Hardanger

Folkstone (Reino Unido), 51º05'N

Clâma (r.), 13, S a

Gotlândia (1.) (Suécia), 57º30'N

Gumess (Reino Unido), 59º06'N

Farndon (Reino Unido), 53º06'N

Folklandstin

PITO, 153 Gota (r), 13, 29, 49, 69,89 Goteborg (Suécia), 57º45'N 12º00'L, 13 Gothemsâm (r.), 46

Grimsey (1.) (Islândia), 65º33N

7480, 153 Escócia* 208, 219 Escócia, 1 de* 219 Estocolmo

OPI9'L, 134 Gorgan (rã), 36º50'N 54º29'L, 79

N

Hitis (Finlândia), 60º12'N 21º55'L, 89 Hjalmaren (lago) (Suécia), 59º10'N 15º45'L, 29, 69, 89 Hofsjókull (geleira) (Islândia), 64º50'N INTO, 173

seta nr (Islândia), 65º42ºN ITOV O, 17

Hôgom (Suécia), 62º15'N 17º25'L, 29 (Islândia), 65º44ºN 19070, Hólar 115, 173 Hominde (Dinamarca), 54º42'N

124, 49

Hook Norton (Reino Unido), 52º02'N 1º85'0, 134

247 =

NA,

E

a

a AA

PPA

vo by

O

Mais

INDICE TOPONIMICO Horbv (Dinamarca), Sb d4O'N VAGO, Hornavan (temo) (Sueca), 6615 NM

20

L740'L, 15, 29, 49,60, 80 Hov (Dinamarca), 55º55'N 6450, 167 Hovgarden (Sueda), 59º20'N 16º1I'L, 24, 69 Howth Urianda) 53º29ºN 6040, 153 Hoxne (Reino Unido), 52º2V'N TIL, 129 Hudson (estrato), 177 Humber (x), 134, 140, 208 Húnaflói (bata) (Ieindia), 65ºMIUN MPSTO, 173

(Reino Unido), 52"20 N

Huntingdon

DIVO, 40 Hvalgy (Dinamarca). GUS N 4450,

176

Hvitá (r), 173

Hvitárholt (Islândia), 649º0WN 207160,

173

larlabanki (Succia), 59º30'N

18º06'L,

Iriqivah (Tunisia), 35º48'N

10º38'L,

40

196

chester

"40,

(Reino Unido), 5Iº00'N

129, 140

Merup (Dinamerea), 55º15'N 9º20'L, 29 men

(lago) (Rússia), 5BºLA"N 31º22'L,

189 Inan (lago) (Finlândia), 60ºDO'N 28º00 E. 13, 29, 49, 69, 89

Indo (x.), 196 Indre (França), 47º06'N 1º37'0,147

Inglaterra* 208, 211, 219 Ingleby (Reno Unido), 52º44ºN 1º30'0, 134

Inishmurry (1.) (Irlanda), 54º26'N 8470, 126 Injebreck (Reino Unido), 54º15'N 4º30'0, 153 lona (1.) (Reino Unido), 56º20'N 6º25'0, 126, 219

Ipswich (Reino Unido), 52º04ºN VOS, 134, 208

Isafjord (fiorde) (Dinamarca), G1º10'N 4PSO O, 176

Islândia (1.) (Oceano Atlântico), 64º45"N 18º00'0,79,115,177

Islay (1.) (Reino Unido), 55º45'N 6º20'0,

153, 219

Isleifstadir (Islândia), 64º43'N

21º28'0, 173 Ismanstorp (Suécia), 56º52'N 16º50'L, 49 Jul (Rússia), 46º22º'N 48º00'L, 79, 196

Ivigtut (Dinamarca), G1ºLO'N 48º00'0,

176 Izborsk (Estônia), 57º48'N 26º54'L, 189 Jaravallen (Suécia), 55º25"N 19º] T'L, 69

Jarishof (Reino Unido), 59º54YN PISO, 153 Plim ( (Rússia), 57 3EN

39º52'L, 189

elling (Dinamarca), 55º45N 9º29'L, 69,115, 200

Jerusalém (Israel), 31º47'N 35º1S'L, 196

Kirkjubpur

(Dinamarca), GIºSSIN

Lutsk (Usriânia), D0º42"N 95º15'L

Lvdford (Reino Unido), MOº30'N

6º47"0,115,167 Kirkwall (Reino Unido), 58º59'N

2º58"0, 115. 153

RKivik (Dinamarca),

628º0T'N 700,

Kjolen mts.) (Noruega), 62º'05/N Sº39 L,

15

167

Hlaksvik (Dinamarca), GE TIN

ES O,

Kar fr), 13, 29, 49, 69, 80 Hlaufanes (Islândia), 65º52'N

18400,

167 173

Kepp (Noruega), 58º43ºN 5º40'L, 29 Kola fr), 13

Rolobrzeg (Polónin), SAN 189

15ºS5'L,

hópavogsthingstadir (Islândia), B4ºD6'N 21º53'0, 178

Ropingsvik (Suera), 36º57'N 16º45', 48 Korselitse (Dinamarca), 54º47'N 11º53'L, 29 RKoscl (Alemanha), 54º28'N 9º50'1, 49 Kovno (Litunia), 54º59ºN 928º55'L, 189

Kragelund (Dinamarea), 56º12ºN qa

29

Kristiansand (Noruega), 58º08'N

8º01'L, 13 Krokdalur (1.), 173 Papas oi (Suécia), 59º22'N 16ºSI1'L, 44 Kunoy (31.) (Dinamarca), 62º18'N 6º39'0,167 Kursk (Riissta), 51º45'N S6º14'L, 189 RKutaisi (Geórgia), 42º15'N 42º49'L, 206 La Hague 144

(França), 49449ºN 1º56'0,

Ladby (Noruega), 55º27'N 10º39'L, 69 Lade (Noruega), 63º27'N 1O0º5T'L, 115

Ladoga (lago) (Rússia), G1º00'N

32º00'1,, 13, 29, 49, 69, 89, 189, 206 Laht (Finlândia), 61º00'N 25º40'L, 49 Lambay (1.) (Irlanda), 53º30'N G07'O, 153 Landevennec 470,

147

(França), 48º18ºN

ama (geleira) (Islândia), 64º43'N 2 OVO, 178 Langpott (Reina Unido), 51º02ºN

(Ulfreckstord) (Reino Unido),

54º51'N 5º49 0,153

Le Saint (França), 48º07'N 3º34º0, 147 a 2900 Unido), 51º49'N 0020,

Lechon (França), 48º27'N 2º03'0, 147

Leicester (Reino Unido), 52º358'N 1º05'0, 129, 134, 140

Leigh on Sea (Rano Unido), 51º35ºN

“40'L, 134

Leinster* 158, 219

ostedalsbreen (mis.) (Noruega),

Lejre (Dinamarca), 7º05'N 9º54'L, 49 Lindisfamne (1.) (Reino Unido), 55º41'N

62º00'N 7º30'L, 13

Jumidges 4

(França), 49º50'N 0º50'L,

Jura (1.) (Reino Unido), 55º58'N 5º55'0, 153

Jutlândia (pen.) (Dinamarca), 56º00'N 9º00'L, 18, 115, 200

Kaldbak (Dinamarca), 62º04'N 6º49'0,

167 Kalinin

o (Rússia), 54º40"N

20º30'L, 13

Kalmarsand (Suécia), 59º32'N 17º34'L, 49

Kalsoy (1.) (Dinamarca), 62º18'N 6470, 167

Karlskrona (Suécia), 56º10'N 15º85'L,

18

Kategat (canal), 13, 29, 49, 69, 89 Kaupang (Noruega), 59º04'N 10º02'L, 49, 79, 89

Kebnekaise (mt) (Suécia), 67º55'N

18º35'L, 18

Kem (r), 13

Kemi (r.), 18, 29, 49, 69, 89 Ketilsfjord

) (Dinamarca),

60º EN 45º10'0, 176 Kiel (Alemanha), 54º20'N 10º08'L, 13 Kiev (Ultrânia), 50º28'N 30º29'L, 79, 189, 196, 206 Rildale (Reino Unido), 54º28'N TOY O, 134

Kiloran (baia) (Reino Unido), 56º04ºN 6120, 153

Kingigtorssua

6º"D0'O, 176

(Dinamarca), 72º253'N

Kirk Andreas (Reino Unido), 54"22ºN

4º26'L, 158 Kirk Michael (Reino Unudo), 54º17'N 4º35'0, 158

248

Leixlip (Irlanda), 53º22'N 6º30'0, 153 470,

Linkóping

126, 153

(Suécia), 58º25'N 15º35'L,

13,115, 200 Lisboa (Portugal), 38º44'N 9º08'0, 126 Lisieux (França), 49º09'N 0º1&'L, 144 Litile Minch (estreito) (Reino Unido),

57º40'N 6º50'0, 53 Litile Pazton (Reino Unido), 52º50'N QTO, 134 Locminé (França), 47º56'N ?º5/'0, 147 Loctudy (França), 47º50'N SVO, 147 (Suécia), 55º49'N Lôddekópin 12º50'0, 49, 69 Lôdose (Suécia), 57º44ºN 12º55'0, 200

Lofoten (i.) (Noruega), 68º15'N Or, 15, 29, 49, 69, 89 (Bielorrússia), 54º16'N io º50'L, 189 Loire (r.), 79, 126, 147 Lolland (i.) (Dinamarca), 54º50'N 11º30'L, 13, 29, 49, 69, 89 Lombardia*, 126 Londres (Reino Unido), 51º32ºN 0706'0, 79, 126, 129, 131, 140, 208, 211 Lorrha (Irlanda), 53º00'N 8º20'0, 126 Lothian*, 208 Louth (Irlanda), 53º45'N 6º80'0, 126 Lovat* (r.), 189 Lule (r.), 183, 29, 49, 69, 89 Luleà (Suécia), 65º35'N 22º10'L, 13 Luna (Itália), 44º04'N 10º06'L, 126 Lund (Suécia), 55º42'N 13º0'L, 49, 89, 115, 200, 211

fama

do,

(Suécia), 5747TN 18º25L,

Lundeborg (Dinamarca), 55º07'N 10º45'L, 29

Rance (1). 147

153

13] Lvsufjord (lorde) (Dinamarca), G3º530'N 3500. 176 Lyubech (Ucrania). 51º53'N SPOT,

Nortúmbria*,

Lang (fino Unido) 9V IN Z5TO

| 8%

Madinat-al-Salam (Jraque), 33º20'N 44º30'L 196 Macre (Noruega), 64º07'N 1IFI9'L, 29 Mainz (Alemanha), 50º00'N 8º 16'L, 79 Malaren

(lago) (Suecia), 59º30'N

17 00'L, 13, 29, 49, 69, 89, 189, 200,

206

Maldon

208

(Reino Unido), 51º458ºN QT,

Malew (Reino Unsdo), 54º06'N 4390,

153 Mailmesburv (Reino Unido), 51º35'N

7200,

153,219

PSrO,

134, 140

N

115, 126, 129, 131

2º05"0, 181

33º15'L, 189

Nydam

(Dinamarca), 54º56'N 9º42'L, 29

Odense (Dinamarca), 55º24'N 10º25'L, 13, 29, 49, 89, 115, 200, 211 Oder (r), 13, 29, 49,69, 79, 89, 189, 196

Odessa (Ucrânia), 46º30'N 30º46'L, 189

Maughold (Reino Unido), 54º18'N

69 Man (1.) (Reino Unido), 5415 N 4º30'0, 115, 129, 131, 153, 208, 219

Mártens (Suécia), 57º08'N 18º17'L, 46 Massérac (França), 4P4UN 1550, 147 Mastermyr (Suécia), 57º15'N 18º13'L, 46 41970,153

Maxant (França), 47º58'N 2000,

147

Meath*, 219 Meaux (França), 48º58'N 2º54'L, 126 Mércia*, 155, 126, 129, 131, 134, 140

Mérida dinamarquesa”, 134, 140

Mersea (Reino Unido), 51º48'N 0º55'L, 131 Middle Harling (Reino Unido), 52º38ºN 0º42'L, 134 Midvágur (Dinamarca), 62º03'N 7º13'0,167 Mikkeli (Finlândia), G1º44'N 27º 15'L, 49 Milton (Reno Unido), 51º18ºN 0º54'L,

Moray*, 219 Mo

nwg*, 131, 134

Mieasoa (Russia), 55º45'N 37º42'L, 189 Mouais (França), 47"40'N 18340, 147 Mull (1.) (Reino Unido), 56º28'N 5º56'0, 153, 219 Munster*, 153

Murmansk (Rissia), 68"59'N33º08'L,

13 Murom (Rússia), 55º04'N 42º049'L, 189 Mykines (1.) (Dinamarca), 62º08'N 7850, 167 ato Myrdalsjókull (geleira) (Islândia), 63º40'N SD O. 173 o

(França), 47 14N

1º35'0, 126,

Narbonhe (frança), 41º11'N 3º00'L, Mass

(Dinamarca), 61º00'N 46000,

Narvíqu

(Noruega), 68º26'N 17º25'L,

Nasi (lago) (Finlândia), 61º30'N o3º50'L, 18, 29, 49, 69, 89 Neagh, Lough (Reino Unido), 54º36'N 6260,

153

Neman (x), 13, 29, 69, 89, 189

Nene (x), 129, 131, 134, 208 Nicomédia (Turquia), 40"48"N

29º55'L, 196 Nidaros ver Thondheim susana Nilo (1.), 196 ; (Dinamarca), Nipai EOOOiO, 176 Noirmouder (1) (França), 47º00'N 2º15'0, 147 (i) (Dinamarca), 61º58'N Nólsoy ESTO, 167 Nonnebakken (Dinamarca), 55º24ºN 10º25'L, 49 (Dinamarca) 62º12ºN 6º30'L, Nerd 16 Nordragaty (Dinamarca), 6212'N

BaAGÕE, 167

Norte (cabo) (Noruega 3, 71º10'N

95º45'L, 13, 29, 49, 69, 89, 177 Norte, territórios de caça do*, 176

North Elmham (Reino Unido), 52º45"'N

0º56'L, 134

10,

126, 153, 219

Raunds (Reino Unido), 52º90U'N 0º33'0 134

Rennes*, 147

- 9ºW70,153, 177,219 Orebro (Suécia), 59º17'N 15º13'L, 13 Orléans (França), 47º5 EN 1º54'L, 79, 126

(Dinamarca), 56º15 N 9º51 L,

Rathlin (1) (Reino Unido), 55º 18'N

Novgorod Severskiy (Ucmânia), 52º00/N

79, 189, 206

Markland*, 177

Mammen

49

Novgorod (Raussta), 58º30'N 31º20'L,

Oka (1), 189 Oland (1.) (Succa), 56º50'N 16º50'L, 13, 29, 49, 69, 189, 200 Omgárd (Dinamarca), 56º07'N 8º26'L, 48 Onega (lago) (Russa), 62º00'N - 35º30'L, 13, 189

Malmo (Suécia). 55º36'N 13º00'L, 13

Rapola (Finlândia), G1º00'N 24º00'T,

Reading (Reno 0570, 129, Redon (França), Renfrew (Reino 2º43'0, 219

Norwich (Reino Unido), 52º38'N 1º17'L, 134, 208 Nottingham (Remo Unido), 52º57'N VIH O, 129, 134, 140

Oissel (França), 49º2VY'N VOG'L, 144

Moray, Argyll de*, 219

Lame

58º0'N 5500,

Northampton (Heino Unido), 5214

Lea (r.), 129, 131, 140

51º380'N 55º45'0, 177 (Reino Unido), 55º48'N 4º52'0, 19

(estrito) (Reino Unido,

North Uist (1) (Reino Unido), 57º35'N

Lavrador*, 177 Lavret (França), 48º5]'N Sº00'0, 126 Le Mans (França), 48º0[7'N 0º10'L, 126

L'Anse-aux-Meadows (Canadá),

North Minch

06 O, 131,208 Lympne (Remo Unido), 51º05N J"02'T. 131

131 Minsk (Bielormissia), 53º5['N 27º30'L, 13, 189 Misr (Egito), 30º00'N 31º20'L, 196 Mjosa (lago) (Noruega), 60º50'N 10º50'L, 13, 29, 49, 69, 89 Mont St. Michel (França), 48"38'N V29'0, 144, 147 Morávia”, 126 Moray Firth (Reino Unido), 57º40"N 3º50'0, 153

2º510,131 Lanlerf (França), 48º38'N 3º00 0,219

ôkuldalur (x.), 173

orasan*, 196

189

Orcades (1.) (Reino Untdo), 59º00'N

Omes

(r.), 144

Orphir (Reino Unido), 58º56'N 3º08'0,

153 (Noruega), 59º16'N 10º25'L, 69 Oseberg Oslo (Noruega), 59º50'N 10º45'L, 13, - 9,89, 200. Ostergoiand*, 115, 200 Ottarshôgen (Suécia), 60º13'N 17º50L, 29 Oulu (Finlândia), 65"00'N 25º26'L, 13

Oulu (lago) (Finlândia), 64º30'N

27º00 L, 15, 29, 49, 69,89 Ouse (r), 129, 131, 134, 208 Oxford (Reino Unido), 51º45'N 1º15'0, 131, 208 EAR

(França), 48º07'N 2º10'0,

l

Papa Stour (1) (Reino Unido), 60º20'N

1º420, 153

Papey (Islândia), 64º36'N 14º]7'0, 173

Paris (França), 48º52'N 2º20'L, 79, 126 Parville (França), 49º06'N 1º05'L, 1d4

Paviken (Suécia), 57º29'N 18º19'L, 46, 49, 79, 89

Peipus (lago) (Raissia (Estônia), 58º30'N

7º30'L, 13, 29, 49, 69, 89, 189 Penselwood (Reino Unido), 51º05"N 270, 208 Pentland Firth (Reino Unido), 58º40'N 3000, 153 Péran (França), 48º26'N 2º48'0, 147 a

(Ucrânia), 50º05'N 31º28'L,

189 Périgueux (França), 45º12'N 0º44'L, 126

Pêrsia*, 196 Pictos, reino dos*, 126 Pielinen (lago) (Finlândia), 63º20'N

29º50'L, 13, 29, 49, 69, 89 Pilton (Reino Unido), 51ºL0'N 2º35'0, 131 Pinhoe (Reino Unido), 50º49'N 3º29'0, 208 Pinsk (Bielornissia), 52º08'N 26º0I'L, 189

Unido), 51º27'N 134 +7º39'N 2º05'0, 147 Unido), 55º59'N

Rennes (França), 48º06'N

1º40'0, 147

Reno (x), 79, 126, 196 Repton (Reino Unido), 52º50'N 1º390, 129, 134 Réville (França), 49º37ºN 1ºIS'O, 144 Reykholt (Islândia), 64º40'N 21" 150, 173 Ribblchçad (Reino Unido), S4º10'N

2140,

134

Ribe (Dinamarca), 55º 19'N ST,

49,

79,89, 115, 200, 211 Riga (Letônia), 56º55'N 24º08'L, 13, 79, 189, 196

Ringsted (Dinamarca), 55º28'N LIS49L, 49,89, 200 Risle (x), 144 Roaland*, 200

Roberishaven (Reino Unido), 38º39N

3º01'1,, 153

Ródano

(x), 126

Roma (Jtália), 41º54'N 12º29'L, 79, 1a6

Roskilde (Dinamarca), 55º 39N

12º07'L, 13, 89, 115, 200, 21]

Ross*, 153, 219

Ross, Arpyll de*, 219 Rostock (Alemanha), 54º06'N 12º09'L, 189 Rouen (França), 49º26'N 1º05'L, 79, 126, 144

Roum (Dinamarca), 56º30'N B'º48'L, 29 Ruffiac (França), 47º48'N 2º15'0, 147 Rúgen (1,) (Alemanha), 54º30N 3º30'L, 13, 29, 49, 69, 189 Rum (i.) (Reino Unido), 57º00'N 6º20'0, 153 Runsa (Suécia), 59º32'N 18º12'L, 49 Saaremaa (1.) (Estônia), 5Bº30'N 29º30'L,, 13, 29, 49, 69

Sabhall (Reino Unido), 54º2V'N 5450, 219 Saedding (Dinamarca), 55º28'N 8º28'L, 49 Salfron Walden (Reino Unido), 52º02ºN

0º15'L, 134 Saimaa (lago) (Finlândia), 61º20'N 28º00'L, 13, 29, 49, 69, 89, 189

Saintes (França), 45º44'N 0º38'0, 126

Salisbury (Reino Unido), 51º04N

148'0, 129, 208 Saltee (i.) (Urlanda), 52º08'N 6º36'0, 153 Samarcanda ( uistão), 39º40'N

66º57'L, 79, 19

Sampetersburgo (Rússia), 59º55'N

30º25'L, 13 Sanda (Suécia), 59º35'N 17º45'L, 49 Sandavágur (Dinamarca), 62º03'N

7080, 167

Sandnes (Dinamarca), 64º12'N

50º16'0, 176

Sandoy (1.) (Dinamarca), 61º50'N BELO,

167

sanear (Dinamarca), G1º50'N 6º48'0, Sandwich (Reino Unido), 51º16'N 1º21'L, 208

Sandwick (Reino Unido), 60º00'N rIfO,

153

Porlock (Reino Unido), 51º14'N 3º36'0,

Santon Downham (Reino Unido),

Portchester (Reino Unido), 50º48'N

São Jorge (canal), 128, 129, 131, 134,

14ô

1º06'L, 131 Portland Bill (Reino Unido), 50ºSV'N 227 O, 126

.

55º 04'N 42º04'L, 189

Poutrocoet*, 147

140 Saraya Rússia (Rússia), 58"00'N 31º22'L, 189 Sarah (?.) (Mátia), 40º00'N 9º00'L,

Praga

Sastis (Reino Unido), 51º84'N 0º42'0,

Powys*, 134

(Reprública Tcheca), 5Oº0G'N 4º26'L, 79

Pripet (x), 189

Pronsk (Rússia), 5P07'N 39º36'L, 189 Prut (r.), 189 Pskov (Rússia), 57º48'N 28º26'L, 189 Pu Er (Ucrânia), 5Iº2V'N 38º53'L, 189 Pyasozero (lago) (Rússia), 66º00'N 31º00'L, 1

Qilakistoq EMA

(Dinamarca), 70º39'N 176

Quentovic (França), 50º30'N 1º37'L,

fa es uimper (França),), 48º00'N- 4º06'0 O,

ao

Quimperlé (França), 47255'N Sº81'0, 145 Rampside (Reino Unido), 54º05"N s10'0, 134

131

Saxônia*, 126 Sées (França), 48º36'N Oº10'L, 144 Sepgozero (lago) (Rússia), 63º15'N 33º40'L, 13 Sena Mota) (França), 50º00'N 0º300,

Smnja o(2.) (No Fl 6920'N 17º30'L, (Noruega), [5 29, 49, 69, 89

Sever (r.), 129, 181, 184, 140, 208

Shaftesbury (Reino Unido), 51º00'N 2º12'0,181

Shannon (x), 153, 219 Sherson (Reino Unido), SI4PN

2º12'0, 208

|

Sheuand ft, (Reino Unido), 60º20'N 115'0, 79, 126, 153, 177, 219 Shoesbury (Reino Unido), 51º31'N 0º49'L, 131

Sicília (1) (Jtélia), 37º30'N 14º00L, 126 Sigtuna (Suécia), 59º36'N 1744 L, 49, 89, 115, 189, 200, 211

INDICE TOPONÍMICO écia), B0'S0'N 14º40'L, tan (logo) (Su sig 99,49,69,89

St, Tudy (França), 47'54'N 4º16'0, 147 SL Fr

L, 69 e e suácia) 55º35'N 1454º2º30'5' N

Cano",

L, o Seria), 449º42'N 19º16'

aa

196

dia

N

0 (1) (Dinamerea), SOPS

salanar. 13.99, 49, 69, 89, 115 :

-

dito

(Russia), 52º35'N 392461,

ua

er (Noruega), 58º5B'N 5º45'L,

3,

200

Steinfinnastadir (Islândia), 6345'N 19º45'"0,173

dentyborg (Suécia), 59º24ºN 17º98'L,

Skelling Michael (Irlanda), 51º47'N

NE To

J0'S0'L, 126 skelling, The fi.) (1 nanda), 51º47"N 10*30'L, 153 sen (Noruega), 59º12ºN 9º36'L, 49,

(Noruega), B4º09'N 12º00'L,

Stông (Islândia), G4º10'N 19º47'0, 173

Storsjon (lago) (Suécia), G310'N

skopunarfggrdhut (canal) Dinamarca), 61º55'N 6º50'0, 167

Skuldelev (Dinamarca), 55º48'N 12º02'L, 49 Skúvoy (1.) (Dinamarea), GIATN 48 O, 167 Skve (1) (Reino Unido), 57º20'N 6º15'0,

158, 219

Skyhill (Reino Unido), 54º19'N 4º250,

919 e Si (Dinamarca), 55º24ºN 11º28'L, q Slusegárd (Dinamarca), 55º00'N

15º07'L, 69 Smerwick (Irlanda), 52º12ºN 10º23'0,

153 Smiss (Suécia), 57º15'N 18º39'L, 46

14º20'L, 13, 29, 49,69, 89 Strangford (Reino Unido), 54º928'N : 5º35'0, 153 trangnãás (Suécia), 59º04º'N 16º95'L,

200.

Stratheclyde e Cumbria*, 208

189

Sodertalje (Suécia), 59º1Y'N 17º39'L, 49

1€ ES, 59, 49,69, 89 Saltuvik (Dinamarca), 61º53'N 6590, 167 Solway Firth (Reino Unido), 54º50"N 3º45'0, 153 Sonning (Reino Unido), 5Iº29'N (550, 184 Sorte Mulde (Dinamarca), 55º04'N 15º09"0, 29 r (Dinamarca), 55º04ºN

42º04'L, 189 South Uist (1.) (Reino Unido), 57º15ºN 7º90'L, 153, 219

uia

(Polônia), MP4SYN 28º15'L,

(Dinamarca), 6213N 64Q,

1

Taby (Suécia), 59º29'N 18º04'L, 49 Tafta (Suécia), 57º31ºN 18º06'L, 46 Talacre (Reino Unido), 53º20'N 3º24'0, 134 Tallin (Estônia), 59º99'N 24º48'L, 18, 189 Tamisa (1), 129, 181, 134, 134, 140, 208 Tamnaren (lago) (Suécia), G0º10'N 17º95'L, 206 (Finlândia), 61º32'N 28º45'L, Tampere

18,49

Southwark (Reino Unido), 51º30'N

Tan gelgárde (Suécia), 5Tº49'N 18º40'L,

0"06'0, 181

ar ga 147

69º13'L, 79

(França), 4715'N 1º270,

Tavistock (Reino Unido), 50º83'N

St Bee's (Reino Unido), 54º29'N 3º36'0, 219 $t. Bricuc (França), 48º31"'N

147 219

SL RE Rute 1º41'L, 1

St. Gildas de Ran 250'0,

14

Tay

.

(França), 47º80'N

Rilda (1.) Lino Unido),

8º54'0, 15

0'0, 147 St. Malo (França), 48º39'N 2º0 2120,

St Méen (França), 48º117'N 147 St. Melaine (França), 48º13'N 1370, . 147 St. Nazaire (França), 47º17N 9º12'L, 147 St Neots (Reino Unido), 52º14º'N 0º16'0, 134

| ança), 50º45'N 2º15'L'L, . 126 St. Omer (Fr St. Patrick (1.) (Reino Unido), 54º14 N : 449"0, 153 St Petroc (eo Unido), 50º35'N 4570, 20

É

St Philibert (França), 46º59'N 1º31'0,

147

St Pol de Lean (França), 48º42'N

, 400'0, St. Suliac (França), 48º36'N 155'0, 147

(r), 153

Teignton (Reino Unido), 50º53'N

no

2º17'O, 147 St. Jacut (França), 48'36'N 57º 49"N

St.

4º08'0, 208

Torto, 129, 131, 134, 140, 153, 208

2º45'0,

(França), 49º12ºN

1400, 134

Tashkent (Uzbequistão), 41º16'N

(x), 153, 219

de rind (Dinamarca), 55º56'N 9º09'L,

aa Sberg (Noruega), 59º 16'N 10º25'L, Topoze ro (lago) (Raissia), 65º45"'N 32%(W'L, 13 ao (Reino Unido), 5Sº18º'N 045, Tome (1), 18, 29, 49, 69, 89 dora Res (Rússia), 56º80'N S1º40'L, 189

Torsbu 46, 4

n (Suécia), 57º26'N

denalount

18º45ºL,

(França), 43º37'N Iº97'L,

Tours (França), 47'29Y'N 0º49'L, 126 Frente (Dinamarca), 56º22'N 9º00'L, Trans (França), 48º30'N 1º35'0, 147 Trebizonda ( Turquia), 41º00'N 59º45'L, 189, 196

RARE

(França), 4847'N 3140,

47

destebon 4

(Suécia), 55º2W'N 19º 10'L,

“S0'O, É Tejo (1), 126,1 Teltenhall (Reino Unido), 52º42'N 22800, 140 Tempsfot (Reino Unido), 52º06'N

Oº2B'L, 140

Terranova (1.) eu

48º30'N

Bo0'O, 1 ae (Reino Unido), 51º22'N 1º15'L, 129 Therford (Reino Unido), 52º25'N | 0º45'L, 129, 134, 140 Thingvellir (Islândia), 64º15'N 91º06'0, 115, 173 iórsá

(Dinamarca), 55º17'N

Tromsg (Noruega), 69º40'N 19º00'L, 13 Trgndelag*, 115

Trondheim (Nidaros) (Noruega),

63º36'N 10º23'1, 13, 89, 115, 200, 211

Truso (Polônia), 54º22'N 18º88'L, 79,

189 Tuloma (r.), 13

Tuna Alsike (Suécia), 58º45'N 17º'4S'L, 09

Tuna Badelunda (Suécia), 58º4[7'N 16º33'L, 69

(1), 173

Thormey (Reino Unido), 52º87'N anos 0º07'0, 131 Thórsham Comte 6ºº02'N 2470, 16 22º34'0, mide (Islândia), D4º59'N 206 e, (Geórgia), 41º48'N 44º48'L, Tigre (r), 79, 196 Tirconnell*, 219 56º80'N Tiree (1) (Rano Unido), 6º50'0, 153 Tirowen*, 219

Tungnaá (r.), 173 Tuquoy (Reino Unido), 59º20'N 3º00'0, 58

Turku (Finlândia), 60º67'N 22º15'L, 49

Turov (Bislomissia), 52º0F'N 27º40'L, 189 Tyne (r.), 129, 131, 153, 208 Tynemouth (Reino Unido), 55º01'N 1º24'0, 126 Tynwald (Reino Unido), 54º15'N 4º36'0 158 Udal (Reno Unido), 57º40'N Fº27'0, 153

153, 219

Ume (x), 13, 29, 49, 69, 89 Underhoull (Reino Unido), 60º49'N 0º59'0, 153

Upland*, 200

Upsália (Suécia), 59º55'N 17º38'L, 115, 200, 206, 211 Utrecht (Holanda), 52º04º'N 5º0T'L, 126

Uusikaupunki (Finlândia), 60º48'N

21º30'L, 49

Va (Suécia), 56º09'N 13º45'L, 29 GS Vaasa (Finlândia),

Vágar

(i.) (Dinamarca),

À 13

| 50, 167 Valence (França), 44º56'N 4º54 L, 126 Vallebarga (Suécia), 55º23'N 14º04L, 69 Valspârde (Suécia), 60º1V'N I71I'L, , 69 Vãnem (lapo) (Suécia), 59º00'N 13º SLOTS, 29, 49, 69, 89, 200 Vanhalinna (Finlândia), 60º36'N 22284'L, 49 Vannes (França), 47º40'N 2º44º0, 147 Varsóvia (Polônia), 52º15'N 21º00'L, 13 Vaskinde (Suécia), 57º41'N 18º22'L, 46 Vasterãs (Suécia), 59º36'N 16º82'L, 200 Vastergarn (Suécia), 57º24'N 18º14'L, 46, 49

Vastergôland*, 115, 200

14º30'L, 13, 29, 49, 69, 89, 200 Vaxjo (Suécia), 56º5YN 14º50'L, 200 Vellinge (Suécia), 55º28'N 13º0T'L, 69 Vendo (Suecia), 60º13'N 17º50'L, 29, 39 Vermon (França), A9"19'N 1º98'L, 144

Vertou (França), 471 N 1º25'L, 147 Vesterálen

(1,) (Noruega), 68º55'N

Vestmanna

(Dinamarea), 62º00"N

15º00'L, 13, 29, 49, 69,89

TINO,167 Vestmanna (1.) (Islândia), 63º30'N 20º20'0, 115, 173

Vidoy (1) (Dinamarca), 62º20'N Ga07ro, 167 Viken*, 115 Vilaine (x), 147

Vilnius (Lituânia), 54º40'N 25º19'L,

13

Vinland*, 177

(Dinamarea), 56º28'N 9º25'L, Virborg 49,89, 115, 200, 211 Vire (r.), 14d Visby (Suécia), 5TºS7'N 1Sº20'L, 46,

189, 200

Vistula (r.), 13, 29, 69, 79, 189, 196

30º 1F'L,

( Russia), 56º08'N dOº25'L,

(Ucrânia), 50º5I'N 248º 19º, a 189 Volchov (x), 189

(r.), 79, 189, 196, 106

Volpa

Vorbasse (Dinamarca), 55º36'N 9º08'L, 49 Vowlan (Reino Unido), 54º20'N 4º23'0, 153

Vyrozero (lago) (Rissia), 63º80'N AOL,

5

Wallingford (Reino Unido), 51º36N 1070, 129, 131, 208 Waltham (Reino Unido), 50º57'N 1130, 208

Walthamstow (Reino Unido), 51º42ºN

OºD1'L, 134

Wareham (Reino Unido), 50º4I'N

2º08'0, 129, 131 Warwick (Reino Unido), 52º17'N Jº'36'0, 131 1 0'L, 196 Wasil (Uraque), 32º17'N 44º Watchet (Reino Unido), 51º10'N

Yo, 131, 208 Waterford (Irlanda), 52ºL6'N 7º08'0, 158 Wedmore (Reino Unido), 51º14ºN

a49"0, 120

Wensley (Reino Unido), 54º 19'N 2º04'L,

134

Ulfrecksfjord ver Lane

Ulster*,

Vattem (lago) (Suécia), 58º30'N

189 asa

11º15'L, 49,89

13,

Vatnajókull (geleira) (Islândia), 64º20'N 1700'O. 178

Vitebsk (Bielomissia), 55º L0'N

Tune (Noruega), 59º15'N 10º55'L, 69

Syr Darya (x), 79

Tamworth (Reino Unido), 52º89'N

79, 181, 208

f

Trent (x), 129, 131, 134, 140, 208 Tribos eslavas ocidentais*, 126 Tribos eslavas orientais*, 126

7º15'0,167 Suir (7.), 153 Sulgrave (Reino Unido), 52º07'N 080, 134 Sundsvall (Suécia), 62º22'N 17ºP0'L, 13

Vasterheie (Suécia), 57º35'N 18º,

(Dinamarca), GO14'N PALO,

Suduroy (1.) (Dinamarca), 61º32ºN

Southampton (Reino Unido), 50º54'N 1230,

aus

Trelleborg

Streymoy (1.) (Dinamarca), 62º 'N “UNO, 167

pa

rg

Tjornuvik (Dinamarca), 69º TIN TOMO, 167 Tmutorokan (Rússia), 45º00'N 56º39'L, 189

Stralhelyde*, 126, 153

Sutherland”, 153 Suzdal (Rússia), 56º23'N 41º27'L, 189 Svinoy (1.) (Dinamarca), 6217N 6180, 167

Smolensk (Rússia), 54º49'N 32º04'L,

Se

0290, 134,140, 208 52º 47"L, 79, 189

o

em

is

(Espanha), 4224 7"N Bº5S'O,

Starava Ladoga (Rissia), 59º54'N

gkara (Suécia), GRº22"N 13º25'L, 115,

Sogdiana*,

uilia

o

Stamford (Reino Unido), 59º39'N

.

200, 211

126, 144

2070, 134

89 a (canal), 15, 29, 49,69, 43'0, Sail (Reino Unido). 58º56 N 2º 3 etalho (Istândia), 64º08'N 20º3T'L, e 15,173 N 20º00'0, 64º07' ia), (istând san 173 kane*, 115, 2(M)

120,

Stafford (Reino Unido), 59º48'N

(r), 179

atrá

/

(França), 48º45'N

St Wandnille (França), 49º39ºN (ras:

(Reino Unido), sm Folds 134 di

a

Wessex*, 115, 126, 129, 131, 134, 140 Westness (Reino Unido), 59º09'N

040, 153 Wexford (rlanda), 52"20'N 6º28'0, 153 Wharram Percy (Reino Unido), 5$ºOIN 0º43'0, 134 Whithom (Reino Unido), 54&º44ºN 4º25'0, 153, 219 Wicklow (Urlanda), 52º59'N 6º03'0,

153 Wight (1.) (Reino Unido), 50º40'N º17'0, 129, 208 Williton (Reino Unido), 51º09ºN

3º20'0, 129 Wilton (Reino Unido), 51º05ºN 1º57'0, 129, 131, 208 Winchester (Reino Unido), 51º04ºN

1190, 131, 208, 211 Wolin (Polônia), 53º51'N 14º38'L, 79, 189 Worcester (Reino Unido), 52º] VN

2º13'0, 131 Wroxeter (Reino Unido), 52º4V'N 2229'0, 140

Wye (x), 134

Yngaren (lago) (Suécia), 58º50N 6º35'L, 206 York (Reino Unido), 53º58'N 1º050, 79

Yite Moa (Noruega), 60182ºN 7º05"L, 49

249

; MA - ddPENHA | |

E

=

INDICE ANALÍTICO

INDICE ANALÍTICO

Ártico 12, 15, 16, 19, 165,

À

223

apássida, califado 43, 184,

“188, 197-198, 207

Adam de Bremen

(missio-

nário alemão) 44, 75, 109,

111, 114, 173, 206, 211

adelsô, Suécia 44, 47 Afeganistão 197, 198 África 127, 146, 195

Agantyr, rei da Dinamarca 44, 84 Aggersborg, fortaleza de, Dinamarca 52, 56 agricultura 16, 18, 22, 25, 97,28, 31, 48, 58-60, 151, 164, 166, 167-168, 174, 175, 222 Ahus, Suécia 35, 88 Al-Tartushi (comerciante

árabe) 81

Alain, o Grande, governan-

Ea

fo Eh a

TE

ads

==

te da Bretanha 146

Aland, ilhas, Finlândia 45, 72,91 Alcuin (clérigo inglês) 124 Alemanha 84, 101, 103, 120, 136, 198, 201, 207

ver também Rúgen

Alfredo, o Grande, rei de

Wessex 85, 115, 116, 127, 129, 130, 131, 132 alimentos 64, 66 Althing 173, 220, 221 Altuna, pedra(s) rúnica(s) de Suécia 110

Âmbar 78, 82, 96

América do Norte 14-15,

38, 164, 176-179, 223

Americanos indígenas

(skraelingar) 177, 178

Anais de Santo Bertin 127 Anais Irlandeses 154, 159, 160 Anais Reais Francos 44, 45 Andreas, lápide funerária de, Man 155, 158

Angers, França 211 Anglesey, ilha de Ongul,

País de Gales 158, 160 Ânglia Oriental, Inglaterra 1292 127, 129-133, 142

Anglo-escandinavos, estilos, ver Inglaterra, intercâmbio cultural

Anglos 148 Annagassan, Irlanda 160

Annales Xantenses 142 Ansculfo, rei de Dublin 221

Ansgar (missionário) 44,

81, 83, 84, 115, 120, 206

Appledore, Kent 116

Árabes 48, 1927, 146, 147, 184, 189, 197-198

Ardre, pedras rúnicas de, Gotlândia 111

Argisbrekka, Feroe 168

Argyll 148, 219 Arhus, Dinamarca 52, 100. 120, 200

Ari Thorgilsson (historiador islandês) 100, 119, 171 Arkona, templo-fortaleza de, ver Rúgen

Armas 52, 54-55 época viking 39, 64, 91-92, Idade do 26 Idade

52, 54-55, 57, 137 ferro 91-99 Bronze 28, 924, do Ferro 24

Neolítico 22 romanas 27

arústicos, estilos 38, 55, 90,

97, 98, 99, 137, 138, 139 Askerkar, barco de, Suécia 75

Asser (biógrafo de Alfredo, o Grande)

159

Assistência Pastoral 130

Altheney, Inglaterra 130 Althestan, rei da Inglaterra

116, 142, 146 Atlântico Norte 164-181

Ayres, Man 155

B

Birka Suécia 45, 47, 48,59,

58, 60, 68, 72, 78, 81, 8485, 86, 87, 92, 118, 120, 184, 195, 197, 198, 201, 204 Birsay, Órcades 150, 215, 216, 217,218 Bizâncio (Constantino-

pla/Istambul/Mikligardr) 39, 75, 78, 79, 84, 86, 115, 135, 136, 147, 184, 189, 194, 195, 196, 197, 198, 206, 207,211

Bizantino, Império 184,

188, 195-198

Balladoole, Man 155, 156,

157

Ballateare, Man 157

Ballinderry, Irlanda 160 Báltico, mar 14, 18, 19, 27, 38, 45, 47, 48, 84, 96, 184,

188, 189 Bamberg, arca de, Alema-

nha 99 Bangor, País de Gales 159 Barcos 38, 40, 74-75, 76, 79, 88, 91, 164, 180-181 Bardsey, País de Gales 160 Bayeux, França 145 Bayeux, tapete de 212, 215 Beda, o Venerável (historiador inglês) 134 Beginish, Irlanda 165 Beloozero, Rússia 197 Beorhtric, rei de Wessex

122 Bernard (bispo inglês) 119, 120

bússola 180-181

Colônia Ocidental, Groen-

de, Órcades 1592

CU Caithness, Escócia 148, 150, 151, 152, 154, 214, 215, 219

Colonsay, Hébridas 154, 219

lândia 174-176, 177, 182, PD? DAS

Caldey, País de Gales 159,

160

Canuto, o Grande, rei da

de, Suécia 102

Bjórko, Suécia 45, 47, 84, 85, 86, 87

Bjorn, rei da Suécia 45, 84

Bjorn, o Costas de Ferro (chefe viking) 127, 146, 147 Bjorn, o Manco (poeta da corte) 218

155 Camp de Péran, França 146

Inglaterra e Dinamarca

cristianismo enterros 118,

Carlos, o Calvo, rei franco

143 Carlos, o Simples, rei franco 145

Carlos Magno, imperador

Carolíngio, Império 125,

Brattahlid, Groenlândia 174, 175, 176, 220 Bremen, Alemanha 120

Bretanha 144, 145-146, 147, 148, 159 brinquedos 64, 66, 168 Bristol, canal de 158, 160 Bristol, Inglaterra 163 Broa, estilo de 97, 98

Bronze, Idade do 22, 23-24,

26, 29, 150 bronze, metalurgia do 88, 92-93, 95 Brunanburth (batalha, 937) 142, 212 Bryant”s Gill, Inglaterra 135

Buckquoy, Órcades 150 Bulgar 197, 198 Bulverket, edifício do lago, Gotlândia 48 Buge, tesouro de, Gotlândia 47

imperador de Bizâncio 195, 196

viking 35, 52, 55, 122, 197 Carew, cruz de pedra de, País de Gales 160

capacetes 40 Idade do Bronze 24, 29 época

Bornholm, Dinamarca 19,

bracteado 28

pondentes aos paises Constantino Porfirogeneta, Copenhague, Dinamarca

Carmarthen, País de Gales

Borre, Noruega 41, 44, 97 Bótnia, golfo de 19, 91 Braaid, Man 155, 156, 157

comércio 27, 31, 32, 28, 43, 48, 78, 79, 81, 83-85, 88, 91, 135, 159, 160, 134, 188, 189, 195-198 ver também as entradas corres-

108, 120, 138, 139, 200, 208, 209-211, 212

Block Eary, Man 155 Bohuslan, Suécia 22 Borg, Lofoten 29, 44, 45, 61

28, 31 Borre, estilo de 97, 98, 99, 138

lândia 174, 175, 176, 177, Colônia Oriental, Groen-

223 Bjorke, missal de, Noruega 124

Bjoketorp, pedra rúnicas

Collingwood, W. G. (artista inglês) 221

2922, 223

Calfog Man, Man

Borgund, Noruega 201, 203

Baffin, ilha de 177, 178, 223 Bagdá, Iraque 38, 43, 80, 197, 198 Baku, Azerbaijão 198 Baleares, ilhas 140

Colby, País de Gales 159

Bjarni Herjolfsson (mari-

nheiro viking) 176, 177,

Codex Regius 106

burhs 131, 132, 133, 135, 141-141 Burrav, tesouro de prata

1924, 142, 143, 144, 145 158

1927, 131, 142, 143, 144, 145, 147 casa da moeda 41, 88, 136, 162, 200, 204 casas 60-63, 81, 83-84, 156, 157, 168, 172 Cápsio, mar 39, 75, 146, 197, 198, 206, 207

Cass ny Howin, Man 156 Castletown, túmulo de,

Escócia 154 cavalos 64, 74, 75 redéas 74, 75, 98, 99 Celtas 32, 138, 142, 147, 148-163 cerâmica 27, 38,91, 135 Chartres, França 142, 145 chefes 24, 27, 28, 31, 45

Cherburgo, França 145 Chester, Inglaterra 132, 163 China 184, 195, 197, 198 cidade 48, 52, 63, 78-85, 88, 200, 201, 206

19 Cork, Irlanda 160, 221 cozinha 66 utensílios 26, 62, 144, 146 135, 138, 158, 204 136, 188, 200-2083,

139, 155, 157igrejas 99, 118, 192, 193, 194, 206, 212, 215,

918, 222-223 introdução

do 25, 38, dd, 45, 54, 59, 73, 74, 100, 101, 105, 106, 111, 1114-116, 119120, 122, 124, 137, 145, 173, 176, 190, 200-201, 206, 220-223 missionários 32, 84, 116, 119, 120, 148 obras literárias e artísticas 44, 86, 101, 102, 103, 193, 207

“Crônica Anglo-saxônica 116,

122, 125, 127, 128, 129, 130, 132, 134, 135, 207, 209 Cronk ny Merriu, Man 155, 156 Cubbie Roo, castelo de Órcades 218 Cuerdale, tesouro de,

Inglaterra 141

D Dalalven, Suécia 17

Dalriada, reino de 148

Cinco Vilas 135

Dalum, pedra (s) rúnica (s)

clima 12, 14, 15, 16, 18, 25, 222, 225 Clontarf (batalha, 1014) 219

Damasco 197 danegeld 103, 125, 127, 144,

Close ny Chollagh, Man 155, 156

de, Suécia 101

159, 201, 208-209 Danelaw 129, 131-137, 141-142, 207, 209

253

dp

E

ÍNDICE ANALITICO

Danevirke, Dinamarca 35, 44, 45, 47, 48, 81,83, 124 Dankirke, Dinamarca 28

Dyed, País de Gales 158, 159

Davis, estreito de 177, 223 dentes de morsa 78, 88, 213

Dynna, pedra(s) rúnica(s) de, Noruega 103

povoamento viking 44, 150-154, 213, 214, 215,

159, 160, 162, 163, 219, 221

218, 219 topônimos 150151, 153

escravos, 43, 62, 78

Derby, Inglaterra 134, 135,

escudos 24, 39, 55

Deuses 108, 109, 110-111, 114-115,137 ver também

esculturas cruzes 138, 155,

cristianismo e paganismo

Dicuil (monge irlandês)

164, 166, 170

Dinamarca 12 agricultura 18, 22, 48, 58-59

97, 99 marfim 213 pedra

Ed, pedra(s) rúnica(s) de,

Suécia 197

Lddas (Maiore Menor) 106,

caminhos e estradas 72,

74 casas 61, 63,81, 83-84 comércio 27, 88 como

estado nacional 207 costumes funerários 26, 68, 69, 72, 73, 75, 118 fim

da época viking 200, 201,

207-209, 210, 213 flora e fauna 16, 18 fortificações 35, 45, 47, 48,52, 5657,

61 geologia 14, 18

história antes dos vikings

111, 112, 222 Edgar, o Pacífico, rei da Inglaterra 207, 208 Edington, batalha de, 129, 130 Edmundo, rei da Ânglia Oriental (Santo

Edmundo) Edmundo

115, 130

II, o Costas de

Ferro, rei da Inglaterra 209, 211 Eduardo, o Confessor, rei

22, 23, 24, 25 igrejas 115, 118, 200-201] incursões e pirataria 38, 125, 143144, 200, 207, 208-209 engenharia 56, 200, 208

da Inglaterra 210, 211, 212-213 Eduardo, o Maior, rei da Inglaterra 141, 142 Egilsay, Órcades 218

minério de ferro 24

Egtved, Dinamarca 24

Eidhi, Feroe 168

movimentos de população 14, 15, 28

Eiriksfjord, Groenlândia

paisagens 18 pedras

174, 175, 176

rúnicas 100, 102, 118, 120, 197 poder real 18, 35, 43-44, 52, 200, 207, 208, povoamentos 52, 58-59, 63,

56-57, 118, 210 38-39, 48, 83-84, 88,

200 povoamentos pré-

vikings 25, 27, 31 religião 38, 44, 111, 114, 115, 118, 120, 200 território

17, 135 viagens e comunicações 48, 72, 74, 184 Dingwall, Escócia 43, 150,

220 Disko, ilha de Groenlândia 177, 223 Dniepre, rio 184, 189, 194, 195, 197 Doarlish Cashen, Man

Domesday Book 134

156

Dorestad, Frísia 143 Drangey, ilha de, Islândia 106

Drávle, pedra(s) rúnica(s) de, Suécia 113 Drimore, Hébridas 152

Druzno, Polônia 184 Dublin, Irlanda 97, 135, 141, 142, 152, 153, 158,

254

É

160 madeira 64, 90,91,

Eketorp, Oland 30, 31, 48

Elfric (pregador inglês) 111 Elizabeth, esposa de Haraldo Hardradi 188 Emma (Elfgyfu), esposa de Canuto 210

época pré-viking 22-55 época pré-viking final 200-

223 Erik, o Machado Sangrento

(chefe viking) 116, 127,

22, 24, 47,91, 97,98, 116, 122, 136, 137, 138, 139, 155, 157-158, 160, 163 Eslavos 19, 75, 83, 143, 184, 186, 187, 188, 189, 190, 192, 194, 195, 196, 197 Espadas 26, 39, 52, 54, 79, 91, 128, 219

Espanha 127, 146-147, 197 Essex, Inglaterra 132, 142, 208, 209 Estocolmo, Suécia 85, 101 Estônia 14, 91, 184, 195 Estrada do Exército,

Dinamarca 74 Estradas e caminhos 48, 72, 74, 101, 200 Ethelred, chefe de Mércia

142 Ethelred I, rei da Inglaterra

(colonizador da Groenlândia) 119, 171,

1738-174, 176, 177, 220 Ermentário de Noirmoutier (monge franco) 143 Escandinávia climas e solos 15 enterros 69, época

viking 16, vegetação ver

também os diferentes países

Escócia Celtas 142, 148, fim

da época nórdica 213, 214-215, 218, 219 igrejas

215 incursões vikings 217, 148-151, 214 inscrições rúnicas 103, 214, 215

inicial 24, 26, 27-28

ferro, metalurgia do 91-92, 174 Ferro, minério de 24, 78, 91 Finlândia comércio 88, 91, costumes funerários 68, 712, 73 flora e fauna 19,

geologia 19 idioma 19

paisagens 19 poder real

44, 45 população 14, 19 povoamento viking 19, 60 povoamentos 88, 91 religião 45 território 19 viagens e comunicações 73-74 Finlândia, golfo de 19, 184 Fishguard, País de Gales 160 Flatatunga, Islândia 202 Flateyjarbok 107 flautas 64 fortificações 30, 31, 35, 45,

47-48, 52, 148, 156 fortalezas reais

130 Ethelred II, o Indeciso, rei da Inglaterra 54, 116, 127, 201, 207, 208, 209, 210, 211

dinamarquesas 44, 56-57, 88 França 28, 38, 127, 142-147,

Ethelweard (cronista

Franco, Império 28, 120,

Ethewulf, conde 130

Freswick Links, Escócia

inglês) 111

Etherflaed, filha de

Alfredo, o Grande 142

Evangelhos de Lindisfarne 133 Exércitos 125, 127, 129132, 141

Exeter, Inglaterra 130 Eyrbygejasaga 105, 114

Eysturoy, Feroe 167, 168

142

Erik, o Vermelho

migração (ões), período de inicial (celta /préromano) 24-25, 27 romana final ver Vendel, periodo de romana

148,211,212 128, 131, 1492-146, 164 150, 214, 215 Fribrodre, rio, Dinamarca 75, 88 Frísia 125, 126, 142, 143 Frojel, Gotlândia 88,

Fejo, Dinamarca 145 Feroe, ilhas 14, 164, 166-

169, 170, 171, 176, 218

ferramentas agricultura 59, 174 época viking 41, 59, 91-92, 191 ferro 91-92, 174 Idade do Bronze 24, Idade do Ferro 24

Neolítico 22 Ferro, Idade do 24-28, 29, 392, 148, 150, 156, 218 germânica ver

54, 35, 38, 40, 44, 54, 59, 62, 73, 74, 84, 86, 135, 154, 157, 169, 171, 184,

41, 42, 48, 64, 66, 79, 97, 118, 158, 161, 197, 198

pagãos 34, 135, 152, 154,

155, 156-157, 160, 168169, 204 rito de sutte 157

túmulos de corredor (ou de passadiço) 22 Vendel,

período de 31, 35

furthark 102 Fyn, Dinamarca 18, 27, 56,

120 Fyris, rio, Suécia, 39, 85

Fyrkat, fortaleza de,

Dinamarca 48, 52, 56-57, 200

G Gamila (a Velha) Upsália, Suécia 34, 35, 44, 111,

114, 120 Gardar, Groelândia 120,

176, 220, 222, 223 Gaseborg, forte de, Suécia

47

Gaudbert (bispo) 120 Gaut (escultor) 158

Gerbrando (bispo) 120 Gibraltar 146, 147 Gillhôg, túmulo de corredor, Suécia 22 Gjermundbu, capacete de, Noruega 39, 55 Gnezdovo

(Smolensk),

Rússia 195 Godofredo, rei da

funerárias, cerimônias carros 34, 35, 68, 69, 74, 90, 91 cremação 23, 68,

Godred Crovan, rei de Man

Fuglafjor ur, Feroe 167

enterros reais 34, 35, dl, 4, 69, 73 época viking 38,

fechadura 66

oferendas funerárias 24,

206

69 cristas 118, 135, 138, 139, 15, 157-158, 204

F

Neolítico 22, 26

Dinamarca 44, 45, 47, 81, 143 218

Godred II, rei de Man 219

Gokstad, embarcaçãotúmulo de, Noruega 39,

41,55, 64, 69, 73, 75, 76

40, 41, 42-43, 47, 54, 68, 69, 70-73, 75, 84, 118, 128, 135, 137, 145, 148, 152, 154, 155, 161, 168169, 171, 190-191, 223

Goltho, Inglaterra 135

136, 137, 138, 155, 169

Gota, rio, Suécia 16, 17

esculturas de pedra 122, Idade do Bronze 23-24, 26 inumação 24, 68, 69, 73 naves-tâmulo 26, 34, 35, 42-43, 55, 64, 68, 69, 72, 14, 75, 76, 90-91, 122, 146, 154, 155, 156, 160

Gorm, rei da Dinamarca

41, 44, 118, 120 Gorodisce, Rússia 188, 192

Gosforth, cruz de,

Inglaterra 137, 138

Gotebaldo (bispo) 120 Gotlândia, Suécia 17-18, 19, 31, 69, 73, 197, 206 como centro comercial 27,46, 88,91, 184

fortificações 47-48, 52

ofícios 46, 88, 96, 184 edras pintadas 40, 46, 47,52, 55, 64, 75, 98, 109, 111 vestígios

arqueológicos 46-47, 75, 19,91, 92, 96, 110

Gótu, Feroe 167

verno e leis 43, 100, 119, 173, 219, 220

grande Exército 125, 127,

129-130, 136, 142, 144,

146 grauballe, Dinamarca 21 great Orme”s Head, País de Gales 160



ato

TER

Green Shiel, Lindisfarne, Inglaterra 135 Grim Kamban (colono das Feroe) 166, 168 Grimkil (bispo) 119

Grimbsby, Inglaterra 134 Gripsholm, pedra (s) rúnica (s) de, Suécia 101 Grobin, Letônia 184

Groix, embarcação-tâmulo de, França 146 Groenlândia 177

agricultura 175 caça 176 época viking, fim da, 222-

999 inscrições rúnicas

223 paisagens 174 povoamento viking 14,

38, 164, 174-176, 177, 179, 2292-2923 religião 115, 119-120, 174, 222-223

Grontoft, Dinamarca 25

Gross-Raden, Alemanha 187 Gudme, Dinamarca 27, 28, 29, 31, 32 Guilherme da Normandia, duque (Guilherme, O

Conquistador) 134, 212214

Gunnbjôrn Ulf-Krakuson (marinheiro viking) 174 Gurness, Escócia 148 Gustafson, Gabriel

(arqueólogo norueguês)

42

Guthrum (chefe viking) 129, 130-131

Gwyendd, País de Gales 158, 159

H Haakon, conde de Lade 104, 116, 215

Haakon, o Bom, rei da Noruega 114, 116

Haakon IV, rei da Noruega 222

ÍNDICE ANALÍTICO

Hagelbjergeard,

Dinamarca 929 Halland, Suécia 14, 17.19

Hallestad, pedra(s)

rúnica(s) de, Suécia 101 Hamburgo, Alemanha 190

Hâmeenlinna, Finlândia 58

Hamwic (Southhampton), Inglaterra 39 Haraldo (chefe na Frísia) 143 Haraldo, o Cabelos Belos, rei da Noruega 41, 44, 103, 104,114.116.151, 166, 170

Haraldo Dente Azul, rei da

Dinamarca 41, 44, 47, 48,

52,55 56, 74, 98, 99, 115, 118, 120, 200, 201, 208, 210 Haraldo Klak, rei da Dinamarca 120

Haraldo Sigurdarsson (Hardradi), rei da Noruega 188, 196, 211213, 214 Hardacnuto, rei da Dinamarca 210, 211

Haroldo Gowindson, rei da Inglaterra 211-213 Harz, montes, Alemanha

198 Hassle, Suécia 20

Helga (Olga), governante de Kiev 194

Helgi Eyvindarson (o Fraco)

115

Helgô, Suécia 29, 31. 32-38, 78, 197 Buda estátua de. 31, 33, 197 Hemse, Suécia 209 Henrique II, rei da Inglaterra 291]

Herigar, prefeito de Birka 84, 120

Herjolfsnes, Groenlândia 176, 223

Hiddensee, tesouro de,

Alemanha 187 hierarquia social 40-43

História da Noruega (Historia Norvegiae) 171 História das antigiiidades do Reino da Noruega (História de antiquitate Regum

Norvagiensium) 171

História dos arcebispos de

Hamburgo-Bremen 44 História dos Povos Nortenhos 114

hnefatafl 64, 65, 66

Hodde, Dinamarca 25 Hôgom, Suécia 29

Hólar, Islândia 119 Hólmgardr 88

Holy River (batalha, 1026)

Hastein (hasteinn) (chefe viking) 116, 127, 131, 132, 146, 147 Hastings (batalha, 1066) 212, 213

210 Horik, o Velho e o Jovem,

reis da Dinamarca 44 Hornelund, pregadeira de, Dinamarca 94

Healfdene (Halfdan) (chefe viking) 127, 130,

Hovgarden, Suécia 29, 44 Humber, rio, Inglaterra

Hébridas (Sudreys, ilhas do

Hvalsoy, Groenlândia 223 Hylestad, igreja de, Noruega 113 Hywel Dda (Howell, o

133

Sul) ilhas 103, 115, 148, 150, 151, 152, 154, 158, 160, 213, 214, 9218-219

Hedeby,

142, 211-212

Bom), governante de Gwynedd 159

Dinamarca

(conhecida como

Haithabu , Alemanha)

143 45, 47,81, 83-84, 85,

costumes funerários 72, 3 decadência 200, 211

escavações arqueológicas 54, 55, 63, 66, 67, 75, 80-

81 fortificações 47, 48,15, em 1 a j e r g i 1 8 0 8 , 2 5

92, 94 , 1 9 , 1 4 s o i c í f 120 o

as 63, d n e v i v 0 8 , 75 o port 81 de, Hegger, cata-vento

Noruega 99

|

írculo do Heimshringla (O C

, 114 Mundo) 35, 104 ndia 172, â l s I , e t n o m , a l k He 178, 222

Incursões e pirataria 38-39, 40, 75, 124, 125, 127, 143-144, 147, 148-151, 198, 200, 207-209, 211| 212, 213-214 India 32, 184, 198 Ine, rei de Wessex 127 Ingelheim, Alemanha 120 Inglaterra 14, 28 conquista normanda 212-214 costumes funerários 128,

134, 137, 138 danegeld

103, 125, 127, 159, 201, 208-209 esculturas de pedra 136, 137, 138, 139, 210 incursões e campanhas vikings 38, dá,

52, 54, 103, 115-116, 122133 inscrições rúnicas 101, 158, 160, 210, 211 137, 138, 141, 201, 210

invasões norueguesas (1066) 211-213 oficios 135, 136 povoamento viking 129-131, 133-141 recomeço dos ataques (c. 980-1016) 200, 207, 210 religião 115-116, 122, 124, 130, 137 topônimos 39-40, 43, 88, 134-135, 155 Ingleby, Inglaterra 137, 139 Inglof (colono islandês) Va Ingstad, Helge (explorador norueguês) 178 Ingvar (Igor), governante de Kiev 194 Ingvar, “o que viajou longe”, 101, 103, 105, 116, 120, 158, 160, 163, 197, 206, 207, 210, 211, 214, 215, 223 insígnias 67 nuit 174, 176, 223 lona, Hébridas 148

Irlanda 33, 153, 219 costumes funerários 160rúnicas 163, ofícios 38,

Iarlabanki, estrada elevada

de, Suécia 74, 101

Ibn Fadlan, comerciante

árabe 43, 198 Idade do Ferro pré-romana ver Ferro, Idade do, romana inicial

Jêmen 198

Igrejas de aduelas 99, 202203 IImen, lago, Rússia 184, 192

164, 165, 166, 169-178, 176, 219, 221-222 religião 44, 114-115, 119, 2921-299

sagas 44, 64, 100, 103106, 107, 114-115, 171, 206, 221, 222 Islay, Hébridas 219 Isleif (primeiro bispo da Islândia) 119

Ismanstorp, forte de, Otland 48

Itália 96, 127, 143, 146-147, 201 Itil (capital de Khazar)

198 Ivar Bardarson (sacerdote

norueguês) 222 Izborsk, Rússia 195

intercâmbio cultural 134,

161 incursões vikings na 125, 127, 214 inscrições

l

169, 170 povoamento viking 14, 38, 44, 163,

162 povoamento viking

65, 103, 135, 141, 142, 152, 160-161, 162, 163, 170, 207, 219, 221

Irlanda, mar de 152, 153, 154, 158, 160, 163, 207, 218, 219 Isafjórd, Groenlândia 176

Islândia agricultura 222,

época viking, fim da 221222 governo € leis 173, 220, 221 paisagens 165,

J

Jaime III, rei da Escócia 218

Jarlshof, Shetland 150, 151,

215 Jaroslav, o Sábio (governante de Kiev) 188, 194, 211 Jaroslavi, Rússia 197 Jarrow, Inglaterra 124

Jelling, estilo de 97, 98, 99,

138 Joalharia época 46, 67, 82, 86, 98, 94, 95, 96, 184, 187, 195,

viking 38, 88, 91, 92, 97, 98, 152, 198 Idade

do Bronze 24, Idade do

Ferro romana 27 período de migração (ões) 28, 31, 32 Vendel, período de

32, 34 Jomsvikings 184 Jon (bispo de Hólas) 119 Jotvik ver York Jurby, Man 155

Jutlândia, Dinamarca 14,

18, 25, 27, 35, 38, 45, 47, 48, 52, 56, 73, 74, 81, 83584, 92, 96

K Kalstad, barco de Noruega 75 Kalsund, barco afundado

de, Noruega 88

Kanhave, canal de,

Dinamarca 35, 44

255

ÍNDICE ANALÍTICO

Karlevi, pedra(s) rúnica(s) de, Suécia 103, 105 kRastali 218

Kaup, Rússia 184 Kaupang, Noruega 72, 895,

Leitvik, Feroe 167 Lejre, Dinamarca 61 Letônia 14, 184

Magnus Eerlendsson

(São

Magnus) 218 Magnus, o Pernas Nuas, rei

Lewis, ilha de, Hébridas 64, 154, 213,219

da Noruega 105, 211,

Liffey, mo, Irlanda 161, 162,

214, 218

Kent, Inglaterra 130, 131 Khazar, nômades 197, 198

Limenck, Irlanda 160 Limfjord, Dinamarca 52

Maãlaren, lago, Suécia 17, 31,32, 35, 44, 45, 47,60, 68, 75, 84, 85, 86, 120, 201, 204, 207

Kiev (Kônugardr), Rússia

Lincoln, Inglaterra 102,

Maldon (batalha, 991) 208,

88, 95 Kells, Irlanda 148

184, 189, 190, 194, 195, 196, 205 Killaloe, cruz de, Irlanda

115 Kilmainham-Islandbridge, cemitérios de, Irlanda

160, 161, 163 Kirolan, baía de, Hébridas 154

Kingigtorssuag, Groenlândia 223 King's Milton, Inglaterra

116

King's Mirror 176 Kirbister, Orcades 150

Kirkjubour, Feroe 218 Kirkwall, Orcades 218

Kneep, Lewis, Hébridas

154

Knock e Doonee, Man 156

163

135, 136, 196

Lindholm Hgje, Dinamarca 59, 68, 72, 99

Lindisfarne, Inglaterra 38, 122, 124, 127, 133, 135, 148

Lindsey, Inglaterra 125 Linkóping, Suécia 120 literatura 44, 100, 103-106, 107, 1112-113, 1114-115 Lituânia 14, 184

Little Paxton, Inglaterra 135 Livro da Dimensão da Terra (Liber de Orbis Mensura Terrae) 164, 166 Livro da Vida (Liber Vitae) 210 Livro dos islandeses (Islen-

dingabók)

100, 119, 171

209 Mammen, Dinamarca 41, 55, 97,99 Mammen, estilo de 55, 97, 98, 99 Mammen, machado de Dinamarca 41, 55, 92,99 Man, ilha de 43, 102, 103, 115, 135, 152, 153, 154158, 160, 163, 200, 213, 218-219 “Mapa de Viland” 177, 179

Maàstermyr, ferramentas de, Gotlândia 91, 92

Maughold, ilha de Man 154 Mecklennurg, Alemanha 184 Mediterrâneo, mar 127, 146-147, 194 Menzlin, Alemanha 184

Knowth, Irlanda 160

Llancarfan, País de Gales

mercados 85, 88, 91, 184,

Roo) 218 Kolobrzeg, Polônia 184

159 Llandudno, País de Gales 159 Llantwit, País de Gales 159

188 Mércia, Inglaterra 129, 130, 141, 142

Kolbein Hruga (Cubbie

Kópingsvik, Suécia 206 Kosel, Dinamarca 83 Kvivik, Feroe 167, 168

L La Hague, França 145 Lade, Noruega 44, 114, 115 Ladoga, lago, Rússia 184, 188, 189 192, 197 Lagore, Irlanda 160 lanças 39, 52, 54, 91 Landnámabók (Livro da Colonização) 171, 173 L'Anse-aux-Meadows, Canadá 176, 178, 179 Lapões 15, 19

Largs (batalha 1263) 219 Lavrador 177, 178 Lea, rio, Inglaterra 131, 132 Lebedev (arqueólogo russo) 190

Leicester, Inglaterra 135 Leif, o Ditoso, filho de Erik, o Vermelho 119-

120, 174, 176, 177, 178 Leinster, Irlanda 163, 219

256

Loddekôpinge, Suécia 88,

206 Lôodose, Suécia 206 Lofoten, ilhas 19, 29, 44, 45 Loire, rio, França 127, 129, 143, 146, 147, 211

Londres Inglaterra 54, 125, 130, 132, 137

Loug Neagh, Irlanda 160 Lough Derg, Irlanda 160

Lovat, rio, Rússia 184, 189, 194, 195 Luís, o Piedoso, imperador franco 143, 145 Luna, Itália 147

Lund, Dinamarca 64, 74, 120, 195, 200, 222 Lundbjãrs, Gotlândia 88

Lundeborg, Dinamarca 27, 29, 78 Lundy, Inglaterra 160 lur 24

M machados 22, 39, 52, 54-55, 57 Maes Howe, Orcades 215

merovíngio, período ver Vendel, período de Mesolítico 22

Metalurgia 91-92, 94, 138, 174, 216 Middleton, cruzes de,

Inglaterra 137

Migração (es), período de (início da Idade do Ferro

germânica) 24, 26, 27,

28, 29, 31, 32, 64 Milford Haven, País de

Murom, Rússia 197 musicais, instrumentos 24,

64 Mykines, Feroe 166

Myklebostad, monte, Noruega 38

N Nantes, França 146

Narssag, Groenlândia 176

Narvik, Noruega 16 navegação 164, 176, 180-

147, 158-159, 160, 164, 166, 210

Monkwearmouth, Inglaterra 124 Mull, Hébridas 219

Munster, Irlanda 163, 219

44, 111, 114, 115,116, 119, 201 unificação 44

Novgorod, Rússia 97, 184, 188, 189, 190, 192-198, 194, 195, 197 Nydan, barco da Dinamarca 26

181

Negro, mar 115, 146, 184, 194, 196, 197, 207

Neolítico 22,26 Neva, rio, Rússia 184

Nevern, cruz de, País de Gales 160 Nidaros ver Trondheim

Nipaitsoqg, Islândia 223 Noirmoutier, França 146,

147 Nominoe (chefe bretão)

145, 146

Nonnebakken, fortaleza de, Dinamarca 52, 56

Nora, pedra(s) rúnica(s) de, Suécia 116 Nordseta 176, 223 Normandia 143, 144, 145, 146, 212-213, 219

Normandos 145, 212-214,

221

Norre Longelse, enterro de, Dinamarca 75 Norte, mar do 14, 45, 96

Nortúmbria, Inglaterra

122, 124, 125, 129, 130, 132, 133, 134, 142, 148, 212

Noruega 12 agricultura 16, 22, 27, 28, 48, 60, 164

fim da época viking 201,

monges e mosteiros 127,

148, 164, 201 religião 38,

Nottingham, Inglaterra 135

mitos e lendas 106, 108, 109, 110-111 112-113, 137 mobiliário 43, 63, 66 47, 79, 81, 86, 88, 92, 93, 129, 130, 132, 136, 141, 144, 152, 158, 159, 161, 163, 187, 197-198, 201, 204, 209, 210

16, 28, 38, 48, 35, 135,

13-14, 184

Milton, País de Gales 160

moedas 27, 31, 33, 38, 41,

208, 211 povoamentos

viagens e comunicações

baleias 16, casas 60-61 chefias 44 comércio 16,

Gales 160

poder real 35, 43-44, 103104, 114, 116, 151,901,

27, 84, 88 como estado nacional 207 costumes funerários 68, 69, 72, 75 207, 211-214, 218, 219, 221-222 flora e fauna 16

geologia 14 história antes dos vikings 22 idioma 214 igrejas 201, 202-203 incursões e pirataria 38, 124, 151, 207, 208, 211212, 213-214 minério de

ferro 24 movimentos da população 14, 15

paisagens 14, 15-16, 19

pedras rúnicas 102, 103 pesca 16, 44, 48, 60

O ócio 64-65

Odense, Dinamarca 52,

114, 200 Oder, rio, Alemanha 27, 184 Odinkar (bispo de Hedeby) 120 Odo (bispo de Bayeux) 212, 213 Offa, dique de, Inglaterra 124 Offa, rei da Mércia 122,

124

ofícios 31, 38, 41, 46, 62,

63, 82, 86, 88, 91-97, 136, 138, 139, 160, 162, 184, 186, 190, 198 Olaf Haraldsson, rei da Noruega (Santo Olaf)

44, 105, 107, 115, 116,

119, 210, 211 Olaf Kyrre, rei da Noruega 179 Olaf Tryggvason (Anlaf), rei da Noruega 4l, 44, 107, 116, 127, 176, 208, 209 Oland, ilha de, Suécia 17, 19, 29, 30, 31, 46, 48, 103 Oldenburg, Alemanha 184 Olof Skôtkonnung, rei da Suécia 41, 44, 45, 120,

204, 206 Omíadas, dinastia 146, 197

Órcades, conde das 211,

212, 215, 218

Órcades, ilhas (Nordreys,

ilhas do Norte) 38, 103, 106, 148, 150, 151, 152, 154, 170, 176, 214, 215, 216-217, 218, 219

Orphir, Órcades 214, 215, 218 Oseberg, estilo de 97, 98

çãogserbers: embarca ga 41, cúmulo de, Norue 4943, 44. 69, 73, 74, 76,

90:91, 97, 98

oslo, forde de 42, 44

1 gslo, Noruega 20 pstergótland, Suécia, 17, 103, 120

e ottar (comerciant

norueguês) 85, 88

ouro 32, 92 152, 161, 187

quse, rio, Inglaterra 131, 136, 212

oxford, Inglaterra 132,

133, 137, 209

oxus (Amu Datya), rio 198

DR.

41, 43-45, 592, 5657, 108104, 114,116,11151 8,, 200, 201, 206, 207, 208, 234; 211 poesia 64, 100, 103, 110, 218-219 éddica 106, 111, 112, 222 escáldica 104, 105-106 Pollista, Suécia 60 Polônia 184

Pomerânios 184, 189 pontes 48, 74

população, distribuição da

14-15, 24, 28

Port Grenaugh, Man 156

Portland, Inglaterra 122, 124

Portugal 146

p od

poder real 18, 27, 84, 35,

Paganismo 2, 34, 38, 44, 45, 68, 73, 101, 106, 108, 109,11, 114-116, 119120, 122, 124, 137, 145, 173, 188, 200, 206 enterros 34, 135, 152,

154, 155, 156-157, 160, 168-169, 204 País de Gales 142, 158-160, 207 pântano, sacrifícios em ver sacrifícios Papey, Islândia 170 Papígeo, Escócia 150 patins 12, 73, 74

Paul Hakonsson, conde das

Órcades 215 Paviken, Suécia 47, 75, 88, 95, 96, 206

pedras de amolar 78, 84, 88, 136 pedras pintadas 40, 46, 47, 52,55, 64, 75, 98, 109, 111

pedras rúnicas ou runas 65, 100, 101, 102, 103, 105, 110, 113, 118, 120, 197, 205, 206, 207, 209 Peel, castelo de, Man 158 peles 78, 84, 88 pendentes 184 pentes 68, 82, 88, 96-97, 102 Pentland Firth, Escócia 150

Povoamentos centros comerciais 48, 85, 88,91, 184, 188 defesas 48, 52 Idade do Bronze 24 Idade do Ferro 25, 29, 30, 32 Neolítico 22 rurais 30, 58-60, urbanos 48, 52,

63, 78, 81-83-85, 200, 201, 206 ver também os

diferentes nomes de países e cidades

Powis, País de Gales 158

Prata 46, 47, 78, 79, 83, 84, 99,93, 141, 145, 152, 158, 159, 161, 184, 195, 197-198, 207, 208-209

Pregadeiras 32, 46, 67, 68,

88, 992, 98, 94, 95, 99, 139, 145, 152, 154, 163, 171

Priestholm, País de Gales

160 Primeira Crônica Russa 194 Pskov, Rússia 195

Q

Qagssiarssuk, Groenlândia 174 Qilakitsog, Groenlândia 223 Qordlotog, vale de, Groenlândia 176 Quentovic, França 39, 143 Quovyloo, Órcades 150

pesca 16, 18, 44, 48, 60, 61, 151, 215, 218

Pevensey, Inglaterra 212

pictos 130, 148-1 52, 160, 214, 215, 216

Pilgârds, Gotlândia 197

Pisa, Itália 146 Pimey, pregadeira de, Inglaterra 139 Pitres, enterro de, França 145

R Rada, pedra(s) rúnica(s)

de, Suécia 101 Radrad, Iêmen 198 Ragnaldo, rei de Dublin 141, 142 Rallinge, Suécia 109

ÍNDICE ANALÍTIC 'O

Rallswiek ver Rúgen

Rathlin, Irlanda 160 Raunds, Inglaterra 135

Raving Enge, Dinamarca

44, 74 Reginberto (bispo inglês) 120

Runsa, forte de, Suécia 47

rús 184, 188, 189, 194, 196, 198

Rússia comércio 79, 99,

190, 115, 184, 188, 207

costumes funerários 190191 inscrições rúnicas 103, ofícios 190

religião ver cristianismo e

paganismo Renânia 38, 44, 66, 79, 88,

povoamentos vikings 39, 184-195, 209, 21 povos indígenas 15, 184, 188 religião 190 vias fluviais 15, 184, 189, 194, 195, 197, 206

95, 120, 160

Repton, Inglaterra 128, 129, 137

Réville, França 145

Reykholt, Islândia 2292 Reykjavik, Islândia 106, 170,171 Ribblehead, Inglaterra 135 Ribe, Dinamarca 35, 41, 44, 45, 52, 72, 81, 82, 83-84, 85, 88, 92-93, 94, 95, 120, 200 Ricardo JJ, duque da Normandia 145 Ricardo de Clare, Arco Poderoso 221 Rigsthula, “a Canção de Rig” 110 Rimberto (autor de

Vida de Ansgar) 44, 49, 84, 120

Ringerike, estilo de 46, 97, 98, 99, 138, 163, 210, 219, 211, 221

Risby, Dinamarca 72 Roberto, duque da Normandia 212

Rochester, Inglaterra 129,

131 Rognvald, conde das

Órcades 151, 197, 214

Rok, pedra(s) rúnica(s) de,

Suécia 103

Rollo (Gôngu-Hrólfr), governante da

Normandia 145, 140, 212 Roma, Itália 146, 195, 210

romântico, estilo 97, 99,

139 Romana, Império 27, 28, 38, 136, 148, 195

Rórik (Ryurik), governante

de Kiev 142, 143, 194 Roskilde, Dinamarca 76, 120, 183, 200 Rostock, Alemanha 184

Rousay, Órcades 215

Ruão, França 145

Rota da Seda 197

São Willibrord, bispo cle

Utreque 44

Saxo Grammaticus (historiador

dinamarquês) 187

Scar, enterro de, Orcades

154, 156

Scheli, fiorde, Dinarmaca

35, 80, 81

Schleswig, Alemanha 81, 33, 84, 200 Sciringesheal 88

Scollock, Páis de Gales 160 Scrabster, Escócia 150

> sacrifícios 31, 41, 1l4 em pântanos 26, 27,

Saedding, 59, 60, 63

Saga de Egil Skallagrimsson

105 Saga de Rerik 177 Saga de Gisli Sursson 105 Saga de Grettir 106

Saga de Haraldo, o Cabelos

Belos 116

Saga de Nial 105 Saga do Rei (santo) Olaf 151 Saga do Rei Volsung e dos seus Descendentes (Volsunga saga) 12 Saga dos Ilhéus das Feroe (Faereyinga saga) 166, 167, 168 Saga dos Hhéus das Órcades 151, 152, 214, 215, 216, 218 Saga dos Islandeses (Islendingasôgur) 103-105,

114

Saga Siglar, reconstrução de um barco viking, 181

Samânida, dinastia 198

Samarcanda, Uzbequistão 198

seda 79, 83, 84, 136, 184, 195-96, 197 Sejro, Dinamarca 93 Selby, Inglaterra 134 Sena, rio, França 127, 142,

143, 145, 146 Senja, tesouro de, Noruega 103 Sete Vilas 135

Sevilha, Espanha 46 Sheppey, ilha de, Inglaterra 125 Shetland, ilhas (Nordreys ou ilhas do Norte) 38,

108, 148, 150, 151, 170, 176, 214, 215, 218, 219

Sigafrid (bispo) 119 Sigefridus de Glastonbury (bispo) 116

Sigtuna, Suécia 41, 44,55,

64, 75, 84, 85, 201, 204205, 206, 210

Sigurd, lenda de 112-115 Sigvat Thordarson (poeta da corte) 105 Sihtric, o Barba de Seda, rei de Dublin 162

Siljan, lago, Suécia 16 Simy Folds, Inglaterra 135 Síria 197 Sjaelland, Dinamarca 14, 18, 19, 52, 56, 75, 88, 120

Samarra, Rússia 198 Samso, Dinamarca 35

Sjusta, pedra(s) rúnica(s)

Sandnes, Groenlândia 176,

Skáltholt, Islândia 119 Skâne, Suécia 14, 17, 19,

Sanda, Suécia 60

174

Sandoy, Déroe 168

Sandwick, Shetland 215

Santo Cuthbert 124, 133

Santo Edmundo ver

Edmundo, rei da Ânglia Oriental

Santos Magnus ver Magnus

187 Runas 100-101, 102-103, 115

Santo Olaf ver Olaf Haraldsson, rei da Noruega

Alemanha 184, 180,

São Columba 148

Scorradale, Orcades 150

Rudolf (bispo) 119 Rúgen,

São Brabdão 170

Erlendsson

de, Suécia 197

Skaill, Órcades 150, 152

35, 56, 75, 88, 101, 120

Skara, Suécia 45, 120, 206

Skerne, Inglaterra 137 Skien, Noruega 201 Skokholm, País de Gales 160 Skomer, País de Gales 160 Skuldelev, bloqueio naval de, Dinamarca 75, 70, 181 Skuldevig, Dinamarca 88

257

ÍNDICE ANALÍTICO Skóvoy, Feroe

209 flora e fauna 16, 18 fortificações 47-48, 52

166

Skye, Escócia 219 Skyhill (batalha,

1079) 218

Smaland, Suécia 17 Snaefell, Man, 134, 154

Snorri Sturluson

(historiador €e escritor

islandês)

100, 104, 105,

106, 110, 112, 114, 222 Sockburn, esculturas de, Inglaterra 64, 139 Sordertálje, Suécia 84 Sodor e Man, diocese de,

158, 218 Sogne, fiorde de, Noruega 14, 60, 97, 202 Sglver, capitão €. V. 180 Somerled, governante de Argyll 219

geologia 14, 17 história antes dos vikings 22, 23 igrejas 206 incursões e

142

Stamford, Inglaterra 135,

212

Stamford Bridge (batalha,

1066) 212, 213 Staraya (a Velha) Ladoga (Aldeigiuborg) 188, 190191, 195, 196, 197 Stavanger, Noruega 201

Steep Holm, Inglaterra 160 Stenbyborg, forte de, Suécia 47 Stiklestad (batalha, 1030)

44, 105, 107, 115, 116, 119, 210, 211 Stông, Islândia 172, 173, 222 Stratheycle, Escócia 130, 148

Streymoy, Feroe 168, 169 Stroma, Escócia 152

Suécia 12 agricultura 22,

54 Underhoull, Shetland 151

Vinland (Terra das uvas)

Thorfinn, conde das

17 pedras rúânicas 65, 102, 103, 105, 110,118, 116, 197, 205, 206, 207, 209 pesca 18, 60, 61 poder real 34, 35, 43-45,

201, 206 população 15, 18 povoamentos 30, 31,

48, 52, 84-85, 88, 201

povoamentos pré-vikings 31 religião 38, 45, 114, 115, 116, 120, 206

território 19 unificação comunicações 73-74, 184 vias fluviais 16, 17, 73-74

St. Poppo 120, 201 Satinmore (batalha, 954)

Thjodhild, igreja de, Groenlândia 174, 175, 176

ferro 18, 24 paisagens 16-

Sorte Mulde, Dinamarca

211

vida quotidiana 58-77

pirataria 209 minêrio de

44-45 viagens e

St. Paul, pedra(s) rúnica(s) de, Londres 139, 210,

Ultberth (armeiro franco)

Thjórspa, vale de, Islândia 172, 173, 222

Somme, rio, França 143

28, 3] Southampton, Inglaterra 39, 125 St. Clair-sur-Epte, França 145 St. David, País de Gales 158-159 St. Neots, Inglaterra 135 St. Patrick, ilha de, Irlanda 154, 157, 158, 218

Thinslund, Seren, 180

Sulgrave, Inglaterra 135

Surby, Man 155

Órcades 214, 215, 218

Thorfinn Karlsefni (líder da colônia em Vinland)

176, 177 Thirkel, o Alto

(mercenário viking) 209 Thorolf Mostrarkegg

(colono na Islândia) 114 115

Thorsnes, Islândia 115,

173, 220

Thorwald (irmão de Leaf, o Ditoso) 177

Thyra, esposa do rei Gorm 118

Tingstâde Trásk, Gotlândia

Tingwall, Órcades 150,

Sutherland, Escócia 148, 150, 151

Tjangyvide, pedra pintada

túmulo de, Inglaterra 122

suears 34, 35, 44, 45, 84, 120 Svein 1 (Svein, o Barba Bifurcada, rei da Dinamarca) 41, 44, 52, 56, 103, 116, 120, 200, 208, 209, 210 Svein II, rei da Dinamarca 211 Svold (batalha, c. 1000)

Swainsthorpe, Inglaterra

134 Swansea, País de Gales 160

1 Taby, Suécia 74, 101 Tadcaster, Inglaterra 212

Tallin, Estônia 184 Tamdrup, igreja de,

Dinamarca 201

Tamisa, rio, Inglaterra 54,

125, 131, 132, 137, 142, Tara (batalha, 980) 163

Terranova, Canadá 163,

177, 178, 179 têxtil 63, 66, 91

Thanet, ilha de, Inglaterra

220

de, Gotlândia 109

Tjgrnuvik, Feroe 169 Toftanes, Feroe 166, 167168 Tollund, homem de 26 Tonsberg, Noruega 201 topônimos 39-40, 43, 88, 114, 134-135, 144, 150-151, 153, 155, 159160, 166, 168, 170 Torsburgen, forte de,

Gotlândia 47, 48

Torslunda, Óland 29 Tostig, conde de

Nortúmbria 211, 212 Transoxiânia 92, 198

Trelleborg, fortaleza de, Skâne Suécia 52, 56 trenós 12, 73

Trgndelag 44, 114, 115 Trgndelag, condes de 44 Trondheim (nidaros),

Noruega 104, 116, 119,

Tynwald, Man 43, 219, 220

Thingyvellir, Islândia 45,

Udal, North Uist, Hébridas 150, 152

258

Upernavik,

Groenlândia

223

Upland, Suécia 34, 35, 44, 108, 116, 122, 197, 106

Upsália, Suécia 109, 120, 206 Urnes, 116, 219, Urnes, 201,

estilo de 97, 98, 99, 138, 139, 163, 202, 221 Noruega 97, 99, 202

Uunartoq, fiorde de,

Groenlândia 180, 181

v

176-179, 223 Visby, Gotlândia 47, 206

Viístula, rio, Polônia 27, 184 Vladimir, governante de Kiev 194 Vladimir, Rússia 197 Volchovy, rio, Rússia 184, 188, 189, 190, 191, 192

Volga, rio, Rússia 43, 92,

184, 189, 195, 197-198 Vorbasse, Dinamarca 59 votivas, oferendas 22, 23, 924, 26, 27, 28, 29,31 Vowlan, Man 156

W Wagner, Richard

(compositor alemão) Walcheren, Frísia 143

Valleberga, pedra(s) rúnica(s) de, Suécia 103 Valsgárde 29, 34, 35, 44, 69, 75, 122 Vanajevesi, lago, Suécia 16 Vang, pedra de, Noruega 99 Varegue, guarda 188, 196,

211

Varpsund, pedra(s)

rúnica(s), Suécia 206

Vasby, pedra(s) rúnica(s),

| de Suécia 103 Vastergam, Gotlândia 47. 53,88 Vastergôtland, Suécia 17,

38, 101, 120 Vatnahverfi, Groenlândia 183 Vebaek C. L. (arqueólogo dinamarquês) 180

112

Wallingford, Irlanda 160, 163, 221

Wedmore, Inglaterra 129,

130, 131, 134

Wessex, Inglaterra 127, 129, 1380-133, 141-142, 213 Westness, enterro de,

Órcades 148, 154, 155, 156, 215

Weston, cruz de, Inglaterra

137 Wexford, Irlanda 160, 221

Wharram Percy, Inglaterra 135 Whithorn, Escócia 152 Wiltzios 184, 189

Winchester, Inglaterra 210 Wolin (Jomsborg), Polônia 184 Wolins 184, 189

Vendel, estilo de 35 Vendel, período de

(período merovíngio/Idade do Ferro germânica final) 25, 29, 31, 32, 35, 38, 145

vestidos e penteados 24, 67,

35, 68, 69, 72, 75 fim da

119, 173, 220, 221

91

Turku, Finlândia 91

Tuquoy, Órcades 215

U

época viking 201, 206,

Unsikaupunki, Finlândia

Vendel, Suécia 29, 34, 35,

125 Thing 43, 48, 100, 174, 219,

220 ver também Althing

120

158, 201, 210, 212, 213, 914, 218, 219, 221 Truso, Polônia 184

48, 59-60, comércio 18, 27, 31, 32, 88, 91

costumes funerários 34,

Hamburgo-Bremen

48, 75

Sussex, Inglaterra 132

Sutton Hoo, embarcação-

Unni, arcebispo de

vidro 38, 95-96

44, 69, 122 Vestfold, Noruega 44, 88 68, 86, 184, 205, 223

Vestmanna, ilhas de,

Islândia 170 viagens e comunicações 72, 73-75, 184, 194, 195, 197 Viborg, Dinamarca 200 Vida de Ansgar 44, 45 vida no lar 62-63, 66, 68

x xadrez 64, 213

Y York (Jorvik), Inglaterra 129, 130, 135, 136, 138, 141, 142, 163, 196, 207, 212, 213 60 Ytre Moa, Noruega Yttergârde, pedra(s) rúnica(s), Suécia 209

Grandes civilizações do passado

ISBN

B4-413-2270-B