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Portuguese Pages [167]
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O UNIFORME MILITAR
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ALBERW CUTILEIRO
PRODUÇÃO EDITORIAL:
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O UNIFORME MILITAR
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TRES SECULOS DE HISTORIA TOMO I
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© 1983 LUÍS ANTÓNIO CORDEIRO DE LIMA LISBOA
AMIGOS DO UVRO EDITORES
SOBRE O AUTOR
Conheci Alberto Cutileiro nos principias dos anos quarenta, numa tarde em que, na companhia do Professor Jaime Cortesão, se deslocara a casa do Almirante Gago Coutinho a fim de obter indicações sobre rumos numa carta náutica que executava para a Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, e que Jaime Cortesão iria levar. Os anos passaram e mais tarde, quando me encontrava na gerência da pasta do Ultramar, tive oportunidade de lhe apreciar as inúmeras qualidades artísticas, bem como o seu espírito aberto e leaUssimo. Foi então encarregado de proceder à pintura das antigas praças de soberania portuguesa no Norte de África, desde Ceuta a Ma;:,agão. Alberto Cutileiro desempenhou-se honrosamente da missão pintando
quadros magnfjicos. As exposições que realizou em Tânger, Casablanca e Fez demonstraram bem o enorme sucesso deste artista português no Marrocos. A essa recolha artística se referiria mais tarde o General Nogués, residente da França na Tunísia, nos termos mais elogiosos, destacando o precioso auxílio que o artista lhe dera nas obras de consolidação e identificação da artilharia da Praça de Ar;âla que então efectuava. Alberto Cutileiro ali permaneceu bastante tempo, pintando e dando indicações nesses trabalhos, salvaguardando na sua constante preocupação o prestígio do nome português e das suas antigas glórias militares. Em Ceu ta e Alcácer Quibir procedeu a notáveis trabalhos de restauro e de investigação histórica, encontrando-se algo deslocado nas funções oficiais que então desempenhava, não obstante nunca haver abandonado a sua verdadeira profissão de artista plástico. Foi graças à meritória e constante acção do então Ministro da Marinha, Almirante Fernando Quintanilha de Mendonça Dias, que Alberto Cutileiro entrou para o Museu de Marinha como seu primeiro pintor naval, tendo assim oportunidade de continuar e aprofundar o exaustivo trabalho de pesquisa histórica, Já antes iniciado, que vem agora a público, devidamente sistematizado, por iniciativa de uma Editora privada. Com esta obra se dá cumprimento a um velho sonho que a Armada de há muito acalentava e que nunca tivera oportunidade de concretizar. Trabalho único em Portugal e digno do maior apreço. Na Marinha não se gosta de gostar I Mas neste caso a Armada não só irá gostar como lhe fica grata I
SARMENTO RODRIGUES CONTRA-ALMIRANTE
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INTRODUÇAO
Neste extenso estudo que vamos iniciar, muitas foram as gentilezas que, no decurso de anos, recebemos de directores de bibliotecas e de arquivos nacionais e estrangeiros, bem como de arquivos privados de antigas famílias, e que ao longo da obra se referenciam. A todos, uma palavra de instante amizade e de muito reconhecimento. Arquivo Geral da Torre do Tombo, biblioteca do antigo Ministério da Guerra, Convento dos Paulistas, Arquivo Histórico-Militar, Antigo Arquivo Histórico Ultramarino, Biblioteca Nacional, Biblioteca do Palácio Nacional da AJuda, Biblioteca da Academia das Ciências, Biblioteca Municipal do Porto, Museu Militar, Museu Soares dos Reis, Arquivo de Uniformologia e Iconografia Histórico-Militar Portuguesa
do Centro de Coleccionadores da «Casa do Cavaleiro à Porta», Arquiv_.o Histórico da Casa Cadaval, antigo Arquivo da Casa da Insua, Museu do Exército de Paris, Biblioteca Nacional de Paris (Galeria de Estampas), Museu do Carnavalet, Museu Histórico Nacional de Viena de Áustria, Pinacoteca de Florença, Arquivo Histórico-Militar da antiga Torre dei Conti de Roma, Museu Nacional de Amesterdão, antiga Pinacoteca de Berlim, Museu Histórico-Militar de Estrasburgo, Arquivo Histórico de Schaumbourg Lippe, Arquivo da Casa de Windsor, Fundo de Manuscritos e Reservados da Biblioteca Nacional de Madrid, Fundo Filipino do Arquivo Geral de Simancas, Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América, Fundo de Documentação Histórico-Portuguesa das cidades japonesas de Oíta e Nagasáqui. Referenciam-se aqui de forma especial os fundos .de documentação do Arquivo Histórico-Militar do tenente-general Manuel Inácio Martins Pamplona, 1. 0 conde e J.o marquês de Subserra, que engloba a documentação militar do marquês de Alorna e do espólio do tenente-general Gomes Freire de Andrade, acres.cida de toda a documentação militar portuguesa que conseguiu reunir no Brasil, que para lá fora com a corte e hoje constitui o precioso acervo do Centro de Uniformologia e Iconografia Histórico-Militar Portuguesa da «Casa do Cavaleiro à Porta». Envolvem-se num agradecimento de muita saudade os queridos amigos sempre presentes em nosso espírito e a quem ficamos devendo muito do préstimo que este trabalho possa ter: pr, era de linho e aberta dos lados, cingind o-se por cordões ou fitas form and o laços. as pessoas d a nobreza era de seda d a Hola nd a, ou > .
DOS PRIMÓRDIOS AO SÉCULO XVI
Quinhentos (os botins de Cabrilho). Eram os -botins das novas do reino, que ficavam presos nos troncos das árvores por virote de besta, assinalando a passagem, sistema tão usado pelos Portugueses. Na cidade sul-africana de Mossel Bay encontra-se, para rememorar 0 facto, um marco de correio que é uma reprodução da referida bota. Este botim dos navegadores p~rtu gueses ficou de tal forma. ligado à .tr~dição que am~a hoje, na ilha da Madeira, constltm peça do traJe regional. Na coberta, montadas sobre «cepos de patas», as «colubrinas bastardas» de retrocarga por culatra aberta, e sobre a amura de bombordo um falconete de berço. Este uniforme, o primeiro que conhecemos, .embora restrito aos componentes de uma armada saída para um acto de guerra, fic.a liga?o à m.arinha, e como dele nos chegou memóna escnta, aqm o reproduzimos.
«1513- Agastado E! Rei D. Manoel do quebrantamento das pazes que fizera, e renovára com Moley Zeyão, Senhor da Cidade de Azamor, determinou conquistá-la; e para esta commissão nomeou ao Duque de Bragança D. Jaime, seu sobrinho, por seu Capitão-Mor-General, com poderes mui amplos. Constava a Armada de mais de quatrocentas e trinta embarcações, entre navios de guerra, e de transporte, na qual embarcárão, alêm da Marinhagem necessaria, dois mil e duzentos homens de cavallo, tudo gente nobre, de que duzentos erão acobertados, e quinze mil homens de Infanteria, pagos à custa d 'El Rei; e o Duque alistou nas SU