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Portuguese Pages [142] Year 1957
MINISTERIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA
INSTITUTO NACIONAL DO LIVRO
LUIZ COSME
(Da Academia Brasileira de Música)
DICIONÁRIO MUSICAL
RIO DE JANEIRO - 1957
ABREVIATURAS
Abrev bras.
Alemão
Latim
Crase
Abreviatura Brasil Crescendo
Mús
Música
decresc.
Decrescendo
Op.
Opus
pp.
Pianíssimo
dim. Dic. E.
Diminuindo
Dicionário
Espanhol Exemplo
Forte
Fortissimo Francês G.
Grego Inglês
Italiano
Meio-forte
Piano
pizz.
Pizzicato
pl. port.
Plural Português
rinf.
Reforçando
Sforz. SmOrZ.
Esforçando Morrendo
sina.
Singular
ten.
Sustentado
NOTA PRELIMINAR
Julgando de utilidade a elaboração de um dicionário musical, de cuja falta aliás já se vinham ressentindo os estudiosos da mirsica, foi que me decidi à publicação desta obra. Dado o enorme interêsse que o bailado vem despertando entre nós, notadamente entre as próprias alunas, resolvi incluir também
verbetes referentes à arte do ballet, dedicando igualmente grande atenção à nomenclatura musical brasileira.
Adotei as expressões ver e ver também, para facilitar a cot-
relação de certos verbetes que se integram ou se subordinam, concorrendo, dêste modo, para fixar as relações que êles mantêm entre si. Assim a expressão ver ou remissiva remete o leitor ao verbete onde se encontra definida a entrada, evitando-se destarte a repetição de verbetes. As expressões ver também ou referência lem-
bram ao leitor a existência de outros verbetes, onde se trata de assuntos correlatos ou subordinados. O critério adotado na ordenação alfabética foi o de letra por letra, dentro de palavra por palavra, Antes de concluir esta Nota, desejo agradecer ao maestro Florêncio de Almeida Lima o ter-me permitido utilizar, nesta obra, as ilustrações contidas no livro Elementos Fundamentais da Música, de sua autoria, e ao Prof. Silvio Batista Pereira, pela colaboração que prestou a éste Dicionário.
Rio, 1955/56
LC
A A. - Nota da escala alfabética mantida
nos países de lingua alemã e inglêsa, mas
substituida nos países romanos: a por Lá: b por Si; c por Dó; d por Ré; e por
Mi; E por Fá e g por Sol. A notação alfabética foi usada pelos cristãos para
escreverem o Cantochão, e designarem o heptacordo.
A DUE. - (It.) Indica que dois instrumentos ou vozes tocam em unissono, Ver também Unissono.
A PIACERE. - (Do It.piacere). À vontade do executante. Ad libitum. Ver também Ad libitum.
Em 1858, convencionou- A TEMPO. - (It.) Indica que, depois
se fixar o diapasão universal, o La3, em 870 vibrações simples, por segundo; entretanto, em outubro de 1953, a International Standardizing Organization realizou um Congresso em Londres, no qual aprovou uma resolução, que estabelecia a frequência de 380 vibrações simples,
por segundo, para o Lá3.E com esta
nota um orquestra é afinada, inva-
riâvelmente, tocada pelo oboé ou clariVer também Diapasão normal. Tom (1)
nele.
A. B. C. - (Bras.) Versos que se iniciam pelas letras do alfabeto, inclusive o til, sequência. Na literatura oral e popular
brasileira, são abundantes os A. B.C. Narram histórias de cangaceiros valen-
tes, bois fugitivos, batalhas famosas,
biografias de santos. Um indice de con-
de um ritenuto, più lento ou ad libitum, se volta ao tempo normal.
ABAFADOR. - Peça empregada em alguns instrumentos musicais para dimi-
nuir a intensidade dos sons.
ABEBÉ, Abébé, Bébé ou Leque-de-Oxum.
- (Bras.) "O Abebé não é normal-
mente um instrumento musical, mas um
enfeite-insígnia do orixá Oxum, cujas filhas dançam abanando-se com êle nas cerimônias dos cultos fetichistas afrobrasileiros. Oxum é uma das mães-d'água
dêsses cultos, personificação da água doce.Na África, é a deusa do rio Oxum. No Brasil, é identificada a
Nossa Senhora da Conceição e a Nossa Senhora das Candeias." (Oneida Alvarenga, Música Popular Brasileira, 303.)
sagração, para o povo, no interior, é a
ABEMOLAR. - Baixar meio tom qual-
apenas registrando as façanhas.
ABERTURA. - [F. Ouverture: It. Over-
existência do A. B.C. laudatório ou
A BOCCA CHIUSA. /It./A bôca fechada.Emissão do som através dos lábios fechados. Recurso do canto para a supressão da pronúncia de palavras.
A CAPPELLA. - (Do It. Cappella).
Música coral sem acompanhamento
instrumental. No Brasil, o têrmo foi substituido por orfeônico.
quer nota musical.
tura; I. Overture.l Peça instrumental composta para introdução ou prelúdio de ópera, opereta, oratório, etc.
ABOIO. - [Canto de trabalho. ] Linha
melódica calcada sôbre vogais (geral. mente A, E. O), entoadas pelos vaquei ros que conduzem o gado. Os aboios são monótonos e plangentes e se desenvolvem em ecos longinquos. O canto
finaliza sempre por uma frase de incitamento à boiada: ei boi; boi-surubim; ei lá
ABUDE - Instrumento de sôpro dos antigos judeus.
ABREVIATURAS. - Sinais convencionais usados na notação musical, com o
ACADEMIA BRASILEIRA DE MúSI
Além destas abreviaturas indicadas
rada Orgão Técnico e Consultivo do Es-
tim de reduzir o trabalho da escrita:
apenas por traços, há outras, indicadas por
CA. - Reconhecida de utilidade pública (Dec. 22.032, de 1-11-1946), e decla-
tado (Dec. 23.160. de 6-6-1947). Foi
Notação
Execuçã
palavras e sinais. - Ver também Da Capo; Dal Segno: Linha de oitava; Ritornello; Sinal de pulo; Travessões duplos.
ABSOLUTES GEHÖR. - /A/. Ver Ouvido absoluto.
ABSOLUTE PITCH. - /I./ Ver Ouvido absoluto.
fundada em 14 de julho de 1945 na cidade do Rio de. Janeiro, Brasil, onde
tem a sua sede. Compõe-se de 50
membros efetivos e perpétuos, dos quais
40 pertencentes à categoria de compositores (30 residentes no Rio de Janeiro).
ACADEMIA BRASILEIRA DE MÚSICA
e 10 à de musicólogos. Mais 20 membros correspondentes - estrangeiros ou brasileiros residentes no estrangeiro
e 20 membros intérpretes (regentes, cantores ou instrumentistas natos ou naturalizados).
Quadro dos Titulares
1 - Heitor Vila-Lobos -- Radamés Gnattali Frutuoso Vianna
3 4 5
Jaime Ovale
Pedro Sinzig
6 - Sá Pereira
7
Oneida Alvarenga Martin Braunwieses
8 Luiz Cosme 10 Paulino Chaves 11 Garcia de Miranda Neto 12 Savino Benedictis 13 Otávio Maúl 14 Otávio Bevilaqua 15 Paulo Silva 16 - Dinorá Carvalho 17 2Artur Pereira 18 - Lorenzo Fernández 19 - Iberê Lemos 20~ Ari Ferreira 21 - Francisco Casabona
22
W. Burle Marx
23 - Nicolau Santos 24 - João Caldeira Filho 25 - Cláudio Santoro 26 - Luiz Heitor
27 Camargo Guarnieri 28 - Paulo Florence 29 Aires de Andrade Filho 30 - Florêncio Lima 31 - Enio de Freitas e Castro 32 Valdemar Oliveira 33 - José Siqueira 34 Deolindo Fróis
35
Fúrio Franceschini
36 - Samuel Santos
37 Batista ulião 38 - Brasilio Itiberê 39 - Elza Cameu 40 - Rafael Batista
(compositor) (compositor)
compositor (compositor) (compositor)
(musicólogo) (musicólogo) (compositor) (compositor)
(compositor) (musicólogo) (compositor) (compositor) (musicólogo) (compositor) (compositor)
†
(compositor) t (compositor) +
(compositor) (compositor) (compositor) (compositor) (compositor) + (musicólogo) (compositor) (musicólogo)
(compositor)
(compositor)
(musicólogo) (compositor) (compositor) (compositor) (compositor)
compositor) (compositor
(compositor) (compositor)
. (compositor) (compositor) (compositor)
†
ACALANTO
ACONCRITOFONE
45
Eurico Nogueira França Vieira Brandão
46
(musicólogo) (compositor)
47 - João Itiberê da Cunha
compositor) †
48 - Souza Lima
(compositor)
49
Rodolfo Josetti
50 - Renato Almeida
(musicólogo) (musicólogo)
(+ já falecidos)
ACALANTO Ou ACALENTO. (Bras.) Canção destinada a adormecer crianças, cantigas de berço. Se11
No
sentido musical, equivale por exemplo, ao da palavra francesa berceuse e da
inglêsa lullaby. Popularmente nossos
acalantos são chamados cantigas de ninat.
ACATHISTUS. - É um hino de louvor da Igreja Bizantina.
ACELERANDO.
d) o dobrado-bemol abaixa a entonanação da nota dois semitons; é alteração descendente;
e) o bequadro anula o efeito de qual-
quer das alterações; tem função ascendente e descendente
Esses caracteres, em inglês, francês alemão e italiano, são os seguintes:
a) sustenido: [It.] Têrmo em-
A.:
It.:
momentâneamente.
ACCIACCATURA. - (Do It. acciaccate). Nome italiano dado a um orna-
b) bemol:
mento para a música de cravo.
ACCENT. - [Ballet]. Têrmo aplicado exemplo: quando o bailarino não acen-
tua. no momento exato, embora mansilabas.
ACIDENTES. -
d) dobrado-bemol:
I.:
F.: A.:
dobrado-sustenido; d) dobrado-bemol;
It.:
e) bequadro:
ascendente;
b)
o bemol abaixa o som (entonação) da nota um semitom; é alteração descendente;
c)o
bémol
F.: A.: It.:
são cinco: a) sustenido; b) bemol; c)
da nota um semitom; é alteração
F.:
I.:
alterar os sons expressos pelas notas
a) o sustenido eleva o som (entonação)
dièsis
Be Bemölle
c) dobrado-sustenido:
Destaque de
Caracteres que fazem
Kreuz
flat
It.:
tenha o ritmo certo
ACENTO SILÁBICO.
sharp dièse
1.:
A.:
à parte do passo que coincide com a
acentuação do compasso musical. Por
I.:
F.:
pregado na música a fim de acelerar o andamento preestabelecido, afetando-o
double-sharp double dièse Doppelkreuz
doppio dièsis
double-flat double bémol Doppel-Be
doppio bemolle
e) bequadro:
I.:
natural
F.: bécarre
A.:
It.:
Auflösungszeichen bequadro
dobrado-sustenido eleva a ento-
ACONCRITOFONE - Instrumento em
nação da nota dois semitons; é alteração ascendente;
formato da lira antiga, construido na In-
glaterra no ano de 1822.
ACORDE
ADJÁ
ACORDE. - É o coniunto de três ou mais sons diferentes simultâneos, coor-
denados harmônicamente, de acôrdo com
as suas afinidades contrabalançadas. Dividem-se em consonantes e dissonan-
tes.
Para se formar um acorde, contam-se os intervalos, a partir do baixo:
ACROAMA. - Assim designavam os Romanos a música instrumental.
ACÚMETRO. - Instrumento para medir
a extensão dos sons, ao alcance do
ouvido humano. ACÚSTICA. - [F. Acoustique; It. Acusti-
ca; I. Acoustic: A. Akustik.] Ciência que estuda a formação, propagação e propriedades dos sons, e tôdas as suas
sa justa
aplicações. E o estudo detalhado do
samaro
Há quatro espécies de acordes de três sons: perfeito maior; perfeito menor; quinta diminuta e quinta aumentada. Os acordes perfeitos maiores são encontrados nas
escalas maiores, no I, IV e V graus; nas escalas menores, nos V e VI graus:
Modo maior
AD LIBITUM. - (Do Latim à vontade). Indicação que dá tôda a liberdade ao executante.
ADAGE. - [Ballet]. (Do It. adagio). Compreende uma série de movimentos lentos. Serve, também, para caracterizar um bailado de movimentos lentos.
ADÁGIO. - (1) Palavra empregada na música para designar a movimentação do
Iv y
compasso; é um andamento lento, pouco mais vagaroso que o Lento. (2) A mais
apropriada sentença, que a experiência achou nas ações humanas, ditas em bre-
Modo menor
V VI ACORDES PARALELOS.
som e das leis que regulam o movimento vibratório.
São acor-
des com as séries ascendentes e descen-
ves e elegantes palavras. Os adágios têm forma rítmica e, em sua maioria, sete silabas, mantendo a tradição da
redondilha maior, tradicional do idioma.
Anexim é o mesmo que adágio.
dentes, com a conseqüente harmonia de ADARRUM. - (Bras.) Ritmo de atatríades aumentadas, muito usados por baques, determinando a incorporação do Debussy. orixá a uma filha-de-santo. ACORDEÃO. - Instrumento de lingüetas ADIAFONE. metálicas, postas em vibração por um
Piano construído pelo
relojoeiro Schüler, em Viena.
fole. No Brasil, chamam-lhe também ADIA. - Sineta de metal, usada nos harmônica, sanona e gaita. O acordeão candomblés da Bahia e nos xangôs do moderno possui, no lado direito, um teRecife, soando para convidar os crentes clado como o do piano e, no lado esa assistirem à cerimônia de dar comida querdo, vários botões que indicam OS ao santo. baixos do acompanhamento.Na
Ingla-
terra, é conhecido por concertina. Na
Argentina, chamam-lhe bandoneón, po-
rém com vários botões, de ambos os
lados. - Ver também Sanfona. ACORDINA. - Relógio que marca
os membros do culto para o ritual
conhecido como dar comida ao santo as
horas por meio de um acorde perfeito
maior. Construido por C. Soullier, em 1838.
"Segundo os autores é instrumento de origem ioruba. Na Bahia, usado para chamar as filhas-de-santo, "para chamar ou "utilizado para reverenciar o santo, ao
ouvido de quem se faz soar." (Edison Carneiro). Segundo Edison Carneiro, o instrumento é às vêzes constituído por
AIR, en l'.
ADJULONÁ
duas campas ligadas por um pé de metal AGADA. - Instrumento musical, espécie de flauta dos egípcios. Também chaou formado por uma dupla campânula. Com esta última observação, o autor quis certamente referir-se ao instrumento
vulgarmente conhecido 'por Maraca." (Oneida Alvarenga, Música Popular Brasileira, 303).
ADJULONA. - (Bras.) Entre os indi-
mado Kwetz. AGE. - Ver Piano de Cuia.
AGITATO. - [port. Agitado.] Têrmo usado na música para reafirmar e melhor caracterizar o andamento preestabelecido.
AGNUS DEI. - O último versículo de de fôlhas de buriti que se enrolam em Ver também uma missa cantada. genas Carajás, o adjulona é um assobio
espiral, achatando-as em seguida. A fim de conservar essa forma, passa-se, em tôrno do apito, uma estreita atadura de
Missa.
AGOGÊ. - (Do G. agô: conduzir). A
apito horizontalmente com uma das pon-
parte da antiga Melopéia que dá a direção do canto por graus conjuntos ou
deira leve. Instrumento muito antigo. "Sucedeu porém que, vindo éles,
chistas afro-brasileiros do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. É formado por uma
embira. Para a execução, coloca-se o
desconjuntos, subindo ou descendo. tas à boca. Denominação dadaao ADORNOS. - [F. Agréments.] Ornatos AGÓGICO. solfejo rítmico em tempo rubato. Têrmo introduzidos na música francesa do século XVII, os quais foram adotados em introduzido por H. Riemann em 1884. toda a Europa. (Bras.) Instrumento de AGOGÔ. origem africana, usado nos cultos fetiADUFE. - Pandeiro quadrado de ma-
campânula de ferro simples ou dupla, quando Davide voltava de ferir os filisteus, as mulheres de tôdas as cidades com cabo, na qual o executante hate com de Israel sairam, ao encontro do rei Saúl, uma pequena vareta, também de ferro. cantando. e em danças, com adutes, com AGUDO. - Têrmo que significa o som alegria e com instrumentos de música. elevado. Velho Testamento, Primeiro Livro de AGUE. - Ver Piano de Cuia. Samuel, capítulo XVIII, versículo 6. AI-A-SARI. - Terceira oração dos Malês ADUFO. - Ver Cuíca. muçulmanos. AEROFONES. - Categoria de instrumentos que ressoam por meio do ar:
harmônio; flauta de bambu; gaita pastoril; cornetim; trompa; flauta; ocarina; Flute à bec; clarinete; oboé; etc.
AFFETTUOSO. - port. Afetuoso. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o
movimento preestabelecido.
ALLÁ -
- Segunda oração dos negros
Malês muçulmanos.
AIAPÁ. - (Bras.) Instrumento marcador do ritmo; é um chocalho feito com os caroços da fruta de um cipó ou com casco
de unha-de-veado. É usado na extremi-
dade de longas varas.
AIDIE. - (Bras.) Instrumento musical
zumbidor, dos indios Bororos. Esse insAFFRETTANDO. - Têrmo empregado trumento tem uma particularidade entre na música para acelerar o andamento preestabelecido, afetando-o momentânea-os Bororos: não pode ser visto nem ouvido por mulheres e crianças. Os índios mente. crêem que os maus espíritos se refugiam AFINAR. - Ação de afinar os instruneles. Ver também Berra-boi. mentos. AFOFIE. - (Bras.) Pequena flauta de AIR, en l'. - [Ballet]. E aplicado a mobambu com bocal de madeira, usada nos vimentos que também possam ser execandomblés da Bahia.
cutados a terre (no chão). Por exemplo:
fi
ALUJA
AL FINE
ALELUIA. - É uma expressão de alegria cular da perna no ar). Também significa e de louvor a Deus, no Canto Gregoriano. Têrmo introduzido na missa pelo a modificação da segunda ou quarta rond de jambe en l'air (movimento cir-
posição dos pés, em que a perna se ergue
à altura dos quadris.
papa Dâmaso (368-384).
ALEMANDA. - [F. Allemande] Dança
de origem alemã. A primeira referência AL FINE. - [It.] Até o fim. (Significa que, depois de repetir um trecho musical que se tem é de uma festa na Côrte do
do início, se toca até o sinal fim).
AL SEGNO. - Expressão que significa: volte ao sinal.
rei Francisco I, da França, no ano de 1540. Arbeau descreve-a em forma de branle, dançada por um número ilimitado
de pares. No século XVIII, porém, a
AL'UD. - Ver Alaúde. forma já havia sido estilizada, constiALAMIRÉ. -Da letra A, e das três tuindo parte integrante da suite, e tendo vozes Lá, Mi e Ré. Modernamente, adquirido tal complexidade, que nada indica o monossilabo Lá.
mais tinha em comum com a torma original, a não ser o ritmo binário. ALAÚDE. - Instrumento de cordas dedilhadas, da família do bandolim. Tinha ALI-MANGARIBA. - Quarta oração seis cordas e caixa de ressonância semi-dos negros Malês muçulmanos. esférica. Existiam dois tipos de alaúdes:
ALL'UNISONO. - Este têrmo indica
o grande e o pequeno. O alaúde grande que, numa partitura de orquestra, os
é muito antigo; aparece em estatuetas da Mesopotâmia, aproximadamente 2.000
anos antes de Cristo. Da Babilônia
instrumentos devem tocar em unissono. Ver também A Due: Unissono.
passou para o Egito (c. 1000 a. C.), e ALLA BREVE. - O tempo quaternário para a Grécia, onde era chamado pan-cortado, indica que os quatro tempos são contados em binário. dura. Esse alaúde possuia um corpo pequeno coberto com pergaminho.
O
último desenvolvimento do alaúde se verificou naPérsia, onde era chamado setûr (duas cordas), câtür (quatro cor-
ALLARGANDO. - Têrmo empregado na música para reprimir o andamento preestabelecido, afetando-o momentânea-
mente.
das), ou panctúr (cinco cordas), e na ALLEGRETTO. - [Diminutivo de alleArábia, era chamado tambur. Um de-gro] Exprime um movimento entre o rivado europeu do alaúde grande árabe foi o colascione dos séculos XVI e XVII
e o domra (dombra) russo. O alaúde pequeno aparece, pela primeira vez, em guras de barro, na Pérsia (c. 800 a. C.) e, em relevos indianos, nos primeiros
séculos da era cristã. Na China, vamos
encontrá-lo sob o nome de pipa (em
japonês:biva).Nestes instrumentos primitivos o braço é formado pela parte superior do corpo e possui a forma do
período medieval, denominado ud, (ou
andantino e o allegro.
ALLEGRO. - Palavra empregada na
música para designar a movimentação dos tempos do compasso; é um anda-
mento rápido, um tanto mais movimen tado que o Allegretto.
ALLONGE. - [Ballet]. Ampliado. Por exemplo arabesque allongé ampliado.
(Arabesco
ALOJA. - Ver Alujá. ALTERAÇÕES. - Ver Acidentes.
alud, em espanhol laud, de onde vem ALTO ou CONTRALTO. - Um dos alaúde). A sua transformação num insregistros vocais em uso, e que se escreve trumento com um orifício central de resna clave de dó, na terceira linha. sonância deu-se, provávelmente, na Espanha, não muito antes do século XV.
ALAÚDE GRANDE. - Ver Alaúde. ALAÚDE PEQUENO. - Ver Alaúde.
ALTURA DO SOM. - Ver Entonação.
" ALUJA. -- (Bras.)[Dança.] Passo ritmado "em roda de casa, dando com as mãos para a direita e para a esquerda.
ALVORADA
ANEUFONICAS BRANDAS
Também chamado: Torojá, Arujá e
de ritmo tético ao que tem início no pri-
meiro tempo do compasso: Alojá ALVORADA. - Toque militar, ao alvo- ANAFONESCO. - Assim chamavam os gregos à arte de exercitar-se no canto. recer.
AMABILE. - [port. Amável.]Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
AMEBEU. - L. amebaeus. [port. Canção
amebéia.] Composição em que duas partes cantam alternadamente
AMELE. - Ver Piano de Cuia. AMENER. - - Dança do século XVII, em tempo ternário moderado, frases de seis comoassos.
ANDAMENTO. -
- O movimento mais
ou menos vivo ou lento do compasso.
ANDANTE. - Palavra empregada na música para designar a movimentação dos tempos do compasso; é um anda-
mento moderado, um pouco menos lento que o Adágio.
ANDANTINO. - Palavra empregada na música para designar a movimentação dos tempos do compasso; é um andamento moderado, um tanto mais movi-
mentado que o Andante.
AMILA ou ALAMI. - Da letra A, e das ANDORINHA. - Ver Mana-Chica. vozes Lá e Mi. O sexto signo no sistema ANEMITONICA. - Escala em semitons, heptacordo, usado no cantochão.
ANACAMPTO. - Na música grega, é uma escala progressiva, do agudo ao
grave. É uma das partes da antiga Melopéia.
ANACRUSE. - Entrada no ar. Notas iniciais de um ritmo que precede ao início
do compasso. Chama-se também ritmo anacrústico ou protético. Dá-se o nome
igual à pentatônica. ANEUFÔNICAS, consonâncias.
5ª justa (maior) e sua inversão, (4°
justa ou menor); a 8" e sua inversão (o Unissono), compostos, derivados e homófonos. ANEUFÔNICAS BRANDAS, consonân-
cias. - São a 81 e o Unissono. Ver também Consonância.
Francisco Manuel (Hino Nacional) AlI° Marcial
Anacrusa
7 Feio
São a
: etc.
Ou - vi-romdol-pi-ran-4oas
Francisco Braga (Hino à Bandeira) Anacrusa
etc.
Sal - ve lin -do pen-diodaes-pe-ran-fa (Música atribuída a Henry Carey) Hino Nacional Inglês Maestoso Ritmo tético
lind sare our gra-cious Ming,
ANEUFÓNICAS DURAS
APPOGGIATURA
ANEUFÓNICAS DURAS, consonâncias. ANUPALAVI. - Forma musical hindu,
-- São a 5ª justa ou maior, e sua inver-
são. Ver também Consonância.
correspondente ao segundo tema da
forma-sonata do Ocidente. Ver também
Kirtanam.
ANEXIM. - Ver Adágio (2). ANGÓIA. - (Bras.) Instrumento de APLOMB. -- [Ballet] Aprumo. Significa percussão, espécie de chocalho, usado
nas danças populares. Ver também Aiapá; Auaiu; Machacá; Caxixi.
ANJOMARA. - Instrumento de sopro, parecido com o clarinete. De procedência atricana.
ANIMANDO. - Têrmo usado na música para acelerar o andamento preestabelecido, afetando-o momentâneamente.
ANIMATO. - [port. Animado]. Têrmo
um perfeito contrôle do corpo e dos pés, durante qualquer movimento, num plano
vertical.
APOJATURA. (Do It. appoggiatura). Nota ornamental que antecede às notas regulares de uma segunda superior ou inferior. Distinguem-se três espécies de
apojaturas: a) apojatura longa ou expressiva; b) apojatura breve; c) apojatura dupla ou sucessiva: Notação
usado na música para reafirmar e melhor caracterizar o andamento preestabelecido.
ANTARA. - Flauta de Pã empregada
Erecucão
pelos indios peruanos. Instrumento pré-
incáico. As designações da flauta de
Pã mais conhecidas, na América do Sul (exclusão do Brasil), são: Airichi;
Notação
Aiarichú: Fusa; Sica; Siku; Huayra-
Puhura.
ANTECIPAÇÃO. - (1) Processo que consiste em executar uma ou mais notas dum acorde, antes da realização dêsse mesmo acorde. (2) F. Prélèvement.
[Música Concreta]. Todo o movimento que produz um som cujo efeito é registrado numa placa de disco ou sôbre uma
fita de magnetofone. As antecipações podem, pois, ser registros de som "direto", ou registros de sons obtidos com
o auxílio de registros prévios. Ver APPASSIONATA ou SONATA AP-
também Música Concreta.
ANTHEM. - Composições corais sacras, escritas para o Inglês, tiradas da Escritura Sagrada.
ANTIFONIA. - [port. Oposição da voz.] Designava a oitava, em oposição a sin-
fonia, em que os instrumentos ou vozes eram executadas em uníssono, e a para-
fonia, que era executada em quintas.
Ver também sinfonia e parafonia.
ANU. - Ver Fandango (1).
PASSIONATA.
Nome empregado
para designar a Sonata para piano, Op.
57, em Fá menor, de Beethoven. Título dado por algum editor. Seu verdadeiro
nome é Grande Sonate pour piano
(1806).
APPASSIONATO.--
[port. Apaixona-
dol.Palavra empregada na música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabeiecido.
APPOGGIATURA. - Ver Apojatura.
ARSE E TESE
ARABESQUE
ARABESQUE. - (1) Ornamentação na arquitetura árabe.
Designa, também, a
ornamentação de uma melodia.
(2)
[Ballet]. Arabesco. Posição de dançar geralmente de perfil; possui várias carac terísticas.
ARAINE. - (1) Trompa de guerra, de grande formato e grosso calibre, usada
na França, no século XII. (2) Campainhas ou guizos da França no século
XIV.
ARAUÉ.- Ver Abebé. ARCICEMBALO. ARCIORGANO. Um cravo de quarto-de-tom, do século
XVI.
ARPA. - Ver Harpa. ARPÉGGIO. - Têrmo aplicado às notas de um acorde quando são executadas em arpejo, em vez de simultâneamente.
ARPEGGIONE.
Também chamado
guitarra do amor. Instrumento de cor-
das do tamanho do violoncelo, porém, mais parecido com a guitarra, tocado com arco. Franz Schubert escreveu uma sonata em Lá menor para arpeggione e piano.
ARPICORDO. -No século XVI, nome que davam ao cravo na Itália. Havia, entretanto, pequena diferença entre o
ARCIORGANO. - Ver Arcicèmbalo. AREITO. Canto heróico dos
- (1)
caribes; parece ser de origem grega. (2)
Peça musical, de origem ameríndia, usada na América Central e no México.
cravo e o arpicordo.
ARQUE. - [Ballet]. Arqueado. Indica um defeito na formação das pernas.
ARRASTA-PÉ. - Ver Chôro.
ÁRIA. - (1) Forma vocal e instrumental ARRAZOAR. - Cantar à viola, de im-
da música pura. (2) Canto de um
personagem, com acompanhamento instrumental.
ÁRIAS-DE-CORTE. - Melodia acompanhada francesa, provinda de elementos
das cantigas do trovadorismo e da Ars
Nova. ARIETA.-- It. Arietta. F. Ariette. Pequena ária, usualmente em forma binária.
ARIGAU-BARI. -- (Bras.) Instrumento indigena, uma espécie de maracá, com punho de corda. Ver também Berra-boi. ARIOSO. - Estilo de música que está situado entre a ária e o recitativo. Bee-
proviso.
-- [Ballet]. Indica um passo que se deve dar para trás. Por
ARRIERE, en.
exemplo: glissade en arrière (Deslizar para trás).
ARS ANTIQUA. - A música da Idade Média ou do período Gótico Primitivo.
Movimento da Escola de Paris. Con-
tinuou na igreja até quando o período Trovadoresco anunciava nova era.
ARS MENSURABILIS. ralismo.
Ver Mensu-
thoven usa, na Sonata para piano, ARS NOVA. - Nome genérico dado à Opus 110, êsse têrmo para um acompamúsica do século XIV, em oposição à nhamento recitativo tocado ao piano.
Ars Antiqua (1300-1400).
ARIRÉ. - (Bras., Minas Gerais). Canto. ARSE E TESE. - Arse significa em Dialeto crioulo sanjoanense. Ver também Vissungos.
ARLEQUIM. - (Bras.) Figura do auto
grego elevação, portanto, o tempo fraco, e tese significa abaixamento, logo, o
popular Bumba-meu-boi, representado por
tempo forte. Entretanto os Romanos e Medievais inverteram a significação e
Cavalo-Marinho.
usavam arse para o tempo forte e tese para o tempo fraco.
um menino, que agarra os freios do
AULO
ARTE DA FUGA ARTE DA FUGA. - [A. Die Kunst der Fuge.] último trabalho de J. S. Bach,
escrito em 1749. Contém 20 fugas e cânones, chamados contrapontos, todos baseados num só tema.
ARTE EXÓTICA DO ORIENTE..-
Debussy e Ravel foram influenciados
por esta fonte de inspiração musical: a arte exótica do Oriente, base importante do impressionismo francês.
ARTIFICIAIS, consonâncias. ~ São as que se obtêm por meio da enarmonia as que se encontram entre a sensível do
modomenor ou outro qualquer grau. Ver também Consonância.
ARUIA. - Ver Alujá. ASSAI.
[port. Bastante.] Têrmo
usado na música para modificar o andamento preestabelecido.
ASSEMBLÉ, pas. - [Ballet]. Levanta-se
uma perna para o ar, numa determinada posição; executa-se um salto com o pé que sustenta o corpo, baixam-se os pés ao mesmo tempo, de modo que cheguem ao chão numa posição fechada. ASSEMBLÉ SOUTENU, pas. - [Ballet]. Passo em que a perna descreve um movimento circular no chão. ASSOBIO-DE-FOLHA. - Ver Adjulona. ASSUSTADOS. - Ver Chôro. ATABAL ou Atabale. - Instrumento de percussão da Arábia.Sinônimo de tambor.
ATABAQUE, Tabaque ou Tambaque. (Bras.) Nome com que, na Bahia, nO Rio de laneiro e no Estado de São Paulo, são chamados os tambores, de forma oval, cobertos com couro só de um lado, e que são utilizados para marcar
o ritmo das danças religiosas (batucajés). "A palavra, de origem persa (tablak),
é corrente na Ásia e na África. Parece que tanto ela quanto o instrumento foram
introduzidos no Brasil pelos negros. Os
(grande), (D. Pierson) Rumpi (médio) e Lé (pequeno). Renato Mendonça é
o único autor a registrar o Rumpi com
a significação de tambor de barro. O Atabaque assemelha-se, pela forma, ao Batá-coto, tambor de guerra dos negros nagôs e por êstes introduzido na Bahia,
se bem que êsse instrumento, hoje desa-
parecido, fôsse feito, segundo Manuel Querino, com grandes cabaças. (Oneida
Alvarenga, Música Popular Brasileira,
303).
ATABAQUISTA. - (Bras.) Diz-se do Ver tamber tocador de atabaque. Atabaque.
ATAPU. - Grande búzio de que os in-
dios se serviam, como a trombeta, para Ver também Buzina' de Peixe. chamar os companheiros.
ATONALIDADE. - Rigorosamente, ausência de tonalidade. Significa abandono do princípio tonal clássico, isto é, evasão dos quadros da harmonia funcional.
Atonalidade e harmonia não são dois processos opostos, adversos ou contrários. Atonalidade significa, apenas, aban-
dono da harmonia funcional. Ver também Harmonia funcional.
ATONALISMO.-
Este têrmo, contendo
o sufixo grego ismós, revela mais a idéia
de um sistema, e por isso se enquadra
melhor no método que não leva em consideração as formas tradicionais da har-
monia, por ex: o Sistema Dodecafônico ou Técnica dos Doze Sons. Ver também Técnica dos Doze Sons
ATTACCA. -
Palavra que, escrita no
fim de um movimento musical, indica um
movimento que se segue a outro, sem interrupção.
ATTITUDE. - [Ballet]. Posição em que o corpo é sustentado numa perna, enquanto a outra se acha levantada para trás. Uma das variantes é: atitude à deux bras (posição com os dois braços).
AULO.
• O mais importante instru-
AVE-MARIA
AURA diária entre o oboé e o clarinete. O to-
cador de aulós acompanhava o cantor e executava solos.
AURA. - Ver Berimbau.
AURRESCU, ARRESCU.
Antiga dança do estilo popular, nos países
bascos.
AUTO.
(1) Peça teatral dramática de caráter religioso, na Espanha e Portugal, onde em geral os personagens representam mais um papel alegórico ou coletivo, que real ou pessoal. (2) No Brasil, no período de formação, o padre ]. Aspilcueta Navarro lecionava canto
aos indiozinhos, assim como os padres Manuel da Nobrega, José de Anchieta e Alvaro Lobo adotaram o drama literário para os divertimentos escolares, e os autos hieráticos para a catequese e propaganda religiosa. O teatro ligou-se a
êsses ensinamentos, e assim autos religiosos e morais eram representados pelos indios e pelos padres, em palcos improvisados. Desde 1553, têm-se notícias de
autos dessa natureza. (3) Pecas dramáticas de caráter religioso e profano, de enrêdo popular, com bailados e cantos, representados no ciclo das festas de Natal (dezembro-janeiro).
AVANT, en. - [Ballet]. Um passo executado para adiante. Por exemplo: glissade en avant (escorregando para diante).
AVE-MARIA. - Oração usada na Igreja Apostólica Romana. Com o mesmo titulo existe uma peça musical de Schu-
bert e outra de Gounod, esta última sobre o acompanhamento do primeiro prelúdio do Cravo bem temperado de Bach, porém não passam de simples músicas sentimentais.
.B B. - Ver A; Tom. (1)
BAIANO. - (Bras.) É uma dança de
BABAÇUE. - Ver Macumba. B-A-C-H. - Iniciais com as quais o com-
pares solistas: um homem e uma mulher, com sapateados, palmas, umbigadas, me-
o terceiro tema da fuga inacabada da
uma castanhola de dedos que as subs-
positor Johann Sebastian Bach compôs
Arte da Fuga, de acôrdo com a notação musical alemã: (B) Si-bemol; (A) La;
neios e com uso de castanholas ou de titui. Os Baianos, quanto às suas características especificamente musicais, são melodias sincopadas, parentes do re-
(C) Dó; (H) Si-bequadro.
frão e dos lundus, das chulas e ou-
estiliza, e, sim, desfigura com indiscutível
se destinam a danças cheias de movimentos de ancas.Caracteriza-o também
BACHIANAS BRASILEIRAS. Série de nove peças em que Vila-Lobos não
liberdade certos processos contrapontisticos aplicados ao folclore brasileiro. A
tras, revelando no seu corte rítmico que
a frequência de refrães instrumentais, em curtos arpejos.
série das nove Bachianas está distri- BAIÃO. buída para os seguintes conjuntos orquestrais: n° 1, para conjunto de cellos;
- (Bras.) No Nordeste e Norte
do Brasil, chama-se baião ou rojão a um pequeno trecho puramente instrumental,
para piano e orquestra; n° 4, para grande
que, nos Desafios, os contendores executam para dar tempo ao adversário de
orquestra; n° 5, para canto e conjunto
preparar a sua resposta. A partir de
de cellos; n° 6, para flauta e fagote; n° 7 e 8, para orquestra, e 9, para orquestra
1946, o sanfoneiro Luís Gonzaga divulgou o baião, pelas estações de rádio do Rio de Janeiro.
n° 2, para orquestra de câmara; n° 3,
e vozes. Vila-Lobos conquistou com a
série das Bachianas Brasileiras uma verdadeira assimilação do vigor da obra
de Johann Sebastian Bach.
BACKGROUND. - Fundo musical. Nome que se dá as partes secundárias ou não solistas de uma peça musical.
BAG-PIPE. - [A. Dudelsack: Sackpfei[e: F. Musette; It. Zampogna]. Espé~
cie de cornamusa escocesa, usada no exército inglês.
BAGATELA. - Nome dado a uma peça pequena, geralmente para piano solo.
Expressão muito usada por François Couperin, em suas Pièces pour Clavecin.
BAIANA. - (Bras.) Baile popular, dança de gente pobre. Fobó; Funganga. Brin-
BAILADO CLÁSSICO. - O significado do Bailado clássico estabelece um nexo
determinado nos sete movimentos bá- plié; tendu; relevé; sicos, que são: glissé; sauté; élancé e tournant. Éstes
elementos que, em conjunto, formam o alfabeto da coreografia, se equilibram sempre dentro da obra, mas geralmente esta se apóia num ou noutro dêsses ele-
mentos, e adquire sua supremacia. Note-se que, em tôdas as danças de cunho clássico, os bailarinos têm uma função mais ou menos estável.
BAIXO. - Voz humana masculina grave.
BAIXO CIFRADO. - Método que indica numeracão arábica escrita sobre as notas
BALLONNE
BAIXO CONTINUO de designar os intervalos e acordes a se-
rem executados. Esse sistema foi muito usado no período Barroco.
"- Desde as teorizações de Zarlino,
vinha se firmando a precisão duma série
de sons graves servindo de base pros encadeamentos sonoros. Si na Polifonia a voz mais grave está em igualdade de importância com as outras, pra formarem todas juntas um corpo sonoro essencialmente horizontal, na Harmonia os acor-
des verticais precisam duma base que os alimente e lhes conceda uma razãode-ser lógica.
E o Baixo que exerce essa função,
fundamentadora, geradora e concatenadora dos acordes. Esse Baixo da Harmonia tem importância idêntica à da
Melodia que ele acompanha.
"Con-
tendo em potencia a Melodia", como diz bem Pannain, o Baixo forma com a Me-
como para a literatura. Ver também Trovador.
BALAIO. - Ver Fandango.
BALALAICA.
Instrumento de três
cordas, da familia do bandolim. Muito
usado pelos russos; caracteriza-se por um corpo triangular e um braço comprido.
BALANCÊ, pas. - [Ballet]. Nome dado à flexão e ao efeito de estender os joe-
lhos, dando-lhes um certo ritmo balanceado.
BALÃO FACEIRO. - (Bras.) Dança que faz parte de uma espécie de quadrilha, denominada Mana-Chica, em Campos, Estado do Rio de Janeiro.
Ver também Mana-Chica. BALLERINE. - [Ballet.]. Palavra tirada do italiano ballerina, ou do francês baller. O que exercita a arte da dança.
lodia uma união vegetal de que êle é a raiz
BALLET. - [Ballet]. Têrmo extraido
e ela a flor. Surgiu dessa necessidade o Baixo Continuo, firmado desde a úl-
do italiano ballare. "Ação dramática
tima década do século XVI. Nos manuscritos de então só ele e a Melodia estão escritos musicalmente. Os outros sons dos acordes são indicados por numerosos correspondentes aos intervalos
A
que êsses sons formam com o Baixo. A isso chamaram de Baixo Numerado. teoria dele já está fixada por Ludovico
Grossi da Viadana nos seus "Concertos Eclesiasticos" de 1602"
expressa em bailado e pantomima, acom-
panhada de música." (Bachelet)
BALLET BLANC. - [Ballet]. Bailado da Escola clássica pura, executado por um conjunto de bailarinas, vestidas com a roupa tradicional de tarlatana branca,
no ballet "La Sylphide" (1830). Um dos exemplos do ballet blanc é o segundo
ato de "Giselle", um dos mais famosos bailados da época romântica.
(Mário de Andrade.Compêndio de BALLET DE COUR.
Bailado pala-
ciano, pantomima dançada e cantada; História da Música, pág. 66). teve o seu comêço em 1653, com o Ver também Continuo. Ballet de la Nuit. Ver Baixo BAIXO CONTINUO. BALLET DE LA NUIT. - Ver Ballet cifrado. BAIXO OBSTINADO ou Basso ostinato. - Uma frase melódica, normalmente de quatro a oito compassos, repetida diversas vêzes, como linha do baixo, variando somente as estruturas melódicas e
harmônicas, acrescentadas na parte su-
perior. Em inglês Ground.
BALADA.
de cour. BALLON. ~- [Ballet].Consiste na ele-
vação e queda, suave e elastica, dos pés, à maneira de um balão, na execução de saltos. Durante o reinado de Luiz XIV,
existiu um bailarino famoso chamado Ballon, que, segundo consta, justificava
o seu nome pela elasticidade de seus saltos.
[F. Ballade; It. Ballata]. Têrmo derivado do italiano Ballare, que
BALLONNE. - [Ballet]. Têrmo que se
quer dizer bailar. A palavra Balada
dá à execução de bailados em saltos
tinha tanta significação para a música,
flexíveis e movimentos amplos.
BAPO-ROGU
BALLONNE
BALLONNÉ, pas. - [Ballet]. Este BANDA MILITAR. - Ver Banda de passo é composto de um coupé (passo cortado)e um développé (movimento desenvolvido), que pode ser en avant ou en arrière. Executa-se com ou sem salto, segundo seja usado em allegro ou adage.
BAM-BA-LA-LAO. - Canto
popular de roda, no Brasil, de origem direta do francês com o sincretismo do ameríndio e a fusão de tôdas as raças que influi-
ram na formação da melodia popular infantil.
BAMBAQUERE.
Música.
BANDA SINFÔNICA. - Na Banda Sinfônica, além dos instrumentos de sôpro usuais, figuram também instrumentos
de arco, instrumentos de corda, tais
como harpa, banjo e piano e ainda outros. de percussão, como tímpanos, celeste, etc.
BANDOLIM.
- Instrumento de quatro
cordas duplas em uníssono, afinadas: Mi-Lá-Ré-Sol. O bandolim deriva do
alaúde. Os italianos chamavam-no Man-
- (Bras.) (1) Dança dolino e os franceses, Mandoline. Vide dos negros africanos. Um círculo de fig. 1. homens e mulheres que cantam uma BANDONEÓN. - Ver Acordeão. toada com estribilho, ao som de palmas cadenciadas em aplausos, a um ou dois
BANGULE. - Dança dos negros, ao
dançadores que, no centro da roda, exe-som da puita, de cantigas obscenas, cutam vários passos e figuras. (2) Ver palmas e sapateados. Macedo Soares, Dicionário • Brasileiro da Lingua Portutambém Fandango.
BAMBELO. - (Bras.) Dança em círculo, cantada e acompanhada com instrumentos
guêsa.
BANIA. - Ver Banjo.
de percussão. No Rio Grande do Norte,
BANJO. - Instrumento de cordas dedipelas praias da capital, é o mesmo que lhadas; possui um braço comprido e o Côco-de-roda.
BANDA DE CAVALARIA. - Na Banda de Cavalaria (fanfarra) usam-se os clarins.
BANDA DE CONCERTOS. - Ver Banda de Música.
BANDA DE CORNETEIROS. - Ver Banda Marcial.
corpo em forma de um grande pandeiro. Instrumento típico dos negros americanos. Foi importado pelos escravos da África ocidental, onde era conhecido por "Bania' São cinco os tipos de banjo: Grande-banjo; Banjo-alto; Banjo-violão;
Banio-bandolim e Banjo-cavaquinho. Vide fig. 2.
BANJO-ALTO. - Ver Banjo.
BANDA DE MúSICA. - [A. Harmo- BANJO-BANDOLIM. - Ver Banjo. niemusik]. O têrmo banda remonta BANJO-CAVAQUINHO. - Ver Banjo. aos antigos exércitos dos povos orien-
tais, gregos e romanos. A Banda de Música moderna, também chamada Banda Militar e de Concertos, emprega todos os instrumentos de sôpro da orquestra moderna e mais um elevado número de novos instrumentos.
BANDA MARCIAL ou de Corneteiros. - A Banda Marcial compreende o em prêgo de cornetas de tamanhos diversos,
tambores militares ou de guerra (caixa surda) e caixas claras ou rufos.
BANIO-VIOLÃO. - Ver Banjo.
BAPO. - (Bras.) Instrumento musical, de proveniência ameríndia, dos Bororos
Orarimugudoge, do rio Araguaia, no Estado de Mato Grosso. Ritmador de cantos e danças, uma espécie de maracá.
Ver também Maracá.
BAPO-ROGU.
(Bras.) Tipo menor
do instrumento de proveniência ame-
ríndia, chamado Bapo. Варо.
Ver também
BATTEMENT DEGAGE
BAQUETA BAQUETA. - [A. Schlaegel; F. Baguettes; It. Baquette.] Pequenos pauzinhos
com os quais se fazem vibrar os tambores.
BARBERSHOP HARMONY. Harmonia cromática.
BASSO CONTÍNUO. - VER Baixo cifrado.
BASSO OSTINATO. - [It.] Ver Baixo obstinado.
Ver BASTÃO DE RITMO. -
BARCAROLA. - [port. Barca]. Uma canção de barca dos gondoleiros vene-
zianos. Pode ser também composição instrumental ou vocal, geralmente em compasso de seis por oito, ou doze por oito, na imitação monótona do movimento das ondas e das barcas.
BARITONO. - Voz humana, masculina média.
BARRA DE COMPASSO, Travessão. - Linha vertical cortando a pauta, da quinta linha à primeira, limitando, dêsse modo, os valores necessários ao preenchi-
mento do compasso. Essa linha recebe o nome de barra de compasso ou travessão
(Bras.) (1)
Longa haste ornamentada de plumas e de desenhos em alto relêvo, com ponta de lança móvel. E a insignia dos chefes de muitas tribos dos Uaupés e Japurás
(2)
Bastão para encaminhar certos tipos de danças. Ver também Murucu.
BATÁ. - (Bras.) Pequeno tambor enfeitado de guizos, com duas membranas, usado nas cerimônias religiosas.
BATÁ-COTó.
(Bras.)
Atabaque
usado pela tribo Egbá, por ocasião dos levantes. Depois da insurreição de 1835, fôra proibido na Alfândega o despacho
dêsse instrumento. Quando o africano ouvia o toque do batá-cotó ficava aluci-
nado. BATE-BAÚ. - (Bras.) Espécie de samba,
na Bahia, hoje desaparecido. A dança consistia em inclinar o busto para trás,
BARRA DE COMPASSO
BARRABADAS. - Ver Mana-Chica. BARRE. - [Ballet] Barra fixa, em sentido horizontal, a fim de servir de apoio para uma série de exercícios.
BARROCO. -
Período da história da música, (1600-1750), importante e bem definido, dentro do quadro geral do desenvolvimento cultural. Do ponto de
vista estilístico, a música barroca
caracteriza, principalmente, pela técnica
do baixo continuo, que leva a uma tessitura de dois contornos principais melodia e baixo.
BARULHADORES. - (Intona Rumori) Instrumentos que imitam os ruídos da vida moderna, inventado por Luiz Russolo.
BAS, en. - [Ballet] Aplica-se à quinta posição dos braços, para diferençá-la da
mesma posição en avant ou en haut.
com as pernas arqueadas, unindo o
baixo-ventre e produzindo, dêste modo, um ruído igual ao estalido de uma caixa de madeira. Era dançada aos pares, um
por um. BATE-CAIXA. - (Bras.) Uma espécie
de jongo; difere dêste pelo bambelo e as contorsões, reviravoltas e agilidade. Ver também longo. Bambelô.
BATE-PÉ. - (Bras.) Dança popular, nitidamente paulista, com a vivacidade,
o colorido e a graça das danças do Norte.
BATTEMENT. - [Ballet]. Palavra que significa, na dança, o ato de separar e
aproximar as pernas.
BATTEMENT DEGAGÉ. - [Ballet]. Exercício para dar flexibilidade às viri-
lhas, fortalecer e dar elasticidade aos musculos que formam a barriga da perna, proporcionando uma correta posição ao
BATTEMENT FRAPPÉ
BERGAMASCA
BATTEMENT FRAPPÉ. - [Ballet].BE-BOP E COOL JAZZ. - Novas esExercício que movimenta o joelho e o pé. Levanta-se a coxa em movimento circular
colas de jazz que tiveram início por volta
de 1942 - produtos de reação contra o
o mais possível para trás. O exercício período swing - as quais obedecem a deve ser executado suavemente, tanto na uma nova concepção, procurando, assim, novos caminhos para o desenvolvimento subida, como na descida da perna..
BATTEMENT RELEVE.
do estilo. O Be-Bop também é conhecido
[Ballet].
Exercício para fortalecer e dar flexibilidade às virilhas.
BATTEMENT TENDU.
como MODERN SOUND ou NEW
SOUND.
BÉBÉ. - Ver Abebé. [Ballet].
Excelente exercício para fortalecer e dar
elasticidade aos musculos da perna e do
BÉCARRE. - Ver Acidentes.
BECKEN. - Ver Pratos.
pé. O movimento compreende a arti-
BEL CANTO. - O têrmo significa uma culação dos quadris e dos pés mantendo-técnica vocal do século XVIII, com a se o joelho firme.
BATTERIE. - [Ballet]. Representa todo o movimento em que os pés se entrelaçam no ar, ou em que as pernas se tocam entre si, no ar.
beleza da voz e do seu brilhantismo, em
contraposição à expressão dramática e às emoções românticas.
BELLS. - Ver Sinos Tubulares.
(Bras.) Ritmo de ba-
BEMOL. - [A. Be: F. Bémol: I. Flat; It. Bemolle]. Ver Acidentes.
instrumentos de percussão, onde os versos
BENDENGUE. - (Bras.) Jongo, dança
BATUCADA.
tuque. Baile afro-brasileiro, com apenas
são cantados e respondidos pelo côro.
BATUCAJÉ. - (Bras.) Dança negrobrasileira, de caráter religioso, do tipo do batuque e reduzida ao motivo primi-
dos negros da Costa, ao som da puta e cantigas africanas, espécie de bangulê (Macedo Soares).Ver também Jongo.
BENDITO. -
Canto religioso, iniciando
tivo da dança de roda, levada a efeito em uníssono a palavra bendito, para acompanhar as procissões ou as visitações pelas filhas-de-santo.Palavra hibrida de batuque, de origem bântica, e do ao Santíssimo.
ioruba ajéh: feiticeiro.
BATUQUE. - (Bras.) Dança de origem angola-conguense, que possui, entre nós, as mais antigas referências. Viajantes
portuguêses encontraram, em Angola e
no Congo, o batuque com as mesmas características que entre nós. É dançado
em roda constando de dançarinos, músicos (sÔmente instrumentos de percussão)
e espectadores. A dança consiste em meneios das ancas, sapateado, palmas e estalar de dedos. No meio da roda ficam
os dançarinos aos pares ou sozinhos
fazendo suas exibições. Como elemento
BENEYTO FOI. - Precioso monumento do idioma galaico-português; é uma das Cantigas de Santa Maria, do rei Afonso
X de Leão e Castela, cognominado o "Sábio", que foi também um ilustre trovador. Beneuto Foi é em honra da Anunciação da Virgem.
BEQUADRO..
• [A. Aufloesungszeichen;
F. Bécarre; I. Natural; It. Bequadro]. Ver Acidentes.
BERCEUSE. - Ver Acalanto.
BERGAMASCA. - (1) Durante o século XVI e XVII, foi uma canção popular no
específico, há a umbigada dada pelo distrito de Bérgamo, no norte da Itália. (2) Já no século XIX, a bergamasca dançarino ou dançarinos solistas num dos espectadores para que os substitua.
transformou-se numa dança ligeira, em
Hoje está quase completamente em tempo de seis por oito, semelhante à
BOCHINCHE
BERIMBAU
BERIMBAU. - Pequeno instrumento BIRICO. - (Bras.) Personagem cômico usado pelas crianças. Consiste num de um auto familiar ao do Bumba-meupedaço de ferro em forma de ferradura, no qual existe uma lingüeta. Executa-se
boi, no Rio Grande do Norte, fazendo, com Mateus, rir a assistência, contando
colocando a parte curva entre os dentes, anedotas. Ver também Bumba-meu-boi. formando, dêste modo, a bôca uma caixa de ressonância, e batendo-se com o dedo na lingueta. Ver também Urucungo
BIRRO. - Nome dado às baquetas que
Ver
BITONALIDADE. - Uso simultâneo de
BERIMBAU DE BARRIGA. Urucungo.
BERRA-BOI.
(Bras.) Instrumento feito com uma tabuinha, prêsa a uma
corda, que se amarra a um cabo. Agitada no ar, produz um zumbido forte, espécie de urro.
- "O nome com que o registro corre pelo menos em duas cidades mineiras:
Varginha (sul), Lavras (oeste). O folclorista mineiro Flausino Rodrigues Vale registra a forma Urra-boi. Berraboi é o equivalente exato da expressão inglêsa bull-roarer, com que os explo-
fazem vibrar o tambor.
duas tonalidades diferentes.
BIVA.
- Alaúde em japonês.Ver também Alaúde.
BLACK-BOTTOM. - Dança caracteristica dos norte-americanos, iniciada por volta de 1926.
BLOCKFLÖTE. - [F. Flüte à bec: I Recorder: port. Flauta reta de bico]. Instrumento que possuía sonoridade se-
melhante à ocarina. Muito usado na época Tudor e nas peças de Shakespeare.
radores batizaram o mesmo instrumento BLOCO. - (Bras.) Diminutivo popular encontrado na África. Aliás, o Berra-de rancho. Rancho pequeno, não de
boi é um instrumento primitivo de larga área de utilização e função quase sempre
agrupação fortúita de foliões, mas com
músicas ensaiadas, estandarte e, até mágica. "Rodney Gallop informa que, alguns, com intenções de crítica social nos Açores, os zumbidores são usados ou política. como brinquedos pelas crianças e que
Andrew Lang os identificou comOS
BLUE NOTES. - Um balanceio em
mágico para provocar a chuva. E ainda
mente uma bemolização da terça, às
nos Açores os velhos proibem os garotos
vêzes da quinta. Esse processo dá uma
de brincarem com os zumbidores no
impressão estrutural da escala pentato-
certos graus da escala, na música de rhombos usados nos mistérios da antiga Grécia. E ajunta que em certas tribos jazz, que produz uma alteração constante primitivas da Nova Guiné é instrumento entre os modos maior e menor, especial-
tempo das colheitas, para não perturbar nica ou hexatônica. o tempo." (Oneida Alvarenga, Música BLUES. - Manifestação musical dos nePopular Brasileira, 305).
gros americanos do norte, exclusivamente
individual. O blues, segundo elemento
BESUNTÃO DA LAGOA. - (Bras.) Cantiga popular de roda, de origem na criação do jazz - e certamente o hispano-africana, com o sincretismo do mais importante - parece manifestar ameríndio e tôdas as raças que entraram na formação da melodia popular infantil.
BHAIRAVA. - É uma raga da Índia. Expressa reverência e pertence ao cre-
púsculo. Ver também Raga.
mais vivamente do que qualquer outra forma jazzística o anseio de libertação
que possuía o povo negro dos Estados Unidos da América do Norte. Há elementos do canto africano. Teve início no fim do século passado, (c. 1870).
BOI
BOTIJA
BOI. - (Bras.). Figura do auto popular BOMBARDINO, ou Saxhorn Baixo. Ver Saxhorn. Bumba-meu-boi, representando um arcabouço de boi, por baixo do qual se oculta
uma pessoa.
BOMBO. -
[A. Grosse trommel; F.
Grosse caisse; I. Bass Drum; It. Gran
BOI BARROSO. - (Bras., Rio Grande cassa]. Tambor grande, de forma cilindo Sul). Toada musical mais popular do drica, com o corpo de madeira e com pele
nas duas bases. Também chamam-no Rio Grande do Sul. Com essa melodia Buribo ou Zabumba. são cantadas, indiferentemente, quaisquer trovas tradicionais do cancioneiro BOOGIE-WOOGIE. - Estilo pianístico
gaúcho, escoradas no refrão:
Adeus, priminha,
Que eu vou-me embora Não sou daqui, Sou lá de fora. O verdadeiro estribilho é:
Meu Boi Barroso, Meu boi pitanga, O teu lugar É lá na canga.
BOI, BOI, BOI. - (Bras.) Acalanto muito vulgarizado na Bahia.
BOI-BUMBA. - Ver Bumba-meu-boi. BOI-CALEMBA. - Ver Bumba-meu-boi. BOI-DE-MAMAO. - Ver Bumba-meu~ boi.
BOI-DE-REIS. - Ver Bumba-meu-boi.
BOI-SURUBI. - Ver Bumba-meu-boi.
BOITE À MUSIQUE. - Ver Caixa de
Música. BOITEUX. - [Ballet]. Um passo característico da mazurca.Salto repetido
com a mesma perna. BOLE-BOLE. - Na Bahia, é uma espécie de samba.
no Jazz. As execuções de boogie-woogie imprimem ao piano sua verdadeira condição jazzística de instrumento de percussão.
BOQUILHA.
Bocal dos instrumentos de madeira. Pequeno tudo de ébano ou de marfim. A boquilha é uma peça importante; os executantes de clarinete dão-lhe muito valor.
BORA. - (Bras.) Som grave produzido pelo sôpro feito com as mãos fechadas
com que, numa combinação de sopro e
dedos, se obtêm tôdas as notas da escala musical.
BORBOLETA. - (Bras.) Reisado, provâvelmente de origem sergipana, sendo composto de diversas cenas e de diversos quadros; pode ou deve ser considerado a primeira manifestação da ópera
cômica ou burlesca no Brasil. Também
chamado Reisado do Maracuiá e do Pica-pau.
BORDADURA. - [A. Wechselnote; F. Note d'appoggiature; It. Note cambiata].
A bordadura significa uma segunda maior ou menor, superior ou inferior, que substitui uma nota do acorde.
BORÉ. - (Bras.) Flauta de cana ou taboca dos indigenas tupis. Buré. Ver
também Toré.
BOLERO. - Dança espanhola, provävel-
BOTIJA. - (Bras.) Instrumento que re-
mente inventada pelo célebre dançarino
presenta um vaso cilíndrico, de pedra ou de barro, de bôca estreita, gargalo curto e pequena asa.
de Cádiz Sebastião Cerezo, cêrca de 1780. Sua música é em tempo ternário moderado, acompanhada por castanho-
"A mais velha referência que sôbre
las. (2) O bolero cubano é originário
o instrumento encontro data de um livro
da mistura do espanhol e do negro. Sua música é em tempo binário, em dois por
publicado em 1728 (o "Compêndio Nar-
quatro.
rativo do Peregrino da América" de Nuno Marques Pereira), que o cita entre
BOTIJÃO
BUSCA-TIBIA
instrumentos usados pelos negros nos seus Calundus, provavelmente cerimônias de feitiçaria. Melo Morais Filho
BRAS, demi. - [Ballet].Braços levantados, entre a primeira e a segunda po-
sição, à altura média.
indica-o em livro de que o prefácio da primeira edição é de 1904 (História e
BRATSCHE. - Ver Viola. Costumes), como usado entre o instru- BRAWL. - Ver Branle. mental das duas Cheganças. Rodrigues de Carvalho refere-se a êle, talvez na BREU. - Ver Resina. Paraiba, como instrumento que ao lado BRIDGE. - Ver Cavalete. da viola é usado em sambas e no Desafio. Nenhum dêsses autores o define. BRILLANTE. - [port. Brilhante]. PaApenas o último escreveu uma linhas pelas quais parece que se trata realmente
de uma botija e em que dá uma idéia do
modo de executá-lo: "Ao lado do tocador de viola, que é ao mesmo tempo o cantador, o contendor em desafio empunha um botijão, manejando num - vibrante ti-rim-tim-tim uma chave de porta,
segura entre o polegar e o anular, ou
produz o mesmo som com uma moeda de
cobre - o dobrão." Na roda de São Gonçalo de Tacaratu (Pernambuco). idêntico processo de execução é aplicado
a uma cuia. (Oneida Alvarenga, Misica Popular Brasileira, 306).
BOTIJAO. - Ver Botija.
BOURRÉE.
[Ballet].Danca rústica
da região de Auvergne, antiga província
da França. Mais tarde, transferiu-se, como bailado, para a Côrte de Margarida de Valois, até fins do reinado de Luiz
XIII.
BRAGUINHA.
Ver Cavaquinho:
lavra • empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
BRISE. - Arpejado. BRISE, pas. - [Ballet]. Passo que se pode iniciar ou terminar com um ou dois pés. Suas execuções com os dois pés são: Dessus (em cima); dessous
(debaixo); devant (diante); derrière
(atrás). Com apenas um pé se chama
brisé volé. BOCUMBUMBA. -. Ver Urucungo. BUGLE SOPRANINO. - Ver Saxhorn. BUGLE SOPRANO. - Ver Saxhorn. BUMBA-MEU-BOI. - (1) O Bumbameu-boi é uma variante do Monólogo do Vaqueiro de Gil Vicente, que, por sua vez, copiara êsse auto das danças de Aguinaldo, representações nos cantares das janeiras, que tinham o nome
de Festas do Aguinaldo, o que quer
dizer: Boi-nascido, Aguinaldo (o Agnus
Ver Branle.
Dança dramática equinocial). (2) brasileira (também chamada Boi-bumbá,
BRANLE. - [Ballet]. É a mais antiga
na Amazônia; Boi-Surubi, no Ceará, e Boi-de-mamão, em Santa Catarina).
Machete.
BRANDA.-
dança de origem francesa, cujas figuras
são conhecidas. Foi popular até o sé-
culo XVII.Arbeau Thoinot, no seu livro Orchésographie (1588), dá 23 variações dessa dança e a apresenta como sendo alegre e viva. Rameau, no livro Maître à Danser (1725), já a menciona
como dança grave e majestosa, com a qual Luiz XIV abria os bailes da Côrte.
BRAS bas. - [Ballet]. A quinta posição dos braços en bas (para baixo).
Seu desenvolvimento consiste numa série de pequenos quadros independentes, caracterizados pelo aparecimento sucessivo de vários personagens, e concluido com a morte e ressurreição do boi.
BUMBO. - Ver Bombo. BURÉ. - Ver Boré. BUSCA-TíBIA. - Flauta feita com ossos de animal.
BUTORI BUTORI.
BUZO Instrumento brasílico de
percussão, usado pelos indigenas, com dentes de animais, conchas, sementes, em cordéis que amarravam ao tornozelo.
BUXUM. - Flauta de madeira da antiga
parte mais estreita, um orifício ajustado
como embocadura, em que os pescadores sopram, produzindo um som rouco e profundo, para anunciar peixe fresco. Ver também Uatapu.
Grécia.
BUZINA DE PEIXE. - (Bras.,
Santa Catarina). Instrumento usado pelos pescadores de Santa Catarina. Uma buzina composta de um chifre de boi, tendo, na
BúZIO: indios.
(Bras.)Instrumento dos
BUZO. - (Bras., Rio Grande do Sul). O mesmo que violão.
C C. - Ver A; Tom. (1)
sica é instrumental, executada com pifes
CABAÇA. - Ver Piano de Cuia. CABAÇAL. - (Bras.) Conjunto instrumental composto de dois zabumbas (percussão) e dois pifres (sôpro). Estes
(flauta reta de bico) e zabumbas (percussão). CABOCOLINHOS. - Ver Caboclinhos.
CABRIOLE. - [Ballet]. Passo de batterie, em que uma perna se levanta numa determinada posição, enquanto a que sus-
conjuntos percorrem os sertões de Per-
nambuco, Paraiba eCeará, executando valsas, marchas, galopes, modinhas e rodas.
tenta o corpo se levanta até tocá-la no
ar. Pode ser executado em tôdasas
"Ignoro a origem e razão da palavra Cabaçal. Derivada de cabaça? Entre
direções do corpo e também en tournant. CACHEADA. - (Bras.) Auto do va-
OS três grupos queFredericoRondon
queiro no qual entram em cena: o Rei;
menciona entre os Bororos ocidentais, há o dos Cabaçais, do rio Cabaçal e dos
a Cacheada (bailarina provecta que representa o papel de secretário do Rei);
campos da Caiçara, presumivelmente extintos. E a única outra aplicação da pa-
lavra que conheço. Quanto ao conjunto, em Portugal, e creio que na Europa em geral, há associações instrumentais seme-
lhantes a essa. Jaime Lopes Dias, por exemplo, registra a existência na Beira
de um grupo chamado Bombo, que participa das romarias, "constituido por dois bombos, duas caixas ou tambores, dois pifaros e dois ferrinhos e, além
dêstes, pelo grupo coral". (Oneida Alvarenga, Música Popular Brasileira, 307).
CABINDA. - (Bras.) Dança de negros no desfile do Maracatu. Em Recife, chama-se Cabinda Velha. CABOCLINHOS. - - (Bras.) Bailado de
inspiração ameríndia exibido pelo carnaval, nos Estados da Paraíba, Pernam-
OCaboclo;
o Mandu; a Maria Teresa;
Lavadeirae depois
Cambrainha
(cavalo completamente branco); o Engenheiro; a Cobrinha verde: o Vaqueiro e
o Boi.Sendo todos os reisados variantes do Bumba-meu-boi, as evoluções são quase as mesmas, diferindo somente na
música e nos textos
CACHUCHA.
(Bras.) Dança origi-
nária da Espanha e de coreografia igual à do fandango e do bolero. Ver tam-
bém Fandango. CACOFONIA. - [G. kakós, mau; phoné, som]. Sons desafinados ou desagradáveis ao ouvido.
CADÊNCIA. - (1) Pequeno trecho melódico, livre, escrito em caracteres meno-
res e cujo valor não figura na divisão dos compassos. (2) Cadência, do latim
buco e Rio Grande do Norte. Sua co-
cadere, cair, emprega-se, em Harmonia,
reografia representa atividades de caça e guerra, cuja importância é muito grande pela habilidade dos dançarinos, em que pés, pernas e corpo realizam extraordi-
para designar os repousos que caracte-
tares, emprega-se, com relação ao anda-
nárias proezas de movimento.Sua míl-
mento nacional, cadência 120.
rizam as terminações de membros de fase, ou períodos. (3) Nas bandas mili-
CADENCIA
CANDONGUEIRO
CADOR
CADOR. - Ver Antara. CAIAPÓS. - (Bras.) Dança dramática de inspiração americana, executada atual-
mente no Estado de São Paulo, espécie de Caboclinhos. Não têm cantigas nem
CANÇÃO DE FIAR. - Ver Canção de
História. CANÇÃO DE HISTÓRIA. - (Chanson d'histoire) ou Canção de fiar (Chanson de toile). É uma espécie de poema épico
cussão: tambor, caixa, pandeiro, reco-
resumido, no qual uma história de amor é adaptada a uma melodia relativamente
reco. Os participantes são armados de
curta, cantada tantas vêzes quantas forem
arco e echa. Ver também Caboclinhos.
as estrofes do poema. O nome Canção
CAIPORINHA. - (Bras.) Figura fan-
de fiar parece significar que estas his-
música, apenas instrumentos de per-
tástica do auto popular Bumba-meu-boi, representada por um menino ou rapaz, com uma urupema à cabeça coberta com um lençol ou uma saia branca que cai ao longo do corpo.
CAISSE CLAIRE. - Ver Caixa de rufo.
CAISSE ROULANTE. - Ver Tarol.
CAIXA DE MúSICA. - Caixa com cilindro cheio de pontes que, ao girar o
cilindro, ferem lâminas de aço, produzindo, dessa forma, música.
CAIXA DE RUFO. - [A. Wirbeltrommel; F. Caisse roulante; I. Tenor-Drum; It. Tamburo rullante]. É um tambor que fica entre o Tarol e o Bombo.
CALANGO. -,
tórias eram feitas especialmente para as
mulheres, enquanto as Chansons de geste
eram para os homens. A canção de fiar Belle Doette conta como uma dama, num castelo, esperando pelo seu senhor, recebe a notícia de que êle foi morto num torneio, em terras distantes. Escrita na língua de oïl e usada pelos trovadores
do norte da França (Trouvères), desde o início ao fim do século XI. A melodia,
rica e ornada, termina num lamento do loroso: Bele Doette as fenestres se siet Lit en un livre, mais au cuer Me len tient, De son ami Doon li ressovient, Qu'en autres terres est alez tournier.
(Bras.) Dança e canto
populares em Bicas, Caratinga, Barba-
cena, (Minas Gerais), e também no Estado do Rio de Janeiro. No Nordeste
brasileiro, somente o canto é conhecido sem que exista a dança.
CALATA. - [It.] Dança em tempo binário.
CAMALEÃO.
Dança rural do Rio Grande do Norte.
E'! or en ai dol
Uns escuiers as degrez de la sale Est dessanduz: s'est destrossé sa male.
...
En mon Dieu, Dame, nel vos quier mais celer:
Morz est Mes sires, ocis fu au joster,
E'! or en ai dol
CAMPANE. - Ver Sinos Tubulares.
CAMPANETTA. - Ver Carrilhão.
CANA-VERDE, CANINHA VERDE. (Bras.) Dança popular, de origem portuguêsa,existente no Brasil, especial-
mente no Centro e Sul. Consiste na
fl
mudança de lugares que os pares fazem
com os pares fronteiros ou da outra roda. Essas mudanças de lugares lem-
CANDEIA. - (Bras.) [Jôgo coreográfico adulto]. É uma dança obrigatória nos pousos de folia e parece ser original dos sertões goianos.
CANDOMBLÉ. - Ver Macumba.
CANDONGUEIRO. - (Bras.) Atabaque de som agudo usado na dança, no
CANTIGAS DE SANTA MARIA
CANGÁ CANGA. - (Bras.) Instrumento músico africano, feito de cana ou bambu, com
orifícios, e tendo as extremidades techadas pelos gomos da própria cana. (Pereira da Costa. Vocabulário Per-
nambucano, 175). CANGOEIRA. - (Bras.) Instrumento usado pelos indigenas do Brasil, espécie de flauta, feita de osso dos mais célebres guerreiros mortos.
CANINDE IUNE. - (Bras.) Melodia de música primitiva ameríndia. Canção Fauniana, que celebra a beleza da ave
amarela, recolhida, no século XVI, por Jean de Léry.
CANTADOR. - (Bras.) Legítimo representante dos menestréis, trouvères e minnesingers. Cantor popular do Este, Centro e Nordeste do Brasil.
CANTATA. - Forma vocal do período Barroco, que consiste em diversos movi-
mentos, como: árias; recitativos; duetos;
côro; baseada num texto narrado-lírico, dramático ou religioso. A cantata de câmara é profana; a de igreja é religiosa.
CANTIGAS DE CAMINHO. - (Bras.,
Minas Gerais) (Cantigas de trabalho). Um vissungo em que o negro gaba as qualidades de seu cavalo. Na segunda parte da cantiga, incita-o a que ande
depressa. Ver também Vissungo.
CANTIGA DE CEGO. - (Bras.) Pregão. As cantigas de cego são em geral
Ca-Rin-derfa-ne.Ca-ain-de-lu-neheu-ra
tristonhas e monótonas.
CANINDE IOUNE. - Ver Canindé lune.
CANINDE YOUNE. - Ver Canindé lune.
CANJERE. - [Dança] (Bras.)
Em
Minas Gerais, significa também feitiço. De procedência afro-negra, é uma dança
que se divide em duas partes: na primeira põe-se o verso, enquanto os pares
rodopiam, ao som da sanfona; na segunda, soltam-se os pares, ficando o
cavalheiro em frente à dama, marcando os dois o ritmo em sapateado.
CANIIRA. - Ver Canierê. CANOA. - (Bras.) [Jogo coreográfico
adulto]. A Canoa é exatamente o
jogo puro, sem nenhuma participação da dança.
CANONE. -
Composição polifônica, de forma mais rigorosa no estilo, em que
as vozes se reproduzem umas após as outras; é também uma das formas mais antigas, se não a mais antiga. O primeiro
exemplo conhecido dessa forma de com-
posição é o cânone: Sumer is icumen in. Ver também Sumer is icumen in.
CANTABILE. - [port. Cantado]. Palavra empregada em música, quanto ao
CANTIGAS DE MULTA.
(Bras.,
Minas Gerais) (Cantigas de trabalho). Este vissungo significa saudação a um senhor estranho que chega ao serviço. Os trabalhadores intimam o visitante a dar-lhes alguma coisa - pagar a multa. Ver também Vissungo. CANTIGAS DE NINAR. Ver Acalanto.
CANTIGAS DE REDE. - (Bras., Minas Gerais) (Cantigas de trabalho. Este vissungo "Olha o morro" é um fragmento da cantiga de rêde, também usada para acompanhar o trabalho de juntar terra em monte (amumdá) no serviço.. negro, embalando nos braços o filho da sinha, diz: "No uanda", isto é, na rêde
O
- Seus braços são como rêde.
Ver
também Vissungo.
CANTIGAS DE RUA. - (Bras.) Composições anônimas em que o povo, em (um) dado momento, satiriza os acon-
tecimentos mais importantes da época. Na Bahia, quase sempre, êstes cantares saem no mês de janeiro, por ocasião da tradicional Segunda-feira do Bomfim.
CANTIGAS DE SANTA MARIA.
CANZONA D'ORGANO
CANTO CORAL
É
túrgicas da Igreja católica, desde a pue Castela, cognominado "o Sábio". o mais antigo e precioso documento do blicação do histórico Motu proprio, de idioma galaico-português.
CANTO CORAL. - O Canto Coral
Pio X (1903). O mesmo que cantochão. Deu-se-lhe a denominação de canto gre-
subordina-se a preceitos clássicos, isto é, goriano em homenagem a S. Gregório Magno, papa de 590 a 604. implica uma preparação técnica especializada, de acôrdo com os princípios nor-
CANTO LITÚRGICO. - Nome gené-
mativos do gênero e seu estilo. O Canto rico de tôdas as formas de canto que Coral traduz um certo treinamento ar-
fazem parte integrante da liturgia, nos
tístico, sugerindo uma idéia de seleção
diferentes cultos religiosos.
que ultrapassa os limites próprios do canto orfeônico.
CANTO MELISMÁTICO. - No canto
melismático, a palavra se desdobra e
CANTO DA MANHA. - (Bras., Minas possui maior valor em sonoridade como
Gerais) (Cantigas de trabalho). O unidade vocal. É o canto que contém serviço de mineração, como sempre, co-
meça alta madrugada. O cantador pede à lua, que está brilhando no céu, para
"furar o buraquinho" do dia. Imagem verdadeiramente eloqüente e poética. -
Ver também Vissungo.
inúmeras notas sobre a mesma sílaba como acontece, também, no canto gregoriano. Ver também Melisma.
CANTO ORFEÔNICO. - Ver Orfeão. CANTO SILÁBICO.- Melodia com
poucas notas, marcando sílaba por sílaba, CANTO DE BEBIDA. - (Bras.) Canto consideradas unidades sonoras: elemento dos Coroados,brasílicos, tendo a curiosidade, aproveitado como integrante da heteroentreindios os instrumentos de aprefonia. Ver também Heterofonia. sentar vaga analogia com músicas inCANTOCHÃO. - Ver Canto gregoriano. caicas. CANTO DO MEIO-DIA. - (Bras., Mi- CANTORIA. -Ato de cantar. Desafio entre os cantadores do Nordeste brasinas Gerais) (Cantigas de trabalho). Neste vissungo o cantador avisa a mulher leiro. ou cozinheira de serviço - que o sol CANTOS PUROS. Designação de já está muito alto, e é hora, pois, do almôço.
- Ver também Vissungo.
CANTO FALADO. - [A. Sprechgesang; Sprechstimme]. Canto em forma reci-
tativa, onde o ritmo deve ser mantido como no canto vocal e a melodia falada. com entonações ascendentes e descentes,
em glissando contínuo. Arnold Schoenberg foi o seu iniciador, aplicando-o em suas obras Pierrot Lunaire e Ode a Napoleão, etc.
CANTO FIRME. - Voz que se denomi-
cantos que têm vida própria desligados de qualquer fato que esteja ao lado ou
fora da música.
CANTURIÃO. -
(Bras.) Cantador de cururu. Destro no gênero poético musical puro e desafio. Para o principiante
diz-se: Canturino.
CANTURINO. - Ver Canturião. CANTUS FIRMUS. - Ver Canto firme.
CANZÁ. - Ver Ganzá.
nava "tenor", no organum, não por ser CANZONA DA SONARE ou Canzona d'órgano. Forma vocal italiana que, a voz masculina aguda, a que hoje se dá êsse nome, mas por sustentar o canto cêrca de 1580, foi transferida para confirme (Tenor, da raiz de tenere, signi-
fica segurar, sustentar).Ver
Organum.
também
juntos instrumentais. Deve ser conside-
rada como verdadeira ancestral da so-
nata
CANTO GREGORIANO. - Único canto CANZONA D'óRGANO. - Ver Can-
CATERETE
CAPOEIRA
CAPOEIRA.
- (Bras.) A capoeira é um jôgo atlético introduzido no Brasil
pelos negros de Angola. Ver
também
Caxixi.
CAPRICIOSO.
[port. Caprichosol. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
CARA. - Ver Fandango.
CARACAXA. - (Bras.) Nome aplicado a três tipos de instrumento pelo menos:
1) o Ganzá; 2) o Reco-reco; 3) o Ma-
racá.
CARANA.
Forma musical hindu,
correspondente ao desenvolvimento da forma-sonata do Ocidente. (Ver também Kirtanam).
CARRILHÃO.
- [A. Glockenspiel; F. Carillon; It. Campanetta] (1) Série de sinos (primitivamente quatro), colocados numa torre de igreja, tocados por
meio de um teclado ou pelo mecanismo
de um relógio. O uso do teclado remonta
ao século XVI (Audenarde), 1510. (2) Na orquestra, o carrilhão antigo constava
de uma série de barras de aço ou de bronze, que era percutida com pequenos
martelos. O carrilhão moderno é pro-
vido de teclado, tornando-se mais fácil e eficiente a execução. Vide fig. 3 e 4. CARRITIA. -- Ver Carretilha.
CARUQUÉ. - (Bras.) Instrumento dos indios. O Caruqué tem um som medonho, apavorante.
CARURU. - Ver Cururu.
CASACA. - Ver Reco-reco. estribilho característico, cantado em todo CASSAÇÃO. - [I. Cassation; It. Cassare] Forma instrumental do século o Brasil, é o seguinte XVIII, para ser executada ao ar livre, em diversos andamentos, semelhante a Caranguejo não é peixe,
CARANGUEJO. - (Bras.) Jogo infantil, com cantiga e coreografia própria, cujo
Caranguejo peixe é...
Caranguejo só é peixe Na enchente da maré. Palma, palma (batem palmas)
Pé, pé, pé..
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré!... CARIMBÓ.
(Bras.)Dança solista,
com a circunstância singular de que não
tem canto. Acompanha-a exclusivamente
um urucungo. (2) Instrumento de percussão, de procedência africana. Nos arredores de Belém (Pará), denomina-se Marajó.
CARRASQUINHA. - (Bras.)A roda infantil mais popular no Brasil, de procedência evidentemente portuguêsa.
CARRETILHA. - (Bras.) [Canto puro]. Versos de cinco silabas empregados nos
uma Suite. Mozart escreveu três peças nessa forma (K. nos. 62-63 e 99).
CASSARE. - Ver Cassação.
CASSATION. - Ver Cassação.
CASTANHOLAS.
[A. Kastagnetten; F. Castagnettes: I. Castanets; It. Castagnette] Instrumento de percussão de
som indeterminado constante de duas peças de madeira ou marfim, que, ligadas
por um cordel entre si e aos dedos ou pulsos do executante, batem uma contra a outra. Instrumento típico espanhol. Vide Fig. 5.
CATACA. - Ver Reco-reco.
CATAR. - Alaúde de quatro cordas. CATERETE. - (Bras.) Dança de fileira oposta, de maior vitalidade nos Estados
de São Paulo, Rio, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Segundo Artur Ramos, se estende também por vários estados
desafios sertanejos. Chamado também de carritia ou parcela. Ver também
do Nordeste. A dança é executada
Desafio.
e mulheres, ou por homens apenas.
sempre em fileiras, formadas por homens
CHALUMEAU
CATH acompanhamento é feito, geralmente, por
uma ou duas violas. Também chamada Catira.
CATH. - Gênero musical inglês, dos sé-
CAXAMBU. - (Bras.) (1) Grande tambor tapado com uma pele esticada. (2) Dança executada ao som dêsse instrumento.
culos XVII e XVIII. Baseava-se em
CAXIXI ou MACAXIXI. - (Bras.) Tipo
mais tarde, usou-se com texto humoris-
fechada e com sementes,usado nO
cânone a três ou mais partes (rondeaux);
tico.
de chocalho, consistindo numa cestinha
jogo da capoeira e nos candomblés, na
CATIRA. - Ver Cateretê. CATIRINA. - (Bras.) Figura do Auto popular Bumba-meu-boi, que representa uma negra endiabrada e sambista.
CATOPES.
- (Bras.) (Dança dramática brasileira). Segundo informações de João Dornas Filho, os catopês exis-
tem ainda nas cidades de Sêrro e Conceição (norte do Estado de Minas Gerais);sao um cortejo de negros que,
Chama-se peneira no côco de Alagoas. Ver também Capoeira. Bahia.
CELESTE, Tipofone. - Instrumento de percussão. de sons determinados, de te-
clado como piano. Consta de uma série
de diapasões que, percutidos com os martelos do mecanismo interno, entram em vibração. O celeste ressoa à 81 superior da notação. Vide fig. 6.
CELLO. - Ver Violoncelo.
tradicionalmente, acompanhavam as pro-
CELLONE. - Ver Violino, família do (9).
cissões de Nossa Senhora do Rosário,
CÉLULA. - [Música concreta]. Um
na segunda-feira do Espírito Santo, e
que hoje, em vista da proibição eclesiástica, aparecem apenas nas festas de
São Pedro.
CATUQUINARU.
(Bras.) Instru-
mento de percussão. Tambor dos indios Catuquinarus, no rio Jurua (Amazonas).
CAVALETE. - [A. Steg; F. Chevalet; I. Bridge; It. Ponticello].Suporte de madeira colocado sôbre o tampo do instrumento de corda friccionada, a fim de afastá-la do tampo harmônico.
CAVALO-MARINHO. - (Bras.) Figura do Auto popular Bumba-meu-boi, representada por um arcabouço de cavalo, com rédeas, sela e estribo.
grupo é formado por definições, seja de
células, seja de notas complexas. Uma célula é um conjunto sem repetição nem desenvolvimento, que não apresenta os caracteres definidos da nota complexa.
Trata-se, em geral, de complexos do mesmo tempo, densos e de evolução rápida, (em ritmo, timbre ou tessitura)
onde as notas, mesmo complexas, mal seriam discerníveis. Ver também Música concreta.
CEMBALO. - Ver Cravo. CERRA-BAILE. - Ver Fandango. CESURA. - Corte, divisão, trechos mu-
sicais.
CAVAQUINHO. - (Bras.) Instrumento CHACONA, Ciacona. - [F. Chaconne]. de quatro cordas simples dedilhadas, Forma da música Barroca, que consiste menor do que a viola, de grande popularidade entre o povo como acompanhador,
e mesmo como solista. A afinação mais comum é: Ré-Si-Sol-Ré.
CAVATINA. - Pequena canção no es• tilo da ária, sem repetição de palavras
ou frases. Muito usada nas óperas e oratórios, durante os séculos XVIII e
numa peça instrumental sobre um baixo obstinado, com caráter de variações continuas, em métrica ternária moderada.
CHACONNE. - Ver Chacona.
CHALUMEAU. - (1) Nome dado, no século XVII, ao primitivo oboé ou cla-
rinete. (2) Registro grave do clarinete
CHULA
CHAMA CHAMA. - Instrumento de sôpro que imita o canto das aves. O mesmo que pio.
CHAMA-RITA. - Dança regional tra-
dicional da ilha da Madeira. CHAMARRITA. - Dança regional dicional dos Acores.
Passo elementar de elevação que indica a inversão da posição dos pés.
CHANSON DE GESTE. - Ver Canção de história. CHANSON D'HISTOIRE. - Ver Canção de história.
mesma raiz de Chegança, zeram com
que, por etimologia popular, o nome
CHIBA. -'Ver Samba. CHICO. - Ver Fandango.
CHICUTA.
- Instrumento feito da espiga
do jupati. É ao som dêsse instrumento
que os Paraquiris executavam suas danças.
CHIFONIA. - Ver Vielle. CHICARA. - Instrumento do gênero da
CHANSON DE TOILE. - Ver Canção de história.
CHA-PA. -Castanholas
chinesas, usa-
das pelos mendigos; consta de três pe-
daços de madeira dura. Também chamada schakobioski ou tchongou.
[A. Hornmusik; F.
Fanfare] Pequena banda de música formada por um grupo de instrumentos de metal.
CHARANGO.
Espécie de guitarra espanhola usada pelos crioulos da Bo-
lívia.
CHASSÉ, pas.- [Ballet].Esse passo, que se pode executar em tôdas as direções do corpo, termina, quase sempre, em demi-plié (semiflexão), com o pêso do corpo distribuído pelas duas pernas.
CHAURARES. - Primitivas castanholas mexicanas.
CHEF D'ORCHESTRE. - [F.] Ver Regente.
CHEGANÇAS. - (Bras.) (Dança dramática brasileira). A palavra Chegança talvez provenha de Cheganças, nome de uma dança portuguêsa do século XVIII, viva e considerada imoral. Entretanto, há outra hipótese plausível para explicar essa designação: visto
constarem na Chegança de Marujos e na Chegança de Mouros os trabalhos do mar, a designação poderia ter nascido fi
(o abordar), as quais, por virem da desta dança pura passasse ao bailado.
tra-
CHANGEMENT DE PIEDS. - [Ballet].
CHARANGA. -
das palavras náuticas chegar (dobrar as velas quando o navio chega) e chegada
vina, na Índia.
CHIMARRITA.- Ver Fandango. CHITARRA. -Ver Guitarra. CHITARRONES. - Alaúdes graves.
CHOBILI. (Bras., Mato Grosso). Flauta de Pã empregada pelos índios Arequemas de Mato Grosso; consta de oito tubos de taquara. N° do Catálogo do Museu Nacional do Rio de Janeiro: 14.084.
CHOCALHO. - Instrumento de percussão que, agitando-se, com pedras
dentro, produz som indeterminado. CHÔRO. -- (Bras.) É o nome dado a pequenos conjuntos populares, formados com instrumentos de origem européia e
africana. Tocam para dança ou simplesmente para audição. Encontram-se aproximações com o jazz norte-ameri~ cano. O chôro vem apresentando peças vocais ligadas ao samba. Chôro é também a designação de bailaricos populares,
conhecidos como assustados ou arrastaRecentemente, inventaram que o
pés.
chôro é uma forma de composição conceito evidentemente errado.
CHULA. - (Bras.) A Chula é uma dança e um tipo de canção. Como dança, a Chula caiu totalmente em desuso e, como canção, apesar de rara,
revela, a alternância como característica do ritmo sincopado mais evidente, afrobrasileiro.
Fig.
Fig.
Hig,
Fig. 2 1. BANDOLIM 2. BANJO 3. CARRILHÃO ANTIGO 4. CARRII.HÃO MODERNO
Fig.
Fig.
Fig. 6 5. CastAnholas 6. CelESte 7. CLARINEtE
CIACCONA
CLASSIFICAÇÃO MATERIAI DOS OBJETOS SONOROS
CIACCÓNA. - Ver Chacona.
dimensões. Atualmente é mais usado o
CÍCLICA, forma.- Têrmo que compreende - especialmente nas sonatas ou sinfonias - um mesmo tema perpassando
tôda a obra. Ex: A Sinfonia Fantás-
clarinete em Si-bemol, que ressoa à se-
gunda maior interior da nota escrita. Vide fig. 7.
CLARINETE ALTO EM FA.
Este
instrumento também é chamado cor de
tica de Berlioz.
basset pelos franceses e corno di basseto
CIMBALOS. - Ver Pratos.
CINCOQUIALTERAS. - Ver Quiáltera.
pelos italianos. Ressoa à quinta inferior da nota escrita.
CLARINETE ALTO EM MI-BEMOL.
CINELLI. - Ver Pratos.
- Instrumento análogo ao clarinete alto
CINÉTICA. - Ver Colorido.
em Fá; ressoa à sexta inferior da nota
CINFONIE. - Ver Sinfonia.
escrita.
CIRANDA. - (Bras.) Dança de roda, CLARINETE BAIXO. -Instrumento de de origem portuguêsa. No Brasil é palhêta simples; mede 0,92 cm. de altura. roda infantil, geralmente cantada com uma estrofe só e refrão:
O tom mais usado é Si-
bemol. No Brasil, é chamado Clarone.
nota escrita. Vide fig. 8. •CLARONE. - Ver Clarinete baixo. CLASSICISMO. - A palavra classicismo
Vamos todos cirandar,
Vamos dar a meia volta, Volta e meia vamos dar.
Há no Norte brasileiro uma dançadramática regional com êste nome. Também serve de refrão, num côco popular
do Nordeste. Sis-
tema de modulações por meio das doze quintas ou quartas, do sistema bem tem-
perado. Modulações, geralmente, sem valor artístico.
CIRIRI..- (Bras.) Dança.
CITARA. - (1) Famoso instrumento da antiga Grécia. Pequena harpa portátil,
de caixa de ressonancia plana.
bemol e Lá.
Ressoa (em Si-bemol) à nona inferior da
Ciranda, cirandinha,
CIRCULOS HARMONIOSOS.
Existe Clarinete baixo nos tons de Si-
O nú-
mero de cordas era entre cinco e onze. (2) Instrumento moderno usado pelos bávaros e austríacos. O número de cordas varia entre 30 a45. Para execução é colocado em cima de uma mesa
ou apoiado em outro qualquer lugar plano.
CLARINETE. - [A. Klarinette; F. Cla-
rinette; I. Clarinet; It. Clarinol. Instrua mento de palhêta simples, feito de ma deira ou de metal. seu tubo é parcialmente cilíndrico e mede 0,67 cm. de
comprimento. Há clarinetes de diversas
é usada em vários sentidos: indica, prin-
cipalmente, uma antítese do romantismo e é, assim, aplicada a períodos anteriores à Escola Romântica, tanto aos seus an-
tecessores próximos, Haydn, Mozart Beethoven (Clássicos Vienenses), quan-
to ao que o amador considera como: "tôda a música anterior ao romantismo" isto é, de Palestrina a Beethoven. Para alguns, a palavra significa música de reconhecido valor e fama, distinguindo-se
das obras efêmeras, que ràpidamente
desaparecem dos programas. Para outros ainda, principalmente para a classe menos educada, tem a significação deturpada de
música artistica ou música erudita, em contraposição à música popular ou música como recreação. CLÁSSICOS VIENENSES. -O período
dos clássicos vienenses, Haydn,•Mozart e Beethoven, abrange as décadas de 1770 a 1830. Sua forma e estilo foram construídos sobre um desenvolvimento complexo.
CLASSIFICAÇÃO MATERIAL DOS
OBJETOS SONOROS. -~ [Música concreta]. É preciso definir uma classi.
CLASSIFICAÇÃO MUSICAL DOS OBJETOS SONOROS ficação material dos objetos sonoros por antecipação, antes mesmo de submetê-los a uma análise técnica ou estética.
Essa
classi cação é fundamentada no comprimento temporal do objeto, no seu meio de rendimento e distingue o modêlo, o
fragmento e o elemento. Ver também Música Concreta: Modêlo: Fragmento; Elementos.
CLASSIFICAÇÃO MUSICALDOS OBIETOS SONOROS. [Música concreta]. Uma vez definido o"meio de rendimento, que constitui o objeto sonoro, por uma pura limitação de sua duração, é necessário fazer um julgamento de valor sôbre o seu conteúdo. quando aparece mais simples ou mais complexo. Assim devem ser definidas, a monofonia, o grupo, a célula e a nota
complexa. Ver também Música concreta; Monofonia; Grupo: Célula e Nota com-
plexa.
CLAVE. - Clave é um sinal que se es-
creve no início da pauta, para dar nome às notas. Há três espécies de clave: 1) A clave de Sol; 2) A clave de Dó; 3)
A clave de Fá.
186 1°) Clave de Sol.
13 2°) Clave de Dó.
COLASCIONE
CLAVICÉMBALO. - Ver Cravo. CLAVECIN. - Ver Cravo.
CLAVIGRADO.
Pequeno aparelho
para dar fôrça e independência aos dedos.
CLOCHES. - Ver Sinos Tubulares.
CLOCKEN. - Ver Sinos Tubulares.
COCO. - (Bras.)Dança
popular pe-
culiar ao Nordeste e Norte do Brasil, a qual consiste em se disporem os dança-
rinos em roda, girando e fazendo meneios
COm • COrDO.
Existe uma espécie de
côcos mais lentos, de ritmo livre,en~
globados, talvez, no gênero de canções, com as seguintes designações: Côco~ de-oitava Côco-de-décima; Côco-martelo; Côco-em-dois-pés; Côco-desafio; Côcorimado; Coco-agalopado, etc.
COCO-AGALOPADO. - Ver Côco. CÔCO-DE-DÉCIMA. - Ver Côco. COCO-DE-EMBOLADA. - Ver Embo-
lada.
CÔCO-DE-OITAVA. - Ver Côco. CôCO-DE-PRAIA. - Ver Côco. CÔCO-DE-RODA. - Ver Côco. CÔCO-DE-SERTÃO. - Ver Côco. COCO-DESAFIO. - Ver. Côco. COCO-EM-DOIS-PÉS. - Ver Côco. COCO-MARTELO. - Ver Côco. COCO-RIMADO. - Ver Côco. CODA. - [port. cauda]. Emprega-se em música, para designar um pequeno tre-
3°) Clave de Fá.
CLOCHE, en. - [Ballet]. Têrmo aplicado ao grand battement executado com
um movimento continuado, da quarta
norma que a resposta comece, ao mesmo tempo, com a última nota do sujeito.
terior, ou vice-versa. Esse nome tem
COL LEGNO. - [port. com a madeira].
posição anterior à quarta posição pos-
sua origem na semelhança do movimento
fi
cho suplementar; é uma espécie de apêndice conclusivo de uma composição. (2) [Fuga] Um dos elementos da fuga. É
Indica que o instrumento deve ser tocado
com o badalo de um sino. CLAVICÓRDIO. - [A. Klavichord: It. Clavicordo]. Tipo primitivo do instru-
COLASCIONE. - Um derivado do alaú-
mento de cordas com teclado. Tinha a
de grande árabe, dos séculos XVI e
com a madeira do arco, em vez de com os cabelos.
COLORIDO
COLORIDO.
CON DELICATEZZA Compreende-se
colorido, na música, as variações de intensidade dos sons. Dá-se-lhe também o nome de cinética.
COLCHEIA. - (1) Figura de ritmo que estabelece o tempo de duração das notas
e das pausas. A colcheia vale duas semicolcheias, quatro fusas ou oito semi-
fusas. (2) Quadra para ser glossada em décimas, aparecendo como o quarto e o último verso.. Constitui uma sextilha: ABCBCB na poética tradicional sertaneja.
Ver também Décima. COLLÉ. - [Ballet]. Significa que, en-
COMPASSO UNÁRIO. - Ver Compasso unitário.
COMPASSO UNITÁRIO OU UNÁRIO. - Compasso de um tempo.
COMPASSOS. - São conjuntos ou séries de movimentos que se reproduzem
simétricamente. Os compassos mais usados são: o binário; o ternário; o quaternário. As frações também se deno-
minam signos de compassos. Escrevem-se os compassos logo após a clave, da maneira seguinte: o numerador coloca-se sôbre a terceira linha da pauta; o denominador, sob essa mesma linha.
quanto o corpo permanecer no espaço, as pernas devem ficar unidas.
COLOFONE. - Ver Resina. COMPASSOS
COLOFÔNIA. - Ver Resina.
COLORATURA.
Passagem rápida, trinados. Material virtuosístico, especialmente na música vocal. exemplo é a famosa ária da Rainha da Noite, da Flauta Mágica de Mozart.
Um bom
COMBON. - Espécie de trombeta da India.
COMO PODEREI VIVER.
Ver
Coreto (3).
COMPASSOS DE ESPERA. Contagem.
Ver
COMPASSOS QUINÁRIOS. - São compassos alternados de cinco tempos
Na escrita, porém, delimitam-se por
uma linha pontilhada verticalmente os valores relativos a cada um deles, usan do-se o travessão apenas quando preen-
chidos os dois compassos em conjunto.
eto. COMPASSOS QUINÁRIOS
COMPASSOS SETENÁRIOS. - São compassos alternados de sete tempos. COMPORTA. Dança portuguêsa da
segunda metade do século XVIII e que se popularizou no Brasil: Luiz da Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro, 191.
caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
CON BRAVURA. - [port. Com bravura]. • Têrmo empregado em música, quanto ao caráter e à expressão, para
designar um movimento preestabelecido.
CON BRIO. - [port. Com brio]. Têrmo
CON ALLEGREZZA. - [port. Com ale-
empregado em música, quanto ao cará-
Têrmo empregado em música, gria]. quanto ao caráter e à expressão, para
ter e à expressão, para designar um movimento preestabelecido.
CONGADOS
CON DOLORE para designar um movimento preesta-
belecido.
CON DOLORE. - [port. Com dor]. Têrmo empregado em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar um movimento preestabelecido.
CON ESPRESSIONE. - [port.
Com
expressão]. Têrmo empregado em mú-
sica, quanto ao caráter e à expressão,
para designar um andamento preestabe-
lecido. CON FUOCO. - [port. Com calor, com fogo]. Têrmo empregado em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar um movimento preestabelecido.
CON GRAZZIA.
-- [port. Com graça].
CONCERTO. - Uma composição para
A
solista entrelaçada com a orquestra. existência de um único solista na forma
do concêrto foi concebida pelo veneziano Antonio Vivaldi, que também criou o esquema de três movimentos: allegro-
adagio-allegro. É também à Itália que se deve o desenvolvimento de instrumentos solistas, porém os processos formais da sonata ou do concêrto se desen-
volveram sob o impulso da Escola de Mannheim, onde cumpre salientar a familia Stamitz.
CONCERTO GROSSO. - [It.] Tipo clássico do concêrto barroco. Caracte-
riza-se pelo uso de um pequeno grupo de solistas concertino, em contraste com a orquestra inteira, concèrto).
Têrmo empregado em música, quanto
No período de 1670 a 1750, o concêrto
ao caráter e à expressão, para designar um movimento preestabelecido.
barroco atingiu o seu apogeu. O prin-
CON GUSTO.
[port. Com gôsto]. Têrmo empregado em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o
movimento preestabelecido.
CON MOTO. - [port. Com movimento]. Expressão usada na música, para reafirmar, e melhor caracterizar o andamento preestabelecido.
CON SPIRITO. - [port. Com espírito]. Palavras empregadas em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar um movimento preestabelecido.
CON TENEREZZA. - [port. Com ternura]. Têrmo empregado em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar um movimento preestabelecido.
CONCERTINA. - Ver Acordeão.
CONCERTINO. - (1) O grupo solista do concerto grosso, na época Barroca.
(2) Composições do século XIX, no
estilo do Concêrto, porém de forma li-
(3) Também se dá êsse nome ao violinista,
vre, geralmente num tempo só.
de uma orquestra, imediato ao violino
spalla.
Ver também Spalla.
cipal merecimento dêste período, em relação ao anterior, é a substituição da estrutura em secções da canzona, por uma
forma de três ou quatro movimentos diferentes. Ver também Concertino. (1).
CONCRETISMO.-Ver Música.concreta.
CONDUTO MELÓDICO.
Pequena
frase que liga dois períodos musicais.
CONDUTOR. - Ver Regente. CONDUCTUS. - Canção latina do periodo gótico primitivo, século XIII, que
representava um grande passo no desenvolvimento da polifonia livre, sendo que a sua característica era a ausência do
cantus firmus e o contraponto das di-
versas vozes juntas, quase sílaba a silaba
O conductus, ao contrário do organum não era baseado em cantos litúrgicos, mas em melodias de livre invenção. Ver
também Organum.
CONGA.
Dança originária de Cuba com sincretismo do Espanhol e do Negro. Seu ritmo é alternado com compassos sincopados.
CONGADAS. - Ver Congos.
CONGADOS. - Ver Congos.
CONTRENANSE
CONGOS, GONGADOS, CONGADAS
CONGOS, CONGADOS, CONGADAS. - (Bras.) Danças dramáticas de tradicão e costumes africanos e elementos
de origem luso-espanhola, as melopéias
dos congos estão distantes da música negro-africana. Além das versões çoIhidas na Bahia, Sergipe, Paraíba,Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e São Paulo, há uma versão colhida no
Rio Grande do Sul, no município de Osório, cuja influência africana, na toponímia do municipio, é não só revelada por designações geográficas, cujas pala-
vras são de proveniência negra, como muitos fatos assinalam e lembram coisas de africanos.
CONGUE. - Do quimbundo gonge, que significa chocalho.
CONSONANCIA. - Fenômeno acústico no qual gira a estética musical. São
considerados intervalos consonantes os de terceira e sexta, maiores e menores, os de quarta, quinta e oitava justas.
Como não se considera intervalo o unissono, figura também entre as conso-
nâncias.
CONTAGEM. - Dá-se o nome de contagem ou espera a certos silêncios pro-
longados por vários tempos ou compas-
sos. E indicada por um número colocado sobre a pauta ou dentro dela, su-
blinhado por um traço suficientemente
forte, significando que se não tocará
durante o número de compassos indicado.
Ver também
mente à oitava baixo. Sujeito.
CONTRAVIOLINO. - Ver violino, familia do. (2).
CONTRABAIXO. - [A. Kontrabass: F. Contre-basse; I. Double Bass; It. Contrabasso]. Instrumento de cordas, maior que o violoncelo; toca na clave de Fá na quarta linha. Ressoa à oitava inferior
das notas escritas. Vide fig. 9.
CONTRADANÇA..
[A. Kontertanz].
Uma dança de grande popularidade na França e outros países, durante o final
do século XVIII.
CONTRAFAGOTE. -
[A. Kontra-fagott; F. Contre-basson; I. Double-Basson; It. Contra agotto]. Instrumento de palhêta dupla, da família do oboé-fagote; ressoa à oitava inferior da nota escrita. Vide fig. 13.
CONTRALTO. - Voz grave feminina. Ver também Violino, Familia do
CONTRAMOTIVO. - Na fuga, melodia que acompanha o motivo e sua resposta.
CONTRAPONTO. - [A. Kontrapunkt; F. Contrepoint; I. Counterpoint: It. Con-
trappunto; L. Contrapunctus].O têrmo, derivado do latim, punctus contra punc-
tum (nota contra nota) - significa a arte de entrelaçar melodias vertical-
mente. Faz parte integrante do estudo da composição musical, ao lado da har-
monia.
CONTRÁRIO, movimento. - O elemento de duas partes melódicas, enquanto uma sobe, a outra desce, de preferência no contraponto.
CONTINUO. - [Abreviatura de Baixo CONTRATEMPO. continuo]. Nas partituras dos composi-
tores barrocos, como Bach ou Händel,
Articulação de
tempo fraco, seguida de pausa em
tempo forte.
é a parte do Baixo, executada pelo cravo
ou órgão, juntamente com a viola de
gamba ou celo. Ver também Baixo Cifrado.
CONTRA-SUIEITO. [Fuga]. Um dos elementos da Luga; é um segundo
tema, feito em contraponto invertivel
como sujeito. Esse contraponto é, geral-
CONTRATEMPO
CONTREDANSE. - [Ballet]. Dança campestre. Nome derivado do têrmo inglês country dance.
fi
CONTRETEMPS
CONTRETEMPS.
CORP DE BALLET [Ballet]. Passo
composto que se inicia no tempo fraco
da música. Digamos em anacruse. Ver também Anacruse.
COR À PISTONS. - Ver Trompa.
COR DE BASSET. - Ver Clarinete alto
em Fá.
Viver 'fora da água fria? Como poderei viver Como poderei viver Sem a tua, sem a tua,
Sem a tua companhia.
CORAL.
(1) [Adj.] De côro + al. Pertencente ou relativo ao côro. (2) [S.m.l Canto em côro. Devido às duas interpretações, prefere êste Dicionário optar pelo substantivo. Assim: Cantata Coral de Bach, em contraposição à can-
tata Italiana do século XVII, isto é, cantata em solo. Côro Francisco Braga, em vez de Coral Francisco Braga. Ver
também Côro.
CORICA. - Flauta grega.
CORIMA. - Ver Jongo.
CORNAMUSA. - Ver Big-Pipe. CORNETIM. - [A. Co nett: F. Cornet à pistons; I. Cornet; It. Cornetto]. Instru-
mento de pistões, derivado da corneta de infantaria.
•Há cornetins em Lá e em
Si-bemol. Este último é o mais usado.
CORDÃO.
Foliões fantasiados, em grupos, dançando e cantando durante
os três dias de carnaval.
(Bras.) Fi-
guras de animais fantasiados, populares
na Amazônia.
CORDÕES DE CARNAVAL. Cordão.
nos coretos esta imagem:
Como pode o peixe vivo
COOL JAZZ. - Ver Be-Bop.
CORDOES-DE-BICHO.
várias vozes, em interessante fugato instintivo. Ainda hoje em dia se ouve
Ressoa à 2° maior inferior da nota escrita; é de grande importância na banda e no
Jazz-band. (No Brasil, França e Itália, têm-se o hábito de chamar o Cornetim de Pistão, Piston ou Pistone, respecti-
vamente). Ver também Pistão. Vide g. 10.
Ver CORNO INGLES. - [A. Englisches
CORDOFONES. - Categoria de instrumentos de corda: citara; alaúde; vielle;
viola de roda:lira; harpa;violino; piano; etc.
COREIA - Dança antiga dos gregos e romanos.
COREÓGRAFO. - [Ballet]. Primitivamente êste designava a pessoa que fazia anotações de bailados, mediante sinais, a qual hoje se chama stenocoreógrajo.
Modernamente, êste nome é aplicado apenas ao criador de bailados, o que não corresponde à sua etimologia.
CORETO. - (1) Pequeno côro. (2) Armação construida ao ar livre, para
Horn; F. Cor Anglais; I. English-Horn;
It. Corno Anglese.] Instrumento de
palhêta dupla, feito de madeira, semelhante ao oboé. O seu tubo é cônico e mede cêrca de 0,92 cm. de comprimento. É um instrumento transpositor, sendo sua entonação em Fá. Vide fig. 11
CORNO DI BASSETTO. - Ver Clarinete alto em Fá.
CÔRO. - [G. Chorós]. Reunião de pessoas que cantam juntas. Grupo de vozes. Ver também Coral.
COROCOMO.
(Bras.) Danca dos
mortos dos indios Pariquis. A dança é realizada em tôrno das fogueiras de cre-
mação dos cadáveres.
concertos musicais. (3) [Canto de
COROCONÉ. - (Bras.) Dança e festa
nicípio de Diamantina, em Minas Gerais.
CORP DE BALLET. - [Ballet]. Con-
Consiste numa reunião para beber can-
junto de bailarinos que secundam às pri-
bebida]. Festa típica tradicional, do mu-
dos indios.
Fig. 8
Fig.
8. CLARINETE BAIXO 9. CONTRABAIXO
CORRENTE
CROMATISMO DIATONICO
CORRENTE. - [F. Courir; I. Courant; ria do século XVI; tornou-se um dos
CRAVO. - [ A. Cembalo; F. Clavecin: I. Harpsichord; It. Clavicémbalo]. Instrumento de teclado, semelhante de
movimentos da suite na metade do século
pianode cauda. porem menor em Dro
It. Corrente, Coranto]. Dança origina-
XVII. CORRIDO. - Balada mexicana, acompanhada por violões, harpas, etc.
CORTA-IACA. - (Bras.) individual, como o frevo.
hoje tanquinho.
Dança sôlta, Denominada
CORUGU. - (Bras.) Instrumento de
porção. Foi o grande instrumento da época Barroca.
CRAVO BEM TEMPERADO. - ГА. Wohltemperiertes Clavier; I. Well-tempered Clavier]. Uma coleção de 48 prelúdios e fugas, escritos em duas partes
(1722 e 1744), por Johann Sebastian
Bach. Cada parte contém 24 prelúdios
percussão, usado pelos indígenas do e fugas, cada uma das quais escrita nos Brasil, de dimensões enormes, cujo som é medonho e lúgubre.
CORYPHÉE.
[Ballet]. (Do
G.
Koruphaios). Designava o chefe do
côro na tragédia e na comédia grega, assim como os dirigentes dos cantos
modos maiores e menores. (Dó maior, Dó menor, Dó-sustenido maior, Dó-sustenido menor, etc.).
CREDO. - O terceiro versículo da Missa.
Ver também Missa. religiosos.Atualmente são componentes CRESCENDO. - Palavra empregada em principais de um corpo de baile.
música para designar o colorido ou a
COTE, de. - [Ballet]. Indica que um variação de intensidade dos sons. Aupasso deve ser executado tanto à di-mentando a intensidade do som. Abrev. reita, quanto à esquerda. cresc
COTECA. - (Bras.) Instrumento de percussão, usado pelos indígenas, uma
CRISTO NHANDEJARA.
(Bras.)
Cântico religioso em guarani, recolhido
espécie de cetro, com guizos no centro por Luiz Gonzaga, no Rio Grande do da haste.
COU-DE-PIED. - [Ballet]. Refere-se
ao tornozelo ou às virilhas. Por exemplo:
pirouette sur le cou-de-pied (Piruêta sobre o tornozelo).
Sul, provávelmente composto pelos pa-
dres da Companhia de Jesus.
CROCHE. Ver Colcheia. CROISÉ. - [Ballet]. Designa a colo-
cação cruzada do corpo, pernas e caCOUPÉ, pas. - [Ballet]. Passo cortado. Iniciação sustentando o corpo beça, quando o bailarino se acha em num só pé. Por meio de um relevé posição fixa, em ângulo obliquo, em (salto), as pernas se unem no espaço em extensão perpendicular, e o pé em ação substitui o que estava no chão, passando para aquêle o apoio do corpo.
relação ao público.
CROIX, en. - [Ballet]. Exercício exe-
cutado sucessivamente em quarta posi-
ção anterior, e em segunda e quarta COURANTE. - [Ballet]. Antiga dança posições posteriores, ou inversamente. do século XVI. O rei da França Luís XVI tinha grande predileção por essa CROMATISMO DIATÔNICO. - Crodança. Segundo Cahyssac, o monarca matismo da Técnica dos Doze Sons que dançava-a com perfeição.
COURIR. [F.] Ver Corrente.
COURONNE, en. - [Ballet]. Nome
não é o de semitons consecutivos, usado
por Wagner, Debussy. Reger e Chopin,
e, sim, o cromatismo diatônico, isto é, o
cromatismo arranjado em estranhos in-
dado à quinta posição dos braços, tervalos melódicos. Ver também Técnica dos Doze Sons. en haut.
CZARDA ou TZARDA
CUCUMBIS
CUCUMBIS. - Dancas dramáticas das quais não ficou nenhuma documentação
nas do negro, dada a nossa ligação com
Filho como variante de Congos ou Con-
XVII, o Nordeste e quase todo o Norte brasileiro estiveram sob o domínio da
é possível saber-se se o recebemos ape-
musical. Registrada por Melo Morais a Espanha e o fato de que, no século gadas. Ver também Congos.
CUE.
--- Provávelmente um passo de
dança, gingando ora à direita, ora à esquerda.
sica Popular Brasileira, 308).
CUMACO. - Instrumento
de percussão.
Tambor dos índios venezuelanos. Feito
CUECA. - Ver Zamacueca. CUICA, PUITA ou PÚITA.
Holanda". (Oneida Alvarenga, Mü-
(Bras.)
Instrumento musical dos candomblés e macumbas. Grande ritmador dos sambas e dos cordões carnavalescos. Tipo de tambor com uma pele de um lado, tendo prêso ao centro, pela parte de dentro, uma haste de madeira que, friccionada
com um pano úmido ou com a mão molhada, produz som profundo e rouco.
"Também chamada Omelé, no Rio de Janeiro, Adufo, em Alagoas, Tambor-
do tronco da árvore do mesmo nome. Possui de 1 e meio a 2 m. de largura.
CUNGA. - Ver Urucungo.
CURUQUI.
(Bras.) Instrumento de percussão usado pelos indígenas; tambor feito de um tronco de madeira, leve e
ôco.
CURURU. - (Bras.) Em Mato Grosso, Goiás e São Paulo é a designação de uma dança cantada, também chamada
de Caruru.
onça, no Maranhão, Roncador, Fungagador-onça e Socador, no Maranhão e CURVETA. - Tambor dos indios vene• Pará. O nome do instrumento é de ori-
gem angola-conguense.
Entretanto, o
instrumento é, pode-se dizer, universal. Encontrado em Angola e no Congo, na África Ocidental Portuguêsa, no Oeste africano, na Argélia, na Luisiânia (Estados-Unidos), em Cuba. Em Nápoles o chamam putiputi, nas Flandresrome mel-pot, na Espanha zambomba. Estas suas duas últimas variedades são feitas de barro, o que me leva a suspeitar que a misteriosa Botija tenha alguma coisa que ver com elas. Apesar do nome com que o instrumento se vulgarizou no Brasil, não
zuelanos feito de um pequeno barril e tocado sem baquêtas.
CUSHIRA. - Instrumento de sopro da índia. CUTILADA. - (Bras.) Na Paraiba, é um conjunto instrumental e coral, composto de dois pifanos, um bombo (Za-
bumba) e um tambor. Em Pernambuco, usa-se também a sanfona, acordeão ou concertina).
CYMBALES. - Ver Pratos. CZARDA ou Tzarda. …- Ver Xarda.
D DANÇA DOS PAJÉS. - (Bras.) DanD. - Ver A; Tom. (1) ça dramática brasileira de inspiração D. C. - Ver Da Capo. ameríndia. Sobre a Dança dos Pajés só há uma informação, a de Gustavo DA CAPO. - A expressão da Capo, (do comêço), ou simplesmente as iniciais
D.C., indicam a repetição de todo o trecho ou peça. Tais expressões se encontram, geralmente, no fim da peça.
C. DAL SEGNO. - É um (F) cortado em sentido obliquo, com dois pontinhos, indicando que se repete somente até a
palavra Fim, ou adverte de que, ao chegar-se a outro sinal idêntico, pôsto
em outro ponto do trecho, ou mesmo no
fim, volta-se ao primeiro. Só se obedece
ao Dal Segno depois de feitos os ritornelos.
Barroso, segundo o qual, o bailado se realizava pelo Natal e teve a sua última
representação em Icé. (Interior do estado do Ceará).
DANÇA DOS TAPUIAS. - (Bras.) Dança dramática brasileira de inspiração ameríndia. A Dança dos Tapuias realizava-se por ocasião de festas comemorativas de santos católicos ou especialmente Nossa Senhora do Rosário. DANÇAS DRAMÁTICAS (Bras.) Criação de Mário de Andrade, para designar os bailados populares brasi-
leiros, que têm parte representada ou que se baseiam num assunto.
DANDÃO. - Ver Fandango.
DANSE-COMIQUE. - [Ballet]. No século XVIII, designação de danças
Da Capo al Fin (ou Dal Sal Fin)
DÄMPFER. - Ver Surdina. DANÇA DE VELHOS. - (Bras.) Dança dramática brasileira. A Dança de velhos
não tinha, ou não tem, nenhum elemento representado, nem nenhum assunto, sendo
a coreografia pura, desenvolvida por figurantes que se fantasiavam, obrigatò-
riamente, de velhos e de moços.
DANÇA DOS QUATIS.
(Bras.) [Jôgo coreográfico adulto]. Dança que
populares baseadas no folclore. Modernamente, chamam-se Danças Caracteristicas.
DANSE-DE-DEMI-CARACTERE. [Ballet]. Dança inspirada nos mesmos motivos da dança característica, porém,
realizada nos moldes de técnica do bailado clássico.
DANSE NOBLE. - [Ballet]. Designava-se, antigamente, a dança do estilo clássico puro.
DANSEUSE. - [Ballet]. Em 1681, quatro damas da Côrte de França tomaram parte no bailado O Triunfo do Amor, do
DESENVOLVIMENTO
DEBOITE espetáculos de ballet. No mesmo ano,
DEIXA. - Notas escritas em caracteres
o referido ballet, foi apresentado ao público, com quatro bailarinas profissio-
minúsculos a fim de facilitar a entrada
nais, das quais se destacou Mademoiselle Lafontaine, que ficou sendo considerada première danseuse.
DEBOITÉ, pas. - [Ballet]. É executado inversamente ao emboité. Ver também Emboité.
DEBOULÉS. - [Ballet]. Com os joelhos esticados e os pés em posição fechada,
executam-se voltas em pontas ou meia
ponta, empregando dois passos para completar uma volta, abrangendo ambos
ao mesmo tempo.
DECACORDO.
Antiga harpa da
Grécia.
de um instrumento qualquer numa peça
musical. DELICATO.- [port. Delicado]. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o
movimento preestabelecido.
DEMI-CONTRETEMPS.
[Ballet].
Esse passo é composto por un temps levé e um pas chassé.
DEMI-POINTE. - [Ballet]. É a posição comum dos pés "em pontas' , ao caminhar cautelosamente, como que para não fazer barulho.
DEMI-POSITION.
- [Ballet]. Posição
DÉCHANTEURS. - Ver discante.
dos pés na qual se levanta, a uma altura
DÉCIMA. - (Bras.) Grupo de versos
média, entre as posições à terre e en l'air.
em redondilha maior, com o 1? verso rimando com o 49 e o 50; o 2° com o 3°; 0
6? e o 7 com o 10°, e o 8? com o 9?.
DÉCIMAS DO MINGOTE. - (Bras.)
Raríssimo exemplo de décimas, na poesia popular do extremo sul.
DECRESCENDO. - Palavra empregada em música para designar o colorido ou
a variação de intensidade dos sons. Decrescendo a intensidade do som.
Abrev. decres.
DEDANS, en. - [Ballet]. Indica: a) que o movimento da perna é executado, em direção circular, de trás para diante;
DERRIERE.
[Ballet].
Exemplo:
assemblé derrière (passo junto para trás).
DESAFIO. -
(Bras.) Gênero poéticomusical, puro, de origem portuguêsa, e
praticado em todo o Brasil. O desafio
consiste no duelo de improvisação, entre dois cantadores, canto alternado, obri-
grando respostas às perguntas do adver-
sário. O instrumento mais generalizado é a viola. No Nordeste, a rabeca ou o violino. No Rio Grande do Sul, a sanfona substitui a viola.
DESCANTE.
(Bras.) (1) Cantiga
b) que uma piruêta é executada até popular. (2) Pequena viola. chegar ao lado da perna que sustém o DESCRITIVA ou IMITATIVA, música. corpo.
DEGAGER. - [Ballet]. Soltar um pé a fim de prepará-lo para a execução de um passo.
DEGAGÉ, pas. -
[Ballet]. Movimento
de um dos pés ao passar da posição
fechada para a aberta, mantendo o corpo sobre o pé parado.
- Música que expõe sentimentos e estados de alma, - o mesmo que música de expressão sentimental, que envereda por caminhos que não lhe são afeitos. Estèticamente falando, é uma forma inferior de arte. Riemann denomina-a de "característica".
DESENVOLVIMENTO. - [A. Durch-
DEHORS, en. - [Ballet]. Indica: a)
führung; F. Développement: It. Svolgi-
que o movimento da perna é executado
mento]. Importante técnica que consiste
em direção circular, da frente para trás;
na expansão do material temático. Na
b) que uma piruêta é executada, girando o corpo até o lado da perna levantada.
forma da Sonata, o desenvolvimento segue logo após a repetição.
DISCANTE
DESFEITEIRA
DESFEITEIRA. - No Amazonas, é uma dança humorística, espécie de brinquedo de prendas.
DESSUS. - [Ballet]. Indica que, ao executar-se determinado passo, o pé em ação
passa adiante do pé que sustenta o corpo.
DESTACADO. - Ver Staccatto. DÉTOURNE. - [Ballet]. - Desviado.
por ocasião de uma reunião que teve lugar
em Paris, fixou Lá 3 em 870 vibrações simples, por segundo. Os físicos acataram esta resolução, porém os músicos de Jazz elevaram o Lá 3 a 940 vibrações
simples. Entretanto, em outubro de
1953, a International Standardizing Organization realizou um Congresso em Londres, no qual foi aprovada uma resolução que estabelecia a frequência de
Passo iniciado em quinta posição, e exe-
880 vibrações simples, por segundo,
cutado, em volta completa, até chegar ao pé que se encontra atrás.
orquestra é afinada, invariâvelmente, to-
DEUM TIME. - [Teme a Deus]. É um organum duplum, de caráter livre e rapsó-
dico, de Leoninus, para conjunto vocal a duas vozes. Distingue-se da maneira clássica dos organa, posteriores a Péro-
t11.Ver
também Organum.
para o Lá 3. E com esta nota é que uma cada pelo oboé ou pelo clarinete.
DIFESA DELLA MUSICA MODERNA. Obra escrita originalmente em espanhol, de autoria de D. João IV, rei de Portugal (1604-1656). Impressa em Portugal, em meados do século XVII,
DEVANT. - [Ballet]. Exemplo: glis-
como obra anónima. "D. João IV, que era bom músico
sade devant (deslizando para diante).
e compositor, escreveu êsse opúsculo,
DEVELOPPÉ, temps. - [Ballet]. Tempo desenvolvido. É o afastamento da perna em ação, em tôda a sua extensão.
Pode ser executado em tôdas as direções. (Para frente, para trás e para os
lados). DHAK. - Tambor grande, da India, tocado com baquêtas.
DIABOLUS IN MUSICA. - Nome dado
como o próprio título informa, em resposta a uma carta do Bispo de Loretto,
Cirillo Franco, escrita em meados do século XVI e na qual o bispo italiano lamentava o deplorável estado a que havia chegado a música (fase que precedeu ao renascimento musical) e louvava a música antiga, salientando os poderes especiais que a esta atribuiam os autores clássicos gregos e latinos. A
ao tritom, considerado, do século XV ao
erudita resposta, embora vinda um século depois, quando a música já havia tomado
DIAFONIA. - (1) Na teoria grega, sig-
outros rumos, não deixa de ter grande
século XIX, como intervalo perigoso.
nificava dissonância, em oposição à sinfonia, que significava consonância. (2) Têrmo usado pelos teoristas dos séculos
IX ao XII, referente ao organum, que deixa de ser parafonia para ser diafonia, admitindo intervalos diversos, com apoio
nos intervalos de quarta e quinta. Ver
também Parafonia.
DIAGONALE, en. -
[Ballet]. Indica
interêsse histórico, e nos permite aquilatar o grau de cultura musical daquele rei de Portugal". Literatura Musical
B. N., pág. 6. Do acervo musical da B. N. do Rio de Janeiro.
DIMINUENDO. - Palavra empregada, na música, para designar o colorido ou a variação de intensidade dos sons. Dimi-
nuindo a intensidade do som. Abrev.
dim.
que um passo é executado em direção DINAMICA.- Compreendem-se, como
diagonal. DIAPASÃO NORMAL. - É o som tomado oficialmente como padrão para a afinação dos instrumentos musicais e dos
conjuntos vocais. Este som é o Lá 3. Em 1858, a Academia de Ciências de França,
dinâmica, os sinais de intensidade.
DIRIGENT. - Ver Regente. DISCANTE, Discantus. - Processo de compor a várias vozes, primeiro sistema
de compor polifonia, conhecido no sé~
DOUTOR
DISPERATO culo XI. Consistia no emprêgo sistemático do movimento contrário, porém as vozes continuavam, ainda, ritmicamente iguais. Segundo as regras do organum,
as melodias eram improvisadas sôbre canto firme, escritas ou conhecidas de memória pelos cantores. Ver também Organum.
DIVISI. - [It.] É uma abreviatura indi-
cando que os instrumentos de corda de vem tocar as notas dobradas, uma em cada estante, em vez de tocá-las dupli-
cadas. Ver também A DUE! DODECAFONISMO. Ver Técnica dos Doze Sons.
DISPERATO. - [port. Desesperado]. DODORON. - (Bras.) Na Bahia, o Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
DITIRAMBO.
[G. dithúrambos].
Côro dançado a que Pindaro (século V
a C.) deu forma fixa. Inicialmente o Ditirambo representava passagens da
vida do deus grego Dionísio.
DI TUTTE L'OPERE.
Obra em
quatro volumes sobre teoria da música de Gioseffo Zarlino (1517-1590). "Compreende ela os seguintes livros: Je "L'istituzioni Harmoniche" onde
o autor se estende em considerações filosóficas, expõe sua teoria musical, baseada no sistema de Ptolomeu e trata das regras do contraponto e dos modos eclesiásticos. II° - "Le Dimostrazioni
Harmoniche" que
Dodoron é melodia cantada durante a festa de São Gonçalo.
DOLCE.
-- [port. Doce]. Palavra em~
pregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento
preestabelecido.
DOLCE STACCATTO. - Ver Staccatto.
DOLCISSIMO. ~ [port. Muito doce]. Têrmo empregado em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
DOLOROSO. - [port. Dolorosol. Pa. lavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
DOMBRA. - Ver Alaúde.
- É o quinto grau da estuda, em forma DOMINANTE. escala diatônica.
dialogada, as proporções dos intervalos,
as consonâncias e os modos. Foi for- DONRA. - Ver Alaúde. temente rebatida por Vincenzo Galilei. antigo aluno de Zarlino, e com quem DOO. - Nome genérico dos gongos e manteve o mestre forte polêmica. Defendendo suas teorias e respondendo aos ataques de Galilei, escreveu Zarlino um III: livro - "Supplimenti Musicali", onde reforça e desenvolve os princípios expostos nos livros anteriores.Completam a edição outros trabalhos de Zarlino,
tantas japoneses.
DÓRICO. - Primeiro modo dos sete primórdios que os gregos empregaram. Ver também Ethos.
DOS À DOS. - [Ballet]. Ombro ombro.
não referentes à musica. Literatura Mu-
DOUBLÉ. - [Ballet]. Duplicado, repe-
sical - B.N. pág. 20 Do acervo musical da B.N. do Rio de Janeiro.
tido. Modificação ou variação, geralmente aplicada ao passo Sissonne para completá-lo com um Coupé e um AssemExemplo: Sissonne doublé (Sissonne dobrado ou repetido). A expres~ são Doublé é aplicada ao desenvolvimento de qualquer passo de dança.
DIVERTIMENTO. - (1) Peça musical de estilo livre. (2) Episódio que separa as réplicas de um tema, na fuga. DIVERTISSEMENT. a- [Ballet].Têrmo aplicado a um bailado independente,
que se completa por si só, e que não possui argumento dramático.Antigamente êste têrmo era aplicado somente aos bailados das óperas.
blé.
DOUTOR. - (Bras.) Figurante do auto popular Bumba-meu-boi representando
o médico, chamado para receitar para o boi doente.
DURAÇÃO
DRAMA LÍRICO
DRAMA LÍRICO. - [F. Drame lyrique; It. Dramma lírico]. Têrmo moderno para designar a ópera. Fusão teatral da
poesia, música, dança e pintura, cuja
intenção foi conceber a música no sen~
tido artístico totalizada da fusão de
tôdas as artes. Criação de Ricardo Wagner.
DRAMMATICO. - [port. Dramático]. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
DROITE, à.- [Ballet]. À direita. DURAÇÃO. [A. Dauer; F. Durée: I. Duration: It. Durata, durazione]. (1)
Limite de existência no tempo: a exten-
são temporal de um som. (2) Sucessão não interrompida de momentos, sucessão que flui com uniformidade. À substân-
cia própria da música, isto é, a forma de nossa vida psíquica.
"A melodia, para quem sabe ouvi-la, é precisamente essa heterogeneidade qualitativa, essa indivisível continuidade que define a duração pura, inteiramente liberta do espaço, no qual a envolvem nossa vida prática e tôdas as construções convencionais da inteligên-
cia, como a linguagem e a ciência' (Henri Bergson - Données immédiates • de la conscience, 76).
E E. - Ver A: Tom. (1) É CODÓ, E CODÓ. -(Bras.) Cânti-
oblíquo. em relação à platéia, estende a perna, que esteja mais afastada do público, em quinta posição anterior.
co ou doutrina do culto fetichista afrobrasileiro Tambor-de-Mina. Fonograma
ELANCE. - [Ballet]. Passo executado
encontrado na Discoteca Pública Muni
à maneira de um impulso. Lançado.
cipal de São Paulo, na Escola Nacional
Exemplo: assemblé élancé
de Música do Rio de Taneiro e na Dis- ELEGIA. coteca Pública Municipal de Recife, sob
o número: disco fm 15-b. Ver também
Tambor-de-Mina.
É FINADO. - (Bras.) Cântico ou doutrina do culto fetichista afro-brasileiro
Fonograma encontrado na Discoteca Pública Municipal de São Paulo, na Escola Nacional de Mú-
Tambor-de-Mina.
sica do Rio de Taneiro e na Discoteca Publica Municipal de Recife, sob o nú-
mero: disco fm 17-b. Ver também.
Tambor-de-Mina.
ÉCARTÉ. - [Ballet]. Separado. Quando o bailarino está parado, em ângulo obli-
quo em relação à platéia, estende a perna,
que esteja mais próxima do público, em segunda posição.
ÉCHAPPE, temps.
[Ballet]. Movi-
mento escapado. Entende-se como a passagem de uma posição fechada dos
[L. Elegia.] (1) Composi-
ção musical lírica consagrada ao luto, à
tristeza. • (2) Poema grego ou latino,
composto de hexâmetros e pentâmetros
alternados.
ELEMENTOS. - [Música concreta]. Se a análise fôr levada ainda mais longe
até isolar um dos componentes do objeto
sonoro componente que, aliás, isolado, o ouvido mal poderia escutar e cujo som
direto, em todo o caso, não permite análise), diz-se que o fragmento foi decomposto em "elemento' Exemplos de elementos: um ataque, um final, uma nota complexa. Ver tambémMúsica concreta.
ÉLEVATION. - [Ballet]. Têrmo que indica a altura do salto de um bailarino.
ELEVATION, temps d'.
[Ballet]. Aplica-se a todo movimento saltado.
pés a uma aberta, mantendo-se o pêso ELIPSE. - [G. Élleipsis.] Omissão da do corpo distribuido igualmente pelos palavra (uma ou mais) numa canção. pés. - Pode ser relevé (levantado) em ponta; sauté (saltado). É executado em segunda ou quarta posição.
ECU. - (Bras.) Na Bahia, é um bailado dos candomblés.
EMBOCADURA. - É a parte do instrumento de sôpro onde o músico coloca a
bôca.
EMBOLADA.
(Bras.) A embolada
EFFACE. - [Ballet]. Esfumado. Quando
tem a melodia declamatória, em valores rápidos e intervalos curtos; é originá-
o bailarino está parado, num ângulo
ria do Nordeste brasileiro, mais freqüente
ESCALA CROMATICA
EMBOITÉ, pas
na zona litorânea, que na sertaneja. É ENTONAÇÃO DO SOM, ou Altura. E a sua posição na escala dos sons. • Quanto mais elevado fôr o número de
mais um processo poético-musical, que uma forma ou gênero particular. Texto
cômico, satírico descritivo, consistindo
vibrações por segundo, mais agudo será
apenas numa sucessão de palavras, asso-
o som.
ENTREATO.
ciadas pelo seu valor sonoro. Quando dançada, diz-se côco-de-embolada.
EMBOITÉ, pas. - [Ballet]. Executa-se
em ponta ou meia ponta. Iniciado em
Partitura instrumental
tocada entre os atos de uma peça ou
ópera. Ex.' Egmont, de Beethoven; os entreatos da Carmen de Bizet.
quinta posição posterior, o pé se estende ENTRECHAT. - [Ballet]. Do italiano
de lado, a pouca altura do chão, e baixa intrecciare (trançar) é um movimento de grande ou pequena batterie, segundo o na frente do pé que sustenta o corpo terminando em quinta posição anterior.
EMPOSTAÇÃO. - Dar
emissão es-
pontânea e correta (à voz ou às notas), sem a côr gutural ou nasal.
ENARMONIA. - Artifício por meio do qual duas notas, de nomes diferentes,
soam de maneira idêntica.
número de vêzes em que se cruzam os pés
no ar. Maria Camargo foi a primeira bailarina a executar o entrechat quatre
em 1730. Em 1750, LuizaLany intro-
duziu o entrechat six.
ENUBIA. - Ver Inúbia. ÉPAULÉ. - [Ballet]. Posição do corpo, pernas e braços, em que o bailarino se acha parado num ângulo, em relação ao
auditório, em arabesco. O braço e a perna que estão mais próximos da platéia ficam estendidos para a frente, a
cabeça inclinada e voltada para
о
espectador.
ENARMÓNIA
EPAULEMENT. - [Ballet]. Indica a
ENCHAINEMENT. -
[Ballet.]. Combinação de dois ou mais passos, de
posição dos ombros em relação à posição do corpo. Os ombros giram e a cin-
tura se mantém fixa, como um eixo, fi-
acôrdo com uma frase musical.
ENERGICO. - [port. Enérgico]. Pa-cando o corpo, da cintura para baixo,
de frente para o público. lavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o EPISÓDIO.- (Fuga).Uma das semovimento preestabelecido. ções da fuga. Chama-se episódio a
ENGENHEIRO. - (Bras.) Figura do auto popular Bumba-meu-boi represen-
tando o doutor acompanhado de uma turma de empregados.
ENGENHO NOVO. -(Bras.)
•Dança
popular pertencente aos côcos, quando cantada na forma típica da embolada.
Ver também Embolada.
ENLEVEMENT. - [Ballet]. Ato em
que o bailarino levanta a bailarina e a sustenta no ar.
parte em que se ouvem, nos tons vizi-
nhos, o sujeito, a resposta e o contra-
sujeito. Ver também Sujeito, Resposta, Contra-sujeito.
ESCALA CROMÁTICA. - Escala que sobe e desce por semitons diatônicos e cromáticos. Sete são os semitons diatô-
nicos e cinco os cromáticos. Cada modo tem a sua forma de escala cromática,
que se caracteriza pela não cromatiza-
ção de determinados graus, particularidade que diz respeito à tonalidade.
Coleon
ESCALA DIATONICA
ESPACIALIZAÇÃO CINEMÂTICA
ESCALA DIATONICA.
SequênciaESCALAS
natural das sete notas com a repetição da
HOMÓNIMAS. ~ Escalas
homônimas são as que têm a mesma tônica e modos ou formas diferentes.
primeira. Cada nota é considerada um grau da escala e tem um número de ordem, contando-se de baixo para cima:
Dó Maior
1) tônica; 2) supertônica; 3) mediante;
4) subdominante; 5) dominante; 6) superdominante; 7) sensível, e 8) tônica. A escala diatônica tem sete segundas, das quais. duas são menores: mi-fa e si-dó; as demais são maiores. (Escala de Dó maior).
Dó Menor
Lá Menor (forma melódica)
O
Lá Menor (forma harmônica)
1.grau 2°gr.3.gr.4°gr.58gr.69gr.7°gr.89gr.
ESCALA DIATÔNICA
ESCALA ENIGMÁTICA. - Uma escala arbitrária: Dó; Ré-bemol; Mi: Fá-sustenido; Sol-sustenido; Lá-sustenido; Si e
Dó, escala usada por Verdi na sua
ESCOLA EXPRESSIONISTA. - Ver Expressionismo.
ESCOLA IMPRESSIONISTA. - Ver Impressionismo.
Ave-Maria (1898).
ESCALA GERAL. - Escala que abrange todos os sons pròpriamente musicais. Divide-se em cinco regiões: subgrave, grave, média, aguda e superaguda, e
ESCRAVOS DE Jó..
[Canto de bebida].Cantiga de mesa de bar, muito conhecida em São Paulo e Minas Gerais.
ESPACIALIZAÇÃO CINEMÁTICA.
consta de oito oitavas.
[Música concreta]. Chama-se espaciali-
(Regiões, registros e oitavas)
entral
"Do3oi •do central
e
Dó-1
Dó
DE
/R. grave//R.média
Do-2 Região subgrave//
Registro grave
Registro médio
Do S R.superaguda
//R.agude, Registro
agudo
ESPACIALIZAÇÃO ESTÁTICA
EUFÔNICAS
zação cinemática toda projeção que tem ESTILO. - [A. Still. F. Style: It. Stile]. por efeito fazer com que os objetos sono-
rOsdescrevam
trajetórias, à medida do Seu desenvolvimento • temporal. Esse efeito terá sido, pois, previsto em prin-
cípio, no momento da concepção da obra;
será realidade em presença do público,
por um operador, - regente encarregado de realizar a espacialização cinemática com o auxílio de um aparelho apropriado, (projetos de música espacial,
patente francesa n° 605.467). Ver Ver também Música concreta.
ESPACIALIZAÇÃO ESTÁTICA. [Musica concreta]. Considera-se espa-
cialização estática tôda a projeção que faz ouvir tal ou qual monofonia emitida
Estilo musical; significa: Linguagem característica ou escrita característica,
particularmente em referência a alguns detalhes da composição musical.
ESTRIBILHO. - Parte de uma composição musical que se repete de espaço a espaço.
ESTRUTURAS. -
[Música concreta]
O conjunto dos materiais que o compositor dá, no início, recebe o nome de es-
truturas. São, ou células ou notas comple-
xas. Podem ser também notas comuns.
combinadas ou não, partindo de instrumentos diretos, clássicos, exóticos ou ex-
perimentais.
Ver também Música con-
de uma fonte bem localizada. Essa espa-
creta. ESTUDO. - Peça musical, de forma ad
tuada em. faixas sincrônicas, mas distin-
desenvolvimento técnico ou estético do
fontes sonoras distintas, reais ou virtuais. Ver também Música concreta.
ETHOS. - Na música grega antiga,
pécie de cravo pequeno) da era isabelina.
que serviu de base às especulações teó-
cialização teria sido por conseguinte prevista no momento do "mixage", efe-libitum, que procura um determinado
tas e projetadas respectivamente por
ESPINETA. - Instrumento musical (es-
executante.
éthos significava o caráter ético dos modos. Por exemplo: o modo Dórico,
ESPONTÃO. - (Bras.) Dança existente
ricas, era considerado virilizador e
de guerra, ao som de tambor marcial, em que um crupode negros com espontões(uma lança com bandeira branca),
Lídio, feminino e sensual; o Mixolídio, triste e enervante.
no Rio Grande do Norte; é um bailado
percorre as ruas.
ESPRESSIVO.
forte; o Frígio, extático e apaixonado; o
EUA MANDO SALVÁ. - (Bras.) Cântico ou doutrina do culto fetichista afro-
[port. Expressivo].
brasileiro Tambor-de-mina. Fonograma encontrado na Discoteca Pública Muni
Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o cipal de São Paulo, na Escola Nacional movimento preestabelecido.
ESQUENTA-MULHER. - (Bras.) Conjunto constando de dois ou três pifaros de taquara, uma caixa, dois zabumbas e
um par de pratos de metal.
de Música do Rio de Janeiro e na Discoteca Municipal de Recife, sob o nú-
mero: disco fm. 15-a. Ver também Tambor-de-Mina.
EUA SEU FILHO CHORA. ~ (Bras.) Cântico ou doutrina do culto fetichista
ESQUINADO. - (Bras.) Dança, outrora afro-brasileiro Tambor-de-Mina. Fonopopular no Norte do Brasil, de proce-grama encontrado na Discoteca Pública dência africana, em que os pares se cho-de São Paulo, na Escola Nacional de cavam na altura dos ombros.
ESQUIPADO. - (Bras.) (1) Dança de
roda. (2) Marcha de cavalo de sela,
Música do Rio de Janeiro e na Discoteca
Pública Municipal de Recife, sob o nú-
mero: disco fm. 15-a. Ver também
EXCELÊNCIA
EXPRESSIONISMO
versões (sextas menores e maiores), EXPRESSIONISMO. - Cêrca de 1910, homófonos e compostos derivados. Ver partindo da apaixonada música de protambém Consonância. grama e dos efeitos colorísticos de DeEXCELÊNCIA. - Canto com acompabussy, apareceu um tipo de música, nhamento instrumental em uníssono, em
evidentemente abstrata, em que melodias
mônias de velório.
retorcidas, harmonias discordantes e li-
série de doze versos, entoado em ceri-
EXERCISES À LA BARRE. - [Ballet]. Exercícios na barra.
EXERCISES AU MILIEU. - [Ballet].
Exercícios no meio do salão. EXPOSIÇÃO. - [Fuga]. Uma das
nhas. independentes eram usadas num completo desprêzo aos princípios tradi-
cionais da arte musical. Os principais representantes da Es-
cola Expressionista são: Arnold Schön-
seções da fuga. A exposição é a apre-berg. Anton von Webern, Alban Berg sentação dos temas.
e Ernest Krenek.
F F. - Ver A: Tom. (1) Fá. - Ver Tom. (1)
"Baile usado antigamente em quase
todo o Rio Grande, porém hoje mui
FABORDAO - Ver Falso bordão. FABORDONE. - [E] Ver Falso Bordão. FACE, en. - [Ballet]. Em frente. FADO. - Forma musical portuguêsa, de origem colonial-brasileira, como evolu-
ção do lundu.
"Após o regresso de D. João VI
do Brasil, êste canto dançado (o Lundu) foi invadindo as diversas camadas da sociedade portuguêsa, fixando-se nas mais baixas e imorais, onde se transformou no canto dorido e na dansa duvidosa a que
se chama Fado e bater o Fado" Luiz
de Freitas Branco, A Música em Portugal, 1929. FAGOTE. .
pouco, no campo unicamente, e que consiste em danças sapateadas, executadas alternadamente com canções populares que se recitam ao som da viola"
• (Ro-
maguera Corrêa, Vocabulário Sul-Riograndense). "Os antigos habitantes dêste território usavam de danças próprias ou para melhor dizer sui-generis, que pelos
seus traços parecem haver resultado de
uma combinação das danças dos primitivos paulistas, mineiros e lagunenses,
com as danças dos açoristas e dos indigenas, mais a meia-canha e o pericón, danças que se usavam nas repúblicas do Corrientes, Prata, especialmente Entre-Rios e Estado-Oriental. A razão
[A. Fagote; F. Basson; It. Fagotto]. Instrumento de palhêta dupla,
que nos leva a assim supor é que nessas
feito de madeira. O tubo do fagote é
dos antigos povoadores da província, de
longo e mede 1,32 de comprimento.
origem portuguêsa, como também certos
Toca na clave de Fá, na 43 linha, podendo ainda usar a clave de Dó, na 43
meneios e passados de mão entre a
linha, para notas agudas. Vide fig. 12.
FALSO BORDAO. - [E. Fabordone; F. Faux bourdon; It. Falsobordonel. Técnica francesa do século XIV; significava falso-baixo e representava uma sucessão
de terças e sextas. Ver também Gimel.
FANCY. - Ver Fantasia.
FANDANGO. -
(1) No Rio Grande
do Sul é um baile em que são dançadas
as seguintes peças variadas: tirana; anu; tatu; cará; feliz-amor; balaio; xará; chimarrita; chico; ribada: cerra-baile; ga-
linha-morta;quero-mana;
serrana; dan-
danças se notam não só os sapateados
dama e o cavalheiro na meia-canha e no pericón, acontecendo que muitas delas
têm nomes indigenas". (João Cezimbra Jaques, Ensaio sobre os costumes do Rio Grande do Sul, 91). (2) Bailado dos marujos, marujada ou chegança dos
marujos, nos Estados do Nordeste e do Norte.
FANFARE. - Ver Charanga. FANFARRA. - Ver Banda de cavalaria.
FANTASIA.
[I. Fancy]. Era tradicionalmente o modelo que culminava na música inglêsa. Significava, no século XVII, música para conjunto instrumen-
TEI
Fig. 10
Fig. 11 16. Cornetim 11. Corno Inglês 12. Fagote
Fig. 12
FOBO
FARÂNDULA
FARANDULA.
Dança popular fran-
cesa, geralmente ao ar livre. Assemelha-se à polonesa. Ver também Polonesa.
FAUX-BOURDON.- Ver Falso bordão. FEIJÃO. - Passos característicos do côco, particularizados pelas denominações de feijão-prêto, feijão-mulatinho e
feijão-miudinho. Ver também Côco.
FEIJAO-MIUDINHO. - Ver Feijão. FEIJÃO-MIúDO. - Ver Mana-Chica. FEIJAO-MULATINHO. - Ver Feijão. FEIJÃO-PRETO. - Ver Feijão. FELIZ-AMOR. - Ver Fandango. FERMATA. - A fermata, colocada sôbre ou sob uma nota, indica que se deve sustentar ou firmar a nota, pela voz ou instrumento, durante algum tempo.
FERMÉ.
[Ballet]. Exemplo: Sissonne fermé (passo de Sissonne fechado).
FERRA-FOGO. - (Bras.) Dança e can-
cala cromática como se pronunciasse:
d-r-r-r. Este tipo de execução foi :intro-
duzido por Ricardo Strauss, nas Variações do Moinho, em D. Quixote, e é empregado, com menos frequência, no oboé
e no clarinete.
FLAUTA. - [A. Flöte; F. Flûte; I. Flute; It. Flauto]. Instrumento de embocadura
livre, feito de madeira ou de metal. O seu tubo é cilíndrico e mede 0,67 cm. de comprimento. Vide fig. 14.
FLAUTIM. - [A. Kleine flöte; F. Petite Flúte; I. Piccolo; It. Ottavino].
Instru-
mento de embocadura livre, feito de madeira ou de metal. O seu tubo é cilin-
drico e mede 0,34 cm. de comprimento. Ressoa à oitava superior da nota escrita.
Vide fig. 15. É o mais agudo instrumento da orques-
tra. Há dois tipos de flautins: um em Dó e outro em Ré-bemol. O primeiro é usado na orquestra, o segundo na banda de música. O segundo é transpositor.
FLAUTO DOLCE. ~ Ver Recorder. FLOREIO, Floritura. - Ornamento cons-
ção do tempo da escravidão.
FERRINHOS. - Ver Triângulo.
FIGURAS DE RITMO. - Sinais que estabelecem o tempo de duração das notas
chamadas valores positivos. As pausas,
sinais que estabelecem a duração dos si-
lêncios ritmados, são chamadas valores
negativos. As figuras de ritmo deno-
minam-se também; valores de duração e signos de duração. São sete, a saber: semibreve; minima; seminima; colcheia;
tituido de um grupo de pequenas notas, quase sempre por graus conjuntos, que
se apoiam numa nota real.
FLORENTINA, reforma. - Novo estilo que, em contraposição ao contraponto cheio de artifícios, preferiu a simples declamação.
FLORITURA. - Ver Floreio. FLÖTE. [A] - Ver Flauta.
FLÜTE À BEC. - Ver Recorder.
semicolcheia; fusa e semifusa
Semibreve Mínima Semirima Colcheia Semicolcheia Fusa Semifusa
FIGURAS DE RITMO FLATTERZUNGE, [A] Flutter-tonguing.
FLUTTER-TONGUING. - Ver Flat-
FRAGMENTO
FOFA
FOFA.
Dança lasciva portuguêsa do
século XVII, também conhecida no Brasil.
FOLCLORE.
Palavra inventada pelo arqueólogo inglês William John Thoms,
em 1846;compõe-se de doissubstantivos: folk, que quer dizer, em inglês, gente, povo, e lore, que significa conhecimento, sabedoria. Êste vocábulo está sujeito a certas confusões e a sua aplicação é muitas vêzes imprecisa, por isso,
quando se fala em folclore, ou de música folclórica, deve-se considerar como tal apenas o que encerra certo elemento
arcaico, cujo conteúdo o povo conserva em estado vivo, elementos que não pertençam somente a uma sistematização de
conhecimento, mas que sejam originarios de invenção coletiva.
FOLE. - (Bras.) Palavra usada no Nordeste do Brasil, que significa Acordeão,
empregada nesta arte, ligarmos o sen-
tido de projeção especial em que è em-
pregada nas artes plásticas. Contudo, na música esta noção de forma é muito
diferente (...) "A sucessão no tempo continua a ser o princípio ativo e deter-
minador dessas manifestações sonoras. A
duração é a sua essência. Contudo, um mesmo denominador as abrange a tôdas: essas formas são modos de ser e de agir das manifestações musicais, são os diversos aspectos por que elas se podem revelar à consciência. Ser e agir são cate-
gorias temporais; consciência é duração sonora na extensão. Forma, neste caso,
é uma condição do tempo, se assim é lícito exprimirmo-
Podemos, portanto, adotar, em prin-
cípio, a seguinte definição mínima de
forma musical: a ordenação dos sons no tempo, segundo o seu modus manifestandi. (F. Lopes Graça Evolucão
das formas musicais - págs. 18 e 20).
Sanfona ou Gaita.
FOLIA. - Baile antigo em Portugal acom-
Ver também Sonata; Concêrto; Suite.
panhado com pandeiro, adufe e canto. FORROBODÓ. -• Baile popular. Di-
vertimento. Festança. No Ceará, tem FOLKLORE. - Ver Folclore. a designação de Baile-da-canalha. FONDU. - [Ballet]. Significa que, em certa posição, se articula o joelho da FORTE. - Palavra empregada na música perna que sustenta o corpo. Exemplo: Arabesque fondu.
FORMA MUSICAL.
SignificaOS
para designar o colorido ou a variação
de intensidade dos sons.
Intensidade
forte. Vigoroso. Abrev. f.
princípios que regulam as estruturas de
FORTÍSSIMO. - Palavra empregada na
uma composição musical. Para melhor
música para designar o colorido ou a
exemplificar, a forma musical é idêntica
a um plano de construção, com o qual o
compositor delineia uma luga ou uma
SOnaLa.
Mas o que vem a ser uma forma
musical? Até que ponto ou em que sen-
tido é a música, fenômeno sonoro fluindo
variação de intensidade dos sons Vigorosíssimo. Grande intensidade. Muito
forte. Abrev. it.
FOUETTE ROND-DE-JAMBE
EN
TOURNANT. - [Ballet]. Movimento da perna semelhante a uma lambada para
dar impulso e rodar o corpo sôbre si
no tempo, susceptível de receber uma
mesmo. Ver também En dehors; En
forma, isto é: de sujeitar-se a determina-
dedans; Développé: Relevé.
ções e delimitações especiais? Forma e som parecem coisas antagônicas, irredu-
tíveis. Som é duração; forma é extensão: e tôda a projeção da duração na extensão é arbitrária. Será então a mobilidade temporal da música inapreen-
FOUETTÉ, temps.
[Ballet].
Nome
derivado de um movimento executado pela perna em ação, à maneira de uma
chicotada.
FRAGMENTO. -
[Música concreta]
FREVO
FUSA
de rendimento, chama-se fragmento, com FUGA DUPLA. - E a fuga que se com.
a condição de não apresentar desenvol-
vimento nem repetição. No caso de apresentá-los, o fragmento deveria limitar-se à parte que não comporta nenhuma
nova "redundância.
sica concreta.
Ver também Mú-
FREVO. (Bras.) [ Música popular urbana]. O Frevo é uma modalidade pernambucana de marchas, usadas pela massa popular no carnaval do Recife.
Distingue-se da marcha ou da marchinha
põe de um só contra-sujeito. bem Contra-sujeito.
Ver tam-
FUGA QUADRUPLA. - É a fuga que se compõe de três contra-sujeitos. Ver também Contra-sujeito.
FUGA REAL. ~ [Fuga]. É a fuga em que a resposta reproduz exata e fiel-
mente o sujeito no tom da dominante, do mesmo modo que no tom principal. Ver também Sujeito e Resposta.
carioca pelo movimento mais rápido e pelas suas fórmulas ritmo-melódicas.
FUGA SIMPLES. - É a fuga que não
Além disso, não tem canto; é música
FUGA TONAL. - [Fuga]. É a fuga
exclusivamente instrumental, executada
pelas bandas que acompanham os cor-
dões. O nome frevo originou-se do verbo
ferver.
Durante o carnaval pernambu-
cano, a multidão ondula, ao som do
possui contra-sujeito.
Contra-sujeito.
Ver também
em que o sujeito modula ao tom da dominante, convergente ou divergente. Ver também Sujeito.
FUGA TRIPLA. - E a fuga que se
frevo, em meneios de dança que fica a
compõe de dois contra-sujeitos. Ver também Contra-sujeito.
que o povo pronunciava: frevura, trever.
FUGATO. - Passagem em forma pri-
ferver, vindo daí o nome de frevo, por-
FRISS. - Ver Xarda.
mária da fuga, isto é, que não pertença ao contraponto imitativo. Passagens encontradas com muita frequência nos de-
FUGA. - [A. Fuge; F. Fugue]. A fuga
do Quarteto.
FRIKA. - Ver Xarda.
é uma composição em contraponto, de caráter imitativo, em que, a par de uma
"severa ordem de idéias, a trama dos elementos, com riqueza de variedade, se realiza da maneira mais equilibrada possivel. Deve-se o nome ao fato de passar
o tema de uma voz a outra como se estivesse fugindo. Desenvolveu-se duranteo século XVII, tendo comoseu
expoente máximo Tohann Sebastian Bach.
Cinco são os seus elementos: sujeito, resposta, contra-sujeito, coda e partes livres. Contém três secções: exposição, episódio e stretto.
envolvimentos da Sinfonia, da Sonata e
FUNÇÃO. - (Bras.) (1) Antigamente nome que se dava a festividades religiosas ou familiares. (2) Solenidade de qualquer natureza em que músicos
tomam parte.
FUNGADOR. - Ver Cuíca. FUNGANGÁ. - Ver Baiana. FURIOSO. - [port. Furioso]. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para determinar o movimento preestabelecido.
FUSA. - Ver Figuras de ritmo.
G G. - Ver A: Tom (1).
GE-GÊ. - (Bras.) Silabas entoadas pelos indios, repetidas em côro após cada es-
GAITA. - Ver Sanfona. trofe, cantada na festa da Tocandira. GAITA DE BOCA. - Ver Harmônica GEBRAUCHSMUSIK. - [A.] Têrmo
(2).
GAITA DE FOLES. - O mesmo que Cornamusa. Gaita galega.
recente aplicado à música de utilidade
prática, em contraposição à arte pela arte. Movimento adotado por Hindemith e Krenek.
GALINHA-MORTA. - Ver Fandango. GEIGE. - Ver Violino. GALOPE. - (1) Danca rodada em ritmo
GHANA. -
Instrumento de percussão,
aceleradíssimo. Compasso binário e dioriginário da Índia. versos passos em mudança. Muito usada durante o século XIX (c. 1825-75). (2) GIMEL, gymel. - [L. Gemellum]. Can-
(Bras.) Desafio, sextilha de decassilabos. Tipo de martelo. Ver também
Martelo.
GAMACA. - Característica da música
hindu; consiste numa elaboração orna-
mental, mais vocal que instrumental.
GAMBA. - Ver Viola de Gamba.
GAMBÁ. - Ver Mana-Chica.
GANZA. (Bras.) Tipo de chocalho. Pequeno tubo de fölha-de-Flandres.
ção gêmea. Forma musical usada na Idade Média baseada em terças e sextas paralelas, intervalos proibidos naquela época, devido aos preconceitos pitagóricos, que só consideravam a oitava, quinta
e a quarta como consonâncias. Na In-
glaterra, durante o século XIII, era uma
composição no estilo de hino a duas
partes e representava um tipo de organum, em oposição às quartas e quintas paralelas. Ver também Falso bordão.
GIMNOPÉDIA. - [G. Gymnopaideia].
Ver também Xequé; Xeque-xeque: Ame-
(1) Uma exibição de danças, ginástica e música, dedicada a Apolo, Artemis e
GARGOUILLADE. [Ballet ]. Passo iniciado com um petit rond de jambe
Leto, em Sparta, entre 6 a 10 de Julho,
lê; Piano de Cuia.
(pequeno movimento circular da perna). seguindo-se um salto para o lado com a
perna em ação, terminando com os pés em quinta posição, mantendo firmes os joelhos.
GAUCHE, à. - [Ballet]. À esquerda.
por jovens e homens. (2) Erik Satie,
compositor francês, nascido em 1866 e morto em 1925, escreveu três gimnopédias, em 1888. [port. Jocoso, gracioso, GIOCOSO. humorístico]. Têrmo empregado em mú-
sica, quanto ao caráter e à expressão,
para. designar o movimento preestabele-
GLEE
GUARACHA
GLEE. - [I.] Tipo de música coral, do GRAUS MODAIS. - São os terceiro e século XVIII, sem acompanhamento; sextO graus, porque caracterizam OS modos. pode ser cantada em três ou mais partes.
[Ballet]. Derivado de GLISSADE. glisser (deslizado). Usa-se como passo de preparação para um movimento ou para atitude que o segue.
GRAUS TONAIS. - São chamados graus
GLISSÉ. - [Ballet]. Têrmo aplicado a um passo que também é executado sauté, a fim de diferença-lo. Exemplo; pas de basque glissé.
para designar a movimentação dos tem-
GLOCKENSPIEL. - Ver Carrilhão. GOBÓ. - Ver Urucungo.
tonais o primeiro (tônica), o quarto (subdominante) e o quinto (dominante)
GRAVE. -- Têrmo empregado na música pos do compasso; é um andamento lento, de caráter solene, austero.
GRAZIOSO. - [port. Gracioso]. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
GONGO. - Ver Tantã.
GROSSE NOTE. - [Música concreta].
GONGON. - Espécie de tambor, ao que parece, feito de uma lata. Em desuso,
GONGUÉ. - (Bras.) (1) Têrmo com o qual se designa o Agogo simples. (2)
"Péqueno tambor para danças, zambê, bambelô etc. É também conhecido com o nome de chama, do verbo "chamar", por atrair os dançarinos. Produz um som sêco, surdo, atravessando a massa da batucada e fazendo-se ouvir de longe,
chamando quem o ouve para a função.
Rio Grande do Norte." (Luís da Câmara Cascudo. Dicionário do Folclore
Brasileiro, pág. 296). Ver também Agogô.
Uma nota complexa pode ser ou muito breve ou muito longa. Chama-se Grosse
note uma nota complexa cujo ataque, matéria ou fim sejam superficialmente desenvolvidos. Se êsse desenvolvimento ultrapassa certos limites, tem-se, antes,
um grupo no qual a evolução poderá ser analisada em ritmo, timbre e tessitura.
Ver também Música concreta.
GROUND. - Ver Baixo obstinado. GRUNDTHEMA. - Ver Motivo Condutor. GRUPETO. - Três ou mais notas, em caracteres menores, sempre em graus conjuntos, que seassociam a certas
GRANDE BANJO. - Ver Banjo.
notas reais.
Lento
Presto eLC
GRUPETO GRUPO. - [Música concreta]. Uma monofonia da ordem de alguns segun-
GUAIA. - (Bras.) Espécie de chocalho, usado nos batuques de São Paulo.
GYMEL
GUARAPÁ a três por quatro e a dois por quatro.
(Contudo as colcheias permanecem na sua unidade).
GUARAPÁ. - (Bras.) Em Minas Ge-
na Espanha pelos árabes. Possui doze cordas.
GURIAMBA. - (Bras.) Festa natalina. Semelhante ao Bumba-meu-Boi.
rais, na fronteira paulista, é uma dança de roda. Ver também Engenho Novo. GUARARÁ. - Instrumento brasílico dos
GUZUNGA. - (Bras.) Tambor cilindri-
indígenas. Cabaça com pedrinhas dentro. Instrumento ritmador de danças.
1948. O tambor é seguro por uma
GUITARRA. -- [A. Guitarre; It. Chitar'ral. Instrumento semelhante ao nosso
violão, originário do Oriente, introduzido
co registrado por Alceu Maynard Araujo
num jongo, em Cunha, São Paulo, em correia, pelo ombro do tocador, debaixo
da axila.
GYMEL. -- Ver Gimel.
HI H. - Ver Tom (1). HABANERA. - Dança
cubana. Se-
gundo alguns estudiosos, a habanera deu a ritmica à dança popular brasileira,
Maxixe. HAIT-TEA-TAÇU.
O
(Bras.) Flauta nasal, dos indios da Serra do Norte, formada por discos de cabaça.
laminas de vidro colocadas, horizontalmente, num móvel que, por meio de
pedal, o executante maneja. O som é produzido pela fricção dos dedos. (3)
Gaita de bôca. (4) Na França e Ale-
manha, também é conhecida entre a variedade dos instrumentos do tipo xilo-
fone.
- [A.] Ver Banda HANDKLAPPER. - Ver Castanholas. HARMONIEMUSIK. de Música. HARMONIA. - Combinação de vários HARMÔNIO. - É o órgão de dimensões sons diferentes, ouvidos simultâneamente pequenas. e formando acordes. Ciência dos acordes.
HARMONIA CROMÁTICA. - [I. Bar- HARMONÔMETRO. - Instrumento com bershop harmony]. Tipo de harmoniza-que se medem as relações dos sons. ção cromática, usada na música popular HARPA. - [A. Harie; F. Harpe; I. Harp; norte-americana; consiste no emprêgo, sistemático, de acordes de sétima diminuta; adordes de sextas aumentadas, e outras combinações dêsse gênero.
lhadas. Existem dois tipos de harpa: cromática e diatônica. A harpa cromá-
HARMONIA FUNCIONAL. - A har-
não. Atualmente usa-se apenas a harpa
monia funcional é um sistema de análise harmônica, desenvolvido, recentemente, por Hugo Riemann e baseado, talvez, no
método Urlinie, do musicólogo alemão Heinrich Schenker. A harmonia funcional pretende reduzir qualquer composição à sua estrutura fundamental, sôbre
It. Arpa]. Instrumento de cordas dedi-
tica tem as cordas cruzadas, a diatônira diatônica.
Sua afinação é no tom de
Dó-bemol maior. Vide fig. 16.
HARPSICHORD. - Ver Cravo.
HAUT, en.-
[Ballet].
Usa-se como
variante da quinta posição dos braços, a fim de diferençar da mesma posição
en avant ou en bas. as funções tonais de tônica: acorde do primeiro grau: de dominante: acorde do HAUTBOIS. - Ver Oboé. quinto grau; e de subdominante: acorde do quarto grau. Tôda coerência musical HE! HE!. - (Bras.) Interjeição que os indigenas repetiam em voz trêmula e tradicional, emanando da formação da depois muito forte, dançando nas festas melodia às progressões harmônicas, perdas bênçãos dos maracás. manece nesse modo tonal clássico. HARMÔNICA. - (1) Compêndio de HECKELFONE. - Instrumento da fa-
tôda a teoria musical da Antigüidade, milia do oboé. Possui êste nome por escrita por Cláudio Ptolomeu; obra terminada no ano 150 A. D.
caúsa do seu inventor Heckel. Escreve-
se na clave de sol, porém uma oitava
Fig. 15
Fig.
Fig. 13
Fig. 16 13. Contrafagote 14. Flauta 15. Flautim 16. Harpa
HUAYRA-PUHURA
HELICÓN
HELICÓN. - É um instrumento que, nas d'Arezzo, que pretendeu tirar de cada bandas militares, quando o músico tem hemistíquio do Hino a São João Batista, de marchar à frente das tropas (a pé ou as silabas Ut Re Mi Fa Sol La, com que a cavalo), pode ser carregado sôbre o substituiria os tetracordos na explicação
ombro, enlaçando o pescoço do exe-dos sistemas: Ut queant laxis [Resonare fibris] Mira gestorum [Famuli tuo-
cutante. Vide fig. 17.
HEPTACORDO. - [Do G. heptá: sete]. Este têrmo é usado para designar o
rum] Solve polluti [Labii reatum] Sancte
Joannes.
conceito moderno de oitava, que consiste
HEZO-HEZO. - (Bras.) Instrumento
em sete notas diferentes. Em contra-
sagrado dos indios Parecis. Grande
posição ao sistema primitivo do hexacordo
trombeta, com embocadura, possuindo (que inclui apenas seis notas). Ver tam-uma formidável caixa de ressonância, bém Hexacordo. feita de cabaça.
HERA-HERA-HUM. - (Bras.) Instru-
HINO À BANDEIRA. - Música do
mento sagrado. Flauta usada pelos indios maestro Francisco Braga e letra do
poeta Olavo Bilac.
Parecis.
HETEROFONIA - [G. héteros, outro; HINO NACIONAL BRASILEIRO. phoné, som]. (1) Têrmo usado por Música de Francisco Manoel da Silva Platão. heterofonia medieval e letra de Osório Duque Estrada.
(2) A era rigorosamente linear e de livre in-
venção, apoiando-se, mais tarde, no principio da imitação e na independência da
HINO REPUBLICANO RIO-GRANDENSE. - (Bras., Rio Grande do Sul)
mente, é usado pelos musicólogos para
Composição musical, consagrada como hino da república rio-grandense, de au-
representar o que pode ser considerado
toria de Joaquim José de Mendanha.
permuta ritmo-melódica. (3) Atualum tipo primitivo de polifonia.
Ver
também Canto Silábico.
HEU! HEURARE! HEURARE! HEURA! UHE!. - Estribilho que os indios repetiam no fim de cada estrofe, nos seus cantos festivos.
HEXACORDO. - [Do G. Hex: seis; chordé, corda ou tom]. Um grupo de seis tons diatônicos, com apenas um in-
tervalo em semitom ex.: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá. O hexacordo é uma das
HOMOFONIA. - [G. Homos, igual] (1) Designa um trecho musical elaborado melodicamente sobre acordes. Este
(2)
têrmo indica oposição à polifonia. Na terminologia alemã, Homophonie (homophon) significa música em uníssono.
(3) Os franceses usam o têrmo para designar música monofônica.
HORN. - Ver Trompa.
HORNMUSIK. - [A.] Ver Charanga. bases da teoria medieval de Guido HUAYRA-PUHURA. - Ver Antara.
]I IATOQUE. - Cantiga dos índios Parecis.
IMPRESSIONISMO.
Escola musical
Celebra o salto do rio Juruema, que os dos fins do século XIX e principios do
Parecis, numa antiga luta, conquistaram aos Uaicoacorés.
ICA. - (Bras.) Trombeta dos Bororos, com um furo lateral, que produz som cavernoso. Serve para acompanhar os ritos religiosos e as cerimônias fúnebres.
ICA-PIRIRA. ~- (Bras., Mato Grosso) Flauta de Pã empregada pelos indios
Bororos de Mato Grosso; consta de cinco tubos de bambu.N° do catálogo
XX. representada por Debussy. A con-
sonância e a dissonância passaram a ser noções puramente relativas pela ruptura da harmonia funcional, pelo paralelismo dos acordes com suas séries ascendentes e descendentes, pela adoção da escala
de tons inteiros, com sua conseqüente
harmonia de triades aumentadas.
IMPROMPTU. - [ port. Improvisado]. Nome que designa a Peça característica
do Museu Nacional do Rio de Taneiro:
do período romântico do século XIX e que passou a ser, também, o título de
Categoria de instru-
peças para piano na forma do lied
4.132. IDIOFONES.
mentos que, percutidos, vibram por si mesmos. Triângulo; gongo; sino; pratos; xilofone; celeste; castanholas; matraca; chocalho; pavilhão-chinês; caixa de mú-
(A-B-A), e mais livres.
INGOMBA. - Ver Ingome. INGNO. - Ver Ingome.
sica; harpa de menestrel; harmônica de INGOME. - (Bras.) Tambores grandes, vidro; etc.
IEMANTÁ. -
[Canto de feitiçaria].
mãe-d'água, do mar.
A
usados nos xangos de Pernambuco, com couro apenas numa abertura.
INSTRUMENTAÇÃO. - Ciência que
ILU. - (Bras.) Pequeno tambor, feito de estuda os instrumentos musicais, combarril, com couro nas duas aberturas, preendendo o conhecimento da técnica,
usado nos xangôs. As baquêtas são
seus recursos, qualidades de timbre e
chamadas birro.
sonoridade, suas entonações, claves, ex-
- "Sabe-se que na Bahia, ainda na
segunda década do século atual, com a palavra Ilu os negros designavam seus
Atabaques grandes. (Manuel Querino). Recentemente, a palavra foi registrada na
Bahia por Donald Pierson como outro nome do Rum, o maior atabaque dos Can-
domblés. Sob a forma Elu. Artur Ramos
diz que nos Estados do Norte a palavra se aplica aos tambores pequenos; nada
esclarece, entretanto, sôbre a forma dêstes". (Oneida Alvarenga, Música
Popular Brasileira, 309).
tensões, registros, escalas, etc.
INSTRUMENTOS BRASÍLICOS. (Bras.) Instrumentos pouco melódicos,
de sonoridade bulhenta, cavernosa, rouca
e ruidosa.
"Os nossos indios fabricavam instrumentos com o que a natureza lhes proporcionava. Eram principalmente ins-
trumentos de percussão: tambores às vêzes feitos com troncos de árvores, como o Curugú e o Vatapi; cabaças esvaziadas
cheias de pedrinhas ou sementes, como
Maraca, o Bapo e o Xuatê; união de
IUKE
INTENSIDADE DO SOM cordéis que amarravam no tornozelo. como o Butori, ou prendiam numa haste,
como o Cotecá. Entre os instrumentos de sôpro havia, ora simples gomos de
INTERVALOS COMPOSTOS. - Ver Intervalo.
INTERVALOS CROMÁTICOS. - (Ar-
bambús, às vêzes soprados com o nariz tificiais). Todo intervalo em que entre que nem o Tsin-Iali dos Parecis, ora alguma alteração não contida na armacomplicadas junções de várias cabaças dura da clave. pequenas como a Pana dos Bororos;
ora feitos com ossos de veados, onças,
etc. como o Uatotó dos Macuxis e até com ossos humanos de inimigos, como refere Gandavo. E os búzios". de Andrade. Compêndio de História da
Natural
:Cromático
Cromático
Mário INTERVALOS CROMÁTICOS
Música, pág. 8).
INTENSIDADE DO SOM. - É a qualidade pela qual êle se torna audível, a
maior ou menor distância. INTERLúDIO. - É um pequeno trecho musical tocado, usualmente, de improviso, entre o verso dum hino ou salmo. Qualquer tipo incerto de música.
INTERMEZZO. - [It.] Pequena peça,
.de estilo livre, idêntica ao entreato. No fim do século XVII, grande parte das óperas italianas eram acrescidas de Inter-
mezzos (bailados etc.). Ver também Entreato.
INTERVALO.
-A distância existente entre duas notas. Há também intervalos simples e compostos: são simples, quando
estão contidos no âmbito de uma oitava justa, e compostos, quando a ultrapassam.
INTERVALOS SIMPLES. - Ver Intervalo.
INTONA RUMORI. - Ver Barulhadores.
INÚBIAou ENUBIA; Membi-Tarará; Pemi; Mimi. (Bras.) instrumentos
usados pelos indigenas do Brasil; eram buzinas de guerra.
INVARIÁVEIS, consonâncias. São a oitava e o uníssono. Ver também Consonância.
INVERSÃO DOS INTERVALOS.
Os intervalos simples (e sòmente êstes)
são invertíveis, o que se dá quando se transporta à 8? superior a sua nota inferior, e vice-versa.
Intervalos simples l Intervalos compostos l
.O
INTERVALOS ARTIFICIAIS. - Ver Intervalos cromáticos.
transportada
IOROIÁ. - Ver Aluiá.
IUKE. - (Bras., Amazonas). Bastão
de ritmo, feito de um só côlmo de taquara, usado pelos indiosVapi-
J JÁ. - Sineta de metal, utilizada na ceri- JEGUEDE. - (Bras., Sul.) (1) Ins-
mônia de dar comida ao santo. De origem africana. Ver também Adjá.
trumento de percussão de origem africana. (2) Dança executada pelos iaños
JACARANDA. - Dança de roda, acom-iniciantes. Do ioruba ijó-agede, a dança
panhada por viola, com estrofe em quarta
do encantamento.
e refrão em sextilha, todos em redon- JETE, pas. dilha maior. (Renato Almeida, História da Música Brasileira, pág. 171).
JACUNDA. - (Bras., Amazonas) Dança tradicional indigena.
JAGUARA. - Figura do auto popular
Bumba-meu-boi, representando um fantasma, a alma dos cavalos.
JANEIRA. - (Bras.) Canção entoada
[Ballet]. Movimento em que se muda, saltando, o equilíbrio do
É
corpo, de uma perna para outra. executado com algumas variantes.
JOGRAL. - [ L. Jocularem]. Músico que executava composições suas e alheias,
por dinheiro Ver também Menestrel.
jONGO.- (Bras.) [Dança.
Dança
negra violenta, acompanhada por instru-
por um grupo que, no primeiro dia do mentos de percussão, especialmente tamano, visitava pessoas amigas.
JARAU, Serro do. - (Bras. Rio Grande
bores de vários nomes e tipos.
No
Estado do Rio, o dançarino solista de-
do Sul.) Na coxilha geral de Sant'Ana, senvolve a sua dança sapateada, acom-
sobre a linha divisória com a República panhando-se com um chocalho. Às vêzes, há dois solistas na roda, no caso do Uruguai. Ver também Salamanca
do Jarau. JARRETE. - [Ballet] Diz-se de um bailarino en jarreté quando, parado com
em que uma mulher provoque um homem
para a dança. Em São Paulo, chamam ao jongo Tambu e Corimá. O caxambu dos jongos de Minas Gerais reforça a os joelhos juntos e firmes, fica com os suposição de que Caxambu e Jongo decalcanhares afastados. Noverre signam uma única dança. conta que Gaetan Vestris sabia tão bem disfarçar êste defeito, que passava despercebido até mesmo aos críticos de arte.
JOSÉ DO VALE. - Ver Zé-do-Vale.
JUG-BANDS. - Conjuntos instrumentais, JAZZ. - Nome que se dá a um tipo de para tocar música de Jazz, formados com música popular norte-americana, de ori-
instrumentos de fabricação doméstica.
gem nitidamente negra. O jazz se manifesta com o aproveitamento dos ele-
JUPURUTU. - (Bras., Nordeste). Ins-
mentos: melódicos e rítmicos. Não trumento usado pelos indigenas, espécie sômente a parte ritmica é sincopada, de clarineta, de taquara, tendo, em vez
como também a parte harmônica apre-de palhêta, uma pequena tala de fôlha senta antecipações e retardos em sincopa.
JAZZ-BAND. - Conjunto instrumental,
de palmeira.
JURUIPARI.
(Bras.) Dança dos
de música de Jazz, composto de saxo-índios Uapés, em honra ao gênio do mal, fones; trombones; cornetins, clarinetes; executada ao som de uma buzina de
K K. V. - Abreviatura para Koechel-Ver- KHEPPA. zeichnis, isto é, a lista cronológica das obras de Mozart, que foi feita pelo Sr.
L. von Koechel (Publicada em 1862; em 1937, foi revista por Einstein).
KA. - (Bras., Mato Grosso). Tambor, espécie de pilão com pele na extremidade, usado pelos indios Bororos orari~ (Bras.) Flauta dupla
usada pelos índios da Serra do Norte.
KAPELLMEISTER. - Ver Regente.
KEN. - (Bras.,
Ceará.) Instrumento de sopro, habitual entre os indigenas da
raça tupi. Trombeta feita de bambu ou taquara.
KERB. -
época pré-colombiana, para animar as grandes festividades.
KHYAL..-
Forma musical, do norte da India (Indostão), que se assemelha à
forma-rondó do Ocidente, com os seus motivos obstinados.
KIRTANAM.
Forma musical hindu
que se assemelha à forma-sonata do Oci-
mugodes.
KAIGUETAZU.
Trombeta primitiva, da
dente. Ver também Palavi: Anupalavi; Caranã.
KLEINE TROMMEL. -- Ver Caixa de tulo..
KOECHEL-VERZEICINIS. - Ver K.V.
KOLOPHONIUM. - Ver Resina. KONTERTANZ. - Ver Contradança
KULTRUM ARAUCANO.
Pequeno
(Bras., Rio Grande do Sul).
tambor dos índios araucanos do Chile.
Baile nas colonias alemãs. O Kerb atraía os colonos de tôdas as picadas e prolon-
Tocado com duas baquêtas. vide fig. 18
gava-se, por dois ou três dias, com breves
intervalos, para repouso ou comezaina.
KWETZ. - Ver Agada. KYRIE ELEISON. [G.] Senhor, tende piedade. É cantado, três vêzes, pelos
KETTLE-DRUMS. - Ver Timpano.
celebrantes da Missa, depois do Introito.
L LA. -Ver Tom. (1). LAGRIMOSO. - [port. Lacrimoso]. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o
movimento preestabelecido.
LAPINHA. - (Bras.) Denominação popular do pastoril, com a diferença que
LEGGIERO. - [port. Ligeiro, leve]. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
LEITMOTIV.-
[A.1. Ver Motivo con-
dutor.
LENTO. - Palavra empregada na mú-
era representada a série de pequeninos autos, diante do presépio, sem intercor-
sica para designar a movimentação dos
rência de cenas alheias ao devocionário.
garoso que o Larghetto.
LARGO. - Palavra empregada na música, para designar a movimentação dos tempos do compasso, um andamento lento e vagaroso.
LARGHETTO. - Palavra empregada na música para designar a movimentação dos tempos do compasso; é um andamento lento, pouco mais vagaroso que o
tempos do compasso, pouco menos va~
LEQUE DE OXUM. - Ver Abebé. LIED. ~- [A.]. Canção, romança, balada. Plural: lieder. A história do lied pode ser dividida nos seguintes períodos: a)
Minnesinger e Meistersinger (c. 12501550): b) o Lied polifônico (séculos
XV e XVI); o lied acompanhado da era
Barroca (1600-1750); c) o lied popular (1775-1825); o lied alemão do século
XIX). - "O Lied oitocentista não vem
Largo.
a ser mais do que a antiga monodia acom-
LASSU. - Ver Xarda.
LAUD. - Ver Alaúde. LAUDA. - [It. pl. Laude]. As formas menos corretas laude (sing.) e laudi (pl.),
também são usadas. As laude eram hinos de louvor, do século XIII, na Italia. Ésses hinos de louvor sofreram uma certa influência das grandes linhas monódicas expressivas, representadas pela excelência
dos Troubadours (Cantores do sul da França, do século XII).
LE.
(1) Tamborzinho árabe. (2)
panhada, mas em que o poema, na generalidade de uma factura literária superior, tende, se não a sobrepôr-se à música, pelo menos a informar inteiramente a sua expressão e a sua estrutura. Schubert, o iniciador do gênero, ainda
Em
a música conserva uma certa independência formal em relação' ao texto literário; o poema determina, é certo, o
clima da música ‚mas esta conserva, de uma maneira geral, a invariável forma
estrófica das canções populares. Mas
já em Schumann sucede o contrário: a
música adapta-se ao texto, procura traduzi-lo nas mínimas intenções expres-
LOKU
LIGADURA curando um equivalente sonoro para cada
imagem poética. Em Schubert o piano é, geralmente, . um mero instrumento
Modernamente, é uma linha curva que
unilica duas ou mais notas, do mesmo nome, ou nomes diferentes.
acompanhador da voz. Em Schumann, porém, exerce uma função estética pri-
macial: procura reforçar a expressão literária, ora criando ao poema. uma como que atmosfera sonora, ora comentando-o, ora prolongando-lhe o sentido,
constituindo, em suma, um verdadeiro
É tão
substrato da emoção poética. evidente em tôda, a obra de Schumann, e especialmente na sua admirável obra pianística, a inspiração literária, que quase podemos dizer serem as suas produções verdadeiros lieder sem palavras; é tão importante o papel do instrumento
acompanhador nos lieder, que podemos supor serem êstes peças instrumentais a
que se juntou um adequado comentário
poético" (Fernando Lopes Graça Evolução das formas musicais, págs. 75-76).
LIGADURA. - (1) Sinal da notação mensural, empregado até o século XIV, era uma junção de notas, resultando em valores deduzidos da sua posição.(2)
LIGADURAS
LIGEIRA.
(Bras.) [Canto puro].
Desafio.
LIGNE. - [Ballet]. Segundo a disposição harmoniosa ou não da cabeça, corpo e membros, diz-se que um bailarino tem bom ou mau sentido de linha.
LÍNGUA D'OC. - Ver Trovador. LÍNGUA D'OIL. - Ver Trovador.
LINHA DE OITAVA. - Uma linha traçada sobre ou sob uma ou várias notas, com indicação 8? sotto (abaixo), a fim de que o trecho seja executado à oitava superior ou inferior.
Notação
Execução
LINHA DE OITAVA
LINHAS SUPLEMENTARES.
São
pequenos traços horizontais que se marcam acima e abaixo da pauta.
arábica, para designar o número completo de suas composições para cravo.
Publicação em onze volumes, por Ales-
sandro Longo, pianista compositor
italiano.
LIRA.
- Instrumento da antiga Grécia,
parecido com a cítara, porém um pouco menor, com caixa de ressonância convexa.
LONGO. - Palavra usada nas obras de
LO STESSO TEMPO. - [port. O mesmo tempol. Expressão usada na música para reafirmar o andamento preestabelecido.
LOKU.
(Bras.) Flauta, com dois orifícios opostos nas extremidades, feita
LUNDU
LÜGUBRE LÜGUBRE. - [port. Lúgubrel. Palavra
"Mário de Andrade acentuou (em
empregada em música, quanto ao caráter
estudo inédito que me revelou) a importância social dessa ascenção do Lundu.
e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
Antes do Lundu, a música, as danças e
LULLABY. - Ver Acalanto. LUNDU. - (Bras.) No centro de uma
um mundo aparte, que o branco escutava
roda de espectadores, um par solista
e via com condescendência, mas não per-
as festas dos negros eram consideradas
desenvolve a dança, que consta de sapateados, meneios acentuados dos quadris
mitia que entrassem no seu alvo mundo.
e umbigada. O lundu transformou-se, mais tarde, em canção. Decresceu na segunda metade do século XIX e hoje
sica negra que a sociedade brasileira aceitou.. (Oneida Alvarenga, Mú-
é encontrado esporàdicamente.
O Lundu foi a primeira forma de mú-
sica Popular Brasileira 150).
MI MAÇAMBIQUE. - (Bras., Rio Grande do Sul). Corrutela do têrmo moçambique. Nome dado pelos negros, nas Congadas de Osório, no Rio Grande do Sul. "Estes capitães-de-espada são cha-
dizer balainho nas pernas dos dançantes
das congadas, pois em tal sentido não
aparece em nenhum dicionário da língua
portuguêsa." (Dante Laitano, As Con-
gadas no Municipio de Osório, pág. 57). Ver também Masacalla; Zuza.
mados."mirins" nos"ternos" dos qui- MACHETE. - (Bras., Santa Catarina). cumbis, mas apenas tomaram parte nos festejos agora estudados que são os ternos
de moçambique por êles chamados maçambique, sendo então "quicumbiseiros"
Ou "maçambiqueiros",
conforme o terno
que respectivamente pertençam".
(Dante Laitano, As Congadas do Município de Osório, págs. 36-37).
MAÇAQUAIA. - (Bras., Rio Grande
do Sul).Acessório
musical, de sons
indeterminados, usados pelos
"maçam-
biqueiros" nas Congadas do Município de Osório, no Rio Grande do Sul. "Maçaquaias são uns balainhos colocados aos pares ou mais em cada tornozelo, cheios de sementes; produzem
um ruído de chocalho quando as pernas
se movimentam.
Os dançantes é que levam as maçaquaias e andam descalços." Dante
Uma viola de dimensões menores do que a viola de arame, usada em Santa Cata-
rina. Espécie de uculele. De procedência portuguêsa, dos Açores.
MACUMBA. - (Bras.) Culto fetichista afro-brasileiro. Denominação dada no Rio de Janeiro. Na Bahia é chamada de
candomblé. No Recife e Alagoas xangó. Em São Luís do Maranhão tambor-de-mina e tambor-de-crioulo. Em
Belém do Pará - babaçuê. As cerimônias são executadas em locais cha-
mados terreiros. Da execução dos ritos
encarrega-se o pai ou mãe-de-terreiro, ou pai - ou mãe-de-santo. Do cerimonial participam o canto e a dança. "Da feitiçaria negra, cujo rito se
desenvolve em candomblés e macumbas, têm sido aproveitados alguns motivos extremamente curiosos e nêles há can-
Laitano,Congadas• no Municipio de Osório, pág. 39). Ver também Masa-
tos impressionantes de natureza religio-
calla, Zuzá.
sa. No candomblé, segundo Nina Ro-
MACETA. - Baquêta curta e grossa do
tantã e do bombo. MACHACA. - (Bras., Rio Grande do Sul). Também conhecido como maçaquaia, balainho contendo frutinhas sêcas, amarrados às pernas dos negros bailarinos, nas congadas do sul.
drigues, o comum das danças é o samba, salvo as danças religiosas, reguladas se-
gundo a hierarquia dos santos e dos sacerdotes.
"Quase sempre quem estréia
é uma das dignidades que mais se tor-
nam respeitáveis, já pelo saber em coisas fetichistas, já pela idade, já pelo caráter de visitante e hóspede. Outras
MACUNGO
MANDOLINO
cham em grande roda umas atrás das
Considerado monumento polifônico mais avançado que se conhece. A série
jeitos com o corpo, ao mesmo tempo
inclui 34 peças para o culto ("antiphonário") e 59 peças para a missa ("gra-
dores, muitas filhas-de-santo que mar~
outras e cada qual fazendo maiores tre-
que acompanham o compasso do batucagé com movimentos alternados de ele-
vação e abaixamento dos braços, mantidos os ante-braços em meia flexão. Este acompanhamento é tão caracteristico das danças sagradas que nem só figura em tôdas as marcas, como ainda
não é difícil nem ráro ver entre os es-
pectadores muitos que, inconciente e
talvez mesmo involuntâriamente, acompanham nesse compasso as diversas evo-
luções da dança. Nina Rodriques
(Renato Almeida, História da Música
Brasileira, 137).
MACUNGO. - Ver Urucungo. MADEIRA, instrumento de,- A família das madeiras compreende três grupos, que
são: das flautas: dos oboés e dos clarinetes.
MADRIGAL. - Nome dado a dois tipos diferentes de música vocal italiana, do
século XIV e século XVI. O primeiro consiste, como forma poética, em dois ou três versos de três linhas, seguidos
duali").
MAIAS, - (México) Festejos da primavera, realizados geralmente no mês de maio,. (c. séc. XI).
MAIEROLLES. - Ver Maias. MAITRE DE BALLET. - [Ballet]. E a pessoa responsável pela preparação
técnica dos bailarinos. Antigamente chamava-se maître de ballet a pessoa que compunha o bailado. O têrmo coreógrafo emprega-se apenas para designar os criadores de ballets.
MALAGUENHA. - Tipo de dança e canção derivada do fandango espanhol.
MANA-CHICA. - (Bras.) Dança em fileira oposta; pertence ao Estado de Rio e é, coreogràficamente, uma gira-
drilha legítima. Há no Estado do Rio outras danças, de coreografia idêntica à
da Mana-Chica, tais como: mangalo;
marreca; andorinha; mineira; barrabadás;
feijão-miudo; quindim; balão faceiro; gambá ou extravagância; mana-joana.
- "Dessa quadrilha campista, diz
Alberto Lamego que a sua música é
do verso final em duas linhas, chamado ritornello. Do ponto de vista literário, o madrigal do século XVI é feito sobre
"dos grandes espaços. livres"e Os seus versos feitos "com humorismo, adágios
livre imitação, sem o Fora formalismo poético do século XIV. da Itália,
menos a seguinte: os pares começam gi-
o madrigal foi cultivado na Inglaterra,
onde o Madrigal Society, fundado em 1741, o conservou.
MAESTOSO.
[port. Majestoso].
Palavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
e rifões". A coreografia é mais ou rando em balancé. Depois, fazem chemin des dames, findo o qual de novo se
reunem e dão várias voltas. A seguir, a grande chaine com sapateado. Novo
chemin des dames, enquanto os cavalheiros, frente a frente, sapateiam. Afi-
nal os pares se reunem.
MAESTRO. - [It.] O que pode ensinar leira, 188). uma disciplina ou arte. Título dado a MANAGE. ~ professôres, compositores, regentes.
MAGNOLLATTE. - Ver Maias. MAGNUS LIBER ORGANI. - [L.] Série de responsórios, graduais e ale-
(Renato
Almeida, História da Música Brasi~
[Ballet].Compreende o
girar em tôrno do palco. Os passos
principais são: deboulés; coupé; jeté en
tournant; pose pirouette en dedans en attitude; e sur le cou-de-pied.
MARIMBA
MANGALO
MANGALO. - Ver Mana-Chica.
MANIFLAUTISTA. - O que, com as mãos, produz sons semelhantes aos da
flauta.
MANIPULAÇÃO. - [Música concreta].
Há, porém, quem vacile em aceitar o
étimo tupi-guarani (maraca-tu, tocar, bater), considerando ser uma contribuição africana em que não há, ou parece
não haver, interferência do elemento
indígena. Artur Ramos registra, no Nor-
Tôda a técnica que modifica as estrutu-deste, a palavra maracatumba, onde a ras, prèviamente a qualquer ensaio, origem banto é quase comprovada. Além recebe o nome de manipulação. As madisso, a raiz tumba aparece em vários
nipulações são: transmutações, transtor-
mações ou modulações. Ver também Música Concreta; Transmutação; Trans formação; Modulação.
vocábulos bantos. (Renato Almeida,
História da Música Brasileira, 266/67). MARACUJÁ. - Ver Borboleta.
MANUSSOLFA. - É o solfejo orientado MARAJO. - Ver Carimbó. (2) por meio das mãos: mimica, gestos. MARCATO. - [port. Marcado]. Têrmo
MARACA. - (Bras.) Tipo de chocalho, usado na música para caracterizar o de proveniência ameríndia, feito com uma cabaça cheia de seixos ou sementes, com
um cabo de madeira. - "No seu feitio corrente atual, o
corpo vibrante do Maraca é formado por dois cones de latão soldados pela base. Neste seu aspecto o instrumento recebe, pelo menos nos Xangôs de Per-
andamento preestabelecido.
MARCHA.
(Bras.) (Música popular
urbana).As Marchas e Marchinhas cantadas constituem a maior parte da
música de carnaval no Brasil, ocasião em que aparecem em incrível abundância,
especialmente no Rio de Janeiro.
São
nambuco, também o nome de Xére e nos também dançadas em salas, aos enlaçados, numa coreografia quepares conCandomblés baianos o de Adjá. É ainda conhecido simplesmente por chocalho".
(Oneida Alvarenga, Música Popular
siste num andar ritmado entremeado de
voltas.
MARCHAS CROMÁTICAS. - Ver Brasileira, 309). Sequência. MARACATU. - (Bras.)(Dança dramática brasileira). O Maracatu de MARCHAS DIATONICAS. - Ver hoje é limitado apenas ao carnaval. Tais como os ranchos destes bailados, os negros dançadores de maracatu con-
servamainda hojea tradição de irem dançardiante de igrejas, principalmente
Sequência.
MARCHAS HARMONICAS. - Ver Sequência.
MARCHAS MELÓDICAS. Ver na de Nossa Senhora, ao som de instru-Sequência. mentos de percussão acompanhando uma MARCHAS MODULATÓRIAS. ~ Ver mulher que conduz, na extremidade de um bastão, uma bonequinha ricamente adornada. "Quanto à origem da palavra conheço três versões. Mário de Andrade
lhe dá origem tupi, dizendo-a derivada
Sequência.
MARCHAS TONAIS. - Ver Sequência.
MARCHINHAS. - Ver Marcha. MARIA CACHUCHA. - Cantiga e
de maracá, o conhecidissimo instrumen-dança espanhola, do gênero dos fanto ameríndio de percussão, e de catu, dangos, onde nos muito veio.popular em Portugal, de
que quer dizer bom, bonito.A
forma-
MAXIXE
MARIMBAU
- "O martelo é a grande arma dos De procedência africana e cantadores. Cantam horas e horas e só baquêtas.
caixas de ressonância. É percutido com
os mais famosos aguentam o rojão do martelo" (Renato Almeida, História da MARIMBAU. - Ver Urucungo. Música Brasileira, 94). MARIMBONDO. - (Bras.) [Jógo coreo- MASACALLA. - Acessório musical, de grá co adulto]. É uma palhaçada ensons indeterminados, de procedência hoje em desuso no Brasil.
graçadíssima pelos esgares e passos de-africana. sordenados, caretas, saltos, etc. "La Masacalla es el instrumento que la selva ha dado ya listo para usar; MARQUER. - [Ballet]. Usa-se êsse
têrmo no sentido de acentuar um deter-no hay mas que desprenderlo del tronco materno y sacudirlo. Era una calabaza o minado passo ou em executá-lo simplificado, esquematizado, no chão, sem mate de los que usan nuestros muchasaltar.
MARRAFA.--
(Bras.) Dança do fan-
dango.
"Fazem duas rodas, uma de homens, outra de mulheres, estas ficam na
roda interna, aqueles na externa. As mulheres movimentam-se no sentido dos
ponteiros do relógio, e os homens em sentido contrário.
Aum dado sinal dos
chos como flotadores para aprender a nadar. Essos mates encerran semillas sueltas, y sacudiéndolos producen un "chas-chás " que alternaba bien con los tamboriles.
Si el mate era de la variedad sin
semillas, lo perforaban por el mango y
le introducian piedritas El vocablo 'masacalla" es africano y
conservaran en toda América, con raras variaciones
V. Rossi,Cosas
violeiros, os pares defrontam-se. As Negros, pág. 342. Ver também mulheres quase não saem do lugar, seu quaia; Machacá; Zuzá. deslocamento é muito restrito, dão um passo muito pequeno à direita. O homem
balanceia com a dama, depois dá um
passo para a direita para balancear com outra, justamente no momento em que o
MASSAQUAIA.--
MATEUS.
de
Maça-
Ver Maçaquaia.
(Bras.) Figura do auto
popular Bumba-meu-boi que representa o vaqueiro.
violeiro canta: "Quebra na marrafa,MATRACA. - Instrumento de percussão quebra na marrafa". O balanceio é formado por tabuinhas movediças que se dado sem se darem as mãos o cavalheiro e a dama. Dançam durante muito tempo. E sem palmas e sem sapateados. Dan-
agitam para fazer barulho, produzindo uma série rápida de estalos secos
"A Encomendação das Almas
çam com a mesma dama várias vêzes, parece ser o único costume popular de pelo fato de estarem sempre rodando. que êle geralmente participa. EntreAs vêzes o violeiro brinca e manda que-tanto, a Missão de Pesquisas Folclóribrar a marrafa seguidamente. A •Marcas que o Departamento de Cultura enrafa é dançada depois da meia-noite' viou ao Nordeste e Norte em 1938, en-
(Alceu Maynard Araújo. Danças e controu-o num Bumba-meu-boi de São Ritos de Taubaté, págs. 44-45).
MARRECA. - Ver Mana-Chica.
MARSELHESA. França, música de
Luís do Maranhão, onde eram usadas oito Matracas". (Oneida Alvarenga,
Música Popular Brasileira, 309).
Hino nacional da MATUNGO. - Ver Urucungo. Rouget de Lisle. MAXIXE. - (Bras.) [Música popular
MARTELO. - (Bras.) O martelo é um
urbana]. O Maxixe é o primeiro tipo
desafio que consiste em versos de seis,
de dança urbana criada no Brasil. Se-
oito e dez pés (linhas): é usado para gundo o que os estudiosos puderam devaneios poéticos, gramáticos, geográ-apurar até agora, a polca européia lhe
fi
ficos, científicos etc.
forneceu o movimento; a habanera
MAZURCA
MEZZA VOCE
cubana lhe deu a rítmica; a música MENO. - [port. Menos.] Palavra empregada na música parareatirmar popular afro-brasileira concorreucom a nossa sincopação característica; e o brasileiro, em geral, lhe deu a essência da
sua originalidade. MAZURCA, Mazurka.
Dança na-
cional dos poloneses, em compasso ter-
nário da valsa e da polca.
MEGHA-MALBAR. ~- É uma raga da
Índia. Ver também Raga. MEIA-CANHA. - (Bras., Rio Grande do Sul). Dança e canto, espécie de polca.
MEIO-SOPRANO.
Voz humana fe-
minina média.
MELISMA. - Têrmo usado particularmente no canto gregoriano e aplicado,
melhor caracterizar o andamento preestabelecido.
MENSURALISMO. - Sistema estabelecido pelo teóricoFranco de Colônia, que, no século XIII, propagou a medição do tempo sonoro, de nindo, dessa forma, o compasso de forma ternária, característico da Idade Média. As figuras de notas do mensuralismo são: máxima, longa, breve e a semibreve.
MESTRE-DE-CAPELA.
dos cantores e da música duma igreja.
MESURE.
[Ballet]. Essa palavra
como passagem em vocalise, sobre deter-
compreende a divisão dos passos em
minada silaba.
movimentos do bailado em períodos, que estejam em concordância com a música. Digamos, uma espécie de enchaînement.
MELODIA. - Uma sucessão de sons, segundo sua posição na escala sonora desenvolvida pelo ritmo.
MELODRAMA. - [G. Mélos-Canto]. Composição musical com acompanhamento instrumental para um texto falado.
MELODRAMMA. [It.]. Têrmo italiano (Não confundir com dado à ópera. Melodrama). Ver também Ópera.
MELÓFONO.
-"Acordeão aperfeicoado
em 1837, por Lecler, com o fole duplo.
A forma é da antiga viela de roda, a sonoridade grave e prolongada como do harmônio. Frei Pedro Sinzig, O. F. M. Dicionário Musical, pág. 360.
MEMBI-CHUE..- (Bras.) Instrumento usado pelos indigenas do Brasil, a que os peruanos chamavam guena; tinha a forma de uma flauta dupla.
MEMBI-TARARÁ. - Ver Inúbia. MEMBRANOFONES. - Categoria de
MESTO. - [port. Triste.] Palavra empregada em música, quanto ao caráter
e à expressão, para designar o movi-
mento preestabelecido.
METAL, instrumento de, [A. Blechinstrumente; F. Instruments de cuivre; It. Stro-
menti d'ottone.] Uma das quatro secções da orquestra, que são as seguintes:
madeiras; metais; percussão e cordas.
METRÔNOMO.
atabaque, etc.
MENESTREL. - [Do F. ménestrel; do
L. hipotético ministrellus, por menestereus, dim. de minister. (Littré). ] Poeta cantor popular e músico das Côrtes senhoriais de França. Nome dado, nos fins do século XII, para substituir o
Instrumento
forma de pirâmide quadrangular; possui um mecanismo de relojoaria e serve
para regular o andamento da música.
Mathis de Lussy dá, para os vários
andamentos, êste quadro de oscilações: Vide fig. 19. Lento
instrumentos que ressoam por meio de uma pele distendida: tambor; tímpano,
fi
O mestre
Moderato
Largo ou Adágio Larghetto
60 a72
Andante
72 a 84
Andantino ou Allegretto
Allegro
Vivo
40 а60
Presto
Prestissimo
86 a 120
120 a 150 150 a 180
180 a 208
MEZZO FORTE MEZZO FORTE. - [It.] Palavra empregada na música para designar o colo-
rido ou a variação de intensidade dos sons. Meio forte. Abrev. mf.
MEZZO-SOPRANO. - [It.] Voz de mulher, entre o soprano e o contralto.
MI. - Ver Tom. (1)
Aparelho inventado MICROFONE. por Hughes, destinado a aumentar a intensidade dos sons.
MICROTOM. - O intervalo musical menor do que o semitom, sobretudo do quarto de tom.
MILIEU., au. - [Ballet]. No centro. Exemplo: exercices au milieu.
MILONGA. - (1) Palavra de origem afro-brasileira. Significa na Argentina uma canção dolente em versos octasilá-
bicos, com acompanhamento de guitarra ou violão. Cêrca de 1900, a Milonga
foi, aos poucos, sendo absorvida pelo
tango argentino, que vem a ser pequena variante da milonga. (2) (Bras.) Têrmo originário da lingua bunda-congolense que significa: embrulhada, enrêdo, trapalhada, segundo Macedo Soares.
MIME. - (Bras.) Instrumento dos indigenas Guajajaras, no Maranhão; era uma espécie de buzina, feita com duas peças de maçaranduba, ajustadas com
o leite ou resina da mesma árvore.
MIMI. - Ver Inúbia.
MINEIRA. - Ver Mana-Chica.
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS. -- Melodia original brasileira, de com-
positor anônimo, ligeiramente influenciada pela música italiana antiga, com letra do poeta Gonçalves Dias.
MINIMA. - Ver Figuras de ritmo.
MINNESAENGER. - [A.] (Cantores
do amor). Fidalgos alemães, artistas da
palavra e dos sons, séculos XII ao XIV. Inspirados no trovadorismo francês.
MINUETO. - (1) Dança francesa introduzida na Côrte de Luís XIV, cêrca de
MIUDINHO
MISSA. - [A. Messe: F. Messe It.
Messa.] Função principal da liturgia
católica. Um dos primeiros documentos dessa forma é a missa de Tournai. Seguida da missa de Guillaume Machaut, que é o primeiro exemplo de uma missa completa escrita por um único compositor. • A estrutura formal da missa de Bach é a seguinte:
Kurie.
Kyrie eleison.
Christi eleison. Kurie eleison.
Gloria. Gloria in excelsis Deo Laudamus te Gratias agimus tibi Domine Deus Qui tollis peccata mundi Qui sedes ad dexteram patris Quoniam tu solus sanctus Cum sancto spiritu
Credo. Credo in unum Deum
Patrem omnipotentem
Et in unum Dominum Et incarnatus est
Crucifixus
Et resurrexit
Et in Spiritum Sanctum Confiteor unum baptisma
Sanctus.
Sanctus
Hosanna in excelsis Benedictus qui venit
Agnus.
Agnus Dei Dona nobis pacem
MIUDINHO. - (Bras.) [Danças] Samba
baiano em que as mulheres "avancam como se fôssem bonecas de mola, com
1650. (2) Forma musical composta
o corpo imóvel e num movimento quase
duas secções e quase sempre seguida de
imperceptível de pés, num ritmo rápido
MODO MENOR
MIXAGE por pandeiro, violão e chocalho, associando-se, por vezes, castanholas e
berimbaus.
O
MIXAGE. [Música Concreta]. processo de montagem não permite a superposição polifônica.
O "mixage"
ao contrário, consiste em superpor, em concomitância, as monofonias e em re-
gistrar o resultado. Ver Música concreta.
MOÇAMBIQUE.
(Bras.)
O Mo-
çambique é um bailado de origem negra e assunto guerreiro, muito semelhante,
na sua coreografia, às danças de combate das congadas. Diverge destas últimas, por não possuir a Embaixada, isto é, a parte propriamente dramática,
declamada e cantada, em que se desenvolve o enrêdo.
"Outro bailado, conhecido em São Paulo, Minas e no Brasil central em geral, é o dos Moçambiques, que dizem ter sido levado pelos escravos negros que foram trabalhar na mineração do ouro. Não é uma dança dramática, pois não tem enrêdo ou ação, mas simples bailado, em que tomam parte cêrca uma dúzia de bailarinos. A parte coreográfica é muito interessante e variada,
constituindo a maior atração dos mo-
cambiques. Entre os passos e as figuras curiosas citam-se o batuquinho, o banzéde-cuia e o jacundê." (Renato Almeida, História da Música Brasileira, 278, 279).
MODA. - (Bras.) [Canto puro].No Brasil, como em Portugal, a Moda possui
o sentido genérico de qualquer canto,
qualquer melodia, qualquer música. Além
disso, a palavra Moda designa, entre
MOs,um tipo de canção rural que é
também chamada Moda de viola, e que parece ter a sua zona geográfica limi-
tada aos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Estado
do Rio.
MODA DA CARRASQUINHA. (Bras.) Dança de roda em que só entram
MODELO. - [F. Échantillon]. (Música concreta). Uma antecipação de qualquer
comprimento (da ordem de alguns segundos a um minuto, por exemplo), que
não é escolhida por nenhum meio de rendimento bem definido. Ver também Música concreta.
MODERATO. - Palavra empregada na música para designar a movimentação dos tempos do compasso; é um andamento moderado, um pouco mais movido que o Andantino.
MODERN SOUND. - Ver Be-Bop. MODINHA. - (Bras.) (Música popular urbana). Gênero de canção amorosa e sentimental, nascida na segunda metade
do séc. XVIII. Até a segunda metade do séc. XIX, foi exclusivamente música de salão, cultivada intensamente, tanto
no Brasil, como em Portugal. A modinha teve uso intenso e corrente em todo o Brasil e, na sua fase popular, foi de-
senvolvida especialmente no Rio de Ja-
neiro e na Bahia.A importância da modinha em nossa. vida musical urbana durou até os últimos anos do séc. XIX.
"Não há elementos para determinar
com precisão se a modinha nasceu aqui ou em Portugal.Seja como fôr, sofreu no Brasil a influência forte do meio,
tornando-se essencialmente nossa,
melhor, criando-se uma modinha brasileira, a ponto de Portugal assim a reconhecer, quando, no reinado de D. Maria, voltou à terra que se lhe diz primitiva. Não é contestável que a modinha tivesse
tido a origem remota portuguêsa, nas canções dos trovadores do século XVI, ou nas serranilhas galicianas, mas no Brasil, aproveitando os motivos da terra,
nas comparações e imagens, e tornando o seu jeito lânguido, se transformou numa canção própria, cuja fonte, qualquer que tenha sido, não lhe prejudicou o caráter
inconfundível." (Renato Almeida, História da Música Brasileira, 63, 64).
MODO. - Modo é a maneira de ser de uma escala. Há dois modos: maior e menor.
MORRENDO
MODULAÇÃO
MODULAÇÃO.
(1) Operação ar-
tística, pela qual o compositor passa de
um tom a outro no decorrer de trecho musical. (2) [Música Concreta]. Se, sem visar particularmente a uma transmu-
tação, se faz variar, seletivamente, um dos parâmetros que caracterizam uma estrutura, ou mais geralmente, se nOs
aplicamos a fazer evoluir o som dado num dos três planos de referência de todo domínio sonoro (plano das tessi-
turas, da dinâmica e do timbre) efetuarse-á, por definição, uma modulação do som ou da estrutura considerada em tessitura, dinâmica ou timbre. Ver também Música Concreta. MODULAÇÃO DIRETA. - Modulação
MONTAGEM. -
[Música Concreta].
As técnicas da montagem consistem na reunião dos objetos sonoros por simples justaposição, colando-se, um a um, os fragmentos registrados em faixa. Ver
também Música Concreta.
MONTENELO. - (Bras.) Dança popular, principalmente no Recife.Também chamada de Montinelo. MORDENTE. - Um ornamento composto de duas pequenas notas, precedendo à nota real, da qual subtrai o seu valor. O mordente diz-se superior ou inferior,
conforme tenha a segunda nota acima
ou abaixo da nota real. O mordente. superior representa-se de duas maneiras:
a tonalidades vizinhas (tonalidades de parentesco de quinta e suas paralelas ou modos relativos menores). Ver tam-
bém Modulação.
MODULACÃO INDIRETA. - Modulação a tonalidades distantes, com o apoio
de processos cromáticos e enarmônicos.
Ver também Modulação.
MOLTO. - [port. Muito].Têrmo usado
na música para reafirmar e caracterizar o andamento preestabelecido.
MONOCÓRDIO. - [G. monos, um só, chorde, corda]. Instrumento de uma
a) O mordente inferior representa-se também de duas maneiras, e faz-se, geral-
mente, por segunda menor. Sôbre sensível faz-se por segunda maior:
corda colocada sobre um ressonador de madeira. Aparelho introduzido na Grécia por Pitágoras, para estudos acústicos.
MONODIA. canção].
• [Gr. mónos, um, odé,
(1) Monólogo das tragédias gregas. (2) Linha sonora não baseada
nos princípios da harmonia. A monodia nasceu cêrca de 1600, com o início da música barroca.
b) Quando a segunda nota do mordente fôr alterada, indica-se com o acidente respectivo:
MONOFONIA. - [Música Concreta]. O corte no tempo não permite dissociar sons concomitantes. Somente o ouvido tem a possibilidade de dissociar, de abstrair êsses sons concomitantes CIT elementos monofônicos que serãoem
seguida estudados por si mesmos, por escuta seletiva. A monofonia, uma superposição de sons, é, pois, o equivalente
de uma melodia distinguida pelo ouvido
MORDENTES MORRENDO. - Palavra empregada em
MUSICA
MOSSO gando-se. Morrendo (Aplica-se à intensidade do som e ao movimento, que tende a ralentar-se e extinguir-se).
Abrev. smorz.
MOSSO.
[port. Movido]. Palavra
usada na música para reafirmar e melhor caracterizar o andamento preestabelecido.
MOTETE.- No período gótico primitivo, floresce o motete que devia suplan-
tar as outras formas mais importantes: o organum e o conductus. O motete era,
afora a fixação de uma voz, o nome dado a fragmentos de música para diversas
rancho sai para tirar Reis nas casas, a cujas portas cantam, dançando uma chula,
variante da tradicional já citada. Depois de entrarem, os do rancho abrem roda, para que ao centro dancem a mulinha e o vaqueiro, fazendo uma série de passos e flexões, numa coreografia animada, em que o bicho deve revelar
grandes qualidades, sempre acompanha-
dos pelo canto tirado por um dos pre
sentes, repetindo o côro o refrão de um só verso, ao fim de cada verso, com metro variado, assim:
Sapateia mulinha,
vozes que divergiam especialmente na
é ouro só
execução e na acentuação. Pode-se
Dá pinote mulinha
é ouro só
dizer que o motete significa um trecho
polifônico vocal, com ou sem acompanhamento de instrumento, religioso ou profano, mas de caráter lírico. O primeiro tipo do motete, o tipo medieval era, comumente, a três vozes, diferen-
ciando-se dos organa a três partes, pela liberdade das duas vozes acima do tenor. Ver também Organum.
MOTIVO CONDUTOR. - [A. Leitmotiv].Expressão inventada por H. von Wolzogen, amigo de Richard Wagner.
para designar os motivos condutores da obra Crepúsculo dos Deuses. Entretanto
Wagner usava o têrmo Grundthema
Faceira mulinha
é ouroSó
Finda a dança, a "mulinha" canta uma quadra pedindo dinheiro e, na saída, agradece e se despede até pró ano. Os
instrumentos são ganzá, viola, pandeiro
e um "tamborete", que faz a marcação do ritmo". Renato Álmeida, História da Música Brasileira, 243-44.
MULUNGU. - (Bras.) Provävelmente uma espécie de Ingome. Ver
Ingome.
também
"Sobre o Mulungu só encontrei
(Tema básico), para os motivos musi-
algumas referências, das quais apenas se
cais, de suas óperas.
depreende que é um instrumento de
MOURÃO, ou trocado. - [Canto puro].
Desafio que pode ser de cinco ou sete
pés.
negros de Alagoas, possivelmente em outros tempos:
MUCAXIXI. - Ver Caxixi.
MUCURUNA-MARACÁ.
percussão, e a descrição seguinte, que o coloca entre os instrumentos usados pelos
"O Mulungu era uma
espécie de pandeiro grande ou de (Bras.)
Chocalho-guizo que os indios Amambês,
do Tocantins, usavam. Feito de contas
de puçá, com guizos de unhas-de-veado.
MUKAVINA. - Oboé da Índia. MULEMBA ou Mulema. - Ver Quinjenque.
MULINHA. - (Bras.) - "Na zona do S. Francisco, faz-se, durante as festas de Reis, o rancho da mulinha, com en-
tambor com um só tampo de couro, sôbre o qual batiam com a mão fechada. Des-
prendia sons retumbantes Alfredo Brandão. (Oneida Alvarenga, Música Popular Brasileira, 310).
MÚSICA, definições psicológicas da. É bem conhecida a definição de Jules
Combarieu:
"A música é a arte de
pensar com sons, um pensamento sem conceitos' cujo fim é penetrar melhor nas coisas, dissolver a personalidade
MÚSICA FOLCLÓRICA BRASILEIRA
MÚSICA ABSOLUTA voltar ao livre jogo de nossas fôrças
para o aparelho eletromagnético Teremin,
interiores; intectualizar a sensibilidade e
invenção do russo Teremin. Ver tam-
sensibilizar a inteligência. O pensamento musical é a manifestação de um instinto geral e profundo, mais ou menos obscuro,
bém Antecipação; Classificação material dos objetos sonoros; Modêlo; Fragmento; Elementos: Classificação musical dos objetos sonoros: Monofonia: Grupo; Célula; Nota complexa; "Grosse note"; Es-
que geralmente é reconhecido pela humanidade.
Adolfo Salazar também define a música, talvez num sentido mais profundo: - "A Música é a interpretação estética que o espírito humano dá ao elemento sonoro, a matéria que põe em vibração
nosso órgão acústico e cria, ainda dentro de nós mesmos, certa faculdade que entendemos por sentido ou por inteligência musical".
MÚSICA ABSOLUTA.
Música em
trutura: Manipulações: Transmutação:
Transformação: Modulação; Parâmetros caracterizando um som; Plano de referência: Processo de execução: Preparação; Montagem; "Mixage": Música espacial; Espacialização estática; Espacialização cinemática.
MÚSICA DE CAMARA.
Conjunto
instrumental tocado por solistas, a fim
de diferenciar-se de um conjunto orquestral, no qual são necessários vários exe-
contraposição à música de programa, isto é, música que não contém idéias
cutantes. De acôrdo com o número de
poéticas nem plásticas. Seus representantes são Bach e Mozart.
ficada da seguinte maneira: trio: (três executantes), quarteto: (quatro exe-
MÚSICA CONCRETA. - Método que consiste em colocar a música como simples elemento sonoro, partindo dos conceitos de Stravinski, e dos efeitos
dodecafônicos de Schoenberg, para um tipo de música evidentemente extrava-
gante, cujo emprêgo sugere um fenômeno sonoro de música espacial, tão complexo quanto se possa imaginar; música baseada em três planos de referências: a)
executantes, a música de câmara é classi-
cutantes), quinteto: (cinco executantes), sexteto: (seis executantes), septeto: (sete executantes), octeto: (oito executantes).
noneto: (nove executantes). As s0natas, para violino e piano ou outro instrumento, não são, muitas vêzes, consi-
deradas música de câmara, devido ao caráter solista, e não ao de conjunto.
MÚSICA DE PROGRAMA.
Ver
Poema Sinfônico.
plano melódico; b) plano dinâmicoOU formas;c) plano harmônico ou timbres.
MÚSICA ESPACIAL. - [Música Con-
Pierre Schaeffer, Seus adeptos são: Pierre Henry e Pierre Boulez, e suas
creta]. Chama-se música espacial tôda a música que se obtém com a localiza-
estruturas são células (conjunto sem re-
ção no espaço dos objetos sonoros, fora
petição nem desenvolvimento) ou notas
da projeção das obras em público. Ver Música Concreta.
nia que apresentam claramente um início,
MÚSICA FOLCLÓRICA BRASILEIRA,
complexas (elementos de uma monofo-
a matéria e um fim). Podem ser, tam-
bém, notas comuns, combinadas ou não, emanadas de instrumentos diretos, clássicos, exóticos ou experimentais, como, por exemplo: o instrumento de ondas etéreas, cujos sons são obtidos por meio de um série de registros que, à maneira do órgão e do harmônio, permite a conEsse inssecução de timbres variados.
trumento é chamado Ondas Martenot,
"Vila-Lobos organizou o seguinte quadro sinótico para a
Sincretismo na.
classificação aproximada da música folclórica brasileira e o resultado da fusão dos principais povos que se estabeleceram no Brasil: (A) - Ameríndio (autóctone)
(B) - Sincretismo do Ameríndio com Português
MÚSICA GREGA (D) - Sincretismo do Ameríndio com
Holandês
(E)
- Sincretismo do Ameríndio com
Francês
renças importantes entre a música grega e a da gente. Na Grécia as escalas eram
(F) - Sincretismo do Ameríndio com Negro-Africano
(G) .
pelo menos tão perfeita e bem organizada como a estatuária ou a poesia." (...) - "Podemos verificar várias dife-
- Sincretismo do Português com
Negro-Africano
(H) . - Sincretismo do Espanhol com Negro-Africano Os vestígios do Ameríndio vão desaparecendo no desenvolvimento dos sincretismos, salvo casos raríssimos. O Ho-
consideradas descendentes ao passo que nós as consideramos ascendentemente. No entanto o senso sonoro dos gregos era
igualzinho ao da gente pois que chama-
vam de Agudo ao que chamamos de Agudo também. O que pode-se imaginar é que o senso dinâmico dos Sistemas era
neles o oposto do nosso. Colocavam o apoio tonal no agudo, ao passo que nós
o colocamos no grave. E com efeito
buiram, a não ser somente na transplan-
quando os Rapsodos cantavam, os sons do acompanhamento instrumental eram dados no agudo, acima da melodia en-
muito influiu na cantiga infantil popular
toada pelo cantador." (...) - "Pra enriquecimento da Monodia os gregos
landês e o Francês quase nada contri-
tação da canção infantil francesa, que
brasileira. (I) - Fusão dos sincretismos B a H entre si com o Negro Crioulo nascido no Brasil. (J) - Fusão dos sincretismos B a I entre si com o Italiano.
(K) - Sincretismo de ] com as raças
Saxônicas. (L) -- Sincretismo de K com as raças Eslavas.
(M) - Sincretismo de L com as afi-
nidades e influências da música popular "Standard" norte-americana, exportada. A leitura dêsse quadro poderá ser útil,
desde que se faça, levando em devida conta a parcela das influências de cada elemento dêsses sincretismos que, como sabemos, são os mais dispares possível."
(Renato Almeida.História da Música
Brasileira, págs. 16-17).
MÚSICA GREGA..-
"Nós não podemos
penetrar integralmente na emotividade da música helênica porque os processos gregos de execução musical se perderam, as obras remanescentes são poucos re-
talhos e a civilização grega foi diferente
da nossa.
Porém os documentos que
possuiram o quarto-de-tom que foi aban-
donado muito cedo pela Civilização Cristã e a nossa notação nem registra."
(...) - "Outra coisa que enriquecia
extraordinariamente a Música grega era o Ritmo. Como a Música não era uma arte isolada, estava sempre unida à poesia
e à dança, o compositor grego era ao mesmo tempo cantor, poeta e dançarino.
As músicas continham texto e expressão
coreográfica.O que unia as três artes era o Ritmo." (...) - "No período que vai do VI° ao IV: século antes de Cristo, a Música grega progride sempre e descamba prá virtuosidade, ao mesmo
tempo que perde aquela orientação religioso-social que a engrandecera e nacionalizara. •Um individualismo assu, uma ansia impaciente de festança. teatro se abre em qualquer dia. Porém
O
as tragédias já não são mais cantadas não, e as artes se divorciam umas das
outras. Aparecem os virtuoses interpre-
tando obra alheia. Os cantores e instrumentistas se preocupam em fazer virtuosidade e chegam a ter templos erguidos em honra deles. Alexandria, na África, é então o paradeiro daSa~ bença grega. Atenas morre escrava de
MUTUNGO
MÚSICA RELIGIOSA E Roma, sob o ponto de vista musical não dará nada que interesse històrica-
mente." Mario de Andrade. Compendio de História da Música, págs. 15-16-
17-18 e 20).
MÚSICA RELIGIOSA.
da música. Há uma distinção entre esta e a musicografia simplesmente e a critica. A musicologia é a mais nova das ciências artísticas. Ver também Musicogra/ia.
Opõe-se. a MUSIKWISSENSCHAFT. - Ver Musicologia.
música sacra, com a qual muitas vêzes é
confundida. É uma composição musical
de caráter religioso e que em geral não se enquadra no canto litúrgico.
MÚSICA SACRA. - É a música litúrgica especialmente reservada para as
musical em dois volumes do padre Athanasius Kircher(1602-1680). O primeiro volume de Musurgia Universalis trata da natureza do som e da teoria
da música. O segundo trata da mú-
funções do culto.
MÚSICA SERIAL. - Método de compor baseado nas séries da escala dodecafônica, sem seguir, entretanto, os ri-
gores da técnica dos doze sons.
MUSURGIA UNIVERSALIS. - Obra
Ver
também Técnica dos doze sons.
MUSICOGRAFIA. - Arte de escrever sobre música. Não compete ao musicógrafo o conhecimento das disciplinas: psicologia musical, assim como os pro-
blemas de estética musical e o estudo da sociologia e a história musical dos povos. Ver também Musicologia.
MUSICOLOGIA. - A. Musikwissenschaft: I. Musicology.] Ciência que es-
tuda a teoria, leis, estética e a história
sica grega.
A
Biblioteca Nacional do
Rio de Janeiro só possui o segundo vo-
lume. Kircher transcreveu, em notação moderna, em 1650, nesta obra, a primeira
ode pítica de Pindaro, cuja versão original remonta ao século VI a. C.; porém os documentos hoje existentes remon-
tam ao século IV a. C. MUTAÇÃO. - (Fuga) Um dos elementos da fuga, espécie de modulação, passagem do tom principal para o tom da
dominante, ou vice-versa.
Ver também
Modulação.
MUTE. - Ver Surdina.
MUTUNGO. - Ver Urucungo.
N NA BAHIA TEM. - (Bras.) Cantiga popular de roda, de origem saxônia, com
sincretismo do português e negro-africano e tôdas as raças que influiram na formação da melodia popular infantil.
NACHTMUSIK. -
Ver Serenata.
NATURAIS, consonâncias.
- São as que
se encontram na escala diatônica natural
Brasi-
NDIMBA. (Bras., Minas Gerais) Dialeto crioulo sanjoanense). Cantador. NEMESIS. - Pequeno hino grego, composto provávelmente por Mesomedes (c.
130 a. C.).
NEOCLASSICISMO. - Movimento mu-
Ver também
[Bras.\ -
cais de Bach, ou anteriores, no estilo da
diatônica de qualquer tom.
NAU CATARINETA.
Música Popular
sical, do século XX, caracterizado pelo prefixo grego néos (elemento de com-
e, por analogia, as contidas na escala
Consonância.
Alvarenga, leira, 65).
"Não posso atribuir a origem dos fran-
dangos ou marujadas à xácara da Nau Catarineta, como quer Pereira da Costa, • porque me parece que êsse romance, mais ou menos absorvido no auto geral,
é uma manifestação episódica de uma tradição já desenvolvida, da qual ela
foi - isso sem dúvida alguma - uma das formas mais características e impres sionantes. A razão disso estará muito
também na música, sem desmerecer da parte poética, mas as suas melodias são em verdade deliciosas e cheias de um li-
rismo fundamente comovedor." Renato Almeida, História da Música Brasileira,
211. - "Sabe-se apenas que havia em Portugal, no séc. XVII, Vilancicos de assunto marítimo e "que o Brasil, que então tudo importava de Portugal, já no séc. XVI, realizava festas em que a
inspiração marítima é predominante"
(Mário de. Andrade). Essa quase ausência de criações populares ibéricas
celebrando as navegações, permite a con-
jetura de que o bailado se formou aqui,
posição que contém a idéia de novo) consiste na inclusão das feições musimúsica atual.
NEOMODALISMO. - Volta aos modos gregorianos". Modos que servem ainda de base a muitos cantos populares. de vários países que, possivelmente, nenhuma relação direta têm com a música gregoriana.
Chopin, por exemplo, foi quem indicou o caminho do modalismo, quem rompeu com o baixo cifrado, indo
à fonte eslava buscar a fôrça e a vivacidade musicais, com feições modais, que soube genialmente traduzir em sua obra.
NESTA RUA. - [Cantiga de roda]. De criação nacional, uma modinha legítima.
NEUMAS. - [Do G. neuma, sinal]. Sinais de notação usados na Idade Média
(Séculos 8-14) a fim de fixar o cantochão, assim como para fixar outros sistemas de caráter similar, como os neu-
mas bizantinos e armênios. Sinais que se pareciam com a atual taquigrafia e
auxiliavam a memória, na tradição oral das melodias.
NEW SOUND.- Ver Be-Bop. apenas alguns romances velhos, especial- NIGUE-MINHAS. (Bras.) Melodia
aproveitando da tradição portuguêsa
mente o da "Nau Catarineta". um dos
popular mameluca.
Sincretização do
NOBILE
NOZANI-NA
[port. Nobre].Palavra empregada em música, quanto ao caráter
NOBILE.
e à expressão, para desginar o movimento preestabelecido.
NóMOS. - [G. lei]. No período primitivo da cultura grega eram os Nómo
(singular: Nómos) melodias tradicio-
nais com que os cantores louvavam os deuses.
NON TROPO.
tãos para escrever o Cantochão, a fim
de designar o heptacordo. A notação Neumática teve também muito uso e empregava sinais ideográficos, originados dos acentos graves. Fixaram-se depois
a notação Romana ou Quadrada, a notação Coral Alemã, a notação Mensuralista, etc.
NOTAS COMUNS. - São as que figu-
. [port. Não tanto].
ram em dois tons ou escalas diferentes.
Expressão usada na música para reafirmar e melhor caracterizar o andamento
NOTOTIPO. - Máquina para escrever
preestabelecido.
NONETO. - Música de câmara para nove instrumentos.
NOTA CAMBIATA. - Ver Bordadura.
música. Permite fixar no papel qualquer improviso feito ao piano.
NOTRE-DAME, ESCOLA DE. - Escola que é, cronològicamente, a primeira importante que se conhece na história
NOTA COMPLEXA. - [Musica Con-
da polifonia. Os seus vultos principais
creta]. Todo elemento de uma mono-
são os mestres Leoninus e Perotinus
fonia que apresenta claramente um ini-
(séc. XII). Ver também Magnus Liber
Organi.
cio, a matéria e um fim, recebe, por ana-
logia com uma nota de música (a qual tem sempre essas características simples),
o nome de nota complexa. Ver também Música Concreta.
NOTA D'APPOGGIATURA. Bordadura.
Ver
NOUVEAU SYSTHEME DE MUSIQUE THEORIQUE. - Obra que serviu de introdução ao Tratado da Harmonia de Jean Philippe Rameau (16831764). Do acervo musical da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
NOTAÇÃO MUSICAL. - A escrita da NOZANI-NA. - (Bras.) Canto autócmúsica ou conjunto de sinais usados na
escrita musical. A música grega era escrita por meio de letras. A notacão alfabética foi usada, também, pelos cris-
tone dos amerindios da tribo dos Parecís, recolhido pelo Dr. Roquette-Pinto nas pesquisas étnicas e folclóricas da
Comissão Rondon.
OATAPU-OÇU. (Bras.) Buzina usada pelos indios, diferente no tamanho do
Uatapu. Ver também Uatapu.
OBALALA. - Ver Oxala. OBOÉ. - [A. Oboe; F. Hautbois]. Instrumento de palhêta dupla, feito de ma-
deira. O
seu tubo é cônico e mede
cêrca de 0,62 cm. de comprimento. No
tempo de Bach existiu um oboé, um pouco maior chamado oboé de amor. Vide Tig. 20.
OBOÉ DE AMOR. - Ver Oboé.
OCARINA.
Instrumento de sôpro feito de barro, em forma oval (de pas-
passarinho ou batata-doce), com uma sa-
palavras: Chryséa phórminx Apóllonos kai ioplokámon. Ver também Musurgia
OFICLIDE. - O Oficlide é um instrumento de bocal e chaves, consta de um
tubo cônico dobrado sôbre sí mesmo, medindo cêrca de 2,20 cm. de comprimento. Deriva do antigo instrumento de
metal, o serpentão. A despeito do seu nome grego, ophis, serpente, e kleis,
chave, é de origem alemã.
.OGUM. - (Bras.) [Canto de feiticarial.
Divindade masculina da guerra. Deusa
do rio Obá; na África e no Recife, é
considerada divindade guerreira.
liência que serve de embocadura. Ver OITAVA. - (1) A oitava nota de uma escala diatônica. (2) Na terminologia também Recorder. eclesiástica, indica uma festa comemo-
OCTETO. - [F. Octuor; It. Otteto]. Música de câmara para oito instru-
rada durante uma semana.
OLÉ. - Ver Polo. ОСТОВАІХО. - Ver Violino, fami- OMELE. - Ver Cuica. mentos.
lia do. (10)
OCTUOR. - Ver Octeto.
OMICHICAHUAZTLI. - Antigo instrumento mexicano.
Fig.
Fig. 18
Fig.20
Fig.19 17. Helicón 18. Kultrum Araucano 19. Metrônomo 20. Oboé
ORFEÃO
ONDE CANTA O SABIA
ONE-STEP. -
(Côro) ... NÃO TOMO PÉ! • (Côro)
. DO REMADOR!
ONFUA..-
Que remou contra a maré
(Côro)
Dança de jazz dos negros
da América do Norte; vigorou mais ou menos entre 1910 e 1920.
Por causa do remador
CONTRA A MARÉ!
. Embora evidente, não é isso,
todavia, o que a cantiga na realidade nos quer dizer. E, verrumando sôbre o
Ver Oufuá.
OPANIJE.
(Bras.) Bailado do can-
domblé baiano, do culto jejê-nago.
óPERA.
- (1) A origem remota da
ópera se encontra na tragédia grega e, portanto, no ano 534 a.C., data em que
assunto, um dia deu-nos o estalo: claro
Téspis teria feito representar a primeira
como água; cantando BAÚ as crianças
tragédia. (2) Poema dramático musi-
nada mais faziam (certo ainda o façam, pois é coisa de poucos anos atrás), do que repetir, inconscientes, a prosódia
cado. Composição teatral a que concor-
arcaica da palavra VAU, que, segundo o professor Francisco Fernandes InDicionário Brasileiro Contemporâneo, significa o lugar. do rio ou do mar de pouca
fundura onde se pode passar a pé ou a
cavalo. Adelino Brandão, Diário de Noticias, 20 de março de 1955. A mú-
sica foi transcrita pelo maestro José
Raab.
•'ALLEGRETTO. M M 1- 16,
rem o drama, o canto, a dança, a sinfonia, a decoração e outras artes, e em que
os diálogos não são falados, mas cantados.
ÓPERA BUFA. - Distingue-se da ópera em si pela exploração máxima do elemento cômico.
ÓPERA CÔMICA. - Ópera de diálogos falados, na qual não se exige comicidade na maneira de tratar o argumento. OPERETA. - Pequena ópera. Ópera cômica, aproximando-se mais do gênero
da ópera bufa. Forma leve de teatro
Qua - se que per-co ba - uPer-co
ba-d
SAIa
Qua-se que não to-mo pé Nãolo-mo po e
musicado, sobre assunto cômico e sentimental, em que os trechos falados alternam com a música.
OPUS. - [L. plur. Ópera, obra]. Indica
a posição cronológica das obras de um compositor. Um dos primeiros a usar o opus, foi Biagio Marini (op. 1, 1617).
Bach, Haydn e Mozart nunca numeraPor cau-sa do re- ma - dor Do re-ma-dor
ram as suas obras, enquanto Beethoven foi sistemático no uso do opus. Abrev.
Que re-mou con-trò mo - é Con-trá ma-ré
ор. ORATÓRIO. - Drama sacro musicado, para solos, coros e orquestras.
le-nha com • paje
ORFEÃO. - A palavra orfeão, dada por Bocquillon-Wilhem (1781-1842) aos grupos corais, deriva de Orfeu, persona-
gem lendária que figura entre os nomes ligados à história da evolução da música
helênica. Para os gregos, Orfeu simbolizava o poder irresistivel da música, unida à poesia. Cêrca de 1831, Wilhem
Ihi - nho De seu do-ce co-ro
çao
deu o nome de Orfeão, em Paris, a um grupo de alunos selecionados que reunia
ORGANA
OXALA, ORIXALA OU OBALALA.
e fazia cantar em côro sem acompanha-
dores e magistrados. (3) Atualmente,
mento. Em 1835, o canto orfeônico foi
compreende um conjunto instrumental
tornado obrigatório em tôdas as escolas francesas.
organizado com certa proporcionalidade, entre as diversas sonoridades e timbres
ORGANA. - Plural de organum. ORGANOLOGIA. - É a parte da instrumentação que trata da descrição dos instrumentos musicais.
de que se compõe, e as exigências da moderna técnica da composição musical.
ORQUESTRAÇÃO. - A arte de distribuir as partes duma música para os instrumentos duma orquestra, banda, etc..
ORGANUM. - (1) Palavra latina que ORQUESTRINO. designa o órgão. (2) Tipo primitivo de composição polifônica decorativa, cêrca dos séculos 9 a 13, para embelezar certas cerimônias religiosas, executada vocal ou instrumentalmente, em intervalos de quartas, quintas e oitavas paralelas, sôbre
uma melodia dada ou Cantus firmus (canto firme), no qual se baseava o
trecho. (3) Os métodos impressionistas em La Cathédrale engloutie, de Claude Debussy, se assemelham aos processos tradicionais da voz de "tenor" no orga-
num. A palavra "tenor, aqui, não sig-
nifica a voz masculina a que hoje se dá êste nome, mas por ser o cantus firmus, Olicantoprincipal, palavra que quer dizer em latim: - segurar, sustentar.
Ver também Tenor. (2)
ORICUNGO. - Ver Urucungo.
os instrumentos de corda. Invenção de Poulleau em 1803.
ORUCUNGO. - Ver Urucungo. OSSIA. - Têrmo que indica o modo de apresentar uma variante em posição mais fácil.
OTTETO. - Ver Octeto.
OUFUA. Onfua.- (Bras.) Instrumento usado pelos indígenas Mundurucus, a tribo mais guerreira do vale do Amazo-
nas. Este instrumento era uma trombeta reta de madeira, com tubo cônico, terminado por uma espécie de campana muito semelhante a da clarineta. Era
usado também nas festas de recompensa. aos seus heróis.
OUVERT. - [Ballet]. Aberto. Exemplo:
ORIXA. - (Bras.) [Canto de feitiçaria].
Divindade do culto jejê-nago. ídolo
africano.
ORIXALA. - Ver Oxalá. ORNAMENTOS, ornatos.
Piano para imitar
jete ouvert.
OUVIDO ABSOLUTO.
[A. Abso..
lutes Gehör: I. Absolute Pitch.] Facul-
dade individual de identificar, sem diapa-
Certas
notas ou grupos de notas que ornam a melodia.
ORNATOS. - Ver Ornamentos.
ORQUESTRA. - (1) [G. Orchestra].
Designava, nos teatros da Grécia antiga, o lugar onde se reuniam os coros para as danças e evoluções, em tôrno da cávea (lugar onde os gregos se sentavam em semicírculo). (2) Nos teatros romanos, designava o lugar reservado aos sena-
são ou instrumento de música, um som pelo seu nome. Faculdade que nasce com. a pessoa, podendo, entretanto, ser adquirida com exercícios especiais. Enquanto Mozart possuia acurado senso de ouvido
absoluto, Wagner e Schumann não o tinham, o que vem a demonstrar não ser êsse fato razão de talento musical.
OXALA, ORIXALA ou OBALALA. (Bras.) [Canto de feitiçaria]. A mais importante das divindades, o "maior dos.. santos
p - Primitivo instrumento PANDEIRO. - Instrumento de percussão. Pequeno tambor, constituido por uma que consiste numa série de tubos de cana,
PA, flauta de.
colocados um ao lado do outro. E' exe-membrana, estendida sôbre uma armação
cutado com a búca. Ver também An-
circular, provido de rodelas de metal que
são colocadas em aberturas espaçadas. (Dimin.: pandeirinho; pandeireta).
tara; Rondador.
PADRE-NOSSO. - (Bras.. Minas Ge-também Adufe. Vide fig. 21. rais). [Cantigas de trabalho]. O ne-
Ver
gro, ao começar o trabalho, pede a Deus
PANDURA. - Ver Alaúde.
e a Nossa Senhora que abençoem o seu
serviço e a sua comida. É um exemplo de sincretismo religioso. Com o Padre-
PARÁ. - (Bras.. Rio Grande do Sul).
popular no Rio Grande do Sul e São Paulo.Também chamada Pagaré. PALÁ. ~ Guizos que os dançadores de
quintas paralelas. Ver também organum.
PARAFUSO. -
PALAVI. - Forma musical hindu, cor-
PARÂMETROS CARACTERIZANDO
Nome que dão os gaúchos à macumba e ao candomblé.
Nosso, começavam os negros as séries de vissungos. Ver também Vissungos. PARAFONIA. - Significava o primitivo organum; consistia no movimento de PAGARÁ. - (Bras.) Dança do Fandango,
Moçambique usavam amarrar às pernas.
respondente ao 1° tema da forma-sonata do Ocidente.
PALHETA.
(Bras.) (1) Antiga
marcha-maxixe. (2) Um dos passos do frevo pernambucano.
UM SOM. - [Música Concreta]. Os parâmetros de variação de um som podem
entender-se, seja no sentidoclássico [A. Zungeblatt, Rohrblatt;
(que são três: extensão, intensidade e
F. Anche: I. Reed: It. Ancia]. Pedaço
duração), seja no sentido concreto
PALMINHA. - (Bras.) Dança de qua-
Música Concreta: Classificação mate-
de cana ou metal, utilizado na embocadura de vários instrumentos de sopro, servindo para dar as vibrações do som.
drilha campestre, popular em Goiás.
(número muito maior). A noção de parâmetro é preferívelà noção de "plano de referência. Ver também rial dos objetos sonoros; Modêlo: Grupo.
PAMI. - (Bras.) Instrumento brasilico, PARCELA. - Ver Carretilha. tipo corneta. PARTES CAVADAS. São
PANA.
Instrumento brasílico dos indios
Bororos; consistiam na complicada junção de várias cabaças pequenas.
PANANGOMA.-
Ver Pernanguma.
PANCTAR. -Ver Alaúde.
as partes extraidas, separadamente, de uma parti-
tura. Ver também Partitura.
PARTES LIVRES. - [Fugal Um dos elementos da fuga. Partes Livres são as partes que completam a harmonia e asse-
guram a pureza do estilo. Devem ser
PEÇA CARACTERÍSTICA
PARTITURA tratadas à maneira de contraponto florido, simples ou invertivel, de preferên-
cia em imitação. Ver também Fuga.
PARTITURA. - Disposição
gráfica ou
manuscrita, por extenso, na mesma página,
de todas as partes vocais ou instrumentais de uma composição musical.
PAS DE BASQUE. - [Ballet]. (Passo basco). Executa-se: glissé e sauté; de
Passo encontrado Freqüentemente nas danças tradicionais; foi introduzido no ballet por Maria Camargo. (1710-1770). face e en tournant.
PAS DE BOURRÉE. - [Ballet].Nome derivado da tradicional danca de Auvergne, chamada bourrée. Passo composto
de pequenos movimentos que podem ser executados com muitas variações.
PAS DE CHAT. - [Ballet]. (Passo de gato). Passo que se assemelha muito ao salto de gato. Inicia-se sempre em quinta
posição posterior e, segundo a elevação,
diz-se grande ou pequeno Pas de chat. O pé que dá o impulso para o salto deve chegar ao chão quase junto com o outro pe.
"Essas representações foram introduzidas no Brasil pelos padres e as mais velhas referências que sobre elas se têm, datam dos últimos vinte anos do
século XVI. Embora estas informações nada nos permitam saber sôbre a forma e organização dessas primeiras comemo-
rações teatrais do Natal, pelo menos é
certo que elas, tais quais os Pastoris, se
valiam do canto, de instrumentos, da dialogação falada e da dança Oneida Alvarenga, Música Popular Brasileira, 76.
PATETICO. - [port. Patético]. Palavra empregada na música, quanto ao caráter
e à expressão, para designar o movimento preestabelecido.
PAU-QUE-RONCA. - (Bras.) Flauta ou gaita dos indígenas caraibebês. Esta flauta compunha-se de três orifícios, dois na parte superior e um na inferior,
e ordinariamente o mesmo executante
batia com a mão no tamboril, donde vem a sua denominação.
PAVANA. - Provavelmente uma dança
de origem espanhola, do início do século XVI. A execução é em movimento lento, talvez imitando a majestade do pavão
PAS DE CHEVAL. ~ [Ballet]. (Passo de cavalo). Éste nome é derivado da PAUKEN.- Ver Timpano. semelhanca com o movimento do cavalo PAUSAS. -Ver Figuras de ao escavar a terra com o casco dianteiro. Este movimento pode ser executado com
PAUTA. - A pauta musical, também chamada pentagrama, consta de cinco linhas
ou sem salto.
PAS DE MARCHE. - [Ballet]. Passo de marcha.
PASSE. - [Ballet]. Passado. Chassé passé en avant, passo deslizado passado até a frente.
PASTICCIO. - [It.] Peça musical, se-
melhante à ópera, que inclui a contri-
buição de vários compositores.
PASTORINHA.-
Ritmo.
(Bras.) Figura do
auto popular Bumba-meu-boi represen-
tando a moça, dona de terras e gados
das vizinhanças.
PASTORIS. - (Bras.) (Dança dramática brasileira). Os pastoris consistem
em danças e canto que, de Natal a Reis, se realizam diante do presépio, em homenagem ao nascimento de Jesus.
horizontais paralelas, colocadas em equi-
distância. Usam-se, também, as entrelinhas ou espaços.
..---............ : contagem das linhas 3* • contagem aos. espaços
PAUTA
PEÇA CARACTERÍSTICA. - Forma musical livre de intenção descritiva. Pre-
tende descrever estados psicológicos ou fenômenos da vida objetiva. As Peças Características são escritas de prefe-
rência para instrumento solista.
PIANO DE CUIA
PEGA-FOGO PEGA-FOGO. - (Bras., Rio Grande do
juna ue los honores de la pauta".
Sul). Dança do fandango, popular no
(V. Rossi, Cosas de Negros, págs.
sul do Brasil.
266-267).
PEIXE VIVO. - Ver Coreto. (3) PEMI. - Ver Inúbia. PENCHÉ. - [Ballet]. Inclinado. Exemplo: Arabesque penché, arabesco incli-
nado. Ver também Arabesque.
PENEC. - Dança acompanhada de gritos,
dançada pelos índios na festa de Tocan-
dira. PENEIRA. - Ver Caxixi.
PENTAGRAMA. - Ver Pauta.
PERNANGUMA. - (Bras.) Tipo de chocalho. Consiste numa lata redonda, mais ou menos de uns trinta centimetros de diâmetro, contendo chumbinho
dentro.Ver também Ganzá.
PESCADOR DA BARQUINHA, O. (Bras.) Canto popular de roda, de origem direta do italiano, com o sincretis-
mo do português e negro-africano e tôdas as raças que influiram na formação da melodia popular infantil.
PFALAVITA ou Pfala. -Flauta trans-
PEQUENO CLARINETE. - Ver Re-
versal dos índios da Colômbia, fabricada de cana, com seis orifícios.
PERDENDOSI. - Palavra empregada
PHUNA. - Flauta dupla, com 60 cm. de
quinta.
na música para designar o colorido ou a variação de intensidade dos sons. Apagando-se, morrendo. (Aplica-se à intensidade do som e ao movimento, que tende a ralentar-se e extinguir-se com o
som. Abrev. smorz.
PERICON.--
Dança caracteristica do camponês uruguaio. Também dançada no Rio Grande do Sul. - "Dicha música tiene su nota his-
comprimento, possui 6 orifícios. Usada
pelos índios Colas.
VIANISSIMO. - Palavra empregada na música para designar o colorido ou a variação de intensidade dos sons. Sua-
víssimo. Muito brando. Abrev. pp.
PIANO. - (1) Instrumento de cordas percutidas postas em vibração por meio
de martelinhos, que, por sua vez, são acionados por teclas. (2) Palavra em-
tórica: La Escuela de Artes y Oficios
pregada na música para designar o co-
de Montevideo, estaba en el período en
lorido ou a variação de intensidade dos
que fué util al pais y prometia convertirse en grande y fuerteinstitución; la diri-
sons. Fraca densidade. Suave. Brando.
Abrev. p.
gia un coronel don Juan Bélinzon, hombre progresista y celoso de su misión; aunque militar velaba personalmente por la buena marcha de todas las secciones
PIANO DE ARMÁRIO. - Instrumento
de la Escuela y solia exijir de ellas obras
PIANO DE CAUDA. - Instrumento de
de aliento, poco acostumbradas en esta-
belecimientos de esa indole. Un dia de
1887, Bélinzon se entrevistó con el director del conservatorio de música de la Escuela, institución que honró al pais
de cordas percutidas e verticais. Tipo do piano residencial. Vide fig. 23.
cordas percutidas e horizontais. Tipo do piano de concertos. Vide fig. 22.
PIANO DE CUIA.-
(Bras.) - "Ins-
trumento tipo chocalho.
Cabaça reco-
ordenó que tratara de recojer en Su fuentes de orijen, en la campaña, los
berta com uma rêde folgada de fio de algodão, a que se prendem na interseção das malhas, pequenos búzios ou as
la orquesta de la Escuela el Pericón
sementes conhecidas por contas ou lágrimas-de-Nossa-Senhora. Este último
con muchos buenos profesores, y le
motivos necesarios para proporcionar a
nacional, baile de paisanos, pintoresco y de música armoniosa, digna como nin-
material pode ser também passado em
arame.A Discoteca Pública Municipal
Fig
Fig. 22
Fig. 23
21. Pandeiro 22. Piano de cauda 23. Piano de armário
PLANO DE REFERENCIA
PIANOLA de São Paulo possui um exemplar recoberto com contas de massa e dotado de um cabo de madeira que, passando pelo interior da cabaça, se fixa no
fundo dela. Às vêzes há seixos no interior da cabaça. Instrumento também chamado Aquê, Agüê ou Agé, Xaquexaque, Amelé, Xeré e simplesmente Cabaça. Donald Pierson registra a forma do Piano de cuia, que não parece
êrro de impressão, pois que aparece em dois trabalhos seus Oneida Alvarenga,
Música Popular Brasileira, 310.
PIANOLA. - Piano automático em que se executa qualquer música de piano. Para tal é necessário que se coloque um rôlo de papel perfurado de maneira es-
pecial. Esse rôlo desempenha na pianola o mesmo que o disco na vitrola.
PIATTI. - Ver Pratos. PICA-PAU. -- Ver Borboleta. PÍFANO ou Pifaro. - [A. Pfeife; F. Fifre: It. Piffero]. Flautim militar que
se tocava com os tambores.
PIFE. - (Bras.) No Nordeste, é o nome dado às flautas retas de bico ou trans-
versais, de taboca (bambu), sem chaves,
geralmente com seis orifícios. Talvez seja corrutela de Pifre, Pilaro ou Piano.
•PIFRE. - Ver Pife.
PIFULCA.
Instrumento de sopro
araucano, de osso, barro, pedra ou madeira.
PINHEIRO. - Ver Fandango. PINHO. - (Bras.) O mesmo que violão.
PINTOR DE CANAí. - (Bras.) [Po-
pular mameluco]. Melodia de origem remota. Sincretização de quatro raças: espanhola, moura, amerindia e negrobrasileira.
As palavras são exclusiva-
mente exclamações cabalísticas do fetichismo afro-brasileiro.
PIO. - Ver Chama.
PIPA. - Ver Alaúde.
PIQUÉ. - [Ballet]. Movimento que consiste em o dançarino lançar-se adiante,
executando um relevé com a ponta do pé e levantando a outra perna numa deter-
minada posição. Ver também Relevé.
PIROUETTE. - [Ballet]. Palavra derivada, provàvelmente, do francês pied ou roue. Giro dado pelo corpo, em uma ou mais voltas completas, sustentado por
um pé só, em meia ponta ou ponta.
PISTÃO. -. [F. Piston]. Cilindro móvel, usado em muitos instrumentos de sôpro. Ver também Cornetim. Trompette.
Plû. - [port. Mais].Palavra usada na música para reafirmar e melhor caracte-
rizar o andamento preestabelecido
PIü MOSSO.
[port. Mais movido]. Expressão usada na música para rea-
firmar e melhor caracterizar o andamento preestabelecido.
PIZZICATO. - (Do It. pizzicare, beliscar). Nos violinos, cello, e em todos os instrumentos de arco, indica que a corda
deve ser beliscada com o dedo indicador, em vez de tocada com o arco. Paganini introduziu a técnica de beliscar as cordas
com a mão esquerda, ao mesmo tempo que tocava com o arco. Abrev. pizz.
PLACE, sur. - [Ballet]. No mesmo
lugar. Indica que um passo deve ser executado sem mudar de lugar.
PLACÉ. - [Ballet]. Colocado. Quando a cabeça, corpo e membros de um bailarino se acham em posição correta, dizse que está placé.
PLANÉ. - [Ballet]. Refere-se ao passo de elevação, quando o bailarino levanta
as duas pernas juntas para trás, o mais horizontalmente possível. O equilibrio
é mantido arqueando-se fortemente os ombros, o busto e a cabeça para trás, dando, assim, a impressão de vôo, enquanto mantém o corpo no espaço.
PLANO DE REFERÊNCIA. - [Música Um fenômeno sonoro tão complexo quanto se pode imaginar ou Concretal.
encontrar na prática, admite, finalmente, três planos de referências susceptíveis de defini-lo completamente: a. plano melódico ou tessitura (evo-
lução do, ou dos parâmetros de extensão na duração).
PLEGARIA b. plano dinâmico ou formas (evolução dos parâmetros de intensidade na •duração). c. plano harmônico ou timbres levo-
lução recíproca entre parâmetros de in-
tensidade e de extensão representando a evolução dos espectros). Ver também Música Concreta.
PLEGARIA. - [A. Gebet; F. Prière; It.
Preghiera]. Oração. PLICA. Sinal da notação mensural;
PONTO DE DIMINUIÇÃO
POLITONALIDADE. - Palavra que indica o uso simultâneo de diferentes tonalidades. Usualmente duas tonalidades. ou seja, a Bitonalidade. .. a politonalidade não é incompatível com a tonalidade tradicional, não abandona nenhum dos principios da tonalidade clássica quando muito, alarga-os, e quase podíamos defini-la
como uma exacerbação de sentimento tonal. Em que consiste, em última análise, a politonalidade? Na simultaneidade,
empregou-se até o século XIV para representar um ornato, aproximado do que se denomina grupeto, na notação moderna. Ver também Grupeto.
no mesmo trecho, ou em determinado
PLIE. - [Ballet]. É o primeiro e talvez
Graça, Introdução à Música Moderna,
posições dos pés, com ou sem barra,
de ritmo sincopado em três por quatro,
dobrando os joelhos até os musculos da perna ficarem em posição horizontal ao
Olé, em coloraturas rápidas.
passo de um trecho, de duas (bitonalidade) ou mais tonalidades definidas, na.
sobreposição de dois ou mais planos tonais diferentes.
(Fernando Lopes.
pág. 44). iniciação do Ballet. Exercita-se nas cinco POLO. Dança do norte da Espanha, um dos mais importantes exercícios à
chão.
POEMA SINFÔNICO. - Forma musical do Romantismo. Música de Programa. Música que procura descrever um caso qualquer, fixado por meio de uma página literária.
POINTE TENDUE. - [Ballet]. Ponta ampliada. Aplica-se à segunda ou quarta posição dos pés, indicando, dêste modo,
na qual são cantadas as silabas Ay e
POLONAISE. - Ver Polonesa. POLONESA. - Dança da Polônia, provinda da sarabanda, usada na Côrte de Ladislau IV, no século XVII.
PONTO DE AUMENTO. - É um ponto que, colocado à direita de uma nota, lhe acrescenta metade do seu valor.
que o corpo é sustentado num só pé.
enquanto o outro se estende com a ponta no chão e o calcanhar levantado.
POINTES, sur les. -[Ballet]. Serve para modificar a posição dos pés, passo ou movimento. Exemplo: cinquième position sur les pointes (quinta posição em ponta). Também se usa êsse têrmo referindo-se ao ballet, cujos passos são
executados em pontas.
PONTO DE AUMENTO
PONTO DE DIMINUIÇÃO. - É um ponto que, colocado sobre ou sob uma figura, lhe subtrai metade do seu valor.
POINTES, temps de. - [Ballet]. Aplicase a todo movimento ou passo executado
em pontas
POLIFONIA. [G. polys, muito; phoné, som]. Música escrita como uma combinação de diversos sons simultâneos.
PONTO DE DIMINUIÇÃO
.PORACE
PRESTO
PORACE. - Dança indigena, na qual as mulheres não eram admitidas.
PORT DE BRAS. - [Ballet]. Exercício destinado à aquisição de uma linha correta, harmoniosa e graciosa dos braços
em seus movimentos.
POTPOURRI. - Uma miscelânea de canções populares, árias de óperas, canções patrióticas, etc., tocadas umas após as outras, ligadas por pequena introdu-
ção ou modulação.
PRANANGUMA. - Ver Pernanguma.
PORTAMENTO.
PRATOS. - [A. Becken: F. Cymbales:
Notaçã
de dois pratos de metal.Vide fig. 24. PREGÃO.- Entoação silábica de duas
Designa um ornamento que consiste numa suavetranSlação de um som a outro.
It. Piatti ou Cinelli]. Instrumento de percussão, de som indeterminado; consta ou três palavras. Os pregões são geralmente pequenas fórmulas melódicas, de
âmbito estreito e ritmicamente livres, bastante próximos do recitativo musical.
Execução
PRELÚDIO. - (1) Peça de música ins-
PORTAMENTO
trumental que se executa antes da obra
PORTÉ. - [Ballet]. Transposto. Exemplo: jeté porté de coté. Mudar o equi-
líbrio de uma perna para outra, lançando o corpo para o lado.
POSAUNE. - Ver Trombone. • POSE. - [Ballet]. Atitude, postura. POSÉ. - [Ballet]. Mudança de equilibrio
propriamente dita. (2) Forma musical
com êste nome, em estilo de improvisação, de feitura livre.
PRENDA MINHA. - (Bras., Rio Grande do Sul). Canção conhecida do cancioneiro rio-grandense, não tão conhecida quanto o Boi Barroso, mas a única até hoje que perdeu o acanhamento provinciano e caiu no rádio.
de um pé para outro, através de um passo PREPARAÇÃO. - [Música Concreta]. executado em ponta ou meia ponta, numa As técnicas de preparação forçosamente posição ou direção preestabelecida. limitadas ao emprêgo de estruturas mu-
POSITION DES PIEDS. - [Ballet].
A
posição clássica dos pés são cinco: Fo-
ram fixadas por Pierre Beauchamps (1630-1695) e anotadas, provâvelmente,
pela primeira vez, por Rameau, em seu
livro:
A pri"Le Maitre à Danser". -meira, terceira e quinta posições chamam-
se fechadas, por se manterem os pés em
contacto. A segunda e quarta são posiçces abertas, por se conservaremOS pés afastados.
POSITION FERMÉE. - [Ballet]. Re-
fere-se às primeira, terceira e quinta posições dos pés,OS quais devem permanecer unidos.
POSITION OUVERTE.
[Ballet]. Refere-se à segunda e quarta posições dos pés, os quais se acham afastados
sicais ou paramusicais clássicas, isto é,
de notas mais ou menos complexas;
consistem em utilizar-se os instrumentos
de música, clássicos, exóticos ou modernos, como fontes de sons, cômodas, sem respeitar as regras do seu emprêgo tradi-
cional. E assim que um piano pode
constituir uma fonte indefinida de sons, indo do ruido musical da percussão puro ao som continuo. Ver também Música Concreta.
PRESTÍSSIMO. - Têrmo empregado na música para designar a movimentação dos tempos do compasso; é um andamento vivo, muito presto, muito rápido. PRESTO. - Têrmo empregado na música para designar a movimentação dos tempos do compasso; é um andamento mais rápido que o Vivo.
PUTUTU
PROCESSOS DE EXECUÇÃO
PROCESSOS DE EXECUÇÃO. [Música Concreta]. Entende-se
por
processo de execução o conjunto de pro-
cessos que, a partir de estruturas dadas e após aplicação das manipulações ade-
quadas, realizam a execução da obra
Esses processos são em número de três: as preparações, a montagem e o mixage .Ver também Música Concreta; Preparação; Montagem e Midesejada.
age.
PROSÓDIA MUSICAL.
c) Sempre que possivel deve evitarse que palavra átona recaia sobre o 1° tempo dos compassos:
eVItar
a - guas corren - les
Bom - Ajuste das
palavras à música e vice-versa. a) Aos tempos fortes, partes fortes de tempo ou relativamente fortes, correspondem as
sílabas tônicas:
As a - guus cor-ren Les PROTOFONIA. - Prelúdio; Introdução. Ver também Abertura.
PUITA. - Ver Cuica. Au- ri ver-de pen-dão de mi-nha ler - re
b) Excepcionalmente pode uma sílaba fraca final recair sobre um tempo forte ou parte forte de tempo, quando a tônica
houver recaido sôbre o tempo forte anterior:
PUNCTUM CONTRA PUNCTUM. Ver Contraponto.
PURACI ou Poracê. -(Bras.) Dança
religiosa indígena. - . celebravam os principais acontecimentos da vida, o nas-
Silaba fraca no 19 tempo do compasso
cimento, a imposição do nome, o casamento, a morte, a chegada da época das
colheitas ou a partida para a caça." (Renato Almeida. História da Música Brasileira, pág. 32):
Ol Silaba fraca em parte forte de tempo fraco
roi-os cu-ris.com nues-pa-ço
PUTUTU. - Chifre de touro, usado pelos indigenas bolivianos como instrumento bélico. Substituto da trombeta indigena primitiva.
O QUADRILHA. - (1) Dança de origem QUATRAGEM. - (Bras.) - "Disposifrancesa do século XIX. A música é em compassos de "seis por oito" e "dois por
quatro" alternadamente. Dança muito popular na era Napoleônica. (2) (Bras.) "A quadrilha não só se popularizou,
como delas apareceram várias derivadas no interior. Assim a quadrilha caipira, no interior paulista, o baile sifilitico na Bahia
e em • Goiás, a Sarue (deturpação de
soirée) no Brasil central e, porventura
a mais interessante dentre tôdas elas, a mana-chica e suas variantes em Campos.
Várias danças do fandango usam-se com marcação de quadrilha, da mesma forma
que o Pericón e outros bailes guascas da campanha do Rio Grande do Sul." (Renato Almeida. História da Música Brasileira, pág. 188).
QUADRIVIUM. - [port. Quatro caminhos]. Sistema de educação na Idade Média que consistia nas quatro artes matemáticas: aritmética; geometria; mú
sica e astronomia, em oposição ao trivium das artes retóricas: gramática; dialética
e retórica. A música, nesse sistema, não era considerada a arte que hoje conhe-
cemos, porém como ciência matemática e física.
QUARTETO. - [A. Quartett: F. Quatuor; It. Quartetto]. O quarteto clássico
de cordas compõe-se de dois violinos
(primeiro e segundo), uma viola e um violoncelo. O quarteto vocal pode ser misto ou simples.
QUARTGEIDE. - Ver Violino, familia
ção igual à das Canas-verdes do Parana e do Estado do Rio encontra-se numa dança de Minas Gerais chamada Quatragem. Sobre ela Bernardo Guimarães
escreveu umas poucas linhas no seu
romance "O Seminarista", cuja primeira edição é de 1872: "Sem ter o desgarre e desenvoltura do Batuque brutal, não é também arrastada e enfadonha como a
Quadrilha de salão: ora salta e brinca
estrepitosa e alegre, ora se requebra em mórbidas e compassadas evoluções". A julgar pela antiguidade da referência, a Quatragem deve ser dança já morta. Os
pares se dispõem em rodas de quatro pessoas e a coreografia talvez derive
para o círculo, porque fora da descrição
o autor fala em "roda de dancadores" Parece que todos os figurantes cantam alternadamente, sendo o acompanhamento
feito por palmas, adufes e tambores." (Oneida Alvarenga, Música Popular Brasileira, 182). QUATRIÉME POSITION DERRIERE. à la. - [Ballet]. Movimento executado em quarta posição posterior. Exemplo: développé à la quatrième position der-
rière.
QUATROQUIALTERAS. - Ver Quiáltera.
QUEBRA-MACHADO. - (Bras.. Goiás).- "Dança popular no sertão de Goiás. Conhecia-se no velho Brasil do
século XIX, como fazendo parte do
"Jogo ou brincadeira de prendas". Luiz
da Câmara Cascudo. Dicionário do Folclore Brasileiro, 527.
do (1). QUEHUES. - (Bras.). Instrumento brasílico. Chocalho dos índios da tribo QUARTOS DE TOM. - Ver Ultracromatismo.
Corichaná
PUTUTU
PROCESSOS DE EXECUÇÃO
PROCESSOS DE EXECUÇÃO. [Música Concreta].
Entende-se por
processo de execução o conjunto de pro-
cessos que, a partir de estruturas dadas
c) Sempre que possível deve evitarse que palavra átona recaia sôbre o 1°
tempo dos compassos:
e após aplicação das manipulações ade-
quadas, realizam a execução da obra
Esses processos são em número de três: as preparações, a montagem e o 'mixage". Ver também Música Concreta; Preparação; Montagem e Midesejada.
хаде. PROSÓDIA MUSICAL. - Ajuste das palavras à música e vice-versa. a) Aos tempos fortes, partes fortes de tempo ou relativamente fortes, correspondemas sílabas tônicas:
a - guas cor
les
Bom
Asà - guus cor-ren les PROTOFONIA. - Prelúdio; Introdução. Ver também Abertura.
PUITA. - Ver Cuica. CONTRA PUNCTUM. b) Excepcionalmente pode uma silaba PUNCTUM Ver Contraponto. Au- ri ver-de pen-dão de mi-nha ler - re
fraca final recair sôbre um tempo forte ou parte forte de tempo, quando a tônica
houver recaido sôbre o tempo forte anterior:
PURACI ou Poracê. - (Bras.) Dança religiosa indigena. -
celebravam os
principais acontecimentos da vida, o nas-
allaba Traca no l% tempo do compasso
cimento, a imposição do nome, o casamento, a morte, a chegada da época das
colheitas ou a partida para a caça." (Renato Almeida. História da Música
OU
Brasileira, pág. 32):
9l aba Traca em barte forte de embo Traco
4S-cam nUCS•DO •
PUTUT. - Chifre de touro, usado pelos indígenas bolivianos como instrumento bélico. Substituto da trombeta indigena primitiva.
QUILOMBOS
QUENA
"Barbosa Rodrigues fala ainda de QUIALTERAS AUMENTATIVAS. outros maracás: os quehues usados pelos
Iporucotós, os da tribo dos Corichanás, que são chocalhos feitos de um tecido
São as que se apresentam com valores
para mais do que o indicado pelo signo do compasso.
de palha cheio de seixos, como guizos,
"que trazem pendentes de uma corda cujas extremidades seguram simultânea-
Quialteras aumentativa
mente com ambas as mãos"(56); e de um outro, que é um cilindro de madeira coberto de folíolos de palmeira presos com fios e cheios. do endocarpo do fruto desconhecido, acima referido. racás em que a cabaça é substituída por
na ma-
crânio de animal e em outros por uma pequena esfera de madeira ou barro."
(Renato Almeida. História da Música
OLÁLTERAS DIMINUTIVAS-
São
as que se apresentam com valores para menos da divisão normal. Quiálteras diminutivas
Brasileira, pág. 38).
QUENA. - Flauta dos índios peruanos.
Os índios perfuram um vaso de barro, de modo a fazer ressoar o som triste da QUILOMBOS. - (Bras.). (Dança draquena. mática brasileira) Os negros do Estado de Alagoas celebram, com a dança QUEREQUEXE. - O mesmo que Recodramática dos Quilombos, que se realiza
reco. QUERO-MANA. - Ver Fandango. QUIALTERAS. - São grupos de notas executadas num tempo ou compasso, ainda que excedam o valor estabelecido
pelo signo do compasso. As quiâlteras são caracterizadas por um algarismo sobre ou sob o grupo, indicando o número de notas que devem sujeitar-se à
divisão alternada, no tempo ou no compasso. Os grupos chamam-se: trequi-
álteras; quatroquiálteras; cincoquiálteras;
seisquiálteras,etc.
pela Natividade ou durante as festas dos santos que a representam, os episódios das suas tentativas de libertação "O auto dos Quilombos, ainda hoje
existenteem Alagoas, recorda a luta
sustentada nos fins do século XVII contra os célebres redutos de negros foragidos que tanto custaram a ser do-
minados. Representa-se o auto numa praça pública, onde se armam duas pa-
lhoças, uma para os caboclos e outra para os negros. Um cortejo de negros atravessa a cidade até chegar ao local
do brinquedo, onde inicia um batuque soturno, indo o rei e a rainha ocupar seus tronos, numa das palhoças, cercados de tôda uma côrte. E ficam os pretos dançando e cantando ou melhor falando: Folga nêgo Branco não vem cá Si vié
O diabo há-de leva. Folga nêgo
dj
Branco não vem cá
Si vié
QUIALTERAS
Pau há-de levá.
QUIMBETE
QUIRONOMIA
(Renato Almeida, História da Música QUINTETO. - [A. Quintett; F. Quin-
Brasileira, 270, 271).
QUIMBETE. (Bras., Minas Gerais). Dança, revelada por Luciano Gallet, de origem negra.
QUINDIM. - Ver Mana-Chica.
QUINJENGUE. - (Bras., São Paulo).
Instrumento brasílico membranofônico, usado nos batuques.
tette ou Quintour; It. Quintetto]. Música de câmara para cinco instrumentos.
O quinteto de cordas é usualmente composto para dois violinos, duas violas e violoncelo..
QUIRONOMIA. - Nome dado à maneita como os gregos, com movimentos da mão, dirigiam o canto e a dança, por intermédio de um regente de corpos
de baile, que indicava o andamento e o ritmo.
R RABECA. - Palavra antiga, sinônimo de RANCHOS. - (Bras.). Grupo de pesviolino, que o povo ainda emprega com
soas, representando pastôres e pastôras
relativa frequência.
nas festas tradicionais de Reis, que
RABO-DE-ARRAIA. do jogo de capoeira.
(Bras.). Golpe Consiste em cair
cantam e pedem agasalho pelas casas de familia.
"Durante o carnaval no Brasil, no sobre as mãos e rodar o corpo de enRio de Janeiro preferencialmente, os contro às pernas do adversário, para derrubá-lo. É costume na Bahia assistir-ranchos aparecem como grupos de foliões, com• instrumentos de corda e sopro, canse ao jôgo da capoeira com acompanhatando em côro versos musicados e alumento de urucungos e caxixis. sivos ao grupo, a marcha do rancho ou RACCOURCI. - [Ballet]. Uma variante mesmo os mais populares na ocasião. do fouetté. Exemplo: Fouetté raccourci. Esses ranchos, queRenato Almeida es-
RAGA. - Chama-se raga o conceito tudou, passaram lentamente a préstitos. básico modal da música hindu, e a com reis e rainhas, pajens, bandeiras,
classificação do repertório tradicional na
Índia. Os ragas têm certa associação simbolista relacionada com a pintura, razão pela qual são representados em diversos quadros.
RAGTIME. - (1) Expressão musical no Jazz, criada para o banjo e, mais tarde,
alegorias, com danças particulares para algumas figuras componentes. Tiveram o nome de cordões, mas últimamente o rancho prevaleceu. Alguns ranchos tiveram grande popularidade na Capital Federal, como Flor-do-Abacate, Ameno-
Resedá, Dois-de-Ouro, etc. O diminutivo
cidades de Sedália e St. Louis. (2) O
popular de rancho era o bloco, rancho pequeno, não de agrupação fortuita de foliões, mas com solfas ensaiadas, es-
cidade de música baseada mais no ritmo, do que na melodia.
tumes, crenças e tradições, Il°, 258).
transportada para o piano; floresceu nas ragtime, ao contrário do boogie-woogie, caracteriza-se pela sua extrema simpli-
RALENTANDO. -
tandarte e mesmo, alguns, com intenções de crítica social ou política." (Teófilo Braga, O povo português nos seus cos-
- T'êrmo empregado na
- "Os ranchos parece que foram pe-
música para reprimir o andamento prees-
culiares à Bahia. Consistiam em grupos
tabelecido, afetando-o momentâneamente.
RAMASSE.- [Ballet]. Significa que, ao
executar um passo que termine num De só, a perna que está erguida desce rà-
pidamente de forma que termine em posição fechada.
de individuos que, com cantos e danças, levavam ao presepe uma figura que dava o nome ao conjunto e que, podendo ser também planta ou objeto, era de prefe-
rência um animal. São muitos os nomes de ranchos citados pelos autores: do
Cavalo, da Onça, do Veado, da Barata,
RANCHEIRA. - (Bras.). Dança de do Peixe, do Galo, do Besouro, da Serpente, da Cobra, do Jacaré, da Lagarorigem argentina. Muito conhecida e usada no Rio Grande do Sul.
tixa, do Cachorro, da Águia, da Garça,
RECORTADO
RANCHOS CARNAVALESCOS
do Carneiro, do Avestruz, do Beija-flor, REBECA. - Ver Rabeca. do Canário, da Laranjeira, da Rosa RECITATIVO. - Canto silábico. Forma Amélia, da Rosa Adélia, da Fênix, da musical com finalidade narrativa, poSereia, da Coroa, do Dois de Ouros, dendo a melodia seguir com facilidade da Esperança, da Estrela do Oriente. as inflexões da entonação e do ritmo das
Apenas por uma descrição feita em 1905,
pode-se saber que a parte pròpriamente
palavras.
dramática dos ranchos consistia numa
RECO-RECO. - (Bras.). Instrumento
dança em que a figura principal entrava
de percussão que produz um som raspado. O reco-reco consiste num gomo de bambu com desbastes transversais,
em luta com o seu condutor e era ven-
cida por êste" (Oneida Alvarenga,
RANCHOS CARNAVALESCOS. - Ver
fricionados com uma vareta de madeira. Na Bahia é chamado ganzá. Há grande variedade de reco-recos: casaca no Es-
RAPSODOS.-
zônico, etc.
Música Popular Brasileira, 55, 56).
Samba (3).
tado do Espirito Santo, o catacá ama-
Cantores ambulantes gregos que, fazendo-se acompanhar à lira
de quatro cordas, louvavam a memória dos deuses, dos homens, dos feitos nacionais etc.
RASGADO. - (Bras.). Este têrmo significa fazer piruêtasao violão. Vira tuosismo de violeiro.
RATOEIRA. - (Bras., Santa Catarina).
RECORDER.
Instrumento usado na
Idade Média e no Pré-Renascimento, semelhante à nossa flauta reta de bico;
os italianos denominavam-no flauto dolce
e os franceses de flûte à bec. Este instrumento era muito usado na época Tudor e nas peças de Shakespeare, possuindo sonoridade semelhante à da oca-
rina. A família dos recorders consta de
Dança e canção populares na zona de quatro. tipos: recorders-sopranos; alto; colonização açoriana, em Santa Catarina,
acompanhadas de viola.
"A existência dessa dança popular - dança e música - foi anotada nos municipios catarinenses de Camboriú, Pórto-Belo,
Vide figs. 27 e 28.
RECORTADO. fileira oposta. O
também Ocarina.
(Bras.) Dança em Recortado é uma dança
que, tendo vida independente, costuma
Biguaçu, Florianópolis (Ilha ligar-se ao cateretê.
de Santa Catarina) e São José.
Um grande círculo formado por moças
e rapazes de mãos dadas. No centro da roda fica um rapazou uma moça que canta uma quadrinha, enquanto os do círculo avançam repetindo a quadrinha. Nessas ocasiões desabafam os corações cantando declarações de amor ou desa-
fios aos rivais.
(Walter F. Piazza.
As Ratoeiras de Santa Catarina, In Boletim Trimestral, ns. 9-10 de 1951, pág. 171).
RE. - Ver Tom (1).
RE BOP. - Ver Be-Bop.
REALEIO.--
tenor e baixo.Ver
"Nas poucas referências existentes
sobre a sua coreografia, o Recortado aparece ora como dança em fileiras opostas, ora como dança de roda, e também como dança em fileiras que se acabam resolvendo em roda; neste caso êle
se mantém ainda ligado às danças em
fileiras opostas, pois a sucessão linha-
círculo é encontrável na Quadrilha. Dos dois últimos tipos, além da documentação em livros, eu própria colhi informa-
ções numa mesma cidade do sul de Minas, de duas pessoas diterentes, e por uma terceira soube que se usam tanto a disposição em fileiras, quanto a de roda,
pécie de organete ou de órgão portátil,
sendo esta a mais freqüente. A disposição em fileiras pude constatá-la pessoal-
cujo fole e teclado são acionados por uma manivela,
mente ainda na mesma cidade, vendo-a num Recortado dançado como fase de
Instrumento mecânico, es-
Fig. 24
Fig. 27
Fig. 26
Fig
Fig. 25 24. Pratos 25. Sarrussofone baixo 26. Requinta 27. Recorder tenor 28. Recorder baixo
RIBADA
REDUÇÃO PARA PIANO um Caterete". Oneida Alvarenga, Mú-
sica Popular Brasileira, 188 Ver bém Cateretê.
tam-
são as feições características do que é usualmente considerado como constituindo o estilo renascentista. Assim, o início
REDUÇÃO PARA PIANO. - À parte grá ca ou manuscrita de uma obra sinfônica reduzida para piano.
REED. - [I.] Ver Palhêta. REFRÃO. - Ver Estribilho. REGENTE. - [A. Kapellmeister, Dirigent; Fr. Chef d'orchestre; I. Conductor; It. Maestro]. Pessoa que dirige uma orquestra.
REISADOS. - (Bras.) - "A designação Reisado nós a recebemos de Portugal, onde existe na forma feminina Reisada. Entretanto, as Reisadas portuguêsas se
aparentam não aos nossos bailados de igual nome, mas aos Pastoris; são, como
êstes. autos comemorativos do nascimento de Jesus. Integralmente cantados e dando à dança um papel episódico, os Reisados bra-
da Renascença musical dificilmente poderá ser datado antes de 1500, época em
que Joaquim, Isaac e Hofhaimer alcançaram maturidade de estilo.
RENVERSE. - [Ballet].
curvatura da cintura e do colo, sem, tretanto, perder o equilibrio.Essa alteração é aplicada unicamente à piruêta em
dedans e ao pas de bourré en tournant en dehors.
REQUINTA. - Pequeno clarinete. Instrumento de palhêta simples, feito de ma-
deira ou metal. O seu tubo, como o do clarinete, é parcialmente cilíndrico.
um instrumento transpositor.
É
Vide fig-
26.
RESINA.
[A. Kolophonium: F. Colo-
phone; I. Rosin]. Preparado feito com
sileiros constituiram bem mais um teatro
terebintina, formando uma substância solidificada como o breu. A resina é
dramáticas. Estruturalmente, reduziam-se
mentos de cordas para dar melhor SO-
lírico popular, que realmente danças
usada nos cabelos dos arcos dos instru-
noridade. a cantigas e romances, tradicionais ou não. postos em representação." (Oneida RESPOSTA. Alvarenga, Música Popular Brasileira, mentos da fuga. RELEVE, temps. - [Ballet]. O corpo se ergue, em ponta ou meia ponta, no pé que o sustenta, enquanto que a perna livre se levanta em determinada posição.
RELIGIOSO.
[Fuga]. Um dos ele-
Diz-se quando o tema é transportado ao tom da dominante. Ver
32, 33).
[port. Religioso].
Pa-
lavra empregada em música, quanto ao caráter e à expressão, para determinar um movimento preestabelecido.
RENASCENCA.-
Marcar os limites da Renascença no tempo e no espaço é ta-
refa um pouco difícil; no entanto, Dodemos considerar, como definição satisfatória, a base de qualidades estilísticas, isto é, evidência musical interior: clareza,
equilibrio, eufonia, expressividade dentro
de limites bem regulados, finalmente o desenvolvimento de padrões artísticos e de métodos racionais de composição (imi-
tação, tratamento, dissonâncias).Essas fi
(Tombado).
Afastamento do corpo, por meio de uma
também Fuga.
RETIRE.
[Ballet].
Executado em
temps levé, enquanto um pé sustenta o
corpo, o outro se ergue à altura do joelho,
baixando depois até o chão em posição posterior.
RETORCIDA. - (Bras., Rio Grande do Sul). Dança sapateada pertencente ao Fandango. Ver também Fandango.
RETRETA. - No Brasil, é espetáculo musical feito por Banda de Música, em
coretos ao ar livre. Ver também Co-
reto (2).
REVERENCE. - [Ballet]. Reverência. Cumprimento.
RIBADA. - (Bras., Rio Grande do Sul). Dança do fandango. Ver também Fandango.
RONCADOR
RICERCARE
RICERCARE. - Este têrmo foi aplicado, ROCOCó. - O Rococó indica o período durante os séculos XVI e XVII, a vários do estilo "galante" que, na importância tipos de música instrumental, para os concedida ao "bonito" e "agradável", quais é difícil encontrar um denominador forma um contraste marcante com a comum, porque êles diferem muito em grandiosidade do verdadeiro estilo barestilo e finalidade. roco. O período mais importante do Rococó estende-se de 1725 a 1775. RICONGO. - Ver Urucungo.
RINFORZANDO. - Palavra empregada na música para designar o colorido ou a variação de intensidade dos sons. Re-
ROHRBLATT. - Ver Palhêta.
ROJÃO. - Ver Baião. forçando a intensidade por meio de ata- ROLINHA. - (Bras.). Dança de roda. ques posteriores ou novas emissões so- ROMANTISMO.- O movimento românnoras. Abrev. rinf. tico se originou de uma escola literária alemã, dos fins do século XVIII, consRISOLUTO. - [port. Resoluto]. Termo tituída por escritores como Tieck e Noempregado na música para reafirmar e valis, que, na procura de um refúgio melhor caracterizar o andamento preestabelecido.
RITARDANDO. - Têrmo empregado na música para reprimir o andamento pre-
estabelecido, afetando-o momentâneamente.
RÍTMICA. - Parte da teoria musical que estuda a expressão musical nas suas relações com o tempo.
RITMO. - [G. Rhythmós]. (1) Seqüência de sons fortes e fracos, dentro de
intervalos e tempo determinados (2) "O (Bras.) [Música ameríndia]. ritmo da música pareci, em regra, segue
os compassos binário e ternário. Há também; nos fonogramas colhidos, com-
passos alternados, cuja regularidade não
é conservada em todo o trecho.
RITMO ANACRÚSTICO. - Ver Anacruse.
RITMO PATÉTICO.
contra a aridez e superficialidade que os cercavam, se voltaram para a literatura
e cultura da Idade Média, com os seus valentes cavaleiros, graciosas damas e monjes piedosos, adotando o têrmo romantisch como expressão do espírito da era românica (secs. XI e XII). Dêste: movimento, os músicos. recolheram
O
sentimento geral de um "anseio por alguma coisa irrealizável", uma propensão para o sonho e a fantasia, para o quimérico e emocional. Na verdade, a música logo provou ser um campo muito mais fértil para essas tendências, do que a literatura ou qualquer outra arte, devido, sem dúvida, ao caráter inatingivel
do seu material, isto é, dos sons.
O
romantismo musical pode, portanto, ser caracterizado como uma arte que realça as possibilidades subjetivas e emocionais. da música e negligencia o ponto de vista formal e estrutural. Isto não significa
- Ver Anacruse.
que a música não-romântica seja falha
RITMO PROTÉTICO. - Ver Anacruse.
uma composição de Bach ou Mozart
RITORNELO ou Ritornello. -São
tra-
vessões duplos com dois pontinhos. in~
dicando que, ao chegar-se a idêntico sinal, mas com os pontos do lado oposto,
se repete todo o trecho.
Às vêzes Os
travessões indicam repetição de dois trechos.
RITORNELLO. '- Ver Ritorneic.
no sentido emocional. Porém, enquanto traduz as emoções através de suas qua-
lidades musicais, o Romantismo tenta di-
minuir o liame entre o compositor e o ouvinte, eliminando o que considera ser
unicamente um "formalismo desnecessáriO , na esperança de aumentar, assim.
o poder emocional.
RONCADOR. -Ver Cuica.
RONCO
• RÚSTICO
RONCO. - (Bras.). Instrumento brasilico. Atabaque usado nas macumbas ou
candomblés.
fone; quanto à forma, é idêntico ao saxofone, sendo, no entanto, o seu diâme-
tro menor. Quarteto de Rottones: so-
ROND DE JAMBE A TERRE. [Ballet].Movimento circular da perna
prano; alto; tenor; baritono.
29.
Vide fig.
com os ioelhos rirmes e o né sôbre o ROTHFONE. - Ver Rotfone. chão; executa-se en dedans e en dehors. Faz parte dos exercícios de barra e de ROYAL. - [Ballet]. Segundo algumas centro.
escolas, denomina-se Royal o movimento
ROND DE JAMBE EN L'AIR. [Ballet]. Movimento circular da perna
no ar. Este passo é executado com muitas variantes, e a sua criação atribuída
aos famosos bailarinos Gaëtan Vestris
e Maximiliano Gardel, respectivamente 1729-1808 e 1741-1787.
RONDADOR. - Flauta de Pã do Equa-
de um salto começado em quinta posição e
terminado em segunda, cruzando-se as pernas no ar à semelhança do entrechat quatre.
RUBATO. - Tempo rubato indica que não se deve obedecer ao rigor do compasso, mas tocá-lo com certa elasticidade e flexibilidade de ritmo.
RUCUNGO. - Ver Urucungo. RONDEAU. - Importante forma da mú- RUM. - Tambor grande, parece alterador; consta de 33 tubos.
sica medieval francesa, freqüente nas
canções monódicas dos trouvères (trovadores do norte da França, século XIII).
assim como na música polifônica dos
séculos XIV e XV.
RONDÓ. - Forma musical usada no último tempo da sonata clássica.
Sua
característica é ser em tempo vivo e ter o tema principal repetido, várias vêzes, sem alterar a tonalidade.
ROSIN. - Ver Resina.
ROTFONE.
Instrumento de metal. tubo cônico e palhêta dupla. Quanto semelhante ao sarrusso-
ao timbre. é
ção do ilu-húm, tambor roncador.
RUMBA. -Dança originária de Cuba, com sincretismo do Espanhol e do Negro. Cerca de 1930, foi incorporada ao jazz. Seu ritmo mantém uma complicada sincopação com a obstinada repetição de um tema de oito compassos.
RUMPI. - Tambor de tamanho médio, talvez alteração de ilu-húm-pi, tambor
que ronca logo.
RÚSTICO. - [port. Rústico]. Palavra empregada na música, quanto ao caráter e a expressão, para designar o movimento preestabelecido.
Fig. 29 29. Quarteto de Rotfones
S SABÃO. - Ver Fandango.
tor gaúcho não faça a mais leve alusão
SAIA-SAIA. - (Bras., Paraná) Baile rural, pertencente ao fandango.
SAIDEIRA. - (Bras., Nordeste).
"A
última dança num baile, a despedida, o derradeiro copo bebido, a anedota que fechará a série. Vamos à saideira! Só
a saideira!" (Luiz da Câmara Cascudo,
Dicionário do Folclore Brasileiro, 559). SAIRÉ. - , (Bras.). Dança e canto religioso na Amazônia. Segundo Teodoro Sampaio (o Tupi na Geografia Nacional.
à obra de Granada, limitando-se a citar na "elucidação" apensa à lenda o estudo publicado na Revista Trimensal do Instituto do Ceará, verifiquei que a
verdadeira fonte estava de fato na Reseña Histórico-Descriptiva de Antiguas 4 Modernas Supersticiones del Rio de la
Plata. A leitura de Teschauer levara
naturalmente Simões Lopes a consultar o
livro de Granada, que apareceu em
1896". (Augusto Meyer, Guia do Folclore Gaúcho, 160).
3" ed., 1928), sa-ierê significa: a corda SALTARELLO. - Dança italiana do século XVI em compasso ternário e ráem giro, espécie de dança de rapazes. pido. SALAMANCA. - Furna encantada. Provém a denominação da cidade de Sa~ SALVE VIRGO. - Motete a três partes: lamanca, na Espanha, onde existia, diza de baixo, instrumental e as duas de se, uma célebre escola de magia no tempo cima, vocais. Ver também Motete. dos mouros. SAMA. - Cantos litúrgicos tradicionais SALAMANCA DO JARAU. - (Bras., Rio Grande do Sul): Lenda espanhola transplantada para o Rio Grande do Sul, mesclando-se a elementos locais de tipos, paisagem e língua, de tal modo,
que à versão desenvolvida por Simões
Lopes Neto nada resta do modélo original.
"Durante algum tempo acreditei
que a única fonte aproveitada por Simões
O
Lopes Neto na composição da Salamanca do larau fôsse o Padre Teschauer. historiador jesuíta reproduzira Granada, às vêzes nos mesmos têrmos, limitando-se a transcrever passos inteiros, com leves alterações, no seu estudo sobre as lendas
do ouro na bacia do Uruguai. Após minucioso confronto dos três textos, não obstante, o de Teschauer e os de Granada e Simões Lopes, e embora o escri-
da música hindu.
SAMACUECA. - Ver Zamacueca.
SAMBA. - (Bras.) (1) Durante a segunda época ou período de caracterização da música nacional brasileira séc. XVI), o samba se denominava no Rio de Janeiro chiba; no Estado de Minas ca• teretê e nos estados do sul fandango.
Era uma dança de roda, ao ar livre, em que por instrumentos entravam o vio-
lão, a viola de arame, o cavaquinho, sob
a toada da qual se cantava e sapateava ao ritmar das palmas, dos pratos e dos pandeiros. (2) Dança de conjunto formada de grandes rodas de ho-
mens e mulheres, que cantam no côro,
batem as mãos em tempo, e dançam com o corpo sem sair do lugar. No centro da roda, um dançarino, às vêzes
SAMBA
SAPO-CURURU
dois, evoluem em danças saracoteadas, de grande agilidade, e de execução dificil.
O "cantador"improvisa a estrofe, o côro responde, enquanto ao lado estão reunidos os músicos, com seu instrumen-
tal. O samba urbano distingue-se profundamente do samba rural, no carátér musical e na coreografia. (3)
"O
Samba urbano carioca se divide em duas
modalidades mais ou menos distintas.
Uma é o Samba que vive nos morros do Rio de Janeiro, onde habitam as classes
paupérrimas da população da cidade. Cultivam-no especialmente as Escolas de Samba, em que, "por volta de 1922"
começaram se organizar os ranchos carnavalescos. As Escolas de Samba
são sociedades dançantes, cujas atividades constituem essencialmente uma preparação para as demonstrações pú-
blicas durante o carnaval. Têm um diretor de harmonia que ensina e dirige
o canto e a dança. As mulheres se
. chamam pastôras e se incumbem do côro,
em geral afinado, cabendo aos homens
tirar os versos". Saindo à rua em ranchos organizados, as Escolas de Samba tinham no carnaval como ponto de exibição e de emulação a Praça Onze, há dois anos desaparecida. Tal como é exe-
cutado nas reuniões dessas Escolas, o Samba é uma dança de roda, com meneios e requebros, e os que o praticam lhe dão também o nome de Batucada, palavra derivada de Batuque. Assim c ensina mesmo um velho Samba de 1933:
Samba de morro Não é samba, é batucada, É batucada, E batucada!
Um dos seus primeiros exemplares de grande popularidade, e parece que o primeiro gravado em disco, foi o "Pelo telefone", do sambista Donga, aparecido em 1917.Neste seu aspecto já profundamente urbano, o Samba carioca pode
ser considerado uma derivação do
Maxixe, ao qual veio substituir. De fato, não só o "Pelo telefone", como tôdas as peças de Sinho, o primeiro grande criador de Sambas, não se dis-
tinguem verdadeiramente do Maxixe cantado".
(Oneida Alvarenga, Música
Popular Brasileira, 293, 297).
Ver
também Tanguinho.
SAMBALELE. - (Bras.) [Cantiga de roda]. • Revela contribuição afro-brasileira para as nossas rodas.
SAMBUCA. - Ver Vielle.
SANFONA. .- Instrumento aerofone, talvez provindo da palavra espanhola Zanfonia ZANFON (i)A, que significava, no fim da Idade Média, no século XV. vielle à roue (viola de roda), insmento de grandes proporções, cuja roda
fazia o papel de arco. Ou seja mesmo
uma corrutela das palavras Sambuca SAM (buca) e Sinfonia sim (fon (i) a,
que significavam a mesma viola de roda. No Rio Grande do Sul, diz-se "GAITA".
No Nordeste, "GAITA" significa flauta
reta de bico, de taboca, bambu, ou flandres, espécie de pilaro. Ver também Sinfonia; Vielle; Recorder.
SAPO-CURURU ou Sapo-Jururu.
(Bras.). Canção destinada a adormecer
crianças.
Cá na cidade A escola é diferente.
(..
dade do Samba carioca parece ter nascido na segunda década dêste século.
...)
"Das descidas do Samba de morro à cidade, pelo carnaval, surgiu a outra modalidade do gênero, criada por composi-
tores populares de nomes conhecidos, muitos dos quais ligados intimamente aos meios musicais dos morros. Esta modali-
"O acalanto, canção ingênua, sobre uma melodia muito simples, com que as mães ninam os filhos, é uma das formas
mais rudimentares do canto, não raro
com uma letra onomatopaica, de forma
a favorecer a necessária monotonia, que leva a criança a adormecer. Forma muito primitiva, existe em tôda parte e existiu
em todos os tempos, sempre cheia de ternura, povoada às vêzes de espectros
SCHERZO
SARABANDA de terror, que os meninos devem afugentar dormindo. Vieram as nossas de Portugal na sua maior parte e vão passando por todos os berços do Brasil e vivem em perpétua tradição, de bôca em bôca,longe das influências que alteram
os demais cantos". (Renato
'Almeida,
História da Música Brasileira, pág. 106).
SARABANDA. - Dança em movimento ternário vagaroso, provàvelmente século XVII.
SARAMBE. - (Bras.) (1) Segundo Luciano Gallet. danca africana trazida pelos escravos. (2) Segundo Renato Almeida, aparece com a denominação de Samba.
SARAMBEQUE. - (Bras.) "O Sarambeque parecia-se provàvelmente com
o Lundu. Um século antes das primei ras notícias hoie existentes söbre o Lundu, isto é, nos meados do séc. XVII, o Sarambeque já era conhecido na Es-
panha e em Portugal. Considerado em Portugal como de origem negra, na Espanha como proveniente das Canárias,
o lascivo e desenvolto Sarambeque se vulgarizou no séc. XVII nos dois paises e certamente se deixou influenciar pela coreografia hispânica. Em Portugal foi
dançado até nas casas nobres e viveu
pelo menos até o séc. XVIII. Na Espanha, onde se chamou também Zumbé teve honras de palco, com "entremeses
isso, em bailes de verdale, mas sim, em reuniões familiares
SARRABALHO.-
(Bras., Rio Grande
do Sul). Espécie de fandango.
SARRUSSOFONE. - Instrumento inventado na segunda metade do século passado (1863) por M. Sarrus, mestre de banda francês. A família dos Sarrussofones compreende: SarrussofoneSOpranino; soprano; alto; tenor; baritono; baixo e contrabaixo. Vide figs. 25 e 30..
SARUE..
-- (Bras.) Dança mista de qua-
drilha francesa e americana, com passos originais do sertão.
SAUDADE.
(Bras.) [Cantiga de
roda]. Colhida em Minas Gerais; possui
tôdas as características da melódica
caipira.
SAUTE.
-- [Ballet]. Palavra aplicada
para diferencar os passos e movimentos
que também são executados sem saltos. Exemplo: Chappé sauté.
SAXHORN.- Sendo esta palavra de língua inglêsa, introduzida na portu-
guêsa, preferimos aportuguesa-la; por~ tanto, ver Saxotrompa.
SAXOFONE. - Instrumento de palhêta simples, de tubo cônico, inventado na se-
gunda metade do século 19 por Adolf Sax, de quem deriva o nome. Vide fig.
31.
especialmente aêle dedicados' , e deu celebridade a dançarinos profissionais
SAXOTROMPA ou Saxhorn. - O saxo-
Oneida Alvarenga, Música Popular Brasileira, 163).
trompa e trombeta, pelas dimensões menores do seu bôjo. A família dos saxotrompas compreende: sopranino ou bugle em si-bemol; alto em bi-bemol; baritono
que go fizeram SARANDI. --
professôres dêle"
(Bras., Goiás). Dança
humorística.
SARNA.
(Bras., Rio Grande do Sul). Canção e dança popular, recolhida por Enio de Freitas e Castro, em janeiro de 1949, na fazenda de Avari, município
de São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul, com as seguintes observações: "Enquanto dançam, fingem os pares que se coçam, algumas vêzes, como
se estivessem atacado de sarna não só
trompa difere do cornetim, trombone,
em si-bemol; baixo em dó ou si-bemol.
conhecido entre os brasileiros por bombardinos; contrabaixo em mi-bemol, dó
e si-bemol. Vide figs. 32 e 33. SCHAKOBIOSKI. - Ver Cha-pa. SCHERZO. [port. Brinquedo].
(Divertimento). Palavra empregada na música, quanto ao caráter e à expressão,
para designar um movimento preestabelecido.
Fig. 30 30. Sarrussofones: baritono, tenor e soprano
SERRANA
SCHOTTISCH
SCHOTTISCH. - (Bras.) Dançade salão, passou ao povo e apareceu du-
plo:
Dó, Dó-sustenido;
Mi, Mi-be-
mol, etc.
rante a Regência. Há várias peças dêsse gênero de dança. Ver também Serrote. Afinação diferente SCORDATURA. da usual. Saint-Saëns manda afinar, na Danca Macabra, o violino em Sol, Ré, Lá e Mi-bemol, em vez de Sol, Ré, Lá
SEMPLICE. - [port. Simples]. Palavra
SEBASTIÃO. - (Bras.) Figura do auto
e à expressão, para designar um movi-
e Mi-bequadro.
popular Bumba-meu-boi que representa o negro escravo.
SECONDE POSITION, à la. - [Ballet].
Semitons cromáticos
empregada em música, quanto ao caráter mento preestabelecido.
SENHORA D. SANCHA. (Dança de roda). Forma-se uma roda e põe-se
Indica que um movimento se executa em
D. Sancha no meio, com um lenço amar-
tiga cidade da Ásia Menor. Data do século II a. C. Comunicação feita por W. Ramsey, em 1883.
I. Leadingnote; L. Subsemitonium modi].
segunda posição. Exemplo: grand bat-rado nos olhos. Depois de cantaiem algumas quadrinhas, todos soltam as mãos tement à la seconde position. e brincam de cabra-cega. Procedência SEIKILOS. - Pequeno hino grego, graeuropéia. vado na coluna tumular de um defunto dêsse nome, enterrado em Trales, an- SENSÍVEL. - [A. Leitton: Fr. Sensible;
SEIS-POR-NOVE. - [Canto puro]. O
Diz-se da nota do sétimo grau de uma escala, isto é, um semitom abaixo da tônica.
seis-por-nove está quase desaparecido e não é mais ouvido nos desafios.
SEQUÊNCIA. - (1) Na liturgia primi-
de negros. Ver
Tropo. (2) Repartição de uma pequena frase musical, geralmente com o intervalo de uma segunda, subindo ou descendo. Também chamadas marchas melódicas, quando a repetição ocorre ûnicamente na melodia; marchas harmônicas, se as repetições ocorrem em tôdas as partes; marchas tonais ou diatônicas, se asrepetições são acidentadas; marchas modulatórias ou cromáticas se pertencem ao tipo misto, por exemplo, às sequências da música atual. SERENATA. - Tipo de composição musical, melodiosa e simples, para ser cantada à janela da bem-amada, de noite e ao ar livre. O mesmo que seresta.
SEISQUIALTERAS. - Ver Quiáltera.
SEMBA. - Dança também Samoa.
SEMIBREVE. - Ver Figuras de ritmo. SEMICOLCHEIA. Ver Figuras de ritmo.
SEMIFUSA. - Ver Figuras de ritmo.
Ver Figuras de ritmo. SEMIOGRAFIA MUSICAL. - Ciência SEMíNIMA.
do gravador ou tipógrato de música.
SEMIOTÉCNICA MUSICAL.
- Co-
nhecimento dos sinais gráficos de música.
SEMITONS DIATôNICOS. São chamados os intervalos da segunda-menor. Exemplo: no tom de Dó maior são Mi-Fa e Si-Dó. GatoniCOs
SEMITONS CROMÁTICOS. - O se~
tiva a sequência representava um dos
mais antigos e importantes tipos do
SERESTA. - Ver Serenata.
SÉRIE HARMÔNICA. - Conjunto ou série de sons concomitantes oriundos das
vibrações parciais das cordas e tubos sonoros.
mitom cromático é formado por duas SERPENTÃO. - Ver Oficlide. notas de igual nome e na mesma posição, sendo uma delas alterada. Exem- SERRANA. - Ver Fandango.
Fig. 31 31. Quarteto de saxofones
Fig. 32
Fig. 33 32. Saxotrompas 33. Saxotrompa contrabaixo ou bombardino
SINHO NETO
SERRA-BAIA
SERRA-BAIA. - Dança dos ciganos no Rio de Janeiro.
SERROTE.
(Bras., Rio Grande do
Norte). Dança popular tipo schottisch.
SETAR. - Ver Alaúde.
SEXTOS DE TOM. -Ver Ultracro- SINCOPA IRREGULAR. - Ver Sincopa. matismo.
SFORZANDO. Palavra empregada na SINCOPA REGULAR. - Ver Sincopa. música para designar o colorido ou a variação de intensidade dos sons. Es- SINFONIA. - (1) Têrmo antigo para designar o unissono, a fim de distinguir forçando. Acentuando. Abrev. Sforz. da antifonia (a oitava) e da parafonia SI. - Ver Tom. (1) (a quinta). (2) Na Idade Média, era uma palavra aplicada a vários instruSIDE DRUM. - Ver Caixa de rufo.
SIGNOS DE COMPASSOS.
Ver
Compassos.
SIGNOS DE DURAÇÃO. - Ver Figuras
de Ritmo.
SIMILE. - Têrmo
mentos, também chamada chifonia ou cinfonie, Johannes de Muris, c. 1300. (3).
Do século XVII em diante, o têrmo passou a significar vários tipos de mú-
sica orquestral, até chegar à moderna
sinfonia. Forma de composição muque indica que se
sical para orquestra, escrita segundo o
deve continuar a expressão ou anda-
plano da sonata. A Sinfonia se desen• volveu durante o século XVIII, lado a
mento como anteriormente.
SINAL DE PULO. - O sinal de pulo in-
dica que, na representação, quando se chegar ao sinal, se deve pular a outro
idêntico, que se encontrará à frente. Só
se obedece ao sinal de pulo depois de feitos os ritornelos.
lado com a sonata, sua correspondente no
campo da música de câmara. Originou-se da overtura operística italiana, que era chamada sinfonia avanti l'opera e que,
cêrca de 1700, foi padronizada como uma composição consistindo em três seções na sucessão: rápida - lenta -
rápida. A escola de Mannheim fixou os processos de tratar sinfônicamente a orquestra, pela tematização curta, pelo se-
Depois das repetições pula se ao sinalidentico
cionamento dos elementos melódicos
Depois de repetir êste trecho voica-se
pelos naipes orquestrais, assim como na ordenação da forma sinfonia.
SINFONIA INACABADA. Dal %al Fin
NOTA - Só se obedece aos sinais
de pulo " $°% ), depois de feitos
os ritornelos. ( I: :
É a Sin-
fonia n° 8, em Si menor, de Franz Schubert, assim cognominada pela razão de
existirem apenas os dois primeiros movi-
mentos. Foi escrita seis anos antes de sua morte, em 1822, portanto havia muito
tempo para terminá-la. As razões pelas quais não o fêz são desconhecidas. Sua primeira apresentação foi levada a efeito
SINCOPA. - Articulação de uma nota
em 1865.
em tempo fraco e prolongada sôbre o tempo forte. As síncopas são regulares e irregulares.
SINHO NETO. - (Bras.; Rio Grande do Sul). Canção popular e satírica.
SOPRANO
SINOS TUBULARES SINOS TUBULARES, tubofones. - [A.
tica era a seriação de andamentos dife-
Glocken: F. Cloches: I. Bells: It. Campanel. Instrumento de percussão de sons determinados, de timbre análogo ao dos sinos; consiste numa série de tubos de
rentes; entretanto, a sonata clássica con-
comprimentos graduados para produzir escala. Vide fig. 49.
SIRINX - Flauta composta de uma série de pequenos tubos. Flauta de Pã. SISSONE, pas de. - [Ballet]. Passo saltado que pode ser executado com diver-
sas variantes. Sissone parece derivar
siste em três tempos, distintos no anda-
mento, e condicionados uns aos outros
A
pela tonalização modulatória
sonata, pròpriamente dita, vamos encontrar na canção francesa do brin. cípio do século XVI, música vocal poli-
fônica que se distingue do motete, da
mesma época, por uma estrutura secional mais clara. envolvendo, frequentemente, esquemas de repetição, tais como AAB
ABB.. Na Itália, esta forma vocal foi
de uma dança de província, mais tarde transferida para órgão, cêrca de 1540, executada na Côrte de França (1565), e, por volta de 1580, para conjuntos por ocasião de uma festa em honra da instrumentais, sendo então chamada rainha Catarina de Médicis. canzona dórgano e canzona da sonare,
SISTEMA COMPLETO. - Pela união de dois tetracordos dóricos ao modo dórico, na música grega, foi obtida a série
completa de 15 sons diatônicos da ci-
tara. Esse sistema, acrescido de um
Si-bemol central, de função modulante, foi chamado de Sistema Téleion. SISTEMA MODAL DOS DOZE SONS. - Nova técnica, inventada pelo compo-
respectivamente.Este último tipo é que deve ser considerado como o verdadeiro ancestral da sonata.
SONATA AO LUAR. - [A. Mondscheinsonate]. Este nome provävelmente
vem de um artigo escrito pelo musico-
grafo e crítico alemão Henrique Rellstab, no qual ele compara o primeiro movi-
mento da Sonata . a uma divagação,
sitor George Perle, baseada na Técnica numa noite de luar, no pitoresco Lago Lucerna (Suiça). Seu verdadeiro nome dos Doze Sons, diferindo desta pela reordenação das séries em quintas. Ver
também Cromatismo Diatônico; Técnica
é Sonata quasi una fantasia, op. 27 n° 2.
SONATA APPASSIONATA. - Ver
Palavra empregada
Appassionata. SONOMETRO. - Consta de uma caixa
em música para designar o colorido ou a
estreita de madeira, de forma retan-
gando-se. Morrendo. (Aplica-se à in-
comprimento, ao longo da qual se estende
dos Doze Sons.
SMORZANDO.
variação de intensidade dos sons. Apa~
tensidade do som e ao movimento, que
tende a ralentar-se e extinguir-se com
o som.Abrev.
Smorz.
SOCADOR. - Ver Cuica. SOL. - Ver Tom. (1) SOM.. - É o efeito audível produzido pelo movimento vibratório de corpos elásti-
cos. O som musical é o resultado de vibrações isócronas, isto é, vibrações idênticas em duração.
SONATA. - A palavra sonata, vinda do
gular, de pouco mais de um metro de uma corda suspensa por dois cavaletes,
limitando-lhe o comprimento a um metro. O som produzido pela corda, necessariamente retesada e posta em vibração, é reforçado pela própria caixa de ma-
deira, que funciona como caixa de res-
sonância, prestando-se, assim, o aparelho à verificação de diversas leis que
presidem ao movimento vibratório das
cordas. Vide fig. 34.
(2) Voz infantil masculina aguda.
SOPRANINO. - (1) Voz infantil feminina aguda.
verbo tocar (It.: suonare), nasceu na península itálica, e designava apenas. SOPRANO. - Voz humana feminina e uma peça instrumental. Sua caracteris-
aguda
SORDINA
STENOCHORÉOGRAPHIE SRUTI. - Sistema intervalar da música
SORDINA. - Ver Surdina.
SORONGO.-
(Bras.) - "No Brasil os
autores que têm tratado do Sorongo consideram-no dança de origem africana,
existente (outrora?) na Bahia e em Minas Gerais, e o incluem entre • as danças do tipo Batuque ou Samba. En-
tretanto, só encontrei até hoje uma informação precisa sobre o Sorongo no Brasil, exatamente na Bahia. Trata-se
de uma relação de danças de salão
usadas na Bahia no séc. XIX e feita por Manuel Querino; excetuando-se o Lundu, tôdas essas danças são européias. Sorongo vem descrito após a Cachucha. Sua coreografia aparece com ares francamente espanhóis, apresentando a ca~
O
hindu, baseado na divisão de uma escala de 22 pequenos intervalos.Éstes inter~
valos são considerados microtonais.
STACCATO. - [port. Destacado]. O staccatto compreende uma forma de execução. É representado por um pontilhado sobre ou sob a nota de música.
São três as suas formas de execução: a) o staccato simples, que tira à nota metade do seu valor:
b) o dolce staccato tira à nota um quarto (1/4) do seu valor:
c)o
staccato martellato subtrai três
quartas partes (3/4) do valor da nota:
racterística da grande movimentação pela sala, encontrável na ota e no Bolero: "O Sorongo, em que dançava uma só pessoa, desenvolvendo com apurado gôsto, figuras determinadas com os
pés, procurando sempre os ângulos da sala, onde fazia curta demora, e depois
rodeava todo o espaço, obedecendo ao compasso da música adaptada". (Oneida Alvarenga, Música Popular Brasileira,
162).
SOUBRESAUT. - [Ballet]. Um salto, como comêço e fim em posição fechada,
geralmente em quinta, sem mudar de
lugar e mantendo os pés unidos.
SOUSSUS. - [Ballet] Palavra para indicar um relevé em quinta posição.
SOUTENU.
- [Ballet]. Sustentado.
Exemplo assemblé soutenu.
SPALLA.
Também chamado violinoregente. E o primeiro dos primeiros violinos de uma orquestra.
SPIRITUAL.
Manifestação musical
dos negros americanos do norte, eminen-
temente coletiva e de feição religiosa.
Os escravos, da América do Norte, inteiravam-se dos episódios biblicos e faziam deles motivos para as suas preces, num misto de crença e de canto.
STACCATO MARTELLATO.~ Ver Staccato.
STACCATO SIMPLES. - Ver Staccato.
STENOCHORÉOGRAPHIE.
[port.
Estenocoreografia]. (Ballet). Anotação estenográfica do bailado. Os tratados
mais importantes são:
Choréographie
ou L'art d'ecrire la Dance por A. Feuil-
SPRECHGESANG. - Ver Canto falado.
let 1701): Abrégé de la Nouvelle Méthode dans l'art d'ecrire ou de tracer
SPRECHSTIME. - Ver Canto falado.
toutes sortes de Dances de Ville por J.
SWING
STILL F. Rameau (1725); Stenochoréographie por A. de St. Léon (1852): Grammatik der Tanzkunst por F. A. Zorn (1887).
STILL. - [A] Ver Estilo.
STORIA DELLA MUSICA. -História da Música do Padre Giovanni Batista Martini, um dos mais eruditos músicos
italianos, do século XVIII. "Sua História da Música, obra de grande erudição, compreende três volu-
mes, sobre música antiga. O quarto volume, que deveria abranger a Idade Média até o século XI, ficou em manus-
crito incompleto. A obra é cuidadosamente ilustrada e, arrematando cada capítulo, aparece um cânone enigmático".
Literatura Musical B. N.pág. 19. Do acervo da B. N. do Rio de Ianeiro.
STRETTO. - (Fuga) Uma das seções da fuga. O Stretto é um cânone formado com o sujeito e a resposta. Ver também
Sujeito e Resposta.
STRINGENDO. -Têrmo empregado na música para reprimir o andamento preestabelecido, afetando-o momentâneamente.
SU, SU, SOSSEGA. - (Bras.) Acalanto da Bahia. SUCURIú. - (Bras., Amazonas). Dança de índios que procuram imitar o Sucuriú.
SUJEITO. - [Fuga]. Um dos elementos da fuga. Tema principal duma composição. Ver também Fuga. SUJET. - [Ballet]. Indica o bailarino ou bailarina solista. Exemplo grand sujet
(solista de primeira plana).
SUITE. - (1) Forma instrumental da música barroca, consistindo em um certo
número de movimentos, todos de caráter
de dança e todos no mesmo tom.(2) De grande importância foi a instituição de um tipo moderno de suite, no qual o
tradicional esquema de danças é subs-
tituido por uma sucessão livre de movimentos de diferentes tipos, sendo fre-
qüentemente no caráter de danças na-
cionais ou de ballet. SUMER IS ICUMEN IN. - O primeiro exemplo conhecido que, pela riqueza da polifonia, deve ter largos modelos atrás
de si: canon duplo a seis vozes (as de cima, em quatro partes, e as de baixo,
em duas), sobre texto profano, Sumer is icumen in foi escrito, aproximadamente,
entre 1226-1240, por um monje inglês de Reading (Inglaterra).
SURDINA. - [A. Dämpfer; I. Mute; It. Sordina]. Aparelho que, colocado sôbre o cavalete dos instrumentos de corda, faz enfraquecer os sons.
SURIBI. - (Bras.) Instrumento brasi-
lico. Trombeta dos índios do Rio Negro.
- "Um dos tipos mais interessantes de trombetas com ressoador é a Suribi.
(M.N.19.575), da zona do rio Içana
(índios do rio Negro). Serve para acompanhar o toque das flautas de Iapuratu. É um instrumento de 1m,30, com um tubo feito da palmeira iriartia e uma caixa de ressonância também tubular de palmeira trançada e coberta de breu. Se o instrumento entortar, basta aquecê-lo
30° para que o breu amoleça e êle retome a forma primitiva. W. E. Roth o cita como forma invulgar" (Renato Almeida, História da Música Brasileira, pág. 49).
SUSTENUTO.
[port. Sustentado].
Têrmo usado na música para reafirmar e melhor caracterizar o andamento preestabelecido.
SVOLGIMENTO. vimento.
Ver Desenvol-
SWING. - Entre os músicos de Jazz, é
o modo de dar vida ao ritmo. Manifes-
ta-se por um continuo balanceio rítmico.
T TABAQUE. - Ver Atabaque. TABLAK. - Ver Atabaque. TABLEAU. - [Ballet.]. Quadro. Klemm
define êste têrmo da seguinte maneira:
"A combinação de vários grupos artísticos
apresentando um conjunto"
TAGNANI-I.
(Bras.) Dança festiva (talvez astral) da tribo Tagnani, dos índios Parecis,em que tomam parte homens, mulheres e meninas.
"Ao som de uma cantiga intérmina formou-se grande roda. As mulheres à esquerda dos homens, constituiam-se pares sucessivos, fechando o círculo; cada homem colocava a mão no ombro da respectiva "dama' • Dentro da roda, três meninas da mesma idade, pouco mais ou menos, acompanhavam-nos em fila, muito juntas, com os olhos baixos,
as mãos cruzadas sôbre o peito. A
reforçados, falando muito; e empurravam para o seu pôsto o desertor..
(E.Roquette-Pinto,
Rondônia, págs.
253-254).
TAIEIRAS. -(Bras. "As
Taieiras eram grupos de mulatas, "vestidas de branco e enfeitadas de fitas', que se exibiam
nas festas de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário.
- "Não obedecendo a nenhum assun-
to, as Taieiras não foram realmente uma
dança dramática, mas apenas um cortejo
coreográfico. Como tal, e conforme o costume ainda existente no século XIX. incorporavam-se habitualmente às procissões católicas das datas citadas, ao lado
de outros conjuntos que desempenhavam danças dramáticas.
Dos cantos de Taieiras só nos ficou uma chula tradicional dêsses ranchos,
do centro servia de eixo para todo aquele sistema coreográfico...
Começou-se a rodar às 7 da tarde,
espalhada do variantes portexto todo eo música... Brasil com ligeiras (Oneida
Alvarenga, Música Popular Brasileira,
cantando sempre. As meninas, sem dis112, 113). crepar, deixavam no chão pulverulento TALA. - Ritmo de música hindu. Ritmo marcas regulares, que a luz da lua aluobstinado de oito por oito e sete por oito. miava perfeitamente. Dir-se-ia que punham os pés nos mesmos rastros, feitos na primeira volta. Meia-noite. À beira das fogueiras, que cada família acende,
dormia a gente velha; resmungavam alguns, avivando morrões que pareciam pequenos rubis esparsos. E na roda, suando, cheios de poeira, mais mortos do que vivos, todos nós entrávamos no côro:
Tagnani-i! Tagnani-i! Tangre! E assim foi durante o resto da noite.
Quando um de nós fugia, e procurava a rêde, vinham logo dois ou três latagões
TAMBAQUE. - Ver Atabaque. TAMARACA.- (Bras.). - "De
itá-
maracá, o maraca de pedra, maraca típico dos Tupis. Tambor de tronco es-
cavado, com uma pele esticada numa
extremidade.
vam
Os indígenas denomina-
OS primeiros sinos de bronze
"maracás de pedra"‚ itamaracás." (L. da Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore
Brasileiro, pág. 601).
TAMBOR-DE-CRIOULO. - Ver Macumba.
TAMBOR-DE-MINA
TÉCNICA DOS DOZE SONS
TAMBOR-DE-MINA. - (Bras.) Culto TANTA ou Gongo. - Instrumento de fetichista afro-brasileiro.
Denominação
dada em São Luiz do Maranhão. No
Tambor-de-Mina existe uma diferença da macumba: os cânticos chamam-se doutrinas. Ver também Macumba. TAMBOR MILITAR. - A. Kleine Trommel; F. Tambour militaire ou Caisse
percussão de som indeterminado; consiste
num grande disco de bronze chinês ou trabalhado na China, ligeiramente convexo, em cujo centro se bate com grande baquêta de feltro, produzindo um som forte e indefinido. Vide fig. 35.
claire: It. Tamburo militare]. Um pequeno tambor em forma cilíndrica (o menor da orquestra), tocado com duas
TAQUETÉ. - [Ballet]. Execução de
TAMBORIM. - (Bras.) (1) Tambor
TAROL. - [A. Kleine Trommel; F. Petite caisse; I. Side Drum; It. Tamburo militare]. (1) É o menor tambor da
baquêtas.
pequeno, feito com a metade de um
barrilzinho, que o executante prende sob
o braço esquerdo e toca com a mão (2) Espécie de pandeiro de forma quadrada ou hexagonal, com uma
direita.
das bases de pele tensa, na qual se toca
com uma pequena baquêta.
Usado no
Brasil pelas Escolas de Samba.
TAMBOR-ONÇA. - Ver Cuica.
TAMBU. - Ver longo. TAMBURO RULLANTE. - Ver Tarol. TANBUR. - Ver Alaúde.
•TANGO. - (1) Vocábulo africano que significa pequeno tambor (tan-gó).
"Los negros africanos, en América
le llamaron "tangó" a su tamboril; en sus lares habrá tenido el mismo nombre
o tantos como pueblo habian que lo usaran. Tán-gó es la voz del tamboril; dos manotones casi simultáneos sobre €l parche producen ese sonido; y si esos
golpés son dados con una mano y un palo, como era la costumbre, mas claro Vicente Rossi, Cosas de
dirá tán-gó.
Negros, 97. (2) Tipo de dança modernaoriginada cêrca de 1900, nos subúrbios de Buenos Aires, extraida provàvelmente, da habanera e da milonga.
Ver também Milonga.
TANGUINHO. - (Bras.) Diminutivo de tango, que tentou conquistar a coletividade, sendo substituido pelo têrmo samba.
um passo, em ponta, conforme o tocar do pizzicato.
TARÓ. - Ver Tarol.
orquestra; possui a forma cilíndrica. (2)
(Bras.) Muito usado na Paraiba, Per-
nambuco e Alagoas, com o nome de Taró. Vide fig. 36.
TATU. - (Bras.) (1) O Tatu existe no Rio Grande do Sul, em Goiás e no sul de Minas Gerais. O Tatu goiano apresenta a particularidade de que, no centro
da roda, um dançarino-cantador narra e
imita uma caçada de tatu; a cada verso
seu, a roda responde em côro com o Redondo Sinhá. Ver Fandango.
(2)
TCHONGOU. - Ver Cha-pã.
TÉCNICA DOS DOZE SONS ou Dodecafonismo. - [A. Zwoelfton-system].
Novo sistema de compor, criado por Arnold Schoenberg, no qual emprega os sete sons da escala diatônica e mais os
cinco sons resultantes da alteração cro-
mática. Exposição dos princípios da
técnica dos doze sons: a) o sistema é baseado na colocação
arbitrária dos doze sons cromáticos,
denominando-se de forma fundamental ou série dos doze sons, formando, assim, uma composição ou grupo de compo-
sições;
b) num trecho musical, assim des-
crito, a forma fundamental é usada para a formação de todos os elementos da composição (melodia, acordes, motivos,
temas), de tal maneira, que o referido
Fig.
Fig. 35
34. Sonômetro 35. Tanta
TECNICA DOS DOZE SONS trecho forme um inquebrantável encadeamento de combinações consecutivas da forma fundamental;
c)qualquer
um dos sons das séries
pode aparecer simultâneamente;
d) transposições dos sons reais das
3) Inversão da retrógrada (Progressão da inversão da forma fundamental e colocada em sentido contrário).
g) a forma fundamental e cada ura
de suas derivativas pode ser transposta onze vêzes (Transposição), de maneira
séries, para as oitavas agudas ou graves,
que cada forma fundamental se pode
são permitidas;
iniciar com qualquer um dos doze sons.
e) as séries podem tomar qualquer forma rítmica; f) são três as formas derivativas da
forma fundamental:
h) cada uma das formas fundamen-
1) Inversão (Progressão intervalar colocada em sentido contrário à forma fundamental);
2) Forma retrógrada
Cada uma das 48 formas fundamentais, assim obtidas, pode ser usada simultãneamente à maneira indicada no item b;
(A forma
fundamental colocada de trás para diante. isto é, da última à primeira nota);
tais pode ser dividida em diversas vozes,
contanto que a progressão dos sons seja idêntica à linha da forma fundamental;
i) repetição dos sons, ou grupos dos mesmos, das séries, é permitida condicionalmente.
TRIO DA SUITE OPUS 25 DE ARNOLD SCHÖENBERG
Do no e
•
L
exemplo que ai fica mostra, em primeiro lugar, a forma fundamental e suas tres derivativas, obedecendo às sequintes abreviações: F (fundamental).
Fr. (fundamental retrógrada). Pi (fundamental inversão). Fri. (fundamental retrógrada-inversão).
A composição começa com a fundamental completa. O terceiro e quart compassos já em transposição. A obra segue não só nas séries completas, como em seções de quatro notas, marcadas 1-2-3.
TENUTA
TEIRU
TEIRLI
(Bras.) (Cantiga dos indios Parecis). Celebra a morte do cacique de Uaouazareauiteco, assassinado acidentalmente por Zalocarê.: O cantodo Teiru é uma invocação a um chefe que morreu. Colhida, em 1900 por Roquette-
Pinto, entre os indios Parecis.
TÈLEION, sistema. - Ver Sistema Com-
pleto.
TEMPO. - [L. Tempus]. (1) Duração dos sons. Sucessão dos movimentos
chamados tempos de compasso. A crono musical, elemento que exprime a idéia de tempo. O critério originado pelo vínculo de tempo e espaço, sob a
(2)
mesma forma, é notório - o de Bergson,
em seguida, um salto com a perna que sustenta o corpo, flexionando, ao mesmo
tempo, a perna no ar como preparação
para pousar no chão. Este movimento completa-se com um développé em quarta posição.
TEMPS DE L'ANGE.
[Ballet].
Tempo de anjo. Passo que requer ampla elevação. Inicia-se com um salto com
um ou os dois pés, mantendo-se no ar o corpo curvo e os joelhos ligeiramente
flexionados. A cabeça inclinada para trás e os braços erguidos de forma a continuar a linha curva do corpo.
TEMPS DE POISSON. - [Ballet].Ser
por exemplo, que denomina duração ao
melhante ao tempo de anjo, com a diferença que os joelhos se conservam tensos
tempo psicológico.
e as pernas unidas, enquanto o corpo
"Para Bergson, como para Schopenhauer, a música é o testemunho e o símbolo mais adequado da absoluta rea-
está no ar.
lidade; e o filósofo da duração apela, de bom grado, ao tempo musical para nos fazer compreender a essência da duração ou antes, para nos comunicar a sua intuição. Gisele Brelet, Le Temps
musical, 46). Ver também Duração.
TEMPO GIUSTO. - [port. Tempo justo]. Expressão usada na música para caracterizar os andamentos preestabele-
cidos.
TEMPS. - [Ballet]. Movimento do bailado que não envolve uma mudança do
equilibrio. TEMPS DE COU-DE-PIED. - [Ballet].
Movimento que indica o relevé em quinta
posição, executado em ponta ou meia ponta,
TEMPS DE CUISSE. - [Ballet]. Passo iniciado com um pequeno battement degagé (pequeno batimento desprendido). Ao baixar o pé em quinta posição, os joelhos se curvam ligeiramente, prepa-
rando um salto para o lado. O movimento termina baixando para a quinta
posição o pé que está no ar.
TEMPS DE FLECHE. - [Ballet]. Mo-
TEMPS LEVE. -
[Ballet]. Elevação do corpo por meio de um salto começado
com um ou com dois pés e terminado com o corpo sustentado numa só perna. Este movimento pode ser executado em diferentes posições de corpo: de frente; girando; etc.
TENERAMENTE. - [port. Ternamen-
te]. Palavra empregada na música, quanto ao caráter e à expressão, para designar um andamento preestabelecido.
TENOR. - (1) Do L. tenor, oris. Voz humana, masculina aguda. (2) Melodia básica gregoriana (cantus firmus ou
canto principal), em notas muito longas, cada qual apoiada em vários compassos.
TENORINO. - Voz infantil masculina aguda. TENUTA. - Sinal de intensidade representado por um pequeno traço horizon-
tal, sôbre ou sob uma ou mais notas;
indica que tais notas devem ter a mesma
intensidade do ataque à transcrição. Palavra empregada na música para de signar o colorido ou a variação de intensidade dos sons. Sustentando. Abrev.
ten.
vimento que imita o partir da flecha. Inicia-se elevando a perna estendida em quarta posição anterior, executando-se,
TENUTA
TOADA
TEPONAZTLI MIXTECA
TEPONAZTLI MIXTECA. - Tambor TICUMBI. de madeira das antigas civilizações me-
xicanas.Vide fig. 47.
(Bras., Espirito Santo) Bailado final no congo, município de Conceição da Barra.
TEREMIM. - Instrumento de ondas TIMBALES. - Ver Timpano. etéreas, cujos sons são obtidos, em portamento constante, por movimentos da
mão que se aproxima ou se atasta. Ver também Música Concreta.
TERMINORUM MUSICAE DIFFINITORIUM. - Um dos primeiros dicio-
nários de música; do flamengo Tinctoris, mestre de-capela de Fernando de Aragão, em Nápoles, impresso na mesma cidade, provávelmente no ano de 1475.
TERNOS. - (Dança dramática brasileira). Segundo Mário de Andrade, terno tem o mesmo sentido genérico das palavras rancho, cordão e bloco. 'Todos os autores que trataram dos Ternos dizem que êles se compunham de pastôres e pastôras que iam
cantar loas na lapinha e visitavam depois
as casas amigas, onde tiravam Reis e cantavam também. O que êstes Ternos desempenhavam, é pois, justamente um Pastoril,. (Oneida Alvarenga, Misica Popular Brasileira, 82).
TIMBRE. - É a qualidade pela qual se distinguem sons emitidos por corpos
sonoros diversos; depende dos sons harmônicos, que ressoam simultâneamente ao produzir-se o movimento vibratório.
TIMPANI. - Ver Timpano. TIMPANO. - [A. Pauken: F. Timbales; I. Kettle-Drums; It. Timpani]. Instrumento de percussão de sons determina-
dos; consiste numa grande bacia de metal (cobre) de forma hemisférica, em cuja abertura se estende uma pele retesada para produzir som musical. Vide fig.' 38.
TIPOFONE. - Ver Celeste.
TIRANA. - Ver Fandango. TIRE-BOUCHON, en. - [Ballet]. Refere-se ao movimento da perna no ar, ao executar uma piruêta.
TIRIAMA. - Instrumento jocoso feito
TERPSICHORE. - [Ballet] (port. Terpsicore) Musa da dança, da mitologia
grega.
de taquara, rachado propositadamente,
dentro do qual os indios Parecis gargalham durante algumas danças.
TERRE, A. - [Ballet]. Indica que o pé TOADA. se apóia em cheio no chão.
Canto sem destinação imediata, de textos
TERRE A TERRE. - [Ballet]. Indica que os pés se devem erguer o mínimo
possível do chão.
TESSITURA.
Extensão aguda ou
grave, ou conjunto dos sons qué melhor
convem a uma voz. TETRACORDO. - Série de quatro sons divididos em dois tons e um semitom. A escala diatônica demarca-se em dois tetracordos.
19 tetracordc
(Bras.) [Canto puro].
2° tetracordo
curtos, amorosos, líricos, cômicos, fugindo
à forma romanceada, com estrofes e refrão
que a Toada Denão qualquer tem características modo parece
fixas que irmanem tôdas as suas manifestações. O que se poderá dizer para defini-la é apenas o seguinte: com raras
exceções, seus textos são curtos
amorosos, líricos, cômicos - e fogem à forma romanceada, sendo formalmente 1° tetr.
TETRACORDOS
2° tetr.
TOCATA
TONS RELATIVOS
de estrofe e refrão; musicalmente as Toadas apresentam características muito
variadas; todavia as Toadas do Centro e Sul se irmanam pela melódica simples,
quase sempre em movimento conjunto, por um ar muito igual de melancolia
A escala completa fornecida pelas flautas parecís é, pois: Lá', Sil, Dó-sustenido?, Réz, Mi, Fá-sustenido?, Sol?, La?, Si?.
Não foram encontrados o Dó natural nem o Si-bemol. Esta última nota pode
dolente que corre por quase tôdas elas
ser obtida, em certos casos, com os instrumentos agudos.
e pelo processo comum da entonação a duas vozes em têrca." Oneida Alva~
Cada grupo fornece um segmento da
renga, Música Popular Brasileira, 276).
TOCATA. - [It. Toccata]. Esse têrmo, do italiano toccare, significa tocar nas teclas, em oposição ao soar duma corda.
TOM- (1) É a localização de um
som musical dentro de uma escala. Sua
nomenclatura, nas línguas inglêsa, alemã, francesa e italiana, é a seguinte:
I. C DE F G A B A. C DE F G A H F. ut ré mi fa sol la si
It. dó re mi fa sol la si
A terminologia alemã designa o sus-
escala total;
Grupo grave: Lá, Sil, Dó-sustenido?,
Rez, Mi?.
Grupo Médio: Sil, Re2, Mi, Fa-
sustenido?, Sol?.
Grupo agudo: Réz, Fá?, Sol, Lá?, Si?.
Em Ré?, ficam os três grupos unissonos; o 2° grupo salta do Sil para o Ré
(3ª menor) deixando de dar o Dó?.
O 3° grupo salta igualmente uma 31 menor: entre Ré2 e Fá?. Além dêsses grandes intervalos, verdadeiros hiatos na escala, acham-se ainda • intervalos anômalos; tais são, no grupo
tenido pelo sufixo is, e o bemol pelo
médio, o intervalo de 2ª maior entre Mi2 e Fá-sustenido?, que na escala natural
sufixo es, o dobrado sustenido por isis,
intervalo de 2ª menor (Mi a Fá?).
tudo, exceções, por exemplo: o Si-bemol
Sil e Dó-sustenido?.Ver também Acidentes.
e o dobrado bemol por eses. Há, con-
é simplesmente B, em vez de Hes; o
Mi-bemol é Es, em vez de Ees:O
No primeiro grupo, dá-se o mesmo entre
Lá-bemol é As, em vez de Aes; o Si- TOM DIATÔNICO.- Emprega-se para bequadro é H (pronuncia-se ha).
I.
A.
F. It.
C-sharp
cis
ut dièse dó diesis
1. C-double-sharp
C-flat ces
ut bémol
dó bemolle C-double-flat
A. cisis
ceses
F. ut double dièse
ut double bémol
• It. dó doppio diesis dó doppio bemòlle
designar o intervalo da segunda maior.
TÔNICA. - A primeira nota duma escala tonal.
TONS RELATIVOS. - Todos os tons
têm o seu relativo, maior ou menor, constituídos da mesma armadura de clave.
O relativo menor é o tom do sexto grau, que também se pode procurar descendo uma terceira menor da tônica do modo maior.
Mi menor
(2) (Bras.) [Música ameríndia]. "Os tons empregados na sua mú-
sica são: sol maior, mi menor, ré maior, si menor, lá maior. Os tons maiores, como se vê, seguem-se em quintas justas.
Sol maior
TORÉ ou BORE
TONS VIZINHOS
TONS VIZINHOS. - Cada tom tem cinco vizinhos: três diretos e dois indi-
retos. Por exemplo: um tom maior tem
anunciar. É uso fechar tôda a casa, dando lugar a que os raios de sol penetrem
pelas frinchas das janelas e portas. Esta
como vizinhos diretos: a) o seu relativo
dança é valsada e sapateada com mais
menor; b) o tom maior da dominante; c) o tom maior da subdominante. Vi-
intensidade, em alguns lances. As trovas
zinhos indiretos: a) o relativo' menor da dominante; b) o relativo menor da
subdominante.
TONTA. - (Bras., Paraná) Dança do fandango. "A Tonta é únicamente cantada pela manhãzinha, como despedida da festança, à hora em que o sol se faz
improvisadas devem incluir referências
ao sol, que é assunto principal das
(Renato Almeida. História da Música Brasileira, pág. 182). cantigas.
TORÉ ou BORÉ. - (Bras.) Instrumento habitual dos indigenas. Era uma trombeta feita de bambu ou taquara, muito usada no Ceará. Lá menor
Mi menor
Ré menor
maio
Diretos
с пело
Lá menoi
1959
Indiretos
TONS VIZINHOS
maior
TORI
TRIANGEL
TORI~
• (Bras.) Instrumento dos indi-
genasParintintins, habitantes entre os rios Madeira e Tapajós, no Pará. Este instrumento era uma buzina composta de um porongo, ou cabaça, tendo na extremidade inferior um orifício e, na superior,
um tubo de cana, ajustado convenientemente como a embocadura do flajolé.
TOSCANELLO EM MÚSICA. - Regras de contraponto por Piero Aaron, Considerada por Fetis 1490-1545). como a melhor das suas obras. Teve a primeira edição em 1523. (Do acervo da B. N. do Rio de Janeiro).
TOUR. - [Ballet]. Volta. Giro.
TOUR EN L'AIR. - [Ballet]. Volta. Giro no ar.
TOURNANT, en. - [Ballet]. Ao executar um determinado passo, o bailarino
gira com o corpo.Exemplo: jeté en tournant.
TRAITÉ DE L'HARMONIE. - Tratado da Harmonia, em quatro volumes, de Jean Philippe Rameau (1683-1764).
essência, os princípios detendidos pelos Enciclopedistas. Foi êle quem, partindo
das leis naturais de ressonâncias dos corpos sonoros, criou um sistema de har-
monia com base verdadeiramente cien-
tífica. Embora seus predecessores já
possuíssem conhecimento empírico dêsses fenômenos físicos, a êle se deve a siste-
matização e aplicação dos mesmos. Suas idéias, expostas primeiramente no Tratado da Harmonia, foram por êle desenvolvidas em subseqüente trabalho.
Literatura Músical - B. N. pág. 15. (Do acervo musical da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro).
TRANQUILLO. - [port. Tranquilo]. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e a expressão, para designar o movimento preestabelecido.
TRANSFORMAÇÃO. -
[Música Con-
creta]. Tôda a manipulação que se destina antes a mudar a forma da estrutura,
do que a sua matéria. Ver também Música Concreta.
"O espírito do livre exame e da
TRANSMUTAÇÃO. - [Música Concre-
representante. Contemporâneo que foi de
forma. Ver também Música Concreta.
pesquisa científica, que caracterizou o século XVIII na França, teve, no setor da música, Rameau como seu principal
Rousseau, d'Alembert, Diderot, Grimm e outros, é interessante observar que com êles manteve polêmicas tremendas, muito embora outra coisa não tenha feito, em seus trabalhos teóricos, senão seguir, em
ta]. Tôda a manipulação cujo efeito se dirige essencialmente à matéria da estrutura, sem alterar sensivelmente sua
TRANSPORTE. - Ver Transposição. TRANSPOSIÇÃO, Transporte.
- É a
transcrição ou leitura de um trecho musical em tom diferente do original.
Exemplo:
etc.
TRANSPOSIÇÃO
TRANSPOSITOR. - Aquêle que opera TRAVESSÃO. - Ver Barra de Coma transposição musical
TRAVERSÉ. - [Ballet]. Usa-se para determinar os figurantes de um bailado.
passo.
TRESQUIALTERAS. - Ver Quiálteras. TRIANGEL. - Ver Triângulo.
TROMPETTE
TRIANGLE TRIANGLE. - Ver Triângulo. TRIANGOLO. -- Ver Triângulo. TRIANGULO. - [A. Triangel: P. Triangle; I. Triangle; It: Triângolo]. Haste de ferro, em forma triangular eqüilateral,
que se percute com pequeno ferro. Nome popular: ferrinhos. Vide fig. 37.
TRINADO. - Representação por meio das duas letras iniciais da palavra (trinado,
colocadas sôbre a nota. Determina a repetição rápida e alternada de duas notas conjuntas, das quais uma (a inferior) é nota real.
Notação
Execução
TRINADO
TRIO. - (1) Composição para três ins- TROMBONE DE PISTÕES. - [A. Po-
trumentos. (2) Em marchas, danças, saune]. Instrumento de pistões. Difere do seu ancestral apenas pelo mecanismo scherzi, etc., significa um trecho em andamento mais vagaroso.
dos pistões. Pode ter três ou quatro pistões. Vide fig. 40.
TRISTAMENTE. - [port. Tristemente]. Palavra empregada em música, quanto ao caráter e a expressão, para designar um movimento preestabelecido.
TRITOM. - Intervalo de três tons inteiros, ou seja, a quarta aumentada. Ver também Diabolus in Música.
TROCADO.
-Ver Mourão.
TROMBETA. - (Bras.) - "As trombetas eram comum aos nossos indios e as
faziam mais comumente com a embaubeira (cecropia), tanto que êles crisma-
ram essa árvore com o nome de pau das trombetas. É um vegetal ôco propício ao fabrico de tais instrumentos no que são
também empregados em grande escala o bambu e a taquara. As trombetas têm
embocadura ora na extremidade - e essas são as mais antigas - ora na parte lateral do instrumento, parecendo que as dessas espécies só foram feitas depois da descoberta, por influência dos europeus ou, como quer Nordenskiöld, por influência dos negros' (Renato Almeida,
História da Música Brasileira, pág. 43). Ver também Trompette.
TROMBONE DE VARA (Tenor). [A. Tenorposaune: I. Tenor Trombone]. Instrumento de bocal. Usa-se mais em nossos dias o trombone tenor. A clave é a de Fá, para as notas graves, e a de Dó, para as agudas, ambas na 4ª linha. Não transpositor. Vide fig. 39.
TROMPA. - [A. Ventihorn; F. Cor-à-
piston: I. Valve-Horn: It. Corno Ventile]. Instrumento de pistões, de origem
etrusca. Antes do invento dos pistões
usavam-se trompas de diversas entonações. Hoje, porém, usam-se quase que exclusivamente as trompas em Fá e Mi-
bemol.A primeira ressoa à 5? justa inferior da nota escrita, e a outra, à 69
inferior da nota escrita. Ultimamente
têm-se confeccionado trompas duplas. isto é, com duas entonações: uma aguda e outra grave. Vide fig. 41. TROMPETTE. - [A. Ventiltrompete; F. Trompette à pistons: I. Valve Trumpet;
It. Tromba Ventile]. Instrumento de pistões, derivado do clarim de cavalaria, de origem etrusca. Os tons mais usados
são: Fá e Si-bemol. Chamado em português trombeta. Vide fig, 42.
F'ig.36
Fig.
Fig. 38 36. Tarol. 37. Triângulo. 38. Timpanos. 39. Trombone de vara.
Fig. 39
Fig.40
Fig. 42
Fig.41 40. Trombone de pistões 41. Trompa 42. Trompette
TROPO
TZARDA
TROPO. - [L. Tropus]. Forma da mú-
trompa-contrabaixo, também chamado
sica que veio da era Românica à Ars Antiqua, cultivada pela abadia de S. Galo. Os Tropos trazidos de Bizâncio
contrabaixo-tuba. Este instrumento ressoa à 8ª inferior da nota escrita.
consistiam em pôr palavras nas vocalizações sobre vogais do texto.
TUBOFONE. - Ver Sinos. TUCUI. - Canto feminino da dança do mesmo nome, entre os indios Macuxis e Vapixanas do extremo-norte amazônico.
TROUBADOUR. - Ver Trovador. TROUVERE. - Ver Trovador.
TUNTUNQUE. -(Bras.)
TROVADOR. - Fidalgo, artista da palavra e dos sons. Os trovadores franceses dividiam-se em: troubadours, tro-
vadores do sul; versejavam em dialeto provençal ou lingua doc; os trovadores do norte chamavam-se trouvères e usavam a lingua doïl, mais aproximada do francês atual.
"Muito se tem escrito e discutido sobre a origem do movimento trovadoresco, podendo-se dividir os historiadores dêste período literário, conforme as teorias que adotam, em: clássicos, eclesiás-
Figura do
auto popular Bumba-meu-boi representando o valentão, figura de brabo, só de
fama.
TURUNDU. - (Bras.) (Dança dramática brasileira) - "O Turundu é uma dança dramática de que se tem notícia apenas no município de Contagem (Minas Gerais), onde se realiza de 24 de dezembro a 6 de janeiro, e a 2 de feve-
reiro. O rancho anda pelas ruas, em busca de casas amigas que o receberão. Dele participa um grupo de vinte a trinta
ticos, arabistas e folcloristas. Os clássicos são só defensores da origem greco-latina da poética trovadoresca; os eclesiásticos dão especial importância à influência da
igreja nas formas profanas da música e
pessoas, dirigido e ensaiado por um chefe ~ o "diretor' pôsto que se transmite de pais a filhos. São figurantes principais os três Reis Magos, que se apresentam com máscaras de papelão". "Ao descrever o baile que então se realizara pelo seu casamento
dos textos medievais; os arabistas são os
com a princesa, o mascarado, que se
advogados do predomínio oriental, por
mantinha encolhido no banco, põe-se de
intermédio das cruzadas ou da Península
pé num salto; e seguido por todo o
Ibérica, e os folcloristas são os que co-
grupo dos foliões, se inicia o sapateado
locam acima de tudo a inspiração popular." (Luiz de Freitas Branco, His-
forte e barulhento, ao som dos instrumentos e das vozes".• Os instrumentos
tória Popular da Música, 56).
TSIN-HALI. - Instrumento brasileiro. Ocarina feita com dois discos de cabaça,
que os índios Parecis tocavam com o ar
aspirado por uma das narinas. também Ocarina.
TUBA. -
Ver
- Originário da antiga família de
instrumentos romanos. Conserva o nome de tuba, em nossos dias, apenas o saxo-
são violas, caixas e chocalhos; os cantos usam quadras tradicionais, a julgar pelo
único exemplo de texto fornecido por (Oneida AlvaFilho.'
JoãoDornas
renga, Música Popular Brasileira, 124).
TUTU MARAMBA. - (Bras.) Aca~ lanto com variantes de música e texto. Corre por todo o Brasil.
TZARDA..- Ver Xarda.
UALAÇU. - (Bras.) Cabaça-maracá. Hoje esquecida.
UALALOCÊ. - (Bras.) (1) Cantiga
(2)
dos índios Parecis. Narra o episódio da
vida da india Camalalo. InstruFlauta usada pelos mento sagrado. indios Parecis.
UARIUAIÚ. - (Bras.), Amazonas). Bailado representando a caça do macaco guariba.
nos moldes modernos, da teoria musical
que, já no século XVII, preocupava os eruditos compositores musicais. Na mú-
sica hindu existeuma escala com 22 notas. A possibilidade vocal e instrumental da música ultracromática foi demonstrada pela cantora Maud Maccarthy, encontrando 60 microtons na escala diatônica. Compositores modernos, de várias escolas e correntes, têm
apresentado obras nas quais empregam
UATAPU. - (Bras.) Instrumento usado
o ultracromatismo; entre êles um dos que
pelos indígenas; era uma buzina, cujo
mais se destacou foi o húngaro Aloys Haba, considerado o criador do ultra-
som tinha a virtude de atrair os peixes.
Ver também Oatapu-oçu.
UATOTó. - Instrumento brasílico, dos
indios Macuxis, feito com ossos de veado, onças e outros animais.
UBATA. ~ (Bras.) Instrumento brasilico trazido pelos negros africanos.
UCULELE (Ukulele). - Espécie de guitarra havaiana. Popularizou-se nos Es-
tados-Unidos por volta de 1920. De dimensões menores do que a nossa viola
de arame, possui quatro cordas. De procedência portuguêsa, cujo ancestral é
a machete, uma pequena viola muito usada nos Açores.
UD.-Ver
•O assunto,
ultracromática,
a
música escrita em quartos e sextos de tom, isto é, baseada em intervalos mais
pequenos do que aquêles de que a mú-
sica européia se tem servido até hoje.
Na verdade, esta preocupação da divisão
ultracromática da escala não é nova. Sem falar na tendência natural que têm certos povos orientais para empregar na
sua música intervalos mais pequenos do que o semitom, é sabido que os antigos gregos, embora não o utilizando porventura na prática, conheceram, no entanto,
de tom (sistema enarmônico). Eosãoquarto históricas as experiências e espe-
Alaúde.
UKULELE. - Ver Uculele.
ULTRACROMATISMO.
cromatismo, pois além de suas obras musicais editou um extenso trabalho sobre
Intervalo
menor que o semitom, ou seja, a subdivisão do semitom. Embora esteia ainda pouco difundida, a música microtonal tem
encontrado, desde o fim do século passado, compositores que a vem estudando
detalhadamente.O ultracromatismo não é nada mais, nada menos que a execução,
culações de teóricos e físicos célebres, como Vicentino (1511-1572). Zarlino (1517-1590). Helmholtz (1812-1894) e até do nosso Pereira Sampaio (Bruno), experiências e especulações dirigidas no
sentido de se obter um aumento do
número de sons da oitava, baseando-se em considerações de ordem matemática.
(Como se sabe, a oitava, no chamado
sistema temperado, que é aquêle que nos
UT
UMBIGADA tem regido, divide-se em 12 semitons
URICUNGO. - Ver Urucungo.
rigorosamente iguais, o que, se é um êrro
URRA-BOI. - Ver Berra-boi.
sob o ponto de vista matemático, não deixou de constituir uma necessidade, sob
o ponto de vista musical). (Fernando
Lopes Graça - Introdução à Música Moderna, pág. 46).
UMBIGADA. - (Bras.) Dança de roda, de origem africana, em que a pancada do umbigo significa um convite para revezar com o dançarino solista.
UNISSONO. -[A. Einklang: F. Unisson; It. Unisono.l (1) Tocar a mesma
nota ou a mesma melodia, com diversos instrumentos ou com tôda a orquestra mesmo em oitava diferente. (2) Nome dado ao pseudo-intervalo formado pela
sua repetição, ex.: Do-Do, a fim de
distinguir de Do-Re, etc. (A. Prime).
URLINIE.
Método de análise musical
do musicólogo alemão Heinrich Schenker.
Esse método pretende reduzir qualquer composição à sua estrutura fundamental, que Schenker denomina de Urlinie, o primeiro plano, ou seja, a clave de Sol, e de
Ursatz a parte do baixo ou clave de Fá.
URUCUNGO. - (Bras.) -
"Instrumento de procedência africana, que con-
siste num arço de madeira tendo um arame retesado passado entre as pontas.
Numa das extremidades, ou no centro
do arame, é prêsa uma pequena cabaça de
forma arredondada, com uma abertura
circular. O som é obtido pela percussão
da corda comos dedos ou com uma vareta ou uma haste de metal; a cabaça funciona como caixa de ressonância, que o tocador coloca sôbre o peito ou a bar-
riga. Outra variedade do instrumento não possui cabaça; o tocador prende a corda entre os dentes, funcionando pois a bôca como caixa de ressonância. Tam-
bém chamado Berimbau, Berimbau-debarriga, Marimbau, Gôbo, Bucumbumba,
Gunga, Macungo, Matungo e Mutungo,
e, em Belém do Pará, Marimba. Na Bahia, no jôgo da Capoeira, costumam
associar-lhe o Caxixi." (Oneida Alvarenga. Música Popular Brasileira, 312).
UT.-
Na nomenclatura francesa é o nome dado a nota Dó. Ver também
Tom. (1)
V VALORES DE DURAÇÃO. - Ver Figuras de Ritmo.
VAMOS PENEIRAR. - (Bras., Bahia). Espécie de samba.
VAPI ou VATAPI. - (Bras.) Instrumento de percussão usado pelos indigenas, feito de um tronco de madeira, leve
e ôco.
VARIAÇÃO. - Um tema modificado (de 4 a 30 variações ou mais), conservando, entretanto, os elementos temáticos. A história das variações começa, prò-
priamente, com o nascimento da música para teclado, nos princípios do século
XVI. VARIAÇÕES ISOCRONAS. - Ver Som.
VARIATION.
[Ballet]. Na dança,
melhante ao xilofone, quanto à forma. É um instrumento elétrico e os sons
prolongam-se bastante. Possui dade ondulante. Vide fig. 48.
sonori-
VIELLE. -
Conhecido como a primitiva viola - tinha dois orifícios em forma de meia-lua. Foi o mais importante ins-
trumento de cordas dos séculos XII e XIII. Mencionado por muitos escritores e descrito detalhadamente por lérome de Morávia, cuja importância foi comprovada pelos dizeres "In Saeculum viellatoris". Mais tarde, no século XV, o nome francês vielle deixou de significar
viola e foi aplicado à sambuca, adeqüadamente chamada vielle à roue (viola de
roda). Instrumento de grandes propor ções, cuja roda fazia o papel de arco,
restringindo-se à sinfonia ou chilonia, e refere-se a todo solo incluido no ballet reduzindo-se, quase que exclusivamente, clássico. Provâvelmente o têrmo proa um instrumento de cegos pedintes. vém da expressão musical: Variação. VARIÁVEIS, consonâncias. São as VIELLE À ROUE. - Ver Vielle.
consonâncias eufônicas naturais e artificiais e as aneurônicas duras.
VATAPI. - Ver Vapi. VERISMO. - [It., teoria artística que funda todo o belo sôbre uma verdade real]. Escola operística italiana do fim
do século XIX, que representa a cópia musical do realismo literário de Zola, Flaubert, Ibsen e outros.
VERITATEM. - Denominação dada ao Canto firme instrumental em valores longos, sobre o qual são cantadas duas vozes superiores do motete. Ver tam-
bém Motete.
VIBRAFONE. - Instrumento de percussão de sons determinados, muito se-
VINA. - Citara de braço. Instrumento muito rico, espécie de alaúde grave, ori-
ginário da Índia. Este instrumento, geralmente, é acompanhado por tambores,
em ritmo obstinado de oito por oito, e sete por oito, chamado tala.
VIOLA. - [A. Bratsche. F. Alto.] (1)
Instrumento musical, também chamado alto e que é uma espécie de violino de dimensões maiores, afinada uma quinta
abaixo da afinação do violino, com o
qual tem em comum o mecanismo de pro-
dução do som e pormenores de técnica, sendo o seu timbre mais melancólico, menos claro, um pouco nasal. Vide fig. 43. (2) - "Instrumento de cordas dedi-
VIOLINO, FAMILIA DO
VIOLA ALTA lhadas, semelhante, na forma, ao Violão, de cinco ou seis cordas metálicas duplas.
Herdado de Portugal. A afinação é muito variável, parecendo entretanto, que
a mais comum é lá-ré-sol-si-mi ou
mi-la-ré-sol-si-mi.
O som é agudo e
triste. Dos nossos instrumentos reaimente musicais, a Viola é o mais espalhado e o mais intensamente usado, prin-
cipalmente nas zonas rurais. Da madeira de que é feito lhe veio, como ao Violão, a designação de Pinho, com a qual ambos
compositores como Rosenmüller, Bach e outros alemães.
VIOLINO.
- [A. Geige; F. Violon; It.
Violino.| O mais importante dos ins~ trumentos de corda, tanto na música de câmara, como na solista. Possui quatro
cordas afinadas:
Sol, Ré, Lá, Mi
Vide fig.. 46.
VIOLINO, família do. - O violino, a viola, o violoncelo e o contrabaixo são
os instrumentos são metaforicamente no-
os quatro principais instrumentos de corda, porém, há mais de dez instru-
(Oneida Alvarenga, Música
mentos de corda, de várias proporções,
meados"
Popular Brasileira, 312, 313).
VIOLA ALTA. -Ver Violino, familia
do. (4)
VIOLA DE AMOR. - [F. Viole d'amour. It. Viola d'amore.] Instrumento de maiores dimensões que a viola de braço. Possui duas ordens de cordas, enquanto as
de cima são tocadas pelo arco, as da ordem inferior vibram apenas por sim-
patia.
VIOLA DE BRAÇO. - TIt. Viola da braccio. Tipo de viola usada nos períodos na Renascença e Barroco. Ins-
mento que se segurava como o violino atual. VIOLA DE GAMBA. (Viola dos
joelhos). Tipo de viola usadanos De
ríodosda
Renascença e noBarroco.
Instrumento que se apoiava à perna, como o violoncelo atual.
VIOLA DE RODA. - Ver Vielle. VIOLA-TENOR. - Ver Violino, familia do. (7)
VIOLÃO.
[A. Guitarre: F. Guitare; I.
Guitar; It. Chitarra]. Instrumento de cordas dedilhadas, maior que a viola de
arame; tem a forma de um oito. Possui seis cordas, com a afinação: mi-lá-ré-sol-
-si-mi. É a guitarra espanhola, porém com o mi grave a mais. Vide fig. 44.
VIOLETA. - [It. Violetta.] (1) Instrumento do tipo do violino de três cordas, afinadas em quintas. (2) Nome dado à viola, nos séculos XVII e XVIII, por
que são os seguintes:
1) Violino piccolo. [A. Quartgeige].
Bach usou êsse instrumento em sua Cantata n° 140, e no seu primeiro Concêrto de Brandenburgo. 2) Contraviolino, introduzido por H.
Newbold (c. 1930) um pouco maior que o violino normal, a fim de fazer parte de segundo violino na música de câmara. 3) Contralto, instrumento maior que
a viola e de grande sonoridade, cons-
truido por J. B. Vuillaume, em 1855.
4) Viola alta, construida por H.
Ritter, usada nos Festivais de Bayreuth 1872-75. Viola acrescida de mais uma quinta corda, afinada Mi. 5) Violotta. Construida por A. Stel-
zner, em 1891, uma viola maior e afinada Sol, Lá, Mi.
6) Violino-tenor.Nome
dado a vá-
rios instrumentos dêste tipo, entre a • viola e o violoncelo.
7) Viola-tenor, construida por R.
Parramon, em 1930, parecida com o violoncello
8) Violoncelo piccolo. Instrumento preferido por Bach, pelo seu tamanho menor, o que, em certas passagens, facilitava a execução.
9) Cellone, construido por Stelzner (ver também n° 5), um pouco maior que o violoncelo, afinado Sol, Ré e Lá, serve
como substituto do contrabaixo para a música de câmara. 10) Octobaixo, construido por J. B. Vuillaume, em 1849. É um contrabaixo de proporções gigantescas, com três cordas, afinadas Dó2, Sol2, Dól.
Há
vOZ, tipo de
VIOLINO PICCOLO um mecanismo de alavancas e oito pedais, de onde deriva o seu nome.
VIOLINO PICCOLO. - Ver Violino, tamulia do. (1)
VIOLINO-TENOR. - Ver Violino, família do. (6)
VIOLON. - Ver Violino. VIOLONCELO. -[A. Violoncell; F.
VIVACE. - Palavra
empregada em mú-
sica para designar a movimentação dos
tempos do compasso; é um andamento rápido, um pouco mais vivo que o Allegro,
VIVO. - Palavra empregada em música para designar a movimentação dos tempos do compasso; é andamento um pouco mais rápido que o Vivace.
Violoncelle; I. Cello; It. Violoncello]. VOCABULARIUM MUSICUM.~ O (abrev. cello). O violoncelo é o baixo mais antigo dicionário de música, provàdo quarteto de cordas, afinado uma oitava
abaixo da afinação da viola. Toca nas claves de fa e dó na 4 linha. Ver também Viola. Vide fig. 45. VIOLONCELLO PICCOLO. - Ver Violino, família do. (8)
VIOLOTTA. - Ver Violino, [amília do.
(5)
VIS-A-VIS. - [Ballet]. Frente a frente. VISSUNGOS. - (Bras., Minas Gerais). (Cantigas de mineração). Os Vissungos, usados em São João da Chapada,
em Minas Gerais, na mineração dos
velmente do século XI. Impresso
em
1864 por J. La Fage, com o nome de
Essai de Diphtésographie Musicale.
VOLTE. - [Ballet]. É uma dança que se iniciou no reinado de Henrique III da França, 1574-1589. Thoinot Arbeau, em seu livro Orchésographie (1589), diz que
a sua procedência é a Provença e faz notar a particularidade de sua ação enér-
gica. O valor principal dêsse bailado é
ter sido êle a fonte de origem da valsa.
VOYAGE. - [Ballet]. Indica à maneira de adiantar-se em determinada posição
diamantes, têm o fundamento, que raros
en l'air. geralmente em arabesque. O
sabem hoje em dia. Dividem-se em
bailarino mantém flexionada a perna que sustenta o corpo e avança com pequenos
boiado, que é o solo, tirado pelo mestre,
sem nenhum acompanhamento, e o dobrado, que é a resposta em côro dos outros, às vêzes com acompanhamento
dos ruidos feitos com os próprios instrumentos usados na mineração.
saltos.
VOZ, tipo de. -- A voz humana subdivide-se em três tipos: agudo, médio e grave.
Fig. 43
Fig.44 Fig. 45
Fig. 46 • 43. Viola 44. Violão 45. Violoncelo 46. Violino
Fiy.
Fig. 48
Fig. 49
Krivteca48.
Vibrafone 49. Sinos Tubulares
W WECHSELNOTE. dadura ~ lA.J Ver Bor
XANGO. - (Bras.) [Canto de feitiçaria]. XILOFONE. - [A. Strohfiedel: F. XyDivindade do relâmpago e do trovão.
XAQUE-XAQUE.- Ver Piano de Cuia.
XARÁ. - Ver Fandango. XARDA (czarda). Dança húngara, com pequena introdução, em tempo lento, chamado lassu, e o último tempo, vivo e animadissimo, chamado frias ou frika.
XEQUERÉ. - (Bras.) Instrumento feito de uma cabaça enredada de conchas, se-
melhante ao piano de cuia. Do ioruba
shehkehreh, espécie de tambor. XERÉ. Chocalho que consiste numa
vasilha de metal em que se depositam pedrinhas.
lophon ou Claquebois; I. Xylophone; It. Zilafone]. Instrumento de percussão de sons determinados; consta de uma série
de lâminas de madeira, dispostas em
duas fileiras; uma para as notas naturais e outra para as alteradas. Essas lâminas
vibram com martelo próprio. Cada lámina é ajustada, na parte inferior, a um tubo, que é a respectiva caixa de ressonância. XUATÉ. - Instrumento musical brasílico,
de proveniência ameríndia. Consiste numa cabaça cheia de pedrinhas ou se-
mentes. Ritmador de cantos e danças,
uma espécie de maracá. Ver também Maracá.
Z ZABUMBA. - Ver Bombo. ZAHOLOCE. - Ver Zaolocê.
ZAMACUECA. -
Dança popular do
Chile, da Argentina e do Perú. Dança amorosa que simboliza as etapas de um amor feliz.
"Se supone araucano su orijen por ser en Chile danza nacional, pero no se ha dado noticia sobre la procedencia del nombre. Un cronista peruano cree que "cachua" ("baile"en quichua), es precursor de "cueca; en tal caso la Samacueca podria ser otro baile, como se verá
lo es la Samba, y no la misma Cueca, por mas que el tempo ha refundido las tres en una. El cronista supone que la cachua quichua titulada Chupachapsi es
precursora de la Cueca"
(V. Rossi,
Cosas de Negros, pág. 254).
ZAMBE. -
(Bras.) Segundo Arthur
Ramos, nos Estados do Norte, é o nome
dado a um ingome pequeno.
ZAOLOCE.
(Bras.) Instrumento sagrado, espécie de flauta, usado pelos
índios Parecis.
ZÉ DO VALE ou Iosé do Vale. - (Bras.)
Reisado de origem sergipana, segundo
Silvio Romero; pertence à época em que cada potentado possuía, a trôco de meia pataca diária, um ou mais guarda-costas, respeitáveis pelas suas bravuras e façanhas. Segue-se o Bumba-meu-boi com quase as mesmas evoluções, diferindo sòmente na música e na letra.
ZE-PEREIRA. - (Bras.) Grande bombo, que é o esteio do ritmo, com tambores prenunciando os festejos do carnaval. "Mariza Lira diz que foi um barrigudo sapateiro português, da rua de São
José, n° 22, quem reuniu um grupo de patrícios e saiu, num carnaval do
tempo do império, a zabumbar Como êsse português se chamasse José Nogueira de Zig-zig-zig-bum!
Azevedo Paredes e fôsse conhecido como
Zé Nogueira, houve uma deturpação do seu nome de Zé Nogueira para Zé Pe-
reira. Esse grupo teria feito um grande sucesso e o autor Francisco Corrêa Vas-
ques compôs por isso uma versalhada para cantar com o ritmo do seu batuque.
Mas êsse trabalho do ator Vasques,
intitulado o Zé-Pereira Carnavalesco -
- "coisa cômica que se deve parecer
muito com Les Pompiers de Nanterre"
- é de 1869 e nêle o Zé-Pereira e seus versos aparecem como coisa conhecida,
• como aliás já o era pelo menos desde 1867, de quando data a primeira referênciaque encontrei ao Zé-Pereira, n0 Jornal do Comércio de 3 de Março dêsse
ano, domingo de Carnaval.O certo é que a expressão ficou com o duplo sen-
tido, designa qualquer zabumba e a cantiga ' carnavalesca acima". Renato
Almeida,. Ilistória da Música Brasi-
leira, 200. Ainda que a origem do Zé-Pereira seja controversa, uma das suas caracte-
rísticas é a de anunciar as folias do Rei
Momo.
ZORATEALO.
(Bras.) Instrumento sagrado, espécie de flauta, usado pelos indios Parecis.
ZUMBIDO. - Ver Berra-boi. ZUNGEBLATT. - [A.]. Ver Palhêta.
ZUNGENTROMMEL. - [A.] Ver Teponaztli Mixteca.
ZUZA. - (Bras.) Acessório musical, de sons indeterminados, usado pelos índios
Parecis, uma espécie de maçaquaia dos moçambiqueiros, das congadas no sul
"De frutos sêcos do piqui fazem
chocalhos - zuzá - que atam aos tornozelos, como guizos, para dançar". Roquette-Pinto, Rondônia, 4ª edição, pág. 145 (11.264 Coleção Museu Nacional).
Ver também Maçaquaia; Machacá.